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CIÊNCIAS DA NATUREZA
Aline Beatriz Pacheco Carvalho
Eliane de Siqueira
Julia Giora
(Orgs.)
METODOLOGIA
DO ENSINO DE
CIÊNCIAS DA
NATUREZA
A line Beatriz Pacheco Carvalho
E liane de S iqueira
J ulia G iora
(O rgs .)
1ª E dição
A gos to | 2019
Gestão Universidade
Reitor Prof. Dr. Paulo Fossatti - Fsc
Vice-Reitor, Pró-Reitor de Pós-grad., Prof. Dr. Cledes Casagrande - Fsc
Pesq. e Extensão e Pró-Reitor de Graduação
Pró-Reitor de Administração Vitor Benites
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Procuradora Jurídica Michele Wesp Cardoso
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Diretor Prof. Dr. Mario Augusto Pires Pool
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Coordenações Acadêmicas
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Coordenador da Área de Gestão e Negócios Prof. Me. Sílvio Denicol Júnior
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Coordenador do Curso de Ciências Contábeis Prof. Me. Eduardo Bugallo de Araújo
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Coordenadora do Curso de História Profª. Drª. Tatiana Vargas Maia
Coordenador do Curso de Engenharia da Produção Prof. Me. Rafael Pieretti de Oliveira
Coordenador do Curso de Análise e Desenv. de Sistemas Prof. Me. Mozart Lemos de Siqueira
M593 Metodologia do ensino de ciências da natureza / Aline Beatriz Pacheco Carvalho, Julia Giora (orgs.).
– Canoas, RS : Universidade La Salle EAD, 2019.
94 p. : il. ; 30 cm. – (Educação e cultura)
Bibliografia.
A equipe de gestão da EaD Unilasalle sente-se honrada em entregar a você este material
didático. Ele foi produzido com muito cuidado para que cada Unidade de estudos possa
contribuir com seu aprendizado da maneira mais adequada possível à modalidade que
você escolheu para estudar: a modalidade a distância. Temos certeza de que o conteúdo
apresentado será uma excelente base para o seu conhecimento e para sua formação. Por isso,
indicamos que, conforme as orientações de seus professores e tutores, você reserve tempo
semanalmente para realizar a leitura detalhada dos textos deste livro, buscando sempre
realizar as atividades com esmero a fim de alcançar o melhor resultado possível em seus
estudos. Destacamos também a importância de questionar, de participar de todas as atividades
propostas no ambiente virtual e de buscar, para além de todo o conteúdo aqui disponibilizado,
o conhecimento relacionado a esta disciplina que está disponível por meio de outras
bibliografias e por meio da navegação online.
Eliane de Siqueira
Possui graduação em Ciências Biológicas e Pedagogia pela Universidade Guarulhos
(1999), mestrado em Ciências pela Universidade de São Paulo (2006) e Doutorado na
mesma área concluído em 2012. Professora do ensino superior há 18 anos; 23 anos na
Educação Básica e professora do Ensino Fundamental I na Prefeitura Municipal de
Guarulhos. Atualmente, é Coordenadora de Programas Educacionais na Secretaria de
Educação do município, onde desenvolve cursos para a formação dos professores na
modalidade EaD. Realiza atividades de orientação em diversas áreas como Educação,
Geociências, Educação Ambiental, Prática de ensino, Análises ambientais, entre outras.
Nos últimos 12 anos, atua também na produção de materiais para EaD, banco de questões,
desafios profissionais, tutoria e coordenação externa de projetos para esta modalidade.
Júlia Giora
Possui graduação em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (2001), mestrado em Biologia Animal pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (2004) e doutorado em Biologia Animal pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul com estágio sanduíche realizado na George Washington University
(2008). Foi bolsista de Pós-Doutorado PNPD no Programa de Pós-Graduação em
Biologia Animal da UFRGS (2009-2014) atuando como pesquisadora e docente.
Atua principalmente nos seguintes temas: histologia animal, microscopia eletrônica
de varredura e de transmissão, zoologia, ictiologia, biologia reprodutiva e alimentar,
biologia comparada, peixes da Ordem Gymnotiformes. Atualmente é bolsista de Pós-
Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul atuando como docente colaboradora e pesquisadora responsável
pelo projeto “Análise da frequência de anomalias morfológicas, IGS e desenvolvimento
gonadal em peixes do lago Guaíba”, em um convênio entre o laboratório de ictiologia
da UFRGS e a empresa CMPC Celulose Riograndense. Atua também como docente
no curso de bacharelado em Ciências Biológicas da Universidade La Salle Canoas,
sendo responsável pelas disciplinas de Histologia Animal, Anatomia Comparada de
Vertebrados e Embriologia.
APRESENTANDO A DISCIPLINA
Com a conclusão dessa caminhada, você estará apto a desenvolver propostas, planos
de aula, projetos e outros materiais pedagógicos que envolvem os conhecimentos
pertinentes à Ciências da Natureza, de forma interdisciplinar e alinhada aos documentos
norteadores dessa prática.
Bons estudos!
