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Joan Woodwark
Com o intuito de responder à questão “De que forma é que o desenho
organizacional é afetado pela incorporação da tecnologia?” estudou fábricas de
diferentes indústrias com diferentes dimensões e diferentes modos operativos e
desenvolveu um questionário. Este questionário estudava variáveis específicas, como o
número e a complexidade das especializações que existiam, os níveis de gestão e de
autoridade e a amplitude de controlo e da descentralização da tomada de decisão.
Conclusões:
Ecologia organizacional
Analisa o comportamento das populações de organizações e de setores de
atividade económica.
Ao estudar as organizações e o processo de mudança organizacional, a teoria
ecológica inspira-se na perspetiva de seleção natural de Darwin, para perceber a
capacidade de mudança e de ajustamento das organizações ao seu meio. A teoria
ecológica diz-nos que as organizações só irão sobreviver se tiverem certa
característica, mesmo que se tentem adaptar. A sociedade onde vivemos é uma
sociedade darwinista, temos por um lado as competências das pessoas, onde o mais
forte é o mais competente, mas também temos o abuso do poder, onde muitas vezes
o mais forte não é o mais competente, mas sim aquele que ultrapassa a ética e explora
as pessoas.
Na teoria ecológica o ambiente externo é proativo e o gestor tem que ter um
papel adaptativo e tem que saber ler a cultura organizacional, pois organizações
ajustadas à sociedade e às circunstâncias sobrevivem e as desajustadas são removidas.
A dimensão e grau de maturidade (embrionária, desenvolvimento ou
maturidade) que cada empresa tem faz variar o tipo de inovação e tecnologia ou a
aposta que faz sobre a mudança.
Teoria Institucional
Está relacionada com imitação e isomorfismo. A teoria institucional tenta
perceber a razão pela qual as organizações se copiam umas às outras, dentro de um
determinado setor de atividade. As organizações competem não só por recursos, mas
também por poder político e legitimidade institucional, isto é, legislar e formalizar
tudo, e, por isso, são iguais na forma. Este isomorfismo pode ser coercivo, mimético ou
normativo.
Teorias interacionistas
Centram-se na análise da gestão dos processos organizacionais, nos modos de
produção, assim como na relação que se estabelecem entre estes modos, de forma
que seja alcançada uma maior eficiência e eficácia. Algumas destas teorias também
abordam as relações estabelecidas entre as diferentes organizações.
Modelo Japonês
Estamos nos anos 80, e o que prevalece no mercado é o setor terciário
(valorização dos serviços em relação à indústria) e, nesse sentido, surgem diferentes
perspetivas sobre qual será o futuro da indústria, uma vez que ela parece perder
terreno para este novo setor.
Apresenta uma continuidade das teorias existentes, mas acrescenta uma
vertente cultural.
É um modelo híbrido que apesar de ter características do passado é focado no
futuro, pois se por um lado vê a empresa como uma família e um emprego para toda a
vida, por outro lado tem produção em massa, one best way, just in time (produção de
apenas as unidades necessárias na quantidade justa no momento necessário sem
necessidade de armazenamento) e o princípio jikoda que consiste no desenho de
máquinas que incorporam a detetação de defeitos. A isto acrescenta uma filosofia
Lean, que visa ter o mínimo de desperdícios na produção, ou seja, “muito mais que
procurar qualidade e produtividade a gestão enxuta pressupõe uma mudança cultural
visando melhoria contínua que a longo prazo apresentará resultados sustentáveis em
termos de gestão”. Para isso, valorizam a qualidade e a sua cultura onde cada pessoa é
responsável pelo seu trabalho e pelos seus erros, ou seja, utilizam a essência do Kaizen
caracterizada pela indiferença entre aquilo que uma pessoa é no seu horário de
trabalho e aquilo que é na sua vida pessoal, pois o melhor funcionário é o melhor
cidadão.
Reengenharia
Esta ideia de restruturação foi considerada como uma forma de gestão dos
processos quase milagrosa. Esta teoria defendia que a empresa deveria de funcionar
como um computador, ou seja, deviam ser aplicados sistemas de controlo e de
planeamento ao conjunto de processos.
o Resultados prometidos: menos burocracia, facilidade de comunicação,
rapidez decisional, empreendedorismo e aumento da produtividade
o Efeitos perversos: redução do número de trabalhadores (downsizing),
redução dos níveis intermédios de gestão pelo achatamento horizontal,
níveis de exigência e de pressão maiores para um número reduzido de
trabalhadores, aumento das remunerações dos executivos responsáveis pela
reengenharia com a perda de direitos dos restantes trabalhadores.
Organizações em rede
São uma nova forma de interação e de gestão dos modos produtivos. Entidade
económica que engloba um conjunto de organizações ou unidades de negócio com
poucos níveis hierárquicos e o recurso extensivo à subcontratação (outsourcing). É
multiforme e alicerçada na confiança como mecanismo de coordenação. Podem ser
multicêntricas, concentradas ou dispersas.
o Resultados: Faz desaparecer as fronteiras inter e intra-organizacionais,
construção de laços fortes com outras organizações e compromissos inter-
organizacionais que permitem reduzir a incerteza e facilitar a comunicação e
partilha de informação
o Perigos: Não serve para todas as organizações, serve sobretudo para
produtos modulares e autocontidos e não para soluções complexas e de
interdependência forte, com necessidades elevadas de coordenação,
subcontratações difíceis de gerir e perda de competências difíceis de
recuperar, perda do controlo de qualidade, mau integrador e oportunismo
dos parceiros envolvidos, dificuldade com os recursos logísticos e de gestão
da cadeia