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Série Segurança do Trabalho

Saúde e
Segurança
do trabalho
Série Segurança do Trabalho

Saúde e
Segurança
do trabalho
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor-Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
Série Segurança do Trabalho

saúde e
segurança
do trabalho
© 2012. SENAI – Departamento Nacional

© 2012. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-
nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por
escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Núcleo de Educação – NED

FICHA CATALOGRÁFICA
__________________________________________________________________
S491s

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional


Saúde e segurança do trabalho / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN, 2012.
120 p. : il. ; (Série Segurança do Trabalho).

ISBN

1. Segurança do trabalho. 2. Segurança do trabalho - Legislação. 3. Higiene


do trabalho. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento
Regional de Santa Catarina II. Título III. Série.

CDU: 614.8
_____________________________________________________________________________

SENAI Sede

Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto


Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-
Departamento Nacional 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de figuras, quadros e tabelas
Figura 1 - Trabalho em equipe.....................................................................................................................................13
Figura 2 - Inspeção de máquina..................................................................................................................................16
Figura 3 - Tipos de emergência....................................................................................................................................29
Figura 4 - Quatro fases do gerenciamento de emergência...............................................................................31
Figura 5 - Brigada de incêndio.....................................................................................................................................33
Figura 6 - Contenção de incêndio...............................................................................................................................34
Figura 7 - Exemplo de empresa com uma edificação, um pavimento e cinco brigadistas....................35
Figura 8 - Primeiros socorros a acidentado.............................................................................................................35
Figura 9 - Tela de pesquisa de Certificados de Aprovação de Equipamento de Proteção
Individual (CAEPI) no site do Ministério do Trabalho e Emprego................................................41
Figura 10 - Modelo de bandeirola de sinalização..................................................................................................44
Figura 11 - Modelo de cone..........................................................................................................................................45
Figura 12 - Modelo de fita..............................................................................................................................................45
Figura 13 - Plano para evacuação de pessoas........................................................................................................51
Figura 14 - Placa indicativa de saída de emergência...........................................................................................52
Figura 15 - Demarcações de rota de fuga no piso................................................................................................52
Figura 16 - Exemplo de mapa de abandono de área...........................................................................................53
Figura 17 - Mapa de risco e gravidade......................................................................................................................57
Figura 18 - Exposição a ruídos......................................................................................................................................60
Figura 19 - Audiodosímetro de ruído (aparelho de medição de exposição a ruídos)..............................62
Figura 20 - Vibrações no corpo humano..................................................................................................................64
Figura 21 - Exemplo de acelerômetros.....................................................................................................................64
Figura 22 - Dispositivos para acelerômetro para medir a vibração em partes do corpo........................65
Figura 23 - Medidores e acessórios para medir a vibração no corpo inteiro...............................................65
Figura 24 - Termômetro de globo digital.................................................................................................................67
Figura 25 - Ambiente de trabalho com iluminação adequada........................................................................68
Figura 26 - Luxímetro.......................................................................................................................................................69
Figura 27 - Trabalho com produtos químicos.........................................................................................................71
Figura 28 - Porta-filtro.....................................................................................................................................................72
Figura 29 - Bomba gravimétrica..................................................................................................................................73
Figura 30 - Situação em que há risco de acidente................................................................................................75
Figura 31 - Trabalho em espaços confinados..........................................................................................................82
Figura 32 - Dispositivo de segurança para trabalho em altura.........................................................................92
Figura 33 - Anatomia do corpo humano..................................................................................................................99
Figura 34 - Iceberg da ergonomia............................................................................................................................ 101
Figura 35 - Sinais de alarme de doenças relacionadas à atividade profissional...................................... 102
Figura 36 - Postura correta das mãos...................................................................................................................... 102
Figura 37 - Postura incorreta das mãos.................................................................................................................. 102
Quadro 1 - Grade curricular da atualização tecnológica de docentes............................................................11
Quadro 2 - Quadro de gravidade de riscos...............................................................................................................55
Quadro 3 - Forma descritiva dos riscos ambientais...............................................................................................56
Quadro 4 - Mapa de risco e quadro de gravidade..................................................................................................56
Quadro 5 - Normas internacionais relativas aos limites de exposição a ruídos...........................................60
Quadro 6 - Quadro 1 da NR 15.......................................................................................................................................67
Quadro 7 - Consequências e posturas associadas............................................................................................... 104

Tabela 1 - Exemplo de relatório de inspeção I.........................................................................................................17


Tabela 2 - Exemplo de relatório de inspeção II........................................................................................................18
Tabela 3 - Modelo de checklist de inspeção de segurança do trabalho.........................................................21
Tabela 4 - Equipamentos de Proteção Individual – EPIs.......................................................................................43
Tabela 5 - Tabela 1 da NR 15: Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente......................61
Tabela 6 - Limites de exposição a vibrações.............................................................................................................66
Tabela 7 - Iluminância por classe de tarefa visual na NBR 5.413.......................................................................69
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................11

2 Inspeção de segurança.................................................................................................................................................13
2.1 Definição.........................................................................................................................................................15
2.2 Tipos..................................................................................................................................................................15
2.3 Relatórios.........................................................................................................................................................17
2.4 Verificação.......................................................................................................................................................20

3 Gestão de emergência..................................................................................................................................................27
3.1 Definição.........................................................................................................................................................28
3.2 Emergência.....................................................................................................................................................28
3.2.1 Tipos................................................................................................................................................28
3.2.2 Identificação de cenário..........................................................................................................29
3.2.3 Plano de emergência................................................................................................................30
3.2.4 Simulados.....................................................................................................................................31
3.2.5 Brigadas.........................................................................................................................................33
3.3 Primeiros-socorros.......................................................................................................................................35

4 Equipamentos de proteção.........................................................................................................................................39
4.1 Definição.........................................................................................................................................................40
4.2 Tipos..................................................................................................................................................................40
4.2.1 Individual – EPI............................................................................................................................40
4.2.2 Coletiva – EPC..............................................................................................................................44

5 Leiaute de ambientes....................................................................................................................................................49
5.1 Mapa de abandono de área.....................................................................................................................50
5.2 Mapa de risco.................................................................................................................................................54
5.3 Avaliação do ambiente utilizando instrumentos de medição.....................................................57
5.4 Estatísticas de acidentes............................................................................................................................74
5.4.1 Taxa de frequência de acidentes..........................................................................................75
5.4.2 Taxa de gravidade de acidentes...........................................................................................77

6 Espaço confinado...........................................................................................................................................................81
6.1 Definição.........................................................................................................................................................82
6.2 Onde são encontrados espaços confinados e quais os tipos.......................................................83
6.3 Riscos e medidas de segurança...............................................................................................................83

7 Trabalho em altura.........................................................................................................................................................89
7.1 Definição.........................................................................................................................................................90

8 Ergonomia.........................................................................................................................................................................97
8.1 Definição.........................................................................................................................................................98
Palavras do autor............................................................................................................................................................. 109

Referências......................................................................................................................................................................... 111

Minicurrículo da autora................................................................................................................................................. 115

Índice................................................................................................................................................................................... 117
Introdução

Estamos iniciando a Capacitação e Atualização Tecnológica de Docentes em Saúde e Segu-


rança do Trabalho na Modalidade EaD, cujo objetivo é promover a atualização Tecnológica dos
Docentes do SENAI. Por meio desta capacitação, o docente proporcionará conhecimentos aos
seus educandos para que possam agir de modo prevencionista nos processos produtivos com
o auxílio de métodos de avaliação, reconhecimento e análise de riscos ambientais e para que
sejam capazes de propor medidas de controle de acordo com a legislação brasileira, com as
normas regulamentadoras e com os princípios de higiene e saúde ocupacional.
Para ser possível implantar o conceito prevencionista no modo de agir do empregado e em-
pregador, é preciso ser capaz de reconhecer os perigos e riscos dos locais de trabalho, adotar
medidas de controle cabíveis e gerenciá-las de modo a garantir a eficácia dos programas de
saúde e segurança.
Dessa forma, é importante estudar sobre o reconhecimento, o gerenciamento e as ações
sobre os perigos e riscos existentes no trabalho.

Atualização Tecnológica de Docentes em Segurança do Trabalho

Carga
Carga
Módulos Denominação Unidades curriculares horária
horária
módulo
• Fundamentos de Saúde e Segurança
Introdutório Introdutório 16h 16h
do Trabalho
• Reconhecimento e planejamento
16h
de ações educativas de segurança
• Coordenação de ações e aplicação de progra-
Saúde e Segurança 20h
Específico I mas em Saúde e Segurança do Trabalho 114h
do Trabalho • Planejamento de ações em Saúde
12h
e Segurança do Trabalho

• Saúde e Segurança do Trabalho 66h

Quadro 1 - Grade curricular da atualização tecnológica de docentes

Pronto para reavivar os conhecimentos preexistentes e eventualmente acrescentar aspec-


tos desconhecidos sobre Saúde e Segurança do Trabalho? Vamos começar!
Inspeção de segurança

Neste momento, você iniciará os estudos de Saúde e Segurança do Trabalho conhecendo


mais sobre o assunto abordado neste capítulo: inspeção de segurança. Este tema possui grande
importância na área estudada, pois é uma das maneiras de se tornar possível avaliar o empenho
da empresa com a segurança do trabalhador, sendo, assim, uma ferramenta para prevenção de
acidentes de trabalho.
No documento das inspeções técnicas, é muito comum ter os requisitos das normas regula-
mentadoras como base, e as especificações técnicas da ABNT, como referência. Isso demonstra
a amplitude1 legal das inspeções. Há também a particularidade de cada empresa, no sentido de
direcionar as inspeções de acordo com a realidade da sua estrutura.

Dreamstime (2012)

Figura 1 - Trabalho em equipe

Portanto, neste capítulo, serão abordadas informações relacionadas à execução da inspe-


ção, como, por exemplo, a lista de verificação, os relatórios, o registro e os meios de divulgação
das inspeções de segurança.
Ao final deste capítulo, você será capaz de:
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
14

a) aplicar os tipos de inspeção de segurança;


1 AMPLITUDE
b) manter bom relacionamento interpessoal com os colegas de trabalho;
Qualidade do que é amplo,
abrangente. c) seguir legislação, normas e procedimentos;
d) trabalhar em equipe;
e) prever consequências;
2 Proatividade
f) ter capacidade de observação;
Qualidade daquele
que, por antecipação, g) ter iniciativa e proatividade2;
identifica possíveis
desenvolvimentos, h) ter senso investigativo;
problemas ou situações,
permitindo a adoção i) manter-se atualizado;
de atitudes ou medidas
adequadas. j) ter consciência prevencionista em relação à saúde, à segurança e ao meio
ambiente no trabalho;
k) ter visão sistêmica e capacidade de argumentação;
3 Normatizado
l) zelar pelo asseio pessoal.
Feito de acordo com as
normas a serem seguidas.
E então, ficou interessado(a) no assunto? Pronto para adentrar no mundo da
educação em saúde? Vamos em frente!

4 Tutela

Proteção, amparo.
2 INSPEÇÃO DE SEGURANÇA
15

2.1 DEFINIÇÃO

A inspeção nada mais é do que uma maneira de tornar o trabalho normatiza-


do3. A inseparabilidade entre o trabalho e o indivíduo que o realiza, bem como
a implicação do trabalhador na atividade laboral determinam a exigência de tu-
tela4 de sua liberdade e integridade, ou seja, em última instância, determinam
a intervenção do Estado na regulamentação das relações de trabalho. Portanto,
o trabalho de inspeção é uma forma de tornar efetivas as regulamentações do
processo de trabalho.
Por meio da Inspeção de Segurança, é possível detectar os riscos de acidente nos
locais de trabalho, possibilitando a implantação de medidas preventivas para que o
trabalhador não venha a sofrer nenhum dano durante suas atividades profissionais.
As inspeções servem para descobrir riscos comuns, já conhecidos e mais ele-
mentares, tanto sob o ponto de vista material, como pessoal. Listamos a seguir
exemplos desses riscos:
a) falta de proteção em máquinas;
b) proteção danificada, mal projetada ou com irregularidade em seu funcio-
namento;
c) falta de organização de maquinários ou equipamentos, desordem;
d) disposição de materiais de maneira perigosa;
e) uso de equipamentos de forma insegura;
f) falta ou uso inadequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPI);
g) falta ou uso inadequado de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC).

Todo estabelecimento novo, antes de iniciar o trabalho,


VOCÊ deverá solicitar aprovação de suas atividades ao Órgão
SABIA? Regional do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE)
por intermédio de uma inspeção prévia.

Agora que já sabemos a finalidade da inspeção de segurança, sua importância


e os benefícios que ela traz, vamos conhecer os tipos de inspeção que existem?
Siga em frente!

2.2 TIPOS

Há vários tipos de inspeção. Elas podem ser: gerais ou parciais, rotineiras, peri-
ódicas ou eventuais, oficiais ou especiais. Veja a seguir as definições de cada uma
delas:
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
16

a) geral: a inspeção que envolve todos os setores da empresa com problemas


relativos à segurança;
b) parcial: aquela realizada em alguns setores da empresa ou em determina-
dos trabalhos, equipamentos ou máquinas;
c) de rotina: a realizada pela preocupação constante dos trabalhadores, do
setor de manutenção, dos membros da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA) e do setor de segurança, visando à prevenção de acidentes;
d) periódica: aquela efetuada em intervalos regulares e em data programada
previamente e que visa apontar riscos previstos, como: fadigas, esforço físico
excessivo, exposição aos riscos do ambiente (químicos, físicos e biológicos),
desgastes de máquinas, ferramentas, instalações etc.;
e) eventual: aquela realizada sem dia ou período estabelecido e com o envolvi-
mento do pessoal técnico da área de segurança;
f) oficial: efetuada pelos órgãos governamentais do trabalho ou securitários.
Nesse caso, é muito importante que os serviços de segurança mantenham
controle de tudo o que ocorre, do andamento de tudo o que estiver pen-
dente e que estejam em condições de atender à fiscalização e informá-la
devidamente;
g) especial: requer conhecimentos e/ou aparelhos especializados e na qual
está inclusa a inspeção de caldeiras, elevadores, medição de nível de ruídos,
de iluminação.

Dreamstime (2012)

Figura 2 - Inspeção de máquina

Agora que você aprendeu quais são os tipos de inspeções, vamos conhecer os
tipos de relatórios que são elaborados na área de Segurança do Trabalho.
2 INSPEÇÃO DE SEGURANÇA
17

2.3 RELATÓRIOS

Note que, uma vez realizada a inspeção, você precisará registrar as irregulari-
dades encontradas por meio de comunicação interna destinada ao seu superior
imediato, ao gestor da área inspecionada, com cópias para a CIPA e para o Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança em Medicina do Trabalho – SESMT.
A partir da inspeção de segurança, surgirá a necessidade de um estudo mais
aprofundado desta operação. Veja a seguir um modelo de relatório de inspeção
de segurança.

Tabela 1 - Exemplo de relatório de inspeção I

Ficha de inspeção de segurança

Inspeção de Segurança nº: Data: Hora:

Divisão: Seção: Chefia responsável:

Local, máquina ou equipamento (descrever):

Condição a corrigir:
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

Ação recomendada:
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

Observações:
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

Protocolo: Técnico de segurança:

Data:     Visto:


SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
18

O formulário exemplificado deve ser preenchido em quatro vias e suas cópias


distribuídas da seguinte forma:
a) primeira via: chefia de seção;
b) segunda via: gestor da área inspecionada;
c) terceira via: engenharia de segurança;
d) quarta via: fixa.
Como você pôde ver, os relatórios de inspeção registram todas as informações
referentes à inspeção, pois sua finalidade é manter a empresa informada a cerca
das condições de trabalho. Além disso, a apresentação desses documentos é exigi-
da para fins de fiscalização e em situações de acidentes de trabalho e/ou de doen-
ças ocupacionais. Conheça outro modelo de relatório de inspeção de segurança.

A própria inspeção de equipamentos pode ser realizada


pelo trabalhador, diariamente, no início do turno de
FIQUE trabalho por meio de uma ficha de inspeção fornecida
ALERTA a ele. Os pontos a serem observados deverão ser colo-
cados em ordem lógica e o preenchimento deverá ser
feito com uma simples marcação, ou visto.

Tabela 2 - Exemplo de relatório de inspeção II

Relatório de inspeção de segurança

Data: Hora:

Local:

Atividade:

Responsável:

Nº de colaboradores:

Nº de atos inseguros:

Nº de condições inseguras::

Responsável pela inspeção:

Itens de verificação

Atos cond.
Item sim não n/a observações
inseguros insegura

EPIs

Olhos
2 INSPEÇÃO DE SEGURANÇA
19

Orelha

Cabeça

Braços e mãos

Pernas e pés

Sistema respiratório

Tronco

Itens de verificação

Atos cond.
Item sim não n/a observações
inseguros insegura

Posição das pessoas

Atingindo / sendo
atingido

Caindo

Preso entre

Corrente elétrica

Inalando /
engolindo
Super esforço

Ergonomia

Postura

Manuseando peso

Layout da área de
trabalho

Vibração

Iluminação

Ruído

Ferramentas

Adequadas para o
trabalho
Usadas
adequadamente
Em condições
adequadas

Organização

Local de guarda de
material

Limpeza
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
20

Itens de verificação

Atos cond.
Item sim não n/a observações
inseguros insegura

Organização

Identificação de
materiais

Somatória:

Comentários adicionais:

Itens para acompanhamento: Prazo: Responsável:

2.4 VERIFICAÇÃO

No contexto da inspeção de segurança, a verificação engloba assuntos como


desvios e erros, planejamento, lista de verificação e registro. Devem ser elabo-
rados formulários especiais, adequados a cada tipo de inspeção e nível de pro-
fundidade desejada, pois isso facilitará estudos posteriores ou, mesmo, controles
estatísticos.
Na inspeção planejada, o objeto é analisado em aspectos como instalação,
componente, sistema, atividade, material, comportamento ou até ambiente de
trabalho. Nesse caso, o foco principal são os desvios e erros, e o objetivo é verificar
desvios em relação aos padrões.
Com a inspeção, a partir dos desvios detectados, consegue-se detectar riscos
e definir as medidas de controle de riscos.
Na ocasião de uma inspeção rotineira, o técnico de segurança poderá utilizar
um checklist, uma das formas de verificação. Os pontos a serem observados deve-
rão ser colocados em ordem lógica e o preenchimento deverá ser feito com uma
simples marcação.
Elaborar essa lista de verificação pode auxiliar na execução da inspeção, na
qual deve conter os itens que se referem a:
a) limpeza e organização;
b) prevenção e combate a incêndio;
c) máquinas e ferramentas;
2 INSPEÇÃO DE SEGURANÇA
21

d) equipamentos de transporte;
e) condições ambientais;
f) equipamentos de proteção individual e coletiva;
g) inflamáveis;
h) vestuário.

