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CURSO MINISTERIAL DE

TEOLOGIA

APOSTILA DE VIDA CRISTÃ


CENTRO DE CAPACITAÇÃO MINISTERIAL
Índice

1. Vida Cristã ..................................................................................................................... 02


2. Carnal ou 04
Espiritual? ......................................................................................................
3. O Custo do Discipulado ................................................................................................. 07
4. O Custo do Discipulado – parte 2 .................................................................................. 08
5. O Custo do Discipulado – parte 3 .................................................................................. 09
6. O Custo do não discipulado ........................................................................................... 11
7. O Custo das Rupturas familiares ................................................................................... 13
8. Compreendendo e praticando o perdão 1 ....................................................................... 16
9. Desenvolvendo uma boa comunicação na família ....................................................... 22
10. Discípulos aprovados por Cristo .................................................................................... 26
Capítulo 1
VIDA CRISTÃ

1.1. Início da Vida Cristã


A vida cristã tem início na experiência do novo nascimento ou conversão. Como
aconteceu sua experiência de conversão? (cada aluno de maneira objetiva contará como
nasceu de novo).
A experiência de cada um é “sui generis”, isto é, própria, particular. Pode ocorrer
alguma semelhança, mas não é a mesma coisa para todas as pessoas, no entanto, ela tem
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uma sequência natural:
1) O pecador ouve a Palavra de Deus;
2) O Espírito Santo age em seu coração convencendo-o dos seus pecados, da justiça e
juízo de Deus (Jo. 16:7-11);
3) Caberá ao pecador aceitar ou rejeitar a ação do Espírito;
4) Quando ele aceita a Jesus é salvo (Jo. 3:16,15), mas se rejeita, é condenado, (Jo.
3:36).
5) Uma vez salvo tem como desafio o seu crescimento espiritual.

1.2. Significado
Deus não apenas nos salvou dos nossos pecados para obtermos a vida eterna, mas
Ele também nos salvou para Si mesmo, para termos com Ele um relacionamento especial.
Salvação é mais do que escaparmos do inferno e estar com Deus após nossa morte. Trata-se
também de viver o restante de nossas vidas aqui na terra, de um modo que agrade a Deus e
que seja digno dEle (Cl. 1:10).
Vida cristã é permitir que Jesus tenha o controle absoluto de nossa vida,
obedecendo-o em tudo.

1.3. O que Jesus ensinou sobre ser seu discípulo


“Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me (Mt.
16:24).
Em todos os seus chamados ao arrependimento, o Senhor Jesus deixa claro que
somente Ele pode nos livrar da miséria do pecado, a fim de que sejamos pecadores
remidos, nele adotados como filhos de Deus, e santificados no poder do Espírito Santo, para
a glória do Pai. O alvo do evangelho é salvar os pecadores, e estes, uma vez salvos, terão
que seguir um discipulado responsável, de acordo com os ensinamentos do seu Salvador, o
que não é nada fácil.
É disso que o Senhor Jesus está tratando aqui. Em Lc. 14:26 este “aborrece” significa
amar menos aos parentes e mais a Ele. É claro que quem ama a Jesus amará seus parentes.
Então, será que Jesus está nos ensinando a odiar nossos pais, cônjuges, filhos, irmãos e a
nossa própria vida? É claro que não! Um ensinamento de Jesus não pode contradizer outro,
além disso, ele nos mandou amar até mesmo os nossos inimigos (Lc. 6:27).
Isso nos mostra a dureza das palavras do Mestre. Aqui, Jesus está ensinando que,
para ser seu discípulo, devemos aprender com ele a amar a Deus acima de todas as coisas.
O Senhor está dizendo que precisamos amá-lo com amor mais intenso do que o amor que
normalmente dedicamos aos nossos familiares, ou à nossa própria vida. São palavras
duríssimas que nos mostram o preço de ser um cristão verdadeiro.
O Senhor Jesus está ensinando que se as demandas dos nossos familiares entrarem
em conflito com o nosso culto a Deus, o que não tem a ver com o simples “ir à igreja”, e sim
com uma vida de santidade, precisamos priorizar o nosso culto, o nosso relacionamento
com Deus, lembrando que o relacionamento com Deus se materializa no nosso
relacionamento com o próximo. Por isso, precisamos da graça de Deus para, em todas as
ocasiões, saber discernir a prioridade ordenada por Jesus: amá-lo acima de todas as coisas.
Pode ocorrer que as pessoas convertidas enfrentem oposição de familiares e amigos.
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Quando esta oposição não é declarada, ela é velada por meio de convites, compromissos
sociais e familiares, como visitas e festas nos dias e horários de compromissos na igreja, de
modo a afastar os convertidos do discipulado, na comunhão dos irmãos. É nestas ocasiões
que precisamos discernir o que é mais importante. Infelizmente, para muitos o estilo de
vida denuncia sua preferência pelos parentes e amigos. Por não querer desagradá-los,
acabam colocando-os adiante de Deus. É bom lembrar que eles não estão nem um pouco
preocupados em nos desagradar, no momento em que nos afastam da igreja, e do
discipulado na comunhão dos irmãos.

Resolvendo a seguinte questão: Esposa se converte. Marido não é crente. Ela quer
participar do culto de domingo à noite. O marido a proíbe. O que ela deve fazer? (grupos
de três).
Ef. 5:22-24; 1 Co. 11:3

Capítulo 2
CARNAL OU ESPIRITUAL?
Mt. 16:13 -23

No estudo do NT, encontramos três tipos de pessoas:

a) Natural
É a pessoa não salva; não compreende as coisas de Deus; para essa pessoa, a
doutrina e o estilo de vida do crente é loucura: “Ora, o homem natural não aceita as coisas
do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se
discernem espiritualmente” (1 Co. 2:14).
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b) Carnal
É uma pessoa salva, mas que não desenvolveu sua vida espiritual. Veja o que Paulo
diz sobre esse tipo de crente: “E eu, irmãos não vos pude falar como a espirituais, mas
como a carnais, como a criancinhas em Cristo. Leite vos dei por alimento, e não comida
sólida, porque não a podíeis suportar; nem ainda agora podeis; porquanto ainda sois
carnais; pois, havendo entre vós inveja e contendas, não sois porventura carnais, e não
estais andando segundo os homens?” (1 Co. 3:1-3).
Essa pessoa é salva, mas a velha natureza pecaminosa domina:

1. Alimenta-se de “leite” (v.2).

Permanece no “bê-á-bá” da vida cristã. Não cresce espiritualmente.

2. É levado pelos “ventos de doutrina”.

“Para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento
de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro”
(Ef. 4:14).

3. Vive em conflito com outros irmãos.

“Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais uns
aos outros” (Gl. 5:15).
“Mas se vocês se mordem e se devoram uns aos outros, cuidado para não se
destruírem mutuamente.” (NVI).

