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PREFEITURA MUNICIPAL DE PALHOÇA


SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL PARA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO


INSTITUCIONAL - PPPI

2020
2

PREFEITURA MUNICIPAL DE PALHOÇA


SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL
MODALIDADE: ABRIGO INSTITUCIONAL PARA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES

Prefeito Municipal: Camilo Nazareno Pagani Martins

Secretária Municipal de Assistência Social: Rosângela Campos

Gerente Geral da Proteção Social Especial da Alta Complexidade:


Aline Maria Venâncio de Simas

Gerentes dos Abrigos Institucionais:

Joseani da Silva – Abrigo Pequeno Cidadão


Luciamar Bittencourt Espíndola – Abrigo Inovar
Angélica Martinelli dos Passos – Abrigo Nova Direção
3

Sumário

1 APRESENTAÇÃO .................................................................................................................. 07

2 HISTÓRICO............................................................................................................................... 09

3 PRINCÍPIOS E OBJETIVOS ........................................................................................... 12


3.1 PRINCÍPIOS .......................................................................................................................... 12

3.2 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................. 13

4 PÚBLICO ALVO ..................................................................................................................... 13

5 NÚMERO MÁXIMO DE USUÁRIOS POR EQUIPAMENTO ..................... 13


6 MARCO LEGAL ..................................................................................................................... 13

7 MARCO CONCEITUAL..................................................................................................... 14
7.1 ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL ............................................................................. 15

7.2 ABRIGO INSTITUCIONAL .............................................................................................. 16

7.3 FAMÍLIA ................................................................................................................................ 18

7.4 CRIANÇA E ADOLESCENTE ............................................................................................... 19

7.5 CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA ....................................................... 19

7.6 REDE – SISTEMA DE GARANTIA DOS DIREITOS................................................ 20

7.7 CRIANÇA E ADOLESCENTE SUJEITOS DE DIREITOS ...................................... 21

8 DIRETRIZES GERAIS DO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO ..................... 22


8.1COM RELAÇÃO À CRIANÇAE AO ADOLESCENTE ............................................. 22

8.2 COM RELAÇÃO À DOCUMENTAÇÃO ..................................................................... 22

8.3 COM RELAÇÃO Á ESTRUTURA FÍSICA E MATERIAL DA INSTITUIÇÃO ............ 23

8.4 COM RELAÇÃO AOS RECURSOS HUMANOS ........................................................ 23

9 GESTÃO E ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO SERVIÇO ......... 23


9.1 PLANO DE AÇÃO ............................................................................................................... 25
4

9.2 DEMARCAÇÕES TEMPORAIS PARA APRESENTAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO DO


SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL..............................................................27

9.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E GESTÃO ....................................................... 28

10 FISCALIZAÇÃO E ACOMPANHAMENTO........................................................ 29

11 DOCUMENTAÇÃO E ARQUIVAMENTO .......................................................... 29


11.1 PROCEDIMENTOS PARA GUARDA, ARMAZANEMANENTO E EXPEDIÇÃO
DE DOCUMENTOS ...................................................................................................................... 34

12 ARQUIVAMENTO ............................................................................................................. 34

13 DA MANUTENÇÃO ........................................................................................................... 35
14 ESTRUTURAL ...................................................................................................................... 35

15 FINANCEIRO ........................................................................................................................ 35

16 DA ROTINA E HORÁRIOS .......................................................................................... 35


16.1DOS PROFISSIONAIS...................................................................................................... 36

16.2DOS ACOLHIDOS ............................................................................................................. 36

16.2.1 HORÁRIO DE DESPERTAR ...................................................................................... 36

16.2.2 HORÁRIO DE SE RECOLHER PARA O DESCANSO NOTURNO ........................ 37

16.2.3 HORÁRIO DAS REFEIÇÕES ..................................................................................... 37

16.2.4 HIGIENE E CUIDADOS PESSOAIS ............................................................................ 37

17 RECURSOS HUMANOS ................................................................................................. 37


17.1 CARACTERÍSITICAS DESEJADAS A TODOS OS SERVIDORES MUNICIPAIS
ATUANTES NO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO .................................................................. 38

17.2 CARGOS ................................................................................................................................ 39

17.2.1 GERENTE ..................................................................................................................... 39

17.2.2 MONITORES ...............................................................................................................42

17.2.3 EQUIPE TÉCNICA ........................................................................................................ 44


5

17.2.4 EQUIPES OPERACIONAIS ...................................................................................... 49

18 DO ACOLHIMENTO ........................................................................................................ 54
18.1 ACESSO AO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL ..................... 54

18.2 GUIA DE ACOLHIMENTO ................................................................................................. 54

18.3 ACOLHIDA.......................................................................................................................... 55

18.4 GRUPO DE IRMÃOS ................................................................................................57

18.5 CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA OU QUAISQUER OUTRAS ESPECIFICIDADES..57

18.6 FLUXOGRAMA DO ACOLHIMENTO ................................................................. 58

18.7 ATIVIDADES PSICOSSOCIAS E PEDAGÓGICAS ............................................59

19 O PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO – PIA ................................... 60


19.1 CADASTRO GERAL DE ACOLHIMENTO .............................................................. 68

19.2 PLANO DE AÇÃO INDIVIDUAL ........................................................................... 68

20 HISTÓRIA DE VIDA ......................................................................................................... 72


21 FORTALECIMENTO DA AUTONOMINA DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE ........................................................................................... 74

22 REINSERÇAO FAMILIAR .......................................................................................... 75


23 COLOCAÇÃO EM FAMILIA SUBSTITUTA ................................................75

23 DESLIGAMENTO GRADATIVO............................................................. 76
25 O DESACOLHIMENTO .................................................................................................. 77

26 REDE DE SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAS E GARANTIA DE


DIREITOS .............................................................................................................................78
27 LIVRO DE REGISTRO DO MONITOR ................................................................ 80
28 ALIMENTAÇÃO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES ....................... 80

29 AVALIAÇÃO E MONIORAMENTO .................................................................... 81

30 REGRAS CONVIVÊNCIA………………………………………………………….....82
6

31 ORIENTAÇÕES IMPORTANTES ..........................................................................83


32 REGIMENTO INTERNO ............................................................................................... 83

33 PROJETOS.............................................................................................................................. 83

34 ESTÁGIOS .............................................................................................................................. 84

35 CAPACITAÇÃO .................................................................................................................. 85

36 O CAMINHO SE FAZ AO CAMINHAR: DISPOSIÇÕES FINAIS ....................................... 86

37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 90

ANEXOS: Regimentos internos.............................................................................91


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PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL

1. APRESENTAÇÃO

A legislação brasileira reconhece e preconiza a família enquanto estrutura vital, lugar


essencial à humanização a socialização da criança e do adolescente, espaço ideal privilegiado
para o desenvolvimento integral dos indivíduos.
O aprofundamento das desigualdades sociais. Com todas as suas consequências,
especialmente no que tange as condições de vida das crianças e adolescentes, levou à revisão
dos paradigmas assistenciais cristalizados na sociedade. O coroamento destas mudanças
ocorreu com a promulgação da Constituição Federal em 1988, o Estatuto da Criança e do
Adolescente em 1990, da Lei Orgânica da Assistência Social em 1993 e com a ratificação da
convenção sobre os direitos da criança e adolescente em 1990, provocando rupturas em
relação às concepções e práticas assistencialistas institucionalizantes.
Neste contexto surgem às leis exigindo que sociedade, Estado e família se percebam
como entes responsáveis pela proteção integral de suas crianças e seus adolescentes,
criando instrumentos e espaços que possibilitem o respeito à condição de desenvolvimento
humano especial.
Assim, muitas vezes, um dos entes deste tripé de proteção demonstra incapacidade
para dar às respostas necessárias a proteção de suas crianças e adolescentes e, quando se
trata do ambiente familiar ou comunitário, cabe ao Estado assumir seu papel de guardião e
assumir esta responsabilidade a fim de guardar os direitos da criança e do adolescente e
proporcionar a sua proteção.
Nesta perspectiva o Município tem nas Politicas Públicas os instrumentos necessários
para cumprir com sua função protetiva para com as crianças e adolescentes sob sua
jurisdição.
E tem na Politica de Assistência Social o guia necessário e aparato legal para se
organizar, instalar e implantar serviços socioassistenciais que Garantam os Direitos da
Criança e do Adolescente, não como agente único e exclusivo desta tarefa, mas configura-
se como um articulador deste Sistema de Garantias.
8

Nesta busca protetiva funciona o SERVIÇO DE ACOLHIMENTO


INSTITUCIONAL na Modalidade ABRIGO INSTITUCIONAL que se trata de um Serviço
da Proteção Social Especial de Alta complexidade do SISTEMA ÚNICO DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL, destinado a crianças, adolescentes e/ou pessoas que tenham seus
direitos violados e estejam com seus vínculos familiares e/ou comunitário
rompidos.(Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais)
Mas não basta que o serviço esteja funcionando para que o direito constitucional de
proteção integral esteja efetivado, é necessário que existam instrumentos e mecanismos que
se ocupem de dar as diretrizes e princípios fundamentais. Estabelecendo os parâmetros
municipais do serviço, construídos de forma democrática e participativa.
Além dos planos, orientações técnicas e legislação que regram o Serviço de
Acolhimento Institucional é necessário construir os instrumentais, o regimento interno, os
guias, protocolos e o Plano Político Pedagógico – Institucional que nortearão o serviço no
seu cotidiano, diante das contradições e desafios que se manifestam no contexto local.
O Plano Político Pedagógico-Institucional (PPPI) é um instrumento que configura-se
em um documento importante e resultado do diálogo entre os diversos atores do sistema de
Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente em situação de Acolhimento
Institucional, a fim de organizar e planejar o trabalho administrativo-pedagógico, buscando
soluções para os problemas diagnosticados (Gulassa, 2010).
O PPPI, além de ser uma obrigação legal, deve traduzir a visão, a missão, os
objetivos, as metas e as ações que determinam o caminho a ser seguido pelo Serviço de
Acolhimento Institucional do município em questão, neste caso, o município de Palhoça,
reconhecido como município de grande porte.
Trata-se de um instrumento dinâmico e com objetivo de auxiliar nas respostas às
demandas inerentes ou que surgem no cotidiano institucional, primando por uma ação que
tenha como princípios básicos a autonomia da criança e do adolescente, o exercício da
cidadania e fomente a participação de todos os envolvidos no processo.
A revisão deste instrumento deve acontecer preferencialmente todos os anos, sendo
prazo final a completude de 02 anos. Todos os envolvidos devem ter conhecimento e acesso
a este documento, sendo utilizados nas rodas de conversas entre os servidores e acolhidos,
nas reuniões da rede de atendimento, nas reuniões com Ministério Público e Poder
judiciário, enfim deve ser um norteador de todo trabalho e ação junto ao Serviço de
Acolhimento Institucional no Município de Palhoça, juntamente com os demais
9

documentos legais.

MISSÃO

Realizar um Serviço de Acolhimento Institucional dentro da Política Pública de


Assistência Social, com qualidade e dentro das orientações técnicas, com foco no direito a
convivência familiar e comunitária, garantindo os direitos da Criança e do Adolescente 00
(zero) a 18 anos, preconizados no Estatuto da Criança e do Adolescente e na Constituição
Federal de 1988, moradores do Município de Palhoça.

VISÃO

Ser referência no desenvolvimento do Serviço de Acolhimento Institucional na


modalidade Abrigo Institucional para crianças e adolescente de 00 (zero) a 18 anos, dentro
de uma perspectiva humanista, com foco na família e comunidade.

VALORES

Valores que estão intrínsecos no Serviço de Acolhimento Institucional de Palhoça são:

✓ Família
✓ Comunidade
✓ Parceria
✓ Transparência
✓ Organização
✓ Garantia de Direitos
✓ Autonomia

2 HISTÓRICO

Reconstruir a História dos Acolhimentos Institucionais para Crianças e Adolescentes


em Palhoça, trata-se de um desafio no sentido de buscar dados e informações que sejam
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coerentes com esta trajetória, haja visto a dificuldade de encontrar documentos e registros
que dêem conta desta história.

Então, muitas das informações aqui constantes são relatos de servidores públicos
atuando no serviço, materiais de jornais locais e registros da própria instituição. Ao longo
desta construção constata-se que a história de Palhoça não difere da história do país no que
diz respeito ao acolhimento em instituições de crianças e adolescentes.

De acordo com Elage et. al, (p. 10) “Foi no final da década de 1990 que ocorreu o
desmonte das grandes instituições, a partir do início do processo de municipalização dos
serviços de acolhimento (abrigos)”, com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente
– ECA – lei 8.069 de 13 de julho de 1990 – inaugura-se novas sistemática de atenção à
criança e ao adolescente em vulnerabilidade e risco social, que tenham seus direitos
violados e estejam com os vínculos familiares e/ou comunitários rompidos.
Com esta legislação o antigo sistema de acolhimento passa a não existir, as grandes
instituições com grande número de acolhidos, conhecidas como orfanatos e internatos,
foram desativadas e se instala a nova modalidade denominado Abrigo, que de acordo com o
ECA, as Orientações Técnicas para Serviço de Acolhimento para Crianças e Adolescentes,
o Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à
Convivência Familiar e Comunitária podem ser constituídas em diferentes modalidades. No
caso de Palhoça a modalidade instalada é o Abrigo Institucional.

Em 02 de janeiro de 1994, foi criado o Projeto Casa-lar¹ do Município de Palhoça,


surgindo a partir da iniciativa dos técnicos que vinham desenvolvendo uma experiência de
atendimento ligado a crianças e adolescentes na extinta FUCABEM. Tal experiência tornou
visível as necessidades que os assistidos apresentavam, estimulando a dinamização e
criação da Casa Lar. Atualmente o termo Casa Lar não é mais utilizado, pois, tal termo
refere-se a outro formato de acolhimento. E no Município de Palhoça contamos com o
Programa de Acolhimento Institucional que é chamado de Abrigo. Desde a sua instalação
na década de 90, a execução deste serviço é municipal.
Ao longo destes 25 anos muitos esforços estão sendo empreendidos para que Palhoça
atenda aos requisitos estabelecidos por lei, referente a esta medida protetiva e de caráter
excepcional, destinado à criança e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social,
que tenham seus direitos violados e vínculos familiares e/ou comunitários rompidos.
Atualmente Palhoça tem instalado três equipamentos de Acolhimento Institucional
11

para Crianças e Adolescentes com capacidades de atendimento para 60 pessoas. Todos os


três equipamentos contam com: pedagoga, assistente social e psicóloga, gerente, assistente
administrativo, monitores, motoristas, serviços operacionais e cozinheira.
Conta com uma Gerente Geral de Proteção Social Especial Alta Complexidade e uma
Nutricionista, além da articulação de toda a rede socioassistencial e demais políticas que
tenham interface com o serviço.

_______________
1
Casa Lar, de acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais – Resolução Nº 109 – 11/11/2009 –
refere-se ao “ Atendimento em unidade residencial onde uma pessoa ou casal trabalha como educador/cuidador
residente, restando cuidados a um grupo de até 10 crianças e/ou adolescentes”; Em Palhoça, esta nomenclatura, foi
utilizada para identificar o serviço de Abrigo, utilizada de forma equivocada, já que no Município somente funcionou o
Serviço de Acolhimento Institucional na Modalidade Abrigo Institucional desde sua instalação.
12

3 PRINCÍPIOS E OBJETIVOS

3.1 PRINCÍPIOS

De acordo com os seguintes documentos: Plano Nacional de Promoção, Proteção e


Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes á Convivência Familiar e Comunitária. Tipificação
Nacional de Serviços Socioassistenciais – Resolução Nº 109 – 11/11/2009; A Resolução conjunta
entre CNAS E CONANDA - nº 01 de 18 de julho de 2009, aprovando as “Orientações Técnicas:
Serviço de Acolhimento para Crianças e Adolescentes” Os princípios do Serviço de
Acolhimento Institucional e que devem estar retratados em todas as ações, planos, postura
profissional e planejamentos do Abrigo Institucional, são:

✓ Acolher e garantir proteção integral;


✓ Desenvolver uma ação humanizada e afetiva;
✓ Excepcionalidade do Afastamento do Convívio Familiar
✓ Provisoriedade do Afastamento do Convívio Familiar
✓ Contribuir para a prevenção do agravamento de situações de negligência, violência e
ruptura de vínculos;
✓ Possibilitar a convivência comunitária;
✓ Preservação e Fortalecimento dos Vínculos Familiares e Comunitários
✓ Garantia de Acesso e Respeito à Diversidade e Não discriminação
✓ Oferta de Atendimento Personalizado e Individualizado
✓ Garantia de Liberdade de Crença e Religião
✓ Respeito à Autonomia da Criança, do Adolescente e do Jovem
✓ Não desmembramento de Grupos de irmãos
✓ Participação na vida local e comunitária
✓ Atendimento personalizado e em pequenos grupos
✓ Preparação Gradativa para o desligamento
✓ Favorecer o surgimento e o desenvolvimento de aptidões, capacidades e o para que
os indivíduos façam escolhas com autonomia;
✓ Desenvolvimento em regime de co-educação.
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3.2 OBJETIVO GERAL

Desenvolver Serviço de Acolhimento Institucional para crianças e adolescentes de 00


(zero) a 18 anos, moradores de Palhoça, que tiveram seus direitos violados, dentro de uma
perspectiva humanizada e referenciada nas diretrizes nacionais e legais, primando pela
convivência familiar e comunitária.

