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Roberto Cervi
Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP).
Pós-graduado em Marketing pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Pós-graduado em Gestão da Qualidade e Produtividade pelo Centro Universitário FAE.
Mestre em Engenharia da Produção com ênfase em Logística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Doutorando em Engenharia da Produção com ênfase em Logística pela UFSC.
Doutorando em Educação pela Universidad Del Mar, Chile.
Consultor empresarial especializado nas áreas Industrial, Custos Empresariais, Qualidade e
Produtividade Empresarial, Processos Empresariais, Gestão de Negócios e Marketing.
Professor no ensino superior em cursos de graduação e pós-graduação.
Autor de conteúdos didáticos para EaD.
Dados internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)
(Mônica Catani M. de Souza , CRB-9/807, PR, Brasil)
CDU 658.001
Conteúdo programático
Importância do estudo da administração
As principais teorias administrativas e seus enfoques
Objetivos
Compreender os principais conceitos de “administração”, a relação entre
a teoria administrativa e a sua prática.
Conhecer autores e abordagens, escolas consideradas e as variáveis
aplicadas às organizações.
Por que é importante estudar administração?
Importância do estudo
da administração
Primeiramente, é preciso saber o que significa “teoria” e o que significa “admi-
nistração”:
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Teorias da Administração – Capítulo 1
Organização formal São normas e princípios da empresa que regem as atividades do ad-
ministrador.
Organização informal Conjunto de relações ou interações espontâneas entre os funcioná-
rios de uma empresa que não é previsto ou formalizado pela organização formal.
1 O francês Jules Henri Fayol (1841-1925), um dos teóricos clássicos da ciência da administração, foi o fundador da Teoria
Clássica da Administração.
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ele, tudo é uma questão de medida, de ponderação e de bom senso, consideravel-
mente importante para a flexibilidade exigida em determinadas circunstâncias.
Do controle e padronização dos procedimentos administrativos das organizações
surgiu o conceito de “burocracia”, instituído no início do século XX pelo sociólogo
alemão Max Weber2. O termo foi definido como um conjunto de procedimentos que
visam racionalizar as atividades de qualquer organização, enfatizando a importância
da previsibilidade das ações para atingir os objetivos com maior eficiência.
Com o início de uma abordagem humanista, a teoria da administração muda
seu enfoque, voltado à tarefa (administração científica), e passa a estudar a estru-
tura organizacional (Teoria Clássica da Administração), dando ênfase às pessoas
que trabalham nas organizações. Portanto, se antes a discussão dos aspectos téc-
nicos e formais era privilegiada, nesse momento são os aspectos psicológicos e
sociológicos que ganham destaque.
Pessoas – Destacam-se a Teoria das Relações Humanas, preocupada
com a organização informal, procurando entender as questões que envol-
viam a motivação, a liderança, a comunicação e a dinâmica de grupo; a
Teoria Comportamental, focada na Teoria das Decisões e na integração
dos objetivos da organização e dos funcionários; e a Teoria do Desenvol-
vimento Organizacional, que procurou avaliar a importância de se fazerem
mudanças planejadas nas organizações e tornar a organização um siste-
ma aberto.
A abordagem humanista teve maior ênfase a partir da década de 1930 e surgiu
como consequência das conclusões observadas na Experiência de Hawthorne,
desenvolvida pelo sociólogo George Elton Mayo3.
Burocracia Sistema de controle social que, por meio da racionalização e adequação dos
“meios”, visa alcançar os “fins” com eficiência.
2 O economista alemão Maximillian Carl Emil Weber (1864-1920) foi um dos fundadores da Sociologia. A sua obra analisa os
fenômenos históricos e sociais e, ao mesmo tempo, reflete sobre o método das ciências histórico-sociais.
3 Além de sociólogo, o australiano George Elton Mayo (1880-1949) foi um dos fundadores da Sociologia Industrial estadunidense.
A partir de sua Experiência de Hawthorne, surgiu a Teoria das Relações Humanas.
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Teorias da Administração – Capítulo 1
Leitura complementar
EM CONSONÂNCIA COM O MUNDO MODERNO
Imprescindível em qualquer organização, a Administração ganha espaços por
contribuir para que as transformações sejam absorvidas pela sociedade
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A contribuição da Administração para a modernização do mundo atual é
inequívoca. Sem ela, as mudanças econômicas, sociais, políticas e, principal-
mente, tecnológicas, que tanto colaboram para alterar o comportamento da
sociedade, não seriam absorvidas com rapidez.
Nesse contexto, o mérito do administrador está em acompanhar essa evo-
lução, como forma de manter vivas as empresas e de promover a integração
do homem no espaço em que trabalha. Mas, para que ele chegue a esse pa-
tamar, não basta estar preparado para identificar e solucionar problemas, ter
conhecimento e determinação, saber planejar, organizar, dirigir e controlar. É
preciso ser ágil, criativo, ousado e ter em mente que as decisões impostas
pela internacionalização da economia não devem considerar apenas os in-
teresses internos da companhia, como o lucro e a distribuição de dividendos
aos acionistas, mas também os externos, como a promoção do bem-estar das
comunidades locais e a preocupação constante com a sustentabilidade. Esse
é o perfil que faz a diferença na arte de gerenciar.
Se antes a tarefa de administrar era decorrência de uma qualificação con-
seguida por meio de análises baseadas no conhecimento científico, agora faz
parte de uma corrida que busca com insistência soluções para problemas cada
vez mais complexos, em que as análises mercadológicas e financeiras são
praticamente instantâneas. A nova situação reforça o papel do administrador
como agente de mudanças e de transformações, principalmente depois que as
empresas perceberam que o caminho para o sucesso passa pela colocação de
“pessoas certas” nos “lugares certos”. Ou seja, os cargos administrativos e de
negócios passaram a ser preenchidos por administradores, principalmente os
dotados de visão estratégica.
[...]
Conselho Regional de administração de São Paulo. Em consonância
com o mundo moderno. Administrador Profissional, São Paulo, ano XXI, n. 267, set. 2008.
Disponível em: <www.crasp.com.br/revista/revista_267/revista_267.pdf>. Acesso em: 2 fev. 2009.
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Teorias da Administração – Capítulo 1
Síntese
Você estudou:
Uma breve introdução à Teoria Geral da Administração.
Importância do estudo da administração.
Evolução das teorias administrativas.
As principais teorias e suas abordagens.
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
Conselho Regional de administração de São Paulo. Em consonância com o
mundo moderno. Administrador Profissional, São Paulo, ano XXI, n. 267, set. 2008. Disponível
em: <www.crasp.com.br/revista/revista_267/revista_267.pdf>. Acesso em: 5 jan. 2009.
FAYOL, Jules Henri. Administração industrial e geral. São Paulo: Atlas, 1990.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa.
3. ed. Curitiba: Positivo, 2004.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da Escola Científica à
competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 1997.
Anotações
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Capítulo 1
Teoria Geral da Administração
Conteúdo programático
Tarefas da administração
Classificação das atividades administrativas
Administradores: função e atividades
Habilidades e competências
Objetivo
Compreender os principais conceitos relacionados às atividades dos ad-
ministradores, enfatizando suas competências, habilidades e o papel que
devem exercer em cada um dos níveis da organização.
Tarefas da administração
Como você sabe, a administração visa alcançar seus objetivos por meio do
equilíbrio, conseguindo eficiência e eficácia. Para conseguir isso, é necessário in-
terpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação por
meio de planejamento, organização, direção e controle das atividades realizadas
em todas as áreas e níveis da organização da maneira mais adequada.
Segundo Peter Drucker (1970), não existem países desenvolvidos nem subde-
senvolvidos, mas países que sabem ou não administrar a tecnologia, os recursos
e os potenciais disponíveis.
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Teorias da Administração – Capítulo 1
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É claro que naquele quadrinho em que há a Nossa Missão não está escri-
to: “Nosso objetivo é ser a empresa que mais encolhe no Brasil”. Ao contrário,
sempre está escrito que vai ser a maior, a melhor, a mais rápida e a mais efi-
ciente. Na prática, porém, as ações não condizem com as palavras.
GEHRINGER, Max. Clássicos do mundo corporativo.
São Paulo: Globo, 2008. (Adaptado).
ATIVIDADES PESSOAIS
Administrar o próprio tempo,
desenvolver a própria carreira e lidar
com afazeres pessoais.
ATIVIDADES TÉCNICAS
Lidar com as ferramentas de trabalho,
solucionar problemas técnicos, desem-
penhar funções técnicas.
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Teorias da Administração – Capítulo 1
ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS
Processar documentos e controlar e
administrar o orçamento.
ATIVIDADES DE INTERAÇÃO
Papéis decisórios: administrar
conflitos éticos.
Papéis informacionais: coletar e
ser porta-voz e disseminador.
Papéis interpessoais: ser um
exemplo, ser agregador.
Habilidades e competências
É preciso lembrar que não é possível dissociar habilidades e competências da
ação e que ambos são dependentes do fator conhecimento.
Se as habilidades estão associadas ao “saber-fazer”, como a ação física ou
mental que indica a capacidade adquirida; as competências, por sua vez, são o
conjunto de conhecimentos ou de ações que habilitam o sujeito a utilizar a capaci-
dade de realizar tarefas e melhor aplicar seus conhecimentos.
As habilidades dos administradores se dão por meio de processos mentais
que visam obter, analisar e interpretar informações para a tomada de decisões. É a
chamada habilidade conceitual.
As habilidades técnicas destinam-se ao uso dos conhecimentos específicos
e as administrativas associam-se às funções de planejamento, organização e
controle das atividades empresariais. São as habilidades, os conhecimentos e as
características pessoais que distinguem os profissionais de alto desempenho da-
queles de baixo desempenho dentro de uma determinada função.
O sistema de gestão atual procura usar práticas eficientes de organização,
a fim de fazer com que todos os profissionais de uma empresa tenham um bom
desempenho. É natural, portanto, que aqueles que se destacam nas atividades
sejam valorizados e os que não se destacam, alocados em atividades de menor
relevância ou demitidos.
Para minimizar os efeitos desse baixo desempenho organizacional, oriundo
da ausência de capacitação, má formação profissional ou falta de conhecimento
técnico adequado, muitas empresas optaram por fazer ações de aperfeiçoamento.
Para quem já está trabalhando, é fácil perceber a preocupação constante dos
gestores em relação à adoção de alternativas que visem à mudança de práticas
administrativas tradicionais e optem pela utilização de novas ferramentas adminis-
trativas, como, por exemplo, a aplicação de sistemas de gerenciamento baseado
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em competências (competency based management – CBM), os quais têm como
objetivos a redução de não conformidades, entender a complexidade e os efeitos
das práticas operacionais, e aumentar tanto a capacidade produtiva como a do
quadro funcional.
Para diminuir os efeitos da falta de competência, é preciso identificar as compe-
tências que distinguem as pessoas de alto desempenho das de baixo desempenho
e focalizar aquelas que são essenciais para o adequado desempenho funcional.
Leitura complementar
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS: UM NOVO DESAFIO
PARA AS LIDERANÇAS
Até que ponto líderes e liderados estão preparados para os desafios que este
novo modelo requer? Há um grande descompasso entre as atuais práticas de
gestão e as necessidades das modernas organizações e das pessoas.
As organizações começam a se voltar para a implantação de modelos de
gestão por competências. Até que ponto líderes e liderados estão preparados
para os desafios que este novo modelo requer? Há um grande descompasso
entre as atuais práticas de gestão e as necessidades das modernas organi-
zações e das pessoas. Gerir pessoas ainda é uma função atribuída à equipe
de RH. Apesar das grandes transformações dos últimos vinte anos, é muito
comum encontrar profissionais com cargo de chefia que ainda não perceberam
que a gestão de pessoas é uma das maiores competências do líder. A forma
22
Teorias da Administração – Capítulo 1
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rar vantagens competitivas para a organização, a partir do entendimento básico
de que o crescimento da empresa está associado ao seu crescimento pessoal.
Enquanto não houver essa clareza de propósitos e de resultados, a intenção de
se implantar gestão por competências precisa ser seriamente repensada.
SANTOS, Denide Pereira. Gestão por competências: um novo desafio
para as lideranças. Disponível em: <http://www.w3net.com.br/artigos/
competencias/art_desafio.doc>. Acesso em: 15 jan. 2009.
Síntese
Você estudou:
Níveis da administração.
O administrador na atualidade.
Definição de “competência”.
Atividades desempenhadas pelos administradores.
Conceito de habilidades e competências.
Administração por competências.
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
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Teorias da Administração – Capítulo 1
Anotações
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Capítulo 1
Teoria Geral da Administração
A administração e suas
influências históricas
Conteúdo programático
Administração em outros tempos
Influências dos economistas liberais
Revolução Industrial
Precursores da Revolução Industrial
Objetivo
Conhecer a administração antes de se tornar uma ciência, os principais
fatores históricos que contribuíram para a administração clássica e mo-
derna e suas inter-relações com as demais ciências existentes.
A administração é tratada como ciência mais precisamente a partir de 1911,
quando Frederick Winslow Taylor publicou seu livro Os Princípios da Administração
Científica.
Mas será mesmo que a administração começou no início do século XX?
Pense, por exemplo, nas três pirâmides de Gizé (Egito Antigo). Elas foram
construídas há mais de 4500 anos, e com uma engenhosidade e processo orga-
nizacional admiráveis até nos dias de hoje. Isso demonstra que a administração e
a organização já se faziam presentes, ainda que não teoricamente. Mas o Egito
Antigo é apenas um exemplo. Leia os textos abaixo para entender melhor.
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Teorias da Administração – Capítulo 1
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Se fosse preciso contar a história da administração nesta disciplina, segura-
mente não seria possível dar a conhecer todas as influências que ela recebeu.
Conheça alguns dos eventos difundidos nos primórdios da administração:
Egípcios (4000 a.C.-2000 a.C.) – Planejamento, organização e controle;
organização descentralizada; ordens escritas; uso de staff.
Sócrates (400 a.C.) – Universalidade da administração.
Platão (400 a.C.) – Princípio da especialização.
Nicolau Maquiavel (1525) – Princípio do consenso; coesão na organização;
qualidades de liderança; descrição de táticas políticas.
Adam Smith (1776) – Especialização dos trabalhadores; conceito de “con-
trole”.
Robert Owen (Inglaterra, 1810) – Aplicação de práticas de treinamento
pessoal dos operários; planos de casas para os operários.
Henry Metcalfe (Estados Unidos, 1886) – Arte e ciência da administração.
Frederick W. Taylor (Estados Unidos, 1900) – Administração científica e de
pessoal; cooperação entre o trabalho e a gerência; organização funcional;
princípio da exceção; sistema de custos; estudo de métodos e tempos; ên-
fase em pesquisa, planejamento e controle.
Influências dos
economistas liberais
Neste período, a ênfase foi dada aos estudos da economia, o que contribuiu
para uma visão mais pragmática da sociedade e da cultura da época.
Os economistas clássicos liberais conseguiram a aceitação de suas teorias
no final do século XVIII, o que culminou com a Revolução Francesa. Segundo o
liberalismo, a vida econômica devia se afastar da influência estatal, em que a livre-
-concorrência e o postulado eram o princípio.
Adam Smith (1723-1790) – Fundador da economia clássica, cuja ideia
central é a competição, alocação de recursos e da produção, sem que haja
excesso de lucros. Postulava que o governo tinha apenas de garantir a
lei e a ordem e que a riqueza das nações provém da divisão do trabalho
e da especialização das tarefas, destacando-se o estudo dos tempos e
movimentos, desenvolvido mais tarde por Taylor e Gilbreth com base na
administração científica nos Estados Unidos.
Staff Grupo de indivíduos que assessoram um dirigente, um político; pessoas que integram o
quadro de pessoal de uma empresa.
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Teorias da Administração – Capítulo 1
Revolução industrial
Esse período ficou marcado como o início da industrialização em massa. Teve
importante contribuição para a evolução da indústria tal qual é nos dias de hoje,
pois substituiu a produção manual pela mecânica e fabril. Como o próprio nome diz,
“revolucionou” o sistema de produção com a invenção e o uso de novos instrumen-
tos, como o tear mecânico e o motor a vapor.
Com a Revolução Industrial, “nascia” um novo mundo, denominado mundo
moderno. Novas perspectivas eram vislumbradas não só no campo cultural, mas
também no administrativo. A cidade passou a se denominar metrópole.
Conheça a cronologia desse período:
Veja como esse importante período histórico, que mudou para sempre o mun-
do, foi retratado nas artes:
, Londres.
original de
seu Britânico
dade. 1844. 1
x 122 cm. Mu
vapor e veloci
91
lliam. Chuva,
eph Mallord Wi
re tela , col or.,
arte, óleo sob
TU RN ER , Jos
Nesta obra, o pintor inglês William Turner (1775-1851) mostra sua visão do que começava
a ocorrer na Inglaterra e em outros países com a chamada Revolução Industrial.
Turner foi um dos artistas plásticos a captar a Revolução Industrial e o impacto que ela
causou sobre a sociedade da época, num processo de transformação acompanhado pelo
progresso tecnológico. Começavam a se desenhar novos contornos sociais: barcos movi-
dos a vapor, eletricidade, máquinas fabris, carros, etc. Como na obra de Turner, ganhava
destaque o homem moderno “envolto” pela velocidade, pelo vapor, pela fumaça, etc.
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Também o poeta português Fernando Pessoa – em um de seus poemas mais
conhecidos, Ode triunfal – retratou a Revolução Industrial:
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Teorias da Administração – Capítulo 1
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Criou-se o termo “dispositivo”, utilizado em operações especiais de trabalho.
Os dispositivos eram alternativas para vencer a fadiga dos trabalhadores e aperfei-
çoar a qualidade dos produtos e processos. São exemplos de dispositivos:
Máquina de fiação, de Hargreaves (1764);
Torre de água, de Arkwright (1769);
Máquina de fiar, de Cromptom (1779);
Máquina a vapor, de James Watt (1779);
Tear à força, de Cartwright (1785).
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Teorias da Administração – Capítulo 1
Área qualitativa
Baseia-se na Teoria da Preferência e da Utilidade.
Considerada elemento imponderável na decisão da produção.
Leitura complementar
ASPECTOS HISTÓRICOS, CULTURAIS E SOCIAIS DO TRABALHO
A Revolução Industrial: reflexos no mundo do trabalho e mudanças na ativida-
de laboral
Tão grande é sua importância que se costuma compará-la à Revolução
Francesa, pelas consequências transformadoras de ambas. Uma, no terreno
das liberdades cívicas, a outra, no campo da economia e do trabalho.
É costumeiro utilizar-se a expressão “Revolução Industrial” para nomear
o notável desenvolvimento econômico acontecido na Inglaterra nos séculos
XVIII e XIX. Esse progresso teve sua origem na organização de um sistema
fabril, tornado possível graças a excepcionais avanços na área tecnológica.
A invenção e o uso das máquinas a vapor, de novas ferramentas de traba-
lho e a criação de equipamentos destinados à indústria têxtil tornaram possível
a evolução desse novo sistema de trabalho.
Profundas mudanças ocorreram com a substituição do trabalho rural e do
artesanato pelas atividades industriais.
Sendo o trabalhador um dos enfoques deste ensaio, é indispensável lem-
brar que, abandonando o meio rural ou o ateliê em que antes trabalhava, veio
o operário para as cidades e para o ambiente das fábricas.
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“Assim, modificaram-se radicalmente as condições de vida do trabalhador,
mas a miséria, o serviço estafante e prolongado, as péssimas condições de
moradia e de alimentação prosseguiram, afligindo a classe trabalhadora”.5
É indispensável registrar que as circunstâncias já mencionadas não bas-
tam para estabelecer o conceito de Revolução Industrial, muito mais amplo. De
fato, ela reuniu e abarcou modificações ideológicas, econômicas e sociais que
transformaram uma sociedade exclusivamente agrária em verdadeira socieda-
de industrial e urbana.