SAIBA Para discutir um pouco mais sobre o tema Inspeção de Se-


gurança, você pode consultar os artigos disponíveis em:
MAIS <http://www.areaseg.com/artigos/>.

Veja a seguir um modelo de checklist para inspeção de segurança:

Tabela 3 - Modelo de checklist de inspeção de segurança do trabalho

código seg-fr/09
Checklist inspeção de segurança do trabalho
folha:1/3 Revisão: oo
Local da inspeção:

Participantes:

Assuntos S N P N/A

Ficha de controle de EPIs

Possui ficha de controle?

Encontra-se em dia?

Equipamentos de proteção individual EPIs

Possui estoque de EPIs em quan-


tidade suficiente para atender os
empregados?
Os EPIs estão adequadamente
higienizados?

P.P.R.A. (Programa Prevenção Riscos Ambientais)

Possui PPRA implantado?

A revisão está em dia?

P.C.M.S.O. (Programa Controle Médico Saúde Ocupacional)

Possui PCMSO implantado?

Os ASOs estão em dia?


SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
22

Os ASOs contemplam os riscos


cadastrados no PCMSO?
Isolamento e Sinalização de Área
Possui equipamentos para isola-
mento e sinaliação de área?
Os equipamentos atendem em
quantidade e tipos às suas necessi-
dades?
Os equipamentos estão em bom
estado de conservação?
Equipamentos de Combate ao Incêndio

Manutenção em dia?

Lacres em perfeito estado?


Desobstruído o local onde está
instalado?
Bem sinalizado?

Produtos Químicos
Possui estoque de produtos quími-
cos?

Ficha de produtos químicos?

Rótulos nas embalagens?


Os produtos químicos estão arma-
zenados adequadamente?

Máquinas e Equipamentos

As máquinas e equipamentos estão


em bom estado de conservação?
As correias, polias e transmissores
de força possuem proteção ade-
quada?
Os dispositivos de segurança das
máquinas e equipamentos funcio-
nam corretamente?

Ferramentas Manuais

A limpeza das ferramentas manuais


é feita periodicamente?
É evitado o uso indequado ou
improvisado da ferramenta?
As caixas de ferramentas estão em
boas condições?
Ao término do serviço todas as
ferramentas são guardadas em local
apropriado?
A ferramenta está devidamente
organizada?
2 INSPEÇÃO DE SEGURANÇA
23

código seg-fr/09
Checklist inspeção de segurança do trabalho
folha:2/3 Revisão: oo

Assuntos S N P N/A

Aprendizagem de Materiais
Possui local específico para armaze-
namento de materiais?

Encontra-se em dia?

Os materiais estão empilhados ou


ordenados adequadamente?
Uniformes
Os empregados possuem unifor-
mes limpos e em bom estado de
conservação?
Possui estoque suficiente para
atender às necessidades dos empre-
gados?
Pisos
Superfície segura para o trabalha-
dor?

Livres de obstáculos?

Claramente demarcados em seus


locais de risco?
Organização e Limpeza Geral
Os locais de trabalho estão em
ordem, livres de sujeiras e de
materiais?
Existe sucata em locais inadequados
da empresa?
Possui vasilhame para coleta
seletiva?
Escadas Portáteis
Escadas metálicas com sapatas de
borracha?
Os degraus estão em condições de
uso?
Iluminação
As luminárias encontram-se em
boas condições de conservação e
limpas?
As luminárias estão completas e
sem lâmpadas queimadas?
Bebedouros
Em boas condições de funciona-
mento, água potável e filtro não-
-saturado?
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
24

Em número suficiente atendendo


o dispositivo legal (01 para cada
trabalhador)?
Existem copos descartáveis ou
dispositivos adequados para os
empregados beberem água?
Banheiros / Vestiários
Lavatórios, mictórios e sanitários em
boas condições de uso?
Em número suficiente atendendo
o dispositivo legal (01 para cada 20
trabalhadores)?
Chuveiros e armários em boas
condições de uso?
Inflamáveis / Cilindro de Gases Comprimidos
Os depósitos de inflamáveis e
combustíveis estão devidamente
identificados e sinalizados?
Os cilindros são armazenados
de forma adequada (em pé, com
capacete de proteção, separados
por conteúdo e amarrados por
correntes ou cordas)?
Os conjuntos de oxicorte possuem
válvulas contra retrocesso de
chama?
Armazenados longe de fontes de
calor?

código seg-fr/09
Checklist inspeção de segurança do trabalho
folha:3/3 Revisão: oo

Assuntos S N P N/A
Escritório
Passagens entre máquinas e móveis
estão livres e desimpedidas?
Fios de máquinas em boas condi-
ções e fora das passagens? Livres de
objetos?
Cadeiras e mesas com pés em bom
estado?
Ventiladores possuem grade de
proteção?
Eletricidade
As tomadas, caixas e painéis
elétricos possuem indicação de
voltagem?
As exigências mínimas da NR 18
estão sendo cumpridas (equipa-
mentos / instalações)?

Legenda: S - Sim N - Não P - Parcialmente N/A - Não se aplica


2 INSPEÇÃO DE SEGURANÇA
25

Você percebeu como as listas de verificação são essenciais na inspeção de


segurança? Elas trazem os elementos referentes à segurança e à legislação que
necessitam de análise. Agora que chegamos ao final de um tópico importante,
vamos avançar!

Recapitulando

Antes de passar para o próximo capítulo, vamos relembrar o que estuda-


mos? Neste capítulo, conhecemos a definição e os tipos de inspeção de
segurança do trabalho, bem como todos os procedimentos relativos a
ela. Vimos também a importância dos relatórios de inspeção e das listas
de inspeção – as checklists –, além de seu preenchimento adequado. Vi-
mos que cada elemento tem sua importância na inspeção de segurança.
Portanto, lembre-se de que este conteúdo é fundamental para o apren-
dizado dos capítulos seguintes. Vamos adiante?
Gestão de emergência

Neste capítulo, apresentaremos a sistemática para gestão do processo de controle de emer-


gência, a prevenção e o planejamento de situações de emergência, os métodos e os recursos
utilizados, bem como os procedimentos relacionados às ações de prontidão, resposta e recupe-
ração adotadas no combate às situações de emergência.
É importante que você alcance os objetivos propostos e que sua dedicação e motivação
tornem o processo de aprendizagem mais dinâmico e prazeroso.
Ao final desse capítulo, você terá subsídios para:
a) aplicar sistematicamente a gestão de emergências, usando os procedimentos adequados
de acordo com os tipos de emergências, de cenários e de brigada;
b) desenvolver simulados de emergência com a brigada e aplicá-los, além de usar o mapa
de abandono;
c) aplicar parte de primeiros socorros;
d) manter bom relacionamento interpessoal com a equipe;
e) trabalhar em equipe;
f) comunicar-se de forma clara e objetiva;
g) ter capacidade de liderança;
h) definir prioridades;
i) ter capacidade analítica e atenção a detalhes;
j) prever consequências;
k) resolver problemas.
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
28

3.1 DEFINIÇÃO

A implantação de um sistema de gestão da área de Saúde e Segurança do


Trabalho deve ter o objetivo de agir preventivamente, identificando, controlando
e medindo as condições de trabalho, os riscos de acidentes e de doenças ocupa-
cionais relativas às atividades desenvolvidas na organização. Segundo Cardella,
podemos definir Gestão de Emergência da seguinte maneira:

Sistema de Gestão de Emergência é o conjunto de instrumen-


tos que a organização utiliza para planejar, operar e controlar
suas atividades no exercício da Função Controle de Emergên-
cias. São instrumentos do sistema de gestão: princípios, políti-
ca, diretrizes, objetivos, estratégias, metodologia, programas e
sistemas organizacionais (CARDELLA, 2010, p. 79).

Descobrimos o que é Gestão de Emergência, mas o que é uma emergência?


Siga em frente para conhecer sua definição e seus tipos.

3.2 EMERGÊNCIA

Uma situação de emergência é todo e qualquer evento de anormalidade, ines-


perado e indesejado, que acontece rapidamente, que desorganiza a rotina e que
afeta a capacidade das pessoas de agirem normalmente. Pode ocorrer em uma
área interna ou externa da organização e requer uma imediata intervenção da
Equipe de Emergência.

3.2.1 TIPOS

Na figura a seguir, você poderá diferenciar os tipos de situações de emergên-


cia, pois devem ser muito bem identificadas por quem está presente no evento
para que o atendimento seja realizado de forma eficiente e rápida.
3 GESTÃO DE EMERGÊNCIA
29

Emergências naturais:
São emergências causadas por
fenômenos naturais.

Fogo e explosão:
São emergências provocadas por fogo
e explosões.

Falhas nos sistemas:


São emergências originadas por falhas
Tipos de em componentes de sistemas e
Emergências instalações. A falha irá provocar a
interrupção de sua função e originar
a emergência.

Acidentes de trânsito:
É a emergência provocada por um
acidente de trânsito.

Thiago Rocha (2012)


Comportamento humano:
É quando a causa da emergência é o
comportamento inadequado de uma
ou mais pessoas, seja intencional ou não.

Figura 3 - Tipos de emergência

Identificados os tipos de emergência, vamos saber como controlá-las.

3.2.2 IDENTIFICAÇÃO DE CENÁRIO

Para a realização do atendimento a qualquer situação de emergência, faz-se


necessário o reconhecimento dos cenários de emergência, os quais são classifica-
dos de acordo com os possíveis aspectos de riscos, perigos e impactos ambientais
identificados no local.
Sempre que houver equipamentos novos e alteração de configuração do es-
paço, quando identificado algum aspecto de perigo ou risco significativo, devem
ser revisados os cenários de emergência. Dessa forma, é preciso ter senso crítico
de observação e avaliação do ambiente, para poder prever o controle para deter-
minado risco.
Conforme Cardella (2009), o fenômeno emergência é remoto, incerto e inde-
sejável. As consequências certas, imediatas e positivas têm maior poder de co-
mando sobre o comportamento, ou seja, uma reunião com dia e hora marcados
é um evento certo, e as pessoas tendem a dar maior prioridade à preparação da
reunião do que à preparação para o controle de emergências. Porém, o que fazer
se elas acontecerem?
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
30

3.2.3 PLANO DE EMERGÊNCIA

Após definirmos emergência, conhecer os tipos de emergência e conseguir-


mos reconhecer o cenário do atendimento a uma emergência, vamos tomar
ações por meio de um plano de atendimento a emergências.

A análise de riscos identifica um conjunto de eventos peri-


gosos que requerem ações de controle para não evoluírem
para eventos danosos ou, caso estes tenham ocorrido, para
um agravamento. O conjunto de ações é o Plano de Ação em
Emergências (PAE) e cada evento perigoso associado a deter-
minadas condições de momento e local é uma hipótese emer-
gencial (CARDELLA, 2010, p. 79).

Um Plano de Emergência é destinado a minimizar riscos provenientes de situ-


ações de catástrofes naturais ou situações causadas pelo homem, por descuido
ou por ação intencional, as quais podem ocorrer em locais isolados ou mesmo em
grande escala regional, nacional ou envolvendo vários países.
Contudo, é muito importante que todos os elementos humanos inseridos nes-
tes locais se habituem a respeitar as regras de segurança, pois para que um plano
de emergência funcione, é preciso haver um gerenciamento eficaz das ações.
Logo, os itens que devem ser inclusos no plano de emergência, de acordo com
Alves (2008, p. 10), são:
a) um método preferível para comunicar casos de incêndio ou outras emer-
gências;
b) uma política de procedimentos em casos de evacuações;
c) os procedimentos de fuga e os caminhos de fuga, assinalados no chão, com
mapas da instalação e áreas de segurança ou refúgios de segurança bem
definidos;
d) um local para reunião das pessoas e procedimentos estabelecidos para a
contagem dos empregados após a evacuação;
e) as listagens com nomes, cargos, departamentos e números de telefone in-
dividuais dos seus funcionários, tanto dos presentes na empresa quanto dos
ausentes, para contato com informação e explicação dos deveres e das res-
ponsabilidades durante o acionamento do plano de emergência;
f) os procedimentos para os empregados encarregados por encerrar opera-
ções críticas que estejam em andamento na organização, e para os que estão
encarregados de operar os extintores de incêndio ou executar outros servi-
ços essenciais que não possam ser parados antes do alarme de evacuação;
3 GESTÃO DE EMERGÊNCIA
31

g) a descrição dos deveres de prestação de cuidados médicos e de salvamento


para todos os trabalhadores que estejam designados para tal.
Veja a seguir o quadro das quatro fases do gerenciamento de emergência.

Prevenção Prontidão

Thiago Rocha (2012)


Recuperação Resposta

Figura 4 - Quatro fases do gerenciamento de emergência

Para que o plano de emergência ocorra eficientemente no momento em que


é necessário, são feitos simulados para que os funcionários se habituem aos pro-
cedimentos. Vamos conhecer como funcionam?

Segundo Alves (2008, p. 8) “durante o planejamento


de emergência recomenda-se trabalhar com cenários
hipotéticos, com os piores casos que podem acontecer
na sua empresa. Pergunte-se, em uma situação de emer-
gência, o que faria se acontecesse o pior? O que é um
FIQUE incêndio numa casa de caldeira? Ou, se, no caso de ven-
to forte, o telhado da sua empresa voasse? Ou, no caso
ALERTA de um transporte de mercadorias perigosas, tivesse um
acidente na estrada com o derrame dessas mercadorias?
Uma vez que tenha identificado as potenciais emergên-
cias, considere a forma como elas o poderiam afetar a
si e aos trabalhadores da sua empresa e de que forma
poderá responder.”

Caso tenha interesse em aprofundar seus conhecimentos


SAIBA sobre Plano de Atendimento a Emergências, você pode ler
MAIS mais a respeito no site disponível em: <http://www.sp.senai.
br/saojosedoriopreto/Webforms/Interna.aspx?secao_id=46>.

3.2.4 SIMULADOS

Veja como devem funcionar os simulados de situação de emergência de acor-


do com a NBR 15219 (ABNT, 2005, p. 4):

[...] devem ser realizados exercícios simulados de abandono


de área, parciais e completos, no estabelecimento ou local de
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
32

trabalho, com a participação de toda a população, sendo que


para o risco baixo ou médio, o período máximo é de seis meses
para simulados parciais e 12 meses para simulados completos.
Para o risco alto o período máximo é de três meses para simu-
lados parciais e seis meses para simulados completos. Ime-
diatamente após o simulado, deve ser realizada uma reunião
extraordinária para avaliação e correção das falhas ocorridas.

Deve ser elaborada ata na qual constem:


a) horário do evento;
b) tempo gasto no abandono;
c) tempo gasto no retorno;
d) tempo gasto no atendimento de primeiros socorros;
e) atuação da brigada;
f) comportamento das pessoas;
g) participação do Corpo de Bombeiros e tempo gasto para sua chegada;
h) ajuda externa (PAM – Plano de Auxílio Mútuo);
i) falhas de equipamentos;
j) falhas operacionais;
k) demais problemas levantados na reunião.

Segundo a NBR 14276 os exercícios simulados são:


Exercício simulado: Exercício prático realizado periodicamente para manter a
equipe de emergência e os ocupantes das edificações em condições de enfrentar
uma situação real de emergência.
Exercício simulado parcial: Exercício simulado abrangendo apenas uma parte
da planta, respeitando-se os turnos de trabalho (ABNT, 2006, p. 2).

Podem ser realizados simulados em diversos níveis, tais como:


a) Simulado de comunicação (verificação de todo o processo de comunicação
das partes interessadas);
b) Simulado de treinamento (avaliar e revisar o conhecimento dos envolvidos);
c) Simulado de mobilização de recursos (verificação da eficácia no processo de
acionamento das equipes, dos materiais e dos equipamentos necessários);
d) Simulado de campo (verificação da eficácia do plano de emergência em
campo).
3 GESTÃO DE EMERGÊNCIA
33

No Plano de Abandono de Área, são previstas as ações para o abandono se-


guro do local por todos os que estiverem presentes, de modo que não ocorram
outros acidentes decorrentes da situação de emergência, o que pode agravá-la
mais ainda.

3.2.5 BRIGADAS

Em casos específicos de incêndio, deve-se chamar as brigadas de incêndio


para a contenção da situação de emergência. Também chamadas de “equipes de
emergência”, segundo a NBR 14276, as brigadas de incêndio são formadas por
um grupo organizado de pessoas preferencialmente voluntárias ou indicadas,
treinadas e capacitadas para atuar na prevenção e no combate ao princípio de
incêndio, abandono de área e primeiros socorros, dentro de uma área preestabe-
lecida na planta (ABNT, 2006, p. 2).

