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PLANEJAMENTO
E GESTÃO DA
PRODUÇÃO
SÉRIE CONSTRUÇÃO CIVIL
PLANEJAMENTO
E GESTÃO DA
PRODUÇÃO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
PLANEJAMENTO
E GESTÃO DA
PRODUÇÃO
© 2013. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-
nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por
escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe da Área de Construção Civil e do Núcleo de Educa-
ção à Distância do SENAI da Bahia com a coordenação do SENAI Departamento Nacional para
ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais.
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Lista de ilustrações
Figura 1 - Etapas de planejamento e gestão...........................................................................................................18
Figura 2 - O controle como garantia de eficiência e eficácia............................................................................26
Figura 3 - Relação de custos diretos e indiretos.....................................................................................................26
Figura 4 - Organograma mão de obra indireta......................................................................................................27
Figura 5 - Fluxo de processo lean construction.......................................................................................................28
Figura 6 - Diretrizes da filosofia just in time..............................................................................................................29
Figura 7 - Princípios lean thinking...............................................................................................................................30
Figura 8 - Situação onde se eliminou a atividade que não agrega valor......................................................33
Figura 9 - Definição de tempo de ciclo.....................................................................................................................34
Figura 10 - Estrutura pré-moldada.............................................................................................................................35
Figura 11 - Uso de gesso acartonado........................................................................................................................35
Figura 12 - Controle de célula de produção............................................................................................................37
Figura 13 - Boas práticas.................................................................................................................................................38
Figura 14 - Roteiro de planejamento.........................................................................................................................43
Figura 15 - Exemplo de EAP..........................................................................................................................................44
Figura 16 - Exemplo de mapa conceitual ................................................................................................................45
Figura 17 - PDCA...............................................................................................................................................................46
Figura 18 - Predecessora e sucessora.........................................................................................................................49
Figura 19 - Caminho crítico...........................................................................................................................................50
Figura 20 - Treinamento da equipe de obra............................................................................................................57
Figura 21 - Triagem de resíduos em obras...............................................................................................................58
Figura 22 - Destinação de resíduos............................................................................................................................58
Figura 23 - Divulgação do programa de gestão de resíduos da construção civil......................................59
Figura 24 - Cultura produtiva........................................................................................................................................64
Figura 25 - Sequenciamento de atividades.............................................................................................................65
Figura 26 - Gestão de contratos...................................................................................................................................67
Figura 27 - Jovem Aprendiz -SENAI-RJ......................................................................................................................73
Figura 28 - Profissões da construção civil.................................................................................................................74
Figura 29 - Padronização após implantação da RUP............................................................................................77
Figura 30 - Mulher na construção civil......................................................................................................................79
Figura 31 - Processo para a avaliação........................................................................................................................80
Figura 32 - Planilha para coleta de dados Hxh.......................................................................................................81
Figura 33 - Planilha para a coleta de dados de serviços.....................................................................................82
Figura 34 - Passo a passo do benchmarking............................................................................................................88
Figura 35 - Kanban de logística....................................................................................................................................89
Figura 36 - Cartão do Kanban.......................................................................................................................................90
Figura 37 - Hierarquia do PGP......................................................................................................................................95
Figura 38 - Questões do planejamento tático........................................................................................................96
Figura 39 - Hierarquia do PGP......................................................................................................................................97
Figura 40 - Prazos do planejamento..........................................................................................................................97
Figura 41 - Ciclo do PLP............................................................................................................................................... 101
Figura 42 - Cronograma de obras............................................................................................................................ 103
Figura 43 - Ciclo do PMP.............................................................................................................................................. 108
Figura 44 - Análise de restrições............................................................................................................................... 116
Figura 45 - Gráfico PPC................................................................................................................................................. 117
Figura 46 - Planilha de planejamento de curto prazo...................................................................................... 118
Figura 47 - Planilha de composição da curva ABC............................................................................................. 123
Figura 48 - Curva ABC................................................................................................................................................... 124
Figura 49 - Histograma de mão de obra................................................................................................................ 125
Figura 50 - Fatores de desempenho de produção............................................................................................. 131
Figura 51 - Etapas do acompanhamento de obras............................................................................................ 136
Figura 52 - Relatório diário de obras....................................................................................................................... 137
Figura 53 - Software de obras.................................................................................................................................... 141
Figura 54 - Autocad....................................................................................................................................................... 142
Figura 55 - MS PROJECT............................................................................................................................................... 143
Figura 56 - Pleo............................................................................................................................................................... 144
Figura 57 - Módulos do Sienge e seus sistemas.................................................................................................. 145
Figura 58 - Módulos Volare......................................................................................................................................... 146
Figura 59 - Módulos Versato....................................................................................................................................... 147
Figura 60 - Software Primavera ................................................................................................................................ 148
Figura 61 - Software BIM.............................................................................................................................................. 149
6 Organização do trabalho.............................................................................................................................................63
6.1 Planejamento das atividades...................................................................................................................64
6.2 Controle de contratos.................................................................................................................................66
6.3 Controle da produção.................................................................................................................................67
7 Equipes de trabalho.......................................................................................................................................................73
7.1 Dimensionamento ......................................................................................................................................75
7.2 Perfil dos profissionais................................................................................................................................78
7.3 Avaliação do desempenho.......................................................................................................................79
7.3.1 Definição dos Requisitos da Avaliação...............................................................................80
7.3.2 Busca das Informações para Avaliação..............................................................................81
7.3.3 Processamento da Avaliação.................................................................................................82
7.3.4 Descrição dos resultados........................................................................................................83
7.3.5 Análise das informações obtidas..........................................................................................83
Referências
Minicurrículo da autora
Índice
Introdução
Anotações:
Conceitos básicos
de gestão da produção
Nos últimos anos, o consumidor tem determinado a economia da construção civil de forma
exigente. Problemas como custo elevado e falta de qualidade dos produtos têm chamado a
atenção dos empresários da indústria da construção civil para o planejamento e gestão dos
serviços. Por isso, mudanças estruturais se tornaram necessárias para se atender as exigências
mercadológicas. Em meio a toda essa movimentação voltada para área de planejamento, des-
tacamos alguns motivos que revelam sua importância:
a) definir todos os serviços necessários para elaboração do produto final determina a fun-
ção de cada participante, facilita o planejamento e gestão das parcelas das atividades;
b) facilitar a compreensão dos objetivos do empreendimento, aumenta a probabilidade de
alcançá-los;
c) determinar um padrão como referência para as etapas de trabalhos;
d) aumentar a velocidade de retorno das tomadas de decisão;
e) monitorar, avaliar e controlar de perto cada atividade executada na obra.