Sumário
UNIDADE 1
Introdução aos Estudos de Ciências da Natureza......................................................................................................9
Objetivo Geral .............................................................................................................................................................9
Objetivos Específicos .................................................................................................................................................9
Questões Contextuais..................................................................................................................................................9
1.1 Aprendizagem Significativa................................................................................................................................... 10
1.2 Alfabetização Científica......................................................................................................................................... 14
1.3 O Método Científico................................................................................................................................................ 17
1.4 Metodologia de Ensino de Ciências da Natureza.................................................................................................. 18
1.4.1 Método da Resolução de Problemas ........................................................................................................................21
Síntese da Unidade....................................................................................................................................................24
Referências................................................................................................................................................................25
UNIDADE 2
Os PCNs, a BNCC e a Interdisciplinaridade..............................................................................................................27
Objetivo Geral ...........................................................................................................................................................27
Objetivos Específicos ...............................................................................................................................................27
Questões Contextuais................................................................................................................................................28
2.1 O Ensino de Ciências da Natureza nos PCNs........................................................................................................ 29
2.2 A Base Nacional Comum Curricular...................................................................................................................... 32
2.3 Conteúdos de Ciências da Natureza e a Interdisciplinaridade............................................................................. 36
Síntese da Unidade....................................................................................................................................................46
Referências................................................................................................................................................................47
UNIDADE 3
Dimensões para o Estudo das Ciências da Natureza...............................................................................................49
Objetivo Geral ...........................................................................................................................................................49
Objetivos Específicos ...............................................................................................................................................49
Questões Contextuais................................................................................................................................................50
Contextualizando.......................................................................................................................................................... 51
3.1 Educação e Sustentabilidade................................................................................................................................. 52
3.2 Ciência, Tecnologia e Sociedade........................................................................................................................... 58
3.3 Educação e Saúde.................................................................................................................................................. 63
3.4 Questões de Gênero, Sexualidade e o Ensino de Ciências da Natureza............................................................... 66
Síntese da Unidade....................................................................................................................................................69
Referências................................................................................................................................................................70
UNIDADE 4
Metodologia do Ensino de Ciências da Natureza.....................................................................................................73
Objetivo Geral ...........................................................................................................................................................73
Objetivos Específicos ...............................................................................................................................................73
Questões Contextuais................................................................................................................................................74
Contextualizando.......................................................................................................................................................... 75
4.1 Procedimentos e Propostas para o Ensino de Ciências da Natureza................................................................... 76
4.2 Estratégias para a Renovação do Ensino de Ciências da Natureza..................................................................... 83
4.3 Importância do Protagonismo do Aluno no Desenvolvimento das Propostas de Ensino de Ciências da
Natureza....................................................................................................................................................................... 89
Síntese da Unidade....................................................................................................................................................91
Referências................................................................................................................................................................92
unidade
1
Introdução aos Estudos de Ciências
da Natureza
Prezado(a) estudante.
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos
propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL
Conhecer os principais conceitos e teorias associados ao ensino de Ciências da Natureza.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Apresentar os conceitos e métodos relacionados ao ensino de Ciências da Natureza;
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Você consegue perceber quais aprendizados do ensino de ciências foram
significativos em sua vida?
5. Como você escolhe o foco que será dado aos conteúdos a serem trabalhados
com seus alunos?
10 METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA | Aline Beatriz Pacheco Carvalho
DESTAQUE
Olhar as nuvens misturadas no céu azul. Observar o vai e vem das ondas
no mar, hora tocando teus pés, hora fazendo-te correr. Olhar a natureza, as
estrelas brilhantes no céu escuro ou num dia claro, ver o Sol.
O que é? Qual é sua função? De onde vem? Onde começa? Onde termina? Essas
e tantas outras perguntas nos levam a caminhar, a sair do lugar e, de certa forma, a
desacomodar o corpo e a mente. As coisas que têm significado em nossas vidas, o que
realmente importa, para onde olhamos e como olhamos para o mundo e além dele: tudo
isso faz parte do ensino das Ciências Naturais. Perceba que estudar Ciências inclui
compreender a nossa própria vida e o quanto este ensino pode ser significativo na
vida do aluno.
DESTAQUE
• Para aprender ciência é melhor não tentar encontrar suas próprias respostas,
mas aceitar o que o professor e o livro didático dizem, porque isso está baseado
no conhecimento científico;
• Quando sobre o mesmo fato há duas teorias, é porque uma delas é falsa: a
ciência vai acabar demonstrando qual delas é a verdadeira;
SAIBA MAIS
A revista Nova Escola fez uma matéria sobre este filme inserindo-o no
contexto da sala de aula. O artigo pode ser conferido a partir do link a seguir:
http://gg.gg/ezqtv.
No passado, sentir fome e saber o que, como e quando comer nos possibilitou
sobreviver. Entender sobre o ambiente que nos cerca foi e é fundamental para nossa
existência. Houve um tempo em que não havia livros, nem a escrita. Tudo era contado
em uma roda, em volta de uma fogueira. A linguagem era rudimentar e urgente. Como
sobreviver enquanto espécie em um mundo desconhecido? Tudo o que se sabe é fruto da
necessidade, da curiosidade, da admiração pelo desconhecido. Talvez tudo tenha se
iniciado assim, da observação e da imaginação na nossa busca por compreender o porquê
das coisas.
A busca pelo significado das coisas e da nossa própria existência nos impulsionou
e nos lança diariamente em busca de algo. Um questionamento frequenta nossas mentes.
Não seria nada estranho ouvir ou perceber essas mesmas questões nas mentes de crianças,
jovens, adultos, enfim, atores sociais de todas as idades que se mobilizam em busca do
conhecimento.
Quando o professor proporciona uma vivência direta e sensível aos alunos, a própria
natureza se encarrega de transformar espontaneamente a vida deles, de uma maneira
extraordinária (CORNELL, 1997). É necessário perceber o que realmente importa, o
imprescindível, o que é urgente nas escolhas dos conteúdos que serão compartilhados com
os estudantes - sem subestimá-los e sem nos subestimar também.
Saber sobre o que nos cerca, do que realmente fazemos parte e como devemos agir
diante da realidade atual vai depender dos nossos conhecimentos sobre tudo. Mais que
isso, o que já sabemos é fruto de um trabalho coletivo ao longo da nossa curta jornada na
história da Terra, pois somos recentes aqui.
REFLETINDO
Já faz tempo que sabemos o quanto a falta de uma perspectiva mais ampla sobre
o mundo é capaz de gerar uma percepção limitada sobre situações complexas, o que nos
leva ao caos ambiental em que o planeta se encontra. Aprender essa linguagem para poder
interagir de forma consciente, presente, ativa e crítica pode, quem sabe, nos encaminhar
para um mundo melhor, mais harmônico, menos desigual.
Conforme Capra (1996, p. 23), nos dias de hoje a humanidade defronta-se “com
toda uma série de problemas globais que estão danificando a biosfera e a vida humana
de uma maneira alarmante, o que pode logo se tornar irreversível”. Dessa maneira, a
alfabetização científica poderá, no futuro, determinar os rumos da humanidade – isso
se continuarmos existindo enquanto espécie no planeta Terra. Além disso, se realmente
a nossa racionalidade é maior que a dos demais seres que compartilham conosco os
diferentes ambientes terrestres, cabe a nós uma grande responsabilidade, pois somos
aqueles que determinam se os demais organismos vivos seguirão existindo. Somos nós
que ponderamos ou não se uma árvore deverá viver ou se será derrubada, por exemplo.
Pense nesta situação: um dia desses, em uma breve caminhada pelo pátio da escola
foi possível observar várias formas de vida. Nos detemos em uma delas, uma árvore, e a
contemplamos com tempo. Muito mais que uma árvore, ela é morada para diferentes seres,
fonte de alimento, lugar de descanso e de relacionamentos entre aves, líquens, insetos e
tantos outros seres vivos. Uma árvore faz fotossíntese, ajudando de certa maneira todos
os organismos aeróbios. Quando se corta um ser deste, se vê que é muito mais que apenas
uma árvore.
