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QUALIDADE, SAÚDE,
MEIO AMBIENTE
E SEGURANÇA DO
TRABALHO
SÉRIE MINERAÇÃO
QUALIDADE, SAÚDE,
MEIO AMBIENTE
E SEGURANÇA DO
TRABALHO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
QUALIDADE, SAÚDE,
MEIO AMBIENTE
E SEGURANÇA DO
TRABALHO
© 2016. SENAI - Departamento Nacional
FICHA CATALOGRÁFICA
S474q
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Qualidade, saúde, meio ambiente e segurança do trabalho / Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Minas
Gerais. Brasília: SENAI/DN, 2016.
CDU: 005.6
SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte . Quadra 1 . Bloco C . Edifício Roberto
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Departamento Nacional Fax: (0xx61)3317-9190 . http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Qualidade.........................................................................................................................................................18
Figura 2 - Clientes internos e clientes externos.....................................................................................................20
Figura 3 - Processo de recobrimento de pelotas de ferro para exportação................................................22
Figura 4 - Representação hierárquica do processo...............................................................................................22
Figura 5 - Representação hierárquica do processo de extração de minério...............................................23
Figura 6 - Representação do controle de processos por meio da melhoria contínua.............................24
Figura 7 - Etapas do desenvolvimento do Brainstorming................................................................................. 25
Figura 8 - Reunião para Brainstorming................................................................................................................... 26
Figura 9 - Modelo formulário lista de verificação veicular.................................................................................27
Figura 10 - Exemplo de Diagrama de Pareto dos acidentes do trabalho ocorridos
em uma mineradora..................................................................................................................................28
Figura 11 - Estrutura Diagrama de Causa e Efeito.................................................................................................29
Figura 12 - Diagrama de Causa e Efeito preenchido............................................................................................30
Figura 13 - Processo de implantação SEIRI..............................................................................................................31
Figura 14 - Programa 5S..................................................................................................................................................32
Figura 15 - Registros das amostras das Lavras Colmeia e Lagoinha...............................................................32
Figura 16 - Gráfico de Controle das Amostras da Lavra Colmeia.....................................................................33
Figura 17 - Gráfico de Controle das Amostras da Lavra Lagoinha..................................................................34
Figura 18 - Gráfico de Controle de Amostras das Lavras Colmeia e Lagoinha............................................34
Figura 19 - Elementos do método 5W2H.................................................................................................................35
Figura 20 - Perguntas método 5W2H........................................................................................................................35
Figura 21 - Órgãos ambientais brasileiros................................................................................................................42
Figura 22 - Tripé da sustentabilidade.........................................................................................................................44
Figura 23 - Representação das etapas do licenciamento ambiental
com as atividades da mineração...........................................................................................................45
Figura 24 - Etapas da vida útil de uma mina...........................................................................................................46
Figura 25 - Logística reversa..........................................................................................................................................49
Figura 26 - Ciclo do processo de geração de resíduos........................................................................................49
Figura 27 - 3R’s do desenvolvimento sustentável.................................................................................................50
Figura 28 - Cores das lixeiras de coleta seletiva, de acordo com a Resolução CONAMA
nº 275, de 25 de abril de 2001................................................................................................................51
Figura 29 - Interação da água em processos da mineração..............................................................................54
Figura 30 - Fluxo da utilização e reaproveitamento da água............................................................................55
Figura 31 - Acidente.........................................................................................................................................................60
Figura 32 - Representação da situação acidente...................................................................................................61
Figura 33 - Tipos de acidentes do trabalho.............................................................................................................63
Figura 34 - Causas de acidentes...................................................................................................................................64
Figura 35 - Uso do celular durante atividades de trabalho................................................................................64
Figura 36 - Materiais perfuro-cortantes em locais de passagem dos trabalhadores...............................65
Figura 37 - Queda do trabalhador devido a piso escorregadio.......................................................................65
Figura 38 - Tambores com produtos químicos.......................................................................................................66
Figura 39 - Situação de risco: operador manuseando um tambor contendo produto químico..........67
Figura 40 - Pirâmide de estudo das proporções de acidentes e incidentes................................................68
Figura 41 - Formulário de Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT.....................................................70
Figura 42 - Representação da emissão das vias da CAT......................................................................................71
Figura 43 - Estrutura da CIPA.........................................................................................................................................73
Figura 44 - Símbolo CIPAMIN........................................................................................................................................73
Figura 45 - Classificação dos riscos.............................................................................................................................76
Figura 46 - Ordem de adoção das medidas de controle.....................................................................................77
Figura 47 - Compressor...................................................................................................................................................78
Figura 48 - Representação do sistema de enclausuramento acústico..........................................................78
Figura 49 - Calçado de segurança...............................................................................................................................80
Figura 50 - Luvas de proteção......................................................................................................................................80
Figura 51 - Capacete de segurança............................................................................................................................81
Figura 52 - Capacete de segurança com dispositivos de proteção conjugados........................................81
Figura 53 - Capacete de segurança com lanterna.................................................................................................82
Figura 54 - Capacete conjugado com lanterna e vestimenta com faixas retrorrefletivas......................82
Figura 55 - Vestimentas com faixas retrorrefletivas..............................................................................................83
Figura 56 - Óculos de proteção....................................................................................................................................83
Figura 57 - Óculos de proteção lente cinza e lente amarela.............................................................................84
Figura 58 - Protetor auditivo de inserção tipo plugue........................................................................................84
Figura 59 - Protetor auditivo tipo concha................................................................................................................85
Figura 60 - Peça Semifacial Filtrante - PFF................................................................................................................86
Figura 61 - Máscara de proteção respiratória com filtro.....................................................................................87
Figura 62 - Máscara de proteção facial......................................................................................................................87
Figura 63 - Inspeção de segurança.............................................................................................................................90
Figura 64 - Modelo de documento da APR..............................................................................................................92
Figura 65 - Exemplos de placas de sinalização de segurança...........................................................................94
Figura 66 - Exemplos de sinalização de alerta........................................................................................................95
Figura 67 - Exemplos de equipamentos de combate a incêndio....................................................................95
Figura 68 - Exemplos de sinalização de orientação e salvamento..................................................................95
Figura 69 - Exemplos de sinalização de proibição................................................................................................96
Figura 70 - Sinalização horizontal para demarcar a área de circulação
conjunta de pessoas próximo a máquinas........................................................................................96
Figura 71 - Cavalete para sinalização complementar temporária...................................................................97
Figura 72 - Mapa de riscos de uma oficina de mecânica de manutenção de uma mina........................98
2 Qualidade .........................................................................................................................................................................17
2.1 A Importância da Qualidade....................................................................................................................18
2.1.1 Organização do Trabalho........................................................................................................21
2.1.2 Sistema e Subsistema...............................................................................................................21
2.1.3 Processo........................................................................................................................................21
2.1.4 Tarefas............................................................................................................................................22
2.2 Ferramentas da Qualidade.......................................................................................................................23
2.2.1 Brainstorming..............................................................................................................................25
2.2.2 Folha de Verificação..................................................................................................................26
2.2.3 Diagrama de Pareto..................................................................................................................28
2.2.4 Diagrama de Causa e Efeito...................................................................................................29
2.2.5 Programa 5S.................................................................................................................................30
2.2.6 Gráficos de Controle.................................................................................................................32
2.2.7. Método 5W2H............................................................................................................................35
Referências......................................................................................................................................................................... 105
Índice................................................................................................................................................................................... 111
Introdução
Prezado aluno,
Seja bem-vindo à unidade curricular Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança
do Trabalho!
Você provavelmente já conhece as palavras produtividade, competitividade, planejamento,
clima organizacional, sustentabilidade e tantas outras, correto? Esses termos, muito comuns no
mundo empresarial, surgiram com a evolução dos conceitos administrativos e gerenciais, que
se adaptaram às mudanças ocorridas nas condições do trabalho e na preocupação da socieda-
de com as questões ambientais.
Hoje, os conceitos de Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança do Trabalho fazem
parte das organizações e traduzem a evolução gerencial.
Presentes no planejamento estratégico das empresas, essas áreas norteiam a gestão a curto,
médio e longo prazo e, por isso, é imprescindível o conhecimento de cada uma delas.
Neste livro, como Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança do Trabalho estão as-
sociadas ao desenvolvimento das ações que auxiliarão o bom andamento dos processos de
trabalho e o atendimento de normas aplicáveis ao segmento da mineração.
O nosso livro está organizado em 4 capítulos, sendo: 1 - Introdução , 2 - Qualidade, 3- Meio
Ambiente e 4- Segurança do Trabalho.
No capítulo 2, aprenderemos sobre a importância da qualidade na indústria extrativa
mineral, conheceremos algumas ferramentas da qualidade e os instrumentos que contribuem
para a melhoria contínua do processo produtivo, bem como suas aplicações para solução de
problemas. Dessa maneira, você compreenderá o quanto a gestão da qualidade é essencial
para o sucesso das atividades na mineração.
As questões ambientais são temas de interesse comum entre todas as nações e o desen-
volvimento sustentável é o grande desafio da atualidade. Assim como em outros ramos de
atividade, na mineração também existe uma constante preocupação com o meio ambiente,
principalmente por se tratar de uma indústria que explora os recursos naturais. No capítulo 3,
conheceremos algumas das ações que são promovidas antes da exploração mineral, durante
e no término de suas operações, com o propósito de gerar o mínimo de impacto possível ao
meio ambiente.
Reconheceremos a importância da indústria de extração mineral no fornecimento dos
recursos necessários para o desenvolvimento humano e como esse setor vem trabalhando
as questões ambientais ao longo do processo produtivo.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
14
Em um mercado cada vez mais competitivo, a qualidade é fator prioritário à empresa que
busca sua sobrevivência. Nesse contexto, atender as necessidades do cliente deve ser o foco
de qualquer organização.
Como as empresas definem o conceito de qualidade? Qual a ótica do cliente sob o assunto?
Esses e outros questionamentos serão respondidos neste capítulo. Veremos aqui que a con-
quista pela preferência do cliente não está mais associada somente ao preço de um determina-
do produto ou serviço, mas a um conjunto de fatores.
Abordaremos a importância da qualidade na busca por resultados positivos para empresa
e clientes. Identificaremos o que é a gestão da qualidade, uma filosofia empresarial presente
hoje nos quatro cantos do mundo. Conceituaremos o que são e para que servem as ferramen-
tas da qualidade, importantes aliadas na busca pela melhoria contínua.
Está preparado para iniciarmos nossos estudos? Então, vamos lá!
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
18
Como você definiria Qualidade? Podemos defini-la como a excelência ou não de um produto ou serviço,
considerando seus aspectos objetivos e subjetivos.
Os aspectos subjetivos se referem à avalição do cliente, tomando como base seus valores e pontos de
vista. Isso significa que essa definição varia de pessoa para pessoa.
Já os aspectos objetivos da qualidade estão relacionados às características técnicas de um produto ou
serviço.
Conforme Campos (1999), um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de
forma confiável, segura e no tempo certo, às necessidades dos clientes.
O conceito de qualidade foi evoluindo com o tempo e esse será o tema do nosso próximo tópico.
Não perca!
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Figura 1 - Qualidade
No período no qual antecede a Revolução Industrial, o conceito de qualidade era o sinônimo de perfei-
ção técnica. Ela era uma atividade controlada única e exclusivamente por quem desenvolvia a confecção
do produto, o artesão. A inspeção final, quando realizada, tinha objetivo de avaliar apenas a ausência de
defeitos.
Após a Revolução Industrial, o conceito de qualidade continuava associado à perfeição técnica.
Entretanto, o controle de qualidade passou a ser uma atividade externa à produção, feita por uma
equipe separada.
Somente na década de 1920, alavancado pelas teorias de Administração Científica, a qualidade passou
a incorporar a produção industrial. Nesse período, incia-se a Era da Inspeção da Qualidade.
2 QUALIDADE
19
Nos anos 1930, a produção em massa levou ao desenvolvimento de técnicas estatísticas para o controle
da qualidade, visando atender o mercado em grande crescimento. Essa evolução foi promovida por um
grupo de cientistas (entre eles Walter Shewhart, Harold Dodge, Harry Romig, W. Edwards Deming e Joseph
M. Juran) e ficou conhecida como a Era do Controle Estatístico da Qualidade.
Entre as décadas de 1920 e 1950, apesar do controle da qualidade ter evoluído, em termos conceituais
a qualidade passou de perfeição técnica para o nível aceitável de qualidade.
Somente na década de 1950, o conceito de qualidade é radicalmente revisto. Nesse período, um grupo
de cientistas e engenheiros foram responsáveis pelo surgimento da Era da Garantia da Qualidade. Nasce a
partir daí o conceito de Qualidade Total, sendo os japoneses os precursores dessa nova filosofia.
Arrasado pela Segunda Guerra Mundial, o Japão precisava reerguer o seu parque industrial e a econo-
mia do país. No entanto, a má reputação dos produtos japoneses era um empecilho para o objetivo traça-
do. Buscando encontrar formas de saírem da crise, os japoneses convidaram Deming, engenheiro america-
no especializado em técnicas estatísticas para controle de qualidade, para proferir uma série de palestras
para grupos de industriais e executivos. Chegando ao Japão, Deming percebeu uma oportunidade única
para disseminação de suas ideias e, em vez de falar das técnicas estatísticas aplicadas à qualidade, ele focou
a atenção dos empresários nos aspectos filosóficos e culturais da qualidade. A contribuição desse mestre
ficou conhecida como Os 14 princípios de Deming.
As ideias disseminadas por Deming tiveram um grande impacto na industria japonesa, surgindo a partir
delas o que ficou conhecido como TQC (Total Quality Control). Bem, o resultado da aplicação dessa nova fi-
losofia na indústria japonesa todos nós sabemos. O Japão se tornou uma potência industrial e tecnológica,
assumindo nos anos 1960 a liderança do mercado, com produtos diferenciados e competitivos.