Dreamstime (2012)

Figura 5 - Brigada de incêndio

A norma NBR 14276 (ABNT, 2006) informa que a brigada de incêndio deve ser
organizada funcionalmente da seguinte forma:
a) Brigadistas: são os membros da brigada;
b) Líder: é o responsável pela coordenação e execução das ações de emergência
em sua área de atuação, pavimento ou compartimento. É escolhido entre os
brigadistas após serem aprovados para o cargo por meio de processo seletivo;
c) Chefe da brigada: é o responsável por uma edificação com mais de um pavi-
mento ou compartimento. É escolhido entre os brigadistas após serem apro-
vados para o cargo por meio de processo seletivo;
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
34

d) Coordenador geral: é o responsável geral por todas as edificações que com-


põem uma planta.

Segundo a NBR 14276, a composição da brigada de incêndio


de cada pavimento, compartimento ou setor é determinada
pelo Anexo A, que leva em conta a população fixa, o grau de
risco e os grupos/divisões de ocupação da planta. Nota: O grau
de risco de cada setor da planta pode ser obtido no anexo C e
D (ABNT, 2006, p. 4).

Os brigadistas devem ser pessoas da própria empresa, gozar de boa saúde,


boa condição física e conhecer as instalações. Cada um deve ser treinado para ser
capaz de identificar situações de emergência, acionar alarme e corpo de bom-
beiros, cortar a energia quando necessário, realizar primeiros socorros, controlar
pânico, guiar a saída das pessoas para abandono da área e combater princípios
de incêndio.

Dreamstime (2012)

Figura 6 - Contenção de incêndio

De acordo com a NBR 14276 (ABNT, 2006, p. 7), “o organograma da brigada


de incêndio da empresa varia de acordo com o numero de edificações, o número
de pavimentos em cada edificação e o numero de empregados em cada setor/
pavimento/compartimento/turno.”
3 GESTÃO DE EMERGÊNCIA
35

Líder

Thiago Rocha (2012)


Brigadista Brigadista Brigadista Brigadista

Figura 7 - Exemplo de empresa com uma edificação, um pavimento e quatro brigadistas

3.3 PRIMEIROS-SOCORROS

Quando a emergência tem pessoas feridas como saldo, segundo NBR 15219
(ABNT, 2005, p. 5), deve-se: “Prestar primeiros socorros às possíveis vítimas, man-
tendo ou restabelecendo suas funções vitais com SBV (suporte básico da vida) e
RCP (reanimação cardiopulmonar) até que se obtenha o socorro especializado.”
Quem presta os primeiros socorros, geralmente os brigadistas, reconhece e
valoriza o sentido da vida e da saúde. Consequentemente, dá importância ao res-
peito e à solidariedade com as pessoas acidentadas. Um socorrista também sabe
que as duas primeiras horas após um acidente são fundamentais para garantir a
sobrevida ou a recuperação adequada das vítimas, pois é nesse período que um
atendimento adequado pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Os primei-
ros socorros também são destinados a situações menos graves, com a finalidade
de controlar possíveis agravamentos.
Dreamstime (2012)

Figura 8 - Primeiros socorros a acidentado


SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
36

Muitas pessoas não agem perante uma emergência porque não se sentem
preparadas, porque desconhecem a necessidade de agir prontamente ou por-
que esperam que o atendimento de um socorrista, como aqueles pertencentes
ao Corpo de Bombeiros ou Samu, atendam rapidamente à emergência. Todos
podem prestar os primeiros socorros (e em alguns casos, inclusive salvar vidas),
desde que tenham capacitação necessária, pois um atendimento inadequado
pode agravar a situação e colocar vidas em risco.

De acordo com o Código Penal, Art. 135, a omissão de


socorro é:
“Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo
sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada,
ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparado ou em
VOCÊ grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o
SABIA? socorro da autoridade pública.
Pena: Detenção de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da
omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e tri-
plica, se resulta a morte.”

Veja a seguir alguns tipos de situações em que o atendimento de primeiros


socorros são fundamentais:
a) parada cardíaca;
b) parada respiratória;
c) fratura;
d) hemorragia;
e) queimadura;
f) engasgamento;
g) choque elétrico;
h) insolação;
i) ferimentos externos;
j) desmaio.

Caso tenha interesse em aprofundar seus conhecimentos sobre


primeiros socorros e conhecer os procedimentos a serem adota-
dos em cada caso, você pode ler mais a respeito no site Primei-
SAIBA ros Socorros, disponível em: <http://primeirossocorros.com/>.
MAIS Leia também a cartilha Manual de primeiros socorros, elaborada
pelo Ministério da Saúde, encontrada no site da Agência Na-
cional de Vigilância Sanitária (ANVISA), disponível em: <http://
www.anvisa.gov.br/reblas/manual_primeiros_socorros.pdf>.
3 GESTÃO DE EMERGÊNCIA
37

Antes de qualquer atitude no atendimento às vítimas, é importante obedecer


a uma sequência padronizada de procedimentos, que permitirá determinar qual
o principal problema associado à lesão ou doença e quais serão as medidas a se-
rem tomadas para corrigí-lo.
Em um atendimento de primeiros socorros, deve-se:
a) manter a calma;
b) agir rapidamente respeitando os seus limites e os da vítima;
c) quando a vítima estiver consciente, transmitir-lhe tranquilidade, confiança
e segurança, além de informar-lhe que o atendimento especializado está a
caminho;
d) utilizar conhecimentos básicos de primeiros socorros;
e) nunca tomar atitudes das quais não tem conhecimento.

Recapitulando

Chegamos ao fim de mais um tópico de estudos muito importante! Você


lembra tudo o que foi visto? Neste capítulo, conhecemos a definição e
as finalidades de uma gestão de emergências. Especificamos os tipos de
emergência e, em seguida, enfatizamos que a identificação correta dos
cenários é essencial para o atendimento adequado para cada caso. Ainda,
mostramos como é importante estar devidamente preparado para uma
situação de emergência, e é para isso que servem os planos de emergên-
cia e os exercícios simulados, de forma que as pessoas que trabalham
na organização se habituem aos procedimentos estabelecidos. Conhe-
cemos as brigadas de incêndio, grupos treinados, especializados em agir
em situações de incêndio e em situações nas quais existam vítimas que
necessitam de atendimento em primeiros socorros. E, enfim, tivemos a
oportunidade de conhecer as definições e os tipos de atendimentos de
primeiros socorros, além de entender as razões pelas quais é necessário
saber aplicar os procedimentos adequados em cada situação para que
não haja um agravamento do estado da vítima. Avance mais um pouco
para conhecer sobre os equipamentos de proteção. Vamos?
Equipamentos de proteção

Neste novo capítulo, você saberá como é possível a prevenção de acidentes e doenças do
trabalho por meio da utilização de equipamentos de proteção. Saberá também quais equipa-
mentos utilizar, os cuidados que deverá ter quanto à validade, ao certificado de aprovação do
equipamento de proteção individual (EPI) no Ministério do Trabalho e Emprego e aos registros
dos equipamentos fornecidos pela empresa ao trabalhador.
E então, ficou interessado(a) no assunto? Vamos aprender juntos sobre segurança do traba-
lho em mais um capítulo e tornar seus conhecimentos nesta área ainda mais proveitosos.
Ao final deste capítulo, você terá a capacidade para:
a) avaliar equipamentos de proteção;
b) conhecer os tipos de EPIs e EPCs e suas respectivas fichas e registros;
c) seguir legislação, normas e procedimentos;
d) comunicar-se de forma clara e objetiva;
e) prever consequências;
f) ter atenção a detalhes;
g) ter comportamento ético;
h) ter proatividade;
i) zelar pelo asseio pessoal.
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
40

4.1 DEFINIÇÃO

Segundo Santos (2012), a segurança do trabalho é o conjunto de medidas que


são adotadas visando a minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacio-
nais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalha-
dor. Uma dessas medidas é o uso de equipamentos de proteção, o qual é dividido
em equipamentos de proteção individual – EPI – e equipamento de proteção co-
letiva – EPC. Somente deverá ser utilizado um EPI, segundo norma do MTE, quan-
do: as medidas de ordem geral não ofereçam, ao trabalhador, proteção completa
contra os riscos existentes na sua atividade; enquanto as medidas de proteção
coletiva estiverem em processo de implantação; e também quando ocorrer a ne-
cessidade de atender a situações de emergência.
Isso quer dizer que esses equipamentos são obrigatórios quando a situação de
risco à integridade do trabalhador não estiver totalmente eliminada, efetivando
a segurança do trabalho.

4.2 TIPOS

Nesta seção, abordaremos com detalhes os equipamentos de uso individual e


os equipamentos de uso coletivo. Siga em frente para conhecer suas características!

4.2.1 INDIVIDUAL – EPI

De acordo com a Norma Regulamentadora nº 6, Equipamento de Proteção In-


dividual (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, 2007, p. 73) “é todo dispositivo
ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de
riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.”
Segundo, Consolidação das leis do trabalho (2004, p. 93) no artigo 166, Seção IV,
capítulo V, Titulo II, da CLT (Lei 6.514/77), o EPI deverá ser adotado “(...) sempre que
as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de
acidentes e danos a saúde dos empregados.”
Na mesma Seção IV desse capítulo, composta pelos artigos 166 e 167, a lei em
questão estabelece a obrigação da empresa em fornecer o EPI gratuitamente ao
trabalhador e estabelece a obrigatoriedade da utilização somente de EPI com o
Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE). Por esse motivo, toda entrega ou substituição de EPI deve ser registrada
em uma ficha de entrega de EPI pela empresa com a assinatura do trabalhador.
4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
41

Artigo 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,


gratuitamente, equipamento de proteção individual adequa-
do ao risco e em perfeito estado de conservação e funciona-
mento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam
completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à
saúde dos empregados.
Artigo 167 - O equipamento de proteção só poderá ser pos-
to à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de
Aprovação do Ministério do Trabalho. (Lei Nº 6.514, 1977).

Sempre que for adotar como medida de controle ao ris-


FIQUE co um EPI, verifique se ele possui o C.A. e sua validade,
ALERTA pois de nada vale implantar um EPI com Certificado de
Aprovação vencido.

Para aprimorar seus conhecimentos sobre EPI, você pode


SAIBA consultar os Certificados de Aprovação no site do Ministério
MAIS do Trabalho, disponível em: <http://www3.mte.gov.br/siste-
mas/caepi/PesquisarCAInternetXSL.asp>.
Thiago Rocha (2012)

Figura 9 - Tela de pesquisa de Certificados de Aprovação de Equipamento de Proteção Individual (CAEPI)


no site do Ministério do Trabalho e Emprego

A Norma Regulamentadora nº 9 (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABA-


LHO, 2007, p. 97), no item 9.3.5.4., diz que:
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
42

Quando comprovado pelo empregador ou instituição, a invia-


bilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva
ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em
fase de estudo, planejamento ou implantação ou ainda em
caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotadas
outras medidas obedecendo-se à seguinte hierarquia:

a) medidas de caráter administrativo ou de organização do


trabalho;
b) utilização de Equipamento de Proteção Individual – EPI.

O item 9. 3. 5. 5. da NR 9 (SEGURANÇA e medicina do trabalho, 2007, p. 97)


diz que:

A utilização de EPI no âmbito do programa deverá considerar


as Normas Legais e Administrativas em vigor e envolver no
mínimo:

a) seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o tra-


balhador está exposto e à atividade exercida, considerando-
-se a eficiência necessária para o controle da exposição ao
risco e o conforto oferecido segundo avaliação do trabalha-
dor usuário;
b) programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua
correta utilização e orientação sobre as limitações de prote-
ção que o EPI oferece;
c) estabelecimento de normas ou procedimento para promo-
ver o fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a conser-
vação, a manutenção e a reposição do EPI, visando garantir
as condições de proteção originalmente estabelecidas;
d) caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores,
com a respectiva identificação do EPI utilizado para os riscos
ambientais.

Existem algumas medidas de controle aos riscos que


VOCÊ não são considerados EPIs? O protetor solar é um exem-
plo de medida de controle da radiação que não é con-
SABIA? siderada EPI por não possuir Certificado de Aprovação
pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Na tabela a seguir, confira alguns exemplos de EPIs mais comumente usados.


4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
43

Tabela 4 - Equipamentos de Proteção Individual – EPIs

PArte do corpo Objetivo Equipamento Foto

Bruno Lorenzzoni (2012)


Reduzir/eliminar riscos
Crânio de quedas, batidas, Capacete
cabelos arrancados

Reduzir/eliminar

Bruno Lorenzzoni (2012)


Óculos de segu-
riscos do impacto de
Face rança, máscaras e
partículas, respingos de
escudos
produtos químicos etc.

Reduzir/eliminar os Protetores de

Dreamstime (2012)
Ouvido riscos decorrentes dos inserção ou
ruídos excessivos externos

Reduzir/eliminar os
riscos de respingo ou
Tronco Aventais
Dreamstime (2012)

impacto dos inúmeros


agentes agressores

Reduzir/eliminar os
Dreamstime (2012)

riscos da inalação de Respiradores


Nariz/boca
gases ou substâncias (máscaras)
nocivas ao organismo

Reduzir/eliminar os
Bruno Lorenzzoni (2012)

riscos com cortes,


Membros superiores escoriações, abrasões, Luvas
perfurantes, elétricos,
térmicos etc.

Reduzir/eliminar os
Bruno Lorenzzoni (2012)

riscos contra impactos, Calçados e


Membros inferiores
eletricidade, metais em perneiras
fusão etc.
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
44

Se não restam dúvidas quanto à necessidade do uso dos EPIs, vamos conhecer
com detalhes as características dos EPCs.

4.2.2 COLETIVA – EPC

Como o nome sugere, os Equipamentos de Proteção Coletiva são mais abran-


gentes, proporcionando segurança a todo um grupo de trabalhadores. É consi-
derado EPC qualquer dispositivo, sistema ou meio, fixo ou móvel, de abrangência
coletiva, destinado a preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores
usuários e terceiros. Segundo Piza (1997, p. 32):

[...] equipamento de proteção coletiva são dispositivos uti-


lizados no ambiente laboral com o objetivo de proteger os
trabalhadores dos riscos inerentes aos processos. Podem ser
equipamentos simples, como corrimãos de escadas até siste-
mas sofisticados de detecção de gases dentro de uma planta
química.

Os EPCs devem ser adequados ao risco inerente à atividade ou ao processo,


depender o menos possível da atuação do homem para atender à sua finalidade,
devem ser resistentes às agressividades de impactos, corrosão e desgastes a que
estiverem sujeitos, permitir serviços como limpeza, lubrificação e manutenção
sem que sejam danificados, além de não gerar outros tipos de riscos, como obs-
trução de passagens etc.
Dalmoro (2012)

Figura 10 - Modelo de bandeirola de sinalização


4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
45

Bruno Lorenzzoni (2012)

Figura 11 - Modelo de cone


Bruno Lorenzzoni (2012)

Figura 12 - Modelo de fita

Aqui, concluímos o estudo de equipamentos de proteção. Vamos relembrá-lo?

Recapitulando

Foi fácil chegar até aqui, não é mesmo? Neste capítulo, vimos a diferen-
ciação entre equipamento de proteção individual (EPI) e equipamento
de proteção coletiva (EPC), alguns exemplos e a importância de seu uso.
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
46

Vamos resumir os conhecimentos adquiridos para reforçá-los? Como


suas próprias denominações sugerem, os primeiros servem para prote-
ger apenas um trabalhador em suas tarefas diárias, protegendo sua inte-
gridade física, enquanto os segundos proporcionam uma proteção mais
abrangente, envolvendo um grupo inteiro, por meio de sistemas como
corrimões em escadas ou fitas que isolam um lugar durante sua reforma
ou limpeza, por exemplo. Pronto(a) para prosseguir? Vamos adiante!
4 equipamentos de proteção
47

Anotações:
Leiaute de ambientes

Iniciando mais um tema de nosso estudo, neste capítulo, veremos como simbolizar os riscos
por meio de formas, cores, indicações e rotas de fugas de forma normatizada. O mapa de aban-
dono de área ou evacuação é um plano que aborda todas as potenciais situações de risco que
poderão ocorrer no seu local de trabalho, mostrando um plano de rota que indica um caminho
de deslocamento para um local seguro; enquanto o mapa de risco mostra os riscos potenciais e
quais são eles. Serão apresentados de forma objetiva: a finalidade do mapa de abandono de área;
o mapa de risco; a simbologia das cores; o leiaute de área; e os símbolos de alerta com represen-
tações gráficas de um conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho, pois esses fatores são
capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores, acidentes e doenças de trabalho.
Dessa forma, ao final deste capítulo, você será capaz de:
a) avaliar leiautes de ambientes;
b) desenvolver mapa de risco;
c) avaliar o ambiente utilizando os instrumentos de medição;
d) aplicar e interpretar Estatística de Acidentes;
e) interpretar Taxas de Frequência de Acidentes e Taxas de Gravidade;
f) ter senso investigativo e rigor técnico;
g) prever consequências;
h) desenvolver a habilidade de síntese e de argumentação;
i) ter flexibilidade e proatividade;
j) ter raciocínio lógico;
k) trabalhar em equipe.

Vamos fazer de nossos estudos uma forma de construção do conhecimento por meio de
muitas descobertas? Para isso, a partir de agora, preste atenção nas denominações.
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
50

5.1 MAPA DE ABANDONO DE ÁREA


1 Sinistro
Uma vez identificado os perigos é preciso considerar a forma como estes po-
Desastre, acidente; grande
dano material. dem afetar os trabalhadores e de que forma será possível resolvê-los. Para tanto,
deve ser elaborado um plano de abandono ou evacuação de área.
De acordo com a Fire & Rescue College (2007):

Plano de Abandono de Área constitui na documentação dos


procedimentos para a evacuação de pessoas em edificações ou
locais que se encontram em situações de riscos e perigos como:
incêndios, explosões, atentados, colapsos estruturais e intem-
péries climáticas. [...] Algumas unidades empresariais, parques
e Distritos Industriais podem necessitar de procedimentos es-
pecíficos para o abandono de plantas ou comunidades circun-
vizinhas, considerando a abrangência dos efeitos de possíveis
acidentes como: explosões, radiações, nuvens tóxicas entre
outros. [...] Os Planos de Abandono de Áreas são recomenda-
dos e exigidos por agências internacionais de certificação de
qualidade, além de Normas Regulamentadoras e Legislações,
podendo ser solicitado a sua apresentação e documentação de
realizações e avaliações de desempenho, durante auditorias in-
ternas e externas e também processos judiciais.

