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Doutrina 1

1º Nível
1
Regulamento - Escola de Vencedores - Monte Sião.

Visão celular: É a estratégia de penetração dada por Deus


para entrarmos em todas as áreas da sociedade, gera conquista,
relacionamento, intimidade.

É tempo de nos comprometer com Deus, pois Ele se compromete


com os comprometidos.

”Liderança significa ajudar as pessoas a realizar o que são


capazes de fazer, formular uma visão para o futuro, encorajar,
treinar, ensinar, estabelecer e manter relacionamentos bem
sucedidos.” Dale Carnegie.

Requisitos básicos para certificação e unção como Líder de


Célula:
• 75 % presença ( por nível ) dentro de sala de aula - O
encontro com Deus não é justificativa de falta, faltas
somente com atestado médico.
• 70 % pontuação EM TODOS trabalhos e provas ( por nível).
• Provas e trabalhos manuscritos – entregues no prazo, para
os professores no horário da escola – Os mesmos não serão
recebidos nos cultos.
• Pagamentos em dia com a escola ( 3 níveis).
• Devolução do material emprestado, livros ou apostilas.

- Não haverá recuperação.


- Caso o aluno não tenha os requisitos acima, ele repetirá o nível,
não podendo participar dos níveis seguintes.
- O aluno precisa freqüentar às aulas com a apostila e a bíblia.
- Toda irregularidade do aluno, será comunicada ao seu líder.
- Os alunos formarão duplas, com o objetivo de motivarem,
acompanharem, jejuarem, orarem uns pelos outros, podendo os
mesmo fazerem os trabalhos e provas juntos, para melhor
aproveitamento dos alunos e evitar a evasão.

2
Como aproveitar melhor a Escola de Vencedores:
6 passos para você aproveitar ao máximo o treinamento e garantir sucesso profissional
e pessoal: fonte: http://www.acerplan.com.br/eventos/mktrealciona.html
1. Ouvir quem está falando: Enquanto alguns pontos reforçam o que você já está
discutindo, mudanças interessantes e estratégias inovadoras são discutidas por toda
sessão. Se você precisar que um ponto seja esclarecido ou se tiver uma pergunta,
leve isto ao treinador;
2. Fazer boas anotações: foi provado cientificamente que as pessoas que fazem
anotações sobre os pontos importantes têm uma melhor taxa de retenção e sabem
aplicar muito melhor o conteúdo do material;
3. Envolver: Sempre que houver uma discussão ou um exercício em grupos
pequenos, participe. Freqüentemente, uma pequena interação com outros
profissionais, que tem as mesmas aspirações que você, pode fazer uma grande
diferença.
Durante os intervalos e na hora do almoço junte-se a alguns dos seus novos amigos
para trocar idéias e insights;
4. Estabelecer objetivos específicos: Estabeleça algumas metas e objetivos neste
treinamento. Você ajudará a garantir o seu sucesso;
5. Fazer uma revisão do material: Após 72 horas deste curso reveja as suas
anotações. Se você destacou pontos importantes durante o seminário, eles saltarão
aos seus olhos. A revisão constante é a chave para o sucesso.
6. Aplicar essas idéias imediatamente: Quanto mais rápido aplicar o que aprendeu,
mais poderoso será o material. Nós aprendemos melhor ouvindo, olhando,
escrevendo, participando, revendo e reforçando. Os quatro primeiros você fará no
treinamento. Para reforçar, identifique quais os livros, fitas, e outros recursos lhe
ajudarão a continuar crescendo. Muitos desses recursos estão disponíveis neste
treinamento, aproveite ao máximo.

“A eficácia pessoal e profissional é similar à habilidade atlética – o aperfeiçoamento só


vem com a prática consistente e efetiva dos conhecimentos”. Dale Carnegie.
Segundo o ciclo do autodesenvolvimento,
metodologia desenvolvida pela Dale Carnegie,
maior empresa de treinamentos do mundo, HABILIDADE ATITUDE

presente em 75 países, precisamos ter


atitude, buscar o conhecimento, e através
da prática e da vivência dos conhecimentos
PRÁTICA CONHECIMENTO
adquiridos, as pessoas desenvolvem nova
habilidade.

“ Somos aquilo que fazemos repetidamente”. Aristóteles.

Segundo o psicólogo americano Willian Glasser , a aprendizagem (“cone de experiência”


) se dá por:
“10% do que lemos
20% do que ouvimos
30% do que vemos
50% do que vemos e ouvimos
70% do que discutimos com terceiros
80% do que experimentamos
95% do que ensinamos aos outros”.
Índice
3
Parte 1 - O diabo e o inferno 05

Poder sobre satanás e os demônios 07

Crente e os demônios 09

A tentação e o pecado 09

Parte 2 - Obras da carne 12

Parte 3 - O sofrimento dos justos 32

Porque os crentes sofrem 33

O relacionamento de Deus com o sofrimento do crente 36

O relacionamento entre o crente e o mundo 38

Parte 4 - O arrependimento 40

Parte 5 - O novo nascimento 46

Vantagens do novo nascimento 49

Como alcançar o novo nascimento 51

Parte 6 - Bebês espirituais 52

Exercícios 59

Parte 1 - O DIABO E O INFERNO.


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Estamos em uma luta (Ef 6.10-12). Não temos outra alternativa. Todos nós,
crentes em Cristo Jesus, estamos envolvidos numa guerra espiritual. E quem se
envolve em uma guerra deve procurar conhecer, da melhor maneira possível, o seu
inimigo. Nosso objetivo é então desmascarar Satanás.

Os textos abaixo mostram como o inimigo pode atuar sobre nós:


 II Coríntios 2:9-11 – Satanás pode alcançar vantagem sobre nós se
ignorarmos seus desígnios.
 I Pedro 5:8 – Satanás pode nos devorar se não resistirmos a ele
 Efésios 4:27 – O diabo pode tomar lugar em nós, se lhe dermos brecha.
 I Timóteo 3:7 – O diabo pode enredar com laços, tornando o crente cativo
dele.

Satanás tenta se opor aos planos de Deus, procurando impedir a realização desses
planos através de nós. Para tanto, ele procura entrar em nossas vidas, e conquistar
áreas para ter domínio. Mas a igreja de Jesus Cristo tem autoridade sobre ele e
sobre os seus demônios. Ele já está derrotado e já foi julgado; está debaixo de
nossos pés.

Origem de Satanás

 Ezequiel 28:11-19: Era querubim da guarda, vivia no Éden (mineral) com


grande glória (ouros e pedras preciosas); era perfeito... até o dia em que se
achou iniqüidade nele. Seu pecado: orgulho (elevou o coração); sua
sabedoria corrompeu-se; encheu-lhe o interior de violência; injustiça;
profanação. Sua condenação: Foi lançado por terra; consumido pelo fogo;
objeto de espanto e humilhação.
 Isaías 14:12-15: Era a “estrela da manhã” (Lúcifer = Portador de Luz). Quis
subir acima das estrelas (anjos) de Deus, acima das mais altas nuvens
(glória de Deus). Foi precipitado para o reino dos mortos, para o mais
profundo abismo, para ser escarnecido.
 Apocalipse 12:7-12: Houve peleja no céu. Satanás e seus anjos foram
expulsos, e está na terra com grande cólera. Mas aos santos foi dada a
vitória!

Sua personalidade

Satanás tem atributos de uma pessoa:


 Vontade – Lucas 4:6,7
 Sentimentos, emoções – Isaías 14:13 e Ezequiel 28:16
 Inteligência – II Coríntios 11:3 e Gênesis 3:1

Não tem atributos de Deus


 Não é onipresente – Jó 1:6 (teve que ir à presença de Deus)
Apocalipse 12:9 (Foi expulso do céu)
Apocalipse 20:10 (Será lançado no fogo)
 Não é onisciente – Jó 1:11 (o que ele disse que aconteceria, não aconteceu)
 Não é onipotente – Suas ações são limitadas pela permissividade de Deus (Jó
1:12 e Jó 2:6)
 Foi criado – Ezequiel 28:15

Sua posição
 Estrela caída – Is 4:12; Ap 9:1; Lc 10:17-18; Ap 12:9
5
 Príncipe desse mundo – Jo 12:31; Jo 16:8-11
 Deus desse século – II Co 4:4
 Príncipe da potestade do ar – Ef 2:1-2
 Anjo do Abismo – Ap 9:11
Seu caráter

 Opositor de Deus e do Povo de Deus. Satanás no grego significa “Adversário”


– I Pe 5:8 e Zc 3:1
 Caluniador – Diabo em grego significa “Caluniador”
 Acusador – Ap 12:10
 Pai da Mentira – Jo 8:44
 Inimigo – Gn 3:14,15

Satanás é o inimigo declarado de Deus e dos homens porque para ele não há
perdão. O homem tem a reconciliação com Deus, através do Senhor Jesus Cristo.
Nós, que somos lavados pelo sangue do Cordeiro, somos os maiores inimigos de
Satanás porque temos autoridade sobre ele e sobre os seus anjos caídos. Seu ódio
contra a humanidade é declarado por meio de guerras, destruições, fome, miséria,
doenças e toda espécie de maldade no mundo.

Os Anjos Caídos

Há legiões de espíritos malignos caídos, que são auxiliares de Satanás, aos quais os
crentes em Jesus Cisto devem resistir. Através deles, Satanás procura simular
onipresença. É um verdadeiro exército organizado, com uma hierarquia copiada da
hierarquia dos anjos de Deus.
 Ap 12:9; 12:4 — Satanás arrastou consigo 1/3 dos anjos.
 Ef 6:12 — Nos mostra que os anjos caídos estão dentro de uma hierarquia:
principados — potestades — forças espirituais do mal que militam “nas
regiões celestes”.
 Mt 12:43-45 — Há demônios piores — gostam de habitar no corpo humano e
afetam o estado da pessoa, para pior.

A atuação de Satanás e seus demônios

 Os seguintes textos mostram-nos que Satanás e seus demônios atuam:


 Como ladrão, homicida e destruidor—Jo 10:10.
 Como tentador — 1 Ts 3:5; Mt 4:1-11.
 Induzem as pessoas a pecarem — 1 Jo 3:8-10.
 Como enganador—2 Co 11:14-15 (anjo de luz); 1 Tm 4:1 (levam à apostasia
da fé) espíritos de religiosidade, de falsas doutrinas.
 Como leão que ruge — 1 Pe 5:8 (provocando medo nos crentes).
 Como deus deste século — encobrindo o Evangelho para que o incrédulo não
se converta (na evangelização, é melhor “amarrá-lo” primeiro) 2 Co 4:3-4.
 Como aves que roubam a semente lançada — Mt 13:3,4,19.
 Atuam nas pessoas, aproveitando a tendência pecaminosa — Ef 2:1-2).
 Como semeador do Joio — Mt 23:24,25 (introduz falsos irmãos na igreja).
 Como lobo, dispersando o rebanho (divisões na igreja) — Jo 10:12. Colocam
no coração do crente a inveja amargurada, sentimento de facção
— Tg 3:14,16.
 Como passarinheiro, trazendo morte e enfermidade — SI 91:3.
 Causa doenças mentais e físicas — Mt 4:24; Mt 12:22.
 At 10:30 nos diz que Jesus curava os oprimidos do diabo.
 Jó 2:7 cita que Satanás feriu de tumores malignos a Jó.
6
 Promove incredulidade — Hb 3:12,13.
 Aprisiona e corrompe a mente com vãs filosofias — 2 Co 10:4,5.
 O espírito de Anticristo (Nova Era) está atuando em todas as áreas: no
governo, nas empresas, nas escolas, nos meios de comunicação, nos lares e
até mesmo nas igrejas. 2 Pe 2:1,2; Ap 13.
 Atuam principalmente através de líderes Ap 16:14.
 Promovem a perseguição dos crentes — Ap 2:10; Jo 16:2,33.
 Promovem o ódio, em oposição ao amor — 1 Jo 3:11,12; Mt 4:12.

Nossa Atuação diante de Satanás e seus Demônios

 Os demônios podem ser testados através da confissão de que Jesus veio em


carne: 1 Jo 4:1-3.
 Reconhecem a autoridade de Jesus e o poder do Seu sangue e do Seu Nome;
estão sujeitos aos cristãos — Mc 17:17; Tg 4:7; Lc 10:19.

Como cristãos, temos autoridade para expelir (expulsar) demônios. Não se trata
de exorcismo, que é uma prática usada em casos de endemoniamento por não
cristãos: no exorcismo o demônio é manipulado, transferido ou domesticado, e não
expulso. Não há libertação, pois ela somente é praticada através das pessoas salvas
e redimidas pelo sangue do Senhor Jesus Cristo, e no Seu Nome, pois é unigênito
de Deus.

Nossa Atuação diante de Pessoas endemoniadas e opressas

Nossa luta não é contra as pessoas (sangue e carne); mas contra os


principados e potestades. Temos que saber distinguir as pessoas (e amá-las), das
entidades e espíritos que estão nelas. E temos que vigiar a nossa própria vida.
Um grande teste para nós é vermos se estamos desenvolvendo em nossas
vidas o FRUTO DO ESPIRITO (GI 5:22,23).

AMOR ALEGRIA PAZ


LONGANIMIDADE BENIGNIDADE BONDADE
FIDELIDADE MANSIDÃO DOMÍNIO PRÓPRIO

Glória a Deus, porque Jesus Cristo já triunfou sobre Satanás e seus demônios na
cruz do calvário, e somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou!

Obs: As obras da carne acham-se em GI 5:19: prostituição, impureza, lascívia,


idolatria, feitiçarias. inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões,
facções, invejas, bebedices, glutonaria e coisas semelhantes a essas.

PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS.


Mc 3:27: "Ninguém pode roubar os bens do valente, entrando-lhe em sua casa, se
primeiro não manietar o valente; e, então, roubará a sua casa".

Um dos destaques principais do Evangelho segundo Marcos é o propósito firme de


Jesus: derrotar Satanás e suas hostes demoníacas. Em 3:27, isto é descrito como
"manietar o valente" (i.e., Satanás) e, "roubará a sua casa" (i.e., libertar os
escravos de Satanás). O poder de Jesus sobre Satanás fica claramente
demonstrado na expulsão de demônios (gr. daimonion) ou espíritos malignos.

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OS DEMÔNIOS. (1) O NT menciona muitas vezes pessoas sofrendo de opressão ou
influência maligna de Satanás, devido a um espírito maligno que neles habita;
menciona também o conflito de Jesus com os demônios. O Evangelho segundo
Marcos, descreve muitos desses casos: 1:23-27,32,34,39; 3:10-12,15; 5:1-20;
6:7,13; 7:25-30; 9:17-29; 16:17.

(2) Os demônios são seres espirituais com personalidade e inteligência. Como


súditos de Satanás, inimigos de Deus e dos seres humanos (Mt 12:43-45), são
malignos, destrutivos e estão sob a autoridade de Satanás (ver Mt 4:10).

(3) Os demônios são a força motriz que está por trás da idolatria, de modo que
adorar falsos deuses é praticamente o mesmo que adorar demônios (ver 1 Co
10:20).

(4) O NT mostra que o mundo está alienado de Deus e controlado por Satanás (ver
Jo 12:31; 2 Co 4:4; Ef 6:10-12 ). Os demônios são parte das potestades malignas;
o cristão tem de lutar continuamente contra eles (ver Ef 6:12).

(5) Os demônios podem habitar no corpo dos incrédulos, e, constantemente, o


fazem (ver Mc 5:15; Lc 4:41; 8:27,28; At 16:18) e falam através das vozes dessas
pessoas. Escravizam tais indivíduos e os induzem à iniqüidade, à imoralidade e à
destruição.

(6) Os demônios podem causar doenças físicas (Mt 9:32,33; 12:22; 17:14-18; Mc
9:17-27; Lc 13:11,16), embora nem todas as doenças e enfermidades procedam
de espíritos maus (Mt 4:24; Lc 5:12,13).

(7) Aqueles que se envolvem com espiritismo e magia (i. e., feitiçaria) estão
lidando com espíritos malignos, o que facilmente leva à possessão demoníaca (cf.
At 13:8-10; 19:19; Gl 5:20; Ap 9:20,21).

(8) Os espíritos malignos estarão grandemente ativos nos últimos dias desta era,
na difusão do ocultismo, imoralidade, violência e crueldade; atacarão a Palavra de
Deus e a sã doutrina (Mt 24:24; 2 Co 11:14,15; 1 Tm 4:1). O maior surto de
atividade demoníaca ocorrerá através do Anticristo e seus seguidores (2 Ts 2:9; Ap
13:2-8; 16:13,14).

JESUS E OS DEMÔNIOS. (1) Nos seus milagres, Jesus freqüentemente ataca o


poder de Satanás e o demonismo (Mc 1:25,26,34,39; 3:10,11; 5:1-20; 9:17-29; Lc
13:11,12,16). Um dos seus propósitos ao vir à Terra foi subjugar Satanás e libertar
seus escravos (Mt 12:29; Mc 1:27; Lc 4:18).

(2) Jesus derrotou Satanás, em parte pela expulsão de demônios e, de modo pleno,
através da sua morte e ressurreição (Cl 2.15; Hb 2.14). Deste modo, Ele aniquilou
o domínio de Satanás e restaurou o poder do reino de Deus.

(3) O inferno (gr. Gehenna), o lugar de tormento, está preparado para o diabo e
seus demônios (Mt 8:29; 25:41). Exemplos do termo Gehenna no grego: Mc
9:43,45,47; Mt 10:28; 18:9.

CRENTE E OS DEMÔNIOS.

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(1) As Escrituras ensinam que nenhum verdadeiro crente, em quem habita o
Espírito Santo, pode ficar endemoninhado; o Espírito e os demônios nunca poderão
habitar no mesmo corpo (ver 2 Co 6:15,16 ). Os demônios podem, no entanto,
influenciar os pensamentos, emoções e atos dos crentes que não obedecem aos
ditames do Espírito Santo (Mt 16:23; 2 Co 11:3,14).

(2) Jesus prometeu aos genuínos crentes autoridade sobre o poder de Satanás e
das suas hostes. Ao nos depararmos com eles, devemos aniquilar o poder que
querem exercer sobre nós e sobre outras pessoas, confrontando-os sem trégua
pelo poder do Espírito Santo (ver Lc 4:14-19). Desta maneira, podemos nos livrar
dos poderes das trevas.

(3) Segundo a parábola em Mc 3:27, o conflito espiritual contra Satanás envolve


três aspectos:
(a) declarar guerra contra Satanás segundo o propósito de Deus (ver Lc 4:14-19);
(b) ir onde Satanás está (qualquer lugar onde ele tem uma fortaleza), atacá-lo e
vencê-lo pela oração e pela proclamação da Palavra, e destruir suas armas de
engano e tentação demoníacos (cf. Lc 11:20-22);
(c) apoderar-se de bens ou posses, libertando os cativos do inimigo e entregando-
os a Deus para que recebam perdão e santificação mediante a fé em Cristo (Lc
11:22; At 26:18).

(4) Seguem-se os passos que cada um deve observar nesta luta contra o mal:
(a) Reconhecer que não estamos num conflito contra a carne e o sangue, mas
contra forças espirituais do mal (Ef 6:12).
(b) Viver diante de Deus uma vida fervorosamente dedicada à sua verdade e justiça
(Rm 12:1,2; Ef 6:14).
(c) Crer que o poder de Satanás pode ser aniquilado seja onde for o seu domínio
(At 26:18; Ef 6;16; 1 Ts 5:8) e reconhecer que o crente tem armas espirituais
poderosas dadas por Deus para a destruição das fortalezas de Satanás (2 Co 10:3-
5).
(d) Proclamar o evangelho do reino, na plenitude do Espírito Santo (Mt 4:23; Lc
1:15-17; At 1:8; 2:4; 8.12; Rm 1:16; Ef 6:15).
(e) Confrontar Satanás e o seu poder de modo direto, pela fé no nome de Jesus (At
16:16-18), ao usar a Palavra de Deus (Ef 6:17), ao orar no Espírito (At 6:4; Ef
6:18), ao jejuar (ver Mt 6:16 ; Mc 9:29) e ao expulsar demônios (ver Mt 10:1;
12:28; 17:17-21; Mc 16:17; Lc 10:17; At 5:16; 8:7; 16:18; 19:12.
(f) Orar, principalmente, para que o Espírito Santo convença os perdidos, no
tocante ao pecado, à justiça e ao juízo vindouro (Jo 16:7-11).
(g) Orar, com desejo sincero, pelas manifestações do Espírito, mediante os dons de
curar, de línguas, de milagres e de maravilhas (At 4:29-33; 10:38; 1 Co 12:7-11).