Em resumo, nota-se que o processo de planejamento e gestão da produção é extremamen-
te importante para um bom desempenho da empresa de construção e que normalmente não
é conduzido de modo a explorar todas as suas potencialidades. Mas, após essa leitura, conse-
guimos definir o que é planejamento e gestão da produção.
Planejamento é um processo de tomada de decisões que tem como resultado um conjunto
de atividades necessárias para transformar o projeto inicial em projeto concluído da forma
desejada.
Entretanto, esse conceito não abrange a parte de controle, que pode ser definida como:
processo de supervisão exercido pelo líder, e verificação de resultados dos serviços executados
pelos trabalhadores. Portanto, o controle abrange as ações corretivas e preventivas no am-
biente de trabalho. Assim, o processo de planejamento e gestão é realizado em cinco básicas
etapas, conforme a figura a seguir:
PLANEJAMENTO E GESTÃO DA PRODUÇÃO
18
Coleta de Distribuição da
Informações Informação
AÇÃO
CASOS E RELATOS
Bruna acaba de descobrir que está grávida, então decide fazer uma surpre-
sa para seu marido que está em viagem por longos dias.
Por não saber o sexo do bebê, decide reformar o quarto de hóspedes todo
em branco e amarelo. Como não tinha muito tempo, decide contratar Seu
José, um pedreiro completo. A reforma estava programada para durar um
mês, sendo pago R$ 85,00 pela diária.
O que Bruna não contava era que Seu José faria corpo mole para entregar o
quarto pronto, mais tempo de serviço mais dinheiro no bolso, pensou Seu
José. Passaram-se 28 dias, e o quarto não estava nem perto de ficar pronto.
Na semana em que seu marido chegaria, Bruna decide contratar mais fun-
cionários para concluir o serviço, e para isso paga R$ 100,00 a diária aos
novos funcionários. O quarto ficou lindo e quando o marido de Bruna retor-
nou da viagem ficou maravilhado com a notícia, mas surpresa mesmo foi
ver o valor gasto na reforma do quarto.
A falta de planejamento de Bruna tornou a reforma muito cara, e o que era
pra ser só alegria teve um gostinho amargo de desperdício.
PLANEJAMENTO E GESTÃO DA PRODUÇÃO
22
RECAPITULANDO
Neste capítulo, falamos sobre alguns conceitos básicos para gerir a produ-
ção. Citamos os principais motivos para se aprimorar na área de planeja-
mento: facilitar a compreensão dos objetivos do empreendimento e, com
isso, aumentar a probabilidade de alcançá-los; definir todos os serviços ne-
cessários para elaboração do produto final e, com isso, determinar a função
de cada participante, o que facilita o planejamento e gestão das parcelas de
atividades, entre outras vantagens.
Aprofundamos também nossos conhecimentos nas cinco etapas básicas
para a realização do processo de planejamento e gestão, que são:
a) planejamento do processo de planejamento;
b) coleta de informações;
c) preparação de planos;
d) difusão da informação;
e) avaliação do processo de planejamento.
2 CONCEITOS BÁSICOS DE GESTÃO DA PRODUÇÃO
23
Anotações:
Importância do planejamento
e gestão da obra
Você já se perguntou por que é importante planejar? Destacamos alguns bons motivos para
sempre planejarmos bem nossa obra:
a) eliminação de problemas relacionados à incidência de perdas e baixa produtividade;
b) aumento da transparência dos processos (possibilidade de visualização);
c) melhoria da comunicação entre níveis gerenciais e diferentes intervenientes;
d) proteção da produção contra a incerteza e a variabilidade.
Para uma obra atingir o seu principal objetivo, entregar o produto no prazo, com qualidade
e dentro do preço praticado pelo mercado, deve-se investir e se concentrar no Planejamento
e Gestão da Produção (PGP).
Partindo deste conceito, o setor de planejamento irá dimensionar corretamente os índices
de produção em concordância com o custo e o prazo previsto. Caso contrário, a obra se sub-
mete ao risco de quantificar erroneamente a mão de obra e materiais, podendo ocasionar
atrasos, interrupções na produção e custos adicionais.
Sendo assim, pode-se considerar o PGP como um elemento central na estrutura adminis-
trativa de uma obra.
Um das principais dificuldades de administrar o PGP é o relacionamento entre setores e
pessoas. Em um momento, os funcionários querem mudar o fluxo para dar velocidade ao ser-
viço, de outro lado, a logística estuda o processo global e percebe que essa mudança pode
atrapalhar outro setor. O PGP apresenta-se neste momento para ponderar todos os interesses
envolvidos entre o setor administrativo e o de produção.
Em nosso estudo, a palavra planejamento está bem definida, mas o item controle está claro
para você, futuro técnico?