4. Produz as obras da carne (Gl. 5:19-21).

“Ora, as obras da carne são manifestas: Imoralidade sexual, impureza e libertinagem


(pecados contra a santidade); idolatria e feitiçaria (pecados doutrinários); ódio, discórdias,
ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja (pecados contra o amor fraternal);
embriaguez, orgias (pecados contra a temperança, domínio próprio) e coisas semelhantes.”
(NVI).
Rm. 8:8, diz: “e os que estão na carne não podem agradar a Deus”.

c) Espiritual
Essa pessoa possui o Espírito Santo e o Espírito Santo a possui. Ela tem a capacidade
de entender as coisas espirituais em maior profundidade: “Ora, nós não temos recebido o
espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as
coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus; as quais também falamos, não com
palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito
Santo, comparando coisas espirituais com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as
coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque
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elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele
por ninguém é discernido” (1 Co. 2:12-15).

1. É um crente maduro, equilibrado; tem sabedoria.

2. É paciente com as falhas dos outros.

“Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois
espirituais corrigi o tal com espírito de espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão; e
olha por ti mesmo, para que também tu não sejas tentado” (Gl. 6:1).

3. Anda e é guiado pelo Espírito.

“Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne. Porque
a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro,
para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da
lei [...] Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito” (Gl. 5:1-18,25).

4. Ama o próximo.

“Pois toda a lei se cumpre numa só palavra, a saber: Amarás ao teu próximo como a
ti mesmo” (Gl. 5:14).

5. Não se cansa de fazer o bem.

“E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não
houvermos desfalecido. Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas
principalmente aos domésticos da fé” (Gl. 6:9,10).

6. Leva as cargas do próximo.

“Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gl. 6:2).

Faz isso com amor: “… antes pelo amor servi-vos uns aos outros” (Gl. 5:13b).
7. Produz o fruto do Espírito

“Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a


bondade, a fidelidade. a mansidão, o domínio próprio…” (Gl. 5:22,23a).

Como passar da categoria de carnal para espiritual?

1. Querer.
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2. Descobrir o grande segredo:

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a
vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a
si mesmo por mim” (Gl. 2:20).

3. Perseverar.

“Mas as que caíram em boa terra são os que, com coração bom e generoso, ouvem a
palavra, a retêm e dão fruto, com perseverança" (Lc. 8:15).
“Todos odiarão vocês por minha causa, mas aquele que perseverar até o fim será
salvo” (Mt. 10:22).
“E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa,
comiam com alegria e singeleza de coração” (At. 2:46).

Para você refletir:

 Que tipo de crente você é?


 Carnal ou espiritual?
 Deseja de todo o coração ser um crente espiritual? Então aplique as verdades deste
ensino a começar de hoje.

Capítulo 3
O CUSTO DO DISCIPULADO
É por isso que as palavras de Jesus são duras. Ele está ensinando pecadores a
discernir entre a vida e a morte. Observem que em Lc. 14:27 Ele nos lembra que a cruz
precede a glória. Todos querem a glória. De preferência, uma glória aqui na terra, como é
prometida nas falsas pregações. Uma glória sem a cruz é uma glória totalmente estranha
aos ensinamentos bíblicos acerca da daquela que nos espera no Reino do céu. A esse
respeito, qual a exigência do Senhor Jesus? “E qualquer que não tomar a sua cruz, e vier
após mim, não pode ser meu discípulo”.
A salvação é de graça, esta é a mensagem do evangelho. Porém, o mesmo Jesus que
oferece a salvação de graça, também ensina que a vida do salvo, ou, em outros termos, o
discipulado cristão para uma vida de santidade tem um alto preço, o preço da renúncia, o
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preço de tomar a sua cruz, o preço de tomar sobre si o jugo de Jesus, o preço de negar-se a
si mesmo. Todos estes ensinamentos têm o mesmo significado: o preço do discipulado
obrigatório na vida de todo aquele que foi salvo por Jesus.
Ler Lc. 14:28-32.
Jesus deixa muito claro àqueles que o seguiam naquele tempo, e a nós, hoje
também, acerca da necessidade de calcular o preço do discipulado: Iniciar uma construção,
ou sair para uma guerra, eram circunstâncias bem familiares aos seus ouvintes. Com as duas
hipóteses propostas, o Senhor Jesus ensina claramente a eles e a nós que o discipulado não
é algo banal, e que a salvação não é algo que possamos receber de forma irresponsável,
sem esforço e sem renúncia, para a nossa santificação pelo discipulado.
Segundo o Senhor Jesus, este é o preço de ser cristão: “Assim, pois, todo aquele que
dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lc. 14:33).
Somente os salvos podem entender o quanto estas palavras duríssimas são ao mesmo
tempo encorajadoras, por saber que o próprio Jesus é quem os conduz na difícil caminhada
do discipulado, pelo poder do Espírito Santo, até a glória do Pai.

3.1. O Ensino do Apóstolo Paulo Sobre as Implicações do Discipulado


Na Primeira Carta que escreveu para os Coríntios, capítulo 9, Paulo menciona sua
própria experiência para mostrar o custo do discipulado.

a) Anunciava o Evangelho com grande senso de responsabilidade (v.16);


b) Não se gloriava por anunciar o Evangelho, uma vez que era sua obrigação (v.16);
c) Embora tivesse direito, abriu mão do sustento daqueles a quem pregava (v.18);
d) Sendo livre fez-se escravo para ganhar pessoas para Jesus (v.19);
e) Procurava identificar-se com aqueles que desejava ganhar para Cristo (vv. 19-22);
f) Fazia de tudo por causa do Evangelho (v.23);
g) Comparou o crente como um atleta vitorioso (vv. 24-27).

Que lição você tira para sua vida de discípulo?

