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INTRODUÇÃO À
INSTRUMENTAÇÃO
SÉRIE AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
INTRODUÇÃO À
INSTRUMENTAÇÃO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
Conselho Nacional
INTRODUÇÃO À
INSTRUMENTAÇÃO
© 2014. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul.
FICHA CATALOGRÁFICA
ISBN: 978-85-7519-825-4
CDU – 62-5
SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte . Quadra 1 . Bloco C . Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen . 70040-903 . Brasília – DF . Tel.: (0xx61)3317-9190
Departamento Nacional http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Criação de ordem de manutenção preventiva em um software de gestão.............................19
Figura 2 - Manuais de fabricantes...............................................................................................................................20
Figura 3 - Exemplo de formatação de cabeçalho de um procedimento......................................................22
Figura 4 - Variável pressão e sua fórmula.................................................................................................................30
Figura 5 - Relação entre temperatura e energia de vibração das moléculas..............................................31
Figura 6 - Relação entre temperatura e a propriedade física dos corpos:
a) comprimento de uma barra; b) volume de um líquido...................................................................................31
Figura 7 - Comparativo entre as escalas termométricas.....................................................................................32
Figura 8 - Medida visual de nível.................................................................................................................................34
Figura 9 - Medida de nível com flutuador................................................................................................................34
Figura 10 - Coluna hidrostática....................................................................................................................................34
Figura 11 - Medição de nível pelo peso....................................................................................................................35
Figura 12 - Concentração de íons H+ e íons OH- e a escala de pH................................................................36
Figura 13 - Malha de controle.......................................................................................................................................38
Figura 14 - Atrasos e distúrbios de processo..........................................................................................................38
Figura 15 - Controle manual de processo................................................................................................................39
Figura 16 - Controle automático de processo........................................................................................................40
Figura 17 - Controle automático descontínuo de temperatura de um forno.............................................40
Figura 18 - Exemplo de forno industrial...................................................................................................................41
Figura 19 - Resposta do controle conforme a sintonia das ações PID...........................................................42
Figura 20 - Processo de refino de petróleo..............................................................................................................43
Figura 21 - Produção automática de biscoitos.......................................................................................................44
Figura 22 - Sistema automático de envase de bebidas.......................................................................................44
Figura 23 - Manômetro de tubo de Bourdon..........................................................................................................47
Figura 24 - Pressão manométrica, atmosférica e absoluta................................................................................47
Figura 25 - Termômetro à dilatação de líquido......................................................................................................48
Figura 26 - Termômetros bimetálicos........................................................................................................................48
Figura 27 - Termômetro à dilatação de gás.............................................................................................................48
Figura 28 - Termopar tipo J (a) aspecto construtivo; b) representação gráfica..........................................49
Figura 29 - Termorresistência a) aspecto construtivo; b) representação gráfica........................................49
Figura 30 - Visor de vidro tubular ...............................................................................................................................50
Figura 31 - Visor de vidro plano prismático.............................................................................................................50
Figura 32 - Medidor de nível tipo flutuador............................................................................................................51
Figura 33 - Medidor de pressão diferencial.............................................................................................................51
Figura 34 - Medidor de nível tipo radar....................................................................................................................52
Figura 35 - Medidor de vazão por diferencial de pressão .................................................................................53
Figura 36 - Desenhos esquemáticos da instalação do medidor de vazão por diferencial
de pressão.............................................................................................................................................................................53
Figura 37 - Medidores lineares do tipo rotâmetro e eletromagnético..........................................................53
Figura 38 - Medidor do tipo coriolis...........................................................................................................................54
Figura 39 - Medidor de vazão tipo calha Parshal...................................................................................................54
Figura 40 - Medição de pH pelo método comparativo de cor ........................................................................55
Figura 41 - Medidor eletrônico de pH.......................................................................................................................55
Figura 42 - Controlador de processo..........................................................................................................................56
Figura 43 - Válvula globo com atuador pneumático e suas partes constituintes......................................56
Figura 44 - Tubos pneumáticos....................................................................................................................................60
Figura 45 - Modelos de conectores pneumáticos mais encontrados nas indústrias...............................60
Figura 46 - Atuador linear e atuador rotativo.........................................................................................................61
Figura 47 - Válvula direcional........................................................................................................................................61
Figura 48 - Exemplo de temporizador.......................................................................................................................62
Figura 49 - Partes de uma mangueira hidráulica com especificação de diâmetro...................................62
Figura 50 - Mangueira hidráulica................................................................................................................................63
Figura 51 - Exemplos de tubulações e modelos de dobras usados em sistemas hidráulicos...............64
Figura 52 - Modelos de conexões para mangueiras hidráulicas......................................................................65
Figura 53 - Unidade para acionamento hidráulico...............................................................................................67
Figura 54 - Rebite de repuxo tipo pop......................................................................................................................72
Figura 55 - Deformação do rebite tipo pop após aplicação..............................................................................72
Figura 56 - Tipos de parafusos......................................................................................................................................73
Figura 57 - Parafuso de rosca triangular direita.....................................................................................................73
Figura 58 - Indicação da classe de resistência do parafuso...............................................................................74
Figura 59 - Exemplos de anéis elásticos externo e interno................................................................................76
Figura 60 - Arruela de segurança para eixos...........................................................................................................76
Figura 61 - Anel de arame elástico..............................................................................................................................76
Figura 62 - Modelos de pinos utilizados na fixação de peças...........................................................................77
Figura 63 - Tipos de chaves para parafusos com fendas na cabeça...............................................................82
Figura 64 - Exemplo de chave de fenda reta com sua dimensão e adequada à NR-10...........................82
Figura 65 - Tipos de chaves apropriadas para parafusos de cabeça sextavada.........................................82
Figura 66 - Chave ajustável............................................................................................................................................83
Figura 67 - Exemplo de alicate universal com sua dimensão adequada à NR-10......................................83
Figura 68 - Exemplo de alicate de corte diagonal adequado à NR-10...........................................................84
Figura 69 - Alicate tipo bomba d’água conforme a NR-10.................................................................................84
Figura 70 - Modelo de alicate rebitador com bicos intercambiáveis.............................................................84
Figura 71 - Aplicações do alicate extrator de anel com bico em ângulo......................................................85
Figura 72 - Chave grifo utilizada para apertar e afrouxar tubos lisos.............................................................85
Figura 73 - Modelos de saca pinos.............................................................................................................................85
Figura 74 - Modelo de planilha para execução de manutenção preventiva...............................................91
Figura 75 - Técnica de monitoramento por termografia....................................................................................92
Figura 76 - Análise de vibração de equipamentos mecânicos.........................................................................93
Figura 77 - Ferrografia das partículas suspensas em óleo lubrificante..........................................................94
Figura 78 - Formas de organização e limpeza em ambientes de trabalho..................................................97
Figura 79 - Fase do ciclo PDCA.................................................................................................................................. 100
Figura 80 - Fluxograma de projeto conceitual de controladores utilizando redes de Petri................ 102
Figura 81 - Exemplo de histograma........................................................................................................................ 102
Figura 82 - Reunião de brainstorming...................................................................................................................103
Figura 83 - Sinalização para identificação de espaço confinado.................................................................. 111
Figura 84 - Medidas de proteção.............................................................................................................................. 111
Figura 85 - Correlação de cores para identificação de coletores de resíduos.......................................... 116
Figura 86 - Relação de resíduos e sua destinação.............................................................................................. 116
Quadro 1 - Campos específicos de uma ordem de serviço ................................................................................18
Quadro 2 - Exemplo de demonstração do histórico das alterações de um procedimento....................23
Quadro 3 - Termos técnicos utilizados na instrumentação industrial.............................................................29
Quadro 4 - Conversões de unidades de pressão.....................................................................................................30
Quadro 5 - Sinais-padrão de instrumentação..........................................................................................................46
Quadro 6 - Tipos de instrumentos para medição de nível..................................................................................50
Quadro 7 - Tipos de instrumentos medidores de vazão......................................................................................52
Quadro 8 - Tipos de rebites e suas aplicações típicas...........................................................................................73
Quadro 9 - Modelos de porcas e suas aplicações...................................................................................................74
Quadro 10 - Tipos e aplicações de arruelas...............................................................................................................75
Quadro 11 - Tipos de chaves e suas aplicações.......................................................................................................77
Quadro 12 - Comparação das etapas do MASP com as fases do PDCA....................................................... 101
Quadro 13 - Símbolos gráficos usados na elaboração de fluxogramas....................................................... 101
Quadro 14 - Exemplos de EPIs básicos para o instrumentista........................................................................ 109
Quadro 15 - Classificação dos riscos ocupacionais conforme as cores correspondentes..................... 114
Sumário
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................................13
2 DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA.......................................................................................................................................17
2.1 Ordem de serviço.........................................................................................................................................18
2.2 Manual do fabricante ................................................................................................................................19
2.3 Normas técnicas ..........................................................................................................................................20
2.4 Procedimento................................................................................................................................................22
2.5 Projeto..............................................................................................................................................................23
2.6 Catálogo .........................................................................................................................................................24
3 INSTRUMENTAÇÃO.......................................................................................................................................................27
3.1 Descrição ........................................................................................................................................................28
3.2 Termos técnicos............................................................................................................................................29
3.3 Medição...........................................................................................................................................................29
3.4 Variáveis de processo..................................................................................................................................30
3.4.1 Pressão...........................................................................................................................................30
3.4.2 Temperatura ................................................................................................................................31
3.4.3 Vazão..............................................................................................................................................32
3.4.4 Nível ...............................................................................................................................................33
3.4.5 Potencial de Hidrogênio (pH)................................................................................................35
3.4.6 Resistividade e condutividade..............................................................................................36
3.5 Malha de controle........................................................................................................................................37
3.6 Controles de processo................................................................................................................................38
3.6.1 Controle manual.........................................................................................................................39
3.6.2 Controle automático.................................................................................................................39
3.7 Ações de controle........................................................................................................................................40
3.7.1 Controle descontínuo..............................................................................................................40
3.7.2 Controle automático contínuo.............................................................................................41
3.8 Aplicações da instrumentação industrial............................................................................................42
3.9 Instrumentos de medição e controle...................................................................................................45
3.9.1 Importância dos instrumentos de medição e controle................................................45
3.9.2 Funções dos instrumentos de medição e controle.......................................................45
3.9.3 Aplicações dos instrumentos de medição e controle ..................................................46
5 ELEMENTOS DE FIXAÇÃO...........................................................................................................................................71
5.1 Tipos, características e aplicações dos elementos de fixação......................................................71
5.1.1 Rebites...........................................................................................................................................72
5.1.2 Parafusos.......................................................................................................................................73
5.1.3 Porcas.............................................................................................................................................74
5.1.4 Arruelas..........................................................................................................................................75
5.1.5 Anel elástico.................................................................................................................................75
5.1.6 Pinos...............................................................................................................................................77
5.1.7 Chavetas........................................................................................................................................77
7 MANUTENÇÃO................................................................................................................................................................89
7.1 Manutenção corretiva................................................................................................................................89
7.2 Manutenção preventiva............................................................................................................................90
7.3 Manutenção preditiva................................................................................................................................91
7.3.1 Termografia..................................................................................................................................92
7.3.2 Análise de vibrações.................................................................................................................93
7.3.3 Ferrografia....................................................................................................................................93
7.4 Manutenção autônoma e operacional.................................................................................................94
8 QUALIDADE.....................................................................................................................................................................97
8.1 Princípios de organização e limpeza....................................................................................................97
8.2 Ferramentas da qualidade........................................................................................................................98
8.2.1 Programa 5S.................................................................................................................................98
8.2.2 Ciclo PDCA....................................................................................................................................99
8.2.3 Método de Análise e Soluções de Problemas (MASP)............................................... 100
8.2.4 Fluxograma............................................................................................................................... 101
8.2.5 Histograma................................................................................................................................ 102
8.2.6 Técnica brainstorming........................................................................................................... 103
Referências......................................................................................................................................................................... 119
Índice................................................................................................................................................................................... 123
INTRODUÇÃO
Estamos iniciando uma nova etapa do seu curso de Instrumentação Industrial. A partir de
agora, você aprenderá como implementar, calibrar, programar e manter a instrumentação de
controle de processos, enriquecendo, assim, sua formação profissional. Com essa finalidade, o livro
está organizado em nove capítulos, com conteúdos que abordam conhecimentos específicos de
instrumentação, desde a documentação técnica e o desenvolvimento das capacidades técnicas
do instrumentista, até as atitudes responsáveis em relação ao meio ambiente.
Como instrumentista, suas principais atividades serão a instalação de dispositivos de controle,
a calibração de instrumentos e sensores e a manutenção de equipamentos e sistemas de controle.
Sua execução exige que o profissional conheça os fundamentos de áreas tecnológicas, como
elétrica, mecânica, pneumática e hidráulica. Portanto, você vai aprender os conceitos básicos
dessas áreas do conhecimento, que serão úteis ao longo de sua carreira profissional.
Como você sabe, com a globalização da economia, as empresas que participam do mercado
internacional necessitam adequar seus produtos às normas impostas. Da mesma forma, os
profissionais dessas empresas, ao realizarem suas atividades, também precisam respeitar normas
e procedimentos. Algumas dessas empresas atendem apenas aos programas da qualidade,
mas outras cumprem legislação e regulamentações definidas por órgãos reguladores.
Por isso, no capítulo referente à documentação técnica, você conhecerá todos os documentos
técnicos que o instrumentista deve consultar para executar as rotinas diárias, como: ordem
de serviço, manual técnico, procedimentos de manutenção e calibração, normas técnicas e
catálogos informativos. Esses documentos são essenciais para solicitar e executar tarefas nas
empresas. Saber interpretar e preencher corretamente as documentações contribui para
garantir a qualidade e a confiabilidade nos trabalhos realizados. Aprender e usar corretamente
os termos técnicos de identificação de instrumentos e equipamentos é muito importante para
o entendimento coletivo.
Quando estudarmos os processos industriais, veremos que os instrumentos são denominados
conforme sua função e aplicação e estão montados em arranjos físicos, denominados malhas
de controle. Os controles de processos usam diferentes recursos tecnológicos para compor as
malhas de instrumentação, como os acionamentos pneumáticos e hidráulicos.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
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Anotações:
DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA
Você verá também que é uma atribuição do instrumentista recomendar a compra de novos instrumentos
ou componentes para o setor ou a empresa em que trabalha. Para isso, devem-se conhecer os catálogos
técnicos, que são boas fontes de informação, pois proporcionam um comparativo entre diversos modelos,
revelam tendências tecnológicas e mostram especificações técnicas de equipamentos e instrumentos.