Controlar é exercer monitoria dos processos previamente planejados, vistoriar, fiscalizar e
avaliar as etapas produtivas para atualizar as situações decorrentes. Assim, o fluxo do controle
de produção deve ser constante e rotineiro para que se possa garantir a eficiência e eficácia da
obra conforme os padrões esquemáticos advindos do setor de planejamento. Perceba que a
produção, o controle e o planejamento estão a todo momento estreitamente vinculados, veja
na figura a seguir:
PLANEJAMENTO E GESTÃO DA PRODUÇÃO
26
Planejamento da
produção + Controle da
produção
Eficiência
Produto
Execução da produção ou
Eficácia Serviço
CUSTO TOTAL
Custo direto Custo indireto
Entre os diversos tipos de custos existentes, os que a construção civil mais uti-
liza são os custos diretos e indiretos, expostos na Figura 3. Os custos diretos são,
em geral, oriundos da aquisição de suprimentos para a obra, mão de obra para a
produção, equipamentos, máquinas, entre outros. Esses custos dependem dire-
tamente da quantidade de serviço a ser executada na obra. Já os custos indiretos,
3 IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO E GESTÃO DA OBRA
27
Engenheiro de
produção Compradores
Encarregado
compras
Almoxarifes
Engenheiro Técnicos
Estagiários
planejamento planejamento
Gerente de contrato
Técnicos segurança
Engenheiro
segurança
Técnicos qualidade
Auxiliar adm
Encarregado
administrativo
Auxiliar DP Apontador
Retrabalho
Rejeito
Esse pensamento aparece como uma das inovações, uma alternativa com vi-
sões empreendedoras, pois trata-se de uma filosofia de produção baseada em
outras duas:
-- Lean Production (Produção Enxuta) - desenvolvida com o Sistema
Toyota de Produção;
-- Lean Thinking (Mentalidade Enxuta) - traz conceitos de fluxo e
geração de valor, presente no pensamento enxuto.
O termo Lean Production foi desenvolvido por John Krafcik do International
Motor Vehide Program – Programa Internacional de Veículos Automotores (IMVP) .
Entende-se pela expressão “enxuta”, minimizar as quantidades de processos e
desperdícios. A principal ideia do STP é a eliminação de estoque e outros resíduos
através de muitas e pequenas produções. O STP procura reduzir o tempo de pre-
paração, a utilização de máquinas semiautônomas e ampliar a cooperação com
os fornecedores entre outras ações, por isso recebe também o nome de Produção
com Estoque Zero, (CORIAT, 1994).
3 IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO E GESTÃO DA OBRA
29
Just in Time
Os 5 Princípios
Fluxo de Fluxo
valor Lean contínuo
Thinking
Produção
Perfeição puxada
Valor
Após essa caminhada pelos pensamentos que deram origem ao Lean Cons-
truction, percebemos que sua filosofia tem objetivo de mudar radicalmente o
modo de planejar, gerir e executar uma obra.
3 IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO E GESTÃO DA OBRA
31
Neste momento, identificam-se quais são as necessidades dos clientes que de-
vem ser consideradas no projeto do produto e na gestão da produção. Para êxito,
neste princípio, deve-se mapear o processo do início até a entrega do produto. É
preciso identificar sistematicamente o perfil para se compreender as necessida-
des dos clientes e os requisitos para atendê-los com qualidade.
Exemplo: Pesquisa de mercado com os compradores potenciais ou avaliação
pós-ocupação das edificações entregues.
Transporte
+ Espera
+ Processamento
+ Inspeção = Tempo de
Ciclo
Segundo Formoso (2009), a redução deste tempo total traz os seguintes be-
nefícios:
a) entrega mais rápida ao cliente;
b) a gestão dos processos são mais fácil;
c) o efeito de aprendizagem tende a aumentar;
d) a estimativa de uma futura demanda é mais precisa;
e) o sistema de produção torna-se menos vulnerável.
1 Terça
2 Viga
3 Pilares
4 Lajes
5 Fundações
Q ACOMPANHAMENTO DAS
CÉLULAS DE PRODUÇÃO
Última atualização
/ /
Qually
29º nível
28º nível
27º nível
26º nível
25º nível
24º nível
23º nível
22º nível
21º nível
20º nível
19º nível
18º nível
17º nível
16º nível
15º nível
14º nível
13º nível
12º nível
11º nível
10º nível
9º nível
8º nível
7º nível
6º nível
5º nível
4º nível
3º nível
2º nível
Térreo
2º subsolo
1º subsolo
BOAS PRÁTICAS
Koskela (1992) também diz que as melhorias de fluxo e conversão estão in-
timamente relacionadas, uma vez que melhores fluxos requerem menor capa-
cidade de conversão e, portanto, menores investimentos em equipamentos.
Consequentemente, fluxos mais controlados facilitam a implementação de no-
vas tecnologias na conversão e elas podem acarretar em menor variabilidade
convertendo-se em benefícios para o fluxo. Deste modo, é necessário que exista
um equilíbrio entre ambas. Esse princípio deve ser observado durante a etapa de
projeto, além disso, durante a formulação dos planos de ataque de forma a facili-
tar a sua implementação.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Esse capítulo foi bem produtivo, não acham? Vimos muitas questões im-
portantes para a área de planejamento. Aprendemos a importância do
Planejamento na Construção Civil, relatamos alguns bons motivos para se
praticar “o planejar”. Estudamos sobre as definições das palavras “planejar”
e “controlar” dentro do sistema PGP. Expandimos nossos conhecimentos
sobre a definição de custos diretos e indiretos nas obras, além de esclarecer
um organograma referente aos componentes da mão de obra, que inter-
fere diretamente nos custos indiretos. Vimos também os conceitos básicos
do Lean Construction, uma filosofia voltada para o não desperdício e otimi-
zação de recursos, por consequência, explanamos os onze princípios que
norteiam essa nova filosofia.
3 IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO E GESTÃO DA OBRA
41
Anotações:
Condições prévias para
elaboração do planejamento
As etapas para elaboração de um planejamento de obra não são bem definidas, o que difi-
culta a elaboração de uma didática eficiente para a determinação deste processo. Outra bar-
reira é a forma como cada empresa administra seu modo de planejar. Cada construtora possui
sua “fórmula mágica” de se planejar e costuma não revelar esses conhecimentos para garantir
o seu diferencial em relação às demais empresas do mesmo ramo. Neste momento, a tecnolo-
gia trabalha a favor deste destaque mercadológico. Vamos entender melhor?