Capítulo 4
O CUSTO DO DISCIPULADO – PARTE 2
O discipulado exige que eu me torne disponível para Ele, para que Ele possa fazer-se
disponível para mim. É uma relação de compromisso mútuo. Este é o verdadeiro
discipulado, e custa - não com cifrões, mas com o sinal da cruz.
Preço é o que nós pagamos por algo. Custo é o que é necessário para sua
manutenção. O direito de discipulado foi comprado por Jesus no Calvário. Ele pagou o
preço. Estamos dispostos a pagar o custo? Jesus nunca atraiu os discípulos por propaganda
enganosa. Ele disse: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e
siga-me. (Mateus 16:24). Certa vez, Ele olhou para uma multidão e disse: "Se alguém vem a
mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua
própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo." (Lucas 14:26, NVI). Com esses
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termos, não houve uma debandada para encontrar com Ele, então, não é provável que seja
um agora. O custo do discipulado ainda é o mesmo - o compromisso.
A palavra "discipulado" é sinônimo de "disciplina". Somos discípulos disciplinados da
cruz. Costumo dizer aos crentes que duas palavras são necessárias para ser um camarada
de compromisso: prioridades e disciplina. Devemos estar dispostos a definir nossas
prioridades e nos disciplinar para mantê-los. Podemos escolher ser seguidores e viver à
margem, ou podemos optar por sermos discípulos e ver em primeira mão a majestade do
Seu reino.
Jesus convidou as pessoas para um relacionamento. Ele apenas disse: "Vinde a mim"
(Mateus 11:28). Ele chamou Seus primeiros discípulos para que eles pudessem estar com
Ele: “Escolheu doze, designando-os como apóstolos, para que estivessem com ele, os
enviasse a pregar" (Marcos 3:14) Ele disse coisas simples como “Sigam-me,” (Mateus 4:19)
e "Eu sou o caminho"(João 14:6). Mesmo após sua morte, o mundo exterior tomou nota de
que os seus discípulos tinham estado com Jesus.
Relacionamento com Jesus deve ser o primeiro. Ele então deu o Seu poder aos
discípulos e os enviou. Poder vem de um relacionamento. A diferença entre Jesus e todos os
discípulos foi que se tratava de um relacionamento com uma pessoa.
Comprometimento e relacionamento - que é o custo do discipulado. Muitos
“discípulos” abandonaram a Jesus. Ele perguntou ao pequeno grupo de doze, "Vocês
também não querem ir?"  Pedro perguntou: "Senhor, para quem iremos?” Note Ele
perguntou: “para quem...?” Ele tinha um entendimento de que se tratava de um
relacionamento com Jesus. Pedro concluiu que Ele era o Único. (Veja João 6:67-68).
Jesus afeta a minha vida, porque Ele é meu mestre, e eu estou comprometido com
Ele e Seus ensinamentos. A realidade de nosso discipulado é determinada por nossa
obediência. A obediência total é a condição para Deus abençoar. Para saber a medida do
discipulado de uma pessoa, observe a realidade de sua obediência a Deus.
O discipulado exige que eu me torne disponível para Ele, para que Ele possa fazer-se
disponível para mim. É uma relação de compromisso mútuo. Este é o verdadeiro
discipulado, e custa, não com cifrões, mas com o sinal da cruz. T.F. Tenney

Capítulo 5
O CUSTO DO DISCIPULADO – PARTE 3
Lucas 14: 25-34
Jesus estava reunido com um grande número de pessoas, havia uma multidão,
muitas dessas pessoas eram atraídas pelos milagres que Jesus operava. Curas
extraordinárias, libertação dos demônios, multiplicação dos pães e dos peixes, etc. Todas
essas manifestações sobrenaturais atraía gente de toda parte. Alguns vinham com o
coração aberto para receber não apenas o milagre, mais também aquele que opera o
milagre - Jesus. Porém outros vinham movidos pela curiosidade. Por isso diante desta
multidão mista, Jesus explica que o verdadeiro discipulado tem custo.

Ser sal que salga (V. 34-35)


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“O sal é bom, mas se ele perder o sabor, como restaurá-lo? Não serve nem para o
solo nem para adubo; é jogado fora. "Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça " (vv. 34-35
NBV).
Isto significa que, como discípulos de Jesus, devemos fazer a diferença na sociedade
onde estamos inseridos. Não podemos perder a nossa função de dar sabor e conservar a
integridade.
Como podemos fazer a diferença como discípulos de Cristo?

1. Se comportar como discípulo de Cristo. (1 João 2:6)


“Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou” (1 João 2:6).
Como discípulos, temos a natureza de ovelha (não de porco) e devemos nos comportar
como tal.

2. Ter uma linguagem diferente (Ef. 4:29).


“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como
vos convém responder a cada um”. (Colossenses 4:6). “Não saia da vossa boca nenhuma
palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que
a ouvem” (Efésios 4:29). Como discípulos de Cristo, somos cidadãos do reino de Deus, e
este reino tem uma linguagem, um idioma. Então o que eu falo me denuncia de quem eu
sou discípulo.

3. Trabalhar para a conquista de vidas para Jesus (Mateus 28:19-20).



Portanto ide, FAZEI DISCÍPULOS de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.”
(Mateus 28:19-20, ênfase minha). Se eu sou discípulo de Cristo eu preciso sonhar o sonho
de Deus, que é ter uma família de muitos filhos semelhantes a Jesus. Por isso, Ganhar,
Consolidar, Discipular, e Enviar deve ser o nosso sonho e o nosso alvo dentro do
discipulado. Devemos sonhar com as nossas células, com os nossos doze e com a conquista
de multidões para Jesus.
Sim, há um custo em ser discípulo de Cristo. O custo de amar a Jesus acima de
qualquer outra coisa, o custo de tomar a cruz e segui-lo, o custo de permitir que Cristo
construa o seu caráter em nós, o custo de guerrear ao lado de Cristo contra forças das
trevas e o custo de fazermos a diferença onde estivermos. Sim há um custo, mas há
também uma recompensa. Jesus disse que aqueles que são capazes de abrir mão de
qualquer relacionamento por amor a Ele receberão a multiplicação das bênçãos nessa terra
e na era vindoura, a vida eterna (Marcos 10:28-30). Por isso fique firme no discipulado de
Jesus, pois depois de vencer a guerra virá a recompensa.  

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Capítulo 6
O CUSTO DO NÃO DISCIPULADO
Ricardo Barbosa

