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PROJETOS
André Kohl
Guilherme Gonçalves
Robinson Scholz
(Orgs.)
GESTÃO DE
PROJETOS
A ndré K ohl
G uilherme G onçalves
R obinson S cholz
(O rgs .)
1ª E dição
J ul ho | 2019
Gestão Universidade
Reitor Prof. Dr. Paulo Fossatti - Fsc
Vice-Reitor, Pró-Reitor de Pós-grad., Prof. Dr. Cledes Casagrande - Fsc
Pesq. e Extensão e Pró-Reitor de Graduação
Pró-Reitor de Administração Vitor Benites
Diretora de Graduação Profª. M.ª Cristiele Magalhães Ribeiro
Diretor da Educação a Distância Prof. Dr. Mario Augusto Pires Pool
Diretor de Extensão e Pós-Graduação Lato Sensu Prof. Me. Márcio Leandro Michel
Diretora de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu Profª. Dr.ª Patricia Kayser Vargas Mangan
Diretor Administrativo Patrick Ilan Schenkel Cantanhede
Diretor de Marketing e Relacionamento Cleiton Bierhals Decker
Procuradora Jurídica Michele Wesp Cardoso
Assessor de Assuntos Interinstitucionais e Internacionais Prof. Dr. José Alberto Miranda
Assessor de Inovação e Empreendedorismo Prof. Dr. Jefferson Marlon Monticelli
Chefe de Gabinete Prof. Dr. Renaldo Vieira de Souza
Gestão EaD
Diretor Prof. Dr. Mario Augusto Pires Pool
Coordenadora Pedagógica Profª. Drª. Ana Margo Mantovani
Coordenador de Produção Prof. Dr. Jonas Rodrigues Saraiva
Coordenadora Técnica Michele de Mattos Kreme
Coordenações Acadêmicas
Coordenador da Área de Educação e Cultura Prof. Dr. Renato Ferreira Machado
Coordenador da Área de Gestão e Negócios Prof. Me. Sílvio Denicol Júnior
Coordenador da Área de Direito e Política Prof. Dr. Daniel Silva Achutti
Coordenadora da Área de Inovação e Tecnologia Profª. Drª Ingridi Vargas Bortolaso
Coordenador dos Cursos de Adm., Processos Ger. e Logística Prof. Me. Carlos Eduardo dos Santos Sabrito
Coordenadora do Curso Gestão de Recursos Humanos Profª. Drª. Denise Macedo Ziliotto
Coordenador do Curso de Ciências Contábeis Prof. Me. Eduardo Bugallo de Araújo
Coordenador dos Cursos Gestão Com., Gestão Fin. e Marketing Prof. Dr. Paulo Roberto Ribeiro Vargas
Coordenadora do Curso de Pedagogia Profª. Drª Hildegard Susana Jung
Coordenadora do Curso de Serviço Social Profª. Drª. Michelle Bertoglio Clos
Coordenadora do Curso de Letras Profª. Drª. Lucia Regina Lucas da Rosa
Coordenador do Curso de Educação Física Prof. Dr. José Rogério Vidal
Coordenadora do Curso de História Profª. Drª. Tatiana Vargas Maia
Coordenador do Curso de Engenharia da Produção Prof. Dr. Charles Rech
Coordenador do Curso de Análise e Desenv. de Sistemas Prof. Dr. Rafael Kunst
Bibliografia.
A equipe de gestão da EaD LaSalle sente-se honrada em entregar a você este material
didático. Ele foi produzido com muito cuidado para que cada Unidade de estudos possa
contribuir com seu aprendizado da maneira mais adequada possível à modalidade que
você escolheu para estudar: a modalidade a distância. Temos certeza de que o conteúdo
apresentado será uma excelente base para o seu conhecimento e para sua formação. Por
isso, indicamos que, conforme as orientações de seus professores e tutores, você reserve
tempo semanalmente para realizar a leitura detalhada dos textos deste livro, buscando
sempre realizar as atividades com esmero a fim de alcançar o melhor resultado possível
em seus estudos. Destacamos também a importância de questionar, de participar de todas
as atividades propostas no ambiente virtual e de buscar, para além de todo o conteúdo aqui
disponibilizado, o conhecimento relacionado a esta disciplina que está disponível por meio
de outras bibliografias e por meio da navegação online.
André Kohl
Guilherme Gonçalves
Robinson Scholz
Doutor em Ciências Sociais pela Universidade do Rio dos Sinos. Mestre em Ciências
Sociais e Bacharel em Administração: Hab. Recursos Humanos ambos pela Universidade
do Vale do Rio dos Sinos. Atualmente é professor de educação superior na Universidade
La Salle, Canoas, RS. Professor no curso de Administração e CST Processos Gerenciais;
professor convidado no PPG Memória Social e Bens Culturais; professor no curso de
MBA em Gestão Empresarial (EaD); pesquisador no Grupo de Pesquisa Tecnologias
Sociais, Inovação e Desenvolvimento. Tem experiência na área de Administração e Gestão
Social, atuando principalmente nos seguintes temas: economia solidária, administração,
sociologia, autogestão, gestão de pessoas, liderança e gestão socioambiental.
APRESENTANDO A DISCIPLINA
Estimado aluno,
Nesta disciplina, vamos oferecer informações técnicas e conceituais para que você
compreenda e tenha a capacidade de gerir um projeto. Novas formas de trabalho e inovação
oportunizam que as organizações possam enfrentar altos níveis de competitividade
exigindo que, cada vez mais, o trabalho seja desenvolvido com menos recursos, da
forma mais rápida possível e com maior qualidade. Assim, as diversas práticas, como o
próprio trabalho por projetos, surgiram em consonância a essa exigência corporativa no
mundo atual.