A TENTAÇÃO E O PECADO.
Mesmo tendo Cristo em sua vida, você será tentado a pecar. Mas, não
desanime, isso é normal. Você pode aprender a vencer a tentação. Poderá até ser
fortalecido através da tentação quando a enfrenta e resiste. Lembre-se, a tentação
em si não é pecado. Jesus também “foi Ele tentado em todas as coisas, a nossa
semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15b).

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A tentação é um convite a transgredir a lei de Deus. Ela pode tornar o
pecado atraente, mas não irresistível. Você pode recusá-lo com a ajuda do Senhor.
A tentação segue a seguinte fórmula publicitária:
 Chama a sua atenção
 Cria interesses
 Forma desejos
 Pede a sua atenção

A tentação começa com um simples pensamento. Esse pensamento torna-se


interessante e começa a apelar para os seus desejos naturais, intensificando-os até
o ponto de motivá-lo a agir errado. Antes que isso aconteça, tome uma posição
contra a tentação. Você vencerá!

10 dicas para vencer a tentação

1. Reconheça a fonte da tentação (Tg 1.13-15). Deus não quer que você peque.

2. Entenda porque Deus o deixa ser tentado (Tg 1.2-4). Deus quer te fortalecer.

3. Saiba que Deus limita o nível de tentação que você enfrenta (I Co 10.13).
Deus o ajudará a vencer.

4. Afaste-se dos lugares, práticas, leituras e pessoas que antes o conduziam ao


erro. (II Tm 2.22 e Sl 101.2-3). Deus quer que você esteja livre de todos os
empecilhos à uma vida vitoriosa.

5. Faça uma consagração completa ao Senhor (Rm 12.1). Deus quer toda a sua
vida.

6. Lembre-se que pertence a Deus (Rm 6.11-14). Deus lhe dará domínio sobre
o pecado.

7. Cuide de sua forma espiritual, meditação bíblica e oração diária lhe darão
forças para resistir a tentação (Mt 26.41). Deus quer que você esteja forte.

8. Aprenda a resistir a Satanás (Tg 4.7). Deus abençoará a sua decisão.

9. Fale da sua tentação para um cristão maduro em quem confia (líder). (Mt
18.2). Deus quer lhe dar um companheiro de comum oração.

10. Se cair... levante-se de novo. Confesse o pecado a Deus e receba o


perdão (Jo 2.1-2 e I Jo 1.9) Deus purificará o seu coração.

O pecado

Todas as coisas começam a acontecer desde antes da fundação do mundo


(Gn 1:4), Gênesis é nosso ponto de partida. O texto de Gênesis narra a criação do
ser humano, nas pessoas de Adão e Eva. A narrativa nos dá conta de que Deus
delegou a Adão e Eva poder e autoridade sobre a criação, e eles tornaram-se
responsáveis pela administração do universo (Gn 1:26:28). Vale ressaltar que Deus
não deu autonomia ao ser humano, apenas compartilhou com ele a administração
da criação. Nada no universo pode ser autônomo em relação a Deus, senão
teríamos dois deuses.

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Houve, porém, um momento em que o ser humano resolveu assumir o
controle do universo para governá-lo por si mesmo, deixando Deus de lado. Deus
era o referencial através do qual o ser humano derivava sua concepção de certo e
errado, bem e mal. Mas o ser humano acreditou que, tendo acesso à árvore do
conhecimento do bem e do mal, poderia assumir o papel de moderador do
universo, poderia chamar para si o direito de ser a fonte de autoridade acerca do
bem e do mal, do certo e do errado. Deus que era o centro de todas as coisas foi
posto de lado.
Evidentemente Deus fez valer o princípio da obediência. Dizia a cláusula de
segurança que no dia em que o ser humano pecasse, morreria (Gn 2:17). De fato o
advento do pecado trouxe a morte, em pelo menos quatro dimensões: espiritual (o
homem e Deus), existencial (o homem consigo mesmo), social (o homem com seu
próximo) e cósmica (o homem com a natureza) cedendo à tentação da serpente, o
ser humano criado para dominar sob a ação e benção de Deus, tornou-se um
hóspede prisioneiro do universo sob a ira e o juízo de Deus. O universo se
desconjuntou e tudo ficou fora do lugar (Rm 8:20-22). A terra que Deus dera aos
filhos dos homens (Sl 115:16), os filhos dos homens e entregaram ao inimigo, e
por isso a Bíblia chama o diabo de deus deste século (II Co 4:4) e diz que o mundo
(universo criado) jaz no maligno (I Jo 5:19), diz também, que o ser humano não
está mais sob a influência de Deus, mas sim sob a tirania do “príncipe das
potestades do ar, o espírito que opera nos filhos da desobediência”, e agora não faz
mais a vontade de Deus, mas os apetites do corpo e da mente, vive seguindo seus
instintos descontrolados e seus desejos desenfreados (Ef 2:1-3). Não é de admirar
que o mundo esteja todo desarranjado.

O Papel de Jesus Cristo

Efésios, entretanto, apresenta a “operação resgate”. Descreve que Deus


jamais desistiu de sua criação, antes, estabeleceu um propósito bem definido e
tomou todas as providências para que ele se consumasse. Diz o apóstolo Paulo que
o propósito eterno de Deus é “fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as
que estão nos céus como as que estão na terra” (Ef 1:10), isto é, Deus planejou
trazer de volta para debaixo do seu controle o universo usurpado pelo diabo.
As providências foram tomadas: o Senhor Jesus veio como enviado do Pai
para “buscar e salvar o que se havia perdido”(Lc 19:10), e na cruz “arrancou as
armas dos principados e potestades e triunfou sobre eles” (Cl 2:15). Em outras
palavras, com sua morte, o Senhor Jesus estava reconciliando o mundo com Deus,
isto é, satisfazendo a justiça ultrajada de Deus (II Co 5:19-21), e readquirindo os
direitos sobre todo o universo. Por isso a teologia diz que o universo pertence a
Deus duas vezes. Por direito de criação e por direito de redenção.
Deus pai honrou o sacrifício do Senhor Jesus, e deixou isso bem claro,
ressuscitando-o de dentre os mortos e “fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus,
muito acima de todo principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome
que se nomeia, não somente neste século, mas também no vindouro”(Ef 1:20-21).
Foi por isso que o Senhor Jesus ressurreto, reuniu seus discípulos e declarou
solenemente que “toda autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28:19). Em
síntese a boa notícia do evangelho é que o universo tem um novo “chefe”, Jesus
Cristo, o Senhor.
Paulo, apóstolo, nos ensina também que “para que o Senhor Jesus exerça
domínio, seja o cabeça, sobre todo o universo, Deus o constituiu o cabeça da
igreja” (Ef 1:22-23). Conclui-se, portanto, que a Igreja ocupa lugar central no
processo de retomada do reino de Deus. A estratégia de Deus para redimir o

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universo inclui a criação de uma nova humanidade em Cristo Jesus. Paulo,
apóstolo, em Rm 8:18-23 e II Co 5:19 nos fala sobre isso.

Jesus Cristo

Por que precisamos de Jesus Cristo?

Fomos todos criados por Deus e para Deus. Ele queria ser nosso melhor amigo, e
eterno Senhor. Mas os pecados que cometemos nos afastam Dele e trouxeram
problemas e infelicidade à nossa vida. A Bíblia declara nossa situação sem Cristo.

 Pecadores. “Todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3:23).

 Espiritualmente mortos. “O salário do pecado é a morte” (Rm 6:23).

 Condenados. “Quem nele crê não é julgado, o que não crê já está julgado”
(Jo 3:18).

 Separados de Deus. “Vossas iniqüidades fazem separação entre vós e vosso


Deus” (Is 59:2).

 Sem opções de escolha. “Não há salvação em nenhum outro, porque abaixo


do céu existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa
que sejamos salvos” (At 4:12).

Resumindo, sem Jesus estamos perdidos. Vivemos para nós mesmos, dirigindo
nossa própria vida, buscando nossos próprios interesses. Fazemos a nossa própria
vontade e não a de Deus. Transgredimos as leis de Deus, tornando-nos culpados
diante Dele. Tornamo-nos egoístas e vivemos frustrados. Ficamos envolvidos pelo
pecado, perdemos o controle de nós mesmos e sofremos terríveis conseqüências. O
pior é que quando a vida termina, a separação de Deus se torna definitiva e eterna.
E o destino terrível que Jesus chamou de inferno.

Parte 2 - OBRAS DA CARNE.

O evangelho é livre, mas não é fácil. Não há nascimento sem dores de parto,
não há liberdade sem disciplina, não há vida sem morte, não há "sim" sem
"não".

Precisamos reconhecer que a vida em Cristo tem inimigos mortais que têm
que ser resistidos.

O que Paulo quer dizer com a "carne"? Será que os homens receberam duas
naturezas na criação - uma má e outra boa? Ou será que pelo pecado de
Adão entrou no homem alguma perversidade profundamente arraigada? A
resposta a essas duas perguntas é um grande "NÃO". Quando Deus criou o
homem, este foi declarado completamente "bom" (Gênesis 1:31). Todo
homem que pecou desde Adão até os nossos dias não o fez por necessidade,
mas por livre escolha. Os homens pecam porque querem (Eclesiastes 7:29).
Não somos espirituais nem carnais por natureza, mas somos capazes das
12
duas coisas, e, como seres humanos, temos de escolher entre esses dois
caminhos e nos responsabilizar por nossa escolha.

Embora Paulo às vezes use "carne" (sarx) em referência ao corpo físico


(Romanos 2:28) ou ao aspecto humano (Romanos 3:20), a palavra significa
muito mais do que isso em Gálatas 5:16-24. O corpo pode tornar-se um
instrumento da glória de Deus (Romanos 12:1; 1 Coríntios 6:20), mas a
"carne" não (Romanos 8:5-8). O corpo pode ser redimido e transformado
(Romanos 8:23; Filipenses 3:21), mas a "carne" deve morrer (Gálatas
5:24).

A "carne" que milita contra o Espírito não é a mente ou o intelecto, pois a


mente, como o corpo, pode ser transformada e renovada, treinada para
servir aos propósitos divinos (Romanos 12:2).

Essa "carne" não é nem a mente nem o corpo em si mesmos, mas uma
atitude pela qual o homem opta e que o põe contra Deus. Na "mente
carnal", a vontade do homem torna-se suprema. Seus desejos têm que ser
atendidos acima de todas as coisas. Estes podem ser as concupiscências da
carne ou os desejos da mente (Efésios 2:3), mas serão satisfeitos a
qualquer custo. É por isso que "as obras da carne", contra as quais Paulo
adverte, abrangem mais que os apetites do corpo. Na realidade, se possível,
estes são as menores das enfermidades espirituais. É na mente que
escolhemos servir a nós mesmos. É na mente que nos tornamos arrogantes
e egoístas e tomamos decisões que desonram o corpo (Romanos 1:24) e
escurecem o raciocínio (1:21). Viver em toda obra da carne significa fazer o
que eu quero - não simplesmente satisfazer os meus desejos carnais mais
baixos, mas atender os desejos do meu ego. O orgulho e a paixão vivem na
"carne" em perfeita harmonia.

Precisamos conhecer os nossos inimigos para identificá-los melhor. Não são


as pessoas, mas os desejos perversos que procuram roubar o nosso coração
de Deus. Existe uma forma racional de enfrentarmos esses adversários -
crucificá-los impiedosamente e sem olhar para trás (Gálatas 5:24). Será
penoso (1 Pedro 4:1), mas não tanto quanto a perda da eternidade.

“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição,


impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras,
pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e
coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos
disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o
fruto do Espírito é: caridade (amor), gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei.” Gl
5.19-23.

Nenhum trecho da Bíblia apresenta um mais nítido contraste entre o modo


de vida do crente cheio do Espírito e aquele controlado pela natureza
humana pecaminosa do que Gl 5.16-26. Paulo não somente examina a
diferença geral do modo de vida desses dois tipos de crentes, ao enfatizar
que o Espírito e a carne estão em conflito entre si.

13
“Carne” (gr. sarx) é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, a
qual continua no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo mortal
(Rm 8.6-8,13; Gl 5.17,21). Aqueles que praticam as obras da carne não
poderão herdar o reino de Deus (Gl 5.21). Por isso, essa natureza carnal
pecaminosa precisa ser resistida e mortificada numa guerra espiritual
contínua, que o crente trava através do poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14;
ver Gl 5.17).

As obras da carne ( Gl5.19-21) incluem:

(1) “Prostituição” (gr. pornéia), imoralidade sexual de todas as formas.


Isto inclui, também, gostar de quadros, filmes ou publicações pornográficos
(cf. Mt 5.32; 19.9; At 15.20,29; 21.25; 1Co 5.1). Os termos moichéia e
pornéia são traduzidos por um só em português: prostituição.

O primeiro fruto (ou primeira parte do fruto) é a prostituição. E o sentido


que comumente se atribui a palavra é como sinônimo de fornicação, isto é, a
prática sexual pré-matrimonial. Isto é prostituição, sim. Mas prostituição não
é somente isto.

No mundo, a palavra prostituição pode ser relativo a uma troca imoral,


pessoas que dão coisas para receber outras coisas, prática esta que ofende a
moral e ética. Mulheres e homens que alugam seus corpos por dinheiro,
bens, necessidades. Isto é uma forma de prostituição (Ex.23, II Reis 17:17)
que gostaria que ficasse claro para todos quantos se dizem cristão e se
ufanam como sendo "filhos de Deus".

Prostituir é vender a própria honra, a própria dignidade, é sacrificar o amor-


próprio e a auto-valoração em troca de alguma outra coisa.

Nós freqüentemente somos forçados a escolher entre o que é reto aos olhos
de Deus, aquilo que Deus quer e exige de nós, é aquilo que é melhor (pelo
menos aparentemente) aos nossos olhos. Como ocorreu em Números 25.
Para possuírem as mulheres moabitas, os hebreus adoraram os deuses
estranhos, e se inclinaram diante de ídolos feitos por mãos humanas. Nesse
sentido, Adão e Eva se prostituíram quando a desobedeceram a Deus para
poder saborear o fruto da árvore da vida.

Abraão prostituiu-se quando mentiu para não correr o risco de ser morto por
causa de sua linda mulher (Gn.12 e 20). Isaque repetiu o mesmo erro
(Gn.26). Jacó mentiu para obter a benção de seu pai(Gn.27).

Ocorre a prostituição quando as pessoas da igreja se vendem para obter o


que desejam ou almejam. Negam a sua fé em Cristo, jogam para fora a
honestidade e a pureza de suas mãos por dinheiro, por prazer, pela fama,
pela diversão.

14
E isto, infelizmente, é comum e rotineiro em nossas igrejas: pessoas que
vendem a própria fé, a própria paz, a comunhão com o Espírito de Deus por
dinheiro, por prazer e por uma qualquer outra mórbida forma de satisfação.

Simão Pedro prostituiu-se para não ser capturado e morto com Jesus, mas
depois de revestido com o poder do Espírito Santo, recusou-se a prostituir
por dinheiro (Atos 8). Toda vez que alguém que se diz cristão, deliberada e
espontaneamente faz qualquer coisa contrária à palavra de Deus, para
ganhar algo ou não perder algo que tem, está se prostituindo.

Jesus tem que valer mais do que tudo em nossas vidas, e por ele temos que
renunciar a tudo. Enquanto houver alguma coisa no mundo, neste mundo,
que valha tanto ou tão mais do que Jesus, estamos sujeitos a nos prostituir
para tê-lo ou não perdê-lo.

Pecado não é somente uma transgressão à lei de Deus, como muitos


pensam e ensinam. Pecado não é somente o que não provém de fé. Pecado
é tudo o que fere, magoa e entristece o coração e o Espírito de Deus.

Toda vez que você faz alguma coisa, qualquer coisa, de forma consciente e
deliberada, que venha a magoar, entristecer o coração de Deus para
conseguir satisfazer uma necessidade, um desejo, um capricho, uma
"inclinação da carne" (concupiscência), você estará vendendo a sua fé,
sacrificando a sua comunhão e comunicação com Deus. A carne estará se
manifestando e dominando a sua vida, a sua alma, o seu espírito.

(2) “Impureza” (gr. akatharsia), pecados sexuais, atos pecaminosos e


vícios, inclusive maus pensamentos e desejos do coração (Ef 5.3; Cl 3.5).

Impureza é sujeira, é escória, é o que atrapalha, é o que está destoando do


conjunto. Um feijão no meio de muitos feijões não é impureza, mas um
feijão no meio de um monte de arroz é sujeira, é impureza, porque não se
cozinha feijão com arroz.

Assim, impureza no sentido bíblico, é relacionada ao mau uso da


sexualidade humana. E isto é uma coisa, infelizmente, comum e até normal
nos dias atuais. Muitas vezes, inclusive, é incentivado nas propagandas
contra as doenças sexualmente transmissíveis. "Faça o uso que quiser de
seu corpo e sua sexualidade, mas não transmita e nem adquira doenças" é a
tônica das campanhas. As novelas, os filmes, as leituras, as conversas das
rodas de bar, são onde encontramos incentivos para tal prática que tem
desastrosas conseqüências para o ser humano em família.

Os seres humanos (inclusive, talvez, eu e você) tem sido transformados em


objetos, em coisas, em brinquedos sem alma, sem aspirações, sem desejos,
com o único propósito de satisfazer nossos desejos e caprichos e também
desejos e caprichos alheios.

15
Homens, com olhos cheios de impureza, olham apenas seios, nádegas e
coxas das mulheres que incentivam essa prática insinuando-se com roupas
que mostram "porções generosas" de seus corpos.

Se por um lado tem se tornado comum que homens vejam mulheres como
brinquedos sexuais, de outro mulheres tem se reduzido a tais objetos
quando incentivam tais práticas.

Com a liberação sexual, a quebra de tabus, e a diminuição da repressão


sexual, um fenômeno inverso tem ocorrido: homens que se sujeitam a se
rebaixam também à condição de brinquedos sexuais das mulheres. Às
vezes, por dinheiro, o que se classifica como prostituição.

Homens e mulheres são despidos, viciados, abusados, usados, explorados


com os olhos da imaginação.

Quais as imagens que vem a tua mente quando estás deitado? Quais são os
sonhos e os desejos secretos e inconfessáveis que te assaltam na tua
solidão enquanto esperas o teu sono?

No secreto de teu coração, no esconderijo de tua mente, o que vês? Para o


que olhas? Quais os atos que aspiras praticar? São santos? São agradáveis a
Deus? São louváveis? Podem ser conhecidos e confidenciados?

É comum que se pense que se assim for é impossível ao ser humano


manter-se puro. E realmente é, daí porque a bíblia diz que a salvação é
impossível aos homens (Mt 19).

Quando formos dominados, subjugados, transformados pelo Espírito de Deus


(Rm 12), poderemos ver as mulheres como elas são: mulheres. Mulheres
com emoções, desejos, vontades, aspirações: alma, e não somente como
bonecas, brinquedos, objetos, coisas. O mesmo também para as mulheres
que se contaminam com a perniciosa mensagem das novelas e dos filmes
mundanos, imaginando desfrutar de um homem a cada semana.

Nossos olhos são a janela de nossa alma. Se nosso interior for limpo, tudo o
mais será limpo. Mas se nosso interior for impuro, tudo nos será impuro.

O mau uso de nossa sexualidade só nos traz conseqüências destrutivas.


Somente dor e tristeza.