Em 1937, o teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer publicou seu famoso livro “O Custo
do Discipulado”. Uma exposição do Sermão do Monte, na qual ele comenta o que significa
seguir a Cristo. O contexto era a Alemanha no início do nazismo. Sua preocupação era
combater o que ele chamou de “graça barata”, essa graça que oferece perdão sem
arrependimento, comunhão sem confissão, discipulado sem cruz. Uma graça que não
implica obediência e submissão a Cristo. Seu compromisso com Cristo e sua cruz o levou a
morte prematura em abril de 1945.
“O Custo do Discipulado” é um livro que precisa ser lido pelos cristãos brasileiros do
século 21, com sua fé secularizada, sua moral relativizada, sua ética minimalista e sua
espiritualidade privada e narcisista. A “graça barata” tem nos levado a conceber um
cristianismo medíocre e uma espiritualidade que não expressa a nobreza do Reino de Deus.
A fé cristã é, antes de tudo, um chamado de Cristo para segui-lo. Um chamado para
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tomar, cada um, a sua cruz de renúncia ao pecado e obediência sincera a tudo quanto
Cristo nos ensinou e ordenou. 
Muitos olham para este chamado e reconhecem que o preço para seguir a Cristo é
muito alto. Amar os inimigos, abençoar os que nos rejeitam, orar por todos os que nos
perseguem, sem dúvida é muito difícil. Perdoar os que nos ofendem, resistir as tentações,
buscar antes de qualquer outra coisa o reino de Deus e sua justiça e fazer a vontade de
Deus aqui na terra como ela é feita nos céus, não é fácil.
Se o custo do discipulado é alto, já imaginou o custo do não discipulado? Se amar o
inimigo é difícil, tente odiá-lo! Se honrar pai e mãe é custoso, pense na possibilidade de não
fazê-lo! Se viver em obediência a Cristo, renunciando o pecado, exige muito, procure
ignorar isto! 
Vivemos hoje uma sociedade enferma. O número de divórcios aumenta cada dia. O
número de filhos que desconhecem o pai é alarmante. As doenças de fundo emocional
multiplicam-se. A violência cresce. A corrupção parece não ter fim. Os transtornos psíquicos
na infância assustam os especialistas. A raiz da enfermidade pessoal e social, em grande
parte, é o não discipulado. Não considerar os mandamentos de Cristo, seu magnífico ensino
no Sermão do Monte, seu chamado para a renúncia ao pecado e a necessidade de
diariamente tomar a cruz da obediência para segui-lo tem um custo incalculavelmente
maior. 
Jesus nos conta a parábola de um homem que descobriu um grande tesouro que
estava escondido em um campo. Com muita alegria, tomou tudo o que tinha, vendeu e,
com o dinheiro, comprou o campo e com ele seu tesouro. Desfazer de tudo o que tinha foi
uma decisão fácil tendo em vista o tesouro que iria adquirir. Só iremos compreender a
importância da contrição e do arrependimento, da confissão e da renúncia ao pecado, da
obediência aos mandamentos e do valor da cruz se tivermos consciência da riqueza que nos
espera. 
Pagamos um alto preço pela “graça barata”. Nossas famílias sofrem por causa dela.
Nossos filhos encontram-se confusos e perdidos. A nação afunda-se na lama da corrupção,
da violência e da promiscuidade. Nossas igrejas transformaram-se em centros de
entretenimento religioso, com um comércio de falsas promessas em troca de um evangelho
sem cruz e de um reino onde cada um é seu próprio rei.
O chamado de Cristo para sermos seus discípulos, com seu “alto custo”, é o único
caminho possível para a liberdade. A única opção para a verdadeira humanidade. A única
esperança para nossa sociedade enferma. Se seguir a Cristo exige muito, lembre que não
segui-lo vai lhe custar muito mais.

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• Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e


coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de “Janelas para a Vida” e
“O Caminho do Coração”.
Capítulo 7
O CUSTO DAS RUPTURAS FAMILIARES

Um dos altos custos que o discipulado requer de seus candidatos é o de


potencializar, ou criar tensões no ambiente familiar. Os laços de família, na época de Jesus,
eram tão fortes quanto o são hoje. Contudo, é preciso dar atenção às variantes culturais.
Estar sob a autoridade ou os cuidados de um chefe de família, outrora, garantiria não
apenas um nome para o indivíduo, como também direitos e status social. Cortar ou ser
cortado esse laço funcionaria como uma espécie de suicídio social, ou um mergulho na
margem da sociedade e várias implicações negativas poderiam resultar de um ato como
esse. 
A palavra aborrecer soa um tanto agressiva para nós, leitores atuais. E é uma reação
esperada, pois “ao pé da letra”, o termo grego “misei” significa odiar, detestar, abominar.
Entretanto, se pudéssemos esmiuçar, sem prejudicar o real sentido que Jesus quis
empregar, seria “ame menos sua família”. Jesus não estava incitando o ódio aos parentes,
apesar de uma leitura superficial caminhar para esse sentido. Ele usou de uma linguagem
impactante para revelar que a devoção a qualquer membro da família deve ser precedida
pela devoção ao Senhor. Não é que não devamos amar nossos parentes; devemos amá-los,
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sim!  
Apesar de a pregação de Jesus, naquele momento, ter sido em um contexto
determinado, portanto, requerendo uma aplicação local, não é difícil percebermos o quanto
esse preço continua sendo pago, atualmente, por muitos discípulos espalhados por este
mundo, mesmo em contextos culturais e históricos diferentes. Jesus sabia que, em uma
situação ou outra, a decisão de se tornar discípulo nem sempre representaria uma
convivência pacífica com as pessoas que amamos. Ainda que Deus tenha criado a família,
sabemos que nem sempre elas trilharão os caminhos divinos. Haverá muitos “amores” em
jogo. E, quando se configurar tal situação, deve-se decidir por qual amor o coração baterá
mais forte. 
Talvez aqui, na cultura brasileira, essa tensão não seja revestida de um caráter tão
dramático. Todavia, na cultura e na religião mulçumanas, por exemplo, a situação é bem
dramática. Podemos ter acesso fácil, pela internet, a muitos testemunhos de ex-membros
do Islã que converteram a fé em Jesus Cristo. A ruptura, em tais casos, foi tão chocante que
os próprios pais, aliados aos militantes da islamização, chegaram a usar maus tratos,
forçando-os a fugirem para sempre da terra natal. Alguns dos desertores da fé islâmica,
porém, não têm a opção de fugir e são mortos antes. 
Isso não diminui o estresse causado nas famílias brasileiras. O volume dessa tensão
ocorre em vários aspectos. Nem todo conflito em seio familiar acontece pela ameaça de
vida. Ou seja, quando um ou alguns ameaçam a integridade e o bem-estar de outro, ou dos
outros membros da família. A tensão pode também se ligar ao aspecto moral. Ora, não foi o
próprio Pedro quem pintou, em cores vivas, a aflição de Ló?! “... e livrou o justo Ló, afligido
pelo procedimento libertino daqueles insubordinados, porque este justo, pelo que via e
ouvia quando habitava entre eles, atormentava a sua alma justa, cada dia, por causa das
obras iníquas daqueles” (2 Pedro 2:7-8). A mesma aflição está sendo experimentada, neste
exato momento, por algum discípulo, em qualquer local do mundo, certamente. 
Então, quer dizer que devemos abandonar nossos familiares? Não!  Precisamos ler e
estudar todo o conteúdo do Evangelho pregado por Jesus. E, somente assim, entenderemos
que amar a Deus acima de todas as coisas não significa não amar os familiares. Apenas
indicará um reajuste de prioridade. Lutar pela causa de Deus é lutar pela causa de nossa
família. Nem sempre o resultado sai do jeito que esperamos, mas isso faz parte da vida
discipular. A mente de Deus é insondável e, como resultado, ficamos bastante confusos. Por
isso, é imprescindível buscar sabedoria em Deus para dar um bom testemunho de Cristo em
nossa família. 
E a conclusão de Jesus é de tirar o fôlego: “Assim, pois, todo aquele que dentre vós
não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (v.33). Temos, diante de nós,
uma impossibilidade categórica. Sem renúncia, não há como ser um discípulo. 
Se assim é, como explicar o grande número de membros nas igrejas, hoje em dia?
Será que a evangelização do mundo só tem gerado sucesso? Se o objetivo de Jesus era, de
certa forma, dificultar ou destruir as falsas expectativas de alguns seguidores, por que não
vemos uma tensão tão dramática, em nossos dias, quanto a tomar a decisão de segui-lo?
Quem, dentre os cristãos de hoje, é um discípulo de Jesus, em qualquer sentido
substantivo do termo ‘discípulo’? Um discípulo é um aluno, um aprendiz – um praticante,
mesmo que iniciante. O Novo Testamento – que deve ser nosso princípio norteador no
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Caminho com Cristo, deixa isso claro. Nesse contexto, os discípulos de Jesus são pessoas
que não apenas adotam e professam certas ideias, como também aplicam sua
compreensão crescente da vida do Reino dos céus a todos os aspectos da vida.
Contrastando com isso, a suposição dominante entre os cristãos professos de hoje é de que
podemos ser ‘cristãos’ para sempre, sem jamais nos tornarmos discípulos.
A “grande disparidade” é entre ser cristão e ser discípulo. Baseado numa pesquisa,
Willard constatou que os seguidores de Jesus têm facilidade em aceitar o título de cristãos,
mas não o de serem chamados de discípulos. Isso porque acreditam que ser discípulo
implica ser um cristão de uma categoria mais elevada. Porém, é um grande equívoco.
Cabe a nós investigar a nossa decisão, atualmente, e dialogar com aqueles à nossa
volta que também estão aspirando ao discipulado. Ninguém, por mais tempo que tenha de
caminhada com o Mestre, deve esquivar-se de uma autoanálise. Nós também estamos
patentes aos retrocessos e vacilações, nos quais incorreu o primeiro grupo de discípulos. 
 