4 PUBLICO ALVO

Crianças e Adolescentes entre 00 (zero) a 18 anos, acolhidos por determinação


judicial, residentes e domiciliados no Município de Palhoça. Observando o disposto no Art.
101 do Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8.069 de 13 de julho de 1990.

5 NÚMERO MÁXIMO DE USUÁRIOS POR EQUIPAMENTO

A meta estabelecida para o atendimento no Serviço de Acolhimento Institucional na


modalidade de abrigo institucional está abaixo referenciado, estando de acordo com as
Orientações Técnicas para Serviço de acolhimento:

✓ Abrigo Nova Direção – 20 crianças e/ou adolescentes

✓ Abrigo Pequeno Cidadão – 20 crianças e/ou adolescentes


✓ Abrigo Inovar – 20 crianças e/ou adolescentes

6 MARCO LEGAL

O Serviço de Acolhimento Institucional de Palhoça, na modalidade Abrigo


Institucional está pautado na Legislação Brasileira vigente bem como aquelas pertinentes a
este serviço. Importante mencioar que todo embasamento legal parte primeiramente da
Constituição Federal (CF) de 1988 em seus Artigos 6º que trata dos Direitos Sociais:

“São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia,o


lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (EC n o 26/2000 e EC
14

no 64/2010)”, o Artigo 227 : É dever da família, da sociedade e do Estado


assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.(EC no 65/2010)

✓ LEI 8.742 de 1993. Lei Orgânica da Assistência Social e todas suas alterações.

✓ Norma Operacional Básica – NOB/SUAS

✓ Norma Operacional Básica de Recursos Humanos – NOB-RH/SUAS

✓ LEI 8.069 de 1990 e todas suas alterações – Estatuto da Criança do Adolescente.

✓ Plano de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à


Convivência Familiar e Comunitária.

✓ Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais.

✓ Política Nacional de Assistência Social.

✓ Orientações Técnicas: Serviço de Acolhimento para crianças e adolescentes.

✓ Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE

✓ LEI complementar n. 096/2010 – Estatuto dos Servidores Públicos Municipais de


Palhoça.

✓ LEI Municipal do Sistema Único de Assistência Social (em tramitação).

✓ LEI municipal de Serviço de Acolhimento Institucional (em tramitação).

7 MARCO CONCEITUAL

O Marco conceitual tem como objetivo delimitar a compreensão de elementos


fundamentais para execução do Serviço de Acolhimento Institucional na modalidade
Abrigo Institucional.
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7.1 ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL

Programas que atendem crianças e adolescentes que se encontram em medida de


abrigo, aplicadas nas situações dispostas no art. 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA). Acolhe ambos os sexos, sem distinção ou separação por especificidades, primando
pelo não desmembramento de grupos de irmãos e parentes de primeiro grau, tais como:
primos, tios. Para o acolhimento, a criança e o adolescente devem ter passado pela violação de
seus dos direitos, e ainda, apresentarem vínculos familiares e comunitários rompidos. De
acordo com o artigo 101 do ECA, o acolhimento não implica em privação de liberdade, tem
caráter provisório e excepcional. A medida é aplicada pelo Poder Judiciário – Vara da
Infância e Juventude, e em situações excepcionais e urgentes pelo Conselho Tutelar.
Os Serviços de Acolhimento devem estruturar seus atendimentos de acordo com os
seguintes princípios:

✓ Excepcionalidade do afastamento do convívio familiar: Consiste no fato de haver


esgotado todos os demais recursos possíveis e disponíveis para garantir que a criança e
o adolescente ao convívio familiar e comunitário, aplicada apenas nas situações
graves, em que há risco à sua integridade física e/ou psíquica.

✓ Provisoriedade do afastamento do convívio familiar: Quando o acolhimento


institucional se configurar a medida mais adequada para promover a proteção e
garantia de direitos da criança e do adolescente, todos os esforços deverão ser
empreendidos para que não permaneça no serviço por mais de dois anos.

✓ Preservação e Fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários: A observância


desses vínculos é fundamental no desenvolvimento humano, pois oferta ao acolhido a
possibilidade de desenvolvimento saudável, favorecendo sua identidade e constituição
como cidadão.

✓ Garantia de acesso e respeito à diversidade e não discriminação: A organização dos


serviços deverá garantir que nenhuma criança ou adolescente que necessite de
acolhimento ficará sem atendimento. Deve ser combatidas quaisquer forma de
discriminação às crianças e adolescentes acolhidos, bem como no que tange a suas
famílias de origem, especialmente no que confere as condições socioeconômicas,
arranjo familiar, etnia, religião, gênero, orientação sexual, deficiências, portadores de
HIV/AIDS, entre outros. Desta feita, devem-se evitar acolhimentos exclusivos de
16

especificidades, como por exemplo, abrigos específicos para deficientes.

✓ Oferta de atendimento personalizado e individualizado: O atendimento deve ser


ofertado sempre em pequenos grupos (máximo 20 acolhidos) garantindo espaços
privados, objetos pessoais e registros, inclusive fotográficos sobre a história de vida e
desenvolvimento de cada criança e adolescente.

✓ Garantia de liberdade de crença e religião: Nenhuma criança ou adolescente deve ser


persuadido a mudar sua atenção religiosa enquanto estiver sob cuidados em serviço de
acolhimento. Ao contrário, deve ser viabilizado acesso às atividades de sua religião,
bem como o direito de não participar de atos religiosos e recusar instituição ou
orientação religiosa que não lhe seja significativa.

✓ Respeito à autonomia: Todas as decisões a respeito da criança e do adolescente devem


garantir que suas opiniões sejam levadas em consideração. O direito a escuta deve ser
obrigatório a serviços de acolhimento. Também a organização do ambiente de
acolhimento deverá proporcionar o fortalecimento gradativo da autonomia de modo
condizente com o processo de desenvolvimento e aquisição de habilidades nas
diferentes faixas etárias.

7.2 ABRIGO INSTITUCIONAL

É uma modalidade do Acolhimento Institucional, disposto no Artigo 101 do ECA, e


de acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassintenciais, deve:

(...) funcionar em Equipamento inserido na comunidade com características residenciais,


ambiente acolhedor e estrutura física adequada, visando o desenvolvimento de relações
mais próximas do ambiente familiar. As edificações devem ser organizadas de forma a
atender aos requisitos previstos nos regulamentos existentes e às necessidades dos
usuários, oferecendo condições de habitabilidade, higiene, salubridade, segurança,
acessibilidade e privacidade (2009, p.32).

De acordo com a Política Nacional de Assistência Social, o Abrigo Institucional é


considerado um Equipamento da Assistência Social. Importante mencionar os artigos 92 e
93 do Estatuto da Criança e do Adolescente:
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou
institucional deverão adotar os seguintes princípios:
17

I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar;


II - integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na
família natural ou extensa;
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;
V - não desmembramento de grupos de irmãos;
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e
adolescentes abrigados;
VII - participação na vida da comunidade local;
VIII - preparação gradativa para o desligamento;
IX - participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
§ 1o O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento institucional é
equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito.
§ 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou
institucional remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório
circunstanciado acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para
fins da reavaliação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei.
§ 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciário, promoverão
conjuntamente a permanente qualificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente
em programas de acolhimento institucional e destinados à colocação familiar de crianças e
adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho
Tutelar.
§ 4o Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária competente, as entidades
que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o
auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o contato da
criança ou adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e
VIII do caput deste artigo.
§ 5o As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional
somente poderão receber recursos públicos se comprovado o atendimento dos princípios,
exigências e finalidades desta Lei.
§ 6o O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de entidade que
desenvolva programas de acolhimento familiar ou institucional é causa de sua destituição,
sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal.
18

§ 7o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhimento


institucional, dar-se-á especial atenção à atuação de educadores de referência estáveis e
qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades
básicas, incluindo as de afeto como prioritárias
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em
caráter excepcional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da
autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz
da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido o Ministério
Público e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias
para promover a imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se por
qualquer razão não for isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa
de acolhimento familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2o do
art. 101 desta Lei.

7.3 FAMÍLIA

De acordo com o Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de


Crianças e Adolescentes à convivência Familiar e Comunitária versa como conceito de
Família (p.26 e 27):

“A Constituição Brasileira de 1988 define, no Artigo 226, parágrafo 4: “entende-


se como entidade familiar a comunidade formada por qualquer um dos pais e seus
descendentes. E no ECA, em seu Artigo 25, define como família natural: a
comuminade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.”

Importante mencionar ainda o conceito de família extensa, segundo o ECA: aquela


que estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade casal, formada por parente
próximo com os quais a criança e o adolescente convivem e mantém vínculos de afinidade e
afetividade.
Buscando ampliar este conceito o Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do
Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária diz que “(...)
torna-se necessário uma definição mais ampla de família, com base sócio-antropológica. A
família pode ser pensada como um grupo de pessoas que são unidas por laços de
consanguinidade, de aliança e de afinidade.
19

Buscando ampliar este conceito o Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do


Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária diz que “...
torna-se necessário uma definição mais ampla de família, com base sócio-antropológica. A
família pode ser pensada como um grupo de pessoas que são unidas por laços de
consanguinidade, de aliança e de afinidade.
Importante mencionar que a legislação brasileira reconhece e preconiza a família
enquanto estrutura vital, lugar essencial à humanização e à socialização da criança e do
adolescente. É considerado o espaço ideal e privilegiado para o desenvolvimento integral dos
indivíduos.
Conceber a Família como um espaço protetivo, educativo e emancipador, gerando
autonomia e orientação àqueles que a compõe deve ser um entendimento dos servidores
públicos que se dispõe a quebrar paradigmas e construir novas formas de compreender o
contexto familiar que se configura no contexto social onde está inserido o Serviço de
Acolhimento Institucional na modalidade Abrigo Institucional.

7.4 CRIANÇA E ADOLESCENTE

Para efeitos pedagógicos e didáticos serão adotados os recortes estabelecidos pelo


Estatuto da Criança e do Adolescente que considera, em seu Artigo 2º, criança a pessoa até
doze anos de idade incompletos e adolescentes aquele entre doze e dezoito anos
incompletos. Devendo conceber a criança e o adolescente como pessoas em condição
peculiar de desenvolvimento, necessitando orientação, proteção, afeto e cuidados.
Por fim, é importante mencionar que a legislação brasileira reconhece e preconiza a
família, enquanto estrutura vital, lugar essencial à humanização e à socialização da criança
e do adolescente. É considerado o espaço ideal e privilegiado do desenvolvimento integral
dos indivíduos.

7.5 CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

A Família é o primeiro grupo social e econômico do qual a criança e o adolescente


fazem parte. A importância da convivência familiar e comunitária está garantida no ECA e
20

na Constituição Federal do Brasil, reconhecendo esta convivência como fundamental para o


desenvolvimento da criança e do adolescente. É na família e no território que se
estabelecem os vínculos afetivos e sociais, possibilitando a construção da identidade,
prática da autonomia e o exercício da cidadania. (Tipificação Nacional de Serviços
Socioassistenciais, 2009).
A constituição brasileira de 1988 define: “Entende-se como entidade familiar a
comunidade formada por qualquer um dos pais e seus descendentes”. A definição legal não
supre a necessidade de compreender a amplitude dos vínculos familiares e comunitários,
tornando assim uma definição mais ampla do conceito de família, podendo-se pensar em
grupos unidos por consangüinidade, aliança e/ou afinidade.
Importante mencionar ainda que os diversos arranjos organizados para dar conta da
sobrevivência, do cuidado e da socialização de crianças e adolescentes são também
intitulados de “rede social de apoio”, conforme consta no Plano Nacional de Promoção,
Proteção e Defesa do direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e
comunitária: Rede Social é um sistema composto por pessoas, funções e situações dentro de
um contexto que oferece apoio instrumental e emocional – ajuda financeira, divisão de
responsabilidades, apoio emocional e outras ações que levam ao sentimento de
pertencimento ao grupo.

7.6 REDE – SISTEMA DE GARANTIA DOS DIREITOS

De acordo com o principio constitucional de prioridade absoluta constantes no Artigo


227, a proteção e garantida de direitos à criança e ao adolescente são de responsabilidade da
família, do estado e da sociedade.

Com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente, que criou um sistema nacional


de garantia de direitos da Criança e do Adolescente acompanhada de uma política
nacional, os desafios trazidos pela doutrina da proteção integral e pelo princípio da
prioridade absoluta se ampliaram, especialmente com a previsão do seu art. 4º que
pretendia conformar este princípio constitucional, in verbis: “Art. 4º É dever da família,
da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de
prioridade compreende: a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância
pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; d)
destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à
infância e à juventude” (VASCONCELOS, 2009)
21

Neste contexto, a criança e o adolescente são responsabilidade de uma rede que deve
protegê-la e trabalhar em prol de seu desenvolvimento de forma integral, envolvendo todas
as políticas públicas, órgãos e instituições estatais ou não.

7.7 CRIANÇA E ADOLESCENTE SUJEITOS DE DIREITOS

A concepção de que a criança e o adolescente são sujeito de direito está referendado


na Constituição Brasileira/1988 e no Estatuto da Criança e do Adolescente/1990. Esta
concepção foi trabalhada e discutida no Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do
Direito de Criança e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária (2007, p.28):

A palavra sujeito traduz a concepção de criança e adolescente como indivíduos


autônomos e íntegros, dotados de personalidade e vontades próprias, que, na sua relação
com o adulto, não podem ser tratados como seres passivos, subalternos ou meros objetos
devendo participar das decisões que lhes digam respeito, sendo ouvidos e considerados
em conformidade com suas capacidades e grau de desenvolvimento.

O fato de terem direitos significa que são beneficiários de obrigações por parte de
terceiros: a família, a sociedade e o Estado. Proteger a criança e o adolescente, propiciar-lhes
as condições para o seu pleno desenvolvimento no seio de uma família e de uma comunidade,
ou prestar-lhes cuidados alternativos temporários quando afastados do convívio com a família
de origem, são, antes de tudo e na sua essência, para além de meros atos de generosidade,
beneficência, caridade ou piedade, o cumprimento de deveres para com a criança e o
adolescentes e o exercício da responsabilidade familiar, da sociedade e do Estado. Esta noção
traz importantes implicações, especialmente no que se refere à exigibilidade dos direitos.
Frente ao exposto, é salutar lembrar que os servidores públicos municipais atuando no
abrigo institucional, bem como a rede de serviços socioassistenciais e demais órgãos devem
criar estratégias para garantir os direitos da criança e adolescente, respeitando sempre suas
limitações e necessidades, incentivando sua expressão e participação.
22

8 DIRETRIZES GERAIS DO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO

8.1 COM RELAÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE

• Acolher crianças e adolescentes, conforme decisão judicial ou do Conselho Tutelar.


• Assegurar a integridade física dos acolhidos;
• Garantir assistência médica, psicológica, odontológica, farmacêutica e outras às
crianças e adolescentes acolhidas;
• Garantir o encaminhamento à educação infantil, ao ensino fundamental, médio e à
profissionalização, conforme o caso;
• Garantir a convivência comunitária através de acesso à cultura e ao lazer, mediante
participação em atividades da comunidade local;
• Proporcionar alimentação balanceada, em quantidade suficiente, e preparada de
acordo com as necessidades de cada faixa etária;
• Preparar crianças e adolescentes para o processo de desligamento, fortalecendo a
autonomia gradativamente.
• Acompanhar egressos por um período mínimo de seis meses.
• Realizar articulação com a rede de atendimento do Município para garantir o
atendimento e acompanhamento necessário aos acolhidos;

• Preservação e fortalecimento dos vínculos familiares quando possível.

8.2 COM RELAÇÃO A DOCUMENTAÇÃO

• Viabilizar documentação necessária àqueles que não a tiverem acionando a rede de


atendimento se for o caso ou providenciado diretamente;
• Apresentar plano de trabalho compatível com os princípios preconizados pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA;
• Manter atualizados os documentos e informações dos acolhidos;
• Elaborar e remeter, periodicamente, relatório técnico de cada caso à Vara da
Infância e da Juventude;
• Dar ênfase, dentre as ações propostas no plano de trabalho, àquelas que visem a
reintegração Familiar.
• Elaborar, acompanhar e monitorar o desenvolvimento do Plano Individual de
Atendimento.
23

8.3 COM RELAÇÃO À ESTRUTURA FÍSICA E MATERIAL DA INSTITUIÇÃO

• Oferecer instalações físicas adequadas, em condições de higiene, habitabilidade e


segurança;
• Garantir que a manipulação, o preparo e a estocagem dos alimentos sejam realizados
em local apropriado e em observância às condições de higiene, temperatura,
ventilação, segurança,
• Garantir que o espaço tenha iluminação e organização;
• Oferecer vestuário em bom estado de conservação, limpo e adequado à faixa etária e
ao clima.
• Oferecer roupas de cama e banho atendendo aos mesmos critérios do item acima;
• Garantir que o abrigo deve assemelhar-se a uma casa, um lar e não um escritório ou
local de trabalho.

8.4 COM RELAÇÃO AOS RECURSOS HUMANOS

• Estabelecer um Plano de Educação Permanente e reciclagem profissional interno e


regular;
• Aplicar o Estatuto do Servidor Público no tocante aos direitos e deveres dos
servidores público
• Prestar esclarecimentos e manter a equipe atualizada;
• Manter a equipe minima necessária para o bom funcionamento do Serviço de acordo
com o estabelecido na legislação vigente; conforme preconiza a NOB-RH/SUAS.

