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GESTÃO DE
PESSOAS
SÉRIE CONSTRUÇÃO CIVIL
GESTÃO DE
PESSOAS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
GESTÃO DE
PESSOAS
© 2013. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de
Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os
Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491g
ISBN 978-85-7519-688-5
CDU: 658.3
SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Ética e moral.....................................................................................................................................................15
Figura 2 - Filosofia..............................................................................................................................................................18
Figura 3 - Conselho de ética...........................................................................................................................................20
Figura 4 - Fluxo do problema.........................................................................................................................................25
Figura 5 - Diagrama de atividades...............................................................................................................................28
Figura 6 - Elaboração do mapa mental.......................................................................................................................28
Figura 7 - Aspecto esquemático dos diagramas de causa e efeito..................................................................31
Figura 8 - Conflito...............................................................................................................................................................37
Figura 9 - Leite ou não? Leite de soja..........................................................................................................................40
Figura 10 - Perspectiva.....................................................................................................................................................41
Figura 11 - Modelo de resolução de conflitos..........................................................................................................42
Figura 12 - Mosaico............................................................................................................................................................45
Figura 13 - Liderança autocrática.................................................................................................................................48
Figura 14 - Liderança burocrática.................................................................................................................................49
Figura 15 - Liderança democrática...............................................................................................................................49
Figura 16 - Liderança laissez-faire.............................................................................................................................. 50
Figura 17 - Elementos da comunicação.....................................................................................................................57
Figura 18 - Pirâmide...........................................................................................................................................................68
Figura 19 - Frederick Herzberg - motivação.............................................................................................................69
Figura 20 - Teoria da motivação de Maslow.............................................................................................................71
Figura 21 - Etapas para formação da equipe............................................................................................................80
Figura 22 - Empatia............................................................................................................................................................85
Figura 23 - Dimensionamento.......................................................................................................................................94
Figura 24 - Trabalho de Dantas......................................................................................................................................94
Figura 25 - Produtividade de mão de obra...............................................................................................................98
Figura 26 - Prestadores de serviços......................................................................................................................... 114
Figura 27 - O Código civil e a prestação de serviços........................................................................................... 115
Figura 28 - Pagamento ao prestador de serviços, conforme os tipos de serviços................................... 116
Figura 29 - Modelo de contrato de prestação de serviços – pedreiro.......................................................... 119
Figura 30 - Área de construção civil: o canteiro de obras e a prestação de serviços.............................. 122
Quadro 1 - Relação de analise e reconhecimento do problema.......................................................................29
Quadro 2 - Quadrantes de negociação......................................................................................................................39
Quadro 3 - Diferença do grupo e equipe...................................................................................................................76
Quadro 4 - Produtividade................................................................................................................................................97
Quadro 5 - Escolaridade do trabalhador da construção civil.............................................................................99
Quadro 6 - Participação das mulheres na construção civil por faixa etária............................................... 100
Quadro 7 - Variação do salário médio de admissão............................................................................................ 102
Quadro 8 - Descrição de cargos................................................................................................................................. 104
2 Ética profissional.............................................................................................................................................................15
5 Perfil de liderança...........................................................................................................................................................45
5.1 Três mitos sobre a liderança.....................................................................................................................46
5.2 Esclarecendo a definição...........................................................................................................................46
5.3 Modelos de liderança.................................................................................................................................47
5.4 Fatores-chave no exercício da liderança..............................................................................................51
6 Comunicação interpessoal..........................................................................................................................................57
7 Motivação..........................................................................................................................................................................67
8 Trabalho em equipe.......................................................................................................................................................75
9 Empatia..............................................................................................................................................................................85
10 Equipes de trabalho....................................................................................................................................................93
10.1 Dimensionamento.....................................................................................................................................94
10.2 Perfil dos profissionais.............................................................................................................................98
10.3 Espírito de aprendiz............................................................................................................................... 102
10.4 Escolaridade acadêmica formal......................................................................................................... 103
10.5 Formação técnica baseada em competências e habilidades................................................. 103
10.6 Comprometido com a construção civil para vida e carreira.................................................... 103
10.7 Avaliação do desempenho e identificação de necessidades de aperfeiçoamento........ 104
Referências
Minicurrículo dos autores
Índice
Introdução
Prezado(a) Aluno(a),
É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI promo-
ve o Curso Técnico em Edificações. A unidade curricular Gestão de Pessoas tem como objetivo
geral desenvolver competências para coordenar equipes de trabalho e administrar conflitos,
agindo de forma ética e com responsabilidade profissional.
A Construção Civil se realiza com resultados concretos, mas, sem pessoas, nenhuma empre-
sa sobrevive. Nos capítulos que se seguem, aprenderemos que o Técnico em Edificações deve
atuar de forma ética com todos os envolvidos no processo de produção, ou seja, os stakeholders,
aplicando princípios de qualidade, saúde, segurança do trabalho e ambientais, além de comuni-
cação oral e escrita.
Além disso, o livro abordará os desafios práticos do dia adia como a resolução de conflitos,
o dimensionamento de equipes, a identificação de perfis profissionais e o acompanhamento
de desempenho e motivação na busca de máxima produtividade.
Ainda abordaremos o reuso e a reciclagem dos resíduos através da segregação e destinação
ambientalmente adequada dos resíduos gerados nas obras, seguindo normas e procedimentos,
tendo em vista o planejamento e gestão da produção, tão necessários ao desenvolvimento das
competências específicas para formação do Técnico em Edificações, uma vez que a edificação
gera impactos nocivos ao meio ambiente desde a preparação do terreno para sua construção.
Você se deparará, também, com assuntos que ressaltam a importância do planejamento
comprometido com a preservação dos recursos ambientais. O planejamento está relacionado
com a gestão, e essa unidade curricular se deterá em ofertar métodos para iniciativas eficien-
tes, tanto em fase de obra, como em fase da edificação concluída e entregue.
Durante nosso estudo, abordaremos assuntos que lhe permitirão desenvolver:
GESTÃO DE PESSOAS
12
CAPACIDADES TÉCNICAS:
Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação, e isto in-
clui ações proativas como:
a) consultar seu professor/tutor sempre que tiver dúvida;
b) não deixar as dúvidas para depois;
c) estabelecer e cumprir um cronograma de estudo que você cumpra realmente;
d) reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais.
Bons estudos!
Ética profissional
Virtude! Utilidade?
Dever!
Figura 2 - Filosofia
Fonte: SENAI, 2013.
percebendo que havia uma tendência do que podemos chamar de uma eficiên-
cia de exploração, na qual se trabalhava mais, produzindo mais, sem que o exce-
dente produtivo fosse dividido com os operários.
Após alguns anos, nas décadas de 60 e 70, algumas faculdades norte-america-
nas começaram a introduzir o ensino de ética nas grades curriculares dos cursos
de administração de empresas, consolidando o conceito de ética empresarial ain-
da embrionário.
Na década de 70, com a ampliação da presença de multinacionais em mer-
cados internacionais, passou-se a discutir a questão das diferenças culturais no
trabalho, aquecendo os debates da ética nos negócios.
Em julho de 1978, Tom Donaldson, eticista americano, professor da Universida-
de da Pensilvânia nos EUA, escreve uma carta convidando Richard T. de George,
outro eticista americano, professor na Universidade do Kansas, também nos EUA,
para participar como membro fundador em uma organização que está sendo de-
senvolvida para a “ética profissional” ou “ética empresarial”. Estava sendo fundada
a Sociedade para a Ética Empresarial (Society for Business Ethics). Quase ao mesmo
tempo em que é fundada a Rede Europeia de Ética nos Negócios (European Business
Ethics Network), ambas fomentando o debate e a pesquisa em âmbito internacional
a respeito do tema, lançando publicações significativas entre as décadas de 80 e 90.
No final do milênio, o aprofundamento do debate ético empresarial conduziu
as empresas a apoiarem e fundarem diversas ONGs que vinham surgindo no ce-
nário internacional. Em julho de 1998, acontece o I Congresso Latino-Americano
de Ética, Negócios e Economia, no Brasil.
Dito isto, vale ressaltar que o amadurecimento da ética empresarial (empresa)
foi imprescindível para a projeção do conceito de ética profissional (indivíduo).
Os conselhos de ética profissional são mais antigos. A OAB (Ordem dos Advoga-
dos do Brasil), por exemplo, foi embrionariamente gerada ainda na década de
20. Quero ressaltar que as normas morais profissionais têm existido há bastante
tempo, porém, visto que a empresa não se percebia como responsável por uma
postura ética diante da sociedade, seus trabalhadores, por mais que estivessem
organizados para tal, evidenciavam, em escala reduzida, essa falta de compromis-
so com padrões morais e éticos.
1 STAKEHOLDERS: É a partir dessa crença que iremos apresentar, primeiramente, uma estrutura
básica para que haja um ambiente empresarial ético, o que inclui, logicamente,
Palavra em inglês que
engloba todos os envolvidos uma vida profissional ética. Sabe-se que uma empresa pode ser ética sem uma
(interessados ou afetados) formalização estrutural, porém, a formalização estrutural vem para prevenir des-
no processo produtivo
empresarial (comunidade, vios e, de alguma forma, garantir a observância a direitos e deveres de todos os
governo, em todos seus
âmbitos, fornecedores, stakeholders1. Os elementos dessa estrutura formal, de uma forma básica, seriam:
clientes, colaboradores,
acionistas etc.). a) comitê de ética – esse é um grupo de pessoas com representatividade dos
stakeholders que deve se reunir regularmente para observar a eficiência ética
da empresa;
b) regras de conduta de ética – alguns chamam esse documento de código
de ética da empresa. É importante que exista um registro escrito daquilo
que é valor e compromisso ético para a empresa, assim como a forma, esses
valores devem ser vivenciados na prática profissional. Veja que se torna mais
evidente a relação de dependência entre a ética empresarial e a profissional;
c) ouvidoria – é um órgão da empresa que está pronto a ouvir qualquer stakehol-
der que se sinta lesado, de acordo com os compromissos éticos propostos pelo
comitê e assumidos publicamente pelas regras de conduta escritas.
