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Licenciatura em Engenharia Eléctrica

3⸰ ANO

Cadeira: Electrónica de Potência

Turma – EE 42

Trabalho de Pesquisa

TEMA: Choppers step-down (buck)

Discente: Docente:

Pais Lino Pascoal Momade Bartolomeu MSc. Daniel Mbaze

Eng.o António Carlos

Songo, Agosto de 2021


Licenciatura em Engenharia Eléctrica

3⸰ ANO

Cadeira: Electrónica de Potência

Trabalho de Pesquisa

TEMA: Choppers step-down (buck)

Trabalho de carácter avaliativo elaborado pelo


estudante, Pais Lino Pascoal Momade
Bartolomeu, do Curso de Engenharia Eléctrica,
do Instituto Superior Politécnico de Songo, da
cadeira de Electrónica de Potência

Songo, Agosto de 2021


Lista de Abreviaturas e Siglas

CC – Corrente Contínua

BJT - Bipolar Juntion Transistor

MOSFET –Metal Oxide Semicondutor Field Effect Transistor

GTO –Gate Turn-Off Thyristor

PWM - Pulse With Modulation

f – Frequência

Eq. – Equação

Fig. - Figura
Índice
1. Introdução ................................................................................................................................ 1

1.1. Objectivos......................................................................................................................... 1

1.1.1. Objectivo Geral ......................................................................................................... 1

1.1.2. Objectivos Específicos. ............................................................................................. 1

2. Chopper Abaixador (Step-Down ou buck)............................................................................... 2

2.2. Generalidade..................................................................................................................... 2

2.3. Princípio da Operação Abaixadora (Step-Down) ............................................................. 2

2.4. Chopper Abaixador com carga de carácter indutivo RL .................................................. 4

2.5. Chopper Buck usando Bipolar Juntion Transistor ........................................................... 7

2.6. O Conversor Genérico .................................................................................................... 10

2.7. Rectficadores Abaixadores Para Operação em 2 Quadrantes ........................................ 12

2.7.A. Controlo de fase com corrente de Entrada Atrasada em relação à tensão .................. 12

2.7.B Controle de fase com corrente de entrada adiantada em relação à tensão ....................... 14

2.7.C - Rectificador PWM do tipo Buck (Abaixador) para operação em dois quadrantes .. 18

2.8. Recticadores Abaixadores Para Operação Em Um Quadrante ...................................... 21

2.8. A Controlo de fase com corrente de entrada atrasada em relação tensão ..................... 21

2.8. B Controlo de Fase com Corrente de Entrada adiantada em relação tensão .................. 23

2.8.1. 2.8.C – Controlo de Fase com a corrente de Entrada em Fase com Tensão ........... 26

2.8.2. 2.8.D Rectificador Buck PWM para Operação em um Quadrante ......................... 30

3. Conclusão .............................................................................................................................. 33

4. Bibliografia ............................................................................................................................ 34
1. Introdução
Os conversores CC-CC são largamente aplicados em fontes de alimentação chaveadas e em
accionamento de motores de corrente contínua. Nas fontes chaveadas, eles sucedem os
rectificadores não controlados, reduzindo o ripple e regulando a tensão de saída da fonte, por
isso são conhecidos também por “reguladores chaveados”.

O presente trabalho faz abordagem fundamental sobre os Choppers Step-Down (Buck). Para a
realização deste trabalho foi a usada a metodologia de Pesquisa Bibliográfica, a qual é
apresentada ao longo do trabalho. Na sequência desta apresentação serão apresentados os modos
possíveis de funcionamento da estrutura genérica e será mostrado como as estruturas particulares
convencionais podem ser obtidas a partir dela.

1.1.Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral


 Abordar sobre Choppers Step-Down (Buck)

1.1.2. Objectivos Específicos.


 Apresentar o Princípio da Operação Abaixadora (step-down).
 Apresentar o circuito de um Chopper Step-Down abaixador com carga de carácter
indutivo RL.
 Apresentar o Diagrama do Circuito de um Regulador Buck (Chopper Abaixador) usando
transístor de potência (Bipolar Juntion Transistor- BJT).
 Apresentar o Circuito Conversor Abaixador Genérico tendo em conta os quadrantes de
condução e a característica da carga alimentada.

1
2. Chopper Abaixador (Step-Down ou buck)

2.2.Generalidade
Na conversão de tensão contínua fixa em tensão continua controlada é natural que em algumas
situações seja necessário aumentar essa tensão e, em outras abaixá-la. O Principio de
funcionamento dos choppers depende dessa informação, se será abixador (step-down) ou
elevador (step-up).

