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FACULDADE DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
LICENCIATURA EM DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA
4° ANO/І SEMESTRE - LABORAL
CADEIRA DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO DE
INFÂNCIA

TEORIA DE ADMINISTRAÇÃO CONTIGENCIAL

Discentes:
Adelina Raúl Maculuve
Dinércia Ricardo Muzime
Géssica Sérgio Nhancole
Marta Filipe Macovela
Véronica Benedito Mariquele

Docentes:
Dr. José Uqueio
Dra. Natércia Malauene

Maputo, aos 10 de Março de 2024


ÍNDICE

1. Introdução....................................................................................................................................1
1.1 Objectivo Geral :........................................................................................................................1
1.2 Objectivos Específicos :............................................................................................................1
1.3. METODOLOGIA ……………………………………………………………………………1

2. Breve definicao de Conceitos......................................................................................................2

3. Origem da abordagem contingencial........................................................................................2


4. Precursores...................................................................................................................................3

5. Essência da Abordagem Contingencial.......................................................................................7


6. Criticas.........................................................................................................................................8
7. Lições Da Abordagem Contingencial Para O Entendimento Das Organizações.......................9
Abordagem da Teoria de Contigencia na Perspectiva das Instituiçes de ensino pre- escolar ….12

8. Conclusão..................................................................................................................................13

Referências Bibliográficas...........................................................................................................14
1. Introdução

O presente trabalho surge no âmbito da leccionação da cadeira de Administração e Gestão de


Instituições de Educação de Infância que constitui uma das disciplinas do plano curricular de
Formação em Licenciatura em Desenvolvimento e Educação de Infância,ministrada na
Faculdade de Educação subordinado ao tema : Teoria Contingencial da Administração.

A abordagem contingencial salienta que não se alcança a eficácia organizacional seguindo um


único e exclusivo modelo organizacional, ou seja, não existe uma forma única e melhor para
organizar no sentido de se alcançar os objectivos variados das organizações dentro de um
ambiente também variado (Chiavenato, 2001).

Com o trabalho pretendemos atingir os seguintes objectivos:

1.1 Objectivo Geral :

 Perceber a contribuição da Abordagem contingencial na compreensão do processo


administrativo nas organizações.

1.2 Objectivos Específicos :

 Definir os diferentes conceitos desta abordagem;


 Falar dos percursores desta abordagem;
 Descrever a origem e a evolução histórica desta abordagem;
 Falar da essência desta abordagem;
 Falar das criticas feita á abordagens anteriores;
 Descrever as lições desta abordagem para o entendimento das organizações.

1.3 Metodologia
Para realização do trabalho o grupo baseou-se na revisão da literatura, onde foi feita uma
pesquisa qualitativa e são expostas as ideias sobre a teoria de administração de contigência
segundo alguns autores como Chiavenato em sua obra Teoria Geral da Administração, Perreira
Teoria contingencial: uma abordagem teórica sobre sua evolução dentre outros, e a seguinte
estrutura: introdução, desenvolvimento, conclusão, e as referencia bibliográficas.
2. Breve definição dos Conceitos

2.1 Contingência – significa algo incerto ou eventual, que pode suceder ou não (Chiavenato,
2002).

2.2 Teoria – é um conjunto coerente de ideias capazes de explicar as relação entre determinados
factos observáveis (Chiavenato, 2002).

2.3 Organização – Shein (1970), define organização como uma coordenação racional de
atividades desenvolvidas por um número de pessoas, para realização de um propósito ou meta
comum (Sashkin e Morris, sd).

2.4 Administração – processo pelo qual faz-se a combinação e direção da utilização de recursos
necessários para atingir objectivos específicos. (Hampton, 1983).

Hersey e Blanchard (2014, p. 4), definem Administração, como acto ou efeito de trabalhar com e
por meio de pessoas e grupos para alcançar objetivos organizacionais.

2.5 Ambiente - é tudo aquilo que envolve externamente uma organização (ou um sistema). É o
contexto dentro do qual uma organização está inserida (Chiavenato, 2002).