Assim que um aluno começa a entender que uma árvore não está isolada de
outros seres e interações, este aluno está se alfabetizando cientificamente. Assim, ele terá
condições de ajudar na preservação das árvores da sua rua ou de um parque, entendendo
que ela é um ser com muitas interações importantes para a vida de todos.
Introdução aos Estudos de Ciências da Natureza | UNIDADE 1 15
GLOSSÁRIO
Assim, o conhecimento que temos sobre o ambiente que nos cerca, que inclui os
seres vivos, influencia diretamente na alfabetização científica de todos. Como é de interesse
da sociedade para uma formação cidadã, a alfabetização poderá usufruir da ciência para
instigar outras aprendizagens, como a inspiração para ler. Levar para os alunos atividades
que tratem sobre questões sociais e ambientais próximas da realidade cotidiana, alfabetiza
cientificamente e torna a aprendizagem significativa.
Figura 1.1 – Experimento para verificar se as plantas realmente precisam de água e luz para sobreviver. À esquerda,
crianças preparando os vasinhos para semear as sementes. À direita, resultado do experimento 15 dias depois.
Fonte: Fotos cedidas por: Camila Dellanhese Inácio, bióloga e executora de um projeto de educação
ambiental em uma escola municipal de educação infantil em Porto Alegre, RS.
O ser humano utiliza diferentes métodos para tentar explicar os fatos que ocorrem
à sua volta. Com isso, o conhecimento vai sendo construído, por vezes desconstruído e
ainda pode ser reconstruído, conforme as demandas do desenvolvimento da ciência, da
tecnologia e da sociedade. Para explicar os fenômenos da natureza, surgiu a necessidade
de uma investigação mais precisa e objetiva, com a intenção de chegar ao que acreditavam
ser uma verdade. Assim, para realizar uma investigação científica, a ciência utiliza um
modo organizado de trabalho, denominado método científico, que é constituído por várias
etapas as quais descreveremos a seguir.
DESTAQUE
DESTAQUE
Metodologia x Método. Estes dois termos às vezes são usados sem distinção,
mas seu significado é diferente. Método é o caminho que se percorre para
chegar a um resultado, a fim de se cumprir um objetivo. Metodologia é o
estudo dos métodos, com bases filosóficas e epistemológicas. A metodologia
de ensino é o eixo da prática pedagógica da qual o professor se utiliza para
promover a aprendizagem do aluno, por meio dos métodos empregados.
Carvalho e Gil Pérez (2001) realizaram uma pesquisa e constataram que mais de
70% dos entrevistados não lembram o que estudaram no ensino de Ciências. Assim como
as respostas obtidas por nós, todas são o resultado de uma aprendizagem não significativa
– nesse caso, devido ao método tradicional empregado. Este método foca no conteúdo
que, em geral, está distante da realidade do aluno, que tem que decorá-lo para passar na
prova. Nele, o professor detém o conhecimento, o aluno é considerado uma “tábula rasa”
e absorve o conteúdo de forma passiva. Se o conteúdo não faz sentido para o aluno,
ele posteriormente o esquece. Uma sala de aula tradicional tem a uma organização que
impossibilita a interação, como mostrado na Figura 1.2.
Introdução aos Estudos de Ciências da Natureza | UNIDADE 1 19
Considerando uma aula cuja temática era resíduos recicláveis e não recicláveis,
analise os seguintes exemplos: na primeira sala de aula, o professor pediu para os alunos
abrirem o livro didático e a turma leu em conjunto o texto proposto. Depois, os alunos
responderam as questões do livro e o professor corrigiu. Na segunda sala de aula, o
professor levou diversos resíduos, colocou no centro da sala e solicitou que os alunos, em
uma roda de conversa, discutissem o consumo, descarte e possibilidades de destinação mais
sustentável dos materiais. Surgiram diferentes colocações e pontos de vista. O professor
foi explorando cada um deles e lançou o desafio: “o que fazer para diminuir a quantidade
de resíduos sólidos e destiná-los corretamente?”. Essa atividade foi trabalhada por mais de
um dia de aula.
DESTAQUE
DESTAQUE
Ainda, pode-se fazer um levantamento com a turma para saber quem tem acesso à
internet no cotidiano. Conforme for o resultado, é possível orientar os estudantes para que
complementem sua pesquisa em casa ou mesmo peçam auxílio para seus familiares, dessa
maneira dando continuidade à atividade proposta.
Após várias reflexões sobre o tema em questão, é possível ter uma série de
informações que possibilitem a formulação de conceitos que levem o estudante a perceber
a influência da mineração de carvão nas proximidades da sua cidade.
• Haverá algum impacto na vida das pessoas que residem próximas da mina?
• O que é carvão?
• Relacione tudo que pesquisou e compartilhe com seus colegas e elaborem um texto
coletivo e divulguem na escola.
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre como uma mina de carvão em Eldorado do Sul ameaça
o Delta do Jacuí, leia em: http://gg.gg/ezqzh.
SÍNTESE DA UNIDADE
• Iniciamos a unidade com uma reflexão sobre a aprendizagem significativa, com
um olhar atento e crítico sobre a evolução das ciências ao longo dos anos, eventos
históricos importantes e relacionados com avanços tecnológicos que permitiram o
desenvolvimento da sociedade como a conhecemos atualmente.
REFERÊNCIAS
ANNUNCIATO, P; SEMIS, L. Qual é a melhor forma de organizar as carteiras na sala de
aula? NOVA ESCOLA, 28 de Março de 2018. Disponível em: http://gg.gg/ezr0o. Acesso em:
14 jul. 2019.
CAPRA, F. A Teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo:
Editora Cultrix, 1996. 256p.
CARVALHO, A.M.P; GIL-PÉREZ, D. O Saber e Saber Fazer dos Professores. Em: CASTRO,
Amélia Domingues; CARVALHO, Anna Maria Pessoa (Eds.). Ensinar a Ensinar: Didática para
a escola fundamental e média. São Paulo: Editora Pioneira, 2001. p. 127-124.
ANOTAÇÕES
unidade
2
Os PCNs, a BNCC e a
Interdisciplinaridade
Prezado(a) estudante.
