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Série mecânica

Automação
de Processos
Industriais
volume 1
Série mecância

Automação
de Processos
Industriais
volume 1
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
Série mecânica

Automação
de Processos
Industriais
volume 1
© 2015. SENAI – Departamento Nacional

© 2015. SENAI – Departamento Regional da Bahia

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FICHA CATALOGRÁFICA

S491a

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Automação de processos industriais / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial, Departamento Nacional, Departamento Regional da Bahia. - Brasília:
SENAI/DN, 2015.
xxx p.: il. - (Série Mecânica; v. 1).

ISBN XXXXXXXXXXXXX

1. Automação. 2. Processos industriais. 3. Controladores lógicos. 4.


Técnico. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. II. Departamento
Nacional. III. Departamento Regional da Bahia. IV. Automação de Processos
Industriais. V. Série Mecânica, v. 1.

CDU: 681.5:004

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Lista de ilustrações
Figura 1 - Exemplos de hidráulica estacionária e móbil......................................................................................19
Figura 2 - Moléculas do fluido......................................................................................................................................23
Figura 3 - Perda por mudança de direção................................................................................................................24
Figura 4 - Perda por escoamento................................................................................................................................25
Figura 5 - Ilustração de pressão...................................................................................................................................28
Figura 6 - Exemplos de baixa e alta pressão............................................................................................................29
Figura 7 - Multiplicação de força.................................................................................................................................30
Figura 8 - Multiplicação de pressão............................................................................................................................31
Figura 9 - Simbologia do reservatório hidráulico industrial..............................................................................38
Figura 10 - Reservatório hidráulico e suas partes internas................................................................................38
Figura 11 - Simbologia do filtro interno....................................................................................................................39
Figura 12 - Simbologia do conjunto motor bomba.............................................................................................40
Figura 13 - Bomba hidráulica........................................................................................................................................41
Figura 14 - Conjunto motor bomba...........................................................................................................................41
Figura 15 - Parte interna de uma bomba de engrenagem hidráulica...........................................................42
Figura 16 - Imagem interna da bomba de palheta...............................................................................................43
Figura 17 - Hélice de uma bomba hidráulica cavitada........................................................................................44
Figura 18 - Representação do sistema hidráulico com filtro externo............................................................44
Figura 19 - Representação do sistema hidráulico com filtro de pressão......................................................45
Figura 20 - Representação do sistema hidráulico com filtro de retorno.......................................................45
Figura 21 - Conexão do tipo SKIVE.............................................................................................................................47
Figura 22 - Conexão tipo no-skive..............................................................................................................................47
Figura 23 - Simbologia dos elementos de alimentação......................................................................................48
Figura 24 - Partes internas do cilindro hidráulico..................................................................................................52
Figura 25 - Atuador linear de dupla ação.................................................................................................................53
Figura 26 - Atuador linear de simples ação.............................................................................................................54
Figura 27 - Atuador linear de simples ação com retorno por mola................................................................54
Figura 28 - Motores hidráulicos...................................................................................................................................55
Figura 29 - Parte interna da válvula limitadora de pressão...............................................................................56
Figura 30 - Válvula limitadora de pressão ou válvula de segurança (simbologia).....................................56
Figura 31 - Válvula de retenção 1................................................................................................................................57
Figura 32 - Válvula de retenção 2................................................................................................................................57
Figura 33 - Parte interna da válvula de retenção pilotada.................................................................................58
Figura 34 - Exemplo de utilização da válvula de retenção pilotada...............................................................59
Figura 35 - Imagem interna da válvula reguladora de fluxo unidirecional..................................................60
Figura 36 - Exemplo de utilização da válvula reguladora de fluxo..................................................................61
Figura 37 - Simbologia da válvula de sequência...................................................................................................61
Figura 38 - Utilização da válvula de sequência......................................................................................................62
Figura 39 - Válvula direcional........................................................................................................................................63
Figura 40 - Tipos de vias: passagem e bloqueio.....................................................................................................63
Figura 41 - Posições da válvula direcional...............................................................................................................64
Figura 42 - Posições e vias em uma válvula direcional........................................................................................64
Figura 43 - Imagem interna da válvula direcional 2/2 vias................................................................................65
Figura 44 - Válvula direcional com duas posições e três vias............................................................................65
Figura 45 - Imagem interna válvula direcional 3/2 vias......................................................................................66
Figura 46 - Válvula direcional com quatro vias e duas Posições......................................................................66
Figura 47 - Imagem interna válvula direcional 4/2 duas vias............................................................................67
Figura 48 - Válvula direcional em sua posição inicial no sistema....................................................................67
Figura 49 - Desenho da válvula direcional acionada no sistema.....................................................................68
Figura 50 - Funcionamento interno da válvula direcional com quatro vias e duas posições...............68
Figura 51 - Acionamento manual................................................................................................................................69
Figura 52 - Acionamento mecânico...........................................................................................................................70
Figura 53 - Acionamento piloto...................................................................................................................................71
Figura 54 - Acionamento elétrico................................................................................................................................71
Figura 55 - Simbologias dos componentes hidráulicos......................................................................................73
Figura 56 - Sistema hidráulico simples......................................................................................................................79
Figura 57 - Sistema hidráulico utilizando controle de velocidade..................................................................80
Figura 58 - Sistema hidráulico simultâneo..............................................................................................................81
Figura 59 - Sistema hidráulico sequencial simples...............................................................................................82
Figura 60 - Sistema hidráulico utilizando duas válvulas sequenciais ............................................................83
Figura 61 - Sistema hidráulico utilizando duas válvulas sequenciais (continuação)................................84
Figura 62 - Utilização de Válvula de retenção pilotada (proteção contra queda)......................................85
Figura 63 - Ilustração de um botão em um circuito elétrico.............................................................................88
Figura 64 - Representação interna de um botão elétrico...................................................................................88
Figura 65 - Sensor mecânico rolete............................................................................................................................89
Figura 66 - Contator elétrico.........................................................................................................................................90
Figura 67 - Solenoide e válvula com solenoide.....................................................................................................91
Figura 68 - Funcionamento da válvula solenoide.................................................................................................91
Figura 69 - Sistema eletro-hidráulico avanço.........................................................................................................95
Figura 70 - Sistema eletro hidráulico retorno.........................................................................................................96
Figura 71 - Sistema eletro-hidráulico com dois cilindros - avanço do cilindro A.......................................97
Figura 72 - Sistema hidráulico com dois cilindros - avanço do cilindro B.....................................................98
Figura 73 - Sistema eletro-hidráulico recuo do cilindro A..................................................................................99
Figura 74 - Sistema eletro-hidráulico recuo do cilindro B............................................................................... 100
Figura 75 - Sistema eletro-hidráulico com controle de velocidade............................................................. 101
Figura 76 - Tela inicial do Software Festo Fluidsim............................................................................................. 103
Figura 77 - Criando o primeiro projeto.................................................................................................................. 104
Figura 78 - Tela pronta para montagem do sistema.......................................................................................... 104
Figura 79 - Inserindo unidade hidráulica.............................................................................................................. 105
Figura 80 - Construção do primeiro sistema em software............................................................................... 106
Figura 81 - Tabela de opções da válvula direcional........................................................................................... 106
Figura 82 - Selecionando as opções da válvula direcional.............................................................................. 107
Figura 83 - Adicionando cilindro ao sistema........................................................................................................ 108
Figura 84 - Conectando os componentes............................................................................................................. 109
Figura 85 - Testando o sistema.................................................................................................................................. 110
Figura 86 - Configurando a válvula direcional para sistema eletro-hidráulico........................................ 111
Figura 87 - Componentes elétricos......................................................................................................................... 111
Figura 88 - Adicionando os componentes elétricos.......................................................................................... 112
Figura 89 - Nomeando os componentes............................................................................................................... 113
Figura 90 - Nomeando as válvulas solenoides.................................................................................................... 114
Figura 91 - Adicionando sensores ao sistema..................................................................................................... 114
Figura 92 - Montagem dos sensores....................................................................................................................... 115
Figura 93 - Testando o sistema.................................................................................................................................. 116
Figura 94 - Bancada de pneumática........................................................................................................................ 119
Figura 95 - Compressibilidade do ar....................................................................................................................... 121
Figura 96 - Exemplo de elasticidade do ar............................................................................................................ 121
Figura 97 - Exemplo de expansibilidade do ar.................................................................................................... 122
Figura 98 - Eexemplo de difusibilidade do ar...................................................................................................... 122
Figura 99 - Compressor................................................................................................................................................ 123
Figura 100 - Compressor Axial (deslocamento dinâmico).............................................................................. 124
Figura 101 - Parte interna de um compresso....................................................................................................... 124
Figura 102 - Compressor alternativo de duplo efeito....................................................................................... 125
Figura 103 - Compressor de duplo estágio.......................................................................................................... 126
Figura 104 - Compressor tipo parafuso.................................................................................................................. 127
Figura 105 - Resfriador posterior.............................................................................................................................. 129
Figura 106 - Reservatório pneumático................................................................................................................... 130
Figura 107 - Sistema de secagem do ar por refrigeração................................................................................ 131
Figura 108 - Secagem do ar comprimido por absorção................................................................................... 132
Figura 109 - Secagem do ar comprimido por adsorção................................................................................... 133
Figura 110 - Rede de distribuição em anel fechado.......................................................................................... 134
Figura 111 - Válvulas de fechamento em rede com anel fechado............................................................... 135
Figura 112 - Rede de distribuição pneumática com inclinação, tomadas de ar e drenagem............ 136
Figura 113 - Sistema de ar comprimido................................................................................................................. 137
Figura 114 - Simbologia do sistema de compressão até a distribuição do ar.......................................... 137
Figura 115 - Representação do conjunto PA....................................................................................................... 138
Figura 116 - Parte interna de um filtro pneumático.......................................................................................... 139
Figura 117 - Parte interna de um regulador de pressão pneumático......................................................... 140
Figura 118 - Parte interna de um manômetro..................................................................................................... 141
Figura 119 - Parte interna de um lubrificador...................................................................................................... 142
Figura 120 - Imagem interna de um cilindro simples ação retorno por mola......................................... 146
Figura 121 - Parte interna de um cilindro de simples ação avanço por mola.......................................... 147
Figura 122 - Cilindro de simples ação..................................................................................................................... 148
Figura 123 - Parte interna de um cilindro de dupla ação................................................................................ 149
Figura 124 - Cilindro de haste dupla....................................................................................................................... 150
Figura 125 - Motor de palheta pneumático......................................................................................................... 151
Figura 126 - Vias da válvula direcional.................................................................................................................. 151
Figura 127 - Tipos de vias da válvula direcional.................................................................................................. 152
Figura 128 - Válvula direcional 5/2 vias.................................................................................................................. 152
Figura 129 - Válvula direcional 3/2 vias.................................................................................................................. 153
Figura 130 - Válvula direcional 3/2 vias pilotada................................................................................................ 153
Figura 131 - Válvula direcional 5/2 vias.................................................................................................................. 154
Figura 132 - Acionamento manual.......................................................................................................................... 155
Figura 133 - Acionamento mecânico...................................................................................................................... 156
Figura 134 - Acionamento piloto............................................................................................................................. 156
Figura 136 - Exemplo de aplicação de uma válvula direcional..................................................................... 157
Figura 135 - Acionamento elétrico.......................................................................................................................... 157
Figura 137 - Válvula de bloqueio com passagem aberta................................................................................. 158
Figura 138 - Momento de bloqueio da válvula de retenção.......................................................................... 159
Figura 139 - Parte interna da válvula de escape rápido com exemplo de aplicação............................ 159
Figura 140 - Parte interna do elemento lógico “OU” com exemplo de aplicação................................... 160
Figura 141 - Parte interna do elemento lógico “E” com exemplo de aplicação....................................... 161
Figura 142 - Reguladora de fluxo bidirecional.................................................................................................... 162
Figura 143 - Simbologia da válvula de controle de fluxo unidirecional..................................................... 163
Figura 144 - Parte interna da válvula limitadora de pressão.......................................................................... 163
Figura 145 - Temporizador pneumático com exemplo de aplicação.......................................................... 164
Figura 146 - Utilização de contador pneumático com exemplo de aplicação........................................ 165
Figura 147 - Imagem interna de um gerador de vácuo................................................................................... 166
Figura 148 - Utilização de ventosa junto com ejetor de vácuo..................................................................... 167
Figura 149 - Cilindros pneumáticos de dupla ação........................................................................................... 177
Figura 150 - Indicação vetorial da movimentação dos cilindros.................................................................. 178
Figura 151 - Indicação algébrica da movimentação dos cilindros............................................................... 178
Figura 152 - Diagrama trajeto passo do movimento dos cilindros.............................................................. 179
Figura 153 - Sistema pneumático simples com cilindro de simples ação retorno mola...................... 181
Figura 154 - Sistema com utilização de temporizador pneumático............................................................ 182
Figura 155 - Sistema utilizando contador pneumático.................................................................................... 183
Figura 156 - Sistema com dois cilindros e sensores.......................................................................................... 184
Figura 157 - Continuação do sistema com dois cilindros e sensores.......................................................... 185
Figura 158 - Continuação do sistema com dois cilindros e sensores.......................................................... 186
Figura 159 - Continuação do sistema com dois cilindros e sensores.......................................................... 187
Figura 160 - Ilustração de um botão em um circuito elétrico........................................................................ 190
Figura 161 - Representação interna de um botão elétrico............................................................................. 190
Figura 162 - Sensor mecânico rolete....................................................................................................................... 191
Figura 163 - Sensor magnético................................................................................................................................. 192
Figura 164 - Funcionamento do sensor magnético.......................................................................................... 192
Figura 165 - Sensor indutivo...................................................................................................................................... 193
Figura 166 - Sensor óptico.......................................................................................................................................... 193
Figura 167 - Contator elétrico.................................................................................................................................... 194
Figura 168 - Solenoide e válvula com solenoide................................................................................................ 195
Figura 169 - Funcionamento da válvula solenoide............................................................................................ 196
Figura 170 - Sistema eletropneumático com válvula direcional retorno por mola............................... 199
Figura 171 - Continuação do Sistema eletropneumático com válvula direcional retorno por
mola............................................................................................................................................................ 200
Figura 172 - Sistema eletropneumático com duplo solenoide..................................................................... 201
Figura 173 - Continuação do sistema eletropneumático com duplo solenoide.................................... 202
Figura 174 - Sistema eletropneumático com dois cilindros........................................................................... 203
Figura 175 - Continuação do sistema eletropneumático com dois cilindros........................................... 204
Figura 176 - Continuação do sistema eletropneumático com dois cilindros........................................... 205
Figura 177 - Continuação do sistema eletropneumático com dois cilindros........................................... 206
Figura 178 - Tela inicial do Fluidsim......................................................................................................................... 209
Figura 179 - Adicionando elementos de alimentação...................................................................................... 210
Figura 180 - Componentes de alimentação adicionados................................................................................ 210
Figura 181 - Ligando as conexões da linha de alimentação........................................................................... 211
Figura 182 - Configurando a válvula direcional.................................................................................................. 211
Figura 183 - Válvula direcional adicionada e configurada............................................................................. 212
Figura 184 - Configurando o sensor rolete........................................................................................................... 212
Figura 185 - Configurando a válvula direcional 5/2 vias.................................................................................. 213
Figura 186 - Resultado com as válvulas configuradas...................................................................................... 213
Figura 187 - Adicionando o atuador de dupla ação.......................................................................................... 214
Figura 188 - Configurando os sensores do atuador.......................................................................................... 214
Figura 189 - Resultado do atuador configurado................................................................................................. 215
Figura 190 - Configurando o rolete......................................................................................................................... 215
Figura 191 - Sistema completo e pronto............................................................................................................... 216
Figura 192 - Montando sistema eletropneumático........................................................................................... 217
Figura 193 - Tabela para adicionar duplo solenoide à válvula direcional.................................................. 217
Figura 194 - Adicionando componentes elétricos............................................................................................. 218
Figura 195 - Adicionando solenoide....................................................................................................................... 219
Figura 196 - Montagem da parte de comando elétrico................................................................................... 219
Figura 197 - Sistema eletropneumático todo montado.................................................................................. 220

Quadro 1 - Matriz curricular............................................................................................................................................17


Quadro 2 - Exemplos de válvulas direcionais e suas descrições.......................................................................74
Quadro 3 - Simbologia dos componentes hidráulicos.........................................................................................78
Quadro 4 - Padronização dos orifícios da válvula direcional.......................................................................... 156
Quadro 5 - Simbologia dos componentes pneumáticos.................................................................................. 177
Quadro 6 - Sequência de cilindros............................................................................................................................ 178
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................15

2 Automação eletro-hidráulica......................................................................................................................................19

3 Fluidos hidráulicos.........................................................................................................................................................23

4 Fundamentos físicos da hidráulica...........................................................................................................................27


4.1 Pressão.............................................................................................................................................................28
4.2 Multiplicação de força................................................................................................................................30
4.3 Multiplicação de pressão...........................................................................................................................31
4.4 Vazão.................................................................................................................................................................32

5 Grupo acionamento.......................................................................................................................................................37
5.1 Reservatório...................................................................................................................................................38
5.2 Filtro interno...................................................................................................................................................39
5.3 Conjunto motor bomba.............................................................................................................................40
5.4 Bombas hidráulicas.....................................................................................................................................42
5.5 Aeração............................................................................................................................................................43
5.6 Cavitação.........................................................................................................................................................43
5.7 Filtros hidráulicos.........................................................................................................................................44
5.7.1 Filtro externo...............................................................................................................................44
5.7.2 Filtro de pressão.........................................................................................................................45
5.7.3 Filtro de retorno..........................................................................................................................45
5.8 Mangueiras hidráulicas..............................................................................................................................46
5.9 Tipos de conexões........................................................................................................................................47

6 Função e constituição dos elementos hidráulicos..............................................................................................51


6.1 Atuadores hidráulicos.................................................................................................................................52
6.1.1 Cilindros hidráulicos.................................................................................................................52
6.1.2 Atuador linear de dupla ação................................................................................................53
6.1.3 Atuador linear de simples ação............................................................................................54
6.1.4 Atuador linear de simples ação com retorno por mola...............................................54
6.1.5 Motores hidráulicos..................................................................................................................55
6.2 Válvula de controle de pressão................................................................................................................56
6.3 Válvula de retenção.....................................................................................................................................57
6.4 Válvula de retenção pilotada....................................................................................................................58
6.5 Válvula reguladora de fluxo......................................................................................................................60
6.6 Válvula de sequência...................................................................................................................................61
6.7 Válvulas direcionais......................................................................................................................................63
6.7.1 Válvula direcional 3/2 vias.......................................................................................................65
6.7.2 Válvula direcional 4/2 vias.......................................................................................................66
6.8 Tipos de acionamentos..............................................................................................................................69
7 Simbologia........................................................................................................................................................................75

8 Desenho de esquemas hidráulicos..........................................................................................................................79

9 Componentes para eletro-hidráulica......................................................................................................................87


9.1 Corrente e tensão elétrica.........................................................................................................................88
9.2 Chaves fim de curso....................................................................................................................................89
9.3 Contatores.......................................................................................................................................................90
9.4 Válvulas solenoides......................................................................................................................................91

10 Desenho de esquemas eletro-hidráulicos...........................................................................................................95

11 Softwares...................................................................................................................................................................... 103

12 Automação eletropneumática............................................................................................................................. 119


12.1 Características do ar............................................................................................................................... 120
12.1.1 Compressibilidade do ar.................................................................................................... 120
12.1.2 Elasticidade do ar................................................................................................................. 121
12.1.3 Expansibilidade do ar.......................................................................................................... 122
12.1.4 Difusibilidade do ar.............................................................................................................. 122
12.2 Compressores – características, tipos e aplicações.................................................................... 123
12.2.1 Classificação dos compressores...................................................................................... 123
12.3 Sistema de refrigeração de compressores..................................................................................... 127
12.3.1 Resfriamento a água............................................................................................................ 128
12.3.2 Resfriamento a ar.................................................................................................................. 128
12.3.3 Produção e distribuição do ar.......................................................................................... 128
12.4 Reservatório pneumático ................................................................................................................... 130
12.5 Desumidificação do ar comprimido ............................................................................................... 131
12.5.1 Secagem por refrigeração................................................................................................. 131
12.5.2 Secagem por absorção....................................................................................................... 132
12.5.3 Secagem por adsorção....................................................................................................... 133
12.6 Rede de distribuição do ar comprimido......................................................................................... 134
12.6.1 Formato da rede de distribuição.................................................................................... 134
12.6.2 Inclinação da tubulação..................................................................................................... 135
12.7 Unidade de preparação do ar............................................................................................................. 138
12.7.1 Filtro.......................................................................................................................................... 139
12.7.2 Regulador de pressão ........................................................................................................ 140
12.7.3 Manômetro............................................................................................................................. 141
12.7.4 Lubrefil..................................................................................................................................... 142

13 Construção e função dos elementos de trabalho......................................................................................... 145


13.1 Atuadores pneumáticos....................................................................................................................... 146
13.1.1 Atuador linear de simples ação retorno por mola.................................................... 146
13.1.2 Atuador linear de simples ação avanço por mola.................................................... 147
13.1.3 Atuador linear de simples ação....................................................................................... 148
13.1.4 Cilindros de dupla ação...................................................................................................... 149
13.1.5 Cilindro de haste dupla...................................................................................................... 150
13.1.6 Motor de palheta.................................................................................................................. 151
13.2 Válvulas direcionais................................................................................................................................ 151
13.2.1 Tipos de acionamento........................................................................................................ 155
13.3 Elementos auxiliares.............................................................................................................................. 158
13.3.1 Válvula de bloqueio............................................................................................................. 158
13.3.2 Válvula de escape rápido................................................................................................... 159
13.3.3 Elemento lógico “OU”.......................................................................................................... 160
13.3.4 Elemento lógico “E”.............................................................................................................. 161
13.3.5 VálvulaS limitadoraS de vazão (controle de fluxo)................................................... 162
13.3.6 Válvula limitadora de pressão.......................................................................................... 163
13.3.7 Temporizadores pneumáticos......................................................................................... 164
13.3.8 Contador pneumático........................................................................................................ 165
13.3.9 Geradores de vácuo............................................................................................................. 166

14 Simbologia................................................................................................................................................................... 169

15 Comandos sequenciais........................................................................................................................................... 177

16 Desenho de esquemas pneumáticos................................................................................................................. 181

17 Componentes para eletropneumática.............................................................................................................. 189


17.1 Botoeiras.................................................................................................................................................... 190
17.2 Sensores..................................................................................................................................................... 191
17.2.1 Chaves fim de curso............................................................................................................. 191
17.2.2 Sensor magnético................................................................................................................ 192
17.2.3 Sensor Indutivo..................................................................................................................... 193
17.2.4 Sensor óptico ........................................................................................................................ 193
17.3 Contatores................................................................................................................................................. 194
17.4 Válvulas solenoides................................................................................................................................ 195

18 Desenhos de esquemas eletropneumáticos................................................................................................... 199

19 Softwares Fluidsim Pneumático.......................................................................................................................... 209

Referências......................................................................................................................................................................... 223

Minicurrículo do autor................................................................................................................................................... 225

Índice................................................................................................................................................................................... 227
Introdução

Prezado aluno,
É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) traz o
Livro didático de Automação dos Processos Industriais.
Esse livro tem como objetivo geral desenvolver competências para trabalhar com processos
automatizados. Para tanto, você irá se deparar com assuntos sobre os principais componentes
utilizados dentro de um ambiente industrial, uma vez que se faz necessária uma moderniza-
ção cada vez mais autônoma para aumentar a dinamicidade e a capacidade de produção da
indústria.
O presente livro está organizado de modo a proporcionar uma leitura agradável e descom-
plicada dos temas relacionados à Automação dos processos industriais, como pode ser obser-
vado na matriz curricular a seguir.

Técnico em Mecânica
CARGA CARGA
MÓDULOS UNIDADE CURRICULAR HORÁRIA HORÁRIA DO
DA UC MÓDULO
• Fundamentos de Mecânica 160h
Básico 320h
• Fundamentos de Usinagem 160h
• Manutenção de Máquinas e Equipamentos Mecânicos 200h
Específico I 320h
• Automação de Processos Industriais 120h
Específico II • Desenvolvimento de Projetos Mecânicos 320h 320h
• Processos de Fabricação Convencional 160h
Específico III 320h
• Processos de Fabricação CNC 160h
Total 1.280h
Quadro 1 - Matriz curricular
Fonte: SENAI DN, 2015.

Nesse livro, você é convidado a descobrir um pouco mais sobre automação dos processos
industriais. Aqui serão abordados conhecimentos essenciais tais como: conceitos sobre hidráu-
lica, eletro-hidráulica, pneumática e eletropneumática. Para ter capacidade de compreender e
modificar um processo automatizado você deverá ter como base noções de eletro-hidráulica e
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
16

eletropneumática, pois hoje na indústria de automação elas são a base de um processo, seja ele contínuo
ou até mesmo discreto.
Durante nosso estudo, abordaremos assuntos que lhe permitirão desenvolver:

CAPACIDADES SOCIAIS, ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS

a) Posicionar-se com embasamento ético em relação a situações e contextos apresentados.

CAPACIDADES TÉCNICAS

a) Interpretar desenhos de montagem de conjuntos mecânicos para instalação do equipamento;


b) Distinguir elementos mecânicos conforme desenho de montagem, suas especificações e insta-
lação do equipamento;
c) Selecionar, de acordo com a aplicação, as ferramentas, os componentes e os instrumentos, tendo
em vista a execução de ajustes e regulagens das máquinas e dos equipamentos;
d) Identificar ferramentas para instalação do equipamento;
e) Identificar instrumentos disponíveis no ambiente fabril para instalação de máquinas e equipa-
mentos;
f) Identificar especificações técnicas do equipamento para sua instalação.

Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação e isso inclui ações proativas, como:
a) Consultar seu professor/tutor sempre que tiver dúvida;
b) Não deixar as dúvidas para depois;
c) Estabelecer e cumprir um cronograma de estudo que você cumpra realmente;
d) Reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais.

Bons estudos!
1 INTRODUÇÃO
17

Anotações:
Automação eletro-hidráulica

Atualmente, a hidráulica tem papel fundamental no mundo. Pode ser aplicada em veículos,
aeronaves, trens, navios, máquinas da construção civil e até mesmo em alguns dispositivos
encontrados em parques de diversão. Ela é de extrema importância na movimentação de gran-
des cargas e, aos olhos dos cidadãos comuns, passa despercebida. A hidráulica possui várias
vertentes e uma delas é a hidráulica residencial. Esta se faz presente em nossa rede de água
potável e até mesmo esgoto. Para a água tratada chegar em sua casa pronta para o consumo,
é bombeada de um rio até uma estação de tratamento. Após o tratamento, é novamente
bombeada até que possa chegar à sua residência. Então, entende-se por hidráulica, a ciência
que estuda um fluido (a água, no nosso exemplo) correndo dentro de uma tubulação, como
também suas leis e comportamentos.
Na indústria, o fluido utilizado não é água e sim um óleo específico, geralmente derivado do
petróleo. Como dito anteriormente, a hidráulica possui várias vertentes, as de nível industrial
seguem conforme figura a seguir.