2.6 Tecnologia - é o conhecimento que pode ser utilizado para transformar elementos materiais
em bens ou serviços, modificando sua natureza ou suas características (Chiavenato, 1997).

3. Origem da abordagem contingencial

Segundo Chiavenato (2004), a Teoria da Contingência foi desenvolvida, principalmente, a partir


dos trabalhos elaborados por Burns; Stalker; Joan Woodward. Gorla e Lavarda (2012) fizeram
um apanhado dos estudos que abordaram diversos aspectos dessa teoria, de 1952 a 2008,
relatando os fatores contingenciais como tecnologia, ambiente externo, estratégia, estrutura e os
fatores relacionados ao sistema contábil.

As pesquisas eram feitas isoladamente, pretendiam confirmar se as organizações mais eficazes


seguiam os princípios da Teoria Clássica, como a divisão do trabalho e a especialização do
operário com ênfase na estrutura, na tradicional hierarquia de autoridade. Os resultados
conduziram a nova concepção da organização, a qual afirmava que a estrutura da organização e
seu funcionamento dependem das características do ambiente externo (Chiavenato, 2002).
A teoria da contingência surgiu a partir destas pesquisas feitas para verificar os modelos das
estruturas organizacionais mais eficazes em determinados tipos de empresa. Essas pesquisas e
estudos foram contingentes na medida em que procuravam compreender e explicar o modo pelo
qual as empresas funcionavam em diferentes condições (http://www.administradores.com.br)

4. Precursores da teoria de contigência

4.1 Pesquisa de Alfred D. Chandler – sobre estratégia e estrutura organizacional


Alfred Chandler realizou uma investigação histórica sobre as mudanças estruturais de grandes
organizações relacionando-as com a estratégia de negócios. O autor estudou a experiência de
quatro grandes empresas americanas (Dupont, General Motors, Standard Oil e a Sears Roebuck),
e examinou comparativamente essas corporações demonstrando como a sua estrutura foi sendo
continuamente adaptada e ajustada a sua estratégia mercadológica, que passaram por um
processo histórico envolvendo 4 fases, respectivamente:
1ª Fase: acumulação de recursos: nesta fase as empresas preferiram ampliar suas instalações de
produção a organizar uma rede de distribuição;
2ª Fase: racionalização do uso de recursos: os custos precisavam ser contidos por meio da
criação de uma estrutura funcional, os lucros dependiam da racionalização da empresa e sua
estrutura deveria ser adequada às oscilações do mercado.
3ª Fase: continuação do crescimento: a reorganização geral das empresas na segunda fase
possibilitou um aumento da eficiência, fazendo a diferença de custo entre as várias empresas
diminuírem, e,
4ª Fase: racionalização do uso dos recursos em expansão onde cada linha principal de produtos
passou a ser administrada por uma divisão autónoma e integrada que envolvia todas as funções
de staff necessárias.

Concluindo assim que diferentes ambiente levam as empresas a adoptar diferentes estratégias,
que exigem diferentes estruturas organizacionais. Chiavenato (1997).
4.2 Pesquisa de T. Burns e G.M. Stalker: sobre organizações mecanísticas e
orgânicas
Tom Burns e G. M. Stalker pesquisaram vinte industrias inglesas para verificar a relação
existente entre as páticas administrativas e o ambiente externo dessas industrias. Impressionados
com os diferentes procedimentos administrativos encontrados nessas industrias, classificaram-
nas em dois tipos: mecanistica e orgânica .

As organizações mecanistas apresentam as seguintes características:

 Cargos ocupados por especialistas nas respectivas tarefas com atribuições fixas, definidas e
delimitadas. Cada um executa sua tarefa como se fosse distinta e separada das demais;
 Centralização das decisões: tomadas somente pela cúpula da organização;
 Funciona como um sistema mecânico, fechado e introspectivo, determinístico e racional,
voltado para si mesmo e ignorando totalmente o que ocorre no ambiente externo que o
envolver (http://www.administradores.com.br).