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos
propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL
Descrever os elementos estruturais do ensino de Ciências da Natureza e suas
possibilidades de trabalho interdisciplinar.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Analisar as abordagens para o ensino de Ciências da Natureza presentes no PCNs;
5. Como um mesmo assunto, por exemplo o uso de agrotóxicos, pode ser trabalhado
nas diferentes áreas do conhecimento (linguagens, matemática, ciências da natureza
e humanas)?
Os PCNs, a BNCC e a Interdisciplinaridade | UNIDADE 2 29
VÍDEO
SAIBA MAIS
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural
e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação,
a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses,
formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das
diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também
participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual,
sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se
expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica,
significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo
e autoria na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências
que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.
Os PCNs, a BNCC e a Interdisciplinaridade | UNIDADE 2 33
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender
ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo- se na diversidade
humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e
promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos
de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Tais metas relacionam-se aos dois primeiros itens das competências gerais da
Educação Básica. Quanto ao uso de diferentes linguagens e de tecnologias digitais (itens
4 e 5), o documento enfatiza a importância de “tecnologias digitais de informação e
comunicação para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos
e resolver problemas das Ciências da Natureza de forma crítica, significativa, reflexiva e
ética” (BRASIL, 2017, p. 324).
investigativo são novamente colocadas como base para uma aprendizagem significativa.
Para que estes conteúdos tragam uma aprendizagem significativa para o aluno, devemos
ter em mente a importância das estratégias que o professor escolhe para que se atinja este
objetivo.
REFLETINDO
Esta temática está muito próxima de nós, pois tudo o que existe, o que vemos e
até o que não vemos é formado por átomos e dentro deles há grande energia. Energia esta
que movimenta inclusive as nossas ideias. O entendimento desse mundo nos permitiu
mudar de lugar, sair da zona de conforto, mesmo antes de compreendermos todas as
forças envolvidas em nossa existência. Forças, muitas vezes tão complexas, que nos
levaram e levam como que ao despertar de uma semente que dorme, nos possibilitando o
desenvolvimento enquanto mundo e humanidade. Quando nossa espécie avistou o fogo, no
momento derradeiro do encontro de olhares e a sensibilidade e sentimento pelo semelhante
surgiram (possível de observar no filme “A Guerra do Fogo”), muitas coisas passaram a ter
um novo significado. Perceba que sem matéria e energia, nada haveria.
A segunda unidade temática, Vida e evolução, abrange os estudos dos seres vivos,
incluindo os seres humanos, todas características e necessidades, quais os elementos
necessários à sua manutenção e como ocorrem os processos evolutivos que dão origem à
diversidade de formas de vida no planeta. Também são abordados os ecossistemas, com
enfoque nos brasileiros, e todas as interações entre os seres vivos e com os fatores não
vivos do ambiente, além da importância de se preservar a biodiversidade (BNCC, 2017).
Nesta temática, está incluído conhecimentos sobre o corpo humano e saúde, no qual as
crianças identificam os
Figura 2.1 – Avidade de reconhecimento de elementos da natureza com a criação de um desenho temporário,
desenvolvida com uma turma de 3° ano do ensino fundamental na disciplina de docência compartilhada.
Fonte: Fotos cedidas por: Ilka Marques Santanna, professora da Rede Municipal de Ensino de Guaíba, RS.
SAIBA MAIS
Há muita coisa escrita e pensada sobre educação, mas poucas descrevem como
fazer, como desenvolver estas habilidade em si e nos alunos. Há particularidades em cada
região e em cada escola e, dessa forma, cada professor deverá pensar em sua prática a
partir dessa perspectiva. Em outras palavras, nada está pronto. São peças jogadas na mesa
que devem ser montadas, pensadas e sentidas.
Pergunte-se o quanto a ciência é importante na sua vida, daí então, depois pergunte
aos alunos. Bem assim, contando uma história. Os alunos adoram histórias, imagine a
sua, nas vezes em que se surpreendeu com a natureza. Pode acreditar, a criançada vai
adorar saber sobre suas experiências nos ambientes naturais que tiveste oportunidade de
vivenciar e se sentirão mais à vontade para dialogar sobre o que pensam. Os educandos,
nessa simples proposta, aprenderão a perder a timidez, a se posicionar, argumentar, a
perceber e a valorizar a construção de seu pensamento e dos demais colegas.
40 METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA | Aline Beatriz Pacheco Carvalho
Imagine que uma das formas de desenvolver esta atividade poderá ser por meio da
escrita de um texto, um desenho, uma pintura, movimentos corporais, linha de tempo.
Assim, é possível notar que as diferentes disciplinas se inter-relacionam. Aqui, estamos
falando de interdisciplinaridade escolar. Se você parar para refletir um pouco sobre
quaisquer conteúdos e suas inter-relações, como não utilizar as ligações existentes de
determinado saber de ciências com as demais áreas do conhecimento? Há integração de
diferentes áreas como a astronomia, biologia, física, química e geociências, com o objetivo
de compreender situações ao nosso redor. Já nesta integração, há a interdisciplinaridade
científica, que tem por finalidade a produção de novos conhecimentos (LENOIR, 1998).
A interdisciplinaridade escolar, que é nosso foco nesta unidade, tem por finalidade a
difusão do conhecimento, favorecendo a integração de aprendizagens e conhecimentos,
e a formação de atores (LENOIR, 1998). Para isso “coloca-se em prática as condições
mais apropriadas para suscitar e sustentar o desenvolvimento dos processos integradores
e a apropriação dos conhecimentos como produtos cognitivos com os alunos” (LENOIR,
1998, p. 52).
conectados, sendo que alguns até parecem que são próprios das Ciências da Natureza,
mas devem ser tratados de forma transversal devido à importância para todas as áreas.
Nesse sentido, o documento aponta: “[...] as propostas podem ser trabalhadas tanto em um
ou mais componentes de forma intradisciplinar, interdisciplinar ou transdisciplinar, mas
sempre transversalmente às áreas de conhecimento” (BRASIL, 2019).
Meio Ambiente
Educação Ambiental
Educação para o consumo
Ciência e Tecnologia Economia
Ciência e Tecnologia Trabalho
Educação Financeira
Temas Contemporâneos Educação Fiscal
Multiculturalismo Transversais
Diversidade Cultural Saúde
BNCC
Educação para valorização Saúde
do multiculturalismo nas Educação Alimentar e
matrizes históricas e Nutricional
culturais brasileiras
Cidadania e Civismo
Vida Familiar e Social
Educação para o Trânsito
Educação em Direitos Humanos
Direitos da Criança e do Adolescente
Processo de envelhecimento,
respeito e valorização do Idoso
SAIBA MAIS
REFLETINDO
Figura 2.3 – Experiência - qual tipo de lixo pode virar adubo (transformação da matéria). Imagem da esquerda no dia
em que foi enterrado cascas de frutas e um saco plástico e a imagem da direita é cerca de 45 dias depois.