UNIDADE 2
Processo de Gerenciamento de um Projeto.............................................................................................................41
Objetivo Geral ...........................................................................................................................................................41
Objetivos Específicos ...............................................................................................................................................41
Questões Contextuais................................................................................................................................................42
2.1 Iniciação do Projeto e Processos de Gerenciamento............................................................................................ 43
2.1.1 Áreas de Conhecimento de Gerência de Projetos......................................................................................................44
2.1.2 Processo de Integração das Etapas do Projeto..........................................................................................................47
2.1.3 Processos do Gerenciamento da Integração.............................................................................................................47
2.1.4 Gerenciamento do Escopo do Projeto.......................................................................................................................49
2.2 Estimativas, Recursos e Gerenciamento do Tempo do Projeto............................................................................ 55
2.2.1 Gerenciamento de Custos.........................................................................................................................................57
2.2.2 Gerenciamento da Qualidade do Projeto...................................................................................................................59
2.2.3 Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto...................................................................................................60
2.2.4 Gerenciamento das Comunicações do Projeto..........................................................................................................61
2.2.5 Gerenciamento das Aquisições do Projeto................................................................................................................63
2.3 Gerenciamento de Riscos do Projeto..................................................................................................................... 64
2.3.1 Risco e Incerteza......................................................................................................................................................64
2.3.2 Processos de Gerenciamento de Risco.....................................................................................................................64
2.4 Áreas de Conhecimento e Grupos de Processos.................................................................................................. 67
2.4.1 Processos de Iniciação.............................................................................................................................................67
2.4.2 Processos de Planejamento......................................................................................................................................68
2.4.3 Processos de Execução............................................................................................................................................68
2.4.4 Processos de Monitoramento e Controle...................................................................................................................69
2.4.5 Processos de Encerramento.....................................................................................................................................69
Síntese da Unidade....................................................................................................................................................70
Referências................................................................................................................................................................71
UNIDADE 3
Ética, Responsabilidade Profissional e Competências na Gestão de Projetos.......................................................73
Objetivo Geral ...........................................................................................................................................................73
Objetivos Específicos ...............................................................................................................................................73
Questões Contextuais................................................................................................................................................74
3.1 O Gerente de Projetos............................................................................................................................................. 75
3.1.1 Competências do Gerente de Projetos......................................................................................................................76
3.1.2 Experiências do Gerente de Projetos.........................................................................................................................79
3.1.3 O Gerente de Projetos e o Comportamento Organizacional..............................................................................................80
3.2 Ética e Responsabilidade Profissional.................................................................................................................. 82
3.2.1 Natureza dos Princípios Comportamentais dos Indivíduos.........................................................................................82
3.2.2 Natureza dos Princípios Comportamentais das Organizações...................................................................................83
3.2.3 Código de Ética e Conduta Profissional.....................................................................................................................83
3.3 Cultura, Competências e Maturidade Organizacionais......................................................................................... 88
3.3.1 Cultura Organizacional.............................................................................................................................................88
3.3.2 Maturidade em Gerenciamento de Projetos..............................................................................................................89
Síntese da Unidade....................................................................................................................................................98
Referências................................................................................................................................................................99
UNIDADE 4
PMO (Project Management Officer).......................................................................................................................101
Objetivo Geral .........................................................................................................................................................101
Objetivos Específicos .............................................................................................................................................101
Questões Contextuais..............................................................................................................................................101
4.1 O Que é e para que Serve um Escritório de Projetos?........................................................................................ 102
4.2 Como surgiu o EGP / PMO?.................................................................................................................................. 103
4.3 Criação de um Escritório de Gerenciamento de Projetos - EGP (PMO) ............................................................. 105
4.4 Planejamento do EGP / PMO – Etapas e Processo ............................................................................................. 106
4.4.1 Declaração da Visão............................................................................................................................................... 108
4.4.2 Análise dos Fatores Internos e Externos..................................................................................................................108
4.4.3 Declaração da Missão............................................................................................................................................109
4.4.4 Princípios e Diretrizes Estratégicas.........................................................................................................................109
4.4.5 Objetivos Gerais do EGP/PMO.................................................................................................................................110
4.4.6 Estratégias e Políticas............................................................................................................................................110
4.4.7 Projeto e Plano de Ação..........................................................................................................................................110
4.4.8 Implantação e Condução das Estratégias................................................................................................................111
4.4.9 Avaliação do Desempenho e Definições de Ações Corretivas..................................................................................111
4.5 Modelagem de Escritórios de Gerenciamento de Projetos...........................................................112
4.5.1 Relação entre Modelos e Estruturas de EGPs / PMOs...................................................................... 112
4.6 A Escolha da Posição do EGP/PMO na Estrutura Organizacional.................................................117
4.7 Modelos de EGP/PMO.....................................................................................................................118
4.7.1 Escritório Corporativo de Projetos................................................................................................... 118
4.7.2 Escritório Divisional de Projetos...................................................................................................... 119
4.7.3 Escritório Setorial de Projetos......................................................................................................... 120
4.8 Alinhamento do EGP/PMO com a Estratégia Organizacional.......................................................121
4.8.1 Metodologias e Ferramentas de um Escritório de Gerenciamento de Projetos................................. 121
Síntese da Unidade............................................................................................................................ 128
Referências........................................................................................................................................ 129
unidade
1
Contexto e Ciclo de Vida do
Gerenciamento de Projetos
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos
propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL
Instrumentalizar e capacitar os alunos para os conceitos e práticas da gerência de
projetos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Entender os conceitos e a aplicabilidade do gerenciamento de projetos;
• Conhecer o contexto da Gestão de Projetos na atualidade;
• Reconhecer o papel do gerente de projetos na gestão de um projeto;
• Analisar o ciclo de vida de um projeto;
• Relacionar a estrutura organizacional ao sucesso ou falha de um projeto;
• Identificar as partes interessadas de um projeto.
QUESTÕES CONTEXTUAIS
• 1. Você já fez planos para a abertura de uma empresa? Ou, quem sabe, participou de
algum projeto em sua empresa?
• 2. O que é um projeto?
• 3. Como elaborar e pôr em prática cada etapa de um projeto?
• 4. Quem são as pessoas que podem se interessar pelo seu projeto?
• 5. Quanto tempo dura o ciclo de vida de um projeto?
• 6. Quais são os processos envolvidos em um projeto para que ele possa ser concluído?
12 GESTÃO DE PROJETOS | André Kohl e Guilherme Gonçalves
Dessa forma, saber gerenciar um projeto pode auxiliar as organizações que buscam
posicionar-se melhor no mercado, dando maior impulso às suas possíveis vantagens, e
assim, obter a melhor relação custo-benefício no uso de ferramentas específicas para a
gestão e sistemas produtivos específicos.
