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SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

ELETRÔNICA
APLICADA
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

ELETRÔNICA
APLICADA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


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Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

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Diretor de Operações
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

ELETRÔNICA
APLICADA
© 2016. SENAI – Departamento Nacional

© 2016. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

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Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Educação e Tecnologia do SENAI
de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
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SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Gerência de Educação e Tecnologia – GEDUT

FICHA CATALOGRÁFICA
FICHA CATALOGRÁFICA

S491e

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional


Eletrônica aplicada / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. - Brasília : SENAI/DN, 2016.
164 p. : il. ; 30 cm. - (Série refrigeração e climatização)

Inclui índice e bibliografia


ISBN 978-85-505-0007-2

1. Eletrônica. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento


Regional de Santa Catarina II. Título. III. Série.

CDU: 621.38

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Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
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Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações

Figura 1 - Resistor..............................................................................................................................................................19
Figura 2 - (a) Simbologia resistor fixo (b) Simbologia resistor fixo (c) Simbologia resistor variável...20
Figura 3 - Resistor com seus respectivos anéis de cores.....................................................................................20
Figura 4 - Associação série de resistores...................................................................................................................23
Figura 5 - Exemplo de associação série de resistores..........................................................................................23
Figura 6 - Associação paralela de resistores............................................................................................................24
Figura 7 - Exemplo de associação paralela de resistores....................................................................................25
Figura 8 - Associação mista de resistores.................................................................................................................26
Figura 9 - Exemplo de associação mista de resistores.........................................................................................27
Figura 10 - Exemplo de associação mista de resistores......................................................................................27
Figura 11 - Resistor fixo...................................................................................................................................................29
Figura 12 - Resistor SMD soldado em placa de circuito impresso...................................................................29
Figura 13 - Potenciômetro (resistor variável)..........................................................................................................30
Figura 14 - Trimpot (resistor variável)........................................................................................................................30
Figura 15 - Fotorresistor..................................................................................................................................................31
Figura 16 - Modelo de capacitor de placas paralelas...........................................................................................32
Figura 17 - (a) Capacitor fixo (b) Capacitor polarizado (c) Capacitor variável.........................................33
Figura 18 - Capacitor em processo de carga...........................................................................................................34
Figura 19 - Capacitor descarregando.........................................................................................................................35
Figura 20 - Capacitor descarregado...........................................................................................................................35
Figura 21 - Capacitor em série com resistor............................................................................................................36
Figura 22 - Curva de carga do capacitor...................................................................................................................36
Figura 23 - Capacitor em série com resistor............................................................................................................37
Figura 24 - Curva de descarga do capacitor............................................................................................................38
Figura 25 - Associação série de capacitores............................................................................................................39
Figura 26 - Exemplo de associação série de capacitores....................................................................................40
Figura 27 - Associação paralela de capacitores......................................................................................................41
Figura 28 - Exemplo de cálculo de capacitância em paralelo...........................................................................41
Figura 29 - Associação mista de capacitores...........................................................................................................42
Figura 30 - Exemplo de cálculo de associação mista de capacitores.............................................................42
Figura 31 - Continuação do exemplo de cálculo de associação mista de capacitores............................43
Figura 32 - Continuação do exemplo de cálculo de associação mista de capacitores............................43
Figura 33 - Capacitor cerâmico....................................................................................................................................44
Figura 34 - Capacitor poliéster.....................................................................................................................................44
Figura 35 - Capacitor eletrolítico.................................................................................................................................45
Figura 36 - Capacitor tântalo........................................................................................................................................45
Figura 37 - Capacitor SMD.............................................................................................................................................46
Figura 38 - Tensão do capacitor...................................................................................................................................47
Figura 39 - (a) Defasagem angular em relação à origem (b) Defasagem angular entre dois sinais....48
Figura 40 - Defasagem angular entre corrente e tensão no capacitor..........................................................49
Figura 41 - Indutor............................................................................................................................................................50
Figura 42 - (a) Indutor (b) Indutor com núcleo ferromagnético......................................................................50
Figura 43 - Associação série de indutores................................................................................................................51
Figura 44 - Exemplo de associação série de indutores........................................................................................52
Figura 45 - Associação paralela de indutores.........................................................................................................53
Figura 46 - Exemplo de associação paralela de indutores.................................................................................53
Figura 47 - Associação paralela de indutores.........................................................................................................54
Figura 48 - Exemplo de associação mista de indutores......................................................................................54
Figura 49 - Exemplo de associação mista de indutores......................................................................................55
Figura 50 - Exemplo de associação mista de indutores......................................................................................55
Figura 51 - Indutor com núcleo ferromagnético...................................................................................................56
Figura 52 - Indutor toroidal...........................................................................................................................................56
Figura 53 - Defasagem angular entre corrente e tensão no indutor..............................................................57
Figura 54 - Junção PN......................................................................................................................................................63
Figura 55 - Camada de Depleção................................................................................................................................64
Figura 56 - Estrutura PN do diodo semicondutor.................................................................................................65
Figura 57 - Simbologia do diodo semicondutor....................................................................................................65
Figura 58 - Polaridade do diodo..................................................................................................................................65
Figura 59 - Diodo diretamente polarizado..............................................................................................................66
Figura 60 - Diodo reversamente polarizado............................................................................................................67
Figura 61 - Regiões de operação de um diodo......................................................................................................68
Figura 62 - Resistor no circuito ....................................................................................................................................69
Figura 63 - Exemplo de cálculo de corrente no diodo ........................................................................................70
Figura 64 - Diodo emissor de luz (LED).....................................................................................................................71
Figura 65 - Simbologia do led......................................................................................................................................72
Figura 66 - Polaridade do led........................................................................................................................................72
Figura 67 - Simbologia do diodo zener.....................................................................................................................73
Figura 68 - Região de operação do diodo zener....................................................................................................73
Figura 69 - Circuito retificador de meia onda.........................................................................................................74
Figura 70 - Sinais antes e depois em um retificador de meia onda................................................................75
Figura 71 - Circuito com retificador de onda completa......................................................................................77
Figura 72 - Sinais antes e depois em um retificador de onda completa.......................................................78
Figura 73 - Comparação entre o sinal da fonte e o sinal sobre a carga.........................................................78
Figura 74 - Retificador de onda completa em ponte...........................................................................................79
Figura 75 - Sinal sobre a carga no retificador em ponte.....................................................................................80
Figura 76 - Sinal sobre a carga no retificador em ponte.....................................................................................81
Figura 77 - Sinais antes e depois em um retificador de onda completa.......................................................82
Figura 78 - Retificador de onda completa em ponte com filtro capacitivo.................................................83
Figura 79 - Sinal retificado.............................................................................................................................................84
Figura 80 - Tensão de ripple........................................................................................................................................ 85
Figura 81 - Regulador de tensão zener.....................................................................................................................86
Figura 82 - Resposta do regulador zener.................................................................................................................86
Figura 83 - Transistor........................................................................................................................................................87
Figura 84 - (a) Transistor NPN (b) Transistor PNP.................................................................................................88
Figura 85 - (a) Transistor NPN (b) Transistor PNP.................................................................................................89
Figura 86 - Transistor polarizado.................................................................................................................................90
Figura 87 - Transistor na configuração base comum...........................................................................................91
Figura 88 - Transistor na configuração emissor comum.....................................................................................91
Figura 89 - Transistor na configuração coletor comum.......................................................................................92
Figura 90 - Regiões de operação do transistor.......................................................................................................93
Figura 91 - Estrutura interna do transistor NPN.....................................................................................................94
Figura 92 - Transistor NPN polarizado.......................................................................................................................95
Figura 93 - Estrutura interna do transistor PNP......................................................................................................95
Figura 94 - Transistor PNP polarizado........................................................................................................................96
Figura 95 - Circuito de transistor como chave........................................................................................................97
Figura 96 - Circuito de transistor como amplificador..........................................................................................98
Figura 97 - Modelo regulador de tensão..................................................................................................................99
Figura 98 - Ilustração do regulador de tensão........................................................................................................99
Figura 99 - Circuito com regulador de tensão..................................................................................................... 100
Figura 100 - Ilustração do varistor........................................................................................................................... 101
Figura 101 - Simbologia do varistor........................................................................................................................ 101
Figura 102 - Circuito com varistor............................................................................................................................ 102
Figura 103 - Ilustração de um transformador...................................................................................................... 103
Figura 104 - Ilustração de um transformador...................................................................................................... 104
Figura 105 - Modelo de relé....................................................................................................................................... 104
Figura 106 - Relé eletromecânico............................................................................................................................. 105
Figura 107 - Relé estado sólido................................................................................................................................. 106
Figura 108 - Circuito com relé de estado sólido................................................................................................. 106
Figura 109 - Fonte de alimentação contínua....................................................................................................... 107
Figura 110 - Projeto de uma fonte de alimentação chaveada....................................................................... 108
Figura 111 - Diagrama em blocos de uma fonte linear.................................................................................... 109
Figura 112 - Diagrama elétrico de uma fonte linear simples......................................................................... 109
Figura 113 - Etapas em uma fonte linear............................................................................................................... 110
Figura 114 - Sinal analógico e digital...................................................................................................................... 114
Figura 115 - Estados lógicos....................................................................................................................................... 114
Figura 116 - Comunicação em sistema binário................................................................................................... 116
Figura 117 - Exemplo de conversão decimal para binário.............................................................................. 117
Figura 118 - Exemplo de conversão decimal para exadecimal..................................................................... 121
Figura 119 - Bits e byte.................................................................................................................................................. 122
Figura 120 - Comunicação entre blocos digitais................................................................................................ 123
Figura 121 - Simbologia portas lógicas.................................................................................................................. 124
Figura 122 - (a) Porta lógica AND (b) Tabela verdade...................................................................................... 125
Figura 123 - (a) Porta lógica OR (b) Tabela verdade........................................................................................... 125
Figura 124 - (a) Porta lógica NOT (b) Tabela verdade........................................................................................ 126
Figura 125 - (a) Porta lógica NAND (b) Tabela verdade.................................................................................... 126
Figura 126 - (a) Porta lógica NOR (b) Tabela verdade........................................................................................ 127
Figura 127 - (a) Porta lógica XOR (b) Tabela verdade........................................................................................ 128
Figura 128 - (a) Porta lógica XNOR (b) Tabela verdade.................................................................................... 128
Figura 129 - Porta lógica AND com três entradas.............................................................................................. 129
Figura 130 - Circuito lógico........................................................................................................................................ 130
Figura 131 - Exemplo de cálculo de equação de circuito lógico.................................................................. 131
Figura 132 - Exemplo de cálculo de equação de circuito lógico.................................................................. 131
Figura 133 - Memória................................................................................................................................................... 132
Figura 134 - Memória................................................................................................................................................... 134
Figura 135 - Utilizando o amperímetro.................................................................................................................. 138
Figura 136 - Utilizando o voltímetro....................................................................................................................... 139
Figura 137 - Multímetro............................................................................................................................................... 140
Figura 138 - Gerador de sinais................................................................................................................................... 141
Figura 139 - (a) Sinal senoidal (b) Sinal retangular (c) Sinal triangular....................................................... 142
Figura 140 - Aplicação do gerador de sinais........................................................................................................ 142
Figura 141 - Cabo para o gerador de sinais.......................................................................................................... 143
Figura 142 - Valor da tensão instantânea.............................................................................................................. 143
Figura 143 - Osciloscópio digital.............................................................................................................................. 144
Figura 144 - Sinal senoidal no osciloscópio.......................................................................................................... 145
Figura 145 - Medindo um sinal com o osciloscópio.......................................................................................... 145
Figura 146 - Resistor...................................................................................................................................................... 147
Figura 147 - Verificando a resistência..................................................................................................................... 147
Figura 148 - Capacitor.................................................................................................................................................. 148
Figura 149 - Multímetro com capacidade de medir capacitância................................................................ 148
Figura 150 - Multímetro de bancada...................................................................................................................... 149
Figura 151 - Escala para medir diodo no multímetro....................................................................................... 150
Figura 152 - Verificando a integridade do diodo................................................................................................ 150
Figura 153 - Escala para medir ganho do transistor no multímetro............................................................ 151
Figura 154 - Terminais do transistor........................................................................................................................ 152
Figura 155 - Matriz de contato.................................................................................................................................. 153
Figura 156 - Componentes eletrônicos inseridos na matriz de contato.................................................... 153
Figura 157 - Disposição da matriz de contato..................................................................................................... 154
Figura 158 - (a) Disposição da matriz na região central (b) Disposição da matriz na região lateral.154
Figura 159 - Circuito retificador de meia onda.................................................................................................... 155
Figura 160 - Montagem em matriz de contato de circuito retificador de meia onda........................... 155
Figura 161 - Circuito retificador de onda completa........................................................................................... 156
Figura 162 - Montagem em matriz de contato de circuito retificador de onda completa.................. 156
Figura 163 - Circuito funcional de um relé de estado sólido.......................................................................... 157
Figura 164 - Montagem em matriz de contato de circuito funcional utilizando relé de estado
sólido................................................................................................................................................................................... 157
Figura 165 - Placa de circuito impresso montada.............................................................................................. 158
Figura 166 - Componentes soldados em uma placa de circuito impresso............................................... 159
Figura 167 - Estação de solda.................................................................................................................................... 159
Figura 168 - Soldagem de componente eletrônico........................................................................................... 160
Figura 169 - Material para soldar componente eletrônico e PCI.................................................................. 160
Figura 170 - Processo de soldagem de componente a PCI............................................................................. 161
Figura 171 - Trabalho em equipe............................................................................................................................. 162
Figura 172 - Trabalho em equipe............................................................................................................................. 163

Quadro 1 - Quadro de cores para leitura de resistores.........................................................................................21


Quadro 2 - Quadro de tolerância de cores para leitura de resistores..............................................................21
Quadro 3 - Transformador............................................................................................................................................ 102

Tabela 1 - Tabela exemplo de associação de representação........................................................................... 118


Tabela 2 - Tabela verdade............................................................................................................................................. 124
Tabela 3 - Tabela verdade de porta lógica AND com três entradas............................................................... 129
Sumário
1 Introdução........................................................................................................................................................................15

2 Componentes básicos...................................................................................................................................................17
2.1 Resistor............................................................................................................................................................18
2.1.1 Aplicação.......................................................................................................................................19
2.1.2 Código de cores..........................................................................................................................20
2.1.3 Associação de resistores..........................................................................................................22
2.1.4 Tipos de resistores.....................................................................................................................28
2.2 Capacitor.........................................................................................................................................................31
2.2.1 Aplicações.....................................................................................................................................32
2.2.2 Processo de carga......................................................................................................................33
2.2.3 Associação de capacitores......................................................................................................39
2.2.4 Tipos de capacitores.................................................................................................................44
2.2.5 Reatância capacitiva.................................................................................................................47
2.3 Indutor.............................................................................................................................................................49
2.3.1 Aplicações.....................................................................................................................................50
2.3.2 Associação de indutores..........................................................................................................51
2.3.3 Tipos de indutores.....................................................................................................................55
2.3.4 Reatância indutiva.....................................................................................................................57

3 Componentes semicondutores.................................................................................................................................61
3.1 Semicondutores...........................................................................................................................................62
3.1.1 Estrutura do semicondutor....................................................................................................62
3.1.2 Junção PN.....................................................................................................................................63
3.2 Diodo semicondutor...................................................................................................................................64
3.2.1 Funcionamento..........................................................................................................................66
3.2.2 Tipos................................................................................................................................................71
3.2.3 Aplicações.....................................................................................................................................74
3.3 Transistor.........................................................................................................................................................87
3.3.1 Funcionamento..........................................................................................................................88
3.3.2 Aplicações.....................................................................................................................................97
3.3.3 Componentes especiais..........................................................................................................98
3.4 Fonte de alimentação.............................................................................................................................. 107
3.4.1 Fonte de alimentação chaveada....................................................................................... 108
3.4.2 Fonte de alimentação linear............................................................................................... 109

4 Circuitos lógicos........................................................................................................................................................... 113


4.1 Sinais digitais ............................................................................................................................................. 114
4.2 Sistemas Numéricos................................................................................................................................. 115
4.2.1 Decimal....................................................................................................................................... 115
4.2.2 Binário......................................................................................................................................... 116
4.2.3 Hexadecimal............................................................................................................................. 116
4.3 Conversão entre os sistemas ............................................................................................................... 117
4.3.1 Decimal para binário............................................................................................................. 117
4.3.2 Binário para decimal.............................................................................................................. 117
4.3.3 Binário para hexadecimal.................................................................................................... 118
4.3.4 Hexadecimal para binário.................................................................................................... 119
4.3.5 Hexadecimal para decimal.................................................................................................. 120
4.3.6 Decimal para hexadecimal.................................................................................................. 121
4.4 Sistemas digitais........................................................................................................................................ 121
4.4.1 Níveis lógicos............................................................................................................................ 122
4.4.2 Portas lógicas........................................................................................................................... 123
4.4.3 Álgebra de Boole..................................................................................................................... 130
4.5 Memória....................................................................................................................................................... 132
4.5.1 Características de uma memória....................................................................................... 132
4.5.2 Tipos de memória................................................................................................................... 133

5 Montagem de circuitos eletrônicos...................................................................................................................... 137


5.1 Utilizando os instrumentos básicos de medida............................................................................. 138
5.1.1 Amperímetro............................................................................................................................ 138
5.1.2 Voltímetro.................................................................................................................................. 139
5.1.3 Ohmímetro................................................................................................................................ 140
5.1.4 Multímetro................................................................................................................................ 140
5.1.5 Capacímetro............................................................................................................................. 141
5.1.6 Gerador de sinais.................................................................................................................... 141
5.1.7 Osciloscópio.............................................................................................................................. 143
5.2 Testando componentes eletrônicos................................................................................................... 146
5.2.1 Testando o resistor.................................................................................................................. 146
5.2.2 Testando o capacitor.............................................................................................................. 148
5.2.3 Testando o indutor................................................................................................................. 149
5.2.4 Testando o diodo semicondutor....................................................................................... 150
5.2.5 Testando o transistor............................................................................................................. 151
5.3 Montagem de circuito em matriz de contato................................................................................. 152
5.3.1 Montagem de retificador de meia onda em matriz de contato............................ 155
5.3.2 Montagem de retificador de onda completa em matriz de contato................... 156
5.3.3 Montagem de relé de estado sólido em matriz de contato.................................... 157
5.4 Utilização básica de estação de solda............................................................................................... 158
5.5 Projetando em equipe............................................................................................................................ 162

Referências........................................................................................................................................................................167

Minicurrículo dos autores............................................................................................................................................169

Índice...................................................................................................................................................................................171
Introdução

Seja bem-vindo à Unidade Curricular de Eletrônica Aplicada.


O objetivo deste livro é desenvolver capacidades técnicas relacionadas ao funcionamento e
manutenção de dispositivos e circuitos eletrônicos utilizados em equipamentos e sistemas de
refrigeração, de acordo com normas técnicas, ambientais e de saúde e segurança no trabalho,
tendo em vista sua instalação e manutenção e, neste mesmo contexto, desenvolver capacidades
sociais, organizativas e metodológicas, adequadas a diferentes situações profissionais.
Nesta unidade, você estudará os componentes básicos da eletrônica, seus princípios
funcionais, características e aplicações. Dentre esses componentes básicos, pode-se destacar
os resistores, capacitores e indutores, amplamente utilizados em circuitos eletrônicos. Sistemas
digitais básicos também serão estudados, bem como, alguns instrumentos de medida,
essenciais para a análise de um circuito eletrônico.
Você conhecerá os semicondutores, estruturas que possibilitaram o surgimento do diodo
semicondutor e transistor, bem como, circuitos envolvendo aplicações com os diodos, como
os retificadores de tensão. Alguns componentes especiais como regulador de tensão, varistor,
transformador e relé, também serão apresentados.
Serão estudados os circuitos lógicos, sistemas numéricos envolvidos em um circuito digital,
conversão entre esses sistemas numéricos e as portas lógicas, além de memórias e os tipos
disponíveis.
Os conceitos envolvendo um projeto eletrônico também serão vistos, além de instrumentos
utilizados em uma análise funcional de um circuito eletrônico. A matriz de contato, ferramenta
muito utilizada para a montagem de circuitos de forma rápida e fácil, bem como, sua disposição
e funcionamento, também será apresentada.
Quando um circuito eletrônico não é montado em uma matriz de contato, mas sim, em
uma placa de circuito impresso, o uso da estação de solda se faz necessário para a retirada e
colocação dos componentes eletrônicos. Assim, a estação de solda também será abordada.
O conhecimento está disponível para ser adquirido por quem desejar, portanto, não deixe
de buscar informação. Somente deste modo, suas metas podem tornar-se realidade.
Bons estudos!
Componentes Básicos

Você já se questionou sobre o motivo pelo qual os equipamentos eletrônicos conseguem


executar maravilhas do mundo moderno, como possibilitar a comunicação entre povos,
registrar momentos importantes na vida dos seres humanos, bem como outras capacidades?
Esses e outros feitos podem ser explicados mediante a compreensão da eletrônica.
Neste capítulo, você estudará os componentes básicos da eletrônica, os resistores,
capacitores e indutores. Esses dispositivos podem ser encontrados em quase todos os circuitos
eletrônicos disponíveis, pois possuem fundamental importância nas implementações de
sistemas analógicos e digitais.
Para que seja possível um pleno entendimento da eletrônica, conhecer as funcionalidades
e aplicações desses dispositivos é de grande importância, pois irá possibilitar um sólido pilar
para adquirir conhecimentos sobre os demais componentes eletrônicos.
Após finalizar o estudo deste capítulo, você estará apto a:
a) identificar resistor, capacitor e indutor;
b) ter pleno domínio sobre o funcionamento de cada um desses dispositivos;
c) identificar as aplicações a que esses componentes são destinados.
A partir de agora, você terá a oportunidade de conhecer diversos temas sobre o assunto,
que farão a diferença em suas práticas profissionais futuras.
Bons estudos!
ELETRÔNICA APLICADA
18

2.1 RESISTOR

Certos materiais apresentam um comportamento interessante quando são submetidos à passagem da


corrente elétrica. Esta condição, refere-se à oposição que estes materiais oferecem à circulação da corrente
através deles. Este fenômeno é conhecido como resistência elétrica. Segundo Gussow (1985), a resistência
elétrica é a dificuldade que alguns materiais oferecem à passagem da corrente elétrica.

A corrente elétrica é definida como sendo o movimento ordenado de elétrons em


CURIOSI uma direção. Assim, quando este movimento é submetido em um material que
DADES apresenta uma determinada resistência elétrica, há uma oposição à passagem
destes elétrons, exercida por este material.

Em um condutor de eletricidade que possui determinada resistência, quanto maior a resistência elétrica
que este condutor oferece, maior será a dificuldade que os elétrons formadores da corrente elétrica
encontrarão para atravessá-lo. Porém, quanto menor for o valor da resistência elétrica deste condutor,
menor será a obstrução que os elétrons encontrarão para atravessar o material.
O efeito de oposição ao movimento dos elétrons, encontrado em certos materiais, depende de alguns
fatores do mesmo, sendo:
a) resistividade do material: propriedade relativa à oposição à passagem de corrente elétrica;
b) dimensões do material: a resistência elétrica depende do comprimento do material, bem como, da
secção transversal do mesmo.
A resistência elétrica de um material pode ser determinada pela equação a seguir.

R - Resistência elétrica do condutor - Ohm (Ω)


L - Comprimento do condutor - metro (m)
A - Área da secção tranversal do condutor - metro quadrado (m2)
ρ - Resistividade do condutor – Ohm.metro (Ω.m)
Algumas observações devem ser feitas quanto à equação anterior.
a) A unidade da resistência elétrica é dada em ohm (Ω), onde é representado pela letra R.
b) Note que, quanto maior o comprimento do material, maior será sua resistência elétrica.
c) Quanto maior a secção transversal do material, menor será sua resistência elétrica.
d) A resistência elétrica depende da resistividade do material, ou seja, quanto maior o seu valor, maior
será a resistência.
2 COMPONENTES BÁSICOS
19

Na eletrônica, os componentes que possuem esta característica à resistência elétrica são denominados
resistores. Observe o exemplo de resistor na figura a seguir.

KarSol (2015)
Figura 1 - Resistor
Fonte: Thinkstock (2015)

A unidade de medida do resistor também é dada em ohm (Ω) e representada pela letra R.

2.1.1 APLICAÇÃO

A principal aplicação dos resistores em circuitos eletrônicos é serem utilizados para oferecer uma
dificuldade à passagem da corrente elétrica, em outras palavras, eles têm o objetivo de limitar a corrente
em um circuito.
Como este dispositivo eletrônico consegue realizar tal efeito, de limitar a corrente que circula por ele? O
resistor é fabricado com materiais que apresentam certa resistividade, propriedade esta, que define quanto
um material se opõe ao movimento de elétrons. Resistores podem ser concebidos com características
diferenciadas, permitindo que uma vasta gama desse dispositivo possa ser encontrada e com diferentes
valores de resistência elétrica.
Tanto em circuitos eletrônicos de baixa potência, quanto em sistemas de elevada potência, estes são
utilizados com o objetivo de limitar a corrente ou, até mesmo, como um simples dissipador de calor, uma
vez que este dispositivo tem uma forte característica de converter energia elétrica em energia térmica.
Quando os elétrons em movimento atravessam o resistor, certa quantidade de energia é absorvida.
Essa energia, é então transformada em calor pelo componente: este efeito é conhecido como efeito joule.
Muitas aplicações fazem uso desta condição, pois possuem como grande objetivo aquecer o ambiente a
sua volta, como ocorre com aquecedores e estufas.
A escolha do dispositivo deve estar de acordo com a aplicação a que será destinado, principalmente,
quanto às características de potência máxima que ele suportará. Assim, para o uso correto de um resistor em
um circuito elétrico, primeiramente, verifique a potência máxima que será dissipada sobre o componente.
Em seguida, escolha um resistor que suporte um valor superior de potência elétrica desejada na aplicação.
Nunca faça uso de um dispositivo que possua como especificação de potência, um valor inferior ao
necessário para o funcionamento do sistema.
ELETRÔNICA APLICADA
20

A simbologia que representa graficamente um resistor em um projeto eletrônico pode ser vista a seguir.

Andressa Vieira (2015)


(a) (b) (c)
Figura 2 - (a) Simbologia resistor fixo (b) Simbologia resistor fixo (c) Simbologia resistor variável
Fonte: adaptado de Gussow (1985)

2.1.2 CÓDIGO DE CORES

Além da principal característica do resistor, que é a resistência elétrica nominal, sua tolerância e potência
também são fatores primordiais para a seleção correta do dispositivo.
A determinação do valor do resistor pode ser definida com base em seus anéis de cores, os quais podem
estar distribuídos em quatro ou cinco anéis coloridos ao longo do corpo do componente. A próxima figura
apresenta essa composição. Missisya (2015)

Figura 3 - Resistor com seus respectivos anéis de cores


Fonte: Thinkstock (2015)

Cada anel possui uma importância para a leitura da resistência. A sequência de leitura de seu valor
nominal depende do valor atribuído a cor de cada anel. Para compreender como é realizada a leitura desta
grandeza, veja o significado que cada anel traz sobre a superfície do resistor.
a) Primeiro anel: representa o primeiro algarismo para o valor nominal da resistência elétrica do
dispositivo. A cor mais próxima da borda.
b) Segundo anel: representa o segundo algarismo para o valor nominal da resistência elétrica do
dispositivo.
c) Terceiro anel: representa o fator de multiplicação para o número composto pelos dois primeiros
algarismos.
d) Quarto anel: tolerância no valor da resistência elétrica do componente.
2 COMPONENTES BÁSICOS
21

O número associado a cada cor é apresentado nos quadros a seguir.

