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LINGUAGEM
Ângela Kroetz dos Santos
Gilberto Fonseca
COMUNICAÇÃO E
LINGUAGEM
 ngel a K roet z dos S antos
G ilberto F onseca
1ª E dição
J a neiro | 2020
Gestão Universidade
Reitor Prof. Dr. Paulo Fossatti - Fsc
Vice-Reitor, Pró-Reitor de Pós-grad., Prof. Dr. Cledes Casagrande - Fsc
Pesq. e Extensão e Pró-Reitor de Graduação
Pró-Reitor de Administração Vitor Augusto da Costa Benites
Diretora de Graduação Profª. Dr.ª Cristiele Magalhães Ribeiro
Diretor de Extensão e Pós-Graduação Lato Sensu Prof. Me. Márcio Leandro Michel
Diretora de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu Profª. Dr.ª Patricia Kayser Vargas Mangan
Diretor Administrativo Denir Machado
Diretor de Marketing e Relacionamento Cleiton Bierhals Decker
Procuradora Jurídica Michele Wesp Cardoso
Assessor de Assuntos Interinstitucionais e Internacionais Prof. Dr. José Alberto Miranda
Assessor de Inovação e Empreendedorismo Prof. Dr. Jefferson Marlon Monticelli
Chefe de Gabinete Prof. Dr. Renaldo Vieira de Souza
Gestão EaD
Coordenadora Pedagógica Profa. Me. Michele de Matos Kreme
Coordenador de Produção Prof. Dr. Jonas Rodrigues Saraiva
ISBN 978857257014-5
CDU: 81’42
Gilberto Fonseca
Prezado aluno,
Bons estudos!
Sumário
UNIDADE 1
O Processo da Comunicação................................................................................................................. 9
Objetivo Geral ....................................................................................................................................... 9
Objetivos Específicos ........................................................................................................................... 9
Questões Contextuais............................................................................................................................ 9
1.1 Introdução........................................................................................................................................10
1.2 Origem do Processo Comunicativo..................................................................................................12
1.3 Os Elementos da Comunicação.......................................................................................................16
1.4 Ruído na Comunicação....................................................................................................................18
1.5 As Funções da Linguagem...............................................................................................................20
1.6 A Noção de Interlocutor...................................................................................................................22
1.7 Adequação da Linguagem à Situação Comunicativa.....................................................................24
1.8 Comunicação e Gêneros Textuais....................................................................................................26
1.8.1 Gênero, Tipo e Domínio Textuais....................................................................................................... 26
Síntese da Unidade.............................................................................................................................. 32
Referências.......................................................................................................................................... 33
UNIDADE 2
Da Leitura à Compreensão Textual..................................................................................................... 35
Objetivo Geral ..................................................................................................................................... 35
Objetivos Específicos ......................................................................................................................... 35
Questões Contextuais.......................................................................................................................... 35
2.1 Introdução........................................................................................................................................36
2.2 Leitura e suas Interfaces.................................................................................................................38
2.3 Leitura e Compreensão: o Papel do Leitor......................................................................................40
2.3.1 Estratégias de Leitura: Existe umaFórmula Eficaz?........................................................................... 41
2.3.2 Estratégias de Leitura: Aplicação...................................................................................................... 44
2.4 Esquemas de Leitura........................................................................................................................51
2.5 Interpretação e Intertextualidades..................................................................................................53
2.6 Interpretação de Textos Não Verbais...............................................................................................58
2.7 Interpretação de Questões Modelo ENADE......................................................................................61
2.7.1 Questão Modelo ENADE 1................................................................................................................. 61
2.7.2 Questão Modelo ENADE 2:................................................................................................................ 63
Síntese da Unidade.............................................................................................................................. 65
Referências.......................................................................................................................................... 66
UNIDADE 3
A Articulação da Escrita...................................................................................................................... 69
Objetivo Geral ..................................................................................................................................... 69
Objetivos Específicos ......................................................................................................................... 69
Questões Contextuais.......................................................................................................................... 69
3.1 Introdução........................................................................................................................................70
3.2 A Escrita na Contemporaneidade....................................................................................................72
3.3 Estruturas Básicas da Escrita: Frase e Parágrafo...........................................................................73
3.4 Texto e Fatores de Textualidade......................................................................................................78
3.4.1 A Coesão.......................................................................................................................................... 80
3.4.2 A Coerência...................................................................................................................................... 85
3.5 Estrutura do Texto Argumentativo...................................................................................................87
3.6 A Construção do Texto Argumentativo: Passo a Passo..................................................................89
Síntese da Unidade.............................................................................................................................. 93
Referências.......................................................................................................................................... 94
UNIDADE 4
O Texto em Ação.................................................................................................................................. 97
Objetivo Geral ..................................................................................................................................... 97
Objetivos Específicos ......................................................................................................................... 97
Questões Contextuais.......................................................................................................................... 97
4.1 Introdução........................................................................................................................................98
4.2 Gêneros Acadêmicos........................................................................................................................99
4.2.1 Resenha........................................................................................................................................... 99
4.2.2 Resumo.......................................................................................................................................... 101
4.2.3 Ensaio............................................................................................................................................ 103
4.2.4 Mapa Mental.................................................................................................................................. 105
4.2.5 Seminário e Apresentação de Trabalho........................................................................................... 108
4.3 Dúvidas Gramaticais Recorrentes.................................................................................................117
Síntese da Unidade............................................................................................................................ 120
Referências........................................................................................................................................ 121
unidade
1
O Processo da Comunicação
Prezado estudante,
OBJETIVO GERAL
Estudar noções do processo comunicativo e seus elementos, as funções
da linguagem e os gêneros textuais, com o objetivo de compreender a
estrutura da comunicação e seus componentes essenciais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Refletir sobre a origem da comunicação e sua importância;
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Você já refletiu sobre o papel da comunicação na sua vida?
1.1 Introdução
Você já parou para pensar sobre a maneira como se comunica com as outras
pessoas? Esse processo, que parece intuitivo, não tem nada de aleatório e se
organiza por meio de elementos essenciais. Entender esses elementos e suas
funções contribuirá para que você se aproxime do universo da linguagem e se
expresse de forma mais efetiva.
Você se comunica desde sempre. Quando bebê, ao chorar, manifestava aos outros
as suas necessidades básicas. Suas primeiras palavras faladas e, posteriormente,
escritas fizeram parte de um processo evolutivo que o conduziu até aqui,
permitindo que, neste momento, você curse o ensino superior. A comunicação
está intimamente ligada ao seu processo de socialização e de crescimento
pessoal e profissional. Nesse sentido, é importante que você reflita de forma
crítica sobre como interage com a linguagem e sobre o papel dela na sua vida.