"Ainda que o pecado lhe seja doce na boca, ainda que ele o esconda debaixo
da sua língua, ainda que não o queira largar, antes o retenha na sua boca,
contudo a sua comida se transforma nas suas entranhas; dentro dele se
torna em fel de áspides." (Jó 20:12-14)

(3) “Lascívia” (gr. aselgeia), i.e., sensualidade. É a pessoa seguir suas


próprias paixões e maus desejos a ponto de perder a vergonha e a decência
(2 Co 12.21).

16
Depois de toda a exposição acerca da impureza, não resta muito a se falar
sobre a lascívia. Enquanto que a impureza se opera no plano abstrato, na
imaginação, na mente, no coração e nos pensamentos, a lascívia é a prática
de atos sexuais sem a pureza e a santidade colocadas na Bíblia para a
consecução do "serão os dois uma só carne" (Gn 2:24).

O relacionamento sexual, acredito não tem sido muito bem compreendido


pelos membros de nossas igrejas. Em parte por causa de falta de preparo
dos líderes das igrejas, que não tem também um conhecimento suficiente
para se sentirem seguros para ministrar sobre o assunto.

O relacionamento sexual não tem fins meramente reprodutivos, como


querem alguns, e não deve ser mera fonte de prazer como muitos o
consideram.

O relacionamento sexual tem vários objetivos que foram instituídos pelo


próprio Deus. Este é um lado da moeda. O outro é a lascívia, a escravidão
sexual, a degradação, o excesso, o mau-uso da sexualidade. Isto é, se por
um lado temos uma total condenação e repressão da utilização de
sexualidade humana, de outro, temos um excessivo e desregrado uso, que é
igualmente destrutivo e fonte de angústias e sofrimentos.

Num relacionamento sexual, os pares devem se preocupar mais com o


prazer que podem proporcionar do que o prazer que querem e podem obter.
A lascívia faz com que a pessoa se preocupe somente com o próprio prazer,
e isto de uma forma excessiva, desregrada (sem regras, sem limites e sem
medir as conseqüências). Pessoas há que se relacionam com animais, com
vários parceiros, com pessoas do mesmo sexo, usando objetos, assistindo
filmes e vendo revistas pornográficas. Tudo isto é lascívia.

A lascívia é uma água que não sacia, é uma água que dá mais sede, e cada
vez que as pessoas se entregam à lascívia, mais são envolvidas por ela,
mais são tragadas, são viciadas, controladas, dominadas, escravizadas. É
uma escada que leva as pessoas cada vez mais para baixo.

A pessoa que é dominada pela lascívia é aquela que está sempre "em busca
de novas emoções", porque o que tem logo perde o gosto e a graça. E nessa
busca, deixa sua humanidade para se tornar menos e pior do que os
animais.

Os filmes, as novelas, as propagandas estão cheios de elementos que


acalentam a lascívia, que sempre começa com um "pequeno desvio" que
descamba para longe da presença de Deus.

O mundo incentiva e alardeia o mau uso de nossa sexualidade, e, em alguns


atos, dá a entender que seria uma forma de ser feliz. Mas são apenas umas
flores que se colocam sobre as correntes que prendem as pessoas que se
tornam escravas da lascívia.

17
Tem um cena de um filme do Batman, que retrata e denuncia essas
correntes. Nela, o Coringa grita: o riso que vês em meus lábios apenas
escondem a tristeza que carrego no meu peito (ou coisa parecida). Assim é
o mundo.

A impureza é o começo da lascívia e o fim do caminho é a escuridão das


trevas, a frustração, a angústia, a dor e o sofrimento.

"Ainda que o mal lhe seja doce na boca, ainda que ele o esconda debaixo da
sua língua, ainda que não o queira largar, antes o retenha na sua boca,
contudo a sua comida se transforma nas suas entranhas; dentro dele se
torna em fel de áspides." (Jó 20:12-14)

(4) “Idolatria” (gr. Ei dololatria), i.e., a adoração de espíritos, pessoas ou


ídolos, e também a confiança numa pessoa, instituição ou objeto como se
tivesse autoridade igual ou maior que Deus e sua Palavra (Cl 3.5).

Normalmente os cristãos lêem Jeremias 10 ou Salmos 115, e entendem que


idolatria se reduz e se resume ao ajoelhar-se perante imagens de pedra ou
madeira, e lhe dirigir orações, esperando comunicar-se com o que o ídolo
representa.

O Senhor nosso Deus é soberano, é absoluto, é total, é completo. E assim


Ele deve ser adorado.

Mas o ser humano é idólatra por sua natureza pecaminosa. Sente a incrível
necessidade de ver, de visualizar, de ter contato com algo mais que os olhos
da fé podem mostrar.

Todas as religiões do mundo antigo e moderno, à exceção do judaísmo, têm


imagens representativas de seus deuses.

No cristianismo, à exceção do catolicismo, não se fazem imagens de


escultura representativas de Deus.

E Deus proibiu a edificação, a construção, a elaboração de imagens


representativas de sua deidade (fato de ser Deus), porque em nenhuma
imagem há lugar e espaço para conter toda a sua divindade. Deus, o nosso
Deus, é onipotente, onisciente e onipresente.

O outro sentido da palavra idolatria, ignorado pela maioria dos cristãos, é o


que se interpõe entre o ser humano e Deus.

Deus é soberano, completo, total e absoluto. E qualquer motivo, qualquer


elemento, qualquer pessoa, qualquer coisa que valha mais ou tanto quanto
Deus é idolatria.

É por isso que a Bíblia chama de idolatria a avareza: quando as pessoas


esquecem-se de adorar e glorificar Deus, por causa do dinheiro.

18
Deus tem que valer mais do que tudo. Mais do que a tua casa, tua conta
bancária, teu carro (novo ou velho), tua chácara, teu emprego, teu próprio
corpo, tua vida, teus sonhos, tuas aspirações, teus projetos de vida. Deus
deve valer mais do que tudo, se assim não for, há idolatria em teu coração.

São ídolos tudo que se interpõe entre você e Deus. Deus tem que vir em
primeiro, e antes de tudo.

Percebe agora como temos milhares de idólatras dentro de nossas igrejas?


Pessoas que preferem magoar, ofender, ferir e entristecer o coração de Deus
para não perderem tempo, dinheiro, carros, o respeito ou a amizade de
alguém, o prazer de ver uma novela ou um filme. Pessoas que preferem
magoar e ferir o coração de Deus a passarem por perdas e humilhações. As
suas casas, a sua honra, ou o amor-próprio valem mais do que Deus.

E milhares já abandonaram as igrejas por causa do objeto de sua idolatria:


dinheiro, posição social, homens ou mulheres, família.

Deus que vir em primeiro lugar. Se assim não for, Deus não é o primeiro,
não é absoluto em tua vida, não é teu Senhor.

Oportuno colocar que há muitos que não tem consciência de que Deus não é
o primeiro, o Senhor. Acreditam que realmente Deus esteja à frente de suas
vidas. Há alguma coisa que vale mais do que Deus para ti? Se um dia você
for colocado contra a parede, e tiver que escolher entre Deus e outra coisa,
e escolher esse outra coisa (talvez a própria vida - Mt.26:69-75), esse será
o objeto de tua idolatria.

Todos os dias cristãos do mundo todo trocam a fidelidade, e a comunhão


com o espírito de Deus por dinheiro, por prazer, pela satisfação de uma
vingança. São os ídolos que estão adorando sem o saber.

Agora você já sabe o que é idolatria. Você tem algum ídolo? Algo que valha
mais do que Deus?

"Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos
serão acrescentadas." (Mt.6:33)

(5) “Feitiçarias” (gr. pharmakeia), espiritismo, magia negra, adoração de


demônios e o uso de drogas e outros materiais, na prática da feitiçaria (Êx
7.11,22; 8.18; Ap 9.21; 18.23).

O ser humano é inseguro por natureza, é fraco e medroso. Mas também é


ambicioso, orgulhoso e vaidoso. Quer ser mais, e melhor do que tudo e
todos. E por isso, o oculto, o proibido, o ultrapassar os limites sempre
esteve presente no curso da humanidade.

A cobiça do ser humano desafia-o a conhecer o desconhecido, a pisar em


solo perigoso, a brincar com forças que não pode subjugar ou controlar.

19
Por que vai em busca dessas coisas? Por causa da três coisas que o mundo
cultua: o prazer, o poder e a fama. Querem ser ricos, bonitos e famosos.
Querem ser invejados, admirados, ser comentário da sociedade. O desejo de
ter poder, de ter todas as vontades satisfeitas, leva muitas pessoas a
desprezarem a própria vida, e a própria liberdade. Querem se sentir fortes,
intocáveis, invencíveis, invulneráveis, infalíveis, vencedores, olhar todos com
soberba e arrogância.

O sucesso é objeto perseguido pela maior parte dos seres humanos. Eles
acham que o sucesso é uma espécie de arco-íris, onde a felicidade estará
escondida num pote de ouro. Então, os desavisados, para conseguir o
sucesso que almejam para suas vidas, recorrem à feitiçaria. Não querem
correr o risco de sofrer um fracasso. Não querem o risco de que alguma
coisa não vá dar certo. Não querem ser objeto dos comentários maldosos de
outrem, e nem querem ser vistos como fracassados. Não querem sentir a
humilhação de um fracasso. Tem medo de serem objeto de chacotas e
deboches. E isto não somente em grandes projetos de vida. Mas também,
motivados pelo orgulho e pela arrogância, até mesmo em pequenas coisas.

Há nos seres humanos uma ponta de desejo de serem invejados, admirados,


respeitados como vencedores. Ser o objeto dos comentários e dos suspiros
de outrem.

Ao lado dos rituais declaradamente satânicos, há, contudo, uma outra faceta
mais "soft" de feitiçaria, mais dissimulada, mais aceita e até incentivada:
astrologia (horóscopo), a necromancia e a consulta dos espíritos.

Dentro do que a Bíblia chama de feitiçaria, estão todas as práticas


relacionadas ao contato com os espíritos e de previsão do futuro.

Pessoas inescrupulosas, atrás de lucro fácil, enganam pessoas ingênuas


falando-lhes aquilo que querem ouvir. Os que são explorados e enganados,
na verdade o são pelo próprio desejo de ter as expectativas realizadas, de
ter alguém que lhes diga: vai dar tudo certo, vai em frente.

Medo... o medo faz com que as pessoas ajam de forma irracional em certos
casos. O medo do futuro, o medo do fracasso, o medo da dor faz com que
busquem na feitiçaria alguma certeza de que o objeto de seus medos não as
encontre mais à frente.

Medo... quando as pessoas são pressionadas, são colocadas em situações


em que tem que escolher, que decidir sobre o que fazer, como fazer, elas
tem medo. Medo de errar, de passar ou causar dor e sofrimento, de perder o
que tem, ou de não conseguir o que querem. Então elas recorrem ao
ocultismo, à feitiçaria para ter certeza de conseguir o sucesso em suas
empreitadas.

Na vida do cristão não há sorte, não há azar. Existe a benção e a direção de


Deus. Se temos medo do futuro, é porque há alguma coisa que não está de

20
acordo com a Bíblia. Ou não estamos confiando em Deus, que pode cuidar
de nós, ou estamos fazendo algo que a Bíblia condena.

Tua vida está de acordo com a Bíblia diz? Tua vida está nas mãos de Deus?
Então, não temas, porque o Senhor é contigo. Nesta questão, não adianta
mentir. Daí porque o Salmista pergunta para Deus se há alguma coisa
contra Deus em sua vida (Salmos 139). Em caso contrário, a feitiçaria não
vai poder te livrar das funestas conseqüências de teus atos, porque quem
semeia ventos, colhe tempestades (Oséias 8:7).

(6) “Inimizades” (gr. echthra), i.e., intenções e ações fortemente hostis;


antipatia e inimizade extremas.

A convivência em sociedade nunca foi fácil e nunca será.

O comportamento humano sempre foi pautado por traições, mesquinharias,


enganos, tropeços.

O ser humano é extremamente melindroso, e se ofende, e se sente


ameaçado por pouca coisa, às vezes por quase nada. Algumas vezes por
nada.

A já comentada insegurança da alma do ser humano, às vezes o leva a


tangenciar a paranóia, fazendo-o pensar que há pessoas que querem
prejudicá-las, afligi-las, machucá-las, atingi-las, roubá-las, matá-las. Assim,
às vezes, uma falta de cumprimento, é suficiente para desencadear um
processo que pode acarretar rompimento de relacionamentos.

Nossos olhos são a janela de nossa alma, e o que vemos depende de nosso
estado de espírito, do que somos e das circunstâncias em que ocorrem os
fatos.

Nós filtramos, interpretamos o que vemos, e às vezes, chegamos a


conclusões totalmente erradas. Construímos toda uma situação de maldade,
toda uma cadeia de intrigas, toda uma fundamentação e o conluio de
pessoas que se unem para nos prejudicar, nos ludibriar, que às vezes não
corresponde à realidade dos fatos. Vemos intenções que somente existem
na nossa imaginação.

Por que estou falando sobre isto? Porque "inimizade" é um conceito ativo,
não um conceito passivo. Isto é, no mais das vezes, não são as pessoas que
se declaram nossas não-amigas. Lógico que há situações em que não tem
como deixarmos de reconhecer inimigas porque elas assim se declaram e
praticam atos de inimizades. Mas, no mais das vezes, nós é que "sentimos"
que as pessoas são ou se tornaram nossas inimigas.

Por um motivo ou outro de menos importância, passamos a antipatizar com


algumas pessoas. A acreditar que elas têm algo contra nós, e que, assim,
não querem o nosso bem.ou pelo menos, não se interessam com o nosso
bem-estar.

21
Há que se diferenciar quem são efetivamente, nossos inimigos, e quem são
aqueles que consideramos, elegemos, como nossos inimigos.

Quando as pessoas à nossa volta deliberada e intencionalmente querem nos


prejudicar e fazem coisas no intuito de nos acrescentar dores e aflições,
inegável que são nossas inimigas, e que por isso mesmo devemos amá-las
(Mt 6:44).

A carne opera quando, seguindo nossa essência má e egoísta,


consideramos, elegemos nossos irmãos como inimigos, e procuramos nos
afastar deles, deixamos de nos preocupar com elas. E chegamos até a sentir
uma ponta de satisfação se eles passarem por dores e aflições.

Inimizade é obra da carne. Você tem sido amigo(a) de teus irmãos? As


pessoas da igreja são tuas amigas? As pessoas da igreja têm a ti como
amigo(a)?

Existem três sentimentos que podemos sentir em relação às pessoas que


estão nas igrejas: amor, ódio e indiferença. De longe, é possível concluir que
o sentimento mais comum e a indiferença.

Tanto faz como tanto fez se as pessoas estão na igreja ou não. Indiferença é
uma forma da inimizade de que fala a Bíblia.

Temos que amar, e sermos amigos das pessoas que estão na igreja. Não
importa se elas se importam conosco ou não, se nos amam ou não. Nós
temos que amá-las, e ajudá-las, e nos importarmos com ela. O que foge
disto não é amor.

Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de


toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. E o segundo, semelhante a
este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. (Mt 22:37-39)

(7) “Porfias” (gr. eris), i.e., brigas, oposição, luta por superioridade (Rm
1.29; 1Co 1.11; 3.3).

"Contenda" se enquadra neste contexto. A Bíblia diz que houve "contenda"


entre os pastores de gado de Abrão, e os pastores de gado de Ló (Gn.13:7).
O mesmo ocorreu entre os pastores da terra de Gerar, e os pastores de
Isaque (Gn.26:20). Ainda em Gênesis 31:36, encontramos que Jacó
contendeu com Labão. E assim, sucessivamente, vemos muitas contendas
na história do Antigo Testamento.

Afinal, o que é contenda? É uma coisa muito comum na igreja, entre seus
membros, que não sabem que é uma obra da carne (ou não dão
importância), e que somente ocorre com quem está na carne, e, portanto,
fora do domínio do Espírito.

22
Levados pelo calor das emoções, são capazes de acusar irmãos de estarem
sob a ação de demônios, cometendo heresia, de levar qualquer bobagem
sem importância aos líderes (pastores, diretoria, ou coisa semelhante) da
igreja, e de exigir a cabeça do ofensor.

Contendas são brigas, desentendimentos, desavenças, discussões. São


produtos de almas feridas, espíritos magoados. Gente que por um motivo ou
outro, se sente ofendido, humilhado, e passam a dar o troco na mesma
moeda, uma retaliação exemplar. Querem vingança, porque não podem
deixar o assunto por isso mesmo. Isso são contendas.

No mais das vezes, as contendas causam o ROMPIMENTO DE RELAÇÕES. Os


envolvidos não são capazes de PERDOAR a humilhação, a ofensa, o
desentendimento, as diferenças de ponto de vista. Esta é a causa da origem
de CENTENAS de agremiações religiosas que proliferam a cada dia em todo
o mundo.

Gente que se sente rebaixada, humilhada, ofendida, que NÃO SUPORTA o


tratamento (muitas vezes injusto, outras vezes, não) que lhe foi dispensado
por um ou por outro irmão ou líder da igreja onde está congregando, e
decide sair dessa igreja, e FUNDAR uma outra. Com os mesmos princípios,
os mesmos valores, a mesma doutrina, talvez o mesmo estatuto. Só o nome
é diferente. E o líder também. O fundador da nova "igrejinha", antes era
parte de uma liderança. Agora é O LÍDER, o pastor-presidente, ou cargo que
o valha. Enfim, o cara que manda, que assina o cheque; o cara que decide.

Os que se metem em contendas não sendo da liderança da igreja,


normalmente se afastam dela. Algumas vezes vão freqüentar outras igrejas.
Na maioria das vezes, deixam-na em definitivo.

Os motivos que elegem para a sua atitude são os mais diversos e variados.
Mas todos eles passam pelo orgulho, pela soberba, pela arrogância. Pela
incapacidade de reconhecer ou aceitar que foi cometido um erro, e, assim,
proceder o perdão.

No fundo, as contendas são fruto da falta de amor. Amor por Deus, amor
pelas almas, amor pela obra, amor pelos irmãos, que fazem com que não
suportem mais presença dos desafetos, não são capazes de perdoar erros e
pecados.

Entende por que a Bíblia diz em muitas partes que o amor encobre os
pecados (Pv 10:12, I Pe 4:8)?

Quando somos envolvidos, tomados, agarrados, enchidos e dominados pelo


Espírito de Deus, a carne não tem mais poder sobre nós. Quando os
esvaziamos do Poder, da Graça e da comunhão com Espírito de Deus, então
a carne opera, e frutifica em nossos corações, em nossa vida, as obras da
carne.

Não permita que as obras da carne tomem conta de ti. Viva em espírito.

23
(8) “Emulações” (gr. zelos), ressentimento, inveja amarga do sucesso dos
outros (Rm 13.13; 1Co 3.3).

(9) “Iras” (gr. thumos), ira ou fúria explosiva que irrompe através de
palavras e ações violentas (Cl 3.8).

A coisa mais fácil do mundo é se deixar dominar pela carne. Para tanto, não
se precisa fazer nada. A carne é como a erva má. Não precisa ser plantada,
nasce em qualquer lugar, não carece de cuidados, e toma conta de tudo.

Em relação à ira, penso ser importante delimitarmos o que é a ira, para


depois saber como lidar com ela. Mas antes de colocarmos o que é a ira,
penso que é igualmente importante colocar quais são as situações em que
ela aparece.

Normalmente ficamos com raiva quando: a) somos flagrados no erro (tipo


ser multado no trânsito, ou chegar atrasado e não poder fazer um exame);
b) o time para o qual torcemos perde a final do campeonato; c) um filho ou
subordinado nos desobedece; d) não conseguimos ser aprovados num
exame; e) somos tratados com aspereza, estupidez ou grosseria; f) somos
afrontados, injuriados, injustiçados, humilhados; g) ocorrem dezenas de
outras situações que não nos é possível colocar agora.