O predomínio das máquinas, a intensificação do comércio, o trabalho ope-
rário e não mais artesanal, além de outros fatores, fizeram da Revolução In-
dustrial um marco histórico singular. Com ela, nasceu o capitalismo.
Com o passar do tempo, foram-se revelando as imperfeições e injustiças
do capitalismo industrial. Além das circunstâncias já mencionadas, a concen-
tração do capital em poder de um reduzido número de pessoas; a ausência de
quaisquer direitos trabalhistas em favor do proletariado; a falta de motivação
dos operários, que passaram a “vender” seu trabalho, sem participação integral
no processo produtivo; o crescimento desordenado das cidades, como surgi-
mento de bairros miseráveis, onde se amontoavam os operários, foram fatores
que provocaram uma forte reação ideológica por parte de grandes pensadores
da época. Eram escritores inspirados no Iluminismo, sociólogos defensores do
chamado socialismo utópico. A partir disso, surgem as ideias de Karl
Marx, para quem a economia era o fato gerador de todos os acontecimentos
históricos.
As relações conflituosas entre capital e trabalho refletiram de forma mar-
cante a sociedade e o indivíduo. Consequentemente, era inevitável a luta de
classes e tornava-se urgente a necessidade de se valorizar o trabalho e os
trabalhadores, em sua situação de elo mais fraco da corrente econômica, na
produção e distribuição das riquezas.
Superiores em número, mas pouco conscientes dessa vantagem, era ne-
cessário alertar o proletariado das injustiças que o atingiam e arregimentá-lo
para a revolução socialista destinada a criar a igualdade econômica e a des-
truir o capitalismo opressor.
O alemão Karl Marx (1818-1883) foi um dos maiores pensadores da história. Seus estudos
influenciaram principalmente as áreas de economia, filosofia e sociologia. As suas obras mais
famosas são O manifesto comunista e O capital, livros que sustentam sua teoria revolucioná-
ria, conhecida posteriormente como marxismo. Ele se opunha ao sistema capitalista, julgando-o
causador dos problemas sociais de sua época, como a disparidade econômica das classes e a
substituição da mão de obra por máquinas.
O socialismo utópico deu-se no século XIX e tem como principais pensadores Robert
Owen, Saint-Simon e Charles Fourier. Os socialistas utópicos defendiam a construção de uma
sociedade ideal, cujas classes sociais vivessem em harmonia e buscassem o bem-estar social
acima do lucro e de interesses capitalistas. Eles acreditavam que se a propriedade privada fosse
socializada as diferenças sociais sumiriam, tornando a sociedade estável.
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Teorias da Administração – Capítulo 1
óleo sobre tela, color., 165 x 257 cm. Museu do Louvre, Paris.
COURBET, Gustave. Britadores de pedra.1849. 1 original de arte,
O pintor francês Gustave Courbet
(1819-1877) foi um dos mais impor-
tantes pintores que retrataram tra-
balhadores em suas obras. Nelas,
Courbet procurava fazer um esboço
do que a Revolução Industrial repre-
sentou; no seu caso, a despersonali-
zação dos trabalhadores. Note como
a tela retrata fielmente o trabalho dos
britadores, mas oculta-lhes o rosto.
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A Era da Eficiência (de 1950 a 1969) representada pela Escola Burocrática
de Weber, buscou orientar o comportamento humano através da racionalidade,
da autoridade e da dominação. O trabalho é dividido racionalmente e as rotinas
são padronizadas. Os níveis hierárquicos são rígidos, a comunicação é forma-
lizada e o relacionamento entre os empregados é impessoal.
Esse modelo faz a transição do que se intitula de Sociedade Industrial para
a Sociedade do Conhecimento, dentro do período denominado de Revolução
da Informação no qual os trabalhadores começam a utilizar mais a informação
do que meramente a produção de bens.
“As inovações tecnológicas e organizacionais vêm causando importantes
mudanças no mundo do trabalho, seja na produção, seja na sociedade como
um todo, com repercussões que parecem ser bastante profundas”6.
A Era da Qualidade (de 1970 a 1989) é representada por consumidores
exigentes e mais conscientes, que passam a exigir produtos diferenciados no
que tange à qualidade.
Em relação aos aspectos do trabalho e suas transformações no século
XX:
Foram tão intensas as modificações que se sucederam no processo de
trabalho e de produção capitalistas que se pode mesmo afirmar que a classe
que vive do trabalho presenciou a mais aguda crise deste século, que atingiu
não só sua materialidade, mas teve profundas expressões de sua subjetivi-
dade e, no íntimo inter-relacionamento desses níveis, afetou a sua forma de
ser.
A partir de 1990, surge a denominada Era da Competitividade, em que a
relação entre produção e consumo se solidifica. As empresas passam para
a fase do “encantamento do cliente”, tentando superar suas expectativas em
relação ao produto.
Assim, durante as Eras da Qualidade e da Competitividade, implementam-
-se modelos de gestão que incluem a Administração Japonesa, a Administra-
ção Participativa e a Administração Empreendedora.
Nos anos 50 e no pós-guerra, muitos países adotam princípios de admi-
nistração oriundos do Japão.
Levando-se em conta o suposto novo papel atribuído aos trabalhadores,
o resultado seria, invertendo a lógica do fordismo, a desespecialização dos
trabalhadores e das máquinas, concretizadas pelas recomendações conjun-
tas de liberalização da produção, da autonomização e multifuncionalidade dos
trabalhadores.
Permeando os modelos econômicos, a reestruturação produtiva, as es-
colas estudiosas dos processos de trabalho, as relações do trabalho e o for-
talecimento mundial do capitalismo aparece o conceito de “globalização” ou
“mundialização”.
6 OLIVEIRA, Simone. A qualidade da qualidade: uma perspectiva em saúde do trabalhador. Cadernos de saúde pública, Rio de
Janeiro, n. 4, out./dez. 1997.
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Teorias da Administração – Capítulo 1
Verticalização É quando uma empresa produz tudo o que é necessário para sua linha de
produção. Essa estratégia permitia maior controle das etapas dos negócios, mas provocava vários
problemas gerenciais, dada a infinidade de atividades complementares que era necessário imple-
mentar, levando a um aumento excessivo do custo de produção e à ineficiência.
7 OLIVEIRA, Maria Helena B. de et al. Análise comparativa dos dispositivos de saúde do trabalhador nas construções estaduais
brasileiras. Cadernos de saúde pública, Rio de Janeiro, n. 3, jul./set. 1997.
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Síntese
Você estudou:
Evolução histórica da administração.
Histórico da moderna administração da produção.
Revolução Industrial.
As influências dos principais pensadores para a administração.
As fases evolutivas da administração da produção.
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
COURBET, Gustave. Britadores de pedra.1849. 1 original de arte, óleo sobre tela, color.,
165 x 257 cm. Museu do Louvre, Paris.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3.
ed. Curitiba: Positivo, 2004.
HARDING, Hamish Alan. Administração da produção. Tradução de: MARQUES Júnior,
José. São Paulo: Atlas, 1981.
KANDWALLA, Pradip N. The design of organizations. Nova Iorque: Harcourt Brace
Jovanovich, 1977.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da Escola Científica à
competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 1997.
ORNELLAS, Thuê Camargo Ferraz de; MONTEIRO, Maria Inês. Aspectos históricos,
culturais e sociais do trabalho. Revista brasileira de enfermagem, Brasília, v. 59, jul./
ago. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
71672006000400015>. Acesso em: 2 fev. 2009.
PESSOA, Fernando. Ode triunfal. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso
em: 2 fev. 2009.
SANDRONI, Paulo. Novíssimo Dicionário de Economia. 6. ed. São Paulo: Best Seller, 2001.
TURNER, Joseph Mallord William. Chuva, vapor e velocidade. 1844. 1 original de arte, óleo
sobre tela, color., 91 x 122 cm, Museu Britânico, Londres.
Anotações
40
Capítulo 1
Teoria Geral da Administração
Princípios da administração
científica de Taylor
Conteúdo programático
Princípios da administração científica de Taylor
Abordagem científica da administração
Primeiro período de Taylor
Segundo período de Taylor
Organização racional do trabalho
Homo economicus
Condições de trabalho
Supervisão funcional
Os princípios de rendimento preconizados por Emerson
Princípios básicos de Ford
Princípio da exceção
Objetivo
Conhecer os fundamentos da administração científica e a sua preocupa-
ção com os princípios da administração.
Princípios da administração
científica de Taylor
Em cada período da história, identifica-se significativa contribuição para o de-
senvolvimento da teoria da administração. Nesse momento, será dado destaque à
administração científica de Taylor, com forte ênfase às atividades industriais.
42
Teorias da Administração – Capítulo 1
43
Assim como a tarefa, o cargo passou a ser projetado e combinado com outros
cargos para a execução de tarefas de maior complexidade. É importante que, para
a execução da tarefa, considerando a curva de aprendizagem necessária
para a prática dos operários, o cargo seja de simples operação.
A criação de métodos de trabalho facilita a admissão de empregados com
qualificações mínimas ou excelentes por salários menores, o que propicia a redu-
ção de erros, aumenta a eficiência, facilita a supervisão e diminui os custos com
treinamentos.
Curva de aprendizagem É o tempo que demora entre o início de uma atividade até o mo-
mento em que se aprende essa atividade.
44
Teorias da Administração – Capítulo 1
1. Procurar
2. Escolher
3. Pegar
4. Transportar vazio
5. Transportar cheio
6. Posicionar
7. Preposicionar
8. Unir
9. Separar
10. Utilizar
11. Soltar a carga
12. Inspecionar
13. Segurar
14. Esperar inevitavelmente
15. Esperar quando evitável
16. Repousar
17. Planejar
Homo economicus
Segundo Chiavenato (2006), duas afirmações foram contundentes na forma-
ção do conceito de "homo economicus":
Toda pessoa é influenciada por recompensas salariais, econômicas e ma-
teriais.
As pessoas procuram o trabalho não porque gostam dele, mas como um
meio de ganharem a vida. Elas são motivadas a trabalhar pelo medo da
fome e pela necessidade de dinheiro para viverem.
O publicitário Roberto Duailibi e o engenheiro
Harry Simonsen Júnior resolveram juntar esforços so-
bre gerenciamento-criatividade-produção e reuniram
suas experiências e análises no livro Criatividade e
marketing: o clássico dos livros de marketing.
Nessa obra, os dois fizeram um estudo aprofun-
dado sobre como as empresas hoje, tanto no Brasil
quanto em outros países, lidam com a questão da
criatividade dentro de seus ambientes e até que
ponto o funcionário se vê motivado a ir trabalhar
todos os dias.
Duailibi e Simonsen partem da premissa de
que no atual cenário gerencial é imprescindível buscar em cada funcionário a habi-
lidade para trabalhar de forma produtiva com a criatividade.
O interessante é que o livro não aborda simplesmente a produtividade-criativi-
dade no marketing, mas em várias outras áreas.
45
A partir de 1998, a professora Teresa M. Amabile, da
Entrepreneurial Management Unit da Harvard Business
School, coordenou uma pesquisa com seus alunos e de-
mais gestores sobre o atual ambiente de trabalho. Ela che-
gou à seguinte conclusão a respeito da relação dinheiro-
-trabalho-criatividade-produção:
Dinheiro é o que motiva a criatividade.
Durante a pesquisa se perguntou: “Em que medida você foi
motivado por recompensas hoje?” A maioria das respostas
indicou que a questão não era relevante em uma base diá
ria e que as pessoas que respondiam estar preocupadas
com o bônus a receber apresentaram trabalhos menos
criativos. Pagamentos por resultados podem até criar pro-
blemas, porque, nessa situação, as pessoas tendem a ser
avessas ao risco. Claro que um pagamento justo é neces-
sário, mas a pesquisa mostrou que um ambiente no qual a
criatividade é valorizada ainda é o que mais interessa.
(DUAILIBI; SIMONSEN JÚNIOR, 2008)
Condições de trabalho
Segundo Taylor, uma boa produtividade depende da conjunção de vários fa-
tores: método de trabalho, incentivo salarial e uma infraestrutura que garanta o
bem-estar físico do trabalhador.
Para a administração científica, as condições de trabalho passaram a ser con-
sideradas como importantes elementos no aumento da eficiência.
Shutterstock/Mircea Bezergheanu
Shutterstock/Carlos Arranz
Acessórios de segurança: capacetes, coletes sinalizadores, luvas, etc., são itens necessá-
rios para que os profissionais consigam trabalhar com eficiência, necessidade observada
desde a época de Taylor.
46
Teorias da Administração – Capítulo 1
Supervisão funcional
É importante salientar que a supervisão funcional contribuiu para a divisão do
trabalho e a especialização de supervisores e chefes:
47
Por isso, a padronização dos métodos e processos de tra-
balho também foi uma de suas preocupações, o que re-
duziu a variabilidade e diversidade no processo produtivo,
visando à eliminação do desperdício e, por consequência,
um relativo aumento da produtividade.
Henry Ford adotou três princípios básicos para maximizar suas eficiências:
Princípio da intensificação – Redução do ciclo de tempo (uso de máqui-
nas, matéria-prima e logística).
Princípio da economicidade – Redução de matéria-prima ao mínimo
(just-in-time).
Princípio da produtividade – Aumento da capacidade produtiva da mão
de obra (técnicas e meios).
Ford já analisava o mundo sob a seguinte óptica:
O consumidor/cliente leva em consideração a disponibilidade do produto.
A demanda do produto excede a oferta.
O consumidor/cliente está mais interessado no produto do que em seus
refinamentos.
Reduzir os custos de produção para expandir no mercado.
48
Teorias da Administração – Capítulo 1
Princípio da exceção
Taylor adotou um controle operacional simples que se baseava nas exceções
ou desvios dos padrões normais. É um sistema de informação que funciona so-
mente quando os resultados divergem daqueles previstos em um programa.
49
Nesse período, a exemplo de outras inovações, os possíveis índices de varia-
bilidade passam a ser considerados como padrões de comportamento e conduta
das atividades operacionais.
Leitura complementar
CASO ALFA S.A.
A Alfa S.A. é uma empresa metalúrgica que fabrica tanques e caldeiras de
aço para o mercado industrial. Produz exclusivamente sob encomenda e de
acordo com as especificações e necessidades de cada cliente. Cada produto
apresenta especificações diferentes, devendo ser projetado pelo Departamen-
to Técnico, compostos de engenheiros e projetistas, antes de iniciadas a fabri-
cação e a montagem.
A Diretoria é composta de: Diretor-Presidente: Alfredo, Diretor-Financeiro:
Eduardo, Diretor-Industrial: Oswaldo.
Oswaldo é um engenheiro mecânico de 45 anos de idade, amigo íntimo
de Alfredo. Ambos têm muitos pontos de vista em comum, como, por exem-
plo, de que nenhum operário é digno de confiança. Acham que os operários
são vadios, preguiçosos, espertalhões e que precisam ser tratados com muita
disciplina, controles e supervisão rígida, com o que não concorda Eduardo.
Eduardo é bacharel em Administração, tem 38 anos e é o único diretor que não
tem participação acionária na empresa.
Tem fama de ser o defensor dos operários, desde que era Assistente da
Diretoria e, posteriormente, Gerente do Departamento de Pessoal, quando
então tinha contatos frequentes com todos os empregados. Ao ser nomeado
Diretor-Financeiro, foi incumbido da administração de uma empresa de ser-
viços subsidiária, localizada no Rio de Janeiro. Há dois anos, retornou a São
Paulo, como Diretor-Financeiro da Alfa. Rapidamente renovou seus contatos
com os empregados, que sempre nutriram grande simpatia por ele.
Oswaldo é mais novo de casa. Foi nomeado Diretor-Industrial há pouco
menos de dois anos, tendo antes trabalhado como Gerente de Produção de
uma grande indústria têxtil. Logo que assumiu a direção-industrial, Oswaldo
percebeu que existia na Alfa um grande número de pequenas turmas de tra-
balho, de 5 a 6 operários, sob a chefia de um mestre, que também trabalhava
diretamente na produção, em face do pequeno número de subordinados. Cada
turma trabalhava em um ou dois projetos de cada vez, passando a outros pro-
jetos toda vez que faltava matéria-prima ou terminava a obra. As tarefas eram
sempre não repetitivas, envolvendo os operários em uma porção de atividades
diferenciadas e especializadas. Oswaldo achava que tal sistema dificultava o
planejamento e controle da produção. Como cada turma era pequena, não
dispunha de todos os especialistas necessários para executar totalmente um
projeto. Além disso, como as turmas gozavam de um excesso de autonomia na
execução do trabalho, apresentavam alto índice de ineficiência.
50
Teorias da Administração – Capítulo 1
51
uma produção acima do normal de cada um. Esse manifesto foi também dis-
tribuído entre os operários e entre os sindicalizados empregados em outras
empresas.
Eduardo não se conformou com a forma e o conteúdo das acusações
feitas. Principalmente porque muitas acusações não eram corretas. Os salá-
rios da Alfa, por exemplo, sempre foram equiparados à média do mercado. As
condições físicas de trabalho eram relativamente satisfatórias. O sistema de
produção era baseado em tempos-padrão estimados por cronometristas
e cronoanalistas experientes. E por que os operários não vieram reclamar
diretamente conosco, que estamos mais próximos e que temos todas as con-
dições de resolver os seus problemas?
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração,
Rio de Janeiro: Elsevier, 1999.
Síntese
Você estudou:
Conceitos da administração científica.
Abordagem científica da administração.
A importância da administração científica.
Princípios da administração científica de Taylor.
52
Teorias da Administração – Capítulo 1
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
_____. Introdução à teoria geral da administração, Rio de Janeiro: Elsevier, 1999.
_____. Princípios de administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
DUAILIBI, Roberto; SIMONSEN JÚNIOR, Harry. Criatividade e marketing: o clássico dos
livros de marketing. São Paulo: Makron Books, 2008.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da Escola Científica à
competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 1997.
TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios da administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas,
1995.
Anotações
53
54
Capítulo 2
ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA
Conteúdo programático
Abordagem da administração de Fayol
As funções básicas da empresa
Conclusões de Fayol
Objetivo
Apresentar os fundamentos da abordagem clássica de Fayol e a sua
contribuição para o estudo da administração.
Abordagem da administração
de Fayol
Por volta de 1916, teve início, na França, uma
nova fase nos estudos sobre administração que
revelou uma visão mais completa das atividades
administrativas na organização do trabalho. O res-
ponsável por essa abordagem inovadora foi o enge-
nheiro Henri Fayol, influenciado pela Revolução
Industrial e pela Primeira Guerra Mundial.
56
Teorias da Administração – Capítulo 2
Luther Gulick, autor clássico que se destaca por sua erudição, propõe sete
elementos da administração – e não cinco, conforme a divisão de Fayol – como as
principais funções do administrador. Observe o esquema:
ELEMENTOS DA
ADMINISTRAÇÃO
PARA GULICK
57
Para Gulick (Apud CHIAVENATO, 2006), no contexto da administração, esses
elementos tinham significados específicos:
Planejamento (planning) – Tarefa de traçar as linhas gerais das coisas
que devem ser feitas e dos métodos de fazê-las, a fim de atingir os objeti-
vos da empresa.
Organização (organizing) – Estabelecimento da estrutura formal de auto-
ridade, por meio da qual as subdivisões de trabalho são integradas, defini-
das e coordenadas para o objetivo em vista.
Assessoria (staffing) – Função de preparar e treinar o pessoal e manter
condições de trabalho.
Direção (directing) – Tarefa de tomar decisões e incorporá-las em ordens
e instruções específicas e gerais, e ainda de atuar como líder da empresa.
Coordenação (coordinating) – Função de estabelecer relações entre as
várias partes do trabalho.
Informação (reporting) – Esforço de manter todos informados a respeito
do que se passa. Pressupõe a existência de registros, documentação, pes-
quisa e inspeções.