Cada empreendedora da construção tem seu padrão de executar uma obra, cada profis-
sional possui uma metodologia particular de planejar, a soma destas parcelas resulta em um
produto melhor ou pior, tomando-se outras empresas como referência. Assim, a competição
entra em movimento dentro das necessidades dos clientes. Portanto, vamos definir algumas
condições prévias que devem ser observadas antes de se iniciar o planejamento, sabendo que
a ordem ou algum detalhe pode variar de uma empresa para outra. Falando em prévias de
planejamento, os processos estudados aqui serão como uma receita de bolo. Todos os empre-
endimentos necessitam destes itens em seu planejamento. O objetivo aqui é que você, aluno,
entenda a elaboração gradual do planejamento e que à medida que execute o planejado os
itens fiquem mais claros.
O roteiro apresentado a seguir será detalhado em nosso livro para fixar nosso conhecimen-
to.
Alvenaria
Paredes Revestimento
Escavação Pintura
Sapatas
Infraestrutura Casa Superestrutura
Cobertura Madeiramento
Telha
Instalações Inst. Elétrica
Inst. Hidráulicas
C D
4. Verificar o atingimento da meta 3. Conduzir a execução do plano
4.2.1 PLANEJAR
4.2.2 DESEMPENHAR
4.2.3 CHECAR
4.2.4 AGIR
es sora
Predec
ta gem
Concre
u ra
Armad
Forma
ora
Sucess
Como já vimos, este caminho deve ser bem detalhado e estudado para que
não haja erros nos planos. Para criação do caminho crítico precisamos determinar
o início e o fim deste ciclo. A duração desse processo é a soma das atividades
descritas nele. A tabela a seguir mostra um exemplo de como calculamos a dura-
ção do caminho crítico. Onde cada serviço é representado por letras, vinculado a
duração de cada um deles, disposto em semanas respectivamente.
INÍCIO 0
A 2
B 4
C 10
D 6 E 4 I 7
5
F
6
G J
7
K 4 L 5
H 9
M 2 N 6
FIM 0
É a data mais otimista para se concluir uma atividade. Primeira data para fecha-
mento deste ciclo. Assim sendo:
TMC = IMC + D (onde D é a duração estimada)
críticas. Por consequência, após a folga, as sucessoras passam a ter folga zero, ou
seja, passam a ser críticas.
FT = TMT – IMT
Folga Livre (FL) – é a folga que também não afeta o prazo final, porém, não
atinge as atividades sucessoras, sendo esta crítica ou não.
FL = IMCSUCESSORA – TMCPREDECESSORA
Quanto ao cronograma de obras, iremos aprofundar nossos estudos no ca-
pítulo 10, quando explanarmos o planejamento em longo prazo. Por enquanto,
vamos apenas saber do que se trata este termo, tão frequente em nosso livro ou
em outros.
Cronograma é a apresentação gráfica dos serviços e datas de execução, ou
seja, determinação da sequência de acontecimentos na obra, conforme plane-
jamento. Com base nessas informações, a gerência pode programar as contrata-
ções de mão de obra, material e equipamentos.
CASOS E RELATOS
Márcio era o técnico de edificações de uma obra em São Paulo. Ele super-
visionava as atividades no campo e acompanhava o planejamento para
seguir o cronograma da obra. Ao verificar que a concretagem da periferia
estava programada para o mês seguinte, Márcio avaliou a quantidade de
material e mão de obra para execução deste serviço. Como a areia e a brita
existente na obra não seriam suficientes para produção do concreto, ele so-
licitou a compra de mais material e a contratação de mais ajudantes. O RH
atendeu a solicitação e contratou mais funcionários, assim como o setor de
compras também concluiu a solicitação. O que Márcio não esperava é que
o cronograma estivesse errado, pois a duração dos serviços precedentes à
concretagem da periferia estavam errados. A concretagem estava marca-
da para três meses depois. Aparentemente não seria problema, mas ele foi
chamado para tomar ciência das consequências: a folha da obra aumentou
bruscamente devido a contratação desnecessária, a alimentação aumen-
tou por possuir mais funcionários, o quadro de técnicos de segurança do
trabalho teve que aumentar, pois esta quantidade é em função do número
de colaboradores existentes na obra, sem falar nos materiais. Como a con-
cretagem estava marcada para três meses depois, não havia espaço físico
para guardar a areia e a brita comprada, muito provavelmente parte desse
4 CONDIÇÕES PRÉVIAS PARA ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO
53
RECAPITULANDO
a) NBR 15112:2004;
b) NBR 15113:2004;
c) NBR 15114:2004;
d) NBR 15115:2004;
e) NBR 15116:2004.
Para entendermos este programa, verificamos as classificações dos RCC (Resí-
duos da Construção Civil).
a) classe A: agregados reciclados: concreto e alvenaria, por exemplo;
b) classe B: reciclados ou encaminhados a armazenamento temporário: plás-
tico, papéis e metais, por exemplo;
c) classe C: destinados em conformidade com normas específicas: gesso, por
exemplo;
d) classe D: destinados em conformidades específicas, perigosos: tintas, sol-
ventes e industriais, por exemplo.
Mas você deve pensar que esse programa deve dar muito trabalho. Porém,
verificaremos os principais benefícios ao se usar este programa:
a) canteiro organizado e limpo;
b) reaproveitamento dos resíduos previamente triados;
c) diminuição dos resíduos na obra;
d) retorno financeiro dos resíduos recicláveis não utilizados na obra;
e) preservação do espaço operacional entre outros.