As organizações orgânicas apresentam:

 Estrutura organizacional flexível e adaptável;


 Os cargos são continuamente modificados e redefinidos;
 Descentralização das decisões;
 Funcionam como um sistema vivo, aberto e complexo, extrovertido e voltado principalmente
para a sua interação com o ambiente externo. A adaptação e o ajustamento as demandas
ambientais provocam constantes mudanças internas na organização
(http://www.administradores.com.br).

Concluindo assim que há uma espécie de seleção natural do tipo: sistemas mecanicistas
sobrevivem em ambientes imutáveis e estáveis, e sistemas orgânicos se adaptam bem a
ambientes instáveis e turbulentos isto e, para Burns e Stalker há um imperativo ambiental, ou
seja, o ambiente e que determina a estrutura e o funcionamento das Organizações
(http://www.administradores.com.br)
4.3 Pesquisa de Laurence e Lorsch: sobre ambiente

A denominação teoria contingencial derivou desta pesquisa, estes pesquisadores em seus estudos
procuraram defrontar a organização e o ambiente. A pesquisas envolveu 10 empresas em três
diferentes meios industriais para verificar como o meio ambiente as influencia, e concluíram que
os problemas organizacionais básicos são a diferenciação e a integração (Chiavenato, 2002)
A diferenciação diz respeito a divisão da organização em subsistemas ou departamentos, cada
qual desempenhando uma tarefa especializada para um contexto ambiental também
especializado, ao passo que a integração, diz respeito ao processo gerado pela pressão vinda do
ambiente da organização com a finalidade de obter unidades de esforço de coordenação entre
vários departamentos ou subsistemas. ambos os estados são opostos e antagónicos, quanto mais
diferenciada é uma organização, mais difícil é a solução de pontos de vista conflituantes dos
departamentos e a obtenção de colaboração efetiva (Chiavenato, 2002).
Em função da pesquisa os autores formularam a teoria da contingência, ma qual afirmavam que
não existe uma única maneira de organizar, mas sim a organização precisa ajustar se
sistematicamente de acordo com as condições ambientais. Para eles os aspectos básicos da
teorias contingencial de são:
 As organização e de natureza sistémica, isto é, ela e um sistema aberto.
 As características ambientais apresentam uma interação entre si e o ambiente, isto implica
uma intima relação entre as variáveis externas e as características da organização
(diferenciação e integração)
 As características ambientais são variáveis independentes, enquanto as características
organizacionais são variáveis dependentes (Chiavenato, 2002).
4.4 Pesquisa de Woodward sobre a tecnologia
Joan Woodward organizou uma pesquisa para saber se os princípios da administração propostos
pelas teorias administrativas se relacionavam com êxito do negócio quando colocados em
prática. A pesquisa envolveu 100 empresas de vários tipos de negócios, nas quais foram
classificadas em três grupos de tecnologia de produção: produção unitária ou Oficina, produção
em massa e produção continua.

Para a empresa alcançar os seus objectivos deve contar com o conhecimento humano onde o
homem conduz para um resultado satisfatório, isto é, a tecnologia pode ser avaliada por critério
instrumental (conduzido à resultados desejados) e critérios económicos (resultados desejados
com poucas despesas).

4.5. Tipologia da Tecnologia

 Tecnologia fixa e produto concreto: provém de empresas onde a mudança tecnológica é