Orçamento (budgeting) – Função que diz respeito à elaboração, execu-
ção e fiscalização orçamentárias, ou seja, ao plano fiscal, à contabilidade
e ao controle.
Urwick também dividiu as funções da administração em sete elementos:
ELEMENTOS DA
ADMINISTRAÇÃO
PARA urwick
Sua classificação difere da de Fayol apenas pelo fato de que, para Urwick, a
função previsão desdobra-se em três aspectos: previsão, investigação e planeja-
mento.
Esses elementos da administração não só serviram de base para que os
autores clássicos delineassem as funções do administrador, como também para
que estabelecessem um conjunto de condições e normas de comportamento que
os administradores deveriam seguir para o melhor desempenho dessas funções.
Observe os quadros a seguir e compare as abordagens de Fayol e Urwick:
58
Teorias da Administração – Capítulo 2
59
Conclusões de Fayol
Entre as diversas conclusões auferidas aos estudos realizados nesse período,
observa-se a capacidade técnica do operário. Foi possível verificar, por exemplo,
que quanto mais alta a condição hierárquica do indivíduo, mais sua capacidade
administrativa se elevava e menor se tornava sua capacidade técnica – caracterís-
ticas importantes para os níveis de 3.o e 4.o graus da hierarquia. No entanto, para os
níveis de 5.o e 6.o graus, era relevante a capacidade comercial, contábil, financeira
e de segurança.
Conforme ocorreu com outros estudos, a Teoria Clássica também desconsi-
derou a organização informal, tomando como base a organização formal, o que
trouxe como consequência a falta de tratamento adequado para a relação entre
pessoas e grupos informais.
Leitura complementar
A VIRADA DA GOODYEAR
Quando assumiu o comando da Goodyear, Stanley Gault impôs um novo
lema para toda a empresa: voltar-se para o negócio e para o cliente 24 horas
por dia. Ao sentar-se na cadeira da presidência mundial da companhia, ele
encontrou uma situação caótica. Embora a imagem e a reputação da empresa
no mercado fossem intocáveis, a Goodyear havia apresentado o primeiro pre-
juízo em sua história e passava por forte estagnação. Gault resolveu promover
um turnaround e aplicou a velha receita: reestruturou a companhia, vendeu
negócios deficitários, reduziu o quadro de pessoal e enxugou os custos. Em
resposta a uma segunda etapa, a Goodyear deixou de ser um mero fabricante
de commodities para atuar em nichos específicos de mercado com produtos
de alta tecnologia para atender necessidades específicas dos clientes. Lançou
22 modelos novos de pneus em pouco tempo, algo que jamais fizera. Muitos
deles tornaram-se campeões de venda. O faturamento bateu em 11 bilhões
de dólares. O Brasil é o maior negócio da Goodyear fora dos Estados Unidos.
A subsidiária brasileira, juntamente com a da China e da Índia, foram eleitas
como prioridades dentro dos planos da corporação. O motivo é simples: esses
países têm muito território, muita gente e pouco carro. Logo mais, vão comprar
carros e, por tabela, vão precisar de pneus.
A Goodyear do Brasil recebeu duas missões da matriz. A primeira é con-
quistar corações e mentes dos consumidores, sejam eles donos de carros ou
de caminhões. A outra missão é tornar a subsidiária um polo exportador para
o resto do mundo. Além disso, a empresa investiu pesadamente na sua rede
de distribuidores exclusivos e criou o conceito de atendimento total ao cliente.
Quando um motorista entra em uma loja, ele não quer apenas comprar pneus,
mas precisa também de outros serviços, como alinhamento e balanceamento,
testes de amortecedores e, principalmente, orientação técnica sobre o que
comprar. O número de pontos de venda espalhados pelo país subiu de 400
60
Teorias da Administração – Capítulo 2
para mais de 500, muitos deles dotados de autocentros que oferecem todos
esses serviços. Na busca pela excelência no atendimento, os distribuidores ga-
nharam autonomia. Antes, quando um cliente reclamava de um defeito de fabri-
cação no pneu, tinha de esperar uma solução durante semanas, pois o produto
era despachado da revenda para a empresa, onde um conselho de técnicos
estudava pacientemente o caso e dava o veredicto. Aí, o caso fazia o caminho
de volta. Agora, os técnicos da própria distribuidora dão a palavra final e em mi-
nutos o cliente tem uma decisão. Para tanto, a Goodyear investe pesadamente
em treinamento dos revendedores para aprimorar sua capacitação técnica e
melhorar o atendimento ao cliente.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração.
7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
Síntese
Você estudou:
Os conceitos de “administração clássica”.
A importância da abordagem clássica.
A contribuição da administração clássica para a administração.
Os princípios da administração clássica de Fayol.
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
_____. Introdução à teoria geral da administração. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
_____. Princípios de administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
FAYOL, Jules Henri. Administração industrial e geral. 10. ed. São Paulo: Atlas, 1990.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da Escola Científica à
competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 1997.
ROBBINS, Stephen P. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva,
2005.
61
Anotações
62
Capítulo 2
ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA
Conteúdo programático
Escola de Relações Humanas
A influência da motivação humana
Princípios da Teoria das Relações Humanas
Objetivos
Conhecer os fundamentos da Teoria das Relações Humanas.
Entender a mudança de ênfase das tarefas para as pessoas, colocando
o homem como um ser social.
Escola de relações humanas
A Teoria das Relações Humanas teve origem nos Estados Unidos, a partir da
Experiência de Hawthorne9 (realizada na usina de Western Electric, em Hawthor-
ne, no período de 1924 a 1932), iniciada originalmente por funcionários da usina e
posteriormente supervisionados pelo professor e sociólogo Elton Mayo, em 1927.
Com esse estudo, Mayo buscou se contrapor à Teoria Clássica da Administração,
fato que se tornou de fundamental importância para o redirecionamento do estudo
da Teoria Geral da Administração, que passou a considerar aspectos psicológicos
e sociais resultantes das influências do desenvolvimento industrial da época.
Nesse período, verificou-se que os sentimentos humanos eram fatores que in-
fluenciavam até mais do que a remuneração do trabalhador. Com isso, as críticas à
abordagem clássica se enfatizaram e, nas quatro primeiras décadas do século XX,
fomentaram revoltas de sindicatos e trabalhadores que julgavam os conceitos des-
sa abordagem exploratórios e utilizados em favor de interesses patronais. A Teoria
das Relações Humanas surgiu, então, para corrigir a visão desumana do trabalho,
com a aplicação de métodos científicos cujo enfoque era mais humano.
Com o surgimento de novos estudos interessados nas relações humanas, com
uma maior preocupação para aspectos psicológicos e sociológicos, a teoria da ad-
ministração sofreu grande transformação e passou a ter uma abordagem humanís-
tica, migrando de uma ênfase dada à tarefa – com a Teoria Científica – e à estrutura
organizacional – com a Teoria Clássica –, para interessar-se pelas pessoas que
fazem parte das organizações.
A partir disso, a preocupação com o homem, o grupo social e o ambiente ga-
nhou espaço no período que, até então, era voltado para uma organização formal,
cujos princípios aplicados privilegiavam aspectos técnicos e formais. Em vez de a
preocupação ser direcionada para o desempenho ou a produtividade, deu-se ênfa-
se a um tratamento mais justo e favorável aos empregados. Por isso, a Teoria das
Relações Humanas é o marco dessa nova abordagem, que recebeu a contribuição
de estudos das áreas de sociologia e psicologia.
64
Teorias da Administração – Capítulo 2
65
Homem econômico (Homo economicus): conceito cria-
do pelos economistas da Escola Clássica (Adam Smith,
David Ricardo, etc.) e utilizado pelos administradores, para
os quais o homem seria perfeitamente racional e capaz
de fundamentar suas decisões exclusivamente por razões
econômicas, preocupando-se em obter o máximo de bene-
fício com o mínimo de sacrifício de modo imediato (SAN-
DRONI, 2001).
ORGANIZAÇÃO
TEORIA DAS
CARACTERÍSTICAS TEORIA CLÁSSICA
RELAÇÕES HUMANAS
Racional e
Modelo de homem Econômico-racional
emocional
66
Teorias da Administração – Capítulo 2
Leitura complementar
EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE
A partir de 1924, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos
iniciou alguns estudos para verificar a correlação entre produtividade e ilumi-
nação do local de trabalho, dentro dos pressupostos clássicos de Taylor e de
Gilbreth.
Um pouco antes, em 1923, George Elton Mayo conduzira uma pesquisa
em uma indústria têxtil próxima à Filadélfia. Essa indústria tinha problemas de
produção, uma rotação de pessoal anual ao redor de 250% e havia tentado
inutilmente vários esquemas de incentivos. Mayo introduziu inicialmente um
intervalo de descanso, deixou a critério dos operários a decisão de quando as
máquinas deveriam ser paradas e contratou uma enfermeira. Em pouco tempo,
emergiu um espírito de grupo, a produção aumentou e a rotação de pessoal
declinou.
Em 1927, o Conselho Nacional de Pesquisas iniciou uma experiência em
uma fábrica da Western Electric Company, situada em Chicago, no bairro de
Hawthorne, cuja finalidade também era determinar a relação entre a intensida-
de de iluminação e a eficiência dos operários, medida por meio da produção.
Essa experiência que se tornaria famosa foi coordenada por Elton Mayo, e
logo se estendeu também ao estudo da fadiga, dos acidentes no trabalho, da
rotação do pessoal e do efeito das condições físicas de trabalho sobre a produ-
tividade dos empregados. Os pesquisadores verificaram que os resultados da
experiência eram prejudicados por variáveis de natureza psicológica. Tentaram
eliminar ou neutralizar o fator psicológico, então estranho e impertinente, ra-
zão pela qual a experiência foi prolongada até 1932, quando foi suspensa, em
razão da crise de 1929.
[...]
67
Conclusões da Experiência de Hawthorne
A Experiência de Hawthorne permitiu o delineamento dos princípios da
Escola das Relações Humanas que veio a se formar logo em seguida, por
meio dos seus principais pesquisadores. Dentre as principais conclusões, lis-
tamos as seguintes:
1. Nível de produção é resultante da integração social
2. Comportamento social dos empregados
3. As recompensas e sanções sociais
4. Grupos informais
5. As relações humanas
6. A importância do conteúdo do cargo
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração.
São Paulo: Makron Books, 2000. (Adaptado).
Síntese
Você estudou:
As origens da Teoria das Relações Humanas.
A importância da abordagem das relações humanas no contexto organizacio-
nal.
Os princípios da Teoria das Relações Humanas.
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
68
Teorias da Administração – Capítulo 2
Anotações
69
70
Capítulo 2
ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA
Conteúdo programático
Teoria Neoclássica da Administração
Princípios gerais da Teoria Neoclássica
Administração como técnica social
Centralização x descentralização
Características da descentralização
Vantagens e desvantagens da descentralização
Tipos de organização
Departamentalização
Administração por objetos (APO)
Características da APO
Objetivo
Entender a importância de a empresa ter objetivos claramente definidos
e estabelecidos por escrito e de ser uma organização simples e flexível.
Teoria Neoclássica
da Administração
Pensando nos princípios da Teoria Clássica10, pode-se constatar que todas
as teorias administrativas posteriores se assentaram neles, seja como ponto de
partida ou como crítica, seja para tentar uma posição diferente.
Qual seria, então, o foco da abordagem neoclássica?
A abordagem neoclássica nada mais é que a atualização da Teoria Clássica,
devidamente redimensionada aos problemas administrativos atuais e ao tamanho
das organizações. Essa teoria contribuiu fundamentalmente para a reestruturação
das organizações da atualidade.
A abordagem neoclássica trata de forma objetiva os princípios estruturais da
Teoria Geral, enfatizando questões práticas da administração e identificando como
ponto de partida as funções dos administradores.
Entre as características da Teoria Neoclássica, destacam-se as seguintes:
Ênfase na prática da administração – Enfatiza aspectos práticos da
administração.
Relativa reafirmação dos postulados clássicos – Redimensiona e rea-
valia a Teoria Clássica, considerando contingências atuais, valorizando a
flexibilidade, reformulando os conceitos de autoridade, responsabilidade e
departamentalização.
Ênfase nos princípios gerais da administração – Busca soluções admi-
nistrativas práticas e procura discutir os princípios gerais de planejamento,
organização, direção e controle. Esses princípios não devem ser contem-
plados de maneira rígida e absoluta, mas com relativa flexibilidade.
Ênfase na organização – A Teoria Neoclássica busca atingir resultados
consistentes relacionados com a prática e os princípios que regem as teo-
rias da administração.
ORGANIZAÇÃO
10 Henri Fayol listou os princípios da administração a fim de criar parâmetros de quais sejam as funções básicas de um administra-
dor, contemplando desde o modo como a organização é estruturada até a maneira como as equipes de trabalho devem agir.
72
Teorias da Administração – Capítulo 2
teoria
neoclássica
Organização Comportamento
Ênfase nos princípios
informal e abertura e conflitos
e nas normas formais
democrática organizacionais
73
de forma prática e utilizável, visando principalmente à ação administrativa, ou seja,
para eles a teoria só teria valor quando operacionalizada na prática. Isso significa
que a Teoria Neoclássica se baseia toda em argumentos da prática administrativa.
Centralização x descentralização
Nas teorias administrativas a centralização e a descentralização da autoridade
se deram de maneiras diferentes, ou melhor, foram tomadas por abordagens dife-
rentes. A Teoria Clássica de Fayol, por exemplo, sustenta uma organização linear
cuja autoridade deve ser centralizada. A Teoria Científica de Taylor, por sua vez,
caracteriza-se por uma autoridade descentralizada. Hoje, porém, a autoridade é
distribuída de forma irregular nas empresas o que gera ora uma forte centralização,
ora uma descentralização.
Em função de toda essa discussão, os teóricos neoclássicos, geralmente,
dedicam-se a explorar o assunto a fim de avaliar os efeitos desses dois processos
na condução de uma empresa.
Toda organização deve se focar em seus objetivos considerando sua missão.
É tácito afirmar que as variáveis que envolvem cada decisão organizacional depen-
dem das contingências de cada situação. Quanto maior a organização, tanto maior
será a sua descentralização, em razão do grau de complexidade presente.
74
Teorias da Administração – Capítulo 2
Características da descentralização
Para a Teoria Neoclássica, a descentralização não é definida como positiva ou
negativa, nem mesmo é possível indicar se ela deve ou não ser adotada, pois são
as características de cada organização que definirão a pertinência de se centralizar
ou descentralizar a autoridade dentro da organização.
É importante considerar que a organização depende de alguns fatores para
definir seu grau de descentralização:
tamanho da organização;
tipo do negócio da organização;
tendências econômicas e políticas do país;
filosofia da alta administração e personalidades envolvidas;
competência dos subordinados e confiança dos superiores;
facilidade de informações que permitam a tomada de decisões.
A alteração de qualquer um desses fatores definirá, portanto, o grau de centra-
lização ou descentralização da organização. Esse grau de dependência determina
em que nível da organização está a autoridade de tomada de decisão: no escopo,
na direção ou nos níveis inferiores.
O grau de descentralização de uma organização é maior:
quanto maior for o número de decisões tomadas nas escalas mais baixas
da hierarquia administrativa;
quanto mais importantes forem as decisões a serem tomadas nas escalas
mais baixas da hierarquia administrativa;
quanto maior for o número de funções afetadas pelas decisões nas escalas
mais baixas;
quanto menor for a supervisão da decisão.
Segundo Chiavenato (2000), a descentralização pode ser acelerada, ainda,
por outros dois elementos:
Complexidade dos problemas empresariais: o avanço tecnológico,
as inovações, a intensificação das comunicações e outros requerem
versatilidade, rapidez e precisão nas decisões, o que é impossível obter
se toda a autoridade for concentrada em um só executivo.
75
Na sala de fórum, dê a sua opinião sobre o princípio que
rege a descentralização: “A autoridade para iniciar a ação
deve ser delegada tão próxima da cena quanto possível”.
Tipos de organização
A organização não é um fim em si mesmo, mas um meio pelo qual a empresa
procura atingir seus objetivos. Ela pode ser linear, funcional ou linha-staff.
A organização linear estabelece linhas ou níveis diretos e únicos entre supe-
riores e subordinados tanto em relação à autoridade como às responsabilidades
de cada um.
76
Teorias da Administração – Capítulo 2
Departamentalização
A departamentalização é o meio pelo qual se atribuem e se agrupam ativida-
des diferentes de acordo com a especialização dos órgãos, a fim de se obterem
melhores resultados no conjunto.
Departamento é a área ou a divisão de uma empresa sobre a qual um admi-
nistrador tem autoridade para desempenhar atividades específicas. Pode ser um
departamento de produção, uma divisão de vendas, uma seção de contabilidade,
etc.
Uma organização pode ser definida, a partir de seu grau de especialização,
sob duas óticas: vertical ou horizontal.
A especialização vertical determina a necessidade de se criarem mais níveis
hierárquicos na organização, visando melhorar a qualidade da supervisão ou che-
fia. Ao passo que a especialização horizontal, também denominada departamen-
talização, tem a tendência de criar departamentos. Dificilmente a especialização
vertical ocorre sem a especialização horizontal e vice-versa. No entanto, elas cons-
tituem formas diferentes de divisão do trabalho.
Chefia generalista Indivíduo que tem conhecimentos e interesses sobre várias áreas.
77
Conheça alguns tipos de departamentalização:
Departamentalização por funções – Pode decidir por agrupar funções
principais ou comuns, tendo como resultado a diminuição da colaboração,
da flexibilidade e da interação entre os departamentos.
Departamentalização por produtos ou serviços – Possibilita uma maior
flexibilidade, uma vez que o enfoque da organização é sobre a estrutura
interna e não sobre os produtos e serviços. Isso eleva o custo operacional
e, consequentemente, não é viável a empresas cujo portfólio de produtos
não é representativo.
Departamentalização geográfica – Dá aos gestores maior abrangência
territorial, o que pode se traduzir em sucesso em determinada área de
atuação.
Departamentalização por clientela – Permite aos gestores desenvolver
suas atividades de acordo com os tipos de cliente, considerando os aspec-
tos socioeconômicos, sexo, idade, entre outros.
Departamentalização por processo – Considera que as áreas que traba-
lham em coordenação, de forma sequencial ou não, devem ter atividades
autônomas para manterem suas especificidades.
Departamentalização por projetos – Determina que as atividades sejam
autônomas em função do seu elevado grau de especialização.
Características da APO
A APO possibilita aos superiores e subordinados que identifiquem objetivos
comuns e definam responsabilidades para alcançar os resultados esperados em
função dos objetivos determinados.
Os objetivos são estabelecidos para os executivos e para os departamentos.
Normalmente, são metas quantificáveis e que se inter-relacionam com as de outros
78
Teorias da Administração – Capítulo 2
Leitura complementar
DELEGAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO NAS EMPRESAS
[...]
Um caso clássico de descentralização e um dos exemplos mais bem-
-sucedidos é o da General Motors Corporation, no tempo em que Alfred Sloan
Jr. foi seu presidente (1921-1955). Ao contrário da Ford, que começara como
uma pequena indústria individual e centralizada, tendo como fundador Henry
Ford, que se orgulhava de não haver nenhum título organizacional na alta ad-
79
ministração exceto o de presidente e o de administrador geral e insistia que, na
medida da sua capacidade, toda a decisão de montagem naquela vastíssima
companhia fosse tomada por ele.
A GM foi criada em 1910 por William C. Durant como uma organização
composta de pequenos empreendimentos adquiridos juntamente com seus
antigos proprietários que controlavam os seus respectivos negócios. Ao assu-
mir a presidência da companhia, em 1921, Sloan decidiu substituir os antigos
donos por gerentes profissionais, desenvolvendo um programa de organização
descentralizada que levou a GM à posição de primeira indústria automobilísti-
ca americana nos primeiros cinco anos.