CURIOSI Só muitos anos mais tarde, depois de o Japão demonstrar ao mundo sua superioridade
em qualidade, é que Deming passou a ser convidado por empresas americanas para
DADES proferir palestras sobre ensinamentos em gestão da qualidade (CARPINETT, 2012).
Os japoneses impuseram ao mundo uma evolução dos conceitos de qualidade ofertados ao cliente,
fato que contribuiu para os avanços da tecnologia, dos serviços e dos produtos. A qualidade se volta para
a plena satisfação do cliente.
Em relação aos clientes, temos duas definições, são elas: cliente interno e cliente externo.
O cliente interno é aquele faz parte da organização. São os funcionários de outros setores da empresa,
tais como: estoquista, entregador, vendedor. É importante termos em mente que o tempo todo somos
clientes e fornecedores dentro de um processo produtivo.
O cliente externo é aquele que efetua a compra dos produtos ou serviços oferecidos pela empresa,
entrando diretamente com o capital, ou seja, é aquele que não participa do processo de produção ou de
prestação do serviço.
Na Figura 2, podemos reconhecer os clientes internos e clientes externos.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
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CLIENTE EXTERNO
CLIENTES INTERNOS
CLIENTE EMPRESA
Externo Setor Comercial
Nos anos seguintes, inúmeras ferramentas e metodologias para melhoria da qualidade foram
desenvolvidas e os princípios da qualidade total foram aplicados em grande parte do planeta.
No ano de 1987, foi publicada a primeira série da norma ISO 9000, tornando-se um marco para a
implantação da qualidade na indústria.
Uma cultura organizacional que prioriza a melhoria contínua, o foco no cliente, a educação, o treina-
mento, abordagem científica e o comprometimento de todos são, nos anos 1990, os elementos indispen-
sáveis à aplicação da qualidade total.
A partir dos anos 2000, a terminologia modifica um pouco e a qualidade total é substituída pela Gestão
da Qualidade. Tal mudança caracteriza a qualidade como uma questão estratégica para as empresas. Hoje
ela é sinônimo de sobrevivência no mercado.
Quer saber mais sobre evolução da qualidade e contribuição dos vários pensadores
SAIBA desse assunto (Deming, Juran, Ishikawa e outros)? Leia o livro: Referência: Gestão
MAIS da Qualidade: Conceitos e técnicas/ Luiz Cesar Ribeiro Carpinett. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2012.
Para que você possa aprofundar ainda mais na história da Qualidade e sobre os
principais conteúdos que estudaremos a seguir, sugerimos a você que leia e estude
SAIBA o livro: TQC Controle da Qualidade Total, 9. Ed. (Brasil, 2014) de Vicente Falconi
MAIS Campos, que apresenta, de forma simples e didática, a importância e os benefícios
da Qualidade para as indústrias.
2 QUALIDADE
21
2.1.3 PROCESSO
Processo é entendido como um conjunto de ações interativas que se relacionam e transformam maté-
ria-prima em mercadorias ou serviços.
Para ficar mais claro esse conceito, na Figura 3, observe a representação de um processo simplificado de
uma indústria extrativa mineral.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
22
Tra
n spo
rte
Aná
Cob lise
ertu
ra
Que
Min ima
ero O produto é transportado
dut para os clientes.
os
Be
Extração da matéria-prima.
2.1.4 TAREFAS
O processo é composto por um conjunto de elementos que possuem uma ordem hierárquica. Assim,
podemos considerar que os processos são divididos em subprocessos que abrangem as atividades, que,
por sua vez, são compostas pelas tarefas. É como se houvesse uma fragmentação do processo, sendo as ta-
refas as etapas menores. Na Figura 4, veja um exemplo da ordem hierárquica do processo de uma empresa
mineradora.
PROCESSO
SUBPROCESSO 3
ATIVIDADE 3
Na Figura 5, é possível identificar essa hierarquia dos elementos em um processo de extração de minério.
PROCESSO
Extração de Minério
SUBPROCESSO 1 SUBPROCESSO 2 SUBPROCESSO 3
Preparação do
Planejamento das Explotação
local de extração
atividades. (Extração)
do minério.
SUBPROCESSO 3
Extração
ATIVIDADE 1 ATIVIDADE 2 ATIVIDADE 3
ATIVIDADE 3
Instalação do sistema de detonação
Ativação do
Verificação dos
Confirmação módulo de ignição
acessórios de
do local. (detonação
detonação.
das rochas).
Viu só!? Existem vários conceitos administrativos que nos ajudam na compreensão do gerenciamento
pela qualidade. No próximo tópico, conheceremos algumas técnicas e ferramentas que contribuem nesse
gerenciamento.
Para auxiliar as empresas no gerenciamento da qualidade, alguns métodos e instrumentos são apli-
cados com o objetivo de proporcionar a melhoria contínua, auxiliando o controle dos processos por
meio de análises situacionais. Essas técnicas propiciam, entre outros benefícios, a identificação de um
problema e suas respectivas causas, possibilitando a busca e implantação de soluções capazes de levar
o processo a um fluxo contínuo de melhorias. Essa forma de controle pode ser vista na Figura 6 a seguir.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
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IDENTIFICAÇÃO
DO PROBLEMA
IDENTIFICAÇÃO
ANÁLISE GERAL 6 2 DAS CAUSAS
DO PROBLEMA
MELHORIA
CONTÍNUA
VERIFICAÇÃO DO ANÁLISE DO
ATENDIMENTO PROBLEMA PARA
5 3
DAS SOLUÇÕES A PROPOSTA DE
IMPLANTAÇÃO
DAS SOLUÇÕES
A melhoria contínua está relacionada à manutenção desse ciclo, ou seja, o giro constante de cada eta-
pa. Para ficar mais claro, vamos analisar individualmente cada fase.
A primeira etapa está associada à identificação do problema. Nessa fase, constatamos a existência da
uma situação capaz de comprometer o alcance dos objetivos. Esse momento é muito importante, afinal
não podemos propor soluções para um problema que não sabemos que existe.
Cabe ressaltar que um problema pode ser tanto algo indesejado (retrabalho, desperdício, etc.) como
algo desejado (aumento da produção, diminuição dos custos, entre outros).
A segunda etapa tem por finalidade a identificação das causas associadas ao problema. Nessa fase, bus-
cando compreender mais a fundo o problema, um estudo criterioso é realizado.
Na terceira etapa, após analisarmos o problema em toda a sua extensão, soluções são propostas.
Na quarta etapa, é o momento de aplicar as soluções propostas.
Na quita etapa, temos o acompanhamento e a verificação das soluções implementadas. Nessa fase,
buscamos identificar a eficácia das soluções aplicadas.
Ao final, realizamos uma análise geral, sexta etapa, apontando o que foi satisfatório e o que precisa ser
melhorado.
Esse ciclo será reaplicado quantas vezes forem necessárias. Observamos que, em cada reaplicação,
ocorrem aperfeiçoamentos contínuos, ocasionando a melhoria contínua. Vamos conhecer, nos próximos
tópicos, alguns métodos, técnicas e ferramentas capazes de auxiliar o giro do ciclo da melhoria.
2.2.1 BRAINSTORMING
O Brainstorming, que significa tempestade cerebral (tradução), é uma técnica que busca estimular a
criatividade de uma equipe e gerar ideias capazes de solucionar problemas.
A tempestade de ideias, como é popularmente conhecida, é usada para identificar possíveis soluções
de um dado problema ou oportunidades em potencial para a melhoria da qualidade. A técnica é versátil
podendo ser aplicada em muitas situações.
Para obtenção de sucesso na aplicação do Brainstorming, é preciso que não haja críticas, pois esse
tipo de comportamento inibe o pensamento criativo e a geração de ideias. Todas elas são anotadas e,
quando consideradas suficientes, é que serão analisadas uma a uma.
Na Figura 7, confira as etapas para o desenvolvimento do brainstorming e suas descrições.
Etapa 1: INTRODUÇÃO
• Em um grupo de participante, bem acomodados, o mediador deverá apresentar o
objetivo do brainstorming e sua metodologia.
• As pessoas devem se sentir à vontade, sem medo de dizer “bobagens”.
No “brainstorming”, quantidade gera qualidade.
• A sessão começa com a orientação aos participantes sobre as regras do jogo, a
origem e o motivo do problema a ser estudado.
Vamos a um exemplo: imagine que os veículos de uma empresa mineradora estão apresentando
problemas mecânicos com muita frequência. Uma das formas de identificar as possíveis causas
desse problema seria a aplicação de um brainstorming com os motoristas e os mecânicos. Como esses
profissionais trabalham diretamente com os veículos, eles poderão contribuir significativamente na busca
pela identificação das prováveis causas e propostas de solução para o problema.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
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Figura 8 - Reunião para Brainstorming
Página 1 de 1
VALORE VALORE MINERAÇÃO
Versão do documento: 01
FORMULÁRIO LISTA DE VERIFICAÇÃO
Após o preenchimento da lista de verificação, as situações irregulares passam a ser identificadas de for-
ma objetiva e, em seguida, é necessária a proposição de medidas capazes de regularizá-las.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
28
A partir dessa tabela, podemos elaborar o Diagrama de Pareto. Observe a Figura 10.
Acidentes do Trabalho
100%
190 100%
180 89%
170 90%
160
150 80%
140
130 63% 70%
Quantidade de Acidentes
Porcentagem Acumulada
120
110 60%
100
50%
Rodrigo Henrique de Lacerda
90
80 40%
70
60 30%
50
40 20%
30
20 10%
10
0 0%
Acidente Típico Acidente de Trajeto Doenças Ocupacionais
Figura 10 - Exemplo de Diagrama de Pareto dos acidentes do trabalho ocorridos em uma mineradora
Fonte: SENAI/MG, 2017.
Pela análise do Diagrama de Pareto, verificamos que, de um total de 190 acidentes ocorridos, 120 são
típicos, 50 acidentes são de trajeto e 20 são doenças ocupacionais. Perceba que as barras são dispostas
no diagrama de forma decrescente, ou seja, da maior para a menor frequência. Acima de cada barra
existe, na curva de porcentagem acumulada, um valor que indica o quanto, em porcentagem, a respectiva
causa representa do total do problema. É simples interpretar isso. No exemplo apresentado se atacarmos
os acidentes típicos, eliminaremos 63% do problema, mas se eliminarmos os acidentes de trajetos
solucionaremos 89% do problema.
2 QUALIDADE
29
Essa ferramenta pode ser utilizada para identificar defeitos do produto, identificação de fatores que
aumentam o custo da produção e outras aplicações, conforme necessárias.
Essa ferramenta também é conhecida por Diagrama de Ishikawa ou por Diagrama de Espinha de Peixe,
em virtude de seu formato.
Ela busca encontrar as possíveis causas relacionadas a um problema mediante um levantamento de
hipóteses. Para o seu preenchimento, podemos desenvolver uma sessão de brainstorming, conforme
aprendemos anteriormente.
É importante a participação das pessoas que estão relacionadas com o problema para a aplicação dessa
ferramenta. A principal qualidade do Diagrama Causa e Efeito é sua capacidade de promover a discussão
em grupo, instigando a participação de todos e aproveitando ao máximo o conhecimento de cada pessoa.
Para a montagem do diagrama, é preciso primeiro identificar o problema, efeito. Em seguida identifica-
mos os principais grupos de possíveis causas do problema. Caso esses grupos não estejam bem claros para
toda a equipe, recomendamos a utilização de seis grupos bem abrangentes, conhecidos com os 6Ms. São
eles: a mão de obra, máquina, método, meio ambiente, medidas e materiais.
Em uma sessão de brainstorming, as possíveis causas associadas que contribuem para a existência do
problemas ão pontuadas pelos participantes para cada categoria . Depois de preenchido o diagrama, essas
possíveis causas devem ser analisadas para a proposição de soluções.
Na Figura 11, temos a estrutura básica do Diagrama de Causa e Efeito.
MÃO DE
MÉTODO MÁQUINA
OBRA
PROBLEMA
CAUSA CAUSA CAUSA
MEIO
MATERIAIS MEDIDAS
AMBIENTE
A Figura 12 apresenta um Diagrama de Causa e Efeito elaborado para reconhecer os elementos que
ocasionaram prejuízos em um determinado processo de produção.
MÃO DE
MÉTODO MÁQUINA
OBRA
Quantidade
Execução rápida insuficiente de Falta de
da atividade maquinário. Treinamento
PREJUÍZOS NA
PRODUÇÃO
Matéria-prima Falta de Ausência de
fora dos padrões máquina tratamento de
de qualidade dosadora água e esgoto
Falta de Ausência de
Embalagens
calibração programa de
com dimensões
reaproveitamento
inadequadas
MEIO
MATERIAIS MEDIDAS
AMBIENTE
2.2.5 PROGRAMA 5S
Você já se deparou com seu quarto desorganizado ou precisou arrumar sua casa. Nossas atitudes diárias
podem contribuir para um ambiente organizado e limpo! O Programa 5S proporciona uma mudança nas
atitudes diárias das pessoas, possibilitando melhorias na forma de pensar e também de se organizar.
Essa é uma ferramenta japonesa e o termo 5S foi gerado a partir das cinco palavras que norteiam o pro-
grama, são elas: SEIRI, SEITON, SEISO, SEIKETSU e SHITSUKE.
Cada palavra tem um significado e um propósito muito importante para o objetivo do programa, repre-
sentando, cada uma, uma etapa do programa 5S. Vamos conhecê-las?
A primeira etapa é representada pela palavra SEIRI, que significa ARRUMAÇÃO. Esse é o senso de utili-
zação dos objetos ou seleção, conforme a sua utilidade. Devemos identificar o que realmente é necessário
para o trabalho e o que não é, para depois disponibilizá-lo para atividades em que será utilizado.