Valores nominais Fator multiplicador

Preto 0 x1

Marrom 1 x 10

Vermelho 2 x 100

Laranja 3 x 1000

Amarelo 4 x 10000

Verde 5 x 100000

Azul 6 x 1000000

Violeta 7

Cinza 8

Branco 9
Quadro 1 - Quadro de cores para leitura de resistores
Fonte: adaptado de SENAI (2002)

Tolerâncias Fator Multiplicador

+/-
Marrom 1%

+/-
Vermelho 2%

+/-
Ouro 5% x 0,1

+/-
Prata 10% x 0,01

Quadro 2 - Quadro de tolerância de cores para leitura de resistores


Fonte: adaptado de SENAI (2002)
ELETRÔNICA APLICADA
22

A leitura pode então ser realizada da seguinte forma.


1°. Anote o número da cor de acordo com o quadro de cores para o primeiro anel, onde este representará
o primeiro algarismo válido para o valor da resistência elétrica.
2°. Anote o número da cor de acordo com o quadro de cores para o segundo anel, onde este representará
o segundo algarismo válido para o valor da resistência elétrica.
3°. Verifique no quadro de cores o valor associado à cor para o terceiro anel, e então, utilize o fator
multiplicador do quadro para realizar a multiplicação pelo número encontrado, proveniente dos dois
primeiros anéis.
4°. O quarto anel representa a tolerância com o qual o valor da resistência elétrica, medida deste
componente, poderá variar.
Exemplo: encontre o valor da resistência elétrica do resistor da figura anterior.
Solução: para encontrar o valor deste resistor, deve-se verificar o valor da cor de cada anel, conforme
segue.
Anel 1. Verde = 5
Anel 2. Azul = 6
Anel 3. Preto = x1
Anel 4. Prata = +/- 10%
Segundo a sequência de cores: 56 x 1 = 56Ω +/- 10%. Este resistor possui uma resistência de 56Ω, com
uma tolerância de +/-10%. É importante notar que o valor medido deste resistor poderá variar 10% para
mais ou para menos, devido à tolerância encontrada no mesmo.
Quando o resistor possuir o quinto anel, neste caso, o terceiro anel irá se referir ao terceiro algarismo
válido para o valor da resistência nominal, enquanto o quarto anel será o fator multiplicador e o quinto, a
tolerância. Também é possível encontrar resistor com seis anéis, sendo este sexto anel, referente ao coefi-
ciente de temperatura do componente.

2.1.3 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

Conforme já destacado no tópico anterior, diversos são os valores de resistência elétrica disponibilizados
pelos fabricantes. Contudo, em uma boa parte das aplicações, os valores habituais de mercado não
satisfazem a necessidade de uso, trazendo então, um problema ao projetista, relacionado ao valor de
resistência a ser utilizado em seu projeto. Para solucionar esse problema, pode-se fazer uso da técnica
de associação de resistores, a qual tem o objetivo de conectar os componentes de modo que o conjunto
produza o mesmo efeito, no que se refere ao valor de resistência elétrica que apenas um único resistor
estaria produzindo, sendo esta a oposição à passagem da corrente elétrica.
2 COMPONENTES BÁSICOS
23

Para o valor final encontrado na associação realizada, pode-se designar de resistência elétrica
equivalente, pois esta equivalerá ao valor de um único componente utilizado com a mesma resistência.
As possibilidades de associação de resistores são: em série, em paralelo e mista.

ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE
Em uma associação em série de resistores, os componentes estão interconectados de forma serial, um
seguido do outro, conforme figura seguinte.

Andressa Vieira (2015)


A B
R1 R2 R3
Figura 4 - Associação série de resistores
Fonte: adaptado de Halliday (2009)

Segundo Gussow (1985), neste tipo de associação, o valor da resistência equivalente será dado pela
equação seguinte:

Nesta equação, note que a resistência total será encontrada realizando-se a soma dos valores de cada
resistor, obtendo-se, ao final desta associação, um valor superior ao de qualquer resistor individual que
compõe o conjunto.
Exemplo: na associação de três resistores em série, encontre o valor de resistência equivalente para este
circuito.

10V
Andressa Vieira (2015)

10Ω 25Ω 15Ω


Figura 5 - Exemplo de associação série de resistores
Fonte: adaptado de Halliday (2009)
ELETRÔNICA APLICADA
24

Solução: para solucionar este problema, é necessário observar que a fonte de 10V que alimenta este
circuito, possui entre seus terminais uma resistência equivalente que se dará por intermédio de soma dos
resistores conectados a ela.

A resistência equivalente do circuito anterior é 50Ω [ohms].

ASSOCIAÇÃO EM PARALELO
Em uma associação em paralelo de resistores, os componentes estão interconectados paralelamente
entre si, conforme figura seguinte.

R1 R2 R3
Andressa Vieira (2015)

B
Figura 6 - Associação paralela de resistores
Fonte: adaptado de Halliday (2009)

Segundo Gussow (1985), neste tipo de associação, o valor da resistência equivalente será dado pela
equação seguinte.

Nesta equação, note que a resistência total será menor que o menor valor de resistor individual que
compõe o conjunto.
2 COMPONENTES BÁSICOS
25

Exemplo: na associação de três resistores em paralelo, encontre o valor de resistência equivalente para
este circuito.

10V 10Ω 25Ω 15Ω

Andressa Vieira (2015)


Figura 7 - Exemplo de associação paralela de resistores
Fonte: adaptado de Halliday (2009)

Solução: para solucionar este problema, é necessário observar que a fonte de 10V que alimenta este
circuito, possui entre seus terminais uma resistência equivalente que se dará por meio do paralelo dos
resistores conectados a ela. Assim:

A resistência equivalente do circuito anterior é 4,854Ω [ohms].

No exemplo do circuito anterior, observe que o valor obtido para a associação possui
FIQUE três casas após a vírgula porque foram suprimidos alguns dígitos (números) do
resultado na primeira divisão da equação. Observe que, quanto mais dígitos forem
ALERTA deixados no resultado da divisão após a vírgula, melhor será expressa a precisão do
cálculo.
ELETRÔNICA APLICADA
26

Para determinar a resistência paralela equivalente, é possível utilizar alguns métodos adjacentes à
equação apresentada anteriormente, sendo eles:
a) é possível associar resistores em paralelo de dois em dois, mediante a equação seguinte.

b) Em uma associação com n resistores em paralelo que possuem o mesmo valor, a resistência
equivalente será dada conforme a equação seguinte.

ASSOCIAÇÃO MISTA
Uma associação mista é determinada quando resistores estão associados em série e em paralelo no
mesmo circuito elétrico, conforme figura a seguir.

R2
A B
R1 R3
Andressa Vieira (2015)

R4
Figura 8 - Associação mista de resistores
Fonte: adaptado de Wolski (2012)

Neste caso, os resistores devem ser associados em série e em paralelo, de forma separada.
Exemplo: encontre a resistência equivalente do circuito que segue.
2 COMPONENTES BÁSICOS
27

10V

15Ω

25Ω 15Ω

Andressa Vieira (2015)


15Ω
Figura 9 - Exemplo de associação mista de resistores
Fonte: adaptado de Wolski (2012)

Solução: primeiramente, deve-se evidenciar no circuito os resistores que estão associados em série
e em paralelo. Em seguida, utilizando as equações vistas anteriormente para cada tipo de associação, é
necessária a realização dos devidos cálculo, conforme segue.

15Ω

25Ω 15Ω 25Ω 5Ω


Andressa Vieira (2015)

15Ω

Figura 10 - Exemplo de associação mista de resistores
Fonte: adaptado de Wolski (2012)

Por fim, soma-se os dois resistores resultantes, devido às associações anteriores já realizadas. Nesta
última etapa, note que o resistor de 25Ω ficou em série com o resistor de 5Ω, resultante da associação
paralela dos três componentes de 15Ω.

30Ω
ELETRÔNICA APLICADA
28

Enfim, a resistência equivalente do circuito anterior é 30Ω [ohms].

CASOS E RELATOS

Encontrando a resistência equivalente


João Vitor, um aluno do primeiro ano do curso técnico em eletrônica, foi contratado para realizar
um estágio em uma empresa responsável por desenvolver soluções para fonte de alimentação.
Em seu primeiro dia de estágio, seu superior imediato, o Sr. Almeida, designou o rapaz para montar
alguns circuitos eletrônicos que deveriam ser testados para um novo produto que a empresa
estava projetando.
Uma etapa deste circuito era realizar a montagem de alguns resistores. Porém, ao buscar os
componentes, João Vitor se deparou com a condição de não haver os objetos com o valor descrito
para a montagem. Sem saber o que fazer, João questionou o Sr. Almeida sobre como proceder
neste caso.
Um pouco espantado com a pergunta do rapaz, o Sr. Almeida perguntou-lhe se ele não poderia
fazer uma associação de resistores para encontrar o valor de resistência desejada. João comentou
que havia estudado este tipo de solução em seu curso, mas o conhecimento não estava claro. O Sr.
Almeida, um pouco preocupado com a situação, haja visto que uma associação de resistores é algo
simples e que deve ser de total conhecimento para um estudante de curso técnico em eletrônica,
parou o que estava fazendo e foi explicar o conceito de uma associação de resistores, que é obter
um valor de resistência equivalente, mediante a disposição de alguns resistores associados em
série ou em paralelo.
Ao final, João Vitor, satisfeito com a explicação, voltou a sua tarefa e foi realizar a associação de
resistores para finalizar a montagem requerida.

A sua próxima experiência será com a leitura dos tipos de resistores.

2.1.4 TIPOS DE RESISTORES

Diversos são os tipos de resistores possíveis de serem encontrados, cada qual para uma aplicação
específica. Pode-se separar em dois grupos, sendo eles resistores fixos e resistores variáveis.
2 COMPONENTES BÁSICOS
29

RESISTORES FIXOS
Os resistores fixos são dispositivos que apresentam um valor fixo de resistência elétrica, não podendo
ter seu valor alterado pelo projetista. Geralmente, esses resistores podem ser encontrados com material a
base de carbono ou filme metálico. A seguir, pode ser visualizada a figura de um resistor do tipo fixo.

Yurazaga (2015)
Figura 11 - Resistor fixo
Fonte: Thinkstock (2015)

Também é possível encontrar resistores fixos do tipo SMD (Surface Mounting Devices). Este dispositivo
possui as mesmas características do anterior, porém, em geral, para potências menores e montagem sobre
a superfície de PCI (Placa de Circuito Impresso). A leitura do valor de resistência deste componente está sob
números impressos em sua face superior, onde os dois primeiros números representam os dois algarismos
do valor da resistência e o último número, o fator multiplicador. Observe um resistor SMD na figura a seguir.
Miha Peroã (2015)

Figura 12 - Resistor SMD soldado em placa de circuito impresso


Fonte: Thinkstock (2015)

Quando possível seu uso, devido ao seu tamanho, os resistores SMDs são uma ótima opção se o projeto
não dispõe de muito espaço para distribuir os componentes na placa de circuito impresso.
ELETRÔNICA APLICADA
30

RESISTORES VARIÁVEIS
Os resistores variáveis são dispositivos que possuem a capacidade de alterar sua resistência elétrica
através de algum mecanismo externo.
Essa característica possibilita seu uso em circuitos onde há necessidade de alterar o valor da resistência
para uma aplicação específica. O modo como ocorrerá a variação da resistência, dependerá do tipo e
aplicação do componente. Dentre esses componentes, pode-se citar:
a) Potenciômetro: este componente dispõe de um cabo que permite ao usuário o controle do valor da
resistência a qualquer momento. Veja um potenciômetro na próxima figura.

Nop2000 (2015)

Figura 13 - Potenciômetro (resistor variável)


Fonte: Thinkstock (2015)

b) Trimpot: tem a mesma finalidade que o potenciômetro, porém, sem o cabo para facilitar seu ajuste.
Para alterar sua resistência, deve-se utilizar algum dispositivo, por exemplo, uma chave que possa
ajustar uma estrutura móvel fixada no corpo do componente, a qual é responsável por alterar o valor
da resistência. Observe um Trimpot na figura a seguir.
Zmiy (2015)

Figura 14 - Trimpot (resistor variável)


Fonte: Thinkstock (2015)
2 COMPONENTES BÁSICOS
31

c) Fotorresistor: tem o valor de sua resistência elétrica alterada quando há incidência de luz sobre
seu corpo. Este dispositivo é muito utilizado quando é necessário controlar um circuito, através da
variação luminosa no ambiente. Veja o exemplo de um fotorresistor a seguir.

Tim Walton (2015)


Figura 15 - Fotorresistor
Fonte: Thinkstock (2015)

O objetivo de um resistor é limitar a corrente elétrica em um circuito. Contudo, é


muito comum ouvir falar sobre o termo curto-circuito. Mas, na prática, o que seria
este termo? Como o principal objetivo de uso de um resistor é limitar a corrente
elétrica através dele, imagine este componente conectado a uma fonte de tensão:
FIQUE um fio com resistência elétrica praticamente igual a zero é interconectado aos
ALERTA terminais deste resistor. Neste caso, não haveria nenhum limitante para a passagem
da corrente elétrica por este fio, possibilitando que uma quantidade enorme de
elétrons, que sai da fonte de tensão, passe pelo fio e não pelo resistor, ocasionando
o que se chama de curto-circuito. Essa ocorrência é indesejada, pois pode danificar
os elementos que compõem o circuito elétrico.

Acompanhe a seguir, a utilidade dos capacitores em sistemas eletrônicos.

2.2 CAPACITOR

Até o momento, foi estudado o comportamento resistivo que certos materiais e componentes
apresentam à passagem da corrente elétrica. Contudo, em sistemas eletrônicos, não existem apenas
dispositivos que possuem esta caraterística, mas também, os que tem a finalidade do armazenamento de
energia.
Certos corpos possuem a capacidade de armazenar energia através do acúmulo de cargas elétricas.
Quando este fenômeno ocorre, se diz que estes corpos possuem uma determinada capacitância. Como
cargas elétricas possuem associados campos elétricos, pode-se ainda definir capacitância como sendo a
capacidade que algumas estruturas possuem em armazenar energia por meio do campo elétrico.
ELETRÔNICA APLICADA
32

Segundo Halliday (2009), o campo elétrico pode ser definido como a região do espaço que envolve uma
carga elétrica. Se for inserida outra carga nesta região, as duas estarão experimentando uma forca atuante
entre elas, que pode ser de atração ou repulsão.
A unidade de medida da capacitância é dada em farad (F), e representada pela letra C. Na eletrônica,
o componente que tem a finalidade de armazenar cargas elétricas é chamado de capacitor. A unidade do
capacitor também é dada em farad (F).

2.2.1 APLICAÇÕES

Um dos objetivos do uso do capacitor em sistemas eletrônicos se faz quando é necessário o


armazenamento de energia através do acúmulo de cargas elétricas, para uso posterior. Um exemplo da
aplicação direta do uso de capacitores é em circuitos retificadores, onde este componente eletrônico tem
um importante papel, o de filtro.
Basicamente, o capacitor é um dispositivo eletrônico formado por duas placas condutoras paralelas,
separadas por um material isolante e terminais que estão ligados às placas condutoras.
O modelo a seguir representa o mais básico capacitor, o de placas paralelas.

Isolante (Dielétrico)

Terminal Condutor Terminal Condutor


Andressa Vieira (2015)

Placa Condutora
Figura 16 - Modelo de capacitor de placas paralelas
Fonte: adaptado de Gussow (1985)
2 COMPONENTES BÁSICOS
33

Na figura anterior, as placas são as responsáveis pelo armazenamento das cargas elétricas e seus
terminais são o meio que permite conectá-las ao circuito. Contudo, entre as placas, há um isolante que
evita um deslocamento dessas cargas entre as placas. Este isolante, também conhecido como dielétrico,
pode ser formado de diferentes materiais isolantes, inclusive, pode ser composto apenas pelo próprio ar.
Segundo Gussow (1985), a capacitância do capacitor pode ser determinada pela equação a seguir.

C - Capacitância - farad (F)


Q - Quantidade da carga armazenada - Coulomb (C)
V - Tensão do capacitor - Volt (V)
Analisando a equação anterior, nota-se que quanto maior a quantidade de carga armazenada em um
capacitor, maior será sua capacitância. Para tal, o tamanho das suas placas influencia diretamente neste
parâmetro, ou seja, quanto maior for a área das placas condutoras, mais cargas elétricas poderão ser
acumuladas e, consequentemente, maior será a capacitância.
A simbologia que representa graficamente um capacitor em um projeto eletrônico pode ser visto a
seguir.

Andressa Vieira (2015)


-

Capacitor Capacitor Polarizado Capacitor Variável


Figura 17 - (a) Capacitor fixo (b) Capacitor polarizado (c) Capacitor variável
Fonte: adaptado de Cruz (2014)

2.2.2 PROCESSO DE CARGA

Em geral, o uso do capacitor está atribuído ao armazenamento de energia para uso posterior em algum
momento do funcionamento de um circuito eletrônico. Essa energia armazenada, se dá pelo agrupamento
das cargas elétricas nas placas do capacitor.

ARMAZENAMENTO DE ENERGIA
O processo de armazenamento de cargas em um capacitor ocorre quando o mesmo é conectado em
uma fonte de tensão capaz de deslocar as cargas elétricas até suas placas condutoras.
ELETRÔNICA APLICADA
34

Para entender este processo, será necessário utilizar um capacitor inicialmente descarregado.
Observe na figura que segue.

+ - + - + + - -
- + - + + + - -
+ - + - + + - -
- + - + + + - -
+ - + - + + - -
- + - + + + - -

Andressa Vieira (2015)


+ -

(a) (b)
Figura 18 - Capacitor em processo de carga
Fonte: adaptado de Gussow (1985)

O capacitor da figura anterior (a) está descarregado, pois nota-se que a quantidade de cargas positivas
em cada placa, é igual à quantidade de cargas negativas. Nesta condição, ao conectar o capacitor a uma
fonte de tensão, um processo de deslocamento de cargas da fonte para as placas se iniciará.
O lado positivo da fonte irá atrair as cargas negativas que estão na placa conectada a ela e repelir as
cargas positivas. Já o lado negativo da fonte, irá atrair as cargas positivas, que estão na placa conectada a
ela, para si e repelir as cargas negativas.

Cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e de sinais contrários se atraem. Por este
CURIOSI motivo, carga positiva repele carga positiva e atrai carga negativa, enquanto carga
DADES negativa repele carga negativa e atrai carga positiva.

Depois de transcorrido algum tempo, haverá uma estabilidade no movimento das cargas nas placas.
Neste instante, se desconectar o capacitor da fonte de tensão, o componente apresentará cargas positivas
em uma das placas, enquanto a outra placa terá acumulado cargas negativas. Todo esse processo permitiu
ao capacitor o armazenamento de energia mediante o acúmulo de cargas de diferentes sinais em suas
placas, conforme figura anterior (b). Esta energia, poderá então ser utilizada posteriormente em alguma
aplicação.
O processo de descarga da energia do capacitor se dará ao fornecer um meio para o deslocamento das
cargas que estão em suas placas. Para tal, pode-se prover um meio de deslocamento de uma placa para
outra, interconectando-as, como pode ser observado na sequência.
2 COMPONENTES BÁSICOS
35

+ + - -
+ + - -
+ + - -
+ + - -
+ + - -
+ + - -

Andressa Vieira (2015)


Figura 19 - Capacitor descarregando
Fonte: adaptado de Gussow (1985)

Neste processo, as cargas entre as placas tenderão a se atrair por meio do fio condutor que liga seus
terminais, até o momento que o movimento destas entre as placas não ocorra mais, atingindo a estabilidade
interna do capacitor. Veja o exemplo na sequência.

+ - + -
- + - +
+ - + -
- + - +
+ - + -
- + - +
Andressa Vieira (2015)

Figura 20 - Capacitor descarregado


Fonte: adaptado de Gussow (1985)

O capacitor volta, então, a descarregar, ficando pronto para ser carregado novamente.
Contudo, quanto tempo o capacitor leva para se carregar ou se descarregar? O tempo transcorrido
poderá ser controlado por um resistor colocado em série com o capacitor. Deste modo, pode-se fazer o
controle das cargas que se deslocam da fonte em direção ao componente, em outras palavras, controla-se
a corrente elétrica.
ELETRÔNICA APLICADA
36

Um exemplo desta topologia pode ser observado a seguir.

Paco Giordani Mora (2015)


Resistor
VF
Figura 21 - Capacitor em série com resistor
Fonte: adaptado de Gussow (1985)

Este tempo de carga do capacitor pode ser expresso mediante o gráfico a seguir.

Vc [v]

VF
Mateus Felipe Goedert (2015)

Tempo [s]
5RC
Figura 22 - Curva de carga do capacitor
Fonte: adaptado de Cruz (2014)

Na curva do gráfico anterior, pôde-se notar o comportamento do tempo de carga do capacitor. A


equação que determina esta curva é apresentada a seguir.
2 COMPONENTES BÁSICOS
37

Vc - Tensão entre os terminais do capacitor após o tempo t – Volts (V)


V - Tensão submetida para carregar o capacitor – Volts (V)
e - neperiano
t - Tempo que o capacitor permanece carregando
R - Resistor - Ohms
C - Capacitor – farad
Nesta equação, é possível determinar o valor da tensão entre os terminais do capacitor durante seu
processo de carga em qualquer instante desejado. A variável t, também denominada de constante de tempo,
determina o tempo que o capacitor ficou submetido a uma tensão elétrica. Contudo, o tempo necessário
para carregar totalmente o capacitor com o mesmo valor de tensão de uma fonte de alimentação, é igual
a cinco vezes o valor do capacitor multiplicado pelo resistor. Quando esta condição ocorrer, considera-se o
componente carregado totalmente.

Já na condição para descarregar o capacitor, deve-se prover um meio para que as placas fiquem em
equilíbrio, para tal, pode-se conectar os próprios terminais do componente. No exemplo seguinte, foi
utilizado um resistor como um limitador para o deslocamento das cargas entre as placas do capacitor.

+ - + -
- + - +
+ - + -
- + - +
+ - + -
- + - +
Andressa Vieira (2015)

Resistor
Figura 23 - Capacitor em série com resistor
Fonte: adaptado de Gussow (1985)
ELETRÔNICA APLICADA
38

No processo de descarga, o resistor estará controlando o movimento das cargas entre as placas, deste
modo, a curva do processo de descarga é conforme apresentada a seguir.

Vc [v]

V
F

Mateus Felipe Goedert (2015)


Tempo [s]
5RC
Figura 24 - Curva de descarga do capacitor
Fonte: adaptado de Cruz (2014)

Na curva do gráfico anterior, pode-se notar o comportamento do tempo de descarga do capacitor. A


equação que determina esta curva é apresentada a seguir.

Vc - Tensão entre os terminais do capacitor após o tempo t – Volts (V)


V - Tensão no capacitor – Volts (V)
e - neperiano
t - Tempo que o capacitor permanece descarregando
R - Resistor - Ohms
C - Capacitor – farad
Nesta equação, é possível determinar o valor da tensão entre os terminais do capacitor durante seu
processo de descarga em qualquer instante desejado. Contudo, o tempo necessário para descarregar
totalmente o capacitor é igual a cinco vezes o valor do capacitor multiplicado pelo resistor. Quando esta
condição ocorrer, considera-se o componente carregado totalmente.
2 COMPONENTES BÁSICOS
39

2.2.3 ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES

Mesmo existindo diversos valores de capacitância disponíveis, em algumas aplicações esses valores não
atendem à necessidade de projeto. Para solucionar essa problemática, quando não há o valor requerido de
capacitor, também pode-se fazer uso da técnica de associação de capacitores, com o objetivo de dispor de
um valor de capacitância diferente dos valores disponíveis.
O objetivo de associar capacitores é conectar os componentes de modo que o conjunto produza o
mesmo efeito que apenas um único capacitor estaria produzindo.
O valor final encontrado na associação realizada, pode-se designar de capacitância equivalente, pois
esta corresponderá ao valor de um único componente, utilizado com a mesma capacitância.
As possibilidades de associação de capacitores são:
a) Associação em série
Segundo Halliday (2009), em uma associação série de capacitores, os componentes estão conectados
de forma serial, conforme a figura seguinte.

Mateus Felipe Goedert (2015)


A B

C1 C2 C3
Figura 25 - Associação série de capacitores
Fonte: adaptado de Gussow (1985)

Neste tipo de associação, o valor da capacitância equivalente poderá ser encontrado mediante a
equação.

Para uma associação em série de capacitores deve-se realizar a soma do inverso de cada capacitância.
Sendo que, ao final da equação, o resultado obtido será um valor de capacitância menor que qualquer
capacitor individual na associação.
ELETRÔNICA APLICADA
40

Exemplo: na associação que segue, determine o valor da capacitância equivalente dos três capacitores
associados em série.

10V

Mateus Felipe Goedert (2015)


15uF 15uF 15uF
Figura 26 - Exemplo de associação série de capacitores
Fonte: adaptado de Gussow (1985)

Solução: para solucionar este problema, é necessário observar que a fonte de 10V que alimenta este
circuito, possui entre seus terminais uma capacitância equivalente que se dará através do paralelo dos
capacitores conectados a ela.

A capacitância equivalente do circuito anterior é 5uF [micro farad].

FIQUE Os métodos utilizados para o cálculo da resistência equivalente paralela também são
ALERTA válidos para encontrar a capacitância equivalente em série.
2 COMPONENTES BÁSICOS
41

b) Associação paralela
Na associação paralela de capacitores, os componentes estão conectados paralelamente entre si, como
no circuito seguinte.

C1 C2 C3

Mateus Felipe Goedert (2015)


B
Figura 27 - Associação paralela de capacitores
Fonte: adaptado de Gussow (1985)

Para determinar a capacitância equivalente paralela, deve-se somar o valor de cada capacitor, conforme
descreve a equação.

O resultado final nesta configuração será um valor maior que qualquer componente que compõe o
conjunto.
Exemplo: determine o valor da capacitância equivalente do circuito a seguir.
Mateus Felipe Goedert (2015)

15uF 15uF 15uF


10V

Figura 28 - Exemplo de cálculo de capacitância em paralelo


Fonte: adaptado de Gussow (1985)
ELETRÔNICA APLICADA
42

Solução: para solucionar este problema, é necessário observar que a fonte de 10V que alimenta este
circuito possui, entre seus terminais, uma capacitância equivalente que se dará através da soma dos
capacitores conectados a ela.

A capacitância equivalente do circuito anterior é 45uF [micro farad].


c) Associação mista
Esta associação dispõe de capacitores associados em série e em paralelo. Observe na figura que segue.

C2

Mateus Felipe Goedert (2015)


A B

C1 C4

C3
Figura 29 - Associação mista de capacitores
Fonte: adaptado de Cruz (2014)

Nesta configuração mista, os capacitores devem ser associados em série e em paralelo de forma
separada.
Exemplo: determine a capacitância equivalente da associação mista a seguir.

15uF
Mateus Felipe Goedert (2015)

A B

60uF 60uF 30uF

15uF
Figura 30 - Exemplo de cálculo de associação mista de capacitores
Fonte: adaptado de Cruz (2014)
2 COMPONENTES BÁSICOS
43

Solução: primeiramente, deve-se evidenciar no circuito os capacitores que estão associados em série
e em paralelo. Em seguida, utilizando as equações vistas anteriormente para cada tipo de associação, é
necessária a realização dos devidos cálculo, conforme segue.