5 PROGRAMAÇÃO DA GESTÃO DOS RESÍDUOS
57
Para que possamos entender melhor este processo em nosso curso e, a partir
disso, vincularmos a importância deste sistema de gestão em nossas obras, as
principais etapas para a instalação de um programa deste porte serão descritas a
seguir:
a) treinamento da equipe: para se conscientizar o funcionário da importân-
cia do programa é preciso implantar fiscais em toda a obra. Essa conscienti-
zação fará com que o programa se perpetue;
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Anotações:
Organização do trabalho
Prevenção de
acidentes Respeito ao
meio ambiente
Eliminação das
improdutividades
Cultura produtiva
Segue uma sequência lógica das atividades que são convenientes para nosso
aprendizado:
Ideia
Recolhimento de dados
Ensaios tecnológicos
Análise de resultados
Elaboração de anteprojeto
Projeto executivo
Execução
Gestão de contratos
Empresa
CASOS E RELATOS
Luciana é uma gerente de contratos que foi contratada por uma constru-
tora para trabalhar numa obra do interior do estado onde ela mora. Quan-
do Luciana foi conhecer a obra que iria trabalhar percebeu que não havia
organização e que os setores eram muito misturados: o engenheiro de
produção era o comprador da obra, o que impossibilitava acompanhar de
perto as atividades no campo; e o mestre era o almoxarife, ou seja, muitas
funções para a mesma pessoa. Acabava que ninguém produzia o que de-
veria. Luciana ficou muito preocupada com a situação em que a obra se
encontrava, pois para gerir os contratos, os setores teriam que funcionar de
forma organizada. Para que pudesse dar início ao seu trabalho, Luciana im-
plantou programa de organização do trabalho, onde cada um seria respon-
sável por manter suas atividades organizadas, bem como suas respectivas
documentações. Após isso, para alcançar o objetivo de boa organização,
foi necessário o planejamento das atividades, em seguida o planejamento
e gestão da produção e por fim Luciana pode fazer seu trabalho com a qua-
lidade de sempre, controlar os contratos.
PLANEJAMENTO E GESTÃO DA PRODUÇÃO
70
RECAPITULANDO
Anotações:
Equipes de trabalho
Trabalhar em equipe não é uma tarefa fácil, coordenar a equipe é mais com-
plicado ainda. As pessoas têm pensamentos, costumes e posturas bastante he-
terogêneas. Por conta dessa diversidade, a parte mais difícil é fazer que todos
estejam engajados no mesmo objetivo e que cada componente entenda sua im-
portância dentro do processo. Para isso, o trabalho do líder influencia bastante no
desenvolvimento da equipe. Sua função não é somente dimensionar, especificar
qualificações e avaliar seus funcionários, é também envolvê-los, além de tornar o
ambiente de trabalho propício para a satisfação das equipes.
7.1 DIMENSIONAMENTO
MO = (P x Q)
D
RUP = Hh
Q
Serviço
Avaliação
Figura 31 - Processo para a avaliação
Fonte: SENAI, 2013.
f) contra piso;
g) fachada;
h) limpeza fina.
f) comparação externa;
g) estabilidade;
h) baixo custo;
i) melhoria contínua.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Anotações:
Identificação de necessidades
de aperfeiçoamento
Então, todas as atividades devem ser aperfeiçoadas? Não. Faremos um filtro dos serviços
mais importantes, normalmente as atividades que compõem o caminho crítico, ou seja, ativi-
dades que ao atrasarem, retardam a entrega da obra (estudaremos mais a fundo no próximo
capítulo).
A finalidade do aperfeiçoamento de um serviço é tornar real, prático e conciso, o sonho de
alinhar os processos de maneira otimizada. Ser rápido e ao mesmo tempo alcançar a excelên-
cia em qualidade.
Não existe um processo que não possa ser aperfeiçoado. Uma técnica aplicável de forma
eficaz é o Benchmarking, estudado no capítulo 3. Para realização do Benchmarking, nos atenta-
mos aos cinco passos principais:
PLANEJAMENTO E GESTÃO DA PRODUÇÃO
88
2
Formar uma
1
quipe de
benchmarking
Determinar do
3
que fazer
benchmarking Identificar os
parceiros de
O processo de benchmarking
benchmarking
5Agir
4
Coletar e
analisar as
informações
KANBAN
Pav. HORÁRIO
1o
2o
3o
4o
Neste quadro, eram locados os cartões com a descrição de quais eram os ma-
teriais e a quantidade, conforme figura 36. Assim, a equipe de logística passou a
se programar, no dia anterior, para deixar no pavimento os materiais necessários,
na quantidade certa, na hora certa, sem gerar atrasos nos serviços. Percebam que
o primeiro passo foi identificar a não conformidade, para em seguida buscar me-
lhorias, conforme havíamos comentado no início deste capítulo.
PLANEJAMENTO E GESTÃO DA PRODUÇÃO
90
Kanban de Material
Material:
Bloco cerâmico
Torre/Pavimento:
B/8o
Equipe:
Alvenaria
Tipo:
9x19x29 (cm)
Quantidade:
2 Paletas
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Caros alunos, antes de entender o capítulo, vamos aprender o que é hierarquia. Ao ler essa
palavra, nos vem logo à mente que se trata de algum termo militar. Pois bem, esse termo é
muito utilizado na figura militar por se tratar da relação superior e dependente. No planeja-
mento, é mais ou menos isso, trata-se da ordenação das atividades em categorias para execu-
ção na obra.
As empresas que trabalham com obras precisam se organizar para que o plano de ação e o
campo de obras andem alinhados. Para que essa parceria dê certo estudaremos dois tipos de
hierarquias importantes para o nosso aprendizado.
a) hierarquia dos objetivos;
b) hierarquia do PGP.
PLANEJAMENTO E GESTÃO DA PRODUÇÃO
94
A construtora que busca excelência em seu produto final caracteriza seus ob-
jetivos, mas se tem muitos objetivos precisa organizá-los. Neste sentido, entende-
-se que os objetivos gerais impõem-se aos objetivos específicos. Com base nos
objetivos almejados, a organização entre as estratégias para alcançá-los.