9 GESTÃO E ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO SERVIÇO

A Gestão do serviço tem início no momento em que o Sistema Único de Assistência


Social Municipal começa a estratejar, reordenar e planejar a Política Pública relacionada à
demanda apresentada.
Neste sentido, observar a NOB/SUAS e NOB/RH se torna imprescindível para
cumprir o que preconiza o Plano Nacional de Assistência Social e legislação correlatas.
No Município de Palhoça, o Serviço de Acolhimento Institucional Modalidade
Abrigo Institucional é uma iniciativa do Executivo Municipal e que tem na Secretaria
Municipal de Assistência Social o Gestor Geral.
24

Tem como Estrutura de Gestão:

✓ Secretário Municipal de Assistência Social


✓ Secretário Adjunto Municipal de Assistência Social
✓ Gerente Geral da Proteção Social Especial de Alta Complexidade
✓ Gerente de cada Equipamento

Para o bom desempenho das funções desempenhadas pela gestão, busca-se realizar as
atividades de forma compartilhada e orientada de acordo com a legislação vigente, através
de reuniões continuas com servidores e gerentes dos abrigos e também gestores gerais do
Sistema Único de Assistência Social de Palhoça, além da secretaria municipal.
A Gestão do Serviço de Acolhimento Institucional através do Abrigo Institucional
deve garantir o constante no Artigo 37 da Constituição Federal/88, que trata dos Princípios
Constitucionais da Administração Pública, entre os quais:

• Participação
• Democracia
• Transparência
• Legalidade
• Impessoalidade
• Moralidade
• Publicidade
• Eficiência

A Gestão técnica e administrativa dos abrigos deve ser qualificada e, portanto, o


gestor ou gerente não deve atuar apenas em assuntos de gestão burocrática e administrativa,
uma vez que deve conduzir o Projeto Politico Pedagógico Institucional do equipamento. O
processo de gestão deve promover a integração entre servidores, crianças, adolescentes e
famílias.
De forma estrutural e administrativa a gestão utilizará de instrumentos de
acompanhamento, controle e monitoramento, tais como:

✓ Organização quanto à manutenção e conservação dos equipamentos;


✓ Check List da Limpeza e Organização dos espaços nos equipamentos;
✓ Registros da Cozinha tais como: Cardápio, fichas de porcionamento, registro de per
capta, etc.
25

✓ Relatório dos Servidores;


✓ Relatório Técnicos;
✓ Caixa de sugestões, críticas e reflexões;
✓ Plano de Ação.

9.1 PLANO DE AÇÃO

O Plano de Ação é um instrumento técnico-administrativo importante para a adequada


condução do Serviço. O Serviço de Acolhimento Institucional deverá apresentar através da
Gerência da PSE-Alta complexidade, um Plano de Ação para o exercício contemplando:

✓ Capacitações
✓ Períodos licitatórios
✓ Supervisão
✓ Avaliação do PPPI
✓ Reuniões de trabalho
✓ Avaliação do serviço
✓ Acompanhamento do plano de aplicação dos recursos
✓ Diagnóstico

Os equipamentos de Abrigo Institucional deverão apresentar o Plano de Ação da


Gestão para o exercício contemplando:

✓ Capacitações Internas
✓ Diagnóstico
✓ Reuniões de Trabalho com definição dos temas
✓ Reuniões de Servidores
✓ Avaliação do PPPI
✓ Revisão do Regimento Interno
✓ Plano de Ação da Equipe Técnica
✓ Planejamento dos Monitores (Monitores Sociais)
✓ Planejamento das atividades com as crianças e adolescentes
26

São ações previstas a serem desenvolvidas no ano de 2018 pelos três abrigos
institucionais municipais de Palhoça:

✓ Ofertar um serviço de qualidade para a criança e o adolescente acolhidos em situação


de risco pessoal e/ou rompimento dos vínculos familiares residentes no município de
Palhoça;
✓ Garantir a Convivência familiar e comunitária através de ações específicas realizadas
com crianças e adolescentes acolhidos e com suas famílias, planejados no Plano
Individual de Atendimento, quando houver perspectiva de retorno familiar;
✓ Acolher 100% dos acolhimentos encaminhados realizados pelo Poder Judiciário;
✓ Acolher 100 % dos acolhimentos emergenciais realizados pelo Conselho Tutelar;
✓ Garantir a inserção no Serviço de Convivência Familiar e Fortalecimentos de vínculos
para aqueles acolhidos cuja perspectiva seja de retorno familiar ou família extensa (no
caso do mesmo território);
✓ Realizar os encaminhamentos de saúde e educação para todos os acolhidos;
✓ Realizar reuniões mensais de estudo de caso entre equipe técnica, gerência do abrigo e
monitores, conforme cronograma já estabelecido no Projeto Político Pedagógico
Institucional de 2018;
✓ Realizar reuniões mensais de estudo de caso entre as gerências e equipes técnicas dos
três abrigos juntamente a gerência geral de Alta Complexidade e Serviço de
Acolhimento em Família Acolhedora, conforme cronograma já estabelecido no
Projeto Político Pedagógico Institucional de 2018;
✓ Realizar rodas de conversas com os acolhidos;
✓ Encaminhar a profissionalização dos adolescentes acolhidos institucionalmente
através de cursos profissionalizantes e encaminhamento o programa Jovem Aprendiz,
estágios e demais vagas formais;
✓ Realizar encaminhamento ao mercado de trabalho ao adolescente, como confecção de
currículos e acompanhamento em entrevista de emprego;
✓ Realizar o reordenamento da faixa etária do Abrigo Inovar;
✓ Promover Capacitações aos servidores;
✓ Promover ações de lazer e cultura através de ações pautadas em cronogramas mensais
confeccionados pelos abrigos conforme disposição de eventos e clima, sempre
encaminhados a análise da Gerência Geral de Alta Complexidade;
27

✓ Realizar ações para viabilizar o acesso ao Apadrinhamento Afetivo e o


acompanhamento das famílias cadastradas;
✓ Identificar e estabelecer parcerias para promoção de atividades em prol da garantia dos
Direitos das Crianças e Adolescentes acolhidos.

9.2 DEMARCAÇÕES TEMPORAIS PARA APRESENTAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO


DO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL

O período de exercício compreende de 01 de Janeiro de um ano a Fevereiro do ano


seguinte.
Calendário dos Planos de Ação tem como datas limites para sua apresentação e
entrega:

✓ Entrega do Plano de Ação de cada Equipamento: 15 de Dezembro


✓ Entrega do Plano de Ação do Serviço de Acolhimento: 30 de Janeiro

Fica definido que os processos de trabalho, os formulários utilizados e os documentos


específicos como Plano Político Pedagógico Institucional e Regimento Interno serão
sempre discutidos com a Gerência da Proteção Social Especial de Alta Complexidade,
gerentes de cada Equipamento e os servidores do Serviço.
Todos os formulários e registros serão utilizados pelos três Equipamentos de
Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescente, havendo necessidade de adaptação
e mudanças, serão colocados em discussão em conjunto com os servidores, diretoras dos
Equipamentos e Diretora da Proteção Social Especial de Alta Complexidade.
28

9.2ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E GESTÃO


29

10 FISCALIZAÇÃO E ACOMPANHAMENTO

O Serviço de Acolhimento Institucional é fiscalizado por:

✓ Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente


✓ Conselho Municipal da Assistência Social
✓ Conselho Tutelar de Palhoça
✓ Ministério Público
✓ Poder Judiciário da Comarca
✓ Gerente da Proteção Social Especial da Alta Complexidade
✓ Secretário Municipal e Secretário Adjunto
✓ Órgãos oficiais de regulação como: Vigilâncias Sanitária, Epidemiológica e
Bombeiros

11 DA DOCUMENTAÇÃO E ARQUIVAMENTO

Cada Equipamento de Abrigo Institucional é responsável pelos seus documentos e


arquivos, sendo que deve ser seguido o que determina a Secretaria Municipal de
Assistência Social e Prefeitura Municipal de Palhoça, observando o que segue:

Memorando Utilização do Sistema 1Doc

Circular Utilização do Sistema 1Doc

Comunicação Interna – C.I. Papel timbrado da Secretaria Municipal de


Assistência Social – utilizado para
Cada Equipamento segue a numeração comunicação entre os diversos órgãos e
especifica e crescente, devendo estes serviços municipais ligados a Prefeitura
estarem protocolados em livro especifico Municipal de Palhoça– feito em duas vias,
ou de forma online. assinado pelo gerente e demais
profissionais quando necessário.

Ofício Papel timbrado da Secretaria Municipal de


Assistência Social – utilizado para
Cada Equipamento segue a numeração comunicação entre os diversos órgãos e
especifica e crescente, devendo estes serviços municipais – feito em duas vias,
estarem protocolados em livro especifico assinado pelo gerente e demais
ou de forma online. profissionais quando necessário.
30

Guias de entrega/recebimento Todo material ou mantimento que a


Equipamento recebe deve vir
acompanhado de uma guia de entrega,
onde o servidor que receber vai conferir e
assinar, ficando uma via a ser entregue
para o Diretor

Ficha de Evolução Documento oficial de registro de cada


intervenção aplicada contendo data e
técnico e/ou servidor executor.
Documento como folha de rosto do
prontuário de atendimento de cada
Acolhido.
Ficha de acompanhamento de audiências Documento oficial a ser utilizado pelos
técnicos nas audiências concentradas e
outras diligências que necessitarem de
dados das crianças e adolescentes
acolhidas.

Guia de Acolhimento Documento judicial que deve acompanhar


o acolhido quando da entrada no serviço.
Esta guia deve compor o prontuário da
criança e/ou adolescente. Deve ser
encaminhado ao gerente e Equipe Técnica
Prontuário da Criança e do Adolescente Pode ser feito individual ou de forma
conjunta quando se tratar de grupo de
irmãos e estiver na mesma Equipamento.
Deve ficar sob a responsabilidade da
equipe técnica

Plano Individual de Atendimento Elaborado para cada criança e ou


adolescente em situação de acolhimento,
fica sob a guarda da equipe técnica
Livro da Vida - Organização opcional. De Este documento pertence a criança e deve
forma impressa ou online. ficar sob a guarda da Pedagogo que
estipulará um planejamento para sua
elaboração. Na inserção familiar
acompanha o acolhido.

Prontuário Médico do acolhido Constitui-se em uma pasta que fica sob a


guarda do monitor que fará o
acompanhamento e checagem de
medicações
31

Ficha de Medicação Constitui-se em um registro da medicação


que é ministrada ao acolhido, seja de uso
continuo ou em situação especifica

Livro do Monitor Formulário especifico que deve ser


preenchido pelos monitores de plantão e
ao final de cada período é guardado pelo
Diretor. Diariamente o Livro deve receber
o visto do gerente e quando necessário da
Equipe técnica.

Prontuário Escolar do acolhido Constitui-se em toda documentação


escolar da criança e/ou adolescente bem
como o registro de todas as atividades
extra-escolares ou de contra-turno. É
individualizado e fica sob a
responsabilidade do profissional de
Pedagogia
Cardápio Constitui-se no documento de orientação à
alimentação dos acolhidos, elaborado e
acompanhado por nutricionista, quando
em uso fica sob a responsabilidade da
cozinheira e no termino arquivado pela
gerente.

Escala de trabalho Consiste no documento que registra a


escala de trabalho de todo pessoal que
atua na casa, ficando uma cópia no mural
e uma no arquivo da gerente.
Cartão Ponto Constitui-se no documento eletrônico de
registro do ponto de todos os servidores
públicos municipais atuando no
Equipamento. Ao fim de cada mês é
encaminhado relatório, bem como as
justificativas com os devidos documentos
ao gestor de Pessoas da Assistência
Social.

Controle de Estoque Consiste em um documento que deve ser


preenchido a cada fim de mês e
encaminhado ao Setor de Nutrição.
32

Relatórios Técnicos São documentos de ordem técnica,


elaborado pelos técnicos e que tem como
premissa o andamento e acompanhamento
dos processos em relação aos acolhidos.
Quando necessário enviar relatório ao
judiciário ou/e a outro órgão uma segunda
via deve ser protocolado.

Atas Constitui-se em documento de registro de


reuniões ou assembleias que podem ser
digitadas ou manuscritas, coladas em livro
próprio e especifico. Depois de lida e
aprovada por todos deve ser assinada por
todos que participaram da reunião.

Lista de Presença Constitui-se em um documento que deve


ser feito em toda reunião, roda de
conversa ou assembleia. Deve conter a
data, motivo da reunião, horário de inicio
e termino. Espaço para nome, assinatura e
telefone ou e-mail.

Registro da Frota Constitui-se no documento do Motorista


onde registra o trajeto do dia, contendo
horário e dia, conforme estabelece a
Secretaria Municipal de Assistência
Social. Devendo uma cópia ficar com o
gerente.

Averiguação do Veículo Consiste no documento de controle das


condições dos automóveis onde deve ser
entregue até o quinto dia do mês
subsequente ao setor de Frotas da SMAS.
O gerente deve assinar junto com o
motorista este relatório ficando uma cópia
no Equipamento.

Registro De Visitas Consiste em um documento de registro de


todas as visitas que a Equipamento recebe
e é de responsabilidade dos Monitores.
Sendo recolhido a cada fim de período
pelo gerente.
33

Termo de Voluntariado Consiste em um documento oficial que


após avaliado pelo gerente e equipe
técnica é encaminhado a gerente da PSE-
Alta Complexidade para aprovação.
Com a aprovação deve ser arquivado em
pasta específica no Equipamento com os
demais documentos de registro do
voluntário

Termo e Manual de Apadrinhamento Consiste em um documento oficial que


após avaliado pela gerente e equipe
técnica é encaminhado a gerente da PSE-
Alta Complexidade para aprovação.
Com a aprovação deve ser arquivado em
pasta específica no Equipamento com os
demais documentos de registro do
apadrinhamento.
Termo de Parceria Consiste em um documento oficial que
deve ser preenchido pelo gerente do
Equipamento e assinado pelo Doador e
gerente.

Livro de Registro de Doação Consiste em um documento oficial,


registrado em livro ata contendo a que ou
a quem se destinou o bem recebido por
doação.

CENSO SUAS Consiste em um documento oficial que


deve ser preenchido pelo gerente do
Equipamento e assinado por este quando
solicitado pela Gestão.
Relatório Anual Consiste em um documento oficial que
deve ser preenchido pelo gerente do
Equipamento em conjunto com a equipe
técnica e encaminhado a gerente da
Proteção Social de Alta Complexidade até
o dia 20 de Janeiro do Ano Subsquente.
34

Quaisquer instrumentos que venha a ser utilizado e/ou adotado pelo Serviço de
Acolhimento deverá ser discutido e avaliado com e pela gerente da Proteção Social
Especial de Alta Complexidade.

11.1 PROCEDIMENTOS PARA GUARDA, ARMAZANEMANENTO E


EXPEDIÇÃO DE DOCUMENTOS:

✓ Todos os documentos quando enviados devem ter o protocolo de recebido.


✓ Todo documento, quando recebido, deve ter a assinatura com nome legível dos
servidores receptor e data;
✓ Todo documento expedido deve conter o ciente do gerente do Equipamento,
explicitado através de seu carimbo.

✓ Todo Relatório Técnico deve ser assinado pelo gerente em conjunto com a equipe
técnica.
✓ Com a finalidade de melhorar a produção de documentos, todos os formulários
poderão ser reavaliados, sendo necessário fazer a solicitação formal agerente da PSE-
Alta Complexidade.

12 ARQUIVAMENTO

O Arquivamento dos documentos segue a seguinte indicação:

DE ORDEM TÉCNICA E DE DE ORDEM ADMINISTRATIVA E


RELAÇÃO COM O ACOLHIDO DE RELAÇÃO COM O
FUNCIONAMENTO DA
EQUIPAMENTO

São anexados todos os documentos do Todos os documentos devem ter uma


acolhido no prontuário deste e no pasta específica arquivado na instituição.
fechamento do caso, para efeitos de
arquivamento deve ficar uma cópia de Documentos de fim de exercício para o
todos os documentos e relatórios sob seu devido arquivamento deve ser feito
guarda da equipe técnica. consulta formal a SMAS para receber as
devidas instruções.
35

13 DA MANUTENÇÃO

O Serviço de Acolhimento Institucional de Palhoça na modalidade abrigo


institucional é executado diretamente pelo Município, o qual é o responsável direto e
primeiro pela manutenção, estruturação, recursos humanos e financeiros, recebendo
cofinanciamento federal e estadual através do Fundo Nacional e Estadual de Assistência
Social.

14 ESTRUTURAL

Estão em funcionamento três equipamentos de abrigo institucional para crianças e


adolescentes, com capacidade instalada para 60 acolhimentos.
O documento contendo as Orientações Técnicas: Serviço de Acolhimento
Institucional para crianças e adolescentes estabelece diretrizes e orientações a cerca da
organização dos espaços residenciais, os quais devem alocar os abrigos instituicionais.
Além disso, devem estar em áreas centrais preferencialemnte – do ponto de vista
geográfico e socioeconômico.
Deverá manter aspecto semelhante ao de uma resiedncia, com padrão arquitetônico
semelhante as demais residências do bairro. Por fim, imprescindível mencionar a
indicação da não colocação de faixas/ placas indicativas da natureza institucional da
residência.
Os abrigos estão alocados nos seguintes endereços:
Abrigo Nova Direção: Rua Raulina Angélica Weingartner, 419, Centro, Palhoça.
Abrigo Inovar: Rua Evaldo Carlos Bassh, 82, Centro, Palhoça.
Abrigo Pequeno Cidadão: Rua Vilma Schmidt Lucchi, s/n, Ponte do Imaruim,
Palhoça.