Este documento registra as informações referentes à execução de uma tarefa, conforme o planejamento
do setor de manutenção. Esse é o primeiro documento que o instrumentista tem contato para realizar
qualquer atividade, como o ajuste de equipamentos, a calibração de instrumentos ou a substituição de
peças. As informações que compõem a ordem de serviço são divididas em campos específicos, conforme
apresenta o Quadro 1. tag1
CAMPO DESCRIÇÃO
Numeração Número sequencial para identificação e controle.
Identificação do equipa- Nesse campo, consta a identificação e a localização física do equipamen-
mento to dentro do processo. Geralmente, utilizam-se códigos compostos por
números e letras (tag1).
Descrição do serviço a Campo destinado para descrever de forma clara e objetiva o tipo de
ser executado tarefa a ser executada.
Data de execução da Aqui são preenchidos dia, hora de início e fim em que foi programada a
tarefa realização do trabalho.
Identificação do execu- Nesse campo, aparece o setor ou setores das especialidades envolvidas
tante na execução da atividade.
Detalhamento dos Preenchimento de todos os custos envolvendo a manutenção, como
recursos necessários custo com mão de obra, despesas materiais com a troca de peça e custo
com recursos auxiliares. São especificadas as necessidades de apoio de
outros setores para execução da tarefa, como andaime, máquinas pra
movimentação de cargas, iluminação e tomadas de energias extras.
Quadro 1 - Campos específicos de uma ordem de serviço
Fonte: SENAI-RS
Em empresas de médio e grande porte, o preenchimento das informações na ordem de serviço é feito
em planilhas eletrônicas de softwares específicos de gerenciamento, conforme observamos na Figura 1.
1 Termo inglês que significa identificação. Expressão muito usada no meio industrial para identificar um equipamento ou
instrumento.
2 DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA
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FIQUE Consulte a norma específica sempre que realizar a calibração de um instrumento, pois
ALERTA seus relatórios são sempre solicitados nas análises dos casos de acidentes.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
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2.4 PROCEDIMENTO
Certas atividades desenvolvidas pelo instrumentista fazem parte do programa de qualidade da empresa
e devem ser realizadas conforme orientações específicas e com valores e critérios fundamentados em
normas técnicas. Uma das formas de atender a essas condições é elaborar um documento orientador que
seja de fácil acesso a todos os executantes dessas atividades. Esse documento é o procedimento, definido
como um conjunto de ações executadas de forma sequencial, para realizar corretamente uma tarefa ou
um processo com um determinado objetivo. O procedimento tem um padrão característico de formatação
com os seguintes tópicos:
• cabeçalho: deve constar, nesse campo, o logotipo da empresa, o nome do procedimento, seu
código dentro do sistema de gerenciamento, revisão atualizada, a data e a numeração de páginas.
A Figura 3 mostra um exemplo de configuração de um cabeçalho que deve constar em todas as
páginas do procedimento;
Código PR - PI001
Logotipo da Nome do Revisão 04
Empresa Procedimento Data 21/07/2012
Página 03/08
2 Fonte ou situação com potencial de causar lesões, doenças ou danos à propriedade, ao ambiente ou ao local de trabalho.
3 É a relação entre a probabilidade de um evento perigoso acontecer e a proporção da gravidade dessa ocorrência.
2 DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA
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• anexos: lista com modelos de formulário, gráficos, tabelas e outros esclarecimentos que possam
contribuir para a execução da tarefa descrita no procedimento.
2.5 PROJETO
Um projeto é uma sequência de tarefas a serem executadas, com prazos de início e fim determinados,
conduzido com recursos financeiros específicos e com definições de metas e qualidades a serem atingidas.
Um dos pontos mais importantes para a execução de qualquer projeto é o planejamento. A realização de
um projeto tem a finalidade de:
• solucionar um problema existente como, por exemplo, a necessidade de substituição de uma
tecnologia antiga por uma mais atual;
• solucionar um problema de grande porte, cuja demanda de recursos técnicos e humanos está além
da capacidade disponível no setor ou na empresa;
• implementar uma melhoria no processo como, por exemplo, o aumento da capacidade produtiva por
meio da implantação de novos equipamentos.
Características de um bom projeto:
• ter um cronograma com etapas bem definidas que devem ser cumpridas do início ao fim;
• possuir um planejamento organizado que permita atingir a meta estabelecida dentro do prazo
definido e dos custos orçados;
• possuir recursos financeiros próprios para sua execução;
• dispor de uma equipe técnica qualificada capaz de desempenhar as atividades demandadas;
• definir todas as metas a serem atingidas desde a sua concepção.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
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2.6 CATÁLOGO
O catálogo apresenta uma relação de produtos e serviços oferecidos por determinada empresa ou
organização. Geralmente, são compostos de poucas folhas, nas quais estão incluídas descrições sucintas das
principais características dos produtos ou serviços oferecidos. O catálogo vem sendo utilizado como uma
importante forma de divulgação e comunicação pelos fornecedores de equipamentos de instrumentação.
Muitas empresas o disponibilizam em mídia eletrônica.
Os catálogos técnicos se caracterizam por conter:
• fotografias detalhadas de equipamentos e instrumentos evidenciando as inovações tecnológicas;
• informações e tabelas que destacam a versatilidade de aplicações;
• vistas explodidas mostrando detalhes operacionais que são imperceptíveis com o equipamento
montado;
• esquemas de montagem ou fixação apresentando sua adequação às normas vigentes;
• gráficos que fazem comparativos de desempenho em relação ao produto concorrente.
O catálogo é um recurso muito comum para a divulgação de produtos em feiras e outros eventos
promocionais. Esse documento é considerado fonte confiável para a consulta do instrumentista que
busca novos recursos para solucionar antigos problemas ou para adequar as instalações às inovações
tecnológicas.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Conhecemos alguns documentos técnicos que fazem parte das rotinas do instrumentista e aprendemos a
reconhecer a forma como as informações são apresentadas. Também entendemos a importância da utilização
dessa documentação para o bom desempenho nas atividades profissionais. Dentre os assuntos abordados,
estudamos a ordem de serviço, que descreve as atividades solicitadas. Compreendemos que, para realizar as
atividades com segurança e eficiência, devemos consultar os manuais dos fabricantes e seguir as orientações
contidas em procedimentos. Outro documento estudado nesse capítulo, que envolve as atividades de calibração,
é a norma técnica, cujo uso e cumprimento sempre são recomendados para garantir a confiabilidade dos seus
resultados. Você também aprendeu que pode fazer uso de catálogos para obter informações técnicas sobre
novos equipamentos e instrumentos e, que para efetuar grandes modificações nas instalações industriais, é
importante saber planejar e elaborar um bom projeto.
INSTRUMENTAÇÃO
Quanto ao controle, serão descritos alguns fenômenos que produzem atrasos e outros
que provocam distúrbios no processo. É importante que o profissional instrumentista saiba
analisar bem esses comportamentos, pois é com base nesse entendimento que as decisões
corretivas serão tomadas quando necessárias. Como veremos, o controle pode ser classificado
em manual ou automático e pode operar em regime contínuo ou descontínuo. O controle
automático, em sua regulação, faz uso das ações corretivas específicas, conhecidas como
proporcional, integral e derivativa.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
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3.1 DESCRIÇÃO
A instrumentação é uma atividade que faz uso de técnicas e instrumentos específicos para monitorar
e controlar os processos produtivos. Para facilitar a comunicação entre fabricantes, técnicos e entidades
representativas do setor, foi padronizada uma terminologia própria permitindo a todos utilizarem a
mesma linguagem.
Agora você conhecerá a descrição dos conceitos básicos empregados na instrumentação e os princípios
físicos da medição das variáveis mais comuns em processos industriais. Você também aprenderá os elementos
que compõem uma malha de medição, bem como algumas técnicas de controle aplicadas na instrumentação.
Dentre os vários termos técnicos utilizados na instrumentação industrial, os principais e mais usuais
estão listados no Quadro 3, a seguir:
TERMO DESCRIÇÃO
Variável medida ou controlada Grandeza física que se pretende medir ou controlar em um processo produtivo. Em
muitos casos, também é chamada de variável de processo (PV - Process Variable).
Faixa de medida (range) Conjunto de valores da variável medida compreendidos entre os limites inferior e supe-
rior da capacidade de medição do instrumento, estabelecendo os seus valores extremos.
Limite inferior da faixa de medida É o mais baixo valor que o instrumento foi ajustado para medir, respeitando-se o limite
(LRL – Lower Range Limit) inferior do sensor. É o ponto zero de medição do instrumento.
Limite superior da faixa de medi- É o mais alto valor que o instrumento foi ajustado para medir, respeitando-se o limite
da (URL - Upper Range Limit) superior do sensor.
Alcance (span) É a diferença algébrica entre os limites inferior e superior da faixa de medida do instru-
mento. É a faixa de calibração do instrumento.
Ponto de ajuste (set point) É o valor no qual o controlador é ajustado para controlar a grandeza física do processo. É
o valor desejado para controle de uma determinada variável.
Erro (Offset) Em controladores, o erro é a diferença algébrica entre o valor da variável medida e o
valor do ponto de ajuste (set point).
Sensibilidade É a menor variação na variável medida que produz uma alteração na indicação ou no
sinal de saída de um instrumento
Repetibilidade É a capacidade de repetir valores idênticos da variável medida, nas mesmas condições
de operação e no mesmo sentido de variação. É expressa em porcentagem do span do
instrumento.
Histerese É a diferença apresentada por um instrumento, para um mesmo valor dentro da faixa de
trabalho, quando a variável percorre toda a escala, nos sentidos ascendente e descen-
dente. Também é expressa em porcentagem do span do instrumento.
Quadro 3 - Termos técnicos utilizados na instrumentação industrial
Fonte: SENAI-RS
3.3 MEDIÇÃO
A medição é o ponto de partida para um sistema automático de controle. Essa função é exercida por
um elemento sensor adequado ao tipo de variável que se pretende medir. Fazendo uma analogia com
o corpo humano, por exemplo, quando queremos saber se algo está quente ou frio, o tato (pele) é o
sensor responsável. Para identificarmos os tipos de sons, outro sensor é o sistema auditivo. E, mais um
importante sensor, os olhos, é utilizado para visualizar e, posteriormente, passar essas informações ao
cérebro (controlador). Com os processos industriais ocorre um processo semelhante, pois cada sensor é
empregado para medir uma determinada variável, ou seja, um sensor que mede temperatura é diferente
dos utilizados para medir pressão, nível e vazão.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
30
Na indústria, há inúmeras variáveis conhecidas como variáveis de processo. São grandezas físicas
que alteram seus valores em função de outras variáveis, como pressão, vazão, nível, temperatura, pH e
condutividade.
O monitoramento e controle das variáveis de processo permite, por exemplo, minimizar a variabilidade
na qualidade do produto final, manter o processo dentro de limites seguros e otimizar o processo. Esses
controles reduzem os custos de produção e aumentam a qualidade e produtividade. A seguir, conheceremos
essas variáveis que são de grande importância para a área de instrumentação.
3.4.1 PRESSÃO
A pressão é definida como um número que mede a força (F) aplicada em cada unidade de área (A). Ela é
muito importante no âmbito industrial, pois, a partir de sua medição, é possível determinar, de forma direta
ou indireta, outras grandezas, como nível e vazão. A Figura 4 ilustra a aplicação da pressão sobre uma área
e sua respectiva fórmula.
F
O
R
Ç
A F
P=
ÁREA A
PRESSÃO
Figura 4 - Variável pressão e sua fórmula
Fonte: SENAI-RS
A unidade de pressão no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o pascal (Pa), mas, na prática, os
engenheiros costumam empregar outras unidades mais apropriadas aos valores medidos. O Quadro 4
mostra como converter unidades de pressão.
3.4.2 TEMPERATURA
A temperatura é a variável mais importante nos processos industriais. Estamos acostumados a perceber
a temperatura pelo fato de um objeto estar mais quente ou mais frio. Porém, uma definição mais correta
para temperatura é afirmar que ela é a medida da maior ou menor agitação das moléculas ou átomos que
constituem um corpo. Assim, em um objeto que está aquecido, suas moléculas vibram mais rápido do que
as moléculas do mesmo objeto quando está menos aquecido, conforme vemos na Figura 5.
Temperatura
Temperatura
Elevada
Baixa
Calor
Figura 5 - Relação entre temperatura e energia de vibração das moléculas
Fonte: SENAI-RS
A medição da temperatura é feita a partir de certas propriedades características do corpo que se altera
quando ocorre a variação da sua temperatura, por exemplo: comprimento de uma barra, volume de um
líquido, pressão de um gás ou alteração de cor. A Figura 6 apresenta a variação de dilatação de metais e de
líquidos, de acordo com a temperatura.
a) b)
L0
L L’
A unidade de temperatura adotada pelo SI é o Kelvin (K), pois é a que mede a temperatura a partir do
zero absoluto de um corpo. O zero absoluto é uma temperatura tão fria que o movimento das moléculas
cessa e toda a energia de um corpo desaparece (sem vibração).
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
32
O zero absoluto é uma temperatura apenas hipotética, pois em todo o universo não
VOCÊ existe nenhum corpo que apresente esse valor. Alguns objetos chegam muito pró-
SABIA? ximo a essa temperatura. A temperatura média no espaço é de, aproximadamente,
3 K (- 270,15 ºC).
Os engenheiros também utilizam outras unidades mais apropriadas aos seus processos. Os
instrumentos construídos dentro do padrão métrico utilizam a escala Celsius (ºC) como unidades de
medição de temperatura, enquanto que os instrumentos fabricados no padrão imperial inglês utilizam
a escala Fahrenheit (ºF). A Figura 7 apresenta um comparativo entre essas escalas e seus pontos de
referências.