15uF

Mateus Felipe Goedert (2015)


60uF 60uF 30uF 30uF 30uF 30uF
30uF
15uF

30uF
Figura 31 - Continuação do exemplo de cálculo de associação mista de capacitores
Fonte: adaptado de Cruz (2014)

Por fim, calcula-se a capacitância equivalente dos três capacitores, devido às associações anteriores
já realizadas. Nesta última etapa, note que há três capacitores de 30uF em série. Utilizando a equação da
associação série de capacitores, obtém-se o capacitor equivalente de 10uF.
Mateus Felipe Goedert (2015)

10uF
Figura 32 - Continuação do exemplo de cálculo de associação mista de capacitores
Fonte: adaptado de Cruz (2014)

Enfim, a capacitância equivalente do circuito anterior é 10uF.


ELETRÔNICA APLICADA
44

2.2.4 TIPOS DE CAPACITORES

Uma vasta gama de capacitores está disponível, porém, cada um possui aplicação adequada dentro
de um projeto eletrônico. O capacitor mais básico é o de placas paralelas, mas, há outros modelos que
se diferenciam devido sua construção física, material do dielétrico, capacitância máxima, entre outras
características. Independentemente de sua forma construtiva ou tipo de dielétrico utilizado, seu princípio
funcional se mantém, conforme você estudou no tópico anterior. Pode-se dividir os capacitores em dois
grupos: fixos e variáveis.

CAPACITORES FIXOS
São dispositivos que não podem ter seu valor de capacitância alterado. Dentre os modelos encontrados,
pode-se citar.
a) Capacitor Cerâmico: são dispositivos adequados para uso em sinais de alta frequência. Em geral,
apresentam valores na faixa dos pF e nF. Na próxima figura, observe um capacitor cerâmico.

Maciej Ukaszewicz (2015)

Figura 33 - Capacitor cerâmico


Fonte: Thinkstock (2015)

b) Capacitor Poliéster: é um tipo de capacitor que possui uma boa estabilidade quanto à temperatura.
Apresenta valores na faixa de pF a poucos uF. Observe na figura a seguir, como é um capacitor
poliéster.
Ismail Cifci (2015)

Figura 34 - Capacitor poliéster


Fonte: Thinkstock (2015)
2 COMPONENTES BÁSICOS
45

c) Capacitor Eletrolítico: são componentes que apresentam um grande uso em projetos eletrônicos,
muito utilizado em circuito com filtro. É um capacitor polarizado, sendo assim, merece uma atenção
especial quando montado em um circuito eletrônico. Devido a sua polaridade, não pode ser inserido
de modo invertido. O terminal negativo deste tipo de capacitor é indicado em seu corpo, com a
marcação de um sinal negativo no lado do terminal, conforme apresentado na figura seguinte.
Os capacitores eletrolíticos possuem maiores capacitâncias, assim, apresentam valores na faixa dos uF.
Observe um exemplo na próxima figura.

Knotsmaster (2015)
Figura 35 - Capacitor eletrolítico
Fonte: Thinkstock (2015)

d) Capacitor Tântalo: igualmente ao capacitor eletrolítico, o de tântalo também é um dispositivo que


possui polaridade, merecendo uma atenção especial ao ser utilizado em um circuito eletrônico.
Apresenta uma vantagem em relação ao capacitor eletrolítico: o bom desempenho para sinais em
alta frequência. Contudo, possui valores de capacitância menores. Veja a figura de um capacitor
tântalo, na sequência.
Ludinko (2015)

Figura 36 - Capacitor tântalo


Fonte: Thinkstock (2015)

e) Capacitor SMD: os capacitores SMD (Surface Mounting Devices) são dispositivos utilizados para serem
soldados diretamente sobre a placa de circuito impresso. Em geral, a capacitância desses dispositivos
apresenta valores baixos. Devido ao pequeno tamanho, os capacitores SMDs são uma excelente
opção quando não se tem muito espaço para dispor os componentes no projeto.
ELETRÔNICA APLICADA
46

Observe o capacitor SMD na figura a seguir.

Mathisa (2015)
Figura 37 - Capacitor SMD
Fonte: Thinkstock (2015)

CAPACITORES VARIÁVEIS
São componentes que permitem modificar o valor de sua capacitância durante seu uso. Têm uma grande
aplicação em circuitos sintonizadores, os quais necessitam de ajuste no valor da capacitância durante o
funcionamento do mesmo.
Características técnicas
A escolha de um capacitor para uso em um projeto deve levar em consideração algumas características
do capacitor.
a) Capacitância: a capacitância do dispositivo é característica fundamental para seu uso em um projeto.
Lembre-se que esta determina quanto de energia que o dispositivo poderá armazenar. A capacitância
requerida no projeto, bem como, a aplicação a qual o capacitor será utilizado, determinará o tipo de
componente escolhido para uso.
b) Tolerância: todo dispositivo possui uma tolerância quanto ao valor de sua grandeza. No capacitor
não é diferente: o valor da capacitância do dispositivo poderá variar dependendo da tolerância
determinada no componente. A tolerância do dispositivo pode ser adquirida junto à carta de dados
fornecida pelo fabricante. Esta característica refere-se ao valor que o projetista pode encontrar no
componente em torno do seu valor nominal. Por exemplo, se um capacitor de 10uF possui uma
tolerância de +/- 20%, o valor deste dispositivo poderá estar entre 8uF à 12uF.
c) Tensão: no corpo do componente é impresso a máxima tensão possível de ser aplicada entre seus
terminais. Ao utilizar um capacitor em um projeto eletrônico, preste muita atenção ao valor máximo
de tensão possível de ser submetida aos terminais do dispositivo, pois do contrário, o componente
será danificado.
2 COMPONENTES BÁSICOS
47

Observe na figura seguinte, que no corpo do componente é impresso o valor de 50V, o qual refere-se ao
valor máximo suportado pelo componente.

Mce 128 (2015)


Figura 38 - Tensão do capacitor
Fonte: Thinkstock (2015)

d) Polaridade: alguns capacitores, em especial o eletrolítico, requerem atenção a um detalhe importante,


que é sua polaridade definida. Ao inserir este tipo de componente em um circuito, certifique-se
que ele não esteja inserido de forma invertida, pois esta condição poderá danificar o componente.
Na figura anterior, note que há um sinal negativo no corpo do dispositivo próximo a um de seus
terminais. Este sinal determina que este terminal é o negativo do componente.

SAIBA Para saber mais a respeito de capacitores, consulte o capítulo 25 do livro


MAIS Fundamentos de física, volume 3, de David Halliday.

2.2.5 REATÂNCIA CAPACITIVA

Como o capacitor em sua construção possui um dielétrico entre as placas, deste modo garante que
ao ser utilizado devidamente não permitirá que as cargas em uma placa movimentem-se para a outra
através do dielétrico. Assim, como o dielétrico é um isolante, ao alimentar o capacitor com uma tensão
contínua, não haverá circulação de corrente entre as placas através do dielétrico. Contudo, quando o
capacitor é submetido a uma alimentação de uma fonte de tensão alternada, o mesmo irá apresentar uma
oposição à passagem da corrente elétrica, similar à resistência elétrica. Neste caso, a variação da corrente
elétrica alternada em uma das placas provoca uma variação das cargas da outra placa do capacitor. Este
comportamento que surge no capacitor quando uma fonte de alimentado alternada é submetida a ele,
é denominado de reatância capacitava. Em outras palavras, a reatância capacitiva pode ser entendida
como a característica do capacitor em se opor a passagem da corrente elétrica quando uma corrente
elétrica alternada atravessa o componente.
ELETRÔNICA APLICADA
48

A reatância capacitiva pode ser determinada pela seguinte equação.

XC - Reatância capacitiva - ohms (Ω)


f - Frequência do sinal aplicado ao capacitor - Hertz(Hz)
C - Capacitância do capacitor - farad (F)
π - pi
A equação da reatância capacitiva demonstra que, se a frequência do sinal através do capacitor aumentar,
a reatância capacitiva diminui, contudo, se a frequência do sinal diminuir, ela irá aumentar. Nota-se então
que, se a frequência é muito baixa, a reatância capacitiva irá tornar-se muito alta.
O efeito causado pela reatância capacitiva produz uma defasagem angular entre tensão e corrente no
componente. Esta característica de defasagem é apresentada na figura seguinte.

Defasagem Angular
Defasagem Angular 90º

90º

t t Andressa Vieira (2015)

(a) (b)
Figura 39 - (a) Defasagem angular em relação à origem (b) Defasagem angular entre dois sinais
Fonte: adaptado de Gussow (1985)

O conceito de defasagem angular refere-se ao deslocamento de um sinal de sua


CURIOSI origem, ou também, o deslocamento de um sinal em relação a outro. A defasagem
DADES angular é determinada em graus.
2 COMPONENTES BÁSICOS
49

A figura seguinte apresenta a defasagem angular entre um sinal senoidal de tensão e outro de corrente,
exemplificando o conceito de defasagem angular.

90º Corrente
Tensão

Andressa Vieira (2015)


Figura 40 - Defasagem angular entre corrente e tensão no capacitor
Fonte: adaptado de Gussow (1985)

É importante notar que, quando o capacitor for submetido à alimentação de uma fonte de tensão
alternada, a defasagem angular entre tensão e corrente será de 90°. Segundo Halliday (2009), neste caso, a
corrente estará adiantada em 90°, em relação à tensão no capacitor.
Na sequência dos estudos, entenda a funcionalidade dos indutores.

2.3 INDUTOR

O estudo do capacitor apresentou uma forma de armazenamento de energia mediante o acúmulo de


cargas em suas placas. Será que este é o único princípio para garantir o armazenamento de energia para uso
posterior? Algumas estruturas permitem o armazenamento de energia através do campo magnético e este
fenômeno denomina-se indutância. Os sistemas que apresentam certa indutância possuem um princípio
funcional diferente ao capacitor, pois, no armazenamento de energia mediante o campo magnético não
há o acúmulo de cargas elétricas.
Neste caso, quando um dispositivo é constituído por algumas espiras, sendo essas submetidas à
passagem de uma corrente elétrica, um campo magnético é gerado em seu interior devido à variação
desta corrente, produzindo assim uma energia de natureza magnética. A unidade da indutância é dada em
henry (H), e representada pela letra L.
O componente eletrônico que tem a finalidade do armazenamento de energia mediante campo
magnético é conhecido como indutor.
ELETRÔNICA APLICADA
50

Observe o indutor, na figura a seguir.

Jirawat Jerdjamrat (2015)


Figura 41 - Indutor
Fonte: Thinkstock (2015)

A unidade do indutor também é dada em henry (H).


A simbologia do indutor pode ser observada a seguir.

Mateus Felipe Goedert (2015)

(a) (b)
Figura 42 - (a) Indutor (b) Indutor com núcleo ferromagnético
Fonte: adaptado de Gussow (1985)

2.3.1 APLICAÇÕES

O indutor pode ser encontrado em uma vasta gama de circuitos, desde aplicações em fonte chaveada,
como também, em circuitos de filtro de linha.
Basicamente, qualquer fio condutor enrolado em formato espiral, pode ser denominado de indutor.
Os indutores podem apresentar diferentes aspectos construtivos quanto ao seu núcleo. Esta característica
definirá quão melhor será o valor da indutância do componente, pois, núcleos fabricados com material
do tipo ferromagnético apresentam melhor variável para a indutância. Contudo, aqueles dispositivos que
possuem núcleos com pouca característica ferromagnética, possuem desempenhos piores do que os que
o possuem.
2 COMPONENTES BÁSICOS
51

Materiais ferromagnéticos são aqueles que apresentam melhor permeabilidade


magnética, sendo esta a característica que os materiais apresentam para o campo
CURIOSI magnético. Quando maior a permeabilidade magnética de um material, maior
DADES será a capacidade que este possui para permitir a passagem das linhas de campo
magnético.

O valor da indutância de um dispositivo pode ser determinado mediante a equação a seguir.

L - Indutância (henry)
vL - Tensão induzida entre os terminais do dispositivo (volt)
∆i - Variação da corrente (ampère)
∆t - Período da variação da corrente (segundos)
A equação anterior relaciona a tensão elétrica induzida no dispositivo, pela variação da intensidade da
corrente entre seus terminais.

2.3.2 ASSOCIAÇÃO DE INDUTORES

Quando um indutor com o valor desejado não está disponível para uso, é possível fazer uma associação
de indutores para encontrar o valor equivalente utilizável em um circuito.

a) Associação em série
Em uma associação série de indutores, os componentes estão interconectados, conforme figura a seguir.
Andressa Vieira (2015)

A B
L1 L2 L3
Figura 43 - Associação série de indutores
Fonte: adaptado de Gussow (1985)
ELETRÔNICA APLICADA
52

Nesta associação, a equivalência de indutores é determinada por:

O resultado final nesta configuração será um valor maior que qualquer componente que compõe o
conjunto.
Exemplo: na associação a seguir, de três indutores que estão associados em série, determine o valor da
indutância equivalente.

10V

Andressa Vieira (2015)


10uH 10uH 10uH
Figura 44 - Exemplo de associação série de indutores
Fonte: adaptado de Gussow (1985)

Solução: para solucionar este problema, é necessário observar que a fonte de 10V, que alimenta este
circuito, possui entre seus terminais uma indutância equivalente que se dará através da soma dos indutores
conectados a ela, assim:

A indutância equivalente do circuito anterior é 30uH [micro henry].


2 COMPONENTES BÁSICOS
53

b) Associação em paralelo
Em uma associação em paralelo de indutores os componentes estão interconectados, conforme figura
a seguir.

L1 L2 L3

Andressa Vieira (2015)


B
Figura 45 - Associação paralela de indutores
Fonte: adaptado de Gussow (1985)

Nesta associação, a equivalência de indutores é determinada por:

O resultado, ao final desta associação, será uma indutância com valor menor que qualquer indutor
individual na associação.
Exemplo: determine o valor da indutância equivalente no circuito a seguir.

10V
Andressa Vieira (2015)

10uH 10uH 10uH

Figura 46 - Exemplo de associação paralela de indutores


Fonte: adaptado de Gussow (1985)
ELETRÔNICA APLICADA
54

Solução: para resolver este problema, é necessário observar que a fonte de 10V, que alimenta este
circuito, possui entre seus terminais uma indutância equivalente que se dará através do paralelo dos
indutores conectados a ela, assim:

A indutância equivalente do circuito anterior é 3,33uH [micro henry].


c) Associação mista
Uma associação mista é determinada quando indutores são associados de modo paralelo e em série.
Observe na próxima figura.

L2

A B
Andressa Vieira (2015)

L3
L1

Figura 47 - Associação paralela de indutores


Fonte: adaptado de Gussow (1985)

Nesta configuração mista, os indutores devem ser associados em série e em paralelo, de forma separada.
Exemplo: determine a indutância equivalente da associação mista a seguir.

10uH
Andressa Vieira (2015)

A B
5uH 5uH

10uH
Figura 48 - Exemplo de associação mista de indutores
Fonte: adaptado de Gussow (1985)
2 COMPONENTES BÁSICOS
55

Solução: primeiramente, deve-se evidenciar no circuito os indutores que estão associados em série
e em paralelo. Em seguida, utilizando as equações vistas anteriormente para cada tipo de associação, é
necessária a realização dos devidos cálculo, conforme segue.

10uH
A B A B

Andressa Vieira (2015)


5uH 5uH 10uH 5uH

10uH 10uH

5uH
Figura 49 - Exemplo de associação mista de indutores
Fonte: adaptado de Gussow (1985)

Por fim, calcula-se a indutância equivalente dos dois indutores, devido às associações anteriores já
realizadas. Nesta última etapa, note que há dois indutores, um de 10uH e outro de 5uH em série. Utilizando
a equação da associação série de indutores, obtém-se o indutor equivalente de 15uH.

Andressa Vieira (2015)

A B
15uH
Figura 50 - Exemplo de associação mista de indutores
Fonte: adaptado de Gussow (1985)

Enfim, a indutância equivalente do circuito anterior é 15uH.

2.3.3 TIPOS DE INDUTORES

Diferentes indutores podem ser encontrados e cada qual possui aplicação adequada dentro de um
projeto eletrônico.
Pode-se dividir os indutores em dois grupos: fixos e variáveis.

INDUTORES FIXOS
Esses componentes não permitem que o valor de sua indutância possa ser alterado. Dentre os modelos
encontrados, pode-se citar:
ELETRÔNICA APLICADA
56

a) indutor núcleo de ar: esses componentes possuem núcleo formado pelo próprio ar, sem a presença
de qualquer material em seu interior. Por isso, esses componentes apresentam uma baixa indutância.
b) indutor núcleo ferromagnético: esses componentes possuem núcleo formado por material do
tipo ferromagnético. Esses materiais possibilitam a concentração das linhas de campo magnético
internas ao indutor, proporcionando, neste caso, aumento da indutância do componente. Veja o
exemplo deste indutor na próxima figura.

AlexandrGryzlov (2015)

Figura 51 - Indutor com núcleo ferromagnético


Fonte: Thinkstock (2015)

c) indutor toroidal: esses componentes possuem núcleo formado por um material do tipo
ferromagnético, conforme figura a seguir. Neste tipo de indutor o campo magnético fica confinado
internamente, possibilitando um aumento no valor da indutância. Observe a figura de um indutor
toroidal.
Tuned_In (2015)

Figura 52 - Indutor toroidal


Fonte: Thinkstock (2015)

INDUTORES VARIÁVEIS
Esses componentes permitem que o valor de sua indutância possa ser alterado. Nos indutores variáveis,
o material no núcleo que compõe o componente é de tal modo que possa ser movimentado para fora ou
interior do núcleo, permitindo deste modo que sua indutância possa ser modificada.
2 COMPONENTES BÁSICOS
57

2.3.4 REATÂNCIA INDUTIVA

O indutor é formado por espiras que, ao serem atravessadas por uma corrente elétrica alternada,
possibilitam o armazenamento de energia entre seus terminais mediante o campo magnético. Quando
este componente é alimentado por uma tensão contínua, a resistência oferecida pelo dispositivo é apenas
a do condutor que compõe o mesmo. Contudo, quando uma tensão alternada é submetida ao indutor,
além da pequena resistência do próprio condutor formador do componente, irá surgir uma oposição à
corrente elétrica, similar à resistência elétrica. Esta oposição que o indutor apresenta quando é submetido
a uma corrente elétrica alternada é conhecida como reatância indutiva. Deste modo, a reatância indutiva
refere-se à capacidade que o indutor apresenta para se opor à passagem da corrente elétrica alternada. A
reatância indutiva pode ser determinada mediante a equação seguinte.

XL- Reatância indutiva - ohms (Ω)


f - Frequência do sinal aplicado ao indutor - Hertz(Hz)
L - Indutância do indutor - henry (H)
π - pi
Nesta equação nota-se que, se aumentar a frequência do sinal, haverá um aumento na reatância
indutiva, bem como, se for reduzida a frequência do sinal, a reatância indutiva também irá diminuir.
O efeito causado pela reatância indutiva produz uma defasagem angular entre tensão e corrente no
componente. Essa característica da defasagem é apresentada na figura seguinte.

90º Corrente
Tensão

t
Andressa Vieira (2015)

Figura 53 - Defasagem angular entre corrente e tensão no indutor


Fonte: adaptado de Gussow (1985)

É importante notar que, quando o indutor for submetido à alimentação de uma fonte de tensão
alternada, a defasagem angular entre tensão e corrente será de 90°. Segundo Halliday (2009), neste caso, a
corrente estará atrasada em 90°em relação a tensão no indutor.
ELETRÔNICA APLICADA
58

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você estudou os componentes eletrônicos básicos, sendo eles o resistor, o capacitor
e o indutor. O resistor é um componente que tem como principal finalidade a oposição à passagem
da corrente elétrica, sendo largamente utilizado em circuitos eletrônicos.
O capacitor é aquele dispositivo que permite o armazenamento de energia, mediante o acúmulo
de cargas elétricas e possui aplicação em inúmeros circuitos eletrônicos.
Já o indutor, permite o armazenamento de energia através do campo magnético.
Quando, em uma aplicação, se desejar utilizar um desses componentes, onde o valor desejado não
esteja disponível, pode-se fazer uso da técnica da associação.
Os conceitos abordados neste capítulo ajudarão você no seu dia a dia, a resolver muitas situações
de manutenção onde a causa está relacionada à equipamentos com este perfil, tendo em vista que
a evolução das máquinas perpassa o uso de muitos componentes eletrônicos. Portanto, a busca
desse conhecimento é imprescindível e deve ocorrer de forma permanente.
Componentes Semicondutores

O que levou a eletrônica a se desenvolver de modo a permitir uma grande evolução


dos equipamentos eletroeletrônicos? Tal avanço foi possível devido ao surgimento dos
semicondutores. Após o seu aparecimento, os dispositivos foram sendo reduzidos de tamanho,
mas tendo a capacidade de processamento aumentada. Houve também o surgimento de
novas aplicações destes, dentro da sociedade.
Neste capítulo, você estudará os conceitos inerentes aos semicondutores, o componente
diodo semicondutor, o transistor bipolar de junção, as aplicações dos diodos e outros
componentes especiais. Com as informações sobre estes dispositivos, será possível compreender
o funcionamento de alguns circuitos que existem em boa parte dos projetos eletrônicos e que
são de suma importância para o estudo da eletrônica.
Após finalizar o estudo deste capítulo, você será capaz de:
a) identificar um diodo, transistor e alguns componentes especiais;
b) compreender o funcionamento desses componentes;
c) identificar as aplicações a que esses componentes estão inseridos;
d) interpretar diagramas elétricos com esses componentes.
A partir de agora, você terá a oportunidade de conhecer diversos temas sobre este assunto,
que farão a diferença em suas práticas profissionais.
Bons estudos!
ELETRÔNICA APLICADA
62

3.1 SEMICONDUTORES

Na eletricidade, basicamente dois tipos de materiais são utilizados, os condutores e os isolantes. Os


condutores são aqueles materiais que possuem um grande número de elétrons livres, permitindo deste
modo, certa facilidade para a condução dos elétrons à corrente elétrica. Já os isolantes são aqueles materiais
que não possuem elétrons livres, não possibilitando, deste modo, a condução da corrente elétrica.
Mas, será que apenas esses materiais são utilizados para as aplicações com a eletricidade?
Na eletrônica, é possível fazer uso dos materiais semicondutores, os quais apresentam característica
intermediária entre os condutores e os isolantes. Graças ao surgimento dos semicondutores, um grande
avanço na eletrônica foi possível, pois, depois de sua chegada, houve um melhor controle das grandezas
elétricas em um circuito, garantindo que novas aplicações e facilidades surgissem.
Por meio dos semicondutores, novos dispositivos eletrônicos foram desenvolvidos, sendo somados a
novos componentes que permitem melhor desempenho dos sistemas, até então concebidos. Dentre esses
dispositivos que surgiram, é possível citar o diodo, o transistor, como também, os circuitos integrados, que
possuem uma vasta gama de dispositivos eletrônicos em seu interior.

3.1.1 ESTRUTURA DO SEMICONDUTOR

Para melhor compreender o princípio funcional desses componentes semicondutores, é necessário


entender como sua estrutura atômica é composta. Os materiais semicondutores se diferenciam dos
condutores e isolantes, em função da distribuição dos elétrons em sua órbita.
Os materiais condutores possuem em sua órbita de valência um único elétron, o qual ao receber uma
quantidade de energia acaba por tornar-se livre, permitindo neste caso o surgimento da corrente elétrica.
O cobre é um exemplo de material condutor que possui em sua órbita de valência um elétron.
Segundo Cruz (2007), os semicondutores são materiais que possuem quatro elétrons em sua órbita de
valência, o que os possibilitou serem utilizados para a concepção de alguns componentes eletrônicos. O
germânio e o silício são exemplos de materiais do tipo semicondutor.
O germânio possui uma estrutura com 32 prótons e 32 elétrons, contudo, 4 elétrons no germânio
encontram-se na camada de valência.
Já o silício, é um átomo que possui em sua estrutura 14 prótons e 14 elétrons, porém, 4 elétrons
encontram-se na camada de valência. Entre o germânio e o silício, este último é o que apresenta maior
uso para formação dos dispositivos eletrônicos semicondutores atualmente. O silício se tornará base das
próximas análises.
Uma estrutura que contenha apenas átomos de silício em sua formação é denominada de semicondutor
intrínseco. Estes são os que dispõem, em sua composição, apenas de átomos de silício, formando assim,
uma estrutura conhecida como cristal de silício.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
63

Contudo, com o objetivo de melhorar o desempenho do semicondutor intrínseco, uma alteração em


sua composição foi realizada. Esta alteração consiste em adicionar impurezas ao material intrínseco e
denomina-se dopagem do material. Quando o processo de dopagem é realizado, o material passa a ser
conhecido como semicondutor extrínseco.
O procedimento pode ser feito, basicamente, de dois modos: o primeiro é dopar o material com átomos
que possuem cinco elétrons de valência, ou como também são conhecidos, os átomos pentavalentes. O
segundo, dopar o material com átomos que possuem três elétrons de valência, ou seja, átomos trivalentes.
Com esse processo de dopagem, duas condições são possíveis: obter semicondutores que possuam
excesso de elétrons livres, os quais chama-se de semicondutores do tipo n ou obter semicondutores que
possuam excesso de lacunas, os quais chama-se de semicondutores do tipo p.
Os semicondutores do tipo “n” são caracterizados por serem dopados com átomos pentavalentes,
apresentando assim, excesso de elétrons livres. Os semicondutores do tipo p são caracterizados por serem
dopados com átomos trivalentes, apresentando assim, excesso de lacunas.
O processo de dopagem de um semicondutor tem o objetivo de formar uma estrutura conhecida como
junção PN, a qual será estudada a seguir.

3.1.2 JUNÇÃO PN

Segundo Malvino (1997), uma dopagem pode produzir um semicondutor tipo n ou tipo p, porém,
quando esta ocorre de modo que, no material haja uma metade dopada como tipo n e outra como tipo
p, surge entre a interface das duas dopagens uma junção, denominada de junção pn, conforme a figura a
seguir.

+ + + - - -
- - - + + +
+ + + - - -
- - - + + +
Andressa Vieira (2015)

Junção pn
Diodo de Junção
Figura 54 - Junção pn
Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Com a junção pn formada, tem-se então o que é chamado de diodo de junção.


ELETRÔNICA APLICADA
64

Na estrutura do diodo de junção, há um cruzamento de elétrons através de junção pn, formando pares
de íons, surgindo, deste modo, o que se denomina então de camada de depleção, conforme a figura que
segue.

+ + - -
- - - + + +
+ + - -
- - - + + +

Andressa Vieira (2015)


Camada de Depleção
Figura 55 - Camada de Depleção
Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Na camada de depleção, nota-se que há um campo elétrico criado pelo íon positivo e o íon negativo.
Este campo elétrico vai aumentando até o momento que haverá um equilíbrio na camada. Quando
estabelecido o campo elétrico, novos elétrons são impedidos a cruzar esta barreira, a qual se denomina
barreira de potencial. Em geral, a barreira de potencial, no silício, apresenta um valor de 0,7V, enquanto que
no germânio, ela possui um valor de 0,3V.
O diodo de junção, quando devidamente polarizado, apresenta algumas características interessantes
para a eletrônica, as quais serão apresentadas a seguir.

3.2 DIODO SEMICONDUTOR

Após a dopagem de um semicondutor e o processo apresentado anteriormente, obtem-se então, o


componente eletrônico diodo de junção, o qual tem importante aplicação na eletrônica.
O diodo é um componente eletrônico do tipo semicondutor capaz de conduzir um sinal elétrico apenas
em um único sentido, não permitindo condução no sentido contrário. Essa característica permite que ele
seja utilizado na eletrônica, similar a uma chave, ou seja, quando permite o sinal elétrico conduzir em um
sentido se parece como uma chave fechada e quando bloqueia o sinal no sentido contrário se parece como
uma chave aberta.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
65

A estrutura do diodo semicondutor pode ser vista na figura seguinte.