SEITON, cuja tradução é ORDENAÇÃO - nesta etapa do programa, devemos classificar todos os objetos
que estão nos postos de trabalho, conforme o seu nível de utilização da seguinte maneira:
• O que é utilizado com frequência, isto é, a toda hora, deverá ficar disponível e ser de fácil acesso no
local de trabalho.
2 QUALIDADE
31
• O que é usado todo o dia, mas não a toda hora, deverá ficar próximo ao local de trabalho.
• O que é usado apenas uma vez na semana, certamente não possui a necessidade de ficar próximo ao
posto de trabalho, talvez em um depósito, almoxarifado ou em um armário de uso compartilhado.
Com a aplicação das duas primeiras fases do 5S, obteremos um local de trabalho organizado, facilitando
a procura dos materiais, evitando retrabalho e perda desnecessária de tempo.
Por meio das orientações descritas na Figura 13, podemos realizar uma melhor organização dos objetos,
em função da quantidade de vezes em que são utilizados no trabalho.
O terceiro passo é o SEISO, que significa LIMPEZA. Após a arrumação e a ordenação do local de trabalho,
precisamos manter o ambiente limpo, identificando as práticas que causam sujeira e cuidando da boa con-
servação dos equipamentos. Assim, teremos um ambiente de trabalho sempre limpo!
A etapa SEIKETSU é representada pelos sensos de saúde, asseio e padronização. Ela é muito importante,
pois auxilia na manutenção e melhoria contínua dos passos anteriores. Se não houver uma continuidade
da implantação dessas ações, iremos retroceder. Precisamos manter a implantação das etapas já desenvol-
vidas nos ambientes de trabalho. Cada etapa auxilia na mudança de comportamento das pessoas envol-
vidas, em relação aos cuidados com a saúde e higiene pessoal, pois estão convivendo em um local limpo,
organizado e agradável.
A última etapa é o SHITSUKE, o senso da autodisciplina. Nela as pessoas envolvidas assumem um com-
promisso de manter funcionando todas as etapas do programa.
Na Figura 14, temos as cinco etapas do Programa 5S e suas definições.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
32
SEIRI
ARRUMAÇÃO ORGANIZAÇÃO
SELEÇÃO UTILIZAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
SEITON ORDENAÇÃO
Programa
5S SEISO LIMPEZA
AUTODISCIPLINA
SHITSUKE COMPROMISSO
Figura 14 - Programa 5S
Fonte: SENAI/MG, 2017.
O Programa 5S tem por objetivo proporcionar ao ambiente de trabalho melhorias na organização, nos
aspectos de limpeza, nas relações entre os trabalhadores, diminuição de retrabalho, maior segurança e va-
lorização do trabalhador. O sucesso desse programa depende do envolvimento e da participação de todos.
1 2,54 1 1,48
2 1,81 2 1,53
3 2,39 3 1,20
Rodrigo Henrique de Lacerda
4 2,29 4 1,10
5 1,87 5 1,95
6 1,10 6 0,95
7 2,70 7 1,30
Nessa mineração, foram realizados estudos sobre a logística do processo de extração e, para uma boa
rentabilidade, foi definido o valor mínimo da concentração de ouro de 1,80 ppm (partes por milhão).
Desses registros, podemos desenvolver gráficos de controle para analisarmos se o processo de extração
está sendo rentável e também verificar qual das duas frentes de lavra está atendendo às especificações do
planejamento quanto ao aproveitamento.
Nas Figuras 16, 17 e 18, conseguiremos interpretar mais facilmente essas informações se compararmos
a apresentação dos dados das amostras em relação apenas às tabelas. Neles, foram sinalizados os limites
de controle da produção, como: o Limite Superior de Controle – LSC – que é entendido como a maior con-
centração de ouro, o Valor de Referência – VR – que consiste no valor de concentração do ouro acima do
qual o processo de extração apresentará excelente lucratividade, conforme estudos e análise desenvolvi-
dos, referentes ao processo de extração nesta mineração; e o Limite Inferior de Controle – LIC – no qual as
concentrações de ouro abaixo desse valor não são consideradas aceitáveis para a realização do processo
de extração, proporcionando mais gastos do que lucro efetivamente.
A seguir, veremos o gráfico do teor de ouro da lavra Colmeia. Nele identificamos que, do total das sete
amostras, uma possui concentração de ouro abaixo do Limite Inferior de Controle e as demais estão acima
do Valor de Referência. Após a análise, percebemos que é uma lavra lucrativa em relação ao teor de ouro.
2,39
2,29
2,4 LSC
2,2
2 1,81 1,87
1,8
1,6
VR
1,4
1,2 LIC
1
1,1
0,8
Rodrigo Henrique de Lacerda
1 2 3 4 5 6 7
AMOSTRAS LAVRA COLMEIA
O próximo gráfico representa o teor de ouro da lavra Lagoinha que, se comparada à Lavra Colmeia, não
consiste em uma lavra tão lucrativa, com valores apenas em uma das sete amostras com teor acima do
Valor de Referência.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
34
2,6
2,4 LSC
2,2
1,95
2
1,8
1,6
VR
1,3
1,4 1,48 1,53
1,2 LIC
1 1,2
1,1 0,95
0,8
Para facilitar um pouco mais a análise comparativa das lavras, temos a opção de representar todos esses
dados em um único gráfico de controle. Observe a Figura 18.
2,39
2,29
2,4
LSC
2,2 1,95
2 1,81
1,87
1,8
1,6 1,48 1,53 VR
1,3
1,4 1,2 1,1
1,1
1,2 LIC
1
0,8 0,95
Rodrigo Henrique de Lacerda
1 2 3 4 5 6 7
AMOSTRAS
Os gráficos de controle são muito úteis e aplicáveis a várias situações relacionadas à análise de dados.
What? (O quê?)
When? (Quando?)
Who? (Quem?)
How? (Como?)
O QUÊ?
● Devem ser descritas quantas ações forem necessárias para alcançar os objetivos
pretendidos. Em cada linha da tabela, deve haver apenas uma ação. As demais
colunas pertencentes a esta linha serão preenchidas de forma relacionada a ela.
QUEM?
● Definição da pessoa responsável por desenvolver a ação descrita.
QUANDO?
● Determinação da data ou período de desenvolvimento da ação descrita.
COMO?
● Descrição da metodologia de desenvolvimento da ação, como será realizada.
ONDE?
● Descrição do local de desenvolvimento da ação descrita.
Rodrigo Henrique de Lacerda
POR QUÊ?
● Justificativa da necessidade da ação descrita para o alcance do objetivo.
QUANTO?
● Custo estimado da ação descrita.
CASOS E RELATOS
Buscando qualidade
Atuando há mais de uma década no setor de extração e beneficiamento de minério, a empresa
CalMais, localizada no sul do país, é especializada na fabricação de cal, calcário e argamassa. Líder
de mercado do seu segmento, a empresa apresenta como principais clientes as siderúrgicas e a
construção civil.
No último mês, um problema foi identificado nas auditorias internas realizadas na empresa.
No setor do almoxarifado, foram encontradas não conformidades nas etapas de requisição,
compra e recebimento de materiais.
Materiais recebidos sem entrada no sistema, recebimento de material errado, conferência
ineficiente e divergências nos valores da nota fiscal e de cotação foram os desvios encontrados.
A etapa de requisição tem início com a identificação da falta dos materiais que impactam no
funcionamento rotineiro da empresa, envio de solicitação de compra para avaliação e aprovação
técnica, conferência da disponibilidade do material solicitado no estoque, se sim – reserva,
conferência e entrega, se não – solicitação de cotação, aprovação e aguardo de entrega.
Ao chegar, o material é conferido, aprovado e direcionado para o setor solicitante.
Para solucionar o problema, uma equipe da CalMais acompanhou todas as etapas do processo
durante duas semanas e, por meio de folhas de verificação, os dados foram coletados e agrupados
de acordo com suas características comuns.
Com os dados coletados, um gráfico de Pareto foi elaborado com o objetivo de identificar as
não conformidades que mais impactam o setor. A análise comprovou que 78% do problema
estava associado às seguintes não conformidades: materiais recebidos sem entrada no sistema e
conferência ineficiente. Dessa forma, a prioridade foi eliminar essas duas causas.
Em seguida, para analisar as duas não conformidades identificadas como vitais um diagrama de
causa e efeito foi elaborado. Os resultados serviram de base para criação de um plano de ação.
A equipe de qualidade desenvolveu também um gráfico de controle, que apresentou pontos fora
do limite superior de controle. Esses pontos foram analisados e, por meio de uma ação específica,
eliminados.
O resultado final de todo esse trabalho foi a melhoria da eficácia e eficiência do processo de
solicitação e compra de materiais, diminuindo as perdas e melhorando a confiabilidade do
sistema.
Melhorar continuamente seu processo é tarefa diária da CalMais.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
38
RECAPITULANDO
Gestão significa gerenciamento, administração. Porém, a gestão, como uma ciência, surgiu após a
Revolução Industrial, quando alguns profissionais decidiram buscar soluções para problemas que até
então não existiam. Foram criados métodos científicos, para administrar os negócios da época, o que deu
início à ciência da administração, com a aplicação de modelos e técnicas administrativas.
A partir da década de 1960, com a intensificação da preocupação de cientistas e de organizações não
governamentais com a poluição ambiental e a degradação dos recursos naturais, as grandes organizações
se depararam com a necessidade de rever seus métodos de produção. Com o passar dos anos, as exigên-
cias ambientais se tornaram cada vez mais rigorosas. Como se isso não bastasse, muitos países passaram a
condicionar os produtos importados a selos de conformidade ambiental.
Diante desse fato, surge uma nova modalidade de gestão, a Gestão Ambiental! De maneira objetiva, po-
demos descrever gestão ambiental como um conjunto de ações, procedimentos e ferramentas utilizadas
para melhorar os processos de trabalho, com o intuito de minimizar a incidência de impactos ambientais
negativos. Atualmente, a gestão ambiental é classificada em: gestão ambiental pública e gestão ambiental
empresarial.
A gestão ambiental pública tem o papel de criar leis que determinem as regras para o uso do meio
ambiente e estabelecer limites em relação à exploração e utilização dos recursos naturais. Também cabe à
gestão pública licenciar e fiscalizar as empresas, por meio da criação e manutenção de órgãos ambientais.
A Figura 21 apresenta alguns desses órgãos. Veja!
MMA - Ministério do Meio Ambiente SEMA - Secretaria Estadual do Meio SMMA - Secretaria Municipal de Meio
Ambiente Ambiente
ANA - Agência Nacional das Águas
CERH - Conselho Estadual de Recursos
Hídricos
CONAMA - Conselho Nacional do Meio
Ambiente
SAIBA Para conhecer um pouco mais sobre os órgãos ambientais brasileiros, acesse o site
MAIS do Ministério do Meio Ambiente: www.mma.gov.br
Já a gestão ambiental empresarial tem seu espaço limitado à organização e está relacionada às
estratégias que as empresas irão desenvolver para tornar o seu processo de produção mais limpa e ao
cumprimento da legislação ambiental vigente.
Dentre os principais objetivos de um sistema de gestão ambiental se destacam:
• Treinamento de funcionários;
• Uso de recursos naturais de forma racional;
• Adoção de sistemas de reciclagem de resíduos sólidos;
• Tratamento e reutilização da água e outros recursos naturais dentro do processo produtivo;
• Elaboração de programas de conscientização ambiental dentro e fora da empresa;
• Utilização de materiais e produtos que agridam o mínimo possível o meio ambiente.
Atualmente, para que as empresas consigam melhorar a sua performance ambiental e consequente-
mente alcançar os resultados ambientais exigidos pelas legislações ambientais vigentes e pela sociedade,
faz-se primordial a implantação de sistemas de gestão ambientais customizados para o segmento da em-
presa em questão. Na mineração, a implantação desse tipo de gestão é de extrema importância para que a
empresa se mantenha em operação.
3.2 SUSTENTABILIDADE
A palavra sustentabilidade vem do termo “sustentável”, que, por sua vez, deriva do latim “sustentare”,
que significa sustentar, defender, favorecer, apoiar, conservar e/ou cuidar. Nos últimos anos, ela tem sido
associada a diversos segmentos. Mas e você, já ouviu essa palavra? Sabe o que ela significa? Bem, neste
capítulo, iremos abordar esse tema, portanto convido você a embarcar comigo nessa jornada.
O conceito de sustentabilidade associado à questão ambiental apareceu de forma mais expressiva na
I Conferência Mundial entre o Homem e o Meio Ambiente, realizada pela ONU – Organização das Nações
Unidas, em 1972, em Estocolmo na Suécia, onde diversos assuntos relacionados a problemática ambiental
foram discutidos, dentre eles, podemos destacar a preocupação com a prevenção à poluição e com a re-
dução da emissão dos gases de efeito estufa. Por esse motivo, o termo sustentabilidade foi definido como
conjunto de estratégias para prevenção à degradação ambiental e à poluição.
Mais tarde, na conferência realizada pela ONU – Organização das Nações Unidas, em 1922, na cidade do
Rio de Janeiro, o termo sustentabilidade foi substituído por desenvolvimento sustentável, que proporcio-
nou uma maior abrangência do tema.
O desenvolvimento sustentável consiste em um processo que busca continuamente atender às neces-
sidades da geração atual, sem prejudicar o atendimento às necessidades das gerações futuras e também a
novas exigências quanto aos recursos naturais, que são limitados.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
44
“Profit”
Lucratividade
Sustentabilidade
“People”
“Planet”
Desenvolvimento
Gestão Ambiental
Social
Na mineração, a preocupação em relação à sustentabilidade dos processos deve ser constante, portan-
to as empresas desse seguimento devem se atentar para métodos de extração e produção que viabilizem
o atingimento das metas de lucro, sem se descuidar do contexto social e ambiental.