Ponto de ebulição
100 373 212
da água
Temperatura que
tc tk tF se quer calcular
Ponto de fusão
0 273 32 do gelo
3.4.3 VAZÃO
A vazão é definida como a quantidade de produto que passa pela seção reta de uma tubulação por
unidade de tempo. O produto pode ser líquido, gasoso ou sólido. Possui importantes aplicações na
transferência de fluidos (oleodutos e gasodutos), nas redes públicas de abastecimento de água, nos
processos industriais (controle de processo e balanço de massa) e em postos de combustíveis (medidores
das bombas de abastecimento). A medição da vazão pode ser classificada de duas formas:
3 INSTRUMENTAÇÃO
33
• vazão mássica: é a quantidade de massa que percorre a tubulação num determinado intervalo de
tempo. São exemplos de unidades de vazão mássica:
a) kg/h;
b) kg/s;
c) ton/h (toneladas/hora);
• vazão volumétrica: é a quantidade de volume que passa pela tubulação num determinado intervalo
de tempo. São exemplos de unidades de vazão volumétrica:
a) m³/s;
b) cm³/s;
c) m³/h;
d) litros/h;
3.4.4 NÍVEL
Nível é a variável que permite determinar a quantidade de produto disponível no processo. A medição
de nível é definida como a determinação da posição de uma interface entre dois meios (podendo ser entre
um líquido e um gás), entre dois líquidos ou entre um sólido e um gás. Os sistemas de medição de nível
podem ser classificados de duas formas:
• medida direta: determina a posição da superfície livre do produto pela medida direta da distância
entre o nível do produto que se quer medir e um referencial (exemplo, a borda de um tanque). A
medição direta dessa distância pode ser feita pela observação visual direta numa escala graduada
(vaso comunicante) ou pela posição de um flutuador sobre a superfície do produto que se quer medir.
A Figura 8 ilustra a medida visual de nível e a Figura 9, a medida de nível com flutuador;
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
34
• medida indireta: determina o nível por meio da medida de outra grandeza física a ele relacionado,
podendo ser pela pressão numa coluna hidrostática ou pelo peso do equipamento que contém o
produto. A Figura 10 mostra uma coluna hidrostática e a Figura 11, a medição de nível pelo peso.
Patm
Tanque / Silo
Indicador Digital
Células de Carga
Figura 11 - Medição de nível pelo peso
Fonte: SENAI-RS
É muito comum ouvirmos alguém dizer que o pH da água de uma piscina precisa ser controlado.
Também é comum aparecer no rótulo das embalagens de xampu informações sobre seu pH. Mas, você
sabe o que é pH, o que significam seus valores e por que sua medição é importante, principalmente, para
as indústrias de alimentos, de bebidas e de cosméticos?
O conceito de pH foi introduzido por S. P. L. Sørensen, em 1909. O “p” deriva do alemão potenz, que
significa poder de concentração do íon de hidrogénio (H+). Sørensen definiu o pH como sendo o logaritmo
(decimal) do inverso da concentração hidrogeniônica. Seu valor está relacionado com a concentração de
íons H+ e íons OH-. O potencial de hidrogênio iônico (pH) é um parâmetro muito importante na indústria
de alimentos e cosméticos, pois estabelece a medida de acidez, neutralidade ou alcalinidade de qualquer
substância. As fórmulas a seguir são utilizadas para calcular o pH:
log 1
pH = ou pH = - log10 [H+]
[H+]
A Figura 12 mostra a relação entre a concentração dos íons H+ e íons OH- e a escala de pH. O valor varia
de 0 (acidez máxima e alcalinidade mínima) a 14 (acidez mínima ou alcalinidade máxima).
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
36
H+
OH-
O valor de pH sofre forte influência térmica e, quando informado, deve estar associado à temperatura
na hora da medição. Assim, podemos dizer que uma solução é neutra quando seu pH = 7 à temperatura
de 25 ºC.
Resistividade
Essa grandeza é também conhecida como resistência elétrica. Ela especifica e mede a relação inversa
entre o material e a passagem do fluxo de corrente elétrica. Portanto, quanto menor for a resistividade, mais
facilmente esse material permite a passagem da carga elétrica. A resistividade de um material depende da
temperatura em que ele se encontra, da sua constituição, do seu comprimento, e ainda, da área da seção
transversal desse material.
3 INSTRUMENTAÇÃO
37
Podemos verificar que a resistividade é diretamente proporcional à resistência apresentada pelo material
e inversamente proporcional ao seu comprimento. Como essa grandeza é influenciada pela temperatura,
ela é apresentada na maioria das vezes a uma temperatura de 20 °C.
Considerando dois condutores metálicos, com as mesmas características, mas com temperaturas
diferentes, verifica-se que o condutor com a temperatura mais alta terá uma maior resistência elétrica, pois
há uma maior agitação dos átomos que compõem esse metal. Sendo assim, a maior agitação dos átomos
aumenta a resistência elétrica.
Condutividade
Uma malha de controle pode ser definida como um conjunto de componentes que executam as
funções básicas de controle, como medição, comparação, computação e correção. As malhas de controle
são classificadas em dois tipos, conforme veremos a seguir:
• malha aberta: é caracterizada pela não utilização do sinal do elemento de medição no controle
da variável do processo. O controle é feito sem a resposta do elemento de medição da variável de
processo;
• malha fechada: é definida quando as ações de medição, comparação, computação e correção ocorrem
continuamente, envolvendo todos os componentes da malha em um circuito fechado, até que a
variável medida fique estabilizada no valor desejado.
Essas malhas possuem elementos básicos para o controle dos processos, que são os seguintes:
• elemento sensor: é o que produz o sinal de medição da variável;
• elemento controlador: é o que compara o sinal medido com o valor desejado e efetua cálculo de correção
com base no erro entre a medição e valor desejado;
• elemento final de controle: é o que atua diretamente no processo empregando o sinal de correção.
A Figura 13 mostra uma representação esquemática de uma malha de controle.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
38
Indicador Controlador
Integrador
Conversor
A V
O
Sensor Sensor
Transmissor 0,000
Atuador
Detector Válvula
Figura 13 - Malha de controle
Fonte: SENAI-RS
Controlar um processo significa manter o valor de suas variáveis dentro de especificações que permitam
melhorar a eficiência de produção, a segurança das instalações e pessoas, bem como, o gerenciamento das
informações do sistema produtivo. Para tanto, deve ser capaz de superar eventuais atrasos de respostas e
distúrbios no sistema de controle, fazendo uso de técnicas características nas ações corretivas.
Os atrasos mais comuns são gerados por aspectos construtivos do próprio processo, denominados
de resistência e capacitância, que são as dificuldades que algumas partes do sistema apresentam para
transferir e armazenar materiais ou energia.
A resistência equivale à dificuldade oferecida pelas paredes dos tubos da serpentina em transferir o
calor para a água, enquanto que a capacitância é representada pela parte da energia que fica armazenada
na serpentina e nas paredes do trocador (processo).
Outro tipo de atraso ocorre no sistema de medição, cuja velocidade de resposta depende das dimensões
e do material construtivo do elemento de medição. Por exemplo, no elemento primário da Figura 14, o
sensor de temperatura precisa de um tempo para absorver a energia térmica e depois, então, gerar um
sinal correspondente.
TIC
Controlador
Água
Transmissor Elemento Fria
TT Primário Vapor
Água E. F. C.
Quente Processo (válvula de diafragma)
Condensado
Figura 14 - Atrasos e distúrbios de processo
Fonte: SENAI-RS
3 INSTRUMENTAÇÃO
39
O controle de um processo pode ser do tipo manual ou automático. Se for manual depende da
intervenção humana para manter o valor da variável no valor desejado e requer que o operador esteja
sempre atento às variações do processo, conforme mostra a Figura 15.
Fluido aquecido
Condensado
Ponto de
TIC
ajuste
I P TT
PV
Fluido aquecido
Vapor
Fluido a ser
aquecido
Condensado
As ações de controle da variável de processo podem ser do tipo contínuo ou descontínuo. Veremos
alguns importantes aspectos de cada uma dessas ações de controle.
Conhecido como controle tipo on-off, o ponto de operação fica oscilando nos pontos acima e abaixo
do valor desejado (set point), conforme ilustra a Figura 17, que exemplifica um controle de temperatura de
um forno.
SP
Ta
t
MV
E
t
t0 t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8
Figura 17 - Controle automático descontínuo de temperatura de um forno
Fonte: SENAI-RS, 2014a
3 INSTRUMENTAÇÃO
41
Analisando somente a temperatura, no controle de temperatura de um forno, por exemplo, temos que:
quanto menor for a diferença (erro ou off-set) entre o valor desejado (set point) e a variável medida, melhor será
a qualidade do produto. Isso quer dizer que se a temperatura do forno for 2000 ºC (valor desejado ou set point),
o ideal será mantê-la o mais próximo desse nível, durante todo o processo de cozimento. A Figura 18 ilustra um
forno do tipo industrial, no qual ocorre esse processo.
0 1
Assim, cabe ao controlador (instrumento instalado no forno) fazer as correções necessárias para que a
diferença (erro ou off-set) entre a temperatura medida e o valor desejado (set point) fique o mais próximo
possível, sem a intervenção do operador. Essa técnica é de baixo custo operacional, mas introduz uma
instabilidade que alguns processos conseguem suportar sem maiores problemas, como o exemplo do
forno.
O controle automático contínuo é realizado por controladores a partir do uso ações corretivas
proporcional, integral e derivativo (P I D). Estas ações, quando bem ajustadas, proporcionam um
comportamento muito estável da variável e, as oscilações quando ocorrem, são muito pequenas ou
quase imperceptíveis para o operador. As ações podem ser empregadas de forma isolada ou combinadas
dependendo das características do processo. Os controles mais usuais são: P, P + I, P + I + D. A Figura 19
mostra a resposta do controle a um distúrbio e o comportamento da variável conforme a sintonia das
ações de controle. A linha cheia representa o comportamento quando o controlador está bem regulado,
a linha pontilhada representa um controlador mal regulado enquanto que a linha tracejada mostra um
controlador desregulado.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
42
1,8
1,6
1,4
1,2
1
y(t)
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
b(s)
Figura 19 - Resposta do controle conforme a sintonia das ações PID
Fonte: SENAI-RS, 2014a
A área da instrumentação tem grande aplicação nos mais diversos processos produtivos como em
indústrias petroquímicas, indústrias de alimentos, indústrias de bebidas, entre outros. Em cada um desses
processos produtivos, a instrumentação utiliza diferentes enfoques quanto aos tipos de controle e medição.
Na indústria petroquímica, por exemplo, para a obtenção dos chamados derivados leves, como
gasolina, nafta e querosene, o petróleo precisa ser aquecido a temperaturas elevadas e, ao mesmo
tempo, deve ser mantido à baixa pressão. Nessa etapa do processo, os valores dessas variáveis são
medidos e controlados dentro de limites críticos para que o fracionamento dos derivados atinjam suas
especificações corretas e, também, garantam a segurança das instalações. A Figura 20 mostra o exemplo
do processo de refino do petróleo.
3 INSTRUMENTAÇÃO
43
Molécula pequena:
FRIO (25 °C) Gases refinados - ponto ebulição baixo;
gás de
- muito volátil;
botijão
- flui facilmente;
- inflama facilmente.
gasolina combustível
de carros
nafta fabricação de
produtos químicos
querosene combustível de
aviação
As indústrias petroquímicas constroem suas unidades próximas umas das outras, formando um
aglomerado denominado polo petroquímico. Esse tipo de arranjo permite que uma unidade central
produza e distribua insumos básicos, como vapor, diferentes tipos de água e gases especiais para todas as
unidades.
Um pequeno erro na medição da vazão de qualquer um desses insumos pode acarretar numa diferença
muito grande no acerto econômico no final de cada mês. Cada unidade petroquímica emprega diferentes
tecnologias nos seus processos, mas, via de regra, possuem reatores nos quais os valores de temperatura
e de pressão são controlados e medidos muito próximo do ponto de alarme, o que requer uma grande
precisão dos instrumentos.
Já na indústria alimentícia, a instrumentação encontra aplicação nos sistemas de pesagem e de mistura
dos ingredientes para a produção de biscoitos. Esse controle precisa atender às rigorosas especificações
estabelecidas nas receitas dos produtos. Em muitas dessas indústrias, a produção é transportada por
esteiras que se deslocam por dentro dos fornos, conforme mostrado na Figura 21.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
44
O sincronismo entre a velocidade das esteiras e a temperatura dos fornos precisa ser bem ajustado, pois
define o ponto correto do cozimento dos biscoitos.
Nas indústrias de bebidas, os produtos básicos como água e xarope são estocados em tanques e, durante
essa permanência, o controle do nível e do pH são fundamentais para manter a qualidade desses líquidos.
No processo de transferência dos líquidos, as medições de vazão são essenciais em controles de relação, que
devem manter as proporções corretas das mistura, atendendo às especificações das receitas. Em outra etapa
do processo, as bebidas prontas são envasadas por máquinas automáticas, similares ao modelo mostrado na
Figura 22.
As altas velocidades desse processo exigem extrema precisão dos instrumentos responsáveis pela
dosagem do volume, dos sensores que determinam as quantidades corretas e, também, dos acionamentos
que fecham as embalagens.
3 INSTRUMENTAÇÃO
45
A presença dos instrumentos contribui de forma significativa para melhorar a eficiência e a produtividade
de qualquer atividade industrial. A correta escolha e aplicação de um instrumento significa confiabilidade
na medição e certeza de bom desempenho nas funções de automatização, tanto nas malhas de controle,
como na segurança dos processos industriais.