muito menor, existindo uns problemas, o que não aceite seus produtos. E.g: o ramo
automóvel.
 Tecnologia fixa e produto abstracto: A empresa tem capacidade de mudar segundo algumas
normas impostas pela tecnologia fixa ou flexível. As partes relevantes do ambiente de tarefa
precisam ser influenciadas à aceitar novos produtos que a organização oferecer, para isso a
formulação da estratégia global das organizações enfatiza a obtenção do suporte ambiental
necessário para a mudança. Ex: Instituições educacionais baseadas em conhecimentos que
oferecem cursos especializados. (https://www.iprg.uery.br/~loyala).
 Tecnologia flexível e produto concreto: A organização efetua com facilidade mudanças para
um produto novo ou diferente através das máquinas, técnicas, pessoal, conhecimento, etc.
Ex: as empresas do ramo plástico, de equipamentos electrónicos, sujeitos à mudanças,
fazendo com que as tecnologias adoptadas sejam constantemente reavaliadas, modificadas ou
adaptadas (https://www.iprg.uery.br/~loyala).
 Tecnologia flexível e produto abstracto: A possibilidade de mudanças são muitas e o
problema maior das organizações está na escolha entre qual alternativa é a mais adequada: o
consenso dos clientes (consenso externo em relação ao produto ou serviço oferecido ao
mercado), ou aos processos de produção (consenso dos empregados). Ex: as organizações
secretas ou mesmo abertas (mas extraoficiais), as empresas de propaganda e de relações
públicas, etc. (https://www.iprg.uery.br/~loyala).

Em resumo, há um imperativo tecnológico, isto é, a tecnologia adoptada pela empresa determina


a sua estrutura e comportamento organizacional (https://www.iprg.uery.br/~loyala).
5. Essência da Abordagem Contingencial

O ponto central desta abordagem, reside no termo contingência, a qual usa este termo para
afirmar que no processo administrativo, nenhuma técnica ou estratégia se aplica a qualquer
situação, mas sim, e necessário se ter a mente aberta a questões pragmáticas de qual abordagem e
melhor para cada situação especificas. Dentre os aspectos principais desta abordagem, destacam-
se as seguintes:

 As organizações adaptadas ao seu ambiente externo são as que apresentam melhor


desempenho;
 A grande mudança ambiental é fator decisivo e determinante na organização e
funcionamento das organizações;
 A dinâmica de relacionamento entre a empresa e seu ambiente é fator determinante na
escolha e implementação da sua estrutura e modelo de gestão;
 A desenho apropriado da estrutura organizacional depende do contexto da organização (a
estrutura organizacional é determinada pela força dos fatores ambientais contingenciais);
 Os elementos centrais do desenvolvimento organizacional (formalização, diferenciação,
especialização, tamanho do componente administrativo, complexidade, centralização,
descentralização) são determinados por aspectos do ambiente externo (contexto
organizacional), tais como tamanho, tecnologia, mercado, concorrentes, clientes (Hampton,
1981).

Em resumo, a Teoria da Contingência explica que não há nada de absoluto nos princípios da
administração. Os aspectos universais e normativos devem ser substituídos pelo critério de
ajuste entre cada organização e seu ambiente e tecnologia.

6. Criticas

Segundo Chavienato (2001), os principais aspectos críticos da Teoria contingencial são:

 Relativismo em Administração- para a teoria contingencial tudo é relativo e tudo depende.


Nada é absoluto ou universalmente aplicável. Se há uma variável situacional então há um
caminho adequado para fazer frente a ela.
 Bipolaridade continua- seus autores não utilizam conceitos únicos e estáticos e em termos
absolutos e definitivos, mas como conceitos dinâmicos e que podem ser abordados em
diferentes situações e circunstâncias e, sobretudo, em diferentes graus de variação.

 Enfâse no Ambiente- focaliza as organizações de fora para dentro, deslocando o eixo de


atenção para fora delas;

 Enfâse na Tecnologia- focaliza a organização como um meio de utilização racional da


tecnologia;
 Compatibilização entre as abordagens de sistemas fechado e de sistemas abertos - diz que as
organizações são ao mesmo tempo sistemas abertos dotados de componentes de sistemas
fechados. Elas se confrontam com a incerteza (ambiente) e, ao mesmo tempo, necessitam de
certeza e previsibilidade em suas operações (tecnologia).

 Carácter Eclético e Integrativo- absorve os conceitos de diversas teorias de forma a alargar


seus horizontes e mostrar que nada é absoluto.