Fonte: Fotos cedidas por: Camila Dellanhese Inácio, bióloga e executora de um projeto de educação
ambiental em uma escola municipal de educação infantil em Porto Alegre, RS.
Os PCNs, a BNCC e a Interdisciplinaridade | UNIDADE 2 43
DESTAQUE
O apanhador de desperdícios
Amo os restos
Eu sou da invencionática
Manoel de Barros
A respeito da política dos cinco erres (5 R’s - repensar, reduzir, recusar, reutilizar e
reciclar) e o consumo consciente, há diversas atividades que podem ser desenvolvidas em
sala de aula. Uma delas é descrita por Inácio et al. (2004). Os autores propõem uma
atividade lúdica que pode ser aplicada a diferentes faixas etárias partindo do recorte de
encartes de supermercados, onde primeiramente se separam os produtos que geram
44 METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA | Aline Beatriz Pacheco Carvalho
VÍDEO
REFLETINDO
Não basta ensinar, por exemplo, que não se deve jogar lixo nas ruas
ou que é necessário não desperdiçar materiais, como água, papel ou
plástico. Para que essas atitudes e valores se justifiquem, para não
serem dogmas vazios de significados, é necessário informar sobre
as implicações ambientais dessas ações. Nas cidades, lixo nas ruas
pode significar bueiros entupidos e água de chuva sem escoamento,
favorecendo as enchentes e a propagação de moscas, ratos ou
outros veículos de doenças. Por sua vez, o desperdício de materiais,
considerado no enfoque das relações entre os componentes do ambiente,
pode significar a intensificação de extração de recursos naturais, como
petróleo e vegetais que são matéria-prima para a produção de plásticos
e papel (BRASIL, 1997, p. 37).
SAIBA MAIS
Leia a Carta do chefe indígena Seattle, escrita há mais de 150 anos. Ele
retrata o amor e respeito pela Terra, onde tudo está interligado.
SÍNTESE DA UNIDADE
• Primeiramente abordamos o ensino de Ciências da Natureza como parte dos PCNs
e da BNCC, documentos que são balizadores para a construção das propostas
curriculares.
• É preciso que o educador repense seus próprios hábitos para que ele possa levar
os alunos a refletir os seus. É fundamental uma reflexão e ressignificação da
compreensão da natureza para o educador de maneira que ele possa levar para a sala
de aula o que ele próprio vivenciou e experimentou verdadeiramente. Apaixonar-se
pelo conteúdo e a percepção da importância de tais conhecimentos é primordial
para uma educação relevante, atual e profunda.
Os PCNs, a BNCC e a Interdisciplinaridade | UNIDADE 2 47
REFERÊNCIAS
BRASIL. MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências da Natureza – 1º e 2º ciclos.
Brasília: MEC/SEF, 1997. 136p.
BRASIL. MEC. Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino Fundamental.
Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://gg.gg/ezrr6. Acesso em: 19 jul. 2019.
INÁCIO, C.D. et al. O lixo nosso de cada dia: o que fazer? In: KINDEL, E.A.I; SILVA, F.W.;
SAMMARCO, Y.M. (Orgs.). Educação Ambiental: vários olhares e várias práticas. Porto Alegre:
Mediação, 2004. p. 85-88.
ANOTAÇÕES
unidade
3
Dimensões para o Estudo das
Ciências da Natureza
Prezado(a) estudante.
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos
propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL
Conhecer algumas dimensões em que o trabalho com Ciências da Natureza pode ser
desenvolvido.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Identificar a relação entre Educação e Sustentabilidade;
3. No Brasil, que fatos históricos podem ser lembrados como origens dos atuais
problemas ambientais do país?
5. Que outros tópicos você poderia sugerir para a discussão da temática Ciência,
Tecnologia e Sociedade?
8. Você pode citar o nome de uma grande cientista e sua contribuição para o
conhecimento científico?
Dimensões para o Estudo das Ciências da Natureza | UNIDADE 3 51
Contextualizando
Ciências da Natureza é um tema tão amplo quanto complexo, repleto de um
conhecimento específico detalhado, mas que está em contato com incontáveis outras
temáticas e outras linhas de conhecimento, fazendo desta uma ciência apaixonante e uma
incrível ferramenta para educadores em todas as etapas da formação escolar. As diferentes
dimensões do conhecimento das Ciências da Natureza permitem o engajamento em uma
perspectiva interdisciplinar que engloba, além da formação científica e biológica clássica,
todos os demais aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais emergentes em uma
sala de aula.
52 METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA | Julia Giora
Essas informações estão em consonância com o que foi apresentado em 1987 pela
Organização das Nações Unidas (ONU). No relatório publicado pela Comissão Mundial
para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, o seguinte conceito foi apresentado:
DESTAQUE
Esta definição, ainda que tenha ganhado notoriedade, passou a ser utilizada em
sentido demasiadamente amplo, atrelando todas as atividades à necessidade de reserva de
recursos para as futuras gerações, sem considerações temporais ou locais, por exemplo.
Este conceito, quando aplicado com rigor, excluía da sustentabilidade quase todas as
atividades humanas em longo prazo.
DESTAQUE
Nestes novos parâmetros, fica clara a necessidade de ações distintas em cada região
do mundo para que se atinja um desenvolvimento sustentável, concentrando os esforços no
crescimento e equidade econômica (crescimento responsável de longa duração para todas
as nações), na conservação de recursos naturais e do meio ambiente, e no amplo e irrestrito
desenvolvimento social.
REFLETINDO
REFLETINDO
SAIBA MAIS
pelo conhecimento das interligações nos planos econômico, científico, cultural, político
e, obviamente, na natureza, apontando a responsabilidade de todos pelo futuro comum
da Terra (MANSOLDO, 2012). A consciência planetária, quando trabalhada dentro do
contexto da educação ambiental, favorece o exercício consciente e democrático dos nossos
direitos e deveres de cidadãos.