Todas essas situações despertam em nós um sentimento de raiva, em maior


ou menor grau. Isto é, a raiva é sempre uma REAÇÃO diante de uma
situação adversa, e pode ser em maior ou menor grau. Mais ou menos como
uma reação alérgica. Vão desde simples coceira até um choque anafilático.
Mas nem por isso deixam de ser malévolos ou malignos.

No caso da raiva, a menor das reações é um aborrecimento, e podem chegar


a ponto de se matar uma pessoa, causar uma destruição total.

No livro COMO VENCER A DEPRESSÃO, Tim La Haye informa que a raiva é


um dos estágios ou etapas iniciais da depressão.

Sendo emoção, não temos controle sobre o seu surgimento. Mas podemos
controlar sua EXPANSÃO. Um exemplo: estamos no trânsito, uma motorista
comete uma infração, uma barbeiragem, e nos causa um susto. Surge a
raiva. Podemos deixar que ela tome conta de nós, e xingarmos o motorista e
a mãe dele ou podemos nos controlar, agradecer pelo ocorrido e pedir a
misericórdia e a benção de Deus sobre ele.

E assim, no dia-a-dia, temos dezenas de desapontamentos, injustiça e


frustrações capazes de liberar a raiva, e que causam em nós desde um
simples aborrecimento até um ódio mortal.

Repito: quando a raiva surge em nós, diante das situações em que nós nos
encontramos, podemos nos deixar dominar por ela, ou podemos dominá-la e
deixarmo-nos ser dominados pela paz de Deus.

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Um detalhe: é possível não explodirmos no momento, mas guardar a raiva,
como se segurássemos uma válvula de panela de pressão. Hipótese em que
as conseqüências são muito mais graves de desastrosas.

Imagine a raiva como se fosse o veneno de um animal peçonhento. Um


animal que muda de acordo com a situação, podendo ser desde uma abelha,
uma vespa, até uma cobra cascavel, passando por escorpiões e aranhas. As
situações adversas fazem com que o veneno nos seja inoculado. A afronta, a
frustração, são as picadas destes animais. Podemos reagir no momento,
gritando, xingando, matando, destruindo, ou podemos guardar o veneno
dentro da gente, fazendo com que nossos órgãos internos apodreçam com o
passar do tempo ou podemos agradecer a Deus por todas as coisas, boas ou
más, e permitir que o Espírito de Deus nos encha com a sua paz.

Em qualquer caso é importante reconhecermos que podemos controlar a


raiva, se e quando formos controlados pelo Espírito de Deus, e se o Espírito
de Deus não habitar em nós, estamos à mercê das obras da carne, entre as
quais, a raiva.

(10) “Pelejas” (gr. eritheia), ambição egoísta e a cobiça do poder (2Co


12.20; Fp 1.16,17).

(11) “Dissensões” (gr. dichostasia), introduzir ensinos cismáticos na


congregação sem qualquer respaldo na Palavra de Deus (Rm 16.17).

(12) “Heresias” (gr. hairesis), grupos divididos dentro da congregação,


formando conluios egoístas que destroem a unidade da igreja (1Co 11.19).

Heresias são ofensas a princípios religiosos. Hereges são aqueles que vão
contra valores religiosos. Voltaremos ao tema.

O Apóstolo trata das discórdias, dissensões e facções como a evolução de


uma doença. Doença esta que está se alastrando rápida e
descontroladamente nas igrejas de Cristo.

Trabalhar com gente é a pior coisa que existe. Pessoas são melindrosas, são
suscetíveis, são sensíveis e volúveis, magoam-se e sentem-se feridas e
ofendidas por pouca coisa. Às vezes por nada.

A igreja é uma ORGANIZAÇÃO. É um conjunto. A Bíblia fala em "corpo" (I Co


12). Esse corpo deve ser COMANDADO, DIRIGIDO, GERENCIADO,
ADMINISTRADO por uma PARTE. E deve trabalhar em HARMONIA. Em
resumo: o corpo deve ter um comandante, cujas decisões devem ser
aceitas, acatadas, obedecidas pelo CONJUNTO.

É aqui que a coisa pega. Um corpo vivo tem suas partes COLADAS,
GRUDADAS, são parte integrante de um TODO INDIVISÍVEL, mas os
membros da igreja, não. Nasceram em separado, e, de acordo com o
amadurecimento espiritual, de acordo com a santificação, é que eles vão se

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tornando (ao longo do tempo) um só. E enquanto isto não ocorre, essas
partes (cada membro individual) são ainda pedaços destacáveis, isto é,
ainda "saem" de seus lugares como se fossem uma roda de carro com os
parafusos frouxos. Entende o que quero dizer?

A obra da carne se manifesta quando, por um motivo ou outro, um membro


semeia DISCÓRDIA por causa de algo que está acontecendo no Corpo.
Talvez a aplicação do dinheiro, ou tratamento dispensado a determinado
irmão, ou a forma como um culto foi dirigido, enfim, qualquer motivo
importante ou não. Discordar é um direito que todos nós temos. Condenar é
um direito que nenhum de nós tem.

O irmão que está insatisfeito com o desenrolar dos acontecimentos,


sentindo-se injustiçado, começa a RECLAMAR com um irmão e outro (daí a
palavra "peleja" que encontramos em algumas versões), e se forma uma
dissensão, uma falta de consenso sobre o assunto. Uns achando que deve
feito assim, e outros achando que deve ser feito assado. E se o pastor (ou
dirigente, ou ancião, ou o ungido de Deus) não tiver a sabedoria e o bom
senso de administrar a discórdia, que já não é mais uma simples discórdia,
mas um assunto no qual toda a igreja já está envolvida, a coisa vai evoluir
até que se formem as facções ou partidos: os do contra, os a favor, os de
consenso, e os sem-opinião e opinião-formada. Isto se não houver mais
alguns grupos.

A falta de perdão, a falta de amor, a falta de humildade, então, faz com que
um grupo decida sair da igreja, ir para outra (menos mau), ou sair de vez da
Igreja ou (o mais grave e objeto da presente mensagem) fundar um novo
grupo religioso, que se diz cristão, ou evangélico, requerendo para si as
bênçãos de Deus, e alardeando que a sua criação decorreu de uma expressa
e direta vontade de Deus, que foi Deus quem dirigiu tudo.

Aqui entra o sentido da palavra heresia: é contrário ao Espírito, à intenção


de Deus e aos princípios Bíblicos que pessoas magoadas, insatisfeitas, ou
que sentem injustiçadas fundem igrejas para massagear o próprio ego, e
fazer justiça com as próprias mãos.

Amar é suportar diferenças, respeitar opiniões e aceitar defeitos.

(13) “Invejas” (gr. fthonos), antipatia ressentida contra outra pessoa que
possui algo que não temos e queremos.

Toda a humanidade sofre de uma doença congênita e hereditária chamada


"pecado". Ela nasce com o ser humano, e está entranhada no mais profundo
de seu ser. As manifestações do pecado são múltiplas e multiformes. A
inveja é apenas uma delas.

Ocorre que a maioria das pessoas tem uma idéia meio "oblonga-
arredondada" sobre uma grande parte dos termos e conceitos usados
correntemente. É o caso da inveja, do amor, do ciúme, do romantismo e
milhares de outros. "Todo mundo" fala sobre isto, mas quando pedimos para

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que sejam definidos, conceituados, quase ninguém consegue, porque quase
ninguém sabe. E quem se arrisca a fazer uma colocação sobre o termo,
começa dizendo "pra mim".

O que é a inveja? Inveja é uma emoção, como quase todos as obras da


carne. Uma emoção que é um misto de vários fatores: vaidade, cobiça,
frustração (incapacidade) e ódio (ou raiva).

Vaidade porque o invejoso é uma pessoa que quer sempre ser o melhor em
tudo, o centro das atenções, o objeto dos comentários e dos suspiros
alheios; quer ser invejado pelos demais. Nessa ânsia de ser admirado e
invejado, o invejoso está sempre querendo mostrar o que tem (mesmo que
não tenha), o que é (mesmo que não seja), e o que pode (mesmo que não
possa).

Cobiça porque nessa ânsia de ser invejado, o invejoso quer sempre o que
está além de suas posses e de suas capacidades.

Frustração porque o invejoso sofre por não ser ou ter o que acha que
deveria ser ou ter.

E assim, surge a raiva em seu coração, e assim, a necessidade descarregar


essa ira, essa raiva, essa frustração em forma de uma vontade de ferir, de
magoar, de destruir, de fazer sofrer.

A inveja sempre tem duas vítimas: o próprio invejoso, e a pessoa de quem o


invejoso sente inveja.

O invejoso é sempre uma vítima de seu sentimento maligno, porque o faz


sofrer. Remói a sua incapacidade, se martiriza e é infeliz por que não se
contenta com o que é e nem com o que tem.

E a inveja sempre tem outra vítima: a pessoa de quem o invejoso sente


inveja. O invejoso sempre ELEGE alguém que tenha algo que o faça ser
amado, querido e desejado. Algo que o torne popular. Uma popularidade
que o invejoso quer ter a qualquer custo: uma mulher bonita ou um marido
bonito, sucesso, um carro, uma voz sedosa, um bom emprego, bons filhos,
uma roupa bonita.

Na história dos reis de Judá e de Israel sempre esteve presente a inveja.


Leia os livros de Samuel, Reis e Crônicas e descubra o quanto a inveja fez
matar e destruir.

Mesmo que não o perceba, ou admita, o invejoso culpa a pessoa invejada


pelo seu insucesso, pela sua dor e sua frustração. E aí vem a raiva, o ódio, o
desejo de magoar, ferir, fazer sofrer e destruir o "culpado" pelo fracasso
desse invejoso em sua ânsia de ser o centro das atenções, o vencedor, o
aclamado pelas multidões.

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Todas estas manifestações e colocações que aqui faço nunca aparecem em
suas exatas proporções. Isto é, não é porque tudo o que coloco não aparece
é que a inveja deixa de existir. Mas as colocações que agora faço podem
aparecer em maior ou menor grau.

O problema maior da inveja são as suas conseqüências. Há pessoas que


conseguem dissimular e esconder a sua inveja, e não causam nenhum mal
senão a si próprio. Mas, na maioria das vezes a inveja causa dor e
destruição. O invejoso sempre dá um jeito de se vingar do invejado, de lhe
causar alguma forma de dor e sofrimento (humilhação e constrangimento
são os mais comuns).

O invejoso sente uma mórbida satisfação em ver o sofrimento e a dor do


invejado. Isso se chama "perversidade".

Pregadores e cantores invejosos estão sempre a apontar os erros e os


deslizes de quem sentem inveja, e estão sempre tentando expô-los ao
ridículo, não raro distribuindo e fomentando (ou fermentando) "informações
inverídicas ou distorcidas" (popular "fofoca").

Se você sofre desta doença, reconheça-a, confesse-a e busque a cura. Evite


sofrer.

(14) “Homicídios” (gr. phonos), matar o próximo por perversidade. A


tradução do termo phonos na Bíblia de Almeida está embutida na tradução
de methe, a seguir, por tratar-se de práticas conexas.

(15) “Bebedices” (gr. methe), descontrole das faculdades físicas e mentais


por meio de bebida embriagante.

Há uma confusão muito grande entre os cristãos em muitos assuntos, cada


um interpretando a Palavra de Deus de acordo com as suas convicções, seus
valores e seus sentimentos. Às vezes de acordo com os seus desejos e
aspirações nem sempre muito louváveis.

"Beber é pecado?" É a dúvida que assola milhares de cristãos no mundo


todo. Os que são a favor do enquadramento da bebida no rol dos pecados
têm vários versículos que servem como fundamento. Por outro lado, os
defensores da bebida alegam que Jesus transformou água em vinho, e que o
problema estaria no excesso (tudo me é lícito, mas nem todas me convêm -
I Co 6:12).

Para a infelicidade do primeiro grupo, meu entendimento é que realmente o


problema não está na bebida em si, como também o problema não está nas
facas ou no dinheiro. O problema está em seu mau uso.

Todas as afirmações dos cristãos sobre Deus têm que estar,


obrigatoriamente, pautadas, fundamentadas, embasadas na Bíblia. E não há
um só versículo na Bíblia que diga que seu consumo é contrário aos
desígnios ou à intenção de Deus, que diga que "beber é pecado". Assim os

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que são contrários ao consumo do álcool se apegam a versículos
circunstanciais, que colocam os malefícios do uso do álcool.

"Ótimo! Então eu posso beber, não é"? Pode ser a tua conclusão. Com a qual
eu não concordo.

O álcool tem algumas propriedades especiais. Causam alguns efeitos nos


animais. O primeiro deles é o relaxamento. O álcool é uma substância
vasodilatadora. Faz com que as veias e artérias fiquem mais grossas,
deixando passar sangue com mais facilidade. Por isso que nos dias frios, diz-
se que o "álcool esquenta". E tem também o efeito desinibidor. As pessoas
que consomem álcool ficam mais corajosas, menos tímidas. Conseguem
expressar e ser de um jeito que não seriam sem o álcool. Esses são alguns
aspectos. Entro os outros, torna as pessoas inconvenientes, inoportunas,
soberbas, arrogantes e, principalmente, inconseqüentes, não se importando
com as desastrosas conseqüências de seus atos.

Outro aspecto que não pode ser desprezado é que o álcool vicia. Torna as
pessoas dependentes, escravas de seu uso.

"Mas se beber socialmente, ou por esporte, tais problemas não existem",


pode ser outra conclusão, fadada ao fracasso.

Os aspectos maléficos do álcool são maiores do que os benéficos. O uso do


álcool deve ser uma exceção, e não a regra. Algumas pessoas são mais
suscetíveis, mais sensíveis ao uso do álcool do que outras.

Quando a Bíblia coloca as bebedeiras entre as obras da carne, o faz tendo


em vista as situações em que o álcool torna as pessoas inconvenientes,
inoportunas, soberbas, arrogantes ou inconseqüentes. Pior: quando
escraviza.

Várias pessoas usam o álcool como escapismo, como forma de fugir da


realidade, dos problemas, das pressões da vida.

Como o álcool tem a propriedade de tornar as pessoas mais leves, mais


soltas, dando a sensação de euforia, tornando-as mais corajosas (acredito
que "inconseqüentes" seria mais cabível) e desinibidas, o "beber
socialmente" pode evoluir para o vício, conduzir para a escravidão ao longo
dos anos. Pessoas que bebem somente nos finais de semana podem ser
tentados a beber também pela noite, e assim beber todas as noites, e beber
nos almoços, e assim conduzir à dependência.

O "de vez em quando" pode ter a freqüência diminuída, até que se torne
diário.

Para os cristãos, a pergunta que deve ser feita é: "por que beber?". Vai
ajudar em alguma coisa? Vai ser produtivo? Vai demonstrar a glória de
Deus? Vai ajudar a disseminar o amor e a gloria de Deus? Em outras
palavras: o uso do álcool deve ser sempre uma exceção, e não regra.

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(16) “Glutonarias” (gr. komos), diversões, festas com comida e bebida de
modo extravagante e desenfreado, envolvendo drogas, sexo e coisas
semelhantes. (ORGIAS)

Há muito pouco ou quase nada a se falar nas orgias como obras da carne.
Isto é, não são necessárias muitas explicações para se entender os motivos
e as razões pelos quais a Bíblia coloca a orgia como obra da carne.

A prática do relacionamento sexual do ser humano é uma benção, e uma


obrigação. Através do relacionamento sexual há a realização do "uma só
carne" que Deus determinou. E através dessa realização, temos o
cumprimento da obrigação: enchei toda a terra.

Contudo, na maior parte dos animais, o relacionamento sexual não é algo


prazeroso. No mais das vezes, é doloroso ou, no mínimo, destituído de
prazer. Os animais se relacionam porque há um "programa pré-
determinado" (instinto) pelo próprio Deus, que eles têm reproduzido desde
que foram criados.

Porque no ser humano é diferente? Porque Deus quis que quando ele
olhasse para seus filhos, tivesse prazer em vê-los. E não dor.

A Bíblia diz que todas as coisas que foram criadas por Deus são boas. Então
o relacionamento sexual, inato à condição animal, também tem que ser uma
coisa boa. Nesta linha de raciocínio, não pode estar certa a corrente de
pensamento que imagina e ensina que o relacionamento sexual é uma coisa
má, perversa, suja, imoral.

O perigo está em não se encontrar, não se conhecer o fiel da balança. A


linha divisória entre o santo e o profano, o belo e o pervertido, o desejável e
o condenável por Deus na Bíblia.

Infelizmente, essa linha divisória não é tão visível (ou tão conhecido) como
Deus esperava que fosse. Então, de um lado temos gente que diz que o
relacionamento sexual deve ser estritamente para a perpetuação da espécie
(reprodução). Uma coisa mecânica, fria, e dolorosa. De outro, temos gente
que pensa que Deus quer o coração. O corpo, não. Aí dá vazão à devassidão
e à sensualidade, praticando as orgias que a Bíblia condena.

Por que a orgia é obra da carne? O que é orgia? O que a Bíblia chama de
orgia? Dentro do conceito de orgia, na linha de raciocínio do texto estudado,
estão a impureza e a lascívia já estudadas. Contudo, além destes elementos,
a orgia compreende também a quebra da proposta da "uma só carne" de
Gênesis.

Toda vez que um ser humano se envolve num relacionamento sexual onde
não é possível, factível, os pares sexuais serem "uma só carne", estamos
diante de uma orgia. Assim, são orgias os relacionamentos sexuais de
pessoas de mesmo sexo, e de pessoas com animais ou mais de um parceiro.

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A Bíblia diz que quando nós nos unimos com uma prostituta, nos tornamos
uma só carne com ela (I Co 6:15-16). Nada impede que uma prostituta se
converta e seja santificada no nome santo do Senhor Jesus. Contudo será
impossível a realização do "uma só carne" com vários(as) parceiros(as), ou
com animais.

Gente que se envolve com orgias é gente que foi envolvida por um espírito
diabólico de lascívia e devassidão. São pessoas que se rebaixam a um nível
inferior ao de animais irracionais, porque estes são guiados pelos instintos
com os quais nasceram. E quem se deixa dominar pelos espíritos diabólicos
vai contra a natureza que Deus implantou no animal "ser humano", sendo
guiado pelos desejos, pela busca do prazer em todas as suas formas, e em
todos os graus, de todas as maneiras.

São pessoas enganadas, ludibriadas, trapaceadas pelo diabo, que oferece a


proposta de felicidade como sendo o prazer e a diversão. Levam ao extremo
a enganosa e destrutiva máxima de que "a felicidade não existe, o que
existem são momentos felizes".

Ainda que o mal lhe seja doce na boca, ainda que ele o esconda debaixo da
sua língua, ainda que não o queira largar, antes o retenha na sua boca,
contudo a sua comida se transforma nas suas entranhas; dentro dele se
torna em fel de áspides. (Jó 20:12-14)

O comportamento do Cristão deve ser linear, e de acordo com os princípios


bíblicos, com os ensinamentos de Jesus, e orientação do Espírito de Deus.

O cristão é uma pessoa que tem uma guerra dentro de sua alma, de seu
espírito. Duas naturezas guerreiam entre si: de um lado, o espírito carnal e
vendido sob a escravidão do pecado, que não aceita afrontas, que "não leva
desaforo para casa", que é preguiçoso, altivo, se aborrece facilmente, é
grosso, deseducado, estúpido, estourado, vive a gritar com todo mundo,
insatisfeito com tudo, reclamando de tudo, culpando o emprego, a casa onde
mora, o bairro onde mora, os parentes, a família pela própria infelicidade.
De outro lado, o Espírito de Deus, manso, pacífico, solícito, generoso,
preocupado com a felicidade daqueles que vivem ao seu redor, capaz de se
sacrificar pelos que ama.

O mundo das pessoas felizes é diferente do mundo das pessoas infelizes.


Que é feliz tem um semblante leve, seus olhos são brilhantes, seu rosto tem
um brilho diferente, e um sorriso aparece em seus lábios por qualquer coisa;
às vezes, pelo simples fato de estarmos ao seu lado. Quem é infeliz tem um
semblante pesado, seus olhos são soturnos, seu rosto é carregado, e um
sorriso é uma raridade em seus lábios.