Figura 1 - Exemplos de hidráulica estacionária e móbil


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

A prensa hidráulica, geralmente utilizada nas indústrias, é um exemplo de hidráulica esta-


cionária. É chamada de estacionária por ser “fixa”, ou seja, em sua maioria são prensas que não
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
20

se movimentam. Já a hidráulica móbil é mais fácil de ser notada no dia a dia, pois esta é bastante presente
na construção civil, em trens de pouso de aviões, caçambas, dentre outras máquinas de grande porte e que
demandam força para realizar suas atividades.
A grande vantagem da hidráulica é a força que seu sistema possui, tornando possível levantar um carro
utilizando um equipamento relativamente pequeno (no caso, o macaco hidráulico) sem que precisemos
fazer tanta força. Além dessa vantagem, a hidráulica possui várias outras vantagens, como por exemplo,
seu posicionamento preciso, pois, utilizando o mesmo macaco hidráulico pra levantar o carro, pode-se
também fazê-lo parar em qualquer ponto que desejar. Outras vantagens que o sistema pode ter são as
seguintes:
a) Transmissão de grandes forças utilizando pequenos componentes: é o caso do macaco hi-
dráulico, nem sempre ele é grande, mas consegue erguer cargas de peso considerável;
b) Operação suave e reversa: neste caso, o sistema, apesar de fazer forças extremamente altas,
tem movimentação suave. Um exemplo disso são as máquinas utilizadas nas construções (escava-
deiras, máquinas para erguer colunas). Estas trabalham com forças muito altas, porém a impres-
são que temos é que tudo aquilo não é tão pesado assim.
Existem muitas outras vantagens que você pode conhecer fazendo uma pesquisa em outros livros so-
bre hidráulica industrial.
Como todo sistema, o sistema hidráulico também tem suas desvantagens. Por exemplo, os sistemas
hidráulicos industriais utilizam como fluido um óleo derivado do petróleo que é altamente poluente. Devi-
do a isso, faz-se necessário um acompanhamento preventivo de manutenção dessas máquinas para evitar
que o produto que está sendo produzido nesta máquina hidráulica e/ou o ambiente onde ela está locali-
zada possa sofrer contaminação decorrente, por exemplo, do vazamento de óleo.
Outro elemento preocupante no sistema hidráulico são as grandes pressões envolvidas, isso se faz ne-
cessário para que se obtenham forças elevadas. O acompanhamento desses valores de pressão deve ser
feito para que, sob hipótese alguma, o sistema atinja pressões acima da margem de segurança estipulada
pelo fabricante da máquina. Outras desvantagens são:
a) Sensibilidade à sujeira: como o sistema trabalha com forças extremamente altas, se ocorrer
acúmulo de sujeira, os equipamentos se danificarão mais rápido, pois suas partes internas traba-
lham muito próximas (diferença de décimos de milímetros). Portanto, evitar que haja acúmulo de
sujeira no sistema é um cuidado fundamental.
b) Dependência de temperatura: a viscosidade1 do óleo muda de acordo a temperatura, ou seja,
se temos alta temperatura, a viscosidade do óleo diminui e quando a temperatura é baixa essa
viscosidade aumenta, portanto a temperatura do óleo deve ser controlada para que o mesmo
tenha uma viscosidade constante. A viscosidade é importante, pois ela é agente influenciador da
mobilidade da máquina já que a viscosidade é a resistência oferecida ao escoamento do fluido.

1 Viscosidade é a resistência oferecida pelo fluido durante o escoamento. Quanto maior a viscosidade, maior a resistência ao
escoamento.
2 Automação eletro-hidráulica
21

Exemplificando, a viscosidade do fluido estando alta tornará mais difícil a sucção por parte da
bomba. Já no caso da viscosidade baixa, ocorre maior desgaste mecânico das peças e superfícies.

FIQUE Para garantir um trabalho seguro e sem poluição devemos nos atentar para a correta
ligação dos componentes, bem como para a fixação das conexões (mangueiras e tu-
ALERTA bos).
Fluidos hidráulicos

O líquido é um estado físico da matéria e suas moléculas apresentam um grau de atração


entre si, ou seja, elas no momento que estão sendo bombeadas se atraem e provocam choque
entre elas mesmas.

Figura 2 - Moléculas do fluido


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

É o liquido que transfere energia de pressão. Imagine você trabalhando com uma escava-
deira erguendo uma carga de peso muito elevada. Como esse óleo aguenta tanto tempo de
atividade sem que se desgaste de forma muito rápida? Para isso são utilizados os aditivos que
têm a função de inserir “propriedades” ao óleo para que ele suporte este tipo de trabalho. Os
mais comuns são:
a) Inibidor de oxidação: são adicionados para não permitir que o óleo provoque oxi-
dação das partes internas dos componentes do sistema hidráulico. A oxidação é inde-
sejada devido ao desgaste que esta causa às peças envolvidas no sistema hidráulico.
b) Inibidores de corrosão: têm a mesma função do inibidor de oxidação, porém a cor-
rosão só ocorre em metais, diferentemente da oxidação.
c) Aditivos de extrema pressão: compostos químicos que são adicionados ao fluido
para que o mesmo suporte o trabalho a pressões extremas sem que ocorra um des-
gaste precoce dele mesmo;
d) Aditivos antiespumantes: são adicionados ao óleo para impedir que o mesmo crie
espumas e venha a danificar os componentes. As espumas podem ser originadas
devido à movimentação do fluido no sistema. As espumas não são desejáveis, pois
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
24

geram ar no sistema e, consequentemente, impactam no funcionamento da bomba causando a


aeração na mesma.
e) Aditivos de resistência a fogo: são compostos de substâncias químicas que interagem com o
óleo hidráulico para fazer com que o mesmo suporte ser usado em ambientes com altas tempe-
raturas sem que queime ou venha a ser ignição a formação do fogo. Num momento em que a
pressão é elevada no sistema, por exemplo, quando se suspende uma carga muito pesada, a tem-
peratura aumenta junto com a pressão e o óleo não pode “incendiar” dentro do sistema.

SAIBA Podemos ter uma visão mais completa sobre fluido hidráulico utilizando o livro
de PARKER HANNIFIN CO., Hidráulica industrial Parker da Parker Training. Ja-
MAIS careí, SP (Brasil): Parker, 2001.

Sendo assim, qual a função do fluido? O fluido é utilizado para a transferência de pressão e lubrificação
das partes internas do sistema. Por isso, deve-se observar a viscosidade do fluido utilizado, visto que inter-
fere diretamente na velocidade de escoamento do fluido. Vale lembrar que essa grandeza é inversamente
proporcional à temperatura e que nenhum sistema hidráulico utiliza fluido de baixa viscosidade
Em um sistema hidráulico podemos ter perdas de pressão devido ao deslocamento do fluido na tubu-
lação. Estas perdas são classificadas de vários tipos:
a) Perda por mudança de direção: neste caso é quando há uma curva que modifica a direção de
escoamento do óleo, como mostra a figura a seguir:

Turbulência

Figura 3 - Perda por mudança de direção.


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
3 Fluidos Hidráulicos
25

Observe que neste exemplo temos uma curva com ângulo de 90°. Neste caso, o óleo quando chega ao
ponto de turbulência, primeiramente choca-se contra a parede do tudo e após o choque ele continua o seu
caminho pela parte reta. Esse choque causa a perda.
b) Perda por escoamento: neste caso a perda é gerada pela variação da área do tubo que fará a
variação de direção do fluido. Observe a figura a seguir:

Região de fluxo laminar Região de fluxo turbulento

Vmax

Figura 4 - Perda por escoamento.


Fonte: GOMES; ANDRADE; FERAZ, p.10, 2008.

Observe que na figura acima o fluido corre de forma ordenada na parte do tubo onde sua área é maior,
mas quando ocorre uma diminuição do tubo (diminuição na área), as moléculas deixam de circular orde-
nadamente causando a perda do seu escoamento.
As perdas de pressão geram diminuição da força que o sistema hidráulico em questão poderia apre-
sentar. Para redução das perdas, é importante evitar curvas na tubulação (se houver, que seja com ângulos
inferiores a 45º) e a redução de diâmetro da mesma.
Fundamentos físicos da hidráulica

Para entendermos melhor de onde vêm as forças de movimento dos sistemas hidráulicos,
precisamos compreender alguns princípios físicos. Vejamos a seguir.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
28

4.1 Pressão

Pressão é a força por unidade de superfície (ou área). Para entendermos melhor, analisaremos a ilustra-
ção abaixo:

Figura 5 - Ilustração de pressão.


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe que na figura acima a pessoa está em pé sobre o piso, neste caso o peso dela exerce uma força
em uma determinada área (espaço que o pé ocupa no chão). Dessa maneira, imagine você descalço com
os pés no chão, então a pressão se origina do seu peso exercido sob a área que seus pés ocupam. Assim,
teremos a seguinte fórmula:
Onde P é pressão, F força e A área.

F
P =
A

Portanto, se você pesa 80 kg e seus pés têm área de 10 cm², a pressão que você exercerá no piso será
igual a 8kgf/cm². Ainda analisando a figura, observe que a ilustração mostra uma pessoa usando um salto,
então vamos observar como ficaria a pressão se, ao invés de utilizar toda área dos pés, utilizássemos a área
do salto apenas. Então, digamos que essa área seja de 2cm², no caso teremos a seguinte situação:

80
P =
2

Então P será igual a 40kgf/cm².

Dessa forma, identificamos que a variação da área promoveu a variação da pressão e que quanto menor
for a área, se mantivermos a força constante, maior será a pressão.
4 Fundamentos Físicos Da Hidráulica
29

1Kg

1Kg 100 bar

Baixa pressão Alta pressão


Variação de área

Figura 6 - Exemplos de baixa e alta pressão


Fonte: GOMES; ANDRADE; FERAZ, p.3, 2008.

Observe o exemplo da figura acima. Vamos analisar primeiro a figura com os pesos e a mão. Se tivermos
uma peça de aço redonda cujo peso é de 1 Kg (um quilo) e a pegarmos com a mão ela parecerá leve, pois
sua área tem um tamanho razoável, porém se modificarmos a área, ou seja, colocarmos uma agulha na
mão e sobre ela o peso, certamente não conseguiremos segurá-la, porque pelo fato de diminuirmos a área
consideravelmente, a pressão aumentou causando o desconforto na mão.
Observe a ilustração do recipiente ao lado das mãos. Dentro dele a pressão é igual em todos os pontos.
Talvez você se questione: Se ele tem áreas diferentes e a variação da área causa a mudança da pressão,
como ela pode ser igual? Tem razão, mas se analisarmos melhor as áreas de tamanho diferentes, elas estão
fechadas e não há escoamento do óleo. Se pressionarmos qualquer dos lados fazendo uma força, essa for-
ça se transmitirá de forma igualitária dentro do recipiente, pois o fluido está confinado dentro dele. Logo,
se aplicarmos uma força do lado esquerdo ela será a mesma do lado direito, pois é um único corpo, sendo
assim, a pressão dentro dele será a mesma.

As unidades de pressão mais comuns são:

Atm, bar, kgf/cm² e psi. No Brasil é mais comum usar a Kgf/ m² e psi. Observe a conversão a seguir:

1atm = 1 kgf/cm² = 1 bar = 14,5 psi, então se o resultado for em atm, bar ou kgf/cm² o valor é o mesmo,
mas se for em psi multiplica-se por 14,5. Digamos que eu tenha uma pressão de 50bar, então ela pode ser
50atm ou 50kgf/cm², mas se for psi ela será 725psi, pois 50 x 14,5=725.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
30

4.2 Multiplicação de força

Agora que temos uma ideia de como a pressão pode variar dependendo da área, vamos aprender a
aumentar a força utilizando essa mesma variação de área. Observe a figura:

F1

A2 é 4 vezes
A1 maior que A1

A2

F2

Figura 7 - Multiplicação de força


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Nessa figura temos o princípio da multiplicação da força. À esquerda da figura temos a área A1 e ao lado
direito temos a área A2, cujo diâmetro é 4 vezes maior do que o de A1 e sobre A2 temos um peso (o de um
carro).
A multiplicação de forças ocorre a partir do momento que aplicamos uma força em A1 (neste caso a F1).
Essa força é transmitida pelo fluido até chegar a A2. Como o diâmetro de A2 é 4 vezes maior do que o de A1,
a força gerada quando sobre A2 será 4 vezes maior do que F1.
Logo, podemos concluir que quando ocorre a variação das áreas, as forças são amplificadas proporcio-
nalmente à diferença das áreas, o que faz com que essa força chegue a valores muito altos. Esse também é
o princípio utilizado no macaco hidráulico. A fórmula da força em hidráulica é representada com base na
fórmula da pressão.

F=P*A

Então temos F = força, P = pressão e A = área.

Aproveitando a figura vamos adicionar valores para podermos perceber o aumento da força. Digamos
que a força F1 = 10kgf, A1 = 2cm² e A2 = 10cm², qual será o valor da força F2?

Primeiro passo é saber qual o valor da pressão.


4 Fundamentos Físicos Da Hidráulica
31

P1 = F / A = 10 / 2, então P1 = 5 bar, sabendo que a pressão será a mesma dentro do corpo, então pode-
mos calcular a força F2 utilizando a pressão P1, pois ela não mudará. Então teremos:

F2 = P1 . A2 = 5 . 10, então F2 = 50kgf.

Observe que entramos com apenas 10kgf de força e ficamos com 5 vezes mais força na saída. Outra
análise que pode ser feita é sobre a relação direta entre as áreas. Se dividirmos a A2 por A1 encontraremos
o número 5 que é justamente o fator amplificador da forca de entrada, logo, a força F2 será 5 vezes maior
que a F1. Além desses, existem outros meios de calcular a força, porém os mais simples foram os abordados
aqui.

4.3 Multiplicação de Pressão

Assim como podemos amplificar as forças, podemos fazer o mesmo com a pressão, isso para que se
tenha ainda mais força, se por acaso for necessário. Observe a figura.

F1 F2

P1 P2

A1 A2

Figura 8 - Multiplicação de pressão


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
32

Observe que neste exemplo, a força F1 será igual à força F2. Isso acontece porque se tivermos um corpo
e aplicarmos uma força em uma extremidade, essa força se transmitirá à outra extremidade. Observe que
a A1 está conectada a A2 por meio de uma haste, logo formam um único corpo (método de transmissão de
energia). Sendo assim, neste caso o que mudará será a pressão, pois se observarmos bem, a área A1 tem
tamanho maior que a área A2, como a força é a mesma, mas existe uma variação de área, a pressão P1 será
diferente da pressão P2. Observe a fórmula.

Como F1 = P1 . A1, F2 = P2 . A2 se F1 = F2, então teremos P1 . A1 = P2 . A2

Logo teremos

p1 . A1
P2 =
A2

Vamos adicionar valores numéricos para melhorar a compreensão. Digamos que P1 = 40bar, A1 = 30cm²,
F1 = 10kgf e A2 = 20cm², vamos ao cálculo.

p1 . A1 40 . 30
Se P2 = então P2 =
A2 20

P2 = 60 bar.

Observe que a pressão de entrada foi de 40bar e a de saída foi de 60bar. É dessa forma que multiplica-
mos a pressão do sistema.

4.4 Vazão

A vazão nada mais é que a razão entre um determinado volume de um fluido sobre o tempo que este
levou para escoar. Toda vez que temos líquido escoando dentro de uma tubulação, teremos a vazão. A
vazão pode ser representada da seguinte maneira:

V
Q =
t

Onde Q = vazão, V = volume e t = tempo.


4 Fundamentos Físicos Da Hidráulica
33

Podemos também saber a velocidade com a qual esse líquido escoa utilizando a vazão, mas para isso a
fórmula se modifica. Observe a seguir.

V A.s
Se Q = e V = A . s então Q = logo teremos que Q = A . v
t t
velocidade
Onde

Q = vazão
V = volume
t = tempo
A = área
s = distância
v = velocidade

Entendendo melhor – se Vazão é Volume sobre Tempo e Volume é Área vezes Deslocamento, então
a Vazão pode ser a Área vezes Deslocamento sobre Tempo (observando na fórmula que deslocamento
sobre tempo é velocidade), logo teremos que a Vazão também poderá ser igual à Área vezes a Velocida-
de. Observe a situação a seguir.

Exemplo 1

Em um tubo com área de seção transversal A = 2 cm² escoa um fluido a uma vazão Q = 4 cm³/s. Qual a
velocidade de escoamento do fluido?
Como a questão pede velocidade teremos que utilizar a fórmula respectiva.

Q 4
Q = A . v logo v = portanto o resultado será v = = 2 cm/s
A 2
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
34

Exemplo 2

Em um tubo com área de seção transversal A = 0,28 cm² escoa um fluido a uma vazão Q = 4,2l/min. Qual
o tempo gasto para preencher um recipiente de volume 105l?
Neste caso, como se pede o tempo, utilizaremos a primeira fórmula que nos foi apresentada.

V 105
Q = Então teremos T = o resultado será T = 25 min
t 4,2

Dessa forma, podemos calcular a velocidade como também o tempo, lembrando que para calcular
cada um devemos nos atentar para a fórmula, pois cada um utiliza um tipo de fórmula diferente. Com isto,
finalizamos os fundamentos físicos da hidráulica.
4 Fundamentos Físicos Da Hidráulica
35

Anotações:
Grupo acionamento

O grupo acionamento hidráulico é a parte do sistema onde estão localizados os elemen-


tos responsáveis pelo armazenamento do fluído hidráulico (óleo), de segurança e de filtragem
durante o trabalho e os elementos responsáveis pelo bombeamento do fluido para o sistema
(conjunto motor bomba). Observe a figura abaixo para conhecer os elementos que fazem par-
te da alimentação do sistema.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
38

5.1 Reservatório

Figura 9 - Simbologia do reservatório hidráulico industrial


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

O reservatório é o elemento responsável por armazenar o fluido e, além disso, sua estrutura é usada
para realizar a troca térmica com o fluido a fim de resfriá-lo. Observe a imagem a seguir.

Válvula limitadora Linha de pressão


de pressão Linha de retorno
(segurança)
Filtro de ar
bomba
Motor elétrico Filtro de enchimento

Tubo de aspiração Visor de controle


para nível
Filtro de sucção
Escotilha para
manutenção
Chicana
Parafuso de drenagem

Figura 10 - Reservatório hidráulico e suas partes internas


Fonte: FESTO DIDACTIC, 2015.

Vamos entender por partes:

Linha de pressão: é nesta tubulação que o óleo sairá sob pressão depois que ele for bombeado do
reservatório.
Linha de retorno: o óleo depois de realizar o trabalho mecânico (geração de força), retorna ao reser-
vatório para ser resfriado e depois é novamente bombeado e direcionado para realizar trabalho. A linha
de retorno tem por função direcionar o fluido ao reservatório logo apos o mesmo ter realizado trabalho
mecânico.
5 Grupo Acionamento
39

Filtro de ar e filtro de enchimento: são os filtros por onde é feita a reposição do nível do reservatório
caso este baixe. A finalidade é que o óleo seja filtrado antes de entrar no reservatório.
Visor de nível: indica o nível do óleo dentro do reservatório.
Escotilha para manutenção: essa escotilha, quando aberta, dará acesso às partes internas do reserva-
tório. Nem todos os reservatórios possuem essa escotilha.
Parafuso de drenagem: utilizado para drenar o óleo. É semelhante ao parafuso do motor do seu carro.
Quando você vai trocar o óleo é o primeiro a ser retirado para proporcionar a saída do óleo de forma con-
trolada.
Chicana: responsável por efetuar troca térmica do óleo. Essa troca térmica ocorre por contato: ela é
uma placa perfurada que fica no centro do tanque. Toda vez que o fluido retorna ao reservatório, ele entra
em contato com esta placa.
Filtro de sucção: retira as impurezas do óleo e protege a bomba no momento que esta suga o fluido
do reservatório.
Tubo de aspiração: é por esse tubo que a bomba suga para sua estrutura onde, internamente, a pres-
são desse fluído será elevada e direcionada para a linha de pressão.
Válvula limitadora de pressão: controla a pressão do sistema hidráulico (será melhor explicada adian-
te).

5.2 Filtro interno

Chama-se filtro interno (ou filtro de sucção), pois ele fica dentro do reservatório e antes da bomba. Sua
função é evitar que qualquer impureza contida no reservatório seja direcionada à bomba no momento da
sucção do fluido.

Figura 11 - Simbologia do filtro interno


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
40

Vantagens do filtro interno

- É barato, pois não possui carcaça;


- Protege a bomba da contaminação do reservatório;

Desvantagens do filtro interno

- Não protege os componentes do sistema das partículas que a bomba gerar;


- Manutenção ruim, pois tem que desmontar e esvaziar o reservatório para ter acesso;
- Se bloquear o fluxo, pode prejudicar a bomba.

A seguir, abordaremos de forma mais minuciosa sobre o elemento mais importante do sistema hidráuli-
co: a bomba hidráulica. A função da bomba hidráulica é transformar energia mecânica em energia hidráu-
lica.

5.3 Conjunto motor bomba

Bomba hidráulica
Motor elétrico

M
Acoplamento

Figura 12 - Simbologia do conjunto motor bomba


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
5 Grupo Acionamento
41

Nesta etapa iremos abordar todos os componentes do conjunto motor bomba.


Observe a figura:

Seal

Suction Port
Drive Gear

Case Seal
Drive Shaft

Mounting Flange

Pressure Port
Bushings
Idler Gear

Figura 13 - Bomba hidráulica


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Nesta figura temos o desenho de uma bomba hidráulica, ela nada mais é que um equipamento intei-
ramente mecânico capaz de fazer sucção. Vale lembrar que a bomba não é capaz de bombear nada, pois
ela precisa movimentar-se para desenvolver sua função adequadamente, e sozinha a bomba não se mo-
vimenta.
Mas você pode perguntar-se: Por que a bomba da sua casa quando ligada na energia bombeia água?
Isso acontece porque ela está acoplada a um motor elétrico. O que você liga na energia (tomada) é o motor
elétrico e ele por sua vez produz energia mecânica, que acoplado à bomba, a faz girar. Observe a figura.

Motor elétrico
Bomba

Acoplamento

Figura 14 - Conjunto motor bomba


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe nesta figura que o motor elétrico está acoplado à bomba, então se energizarmos o motor, ele
começará a girar e através do acoplamento este movimento será transmitido e a bomba por sua vez irá gi-
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
42

rar na mesma velocidade e força que o motor. Neste momento, ela conseguirá bombear o fluido. Para esse
conjunto damos o nome de conjunto motor bomba. É através deste conjunto que conseguimos aspirar o
óleo que está dentro do reservatório e enviá-lo através da linha de pressão aos atuadores.
Existem diferentes tipos de bombas hidráulicas, mas abordaremos apenas as duas mais aplicadas.

5.4 Bombas hidráulicas

Nesta etapa abordaremos apenas as bombas hidráulicas, pois já sabemos que para elas funcionarem
precisam estar acopladas a um motor elétrico, mas ainda não sabemos como eles funcionam por dentro.
Vamos lá?
a) Bomba de engrenagem
Observe a figura:

3 - O óleo é forçado para a abertura


4 - A pressão de saída, atuando contra os dentes, de saída quando os dentes se
causa uma carga não-balanceada nos eixos, engrenam novamente.
como indica as setas.

Saída
Engrenagem motriz

Símbolo

2 - O óleo é transportado através da Entrada


carcaça em camaras formadas entre O1vácuo
- é criado aqui quando
os dentes, a carcaça e as paredes os dentes se desengrenam.
laterais. O óleo é succionado do
reservatório.

Figura 15 - Parte interna de uma bomba de engrenagem hidráulica.


Fonte: PARKER, p. 55, 2002.

Quando a bomba começa a se movimentar, o óleo é sugado do reservatório, passando entre a estrutura
de aço das laterais e os dentes da engrenagem. Devido ao encontro entre os dentes das engrenagens, o
óleo não passa por entre elas, o seu trajeto é contornar a parede da bomba até chegar à câmera de saída
(parte superior mostrada em vermelho) ganhando a linha de pressão.
5 Grupo Acionamento
43

b) Bomba de palheta
Observe a figura abaixo para entendermos o funcionamento da bomba de palheta.

Câmaras de Bombeamento

Rotor

Eixo

Entrada Saída

Volume Volume
crescente decrescente

Carcaça Palhetas
Figura 16 - Imagem interna da bomba de palheta
Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Conforme mostra a figura, a bomba possui palhetas e essas palhetas são móveis. Dessa forma, quando
a bomba gira, suas palhetas se movem, isto porque se observarmos com mais atenção, veremos que o seu
eixo é mais próximo da carcaça de um lado que do outro, ou seja, ela é desbalanceada. Quando a palheta
se aproxima da parte onde a carcaça é mais próxima, ela se retrai e entra no eixo, e quando ela se afasta, ela
sai de dentro do eixo para sugar o óleo.

5.5 Aeração

A aeração nada mais é que a entrada de ar no sistema hidráulico. É importante frisar que dentro das
tubulações do sistema hidráulico tem que haver somente fluido, não pode conter outros materiais e muito
menos ar. Esse ar gera pequena bolhas quando misturado ao óleo, o que ocasiona pequenas explosões
dentro do corpo da bomba.

5.6 Cavitação

A cavitação é a evaporação do óleo à baixa pressão na linha de sucção, ou seja, quando a pressão for
baixa, o óleo pode aquecer a ponto de evaporar formando pequenas bolhas que quando são transporta-
das pra uma zona de maior pressão, explodem fazendo com que a bomba solte “pedaços” de aço dentro
do sistema, danificando os outros componentes. Observe a figura a seguir.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
44

Figura 17 - Hélice de uma bomba hidráulica cavitada


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

O efeito da aeração e da cavitação sobre a bomba é o mesmo: danificação da estrutura, porém, as ori-
gens são distintas, conforme vimos nos parágrafos anteriores.
Uma forma de identificação é o ruído produzido pela bomba, ele é diferente do ruído habitual, portanto
devemos ficar em alerta com relação à cavitação, pois ela pode causar consequências gravíssimas ao nosso
sistema.

5.7 Filtros hidráulicos

Imagine que ligamos o motor e a bomba começou a bombear e todo o sistema está em funcionamen-
to. Durante seu funcionamento, nós temos que nos preocupar com todos os seus componentes e não é
diferente com o óleo, pois ele é o meio usado para a transmissão de energia. Portanto, devemos proteger
o fluido de impurezas, e o meio de fazer isso é utilizando os filtros. Vejamos alguns exemplos.

5.7.1 Filtro externo

F=0 Fica posicionado fora do reservatório e


antes da bomba.

Vantagens: Protege a bomba da


contaminação do reservatório.
A B
Possui indicador informando a troca
P T
do elemento filtrante.
Pode ser trocado sem a desmontagem
da linha.