15 FINANCEIRO

O Serviço de Acolhimento Institucional de Palhoça tem como fontes de


financiamento:

✓ Recursos Próprios;
✓ Recursos Estaduais;
36

✓ Recursos Federais e
✓ Recursos por doações.

Todos os recursos são alocados no Fundo Municipal da Assistência Social, devendo os


planos de aplicação serem aprovados em Plenária do Conselho Municipal da Assistência
Social.

16 DA ROTINA E HORÁRIOS

16.1 DOS PROFISSIONAIS

O horário dos servidores são estabelecidos no ato de sua contratação e todas as


normas de trabalho constam deste Projeto Politico Pedagógico Institucional, do Regimento
Interno, Estatuto do Servidor Público e Consolidação das Leis Trabalhistas, sendo que o
servidor lotado no Abrigo deve:

✓ Cumprir seu horário de trabalho

✓ Executar suas funções e atividades designadas, tanto no edital de contratação e


Orientações Técnicas;

16.2 DOS ACOLHIDOS

Estabelece-se uma rotina diária para os Acolhidos de forma que contemple a


realização e garantia dos direitos fundamentais: saúde, educação, lazer, cultura, esporte,
profissionalização.
A responsabilidade de cumprimento da rotina e horários cabe aos monitores
responsáveis pelo plantão, com subseqüência a equipe técnica, operacional e Gerência do
abrigo.

16.2.1 HORÁRIO DE DESPERTAR

Os horários de despertar serão estipulados por cada Equipamento, de acordo com sua
realidade e constará do REGIMENTO INTERNO do referido Abrigo.
37

16.2.2 HORÁRIO DE SE RECOLHER PARA O DESCANSO NOTURNO

Os horários de se recolherem e descansos serão estipulados por cada Equipamento, de


acordo com sua realidade e constará do REGIMENTO INTERNO do referido Abrigo.

16.2.3 HORÁRIO DAS REFEIÇÕES

Dias úteis:

Os horários das refeições serão estipulados por cada Equipamento, de acordo com
sua realidade e constará do REGIMENTO INTERNO do referido Abrigo.

Finais de Semana e Feriados:

Os horários das refeições serão estipulados por cada equipamento, de acordo com
sua realidade e constará do REGIMENTO INTERNO do referido Abrigo. Todos os
detalhamentos da Rotina e Horários estão no Regimento Interno.

16.2.4 HIGIENE E CUIDADOS PESSOAIS

Os Acolhidos devem ser orientados e auxiliados se necessário, para com os cuidados


pessoais e higiene, sendo que diariamente devem:

✓ Tomar banho
✓ Escovar cabelos
✓ Escovar os dentes a cada refeição feita
✓ Organizar e manter organizado seus pertences, sua cama e seu quarto.

17 RECURSOS HUMANOS

Os recursos humanos são servidores públicos que tem como entrada no serviço por:

✓ Concurso Público
✓ Processo Seletivo

As normas relativas à atuação profissional no Serviço de Acolhimento Institucional de


Palhoça observam:
38

✓ Estatuto do Servidor Público Municipal


✓ NOB/RH SUAS
✓ A CLT
✓ Os Códigos de Ética profissionais
✓ Regimento Interno do Serviço
✓ PPPI – Plano Político Pedagógico Institucional do Serviço
✓ Decretos e Portarias expedidos pelo Executivo Municipal

A Supervisão, monitoramento e avaliação dos servidores e do desempenho de cada


um são de responsabilidade do gerente, salvo indicação em contrário, devendo o órgão
gestor do Serviço, através do Secretário Municipal de Assistência Social fazer os devidos
encaminhamentos para garantir esta atribuição.
De acordo com as Orientações Técnicas: Serviço de Acolhimento Institucional,
recursos humanos são profissionais que atuam nos equipamentos comprometidos com o
fazer técnico-operativo, possuindo como intuito fazer com que o serviço aconteça e atinja
sua finalidade.

17.1 CARACTERÍSTICAS DESEJADAS A TODOS OS SERVIDORES MUNICIPAIS


ATUANTES NO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DE PALHOÇA:

O Serviço de Acolhimento Institucional é um Serviço de Alta Complexidade dentro


do Sistema Único de Assistência Social, exigindo daqueles que se dispõe a trabalhar nesta
área: conhecimento, aperfeiçoamento constante e as seguintes habilidades:

a) Disponibilidade de horários;
b) Dinamicidade;
c) Saber trabalhar em equipe – Interdisciplinariedade;
d) Paciência;
e) Manejo nos cuidados com crianças e adolescentes
f) Propositivo e pró-ativo
g) Capacidade de exercer a confidencialidade e Sigilo;
h) Seguir os preceitos éticos inerentes ao Serviço Público;
i) Capacidade de empatia;
j) Adequada capacidade de prover o acolhimento às demandas dos residentes.
39

17.2 CARGOS – ATRIBUIÇÕES – CARGA HORÁRIA

17.2.1 GERENTE (COORDENADOR) - Um para cada Equipamento.

CARGA HORÁRIA: carga horária de 30 horas semanais, sendo possível a flexibilização de


horário para atender a demanda do Serviço.

PERFIL: Preferencialmente um servidor efetivo, graduado nas seguintes áreas de


conhecimento: Serviço Social, Psicologia, Direito, Pedagogia, Sociologia, Administração
Pública e/ou congênere. Conhecedor da Política Nacional da Assistência Social e que
apresente experiência comprovada na área dos direitos da criança e do adolescente e/ou
especialização em Política Pública.

ATRIBUIÇÕES/PRINCIPAIS FUNÇÕES:

✓ Assumir a Guarda de cada criança e adolescente em situação de acolhimento, de


acordo com determinação judicial;

✓ Fazer a Gestão direta do Equipamento para o qual é nomeado;

✓ Realizar avaliação, em conjunto com os demais servidores e acolhidos, do Plano


Político Pedagógico;

✓ Realizar avaliação, em conjunto com os demais servidores e acolhidos, do Regimento


Interno;

✓ Realizar avaliação, em conjunto com os demais servidores, dos instrumentos de


registros e formulários utilizados pelo Equipamento;

✓ Fazer articulação com a Rede de Atendimento e Sistema de Garantia de Direitos da


Criança e do Adolescente;

✓ Acompanhar a Criança e/ou Adolescente quando necessário e for exigência da


atividade e/ou ação;

✓ Organizar e realizar reuniões com os servidores atuantes no equipamento sob sua


responsabilidade;

✓ Participar das audiências concentradas;

✓ Enviar e Receber correspondências;


40

✓ Fazer solicitações através de Memorando/ Ofícios ao Órgão Gestor, Ministério


Público e Conselho Tutelar;

✓ Fazer a Escala de Serviços;

✓ Elaborar, em conjunto com a Equipe técnica, o Plano de Capacitação;

✓ Participar e acompanhar as capacitações realizadas com a equipe;

✓ Resolver Conflitos;

✓ Participar de reuniões, de gestão ou quaisquer outras que exijam sua presença;

✓ Elaborar, em conjunto com os servidores, do Plano de Ação do Equipamento;

✓ Acolhida e apresentação dos servidores e residentes da casa;

✓ Acompanhar as crianças/adolescentes desde o momento do acolhimento até seu


desligamento;

✓ Cumprir e fazer cumprir o disposto nos do Estatuto da criança/adolescente;

✓ Cumprir e Fazer cumprir o disposto no Regimento Interno e no Plano Político


Pedagógico;

✓ Observar e notificar acerca de qualquer assunto que tenha relevância nos cuidados
com a criança/adolescente;

✓ Dispensar tratamento afetivo permanente às crianças/adolescentes, preservando a


Instituição e oferecendo ambiente de respeito e digno;

✓ Observar e socializar informações pertinentes à elaboração do PIA – Plano Individual


de Atendimento a partir do convívio com a criança/adolescente;

✓ Zelar pelo sigilo acerca da Instituição e história de vida de todas as crianças e


adolescentes;

✓ Solicitar na rede de atendimento, os cuidados médicos, psicológicos, odontológicos,


nutricionais e farmacêuticos aos acolhidos;

✓ Orientar/acompanhar e monitorar os processos de desacolhimento, junto à Equipe


Técnica;

✓ Entrar em contato com as famílias das crianças/adolescentes em situação de


acolhimento quando necessário;
41

✓ Zelar e fazer zelar por todo o equipamento interno e externo da Instituição de


Acolhimento;

✓ Organizar, acompanhar, solicitar e monitorar a rotina administrativa do Equipamento


em geral, tais como: controle de estoque de alimentos, produtos de higiene e limpeza,
material administrativos;

✓ Organizar, atualizar e registrar o ponto eletrônico;

✓ Referendar o pedido de férias, licenças e outros afastamentos dos servidores lotados


no Equipamento sob sua responsabilidade;

✓ Orientar as visitas dos familiares quanto às normas e horários, junto à Equipe Técnica,
conforme protocolo de visitas do Serviço de Acolhimento;

✓ Zelar e fazer zelar pelas normas de convivência entre os acolhidos, servidores e


demais atores do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente;

✓ Organizar o envio de correspondências ao RH solicitando o vale transporte a serem


utilizado pelos acolhidos;

✓ Acompanhamento, implementação e alimentação de planilhas financeiras, dos


adolescentes que trabalham e administrar as contas bancárias dos mesmos ou
recebimento de outros benefícios, como BPC;

✓ Planejar, organizar e supervisionar o cumprimento dos horários de trabalho dos


servidores públicos municipais lotados no Equipamento;

✓ Monitorar e acompanhar a aplicação do cardápio junto às cozinheiras, oferecendo


alimentação adequada de acordo com faixa etária e a necessidade de cada
criança/adolescente;

✓ Planejar o uso do veículo em conjunto com os motoristas;

✓ Organizar a escala de férias;

✓ Encaminhar as folhas pontos de todos os servidores a cada início de mês;

✓ Comunicar as faltas ao RH;

✓ Realizar entrevista com os voluntários e padrinhos afetivos, em conjunto com a equipe


técnica;

✓ Estabelecer o calendário das atividades e eventos no Equipamento e zelar pelo seu


42

cumprimento;

✓ Realizar avaliações do estágio probatório ou compor equipe de avaliação de estágio


probatório relativo aos servidores atuando na Equipe do qual coordena;

✓ Organizar a Pauta das reuniões de Grupos de Trabalho com os servidores públicos


municipais;

✓ Buscar, junto entre o órgão Gestor melhorias e capacitações para o Serviço de


Acolhimento;

✓ Articular com os demais Equipamentos do Serviço de Acolhimento Institucional com


intuito de fortalecer a Política de Proteção a Criança e ao Adolescente.

✓ Trabalhar as questões de limites, sexualidade, drogas, desenvolvimento humano e


observância das regras de convivência com as crianças/adolescentes no Abrigo;

✓ Trabalhar seguindo normas de segurança, higiene, qualidade e proteção ao meio


ambiente e às pessoas e, no desempenho das atividades, utilizarem-se de capacidades
comunicativas;

✓ Zelar pelo sigilo acerca da instituição e história de vida dos acolhidos e suas famílias.

17.2.2 MONITORES

EQUIPE MONITORES (MONITORES SOCIAIS)


CARGO OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

Monitor 03 para período diurno (40h/semana) e 03 para o período noturno (turnos


de 12/48h)

ESPECIFICAÇÕES DE 1(UM) profissional para até 10 usuários, por turno.


ACORDO COM AS
ORIENTAÇÕES TÉCNICAS: A quantidade de profissionais deverá ser aumentada quando houver
SERVIÇO DE ACOLHIMENTO usuários que demandem atenção específica (com deficiência, com
INSTITUCIONAL REFERENTE
necessidades específicas de saúde ou idade inferior a um ano. Para tanto,
A QUANTIDADE DE
deverá ser adotada a seguinte relação:
MONITORES X
ACOLHIMENTOS a) 1 monitor para cada 8 usuários, quando houver 1 usuário com
demandas específicas.
b) 1 monitor para cada 6 usuários, quando houver 2 ou mais usuários
com demandas específicas.
43

PERFIL DESEJÁEL Formação mínima Ensino Médio. Desejável: Curso e capacitações


DO como cuidador infantil, politica Pública SUAS, Sistema de
MONITOR Garantia dos Direitos.

ATRIBUIÇÕES DO MONITOR

✓ Realizar os cuidados básicos com alimentação, higiene e proteção;

✓ Instruir a organização quanto ao espaço físico, atividades adequadas ao grau de


desenvolvimento de cada criança e adolescente acolhido institucionalmente;

✓ Acompanhamento nos serviços de saúde, escola e outros serviços requeridos no


cotidiano. Quando se mostrar necessário, também com a presença da gerência do
abrigo e/ou equipe técnica;

✓ Atuar na recepção da criança/adolescente possibilitando acolhimento humanizado e


afetivo;

✓ Trabalhar regras e normativas do funcionamento do abrigo junto aos acolhidos, de


acordo com o regimento interno;

✓ Organizar e ministrar os medicamentos de acordo com a indicação médica;

✓ Monitorar e auxiliar nas refeições de acordo com os horários previstos no regimento


interno;

✓ Acompanhar passeios, mediante planejamento e autorização prévia da equipe técnica e


gerência do abrigo;

✓ Participar das reuniões de equipe do abrigo para o planejamento das atividades,


avaliação dos processos e fluxos de trabalho, bem como os resultados;

✓ Registrar Boletim de Ocorrência das situações que se fizerem necessárias e estiverem


dentro do seu horário de trabalho;

✓ Acompanhar o planejamento das ações;

✓ Orientar e monitorar os acolhidos na execução de atividades relacionadas na


autonomia dos mesmos;

✓ Registro diário no Livro de Registro dos Monitores (Relatório);


44

✓ Registrar no caderno de saúde dos acolhidos quando acompanhar a criança e/ou o


adolescente em quaisquer procedimentos que envolva sua saúde (consultas médicas,
psicólogos, odontólogos, exames, etc.);

✓ Zelar pelo sigilo acerca da instituição e história de vida dos acolhidos e suas famílias.

17.2.3 EQUIPE TÉCNICA

A Equipe Técnica, no Serviço de Acolhimento Institucional de Palhoça, tem como


equipe de referência:

✓ ASSISTENTE SOCIAL

✓ PSICÓLOGO

✓ PEDAGOGO

CARGA HORÁRIA: 30 horas semanais

PERFIL: Exclusivamente formados em Serviço Social, Psicologia e Pedagogia,


preferencialmente com conhecimento da Política Nacional de Assistência Social e Políticas
Sociais.

ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE TÉCNICA

✓ Acolher afetivamente a criança e o adolescente;

✓ Atualização do SISTEMA CUIDA do Poder Judiciário;

✓ Atualizar a cada 06 meses minimanente as informações acerca do atendimento e andamento


do PIA- Plano Individual de Atendimento e encaminhar ao Poder Judiciário;

✓ Avaliar, em conjunto com o/a gerente (a) e demais colaboradores, do Projeto Político
Pedagógico do serviço e Regimento interno;

✓ Dispensar tratamento afetivo permanente às crianças/adolescentes, preservando a Instituição e


oferecendo ambiente de respeito e digno;

✓ Elaborar, em conjunto com o/a gerente (a) e demais colaboradores internos e externos do
Plano Individual de Atendimento da criança/adolescente;
45

✓ Elaborar, encaminhar e discutir com a autoridade judiciária e Ministério Público a confecção


de relatórios sobre a situação de cada criança e adolescente apontando possibilidades e
potencialidades a reinserção familiar ou colocação em família substituta;

✓ Encaminhar, discutir e planejar, em conjunto com outros atores da rede de serviços e do


Sistema de Garantida de Direitos, das intervenções necessárias ao acompanhamento das
crianças e adolescentes e suas famílias;

✓ Estabelecer estratégias para a oitiva qualificada, garantindo o direito a voz e vez da criança e
adolescente em situação de Acolhimento Institucional;

✓ Estabelecer estratégias para promover a autonomia da criança/adolescente;

✓ Mediar, em parceria com o monitor, o processo de aproximação e fortalecimento ou


construção do vínculo com a família de origem ou adotiva, quando for o caso;

✓ Observar e notificar acerca de qualquer assunto que tenha relevância nos cuidados com a
criança/adolescente;

✓ Observar e socializar informações pertinentes à elaboração do PIA – Plano Individual de


Atendimento a partir do convívio com a criança/adolescente;

✓ Oferecer apoio e acompanhamento do trabalho desenvolvido aos acolhidos pelos servidores


públicos Municipais lotados no Serviço de Acolhimento Institucional do qual faz parte;

✓ Organizar e Guardar o Prontuário individualizado e/ou por família de cada acolhimento;

✓ Participação nas reuniões /audiências concentradas.

✓ Planejar e realizar reuniões de estudo de caso e acompanhamento dos servidores públicos


municipais lotados no Serviço de Acolhimento Institucional do qual faz parte, juntamente com
a coordenação;

✓ Preparação da criança / adolescente para o desligamento;

✓ Quando esgotados os recursos de manutenção na família de origem, a necessidade de


encaminhamento para adoção;

✓ Realizar acompanhamento psicossocial dos usuários e suas respectivas famílias, com vistas à
reintegração familiar;

✓ Realizar rodas de conversas, momento de reflexão e trabalho de Grupo envolvendo as crianças


e adolescentes em situação de Acolhimento Institucional.