Sloan procurava fazer com que cada divisão tomasse suas próprias deci-
sões, dentro das bases da diretriz geral da companhia. Com isso, fortalecia a
alta administração, permitindo-lhe concentrar-se nas tarefas mais importantes
da organização.
[...]
Druker relata a estruturação descentralizada da GM e o relacionamento
entre a administração central e as gerências divisionárias. Cada divisão, embo-
ra submetida àquelas diretrizes e ao controle imposto por elas, projeta, desen-
volve, fabrica e comercializa seus produtos, independentemente. Cada divisão
efetua as suas próprias compras das outras divisões da companhia ou de ou-
tras companhias, tendo por base o melhor preço e a qualidade necessária.
Cada divisão seleciona e treina os seus próprios empregados, estabelece sua
própria organização de linha e assessoria e toma as suas decisões internas.
Com isso, a GM estabeleceu uma centralização na formulação de diretrizes na
alta administração, um controle centralizado (de auditoria, de contabilidade, de
finanças, etc.), mas permitiu a total descentralização da autoridade no âmbito
das operações de cada divisão.
As vantagens obtidas pela GM com a descentralização das operações e
centralizações dos controles foram:
Rapidez nas decisões.
Ausência de conflito entre a alta administração e as divisões.
Sentimento de equidade com executivos e ausência de politicagem na
organização.
Informalidade e democracia na organização.
Pouca separação entre administradores e subordinados.
Disponibilidade de reserva de pessoal administrativo para a promoção.
Visualização dos resultados das divisões semi-independentes que
concorrem entre si.
Substituição da administração por editais por informações sobre as
decisões da administração central.
[...]
KELSON, Carlos. Delegação e descentralização nas empresas.
Disponível em: <http://www.aec.edu.br/blog/?p=55>. Acesso em: 3 abr. 2009.
80
Teorias da Administração – Capítulo 2
Síntese
Você estudou:
Conceitos da Teoria Neoclássica da administração.
Importância da abordagem neoclássica no contexto organizacional.
Princípios da Teoria Neoclássica, enfatizando aspectos de centralização e des-
centralização.
As influências da departamentalização para a organização.
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
______. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
KELSON, Carlos. Delegação e descentralização nas empresas. Disponível em: <http://
www.aec.edu.br/blog/?p=55>. Acesso em: 3 abr. 2009.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da Escola Científica à
competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2002.
Anotações
81
82
Capítulo 2
ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA
Teoria da Burocracia
Conteúdo programático
Teoria da Burocracia
As dimensões da burocracia
O modelo burocrático de Weber
Dilemas da burocracia
Disfunções da burocracia
Críticas à Teoria da Burocracia
Posição da Teoria da Burocracia na teoria das organizações
Objetivos
Identificar os fundamentos da Teoria da Burocracia e a mudança da ênfa-
se em relação às teorias Clássica e das Relações Humanas.
Conhecer as críticas à Teoria da Burocracia.
Teoria da burocracia
O mundo corporativo passou por diversos momentos e em cada um deles
priorizou um aspecto para direcionar suas atividades. Veja:
Shutterstock/Stanislav Komogorov
Primeiro se destacou
o trabalho...
bhowe
Shutterstock/
Shutterstock/
Dwight Smith
84
Teorias da Administração – Capítulo 2
Estado-nação Território delimitado com governo definido e uma população com característi-
cas étnicas homogêneas.
Nepotismo Preferência dada a parentes para assumir cargos públicos.
11 De acordo com a ética protestante, o trabalho era considerado um dom de Deus e poupar era uma maneira de evitar a vaidade
e a ostentação (CHIAVENATO, 2000).
85
uma perspectiva estruturalista, analisar qual seria a melhor maneira de as organi-
zações administrarem suas atividades, recursos e objetivos.
A abordagem estruturalista é estudada segundo duas abordagens: a da Teoria
da Burocracia, com ênfase na estrutura; e da Teoria Estruturalista, com ênfase na
estrutura, nas pessoas e no ambiente.
A abordagem burocrática se contrapõe à clássica e à das relações humanas,
porque inclui novas variáveis e dimensões para a administração de uma empresa.
A nova teoria preocupa-se com a racionalização das atividades, ou seja, a relação
entre os recursos disponíveis e os objetivos organizacionais a serem atendidos.
Weber argumenta que a prevalência da Teoria da Burocracia sobre as outras teo-
rias se traduz nas seguintes vantagens:
A racionalidade é um dos critérios para o atingimento dos objetivos orga-
nizacionais.
A importância do conhecimento das funções é apresentada por meio da
descrição do cargo.
Agilidade na tomada de decisões.
A regulamentação burocrática garante a adequada interpretação, descri-
ção e direcionamento da informação a quem é de direito.
A padronização de rotinas garante a diminuição de custos e erros.
A seleção de pessoal é baseada em critérios definidos pela capacidade e
competência técnica do indivíduo.
Os conflitos são reduzidos pelo conhecimento dos direitos e dos deveres
do funcionário.
A tomada de decisões é padrão em situações comuns.
O preestabelecimento de regras gera confiabilidade.
Os benefícios oferecidos aos funcionários possibilitam planos de carreira,
trabalho dividido e ordenado e treinamento.
A profissionalização do trabalho evita o nepotismo, moraliza e dificulta a
corrupção.
A burocracia busca assegurar a cooperação na organização, de modo que as
pessoas interajam sem necessariamente perceber.
86
Teorias da Administração – Capítulo 2
As dimensões da burocracia
Não há um único tipo de burocracia, mas graus de burocratização, variando em
um continuum que vai do excesso à escassez:
Ele utilizou um questionário para medir cada uma das dimensões e verificar
o grau de relação que apresentavam com o processo burocrático organizacional,
tratando-as como uma variável multidimensional.
Controle
Consequências Consequências
previstas imprevistas
Previsilidade do Disfunções da
comportamento Burocracia
87
Weber divide a sociedade em tipos e define cada um deles, observe:
Sociedade tradicional – É patriarcal, patrimonialista e conservadora,
como a família, a tribo, o clã, etc.
Sociedade carismática – É personalista, mística, arbitrária e revolucioná-
ria, como os partidos políticos, os grupos revolucionários, etc.
Sociedade legal, racional ou burocrática – Tende a racionalizar os meios
e os fins; há a predominância de normas impessoais, como os estados
modernos e as grandes empresas.
Weber ainda ressalta que em cada sociedade há uma forma de autoridade
diferente. Por exemplo, na sociedade tradicional, a autoridade tende a ser racio-
nal e o poder é herdado. É uma autoridade baseada no tratamento de “senhor” e
fundamentada em tradições, costumes e hábitos, como a sociedade feudal. Dife-
rentemente, na sociedade carismática, a autoridade apresenta-se fundamentada
no carisma, por isso as características pessoais do líder (heroísmo, magia, poder
mental) são fundamentais. Logo, aquele que tem lealdade e devoção ao líder terá
mais sucesso. Na sociedade legal, racional ou burocrática, por sua vez, a autorida-
de é legal, formal e meritocrática, ou seja, é uma autoridade sustentada pela
lei e, por isso, burocrática.
Dilemas da burocracia
Weber percebe que a estrutura burocrática é frágil, porque além de existirem
pressões exteriores que encorajam o burocrata a seguir normas diferentes das da
organização, o comprometimento dos subordinados com as regras burocráticas
pode se enfraquecer e, portanto, é um sistema que precisa impor legitimidade,
racionalidade, disciplina e limitação de alcance.
Salienta, ainda, que existem chefes não burocráticos que indicam e nomeiam
subordinados para estabelecerem as regras e definirem os objetivos a serem atin-
gidos. Além disso, há subordinados que são eleitos ou herdam a posição, como
alguns presidentes e diretores que assumem os cargos sem legitimidade.
Na organização burocrática, se há o afastamento de um indivíduo por qual-
quer motivo, ele será substituído de acordo com critérios de capacidade técnica e
eficiência. Por exemplo, se um chefe vier a falecer, normalmente a empresa não
está preparada e não tem um plano de sucessão, o que pode levá-la a enfrentar
um período de instabilidade.
Disfunções da burocracia
Para Weber, as disfunções da burocracia facilitam a previsibilidade de procedi-
mentos por parte da organização como um todo.
Robert Merton (1968), em sua obra Sociologia: teoria e estrutura, denominou
de disfunções da burocracia as situações imprevistas que podem trazer conse-
quências como ineficiência e erros.
Meritocrática Sociedade que valoriza o profissional em função de seu mérito, ou seja, o bom
funcionário, o mais dedicado recebe promoção.
88
Teorias da Administração – Capítulo 2
O autor considera que os cientistas têm dado ênfase aos resultados positivos e
às funções da organização burocrática, desprezando suas contingências internas,
e o leigo, em contrapartida, exagera quanto às imperfeições da burocracia.
As disfunções são causadas por desvios das características não previstas no
modelo burocrático. Veja, no esquema abaixo, a relação entre as características
não observadas na organização burocrática e as disfunções decorrentes dessa
inobservância:
Características Disfunções
da burocracia da burocracia
Previsibilidade do Imprevisibilidade
funcionamento do funcionamento
89
Despersonalização do relacionamento – A burocracia promove um rela-
cionamento impessoal, porque os burocratas tratam os funcionários como
meros detentores de cargos. Os empregados perdem as suas característi-
cas de individualidade, prejudicando o relacionamento entre eles. Isso re-
força o distanciamento das relações entre os funcionários, que passam a
se conhecer pelo cargo que ocupam e não pelos seus nomes.
Categorização como base do processo de decisão – A hierarquia é um
sistema rígido que define muito bem o poder de decisão (autoridade) de
cada funcionário. Por isso, essa autoridade muitas vezes é colocada acima
do conhecimento técnico ou científico de determinado tema.
Superconformidade às rotinas e procedimentos – A burocracia preconi-
za o cumprimento de rotinas e procedimentos para garantir que as ativida-
des exercidas pelos funcionários sejam executadas em conformidade com
o modelo que se espera. No entanto, não exige mais do que as regras de-
terminam e julga que as rotinas devem ser executadas de forma absoluta.
O efeito da estrutura burocrática sobre a personalidade dos indivíduos, provoca
a “incapacidade treinada” (no conceito de Veblen), ou a “deformação profissional”
(no conceito de Warnotte), ou ainda, a “psicose ocupacional” (segundo Dewey), ou
seja, o funcionário burocrata trabalha em função dos regulamentos e das rotinas, e
não em função dos objetivos organizacionais estabelecidos.
Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público – O
funcionário está preocupado com suas atividades internas e sua avaliação
de desempenho. Por isso, os clientes são atendidos de forma padronizada,
o que acarreta desconforto, insatisfação e irritação, tornando o público in-
satisfeito com a pouca atenção e o descaso do funcionário. Este, por sua
vez, torna-se corporativista em busca de proteção contra pressões exter-
nas, afastando o cliente e impedindo a criatividade.
90
Teorias da Administração – Capítulo 2
12 A Teoria da Burocracia entende a organização como um sistema fechado, autossuficiente e independente, sem considerar
fatores externos, mudanças ambientais e seus reflexos no comportamento da organização.
91
A Teoria da Burocracia procura analisar e explicar as or-
ganizações por meio da percepção do administrador.
A Teoria da Burocracia, embora tenha sido amplamen-
te criticada, surge como uma nova proposta à teoria da
administração, libertando-se de dogmas que impunham
regras excessivas e de certa forma inflexíveis ao admi-
nistrador.
Weber considera que a estrutura informal é importante,
mas não é aplicável ao tipo ideal de burocracia, reforçan-
do os tipos de autoridade e considerando inadmissíveis
situações de conflito.
Leitura complementar
A TEORIA DA BUROCRACIA NA ORGANIZAÇÃO PÓS-MODERNA
[...] A burocracia busca amenizar as consequências das influências exter-
nas à organização e harmonizar a especialização dos seus colaboradores e o
controle das suas atividades, de modo a se atingir os objetivos organizacionais
através da competência, mérito, capacidade e eficiência, sem considerações
pessoais.
Mas, mesmo assim, a burocracia ainda é visualizada como um símbolo de
ineficiência, demora e multiplicação de papéis desnecessários, pelas pessoas
que compõem uma organização e que desconhecem a sua teoria. Ela também
é utilizada para definir funcionários apegados a regulamentos e rotinas, as-
sim como toda organização ineficiente é tida como “burocratizada”. Entretanto,
92
Teorias da Administração – Capítulo 2
93
Síntese
Você estudou:
As origens da Teoria da Burocracia.
O modelo burocrático proposto por Weber.
As características da Teoria da Burocracia.
As influências da burocracia no ambiente interno e externo da organização.
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
BENNIS, Warren G. Desenvolvimento organizacional: sua natureza, origens e perspectivas.
São Paulo: Edgard Blucher, 1972.
BURNHAM, James. The managerial revolution. Nova Iorque: Day Company, 1941.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
_____. Introdução à teoria geral da administração. 7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
_____. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
KAST, Fremant E.; ROSENZWEIG, James E. Organization and management: a systems
approach. Nova Iorque: McGraw-Hill, 1970.
KATZ, Daniel; KHAN, Robert L. Psicologia social das organizações. São Paulo: Atlas,
1970.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da Escola Científica à
competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2002.
MERTON, Robert K. Sociologia: teoria e estrutura. São Paulo: Mestre Ju, 1968.
WEBER, Max. Ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.
ZAMBELLI, Tânia. A teoria da burocracia na organização pós-moderna. Disponível em:
<http://www.taniazambelli.com.br/artigos/ler.asp?cod=25>. Acesso em: 2 abr. 2009.
Anotações
94
Capítulo 3
ESTRUTURA, COMPORTAMENTO,
ORGANIZAÇÃO E SISTEMA
Teoria Estruturalista da
Administração
Conteúdo programático
Origens da Teoria Estruturalista
A sociedade de organizações
Análise das organizações
Abordagem múltipla: organização formal e informal
Tipologia das organizações
Objetivos
Apresentar os conceitos da Teoria Estruturalista da administração.
Identificar as diferentes abordagens em uma análise organizacional,
fazendo uma apreciação crítica do estruturalismo na administração.
origens da Teoria
Estruturalista
Segundo Chiavenato (2006), o estruturalismo não é uma teoria, mas um método
que Lévi-Strauss trouxe da linguística e que foi introduzido nas ciências sociais com êxi-
to. Esse método estendeu-se à economia, à psicologia, à sociologia, à administração.
O movimento estruturalista defendia a integração dos elementos em uma to-
talidade. Essa ideia – também sustentada pela Teoria de Sistemas – resultou da
compreensão da interdependência recíproca das organizações e da consequente
necessidade de interação. A própria palavra “sistema” sugere uma noção de plano,
método, ordem, organização.
Esse movimento, que tinha por objetivo propor interdisciplinaridade entre as
ciências, teve forte influência na Europa. Essa proposta estava baseada no en-
tendimento de que as partes de um todo se reúnem em um arranjo ordenado, for-
mando uma estrutura, e de que qualquer modificação em uma das partes implica
modificações nas demais e, consequentemente, nas relações entre elas. Nesse
sentido, o conceito de “estrutura” equivale ao de “sistemas”.
Pode-se afirmar que a Teoria Estruturalista da Administração nasce da fusão
dos conceitos fundamentais da Teoria da Burocracia, da Teoria das Relações Hu-
manas e da Teoria Clássica.
Suas origens estão baseadas nos seguintes aspectos:
Oposição entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações Humanas.
Necessidade de entender a organização como uma grande e complexa
unidade social, em que interagem seus numerosos grupos sociais.
Influência das ciências sociais no estudo das organizações.
Observe, no quadro a seguir, as principais influências da Teoria Estruturalista:
Gurwitch e
Concreto É formada por um conjunto de relações sociais.
Radcliff-Brown
96
Teorias da Administração – Capítulo 3
A sociedade de organizações
Para os estruturalistas, a sociedade moderna e industrializada é uma socieda-
de composta de diversas organizações, as quais são necessárias para o indivíduo
sobreviver.
Essas organizações sociais passam por etapas, determinadas segundo sua
natureza, durante seu desenvolvimento. Por exemplo, a etapa do trabalho delimita
como a sociedade se organiza; a etapa do capital define a condição básica de vida;
e a etapa da organização, independentemente das outras variáveis utilizadas, visa
cumprir os objetivos.
97
Observe a seguir uma tela do pintor italiano Umberto
Boccioni (1882-1916) para entender melhor como a socie-
dade do início do século XX era retratada em seus míni-
mos detalhes. Perceba que há uma organização social já
preestabelecida – a sociedade das organizações. Tudo se
encaixa: as ruas, a arquitetura de casas e prédios, as co-
res, etc. O próprio título da obra, O barulho da rua invade
a casa, já preconizava que a vida das pessoas começava
a se transformar: o ruído dos carros, das fábricas, etc. De
certa forma, configurava-se uma nova organização social,
um novo modelo de relações humanas, em que há uma
nova flexibilidade perante as constantes mudanças da vida
moderna e da diversidade de papéis desempenhados nas
organizações e na sociedade.
BOCCIONI, Umberto.
O barulho da rua inva-
de a casa. 1911. 1 ori-
ginal de arte, óleo so-
bre tela, color. Museu
do Louvre, Paris.
98
Teorias da Administração – Capítulo 3
Supervisores e
Operações Nível técnico
executivos
99
A organização utilitária, por sua vez, apresenta um poder remunerativo. Logo,
os participantes serão controlados por meio de incentivos econômicos compatíveis
com seus interesses, vantagens percebidas, como fazem as empresas em suas
negociações.
Para Blau e Scott (1970), a organização pode ser categorizada de acordo com
o tipo de indivíduo que se beneficia dela. Por exemplo, quando o principal bene-
ficiário são os membros da organização, a organização é do tipo associação de
beneficiários mútuos. Nessa classificação, incluem-se as associações profissionais
e as cooperativas.
Quando o beneficiário principal são os proprietários ou acionistas da orga-
nização, a organização é de interesses comerciais, como sociedades anônimas,
empresas familiares. Se o cliente é o beneficiado, é uma organização de serviços,
como hospitais, universidades, etc. Por fim, se o público em geral é beneficiado, a
organização é de Estado, como os correios, o exército, etc.
Leitura complementar
DECOLANDO NA CRISE
A novata Azul se prepara para disputar o mercado aéreo brasileiro com as
veteranas TAM e Gol
Nem os entraves burocráticos para dar início às operações nem a crise
mundial afetaram os planos de lançamento da Azul Linhas Aéreas Brasileiras,
a nova empresa de David Neeleman, o criador da americana JetBlue. Apesar
de conversas diárias sobre o cenário internacional e dos reflexos da crise no
solo brasileiro, os executivos da Azul não adiaram o plano de colocar seus
jatos no ar ainda em dezembro. Ao contrário. “Estamos com sete aviões pin-
tados na Embraer e já vendemos milhares de passagens”, afirmou Johannes
Castellano, diretor de recursos humanos da Azul. De abril até o final de 2008,
a empresa entrou numa corrida contra o tempo para contratar, treinar seus
800 funcionários e colocar a operação em funcionamento. “Não estamos en-
100
Teorias da Administração – Capítulo 3
carando a crise como um problema, mas como um fato a ser trabalhado”, diz
Johannes. “Estamos otimistas, mas com os pés no chão.” Isso significa que,
apesar de não mudar o projeto original, não deixaram de rever alguns pontos
no plano de negócio. Um exemplo é a cautela em relação à frota de aviões.