Origem do
processo
comunicativo
Comunicação e Os Elementos
Gêneros Textuais da Comunicação
Adequação da Ruído na
Linguagem Comunicação
A Noção As Funções
de Interlocutor da Linguagem
Z W E G L K A N M L K
zayin waw he gimel lamedh kaph aleph nun mem lamedh kaph
Y T H T SH R Q S P O/Pausa S
yodh teth heth taw shin resh qoph sadeh peh ayin samekh
Fonte: http://gg.gg/cvlca.
VÍDEO
Um elemento não previsto por Jakobson, mas que merece a nossa atenção é o
feedback. Sendo o processo comunicativo um processo interacional, ele não se
sustentaria sem a resposta do interlocutor ao emissor.
O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 17
Contexto
Mensagem
Canal Código
Emissor Receptor
Feedback
Você recebe um e-mail com orientações de acesso ao LEX de seu tutor. O tutor,
neste caso, é o emissor da mensagem e você, logicamente, o receptor. O canal
comunicativo escolhido foi o e-mail, e o conteúdo da mensagem, as instruções
necessárias para o acesso ao ambiente virtual de aprendizagem. O código,
comum entre emissor e receptor, é a língua portuguesa. O contexto, aquilo que
circunda a mensagem, o assunto, é o início das aulas e a necessidade de acesso
ao LEX.
Quando você responde ao e-mail está dando o feedback, fechando, dessa forma,
o processo comunicativo, que poderá ser reaberto com alguma dúvida que você
possa ter, invertendo, assim, os papéis de emissor e receptor entre você e seu
tutor.
18 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca
Fonte: http://gg.gg/cvlf6.
Assim, você poderia perguntar: se todos os elementos estão presentes, o que deu
errado? Por que há ruído nessa comunicação?
Como você pode perceber, uma simples falha em qualquer um dos elementos da
comunicação pode colocar em risco todo o processo.
VÍDEO
Por fim, quando a linguagem comunicativa é utilizada para falar sobre ela
mesma, a predominância é da função metalinguística, focada no código.
Imagine a seguinte situação: você precisa gravar um vídeo para uma atividade
e procura dicas de como gravar e editar esse vídeo no YouTube. Percebeu?
Para gravar um vídeo, você assiste a um vídeo. Da mesma forma, se você
precisa do significado de determinada palavra e consulta um dicionário,
você está procurando uma palavra para explicar outra palavra.
função referencial
Contexto
função poética
Canal Código
função fática função
metalinguística
Observe as situações:
Fonte: http://gg.gg/cvlh6.
Na primeira tira, Hagar, enquanto receptor, seleciona o que lhe interessa dentre
todos os eventos informados pelo outro personagem, focando somente naquilo
que lhe é conveniente, deixando clara a sua falta de atenção.
A língua é como a roupa, cada situação requer uma escolha. Imagine que você
está em um ambiente que exige um traje específico, como uma solenidade
de formatura, em que se espera que os formandos e os professores estejam
usando togas. A linguagem, nesse ambiente, também tenderá a ser mais formal.
Da mesma forma, em um ambiente informal, como um churrasco entre amigos,
imagina-se que as vestimentas sejam confortáveis e descontraídas e que a
linguagem também o seja.
Vamos supor que você recebeu de um amigo de infância e seu colega de escola um
pedido, por escrito, nos seguintes termos:
e) veste terno completo e usa gravata para proferir uma conferência internacional.
O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 25
Quanto aos tipos textuais, você não pode confundi-los com os gêneros,
já que são categorias ligadas à natureza linguística da composição (aspectos
lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo), ou seja, à maneira
de construir o texto. Marcuschi (2008) os define como modos textuais e os
classifica em narração, argumentação, exposição, descrição, injunção.
Um gênero pode ser formado por mais de um tipo textual. De acordo com Koch
e Elias (2008, p. 120), “a presença de vários tipos textuais em um gênero é
denominada de heterogeneidade tipológica”. Mais adiante você verá um exemplo
dessa ocorrência.
Por fim, o domínio textual diz respeito a uma “esfera da atividade humana”,
evidenciando as instâncias discursivas em que determinado gênero circula.
28 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca
Nesse sentido, existem gêneros próprios do discurso jurídico, como por exemplo
leis, contratos e editais, ou do discurso jornalístico, como editoriais, notícias e
artigos de opinião. Alguns gêneros podem circular em mais de um domínio ou
esfera, como, por exemplo, as leis, que são textos corriqueiros nos domínios
jurídico e político.
GÊNEROS TEXTUAIS
Religioso
Saúde
Receita médica, Consulta,
bula de remédio, parecer entrevista médica,
médico, receitas culinárias conselho médico
Industrial
Instruções de montagem, descrição
de obras, código de obras, avisos,
controle de estoque, atestado de Ordens
validade, manuais de instrução
Jurídico
Contratos, leis, regimentos e
Depoimentos, declarações,
estatutos, certidões, atestados,
inquérito judicial/policial,
certificados, diplomas, boletim de
ordem de prisão
ocorrência, editais, alvarás
Lazer
Piadas, jogos, adivinhas,
história em quadrinhos, Fofocas, piadas, adivinhas,
palavras cruzadas, horóscopo teatro
Militar
Ordem do dia, roteiro de
cerimônia oficial, roteiro de Ordem do dia
formatura, lista de tarefas
Ficcional
Épico/lírico/dramático, poemas, Fábulas, contos,
contos, fábulas, histórias em lendas, teatros
quadrinhos, romances
Político
Panfleto, santinho, plano Discurso, debate
de governo, leis
Artístico/Cultural
Letra de música, painel de museu,
roteiro de teatro, roteiro de viagem, Palestras, eventos culturais
romance, quadro, obra de arte,
roteiro de evento
Esportivo
Narração de jogos,
Roteiro de eventos esportivos programas esportivos de
TV e rádio, entrevistas
Figura 1.12 – Gênero reportagem | Domínio discursivo jornalístico | Os emojis são a linguagem
universal?.
MEIO UNIVERSAL
Criado no Japão no final dos anos 1990, o emoji – palavra japonesa formada por e
(“figura”, picture), mo (“escrita”, writing) e ji (“sinal”, character) – começou a se
popularizar na cultura ocidental por volta de 2009 [...]. Tanto a linguagem já foi
incorporada por usuários do mundo todo que a palavra escrita mais popular de 2014
não foi uma palavra, mas sim o emoji de coração vermelho. Para elaborar a lista, a
Global Language Monitor analisou blogs, redes sociais e 275 mil mídias de notícias no
mundo todo, e pela primeira vez ela foi liderada por um símbolo. “Os emoji produzem
sentido nas práticas discursivas no meio digital e são capazes de tornar a
interação virtual mais afetiva e dinâmica, propiciando rapidez nas trocas de
informações”, dizem as especialistas em ciências da linguagem Renata Fonte e
Roberta Caiado.
