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TEORIA ESTRUTURALISTA:

ORIGEM:

A Revolução Industrial causou um grande impacto em diversas áreas, permitiu que a ciência
se desenvolvesse de forma surpreendente, No entanto, todos esses avanços exigiram que as
empresas adotassem modelos organizacionais melhores do que os utilizados anteriormente.
No século XX, alguns estudiosos se dedicaram ao desenvolvimento de teorias, o que fez com
que empresas alcançassem bons resultados. Uma delas, criada no final dos anos 1950, foi a
Teoria Estruturalista, que se desenvolveu a partir dos estudos sobre as limitações e rigidez do
modelo burocrático do sociólogo alemão Max Weber, considerado um modelo típico de
sistema fechado, quando a Teoria Clássica e Relações Humanas entraram em declínio, e nem
mesmo a Teoria Burocrática foi suficiente para resolver o “conflito”, e a Teoria Estruturalista
foi criada para tentar remediar essa falta de soluções na administração, a partir disso, tem a
necessidade de visualizar a organização de forma ampla, complexa, em que participam
diferentes grupos sociais; Essa teoria faz parte da abordagem Estruturalista, onde é feita a
análise da realidade social baseado na construção de modelos que expliquem como se dão as
relações a partir do que chamam de estruturas, e desenvolvem tipologias de organização para
as classificar mediante determinadas caraterísticas.

PRINCIPAIS AUTORES
Dentre os pensadores estruturalistas pode-se citar : Max Weber, Robert K. Merton, Philip
Selznick, Alvin Gouldner, Amitai Etzioni, Peter M. Blau e Richard Scott.

CONCEITOS:

O conceito de estrutura refere-se à análise interna dos elementos constituintes, configurações,


inter-relações do todo, permitindo comparações na medida em que pode ser aplicado a coisas
diferentes. Além de seus aspectos totalizantes, o estruturalismo é fundamentalmente
comparativo.
Assim, essa teoria se preocupa com o todo e com a relação entre as partes que compõem o
mesmo todo, usando a análise da empresa como estratégia.
Trouxe abordagens múltiplas em relação a:
1. Organização formal e informal
Enquanto a teoria clássica focava apenas nas organizações formais e a teoria das relações
humanas focava apenas nas organizações informais, a teoria estruturalista começou a estudar
a relação entre as organizações formais e informais com diferentes enfoques. Os
estruturalistas, portanto, não mudam o conceito de organizações formais e informais. Para
eles, a organização formal geralmente significa um modelo organizacional estabelecido pela
administração dos esquemas de divisão do trabalho e poder de controle, as regras e os
regulamentos de salários, controle de qualidade). Uma organização informal é uma relação
social que vai além de uma organização formal e se desenvolve espontaneamente o pessoal
ou os trabalhadores (não apenas trabalhando na mesma equipe, mas também sendo amigos).
Nesse sentido, o estruturalismo visa encontrar um equilíbrio entre os elementos racionais e
irracionais do comportamento humano, formando o foco da vida, da sociedade e do
pensamento modernos.
2. Análise interorganizacional
Além da análise interna das organizações, os estruturalistas se preocuparam com a análise
interorganizacional. Trata-se de uma ampliação outrora não analisada, onde, para os
estruturalistas, a organização funciona na base de transações com outras organizações. Ela
interage com seu ambiente externo e com as demais organizações nele contidas.
3. Recompensas materiais e sociais
Os estruturalistas abrangem todas as recompensas utilizadas pela organização para motivar as
pessoas, concluindo que é grande a significação tanto das recompensas salariais como das
sociais e que tudo o que se inclui nos símbolos de posição é essencial na vida de qualquer
empresa.
4. Os diferentes enfoques da organização
-Modelo Racional: como sistema fechado, baseado na natureza e na previsibilidade, dando
ênfase ao controle e planejamento , tendo como objetivo maximizar os lucros.
-Modelo Natural: como sistema aberto, onde existem interdependências entre o sistema
5. Os níveis da organização
A responsabilidade para a solução de conflitos é atribuída a diferentes níveis hierárquicos,
dividida em
● Institucional: abrange o mais alto grau de responsabilidade e de decisões, onde se
localizam os diretores da organização, onde são definidos os objetivos e estratégias,
aqueles que mantém relação com o ambiente externo.
● Intermediário/Gerencial: Tem como objetivo desenhar planos tático a serem
executados pelo nível operacional, transforma as decisões tomadas pelos superiores
hierárquicos.
● Operacional/Tático: Executa o plano desenvolvido, é o nível mais baixo nessa
hierarquia.
6. A diversidade de organizações
- Enquanto as teorias anteriores evidenciavam as fábricas, os estruturalistas ampliaram o
campo da análise da organização
para incluir várias organizações: pequenas, médias e grandes, públicas e
privadas, empresas dos mais diversos tipos (indústrias ou produtoras de bens,
prestadoras de serviços, comerciais, agrícolas etc.), organizações militares
(exército, marinha, aeronáutica), religiosas, organizações filantrópicas, partidos
políticos, prisões, sindicatos etc.