Não adianta as pessoas alardearem aos quatro ventos, "tocando trombeta


diante de si", fazendo propaganda e dando testemunho de sua felicidade, se
seus atos, seu semblante, seus olhos traem as suas palavras.

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As igrejas estão cheias de pessoas que são infelizes, mas insistem em
alardear uma falsa, ilusória e fantasiosa felicidade. Pessoas preguiçosas,
deprimidas, reféns de seu gênio explosivo, ciumentas, e que aborrecem por
muito pouco, às vezes por nada. Estão sempre reclamando de tudo, mas
insistem em dizer: "graças a Deus que no céu encontraremos descanso".
Convenhamos, outra ilusão.

O que chamamos de carne é nossa natureza decaída, perversa, vendida sob


a escravidão do pecado, e que vai contra tudo o que é santo e agradável a
Deus. Quando uma pessoa briga, grita, xinga, manda todo mundo "pra
ponte que caiu", tem prazer e se diverte com a aflição alheia (principalmente
dos desafetos) nada mais está fazendo do que ser natural. Estas coisas são
naturais ao ser humano.

A lista de Gálatas 5:18-19 não é taxativa, não é fechada. Qualquer coisa que
fira, que magoe o Espírito de Deus é obra da carne. Por exemplo: grosseria
e indelicadeza são obras da carne, porque magoam. Hipersensibilidade
(magoar-se por qualquer coisa, às vezes por nada) também é, porque
demonstra um espírito fraco e medroso.

Quando estamos em dúvida, não devemos perguntar "é pecado?". Isto


demonstra que queremos fazer, mas temos medo de alguma conseqüência
futura. O desejo de fazer está em nós, mas nos contemos pelo medo que
possa acarretar.

Parte 3 - O SOFRIMENTO DOS JUSTOS.

Assim como Deus manda a chuva, o sol e outras bênçãos tanto sobre os
justos como sobre os injustos (Mateus 5:44-45), a Bíblia também ensina
que todos (sejam justos ou injustos) têm que sofrer as conseqüências do
pecado de Adão e Eva. Gênesis 3 registra o relato da queda de Adão e Eva.
As maldições caídas sobre a terra como resultado são relatados em Gênesis
3:16-19. Elas incluem a dor do parto, espinhos e cardos, comer o pão "no
suor do rosto", e, finalmente, morte. Estas maldições são universais. Todos
estão sujeitos a dor, tristeza, infelicidade e a morte que são o resultado,
não da crueldade ou indiferença por parte de Deus, mas da introdução do
pecado no mundo.

Existem, porém, duas espécies de sofrimentos pelos quais passam os seres


humanos na face da terra. O primeiro e mais terrível deles é o sofrimento
advindo do próprio pecado; nessa espécie de sofrimento não há
consolação, mas somente condenação, pois, quem o comente o faz
contrariando a própria natureza que Deus criou.

Porque tudo o que Deus faz é bom e todas as suas criaturas foram
destinadas a praticarem o bem e nunca o mal; não viver essa dimensão da
existência é incorrer em erro grave e perder-se a si mesmo por não seguir
o caminho traçado pelo Senhor, pois, todos serão julgados um dia pela lei
da liberdade e ai daqueles que forem julgados pelo mal que praticou, pois o
Senhor abomina aqueles que se dão ao mal.

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Eis o que está escrito no Salmo 5,5-7: “Não sois um Deus a quem agrade a
iniqüidade, não pode o mal morar convosco; nem os ímpios permanecer
perante os vossos olhos. Detestais o que pratica a iniqüidade e destruís o
mentiroso. Ó Senhor, abominais o sanguinário, o perverso e enganador”.

Já o segundo tipo de sofrimento é o sofrimento do justo. Este é sofrimento


salutar que o santifica e o leva a experimentar as consolações do Senhor
em meio às batalhas travadas contra o Mal e seus sequazes. Isto porque o
Senhor jamais desampara uma filha ou filho seu em suas dores. Quem
sofre porque é justo, inocente e puro, sabe que é grande a recompensa
que o aguarda e sabe também que o Senhor lhe é solidário em seu
sofrimento. “Aquilo que fizeres ao menor dos meus, é a mim que estás
fazendo”.

“Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem


e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-
vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim
perseguiram os profetas que vieram antes de vós”. (Mt 5,11-12).

A pessoa que está preocupada com o sofrimento dos justos precisa ler o
livro de Jó. Ele era um homem rico a quem Deus tinha abençoado
abundantemente. Jó 1:8 nos conta a estima de Deus por este homem:
"Perguntou ainda o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó?
Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e
reto, temente a Deus e que se desvia do mal."

Jó 2.7,8 "Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e feriu a Jó de uma


chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. E Jó, tomando
um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, assentou-se no meio da
cinza."

A fidelidade a Deus não é garantia de que o crente não passará por aflições,
dores e sofrimentos nesta vida (ver At 28.16 nota). Na realidade, Jesus
ensinou que tais coisas poderão acontecer ao crente (Jo 16.1-4,33; ver 2 Tm
3.12). A Bíblia contém numerosos exemplos de santos que passaram por
grandes sofrimentos, por diversas razões : José, Davi, Jó, Jeremias e Paulo.

POR QUE OS CRENTES SOFREM?

São diversas as razões porque os crentes sofrem.

(1) O crente experimenta sofrimento como uma decorrência da


queda de Adão e Eva. Quando o pecado entrou no mundo, entrou também
a dor, a tristeza, o conflito e, finalmente, a morte sobre o ser humano (Gn
3.16-19). A Bíblia afirma o seguinte: "Pelo que, como por um homem entrou
o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou
a todos os homens, por isso que todos pecaram" (Rm 5.12). Realmente, a
totalidade da criação geme sob os efeitos do pecado, e anseia por um novo
céu e nova terra (Rm 8.20-23; 2Pe 3.10-13). É nosso dever sempre
recorrermos à graça, fortaleza e consolo divinos (cf. 1Co 10.13).
33
(2) Certos crentes sofrem pela mesma razão que os descrentes
sofrem, conseqüência de seus próprios atos. A lei bíblica "Tudo o que o
homem semear, isso também ceifará" (Gl 6.7) aplica-se a todos de modo
geral. Se guiarmos com imprudência o nosso automóvel, poderemos sofrer
graves danos. Se não formos comedidos em nossos hábitos alimentares,
certamente vamos ter graves problemas de saúde. É nosso dever sempre
proceder com sabedoria e de acordo com a Palavra de Deus e evitar tudo o
que nos privaria do cuidado providente de Deus.

(3) O crente também sofre, pelo menos no seu espírito, por habitar
num mundo pecaminoso e corrompido. Por toda parte ao nosso redor
estão os efeitos do pecado. Sentimos aflição e angústia ao vermos o domínio
da iniqüidade sobre tantas vidas (ver Ez 9.4; At 17.16; 2 Pe 2.8). É nosso
dever orar a Deus para que Ele suplante vitoriosamente o poder do pecado.

(4) Os crentes enfrentam ataques do diabo.


(a) As Escrituras claramente mostram que Satanás, como "o deus deste
século" (2 Co 4.4), controla o presente século mau (1 Jo 5.19; Gl 1.4; Hb
2.14). Ele recebe permissão para afligir crentes de várias maneiras (1 Pe
5.8,9). Jó, um homem reto e temente a Deus, foi atormentado por Satanás
por permissão de Deus (Jó 1—2).
Jesus afirmou que uma das mulheres por Ele curada estava presa por
Satanás há dezoito anos (Lc 13.11,16). Paulo reconhecia que o seu espinho
na carne era "um mensageiro de Satanás, para me esbofetear" (2 Co 12.7).
À medida que travamos guerra espiritual contra "os príncipes das trevas
deste século" (Ef 6.12), é inevitável a ocorrência de adversidades. Por isso,
Deus nos proveu de armadura espiritual (Ef 6.10-18) e armas espirituais (2
Co 10.3-6). É nosso dever revestir-nos de toda armadura de Deus e orar (Ef
6.10-18), decididos a permanecer fiéis ao Senhor, segundo a força que Ele
nos dá.
(b) Satanás e seus seguidores se comprazem em perseguir os crentes. Os
que amam ao Senhor Jesus e seguem os seus princípios de verdade e
retidão serão perseguidos por causa da sua fé. Evidentemente, esse
sofrimento por causa da justiça pode ser uma indicação da nossa fiel
devoção a Cristo (Mt 5.10). É nosso dever, uma vez que todos os crentes
também são chamados a sofrer perseguição e desprezo por causa da justiça,
continuar firmes, confiando naquele que julga com justiça (Mt 5.10,11; 1 Co
15.58; 1 Pe 2.21-23).

(5) De um ponto de vista essencialmente bíblico, o crente também


sofre porque "nós temos a mente de Cristo". (1 Co 2.16). Ser cristão
significa estar em Cristo, estar em união com Ele; nisso, compartilhamos dos
seus sofrimentos (1Pe 2.21). Por exemplo, assim como Cristo chorou em
agonia por causa da cidade ímpia de Jerusalém, cujos habitantes se
recusavam a arrepender-se e a aceitar a salvação (Lc 19.41), também
devemos chorar pela pecaminosidade e condição perdida da raça humana.
Paulo incluiu na lista de seus sofrimentos por amor a Cristo (2 Co 11.23-32)
a sua preocupação diária pelas igrejas que fundara: "quem enfraquece, que
eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me abrase?"

34
(2 Co 11.29). Semelhante angústia mental por causa daqueles que amamos
em Cristo deve ser uma parte natural da nossa vida: "chorai com os que
choram" (Rm 12.15). Realmente, compartilhar dos sofrimentos de Cristo é
uma condição para sermos glorificados com Cristo (Rm 8.17). É nosso dever
dar graças a Deus, pois, assim como os sofrimentos de Cristo são nossos,
assim também nosso é o seu consolo (2 Co 1.5).

(6) Deus pode usar o sofrimento como catalisador para o nosso


crescimento ou melhoramento espiritual.
(a) Freqüentemente, Ele emprega o sofrimento a fim de chamar a si o seu
povo desgarrado, para arrependimento dos seus pecados e renovação
espiritual (ver o livro de Juízes). É nosso dever confessar nossos pecados
conhecidos e examinar nossa vida para ver se há alguma coisa que
desagrada o Espírito Santo.
(b) Deus, às vezes, usa o sofrimento para testar a nossa fé, para ver se
permanecemos fiéis a Ele. A Bíblia diz que as provações que enfrentamos
são "a prova da vossa fé" (Tg 1.3 ); elas são um meio de aperfeiçoamento
da nossa fé em Cristo (Dt 8.3; 1Pe 1.7). É nosso dever reconhecer que uma
fé autêntica resultará em "louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus
Cristo" (1 Pe 1.7).
(c) Deus emprega o sofrimento, não somente para fortalecer a nossa fé,
mas também para nos ajudar no desenvolvimento do caráter cristão e da
retidão. Segundo vemos nas cartas de Paulo e Tiago, Deus quer que
aprendamos a ser pacientes mediante o sofrimento (Rm 5.3-5; Tg 1.3). No
sofrimento, aprendemos a depender menos de nós mesmos e mais de Deus
e da sua graça (Rm 5.3 ; 2 Co 12.9). É nosso dever estar afinados com
aquilo que Deus quer que aprendamos através do sofrimento.
(d) Deus também pode permitir que soframos dor e aflição para que
possamos melhor consolar e animar outros que estão a sofrer (2 Co 1.4). É
nosso dever usar nossa experiência advinda do sofrimento para encorajar e
fortalecer outros crentes.

(7) Finalmente, Deus pode usar, e usa mesmo, o sofrimento dos


justos para propagar o seu reino e seu plano redentor. Por exemplo:
toda injustiça por que José passou nas mãos dos seus irmãos e dos egípcios
faziam parte do plano de Deus "para conservar vossa sucessão na terra e
para guardar-vos em vida por um grande livramento" (Gn 45.7) O principal
exemplo, aqui, é o sofrimento de Cristo, "o Santo e o Justo" (At 3.14), que
experimentou perseguição, agonia e morte para que o plano divino da
salvação fosse plenamente cumprido. Isso não exime da iniqüidade aqueles
que o crucificaram (At 2.23), mas indica, sim, como Deus pode usar o
sofrimento dos justos pelos pecadores, para seus próprios propósitos e sua
própria glória.

O sofrimento nos prova. Lemos sobre uma tal provação, em Gênesis 22,
que deve ter sido desagradável para Abraão. Mas ele passou a provação e o
resultado foi a promessa de grandes bênçãos através de sua herança, que
beneficiaria toda a terra (leia os versículos 1 a 18).

35
O sofrimento nos fortalece. Quem não ouviu uma pessoa mais velha
contar os "tempos duros" que enfrentou? Alguns falam de suas experiências
para atravessar a Grande Depressão. Alguns relatam os contos pungentes
da desgraça. Outros falam de tragédia pessoal que teve que ser suportada.
Por que freqüentemente as pessoas têm orgulho dos tempos traumáticos em
que viveram? É porque elas sabem que isto é evidência de um caráter e uma
constituição fortes, que talvez foram forçadas sobre eles pelas suas
adversidades. Converse com qualquer pessoa de riqueza ou alta posição que
"abriu seu próprio caminho." Os tempos sobre os quais terá mais prazer em
lhe falar são "naquele tempo quando eu não estava tão bem como agora."
Elas gostam de recordar a luta, a dureza e a labuta que os colocaram onde
estão. A maioria destas pessoas não trocaria estas experiências por nada,
porque sabem que foram as próprias durezas que suportaram que lhes
deram a força de caráter que agora possuem.

Devemos ser fortalecidos espiritualmente pelo sofrimento porque sabemos


que Deus "...não permitirá que sejais tentados além das vossas
forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá
livramento, de sorte que a possais suportar" (1 Coríntios 10:13). Cada
vez que você passa por uma provação, você está um pouco mais forte. Isto
não somente o capacitará a enfrentar outras tentações contra as quais você
irá contra, mas também lhe dará capacidade para ajudar melhor e encorajar
outros que possam enfrentar dificuldades semelhantes.

O sofrimento nos humilha. Em 2 Coríntios 12:4-10 aprendemos que Paulo


tinha uma enfermidade com o propósito de ajudá-lo a manter sua humildade
e também para que outros não o exaltassem acima da conta. Na
adversidade percebemos que nossa única segurança e força verdadeira
estão em Jesus Cristo. Por nós mesmos não temos a força e a auto-
suficiência das quais gostaríamos de vez em quando de nos exibir. Paulo
disse: "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas
necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo.
Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte" (2 Co 12:10).

O RELACIONAMENTO DE DEUS
COM O SOFRIMENTO DO CRENTE.

(1) O primeiro fato a ser lembrado é este: Deus acompanha o nosso


sofrer. Satanás é o deus deste século, mas ele só pode afligir um filho de
Deus pela vontade permissiva de Deus. Deus promete na sua Palavra que
Ele não permitirá sermos tentados além do que podemos suportar (1 Co
10.13).

(2) Temos também de Deus a promessa que Ele converterá em bem


todos os sofrimentos e perseguições daqueles que o amam e obedecem
aos seus mandamentos (Rm 8.28). José verificou esta verdade na sua
própria vida de sofrimento (Gn 50.20), e o autor de Hebreus demonstra
como Deus usa os tempos de apertos da nossa vida para nosso próprio
crescimento e benefício (Hb 12.5).
36
(3) Além disso, Deus promete que ficará conosco na hora da dor;
que andará conosco "pelo vale da sombra da morte" (Sl 23.4; Is
43.2).

VITÓRIA SOBRE O SOFRIMENTO PESSOAL. Se você está sob


provações e aflições, que deve fazer para triunfar sobre tal situação?

(1) Examinar as várias razões por que o ser humano sofre e ver em
que sentido o sofrimento concerne a você. Uma vez identificada a razão
específica, você deve proceder conforme o contido em "É nosso dever".

(2) Creia que Deus se importa sobremaneira com você,


independente da severidade das suas circunstâncias (Rm 8.36; 2 Co
1.8-10; Tg 5.11; 1Pe 5.7). O sofrimento nunca deve fazer você concluir que
Deus não lhe ama, nem rejeitá-lo como seu Senhor e Salvador.

(3) Recorra a Deus em oração sincera e busque a sua face. Espere


n’Ele até que liberte você da sua aflição (Sl 27.8-14; 40.1-3; 130).

(4) Confie que Deus lhe dará a graça para suportar a aflição até
chegar o livramento (1 Co 10.13; 2 Co 12.7-10). Convém lembrar de que
sempre "somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou" (Rm
8.37; Jo 16.33). A fé cristã não consiste na remoção de fraquezas e
sofrimento, mas na manifestação do poder divino através da fraqueza
humana (2 Co 4.7).

(5) Leia a Palavra de Deus, principalmente os salmos de conforto em


tempos de lutas (Sl 11; 16; 23; 27; 40; 46; 61; 91; 121; 125; 138).

(6) Busque revelação e discernimento da parte de Deus referente à


sua situação específica — mediante a oração, as Escrituras, a iluminação
do Espírito Santo ou o conselho de um santo e experiente irmão.

(7) Se o seu sofrimento é de natureza física, atente para os passos


expostos no estudo A CURA DIVINA.

(8) No sofrimento, lembre-se da predição de Cristo, de que você terá


aflições na sua vida como crente (Jo 16.33). Aguarde com alegria aquele
ditoso tempo quando "Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não
haverá mais morte, nem pranto, nem clamor" (Ap 21.4).

Acima de tudo, lembremo-nos de que nossa meta não é uma vida ditosa,
despreocupada, nesta terra. Antes, estamos labutando e algumas vezes
sofrendo para que possamos atingir o lar celestial que Jesus Cristo foi
preparar para nós. Que as tentações, adversidades, perseguições, tristezas e
dores nesta vida nos dêem uma mais profunda ânsia e apreciação pela
esperança que fica diante de nós se formos cristãos e fiéis ao Senhor.

37
"Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo
presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em
nós" (Rm 8:18). Torne-se um cristão para que possa ter esta alegria e paz
de consciência.

O RELACIONAMENTO ENTRE O CRENTE E O MUNDO.

1 Jo 2.15,16 "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama
o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida,
não é do Pai, mas do mundo."

A palavra "mundo" (gr. kosmos) freqüentemente se refere ao vasto sistema


de vida desta era, fomentado por Satanás e existente à parte de Deus.
Consiste não somente nos prazeres obviamente malignos, imorais e
pecaminosos do mundo, mas também se refere ao espírito de rebelião que
nele age contra Deus, e de resistência ou indiferença a Ele e à sua
revelação. Isso ocorre em todos os empreendimentos humanos que não
estão sob o senhorio de Cristo. Na presente era, Satanás emprega as idéias
mundanas de moralidade, das filosofias, psicologia, desejos, governos,
cultura, educação, ciência, arte, medicina, música, sistemas econômicos,
diversões, comunicação de massa, esporte, agricultura, etc, para opor-se a
Deus, ao seu povo, à sua Palavra e aos seus padrões de retidão (Mt 16.26; 1
Co 2.12; 3.19; Tt 2.12; 1 Jo 2.15,16; Tg 4.4; Jo 7.7; 15.18,19; 17.14 ). Por
exemplo, Satanás usa a profissão médica, para defender e promover a
matança de seres humanos nascituros; a agricultura para produzir drogas
destruidoras da vida, tais como o álcool e os narcóticos; a educação, para
promover a filosofia ímpia humanista; e os meios de comunicação em
massa, para destruir os padrões divinos de conduta. Os crentes devem estar
conscientes de que, por trás de todos os empreendimentos meramente
humanos, há um espírito, força ou poder maligno que atua contra Deus e a
sua Palavra. Nalguns casos, essa ação maligna é menos intensa; noutros
casos, é mais. Finalmente, o "mundo" também inclui todos os sistemas
religiosos originados pelo homem, bem como todas as organizações e igrejas
mundanas, ou mornas.