Andressa Vieira (2015)


A P N K

Figura 56 - Estrutura PN do diodo semicondutor


Fonte: adaptado de Malvino (1997)

E a simbologia do diodo semicondutor é apresentada a seguir.

Andressa Vieira (2015)


A K

Figura 57 - Simbologia do diodo semicondutor


Fonte: adaptado de Cruz (2007)

Nesta simbologia, o terminal positivo do diodo é descrito com a letra A, e denominado de ânodo,
enquanto o terminal negativo descrito com a letra K é denominado de cátodo. No componente físico, há
um anel em uma das extremidades do corpo do diodo, afirmando que esta extremidade indica o cátodo
do componente, conforme apresentado na figura a seguir.
Mehampson (2015)

Figura 58 - Polaridade do diodo


Fonte: Thinkstock (2015)
ELETRÔNICA APLICADA
66

A condução de sinal que o diodo permite é apenas na direção do ânodo para o cátodo, ou seja, na
direção da seta que compõe sua simbologia. O diodo não permite que um sinal elétrico circule no sentido
contrário. Contudo, para que o diodo possa permitir a circulação de corrente entre o ânodo e cátodo, é
necessário que uma diferença de potencial mínima seja devidamente aplicada entre seus terminais. Essa
diferença é o valor da barreira de potencial do componente.

3.2.1 FUNCIONAMENTO

Para que o diodo possa operar corretamente, ele precisa ser polarizado adequadamente.

POLARIZAÇÃO DIRETA
Segundo Cruz (2007), quando o terminal positivo da fonte de tensão é conectado no terminal positivo
do diodo e o terminal negativo da fonte, no terminal, também negativo do componente, sabe-se que,
neste caso, o diodo está diretamente polarizado, conforme figura que segue.

Diodo

+
Fonte Carga
Andressa Vieira (2015)

-
Figura 59 - Diodo diretamente polarizado
Fonte: adaptado de Cruz (2007)

Considerando um diodo de silício, na polarização direta, quando a diferença de potencial for superior a
0,7V, o diodo começa a conduzir um sinal entre seus terminais. Neste caso, se o diodo fosse de germânio, a
diferença de potencial para que ele pudesse conduzir um sinal deveria ser maior que 0,3V.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
67

No circuito apresentado na figura anterior, foi incluído um resistor. Este tem um papel importante que
é limitar a corrente que circula através do circuito. Sem ele não haveria uma resistência capaz de limitar a
corrente, o que provocaria o fenômeno do curto-circuito nesta ligação.

POLARIZAÇÃO REVERSA
Segundo Cruz (2007), quando o terminal positivo da fonte de tensão é conectado no terminal negativo
do diodo e, o terminal negativo da fonte, no terminal positivo do componente, afirma-se que o diodo está
reversamente polarizado. Observe na figura a seguir.

Diodo

+
Fonte Carga

Andressa Vieira (2015)


-
Figura 60 - Diodo reversamente polarizado
Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Na polarização reversa, o diodo não permite que um sinal elétrico circule entre seus terminais. Se a
tensão reversa for aumentada no diodo, ele poderá ser danificado, principalmente se o valor submetido for
maior que o limite especificado pelo fabricante do componente.

REGIÕES DE OPERAÇÃO
Os modos de polarização de um diodo mostram como ele está operando em um circuito, ou seja, se está
conduzindo um sinal ou bloqueando. Assim, podem-se representar essas condições através das regiões de
operação de um diodo, conforme apresentado no gráfico a seguir.
ELETRÔNICA APLICADA
68

Id

Vz Vd
Região de Vd

Polarização Reversa

Polarização Direta
Ruptura

Região de
Região de

Andressa Vieira (2015)


Figura 61 - Regiões de operação de um diodo
Fonte: adaptado de Malvino (1997)

No gráfico apresentado, nota-se que há três regiões de operação possível, sendo elas, a região de
polarização direta, que é onde o diodo opera conduzindo um sinal elétrico, a região de polarização reversa,
onde o diodo não permite a condução de um sinal e a região de ruptura.
A região de ruptura é quando um diodo está reversamente polarizado e, esta tensão reversa, quando
ultrapassa um valor limite definido pelo componente, irá danificá-lo. Esta situação deve ser evitada, a fim
de evitar a destruição do componente.

CIRCULAÇÃO DE CORRENTE
Conforme Malvino (1997), quando um diodo é utilizado em um circuito, é necessário que a corrente
máxima que o atravessa seja respeitada, do contrário, o componente será danificado devido ao excesso de
corrente que está passando pelo dispositivo.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
69

Deste modo, faz-se necessário controlar a corrente elétrica no componente. Para tal, pode-se utilizar um
resistor como o dispositivo limitante da corrente. Tome como base o circuito a seguir.

Diodo Silício

Fonte Resistor

Andressa Vieira (2015)


Figura 62 - Resistor no circuito
Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Para definir a corrente que circula neste circuito, nota-se que o diodo está em série com o resistor e,
neste caso, a corrente é a mesma nos dois dispositivos. Assim, pode-se encontrar o valor da corrente sobre
o resistor para determinar o valor desta no diodo, aplicando-se a lei de ohm no resistor, então:

Assim,

I - Corrente no circuito - (Ampère)


VF - Tensão da fonte - (Volt)
VD - Queda de tensão sobre o diodo - (Volt)
R - Valor da resistência – (Ohm)
Exemplo: qual o valor da corrente que atravessa o diodo do circuito a seguir?
ELETRÔNICA APLICADA
70

0,7V

Diodo Silício

10V 200Ω

Andressa Vieira (2015)


Figura 63 - Exemplo de cálculo de corrente no diodo
Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Solução: para encontrar o valor da corrente que atravessa o diodo, pode-se determinar a corrente no
resistor, pois, como os dois dispositivos estão em série, a corrente é a mesma para ambos. Assim:

Enfim, como neste circuito a corrente no resistor e no diodo é igual, o valor desta grandeza no diodo
é 0,0465A [ampère]. Neste caso, deve-se verificar se este valor é superior à corrente máxima que o diodo
suporta, se for, o componente será destruído quando submetido ao circuito.

A corrente máxima suportada por um diodo pode ser encontrada consultando a


FIQUE folha de dados do componente, sendo que esta folha de dados é fornecida pelo
ALERTA fabricante do dispositivo.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
71

3.2.2 TIPOS

Diferentes diodos podem ser encontrados para diferentes aplicações, contudo, alguns são mais usuais.
O diodo estudado até o momento, basicamente é utilizado em aplicações em que se quer controlar a
direção de condução do sinal em um circuito. Quando há a necessidade de identificar o estado ou algumas
características funcionais em um circuito, uma indicação visual é uma alternativa muito interessante e,
para atender a esta condição, pode-se fazer uso do diodo emissor de luz, também conhecido como LED.
Ou, quando o objetivo do circuito projetado é garantir que um nível de tensão elétrica não ultrapasse um
valor limite, mesmo a fonte apresentando uma variação em sua intensidade, uma alternativa é projetar
um circuito com o auxílio do diodo zener, outro tipo de diodo, também muito difundido em projetos
eletrônicos.

DIODO EMISSOR DE LUZ


O diodo emissor de luz, ou led, é um tipo de diodo semicondutor que tem a capacidade de emitir luz
visível, ou também, luz do tipo infravermelho. Esta última não é visível ao olho humano. Seu objetivo é
produzir um sinal luminoso através do corpo, quando uma corrente elétrica o atravessa. A luz produzida
pelo componente é possível de ser visualizada, devido ao material do qual é confeccionado. A figura, a
seguir, representa um Led.
Witold Krasowski (2015)

Figura 64 - Diodo emissor de luz (LED)


Fonte: Thinkstock (2015)

Os leds podem ser encontrados em diferentes cores, deste modo, atendendo necessidades de diferen-
tes aplicações.
ELETRÔNICA APLICADA
72

A simbologia de um led é apresentada a seguir.

Andressa Vieira (2015)


A K
Figura 65 - Simbologia do Led
Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Para que um led funcione corretamente, ele deve ser diretamente polarizado, igualmente a um diodo
semicondutor comum. Contudo, a diferença do led para um diodo comum é que a tensão necessária entre
o terminal de ânodo e cátodo do led é maior que em um diodo comum e varia dependendo da cor do led.
Deste modo, leds com cores diferentes necessitam de tensões diferentes entre seus terminais, para operar.
No corpo do led, há um chanfro que determina o terminal negativo do componente, ou seja, o cátodo,
conforme apresentado a seguir.
Feng Yu (2015)

Figura 66 - Polaridade do led


Fonte: Thinkstock (2015)

Na figura anterior, nota-se que no lado esquerdo, há um pequeno chanfro na base do corpo do
componente, indicando que o terminal deste lado é o negativo do dispositivo. O diodo emissor de luz,
igualmente a um diodo comum, ao ser reversamente polarizado não irá conduzir sinal elétrico, ou seja,
também não irá acender.
Uma característica importante no led é a corrente máxima que pode atravessar o dispositivo. Esta
informação depende do modelo de led utilizado e pode ser obtida na folha de dados do componente, ou
data sheet, em inglês.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
73

DIODO ZENER
O diodo zener é um dispositivo semicondutor que apresenta um princípio funcional similar ao diodo
comum. Sua simbologia pode ser visualizada a seguir.

Andressa Vieira (2015)


A K

Figura 67 - Simbologia do diodo zener


Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Este componente possui dois terminais, também denominados de ânodo e cátodo.


Para compreender seu funcionamento, analise a curva presente no gráfico a seguir.

Região de operação do
Diodo Zener Id

Vz Vd
Vd
Andressa Vieira (2015)
Região de
Ruptura

Figura 68 - Região de operação do diodo zener


Fonte: adaptado de Malvino (1997)

O diodo zener é um componente semicondutor que foi concebido para operar dentro dos limites da
região de ruptura. Assim, o zener pode operar de dois modos:
a) diretamente polarizado: quando esta condição ocorre, o diodo zener funciona como um diodo
comum, ou seja, para que ele possa conduzir um sinal é necessário aplicar uma diferença de potencial
ELETRÔNICA APLICADA
74

para vencer sua barreira de potencial;


b) reversamente polarizado: quando nesta condição, o zener não irá permitir que uma corrente circule
entre seus terminais até que o valor da tensão reversa aplicada sobre o componente seja igual ao
valor da tensão zener, a qual fará com que o componente passe a conduzir corrente entre seus
terminais, mesmo estando reversamente polarizado.
Com esta característica do zener em conduzir quando a tensão de ruptura é atingida, a tensão entre os
terminais do componente tende a se manter constante, ou seja, o valor da tensão zener, apresenta apenas
uma variação muito pequena quando a corrente através do componente aumenta. Deste modo, uma das
aplicações do zener é utilizá-lo em circuito que há a necessidade de manter sobre uma determinada carga,
uma tensão constante. Posteriormente, será apresentada uma aplicação que ilustra o uso do diodo zener
nesta condição.
Diferentes valores para a tensão zener podem ser encontrados para diferentes componentes, o que
permite utilizá-lo em diferentes aplicações.

3.2.3 APLICAÇÕES

Os circuitos eletrônicos requerem que uma alimentação contínua seja fornecida a eles para que possam
funcionar corretamente. Deste modo, uma das aplicações para os diodos e na concepção dos circuitos
retificadores, tem como finalidade, prover um sinal de tensão sempre positivo para uma carga conectada a
eles. Exemplos desses retificadores são: retificador de meia onda, retificador de onda completa e regulador
de tensão.

RETIFICADOR DE MEIA ONDA


O objetivo do retificador de meia onda é transferir para a carga apenas o semiciclo positivo do sinal da
fonte de tensão alternada.
Para compreender seu funcionamento, analise o circuito apresentado a seguir.

Diodo

V ~ Carga
Andressa Vieira (2015)

Figura 69 - Circuito retificador de meia onda


Fonte: adaptado de Malvino (1997)
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
75

No circuito já apresentado, a fonte de tensão é do tipo alternada. Portanto, durante um período


de tempo o sinal é positivo e em outro período, ele é negativo. Como o diodo conduz apenas quando
está diretamente polarizado, no período em que o sinal da fonte de tensão possui seu valor positivo, o
componente conduz, permitindo transferir este sinal da fonte para a carga. A carga, neste exemplo, é
apenas um resistor. Contudo, quando o período do sinal da fonte possui seu valor negativo, o diodo fica
reversamente polarizado, não permitindo que um sinal atravesse seus terminais e, nesta condição, nenhum
sinal da fonte é transferido para a carga.
Note que, no retificador de meia onda, o sinal que será observado sobre a carga irá possuir apenas
metade do ciclo gerado pela fonte de tensão. Esta condição ocorre, pois o diodo acaba por bloquear o
semíciclo negativo da fonte.
Para melhor visualização, são apresentados a seguir os sinais antes do diodo e depois do diodo, no
circuito em questão.

V VF V

+V F Carga
(VF - VD )

t
t

-V F
Diodo Andressa Vieira (2015)

VF ~ Carga

Figura 70 - Sinais antes e depois em um retificador de meia onda


Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Observando a figura anterior, nota-se que o sinal do semiciclo positivo, transferido para a carga,
apresenta uma diminuição em sua amplitude. Esta redução da tensão sobre o resistor, quando comparado
ao sinal de entrada da fonte de tensão, se dá, devido à queda de tensão ocasionada pelo diodo, ou seja, a
tensão necessária para vencer a barreira de potencial do componente e fazer com que ele possa entrar em
condução. O processo apresentado no circuito anterior é chamado de retificador de meia onda.
ELETRÔNICA APLICADA
76

CASOS E RELATOS

Testando um diodo
Lucas, um técnico recém-contratado em uma pequena empresa que presta serviço de tv por
assinatura, em sua primeira semana de trabalho foi designado para atender a um cliente, que
relatou ter seu sinal de tv indisponível.
Ao verificar a situação, Lucas notou que o aparelho que fornecia o sinal ao cliente é que estava
danificado, impossibilitando a recepção do sinal. Então, trocou o aparelho do cliente e levou o
defeituoso para análise na empresa. Ao abrir o equipamento verificou que o sinal de tv estava
disponível em uma parte do circuito, porém, não era disponibilizado na saída do aparelho.
Como não conseguia entender o motivo do problema, solicitou ajuda de um técnico mais
experiente, o Sr. Tadeu, que ao analisar o problema pediu para que Lucas fizesse um teste em uma
conexão do circuito. Na ocasião, notou que o sinal chegava no ânodo de um diodo semicondutor,
porém, não era transferido ao cátodo deste mesmo diodo. O Sr. Tadeu, com sua experiência,
solicitou que retirasse o diodo da placa e o testasse.
Com o auxílio de um multímetro, Lucas evidenciou que o diodo estava danificado, impossibilitando,
neste caso, que o sinal pudesse ser conduzido.
O Sr. Tadeu pediu que colocasse um novo diodo no local. Após a troca, observou-se que o
equipamento voltou a funcionar normalmente.
Após a solução do problema, Lucas comentou que não imaginava que o problema pudesse ser
esse e que ficaria mais atento dali por diante.

RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA


O objetivo de um retificador de onda completa é transferir para a carga os dois semiciclos da fonte de
tensão, contudo, neste caso, o semiciclo negativo da fonte é transferido para a carga como positivo.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
77

Para compreender seu funcionamento, analise o circuito a seguir.

Diodo

Carga

AC ~ =V
F

Andressa Vieira (2015)


Diodo
Transformador
Figura 71 - Circuito com retificador de onda completa
Fonte: adaptado de Cruz (2007)

Nesta topologia, utiliza-se um transformador para a aplicação. Nesta condição a topologia é conhecida
como retificador de onda completa com tomada central.
No circuito anterior, a fonte de tensão também é do tipo alternada. Nesta topologia, note que há dois
diodos, um em cada extremidade do transformador. Como o diodo conduz apenas quando está diretamente
polarizado, no período em que o sinal da fonte é aplicado aos diodos, um deles está diretamente polarizado,
enquanto o outro está reversamente polarizado.
Deste modo, o diodo que está diretamente polarizado estará conduzindo, enquanto que o diodo que
está reversamente polarizado estará bloqueando. Assim, o semiciclo positivo da fonte será tranferido à
carga.
Quando a fonte inverter seus sinais, o diodo que estava conduzindo passará a bloquear o sinal, enquanto
que o diodo que estava bloqueado passará a conduzir. Nesta condição, note que, novamente, o semiciclo
positivo foi tranferido à carga pelo outro diodo.
O sinal sobre a carga apresenta, neste caso, apenas semiciclos positivos. Esta condição é possível, pois
cada diodo conduz em apenas um momento e ainda a carga, neste caso resistor, está conectada a um
ponto central do transformador, permitindo que o sinal conduzido por cada diodo possa retornar à fonte
pela tomada central do transformador.
ELETRÔNICA APLICADA
78

Para melhor visualização, são apresentados a seguir os sinais antes dos diodos e depois dos mesmos, no
circuito em questão.

V VF
V
+V F
Carga
(VF- V D )

-V F
Diodo

Carga

AC ~

Andressa Vieira (2015)


=V
F

Diodo
Transformador

Figura 72 - Sinais antes e depois em um retificador de onda completa


Fonte: adaptado de Cruz (2007)

Observando a figura anterior, nota-se que o sinal dos semiciclos transferidos para a carga apresentam
uma diminuição em sua amplitude. Esta redução da tensão sobre o resistor, quando comparado ao sinal
de entrada da fonte de tensão, se dá, devido à queda de tensão ocasionada pelo diodo, ou seja, a tensão
necessária para vencer a barreira de potencial do componente e fazer com que ele possa entrar em
condução. Observe a comparação, na figura que segue.

V
VF
Carga
VD

t
Andressa Vieira (2015)

Figura 73 - Comparação entre o sinal da fonte e o sinal sobre a carga


Fonte: adaptado de Cruz (2007)
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
79

O processo apresentado no circuito anterior é chamado de retificador de onda completa.

RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE


O retificador de onda completa em ponte possui o mesmo objetivo do retificador de onda completa
apresentado no tópico anterior, ou seja, prover a retificação de um sinal. Porém, na onda completa em
ponte utilizam-se quatro diodos para compor o retificador. A seguir é apresentado o retificador de onda
completa em ponte.

Diodo Diodo

AC ~ =V
F

Andressa Vieira (2015)


Carga
Diodo Diodo
Transformador

Figura 74 - Retificador de onda completa em ponte


Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Nesta topologia, o transformador utilizado na aplicação não necessita da tomada central, pois o modelo
de ponte de diodos utilizado para prover o retificador não requer essa tomada para operar corretamente.
Deste modo, denomina-se esta topologia como retificador de onda completa em ponte, devido à disposição
dos diodos que formam o retificador.
No circuito anterior, a fonte de tensão também é do tipo alternada. Neste tipo de retificador, note que há
quatro diodos formando o conjunto, sendo que a retificação ocorre sempre com dois diodos conduzindo
em um momento, enquanto os outros dois estão bloqueados. Em outro momento, os dois que estavam
conduzindo passam a ficar bloqueados, enquanto os outros dois, conduzindo. Para compreender o
funcionamento desta topologia, observe o comportamento do sinal na figura seguinte.
ELETRÔNICA APLICADA
80

Nesta figura, as setas em azul representam o sentido que o sinal está percorrendo e o número em
vermelho, os pontos de junção entre os diodos.

+ 1
t 1

v
D4 D1 Carga
3 2
AC ~ = V
F D2
D3
3 Resistor
4 t
Transformador
v

Antonio Mees (2015)


4
_ t 5

Figura 75 - Sinal sobre a carga no retificador em ponte


Fonte: adaptado de Cruz (2007)

Inicialmente, note que o semiciclo positivo entra no ponto de junção 1, entre o diodo D1 e D4. Nesta
condição, o diodo D4 está reversamente polarizado e o D1 está diretamente polarizado, fazendo com
que apenas D1 conduza o sinal. Na junção 2, note que o diodo D2 está também reversamente polarizado,
fazendo que o sinal tenha como caminho apenas atravessar o resistor (carga).
Ao atravessar o resistor, há o ponto de junção 3, onde o D4, aparentemente, está diretamente polarizado.
Contudo, o sinal no ânodo do diodo D4 possui um nível de tensão inferior ao cátodo deste diodo, pois,
analisando o caminho percorrido pelo sinal, quando o mesmo atravessa D1 uma queda de tensão ocorre
neste diodo, fazendo com que a intensidade deste ao alcançar o ânodo de D4 (junção 3) apresente uma
amplitude menor. Desse modo, nessa junção, o caminho possível para o sinal seguir é através do diodo D3,
pois este está diretamente polarizado. No ponto 4, o sinal retorna em direção ao transformador (fonte de
tensão) e assim, o sinal que se observa sobre o resistor, nesta condição, é o semiciclo positivo do sinal da
fonte de tensão.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
81

Quando o sinal da fonte inverte sua polaridade, os sinais de entrada acabam por se inverter, conforme
destacado na figura seguinte.

_ t
5
1

4
v
D4 D1 Carga
3 2
AC ~ = V
F D2
D3
3 Resistor t
Transformador

Antonio Mees (2015)


v 2
4
1
+
t
Figura 76 - Sinal sobre a carga no retificador em ponte
Fonte: adaptado de Cruz (2007)

Quando a fonte inverte sua polaridade, o semiciclo positivo entra agora no ponto de junção 4, fazendo
com que D3 fique reversamente polarizado e D2 diretamente polarizado, assim, o diodo D2 está conduzindo
e D3 bloqueado. No ponto de junção 2, novamente o único caminho para o sinal é o resistor (carga), pois,
note que, D1 está reversamente polarizado, impedindo que o sinal tenha condições de seguir um caminho
através do diodo D1.
Após passar pelo resistor, o sinal alcança a junção 3 e, nessa ocasião, novamente, o único caminho é
seguir por D4, que está diretamente polarizado, pois D3 encontra-se reversamente polarizado, devido à
queda de tensão que houve no sinal ao atravessar o diodo D2, fazendo que o sinal no ânodo de D3 fique
com uma intensidade inferior ao ponto de junção 4. Ao atingir a junção 1, o caminho para o sinal é retornar
novamente ao transformador (fonte de tensão). Ao completar este ciclo, o sinal que se observa sobre a
carga é novamente o semiciclo positivo da fonte, conforme apresentado na figura anterior.
Em todo o processo apresentado anteriormente, apenas dois diodos conduzem simultaneamente,
fazendo com que apenas semiciclos positivos sejam transferidos para a carga.
ELETRÔNICA APLICADA
82

Para uma melhor visualização, são apresentados a seguir, os sinais antes dos diodos e depois dos
mesmos, no circuito em questão.

V VF
V
+V F
Carga
(VF - VD )

-VF

Diodo Diodo

AC ~ =V
F

Andressa Vieira (2015)


Carga
Diodo Diodo
Transformador

Figura 77 - Sinais antes e depois em um retificador de onda completa


Fonte: adaptado de Cruz (2007)

Observando a figura, nota-se que o sinal dos semiciclos transferidos para a carga apresentam uma
diminuição em sua amplitude. Esta redução da tensão sobre o resistor, quando comparado ao sinal de
entrada da fonte de tensão, se dá, devido à queda de tensão ocasionada pelo diodo, ou seja, a tensão
necessária para vencer a barreira de potencial do componente e fazer com que ele possa entrar em
condução.
Contudo, diferente do retificador de onda completa do tópico anterior, onde a tensão na carga possui
uma diminuição de 0,7V (silício) devido à queda em um único diodo, no retificador em ponte a queda é
1,4V (silício), pois há dois diodos no caminho percorrido em cada semiciclo da fonte.
O processo apresentado no circuito anterior é chamado de retificador de onda completa em ponte.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
83

Como os circuitos eletrônicos necessitam ser alimentados com sinais de tensão contínuo positivo, o
objetivo dos retificadores apresentados é prover à carga sempre um sinal positivo. No entanto, observando
os processos apresentados anteriormente, o sinal sobre a carga está sempre oscilando, ou seja, em um
momento ele possui um sinal de tensão com uma intensidade alta e em outro, o sinal é menor, ou até
mesmo zero.
Imagine um circuito eletrônico com esta fonte alimentando-o: ele estará sempre sendo ligado e
desligado, inviabilizando sua operação. Para contornar este problema, se faz uso dos capacitores, os quais
tem um papel importante em conjunto com os retificadores: o de filtrar o sinal oscilante e fornecer à carga
um sinal contínuo o mais estável possível. Este tipo de topologia será apresentado a seguir.

RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA COM FILTRO CAPACITIVO


Tenha como base para a análise desta topologia, o retificador de onda completa em ponte, funcionamento
que você estudou no tópico anterior.
Para contornar o problema da oscilação do sinal após o retificador, é incluído ao circuito um capacitor,
que tem o objetivo de reduzir esta oscilação. Observe na figura que segue.

Diodo Diodo

AC ~ =V
F
Capacitor

Andressa Vieira (2015)


Carga
Diodo Diodo
Transformador

Figura 78 - Retificador de onda completa em ponte com filtro capacitivo


Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Este capacitor permite reduzir a oscilação, pois, ao se carregar durante o período em que o sinal está
aumentando sua amplitude, descarrega-se lentamente quando o sinal começa a reduzir. Como o capacitor,
ao se carregar, armazena energia em suas placas, quando o sinal da fonte começa a ser reduzido, a energia
armazenada no capacitor é que será transferida para a carga. Para que a energia armazenada não se
descarregue muito rapidamente, a constante de tempo apresentada pelo capacitor deve ser alta, e para
tal, como a carga possui o seu valor fixo, deve-se dimensionar corretamente um capacitor para isso.
ELETRÔNICA APLICADA
84

A seguir é mostrado o sinal sobre a carga com o uso do capacitor e o sinal da fonte antes retificador.

V VF V
Carga
+VF
(VF- VD)

t t

Mateus Felipe Goedert (2015)


-VF

Figura 79 - Sinal retificado


Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Note que mesmo com o capacitor, há uma pequena oscilação do sinal no resistor. Esta oscilação
denomina-se ripple sobre a carga. Para reduzir este ripple, a dimensão do capacitor utilizado é importante.
A equação seguinte determina o valor desta oscilação em função do capacitor utilizado.

I - Valor da corrente cc na carga - (Ampère)


f - Frequência da oscilação - (Hertz)
C - Valor do capacitor - (Volt)
Vr - Valor da tensão de ondulação (pico a pico) - (Volt)
Nesta equação é importante observar que a oscilação do ripple sobre a carga é um parâmetro. Para
compreender o valor deste parâmetro, se considerado que a frequência do sinal da fonte é 60Hz, note que
o sinal após o retificador apresenta uma frequência de 120Hz, ou seja, a frequência do sinal sobre a carga
nesta topologia possui um valor igual ao dobro do sinal antes do retificador.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
85

Observe na representação a seguir, a tensão de ripple.

Ripple

Mateus Felipe Goedert (2015)


I
vr =
f. C

Ripple
Figura 80 - Tensão de ripple
Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Deste modo, a resposta do retificador de onda completa, conforme apresentado anteriormente, está
mais adequado para alimentar circuitos eletrônicos.

SAIBA Para saber mais a respeito de retificador de onda completa com filtro capacitivo,
MAIS consulte o capítulo 4 do livro Eletrônica: Volume 1, de Albert Paul Malvino (1997).

