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Teoria
A Teoria contingencial nasceu a partir de uma série de pesquisas feitas para verificar quais os modelos de estrutura
organizacionais mais eficazes em determinados tipos de indústrias. Essas pesquisas e estudos foram contingentes na
medida em que procuravam compreender e explicar o modo pelo qual as empresas funcionavam em diferentes
condições. Estas condições variam de acordo com o ambiente ou contexto que as empresas escolheram como seu
domínio de operações. Por outras palavras, essas condições são ditadas de acordo com o seu ambiente externo.
Essas contingências externas podem ser consideradas como oportunidades ou como restrições que influenciam a
estrutura e os processos internos das organizações.
Pesquisas foram realizadas na década de 1960 sobre a relação entre modelos de estruturas organizacionais e a
eficácia em determinados tipos de indústria. Os resultados surpreenderam, pois indicava que não havia uma forma
melhor ou única, e sim que tanto a estrutura quanto o funcionamento das organizações dependiam da relação com o
ambiente externo. Abordaremos cinco das principais pesquisas.
Pesquisa de T. Burns e G.M. Stalker: sobre organizações mecanísticas e orgânicas. Pesquisaram para
verificar a relação existente entre as praticas administrativas e o ambiente externo dessas organizações. Ficaram
impressionadas com os métodos nitidamente diferentes encontrados. Classificaram as indústrias pesquisadas em
dois tipos: organização “mecanísticas” e “orgânicas”. Verificaram as práticas administrativas e as relações com o
ambiente externo das organizações mecanicistas (burocrática, permanente, rígida, definitiva e baseada na
hierarquia e no comando) e orgânicas (flexível, mutável, adaptativa, transitória e baseada no conhecimento e na
consulta).
As organizações mecanísticas apresentam as seguintes características:
Estrutura burocrática organizada a partir de uma minuciosa divisão de trabalho. A organização se caracteriza por
ciclos de atividades rotineiras que se repetem indefinidamente.
Cargos ocupados por especialistas nas respectivas tarefas com atribuições fixas, definidas e delimitadas. Cada
um executa sua tarefa como se fosse distinta e separada das demais.
Centralização das decisões: tomadas somente pela cúpula da organização
Hierarquia de autoridade rígida: com pouca permeabilidade entre os níveis hierárquicos, autoridade baseada na
posição.
Sistemas rígido de controle: com estreita amplitude administrativa pela qual cada supervisor tem um numero
determinado de subordinados.
Sistema simples de comunicação: o fluxo de informação quase sempre conduz mais ordens de cima para baixo
do que dados e retorno de baixo para cima.
Predomínio da interação vertical: entre superior e subordinado.
Ênfase nas regras e nos procedimentos: formalizados por escrito e que servem para definir os comportamentos
das pessoas
Ênfase nos princípios universais da gestão: princípios funcionam como norma sobre como a empresa deve ser
organizada e dirigida.
Na realidade a organização mecanísticas funciona como um sistema mecânico, fechado e introspectivo,
determinístico e racional, voltado para si mesmo e ignorando totalmente o que ocorre no ambiente externo que o
envolver
As organizações orgânicas apresentam:
meio plácido e aleatório: concorrência pura, produtos homogêneos e muitas empresas pequenas que não
conseguem sozinhas influenciar o mercado. Justamente pelo seu pequeno tamanho, a organização não pode
afetar as outras organizações do ambiente. Essas organizações sobrevivem em pequenas unidades, isoladas, e
dificilmente se adaptariam a um outro tipo de ambiente: são bares, mercearias e pequenas oficinas.
meio plácido e segmentado: concorrência monopolística, produtos diferenciados e organizações de médio porte
com alguns controles sobre o mercado. Dentro das condições ambientais as organizações tendem a crescer em
tamanho, tornam-se multifuncionais e muito hierarquizadas e possuem controle e coordenação centralizados.
meio perturbado e reativo: neste ambiente mais dinâmico que estático, desenvolvem-se organizações do
mesmo tamanho, tipo, objetivos, dispondo das mesmas informações e pretendendo o mesmo mercado. Neste
contexto ambiental, as confrontações não ocorrem mais ao acaso, uma vez que todos sabem o que os outros
pretendem fazer e aonde a organização quer chegar. Oligopólio, poucas e grandes organizações dominantes do
mercado. Bancos, concessionárias. Surgem rivalidades, tornando necessário o conhecimento das reações dos
rivais. Exemplo organizações que atuam num mercado estreitamente disputado, como companhias de petróleo ou
de cimento.
meio de campos turbulentos: caracterizam-se pela complexidade, turbulência e dinamicidade. Entretanto, esta
dinamicidade não é causada somente pela presença de outras organizações, mais pelo complexo dinâmico de
forças existente no próprio ambiente. Esta condição requer um relacionamento que, enquanto maximiza a
cooperação, reconhece a autonomia de cada organização. Além da cooperação interorganizacional, ocorre neste
tipo de ambiente uma continua mudança associada com inovação, provocando relevantes incertezas. Forte
impulso para pesquisa e desenvolvimento ou tecnologia avançada. Mercado monopólio puro, uma ou
pouquíssimas organizações controladoras do mercado.