ÉT ICA
DE
SE LHO
CON
Diversas ampliações dos conceitos acima têm aparecido, como por exemplo, a
governança corporativa. O valor aqui registrado é que existem pessoas pensan-
do, formalizando e provendo uma estrutura de vigilância à observância daquilo
que a empresa decide ser importante para si mesma em termos de pensamentos
e comportamentos. Esse sistema deve garantir que os lucros adquiridos não se-
jam alcançados a qualquer custo, mas que haja um ambiente interno moralmente
gratificante e uma inserção empresarial positiva na sociedade. Valores como a
lealdade, justiça, verdade, transparência, compromisso, honestidade, cidadania e
cooperação passam, dessa forma, a ser vividos na prática empresarial.
2 ÉTICA PROFISSIONAL
21
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Se o pneu de sua bicicleta fura, com certeza é importante que você observe se há um prego
que causou o furo. Tentar consertar o pneu sem avaliar a verdadeira causa da situação seria
considerado algo estúpido. Se você tem uma terrível enxaqueca como resultado de um pro-
blema nos olhos não adianta tomar vários analgésicos todos os dias. O remédio tem eficiência
momentânea, mas a terrível dor de cabeça voltará. É necessário avaliar o problema nos olhos e
talvez usar óculos para que a solução do problema aconteça.
Os dois exemplos acima ilustram a importância dos tópicos relacionados desse capítulo.
Do pneu furado a dor de cabeça, viver é analisar e resolver problemas, tomando decisões. No
ambiente do trabalho, diversas questões podem gerar problemas, como na Figura 4. A análise
de problemas e tomada de decisões podem ser feitas com sabedoria ou ignorância, gerando a
solução esperada ou a continuação da crise.
Política
Funcionais
Empresarial
Processos Culturais
Questões
PROBLEMAS Estruturais
Técnicas
Material Capacidade
Localização Pessoas
Ezendu sugere que nas duas etapas iniciais da análise de um problema, simi-
lares em qualquer uma das três abordagens citadas, é útil o uso de ferramentas
técnicas conforme será visto abaixo. São passos simples, mas eficientes e de suma
importância para o sucesso. Além disso, na aplicação das mesmas, é importante
que sejam envolvidos, na medida do possível, todos os stakeholders.
Análise do problema:
a) entrevista: contato direto com stakeholders isoladamente. Informação de
terceiros normalmente conduz à imprecisão;
b) reunião:contato direto com stakeholders em grupo. Uma reunião deve ter
hora de início e fim, além de que somente pessoas que podem agregar valor
devem estar presentes;
c) observação: visualização in loco da situação-problema ou uma ocorrência
similar.
Diagnóstico:
a) brainstorming: atividade em grupo em que ideias são geradas livremente,
elaboradas e registradas (figura a seguir);
b) pensamento lateral: rever os parâmetros iniciais, mudando conceitos e per-
cepções. O autor da técnica, Bono (2013), afirma que “não se pode cavar um
buraco em um lugar diferente cavando-se mais fundo no mesmo buraco”;
c) mapa mental: desenhos nos quais a partir de um centro, irradiam-se infor-
mações relacionadas usando-se cores (Figura 6);
d) inquisição estruturada: diferente da entrevista, mais informal, prepara-se,
neste caso, uma lista organizada de perguntas.
GESTÃO DE PESSOAS
28
Condução
Se não
Participantes inexperientes dentro do grupo
Explicar o problema Prática de aquecimento
Apresentar regras
Buscar ideias
Idéias disponíveis Mais
Participantes anotam suas próprias ideias
Nenhuma ideia
Todos apresentam ideias, um por vez
Sugerir condutor/Líder Uma
Sobra tempo
Criar/Elaborar a partir de ideia
Uma Mais
Nenhuma
Sobra
tempo Não sobra tempo
Fechamento
Incluir cores
Conceito principal
ao centro
7
Incluir
elementos 1
6
visuais
Conceitos que
MAPA sustentam o
MENTAL 2 tema principal
5
Categorizar e
3 Colocar conceitos
4 no sentido horário
hierarquizar
conceitos
Usar
palavras-chave
Podemos dizer que a proposta de Visser não invalida o uso do modelo tradi-
cional de análise de problemas, mas o amplia, focando na mudança da situação e
resolução do problema.
Espinha de peixe
Categoria Categoria
Efeito
Causa
Causa
Razão Causa
Razão
Categoria Categoria
número cinco foi resultado da pesquisa empírica dos mesmos, a respeito do nume-
ro de porquês necessários para encontrar a raiz da solução de um problema.
Problema: Produto com defeito;
POR QUE o produto apresentou defeito? Porque houve problemas na
fabricação;
POR QUE houve problemas? Porque a máquina apresentou defeito;
POR QUE a máquina apresentou defeito? Por falta de manutenção;
POR QUE não foi realizada manutenção? Porque o responsável não sabia
sobre os cuidados necessários que deveria tomar com a máquina;
POR QUE não sabia? Porque seu gerente não passou as instruções.
Fonte: DE BASTINI; MARTINS, 2012.
O exemplo acima mostra que o produto com defeito só foi o efeito final, na
verdade, o problema a ser solucionado era o sistema de informação entre as dire-
trizes gerenciais e a prática operacional.
CASOS E RELATOS
Segundo esse pensador italiano, 80% dos efeitos é resultado de 20% das cau-
sas. Vale ressaltar que os números 80 e 20 são ilustrativos. Por exemplo, 16% do
trabalho gerariam 83% dos resultados ou 75% dos problemas seria resolvido tra-
tando 30% das causas.
Segundo o site MIND TOOLS (2013), (ferramentas da mente), no uso dessa téc-
nica, devem-se seguir as seguintes etapas:
a) identificar e listar problemas;
b) identificar a causa-raiz de cada problema;
c) analisar estatisticamente os problemas;
d) agrupar problemas por causa-raiz;
e) somar os números relacionados a cada grupo;
f) agir corretivamente nas causas (20%) que podem gerar maior impacto de
solução (80%).
RECAPITULANDO
Vimos, neste capítulo, que o nosso dia a dia está recheado de problemas de
diversas esferas que precisam de soluções e decidir sabiamente, é necessá-
rio. A análise apurada de problemas é uma base sólida para solucioná-los
através das melhores escolhas. Visser nos ajudou a lembrar que, para pro-
cessos relacionados a pessoas, precisamos de uma abordagem voltada à
energia resolutiva e construção de um ambiente de soluções. Estudamos
diversas formas técnicas de analisar problemas, suas causas e efeitos, assim
como de gerar ideias criativas para as soluções. Revisamos ainda os tipos de
decisões gerando uma perspectiva de preparo para os problemas e oportu-
nidades. Concluindo, o capítulo lançou luz a capacidade que está em cada
um de nós de transformar realidades, decidindo e resolvendo problemas,
lembrando que, muitas vezes, isso vai depender de sua intuição. Boa sorte!
1 INTRODUÇÃO
35
Anotações:
Formas de administração de conflitos
Segundo Sun Tzu (2002), o melhor general é aquele que nunca luta. Apesar de reconhe-
cermos que a paz e a conciliação são o melhor caminho, os conflitos no ambiente de trabalho
parecem ser parte de nosso dia a dia. Todos já passamos por situações nas quais pessoas dife-
rentes com opiniões, necessidades e objetivos diferentes entram em conflito. Pior, ainda, é ter
que conviver com a animosidade intensa que é o resultado comum dessas crises interpessoais.
Figura 8 - Conflito
Fonte: SENAI, 2013.
Primeiramente, é importante que não haja uma reação imediata. Ele chama
essa etapa de subir a galeria, ou seja, ver o problema de cima, de outro ângulo,
incomum a quem está envolvido nele. Normalmente, quem não sobe a galeria,
revida, cede ou rompe relações. Não! É necessário, antes disso, identificar interes-
ses reais, seus e do opositor, e construir uma Melhor Alternativa Para um Acordo
Negociado (MAPAN). A análise e aplicação do Quadro 2 é um passo importante
para chegar a uma MAPAN, se houver uma. Mas só se pode decidir isso de forma
sábia, subindo a galeria. Analise nesse momento também as fragilidades de cada
lado. Uma das formas práticas é fazer uma pausa e não dizer nada. Um café, uma
água, alguma coisa que suspenda a tensão por um momento. Uma dica é mudar
a sua posição física para ver “de fora” a situação e, assim, mais facilmente, ver o
caminho da solução do conflito. A verdade principal aqui é “não tome decisões
importantes impulsivamente”.
4 FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS
39
Quadrantes de negociação
Razão
Perde/ Ganha/
Ganha Ganha
Subjetivo Objetivo
Perde/ Ganha/
Perde Perde
Emoção
Um terceiro passo seria mudar o jogo. Não rejeite o que implica briga, mas
reformule-o. Deve-se mudar a moldura na qual o quadro é pintado. Perguntar
“por que”, “por que não” e “e se” é muito importante nesse passo. Aqui você deve
pedir conselhos aos envolvidos no conflito e deixar perguntas em aberto para as
quais não existam respostas prontas. Essa etapa inclui ignorar obstáculos ou ain-
da entendê-los como aspirações, fragilizando-os e testando-os. Qualquer ataque
pessoal deve ser reinterpretado como algo amistoso. Assim, se consegue sair do
“eu” e “você” para o “nós”, gerando primeiras propostas razoáveis de solução.