Os instrumentos são classificados conforme a função que desempenham numa malha de controle. A
seguir, você aprenderá os termos mais usuais para identificar os instrumentos nos processos industriais:
• instrumentos cegos: são instrumentos que não apresentam a indicação local da variável que está
sendo medida, tais como chaves de alarmes (pressostato e termostato). Esses instrumentos só
possuem uma escala para ajuste do ponto de atuação. Como exemplos, temos:
a) chave para alarme de pressão: pressostato;
• instrumentos indicadores: são instrumentos que apenas indicam o valor da variável medida. Alguns
apresentam o valor num mostrador numérico enquanto outros fazem uso de uma escala graduada,
por exemplo:
a) manômetro: indicador de pressão;
• instrumentos transmissores: são instrumentos que transmitem os valores medidos para locais distantes
do ponto em que é feita a medição, por meio de sinais eletrônicos ou pneumáticos padronizados;
• elementos primários: são elementos que estão em contato direto com a variável medida e utilizam
a variação de uma propriedade física ou química para produzir um sinal de resposta. Os elementos
primários podem ser instalados isoladamente ou podem vir acoplados aos transmissores. Vejam os
exemplos:
a) termopar: elemento primário para medição de temperatura;
SINAIS-PADRÃO DE INSTRUMENTAÇÃO
ELETRÔNICOS PNEUMÁTICOS
Corrente 4 a 20 mA Pressão (sistema polegada) 3 a 15 PSI
Tensão 0 a 10 Vdc Pressão (sistema métrico) 0,2 a 1,05 kgf/cm²
• instrumentos controladores: são instrumentos que comparam o sinal enviado pelo sensor ou
transmissor com o valor desejado (set point) e efetuam o cálculo de correção com base no erro entre
a medição e valor desejado;
• instrumentos registradores: são instrumentos que armazenam graficamente os valores das medições
em meios físicos ou eletrônicos para consultas futuras;
• elementos finais de controle: são elementos que atuam diretamente no processo, modificando
fisicamente a variável de processo, empregando o sinal de correção enviado pelo controlador, como,
por exemplo: válvula de controle e motor elétrico.
Os instrumentos são aplicados para medição e/ou controle em todos os tipos de malhas, das mais
simples até as mais complexas. As diferentes técnicas construtivas atendem às especificidades de qualquer
processo. Por isso, você aprenderá a identificar os instrumentos mais usados e suas tecnologias.
3 INSTRUMENTAÇÃO
47
Medidores de pressão
O instrumento mais usado na indústria para medir pressão é o manômetro, cujo princípio de
funcionamento está baseado na deformação de um elemento elástico (tubo, diafragma ou fole). A Figura
23 mostra um tipo de manômetro.
Tubo flexível
20
Ponteiro 15 25
10 30
5 35
kgf/cm2
0 40
Entrada
pressão
Os manômetros mais comuns medem a pressão relativa à pressão atmosférica local. Assim, a leitura
do manômetro é positiva quando indica o valor acima da pressão atmosférica local, ou negativa quando
o valor está abaixo da pressão atmosférica local (vácuo). A medição desse instrumento é denominada de
pressão manométrica.
Em algumas situações, é importante medir a pressão manométrica somada com a pressão atmosférica
local. Os instrumentos que fazem essas medições são chamados de manômetros de pressão absoluta. Na
Figura 24, observamos a relação entre os tipos de pressão.
Medidores de temperatura
40
20
50
10
30
30
20
10
0
c
• termômetros bimetálicos: o aquecimento faz com que uma espiral composta por duas chapas de
metais, com dilatações térmicas diferentes, se curve e movimente um ponteiro, que indica o valor da
temperatura. Temos exemplos da termômetros bimetálicos ilustrados na Figura 26;
0
1
10
90
50
10
90
90
80
3020 80
120
70
30 30
70
40
0 150
60
40
40 50
60
30
70
20
80
10
90
0
100
• termômetros de gás: o aquecimento faz com que um gás, dentro de um tubo curvo (tubo de
Bourdon), aumente sua pressão a volume constante e deforme a curvatura do tubo. Esse movimento
é amplificado e flexiona um ponteiro que indica o valor da temperatura, de acordo com Figura 27;
150 200
100 250
50 300
0 350
• termopar: são elementos formados a partir da junção de dois fios constituídos de materiais diferentes
que, ao sofrerem uma variação de temperatura, geram um sinal de tensão em milivolts. A Figura
28 mostra a representação gráfica de um termopar, sendo que a extremidade em que os fios estão
unidos é chamada de junta quente e a extremidade oposta é chamada de junta fria. A junta quente
é a que entra em contato com o processo do qual se deseja medir a temperatura, enquanto que na
junta fria mede-se tensão de saída em mV. Os termopares mais comuns são: tipo J (um dos fios de
ferro e o outro de uma liga metálica constantan) e o tipo K (um dos fios constituído por liga metálica
de cromel e o outro de alumel). Observe um exemplo de termopar tipo J e sua representação gráfica,
na Figura 28;
a) b)
Ferro
+
mV Junta fria Junta
- quente
Constantan
• termorresistência: são elementos resistivos que aumentam o valor da sua resistência em função do
aumento da temperatura. O elemento mais comum no uso industrial é PT100, que é construído de uma
liga de platina que apresenta a resistência de 100 ohms na temperatura de 0 ºC. As termorresistências
podem ser ligadas a 3 ou 4 fios, cujos fios paralelos compensam a resistência dos cabos de ligação do
PT100 ao circuito. Veja um exemplo de termorresistência e sua representação gráfica, na Figura 29.
a) b) B V V B B V V
t t
Medidores de nível
Há vários tipos de instrumentos para medir e/ou controlar nível, cada um deles emprega uma
tecnologia específica, conforme o tipo de produto. O Quadro 6 relaciona o tipo de medição de alguns
desses instrumentos aos produtos para os quais ele é mais indicado.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
50
FLUTUADOR X
DESLOCADOR X X
PRESSÃO DIFERENCIAL X X
ULTRASSÔNICO X X
RADAR X X
INDIRETA
CAPACITIVO X X X X
PESAGEM X X
RADIOATIVOS X X X X
A seguir, veremos alguns exemplos de medidores de nível utilizados na área da instrumentação, com os
quais você trabalhará nas empresas:
• visor de nível: instrumento muito empregado na monitoração local de nível de líquidos em vasos ou
tanques. Seu funcionamento é baseado no princípio de vasos comunicantes. Ele pode ser construído
com vidro tubular, conforme ilustra a Figura 30, ou com vidro plano ou com vidro prismático, de
acordo com a Figura 31;
• medidor tipo flutuador: é um tipo de instrumento usado normalmente em tanques abertos. Conforme
mostrado na Figura 32, o medidor consiste de uma boia sustentada por um cabo, cuja extremidade
oposta está ligada a um contrapeso que fica no lado externo. Esse contrapeso possui um ponteiro que
desliza sobre uma escala que indica o nível de líquido no tanque;
3 INSTRUMENTAÇÃO
51
Bóia
Escala
Contrapeso
Figura 32 - Medidor de nível tipo flutuador
Fonte: SENAI-RS
• medidor de pressão diferencial: utiliza o princípio do equilíbrio de forças entre duas entradas de
pressão do instrumento. Um elemento sensor tipo célula capacitiva4 mede a diferença de pressão
entre as duas entradas e gera um sinal elétrico proporcional, que é amplificado por um circuito
eletrônico. A Figura 33 mostra um exemplo de um medidor de pressão diferencial;
• medidor radar: são instrumentos instalados no topo de um tanque e que emitem ondas
eletromagnéticas perpendiculares à superfície a ser medida. O sinal emitido pela antena é refletido
de volta pela superfície, e o instrumento indica o nível com base no tempo decorrido ou na diferença
de frequência entre a onda emitida e a refletida, conforme ilustra a Figura 34.
4 Elemento sensor com dois eletrodos que apresenta variação da capacitância em função da diferença de pressão aplica-
da entre os eletrodos.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
52
Transmissor
ultrassônico de nível
20 mA (100%)
Pulsos
ultrassônicos
Nível
4mA (0%)
Medidores de vazão
Na área da instrumentação, também há vários tipos de instrumentos para medir e/ou controlar vazão,
cada um deles empregando uma tecnologia específica conforme o tipo de produto. O Quadro 7 mostra
alguns instrumentos medidores de vazão, relacionando o processo empregado para medição e para quais
produtos ele é mais indicado.
A seguir, veremos alguns exemplos de medidores de vazão utilizados na área da instrumentação, com
os quais você trabalhará nas empresas:
3 INSTRUMENTAÇÃO
53
• medidor gerador de diferencial de pressão: é o medidor de vazão mais usado industrialmente. Esse
medidor insere um dispositivo (placa de orifício, bocal, tubo Venturi) na tubulação para produzir
variação de velocidade e pressão, conforme leis físicas da hidrodinâmica (equação da continuidade e
equação de Bernoulli), conforme mostra a Figura 35.
Placa de Orifício
Flange
Qv P
Placa de Orifício
PL=P (pressão estática)
Figura 35 - Medidor de vazão por diferencial de pressão
Fonte: SENAI-RS
Bocal de escoamento
h Gradiente hidráulico
Escoamento
P1
Y P2
V1 D1 D2 Y
1 20° 2 5°
P1 P2
Entrada Garganta
Figura 36 - Desenhos esquemáticos da instalação do medidor de vazão por diferencial de pressão
Fonte: SENAI-RS
• medidor linear: é o instrumento que produz um sinal de saída proporcional à vazão que está sendo
medida. A Figura 37 mostra um exemplo de rotâmetro (área variável) e de eletromagnético.
• medidor volumétrico: é um instrumento que mede somente a vazão em volumes, forçando o fluido a
passar, por meio do deslocamento positivo, por dentro de câmaras de volumes conhecidos;
• medidor de canal aberto: é um instrumento destinado a medir a vazão de líquidos que escoam por
gravidade e apresentam superfície livre. A vazão é medida de forma indireta, a partir da variação do
nível. A calha Parshal, ilustrada na Figura 39, é muito utilizada nas empresas para medição de saída
dos efluentes5.
Medidores de pH
O potencial de hidrogênio iônico (pH) de uma substância pode ser medido por meio de dois processos:
• colorimétrico: utiliza soluções que são gotejadas numa porção da substância a medir ou em tiras de
papel, que é mergulhada na própria substância medida. Em ambos os casos ocorrem uma mudança
de cor, na porção da substância ou na tira de papel mergulhada, que é comparada com uma escala
padrão. Observe a Figura 40:
pH
pH
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
• eletrométrico: nesse processo, é usado um aparelho para medição chamado de pHmetro (lê-se
peagâmetro), constituído, basicamente, por um eletrodo e um circuito eletrônico. A Figura 41 mostra
um modelo de pHmetro que é calibrado de acordo com os valores referenciados em cada solução de
calibração.
A leitura, nesse processo, é feita em função da tensão (mV) gerada quando o eletrodo é submerso na
amostra, a qual é convertida para a escala de pH (variando de 0 a 14).
Analisadores de gases
São equipamentos que informam a proporção de determinados gases numa mistura concentrada. Um
tipo de analisador muito empregado pelas indústrias é o cromatógrafo de processo, capaz de determinar
qualitativa e quantitativamente vários componentes numa mistura gasosa. Devido a sua complexidade e
grande especificidade, os analisadores são estudados num estágio mais avançado, quando o profissional
trabalha com os fundamentos de instrumentação analítica.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
56
Controlador
É o componente central de uma malha de controle, pois mantém o valor da variável controlada dentro
dos limites estabelecidos pelo processo. Para cumprir seu objetivo realiza duas funções básicas de controle:
a comparação (entre a variável medida com o set point para determinar o erro) e a computação (utilizando
o valor de erro para gerar um sinal de correção na saída). A Figura 42 mostra um controlador comercial.
R/MC
A/M
ATC 880
Válvula de controle
É o elemento responsável pela manipulação do fluxo de matéria ou de energia. A válvula atua no processo
corrigindo o valor da variável controlada sempre que ocorrer desvios em relação ao valor desejado. Uma
válvula é composta basicamente por atuador, castelo e corpo. O atuador pode ser pneumático, hidráulico ou
elétrico e movimenta-se conforme o sinal enviado por um controlador. O corpo pode apresentar diferentes
formatos como globo, esfera ou borboleta e está acoplado ao atuador por meio do castelo. O movimento do
atuador aciona os componentes móveis que compõe o corpo regulando a passagem do produto. A Figura 43
mostra uma válvula globo com atuador pneumático e suas partes constituintes.
Atuador
pneumático
Castelo
Vazão Corpo
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Conhecemos alguns conceitos básicos usados nas rotinas diárias da instrumentação e percebemos a
importância de empregarmos corretamente os termos técnicos, com o intuito de facilitar a comunicação
e o entendimento das tarefas. Você aprendeu a reconhecer as variáveis controladas mais empregadas nos
processos industriais, com as respectivas unidades utilizadas por engenheiros e técnicos que atuam na
área de instrumentação, bem como o nome e os aspectos construtivos de seus instrumentos de medição
e controle. Estudamos, também, que cada tipo de processo tem aplicações específicas e que por isso o
instrumentista deve reconhecer os diferentes tipos de instrumentos aplicados, conforme o local de
instalação e sua função dentro do processo de medição e controle das variáveis. Como instrumentista, você
poderá atuar em diversos processos industriais, como o setor petroquímico, alimentício, automotivo e de
bebidas celulose.
ELEMENTOS HIDRÁULICOS E
PNEUMÁTICOS DA INSTRUMENTAÇÃO
Grande parte dos elementos que fazem parte dos acionamentos dos circuitos hidráulicos
e pneumáticos tem os mesmos nomes, como conexões, mangueiras, válvulas, entre outros,
e possuem simbologias e representações gráficas semelhantes. Como, fisicamente, os
aspectos construtivos são muito diferentes, é importante que você aprenda a reconhecer
essas diferenças para evitar usos indevidos.
Os elementos mais comuns usados para construir acionamentos pneumáticos são conexões
e mangueiras. Para montar um circuito de acionamento é importante conhecer quais os
modelos e as dimensões que são disponibilizadas pelos fabricantes no mercado.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
60
As mangueiras pneumáticas são tubos flexíveis, resistentes a dobras, a altas temperaturas e pressões.
Permitem a curvatura com raios reduzidos e apresentam grande facilidade nas montagens por encaixe.
São produzidos em compostos plásticos como Poliuretano (PU), Poliamida (PP) e Policloreto de polivinila
(PVC). Seus diâmetros podem variar de quatro a 12 milímetros e apresentam uma gama variada de cores,
sendo mais indicada, na instrumentação, a cor azul em função da normalização de cores. Observe alguns
exemplos na Figura 44.
As conexões pneumáticas são dispositivos empregados para acoplar as mangueiras nos demais
componentes do sistema pneumático. Os conectores modernos empregam tecnologia de engate rápido
por compressão, não necessitando de ferramentas para encaixar ou desencaixar a mangueira. A variedade
de modelos e de dimensões atende a todas as necessidades do mercado, cujos conectores mais usados são
os retos, curvos e os formatos em “t”, “y”, união e cruz, conforme ilustrados na Figura 45.