TEORIA DA CONTINGÊNCIA

A Teoria da Contingência nasce da vontade que os pesquisadores possuíam em entender os


modelos mais eficazes em determinados tipos de indústria. Assim, buscavam perceber como
a estrutura destas empresas se adequava ao modelo de gestão desenvolvido por elas.
É no ambiente que estão as causas das características das organizações, assim, não há uma
forma única de se organizar. Tudo depende das características ambientais. A teoria
estruturalista inaugura os estudos acerca dos ambientes dentro do conceito de que a
organização é um sistema aberto e em constante interação com o seu meio ambiente. Quando
se inclui o ambiente na estrutura sistêmica, deve-se observar o papel na sobrevivência do
sistema, do principal agente: o gestor (vide administração). Em um sistema fechado, no qual
o ambiente pode ser um componente (ambiente interno), o gestor pode causar constantes
reorganizações do sistema, perpetuando desperdícios. No sistema aberto, com o ambiente
(ambiente externo), a ação do gestor pode simplesmente destruir o sistema.

HOMEM ORGANIZACIONAL:
Na sociedade de organizações, moderna e industrializada, avulta a figura do “homem
organizacional” que se traduz no homem moderno e que, para ser bem sucedido, precisa ter
determinadas características. Enquanto a Teoria Clássica caracteriza o homem econômico e a
Teoria das Relações Humanas o homem social, a Teoria Estruturalista focaliza o "homem
organizacional", ou seja, o homem que desempenha papéis em diferentes organizações.
● Flexibilidade - em face das constantes mudanças que ocorrem na vida moderna e da
diversidade de papéis desempenhados nas organizações;
● Tolerância às frustrações - para evitar o desgaste emocional decorrente do conflito
entre necessidades organizacionais e necessidades individuais cuja a mediação é feita
através de normas racionais, escritas e exaustivas;
● Capacidade de adiar as recompensas – é poder compensar o trabalho rotineiro na
organização em detrimento de preferências pessoais;
● Permanente desejo de realização – para garantir cooperação e conformidade com as
normas organizacionais para obter recompensas sociais e materiais.

A TIPOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES


Não existem duas organizações iguais. Contudo, embora elas sejam diferentes entre si,
apresentam características que permitem classificá-las em certos grupos. São as classificações
ou tipologias das organizações, que permitem uma análise comparativa das mesmas do ponto
de vista de uma característica comum.
-Tipologia de Etzioni:
Amitai Etzioni é um sociólogo germano- estadunidense-israelense.
O autor elaborou sua tipologia de organizações classificando as organizações com base no
uso e significado da obediência, que é determinada e obtida pelos meios de controle aplicados
aos participantes. Assim, segundo etzioni, são três as Tipologias das Organizações:

– Organizações coercitivas: o poder é imposto pela força física ou por controles baseados em
prêmios ou punições. O envolvimento (Interesse) dos participantes tende a ser “alienativo”
em relação aos objetivos da organização. As organizações coercitivas incluem exemplos
como os campos de concentração, instituições penais etc.
– Organizações utilitárias: ou remunerativas. O poder tem por base o controle dos incentivos
econômicos e a remuneração é a principal forma de controle. Os participantes de nível
inferior da hierarquia contribuem para a organização com envolvimento (Interesse)
“calculativo”, baseado quase exclusivamente nos benefícios que esperam obter. As
Organizações utilitárias incluem exemplos como empresas da área do comércio.

– Organizações Normativas: o poder baseia-se em um consenso sobre objetivos e métodos de


organização e os participantes têm um alto envolvimento (Interesse) “moral” e motivacional:
igrejas, determinados tipos de universidades, hospitais e organizações políticas e sociais. Os
participantes tendem a buscar seus próprios objetivos e a expressar seus próprios valores
pessoais e o envolvimento moral e a aceitação social são as maiores fontes de CONTROLE.