REGULADOR DE TENSÃO ZENER


Mesmo obtendo uma resposta adequada com o retificador de onda completa com filtro, a maioria das
aplicações requerem que o nível de tensão não ultrapasse um limite, pois, acima deste, os dispositivos
que compõem o circuito podem ser danificados. Para garantir o valor máximo após o retificador, utiliza-se
um diodo zener após um retificador para prover o que pode-se denominar de regulador de tensão zener.
Um regulador zener pode ser utilizado com qualquer topologia em que se deseja regular o valor de uma
tensão, não apenas com os retificadores. No entanto, será utilizado como base para esta análise, a saída de
um regulador de onda completa com filtro.
ELETRÔNICA APLICADA
86

A seguir tem-se uma topologia utilizando o zener como regulador.

Resistor

Retificador
de onda

Mateus Felipe Goedert (2015)


Zener Carga
completa
com filtro
Figura 81 - Regulador de tensão zener
Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Como o diodo zener, ao entrar em condução, mantém a tensão zener entre seus terminais constante, ele
irá fazer com que a tensão da carga seja a mesma que está entre seus terminais, pois a tensão em paralelo é
a mesma. Antes do zener é necessário um resistor, o qual tem a função de controlar a corrente para que não
ocorra um curto-circuito sobre o componente, pois conforme já estudado, o zener, ao atingir a tensão de
operação zener, entra em plena condução, se não houver um limitante para a corrente elétrica, um curto-
circuito será observado nesta topologia. A seguir é apresentado o resultado do circuito, antes do regulador
zener e depois dele.

v v

Carga = Tensão Zener


Vz

t t
Mateus Felipe Goedert (2015)

Resistor

Retificador
de onda
Zener Carga
completa
com filtro

Figura 82 - Resposta do regulador zener


Fonte: adaptado de Malvino (1997)
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
87

Como o diodo zener precisa ser reversamente polarizado, o mesmo deve ser acoplado ao circuito em
antiparalelo com a carga, conforme apresentado anteriormente. A tensão que será observada sobre a
carga neste tipo de topologia será o valor da tensão zener do componente. Conforme já destacado nos
estudos sobre o diodo zener, o valor da tensão zener pode apresentar uma pequena variação, se um valor
de corrente alta for submetido ao componente.
Agora que você estudou sobre os diodos semicondutores, acompanhe na sequência, a importância de
outro componente eletrônico, o transistor.

3.3 TRANSISTOR

Quando ocorre a condução de sinal elétrico em um diodo, não é possível fazer um controle da corrente
através do componente, a não ser que seja utilizado um resistor em série com o diodo. Porém, quando este
controle é necessário, pode-se fazer uso de outro componente eletrônico, o transistor bipolar de junção
(BJT). O transistor é um componente semicondutor que permitiu uma enorme evolução da eletrônica, pois
com ele, foi possível diminuir o consumo de energia dos equipamentos eletrônicos, bem como, reduzir
suas dimensões físicas. Há inúmeras aplicações para os transistores, como por exemplo, amplificadores de
som, sistemas digitais e disposisitivos de rádiocomunicação. Veja a seguir, alguns modelos de transistores.
Alexander Khromtsov (2015)

Figura 83 - Transistor
Fonte: Thinkstock (2015)
ELETRÔNICA APLICADA
88

O transistor é um componente semicondutor que, aplicando-se uma baixa intensidade de corrente em


um de seus terminais, é possível fazer o controle da corrente que circula nos seus outros dois terminais.
A estrutura do transistor bipolar de junção, ou BJT, como também é chamado, é similar a de um diodo,
podendo ser de dois tipos, PNP ou NPN.
A simbologia do transistor NPN e PNP é apresentada a seguir.

C E

B NPN B PNP

Andressa Vieira (2015)


E C
(a) (b)
Figura 84 - (a) Transistor NPN (b) Transistor PNP
Fonte: adaptado de Cruz (2007)

3.3.1 FUNCIONAMENTO

O objetivo do transistor é o controle da corrente entre dois terminais, mediante um terceiro.

B Base
C Coletor
E Emissor

A base é o terminal utilizado para injetar uma corrente de baixa intensidade no componente, de modo a
prover o controle da corrente entre os outros dois terminais. O coletor é a entrada do sinal a ser controlado
pela base, enquanto que o emissor é o terminal de saída da corrente do coletor.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
89

Por este motivo, é prudente dizer que o transistor é um dispositivo eletrônico que permite o controle de
corrente através de outra corrente.

IC

IB Fonte

Transistor

Andressa Vieira (2015)


IE

Figura 85 - (a) Transistor NPN (b) Transistor PNP


Fonte: adaptado de Cruz (2007)

No circuito da figura anterior, nota-se que há uma relação entre as correntes em cada terminal do
transistor, sendo:

IB - Corrente de base
IC - Corrente de coletor
IE - Corrente de emissor

GANHO DO TRANSISTOR
Segundo Cruz (2007), a relação entre a corrente que circula no terminal do coletor, com a corrente no
terminal de base é denominada de ganho do transistor, ou ainda beta (β) do transistor e pode ser expressa
por:
ELETRÔNICA APLICADA
90

β - Ganho do transistor
IC - Corrente do coletor - (Ampère)
IB - Corrente da base - (Ampère)

O ganho de um transistor é importante quando se deseja utilizar este componente em aplicações como
amplificador de sinais.

POLARIZAÇÃO DO TRANSISTOR
Um transistor, basicamente, pode operar em dois modos, como chave, permitindo ou não que um sinal
circule entre os terminais do coletor e emissor ou como um amplificador, podendo oferecer um ganho na
amplitude de um sinal.
Para que um transistor possa operar em um dos modos descritos anteriormente, ele deve ser polarizado
adequadamente. Polarizar o transistor significa determinar os resistores em torno dele que possibilitarão
ao BJT operar em uma das condições mencionadas. Observe na próxima figura, um transistor polarizado.

Resistor
Fonte

Transistor
Andressa Vieira (2015)

Resistor

Figura 86 - Transistor polarizado


Fonte: adaptado de Cruz (2007)

Basicamente, um transistor pode ser polarizado por base comum, emissor comum ou coletor comum.
Confira mais informações na sequência.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
91

a) Base comum: a ligação de um transistor na configuração base comum, pode ser observada a seguir.

Ic RC
+
IB VCC
-
Transistor
IE -

Andressa Vieira (2015)


VBE
+

Figura 87 - Transistor na configuração base comum


Fonte: adaptado de Cruz (2007)

A configuração base comum caracteriza-se por apresentar o sinal de entrada sendo injetado entre
o terminal do emissor e a base, enquanto a saída está compreendida entre o terminal do coletor e da
base. Assim, como o terminal da base é comum tanto para a entrada quanto para a saída, esta topologia é
denominada de base comum.
No diagrama elétrico anterior, pode-se observar, também, a descrição das correntes envolvidas em cada
terminal do componente.
b) Emissor comum: a ligação de um transistor na configuração emissor comum, pode ser observada
a seguir.

IC RC
+
VBB VCC
RB
-
Transistor
Andressa Vieira (2015)

-
+

IB IE

Figura 88 - Transistor na configuração emissor comum


Fonte: adaptado de Malvino (1997)
ELETRÔNICA APLICADA
92

A configuração emissor comum caracteriza-se por apresentar o sinal de entrada sendo injetado entre o
terminal da base e emissor, enquanto a saída, está compreendida entre o terminal do coletor e do emissor.
Assim, como o terminal do emissor é comum tanto para o sinal de entrada quanto de saída, esta topologia
é denominada de emissor comum.
c) Coletor comum: a ligação de um transistor na configuração coletor comum pode ser observada a
seguir.

IC

VBE

Transistor
-
+

IB
IE RE
-

Andressa Vieira (2015)


VCC
+

Figura 89 - Transistor na configuração coletor comum


Fonte: adaptado de Cruz (2007)

O transistor na configuração coletor comum caracteriza-se por apresentar o sinal de entrada sendo
injetado entre o terminal da base e coletor, enquanto a saída é no terminal do emissor. Esta topologia
então é denominada de coletor comum.

REGIÕES DE OPERAÇÃO DO TRANSISTOR


O objetivo de uma polarização é fazer com que o transistor possa funcionar como chave ou amplificador.
Esses dois modos caracterizam três regiões de operação ao dispositivo, sendo a região de corte, região de
saturação ou região ativa.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
93

Essas três regiões podem ser representadas mediante o gráfico a seguir.

IC

4mA I B = 4uA
Região de Saturação
3mA I B = 3uA

2mA I B = 2uA Região de Corte

Andressa Vieira (2015)


1mA I B = 1uA
Região Linear
0mA I B = 0uA
Vce
Figura 90 - Regiões de operação do transistor
Fonte: adaptado de Cruz (2007)

Neste gráfico, nota-se que a região de corte está situada na parte inferior do mesmo. Nesta região,
a corrente de base é praticamente zero, em consequência, a corrente de coletor também. Desse modo,
percebe-se que o transistor não permite que uma corrente circule entre seus terminais de coletor e emissor,
devido à ausência de sinal na base. Assim, o dispositivo é caracterizado por estar no corte, pois não há sinal
entre o coletor e emissor.
A região situada entre o eixo vertical e o joelho de cada curva é denominada de região de saturação.
Nesta região, a corrente no terminal de base possibilita uma total circulação da corrente fornecida pela
fonte entre o terminal de coletor e emissor. Assim, o dispositivo é caracterizado por estar na saturação, pois
toda a corrente provida pela fonte de tensão poderá fluir entre coletor e emissor.
Quando o transistor estiver operando na região de corte ou na região de saturação, afirma-se que
ele está operando com uma chave, pois está em uma condição que permite total circulação da corrente
entre coletor e emissor, similar a uma chave fechada ou bloqueando a circulação de corrente entre esses
terminais, similar a uma chave aberta.
Já a região central do gráfico, ou seja, acima do corte e à direita da saturação é a região ativa, ou região
linear, como também é conhecida. Na região ativa é onde o transistor opera como um amplificador,
permitindo dar ganho a pequenos sinais elétricos. Nesta condição, o beta (β) do transistor é importante,
pois esta grandeza é que determinará quanto de um sinal será amplificado. Desse modo, o valor da corrente
de coletor dependerá do valor da corrente de base e do ganho do transistor. Acompanhe a seguir.
ELETRÔNICA APLICADA
94

β - Ganho do transistor
IC - Corrente do coletor - (Ampère)
IB - Corrente da base - (Ampère)
Na equação anterior, note que a corrente de base multiplicada pelo ganho do dispositivo determinará
o valor da intensidade da corrente no coletor. Devido a essa característica, onde uma corrente aplicada na
base multiplicada por um fator possibilitar o surgimento de uma corrente de igual característica, porém,
com maior intensidade circular pelo coletor, é nesta condição que o transistor é utilizado, em aplicações
como amplificador de sinais.

TRANSISTOR NPN E PNP


O transmissor pode ser do tipo NPN, ou PNP. Essa diferença está relacionada à estrutura interna do
dispositivo. A diferença funcional entre os dois tipos está no sinal aplicado na base do mecanismo para que
ele entre em operação. Para uma análise funcional, adota-se um transistor polarizado para operar como
chave, ou seja, na saturação ou no corte.
Inicialmente, analisa-se o transistor do tipo NPN, o qual tem a estrutura interna apresentada a seguir.

C N P N E
Antonio Mees (2015)

B
Figura 91 - Estrutura interna do transistor NPN
Fonte: adaptado de Cruz (2007)

Neste tipo de transistor, nota-se que entre os terminais base e emissor, há uma junção do tipo PN, igual
ao diodo semicondutor. Deste modo, para que um sinal possa fluir do terminal da base para o emissor,
é necessário que a diferença de potência entre esses terminais supere a barreira de potencial da junção,
conforme estudado no diodo semicondutor.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
95

Para compreender como o transistor NPN funciona, analise o circuito apresentado na figura que segue.

1K Ω
+

5V 5V
Chave _
10K Ω C
B NPN
_ + E
100K Ω

Antonio Mees (2015)


Figura 92 - Transistor NPN polarizado
Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Neste circuito, como o transistor é do tipo NPN, se a chave for fechada, um sinal positivo é aplicado à
base do componente. Como nesta condição a diferença de potencial entre o terminal da base e do emissor
possibilita a condução através da barreira de potencial desta junção, o transistor acaba por entrar em
condução, ou seja, há circulação de corrente entre coletor e emissor, colocando o dispositivo neste circuito
na saturação. Contudo, se a chave for aberta, como o potencial no terminal da base será igual a 0V, não
será possível vencer a barreira de potencial da junção base-emissor, fazendo o transistor, neste caso, não
entrar em condução, ou seja, faz com que o dispositivo encontre-se na condição de corte, não permitindo
a circulação de corrente entre coletor e emissor.
Já em um transistor do tipo PNP, a estrutura interna do componente é apresentada a seguir.

C P N P E
Antonio Mees (2015)

B
Figura 93 - Estrutura interna do transistor PNP
Fonte: adaptado de Cruz (2007)
ELETRÔNICA APLICADA
96

Neste tipo de transistor, nota-se que entre os terminais emissor e base, há uma junção do tipo PN, igual
ao diodo semicondutor. Deste modo, para que um sinal possa fluir do terminal do emissor para a base, é
necessário que a diferença de potência entre esses terminais supere a barreira de potencial da junção.
Para compreender como o transistor PNP funciona, será adotado o circuito apresentado na figura a
seguir.

1K Ω
+

5V 5V
Chave _
10K Ω
E
B PNP
_ + C
100K Ω

Antonio Mees (2015)


Figura 94 - Transistor PNP polarizado
Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Neste circuito, como o transistor é do tipo PNP, se a chave for fechada, um sinal positivo é aplicado à
base do componente. Como nesta condição a diferença de potencial entre o terminal do emissor e da base
não possibilita a condução através da barreira de potencial desta junção, o transistor acaba por entrar no
corte, ou seja, não há circulação de corrente entre emissor e coletor. Porém, se a chave for aberta, como
o potencial no terminal da base será igual a 0V, a diferença de potência entre o terminal do emissor e da
base irá vencer a barreira de potencial da junção emissor-base, fazendo o transistor, neste caso, entrar em
condução, ou seja, faz com que o dispositivo encontre-se na condição de saturação, permitindo a circulação
de corrente entre emissor e coletor.
Nos dois tipos já apresentados, nota-se que, no transistor do tipo NPN, para ele pudesse conduzir, ou
seja, saturar, foi necessário a aplicação de um sinal positivo na base do dispositivo. Contudo, para fazer com
que o transistor NPN entrasse no corte, foi necessário aplicar um nível de sinal igual a 0V na base.
Já para o transistor do tipo PNP, nota-se que, para ele conduzir, ou seja, saturar, foi necessária a aplicação
de um sinal igual a 0V na base do dispositivo. Contudo, para fazer com que o transistor PNP entrasse no
corte, foi necessário aplicar um nível de sinal positivo na base.
Deste modo, observa-se que os dois tipos de transistores funcionam em condições opostas.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
97

3.3.2 APLICAÇÕES

Inúmeras são as aplicações para os transistores, mas basicamente, este dispositivo pode ser utilizado
como chave ou como amplificador.

TRANSISTOR COMO CHAVE


Quando o transistor é configurado como chave ele pode operar em duas regiões: na saturação ou no
corte. Para tal, é necessário polarizá-lo adequadamente.
Para visualizar um circuito com um transistor operando como chave, observe a figura que segue, veja
que, quando a chave é fechada, o LED é ligado e quando a chave é aberta, o LED é apagado.

1K Ω
+
10V 10V
_
β = 100

Antonio Mees (2015)


_ Chave
+
10K Ω

Figura 95 - Circuito de transistor como chave


Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Nessa topologia, quando o transistor está com a chave da base aberta, nenhuma corrente circula pela
junção base-emissor, deste modo, também, nenhuma corrente irá circular através da junção coletor-
-emissor. Este comportamento caracteriza o transistor no corte. No corte, como não há corrente circulando
na junção coletor-emissor, também não haverá corrente através do LED, deixando o mesmo apagado.
No entanto, quando a chave da base é fechada, uma pequena corrente atravessa a junção base-emissor.
Com esta polarização, o transistor irá permitir fluir entre seus terminais a corrente máxima fornecida pela
fonte, fazendo, neste caso, o LED acender.
Este comportamento é possível devido aos valores dos resistores que estão polarizando o transistor.
Utilizando o mesmo modelo de circuito anterior, uma boa prática para operar o transistor como chave é
adotar o valor do resistor do coletor como sendo 10% do valor do resistor da base. Esta é uma boa prática
quando a configuração apresentada anteriormente é utilizada.
O modo de operação como chave do transistor é muito usada em circuitos eletrônicos.
ELETRÔNICA APLICADA
98

TRANSISTOR COMO AMPLIFICADOR


Para o transistor amplificar um sinal aplicado em seu terminal de base, é necessário fazer com que o
componente opere dentro da região ativa.
Quando polarizado desta forma, um sinal aplicado na base do transistor, compreendido dentro de
certos limites, permite a ele dar um ganho deste sinal.
No circuito a seguir pode-se notar que um sinal aplicado na base é extraído do coletor do componente
com as mesmas características, porém, com amplitude maior.

IC = I B β

Antonio Mees (2015)


Figura 96 - Circuito de transistor como amplificador
Fonte: adaptado de Malvino (1997)

A intensidade do sinal que, no circuito apresentado é extraída no coletor, dependerá do valor da


corrente aplicado na base e do ganho do componente.
O ganho de um transistor pode variar muito, deste modo, é importante observar na folha de dados
ou datasheet do componente, fornecida pelo fabricante, qual o intervalo desta variação, para que tal
característica seja levada em conta no momento da concepção do projeto.
Até o momento, você estudou componentes que permitiram uma grande evolução nos sistemas
eletrônicos. Existem outros dispositivos, também importantes, para estes circuitos. Acompanhe na
sequência.

3.3.3 COMPONENTES ESPECIAIS

Para a concepção de circuitos eletrônicos pode-se citar também outros dispositivos de suma importância
como: reguladores de tensãoo, varistores, transformadores e relés.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
99

REGULADORES DE TENSÃO
Em muitas aplicações na eletrônica é necessário converter um nível de tensão contínua em outro.
Acompanhe o esquema a seguir.

Tensão de Regulador Tensão de

Antonio Mees (2015)


entrada de Tensão saída

Figura 97 - Modelo regulador de tensão


Fonte: do Autor (2015)

Com o intuito de fornecer uma forma prática para esta conversão, de modo que os projetistas pudessem
utilizar um único componente para realizar tal operação, surgiram os reguladores de tensão.
Os reguladores de tensão são dispositivos eletrônicos que, através de um nível de tensão contínua em
sua entrada, proveem outro nível de tensão, também contínua, estabilizada em sua saída. Diversos são os
tipos e modelos dessas peças.
Conheça a seguir os reguladores lineares, os quais tem larga aplicação em diversos circuitos eletrônicos.
Hemera Technologies (2015)

Figura 98 - Ilustração do regulador de tensão


Fonte: Thinkstock (2015)

Na figura anterior é apresentado um modelo de regulador de tensão. Note que este componente possui
três terminais, um deles refere-se ao terminal de entrada, outro de saída e o terceiro sua referência. Como
no mercado há diversos tipos de reguladores de tensão do tipo linear, é prudente que, ao utilizar um destes
dispositivos em um circuito eletrônico, seja consultada sua folha de dados, que traz a informação individual
de função de cada terminal, como demais características do dispositivo.
ELETRÔNICA APLICADA
100

Como referência para o estudo do regulador de tensão, utiliza-se como base o 7805, um dispositivo que
tem a finalidade de garantir uma tensão de saída estabilizada em 5V.
Observe a seguir.

Entrada Saída
7805

Referência
Circuito
8V ~ 10V eletrônico

Antonio Mees (2015)


10uF 10uF

Figura 99 - Circuito com regulador de tensão


Fonte: do Autor (2015)

No esquema apresentado anteriormente, o circuito eletrônico representado por um bloco não pode ser
alimentado com um nível de tensão superior ou inferior a 5V, ou seja, deve ser 5V apenas, podendo aceitar
uma variação muito pequena neste valor. Como a fonte de tensão deste circuito pode ter sua intensidade
variando entre 8V e 10V, se ela alimentar diretamente o bloco do circuito eletrônico, este por sua vez, será
danificado. Para contornar este problema, utiliza-se um regulador de tensão. Em sua saída há um nível
estabilizado em 5V, o que permite, neste caso, o correto funcionamento do circuito. O regulador irá garantir
que em sua saída haja sempre 5V, independente da variação que esta fonte possui entre 8V e 10V.
Devido a segurança a praticidade de uso, os reguladores são largamente utilizados em circuito
eletrônicos, pois garantem que variações na entrada não sejam percebidas na saída.
Porém, para que esses componentes possam regular um nível de tensão em sua saída, deverá haver em
sua entrada sempre um valor maior que o desejado em sua saída. O valor mínimo na entrada do regulador
depende do tipo e modelo utilizado, assim, é prudente sempre consultar as informações do fabricante do
componente, sobre essas características, antes do uso.
Também deve-se estar atento ao valor máximo aplicado na entrada, pois, a partir de um determinado
valor de tensão no local referido, o componente poderá ser danificado.
Por fim, no circuito apresentado anteriormente, note que capacitores foram utilizados antes e depois
do dispositivo, prática comum para auxiliar na estabilidade da tensão de saída. Essas informações também
podem ser encontradas na carta de especificação do componente, fornecida pelo fabricante.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
101

VARISTOR
Quando um circuito eletrônico é projetado, ele pode requerer uma determinada proteção. Esta pode
estar relacionada a uma variação na tensão de entrada do circuito eletrônico.
Para contornar este tipo de condição, surgiram os varistores. Os varistores são dispositivos eletrônicos
que variam o valor de sua resistência elétrica quando a tensão entre seus terminais aumenta. Em geral,
no varistor, quando a tensão aumenta entre os terminais, o valor da resistência elétrica interna cai. Esta
característica permite a este tipo de componente ser utilizado na entrada de circuitos eletrônicos, com o
objetivo de proteger o sistema contra variações da tensão de entrada. Veja a seguir a figura de um varistor.

Perytskyy (2015)

Figura 100 - Ilustração do varistor


Fonte: Thinkstock (2015)

A simbologia do varistor pode ser observada a seguir.


Antonio Mees (2015)

Figura 101 - Simbologia do varistor


Fonte: do Autor (2015)

Os varistores podem ser fabricados com material de óxido de zinco. Esses componentes apresentam
uma resistência alta entre seus terminais quando são submetidos a sua tensão nominal de operação.
Contudo, quando a tensão ultrapassa certos limites o varistor reduz sua resistência para valores baixos.
Após a tensão entre seus terminais voltar ao normal, a resistência do varistor volta para valores altos.
ELETRÔNICA APLICADA
102

O correto uso do varistor se dá, colocando o componente em paralelo com a entrada do circuito,
conforme apresentado no diagrama a seguir.

Fonte de Circuito

Antonio Mees (2015)


Varistor
Tensão eletrônico

Figura 102 - Circuito com varistor


Fonte: do Autor (2015)

Como os varistores ficam em paralelo com a entrada do circuito, quando um surto de tensão, ou seja,
uma variação no valor da tensão de entrada ocorre entre seus terminais, o dispositivo atua, evitando que
esta variação atinja o circuito eletrônico, garantindo assim sua integridade. Ao atuar, o varistor acaba por
desviar o surto de tensão provindo da fonte para um ponto seguro, que em geral, pode ser o fio terra do
sistema.
O nível da intensidade do surto em que o varistor irá atuar depende da especificação do componente,
sendo necessário ser dimensionada para o cada circuito projetado.

TRANSFORMADORES
Circuitos eletrônicos em geral funcionam com níveis baixos de tensão. Como a rede elétrica nas
residências apresenta valores maiores que os habituais para um equipamento eletrônico funcionar, o uso
de transformadores é essencial. Um transformador é um dispositivo de conversão de energia que tem a
função de converter um nível de tensão elétrica alternado em outro nível também alternado. Segundo
Cruz (2007), um transformador pode elevar ou reduzir o nível de tensão de uma rede elétrica. A seguir, a
figura de um transformador.
Zig4photo (2015)

Quadro 3 - Transformador
Fonte: Thinkstock (2015)
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
103

Em geral, os circuitos eletrônicos, além de operar com níveis mais baixos de tensão, também necessitam
que essas sejam contínuas. Como o transformar funciona apenas com sinais alternados na entrada e saída,
é necessário o uso de retificadores e reguladores de tensão para conformar o sinal para esses circuitos,
conforme já estudado em tópicos anteriores.
Um transformador, basicamente, é composto por uma bobina primária, uma bobina secundária e um
núcleo.
a) Enrolamento primário: o enrolamento primário, ao ser atravessado por uma corrente elétrica
alternada irá possibilitar o surgimento de um campo magnético variável interno a ele. Como este
enrolamento é feito sobre uma parte do núcleo, o campo magnético criado será acoplado ao núcleo.
b) Enrolamento secundário: o campo magnético criado no enrolamento primário é guiado pelo
núcleo até alcançar o enrolamento secundário. O enrolamento secundário, ao ser atravessado por
este campo magnético variável, irá produzir entre seus terminais uma tensão elétrica também
alternada, porém, podendo ser maior ou menor em relação ao enrolamento primário.
c) Núcleo: o núcleo é o meio utilizado para guiar o campo magnético criado pelo enrolamento primário
até o secundário.
Observe a figura de um transformador apresentado na sequência.

Carga

Primário Secundário
Antonio Mees (2015)

Núcleo
Figura 103 - Ilustração de um transformador
Fonte: adaptado de Prazeres (2010)

A tensão elétrica submetida no enrolamento primário do transformador pode ser aumentada ou


diminuída no enrolamento secundário do dispositivo. A relação desta transformação depende da
quantidade de espiras que há em cada bobina.
A equação que determina esta relação é apresentada a seguir.

V1 - Tensão elétrica sobre o enrolamento primário - Volt (V)


V2 - Tensão elétrica sobre o enrolamento secundário - Volt (V)
ELETRÔNICA APLICADA
104

N1 - Número de espiras do enrolamento primário


N2 - Número de espiras do enrolamento secundário
Esta relação também pode ser realizada entre as correntes envolvidas em cada bobina e a quantidade
de espiras dos enrolamentos.

I1 - Corrente elétrica no enrolamento primário - Ampère (A)


I2 - Corrente elétrica no enrolamento secundário - Ampère (A)
Mediante essas equações, é possível, a partir de uma tensão elétrica de entrada no transformador e
conhecendo-se a quantidade de espiras em cada enrolamento, determinar qual o valor da tensão de saída
no dispositivo. Acompanhe.

Rede Retificador Regulador Circuito


elétrica de tensão de tensão eletrônico

Antonio Mees (2015)


Transformador
Figura 104 - Ilustração de um transformador
Fonte: do Autor (2015)

Na figura anterior é apresentada uma disposição onde o transformador é utilizado como dispositivo
auxiliar na conversão de energia da rede elétrica.

RELÉS
Um relé é um dispositivo que possibilita abrir ou fechar um contato entre dois terminais, mediante um
sinal de controle em outros dois terminais, conforme figura a seguir.

Relé
Antonio Mees (2015)

Controle Saída

Figura 105 - Modelo de relé


Fonte: do Autor (2015)
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
105

Em geral, os relés podem ser divididos em:


a) Relé eletromecânico
Um relé eletromecânico é formado por uma bobina, que, ao ser submetida a uma corrente elétrica, irá
criar em seu interior um campo magnético.
Este campo criado internamente na bobina irá movimentar um eixo mecânico, e este eixo tem como
finalidade abrir ou fechar um contato mecânico.
Como em sua construção física existem partes mecânicas móveis, este componente é denominado de
relé eletromecânico, a representação está na figura a seguir.