• válvulas direcionais: são os elementos mais importantes na pneumática porque orientam, com lógica,
o caminho do ar comprimido dentro do sistema. As válvulas direcionais mais comuns são as de cinco
vias e duas posições (5/2) e as de três vias e duas posições (3/2). Há também válvulas de duas vias e
duas posições (2/2) e quatro vias e duas posições (4/2). A Figura 47 apresenta um corte longitudinal
esquemático que mostra o fluxo de ar nas posições da válvula direcional e sua simbologia;
12 (Y) 14 (Z)
(R) 5 3 (S)
1 (P)
Simbologia
• válvulas de processamento de sinais: são aquelas que analisam as informações emitidas ao circuito
pelos elementos de sinais. Essas válvulas combinam-se entre si para que o elemento atuador
apresente o comportamento final desejado. Podemos citar as válvulas alternadoras, as válvulas de
simultaneidade, os temporizadores e os contadores, todos destinados a combinar os sinais para os
elementos de comando. Observe um exemplo de válvula de processamento de sinais, o temporizador,
na Figura 48.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
62
Além de elementos como conexões e mangueiras, nos circuitos hidráulicos, também é comum o uso
de tubos rígidos. Os sistemas hidráulicos operam com pressões bem mais elevadas, necessitando que as
mangueiras e conexões tenham aspectos construtivos mais robustos quando comparados aos empregados
na pneumática. A seguir, você conhecerá os modelos e as dimensões desses elementos disponibilizados
pelos fabricantes no mercado.
São linhas flexíveis para condução de líquidos em circuitos que necessitem a compensação de movimento
ou a absorção de vibrações. As mangueiras desenvolvidas para sistemas hidráulicos são constituídas de
três partes: tubo interno, reforço e cobertura externa, e são especificadas pelo diâmetro interno do tubo,
conforme ilustra a Figura 49.
DI
Figura 49 - Partes de uma mangueira hidráulica com especificação de diâmetro
Fonte: SENAI-RS
• resistência às condições ambientais: ação do ozônio (O3), raios ultravioleta, calor irradiante, chama
viva;
• vida útil em condições dinâmicas de trabalho;
• raio mínimo de curvatura.
A mangueira que será aplicada em um sistema hidráulico, além de atender aos requisitos listados
anteriormente, também deve ser compatível com o tipo de fluido empregado. Por isso, é importante
consultar a norma quando for montar um sistema hidráulico ou efetuar a substituição da mesma. A Figura
50 mostra alguns exemplos de mangueiras hidráulicas.
As tubulações hidráulicas são utilizadas em sistemas hidráulicos somente em locais que não possuam
partes móveis e também não apresentem vibrações excessivas. Apesar de terem maior resistência mecânica
do que as mangueiras, sua montagem é bem mais crítica, exigindo mão de obra especializada. Para uma boa
montagem com tubos rígidos é importante seguir algumas recomendações, como:
• evitar trechos retos muito longos e montar as extremidades bem alinhadas para não causar
tensionamentos nos tubos, minimizando o risco de ocorrer vazamentos;
• quando for necessário contornar algum obstáculo, deve ser feito com dobras em ângulos suaves para
minimizar as turbulências e a perda de carga6 no fluido circulante.
Os tubos para sistemas hidráulicos são construídos com aços inoxidáveis e especificados pelo diâmetro
externo. Outro aspecto importante é a espessura da parede e se ela possui ou não costura lateral. A Figura
51 mostra um exemplo de tubulação utilizada em montagem de sistemas hidráulicos, em que se percebe
algumas dobras complexas.
6 Diminuição na energia dinâmica do fluido devido à fricção de suas partículas entre si e contra as paredes da tubulação
onde ele circula.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
64
FIQUE Evite o uso de reduções bruscas nas montagens de circuitos hidráulicos a fim de
ALERTA minimizar as turbulências e consequentemente o aumento de pressão e temperatu-
ra do fluido.
São dispositivos que permitem acoplar as mangueiras nos demais componentes do sistema hidráulico.
As conexões hidráulicas são classificadas da seguinte forma:
• conexões reutilizáveis: são conexões que facilitam as tarefas de manutenção e dispensam o uso
de ferramentas especiais nas trocas de mangueiras. Essas conexões são fixadas às mangueiras por
interferência ou por uma capa rosqueável;
• conexões permanentes: são aquelas que precisam ser substituídas juntamente com a mangueira
e necessitam de ferramentas especiais para sua montagem. A fixação das conexões às mangueiras
pode ser efetuada de duas formas: removendo ou não a proteção externa.
As conexões hidráulicas podem ser fixas ou giratórias, retas ou curvas (com ângulos de 45° e 90°) e
ainda do tipo macho ou fêmea. Para facilitar sua montagem e desmontagem dos circuitos hidráulicos,
pelo menos em uma das extremidades da mangueira deve ser montada uma conexão giratória. A Figura
52 mostra alguns modelos de conexões, permanentes e reutilizáveis, aplicadas em mangueiras hidráulicas.
4 ELEMENTOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS DA INSTRUMENTAÇÃO
65
Da mesma forma que as válvulas e os atuadores pneumáticos são os responsáveis pela transformação
da energia pneumática, as válvulas e atuadores hidráulicos são responsáveis pela transformação de energia
hidráulica em movimentos nos circuitos hidráulicos. Essa energia será transformada, por meio de válvulas e
atuadores, em movimentos retilíneos ou movimentos rotativos:
• atuadores hidráulicos: o atuador hidráulico funciona do mesmo modo que o atuador pneumático. A
principal diferença está em sua estrutura, já que precisa ser resistente para suportar altas pressões. Os
atuadores hidráulicos podem ser de dois tipos: lineares ou rotativos;
• válvulas direcionais: as válvulas direcionais hidráulicas apresentam algumas diferenças em seu
funcionamento em relação às válvulas direcionais pneumáticas. As hidráulicas possuem válvulas com três
posições e normalmente utilizam válvulas com quatro vias, enquanto que as pneumáticas possuem duas
e três posições e, geralmente, três ou cinco vias.
Os elementos pneumáticos, por trabalharem com ar comprimido, são mais fáceis de manusear. O ar
é um fluido limpo e compressível. A ocorrência de pequenos vazamentos no circuito não compromete
o desempenho do sistema e o seu descarte é feito no próprio local de consumo. Por isso, a montagem
dos acionamentos é feita totalmente com mangueiras de materiais plásticos e raramente são empregados
tubos metálicos. Os conectores empregados também são de materiais à base de polímeros com engates
rápidos, sem a necessidade do uso de ferramentas.
Os sistemas hidráulicos trabalham com óleo, que é um fluido incompressível e opera com pressões
bem mais elevadas que as empregadas nos sistemas pneumáticos. Por isso, os elementos são totalmente
metálicos, com aspectos construtivos robustos e a montagem é feita com ferramentas adequadas.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Aprendemos que os comandos automáticos empregados nas indústrias também são construídos com
tecnologias pneumáticas e hidráulicas. Você ficou sabendo que as mangueiras empregadas nos circuitos
pneumáticos são construídas de materiais plásticos de fácil manuseio, sem a necessidade de utilização de
ferramentas. Observamos que a grande variedade de conectores permite atender a qualquer necessidade
das empresas. Em relação à montagem dos sistemas hidráulicos, aprendemos que as mangueiras utilizadas
apresentam forma flexível e resistente e que os conectores são sempre metálicos. Com relação aos conectores, o
capítulo mostrou que alguns desses elementos são permanentes, enquanto que outros podem ser reutilizados.
E, por fim, foi possível atentar para o fato de que o óleo é um elemento incompressível. Desse modo, em casos de
pequenos vazamentos, essa característica do óleo pode comprometer o desempenho do sistema.
4 ELEMENTOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS DA INSTRUMENTAÇÃO
69
Anotações:
ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Antes de iniciarmos a leitura deste capítulo, vamos fazer um exercício mental. Imagine que
solicitaram a você recolocar uma peça que havia se soltado de uma máquina. Qual elemento
de fixação você usaria? Optaria por rebite, pino ou parafuso para prender a peça? Será que
todos esses elementos têm as mesmas funções? Certamente você ficou com dúvidas, mas não
se preocupe, pois ao estudar este capítulo, aprenderá as diferenças entre rebites, parafusos
e pinos, e poderá fazer a melhor opção conforme a aplicação em máquinas e equipamentos.
Saberá como reconhecer quais as funções desempenhadas por anéis elásticos e arruelas e terá
condições de escolher a melhor opção entre as chavetas para acoplar eixos e engrenagens.
Há diversas formas de unir duas ou mais peças e, também, são muitas as opções de
escolha entre os elementos mecânicos de fixação. Uma definição importante para a correta
aplicação dos elementos de fixação é saber por quanto tempo as peças ficarão unidas entre si.
Dependendo do caso, uma determinada fixação pode ser realizada de forma permanente, em
outros, a fixação pode ser frequentemente desmontada. Além disso, há fixações que devem
permitir o movimento relativo entre as peças unidas. Esses são alguns dos critérios que ajudam
a escolher, por exemplo, qual a melhor opção entre os elementos de fixação como rebite,
parafuso ou pino.
Nas empresas, temos máquinas que realizam grandes esforços e apresentam vibrações
excessivas e frequentes oscilações de temperatura. Essas variantes interferem na escolha da
fixação como o tipo de porca, da arruela ou do anel a ser utilizado em peças ou dispositivos. Por
isso, é importante que você aprenda como utilizar corretamente esses elementos e conheça
suas características.
VOCÊ A união permanente entre peças é aquela que para ser desfeita é neces-
SABIA? sário destruir o elemento de fixação.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
72
5.1.1 REBITES
O rebite é o elemento utilizado para fixação permanente de dois ou mais objetos. Ele é fabricado em
metal como, o alumínio, cobre, latão ou aço. Seu corpo sempre é cilíndrico, mas a cabeça pode apresentar
diferentes formatos. O rebite é caracterizado conforme o seu material de fabricação, pela forma da cabeça,
por seu comprimento útil e pelo diâmetro e forma do corpo. A Figura 54 mostra o rebite de repuxo,
conhecido como tipo “pop”.
O rebite “pop” é aplicado com auxílio de um alicate, cujo mecanismo deforma as paredes do seu corpo
proporcionando a pressão de aperto. A Figura 55 mostra o rebite após o processo de fixação a uma
superfície.
Os rebites possuem uma grande aplicação em todos os segmentos industriais. Da simples fixação da
fechadura em uma porta até usos mais sofisticados como a sustentação da fuselagem em aviões. Para cada
aplicação deve ser utilizado o rebite adequado, avaliando-se bem o tipo de esforço requerido em cada
situação. O Quadro 8 mostra alguns modelos de rebites e suas aplicações típicas.
(CONTINUA)
Rebites de cabeça Utilizado para fixar objetos que não permitem saliências.
escareada
(CONCLUSÃO)
Rebites de repuxo Empregado para unir e fixar peças com rapidez e simplici-
dade. Utilizado para fixar objetos que admitem pequenas
saliências.
Quadro 8 - Tipos de rebites e suas aplicações típicas
Fonte: SENAI-RS
VOCÊ A fabricação de rebites não é feita sem padronização. Ela obedece às normas técni-
SABIA? cas que definem as medidas da cabeça, do corpo e do comprimento útil.
5.1.2 PARAFUSOS
Elemento de fixação empregado para unir peças em que há necessidade de serem montadas e
desmontadas de forma rápida e fácil. O parafuso se diferencia pela forma da cabeça, pelo perfil do filete da
rosca, pelo formato da haste e pelo tipo de acionamento. A variedade de parafusos existente no mercado
é muito grande e a Figura 56 mostra um pouco dessa diversidade.
Um item fundamental na fabricação do parafuso é sua rosca, pois o formato e o passo definem para qual uso
se destina o parafuso. Entre os vários tipos de rosca existentes, a triangular é a mais utilizada, pois seu processo
de fabricação é mais simples, além de assegurar melhor resistência mecânica. A Figura 57 mostra um parafuso
de rosca triangular em que o passo corresponde à distância entre dois filetes.
Filete
Um fato relevante na aplicação do parafuso é saber o limite de esforço mecânico que ele foi projetado para
suportar. Essa propriedade é definida conforme a classe de resistência do material do qual ele é constituído.
O domínio desse conceito é uma atribuição do mecânico, mas é importante o instrumentista conhecer essa
informação para não fragilizar determinados sistemas de máquinas automáticas. Nos parafusos sextavados,
a classe de resistência vem especificada por um número estampado na parte superior da cabeça, conforme
demonstrado na Figura 58, a seguir.
VOCÊ Os parafusos podem ter rosca do tipo direita e esquerda. A rosca direita é a mais co-
mum e seu aperto ocorre no sentido horário. A rosca tipo esquerda só é empregada
SABIA? em casos especiais.
5.1.3 PORCAS
A porca é um elemento de fixação usado juntamente com o parafuso e, portanto, ambos devem ter a
rosca compatível e possuir a mesma classe de resistência. A porca é fabricada em vários formatos como:
sextavada, cega, recartilhada, entre outras. O Quadro 9 mostra os modelos citados e suas aplicações.
Recartilhada Modelo de porca aplicado junto com parafusos que são aber-
tos com mais frequência, como abertura de painéis.
FIQUE Sempre que for colocar a porca em um parafuso, certifique-se de que as roscas de
ALERTA ambos sejam do mesmo padrão, métrico ou polegada.
5.1.4 ARRUELAS
As arruelas são elementos cilíndricos, de espessura fina, com um furo no centro, pelo qual passa o corpo
do parafuso. É utilizada para aumentar a superfície de apoio de parafusos e porcas, assim como impedir
que eles se soltem devido a vibrações mecânicas e oscilações térmicas. A arruela pode ser lisa, de pressão
e de freno, conforme mostrado no Quadro 10.
O anel elástico é um elemento usado em eixos e furos contra deslocamentos axiais. São fabricados em
aço-mola7 e podem ser classificados em três categorias, como veremos a seguir:
7 Metal capaz de retornar à forma original após sofrer algum tipo de deformação, característica que depende do teor de
carbono e do tratamento térmico do aço.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
76
• anel de segurança: absorve grandes forças axiais e pode ser de uso externo (alojado em canal
construído num eixo) ou interno (alojado em canal construído num furo), conforme mostrado na
Figura 59;
• anel de arame elástico: também é montado em canais confeccionados no eixo ou na parede interna
de tubos, sendo capaz de suportar pequenos esforços axiais, conforme ilustra a Figura 61.