O desenvolvimento sustentável exige maior responsabilidade das empresas forçando-as a estabelece-
rem um processo produtivo mais limpo, melhorias na cultura ambiental, uma postura de responsabilidade
ambiental e também a ecoeficiência3 da produção.
Para a mineração, essa responsabilidade tem início no planejamento do processo de extração mineral,
percorrendo todas as etapas pertencentes ao processo até as ações do encerramento de suas atividades.
Para iniciar sua atividade, uma indústria, seja ela da extração mineral ou de outro setor, precisa do li-
cenciamento ambiental, que compete ao órgão ambiental responsável, que habilita o desenvolvimento de
atividades, como exploração e operação ou outras ações exploradoras de recursos ambientais.
O licenciamento ambiental ocorre em três etapas, cada uma delas respeitando os estágios das ativida-
des da mineração ou de qualquer outro empreendimento. São elas:
1. Licença prévia;
2. Licença de instalação;
3. Licença de operação.
3 Ecoefciência: consiste em uma maior produtividade com a maior eficiência, atentando-se para o emprego da menor quantidade de
recursos e menor geração possível de resíduos.
3 MEIO AMBIENTE
45
A Licença Prévia é solicitada ao órgão ambiental responsável, seja em esfera estadual ou federal, seja etapa
de planejamento e viabilidade da extração, ou em qualquer alteração do empreendimento da mineração,
aprovando a localização do projeto e suas implantações tecnológicas em relação aos aspectos ambientais.
No ato de solicitação da licença prévia, a empresa mineradora deve apresentar os estudos ambientais
necessários e o Relatório de Impacto Ambiental ao órgão ambiental licenciador do empreendimento.
A Licença de Instalação autoriza a instalação da mineração e da atividade mineradora, como o
desenvolvimento da mina, a instalação do complexo mineiro e a implantação dos projetos de controle
ambiental.
Essa licença é solicitada após a emissão da Licença Prévia em conjunto com os programas ambientais e
projetos sobre as atividades da mineração. Na solicitação da Licença de Instalação, a empresa mineradora
deve apresentar o Plano de Controle Ambiental - PCA, bem como as ações que serão adotadas para a
minimização dos impactos ambientais sinalizados e analisados na fase da Licença Prévia.
A Licença de Operação autoriza o início das operações das atividades de mineração, como a lavra e
o beneficiamento, após a constatação do atendimento aos itens presentes nas licenças anteriores e
exigências estipuladas pelo órgão ambiental responsável pelo processo de licenciamento.
LICENÇA PRÉVIA
PESQUISA
(PLANEJAMENTO) Estudo de Impacto Ambiental;
Relatório de Impacto Ambiental.
LICENÇA DE Etapas do
IMPLANTAÇÃO INSTALAÇÃO LICENCIAMENTO
Plano de Controle Ambiental AMBIENTAL
Etapas das
atividades da
MINERAÇÃO
LICENÇA DE
OPERAÇÃO
OPERAÇÃO
Rodrigo Henrique de Lacerda
FECHAMENTO PLANO DE
(DESATIVAÇÃO) FECHAMENTO DE
MINA
Etapa que tem início antes do término das atividades produtivas e termina com a remoção de todas as
DESATIVAÇÃO instalações que já não são mais necessárias e inclui a implantação de medidas de segurança e estabilidade,
assim como ações de recuperação ambiental e social.
Implantação das ações de desativação da mina, incluindo ações de manutenção, monitoramentos, cuidados
PÓS-
Rodrigo Henrique de Lacerda
FECHAMENTO que podem ser por um período determinado ou até mesmo permanentes, desenvolvimento de programas
ambientais e programas sociais que atendam aos objetivos do fechamento da mina.
Desenvolvimento das ações planejadas que podem levado em consideração a conservação e valorização dos
OUTRA ATIVIDADE / instalações, em paralelo com as questões sociais e ambientais, incluindo a recolocação de trabalhadores no
OUTRO USO
mercado de trabalhado, exploração turística e de lazer das áreas, da além preservação ambiental.
CASOS E RELATOS
No programa de uso futuro da área onde foi realizada exploração mineral, incluiu-se a recuperação
ambiental da flora, abrangendo mais de 40 hectares (aproximadamente 40 campos de futebol,
onde cada um possui 11000 m²) e a preservação da fauna.
Para isso, foi criado e mantido um centro de preservação pela mina, com o plantio de cultivo de
espécies características da fauna e flora da região por biólogos e veterinários, para inserção da
área restaurada após o encerramento das atividades de exploração.
Além disso, a área recuperada é utilizada em atividades de ecoturismo, e os visitantes podem fazer
trilhas, ter um momento de proximidade com a natureza, conhecer algumas espécies de animais,
praticar atividades educacionais e de lazer em um meio natural, recuperado e agora preservado.
Essas ações foram desenvolvidas com base nos objetivos estabelecidos pelo Planejamento de
Fechamento de Mina da VALORE.
Para que as empresas possam tornar seus processos de produção cada vez mais limpos e sustentáveis,
é necessário que haja uma preocupação com os resíduos gerados em suas atividades. Mas e você? Sabe o
que é resíduo? De maneira bem objetiva, resíduo é todo material que sobra após uma ação ou processo
produtivo. Na mineração, como exemplos de resíduos, podemos citar: os pneus de máquinas operatrizes
e caminhões, óleo usado de motor de máquinas e caminhões, borrachas usadas em correias transportado-
ras, sucatas metálicas, dentre outros.
Com o propósito de resolver o problema da disposição desses resíduos, muitas mineradoras têm in-
vestido em processos para tornar esses materiais em coprodutos servindo de matéria-prima para outros
processos de produção ou até mesmo sendo utilizados na própria empresa.
Pensando nisso, o Governo Federal, por meio da Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010, instituiu a Políti-
ca Nacional de Resíduos Sólidos, trazendo entre os seus pilares a Logística Reversa, que é um instrumento
de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios
destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveita-
mento em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos ou outra destinação final ambientalmente adequada.
3 MEIO AMBIENTE
49
@istockphoto.com/tanda_V
Figura 25 - Logística Reversa
A partir da aplicação da logística reversa, muitas empresas têm melhorado não só os seus resultados
ambientais, mas também otimizando seus custos operacionais, visto que muitos materiais que eram joga-
dos fora agora voltam para o processo, como matéria-prima, ou são comercializados para outras empresas
como coprodutos.
Com o amadurecimento da consciência ambiental das organizações, o processo de reciclagem foi outro
método de gestão de resíduos que passou a fazer parte da cadeia produtiva industrial, que tem início no
processo de extração dos recursos naturais, no processamento da matéria-prima extraída nas indústrias
ou na produção manufatureira, a fim de atender a uma demanda de consumo. Todas essas etapas geram
resíduos que podem ser reciclados. A Figura 26 apresenta a representação dessas etapas.
@istockphoto.com/petovarga
O
NÃO RECICLÁVEIS S UM
CON
Figura 26 - Ciclo do processo de geração de resíduos
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
50
Mas, e aí em sua casa? Já parou para pensar em ações que pudessem viabilizar a redução, a reutilização
ou até mesmo a reciclagem dos resíduos gerados por você e sua família?
Dentre essas ações, empresas e sociedade devem se esforçar na prática dos três Rs que são representa-
dos pelas palavras: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Cada qual com um papel muito importante, como pode-
mos observar na Figura 27:
Todos os dias, produzimos resíduos, que são de vários tipos. Cada resíduo tem seu processo de recicla-
gem específico, sendo necessária a separação para a sua correta reciclagem, permitindo a recuperação de
recursos que seriam descartados, tornando dispensável a retirada da natureza de mais recursos. Entra em
cena, então, uma outra estratégia de gestão de resíduos, a coleta seletiva!
Para facilitar o processo de separação dos resíduos gerados em nosso cotidiano, a Resolução nº 275, de
25 de abril de 2001, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, estabelece o código de cores
para identificar o depósito dos diferentes tipos de resíduos para a coleta seletiva, conforme você pode ver
no Quadro 3:
VERMELHO Plástico
VERDE Vidro
AMARELO Metal
PRETO Madeira
Assim, todo resíduo de papel ou papelão será depositado na lixeira azul; latas de bebidas com compo-
sição metálica, na lixeira amarela; restos de alimentos, na lixeira marrom, conforme podemos observar na
Figura 28.
Figura 28 - Cores das Lixeiras de coleta seletiva, de acordo com a Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001
Fonte: SENAI/MG, 2017.
A coleta seletiva proporciona uma sensibilização da sociedade quanto à educação ambiental4 pela neces-
sidade de evitarmos desperdícios e fazermos a reutilização e reciclagem, poupando a exploração de novos
recursos.
A coleta seletiva traz muitos benefícios para o meio ambiente, à medida que:
• Reduz a exploração dos recursos disponíveis na natureza, pois recursos já extraídos serão reciclados;
• Diminui o consumo de energia para o processamento de matéria-prima que ainda será extraída;
• Reduz a poluição do ar, da água e do solo;
• Diminui a quantidade de lixo destinado aos aterros sanitários, estendendo sua vida útil;
• Reduz o custo do processo produtivo pela reutilização de recicláveis;
• Reduz o desperdício;
• Reduz gastos com limpeza das áreas urbanas, pois o lixo será descartado já com o destino definido
para o processo de reciclagem;
• Proporciona a geração de empregos relacionados às atividades de reciclagem.
4 Educação Ambiental: processo educacional responsável por formar indivíduos preocupados com os problemas ambientais que
buscam a preservação dos recursos naturais e a sustentabilidade.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
52
São inúmeros os benefícios da reciclagem. Você pratica a coleta seletiva em sua casa?
Sabe como ela pode ser implementada? Se não, vamos ver como podemos nos preparar para começar-
mos hoje mesmo essa prática sustentável!
A implantação de um programa de coleta seletiva possui três etapas: a Etapa de planejamento, a Eta-
pa de implantação e a de Manutenção.
Antes da implantação de qualquer etapa, o programa de coleta seletiva necessita do envolvimento de
todas as pessoas que compõem o ambiente, que, no caso de uma empresa, serão os seus empregados.
Vamos aprender um pouco sobre cada uma dessas etapas!
Etapa de Planejamento
O planejamento é a etapa mais trabalhosa de qualquer projeto, mas também é a responsável pela con-
dução das ações da forma mais organizada e eficiente possível. Nessa etapa, são necessárias cinco ações:
1ª Ação - Conhecimento do lixo do local: precisamos conhecer o tipo e a quantidade dos tratamentos
de reciclagem mais adequados para os resíduos gerados na empresa; se ela descarta mais papel, mais me-
tal, vidros, materiais infectados ou outros tipos, pois cada um terá um processo de reciclagem diferenciado.
O conhecimento da quantidade de trabalhadores também é muito importante.
2ª Ação - Conhecimento das características do local: esse levantamento consiste em identificar os
aspectos de infraestrutura, como: locais de armazenagem, os responsáveis pela limpeza e coleta normal do
lixo como também a sua frequência e horários de realização.
3ª Ação - Conhecimento do mercado de reciclagem: os materiais coletados precisam ser destinados
a empresas, associações ou cooperativas que realizarão o tratamento correto de reciclagem, pois de nada
adiantará a coleta seletiva se o material for tratado posteriormente como lixo normal e não for reciclado.
Após a coleta seletiva, os resíduos poderão ser doados ou até mesmo vendidos a empresas especializadas.
4ª Ação - Planejamento do Programa de Coleta Seletiva: após realizado todo esse levantamento de
informações nas ações anteriores, já podemos estruturar o programa de coleta seletiva.
Precisamos definir alguns fatores, como: quais materiais serão contemplados na coleta seletiva, quais
os locais de armazenagem dos materiais coletados, assim como os pontos de instalação das lixeiras, quem
serão responsáveis por fazer a coleta, definir se será feita a doação ou a venda do material coletado, qual o
roteiro do material desde a sua geração ao local de estocagem e planejamento do recolhimento.
5ª Ação - Educação Ambiental: essa ação é essencial, pois é o momento de sensibilizarmos todas as
pessoas, por meio das informações sobre o programa e sua importância para que se envolvam, pois, o
sucesso dependerá delas.
Etapa de Implantação
É o momento de colocarmos a mão na massa, pois tudo foi planejado! Serão instaladas as lixeiras co-
letoras, as placas de sinalização, os profissionais responsáveis pela coleta dos materiais serão orientados,
folhetos informativos devem ser distribuídos para garantir o acesso à informação e a conscientização a to-
dos os envolvidos. É interessante realizar uma espécie de “inauguração” do programa de uma maneira bem
marcante e cativante para que os trabalhadores reconheçam a importância dessa ação.
3 MEIO AMBIENTE
53
Etapa de Manutenção
Após a implantação das ações, elas precisam ser acompanhadas para verificar se estão atendendo sa-
tisfatoriamente a seus objetivos, se alguma ação precisa ser corrigida ou melhorada, evitando também o
retrocesso do programa.
A disseminação da informação deve ser contínua, para que a cultura da preservação ao meio ambiente
e a importância das atitudes de cada colaborador não sejam perdidas, e sim aprimoradas continuamente.
As atividades da indústria mineradora, assim como em outros ramos industriais, proporcionam impac-
tos ambientais. Por isso, existe a necessidade da implantação de medidas que possam prevenir, reduzir,
compensar ou até mesmo evitar os efeitos negativos da exploração dos recursos naturais.
Você já parou para pensar no que são impactos ambientais? Eles são uma alteração no meio ambiente
ou em algum de seus componentes por determinada ação ou atividade humana. Na mineração, um dos
impactos gerados é a poluição sonora, ocasionada por meio do ruído emitido por máquinas e equipamen-
tos utilizados nos processos de extração e beneficiamento do minério.