Como pictogramas, os emojis são usados para transmitir emoções, substituir um objeto
ou sugerir ideias abstratas construídas de acordo com o contexto social e cultural. Mas,
apesar do sucesso entre os usuários de smartphones, especialmente os da geração
Z (nascidos a partir de 1990), Renata e Roberta não acreditam nos emojis como
uma linguagem: “Eles podem substituir, complementar ou enfatizar o texto
escrito, e ainda representar a gestualidade corporal e facial presente nas
interações face a face, mas não vemos nenhum potencial no emoji para tornar-se
um idioma, muito menos universal”. [...]. “Mas a linguagem está em constante
evolução, [...] e não é difícil imaginar uma gramática emoji em desenvolvimento”.
GLOSSÁRIO
SÍNTESE DA UNIDADE
Nesta unidade, você foi convidado a refletir sobre a origem da comunicação e
sobre os elementos que constituem o processo comunicativo (emissor, receptor,
mensagem, canal, código e contexto, além do feedback, responsável por tornar
esse processo interacional). Você ainda foi apresentado ao conceito de ruído e
pôde, a partir dos exemplos apresentados, problematizar as dificuldades que
atrapalham a comunicação. Além disso, aprendeu as funções da linguagem
(emotiva, apelativa, poética, fática, metalinguística e referencial) e compreendeu
o papel do interlocutor e sua importância para que a comunicação, de fato,
aconteça. Por meio dos exemplos propostos, refletiu sobre a relevância da
adequação da situação comunicativa ao leitor e foi apresentado aos gêneros
textuais, entendendo como funciona a articulação textual para a construção de
sentidos.
O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 33
REFERÊNCIAS
FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Lições de Texto: leitura e redação. 5. ed. São Paulo:
Ática, 2009.
KOCH, I. V.; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. 2. ed.
São Paulo: Contexto, 2008.
ANOTAÇÕES
unidade
2
Da Leitura à Compreensão Textual
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem
foram organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com
um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação,
realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com
certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL
Refletir sobre a leitura e a compreensão textual, reconhecendo-as como
elementos fundamentais para a autonomia do sujeito e como processos
que requerem a construção de estratégias de interação que possibilitem a
adequada articulação entre autor-leitor-texto.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Refletir sobre a leitura e sobre como ela amplia a visão de mundo do
sujeito leitor;
• Buscar estratégias claras de leitura e compreensão de um texto;
• Compreender o processo de interpretação a partir da ativação de
conhecimentos prévios e do levantamento de inferências;
• Estudar a interpretação textual em contextos de intertextualidade;
• Estudar a interpretação em textos não verbais e mistos;
• Mapear o que é central e secundário em um texto, organizando esquemas
de leitura que facilitem a compreensão;
• Interpretar diferentes gêneros textuais, colocando em prática os estudos
da Unidade.
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Você já pensou sobre como acontecem os processos de decodificação e
de compreensão daquilo que lê?
2. Qual é a importância da leitura para você?
3. Por que ler é tão desafiador?
36 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca
2.1 Introdução
Você já pensou sobre como acontecem, em seu cérebro, os processos de
decodificação e de compreensão daquilo que lê? Embora não saibamos como,
complexas conexões neurais se estabelecem durante a leitura. Nosso desafio é,
pois, tornar esse evento o mais eficiente possível, obtendo o máximo de
aproveitamento do tempo que dedicamos à leitura.
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
Nesse sentido, é importante que você saiba que o processo de leitura vai muito
além da simples decodificação dos sinais gráficos que compõem as palavras.
Isso significa que ler não é o mesmo que compreender e interpretar um texto.
Compreender requer um esforço muito maior, ou seja, a reunião de vários
requisitos que, em conjunto, operam a construção de sentidos.
Leitura e suas
Interfaces
Leitura e
Interpretação de
Compreensão:
Questões ENADE
o Papel do Leitor
Interpretação de Esquemas
Texto Não Verbal de Leitura
Interpretação e
Intertextualidades
Fonte: http://gg.gg/cw9rc.
SAIBA MAIS
Para ler um texto, é preciso ter conhecimentos. E um dos pontos vulneráveis dos
estudantes brasileiros é, justamente, a bagagem de conhecimentos que trazem.
A falta de leitura é um entrave na construção dos conhecimentos prévios que,
por sua vez, são fundamentais para o bom entendimento de um texto. Você já
deve ter percebido que, nesse aspecto, existe uma relação de interdependência:
ler requer ter conhecimentos prévios e, para ter conhecimentos prévios, é
preciso ler.
Conhecimentos
Prévios
Faz parte da ação de ler interpretar aquilo que é lido. Não há uma forma única
de compreensão, porque os sentidos não são estabelecidos unicamente por quem
escreve. Um texto sempre é escrito por alguém para alguém, e este interlocutor
(o leitor) completa o sentido do texto, preenchendo suas lacunas ao contribuir
com o seu próprio repertório comunicativo. Esse aspecto é importante, porque
muda o foco de uma antiga concepção: a que trazia o autor como detentor
absoluto de sentidos.
Se é assim, cada leitor pode interpretar uma obra como quiser? Qual é o limite
que existe nessa relação?
DESTAQUE
Tendo em vista essa relação colaborativa entre autor, texto e leitor, a leitura
é, segundo Koch e Elias (2008, p. 11), “uma atividade interativa altamente
complexa de produção de sentidos”, que “requer a mobilização de um vasto
conjunto de saberes”. A interação pressupõe uma participação ativa do leitor
Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 41
Agora que você já conhece o importante papel do leitor, vamos explorar algumas
estratégias de leitura que podem ajudá-lo nesse percurso de desvendar um texto.
Seleção
Antecipação
Estratégias de Leitura Ativação de
Conhecimentos
Inferência Prévios
Verificação
DICA
GLOSSÁRIO
| GÊNERO REPORTAGEM |
| DOMÍNIO DISCURSIVO JORNALÍSTICO |
| Eduardo Szklarz e Bruno Garattoni |
| Adaptado de Revista Superinteressante |
| Out 2018 |
A ERA DA BURRICE
◄▬
Você já teve a impressão de que as pessoas estão ficando mais T Í T U L O
burras? Estudos apontam que, pela primeira vez na história,
a inteligência humana começou a cair. Entenda os possíveis◄▬
MANCHETE
motivos – e as consequências – disso.
De 0 a 160
Involução Natural
Os limites da razão
Vamos analisar o texto “A Era da Burrice” a partir das estratégias que estudamos.
Para dar conta da etapa de seleção, você deve fazer uma leitura rápida do texto.
Em um olhar superficial, chama atenção o título. Na manchete, evidencia-se o
fato de que as pessoas estão ficando mais burras e de que a inteligência humana
está caindo. O texto promete desvendar as causas e consequências desse fato.
Vemos também que ele é subdividido em etapas, introduzidas por subtítulos.
Esses elementos podem ou não chamar a sua atenção. Se você pudesse escolher,
teria interesse de ler essa matéria?