GESTÃO DE PESSOAS
40
CASOS E RELATOS
Quem está tentando resolver um conflito precisa fazer com que o caminho de
suas proposições de solução seja reluzente e atraente para as partes. Comunique
claramente que ambos estão sendo prestigiados. E não adianta ser falso aqui. Se
não houver como valorizar o caminho de solução para ambos os lados, pense
mais um pouco. Peça críticas construtivas à proposta e ajude os envolvidos no
conflito a retroceder sem deixar de ser íntegros com a causa que defendem. Final-
mente, ajude-os a construir seus discursos de vitória.
Figura 10 - Perspectiva
Fonte: SENAI, 2013.
@#$%!!
@#$%!!
?
?
!!!
!!!
!!
!
!
!
!
Finalmente, ainda tratando de negociação, Ury (1991), conta uma história bri-
lhante. Um homem que deixou aos seus três filhos 17 camelos. Para o primeiro
filho, deixou metade dos camelos; para o segundo, deixou um terço dos camelos;
para o mais novo, deixou um nono dos camelos. Então os três filhos começaram
a negociar. 17 não é divisível por dois. Não é divisível por três. Não é divisível
por nove. A relação dos irmãos começou a ficar tensa. Finalmente, em desespero,
saíram e consultaram uma velha sábia. A velha sábia pensou no problema deles
por muito tempo, e finalmente ela voltou e disse: ”Bem, eu não sei se eu posso
ajudá-los, mas, se quiserem, posso doar o meu camelo.” Assim eles ficaram com
18 camelos. O primeiro filho pegou sua metade -- metade de 18 é nove. O segun-
do filho pegou a terça parte -- um terço de 18 é seis. O mais novo pegou a nona
parte -- um nono de 18 é dois. São 17. Sobrou um camelo, que eles devolveram a
velha sábia.
Seja criativo para administrar os conflitos de forma sábia!
4 FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS
43
RECAPITULANDO
Como citado no livro Gestão de Pessoas (WARREN BENNIS, 1996 apud VERGARA, 2003), estu-
dioso americano de liderança, afirma que a liderança é como a beleza: difícil de definir, mas fácil
de reconhecer. Quando convivemos com um líder nato, sabemos que aquela capacidade está
evidente ali. Não há dúvidas. Mas o que é liderança? O que faz de alguém um líder? Nasce-se
líder ou se aprende a sê-lo? Quais os fatores imprescindíveis para reconhecermos o perfil de
liderança em alguém? Trataremos dessas perguntas, entre outras, adiante.
atitude
mudança
graça
doação
outros
sucesso plano
vocação
desenvolvimento
LIDERANÇA
sabedoria
posição
princípios
demonstrar
persistência
caminho
confiança
capacidade
paixão
diferença
identidade pessoas
energia
tempo
necessidades
Figura 12 - Mosaico
Fonte: NORTON, 2013 (Adaptado).
GESTÃO DE PESSOAS
46
Esse líder se vê como aquele que toma as decisões sozinho, mostrando quase
nenhuma preocupação a respeito da opinião dos liderados. Ele diz o que tem que
ser feito e foca somente no alcance das metas e objetivos, orientando as tarefas
na sua perspectiva. Além disso, ele coloca em ordem as equipes, além de indicar
os integrantes das mesmas. Os critérios de avaliação são impostos pelo líder.
Vantagens:
a) rapidez nas decisões sendo feito o que o líder quer que seja feito;
b) foco nos objetivos;
c) expressão máxima de capacidades, no caso de um líder bastante capaz em
determinada área.
Desvantagens:
a) falta de compromisso e motivação por parte dos liderados gerando um cli-
ma de desconfiança e baixa produtividade e/ou qualidade;
b) evasão de liderados sempre eminente;
c) falta de contribuição do grupo para enriquecer as soluções.
PROTOCOLO
Essa pessoa segue as regras. Ela crê que cumprindo ao pé da letra os regula-
mentos e determinações estará segura. Age como um policial, checando se todos
estão fazendo o que deveriam fazer. Parece ser apropriada em ambientes onde
não há liberdade para pensar. Os critérios de avaliação dependem do que as re-
gras burocráticas impõem.
Vantagens:
a) rapidez nas decisões sendo feito o que está escrito que deve ser feito;
b) cumprimento do que está determinado que se deve fazer;
c) controle por parte da organização.
Desvantagens:
a) possível falta de compromisso com verdadeiros objetivos da organização/
projeto;
b) falta de entrega dos liderados, pois os mesmos não podem opinar;
c) falta de flexibilidade, no caso de uma mudança de planos necessária.
CASOS E RELATOS
A humildade do líder
Numa obra de 15 andares e 52 apartamentos, havia somente um enge-
nheiro, com o apoio de um técnico sempre preocupado, pois sabia que
somente os dois não dariam conta de toda supervisão. O engenheiro já se
encontrava numa situação de estresse terrível, tendo que tomar conta tan-
to do acompanhamento das atividades de produção, quanto das tarefas
burocráticas. O engenheiro já tinha conversado com o dono da construto-
ra, sendo que o mesmo não se mostrava disposto a contratar mais gente
para a equipe de liderança. O dono da construtora se surpreendeu quando
chegou para uma visita à obra na semana seguinte e havia um mestre de
obras já em reunião com toda a equipe. O fato é que, mesmo contra a dis-
posição inicial do empresário, o engenheiro decidiu contratar o mestre de
obras, pois percebeu que não se pode fazer tudo sozinho. Em muitas opor-
tunidades, o que o líder precisa ter é a humildade de dizer que não está
conseguindo dar conta do trabalho sozinho e pedir ou providenciar ajuda.
O líder que quiser se fazer de super-homem pode terminar por comprome-
ter a qualidade da obra e a segurança de todos os seus liderados.
Em termos gerais, o que temos visto é que não existe um perfil certo ou errado
de liderança, mas precisamos estar atentos a nossa tendência em termos de perfil
para conhecermos os perigos envolvidos, assim como os pontos fortes de cada
tipo de líder.
GESTÃO DE PESSOAS
52
Apesar disso, vê-se que há traços que devem ser levados em consideração na
experiência de liderança para que o sucesso seja alcançado. A partir do “Casos e
Relatos” descrito, fica claro que o líder que não tiver humildade se verá facilmente
enfrentando grandes adversidades. É a partir da humildade que o líder sentirá a
necessidade de planejar, prevendo demandas e calculando a equipe necessária
para um empreendimento.
O líder é aquele que consegue facilitar o trabalho dos colaboradores, de forma
que os mesmos se sintam realizados e satisfeitos em realizar aquilo que gira em
torno dos objetivos do empreendimento. Assim, o que ele constrói não são su-
bordinados, mas seguidores, gerando obediência sadia, sem que as ordens sejam
encaradas como obrigação.
Uma pessoa que deseja construir liderança que impacta, escolhe ser servo de
todos na busca do objetivo, não comandando pelo medo, mas transmitindo se-
gurança e inspirando lealdade, por ser o mais leal de todos, liderando pelo exem-
plo. Assim, cada um se sente à vontade para expor seu ponto de vista e contribuir
dando o melhor de si.
Na construção desse projeto, o líder precisa prezar por justiça e equidade. Isso
não significa igualdade, pois não se pode tratar todo mundo da mesma forma. O
mais fraco se trata como mais fraco, e o mais forte,como mais forte. O líder sabe
tratar de forma desigual, os desiguais praticando a equidade, mas sendo transpa-
rente para que não seja percebido como alguém que prestigia somente alguns.
O líder precisa usar suas duas ferramentas mais poderosas. O poder de delegar
e o poder da visão não podem ser esquecidos.
Genett afirma que se alguém deseja aumentar sua eficiência e melhorar sua
vida pessoal e profissional vai ter que aprender a delegar, ou seja, compartilhar
tarefas com aqueles que você lidera. Quem quer fazer sozinho está automatica-
mente limitando seus objetivos a si mesmo. Como somos, sozinhos, bastante
limitados, precisamos nos expandir pela experiência da delegação. Além disso,
delegar permite ao líder ganhar tempo e focar no que só ele pode fazer, além de
dar aos liderados a oportunidade de crescer em capacidade e confiança.
Segundo a autora, não delegamos porque não nos preparamos para fazê-lo.
Se você quer delegar com eficiência, precisa:
a) ser específico, definindo e descrevendo claramente cada tarefa (peça a seu
subordinado que repita a sua definição e descrição para confirmar que ele
entendeu seu pedido);
b) prepare-se com antecedência (pois delegar sem refletir no que pode ou
deve ser delegado pode ser uma grande irresponsabilidade);
c) estabeleça um prazo para a conclusão da tarefa (para dar à pessoa noção da
urgência e possibilidade de que ela se planeje);
5 PERFIL DE LIDERANÇA
53
d) informe o grau de autonomia da pessoa (para que fique claro até onde ela
pode ir e onde deve voltar para buscar autorização)
e) deixe agendadas reuniões de verificação, reduzindo a frequência das mesmas
de acordo com a construção de confiança (pois delegar não é abandonar).
Finalmente, segundo Bill Hybels (2002), em seu livro Liderança Corajosa, uma
visão é a mais poderosa arma para a transformação do mundo. Em termos profis-
sionais, uma visão seria um futuro preferível. Existe uma realidade agora, que eu
vejo e reconheço, mas eu quero transformá-la e ver nascer algo diferente.
Hybels (2002) afirma que toda visão nasce como resultado de um sofrimen-
to anterior. Quando eu vou entregar um empreendimento e fico envergonhado
com o proprietário, que ao recebê-lo percebe uma série de erros, patologias e
não conformidades, nasce uma visão. O útero de uma visão é um ambiente onde
há descontentamento. O que tem deixado você descontente? Pense naquilo que
tem incomodado você. É possível que haja uma vocação visionária em nascimen-
to. Esteja atento àquilo que te incomoda.