O perfil de cada empreendimento minerário e seus possíveis impactos ambientais determinarão
quais medidas de proteção ambiental serão necessárias implantar. Muitas dessas medidas são estabe-
lecidas no processo de licenciamento ambiental da mina e são frequentemente avaliadas pelo órgão
ambiental competente. Além disso, as mineradoras devem apresentar ao órgão ambiental um docu-
mento denominado RADA – Relatório de Avaliação de Desempenho Ambiental do Sistema de Controle e
demais medidas mitigadoras sempre que forem renovar a sua licença ambiental de operação, de acordo
com normativa estabelecida por cada estado.
Algumas medidas, como a disposição e o tratamento correto de efluentes5 líquidos, métodos de con-
trole de poluição do ar, proteção para a estabilidade do solo contra a erosão causada pelo vento e gestão
controlada das detonações são exemplos de ações ambientais utilizados pelas mineradoras.
Outra medida de proteção ambiental que proporciona muitos benefícios é o plantio de árvores nas
redondezas da mina. Ação também conhecida como cinturões florestais ou cinturões verdes que, além de
proporcionar a redução do impacto visual, diminui os efeitos danosos dos poluentes, auxilia na absorção
parcial de alguns gases como dióxido de enxofre SO2, dióxido de nitrogênio NO2 e ozônio O3, funciona
como um mecanismo de retenção física parcial de alguns materiais particulados e reduz a poluição sonora.
5 Efluentes: resíduos originados dos esgotos e da chuva, lançados no meio ambiente, na forma líquida ou na forma de gases. Líqui-
dos ou gases gerados pelas atuações humanas, como as industriais, que são descartados na natureza.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
54
Os recursos hídricos devem ser alvo de muita de atenção por parte das mineradoras. A água é utilizada
de forma acentuada nas atividades de uma mina e está presente em praticamente todas as etapas. A Figura
29 nos apresenta a utilização da água em algumas etapas do processo de mineração.
APLICAÇÃO DA ÁGUA
processo).
REBAIXAMENTO
Exploração das águas subterrâneas para a utilização da mina a céu aberto
DO NÍVEL DE ÁGUA
SUBTERRÂNEA ou subterrânea.
Umas das ações adotadas por empresas mineradoras para melhorar o processo de gestão das águas é
a implantação de sistemas de tratamento dos efluentes líquidos, com o objetivo de tratar a água utilizada
no processo e viabilizar a sua reutilização ou até mesmo a sua disposição na natureza. Para tal, é necessário
que sejam construídas estações de tratamentos de efluentes líquidos (ETEs), que deverão seguir os pa-
drões de trabalho estabelecidos pelos órgãos ambientais competentes.
Atualmente, por meio do tratamento de efluentes líquidos e de água industrial, algumas empresas têm
conseguido reaproveitar mais de 90% da água utilizada no processo, o que, além de garantir uma produ-
ção mais limpa, impacta de forma positiva nos custos operacionais da empresa, devido a não necessidade
de captação dessa água.
Na Figura 30, observe o fluxo de utilização e o de reaproveitamento da água e seus percentuais para o
beneficiamento de minério de ferro.
3 MEIO AMBIENTE
55
Água Nova
Mina
20% Água nova
Reservatório
de Água
Produto
Beneficiamento
Reservatório
de minérios
de Água do
10% Água Limpa
Processo
Rejeito
Barragem de Rejeitos
É importante ressaltar que o consumo consciente da água e a busca por métodos de reutilização dela
não devem ser apenas uma preocupação das empresas, deve fazer parte do nosso cotidiano. E, como so-
ciedade, devemos contribuir de forma efetiva com essa causa.
Na mineração, alguns cuidados são empregados para o controle da poluição do solo, tais como a cons-
trução de depósitos controlados para os resíduos gerados no processo e a deposição controlada de estéril6.
Essas e outras ações são desenvolvidas pelas mineradoras com o propósito de atenuar o impacto de
suas atividades produtivas, reafirmando o seu compromisso e sua preocupação com o meio ambiente, sua
fonte de recursos naturais.
6 Estéril: material que não apresenta minério ou cujo teor de minerais ou elementos úteis estejam abaixo do teor adequado para aten-
derem as necessidades dos clientes, não podendo ser aproveitada como minério bruto ou na planta de tratamento ou de concentra-
ção mineral.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
56
RECAPITULANDO
Você já observou que estamos sempre expostos a situações de risco? Mas o que seria isso?
As situações de risco têm o potencial de danificar materiais, provocar lesões pessoais, perda
de tempo e também prejuízos financeiros.
Observe as suas ações ao atravessar uma rua. Qual é a sua primeira atitude? Iniciar a travessia
com cuidado, correto? Imagine, agora, o que poderia ocorrer se não verificarmos a existência
de veículos transitando nos dois sentidos da rua? Poderia ocorrer um acidente.
Precisamos ser cautelosos! Esse cuidado se justifica pelos danos e transtornos que um
acidente pode gerar, independentemente de sua proporção. Na indústria, os acidentes também
podem ocorrer, e por essa razão é fundamental que tenha conhecimentos sobre a Segurança do
Trabalho!
Conheceremos os principais conceitos da Segurança do Trabalho, os riscos ambientais aos
quais os trabalhadores ficam expostos, que podem ocasionar acidentes, e as principais medi-
das de controle.
Ao final dos estudos, você terá conhecimentos necessários sobre as ferramentas de segu-
rança, como o Diálogo Diário de Segurança, Inspeção de Segurança, Auditorias de Segurança,
Campanhas de Segurança e Sinalização de Segurança, que podem ser implantadas como me-
canismos estratégicos que compõem os sistemas de gestão de segurança do trabalho, para a
prevenção de acidentes, além dos aspectos legais associados à segurança na mineração.
Está preparado para iniciarmos nossos estudos sobre a Segurança do Trabalho e prevenirmos
acidentes?
Vamos lá!
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
60
A segurança é indispensável no ambiente de trabalho, tem por objetivo proporcionar um local seguro
de forma compatível com a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Isso significa proporcionar um
ambiente de trabalho adequado, no qual as situações de riscos existentes sejam eliminadas ou controla-
das, evitando a ocorrência de acidentes.
Para que possamos compreender da melhor maneira possível o que é segurança do trabalho, alguns
conceitos são muito importantes para nosso aprendizado. Vamos conhecê-los?
Se um copo vier a cair no chão e quebrar, teremos um dano caracterizado pelo prejuízo do copo. Assim
também acontece, caso você venha a sofrer uma queda e, sofrer arranhões em qualquer parte do corpo,
houve uma lesão pessoal, caracterizando um dano. Essas situações são denominadas acidentes.
Acidente é toda situação inesperada, indesejada e que resulta em danos. Esses danos podem ser
materiais, como a perda ou a danificação de um equipamento, a perda da matéria-prima em processo, e
podem ser danos físicos, como uma lesão pessoal, ou danos financeiros.
@istockphoto.com/Halfpoint
Figura 31 - Acidente
No ambiente industrial, ocorrem acidentes caracterizados como Acidente do Trabalho. Existem dois con-
ceitos para acidente do trabalho, o conceito legal e o conceito prevencionista. Vamos conhecê-los?
A legislação brasileira, por meio do conceito legal, considera o acidente do trabalho como aquele que
ocorre no desenvolvimento do trabalho, prestando serviço à empresa ou a um empregador doméstico,
gerando lesão corporal ou comprometimento de alguma função do organismo, que provoque o óbito, a
perda ou a redução, permanente ou temporária, da habilidade para o trabalho.
4 SEGURANÇA DO TRABALHO
61
O acidente do trabalho é caracterizado pela legislação quando for constatado o dano ao trabalhador,
como uma lesão, a perda de uma capacidade física, uma doença adquirida devido a uma atividade laboral
exercida. Esse conceito é muito restrito se comparado à visão prevencionista, pois não caracteriza como
acidente as situações que resultam apenas em danos materiais e perda de tempo. Para suprir essa necessi-
dade, foi desenvolvido o conceito prevencionista de acidente de trabalho.
O conceito prevencionista de acidente do trabalho é toda a situação não programada, inesperada, que
interrompe o andamento normal da atividade e que resulta em lesões pessoais, danos materiais, perda de
tempo ou prejuízos financeiros.
Esse conceito é mais abrangente do que o conceito legal, pois, além de caracterizá-lo como lesões pes-
soais, também o considera como aquela situação que resulta em danos materiais e/ou perda de tempo.
Podemos considerar os danos materiais provenientes de acidente do trabalho: as perdas com danos
às propriedades e bens da organização, como a danificação da máquina ou equipamento, o desperdício
de matéria-prima em processo, avarias na estrutura física da empresa, lembrando que, após ocorrido o
acidente, a empresa sai do seu ritmo de trabalho habitual, e essa quebra da normalidade do processo já
representa prejuízos financeiros para ela.
São inúmeras as consequências dos acidentes do trabalho, elas podem atingir o trabalhador, a empresa
e a sociedade. O trabalhador, sem dúvida, é a maior vítima do acidente, podendo sofrer danos irreparáveis,
como uma mutilação, a perda de uma capacidade produtiva, que são danos imensuráveis e irreversíveis.
Nos piores dos casos, um acidente pode gerar a morte do trabalhador.
Para a empresa, prejuízos podem ser quantitativos, como perdas materiais, estruturais e financeiras, ou
qualitativos, como a depreciação da imagem da empresa perante a sociedade e ao mercado, em um qua-
dro de acidentes do trabalho. Já para a sociedade, teremos a diminuição da população economicamente
ativa e participativa.
Na Figura 33, vamos representar essa situação.
SITUAÇÃO ACIDENTE
ANTES DURANTE DEPOIS
ACIDENTE DO ACIDENTE
Evento indesejado
Origem do acidente que resulta em Efeitos do acidente
danos
DOENÇAS OCUPACIONAIS
Desencadeada devido a uma condição especial de trabalho a que Desencadeada devido a uma condição de risco peculiar (inerente)
o trabalhador está exposto. àquela atividade profissional exercida.
Os acidentes não são obras do acaso. Eles precisam ser prevenidos, devido aos danos e prejuízos que
podem gerar. Mas você deve estar se perguntando: por que prevenir acidentes que resultam em danos
materiais se, em alguns casos, são danos reparáveis? Para uma efetiva prevenção de acidentes, as causas
são os elementos da situação acidente que possuem atenção especial.
Vamos analisar o exemplo de um acidente de carro, em que o automóvel apresentou muitos danos,
mas o condutor não sofreu qualquer lesão. São raros, mas ocorrem acidentes com essas características.
Nessa situação, houve dano material, sem lesões pessoais. Então, não precisamos prevenir acidentes no
trânsito? Com certeza, é necessário prevenir!
O fato de esse acidente não ter resultado em lesões pessoais não significa que com os demais acidentes
ocorrerá o mesmo. Precisamos ficar atentos, pois as mesmas causas que geraram esse acidente com apenas
danos materiais têm o potencial de gerar novos acidentes iguais ou semelhantes a esse e também aciden-
tes com vítimas fatais.
O mesmo se aplica ao ambiente organizacional. As mesmas causas de acidentes com danos materiais
podem gerar acidentes com danos pessoais.
Em algumas empresas, os acidentes com danos materiais não são relatados, pois os trabalhadores
envolvidos não os consideram passíveis de atenção, uma vez que não geraram danos consideráveis ou
danos pessoais.
Dessa forma, as causas não serão identificadas nem eliminadas, favorecendo a ocorrência de futuros
acidentes com lesões pessoais e ou óbitos. Podemos observar que todos os acidentes são importantes para
serem analisados para a promoção da prevenção, independentemente do tipo de dano gerado.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
64
As causas dos acidentes são muitas. Para facilitar a identificação, elas são divididas em três grupos
de causas, a saber: Ato Inseguro, Condição Insegura, Fator Pessoal de Insegurança e Catástrofes,
conforme podemos observar na Figura 35.
CAUSAS DE ACIDENTES
A) Ato Inseguro
São as ações que o trabalhador pode vir a cometer, de forma consciente ou inconsciente, uma situação
de risco, que possa acarretar a ocorrência de um acidente. Como exemplos, podemos citar a utilização
inadequada de uma ferramenta de trabalho, brincadeiras durante a realização das atividades, a não utiliza-
ção dos dispositivos de proteção, uso de equipamentos danificados ou não adequados para a tarefa a ser
executada. Na Figura 39, observe um trabalhador utilizando um equipamento inadequado para o trabalho
que está sendo realizado.
@istockphoto.com/akarelias
B) Condição Insegura
As condições inseguras são condições presentes no ambiente de trabalho capazes de provocar um
acidente. Como exemplos de condições inseguras, podemos citar: um piso molhado, um telhado com
telhas soltas, madeiras com pregos à mostra, falta de sinalização. Observe as nas Figuras 36 e 37, algumas
ilustrações de condições inseguras.
@istockphoto.com/Zerbor
7 Daltonismo: disfunção hereditária, caracterizada pela incapacidade visual de distinguir entre tons de vermelho e verde.
4 SEGURANÇA DO TRABALHO
67
Na imagem, vimos uma fonte com potencial de proporcionar danos, caracterizando uma situação de
perigo. Agora, observe a Figura 39.
@istockphoto.com/endopack
Figura 39 - Situação de risco: operador manuseando um tambor contendo produto químico
Agora temos o peixinho exposto ao perigo, caracterizando o risco de ser devorado pelo faminto tubarão.
Em uma mineração subterrânea, pode haver deficiência ou enriquecimento de oxigênio.