Desvantagens: Pode bloquear o fluxo


M e prejudicar a bomba.
Não protege os elementos do sistema
das partículas geradas pela bomba.
Filtro

Figura 18 - Representação do sistema hidráulico com filtro externo


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
5 Grupo Acionamento
45

5.7.2 Filtro de pressão

F=0

É utilizado na linha de pressão (depois da bomba).

A B Vantagens: Filtra partículas muito finas.


Protege os componentes do sistema por
P T partículas geradas pela bomba.
Filtro Desvantagens: É caro, pois sua carcaça deve
ser projetada para suportar altas pressões.

Figura 19 - Representação do sistema hidráulico com filtro de pressão


Fonte: PARKER, p. 28, 2002.

5.7.3 Filtro de retorno

F=0
É utilizado na linha de retorno antes
do reservatório.

Vantagens: Protege o reservatório da


contaminação do sistema.
Não opera sob pressão plena do sistema.
Linha de retorno
A B
Desvantagens: Não protege os componentes
do sistema por estar na linha do retorno.
P T
Pode gerar contra pressão e danificar algum
componente do sistema.

M
Filtro de retorno

Figura 20 - Representação do sistema hidráulico com filtro de retorno


Fonte: PARKER, p. 30, 2002.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
46

CASOS E RELATOS

A importância dos procedimentos de segurança


Em uma determinada empresa, um mecânico necessitou fazer uma intervenção no sistema hidráu-
lico. Na inspeção visual verificou-se a necessidade de substituir um filtro de pressão. Os procedi-
mentos básicos de segurança para essa substituição eram os seguintes: desligar a bomba, fechar as
válvulas, purgar o óleo (remover o óleo daquela parte da linha aliviando a sua pressão) e identificar
que o equipamento está em manutenção (usando uma etiqueta, por exemplo).
O mecânico fez alguns desses procedimentos, mas não todos eles, pois ele se esqueceu de fazer a
drenagem do óleo para aliviar a pressão do sistema. O resultado foi o seguinte: quando o mecânico
foi soltar o parafuso de fixação do filtro danificado, o mesmo foi arremessado a uma distância tão
grande que não fora encontrado. Isso porque a pressão exerceu uma força muito grande sobre ele.
O não cumprimento de uma das etapas de segurança poderia ter ocasionado um grave acidente.
Portanto, procure sempre seguir os procedimentos de segurança para trabalhar com hidráulica, pois
sua energia concentrada pode causar acidentes sérios.

5.8 Mangueiras hidráulicas

As mangueiras hidráulicas são fundamentais, pois sem elas não seria possível que o óleo pudesse che-
gar aos atuadores, por exemplo. Além disso, ela dá mobilidade, ou seja, se você tem um sistema de hi-
dráulica móbil, certamente terá a utilização de mangueira. As escavadeiras, por exemplo, precisam realizar
movimentação e as mangueiras possibilitam essa mobilidade.
As mangueiras hidráulicas são compostas por três partes. São elas:
a) Tubo interno ou alma da mangueira: em sua construção usa-se material que possua estabilida-
de térmica, flexível e que seja compatível com o fluido a ser conduzido;
b) Reforço ou carcaça: é a parte interna que é resistente à pressão. Na mangueira existe uma estru-
tura de aço em forma de espiral que circunda o tubo interno. A ideia é que quando a pressão se
elevar, esse tubo interno se expanda. É nesse momento que o reforço segura a expansão do tubo
interno para que não haja o rompimento;
c) Cobertura ou capa: parte externa da mangueira. Protege o reforço de agentes externos que
podem danificá-lo.
5 Grupo Acionamento
47

5.9 Tipos de conexões

Nos extremos das mangueiras são fixadas as conexões tipo engate rápido e antivazamento. Essas co-
nexões são usadas para conectar as mangueiras nas vias das válvulas direcionais ou nos atuadores. Vamos
abordar dois tipos SKIVE e NO-SKIVE.

SKIVE

Figura 21 - Conexão do tipo SKIVE


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Ela é do tipo SKIVE, pois para fixá-la precisamos descascar a mangueira e fixá-la com uma abraçadeira,
para que não se solte durante sua utilização.

NO-SKIVE

Figura 22 - Conexão tipo no-skive


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
48

Essa conexão é do tipo no-skive, em que não há necessidade de descascar a mangueira, pois a conexão
possui um tudo de aço onde encaixamos a mangueira e depois esse tubo é prensado fixando-a.
Com isso fechamos aqui a parte de alimentação do sistema hidráulico. Até este momento vimos os
seguintes componentes:

Elementos de alimentação M
Bomba
Motor
Filtro
Reservatório
Líquido

Figura 23 - Simbologia dos elementos de alimentação


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
5 Grupo Acionamento
49

Anotações:
Função e constituição
dos elementos hidráulicos

Os elementos hidráulicos (válvulas, atuadores, filtros e mangueiras) são os componentes


utilizados para a segurança do sistema, como também controle de velocidade e movimenta-
ção dos atuadores. Portanto, são elementos fundamentais para o funcionamento, como tam-
bém para a realização de um trabalho seguro com a hidráulica.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
52

6.1 Atuadores hidráulicos

Atuadores hidráulicos são os equipamentos a serem acionados por todos os componentes já vistos até
aqui, pois eles são os elementos que de fato realizarão o trabalho mecânico. São eles:
a) Cilindros hidráulicos: possuem movimento linear (para frente e para trás);
b) Motores hidráulicos: possuem movimento rotativo.

6.1.1 Cilindros hidráulicos

Existem diversos tipos de cilindros hidráulicos, porém aqui abordaremos alguns deles. Estes cilindros
são compostos por três áreas: área do pistão, área da coroa e área da haste. Observe a figura.

Coroa
Haste

Fundo Frente

Pistão

Figura 24 - Partes internas do cilindro hidráulico


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe que a área da coroa é apenas o espaço atrás da haste (cor cinza), por sua vez a haste é todo o
corpo que vai da coroa até a parte externa do cilindro (cor grafite) e a área do pistão é toda área em que
estão a coroa e a haste (cor vermelha). Então, como o cilindro avança e recua?
A realização dos movimentos ocorrem por injeção do fluido sob pressão (aquele vindo da bomba) em
uma das câmaras – local por onde o fluido pode entrar e sair do cilindro. Quando o óleo entra no fundo
do cilindro, ele empurra a coroa junto com a haste e o faz avançar. Para que o cilindro possa recuar, o óleo
entra em sua frente deslocando a coroa e a haste fazendo-o recuar. Veja a seguir mais detalhes sobre este
tipo de atuador.
6 Função E Constituição Dos Elementos Hidráulicos
53

6.1.2 Atuador linear de dupla ação

Chamamos de Cilindro dupla-ação, o atuador hidráulico capaz de realizar, por injeção de fluido sob
pressão, os movimentos de avanço e de retorno.

Atuador linear de dupla ação

Símbolo

Figura 25 - Atuador linear de dupla ação


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Ele é de dupla ação, pois agora ele possui duas entradas/saída para o óleo, sendo que para avançar, o
óleo entra pelo fundo do cilindro empurrando a coroa e a haste. O óleo que está acumulado na frente tem
que sair para que o cilindro possa se movimentar, e para recuar o óleo entra pela frente do cilindro deslo-
cando a coroa no sentido contrário e o que estiver no fundo do cilindro será empurrado pra fora para que
ele possa recuar o mesmo.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
54

Observe mais exemplos de cilindros hidráulicos.

6.1.3 Atuador Linear de Simples Ação

Atuador linear de simples ação

Símbolo

Figura 26 - Atuador linear de simples ação


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Esses Cilindros são chamados de simples ação porque eles possuem apenas uma entra/saída para o
fluído: seu avanço se dá acionando a válvula direcional e seu retorno pode ser pelo próprio peso da carga.
Exemplo: imagine um macaco hidráulico quando você pisa no pedal ele vai levantando o carro devagar.
Quando você aciona para o óleo retornar ao reservatório interno, o peso do carro faz com que o cilindro
recue.

6.1.4 Atuador linear de Simples Ação com retorno por mola

Atuador linear de simples ação

Símbolo

Figura 27 - Atuador linear de simples ação com retorno por mola


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
6 Função E Constituição Dos Elementos Hidráulicos
55

Seu funcionamento é bem parecido com o de simples ação mais seu retorno não depende de uma força
externa, pois a mola interna proporciona a força necessária para o movimento de retorno.

6.1.5 Motores hidráulicos

O motor hidráulico (Não confunda com bomba hidráulica!) funciona como aqueles moinhos, que ao
passar o óleo pelas suas partes internas, empurram suas engrenagens fazendo com que seu eixo se movi-
mente produzindo assim seu movimento mecânico rotativo.

Atuador rotativo - Motores Hidráulicos

Símbolo

Figura 28 - Motores hidráulicos


Fonte: PARKER, p.22,1999.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
56

6.2 Válvula de controle de pressão

Conhecida também como válvula limitadora de pressão ou válvula de segurança, ela é a responsável
por controlar a pressão dentro do sistema hidráulico, pois quando o atuador (cilindro) está, por exemplo,
com uma carga em sua haste, a pressão do sistema se eleva consideravelmente e a válvula limitadora de
pressão ameniza essa pressão desviando uma parte do óleo de volta para o reservatório. É um funciona-
mento semelhante a uma panela de pressão. Quando a pressão interna aumenta a válvula na parte supe-
rior da panela se abre. O que ocorre é que a pressão interna da panela fica tão grande que a válvula abre
deixando sair parte do vapor para controlá-la. Vejamos a figura.

Pressão baixa Pressão moderada

Linhas de pressão Para o tanque

Pressão elevada (alta pressão)

Figura 29 - Parte interna da válvula limitadora de pressão


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Como foi dito antes, quando o cilindro está em movimento erguendo uma carga, a pressão não será tão
elevada assim, portanto, o óleo passa normalmente pela linha de pressão e a válvula limitadora de pressão
não será acionada (pressão baixa), mas quando o cilindro acabar de levantar essa carga, não haverá lugar
para o óleo entrar no corpo do cilindro, pois ele estará cheio e já realizou todo o movimento do seu curso.
Nesse momento, a pressão começará a se elevar, e então quando essa pressão chegar ao valor ajustado na
válvula de segurança, esta irá abrir-se deixando com que parte do óleo volte ao reservatório, controlando
assim, a pressão do sistema. Sua simbologia é a da figura a seguir.

Válvula instalada no sistema Válvula limitadora de pressão

Manômetro

Figura 30 - Válvula limitadora de pressão ou válvula de segurança (simbologia)


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
6 Função E Constituição Dos Elementos Hidráulicos
57

Para ajustar a pressão existe um ajuste no fundo da válvula. Na medida em que você ajusta-o ele dará
mais ou menos pressão à mola localizada na parte interna da válvula, e é através dela que ajustamos a
pressão. O manômetro, localizado próximo à válvula, é utilizado para indicar a pressão ajustada no sistema
pela válvula limitadora de pressão.

6.3 Válvula de retenção

As válvulas de retenção são utilizadas quando queremos fluxo em apenas um sentido, pois elas permi-
tem o fluxo (ou passagem do óleo) em apenas um sentido e bloqueia-o no outro. Observe a figura.

Pino Mola
Simbologia

Fluxo do óleo

Figura 31 - Válvula de retenção 1


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observando a figura, quando o fluxo estiver no sentido mostrado pelas setas azuis, o óleo empurra o
pino pra trás, comprimindo a mola, abrindo assim, passagem através da válvula.
Agora analise a figura abaixo:

Sentido do óleo

Figura 32 - Válvula de retenção 2


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Perceba que o sentido do óleo é contrário ao mostrado na figura anterior. Nesse novo sentido, o pino
bloqueará o óleo impedindo seu fluxo (fazendo uma retenção).
Resumidamente, as válvulas de retenção possuem um sentido de abertura (Figura 31) e de bloqueio
(Figura 32).
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
58

6.4 Válvula de retenção Pilotada

Essa válvula funciona da mesma forma que a válvula de retenção, porém, nesta válvula temos a possibi-
lidade de fazer com que o fluido siga nos dois sentidos. Para isso, é necessária uma pilotagem2 na mesma.
Observe a figura.

x A B x A B

Figura 33 - Parte interna da válvula de retenção pilotada


Fonte: GOMES; ANDRADE; FERAZ, p.47, 2008.

Vamos entender seu funcionamento com base na imagem acima. Quando o óleo vier no sentido de
A para B, ele empurrará a esfera e comprimirá a mola fazendo com que o fluido passe livremente. Mas,
quando o sentido for de B para A, a mola empurrará a esfera bloqueando a passagem. É nesse momento
que se pode acionar a conexão X pilotando-a (ou seja, injetando óleo nela). Quando isso acontecer, o óleo
empurra o pino pra frente e isso faz com que a esfera seja deslocada, permitindo assim, que o fluido possa
escoar também no sentido contrário de B para A.

1 Pilotagem: é usar o fluido em questão (no caso, o fluido hidráulico) para movimentar ou acionar uma válvula ou uma parte
específica dela.
6 Função E Constituição Dos Elementos Hidráulicos
59

Sua simbologia é a seguinte:


Exemplo de utilização:

F=0 B

B
A X
X
A Símbolo
A B
Válvula de retenção pilotada

P T

Figura 34 - Exemplo de utilização da válvula de retenção pilotada


Fonte: GOMES; ANDRADE; FERAZ, p.43, 2008. (Adaptado).

Observe que a válvula é posta antes do cilindro. Quando o fluxo através da válvula pilotável for de A
para B, o óleo passa, entra no cilindro e este realiza o movimento de avanço. Mas quando o cilindro for
recuar, a válvula pilotavel irá bloquear o óleo impedindo seu recuo. Nesse caso, a via X foi conectada na
linha onde o óleo entra pra fazer o cilindro recuar, isso porque ao mesmo tempo que o óleo forçar o recuo
do cilindro, ele também pilotará a válvula de retenção pilotada, fazendo com que ela abra a passagem no
sentido de B para A, permitindo dessa forma que o cilindro recue.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
60

6.5 Válvula reguladora de fluxo

Imagine a torneira da sua casa. À medida que você manipula a transmissão, a água vai saindo com mais
ou menos força. A transmissão tem por função realizar um controle do fluxo (ou vazão) da água. Na hidráu-
lica industrial, nós temos uma válvula capaz de fazer esse mesmo controle de fluxo.
Observe a figura

Válvulas reguladoras de fluxo unidirecional


A B

Ajuste
Simbolo

A B A B

IMG1 IMG1
Válvula de retenção

Figura 35 - Imagem interna da válvula reguladora de fluxo unidirecional


Fonte: SLIDES HARE, 2013.

Harry Franklin Vickers era um inventor americano e no ano de 1956 rece-


CURIOSIDADES beu a mais alta condecoração da Sociedade Americana de Engenheiros,
reconhecido como pai da hidráulica.

Observe na figura 35 que abaixo do pino de ajuste existe uma válvula de retenção, a mesma estudada
no tópico anterior. Quando o óleo vier no sentido de A para B (IMG1) a válvula de retenção impede sua
passagem forçando para que o óleo passe por onde está o pino do ajuste, e é através do posicionamento
do pino que o fluxo será controlado. Se o sentido for de B para A (Veja IMG2), o óleo terá passagem por
dois pontos: pela válvula de retenção, que pelo sentido de escoamento estará aberta, e pelo parafuso de
ajuste, logicamente sua passagem pelo pino ocorrerá conforme o posicionamento dele. Chamamos essa
válvula de UNIDIRECIONAL, pois só teremos o fluido regulado quando a passagem ocorre em um sentido –
no nosso caso o da IMG1, já no sentido contrário. O fluxo exibido na IMG2 não ocorre a regulagem, ou seja,
100% da vazão que chega nesse sentido, sai.
6 Função E Constituição Dos Elementos Hidráulicos
61

Além das válvulas unidirecionais, existem as válvulas BIDIRECIONAIS. Estas não possuem a válvula de
retenção, isso implica no controle de fluxo nos dois sentidos.

Exemplo de utlização:
F=0

Válvula reguladora de fluxo

Figura 36 - Exemplo de utilização da válvula reguladora de fluxo.


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe que a válvula está posicionada antes do cilindro e que a válvula de retenção está posicionada
de tal forma que bloqueia o óleo quando este for entrar no fundo do cilindro, ou seja, o óleo será impedido
de passar pela válvula de retenção e será obrigado a passar pelo controle de fluxo (aquele do pino de ajus-
te). Isso fará com que o cilindro avance numa velocidade mais lenta que sua velocidade normal.

6.6 Válvula de sequência

Estas válvulas são utilizadas quando temos mais de um cilindro envolvido no sistema. O propósito dela
é determinar o momento em que um dos cilindros começará seu movimento, seja ele de avanço ou de
recuo. Para isso, a válvula atua verificando a pressão naquele ponto do sistema que ela foi instalada. Se a
pressão atingir valor superior ao ajustado nela, a válvula se abrirá, dando passagem ao fluido.
A válvula de sequência é uma junção da válvula de limite de pressão com uma válvula de retenção.
Observe a figura.

Válvula limite de pressão

Válvula de retenção

Figura 37 - Simbologia da válvula de sequência


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
62

Exemplo de utilização no sistema:

F=0 F=0
Cilindro A Cilindro B

Válvula de sequência

Alavanca
A B

P T

Figura 38 - Utilização da válvula de sequência


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Quando acionarmos a alavanca da válvula direcional (estudaremos ela mais adiante) o cilindro A come-
çará seu movimento e o cilindro B ficará parado, pois a pressão do sistema não será suficiente para passar
pela válvula de sequência. Quando o cilindro A terminar seu movimento, a pressão do sistema se elevará
a um valor que será suficiente para passar pela válvula de sequência, aí então o cilindro B começará seu
movimento de avanço. O recuo dos cilindros acontecerá de forma simultânea. Observe que na válvula de
limite de pressão existe uma seta que indica um sentido – o óleo só passará por ela nesse sentido. Quando
o óleo estiver no sentido contrário, ele não passará pela válvula de limite, mas passará pela válvula de re-
tenção que está embaixo da válvula de limite de pressão.
6 Função E Constituição Dos Elementos Hidráulicos
63

6.7 Válvulas direcionais

São válvulas que determinam a direção do óleo dentro do sistema. Elas determinam o momento de
avanço ou de recuo dos cilindros (atuadores) e são compostas por número de vias, número de posições e
tipos de acionamento.
c) Número de vias
O número de vias de uma válvula direcional é identificado pela quantidade de conexões que ela possa
ter em seu corpo. Para melhor entendimento, veja a figura a seguir.

Conexões
02 vias 03 vias 04 vias

Figura 39 - Válvula direcional


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observando a figura, percebe-se que o número de “traços” determina quantas vias existem na válvula, e
o número de vias nos informa a quantidade de conexões que podem ser fixadas a esta válvula. Lembrando
que as vias podem ser de passagem ou de bloqueio, conforme ilustra a figura:

PASSAGEM BLOQUEIO

Figura 40 - Tipos de vias: passagem e bloqueio


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe que quando a via é de passagem, ela utiliza uma seta para indicar, e quando é de bloqueio, a
simbologia mais parece um “T”, mas vale ressaltar que essas vias podem ter apenas duas conexões, pois em
cada quadrado só podemos conectar dois tubos para vazão do óleo.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
64

d) Números de posições
O número de posições que uma válvula pode ter é determinado pelo número de “quadrados” que a
mesma possui. Observe a figura:

02 POSIÇÕES 03 POSIÇÕES

Figura 41 - Posições da válvula direcional


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Se tivermos dois quadrados, então teremos duas posições, mas se forem três quadrados, então teremos
três posições e assim por diante. Em cada posição teremos o fluido direcionado de forma diferente.
Observe o exemplo:

Conexões (vias)

Figura 42 - Posições e vias em uma válvula direcional


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

No exemplo acima é fácil identificar que a válvula tem duas vias e duas posições. Isso porque, se obser-
vamos qualquer uma das posições, perceberemos pelo direcionamento dado ao fluido, que esta válvula só
possui duas vias: em uma posição existe a seta (liga uma via a outra) e na outra as conexões ´T` fazendo o
bloqueio. Como já falamos, o número de vias indica o número de locais para encaixe das conexões nessa
válvula. Nesse caso, poderemos conectar duas mangueiras ou tubos a essa válvula.
6 Função E Constituição Dos Elementos Hidráulicos
65

Chamamos está válvula de 2/2 vias, pois ela possui 2 vias e 2 posições.

Válvula direcional - 2/2 vias N.F.

Botão desacionado IMAGEM 1

Êmbolo da válvula A P L

Botão acionado IMAGEM 2


A
A P L

L
P
Símbolo

Figura 43 - Imagem interna da válvula direcional 2/2 vias


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

As vias recebem uma letra para indicar a sua função. Por exemplo, a letra P indica que a via em questão
deve ser conectada à linha de pressão do sistema; já letra A é usada para indicar que é uma via se saída; o L
é usado para indicar que a via deve ser conectada ao dreno do reservatório. A cor vermelho intenso indica
o fluido sob pressão.
Na IMAGEM 1 o botão não foi acionado, logo, a via de pressão está bloqueada impedindo o fluido de
seguir para a via A. Já na IMAGEM 2, quando o botão é acionado, o êmbolo da válvula é deslocado liberan-
do o fluxo de P para A. Podemos então concluir que em cada posição da válvula, o fluido terá um direcio-
namento diferente.

6.7.1 Válvula direcional 3/2 vias

Conexões (vias)

Figura 44 - Válvula direcional com duas posições e três vias


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Acima, temos a válvula direcional 3/2 vias, pois ela possui três vias e duas posições: três vias, pois se
observarmos em apenas um quadrado, ele possui uma seta e um bloqueio para indicar o direcionamento
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
66

dado ao fluido. Sendo assim, o fundo da seta é uma via, a frente é a segunda via e o bloqueio é a terceira
via. E como já falamos, o número de posições é dado pelo número de quadrados presentes.

Válvula direcional - 3/2 vias N.F.

T A P L

A
T A P L
P T
Símbolo
Figura 45 - Imagem interna válvula direcional 3/2 vias
Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe que antes de acionar o botão, a pressão estará bloqueada e a via A estará aberta para retorno
ao tanque. Quando o botão é acionado, a via P estará aberta para fluxo até A e a via T (conexão ao tanque)
estará bloqueada.

6.7.2 Válvula direcional 4/2 vias

2 4

Conexões (vias)

1 3

Figura 46 - Válvula direcional com quatro vias e duas posições


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Neste outro exemplo temos a válvula direcional 4/2 vias, pois possui duas setas, cada uma contendo
duas vias (a seta liga uma via à outra) e a mesma possui dois quadrados. Observe a figura.
6 Função E Constituição Dos Elementos Hidráulicos
67

Válvula direcional - 4/2 vias

Botão desacionado IMAGEM 1

B P A T

Botão acionado
IMAGEM 2
A B
T A P L

P T
Símbolo

Figura 47 - Imagem interna válvula direcional 4/2 duas vias


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Nesta, teremos a adição de mais uma via: a via B. Esta será também, junto com a via A, uma via de saída.
Observe na IMAGEM 1 que, antes de acionar o botão, a pressão P estará aberta para a via B e a via T
estará aberta para a A. Já na IMAGEM 2 quando o botão é acionado, a via P estará aberta para a via A e não
para via B.
Veja o circuito abaixo:

F=0

Retorno por mola


Botão B
A Válvula direcional
4/2 vias
P T

Figura 48 - Válvula direcional em sua posição inicial no sistema


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
68

Observe que neste caso sem acionarmos o botão, a válvula está na posição das setas cruzadas. Quando
acionarmos o botão a válvula mudará sua posição, conforme figura abaixo.

F=0
v=0

válvula direcional
Botão 4/2 vias
A B

P T

60.00

Figura 49 - Desenho da válvula direcional acionada no sistema


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe que quando o botão foi acionado, a válvula mudou sua posição, então as setas cruzadas saíram
das ligações das vias e as setas retas ocuparam seu lugar, por esse motivo contam-se as vias em apenas um
quadrado, pois as vias são fixas, então quando a válvula é acionada e muda sua posição, o número de vias
permanece o mesmo. Observe internamente o funcionamento dessa válvula:

Caso 1

B P A T

Caso 2

A B
B P A T

P T
Simbologia

Figura 50 - Funcionamento interno da válvula direcional com quatro vias e duas posições
Fonte: GOEMS, ANDRADE; FERAZ, p.35, 2008.
6 Função E Constituição Dos Elementos Hidráulicos
69

Observe o desenho acima. A cor vermelha indica o fluido sob pressão. Já a azul indica o fluido retornan-
do ao tanque. No momento em que o botão não for acionado (caso 1) a pressão vai direto para a via B e
a via A retorna para o tanque, quando o botão for acionado (caso 2) a via B vai para o tanque e a pressão
passará para a via A. Observe também a simbologia: P tem uma seta que indica vazão para B e A, vazão para
T. Quando muda a posição, as setas são retas e indicarão P vazão para A, e B vazão para T.

6.8 Tipos de acionamentos

O acionamento é o mecanismo que utilizamos para fazer a válvula direcional mudar sua posição. Nos
exemplos anteriores, o mecanismo foi um botão que quando acionado fazia com que a válvula mudasse
sua posição. Os tipos de acionamento são:
a) Musculares: podem ser manipulados por força humana;
b) Mecânicos: são acionados por uma parte mecânica do próprio equipamento;
c) Pilotos: acionados pela força do próprio fluido;
d) Elétricos: acionados por força elétrica.

Exemplo de acionamentos musculares:

Acionamento manual: pode ser acionado por mãos ou pés.

BOTÃO

simbologia

ALAVANCA

simbologia

PEDAL
simbologia

Figura 51 - Acionamento manual


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
70

Observe que a depender do acionamento escolhido, podemos acionar usando as mãos como também
utilizando os pés.

Exemplo acionamento mecânico:

Acionamento mecânico: acionado por uma parte mecânica móvel do próprio equipamento ou de
outro equipamento.

PINO

simbologia

ROLETE

simbologia

GATILHO OU
ROLETE
ESCAMOTEÁVEL

simbologia

Figura 52 - Acionamento mecânico


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe que neste caso, o acionamento precisa de uma contato mecânico nas hastes (pino, rolete ou
rolete escamoteável) para que a válvula possa mudar sua posição.
6 Função E Constituição Dos Elementos Hidráulicos
71

Exemplo acionamento por piloto hidráulico:

Acionamento piloto: utiliza o próprio óleo para acionar.

Piloto positivo

Ponto de pilotagem

12

Simbologia

Figura 53 - Acionamento piloto


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Neste caso, o óleo entra no ponto de pilotagem, empurra o êmbolo da válvula e muda sua posição.

Exemplo acionamento elétrico:

Acionamento elétrico: utiliza energia elétrica para acionar a bobina de um solenoide (ou induzido).

induzido carcaça “C”

bobina

Figura 54 - Acionamento elétrico


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
72

Este exemplo mostra que quando a bobina for acionada ela provocará um campo magnético que fun-
cionará como um imã e essa força deslocará o êmbolo da válvula. Dessa forma juntaremos os acionamen-
tos com as válvulas para chegarmos ao ponto que queremos. Observe as figuras.