7. Lições Da Abordagem Contingencial Para O Entendimento Das Organizações.

A partir dos ensinamentos da teoria contingencial percebe-se que administração não e uma
ciência exata, dotada de teorias e modelos previsíveis, consubstanciados em leis científicas,
determinísticas, do tipo causa e efeito, isto e, os fatos e fenómenos que ocorrem nas empresas
são reflexos de fatores ambientais de maior abrangência e complexidade que influenciam
directamente a sua organização e o seu funcionamento. Tais fatores, em sua maioria, não podem
ser mudados pelas empresas, apenas monitorados.

Nesse contexto, torna-se fácil entender que para cada região, estado ou país o modelo de
gerenciamento sempre terá condições de ambiente diferentes, visto que serão influenciados
diretamente pela cultura, religião e política do lugar o que produz necessidades diferentes de
todos os envolvidos com o sistema, seja consumidores, colaboradores, sociedade e a organização
propriamente dita.
fundamental importância da teoria contingencial como ferramenta e aprimoramento ao processo
de gerência, por ser fundamental à sustentabilidade dos negócios e desenvolvimento educacional.
Contudo, também se torna mais complexo em face da globalização, da velocidade de
comunicação e das constantes evoluções tecnológicas, confirmando que não existe um jeito
único de fazer ou uma melhor forma de administrar; deve-se assumir a condição de que é
essencial estar preparado e pronto para uma constante evolução do mercado.

7.1 Vantagens

 A abordagem contingencial procura analizar as relacoes dentro e entre os subsistemas, bem


como entre a organizacao e seu ambiente e definir padroes de relacoes ou configuracao de
variaveis;
 Enfatiza a natureza multivariada das organizacoes e procura verificar como as organizacoes
operam sob condicoes variaveis e em circunstancias especificas;
 E uma teoria ecletica e interativa.

7.2 Desvantagem

 É relativista e situacional;

8. Abordagem da Teoria de Contigencia na Perspectiva das Instituiçes de Ensino Pré-


Escolar

“Esta teoria salienta que não se atinge a eficácia organizacional seguindo um único e exclusivo
modelo organizacional, ou seja, não existe uma forma única que seja a melhor para organizar, no
sentido de alcançar os objectivos altamente variados das organizações dentro de um ambiente,
também ele altamente variado – tudo depende das características ambientais relevantes para a
organização” (Chiavenato, 1993b: 543).
Na Teoria da Contingência, há elementos identificativos com a organização escolar e que nos
ajudam a percebê-la melhor. Deste modo, baseando-nos na perspectiva de Teixeira (1995, pp.
24-26), identificamos esses elementos:
 A escola, tal como as demais organizações, tornou-se num sistema aberto, adequando da
integração no órgão de direcção das escolas de representantes não só dos pais e da autarquia
local mas, também, de representantes dos interesses económicos, científicos e culturais.
 Os problemas de diferenciação e de integração que a escola invoca prende-se com a
existência dos grupos curriculares, coordenados, ao nível do Conselho Pedagógico. Uma
outra diferenciação que se regista na escola é a dos alunos em turmas, cada uma com o seu
professor .
 Os desafios que são colocados à escola, hoje em dia, vão de encontro ao elemento da
incerteza inerente às características da Teoria da Contingência. Neste sentido, defende-se um
estado permanente de reforma da educação; postula-se a necessidade de os alunos
aprenderem cada vez mais e mais especificamente; criam-se novos currículos que
possibilitem rápidas reconversões profissionais; incentiva-se a formação contínua dos
professores, como resposta eficaz ao futuro incerto.
 Por analogia aos princípios contingenciais, as tarefas do Director da escola
envolvem, por um lado, habilidades administrativas, por outro lado, competências
comportamentais, de forma a encontrar soluções adequadas a cada situação. Portanto, a escola
não se configura como uma instância préorganizada; ela própria deve ser produtora de um futuro.