Relé eletromecânico

Controle Saída

Antonio Mees (2015)


Figura 106 - Relé eletromecânico
Fonte: do Autor (2015)

b) Relé de estado sólido


Um relé de estado sólido é um dispositivo do tipo semicondutor que permite fazer o controle de seus
terminais de saída através de seus terminais de entrada. A principal diferença do relé de estado sólido
para o relé eletromecânico, é que o primeiro não possui partes mecânicas envolvidas no controle dos seus
terminais. Devido a este fato, não há a desvantagem apresentada pelos relés eletromecânicos, que é o
desgaste de seus contatos, relacionado ao passar do tempo.
Em geral, esses dispositivos são construídos com LEDs, normalmente do tipo infravermelho e um
fototransistor. Fototransistor é um dispositivo, também semicondutor, em que o sinal que controla sua
base é um feixe de luz.
c) Relé fotoelétrico
É o componente pioneiro em automação elétrica, quando se trata de desligamento ou acionamento
automático com o uso da quantidade de luz ambiental. Possui um sensor que depende de luz para ser
ativado, os mais modernos têm resistência a variações bruscas de luminosidade, como por exemplo, raios,
faróis e segurança contra as oscilações de tensões. São produzidos com contatos normalmente fechados
e baixo consumo de energia. Deve-se levar em consideração a potência máxima admitida, normalmente a
corrente máxima suportada está em torno de 8 A.
ELETRÔNICA APLICADA
106

Na figura a seguir, observe um relé estado sólido.

Relé estado sólido

Controle Saída

Antonio Mees (2015)


Figura 107 - Relé estado sólido
Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Muitos relés de estado sólido podem fazer o controle de sinais com correntes altas em seus terminais de
saída, o que os confere um largo uso em sistemas eletroeletrônicos.
Algumas vantagens deste dispositivo podem ser citadas: maior velocidade de comutação de seus
contatos, não possuem dispositivos mecânicos em sua construção e devido a isso não há ruído sonoro
durante a comutação, e por fim, maior durabilidade.
É importante estar atento a um detalhe quando utilizar um relé de estado sólido: por serem dispositivos
que, em geral, possuem um LED em sua entrada, é necessário o uso de um limitante de corrente para não
o danificar, por exemplo, um resistor. Veja na sequência, a representação de um circuito com relé de estado
sólido.

5V
1KΩ Relé estado sólido 2,2K Ω
_ +
+
Antonio Mees (2015)

12V
_

Figura 108 - Circuito com relé de estado sólido


Fonte: do Autor (2015)
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
107

No circuito anterior, observa-se que um resistor foi utilizado antes dos terminais de entrada do relé
de estado sólido, evitando assim, que o dispositivo venha a ser danificado. Tanto para a entrada do
componente, quanto na saída do mesmo, o limite máximo de corrente deve ser respeitado, do contrário,
o dispositivo poderá ser destruído. Essas informações quanto aos limites para o relé, podem ser adquiridas
na folha de dados do componente, fornecida pelo fabricante.
Também, é possível encontrar no mercado este tipo de componente, onde o contato de saída em
substituição ao fototransistor pode ser com outros dispositivos, também sensíveis à incidência luminosa.
Estude, na sequência, a importância da fonte de alimentação em um circuito eletrônico.

3.4 FONTE DE ALIMENTAÇÃO

Como já apresentado, em geral, um sistema de circuito eletrônico requer que uma tensão contínua
(fonte de tensão CC) e estável seja fornecida ao conjunto para que ele possa funcionar corretamente.
Para atender a esta necessidade, diversos fabricantes possuem à disposição de projetistas fontes de
alimentação prontas para serem utilizadas no fornecimento de energia dos circuitos eletrônicos. A seguir é
apresentada a figura de um modelo de fonte de tensão contínua.
Clark Fang (2015)

Figura 109 - Fonte de alimentação contínua


Fonte: Thinkstock (2015)

Esses dispositivos podem ser encontrados nas mais diversas tensões de saída, atendendo assim,
diferentes aplicações. Existem basicamente dois tipos de fontes de alimentação disponíveis: a chaveada e
a linear. Conheça a seguir os objetivos e benefícios de cada tipo de fonte.
ELETRÔNICA APLICADA
108

3.4.1 FONTE DE ALIMENTAÇÃO CHAVEADA

Uma fonte de alimentação chaveada tem como objetivo trabalhar com dispositivos que chaveiam seus
sinais elétricos, provendo um sistema de liga/desliga de forma rápida, possibilitando assim, o fornecimento
de um nível de tensão constante e estável.
A figura seguinte ilustra o projeto de uma fonte de alimentação chaveada.

Sandrexim (2015)

Figura 110 - Projeto de uma fonte de alimentação chaveada


Fonte: Thinkstock (2015)

Em geral, como pôde ser observada na figura anterior, uma fonte de alimentação chaveada apresenta
um projeto eletrônico bem elaborado. Porém, este tipo de fonte possui alguns benefícios, como:
a) menor tamanho físico que uma fonte de alimentação linear;
b) menor peso que uma fonte de alimentação linear;
c) maior eficiência que uma fonte de alimentação linear;
d) menor dissipação de calor que uma fonte de alimentação linear.
A fonte de alimentação chaveada possui a desvantagem de ter um projeto eletrônico mais complexo,
e que também gera maior ruído de natureza eletromagnética no meio à qual a fonte está inserida. Mas
apresenta um bom desempenho quanto à eficiência e estabilidade da tensão de saída.
Nosso maior estudo está voltado à fonte de alimentação linear, que pode ser facilmente elaborada.

A fonte interna de um computador é um tipo de fonte chaveada. Ela possui um


CURIOSI projeto que prevê em sua saída diferentes níveis de tensão, que são utilizados para
DADES alimentar diferentes dispositivos internos do computador.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
109

3.4.2 FONTE DE ALIMENTAÇÃO LINEAR

O objetivo de uma fonte de alimentação linear é prover de forma fácil para que uma tensão alternada
seja convertida para tensão contínua, porém com níveis menores de tensão elétrica.
Este tipo de fonte apresenta alguns itens em sua composição.
a) Transformador: utilizado para reduzir o nível da tensão da rede elétrica para valores menores.
b) Retificador de tensão: responsável em converter a tensão alternada, provida pelo transformador,
para tensão contínua.
c) Capacitores de filtro: auxiliam o retificador de tensão na estabilidade da tensão contínua. Reduzem
o ripple sobre o sinal após o retificador.
d) Regulador de tensão: mantém a tensão de saída da fonte com níveis estáveis, independente das
variações na entrada do regulador, desde que obedecendo aos limites mínimos para a tensão de
entrada.
O diagrama em blocos que segue, demonstra esses componentes na formação de uma fonte linear.
Entrada

Retificador Filtro Regulador

Saída
Transformador
de tensão capacitivo de tensão

Figura 111 - Diagrama em blocos de uma fonte linear


Fonte: do Autor (2015)

Para melhor análise do projeto elétrico deste tipo de fonte, será utilizado o diagrama elétrico, o qual tem
como objetivo prover em sua saída um nível de tensão de 5V.

Diodo Diodo

2 3
220Vef

12Vef

7805
Circuito
Andressa Vieira (2015)

eletrônico
Transformador Diodo Diodo
100uF
470uF

100nF

Figura 112 - Diagrama elétrico de uma fonte linear simples


Fonte: adaptado de Cruz (2007a)
ELETRÔNICA APLICADA
110

No diagrama anterior, os números destacados em azul irão representar as formas de onda nos pontos
em questão.
Inicialmente, o transformador tem uma função importante de reduzir o nível de tensão elétrica da rede,
de 220V eficaz para 12V eficaz. Após o transformador, no ponto 1, tem-se o sinal conforme apresentado a
seguir, porém, este sinal tem a amplitude reduzida em relação à entrada do transformador figura (a).

V 1 2 3
V V

t Ripple 5V

Andressa Vieira (2015)


t t

(a) (b) (c)


Figura 113 - Etapas em uma fonte linear
Fonte: adaptado de Cruz (2007)

Entre o ponto 1 e o ponto 2, tem-se a ponte retificadora, a qual garante que o sinal alternado seja
convertido em contínuo, com o auxílio do capacitor de filtro de 470uF, conforme apresentado na figura
anterior (b).
Note que o ripple presente neste sinal pode ser maior ou menor, dependendo do valor do capacitor,
conforme já estudado no tópico sobre retificadores de tensão.
Entre o ponto 2 e o ponto 3, há o regulador de tensão. Este tem a função de evitar que variações na
tensão após o retificador sejam repassadas ao circuito eletrônico alimentado por esta fonte, bem como,
garantir certa estabilidade nesta tensão. No circuito em questão, o regulador está mantendo uma tensão
estabilizada em 5V, figura anterior (c).
Os capacitores que possuem antes e depois do regulador, de 100nF e 100uF, também podem ser
utilizados como filtro para este estágio.
O projeto apresentado anteriormente de uma fonte linear é simples, porém, apresenta algumas
desvantagens em relação a uma fonte chaveada, por exemplo:
a) maior tamanho físico;
b) maior peso;
c) menor eficiência.
No entanto, quando se deseja uma alimentação sem grandes exigências, este tipo de solução pode
atender à necessidade requerida.
3 COMPONENTES SEMICONDUTORES
111

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você estudou alguns dos componentes eletrônicos semicondutores, como diodo e
transistor, relé de estado sólido e fonte de alimentação.
O diodo semicondutor é aquele dispositivo que permite a passagem do sinal apenas em um
único sentido. Ainda sobre o diodo, há o diodo emissor de luz, ou ainda LED. Este dispositivo,
ao ser percorrido por uma corrente elétrica, é capaz de emitir luz o que permite ser utilizado em
aplicações para sinalizar um evento ocorrido. O diodo zener, é aquele dispositivo semicondutor
que, diretamente polarizado, se comporta como um diodo comum, porém, quando reversamente
polarizado possui uma queda reversa maior, quando comparado à polarização direta e que o
permite ser utilizado em circuitos reguladores.
O transistor é um dispositivo também semicondutor, que através de corrente em um de seus
terminais, pode controlar a corrente elétrica em outros dois terminais.
Já uma fonte de alimentação é um dispositivo utilizado para fornecer energia aos circuitos
eletrônicos, de modo a prover o funcionamento dos mesmos.
Com estes conceitos, você adquiriu mais conhecimentos para diagnosticar e solucionar falhas em
componentes eletrônicos utilizados em sistemas de refrigeração e climatização.
Circuitos Lógicos

Os avanços na eletrônica com o surgimento dos semicondutores foram enormes. Os


sistemas foram evoluindo e agregando novas facilidades. Mas qual a forma predominante
de comunicação entre os circuitos, internamente aos sistemas eletrônicos? Em boa parte,
os dispositivos eletrônicos utilizam um modelo digital para se comunicarem, o que permite
melhor desempenho.
Neste capítulo, você estudará os conceitos inerentes aos sistemas digitais, os sistemas
numéricos, a diferença entre os níveis lógicos e o modo de armazenamento de dados.
Com esses conceitos, será possível compreender o funcionamento de alguns sistemas
digitais, os quais estão presentes em grande parte nos sistemas eletrônicos.
Após finalizar o estudo deste capítulo, você será capaz de:
a) identificar bases de sistemas numéricos;
b) converter bases de sistemas numéricos;
c) elaborar circuitos com portas lógicas.
Portanto, a partir de agora, você terá a oportunidade de dar prosseguimento aos estudos
desses assuntos, que potencializarão a qualidade em suas práticas.
Bons estudos!
ELETRÔNICA APLICADA
114

4.1 SINAIS DIGITAIS

Os sistemas eletrônicos podem tratar dois tipos de sinal: os sinais analógicos e sinais digitais.
Os sinais analógicos são aqueles que apresentam diferentes valores, à medida que o tempo passa, ou
seja, a todo instante tem-se uma amplitude para o sinal, conforme apresentado na figura a seguir (a).

V V

t t

Andressa Vieira (2015)


(a) (b)
Figura 114 - Sinal analógico e digital
Fonte: adaptado de Lathi (2007)

Já um sinal digital, é aquele que apresenta valores pré-determinados à medida que o tempo passa, ou
seja, apenas alguns valores do sinal é que são possíveis de serem obtidos, conforme apresentado na figura
anterior (b).
No sinal digital, apresentado anteriormente, observe que a amplitude só pode obter dois estados: o
valor máximo da tensão ou o valor de tensão igual a zero. Neste caso, é comum se denominar o estado
onde a tensão apresenta seu valor máximo, como nível lógico um (1), enquanto o estado onde a tensão
apresenta intensidade zero, como nível lógico zero (0). Acompanhe na figura.

1 1 1 1
V
Andressa Vieira (2015)

0 0 0
t
Figura 115 - Estados lógicos
Fonte: adaptado de Capuano (2014)
4 CIRCUITOS LÓGICOS
115

Sinais digitais com mais de dois estados também podem ser obtidos, mas a essência de possuir apenas
alguns níveis de tensão é mantida.
Boa parte dos sistemas eletrônicos opera com sinais digitais, o que os confere grande flexibilidade nas
aplicações.
Para compreender como alguns sistemas eletrônicos conseguem interagir, antes, é necessário entender
as bases de sistemas numéricos envolvidas. Acompanhe a seguir.

4.2 SISTEMAS NUMÉRICOS

Um sistema numérico é caracaterizado pela base do mesmo, onde determinada base refere-se ao
número de símbolos que este sistema possui.
Um sistema eletrônico digital compreende valores lógicos, ou seja, apenas alguns níveis de tensão
definidos, como zero ou um.
Os sistemas númericos mais usuais em um sistema digital são:
a) decimal;
b) binário;
c) hexadecimal.

4.2.1 DECIMAL

Segundo Lourenço (1996), o sistema decimal caracteriza-se por possuir uma base 10, ou seja, possui dez
símbolos que caracterizam seu sistema numérico.
Os símbolos presentes na base dez são:
0123456789

O sistema numérico na base 10, ou seja, decimal, é o mais conhecido, pois está
CURIOSI presente em nosso dia a dia. Este sistema é comumente utilizado para contagem de
DADES coisas, expressar dimensões físicas, operações financeiras, entre outras aplicações.
ELETRÔNICA APLICADA
116

4.2.2 BINÁRIO

Segundo Lourenço (1996), o sistema binário caracteriza-se por possuir uma base 2, ou seja, possui dois
símbolos que caracterizam seu sistema numérico.
Os símbolos presentes na base dois são: 0 1.
O sistema numérico na base dois, em geral, é utilizado em aplicações dos sistemas eletrônicos, onde
tal sistema também é denominado como sistema binário, por possuir apenas duas representações.
Acompanhe na figura.

V
1 1 1
V

0 0
t

Andressa Vieira (2015)


Bloco Bloco
Digital Digital

Figura 116 - Comunicação em sistema binário


Fonte: adaptado de Capuano (2014)

A figura anterior é um exemplo de aplicação deste sistema que é a comunicação entre dois blocos
eletrônicos digitais, os quais utilizam a representação binária para a troca de informações, sendo que
o estado do sinal em alto é caracterizado como nível lógico 1, enquanto o estado do sinal embaixo é
caracterizado como nível lógico 0.

4.2.3 HEXADECIMAL

Segundo Lourenço (1996), o sistema hexadecimal caracteriza-se por possuir uma base 16, ou seja,
possui dezesseis símbolos que caracterizam seu sistema numérico.
Os símbolos presentes na base dezesseis são:
0123456789ABCDEF
Em geral, este sistema numérico é utilizado em operações dos microprocessadores.
Na sequência, descubra como um sistema numérico pode ser convertido em outro.
4 CIRCUITOS LÓGICOS
117

4.3 CONVERSÃO ENTRE OS SISTEMAS

Esta tratativa é comum nos sistema computacionais, onde algumas operações podem ser realizadas em
sistemas mais adequados e depois, convertidos para outro.

4.3.1 DECIMAL PARA BINÁRIO

A conversão é utilizada quando deseja-se converter um número da base decimal para a base binária.
Para realizar esta conversão, é preciso dividir o valor em decimal por 2 até não obter mais o valor do
quociente com resultado inteiro. O valor em binário será encontrado observando-se o resto de cada divisão,
conforme apresentado no exemplo a seguir.
Exemplo: converter o valor decimal 23 para binário.
Solução: para converter o valor 23(10) decimal para binário, deve-se dividir o valor em decimal,
sequencialmente, por 2.

23 2
1 11 2
1 5 2
1 2 2
0 1 2
Andressa Vieira (2015)

1
Figura 117 - Exemplo de conversão decimal para binário
Fonte: do Autor (2015)

A leitura do valor em binário deve iniciar conforme segue a indicação da seta, na figura anterior.
Assim: 23(10) = 10111(2)
O valor em binário obtido ao final desta conversão é 10111(2).

4.3.2 BINÁRIO PARA DECIMAL

Esta conversão é utilizada quando se deseja converter um número na base binária para a base decimal.
ELETRÔNICA APLICADA
118

Para realizar esta conversão, é necessário dispor cada símbolo do sistema binário, multiplicado pela
base 2, elevado a sua posição da composição e, ao final, deve-se somar cada valor, conforme apresentado
no exemplo a seguir.
Exemplo: converter o valor binário 1001 para decimal.
Solução: para converter o valor 1001(2) binário para decimal, deve-se dispor cada símbolo do valor em
binário, multiplicado pela sua base elevada na posição da composição. Na sequência soma-se o valor de
cada multiplicação.
1001 = (1 x 2³) + (0 x 2²) + (0 x 2¹) + (1 x 2º)
Então:
(1 x 2³) + (0 x 2²) + (0 x 2¹) + (1 x 2º) = (1 x 8) + (0 x 4) + (0 x 2) + (1 x 1)
então:
(1 x 8) + (0 x 4) + (0 x 2) + (1 x 1) = 8 + 0 + 0 + 1
então:
8 + 0 + 0 + 1 = 9(10)
Assim: 1001(2) = 9(10)
A leitura então do valor em decimal é 9(10).

4.3.3 BINÁRIO PARA HEXADECIMAL

A conversão é utilizada quando se deseja converter um número na base binária para a base hexadecimal.
Para realizar esta conversão, é necessário separar os símbolos na base dois de quatro em quatro. Na
condição em que, a quantidade de símbolos que formam o conjunto na base dois não for, de tal modo,
que se possa separar em quatro símbolos, deve-se completar estes com zeros. É importante notar que, a
separação dos símbolos deve ocorrer da direita para a esquerda.
Cada símbolo em hexadecimal possui uma posição em sua representação, que pode ser associada a
uma representação em decimal, conforme tabela a seguir.

Hexadecimal 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A B C D E F
Decimal 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Tabela 1 - Tabela exemplo de associação de representação
Fonte: do Autor (2015)
4 CIRCUITOS LÓGICOS
119

Após a separação dos símbolos binários, deve-se encontrar seu equivalente em decimal e observar qual
é o símbolo em hexadecimal.
Exemplo: converter o valor binário 1111101 para hexadecimal.
Solução: para converter o valor 1111101(2) binário para hexadecimal, deve-se separar os símbolos em
grupos de 4. Como os últimos símbolos são apenas 3, adiciona-se um zero para completar o grupo com 4,
assim 01111101.
Grupo1:
1101 = (1 x 2³) + (1 x 2²) + (0 x 2¹) + (1 x 2º)
(1 x 2³) + (1 x 2²) + (0 x 2¹) + (1 x 2º) = (1 x 8) + (1 x 4) + (0 x 2) + (1 x 1)
(1 x 8) + (1 x 4) + (0 x 2) + (1 x 1) = 8 + 4 + 0 + 1
8 + 4 + 0 + 1 = 13(10)
13(10) = D(16)
Grupo 2:
0111 = (0 x 2³) + (1 x 2²) + (1 x 2¹) + (1 x 2º)
(0 x 2³) + (1 x 2²) + (1 x 2¹) + (1 x 2º) = (0 x 8) + (1 x 4) + (1 x 2) + (1 x 1)
(0 x 8) + (1 x 4) + (1 x 2) + (1 x 1) = 0 + 4 + 2 + 1
0 + 4 + 2 + 1 = 7(10)
7(10) = 7(16)
Assim: 1111101(2) = 7D(16)

Então, a leitura do valor em hexadecimal é 7D (16).

4.3.4 HEXADECIMAL PARA BINÁRIO

Esta conversão é utilizada quando se deseja converter um número da base hexadecimal para a base
binária.
Para realizá-la, é necessário separar cada símbolo em hexadecimal e encontrar seu equivalente em
decimal, depois converter para binário.
Exemplo: converte o valor hexadecimal 6A para binário.
ELETRÔNICA APLICADA
120

Solução: para converter o valor 6A(16) hexadecimal para binário, deve-se separar cada símbolo, encontrar
seu equivalente em decimal e depois converter para binário.
Símbolo 6:
6(16) = 6(10)
6(10) = 0110(2)
Símbolo A:
A(16) = 10(10)
10(10) = 1010(10)
Assim: 6A(16) = 01101010(2)

Então, a leitura do valor em binário é 01101010(2).

4.3.5 HEXADECIMAL PARA DECIMAL

Esta conversão é utilizada quando se deseja converter um número da base hexadecimal para a base
decimal.
Para realizar esta conversão, é necessário dispor cada símbolo do sistema hexadecimal, multiplicado pela
base 16 elevado à sua posição da composição e, ao final, deve-se somar cada valor, conforme apresentado
no exemplo a seguir.
Exemplo: converter o valor hexadecimal 3A4 para decimal.
Solução: para converter o valor 3A4(16) hexadecimal para decimal, deve-se dispor cada símbolo do valor
em hexadecimal, multiplicado pela sua base elevada na posição da composição. Na sequência, soma-se o
valor de cada multiplicação.
3A4 = (3 x 16²) + (10 x 16¹) + (4 x 16º)
então:
(3 x 16²) + (10 x 16¹) + (4 x 16º) = (3 x 256) + (10 x 16) + (4 x 1)
então:
(3 x 256) + (10 x 16) + (4 x 1) = 768 + 160 + 4
então:
768 + 160 + 4 = 932(10)
Assim: 3A4(16) = 932(10)
Então, a leitura do valor em decimal é 932(10).
4 CIRCUITOS LÓGICOS
121

4.3.6 DECIMAL PARA HEXADECIMAL

Conversão utilizada quando se deseja converter um número da base decimal para a base hexadecimal.
Para realizar esta conversão, é preciso dividir o valor em decimal por 16 até não obter mais o valor do
quociente com resultado inteiro. O valor em hexadecimal será encontrado observando-se o resto de cada
divisão, conforme apresentado no exemplo a seguir.
Exemplo: converter o valor decimal 652 para hexadecimal.
Solução: para converter o valor 652(10) decimal para hexadecimal, deve-se dividir o valor em decimal,
sequencialmente, por 16.

652 16
12 40 16
8 2 16
2
Andressa Vieira (2015)

Figura 118 - Exemplo de conversão decimal para exadecimal


Fonte: do Autor (2015)

Deve-se iniciar a leitura do valor em hexadecimal conforme segue a indicação da seta, na figura anterior.
Note que o valor 12 é C em hexadecimal.
Assim: 652(10) = 28C(16)
O valor em hexadecimal obtido ao final desta conversão é 28C(16).

4.4 SISTEMAS DIGITAIS

Alguns circuitos eletrônicos processam informações digitais, informações essas, que são representadas
por níveis de tensão.
Conforme já estudado em tópico anterior, um sinal digital caracteriza-se por apresentar valores pré-
-determinados no decorrer do tempo.
ELETRÔNICA APLICADA
122

4.4.1 NÍVEIS LÓGICOS

A comunicação entre dispositivos digitais se dá por meio da mudança no estado da tensão, onde, o
sistema binário é que representa esses estados do sinal. Conforme já estudado anteriormente, um sistema
binário possui dois símbolos que o representam, zero (0) ou um (1).
Em circuitos eletrônicos digitais, denomina-se o símbolo zero como estado lógico 0, ou ainda, nível
lógico 0. E o símbolo 1 é denominado como estado lógico 1 ou nível lógico 1.
Tanto o estado lógico 0, quanto 1, são também caracterizados de bit de informação. Um bit representa
uma informação a ser transmitida entre os circuitos digitais. Na figura a seguir, observe a representação de
bits e byte.

V
1 1 1 1

0 0 0 0
t
bit
bit
bit
bit
bit
bit
bit
bit

Andressa Vieira (2015)

byte
Figura 119 - Bits e byte
Fonte: adaptado de Capuano (2014)

Quando um conjunto de oito bits é formado, tem-se então o byte. Em sistemas computacionais, é
comum se referir à capacidade de armazenamento do mesmo através da quantidade de bytes que ele pode
armazenar, sendo que cada byte, neste caso, representa o conjunto de oito bits.
Esses estados lógicos, ou níveis lógicos, estão condicionados ao nível de tensão do sinal, onde o valor de
tensão máximo é o nível lógico 1, enquanto o valor de tensão igual a zero é o nível lógico 0.
4 CIRCUITOS LÓGICOS
123

Considere o circuito apresentado a seguir, em que o sinal de saída de um bloco digital possui tensão
máxima de 5V.

V
1 1 1
+5V

0 0
t
Bloco 0 Bloco

Andressa Vieira (2015)


Digital Digital

Figura 120 - Comunicação entre blocos digitais


Fonte: adaptado de Capuano (2014)

Nesta comunicação, note que o sinal entre os dispositivos pode assumir um valor máximo de +5V, neste
caso, o +5V pode ser representado pelo nível lógico 1. Já o valor mínimo do sinal é 0V, assim, o 0V pode ser
representado pelo nível lógico 0.

4.4.2 PORTAS LÓGICAS

Os circuitos digitais são dispositivos que processam informações digitais. Para conceber os circuitos
capazes de realizar essas operações, faz-se uso das portas lógicas.
Porta lógica é um dispositivo que tem a finalidade de tratar informações digitais em suas entradas para
o controles de sua saída. Segundo Capuano (2014), os circuitos integrados que estão inseridos em boa
parte dos sistemas eletrônicos, por exemplo, em celulares, microcomputadores ou televisões, dispõem de
portas lógicas para suas operações.
Diferentes portas lógicas podem ser encontradas e cada uma possui características diferentes de fun-
cionamento.
ELETRÔNICA APLICADA
124

A seguir são apresentadas as portas lógicas.

AND OR NAND NOR NOT XOR XNOR

Andressa Vieira (2015)


A A A A A A
Y Y Y Y A Y Y Y
B B B B B B

Figura 121 - Simbologia portas lógicas


Fonte: adaptado de Lourenço (1996)

Nas portas lógicas, apresentadas anteriormente, os terminais descritos como A e B são suas entradas, e
o terminal Y, sua saída.
Estas podem ter um número maior de entradas. A quantidade vai depender do modelo de dispositivo
escolhido para uso.

TABELA VERDADE
Para que se possa entender o funcionamento desses dispositivos, antes é necessário compreender a
tabela verdade de uma porta lógica.
Uma tabela verdade representa o estado da saída de uma porta lógica, em função dos níveis lógicos
presentes em suas entradas.
Será tomada como base uma porta que possua duas entradas e uma saída. Tanto suas entradas quanto
suas saídas são dispostas na tabela verdade.

A B Y
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1
Tabela 2 - Tabela verdade
Fonte: adaptado de Lourenço (1996)

Na tabela verdade devem constar todas as combinações possíveis da entrada da porta. Considerando
que, o nível lógico 1 na saída da porta lógica referente a tabela verdade anterior necessite que o estado das
duas entradas sejam também 1, nota-se então que, qualquer combinação entre as entradas resulta em um
estado lógico zero em sua saída, exceto a última combinação, onde as duas entradas estão com nível lógico
1, resultando então, em um estado lógico também 1 em sua saída.
4 CIRCUITOS LÓGICOS
125

a) Porta AND
A porta lógica AND também pode ser denominada de E. A simbologia desta porta lógica é apresentada
a seguir.