Partimos, então, para a etapa de inferência. Para realizá-la, você deve ler todo
o texto e fazer deduções com base nos caminhos oferecidos, pouco a pouco,
pela matéria. A seguir, destacamos algumas dessas INFERÊNCIAS (vide
trechos em destaque). Lembramos que estas são algumas possibilidades, mas
não as únicas. Cada leitor poderia sugerir outras inferências.
48 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca
Ou, ainda,
Em princípio, essas inferências feitas a partir do título poderiam ser negadas por
questões lógicas: o homem cria tecnologias cada vez mais modernas, então deve
ser inteligente; e hoje, muito mais do que no passado, o homem tem à disposição
muitas possibilidades de desenvolvimento pessoal, social e cognitivo, então
deve ser inteligente. Ora, se há indícios favoráveis à inteligência, como podemos
estar na era da burrice, como dizem o título e a manchete?
Quando iniciamos a leitura, o texto logo nos dá pistas. Ao citar que o tempo atual
é marcado por discussões inúteis, defesa de bobagens, perseguições e ameaças
(1º parágrafo), parece plausível dizer que o autor se refere à baixa inteligência
emocional das pessoas, já que elas estão mais intolerantes e têm dificuldade de
respeitar opiniões alheias. Então, será que o texto vai falar sobre inteligência
emocional, mostrando que é ela que está caindo?
O próprio texto sinaliza, nesse ponto, uma situação inusitada. Não se esperaria
que quem vai à escola tivesse resultados baixos de inteligência, nem que os
resultados de países desenvolvidos fossem ruins nesse quesito. O parágrafo 3
reforça que no século XX o QI aumentou no mundo todo em função da melhora
da saúde, nutrição e educação. Então, como explicar que no século 21, quando a
população tem mais acesso ainda a esses benefícios, a inteligência esteja caindo?
Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 49
GLOSSÁRIO
EUGENIA, palavra grega cujo significado é “boa origem”, foi uma teoria
seguida por Hitler, que visava a eliminar pessoas que apresentassem alguma
deficiência, visando a aperfeiçoar geneticamente a raça ariana.
Quanto à etapa de verificação, você já deve ter percebido que ela ocorreu quase
simultaneamente à etapa de inferência. Isso se deve ao fato de que, a cada
nova informação que líamos, comprovávamos ou rejeitávamos hipóteses que
havíamos levantado. O que ainda podemos fazer é voltar às nossas inferências
iniciais e verificar se agora temos respostas a elas. Assim:
As pessoas de hoje não são inteligentes? Não há como generalizar essa tese,
dizendo que todas as pessoas não são inteligentes. O texto evidencia que o QI
dos países desenvolvidos está caindo, e que muitas pessoas mostram atitudes
irracionais, o que faz crer que a inteligência, tanto cognitiva quanto emocional,
esteja caindo.
GLOSSÁRIO
Para que você entenda o que é um esquema, vamos construir um modelo a partir
do texto “A Era da Burrice”? Mãos à obra!
A inteligência
humana está
caindo
1º Parágrafo:
descrição do
problema Há sinais de queda
de inteligência
emocional
2º Parágrafo: Pesquisas
comprovação indicam a
do problema queda de QI
Conceito de QI;
3º Parágrafo: critérios de
descrição de QI pontuação do QI
A Era Genética
da Burrice
4º Parágrafo: Exposição
causas da queda excessiva à
de inteligência tecnologia
Prática de leitura e
escrita restritas
(smartphones)
Tendência do
homem de não
mudar de opinião
5º Parágrafo:
causas da queda
de inteligência Tendência do
homem de se achar
mais inteligente do
que os outros
Verifique que o nosso esquema foi construído com base nos parágrafos do
texto. A lógica partiu da captura da ideia central de cada parágrafo. Essa é uma
forma de construção, mas não a única. Você poderia dividir o texto em causas e
consequências da queda de inteligência, por exemplo. Os caminhos são muitos.
O importante é que você perceba o quanto esse exercício pode facilitar a sua
leitura.
DESTAQUE
2 GERENCIE O TEMPO
Organize-se de modo a incluir a leitura e os estudos
na sua vida. Acha que não é possível? Com esforço e
organização você encontra tempo para ampliar o
conhecimento.
3 ESTABELEÇA UM LOCAL
Hoje temos baixa capacidade de concentração devido
aos estímulos a que somos submetidos. Procure ler em
um local silencioso e propício à concentração.
5 CONCENTRE-SE
Concentrar-se é um exercício. Respire profundamente
(inspire e expire algumas vezes) para diminuir o ritmo e
focar a atenção na atividade que você vai executar.
6 RABISQUE O TEXTO
Faça anotações, resumos e esquemas. Isso facilita a
retomada do que é mais importante, favorecendo que
você retenha o que é essencial.
O filósofo russo Mikhail Bakhtin (1895-1975) afirmava que nada do que falamos
é novo, pois tudo o que dizemos vem de discursos anteriores, proferidos pelos que
nos antecederam. De acordo com essa ideia, tudo o que você diz traz resquícios
de outras vozes, já que você se respalda nas experiências e conhecimentos
obtidos ao longo da vida para sustentar posicionamentos.
GLOSSÁRIO
A Princesa e a Rã
Era uma vez... numa terra muito distante... uma princesa linda,
independente e cheia de autoestima.
Fonte: http://gg.gg/cvmia.
Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 55
Fonte: http://gg.gg/cw9tj.
SAIBA MAIS
Um gênero textual que utiliza muito a combinação de texto verbal e não verbal
é o anúncio publicitário. Nesses textos, geralmente os elementos não verbais são
fundamentais para que se alcance o objetivo, que é promover um produto, uma
empresa, uma causa, etc. Muitas vezes o entendimento de uma mensagem só é
possível quando se alia o texto verbal e o não verbal, como no exemplo abaixo:
60 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca
Os exemplos de textos não verbais que estudamos são apenas alguns dentre
muitas possibilidades. Outros exemplos de linguagem não verbal são: fotos,
mapas, gráficos, quadros, diagramas, charges, infográficos e demais gêneros
que utilizam a linguagem mista (verbal e não verbal).
DICA
II. apenas pela intertextualidade é possível saber quem são Adão e Eva, uma vez
que eles não aparecem como personagens explícitos da tira;
III. não é necessário ter nenhum conhecimento prévio para fazer a correta
interpretação da tira. Como a personagem Magali é conhecida como comilona,
não é difícil interpretar o final da tira.
a. apenas a I.
b. apenas a I e a II.
c. apenas a II e a III.
d. apenas a II.
e. apenas a III.
A afirmativa II também está correta. Adão e Eva não são personagens explícitos
da tira. As personagens que de fato aparecem são Magali e a serpente. Tanto
é assim que a cobra diz que “quem nasceu pra Magali nunca chegará a Eva”.
Entretanto, como temos um conhecimento prévio acerca da história bíblica de
Adão e Eva, percebemos a intertextualidade.