DESENHO DA VÁLVULA DIRECIONAL DESCRIÇÃO

A
Válvula direcional 2/2 vias acionamento manual
por botão e retorno por mola.

P
A
Válvula direcional 3/2 vias acionamento manual
por pedal e retorno por mola.

P T
A B
Válvula direcional 4/2 vias mecânico por rolete e
retorno por mola.

P T

Quadro 2 - Exemplos de válvulas direcionais e suas descrições


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Dessa forma, quando perguntada qual a nomenclatura dessa válvula direcional, você deverá responder
conforme exemplificamos: especificando o tipo de acionamento, o tipo de retorno, o número de vias e de
posições, lembrando que se deve olhar na válvula o seu desenho.
6 Função E Constituição Dos Elementos Hidráulicos
73

Com isso, nesta etapa finalizamos os componentes do sistema hidráulico. Observe na figura abaixo
alguns dos componentes vistos até aqui.

Elementos de trabalho F=0


Cilindro (atuador)
Motores

Elementos de comando

100%
e regulagem

Válvula direcional
Válvula de fluxo
Válvula de alívio
A B

P T

P T

Elementos de alimentação
M
Bomba
Motor
Filtro
Reservatório

Figura 55 - Simbologias dos componentes hidráulicos


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
Simbologia

Nesta etapa, veremos algumas simbologias utilizadas até aqui, mas também serão apresen-
tadas algumas simbologias do sistema hidráulico, essas simbologias são utilizadas no desen-
volvimento do sistema, pois elas representam os componentes físicos, montados no sistema
hidráulico.

Motor resersível dois sentidos de fluxo

Cilindro com haste


Motor oscilante
dupla

Clilindro de simples Cilindro com dois


ação com retração de amortecedores
mola fixos

Cilindro de ação Cilindro com dois


simples com avanço amortecedores
por mola reguláveis

Cilindro
Cilindro de dupla ação
telescópoio

Válvula de
Filtro
segurança

Válvula de descarga
Válvula de
com dreno
retenção sem
interno controlada
mola
remotamente
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
76

Válvula de sequência
Válvula de
atuada diretametne
retenção com
e drenada
mola
externamente

Válvula de
Válvula redutora de
retenção pilotada
pressão
para abrir

Válvula de
Válvula de
retenção pilotada
contrabalanço
para fechar

Componete básico de Quatro conexões


válvula bloqueadas

Válvula de passagem Passagem de fluxo


única normalmente bloqueada na
fechada posição central

Válvula de passagem Válvula direcional


única normalmente duas posições três
aberta vias

Válvula direcional
Duas conexões
duas posições
bloqueadas
quatro vias

Válvula direcional
três posições,
Duas direções de fluxo
quantro vias
(centro aberto

Quadro 3 - Simbologia dos componentes hidráulicos


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
7 Simbologia
77

Anotações:
Desenho de esquemas hidráulicos

Para que possamos interpretar os circuitos, temos antes que entender como eles são dese-
nhados – uso dos símbolos para representar os componentes que vimos nos capítulos anterio-
res – e como seu funcionamento pode ser descrito utilizando expressões algébricas.
Observe o exemplo.

EXPRESSÃO: A + B + (A - B -)

Nas expressões algébricas utilizamos letras pra representar os atuadores e os sinais mate-
máticos de soma (+) e subtração (-) para indicar o movimento. No exemplo temos as letras A
e B. Cada letra representa um atuador (neste caso cilindro), o sinal de + representa avanço e o
sinal de - representa recuo. Além disso, temos cilindros se movimentando dentro e fora dos pa-
rênteses. Os movimentos que estão fora do parêntese significam que estes ocorrerão de forma
sequencial, e os movimentos dentro do parêntese, de forma simultânea (ao mesmo tempo).
Observe os exemplos.

Exemplo 1

Momento 1 Momento 2 F=0


F=0 v=0.17
v=0.27

Mudou
a Posição
Válvula Direcional Válvula Direcional
4/2 vias (Desacionada) 4/2 vias (Acionada)
A B A B
Botão Mola Botão Mola
P T P T

14.51 4.93

M M

Figura 56 - Sistema hidráulico simples


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
80

No exemplo acima, o momento 1 mostra a válvula direcional desativada. Podemos observar que o óleo
que sai da bomba vai para a via P e dela segue para a via de saída B que libera o fluido para o cilindro recuar.
Perceba que quando não há acionamento, a válvula está colocada em uma posição e em que existe um
direcionamento dado ao fluido. Essa posição é chamada de posição de repouso ou posição inicial.
Quando o botão for acionado (momento 2) a válvula muda sua posição, portanto a pressão que ia de P
para B, agora será direcionada de P para A e isso fará o cilindro avançar. Quando o botão for solto, a válvula
retornará à sua posição inicial, fazendo o cilindro recuar novamente, já que o fluido voltará a ser direciona-
do da via P para a B.

Exemplo 2: A + A - com avanço do cilindro A controlado


F=0

Válvula reguladora
de fluxo
50%

A B Válvula direcional
4/2 vias acionamento
P T alavanca retorno
por mola

Figura 57 - Sistema hidráulico utilizando controle de velocidade


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
8 Desenho De Esquemas Hidráulicos
81

Observando a figura acima, quando acionarmos a alavanca, a válvula direcional mudará sua posição e
fará o cilindro avançar de forma controlada, pois antes que o óleo entre no fundo do cilindro existe uma
válvula reguladora de fluxo ajustada para 50%, isso significa que apenas metade do tubo estará aberta
para a vazão do óleo. Ao soltarmos o botão, o cilindro recua com sua velocidade normal, pois o óleo passa-
rá pela válvula de retenção (bypass) e não acontecerá o controle de velocidade.

Exemplo 3: (A+ B+)(A- B-)

Cilindro A Cilindro B Cilindro A Cilindro B


F=0 F=0 F=0 F=0
V=0 V=0 V = 0,08 V = 0,08

Momento 1 Momento 2
A B A B

P T P T

60,00 2,86

H H

Figura 58 - Sistema hidráulico simultâneo


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
82

Observe a figura anterior, no Momento 1 a válvula direcional está na sua posição inicial e isso faz com
que os cilindros permaneçam recuados. Quando a alavanca for acionada, a válvula direcional mudará sua
posição (Momento 2) e fará os cilindros avançarem de forma simultânea, quando a alavanca for solta a
válvula retornará à sua posição inicial fazendo com que os cilindros recuem também simultaneamente .

Cilindro A Cilindro B
Exemplo 4 F=0 F=0
v=0 v=0

P T

A B Valvula direcional
4/2 vias acionamento
botão retorno por mola
P T

60.00

M
Unidade
hidráulica

Situação 1

Cilindro A Cilindro B
F=0 F=0
v=0,17 v=0

P T

A B

P T

4.93

Situação 2

Cilindro A Cilindro B

Situação 3

Figura 59 - Sistema hidráulico sequencial simples


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
8 Desenho De Esquemas Hidráulicos
83

Nas situações ilustradas acima podemos identificar uma sequência, tanto pela expressão descrita, como
também pelo fato do sistema possuir uma válvula de sequência. Quando o botão for acionado (Situação
2) a válvula direcional mudará sua posição, mas apenas o cilindro A se movimentará, pois pelo fato dele
ainda estar em curso, a pressão é baixa, sendo assim incapaz de acionar a válvula de sequência. Quando
o cilindro A terminar o seu movimento, a pressão se elevará, o que fará com que a válvula de sequência se
abra (Situação 3) e o óleo passe por ela fazendo assim o cilindro B avançar. Quando o botão for solto, os
dois cilindros retornarão de forma simultânea, já que não há o uso da válvula sequencial.

Exemplo 5: A + B + A - B -

Cilindro A Cilindro B
F=0 F=0
v=0,17 v=0

T
P T

Válvula direcional
4/2 vias acionamento
botão retorno A B
por mola
P T

4.93

Figura 60 - Sistema hidráulico utilizando duas válvulas sequenciais


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
84

Observando o exemplo anterior, nota-se que o botão foi acionado e a válvula direcional mudou sua
posição, isso fez com que o cilindro A avançasse, mas observe que o cilindro B permaneceu parado, isso
porque a pressão nesse momento não tem força suficiente para passar pela válvula de sequência. Observe
a figura abaixo.

Exemplo 6

Cilindro A Cilindro B
F=0
v=0
v=-0,17

T
P T

Válvula direcional Válvulas sequênciais


4/2 vias acionamento
botão retorno A B
por mola
P T

55.66

Figura 61 - Sistema hidráulico utilizando duas válvulas sequenciais (continuação)


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observando a figura acima, após o avanço do cilindro A, a pressão do sistema se elevou e o óleo ga-
nhou mais força atuando na válvula sequencial fazendo com que o fluido movimentasse o cilindro B para
avançar. A mesma coisa acontecerá no retorno dos cilindros. Ao soltarmos o botão, a válvula retornará à
sua posição inicial fazendo com que o cilindro A recue, enquanto o cilindro B fica parado, pois existe uma
válvula de sequência ligada ao seu retorno. Após o cilindro A concluir o recuo, o cilindro B começará seu
recuo e quando finalizá-lo, os movimentos do sistema se acabarão até o próximo acionamento do botão.
8 Desenho De Esquemas Hidráulicos
85

Exemplo 7: desenvolver um sistema hidráulico para um elevador de carros de uma ofi-


cina, onde deverá haver proteção contra queda para o momento em que o carro estiver
no alto.

Válvula de retenção
pilotada
X

B A

A B

Figura 62 - Utilização de válvula de retenção pilotada (proteção contra queda)


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observando a figura acima, percebemos uma válvula direcional 4/3 vias acionamento alavanca com
trava tipo (tandem), pois ela precisa de bloqueio nas vias A e B para que o carro fique parado no ponto que
desejarmos (parada intermediária). Quando acionarmos a alavanca, a válvula mudará sua posição deixan-
do o óleo passar, quando o óleo chegar à válvula de retenção pilotada, ele passará de A para B, pois ele terá
força para empurrar o pino e assim o cilindro avançará. Quando o carro estiver em uma altura desejável, o
operador acionará a alavanca fazendo a válvula ganhar a posição do meio (bloqueio das vias de saída e as
vias de pressão e tanque conectadas) parando o carro na altura desejada. Nesse momento, a válvula de re-
tenção pilotada (vista no capitulo 6, item 6.4) bloqueia o fluxo de B para A impedindo que o carro desça, se
por ventura ocorrer rompimento de mangueiras ou qualquer outro problema. Quando o operador acionar
a válvula direcional para a posição das setas cruzadas, o óleo entrará pela frente do cilindro e outra parte
do óleo irá para a válvula de retenção pilotada para que o pino seja deslocado possibilitando o fluxo de B
para A, fazendo o cilindro recuar.
Componentes para eletro-hidráulica

Para podermos trabalhar com eletro-hidráulica precisaremos antes saber alguns aspectos
básicos sobre comandos elétricos. Vamos lá?
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
88

9.1 Corrente e Tensão elétrica

Afinal o que é corrente e tensão elétrica? Ambas funcionam juntas, pois existe uma relação de depen-
dência uma com a outra. Corrente elétrica em seu conceito são os elétrons “caminhando” dentro do con-
dutor (fio). Portanto, se temos elétrons em circulação dentro de um fio, temos a corrente elétrica. Mas onde
entra a tensão? A tensão é, então, a força que move (empurra) os elétrons.

Botoeiras

Agora que sabemos o que é corrente e tensão elétrica vamos analisar o circuito a seguir:

Botoeira

Simbologia Lâmpada

Representa terra

Figura 63 - Ilustração de um botão em um circuito elétrico


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observando o circuito, temos uma botoeira normalmente aberta (NA) que ao ser acionada irá ser fe-
chada permitindo o fluxo de corrente elétrica. Está só circulará se o circuito estiver fechado, ligando assim
a lâmpada do sistema. Isso acontece porque os elétrons saem do polo positivo e vão em direção à terra,
dessa forma quando eles passam pela lâmpada, acendem a mesma. É importante frisar que Isso só acon-
tece se apertarmos o botão. Se o botão não for apertado, a lâmpada permanecerá apagada, pois o circuito
estará aberto impedindo que os elétrons cheguem à lâmpada.

ACIONAMENTO

MOLA DE
RETORNO
NF
(DESLIGA)

NA
(LIGA)

(a) (b)

Figura 64 - Representação interna de um botão elétrico


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
9 Componentes Para Eletro-Hidráulica
89

Observando a figura acima, vemos que esse botão possui dois contatos: um aberto e um fechado. Mas
o que os distingue? Veja que existe um caminho fechado para a circulação de corrente entre os terminais
(em azul) do contato NF. Por ter seu caminho fechado, ele é chamado de NF (Normalmente Fechado).
Já o contato Normalmente Aberto é caracterizado por não existir ligação entre os terminais: estes são
abertos. Por esse motivo a corrente elétrica não tem passagem por esse contato, a menos que o botão de
acionamento seja pressionado.
Existem vários tipos de botões, por exemplo, botão com trava, botão de emergência entre outros. Se
quiser saber mais sobre botões, utilize o módulo que veremos na sequência.

9.2 Chaves fim de curso

É um dispositivo eletromecânico, dotado de uma haste de acionamento e de contatos elétricos do tipo


NF e NA. Através de um acionamento mecânico na sua haste (no caso ilustrado tipo rolete), ocorrerá uma
inversão na posição dos contatos elétricos dele: o NF abrirá e o NA fechará. Chamamos de fim de curso,
pois utilizamos para indicar, por exemplo, que um cilindro completou totalmente seu curso.

2 3

Figura 65 - Sensor mecânico rolete


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe na imagem abaixo que a chave fim de curso possui dois contatos, um NA e outro NF e que
ambos estão conectados por uma linha tracejada. Essa linha é a simbologia usada para indicar a presença
da haste que quando é acionada pelo movimento captado pelo rolete, faz a inversão da condição dos
contatos.
Utilizaremos os números para identificar as ligações que podemos fazer. O ponto de número 1 é onde
ligaremos, por exemplo, o terminal positivo de uma fonte de energia, Sendo assim, como o ponto 3 é NF, a
energia que chega no ponto 1 estará também no ponto 3. Quando o rolete de fim de curso for acionado, o
estado dos contatos mudará, ou seja, todo contato que for fechado se abrirá e todo contato que for aberto
fechará. Sendo assim, a energia do ponto 1 não chegará mais ao ponto 3, chegará agora ao ponto 2.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
90

9.3 Contatores

São elementos fundamentais dentro dos comandos elétricos, pois com eles podemos fazer diversos
tipos de lógicas para atender a diversos tipos de situações. Mas como funciona um contator elétrico? Ob-
serve a figura:

A1 13 23 33 41

A2 14 24 34 42

Figura 66 - Contator elétrico


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe a sua simbologia. Existe uma bobina identificada como A1 e A2. Essa bobina recebe a alimen-
tação (energia) e devido à formação de um campo eletromagnético e à essa energização, seus contatos
mudam de estado. Seus contatos são identificados pelas numerações 13, 14 – 23, 24 e 33, 34 para contatos
do tipo NA (aberto) e 41, 42 ou 11, 12 para contatos do tipo NF (fechado).
O primeiro número indica a localização do contato no dispositivo e os números seguintes indicam se
este contato é NF ou NA. Exemplo:

Onde o numero 1 (aparece em cima e embaixo) indica a posição dele na contatora e o 3 e 4 indica que
trata-se de um contato NA. No caso de contatos NF, o número final será o 1 e 2.

Funcionamento

a) Ao acionar a bobina do contator, os contatos abertos (13,14, 23,24 e 33,34) se fecharão, e ao mes-
mo tempo os contatos 41,42 se abrirão, sendo assim, ao energizar a bobina do contator ele muda
o estado de todos os seus contatos ao mesmo tempo;
b) Além desse tipo de contator existem relés cujo princípio de funcionamento é o mesmo. Isso será
melhor explorado consultando seu módulo.
9 Componentes Para Eletro-Hidráulica
91

9.4 Válvulas Solenoides

Agora que já possuímos conceitos de alguns acionamentos elétricos, vamos uni-los aos conceitos de
pneumática e hidráulica e para que essa junção seja possível, é fundamental o uso dos componentes que
estudamos anteriormente: válvulas solenoides para acionamento das válvulas direcionais, sensores fim de
curso e botoeiras. Veja a seguir uma explicação detalhada do funcionamento da válvula direcional.
Observe a figura.

Figura 67 - Solenoide e válvula com solenoide


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe a figura abaixo.

Com o solenóide
1 desligado...

... a mola mantém o


2 êmbolo apoiado em
seu assento inverior.

O fluxo do ar comprimido
de P para A permanece
3 fechado pela junta de P A
vedação montada
na base do êmbolo.

Quando o solenóide
1 é energizado...

... o campo magnético


2 gerado pela bobina
atrai o êmbolo de válvula
para cima...

...abrindo a passagem
3 do ar comprimido de P A
P para A.

Figura 68 - Funcionamento da válvula solenoide


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
92

Quando enviamos energia à válvula solenoide é produzido um campo elétrico na mesma e este repro-
duz o mesmo comportamento de um imã, sendo assim o êmbolo de dentro do solenoide é deslocado e
dessa forma é capaz de mudar a posição da válvula direcional. Observe a figura.
9 Componentes Para Eletro-Hidráulica
93

Anotações:
Desenho de esquemas
eletro-hidráulicos

10

Neste capítulo, passaremos a analisar alguns desenhos de sistemas hidráulicos, com a fina-
lidade de aprender a interpretar um diagrama hidráulico, bem como entender como funciona
o sistema através de um desenho específico. Nas indústrias as máquinas que utilizam a tecno-
logia hidráulica, utilizam desses desenhos e símbolos para que os técnicos, saibam o funciona-
mento do sistema. Veja o exemplo abaixo:
Exemplo 1: A+ A-

S0 S1

F=0
v=0.17

+24V 1 2 3

B0 K1 S1

A B

Y0 Y1
P T

4.93 K1 Y0 Y1

0V
M

Figura 69 - Sistema eletro-hidráulico avanço


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
96

Observe a figura acima. Quando o botão B0 é acionado, a energia passa pelo seu contato ligando a
bobina do contator K1.Quando a bobina K1 for energizada, ela irá gerar um campo eletromagnético e
este campo terá força suficiente para inverter a posição dos contatos que pertencerem a esse contator. Os
contatos que pertencem a determinado contator leva o mesmo nome dado à bobina. No caso, a bobina K1
(presente na primeira linha do circuito elétrico) quando ligada, fará com que o contato NA de K1 (presente
na segunda linha do diagrama elétrico) feche, e dessa forma, a energia passa por ele e liga a válvula sole-
noide Y0, que, nesse momento, muda a posição da válvula direcional fazendo o cilindro avançar.

S0 S1

F=0
V = -27

+24V 1 2 3

A B B0 K1 S1

Y0 Y1
P T

14,51 K1 Y0 Y1

0V
M

Figura 70 - Sistema eletro-hidráulico retorno


Fonte: SENAI, 2015.

Observando a figura do sistema eletro-hidráulico, podemos observar quando o cilindro completar o


avanço e acionar o sensor fim de curso que neste exemplo chamamos de S1. Esse sensor, conforme vimos
anteriormente, possui um contato NA e um NF. No nosso esquema elétrico utilizamos o contato NA de
S1. No momento que for completado o movimento de avanço, o cilindro tocará no S1 e ele fechará seu
contato NA, energizando a válvula solenoide Y1, mudando a posição da válvula direcional, fazendo com
que o cilindro recue.
10 Desenho De Esquemas Eletro-Hidráulicos
97

Exemplo 2: A+ B+ A- B-

S0 S1 S2 S3

F=0
v=0.17
V=0

A B A B

Y0 Y1 Y2 Y3
P T P T

4.93

+24V 1 2 3 4 5

B0 K1 S1 S3 S0

K1 Y0 Y2 Y1 Y3

0V

Figura 71 - Sistema eletro-hidráulico com dois cilindros - avanço do cilindro A


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
98

Observe que quando o sensor S1 foi acionado, fechou seu contato NA e acionou a válvula solenoide
Y2 – solenoide responsável por mudar a posição da válvula direcional 4/2 vias, fazendo assim, com que o
cilindro B avance.

S1 acionado
S0 S1 S2 S3

F=0 F=0
v=0
V=0.17

A B A B

Y0 Y1 Y2 Y3
P T P T

4.93

+24V 1 2 3 4 5

B0 K1 S1 S3 S0

K1 Y0 Y2 Y1 Y3

0V

Figura 72 - Sistema hidráulico com dois cilindros - avanço do cilindro B


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
10 Desenho De Esquemas Eletro-Hidráulicos
99

Observe na figura 71 que ao acionarmos o botão B0, apenas o cilindro A se movimentará, o cilindro B só
começará seu movimento quando o cilindro A atingir o sensor S1, conforme figura abaixo.

S0 S1 S3 acionado
S2 S3
F=0
V = -0.27 F=0
V=0

A B
A B
Y0 Y1
Y2 Y3
P T
P T

14,51

+24V 1 2 3 4 5

B0 K1 S1 S3 S0

K1 Y0 Y2 Y1 Y3

0V

Figura 73 - Sistema eletro-hidráulico recuo do cilindro A


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
100

Já analisando a figura 73, quando o cilindro B tocar o sensor S3 ele fechará seu contato energizando a
válvula solenoide Y1, fazendo que com o cilindro A comece a recuar.

S0 S1 S2 S3

F=0 F=0
S0 acionado| V=0 V = -0.27

A B A B

Y0 Y1 Y2 Y3
P T P T

14,51

+24V 1 2 3 4 5

B0 K1 S1 S3 S0

K1 Y0 Y2 Y1 Y3

0V

Figura 74 - Sistema eletro-hidráulico recuo do cilindro B


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observando a figura acima, percebemos que da mesma forma, quando o cilindro A atingir o sensor S0,
ele fecha seu contato energizando a válvula solenoide Y3 e isso fará o cilindro B recuar. Após o recuo de B,
o sistema poderá recomeçar apertando novamente o botão B0.
10 Desenho De Esquemas Eletro-Hidráulicos
101

Exemplo 2: A+ A- com avanço do cilindro A controlado

S0 S1

F=0 +24V 1 2 3

B0 K1 S1
50%

A B

Y0 Y1
P T

K1 Y0 Y1

Figura 75 - Sistema eletro-hidráulico com controle de velocidade


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe a figura acima. Ela possui o mesmo funcionamento do exemplo 1, observe também que esse
sistema possui uma válvula reguladora de fluxo (usada para controlar a velocidade). Nesse caso, quando o
cilindro avança, o fluxo do óleo que vai entrar no fundo do cilindro é controlado pela válvula reguladora.
Analisando ainda a figura, podemos notar que apesar do sistema possuir controle de velocidade, ela é feita
na tubulação e através de válvulas e não no circuito de comando. Isso quer dizer que o sistema por coman-
do elétrico pode ser utilizado apenas para comandar a movimentação dos cilindros.
Softwares

11

Nesta etapa abordaremos a utilização de softwares para simulação do funcionamento do


sistema hidráulico, pois podemos montar todo o sistema e simular seu funcionamento antes
de instalá-lo, a fim de verificar se tudo está de acordo com o projeto. Lembrando que aqui uti-
lizaremos o software Festo Fluidsim da Festo.

Figura 76 - Tela inicial do Software Festo Fluidsim


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe a tela inicial do software, lembrando que aqui abordaremos o básico para que você
consiga simular seu sistema. Vamos começar!
Após abrir a tela inicial do software, existe uma folha em branco no canto superior da tela
(novo). Ao clicar nesse botão, aparecerá uma folha em branco e nela podermos desenvolver
nosso projeto. Observe a figura a seguir.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
104

Figura 77 - Criando o primeiro projeto


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Depois de clicar no botão, aparecerá uma nova folha para construção do sistema, conforme figura abai-
xo.

Figura 78 - Tela pronta para montagem do sistema


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
11 Softwares
105

Observe que a folha já foi criada e agora podemos trabalhar dentro dela. Todo o componente hidráu-
lico que você precisar deverá ser retirado da biblioteca de componentes localizada no canto esquerdo,
dividindo a tela com a folha em branco. Os componentes devem ser arrastados e direcionados para a folha
em branco para que nela seja construído o circuito. Para retirá-lo, basta clicar no componente e arrastá-
-lo para a folha. Como exemplo, vamos inserir a unidade hidráulica na nossa área de trabalho. Observe a
figura abaixo:

Figura 79 - Inserindo unidade hidráulica


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
106

Como falamos antes, basta selecionar o componente desejado e arrastar para a área de trabalho. Esse
mesmo procedimento pode ser feito para utilizar os demais componentes da biblioteca. Agora como novo
exemplo, adicionaremos uma válvula direcional 4/2 vias e seu sistema ficará conforme figura abaixo.

Figura 80 - Construção do primeiro sistema em software


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

A válvula direcional não apresenta nenhuma caracterização (como tipo de acionamento ou tipo de re-
torno, por exemplo). Para adicioná-los basta dar um duplo clique na válvula e aparecerá a seguinte janela:

Figura 81 - Tabela de opções da válvula direcional


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
11 Softwares
107

Observe que a tabela de opções está separada entre LeftActuation, RightActuation, Description, ValveBo-
dy e Initial Position. Vamos entendê-las.
a) LeftActuation: é a forma de atuação que a válvula utilizará o lado esquerdo (acionamento). Ela
pode ser Srping (mola), manual, mecânico hidráulico ou elétrico;
b) RightActuation: acionamento em que a válvula estará do seu lado direito (retorno), o mesmo
pode ser Spring (mola), manual, mecânico, hidráulico e elétrico;
c) Description: descrição da válvula (em inglês);.
d) ValveBody: corpo da válvula. Neste campo, podemos determinar se ela será de duas ou três po-
sições e escolher também como será o desenho dessas posições;
e) Initial Position: posição inicial. O quadrado que você marcar nesse campo será a posição inicial
da válvula.

Dessa forma, podemos observar que quando quisermos adicionar um componente e modificar algu-
mas características dele, é só dar um duplo clique no componente que a na tela aparecerão as opções.
Observe como ficará a configuração da nossa válvula direcional na figura abaixo.

Figura 82 - Selecionando as opções da válvula direcional


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
108

Observe na figura acima que foi selecionado o acionamento do tipo alavanca no quadro manually e
retorno por mola quando a caixa Spring return foi selecionada. Observe o desenho da válvula direcional.
Quando você clicar em OK no quadro, ela já apresentará o avanço por alavanca e o retorno por mola. Va-
mos adicionar o cilindro conforme figura a seguir.

Figura 83 - Adicionando cilindro ao sistema


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
11 Softwares
109

Da mesma, forma como fizemos anteriormente, selecione o desenho do cilindro e o arraste na área de
trabalho. Feito isso, observe que embaixo dos componentes existem umas “bolinhas” que representam os
pontos de conexão presentes nos componentes dos sistemas hidráulicos. Para fechar a conexão entre os
componentes, você deve clicar nesse ponto, manter o botão direito do mouse pressionado e arrastá-lo em
direção ao outro ponto de conexão desejado. Observe a figura.