(1) Satanás (Mt 4.10) é o deus do presente sistema mundano (Jo 12.31;
14.30; 16.11; 2 Co 4.4; 5.19). Ele o controla juntamente com uma hoste de
espíritos malignos, seus subordinados (Dn 10.13; Lc 4.5-7; Ef 6.12,13).

(2) Satanás tem o mundo organizado em sistemas políticos, culturais,


econômicos e religiosos que são inatamente hostis a Deus e ao seu povo (Jo
7.7; 15.18,19; 17.14; Tg 4.4; 2.16) e que se recusam a submeter-se à sua
verdade, a qual revela a iniqüidade do mundo (Jo 7.7).

(3) O mundo e a igreja verdadeira são dois grupos distintos de povo. O


mundo está sob o domínio de Satanás (Jo 12.31); a igreja pertence
exclusivamente a Deus (Ef 5.23,24; Ap 21.2). Por isso, o crente deve
separar-se do mundo.
38
(4) No mundo, os crentes são forasteiros e peregrinos (Hb 11.13; 1 Pe
2.11).
(a) Não devem pertencer ao mundo (Jo 15.19), não se conformar com o
mundo (Rm 12.2), não amar o mundo (1 Jo 2.15), vencer o mundo (1 Jo
5.4), odiar a iniqüidade do mundo ( Hb 1.9 ), morrer para o mundo (Gl
6.14) e ser libertos do mundo (Cl 1.l3; Gl 1.4).
(b) Amar o mundo (1 Jo 2.15) corrompe nossa comunhão com Deus e leva à
destruição espiritual. É impossível amar o mundo e ao Pai ao mesmo tempo
(Mt 6.24; Lc 16.13; Tg 4.4). Amar o mundo significa estar em estreita
comunhão com ele e dedicar-se aos seus valores, interesses, caminhos e
prazeres. Significa ter prazer e satisfação naquilo que ofende a Deus e que
se opõe a Ele (Lc 23.35). Note, é claro, que os termos "mundo" e "terra" não
são sinônimos; Deus não proíbe o amor à terra criada, à natureza, às
montanhas, às florestas, etc.

(5) De acordo com 1 Jo 2.16, três aspectos do mundo pecaminoso são


abertamente hostis a Deus: (a) "A concupiscência da carne", que inclui os
desejos impuros e a busca de prazeres pecaminosos e a gratificação sensual
(1 Co 6.18; Fp 3.19; Tg 1.14).
(b) "A concupiscência dos olhos", que se refere à cobiça ou desejo
descontrolado por coisas atraentes aos olhos, mas proibidas por Deus,
inclusive o desejo de olhar para o que dá prazer pecaminoso (Êx 20.1; Rm
7.7). Nesta era moderna, isso inclui o desejo de divertir-se contemplando
pornografia, violência, impiedade e imoralidade no teatro, na televisão, no
cinema, ou em periódicos (Gl 3.6; ls 7.21; 2 Sm 11.2; Mt 5.28).
(c) "A soberba da vida", que significa o espírito de arrogância, orgulho e
independência auto-suficiente, que não reconhece Deus como Senhor, nem
a sua Palavra como autoridade suprema. Tal pessoa procura exaltar,
glorificar e promover a si mesma, julgando não depender de ninguém (Tg
4.16).

(6) O crente não deve ter comunhão espiritual com aqueles que vivem o
sistema iníquo do mundo (Mt 9.11; 2 Co 6.14) deve reprovar abertamente o
pecado deles (Jo 7.7: Ef 5.11 ), deve ser sal e luz do mundo para eles (Mt
5.13,14), deve amá-los (Jo 3.16), e deve procurar ganhá-los para Cristo (Mc
16.15; Jd 22,23).

(7) Da parte do mundo, o verdadeiro cristão terá tribulação (Jo 16.33), ódio
(Jo 15.19), perseguição (Mt 5.10-12) e sofrimento em geral (Rm 8.22,23; 1
Pe 2.19-21). Satanás, usando as atrações do mundo, faz um esforço
incessante para destruir a vida de Deus dentro do cristão (2 Co 11.3; 1 Pe
5.8).

(8) O sistema deste mundo é temporário e será destruído por Deus (Dn
2.34,35,44; 2 Ts 1.7-10; 1 Co 7.31; 2 Pe 3.10; Ap 18.2).

39
Parte 4 - O ARREPENDIMENTO.

Antônio, de uns 46 anos de idade, ansiava por entrevistar-se comigo para


abrir seu coração. Quando o recebi em meu escritório, rompeu em pranto e
me disse:

"Sinto-me culpado pela morte de minhas filhas de 3 e 5 anos, pois tenho


falhado com Deus, permitindo em minha vida relações indevidas; e agora
me sinto o ser mais desgraçado. Esse golpe foi o mais duro de todos. Estava
com elas em um povoado perto da cidade de Bogotá e, ao entrarmos em
uma das lojas, não sei como me descuidei, pelo que milhas filhas saíram
para a avenida e foram atropeladas por um veículo sem freios, deixando-as
mortas instantaneamente. Desejaria, de toda minha alma, que o tempo
retrocedesse para ter cuidado melhor de minhas filhas. Tenho derramado
muitas lágrimas, lamentado-me pela ausência delas. Quando Antônio
compartilhou-me sua triste história, compreendi algo:

Quantas vezes nós nos descuidamos em nossas vidas, permitindo relações


indevidas pelo que vem o inimigo e destrói o que mais queremos.

Quando chega o verdadeiro arrependimento, ansiamos por que o tempo


retroceda e, em lágrimas, imploramos o favor e a misericórdia de Deus. Um
grande exemplo é encontrado na vida do rei Davi. Ele permitiu uma relação
indevida, ao ficar fascinado com Bate Seba, mulher de Urias, um dos
valentes de Davi. Sem medir conseqüências, achegou-se a ela e a desnudou,
levando-a à gravidez. Na luta por encobrir sua própria falha, Davi recorreu
ao homicídio, mandando matar Urias, o heteu, e tomando a Bate Seba como
sua esposa.

Então Deus, tendo-se desagradado da atitude de Davi, enviou o profeta


Natã, que o admoestou, dizendo-lhe: "Então, disse Natã a Davi: Eu te ungi
rei sobre Israel e Eu te livrei das mãos de Saul; dei-te a casa de teu senhor
e as mulheres de teu senhor em teus braços e também te dei a casa de
Israel e de Judá; e, se isso fora pouco, Eu teria acrescentado tais e tais
coisas. Por que, pois, desprezaste a palavra do SENHOR, fazendo o que era
mal perante ele? A Urias, o heteu, feriste à espada; e a sua mulher tomaste
por mulher, depois de o matar com a espada dos filhos de Amom. Agora,
pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me
desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher. Eis
que da tua própria casa suscitarei o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres à
tua própria vista, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com elas, em
plena luz deste sol. Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei isto perante
todo o Israel e perante o sol" (2 Sm. 12:7-12).

Depois que Davi ouviu as conseqüências de seu pecado, disse a Natã:


"pequei contra Jeová". Creio ter sido nesse momento que Davi caiu de
joelhos e, gemendo desde o profundo da alma, fez a oração que ficou
impressa no Salmos 51, a oração do penitente. Com lágrimas nos olhos,
Davi arrependeu-se de todos os seus pecados e de toda a sua maldade;

40
sentindo-se sujo, implorou a Deus que tirasse a maldade de seus pecados e
o purificasse com hissopo.

Natã disse a Davi: "Também o SENHOR te perdoou o teu pecado; não


morrerás. Mas, posto que com isso deste motivo a que blasfemassem os
inimigos do SENHOR, também o filho que te nasceu morrerá" (2 Sm.
12:14).

O arrependimento genuíno é o único meio através do qual alcançamos a


verdadeira paz mental. Para tanto, é necessário que primeiramente
experimentemos um confronto com a palavra de Deus. Davi, mesmo depois
de haver cometido pecado, continuou levando uma vida aparentemente
normal, crendo que sua relação com Deus permanecia inalterada. Só
adquiriu consciência do contrário, quando Deus falou-lhe por meio do
profeta Natã. A escritura diz: "Se ouvires hoje Sua voz, não endureçais
vossos corações".

Davi poderia ter exortado a Natã, dizendo: "Por que te através a falar desta
maneira ao rei?" Mas ele não fez isso; voluntariamente tomou a decisão de
acatar a voz de Deus e de voltar ao caminho correto, tal como o expressou
no Salmo 32:5:

"Confessarei minhas transgressões a Jeová; e Tu perdoaste a maldade de


meu pecado". Nesse versículo, percebemos o quanto a confissão está ligada
ao arrependimento, conforme também o Provérbio 28:13: "O que encobre
as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa
alcançará misericórdia. "

Davi, antes de encontrar-se com o profeta Natã, talvez tenha pensado não
necessitar de arrependimento, tornando-se, dessa forma, moralmente cego,
tal como tem acontecido com muitas pessoas que, incorrendo em pecados
graves, ocultam-nos tão profundamente em suas vidas que já não os podem
ver: "Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da
liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso
praticante, esse será bem-aventurado no que realizar" (Tg. 1 :25).

E a única maneira através da qual podemos trazer o oculto para a luz, é o


contato permanente com a Palavra divina. O salmista disse: "Lâmpada para
os meus pés é a Tua palavra e, luz para os meus caminhos” (SI. 119:105).
E acrescentou:

"Defende a minha causa e liberta-me; vivifica-me, segundo a Tua promessa"


(SI. 119:154). Confrontar o homem com a Palavra serve para mudá-lo de
atitude. O apóstolo Paulo expressou em sua preleção em Atenas: "Ora, não
levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos
homens que todos, em toda parte, se arrependam" (At. 17:30).

Somos conscientes de que possuímos uma natureza abertamente rebelde


contra a autoridade Divina, posto que supervalorizamos os apetites
desordenados da carne. O profeta Isaías diz: "Todos nós andávamos

41
desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o
SENHOR fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos" (Is. 53:6).

O apóstolo Pedro, em seu discurso na festa de Pentecostes, confrontou os


judeus com a Palavra, levando-os à compreensão de seu erros e à pergunta:
"Que faremos?" Pedro disse-lhes: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e
recebereis o dom do Espírito Santo" (At. 2:38).

Quando o profeta Natã encontrou-se com o rei Davi, falou-lhe por meio da
seguinte parábola: havia um homem rico, que tinha muitas ovelhas, vacas,
e um homem pobre, que tinha apenas uma cordeirinha a qual queria muito
como a uma filha; vindo um viajante ao homem rico, esse não quis tomar
nenhuma de suas ovelhas ou vacas, por isso tomou a ovelha daquele
homem pobre e a preparou para seu visitante. Davi, indignado e sem saber
que a parábola referia-se a sua própria situação, exaltou-se em sua ira e
proferiu sua própria sentença: "Tão certo como vive o SENHOR, o homem
que fez isso deve ser morto. E pela cordeirinha restituirá quatro vezes,
porque fez tal coisa e porque não se compadeceu" ( 2 Sm.12: 1-6).

O juízo de Davi faz-nos ver dois aspectos:

Primeiro: "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de


Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm. 6:23). "Pois
todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm. 3:23). "Mas Deus prova o
seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós,
sendo nós ainda pecadores" (Rm. 5:8).

Segundo: o arrependimento deve conduzir à restituição. Pagará quatro


vezes o roubado. Uma situação similar sucedeu a Zaqueu, homem mal que,
sendo chefe dos publicanos, arrecadava injustamente impostos dos homens.
Quando se encontrou com o Senhor, expressou do fundo de seu próprio
coração: "Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se
nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais”.
Então, Jesus lhe disse:
“Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão"
(Lc. 19:8-9).

Podemos notar que o Senhor declarou a salvação à casa de Zaqueu só


depois que ele fez a restituição. Por outro lado, Davi, depois de seu
arrependimento, nunca mais voltou a reincidir em seu erro; quando ele
compreendeu, teve uma mudança de atitude e olhava seu passado como seu
mau pedaço: "Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus
ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a Tua mão pesava
dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio" (SI.
32:3-4).

Davi estava consciente de que seu pecado trouxera-lhe conseqüências


físicas, emocionais e materiais funestas, mas depois de sua confissão, ele se
considerou como uma pessoa santificada, expressando: "Sendo assim, todo

42
homem piedoso Te fará súplicas em tempo de poder encontrar- Te. Com
efeito, quando transbordarem muitas águas, não o atingirão" (SI. 32:6).

Santidade é a separação total do mundo. O apóstolo Pedro disse: "Pelo


contrário, segundo é santo Aquele que vos chamou, tornai-vos santos
também vós mesmos em todo o vosso procedimento; porque escrito está:
Sede santos, porque Eu sou santo" (1 Pe.1:15-16).

O apóstolo Paulo faz uma forte advertência aos crentes de Corinto, dizendo-
lhes: "Não vos unais em jugo desigual com os incrédulos.". A seguir, explica
suas razões: "porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a
iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre
Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há
entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuários do Deus
vivente, como Ele Próprio disse: “Habitarei e andarei entre eles; serei o seu
Deus, e eles serão o Meu povo.” Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-
vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e Eu vos receberei, serei
vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso"
(2 Co. 6:14-18).

Tal advertência de Paulo é muito semelhante a que o Senhor fizera


anteriormente: "e o SENHOR, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as
ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas aliança, nem terás
piedade delas. E nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações;
não darás tuas filhas a seus filhos, nem tomarás suas filhas para teus filhos.
Pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros
deuses; e a ira do SENHOR se acenderia contra vós outros e depressa vos
destruiria" (Dt. 7:2-4).

O Senhor sabia da poderosa influência que um incrédulo poderia exercer na


vida de um crente, qual seja, a de que o coração do crente fosse desviado
para o adorar deuses falsos. Por isso a atitude do Senhor fora radical: não
ter qualquer laço com nenhum deles. O apóstolo Tiago diz, em seu livro no
capítulo 4, versos 4 e 5:

"Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus?


Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
Ou supondes que em vão afirma a Escritura: E com ciúme que por nós
anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?" (Tg. 4:4-5).

Deus, permitindo que Seu Espírito Santo habitasse em nossas vidas, anela
zelosamente por nós, por isso protege-nos, não querendo nenhum tipo de
contato com as coisas pecaminosas deste mundo. Considere esta parábola
de Jesus: um homem, tendo dois filhos, foi interpelado pelo mais moço, que
lhe disse: "Dá-me a parte dos bens que me corresponde." Os bens podem
representar nosso livre arbítrio! O filho pródigo tomou, então, a liberdade
dada-lhe por Deus e desperdiçou sua vida, vivendo tão perdidamente que
chegou a apascentar porcos. Mas a necessidade fez-se tão premente que

43
ansiava comer as bolotas dadas aos porcos. Felizmente a Escritura diz que o
filho caiu em si.

Que é "cair em si?" Refere-se aos que, estando separados de Deus por causa
de seu pecado, recobram seu juízo, sua reflexão, examinam seu estado e
mudam. O filho pródigo compreendeu que, na casa do pai, havia
prosperidade para todos e que, apesar disso, estava morrendo de fome,
portanto tomou a decisão de levantar-se e voltar ao Pai.

Humilhação: Reconheceu que já não era digno de ser chamado seu filho.
Ação: Levantou-se e recorreu ao pai.
Confissão: Ele disse: Pai tenho pecado contra o céu e contra ti, já não sou
digno de ser chamado teu filho.
Restauração: O Pai viu-o de longe, reconheceu-o e fez com ele várias
coisas:
 Aceitação: Foi movido de misericórdia.
 Santidade: Trocou suas vestes, tirando-lhe os farrapos do pecado e
vestindo-o com vestimentas de santidade.
 Autoridade: Pôs em seu dedo um anel, símbolo de autoridade.
 Restauração de seu ministério: Pôs calçados em seus pés.
 Redenção: Sacrificou o bezerro gordo.
 Enchimento' de gozo: Fez-lhe uma festa.

Percebendo que seu filho mais velho estava insatisfeito com o regresso do
mais novo, o pai explica àquele que era necessário fazer a festa e regozijar-
se, porque "este teu irmão estava morto e reviveu, havia se perdido e foi
achado". Assim, o Senhor deixou a porta aberta para que todo aquele que
estiver distante de Seu Caminho, seja recebido, e restaurado, por Ele com
braços abertos, do mesmo modo que fez o pai com o filho pródigo.

A importância do arrependimento.

É de suma importância sabermos o que realmente significa o


arrependimento bíblico, pois caso não saibamos realmente qual a fonte do
problema, não saberemos encontrar a solução. Todos nós, ao ouvirmos uma
exortação da parte de Deus, devemos saber qual é o problema, e como
devemos proceder para solucioná-lo. Caso creiamos que não estamos em
falta com o Senhor, devemos orar pedindo humildade e sabedoria, pois tal
sintonia indica claramente surdez espiritual.
Para iniciar, gostaria de esclarecer alguns pontos com relação ao que a
palavra arrependimento significa, pois tanto no meio secular como no
evangélico, há equívocos quanto a significação desta tão importante palavra.

Em primeiro lugar, antes do arrependimento, deve haver a convicção


do pecado. A convicção não é arrependimento, mas sim o precede.

Muitas vezes, ao cometer um pecado, a pessoa fica muito triste. A


tristeza também não é o arrependimento. Pode haver tristeza sem
arrependimento. Remorso, da mesma forma não é arrependimento.
44
“Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da
qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (II Co
7:10).

Arrependimento também não é tornar-se religioso, ou continuar sendo,


pois os fariseus o eram, assim como o Levita e o Sacerdote na parábola do
bom samaritano.

O que é então arrependimento?

A palavra arrependimento é de origem grega (metanóia), e significa


“mudança fundamental de atitude interior”. Desta forma o pecador
arrependido, primeiro teve a convicção do pecado, sentindo tristeza por ter
entristecido a Deus. Depois, arrependeu-se, ABANDONANDO a prática de tal
ato.
Muitas pessoas pedem perdão a Deus por determinado pecado, mas
voltam a praticar tal ato. Neste caso, não houve arrependimento, e sem
arrependimento, não houve perdão.

“Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o


conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados” Hb
10:26.

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos


pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor”
At 3:19.

Desta forma, devemos mudar quanto aos nossos pecados. É pela


graça de Deus que nós podemos nos libertar deles. Por isso, devemos
buscar a Deus em oração, em louvor e através da leitura e meditação na
Palavra de Deus, e assim, seremos menos tentados, e seremos muito mais
fortes para resistir ao pecado, e nos arrependermos do que praticamos.
Assim sendo, o arrependimento gera em nós uma nova disposição mental,
de abandonar o ato pecaminoso. Caso tal ato não foi abandonado, não
houve arrependimento.

É Deus quem opera o arrependimento em nossa vida. É assim, um


dom divino.

“E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se, e glorificaram a Deus, dizendo:


Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida”. At
11:18.

Devemos sempre buscar a presença de Deus, a fim de que o Espírito


Santo possa operar em nós, a fim de que nosso caráter seja trocado pelo de
Jesus, deste modo, sejamos imitadores Dele (I Pe 2:21)

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Parte 5 - O NOVO NASCIMENTO.

Nicodemos, um dos homens mais respeitáveis de sua época ensinava a lei


tanto a líderes religiosos como ao povo em geral. Integro moralmente,
jejuava duas vezes por semana, orava duas horas por dia e zelava pela
doutrina. Certa noite, buscou a Jesus, dizendo-lhe: "Rabi, bem sabemos que
és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu
fazes, se Deus não for com ele". Mas Jesus respondeu- lhe: "Na verdade, na
verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de
Deus" (Jo. 3:2-3). Se o Senhor tivesse dito “Tens que nascer de novo" a
Zaqueu, que era ladrão, ou a Madalena, que era pecadora, ou ainda ao
ladrão colocado ao lado da cruz de Jesus: poder-se-ia pensar que essas
pessoas, como eram tão más, necessitavam de uma mudança radical; mas o
Senhor o disse a uma autoridade espiritual, a um dos maiores líderes dos
judeus, a alguém que dominava a lei, que conhecia todos os mandamentos
divinos e guardava-se de pecar: “Tens que nascer de novo".