A afirmativa III está incorreta. É preciso, sim, ter conhecimento prévio para
interpretar a tira. Quem não conhece a história bíblica que embasa o texto não
conseguirá interpretá-lo.
Como você se saiu? Achou a questão difícil? Perceba que todos os elementos
necessários para a compreensão estão no texto. Vamos analisar mais uma
questão?
Da Leitura à Compreensão Textual | UNIDADE 2 63
Fonte: Revista Bolsa, 1986. In: CARRASCOZA, J. A. A evolução do texto publicitário: a associação
de palavras como elemento de sedução na publicidade. São Paulo: Futura, 1999 (adaptado).
Qual a ligação desses personagens com uma floresta? Sabe-se que o papel é
feito da celulose, que advém das árvores. A partir desses conhecimentos
prévios, pode-se inferir que o cartaz publicitário faz um jogo de linguagem
ao dizer que os personagens saem da floresta. Na verdade, a floresta origina a
celulose, a celulose origina o papel, o papel origina os livros e nos livros estão
os personagens citados. Assim, indiretamente, os personagens saem da floresta.
Por fim, deve-se analisar o objetivo de um anúncio publicitário. Este serve para
vender ou para exaltar uma qualidade positiva de um produto ou anunciante.
SÍNTESE DA UNIDADE
Ao longo desta unidade, você estudou a leitura e suas diversas interfaces,
refletindo sobre a importância do leitor e sobre a participação ativa dele no
processo de construção de sentidos de um texto. Além disso, você identificou
estratégias de leitura e de interpretação textuais que buscam facilitar a interação
com os diversos gêneros textuais com os quais você lida no seu dia a dia.
Essas estratégias, que visam a tornar mais dinâmica e precisa a sua relação
com os textos, são: seleção, antecipação, inferência, verificação e ativação
de conhecimentos prévios. Essas etapas pressupõem um estudo minucioso do
texto com o objetivo de analisar os sentidos que ele estabelece.
A partir de agora, em suas leituras, você pode fazer os exercícios que propomos
neste capítulo, aprimorando seu olhar, a fim de enxergar além do que está escrito
em um texto. E lembre-se: a habilidade de interpretar você adquire com treino!
66 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca
REFERÊNCIAS
GOULART, C. R.; BOTH, J. T. Interpretação e compreensão de textos. In: AIUB, T
N. (Org). Português: práticas de leitura e escrita. Porto Alegre: Penso, 2015.
ANOTAÇÕES
68 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca
unidade
3
A Articulação da Escrita
Prezado estudante,
OBJETIVO GERAL
Estudar os principais elementos necessários à adequada articulação da
escrita, com o objetivo de elaborar frases, parágrafos e textos coesos e
coerentes, que garantam uma comunicação efetiva e crítica a partir do uso
lógico e dinâmico da língua.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Refletir sobre a escrita como processo emancipatório dos sujeitos;
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Você tem dificuldade de escrever?
2. Acredita que, por vezes, lhe falte “inspiração” para redigir um texto?
3.1 Introdução
Você já se percebeu em uma situação em que precisava escrever e, mesmo cheio
de ideias e argumentos sobre um assunto, teve dificuldades de colocá-los no
papel? Ou, ainda, as ideias lhe faltaram e você acreditou não estar “inspirado”
para escrever? Você não é o único que passou (ou passa) por isso! No entanto,
ao contrário do que muitos pensam, a escrita não depende de uma “inspiração”
que surge como um passe de mágica. Escrever é mais uma das muitas atividades
humanas que requerem treino para serem bem executadas.
Uma escrita coesa, precisa, coerente e sem erros graves é uma habilidade que
se espera de qualquer profissional. Isso reforça, mais uma vez, a ideia de que
o domínio da língua é determinante para o bom desempenho dos sujeitos em
qualquer profissão. No capítulo anterior, você pôde perceber que para interpretar
é necessário ampliar o repertório cultural e comunicativo, o que acontece por
meio da leitura e das experiências culturais a que você tem acesso. Você também
foi estimulado a notar que a leitura estende a capacidade de compreender as
estruturas linguísticas que constituem os diversos gêneros.
A escrita na
contemporaneidade
A Construção Estruturas
do Texto Básicas da
Argumentativo Escrita
Estrutura do Texto e
Texto Fatores de
Argumentativo Textualidade
Elementos
de Coesão
e Coerência
GLOSSÁRIO
DESTAQUE
Parece simples, mas nem sempre é. Muitas pessoas têm dificuldade de escrever
e de articular logicamente as ideias por desconhecerem os mecanismos de
encadeamento da língua. Se esse é o seu caso, para facilitar a sua prática, você
precisa começar pelo princípio: aprender a construir boas frases, seguir para
bons parágrafos para, por fim, construir bons textos.
Veja que, na frase longa, há apenas um ponto final. As muitas informações estão
sobrepostas, distanciando-se do objetivo da argumentação. O leitor perde o “fio
da meada”, e não consegue prestar atenção à condução das ideias. Já a segunda
sequência é uma sucessão de frases entrecortadas, sendo que algumas relações
entre elas se perdem. O texto ideal é o que apresenta frases não tão extensas,
e igualmente não tão cortadas. Nesse formato, cada frase trabalha uma ideia,
ou seja, tem-se o cuidado de manter os elementos da frase padrão (sujeito –
verbo – complemento). Na proposta, você facilmente identifica quem é o sujeito
(quem pratica a ação), diferentemente da frase longa, em que tal definição não
é precisa. Assim, lembre-se de jamais construir frases tão longas quanto a do
exemplo, porque elas dificultam, e muito, o entendimento do leitor.
A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 75
Começamos falando em frase, mas logo avançamos ao parágrafo, uma vez que
transformamos a frase única do exemplo em um parágrafo. O que podemos
perceber ao analisar mais precisamente o parágrafo que construímos? Vejamos:
Quando analisamos frase a frase, parece que tudo se torna mais claro,
e compreendemos melhor o processo de construção. Existe uma lógica que
permeia a ligação dos elementos que compõem o parágrafo. A estrutura da
Figura 3.2 permite compreender que o parágrafo é uma unidade constituída
por uma oração que desenvolve uma ideia central, a qual se agregam outras
orações que apresentam ideias secundárias, decorrentes da ideia central e a ela
relacionadas pelo sentido.
DESTAQUE
Veja, no Quadro 3.1, um exemplo de cada tipo. O tópico frasal de cada parágrafo
está destacado em negrito:
Para escrever melhor, é importante que você tenha noção de como empregar
a vírgula. A vírgula é um elemento de pontuação que contribui muito para a
coesão textual.
Sujeito Os alunos
Predicado apresentaram o seminário
Termo Intercalado ontem à noite
Sujeito todos
Predicado foram surpreendidos com uma festa
Termo Intercalado de repente
78 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca
Escrever parágrafos
que se conectam
internamente
Desafio
do texto
Integrá-los em
um todo, de modo
que façam
sentido entre si
A coesão se refere ao uso que você faz da língua para construir um texto. Trata-
se do emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais, da concordância,
dos tempos e modos verbais, das conjunções, das substituições e reiterações etc.