GLOSSÁRIO
Para facilitar a compreensão, vamos ver alguns exemplos de projetos e não projetos:
Mas afinal, por que nós precisamos de gerenciamento de projetos? Qual a real
aplicabilidade da gerência de projetos? O propósito principal de se gerenciar um projeto
está no resultado, do qual espera-se uma melhoria de desempenho, pessoal ou empresarial.
Além disso, precisamos estar atentos que os stakeholders não gostam de surpresas.
Planejamento e controle são partes que se integram, reduzindo os fatores de risco envolvidos
num ambiente em constante mudança. Em suma, um projeto tem como propósito: diminuir
incertezas, atingir a satisfação de seu cliente, seja ele interno ou externo, e sair ileso
ao fim do projeto.
GLOSSÁRIO
Sair ileso, aqui, não significa somente entregar no prazo, no orçamento previsto e
com qualidade, há algo a mais por trás dessa definição de sucesso. Um projeto é constituído
por pessoas e fazer com que essas pessoas sintam-se bem e cresçam em torno de um
objetivo comum também é importante nesse contexto.
DESTAQUE
DESTAQUE
Requisitos incompletos;
SAIBA MAIS
A gestão de riscos é outra prática importante contra falhas. Gerir riscos é planejar
como reagir a um problema antes que ele aconteça e é, também, uma forma de gerir
possíveis falhas. A gestão de risco reduz a probabilidade de fracasso, seja financeiro, de
cronograma ou de desempenho.
16 GESTÃO DE PROJETOS | André Kohl e Guilherme Gonçalves
DESTAQUE
Projetos com gestão de riscos tem 15% a mais de chances de não ter falhas do que
projetos sem a gestão de risco
1.1.3 Competências
As competências estão relacionadas com o desenvolvimento do indivíduo e com a
formação contínua.
DESTAQUE
Liderança
Comprometimento
Autocontrole
Assertividade
Descontração
Abertura
Competência Comportamentais Criatividade
Orientação para resultados
Eficiência
Aconselhamento
Negociação
Conflito de crises
Ética
Vale lembrar que o gerenciamento de projetos está cada vez mais em evidência,
e as empresas estão optando por organizarem-se por projetos. Portanto, são cada vez mais
necessários gerentes preparados, para que as organizações possam atingir os objetivos
estratégicos, com projetos alinhados a esses objetivos. Ou seja, estamos chegando ao fim da
era “gerente de problemas” e começando a era “gerente de projetos”.
18 GESTÃO DE PROJETOS | André Kohl e Guilherme Gonçalves
DESTAQUE
MONITORAMENTO E CONTROLE
INICIAÇÃO PLANEJAMENTO
EXECUÇÃO ENCERRAMENTO
Plano Estratégico
Portfólio
Programa
Projeto
Subprojeto
Para melhor compreensão, vamos ver agora os conceitos mais amplos. É importante
compreender que o gerenciamento de portfólio e de programa estão diretamente ligados ao
plano estratégico da organização.
Para que serve a gestão de portfólio? Gerenciar projetos isoladamente não é mais
suficiente, e é neste ponto que a gestão de portfólio ajuda a gerenciar o conjunto completo
de projetos de forma sistematizada, utilizando uma variedade de práticas que estabeleça
prioridades (cancelar projetos, alocar recursos, definir responsabilidades, gerenciar riscos
e definir engajamento de terceiros).
DESTAQUE
Projeto Operações
0
Tempo
Para entendermos melhor, vamos olhar para o mar: ondas mais próximas são
melhores de ser enxergadas que as ondas mais longínquas. Consequentemente, você terá
maior controle sobre o que está próximo. Na medida em que há um distanciamento, perde-
se o controle e corre-se mais risco.
Contexto e Ciclo de Vida do Gerenciamento de Projetos | UNIDADE 1 23
DESTAQUE
• Negociação e influência: envolve o ato de dialogar com outras pessoas com objetivo
de obter consenso ou chegar a um acordo para que alguma atividade seja realizada.
GP
Habilidades
Ética de
Negociação
Inteligência Boa
Emocional Comunicação
Bom
Relacionamento
Interpessoal
SAIBA MAIS
• Cada fase do projeto é marcada pela entrega de um ou mais produtos, como estudos
de viabilidade ou protótipos funcionais;
• No início de cada fase, define-se o trabalho a ser feito e o pessoal envolvido na sua
execução;
• O final de cada fase é marcado por uma revisão dos produtos e do desempenho do
projeto até o momento;
• Uma fase começa quando termina a outra. Quando há “overlapping” (realizar tarefas
simultâneas) entre as fases, chamamos essa prática de “fast tracking” (sobreposição
de tarefas). No momento em que isso ocorre, há possibilidade da entrega acontecer
em tempo menor. Nesse caso, começa-se a trabalhar nas etapas seguintes do projeto
antes do fim da fase corrente;
• Os níveis de custos e de pessoal são baixos na fase inicial do projeto, sendo que seu
ápice ocorre nas fases intermediárias e diminuem na finalização;
• Cada negócio apresenta diferentes fases específicas para seus projetos, sendo que
muitos têm suas fases detalhadamente descritas em padrões.
Contexto e Ciclo de Vida do Gerenciamento de Projetos | UNIDADE 1 27
Vejamos agora, de forma mais detalhada, as etapas que compõem o ciclo de vida de
um projeto e quem são os grupos envolvidos em cada uma delas.
28 GESTÃO DE PROJETOS | André Kohl e Guilherme Gonçalves
Começamos pela fase 1 (um), concepção. Essa é a fase que define o escopo, os
objetivos do projeto, ou seja, o que construir. Na etapa 2 (dois), observa-se a viabilidade
técnica e econômica do projeto, e as etapas 3 (três) e 4 (quatro) referem-se ao desenho
e prototipagem (nessas duas fases, as ideias se materializam, passando do abstrato para
o físico, de modo a representar a realidade, mesmo que de maneira simplificada). Na
etapa 5 (cinco), temos o lançamento, em que se apresenta a novidade ao mercado. Depois
de aprovado, inicia-se o processo de fabricação (etapa seis), na qual o produto passa a
existir e ser comercializado. Por fim, com o passar do tempo, chegamos uma etapa em
que o produto não apresenta mais vantagens e importância do ponto de vista econômico e
estratégico: chamamos essa fase de descontinuidade.