CONCLUSÃO
Apesar do alto preço a ser pago para se tornar um discípulo, a vida discipular
também reserva momentos de alegria incomparável. Os discípulos que permaneceram nos
passos de Jesus até tiveram as “mãos vazias”, pois deixaram muito para segui-lo (Marcos
10:28). Contudo, seus corações estavam sendo abastecidos pelo gozo do Pai e do Filho
(João 17:13). É uma alegria que não depende das coisas, mas flui diretamente de Deus e é
derramada no coração do discípulo. É curioso perceber que há certa disparidade entre o
grau de coisas que, hoje, somos chamados a abrir mão e o que os primeiros discípulos
tiveram de abandonar. A vida discipular tem muitas facetas. Mesmo havendo um chamado
geral para que todos “tomem a cruz”, o Senhor tece um plano exclusivo para cada vida,
cada personalidade. 
Não é suficiente levar pessoas a responder afirmativamente ao convite evangelístico.
É preciso que elas se tornem seguidoras de Jesus. Discipulado significa formação espiritual;
é o processo para se moldar o caráter e espírito do crente para que seja uma pessoa cuja
vida glorifique a Deus. Além disso, prepara o crente para servir ao Senhor, qualquer que
seja seu ministério. Jesus não enviou seus apóstolos antes de serem discipulados 
É justamente em nossa época que o Evangelho vem sendo mais “barateado”. Os
ouvintes atuais há muito, sentem comichões nos ouvidos; não suportam a cruz que está
visceralmente ligada ao discipulado.
“Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-
me” (Lucas 9:23). 

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Capítulo 8
COMPREENDENDO E PRATICANDO O PERDÃO
“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma
cousa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu
irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mateus 5:23,24).

A maravilhosa bênção da reconciliação entre nós e Deus, exige que também a pratiquemos
para com nossos irmãos. À semelhança da cruz, também temos duas linhas do fluir da
reconciliação: a vertical (o homem com Deus) e a horizontal (entre os homens). O mesmo
perdão que recebemos de Deus deve ser praticado para com nossos semelhantes.
Quem não perdoa não é perdoado
O perdão (ou a falta dele) faz muita diferença na vida de alguém. A reconciliação
horizontal determina se a vertical que recebemos de Deus vai permanecer em nossa vida
ou não. A palavra de Deus é clara quanto ao fato de que se não perdoarmos a quem nos
ofende, então Deus também não nos perdoará. Foi Jesus Cristo quem afirmou isto no
ensino da oração do Pai-nosso:

“Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos
perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos
perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:14-15).
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Deus tem nos dado seu perdão gratuitamente, sem que o merecêssemos, e espera que
usemos do mesmo espírito misericordioso para com quem nos ofende. Se fluímos com o
Pai Celestial no mesmo espírito perdoador, permanecemos na reconciliação alcançada
pelo Senhor Jesus. Contudo, se nos negamos a perdoar, interrompemos o fluxo da graça
de Deus em nossa vida, e nossa reconciliação vertical é comprometida pela ausência da
horizontal. Cristo também nos advertiu com clareza sobre isto em uma de suas parábolas
(faladas num contexto que envolvia o perdão): “Por isso o reino dos céus é semelhante a
um rei, que resolveu ajustar contas com os seus servos. E passando a fazê-lo, trouxeram-
lhe um que devia dez mil talentos. Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o seu
senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía, e que a dívida
fosse paga. Então o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo e tudo te
pagarei. E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora, e perdoou-lhe a
dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem
denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: paga-me o que me deves. Então o seu
conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo e te pagarei. Ele,
entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida. Vendo
os seus companheiros o que havia se passado, entristeceram-se muito, e foram relatar ao
seu senhor tudo o que acontecera. Então seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo
malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente,
compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti? E, indignando-se, o
seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse toda a dívida. Assim também o meu
Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão”. (Mateus 18:23-
35).

O significado desta ilustração dada por Jesus Cristo é muito forte. Temos um rei e dois
tipos de devedores. Se a parábola ilustra o reino de Deus, então o rei figura o próprio
Deus. O primeiro devedor tinha uma dívida impagável, enquanto que a do segundo estava
ao seu alcance. Não há como comparar a dívida de cada um. Esta diferença revela a
dimensão da dívida que cada um de nós tinha para com Deus, e que, por ser impagável,
estávamos destinados à prisão e escravidão eterna. Contudo, sem que fizéssemos por
merecer, Deus em sua bondade nos perdoou. Portanto, Ele espera que façamos o mesmo.
O cristão que foi perdoado de seus pecados e recusa-se a perdoar um irmão – seu
conservo no evangelho – terá seu perdão revogado.
Isto é muito sério. As ofensas das pessoas contra a gente não são nada perto das nossas
ofensas que o Pai Celestial deixou de levar em conta. E a premissa bíblica é de que se
pudemos ser perdoados por Ele, então também devemos perdoar a qualquer um que nos
ofenda.

A falta de perdão é uma prisão


Quem não perdoa, está preso. Lemos em Mateus 18:34: “E, indignando-se, o seu senhor o
entregou aos verdugos, até que pagasse toda a dívida”. A palavra verdugo significa
“torturador”. Além de preso, aquele homem seria torturado como forma de punição. A
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prática do ministério nos revela que o que Jesus falou em figura nesta parábola é uma
realidade espiritual na vida de quem não perdoa. Os demônios amarram a vida daqueles
que retém o perdão. Suas torturas aplicadas são as mais diversas: angústia e depressão,
enfermidades, debilidade física, etc.