Com esse ensino, o Senhor deixou sem fundamento todo esforço do homem
para reformar-se a si mesmo. Bildade, um dos amigos de Jó, disse: "Como,
pois, seria justo o homem para com Deus, e como seria puro aquele que
nasce de mulher? Eis que até a lua não resplandece, e as estrelas não são
puras aos seus olhos. E quanto menos o homem, que é um verme, e o filho
do homem, que é um vermezinho!" (Jó 25:4-6).

Segundo o rei Salomão: "Quem poderá dizer: Purifiquei o meu coração,


limpo estou do meu pecado?" (Pv. 20:9).

Através da história, vemos que o homem tem-se lançado na conquista de


todas as coisas, querendo obsessivamente estar, cada vez mais, acima de
seu semelhante, ainda que tenha de pisoteá-lo, como fizeram os que
construíram a torre de Babei, dizendo: "Eia, edifiquemos nós uma cidade e
uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não
sejamos espalhados sobre a face de toda a terra" (Gn. 11 :4).

Também o homem atual tem edificado torres similares com os mesmos


critérios: conquistar o céu e fazer um nome, sempre movido pela sede de
poder. Vejam-se, por exemplo, os grandes monopólios, ou as
superpotências, os quais querem estar no centro de tudo e de todos, como
se fossem semideuses. Mas eles se esquecem do que ocorreu com a famosa
embarcação Titanic, que, embora construída com o melhor da tecnologia
daquela época, foi afundada por um simples iceberg, por desafiar a Deus,
declarando: "Nem Deus a afundará".

Tiago escreveu: "Pois, segundo a Sua vontade, Ele nos gerou pela palavra
da verdade, para que fôssemos como primícias das Suas criaturas" (Tg. 1:
18). O ser humano deve experimentar um novo nascimento, produzido
somente pela Palavra de Deus e pelo poder do Espírito Santo. Assim disse o
Senhor Jesus Cristo: "O espírito é o que vivifica; a carne para nada
aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e são vida" (Jo.6:63).

46
Quando o ser humano distancia-se de Deus por causa do pecado, sua
natureza espiritual morre; ainda que permaneça em contato com o mundo
exterior e esteja consciente de todas as coisas, internamente está morto.
Nesse sentido, o apóstolo Paulo escreveu: "Porque o pecado, tomando
ocasião pelo mandamento, me enganou e por ele me matou" (Rm 7: 11). E
acrescentou: "Se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por
causa do pecado, mas o espírito vive, por causa da justiça" (Rm 8: 10).

O novo nascimento só se produz quando Cristo é aceito no coração, como o


único Senhor e Salvador. Ainda que os judeus, para quem Jesus veio, não
tenham crido nEle, Deus, em Sua infinita misericórdia, abriu as portas da
graça a toda a humanidade, "para que todo aquele que nEle crê não pereça,
mas tenha a vida eterna" (Jo 3:16). "Mas, a todos quantos O receberam,
deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no
Seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne,
nem da vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1 :12-13). Através do profeta
Ezequiel, o Senhor já havia dito: "Dar-vos-ei um coração novo e porei
dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra
e vos darei coração de carne. E porei dentro de vós o Meu Espírito e farei
que andeis nos Meus estatutos e guardeis os Meus juízos e os observeis" (Ez
36:26-27).

Esse Novo Nascimento é produzido diretamente pelo Espírito Santo, que,


através da fé, produz o espírito de vida no novo homem. Alguns não
compreendem o novo nascimento, por isso perguntam-se como isso ocorre -
do mesmo modo que o fez a bem-aventurada virgem Maria, quando o anjo
lhe dissera que estaria grávida do Salvador do mundo: "e como será isto,
pois não conheço varão?" A resposta que lhe deu o anjo foi: "Descerá sobre
ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra;
por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de
Deus" (Lc 1 :35).

O Espírito Santo passa a fazer parte de nós, quando decidimos fazer parte
de Deus. Ele é um cavalheiro, por isso jamais forçará as coisas, nem entrará
nas vidas sem ser convidado. Ele somente se move e atua através da fé na
Palavra de Deus. Ainda que nos perguntemos: "E como será isto?" a
resposta será a mesma dada à virgem: "O Espírito Santo virá sobre ti, e o
poder do Altíssimo cobrir-te-á com Sua sombra". Como o Senhor disse a
Nicodemos: "O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes
de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do
Espírito" (Jo 3:8).

O vento, às vezes, é forte, um furacão que arrasa tudo; mas outras vezes é
suave e tranqüilo. O mesmo sucede com o Espírito Santo. Algumas
conversões vêm acompanhadas de fortes emoções, mas outras são tão sutis
que a pessoa nem sequer percebe quando sucedeu o novo nascimento. Esse
novo nascimento significa que nos foi entregue uma nova vida: a vida
eterna, que se recebe quando aceitamos a Cristo como Senhor e Salvador
pessoal. Não é algo reservado para ser recebido como uma bênção futura,
mas é uma possessão presente aqui na terra, da qual podemos desfrutar, ou

47
não, segundo a decisão que tomemos, de acordo com a Palavra de Deus:
"Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (Jô 10:10b).

A segurança da vida eterna só é dada aos filhos de Deus, ou seja, àqueles


que têm sido "adotados" para fazer parte da família de Deus. Portanto,
quem aceita essa adoção passa a gozar dos mesmos direitos e privilégios
dos filhos legítimos, pois Ele se torna nosso Pai, conforme se observa em
Rm. 8:15: " ... mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual
clamamos: Aba, Pai".

Antes de sermos adotados, éramos escravos do pecado e do medo; agora


estamos sob Seu cuidado e não temos o que temer: "Pois todos os que são
guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o
espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas
recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O
próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora,
se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros
com Cristo; se com Ele sofremos, também com Ele seremos glorificados"
(Rm. 8:14-17). Quando nascemos de novo, não só mudamos a vida, como
também de senhorio, pois ela deixa de ser nossa para ser de Cristo: "Já não
vivo eu, mas Cristo vive em mim". E essa vida não é produzida por nós,
porque é a vida de Cristo reproduzida em nós.

Quantos cristãos crêem na reprodução do espírito? Essa é mais que


regeneração.

Essa significa que o Espírito Santo planta em nós a vida de Cristo quando
nascemos de novo. Aquela - a reprodução - vai mais adiante: significa que a
nova vida cresce e se manifesta progressivamente, como acontece, por
exemplo, com a gravidez de uma mulher: a transformação cresce em nós,
na medida em que a verdadeira pessoa de Cristo se manifesta em nossa
vida. E isso o que Paulo quer dizer quando fala de ... "dores de parto, até
ser Cristo formado em vós" (81. 4: 19). O novo nascimento é autêntico: não
é revogado, nem invalidado, pois é selado com o penhor do Espírito Santo:
"o qual também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração"
(2 Co. 1 :22). Deus mesmo sela com Seu Espírito Santo cada crente, cuja
herança completa será dada no céu. O penhor, ou cota inicial, garante o
pagamento da vida eterna; a totalidade da herança, que é inalterável e será
recebida lá no céu. O que devemos evitar é entristecer o Espírito Santo:
"E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da
redenção" (Ef. 4:30).

Outra notícia agradável é que, embora estejamos peregrinamente na terra,


podemos olhar para o futuro com gozo, alegria e desejo de chegar um dia a
nosso Pai celestial, porque desde já somos cidadãos: "Assim, já não sois
estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de
Deus" (Ef. 2: 19).

Numa das oportunidades em que Jesus enviou Seus discípulos a pregarem


as boas novas da salvação, dando-lhes Sua autoridade sobre tudo que

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fizessem, Ele se regozijou, juntamente com eles por causa dos sinais feitos
por Deus através deles; entretanto Jesus apontou uma outra razão para que
houvesse maior alegria:

"Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim


porque o vosso nome está arrolado nos céus" (Lc. 10:20). Isso confirma que
temos uma cidadania celestial e que devemos cumprir os ensinos da
Palavra, sem nos descuidarmos da nossa salvação, a fim de que estejamos
eternamente desfrutando essa cidadania no céu: "Assim, pois, amados
meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito
mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e
tremor" (Fp. 2: 12).

Quando Ele veio a seu coração, você nasceu espiritualmente, convertendo-


se, assim, em Seu filho(a). No entanto, o Novo Testamento ensina que se
deve permitir a Jesus Cristo dirigir e guiar nossa vida. Portanto Ele deve
sentir-Se em Seu ambiente, e não como um estranho, já que a meta é
sermos feitos " ... conforme a imagem de Seu Filho" (Rm. 8:29),
alcançando, assim, a estatura da plenitude de Cristo.

Como se pode fazer isso? Jesus ilustra, comparando-nos com a videira, por
isso a necessidade de que permaneçamos nEle: "separados de Mim, nada
podeis fazer" (Jo. 15:5b).

VANTAGENS DO NOVO NASCIMENTO.

Quando nascemos fisicamente, todas as características genéticas já estão


estabelecidas: o sexo, a pigmentação da pele, a estatura, o peso, o
temperamento, os hábitos e desejos. Mas nascer de novo implica em
adquirir um corpo espiritual, uma mente espiritual, a mente de Cristo.

Muito se tem investigado sobre a natureza dos problemas do homem,


chegando-se à conclusão de que ela se origina na crise social; entretanto o
fundamento dessa crise encontra-se na crise espiritual, que, solucionada,
refletirá nos diferentes âmbitos da sociedade: importa que a mudança seja
interna, e não externa.

"Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós
o coração de pedra e vos darei coração de carne" (Ez. 36:26).

O novo nascimento é um ato criativo: Deus toma a fé do crente e une-a ao


poder do Espírito Santo, gerando, então, o milagre de um coração novo e
um espírito novo: "O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do
Espírito é espírito" (Jo. 3:6).

É somente dessa forma que o homem espiritual passa a ver o Reino de


Deus; seus olhos espirituais são abertos, para que ele perceba todas as
coisas ocultas para o homem natural. Paulo disse: "Nem olhos viram, nem
ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem
preparado para aqueles que o amam" (1 Co. 2:9). A fé leva-nos a um
49
mundo novo onde as coisas mais indescritíveis são-nos reveladas pelo
Espírito; um mundo onde as experiências vivas e emocionantes caracterizam
a vida cristã.

Paulo escreveu: "e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno
conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou" (CI. 3: 1 O).

Quando o Senhor revelou-se a Paulo e deu-lhe os pontos primordiais do que


é o novo nascimento, enfatizou que deveria pregá-lo: "para lhes abrires os
olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para
Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os
que são santificados pela fé em mim" (At. 26:18).

Tais são os pontos:

1. Abrem-se os olhos. O pecado cega os olhos, mas ao aceitarmos a


Jesus, nossos olhos espirituais são abertos;

2. Conversão das trevas para a luz. A conversão é um "voltar-se, ou dar


as costas para algo": o pecado conduz o homem às sendas da escuridão; a
conversão leva-nos a dar-lhe as costas, dirigindo nossos passos a um
caminho novo, o caminho da luz;

3. Conversão da potestade de Satanás para Deus. O pecado escraviza-


nos, deixando-nos sob o domínio de Satanás, mas, ao nos convertermos a
Cristo, ficamos sob o governo de Deus;

4. Pela fé em Jesus recebe-se o perdão de pecados. Ter fé é crer que


nossos pecados mereciam um castigo, mas que Jesus, carregando nossos
pecados em Seu corpo, recebeu esse castigo. Ao crermos em Jesus, estamos
aceitando que morremos com Ele e que nossa dívida com Deus foi paga;

5. Recebemos herança entre os santificados. Paulo disse: "Aquele que


não poupou o Seu Próprio Filho, antes, por todos nós O entregou,
porventura, não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas?" (Rm.
8:32). Se Deus entregou o que Ele mais amava, Seu Próprio Filho, para que
fôssemos salvos, pelo simples fato de crermos nEle, entregar-nos-á,
também, tudo o que necessitamos. Pode-se dizer que Deus tem muito mais
para dar-nos do que nós temos para pedir-Lhe. Podemos desfrutar de Sua
herança neste mundo e no outro, a vida eterna.

Além das internas, o novo nascimento produz mudanças também externas.


O endemoninhado gadareno, depois de seu encontro com Jesus, ficou livre,
curado e em seu juízo perfeito.

Zaqueu, cobrador de impostos que, através de seu trabalho, defraudava as


pessoas, sendo, por isso, detestado por toda a sociedade, no seu encontro
com Jesus, recebeu tal convicção de pecado que devolveu quatro vezes mais
o roubado e prometeu ajudar aos pobres. Ao tomar essa atitude, o Senhor
disse-lhe: "Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho

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de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido" (Lc.
19:9-10).

O publicano do templo, mesmo estando longe, não queria sequer levantar


seus olhos ao céu, porém batia no peito dizendo: "O Deus, sê propício a
mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa" (Lc.
18:13-14a).

O Senhor disse, àqueles que clamam a Ele noite e dia, que não tardará em
responder-lhes, mas que depressa se lhes fará justiça (Lc. 18:7).

Para Paulo, o Novo Nascimento era:


- Estar crucificado juntamente com Cristo, morrer para o eu e deixar Cristo
viver (GI. 2:20);
- Não ter nenhum tipo de condenação, porque anda conforme o Espírito (RI
8:1 );
- Sentir-se livre do pecado e da morte, porque agora há uma lei em seu
coração a lei do Espírito de vida em Cristo Jesus (Rm. 8:2);
- É ser guiado pelo Espírito de Deus (Rm. 8:14).
- É deixar tudo o que é velho para trás, e experimentar que todas as coisas
s feitas novas (2 Co. 5: 17);
- É prosseguir para o alvo da suprema vocação em Cristo Jesus (Fp. 3:14);
- É buscar as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus;
elevar o olhar para as coisas do alto, não para as da terra (CI. 3: 1-2);
- É estar consciente de que o homem exterior vai se desgastando, enquanto
interior renova-se dia a dia (2 Co. 4:16).

COMO ALCANÇAR O NOVO NASCIMENTO.

A mulher grávida não tem idéia de tudo o que ocorre dentro de seu ventre.
Ela não precisa fazer nenhum trabalho específico à formação de seu filho.
Quem se encarrega da formação desse bebê? Ora, se a resposta a algo tão
elementar, como o desenvolvimento de um bebê, foi ignorada pelos
homens, exceto a Salomão, que se dirá da resposta ao modo como Deus
transforma uma vida!

Jó disse: "As Tuas mãos me plasmaram e me aperfeiçoaram, porém, agora,


queres devorar-me. Lembra-Te de que me formaste como em barro; e
queres, agora, reduzir-me a pó? Porventura, não me derramaste como leite
e não me coalhaste como queijo? De pele e carne me vestiste e de ossos e
tendões me entreteceste. “ Vida me concedeste na Tua benevolência, e o
Teu cuidado a mim me guardou" (Jó 10:8-12).

Do mesmo modo como as mãos de Deus são as que se encarregam da


formação natural de um bebê, também espiritualmente é o Senhor quem
forma o novo ser que entra em Seus caminhos, passando, assim, do mundo
das trevas para o da luz.

"Para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da


potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de
51
pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim" (At.
26:18).

Parte 6 - BEBÊS ESPIRITUAIS.

Quando um bebê nasce, necessita ser alimentado e cuidado de uma maneira


correta para que se desenvolva normalmente; e conforme é no natural,
assim também no espiritual. Há quatro prioridades fundamentais para um
bom desenvolvimento espiritual.

-Alimentar-se com a palavra de Deus. Jesus, porém, respondeu: Está


escrito: "Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede
da boca de Deus" (Mt. 4:4). Como um bebê recém-nascido necessita do leito
materno, também um bebê espiritual necessita nutrir-se com a Palavra de
Deus, porque é a única que o pode ajudar no crescimento de sua salvação.
(1 Pe. 2:2) "Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o
genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para
salvação". O escritor aos hebreus diz: "Ora, todo aquele que se alimenta de
leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança" (Hb. 5: 13).

- Manter contato permanente com Deus, por meio da oração. O proverbista


diz: "O sacrifício dos perversos é abominável ao SENHOR, mas a oração dos
retos é o seu contentamento" (Pv. 15:8). Sim, Jesus disse: "Eu sou a
videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito
fruto; porque sem mim nada podeis fazer" (Jo. 15:5b). Deus estabeleceu a
oração como único meio para nos comunicarmos com Ele. A oração é tão
importante que o Senhor não ensinou Seus discípulos a pregar, mas sim os
ensinou a orar.

- Dar testemunho de nossa fé. Jesus disse: "Portanto, todo aquele que me
confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai,
que está nos céus. Mas aquele que me negar diante dos homens, também
eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus" (Mt. 10:32-33). Para dar
testemunho de nossa fé, você não precisa ser teólogo, basta que tenha
experimentado um encontro real com Jesus. Esta experiência é única,
ninguém mais a tem vivido, e quando você a compartilha às pessoas, está
recebendo algo novo.

Isto foi o que fez a samaritana no mesmo dia de sua conversão, e ganhou
toda a cidade de Samaria para Cristo. Paulo disse: "Porque com o coração se
crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação" (Rm.
10:10) .

- Comunhão com outros cristãos. Uma das características da igreja primitiva


era que perseveravam na comunhão uns com os outros (At. 2:42). Um dos
primeiros sintomas de esfriamento espiritual é quando as pessoas começam
a dizer: "Não necessito ir à igreja, eu posso orar em minha casa."
Geralmente quem pensa assim termina distanciando-se de Deus e entregue
52
ao mundo; a Escritura ensina: "Consideremo-nos também uns aos outros,
para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de
congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e
tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima" (Hb. 10:24-25).

O apóstolo João diz: "Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz,
mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho,
nos purifica de todo pecado" (1 Jo. 1 :7).

Na Infância

Se estamos conscientes que as crianças são os homens e as mulheres de


amanhã, devemos nos preocupar em semear nelas a poderosa semente da
verdade que encontramos na bendita Palavra de Deus.

Paulo escreve a Timóteo, dizendo-lhe: "Pela recordação que guardo de tua fé


sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e
em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti" (2 Tm. 1 :5). Essa
semente da fé que começou em uma anciã, reproduziu-se em sua filha, e
logo em seu neto, que chegou a ser um dos pastores mais importantes de
sua época e um dos poucos em quem Paulo confiava.

Dias atrás um pastor amigo compartilhou-me como começou na vida cristã,


graças à ajuda de sua avó, que era uma anciã cheia de sabedoria. Cada vez
que seu neto lhe pedia algum dinheiro, ela dizia-lhe que primeiro lesse certo
capítulo da Bíblia. Aquela venerável anciã, ainda que não soubesse ler nem
escrever, havia conseguido memorizar quase toda a Bíblia.

Este menino converteu-se num companheiro inseparável de sua avó; pouco


antes dela morrer mandou chamá-lo e impôs as mãos sobre ele, pedindo ao
Senhor que fizesse dele um pregador do Evangelho. Com o passar dos anos,
quando este já era um jovem, ingressou em um seminário bíblico e, desde
então, seu ministério tem tido um desenvolvimento florescente,
convertendo-se em um dos mais importantes de sua nação (Guatemala) e
também da América Latina. O que hoje em dia é o ministério da
Fraternidade Cristã da Guatemala, teve sua origem na semente da verdade
que uma anciã semeou em seu pequeno neto, e que tem dado fruto a cem
por um.

" ... E que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te
sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus" (2 Tm. 3: 15). "Ensina a
criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se
desviará dele" (Pv. 22:6).

Jesus orou ao Pai dizendo: "Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te
dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos
sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos" (Mt. 11 :25). Todo crente
que tem uma fé inocente como a de uma criança, que aprende a depender
totalmente do Senhor, acima de seus próprios raciocínios, e que aceita cada

53
uma das Suas palavras, crendo nelas de todo o coração, produz regozijo no
coração de Deus.

Davi disse: "Da boca de pequeninos e crianças de peito suscitaste força, por
causa dos teus adversários, para fazeres emudecer o inimigo e o vingador"
(SI. 8:2). Quando o louvor brota de lábios puros como os de uma criança,
no reino invisível o Senhor levanta muralhas de fortaleza espiritual, para
proteger-nos dos ataques do inimigo e do vingativo.