A obra de Hybels (2002) ainda nos ensina que uma visão verdadeira é conta-
giante, e o líder deve incorporá-la de forma estruturada na preparação do plane-
jamento de trabalho, além de comunicá-la eficientemente aos seus liderados de
forma pessoal, ou seja, de um jeito que cada pessoa entenda sua parte na cons-
trução da visão. Quem e quando são perguntas-chave nesse momento para in-
tensificar o sentimento de posse. Cada membro da equipe precisa se sentir dono
da visão.
Usando os princípios tratados aqui e tendo uma disposição mental de apren-
diz, você será capaz de liderar mais e melhor. Lembre-se que a verdadeira lideran-
ça flui naturalmente da prática de princípios e que os objetivos e metas serão al-
cançados como resultado da sinergia da equipe. Nunca se esqueça de que, como
diz Bill Hybels no vídeo “Global Leadership Summit 2012 Highlights” disponível no
Youtube “Todos ganham quando um líder melhora”. Quer mudar o mundo? Con-
tinue melhorando enquanto líder!
GESTÃO DE PESSOAS
54
RECAPITULANDO
Anotações:
Comunicação interpessoal
A comunicação é a própria confirmação da existência. Será que você existe se não consegue
se comunicar, mesmo que com extremas limitações, com outra pessoa? O reconhecimento da
existência não estaria ligado ao reconhecimento da mesma por outrem? Sempre precisamos
da comunicação entre pessoas para saciar as nossas necessidades, sejam as mais básicas ou as
mais complexas. Da necessidade fisiológica de afeto até a autorrealização, é no outro, na com-
preensão do outro pela comunicação, que encontramos sentido para a vida.
É muito arriscado ter um colaborador que, seja pelo motivo que for,
FIQUE não respeite as responsabilidades individuais na obediência às leis de
segurança do trabalho. É importante usar das habilidades tratadas neste
ALERTA capítulo para que todos entendam e façam a sua parte para que o am-
biente de trabalho seja seguro para todos.
A palavra comunicação tem origem na palavra latina communicare, que significa colocar em
comum, partilhar, entrar em relação com. No popular, é trocar ideias, sentimentos e experiên-
cias entre pessoas que conhecem o significado daquilo que se diz e do que se faz.
Veja, na figura abaixo, alguns elementos constituintes da comunicação, segundo a apostila
de comunicação e relações interpessoais da Universidade de Brasília:
Codificação Decodificação
Ruido
Transmissor Receptor
Canal
Mensagem
Feedback
1
BACKGROUND: Não se esqueça, também, da seriedade da comunicação interpessoal. Não dá
para pegar de volta aquilo que foi falado. Pode se explicar as razões, mas, de algu-
Cultura de origem
ma forma, o efeito do dito permanecerá.
a) gestos;
b) posturas e movimentos no andar;
c) expressões faciais;
d) tom de voz;
e) silêncio;
f) roupa e adereços;
g) olhar;
h) pontualidade;
i) distância;
j) forma de contato físico (toque).
Lembre-se de que comunicar é falar e ouvir, uma via de mão dupla. Por isso,
além de prestar atenção à comunicação não verbal, o bom comunicador interpes-
soal deve atentar para alguns fatores importantes que compõem o que a apostila
de comunicação e relações interpessoais da Universidade de Brasilia chama de
princípios da escuta ativa: parar para ouvir com dedicação. Alguns itens já trata-
dos anteriormente foram suprimidos, mas os citados devem receber a atenção de
um bom comunicador interpessoal:
a) centrar-se no que é dito (não imagine criando onde não houver nada mais
do que o que está sendo dito);
b) manter os canais de comunicação abertos (a certeza de que a comunicação
não será interrompida bruscamente e sem razão é umas das bases para que
o outro se expresse com dedicação);
c) eliminar juízos imediatos (primeiro ouça tudo);
d) não interromper o outro (deixe o outro completar a explanação de suas
ideias);
e) controlar as emoções pessoais (calma!);
f) reformular as mensagens (repita o que o outro diz para confirmar que está
entendendo sem usar isso para interrompê-lo);
g) utilizar as capacidades de intuição (há muito além de nossas habilidades
técnicas e percepção dos órgãos dos sentidos).
GESTÃO DE PESSOAS
62
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Anotações:
Motivação
Esse é um daqueles assuntos que parece óbvio, mas, no caso de um aprofundamento, en-
contramos traços de alta complexidade. Todos acham que se você quer motivar alguém deve
pagar bem. Sim, isso não é mentira, mas dada a competitividade do mercado atual, nenhuma
empresa pode se dar ao luxo de usar, como única estratégia de motivação, a remuneração fi-
nanceira. Feita essa introdução, pergunta-se: como motivamos os profissionais que trabalham
conosco? Como alcançamos a máxima produtividade de nossos profissionais? Estaremos nos
aprofundando neste tema a seguir.
Segundo Calazans (2009), consultor com mais de 40 anos de experiência, motivar é desper-
tar o interesse, a curiosidade de pessoas, de alguém por outro alguém, por alguma coisa ou
por um determinado assunto ou matéria. Motivação é o ato ou efeito de motivar, segundo o
Aurélio, que define essa palavra como um conjunto de fatores psicológicos (conscientes ou in-
conscientes) de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os quais agem entre si, e determinam
a conduta de um indivíduo.
O projeto walk and talk, que tem por objetivo descobrir o que real-
VOCÊ mente importa, move e inspira, é o resultado do sonho revolucionário
de dois brasileiros que hoje são colunistas e parceiros da revista Você
SABIA? S/A e da Harvard Business Review. Visite o portal deles procurando em
sites de busca por “walk and talk”.
Para Maslow (1968), de forma básica, o gestor que deseja ver seus colaboradores
motivados, deve focar no atendimento das necessidades de seus profissionais da
base para o topo da pirâmide, visando ao alcance da máxima motivação humana.
Alimentação, moradia,
Fisiológias
conforto físico,
descanso, lazer etc.
Figura 18 - Pirâmide
Fonte: SENAI, 2013.
CASOS E RELATOS
Os críticos de Maslow (1968) dizem que nem todas as pessoas são iguais de
forma que o que é uma necessidade para uma pessoa talvez não seja para outra.
Dessa forma, afirmam que Maslow contemplou as necessidades do indivíduo em
uma ordem muito rígida, sem a possibilidade de inversão ou troca de necessida-
des. Vale ressaltar, no entanto, que nenhuma destas críticas tira o valor da mesma
para os estudos científicos da motivação.
Passaram-se 16 anos até que Frederick Herzberg viesse a formular a sua hipó-
tese de que os fatores que influenciavam na produção da satisfação profissional
eram desligados e distintos dos fatores que levavam à insatisfação profissional. Ele
concluiu que a satisfação e a insatisfação não eram contrárias entre si. Segundo ele,
“o oposto de satisfação no trabalho não é a insatisfação, mas sim nenhuma satis-
fação no trabalho; e da mesma forma, o oposto de insatisfação no trabalho não é
a satisfação, mas sim nenhuma insatisfação no trabalho” (HERZBERG, 1975, p.7). A
teoria de Herzberg afirma que existem duas categorias diferentes de necessidades,
independentes entre si: os fatores higiênicos ou de manutenção e os motivacionais.
Funcionários
Funcionários Funcionários
Não Insatisfeitos,
Insatisfeitos Satisfeitos,
mas
e Desmotivados e Motivados
Desmotivados.
Nakamura (1994 apud Herzberg, 1975), afirma que os fatores higiênicos esta-
riam relacionados ao ambiente, ou seja, seriam fatores extrínsecos, tendo a função
de prevenir a insatisfação no trabalho. Os fatores de manutenção nunca estariam
completamente satisfeitos, necessitando de manutenção contínua. Exemplos des-
ses fatores seriam a supervisão técnica (competência e incompetência, senso de
GESTÃO DE PESSOAS
70
Realização
Motivadores Pessoal
Estima
Amor / Relacionamento
Fatores de Segurança
Higiene
(insatisfações) Fisiologia
De acordo com o que já vimos até agora, você já tem um bom embasamento
teórico para construir um programa de motivação enquanto Técnico em Edifica-
ções, para si e para os colaboradores sob sua liderança. Revisar os fatores higiêni-
cos e motivacionais, criando uma rotina motivacional, em união com o setor de
pessoas, deve produzir bons resultados em termos de motivação.
Para concluir esse capítulo, é importante tratarmos daquilo que Dan Pink, es-
critor americano, acredita ser uma das absurdas disparidades entre os resultados
da pesquisa científica e a prática empresarial. Segundo os estudos e a prática de
consultoria de Pink, a maioria esmagadora das empresas continua agindo como
se somente as questões relacionadas à remuneração, estivessem envolvidas na
motivação das pessoas.
mento cerâmico é uma tarefa mecânica? Sim. E não! Se pensarmos que o pensa-
mento criativo e reflexivo daqueles que realizam o trabalho pode gerar aprimora-
mentos em relação a todo o processo produtivo, não consideraríamos qualquer
tarefa enquanto algo meramente mecânico.
RECAPITULANDO
Apesar de parecer simples a sua definição, vimos neste capítulo que o as-
sunto motivação amplia a sua complexidade à medida que nos dedicamos
a ele. Estudamos sobre as duas principais teorias históricas da motivação.
Vimos que Maslow organizou sua teoria em torno das necessidades em for-
ma de pirâmide, atendendo às faixas de baixo para cima. Conhecemos mais
de Herzberg e sua teoria envolvendo os fatores higiênicos, que garantem
a ausência de insatisfação, e motivacionais, que ampliam a motivação. Tra-
tamos ainda de buscar integrar as visões de Maslow e Herzberg, inclusive
percebendo graficamente essa integração proposta. Concluímos o capítu-
lo, refletindo sobre a natureza da motivação na Era da Informação quando
não podemos nos dar ao luxo de considerar qualquer tarefa alheia à criati-
vidade e inovação, resultados naturais do compromisso de melhoramento
do resultado da motivação de cada funcionário.