Tipologia de Blau e Scott:


A tipologia de Blau e Scott apresenta a vantagem de enfatizar a força de poder e de
influencia do beneficiário sobre as organizações, a ponto de condicionar a sua estrutura.
Para Blau e Scott, há quatro categorias de participantes que podem se beneficiar com uma
organização formal:
• Os próprios membros da organização
• Os proprietários da organização
• Os clientes da organização
• O público em geral
Conforme essas quatro categorias de beneficiários principais que a organização procura
atender, há quatro tipos básicos de organizações:
Associação de benefícios mútuos: o beneficiário principal são os próprios membros da
organização, como as cooperativas, os sindicatos, etc.
Organizações de interesses comerciais: em que os proprietários ou acionistas são os
principais beneficiários da organização como a maior parte das empresas privadas, sejam
sociedades anônimas ou sociedades de responsabilidade limitada;
Organizações de serviços: em que um grupo de clientes é o beneficiário principal. Exemplos:
hospitais, universidades, escolas, organizações religiosas.
Organizações de estado: em que o beneficiário é o público em geral. Exemplos: a organização
militar, correios instituições jurídicas e penais, etc.

EMPRESA ORGANIZACIONAL
A teoria estruturalista se aplica às instituições hospitalares pois existe uma hierarquia
organizacional, como por exemplo o Hospital Santa Rita localizado na cidade de Dourados
MS, no qual dentro dos hospitais cada enfermeiro tem funções bem colocadas na estrutura
organizacional em que se insere. Sendo assim, em grande parte das unidades hospitalares a
hierarquia pode ser vista, por exemplo, pela presença de Supervisor, Diretor, Chefe (de cada
serviço), Especialistas, Graduados, etc. O respeito a esta hierarquia é o que possibilita que a
instituição funcione com plenitude, para que cada função tenha um bom desempenho temos a
necessidade da qualidade de trabalho dos superiores, só assim conseguimos um
funcionamento da estrutura organizacional.
Dentro do Hospital Santa Rita podemos verificar uma divisão de funções e uma
hierarquia bem divida em cargos organizacionais, sendo possível identificarmos aspectos que
se interligam com o estruturalismo, pois temos um foco na estrutura a partir da organização,
analisando as causas de conflitos internos. O objetivo mostrado pelos hospitais é a sociedade,
buscando preencher as necessidades expostas pelos mesmo.

PONTOS NEGATIVOS E POSITIVOS:


Positivos:
-Facilita uma abordagem múltipla na análise das organizações.
- Demarca duas grandes tendências teóricas muito importantes: a de conflito e a integrativa.
-O aparecimento do estruturalismo estimulou o interesse no estudo de organizações não-
industriais e não-lucrativas, o que significa uma consciencialização da inadequação dos
conceitos administrativos derivados exclusivamente de empresas industriais.
-É uma teoria de transição e mudança cujo campo está em grande crescimento e
desenvolvimento, e que contribuiu consideravelmente para a evolução das Teorias
Administrativas.
Negativos:
-Os estruturalistas deixam de se preocupar com a forma como o indivíduo percebe a
organização e o seu meio ambiente.
-O Estruturalismo não constitui uma teoria própria e perfeitamente distinta na teoria geral de
administração. -As tipologias organizacionais do Estruturalismo, baseiam-se apenas num
princípio ou aspecto básico o que torna limitadas na sua aplicação prática. Estas tipologias
são pouco específicas classificando as organizações em grupos, cujas características são
muito gerais e pouco discriminatórias. Bem como, simples e unidimensionais, fatores estes
que tornam, tanto a sua aplicabilidade, como a sua validade discutível.

Fontes bibliográficas:
https://professorluizroberto.com/teoria-estruturalista-conceitos/
https://sopra-educacao.com/2020/12/25/teoria-estruturalista-origem-enfase-enfo
que-defensores-e-caracteristicas/
https://administradores.com.br/artigos/teoria-da-contigencia
https://drive.google.com/file/d/12bnxu9e9SwmKueKUkrjHAze9pHx1Vd1C/vie
w?usp=share_link
https://youtu.be/SaCmLcQIr9A
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3077195/mod_resource/content/1/A_A
POSTILA_06.pdf
https://www.aiec.br/plataforma/101101/101/unidade02/downloads/leitura/101u0
2lc01.pdf-

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