O plano mais modesto até cinco meses atrás era fechar o ano com 12
aeronaves e o mais otimista com 17. “Devemos pensar em 12 mesmo”, afirma
Johannes. Parece sábio rever possíveis rotas neste momento. Além de todas
as dificuldades administrativas encontradas, entre elas a proibição de operar
no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, a Azul vai decolar num mo-
mento desfavorável do setor. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac), depois de sucessivos meses de forte demanda, registram-se agora
as primeiras quedas na procura por tíquetes. No mês de outubro houve uma
redução de 3,9% no número de passageiros em relação ao mesmo período
do ano passado. A queda persistiu em novembro, com índice 1% inferior ao
de 2007. “Abrir uma empresa na crise pode às vezes significar uma oportuni-
dade quando os concorrentes estão enfraquecidos”, afirma André Castellini,
especialista em setor aéreo da consultoria Bain & Company. Não é o que
acontece no Brasil.
lves
Dilson J. Gonça
As líderes TAM e Gol dominam quase 90% do mercado e juntas têm mais
de 220 aeronaves. A única vantagem de abrir uma empresa aérea agora, afir-
ma o consultor, é o preço do petróleo, que está baixo. “Mas é claro que muitas
vezes não dá simplesmente para adiar os planos”, diz ele. “Há pessoas envol-
vidas e contratos a serem respeitados.” É assim que a Azul se encontra. Ela
preparou muito bem a casa para começar a operar. Em maio, a companhia de
David Neeleman tinha apenas 15 funcionários. O processo de seleção preci-
sou, portanto, ser rápido e certeiro. “Procuramos os melhores profissionais já
razoavelmente prontos para o trabalho”, diz Johannes. Seduzidos pela opor-
tunidade de ver uma empresa nascer do zero, vieram pessoas da Toyota, da
101
divisão de aviação da GE e, claro, de suas principais concorrentes, além de
antigos funcionários da Varig.
Após a seleção, foi preciso muitas horas de treinamento, que consumiram
um total de 4 milhões de reais. Todos os programas buscaram enfatizar a cultura
da empresa, que mantém o foco na segurança e nas relações humanas. “Acre-
ditamos que é preciso aproximar o pessoal que está embaixo da asa com o
pessoal que está em cima da asa”, diz Johannes, que vê na cultura da Azul seu
diferencial frente à concorrência e a chance de se destacar no mercado. “Nosso
projeto é maior que a crise”, diz ele, otimista, num cenário de maus ventos.
DINIZ, Daniela. Decolando na crise. Você S/A. São Paulo, ed. 127. 2009.
(c) Editora Abril/Daniela Diniz.
Síntese
Você estudou:
Origens da Teoria Estruturalista na TGA.
A sociedade de organizações.
A tipologia das organizações.
Novo enfoque da organização em uma abordagem.
A apreciação crítica do estruturalismo na administração.
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
BLAU, Peter M.; SCOTT, Richard. Organizações formais. São Paulo: Atlas, 1970.
BOCCIONI, Umberto. O barulho da rua invade a casa. 1911. 1 original de arte, óleo sobre
tela, color. Museu do Louvre, Paris.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
_____. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
DINIZ, Daniela. Decolando na crise. Você S/A. São Paulo, ed. 127. 2009. (c) Editora Abril/
Daniela Diniz.
102
Teorias da Administração – Capítulo 3
Anotações
103
104
Capítulo 3
ESTRUTURA, COMPORTAMENTO,
ORGANIZAÇÃO E SISTEMA
Teoria Comportamental
Conteúdo programático
Teoria Comportamental
Novas proposições sobre motivação
Hierarquia das necessidades humanas de Maslow
Características das necessidades
Teoria dos Dois Fatores de Herzberg e modelos recentes de motivação
Teoria X e Teoria Y
Teoria das Decisões
Teoria do Equilíbrio Organizacional
Objetivo
Explicar os fundamentos e as características da abordagem comporta-
mental, as razões de seu uso e do declínio de sua popularidade.
De acordo com o Dicionário Houaiss, uma das acepções da palavra “comporta-
mento” é: “procedimento de alguém face a estímulos sociais ou a sentimentos e ne-
cessidades íntimos ou uma combinação de ambos”. Transportando esse conceito
para o universo da administração, qual seria o foco da Teoria Comportamental?
A Teoria Comportamental da Administração, também chamada de Teoria Beha-
viorista, traz um novo enfoque para a Teoria Geral da Administração, deixando de
lado posições normativas e prescritivas das teorias anteriores para adotar posições
explicativas e descritivas. Com isso, a Teoria Comportamental passou a dar mais
ênfase ao indivíduo em um contexto organizacional mais aberto.
Teoria Comportamental
A abordagem comportamental, também denominada de orgânica ou humanís-
tica, deu nova ênfase ao estudo da administração, mudando o foco que, até então,
era voltado para o desempenho e a produtividade, para investir em um tratamento
favorável aos empregados.
A Experiência de Hawthorne contribuiu, de forma expressiva, para o desenvol-
vimento da abordagem comportamental, que teve início com a constatação de que
a abordagem clássica não trazia eficiência produtiva nem harmonia ao ambiente
de trabalho. Constatou-se, também, que as pessoas não respeitavam os padrões
de comportamento esperados, mesmo que algumas abordagens considerassem
aspectos da psicologia e da sociologia.
O modelo para essa abordagem tinha seu foco no moral elevado, nos níveis de
satisfação do trabalho e no aumento dos índices de produtividade. A abordagem
comportamental contextualizou, de forma contributiva, o comportamento do indiví-
duo e dos grupos sociais, bem como interações entre eles.
A Teoria Comportamental faz alusão a três aspectos fundamentais sobre o
comportamento humano:
é causado;
é direcionado para metas;
não é um fato isolado.
Na formulação e aplicação da Teoria Comportamental, perceberam-se algu-
mas limitações quanto à complexidade do comportamento humano, o que causou
forte resistência por parte dos administradores, que a julgaram muito sentimentalis-
ta e superficial. De qualquer forma, eles entendem que essa abordagem contribuiu
para enriquecer os fundamentos e a forma de compreender a teoria e a prática da
administração.
O indivíduo deve poder expressar suas sensações, sentimentos e necessida-
des, e a organização deve ser vista como um sistema social.
106
Teorias da Administração – Capítulo 3
107
Necessidades Necessidades
do empregado pessoais
(motivos) satisfeitas
Motivação Desempenho
Necessidades
Incentivos da
organizacionais
administração
(produção)
(estímulos)
satisfeitas
Estímulo ou
Equilíbrio Necessidade
incentivo
Comportamento
Satisfação Tensão
ou ação
108
Teorias da Administração – Capítulo 3
DA VINCI, Leo-
nardo. O homem
vitruviano. 1492.
1 original de arte, DA VINCI, Leonardo.
desenho com pena Mona Lisa. 1503-1506. 1
de tinta, 32,2 x original de arte, óleo so-
24,5 cm. Gallerie bre madeira, 77 x 53 cm.
dell’Accademia, Museu do Louvre, Paris,
França.
109
Leia o capítulo “A pessoa criativa”, do livro Criatividade e
marketing: o clássico dos livros de marketing, de Roberto
Duailibi e Harry Simonsen Júnior, publicado pela Editora
Makron Books, 2007.
INDIVÍDUO/
ABORDAGEM INCENTIVO FORMA DE MOTIVAÇÃO
ALVO
Pagamento por peça,
Motivação a partir
prêmios, rápida pro-
Científica Operário da recompensa
moção, salários mais
monetária.
elevados, etc.
Grau de satisfação no
Operário/ trabalho, participação
Humana Psicossociais.
burocracia no planejamento do
trabalho.
Recompensa igual à
retribuição, recompensa
Motivação a partir mais que a retribuição,
do que o indivíduo integração das neces-
Comportamental Linha/staff
espera e deseja sidades individuais às
do empregado. necessidades organi-
zacionais, competição,
motivação interiorizada.
Recompensas
Operário monetárias mais –
eficientes.
Mais recompen-
sas monetárias, Identificação entre a
Burocrata mas as sociais organização e quem re-
Estruturalista também são efi- cebe as recompensas,
cientes. símbolos devem ser
Quanto mais alta prezados pelos outros
é a posição do “significantes”, família
Administrador empregado, mais e grupo social secun-
eficiente a recom- dário.
pensa social.
Fonte: FROTA NETO, 1983.
110
Teorias da Administração – Capítulo 3
Necessidades
de autorrealização
(autodesenvolvimento,
Necessidades
autossatisfação) secundárias
Necessidades de estima
(orgulho, autorrespeito, progresso,
confiança, status, admiração, etc.)
Necessidades sociais
(relacionamento, aceitação, amizade,
compreensão, consideração)
Necessidades de segurança
(proteção contra perigo, doença, desemprego) Necessidades
Necessidades fisiológicas primárias
(alimento, repouso, abrigo, sexo)
Figura 16 – Hierarquia das necessidades.
A pirâmide mostra a hierarquia e o grau de impor-
tância de cada tipo de necessidade humana.
Dinamismo Contextualiza que a vida é formada por características sui generis, que se diferem
dos fenômenos físicos e químicos.
Holismo Tem como característica principal a capacidade de caracterizar o todo e afirma que a
soma das partes são formadoras do todo.
111
Essas necessidades podem variar de acordo com cada in-
divíduo, em função das diferenças pessoais.
112
Teorias da Administração – Capítulo 3
que se busque fazer a alternância no tipo de tarefa com mesmo grau de dificuldade
– “enriquecimento da tarefa horizontal” –, com o objetivo de proporcionar ao empre-
gado a possibilidade de crescimento profissional. Observe:
Atribuições adicionais
Enriquecimento mais complexas
vertical do cargo Atribuições básicas
do cargo
Efeitos Efeitos
desejáveis indesejáveis
Aumento da moti- Aumento da
vação e da produ- ansiedade e do
tividade. Enriquecimento conflito.
Redução do do cargo Sentimento de
absenteísmo e do exploração.
turnover. Redução das
relações interpes-
soais.
Teoria X e Teoria Y
Foi Douglas McGregor13 que denominou de Teoria X e Y seus estudos sobre
motivação. Com a Teoria X, baseada na Teoria Tradicional, McGregor defendia que
os empregados trabalhavam pela necessidade de sobrevivência, tinham aversão
Absenteísmo Ausência do funcionário no trabalho por motivo de doença.
Turnover Rotatividade de pessoal em uma empresa.
13 Doutor em Psicologia Social, pensador influente da área das relações humanas, autor comportamentalista da administração.
Veja sugestão de leitura.
113
ao trabalho, motivo pelo qual eram considerados preguiçosos. Com a Teoria Y, ba-
seada no comportamento humano, afirmava que o empregado precisava e deseja-
va trabalhar, tinha prazer em trabalhar.
Após desenvolver as Teorias X e Y, MacGregor desenvolveu a Teoria Z, que se
preocupava com o empregado, o controle informal, as decisões por consenso e o
sistema de informação adequada entre os vários níveis da organização.
Com a Teoria X, foram identificadas algumas considerações equivocadas so-
bre o comportamento humano. As teorias anteriores consideravam o ser humano
indolente e preguiçoso. Além disso, acreditavam que ele trabalhava em favoreci-
mento de recompensas, não tinha ambição, era egocêntrico, evitava correr riscos,
não tinha autocontrole e precisava ser controlado para trabalhar.
A Teoria X é determinantemente autocrática, induz o indivíduo a trabalhar
sob padrões rígidos e preestabelecidos, e os empregados são considerados meros
meios de produção. Caracteriza-se, ainda, pelo exclusivo interesse da organização,
que é responsável pela utilização dos recursos disponíveis, pelo direcionamento do
comportamento e da padronização das atividades do empregado, assim como pela
opção de recompensá-lo ou puni-lo dependendo das circunstâncias.
Já a Teoria Y foi idealizada sob uma visão moderna da Teoria Comportamental,
sem levar em conta qualquer tipo de preconceito sobre a natureza humana. Ela
postula que o trabalho pode ser considerado uma forma de satisfazer o indivíduo,
tornando-o criativo e capaz de assumir riscos e responsabilidades.
A Teoria Y apresenta uma administração aberta, dinâmica e democrática, para
a qual tudo pode ser visto como uma oportunidade de superar dificuldades, levan-
do ao aperfeiçoamento profissional. Caracteriza-se, ainda, por motivar a responsa-
bilidade do empregado em resolver problemas e a capacidade de ele se orientar
para os objetivos da organização.
A Teoria Y, diferentemente da X, considera que a administração deve ser parti-
cipativa e democrática. Analise, a seguir, os pressupostos de cada uma:
Pressuposições da Teoria X – As pessoas são preguiçosas, evitam o
trabalho e não assumem responsabilidades; precisam ser controladas e
dirigidas; são ingênuas e sem iniciativa.
Pressuposições da Teoria Y – As pessoas são esforçadas, consideram o
trabalho natural e assumem responsabilidades; são automotivadas e auto-
dirigidas, além de criativas e competentes.
114
Teorias da Administração – Capítulo 3
115
Leitura complementar
MOVIDOS A QUEROSENE
A Embraer aumentou 40 vezes as exportações em sete anos. A receita de
sucesso foi mexer com a emoção dos funcionários
Manhã do dia 18 de agosto de 1995. Cerca de 3 500 pessoas olham para
a cabeceira da pista do aeroporto de São José dos Campos, cidade do interior
paulista. Ali, prestes a alçar voo, fuselagem branca reluzindo ao sol, está o jato
ERJ 145, o produto final de um programa de sete anos da Embraer, a empresa
de aviação brasileira. Quando o avião finalmente corre pelos 3 000 metros da
pista e decola, deixa no solo uma multidão emocionada batendo palmas, abra-
çando-se e até chorando. “Nunca vou esquecer do Satoshi Yokoto chorando”,
diz Cynthia Benedetto, gerente de finanças, falando sobre o vice-presidente
industrial. Tamanha emoção fazia sentido. Com o ERJ 145, havia decolado a
nova fase da Embraer, uma empresa que estava desenganada na época da
privatização, em dezembro de 1994, e que conseguiu virar o jogo, tornando-se
líder mundial da aviação regional.
Desde a decolagem do ERJ 145, um jato com 50 lugares, a produção e o
lucro da Embraer só fizeram crescer. A primeira grande encomenda veio em
1996: 200 aviões para a Continental Express. De lá para cá, o impulso nas
vendas se manteve. Hoje saem da fábrica 18 aviões da família ERJ 145, que
inclui o ERJ 135 (37 lugares) e o ERJ 140 (44 lugares), por mês. No ano passa-
do, a empresa brasileira vendeu 157 jatos contra 96 da arquirrival canadense
Bombardier, o que ajudou a puxar a curva do faturamento para cima. Foram 2,9
bilhões de dólares – 55% a mais que em 1999. Mas como é que se produz tan-
to em tão pouco tempo, ainda mais sabendo que a concorrente não consegue
entregar mais do que 12 unidades mensais (em 2003 serão 14)? A Embraer
percebeu que só daria esse salto quantitativo investindo na motivação dos
funcionários, para reverter o clima negativo que se instalou na empresa de-
pois do drástico corte de pessoal. De 1989 a 1997, período de recessão mun-
dial causada pela Guerra do Golfo, o número de empregados caiu de 14 000
para 3 200. O consórcio que adquiriu a empresa, liderado pelo grupo Bozzano
Simonsen, foi obrigado a cortar custos para superar perdas que chegaram a
400 milhões de dólares.
Em 1995, não havia dinheiro para treinamento ou para aumentar salários.
O que a empresa fez, então, para valorizar quem ficou? Contratou uma consul-
toria para elaborar um plano de cargos, remuneração e carreiras. O processo,
conduzido pelo consultor Enio Resende, foi o divisor de águas na gestão da
empresa. Basicamente, o pacote incluiu as seguintes mudanças:
Criação de um modelo de competências utilizado como base para ava-
liação, remuneração e desenvolvimento dos funcionários.
Estabelecimento de níveis de crescimento de carreira, tanto verticais
quanto horizontais.
116
Teorias da Administração – Capítulo 3
117
Centro Tecnológico de Aeronáutica, CTA, (criado em 1945) que deu origem
à empresa. Por necessidade e com o propósito de trazer ideias diferentes
para a empresa, a Embraer mudou essa prática a partir de 1995. Graças
à nova política, o engenheiro de produção José Ricardo Marques, forma-
do na Universidade de São Carlos, foi contratado. Ele começou na área de
planejamento corporativo em 1997, quando a Embraer voltou a contratar
depois de quase uma década só demitindo. No ano seguinte, fez um curso
de treinamento com a companhia britânica Rolls-Royce, que fornecia turbi-
nas para os aviões da família 145. Alguns meses depois, foi premiado pela
mesma empresa com uma bolsa de mestrado na Universidade de Cranfield,
na Inglaterra. Hoje, com 28 anos, Marques está sendo treinado para assumir,
em breve, um cargo gerencial.
O engenheiro cresceu na Embraer porque soube tirar proveito de uma
das principais armas da empresa hoje: o trabalho com os parceiros. Ao todo,
apenas no projeto do ERJ 145, foram envolvidos 68 fornecedores. Quatro em-
presas – Gamesa (Espanha), ENAer (Chile), Sonaca (Bélgica), e C&D Interiors
(EUA) – fecharam parcerias de risco, ou seja, teriam lucro apenas com o su-
cesso nas vendas dos aviões. O projeto deu certo e os sócios vibraram.
[...]
CUNHA, Rodrigo Vieira. Movidos a querosene. Disponível em: <http://vocesa.abril.uol.
com.br/edi36/istoecomvoce_13.html>. Acesso em: 3 fev. 2009.
(c) Editora Abril/Rodrigo Vieira Cunha.
Síntese
Você estudou:
Origens da Escola Comportamental.
Importância da abordagem comportamental para a Teoria Geral da Adminis-
tração.
Novas proposições sobre motivação.
Hierarquia das necessidades humanas de Maslow.
Teoria dos Dois Fatores de Herzberg e modelos recentes de motivação.
Teorias X e Y de MacGregor.
Teoria das Decisões.
Teoria do Equilíbrio Organizacional.
118
Teorias da Administração – Capítulo 3
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
_____. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
CORADI, Carlos Daniel. O comportamento humano em administração de empresas. São
Paulo: Livraria Pioneira, 1986.
CUNHA, Rodrigo Vieira. Movidos a querosene. Disponível em: <http://vocesa.abril.uol.com.
br/edi36/istoecomvoce_13.html>. Acesso em: 3 fev. 2009. (c) Editora Abril/Rodrigo Vieira
Cunha.
DA VINCI, Leonardo. A hélice de Da Vinci. 1500. 1 original de arte, desenho com pena de
tinta, Gallerie dell’Accademia, Veneza, Itália.
_____. Autorretrato. 1512. 1 original de arte, desenho (sanguina), 33,3 x 21,3 cm. Biblioteca
Real, Turim, Itália.
_____. Mona Lisa. 1503-1506. 1 original de arte, óleo sobre madeira, 77 x 53 cm. Museu
do Louvre, Paris, França.
_____. O homem vitruviano. 1492. 1 original de arte, desenho com pena de tinta, 32,2 x
24,5 cm. Gallerie dell’Accademia, Veneza, Itália.
DUAILIBI, Roberto; JÚNIOR, Harry Simonsen. Criatividade e marketing: o clássico dos
livros de marketing. São Paulo: Makron Books, 2008.
ETZIONI, Amitai. Organizações modernas. São Paulo: Pioneira, 1967.
FROTA NETO, Antônio. Um estudo sobre motivação nas teorias organizacionais. Fortaleza:
Edições Universidade Federal do Ceará, 1983.
HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva,
2001.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da Escola Científica à
competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2002.
MEGGINSON, Leon C.; MOSLEY, Donald C.; PIETRI JUNIOR, Paul H. Administração:
conceitos e aplicações. 4. ed. São Paulo: Harbra, 1998.
STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: PHB,
1985.