O plano de emergência contra incêndio deve ser elaborado para


toda e qualquer planta, com exceção das edificações residen-
ciais unifamiliares. A representação gráfica contida no plano de
emergência contra incêndio, com destaque para as rotas de fuga
e saídas de emergência, deve estar afixada na entrada principal
e em locais estratégicos de cada edificação, de forma a divulgar
o plano e facilitar o seu entendimento. (NBR 15219, 2005, p. 3).

Para que seja possível elaborar um plano de abandono de área e o mapa de


abandono de área, devem ser considerados os seguintes dados:
a) tomada de decisão de evacuação até a chegada das forças de socorro exter-
nas, que assumirão de imediato o comando das operações;
b) a decisão de evacuação do local onde ocorra o sinistro1 é de competência da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), do Corpo de Bombeiros
ou do funcionário mais qualificado em serviço nesse turno;
c) a ordem de evacuação é dada verbalmente e em alta voz; em caso de deci-
são de evacuação de todo um ambiente, deve ser acionado o sistema acús-
tico de alarme;
5 LEIAUTE DE AMBIENTES
51

d) o encaminhamento dos evacuados deve ser direcionado às portas de saída


principais ou secundárias dos pisos em que se encontrem, e, posteriormen-
te, eles devem reunir-se nos pontos de encontro (depois da saída);
e) nos pontos de encontro, devem ficar reunidos todos os funcionários da em-
presa, bem como os visitantes, os acompanhantes, os fornecedores e os de-
mais (SEITO et al., 2008, p. 103-104).
Ainda podem ser chamados para auxiliar: as forças de socorro externas; os fun-
cionários da empresa; os funcionários que estão de folga; e aqueles que são mais
aptos e que estejam disponíveispara as tarefas necessárias.
Na figura a seguir, observe um exemplo de como elaborar um mapa de aban-
dono de área.

Evacuação das
pessoas

Trabalhadores Pessoas com necessidades Não dependentes,


especiais, dependentes visitantes, clientes
(cadeiras de roda e muletas) e fornecedores

Trabalhadores feridos, Não ligados


ligados a equipamentos a equipamentos
(ex.: respiradores, etc.)

Deslocar em macas Auxiliados por Conduzidos por


não ou transferir para pessoal pré-definido funcionários pré-
É necessário cadeira de rodas e disponível definidos para o
levar equipamentos? plano de evacuação

sim

Pessoal pré-definido
(auxiliados pelos
bombeiros)
Thiago Rocha (2012)

Saída mais próxima Saída mais próxima Saída mais próxima Saída mais próxima

Evacuação das
pessoas

Figura 13 - Plano para evacuação de pessoas


Fonte: Adaptado de Seito et al. (2008)
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
52

De acordo com Seito et al. (2008), a sinalização de emergência tem a finalidade


de reduzir o risco de ocorrência de incêndio e facilitar a localização dos equipa-
mentos e das rotas de fuga para um abandono seguro da edificação. Essa sinali-
zação deve usar símbolos e mensagens escritas, os quais devem ser alocados no
interior da edificação e das áreas de risco.

Dreamstime (2012)
Figura 14 - Placa indicativa de saída de emergência

A sinalização de emergência serve para:


a) demarcar a rota de fuga no piso;
b) divulgar mensagens específicas referentes aos riscos do determinado prédio;
c) demarcar a rota de fuga com sinais luminosos;
d) demarcar os corredores para que veículos ou máquinas não fiquem no ca-
minho, facilitando a fuga;
e) demarcar locais de desligamento da energia elétrica, em caso de incêndio;
f) demarcar área de extintores e hidrantes, proibindo sua obstrução.
Dreamstime (2012)

Figura 15 - Demarcações de rota de fuga no piso


5 LEIAUTE DE AMBIENTES
53

Os mapas de abandono de área são obrigatórios. Logo, vê-los disponíveis em


quadros fixados nas paredes de prédios de apartamentos, hotéis e órgãos públi-
cos é muito comum. Veja um exemplo na figura a seguir.

Setor A

Setor D
Setor B
Banheiro

Setor C

Expedição

Escritório

Denis Pacher (2012)


Ponto
Seguro
Rota de fuga

Figura 16 - Exemplo de mapa de abandono de área

Seguindo o que diz a NBR 15219 (ABNT, 2005, p. 5), deve-se:

[...] proceder ao abandono da área parcial ou total, quando ne-


cessário, conforme comunicação preestabelecida, conduzindo
a população fixa e flutuante para o ponto de encontro, ali per-
manecendo até a definição final da emergência. O plano deve
contemplar ações de abandono para portadores de deficiência
física permanente ou temporária, bem como as pessoas que
necessitem de auxílio (por exemplo: idosos, gestantes etc.).

Neste momento, é importante que os conceitos vistos até agora estejam bem
solidificados em seu aprendizado para que não sejam confundidos com os que
veremos a seguir. Se restar alguma dúvida, volte e releia o texto para eliminá-la.
Em seguida, continue seus estudos. Bom proveito!
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
54

5.2 MAPA DE RISCO


2 ERGONÔMICO
Segundo Ponzetto (2007), o mapa de risco é uma representação gráfica de
Relativo a ergonomia,
conjunto dos estudos um conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho, um levantamento dos
que tem por objeto a pontos de risco nos diferentes setores das empresas capazes de acarretar preju-
organização do trabalho
em função do fim proposto ízos à saúde dos trabalhadores, ou seja, trata-se de identificar situações e locais
e das condições de
adaptação do homem ao
potencialmente perigosos. Tais fatores têm origem nos diversos elementos do
seu trabalho. processo de trabalho (materiais, equipamentos, instalações, suprimentos e espa-
ços de trabalho) e na sua forma de organização (arranjo físico, treinamento, ritmo,
método, postura, jornada e turnos de trabalho etc.).
Foi publicada, no Diário Oficial da União de 20 de agosto de 1992, uma portaria
do Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho (DNSST), implan-
tando a obrigatoriedade da elaboração de mapas de riscos pelas Comissões Inter-
nas de Prevenção de Acidentes (CIPA) nas empresas. Portanto, de acordo com a NR
nº 5 (SEGURANCA e medicina do trabalho, 2007, p. 51), a “CIPA terá por atribuição a
identificação dos riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com
a participação do maior número de trabalhadores, com a assessoria do SESMT,
onde houver.”
Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessá-
rios ao desempenho de suas atribuições; a recusa em elaborá-los gera às empre-
sas infrações I=2. A cada gestão da CIPA, o mapa de riscos deverá ser refeito e o
anterior, arquivado por 20 anos.
Objetivo do mapa de risco é possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e
divulgação de informações entre os empregados, bem como estimulá-los a parti-
ciparem nas atividades de prevenção.
O mapa deve apresentar um levantamento dos pontos de risco nos diferentes
setores das empresas, identificando situações e locais potencialmente perigosos.
Deve ser utilizado o leiaute ou planta baixa da empresa para a elaboração do
mapa de risco. O símbolo para identificar o risco é o círculo que, dependendo da gra-
vidade, pode ser classificado pelos seguintes tamanhos: pequeno, médio ou grande.
O quadro a seguir mostra o símbolo, a proporção e a dimensão do risco.

Símbolo Proporção Dimensão dos riscos

4 Grande
5 LEIAUTE DE AMBIENTES
55

2 Médio

1 Pequeno

Quadro 2 - Quadro de gravidade de riscos


Fonte: Adaptado de CIPA UEM (2011)

Os riscos serão simbolizados por círculos de três tamanhos distintos:


a) pequeno, com diâmetro de 2,5cm;
b) médio, com diâmetro de 5cm;
c) grande, com diâmetro de 10cm.

Outra maneira de elaborar o mapa de riscos ambientais é separando os riscos


de acordo com seus tipos, que são agrupados em cinco grupos classificados pelas
cores:
a) vermelha;
b) verde;
c) marrom;
d) amarela;
e) azul.

Cada grupo/cor corresponde a um tipo de agente:


a) químico;
b) físico;
c) biológico;
d) ergonômico2;
e) acidentes.

No quadro a seguir, você pode visualizar toda a descrição dos riscos ambientais:

Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV Grupo V


verde vermelho marrom amarelo azul
Riscos
Riscos físicos Riscos químicos Riscos ergonômicos Riscos de acidentes
biológicos
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
56

Arranjo físico
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso
inadequado
Levantamento e Máquinas e
Vibrações Fumos Bactérias transporte equipamentos
manual de peso sem proteção
Ferramentas
Radiações Protozo- Exigência de postura
Neblinas inadequadas ou
ionizantes ários inadequada
defeituosas
Radiações não Controle rígido da Iluminação
Gases Fungos
ionizantes produtividade inadequada
Imposição de
Frio Vapores Parasitas Eletricidade
ritmos excessivos
Substâncias,
Probabilidade
compostos ou Trabalho em turnos
Calor Bacilos de incêndio
produtos químicos diurno e noturno
ou explosão
em geral
Pressões e Jornada de trabalho Armazenamento
- -
anomalias prolongada inadequado
Monotonia e Animais
Umidade - -
repetitividade peçonhentos
Outras situações
Outras situações de risco que
- - - de estresse físico poderão contribuir
e/ou psíquico para ocorrência
de acidentes

Quadro 3 - Forma descritiva dos riscos ambientais


Fonte: Adaptado de CIPA UEM (2011)

Acompanhe as cores usadas no quadro do mapa de risco e de gravidade para


compreender as indicações do seguinte mapa:

Risco Mecânico
Risco Químico Leve
Simbologia das Cores Leve

No mapa de risco, os riscos Risco Químico Risco Mecânico


são representados e indicados Médio Médio
por círculos coloridos de três
tamanhos diferentes, a saber: Risco Químico Risco Mecânico
Elevado Elevado

Risco Ergonômico
Risco Biológico Leve Risco Físico Leve
Leve

Risco Biológico Risco Ergonômico


Risco Físico Médio
Médio Médio

Risco Biológico Risco Ergonômico


Risco Físico Elevado
Elevado Elevado

Quadro 4 - Mapa de risco e quadro de gravidade


Fonte: BTU UNESP (2011)
5 LEIAUTE DE AMBIENTES
57

Quando, em um mesmo local, houver incidência de mais de um risco de igual


gravidade, utiliza-se o mesmo círculo, dividindo-o em partes com as cores corres-
pondentes aos riscos incidentes.
A CIPA deve elaborar um cronograma com datas e horários específicos para
a elaboração do mapa de risco e da ata de reunião dos seus respectivos depar-
tamentos. Cada empresa cria o procedimento de reuniões e atribuições da CIPA
para elaboração do Mapa de Risco que mais se adapta à sua realidade.
Segue um modelo de mapa de risco e gravidade.

Almoxarifado
Administração CPD
BWC

Jardim
Refeitório

Linha de montagem
Denis Pacher (2012)
Cozinha

Despensa
Tornearia e Soldagem Depósito

Figura 17 - Mapa de risco e gravidade


Fonte: Adaptado de BTU UNESP (2011)

Agora que você conheceu os tipos de riscos e as cores que são utilizadas para
demonstrar a gravidade de acordo com cada um, saberá como elaborar um mapa
de risco. Vamos passar para mais uma etapa do aprendizado sobre os riscos am-
bientais, está preparado?

5.3 AVALIAÇÃO DO AMBIENTE UTILIZANDO INSTRUMENTOS DE


MEDIÇÃO

Em algumas atividades profissionais, o próprio ambiente em que o trabalha-


dor está inserido oferece riscos. Para que esses riscos sejam neutralizados ou con-
trolados, é preciso submeter o ambiente a algumas etapas, como: antecipação,
reconhecimento, avaliação, controle e análise de risco.
A Higiene Ocupacional é uma ciência e uma arte que tem por objetivo o reco-
nhecimento, a avaliação, a análise e o controle dos agentes agressivos nos postos
de trabalho, prevenindo contra riscos operacionais que possam gerar acidentes
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
58

de trabalho ou provocar enfermidades, prejuízos à saúde, mal-estar, desconforto


significativo e ineficiência nos trabalhadores ou prejuízos às comunidades vizi-
nhas e ao meio ambiente. Esta ciência cuida do ambiente de trabalho para preve-
nir doenças ou lesões provenientes de atividades em ambientes de trabalho com
excesso de calor, ruído, vibração ou com manuseio de substâncias químicas, bio-
aerossóis, agrotóxicos etc. É uma especialização de importância crescente, pois a
conscientização de que o ambiente de trabalho não deve causar danos à saúde
do trabalhador tem-se imposto, infelizmente, às custas de muitas vidas.
Segundo Fantazzini et al. (2007, p.19):

prevenção da doença deve ser entendida com um sentido


mais amplo, pois a ação deve estar dirigida à prevenção e ao
controle das exposições inadequadas a agentes ambientais
(um estágio anterior às alterações de saúde e à doença instala-
da). Em senso amplo, a atuação da Higiene Ocupacional prevê
uma intervenção deliberada no ambientede trabalho como
forma de prevenção da doença. Sua ação no ambiente é com-
plementada pela atuação da medicina ocupacional, cujo foco
está predominantemente no indivíduo.

Os agentes ambientais são classificados pela NR 15, como agentes físicos, quí-
micos e biológicos. Conforme Fantazzini et al. (2007, p. 19) citam, “essa considera-
ção pode ser ampliada, levando em conta outros fatores de estresse ocupacional,
como aqueles considerados na ergonomia, por exemplo (que também podem
causar desconforto e doenças).”
Os agentes físicos são classificados em excesso de ruído, vibrações, calor/frio
(interações térmicas), radiações ionizantes e não ionizantes e níveis anormais de
pressão.
Os agentes químicos são classificados em gases, vapores e aerodispersóides
(estes últimos, por sua vez, são subdivididos ainda em poeiras, fumos, névoas,
neblinas e fibras).
Os agentes biológicos são representados por todas as classes de micro-orga-
nismos patogênicos (algumas vezes adicionados de organismos mais complexos,
como insetos transmissores de doenças e animais peçonhentos): vírus, bactérias
e fungos.
A American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) diz
que:
5 LEIAUTE DE AMBIENTES
59

os limites de exposição referem-se a concentrações de subs-


tâncias químicas dispersas no ar (assim como a intensidade de
agentes físicos de natureza acústica, eletromagnética, ergonô-
mica, mecânica e térmica) e representam condições às quais
se acredita que a maioria dos trabalhadores possam estar ex-
postos, repetidamente, dia após dia, sem sofrer efeitos adver-
sos à saúde.

O monitoramento ambiental é a medida e a avaliação da concentração ou in-


tensidade dos agentes presentes no ambiente, de forma periódica e contínua,
para estimar a contaminação do meio ambiente, a exposição dos indivíduos e
comparar os resultados com referências apropriadas e estimar os riscos à saúde.
Uma maneira de fazer isso é por meio da análise de um Grupo Homogêneo de
Exposição (GHE) ou Grupo de Exposição Similar (GES), que corresponde a um gru-
po de trabalhadores que experimentam exposição semelhante, de forma que o re-
sultado fornecido pela avaliação da exposição de qualquer trabalhador do grupo
seja representativo da exposição do restante dos trabalhadores do mesmo grupo.
A escolha dos grupos homogêneos de exposição (GHE) ocorre durante a fase
de estudo e levantamento de dados, quando se processam as etapas de reconhe-
cimento e estabelecimento de metas e prioridades de avaliação.
Se, por exemplo, incluirmos no mesmo grupo de trabalhadores expostos a di-
versas fontes de ruídos, em diferentes locais, estaremos ampliando o GHE, tendo,
com isso, resultados menos precisos. Se admitirmos, no mesmo grupo, apenas os
expostos às fontes de um só local de trabalho, estaremos restringindo o universo
de amostragem, mas, dessa forma, garantiremos maior credibilidade aos resulta-
dos. Portanto, pequenas alterações introduzidas na escolha da base, podem mo-
dificar substancialmente os resultados, chegando a deturpar as conclusões.
Para aprimorar seus estudos, vamos conhecer os métodos de avaliação quan-
titativa para alguns agentes de riscos ambientais, físicos e químicos.
Segundo a FUNDACENTRO (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança
e Medicina do Trabalho, 2001), a presença do ruído em um ambiente de trabalho
pode lesionar o sistema auditivo dos trabalhadores e causar a perda da audição,
quando os níveis são excessivos. Os indivíduos só percebem essa perda, que é
irrecuperável, quando são afetadas as frequências da conversação, porque preju-
dica sua relação com as demais pessoas.
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
60

Dreamstime (2012)
Figura 18 - Exposição a ruídos

A FUNDACENTRO (2011) e Mattos et al. (2011) afirmam que o nível de exposi-


ção diário ao ruído deve ser mantido abaixo de 80dB(A), pois este nível de pressão
sonora é considerado como nível de ação, ou seja, o valor acima do qual devem
ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as
exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites aceitáveis.
Para que seja possível quantificar os níveis de ruídos provenientes das ativida-
des e/ou processos a que o trabalhador está exposto durante a jornada de traba-
lho, utiliza-se um audiodosímetro de ruído como equipamento de medição. Os
aparelhos de boa procedência atendem aos padrões da IEC (International Elec-
trotechnical Commission) e do ANSI (American Standards Institute). Portanto, ao
comprar ou usar um equipamento de medida de som, é importante verificar se
ele atende a uma das normas listadas no quadro a seguir:

IEC 651 (1979) Sound Level Meters

IEC 804 (1985) Integrating-Averaging Sound Level Meters

ANSI S1.4- (1983) Specification for Sound Level Meters

ANSI S1.25- (1991) Specification for Personal Noise Dosimeters


Thiago Rocha (2012)

ANSI S1.11- (1986) Specification for Oitave Filters

Quadro 5 - Normas internacionais relativas aos limites de exposição a ruídos


5 LEIAUTE DE AMBIENTES
61

De acordo com a Legislação Brasileira, por meio da Portaria 3214/78 do Minis-


tério do Trabalho, NR15, Anexo 1, os limites de tolerância para exposição a ruído
contínuo ou intermitente são representados por níveis máximos permitidos, se-
gundo o tempo diário de exposição, ou, alternativamente, por tempos máximos
de exposição diária em função dos níveis de ruído existentes. Estes níveis, por
sua vez, serão medidos em dB(A), resposta lenta. A Tabela 1 da NR15 da portaria
citada anteriormente é reproduzida a seguir:

Tabela 5 - Tabela 1 da NR 15: Limites de tolerância para


ruído contínuo ou intermitente

Nível de Ruído dB (A) Máxima Exposição diária permissível

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

Entende-se por ruído contínuo ou intermitente, para os fins de aplicação de


limites de tolerância, aquele que não é ruído de impacto.
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
62

Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis


(dB) com instrumento de nível de pressão sonora, operando no circuito de com-
pensação «A» e circuito de resposta lenta (Slow). As leituras devem ser feitas pró-
ximas ao ouvido do trabalhador.
Segundo a USP (2007, p. 19):

os limites de tolerância fixam tempos máximos de exposição


para determinados níveis de ruído. Porém, sabe-se que pra-
ticamente não existem tarefas profissionais nas quais o indi-
víduo é exposto a um único e perfeitamente constante nível
de ruído durante a jornada. O que ocorre são exposições por
tempos variados a níveis de ruído variados. Para quantificar
tais exposições utiliza-se o conceito DOSE, resultando em uma
ponderação para cada diferente situação acústica, de acordo
com o tempo de exposição e o tempo máximo permitido, de
forma cumulativa na jornada.