Trabalho em equipe
“O general inteligente procura a força do grupo, não exigindo demais de cada um dos sol-
dados.” (SUN TZU, 1997).
Em primeiro lugar, essa frase emblemática esclarece o valor do trabalho em equipe. Inte-
ligência é não querer fazer sozinho. Nada além das limitações de uma pessoa pode ser feito
sem a contribuição de um grupo. É na força do trabalho em equipe que reside o sucesso. De
uma forma ou de outra sempre precisaremos de uma equipe. Desde o nascimento, a família, os
amigos da escola, entre outros muitos exemplos possíveis, vivemos a perspectiva embrionária
de nossa necessidade de equipes para que nossos empreendimentos tomem forma.
Em segundo lugar, Sun Tzu (2002) afirma que, de alguma forma, a inexistência de coope-
ração, força do grupo, implica no excesso de exigência sob os ombros de um indivíduo o que
deve gerar cansaço, desmotivação e, por último, abandono do objetivo.
SAIBA O general, estrategista e filósofo chinês Sun Tzu escreveu o famoso livro A
Arte da Guerra. Conheça mais sobre a obra em um interessante vídeo dis-
MAIS ponível no Youtube com o nome “A arte da guerra por Sun Tzu”.
GRUPOS EQUIPES
Membros são muito cuidadosos a respeito do Membros baseiam seu sucesso na confiança
que dizem e têm medo de perguntar. Talvez não e encorajam todos a expressar suas opiniões,
entendam plenamente o que está se passando visões variadas e dúvidas a respeito de um
no grupo. problema.
Membros não confiam uns nos outros porque Membros fazem um esforço consciente para que
não conhecem o papel de cada pessoa no grupo sejam honestos e respeitosos, além de ouvir o
nem os motivos de cada um. ponto de vista da pessoa envolvida.
Membros podem ter muito a contribuir, mas se Membros são encorajados a usar suas habilida-
seguram porque não têm um relacionamento des e conhecimento, de forma que cada um con-
aberto com outros membros. tribua em seu tempo para o sucesso do grupo.
Membros se sentem mal quando diferentes Membros veem conflitos como parte da natureza
ideias ou opiniões surgem, pois as consideram humana e reagem a eles como oportunidades
ameaças. Não existe suporte do grupo na solução para ouvir sobre novas ideias e opiniões. Todos
de problemas. querem resolver os problemas construtivamente.
Sugiro que você trabalhe com seus colegas para que traçar uma estratégia para
que cada um dos pontos acima seja realidade em seu grupo de trabalho hoje.
8 TRABALHO EM EQUIPE
77
Ficou clara para você a diferença entre grupo e equipe? A partir dessa diferença,
podemos tentar definir trabalho em equipe, segundo o Webster’s New World Dic-
tionary - Novo Dicionário Mundial de 1988 apud NDT Resouce Center (2007), como
uma ação conjunta realizada por um grupo de pessoas nas quais cada pessoa su-
bordina seus interesses e opiniões individuais à unidade e eficiência do grupo.
Vale ressaltar que, no trabalho em equipe mais eficiente, o indivíduo não deve
se anular, mas, em um ambiente de respeito e lealdade, expor suas opiniões e inte-
resses de forma clara e enfática. É no choque harmonioso entre as individualidades,
e não na conformidade, que o trabalho em equipe encontra seu ápice. A confor-
midade em equipe gera resultados bem abaixo dos possíveis, uma vez que não se
colocam na mesa as potencialidades e melhores ideias de cada um. Dessa forma,
no trabalho em equipe não deve haver individualismo nem conformismo, mas uma
simbiose das melhores experiências e contribuições que cada um pode trazer.
Dito isto, quais seriam alguns desafios práticos na formação de uma equipe de
trabalho excelente? Larson e LaFasto, dois pesquisadores experientes com PhD
na área de gestão e formação de equipes, deixaram algumas dicas importantes
em seu livro Team work – What must go right / What can go wrong (Trabalho em
equipe – O que tem que dar certo / O que pode dar errado). Foram adicionados
comentários aos itens listados por Larson e LaFasto.Você poderia dar uma nota a
cada um dos itens abaixo na equipe de trabalho que você está envolvido agora.
A equipe deve ter uma meta clara. Nem pense em expressões confusas ou
cheias de emocionalismo maternal. A meta deve desafiar a equipe a um objeti-
vo de desempenho específico expresso de forma tão concisa e clara que todos
saibam quando o alvo foi alcançado. Uma direção clara para todos os membros
da equipe é meio caminho garantido até o alvo. Finalmente, é importante algum
processo de prestação de contas entre os membros do alcance de cada etapa
em direção à meta. Isso forma uma rede segura de garantia que as etapas estão
sendo atingidas. Para avaliar, pergunte a diferentes membros da equipe qual a
meta deles.
GESTÃO DE PROJETOS
78
A equipe deve ter uma estrutura dirigida aos resultados. O grupo deve ter a
permissão de operar de uma maneira que produza resultados. Normalmente, essa
estrutura não é rígida, mas desenhada de acordo com a singularidade de cada pro-
jeto. Vencer a rigidez de muitos ambientes empresariais em termos de estrutura
organizacional é um desafio para quem vai lidar com gestão de pessoas. Em suma,
deve haver uma constante reavaliação da eficiência da equipe, visando à produti-
vidade máxima. Para avaliar, pergunte aos membros da equipe se há uma forma
melhor de fazer as coisas (estrutura hierárquica, horário de trabalho etc.).
A equipe deve ter membros competentes. Não adianta querer resolver um
problema se o time de colaboradores não tem competência para tal. Só enfrente
um gigante que você pode vencer. Se não pode vencer um desafio por falta de
know-how da equipe, deve-se primeiramente planejar o treinamento devido para
que se alcance o sucesso. Para avaliar, liste competências necessárias ao sucesso
e cruze com as habilidades reais de sua equipe.
A equipe deve ter união e comprometimento. Não somos ingênuos para achar
que todos vão concordar em tudo. Mas todos devem estar direcionando seus esfor-
ços para o alcance da mesma meta. Se um indivíduo está focado somente em metas
particulares, é necessária a confrontação e realinhamento. Conflitos são resolvidos e
divergências pessoais não são alimentadas. Lembrando que o pleno compromisso
com a meta definida depende muito do pleno entendimento da mesma. Finalmen-
te, a construção de uma premiação para a produtividade da equipe deve favorecer
a unidade e o compromisso entre os membros do grupo. Para avaliar, pergunte aos
membros da equipe se há alguém individualista entre eles.
A equipe deve ter um clima colaborativo. Temos aqui algo subjetivo, mas que
pode ser mensurado. É o resultado da confiança e de um comportamento ho-
nesto, aberto e respeitoso. Sem esse ambiente, a equipe vai falhar. As pessoas
precisam se sentir àvontade para se expressar e defender suas opiniões, sem que
qualquer ideia seja ridicularizada. Ninguém pode ser punido por discordar de for-
ma ordeira. Finalmente, pessoas que falam mais do que ouvem devem ser cor-
dialmente desafiadas a dar aos outros a oportunidade de contribuir, evitando que
somente os mais extrovertidos participem. Para avaliar, pergunte aos membros
da equipe se é possível sempre se falar a verdade entre os colaboradores.
A equipe deve ter padrões de eficiência altos e bem entendidos por todos.
Cada um precisa entender qual a sua parte individual e coletivamente. Não é sim-
plesmente ter uma atitude positiva ou demonstrar esforço, mas saber o que se
tem que fazer e que isso é um alvo além de mim mesmo, algo desafiador.
A equipe deve receber suporte externo e encorajamento. Alguém de fora que
mede, dá dicas, reconhece e motiva de variadas formas é uma variável-chave para
o trabalho em equipe. O observador externo sempre ajuda a equipe a melhorar
através de uma prática diligente do feedback construtivo.
8 TRABALHO EM EQUIPE
79
CASOS E RELATOS
• Apresentação
Formação • Conhecimento
• Discordância
Crise • Tensão
• Reconciliação
Normatização • Concordância
• Aceitação
Perfomance • Satisfação
Etapa 1 – Formação
Etapa 2 – Crise
Etapa 3 – Normatização
Etapa 4 – Performance
1
5W2H: É de suma importancia que o gestor de pessoas tenha noção da etapa em que
seu grupo se encontra para que não cobre ou tenha expectativas além daquilo
O 5W2H, basicamente, é um
checklist de determinadas que sua equipe de trabalho pode produzir no momento. Além disso, o líder que
atividades que precisam precisa de resultados mais rapidamente, deve se utilizar de estratégias e ferra-
ser desenvolvidas com o
máximo de clareza possível mentas para acelerar as etapas, nunca se esquecendo de que há um tempo míni-
por parte dos colaboradores
da empresa. O nome mo de maturação para cada grupo de pessoas.
desta ferramenta foi assim
estabelecido por juntar as Tendo analisado as diferenças entre grupos e equipes, assim como os itens
primeiras letras dos nomes constitutivos delas e suas etapas de formação, podemos passar a construção de
(em inglês) das diretrizes
utilizadas neste processo: um ambiente favorável a estas diferenças. A cultura empresarial pode favorecer
What – O que será feito
(etapas); Why – Por que será ou atrapalhar o genuíno trabalho em equipe. Pode até impedir a possibilidade
feito (justificativa); Where – do mesmo, ainda que no discurso se contemple a existência dele. A construção
Onde será feito (local); When
– Quando será feito (tempo); de uma cultura de trabalho em equipe é o resultado de uma série de ações que
Who – Por quem será feito devem partir da liderança, garantindo o ambiente necessário à transformação de
(responsabilidade); How –
Como será feito (método); grupos em equipes.