Nas instituições de ensino deve se ter em conta o clima organizacional e a cultura


organizacional , onde a primeira diz respeito ao “funcionamento das organizações, não de forma
isolada (mas sim interligada)”, e pode ser vista em diferentes perspectivas segundo Ferreira et al.
(2001, pp. 432-443).
 Perspectiva organizacional: segundo a objectividade desta perspectiva, o clima forma-se em
virtude de os indivíduos numa organização estarem expostos aos mesmos factores
organizacionais, tais como: dimensão, estrutura, estilo de liderança, processos de decisão,
grau de formalização segundo níveis hierárquicos e/ou tipo de tecnologia, portanto, o clima
será algo externo ao indivíduo;
 Perspectiva psicológica: tratando o clima como uma característica organizacional que se
reflecte nas descrições dos indivíduos e a satisfação, como uma resposta afectiva daqueles
aos aspectos da organização que se lhes afiguram significativos, esta perspectiva recai sobre
a forma como os indivíduos organizam e interpretam a sua experiência dos atributos
organizacionais;
 Perspectiva psicossocial: neste contexto, o clima consiste numa representação criada pela
interacção dos indivíduos na organização, que compreende a realidade como um processo de
construção social, possibilitando a emergência da noção de consciência partilhada. Aqui,
destaca-se o significado atribuído pelo indivíduo à envolvente e defendem-se as seguintes
posições: o papel do grupo, o papel do afecto, o papel da cultura e o papel do contexto físico;
 Perspectiva cultural: para esta perspectiva, o clima é um conceito sistémico que resulta das
características organizacionais percebidas pelos indivíduos, ou seja, o clima é criado por um
grupo de indivíduos que interagem e que partilham a cultura organizacional, entendida como
uma estrutura comum de referência.
Neste sentido, destacamos uma tipologia representada por Owens (1989: 247, cit. In Alves,
1995: 45) que identifica duas categorias básicas de clima da escola, cada uma com
as suas duas subcategorias: o clima fechado (autoritário e paternalista) e o clima aberto
(consultivo e participativo).
 O clima autoritário é caracterizado pela concentração do poder no nível institucional, pelo
poder autoritarivo/pessoal/normativo, pela imposição de objectivos e regulamentos, escasso
empenhamento e participação dos membros na consecução dos objectivos, alheamento em
relação a outros contextos.
 No clima paternalista, as estruturas directivas assumem atitudes condescendentes para com
alunos, professores e funcionários, fixam normas e objectivos em nome do bem comum,
descrêem das capacidades criadoras, participativas dos “membros” da organização.
 No clima consultivo, os actores sentem-se membros da organização, participam, tendo uma
espécie de poder para influir na definição de objectivos e processos de funcionamento,
embora as políticas de orientação estratégica e as decisões de ordem geral estejam
concentradas na direcção.
 O clima participativo caracteriza-se por um ambiente de confiança e pela implicação dos
actores nas decisões mais importantes da escola, sendo os papéis da estrutura directiva, os de
coordenação e de regulação.
E a segunda diz respeito ma realidade homogénea (cfr. Chanlat & Séguin, 1987: 16): para
Lemaître (1987: 419), “a cultura é um sistema de representações e de valores partilhados por
todos os membros” da organização. Schein (1985: 9) defini-la-á como o “padrão de assunções
básicas … que foram trabalhadas até serem consideradas válidas e serem, além disso,
comunicadas aos novos membros como o modo correcto para perceber, pensar e sentir …”;
Bertrand (1991: 54, cit. in Teixeira, 1995: 75) explicita que a “cultura organizacional é um
processo sócio-dinâmico e um conjunto de conhecimentos (percepções, juízos, intuições,
informações, estratégias, valores, etc.) utilizados pelos grupos tendo em vista apetrechar-se com
os melhores meios de sobrevivência …”
O Projecto Educativo, os objectivos, os recursos, a sua missão, quando relacionados, permitem
diagnosticar um quadro de situações de desempenho, conjugadas a eficácia e a eficiência da
organização/escola. Aprecia-se a sua eficácia em função da execução do compromisso com a sua
missão principal, cumprindo os objectivos estabelecidos e a sua eficiência pelo grau de
competência na utilização óptima de todos os seus recursos humanos, materiais e financeiros.