Muita gente tem sofrido com a falta de perdão. Outro dia ouvi alguém dizendo que o
ressentimento é o mesmo que você tomar diariamente um pouco de veneno, esperando
que quem te magoou venha a morrer. A falta de perdão produz dano maior em quem está
ferido do que naquele que feriu. Por isso sempre digo a quem precisa perdoar: - “Já não
basta o primeiro sofrimento da ferida aberta, então porque acrescentar outro maior (a
mágoa)”?

Alguns acham que o perdão é um benefício para o ofensor. Porém, eu digo que o benefício
maior não é o que foi dado ao ofensor, mas sim o que o perdão produz na vítima, naquele
que está ferido. Sem perdão não há cura. A doença interior só se complica, e a saúde
espiritual, emocional e física da pessoa ressentida é seriamente afetada.

Em outra porção das Escrituras (onde o contexto dos versículos anteriores é o perdão),
vemos o Senhor Jesus nos advertindo do mesmo perigo: “Entra em acordo sem demora
com teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te
entregue ao juiz, o juiz ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão. Em verdade te digo
que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo” (Mateus 5:25,26).

Não sei exatamente como é está prisão, mas sei que Cristo não estava brincando quando
falou dela. A falta de perdão me prende e pode prender a vida de mais alguém. Isto é um
fato comprovado. Tenho presenciado gente que esteve presa por tantos anos, e ao decidir
perdoar foi imediatamente livre. Isto também pode acontecer com você, basta decidir
perdoar.

Seguindo o exemplo divino


Como deve ser o perdão?

A pessoa tem que pedir o perdão ou merecê-lo para poder ser perdoada?
Não. Devemos perdoar como Deus nos perdoou:

“Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos
outros, como também Deus em Cristo vos perdoou” (Efésios 4:32).

O texto bíblico diz que nosso perdão e reconciliação horizontal deve seguir o exemplo da
que Deus em Jesus praticou para conosco. Então, basta perguntar: “Fizemos por merecer o
perdão de Deus?” Não. Então nosso ofensor também não precisa fazer por merecer. O
perdão é um ato de misericórdia, de compaixão. Nada tem a ver com merecimento. O
apóstolo Paulo falou aos efésios que o perdão é fruto de um coração compassivo e
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benigno. O perdão flui da benignidade do nosso coração, e não por haver ou não
benignidade no ofensor. Jesus disse que se eu souber que alguém tem algo contra mim,
devo procurá-lo para tentar a reconciliação. Mesmo se tal pessoa não me procurar ou nem
mesmo quiser falar comigo, tenho que ter a iniciativa, tenho que tentar. Deus ofereceu
perdão gratuito a todos, independentemente de qualquer comportamento, e Ele é nosso
exemplo! PERDÃO SEM limites.

Certa ocasião, o apóstolo Pedro quis saber o limite de vezes que existe para perdoar
alguém. E foi surpreendido pela resposta que Cristo lhe deu: “Então Pedro, aproximando-
se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe
perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até
setenta vezes sete” (Mateus 18:21,22).

O Senhor declarou que mesmo se alguém repetir sua ofensa contra mim por quatrocentos
e noventa vezes, ainda deve ser perdoado. Na verdade, os comentaristas bíblicos em geral
entendem que Jesus não estava se prendendo a números, mas tentando remover o limite
imposto na mente dos discípulos para perdoar.

Fico pensando o que seria de nós sem a misericórdia de Deus. Quantas vezes Deus já nos
perdoou? Quantas mais Ele vai nos perdoar? Se devemos perdoar como também Deus em
Cristo nos perdoou, então fica claro que não há limite de vezes para perdoar!

Vantagem do diabo
Já falamos que há uma prisão espiritual ocasionada por reter o perdão. E que demônios se
aproveitam desta situação. Agora queremos examinar outro texto bíblico que nos mostra
nitidamente que a falta de perdão dá vantagem ao diabo: “A quem perdoais alguma
cousa, também eu perdoo; porque de fato o que tenho perdoado, se alguma cousa tenho
perdoado, por causa de vós o fiz na presença de Cristo, para que Satanás não alcance
vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios” (2 Coríntios 2:10,11).

O apóstolo Paulo revela que se deixamos de perdoar, quem vai se aproveitar da situação é
Satanás, o adversário de nossas almas. Disse ainda, que não ignorava as maquinações do
maligno. Em outras palavras, ele estava dizendo que justamente por saber como o diabo
age na falta de perdão, é que não podia deixar de perdoar.
Precisamos entender que Deus não será engrandecido na falta de perdão. Que o ofendido
não lucra nada por não perdoar. Que até mesmo o ofensor pode estar espiritualmente
preso. O único que lucra com isso é o diabo, pois passa a ter autoridade na vida de quem
decide alimentar a ferida do ressentimento.

A Bíblia nos ensina que não devemos dar lugar ao diabo (Ef. 4:27). Diz ainda que ele anda
em nosso derredor rugindo como leão, buscando a quem possa tragar (1 Pe. 5:8), e que
devemos resisti-lo (Tg. 4:7). Mas quando nos recusamos a perdoar, estamos
deliberadamente quebrando todos estes mandamentos.
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Conselhos práticos
Para aqueles que reconhecem que não há saída a não ser perdoar, mas que, por outro
lado, não é algo tão fácil de fazer, quero oferecer alguns conselhos práticos que serão de
grande valia.

O perdão não é um sentimento, é uma decisão e também uma atitude de fé. Já dissemos
que o perdão não é por merecimento, logo, não tenho motivação alguma em minhas
emoções a perdoar. Não me alegro por ter sido lesado, mas libero aquele que me lesou
por uma decisão racional. Portanto, o perdão não flui espontaneamente, deve ser gerado
no coração por levar em consideração aquilo que Deus fez por mim e sua ordem de
perdoar. As consequências da falta de perdão também devem ser lembradas, para dar
mais munição à razão do que à emoção.

É preciso fé para perdoar. Certa ocasião quando Jesus ensinava seus discípulos a
perdoarem, foi interrompido por um pedido peculiar: “Acautelai-vos. Se teu irmão pecar
contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se por sete vezes no dia pecar
contra ti, e sete vezes vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe. Então
disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé” (Lucas 17:3-5). Naquele instante os
discípulos reconheceram que para praticar este nível de perdão iriam precisar de mais fé. E
Jesus parece ter concordado, pois nos versículos seguintes lhes ensinou que a fé é como
semente, quanto mais se exercita (planta) mais ela cresce (se colhe).