A B Y
A 0 0 0
Y
B 0 1 0
1 0 0

Andressa Vieira (2015)


1 1 1

(a) (b)
Figura 122 - (a) Porta lógica AND (b) Tabela verdade
Fonte: adaptado de Lourenço (1996)

O estado da saída de uma porta AND depende das suas entradas possuírem nível lógico 1. Quando
qualquer uma das entradas possui nível lógico 0, sua saída também será nível lógico 0. Assim, para que
a saída Y desta porta tenha o nível lógico 1, a entrada A e a entrada B também precisam estar com nível
lógico 1. A tabela verdade da porta AND é apresentada na figura anterior.
A equação a seguir representa o resultado obtido com esta porta lógica.

b) Porta OR
A porta lógica OR também pode ser denominada de OU. A simbologia desta porta lógica é apresentada
a seguir.

A B Y
0 0 0
A
Y 0 1 1
B 1 0 1
Andressa Vieira (2015)

1 1 1

(a) (b)
Figura 123 - (a) Porta lógica OR (b) Tabela verdade
Fonte: adaptado de Lourenço (1996)

Para que a saída Y de uma porta OR apresente o nível lógico 1, a entrada A ou a entrada B precisam estar
com nível lógico 1. A tabela verdade da porta OR foi apresentada na figura anterior.
ELETRÔNICA APLICADA
126

A equação a seguir representa o resultado obtido com esta porta lógica.

c) Porta NOT
A porta lógica NOT também pode ser denominada de Não. Sua simbologia é apresentada a seguir.

A Y
A Y
0 1

Andressa Vieira (2015)


1 0

(a) (b)
Figura 124 - (a) Porta lógica NOT (b) Tabela verdade
Fonte: adaptado de Lourenço (1996)

Uma porta NOT apenas inverte em sua saída o estado do sinal que está em sua entrada.
A equação a seguir representa o resultado obtido com esta porta lógica.

d) Porta NAND
A porta lógica NAND também pode ser denominada de Não E. A simbologia desta porta lógica é
apresentada a seguir.

A B Y
0 0 1
A
Y 0 1 1
Mateus Felipe Goedert (2015)

B 1 0 1
1 1 0

(a) (b)
Figura 125 - (a) Porta lógica NAND (b) Tabela verdade
Fonte: adaptado de Lourenço (1996)
4 CIRCUITOS LÓGICOS
127

Uma porta NAND possui uma inversão de estado na sua saída, ou seja, após o resultado da combinação
AND de suas entradas, esta porta inverte o estado do nível lógico em sua saída.
Para que a saída Y de uma porta NAND apresente o nível lógico 1, a entrada A ou a entrada B precisam
estar com nível lógico 0. Lembre-se que a tabela verdade da porta NAND foi apresentada na figura anterior.
Na tabela verdade da porta lógica NAND, observe que, quando uma das entradas está em nível lógico 0,
o resultado também seria 0, porém, como esta porta lógica inverte seu resultado, a saída será então 1, ou
seja, se uma das entradas ou as duas estiverem em 0, a saída será 1.
A equação a seguir representa o resultado obtido com esta porta lógica.

e) Porta NOR
A porta lógica NOR também pode ser denominada de Não OU. Sua simbologia é apresentada a seguir.

A B Y
0 0 1
A
Y 0 1 0

Mateus Felipe Goedert (2015)


B 1 0 0
1 1 0

(a) (b)
Figura 126 - (a) Porta lógica NOR (b) Tabela verdade
Fonte: adaptado de Lourenço (1996)

Uma porta NOR possui uma inversão de estado na sua saída, ou seja, após o resultado da combinação
OR de suas entradas, esta inverte o estado do nível lógico em sua saída.
Para que a saída Y de uma porta NOR apresente o nível lógico 1, a entrada A e a entrada B precisam estar
com nível lógico 0, como consta na tabela verdade da porta NOR, apresentada anteriormente.
Na tabela verdade da porta lógica NOR nota-se que, quando uma das entradas está em nível lógico 1,
o resultado da fórmula também seria 1, porém, como esta porta lógica inverte seu resultado, a saída será
então 0, ou seja, se uma das entradas ou as duas estiverem em 1, a saída será 0.
A equação a seguir representa o resultado obtido com esta porta lógica.
ELETRÔNICA APLICADA
128

f ) Porta XOR
A porta lógica XOR também pode ser denominada de OU exclusivo. Observe sua simbologia, a seguir.

A B Y
0 0 0
A
0 1 1

Mateus Felipe Goedert (2015)


Y
B 1 0 1
1 1 0

(a) (b)
Figura 127 - (a) Porta lógica XOR (b) Tabela verdade
Fonte: adaptado de Lourenço (1996)

Na porta XOR, para que a saída Y apresente o nível lógico 1, a entrada A e a entrada B precisam estar
com os seus níveis lógicos diferentes. Caso estes níveis apresentem o mesmo estado, a saída deste tipo de
porta será 0.
A equação a seguir representa o resultado obtido com esta porta lógica.

g) Porta XNOR
A porta lógica XNOR também pode ser denominada de Não OU exclusivo. A simbologia desta porta
lógica é apresentada a seguir.

A B Y
0 0 1
A
Y 0 1 0
Mateus Felipe Goedert (2015)

B 1 0 0
1 1 1

(a) (b)
Figura 128 - (a) Porta lógica XNOR (b) Tabela verdade
Fonte: adaptado de Lourenço (1996)

Uma porta XNOR possui uma inversão de estado na sua saída, ou seja, após o resultado da combinação
XOR de suas entradas, esta porta inverte o estado do nível lógico em sua saída.
4 CIRCUITOS LÓGICOS
129

Nota-se que, quando as entradas são iguais, a saída apresentará um nível lógico 1. Contudo, quando as
entradas forem diferentes, o nível lógico da saída será 0. A equação a seguir representa o resultado obtido
com esta porta lógica.

h) Portas lógicas com mais de duas entradas


Qualquer uma das portas lógicas estudadas anteriormente pode ter mais de duas entradas. A quantidade
dependerá do modelo de porta utilizada no projeto. Contudo, a lógica de combinação das entradas segue
o padrão do tipo de porta utilizada.

B Y

C Mateus Felipe Goedert (2015)

Figura 129 - Porta lógica AND com três entradas


Fonte: adaptado de Lourenço (1996)

A tabela verdade de uma porta com várias entradas deve considerar todas as combinações possíveis,
conforme apresentado na tabela verdade de uma porta lógica AND com três entradas, apresentada na
sequência.

A B C Y=A.B.C
0 0 0 0
0 0 1 0
0 1 0 0
0 1 1 0
1 0 0 0
1 0 1 0
1 1 0 0
1 1 1 1
Tabela 3 - Tabela verdade de porta lógica AND com três entradas
Fonte: adaptado de Lourenço (1996)

A quantidade de linhas de uma tabela verdade pode ser determinada observando-se a quantidade de
entradas da porta lógica e colocando-se este valor como expoente de 2, assim: 2n
ELETRÔNICA APLICADA
130

Observe que n representa a quantidade de entradas da porta lógica. No caso do exemplo anterior, a
porta lógica possui três entradas, então:
2³ = 8 linhas

SAIBA Para saber mais a respeito de portas lógicas, consulte o capítulo 1 do livro Sistemas
MAIS Digitais: Circuitos Combinacionais e Sequenciais, de Francisco G. Capuano.

4.4.3 ÁLGEBRA DE BOOLE

Os circuitos digitais são compostos por agrupamentos de portas lógicas e, conforme apresentado
anteriormente, cada porta lógica pode ser representada por sua equação, a qual traduz o comportamento
da saída mediante o estado de suas entradas.
Para que se possa tornar mais simples as implementações utilizando portas lógicas, pode-se fazer uso
da álgebra de Boole, que tem a finalidade de representar matematicamente essas expressões.
Segundo Lourenço (1996), as operações básicas na álgebra de Boole são:
a) operação AND;
b) operação OR;
c) operação NOT.
A seguir é apresentado um exemplo da aplicação da equação booleana em um conjunto de portas
lógicas.

A1
Y1 = A1 . B1
B1

A2
Y2 = A2 + B2 Y4 = (A1 . B1) + (A2 + B2) + (A3 . B3)
B2
Mateus Felipe Goedert (2015)

A3
Y3 = A3 . B3
B3

Figura 130 - Circuito lógico


Fonte: adaptado de Capuano (2014)
4 CIRCUITOS LÓGICOS
131

Exemplo: no conjunto de portas lógicas a seguir, qual a equação booleana na saída?

Mateus Felipe Goedert (2015)


Figura 131 - Exemplo de cálculo de equação de circuito lógico
Fonte: adaptado de Capuano (2014)

Solução: para solucionar o problema descrito anteriormente, deve-se encontrar a expressão booleana
individual de cada porta lógica, e em seguida, determinar a expressão final.

A1
Y1 = A1 . B1
B1

A2 Y2 = A2 Y4 = (A1 . B1) . (A2) . (A3 + B3)


Mateus Felipe Goedert (2015)

A3
Y3 = A3 + B3
B3

Figura 132 - Exemplo de cálculo de equação de circuito lógico


Fonte: adaptado de Capuano (2014)

Aqui finalizam seus estudos sobre portas lógicas de circuitos digitais exemplificadas pelas tabelas, ou
seja, pelos mapas, nos quais apresentam todas as situações possíveis de entradas e saídas correspondentes
a cada tipo de circuito lógico.
ELETRÔNICA APLICADA
132

4.5 MEMÓRIA

Um equipamento, ao processar informações, tem a necessidade de guardar momentaneamente alguns


dados, ou ainda, armazená-los para uso futuro. Para que seja possível o armazenamento dessas informações
em um sistema digital, se faz uso das memórias ou dispositivos que tenham a capacidade para tal.
Segundo Capuano (2014), as memórias são largamente utilizadas na informática. Um computador, por
exemplo, dispõe de memórias para que possa guardar as informações relacionadas ao funcionamento do
equipamento.
Observe na figura, um exemplo de memórias.

Darko Novakovic (2015)

Figura 133 - Memória


Fonte: Thinkstock (2015)

As informações armazenadas em uma memória estão no formato de bits, ou seja, 0s e 1s.

4.5.1 CARACTERÍSTICAS DE UMA MEMÓRIA

A memórias possuem características que as classificam, como:


a) Escrita/Leitura: as memórias podem ter dados gravados e lidos, ou seja, um sistema pode acessar
a memória para gravar informações ou ler essas informações. Ou ainda, elas podem ser das que
permitem apenas a leitura do que está contido em seu conteúdo, não permitindo que sejam
gravados novos dados.
b) Tempo de acesso: as informações armazenadas em uma memória são alocadas em regiões
demarcadas com endereços lógicos. Quando uma informação precisa ser acessada em uma memória,
o tempo para acessar essa informação é denominado de tempo de acesso da memória.
4 CIRCUITOS LÓGICOS
133

c) Volatilidade: quando uma informação é armazenada, esta pode permanecer por tempo
indeterminado ou até que alguém a mude, ou ainda, até que a memória não seja mais alimentada
por um nível de tensão. Quando a alimentação de uma memória é retirada e ela perde a informação
que estava armazenada, este tipo de memória é denominada de volátil. Já quando a alimentação é
retirada da memória e, mesmo assim, ela mantém a informação armazenada, este tipo de memória
é denominada de não volátil.

Cuidado ao manipular uma memória. Elas são sensíveis a descargas eletrostáticas


FIQUE que podem ocorrer quando manipuladas sem utilizar um dispositivo adequado
ALERTA contra este tipo de efeito físico. Uma descarga eletrostática pode danificar este tipo
de componente, inviabilizando seu uso.

4.5.2 TIPOS DE MEMÓRIA

Várias são as memórias disponíveis e cada uma possui características que permitem que sejam utilizadas
em diferentes aplicações.
a) Memória RAM: as RAM (Random Access Memory), são memórias do tipo volátil, ou seja, ao ser retirada
sua alimentação perde-se a informação armazenada. Essas memórias, em geral, são utilizadas para
gravar dados momentaneamente.
b) Memória ROM: as ROM (Read Only Memory), são memórias do tipo não volátil, ou seja, mantém a
informação armazenada mesmo tendo sua alimentação retirada. Contudo, este tipo de memória
é utilizado apenas para leitura dos dados nela armazenados. A gravação das informações nesta
memória é realizada em fábrica, não podendo ser gravada pela segunda vez.
c) Memória PROM: as PROM (Programmable Read Only Memory), são memórias do tipo não volátil.
Podem ser gravada pelo projetista uma vez apenas, porém, podem ser lidas várias vezes. A diferença
da PROM para a ROM, é que a ROM já vem com as informações gravadas de fábrica, ou seja, o
fabricante disponibiliza a memória já com seu conteúdo gravado. Já na PROM, o projetista recebe o
componente e pode realizar uma única vez a gravação, podendo apenas ler essas informações várias
vezes.
d) Memória EPROM: as EPROM (Erase Programmable Read Only Memory), são memórias do tipo não
volátil. Este tipo de memória pode ser gravado algumas vezes, porém, para apagar as informações
contidas nela, é necessário submete-la à luz ultravioleta. O processo de limpeza da memória é
realizado aplicando a luz ultravioleta em uma janela presente sobre a superfície do componente.
ELETRÔNICA APLICADA
134

Robert Byron (2015)


Figura 134 - Memória
Fonte: Thinkstock (2015)

e) Memória EEPROM: as EEPROM (Eletric Erase Programmable Read Only Memory), são memórias do
tipo não volátil. Este tipo de memória pode ser gravada algumas vezes. Sua vantagem é que não
mais necessita da luz ultravioleta para apagar as informações contidas nela; para isso, são utilizados
sinais elétricos.
f) Memória Flash: a Flash é uma memória do tipo não volátil. Este tipo de memória pode ser gravada e
apagada algumas vezes e possui também alta capacidade de armazenamento. É muito utilizada em
circuitos eletrônicos, pois possibilita acesso rápido à leitura dos dados.

CASOS E RELATOS

Manipulando a memória indevidamente


Carlos, um homem de quarenta anos, ao ligar seu computador pela manhã, como fazia todos
os dias quando chegava ao escritório, observou que o mesmo não estava inicializando. Como o
computador era de uso profissional, tratou de levá-lo para reparo o mais brevemente possível.
Chegando à assistência técnica, relatou ao atendente qual era o problema com sua máquina. O
técnico, após verificar o computador, notou que o problema estava no módulo de memória e
questionou Carlos se ele havia, em algum momento, manipulado a memória do computador.
Carlos respondeu que seu computador estava com a tampa da CPU aberta e, no dia anterior, após
desligar a máquina, havia encostado no pente de memória para verificar se estava preso, pois teve
a impressão contrária.
4 CIRCUITOS LÓGICOS
135

O técnico comentou então que, possivelmente, Carlos havia danificado a memória do computador
com uma descarga eletrostática quando foi verificar a memória sem a devida proteção e que seria
necessário trocá-la.
Carlos autorizou a troca da memória e comentou com o técnico que não imaginava que isso
poderia acontecer e que não faria mais isso.
O técnico, então, após a troca da memória, devolveu o computador de Carlos funcionando
corretamente.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você estudou os sistemas digitais, seus sistemas numéricos, a conversão entre esses
sistemas, as portas lógicas e o conceito de memória.
Alguns sistemas numéricos são o binário, o decimal e o hexadecimal. O binário possui dois símbolos
que o representa, o decimal possui a representação de dez símbolos, enquanto que o hexadecimal,
a representação de 16 símbolos.
Você aprendeu que, quando for necessário, pode-se fazer a conversão entre os sistemas numéricos.
As portas lógicas são dispositivos que, mediante a combinação de sinais em suas entradas, mudam
o estado em sua saída.
Já as memórias, são componentes eletrônicos que permitem o armazenamento de dados, ou seja,
informações em um sistema eletrônico, para uso posterior. Portanto, você estudou assuntos que
irão capacitá-lo a exercer de forma eficiente sua função.
Montagem de Circuitos Eletrônicos

Quando um projeto de circuito eletrônico é concebido, será que uma verificação de suas
características funcionais é importante?
Uma das etapas essenciais em um projeto eletrônico é prover a montagem do mesmo
para que a validação de todo o sistema seja realizada, antes que o circuito seja submetido ao
funcionamento permanente.
Para proceder com esta validação, o uso de algumas ferramentas se faz necessário,
fornecendo ao projetista meios para verificar detalhes funcionais do circuito, bem como,
verificar o comportamento das grandezas elétricas envolvidas. Dentre as ferramentas, pode-se
fazer uso da matriz de contato para a montagem do circuito, de instrumentos de medidas para
análise das grandezas elétricas envolvidas, como também, de equipamentos para soldagem e
dessoldagem dos componentes, quando o meio de conexão dos dispositivos for uma placa de
circuito impresso.
Desta forma, após finalizar o estudo deste capítulo, você será capaz de:
a) montar circuitos com os principais tipos de componentes eletrônicos;
b) montar e testar fontes de alimentação;
c) utilizar dispositivos, instrumentos e equipamentos para monitorar os circuitos eletrônicos;
d) conectar e desconectar componentes eletrônicos em placas de circuito;
e) participar de atividades de trabalho em equipe e da organização do ambiente;
f ) utilizar, de forma racional e segura, os recursos disponibilizados; considerando os
aspectos técnicos, sociais e econômicos aplicados;
g) cooperar com outras pessoas de forma comunicativa, construtiva e apresentar postura
ética e responsável.
A partir de agora, você terá a oportunidade de conhecer diversos temas sobre o assunto
que farão a diferença em suas práticas profissionais.
Bons estudos!
ELETRÔNICA APLICADA
138

5.1 UTILIZANDO OS INSTRUMENTOS BÁSICOS DE MEDIDA

Para a concepção de um projeto eletrônico e garantia de seu funcionamento, se faz necessário a verificação
do comportamento de cada componente no circuito, bem como, das grandezas elétricas envolvidas. Outro
requisito importante, é submeter o circuito à alimentação necessária para seu funcionamento. Para tal, o
uso de alguns instrumentos de medidas elétricas, como também, geradores de sinais elétricos, é essencial.
Dentre eles pode-se citar:
a) amperímetro;
b) voltímetro;
c) ohmímetro;
d) multímetro portátil e de bancada;
e) capacímetro;
f ) gerador de sinais;
g) osciloscópio.

5.1.1 AMPERÍMETRO

O amperímetro é o instrumento utilizado para medir corrente elétrica. Seu uso deve ocorrer, colocando
o instrumento no circuito de modo que ele fique em série com o elemento, o qual se deseja conhecer a
intensidade da corrente elétrica, pois, conforme estudado, em um circuito série a corrente é a mesma.
Observe na representação a seguir, a utilização de um amperímetro.

R R Amperímetro
A
Julio Cesar Borchers (2015)

VF
Figura 135 - Utilizando o amperímetro
Fonte: adaptado de Halliday (2009)
5 MONTAGEM DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS
139

Um detalhe importante do amperímetro, é que este tipo de instrumento possui resistência interna muito
baixa, praticamente zero. Essa característica é importante, pois deste modo, quando ele é alocado em série
no circuito, sua resistência, por ser muito baixa, praticamente zero, não interfere na medida realizada.

5.1.2 VOLTÍMETRO

O voltímetro é o instrumento utilizado para medir tensão elétrica. Seu uso deve ocorrer, colocando o
instrumento no circuito de modo que ele fique em paralelo com o elemento, o qual se deseja conhecer
a intensidade da tensão elétrica, pois, conforme estudado, em um circuito paralelo a tensão é a mesma.
Acompanhe na figura que segue.

Voltímetro

R R Paco Giordani Mora (2015)

VF
Figura 136 - Utilizando o voltímetro
Fonte: adaptado de Halliday (2009)

Um detalhe importante do voltímetro é que este tipo de instrumento possui resistência interna muito
alta. Essa característica é importante, pois desse modo, quando ele é alocado em paralelo no circuito, sua
resistência, por ser muito alta, não interfere na medida realizada.

SAIBA Para saber mais a respeito de amperímetro e voltímetro, consulte o capítulo 27 do


MAIS livro de Fundamentos de Física, volume 3, de David Halliday.
ELETRÔNICA APLICADA
140

5.1.3 OHMÍMETRO

O ohmímetro é o instrumento dedicado a medir o valor da resistência elétrica. Seu uso deve ocorrer,
colocando o ohmímetro em paralelo com a resistência que se deseja medir.
É importante ressaltar que, como o ohmímetro é destinado à resistência elétrica, ele não pode ser
utilizado quando a resistência a ser medida estiver conectada a uma fonte de tensão, sendo necessário,
neste caso, desconectar a resistência do circuito, do contrário o ohmímetro será danificado.

5.1.4 MULTÍMETRO

O multímetro é um instrumento que tem a capacidade de medir as grandezas da corrente, tensão e


resistência elétrica. O uso deste equipamento é interessante, pois, como ele permite extrair a medida de
diferentes grandezas, ao se analisar o problema funcional em um equipamento eletroeletrônico, não há a
necessidade de carregar mais de um instrumento de medida.

Volodymyr Krasyuk (2015)

Figura 137 - Multímetro


Fonte: Thinkstock (2015)

Na figura anterior, nota-se que no centro do multímetro há um seletor. Este tem o objetivo de selecionar
o tipo de grandeza elétrica da qual o multímetro irá realizar a medida.
O acoplamento deste equipamento no circuito dependerá do tipo de grandeza que se deseja medir.
Assim, para medir corrente elétrica, o multímetro deve ser colocado em série com o elemento, do
qual se deseja conhecer a corrente. Nesta condição, a resistência interna do mesmo apresenta um valor
praticamente igual a zero, permitindo extrair este tipo de medida.
Para medir a intensidade de tensão elétrica, deve-se alocar o multímetro em paralelo com a carga. Desse
modo, a resistência interna do mesmo apresenta um valor muito alto, possibilitando realizar este tipo de
medida.
5 MONTAGEM DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS
141

Já para extrair uma medida de resistência elétrica, deve-se colocar o instrumento em paralelo com o
componente, do mesmo modo como um ohmímetro é posto para a medida.
Dependendo do modelo de multímetro, ele permite realizar outras medidas além de tensão, corrente e
resistência elétrica, como por exemplo, o ganho de um transistor.

Os multímetros podem ser encontrados em diferentes modelos e com diferentes


CURIOSI capacidades de medida, principalmente no que se refere às escalas possíveis de
serem medidas. Alguns instrumentos digitais ainda podem ter uma precisão de
DADES medida maior que outros, devido à quantidade de dígitos disponibilizados no
equipamento.

5.1.5 CAPACÍMETRO

Com este instrumento, é possível medir o valor da capacitância. O uso deste instrumento deve ser em
paralelo com a capacitância que se deseja medir.
Do mesmo modo que um ohmímetro, o capacímetro não pode ser submetido à medidas onde a capa-
citância esteja ligada a uma fonte de tensão, assim, quando utilizar este instrumento, é necessário desco-
nectar a capacitância do circuito antes de realizar a medida.

5.1.6 GERADOR DE SINAIS

Quando é necessário alimentar um circuito eletrônico para teste, sem que este seja submetido a fonte
de tensão alternada da rede elétrica, pode-se fazer uso do gerador de sinais. Um gerador de sinais, como
pode ser observado na figura que segue, é um equipamento que fornece um sinal alternado ao circuito.
Stan Rohrer (2015)

Figura 138 - Gerador de sinais


Fonte: Thinkstock (2015)
ELETRÔNICA APLICADA
142

Basicamente, este sinal pode ser do tipo senoidal, retângulo ou dente de serra, conforme figura a seguir.

V V V

t t t

Paco Giordani Mora (2015)


(a) (b) (c)
Figura 139 - (a) Sinal senoidal (b) Sinal retangular (c) Sinal triangular
Fonte: adaptado de Cruz (2007)

Alguns circuitos eletrônicos são projetados para operar com um dos sinais apresentados na figura
anterior. Por este motivo é que o gerador de sinais prova diferentes formas de onda, permitindo assim, que
seu uso possa auxiliar em testes de validação em diferentes aplicações. Observe a seguir.

Gerador de Circuito
Paco Giordani Mora (2015)

Sinais eletrônico

Figura 140 - Aplicação do gerador de sinais


Fonte: do Autor (2015)

Além dos diferentes sinais gerados pelo equipamento, ele também permite que a frequência gerada
possa ser alterada, aumentando-a ou diminuindo-a. Outra característica é a possibilidade de aumentar ou
diminuir a amplitude do sinal gerado, para atender a especificação funcional do circuito.
5 MONTAGEM DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS
143

Para utilizar o sinal fornecido pelo equipamento, este dispõe de uma saída e, por meio de um cabo
dedicado, poderá ser acoplado ao circuito eletrônico, para fornecer o sinal alternado.
Veja a figura deste cabo gerador de sinais na sequência.

Aiyumi (2015)
Figura 141 - Cabo para o gerador de sinais
Fonte: Thinkstock (2015)

5.1.7 OSCILOSCÓPIO

Em muitas aplicações, há a necessidade de analisar detalhes do sinal em um circuito. Com o uso do


multímetro, o valor que o instrumento apresenta ao técnico é o valor eficaz de um sinal alternado. Com
ele, não é possível verificar detalhes que o sinal apresenta ao longo do tempo, por exemplo, não é possível
conhecer com o auxílio do multímetro o valor da tensão que um sinal apresenta em um instante específico.
Na ilustração a seguir, qual o valor da tensão no ponto destacado?

Qual o valor
da tensão
V neste ponto?

t
Paco Giordani Mora (2015)

Figura 142 - Valor da tensão instantânea


Fonte: adaptado de Cruz (2007)
ELETRÔNICA APLICADA
144

Para solucionar este de problema, há um equipamento de medida que permite a determinação da


intensidade da grandeza, nessas condições. Este equipamento é o osciloscópio. Este permite analisar o
comportamento do sinal ao longo do tempo, possibilitando verificação mais detalhada sobre o mesmo.
Com este equipamento de medida, pode-se medir o valor da tensão em um instante específico, medir a
frequência, o período, entre outras características do sinal.

Peresanz (2015)
Figura 143 - Osciloscópio digital
Fonte: Thinkstock (2015)

Na figura anterior, observa-se que este equipamento possui um pequeno monitor. Este serve para que,
ao realizar uma medida, o instrumento possa apresentar o sinal medido ao longo do tempo, permitindo
assim, a quem for analisá-lo, extrair informações do sinal, como o valor máximo de sua amplitude,
frequência, período, entre outros.
O monitor do osciloscópio é composto por linhas horizontais e verticais: as linhas horizontais referem-
-se ao sinal no decorrer do tempo, enquanto que as linhas verticais traduzem a amplitude do sinal.
Estas linhas são divididas conforme apresentado na figura anterior. Cada divisão destas pode ser
ajustada para assumir um determinador valor de tensão (vertical), ou tempo (horizontal).
Para que seja possível medir um sinal com o osciloscópio, o equipamento dispõe de entradas, que são
dedicadas para conectar ponteiras específicas do instrumento com intuito de realizar a medida.
5 MONTAGEM DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS
145

Observe na figura a seguir, o sinal senoidal no osciloscópio.

Tnzr (2015)
Figura 144 - Sinal senoidal no osciloscópio
Fonte: Thinkstock (2015)

Com a ponteira acoplada ao equipamento, o mesmo está adequado para analisar um sinal em um
circuito eletrônico, conforme figura a seguir.