Nível Planejamento
Institucional Estratégico
Nível Planejamento
Intermediário Tático
Nível Planejamento
Operacional Operacional
Esse é sem dúvida o planejamento que abrange toda a obra. Devem ser anali-
sadas todas as atividades a serem executadas, sob seus diversos ângulos. Por ser
o planejamento que se aplica em todas as categorias, deve ser organizado pelo
nível mais alto da hierarquia organizacional, ou seja, pelo nível institucional. Apre-
senta as seguintes características:
a) refere-se ao plano para se alcançar o objetivo global, aos quais todos os de-
mais estão subordinados;
b) é projetado em longo prazo, por isso deve ser bem estudado, já que as con-
sequências serão vistas muito tempo após o início da obra;
c) envolve todos os colaboradores da obra, além dos recursos e áreas de ativi-
dade, e preocupa-se em atingir os objetivos no nível organizacional.
PLANEJAMENTO E GESTÃO DA PRODUÇÃO
96
Nesta etapa, são destacados os meios para se atingir as metas, dentro das ca-
tegorias planejadas, ou seja, trabalha com a decomposição dos objetivos, estra-
tégias e políticas estabelecidas no planejamento estratégico. Desenvolvida pelos
níveis organizacionais (intermediários), tem como finalidade a otimização dos re-
cursos disponíveis para conclusão do objetivo prefixado.
Para estudo deste planejamento, existem algumas questões importantes para
se definir, veja na figura a seguir.
Quem
faz?
Como Vale a
fazer pena
bem? fazer?
O que
fazer?
Dá
Funciona? para
fazer?
Quando
fazer?
Planos Planos
Táticos Operacionais
Fluxo de Caixa
Planejamento
Investimentos
Financeiro
Aplicações
Produção
Alcance dos
Planejamento Planejamento
Manutenção Objetivos
Estratégico da Produção
Departamentais
Abastecimento
Treinamentos
Planejamento
de RH Controle de
Mão de Obra
CASOS E RELATOS
Heitor acaba de ser contratado como encarregado por uma obra em São
Paulo. No primeiro momento foi apresentado ao seu futuro ambiente de
trabalho. Com a sua experiência, Heitor percebe que os serviços estão mis-
turados e pelo cronograma que havia visto na parede da sala do engenhei-
ro, a obra está bastante atrasada. No primeiro momento, Heitor passa quase
2 semanas recebendo treinamento e assistindo palestras sobre a empresa
que o contratou, como já tinha experiência decide ir direto para o campo
tentar organizar a bagunça e não frequenta mais os treinamento, com o
passar do tempo muitos processos foram modificados buscando melhorias
no campo, porém Heitor não acata as mudança pois não vai aos treinamen-
tos e palestras da obra. Seu engenheiro chama para uma conversa e acaba
convencendo Heitor da importância dos treinamentos com base no princí-
pio da comunicação total que acabamos de estudar. Heitor percebeu que
precisa estar informado para que consiga alcançar o objetivo da obra como
um todo e não somente nos serviços que ele era responsável.
RECAPITULANDO
Anotações:
Planejamento de longo prazo
10
1 Coletar informações
9 Comprar/alugar equipamentos
10.1 CRONOGRAMA
Ago
Nov
Dez
Out
Fev
Jan
Set
Id Nome da tarefa Início Fim
Caros alunos, agora vamos abordar as questões mais práticas deste programa,
pois falamos sobre ele no capítulo 4, quando nos referimos às montagens de dia-
gramas de redes. Esse método tem sido empregado em grandes proporções no
mercado da construção civil, pois permite ao responsável da obra aplicar os cinco
princípios básicos da administração da obra, independente da fase em que ela se
encontra:
11
Este é o segundo nível de planejamento ou nível intermediário. É nesta etapa que o fluxo de
trabalho é analisado, visando à redução de parcelas das atividades improdutivas. E neste nível
também que se define o melhor modelo construtivo e por consequência a determinação dos
recursos necessários para execução dos serviços. Vale ressaltar que no planejamento de médio
prazo, o remanejamento do plano é bastante comum, por isso tende a ser um planejamento
móvel, chamado de lookahead planning. Além disso, o lookahead planning revela diversos pro-
pósitos:
a) manipular o fluxo de trabalho da melhor maneira possível para aumentar a produtivida-
de;
b) visualizar a reutilização dos recursos de maneira a atender bem o fluxo de trabalho;
c) auxiliar na identificação de operações que podem ser executadas de maneira conjunta
entre diferentes equipes de produção.
1 Coletar informações
2 Ánálise de Fluxo Físico
3 Preparo do Lookahear Planning
4 Difusão do Lookahear Planning
5 Programação de recursos de classe 02 e 03
6 Difusão da programação de recursos de classe 02 e 03
7 Contratação de Mão de obra
8 Comprar recursos programados
9 Comprar/ Alugar equipamentos
10 Disponibilizar recursos classe 1, 2 e 3
Quadro 1 - Ciclo do PMP
Fonte: SENAI, 2013.
Análise de restrições são atividades gerenciais que, caso não sejam estudadas,
podem atrapalhar a programação dos pacotes de trabalho. Esse processo ocorre
da seguinte maneira: durante o planejamento de médio prazo, são determinados
os serviços e seus pacotes de trabalho. Após essa etapa, é feita a análise das restri-
ções. Quando identificadas as restrições capazes de alterar o fluxo dos serviços, é
estabelecido um prazo para eliminação das mesmas. Neste processo, também se
define um responsável por essa remoção, conforme figura:
Análise de Restrições
Data limite para
LISTA DE Obra: remoção da
FM010-03 Data:
RESTRIÇÕES 15 13/01/12
Eng: Semanas
10/05 28/05
a a OK (S
Nº Descrição da Restrição Responsável Data 16/05 03/06 Problema
ou N)
S13 S14
1 Progamar bomba de concreto Auxiliar 12/5 12/5
2 Contratar empresa para concretagem piso Engenheiro 15/5 15/5
3 Providenciar madeira para a escada Engenheiro 10/6 10/6
4 Comprar tijolo 6 furos Cliente 10/6 10/6
Comprar argamassa ensacada para Cliente
5 acentamento
10/6 10/6
As restrições podem ser classificadas de acordo com a sua data limite para
remoção, conforme o quadro a seguir:
ANTERIOR
Restrições com datas prorrogadas, pois não foram removidas em tempo
hábil.