Deve-se sempre lembrar também que para entender com clareza qualquer situação
atual, é necessário que se analise e discuta fatos históricos. Isto também se aplica à questão
ambiental, e deve ser considerado durante o processo de ensino e de planejamento de ações
em termos de educação ambiental. Ao se analisar fatos políticos, econômicos ou sociais
envolvidos no processo de degradação ambiental, podemos encontrar a origem destes
problemas, buscando solucioná-los desde aí. Sem a visão histórica e análise crítica, os
resultados da discussão se tornam superficiais e incompletos.
REFLETINDO
Acima de tudo, para o educador ambiental nas escolas, cabe ressaltar que a
conscientização é um processo contínuo, que deve iniciar na primeira formação escolar,
perpassando todos os níveis de formação do aluno, acompanhando de forma transversal o
seu desenvolvimento educacional.
verdades impostas sem uma visão crítica. O professor de ciências tem em suas mãos todas
as ferramentas necessárias para a melhor aplicação dos preceitos da educação ambiental,
visando a sustentabilidade no desenvolver de seus conteúdos obrigatórios. Assim, a este
professor cabe também a tarefa de facilitação da transversalidade do tema entre as demais
disciplinas escolares, sendo este talvez o seu maior desafio.
• cientista/especialista como único • relação entre ciência e sociedade • conhecimento científico como
detentor do saber; de forma uticitária; produto da prática humana;
• base empirista; • conhecimento científico ocorre de • interdisciplinaridade na
• conhecimento como algo externo forma linear; produção do conhecimento;
ao cientista; • ênfase nos resultados; • processo de investigação
Ciência e tecnologia • ciência como portadora da • resolução dos problemas envolve rupturas e mudanças
verdade e da razão; ambientais pela ciência e tecnologia; de rumo;
• produção científica isolada da • supremacia do saber científico • ciência como uma das formas
sociedade. sobre o popular. de interpretação do mundo;
• cultura local como
conhecimento.
• questões que envolvem conflitos • conflito apresentado como um • questões controversas são
não abordadas; “falso consenso”; apresentadas na perspectiva de
• padrões de comportamento em • solução depende do que querer vários sujeitos sociais;
uma perspectiva maniqueísta; fazer; • questões de igualdade de
• todos são igualmente • ênfase nos comportamentos acessos aos recursos naturais e
Valores éticos
responsáveis pelos problemas e individuais-normativo; distribuição desiqual de riscos
pela qualidade ambiental. • relação direta entre informação e ambientais são discutidas;
mudança de comportamento. • incentivo à formação, valores
e atitudes direcionados pela
ética e justiça ambiental.
REFLETINDO
Para Roberts (1991), os estudos de CTS apresentam uma concepção de: (i)
ciência, como atividade humana que tenta controlar o ambiente e a nós mesmos, estando
intimamente relacionada à tecnologia e às questões sociais; (ii) sociedade, como ente que
busca desenvolver no público em geral e também nos cientistas, uma visão operacional
sofisticada de como são tomadas decisões sobre problemas sociais relacionados à ciência e
tecnologia; (iii) aluno, como alguém que preparado para tomar decisões inteligentes e que
compreenda a base científica da tecnologia; e (iv) professor, como aquele que desenvolve
o conhecimento e o comprometimento com as inter-relações complexas entre ciência,
tecnologia e decisões a serem tomadas conjuntamente como sociedade.
REFLETINDO
GLOSSÁRIO
“...o ser humano faz parte do meio ambiente e as relações que são estabelecidas —
relações sociais, econômicas e culturais — também fazem parte desse meio e, portanto,
são objetos da área ambiental”.
64 METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA | Julia Giora
“...é preciso refletir sobre como devem ser essas relações socioeconômicas e
ambientais, para se tomar decisões adequadas a cada passo, na direção das metas desejadas
por todos: o crescimento cultural, a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental”.
REFLETINDO
O ambiente escolar serve como um terreno extremamente fértil para que ocorra a
adesão e transformação dos conceitos de saúde e meio ambiente. Órgãos internacionais
como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a UNESCO (Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) elencam a escola como pivô para o
desenvolvimento de ferramentas que estimulem e mantenham boas práticas em meio
ambiente e saúde. Segundo Costa et al. (2008), a escola congrega todos e dá espaço a
mudanças no pensar e edificar saúde no contexto social e temporal. Tendo-se em mente a
diversidade de esferas e a complexidade supracitadas, a escola certamente atua como um
agente catalisador para uma mudança conjunta e leva em conta elementos múltiplos
que não devem ser desvalorizados.
A busca por uma melhoria na qualidade de vida passa exatamente pela percepção
de questões ambientais e de saúde, além de cuidado com o corpo, e neste contexto as
constantes descobertas possibilitam a fixação de potencialidades e fragilidades, o que de
fato é um dos objetivos da aprendizagem.
Assim, a abordagem da relação entre saúde e meio ambiente deve se dar com
enfoque individualizado, considerando a bagagem histórica e o contexto social em que
o aluno está inserido. Segundo Ferreira et al. (2018), a influência das camadas cultural
e familiar em preferências e hábitos alimentares de alunos, por exemplo, é algo que vai
além da atmosfera escolar. A escolha de alimentos saudáveis, frutas regionais e alimentos
Dimensões para o Estudo das Ciências da Natureza | UNIDADE 3 65
SAIBA MAIS
Segundo estudo publicado na revista Science, em 2017, a partir dos seis anos
de idade as meninas passam a se achar menos inteligentes do que os seus colegas do
sexo masculino – até então elas se consideravam tão inteligentes quanto eles. Esse tipo
de percepção negativa em relação ao seu próprio gênero pode ser um fator de influência
no desempenho e nas escolhas das jovens ao longo da vida e, em relação às escolhas
profissionais, menos de cinco por cento das meninas expressam planejar seguir
Dimensões para o Estudo das Ciências da Natureza | UNIDADE 3 67
REFLETINDO
Você pode citar o nome de uma grande cientista e sua contribuição para o
conhecimento científico?
SAIBA MAIS
SÍNTESE DA UNIDADE
• O desenvolvimento sustentável procura a melhoria da qualidade de vida de todos os
habitantes do mundo sem aumentar o uso de recursos naturais além da capacidade
da Terra.
• A busca por uma melhoria na qualidade de vida passa pela percepção de questões
ambientais e de saúde, além de cuidado com o corpo, sendo a escola o pivô para
o desenvolvimento de ferramentas que estimulem e mantenham boas práticas em
meio ambiente e saúde.