✓ Zelar e fazer zelar pela aplicação integral do Regimento Interno e Plano Político Pedagógico
Institucional do Serviço de Acolhimento institucional; por todo o equipamento interno e
46

externo da Instituição de Acolhimento; pelo sigilo acerca da Instituição e história de vida de


todas as crianças e adolescentes em situação de acolhimento, bem como de suas famílias;

✓ Zelar e promover o convívio familiar e comunitário;

✓ Elaboração do Diagnóstico do Abrigo Institucional onde está lotado, em conjunto com gerente
local;

✓ Emitir documentos e relatórios mensais necessários a Gestão do Serviço de Acolhimento


Institucional;

✓ Representar quando necessário o Serviço de Acolhimento Institucional: Abrigo Institucional


em Conselhos Municipais: da Assistência Social, da Criança e Adolescente e outros que
possam vir a serem criados e tenham interface com este nível de proteção à criança e ao
adolescente;

✓ Estabeler estratégias e fluxos que garantam o acompanhamento das famílias das crianças e
adolescentes acolhidos no PAIF e/ou PAEFI durante o período de acolhimento e pelo prazo
mínimo de 06 (seis) meses após a reintegração familiar da criança/adolescente;

✓ Trabalhar seguindo normas de segurança, higiene, qualidade e proteção ao meio ambiente e às


pessoas e, no desempenho das atividades, utilizar-se de capacidades comunicativas.

✓ Trabalhar as questões de limites, sexualidade, drogas, desenvolvimento humano e observância


das regras de convivência com as crianças/adolescentes no Abrigo;

✓ Realizar visitas domiciliares e institucionais.

ATRIBUIÇÕES DO PEDAGOGO

✓ Acompanhar a evolução da criança e ou adolescente inseridos em Programa Joven Aprendiz;

✓ Acompanhar e visitar as escolas onde estão inseridas as crianças/adolescentes em situação de


acolhimento institucional;

✓ Articulação com Organizações Sociais com intuito de inserir a criança/adolescente em


projetos e atividades de seu interesse;

✓ Articulação com os Serviços da Rede de Atendimento que desenvolvam atividades de


contraturno escolar e/ou Fortalecimento de Vínculos para inserir a criança e/ou adolescentes
em situação de acolhimento;

✓ Articular com as escolas da Rede Pública Municipal e Estadual de Educação com fins de
garantir o direito de acesso a Escola para Criança e Adolescente em situação de Acolhimento
47

Institucional;

✓ Elaborar o parecer pedagógico da situação da criança e do adolescente em situação de


Acolhimento Institucional.

✓ Elaborar, desenvolver e orientar projetos e ações relacionadas à Educação, Incentivo a


Aprendizagem e a Integração para as crianças, adolescentes e servidores municipais.

✓ Listar e requisitar o material escolar e uniformes necessários ao acesso ao ambiente escolar;

✓ Orientar os monitores quanto a realização dos deveres e atividades escolares das crianças e/ou
adolescentes em situação de acolhimento;

✓ Planejar atividades e envolver os servidores públicos municipais que estejam atuando no


equipamento e que estimulem a socialização, autoestima, autonomia da criança e adolescentes
em situação de Acolhimento Institucional;

✓ Prestar apoio pedagógico às crianças/adolescente que necessitarem;

✓ Solicitar avaliação especializada, na área da aprendizagem, junto aos órgãos competentes

✓ Solicitar o Segundo Professor quando houver o diagnóstico indicativo;

✓ Utilizar métodos de diagnóstico, técnicas e instrumentos pedagógicos que tenham por


finalidade a pesquisa, a prevenção, a avaliação e a intervenção relacionados com a
aprendizagem;

✓ Orientar os servidores quanto as questões de aprendizagem observadasn as


crianças/adolescentes e;

✓ Supervisionar direta e sistematicamente os (as) estagiários(as) de Pedagogia, quando houver


disponibilidade e concordância.

ATRIBUIÇÕES DOS PSICÓLOGOS

✓ Atendimento à família esclarecendo as razões do acolhimento;

✓ Atendimento individual ao acolhido, esclarecendo as razões do acolhimento e dirimindo


dúvidas, angústias e prestando demais esclarecimentos e orientações necessárias;

✓ Elaborar o parecer psicossocial;

✓ Realizar orientação para a inserção ao mercado de trabalho para o adolescente acolhido;

✓ Encaminhar para psicoterapia a criança e o adolescente acolhidos quando este atendimento for
48

indicado;

✓ Fazer contanto com profissionais especializados para buscar subsídios e orientar os servidores
do abrigo quanto aos procedimentos de atendimento às necessidades da criança e do
adolescente acolhidos;

✓ Acompanhar quando necessário criança e/ou adolescente em consultas com psicólogo,


terapeuta, psicanalista; psiquiátricas e outras de pertinência;

✓ Realizar Grupos de Trabalho ou de atividades lúdicas com as crianças/adolescentes acolhidas;

✓ Supervisionar direta e sistematicamente os (as) estagiários(as) de Psicologia; quando houver


disponibilidade e concordância.

ATRIBUIÇÕES DOS ASSISTENTES SOCIAIS

✓ Instituir espaços coletivos de socialização de informação sobre os direitos sócio-assistenciais e


sobre o dever do Estado de garantir sua implementação;

✓ Acionar os sistemas de garantia de direitos, com vistas a mediar seu acesso pelos(as)
acolhidos;

✓ Supervisionar direta e sistematicamente os(as) estagiários(as) de Serviço Social, quando


houver disponibilidade e concordância;

✓ Realizar estudo e estabelecer cadastro atualizado de entidades e rede de atendimentos públicos


e privados que possam auxiliar na garantia de direitos dos acolhidos e do serviço de
acolhimento;

✓ Elaborar projetos coletivos e individuais de fortalecimento do protagonismo dos acolhidos;

✓ Planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social
e para subsidiar ações profissionais;

✓ Realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais
junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras
entidades;

✓ Providenciar acesso aos documentos e benefícios sociais, tais como Benefício de Prestação
Continuada, Cadastro no CADÚnico da Família (quando indicado o reingresso familiar),
Remédios de Alto Custo, Jovem Aprendiz, Estágios e tantos outros direitos sociais;

✓ Realizar estudos sociais e visitas domiciliares; encaminhar e acompanhar os atendimentos e


49

atividades externas; propiciar o retorno familiar, sempre que possível.

17.2.4 EQUIPES OPERACIONAIS

De acordo com a Resolução 9 - de 15 de abril de 2014, do CNAS em seu Art. 7º


constituem áreas de ocupações de ensino fundamental e médio, que integram as equipes de
referência do SUAS, aquelas relacionadas às funções essenciais de apoio ao funcionamento
operacional da gestão, Equipamentos socioassistenciais e das instâncias de pactuação e
deliberação do SUAS, conforme preconiza a NOB-RH/SUAS, com as respectivas
atribuições.
A Equipe Operacional, no Serviço de Acolhimento Institucional de Palhoça, tem é
composta por:

✓ AUXILIAR ADMINISTRATIVO – Mínimo que tenha concluído o Ensino Médio.

✓ MERENDEIRA – Mínimo que tenha concluído o Ensino Fundamental e atentada


as exigências técnicas do cargo.
✓ AGENTE DE SERVIÇOS OPERACIONAIS (ASO) - Mínimo que tenha
concluído o Ensino Fundamental e atentada as exigências técnicas do cargo.
✓ MOTORISTA - Mínimo que tenha concluído o Ensino Fundamental e atentada as
exigências técnicas do cargo.

CARGA HORÁRIA: De acordo com o Edital ou Contrato (30 ou 40 horas semanais).

PERFIL: Formação mínima Ensino Fundamental – Curso e capacitações como cuidador


infantil, Política Pública do SUAS, Sistema de Garantia dos Direitos e na área de sua
atuação.

ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR ADMINISTRATIVO

✓ Acolher afetivamente a criança/adolescente;

✓ Organizar, controlar e atualizar agendas da Gerente e do Equipamento, fichários, arquivos e


correspondências;
50

✓ Atender e realizar chamadas telefônicas.

✓ Receber e conferir documento, redigir documentos, controlar o ponto,

✓ Receber e conferir mercadorias

✓ Desempenhar atividades de apoio à gestão administrativa;

✓ Organizar, catalogar, processar e conservar documentos, cumprindo todos os procedimentos


administrativos necessários;

✓ Controlar estoque e patrimônio;

✓ Participar das reuniões administrativas, formação e socialização no Equipamento ou quando


autorizado em local externo;

✓ Cumprir e fazer cumprir este Plano Político Pedagógico Institucional e o Regimento Interno
da Instituição;

✓ Trabalhar seguindo normas de segurança, higiene, qualidade e proteção ao meio ambiente e às


pessoas e, no desempenho das atividades, utilizar-se de capacidades comunicativas;

✓ Zelar pelo sigilo acerca da instituição e história de vida dos acolhidos e suas famílias.

ATRIBUIÇÕES DA MERENDEIRA

✓ Acolher afetivamente a criança/adolescente;

✓ Preparar os alimentos e servir as refeições nos horários determinados, seguindo o cardápio


fornecido pelo setor de nutrição da Secretaria Municipal de Assistência Social;

✓ Responsabilizar-se pela conservação e higiene da cozinha, utensílios e panos de louça;

✓ Solicitar reposição, reparos e substituição de equipamentos e utensílios;

✓ Organizar e cuidar da dispensa.

✓ Fazer o controle de alimentos.

✓ Auxiliar nas atividades de organização e supervisão do refeitório;

✓ Apoiar no planejamento de cardápios e elaboração do pré-preparo, o preparo e a finalização e


na triagem de validação e armazenamento de alimentos, observando métodos de cocção e
padrões de qualidade dos alimentos, considerando os acolhidos e suas necessidades;

✓ Preencher os documentos, formulários e controles solicitados pela gestão, nutrição e outros


51

órgãos fiscalizadores;

✓ Cumprir e fazer cumprir este Plano Político Pedagógico Institucional e o Regimento Interno
da Instituição;

✓ Participar das reuniões administrativas, formação e socialização no Equipamento ou quando


autorizado em local externo;

✓ Trabalhar seguindo normas de segurança, higiene, qualidade e proteção ao meio ambiente e às


pessoas e, no desempenho das atividades, utilizar-se de capacidades comunicativas.

✓ Separar o lixo reciclável do orgânico produzido na cozinha, sempre que possível, e dispensá-
los diariamente;

✓ Comunicar a quebra, extravio e/ou dano de equipamentos da cozinha;

✓ Trabalhar as questões de limites e observância das regras de convivência com as


crianças/adolescentes no Abrigo;

✓ Utilizar-se de touca e avental para a adequada manipulação dos alimentos;

✓ Seguir normas técnicas de manipulação, orientadas pela ANVISA (Agência Nacional de


Vigilância Sanitária);

✓ Manter atualizados os atestados de manipulação de alimentos;

✓ Zelar pelo sigilo acerca da instituição e história de vida dos acolhidos e suas famílias.

ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR DE SERVIÇOS OPERACIONAIS

✓ Acolher afetivamente a criança/adolescente acolhido;

✓ Executar atividades de limpeza e conservação;

✓ Participar das reuniões administrativas, formação e socialização no Equipamento ou quando


autorizado em local externo;

✓ Desempenhar atividades de limpeza com o objetivo de manter todos os ambientes limpos e


organizados;

✓ Manter os panos e utensílios de limpeza organizados e higienizados;

✓ Manter a área de serviço organizada e limpa


52

✓ Solicitar Materiais e equipamentos, bem como comunicar a necessidade de reparos nos


equipamentos e espaço físico;

✓ Preencher os documentos, formulários e controles solicitados pela gestão, nutrição e outros


órgãos fiscalizadores;

✓ Limpar os vidros, portas, soleiras de portas, paredes e revestimentos cerâmicos;

✓ Esvaziar as lixeiras e encaminhar o lixo para descarte, exceto o da cozinha;

✓ Separar o lixo reciclável dos demais sempre que possível;

✓ Limpeza dos espaços externos e internos do abrigo;

✓ Recepcionar, guardar e organizar os materiais de limpeza e higiene;

✓ Desempenhar atividades de lavanderia para os acolhidos;

✓ Cumprir e fazer cumprir este Plano Político Pedagógico Institucional e o Regimento Interno
da Instituição;

✓ Manter as roupas de camas limpas, organizadas e fazer a troca semanal;

✓ Trabalhar as questões de limites e observância das regras de convivência com as


crianças/adolescentes no Abrigo;

✓ Trabalhar seguindo normas de segurança, higiene, qualidade e proteção ao meio ambiente e às


pessoas e, no desempenho das atividades, utilizar-se de capacidades comunicativas;

✓ Auxiliar no apoio as atividades de organização e supervisão do refeitrório;

✓ Zelar pelo sigilo acerca da instituição e história de vida dos acolhidos e suas famílias.

ATRIBUIÇÕES DO MOTORISTA

✓ Acolher afetivamente a criança/adolescente;

✓ Participar das reuniões administrativas, formação e socialização no Equipamento ou quando


autorizado em local externo;

✓ Executar atividades de condução de veículos, das diversas marcas e modelos da administração


pública, envolvendo-se com tarefas de transportes de materiais, pessoas e objeto;

✓ Conduzir veículos automotores, destinados ao transporte dos acolhidos para escola, médico,
atividades extra-escolares;
53

✓ Recolher o veículo à garagem ou local destinado quando concluída a jornada do dia,


comunicando qualquer defeito porventura existente;

✓ Manter os veículos em perfeitas condições de funcionamento, limpos e higienizado;

✓ Cumprir e fazer cumprir este Plano Político Pedagógico Institucional e o Regimento Interno
da Instituição;

✓ Solicitar reparos de emergência;

✓ Zelar pela conservação do veículo que lhe for entregue; encarregar-se do transporte e da
entrega de correspondência ou de pacotes, pequenas cargas que lhe forem confiadas;

✓ Promover o abastecimento de combustíveis, água e óleo; verificar o funcionamento do sistema


elétrico, lâmpadas, faróis, sinaleiras, buzinas e indicadores de direção;

✓ Providenciar a lubrificação quando indicada; verificar o grau de densidade e nível de água da


bateria, bem como, a calibração dos pneus;

✓ Conduzir servidores do Serviço de Acolhimento institucional nas visitas domiciliares e outras


tarefas designadas pela Diretora;

✓ Proceder ao mapeamento de viagens, identificando o usuário, tipo de carga, seu destino,


quilometragem, horários de saída e chegada;

✓ Auxiliar na carga e descarga do material ou equipamento;

✓ Tratar os passageiros com respeito e urbanidade;

✓ Manter atualizado o documento de habilitação profissional e do veículo;

✓ Executar outras tarefas afins que sejam designadas pela gerente e pelo Coordenador de Frota
da Secretaria Municipal de Assistência Social

✓ Entregar, mensalmente, o controle de manutenção e demais documentos ao Coordenador de


Frotas , deixando uma cópia na Gerência do Abrigo Institucional do qual faz parte.

✓ Trabalhar as questões de limites e observância das regras de convivência com as


crianças/adolescentes no Abrigo;

✓ Trabalhar seguindo normas de segurança, normas de trânsito, higiene, qualidade e proteção ao


meio ambiente e às pessoas e, no desempenho das atividades, utilizar-se de capacidades
comunicativas;

✓ Zelar pelo sigilo acerca da instituição e história de vida dos acolhidos e suas famílias.
54

18 DO ACOLHIMENTO

18.1 ACESSO AO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu Artigo 101, é de


competência exclusiva da autoridade judiciária expedir a sentença de acolhimento
institucional para crianças e adolescentes em situação de violação de direitos e que
necessitem desta medida de proteção que se configura como provisória e excepcional.
Segundo as Orientações Técnicas para Serviços de Acolhimentos para crianças e
adolescentes, considera-se: acolhimento emergencial até 01 mês; acolhimento de curta
permanência até 06 meses; acolhimento de média permanência até 02 anos e acolhimento de
longa permanência aqueles superiores a 02 anos. Todos os esforços edvem ser empreendidos
para que em um período inferior a 02 anos seja viabilizada a reintegração familiar para
família nuclear ou extensa, ou em sua impossibilidade, o encaminhamento a família
substituta.

O Conselho Tutelar, de acordo com a autoridade judiciária desta comarca, poderá


fazer acolhimento institucional de crianças e adolescente, observado os procedimentos
constantes no Estatuto da Criança e do Adolescente, encaminhado em casos de emergência.
A Determinação do Equipamento que receberá os acolhimentos será expedida pelo
órgão gestor do Serviço, A Secretaria Municipal de Assistência Social, através da gerência
da PSE- Alta Complexidade.
No Início de cada mês será enviada a autoridade judiciária e ao Conselho Tutelar a
relação dos equipamentos com disponibilidade de Acolhimento.

18.2 GUIA DE ACOLHIMENTO

Conforme estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu Artigo. 101 – §


3o Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam
programas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de
Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre
outros:
55

✓ Sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se


conhecidos;
✓ Endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência;
✓ Os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda;
✓ Os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar.

Quando se tratar de acolhimento institucional em situação emergencial, ou seja, sem


determinação judicial, o Conselho Tutelar entrega a Ficha de Acolhimento e assim que a
autoridade Judiciária for comunicada (até 48 horas), conforme estabelece a legislação,
deverá encaminhar ao Serviço de Acolhimento, a Guia de Acolhimento expedida pelo
judiciário.