D) Pesquisa de P.R.Laurence e J.W. Lorsch: sobre a defrontação entre organizações e ambiente, envolvendo
dez empresas (plásticos, alimentos e recipientes), concluíram que os problemas básicos são:
Diferenciação: à divisão da organização em subsistemas ou departamentos cada qual desempenham uma tarefa
especializada em um contexto ambiental também especializado. Cada subsistema ou departamento tende a
reagir unicamente àquela parte do ambiente que é relevante para a sua própria tarefa especializada. Se houver
diferenciação ambiental, aparecerão diferenciações na estrutura organizacional e na abordagem empregada
pelos departamentos: do ambiente geral emergem assim ambientes específicos, a cada qual correspondendo um
subsistema ou departamento da organização. Cada subsistema da empresa reage apenas à parte do ambiente
que é relevante às suas atividades.
Diferenciação versus integração: ambos os estados – diferenciação e integração – são opostos e antagônicos:
quanto mais diferenciada é uma organização, mais difícil é a solução de pontos de vista conflitantes dos
departamentos e a obtenção de colaboração efetiva.
Integração: refere-se ao processo oposto, isto é, ao processo gerado por pressões vindas do ambiente global da
organização para alcançar unidades de esforços e coordenação entre os vários departamentos. as partes de uma
empresa constituem um todo indissolúvel e nenhuma parte pode ser afetada sem afetar as outras partes.
Esta pesquisa levou à formulação da Teoria da Contingência: não existe uma única forma melhor de organizar, em vez
disso, as organizações precisam ser sistematicamente ajustadas às condições ambientais. Assim, a Teoria da
Contingência apresenta os seguintes aspectos básicos:
Ambiente
Ambiente é tudo o que acontece externamente, mas influenciando internamente uma organização. A Análise do
Ambiente foi iniciada pelos estruturalistas, como a análise tinha abordagem de sistemas abertos aumentou o estudo do
meio ambiente como base para verificar a eficácia das organizações, mas nem toda a preocupação foi capaz de
produzir total entendimento do meio ambiente. As teorias da gestão têm ênfase no interior e exterior da organização. O
ambiente geral e o ambiente da tarefa.
O ambiente geral é o genérico e comum que afeta direta ou indiretamente toda e qualquer organização, é constituído
de um conjunto de condições semelhantes, são elas tecnológicas, legais, políticas, econômicas, demográficas,
ecológicas ou culturais.
Tecnológica é quando ocorre desenvolvimento tecnológico nas outras organizações, é preciso se adaptar para não
perder a competitividade. As condições legais constituem a legislação, são leis trabalhistas, fiscais, civis, de carácter
comercial, etc.
As condições políticas são decisões e definições políticas. As condições econômicas constituem o que determina o
desenvolvimento econômico. Inflação, balança de pagamentos do país, distribuição de renda interna, etc; são
problemas econômicos que não passam despercebidos pela organização. A condição demográfica determina o
mercado de acordo com a taxa de crescimento, população, raça, religião, distribuição geográfica, etc. A condição
cultural é a expectativa da população que interfere no consumo. Todas essas condições interagem entre si, e suas
forças juntas têm efeito sistêmico.
Tipologia de Ambientes
O ambiente é um só, mas as organizações estão expostas a apenas uma parte dele que pode ser diferente das
demais, é dividido em tipologias e são características do ambiente de tarefas.
Os ambientes podem ser homogêneos ou heterogêneos de acordo com a estrutura.
É estável quando quase não ocorrem mudanças, e quando ocorrem, são previsíveis.
É instável quando há mudanças o tempo inteiro, essas mudanças geram a incerteza. (Inovação e Criatividade,
ênfase na eficácia, reações variadas e inovadoras, etc).
O ambiente homogêneo terá diferenciação menor e os problemas poderão ser tratados de forma simples, com pouca
departamentalização. O mesmo acontece com a estabilidade e instabilidade.