REFERÊNCIAS
AULER. D. Enfoque ciência-tecnologia-sociedade: pressupostos para o contexto brasileiro.
Ciência e Ensino, vol. 1, 2007.
BRASIL. Lei nº 9.795/99 de 27/04/1999: Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política
Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial de União, 1999.
DASTE, D. Vamos falar de ciências. In: DOWLE, M. Revista Mulheres na Ciência: British
Council, N.1, 2019.
DEWEY, J. Experiência e Educação. 3ª Edição. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1979.
ROBERTS, D. A. What counts as science education? In: FENSHAM, P., J. (Ed.) Development
and dilemmas in science education. Barcombe: The Falmer Press, p.27-55. 1991.
SILVA, R. L. F. O meio ambiente por trás da tela: estudo das concepções de educação
ambiental dos filmes da tv escola. Tese de Doutorado. Faculdade de Educação. Universidade de
São Paulo. São Paulo, 2007.
TRIVELATO, S. F., SILVA, R. L. F. Ensino de ciências. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
72 METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA | Julia Giora
ANOTAÇÕES
unidade
4
Metodologia do Ensino de
Ciências da Natureza
Prezado(a) estudante.
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos
propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL
Apresentar as possibilidades de trabalho com Metodologia do Ensino de Ciências.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Conhecer os procedimentos e propostas para elaboração de materiais didáticos para o
ensino de Ciências da Natureza;
2. Você tem contato com muitos livros didáticos de ciências? Qual a sua opinião
sobre eles?
5. Você já fez uso de tecnologia em sala de aula como aluno ou como professor?
Metodologia do Ensino de Ciências da Natureza | UNIDADE 4 75
Contextualizando
“É necessário perguntar, ser curioso, investigar, descobrir, criar..., é
necessário transformar o mundo! Ciência é realidade, imaginação,
perseverança, trabalho, criatividade. Ciência é ação. Os interesses dos
alunos estão centrados na ação, no diálogo, na confrontação de ideias,
no trabalho em equipe, na experimentação, na reflexão conjunta, na
busca de novos questionamentos. Portanto, as aulas de ciência devem
destacar o caráter de empresa vital, humana, fascinante, indagadora,
aberta, útil e criativa que tem a atividade científica.” (PAVÃO e
FREITAS, 2008, p.20).
76 METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA | Julia Giora
Krasilchik (2000) fez uma revisão histórica das propostas de reforma do ensino
de ciências ao longo dos anos, ilustrando alguns dos caminhos percorridos por vários
projetos desde a sua elaboração nos órgãos normativos como parte de políticas públicas até
o dia-a-dia das salas de aula (Quadro 4.1).
Quadro 4.1 – Evolução da situação mundial segundo as tendências no ensino entre 1950 e 2000.
Situação Mundial
Tendências no Ensino 1950 1970 1990 2000
Guerra Fria Guerra Tecnológica Globalização
• formar elite; • formar cidadão-trabalhador; • formar cidadão-trabalhador-
• programas rígidos. • propostas curriculares estaduais. estudante;
Objetivo do Ensino
•parâmetros curriculares
federais.
Figura 4.1 – Jean Piaget, um dos principais responsáveis pela abordagem cognitiva da educação.
Como visto na unidade anterior, os estudos CTS aplicados ao contexto escolar, tem
como bases relacionar a ciência com as aplicações tecnológicas e os fenômenos na
vida cotidiana; abordar o estudo daqueles fatos e aplicações científicas que tenham
uma maior relevância social; abordar as implicações sociais e éticas relacionadas
ao uso da ciência e do trabalho científico; e adquirir uma compreensão da natureza
da ciência e do trabalho científico. As críticas feitas a essa abordagem, refere-se
à ênfase na contextualização da ciência em detrimento da dimensão conceitual,
e ao pouco material didático de apoio para o professor em virtude de seu caráter
primordialmente interdisciplinar.
• Ciências por Investigação: Esta abordagem tem sido considerada por diversos
autores como a mais atualizada e adequada à realidade contemporânea. Nela, há
uma mudança de foco da mera transmissão de conteúdo para a construção interativa
do conhecimento. De acordo com a definição de Schnetzler e Aragão (1995, p.30):
SAIBA MAIS
REFLETINDO
SAIBA MAIS
Soares (2001) afirma que o livro didático nasce com a própria escola, e está presente ao
longo da história, em todas as sociedades, em todos os tempos. Mesmo com a modernização
dos métodos de ensino e aprendizagem, livros serão sempre instrumentos indispensáveis
em escolas e nunca devem ser abandonados ou menosprezados. Adicionalmente, o hábito
de consulta aos livros, o manuseio dos mesmos, em um mundo quase na sua totalidade
digital, acaba por ser uma atividade diferente, inovadora e instigante para os alunos de
hoje. Em um mundo em que a informação está a um “click” de distância, mais importante
do que obter informação é ser capaz de avaliar a qualidade da mesma. É nesta busca
por senso crítico, especialmente sobre as informações associadas aos conhecimentos das
ciências, que o livro se faz ainda mais indispensável. O livro didático é talvez o primeiro
contato do aluno com a literatura científica, com publicações de conteúdo acadêmico,
mostrando mais uma vez o seu valor tanto de educação formal quanto de formação social.
82 METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA | Julia Giora
De acordo com Ramalho e Núñez (2000), a seleção dos livros didáticos não deve
excluir os professores, os quais têm domínio de saberes diversos a serem mobilizados
para assumir a responsabilidade ética de selecionar os livros didáticos, além de avaliar
as possibilidades e limitações dos livros recomendados pelo MEC. Os autores também
afirmam que os professores precisam utilizar as suas competências para superar as
limitações muitas vezes encontradas nos livros didáticos, entendendo que estes têm um
caráter genérico, não atendendo a necessidades específicas e problemas locais. Além
disto, os professores devem estar preparados não só para selecionar os livros de uma lista
previamente organizada por especialistas, mas também para saber lidar com os erros
presentes nos livros e outros meios de informação cada vez mais ao alcance de seus alunos.
Metodologia do Ensino de Ciências da Natureza | UNIDADE 4 83
Wilsek e Tosin (2009) também afirmam que a educação no Brasil vive uma época de
grandes desafios e inovações, em que, no meio escolar, a fragmentação do conhecimento
em disciplinas e o volume de informações dos currículos distanciam a experiência e o
pensamento crítico das práticas escolares. Os autores citam a necessidade de revisão da
questão “tempo” no sistema de ensino: tempo necessário para pesquisa e para formação
continuada do professor e ainda o tempo para compreender e vivenciar uma informação,
pois ela é rapidamente substituída por outra. No ensino de Ciências, estas questões podem
ser percebidas pela dificuldade do aluno em relacionar a teoria desenvolvida em sala com
a realidade a sua volta, não reconhecendo o conhecimento científico em situações do seu
cotidiano.