18.3 ACOLHIDA

A Acolhida é o momento de chegada da criança e/ou adolescente ao Serviço de


Acolhimento e, neste caso o serviço e os profissionais devem compreender o significado
desta chegada para o cidadão que foi incluído nesta situação como a última das medidas de
proteção, ou seja, quando todos os outros mecanismos não foram suficientes para garantir-
lhe o direito a convivência Familiar e Comunitária.
É necessário compreender a situação da criança e do adolescente que é encaminhado ao
Serviço de Acolhimento que traz sentimentos e emoções diversas. Que pode sentir
insegurança, abandono, demonstrando por sua vez: agressividade, depressão, revolta e medo,
humor deprimido, confusão, ambivalência, entre outros.

Necessário criar estratégias de acolhimento e acompanhamento que contemplem:

✓ Afeto;
✓ Formação de vínculos;
✓ Convívio Comunitário;
✓ Empatia;
✓ Conhecimento dos espaços coletivos e de seu espaço individual;
✓ Conhecimento e aproximação com outras crianças e adolescentes acolhidos;
✓ Apresentação dos servidores e o monitor;
✓ As regras de Convivência.
56

Nesse sentido, o monitor, equipe técnica, e o gerente têm papel fundamental, pois os
vínculos afetivos que se estabelecem são essenciais, são na verdade, o que caracteriza o
efetivo acolhimento. Nesta construção do vínculo é essencial que se estabeleçam as condições
necessárias para cada um exercer seu papel, que consiste:

(...) vincular-se afetivamente às crianças/adolescentes atendidos e contribuir oara


construção de um ambiente familiar, evitando, porém, se apossar da criança ou
adolescente e competir ou desvalorizar a damília de origem ou substituta. O serviço
de acolhimento não deve ter pretensão de ocupar o lugar da família, mas contribuir
para o fortalecimento dos vínculos familaires, favorecendo o processo de
reintegração familiar ou o encaminhamento para família substituta, quando for o
caso (OT, apud ELAGE, 2010, p. 26).

Os servidores devem focar na proteção através de atitudes receptivas, acolhedoras,


tratamento afetuoso e respeitoso, evitando-se assim, a revitmização da criança e do
adolescente em situação de Acolhimento Institucional.

Podem ser utilizados como estratégias para a acolhida e acompanhamento:

✓ Rodas de Conversas
✓ Trabalhos de Grupos
✓ Conversas Individuais com Monitores, Equipe Técnica e gerente;
✓ Criar o Ritual da Acolhida envolvendo todos: crianças, adolescentes, Monitores,
técnicos, operacionais e gerente.
✓ Criar o Ritual do desacolhimento envolvendo todos: crianças, adolescentes,
Monitores, técnicos, operacionais e gerente.

O Espaço de oitivas para que a criança e os adolescentes se percebam como partes do


processo, autores e co-autores da vida institucional, sendo ouvidos, atendidos e supervisores
da própria dinâmica do Equipamento.
É necessário que os Monitores atentem para o contato inicial, assumindo atitudes
facilitadoras para a inclusão da criança/adolescente no local, tais como:

✓ Tratar a criança e/ou adolescente pelo nome;


✓ Dirigir-se à criança e/ou adolescente com palavras de conforto, transmitindo-lhe
segurança e apoio;
57

✓ Não emitir juízo de valores ou comentários sobre a situação da criança e/ou


adolescente;
✓ Expressar gesto concreto, oferecendo cuidados em relação à alimentação, agasalho,
higiene, medicação, etc.
✓ Apresentá-la às demais crianças e adolescentes que estão acolhidas;
✓ Apresentar a residência e seu espaço privativo: cama, banheiros, espaço para as
roupas;
✓ Não permitir que em hipótese alguma a criança e/ou adolescente seja exposto a
situações vexatórias e/ou constrangedoras, conforme Artigo 18 do ECA/1990.

As informações constantes na Guia de Acolhimento que acompanha a


Criança/Adolescente no ato da chegada no Abrigo institucional deve ser mantida de forma
confidencial e entregue a equipe técnica. Caso o gerente e/ou a Equipe Técnica estejam no
Abrigo, na chegada da criança/adolescente, deve ser acionada para receber.

18.4 GRUPO DE IRMÃOS

De acordo com o que estabelece o artigo 92 do Estatuto da Criança e do Adolescente,


Grupo de irmãos e/ou parentesco deve ser preservado, salvo determinação judicial indicando
o afastamento.

18.5 CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA OU OUTRA ESPECIFICIDADE

O Serviço de Acolhimento não fará quaisquer tipos de seleção e/ou restrição para
receber crianças e adolescentes com deficiência e/ou com quaisquer tipos de doença, salvo
por determinação judicial ou que as condições do acolhido exija algum tipo de tratamento
e/ou acompanhamento específico.

18.6 FLUXOGRAMA DE ACOLHIMENTO


58
59

18.7 ATIVIDADES PSICOSSOCIAS E PEDAGÓGICAS

Sendo o acolhimento uma medida de caráter excepcional e provisório, torna-se


fundamental que o Serviço de Acolhimento Institucional de Palhoça, ao desenvolver sua
ações e atividades tenham como linha norteadoras os princípios e objetivos deste Projeto
Pedagógico, bem como contemplem questões relacionadas à autoestima, resiliência,
autonomia, convívio comunitário e familiar, vínculos familiares, a reintegração familiar,
profissionalização e regras de convivência dentro do Serviço.

São instrumentos das atividades psicossociais:

✓ Cadastro de Acolhimento;
✓ Plano Individual de Atendimento;
✓ Estudo psicossocial de caso;
✓ Rodas de Conversa;
✓ Atendimento Individual;
✓ Visitas domiciliares e institucionais;
✓ Formação de grupos interativos;
✓ Encaminhamentos a programas e serviços na comunidade e rede socioassistencial;
✓ Acompanhamento após a reintegração até 06 meses após desligamento (apoio
terapêutico, subsídios, bolsa de estudos etc);
✓ Workshop;
✓ Seminários;
✓ Grupo de Estudo;
✓ Projetos de cunho pedagógico envolvendo acolhidos, servidores e rede municipal de
serviços;
✓ Audiências Concentradas junto ao Ministério Público e Judiciário da Comarca;
✓ Estudo de Caso.

As Atividades Psicossociais e pedagógicas tem como finalidades:

✓ Conhecer e apropriar-se da História de vida da criança/adolescente;

✓ Conhecer e apropriar-se da História de Vida familiar da criança/adolescente em


situação de acolhimento institucional;

✓ Proporcionar o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários;


60

✓ Fortalecer a rede de serviços e direitos sociais;

✓ Preparação da criança/adolescente para o desligamento gradativo;

✓ Auxiliar o Ministério Público e o Judiciário no embasamento do conhecimento real e


de desenvolvimento da situação de cada criança/adolescente em situação de
acolhimento institucional;

✓ Possibilitar oportunidade de desenvolver autoestima, autonomia e a resiliência em


cada um dos acolhidos;

✓ Proporcionar situações de autoconhecimento e fortalecimento do Grupo de Trabalho;

✓ Proporcionar situações de reflexão e criação de novos paradigmas para a vivência


familiar da comunidade palhocenses;
✓ Possibilitar a rede de serviços socioassistenciais e de garantia de direitos,
conhecimento acerca do Serviço de Acolhimento Institucional;

19 O PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO – PIA

O Plano Individual de Atendimento é uma obrigatoriedade legal disposto no Artigo


101, Parágrafos 4º e 5º do Estatuto da Criança e do Adolescente. Deverá ser revisto
minimante a cada 06 meses, e encaminhado ao Poder Judiciário.

É um “procedimento que resulta em um documento onde deverão constar todas as


informações e o objetivo do atendimento em relação àquela criança ou
adolescente e sua família. (Elage, 2010, p. 15)

O Plano Individual de Atendimento deve contemplar:

a) A coleta de dados e as informações específicas sobre cada caso, o que inclui a


história pessoal e familiar e, outras informações como diagnóstico, entrevistas,
familiares, etc;
b) A discussão do caso;
c) A definição de encaminhamentos no presente e no futuro: curto, médio e longo prazo;
d) Ações a serem implementadas.
e) Oitiva qualificada de todos os atores envolvidos;

Devendo estar registrado no PIA:


61

a) Os resultados da avaliação interdisciplinar;


b) Os compromissos assumidos pelos pais ou responsáveis e assinados por estes;
c) Os compromissos assumidos pelo Acolhido e por ele assinado;
d) Os compromissos assumidos pela rede de atendimento;
e) A previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou adolescente
acolhido e seus pais ou responsáveis

O Plano individual de Atendimento do Serviço de Acolhimento de Palhoça será


construído em Três etapas:

1. Guia de Acolhimento Interno


2. Cadastro Geral de Acolhimento
3. Plano de Ação Individual

O modelo utilizado pelos 03 abrigos, econtra-se abaixo.

PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO (PIA)

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome: Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

Data de nascimento: Nacionalidade: brasileira Naturalidade:

Genitora: Genitor:

Nº da Certidão: Cartório:

Endereço: Telefones:

Observações:

DADOS DO ACOLHIMENTO

Autos: Data do acolhimento: Nº da guia de acolhimento:

Encaminhado por:

Motivo do acolhimento:
62

Condições na qual ocorreu a retirada da criança/adolescente da família (local, como foi a abordagem,
reações da criança/adolescente e dos familiares):

Condições da criança/adolescente no momento do acolhimento (higiene, reações e comportamentos, sinais


de violência):

DOCUMENTAÇÃO RECEBIDA

( ) Guia de acolhimento, recebida em: ( ) Certidão de nascimento, recebida em:

( ) Cartão do SUS, recebido em: ( ) Relatório do Conselho Tutelar,

( ) Outros; especificar:

DADOS DA FAMÍLIA

Nome Idade Parentes Ocupação Escolaridad Contato Renda


co e

ARRANJO FAMILIAR (pessoas que residiam com a criança/adolescente)


63

FAMÍLIA EXTENSA/ AMPLIADA (que não reside no domicílio)


Nome Idade Parentesco Ocupação Escolaridade Contato

HÁ INTERESSADOS NA GUARDA DA CRIANÇA/ADOLESCENTE?


Nome Idade Parentesco Ocupação Escolaridade Contato

A família é atendida por programa/benefício social? ( ) Sim ( ) Não: qual programa?


( ) Programa de transferência de renda.

( ) Programa de atendimento à família.

( ) Programa de habitação.

( ) Benefícios previdenciários.

( ) Outros.

CONDIÇÕES DA MORADIA
Condições de moradia: ( ) Alugada ( ) Própria ( ) Cedida ( ) Outros Obs.:
Infraestrutura: ( ) Água encanada ( ) Energia elétrica ( ) Coleta de lixo ( ) Esgoto

Condições de habitabilidade (higiene, organização, privacidade):

INFRAESTRUTURA DA COMUNIDADE
( ) Unidade básica de saúde ( ) Creche ( x ) Escola
( ) Projeto de contraturno ( ) Outros. Especifique:

A família é atendida pelos serviços de saúde? ( ) Sim ( ) Não; qual programa? Quem?
( ) Estratégia de Saúde da Família

( ) CAPS II

( ) CAPS AD

( ) CAPS i
64

( ) CREAS Qual:

( ) CRAS

( ) Centro POP

( ) Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

DINÂMICA DAS RELAÇÕES FAMILIARES

Como é a relação com a família:

Como é a percepção da família sobre a criança/adolescente?

Como é a percepção da criança/adolescente sobre a família?

Como é a percepção da equipe técnica sobre as relações familiares?

A criança/adolescente recebe visitas? ( ) Sim ( ) Não; se não, qual(is) o(s) motivo(s)?

Como é o comportamento da criança/adolescente durante a visita?

Como é o comportamento dos familiares durante a visita?

OUTRAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Como são os vínculos de amizade e namoro:

Como é a relação com a comunidade? (como é a relação, participa das atividades, possui rivalidade, pessoas
de referência).

Como é a relação com a instituição?

EDUCAÇÃO

Frequentava a escola antes do acolhimento? ( ) Sim ( x ) Não. Qual série?

Qual instituição?

Endereço: Telefones:
65

Se não, por qual motivo?

Apresenta necessidades e dificuldades na aprendizagem? ( ) Sim ( ) Não. Especificar:

Frequenta atividades de apoio pedagógico? ( ) Sim ( ) Não. Especifique:

Como é o comportamento na escola?

Como percebe a escola e as relações estabelecidas neste espaço?

Quais as perspectivas/objetivos quanto aos estudos? Qual a percepção sobre a escola?

ATIVIDADES DE CONTRATURNO ESCOLAR, ESPORTE, CULTURA E LAZER

Frequenta atividades de contraturno escolar? ( ) Sim ( ) Não. Quais:

Lazer:

Culturais:

Esportivas:

SAÚDE

Peso: Altura: Tipo sanguíneo:

Tomou as vacinas necessárias conforme a idade? ( ) Sim ( ) Não. Especifique

Apresenta algum problema de saúde? ( ) Sim ( ) Não. Especifique:

Está realizando algum tratamento? ( ) Sim ( ) Não.

Faz uso de medicamento? ( ) Sim ( ) Não. Especifique:

Realizou alguma cirurgia? ( ) Sim ( ) Não. Especifique:

Tem alguma doença crônica? ( ) Sim ( ) Não.


66

Realiza acompanhamento psicológico? ( ) Sim ( ) Não. Especifique:

Realiza acompanhamento psiquiátrico/neurológico? ( ) Sim ( ) Não. Especifique:

Possui algum tipo de deficiência? ( ) Sim ( ) Não. Especifique:

Fez ou faz uso de álcool/drogas? ( ) Sim ( ) Não. Especifique:

Uso de álcool/droga na família? ( ) Sim ( ) Não. Especifique:

No último ano teve necessidade de recorrer a algum serviço de saúde, odontológico ou médico? ( ) Sim
( ) Não.

( ) Consulta de rotina ( ) Consulta de emergência ( ) Outros. Especifique: Durante a gestação.

DESENVOLVIMENTO

ALIMENTAÇÃO
Apresenta bom apetite? ( ) Sim ( ) Não. Recusa alimentos? ( ) Sim ( ) Não. Quais?

Necessita ajuda para alimentação? ( ) Sim ( ) Não. Especifique:

COMPORTAMENTO
Especifique:

LINGUAGEM
Compreende perguntas que lhe são feitas? ( ) Sim ( ) Não.

PROFISSIONALIZAÇÃO

Já desenvolveu alguma atividade remunerada? ( ) Sim ( ) Não. Especifique:

Qual (is) dela(s) se identificou? Qual (is) repetiria? Não se aplica.


67

Qual (is) curso(s) profissionalizante (s) já fez? Não se aplica.

Qual (is) gostaria de fazer:

Com qual (is) profissão(ões) se identifica? O que gostaria de aprender?

ESPORTE, CULTURA E LAZER (Quais as atividades com que se identifica e/ ou praticam?)

Lazer:

Culturais:

Esportivas:

PLANO DE AÇÃO PARA O ATENDIMENTO DA CRIANÇA/ADOLESCENTE (demanda, estratégia, prazo,


responsável)

Saúde:

Educação:

Profissionalização/ Trabalho

Socialização, esporte, cultura e lazer:

Convivência familiar e comunitária

PLANO DE AÇÃO PARA O ATENDIMENTO DA FAMÍLIA (demanda, estratégia, prazo, responsável)

Assistência Social:

Convivência familiar e comunitária

Palhoça, XX de XXXXX de 20XX.

* Os dados em branco se referem a falta de informações sobre a família.


68

19.1 CADASTRO GERAL DE ACOLHIMENTO

O Cadastro geral do Acolhimento é um instrumento de levantamento dos dados


necessários ao encaminhamento e providências, oferecendo o suporte que o Serviço de
Acolhimento necessita para conhecer a história de vida do acolhido, bem como de sua
família.
O Serviço de Acolhimento fará uso das diretrizes do Prontuário SUAS para
elaboração do Cadastro Geral de Acolhimento, buscando ser o mais completo possível.
Este cadastramento poderá ser utilizado pelos demais equipamentos e serviços do
Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente de forma on line e com
ciência da equipe técnica e gerente do Equipamento.
Para fazer uso do Cadastro Geral, os serviços sociosassistenciais, deverão fazer o
pedido formal à gerente da Proteção Social Especial de Alta Complexidade, devidamente
justificada a solicitação.
O Cadastro é o primeiro passo, após o acolhimento, devendo ser preenchido dentro
do tão logo a entrada da criança/adolescente no serviço.

Este documento deve:


✓ Acompanhar o Prontuário da criança/adolescente acolhido;
✓ Ser Individual;
✓ Ser encaminhado para o Ministério Público e poder judiciário no espaço de tempo se
solicitado;
✓ Subsidiar o diagnóstico da Política Municipal de Atenção a Criança e ao Adolescente
inseridos no Serviço de Proteção Especial de Alta Complexidade.

19. 2 PLANO DE AÇÃO INDIVIDUAL

O Plano de Ação Individual consiste na segunda parte do Plano Individual de


Atendimento, é um instrumento de planejamento e, reflexão de cada caso, que chega ao
serviço de Acolhimento Institucional de Palhoça.
O Plano de Ação Individual deve pensar a condução do caso e garantir a
criança/adolescentes os seus direitos preconizados no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Deve traçar metas, registrar responsabilidades, estabelecer momentos de avaliação do caso,
necessidade de novas intervenções, evoluções e retrocessos de cada caso
69

Tem como finalidade:

✓ Estimular as potencialidades individuais de cada criança/adolescente acolhidos


✓ Trabalhar autonomia e autoestima
✓ Garantir os direitos fundamentais da criança e do adolescente
✓ Fomentar a convivência familiar e comunitária

É construído pela Equipe Técnica com aporte da rede de serviços socioassistenciais,


dos Monitores sociais do serviço, gerente do Equipamento, Ministério Público e Poder
Judiciário da Comarca.