How much – Quanto custará
fazer (custo). Uma cultura do trabalho em equipe está centrada na certeza de que nenhum
Fonte: SOBRE de nós é melhor que todos nós. Apesar do tom agradável e motivador dessa frase,
ADMINISTRAÇÃO, 2009.
sabemos que são raras as empresas onde os colaboradores podem dizer em alto
e bom som que há uma cultura a favor do trabalho em equipe. Vemos algumas
organizações modernas começando a valorizar de verdade a diversidade de pen-
samento, mas ainda há um longo caminho a ser trilhado. A boa notícia é que,
mesmo sendo um grande desafio, você pode se comprometer com a valorização
da construção conjunta gerando uma cultura do trabalho em equipe para o seu
grupo de trabalho. Sugerimos algumas ações:
a) celebre os sucessos do grupo pública e festivamente. Agende isso durante
o mês e o ano, atribuindo prioridade alta ao evento. Essa ação é de primaz
importância na cultura brasileira, que é associada a muitas comemorações;
b) faça reuniões de acompanhamento onde todos visualizem o progresso da
equipe juntos, fomentando apoio mútuo para a solução de pendências ao
pleno atingimento da meta;
c) tenha atividades lúdicas de interação e quebra-gelo planejadas para cada
encontro, fazendo deles momentos geradores de crescente integração, re-
flexão e crescimento coletivo. Quinze minutos rindo juntos faz toda a dife-
rença para a concentração colaborativa a seguir;
d) agende encontros sem relação direta com o trabalho e as metas como chur-
rascos, grupos de corrida, jogos de futebol, passeios e viagens onde seja
proibido se falar em produtividade;
e) quando surgir um problema, monte uma equipe interdisciplinar de solução
ao invés de deixar cada um trabalhando sozinho;
8 TRABALHO EM EQUIPE
83
RECAPITULANDO
Figura 22 - Empatia
Fonte: SENAI, 2013.
Além disso, em um ambiente onde se sabe que existirá empatia entre os co-
laboradores, todos se dispõem a correr riscos e assumir desafios. Se uma pessoa
imagina que ao correr um risco ou enfrentar um desafio, estará sozinha ou não
poderá contar com o apoio de qualquer colega, haverá naturalmente uma ten-
dência a fugir dos riscos e desafios. Sabemos que, na Construção Civil, seja na luta
para atender prazos exíguos ou na disponibilidade para testar o uso de uma nova
ferramenta ou técnica, a disponibilidade a correr riscos e enfrentar desafios preci-
sa existir. Dessa forma, um ambiente empático torna-se o berço para a inovação e
melhoria contínua de qualidade na empresa.
9 EMPATIA
87
e porque não o faria, demandas pessoais. Esse momento também pode ser usado
para dar feedback pessoal ao liderado cultivando uma relação de atenção e empatia.
Além disso, ensine os seus colaboradores a serem bons ouvintes. No capí-
tulo Comunicação Interpessoal, já tratamos de estratégias para ser um bom
ouvinte, a escuta ativa, por exemplo. Compartilhe e pratique esses conceitos
com seus liderados.
CASOS E RELATOS
Chegando à conclusão de nosso capítulo sobre empatia, deixo com vocês al-
gumas dicas para mostrar empatia na relação pessoal.
Dicas para mostrar empatia:
a) se posicione de uma forma que indique atenção;
b) decida desligar o celular;
c) mantenha contato visual, olhando para a pessoa;
d) reflita naquilo que a pessoa está dizendo e faça perguntas a respeito;
e) pergunte a respeito dos sentimentos da pessoa;
f) ofereça apoio de forma prática;
g) em outro dia, pergunte a respeito da situação.
9 EMPATIA
89
A primeira dica está relacionada à posição do corpo. O chefe que recebe seu li-
derado, que está nervoso com um problema, com os pés sobre a mesa degustan-
do uvas demonstra empatia zero. Sua postura fala muito em termos de empatia.
Em tempos de smartphones, a segunda dica é providencial. É melhor não falar
naquele momento, estando ocupado, do que falar com alguém lendo ou escre-
vendo no celular. Se você quer comunicar empatia, e vivê-la de fato, não fale com
pessoas com o celular nas mãos. Podemos até sugerir que você só atenda o celular
após completar uma conversa com alguém, ainda que o celular toque. Atender o
celular em meio a uma conversa transmite que a conversa foi deliberadamente co-
locada em segundo plano. Retorne para quem te ligou após haver completado a
conversa.
A terceira dica diz: se decidiu ouvir alguém, ouça com os olhos também! Você
já experimentou conversar com alguém que está olhando para outras pessoas ou
situações? Você se sente desvalorizado.
A quarta e a quinta dicas dizem respeito a confirmar para a pessoa que você a
está escutando. Além disso, enfatizar os sentimentos dela gera empatia genuína,
pois só alguém que se importa quer ouvir sobre os sentimentos, além dos fatos.
Jesus disse que, conforme registro na Bíblia cristã, se alguém sabe que outra
pessoa está em necessidade e nada faz, peca. A sexta dica não quer de forma
alguma propor que você seja o salvador do mundo, mas sim que, se você parou
para ouvir aquele colaborador, você proponha uma solução prática para a pessoa
ou pelo menos diga que vai pensar sobre. E pense mesmo! Não diga isso só para
se livrar da pessoa. Tome nota e dê retorno. Dar encaminhamento a algum pro-
blema que chegou até você, gera entre você e a pessoa que trouxe o problema
um vínculo de solução.
A última dica recomenda demonstrar que você está pensando na pessoa e
em sua demanda. Quem está enfrentando um problema sabe o valor de receber
uma ligação amiga perguntando se já está tudo bem. Alguém se lembra de mim!
É bom poder dizer isso quando se está com um problema.
Perceba que a construção da empatia implica em se preocupar genuinamente
com o outro. Não fomos criados para isso em nossa cultura capitalista altamente
competitiva, mas, cada vez mais, as empresas e especialistas descobrem que sem
isso não conseguiremos cooperar para alcançar o máximo bem comum. Desafio
você a pôr em prática as dicas aqui listadas e compartilhar com outros o como ser
empático faz bem não somente a quem recebe amigavelmente as ações empáti-
cas de alguém, mas, surpreendentemente, a quem age empaticamente porque,
como indica a sabedoria popular milenar, dar é melhor que receber. Boa sorte!
GESTÃO DE PESSOAS
90
RECAPITULANDO
Anotações:
Equipes de trabalho
10
Uma vez que já tratamos extensivamente do tema trabalho em equipe no Capítulo 7, nesse
momento, trataremos de aspectos mais práticos relacionados à vida profissional do Técnico
em Edificações.
Na formação e operação de equipes de trabalho no ramo da construção civil, três fatores
são preponderantes:
a) dimensionamento;
b) perfil dos profissionais;
c) avaliação do desempenho e identificação de necessidades de aperfeiçoamento.
Esse três fatores críticos de sucesso dependem do uso adequado de ferramentas técnicas,
somada ao conhecimento geral, a sabedoria e intuição do gestor de pessoas que analisa os
dados. Tomaremos conhecimento de ferramentas de análise de perfil profissional, por exem-
plo, mas a leitura das informações técnicas, psicológicas e emocionais deve ser feita com zelo
e atenção. Por isso, normalmente, uma entrevista pessoal e dinâmica precede a contratação.
10.1 DIMENSIONAMENTO
Figura 23 - Dimensionamento
Fonte: SENAI, 2013.
VISÃO MACRO
PROGRAMAÇÃO DA OBRA
VISÃO MICRO
DEFINIÇÃO DOS SERVIÇOS
DIMENCIONAMENTO DA EQUIPE
Por exemplo:
A etapa seguinte é a pintura de 800 m² de parede interna, estando a parede
pronta para pintura, já com massa corrida aplicada. A produtividade aferida pela
empresa é de 0,2 Hh por m², ou seja, o pintor leva 1 hora para pintar 5 m² de pare-
de (1 dividido por 5 igual a 0,2). Esse serviço precisa estar pronto em 40 horas de
trabalho. Qual a equipe de trabalho que eu preciso?
QS = 800 metros quadrados
RUP = 0,2 Hh/metro quadrado
Δt = 40 horas
H = 800 . 0,2 / 40 = 4
Segundo o cálculo acima, é necessário dispormos de 4 pintores com essa produ-
tividade para que alcancemos a meta de pintar os 800 m² em 40 horas de trabalho.
Além da análise acima, alguns outros fatores devem ser considerados. O pri-
meiro seria a questão do limite de espaço físico e de pessoal disponível na obra.
Suponha que, no exemplo dado acima, precisássemos acabar a etapa citada em
8 horas.
QS = 800 metros quadrados
RUP = 0,2 Hh/metro quadrado
Δt = 8 horas
H = 800 . 0,2 / 8 = 20
Será que conseguiríamos colocar 20 pintores naquele espaço físico? Teríamos
uma equipe de 20 pintores? A ressalva aqui é que, no dimensionamento, devem ser
levadas em consideração as limitações físicas e de pessoal que temos, entre outras
possíveis. Por isso é que o planejamento adequado de prazos e número de colabo-
radores é algo sério que pode representar atrasos significativos na obra se mal feito.
Continuando nosso estudo, alguém pode estar curioso como chegamos à pro-
dutividade da mão de obra. Quem informou que a produtividade dos pintores, no
caso acima, era de 0,2 Hh/m²?
Uma figura importante nesse processo de dimensionamento é o apropriador de
mão de obra. O papel desse profissional é apurar, em campo, os índices de produ-
tividade obtidos na execução das tarefas. Esses índices apropriados irão subsidiar
10 EQUIPES DE TRABALHO
97
Quadro 4 - Produtividade
Fonte: SENAI, 2013.