Para a utilização dos anéis devem ser observados alguns pontos importantes como:
• a dureza do anel tem que ser adequada aos elementos fixados por ele;
• a superfície deve estar livre de rebarbas, fissuras e oxidações;
• o anel precisa ficar bem alojado e com boa pressão no fundo da canaleta.
5 ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
77
5.1.6 PINOS
O pino é um elemento que tem por finalidade fixar ou alinhar os componentes de máquinas. Em algumas
situações, o uso do pino permite, por meio de articulação, a liberdade de movimento entre as peças unidas.
Os pinos são especificados conforme as características construtivas (formato, tipo de aplicação, diâmetro,
material construtivo, acabamento superficial e tratamento térmico). A Figura 62 mostra alguns modelos de
pinos utilizados na fixação de peças.
5.1.7 CHAVETAS
A chaveta é um elemento usado para fixar engrenagens, polias ou acoplamentos em eixos. A chaveta é
fabricada em aço com formatos paralelo, em cunha ou de disco, e é posicionada em cavidades interpondo-
se entre o eixo e a peça a ser fixada. O Quadro 11 mostra os tipos e suas aplicações.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Estudamos a importância de usar bons critérios na escolha dos elementos mecânicos para fixação de
peças e componentes. Aprendemos que o rebite é recomendado para unir as peças de forma permanente.
Em fixações não permanentes, como locais em que a separação das peças é realizada com frequência, os
parafusos e porcas são a melhor opção. Já os pinos são usados nas articulações, quando há necessidade de
movimento relativo entre as peças. Também conhecemos que as arruelas são empregadas para distribuição
do torque aplicado ou para minimizar efeitos de vibrações e variações térmicas no aperto dos parafusos. Por
fim, soubemos que há diferentes modelos de chavetas e anéis empregados para fixar engrenagens e outros
dispositivos na ponta de eixos.
5 ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
79
Anotações:
FERRAMENTAS MANUAIS EMPREGADAS
À INSTRUMENTAÇÃO
Uma das atividades mais executadas por qualquer profissional instrumentista é a colocação
e remoção de parafusos. Todavia, há vários modelos de parafusos e, portanto, devemos
sempre procurar empregar a chave mais adequada ao modelo de parafuso que se pretende
movimentar.
Para cada tipo de fenda estampada na cabeça do parafuso há uma chave apropriada. Assim,
as chaves disponíveis são: de fenda reta, de fenda cruzada (chamada de chave Philips), de
fenda sextavada (conhecida como chave Allen) e a Torx. A Figura 63 mostra os modelos dessas
chaves de fenda.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
82
As chaves de fenda são sempre especificadas pelas dimensões da haste, como o comprimento e o
diâmetro da ponta, conforme mostrado na Figura 64.
A
Figura 64 - Exemplo de chave de fenda reta com sua dimensão e adequada à NR-10
Fonte: SENAI-RS
As chaves utilizadas nesses parafusos são especificadas pelo diâmetro da cabeça do parafuso e devem
encaixar de forma bem justa ao seu sextavado. As chaves são comercializadas em jogo ou de forma unitária,
com medidas milimétricas e em polegadas, e pode ser do tipo boca, estrela ou combinada, conforme ilustra
a Figura 65.
Outra ferramenta bastante usada para parafusos de cabeça sextavada é a chave ajustável. É uma chave de
boca com abertura regulável que se ajusta por meio de uma rosca sem fim. Alguns modelos apresentam uma
escala milimétrica, indicando o tamanho da abertura da mandíbula, conforme mostrado na Figura 66.
20
10
0
torque 8
FIQUE A chave ajustável também é chamada de chave inglesa e só deve ser empregada
ALERTA para ajustar, nunca para efetuar o torque8.
6.1.3 ALICATES
Os alicates constituem outra família de ferramentas manuais, compostas por dois braços articulados.
Em uma das extremidades dos braços ficam as garras e pontas que servem para segurar, cortar, dobrar,
colocar e retirar peças; na outra extremidade, ficam as empunhaduras. Para cada atividade específica há
um alicate mais apropriado, como veremos a seguir:
• alicate universal: usado para segurar, emendar e cortar cabos elétricos. São comercializadas em
tamanhos de 150 a 255 mm identificados pela letra L, conforme mostra a Figura 67. O alicate universal
apresenta tensão de isolamento do cabo de 1000 V, em conformidade com a norma NR-10;
A D
L
Figura 67 - Exemplo de alicate universal com sua dimensão adequada à NR-10
Fonte: SENAI-RS
• alicate de corte diagonal: esse tipo de alicate é empregado para cortar e descascar cabos elétricos.
Também são comercializados em tamanhos de 150 a 255 mm. Para atender à norma NR-10, o cabo
apresenta tensão de isolamento de 1000 V. Observe um alicate de corte diagonal na Figura 68;
8 Esforço de torção ou rotação que suporta um eixo quando transmite um movimento em um motor.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
84
• alicate bomba d’água: utilizado para segurar e apertar conexões hidráulicas, pneumáticas e de
conduletes elétricos, esse alicate é comercializado em diversos tamanhos. Alguns modelos podem
apresentar cabos com isolamento em conformidade com a norma NR-10. A Figura 69 ilustra esse tipo
de alicate;
• alicate rebitador: usado para aplicar rebites de repuxo (tipo pop) produzidos em alumínio, o alicate
rebitador é comercializado com bico intercambiável nos diâmetros de 2,4 mm e 6,0 mm. A Figura 70
mostra um modelo com ponteiras intercambiáveis presas ao cabo;
Ponteira intercambiável
• alicate extrator de anel: esse tipo de alicate é empregado para retirar e/ou colocar anel de freno em
equipamentos. Para cada tamanho de anel de freno há uma ponteira com diâmetro mais adequado.
O bico pode ser reto ou em ângulo. A Figura 71 ilustra aplicações do alicate extrator de anel com bico
em ângulo.
6 FERRAMENTAS MANUAIS EMPREGADAS À INSTRUMENTAÇÃO
85
Chave empregada para rosquear tubos metálicos em montagens industriais. Também conhecida como
chave grifo, é comercializada em dimensões de 6 a 32 polegadas. A Figura 72 ilustra uma chave para tubos.
O saca pinos é um dispositivo apropriado para remover pinos e grampos usados na fixação de hastes,
eixos, elos de corrente e outros. O diâmetro dessa ferramenta deve ser levemente menor que o diâmetro
do pino a ser retirado. O saca pinos (FIGURA 73) deve ser utilizado com um martelo metálico.
As ferramentas são caracterizadas pela função que desempenham, pelas dimensões que são
comercializadas e pelo tipo de isolamento do cabo quando destinadas para trabalhos em sistemas
elétricos energizados. Quando você solicitar ou comprar uma ferramenta, especifique corretamente todas
as características que ela deve ter. Por exemplo, ao solicitar uma chave de fenda cruzada, informe a largura
da ponta, o comprimento da haste e o tipo de isolamento do cabo. Caso contrário, você correrá o risco de
receber uma ferramenta inadequada.
Cada ferramenta é adequada para desempenhar uma função específica. Não improvise e não utilize uma
ferramenta em algo para o qual ela não foi projetada. Para afrouxar ou apertar parafusos, lembre-se de que há
diferentes tipos de fendas. Utilize a chave adequada ao parafuso que você está manuseando. Do mesmo modo,
os parafusos com cabeça sextavada são construídos com diferentes diâmetros. Escolha a chave, de boca ou
estrela, que melhor se ajuste às dimensões do sextavado. Para executar a tarefa de bater, use exclusivamente
o martelo, selecionando o mais adequado ao tipo de objeto ou à superfície na qual irá trabalhar.
As ferramentas são instrumentos importantes para o bom desempenho das atividades do instrumentis-
ta. Portanto, elas devem estar sempre limpas, sem avarias, sem trincas ou sem marcas severas de desgaste.
Conservar bem as ferramentas é considerada uma das boas práticas profissionais nas empresas. Revisar
6 FERRAMENTAS MANUAIS EMPREGADAS À INSTRUMENTAÇÃO
87
as ferramentas antes de iniciar a jornada de trabalho e limpar aquelas utilizadas após o término de cada
atividade é uma demonstração de qualidade e profissionalismo. Procure manter sua caixa de ferramentas
sempre organizada.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Estudamos aspectos fundamentais sobre as ferramentas básicas usadas para o exercício das atividades de
instrumentação. Aprendemos que algumas chaves usadas para apertar parafusos são apropriadas a determinados
modelos, de acordo com as fendas ou com o diâmetro sextavado da cabeça dos parafusos. Conhecemos os
tipos de alicates mais utilizados e suas aplicações específicas. Você também reconheceu a importância de
especificar corretamente uma ferramenta, devido aos perigos decorrentes do improviso e do uso inadequado
dos instrumentos, e a necessidade de conservá-las sempre limpas e organizadas dentro da maleta.
MANUTENÇÃO
Em todas as empresas, sempre ocorrem alguns defeitos inesperados nas máquinas. Essas
falhas acontecem independentemente do planejamento ou da qualidade dos trabalhos
executados pela equipe de manutenção. As intervenções que devem ser executadas quando
esses defeitos ocorrem são chamadas de manutenção corretiva – um tipo de manutenção não
planejada, cujo objetivo é localizar e reparar defeitos nas instalações industriais.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
90
Muitas empresas usam esse atendimento emergencial (manutenção corretiva) como uma opção
estratégica, por ser mais econômico do que montar planos complexos de manutenção. Devido a sua
natureza imprevisível, a manutenção corretiva é realizada por demanda e, na organização da equipe de
manutenção, são destacados diariamente alguns mantenedores para esse tipo de atendimento.
Quem compra um automóvel novo recebe orientações para retornar periodicamente à concessionária
para que seu carro seja revisado. Em cada revisão, alguns itens são avaliados pela quilometragem rodada e
outros conforme o tempo de operação. Caso o comprador não cumpra essa determinação, perde a garantia
de fábrica.
Mas como o proprietário do automóvel controla esses prazos? Na entrega do veículo, o vendedor anota
no manual de manutenção as datas ou as quilometragens nas quais o carro precisa retornar à loja para fazer
as avaliações. A responsabilidade pelo cumprimento dos prazos é do proprietário. Ora, esse procedimento
acertado entre ambos é um plano de manutenção preventiva.
Do mesmo modo, numa empresa, o plano da manutenção preventiva é definido por um conjunto de
procedimentos e ações antecipadas, efetuadas em peças e equipamentos, mesmo que não apresentem
falha, visando manter as máquinas e equipamentos em boas condições de funcionamento.
As empresas que implantam programas de manutenção preventiva parametrizam seus planos
utilizando informações contidas em manual técnico ou recomendadas pelo fabricante do equipamento.
As manutenções são planejadas com base no tempo de operação das máquinas.
Para realizar um bom plano de manutenção preventiva é preciso mapear os componentes mecânicos,
elétricos, eletrônicos e os instrumentos de uma máquina. A Figura 74 mostra uma planilha que serve
como exemplo de como organizar as informações, relacionando as atividades a serem executadas com os
períodos recomendados pelo fabricante.
7 MANUTENÇÃO
91
ENSACADEIRA AUTOMÁTICA
TAG [ ] EN202 [ ] EN203 DATA: EXECUTANTE:
ESPECIALIDADE
HORA HOMEM
FREQ. (MÊS)
NÃO VERIF.
INSPEÇÃO
DESCRIÇÃO
LIMPEZA
SUBSTIT.
AJUSTES
ITEM
OBS.
Ajustar e testar a pressão do
1.1 sistema de solda entre 5,0 à INST 1 0,50
6,0 bar, na reguladora.
Verificar a quantidade de
teflon do módulo da solda
1.2 INST 1 1,50
superior. Substituir conjunto
se estiver mais de 80% gasto.
Verificar a quantidade de
teflon do módulo da solda
1.3 INST 1 1,50
inferior. Substituir conjunto
se estiver mais de 80% gasto.
Inspecionar os cabos termi-
1.4 nais da resistência da solda INST 2 0,50
superior e inferior.
Inspecionar/substituir sensor
1.5 INST 2 0,25
ótico de posição da sacaria.
Ajuste do sensor da esteira
1.6 INST 1 0,20
transportadora.
Verificar a obstrução do
1.7 sensor ótico do sistema de INST 1 0,25
enchimento
A manutenção preditiva é um tipo de ação preventiva baseada no conhecimento das condições dos
equipamentos ou dos componentes das máquinas que, por meio de análises periódicas, determina
desgastes prematuros em suas peças vitais. O acompanhamento sistemático nas condições dos
equipamentos permite escolher a melhor oportunidade para substituições ou reparos das peças.
A manutenção preditiva tem um custo bem mais elevado do que a manutenção preventiva; por
isso, somente as máquinas de grande porte ou as que apresentam dificuldades na intervenção ou no
fornecimento de peças sobressalentes são contempladas nesses programas. As estatísticas das empresas
mostram que a seleção criteriosa dos equipamentos nesses acompanhamentos traz bons resultados
financeiros e comprovam os benefícios dessa prática.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
92
7.3.1 TERMOGRAFIA
É uma técnica que detecta padrões de calor ou mudanças de temperatura por meio de imagens,
capturando a energia dos objetos monitorados na região do infravermelho. O equipamento empregado é
o termovisor, semelhante a uma câmera fotográfica, que combina imagens térmicas do infravermelho com
a luz visível num mesmo monitor.
Essa técnica permite detectar problemas prematuros de aquecimento em circuitos elétricos (por
mau contato ou sobrecarga de corrente elétrica) e em equipamentos mecânicos rotativos (por atrito em
mancais e rolamentos). O monitoramento permite que a manutenção seja programada com antecedência,
evitando tempos maiores de indisponibilidade do equipamento. A Figura 75 ilustra alguns exemplos de
utilização da técnica por termografia.