EXTRA
Restrições de caráter emergencial, pois foi identificada com o prazo
muito curto para remoção.
S1
Restrições com datas limite na primeira semana de planejamento de
médio prazo.
S2
Restrições de data limite na segunda semana de planejamento de
médio prazo.
S3
Restrições com datas limite na terceira semana de planejamento de
médio prazo.
Excedente
Restrições com data de remoção além do planejamento de médio
prazo.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Anotações:
Planejamento de curto prazo
12
Este é o planejamento mais próximo da produção e mais distante das incertezas geradas
pelo planejamento de longo e médio prazo. O cronograma deste nível de planejamento é
normalmente feito por semana e acompanhado diariamente. Também pode ser feito diaria-
mente, em obras onde existem muitas incertezas associadas ao processo de produção, como
por exemplo, em reformas ou obras rápidas. Assim, ao fim de cada ciclo de serviço do plane-
jamento de curto prazo, procede-se o monitoramento das metas globais, cumprindo assim o
planejamento de longa duração.
Com base no relatório, ao final de cada mês, gera-se o PPC. Com o PPC em
mãos, podemos avaliar a qualidade dos planos operacionais, além de avaliarmos
o grau de comprometimento da equipe de trabalho. O PPC é calculado conforme
fórmula descrita a seguir:
Fórmula
PT100%
PPC =
PTtot
Unidade de medida: %
Unidade de pacotes de trabalho
100% concluídos (PT100%)
Número total de pacotes de
trabalho planejados (PTtot)
Figura 44 - Análise de restrições
Fonte: SENAI, 2013.
13 semanas
Gráfico de PPC da Obra A PPC médio = 78%
Média 78%
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
22/03/13 a 28/03/13 a 04/04/13 a 18/04/13 a 25/04/13 a 02/05/13 a 09/05/13 a 16/05/13 a 23/05/13 a 30/05/13 a 06/06/13 a 13/06/13 a 20/06/13 a
27/03/13 03/04/13 10/04/13 24/04/13 01/05/13 08/05/13 15/05/13 22/05/13 29/05/13 05/06/13 12/06/13 19/06/13 26/06/13
Não pense que desenvolver este planejamento é tarefa fácil, alguns requisitos
devem ser observados:
a) os pacotes de trabalho devem estar bem definidos para a determinação da
equipe e quantitativo de material, sendo possível identificar na avaliação se-
manal o que não foi cumprido e por qual motivo;
b) o setor de logística deve atuar da forma eficaz para que todos os requisitos
estejam ao alcance da equipe de trabalho;
c) os pacotes de trabalho devem seguir uma sequência lógica de acompanha-
mento de maneira a não atrapalhar outros serviços e permitir à equipe de
campo abraçar essa ideia;
d) os pacotes de trabalho devem corresponder aos recursos disponíveis, tanto
em material e equipamento quanto em mão de obra, assim não obstrui a
produção;
e) os pacotes que não forem concluídos devem ser analisados para reparação
imediata, aplicando-se a manutenção corretiva, posteriormente a manuten-
ção preventiva.
PLANEJAMENTO E GESTÃO DA PRODUÇÃO
118
Elaborado em:
Alterado em:
20/04/13
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
13
Esta é uma ferramenta que filtra o orçamento em três setores: O setor A, onde
definimos os insumos mais pesados, caros e importantes; o setor B, composto
pelos insumos intermediários; e, por fim, o setor C, onde alocamos os insumos
mais baratos.
PREÇO (R$)
DESCRIÇÃO UNIDADE QTDE
UNITÁRIO TOTAL
Azulejo cerâmico esmal-
m2 41,58 18,08 751,77
tado 15 cm x 15 cm
Servente h 43,76 8,65 378,35
Piso cerâmico esmalta-
m2 11,9 23,36 277,98
do 30 cm x 30 cm
Torneira de pressão
un 1 164,03 164,03
longa para pia
Azulejista h 13,61 12,04 163,85
Ladrilhista h 15,60 10,32 161,00
Pia de aço inox com
un 1 154,33 154,33
cuba simples
Rodapé cerâmico m 15,4 8,51 131,05
Argamassa colante
kg 215,92 0,39 84,21
pré-fabricada
Sifão metálico para pia
un 1 68,43 68,43
americana
Cimento Portland CP
kg 132 0,46 60,06
II-E-32
Pedreiro h 5,4 11,12 60,06
Encanador h 4,9 12,04 59,00
Ajudante de encanador h 4,9 8,71 42,70
Areia média lavada m3 0,4 77,20 31,36
Pedra britada 2 m3 0,37 70,23 25,91
Válvula de escoamento
un 1 19,82 19,82
metálica para pia
Pedra britada 1 m3 0,158 71,07 11,21
Aditivo hidrófugo l 1,32 2,76 3,64
Ajudante de pedreiro h 0,184 8,26 1,52
Fita de vedação para
m 2,07 0,13 0,27
tubos e conexões
Energia elétrica kw 0,275 0,55 0,15
Betoneira, elétrica,
un 0,00003 3.124,00 0,09
capacidade 400 l
Total Geral: 2651,47
Perceba que a classe A, destacada de azul, apresenta poucos itens, porém são
os mais caros, os itens de laranja compõem a classe B, com uma quantidade de
itens consideráveis e valores médios, por fim, de amarelo, a classe C, onde está
alocado o maior número de itens com valores pequenos, quando comparados às
outras classes.