Serão utilizados, como instrumento formal e anexo ao Plano de Ação Individual, o


Genograma e o Ecomapa tratam-se, pois, metodologias reconhecidas e que nada mais são do
que a representação gráfica das ligações de uma família, de uma criança, de um adolescente
com seu meio e em seu núcleo familiar.

Constará deste formulário:

✓ Perfil da criança/adolescente;
✓ As potencialidades identificadas na família/criança/adolescente;
✓ As necessidades da criança e do adolescente/família;
✓ Os desejos e anseios da criança e do adolescente/família;
✓ Os recursos disponíveis na rede;
✓ As responsabilidades assumidas por cada um dos entes envolvidos:
criança/adolescente/família/rede de atendimento/serviço de acolhimento: equipe
técnica/Monitores/gerente.

Este Plano de Desenvolvimento Individual compõe o Plano de Ação Individual e por


consequência o Plano Individual de Atendimento, devendo ser encaminhado ao Ministério
Público e ao Poder Judiciário sempre que houver alteração e/ou pedido destes órgãos.
O controle e acompanhamento do Plano de Ação Individual é de competência da
Equipe Técnica e da Gestão do Equipamento, os quais deverão elaborar um cronograma
para avaliação e monitoramento.

Exemplo de Genograma:
70

Fonte: Castanheiro et al., 2005

O GENOGRAMA possibilita:

✓ Conhecer a dinâmica familiar até três gerações


✓ Avaliar as relações familiares em conjunto com a família
✓ Identificação qualificada dos membros da família e os vínculos familiares
✓ As relações de conflito e estresse
✓ Possibilidade de recuperação de dinâmicas familiares que nem sempre são fáceis de
falar ou que não são pensadas e percebidas
✓ É necessário que existam perguntas norteadoras do processo tais como: Quem
garante a sobrevivência da família? Quem é o provedor do afeto? Que é que educa?
Quem disciplina? Quem organiza a rotina familiar?

✓ O Cadastro Geral também auxilia nesta construção Exemplo de um ECOMAPA:


71

Fonte: Di Primio et al. 2010

O Ecomapa possibilita:

✓ Identificar recursos disponíveis extrafamiliares, as fragilidades que necessitam ser


trabalhadas e família extensa;
✓ Indica como a família está inserida na rede de atendimento e qual o grau de
envolvimento desta;
✓ Exemplifica as interações familiares;
✓ Sugere os recursos que necessita ser mobilizados;
✓ Permite identificar os possíveis pontos de estresse e conflito;
✓ Construção em Grupo/equipe.

Seu uso rotineiro tem como finalidade representar a família e suas rede de
relacionamento e vivência comunitária com o sistema social no qual está inserido e utilizar
como uma ferramenta de decisão e evolução do caso.
O Plano de Ação Individual deve compor o prontuário da Criança e/ou Adolescente
em situação de Acolhimento.
72

Todos os documentos constantes do Plano Individual de Atendimento são


confidenciais e todo aquele que tiver contato com tais documentos deverão obedecer à
legislação pertinente e ao sigilo com os dados ali constantes, mantendo sigilo e a ética com
relação ao uso e divulgação das informações.

20 HISTÓRIA DE VIDA

A História de todo ser humano inicia antes mesmo de seu nascimento. Preservar esta
história é construir identidade, dar significado a vida e guardar memórias que dão
importância a trajetória de sua existência. Diante de tal conhecimento, o Serviço de
Acolhimento Institucional na modalidade Abrigo Institucional estabelece estratégias para
garantir o registro desta história.
Devem ser organizados registros semanais de cada acolhido, com relato sucinto sobre
a rotina, dados de saúde, escola, necessidades, entre outros. Devem ocorrer ainda, registros
fotográficos das crianças e dos adolescentes de modo a preservar imagens do período de
acolhimento. A intenção é de que esses registros sejam levados junto aos objetos pessoais no
momento do desacolhimento. Caos avaliado pela Equipe Técnica, o material pode ser
construído apenas de forma online.
Principais Diretrizes para Elaboração do Livro/Álbum da Própria História:
✓ Ser elaborada pela criança/adolescente

✓ Estar sempre acompanhada de um adulto/monitor

✓ Zelar pela qualidade das informações e imagens

✓ Deve contar relatos e imagens/ desenhos e colagens

✓ Acompanhar a criança/adolescente ao sair

✓ Deve se criar estratégias para que a criança/adolescente sinta-se valorizados e


ouvidos no momento da construção do Livro/Álbum da Própria História
✓ Não é um roteiro fixo e agendando para cada criança/adolescente

Como forma de fomentar esta ação e preparar os colaboradores, serão utilizadas duas
referências bibliográficas:
73

✓ História de Vida: identidade e Proteção: A história de Martin e seus irmãos da


coleção Abrigos em Movimento.
✓ Fazendo Minha História: Guia de Ação para Colaboradores
Parâmetros para construção de um bom Livro/Álbum:
✓ O Livro/Álbum é dado à criança em branco;

✓ Ficam sob a responsabilidade do Pedagogo do Equipamento que elaborará uma rotina


para o registro e manuseio do Livro/Album;
✓ Informações sobre a criança: Nome completo, data de nascimento, local de
nascimento, fotos atuais, brincadeiras preferidas, linha do tempo com momentos
marcantes;
✓ Sobre a Famíla: Nome: pais, irmãos, avós, outros familiares, fotos legendadas;

✓ Sobre o Abrigo: Nome, local, telefone, Relatos depoimentos dos Monitores, Fotos de
visitas, passeios, atividades escolares de sucesso, festas de aniversários, outras
comemorações;
✓ Sobre a Escola: identificação, Série, professores, matérias preferidas;

✓ Sobre o passado: primeira infância, Sonhos, desejos, trajetória;

✓ Sobre o futuro: projetos de curto prazo, sonhos, perspectiva do desacolhimento.

O Monitor/colaborador ao conduzir a montagem do Livro/Álbum deve:

✓ Cuidar com a forma de escrita para estar bem legível;

✓ Incentivar a decoração do álbum;

✓ Fazer molduras e identificar as fotos;

✓ Utilizar diversos materiais para ilustrar cada momento;

✓ Manter a Organização colocando títulos nas páginas, contextualizando os conteúdos


e datando cada página, incentivando a criança/adolescente a assinar sua própria obra.
74

21 FORTALECIMENTO DA AUTONOMINA DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE

A Autonomia é um dos princípios básicos do Serviço de Acolhimento Institucional,


entendendo como ações e atitudes de despertar das potencialidades e está transversalmente
instalado em todos os fazeres profissionais deste Serviço.
Concebendo a criança e os adolescentes como sujeitos de direitos e respeitando-lhes
os direitos garantidos em lei e cumprindo com o papel fundamental do Serviço de
Acolhimento Institucional que trata da proteção integral da criança e do adolescentes,
fomentar a autonomia passa pelo Plano Individual de Atendimento, observando:

✓ Capacidade de entendimento do acolhido;

✓ Oportunizar o conhecimento e acesso aos serviços;

✓ Orientá-lo quanto as suas possibilidades e potencialidades;

✓ Incentivar ao estudo e a profissionalização quando a idade permitir;

✓ Orientar-lhe quanto ao trabalho e emprego quando a idade permitir;

✓ Orientá-lo aos cuidados de higiene e segurança pessoal;

✓ Orientá-lo quanto as responsabilidades e rotinas diárias de uma vida;

✓ Orientá-lo e auxiliar na elaboração do projeto de vida.

A Autonomia deve ser organizada e incentivada por meio de:

✓ Rotina diária

✓ Cuidados pessoais

✓ Educação financeira

✓ Orientação para sexualidade

✓ Orientação vocacional

✓ Conhecimento da Rede de Atendimento

✓ Conhecimento da Comunidade local e dos seus recursos


75

22 REINSERÇÃO FAMILIAR

A Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990 e O


Plano Nacional de Promoção, Proteção e defesa do direito de crianças e adolescentes a
convivência familair e comunitária. A Resolução conjunta entre CNAS E CONANDA - nº
01 de 18 de julho de 2009, aprovando as Orientações Técnicas: Serviços de acolhimento
para crianças e adolescentes, estabelecem como direito inalienável da Criança e do
Adolescente o Convívio Familiar, compreendendo a família como o local mais adequado e
que deve oferecer todas as condições para o desenvolvimento integral.
O Serviço de Acolhimento Institucional em conjunto com o Ministério Público, com
o Poder Judiciário e com os Serviços Socioassistenciais devem empreender todos os esforços
para que o caráter de provisoriedade e excepcionalidade sejam transitórios e o mais breve
possível, de modo que a criança e o adolescente não sejam negados ao convívio familiar,
seja na família de origem ou substituta.
Assim, seguido ao acolhimento, deve ser iniciado um estudo psicossocial para
elaboração de um plano de atendimento com vistas a promoção da reintegração familiar. Tal
planejamento deve ser contantemente revisto, considerando o envolvimento da família no
processo, o acompanhamento psicossocial por parte da equipe do serviço, o atendimento aos
encaminhamentos realizados e a resposta da criança/adolescente à separação ao acolhimento
e a possibilidade de retomada do convívio. Devem ser delienadas medidas que contribuam
para o fortalecimento das capacidades protetivas das famílias.
Quanto às medidas em que contribuam para o fortalecimento dos vínculos familiares,
deve-se avaliar a possibilidade de encontro das famílias com as crinças/ adolescentes e a
flexibilização de visitas no abrigo.
No decorrer do acompanhamento, identificada a impossibilidade de retorno ao
convívio familiar de origem (nuclear ou extensa) caberá ao serviço de acolhimento
encaminhar ao Poder Judiciário e Ministério Público a sugestão de colocação do acolhido em
família substituta.

23 COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA

A Colocação em Família Substituta irá obedecer ao que estabelece o Estatuto da


Criança e do Adolescente na Seção IV, cabendo ao Poder Judiciário e ao Ministério Público
fazer os encaminhamentos necessários, conforme dispõe a legislação pertinente.
76

O Serviço de Acolhimento Institucional fará o acompanhamento de todo processo


através da gerente e da Equipe Técnica do Equipamento onde a criança/adolescente esteja
acolhido, observando:

✓ tempo da criança/adolescente
✓ aceite da criança/adolescente
✓ O processo gradativo de aproximação, mesmo quando se tratar de bebês.

24 DESLIGAMENTO GRADATIVO

A preparação para o desligamento gradativo está garantida no Artigo 92, inciso VIII
do Estatuto da Criança e do Adolescente. Deve ocorrer tanto nos casos de reintegração
familiar quanto nos encaminhamento para família substituta.
A preparação para o desligamento no caso de reinserção familiar torna-se um
processo pedagógico e psicossocial, que deve estar articulado com o Ministério Público,
Poder Judiciário e com a Rede de Proteção: CRAS/CREAS/ Equipamentos de Saúde/
Escola/ Associação de Moradores/ Família Extensa. No Caso de Inserção à Família de
Origem os procedimentos a serem seguidos são:

✓ Atendimento individualizado para a criança/adolescente e família junto a equipe


técnica do Equipamento;
✓ Reuniões/encontros com a rede de proteção;
✓ Atendimento no Poder Judiciário;
✓ Aguardo da determinação Judicial para retorno a família

No caso de Família Substituta ou Família Extensa os procedimentos a serem seguidos


são:

✓ As indicações do Ministério Público e Poder Judiciário;


✓ O Tempo da Criança e/ou adolescente;
✓ O Tempo da Família substituta;
✓ Determinação Judicial e Guia de desacolhimento e termo de Guarda.

Obedecendo a seguinte rotina:


77

1. Entrevista com a Equipe Técnica do Equipamento


2. Conhecimento da Família Substituta ao Abrigo Institucional
3. Apresentação da Criança/adolescente
4. Saídas rápidas e nas proximidades do Abrigo Institucional
5. Saídas de um dia para passear
6. Permissão para passar uma noite ou fim de semana
7. Saída permanente do Serviço de Acolhimento

25 O DESACOLHIMENTO

O Desacolhimento ocorre com a saída da criança/adolescente do Serviço de


Acolhimento e entrega da Guia de desacolhimento emitida pelo poder judiciário da Comarca,
onde todas as responsabilidades são transferidos para aquele que assume a guarda da criança
e/ou do adolescente.
O período de preparação para o desacolhimento, dentro do Serviço de Acolhimento,
deve ser planejado com todos os servidores, preparando a criança/adolescente para as
despedidas com os monitores e outros servidores que estão em contato direto com os
acolhidos, oportunizando inclusive, rituais de despedidas.

Cabe ao Monitor:

✓ Organizar os pertences ou auxiliar a organizar os pertences;


✓ Revisar o Livro/Album da Própria História da criança/adolescente e verificar junto
com este se quer colocar mais alguma informação;
✓ Entregar e repassar, à Equipe Técnica, documentos que estejam sob sua guarda.

Cabe a Equipe Técnica

✓ Organizar os documentos e as informações necessárias que devem acompanhar o


desacolhimento;
✓ Organizar os documentos relativos às informações de saúde, educação e trabalho que
deve acompanhar a criança e/adolescente;
✓ Fazer o acompanhamento por seis meses após o desligamento do abrigo;
✓ Fazer articulação com a rede para o acompanhamento necessário após os seis meses
78

ou concomitante a este.

Cabe ao Gerente

✓ Articular com os demais servidores uma despedida para àquele que sai do serviço;
✓ Verificar se todos os itens acima foram cumpridos.

A criança/adolescente tem o direito de levar consigo, no desligamento, tudo o que


ganhou como presente ou que lhe foi destinado especificamente no período de acolhimento.
Medicamentos que foram adquiridos para a criança/adolescente devem ser levados pela
família, assim como o receituário.

26 REDE DE SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS E GARANTIA DE


DIREITOS

Crianças e adolescentes tem o direito a uma família cujos vínculos devem ser
protegidos pela sociedade e pelo Estado. No caso da ruptura desses vículos, o Estado é
responsável pela proteção integral das crianças e dos acolhidos.
A Secretaria de Assistência Social é a responsável pelo Serviço de Acolhimento
Institucional, conforme preconiza o Sistema Único de Assistência Social e a legislação
pertinente. Sendo então os demais órgãos e serviços co-responsáveis pela proteção integral e
pelo principio da prioridade absoluta para com a criança e o adolescente.
Para garantia dos direitos da criança e do adolescente é necessário que os abrigos
mantenham articulação constante com o sistema de garantia de direitos, com a rede
sociassistencial e com a sociedade civil organizada (ex. grupo de apoio a adoção).
O protocolo de Atendimento à Criança e ao Adolescente é um instrumento importante
e fundamental para que se efetive na prática a proteção integral.
Os Recursos da Rede de Saúde quanto a exames, medicamentos, alimentação
especial, atendimento médico, fornecimento de próteses e outros serão solicitados através do
Serviço Social de cada Equipamento;

Os Recursos da Rede de Educação: inserção em educação Infantil, Fundamental e


Médio, bem como as avaliações de AEE serão solicitadas a Secretária de Educação por meio
da ação da Pedagoga;
79

Os Recursos da Rede de Esporte, Cultura e Lazer: atividades extra-escolares,


inserção de grupos de práticas esportivas e culturais serão solicitados aos órgãos pertinentes.
Na ausência ou dificuldade de garantir o direito a criança ou adolescente em
quaisquer das áreas se buscará o apoio:

✓ Gerente do Equipamento
✓ Gerente da Proteção Social Especial de Alta Complexidade
✓ Conselho Tutelar
✓ Ministério Público
✓ Poder Judiciário

Quando se tratar de documentação: Certidão de nascimento e segunda via de


identidade, a Equipe Técnica e gerente poderão solicitar ao Conselho Tutelar. Alguns
documentos são necessários para acionar a rede de atendimento:

✓ Carteira de identidade da criança/adolescente;


✓ CPF da criança/adolescente;
✓ Cartão do SUS da criança/adolescente;
✓ Carteira de Trabalho do adolescente;

Assim que a Criança/Adolescente ingressar no Serviço de Acolhimento Institucional


na modalidade de Abrigo Institucional, a equipe técnica e gerente, deverão providenciar os
documentos que não possuem, observando as necessidades de cada idade. Faz-se necessário
rastrear se a criança/adolescente e família está cadastrada no CADÚnico e se recebe algum
tipo de benefício, tais como:
✓ Bolsa Família
✓ BPC na Escola
✓ Benefício Eventual
✓ Aposentadoria
✓ Pensão

Ao ser identificado os benefícios que o Acolhido recebe, proceder da seguinte forma:

✓ Comunicar ao órgão gestor do benefício da situação de acolhimento;


✓ Solicitar os encaminhamentos ao Judiciário para garantir o benefício e depósito em
80

conta poupança em nome da criança/adolescente;

27 LIVRO DE REGISTRO DO MONITOR

O Livro de Registro do Monitor trata-se de um documento institucional onde


estabelece os parâmetros de registro do trabalho no cotidiano institucional e tem como
utilidade:

✓ Subsidiar o planejamento dos Monitores; Equipe Técnica, Direção e Gestão;


✓ Garantir o reconhecimento das boas práticas;
✓ Garantir que a criança/adolescente receba o medicamento no horário adequado e não
ocorra de ser dado o mesmo medicamento duas vezes;
✓ Garantir ao bebê alimentação e medicação no horário correto,a troca de fraldas e
banho de sol;
✓ Garantir o acesso aos horários de atendimento médico, apoio pedagógico, etc
✓ Subsidiar decisões de cunho administrativo;
✓ Registrar as intervenções necessárias ao bom andamento das atividades no
Equipamento,

Deverá ser preenchido diariamente e assinado por àqueles que executaram a tarefa,
assim como a assinatura final de todos que estiveram de plantão naquele dia.