Contexto e Ciclo de Vida do Gerenciamento de Projetos | UNIDADE 1 29
Atualização
Operações
Ciclo de vida Plano de
Vendas
do produto negócios
IDEIA
PRODUTO
Ciclo de vida
INICIAL INTERMEDIÁRIA FINAL
do projeto
O Guia PMBOK aborda três tipos de ciclo de vida do projeto: o ciclo preditivo,
o iterativo e incremental e o adaptativo. Vamos ver no quadro a seguir suas principais
características.
30 GESTÃO DE PROJETOS | André Kohl e Guilherme Gonçalves
Planejamento Estratégico
MELHORIA CONTÍNUA
Estágios do Processo de Melhoria
Inicialização Planejamento
CONTROLE
MATURIDADE
Controle
MEDIÇÃO Execução
Fechamento
PADRONIZAÇÃO
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
Executivo-Chefe
Coordenação
do projeto
Executivo-Chefe
Coordenação
do projeto
Executivo-Chefe
(As caixas azul escuro representam equipes envolvidas em atividades do projeto) Coordenação
do projeto
Estruturas da
Matricial
organização Por
Funcional
Características Projeto
do projeto Fraca Balanceada Forte
Autoridade do gerente de Pouca ou Baixa a Moderada Alta a quase
Limitada
projetos nenhuma moderada a alta total
Disponibilidade de Pouca ou Baixa a Moderada Alta a quase
Limitada
recursos nenhuma moderada a alta total
Quem controla o Gerente Gerente Gerente de Gerente de
Misto
orçamento do projeto Funcional Funcional projetos projetos
Função do gerente de Tempo Tempo Tempo Tempo
Tempo parcial
projeto parcial Integral Integral Integral
Equipe administrativa do Tempo Tempo Tempo Tempo
Tempo Parcial
gerenciamento de projeto parcial parcial Integral Integral
Mas isso não quer dizer que é impossível, nesse tipo de estrutura, obter êxito na
execução de projetos. O que pode ocorrer é não termos a mesma eficácia das demais
estruturas, pois o gerente de projetos tem pouca autoridade sobre os recursos do projeto,
tendo em vista que os profissionais estão muito mais preocupados com suas rotinas do
dia a dia e com as atribuições dadas pelo seu gerente direto do que em responder a um
questionamento ou a uma etapa cobrada pelo gerente de projetos.
Podemos também afirmar que não existe uma estrutura organizacional perfeita,
nem uma melhor estrutura para desenvolvimento e gestão de projetos. A organização deve
adaptar-se à complexidade do projeto, conforme o seu nível de maturidade. Gerenciar
projetos requer o desenvolvimento de suas estruturas, mudança do processo organizacional
e, principalmente, do apoio dos gestores em níveis estratégicos.
SAIBA MAIS
SÍNTESE DA UNIDADE
Nesta unidade aprendemos sobre:
REFERÊNCIAS
CHAOS REPORT. The Standish Group Report, 1995. Disponível em: http://gg.gg/ei8uk.
Acesso em: 25 abr. 2017.
CHAOS REPORT. The Standish Group International, 1999. Disponível em: http://gg.gg/ei8v6.
Acesso em: 09 de mar. 2017.
CHAOS REPORT. The Standish Group International, 2004. Disponível em: http://gg.gg/ei8vc.
Acesso em: 22 abr. 2017.
CHAOS REPORT. The Standish Group International, 2014. Disponível em: http://gg.gg/ei8vf.
Acesso em: 22 mai. 2017.
PMI. A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK Guide). Pennsylvania:
PMI, 2008.
PMI. Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos. Guia PMBOK. 5a. ed. – EUA:
Project Management Institute, 2013.
SOUZA, A. R. P. de et al. Gestão de projetos Brasil: conceitos e técnicas. 3. ed. rev. atual. Belo
Horizonte: Ietec, 2013. 355 p.
WOILER, S.; MARTINS, W. F. Projetos: planejamento, elaboração e análise. 2. ed., São Paulo:
Atlas, 2008.
unidade
2
Processo de Gerenciamento
de um Projeto
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos
propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL
Instrumentar e capacitar os alunos para os conceitos e práticas da gerência de projetos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Identificar as diferentes metodologias e fases do gerenciamento de projetos;
• Conhecer os processos e como se desenvolve um plano de gerenciamento de
projetos.
QUESTÕES CONTEXTUAIS
• 1. As crianças divertem-se montando um quebra-cabeça. Na medida que se monta
o brinquedo, percebe-se que as peças encaixam-se perfeitamente e completam o
todo. Qual a relação entre o encaixe das peças e o gerenciamento da integração de
um projeto? Qual é o papel do gerenciamento da integração de um projeto?
Esse também é o primeiro passo para documentação do projeto, que será gerenciada
no contexto do gerenciamento da integração do projeto. O TAP será estudado mais
detalhadamente a seguir.
Processos de
Processos de encerramento
iniciação Processos de
Processos de Processos de
monitoramento
planejamento execução
e controle
ESCOPO
TEMPO
CUSTO
QUALIDADE RECURSOS
HUMANOS
INTEGRAÇÃO
AQUISIÇÕES
RISCOS
COMUNICAÇÃO
DESTAQUE
ACADEMIA ESPORTIVA
Contrato de
Termo de abertura Construção Pré Operação Inauguração
Aquisições
Preparação Contratação de
Levantamento Contratos
treinamento de
do Terreno
de viabilidade pessoal Preparação de
Divulgação
Produto:
Soltware Versão 5.0
Observe na figura que o produto do projeto chama-se Software Versão 5.0 e ele
está organizado em cinco fases: Gerenciamento do Projeto, Requisitos do Produto, Projeto
Detalhado, Construir e a Integração e Testes. É importante destacar que esta segunda fase
estabelece o ciclo de vida do projeto. Por fim, são identificados os subprodutos. Para que
se possa atingir os objetivos do projeto, é necessário que a equipe desenvolva reuniões e
apresentações.
Processo de Gerenciamento de um Projeto | UNIDADE 2 53
Fazer Casa
Infraestrutura Externa
Elaboração da
Planta
Elétrica
Hidráulica
Telhado
Observe na figura anterior que o projeto chama-se Fazer Casa. Este projeto está
organizado em três fases, que são: Planejamento, Construção e Decoração. Mais uma vez,
a segunda fase estabelece o ciclo de vida do projeto, ou seja, cada etapa e o todo do projeto.