Ecotest (2012)

Figura 19 - Audiodosímetro de ruído (aparelho de medição de exposição a ruídos)

A FUNDACENTRO possui uma norma de Higiene Ocupacional – a NHO 01 – que


trata da avaliação da exposição ocupacional ao ruído. O objetivo dessa norma é
estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional
ao ruído que implique risco potencial de surdez ocupacional. Você deve estar se
perguntando: qual norma vale no Brasil: a NR 15 ou NHO 01? A escolha por uma
delas vai depender do interesse que a empresa tem em proteger o trabalhador,
visto que a NHO 01 age de modo mais prevencionista do que a NR 15.
Compreendido este assunto, vamos partir para outro agente de risco físico: as
vibrações mecânicas.
A vibração é um risco físico porque causa danos para a saúde do trabalhador e
se encontra presente em várias atividades, industriais ou não. Como exemplo de
atividades que possuem esse risco, é possível citar a área florestal, a mineração, a
metalurgia, entre outras nas quais o funcionário é submetido às vibrações locali-
5 LEIAUTE DE AMBIENTES
63

zadas (também denominadas de vibração de mãos e braços ou de extremidades)


e vibrações de corpo inteiro.
As vibrações ocupacionais, diferentemente de outros tipos de riscos, são trans-
mitidas por meio do contato do trabalhador com a fonte geradora da vibração,
isto é, uma máquina ou um equipamento.
Muitas vezes, essa vibração é gerada pela falta de manutenção das máquinas
ou mesmo por defeitos de fabricação, bem como pode ser intencionalmente pro-
duzida pelo próprio tipo de processo industrial ou pelo tipo de equipamento.
De acordo com USP (2007, p. 42):

[...] a Legislação Brasileira prevê através da Norma Regulamen-


tadora NR 15 – Anexo 8, com redação dada pela portaria no 12
de 1983, que as atividades e operações que exponham os tra-
balhadores sem proteção adequada as vibrações localizadas
ou de corpo inteiro serão caracterizadas como insalubres atra-
vés de perícia realizada no local de trabalho. A perícia visando
a comprovação ou não da exposição deve tomar por base os
limites de exposição definidos pela Organização Internacional
para Normalização em suas normas ISO 2631 e ISO/DIS 5349,
ou suas substitutas.

Se a frequência da vibração de uma máquina (vibração externa) for igual à


frequência da vibração natural do corpo, ocorre a um efeito chamado de resso-
nância. Você já ouviu falar em ressonância? Sabe o que é? Ela é a amplificação
da vibração que, quando absorvida pelo corpo, provoca alterações nos tecidos e
órgãos. Isso acontece porque o corpo humano possui várias frequências de resso-
nância, como você poderá verificar na próxima figura.
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
64

Cabeça
3 Afecção 20-30 Hz
Olho
Doença, enfermidade; 20-90 Hz
qualquer fenômeno
patológico que ocorre no Parede toráxica
corpo humano. 50-100 Hz
Ombro
4-5 Hz Antebraço
16-30 Hz
Braço
4 Nervos periféricos 5-10 Hz
Mão
São aqueles que estão 30-50 Hz
fora do sistema nervoso Coluna vertebral
central (cérebro e medula 10-12 Hz
espinhal). Abdômen
4-8 Hz

Denis Pacher (2012)


Perna dobrada
Perna rígida 2 Hz
20 Hz

Figura 20 - Vibrações no corpo humano

A contínua exposição ocupacional às vibrações causa afecções3 nos múscu-


los, nos tendões, nos ossos, nas articulações, nos vasos sanguíneos ou nos nervos
periféricos4 e provoca efeitos neurológicos prejudiciais.
Você sabia que existem medidores de vibração ocupacionais para fazer medi-
ções dos níveis de vibração de corpo inteiro ou localizada? Isso mesmo! Eles são
chamados de acelerômetros e devem atender às exigências das normas ISO 2631 e
ISO 5349, e às exigências da norma europeia 2002/44/EC. Como a análise da exposi-
ção à vibração está baseada na exposição diária, para facilitar as comparações entre
diferentes durações de exposição, ela é expressa em termos da aceleração ponde-
rada em frequência equivalente em energia para um período de quatro horas.
Senai (2012)

Figura 21 - Exemplo de acelerômetros


5 LEIAUTE DE AMBIENTES
65

A montagem dos acelerômetros nas mãos dos operadores possibilita a medi-


ção em situações nas quais seria difícil a montagem deles de forma rígida, como
nas atividades em que são realizadas mudanças significativas e frequentes nas
posições da mão ao longo dos punhos e no corpo das ferramentas, durante ope-
rações rotineiras, por exemplo. Esse tipo de montagem permite, de modo mais
fácil, a obtenção de um sinal de vibração representativo da exposição dos opera-
dores que trabalham nessas condições. Veja um exemplo na figura a seguir.

Senai (2012)
Figura 22 - Dispositivos para acelerômetro para medir a vibração em partes do corpo

Para quantificar a vibração de corpo inteiro, utilizam-se os acelerômetros de


assento. Como exemplo de profissionais em cujas atividades há presença de vi-
bração de corpo inteiro, temos os operadores de empilhadeiras e tratores, moto-
ristas de ônibus, maquinistas de trem e de metrô, pilotos de avião, comandantes
de embarcação etc.
ExtechInstruments (2012)

Figura 23 - Medidores e acessórios para medir a vibração no corpo inteiro


Fonte: Adaptado de Vendrame (2012)

Para vibrações de corpo inteiro, os limites de tolerância da ACGIH referem-se


aos níveis e aos tempos de exposição aos quais se acredita que a maioria dos tra-
balhadores possa ser repetidamente exposta, com o risco mínimo de resultar em
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
66

dores, efeitos adversos nas costas ou, ainda, incapacidade para operar adequada-
5 Balão de Erlenmeyer mente veículos terrestres.
É um frasco de vidro A Diretiva 2002/44/EC estipula os níveis de ação e limites de exposição para
ou plástico em formato
de balão, usado como vibrações de corpo inteiro e de mãos e braços. Veja mais na tabela seguinte.
recipiente em laboratórios
de Química. Sua parede em Tabela 6 - Limites de exposição a vibrações
forma de cone invertido
evita que o líquido em seu Nível de Ação Limite de exposição
interior espirre para fora.
Mãos e braços 2.5 m/s² 5.0 m/s² A (8)

Corpo inteiro 0,5 m/s² A (8) ou 9,1 VDV 1,15 m/s² A (8) ou 21 VDV
6 Tripé Fonte: Vendrame (2011)

É um aparelho de três Agora que já conhecemos métodos de avaliação de ruído e vibração, partimos
pés ou escoras, sobre o
qual podem ser apoiados para outro agente de risco físico, o calor. Interessante? Vamos em frente!
diferentes tipos de objetos,
conforme a aplicação Você sabia que o excesso de calor é um risco físico encontrado na maioria das
de seu utilizador. O empresas de siderurgia, metal mecânica e tecelagem, por exemplo? É isso mesmo!
posicionamento dos três
pés, distantes do centro
vertical, permite alavancar Os efeitos do excesso de calor no corpo humano podem ser devastadores,
melhor o tripé para resistir a como, por exemplo, desidratação, câimbras, choques térmicos ou exaustão por
forças laterais.
calor excessivo. Dessa forma, é necessário observar os riscos da exposição dema-
siada ao calor a que os trabalhadores possam estar sujeitos, para eliminá-los ou
neutralizá-los. Além das doenças, outro aspecto relevante que interfere no de-
sempenho do trabalhador é o estresse em virtude dessa alteração térmica.
Segundo a NR 15 (BRASIL, 2011), para medir a temperatura do ambiente labo-
ral, é preciso utilizar um conjunto de termômetros, que são: termômetro de bulbo
úmido (tbn), de bulbo seco (tbs) e o termômetro de globo (tg).
a) Termômetro de Globo (Tg): composto por uma esfera oca de cobre, pinta-
da externamente de preto fosco, um termômetro de mercúrio com escala de
+10ºC a +150ºC e precisão mínima de leitura de ±0,1ºC;
b) Termômetro de Bulbo Úmido Natural (Tbn): composto de um termôme-
tro de mercúrio com escala de +10ºC a +50ºC e precisão mínima de leitura de
±0,1ºC, um balão de Erlenmeyer5 de 125ml, contendo água destilada, pavio
de algodão com alto poder de absorção de água e um tripé6 do tipo teles-
cópico;
c) Termômetro de Bulbo Seco (Tbs), composto de um termômetro de mer-
cúrio com escala de +10ºC a +50ºC e precisão mínima de leitura de ±0,1ºC.
(BARBOSA, 2010).
5 LEIAUTE DE AMBIENTES
67

Figura 24 - Termômetro de globo digital Unimetro (2012)

A exposição ao calor deve ser avaliada por meio do “Índice de Bulbo Úmido
Termômetro de Globo”– IBUTG – definido pelas equações que se seguem:
Ambientes internos ou externos sem carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
Ambientes externos com carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg
Porém, esses cálculos já podem ser realizados pelos equipamentos de medi-
ção ao serem feitos os ajustes corretamente. As medições devem ser efetuadas no
local onde permanece o trabalhador, à altura da região do corpo mais atingida.
Os Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho inter-
mitente com períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço são
descritos pelo Quadro 1 da NR 15 o qual segue na figura abaixo.

Regime de trabalho Tipo de atividade


intermitente com
descanso no próprio
local de trabalho Leve Moderada PEsada

Trabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0

45 minutos de trabalho
30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
15 minutos de descanso

30 minutos de trabalho
30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
30 minutos de descanso
15 minutos de trabalho
31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
45 minutos de descanso
Não é permitido o trabalho sem
a adoção de medidas adequa- acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0
das de controle
Quadro 6 - Quadro 1 da NR 15
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
68

Segundo a Norma NHO 06 (FUNDACENTRO, 2002), deverão ser realizadas no


7 Iluminância mínimo três medições – ou quantas outras forem necessárias – até que a varia-
Fluxo luminoso que
ção entre elas esteja dentro de um intervalo de mais ou menos 0,2°C. Os valores
incide sobre a unidade de finais das temperaturas dos tbn, tbs e tg serão as médias aritméticas dos valores
superfície; iluminamento;
iluminamento fotométrico mensurados, respectivamente, considerando o tempo de permanência do traba-
de uma superfície. lhador em cada situação térmica, o que corresponde ao período de exposição.
Seu estudo está interessante? Está compreendendo tudo ou resta alguma dú-
vida? Complementando-os, vamos passar a conhecer sobre iluminação.
A visão humana tem uma grande importância diante da função que desempe-
nha. No entanto, observando-se muitos locais de trabalho, ainda existem aqueles
que não oferecem os níveis mínimos necessários de iluminação e não dão a real
importância a algo tão essencial para a execução dos trabalhos. Porém, como po-
demos medir os níveis de iluminação adequados para os ambientes laborais?
Segundo USP (2007, p. 99):

[...] a luz é uma forma de energia eletromagnética radiante que


nos permite ver, ou seja, que sensibiliza o olho humano. A ilu-
minância média é uma grandeza de fácil medição e isto é um
fato interessante por várias razões:

a) a iluminância pode ser convertida para outras grandezas


mais difíceis de serem medidas diretamente, como a inten-
sidade luminosa;
b) muitas normas são especificadas em termos de níveis de ilu-
minância, o que permite uma boa descrição da distribuição
da luz, facilita os cálculos de projeto e permite fácil checa-
gem no local. É por isso que muitos países adotam este pa-
râmetro nas suas normas de iluminação de minas.

Vamos aprender como é feita a medição de iluminância7?


Dreamstime (2012)

Figura 25 - Ambiente de trabalho com iluminação adequada


5 LEIAUTE DE AMBIENTES
69

O nível de iluminação pode ser mapeado de forma simples, com o objetivo de ter
uma noção de nível médio da quantidade de luz. Esse valor será o ponto de partida
para os estudos das alternativas de melhoria. Recomenda-se medir o nível de ilumi-
namento sobre as mesas de trabalho, abrangendo todo o ambiente por amostragem.
Para a determinação dos valores de iluminância, devem ser adotados os crité-
rios definidos na NBR 5413. O equipamento utilizado para as avaliações de ilumi-
nância deve ser o luxímetro.
O Luxímetro é um equipamento destinado a efetuar medições de iluminância
em ambientes com iluminação natural ou artificial, em lux (lx) ou lúmens por me-
tro quadrado – (lm/m2). Ele dispõe de um sensor fotométrico para medição de luz
visível (luz), de silício, com um filtro de correção óptica, com tratamento do sinal
de linearização ou amplificação com visor.

Figura 26 - Luxímetro

Para a realização de avaliação dos níveis de luminosidade, deve-se observar o


campo de trabalho, a região onde, para qualquer superfície nela situada, exigem-
-se condições de iluminância apropriada ao trabalho visual a ser realizado.
A Norma Brasileira NBR 5413 tem o objetivo de estabelecer os valores de Ilumi-
nância médias e mínimas aceitáveis, em serviço, para iluminação artificial, em in-
teriores nos quais se realizem atividades de comércio, indústria, ensino, esporte e
outras. Veja, na tabela a seguir, quais são os valores estabelecidos pela NBR 5413,
referentes à iluminação laboral.

Tabela 7 - Iluminância por classe de tarefa visual na NBR 5.413

classe Iluminação (lux) Tipo de atividade

20-30-50 Áreas públicas com arredores escuros


A Orientações simples para
Iluminação geral 50-75-100
permanência curta
para áreas usadas
Recintos não usados para trabalho
interruptamente ou 100-150-200
contínuo: depósitos
com tarefas visuais
simples Tarefas com requisitos visuais limitados, trabalho
200-300-500
bruto de maquinaria, auditórios
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
70

Tarefas com requisitos visuais normais, trabalho


8 Insalubridade B 500-750-1000
médio de maquinaria, escritório
Qualidade, característica, Iluminação geral para
condição ou estado do que Tarefas com requisitos especiais, gravação manu-
área de trabalho 1000-1500-2000
é insalubre, isto é, que não é al, inspeção, indústria de roupa
saudável, contaminado por
agentes nocivos à saúde, Tarefas visuais exatas e prolongadas, eletrônica
cujo contato, absorção, C 2000-3000-5000
ingestão etc. pode ser ou de tamanho pequeno
é nocivo à saúde. Diz-se Iluminação adicional
também do local em que há Tarefas visuais muito exatas, montagem de
para tarefas visuais 5000-7500-10000
agentes nocivos à saúde ou microeletrônica
em que se dá a exposição a difíceis
estes acima dos limites de 10000-15000-20000 Tarefas visuais muito especiais, cirurgia
tolerância.
Veja o que diz a NR 17 (BRASIL, 2007, p. 232):

[...] que visa estabelecer parâmetros que permitam a adapta-


ção das condições de trabalho às características psicofisioló-
gicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo
de conforto, segurança e desempenho eficiente, a iluminação
deve seguir os limites mínimos.

Portanto, de acordo com a norma regulamentadora citada, em todos os locais


de trabalho, deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suple-
mentar, apropriada à natureza da atividade. Você entendeu porque a iluminação
apropriada à natureza de cada ofício é tão importante? Se não tem dúvida, siga
em frente!
A partir de agora, você conhecerá os principais riscos químicos presentes nas
atividades laborais e como avaliá-los quantitativamente. Prontos para começar?
A produção e o uso de produtos químicos são de fundamental importância
no desenvolvimento de nosso país e do mundo, mas esses produtos podem re-
presentar riscos à saúde e ao meio ambiente se não forem utilizados segundo
normas e procedimentos específicos.
Segundo Possebon (2008, p. 4):

os agentes químicos de interesse para a higiene ocupacional


são os gases, os vapores e os aerodispersóides na forma de po-
eiras, fumos, névoas, neblinas e de fibras, pois eles se mantêm
em suspensão no ar contaminando os ambientes de trabalho
e provocando desconforto, diminuindo a eficiência e a produ-
tividade e sobretudo provocando alterações na saúde dos tra-
balhadores, podendo chegar até as doenças profissionais com
incapacitação e morte. Um grande número de produtos quí-
5 LEIAUTE DE AMBIENTES
71

micos são comprovadamente cancerígenos e para eles não de-


veria existir limites de tolerância, isto é, os trabalhadores não
poderiam ficar expostos, pois o processo cancerígeno pode se
originar em uma única célula e daí se espalhar para todo o cor-
po humano.