GESTÃO DE PESSOAS
98
19cm
1 2
6 7 3 4
4m 13 14
8 9
10 11
5
15 16 12
20 21 17 18
22 23 19
27 28 24
29 25 26
30 31
3m
Quando há baixa
rotatividade de mão de obra,
ou seja, os mesmos
A altura usual das profissionais fazem todas as
paredes é de 2,70m. paredes, a produtividade da
Se as paredes forem equipe é maior.
mais altas, a
produtividade dos Quando os
trabalhadores diminui. profissionais têm
que cumprir prazos A disponibilidade de
apertados, sua equipamentos para o
Falta de materiais gera produtividade transporte vertical
atrasos e diminui a aumenta para de materiais agiliza
produtividade dos atender a essa o andamento da
trabalhadores. imposição da obra. execução.
Dimensionar não é complicado, mas exige atenção e prática. Sugiro que você
comece a fazer exercícios para que, quando tenha que tomar decisões e fazer le-
vantamentos, tenha domínio dessa atividade simples, mas de suma importância
para a eficiência máxima nas obras da Construção Civil, além do cumprimento de
prazos, fator crítico no setor atualmente.
serem mais qualificados para fazer mais e melhor, sendo eficientes (faz certo as
coisas) e eficazes (faz as coisas certas).
De acordo com o SENAI (2002), o perfil profissional é a descrição do que ideal-
mente é necessário saber realizar no campo profissional correspondente à deter-
minada ocupação; é o marco de referência; é o ideal para o desenvolvimento pro-
fissional, que pode ser confrontado com o desempenho real dos trabalhadores,
indicando se eles são ou não competentes para atuar em seu âmbito de trabalho.
Para que se possa definir qual o perfil do profissional ideal, deve-se primeiro co-
nhecer a realidade atual. Conforme a dissertação de Mestrado intitulado“Diretrizes
para a capacitação profissional por competências de trabalhadores da Constru-
ção Civil”, de autoria de Cláudio Barboza Ferreira Junior (2012, p.8), apresentada
à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de
Mestre em engenharia, o perfil do profissional é o seguinte:
a) escolaridade do trabalhador da Construção Civil
O número de trabalhadores da Construção Civil com escolaridade acima de oito
anos de estudos (educação básica) vem aumentando paulatinamente ao longo dos
anos, com 7,6% de acréscimo entre 2002 a 2010, conforme indica o quadro a seguir.
TRABALHADORES
NA CONSTRUÇÃO
MAIS DE 11 ANOS
INDETERMINADA
SEM INSTRUÇÃO
MÁXIMO, 1 ANO
ESCOLARIDADE
8 A 10 ANOS DE
1 A 3 ANOS DE
4 A 7 ANOS DE
OU COM, NO
DE ESTUDO
DE ESTUDO
TOTAL DE
ESTUDO
ESTUDO
ESTUDO
CIVIL
ANO
GÊNERO/
TOTAL ATÉ 17 ANOS DE 18 A 39 DE 40 A 64 65 OU MAIS
REGIÃO
c) rotatividade
Ferreira Junior (2012) afirma que a Construção Civil é caracterizada como um
dos setores de maior rotatividade na força de trabalho. Citando Paiva e Salgado
(2003), afirma que o tempo médio de permanência do funcionário em uma em-
presa construtora são 7 meses.
Segundo o autor, alguns dos fatores que levaram a essa situação são:
- a subcontratação que agrava o problema da falta de vínculo;
- a baixa qualidade de vida e reconhecimento que geram descontenta-
mento e percepção do trabalho como realidade passageira até que se
ache algo melhor para fazer;
- a constante possível demissão iminente uma vez que o processo pro-
dutivo é caracterizado por etapas sucessivas com exigências funcio-
nais distintas;
- a dificuldade de implantação de um plano de carreira gerando falta de
perspectivas de desenvolvimento profissional que conduzem o funcio-
nário da Construção Civil a buscar oportunidades em outros segmen-
tos indústrias.
A rotatividade atrapalha diretamente a formação do profissional. Ferreira Ju-
nior cita um estudo de 2010 que indica que o tempo médio de formação de um
profissional, desde o momento que ele integra o setor da Construção Civil como
servente, é de seis anos. Se a média de permanência dele por empresa é signifi-
cativamente menor que isso, a sua formação profissional será grandemente pre-
judicada, o que impacta, em longo prazo, o setor, haja vista a constante carência
de mão de obra capacitada.
d) renda mensal
Apesar de o salário médio do trabalhador da Construção Civil no momento de
sua admissão estar crescendo, quando se faz uma proporção do mesmo com o
salário mínimo vigente, percebe-se que tem havido uma queda significativa na
proporção, o que indica uma perda salarial crescente e gradual.
GESTÃO DE PESSOAS
102
Ferreira Junior afirma, citando estudo da Fundação Getulio Vargas (2011), que
62,5% desses trabalhadores são chefes de família e únicos provedores de renda.
Ela ainda comenta que o emprego no setor flutua muito devido a variações na
política econômica do país, gerando incertezas para o trabalhador.
e) ingresso na Construção Civil
Finalmente, Ferreira Junior (2012 apud Ferrão e Pavoni, 2001) que: “[...] a maio-
ria dos trabalhadores começa a trabalhar na Construção Civil com menos de 18
anos.” A FGV (2010), citada pelo autor, confirma esse dado informando uma esti-
mativa de que 58,7% iniciam aos 14 anos, pois seria a única forma de conseguir
emprego com idade baixa e nenhuma capacitação. Infelizmente, uma vez que o
profissional é formado no campo, vícios e erros são transmitidos, comprometen-
do o padrão de qualidade desejado pelas empresas. Sendo algo temporário para
ganhar dinheiro no início da vida, muitos não investem em capacitação técnica
nessa área, mas em outras áreas para as quais migram a posteriori.
Haja vista o comentário de abertura deste capítulo, a definição de perfil pro-
fissional e os fatores elencados por Ferreira Junior, como poderíamos definir o
perfil profissional do trabalhador da Construção Civil? Vejamos uma proposição
comentada abaixo:
ção através de algo como uma ficha descritiva de cargo. Essa ficha é o registro
documental daquilo que o profissional precisa ter em termos de conhecimento
e habilidades, podendo até conter atitudes esperadas do colaborador. Veja um
exemplo a seguir.
DESCRIÇÃO DE CARGOS
FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA
O acesso a essa ocupação requer ser alfabetizado.
Avaliar é apreciar, estimar, fazer ideia de, ajuizar, criticar ou julgar. Desempe-
nho é o comportamento real do empregado em face de uma expectativa ou de
10 EQUIPES DE TRABALHO
105
CASOS E RELATOS
Avaliação de desempenho
Sr. João trabalhava como pedreiro há anos quando foi finalmente contrata-
do por uma empresa de grande porte que usava um processo de Avaliação
de Desempenho formal. Quando soube que seria avaliado, Sr. João ficou
muito ressabiado, principalmente por ter que largar experiência como pe-
dreiro. Tendo passado pelo processo de instrução do modelo de avaliação,
lá estava ele no quinto pavimento rebocando uma parede quando chega
uma técnica de 19 anos para observá-lo. Sr. João ficou furioso e deixando
o trabalho foi direto ao Engenheiro de Produção. Uma vez que Sr. João era
respeitado ali, também pela sua idade e experiência, o Engenheiro sentou
com ele e revisou com ele os objetivos da Avaliação, prometendo-lhe um
dia de folga para cuidar de seu sítio no interior, para onde ele sempre ia aos
domingos, se melhorasse seu desempenho conforme mensuração. Sr. João
topou feliz e dentro de um mês recebeu seu primeiro dia de folga. Havia
melhorado simplesmente porque aceitou ser medido. A partir dali, Sr João
virou o maior publicitário dessa tal de Avaliação de Desempenho. Dizia ele:
“Não só faço meu trabalho melhor como ainda sou premiado!” Melhor que
isso impossível.
10 EQUIPES DE TRABALHO
107
A questão é que, ainda hoje, muitas empresas têm usado a avaliação de forma
errada. O profissional se sente fiscalizado e cobrado negativamente, e não convi-
vendo com uma avaliação de suas competências para seu crescimento integral.
O avaliador, muitas vezes, parece ser o carrasco dos avaliados quando deveria ter
um papel de observador e parceiro, visando facilitar um processo de desenvol-
vimento. Agindo dessa forma, o avaliador não deve criar barreiras e constrangi-
mentos porque o propósito construtivo fica claro. Ele enfatiza quais os benefícios
para a empresa e para a pessoa antes de começar qualquer trabalho avaliativo.
Isso é de suma importância para que algo que deveria ser positivo não se transfor-
me em objeto de frustração, desmotivação e até queda de desempenho. Sendo a
avaliação de desempenho bem conduzida ele deve gerar profissionais mais feli-
zes, que experimentam um senso de justiça e meritocracia e sentem que podem,
sim, crescer e ainda gerar um aumento de produtividade.
Perceba que muitas metas têm sua criação impedida pela impossibilidade de
medição. No caso acima, será que existe uma mensuração (em volume ou kilo-
gramas, por exemplo) do desperdício de madeira na obra? A Avaliação de De-
sempenho deve despertar em todos os envolvidos no processo aimportância de
mensurar os fatores importantes de acordo com o plano de Avaliação de Desem-
penho definido. Com certeza, isso vai desafiar a equipe em termos de criatividade
e organização.
Em segundo lugar, é necessário também que se esclareça o termo indicador
de desempenho. De modo similar à meta, ele vai possibilitar a mensuração de de-
sempenho impedindo, ao máximo, subjetividades que gerem confusão na avalia-
ção. Um indicador de desempenho deve mostrar de forma clara e objetivamente
mensurável se a performance do agente esteve de acordo, ou não, com o padrão
anteriormente definido. Veremos um exemplo logo em seguida.