Vamos imaginar uma situação em que uma mina subterrânea esteja com deficiência de oxigênio e pre-
dominância de gases classificados como asfixiante simples8. Um lugar com uma atmosfera empobrecida
de oxigênio poderá causar a asfixia do trabalhador.
Essa condição é classificada como uma situação de risco, pois existe o risco de o trabalhador vir a óbito
ou ter sequelas devido à exposição a uma atmosfera com deficiência de oxigênio. Já uma situação na qual
exista a mesma deficiência de oxigênio, mas é uma área interditada à qual é proibido o acesso de trabalha-
dores, é uma situação de perigo.
4.1.4 INCIDENTE, ACIDENTE COM DANOS PESSOAIS E ACIDENTES COM DANOS MATERIAIS
Você já deixou o celular cair alguma vez no chão, e a tela não quebrou e não sofreu nenhum arranhão,
sem qualquer dano ou avaria?
Ufa! Que sorte! O evento ocorrido é denominado incidente!
Incidente é toda situação que interrompe o andamento normal do trabalho e tem potencial de resultar
em um acidente, mas não provoca danos. Os incidentes também são conhecidos como quase acidentes,
ou seja, quase resulta em danos.
Imagine que em uma mina subterrânea houve a queda de um bloco de rochas, mas que, por sorte, não
havia nenhum trabalhador ou equipamento no local da queda. Esse evento se caracteriza como uma situa-
ção com potencial de resultar em danos, mas, devido à configuração da situação, não houve qualquer dano
pessoal ou material, denominando-se um incidente.
8 Asfixiante simples: gases inertes que possuem a capacidade de deslocar oxigênio do ambiente, ou seja, ocupam o espaço do
oxigênio, empobrecendo o ambiente de oxigênio.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
68
A identificação e o relato dos incidentes são muito importantes, pois podemos considerá-los a origem
dos acidentes. A mesma causa básica de um incidente pode ser a causa de um futuro acidente do trabalho.
Em 1969, a Insurance Company of North America, ICNA – Companhia de Seguros da América do Norte –
realizou uma análise dos acidentes liquidados por ela e chegou a uma proporção da relação dos acidentes
com mortes ou lesão incapacitante, acidentes com lesões leves, acidentes com danos à propriedade e uma
nova descoberta, os incidentes, dando origem à pirâmide da Evolução do Prevencionismo, também conhe-
cida como Pirâmide de estudo das proporções de acidentes e incidentes.
Para compreendermos melhor esse estudo e sua importância para a realidade das empresas,
precisamos saber identificar e diferenciar os acidentes com danos pessoais e acidentes com danos à
propriedade.
O Acidente com danos pessoais é aquele que provoca uma lesão pessoal, um dano ao organismo
do trabalhador, como consequência do acidente do trabalho, podendo ser um corte, uma fratura, uma
queimadura, a perda de um membro do corpo humano, a perda de uma capacidade produtiva, como a
visão, a audição, o desenvolvimento de uma doença ocupacional. Na Figura 40, esse tipo de acidente é
representado pelos eventos que estão no topo da pirâmide: “Acidente com morte ou lesão incapacitante”
e “Acidentes com lesões leves ”.
Os Acidentes com danos à propriedade, também são conhecidos como acidentes sem lesões, são os
acidentes que resultam apenas em danos materias e estruturais, como a danificação de um equipamento,
a perda da matéria-prima em processo, o dano a edificação e suas instalações.
Na Figura 40, observe a Pirâmide de estudo das proporções de acidentes e incidentes:
Antes do desenvolvimento dessa pirâmide, apenas acidentes com mortes, lesões incapacitantes, lesões
leves e danos à propriedade eram utilizados no estudo de proporções dos acidentes. A partir desse estudo,
os incidentes foram notados e acrescidos nas ações prevencionistas das empresas.
O desenho de uma pirâmide utilizado não poderia ser melhor para representar a proporção desses
eventos e também para compreendermos a relação entre eles. Se analisarmos a pirâmide, o que sustenta o
seu topo? A sua base, não é mesmo? Assim, o que está sustentando todas as ocorrências que resultam em
danos, como mortes, lesões e danos à propriedade são os incidentes.
4 SEGURANÇA DO TRABALHO
69
SAIBA Para conhecer um pouco mais sobre a metodologia de cálculo das Taxas de
Frequência e Taxas de Gravidade, consulte a ABNT NBR 14280:2001 Cadastro de
MAIS acidente do trabalho - Procedimento e classificação.
A Figura 41 apresenta o formulário padrão da CAT, que contém os campos de preenchimento sobre as
informações da empresa contratante, trabalhador acidentado, detalhes do acidente ou doença ocupacio-
nal diagnosticada, conforme modelo disponibilizado no site da Previdência Social.
1 - Em itente
1- Empregado r 2 - Sindicato 3 - M édico
4 - Segurado o u dependente 5 - A uto ridade P ública
2 - Tipo de CAT
COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO - CAT
1- Início 2 - Reabertura 3 - Co municação de Óbito em:
30 - Data do acidente 31 - Hora do acidente 32 - Após quantas horas de trabalho? 33 - Houve afastamento? 34 - Último dia trabalhado?
1- Sim 2 - Não
35 - Local do acidente 36 - CGC 37 - Município do local do acidente 38 - UF 39 - Especif. do local do acidente
Acidente ou Doença
44 - Houve morte?
1- Sim 2 - Não
45 - Nome
49 - Nome
56 - Houve internação? 57 - Duração provável do tratamento 58 - Deverá o acidentado afastar-se do trabalho durante o tratamento?
1 - Sim 2 - Não 1- Sim 2 - Não
59 - Descrição e natureza da lesão
Lesão
62 - Observações
____________________________________________________ _____________________________________________________________________
Lo cal e data A ssinatura e carimbo do médico co m CRM
A COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE É OBRIGATÓRIA, MESMO NO CASO EM QUE NÃO HAJA AFASTAMENTO DO TRABALHO.
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Figura 42 - Representação da emissão das vias da CAT
Fonte: SENAI/MG, 2017.
As ações de Segurança do Trabalho em uma empresa precisam ser desenvolvidas por profissionais que
possuem conhecimentos específicos, capazes de promover a saúde e a segurança no desenvolvimento
das atividades trabalhistas. Toda empresa precisa constituir os Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT.
O SESMT pode ser composto pelos seguintes profissionais:
• Técnico em Segurança do Trabalho;
• Engenheiro de Segurança do Trabalho;
• Auxiliar de Enfermagem do Trabalho;
• Enfermeiro do Trabalho e Médico do Trabalho.
A necessidade de a empresa possuir esses profissionais, assim como a quantidade e carga horária de
trabalho de cada um deles, é definida pela Norma Regulamentadora 04 – Serviços Especializados em En-
genharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT (NR 04).
A norma estabelece o dimensionamento do SESMT, de acordo com a quantidade de funcionários do
estabelecimento e a gradação do risco que varia de 1 a 4. A gradação do risco é caracterizada, conforme o
tipo de atividade que a empresa desenvolve, informação também obtida na NR 04. Vamos compreendê-la
melhor?
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
72
Uma indústria que desenvolve a atividade de extração de minério de manganês possui o grau de
risco 4, de acordo com NR 04 e possui um total de 615 funcionários. O dimensionamento é realizado por
meio da Tabela 2, que mostra o dimensionamento do SESMT da norma.
Assim, o dimensionamento do SESMT para essa mineradora ficaria da seguinte forma, conforme Tabela 3.
DIMENSIONAMENTO DO SESMT
Técnico em Segurança do Trabalho 4
Engenheiro de Segurança do Trabalho 1
Auxiliar de Enfermagem do Trabalho 1
Enfermeiro do Trabalho 0
Médico do Trabalho 1
Tabela 3 - Dimensionamento do SESMT de uma empresa do ramo de extração de minério de manganês
Fonte: SENAI/MG, 2017.
4 SEGURANÇA DO TRABALHO
73
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA tem como principal objetivo prevenir os aciden-
tes do trabalho.
Essa comissão é composta pelos trabalhadores da empresa: representantes dos empregados e/ou
representantes do empregador. Os membros representantes dos empregados são definidos por processo
de eleição, e o os membros representantes do empregador são por ele designados. Entre os representantes
do empregador, será definido o Presidente da comissão e entre os representantes dos empregados, o vice-
presidente, conforme podemos ver na Figura 43.
EMPREGADOR EMPREGADOS
Uma das características sobre dimensionamento da CIPAMIN, estabelecida pela NR 22, é quanto à sua
composição, devendo possuir representantes dos setores de trabalho nos quais ocorrem a maior quanti-
dade de acidentes do trabalho e que ofereçam maior risco.
Os setores que possuírem essas características deverão ter um membro da CIPAMIN, acatando o dimen-
sionamento da NR 22. O processo eleitoral dos membros representantes dos empregados é desenvolvido,
respeitando-se a abrangências dos setores com maior número de acidentes e que ofereçam maior risco.
O mandato da CIPAMIN tem duração de um ano.
O número de membros da CIPAMIN é definido pela quantidade de trabalhadores da mineração, conforme
o Quadro 4.
Então, se uma mineradora possuir 534 funcionários, sua CIPAMIN ficará dimensionada da seguinte forma,
de acordo com a Tabela 5.
DIMENSIONAMENTO DA CIPAMIN
TITULARES representantes do EMPREGADOR 1 TOTAL DE MEMBROS TITULARES
TITULARES representantes dos EMPREGADOS 6 7
SUPLENTES representantes do EMPREGADOR 1 TOTAL DE MEMBROS SUPLENTES
SUPLENTES representantes dos EMPREGADOS 2 3
Tabela 5 - Dimensionamento CIPAMIN de uma mineradora
Fonte: SENAI/MG, 2017.
ATRIBUIÇÕES CIPAMIN
Por essas atribuições, podemos perceber a importância dessa comissão para o alcance dos objetivos da
segurança do trabalho na prevenção dos acidentes.
Os riscos ambientais são os agentes de riscos causadores dos acidentes. Eles podem ser físicos, quími-
cos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. Eles têm a capacidade de provocar algum dano à saúde e à in-
tegridade física dos trabalhadores em função das suas características, da sua concentração ou intensidade,
do tempo em que o trabalhador fica exposto a eles e também em relação à susceptibilidade do organismo
do trabalhador.
Vamos conhecer cada um desses grupos de riscos!
Os agentes de riscos físicos são as formas de energia, como: ruído, radiações ionizantes e não ionizantes,
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, ultrassom9 e o infrassom10.
Os agentes de riscos biológicos são os vírus, fungos, bactérias, protozoários, bacilos, parasitas presentes
no ambiente de trabalho.
Os agentes de riscos químicos são produtos, compostos ou substâncias que podem adentrar o orga-
nismo por ingestão, por via respiratória ou contato com a pele. Esses agentes podem estar na forma de
poeira, fumos, névoas, vapores, gases e neblinas.
9 Ultrassom: faixa de frequência da onda sonora, acima de 20000 hertz, que o sistema auditivo humano não consegue perceber.
10 Infrassom: faixa de frequência da onda sonora, abaixo de 20 hertz, que o sistema auditivo humano não consegue perceber.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
76
Já sabemos o que é um acidente, as suas causas e as suas consequências. Mas como podemos prevenir
as ocorrências dos acidentes? Para isso, adotamos as chamadas medidas de proteção. Elas podem ser cole-
tiva, administrativa e individual. A hierarquia da ordem de adoção é apresentada na Figura 46.
1º 2º 3º
A medida de proteção coletiva, também conhecida como Equipamento de Proteção Coletiva – EPC, é
todo o mecanismo ou conjunto de elementos de caráter coletivo que proporciona a proteção de todos os
trabalhadores, assim como de qualquer outra pessoa que esteja no ambiente onde essa medida coletiva
está implantada.
Vamos pensar em um local de trabalho que possui um compressor instalado, utilizado durante todo
o período da jornada de trabalho. Esse equipamento, durante o seu funcionamento, emite um nível de
ruído bem elevado. Uma das medidas eficazes a ser implantada é o enclausuramento11, por meio de
uma caixa acústica composta por materiais capazes de impedir que as ondas sonoras se propaguem
pelo ambiente, o que proporcionará uma diminuição do nível do ruído para todos os que desenvolvem
atividades naquele local e também aos que transitam por ali.
Dessa maneira, temos uma medida de proteção coletiva para o ruído proveniente do funcionamento do
compressor, que pode ser observada nas Figuras 47 e 48.
@istockphoto.com/EasyBuy4u
Figura 47 - Compressor
O interessante dessa forma de controle é que ela proporciona menos incômodo ao trabalhador, se com-
parada a uma medida de proteção individual.
A medida de proteção coletiva, além de proporcionar a diminuição do número de acidentes, possibilita,
em longo prazo, uma redução de custos para a empresa, em comparação ao custo da manutenção e subs-
tituição dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s.
Outro aspecto relevante é sobre sua eficácia, pois a medida de proteção coletiva, diferentemente do EPI,
não dependerá do uso correto por parte de cada trabalhador, após implantada no ambiente de trabalho.
4 SEGURANÇA DO TRABALHO
79
Para saber se o seu Equipamento de Proteção Individual foi fabricado com base em
parâmetros normativos e atende a todos os aspectos de segurança, você poderá
SAIBA verificar essas e outras informações consultando o Certificado de Aprovação,
disponibilizado no site do Ministério do Trabalho e Emprego – basta você utilizar o
MAIS número do CA!
Disponível em: http://caepi.mte.gov.br/internet/ConsultaCAInternet.aspx
Existem vários tipos de EPI’s para atender às diversidades dos riscos existentes nos ambientes de traba-
lho. Eles são classificados de acordo com a parte do corpo a ser protegida. Temos EPI para os pés, para as
mãos, para a cabeça, para o tronco, para os olhos e a face, para o sistema auditivo, para o sistema respirató-
rio, para os membros superiores e inferiores e também equipamentos para o corpo inteiro.