Anotações
119
120
Capítulo 3
ESTRUTURA, COMPORTAMENTO,
ORGANIZAÇÃO E SISTEMA
Teoria do Desenvolvimento
Organizacional
Conteúdo programático
Teoria do Desenvolvimento Organizacional
Mudança organizacional
Desenvolvimento
Cultura organizacional
Fases da organização
Críticas à estruturas convencionais
Modelo de Lowrence e Lorsch
Terioa 3D da eficácia gerencial de Reddin
Objetivo
Apresentar uma visão democrática e participativa do desenvolvimento
organizacional voltada à administração de pessoas, destacando aspec-
tos ambientais e culturais no processo de mudança organizacional e
aspectos intervencionistas nas organizações.
Teoria do Desenvolvimento
Organizacional
O desenvolvimento organizacional (DO) teve início em 1962, com ênfase volta-
da para o indivíduo, o ambiente e a organização. O intuito era estudar as variáveis
concernentes ao desenvolvimento organizacional. Para isso, tomou-se como
base a Teoria Comportamental que enfatiza a importância do comportamento hu-
mano na organização.
Para entender as origens do desenvolvimento organizacional (DO), é preciso
ainda considerar alguns fatores:
A complexidade de se colocar em prática os conceitos das teorias da
administração.
A necessidade de uma nova abordagem, considerando a importância de
aspectos motivacionais.
A fundação do National Training Laboratory (NTL) de Bethel, em 1947, e as
primeiras pesquisas sobre o comportamento de grupo.
O lançamento do livro T-Group theory and laboratory methods com as con-
clusões dos estudos realizados no chamado T-Groups, considerando a
aplicação dos conceitos nas organizações.
As constantes mudanças que as organizações enfrentam nos segmentos
político, social e tecnológico.
O aparecimento de novos conceitos denominados de abordagem sistêmi-
ca, que tratam da integração de duas forças: a da estrutura do comporta-
mento e a do estudo de conflitos.
Para French e Bell (1981), o DO define-se como um “esforço de longo prazo,
apoiado pela alta direção, no sentido de melhorar os processos de resolução de
problemas de renovação organizacional [...]”. Em outras palavras, o DO é ao mes-
mo tempo um:
Processo de solução de problemas – Método pelo qual a empresa se
defronta com as ameaças e oportunidades em seu ambiente e soluciona
os impasses.
Processo de renovação – Procedimento pelo qual os gerentes adaptam o
processo de solução de problemas às demandas do ambiente.
O DO visa melhorar os processos organizacionais de autorrenovação, tornan-
do os gerentes capazes de mudarem e adaptarem seu estilo gerencial aos proble-
mas e às oportunidades que surgirem.
O conceito de “organização” para o DO é tipicamente behaviorista: “uma
organização é a coordenação de diferentes atividades de contribuintes individuais
com a finalidade de efetuar transações planejadas com o ambiente” (CHIAVENA-
TO, 2000). O conceito de “desenvolvimento organizacional”, por sua vez, está liga-
do ao conceito de “mudança” e à capacidade de a organização se adaptar a essa
mudança.
Behaviorismo Teoria e método de investigação psicológica que procura examinar, de modo
mais objetivo, o comportamento humano e dos animais, com ênfase nos fatos objetivos (estímulos
e reações), sem fazer recurso à introspecção.
Concernentes Um assunto que tem ralação com outro; algo que interessa ou importa.
122
Teorias da Administração – Capítulo 3
Mudança organizacional
As organizações são dinâmicas e mudam de acordo com o ambiente. Por
isso, em um mercado moderno, o grande impulsionador dessa mudança é a
globalização.
Para sobreviverem no mercado, as empresas tendem a se adaptar às no-
vas realidades impostas, as quais são conduzidas pela informação; pelo cons-
tante avanço tecnológico; pela internacionalização das organizações, por meio
de associações, joint ventures, parcerias ou aquisições; e pela integração cul-
tural.
Dependendo do tipo de influência, podem-se observar duas tendências rela-
cionadas à mudança organizacional: uma denominada exógena, com origem no
ambiente externo; e outra denominada endógena, com origem na própria organi-
zação. Essas mudanças se inter-relacionam por meio de adaptações diretamente
ligadas às necessidades de mercado:
Mudanças Mudanças
estruturais tecnológicas
ORGANIZAÇÃO
Mudanças Mudanças
culturais produtos/serviços
123
Ambiente
externo
Implementar Levantar
a mudança as necessidades
Ambiente
Fornecedor Cliente
interno
Prospectar Diagnosticar
a mudança
Concorrência
O psicólogo alemão Kurt Lewin relaciona duas forças responsáveis pela mu-
dança nas organizações: forças impulsionadoras e forças restritivas. A partir
disso, ele formulou a Teoria de Campo de Forças. Observe a figura:
124
Teorias da Administração – Capítulo 3
Cultura organizacional
A cultura é peculiar em cada nação. É o modo particular como cada nação
mantém suas relações sociais, de acordo com a sua história e os conceitos que
são aprendidos.
As organizações também são administradas de acordo com esses padrões, ao
que se denomina cultura organizacional. Portanto, qualquer alteração na rotina que
afete as crenças das pessoas que interagem na organização enfrentará forte re-
sistência do grupo. Essa cultura organizacional pode ser observada segundo dois
enfoques: o do sistema mecânico e o do sistema orgânico. Veja o que contempla
cada um desses sistemas:
CULTURA
ORGANIZACIONAL
Sistema Sistema
mecânico orgânico
125
conheça o ambiente em que está inserida;
possibilite a interação de seus membros para formar um grupo organiza-
cional.
Fases da organização
As organizações sofrem interferências de acordo com a época e o ambiente
com o qual interagem. No entanto, de modo geral, elas passam por cinco fases:
Pioneira – A organização é de pequeno porte e de fácil controle.
Expansão – Busca o crescimento em suas operações e em seu quadro
funcional.
Regulamentação – Busca a integração entre os departamentos e surge a
necessidade de normatizar e padronizar procedimentos.
Burocratização – Criam-se regras e padrões rígidos que estabelecem as
ações e os comportamentos em função da complexidade operacional e do
porte da empresa.
Reflexibilização – Buscam-se a criatividade e a flexibilidade de seus sis-
temas organizacionais, garantindo sua participação no ambiente de negó-
cios.
126
Teorias da Administração – Capítulo 3
Leitura complementar
GESTÃO DA CULTURA ORGANIZACIONAL
[...]
A Cultura Organizacional é um conjunto de valores, regras e normas que
controlam as interações dos membros da organização entre si e com o meio
127
externo. Determina a maneira como as pessoas se comportam e agem, a for-
ma como tomam decisões e gerenciam o ambiente. Ela reflete a situação da
entidade em um determinado momento e o sentimento daqueles que a com-
põem. Sua conceituação é fundamental para a compreensão estrutural das
organizações. Schein (1992) define a cultura organizacional como,
um padrão de pressuposições básicas partilhadas aprendidas por
um grupo à medida que foram capazes de solucionar seus proble-
mas de adaptação externa e de integração interna, que têm fun-
cionado bem o bastante para serem consideradas como válidas
e, por essa razão, ensinadas aos novos membros como sendo
o modo correto de perceber, pensar e sentir em relação àqueles
problemas (p. 12).
Como as instituições estão inseridas em um determinado meio, acabam
por influenciá-lo e serem influenciadas por ele, o que acontece também com
os indivíduos dentro de uma organização. Eles são agentes modificados e mo-
dificadores do ambiente a que pertencem, e seus valores e crenças criam
uma determinada cultura. Cada parte dá a sua contribuição e, nesse sentido,
o desenvolvimento pleno da organização depende da colaboração direta de
cada integrante e seu modelo mental.
Segundo Crook e Gunter (2005, p. 37), usa-se a expressão modelos men-
tais “para descrever os processos cerebrais que usamos para dar sentido ao
nosso mundo”. São as lentes através das quais cada pessoa enxerga o mundo.
Trata-se da forma como cada indivíduo percebe a “realidade” a sua volta. Es-
ses modelos provêm de experiências, mitos, crenças, processos educativos,
enfim, agentes culturais, que fazem cada ser humano único na sua capacidade
diferenciada de perceber e interagir com o ambiente. São modelos invisíveis e
poderosos, naturalmente em evolução.
[...]
NORA, Paula. Gestão da cultura organizacional. Disponível em: <http://www.partes.com.br/
turismo/gestao.asp>. Acesso em: 22 jan. 2009. (Adaptado).
Síntese
Você estudou:
As origens do desenvolvimento organizacional.
O conceito de “mudança organizacional”.
O conceito de “cultura organizacional”.
128
Teorias da Administração – Capítulo 3
As fases da organização.
As críticas à cultura organizacional.
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
_____. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
FRENCH, Wendell L.; Bell JUNIOR, Cecil H. Organizational development: behavioral
science inventions for organizational improvement. Englewood Cliff: Pretince Hall, 1981.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da Escola Científica à
competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2002.
NORA, Paula. Gestão da cultura organizacional. Disponível em: <http://www.partes.com.br/
turismo/gestao.asp>. Acesso em: 22 jan. 2009.
Anotações
129
130
Capítulo 3
ESTRUTURA, COMPORTAMENTO,
ORGANIZAÇÃO E SISTEMA
Teoria de Sistemas
Conteúdo programático
Teoria de Sistemas
Tipos de sistemas
Sistema aberto
Características das organizações como sistemas abertos
Modelo de organização
Modelo sociotécnico de Tavistock
Confronto entre as teorias de sistema aberto e de sistema fechado
As principais características da análise sistêmica para a TGA
Caráter integrativo e abstrato da Teoria de Sistemas
O efeito sinérgico das organizações como sistemas abertos
Objetivo
Apresentar os conceitos da Teoria de Sistemas e sua importância para a
Teoria Geral da Administração e suas influências para o estudo das orga-
nizações.
Teoria de Sistemas
A Teoria Geral de Sistemas (TGS), ou Teoria de Sistemas, surgiu com os estu-
dos do biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy em oposição ao mecanicismo, que
contempla a divisão do trabalho de forma radical.
Bertalanffy criticou a visão de que o mundo é dividido em diferentes áreas: físi-
ca, química, biologia, psicologia, sociologia, etc., uma vez que são divisões arbitrá-
rias, com fronteiras solidamente definidas e com espaços vazios, pois a natureza
não está dividida em nenhuma dessas partes. Em função disso, a TGS afirma que
é preciso estudar os sistemas globalmente, envolvendo todas as interdependên-
cias de suas partes. A água, por exemplo, é diferente do hidrogênio e do oxigênio
que a constituem. O bosque é diferente das suas árvores e assim por diante.
Esses estudos de Bertalanffy, publicados entre 1950 e 1968, tinham como preo-
cupação central produzir teorias sem pensar na solução dos problemas. Alguns pres-
supostos de várias ciências foram considerados para que houvesse uma forma de
integrá-los e formar um sistema único, propiciando o estudo de campos não físicos
das ciências, na tentativa de unificar o conhecimento e formar um complexo integrado
das ciências.
A Teoria de Sistemas representa mais que uma simples reflexão sobre as
teorias estudadas, tem seu foco voltado ao resultado final e, por isso, considera
que o somatório das partes que a compõem representa o equilíbrio necessário
para formar um todo organizacional.
Por isso, para o estudo da organização como um sistema, é importante avaliar
as questões consideradas relevantes em cada área de atuação, como a sociolo-
gia, que desenvolveu seus estudos voltados às questões sociais; a psicologia, que
tratou do comportamento do indivíduo; a economia, com as questões monetárias;
entre outras ciências.
O biólogo Ludwig von Bertalanffy considera que o sistema é composto por
unidades que se relacionam entre si e de forma recíproca. Delas surgem dois con-
ceitos: o de “propósito” (o objetivo) e o de “globalismo” (o todo).
O termo “sistema” é normalmente interpretado como um sistema total com-
posto por outros subsistemas, que, por sua vez, são compostos de subsistemas
complementares. Chiavenato (2000) também aponta uma possível conotação para
a palavra “sistema”:
a de um conjunto de elementos interdependentes e interagentes ou um
grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado; um
todo organizado ou complexo; um conjunto ou combinação de coisas
ou partes, formando um todo complexo ou unitário.
132
Teorias da Administração – Capítulo 3
Tipos de sistemas
Os sistemas podem ser classificados, segundo sua natureza, como:
Físico e concreto – São os materiais ou bens tangíveis de um contexto.
Abstrato e conceitual – São os aspectos intangíveis que se manifestam
por meio de ideias, hipóteses, etc.
Embora pareçam sistemas distintos, é preciso lembrar que eles se complemen-
tam, pois, para um sistema físico ser considerado abstrato, é preciso fazê-lo funcio-
nar, ou seja, torná-lo tangível, o que cria um sistema de complementaridade.
Os sistemas podem ser classificados, ainda segundo sua natureza, como:
Aberto – Inter-relacionam-se com o ambiente por meio de entradas e
saídas.
Fechado – São determinísticos e têm influência restrita no ambiente
externo.
Sistema aberto
A característica básica do sistema aberto é o intercâmbio que ocorre com o
ambiente externo e o estado de constante regulação e busca por equilíbrio. Nesse
sentido, esse modelo contribuiu significativamente para a teoria da administração.
Observe uma representação desse sistema:
Transformação ou
processamento
Entradas Saídas
Informação Informação
Ambiente Energia Energia Ambiente
Recursos materiais Recursos materiais
Recursos humanos Produtos
Tecnologia Serviços
Retroalimentação
Gestalt Teoria que considera os fenômenos psicológicos como totalidades organizadas, indivi-
síveis, articuladas, isto é, como configurações (HOUAISS, 2004).
133
Os parâmetros dos sistemas caracterizam-se pela entrada de recursos (input),
o processamento ou a transformação (throughput) desses recursos, a saída de
produtos ou serviços (output) e a retroalimentação (feedback). Por isso, os estu-
diosos consideram que os sistemas vivos fazem a integração dos recursos – ou
inputs – e se responsabilizam por encaminhá-los para que sejam processados e
transformados em produtos ou serviços – ou outputs.
Observe, no quadro a seguir, as principais diferenças entre os sistemas vivos
e os organizados:
SISTEMAS ORGANIZADOS
SISTEMAS VIVOS (ORGANISMOS)
(ORGANIZAÇÕES)
Morrem e, por isso, seu tempo Podem ser reorganizados e têm uma
de vida é limitado. vida ilimitada.
134
Teorias da Administração – Capítulo 3
135
Modelos de organização
Edgar H. Schein (1965) relacionou alguns aspectos que julgou relevantes para
considerar a definição de organização na Teoria de Sistemas:
A organização é um sistema aberto que interage com o ambiente, receben-
do recursos e informações diversas.
Os objetivos das organizações visam à multiplicidade de interações com o
ambiente.
O ambiente é formado por subsistemas que se inter-relacionam. Logo,
qualquer mudança no ambiente pode afetar o comportamento dos outros
subsistemas.
É difícil definir limites entre a organização e o meio, em função de a orga-
nização estar inserida em um ambiente dinâmico, por interagir com ou-
tros sistemas e por poder influenciar e ser influenciado por subsistemas.
Daniel Katz e Robert Kahn (1970) propuseram um modelo organizacional em
que a organização se apresenta como um sistema aberto que aplica a Teoria de
Sistemas à Teoria das Organizações.
Para eles, a organização como um sistema aberto apresenta as seguintes ca-
racterísticas:
Sistemas de entrada de recursos, processamento dos recursos e saída de
produtos e serviços.
O funcionamento do sistema aberto é resultante de ciclos recorrentes de
entrada, processamento e saída.
A entropia negativa leva a organização a um processo de desintegração e
de descontinuidade.
A retroação negativa (negative feedback) permite ao sistema fazer corre-
ções de possíveis desvios de distorção.
O “estado firme” e a homeostasia dinâmica procuram manter o inter-re-
lacionamento da organização com o meio em equilíbrio, visando garantir
a sobrevivência dela no mercado e evitar o que se chamou de processo
entrópico. Com isso, é possível obter significativa margem de segurança na
realização das atividades.
A diferenciação, que visa à multiplicidade de funções e, por isso, torna a
participação, a iniciativa e a criatividade fatores determinantes para o su-
cesso dos resultados da organização.
A “equifinalidade”, que considera que os resultados pretendidos por uma
organização podem ser igualmente obtidos por caminhos diversos.
Limites ou fronteiras estão presentes entre o sistema e o ambiente; são
formados por indivíduos que elaboram atividades padronizadas para atingir
resultados comuns.
EFICÁCIA ORGANIZACIONAL
A organização como um sistema aberto sobrevive se for
capaz de manter a negentropia, ou seja, equilibrar a rela-
ção entre a entrada de recursos, o processamento deles e
136
Teorias da Administração – Capítulo 3
137
Matérias- Sitema de Sistemas de
Processamento Canal
-primas entrada saída
Produtos
químicos Mercadização
Compra e ar- Fabricação de
de Armazenistas
mazenamento medicamentos
Vasilhames medicamentos
138
Teorias da Administração – Capítulo 3
Multidimensional e
A organização é considerada do ponto de vista micro e macroscópico.
multinivelada
A Teoria de Sistemas reconhece que o comportamento humano pode ser
Multimotivacional
motivado por muitos desejos ou motivos.
A teoria moderna tende a ser probabilística. Suas frases estão saturadas de
Probabilística
expressões como “em geral”, “pode ser”, etc.
A teoria moderna assume que todo evento é causado por numerosos fatores
Multivariável
inter-relacionados e interdependentes.
139
Ambiente favorece Organização transforma Ambiente consome
Entrada de Saída de
recursos Processos de produtos
Retroalimentação
Leitura complementar
WAL-MART
A Wal-Mart é uma empresa de venda a varejo, com dezenas de lojas abas-
tecidas por centros de distribuição que dispõem de estoques suficientes para
suprir os pedidos das lojas em sua jurisdição. Quando os estoques dos centros
de distribuição atingiam um limite crítico, a empresa encomendava novos pedi-
dos aos fornecedores. Contudo, um dos maiores problemas da Wal-Mart eram
os artigos de grande volume e de pequeno valor unitário que exigiam muito
espaço de armazenamento para tão pouco valor.
A Wal-Mart queria um equilíbrio: nem estoques elevados que acarreta-
vam custos financeiros e de estocagem nem estoques insuficientes que pro-
140
Teorias da Administração – Capítulo 3
Síntese
Você estudou:
As origens da Teoria de Sistemas das organizações.
O conceito de “sistemas”.
A aplicação do conceito de “sistema” na administração.
O sistema aberto e sua relação com o ambiente.
A apreciação crítica da Teoria de Sistemas.
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
_____. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
ISARD, Walter. General theory. Cambridge: Massachusetts Institute of Technology Press,
1969.
KATZ, Daniel; KAHN, Robert L. Psicologia social das organizações. São Paulo: Atlas,
1970.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da Escola Científica à
competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2002.
141
PERROW, Charles. Análise organizacional: um enfoque sociológico. São Paulo: Atlas,
1976.
RHENMAN, Eric. Organization theory for lon-range planning. Londres: John Wiley & Sons
Ltd., 1973.
RH.PRO.BR. Wal-Mart. Disponível em: <http://www.rh.pro.br/img_up/EstudoCaso_
WallMart.pdf>. Acesso em: 2 abr. 2009.
SHEIN, Edgar H. Organizational psychology. Englewood Cliffs: Pretince Hall, 1965.
Anotações
142
Capítulo 4
ADMINISTRAÇÃO CONTEMPORÂNEA
Teoria da Contingência
Conteúdo programático
Origens da Teoria da Contingência
Pequisa de Chandler
Pesquisa de Burns e Staler
Pesquisa de Lawrence e Lorsch
Pesquisa de Joan Woodward
Ambiente
Tipologia de ambientes
O continuum estabilidade e instabilidade ambiental
Tecnologia
Tipologia de Thompson
A influência dos fatores tecnológicos e humanos
Impacto da tecnologia
As organizações e seus níveis
O arranjo organizacional
Novas abordagens do desenho organizacional
Estrutura matricial
Organização por equipes
Abordagens em redes
Modelo contingencial de motivação
O modelo de expectância
Apreciação crítica da Teoria da Contingência
Objetivo
Apresentar a Teoria da Contingência, enfatizando a existência de várias
formas de bem administrar, as tipologias e a importância da tecnologia e
sua interface com o ambiente, proporcionando uma apreciação crítica da
teoria.
Origens da teoria
da contingência
A Teoria da Contingência teve sua origem com pesquisas que visavam identi-
ficar as estruturas organizacionais que apresentassem maior grau de eficácia em
determinados tipos de organização. A proposta era verificar se as organizações
seguiam o modelo da teoria clássica para tipo autoridade, divisão do trabalho, entre
outros aspectos. Segundo Chiavenatto (2006):
A Teoria da Contingência enfatiza que não há nada de absoluto nas
organizações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo. Tudo depende.
A abordagem contingencial explica que existe uma relação funcional
entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropria-
das para o alcance eficaz dos objetivos da organização.
Pesquisa de Chandler
Alfred Du Pont Chandler, em 1962, aplicou pesquisas em grandes corpora-
ções, procurando enfatizar as mudanças estruturais relacionadas às estratégias
de negócios das organizações. As empresas envolvidas foram as americanas Du
Pont, General Motors, Standar Oil Co. (New Jersey) e Sears Roebuck & Co.
Uma das mais importantes empresas mundiais, a General Motors, fundada em
1908, nos Estados Unidos, tornou-se referência de planejamento e de gerencia-
mento no mercado automobilístico nas últimas décadas. É hoje uma das maiores
fabricantes de veículos e tem sido líder no mercado de vendas anuais. Chandler já
previa, na década de 1960, que a General Motors se configuraria numa empresa
de modelo de estratégias de negócios.
Definitivo Provisório
Desenho de cargos e de Cargos estáveis e definidos Cargos mutáveis, redefinidos
tarefas Ocupantes especialistas e uni- constantemente
valentes Ocupantes polivalentes
144
Teorias da Administração – Capítulo 4
145
nizações apresentam ao se depararem com as diferentes condições ambientais,
tecnológicas e mercadológicas. Conclui que as maiores dificuldades das organiza-
ções são a diferenciação e a integração.
Ambiente
Para a administração, ambiente é tudo aquilo que envolve interna e externamen-
te uma organização, pessoas e empresas, em um intercâmbio ativo e constante com
o ambiente. O ambiente pode ser analisado sob dois aspectos: geral e de tarefa.
146
Teorias da Administração – Capítulo 4
Tipologia de ambientes
Cada organização está diretamente relacionada ao ambiente no qual está
inserida, com suas características e complexidade. É o que distingue uma das
outras.
Quanto à estrutura, os ambientes são classificados como:
Homogêneos – Clientes, fornecedores e concorrentes.
Heterogêneos – Apresentam uma diversidade de problemas resultante da
diferenciação entre esses elementos.
Observe a representação esquemática a seguir:
Concorrentes homogêneos
Fornecedores Clientes
homogêneos Organização homogêneos
Concorrentes heterogêneos
Fornecedores Clientes
heterogêneos Organização heterogêneos
147
Homogêneas Estável Mutável e dinâmica
Departamentalização
Estrutura simples; geográfica
poucas divisões fun-
cionais Descentralização
Regras e categorias Absorção da incer-
para aplicar teza; planejamento
Continuum contingente
Tecnologia
Assim como o ambiente, a tecnologia também se traduz como variável inde-
pendente e influenciadora das atividades organizacionais. Ela está ligada direta-
mente ao desenvolvimento constante da empresa. Como fator produtivo, vemos
a tecnologia em máquinas e equipamentos mais modernos, na especialização da
mão de obra, entre outros, e também no controle corporativo, como segurança e
na informática.
Tipologia de Thompson
James Thompson considera que as organizações determinam a forma como
devem conquistar seus objetivos e constituem-se de tecnologia e aspectos téc-
nicos.
Em seus estudos, propôs o que chamou de tipologia de tecnologias, classifi-
cando-as em três tipos:
Tecnologia de elos em sequência – Baseia-se na interdependência ob-
servada nas atividades com determinado grau de dependência. Uma ati-
vidade só pode ser executada quando sua antecedente estiver concluída.
As atividades executadas repetidas vezes propiciam a eliminação de não
conformidades na tecnologia.
Tecnologia mediadora – Afirma que clientes e fornecedores são envolvidos
por um funcionamento padronizado e extensivo, no tempo e no espaço.
Tecnologia intensiva – Considera que um determinado cliente apresenta
competências e habilidades diversas e a seleção, combinação e aplicação
dessas competências e habilidades dependem da sua retroação.
Conheça as características principais das tipologias de tecnologia:
Elos em sequência – As tarefas mantêm uma interdependência serial; a
ênfase é no produto; a tecnologia é fixa e estável; o processo produtivo é
cíclico; baseia-se na administração científica.
148
Teorias da Administração – Capítulo 4
Impacto da tecnologia
Pode-se afirmar que a tecnologia tem forte influência sobre a organização e
seus participantes e possibilita aos administradores atingir a eficácia com parâme-
tros definidos e normas determinadas.
149
AMBIENTE
Ambiente do Nível
sistema institucional
Nível
intermediário
Penetração de Fronteiras
forças dos níveis
ambientais do sistema
O arranjo organizacional
As organizações como sistemas abertos enfrentam incertezas ambientais que
as influenciam. Além disso, sofrem coação por suas condições ambientais internas
e tecnológicas, as quais determinam sua capacidade de ação e reação.
Estrutura matricial
A estrutura matricial é vista sob dois aspectos: os gerentes funcionais e os
gerentes de produtos ou projetos. Ela deixa de lado a unidade de comando e pas-
sa a considerar uma divisão de poder, o que caracteriza uma matriz. Com isso, a
estrutura matricial é representada por uma tabela com duas entradas:
Vantagens da estrutura matricial – A utilização da estrutura matricial pro-
picia vantagens tanto para a estrutura funcional quanto para a estrutura de
produto ou projeto, diminuindo a possibilidade da existência de não confor-
midades.
Limitações da estrutura matricial – A estrutura em matriz pode propiciar
conflitos, distorções de supervisão e prejudicar a cadeia de comando e a
coordenação vertical.
As aplicações da estrutura matricial dependem fundamentalmente da partici-
pação dos colaboradores, além da necessidade de flexibilização do sistema e do
inter-relacionamento entre os departamentos.
150
Teorias da Administração – Capítulo 4
Gerência
Geral
Planejamento
Controle de Emissão de Linha de
Contabilidade Cobrança e controle de
vendas pedidos produção
produção
clientes
SUPERVISÃO
clientes
Abordagens em redes
Considerando a estrutura em rede (network), também denominada rede dinâ-
mica, as principais funções são terceirizadas para outras organizações, formando
uma rede de relacionamentos com a coordenação de um núcleo central, o que
viabiliza a redução de custos, a flexibilidade, a globalização. No entanto, pode di-
minuir a capacidade de controle sobre possíveis falhas e causar insegurança nos
colaboradores, pelo receio de substituição.
151
A Teoria da Contingência não considera o homem apenas como um ser com-
plexo, mas, sim, variável, podendo ser motivado dependendo do momento ou si
tuação a que está exposto.
O modelo de expectância
O modelo de Vroom, desenvolvido por Lawler III, foi relacionado ao dinheiro,
isto é, sugere que os indivíduos desejam o dinheiro por lhes proporcionar satisfa-
ção de suas necessidades fisiológicas e de segurança e que as pessoas produzem
proporcionalmente ao ganho que lhes é atribuído.
Tarefa
Estrutura Pessoa
Ambiente Tecnologia
152
Teorias da Administração – Capítulo 4
Leitura complementar
A CULTURA TOYOTA
Fundador da Toyota, Sakichi Toyoda é um dos grandes inovadores contem-
porâneos. Ele criou o Sistema Toyota de Produção, modelo que transformou a
indústria automobilística. Hoje, a empresa é reconhecida no mundo. Entenda
o que a faz diferente:
1. Produção externa – O sistema Toyota de Produção consiste numa
cadeia de suprimentos enxuta e altamente terceirizada, que prevê a
eliminação dos estoques e a busca permanente pela agilização do pro-
cesso produtivo.
2. Eficiência logística – A Toyota leva ao extremo o conceito de just-in-
-time (algo como a peça necessária, na quantidade necessária, no mo-
mento necessário). Os fornecedores são monitorados em tempo real.
3. Redes de conhecimento – A empresa promove a transferência de
know-how para os parceiros, treinados para atuar de acordo com a
cultura Toyota. O compartilhamento do conhecimento cria redes que
facilitam a troca de informações.
4. Flexibilidade no chão de fábrica – Os operários da empresa têm
autonomia para interromper a produção caso detectem algum proble-
ma em peças ou equipamentos, evitando que os defeitos apareçam
apenas no final do processo.
5. Agilidade para incorporar tecnologias – A Toyota foi a primeira em-
presa a fabricar, em grande escala, um carro híbrido. A General Motors
tinha um projeto parecido, mas não quis correr o risco.
6. Conhecimento do consumidor – Enquanto outros fabricantes faziam
carros a partir de concepções de seus engenheiros, a Toyota inovou ao
mapear as expectativas dos clientes. O Lexus foi desenhado com base
nas sugestões dos consumidores.
SEGALA, Amauri. O triunfo da Toyota. Época Negócios. São Paulo, n. 2, p. 103, abr. 2007.
153
Síntese
Você estudou:
As origens da Teoria da Contingência.
As abordagens de alguns autores.
A análise ambiental.
A tipologia do ambiente.
A influência dos fatos tecnológicos e humanos.
As novas abordagens ao desenho organizacional.
A apreciação crítica da Teoria da Contingência.
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
BURNS, Thomas; STALKER, G. M. The management of innovation. Londres: Tavistock
Publications, 1961.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
_____. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
LAWRENCE, Paul R.; LORSCH, Jay W. As empresas e o ambiente: diferenciação e
integração administrativas. Petrópolis: Vozes, 1973.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da Escola Científica à
competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2002.
SEGALA, Amauri. O triunfo da Toyota. Época Negócios. São Paulo, n. 2, p. 103, abr. 2007.
THOMPSON, James D. Dinâmica organizacional: fundamentos sociológicos da teoria
administrativa. São Paulo: McGraw-Hill, 1976.
_____; BATES, Frederick L. Tecnology, organization and administration. Ithaca: Business
and Public Administration School, 1969.
Anotações
154
Capítulo 4
ADMINISTRAÇÃO CONTEMPORÂNEA
Conteúdo programático
Estratégia organizacional
Ética e responsabilidade social
As novas teorias da administração
A quinta onda
A Era da Informação
Melhoria contínua
Qualidade total
Os papas da qualidade: Juran e Deming
Outros autores
Os desafios modernos da qualidade
Reengenharia
Benchmarking: origem e desenvolvimento
Objetivo
Apresentar os fundamentos das novas teorias da administração, as
influências relativas à gestão da qualidade e de reengenharia e a aplica-
ção de benchmarking nas organizações.
O que é preciso para implementar um processo de mudança em uma organiza-
ção?
Para se implementar qualquer mudança, é importante que a organização con-
sidere a forma como vai interagir com o mercado, sua capacidade de reação, seus
recursos, além das influências externas de clientes, fornecedores e concorrentes,
entre outras possíveis considerações. Para contemplar esse conjunto de ações, é
necessário que se opte por uma estratégia que permita à organização agir com
competência na busca de seus propósitos.
Estratégia organizacional
A partir de 1960, a Teoria Neoclássica passou a dar ênfase ao planejamento
estratégico organizacional, utilizando conceitos trazidos das estratégias militares
de guerra do século IV antes de Cristo.
Para os estudiosos da teoria neoclássica, o planejamento estratégico con-
templa a formulação de objetivos com análise interna e externa, o que gera os
parâmetros para a efetiva formulação da estratégia e aplicação de planos táticos
e operacionais.
r um estrategista.
ador deve se
O administr
156
Teorias da Administração – Capítulo 4
As novas teorias
da administração
A seguir, algumas importantes considerações a respeito deste novo momento
da Teoria Geral da Administração, que sofreu grandes transformações com o surgi-
mento de algumas teorias evolutivas no início do século XIX:
157
Teoria da Relatividade – Albert Einstein, em 1905, publicou a Teoria da
Relatividade, enfatizando que o espaço e o tempo são relativos e inte-
ragentes, e a matéria é uma forma de energia
que varia de acordo com a velocidade.
Turner
Oren Jack
O alemão Albert Einstein (1879-1955) não
revolucionou apenas a Física, mas, sim,
o próprio pensamento do século XX. Sua
obra foi uma síntese não só do conheci-
mento físico, mas uma análise sobre o
Universo. Com Sigmund Freud, chama-
do de pai da psicanálise, por exemplo,
escreveu Por que a guerra?, em 1933.
A quinta onda
O século XX foi marcado pela Era Industrial, com a evolução rápida da tecno-
logia. Joseph Schumpeter propôs que não se deve otimizar o que já existe, mas,
sim, inovar constantemente. Ele considerava como elementos essenciais da quinta
onda a Internet e a globalização dos negócios.
A Era da Informação
Na década de 1990, teve início a Era da Informática, que teve grande avanço
tecnológico e de tecnologia da informação. Esse evento conduziu à organização de
uma nova realidade: a do capital intelectual. O conhecimento tornou-se o grande
diferencial competitivo nas organizações.
Melhoria contínua
Surgiu com a Teoria Matemática e com a implantação do controle estatístico de
processo (CEP), que visa à mudança gradativa da organização no que concerne
à qualidade de produtos e serviços a longo prazo, sendo elaborado por grupos de
colaboradores.
158
Teorias da Administração – Capítulo 4
Qualidade total
Surgiu como um conceito de evolução da melhoria contínua. Entre as várias
definições já postuladas, a que melhor conceitua qualidade é: “satisfação atendi-
da de determinada necessidade ou expectativa de um proponente consumidor ou
usuário”.
Definições encontradas para qualidade:
“adequação ao uso”;
“estar em conformidade com as expectativas dos clientes”;
“relação custo-benefício”;
“valor agregado, relacionado a produtos similares”;
“fazer certo da primeira vez”.
Com a constatação da necessidade de se ter qualidade, as organizações pre-
cisaram formular parâmetros de avaliação. Feito isso, foi preciso desenvolver sis-
temas de avaliação de desempenho por meio de indicadores que traduzissem os
resultados, a fim de mensurar e quantificar os dados para a tomada de decisões.
Outros autores
Philip Crosby, em 1961, criou a ideia de “zero defeito” e “fazer certo da primeira
vez”. No método que desenvolveu, ele não considera nenhum padrão de tolerância.
A sua filosofia requer atitudes, ações, comportamentos e resultados.
Armand Vallin Feigenbaum é autor do programa TQC – Total Quality Control
(controle total da qualidade) –, com o qual buscou minimizar os custos da qualida-
de e deu atenção especial às pessoas. Portanto, o seu diferencial era dar ênfase
ao cliente e não aos processos da organização.
Kaoru Ishikawa, que desenvolveu o Círculo de Controle de Qualidade, é um
dos mais importantes autores japoneses relacionados à ideia de qualidade. Em
1960, criou sete instrumentos de controle para resolver problemas de qualidade.
São eles: diagrama de pareto, diagrama de espinha de peixe, histograma, formulá-
rios de verificação, diagramas de dispersão, fluxogramas e gráficos de controle.
Genichi Taguchi acredita que a qualidade e o custo do produto são definidos
em grande parte pelo seu design e processo de fabricação.
159
Os desafios modernos da qualidade
Atualmente, a gestão da qualidade tem uma abrangência mais ampla e utiliza
técnicas para garantir a melhoria da qualidade de produtos e processos e diminuir
as não conformidades. Com isso, é possível elevar o nível de satisfação dos clien-
tes, diminuir os ciclos produtivos e os custos e aumentar a produtividade.
A logística contribuiu fundamentalmente para a evolução dos sistemas orga-
nizacionais. Esse processo de monitoramento de entradas e saídas de material
ocorre com a aplicação de ferramentas de gestão e controle, como just-in-time,
kanban, entre outros. Tem como pré-requisito o enfrentamento da concorrência
global, que determina a necessidade de a organização ser competitiva em nível
internacional, buscando a excelência, a qualidade e ampliando o foco sob a pers-
pectiva do cliente.
Reengenharia
Michael Hammer e James Champy definem reengenharia como uma mudança
radical que redesenha os processos organizacionais, visando melhorar e alcançar
a eficácia dos resultados da empresa. A reengenharia busca simplificar os proces-
sos, redirecionar e otimizar as atividades, e atribuir responsabilidades nas diversas
áreas de uma organização.
As fases de implementação de uma reengenharia são descritas cronologica-
mente: o posicionamento da organização perante a mudança; a identificação e re-
criação dos processos; a transição para o novo processo, que contempla as ações
estratégicas e comerciais para o processo de mudança.
No quadro, compare alguns dos efeitos da reengenharia dentro das organiza-
ções:
ESTILO DE GESTÃO
Período Atividades Ligações Gestão
160
Teorias da Administração – Capítulo 4
161
das descobertas, por meio do processo de integração e com o estabelecimento das
novas metas. Parte-se, então, para a ação por meio da elaboração de planos, mo-
nitorados e ajustados aos pontos de referência observados. A partir desse ponto,
atinge-se a maturidade, cujos resultados pretendidos são plenamente atingidos.
Leitura complementar
APPLE ABRE VANTAGEM SOBRE MICROSOFT COM PUBLICIDADE
Há 25 anos, a Apple criou uma lendária vinheta publicitária contra os
computadores pessoais da IBM que rodavam com o programa da Microsoft.
Durante o Super Bowl de 1984, a Apple lançou um comercial de televisão
que descrevia essas máquinas como instrumentos do conformismo frente ao
Grande Irmão. O anúncio passou apenas uma vez, mas as pessoas ainda
falam sobre ele.
Atualmente, a Apple ainda produz comerciais que lançam marretas nos
computadores que rodam o software da Microsoft. Mas agora, os golpes da
Apple são constantes, mesmo com a Microsoft enfraquecida por falhas em
produtos e uma série de comerciais que não conquistou o público.
Enquanto outras companhias de tecnologia diminuem sua verba publicitá-
ria para sobreviver ao que parece ser uma recessão intensa e prolongada, a
Apple, de Cupertino, Califórnia, anunciou em seu último relatório de lucros que
aumentou a verba de propaganda e marketing durante os três últimos meses
de 2008, em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Isso a tornou a segunda mais prolífica anunciante de tecnologia, atrás
apenas da Microsoft. Durante os nove primeiros meses de 2008, os gastos
publicitários da Apple saltaram para US$ 133 milhões, ultrapassando Hewlett-
-Packard e IBM – companhias com o triplo anual de vendas da Apple – segundo
162
Teorias da Administração – Capítulo 4
163
associam aos conceitos de “inovação”, “design” e “valor agregado” – um fator
que leva à lealdade. O anúncio também aumentou a percepção de usuários de
PC a respeito de Macs por seu “funcionamento livre de problemas, serviço e
suporte”.
Por outro lado, o “Shoe Circus” da Microsoft, no qual Seinfeld ajuda Ga-
tes a comprar sapatos, falhou miseravelmente entre os consumidores. Após
assistir ao comercial, tanto usuários da Apple quanto da Microsoft tiveram mais
percepções negativas sobre a Microsoft nas áreas de inovação, tecnologia,
design sem problemas, garantia e preço. “Quando você vê um anúncio de de-
sempenho tão fraco”, disse Amy Shea, vice-presidente da Brand Keys que
conduziu a pesquisa, “você tem um problema real.”
Mas não há apenas notícias ruins para a Microsoft. “I am a PC” – a respos-
ta de igualdade da Microsoft à Apple que deu os parâmetros para sua campa-
nha atual – funcionou bem para aumentar, nos usuários de PC, a percepção
da marca como avançada tecnológica e ambientalmente.
Para Shea, a mensagem da pesquisa é que as companhias deveriam focar
em suas qualidades, que no caso da Microsoft é a quase onipresença de seu
software no mundo todo. “Todos que têm um PC sentem que estão conectados
e que o mundo fala quase uma só língua,” ela disse. “A habilidade da Microsoft
de contar essa história visualmente ao circular pelo mundo foi o que tornou o
anúncio um sucesso e a mostrou como ecológica e até mesmo moderna.”
Já a Apple tem trabalhado sua reputação de companhia moderna e criativa
com a atuação de Long como o Mac Guy. O comercial também é coerente com
a história de 25 anos de uma companhia que procura comparações animadas
com rivais maiores e mais poderosos.
STONE, Brad. Apple abre vantagem sobre Microsoft com publicidade.
Disponível em: <http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI3495524-EI4803,00-Apple+
abre+vantagem+sobre+Microsoft+com+publicidade.html>. Acesso em: 10 fev. 2009.
Síntese
Você estudou:
Os conceitos de “estratégia organizacional”.
A importância da ética e da responsabilidade social.
As novas teorias da administração.
A Era da Informação.
Os conceitos de “qualidade total”.
Os conceitos de “reengenharia”.
Aplicação de benchmarking.
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
164
Teorias da Administração – Capítulo 4
CAMP, Robert C. Benchmarking: o caminho da qualidade total. São Paulo: Pioneira, 1993.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
_____. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
HAMMER, Michael; CHAMPY, James. Reengenharia: revolucionando a empresa em
função dos clientes, da concorrência e das grandes mudanças da gerência. Rio de Janeiro:
Campus, 1994.
IBGC, 1995. Disponível em: <http://www.ibgc.org.br/Secao.aspx?CodSecao=17>. Acesso
em: 2 fev. 2009.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da Escola Científica à
competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2002.
STONE, Brad. Apple abre vantagem sobre Microsoft com publicidade. Disponível em:
<http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI3495524-EI4803,00-Apple+abre+vantagem+
sobre+Microsoft+com+publicidade.html>. Acesso em: 10 fev. 2009.
Anotações
165
166
Capítulo 4
ADMINISTRAÇÃO CONTEMPORÂNEA
Learning organization
Conteúdo programático
Desenvolvimento organizacional: learning organizations
Competências
Educação continuada
Algumas considerações sobre learning organizations
Objetivo
Desenvolver a capacidade de solucionar problemas e de atingir objetivos
organizacionais fazendo uma ligação intrínseca entre competência e
resultado.
O que são competências? O que esse conceito tem a ver com o mundo empre-
sarial?
O conceito de “competências” começou a ser utilizado no contexto empresarial
a partir de estudos de McClelland, em 1973, para mostrar que o êxito profissional
não pode ser previsto apenas com testes de inteligência. Posteriormente, em 1982,
Richard Boyatzis realizou um estudo das competências empresariais perguntando
a um grupo de empresários quais eram os comportamentos específicos que os
auxiliava em seus postos de trabalho.
Desenvolvimento organizacional:
learning organizations
Competências
As competências não estão claramente definidas nos estudos de Boyatzis,
mas já é possível perceber que elas envolvem tanto atitudes como conhecimentos
e traços de personalidade.
Com o passar do tempo, tem-se tentado delimitar o significado do que são
competências identificando os comportamentos observáveis que contribuem para
o êxito de uma tarefa, de uma missão ou de um objetivo.
168
Teorias da Administração – Capítulo 4
Educação continuada
A educação continuada tem papel essencial no processo de aprendizado, uma
vez que o desenvolvimento de recursos humanos ocorre por meio da capacitação
dos quadros funcionais das organizações.
O novo conceito de homem qualificado, chamado de capital humano, é visto
como o verdadeiro diferencial competitivo gerador de competências necessárias
para o sucesso organizacional.
O final do século XX foi marcado principalmente pela Era da Competência
(anos 1990), quando se denotaram com maior ênfase a reengenharia, os proces-
sos de gestão da qualidade e produtividade, as fusões, as associações, os joint-
-ventures, entre outros tipos de parcerias e alianças empresariais.
O século XXI, por sua vez, entrou para a história como a Era da Informação
e do Conhecimento, em que a tecnologia passou a dar suporte evolutivo para que
esse processo redunde em crescimento, competitividade, sem deixar de considerar
as características culturais, políticas, ambientais e econômicas de cada sociedade,
pois são influenciadoras dos modelos aplicados nas organizações.
Será que, na atualidade, há uma perspectiva mais equilibrada entre os fatores
técnicos e o gênero humano?
Alguns afirmam que sim. Para especialistas da área, há uma visão mais rea
lista sobre a importância do ser humano para o sucesso da organização, o que
resulta em uma reestruturação do chamado capital humano por meio da educação
continuada. Isso motiva as organizações a enfrentarem um novo desafio em rela-
ção às futuras gerações, o denominado learning organizations (organizações que
aprendem), que desenvolvem a capacidade de aprender, inovar e evoluir continua
mente.
Segundo Peter Senge (1990), a proposta do learning organization é o resulta-
do da convergência de cinco aspectos:
169
Raciocínio sistêmico – Integração dinâmica entre o todo e as suas partes.
Domínio pessoal – Objetivos, energia e paciência.
Conscientização dos modelos mentais enraizados – Examiná-los de
forma meticulosa.
Definição de um objetivo comum – Um sentido de missão.
Disciplina do aprendizado em grupo – A unidade fundamental é o grupo
e não o indivíduo.
Essas considerações levam a algumas reflexões sobre a Teoria de Sistemas,
que constitui o raciocínio sistêmico em um trabalho conjunto e integrado de todas as
disciplinas apresentadas, possibilitando o desenvolvimento de outras disciplinas.
A estratégia cujo aprendizado ganha destaque muda de forma significativa os
conceitos unicamente voltados à produtividade e passa a ter uma preocupação
com o desenvolvimento individual e de grupo, buscando atingir resultados mais
representativos para a organização.
Ainda segundo Peter Senge (1990), são cinco as principais deficiências do
processo de aprendizagem nas organizações:
“Eu sou meu cargo” – Limitado à função e falta de objetivos.
“O inimigo esta lá fora” – A culpa é sempre dos outros.
A fixação por eventos – Ênfase no curto prazo.
A não conscientização das mudanças – Falta de atenção às sutilezas e
aos indicadores de longo prazo.
O mito da equipe administrativa – Vai bem nas rotinas, mas não nas
situações difíceis.
O learning organization depende da cultura organizacional, da liderança de
cada empresa e da experiência e participação de cada indivíduo envolvido no pro-
cesso para se tornar uma ferramenta de aprendizagem eficiente. Por isso, é neces-
sário ter uma visão sistêmica do negócio.
Observe, a seguir, a representação de um modelo de cultura organizacional
com ênfase no learning organization:
cultura organizacional
Administração participativa
Treinamento e adaptação
170
Teorias da Administração – Capítulo 4
171
Quando alguém sai da organização,
seu conhecimento permanece.
Leitura complementar
APRENDER A APRENDER
Como aperfeiçoar o conhecimento organizacional
O processo de aprendizado organizacional tem quatro estágios: conscien-
tização, compreensão, ação e análise. Depois vem a reflexão.
Existem três tipos básicos de aprendizado organizacional: aprender como
melhorar o conhecimento organizacional existente; aprender a criar o novo co-
nhecimento organizacional (também conhecido como inovação); e disseminar
ou transferir o conhecimento para as várias áreas da organização.
Na primeira categoria, por exemplo, encaixam-se as empresas do setor
de equipamentos para informática, que geralmente precisam melhorar seus
processos de criação de produtos. A segunda categoria é mais bem ilustrada
pelo setor de software, no qual é preciso inovar e elaborar um processo de
criação de produtos que comece com uma folha de papel em branco. Também
são exemplos da segunda categoria os setores de saúde e multimídia, que
precisam de inovação para criar novas visões e novos paradigmas. A terceira
172
Teorias da Administração – Capítulo 4
173
cobrir uma maneira de colocar as questões importantes ao lado das questões
urgentes?” Debruçando-se sobre o estágio de análise, ele diz: “Eu não deveria
ter adotado um modo mais inteligente de fazer as análises retrospectivas?”
Fica claro que, por esse processo de reflexão, o gerente e todas as pessoas
tendem a se tornar aprendizes melhores ao longo do tempo. E um processo se-
melhante pode ser utilizado para aperfeiçoar o aprendizado organizacional.
Na Xerox, a diretoria dedica uma reunião anual inteiramente à reflexão.
Na Rubbermaid, o processo de reflexão levou a importantes melhorias na co-
municação interna com o fim de aumentar a conscientização geral sobre as
necessidades dos clientes. A Ford se empenhou ao máximo para aprimorar a
atividade de solução de problemas em equipe, a fim de gerar ações alinhadas
com a estratégia de maneira mais eficaz. E, hoje, a British Petroleum Explora-
tion analisa periodicamente suas “Regras Não Escritas do Jogo” com o fim de
facilitar a implementação dos planos.
[...]
GARVIN, David A. et al. Disponível em:
<http://www.perspectivas.com.br/p8.htm>.
Acesso em: 26 jan. 2009.
Síntese
Você estudou:
O desenvolvimento organizacional: learning organizations.
O conceito de “competências”.
A importância da educação continuada.
O modelo de cultura organizacional com ênfase no learning organization.
Algumas considerações sobre learning organizations.
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
_____. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
GARVIN, David A. et al. O teste da organização que aprende. Disponível em: <http://www.
perspectivas.com.br/p8.htm>. Acesso em: 7 fev. 2009.
_____. et al. Aprender a aprender. Disponível em: <http://www.perspectivas.com.br/
p8.htm>. Acesso em: 26 jan. 2009.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da Escola Científica à
competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2002.
174
Teorias da Administração – Capítulo 4
SENGE, Peter. The fifth discipline: the art and practice of the learning organization. Nova
York: Doubleday, 1990.
Anotações
175
176
Capítulo 4
ADMINISTRAÇÃO CONTEMPORÂNEA
Conteúdo programático
Cenário mundial dos negócios
A interação interdepartamental
Sucesso competitivo e equipes multidisciplinares
A organização do futuro
O espírito competitivo e inovador
Objetivo
Desenvolver o espírito crítico a respeito da crescente evolução do merca-
do mundial, cuja informação e competência ganham espaço nas organi-
zações, motivando o crescimento da competitividade.
Desde os primórdios da civilização, o conceito de “administrar” é utilizado sempre
relacionado às atividades comerciais, como ocorria com o escambo, um marco no
modelo de trocas, cujas habilidades e competências de administrar já se faziam
presentes.
O que a evolução cultural e política acarretou em relação ao processo de
administrar é a forma como esse processo é percebido. Essa abordagem não visa
negar teorias ou modelos estudados, mas, sim, contribuir para o desenvolvimento
da administração moderna e dos novos conceitos nela expressos, procurando, por
meio da evolução da cadeia produtiva de bens e serviços, desenvolver um modelo
adequado à realidade atual.
A interação interdepartamental
Esse novo momento do mercado exige novas competências, recursos compa-
tíveis com a evolução tecnológica presente, um sistema de informação adequado,
equipes multidisciplinares, um sistema logístico afinado com as mais modernas
técnicas de suprimento, armazenamento, transporte e distribuição.
É preciso, ainda, que a organização tenha uma área de marketing preocupada
com os fundamentos de sua missão, ultrapassando a barreira da simples divul-
gação; uma área de desenvolvimento de produtos e engenharia voltada para a
criação e atualização de produtos ou serviços e que atenda mais que uma simples
superação de expectativas; uma área financeira preocupada com questões além
dos resultados comerciais ou bancários; e um departamento de recursos humanos
consciente da importância do seu papel como fomentador das competências de
cada área.
178
Teorias da Administração – Capítulo 4
Desenvolvimento
Engenharia
de produtos
Administração
Administração
de recursos
financeira
humanos
Sucesso competitivo e
equipes multidisciplinares
De forma determinante, as empresas devem se transformar em organizações
amparadas pela tecnologia da informação, ferramenta essencial na condução dos
negócios empresariais e na sua inter-relação com o ambiente externo.
Dessa forma, as pessoas tomam espaço importante na cadeia de valor da
organização. Profissionais bem-preparados comandam equipes comprometidas
que, por sua vez, maximizam a produtividade, minimizam custos e otimizam pro-
cessos.
No entanto, para que isso ocorra, é preciso que haja comunicação e interação
no ambiente interno (departamentos) e, por consequência, no ambiente externo,
em um fluxo horizontal: cliente/fornecedor, o que auxilia os sistemas organizacio-
nais a contemplarem resultados sustentados e eficazes.
Equipes bem-direcionadas cumprem tarefas com eficiência. Isso se traduz na
utilização adequada de recursos, o que resulta em produtos e serviços com quali-
dade e baixo custo e torna a empresa mais competitiva e inovadora.
179
As mudanças comportamentais exigem integração, direcionamento e energia,
fatores que possibilitam o desenvolvimento das aspirações individuais e de grupo,
a responsabilidade, o comprometimento, a força de trabalho e a troca de conhe-
cimentos entre os participantes do processo. Isso é transformado em diferencial
competitivo porque potencializa as habilidades e gera alto desempenho.
Nas organizações industriais do Japão, por exemplo, caso qualquer operário
perceba alguma não conformidade, ele pode parar o fluxo de produção de uma
linha de montagem sem necessariamente ter sido autorizado para tal. Isso mostra
que cada vez mais os níveis hierárquicos diretivos diminuem, dando lugar para
equipes multidisciplinares com atribuições, responsabilidades e poder de tomada
de decisões compatíveis.
A gestão do conhecimento é o ponto alto nesse sistema. O desempenho, que
até então era avaliado verticalmente, passa a ser visto horizontalmente – o próprio
empregado se autoavalia –, passa a ser o novo modelo de direção e disciplina, pre-
valecendo o feedback sistemático em um mesmo nível hierárquico de superiores
e de clientes.
A organização do futuro
A globalização e internacionalização de empresas, joint-ventures, associa-
ções, aquisições, parcerias e alianças têm determinado a condução dos negó-
cios nas organizações do mundo moderno, os sistemas produtivos modernos de
alta tecnologia, a rápida disseminação da informação, a diversidade cultural que
quebra fronteiras, as exigências cada vez maiores do mercado consumidor.
Os efeitos do espírito empreendedor e do acesso de um número crescente
de indivíduos ao conhecimento e à educação fazem com que os empresários bus-
quem eficiência e eficácia, para não serem consumidos pela competência, agili-
dade e flexibilidade constantes nas empresas de maior porte e com maior poder
de resposta. Esses fatores são fundamentais para que as empresas possam se
adequar à nova realidade.
180
Teorias da Administração – Capítulo 4
MUDANÇAS COMPORTAMENTAIS
Conhecimentos/habilidades
Capacidade de decisão
Individual
Desempenhos múltiplos
Iniciativa
Dependência de controle
Responsabilidade compartilhada
Coletivo
Intercâmbio
Sinergia e confiança
Leitura complementar
A GESTÃO DO CONHECIMENTO NA PRÁTICA
Muito se fala sobre a importância do conhecimento no atual mundo dos negó-
cios. Mas como empresas brasileiras encaram esse conceito e o traduzem em
seu dia a dia? Pesquisa inédita realizada com executivos de grandes organiza-
ções mostra que há avanços nessa área, porém restam “territórios a ocupar”.
Estamos diante de um cenário de rara complexidade no mundo corpora-
tivo e na sociedade em geral. Fenômenos econômicos e sociais, de alcance
mundial, são responsáveis pela reestruturação do ambiente de negócios. A
globalização da economia, impulsionada pela tecnologia da informação e pe-
las comunicações, é uma realidade da qual não se pode escapar.
É nesse contexto que o conhecimento, ou melhor, que a gestão do
conhecimento (KM, do inglês Knowledge Management) se transforma em um
valioso recurso estratégico para a vida das pessoas e das empresas.
181
Não é de hoje que o conhecimento desempenha papel fundamental na
história. Sua aquisição e aplicação sempre representaram estímulo para as
conquistas de inúmeras civilizações. No entanto, apenas “saber muito” sobre
alguma coisa não proporciona, por si só, maior poder de competição para uma
organização. É quando aliado a sua gestão que ele faz diferença.
A criação e a implantação de processos que gerem, armazenem, geren-
ciem e disseminem o conhecimento representam o mais novo desafio a ser
enfrentado pelas empresas. Termos como “capital intelectual”, “capital huma-
no”, “capacidade inovadora”, “ativos intangíveis” ou “inteligência empresarial” já
fazem parte do dia a dia de muitos executivos.
O conceito de gestão do conhecimento parte da premissa de que todo o
conhecimento existente na empresa, na cabeça das pessoas, nas veias dos
processos e no coração dos departamentos, pertence também à organização.
Em contrapartida, todos os colaboradores que contribuem para esse sistema
podem usufruir de todo o conhecimento presente na organização.
[...]
Entendendo o que é KM
A pesquisa mostra que a maioria dos executivos ouvidos (55,9%) entende
que KM é a modelagem de processos corporativos a partir do conhecimen-
to gerado. Ou seja, KM seria a estruturação das atividades organizacionais
encadeadas interna e externamente, com base em parâmetros gerados pelo
monitoramento constante dos ambientes interno e externo (mercado, cadeia
de valor, etc.).
Dessa forma, para a maioria das empresas, KM é um sistema de geren-
ciamento corporativo. Elas afirmam, corretamente, que se trata muito mais de
um conceito gerencial do que de uma ferramenta tecnológica (esta é a opinião
de 7,2%).
No entanto, apenas pequena parcela dos entrevistados (5,4%) identifica
KM como um meio pelo qual as empresas podem ganhar poder de competi-
ção.
[...] KM significa organizar e sistematizar, em todos os pontos de contato,
a capacidade da empresa de captar, gerar, criar, analisar, traduzir, transformar,
modelar, armazenar, disseminar, implantar e gerenciar a informação, tanto in-
terna como externa. Essa informação deve ser transformada efetivamente em
conhecimento e distribuída tornando-se acessível – aos interessados.
A informação aplicada, o conhecimento, passa a ser um ativo da empresa
e não mais um suporte à tomada de decisão.
Essa realidade já é percebida, pelo menos em parte, pela maioria das
qempresas brasileiras ouvidas. [...]
HSM MANAGEMENT. A gestão do conhecimento na prática. HSM Management. São Paulo, n. 42, jan./fev. 2004.
Disponível em: <http://www.paradigma.com.br/gestao-do-conhecimento-na-pratica/view>. Acesso em: 2 abr. 2009.
182
Teorias da Administração – Capítulo 4
Síntese
Você estudou:
O cenário mundial de negócios.
A interação interdepartamental.
A importância do sucesso competitivo e das equipes multidisciplinares.
A organização do futuro.
O espírito competitivo e inovador.
Referências
ARAUJO, Luis César G. de. Teoria geral da administração: aplicação e resultados nas
empresas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. São Paulo: Makron
Books, 2000.
_____. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da administração. Rio de
Janeiro: Campus, 2006.
HSM MANAGEMENT. A gestão do conhecimento na prática. HSM Management, São Paulo,
n. 42, jan./fev. 2004. Disponível em: <http://www.paradigma.com.br/gestao-do-conhecimento-
na-pratica/view>. Acesso em: 2 abr. 2009.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da Escola Científica à
competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2002.
Atividades
1. Defina qual é a importância do estudo da Teoria Geral da Administração.
4. Após a leitura do caso Alfa S.A., produza um texto sobre os aspectos mais
relevantes da Teoria Científica presentes na administração desta empre-
sa.
183
8. Com base nos conhecimentos adquiridos sobre Desenvolvimento Organiza-
cional (DO), desenvolva um texto sobre a importância do DO e a participação
do gerente nesse contexto.
Anotações
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