José Ricardo Rigoni, consultor da área de gestão da qualidade, citando Neely
(1997), afirma que alguns fatores devem descrever um indicador de desempe-
nho. Abaixo foi colocado um exemplo ilustrativo:
a) medida (nome) – tempo de atendimento a clientes;
b) propósito – evitar que clientes demorem a ser atendidos;
c) refere - se a comunicação;
d) meta – 24 h;
e) fórmula – somatório dos tempos de atendimento / num total de reclamações;
f) frequência – mensal;
g) quem mede – SAC;
h) fontes de dados – Software CRM integrado ao ERP da companhia;
i) quem age nos dados? – todos os setores;
j) quais ações possíveis – aumentar número de funções no SAC, melhorar a
qualidade da produção etc.;
k) notas e comentários;
Um exemplo na Construção Civil seria:
a) medida (nome) – tempo para assentamento de 1 m² de revestimento cerâmi-
co;
b) propósito – acompanhar o desenvolvimento de atividades visando evitar
atrasos na obra;
GESTÃO DE PESSOAS
110
RECAPITULANDO
11
O autor do livro Excelência na Prestação de Serviços, Euclydes Barbulho, teve a ideia de es-
crever um livro sobre este assunto, pois sua empresa surgiu,quando as empresas começaram
a terceirizar seus serviços.
Com a contratação de terceirizados, Barbulho passou a observar que:
O autor sugere que a prestação de serviços é feita para atender aos clientes externos tam-
bém aos internos que são aqueles que recebem o trabalho do colega, agrega algum valor ou
peça e o passa para outro. Por este motivo, assim como todos os funcionários, os que prestam
serviços, de terceirização precisam ser treinados porque prestarão melhor serviço a empresa
e podem com isso conquistar mais clientes.
Pesquisas feitas por instituições como a da consultoria 4hunter; a da Universidade de Caxias
do Sul (UCS) – (A relação entre qualidade motivação e comprometimento organizacional – Es-
tudo de caso em uma Universidade Federal – Rosaria Nunes Ramires da Costa. (2011)); da Uni-
versidade Federal do Piauí (UFPI) – (Como a motivação influencia na produtividade: um estudo
de caso na indústria de cimento Nassau / Fronteiras – PI – Simone Maria de Carvalho (2011));
explicam sobre motivação dentro das empresas, chegando a diversas conclusões dentre elas
quanto melhor os trabalhadores se sentem em relação a si mesmos e à empresa, melhor se
sentem em relação ao cliente, produzindo muitas vezes o dobro, caso estivessem insatisfeitos,
poderiam produzir.
Por este motivo, um número cada vez maior de empresas, vem alertando para o fato de que
seu quadro de trabalhadores, é um de seus alvos mais importantes para o seu crescimento e
desenvolvimento.
GESTÃO DE PESSOAS
114
O serviço prestado deve ser pago, mesmo que o prestador não tenha o título
de habilitação ou não preencha os requisitos formais da atividade, pois, a falta de
pagamento ao se tomar conhecimento da não habilitação, pode gerar enrique-
cimento sem causa. Porém, não haverá pagamento dos serviços prestados, se o
prestador do serviço agir com dolo e ferir a norma legal ou de ordem pública.
b) prazo de duração contratual do prestador de serviços: se o contrato tiver
sido firmado em um prazo inferior ao período máximo estipulado pelo Códi-
go, que é de quatro anos, poderá haver celebração de um novo contrato por
igual período ou até mesmo inferior, dependendo de quanto tempo ainda
falta para o limite máximo.
Pelo presente contrato de prestação de serviços, de um lado, como CONTRATANTE, (nome), (nacionalidade), (estado civil),
(profissão), residente e domiciliado em (endereço), portador da identidade nº (RG), órgão emissor (...), inscrito no CPF nº (CPF), e
de outro lado, como CONTRATADO, (nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade, CPF, endereço), têm entre
si como justo e contratado o que segue:
É celebrado o presente contrato de prestação de serviços que se regerá pelas cláusulas seguintes e, no que for omisso, pela Lei:
Cláusula Primeira – Objeto
É objeto do presente contrato a prestação dos serviços de emassamento e pintura de paredes do imóvel constituído por uma casa
sito à rua..., nº... bairro... em... com material por conta do contratante, para execução com as seguintes especificações:
Emassamento em massa acrílica na parte externa, com 66 (sessenta e seis) metros quadrados, massa comum nas partes internas,
com 142 (cento e quarenta e dois) metros quadrados, e arremates nas molduras de gesso.
O presente contrato tem como objeto principal o serviço de pintura das paredes internas da casa, essa constituída por três
quartos, sala de estar, sala de jantar, cozinha, área de serviço e três banheiros.
Cláusula Segunda - Obrigações do Contratado
1) Executar sob sua responsabilidade técnica as obras relativas à pintura do imóvel;
2) Concluir as obras no prazo de doze semanas, contados do dia... de... do corrente ano, descontados os dias de paralisação por
motivo de chuva ou comprovada força maior;
3) Entregar o imóvel devidamente pintado, com acabamento e retoques necessários, completamente limpo;
4) Permitir, em qualquer tempo, o livre acesso do CONTRATANTE às obras, a fim de que possa acompanhá-la e fiscalizá-la, nos
termos deste instrumento.
Cláusula Terceira - Obrigações do contratante
São obrigações do CONTRATANTE:
1) Efetuar o pagamento de cada etapa da obra, em conformidade com a sua evolução, em dinheiro, mediante recibo discriminado;
2) Fornecer o material necessário conforme solicitação formal com 24 horas de antecedência;
Clausula Quarta – Pagamento
O contratante se compromete a pagar ao contratado a quantia de R$... (incluir também o valor por extenso) da seguinte forma:
(Descrever a forma de pagamento. Se em cheque, anotar o número dele no contrato; se em dinheiro, não esquecer de solicitar a
assinatura de um recibo).
Parágrafo primeiro: Em caso de atraso no pagamento, ficará a CONTRATANTE obrigada a pagar multa no valor de R$...(Incluir
também o valor por extenso)
Parágrafo segundo - Em caso de atraso no serviço, ficará o CONTRATADO obrigado a pagar multa no valor de R$... (Incluir também
o valor por extenso). Obs.: Uma opção é atrelar cada pagamento à entrega de determinada fase da obra, sem multa.
Cláusula Quinta – Prazo
O prazo para realização do serviço é de... a contar da data de assinatura deste e termina em...
Cláusula Sexta – Rescisão
O presente contrato poderá ser rescindido por qualquer das partes, caso uma delas não cumpra o estabelecido em qualquer das
cláusulas deste instrumento, responsabilizando-se a que deu causa a pagar a multa de R$... (incluir também o valor por extenso).
Parágrafo primeiro: Em caso de rescisão por descumprimento de qualquer cláusula ou desistência do negócio, o CONTRATADO,
além da multa prevista na Cláusula 4ª, deverá devolver o valor pago pela CONTRATANTE devidamente atualizado.
Cláusula Sétima - Das penalidades
Estabelecem os contratantes uma multa igual a 10% (dez por cento), incidentes sobre as parcelas de pagamento não quitadas nos
prazos estabelecidos a ser suportada pelo contratante em favor do contratado;
Estabelecem também os contratantes uma multa de 10% (dez por cento) sobre a parte da empreitada não cumprida, inclusive
quanto aos prazos de entrega, a ser suportada pelo contratado em favor do contratante;
Cláusula Oitava - Condições Gerais
(demais condições do contrato)
Cláusula Nona - Do Foro
Para dirimir quaisquer controvérsias oriundas do CONTRATO, as partes elegem o foro da comarca de (nome da comarca, local
onde ingressará com demanda judicial: será a comarca ou fórum mais próximo à residência do consumidor, por se tratar de
relação de consumo.) Por estarem assim justos e contratados, firmam o presente instrumento duas vias de igual teor, juntamente
com 2 (duas) testemunhas.
São Paulo, 10/9/2012
CONTRATANTE (nome, assinatura e RG) CONTRATADO (nome, assinatura e RG)
Testemunha 1. (nome, assinatura e RG) Testemunha 2. (nome, assinatura e RG)
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Anotações:
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MINICURRÍCULO DOS AUTORES
ANA LUZIA SANCHES VIEIRA CARREIRO SILVA
Ana Luzia Sanches Vieira Carreiro Silva é Bacharel em Ciências Econômicas, (FACCEBA/1991); Mes-
tranda em Gestão e Tecnologia Industrial (CIMATEC – SENAI – BAHIA) – Linha de Pesquisa Inovação
na Construção Civil; Pós-graduada em Psicopedagogia (UCAM/RJ-2004); Marketing (ESPM-1994);
Master, Practitioner e Training em Programação Neurolinguística – PNL (PROSER- 2006). Atua como
docente, há 26 anos, em áreas comportamentais, exatas e de construção civil. Desenvolveu Material
didático – Metodologia de Ensino para professores das Escolas Públicas Estaduais e Municipais do
Estado da Bahia, (Secretaria de Educação do Estado da BA, UNEB e FLEM – de 2001 a 2006). Atual-
mente, é docente e conteudista da área de Construção Civil no SENAI/BA, na Unidade Dendezeiros
e Professora/orientadora de trabalhos monográficos do curso de Psicopedagogia e do curso Gestão
de Pessoas da Faculdade São Bento da Bahia.
Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros
Marcelle Minho
Coordenação Educacional
André Costa
Coordenação de Produção
FabriCo
Monique Ramos Quintanilha
Ticianna Fontes Castelhano
Vanessa de Souza Lemos
Design Educacional
Joseane Maytê Sousa Santos Sousa
Revisão Ortográfica e Gramatical
Pollyanna Farias
Revisão de Diagramação e Padronização
FabriCO
Ilustrações
FabriCO
Diagramação
i-Comunicação
Projeto Gráfico