9. Conclusão

Findo o trabalho concluimos que nenhuma abordagem ou estratégia administrativas é por si só


suficiente para o alcance da eficácia e eficiência nas organizações. para que tal intento seja
logrado, e preciso se levar em consideração o ambiente externo, as constantes mudanças, as
tecnologias, e atualizações que constantemente ocorrem no mesmo ambiente.
Reiteramos também que nenhuma abordagem e melhor que outra, cada uma teve o seu impacto
na época em que foi criada, de modo a sanar as necessidades da época, algumas mais viradas a
questões relacionadas a tarefas operacionais, outras preocupadas com a arquitetura
organizacional, outras com a com a relações humanas, e ainda outras com a influencia do
ambiente. Cada uma com a sua contribuição para o entendimento da administração. Portanto,
devemos tirar de cada uma, lições praticas para a nossa realidade atual, o melhor modelo e
aquela que consegue uma melhor adaptação e ajustamento face as situações inesperadas.
Esta abordagem é útil, quando falamos da realidade do nosso pais (Moçambique), pois é notória
as mudanças que o mesmo tem passado, desde sociais, educacionais, culturais, e em vários
campos da sociedade, mas sobre tudo, no âmbito económico, que teve um alto crescimento nos
últimos anos, possivelmente consequência das atuais descobertas de riquezas em nosso pais, no
entanto, apesar deste crescimento evidente, varias organizações nos últimos dois ou três anos
fecharam e declararam falência, devido a questões como a desvalorização da moeda nacional, a
crise financeira, e outros impasses económicos, esta e outras mudanças no ambiente externo ou
social causo tal situação, e as empresas não souberam lidar com as mudanças ambientais, as
demandas ambientais se sobrepuseram as estratégias organizacionais.
Nenhuma organizações é um sistema fechado, a organizações e somente uma parte de um todo
que é a sociedade ou o ambiente que o circunda, e este ambiente é que ditara a missão da
organização, pois elas existem para satisfazer uma necessidade social, portanto, cada mudanças
neste ambiente deve também causar a mudança nas organizações.

10. Referências Bibliográficas

 Chiavenato, Idalberto. (2002), Teoria Geral da Administração 6a edição. Rio de Janeiro:


Editora Campus.
 Chiavenato, Idalberto. (1997), Introdução a Teoria Geral da Administração. São Paulo:
Elsevier.
 Fargonoli. Eduardo, et all (2012) Teoria contingencial, 3, p.p. 3, disponível em:
http://www.fac.br/home/images/posgraduacao/Teoria_da_Contigencia.pdf: acessado em
09/03/2018
 (https://www.iprg.uery.br/~loyala). acessado aos 09/03/2018, as 14:30.
 Ferreira J. M. e Neves J. & Caetano A. (2011), Manual de psicologia das organizações,
1a edição. Lisboa: escolar editora

 Hampton D. R. (1981), Administração Contemporânea, 2a edição. Brasil: Editora: José


Martins Braga.
 Júnior. Francisco e Aline de Paula Faria (2016), Teoria da contingência e tecnologia:
desenvolvimento e uso da plataforma participa: estudo de caso - realizado na
universidade do estado de minas gerais – unidade Carangola, 2. p.p. 2.
 Sashkin Marchall, Morris C. William. (1984), Organizational Behavior, Concepts and
Experiences, 1a Edição: Editora Reston.

 Pina M. e Rego A. (2003), Comportamento organizacional e gestão. 2a edição, São


Paulo: Escolar editora.
 Paul H. Blanchard K. H (2014) Psicologia para administradores; teoria e técnicas da
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 Pereira, D. S, Rodrigues, M. (2002)Teoria contingencial: uma abordagem teórica sobre


sua evolução.Disponível em:
<http://redcidir.org/multimedia/pdf/trabajos_seleccionados/Seleccionados-
VSimposio/Asociativismo-empresas-e-innovaci%C3%B3n/78-TEORIA-
CONTINGENCIAL.pdf>. Acessado em: 11/03/2018.

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