28 ALIMENTAÇÃO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

O Serviço de Acolhimento Institucional conta com a atuação de uma profissional da


Nutrição que estebelece:

✓ Cardápio
✓ Capacitação na área
✓ Contagem e controle de Estoque
✓ Quantidades das Compras
✓ Cardápio e orientação especial em casos específicos e necessidades da criança e do
adolescente
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A Nutrição e orientação alimentar das crianças e adolescentes do Abrigo Institucional


de Palhoça tem como diretrizes as indicações da Organização Mundial de Saúde.
As atividades da Nutricionista, busca efetivar um trabalho voltado ao fornecimento
de uma alimentação saudável e de acordo com as necessidades nutricionais das crianças e
adolescentes acolhidos.
A Alimentação no Serviço de Acolhimento Institucional – Abrigo Institucional –
deve levar em consideração:

✓ Fucionamento 24 horas
✓ Ser semelhante a uma residência
✓ Ter uma variedade de idade de 00 a 18 anos
✓ Especificidades e necessidades do Acolhido

29 AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO

O monitoramento e avaliação do Serviço de Acolhimento Institucional – Abrigo


acontecerá de forma sistemática e observando o que segue:

✓ Através dos relatórios de fiscalização dos órgãos oficiais


✓ Revisão do PPPI
✓ Revisão dos projetos
✓ Criação de mecanismos de participação e emissão de opinião de servidores e acolhidos
(reuniões mensais entre os profissionais somente, e destes com os acolhidos).

Tanto o monitoramento como a avaliação fazem parte de um processo de mudança de


paradigmas e a utilização de instrumentos que possibilitem a reflexão, podendo ser:

✓ Avaliações pontuais
✓ Avaliações processuais

A Avaliação dos Recursos Humanos observa o disposto no Estatuto do Servidor


Público e deve ser preenchido pelo chefe imediato, conforme indicações do órgão gestor.
82

30 REGRAS DE CONVIVÊNCIA

As Regras de Convivência para o Serviço de Acolhimento Institucional: Abrigo


Institucional, são parâmetros comportamentais e condutas desejáveis para uma convivência
coletiva onde seja saudável e protetiva para as crianças, adolescentes acolhidos e servidores.

Para que tenham efetividade é importante que:


✓ Seja uma construção coletiva: Monitores, crianças, adolescentes, cozinheiras,
motorista, Agente de Serviços Operacionais, Assistente Social, Psicóloga, Pedagoga
e gerente do equipamento;
✓ Seja discutida e tema de reflexão com todos os envolvidos, através de rodas de
conversas e da construção de outras ferramentas que possam auxiliar na fixação e
cumprimento das Regas de Convivência;
✓ Sejam temas de conversas e não funcione como meio coercitivo ou de ameaça e,
ainda de barganha para se conseguir bom comportamento;
✓ Esteja os mais explicita possível para todos;
✓ Seja uma ação de cunho pedagógico e educativo;
✓ Adequado à idade e compreensão do acolhido;
✓ Devem abordar as questões de limites e serem válidas em todos os momentos e para
aplicação em todos os plantões;
✓ Cada ação não cumprida corresponde a uma sanção que deve ser de cunho educativo
e reflexivo.

As regras devem contemplar:

✓ Cuidados pessoais e com pertences


✓ Cuidados e atenção com o outro
✓ Cuidados e atenção com o abrigo
✓ Conduta Social e Escolar
✓ Rendimento Escolar
✓ Relações de Amizade
✓ Relacionamentos amorosos
✓ Saídas e passeios
✓ Utilização das Redes Sociais
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✓ Utilização de aparelhos Celulares e Computadores

As Regras de Convivência devem ser orientadoras e serem revisadas sempre que


necessário.

31 ORIENTAÇÕES IMPORTANTES

Saídas e passeios, quando se tratar de atividades planejadas pelo abrigo, deverão ser
autorizadas pela gerente, e, esta comunicar a gerente geral da PSE-Alta Complexidade,
podendo ser via memorando eletrônico.
Saídas para outros fins como: namoro, passeio escolar, apadrinhamento, devem ser
orientados pelo gerente para solicitar-se o parecer do Juiz da Infância da Comarca. O pedido
deve ser efetivado pela Equipe Técnica com assinatura da responsável no Documento de
solicitação ao Judiciário.

Saídas para o reingresso familiar e/ou família substituta deve seguir o que está
determinado junto ao Juiz da infância e juventude, acordado com a e Equipe Técnica e
gerente do Abrigo.
As Regras de convivência estarão elencadas no Regimento Interno do Equipamento e
que seguem acostados neste PPPI.

32 REGIMENTO INTERNO

O Regimento Interno é um instrumento normativo das condutas e ações esperadas


contendo direitos, deveres e procedimentos de todas as relações existentes no serviço.
Deve ser discutido e aprovado por todos, tendo validade por dois anos, devendo ser
revisado no mesmo período deste PPPI.
As alterações do Regimento Interno precisam ser encaminhadas ao órgão gestor e aos
demais órgãos fiscalizadores para as devidas aprovações. Deve observar a legislação
trabalhista, estatuto do servidor público, decretos e leis e normativas pertinentes ao serviço.

33 PROJETOS

O Serviço de Acolhimento Institucional oportunizará a criação de projetos que


poderão ser aplicados em todos os equipamentos e/ou em um Equipamento específico.
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Os projetos sempre serão:


✓ Elaborados pelos servidores do Serviço;
✓ Discutidos com a gerente geral da Proteção Social Especial de Alta Complexidade;
Referendados pela Secretária Municipal de Assistência Social, Conselho Municipal de
Assistência Social e Conselho Municipal dos direitos da criança e do adolescente;
✓ Cada projeto deverá ser escrito e divulgado entre os servidores do Equipamento.

São Projetos do Serviço de Acolhimento Institucional:


✓ APADRINHAMENTO
✓ VOLUTARIADO
✓ DOAÇÕES
✓ PARCERIAS

Todos os Projetos após serem escritos e registrados deverão receber a anuência da


gerente da Proteção Social Especial de Alta Complexidade. Serão permitidas ações/ visitas
de no máximo 04 pessoas parceiras, com autorização prévia da gerência.

34 ESTÁGIOS

O Serviço de Acolhimento Institucional poderá receber estagiários observando o que


segue:

✓ Estágio Curricular Obrigatório


✓ Estágio Curricular não Obrigatório
✓ Os profissionais técnicos, que serão os supervisores de campo, deverão dar o aceite
do estágio;
✓ Somente poderá acontecer estágio nas áreas em que houver profissionais graduados
exercendo a função profissional;
✓ É necessário firmar o convênio entre Instituição de Ensino e Órgão Gestor, neste caso
a Secretaria Municipal de Assistência Social com ciente da Gerente da PSE-Alta
Complexidade;
✓ Estágios remunerados seguem os trâmites legais de contratação e somente quando
houver disponibilidade da Administração Central;
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✓ O Estagiário não deve exercer a função do técnico profissional em quaisquer


hipóteses;

35 CAPACITAÇÃO

Os profissionais de ensinos: superior, médio e fundamental, inseridos no SUAS,


reconhecidos na forma desta Resolução, deverão ser capacitados em consonância aos
princípios e diretrizes da Política Nacional de Educação Permanente do Sistema Único de
Assistência Social – PNE - SUAS/2013 visando, respectivamente, sua formação técnica e
profissional e qualificação profissional, tendo em vista o desenvolvimento de competências
requeridas pelo SUAS ( Artigo 15, Resolução 9/2014 CNAS)
A Capacitação é uma ação pedagógica e didática que deve fazer parte de toda ação
profissional, utilizando-se do movimento da práxis – ação e reflexão para avaliar, planejar e
reordenar cada atividade ou intervenção.

São Instrumentos de Capacitação Permanente no Serviço de Acolhimento


institucional:

✓ Estudos de Casos
✓ Rodas de Conversas
✓ Grupos de Estudos

As capacitações são promovidas:

✓ Pelo Órgão Gestor


✓ Pela Gestão do Serviço
✓ Pela Equipe Técnica

Podem Classificar-se em:

✓ Interna – quando se tratar da realização dentro do próprio serviço


✓ Rede – quando se tratar de realização pelo órgão do Sistema de Garantia dos Direitos
✓ Externa – quando se tratar de realização de terceiro e fora da rede ou da realização
dentro do próprio serviço

De acordo com o decreto 1399/2012, fica vedado ao servidor municipal de Palhoça


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utilizar-se de banco de horas para participação em capacitação.


Quanto às reuniões de estudo de caso entre gerência, monitores e equipe técnica, para
o ano de 2020 devido a Pandemia do COVID-19, estas devem ocorrer preferencialmente
remotamente, e com frequência ser determinada pelos próprios servidores. Portanto, não há
calendário pré-estabelecido. O mesmo ocorrerá naquelas realizadas entre gerências, gerencia
geral de Alta Complexidade e equipes técnicas uma vez a cada mês, preferencialmente nas
primeiras segundas-feiras dos meses.

36 O CAMINHO SE FAZ AO CAMINHAR: DISPOSIÇÕES FINAIS

O Serviço de Acolhimento Institucional para crianças e adolescentes com seus


direitos violados e vínculos familiares rompidos e/ou fragilizados é uma medida de caráter
profissional e provisório, faz parte da Política Nacional de Assistência Social na categoria
de Alta Complexidade. Neste contexto, o Município, se coloca como guardião destas
crianças e adolescentes possibilitando-os escrever sua história e reescrevê-la.
Com intuito de praticar todas as orientações do Projeto Político Pedagógico, após o
ingresso do acolhido, a equipe técnica constroe junto ao infante/ adolescente e demais
funcionários que se fizerem necessários, o Plano Individual de Atendimento. Neste, são
verificadas as possibilidades, expectativas, desejos, aversões de cada acolhido. Planeja-se
principalmente, quais atividades serão inseridas em seu cotidiano.
O primeiro destes, a matrícula em escola regular ou em centro de educação infantil.
Atualmente os abrigos municipais possuem acolhidos matriculados nas seguintes
instituições:
✓ Escola Básica Municipal Prefeito Reinaldo Weingartner;
✓ Escola Estadual Ivo Silveira;
✓ Escola Básica Guilherme Wiethorn Filho;
✓ Escola Básica Pedro Ivo Campos;
✓ Faculdade Municipal de Palhoça
✓ Escola Estadual Básica Dom Jaime Câmara (Ensino regular e Projeto mais
educação);
✓ Escola Municipal Prof. Febronio Tancredo Oliveira – CAIC;
✓ Escola de Educação Básica Professora Claudete Maria Hoffmann
Domingos;
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✓ Centro de Educação Infantil Interação;


✓ Centro de Educação Infantil Vôo Livre;
✓ Centro de Educação Infantil Vovó Maria;
✓ Grupo Escolar Prof. Inês Marta da Silva;
✓ SESI (Educação inclusiva);
✓ APAE Palhoça;
✓ Fundação Catarinense de Educação Especial.

Em realação a saúde dos acolhidos, são atendidos e/ou acompanhados de acordo


com suas necessidades apresentadas no acolhimento ou ao longo da permanência nos
abrigos:

✓ Hospital Infantil Joana de Gusmão;


✓ Hospital Universitário;
✓ Hospital Florianópolis;
✓ Hospital Regional Homero de Miranda Gomes;
✓ Unidade de Pronto Atendimento de Palhoça – Upa;
✓ Unidade Central de Saúde – UBS;
✓ CAPS ad, CAPS II e CAPS i;
✓ Odontologia Ortobom;
✓ Consultas com: pediatra, fonoaudiologo, psiquiatra, enfermagem,
fisioterapia, clínico gereal, nutricionista, oftalmologista, herbiatra,
ginecologista, psicologia, endocrinologista neurologista;
✓ Policlinica UNISUL;
✓ Clinica de Psicologia - Edificio Ravelo Pagani.

Já com relação a atividades extracurriculares, os acolhidos optam por aquelas que


lhe interessam. É possível mencionar algumas:

✓ Taekwendoo (carangueijão);
✓ Escolinha de Futebol (carangueijão);
✓ Yoga (academia CT);
✓ Informática (salão paroquial Brejarú);
✓ Libras (IFSC);
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✓ Musculação (academia CT);


✓ Capoeira (academia CT);
✓ Condicionamento Físico (academia AD3);
✓ Condicionamento Físico (SESC);
✓ Escolinha de Futebol (Guarani);
✓ Natação (UNISUL e SESC);
✓ Zumba (Ginásio de esporte no Caminho Novo);
✓ Projeto Pequeno Master Cheff (Escola Ivo Silveira).

Garantindo a convivência familair e comunitária, além do estimulo a autonomia e


autoestima, são realizadas com as atividades, como as correlatas abaixo.

✓ Salão de Beleza Riza;


✓ Estudos Dos Proverbios na prática (Grupo lâmpada nos pés);
✓ Igreja Católica Matriz de Palhoça e algumas igrejas evangélicas, de acordo
com a crença de cada acolhido;
✓ Projeto Horto, Cinema e Visitas – UNISUL/ Curso de Serviço Social;
✓ Atividades Físicas - Praça das bandeiras – Educador físico voluntário;
✓ Rodas de Conversas com os técnicos dos abrigos;
✓ Roda de Convsersa com delegadas DPCAMI – Responsabilização e
penalidades
✓ Teatro CIC
✓ Visitas a Shoppings centers: Itaguaçu,Via Catarina; Beiramar, Iguatemi,
Floripa Shopping; Continente;
✓ Cinema;
✓ Passeio na Colônia Terapêutica (Biguaçu);
✓ Oficina de Culinária (CRAS);
✓ Dinâmicas de motivação - Grupo Santa Catarina de Alexandria;
✓ Cine Pipoca (CRAS e CREAS);
✓ Salão de Beleza Novo Visual;
✓ Boliche Pagani;
✓ Participação em festas culturais e eventos temáticos (evento PETI, Festa do
Divino Espirito Santo, chegada do papai noel);
✓ Brinca Mundi;
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✓ Piqueniques (praça da bandeiras; Lagoa da Conceição);


✓ Visita ao Projeto Tamar;
✓ Visita ao Estádio Orlando Escarpelli e Aderbal Ramos da Silva – Ressacada;
✓ Passeio a sítios de parceiros dos abrigos (Paulo Lopes, Gov. Celso Ramos e
Santo Amaro da Imperatriz);
✓ Passeio a praias da região e parques aquáticos;
✓ Jantares na Pizzaria Parma Palhoça
✓ Visitas a museus e exposições;
✓ Projeto Aniversariantes do mês;
✓ Festas Temáticas (junina, natal, dia das crianças, páscoa);
✓ Projeto Criança Saudável (parceria com Conselho Regional de
Contabilidade);
✓ Visita ao Projeto Recriar e Viver (Colônia Santana);
✓ Passeios e atividades físicas na beira-mar de São José;
✓ Passeios nas praças de Palhoça.

Assim, o Plano Político Pedagógico configura-se em um instrumento essencial e,


mais do que cumprir o que determina a legislação, é a possibilidade que traz de refletir
sobre a prática e os instrumentos utilizados para efetivamente garantir os direitos das
crianças e adolescentes que entram no Serviço de Acolhimento.
Sendo a criança e o adolescente sujeitos de direitos, é necessário reconhecer suas
habilidades, competências, interesses e necessidades específicas, ouvindo-os e
incentivando-os - inclusive por meio de espaços de participação nas políticas públicas – à
busca compartilhada de soluções para as questões que lhes são próprias. Nesse sentido, é
importante que, nos programas de Acolhimento Institucional, sejam proporcionados espaços
para a participação coletiva de crianças e adolescentes na busca conjunta de alternativas de
melhoria do atendimento, contribuindo, assim, para que sejam sujeitos ativos nesse
processo.
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37 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL (2006). Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças


e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária – Resolução conjunta CONANDA
/ CNAS nº 01/2006.

BRASIL, Constituição Federal de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/


ccivil_03/Leis/L8742.htm Acesso em: julho de 2014.

BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Norma Operacional


Básica do Sistema Único de Assistência Social NOB/SUAS. Brasília, 2005.

BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Norma Operacional


Básica de Recursos Humanos NOB/RH. Brasília, 2006.

BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Orientações Técnicas:


Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes. Brasília, 2009.

BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional de


Assistência Social – PNAS. Brasília, DF. 2004

BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Tipificação Nacional


de serviços Socioassistenciais. Brasília, DF. 2009.

BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, Secretaria Especial de Direitos


Humanos, Ministério da Educação, 2005.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Resolução Conselho


Nacional de Assistência Social n.º 9, de 15 de abril de 2014.

ELAGE, Bruna et al. Coleção Abrigo em Movimento: Formação de Profissionais em


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Acessado em 18 de agosto de 2014.

VASCONCELOS, Eneas Romero. Direitos Humanos Fundamentais: O princípio da


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de julho de 2014.
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ANEXO: Regimento Interno

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