Quanto mais estável menor a contingência, permitindo uma estrutura burocrática e conservadora, porém quanto mais
instável, maior a contingência e maior a incerteza, porque há uma estrutura organizacional mutável e inovadora
Tecnologia
Toda organização tem que adaptar uma tecnologia podendo ser obsoleta, isto é, grosseira, rude ou sofisticada, como o
uso de computadores, mas todas as organizações precisam de uma tecnologia para funcionarem e chegarem aos fins
desejados.
Na parte administrativa, a tecnologia é desenvolvida nas organizações através do Know-how, os resultados são obtidos
com os serviços e produtos.
A tecnologia não incorporada são as pessoas competentes para desenvolver sua função dentro da empresa. A
tecnologia incorporada é o capital (dinheiro), matérias-primas etc. A tecnologia, seja ela qual for, está presente no dia a
dia das empresas, transformando as matérias-primas em produtos consumíveis e produtivos para a humanidade.
A tecnologia variável ambiental é aquela que assume a tecnologia criada para outras empresas de seu ambiente de
tarefa em seus sistemas de dentro para fora. A tecnologia variável organizacional, quando a tecnologia esta presente
em sua empresa, influencia e desempenha melhor em seu ambiente de tarefa.
Tipologia de Thompson
Para a empresa alcançar os seus objetivos deve contar com o conhecimento humano onde o homem conduz para um
resultado satisfatório, isto é, a tecnologia pode ser avaliada por critérios instrumental (conduzido à resultados
desejados) e critérios econômicos (resultados desejados com poucas despesas).
A perfeição instrumental é quando se produz um produto padrão com taxa constante, porque com as experiências
adquiridas dos trabalhadores, reduz a perda de material e pode levar a modificação de maquinaria.
A tecnologia mediadora é quando os clientes são interdependentes, necessitam de uma empresa mediadora para
ajudá-los a alcançar seus objetivos.
Tecnologia intensiva consiste em diversas habilidades, especializações, técnicas variadas para modificar um único
objectivo. Thompson classifica a tecnologia flexível, assim: as máquinas, o conhecimento técnico e as matérias-primas
são usados para outros produtos ou serviços e a tecnologia fixa não permite utilização em outros produtos ou serviços.
Tipologia da Tecnologia
Tecnologia fixa e produto concreto: provém de empresas onde a mudança tecnológica é muito menor, existindo uns
problemas, o que não aceite seus produtos. Ex: o ramo automóvel.
Tecnologia fixa e produto abstrato: A empresa tem capacidade de mudar segundo algumas normas impostas pela
tecnologia fixa ou flexível. As partes relevantes do ambiente de tarefa precisam ser influenciadas à aceitar novos
produtos que a organização oferecer, para isso a formulação da estratégia global das organizações enfatiza a
obtenção do suporte ambiental necessário para a mudança. Ex: Instituições educacionais baseadas em conhecimentos
que oferecem cursos especializados.
Tecnologia flexível e produto concreto: A organização efetua com facilidade mudanças para um produto novo ou
diferente através das máquinas, técnicas, pessoal, conhecimento, etc. Ex: as empresas do ramo plástico, de
equipamentos eletrônicos, sujeitos à mudanças, fazendo com que as tecnologias adotadas sejam constantemente
reavaliadas, modificadas ou adaptadas.
Tecnologia flexível e produto abstrato: A possibilidade de mudanças são muitas e o problema maior das
organizações está na escolha entre qual alternativa é a mais adequada: o consenso dos clientes (consenso externo em
relação ao produto ou serviço oferecido ao mercado), ou aos processos de produção (consenso dos empregados). Ex:
as organizações secretas ou mesmo abertas (mas extra-oficiais), as empresas de propaganda e de relações públicas,
etc.
Todas as organizações apresentam problemas pois as contingências impostas por diferentes tecnologias são
importantes para a organização e sua gestão.
Uma organização comprometida com uma tecnologia específica pode perder a chance de produzir outro produto para
outras organizações de tecnologias mais flexíveis pois a cada dia a tecnologia fica mais especializada e a flexibilidade
da organização de rapidamente passar de um produto para outro pode decrescer.
Se a empresa já for dotada de grandes recursos e aplicar-se em um novo campo de atividades ou produtos, pode
usufruir do surgimento de novas tecnologias e assim facilitar tal chance. Mas, a medida que a tecnologia se torna mais
complexa, a empresa passa a ter menos controle sobre o processo tecnológico global, e assim ficando dependente de
outras empresas do ambiente de tarefa. Dependência crescente de especialistas, de treinamento prévio feito por outras
organizações que exigem mais integração e coordenação.
As Organizações e seus níveis
As organizações enfrentam desafios tanto internos como externos, independente do seu tamanho ou natureza. Elas se
diferenciam em três níveis organizacionais: