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QUALIDADE
Robson da Silva Constante
GESTÃO DA
QUALIDADE
R obson da S ilva C onstante
2ª E dição
J ul ho | 2019
Gestão Universidade
Reitor Prof. Dr. Paulo Fossatti - Fsc
Vice-Reitor, Pró-Reitor de Pós-grad., Prof. Dr. Cledes Casagrande - Fsc
Pesq. e Extensão e Pró-Reitor de Graduação
Pró-Reitor de Administração Vitor Benites
Diretora de Graduação Profª. M.ª Cristiele Magalhães Ribeiro
Diretor da Educação a Distância Prof. Dr. Mario Augusto Pires Pool
Diretor de Extensão e Pós-Graduação Lato Sensu Prof. Me. Márcio Leandro Michel
Diretora de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu Profª. Dr.ª Patricia Kayser Vargas Mangan
Diretor Administrativo Patrick Ilan Schenkel Cantanhede
Diretor de Marketing e Relacionamento Cleiton Bierhals Decker
Procuradora Jurídica Michele Wesp Cardoso
Assessor de Assuntos Interinstitucionais e Internacionais Prof. Dr. José Alberto Miranda
Assessor de Inovação e Empreendedorismo Prof. Dr. Jefferson Marlon Monticelli
Chefe de Gabinete Prof. Dr. Renaldo Vieira de Souza
Gestão EaD
Diretor Prof. Dr. Mario Augusto Pires Pool
Coordenadora Pedagógica Profª. Drª. Ana Margo Mantovani
Coordenador de Produção Prof. Dr. Jonas Rodrigues Saraiva
Coordenadora Técnica Michele de Mattos Kreme
Coordenações Acadêmicas
Coordenador da Área de Educação e Cultura Prof. Dr. Renato Ferreira Machado
Coordenador da Área de Gestão e Negócios Prof. Me. Sílvio Denicol Júnior
Coordenador da Área de Direito e Política Prof. Dr. Daniel Silva Achutti
Coordenadora da Área de Inovação e Tecnologia Profª. Drª Ingridi Vargas Bortolaso
Coordenador dos Cursos de Adm., Processos Ger. e Logística Prof. Me. Carlos Eduardo dos Santos Sabrito
Coordenadora do Curso Gestão de Recursos Humanos Profª. Drª. Denise Macedo Ziliotto
Coordenador do Curso de Ciências Contábeis Prof. Me. Eduardo Bugallo de Araújo
Coordenador dos Cursos Gestão Com., Gestão Fin. e Marketing Prof. Dr. Paulo Roberto Ribeiro Vargas
Coordenadora do Curso de Pedagogia Profª. Drª Hildegard Susana Jung
Coordenadora do Curso de Serviço Social Profª. Drª. Michelle Bertoglio Clos
Coordenadora dwwo Curso de Letras Profª. Drª. Lucia Regina Lucas da Rosa
Coordenador do Curso de Educação Física Prof. Dr. José Rogério Vidal
Coordenadora do Curso de História Profª. Drª. Tatiana Vargas Maia
Coordenador do Curso de Engenharia da Produção Prof. Me. Rafael Pieretti de Oliveira
Coordenador do Curso de Análise e Desenv. de Sistemas Prof. Me. Mozart Lemos de Siqueira
Bibliografia.
UNIDADE 2
Metodologias para Solução de Problemas......................................................................................... 35
Objetivo Geral ..................................................................................................................................... 35
Objetivos Específicos ......................................................................................................................... 35
Questões Contextuais.......................................................................................................................... 35
2.1 Metodologias para a Solução de Problemas e Melhoria Contínua da Qualidade..........................36
2.1.1 MASP - Método de Análise e Solução de Problemas......................................................................... 36
Síntese da Unidade.............................................................................................................................. 61
Referências.......................................................................................................................................... 62
UNIDADE 3
Ferramentas Básicas
de Problemas ...................................................................................................................................... 65
Objetivo Geral ..................................................................................................................................... 65
Objetivos Específicos ......................................................................................................................... 65
Questões Contextuais.......................................................................................................................... 65
3.1 Conhecendo os Conceitos do 5S .....................................................................................................66
3.2 Método Kanban como Ferramenta na Busca do Controle de Produção ........................................76
3.3 Aprendendo com as Estratégias dos Seis Sigma...........................................................................84
Síntese da Unidade.............................................................................................................................. 91
Referências.......................................................................................................................................... 92
UNIDADE 4
Ferramentas Gerenciais de Qualidade................................................................................................ 95
Objetivo Geral ..................................................................................................................................... 95
Objetivos Específicos ......................................................................................................................... 95
Questões Contextuais.......................................................................................................................... 95
4.1 Gestão de Qualidade: Conhecendo Novos Conceitos .....................................................................96
4.2 Gestão Ambiental...........................................................................................................................103
4.3 Gestão de Responsabilidade Social...............................................................................................113
Síntese da Unidade............................................................................................................................ 119
Referências........................................................................................................................................ 120
9
unidade
1
Gerenciamento como Processo
em Gestão da Qualidade
Prezado estudante,
OBJETIVO GERAL
Desenvolver habilidades para tomadas de decisões no gerenciamento da
Gestão da Qualidade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Estudar os conceitos básicos da qualidade e a sua história;
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Você já parou para pensar que conhecer um pouco sobre a história da
qualidade pode ser o primeiro passo para entender a sua importância e a
sua aplicação dentro das organizações?
2. Você já ouviu falar em Deming? Você sabia que ele desenvolveu uma
filosofia voltada à Qualidade Total das empresas?
DESTAQUE
Garvin (1987) define oito componentes ou dimensões de qualidade, que podem vir
a ser respondidos ou compreendidos por alguns questionamentos. Vamos ver?
Nem sempre os clientes definem, Isso não quer dizer que eles não
concretamente, quais são suas tenham preferências e necessidades
preferências e necessidades; (embora não expressem claramente);
Exemplo: Uma mesma bolsa e/ou sapato podem ser ao mesmo tempo desejados
ou não. A percepção entre consumidores pode variar, podendo ter adjetivos de
“belo” a “horrível” para um mesmo produto.
Fonte: https://goo.gl/bJDSrN.
Pessoal
Vai depender
da subje�vidade
do consumidor:
pessoal, cultural etc.
Temporal Espacial
Modifica-se ao Varia de lugar
longo do tempo. para lugar.
Fonte: https://goo.gl/WGYUYF.
14 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante
Fonte: https://goo.gl/v3Qphf.
GLOSSÁRIO
Essa fase deu início a uma nova “era”, a das preocupações com as inspeções
(Era da Inspeção) em todos os processos da cadeia produtiva, o que se intitula
também nesta época como a evolução histórica da administração, em que entra
em cena o modelo Taylorista de produção em série, conforme Maximiano (2007).
GLOSSÁRIO
Por volta dos anos 1950, outros nomes foram surgindo, como Armand V.
Feigenbaum, Joseph M. Juran e Winston Edwards Deming, principalmente por
seus estudos e a criação de teorias/conceitos que acabaram sendo aplicados
principalmente no Japão. Veremos, nas próximas unidades deste livro, os principais
modelos de gestão de qualidade apresentados por esses autores.
História da Qualidade
A história da Qualidade tem três períodos principais:
Qualidade garantida do
fornecedor ao cliente.
Fonte: https://goo.gl/KZQKoS.
Apesar do Japão ter perdido a guerra militar, acabou, mais tarde, vencendo a
guerra econômica de forma notável. Com o tempo, muitas nações e empresas
ocidentais copiaram o modelo japonês, demonstrando a importância da Era da
Qualidade Total no contexto das empresas modernas.
GLOSSÁRIO
• Para alguns autores, como por exemplo Vicente Falconi Campos, Cristina
Werkema e Silvio Aguiar, o Brasil pode ser considerado atualmente um
dos países que mais tem evoluído em prol da qualidade em nível global;
DESTAQUE
• 8º ponto: Eliminar o medo. Isso faz com que todos possam trabalhar de
maneira eficaz para a empresa.
Conforme Aguayo (1993, p. 203), esse ponto pode ser entendido como:
Antes de finalizarmos esta etapa, cabe ressaltar que William Edwards Deming
foi o principal responsável pela popularização do Ciclo de PDCA, que iremos
ver posteriormente, no item 1.3.1 desta Unidade.
Os 14 pontos de Deming
6. Instituir treinamento;
7. Instituir liderança;
8. Afastar o medo;
Fonte: https://goo.gl/rWYRdL.
VIDEO
Mas, afinal, como gerar esses resultados? Atingindo metas que estão diretamente
relacionadas à capacidade operacional da empresa. As metas obrigatoriamente
devem estar atribuídas a um desempenho da organização visando à eficiência e a
eficácia das funções gerenciais. Porém, na grande maioria das empresas, a maior
parte do tempo trabalhado é consumido em prol das funções operacionais, quando
deveria ser destinado um tempo maior à função que é de fato a mais importante:
a sobrevivência da empresa, ligada diretamente às funções gerenciais. A seguir,
confira a figura 1.5 para compreender as funções das pessoas quanto às suas
Funções Gerenciais e Funções Operacionais.
DIREÇÃO
GERENCIAIS
GERENCIAMENTO
FUNÇÕES
SUPERVISÃO
OPERACIONAIS
OPERAÇÃO
Fonte: https://goo.gl/ugqhYH.
(ACT) A DEFINIR
P (PLAN)
Ação METAS Planejar
TOMAR
AÇÃO DEFINIR
APROPRIADA MÉTODOS
PARA ATINGIR
METAS
TREINAR
PARA
C D
VERIFICAR OS EXECUTAR
(CHECK) RESULTADOS (DO)
Verificar EXECUTAR O Executar
TRABALHO
1 Identificação do problema
Conclusão 8 2 Análise de fenômeno
Padronização 7
A P 3 Análise do processo
4 Plano de ação
Verificação 6
C D 5 Execução
PLAN DO
Estabelecer objetivos; Capacitar e treinar
Definir aspectos relevantes; Implementar processos;
Definir processos; Registrar/documentar execução.
Definir recursos.
ACT CHECK
Executar ações para promover Monitorar e medir processos e
continuamente as melhorias no produtos em relaçãoaos objetivos
desempenho do processo. e aos requisitos estabelecidos
na política da organização.
Como vimos nas imagens acima, existem diferentes modelos para operacionalizar
e atingir a melhoria contínua visando à qualidade dos processos produtivos das
empresas. As fases do PDCA são sempre divididas em quatro momentos, que
segundo Chaves (2010), podem ser exemplificados em:
Act (Ação): Essa fase caracteriza-se por agir conforme tenha sido avaliado
e validado nas três últimas fases, principalmente o que foi estabelecido
(metas e/ou objetivos) na fase de planejamento. Serve para gerar eventuais
relatórios, determinar e confeccionar novos planos de ação, corrigir e/ou
melhorar a qualidade, eficiência e eficácia com o intuito de aprimoramento e a
execução dos procedimentos e ainda corrigir eventuais falhas.
Para finalizar, é preciso estar preparado para agir de imediato a todo e qualquer
momento na empresas. Esse perfil é muito desejado por gestores de qualquer
segmento para compor a sua equipe de funcionários.
SÍNTESE DA UNIDADE
Esta unidade buscou desenvolver conhecimentos para a tomada de decisão na
Gestão da Qualidade. Nesse sentido, os tópicos apresentados oportunizaram
a apresentação de conceitos que ajudam a contextualizar desde a palavra
“qualidade” até uma síntese da sua história. Após uma breve explanação do
histórico da qualidade no Brasil e no mundo, apresentamos alguns dos métodos
e ferramentas que podem ser de grande importância dentro das organizações e
dicas de como colocá-los em prática.
A qualidade é, sem dúvida, um dos principais fatores que podem deixar uma
empresa mais competitiva no mundo atual e globalizado. Antecipar desejos dos
clientes e consumidores é um pré-requisito para o sucesso de empresas bem
sucedidas e de um administrador contemporâneo, competente e com visão a
longo prazo.
Essa primeira etapa apenas traduz alguns métodos e metodologias que podem
ser aplicados em favor da qualidade das organizações, o que se refletirá em
produtos e/serviços de qualidade e que poderão gerar um diferencial positivo na
escolha e na visão dos clientes e consumidores.
REFERÊNCIAS
AGUAYO, Rafael. Dr. Deming o Americano que ensinou a qualidade total aos
japoneses. Rio de Janeiro: Record 1993.
ANOTAÇÕES
35
unidade
2
Metodologias para
Solução de Problemas
Prezado estudante,
OBJETIVO GERAL
Compreender as metodologias para compreensão e solução de problemas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Analisar as diferentes formas metodológicas de soluções de problemas;
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Você já ouviu falar sobre MASP? Você sabia que esse método pode
ajudar empresas na busca da qualidade contínua de seus processos,
produtos e serviços?
Para Ferreira (1993), o que podemos observar é que o método MASP ganha cada
vez mais adeptos, estando em sua ampla maioria dentro do meio gerencial das
organizações. Apesar das variações de nomenclaturas que são adotadas dentro
das empresas, todas contribuem numa mesma direção, ou seja, auxiliando na
solução e análise de problemas com uma maior qualidade.
2º Fase: Observação
7º Fase: Padronização
8º Fase: Conclusão
Fonte: Pereira e Dias (2012, p. 9), adaptado de Seleme e Stadler (2012) e Ferreira (1993).
Metodologias para Solução de Problemas | UNIDADE 2 41
Para finalizar, podemos concluir que o MASP pode ajudar em ações que visem
à solução de problemas de forma eficiente, ágil e com habilidade para definir
causas e seus efeitos. Essa metodologia é uma forte aliada para empresas e
gestores/profissionais e pode ser usada como uma ferramenta gerencial, sendo
adaptável para que gestores possam usá-la em busca de uma melhoria em seus
processos e na qualidade de seus produtos e serviços. Outro dado importante
é o fato deste método ser de fácil compreensão e adaptável dentro de qualquer
modelo de organização.
Na figura a seguir, podemos ver, de forma ilustrativa, os oito passos que compõem
a metodologia 8D. Após a contextualização deste método, iremos abordar cada
um dos passos representados na imagem.
DESTAQUE
Fontes: 123R.
O Diagrama de Ishikawa
Subcausa
Causa Causa
Subcausa
Subcausa
Problema
Subcausa Causa Causa
Causa Causa
Causa Causa
Subcausa Subcausa
Diagrama de Pareto
140 100
90
120
80
100 70
60
80
50
60
40
40 30
20
20
10
0 0
Atraso na Atraso da Produto Faturamento Separação Pedido Preço Outros
entrega transportadora danificado incorreto errada errado errado
5W2H
Objetivo Defina a sua meta, problema ou projeto de melhoria.
Responsável Definição
Ações Motivos Locais Prazos Custo
pela ação da ação
Falhas em
Defeito na placa
sistemas
eletrônica
Alto índice de eletrônicos
defeitos na Defeitos
fabricação de funcionais Conjunto motoredutor
equipamentos Falhas em
engripado
sistemas
mecânicos Defeito nas polias e
engrenagens
Método 8D
Início
2. Descrever o problema
N
A causa provável é a causa raiz?
S
5. Escolher e verificar as ações corretivas permanentes
7. Prevenir a recorrência
8. Felicitar a Equipe
Carta Controle: Método utlizado em formato de gráfico que tem como finalidade
o acompanhamento de um determinado processo, dentro de um controle
estatístico. Para que você entenda melhor: esse método demonstra estaticamente
os limites/faixas de tolerância (superior ou inferior).
Gráfico X Barra
1
Limite Superior
Limite Central
Limite Inferior
Peças
Gráfico de Amplitude
Limite Superior
Limite Central
Limite Inferior
Peças
Para Ford (1996) e Reis (2016), a metodologia 8D está dividida em oito passos,
assim descritos:
GLOSSÁRIO
Você já tinha ouvido falar nesta sigla antes? Pois bem, a sigla vem do
termo inglês QFD - Quality Function Deployment -, que, na tradução para o
português, quer dizer Desdobramento da Função da Qualidade.
Para Abreu (1997), a utilização do QFD tende a trazer outros benefícios para as
empresas que aplicam o método em seus modelos de negócios. Quer ver alguns
exemplos de melhorias? A redução no tempo e custo de desenvolvimento de
produtos, melhoramento em trabalhos em equipe e uma eficiente comunicação
interdepartamental (comunicação entre os diversos departamentos de uma
determinada empresa).
50 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante
Segundo Miguel (2008), o QFD começou a ficar conhecido por meio de um artigo
de Akao e Ohfugi (1989) apresentado na International Conference Of Quality
Control, realizada na cidade do Rio de Janeiro. A disseminação do QFD em
nosso país aconteceu a partir de 1990 com influência de esforços entre a Fundação
Cristiano Ottoni (FCO), da escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), da Japan Overseas Development Corporation (JODC) e da Sadia
Concórdia S.A. Desde então, vários grupos de pesquisas de diversas universidades
começaram a realizar trabalhos com o uso do QFD nos mais variados segmentos
empresariais.
Martins e Laugeni (2006) definem o QFD como uma ferramenta que consegue
ligar o projeto de produtos ou serviços ao processos que os geram. Para esses
autores, o QFD consiste em traduzir as necessidades dos consumidores para
cada uma das etapas que compõem o desenvolvimento ou andamento de um
produto ou serviço. Já a Casa da Qualidade ou Matriz da Qualidade é formada
por meio do cruzamento entre as respostas obtidas na tabela da voz do cliente
e as respostas recebidas no quesito que dize respeito à qualidade exigida dos
consumidores. Essas informações recebidas terão ainda interface (correlação)
com as respostas que compõem a tabela das características de qualidade, ou
seja, com a voz da engenharia. Assim, essa matriz é entendida e desenvolvida
com a finalidade da execução de um projeto de qualidade, organizado pelas
qualidades exigidas pelos clientes. É por meio desse instrumento, denominado
de QFD, que é construída a Matriz da Qualidade, que buscará responder a seis
perguntas-chave. Com relação às respostas, normalmente poderão ser obtidas
por uma reunião com clientes e/ou com uma equipe técnica da empresa em
questão, conforme a fase em que está sendo desenvolvido o QFD.
Metodologias para Solução de Problemas | UNIDADE 2 51
Casa da Qualidade
Porta de carro X
X
6. Interações
V
X V
3. Voz da
engenharia
2. Análise da
concorência
1. Voz do Importância
cliente relativa
V X N A B C
A B C N
V
V V N A C B
V V V
4. Correlação
Relações
V - Positiva
X - Negativa
Carros
N - Nosso carro
A - Carro A
B - Carro B
5. Comparação técnica C - Carro C
Vamos buscar outro exemplo, agora utilizando o Método QFD. Esse exemplo
vem do Blog da Qualidade, que é de autoria de Rosemary Martins, baseado
no livro de Rodrigues (2014) e intitulado “Passo a passo para a construção da
Casa da Qualidade (QFD)”. Ele será utilizado para exemplificar um produto
muito conhecido por nós brasileiros, o “cafezinho”, como segue:
EXEMPLO:
Vamos dividir essa análise por quesitos importantes sobre algumas expectativas
que um cliente possa ter ao relacionar o produto “cafezinho”. Neste momento,
começamos utilizando o QFD (para elaborar, passo a passo, a matriz, que ao
final resultará na “Casa da Qualidade”) para definições de algumas metas e
sugestões de novas ações e procedimentos.
54 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante
PRODUTO: Cafezinho
• Quente
• Estimulante
• Saboroso
• Baixo preço
Requisitos
do Cliente Importância
para o cliente
Quente 5
Estimulante 2
Saboroso 4
Baixo preço 2
Notem que os valores representados na figura que vimos há pouco são os graus
de importância dos requisitos dos clientes. Eles também são obtidos através de
uma pesquisa com o cliente, que reflete a hierarquização de sua opinião em uma
escala de 1 (menor) a 5 (maior).
• Temperatura do cafezinho
• Quantidade de cafeína
• Componente do sabor
• Componente do aroma
• Preço de venda
• Volume
Metodologias para Solução de Problemas | UNIDADE 2 55
Requisitos
do Projeto
Requisitos
do Cliente
Quente 5
Estimulante 2
Saboroso 4
Baixo preço 2
Requisitos
do Projeto
Requisitos
do Cliente
Quente 5
Estimulante 2
Saboroso 4
Baixo preço 2
Relação
Forte
Médio
Fraco
Requisitos
do Projeto
Requisitos
do Cliente
Quente 5
Estimulante 2
Saboroso 4
Baixo preço 2
Relação Relação
Positiva Médio
Negativa
Requisitos Benchmarking
do Projeto Externo
Requisitos
do Cliente R1 R2
Quente 5 3 5
Estimulante 2 1 3
Saboroso 4 3 3
Baixo preço 2 5 1
Relação Relação
Positiva Médio
Negativa
Requisitos Benchmarking
do Projeto Externo
Requisitos
do Cliente R1 R2
Quente 5 3 5
Estimulante 2 1 3
Saboroso 4 3 3
Baixo preço 2 5 1
Benchmarking
4 2 3 3 1 4
Interno
Relação Relação
Positiva Médio
Negativa
Requisitos Benchmarking
do Projeto Externo
Requisitos
do Cliente R1 R2
Quente 5 3 5
Estimulante 2 1 3
Saboroso 4 3 3
Baixo preço 2 5 1
Meta Teor Teor Teor R$ V
XºC y% k% w% zz ml
Especificações
Benchmarking
4 2 3 3 1 4
Interno
Relação Relação
Positiva Médio
Negativa
Casa da Qualidade
Requisitos Benchmarking
do Projeto Externo
Requisitos
do Cliente R1 R2
Quente 5 3 5
Estimulante 2 1 3
Saboroso 4 3 3
Baixo preço 2 5 1
Meta Teor Teor Teor R$ V
XºC y% k% w% zz ml
Especificações
Benchmarking
4 2 3 3 1 4
Interno
Relação Relação
Positiva Médio
Negativa
VIDEO
SÍNTESE DA UNIDADE
Esta unidade buscou apresentar alguns conceitos que visam contribuir com a
melhoria da qualidade por meio de ferramentas adaptáveis e que podem ser
aplicadas em diferentes segmentos de organizações. Num primeiro momento,
foi abordada a metodologia MASP (Método de Análise e Solução de problemas),
que visa direcionar ações mais eficientes no melhoramento de processos
de produtos e serviços com oito fases de ação. Ainda no método MASP, foi
possível verificarmos que a ferramenta PDCA (Plan - Planejamento, Do -
Executar, Check - Verificar e Action - Agir) pode ser uma grande aliada em
ajudar a direcionar ações que vão desde a busca da identificação do problema
até a sua solução.
Num segundo momento, foi a vez de falarmos sobre a metodologia 8D, conhecida
como oito Disciplinas. Essa metodologia possui como função principal a busca
pela solução de problemas visando melhorias tanto de processos, quanto de
produto. Isso tudo ocorre com a perspectiva pensada na formação e capacitação
de uma equipe de trabalho eficiente e com reconhecimento por parte da empresa
(gestores) de esforços coletivos apresentados pelos funcionários.
REFERÊNCIAS
ABREU, F. S. QFD - desdobramento da função qualidade - estruturando a
satisfação do cliente. Revista de Administração de empresas-RAE. São Paulo, v.37.
n2, p.47-55. Abr./Jun.1997. Disponível em: <http://gg.gg/b7gf5>
FORD, Design Institute. Global 8-D Participant’s Guide. Michigan: Ford Motor
Company, Section 4.0, 1996.
ANOTAÇÕES
64 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante
77
unidade
3
Ferramentas Básicas
de Problemas
Prezado estudante,
OBJETIVO GERAL
Entender as diversas ferramentas básicas de Qualidade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Conhecer os conceitos dos 5S para um ambiente de Qualidade Total;
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Você sabe como funciona e para que serve o Programa 5S?
3. Você sabia que o método dos Seis Sigma promete ajudar as empresas a
reduzir a zero os defeitos de seus produtos?
78 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante
SEIRI SEITON
Separar Aquilo que é
claramente necessário deve ser
o necessário do deixado de forma
desnecessário. arrumada e ordenada.
Eliminar o Qualquer um deve
desnecessário. encontrar.
SHITSUKE
Disciplinar e
habituar a obedecer
sempre aquilo que
SEIKETSU foi determinado. SEISO
Manter o estado Limpar sempre e
de arrumação, manter bem limpo.
limpeza e ordem.
SEIRI
Senso de utilização;
SEITON
Senso de ordenação;
SEISO
Senso de limpeza;
SEIKETSU
Senso de saúde e higiene;
SHITSUKE
Senso de autodisciplina.
• Combate ao desperdício;
• Redução de custos;
• Liberação de espaços;
• Economia de tempo;
SEIRI Utilização, Seleção. • Ambiente mais seguro (recursos
adequados e em boas condições);
• Redução de consumo de água e
recursos naturais (economia e
redução de impactos ambientais).
Seguindo com alguns conceitos sobre o Programa 5S, Ribeiro (2015) nos ajuda
a pensar um pouco sobre quais são os fatores que levam várias empresas a
fracassarem na sua implantação ou durante o uso/manutenção do 5S. O autor
menciona ainda que o nível de insucesso na implantação do programa 5S chega
a ser alarmante, mas que não devemos nos desmotivar perantes esses dados.
Quer saber qual é esse nível? Vamos lá…
De cada 100 empresas, a maioria de médio e grandes portes, apenas
20 conseguem manter o programa funcionando três anos após a
implantação. Somente duas delas conseguem implantar todos os
5S. [...]. Porém, algumas falhas cometidas pelas empresas são fáceis
de apresentar: as lideranças não conhecem realmente os conceitos,
a metodologia e os benefícios dos 5S; as lideranças tratam o 5S
como um “Programa de Embelezamento” com resultados em curto
prazo e como forma de campanha; as lideranças são induzidas a
praticar o 5S em vésperas de auditorias ou visitas de clientes e alta
administração; as lideranças não associam o 5S aos indicadores
de performance; os auditores são os “policiais” do 5S. (RIBEIRO,
2015, p. 6)
Ainda segundo Ribeiro (2015), na maioria das vezes a metodologia usada pelas
organizações fracassam quando:
Escolha errada do Gestor do programa - Esse problema deve-se à escolha do
gestor do programa pela organização, sendo que muitas vezes o profissional não
tem habilidade nem perfil para gerir e operacionar o programa.
Metodologia de Implantação do 5S
Consolidação dos 3
primeiros “S“?
Lançamento do 5S e ações
Treinamentos com ênfase
sistemáticas de descarte,
nos 2 últimos “S”
ordem e limpeza
• Auditoria;
• Discussão de Metas;
• Plano de Ação;
• Ações de Melhorias.
Consolidação
dos 5S?
Ações sistemáticas de saúde,
padronização e autodisciplina Certificação
A segunda imagem está caracterizada com exemplos ilustrativos das fases das
capacitações das auditorias e a prática de auditar, seguido dos planos de ações e
divulgações dos resultados.
Auditorias de 5S
DESTAQUE
Você sabia que os auditores podem ser os próprios gestores internos? Vamos
ver um exemplo? A criação de uma equipe de funcionários para que, em
dias específicos, (normalmente não esporádicos e de surpresa), os mesmos
possam realizar as auditorias.
• Vincula o 5S à gestão
Órgão da Qualidade, • Quando a empresa ainda não
da Qualidade Total ou ao
Gestão Estratégica, tem o Órgão da Qualidade,
Sistema de gestão adotado
Lean, Secretaria TPM Gestão Estratégica, Lean, TPM.
pela empresa.
• Dificuldade de compatibilizar
horários de reunião;
• Envolve pessoas de • Em geral, apenas alguns
Comitê vários processos da (gestores e/ou funcionários)
Interdepartamental empresa, descentralizando comprometem-se efetivamente;
a sistemática. • Alguns componentes envolvem-se
totalmente com a rotina, não
dedicando tempo à promoção do 5S.
• Enfatiza o homem;
• Possui profissionais
especializados em seres • Tende a teorizar muito o assunto;
humanos (psicólogo,
Órgão de Recursos • Nem sempre as ações do órgão
assistente social,
Humanos conseguem comprometimento efetivo
segurança e saúde);
de outros departamentos.
• Possibilita
aperfeiçoamento da política
de Recursos Humanos.
DESTAQUE
REFLETINDO
GLOSSÁRIO
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre o Programa 5S, você pode acessar o vídeo do
Instituto Montanari no link a seguir: http://gg.gg/b7gyr.
88 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante
Requisição Requisição
Entrega Entrega
Fornecedor
Cliente Produção
Vamos voltar a falar sobre o sistema Kanban, caracterizado pelo método de utilização
de cartões, que funcionam como sinalizadores dentro de um processo de produção.
Assim, ele serve para sinalizar, como por exemplo, o processo a ser realizado (status
atual). Segundo Aguiar e Penaldo (2007), a finalidade do cartão Kanban é para
puxar (dar seguimento e agilidade) a produção quando um determinado produto
90 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante
Cartão Kanban
GMID
Código da peça
170005
DESCR:
B Pillar Upper LH Nome da peça
53018-60011
Montagem n° 2
Nome do Item Usado em FJ
Linha de pressão do radiador Carro tipo (I)
Fundição
21
Ohashi Tipo de caixa
Especial
Prateleira n°
1 - Embaixo
Kanban de pedido de peças
Capacidade
da caixa 30
50
Fonte: Universidade La Sale EaD.
Para Tubino (2000) e Guedes (2010), existem quatro tipos de Kanban que podem
ser contextualizados como:
Avaliação do Departamento
Seiri
Seiton
Seiso
Seiketsu
Shitsuke
DESTAQUE
Para Aguiar (2012), o Programa Seis Sigma começou a ser difundido por volta
de 1987, quando começam a ser conhecidos os resultados obtidos pela empresa
Motorola e divulgados os ganhos obtidos pela empresa General Electric (GE)
e de outras empresas do mesmo porte na época com a adoção da metodologia.
DESTAQUE
Para Werkema (2012, p. 15) o Programa Seis Sigma deve ser entendido de forma
ampla, conforme vamos demonstrar a seguir:
Na tabela que veremos a seguir, apresentada por Werkema (2012, p.17), podemos
ver as melhorias alcançadas no padrão Seis Sigma. Segundo a autora, esses
benefícios podem ser definidos como níveis da qualidade traduzidos para a
linguagem financeira.
Para que você possa entender melhor o ganho que a empresa irá obter com essa
metodologia, veja, no quadro a seguir, a evolução do nível de qualidade pela
proximidade de se conseguir chegar a um percentual “perto de zero”, que é o
número de defeitos a cada 1 milhão de peças produzidas. Note que a média de
3,4 peças defeituosas chega quase a 100% (99,99966%) e o baixo custo da não
qualidade em menos de 1% (percentual do faturamento da empresa).
98 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante
Três Sigma
66.807 25 a 40%
(93,32% conforme)
Cinco Sigma
233 5 a 15%
(99,98% conforme)
O Programa Seis Sigma, segundo Aguiar (2012), tende a promover uma mudança
no âmbito cultural dentro de uma empresa. Para o autor, é possível, após a sua
implementação, ocorrer uma mudança radical no posicionamento da empresa
em relação aos seus problemas, identificando e resolvendo os mesmos.
Sistema de Gestão
Planejamento Estratégico
Produtos
O que podemos de fato afirmar é que não existe uma “forma padrão”, pois
cada empresa deve adotar um procedimento/método/ferramenta mais adequada
à sua cultura organizacional. Apesar disso, conforme afirma a autora, é preciso
que a empresa respeite os requisitos básicos do Lean e do Seis Sigma, que são
necessários para o seu sucesso.
C - Control - (Controlar) - Garantir que o alcance da meta seja mantido a longo prazo.
Quem é o cliente e Como o processo Quais são as Como as causas Quais ações são
quais são as suas está definido e causas mais dos defeitos necessárias para
necessidades? como os defeitos importantes poderão ser sustentar a
são medidos? dos defeitos? eliminadas? melhoria?
- Análise de alternativas;
Improve - Elaborar plano de ação;
- Propor/Avaliar/Implementar mudanças no processo.
O método DMAIC, segundo Aguiar (2012), foi desenvolvido tendo como base
o PDCA. Segundo o autor, a figura que veremos a seguir é uma equivalência
entre o DMAIC aliado às melhorias do método PDCA. Ambas podem
contribuir de forma mais eficiente para o alcance dos resultados esperados
pelo Programa Seis Sigma.
102 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante
SÍNTESE DA UNIDADE
Esta unidade buscou desenvolver alguns conceitos em prol da qualidade, tendo
em vista a busca do aprimoramento de boas práticas produtivas dentro do
ambiente organizacional. Sabemos que o processo de globalização econômica
ajuda na abertura de novos mercados, novos negócios e novos produtos.
Com esses fatores, cada vez mais é exigido que as empresas estejam sempre em
busca de uma melhoria contínua em seus sistemas produtivos.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, G. F. e Peinado, J. Compreendendo o Kanban: Um ensino interativo
ilustrado. Revista da Vinci, Curitiba. v.4. p. 133-146, 2007.
WERKEMA, C. Criando uma Cultura Lean Seis Sigma. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
Ferramentas Básicas de Problemas | UNIDADE 3 105
ANOTAÇÕES
106 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante
95
unidade
4
Ferramentas Gerenciais
de Qualidade
Prezado estudante,
OBJETIVO GERAL
Compreender e aplicar as ferramentas gerenciais de Qualidade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Estudar e compreender conceitos de Gestão da Qualidade;
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Você sabe o que é Qualidade Total e quais são as dimensões e resultados
que podem ser alcançados utilizando essa metodologia?
DESTAQUE
Controle de Qualidade
Componentes da Qualidade Total
Qualidade
a) Produto/Serviço Cliente, Vizinho
b) Rotina
Custo
Cliente, Acionista,
a) Custo
Qualidade Funcionário e Vizinho
b) Preço
Total
Entrega
(Para satisfazer
a) Prazo certo
as necessidades Cliente
b) Local certo
das pessoas)
c) Quantidade certa
Moral
Funcionário
a) Funcionários
Segurança
Cliente, Funcionário
a) Funcionários
e Vizinho
b) Usuários
1. Qualidade
O componente qualidade na esfera da Qualidade Total abrange as características
específicas dos produtos envolvidos, sejam eles bens ou serviços, tendo o objetivo
de atingir a satisfação dos clientes e seus consumidores. A qualidade deve estar
caracterizada pela ausência de defeitos, e a pessoa responsável por essa etapa
deve ter clareza que os atributos do produto/serviço não devem ser esquecidos,
como por exemplo: agradar, conquistar e fidelizar o consumidor final.
2. Custo
O componente custo engloba os custos operacionais (fabricação do bem ou
fornecimento do serviço), além dos custos de compra de matéria-prima,
de recrutamento e de treinamento dos funcionários. Vale lembrar que o custo
resulta do projeto, da fabricação e da funcionalidade do bem ou serviço; já
o preço está condicionado ao mercado e relacionado a funções como: valor
98 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante
3. Entrega
Esse componente está relacionado à entrega dos produtos finais e intermediários
de uma empresa. A entrega deve sempre ocorrer na quantidade, no prazo e no
local correto.
4. Moral
Esse componente é responsável por medir/mensurar o nível de satisfação das
pessoas que trabalham dentro de uma organização. Devemos imaginar que os
produtos (bens e serviços) entregues aos clientes são produzidos por uma equipe
de funcionários, e a expectativa é de que a produção esteja inserida em um bom
ambiente de trabalho. Já o ambiente e o clima organizacional tendem a favorecer
uma boa qualidade dos bens e serviços, em atendimento às necessidades dos
clientes. O nível de satisfação dos funcionários de uma empresa deve ser medido
por índices como: baixo número de faltas (não comparecimento às atividades
profissionais), demissões e reclamações trabalhistas, entre outros.
5. Segurança
Essa dimensão da Qualidade Total refere-se à segurança dos funcionários que
trabalham para a empresa, nunca esquecendo dos usuários dos bens e serviços
produzidos. Os produtos não devem causar acidentes aos clientes, assim como
devem ser evitados acidentes dentro do ambiente da empresa.
DESTAQUE
SAIBA MAIS
Por outro lado, um cliente dificilmente comprará um produto que não cumpra
adequadamente a sua função ou que não seja seguro. Mesmo que ele tenha
um preço mais baixo, o cliente sempre levará esses fatores em consideração
na hora da compra.
DESTAQUE
Figura 4.1 – Diagrama de Causa e Efeito / Diagrama de Ishikawa / Diagrama Espinha de peixe.
Método
Material
Mão de obra
Problema
Causa Causa Causa
Máquina
Meio
Medida
Ambiente
DESTAQUE
Métodos ou Informações do
Insumos
Procedimentos Processo ou Medidas
EFEITO
PRODUTO
Características
Condições da Qualidade
Pessoas Equipamentos
Ambientais
6M Descrição
Método Procedimentos, manuais, instruções de trabalho.
DESTAQUE
b d
a
c e
Roupas
danificadas em
f uma lavanderia
i
h
g j
Condições
Pessoas Equipamentos
Ambientais
Vamos buscar refletir sobre a qualidade, sendo que agora devemos pensar que
ela estará diretamente ligada à qualidade ambiental, mais precisamente sobre
eventuais impactos que a produção de um produto pode causar, mesmo que
minimamente, no nosso meio ambiente.
b. Prioridade nº 2: Minimizar
Não podendo eliminar integralmente o poluente, deve-se minimizar sua
geração.
Minimização de Reutilização de
resíduos e emissões resíduos e emissões
Modificação Modificação
Estruturas Materiais
no processo no produto
Ainda segundo Alves e Freitas (2013), a decisão mais acertada para gestores
quando optarem pela passagem para o nível 3 é a “reutilização de resíduos e
emissões”. Essa fase deve ser realizada somente após encerradas as opções dos
níveis 1 e 2.
Características
Ferramentas Pontos fortes Pontos fracos
básicas
ambientais no desenvolvimento
Sistema de Gestão Ambiental
Integração de aspectos
Rotulagem Ambiental
(ISO 14015 e 19011)
(ISO 14001 e 14004)
Auditoria Ambiental
Podemos perceber ainda que a Gestão Ambiental (ISO 14000) está representada
em duas etapas: Melhorias nos Processos e Melhorias nos Produtos.
O SGA tem como objetivo principal garantir um bom acompanhamento
de todo o processo produtivo. Ele inicia-se na procedência e utilização das
matérias-primas, passa pelo processo de fabricação e distribuição dos produtos,
e finaliza com o controle, preocupação e destinação dos resíduos gerados durante
todo o percurso.
Outro ganho com o uso do SGA dentro das organizações está no envolvimento
e empenho dos funcionários e gestores na busca dos resultados em ganhos de
gestão ambiental. O SGA, assim como o Diagrama de Causa e Efeito, busca o
melhoramento contínuo em seus processos, através do Ciclo do PDCA, sempre
visando à qualidade da gestão.
• Políticas e procedimentos;
• Acompanhamento da legislação e da sua influência sobre as atividades;
• Objetivos e metas;
Planejamento • Alocação de recursos.
• Organização da gestão;
• Estrutura organizacional;
• Níveis de autoridade e responsabilidade.
Organização
• Comprometimento;
• Avaliação e gestão dos riscos;
• Revisão dos projetos e programas ambientais;
• Programas ambientais específicos;
Implementação
• Motivação e delegação.
MELHORIA CONTÍNUA
Cabe ressaltar que o Ciclo do PDCA não é utilizado apenas nas normas de
um Sistema de Gestão da Qualidade. Essa metodologia pode também ser
implementada em outros departamentos dentro de uma determinada empresa.
É possível citar como exemplo as questões ligadas à área da Saúde, ou seja, no
bem-estar de funcionários, assim como no setor responsável pela Segurança do
Trabalho de seus colaboradores.
112 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante
Nesse sentido, questões ligadas à Gestão da Qualidade fazem com que muitas
empresas optem por ampliá-las, indo em direção aos princípios ligados à
Responsabilidade Social, sendo este o último tópico a ser abordado neste livro,
conforme veremos a seguir.
Ferramentas Gerenciais de Qualidade | UNIDADE 4 113
Você sabia que quando uma empresa opta pela prática da Responsabilidade
Social, essa atividade sempre é de forma voluntária? Pois bem, quando uma
organização adota ou quer manter e/ou melhorar suas posturas e comportamentos,
as ações que envolvem a Responsabilidade Social estarão alinhadas à promoção
do bem-estar de seus públicos internos e externos.
Eon (2015) explica que a responsabilidade social é uma prática que, por vezes,
pode ser confundida como ações que são impostas por leis e por governos
federais, assim como também não está ligada a quaisquer incentivos externos,
como deduções fiscais. O conceito dessa prática gira em torno de um visão
que envolve benefícios de âmbito coletivo. Para ficar ainda mais claro, a
responsabilidade social é pensada na melhoria da qualidade de vida do público
interno (funcionários, acionistas, etc) ou públicos externos (comunidade,
parceiros, clientes, consumidores, meio ambiente, etc).
Mito 4: A empresa não deve assumir esse papel, sendo esse de responsabilidade
do governo.
Para Eon (2015), uma empresa que queira tornar-se responsável socialmente deve
ter em mente que irá necessariamente desempenhar suas atividades pensando
suas responsabilidades em sete quesitos, sendo eles:
Seja Ético
Responsabilidade Obrigação de fazer o que é certo e justo; evite
Ética causar danos.
Cumpra a Lei
Responsabilidade A lei é a codificação, pela sociedade, do que é
Legal certo e errado; obedaça às regras.
Seja Lucrativo
Responsabilidade O fundamento sobre o qual repousam todas
Econômica as outras responsabilidades.
• ISO 14000: A ISO 14000 é apenas mais uma das certificações criadas
pela International Organization for Standardization (ISO). A ISO
14000, parente a ISO 9000, dá destaque às ações ambientais da empresa
merecedora da certificação;
• AA1000: A AA1000 foi criada em 1996 pelo Institute of Social and Ethical
Accountability. Essa certificação de cunho social enfoca principalmente a
relação da empresa com seus diversos parceiros ou “stakeholders”. Uma
de suas principais características é o caráter evolutivo, já que ela é
caracterizada por ser uma avaliação regular (anual);
GLOSSÁRIO
SÍNTESE DA UNIDADE
Essa quarta e última Unidade buscou apresentar, em um primeiro
momento, os conceitos de Gestão da Qualidade por meio de métodos
e metodologias, como por exemplo o Diagrama de Causa e Efeito.
No que tange às abordagens sobre a temática de Qualidade Total, apresentamos
uma breve explanação das dimensões e resultados que uma organização pode
alcançar utilizando esse método na busca contínua de qualidade.
Por fim, foi possível refletir sobre os conceitos de uma gestão pensada na
Responsabilidade Social. Vale lembrar que a Responsabilidade Social busca,
prioritariamente, a qualidade de vida dos funcionários, clientes e da sociedade
como um todo.
120 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante
REFERÊNCIAS
ALVES, I,J.B.R. FREITAS,L.S. Análise comparativa das ferramentas de gestão
ambiental: produção mais limpa X Ecodesign. In: LIRA, W.S,C NDIDO, G.A.,
(Orgs) Gestão sustentável dos recursos naturais: uma abordagem participativa
[online]. Campina Grande: EDUEPB, 2013 p. 193-212.
FIESP ISO 14000:2005 Saiba o que muda na nova versão da Norma. Disponível em:
http://gg.gg/b7kik. Acesso em: jul. 2017.
HEMEL, C.V.; CRAMER, J. Barriers and stimuli for ecodesign. In: SMEs. Journal of
cleaner Production. V. 10, p 439-453. Elsevier, 2002.
VAN HEMEL, C.; CRAMER, J. Barriers and stimuli for ecodesign. In: SMEs.
Journal of Cleaner Production, v. 10, n. 5, p. 439-453, 2002.
ANOTAÇÕES
122 GESTÃO DE QUALIDADE | Robson da Silva Constante