A seguir, abordaremos alguns tipos de proteção individual.
12 Limite de tolerância: valor acima do qual causa danos ao organismo do trabalhador.
13 Indelével: que não pode ser destruído ou dissipado.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
80
Calçado de Segurança
@istockphoto.com/Nesterenko_Max
Figura 49 - Calçado de Segurança
Existem muitos tipos de calçados de segurança. O solado pode conter composições variadas, como a
altura do cano, o tipo de biqueira, podendo ser de aço ou material não metálico. A determinação do me-
lhor tipo de proteção para os pés será definida de acordo com os agentes de riscos a que o trabalhador se
encontra exposto.
As luvas serão determinadas de acordo com o tipo de material que o trabalhador irá manusear ou a
atividade que executará. A proteção consiste em evitar o contato direto das mãos do trabalhador com o
agente de risco.
4 SEGURANÇA DO TRABALHO
81
Conforme o tipo de substância que o trabalhador manuseia, serão indicados os cremes de proteção
que criam uma espécie de película, protegendo a pele do trabalhador como uma luva invisível. Um
exemplo são os cremes de proteção que criam uma resistência a óleo, protegem a pele durante o conta-
to com óleo, graxa, tinta, verniz, pó de terra e outros similares, proporcionando a sensibilidade do tato
para a atividade desenvolvida, além de facilitar a limpeza e remoção das substâncias da pele.
Capacete de Segurança
Os EPI’s, em algumas circunstâncias, não evitam o acidente, mas atenuam o dano que poderia ser ge-
rado ao trabalhador. O fato de o trabalhador fazer uso do capacete não impede que objetos possam cair
sobre sua cabeça, mas, caso isso ocorra, devido ao uso do capacete, os ferimentos que poderiam ser provo-
cados sem o uso do EPI serão minimizados ou não ocorrerão, dependendo do acidente.
O capacete deve ser utilizado quando houver risco de queda de materiais, ou quando houver o trans-
porte e manuseio suspenso de cargas. O modelo apresentado na Figura 51 é o mais utilizado na área in-
dustrial. Os capacetes podem conter outros dispositivos de proteção conjugados a ele, como o protetor
auditivo tipo concha e/ou protetor facial em acrílico apresentados na Figura 52. Os modelos com lanterna
acoplada são utilizados pelas mineradoras, pois as minas têm baixa luminosidade, a sua utilização favorece
a visibilidade dos trabalhadores. Veja um exemplo desse capacete na Figura 53.
@istockphoto.com/Kuligssen
@istockphoto.com/monozero
Figura 53 - Capacete de segurança com lanterna
Vestimenta de Segurança
Outra medida de segurança utilizada para facilitar a visibilidade dos trabalhadores é o uso de vestimen-
tas com faixas de materias retrorrefletivos14. Nas Figuras 54 e 55, observe um trabalhador utilizando esse
tipo de vestimenta.
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@istockphoto.com/TatianaKrylova
Figura 55 - Vestimentas com faixas retrorrefletivas
Óculos de Segurança
Os óculos de segurança protegem a região dos olhos contra a projeção de partículas e contra o contato
com fluidos e outros agentes nocivos que podem acidentalmente ser projetados contra os olhos.
Dependendo da atividade, a coloração das lentes exerce um papel muito importante. Por exemplo, a
lente cinza e verde tem por finalidade a proteção contra os raios solares e proteção em ambientes muito
luminosos. A lente amarela favorece a visibilidade em dias nublados e é adequada para motoristas durante
a noite. Veja os modelos de óculos de segurança nas Figuras 56 e 57.
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Figura 57 - Óculos de proteção lente cinza e lente amarela
Protetor Auditivo
O protetor auditivo não elimina o risco da exposição ao ruído, mas oferece a diminuição do nível de
pressão sonora à qual o trabalhador está exposto. É necessário o correto uso do dispositivo de proteção ao
longo de todo o período da exposição.
Caso o trabalhador retire o dispositivo repetidamente em alguns momentos de sua jornada, será
caracterizado o tempo de omissão de uso, comprometendo sua eficácia, pois o trabalhador não terá a
proteção do equipamento. Esse tempo de omissão de uso é válido para todos os dispositivos de proteção
individual.
@istockphoto.com/ mady70
A Figura 59 apresenta os modelos de protetor auditivos mais utilizados pelas mineradoras, o de inserção
tipo plugue e o tipo concha. Em algumas situações os colaboradores deverão utilizar simultaneamente os
dois modelos.
@istockphoto.com/ IgorSokolov
Figura 59 - Protetor auditivo tipo concha
Proteção Respiratória
Vimos que uma das formas de absorção dos agentes químicos no organismo é pelo sistema respiratório.
Os EPI’s destinados à proteção respiratória são as máscaras de proteção respiratória.
Elas contêm mecanismo de filtragem mecânico ou químico, o que determinará o tipo de filtro será
o agente de risco em questão, que precisamos controlar. A peça semifacial filtrante, PFF, proporciona a
cobertura do nariz, da boca e do queixo e é indicada para exposição a aerodispersóides15, como poeiras,
névoas, fumos metálicos e particulados altamente tóxicos. Seu mecanismo de retenção é o mecânico, pois
retém o agente em sua estrutura física, que é porosa. As máscaras de proteção respiratória são classificadas
em três tipos: PFF 1, PFF 2 e PFF 3. No Quadro 6, veja aplicação de cada tipo.
Para essa proteção respiratória, fazemos apenas a sua substituição, quando constatada a necessidade.
Não existe um padrão que determine quando ela deve ser substituída, pois dependerá principalmente do
nível de esforço realizado pelo trabalhador em suas atividades, o que aumenta a frequência de inalação do
ar e da concentração do agente de risco presente na atmosfera.
Devemos ficar atentos quando ocorrer dificuldades de inalação, se detectarmos odores, gosto ou qual-
quer irritação relacionados ao agente contaminante e observar a integridade do equipamento e sujeiras.
Caso predomine qualquer uma dessas situações, é recomendada a substituição. Na Figura 60, veja uma
peça Semifacial Filtrante.
@istockphoto.com/ kosmos111
As máscaras que possuem filtros mecânicos ou químicos precisam de manutenção, caracterizada pela
substituição dos filtros já utilizados por filtros novos, respeitando-se os mesmos critérios de substituição
citados anteriormente. Os filtros são variados conforme o agente de risco que precisa ser controlado. Essas
máscaras são compostas por uma estrutura reutilizável e pelos filtros. A Figura 61 apresenta um exemplo
de máscara de proteção respiratória com filtro.
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Figura 61 - Máscara de proteção respiratória com filtro
Na Figura 62, podemos ver uma máscara que proporciona, além da proteção respiratória, a proteção
de toda a face, denominada máscara de proteção facial. Para a eficácia da utilização, elas devem possuir
perfeita vedação à face, de maneira que o ar contaminado a ser inalado entre no dispositivo por meio do
mecanismo de filtragem.
Todos os trabalhadores devem sempre estar barbeados. Aqueles que possuírem alguma deformidade
facial que comprometa essa vedação não devem executar atividades nas quais estejam expostos a agentes
de riscos que demandem o uso dessa proteção, caracterizando uma limitação física que os expõe a uma
condição de risco. Essa recomendação é válida para todo o dispositivo de proteção respiratória.
@istockphoto.com/ ARTYuSTUDIO
No século IV a. C., o processo de extração mineral era uma das principais atividades
desenvolvidas pelos escravos. Nesse período, muitas referências históricas associadas
à Segurança do Trabalho foram identificadas e posteriormente registradas. Plínio,
conhecido como o sábio romano, fez referência à intoxicação dos escravos relativa ao
CURIOSI manuseio de zinco, enxofre, chumbo, mercúrio e inalação de poeira. Uma observação
DADES interessante realizada por ele refere-se à iniciativa dos escravos no desenvolvimento
de um mecanismo de proteção individual, ao utilizar sobre a face panos umedecidos
ou membranas de bexiga de carneiro como tentativa de evitar a inalação dos
particulados provenientes do trabalho realizado.
RESPONSABILIDADES DO EMPREGADOR
Fornecer EPI’s apenas aos empregados que possuírem o certificado de aprovação;
Exigir dos empregados a utilização desses equipamentos;
Realizar treinamentos sobre o uso adequado, a guarda e conservação de EPI’s;
Substituir o mais breve possível quando ocorrer a danificação ou a perda de algum equipamento;
Realizar o registro do fornecimento dos EPI’s ao trabalhador;
Realizar a aquisição dos dispositivos de acordo com os riscos a que os trabalhadores estão expostos em cada atividade.
Quadro 7 - Responsabilidades do empregador
Fonte: Norma Regulamentadora 06.
As ferramentas de segurança são meios estabelecidos pela empresa para alcançar os objetivos em
relação à segurança do trabalho e podem auxiliar na prevenção de acidentes. Conheceremos algumas
dessas ferramentas nos conteúdos a seguir.
4 SEGURANÇA DO TRABALHO
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O Diálogo Diário de Segurança - DDSconsiste em reunir os trabalhadores antes de cada turno de tra-
balho em um bate-papo, abordando temas importantes sobre a prevenção de acidentes. Essa e outras
ações podem ser desenvolvidas pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho – SESMT, pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração - CIPAMIN ou por
qualquer trabalhador da empresa que possa contribuir.
Essa ferramenta é aplicável a qualquer empresa que objetive melhorar a cultura da importância da se-
gurança, mediante diálogos diários, que podem tratar temas variados pela disseminação da informação,
prevenindo acidentes.
É importante que o DDS seja objetivo e não muito prolongado e proporcione a participação e desperte
o interesse dos trabalhadores durante o bate-papo. Os temas a serem abordados são de total liberdade da
empresa e dos trabalhadores, conforme a necessidade e o objetivo que se pretende alcançar.
As inspeções de segurança são fundamentais para a identificação das situações de não conformidades
que têm o potencial de provocar acidentes. Podemos entendê-las como uma excelente fonte de informa-
ções para a proposição de medidas de controle que previnam os acidentes.
Se as situações de riscos forem identificadas e controladas em tempo, conseguiremos prevenir a ocor-
rência dos acidentes.
As inspeções são desenvolvidas por profissionais do SESMT, CIPAMIN ou por quem o empregador julgar
competente para tal atribuição. O Quadro 9 apresenta os três tipos inspeção de segurança.
2ª FASE: Informação
Quando constatada a não conformidade, o inspetor responsável deverá comunicar, mesmo que verbal-
mente, a situação de risco identificada. Isso pode auxiliar na solução do problema com a implantação de
medidas, ainda que provisórias, pelas pessoas responsáveis do setor de trabalho antes da implantação de
uma medida definitiva e que possa, o mais breve possível, eliminar a situação observada.
3ª FASE: Registro
Esta é a fase em que as informações obtidas são registradas em um formulário específico que pode ter o
nome de Relatório de Inspeção, Lista de Verificação ou o nome que a empresa considerar apropriado, mas
a função será a mesma: gerar uma evidência, por meio desse documento, das irregularidades identificadas.
No capítulo de qualidade, abordamos a ferramenta Lista de Verificação, que pode ser utilizada como uma
forma de registro da inspeção.
4ª FASE: Proposta das Ações
A investigação não tem como propósito identificar apenas as não conformidades, mas, a partir dessa
identificação, propor as ações necessárias para eliminar ou controlar as situações de riscos para prevenir os
acidentes. Nesta fase, são articuladas e implantadas as ações necessárias.
5ª FASE: Acompanhamento das ações
Após a proposição e implantação das ações, é necessário que o inspetor verifique se houve o atendi-
mento ao propósito das medidas implantadas. Em caso negativo, novas medidas devem ser propostas e
implantadas.
Como podemos visualizar na Figura 65, o ciclo de desenvolvimento das inspeções tende ao controle das
situações de risco desde o levantamento das informações na fase de observação ao acompanhamento das
ações de controle.
@istockphoto.com/ LeventKonuk
17 Auditoria: processo de análise criterioso do desenvolvimento de ações por profissionais que possuem conhecimento sobre o
conteúdo da auditagem.
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Como propósito, terão que verificar se a organização atendeu plenamente a todos os requisitos estabe-
lecidos pela OHSAS 18001:2007. Caso a empresa os atenda plenamente, será certificada.
As auditorias internas serão realizadas por uma comissão composta por trabalhadores da própria em-
presa, que serão capacitados para o exercício dessa função e realizarão verificações quanto ao atendimen-
to aos requisitos estabelecidos pela especificação OHSAS 18001:2007. Esse processo tem como objetivo
identificar as falhas e corrigi-las antes do processo de auditagem externa, que realizará a mesma análise, só
que para fins da certificação.
Já a auditagem externa é realizada por Organismo de Certificação ligados a organizações internacionais
de padronização e normatização, tal como a ISO. Nesse caso, caberá ao auditor verificar o atendimento aos
requisitos para decidir se concederá ou não a certificação à empresa solicitante.
Conforme vimos no “FIQUE ALERTA”, a Convenção 176 da OIT estabelece o direito do trabalhador
quanto à informação sobre os riscos aos quais ele está exposto e o direito à participação na
proposição de medidas de controle. A APR possibilita a informação e integração do trabalhador
nas ações de Segurança do Trabalho na empresa e com a CIPAMIN no exercício de suas atribuições.
Na Figura 64, confira um modelo de APR.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE: Atividade de instalação de circuitos elétricos no Setor B da mineração (instalação de interruptores em
paralelo, ligação treeway, instalação de duas tomadas 127v.)
ETAPA DA ATIVIDADE
RISCOS MEDIDAS DE CONTROLE DOS RISCOS
Nº DESCRIÇÃO
Corte de membros superiores e/ou Manter os dedos fora da zona de corte da
1 Cortar condutor (cabo flexível).
esmagamento de membros. ferramenta.