Figura 84 - Conectando os componentes


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Você perceberá que quando aproximar o cursor do mouse na via de destino, aparecerá um ponto ver-
de. Isso indicará que a conexão está pronta para ser fixada àquele ponto. Quando soltar o botão direito
do mouse, perceba que aparecerá uma linha ligando esses dois pontos. Repita esse procedimento para
conectar os demais componentes.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
110

Passada a etapa de ligação dos pontos, vamos colocar o circuito em execução para ver se funcionará
corretamente . Observe a figura abaixo.

Figura 85 - Testando o sistema


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe na figura 85 que quando clicarmos no botão play, aparecerão algumas caixas de informações.
É só clicar em sim e ok para todas elas e o sistema iniciará a simulação conforme a figura acima. Para testar
o sistema, você coloca a seta do mouse no acionamento da válvula direcional. Quando isso acontecer,
aparecerá o símbolo de uma “mão”, então ao dar um clique, a válvula será acionada dando início ao funcio-
namento do sistema. Observe que ao lado do botão PLAY existem os botões de STOP e PAUSE. Para você
poder modificar o sistema novamente é necessário pará-lo utilizando o botão STOP.
11 Softwares
111

Sistema ELETRO-HIDRÁULICO

Para fazer um sistema eletro-hidráulico o processo é o mesmo, as mudanças são na válvula direcional
(que precisa ser duplo solenoide) e o comando elétrico para acionamento da mesma. Observe a figura
abaixo.

Figura 86 - Configurando a válvula direcional para sistema eletro-hidráulico


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe que na figura acima, no quadro de modificação da válvula direcional, foi selecionado para as
duas posições da válvula acionamento elétrico (solenoide). Clicaremos em ok. Após isso, vamos adicionar
os comandos elétricos. Observe a figura abaixo.

Figura 87 - Componentes elétricos


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
112

Vamos montar um sistema eletro-hidráulico que funcione da seguinte maneira:


Ao acionar um botão (B0) o cilindro deve avançar. Ao completar o avanço, este deve recuar imediata-
mente. Vamos lá?!
Observando a figura acima, notamos que a janela da biblioteca de componentes também possui os dis-
positivos elétricos necessários para a montagem dos comandos de acionamento. Na alimentação, observe
que existem os pontos +24v e 0v, precisaremos dos dois, pois eles são a fonte de energia contínua neces-
sária para energizar os componentes. Existem também relés, contatos e botões que serão necessários.
Vamos montar o sistema conforme figura abaixo.

Figura 88 - Adicionando os componentes elétricos


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe a figura 88. O mesmo procedimento que falamos anteriormente para a conexão dos compo-
nentes deve ser repetido agora. Adicionamos ao nosso circuito um botão, um relé e um contato NA perten-
cente a esse mesmo relé e uma válvula solenoide. A partir de agora vamos nomeá-los para que tudo possa
funcionar da forma correta. Observe a nova figura.
11 Softwares
113

Figura 89 - Nomeando os componentes


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe na figura acima que ao dar dois cliques no botão, apareceu uma caixa com o nome LABEL. Esse
label é o nome que o componente terá. Você pode usar qualquer nome. No nosso caso chamaremos o
botão de B0 e em seguida clicaremos em OK. Na área de trabalho aparecerá o nome B0 ao lado do botão.
Deve-se fazer da mesma forma para os outros componentes, inclusive para o contato também. Sendo as-
sim, chamaremos a bobina do relé de K1e o contato NA também de K1, pois ambos pertencem ao mesmo
contator.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
114

Para fazer na válvula direcional observe a figura abaixo.

Figura 90 - Nomenado as válvulas solenoides


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Quando clicamos na bolinha da válvula solenoide, apareceu uma caixa de diálogo perguntando o seu
label. Para ela, escreveremos Y0 e a outra Y1, para as válvulas solenoides do lado esquerdo e direito, respec-
tivamente. Após isso, vamos adicionar os sensores no sistema. Observe a figura abaixo.

Figura 91 - Adicionando sensores ao sistema


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
11 Softwares
115

Observe que na figura 91, pegamos a barra de sensores existente na biblioteca, arrastamo-la e soltamos
em cima do cilindro. Dando duplo clique nela, aparece a janela para preenchermos as informações quanto
ao posicionamento desses sensores. Na janela existem as descrições LABEL e POSITION. O label é o nome
do sensor (comumente utiliza-se S e o número dele. EX: S0, S1), e o position é onde ele estará posicionado
no curso do cilindro (observe que existem uns números 0..200, significa que o cilindro tem o tamanho de
200mm. Ou seja, se colocarmos 0, será posição recuado, e 200 avançado). Portanto, colocaremos label S0
position 0 e label S1 position 200. Após tudo adicionado e nomeado ficará assim.

Figura 92 - Montagem dos sensores


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
116

Após adicionarmos os sensores, vamos voltar à construção do comando elétrico. Na sequência dos co-
mandos, temos na primeira linha o B0 acionando o relé K1, a energização de k1 fechará o contato também
chamado de K1 que está na linha 2 do comando elétrico. Esse contato, quando fechar, irá energizar a vál-
vula solenoide Y0 - responsável por comandar a movimentação da válvula direcional de tal forma a fazer o
cilindro avançar. Quando o cilindro completar o avanço, este tocará no sensor fim de curso S1 fechando o
contato NA do mesmo, e este, por sua vez, ativará a válvula solenoide Y1 (linha 3 do comando).

Figura 93 - Testando o sistema


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe que foram adicionadas duas válvulas solenoides, uma para cada posição da válvula, e todos os
componentes estão nomeados.
Observe que todos os componentes foram adicionados e nomeados. Dessa forma, agora já podemos
dar play para testar nosso sistema. Lembre-se de que após estar em simulação se quiser modificar alguma
coisa é necessário antes apertar stop. Para funcionar o sistema, coloca-se a seta do mouse no botão do
comando elétrico e clica-se no B0 e toda a simulação será executada.
11 Softwares
117

RECAPITULANDO

Neste capítulo tivemos a oportunidade de aprender sobre a hidráulica e eletro-hidráulica, vimos


a sua importância e sua utilidade em várias máquinas encontradas no nosso dia a dia. Abordamos
assuntos sobre reservatório, percebemos que um reservatório hidráulico é composto por bombas
hidráulicas, válvulas de segurança, filtros, entre outros componentes, e que ele é responsável pela
alimentação do sistema como um todo.
Aprendemos ainda que as válvulas direcionais são responsáveis por determinar a movimentação do
atuador, as de reguladoras de fluxo servem para controlar sua velocidade e as válvulas de sequên-
cias são usadas para realizar movimentação de mais de um cilindro envolvido no circuito. Também
aprendemos alguns comandos elétricos básicos, trabalhando com sistemas hidráulicos em conjun-
to.
Automação eletropneumática

12

A pneumática tem sido bastante aplicada no nosso dia a dia em atividades que fazem parte
da nossa rotina. São tão comuns que nem nos damos conta do quanto ela é aplicada, como
por exemplo: ao enchermos o pneu de nossa bicicleta ou do carro, estamos utilizando o ar
sob pressão, portanto utilizamos a pneumática. A pneumática nada mais é do que o ar com-
primido (sob pressão) e esse ar é utilizado para realizar um trabalho. Outro exemplo é a porta
do ônibus. Quando ela se abre emite um som, esse som é ar escapando para que o cilindro se
movimente e abra a porta.

Figura 94 - Bancada de pneumática


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Sendo assim, quais as vantagens de se utilizar a pneumática? Vamos citar algumas:


a) Fácil implantação: seus componentes possuem tamanho menor em relação à hi-
dráulica;
b) Seguro: possui uma força muito menor do que as envolvidas na hidráulica logo, o
risco de acidente é menor;
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
120

c) Manutenção simples: alguns de seus componentes possuem tamanho pequeno e por isso são
mais fáceis de serem manipulados (carregados).
Todavia, o sistema pneumático também possui desvantagens. São elas:
a) Necessidade de preparação do ar para utilização: o ar está sob a pressão atmosférica, logo é
necessário o uso de um compressor para que a pressão seja amplificada ao valor ideal para reali-
zar o trabalho;
b) Pequenas pressões (forças) envolvidas: se compararmos o sistema pneumático com o hidráu-
lico, verificaremos que as pressões envolvidas são muito menores;
c) Poluição sonora: o ruído produzido pelo ar durante o escape ou por um vazamento da tubula-
ção ou da mangueira incomoda muito e ao longo do tempo pode causar danos à nossa audição.

Para expandir seus conhecimentos em pneumática industrial recomendo consultar a


SAIBA apostila: Parker Training. Tecnologia pneumática industrial: propriedades, produção,
MAIS preparação e distribuição do ar comprimido. Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. Jacareí,
SP – Brasil.

12.1 Características do ar

O ar possui algumas características que o tornam útil na realização de trabalhos que gerariam grande
esforço ao ser humano, mas, para tanto, o ar precisa ser tratado. A seguir veremos essas principais caracte-
rísticas do ar e como é feito o processo de preparação do mesmo.

12.1.1 Compressibilidade do ar

Quando o ar entra em um recipiente, ele ocupa todo o seu espaço interno, mas, se aplicarmos uma for-
ça, e ela for maior que a pressão do ar dentro do recipiente, esse ar será comprimido. Portanto, essa é uma
das suas características: o ar tem a capacidade de ser comprimido. Observe a figura:
12 Automação Eletropneumática
121

Figura 95 - Compressibilidade do ar
Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Imagine que temos uma seringa e que pegamos o êmbolo dela e puxamos. Nesse momento o ar da
atmosfera entra no corpo da seringa e o enche, mas no segundo momento quando tamparmos a saída do
ar (conforme figura acima) e aplicarmos gradativamente uma força no êmbolo (fundo) da seringa, o ar será
comprimido dentro do recipiente.

12.1.2 Elasticidade do ar

Essa característica é inversa em relação à anterior. Sendo assim, imagine agora que após aplicar uma
força no êmbolo da seringa e ter compactado ao máximo o volume de ar dentro dela, você soltou o êm-
bolo. Quando isso acontecer, o ar empurrará o êmbolo na direção contrária à força aplicada à sua posição
inicial, fazendo com que a seringa retorne ao seu volume inicial. Portanto, essa é outra característica do ar:
retornar ao seu volume inicial, ou seja, ele tem elasticidade.

Exemplo de elasticidade do ar
Figura 96 - Exemplo de elasticidade do ar
Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
122

12.1.3 Expansibilidade do ar

É a característica que o ar tem de ocupar todo o recipiente em que ele está confinado. Observe a figura.

Figura 97 - Exemplo de expansibilidade do ar


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe na figura acima que o ar quando entra no balão, ocupa todo o seu espaço interno, assumindo
a sua forma, pois o ar não possui formato próprio.

12.1.4 Difusibilidade do ar

Essa é a característica que o ar possui de misturar-se homogeneamente com qualquer outro gás. Ob-
serve a figura.

Difusibilidade do Ar

Volumes contendo ar e Válvula aberta temos uma


gases; válvula fechada mistura homogênea

1 2

Figura 98 - Eexemplo de difusibilidade do ar


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

A figura acima mostra o momento em que a válvula será aberta e o ar irá se misturar com o outro gás
se tonando uma coisa só.
12 Automação Eletropneumática
123

FIQUE Pelo fato de o ar comprimido ser seco e poder haver sujeira (resíduos de óleo ou ou-
tro tipo de sujeira), não é recomendado direcionar jatos de ar ao corpo humano, para
ALERTA evitar qualquer tipo de doença ou infecções.

Agora que já entendemos algumas características do ar, vamos estudar como ocorre a preparação para
que ele seja pressurizado para realizar trabalhos, diferente do óleo que já vem em condições de utilização.

12.2 CompreSsores – características, tipos e aplicações

Simbologia

Figura 99 - Compressor
Fonte: SENAI DR BA, 2015.

A preparação do ar começa no compressor. Ele é um equipamento mecânico que converte energia


mecânica em pneumática, ou seja, ele pega o ar atmosférico e o comprime a um valor de pressão desejável
para a realização do trabalho.

12.2.1 Classificação dos compressores

Os compressores são classificados conforme o seu método de compressão do ar. Nós temos dois tipos:
deslocamento positivo e deslocamento dinâmico.
Deslocamento dinâmico – sua forma de compressão se dá através do aumento da velocidade com sua
saída retardada. Imagine a situação seguinte: você tem um ventilador na sua casa, você liga-o na tomada e
na frente coloca um funil com a ponta tendo diâmetro de 1milímetro. Então, quando o ventilador soprar,
o ar virá com uma velocidade muito grande, porém, como a saída será bem pequena, ocorrerá um atraso e
isso fará o ar ganhar pressão, pois terá muito ar entrando e pouco ar saindo.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
124

ENTRADA SAÍDA

EIXO

ALETA INVÓLUCRO

Figura 100 - Compressor Axial (deslocamento dinâmico)


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Deslocamento positivo – Seu funcionamento é bastante similar ao exemplo da seringa, onde o ar


é comprimido e depois é retirado com um valor de pressão maior. No caso desse tipo de compressor,
existem duas válvulas: uma de admissão e outra de descarga. A de sucção (admissão) é por onde o ar será
admitido pelo compressor e condicionado na sua estrutura interna. O movimento do pistão irá comprimir
esse ar, reduzindo o seu volume e conseguintemente aumentando a sua pressão. Essa elevação de pressão
será a responsável por abrir a válvula de descarga e assim liberar o ar sob pressão.

válvula de descarga

sucção descarga

válvula de sucção pistão

cilindro
biela

eixo

Figura 101 - Parte interna de um compressor


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
12 Automação Eletropneumática
125

A figura acima mostra a imagem interna de um compressor de deslocamento positivo. Nesse caso, ele
realiza um movimento alternativo de simples efeito. O termo “simples efeito” é melhor compreendido
quando observamos que o pistão está ligado a uma biela presa a um eixo. Quando o eixo se movimenta,
essa biela acompanha seu movimento e isso faz o pistão mover-se de forma linear (para cima e para baixo).
Quando o pistão desce, ele abre a válvula de sucção e quando ele realiza o seu avanço (subir), a válvula
de sucção se fechará e o pistão realizará a compressão do ar. Daí a caracterização como de simples efeito:
em cada movimento do pistão – subida ou descida – uma ação funcional é realizada pelo compressor: ora
sucção, ora descarga.

Somente na segunda metade do século XIX, o ar comprimido foi utiliza-


CURIOSIDADES do na indústria. Sua utilização é anterior à Da Vinci que em seus inúme-
ros inventos utilizou a energia do ar comprimido.

O compressor alternativo de duplo efeito baseia-se no processo de compressão, similar ao de simples


efeito. A diferença dele é que tanto no movimento de descida, quanto no de subida, o ar será admitido e
descarregado. Logo, em um único movimento do pistão ocorrerão as duas ações: a sucção e a descarga.
Por isso, esse compressor recebe o nome de duplo efeito.
Veja a figura abaixo:

Figura 102 - Compressor alternativo de duplo efeito


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe a figura acima. Existe uma marcação nas cores verde e vermelha dentro do pistão. O verde
é usado para representar a linha de sucção e o vermelho representa a linha de escape. Quando o pistão
recuar o ar entra pela parte verde por cima e o ar que está na parte de baixo será comprimido. Quando o
pistão avançar, ele irá comprimir o ar que entrou pela parte superior da câmara e na parte inferior ele abrirá
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
126

a válvula de admissão para “sugar” o ar da atmosfera. Por essa razão é que dizemos que é um compressor
de duplo efeito.
Compressores alternativos de duplo estágio são utilizados quando se faz necessária uma pressão um
pouco maior, já que o ar irá passar duas vezes pelo processo de compressão: um que comprime em baixa
pressão e o outro comprime em alta pressão. Observe a figura:

Estágio 1 Estágio 2

Figura 103 - Compressor de duplo estágio


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe na figura acima que o pistão recua e o ar entra no cilindro do estágio 1 do compressor (o de
baixa pressão – sucção). Quando o pistão avança, ele comprime o ar a fim de elevar a pressão deste. Após
essa compressão, o ar passará por um trocador de calor, em cujas serpentinas circula água fria, que fará
com que seja resfriado e será enviado ao segundo pistão para passar por uma nova compressão, para, mais
uma vez, elevar pressão e posteriormente ser liberado no estágio 2 (chamado de alta pressão, pois o ar sai-
rá por este com a pressão bastante elevada). Após essa nova compressão o ar será enviado ao reservatório.
O uso desse compressor é recomendado quando se necessita de pressões elevadas para o funcionamento
final do circuito.
Compressor tipo parafuso é utilizado quando precisamos de grandes vazões, por exemplo, o circuito
pneumático possui muitos equipamentos para serem alimentados pelo ar vindo do compressor. Esse tipo
de compressor possui hélices que giram impulsionando o ar dentro do seu corpo e a diferença de área faz
com que ocorra a compressão. Observe a figura.
12 Automação Eletropneumática
127

Entrada
do Ar

Saída
do Ar
Figura 104 - Compressor tipo parafuso
Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe na figura acima que o compressor possui duas hélices e quando elas se movimentam impul-
sionam o ar por dentro do corpo do compressor. À medida que esse ar circula por dentro das ranhuras do
parafuso, ocorrerá uma variação de área, pois o compressor tem formato cônico interno. Por esse motivo
ocorrerá a compressão.
Os compressores do tipo pistão são mais indicados para sistemas que utilizam pequenas vazões (até
100m³/h). Já os compressores do tipo parafuso são indicados para pequenas, médias e grandes vazões,
pois eles trabalham de 50m³/h a 2.000m³/h.

12.3 Sistema de refrigeração de compressores

Todo compressor, quando em funcionamento, devido aos movimentos mecânicos envolvidos, gera ca-
lor e esse calor pode ser prejudicial, pois pode aumentar a umidade, o que também danifica o compressor.
O sistema de refrigeração remove o calor gerado no momento da compressão visando:
a) Manter a temperatura baixa: é benéfico ao compressor, pois quanto menor for a temperatura,
menor a probabilidade do ar reter umidade e a baixa temperatura faz com que a água contida no
ar condense3 o que facilita no processo de secagem do ar;
b) Evitar a deformação do bloco e do cabeçote: se não houver resfriamento do compressor a
temperatura se elevará e fará com que a estrutura mecânica se deforme;

3 Condensação: mudança do estado físico gasoso para o líquido.


AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
128

c) Aumentar a eficiência do compressor: se o óleo que lubrifica as partes mecânicas internas esti-
ver em temperatura ideal, garantirá a uniformidade do trabalho.
O sistema de refrigeração no compressor pode ser feito a ar ou à água.

12.3.1 Resfriamento a água

Ocorre circulação de água por algumas partes do compressor, garantindo uma temperatura mais uni-
forme e reduzindo a umidade. Geralmente é a solução mais utilizada.

12.3.2 Resfriamento a ar

Geralmente utilizado para compressores que estão em ambientes abertos e para compressores de mé-
dia ou baixa vazão. É feita através de ventilação forçada (como um ventilador, por exemplo).
Não existe uma vantagem ou desvantagem quanto ao uso de qual método de resfriamento usar. A
única ressalva que se faz é que o método de resfriamento a ar é lento, logo, a depender a sua necessidade
este pode não ser o ideal.

12.3.3 Produção e Distribuição do ar

Antes de continuarmos falando do caminho do ar após uma compressão, falaremos sobre a umidade
contida nele, pois esse é um problema recorrente no sistema de ar comprimido.
Você já deve ter ouvido falar em umidade relativa do ar. Esse índice mede o quanto de água existente
no ar atmosférico. A umidade do ar é bastante importante para os seres humanos, pois isso implica na
qualidade da nossa respiração – se o ar está seco, temos muita dificuldade de respirar e estaremos mais
propensos a doenças. É também importante para os nossos estudos. Nós sabemos que o ar atmosférico é
úmido e composto de gases. Após passar pelo processo de compressão, o ar pode também ter adquirido
óleo (vindo da lubrificação do compressor), dessa forma, teremos um ar sujo e úmido e isso poderia da-
nificar os componentes, pois a água possui sais minerais e isso pode causar corrosão das partes internas
do sistema. Quando resfriamos o sistema, a baixa temperatura faz com que o ar absorva menos umidade
fazendo com que o mesmo fique seco, pois o sistema pneumático trabalha com ar seco. As consequências
que a umidade pode trazer ao sistema são:
a) Oxidação da tubulação e dos componentes: isso faz com que o sistema se destrua de dentro
pra fora, o que acaba acarretando em prejuízos grandes. Uma forma de evitar esse problema é
controlando a umidade.
b) Retirada da lubrificação: imagine que dentro das válvulas existe graxa para lubrificar e se esta
for removida vai ocasionar em um maior atrito mecânico entre suas partes. Além disso, como o
12 Automação Eletropneumática
129

ideal é trabalhar com o ar o mais seco possível, isso acaba ressecando os componentes plásticos
contidos no circuito e consequentemente causando mau funcionamento do mesmo.
c) Arraste de partículas sólidas: se o sistema estiver úmido, isso indica que temos água dentro
dele e nós sabemos que por onde a água passar ela irá arrastar o que estiver à sua frente e tam-
bém retirará a lubrificação interna das válvulas.
d) Aumento do índice de manutenção: vamos juntar todos os problemas falados anteriormente.
Se todos eles acontecerem (mesmo que não sejam ao mesmo tempo), iremos passar um bom
tempo tendo que dar manutenção nesses sistemas, pois estes tenderão a apresentar defeitos
frequentemente .

Portanto, a melhor forma de manter a integridade do sistema é ter muito cuidado com a umidade.
Então como posso retirar essa umidade do sistema? O primeiro passo é colocar um resfriador posterior.
Observe a figura abaixo.

Simbologia

Figura 105 - Resfriador posterior


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe na figura acima que o resfriador foi posto na tubulação no trajeto do ar que sai do compressor
em direção ao reservatório, pois é fundamental que o ar já seja armazenado em condições plenas de rea-
lizar trabalho.
Agora que já passamos pela compressão e pela refrigeração do ar, vamos falar sobre o reservatório
pneumático.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
130

12.4 Reservatório pneumático

O sistema pneumático pode conter um ou mais reservatórios, dependendo do seu tamanho. Observe
a figura abaixo.

Reservatório
de Ar Comprimido

2 5
6
3

8
Simbologia

1- Manômetro 5 - Placa de Identificação


2 - Válvorla Registro 6 - Válvula de Alívio
3 - Saída 7 - Escotilha para Inspeção
4 - Entrada 8 - Dreno

Figura 106 - Reservatório pneumático


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe que os componentes do reservatório pneumático estão listados abaixo da figura com os nú-
meros de 1 a 8.
Mas afinal, qual a função do reservatório pneumático? São elas:
a) Armazenar o ar comprimido;
b) Resfriar o ar auxiliando a eliminação do condensado;
c) Compensar flutuações de pressão;
d) Estabilizar o fluxo de ar.

Todo reservatório é construído de acordo a uma norma técnica e no Brasil a norma que regulamenta a
construção do compressor é a PNB 109 da A.B.N.T, que ainda alerta para que nenhum reservatório opere
12 Automação Eletropneumática
131

a uma pressão maior que a pressão máxima estipulada pelo fabricante do mesmo. Portanto, fique atento
à pressão máxima do reservatório e observe no manômetro a pressão interna para não haver acidentes.
Bem, agora que acabamos de armazenar todo o ar que foi comprimido e resfriado no reservatório, se
ainda houver umidade nesse ar, o que fazer? Para isso serão utilizados alguns recursos do chamado siste-
ma de desumidificação do ar comprimido. Veremos a seguir.

12.5 Desumidificação do ar Comprimido

Esse processo diminui ainda mais a umidade do ar, deixando-o ainda seco e pronto para o trabalho.
Pode ser que após esse processo ainda exista umidade, mas a uma taxa insignificante para o sistema. Exis-
tem três formas de fazê-la. São elas:
a) Secagem por refrigeração;
b) Secagem por absorção;
c) Secagem por adsorção.

12.5.1 Secagem por refrigeração

Observe a figura.

Secagem por Refrigeração


Ar Úmido
Pré-Resfriador

A
Ar Seco

Resfriador Principal
Separador
B
Compressor
C E de Refrigeração Simbologia
Bypass
D
Dreno
Condensado

Simbologia Freon

Figura 107 - Sistema de secagem do ar por refrigeração


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
132

Funcionamento: o ar entra pelo pré-resfriador e nesse momento ele já realiza troca térmica com o ar
que sai do pré-resfriador, daí o ar já é direcionado para o resfriador principal. Nesta etapa o resfriador
possui um circuito refrigerado (tubo em amarelo) que tem contato com o ar que entra, nesse momento
ocorrem “gotas” que são geradas pelo processo de condensação do ar. Após esse processo o ar vai para o
separador onde a umidade será armazenada em estado liquido na parte inferior (Dreno) e o ar seco segue
pela parte superior e será liberado.

12.5.2 Secagem por absorção

Essa secagem ocorre através de um processo químico. Observe a figura.

SECAGEM POR ABSORÇÃO

Simbologia

Ar seco

Pastilhas dessecantes

Ar úmido

Condensado

Drenagem

Figura 108 - Secagem do ar comprimido por absorção


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Nesta etapa é utilizada uma substância líquida ou sólida. A substância é colocada dentro do sistema
e a sua reação química com a água contida no ar produzirá a água em estado líquido, o que faz com seja
fácil de retirá-la do sistema. O ar entra pela parte inferior do secador, passa pelas pastilhas dessecantes
(substância química) e sai pela parte superior. A umidade sobressalente acumula-se na parte de baixo do
secador sendo eliminada pelo dreno.
12 Automação Eletropneumática
133

12.5.3 Secagem por adsorção

Essa secagem também é feita através de um processo químico. As moléculas de água, serão deposita-
das na superfície do adsorvente. Observe a figura.

Secagem por Adsorção


Ar seco

Simbologia

Ar
úmido

Adsorvente

Secando Regenerando

Esquematização da secagem por adsorção

Ar seco

Regenerando
Secando

Ar úmido

Figura 109 - Secagem do ar comprimido por adsorção


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observando a figura acima veremos o adsorvente. Ele é composto por moléculas químicas que através
de reação conseguem absorver a umidade (água) que houver no ar. Observe que existem duas torres e
através de uma válvula direcional o ar vai para uma delas. A outra torre é para regeneração da substância
adsorvente. Essa regeneração é feita através da injeção de ar quente.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
134

12.6 Rede de distribuição do ar comprimido

Agora que já passamos pelas etapas de compressão, resfriamento, armazenamento e desumidificação


do ar, precisamos distribuí-lo para utilizá-lo. Essa distribuição precisa seguir algumas etapas para assim
garantir uma pressão uniforme a integridade do equipamento.