Dreamstime (2012)

Figura 27 - Trabalho com produtos químicos

Você percebeu que, embora necessários, os produtos químicos podem causar


muitos problemas ao meio ambiente e, consequentemente, ao trabalhador?
De acordo com a NR 15, nas atividades ou operações nas quais os trabalhado-
res ficam expostos a agentes químicos, a caracterização de insalubridade8 ocorre-
rá quando forem ultrapassados os Limites de Tolerância para agentes químicos,
os quais são fixados pela NR 15 e, nos casos que não estiverem referenciados nes-
ta norma, podem ser consultados os limites da ACGIH. Esses limites são valores
de concentrações abaixo das quais é razoavelmente seguro o exercício das ati-
vidades sem danos à saúde, pela maioria dos trabalhadores, em uma jornada de
trabalho diária de oito horas ou semanal de até 48 horas.
Para que possamos conhecer as concentrações dos agentes químicos presen-
tes no ambiente de trabalho durante a atividade laboral, é preciso quantificar es-
tas concentrações. No entanto, até chegar ao processo de quantificação, é preciso
seguir as etapas de antecipação, reconhecimento, formação do GHE e, então, a
avaliação.
A amostragem pode ser pessoal, ambiental, instantânea e contínua. A amos-
tragem pessoal é aquela que acompanha o trabalhador durante todo o período
de trabalho; já a ambiental é realizada próxima do ponto mais poluído do am-
biente e nos dá informações sobre a emissividade da fonte. Na instantânea, o
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
72

tempo de amostragem é menor que cinco minutos; isso serve para verificarmos
se o valor máximo de emissão não foi atingido e também para avaliar os instantes
de maior concentração, além de fornecer informações sobre o processo. Por fim,
nas avaliações contínuas, o tempo de coleta é maior que 30 minutos; elas servem
para fazer a comparação com os LTs por meio da média ponderada no tempo.
Os instrumentos de medição utilizados para avaliação de materiais aerodis-
persóides podem ser classificados em: para coletas de agentes químicos líquidos
(névoas, neblinas); e para coleta de agentes químicos sólidos (poeiras, fumaças e
fumos metálicos).
Para poeiras, temos o amostrador gravimétrico, que consiste em uma bomba
de uso individual que mensura a quantidade de concentração de poeira no am-
biente, com capacidade de vazão de 1 a 3 litros/min. O filtro utilizado na coleta de
poeira contendo sílica é feito de PVC e possui 5μm de poro e 37mm de diâmetro,
o que permite a captura de partículas importantes do ponto de vista de retenção
do tecido pulmonar (0,5 a 10μm). O material filtrante (PVC) é o mais indicado para
a coleta desse tipo de poeira, pois possui alta eficiência de coleta, não é higroscó-
pico e não interfere no método de análise química da sílica livre, já que o teor de
cinzas após a calcinação é muito pequeno.
Já para a coleta de poeiras metálicas e/ou fumos metálicos, utiliza-se como
sistema filtrante o filtro de éster celulose tipo AA (nitrato acetato de celulose). Por
fim, para a separação de partículas, é utilizado um miniciclone com a função de
selecionar as partículas de acordo com suas dimensões, isto é, as partículas maio-
res que 10μm não passam pelo filtro. Essa separação obedece à curva de penetra-
ção das partículas no trato respiratório. (SALIBA; CORRÊA; AMARAL, 2002, p. 118).
Existem também os porta-filtros ou cassetes, que são constituídos de poliesti-
renos, podendo possuir duas ou três peças as quais deverão ser sempre vedadas
após preparação dos filtros, com bandas de celulose ou teflon, de modo a evitar
contaminações, umidade etc.
Denis Pacher (2012)

Figura 28 - Porta-filtro
5 LEIAUTE DE AMBIENTES
73

Sempre que alguém for a campo realizar avaliação quantitativa de agentes


químicos, ela precisa realizar a calibração dos equipamentos, verificar a vazão e
fazer os ajustes de acordo com o método, pois, para cada agente químico, existe
um método determinado pela NIOSH. Contudo, já existem modernos tipos de
calibradores de bombas gravimétricas que permitem a calibração desses equipa-
mentos de maneira praticamente instantânea.
Um exemplo é o método utilizado nos indicadores colorimétricos, que é bas-
tante simples. Consiste fundamentalmente em passar uma quantidade conheci-
da de ar por meio de um reagente, o qual sofrerá alteração de cor caso a substân-
cia contaminante esteja presente. Esse método é utilizado para analisar vapores
presentes no ar de modo instantâneo.
Outro exemplo consiste em fazer passar um volume de ar conhecido, por meio
de bomba gravimétrica calibrada em vazões adequadas, por tubo de carvão ati-
vado ou sílica gel, que devem ser adequadamente escolhidos conforme o tipo das
substâncias a serem coletadas e, posteriormente, é feita a análise em laboratório.
Sensidyne (2012)

Figura 29 - Bomba gravimétrica

Com o uso de Impinger, faz-se passar um volume de ar conhecido, por meio de


bomba gravimétrica calibrada em vazões adequadas, em um líquido absorvente
específico para cada tipo de contaminante a ser coletado. Assim, por exemplo, para
cada coleta de ácido sulfúrico, utiliza-se água como substância absorvente; para
ácido clorídrico, utiliza-se acetato de sódio; para amônia, é utilizada uma solução de
ácido sulfúrico diluído. A solução absorvente contendo o contaminante será anali-
sada posteriormente em laboratório, mediante análise química específica.
Já com o método que usa Filtros de PVC, éster celulose ou fibra de vidro con-
siste em fazer passar um volume de ar conhecido, utilizando uma bomba gravi-
métrica devidamente calibrada, através de filtros específicos (PVC, éster celulose
ou fibra de vidro). O filtro contendo o contaminante será analisado, posterior-
mente, em laboratório por intermédio de análise química específica.
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
74

Por isso, em face do que foi mostrado é essencial identificar qual instrumento
de medição deve ser utilizado para cada caso de coleta de agentes químicos, se-
jam eles líquidos ou sólidos.

Você pode aprender mais sobre os métodos de análise de


produtos químicos acessando o site da Niosh, disponível
SAIBA em: <http://www.cdc.gov/niosh/docs/2003-154/method-b.
MAIS html>. Se você tem interesse em conhecer o método de um
produto, a Niosh disponibiliza uma lista com o método analí-
tico de vários produtos.

Tudo entendido até aqui? Agora que terminamos um importante tópico, va-
mos passar por mais uma etapa de aprendizado sobre segurança no trabalho, na
qual o assunto é focado em acidentes. Pronto para começar? Siga em frente!

5.4 ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES

Provavelmente, você deve ter percebido que os relatos sobre acidentes estão
cada vez mais frequentes. Em boa parte dos casos, eles são ocasionados devido a
falhas humanas, mas não se pode deixar de observar que há uma falta de cuidado
e atenção às leis que regulamentam e regem o trabalho.
Um acidente é um acontecimento casual, que resulta em ferimento, dano, es-
trago e prejuízo. São adotados dois conceitos para acidentes, o legal e o preven-
cionista.
Para analisar os acidentes, é necessário gerar as estatísticas de acidentes, as
quais levam em consideração as horas-homem de exposição ao risco de acidente,
dias perdidos, dias debitados, taxa de frequência de acidentes e taxa de gravida-
de dos acidentes.

De acordo com dados da Organização Internacional do


Trabalho (OIT), ocorrem anualmente 270 milhões de
acidentes de trabalho em todo o mundo. Aproximada-
mente 2,2 milhões deles resultam em mortes. Segundo
o relatório, são 1,3 milhão de casos no Brasil, que têm
VOCÊ como principais causas o descumprimento de normas
SABIA? básicas de proteção aos trabalhadores e más condições
nos ambientes e processos de trabalho. Segundo o
estudo da OIT, o Brasil ocupa o 4º lugar em relação ao
número de mortes, com 2.503 óbitos. O país perde ape-
nas para China (14.924), Estados Unidos (5.764) e Rússia
(3.090).
5 LEIAUTE DE AMBIENTES
75

Makali Andrezzo (2012)


Figura 30 - Situação em que há risco de acidente

Conforme pesquisas da Previdência Social (2007), foram confirmados os se-


guintes dados no Brasil:
a) 514.135 acidentes de trabalho;
b) 393.143 mil homens e 120.981 mulheres acidentados;
c) 414.785 acidentes típicos;
d) 78.564 acidentes de trajeto e 20.786 doenças do trabalho;
e) meses com maior incidência (>47mil): março, agosto e outubro.

Qualquer acidente do trabalho acarreta prejuízos econômicos para o aciden-


tado, para a empresa e para a Previdência Social. Mesmo que o acidente não te-
nha provocado lesão ao trabalhador, a simples perda de tempo para normalizar a
situação já representa custo.
Segundo Campos (1999, p. 127), “para se calcular o total de horas-homem de
exposição ao risco basta fazer o somatório das horas durante as quais os empre-
gados ficam à disposição do empregador, em determinado período.”
Veremos esses cálculos com maiores detalhes na seção a seguir. Preparado(a)?
Vamos adiante!

5.4.1 TAXA DE FREQUÊNCIA DE ACIDENTES

Taxa de frequência de acidentes é o número de acidentes por milhão de horas-


-homem de exposição ao risco em determinado período. De acordo com ABNT
(2001, p. 5):
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
76

Taxa de frequência de acidentados com lesão com afastamen-


to: número de acidentados com lesão com afastamento por
milhão de horas-homem de exposição ao risco, em determi-
nado período.

Taxa de frequência de acidentados com lesão sem afastamen-


to: número de acidentados com lesão sem afastamento por
milhão de horas-homem de exposição ao risco, em determi-
nado período.

Veja adiante como são feitos esses cálculos.


A taxa geral de frequência de acidentes deve ser expressa com aproximação
de centésimos e calculada pela seguinte expressão:

Onde:
FA: é o resultado da divisão;
N: é o número de acidentes;
H: representa as horas-homem de exposição ao risco.

A taxa de frequência de acidentados com lesão com afastamento deve ser ex-
pressa com aproximação de centésimos e calculada pela seguinte expressão:

Onde:
FL: é a taxa de frequência de acidentados com lesão com afastamento;
NL: é o número de acidentados com lesão com afastamento;
H: representa as horas-homem de exposição ao risco.

Para a taxa de frequência de acidentados com lesão sem afastamento, é re-


comendável que se faça o levantamento do número dos acidentados vítimas de
lesão sem afastamento, calculando a respectiva taxa de frequência. Essa prática
apresenta a vantagem de alertar a empresa para causas que concorram para o
aumento do número de acidentados com afastamento.
O cálculo deve ser feito da mesma forma para os acidentados vítimas de lesão
com afastamento, devendo ser o resultado apresentado, obrigatoriamente, em
separado.
5 LEIAUTE DE AMBIENTES
77

O registro do número de acidentados vítimas de lesão sem afastamento é de


grande importância como elemento informativo do grau de risco e da qualidade
dos serviços de prevenção, permitindo, inclusive, pesquisar a variação da relação
existente entre acidentados com afastamento e sem afastamento.
Agora que sabemos como calcular a taxa de frequência de acidentes, vamos
aprender como calcular outra importante taxa mais a frente.

5.4.2 TAXA DE GRAVIDADE DE ACIDENTES

Segundo ABNT (2001, p. 5), a taxa de gravidade de acidentes é o “tempo com-


putado por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em determinado
período”.
Essa taxa deve ser expressa em números inteiros e calculada pela seguinte ex-
pressão:

Onde:
G: é a taxa de gravidade;
T: é o tempo computado;
H: representa as horas-homem de exposição ao risco.

Essa taxa visa a exprimir, em relação a um milhão de horas-homem de exposi-


ção ao risco, os dias perdidos por todos os acidentados que foram vítimas de in-
capacidade temporária total, mais os dias debitados relativos aos casos de morte
ou incapacidade permanente. Deve ficar claro que, nos casos de morte ou inca-
pacidade permanente, não devem ser considerados os dias perdidos, mas apenas
os debitados, a não ser no caso do acidentado perder número de dias superior ao
debitado pela lesão permanente sofrida.
A importância dessas taxas é a de possibilitar avaliar o seguinte:
a) o número de acidentes está dentro dos números aceitáveis?
b) quais são suas possíveis causas?
c) o que isso acarreta para os trabalhadores e para a organização?
d) o que fazer para reduzir ainda mais esse número?

Enfim, é essencial saber usar essas ferramentas para melhorar cada vez mais os
processos de trabalho, a fim de aumentar a segurança no trabalho e, consequen-
temente, a produtividade dos trabalhadores.
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
78

A legislação do trabalho e previdenciária está em cons-


FIQUE tante atualização, por isso fique sempre atento(a) a es-
ALERTA tas mudanças para atender corretamente aos requisitos
legais.

Recapitulando

Quantas descobertas novas fizemos neste capítulo, não é mesmo? Va-


mos relembrar o que vimos, para solidificar o conhecimento? No início,
vimos a importância de um mapa de abandono bem elaborado, bem
como aprendemos a interpretar e elaborar um mapa de riscos de acordo
com seus tipos e níveis. Depois, conhecemos os riscos laborais ambien-
tais a que os trabalhadores estão expostos que são mais comuns, tam-
bém vimos quais são os limites de tolerância estabelecidos pelas normas
nacionais e internacionais e a maneira de fazer a medição dos níveis de
exposição.
Por fim, aprendemos a calcular duas importantes taxas para conhecer-
mos as frequências de acidentes laborais.
5 leiaute de ambientes
79

Anotações:
Espaço confinado

Neste capítulo, vamos aprender sobre trabalho em espaços confinados. Veremos sua de-
finição, onde é possível encontrar espaços confinados e quais são as medidas de segurança
cabíveis a este tipo de ambiente. Teremos conhecimento sobre a legislação e normas técnicas
que tratam deste assunto, percebendo que elas são recentes. Esse é um assunto que merece
bastante atenção devido à gravidade do risco a que os trabalhadores podem estar expostos se
não trabalharem com segurança.
Ao final deste capítulo, você terá a capacidade para:
a) avaliar o que é um espaço confinado;
b) manter bom relacionamento interpessoal com a equipe;
c) seguir legislação, normas e procedimentos;
d) comunicar-se de forma clara e objetiva;
e) definir prioridades e ter atenção a detalhes;
f) prever consequências;
g) resolver problemas.

Para tornar seus estudos ainda mais proveitosos, passe adiante para mais um assunto de
segurança do trabalho. Vamos em frente!
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
82

6.1 DEFINIÇÃO

A definição de espaço confinado e dado pela NR 33 (BRASIL, 2006, p. 1):

espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado


para ocupação humana contínua, que possua meios limitados
de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para
remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou
enriquecimento de oxigênio.

Essa mesma norma estabelece requisitos mínimos para identificação de es-


paços confinados, bem com para o reconhecimento, para a avaliação, para o
monitoramento e para o controle dos riscos existentes, de forma a garantir per-
manentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou
indiretamente nestes espaços.
A gestão de segurança e saúde deve ser planejada, programada, implementa-
da e avaliada, além disso, deve incluir medidas técnicas de prevenção, medidas
administrativas, medidas pessoais e medidas para capacitação para trabalho em
espaços confinados.
Nos tópicos a seguir, veremos esse assunto com maiores detalhes. Vamos em
frente? Dreamstime (2012)

Figura 31 - Trabalho em espaços confinados


6 espaço confinado
83

6.2 ONDE SÃO ENCONTRADOS ESPAÇOS CONFINADOS E QUAIS OS


TIPOS

Podemos encontrar espaços confinados em diversos setores, industriais ou


não, como: indústrias de papel e celulose; indústrias gráficas; indústria alimentí-
cia; indústria da borracha; indústria do couro e têxtil; indústria naval de operações
marítimas; indústrias químicas e petroquímicas; serviços de telefonia e gás, agri-
cultura dentre outras.
Existem diversos tipos de espaços confinados, tais como em trabalhos realiza-
dos em galerias de esgotos, em reservatórios, na construção civil, em operações
de salvamento e resgate, em inspeção de equipamentos ou máquinas etc.
A execução desse tipo de trabalho merece cuidado redobrado porque envol-
ve muitos riscos, e a maioria deles têm consequências prejudiciais à saúde ou,
mesmo letais.

O tratamento de esgotos sempre apresenta problemas e


FIQUE um dos maiores é a produção de metano e gás carbôni-
ALERTA co, em decorrência da decomposição de matéria orgâni-
ca, com a consequente redução do teor do oxigênio.

Para saber mais sobre a Permissão de Entrada e Trabalho,


SAIBA consulte o livreto informativo Espaços Confinados Típicos,
publicado pela Fundacentro e disponível em:<http://www.
MAIS fundacentro.gov.br/sistemas/Publicacao/DetalhesPublica-
cao.aspx?CodPortal=214>.

A seguir, veremos quais são essas consequências de se trabalhar nesses locais


e as medidas de segurança a serem tomadas. Curioso(a)? Então, vamos!