Desenvolvimento de alongamentos em
2 Usar chave de fenda Execução de movimentos repetitivos
momentos alternados durante a jornada.
Desenvolvimento de alongamentos em
Movimentos repetitivos
momentos alternados durante a jornada.
6 Usar tarraxa/PVC Manter os dedos fora da zona de torção da
Corte
ferramenta.
Projeção de partículas Óculos de proteção com lentes transparentes.
Manter os dedos fora da zona de corte da
7 Cortar eletroduto. Corte
ferramenta.
EXECUTANTES DO SERVIÇO
Nº NOME FUNÇÃO MATRÍCULA
1
2
RESPONSÁVEL NOME:
TÉCNICO ASSINATURA: DATA: 1º de setembro de 2016
Figura 64 - Modelo de documento da APR
Fonte: SENAI/MG, 2017.
4 SEGURANÇA DO TRABALHO
93
Quando pensamos em padronização, lembramo-nos logo de algo organizado, padrão, igual, semelhante.
A padronização de tarefas consiste na determinação de um modo de execução de uma atividade da
maneira mais eficiente e segura possível. Para que isso ocorra, o processo de execução da atividade precisa
ser estudado assim como todo o seu conjunto composto por maquinário, matéria-prima, mão de obra e
todas as variáveis relacionadas.
Após esse estudo, uma nova metodologia de execução será proposta para que o trabalho seja desen-
volvido da melhor maneira possível e com segurança.
Na ocorrência de um acidente, essa prática pode auxiliar na identificação das falhas que geraram o
infortúnio18 ou na identificação de uma falha no próprio padrão da tarefa que foi definido para o traba-
lhador executar.
Após a ocorrência de um acidente do trabalho, uma das ações mais importantes a ser desenvolvida é a
investigação e análise de acidentes. Essa investigação não tem como propósito encontrar os culpados pelo
acidente, e sim descobrir as causas que contribuíram para a ocorrência do evento para prevenir situações
iguais ou semelhantes a essa.
A investigação deve contemplar todos os detalhes referentes à rotina de trabalho, ferramentas e equi-
pamentos manuseados, a atividade desenvolvida no momento do acidente e quaisquer outros fatores que
possam ter relação com o evento.
Essa investigação deve ser registrada em um formulário que contenha o relatório da investigação e a
análise do acidente.
A partir do levantamento dessas informações, podemos encontrar as causas que provocaram o acidente.
Você já observou que as vias de acesso de veículos possuem um sistema de orientação para
condutores e pedestres que permite que o trânsito se desenvolva da melhor maneira possível, evitando
a ocorrência de acidentes? Esse mecanismo de orientação utilizado é a sinalização.
Assim como no trânsito, a sinalização de segurança é um dos recursos utilizados para alertar, conscien-
tizar e informar os trabalhadores, nos ambientes de trabalho, sobre as situações de riscos existentes, os cui-
dados que devem ser adotados, assim como sobre a obrigatoriedade do uso de dispositivos de proteção.
AVISO DE SEGURANÇA
Rodrigo Henrique de Lacerda
Uso obrigatório
de Máscara de
Proteção.
B) Sinalização de alerta
Esse tipo de sinalização tem a finalidade de alertar sobre uma situação de risco ou perigo de incêndio ou
explosão. Possui o formato triangular, moldura preta, cor de fundo amarela, como você pode ver na Figura 66.
4 SEGURANÇA DO TRABALHO
95
SAÍDA
Saída de Saída de Escada de
emergência emergência emergência
E) Sinalização de proibição
Esse conjunto de sinalizações visam impedir ações que possam, de alguma forma, acarretar uma
situação de incêndio ou agravá-lo. Possuem formato circular, cor contraste branca e símbolo preto,
conforme os exemplos apresentados na Figura 69.
F) Sinalização complementar
Elementos de sinalização que complementam as sinalizações já existentes. Nas Figuras 70 e 71, é
possível observar exemplos desse tipo sinalização.
SETOR DE
IMPRESSÃO DA
GRÁFICA
Rodrigo Henrique de Lacerda
Figura 70 - Sinalização horizontal para demarcar a área de circulação conjunta de pessoas próximo a máquinas
Fonte: SENAI/MG, 2017.
4 SEGURANÇA DO TRABALHO
97
Outra ferramenta de sinalização é o mapa de riscos. Esse tipo de mapa tem como finalidade informar
aos trabalhadores de uma área ou setor de trabalho os riscos existentes, a sua localização e as medidas de
controle que precisam ser utilizadas.
O termo mapa se dá pelo fato de representarmos o leiaute do ambiente por meio de uma planta baixa
ou croqui, contendo os riscos existentes no ambiente.
O mapa de riscos deve ser colocado em local visível e de fácil acesso aos trabalhadores, de preferência
na entrada do local de trabalho, informando sobre os riscos que ficaram expostos e as medidas de controle
obrigatórias que devem ser utilizadas no ambiente.
Os riscos apresentados no tópico “Riscos ambientais” serão representados em círculos na cor relativa ao
grupo a que pertencem. Por exemplo, se um trabalhador estiver exposto ao agente de risco ruído, a indica-
ção do risco será por meio de um círculo na cor verde, posicionado no leiaute no ambiente onde exista esse
agente de risco dentro do círculo. Além disso, deve constar o número de trabalhadores expostos ao agente.
Na Figura 72, temos um exemplo do mapa de riscos do setor de mecânica de manutenção dos equipa-
mentos de uma mineração.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
98
Observe que são identificados os riscos, a graduação em relação ao potencial de provocar danos pelo
tamanho do círculo, a quantidade de trabalhadores expostos e as medidas de controle necessárias para
realizar o trabalho no local.
Perfurações 5 5
Contato com
5 5 Bancada Levantamento
e Transporte
Protetor Auricular Vibrações Manual de Peso
Bancada Bancada 5
Bancada
Sinalização de Segurança
LEGENDA
GRUPO DE RISCO GRADUAÇÃO DE RISCOS
Físico Ergonômico
Químico Acidente
Biológico Pequeno Médio Grande
Você sabe o que é Gestão? No início do livro, apresentamos a você essa palavra como verbete no
capítulo sobre Qualidade. Gestão é o mesmo que gerir, administrar, quando se tem algum objetivo que
se pretende alcançar.
O sistema de gestão será estruturado, conforme as necessidades da empresa e a complexidade das
situações de riscos que necessitam de controle a fim de proporcionar um ambiente de trabalho seguro e
compatível com a saúde e integridade física de seus trabalhadores.
Esse SGSST é elaborado sob medida, isso mesmo, conforme a estrutura da empresa, tipo de atividade,
número de trabalhadores, potencial dos riscos existentes, perfil da mão de obra, tipos de maquinários exis-
tentes, processos técnicos empregados na produção, histórico acidentário e outras informações importan-
tes, que auxiliem na estruturação e definição de ações para a melhoria contínua da Segurança do Trabalho.
4 SEGURANÇA DO TRABALHO
99
Um dos elementos que compõe o SGSST é o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, es-
tabelecido pela Norma Regulamentadora 09. Ele consiste em um conjunto de ações propostas, fundamen-
tadas em uma análise dos setores de trabalho sobre os riscos ambientais presentes. Para fins da NR 09, são
considerados riscos ambientais o risco físico, o risco químico e o risco biológico.
A partir dessas análises, são propostas as medidas de controle pertinentes em cada situação por meio
de um plano de ação. Anualmente, o documento base do PPRA deverá sofrer uma análise geral, levando
em consideração a possibilidade de alterações e os ajustes considerados necessários para o alcance dos
objetivos para a prevenção de acidentes.
Na indústria extrativa mineral, deve ser implementado o Programa de Gerenciamento de Riscos –
PGR que possui os mesmos princípios do PPRA, só que aplicado especificamente à mineração. Assim, as
mineradoras que implementarem o PGR ficam desobrigadas da implementação do PPRA.
Além desses programas, outras ações também irão compor o SGSST da empresa, sendo definidas con-
forme o perfil das situações de riscos existentes na empresa.
CASOS E RELATOS
Atmosfera de Ouro
A Underground Gold é uma mineração subterrânea que realiza a extração de ouro. No processo
de extração, ocorre a geração de poeiras que são capazes de provocar doenças ocupacionais,
como a pneumoconiose devido à exposição a esses particulados.
A silicose é a pneumoconiose mais incidente associada às atividades de extração mineral devido à
inalação de poeira de sílica. Considerando a necessidade de controle dos riscos dos trabalhadores
expostos, a Underground Gold propôs o desenvolvimento do programa Atmosfera de Ouro, que
contém ações de segurança que poderiam melhorar as medidas de proteção respiratória com a
participação e envolvimento de todos os trabalhadores.
Essa gestão participativa da segurança do trabalho por meio do programa Atmosfera de Ouro
proporcionou a integração entre os profissionais de segurança do trabalho e os trabalhadores,
o que foi primordial para o seu sucesso! Os trabalhadores perceberam que muitas sugestões
de melhorias, como projetos de segurança do trabalho propostos por eles, acabavam sendo
desenvolvidos e implantados no processo da empresa, fazendo que se sentissem essenciais para
o sucesso do programa.
Os melhores projetos também eram submetidos a um processo de votação interno na mineração,
sendo que, no caso dos primeiros colocados, os autores receberiam uma bonificação em dinheiro.
Em dois anos do desenvolvimento do programa Atmosfera de Ouro, houve uma diminuição
expressiva do número de afastamentos, acidentes e doenças ocupacionais, trazendo melhorias
também na cultura da importância da prevenção de acidentes e da preservação da saúde no
trabalho.
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
100
Os procedimentos normativos fazem parte de nossos dias de uma forma bem predominante, seja
na empresa, na rua, na escola, em nosso lar, sempre existem normas que proporcionam melhorias em
relação à qualidade, segurança e na otimização de processos. Na indústria extrativa mineral, não seria
diferente quanto à necessidade do emprego de procedimentos normativos a ela associados.
Para proporcionar as condições mínimas necessárias quanto à segurança dos trabalhadores e nas
atividades desenvolvidas na indústria extrativa mineral, existem as legislações específicas, como as
Normas Regulamentadoras da Mineração - NRM e as Normas Regulamentadoras - NRs sobre Segurança
do Trabalho.
NORMAS REGULAMENTADORAS
NR 01 - Disposições Gerais
NR 02 - Inspeção Prévia
NR 03 - Embargo ou Interdição
NR 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
NR 07 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)
NR 08 - Edificações
NR 09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
NR 12 - Máquinas e Equipamentos
NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão
NR 14 - Fornos
NR 15 - Atividades e Operações Insalubres
NR 16 - Atividades e Operações Perigosas
NR 17 - Ergonomia e Análise Ergonômica
NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
NR 19 - Explosivos
NR 20 - Líquidos combustíveis e inflamáveis
NR 21 - Trabalhos a Céu Aberto
NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
NR 23 - Proteção Contra Incêndios
4 SEGURANÇA DO TRABALHO
101
Essas normas podem ter aplicação em indústrias de áreas variadas ou podem ser normas que se aplicam
a ramos industriais específicos, como é o caso da mineração, que possui uma norma de segurança aplicável
exclusivamente a suas atividades, a NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração.
A NR 22 estabelece as regras mínimas sobre segurança do trabalho que precisam ser respeitadas pela
mineradora quanto ao processo de extração mineral e no ambiente de trabalho, buscando continuamente
a preservação da saúde de seus trabalhadores.
Esse regulamento técnico é aplicável a atividades trabalhistas em mineração subterrânea, mineração a
céu aberto, garimpos, beneficiamento mineral e pesquisa mineral.
O processo de extração mineral é desenvolvido a partir da utilização do bem comum, como os recursos
naturais. Com o objetivo de orientar o uso racional das jazidas, foram estabelecidos parâmetros normativos
por meio das Normas Regulamentadoras da Mineração - NRM, levando em consideração os aspectos téc-
nicos das operações, os aspectos de segurança do trabalho e os aspectos de proteção ao meio ambiente.
Essas NRM’s foram desenvolvidas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM.
Até a presente data, existem vinte e duas normas regulamentadoras da mineração, conforme o
Quadro 11 a seguir:
QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO
102
RECAPITULANDO
Neste capítulo, trabalhamos os principais temas sobre segurança do trabalho e a sua importância
para a prevenção de acidentes na mineração, como os conceitos de acidente, acidente do
trabalho, as situações que se equiparam ao acidente do trabalho, como as doenças ocupacionais,
e acidente de trajeto. Entendemos que os acidentes não ocorrem sem algum motivo e possuem
causas que precisam ser identificadas pelas ações de prevenção do SESMT e da CIPAMIN. Outro
tema abordado dentro da situação de acidente foram as consequências que um acidente do
trabalho pode ocasionar.
Foram descritos os conceitos de risco e perigo e como diferenciá-los, o conceito de incidente e a
necessidade do seu conhecimento por parte de todos os trabalhadores para a prevenção de futuros
acidentes. Conhecemos a classificação dos cinco grupos de agente de riscos e sua padronização de
cores que é utilizada na elaboração do mapa de riscos. Abordamos e exemplificamos as medidas
de proteção para os trabalhadores, que podem ser coletivas, administrativas e individuais, além
das principais ferramentas de segurança e legislações específicas aplicáveis à mineração.
Assim, podemos dar continuidade às próximas unidades curriculares, pois já aprendemos sobre a
importância dos preceitos da segurança do trabalho.
REFERÊNCIAS
Cláudio Marcassa
Diretor Regional do SENAI
Daniela Theodoro
Rachel Kopit
Revisão Ortográfica e Gramatical
istockphoto.com
Fotografias, Ilustrações e Tratamento de Imagens
i-Comunicação
Projeto Gráfico