12.6.1 Formato da rede de distribuição

O formato mais utilizado em redes de distribuição pneumática é o formato em anel, pois ele garante
uma distribuição uniforme do ar para todo o sistema. Observe a figura abaixo.

Reservatório
secundário

Consumidores

A - rede de distribuição com tubagens derivadas do anel.

Reservatório
secundário

B - rede de distribuição com tubagens derivadas das transversais.

Figura 110 - Rede de distribuição em anel fechado


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe na figura acima que o formato utilizado é o anel fechado e a rede possui reservatório secundá-
rio, pois ele garante uma pressão uniforme de todo o sistema.
Além disso, pode-se adicionar válvulas de fechamento intermediário e assim podemos isolar os pontos,
sem que seja necessário interromper todo o sistema. Observe a figura.
12 Automação Eletropneumática
135

Válvulas de
fechamento

Figura 111 - Válvulas de fechamento em rede com anel fechado


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Analisando a figura acima, perceba que dentro da distribuição anel fechado foram adicionadas as vál-
vulas de fechamento. Dessa forma podemos desativar um ponto específico sem que seja necessário retirar
o ar em toda a linha.

12.6.2 Inclinação da tubulação

Após entendermos como a linha pneumática será montada precisamos verificar todas as medidas ne-
cessárias para que tudo funcione corretamente. Toda tubulação da linha principal de uma rede pneumá-
tica deve atender a algumas especificações para evitar problemas durante o funcionamento dos equipa-
mentos. São elas:
a) Inclinação: toda rede de distribuição pneumática deve ter inclinação entre 0,5 a 2% do compri-
mento reto da tubulação. Essa relação permite que, se ocorrer alguma formação de água após os
secadores, o líquido escorre até o ponto mais baixo da tubulação para ser drenado.
b) Tomadas de ar: são conexões que vão para os equipamentos, elas devem ser feitas na parte
superior do tubo, diminuindo ainda mais a probabilidade de a umidade ir para os equipamentos,
garantindo assim maior durabilidade.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
136

Agora observaremos uma figura mostrando a inclinação e as tomadas de ar.

Linha de Tomadas de ar
pressão
Inclinação
principal
Conjunto 0,5 a 2% do
Filtro regulador + Lubrificador comprimento

Filtro
coalescente
Engate rápido
Do
compressor

Engate
rápido
Linha de pressão
secundária Pistola de ar
Filtro
regulador FERRAMENTAS USO GERAL
PNEUMÁTICAS

Purgador Purgador Purgador Purgador


PA-12 PA-12 PA-12 PA-19

Figura 112 - Rede de distribuição pneumática com inclinação, tomadas de ar e drenagem


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observando a figura acima, note também a presença dos purgadores no final de cada uma das tomadas
de ar e um purgador usado na tubulação principal (o PA 19). É por ele que será drenada a maior quantidade
de umidade, pois ele está conectado à linha principal e como ele está no mesmo nível da tubulação princi-
pal toda umidade também será direcionada pra ele.
12 Automação Eletropneumática
137

Até aqui vimos os seguintes componentes:

Figura 113 - Sistema de ar comprimido


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe na ilustração acima que temos todos os componentes do sistema pneumático visto até aqui,
desde a compressão do ar até a sua distribuição, e cada componente que faz o processo intermediário de
tratamento do ar (todos numerados na imagem). Mas isso não é tudo, ainda falta estudarmos sobre as sim-
bologias utilizadas para representar cada um desses equipamentos. Observe a figura abaixo.

Produção, preparação e distribuição do ar


Aspiração, Filtração

Armazenagem
Resfriamento
Compressão

Distribuição

Tratamento
Secagem
Filtração

Figura 114 - Simbologia do sistema de compressão até a distribuição do ar


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
138

Observe a figura acima. Nela temos a simbologia de todos os componentes abordados até aqui. Obser-
ve também que no final da linha (lado direito) existe um componente que se chama tratamento. Ele será
abordado em detalhes no próximo capítulo.

12.7 Unidade de preparação do ar

O conjunto de preparação do ar (PA) tem por papel a filtragem do ar, regulagem da pressão do mesmo
e lubrificação das partes internas do sistema. Geralmente encontra-se ligado ao equipamento. Observe a
figura.

Regulador de pressão
Manômetro

Filtro

Reservatório
de óleo

Figura 115 - Representação do conjunto PA


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Na figura anterior, temos o conjunto da unidade de preparação do ar por completo que é composto
pela válvula reguladora de pressão, pelo manômetro, pelo filtro e pelo lubrefil. Quando o ar entra ele é
filtrado e a pressão do sistema é regulada no regulador, nesse momento o manômetro informa o valor de
pressão que está ajustada. Quando o ar passa pelo reservatório de óleo, ele gera um vácuo e esse vácuo
sugará o óleo no reservatório e o próprio ar se encarregará de empurrá-lo para o sistema.
A PA foi desenvolvida para proporcionar mais um condicionamento do ar antes desse realizar o traba-
lho final e consequentemente melhorar o desempenho do equipamento. Imagine que não exista a PA.
Qual seria a consequência disso no sistema? Bom, primeiramente é que toda a sujeira que, por ventura,
apareça nas tubulações poderá ir ao equipamento danificando suas partes internas. Outra situação é que
o ar é seco, portanto ela irá ressecar as partes internas do sistema, causando danos, pois se seus retentores
estiverem ressecados (geralmente são feitos de borracha) eles irão se romper e isso ocasionará um vaza-
mento de ar constante e a quebra do equipamento.
12 Automação Eletropneumática
139

12.7.1 Filtro

O Filtro do conjunto lubrefil é composto das seguintes partes:

Secção de um filtro de ar comprimido

A - Defletor Superior
B - Anteparo
C - Copo
A
D - Elemento Filtrante
E - Defletor inferior
F - Dreno Manual
G - Manopla B

D
Dreno Manual
E

Dreno Automático
Simbologia F
G

Figura 116 - Parte interna de um filtro pneumático


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

O ar entra pelo defletor superior, desce para o copo, passa pelo elemento filtrante, chega ao meio do
copo e sai para o regulador de pressão. É no elemento filtrante que ocorre a retirada de partículas em sus-
pensão no ar.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
140

12.7.2 Regulador de pressão

Veja figura abaixo. O regulador de pressão é composto pelos seguintes elementos:

Secção de um reguladro de pressão com escape


D

A G

B J

I
Símbologia
A - Mola F - Orifício de sangria
B - Diafragma G - Orifício de equilibrio
C - Válvula de assento H - Passagem do fluxo de ar
D - Manopla I - Amortecimento
E - Orifício de exaustão J - Comunicação com Manômetro

Figura 117 - Parte interna de um regulador de pressão pneumático


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

De acordo com a ilustração, podemos perceber que a pressão é ajustada movendo a manopla. À medi-
da que a movermos, ela dará maior pressão à mola que pressionará a válvula de acento, ajustando assim a
pressão do sistema.
12 Automação Eletropneumática
141

12.7.3 Manômetro

Observe a figura abaixo.

Manômetro Tipo Tubo de Bourdon

80 120

40
100

200
0

Simbologia

Figura 118 - Figura 118 - Parte interna de um manômetro


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

O manômetro tem a função de indicar a pressão do sistema. Quando o ar entra no corpo do manôme-
tro, o material maleável do qual ele é feito se desloca, movendo o ponteiro e indicando assim a pressão do
sistema.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
142

12.7.4 Lubrefil

O lubrificador é composto dos seguintes elementos:

Secção de um Lubrificador

H
G
F

A
B I
J
C E

Simbologia

A - Membrana de restrição F - Orifícioo superior


B - Orifício Venturi G - Válvula de regulagem
C - Esfera H - Bujão de reposição de óleo
D - Válvula de assento I - Canal de comunicação
E - Tubo de sucção J - Válvula de retenção

Figura 119 - Parte interna de um lubrificador


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

A figura acima mostra a parte interna de um lubrificador. Na passagem do ar pelo orifício de venturi ele
gera um vácuo e esse vácuo faz com que o óleo que está dentro do copo seja sugado e jogado dentro do
orifício de venturi e empurrado para o sistema. Através da válvula de regulagem é que determinamos a
quantidade de óleo que será liberada para o sistema.
12 Automação Eletropneumática
143

Anotações:
Construção e função dos
elementos de trabalho

13

Agora que já vimos como o ar é preparado para estar em condições de realizar trabalho,
vamos estudar a construção e função dos elementos de trabalho, pois eles são responsáveis
por prover a realização do trabalho.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
146

13.1 Atuadores pneumáticos

Nesta etapa começaremos falando sobre atuadores, pois eles têm uma função muito importante. São
os atuadores os elementos que realizam o trabalho mecânico e realmente estão em contato direto com a
“carga” ou qualquer outra coisa que desejamos trabalhar.

13.1.1 Atuador linear de simples ação retorno por mola

Chama-se simples ação, pois ele só possui uma via para entrada e saída de ar. Quando aplicar o ar pres-
surizado a essa via, o cilindro irá avançar. Já o movimento de retorno ocorrerá pela ação da mola quando
permitirmos que o volume de ar anteriormente injetado possa sair também pela via. Observe a figura.

Cilindro simples ação retorno por mola

Simboilogia

Figura 120 - Imagem interna de um cilindro simples ação retorno por mola
Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observando na figura acima que a entrada de ar se dá pela traseira do cilindro (parte em azul). Envol-
vendo a haste do cilindro temos a mola. Logo, para ele avançar é necessário que o ar entre no cilindro com-
primindo a mola, mas para seu retorno ocorrer é necessário apenas abrir a saída do ar, permitindo que ele
possa sair pela via do cilindro e a mola será a responsável por gerar a força mecânica para empurrar, assim,
a haste no sentido contrário ao primeiro movimento, fazendo o movimento de recuo.
13 Construção E Função Dos Elementos De Trabalho
147

13.1.2 Atuador linear de simples ação Avanço por mola

Chama-se simples ação, pois ele só possui uma via para entrada e saída de ar. A mola é responsável por
manter o cilindro avançado, devido a isso o chamamos normalmente de avançado. Observe a figura.

Cilindro de simples ação com avanço por mola e


retorno por ar comprimido

Simbologia

Figura 121 - Parte interna de um cilindro de simples ação avanço por mola
Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Esse cilindro é também chamado normalmente de avançado. Nele, o ar é injetado a fim de realizar o
movimento de retorno. Repare na figura que o ar entra pela dianteira (frente) do cilindro. Para avançar é
preciso apenas deixar o ar escapar, pois a mola se encarregará de colocá-lo avançado (seu retorno).
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
148

13.1.3 Atuador linear de simples ação

Este atuador linear de simples ação se diferencia dos vistos anteriormente, pois ele não possui mola.
Ou seja, o seu movimento é comandado pela injeção do ar comprimido e/ou pela aplicação de uma força
externa. Observe a figura.

Vent.

Cilindro Simples
Ação Retorno por Força Extrema

Figura 122 - Cilindro de simples ação


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe na figura acima que o cilindro possui uma via de entrada de ar (parte vermelha) e uma venta-
gem (parte azul). A ventagem é para evitar o vácuo dentro do cilindro que poderia criar uma força contrária
e dificultar o movimento do mesmo.
Quando o ponto P é pressurizado, o cilindro realizará o movimento de avanço. O movimento de retor-
no, neste caso, ocorrerá com a aplicação de uma força externa.
13 Construção E Função Dos Elementos De Trabalho
149

13.1.4 Cilindros de dupla ação

São chamados de dupla ação, pois possuem duas vias (entradas) para entrada e saída do ar comprimi-
do. Observe a figura.

Cilindro de dupla ação

Recuo

Avanço

simbologia

Figura 123 - Parte interna de um cilindro de dupla ação


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Como pode ser observado na figura acima, para que o cilindro possa avançar, o ar entra pela traseira do
cilindro (parte vermelha do avanço) e o ar que está dentro do corpo do cilindro sai pela parte frontal (parte
azul), caso contrário o cilindro não se movimenta. Para realizar o movimento de recuo, o ar pressurizado
deve entrar pela parte frontal do cilindro, empurrando a haste para a estrutura do cilindro enquanto que
pela outra via, na traseira (em azul), teremos o ar sendo liberado. Para o movimento de avanço (veja a figu-
ra acima) o ar pressurizado deve ser direcionado para a parte traseira do cilindro (em vermelho) enquanto
que pela outra via, a traseira (em azul), o ar será liberado.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
150

13.1.5 Cilindro de haste dupla

Seu funcionamento é semelhante ao cilindro de dupla ação: os cilindros de haste dupla possuem duas
entradas/saídas para o ar, porém eles possuem duas hastes. Observe a figura.

Simbologia

Figura 124 - Cilindro de haste dupla


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe que no caso de uma haste avançar, a outra recuará. Isso acontece porque ambas estão presas
à mesma coroa, dessa forma o avanço de uma implicará no recuo da outra.
13 Construção E Função Dos Elementos De Trabalho
151

13.1.6 Motor de palheta

O motor pneumático também é utilizado em algumas aplicações, pois ele transforma energia pneumá-
tica em energia mecânica. Observe a figura.

Figura 125 - Motor de palheta pneumático


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

O ar passará por entre as palhetas do motor provocando assim um movimento rotativo, transformando
desta forma a energia do ar em energia mecânica.
Agora que conhecemos alguns atuadores pneumáticos, vamos entender como controlá-los em termos
de velocidade, momento de atuação, tempo de atuação, etc. para podermos adequá-los da melhor forma
possível a qualquer situação que precisarmos. Para conseguir esses controles teremos que utilizar algumas
válvulas específicas. Vamos conhecê-las?

13.2 Válvulas direcionais

As válvulas direcionais, como seu próprio nome já diz, são capazes de determinar a direção do fluxo de
ar dentro do sistema. Isso quer dizer que se controlarmos o fluxo de ar, também poderemos controlar o
movimento dos atuadores. As válvulas direcionais são classificadas pelo número de vias, número de posi-
ções, tipos de acionamento e tipos de retorno.
Vamos estudar as válvulas direcionais aplicadas à pneumática, pois elas podem mudar um pouco em
relação à hidráulica. O primeiro ponto é a quantidade de vias existente na válvula, pois aqui utilizaremos
5 vias em vez de 4. A forma de identificação é a mesma. A única diferença é o número de vias, conforme a
figura a seguir.

02 VIAS 03 VIAS 04 VIAS 05 VIAS

Figura 126 - Vias da válvula direcional


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
152

Os tipos de vias podem ser conforme figura abaixo.

PASSAGEM BLOQUEIO AMBAS AMBAS

Figura 127 - Tipos de vias da válvula direcional


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

A figura acima mostra os tipos de vias que uma válvula direcional pode conter. Vale lembrar que se for
usada a representação da seta, significa que se trata de uma passagem, logo, ela possuirá duas vias (uma
de entrada e outra de saída). Já para o bloqueio usa-se apenas uma via. Observe a seguir a válvula direcio-
nal de 5 vias .

4 2

14 12

5 1 3

Figura 128 - Válvula direcional 5/2 vias


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Esta é uma válvula 5/2 vias. Observe que ela possui algumas numerações. Esses números são respec-
tivos para identificação das vias.

1 – Via de Pressão;
2 – Saída para os Atuadores;
3 – Escape ou exaustão;
4 – Saída para os Atuadores;
5 – Escape ou exaustão;
12 – Pilotagem;
14 – Pilotagem.
13 Construção E Função Dos Elementos De Trabalho
153

Perceba que nessa válvula não há um elemento mecânico fazendo o seu acionamento. Para fazer com
que a válvula mude de posição, usa-se a injeção de ar comprimido nas vias de número 12 e 14. É justamen-
te isso que chamamos de piloto: a utilização do fluido do sistema em questão para modificar o posiciona-
mento de uma válvula.
A numeração dada ao piloto não é aleatória, elas indicam o direcionamento que será dado ao ar compri-
mido quando esses pilotos forem acionados. Exemplo: Quando acionarmos o piloto número 14, a válvula
se movimentará de tal forma que o ar será direcionado da via de pressão em direção à saída de número 4. E
quando acionarmos o piloto de número 12, estaremos reposicionado a válvula para que o ar pressurizado
seja levado da via de pressão em direção à saída de número 2.
Tanto as válvulas como os tipos de acionamento são os mesmos que já estudamos em hidráulica. A
principal diferença é que o sistema pneumático não mantem o fluido circulando, o ar após ter realizado o
movimento mecânico é direcionado para os escapes e, na maioria das vezes, de lá mesmo é liberado na
atmosfera.
Segue mais alguns exemplos:

Figura 129 - Válvula direcional 3/2 vias


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

A figura acima é uma válvula direcional pneumática 3/2 vias, acionamento por botão, retorno por mola
normalmente fechada (NF), pois a via de pressão número 1 está bloqueada.

Figura 130 - Válvula direcional 3/2 vias pilotada


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
154

Já esta figura mostra uma válvula direcional pneumática 3/2 vias, acionamento simples por piloto e re-
torno por mola (simples piloto por haver apenas um, sendo o 12). Ela é uma válvula Normalmente Fechada
(NF), pois quando a válvula está em sua posição de repouso (não acionada) a via de pressão (via 1) está
bloqueada.

4 2

5 3
1
Figura 131 - Válvula direcional 5/2 vias
Fonte: SENAI DR BA, 2015.

A figura acima mostra uma válvula direcional 5/2 vias, acionamento solenoide (elétrico) e retorno por
mola.
Observe que cada via possui um número de identificação e esses números obedecem a uma norma,
conforme tabela abaixo.

Orifício Norma DIN 24300 Norma ISO 1219

PRESSÃO P 1

UTILIZAÇÃO A B C 2 4 6

ESCAPE R S T 3 5 7

PILOTAGEM X Y Z 10 12 14

Quadro 4 - Padronização dos orifícios da válvula direcional


Fonte: PARKER, p. 45.

Observando a tabela, podemos perceber que existem duas normas e as vias podem ser identificadas
por número ou por letras, desde que obedeçam as normas vigentes onde cada via recebe uma identifica-
ção de acordo com a sua função no funcionamento da válvula.
13 Construção E Função Dos Elementos De Trabalho
155

13.2.1 Tipos de acionamento

Quando nos referimos a acionamento estamos falando de utilizar determinados dispositivos para ini-
ciar ou finalizar ações.
Temos diversos tipos de acionamento, mas todos eles se encaixam dentro de um dos tipos listados a
seguir:
a) Acionamento manual: realizado por operadores que utilizando suas mãos ou pés por meio de
botão, alavanca e pedal, conseguem movimentar a válvula conforme podemos ver na figura a
seguir. Veja também sua simbologia.

BOTÃO

simbologia

ALAVANCA

simbologia

PEDAL
simbologia

Figura 132 - Acionamento manual


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

b) Acionamento mecânico: A válvula irá se movimentar através da existência de um contato me-


cânico móvel, da própria máquina ou de outra máquina. Abaixo temos exemplo de um pino, que
pode ser acionado quando a parte mecânica de uma máquina tocá-lo. Da mesma forma acontece
com o rolete e com o gatilho, ambos apresentados também na figura a seguir. Não deixe de aten-
tar para simbologia de cada um.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
156

PINO

simbologia

ROLETE

simbologia

GATILHO OU
ROLETE
ESCAMOTEÁVEL

simbologia

Figura 133 - Acionamento mecânico


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

c) Acionamento piloto: Conforme já falamos anteriormente utiliza o próprio ar comprimido para


movimentar a válvula.

Piloto

Ponto de pilotagem

12

Simbologia

Figura 134 - Acionamento piloto


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
13 Construção E Função Dos Elementos De Trabalho
157

d) Acionamento elétrico: utiliza energia elétrica que geralmente provém de alguma lógica de co-
mando elétrico ou por CLP para acionar a bobina da válvula solenoide e nesta produzir um campo
eletromagnético capaz de movimentar a estrutura mecânica, mudando assim, a posição da válvu-
la. Lembrando que a carcaça é o corpo da válvula solenoide.

induzido carcaça “C”

bobina

Figura 135 - Acionamento elétrico


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Para que a válvula possa voltar à sua condição inicial é necessário que algum dispositivo mova nova-
mente seu êmbolo. Para isso usa-se uma mola junto ao êmbolo para que quando a bobina for desenergi-
zada a válvula volte à sua posição de repouso ou inicial.

Exemplo de aplicação

Observe a figura abaixo. Ela mostra uma válvula direcional montada no sistema pneumático.

F=2

12 2 10
1 3 V2
2 2

1 3 1 3

Figura 136 - Exemplo de aplicação de uma válvula direcional


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
158

Observe a figura acima. Temos a válvula V1 (3/2 vias acionamento botão retorno por mola) e a válvula
V 2 (3/2 vias acionamento botão retorno por mola). Quando acionarmos a válvula V1 o ar passará por ela
e pilotará a válvula direcional 3/2 (perceba que ela é duplamente pilotada – numeração 12 e 10) no caso
atual, acionaremos o piloto número 12 e este, por sua vez, fará com que a válvula se reposicione de tal for-
ma que a pressão vinda da alimentação (via 1) seja direcionada para a saída (via 2) que consequentemente
fará o cilindro avançar. Já no momento que acionarmos a válvula V2, estaremos pressurizando o piloto 10,
este fará com que o ar vindo da alimentação (via 1) seja bloqueado (por isso o número 0 – indicação de
bloqueio da via). Nesse momento ocorrerá a saída da válvula (via 2) que ficará conectada ao escape (via 3),
direcionando todo o fluxo de ar a ele, dando assim, liberdade para que a mola se movimente, já que não
mais haverá pressão comprimindo-a.

13.3 Elementos auxiliares

São chamadas de elementos auxiliares as válvulas que auxiliam na forma como os atuadores irão se
movimentar, como por exemplo, diminuindo a velocidade ou até mesmo fazendo-os aguardar um deter-
minado tempo para iniciar um movimento. Abaixo veremos alguns desses elementos.

13.3.1 Válvula de Bloqueio

São também conhecidas como válvulas de retenção, pois elas permitem o fluxo em um sentido e o
bloqueia no outro. Observe a figura.

Passagem aberta

2 1

Figura 137 - Válvula de bloqueio com passagem aberta


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
13 Construção E Função Dos Elementos De Trabalho
159

Observe na figura acima, quando o sentido do ar for do orifício de número 1 para o de número 2, o ar
empurra o pino comprimindo a mola e abrindo a passagem para seu fluxo. Mas quando for no sentido de
2 para 1 ele fecha a passagem, conforme figura abaixo.

Passagem fechada

2 1

Figura 138 - Momento de bloqueio da válvula de retenção


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Ainda sobre a figura anterior, analise o momento em que o ar comprimido tem fluxo do orifício
2 para o 1. Quando isso acontece, a mola empurra o pino fechando a passagem. Nesse momento o ar não
poderá passar tendo seu fluxo impedido.

13.3.2 Válvula de escape rápido

Permite que a saída de ar de dentro do atuador seja feita da forma mais rápida possível (evitando passar
por muitas tubulações), isso faz com que o movimento do atuador aconteça de forma mais rápida. Observe
a figura.

F=0

2
1
3

2
Válvula de escape rápido Êmbolo
1 1
V1 2 1 3

1 3

2 2

3 3
2

1 3
Simbologia

Figura 139 - Parte interna da válvula de escape rápido com exemplo de aplicação
Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
160

A válvula de escape rápido é composta por 3 vias: via 1 e via 2 funcionam como entrada e saída do fluido
(isso depende do sentido analisado) e a via 3 é a via de escape da válvula. É importante frisar que existe um
pino de bloqueio na via 1. Veja novamente a figura.
O comportamento da válvula de escape rápido depende do sentido tomado pelo ar durante a nossa
análise. Por exemplo, se imaginarmos o ar sob pressão entrando pela via 1: a pressão com a qual o ar chega
forçará a abertura do boqueio existente nessa via 1 e o pino que lá fica localizado será levado em direção
à via 3 (escape). Isso ocasionará o fechamento do escape. Logo, todo o ar que entra pela via 1 será direcio-
nado para a via 2.
Agora imagine que o ar está saindo de dentro do cilindro e entrando pela via 2 da válvula. Nessa situa-
ção como existe um bloqueio na via 1 e o ar está fluindo nesse sentido (entrando pela via 2), ele não con-
seguirá abrir a via 1, sendo a única alternativa para ele, sair pela via de escape (via 3). É nessa situação que
teremos o movimento sendo acelerado, pois o ar sairá pelo escape, não precisando voltar para a válvula
direcional para ser liberado.

13.3.3 Elemento lógico “OU”

Os elementos lógicos são utilizados para implementar uma condição para o acionamento do nosso
atuador. Os elementos lógicos possuem 3 vias: 2 vias de entrada (vias 1) e uma de saída (via 2). Especifica-
mente falando do elemento lógico OU, ele funciona impondo a condição de que para existir sinal na sua
via de saída (via 2) é necessário que uma das vias de entrada (vias 1) seja pressurizada. São utilizados em
situações onde o acionamento pode ocorrer em dois locais diferentes sob uma condição imposta pela
válvula OU. Observe a figura abaixo.

A 2

1 1
Botões
2
2
1 1
Simbologia

1 1

Figura 140 - Parte interna do elemento lógico “OU” com exemplo de aplicação
Fonte: SENAI DR BA, 2015.
13 Construção E Função Dos Elementos De Trabalho
161

Observe a figura acima. Quando o ar vier por qualquer uma das vias de numero 1, ele passará direta-
mente para a via 2. Por qualquer uma das vias 1 que o ar entrar ele encontrará saída para a via 2. Por esse
motivo é que se chama elemento lógico (válvula) “OU” – seja por uma via ou pela outra que o ar chegar
ele alcançará a saída. Se por acaso as duas entradas forem pressurizadas, também haverá sinal na saída. Na
aplicação acima quando for acionado um dos dois botões, a válvula 3/2 vias duplamente pilotada mudará
sua posição movimentando o cilindro.

13.3.4 Elemento lógico “E”

O elemento lógico E funciona exigindo como condição necessária para ter sinal na sua via de saída que
as duas vias de entrada estejam pressurizadas ao mesmo tempo. Por exemplo, acionar um atuador quando
dois botões forem pressionados. Se apenas um dos botões for acionado (qualquer que seja ele) não tere-
mos sinal na via de saída. Observe o exemplo.

Botões

2
1 1
Simbologia

Figura 141 - Parte interna do elemento lógico “E” com exemplo de aplicação
Fonte: SENAI DR BA, 2015.