Por fim, são identificados os subprodutos. Para que se possa atingir os objetivos do projeto,
é necessário que a equipe estabeleça uma comunicação.
SAIBA MAIS
• EAP;
• Premissas;
• Cronograma do projeto.
Controle de Custos
qualidade; da qualidade;
Garantia
• Tecnologia; comunicação.
• Restrições;
• Premissas.
das Informações
Por fim, todo projeto ou fase de projeto requer encerramento, após alcançar seus
objetivos ou vir a terminar por outras razões. Assim, o encerramento administrativo
consiste em verificar e documentar os resultados do projeto para formalizar a sua aceitação.
Isso inclui a coleta dos registros do encerramento de todas as atividades do projeto, pois
cada fase deve ser apropriadamente encerrada para assegurar que as informações úteis e
importantes não sejam perdidas (PMI, 2008).
Processo de Gerenciamento de um Projeto | UNIDADE 2 63
A identificação das necessidades do projeto que podem ser melhor atendidas pela
contratação de produtos ou serviços de fora da organização fica a cargo do planejamento
das aquisições. A preparação das aquisições envolve a documentação para o processo de
licitação e obtenção de propostas e a coleta de informações dos fornecedores, preços e
propostas. A seleção de fornecedores é feita pela aplicação de critérios de avaliação, enquanto
a administração dos contratos é o processo utilizado para assegurar que o desempenho
do contratado esteja adequado aos requerimentos contratuais. Por fim, o processo de
encerramento do contrato é similar ao encerramento administrativo, na medida em que ele
envolve tanto a verificação da execução correta e satisfatória do trabalho, quanto do fechamento
administrativo do contrato, arquivando as informações para uso futuro (PMI, 2008).
64 GESTÃO DE PROJETOS | André Kohl e Guilherme Gonçalves
Grupos de Processos
Monitoramento
Iniciação Planejamento Execução Encerramento
e controle
Integração ✓ ✓ ✓ ✓ ✓
Escopo ✓ ✓
Áreas de Conhecimento e Grupos de
Tempo ✓ ✓
Custos ✓ ✓
Qualidade ✓ ✓ ✓
Processos
Recusos ✓ ✓ ✓
Comunicações ✓ ✓ ✓
Riscos ✓ ✓ ✓
Aquisições ✓ ✓ ✓
Partes
✓ ✓ ✓ ✓
Interessadas
SÍNTESE DA UNIDADE
Os processos de gerenciamento de projetos são divididos em nove áreas diferentes
do conhecimento: o Gerenciamento da Integração, que busca assegurar a coordenação
dos diversos elementos do projeto; o Gerenciamento de Escopo, que define o foco do
projeto; o Gerenciamento de Tempo, que busca garantir que o projeto se realize no
tempo aprazado; o Gerenciamento de Custos, que estima, elabora orçamentos e controla
custos; o Gerenciamento de Qualidade, que controla as políticas de qualidade do projeto;
o Gerenciamento de Recursos Humanos, que organiza e gerencia a equipe de pessoas
do projeto; o Gerenciamento de Comunicações, que gera, coleta, distribui e armazena as
informações do projeto; o Gerenciamento de Riscos, que busca reduzir a incidência e o
impacto de eventos negativos no projeto, e o Gerenciamento de Aquisições, que inclui a
aquisição de produtos ou serviços necessários.
Processo de Gerenciamento de um Projeto | UNIDADE 2 71
REFERÊNCIAS
ALVES, E. M.; GUIMARÃES, M. P.; TANNÚS, S. P. Análise de Viabilidade de Projeto para
Implantação de uma Academia Esportiva Baseada no Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento
de Projetos (Guia PMBOK®). In: Gestão do Conhecimento e Inovação Volume 4. Belo Horizonte:
Poisson, 2017.
GATES, Willian H., III, Business the Speed of Thought, New York, NY: Warner Books, 2000.
PMI. Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos. Guia PMBOK. 5a. ed. – EUA:
Project Management Institute, 2013.
PMI. A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK Guide). Pennsylvania:
PMI, 2008.
VARGAS, R. V. Manual prático do plano do projeto. 4º Ed. Rio de Janeiro, Brasport, 2009.
72 GESTÃO DE PROJETOS | André Kohl e Guilherme Gonçalves
ANOTAÇÕES
unidade
3
Ética, Responsabilidade Profissional
e Competências na Gestão de
Projetos
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos
propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL
Instrumentar e capacitar os alunos para os conceitos e práticas da gerência de
projetos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Apresentar o rol de habilidades e competências necessárias para a condução de
projetos;
• 2. E no caso de você ser o responsável por organizar uma gincana em que o principal
objetivo é a integração entre os funcionários da organização em que você trabalha .
Quais os cuidados que você tomaria para que esse objetivo fosse atingido, de modo
que os valores éticos, tanto do gerenciamento, quanto da entrega do “produto”
gincana, garantissem a integração e o crescimento dos indivíduos e da organização?
• 3. Sempre que aprendemos algo novo, os primeiros passos são os mais difíceis
de executar, mas à medida que vamos aprendendo com nossos erros e acertos,
com nosso aprimoramento, vamos aperfeiçoando esse novo aprendizado, num
ciclo evolutivo que pode ser chamado de amadurecimento. Ou seja, na primeira
vez em que você foi o responsável pela gincana de integração, as dificuldades de
gerenciamento do projeto foram maiores. À medida em que você gerencia mais
vezes projetos semelhantes a esse, mais amadurecidas ficaram as ideias e os
processos envolvidos. Nesse sentido, como se dá essa evolução da maturidade
em gestão de projetos e de que modo a cultura organizacional pode auxiliar nessa
evolução?
Ética, Responsabilidade Profissional e Competências na Gestão de Projetos | UNIDADE 3 75
Nesse sentido, o papel do gerente de projetos torna-se cada vez mais estratégico,
devendo ele compreender e aplicar seus conhecimentos técnicos, usar ferramentas e
técnicas reconhecidas como boas práticas e utilizar-se de suas experiências em
gerenciamento de projetos de forma eficaz. Importante destacar que, além das habilidades
específicas a qualquer área de gerenciamento, a gerência de projetos exige competências
relacionadas aos conhecimentos sobre esse tipo específico de gerenciamento, bem como
competências ligadas ao desempenho pessoal do gerente na realização e na aplicação
desses conhecimentos, o que abrange atitudes, características de personalidade, liderança
e habilidade de guiar a equipe do projeto, ao mesmo tempo em que atinge objetivos e
equilibra as restrições que ele possa apresentar (PMI, 2013).