PLANEJAMENTO E GESTÃO DA PRODUÇÃO
124
Você deve estar se perguntando: onde está a curva? Pois bem, com base nos
dados de uma tabela parecida com a que vimos na figura anterior, determinam-
-se os itens para a curva ao cruzarmos o percentual de investimentos pelo percen-
tual de itens, conforme figura a seguir.
Investimento %
100
95
70
A B C
0 10 50 100 Itens
%
Este histograma é formado por todas as datas que foram estabelecidas pelo
planejamento e que para serem cumpridas precisam que os recursos estejam dis-
tribuídos conforme a realidade do projeto.
Histograma de mão-de-obra
20
homens-hora (1.000)
15
10
0
1 2 3 4 5 6 7
períodos
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Anotações:
Avaliação e controle
de índices de produtividade
14
Um dos recursos mais difíceis de determinar na produtividade é a mão de obra. Por isso, o
controle da utilização desse recurso torna-se determinante no processo. Para entendermos um
pouco mais, vamos aprender a calcular a energia proveniente do recurso humano, conhecido
como homem/hora (Hh):
e = MO x t
Onde:
е = refere-se à energia gasta.
MO = a mão de obra utilizada, medida em número de homens.
t = tempo gasto para realização do serviço, medido em hora.
η = Hh
un ( (
Onde:
η = refere-se à produtividade.
Hh = a energia gasta no trabalho.
un = unidade de trabalho referente.
No quadro a seguir, demonstra-se usar a unidade de trabalho descrita na fór-
mula citada acima:
CASOS E RELATOS
Levi gostaria de fazer uma surpresa para sua mãe que vive reclamando da
cozinha pequena. Enquanto ela viajava de férias ele decidiu fazer a reforma,
porém não sabia como mensurar a equipe capaz de realizar a reforma em
tempo hábil. Levi pesquisou na internet sobre índice de produtividade e
aprendeu a calcular a Razão Unitária de Produção (RUP), assim contratou o
número exato de profissionais e calculou a quantidade certa de materiais.
A cozinha ficou pronta antes de sua mãe retornar de viagem e a mesma
quando viu a surpresa ficou encantada com a cozinha e com o desempe-
nho do seu filho.
RECAPITULANDO
Anotações:
Relatório de acompanhamento
de obras
15
Agora, iremos conhecer a ferramenta que serve como ponte entre a gerência
e a produção, o Relatório de Acompanhamento de Obras (RDO). Cada empresa
possui um formulário específico e adequado às suas necessidades, porém, alguns
dados tornam-se padrão, tais como: qual serviço foi executado, data de início e
término, qual foi a condição climática, quais equipamentos foram utilizados, qual
mão de obra foi locada para tal serviço e sua duração.
RDO Nº:
CONSTRUTORA
JoÃo de BarrO
Relatório Diário de Obra
OBRA: Código:
Contrato Nº:
Prazo: Data início: Data término: Dias decorridos: Condições Climáticas:
Chuva - Sol
Serviços executados Observações da fiscalização
- Executado escavação das sapatas; - Entregue na obra detalhes da escada
- Executado armação das sapatas e pilares.
CASOS E RELATOS
Bruno estava tocando uma obra há vários meses quando seu supervisor
solicitou para ele um relatório de acompanhamento de obras. Bruno nunca
havia feito um relatório antes e também não entendia para quê servia. Seu
supervisor, preocupado, explicou para Bruno que esses relatórios servem
como respostas do que se foi planejado, e saber se os serviços estão ocor-
rendo de forma correta. E não somente esperar a obra acabar para ver se
deu certo ou não. Assim sendo, Bruno entendeu os motivos de se acompa-
nhar e controlar uma obra. A partir de então, Bruno fazia um relatório para
cada serviço executado em sua obra, como conseguinte o erro cometido
num serviço não ocorria no serviço seguinte.
RECAPITULANDO
Anotações:
Aplicativos computacionais para
planejamento e controle de obras
16
Cada um desses programas apresenta uma interface característica para auxiliar no processo
de planejamento e gestão da produção. Iremos agora aprender a função de cada um.
PLANEJAMENTO E GESTÃO DA PRODUÇÃO
142
16.1 AUTOCAD
Figura 54 - Autocad
Fonte: SENAI, 2013.
16.2 MS PROJECT
Figura 55 - MS PROJECT
Fonte: SENAI, 2013.
16.3 PLEO
Figura 56 - Pleo
Fonte: DATACAD, 2013.
16.4 SIENGE
SEGURANÇA
SUPRIMENTOS
COMERCIAL
ENGENHARIA Compras
Contratos e Prospecção
Custos Unitários medições
Estoque
Orçamento Vendas
Cotação pela Web
Exp. / Imp.
Orçamento INTEGRAÇÕES
FINANCEIRO
Contabilidade
Planejamento Contas a Pagar
Folha de pagamento
Acompanhamento Contas a Receber
de Obras
NPE`s Livros Fiscais
Caixa / Bancos
GERENCIAL
- Obras
- Financeiro
- Imagens
16.5 VOLARE
16.6 VERSATO
Frotas
Obras
Contabilidade
Incorporação RH
Suprimentos
Financeiro
Cadastro
16.7 PRIMAVERA
16.8 BIM
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
HALPIN, Daniel W.; WOODHEAD, Ronald W. Administração da construção civil. Rio de Janeiro:
LTC, 2004.
NETTO, Antônio Vieira. Construção civil e produtividade: ganhe pontos contra o desperdício. São
Paulo: Pini, 2004
Diana Neri
Gestora do Projeto Estratégico de Recursos Didáticos Nacionais
Marcelle Minho
Coordenação Educacional
André Costa
Coordenação de Produção
FabriCO
Design Educacional
FabriCO
Revisão Ortográfica e Gramatical
Leonardo Silveira
Diagramação e Fechamento de Arquivo
Rita Fonseca
Marlene Souza
Normalização
i-Comunicação
Projeto Gráfico