É necessário crer que Deus é justo e que Ele não nos pede mais do que aquilo que
podemos dar. Se Deus nos pediu que perdoássemos, Ele vai nos socorrer dispensando sua
graça no momento em que tivermos uma atitude de perdão.

Muitas vezes o perdão precisa ser renovado. Depois de declarar alguém perdoado, o
diabo, que não quer perder seu domínio, vai tentar renovar a ferida. Em Provérbios 17:9 as
Escrituras Sagradas nos falam sobre encobrir a questão ou renová-la. É preciso tomar uma
decisão de esquecer o que houve, e renovar somente o perdão. Cada vez que a dor tentar
voltar, declare novamente seu perdão. Ore abençoando seu ofensor. Lute contra a mágoa!
Algo especial que vejo em Jesus na cruz é atitude de ver os ofensores como vítimas:
“Contudo Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
Em vez de olhar para eles como quem merece punição e castigo, Jesus enxerga que eles
também eram vítimas. Aqueles homens estavam em cegueira e ignorância espiritual,
debaixo de influência maligna, sem nenhum discernimento de quem estavam de fato
matando. Eram vítimas de todo um sistema que os afastou de Deus e da revelação das
Escrituras. E ao reconhecer que ele é que eram vítimas, em vez de alimentar dó de si
mesmo (como nós faríamos), Jesus teve compaixão deles.

Acredito que este é um princípio para o perdão fluir livremente. Assim como Jesus o fez,
deixando exemplo, Estevão, o primeiro mártir do Cristianismo, também o fez: “Então,
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ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado” (Atos 7:60).

Quando você começa a enxergar as misérias da vida espiritual de seu ofensor (ao menos a
que manifestou no momento de te ferir), e canaliza o amor de Deus por ele, como você
também necessita do amor divino ao se achegar arrependido em busca de perdão, a coisa
fica mais fácil.

Mensageiros do perdão
Paulo declarou que Deus fez dele um ministro da reconciliação. Não só devemos perdoar
quem nos ofende, mas também devemos nos tornar “mensageiros” do perdão: “Bem-
aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9).

Diante de nós surgirão situações em que podemos interferir. Mesmo que não seja você
quem esteja carregando a mágoa, você pode ser um pacificador, alguém que se coloca
entre duas partes para ajudar na reconciliação.

Muitos de nós já nos deixamos ser usados pelo diabo para provocar intrigas e discórdias
entre outras pessoas, mas agora Deus deseja nos usar para semear o perdão e a
restauração dos relacionamentos quebrados.

Portanto, seja perdoando ou promovendo o perdão, torne-se um pacificador, um


promotor do perdão!
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Capítulo 9
DESENVOLVENDO UMA BOA COMUNICAÇÃO NA FAMÍLIA

“… e ele é tal filho de Belial, que não há quem lhe possa falar” (1 Sm 25:17b).

Nabal era um homem rude e mau. Era marido de Abigail, mulher inteligente, bonita e
virtuosa. Davi mandou mensageiros a ele, pedindo-lhe comida para a sua tropa. Ele se
negou a ajudar e despediu os mensageiros, tratando-os com rudeza. Davi ficou enfurecido
e decidiu exterminar a Nabal e a sua família. Um empregado de Nabal procurou a Abigail,
relatando-lhe o que ocorrera. Disse ele: “Eis que Davi enviou mensageiros desde o deserto
a saudar o nosso amo; e ele os destratou” (1 Sm 25:14b). E acrescentou: “Ele é um homem
tão mau que ninguém consegue conversar com ele” (v. 17b; NVI).

Como podemos ter uma boa comunicação com outras pessoas principalmente com os
nossos familiares?

1. TOME CONSCIÊNCIA DA IMPORTÂNICA NO USO DAS PALAVRAS


“A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto ” (Pv.
18:21).

Nabal morreu como consequência de suas palavras rudes. Ao contrário, Abigail foi salva
por causa de suas sábias palavras.

A Palavra de Deus dá muita importância ao uso das palavras. “Não saia da vossa boca
nenhuma palavra torpe, mas só a que seja boa para a necessária edificação, a fim de que
ministre graça aos que a ouvem” (Ef. 4:29).
22
2. NÃO SEJA PRECIPITADO EM RESPONDER

Espere até que seu cônjuge ou filho termine de expressar seu pensamento: “Responder
antes de ouvir, é estultícia e vergonha” (Pv. 18:13).

“Se você se apressa em dar sua opinião, antes de ouvir os fatos, está mostrando que é um
tolo. Você devia se envergonhar” (A Bíblia Viva).

“O coração do justo medita no que há de responder; mas a boca dos ímpios derrama
coisas más” (Pv. 15:28).

Antes de falar, pense em qual será o efeito de suas palavras. Caso contrário, você poderá
ferir, magoar ou depois, ficar envergonhado.

3. APRENDA A SER UM BOM OUVINTE

“Sabei isto, meus amados irmãos: Todo homem (e a mulher também, principalmente,) seja
pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar” (Tg. 1:19).

Muitas pessoas têm dificuldade de ouvir. Não são surdas, mas ouvem com desinteresse ou
interrompem. Estão apenas interessadas em dar suas opiniões.

Em casa marido/mulher/pais/filhos precisam ouvir uns aos outros.

Davi ouviu com atenção as palavras de Abigail. Depois de ouvi-la, refletiu e mudou de
atitude. Evitou cometer uma grande injustiça.

Ah! Se todos nós déssemos atenção às palavras de Tiago: Todo homem seja pronto para
ouvir, tardio para falar e tardio para se irar”, evitaríamos muitos problemas, com certeza.

4. USE SEMPRE PALAVRAS BRANDAS

“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv. 15:1).
NVI: “A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira”.

O tom de voz é importantíssimo em nossa conversação: “Toda gritaria seja tirada dentre
vós…” (Ef 4:31). Marido, nunca grite com sua esposa. Esposa, não grite com seu marido.
Pais, não gritem com seus filhos. Irmãos, não gritem com seus irmãos e com seus amigos. É
possível discutir ideias sem gritar. É possível ensinar ou corrigir os filhos sem berrar.
Experimente usar palavras brandas. Você ficará surpreendido com os resultados.

5. DESCUBRA A MELHOR HORA PARA FALAR


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“O homem alegra-se em dar uma resposta adequada; e a palavra a seu tempo quão boa
é!” (Pv. 15:23).

“Dar resposta apropriada é motivo de alegria; e como é bom um conselho na hora certa!”
(NVI).