DESTAQUE
Portanto, se, retomando a questão inicial, o diretor da empresa em que você trabalha
solicitar sua ajuda para um projeto de modernização das comunicações da empresa, no
sentido de montar um perfil gerencial para desenvolvê-lo, a sua recomendação deverá ser no
sentido de indicar um perfil em que a pessoa que conduzirá o projeto tenha competências,
conhecimentos e experiências na área de comunicação. Além disso, é importante que
essa pessoa tenha condições de integrar as atividades de gerenciamento e conduzi-las em
direção aos objetivos do projeto.
76 GESTÃO DE PROJETOS | Guilherme Gonçalves
Conhecimento
Pessoal Desempenho
• Saber iniciar;
• Planejar;
• Executar;
• Monitorar e Controlar; e
• Encerrar os projetos.
• Comunicação;
• Liderança;
• Gerenciamento;
• Habilidades cognitivas;
• Eficiência; e
• Profissionalismo
Cada um desses elementos pode ser desmembrado em outros para o bom desempenho
das competências pessoais. Enquanto as competências de desempenho podem ser medidas
mais facilmente, as competências pessoais são mais difíceis de medir, pois dependem da
percepção dos envolvidos e partes interessadas no projeto (PMI, 2007).
Ética, Responsabilidade Profissional e Competências na Gestão de Projetos | UNIDADE 3 79
DESTAQUE
• Liderança;
• Negociação;
• Comunicação;
• Solução de problemas;
• Influência na organização;
• Gestão do conhecimento.
DESTAQUE
Uma vez que projetos são executados por meio de pessoas com diferentes
especialidades, a função direção envolve a seleção, o treinamento, a supervisão, a delegação,
a motivação, o aconselhamento e a coordenação das pessoas envolvidas nas atividades do
projeto. Disso depreende-se que o gerente de projetos deve buscar nas suas habilidades de
autoridade e influência a condução do projeto por meio dos indivíduos (KERZNER, 2011).
• Delegação;
• Motivação;
• Liderança;
• Gerenciamento de Conflitos;
Mais uma vez, retomando a questão inicial, podemos ver que além de indicar
uma pessoa com perfil de competências e experiências capaz de conduzir um projeto de
modernização das comunicações, é importante conhecer a organização onde o projeto será
executado. Ou seja, é necessário conhecer o comportamento organizacional, de modo a
combiná-lo com o perfil de gerente a indicar. Conhecer o comportamento organizacional,
as relações entre autoridade e poder, é fundamental para melhor indicar alguém com as
capacidades, técnicas e conhecimentos necessários para conduzir o projeto, de forma
eficiente e eficaz.
82 GESTÃO DE PROJETOS | Guilherme Gonçalves
• Ética: para atrair e reter funcionários, é preciso tratá-los de forma ética e assegurar
que o comportamento ético esteja presente em todos os relacionamentos, tanto
interno quanto externo.
SAIBA MAIS
Esse código está calcado nos seguintes valores: responsabilidade, respeito, justiça
e honestidade. Ele descreve cada um desses valores e apresenta os padrões desejáveis e
obrigatórios de comportamento para cada um deles.
Responsabilidade Respeito
VALORES ÉTICOS
Justiça Honestidade
3.2.3.1 Responsabilidade
Responsabilidade é a obrigação de assumir a propriedade pelas decisões, ações e
consequências resultantes.
Padrões Desejáveis:
Padrões Obrigatórios:
• Evitar acusar outras pessoas de conduta antiética sem dispor de todos os fatos;
• Adotar medidas disciplinares para pessoas que retaliam contra alguém que reportou
questões éticas.
3.2.3.2 Respeito
Respeito é a obrigação de demonstrar uma consideração elevada por si, por outras
pessoas e pelos recursos confiados, os quais podem ser: pessoas, dinheiro, reputação,
segurança de terceiros e recursos naturais ou ambientais. Um ambiente de respeito origina
confiança, segurança e excelência de desempenho, pois estimula a cooperação mútua
Padrões Desejáveis:
Padrões Obrigatórios:
• Negociar de boa-fé;
3.2.3.3 Justiça
Todo gerente de projetos tem por obrigação tomar decisões e agir de forma imparcial
e objetiva, isenta de interesse próprio, preconceito e favoritismo.
Padrões Desejáveis:
• Fornecer acesso igual às informações para as pessoas que têm autorização para
acessá-las;
Padrões Obrigatórios:
3.2.3.4 Honestidade
É obrigação do gerente de projetos entender a verdade e agir de maneira honesta
tanto em suas comunicações como em sua conduta.
Padrões Desejáveis:
• Ter a coragem de compartilhar as más notícias, mesmo que possam ser mal
recebidas;
Padrões Obrigatórios:
Esse Código delineou alguns pontos importantes para definir as bases de uma
conduta ética a ser aplicada durante o desempenho da tarefa de gestão de projetos. Voltando
ao nosso exemplo da gincana, a aplicação desses no gerenciamento e execução do projeto
deverá ser observada em todas as suas etapas.
Agora que vimos cada um dos quatro valores éticos, precisamos destacar que, no
nosso exemplo da gincana, os padrões de responsabilidade devem primeiramente levar em
conta as normas e regulamentos das atividades e garantir comportamentos compatíveis com
o espírito colaborativo e integrativo entre indivíduos e equipes. O respeito deve permear
todas as relações para que a confiança e a segurança sejam mantidas. As atividades da
gincana devem ter critérios e regras imparciais e objetivos, garantindo a transparência
e evitando conflitos desnecessários. Por fim, a honestidade é a base da confiança e da
credibilidade no projeto.
Assim, o exemplo do projeto da gincana deve ser conduzido com base nesses
preceitos éticos, os quais têm por finalidade guiar e orientar tanto as ações gerenciais,
quanto os comportamentos de todos os envolvidos nas atividades.
SAIBA MAIS
• Tolerância a riscos;
• Ambientes operacionais.
A cultura da organização é um fator ambiental que pode ter uma forte influência
na capacidade de um projeto para atingir seus objetivos. Assim, o gerente de projetos deve
compreender os diversos estilos e culturas organizacionais que podem afetar o projeto.