Anyaivanova (2015)

Figura 145 - Medindo um sinal com o osciloscópio


Fonte: Thinkstock (2015)

Quando há a necessidade de analisar o sinal de um circuito com detalhes ou verificar seu comportamento
no tempo, o osciloscópio torna-se indispensável.
ELETRÔNICA APLICADA
146

CASOS E RELATOS

Manipulando o multímetro
Bruno, um aluno que acabara de ingressar em um curso técnico, foi a uma loja e adquiriu um
instrumento de medida, um multímetro.
Devido à pouca experiência que tinha com o instrumento, ele ajustou o multímetro para medir
corrente elétrica e acoplou o instrumento em paralelo com a carga da qual desejava medir a
corrente. Bruno notou que o valor medida estava muito diferente do que ele imaginava.
Com dúvidas sobre o valor medido, ele questionou seu professor sobre o ocorrido e comentou que
não havia compreendido o motivo daquele valor medido. O professor questionou sobre como ele
havia acoplado o instrumento para a medida. Após a reposta, o professor disse a ele que o método
para medir corrente estava errado, e que, se ele desejasse medir a grandeza de corrente elétrica, o
instrumento deveria estar em série com a carga e não em paralelo, como ele havia colocado.
Bruno entendeu o erro que havia cometido e comentou que iria medir novamente, do modo
correto.

Nesta seção, você estudou vários equipamentos, os quais permitem o diagnóstico de inúmeras situações
de falhas em componentes de circuitos eletrônicos.

5.2 TESTANDO COMPONENTES ELETRÔNICOS

A montagem de um circuito pode requerer um teste preliminar nos componentes eletrônicos. Para
possibilitar a avaliação de alguns dispositivos, o multímetro é um equipamento que, além de permitir a
realização de algumas medidas elétricas, pode também ser utilizado para o teste de alguns componentes.

5.2.1 TESTANDO O RESISTOR

O multímetro pode ser utilizado para medir a resistência de um resistor. Esta ação, além de medir o valor
da grandeza elétrica do componente, também verifica a integridade do dispositivo. O ato de medir sua
resistência elétrica traduz também o teste do componente.
5 MONTAGEM DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS
147

Na sequência, uma figura com exemplos de resistores.

L. Shindler (2015)
Figura 146 - Resistor
Fonte: Thinkstock (2015)

Para verificar a integridade do componente e sua resistência, inicialmente, deve-se retirar o resistor do
circuito ao qual ele está conectado. Esta ação, conforme já destacada em capítulo anterior, garante que a
medida realizada não seja comprometida.
Após o componente estar fora do circuito, ajuste o multímetro na escala de resistência elétrica e, por
meio de suas ponteiras, meça a resistência do componente.
Ppalis Michalakis (2015)

Figura 147 - Verificando a resistência


Fonte: Thinkstock (2015)

Utilizando o teste do valor de resistência, verifique se o valor medido está conforme o especificado pelo
fabricante do componente, dentro de suas tolerâncias.
ELETRÔNICA APLICADA
148

5.2.2 TESTANDO O CAPACITOR

Ao medir o valor de capacitância de um capacitor, é possível verificar a integridade do componente,


provendo assim, um teste do dispositivo. Na próxima figura, observe um exemplo de capacitor.

Evgeny Lipskiy (2015)


Figura 148 - Capacitor
Fonte: Thinkstock (2015)

Para testar o componente, deve-se utilizar um capacímetro. Quando não dispuser de um, alguns
multímetros, como o da figura a seguir, possuem esta possibilidade de medida: a capacitância.
Maniaroom (2015)

Figura 149 - Multímetro com capacidade de medir capacitância


Fonte: Thinkstock (2015)

Note no multímetro da figura anterior, que há uma escala para medir a capacitância (farad).
5 MONTAGEM DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS
149

É importante desconectar o capacitor do circuito para verificar sua integridade, garantindo que o circuito
ao qual o componente está acoplado, não influencie na verificação de integridade do componente. Na
sequência, ajuste o multímetro na escala de capacitância e meça o componente.
Assim, por intermédio do teste do valor de capacitância, verifique se o valor medido está conforme
o especificado pelo fabricante do componente, dentro de suas tolerâncias. A exemplo dos multímetros
portáteis, ainda pode-se utilizar um multímetro de bancada, como o exemplo da figura a seguir.

Yauhenka (2015)
Figura 150 - Multímetro de bancada
Fonte: Thinkstock (2015)

São instrumentos com excelente precisão e compactos, possibilitando boas leituras das grandezas
elétricas.

5.2.3 TESTANDO O INDUTOR

Alguns modelos de multímetro permitem verificar a indutância do dispositivo.


Para testar o componente, é importante desconectar o indutor do circuito, garantindo que este, não
influencie na verificação de integridade do componente. Em seguida, ajuste o instrumento na escala de
indutância (henry) e meça o componente.
Depois de efetivado o teste do valor de indutância, verifique se o valor medido está conforme o especi-
ficado pelo fabricante do componente, dentro de suas tolerâncias.
ELETRÔNICA APLICADA
150

5.2.4 TESTANDO O DIODO SEMICONDUTOR

Um diodo semicondutor permite a condução de um sinal apenas quando o dispositivo está diretamente
polarizado. Para testar este tipo de componente, ou seja, verificar se realmente está conduzindo sinal
apenas em um sentido, pode-se fazer uso, também, do multímetro.
Para realizar este teste, alguns multímetros possuem uma posição para ajuste do seletor que está
designado com o símbolo de um diodo semicondutor, conforme apresenta a figura que segue.

Stan Rohrer (2015)

Figura 151 - Escala para medir diodo no multímetro


Fonte: Thinkstock (2015)

Ajustando o seletor do equipamento para esta posição, o mesmo poderá verificar a integridade funcional
de um diodo semicondutor.
Para testá-lo utilizando as ponteiras do equipamento conecte as mesmas aos terminais do dispositivo.
Existem dois modos de medir o diodo.
A ponteira positiva (vermelha) do instrumento deve ser conectada ao terminal do ânodo do componente,
enquanto a ponteira comum (preta) deve ser conectada ao terminal cátodo do dispositivo, conforme o
esquema a seguir.

Ponteira Vermelha

A
Multímetro
Paco Giordani Mora (2015)

Ponteira Preta
Figura 152 - Verificando a integridade do diodo
Fonte: do Autor (2015)
5 MONTAGEM DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS
151

Nesta condição, como o instrumento está medindo o diodo de modo diretamente polarizado, se o
componente estiver em boas condições, será apresentado no instrumento o valor da queda de tensão do
dispositivo, conforme já estudado anteriormente. Contudo, em uma medida de modo que as ponteiras
submetam o dispositivo a uma polarização reversa, deve-se verificar no instrumento que o diodo está
aberto, pois na polarização reversa, o diodo não permite a condução de sinal entre seus terminais.

5.2.5 TESTANDO O TRANSISTOR

Utilizando o multímetro é possível verificar também a integridade do transistor, bem como, o valor de
seu ganho, o beta.
Em alguns multímetros, há no equipamento uma entrada onde é possível conectar os terminais do
componente e verificar seu ganho.
Na figura seguinte, nota-se que, no canto esquerdo inferior do instrumento, há duas entradas, descritas
como NPN e PNP, sendo estas o local onde se pode testar o transistor.

Stan Rohrer (2015)

Figura 153 - Escala para medir ganho do transistor no multímetro


Fonte: Thinkstock (2015)
ELETRÔNICA APLICADA
152

Observe que esta entrada dispõe de posições designadas como B, C e E, que referenciam os terminais
de base, coletor e emissor. Acompanhe a seguir.

Paco Giordani Mora (2015)


B E
C
Figura 154 - Terminais do transistor
Fonte: do Autor (2015)

Para realizar o teste do transistor, inicialmente, deve-se ajustar o seletor na posição onde possui a
marcação de hFE. Esta, determina ao instrumento que será realizado o teste de ganho do transistor.
Como cada modelo de transistor possui uma sequência determinada de seus terminais para a base,
coletor e emissor, essas combinações estão disponíveis no instrumento, de tal modo que se possa fazer o
encaixe nas devidas posições. O multímetro também possui disposições para teste do transistor do tipo
NPN, quanto PNP.
Depois de encaixado o componente no instrumento, o mesmo irá apresentar o valor do ganho. Se o
componente estiver danificado, não será possível medir o ganho e o mesmo não será apresentado.
Veja na próxima seção, a importância do multímetro quando há necessidade de testes em transistor.
Lembre-se que é importante fazer a correta seleção do modo para teste, ou seja na posição hFE.

5.3 MONTAGEM DE CIRCUITO EM MATRIZ DE CONTATO

Para validar o funcionamento de um circuito eletrônico um dos métodos que pode ser adotado é a
montagem do circuito em uma matriz de contato, como a da próxima figura. Uma matriz de contato, ou
protoboard, como também é conhecida, é uma matriz que, no interior dos furos, possui contatos pré-
-conectados que permitem a interligação entre os dispositivos eletrônicos de forma fácil e rápida.
5 MONTAGEM DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS
153

llvday (2015)
Figura 155 - Matriz de contato
Fonte: Thinkstock (2015)

Mediante a matriz de contato, é possível realizar a montagem de diferentes circuitos eletrônicos. Este
método é uma forma de permitir que o projetista realize um teste funcional rápido no circuito concebido,
em busca de possíveis erros e soluções para um eventual problema. Observe na figura a seguir, alguns
componentes eletrônicos inseridos na matriz de contato.

Miha Peroã (2015)

Figura 156 - Componentes eletrônicos inseridos na matriz de contato


Fonte: Thinkstock (2015)

Para utilizar uma matriz de contato, é importante saber como ela á composta.
ELETRÔNICA APLICADA
154

Observe que ela é formada por uma parte central e duas laterais.

Paco Giordani Mora (2015)


Lateral Central Lateral
Figura 157 - Disposição da matriz de contato
Fonte: do Autor (2015)

A região central da matriz está disposta de tal forma que em seu interior os furos estão interconectados
na horizontal, conforme a figura seguinte.

Paco Giordani Mora (2015)

Central Lateral Lateral


Figura 158 - (a) Disposição da matriz na região central (b) Disposição da matriz na região lateral
Fonte: do Autor (2015)

Na figura (a) anterior, note que, na região central, a cada cinco furos há uma interconexão entre eles. Vale
ressaltar que, o lado direito da região central não está conectado à região direita da matriz. Ainda na parte
central, observe que os furos estão isolados uns dos outros, não havendo contato entre eles. A figura (b)
apresenta a disposição das conexões nas laterais da matriz. Nesta, todos os furos estão interconectados na
vertical, porém estão isolados na horizontal.
Esta disposição dos contatos da matriz possibilita fazer arranjos dos componentes, de modo que os
mesmos possam ser conectados uns aos outros.
5 MONTAGEM DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS
155

5.3.1 MONTAGEM DE RETIFICADOR DE MEIA ONDA EM MATRIZ DE CONTATO

O circuito de um retificador de meia onda é apresentado na figura a seguir.

Diodo

V ~ Carga

Andressa Vieira (2015)


F

Figura 159 - Circuito retificador de meia onda


Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Este circuito pode ser montado em uma matriz de contato, apenas dispondo o diodo e o resistor, de tal
modo que os mesmos possam estar em série, mediante as interconexões na matriz.
A fonte de tensão alternada é acoplada à matriz através de fios. A montagem do circuito anterior pode
ser realizada conforme o modelo que segue.

Fios para
fonte de
alimentação
alternada
Paco Giiordani Mora (2015)

Lateral Central Lateral


Figura 160 - Montagem em matriz de contato de circuito retificador de meia onda
Fonte: do Autor (2015)

Para testar o circuito, ao alimentá-lo com uma fonte de tensão alternada, pode-se utilizar o osciloscópio
e monitorar o sinal sobre o resistor.
ELETRÔNICA APLICADA
156

5.3.2 MONTAGEM DE RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM MATRIZ DE CONTATO

O circuito de um retificador de onda completa é apresentado na figura a seguir.

Diodo Diodo

Franco Gomes dos Santos (2015)


V
F
Carga
Diodo Diodo

Figura 161 - Circuito retificador de onda completa


Fonte: adaptado de Malvino (1997)

Para montar um circuito com os componentes diodos e resistores pode-se usar uma matriz de contato,
apenas dispondo esses componentes de tal modo que os mesmos possam ser conectados mediante a
matriz. A fonte de tensão alternada é acoplada utilizando-se fios condutores. A montagem do circuito
anterior pode ser realizada conforme o modelo a seguir.

Fios para
fonte de
Franco Gomes dos Santos (2015)

alimentação
alternada

Figura 162 - Montagem em matriz de contato de circuito retificador de onda completa


Fonte: do Autor (2015)

Para testar o circuito, ao alimentá-lo com uma fonte de tensão alternada, pode-se utilizar o osciloscópio
e monitorar o sinal sobre o resistor.
5 MONTAGEM DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS
157

5.3.3 MONTAGEM DE RELÉ DE ESTADO SÓLIDO EM MATRIZ DE CONTATO

O circuito funcional utilizando um relé de estado sólido é apresentado na figura a seguir.

Relé estado sólido

Franco Gomes dos Santos (2015)


Figura 163 - Circuito funcional de um relé de estado sólido
Fonte: do Autor (2015)

Os circuitos podem ser executados em uma matriz de contato, dispondo o relé e os resistores de
maneira que os componentes possam ser conectados mediante a matriz. A fonte de alimentação contínua
é acoplada à matriz utilizando fios. A montagem do circuito anterior na matriz pode ser realizada conforme
o modelo que segue.

Fios para ligar Fios para ligar


na fonte de na fonte de
alimentação alimentação
Franco Gomes dos Santos (2015)

Figura 164 - Montagem em matriz de contato de circuito funcional utilizando relé de estado sólido
Fonte: do Autor (2015)

Para testar o circuito, ao alimentá-lo com uma fonte de tensão contínua, pode-se utilizar o osciloscópio
e monitorar o sinal sobre o resistor.
ELETRÔNICA APLICADA
158

É importante notar que, a descrição de cada terminal do componente referente ao relé de estado sólido,
pode ser encontrada na carta de dados fornecida pelo fabricante do dispositivo. Quanto à disposição dos
terminais, dependendo do modelo e fabricante do componente, esta consulta é importante para não haver
erros de montagem. Agora que você finalizou os estudos de montagem de relés em matrizes de contato,
prossiga com os conhecimentos sobre solda, muito úteis na manutenção de circuitos de placas eletrônicas.

5.4 UTILIZAÇÃO BÁSICA DE ESTAÇÃO DE SOLDA

Alguns projetos de circuito eletrônico podem ser testados e validados em uma matriz de contato,
contudo, ao final das validações é prudente a confecção de uma PCI (Placa de Circuito Impresso). Uma PCI
é um laminado (material isolante) recoberto em suas faces com cobre (material condutivo), a qual permite,
através do cobre, realizar as interconexões dos componentes. Uma placa de circuito impresso garante que
as posições dos componentes eletrônicos e conexões entre eles estejam sempre com a mesma disposição.
Isso garante ao projeto maior confiabilidade, como também, repetibilidade, de forma mais fácil e adequada.
Observe na figura a seguir uma PCI montada.

Willian Park (2015)

Figura 165 - Placa de circuito impresso montada


Fonte: Thinkstock (2015)

Para que um componente eletrônico possa estar conectado na PCI, é necessário que este seja soldado
na mesma. A soldagem do componente fornece a ele duas condições: a primeira de fixar o dispositivo na
placa de circuito impresso e a segunda, de garantir que haja um contato elétrico entre os terminais do
componente e a PCI.
5 MONTAGEM DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS
159

Observe na figura a seguir, os componentes sendo soldados em uma placa de PCI.

Jumnong (2015)
Figura 166 - Componentes soldados em uma placa de circuito impresso
Fonte: Thinkstock (2015)

Para soldar o componente, o mais adequado é utilizar uma estação de solda, como a da figura a seguir,
por exemplo.

Beend (2015)

Figura 167 - Estação de solda


Fonte: Thinkstock (2015)

A estação de solda possui um dispositivo que irá fornecer calor ao terminal do componente e à PCI.
ELETRÔNICA APLICADA
160

Observe na figura a seguir, a soldagem de um componente eletrônico.

Ultramcu (2015)
Figura 168 - Soldagem de componente eletrônico
Fonte: Thinkstock (2015)

Com este calor transferido às duas partes, quando uma liga, por exemplo, de estanho-chumbo é
submetida entre o terminal do componente e a PCI, a mesma é fundida fazendo a união do dispositivo ao
cobre da placa. Esta ação irá prover à fixação do componente à placa, como também seu contato elétrico.
Na figura que segue, um exemplo de material utilizado para soldagem.
Perytskyy (2015)

Figura 169 - Material para soldar componente eletrônico e PCI


Fonte: Thinkstock (2015)

Uma estação de solda possui a vantagem de ter o controle de sua temperatura. Esta ação pode ser
interessante, dependendo do componente que se quer soldar na placa, como também, das características
construtivas do laminado da PCI, que pode ser danificada por excesso de calor, dependendo de sua
composição.
5 MONTAGEM DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS
161

Para realizar a soldagem do componente, o primeiro passo é utilizar a estação de solda para aquecer
a região a ser soldada na PCI, juntamente com o terminal do componente. Em seguida, encostar a liga de
estanho-chumbo entre o terminal do componente e a região aquecida. Esta ação deve ser feita ainda com
a estação de solda fornecendo calor ao conjunto, como na próxima figura.

Unknown (2015)
Figura 170 - Processo de soldagem de componente a PCI
Fonte: Thinkstock (2015)

Após o componente ser soldado na placa, ele está pronto para operar.
Do mesmo modo que pode-se soldar um dispositivo em uma PCI, é possível retirar um dispositivo
conectado. Para tanto, é necessário realizar a dessoldagem.
Para dessoldar o componente, deve-se, primeiramente, aquecer a região onde há a união entre o
componente e a placa e em seguida, com o auxílio de um sugador de solda, fazer a retirada da liga estanho-
-chumbo. Esta ação irá desfazer a conexão entre placa e componente, permitindo que o dispositivo seja
removido.
A estação de solda pode auxiliar tanto na conexão de um componente eletrônico, quanto na desconexão
da PCI.

FIQUE Quando houver necessidade de realizar manutenção em uma placa de circuito


impresso, jamais se deve soldar ou dessoldar um componente eletrônico enquanto a
ALERTA PCI estiver ligada a uma fonte de alimentação.
ELETRÔNICA APLICADA
162

Você pôde observar com esse estudo, o quanto é fundamental utilizar ferramentas adequadas e ter
bons conhecimentos dos componentes a serem manipulados e soldados na área da eletrônica. Esses
cuidados estão relacionados à fragilidade de todos os materiais e peças utilizadas: qualquer ação realizada
com descuido poderá ampliar o defeito. Lembre-se: use ferramentas de confiança e de boa qualidade para
atender às necessidades que requerem manutenção.

5.5 PROJETANDO EM EQUIPE

Projetar um circuito eletrônico requer conhecimento, desde os componentes que serão utilizados no
projeto, manipulação de alguns instrumentos de medida, como também, a montagem do circuito para
testes e validação.
As habilidades descritas anteriormente são essenciais para que ao final, o resultado obtido seja o melhor
possível.
Contudo, grande parte dos desenvolvimentos é realizado em equipe, formada por pessoas com um
objetivo em comum. Observe a figura na sequência.

Andrey Popov (2015)

Figura 171 - Trabalho em equipe


Fonte: Thinkstock (2015)

Um grupo de excelência é definido como uma equipe onde os integrantes trocam experiências entre
si, sendo essas, de fundamental importância para o desenvolvimento e sucesso do projeto. Uma equipe
é aquele grupo de pessoas em que todos os seus integrantes procuram ajudar uns aos outros, sempre
buscando um ambiente de desenvolvimento agradável e que favoreça o sucesso do projeto. Quando o
trabalho de um grupo não possui respeito mútuo, troca de informações e experiências, esse é apenas mais
um grupo, e não uma equipe, pois esta é formada onde há sinergia entre seus integrantes.
5 MONTAGEM DE CIRCUITOS ELETRÔNICOS
163

Quando um trabalho é concebido por um grupo, todos os seus integrantes devem ter total respeito
com seus colegas para que o relacionamento possa ser um fator facilitador e um diferencial positivo para
o desenvolvimento. Quando acontecem atitudes desrespeitosas no grupo, há uma tendência de insucesso
e fracasso para o projeto.
Para que o trabalho a ser realizado tenha sucesso, as pessoas que compõem a equipe devem saber
claramente quais são suas responsabilidades, sejam essas individuais, relacionadas a suas metas, ou aquelas
que auxiliam o grupo na busca de seus objetivos.

Levgen Chepil (2015)


Figura 172 - Trabalho em equipe
Fonte: Thinkstock (2015)

As responsabilidades atribuídas a cada integrante da equipe é fator de vital importância para o sucesso
do projeto.
Uma das qualidades de um bom profissional é o compromisso com as metas a serem atingidas, isso
representa uma imagem positiva do profissional ao seu líder e demonstra comprometimento com os
objetivos, estando eles alinhados com as diretivas da equipe e do projeto.
Todo líder procura profissionais a quem possa delegar atividades, sabendo que serão executadas com
seriedade e compromisso. A transparência entre líder e colaborador deve ser a melhor possível, pois o líder,
geralmente, tem maior visão sobre o processo como um todo, e o colaborador, a visão das etapas. Dessa
forma, é importante que essa relação seja pautada por clareza e honestidade, para que ambos possam
oferecer apoio mútuo, nos momentos necessários.
Prezado estudante, o profissional que age com responsabilidade, compromisso e qualidade no que faz,
sempre encontra espaço no mercado de trabalho.
ELETRÔNICA APLICADA
164

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você estudou a montagem de alguns circuitos eletrônicos, instrumentos de medida,
matriz de contato, estação de solda e aprendeu um pouco sobre como projetar em equipe.
Você viu que, para conceber um circuito eletrônico, pode-se fazer uso da matriz de contato,
dispositivo este, que permite montagem rápida, possibilitando a análise funcional dos mesmos.
Através do gerador de sinais, pode-se prover um sinal alternado para alimentar alguns circuitos, com
o objetivo de validar seu funcionamento. Para observar a resposta dos circuitos, os instrumentos
de medida são ferramentas indispensáveis. Com o uso do osciloscópio, pode-se fazer uma análise
mais detalhada sobre o sinal, como por exemplo, seu comportamento no tempo, o que permite
extrair informações de um instante específico.
Grandes projetos são concebidos por equipes compostas por indivíduos com grande envolvimento
profissional e a participação de todos é fundamental para o sucesso dos projetos. Assim, respeito,
responsabilidade e compromisso são fundamentais em um trabalho em equipe. Você pôde
identificar a importância da cooperação de todos os integrantes de uma equipe, para que o
planejamento e a execução de qualquer trabalho sejam realizados com postura ética e onde todos
os aspectos técnicos, sociais e econômicos possam ser atingidos na sua plenitude. Portanto, seja
esse profissional: comprometido com a qualidade do serviço que está prestando.
REFERÊNCIAS

CAPUANO, Francisco G. Sistemas Digitais: Circuitos Combinacionais e Sequenciais. São Paulo:


Érica, 2014.
CRUZ, Eduardo Cesar Alves; CHOUERI JÚNIOR, Salomão. Eletrônica Aplicada. São Paulo: Érica,
2007.
CRUZ, Eduardo Cesar Alves. Circuitos Elétricos: Análise em Corrente Contínua e Alternada. São
Paulo: Érica, 2014.
GUSSOW, Milton. Eletricidade Básica. Tradução Aracy Mendes da Costa. Revisão Anatólio
Laschurk. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1985.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física: Eletromagnetismo. Tradução e
revisão técnica de Ronaldo Sergio de Biasi. Rio de Janeiro: LTC, 2009. v.3.
LATHI, B. P. Sinais e Sistemas Lineares. Tradução de Gustavo Guimarães Parma. 2. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2007.
LOURENÇO, Antônio Carlos de. Circuitos Digitais. São Paulo: Érica, 1996.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. Tradução de Romeu Abdo. Revisão Técnica de Antônio Pertence
Júnior. 4. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 1997. v.1.
PRAZERES, Romildo Alves dos. Redes de Distribuição de Energia Elétrica e Subestação. Curitiba:
Base Editorial, 2010.
SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina. Eletrônica Básica. Alexandre Correia, D’Jorge
Milani, Gilberto Fernandes da Silva, Maximiliano de Oliveira Alves, Pedro Rech. Florianópolis: SENAI/
SC, 2002.
WOLSKI, Belmiro. Eletricidade Básica. Curitiba: Base Editorial, 2012.
MINICURRÍCULO DOS AUTORES

FÁBIO IGNÁCIO DA ROSA

Graduado em Engenharia Elétrica (Habilitação em Telemática), na Universidade do Sul de Santa


Catarina - UNISUL, Grande Florianópolis/SC, onde obteve sua conclusão, em agosto de 2008.
Pós-graduado Lato Sensu em REDES CORPORATIVAS: Gerência, Segurança e Convergência IP.,
Faculdade de Tecnologia SENAI - CTAI, Grande Florianópolis/SC, onde obteve sua conclusão, em
outubro de 2009.
ÍNDICE

B
Binário 115, 116, 117, 118, 119, 120, 122, 135

C
Capacitor 17, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 41, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 58, 83, 84, 110, 148,
149

D
Decimal 115, 117, 118, 119, 120, 121, 135
Diodo emissor de luz 71, 72, 111
Diodo semicondutor 15, 61, 65, 71, 72, 94, 96, 111, 150

E
Estação de solda 15, 158, 159, 160, 161, 164

F
Fonte de alimentação 28, 37, 107, 108, 109, 111, 157, 161

G
Gerador de sinais 138, 141, 142, 143, 164

H
Hexadecimal 115, 116, 118, 119, 120, 121, 135

I
Indutor 17, 49, 50, 51, 53, 55, 56, 57, 58, 149

M
Matriz de contato 15, 137, 152, 153, 154, 155, 156, 157, 158, 164
Multímetro 138, 140, 141, 143, 146, 147, 148, 149, 150, 151, 152

O
Osciloscópio 138, 143, 144, 145, 155, 156, 157, 164

P
Portas lógicas 15, 113, 123, 124, 129, 130, 131, 135
R
Resistência elétrica 18, 19, 20, 22, 23, 29, 30, 31, 57, 101, 140, 141, 146, 147
Resistor 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 27, 29, 30, 31, 35, 36, 37, 38, 58, 67, 69, 70, 75, 77, 78, 80, 81, 82,
84, 86, 87, 97, 106, 107, 146, 147, 155, 156, 157

S
Sistemas numéricos 15, 113, 115, 135

T
Transistor 15, 61, 62, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 111, 141, 151, 152
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Waldemir Amaro
Gerente

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA

Mauricio Cappra Pauletti


Diretor Técnico

Selma Kovalski
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Fábio Ignácio da Rosa


Elaboração

Adair Teixeira
Revisão Técnica

Karine Marie Arasaki


Morgana Machado Tezza
Coordenação do Projeto

Marina Wudtke Laurindo


Design Educacional

Eliane Terezinha Alves


Revisão Ortográfica e Gramatical

Andressa Vieira
Antonio Mees
Franco Gomes dos Santos
Mateus Felipe Goedert
Paco Giordani Mora
Fotografia e Tratamento de Imagens

Thinkstock
Banco de imagens

Ana Cristina de Borba


Diagramação

Vera Márcia Pinheiro da Conceição


Normalização
Patricia Correa Ciciliano
CRB – 14.1230
Ficha Catalográfica

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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