GLOSSÁRIO
A intencionalidade pode ser entendida como o que você quer transmitir com
o texto. Diz respeito às intenções de quem escreve, e está ligada à aceitação do
texto pelo leitor.
3.4.1 A Coesão
Você sabe a diferença entre coesão e coerência? Embora os dois conceitos
contribuam para uma boa organização textual, a coesão é focada nos elementos
linguísticos e a coerência no sentido. A coesão atua, pois, na materialidade do
texto, e a coerência em um nível mais ideológico (de ideias). Por fim, enquanto
a coesão depende do autor, a coerência depende dos dois interlocutores (autor e
leitor).
No texto acima, você pode perceber que há uma série de elementos que
proporcionam a interação entre substantivos e verbos. Eles orientam a
argumentação, indicando o tempo, o espaço e as circunstâncias do texto.
CONJUNÇÕES
Veja as principais conjunções da língua e os
sentidos que elas estabelecem
E, nem, ainda, também, além disso, não só... mas também,
Adição tanto... quanto
Exemplo: NÃO SÓ era bonita, COMO TAMBÉM culta.
Ou, ou... ou, ora... ora, ora, seja... seja, quer... quer
Alternância
Exemplo: A festa seria OU no natal OU no ano novo.
Logo, portanto, com isso, assim, dessa forma, então, pois, por
Conclusão conseguinte
Exemplo: Vou à festa. LOGO, sairei mais cedo do trabalho
Porque, pois
Explicação Exemplo: Vou à festa PORQUE fui convidado pelo meu
melhor amigo.
Já que, como, uma vez que, porque, porquanto, como,
Causa visto que, por isso, como
Exemplo: COMO cheguei cedo, trabalhei mais.
Como, assim como, tal qual, do que, tão que, mais... do que,
Comparação menos... do que, tanto... quanto
Exemplo: Ela era bonita COMO a mãe.
Até aqui, falamos da coesão que se estabelece por meio de preposições, advérbios
e conjunções. Há, ainda, outras formas de coesão, como as pronominalizações,
as substituições vocabulares e as elipses, que tornam o texto mais enxuto e
não repetitivo. Tais recursos acontecem sempre que algum elemento do texto
é retomado com uso de outra palavra, ou quando algum termo é suprimido.
Leia a resenha abaixo e após, no Quadro 3.3, observe a definição e exemplos de
pronominalização, substituição vocabular e elipse.
SAIBA MAIS
Nesta seção, você estudou os elementos de coesão que contribuem para uma boa
articulação textual. Na sequência, verificará aspectos de coerência, fechando o
ciclo de estudos acerca dos fatores de textualidade.
3.4.2 A Coerência
De acordo com Garcia (2003, p. 287), a coerência, “do latim cohaerens, entis:
o que está junto ou ligado, consiste em ordenar e interligar as ideias de maneira
clara e lógica e de acordo com um plano definido”. O autor ainda ressalta que
Você percebe a diferença que há entre cada par de frases acima? É possível
entender que há coisas que não podem ser ditas porque não fazem sentido,
não é mesmo? A incoerência pode existir tanto no nível frasal (como nos
exemplos acima) quanto no textual. Um exemplo de incoerência textual é quando
o autor defende um ponto de vista e, mais adiante, no mesmo texto, muda de
perspectiva, passando a sustentar uma ideia contrária.
Assim, em termos de coerência textual, qual você acha que é o maior erro que
se pode cometer?
Tudo porque
Ele me deu um beijo de boa noite...
(Autor anônimo)
Percebe-se que vários elementos estão trocados no texto. No entanto, o poema não
é incoerente. A aparente incoerência, que se desfaz com os dois últimos versos,
é um recurso estilístico que dá ao texto um sentido próprio. Assim, a leitura do poema
reforça o que você já estudou: a importância de olhar além do texto, entendendo os
sentidos, por vezes, escondidos nas entrelinhas.
A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 87
Introdução 1 2 Introdução
3
2
Desenvolvimento
argumentos Desenvolvimento
1,2 e 3
Conclusão 1 2 3 Conclusão
DICA
É claro que em textos mais livres, como crônicas e narrativas, essa prática
pode ser utilizada como recurso estilístico.
A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 89
O texto acima foi redigido por uma estudante do Piauí para o Enem 2017.
A redação em questão foi avaliada com a nota máxima. Procuramos explicar o
desenvolvimento de cada parágrafo a fim de que você perceba como a trama do
texto constitui sentidos, progredindo a cada nova frase composta.
É importante destacar que nem sempre o texto que você vai escrever admitirá
todas as questões trazidas na Figura 3.9. No texto que você acabou de analisar,
o item “Contraponto” não foi desenvolvido. Isso significa que o texto poderia
ter mais um parágrafo trazendo boas práticas que são realizadas no Brasil em
relação às pessoas surdas. Um outro exemplo nesse sentido poderia ser um texto
sobre a maioridade penal, que permite tanto uma posição contrária quanto uma
opinião favorável ao tema. Esse tipo de texto requer o contraponto, ou seja,
que você relate fatores favoráveis e contrários a uma posição.
SÍNTESE DA UNIDADE
Neste capítulo, você refletiu sobre a escrita e sobre a importância de redigir
textos coesos e coerentes a fim de que o processo de comunicação seja eficaz.
Nesse contexto, foram estudadas as estruturas básicas da escrita, a saber,
a frase e o parágrafo. Para facilitar o seu aprendizado, comparamos frases ideais
com estruturas deficitárias. No que diz respeito à construção de parágrafos,
estudamos o tópico frasal, para que você pudesse compreender melhor o ponto
de partida para redigir um parágrafo.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, I.: Lutar com palavras: Coesão e Coerência. São Paulo: Parábola
Editorial, 2005.
PLATÃO, F.; FIORIN, J. L. Lições de Texto: Leitura e Redação. 5. ed. São Paulo:
Ática, 2006.
A Articulação da Escrita | UNIDADE 3 95
ANOTAÇÕES
96 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca
unidade
4
O Texto em Ação
Prezado estudante,
OBJETIVO GERAL
Estudar alguns gêneros textuais acadêmicos, orais e escritos, a fim de
instrumentalizar os estudantes para que possam organizar, articular,
redigir e apresentar ideias.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Estudar gêneros textuais acadêmicos escritos, como a resenha, o
resumo, o ensaio, o mapa mental e a apresentação, e orais, como o
seminário;
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Você conhece os principais gêneros do contexto acadêmico?