Ademais, devido à globalização, a compreensão do impacto das influências culturais é
fundamental em projetos que envolvam organizações diversificadas, espalhadas em
diferentes locais ao redor do mundo. A cultura se torna um fator crítico na definição do
sucesso do projeto, e a competência multicultural torna-se crítica para o gerente de projetos
(PMI, 2013).
Boas Práticas
Maturidade em
Gerenciamento de Transparência
Projetos
Ética e
Responsabilidade Governança
Social
Por sua vez, essa maturidade traz contribuições para que as definições de diretrizes,
políticas e práticas de projetos sejam cada vez mais relevantes para o exercício de valores
éticos e para a consideração efetiva das partes interessadas que influenciam e são
influenciadas pelos resultados dos projetos (PMI, 2013).
DESTAQUE
Sucesso
100%
80% 5
4
3
60% 2
1
Maturidade
• Nível 1 – Inicial;
• Nível 2 – Conhecido;
• Nível 3 – Padronizado;
• Nível 4 – Gerenciado;
• Nível 5 – Otimizado
As dimensões são:
• Competência Técnica;
• Uso de Metodologia;
• Uso de Informatização;
• Alinhamento Estratégico;
• Competência Comportamental.
NíVEL 5
Otimizado
Sabedoria
NíVEL 4
Gerenciado
Consolidado
NíVEL 3
Padronizado
Metodologia
NíVEL 2 Conhecido
Linguagem
Comum
Dimensões
1 - Conhecimentos de Gerenciamento
2 - Uso de Metodologias
NíVEL 1 3 - Informatização
Inicial 4 - Competências Comportamentais
Boa Vontade 5 - Estrutura Organizacional
6 - Alinhamento com os Negócios
Dimensões da
Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5
Maturidade
Conhecimento Disperso Básico Básico Avançado Avançado
Uso de Tentativas Implantado e
Não há Melhorada Estabilizado
Metodologia isoladas padronizado
Uso de Tentativas Tentativas
Implantado Melhorada Estabilizado
Informatização isoladas isoladas
Adequada
Estrutura Não há Não há Implantado Melhorada Estabilizado
Organizacional
Competência Avanço
Boa vontade Algum avanço Algum avanço Maduro
Comportamental substancial
Alinhamento
Não há Não há Não há Alinhado Alinhado
Estratégico
Fonte: Adaptado de Prado, 2016.
NíVEL 5
Melhoria
Melhoria dos Contínua
Processos
NíVEL 4
Controle dos Benchmarking
Processos
NíVEL 3
Metodologia
Definição de Singular
Processos
NíVEL 2
Processos
Conhecimento Comum
Básico
Estágios da Maturidade
Reconhecimento Reconhecimento
Embrionária Alta Média Crescimento Maturidade
Administração Gerência
Por fim, é importante destacar que o estudo dos modelos de maturidade não se
esgota nesses dois autores. Mais ainda, que o alcance da maturidade em gerenciamento
de projetos não caracteriza a excelência em gestão de projetos. Para atingir o patamar de
excelência, as organizações precisam criar um ambiente em que os projetos alcancem
continuamente o sucesso, de modo a criar uma cultura em gerenciamento de projetos.
Assim, conforme Prado (2016), qualquer que seja o modelo utilizado, ele se consolida com
a implantação de um escritório de gerenciamento de projetos, cujas funções, grau de
controle e influência nos projetos da organização podem variar nos seguintes níveis:
• Suporte: o escritório tem papel consultivo nos projetos, fornece modelos, melhores
práticas, treinamentos, acesso a informações e lições aprendidas com outros
projetos (nível de controle baixo);
SÍNTESE DA UNIDADE
Uma vez que o gerente de projetos é o elo entre a estratégia delineada e a equipe
que a desenvolverá, o seu papel na condução do projeto é estratégico, devendo ele usar
ferramentas e técnicas reconhecidas como boas práticas e utilizar-se de suas experiências
em gerenciamento de projetos de forma eficaz. É preciso que ele tenha conhecimento sobre
gestão de projetos, seja capaz de aplicar esse conhecimento e tenha algumas características
pessoais que facilite a sua execução, como as competências pessoais, de conhecimento e
de desempenho. Nesse sentido, o gerente de projetos deve compreender as diferenças e
percepções individuais, de modo a conduzir os indivíduos e os grupos ao crescimento e
à realização pessoal. Para tanto, deverá ele calcar-se em valores como responsabilidade,
respeito, justiça e honestidade, os quais fazem parte do Código de Ética e de Conduta do
Profissional dos profissionais da área de gestão de projetos.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Patrícia V.D de. Estudo da Avaliação de Competências do Gerente de Projetos.
UFPE: Recife, 2017.
PMI – Project Management Institute. Pulse of the Profession: Transformando o alto custo do
baixo desempenho. 2017. Disponível em: http://gg.gg/eijdb. Acesso em: mar. 2019.
PRADO, Di. Maturidade em gerenciamento de projetos – 3ª Ed. Nova Lima: Falconi: 2016.
ANOTAÇÕES
unidade
4
PMO (Project Management Officer)
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos
propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL
Apresentar a atuação de um escritório de projetos e sua importância para a elaboração
e gestão de projetos nas organizações.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Contribuir para a elaboração de um plano de gerenciamento de projetos.
QUESTÕES CONTEXTUAIS
• 1. A evolução e maturidade do gerenciamento de projetos de uma organização a leva
a um patamar mais avançado, no qual uma unidade da estrutura organizacional passa
ser a responsável por muitas das questões relacionadas a esse gerenciamento. Que
tipo de estrutura é necessária para desenvolver essas atividades e de que modo ela
surge no contexto da gestão de projetos?
• 4. Quais metodologias e ferramentas são mais utilizadas pelas unidades que têm
essa função de gerenciar projetos?
102 GESTÃO DE PROJETOS | Guilherme Gonçalves
Essa estrutura, que pode ser simples, com poucas pessoas preparando e mantendo
os cronogramas dos projetos, ou mais complexa, podendo ser desdobrada em subestruturas
ou unidades com várias pessoas realizando planejamento, informes, controles de qualidade,
coleta de informações de desempenho, e funcionar como centro de comunicação para
vários projetos. Dependendo das necessidades de negócios da organização, da quantidade
de projetos sendo desenvolvidos paralelamente e da complexidade deles, a estrutura do
PMO será maior ou menor. Nesse sentido, um escritório de gerenciamento de projetos –
EGP (PMO) pode apresentar diversas configurações, conforme a demanda da organização
(CLELAND; IRELAND, 2002).