SKF6211
Rotação do motor
0
0 200 400 600 800 1000
7.3.3 FERROGRAFIA
Uma máquina motriz possui componentes móveis, como rolamentos e engrenagens, que devem
trabalhar sempre bem lubrificados. Mesmo com um bom plano de lubrificação esses componentes sofrem
atrito e, com o tempo, se desgastam. Como as máquinas e seus componentes são feitos de ligas de ferro,
grande parte das partículas encontradas nos lubrificantes são provenientes dessas ligas. A técnica que
faz esse acompanhamento acerca dos componentes móveis produzidos por ligas de ferro é chamada de
ferrografia. Observe, na Figura 77, como é realizada uma ferrografia: o óleo coletado de uma máquina
é forçado, por meio de uma bomba, a circular em cima de uma lâmina de vidro, que forma um plano
inclinado apoiado sobre um ímã. Ao escorrer, o óleo deposita as partículas metálicas sobre a lâmina de
vidro, cujo campo magnético do ímã retém as partículas conforme seu tamanho, ficando a maior na parte
superior da lâmina e a menor na parte inferior.
9 É a parte rotativa dos motores elétricos e das bombas usadas para transferência de líquidos.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
94
mm
56
= 1-5μm
mangueira bomba
peristáltica com
40 filtro
particulas ~
lâmina de vidro
0
Figura 77 - Ferrografia das partículas suspensas em óleo lubrificante
Fonte: SENAI-RS
Na técnica da ferrografia, a identificação da causa do desgaste é determinada por meio de exame visual
das partículas encontradas em suspensão no óleo, como a morfologia, a cor, os tamanhos, a distribuição e
a concentração.
VOCÊ Para fazer a análise, o óleo deve ser coletado nos pontos indicados no equipamento,
em quantidade não inferior a 100 ml, e as partículas que interessam para a análise
SABIA? são as recém-produzidas no momento da coleta.
A manutenção autônoma consiste em transferir para o operador da máquina algumas tarefas básicas
de manutenção, como lubrificação, inspeções visuais e pequenos ajustes. Esse modelo de manutenção
requer que o operador receba treinamentos específicos e desenvolva habilidades para distinguir situações
normais das anormais em sua máquina, bem como, ser capaz de tomar ações rápidas e acertadas, em casos
de anormalidades operacionais. Os objetivos da manutenção autônoma são:
• reduzir desgastes prematuros dos componentes: o operador deve acompanhar de forma mais
frequente os pontos de lubrificação. Deve ter maior atenção para a necessidade de reposição de óleos
e graxas e atuar na limpeza da máquina, com a remoção de graxas antigas e outros resíduos que
possam comprometer o funcionamento das partes móveis;
• eliminar as quebras inesperadas: o operador deve comunicar à manutenção quando perceber ruídos
anormais, além de fazer pequenos ajustes que possam evitar o surgimento de movimentos bruscos e
batidas excessivas em braços, pinos e articulações;
• minimizar o número de defeitos: devem ser relatados os pequenos problemas com mais clareza para a
manutenção, pois quando não tratados no início, os pequenos defeitos acabam se tornando grandes
problemas;
• aumentar a disponibilidade operacional das máquinas: o operador deve diminuir o tempo de parada
na espera pela manutenção, solucionando os defeitos mais simples e antecipando diagnósticos que
permitem a programação de momentos mais favoráveis para as manutenções complexas.
7 MANUTENÇÃO
95
CASOS E RELATOS
redutor10
RECAPITULANDO
Conhecemos as práticas desenvolvidas nas rotinas da manutenção e aprendemos que, para atingir os
objetivos da manutenção, são empregadas técnicas corretivas, preventivas e preditivas. Soubemos que
as empresas distribuem suas equipes conforme a complexidade e a importância que os equipamentos
representam no processo produtivo. Verificamos que a manutenção corretiva tem como foco os defeitos
inesperados e que por isso é executada dependendo da solicitação. Já a manutenção preventiva, possui um
planejamento para execução e é controlada com base no tempo, empregando informações técnicas contidas
em manuais ou recomendada pelo fabricante. Observamos que a manutenção preditiva é aquela que faz uso de
técnicas e equipamentos específicos e, em função de seus resultados, é possível planejar com antecedência as
manutenções mais complexas. Por fim, aprendemos que a manutenção autônoma transfere para os operadores
habilitados algumas tarefas simples de manutenção em suas máquinas.
A produção com foco na qualidade está cada dia mais presente nas diretrizes adotadas pelos
administradores das empresas. Aquela aparência de oficina de trabalho suja, mal iluminada
ou com objetos espalhados por toda a parte é coisa do passado. Para se adequar a essa nova
realidade, é importante que você aprenda e pratique os princípios básicos do programa 5S,
que aprenderemos a seguir. Ao manter seus objetos pessoais e o local de trabalho sempre
limpos e organizados, você estará contribuindo de forma efetiva para atender os requisitos de
qualidade da empresa.
Outro conceito muito difundido pelos administradores é o da melhoria contínua. Toda
atividade desenvolvida pode ser melhorada ou realizada de uma forma mais eficiente.
A implantação de programas de melhoria contínua requer o domínio das ferramentas
da qualidade. Para isso, você vai conhecer o ciclo PDCA, a metodologia MASP e algumas
ferramentas empregadas na gestão de programas de melhorias utilizados nas empresas.
Veja a Figura 78 e faça uma reflexão: em qual dos dois ambientes o trabalho realizado será
mais seguro, produtivo e agradável?
NÃO
E
FUM
Muitas pessoas não percebem a influência do ambiente de trabalho no desempenho de suas atividades
diárias. Gastam parte do seu tempo e de suas energias procurando ferramentas e componentes em diversos
locais, por não lembrarem onde colocaram os objetos depois da última utilização. Também trabalham de
forma inadequada, ao ter que dividir espaço com os materiais deixados ao acaso por sobras de outras
atividades. Outro fator imperceptível para elas é que algumas finalizam seu dia com um nível elevado de
estresse proveniente da falta de organização e limpeza do seu local de trabalho.
Manter o ambiente organizado permite a qualquer profissional ter mais produtividade e qualidade, com
conforto e bem estar. Veja alguns princípios básicos para tornar o ambiente de trabalho mais organizado
e limpo:
• ter um local apropriado para guardar seus itens pessoais e para descarte daqueles que forem
desnecessários;
• manter bancadas e ferramentas sempre limpas e prontas para uma nova atividade. Antes de pensar
em como limpar, tente não sujar;
• se o colega não realiza a limpeza no próprio ambiente de trabalho, não tenha vergonha e peça
gentilmente para que ele a execute;
• jamais se alimente no ambiente de trabalho. Restos de comida é o ponto de partida para a propagação
de insetos indesejáveis e pode provocar diversas doenças;
• pensar sempre na segurança de todos. Locais e materiais bem sinalizados diminuem os riscos de
acidentes.
Muitas empresas estabelecem como meta administrativa melhorar o nível de qualidade de seus
produtos ou processos. Invariavelmente, iniciam implementando programas que promovam a mudança
de comportamento e atitudes de seus colaboradores. Os recursos utilizados para atingir esse objetivo são
denominados de ferramentas da qualidade, que você vai estudar a seguir.
8.2.1 PROGRAMA 5S
Você já passou pela situação de não encontrar um objeto, embora tivesse certeza de tê-lo guardado?
Em algum momento, precisou desenvolver uma atividade de forma desconfortável por falta de espaço?
Caso você já tenha passado por essas situações, preste atenção nos conceitos a seguir e pratique-os no seu
dia a dia.
Os cincos sensos (5S) é uma metodologia que surgiu na Japão, na década de 50, e aplica conceitos que
podem ser praticados na indústria, nas escolas e até mesmo em casa. Os 5S apresentam princípios que
trabalham o lado educacional das pessoas em três dimensões: física, intelectual e comportamental. Seus
conceitos são fundamentais para implementação de outros programas relacionados como a gestão da
qualidade. Veja a seguir o significado de cada S:
8 QUALIDADE
99
• senso de utilização (seiri): transmite a ideia que devemos manter apenas aquilo que realmente
necessitamos. Objetos sem utilização devem ser descartados, liberando o espaço físico e promovendo
a melhoria visual e funcional no ambiente de trabalho;
• senso de ordenação (seiton): devemos criar uma metodologia que permita uma organização eficiente
do nosso ambiente. O que é utilizado com maior frequência deve estar mais ao alcance do que aquilo
que possui menor utilização. Também precisamos definir um lugar para cada coisa e mantê-las em
seu devido local. Os objetos e seus lugares precisam estar identificados, proporcionando economia
de tempo e de esforço físico para encontrar e guardar objetos;
• senso de limpeza (seisou); manter locais, equipamentos e instrumentos sempre em condições de
serem usados a qualquer momento por qualquer pessoa. Limpeza de forma abrangente em armários,
gavetas, murais, computadores e ferramentas;
• senso de higiene (seiketsu): incentivar os cuidados com a saúde física e mental difundindo a importância
da prática de exercícios físicos regulares e de bons hábitos de higiene e alimentação;
• senso de autodisciplina (shitsuke): só com disciplina se consegue eliminar maus hábitos. Com disciplina
as ações são realizadas de forma automática, como o cumprimento de normas, prazos, procedimentos
e principalmente com o uso de EPIs.
FIQUE Redobre a sua atenção ao transitar em ambientes que não atendam aos princí-
pios do 5S, pois esses ambientes apresentam estatísticas elevadas de acidentes
ALERTA de trabalho.
O ciclo PDCA é um método interativo de gestão de quatro fases, utilizado para o controle e melhoria
contínua de processos e produtos. PDCA são as iniciais das palavras inglesas: Plan (planejar), Do (fazer),
Check (verificar) e Act (agir). Os significados das fases do ciclo PDCA são:
• planejar: nesta fase do ciclo, escolhe-se um problema a ser resolvido e então se estabelece um plano
de ação com objetivos definidos, métodos a serem utilizados, com padrões de medidas e metas a
serem alcançadas. Um plano bem elaborado evita falhas e perdas de tempo nas próximas fases do
ciclo;
• fazer: é colocar em prática o plano traçado na fase anterior. Nesta etapa, o importante é monitorar
continuamente as medidas implementadas e documentar as mudanças executadas no processo;
• verificar: nesta fase, são avaliados os resultados das ações implementadas pelo plano, se os
procedimentos foram claramente entendidos e se estão sendo corretamente executados. A verificação
deve ser contínua e pode ser efetuada por meio de monitoramento dos índices de qualidade e
produtividade;
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
100
• agir: esta fase é caracterizada pela correção das falhas encontradas nos passos anteriores e pelo
processo de padronização das ações executadas, garantindo que as melhorias obtidas sejam
disseminadas na empresa.
A Figura 79 representa as etapas do ciclo PDCA, que deve “rodar” continuamente e de maneira eficaz
em todas as fases. Quando o ciclo funciona corretamente, um verdadeiro processo de melhoria contínua
se instala.
Action Plan
Agir ATUAR
CORRETIVAMENTE Planejar
Check
Verificar Do
Os resultados das Executar
tarefas executadas
As tarefas planejadas
Em cada etapa do MASP são utilizados métodos estatísticos, trabalho em grupos, técnicas de treinamento
e ferramentas do sistema da qualidade como gráfico de Pareto, Ishikawa, 5W2H, GUT, FMEA e outras.
SAIBA Para aprender mais sobre o MASP consulte o livro da Equipe GRIFO: A Metodologia de
MAIS Análise e Solução de Problemas, da editora Pioneira de São Paulo (1995).
8.2.4 FLUXOGRAMA
O fluxograma é um diagrama que tem como finalidade representar graficamente os processos ou fluxos
de materiais e operações. É elaborado com alguns símbolos básicos, possuindo um início, um sentido de
fluxo e um fim. O Quadro 13 mostra algumas das simbologias usadas na elaboração de fluxogramas.
Os textos do fluxograma devem ser sempre curtos e objetivos e é recomendado iniciar as ações sempre
com um verbo no infinitivo. A Figura 80 ilustra um exemplo de fluxograma.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
102
Descrição da planta
(inclui sensores e RPP RPPS Verificação algébrica e
atuadores ) simulação
e eventos externos
NÃO Desempenho
Descrição do sistema satisfatório?
automático
desejado =
especificação SIM
NÃO Robustez a
entrada?
SIM
NÃO Desempenho
estatístico
satisfatório?
8.2.5 HISTOGRAMA
Histograma é um gráfico em forma de barras usado para registrar a frequência com que um fato ocorre.
Para entender como elaborar um histograma, imagine que você deseja expressar as idades das pessoas
de sua relação de amizade. A Figura 81 mostra esse exemplo, em que a base de cada barra corresponde às
diferentes idades apresentadas pelos seus amigos (classe), enquanto que a altura representa o número de
vezes que cada idade se repete (a frequência).
%
14
n.º de pessoas com
12
10
mesma idade
8
6
4
2
0
25 29 33 37 41 45 49 anos
Idade
Figura 81 - Exemplo de histograma
Fonte: SENAI-RS
8 QUALIDADE
103
Brainstorming é uma expressão inglesa que significa tempestade de ideias. É uma ferramenta empregada
em reuniões de grupo, para que todos os integrantes utilizem seus pensamentos criativos, a fim de gerar
ideias inovadoras ou soluções de problemas. A Figura 82 ilustra uma reunião de brainstorming.
VOCÊ Brainstorming é um método criado nos Estados Unidos pelo publicitário Alex Os-
born para testar e explorar a capacidade criativa de indivíduos ou grupos em dinâ-
SABIA? micas de grupo e publicidade e propaganda.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
104
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Anotações:
SAÚDE, SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE
SAIBA As NRs estão citadas no Capítulo V da CLT e são periodicamente revisadas pelo Minis-
tério do Trabalho e Emprego (MTE). Acesse o site do MTE: http://portal.mte.gov.br/
MAIS portal-mte/
As NRs são editadas, publicadas e revisadas pelo MTE e estão fundamentadas em leis relacionadas
à segurança e à medicina do trabalho. Elas estabelecem os mínimos requisitos, técnicos e legais, de
Segurança e Saúde Ocupacional (SSO). Atualmente, há 36 NRs em vigor.
O foco principal das NRs está na prevenção de acidentes e das doenças ocupacionais, preservando a
integridade física e o bem-estar dos trabalhadores no desenvolvimento de suas atividades laborais.
VOCÊ As NRs são elaboradas por uma Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP),
com a participação efetiva de representantes dos trabalhadores, do governo e dos
SABIA? empregadores.