4.1 Introdução
Nas unidades que você estudou até aqui, seguimos um percurso que se iniciou
com as noções do processo comunicativo e seus elementos, passando pelas
funções da linguagem e pelos gêneros textuais. Depois, seguimos nossa reflexão
com foco na leitura e na compreensão textual, entendendo que esse processo é
inerente a todas as atividades em que o homem se envolve. A seguir, passamos
pelos elementos necessários à articulação da escrita, com vistas a uma construção
textual coesa e coerente.
Resenha
Problemas
Gramaticais Resumo
Recorrentes
Seminário
Apresentação Ensaio
Mapa Mental
4.2.1 Resenha
Mesmo que você imagine não saber o que é uma resenha, provavelmente já
teve contato com um texto desse gênero. A resenha é um texto objetivo,
que tem como característica principal apresentar, de maneira breve, uma
apreciação crítica sobre determinado assunto, na maioria das vezes ligado ao
meio cultural (livros, peças de teatro, filmes).
Uma resenha é composta por uma parte descritiva (apresentação da obra em si)
e por uma parte crítica (juízo de valor sobre a obra). O texto deve se valer de
um vocabulário simples e objetivo, mas não superficial. É preciso que a crítica
seja amparada por argumentos convincentes que justifiquem o ponto de vista do
autor, seja ele positivo ou negativo, sobre a obra resenhada.
Resenha | Friends
Friends, seriado criado por David Crane e Marta Kauffman, é estrelado por Jennifer
Aniston, Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc, Matthew Perry e David
Schwimmer. Essa série, de grande sucesso no mundo todo, conta a história dos
amigos Rachel, Monica, Phoebe, Joey, Chandler e Ross, e foi pensada para atingir
um público que não necessariamente queria decifrar citações. A proposta é fazer
uma crônica mais ou menos desajeitada e sem muitas pretensões sobre o cotidiano
de seis amigos que viviam em Nova York. A pauta é a mais popular possível: sexo,
amor, relacionamentos, carreira, amizade.
Mas não só de boa estrutura nos roteiros que sobrevive Friends. Mesmo em se
tratando de uma série menos exigente em termos de conhecimentos culturais,
isso não significa que ela é um clímax eterno de “piadas sobre qualquer coisa”.
O show tem o mérito de trabalhar temas transversais de enorme importância, como
a igualdade de gêneros, a sexualidade, a ciência, a arte e questões familiares que,
ganharam versões simpáticas, criativas, engraçadas e bem representadas pela
excelente química do grupo em cena.
Friends é uma daquelas produções artísticas que nunca enjoam e sempre farão parte
dos preferidos do público. A série não apenas marcou uma mudança na estrutura de
produção televisiva, mas conseguiu conquistar públicos distintos e estabelecer um
novo padrão para as séries de comédia que a sucederam. Na maioria das vezes, os
enredos de Friends riam do material que traziam à tona, mas, em outros momentos,
expunham questões de uma forma mais filosófica, humana, analítica, o que não era
a base da série, mas esteve presente em alguns icônicos episódios ao longo dos 10
anos em que o programa se manteve no ar, especialmente no capítulo de despedida,
que fez muita gente chorar, falar sobre o que acontecia com os personagens e imitá-
los.
SAIBA MAIS
4.2.2 Resumo
O resumo é um gênero textual muito comum, que requer duas habilidades básicas:
síntese e objetividade. O produto final é um texto em que são apresentados os
pontos essenciais, as ideias ou os fatos principais que foram desenvolvidos no
decorrer de um outro texto. Tudo isso é exposto de forma abreviada, sempre
respeitando uma ordem cronológica do que aparece no original a ser resumido.
Resumo | Friends
Friends, criado por David Crane e Marta Kauffman, aborda o cotidiano dos amigos
Rachel, Monica, Phoebe, Joey, Chandler e Ross em Nova York. A pauta é a mais
popular possível: sexo, amor, relacionamentos, carreira, amizade. As 3 primeiras
temporadas estruturam a psicologia dos protagonistas, preparando o cenário para
os “grandes eventos” da trama, como os casamentos de Ross; as conquistas na
vida de cada um; os desenlaces do romance Ross-Rachel; o romance Monica-
Chandler, a gravidez de Phoebe. Na 9ª temporada, essas pontas são amarradas
com inteligência e precisão. Os textos da temporada final não negam as origens
humildes, a ingenuidade dos vinte anos e os sonhos de cada um, fechando o ciclo
da série com um novo começo, um capítulo diferente na vida dos personagens.
Mas não só de boa estrutura nos roteiros sobrevive Friends. Mesmo sendo menos
exigente em termos de conhecimentos culturais, a série não se restringe a “piadas
sobre qualquer coisa”, mas trabalha temas importantes como igualdade de gêneros,
sexualidade, ciência, arte e questões familiares, em versões simpáticas, criativas
e engraçadas. Friends marcou uma mudança na estrutura de produção televisiva,
estabelecendo um novo padrão para as séries de comédia que a sucederam. Na
maioria das vezes, os enredos riam do material que traziam à tona, e em outros,
expunham questões de uma forma filosófica, humana e analítica, especialmente no
capítulo de despedida, que fez muita gente chorar, falar sobre os personagens e
imitá-los.
DICA
4.2.3 Ensaio
O ensaio é um tipo de texto discursivo argumentativo expositivo livre de
convenções. Nele, o autor pode se manifestar sobre qualquer assunto, sendo
mais comum a abordagem de temas ligados à política, economia, cultura e ética.
Por não ter fronteiras bem demarcadas com os outros gêneros, o ensaio é
assim rotulado pelos próprios escritores. Seu principal objetivo é refletir sobre
algo de forma crítica e apresentar, na maioria das vezes, conclusões originais,
fundamentadas essencialmente em um raciocínio lógico e na defesa de um ponto
de vista, apoiando-se na retórica e na persuasão para fins didáticos. Abaixo,
você pode visualizar um exemplo de ensaio.
104 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca
A escrita é uma atividade desafiadora para os mais diversos públicos. Um dos pontos
que determina essa realidade é a ineficiência da leitura, muitas vezes realizada de
forma fragmentada ou a partir de fontes duvidosas. Não menos importante é a falta
de exercício da escrita, o que equivale a dizer que só escreve bem quem pratica essa
atividade e quem atribui importância a ela. Mas afinal, para que escrever?
Vários são os motivos que colocam a escrita como uma atividade fundamental ao
homem. Dela depende o registro da história e o desenvolvimento da ciência, que
só progride pelo compartilhamento do que já foi descoberto. Igualmente, a escrita
é essencial à comunicação de um povo e à inter-relação entre as diversas culturas.
Em um nível mais intimista, entretanto, as razões da escrita são a expressão do
sentimento e a organização do pensamento.
Clarice Lispector, ao dizer que “devemos modelar nossas palavras até se tornarem
o mais fino invólucro dos nossos pensamentos”, atribui importância subliminar
às palavras, considerando que elas são constituidoras da subjetividade humana.