No exemplo acima, para que o cilindro possa avançar, será necessário que os dois botões sejam aciona-
dos ao mesmo tempo, pois se acionado apenas um, o ar ficará bloqueado dentro do elemento lógico E e
não terá fluxo na via de saída. Ao acionar os dois botões o ar passa pelo elemento lógico E, pilota a válvula
3/2 vias fazendo o cilindro se mover. Esse circuito poderia ser facilmente aplicado, por exemplo, em uma
máquina de corte, onde o avanço do cilindro moveria uma navalha para cortar uma determinada peça de
madeira. Prezando pela segurança do operador, o ideal é que a máquina só se movimente se o operador
estiver em uma posição segura e uma das formas de verificar isso é perceber se as duas mãos dele estão
ocupadas. A válvula E pode ser usada nessa situação, pois conforme falamos anteriormente, para haver
sinal de saída nela, as duas entradas precisam estar pressurizadas, logo, os dois botões acionados.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
162

Quando usar o elemento lógico E e/ou OU? A aplicação dos mesmos depende da lógica que se quer
implementar, pois ambos funcionam sob condições lógicas diferentes. Se eu preciso que o cilindro avance
a partir do acionamento de um botão ou de outro, usa-se a válvula OU (Figura 140). E quando eu quero
que isso ocorra a partir do acionamento de dois botões ao mesmo tempo, usa-se a válvula E (Figura 141).

13.3.5 VálvulaS LimitadoraS de vazão (controle de fluxo)

As válvulas de reguladoras de fluxo controlam a quantidade de ar que chegará ao atuador. Nesta válvu-
la existe um pino que controla o fluxo de acordo com o posicionamento que damos a ele. Exemplo: válvula
totalmente aberta (pino recuado), passagem de 100% do volume de ar. Válvula completamente fechada
(pino avançado), não haverá passagem do ar (bloqueado). O controle do fluxo de ar permite que consiga-
mos controlar a velocidade de movimentação do atuador.
Existem dois tipos de válvula reguladora de fluxo: A bidirecional, que controla o fluxo nos dois sentidos
do movimento do atuador e unidirecional, que controla o fluxo em apenas um sentido. Observe a figura.

Válvula de Controle de fluxo Variável Bidirecional

Pino que
controla o fluxo

2 1

2 1

Simbologia

Figura 142 - Reguladora de fluxo bidirecional


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe na figura acima que em qualquer sentido que o ar estiver sendo direcionado (da via 2 para via
1 ou da via 1 para via 2) na válvula, ele irá se esbarrar com o pino que controla o fluxo. Ou seja, em qualquer
direção que o ar passe haverá controle, pois de acordo com o desenho da figura 49, o ar sempre encontrará
a regulagem. Portanto, ela é bidirecional. Ou seja, controla nos dois sentidos.
Para entender a válvula unidirecional observe a figura abaixo.
13 Construção E Função Dos Elementos De Trabalho
163

2 1

Figura 143 - Simbologia da válvula de controle de fluxo unidirecional


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Nesse exemplo foi utilizada a simbologia da unidirecional para um melhor entendimento. Perceba que,
em qualquer um dos sentidos que chegue a válvula, o ar terá dois possíveis caminhos a percorrer: passar
pela válvula de retenção ou pela reguladora de fluxo. Observe que quando o fluxo de ar for da via de nú-
mero 1 para a via de número 2, ele será bloqueado na válvula de retenção e terá passagem apenas pela
pelo controle de fluxo (representado pela seta cruzando as linhas). Nesse momento ocorrerá o controle da
vazão do ar e, consequentemente, o controle do movimento do atuador. Se o fluxo inverter e for da via 2
para a via 1, o ar novamente terá dois caminhos, só que neste caso, ele terá passagem tanto pela regulado-
ra, quanto pela válvula de retenção (pois estaremos no sentido de abertura dela). Ao final teremos 100%
da vazão que entra, saindo. Assim, não há regulagem.

13.3.6 Válvula Limitadora de pressão

Com o mesmo princípio de funcionamento da válvula limitadora de pressão hidráulica, ela também
controla a pressão do sistema ou de parte dele. Geralmente são instaladas também no reservatório para
controlar a sua pressão interna, mantendo-a em um valor seguro. Observe a figura.

Válvula de Alívio

3
1

3
Simbologia
Figura 144 - Parte interna da válvula limitadora de pressão
Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
164

Observe na figura acima que a pressão estará presente na via de número 1 e quando a mesma se elevar,
a ponto de vencer a força da mola, ela irá comprimi-la, deixando o ar escapar pelas vias de número 3.

13.3.7 Temporizadores pneumáticos

Os temporizadores pneumáticos são utilizados em situações onde queremos gerar um retardo na ope-
ração do sistema, ou seja, fazer com que ele aguarde um determinado período de tempo para iniciar ou
finalizar alguma operação ou parte dela. Observe a figura.

F=0

1 2

4 2

2 5 3
1

12

1
2

1 3

S S

P P

12
Simbologia
3

1
Figura 145 - Temporizador pneumático com exemplo de aplicação
Fonte: SENAI DR BA, 2015.
13 Construção E Função Dos Elementos De Trabalho
165

Observe a figura acima que mostra a simbologia detalhada (expandida) do temporizador. Veja que ele
é composto por uma válvula reguladora de fluxo, um reservatório e uma válvula direcional 3/2 vias aciona-
mento piloto e retorno por mola normalmente fechada. Quando o ar vai para a entrada do temporizador
(via número 12) ele tem sua vazão regulada e esse ajuste determina o tempo que vai levar para o reser-
vatório encher (o tempo de enchimento é que determina o tempo ajustado no temporizador). Quando o
reservatório estiver cheio, a pressão se elevará e terá força para pilotar a válvula direcional. Ela, por sua vez,
mudará a posição acionando, conforme o exemplo acima, a 5/2 vias movendo o cilindro.

13.3.8 Contador pneumático

Os contadores pneumáticos são utilizados para contar quantidade de ciclos realizados pelo circuito.
Observe a figura abaixo.

F=0

1 2

4 2

5 3
1
Botão 1 2

12
3
1 10
Botão 2
2 2

1 3 1 3

A
Z A
Z Y
P Y
P

P = Alimentação
A = Saída de Sinal
Z = Contagem
Y = Reset

Figura 146 - Utilização de contador pneumático com exemplo de aplicação


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
166

De acordo com a figura, temos uma aplicação do contador pneumático. O ponto de número 12 (ou Z)
é para que o mesmo faça a contagem da ocorrência de algum sinal (nessa figura, ele está conectado ao
botão 1). Então, toda vez que o botão 1 for pressionado, será decrementada uma unidade do valor de con-
tagem até que o mesmo seja zerado. Nesse momento, um contato interno existente no contador irá fechar,
permitindo a passagem do ar da via 1 (P) para a via 2 (A), ou seja, quando alcançado o valor programado
no contador, o sistema envia um sinal encontrado na via 2 (A). Para que o contador possa reiniciar sua
contagem é necessário pressurizar o ponto 10 (Y). Ou seja, quando o botão 2 for pressionado, o contador
se resetará , dando início a uma nova contagem.

13.3.9 Geradores de vácuo

O vácuo é muito utilizado dentro das indústrias, principalmente para movimentações de cargas. A pa-
lavra vácuo origina-se do latim vacuus que significa “vazio”. A pressão do vácuo é inferior à pressão atmos-
férica, geralmente em torno dos -0,75 bar.
Para gerar vácuo podemos utilizar os ejetores de vácuo, tendo seu funcionamento baseado no princípio
do tubo de venturi. Observe a figura.

O ar comprimido ... e sai para atmosfera


entra pela pórtico P... pelo pórtico R
1 2

3 4 ...gerando um vácuo
A restrição provoca um
parcial neste orifício,
aumento na velocidade
por onde o ar atmosférico
do fluxo de ar...
penetra do pórtico A

Figura 147 - Imagem interna de um gerador de vácuo


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe a figura acima. O ar comprimido entra pelo ponto 1, quando passa pelo ponto amarelo do ge-
rador (tudo de venturi), sua velocidade é aumentada. Nesse momento, gera-se um vácuo (trecho verde da
imagem). Se colocarmos algo próximo ao orifício do trecho em cor verde, esse objeto será “sugado”. Para
fazer a fixação do objeto a ser transportado, utilizamos as ventosas. Observe a figura a seguir.
13 Construção E Função Dos Elementos De Trabalho
167

Enquanto o elemento Elemento


gerador de vácuo estiver gerador de vácuo
sob pressão do ar comprimido...
1 2

A
Ventosa

Peça

3 A pressão atmosférica, 2
agindo na superficie externa ...forma-se um
da ventosa, mantém a vácuo entre a
ventosa presa à peça ventosa e a peça

Figura 148 - Utilização de ventosa junto com ejetor de vácuo


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Na imagem mostrada acima, temos fixada ao ponto onde existe o vácuo uma ventosa. Para aumentar
a força do vácuo utilizamos a ventosa, pois ela é capaz de fazer uma vedação perfeita do ar atmosférico,
aumentando assim, ainda mais a força do vácuo.
Simbologia

14

A partir desta etapa, veremos algumas simbologias do sistema pneumático, essas simbolo-
gias são importantes, pois representam os equipamentos utilizados na montagem do sistema.

Transformação de energia
Compressores de
deslocamento
fixo
Motores Converte a energia
pneumática em
mecânica com
movimento rotativo.
Motor pneumático
com deslocamento
fixo
Com uma direção de
fluxo

Com duas direções de


fluxo
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
170

Convertem a energia
pneumática em
Cilindros energia mecânica,
com movimento
retilíneo.
Cilindros de simples Cilindro no qual o
efeito ou ação fluído pressurizado
atua sempre em um
único sentido do seu
Retorno por força não movimento (avanço ou
definida (Ex. Força retorno).
externa)

Símbolo geral quando


Retorno por mola o método de retorno
não é especificado.

Avanço por mola


Cilíndro de duplo efei- Cilíndro no qual o
to ou ação fluído pressurizado
Com haste simples opera alternadamente
Com haste dupla em ambos os sentidos
de movimento (avanço
e retorno).
Válvula de controle
V.C.D 2/2 N.F direcional de 2 vias, 2
posições, normalmente
fechada.
Válvula de controle
direcional de 2 vias, 2
V.C.D 2/2 N.A.
posições, normalmente
aberta.
Dotadas de 3 orifícios,
pressão, escape, utili-
V.C.D 3/2
zação e duas posições
distintas.
Válvula de controle
direcional de 3 vias, 2
V.C.D 3/2 N.F.
posições, normalmente
fechada.
14 Simbologia
171

Vávula de controle
direcional de 3 vias, 2
V.C.D 3/2 N.A.
posições, normalmente
aberta.
Válvula de controle
direcional de 4 vias, 2
V.C.D 4/2
posições. Válvula com
4 orifícios, pressão,
escape, 2 utilizações e 2
poições distintas.
Uso do equipamento
Denominação ou explanação sobre Símbolo
o símbolo
Válvula de controle
direcional de 5 vias, 2
posições, Válvula com
V.C.D 5/2
5 orifícios, pressão, 2
escapes, 2 utilizações e
2 posições distintas.
Válvula de controle
direcional de 3 vias,
V.C.D 3/3 C.F.
3 posições. Centro
fechado.
Válvula de controle
direcional de 4 vias,
V.C.D 4/3 C.F.
3 posições. Centro
fechado.
Válvula de controle
direcional de 5 vias,
V.C.D 5/3 C.F.
3 posições. Centro
fechado.
Válvula de controle
direcional de 5 vias, 3
V.C.D 5/3 C.A.N.
poisções. Centro aberto
positivo.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
172

A unidade possui 2
posições e infinitos
estados intermediários
correspondendo
Válvula de controle à variação do
direcional com estrangulamento.
estrangulamento O símbolo possui
duas linhas paralelas
longitudinais em
relação aos quadros
(posições).

Com 2 posições

Por ex.: operada por


Com 3 posições apalpador (pino) com
retorno por mola.
Uso do equipamento
Denominação ou explanação sobre Símbolo
o símbolo
Permitem a passagem livre do fulxo em um só
Válvulas bloqueio
sentido
Permite fluxo livre
Válvula de retenção num sentido e blo-
queia no oposto.
Abre quando a
Válvla de retenção pressão de entrada
sem mola for maior do que a
pressão de saída.
Permite fluxo livre
num sentido e bloque-
ia no oposto. Haverá
passagem de fluxo
Válvula de retenção desde que a pressão
com mola de entrada seja maior
que a pressão result-
ante da força da mola
somada à pressão na
saída.
14 Simbologia
173

Com o controle por pi-


loto é possível prever.
Válvula de retenção
Fechamento da vál-
com controle pilotado
vula.
Abertura da válvula.
Comunica duas
pressões emitidas
separadamente a um
Seletor de circuito,
ponto comum. Com
válvula de isolamento,
pressões diferentes
elemento OU
passará a de maior
intensidade numa
realção.
Permite a emissão do
Válvula de simultanei- sinal de saída quando
dade existirem os dois sinais
de entrada.
No caso de descarga
da conexão de entra-
da, a utilização é ime-
Válvula de escape rápi-
diatamente liberada
do
para escape, permitin-
do rápida exaustão do
ar utilizado.
Influi na passagem do fluxo, impondo controles
Válvula de controle de
nas velocidades dos conversores de energia ou
fluxo
criando condições de temporização.
Válvula de controle de
fluxo fixo
Símbolo simplificado
Válvula de controle de
(não indica o método
fluxo variável
de controle).
Consiste em filtro, válvula reguladora de pressão
Unidade de condicion- com manômetro e lubrificador. É a última es-
amento tação de preparação do ar, antes de realizar o
trabalho.
Símbolo detalhado
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
174

Símbolo simplificado

Acionamentos Símbolo geral (sem


manuais (controles indicação do tipo de
musculares) acionamento).

Por botão

Por alavanca

Por pedal

Uso do
equipamento ou
Denominação Símbolo
explanação sobre o
símbolo
Acionamentos
mecânicos
Por came, apalpador
ou pino

Por mola

Por rolete

Gatilho, rolete
Por rolete operando
escamoteável
somente em um sen-
tido

Acionamentos elétri-
cos
14 Simbologia
175

Por solenoide Com uma bobina

Com 2 bobinas agindo


Por solenoide
em sentidos contrários

Acionamentos pneu-
máticos por aplicação
ou alívio de pressão
Acionamento direto
Por aplicação de
pressão (piloto posi-
tivo)

Por alívio de pressão


(piloto negativo por
despressurização)

Quadro 5 - Simbologia dos componentes pneumáticos


Fonte: PARKER, p.171,1999. (Adaptado).
Comandos sequenciais

15

Antes de abordarmos desenho de esquemas pneumáticos, abordaremos como podem ser


descritos os circuitos sequenciais.

Estudo de caso:

Deseja-se projetar um sistema para fazer a sequência de dois cilindros. Observe a figura.

Cilindro A Cilindro B

F=0 F=0

Figura 149 - Cilindros pneumáticos de dupla ação


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

A sequência de operação do sistema diz respeito ao cilindro e ao movimento que será rea-
lizado pelo mesmo. Pode ser representado de várias formas. São elas:
a) Sequência cronológica:
-- Avanço do cilindro A
-- Avanço do cilindro B
-- Recuo do cilindro A
-- Recuo do cilindro B
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
178

b) Em forma de tabela:

Movimento Cilindro A Cilindro B

1 avança parado

2 parado avança

3 retorna parado

4 parado retorna

Quadro 6 - Sequência dos cilindros


Fonte: PARKER, p.138. (Adaptado).

c) Indicação vetorial:

avanço
retorno

cilindro A
cilindro B
cilindro A
cilindro B

Figura 150 - Indicação vetorial da movimentação dos cilindros


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

d) Indicação algébrica:

avançado +
retorno -

cilindro A +
cilindro B +
cilindro A - ou A + B + A - B -
cilindro B -
Figura 151 - Indicação algébrica da movimentação dos cilindros
Fonte: SENAI DR BA, 2015.
15 Comandos Sequenciais
179

e) Diagrama trajeto passo:

1 2 3 4 5

1
Avançado
Cilindro A
0
Recusado

1
Avançado
Cilindro B
0
Recusado

Figura 152 - Diagrama trajeto passo do movimento dos cilindros


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe na figura acima que os cilindros A e B começam recuados (estado 0). Quando o sistema for
acionado, o cilindro A avança (observe o traço na diagonal do diagrama) e o cilindro B permanece recua-
do. Quando o cilindro A terminar seu movimento (final da coluna 1), o cilindro B começará o seu avanço
(coluna 2 da figura). No final da coluna 2 da figura, mostra-se o momento em que o cilindro B acaba seu
movimento e o cilindro A começa seu movimento de recuo (mostrado na coluna 3). Quando o cilindro A
termina seu movimento de recuo, o B começará seu movimento de recuo também para que os cilindros
retornem à sua condição inicial (ambos recuados).
Desenho de esquemas pneumáticos

16

Neste ponto veremos como montar alguns esquemas pneumáticos, abordando os compo-
nentes estudados até aqui. Observe os exemplos.
Exemplo 1: A + A - (com cilindro de simples ação retorno mola)

F=0 F=0
v=0 v=0
2

2 2

1 3 1 3

MOMENTO 1 MOMENTO 2

Figura 153 - Sistema pneumático simples com cilindro de simples ação retorno mola
Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe o exemplo anterior. Enquanto o botão não está acionado a válvula direcional 3/2
vias e o cilindro permanecerão em sua posição inicial (momento 1). Já no momento que o
botão for acionado, a válvula 3/2 mudará sua posição, então, o ar passará por ela e entrará no
cilindro fazendo-o avançar (momento 2).
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
182

Exemplo 2: contagem de tempo A + A- (utilizando cilindro de simples ação retorno mola)

F=0 F=0
v=0 v=0
2 2

12 12

50% 3 50% 3
2 1 2 1

1 3 1 3

MOMENTO 1 MOMENTO 2

F=0
v=0
2

12

50% 3
2 1

1 3

MOMENTO 3
Figura 154 - Sistema com utilização de temporizador pneumático
Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe o exemplo anterior. No momento 1, o botão ainda não está acionado e o sistema está em sua
posição inicial. Quando o botão for acionado (momento 2), a válvula direcional 3/2 vias (botão) mudará
sua posição e a pressão da linha passará por ela em direção ao temporizador. Observe que o cilindro ainda
não avançou, pois o tempo está sendo contado. Quando o temporizador terminar sua contagem, a válvula
3/2 vias (que está dentro do temporizador) mudará sua posição, permitindo que a pressão da linha vá ao
cilindro fazendo com que o mesmo avance (momento 3).
16 Desenho De Esquemas Pneumáticos
183

Exemplo 3: sistema pneumático que, após o botão ser acionado três vezes, fará um cilindro avan-
çar.

F=0 F=0
v=0 v=0

2 2
3 1
12 12
Botão contagem 1 10 Botão reset Botão contagem 1 10 Botão reset
2 2 2 2

1 3 1 3 1 3 1 3

MOMENTO 1 MOMENTO 2

F=0
v=0

2
3
12
Botão contagem 1 10 Botão reset
2 2

1 3 1 3

MOMENTO 3

Figura 155 - Sistema utilizando contador pneumático


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

O exemplo acima mostra o contador aplicado ao sistema. Observe que todo o circuito está em sua posi-
ção inicial na figura MOMENTO 1. Observe que no MOMENTO 2 o valor do contador está em 1, isso porque
o botão contagem foi acionado por duas vezes, decrementando seu valor. Quando o contador acabar sua
contagem (esta chegar a zero), ele fechará um contato que há dentro dele e fará o cilindro avançar (MO-
MENTO 3). Para que o cilindro volte à sua posição inicial, será necessário acionar o botão reset. Dessa forma,
o contador voltará ao valor 3 e será aberto o contato, cortando a pressão que chega ao cilindro, habilitando
assim, o circuito para um novo acionamento.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
184

Exemplo 4: A + B + A - B - avanço e recuo do cilindro A controlados e recuo rápido do cilindro B


(utilizando sensores).

Cilindro A Cilindro B

S0 S1 S2 S3

F=0 F=0
v=0 v=0
Reguladora de fluxo bidirecional
Válvula de escape rápido 2
50%

1
3
4 2 4 2

5 3 5 3
1

Botão de acionamento
Sensor S1 do Cilindro A Sensor S0 do Cilindro A
2 2 2 2
S3 S1 S0
1 3 1 3 1 3 1 3

Sensor S3 do Cilindro B

Figura 156 - Sistema com dois cilindros e sensores


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
16 Desenho De Esquemas Pneumáticos
185

Observe a figura acima. Nesse sistema, no cilindro A temos a presença da reguladora de fluxo para
controle de velocidade do mesmo e no cilindro B utilizamos a válvula de escape rápido para aumentar a
velocidade do cilindro B. Enquanto o botão não for acionado, todo o circuito permanece em sua posição
inicial com os cilindros recuados. Observe a figura abaixo.

Cilindro A Cilindro B

S0 S1 S2 S3

F=0 F=0
v=0.06 v=0
Reguladora de fluxo bidirecional
Válvula de escape rápido 2
50%

1
3
4 2 4 2

5 3 5 3
1

Botão de acionamento
Sensor S1 do Cilindro A Sensor S0 do Cilindro A
2 2 2 2
S3 S1 S0
1 3 1 3 1 3 1 3

Sensor S3 do Cilindro B

Figura 157 - Continuação do sistema com dois cilindros e sensores


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Na figura acima temos a continuação da movimentação que ocorre quando o botão de acionamento
for pressionado. O cilindro A iniciou o seu movimento e enquanto ele movimenta-se, o cilindro B permane-
ce parado. O cilindro B só se movimentará quando o cilindro A acionar o sensor fim de curso S1, pois o sinal
de saída dele irá pilotar a válvula 5/2 vias ligada ao cilindro B, fazendo com que o mesmo avance.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
186

Observe a figura abaixo.

Cilindro A Cilindro B

S0 S1 S2 S3

F=0 F=0
v=0.05 v=0
Reguladora de fluxo bidirecional
50% Válvula de escape rápido 2
1
3
4 2 4 2

5 3 5 3
1

Botão de acionamento

2 2 2 2
S3 S1 S0
1 3 1 3 1 3 1 3

Figura 158 - Continuação do sistema com dois cilindros e sensores


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
16 Desenho De Esquemas Pneumáticos
187

Observe que quando o cilindro A atingiu o sensor S1, o cilindro B fez o seu movimento de avanço e
quando o cilindro B completar seu avanço, acionará o sensor fim de curso S3. O sinal de S3 fará com que o
cilindro A comece seu movimento de retorno, conforme figura abaixo.

Cilindro A Cilindro B

S0 S1 S2 S3

F=0 F=0
v=0.05 v=0
Reguladora de fluxo bidirecional Válvula de escape rápido 2
50%

1
3
4 2 4 2

5 3 5 3
1

Botão de acionamento
2 2 2 2
S3 S1 S0
1 3 1 3 1 3 1 3

Figura 159 - Continuação do sistema com dois cilindros e sensores


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Conforme figura acima, no momento que o cilindro B acionou S3, o cilindro A começou seu movimen-
to de retorno. Quando o cilindro A chegar ao fim do seu retorno ele acionará o sensor S0 (zero) e o sinal
de S0 fará o cilindro B recuar de forma rápida (ele possui uma válvula de escape rápido que aumentará a
velocidade de movimento) finalizando o sistema. Para que o sistema funcione novamente será necessário
acionar novamente o botão de acionamento.
Componentes para eletropneumática

17

A partir de agora abordaremos sobre acionamentos elétricos, pois podemos juntar a pneu-
mática com a elétrica dando maior dinâmica ao funcionamento do sistema. Vamos lá!
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
190

17.1 Botoeiras

São fundamentais, pois permitem acionamento manual do sistema elétrico. Observe a figura.

Simbologia Lâmpada
Representa terra

Figura 160 - Ilustração de um botão em um circuito elétrico


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observando o circuito, temos um botão com contato normalmente aberto (NA) que ao ser acionado
se fechará permitindo a passagem do fluxo de corrente elétrica, ligando assim a lâmpada do sistema. Isso
acontece, pois os elétrons saem do polo positivo da fonte de energia e vão em direção ao fio terra da mes-
ma. Dessa forma, quando eles passam pela lâmpada a ascendem. Isso só acontece se apertarmos o botão.
Caso este não seja acionado, a lâmpada permanecerá apagada, pois o circuito estará aberto impedindo o
fluxo dos elétrons.

ACIONAMENTO

MOLA DE
RETORNO
NF
(DESLIGA)

NA
(LIGA)

(a) (b)
Figura 161 - Representação interna de um botão elétrico.
Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observando a figura acima, esse botão possui dois contatos: um aberto e um fechado. Mas como dis-
tinguir um do outro? Observe que no centro do botão existe uma placa na coloração amarela. Essa placa
é condutora de elétrons. No botão existem também os terminais de conexão (em azul). Se observarmos
os dois primeiros terminais na horizontal, suas extremidades estão ligadas pela placa condutora, por esse
motivo dizemos que ele é um contato normalmente fechado (NF). Sem acionarmos o botão seus terminais
17 Componentes Para Eletropneumática
191

já estão conectados, já os contatos de baixo não estão conectados, pois as placas estão afastadas. Dessa
forma dizemos que o contato é aberto (NA – normalmente aberto). Se acionarmos o botão, o estado dos
contatos mudará: o contato que for aberto fecha e o contato que for fechado se abrirá. Existem vários tipos
de botões, por exemplo, botão com trava, botão de emergência, entre outros.

17.2 Sensores

São equipamentos que podem ser tanto mecânicos como elétricos, utilizados para indicar a ocorrência
de algum evento como, por exemplo, o fim de alguma operação e início de outras.

17.2.1 Chaves fim de curso

São sensores mecânicos que ao terem sua haste tocada indicam o término de operações como também
podem iniciar, a partir disso, novas ações. O seu acionamento é mecânico, mas o sinal de saída é elétrico.
Observe a figura.

Figura 162 - Sensor mecânico rolete


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe que neste caso a chave fim de curso possui dois contatos, um NA e outro NF. Ela também pos-
sui um ponto de ligação entre os dois. Analisaremos isso a seguir.

Esse ponto identificado pelo número 1, é o ponto onde ligaremos o positivo da fonte de tensão, dessa
forma o ponto 1 em relação ao ponto 3 é NF, porem é NA em relação ao ponto 2. Quando o rolete de fim de
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
192

curso for acionado, o estado dos contatos mudará, ou seja, todo contato que for fechado se abrirá e todo
contato que for aberto fechará. Sendo assim, a energia do ponto 1 não chegará mais ao ponto 3 e passará
a ir para o ponto 2.

17.2.2 Sensor Magnético

1C
DSA

Figura 163 - Sensor magnético


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Os sensores magnéticos são comumente utilizados em cilindros pneumáticos, pois os cilindros nor-
malmente possuem no êmbolo um ímã e a presença desse ímã é capaz de acionar esse sensor. Esse acio-
namento pode acontecer porque esses sensores identificam o campo magnético formado pelo ímã. Toda
vez que aproximamos um campo magnético ao sensor, ele fecha seu contato enviando o sinal informando
presença. Observe a figura.

Campo
Magnético

Sensor N
Magnético
S

Imã

Chave aberta/fechada

Figura 164 - Funcionamento do sensor magnético


Fonte: PORTAL ELETRICISTA, 2015.
17 Componentes Para Eletropneumática
193

Observe na figura acima que quando o campo magnético aproxima-se do sensor, ele muda o estado
dos seus contatos porque o campo fará a movimentação das placas da chave fechando-a. Note que o con-
tato é normalmente aberto, porém fecha-se com a presença do campo magnético.