Na Juventude .

"Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os
maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer"
(Ec.12:1).

Davi disse: "Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo
desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão" (SI. 37:25). Quão
importante é que desde a juventude se ande pelo caminho da justiça e da
retidão. Davi deu testemunho de que, por haver feito isto desde a
juventude, Deus sempre o havia protegido, e ainda na velhice cuidou dele.
Daniel, o profeta, que chegou muito jovem ao palácio de Nabucodonosor,
com direito de participar da comida do rei, sabia que esta era um comida
proibida para os judeus, e por isso propôs em seu coração não se
contaminar com a comida do rei. A atitude de integridade que tinha Daniel,
ajudou-o a manter-se em um alta posição durante diferentes governos. Ele,
desde sua juventude, aprendeu a selecionar seus amigos. Estes eram
homens espirituais, que estavam prontos a ajudar Daniel em qualquer que
fosse sua necessidade. O valor destes jovens pode lido em Daniel 3.
Estiveram dispostos a dar suas próprias vidas para não adorar o que não era
Deus, ainda que isto os levasse à fornalha de fogo; não obstante, estavam
confiados em que seu Deus os poderia livrar do fogo ardente, e assim
sucedeu.

O Jovem Saulo

O primeiro mártir que teve a Igreja, nos primórdios do cristianismo, foi


Estevão.
Morreu apedrejado por uma turba enlouquecida, que não aceitava que se
pregasse Jesus, porque chocava com suas doutrinas legalistas. Um líder dos
fariseus, chamado Saulo, consentia em sua morte (At. 8: 1).

"Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando


homens e mulheres, encerrava-os no cárcere" (At. 8:3).

"Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor,


dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de
Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim
homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém. Seguindo ele
estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu
brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia:

54
Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E
a resposta foi: “ Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas levanta-te e entra
na cidade, onde te dirão o que te convém fazer" (At. 9: 1-6).

A vida de Saulo sofreu uma mudança radical, como fruto desse encontro
com Jesus. Que teria acontecido, se Jesus não lhe aparecesse no caminho de
Damasco? Que teria ocorrido se ele endurecesse seu coração e perseverasse
em sua fanática tarefa? Possivelmente não teríamos o grande tesouro de
suas preciosas epístolas, que escreveu inspirado pelo Espírito Santo. Mas ele
não foi rebelde à visão celestial (At. 26: 19). Saulo, (significa o desejado),
que posteriormente converteu-se no apóstolo Paulo (pequeno), era oriundo
de Tarso da Cilicia; foi "circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da
tribo de Benjamin, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu" (Fp. 3:5). Seu
mestre foi o doutor Gamaliel (significa Deus me tem feito bem), que era a
autoridade máxima na lei judaica daquele tempo, e um dos mais famosos
escribas. Saulo recebeu uma formação um tanto rígida. Veio a ser um dos
fariseus mais radicais de sua seita. Ainda que alguns recebessem o
qualificativo de fariseus hipócritas, no entanto, este homem, Saulo, era um
fariseu sincero, sem falhar em nada; era zeloso da doutrina judaica a tal
ponto que, diante de qualquer corrente ideológica que tratasse de vir
remover os fundamentos de sua estrutura legalista, ele saía como um
grande defensor da lei.

O cristianismo experimentou um rápido crescimento. Os apóstolos eram


respaldados com diversos milagres e sua mensagem propagava-se
velozmente, salvando judeus por onde quer que fosse. As multidões
seguiam suas pisadas, pois procuravam que ao menos a sombra de alguns
deles os alcançasse. Quando chegaram aos ouvidos de Saulo os comentários
acerca de uma "seita" de chamados cristãos, que estavam desviando os
corações dos judeus, por seguir a um tal Jesus que já havia morrido e que,
segundo diziam alguns de Seus seguidores, estava todavia vivo, ele creu
que era seu dever arrasar completamente com todos. Querendo converter-
se em uma espécie de inquisidor, um dia aproximou-se e escutou um desses
tais cristãos, chamado Estevão, que discursava com grande eloqüência, a tal
ponto que nenhum de seus adversários podia resistir à sabedoria, e ao
espírito com que falava. Depois de um de seus discursos, Estevão levantou
seu rosto e, cheio do Espírito Santo, voltou seus olhos para o céu e viu a
glória de Deus e a Jesus que estava à Sua direita, e disse: "Eis que vejo os
céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus. Eles, porém,
clamando em alta voz, taparam os ouvidos e, unânimes, arremeteram
contra ele. E, lançando-o fora da cidade, o apedrejaram. As testemunhas
deixaram suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo" (At. 7:56-58).
"E Saulo consentia em sua morte" (At. 8:1).

Na Vida Adulta

"Então, os presidentes e os sátrapas procuravam ocasião para acusar a


Daniel a respeito do reino; mas não puderam achá-la, nem culpa alguma;
porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem culpa" (Dn. 6:4).

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Daniel se manteve durante toda sua vida como um homem irrepreensível.
Ainda que estivesse em um reino pagão, permaneceu sempre fiel a seu
Deus. Ainda que se levantassem muitos adversários que procuravam por
todos os meios destruí-lo, não obstante, ele sempre se apoiou no Senhor.
Por esse motivo, Ele permitiu que Daniel conhecesse, de um modo claro, as
coisas que teriam que acontecer no futuro. Este homem deu testemunho na
prosperidade e mostrou que se pode servir de uma maneira íntegra ao
Senhor, mesmo no poder.

O que ajudou a Daniel a manter-se fiel ao Senhor foi:

- Orava de joelhos três vezes ao dia, e dava graças diante de Deus (Dn.
6:10).
- Era fiel (Dn. 6:4). Seus adversários não encontravam nenhum motivo para
acusá-lo diante do rei, porque Daniel era fiel a Deus, ao rei, ao seu trabalho,
a seus amigos e a tudo o que Deus lhe incumbiu.

- Nenhum vício ou falta foram achados nele (Dn. 6:4). O homem valente
não é o que pode misturar toda a classe de bebidas embriagadoras, e
ufanar-se de que se mantém em pé, ou o que pensa que pode dobrar seu
próximo com a força bruta. Isso não é valentia. O homem valente é o que
pode vencer os vícios e dizer: "não necessito deles". E o que pode respeitar
e valorizar seu próximo, como se fosse ele mesmo. Daniel pôde identificar-
se com o pecado de sua nação e fazer confissão a Deus, buscando-O em
oração, em súplicas, em jejum, cilício e cinza (Dn. 9:3-4). Um homem de
Deus é aquele que se identifica com as necessidades de sua nação; sabe que
as respostas estão na oração e persevera nela até alcançar a vitória.

O Exemplo da Samaritana

Jo. 4: 1-42. Naquela época as rixas e os ressentimentos que existiam entre


judeus e samaritanos eram muito fortes. Os judeus viam os samaritanos
como impuros, por causa pela miscigenação que haviam tido com os
babilônicos. Nem se quer se aproximavam para saudá-los, nem passavam
por suas cidades. Mas o Senhor Jesus Cristo o fez, porque Ele veio para
derrubar a parede intermediária de separação, e para fazer de ambos os
povos um só; veio também para buscar e salvar o que se havia perdido. E
num ato de humildade, Jesus disse para aquela mulher: "Dá-me de beber".
Ela pensou que Jesus tinha sede de água, mas a sede de Jesus é a salvação
das vidas. Jesus lhe estava dizendo: “Se conheceras o dom de Deus e quem
é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva"
(Jo. 4: 10). Se Me deres da tua água, dar-te-ei da minha; em outras
palavras, se Me entrega tua vida, Eu te entregarei a Minha. Qual valerá
mais?

Jesus disse: "Quem crerem mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão
rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de
receber os que nele cressem ... " (Jo. 7:38-39); como disse o Senhor à
samaritana: "pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a
jorrar para a vida eterna" (Jo. 4: 14).

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Há Quatro Aspectos Abordados pelo Senhor com a Samaritana

- A salvação. Que é representada pela da água viva. "Se beberes da água


que Eu te der (A Doutrina de Jesus), não terás sede (Espírito)”.

- A família. O Senhor lhe disse: "Vai, chama a teu marido, e vem cá". O
Senhor sempre se preocupa com a família de quem a Ele se entrega. Ele
quer que a salvação não seja só para indivíduos, e sim que se estenda à
toda a família. "Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa"
(At.16:31).

- A oração. A mulher tinha uma inquietação: "Em que lugar se deve adorar
a Deus?" como que perguntando: “Qual a religião verdadeira?" Jesus lhe dá
uma resposta simples; não é uma religião que salva, é Deus. "Deus é
espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em
verdade" (Jo. 4:23-24).

A palavra espírito vem do grego pneuma, que quer dizer: vento; assim como
o vento está em todo o lugar, Deus, com Sua santa presença, está em todo
lugar e podemos adorá-Lo onde nós o queiramos.

- O Messias. Ela disse-Lhe: "Eu sei, respondeu a mulher, que há de viro


Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas.
Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo" (Jo. 4:25-26). Tanto judeus,
como samaritanos, estavam esperando o Messias prometido. Nas Escrituras
é revelado que esta mulher jamais imaginou que estava falando com Ele
face a face.

Cinco Atitudes do Samaritana

Sente-se redargüida porque o Senhor descobriu seu coração: Ainda


que ela tratasse de encobrir seu pecado, quando o Senhor lhe disse: "Vai,
chama teu marido e vem cá; ao que lhe respondeu a mulher: Não tenho
marido. Replicou-lhe Jesus: Bem disseste, não tenho marido; porque cinco
maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto disseste
com verdade" (Jo. 4: 16-18). O Senhor fez-lhe ver que havia pecado de
adultério dentro dela; que estava vivendo desordenadamente, e que tinha
de colocar em ordem a situação de sua vida pessoal.

Compreendeu que, apesar de tudo, poderia adorar a Deus: Ainda que


houvesse levado uma vida desordenada, o Senhor não a havia rejeitado, e
abrira-lhe as portas para que se convertesse em uma adoradora, e O
adorasse em espírito e em verdade.

Creu que Jesus era o Cristo: "De fato, sem fé é impossível agradar a
Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia
que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam" (Hb. 11 :6).

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Deixou seu cântaro: Este representa sua vida antiga, sua vida passada.
Quando Paulo escreveu sua segunda epístola aos Coríntios, disse: "E, assim,
se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram;
eis que se fizeram novas" (2 Co. 5: 17).

Testificou para outros de Jesus: Foi a cidade de Samaria, e lhes disse:


"Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito.
Será este, porventura, o Cristo?" (Jo. 4:29). E como fruto de seu
testemunho pessoal, toda Samaria recorreu a Jesus Cristo e, depois de
escutá-Lo, creram nEle. Jesus veio para o rico e para o pobre, para o sábio e
para o ignorante, para o forte e para o fraco, e fez o convite, dizendo:
"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos
aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso
e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma" (Mt. 11 :28-
29).

Em geral o ser humano tem um conceito muito errado acerca de Deus, e


teme aproximar-se dEle. Mas todos aqueles que estão dispostos em seu
coração a encontrar a Deus, têm sido completamente transformados pelo
poder de Seu Espírito Santo.

Na Velhice

Quando Deus chamou Abraão, este tinha setenta e cinco anos de idade (Gn.
12:4). Disse-lhe: "Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e
vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te
abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!" (Gn. 12:1-2).
O apóstolo Tiago escreveu: " ... Abraão creu em Deus, e isso lhe foi
imputado para justiça ... " (Tg. 2:23) .

Abraão converteu-se no pai da fé, porque creu em esperança e contra a


esperança.
Com todos os seus atos este patriarca demonstrou sua inquebrantável fé
nesse Deus invisível, convertendo-se no exemplo mais poderoso de como
Ele Se agrada do relacionamento dos com Ele.

- Abraão entendeu que para Deus não existe a palavra impossível.


- Era-lhe impossível abandonar sua terra, sua família, seus negócios, sua
tradição, etc, mas ele apoiou-se somente em Deus.
- Era impossível ter um filho, porque Sara sua mulher era estéril e estava
fora da idade, pois tinha noventa anos, mas este casal apoiou-se na
promessa Divina, que sua descendência seria tão numerosa como as
estrelas do céu ou como a areia do mar.
- Era-lhe impossível sacrificar seu filho. Quando Deus lhe disse: "Toma teu
filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá;
oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei"
(Gn. 22:2).

Ainda que Abraão soubesse que em Isaque estava a promessa de sua


descendência, não duvidou um instante sequer, nem discutiu com Deus, pois

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tinha a segurança de que Ele era poderoso para ressuscitá-lo dos mortos
(Hb.11:17-19).

Creio que para todas aquelas pessoas que estão experimentando o peso dos
anos, onde a sociedade tende a rejeitá-los, é muito importante saber que se
depositar toda sua confiança em Deus, Ele fará o impossível e renovará suas
forças como as da águia, e poderão exclamar, como fez o ancião Calebe, aos
seus oitenta e cinco anos: "Estou forte ainda hoje como no dia em que
Moisés me enviou; qual era a minha força naquele dia, tal ainda agora para
o combate, tanto para sair a ele como para voltar" (Js. 14: 11). Ou
recebamos o exemplo de Zacarias e Isabel, este casal de anciãos. "Ambos
eram justos diante de Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os
preceitos e mandamentos do Senhor" (Lc. 1 :6).

Exercícios:
Parte 1 – O DIABO E O INFERNO.

1. De acordo com os versículos abaixo, de que forma o inimigo pode


atuar:
a) 2 Co. 2:9-11
b) 1 Pe. 5:8
c) Ef. 4:27
d) 1 Tm. 3:7

2. Faça uma breve descrição sobre a origem, personalidade e posição de


Satanás. Cite versículos que comprovem sua descrição.

3. O que a Bíblia tem a dizer sobre o caráter de Satanás.

4. De acordo com Mc. 3:27, quais os 3 aspectos que envolvem o conflito


espiritual com Satanás?

5. Quais as 10 dicas para vencer a tentação?

6. Reescreva em seu caderno e decore:


a) Rm. 3:23
b) Rm. 6:23
c) Is. 59:2
d) At. 4:12

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Parte 2 – OBRAS DA CARNE.

Faça um resumo contendo a definição e a forma de atuação na vida do


homem de cada uma das obras da carne.

Parte 3 – O SOFRIMENTO DO JUSTO.

1. Quais as 7 razões pelas quais o justo sofre?


2. O Sofrimento permite ao homem 3 coisas. O que são?
3. Qual a posição do homem em relação ao mundo segundo Hb. 11:13 e
1 Pe. 2:11?
4. O que significa a relação crente versus mundo de acordo com Tg. 4:4?

Parte 4 - ARREPENDIMENTO.

Leia, confronte as seguintes citações bíblicas e responda.

1. Segundo 2 Sm. 11:1, o que o rei Davi devia fazer, mas não o fez?

2. Segundo 2 Sm. 11:2-4, cite as 4 coisas que Davi não deveria ter feito.

3. Segundo 2 Sm. 11:5, qual foi o resultado dessa relação?

4. De acordo com 2 Sm. 11:2-8,13, como Davi quis cobrir sua falta?

5. Conforme 2 Sm. 11:11, qual foi a resposta de Urias?

6. Segundo 2 Sm. 11:15, o que Davi mandou Joabe fazer?

7. Leia 2 Sm. 11:27 e responda: Como Deus viu a atitude de Davi?

8. De acordo com 2 Sm. 12:5-10 qual foi o juízo emitido por Davi, logo que
o profeta Natã declarou-lhe a parábola do homem rico e do homem pobre?

9. Quais foram as 5 coisas recriminadas por Deus em Davi, conforme se lê


em 2 Sm. 12:9?

10. Leia 2 Sm 12:8-14 e enumere as 5 conseqüências do pecado de Davi,


conforme profetizado por Natã.

11. De acordo com 2 Sm. 12:13, o que respondeu Davi a Natã?

60
12. Em Sl. 51:2-9,12, que implora, em oração, Davi ao Senhor?

13. O que é necessário, segundo Pv. 28:13, para alcançar-se misericórdia?

14. Segundo Tg 1:2, cite 3 maneiras positivas que o crente deve ter com a
Palavra:

15. Em At. 17:30, o que determina o Senhor a todos os homens?

16. Segundo Is. 53:6, que fez o Pai Eterno a Jesus?

17. Consoante Lc. 19:8, como demonstrou Zaqueu seu arrependimento?

18. Como deve ser o comportamento do crente, de acordo com 1 Pe. 1:15?

19. Qual deve ser a atitude do crente frente ao incrédulo, conforme 2 Co.
6:14-17?

20. De acordo com Dt. 7:2-4, o que deveria ser feito com as nações
conquistadas?

21. Por que o Senhor proibia qualquer relação com essas nações, segundo
Dt. 7:4?

22. De acordo com Is. 62:5, como Deus compara a comunhão com seu
povo?

23. Segundo Tg. 4:4, como são qualificados os que amam este mundo?

24. De acordo com Lc. 15:11-32, cite as 4 coisas que levaram o filho pródigo
regressar à casa do pai.

Parte 5 - NOVO NASCIMENTO.

Leia cuidadosamente as seguintes perguntas e preencha os espaços com a


resposta adequada:

1.Quem era Nicodemos?

2. Qual foi a frase surpreendente para Nicodemos, expressa por Jesus?

3. Segundo Tg. 1:18 e Jo. 6:63, o ser humano experimenta o novo


nascimento quando produzido pela ação da ______________________ e
com o poder do ____________________

4. Complete a citação bíblica de Jo.1:12, 13, que ensina que, a todos Deus
abre a porta da Graça para sua salvação, por Sua infinita misericórdia: "Mas
a todos quantos O__________________ , aos que___________________
61
em Seu nome, deu-lhes poder de serem ________________de
__________________os quais não _____________do sangue nem da
___________________ carne, nem da _______________do varão, mas de
_______________ "

5. De que forma cada vida pode experimentar o novo nascimento?

6. Como foi sua experiência ao nascer de novo, ou seja, quando aceitou


Cristo em seu coração?

7. Leia, escreva e memorize Jo. 3:16

8. Leia e escreva Jo. 3:5

9. As seguintes citações bíblicas ajudarão a entender, o que sucedeu quando


você decidiu crer em Deus. Ou seja, passou de sua velha vida a:

Rm. 8:15 da escravidão para ______________________


2 Co. 1 :22 ____________________________________
2 Co. 6:18 _____________________________________
Jo. 3:16 ______________________________________

10. Escreva uma oração de agradecimento a Deus por tê-lo incorporado em


Sua família.

Parte 6 - BEBÊS ESPIRITUAIS.

De acordo com a leitura de Bebês Espirituais, responda:

1 Quais são as 4 prioridades para um bom desenvolvimento espiritual?


a. _
b. _
c. _
d. _

2. Em que etapas de sua vida a fé se desenvolve?

3. O ________________ religioso tem feito, por anos, com que se cometam


atropelos e injustiças no nome da religião.

4. O primeiro mártir que a igreja teve foi _________________.O líder que


consentiu em sua morte foi _________________________________

5. É muito mais alentador saber que Paulo sofreu sua mudança radical
quando teve um _____________com Jesus, além de não ter sido
____________à visão celestial.

6. Segundo At. 9:15-16, qual era o propósito de Deus com este homem?
62
7. Com base na leitura da passagem da mulher samaritana e
complementando com Jo 4:1-42. Desenvolva:

7.1. Que personagens intervieram neste encontro e qual foi o motivo de


seu diálogo?

7.2. Explique brevemente os temas tratados pelo Senhor Jesus com a


samaritana.
Salvação:

Família:

Oração:

Messias:

7.3. A samaritana tomou várias atitudes em seu encontro com Jesus,


explique-as:
Sentiu-se redargüida:

Compreendeu que Jesus não a rejeitava:

Creu que Jesus era o Cristo:

Deixou seu cântaro:

Testificou para outros de Jesus:

8. Leia, compreenda e memorize os seguintes versículos:

Jo.7:38

Jr.29: 12-13

63

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