Assim, cada homem expressa, na escrita, experiências de vida e percepções únicas,
constituindo uma riqueza que ninguém pode repetir. Nesse contexto, a escrita é
sentimento, é um revelar-se a si mesmo do escritor, é a expressão daquilo que cada
ser humano tem de mais “seu”.
Dessa forma, pode-se comparar a escrita a uma obra de arte, que deve ser executada
manualmente, com primor e sem pressa, com base em reflexões mais apuradas
do mundo e da cultura. Por esse motivo, escrever não é algo que se realiza do
nada. É preciso saber o que dizer, sobretudo ter o que dizer. E só tem o que dizer
quem sabe o que acontece, quem lê, quem escuta os outros, quem vive. Assim,
pode-se refletir que a escrita é uma ação essencialmente humana, como também
são fundamentalmente humanas atitudes como pensar, intercambiar experiências,
expor sentimentos, escutar e se relacionar.
GLOSSÁRIO
SAIBA MAIS
O termo ensaio, foi utilizado pela primeira vez no século XVI pelo filósofo e
humanista francês Michel de Montaigne (1533-1592) com a publicação de
sua obra “Les Essais” (Os Ensaios), em 1580.
O mapa mental auxilia a imaginar uma sequência lógica da escrita e pode ser
utilizado para fins de estudo, já que ativa vários pontos importantes do raciocínio
para a aprendizagem de conteúdos e retenção de informações.
Para que você entenda o que é um mapa mental, vamos construir um a partir do
ensaio discutido no tópico anterior. Veja na Figura 4.2:
Escrita
Ineficiência da Leitura
Organizar o pensamento
No mapa mental acima, você pode observar que as ideias principais referentes à
escrita, apresentadas no texto, foram ligadas ao tema principal, e as ideias
decorrentes foram ligadas cada qual à sua origem, em um esquema hierárquico.
Isso significa que, para produzir um mapa mental a partir de um texto,
as relações estabelecidas nele devem ser respeitadas. No entanto, um mapa
mental não precisa ter origem em um texto, podendo caracterizar-se como um
brainstorm de ideias acerca de um assunto.
GLOSSÁRIO
Vamos mostrar um exercício de Mapa Mental que foi aplicado aos alunos da
disciplina de Leitura, Produção e Revisão de Textos, em 2018. A instrução era
a seguinte:
O Texto em Ação | UNIDADE 4 107
Esse conselho, dado pela sua mãe ainda enquanto você era criança, talvez seja a melhor
lição que você possa ter recebido em sua vida. Dados apresentados pela Fundação
Getúlio Vargas mostram a diferença que os anos de estudo podem representar no seu
crescimento profissional: para cada ano estudado, o salário do trabalhador aumenta, em
média, 15%. Observe que o tempo médio de permanência de um brasileiro no ambiente
escolar não ultrapassa os 8 anos (isso quer dizer que a formação média é inferior ao
ensino fundamental, que é de 9 anos). É claro que hoje o acesso ao ensino superior/
profissionalizante está mais facilitado. Milhões de brasileiros estão matriculados em
faculdades ou em universidades, mas boa parte deles não conclui a formação, o que
faz com que, em algumas áreas, haja uma escassez de mão de obra. Ou ainda, que a
mão de obra disponível não seja tão qualificada quanto necessário. “Estude, meu filho!”.
Forme-se e estude mais ainda. Boa parte dos que investem seu tempo e/ou dinheiro
em cursos de pós-graduação têm um aumento de mais de 66% em seus salários.
Isso sem falar no ganho pessoal que o estudo promove. Quem estuda aprende mais.
Parece uma obviedade, mas muita gente esquece disso. O estudo amplia as fronteiras
do conhecimento, desenvolve e aprimora o senso crítico. E liberta. Ninguém continua
sendo o mesmo depois de conhecer. Que tal pensar nisso?
a) EDUCAÇÃO FORMAL (ensino superior e leituras técnicas que envolvam a sua área
profissional);
Família
Escola/Faculdade Respeito
Amor
Professores
Sociedade
Livros Didáticos
Orientação Educação
Exercícios
Sabedoria Exposições Culturais
Formação
Palestras
Cinema
Seminários
Peças Teatrais
SAIBA MAIS
Fonte: http://gg.gg/cwqo0.
Definir o tema e os
objetivos do trabalho
Os fracassados são os
melhores professores
Por (nome do apresentador)
1. Prefira fundo branco nos seus slides (a menos que exista um excelente
motivo para usar alguma cor), pois o branco vai iluminar melhor a sala e
ajudar na leitura dos textos. Apresente seu trabalho, dê um título a ele e
assuma a autoria.
O sucesso é ir de
fracasso em fracasso
sem perder entusiasmo.
Winston Churchill
112 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca
3. Defina seu tema e a forma como você irá abordar o assunto, permita a seu
público entender o caminho que você irá percorrer.
Ayrton Senna
GP Brasil 1991
7. Traga uma novidade para o seu público. Guarde uma carta na manga para
quando estiver perto da conclusão. Aqui apresentamos a FailCon, uma
conferência de fracassados que já teve edições em vários países e que, em
breve, terá sua versão brasileira.
8. Conclua em grande estilo! Guarde seu melhor para o final. Aqui, terminamos
com um vídeo que entendemos que dialoga muito com o assunto abordado.
VÍDEO
10. Dica final: fuja das canetas laser, das animações (a menos que as considere
importante para apresentar as suas ideias). Lembre-se: menos é mais! Os
slides são um recurso e não devem carregar toda a responsabilidade da
apresentação.
116 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca
Agora que você sabe elaborar uma apresentação, na Figura 4.6 mostramos
pontos que você deve observar durante a apresentação oral:
Ensaiar previamente
a apresentação
VÍDEO
SÍNTESE DA UNIDADE
Durante toda a abordagem deste livro você estudou diversos gêneros textuais
que usamos no dia a dia, refletindo sobre como o conhecimento humano é
difundido pela linguagem. Obviamente, no ambiente acadêmico, não poderia
ser diferente, de modo que resguardamos um capítulo específico para abordar
textos da academia. Dentre os numerosos textos acadêmicos que conhecemos,
optamos por estudar mais detalhadamente o seminário (oral) e a resenha, o
resumo, o ensaio, o mapa mental e a apresentação de trabalho (escritos). Claro
que existem muito mais gêneros acadêmicos do que os aqui abordados, e você
certamente desenvolverá outros durante a sua graduação, mas entendemos que
o recorte aqui apresentado pode instrumentalizá-lo a fim de que possa obter
um melhor aproveitamento de suas leituras e um melhor desempenho na tarefa
de sistematização do conhecimento. Para que esse processo seja simplificado,
procuramos mostrar como alguns desses textos são construídos.
REFERÊNCIAS
DREY, R. F. O texto na prática: o resumo e a resenha. In: AIUB, T. (Org). Português:
práticas de leitura e escrita. Porto Alegre: Penso, 2015.