17.2.3 Sensor Indutivo

Figura 165 - Sensor indutivo


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Os sensores indutivos são sensores capazes de perceber a presença apenas de objetos metálicos. São
bastante utilizados nas indústrias de um modo geral. Toda vez que um objeto metálico aproxima-se deste
tipo de sensor, gera-se uma corrente elétrica de fuga que o faz fechar seu contato interno, assim, informan-
do a presença do material.

17.2.4 Sensor Óptico

Figura 166 - Sensor óptico


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Os sensores ópticos são capazes de perceber a maior parte dos objetos, pois seu funcionamento se dá
pela emissão de um feixe de luz infravermelha. Eles podem ser de três tipos: difusão, reflexivo e de barreira,
mas independente do tipo, o funcionamento é o mesmo.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
194

17.3 Contatores

São elementos fundamentais dentro dos comandos elétricos, pois com eles podemos fazer diversos
tipos de lógicas para atender a diversos tipos de situações. Mas como funciona um contator elétrico? Ob-
serve a figura:

A1 13 23 33 41

K
A2 14 24 34 42

Figura 167 - Contator elétrico


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe a sua simbologia. Existe uma bobina identificada como A1 e A2. Essa bobina recebe a alimen-
tação (energia elétrica) para gerar um campo eletromagnético capaz de fazer com que os contatos mudem
de estado. Seus contatos são identificados pelas numerações que eles apresentam. O primeiro dígito indi-
ca a posição desse contato. Na estrutura do contato perceba que existe uma sequência: 1, 2, 3, 4... e assim
sucessivamente se mais contatos houvesse. Repare que o primeiro dígito é o mesmo, tanto na parte de
cima (entrada) quanto na parte de baixo (saída) do contator. Já o segundo dígito indica o tipo de contato
que estamos usando e, para analisar isso, temos que verificar o segundo dígito que consta na entrada e na
saída do contato em questão. Quando os segundos dígitos são 3 e 4 isso quer dizer que o contato é do tipo
normalmente aberto. Se for 1 e 2, trata-se de um contato normalmente fechado. Exemplo:

O número 3 indica a ordem da posição desse contato no contator – ele é o terceiro e os segundos dígi-
tos (3 e 4 respectivamente) indicam que trata-se de um contato normalmente aberto.
17 Componentes Para Eletropneumática
195

Funcionamento:

Ao acionar a bobina do contator, os contatos abertos (13,14, 23,24 e 33,34) se fecharão ao mesmo tem-
po enquanto que o contato 41,42 se abrirá também, ao mesmo tempo. Sendo assim, ao energizar a bobina
do contator, ele muda o estado de todos os seus contatos ao mesmo tempo.

SAIBA Além desse tipo de contator existem os relés que seu princípio de funcionamento é
o mesmo do contator, que pode ser melhor explorado consultando o Portal Instituto
MAIS Newton C Braga .

17.4 Válvulas SOLENOIDES

Figura 168 - Solenoide e válvula com solenoide


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
196

Agora que já possuímos conceitos de alguns acionamentos elétricos, vamos uni-los aos conhecimentos
da pneumática. Como todo comando e lógica de acionamento serão do tipo elétrico, é fundamental a
utilização das válvulas solenoides que estudamos anteriormente. Seu funcionamento segue descrito na
figura abaixo.

Com o solenóide
1 desligado...

... a mola mantém o


2 êmbolo apoiado em
seu assento inverior.

O fluxo do ar comprimido
de P para A permanece
3 fechado pela junta de P A
vedação montada
na base do êmbolo.

Quando o solenóide
1 é energizado...

... o campo magnético


2 gerado pela bobina
atrai o êmbolo de válvula
para cima...

...abrindo a passagem
3 do ar comprimido de P A
P para A.

Figura 169 - Funcionamento da válvula solenoide


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Quando energizamos a solenoide será produzido um campo elétrico na mesma que reproduz o mesmo
comportamento de um ímã. Sendo assim, o êmbolo dentro da válvula solenoide é deslocado e dessa forma
é capaz de mudar a posição da válvula direcional. Observe a figura.
Agora que já vimos as informações básicas para trabalhar com sistemas utilizando elétrica e pneumáti-
ca, analisaremos a seguir sistemas eletropneumáticos.
17 Componentes Para Eletropneumática
197

Anotações:
Desenhos de esquemas
eletropneumáticos

18

Nesta etapa analisaremos alguns sistemas juntando a pneumática e a elétrica. Abordare-


mos alguns sistemas básicos. Observe os exemplos.
Exemplo 1: A + A - utilizando válvula direcional com retorno por mola

S0 S1
Retenção
F=0
v=0
+24V 1 2 3 4

4 2 K1
B0 K1 S1

Y0
5 3
1
K2

K1 Y0 K2

0V

Figura 170 - Sistema eletropneumático com válvula direcional retorno por mola
Fonte: SENAI DR BA, 2015.

No sistema acima existe uma retenção que é caracterizada pela utilização de um contato
do próprio contator alimentando a ele mesmo, isso possibilita que a bobina do contator con-
tinue energizada, mesmo quando o botão B0 for desligado (voltando a abrir), fato que ocorre
quando o operador retirar o dedo do botão, pois sem a retenção, quando o botão fosse solto
estaríamos desligando a bobina K1. Nesse caso, utilizaremos retenção, pois como a válvula
possui retorno por mola, precisaremos mantê-la energizada (ligada) todo o tempo até o ci-
lindro chegar ao final do movimento. Se não utilizássemos retenção quando acionarmos o
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
200

botão, o cilindro começaria a avançar e quando o soltássemos, ele recuaria mesmo sem ter completado o
movimento de avanço.
Funcionamento: quando o botão B0 for acionado, a bobina do contator K1 será ligada. Nesse mesmo
momento todos os contatos que estiverem com o nome K1 mudarão seu estado. Ou seja, os contatos que
estão abertos fecharão. Portanto, K1 se manterá ligado e ligará a válvula solenoide Y0 fazendo o cilindro
avançar. Observe a figura abaixo.

S0 S1

F=0
v=1.23
+24V 1 2 3 4

4 2 K1
B0 K1 S1

Y0
5 3
1
K2

K1 Y0 K2

0V

2 1
3

Figura 171 - Continuação do Sistema eletropneumático com válvula direcional retorno por mola
Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Na figura acima é possível ver o que acontece com o sistema quando o cilindro termina seu avanço. Ele
aciona o sensor S1 que por sua vez liga a bobina de K2. Quando a bobina K2 é energizada, haverá a comu-
tação dos contado da mesma. Se analisarmos a primeira linha do comando elétrico, veremos que o contato
K2 lá presente abriu com a energização da bobina K2. Sendo assim, K1 será desenergizada, consequente-
mente, desligando a válvula solenoide. Como a válvula conta com a presença da mola, ela se encarregará
de fazer o cilindro recuar.
18 Desenhos De Esquemas Eletropneumáticos
201

Analisaremos a seguir um sistema utilizando duplo solenoide.


Exemplo 2: A + A - utilizando válvula direcional com duplo solenoide

S0 S1

F=0
v=0
+24V 1 2 3 4

4 2
B0 K1 S1

Y0 Y1
5 3
1

K1 Y0 Y1

0V

Figura 172 - Sistema eletropneumático com duplo solenoide


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe no exemplo acima que o diagrama de comando elétrico não possui mais retenção para o con-
tator k1 e nem contator k2 e possui mais uma válvula solenoide,Y1.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
202

Funcionamento: Quando o botão B0 for acionado, K1 será ligado e fechará seu contato que na do
comando elétrico acionará o solenoide Y0 fazendo o cilindro avançar. Quando o botão for solto o cilindro
continuará seu movimento, pois para este tipo de válvula um pulso apenas no solenoide será suficiente
para mudar a posição dela. E para o direcionamento no sentido contrário, basta acionar a válvula solenoide
oposta. Vale lembrar que ambas não devem ser acionadas simultaneamente. Observe a figura abaixo.

S0 S1

F=0
v=1.23
+24V 1 2 3 4

4 2
B0 K1 S1

Y0 Y1
5 3
1

K1 Y0 Y1

0V

Figura 173 - Continuação do sistema eletropneumático com duplo solenoide


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

A figura acima mostra que quando o cilindro alcançar o seu avanço total ele acionará o sensor S1 que
fechará seu contato energizando a solenoide Y1. Quando Y1 for acionado ele mudará a posição da válvula
direcional fazendo-a retornar à sua posição inicial e isso fará o cilindro recuar.
18 Desenhos De Esquemas Eletropneumáticos
203

Exemplo 3: A + B + A - B - com movimentos do cilindro A controlados e avanço do cilindro B ace-


lerado.

Cilindro A Cilindro B
S0 S1 S2 S3

F=0 F=0
v=0.06 v=0
2
50%

1
4 2 3
4 2

Y0 Y1 Y2 Y3
5 3 5 3
1 1

+24V 1 2 3 4 5

B0 K1 S1 S3 S0

K1 Y0 Y2 Y1 Y3

0V

Figura 174 - Sistema eletropneumático com dois cilindros


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Analisando o sistema acima, quando o botão B0 for acionado, ele ligará K1 que fechará seu contato pre-
sente na segunda linha e dessa forma, ligará Y0, fazendo a válvula direcional mudar sua posição e o cilindro
A avançar de forma controlada, pois existe uma válvula reguladora de fluxo controlando sua velocidade.
Repare que a válvula reguladora é do tipo bidirecional, logo regulará mantendo a mesma vazão nos dois
sentidos dos movimentos.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
204

Observe a figura abaixo.

Cilindro A Cilindro B
S0 S1 S2 S3

F=0 F=0
v=0 v=1.07
2
50%

1
4 2 3
4 2

Y0 Y1 Y2 Y3
5 3 5 3
1 1

+24V 1 2 3 4 5

B0 K1 S1 S3 S0

K1 Y0 Y2 Y1 Y3

0V

Figura 175 - Continuação do sistema eletropneumático com dois cilindros


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

A figura acima mostra o momento que o cilindro A termina seu avanço. Ele aciona o sensor S1(sensor
de avanço do cilindro A) que, fechando seu contato, ligará a válvula solenoide Y2, fazendo a válvula dire-
cional usada no cilindro B mudar sua posição, fazendo com que ele avance. Seu avanço ocorrerá de modo
acelerado devido à utilização da válvula de escape que aumenta a velocidade de movimento do atuador.
18 Desenhos De Esquemas Eletropneumáticos
205

Observe a figura abaixo.

Cilindro A Cilindro B
S0 S1 S2 S3

F=0 F=0
v=0 v=0
2
50%

1
4 2 3
4 2

Y0 Y1 Y2 Y3
5 3 5 3
1 1

+24V 1 2 3 4 5

B0 K1 S1 S3 S0

K1 Y0 Y2 Y1 Y3

0V

Figura 176 - Continuação do sistema eletropneumático com dois cilindros


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

A figura acima mostra o momento em que o cilindro B conclui seu avanço, isso é identificado pelo o
sensor S3 (sensor de avanço do cilindro B) que fechando seu contato liga o solenoide Y1 fazendo a válvula
direcional que controla o cilindro A mudar sua posição, fazendo-o retornar com velocidade controlada
devido ao uso da válvula reguladora de fluxo bidirecional, já explicada anteriormente.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
206

Observe a figura.

Cilindro A Cilindro B
S0 S1 S2 S3

F=0 F=0
v=0 v=1.23
2
50%

1
4 2 3
4 2

Y0 Y1 Y2 Y3
5 3 5 3
1 1

+24V 1 2 3 4 5

B0 K1 S1 S3 S0

K1 Y0 Y2 Y1 Y3

0V

Figura 177 - Continuação do sistema eletropneumático com dois cilindros


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

A figura acima mostra o momento em que o cilindro A termina seu recuo acionando o sensor S0 (sensor
de recuo do cilindro A). Quando S0 é acionado ele fecha seu contato energizando a válvula solenoide Y3
que por sua vez fará a válvula direcional mudar sua posição e o cilindro B recuar, finalizando o sistema.
18 Desenhos De Esquemas Eletropneumáticos
207

CASOS E RELATOS

A importância da interpretação da simbologia


Em uma empresa que trabalha com fabricação de painéis para carros, existia uma máquina
eletropneumática que era responsável por travar o painel do carro para realização de um furo que
faz a afixação do painel na carroceria do carro. A máquina, após uma intervenção, começou a apre-
sentar uma falha, onde o sistema pneumático não estava travando o painel, deixando-o mal fixado.
Dessa forma, o furo não era realizado dentro das especificações adequadas de qualidade. Após uma
análise foi verificado que uma válvula estava posicionada de forma invertida e estava mal regulada.
Até descobrir que o problema era esse, perderam-se alguns painéis gerando custos desnecessários a
essa empresa. Portanto, observe a correta posição das válvulas antes de instalá-las, como também se
sua regulagem (se houver) está de acordo, para evitar problemas e garantir que o sistema funcione
da forma esperada.
Software Fluidsim Pneumático

19

Agora que já entendemos como funcionam os sistemas pneumáticos e eletropneumáticos,


vamos aprender a utilizar o software de simulação para montar sistemas. Lembro a você que o
software utilizado é o FestoFluidsim.
Vamos analisar como montar o sistema utilizando figuras. Vamos lá!
Observe a figura abaixo.

Figura 178 - Tela inicial do Fluidsim


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe a tela inicial do FluidSim. No canto esquerdo da barra de ferramentas da tela existe
uma folha em branco. Clicando nela irá abrir uma tela em branco que é a nossa área de traba-
lho, onde adicionaremos os componentes desejáveis e faremos a montagem do nosso sistema.
Os componentes ficam localizados na tela à esquerda, conhecida como biblioteca de compo-
nentes. Vamos começar a adicionar os componentes passo a passo. Observe a figura a seguir.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
210

Figura 179 - Adicionando elementos de alimentação


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observando a tela anterior podemos ver os componentes disponíveis para serem adicionados ao nosso
projeto durante a montagem do sistema. Clique na linha de pressão e arraste até o quadro branco. Faça o
mesmo com o conjunto lubrefil. O resultado será igual ao da figura abaixo.

Figura 180 - Componentes de alimentação adicionados


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
19 Software Fluidsim Pneumático
211

Após adicionar os componentes, observe que eles possuem uma “bolinha”, ela serve para fazer as co-
nexões. Quando você colocar o mouse nela o ponteiro mudará para uma “mira”, então, clique, segure e
arraste para a outra bolinha para fazer a ligação. Faça isso da linha de pressão para o lubrefil. O resultado
será igual ao da figura abaixo.

Figura 181 - Ligando as conexões da linha de alimentação


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Agora que os componentes de alimentação do sistema estão prontos, vamos adicionar e configurar as
válvulas, sensores e atuadores. Observe também que as válvulas direcionais também estão na tabela de
componentes ao lado. Localize a válvula 3/2 vias, clique, arraste e solte-a na área de trabalho. Agora vamos
configurá-la. Observe a figura abaixo.

Figura 182 - Configurando a válvula direcional


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
212

Na imagem anterior foi adicionada à área de trabalho a válvula direcional 3/2 vias. Dando um duplo
clique sobre ela abriremos a janela de configuração da válvula. Do lado onde possui a descrição LeftAc-
tuation colocaremos o acionamento da válvula e do lado onde tem a descrição RightActuation ficará o
retorno. No acionamento coloque um botão e no retorno coloque uma mola (para colocar a mola, marque
a opção Spring Return). O resultado será conforme a figura abaixo.

Figura 183 - Válvula direcional adicionada e configurada


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe na figura acima o resultado da válvula com a configuração. Será necessário utilizar um sensor
mecânico, portanto, adicione uma nova válvula 3/2 vias e faça a configuração para que seu acionamento
seja rolete e retorno por mola. Para adicionar um rolete vá ao menu do lado esquerdo (LeftActuation), no
quadro do meio (Mechanically) e selecione rolete. Observe a figura abaixo.

Figura 184 - Configurando o sensor rolete


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
19 Software Fluidsim Pneumático
213

A figura anterior mostra como configurar o rolete da forma correta. Também será necessário adicionar
uma válvula direcional 5/2 vias com duplo piloto. Retorne à área de trabalho, busque na biblioteca a válvu-
la 5/2 vias e configure-a da seguinte maneira: nos quadros (left e rightactuation) na opção pneumaticele-
tric selecione os três “traços” e dê um ok. O resultado terá que ser igual ao da figura abaixo.

Figura 185 - Configurando a válvula direcional 5/2 vias


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Agora que já temos as válvulas configuradas observe na figura abaixo como será o resultado.

Figura 186 - Resultado com as válvulas configuradas


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
214

Já que possuímos as válvulas prontas, vamos adicionar o nosso atuador dupla ação e a régua de
sensores da mesma forma que foram adicionadas os demais componentes, conforme indica a figura acima.
O resultado será conforme o da figura abaixo.

Figura 187 - Adicionando o atuador de dupla ação


Fontes: SENAI DR BA, 2015.

Após adicionar o atuador de dupla ação, você clica na régua, arrasta e solta na mesma direção da figura
acima. Para que o cilindro possa acionar os sensores, precisamos configurar a régua. Dê um duplo clique
na régua e a seguinte tela irá aparecer:

Figura 188 - Configurando os sensores do atuador


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
19 Software Fluidsim Pneumático
215

Observe na figura acima que o quadro possui um label e um position. O label é para dar uma identifi-
cação ao sensor e o position é para informar qual será a sua posição no atuador. Observe também que ele
mostra o curso do atuador (qual o seu cumprimento), portanto coloque S0 na posição 0 (zero), indicando
que será o sensor de cilindro recuado e o S1 na posição 100, indicando cilindro todo avançado. Dê um ok
e o resultado será conforme figura abaixo.

Figura 189 - Resultado do atuador configurado


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe na figura acima que precisamos nesta etapa fazer as ligações e colocar a identificação do
rolete (sem essa identificação o cilindro não poderá acioná-lo). Para fazer as ligações você pode seguir
os passos que fez para interligar os componentes de alimentação. O sensor tipo rolete será usado para
recuá-lo, utilizaremos o sensor, pois quando ele avançar acionará o sensor S1 e isso fará o cilindro recu-
ar. Para configurar o rolete primeiro temos que aproximar nosso cursor da esfera interna do compressor.
Quando aproximamos o cursor dela, ela mudará de cor ficando verde. É nesse momento que devemos
clicar duas vezes sobre ela para que seja aberta a seguinte janela. Observe a figura abaixo.

Figura 190 - Configurando o rolete


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
216

Observe na figura que após dar um duplo clique no rolete (você coloca o mouse no desenho do rolete
e dá um duplo clique) esta tela será apresentada. O Label é o local para você colocar o nome do sensor que
você quer que acione a válvula 5/2 vias. No nosso caso quando o cilindro avançar, ele acionará o sensor S1
e como S1 fará o cilindro recuar, utilizaremos ele. Portanto, o label do rolete será S1. Escreva S1 nele e dê
ok. Aproveite e faça as outras ligações. O resultado será igual ao da figura abaixo.

Figura 191 - Sistema completo e pronto


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Observe a figura acima. Nela temos o sistema pronto e também temos as indicações de como iniciar
e interromper a simulação do diagrama. Para testarmos, clicamos no botão play e para parar clicamos no
botão stop. Portanto clique no play e coloque o ponteiro do mouse no botão da válvula direcional e clique,
ela mudará sua posição e fará o cilindro avançar. Quando o cilindro atingir S1 o rolete muda sua posição,
aciona a válvula 5/2 e fará o cilindro recuar.
19 Software Fluidsim Pneumático
217

Montando sistema eletropneumático

Para fazer um sistema eletropneumático, utilizaremos alguns componentes similares aos que adicio-
namos no exemplo anterior. Observe que usamos uma válvula 5/2 vias, porém seu acionamento é por
solenoide. Observe a figura abaixo.

Figura 192 - Montando sistema eletropneumático


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

A figura anterior mostra o sistema usando a 5/2 vias duplo solenoide. Antes disso observe que a válvula
direcional está com acionamento e retorno diferentes, pois foi adicionada a ela os solenoides. Observe a
figura abaixo para adicioná-las.

Figura 193 - Tabela para adicionar duplo solenoide à válvula direcional


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
218

Observe a figura acima. Para colocar duplo solenoide na válvula direcional basta apenas configurá-la
como mostra a figura. Após ter selecionado o duplo solenoide dê um ok.
Voltando para a Figura 99, observe que para montar o diagrama elétrico de comando, temos que pegar
os componentes da fonte de energia elétrica, que são os terminais positivo e negativo.
O resultado será conforme figura abaixo:

Figura 194 - Adicionando componentes elétricos


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
19 Software Fluidsim Pneumático
219

Observe na figura acima que as linhas de 24v e 0v foram adicionadas. Observe também as indicações
de localização dos botões, relé e contatos, pois serão utilizados para montar o sistema. Primeiro clique e
arraste todos os componentes mostrados na figura acima, deixe-os arrumados, conforme figura a seguir.

Figura 195 - Adicionando solenoide


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Na figura anterior, todos os componentes foram adicionados e existe uma indicação localização da vál-
vula solenoide na biblioteca de componentes. Portanto, pegue-a e adicione-a ao sistema. Após adicioná-la,
faça as ligações. Observe o resultado na figura abaixo.

Figura 196 - Montagem da parte de comando elétrico


Fonte: SENAI DR BA, 2015.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS - VOLUME I
220

Observe que os componentes foram adicionados e nomeados. Para nomear um componente você se-
leciona o componente desejado e dá duplo clique sobre ele. Esse comando abrirá uma janela e você deve
escrever no seu label (nome identificador do componente). Observe que existe um contato de K1, pois
quando o botão for acionado, ele ligará K1 que fechando seu contado liga a válvula solenoide Y0. Vamos
nomear também os solenoides da válvula direcional, de acordo com o nome dado aos solenoides presen-
tes no diagrama de comando. Vamos adicionar o sensor S1 acionando Y1. Observe o resultado na figura a
seguir.

Figura 197 - Sistema eletropneumático todo montado


Fonte: SENAI DR BA, 2015.

Na figura acima temos o sistema completamente montado. A parte pneumática está pronta e toda no-
meada, como também o seu diagrama de acionamento elétrico. Para testar, basta clicar no botão play para
iniciar a simulação e para encerrá-la, podemos utilizar o botão stop. Lembrando que para acionar devemos
clicar no botão B0 (star) do diagrama elétrico.
19 Software Fluidsim Pneumático
221

RECAPITULANDO

Neste capítulo vimos a pneumática industrial, observamos que sua aplicação está presente em to-
dos os lugares. Podemos encontrar a pneumática também em sistemas de suspenção a ar.
Observamos as semelhanças e diferenças entre os sistemas pneumáticos com os hidráulicos (com-
parando as válvulas), suas leis físicas, princípios de funcionamento e características. Percebemos
que a principal diferença é que pneumática utiliza o ar comprimido e que tem que ser preparado por
compressores e sistemas de desumidificação, já a hidráulica utiliza óleo que vem pronto para uso.
Outra diferença é que na pneumática teremos circuitos dotados de velocidades amplas, porém sem
recurso de força, enquanto que na hidráulica temos circuitos dotados de amplas forças, mas não são
velozes.
Por fim, juntamos os comandos elétricos com a pneumática para dinamizarmos os sistemas e apren-
demos a utilizar software para simular o funcionamento do sistema.
REFERÊNCIAS

GOMES, Marcio Rodrigues; ANDRADE, Marcos; FERRAZ, Fábio. Tecnologia hidráulica. In:
CEFET BA. Unidade de Ensino de Santo Amaro. Apostila de hidráulica, 2008.
SENAI. Departamento Nacional. Departamento Regional da Bahia. Inovação e Tecnologias
Educacionais. Brasília: SENAI DN; Salvador: DR BA, 2015.
SLIDES Hare. Imagem interna da válvula reguladora de fluxo unidirecional.
Figura 35. Aula 4. Válvulas hidráulicas. 2013. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/
franciscoalveslimajunior/aula-4-vlvulas-hidrulicas>. Acesso em: 18 jul. 2015.
Instituto Newton C Braga. Como funcionam os contatores (EL040). 2014. Disponível
em:<http://www.newtoncbraga.com.br/index. php/como-funciona/3854-el040>. Acesso
em: 18 jul. 2015.
Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. Tecnologia hidráulica industrial. Jacareí, SP (Brasil),
2002. Apostila M2001-2 BR. Disponível em: <http://www.parker.com/literature/Brazil/
M2001_2_P_01.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2015.
Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. Tecnologia hidráulica industrial. Jacareí, SP (Brasil), 1999.
Apostila M2001-1 BR. Disponível em: <ftp://ftp.mecanica.ufu.br/LIVRE/SCHP/arquivos/
Eletropneumatica.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2015.
Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. Tecnologia hidráulica industrial. Jacareí, SP (Brasil).
Apostila M1001-1 BR. Disponível em: <http://www.parker.com/literature/Brazil/apostila_
M1001_1_BR.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2015.
PORTAL Eletricista. 2012. Disponível em: <http://www.portaleletricista.com.br/sensores-
magneticos/>. Acesso em: 18 jul. 2015.
PORTAL da FRS Compressores. Disponível em:<http://www.frs.pt/empresa/historia-
informacoes/>. Acesso em: 18 jul. 2015.
MINICURRÍCULO Do autor

ÍCARO BORGES DE MACEDO


Ícaro Borges de Macedo é graduado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela Universi-
dade Jorge Amado (UNIJORGE), técnico em mecatrônica pela Fundação Bahiana de Engenharia,
possui qualificações em Automação elétrica e robótica pelo SENAI DR BA/ CIMATEC. Profissional
que atuou no mercado de Automação Industrial e hoje atua na área de Automação do SENAI Ci-
matec como professor para nível técnico.
Índice

C
condense 127

P
pilotagem 58, 71

V
viscosidade 20, 21
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Waldemir Amaro
Gerente

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

SENAI – Departamento Regional da bahia

Ricardo Santos Lima


Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Ícaro Borges de Macedo


Elaboração

Cristiano Dal’Pai
Larissa Pita da Conceição
Lilian Moraes de Oliveira
Paulo de Tarso do Nascimento
Revisão Técnica

Marcelle Minho
Coordenação Educacional

André Costa
Coordenação de Produção

Paula Fernanda Lopes Guimarães


Coordenação de Projeto

Ticianna Castelhano
Design Educacional

Daiane Amancio
Revisão Ortográfica e Gramatical
Alex Romano Lima
Antônio Ivo Lima
Fabio Ramon Rego da Silva
Ricardo Barreto
Thiago Costa
Vinicius Vidal
Fotografias, Ilustrações e Tratamento de Imagens

Xxxxx Xxxxxxx
Comitê Técnico de Avaliação

Leonardo Silveira
Diagramação

Daiane Amancio
Revisão de Diagramação e Padronização

Rita de Cássia Silva da Fonseca CRB -5 / 1747


Normalização - Ficha Catalográfica

Leonardo Silveira
Diagramação, Revisão de Arte e Fechamento de Arquivo

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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