Moisés, o grande líder israelita, além de conduzir aquela grande multidão no meio do
deserto, de ensinar-lhes tudo o que Deus lhe revelava, precisava ainda julgar as questões
do povo. Ele estava estafado. Seu sogro lhe um conselho importantíssimo: “O sogro de
Moisés, porém, lhe replicou: Não é bom o que fazes. Certamente desfalecerás, assim tu,
como este povo que está contigo; porque isto te é pesado demais; tu só não o podes fazer.
Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e seja Deus contigo: sê tu pelo povo diante de
Deus, e leva tu as causas a Deus; ensinar-lhes-ás os estatutos e as leis, e lhes mostrarás o
caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer. Além disto procurarás dentre
todo o povo homens de capacidade, tementes a Deus, homens verazes, que aborreçam a
avareza, e os porás sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e
chefes de dez; e julguem eles o povo em todo o tempo. Que a ti tragam toda causa grave,
mas toda causa pequena eles mesmos a julguem” (Êx. 18:14-22).

Você tem dado bons conselhos?


Tem recebido e aceito bons conselhos?

6. DÊ MAIS ELOGIOS, E FAÇA MENOS CRÍTICAS

“Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas” (Fp. 2:14).

“Em tudo o que vocês fizerem, evitem queixas e discussões” (Bíblia Viva).

Crítica em cima de crítica traz irritação e desânimo: “Vós, pais, não irriteis a vossos filhos,
para que não fiquem desanimados” (Cl. 3:21).

Muitos pais irritam a seus filhos. “Quem gosta de falar mal da vida alheia vive espalhando
boatos, mas a pessoa de bom senso procura esconder os boatos da opinião pública."
Porque não fazem outra coisa senão criticar. Marta criticou a Maria, sua irmã. Jesus a
elogiou. Reclame e critique menos. É difícil se relacionar com pessoas que só vivem se
queixando, reclamando, murmurando. Seja pródigo nas palavras de reconhecimento. De
apreciação. De elogios. As pessoas vão gostar de você.

7. EVITE AS “FOFOCAS”

“O que anda mexericando revela segredos; mas o fiel de espírito encobre o negócio” (Pv.
11:13).

“Você é uma pessoa que sabe guardar segredos? É leal e fiel de espírito?”. (Bíblia Viva)
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8. FALE SEMPRE A VERDADE

“O lábio veraz permanece para sempre; mas a língua mentirosa dura só um momento” (Pv.
12:19).

Você não deve aumentar nem inventar: Você ouve sua esposa(o), filhos, pais? Usa palavras
brandas?

“Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo, pois somos
membros uns dos outros” (Ef. 4:25).

Lembre-se de que os mentirosos não entrarão nos céus.

9. ESTEJA SEMPRE DISPOSTO A DIZER TRÊS COISAS

Eu estava errado.
Por favor, me perdoe.
Eu amo você.

Marido não se canse de repetir para sua esposa: “Querida, eu amo você”! Esposa, seu
marido também gosta que você lhe diga: “Meu bem, eu amo você!”. Pais, digam também
aos seus filhos: “Filho(a) eu amo você!”.

APLICAÇÃO:

Todas essas coisas são necessárias para que haja uma boa comunicação na família:

 Ter consciência da importância das palavras.


 Não ser precipitado em falar.
 Pensar antes de falar.
 Ser um bom ouvinte.
 Usar palavras brandas, amáveis.
 Esperar a melhor hora para falar.
 Ser pródigo nos elogios e não criticar.
 Não ser fofoqueiro.
 Falar sempre a verdade.

Não seja como Nabal: “ninguém consegue conversar com ele” (1 Sm 25:17b).

Siga o exemplo de Abigail.

Lembre-se do que Jesus disse: “Raça de víboras! como podeis vós falar coisas boas, sendo
maus? pois do que há em abundância no coração,
25 disso fala a boca. O homem bom, do seu
bom tesouro tira coisas boas, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Digo-vos,
pois, que de toda palavra fútil que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo.
Porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado” (Mt.
12:34-37).

Capítulo 10
DISCÍPULOS APROVADOS EM CRISTO

Rm. 16:10
Na vida cristã temos duas possibilidades:

1. Sermos aprovados; ou,


2. Sermos reprovados.

No versículo lido Apeles (personagem desconhecido) recebe do apóstolo Paulo uma


palavra de apreciação muito especial: “Aprovado em Cristo”.

Com toda a certeza Paulo conhecia as qualidades de Apeles. Paulo não era um bajulador.
Sua apreciação foi sincera.

Com certeza Apeles era um cristão dedicado e com uma vida exemplar. Por isso foi
“aprovado em Cristo”.

Coisa triste é ser reprovado. Quem já foi reprovado nos estudos sabe o que é isto. Fui
reprovado no 2o ano do antigo primário.
Vergonha e medo da reação dos meus pais.

Mas existe uma reprovação com implicações muito mais graves:

“Eles afirmam que conhecem a Deus, mas por seus atos o negam; são detestáveis,
desobedientes, e desqualificados (reprovados) para qualquer obra” (Tt. 1:16).

Se, por um lado, pouco conhecemos da vida de Apeles, conhecemos o bastante de Jesus.

O Exemplo de Jesus
26

“Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus, o nazareno, varão aprovado por Deus
entre vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós
mesmos bem sabeis (At. 2:22).

Ele é nosso exemplo por excelência.


Por que Jesus foi aprovado por Deus? Muitos fatores. Vamos mencionar alguns:

1. Viveu Para Servir

“Eu não vim para ser servido, mas para servir e dar a minha vida em resgate de muitos”
(Mt. 20:28).
2. Submeteu-se à Vontade De Deus

“Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo; e o meu juízo é
justo, porque não procuro a minha vontade, mas à vontade daquele que me enviou (Jo.
5:30).

“Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a
sua vida em resgate de muitos” (Mc. 10:45).

3. Amou até o fim

“Antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste
mundo para o Pai, e havendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim ”
(Jo. 13:1).

“Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a
vós, que também vós vos ameis uns aos outros” (Jo. 13:34).

CONCLUSÃO

À luz do exemplo de Jesus, você conclui que está sendo aprovado ou reprovado pelas
pessoas e pelo Senhor?
As pessoas mais íntimas o aprovam? Seu cônjuge confia em você? Você é fiel? Seus filhos
aprovam a maneira como vocês os trata ou reprovam?

As pessoas da igreja aprovam suas palavras, suas atitudes e a maneira como você realiza o
trabalho sob sua responsabilidade na obra do Senhor?
E o Senhor Jesus, aprova? Se está sendo aprovado continue e desenvolva ainda mais sua
vida cristã seguindo sempre o exemplo de Jesus.
Se está sendo reprovado, o Senhor deseja lhe dar uma segunda ou terceira oportunidade.
Arrependa-se enquanto é tempo se não, um dia, você terá a desdita de ouvir o Senhor
Jesus lhe dizer:
27

“Aparte-se de mim, você que pratica a iniquidade” (Mt 7. 23).

Dedique-se só ao Senhor.
Viva como Jesus viveu.
Submeta-se à vontade De Deus
Viva para servir
Ame a Deus e ao próximo como Jesus amou...

E assim, um dia você ouvirá estas palavras do Senhor Jesus:


Aprovado!

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