A aplicação das NRs está relacionada às atividades desenvolvidas por empresas públicas, privadas e
órgãos dos poderes legislativo e judiciário que possuam empregados regidos pelo regime CLT.
As NRs geralmente estão disponíveis para consulta no setor de Serviços Especializados em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). As empresas que não possuírem este setor podem
disponibilizar as normas na área de Recursos Humanos, na CIPA ou, ainda, em um local definido pelo
empregador.
É importante salientar que o atendimento às NRs não desobriga as empresas a cumprir acordos coletivos
e de legislações estaduais e/ou municipais específicas. A seguir, veremos alguns aspectos sobre as NRs que
possuem aplicação mais evidente para desenvolver as atividades de instrumentação.
Trata da necessidade das Ordens de Serviços (OS) expedidas, referentes aos cuidados com a segurança
e com a saúde no desenvolvimento das atividades, nesse caso do instrumentista;
9 SAÚDE, SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE
109
É a norma que regulamenta o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) utilizado pelo trabalhador
para proteção contra os riscos inerentes no desenvolvimento de suas atividades. Portanto, a seleção e
utilização dos EPIs estão associadas aos perigos que o trabalhador possa estar exposto no seu ambiente de
trabalho. O Quadro 14 mostra alguns exemplos de EPIs básicos para a atividade do instrumentista.
FIQUE A qualidade de um EPI precisa ser testada por empresas certificadoras, as quais
ALERTA emitem um Certificado de Aprovação (CA). Somente os EPIs com essa certificação
devem ser comercializados e utilizados.
Esta norma estabelece as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos trabalhadores
que desenvolvem suas atividades em instalações elétricas, bem como a segurança de usuários e de
terceiros, em quaisquer das fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica.
O instrumentista somente poderá realizar as atividades que envolvem eletricidade se for formalmente
habilitado e qualificado, capacitado e autorizado pelo responsável da NR-10 da empresa.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
110
A NR-12 e seus anexos definem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção
contra acidentes e doenças do trabalho na utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos. Essa
norma se aplica na fase de projeto, na fabricação, importação e comercialização. Em tarefas de medições,
inspeções e ajustes, a norma prevê o bloqueio de energias perigosas (pneumática, hidráulica, elétrica,
cinética e gravitacional) com o uso de equipamentos adequados como cadeados e travas, e a sinalização
com etiquetas, placas de aviso, entre outros.
Esta norma define todos os requisitos técnico-legais relativos à instalação, operação e manutenção
de caldeiras11 e vasos de pressão, de modo a prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho. Cuidados
especiais com a manutenção de válvulas de segurança e manômetros são imprescindíveis para a
segurança dos equipamentos.
FIQUE Nunca utilize aparelhos que possam gerar centelhas ou fagulhas como rádios, celu-
lares, isqueiros, fósforos e equipamentos de corte e solda nos locais sinalizados com
ALERTA o uso desses produtos.
Estabelece os requisitos mínimos a serem adotados para trabalhos em espaços ou ambientes não
projetados para ocupação humana contínua, ou ainda, que possuam meios limitados de acesso, ventilação
insuficiente ou inexistente que possa haver deficiência de oxigênio. Os trabalhos só poderão ser realizados
nesses locais após a liberação formal pelo supervisor de entrada em espaços confinados. O espaço
confinado é identificado com placas conforme ilustra a Figura 83.
PERIGO
PROIBIDO A ENTRADA
RISCO DE MORTE
ESPAÇO CONFINADO
Nesta norma, temos a definição das medidas de proteção a serem adotadas para trabalhos com risco de
queda em alturas acima de dois metros do nível inferior. Para realizar algumas atividades nessas condições
é imprescindível que você possua o curso de capacitação e use os equipamentos recomendados como
cintos de segurança e linhas de vida, além dos EPIs básicos. A Figura 84 representa algumas medidas de
segurança para execução de trabalhos em altura.
NR 13
NR 20
NR 35
NR 12
NR 33
NR 06
NR 10
SAIBA Para saber mais sobre as Normas Regulamentadoras e legislações de Saúde e de Se-
gurança do Trabalho, acesse o site do MTE e escolha a NR que deseja aprofundar seus
MAIS conhecimentos: http://portal.mte.gov.br/legislacao/.
A limpeza nos locais de trabalho representa uma boa medida na prevenção de acidentes, além de tornar
o ambiente mais saudável e confortável para o trabalhador. Por isso, evite sujar para não precisar limpar e, ao
término de sua atividade, promova a limpeza adequada do local.
9.5.2 ILUMINAÇÃO
Conforme NR-17, o local de trabalho deve possuir iluminação apropriada à natureza da atividade
desenvolvida. Esse fator influencia diretamente a produtividade e a qualidade do serviço prestado. Em um
ambiente bem iluminado, a probabilidade de se encontrarem possíveis falhas em peças, componentes e
materiais é bem maior.
VOCÊ Os níveis mínimos de iluminação são especificados pela norma ABNT NBR ISO/CIE
SABIA? 8995 e devem proporcionar o conforto visual ao trabalhador.
A manipulação de materiais é uma das atividades que exigem cuidados especiais no ambiente de
trabalho e, portanto, devem ser adotados procedimentos seguros durante a sua realização.
Os locais de armazenamento devem ser projetados, sinalizados e ventilados adequadamente, para garantir
segurança dos colaboradores durante o manuseio e o transporte dos materiais armazenados. Recomenda-se
que materiais mais pesados sejam armazenados nos locais inferiores e os mais leves em locais superiores.
Para o transporte é recomendada a utilização de equipamentos adequados ao tipo de material
(empilhadeiras, pontes rolantes, talhas, paleteiras manuais, carrinhos, calhas). Ao manusear qualquer
material, deve-se evitar a movimentação manual de cargas, pois essa condição pode gerar desconfortos
físicos ao trabalhador.
Ao desenvolver qualquer tipo de atividade dentro da empresa, o trabalhador pode estar exposto a
agentes prejudiciais a sua saúde ou integridade física. Os agentes agressores são divididos em cinco grupos
de risco e estão representados no Quadro 15, a seguir.
Para cada tipo de risco deve haver formas administrativas de prevenção, coletivas ou individuais. Por
isso, procure identificar os riscos existentes em suas atividades, e adote as devidas medidas para a sua
proteção.
FIQUE Você só deve operar um equipamento quando for capacitado e autorizado. Obede-
ALERTA ça sempre à sinalização existente e utilize o EPI recomendado para o tipo do risco
que está exposto.
9 SAÚDE, SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE
115
Esta norma tem a função de regulamentar a gestão das empresas sobre o impacto ambiental de
seus processos e produtos. A ISO 14000 não possui caráter obrigatório para as organizações, contudo,
muitas empresas usam a certificação como uma condição de negócio, pois essa certificação representa o
desenvolvimento de atividades com maior grau de responsabilidade socioambiental.
A norma ISO 14000 é uma norma internacionalmente aceita que define os requisitos para estabelecer
e operar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Esse sistema de gestão estabelece uma estrutura para
que uma empresa/organização controle, de forma consistente, seus impactos significativos sobre o meio
ambiente e melhore continuamente suas operações e negócios. A ISO 14000 pode ser aplicada a qualquer
empresa que desejar organizar, formar e manter um SGA ativo.
Um ambiente possui boa qualidade quando suas condições permitem um equilíbrio natural das formas
de vidas existentes nos seus ecossistemas (solo, ar e água). A qualidade ambiental fica comprometida quando
esse equilíbrio é alterado em consequência da ação humana. Uma forma de minimizar esse impacto no setor
industrial é adotar meios que garantam que as matérias-primas e os insumos utilizados nas entradas dos
processos de produção, bem como o produto acabado e os resíduos gerados na saída, não afetem o equilíbrio
natural do ambiente.
São ações promovidas para despertar a preocupação com a preservação do meio ambiente e com
foco no desenvolvimento sustentável. Defende a utilização de tecnologias limpas, controles de emissões
atmosféricas, tratamentos de efluentes líquidos e gestão de resíduos sólidos. Difunde a ideia de que é
possível suprir as necessidades da geração atual sem comprometer o atendimento às necessidades das
gerações futuras.
A coleta seletiva de resíduos deve ser promovida na fonte geradora, destacando a importância da
correta segregação dos resíduos. Para auxiliar nesse processo é utilizado um padrão de cores que identifica
os coletores para diferentes resíduos gerados. As cores são definidas conforme a resolução 275:2001 do
CONAMA, e estão representadas na Figura 85.
AUTOMAÇÃO E MECATRÔNICA INDUSTRIAL
116
Os resíduos gerados em todas as formas de consumo, após sua coleta, passam por processos de triagem.
Alguns resíduos são encaminhados para reciclagem, enquanto outros são destinados para incineração,
compostagem ou aterros sanitários. Quando os resíduos são enviados ao aterro sanitário, deve-se ter
atenção quanto ao licenciamento ambiental desses locais. Os responsáveis por esse licenciamento são
órgãos ambientais competentes de cada estado da federação; não é permitido nenhum tipo de descarte
fora dos aterros sanitários. A Figura 86 mostra alguns exemplos de resíduos e seus destinos mais apropriados
para o descarte final.
DESTINAÇÃO DESTINAÇÃO
CENTRAL DE RESÍDUOS
Descontaminação,
Autoclavagem reutilização e
Embalagens Lâmpadas, pilhas reciclagem
Ambulatorial contaminadas cartucho de impressora
Lodo ETE,
areia fenólica e
Compostagem Não outros resíduos Aterro
Orgânico perigosos
recicláveis Entulho industrial
Figura 86 - Relação de resíduos e sua destinação
Fonte: SENAI-RS
A reciclagem de resíduos é um aspecto importante na preservação dos recursos naturais, uma vez que o seu
objetivo está relacionado à reutilização de diversos produtos, como plástico, vidro, metal e papel. Esse processo
consiste em separar, pelo tipo de material, os resíduos não contaminados. Aqueles com possibilidade de serem
reciclados são processados a partir de tecnologias específicas e, então, retornam ao processo produtivo para
serem utilizados como matéria-prima ou produto.
9 SAÚDE, SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE
117
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
______. Norma Regulamentadora n.º 6: Equipamentos de Proteção Individual - EPI. 2014a. Disponível
em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A47594D04014767F2933F5800/NR-06%20
(atualizada)%202014.pdf>. Acesso em: 06 nov. 2014.
______. Norma Regulamentadora n.º 13: caldeiras, vasos de pressão e tubulações. 2014b.
Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF80808145B26962014600A0AF41169F/
NR-13%20(Atualizada%202014).pdf>. Acesso em: 03 nov. 2013.
______. Norma Regulamentadora n.º 17: ergonomia. 2007. Disponível em: <http://portal.mte.
gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEFBAD7064803/nr_17.pdf>. Acesso em: 17 nov. 2014.
______. Norma Regulamentadora n.º 26: sinalização de segurança. 2011. Disponível em: <http://
portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A350AC88201355DE1356 C0ACC/NR-26%20(atualizada%20
2011).pdf>. Acesso em: 18 nov. 2014.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora n.º 33: segurança e saúde
no trabalho em espaços confinados. 2012. Disponível em: <http://portal. mte.gov.br/data/files/8A
7C816A39E4F614013A0CC54B5B4E31/NR-33%20 (Atualizada%202012).pdf>. Acesso em: 04 nov.
2014.
______. Norma Regulamentadora n.º 35: trabalho em altura. 2014d. Disponível em: <http://
portal.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-35.htm>. Acesso em: 05 nov. 2014.
______. Portaria n.º 25, de 29 de dezembro de 1994. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 06 nov. 1994.
CASTRUCCI, Plínio de Lauro; MORAES, Cícero Couto de. Engenharia de automação industrial. São
Paulo: LTC, 2001.
A
Atuador pneumatico 56, 65, 69
C
Calibracao 13,17, 18, 21, 24, 25, 29, 55
Catalogo 13,24, 25, 86
Catalogo tecnico 18,24
Ciclo PDCA 97,99,100
Colorimetrico 54
Condutividade 30, 36, 37
Controlador 28,29, 37, 38, 39, 41, 45, 46, 50, 56, 102
Controle automatico 29, 42, 44
Conversor 28, 38, 46
D
Derivativa 27, 44
Diferencial de pressao 46, 52, 53
E
Elemento final 28, 37
Elemento primario 28, 38, 46
Elemento sensor 28, 29, 37, 45, 51
Eletro-hidraulico 59
Eletrometrico 55
Eletropneumatico 59
F
Ferrografia 93, 94
G
Gestao Ambiental 115
H
Histograma 102, 104
I
Instrumento de medicao 28, 45, 46, 57
Integral 27, 41
ISO 14000 115
M
Malha aberta 27, 37
Malha de controle 27, 37, 38, 45, 56
Malha fechada 27, 37
Manometro 24, 46, 47, 67, 110
Manual do fabricante 17, 19, 23
Manutencao corretiva 14, 89, 90, 95
MASP 14, 97, 100, 101, 104
Medida direta 33
Medidor de pressao diferencial 51
Medidor radar 54
Medidor tipo flutuador 50,51
Melhoria continua 97,99,100,104
N
Norma tecnica 20, 21, 25
O
Ordem de servico 13,17, 18, 19, 25
P
Potencial de hidrogenio (pH) 35, 54
Proporcional 27,37, 41,53
Programa 5S 97,98,104
R
Resistividade 36,37
S
Set point 31, 29,40,41,46,56
Sistema hidraulico 14,59,60,62,63, 64, 66, 67, 68
Sistema pneumatico 14,59,60
T
Termografia 92
Termometro 21, 46, 48
Termopar 46, 49, 57
Termorresistencia 21, 49
Termovisor 92
Transmissor 28, 38, 46
V
Valvula globo 54
Valvula de controle 46, 56, 74
Valvula de processamento de sinal 61
Valvula direcional 61
Variavel controlada 56
Vazao massica 33, 54
Vazao volumetrica 33
Vibracao 31, 67, 75, 93
Visor de nivel 50
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP
Waldemir Amaro
Gerente
Marcelo Quadros
Revisão Técnica
Fernando R. G. Schirmbeck
Coordenação Educacional
Camila J. S. Machado
Rafael Andrade
Ilustrações
Roberta Triaca
Apoio à Normatização
Duploklick
Revisão Ortográfica e Gramatical
i-Comunicação
Projeto Gráfico