DESTAQUE
• Estimar os riscos;
dos gerentes de projeto no desempenho de suas funções. Desse modo, ela libera os gerentes
de projeto da rotina e estabelece práticas consistentes e uniformes nas funções específicas
de projeto (CLELAND; IRELAND 2002).
DESTAQUE
GLOSSÁRIO
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
PONTOS PONTOS
FRACOS FORTES
Que orientará a
formalização dos:
ESTRATÉGIAS E POLÍTICAS
Capazes de:
● tirar proveito dos pontos
fortes e oportunidades;
● evitar ou eliminar os pontos
fracos e ameaças da empresa
e que devem ser traduzidas
em um:
PROJETO E PLANO DE AÇÃO
Sem deixar de avaliar
periódicamente a:
Definindo um
processo claro de:
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
E DEFINIÇÃO DE AÇÕES CORRETIVAS
Oportunidades
• Governança como diferencial;
Ameaças • Presteza no atendimento;
• Alinhamento estratégico;
• Alterações regulatórias;
• Controle sobre entregas.
• Mudanças no cenário
econômico;
• Novos entrantes;
• Diferenciais da concorrência.
SWOT
Fraquezas
• Ambiente e regras internas;
• Fatores que devem
melhorar;
• Aspectos que devem ser
Força protegidos;
• Apontamentos de clientes
• Nível de entrega;
e terceiros.
• Padrão de qualificação de recursos;
• Diferenciais frente a concorrência;
• Maturidade em gestão de projetos.
• A sua autonomia de decisão sobre quais projetos deverão ser geridos por ele;
DESTAQUE
Estrutura Funcional
Gerente
Executivo
Estruturas Matriciais
Ainda sobre as estruturas matriciais, elas podem ser fortes, fracas ou moderadas.
Essa classificação de força é baseada na influência no desempenho diário dos
colaboradores entre o gestor de projeto e o gestor funcional. Se o gestor de projetos tiver
maior influência, a estrutura matricial é considerada forte. Ao contrário, se o gestor
funcional exercer maior influência, a estrutura matricial é considerada fraca. Por fim, em
situações de equilíbrio, a estrutura é considerada moderada (KERZNER, 2016).
PMO (Project Management Officer) | UNIDADE 4 115
Gerente Executivo
RESPONSABILIDADE DO PROJETO
Projeto X
RESPONSABILIDADE FUNCIONAL
Projeto Y
Projeto Z
Gerente Executivo
Projeto X
Projeto Y
Projeto Z
Presidência Diretoria
Financeira
Diretoria Diretoria
Tecnologia Comercial
Escritório de
Projetos
Gerência de Gerência de
Operações Desenvolvimento
• Dimensão: quanto maior a receita gerada por grandes projetos, mais adequada a
opção por uma estrutura orientada a projetos;
Presidência
Escritório de
Projetos
Presidência Diretoria
Financeira
Diretoria Diretoria
Tecnologia Comercial
Escritório de
Projetos
Gerência de Gerência de
Operações Desenvolvimento
Presidência
Diretoria Diretoria
Financeira Comercial
Escritório de
Projetos
• Processos de iniciação;
• Processos de planejamento;
• Processos de execução;
• Processos de encerramento.
DESTAQUE
TAP – Entradas
TAP – Saídas
• Falta de conhecim.
Como o cliente Como o líder de projeto Como o analista Como o programador Como o consultor de
explicou... entendeu... projetou... construiu... negócios descreveu...
Como o projeto foi Que funcionalidades Como o cliente foi Como foi mantido... O que o cliente
documentado... foram instaladas... cobrado... realmente queria...
A figura anterior ilustra uma falha do gerenciamento de projetos, que pode ocorrer
devido a problemas no fluxo de comunicação entre os as partes envolvidas em um projeto,
especialmente no TAP, que dá as linhas gerais do projeto. O exemplo da figura ilustra uma
situação em que o cliente, ou não sabe exatamente o que quer, ou não consegue expressar a
sua ideia adequadamente. Muitas vezes, ele só consegue exprimir seus principais requisitos
durante o uso do que foi projetado, ou seja, após a entrega do projeto, quando já é tarde
demais.
PMO (Project Management Officer) | UNIDADE 4 125
Nome do Projeto
Centro de Custo
Descrição do
Projeto
Necessidades do
Objetivos Entregas Design
ID Descrição do negócio, suas Desenvolvimento Casos de
ID do de de
Associado Requisitos oportunidades do produto teste
projeto EAP Produto
metas e objetivos
1.0
1.1
001
1.2
1.2.1
2.0
002 2.1
2.1.1
3.0
003 3.1
3.2
004 4.0
005 5.0
• Engajamento: todo o time deve estar comprometido com a integração das áreas de
conhecimento do projeto.
PMO (Project Management Officer) | UNIDADE 4 127
SAIBA MAIS
SÍNTESE DA UNIDADE
A criação de um escritório de gerenciamento de projetos é o resultado da evolução e
amadurecimento da gestão de projetos em uma organização. Na medida em que o número
de projetos paralelos aumenta e a necessidade de padronizá-los torna-se uma necessidade
para facilitar o compartilhamento de recursos, metodologias e técnicas de gerenciamento
de projetos, cresce também a necessidade de criação do EGP/PMO.
REFERÊNCIAS
BARCAUI, A. PMO: Escritórios de Projetos, Programas e Portfólios na prática. Rio de Janeiro:
Brasport, 2012.
CORREIA, Nuno Miguel Bernardo Alexandre et al. O papel do Project Management Office
(PMO) nas organizações: reflexão sobre um estudo de caso. 2013. Dissertação de Mestrado. FEUC.
CRAWFORD, J.K. The Strategic Project Office, Second Edition. New York: Taylor & Francis
Group, 2011.
VARGAS, Ricardo V. Manual prático do plano do projeto. 4º Ed. Rio de Janeiro, Brasport, 2009.
130 GESTÃO DE PROJETOS | Guilherme Gonçalves
ANOTAÇÕES