6.3 RISCOS E MEDIDAS DE SEGURANÇA

Quando se trabalha em espaços confinados, o trabalhador fica exposto a vá-


rios riscos, como falta ou excesso de oxigênio, intoxicação por produtos químicos,
possibilidade de choque elétrico, queda, soterramento, afogamento etc. Cada um
desses riscos deve ser muito bem avaliado antes de liberar a entrada do trabalha-
dor.
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
84

1 Atmosfera Em espaços confinados, como, por exemplo, cascos de


navios, a oxidação do forro resulta numa atmosfera po-
O ar que se respira em
bre em oxigênio. O mesmo ocorre com tanques de cha-
determinado lugar.
pa de aço nas indústrias. Isso é perigoso porque a inala-
ção de oxigênio a um volume de 11 a 14% pode causar
a diminuição do rendimento físico e intelectual; a um
VOCÊ volume de 8 a 11%, há a possibilidade de desmaios após
períodos mais ou menos curtos, sem qualquer sintoma
SABIA? prévio; a um volume de 6 a 8% pode ocorrer desmaios
2 Purgar
em poucos minutos, a ressuscitação é possível se admi-
nistrada imediatamente; e a um volume menor que 6%
Limpar, purificar pela causa desmaio quase imediato. De uma maneira geral,
eliminação das impurezas a deficiência de oxigênio conduz à perda da acuidade
ou matérias estranhas. mental, à distorção das ideias e, em um tempo relativa-
mente curto, a um considerável dano ao cérebro.

3 Esmerilhamento O trabalhador só poderá adentrar em um espaço confinado quando a em-


Ação ou efeito de lixar ou presa fornecer a autorização na folha de permissão de entrada, a qual é exigida
polir com esmeril, uma por lei. Além disso, o serviço deve ser executado sempre com acompanhamento
pedra ferruginosa e dura,
coberta com mistura de um vigia.
abrasiva, que serve para
amolar lâminas, facas, Os procedimentos técnicos que a empresa deve adotar como medidas de pre-
ferramentas e utensílios,
movida a manivela ou venção são:
motor.
a) identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de
pessoas não autorizadas;
b) antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;
c) proceder à avaliação e ao controle dos riscos físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e mecânicos;
d) prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem;
e) avaliar a atmosfera1 nos espaços confinados, antes da entrada de trabalha-
dores, para verificar se o seu interior é seguro;
f) implementar medidas necessárias para a eliminação ou o controle dos riscos
atmosféricos em espaços confinados;
g) manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a re-
alização dos trabalhos, monitorando, ventilando, purgando2 ou lavando o
espaço confinado;
h) monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas áreas
onde os trabalhadores autorizados estiverem desempenhando as suas ta-
refas, para verificar se as condições de acesso e permanência são seguras;
i) proibir a ventilação com oxigênio puro;
j) testar os equipamentos de medição antes de cada utilização;
6 espaço confinado
85

k) utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provido de


alarme, calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou interfe-
rências de radiofrequência;
l) os equipamentos fixos e portáteis, inclusive os de comunicação e de movi-
mentação vertical e horizontal, devem ser adequados aos riscos dos espaços
confinados;
m) treinar todos os trabalhadores;
n) realizar exames médicos nos trabalhadores.
A empresa deve adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de incên-
dio ou explosão em trabalhos a quente, tais como solda, aquecimento, esmeri-
lhamento3, corte ou outros que liberem chama aberta, faíscas ou calor. Antes do
trabalhador adentrar um espaço confinado, é preciso conhecer os níveis de oxigê-
nio, gases e vapores presentes. É importante ressaltar que durante as medições,
o trabalhador deve manter-se fora do espaço confinado, assim como é direito do
trabalhador conhecer os riscos do trabalho a ser executado, conhecer e receber os
procedimentos e os equipamentos de segurança para executar suas atividades.
Todo o procedimento para trabalho deve contemplar, no mínimo, objetivo,
campo de aplicação, base técnica, responsabilidades, competências, preparação,
emissão, uso e cancelamento da Permissão de Entrada e Trabalho, capacitação
para os trabalhadores, análise de risco e medidas de controle.
Os procedimentos para trabalho em espaços confinados e a Permissão de En-
trada e Trabalho devem ser avaliados, no mínimo, uma vez ao ano e revisados
sempre que houver alteração dos riscos, com a participação do Serviço Especiali-
zado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT – e da Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes – CIPA.

Para saber mais sobre a Permissão de Entrada e Trabalho,


SAIBA consulte o livreto informativo Espaços Confinados: Livreto
do Trabalhador, publicado pela Fundacentro e disponível
MAIS em: <http://www.fundacentro.gov.br/sistemas/Publicacao/
DetalhesPublicacao.aspx?CodPortal=185>.
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
86

Recapitulando

Até aqui, estudamos os assuntos relacionados a trabalhos em espaços


confinados, vamos relembrá-los? Tivemos a oportunidade de conhecer
algumas atividades que trabalham em espaços confinados, os riscos as-
sociados a esse tipo de ambiente, bem como os procedimentos e as me-
didas de segurança obrigatórios para o bom andamento dos processos
laborais e para preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores.
Interessante, não? Pronto(a) para conhecer o último elemento de risco
ambiental do nosso estudo? Vamos lá!
6 espaço confinado
87

Anotações:
Trabalho em altura

Após o aprendizado sobre espaços confinados, vamos aprender sobre trabalhos executados
em grandes alturas?
Ao final desta unidade, você terá a capacidade para:
a) aplicar recomendações e controle para trabalho em altura;
b) prever consequências;
c) ter atenção a detalhes, proatividade e rigor técnico.
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
90

7.1 DEFINIÇÃO

Uma das principais causas de morte de trabalhadores deve-se a acidentes en-


volvendo quedas de pessoas e materiais. Ou seja, trabalhos em altura são extre-
mamente perigosos.
Os riscos de queda existem em vários ramos de atividades e em diversos tipos
de tarefas. Por esse motivo, é preciso muito cuidado nessas situações. Em todos
os trabalhos realizados com risco de queda, devem ser tomadas todas as medi-
das necessárias para que ocorram com total segurança para o trabalhador e para
terceiros.
Os acidentes fatais por queda de altura ocorrem principalmente nas seguintes
atividades laborais:
a) obras da construção civil;
b) serviço de manutenção e limpeza de fachadas de edificações;
c) serviços de reformas e manutenção de telhados;
d) pontes rolantes;
e) montagem de estruturas diversas;
f) serviços em ônibus e caminhões;
g) serviços em depósitos de materiais;
h) serviço em linhas de transmissão e postes elétricos;
i) trabalhos de manutenção de torres de telecomunicação;
j) serviços diversos em locais com abertura em pisos e paredes sem proteção;
k) lavação e pintura de prédios.

Alguns atos, como excesso de confiança, o não uso ou uso incorreto dos EPIs,
o descumprimento e/ou desconhecimento dos padrões de execução, podem le-
var à ocorrência de acidentes fatais. Portanto, todo trabalhador deve ser treinado
para poder realizar trabalho em altura.

O Ministério do Trabalho e Emprego publicou, no dia


23/03/2012, a NR 35 que trata sobre Trabalho em Altura.
SAIBA Você pode ler o seu conteúdo na íntegra no site disponível
MAIS em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A35F788
440136603673C04B23/NR-35%20%28Trabalho%20em%20
Altura%29.pdf>.
7 trabalho em altura
91

Segundo a NR 35, oconteúdo programático de um treinamento para realiza-


ção de trabalhos em locais altos deve, no mínimo, incluir:
a) normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;
b) análise de risco e condições impeditivas;
c) riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e suas respectivas medidas
de prevenção e controle;
d) Equipamentos de Proteção Individual para trabalho em altura: seleção, ins-
peção, conservação e limitação de uso;
e) acidentes típicos em trabalhos em altura;
f) condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de res-
gate e de primeiros socorros.

Pela nova Norma Regulamentadora 35, considera-se


VOCÊ trabalhador capacitado para trabalho em altura aquele
SABIA? que foi submetido e aprovado em treinamento, teórico
e prático, com carga horária mínima de oito horas.

De acordo com a NR 8 (Segurança e medicina do trabalho, 2007, p. 94), as mo-


dificações feitas nas construções para proteger a integridade do trabalhador que
precise fazer trabalhos em pontos altos são as seguintes:

os andares do solo, tais como: terraços, balcões, compartimen-


tos para garagens e outros que não forem vedados por pare-
des externas, devem dispor de guarda-corpo com os seguintes
requisitos:
a) ter altura de 0,90m no mínimo, a contar do nível do pavimen-
to;
b) quando forem vazados, os vãos do guarda-corpo devem ter,
pelo menos, uma das dimensões igual ou inferior a 0,12m;
c) ser de material rígido capaz de resistir ao esforço horizontal
de 80kgf/m2 aplicado no seu ponto mais desfavorável.
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
92

1 Talabarte

Espécie de cinto de
segurança, que podem
ser cordas, fitas, cabos de
aço, dentre outros tipos
possíveis de matéria-prima,
providos de ganchos com
os quais se faz a conexão
entre o cinturão e o ponto
de ancoragem. Possibilitam
que o trabalhador se
posicione ou se locomova
da melhor maneira possível
numa estrutura.

Dreamstime (2012)
Figura 32 - Dispositivo de segurança para trabalho em altura

Já a NR 18 estabelece as diretrizes relativas aos materiais utilizados e as instala-


ções feitas durante as operações. Conforme a NR 18 (SEGURANCA e medicina do
trabalho, 2007, p. 276) “é obrigatória a instalação de cabo guia ou cabo de segu-
rança para fixação de mecanismos de ligação por talabarte1 acoplado ao cinto de
segurança tipo paraquedista.”
Ainda segundo a mesma norma:
a) aberturas no piso devem ter fechamento com material resistente;
b) vãos de acesso a elevadores devem ser fechados;
c) as proteções contra queda de trabalhadores devem ser construídas com al-
tura de, no mínimo: 1,20m (um metro e vinte centímetros) para travessão
superior; de 0,70cm (setenta centímetros) para travessão intermediário; e
devem ter rodapé com altura de 0,20cm (vinte centímetros). Em edifícios
com mais de quatro pavimentos, deve-se instalar plataforma de trabalho;
d) as torres e elevadores devem seguir as normas vigentes;
e) é proibido o transporte de pessoas em elevador de cargas;
f) os andaimes devem ser apoiados e com piso completo de material resistente;
g) todo trabalho realizado acima de dois metros deve ser realizado com uso de
dispositivo de segurança, como cinto do tipo trava-quedas;
7 trabalho em altura
93

h) a montagem e desmontagem devem ser realizadas por trabalhador quali-


ficado;
i) todos os equipamentos de movimentação e transporte de materiais e pesso-
as só devem ser operados por trabalhador qualificado, o qual terá sua função
anotada em Carteira de Trabalho Profissional;
j) no transporte vertical e horizontal de concreto, argamassas ou outros mate-
riais, é proibida a circulação ou permanência de pessoas sob a área de movi-
mentação da carga, a qual deve ser isolada e sinalizada;
k) é proibido o transporte de pessoas por equipamento de guindar;
l) o piso de trabalho dos andaimes deve ter forração completa, antiderrapante,
ser nivelado e fixado de modo seguro e resistente;
m) os andaimes devem dispor de sistema guarda-corpo e rodapé, inclusive nas
cabeceiras, em todo o perímetro, conforme subitem 18.13.5, com exceção
do lado da face de trabalho;
n) é proibida, sobre o piso de trabalho de andaimes, a utilização de escadas e
outros meios para se atingirem lugares mais altos;
o) é proibido o deslocamento das estruturas dos andaimes com trabalhadores
sobre os mesmos;
p) os andaimes cujos pisos de trabalho estejam situados a mais de 1,50m (um
metro e cinquenta centímetros) de altura devem ser providos de escadas ou
rampas.

Aliado a todas essas diretrizes, o trabalhador deve fazer uso dos EPIs de manei-
ra correta. É importante ressaltar que, ao selecionar os EPIs, devem ser considera-
dos, além dos riscos a que o trabalhador está exposto, os riscos adicionais.

O trabalhador que realiza trabalho em altura deve co-


FIQUE nhecer e respeitar os riscos e normas de segurança rela-
tivas ao seu trabalho, utilizar todas as técnicas corretas
ALERTA na execução de suas atividades e verificar diariamente
se os EPIs estão em bom estado.

Por fim, de acordo com a NR 35, sempre que for necessário realizar trabalho em
altura, este deverá ser autorizado pela área de Segurança do Trabalho por meio
da emissão de Autorização para Trabalho em Altura. As atividades de trabalho
em altura não rotineiras devem ser previamente autorizadas mediante Permissão
de Trabalho, enquanto para as atividades não rotineiras, as medidas de controle
devem ser evidenciadas na Análise de Risco e na Permissão de Trabalho.
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
94

Recapitulando

Este capítulo apresentou os assuntos relacionados a trabalho em altura.


Aqui, você teve a oportunidade de saber que esse tipo de atividade está
associada ao maior número de acidentes de trabalho fatais. Por esse mo-
tivo, existem tantas diretrizes, desde as relativas aos equipamentos até
as relativas às edificações, visando a reduzir os riscos associados a essa
modalidade laboral.
O próximo passo é estudar a Ergonomia no ambiente de trabalho. Ficou
interessado(a)? Então, siga em frente!
7 trabalho em altura
95

Anotações:
Ergonomia

Estamos chegando ao final da Unidade Curricular de Saúde e Segurança do Trabalho com


um assunto muito importante e igualmente interessante: ergonomia. Este é um assunto bas-
tante discutido atualmente, pois a prática da ergonomia, segundo Couto (2007), “tomou um
impulso enorme no Brasil nos últimos anos, principalmente por conta da pressão social sobre
as empresas”.
Por meio de um trabalho conjunto com as diversas áreas que atuam nas questões ocupa-
cionais, cada qual com a formação técnica específica, pode-se avaliar e antever os problemas
ergonômicos gerados pelos diversos riscos existentes nos processos laborais.
Ao final desta unidade, você será capaz de:
a) aplicar a parte de ergonomia nos postos de trabalhos;
b) manter bom relacionamento interpessoal com a equipe;
c) trabalhar em equipe;
d) comunicar-se de forma clara e objetiva;
e) cumprir prazos estabelecidos;
f) prever consequências;
g) resolver problemas;
h) ter maior capacidade de observação, melhorando a atenção aos detalhes;
i) ter capacidade analítica e senso investigativo;
j) ter comportamento ético;
k) ter iniciativa.
Ao estudar esses conceitos e refletir sobre o assunto, toda informação adquirida gera apren-
dizado e nos possibilita colocá-lo em prática. Então, vamos em frente!
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
98

8.1 DEFINIÇÃO

De acordo com Abergo (2012), somente em agosto de 2000, a IEA − Associa-


ção Internacional de Ergonomia − adotou a definição oficial apresentada a se-
guir: a Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada
ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou
sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de
otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema.
De acordo com Couto (2007), considerando que as lesões ergonômicas costu-
mam evoluir mal, principalmente se, nos casos em que a lesão exigir afastamento,
ao retornar, o trabalhador encontrar as mesmas condições desencadeadoras, ou
seja, o resultado prático da não ergonomia é a formação de um contingente enor-
me de trabalhadores restritos, sem condições de desenvolver integralmente as
tarefas, sobrecarregando aqueles que ainda não foram acometidos, além de gerar
dificuldades entre os gestores para resolver essas dificuldades.
Segundo Abergo (2012), os ergonomistas contribuem para o planejamento,
projeto e a avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sis-
temas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limi-
tações das pessoas. Aliada a isso, a aplicação da Ergonomia, na condição de uma
abordagem interdisciplinar no âmbito da atividade do trabalho, é essencial para a
produção de produtos mais competitivos e amigáveis bem como para a melhoria
da produtividade organizacional.
Por intermédio de um breve histórico, teremos a noção de como se chegou ao
conceito de Ergonomia. Conforme Couto (2007, p. 12):

antes de 1750 o trabalho era obtido essencialmente através da


energia física do ser humano ou da tração animal. Dominava-
-se a energia do fogo, mas nenhuma outra forma de energia
era aproveitada de forma a facilitar os meios de produção.
Com a Revolução Industrial passou-se a utilizar a energia a va-
por para uma série de invenções. Máquinas foram criadas e a
utilização racional das mesmas deu origem às fábricas. Com a
Reestruturação Produtiva de 1973 até nossos dias; outro salto
significativo na produtividade, obtido através de 4 meios: a)
mudanças da base tecnológica, com o advento de diversas tec-
nologias novas, sendo a mais importante a da microeletrônica;
b) mudanças na relação de trabalho, com a redução gradativa
do número de trabalhadores da empresa e aumento gradati-
vo de formas alternativas de contratação de mão de obra; c)
mudanças na organização do trabalho, com o aparecimento
de células auto gerenciáveis, grupos semi autônomos e outras
8 ergonomia
99

formas de organização do trabalho segundo o modelo japonês


de indústria; d) novas formas de gerenciamento, sendo a prin-
cipal delas o Just-in-time, do benchmarking, etc.

Dreamstime (2012)

Figura 33 - Anatomia do corpo humano

A palavra Ergonomia deriva do grego Ergon [trabalho]


e nomos [normas, regras, leis]. Trata-se de uma discipli-
na orientada para uma abordagem sistêmica de todos
os aspectos da atividade humana. Para darem conta
da amplitude dessa dimensão e poderem intervir nas
atividades do trabalho, é preciso que os ergonomistas
VOCÊ tenham uma abordagem holística de todo o campo
de ação da disciplina, tanto em seus aspectos físicos e
SABIA? cognitivos, como sociais, organizacionais, ambientais
etc. Frequentemente, esses profissionais intervêm em
setores particulares da economia ou em domínios de
aplicação específicos. Estes últimos caracterizam-se por
sua constante mutação, com a criação de novos do-
mínios de aplicação ou do aperfeiçoamento de outros
mais antigos.