Para Pavão e Freitas (2008), o rápido crescimento da ciência nos últimos 100
anos foi acompanhado por uma educação formal, focada cada vez mais na memorização,
sendo necessário romper com esse método e familiarizar o estudante com a pesquisa,
destacando o prazer e a utilidade da descoberta, formando cidadãos capazes de responder
às necessidades do mundo atual.
REFLETINDO
REFLETINDO
No entanto, não devemos esquecer que existe uma grande diferença entre as
publicações científicas em periódicos científicos especializados, e os textos de divulgação
científica, sendo que estes últimos são produzidos por jornalistas e/ou cientistas que não
têm como foco o ensino formal de ciências uma vez que seu principal objetivo é veicular
informações científicas para um público de não especialistas, portanto não apresentando
originalmente um caráter didático inerente à prática escolar, tornando indispensável o
papel do professor na aferição deste conteúdo, evitando que se propague informações
imprecisas ou deturpadas.
De acordo com Ward et al. (2010), se classificam três regras básicas para o uso
de TIC em ciências:
1. O uso da TIC deve estar alinhado à boa prática no ensino de ciências: A boa
ciência leva os alunos a pensar, a ser curiosos, a observar, a fazer medições, a olhar
padrões e tendências, a identificar questões e comunicar suas descobertas e a uma
variedade de outras habilidades. Se a aula apenas permite que os alunos assistam
algo em um quadro branco interativo, passivamente, e não promove ou possibilita
que façam suas próprias perguntas ou criem suas próprias ideias, essa não é “boa
ciência” ou mesmo boa aprendizagem. Outro aspecto da boa ciência seria ajudar
a desenvolver atitudes científicas de cooperação, de tolerância à incerteza e de
respeito pelas evidências, bem como habilidades de observação, de mensuração e
de comunicação. Quando usada de forma efetiva, a tecnologia pode promover em
todos os alunos as características da “boa ciência”.
3. Ela deve fazer algo que não possa ser alcançado sem o seu uso ou propiciar
que este algo seja alcançado de maneira mais efetiva: Esse é o princípio mais
importante relacionado ao uso da TIC. Se um livro tradicional for a forma mais
rápida e eficiente de encontrar as informações necessárias, ou se o uso de imagens
em uma tela não aumentar a aprendizagem, a opção da informática não deve ser
usada. Se apenas um aluno for tocar a tela interativa, enquanto o resto da classe
assiste passivamente o que está acontecendo, é improvável que a informática
promova a aprendizagem. Se os alunos puderem anotar suas ideias em notas
enquanto trabalham, ao invés de terem que digitar o trabalho depois, a anotação
manual sempre vencerá. No estágio de planejamento, deve-se constantemente fazer
perguntas relacionadas ao “como”, “porquê” e “quando” do uso da TIC, para que
ela não seja usada em ciências para reforçar habilidades já existentes ou somente
para passar o tempo.
REFLETINDO
Você já fez uso de tecnologia em sala de aula como aluno ou como professor?
Avalie se estas experiências seguiriam os princípio sugeridos por WARD et
al. (2010).
SAIBA MAIS
À medida que o tempo passa, os alunos, que deveriam estar cada vez mais
envolvidos no processo de aprendizado, estão cada vez mais distantes. Para Leite (2018),
a solução deste problema passa por centrar a aprendizagem no aluno, sendo que por
décadas a educação foi centrada no que o professor transmitia para este em um ambiente
de aprendizagem passivo. Dewey (1950) já destacava a importância do aluno ativo na
construção de seu conhecimento e da necessidade em superar a tradicional aula expositiva,
cuja finalidade é a reprodução e a memorização do conteúdo de ensino. Esse protagonismo
do aluno é também descrito nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e corrobora a
consolidação dos quatro pilares essenciais da educação: o aprender a aprender, o aprender
a fazer, o aprender a viver e a conviver e o aprender a ser (BRASIL, 2002).
90 METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA | Julia Giora
SÍNTESE DA UNIDADE
• As modalidades práticas e didáticas empregadas no ensino das disciplinas científicas
dependem, fundamentalmente, da concepção de aprendizagem de ciência adotada
e das tendências curriculares em vigor.
• Trata-se de uma concepção de que ensinar ciências é fazer ciência, este fazer
ciência na escola fazendo o aluno utilizar procedimentos próprios da ciência como
observar, formular hipóteses, experimentar, registrar, sistematizar, analisar e criar.
REFERÊNCIAS
AULER, D. Interações entre Ciência-Tecnologia-Sociedade no Contexto da Formação de
Professores de Ciências. 2002. Tese (Doutorado em Educação), Centro de Educação,Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.
EL-HANI, C. N.; VIDEIRA, A. A. P. O que é vida? Para entender a biologia do século XXI.
Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000.
LEITE, B. S. Aprendizagem tecnológica ativa. Rev. Inter. Educ. Sup. v.4, n.3, p.580-609. 2018
MARANDINO, M. Faz sentido ainda propor a separação entre os termos educação formal,
não formal e informal? Ciênc. Educ., Bauru, v. 23, n. 4, p. 811-816, 2017.
NÚÑEZ, I. B., RAMALHO, L. B., SILVA, I. K. P. da., CAMPOS, A. P. N. A seleção dos livros
didáticos: um saber necessário ao professor. O caso do ensino de Ciências. Revista Iberoamericana
De Educación, 33(1), 1-11, 2003.
PAVÃO, A. C., FREITAS, D., Quanta Ciência há no Ensino de Ciências. Edufscar, São Carlos-
SP: 2008.
SOARES, M. B. Livro didático: Uma história mal contada. Fazendo Escola. Editora
Moderna, 2001.
WARD, H et al.; Ensino de ciências. In: LOMÂNACO, J. L. B. Dados eletrônicos. Porto Alegre
: Artmed, 2010.
WILSEK, M.; TOSIN, J. Ensinar e aprender ciências no ensino fundamental com atividades
investigativas através da resolução de problemas. Secretaria de Estado da Educação, PR, 2009.
94 METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA | Julia Giora
ANOTAÇÕES