De fato, a ergonomia apareceu por volta de 1950, nos países desenvolvidos


socialmente e industrializados, e visa à saúde, à segurança e à satisfação do traba-
lhador. Portanto, com relação aos aspectos saúde, segurança, satisfação e eficiên-
cia, IIDA (2005, p. 4), diz que:
a) a saúde do trabalhador é mantida quando as exigências do trabalho e do am-
biente não ultrapassam as suas limitações energéticas e cognitivas, de modo
a evitar as situações de estresse, riscos de acidentes e doenças ocupacionais;
b) a segurança é conseguida com os projetos do posto de trabalho, ambiente
e organização do trabalho, que estejam dentro das capacidades e limitações
do trabalhador, de modo a reduzir os erros, acidentes, estresse e fadiga;
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
100

c) a satisfação é o resultado do atendimento das necessidades e expectativas


do trabalhador;
d) a eficiência é a consequência de um bom planejamento e de uma boa or-
ganização do trabalho, proporcionando saúde, segurança e satisfação do
trabalhador.

As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento,


transporte e descarga de materiais, aos mobiliários, aos equipamentos, às con-
dições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.
E, para dar ergonomia a todas essas condições, atualmente, conta-se com uma
base científica importante que traduz a importância das muitas áreas de estudo.
Acompanhe a descrição resumida de alguma delas:
a) Anatomia: estuda a estrutura do corpo humano e seu tamanho, bem como
a forma como cada órgão é estruturado e executa suas funções;
b) Antropometria: estuda as dimensões do corpo e suas partes;
c) Biomecânica: estuda a aplicação de força;
d) Fisiologia: estuda a função de cada órgão, suas interações e o processo bio-
lógico de sua manutenção;
e) Fisiologia do organismo: estuda o comportamento físico e orgânico do
corpo;
f) Fisiologia do trabalho: estuda o consumo de energia e o trabalho muscular
utilizados em cada atividade;
g) Psicologia: estuda o comportamento humano, relacionando a adaptação
do organismo ao meio ambiente; também atua nas atividades de recruta-
mento, seleção, treinamento e avaliação psicológica;
h) Ciência Psicológica: estuda o processamento de informações e a formula-
ção de decisão;
i) Sociologia: estuda as relações sociais, incluindo as interações no trabalho;
j) Engenharia: estuda métodos e processos de trabalho, além de criar equipa-
mentos e ferramentas para uso no trabalho;
k) Arquitetura: estuda aspectos de conforto ambiental e segurança em insta-
lações destinadas ao trabalho.

Você percebeu como todas essas ciências contribuem de alguma forma para
o sucesso da implantação da Ergonomia do ambiente laboral? No entanto, o que
acontece quando não existe essa preocupação com o trabalhador? No Mapa de
Risco, a Ergonomia aparece representada com a cor amarela. Veja quais são as
principais áreas nas quais a ergonomia deve ser aplicada ao trabalho:
8 ergonomia
101

a) trabalho fisicamente pesado;


b) trabalho em ambientes de temperaturas extremas;
c) biomecânica: esforços, uso da coluna, posturas, uso dos membros superio-
res, cadeira e organização ergonômica dos postos de trabalho – uso do com-
putador;
d) método e posto de trabalho;
e) condições para o trabalho intelectual;
f) problemas de gestão com repercussões em ergonomia;
g) melhoria da confiabilidade humana;
h) prevenção de acidentes do trabalho;
i) prevenção da fadiga.

Historicamente, na década de 1970, o Japão foi o primeiro país a reconhecer


a Lesão por Esforço Repetitivo (LER), hoje chamada de Distúrbio Osteomuscular
Relacionado ao Trabalho– DORT –, como doença ocupacional, isto é, relacionada
ao trabalho e de origem multicausal.
No Brasil e na Austrália, na década de 1980, a LER foi adotada como denomina-
ção de diagnóstico. Na verdade, deveríamos usar para diagnóstico: tendinite do
músculo supra espinhoso, epicondilites de cotovelo etc.
As questões ocupacionais são comparadas a um iceberg, no qual a parte visí-
vel representa aquelas situações quantificáveis que a equipe de saúde ocupacio-
nal pode registrar e controlar por um censo interno entre os trabalhadores.

Afastamentos previdenciários

Afastamentos
Queixas no ambulatório

Queixas de dor ao trabalhar

Atos inadequados e risco de acidentes


devido às condições não ergonômicas

Fadiga excessiva

Dificuldade importante e permanente


Denis Pacher (2012)

Desconforto importante e permanente


George Doyle

Figura 34 - Iceberg da ergonomia


Fonte: Adaptado de Couto (2007)
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
102

Alguns sinais de alarme de doenças podem observados, tais como os listados


na figura a seguir:

Erros cometidos,
Baixa produtividade
Queixas de dor, Mudanças de e Qualidade,
Fisiológicos
Patologias comportamento Incidentes de trabalho
(máquina parada),
Acidentes de trabalho
Irritação,
Tensão, Percepção negativa

Denis Pacher (2012)


Ansiedade, dos trabalhores
Absenteísmo, No trabalho Subjetivos (noção de conforto
Afastamentos e desconforto)
em geral

Figura 35 - Sinais de alarme de doenças relacionadas à atividade profissional

O projeto para um posto de trabalho faz parte de um planejamento das ins-


talações produtivas, ou seja, do leiaute de fábricas e escritórios. Para que o posto
de trabalho seja reprojetado, muitas vezes, o Ergonomista trabalha para avaliar a
questão de conforto e saúde do trabalhador, como fadigas físicas, visuais, men-
tais, dores localizadas, ruído, poeiras, vibrações, calor etc.
Veja um exemplo de análise de posto de trabalho nas figuras a seguir.

CERTO! CERTO!
Pause
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Screen Lock Break Lock Lock Lock

_
* _
" ! @ # $ % ¨ & * ( ) + } Page Num
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Tab Q W E R T Y U I O P ` {
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7] 8 9 +
´ ª Down

Caps Lock A S D F G H J K L Ç ^ ? 4 5 6

\ Z X C V B N M
< >
~

Shift
/ °

turbo 1 2 3
Denis Pacher (2012)
Ctrl Alt Espaço/Space Alt Gr Ctrl 0 , Enter

Figura 36 - Postura correta das mãos

ERRADO
ERRADO

ERRADO
ERRADO
Denis Pacher (2012)

Figura 37 - Postura incorreta das mãos


8 ergonomia
103

Para IIDA (2005, p. 223):

de acordo com os princípios ergonômicos, as máquinas são


consideradas como prolongamento do homem. Uma boa
adaptação homem-máquina contribui para reduzir os erros,
fadiga e acidentes. A monotonia do trabalho repetitivo reduz a
vigilância e tende a provocar erros e acidentes.

Vários acidentes costumam ser atribuídos ao erro humano ou ao fator huma-


no. Para que a desatenção ou negligência resulte em acidente, houve uma série
de decisões anteriores que criaram as condições para que isso acontecesse. Con-
fira uma lista com algumas das patologias reconhecidas como tendo nexo causal
com algumas atividades no trabalho.
a) bursite olecraniana (cotovelo);
b) dedo em gatilho;
c) epicondilites do cotovelo;
d) síndrome do canal cubital;
e) síndrome do canal de guyon;
f) tenossinovite dos extensores dos dedos;
g) síndrome do desfiladeiro torácico;
h) cervicobraquialgia;
i) síndrome do túnel do carpo;
j) tendinite da porção longa do bíceps;
k) tendinite do supra – espinhoso;
l) tenossinovite de quervain.

Veja, no quadro a seguir, as consequências resultantes de posturas erradas.

Consequências Posturas associadas

De pé, parado, com pouca movimentação.


Varizes
Sentado sem apoio para os pés.

Cansaço na panturrilha De pé, parado (ou com pouca movimentação).

Levantamento, movimentação e carregamento de cargas pesadas e/ou


em posturas forçadas.
Lombalgias
Tronco encurvado ou torcido.
Sentado em posição estática (sem possibilidade de apoiar o tronco).

Dorsalgias Trabalhos sentados em geral.


SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
104

Levantamento, manuseio e carregamento de cargas muito pesadas.


Degeneração dos discos Alta frequência de esforços de levantamento, movimentação e carrega-
da coluna vertebral mento.
Tronco encurvado de forma permanente seja sentado ou de pé.
Fraqueza muscular Trabalho sedentário.
Fadiga Posturas críticas.
Bursites e calos ósseos Abdução dos braços.

Situações comuns de escritório que envolvem trabalho com


Tensão nos músculos do computador.
pescoço Postos de trabalho que envolvam alta precisão e exatidão de
movimentos.

Dor muscular em membros Subir e descer escadas com frequência (acentuado quando é feito trans-
inferiores e joelhos portando peso).

Quadro 7 - Consequências e posturas associadas


Fonte: Adaptado de Couto (2007)

Segundo Couto (2007), existem algumas regras básicas de ergonomia na orga-


nização do trabalho. Confira!
a) Prever espaços mínimos compatíveis com as necessidades das pessoas, se-
gundo o tipo de serviço;
b) Evitar grandes distâncias entre pessoas, mesmo que exista espaço sobrando;
c) Reduzir, ao mínimo, a movimentação de pessoas;
d) Ajustar, ao máximo, o posicionamento de acordo com o grau de interde-
pendência do trabalho;
e) Ao planejar o leiaute do espaço onde pessoas irão trabalhar, deve-se ter em
mente as três dimensões: altura, distância mínima latero-lateral e distância
mínima para que todas caibam adequadamente;
f) Planejar o espaço de modo a evitar que o corpo humano atinja partes de
máquinas ao se movimentar, e vice-versa (ex: quinas de móveis);
g) Posicionar os postos de trabalho com alto empenho visual de forma que
fique o mais próximo possível da luz natural;
h) Estudar a posição do Sol e sua variação ao longo do dia, de tal forma que luz
direta não atinja nenhum posto de trabalho;
i) Manter sempre as áreas industriais bem demarcadas, de forma a preservar a
organização e respeitar os limites estabelecidos.

Como você pode notar, a análise de um posto de trabalho para adequação


ergonômica deve ser feita levando em consideração todos os aspectos ligados à
8 ergonomia
105

postura, ao tipo e à quantidade de esforço físico, ao índice de erros e à ocorrência


de acidentes.
Para que você saiba quais procedimentos adotar para se fazer uma adequação
ergonômica, a seguir será apresentado um exemplo de roteiro para análise ergo-
nômica do posto de trabalho, contudo este roteiro pode ser alterado conforme as
condições e necessidade do posto analisado.
a) Análise da demanda
a) justificativa da análise;
b) objetivo da análise;
c) descrição do sistema/subsistema/posto de trabalho;
d) nome do sistema do qual o posto de trabalho faz parte;
e) nome do subsistema do qual o posto faz parte;
f) nome do posto de trabalho;
g) representação esquemática do sistema/subsistema/posto;
h) identificação das fronteiras do posto de trabalho;
i) análise da importância relativa do posto de trabalho.

b) Análise da tarefa
a) descrição detalhada da tarefa;
b) descrição detalhada do posto de trabalho;
c) descrição detalhada do trabalhador;
d) definição dos objetivos das operações;
e) análise das alternativas para atingir os objetivos;
f) teste das alternativas e seleção da que melhor atenda aos objetivos;
g) determinação do método padrão (efetivo);
h) determinação dos tempos do método padrão.

c) Análise das relações Homem x Máquina


a) descrição detalhada das ações;
b) análise da probabilidade de erro na transmissão das informações;
c) análise da eficácia informação-decisão-ação-controle-efeito.

d) Diagnóstico ergonômico: descrição detalhada dos problemas encontrados


a) fatores humanos;
b) fatores ambientais;
SAÚDE E SEGURANÇA dO TRABALHO
106

c) fatores de transmissão de informações (eficiência);


d) fatores organizacionais (operacionalidade/leiaute);
e) incidentes críticos.

e) Recomendações ergonômicas
a) recomendações para redução das exigências biomecânicas;
b) recomendações para melhoria da postura;
c) recomendações para melhoria na compatibilização do trabalhador com
o entorno;
d) recomendações para melhoria na transmissão de informações;
e) recomendações para melhoria organizacional.

f) Análise das melhorias proporcionadas pelas recomendações ergonômicas


a) análise dos fatores humanos;
b) análise dos fatores ambientais;
c) análise dos fatores de transmissão de informações;
d) análise dos fatores organizacionais;
e) análise da redução de incidentes.

O roteiro apresentado é apenas um exemplo e pode servir como cheklist para


análises rápidas. Análises mais completas e aprofundadas não podem deixar de
considerar os fatores psicológicos do trabalhador (reconhecimento, motivação,
relacionamento social) e aspectos como a questão salarial, a estabilidade no em-
prego, entre outros.

Atualmente, não basta somente a empresa contra-


tar uma pessoa ou empresa que identifique os riscos
FIQUE presentes no ambiente de trabalho, é preciso de um
profissional que desenvolva trabalhos em ergonomia e
ALERTA aplique conceitos de gestão em suas análises de risco:
identificando, eliminando (ou controlando), priorizando,
avaliando e validando seus trabalhos.

Você notou que o profissional de Ergonomia não pode se limitar a apenas um


aspecto de análise? Ele deve ser capaz de identificar os riscos, corrigi-los e agir
preventivamente para que novos problemas ergonômicos voltem a acontecer.

SAIBA Se você se interessar em adquirir mais conhecimento so-


bre Ergonomia, poderá acessar o site da Niosh, disponível
MAIS em:<http://www.cdc.gov/niosh/topics/ergonomics/>.
8 ergonomia
107

Recapitulando

Com esse capítulo, chegamos ao fim de nossos estudos. Vamos relembrar


o que vimos?
Primeiramente, vimos a definição, um breve histórico de seu surgimento
e os objetivos da ergonomia. Aprofundando nosso estudo sobre o tema,
conhecemos as ciências que contribuem para a sua construção, visto
que é uma ciência multidisciplinar, alguns pontos em que o ergonomista
deve focar seu trabalho, bem como alguns exemplos de lesões e doen-
ças provocadas pela falta de um planejamento ergonômico, impactando
negativamente a saúde do trabalhador e a boa produtividade da organi-
zação. Por fim, conhecemos um modelo que podemos aplicar em uma
análise ergonômica.
Dessa forma, finalizamos a nossa Unidade Curricular. É necessário enfati-
zar que este é só o ponto de partida. Pesquise e aprofunde cada vez mais
os seus conhecimentos em Segurança do Trabalho! Esperamos que o seu
estudo tenha sido proveitoso e enriquecedor.
palavras do autor

Encerramos aqui a nossa unidade curricular de Saúde e Segurança no Trabalho e desejamos que
os conceitos adquiridos ou relembrados sejam norteadores de sua função de educar.
Ensinar para a área de Saúde, Segurança e Higiene no Trabalho exige dedicação e constante atu-
alização. Vale lembrar que, para ser um agente prevencionista, é preciso zelar pela saúde e segu-
rança do trabalhador e buscar a conscientização de todos os envolvidos.
O docente tem papel fundamental na formação dos profissionais do futuro e é por meio destes
que poderemos ver um Brasil melhor, buscando seus direitos sem esquecer de seus deveres, não
é mesmo?
Aproveite esta oportunidade de aprimorar seus conhecimentos e seja um divulgador de concei-
tos prevencionistas, formando profissionais capazes de tornar o ambiente de trabalho salubre
e digno de se trabalhar. Implante conceitos positivos em seus alunos, fazendo com que eles se
engajem na busca da segurança e higiene no trabalho, sempre agindo de modo consciente e
responsável.
Bom trabalho!
Juliana C. Hobi Schmitt
REFERÊNCIAS

ABERGO. O que é Ergonomia. Disponível em: <http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_


que_e_ergonomia>. Acesso em: 20 abr. 2012.
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MINICURRÍCULO DA AUTORA

Juliana Carla Hobi Schmitt é graduada em Química com habilitação em Bacharelado e Licencia-
tura pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e especialista em Higiene Ocupacional
pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo). Tem formação em ensino continuado
na área de Segurança do Trabalho adquirida com a participação em cursos de Proteção Auditiva,
Proteção Respiratória, Legislação Trabalhista, Sistema de Gestão de Saúde e Segurança (OHSAS
18000), Perfil Profissiográfico Previdenciário, Normas Regulamentadoras, Brigada de Incêndio,
GHS, dentre outros. Atua na área de Saúde, Segurança e Higiene do Trabalho desde 2003 em
empresas metalúrgicas e siderúrgicas, coordenando programas de prevenção à saúde e seguran-
ça no trabalho, gerenciando produtos químicos, ministrando treinamentos, realizando análises
toxicológicas e análises de ambiente industrial, implantando EPIs e EPCs, além de auxiliar tecnica-
mente em causas trabalhistas. Atua na área de Educação para Ensino Médio em Química e nível
Técnico para Segurança no Trabalho desde 2002.
Índice

A
Afecção 64
Amplitude 13, 14, 99
Atmosfera 84

B
Balão de Erlenmeyer 66

E
Ergonômico 54, 55, 56
Esmerilhamento 84, 85

I
Iluminância 68, 69
Insalubridade 70, 71

N
Nervos periféricos 64
Normatizado 14, 15

P
Proatividade 14, 39, 49, 89
Purgar 84

S
Sinistro 50

T
Talabarte 92
Tripé 66
Tutela 14, 15
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Maria Eliane Franco Monteiro


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

Franciela Salete Santin


Coordenação do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional

Rodrigo Machado Prado


Coordenação do Núcleo de Desenvolvimento

Morgana Machado Tezza


Coordenação do Projeto

Juliana C. Hobi Schmitt


Elaboração

Juliana C. Hobi Schmitt


Revisão Técnica

FabriCO

Design Educacional

Revisão Ortográfica, Gramatical e Normativa

Ilustrações

Tratamento de Imagens
Normalização

Diagramação

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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