Definição: “Um chopper step-down (Buck) é um dispositivo estático que reduz sua tensão de
entrada de natureza contínua (CC). A tensão de saída é sempre menor que a tensão da entrada.” –
(Electrical Concepts- Tricky but Easy Electrical Engineering).

2.3. Princípio da Operação Abaixadora (Step-Down)


O princípio de operação pode ser explicado pela Figura 2.1a. Quando a chave CH é fechada por
um tempo , a tensão de entrada aparece sobre a carga. Se a chave permanecer fechada por
um tempo , a tensão sobre a carga será zero. As formas de onda para a tensão de saída e
corrente de carga também são mostradas na Figura 2.1b. A chave do chopper pode ser
implantada utilizando um (1) BJT de potência, (2) MOSFET de potência, (3) GTO ou (4) tirístor
em comutação forçada. Os dispositivos práticos têm uma queda de tensão finita na faixa de 0.5 a
2 V e, por questão de simplificação despreza-se as quedas de tensão dos dispositivos
semicondutores de potência.

2
Figura 2.1 Chopper abaixador com carga resistiva. Fonte: Muhammad H. Rashid, Electrónica de Potência:
Circuitos, Dispositivos e Aplicações.

A tensão média de saída é dada por

∫ (2.1)

e a corrente média da carga,

onde T é período de operação do chopper.

é o ciclo de trabalho

E f é a frequência de operação do chopper.

O valor eficaz da tensão de saída é encontrado a partir de

( ∫ ) √ (2.2)

Supondo um chopper sem perdas, a potência de entrada para ele é igual à potência de saída e é
dada por

∫ ∫ (2.3)

A resistência de entrada efectiva vista pela fonte é

3
O ciclo de trabalho k pode ser variado 0 a 1, variando-se , . Portanto, a tensão de saída
pode ser variada de 0 a , Controlando-se , e o fluxo de potência pode ser controlado.

1. Operação em frequência constante. A frequência de operação f (ou período de operação


T) é mantida constante e o tempo de condução é variado. A largura do pulso é variada
e esse tipo de controlo é conhecido como modulação por largura de pulsos (pulse with
modulation – PWM)
2. Operação em frequência variável. A frequência de operação f é variada. Tanto o tempo
de condução como o tempo de bloqueio podem ser mantidos constantes. Isso é
chamado modulação em frequência (frequency modulation). A frequência tem de ser
variada em uma ampla faixa para se obter uma faixa completa de tensão de saída. Esse
tipo de controlo geraria harmónicos em frequências imprevisíveis e o projecto do filtro
seria difícil.

2.4. Chopper Abaixador com carga de carácter indutivo RL


Um chopper com carga RL é mostrado na Figura 2.2.

Figura 2.2 Chopper com carga RL. Fonte: Muhammad H. Rashid, Electrónica de Potência: Circuitos, Dispositivos
e Aplicações.

4
A operação do chopper pode ser dividida em dois modos. Durante o modo 1, o chopper é ligado
e a corrente flui da fonte para a carga. Durante o modo 2, o chopper é desligado e a corrente da
carga continua a fluir através do díodo de comutação . Os circuitos equivalentes desses
modos são mostrados na Figura 2.3a. As formas de onda da corrente de carga e da tensão de
saída são mostradas na Figura 2.3b.

Figura 2.3 Circuitos equivalentes e formas de onda para cargas RL. Fonte: Muhammad H. Rashid, Electrónica de
Potência: Circuitos, Dispositivos e Aplicações.

A corrente de carga para o modo 1 pode ser encontrada a partir de

A solução da Eq. , com corrente inicial dá a corrente de carga como

⁄ ⁄
( )

Esse modo é válido ; e ao fim desse modo a corrente torna-se

5
(2.7)

A corrente de carga para o modo 2 pode ser encontrada a partir de

(2.8)

Com a corrente inicial , redefinindo a origem do tempo (isto é, ), no início


do modo 2, tem-se:

⁄ ⁄
( ) (2.9)

Esse modo é válido para [ ]. Ao final desse modo, a corrente de carga


torna-se

(2.10)

Ao final do modo 2, o chopper é ligado novamente no próximo ciclo após tempo


Sob condições de regime permanente . A ondulação (ripple) da corrente da carga de pico


a pico pode ser determinada a partir das equações e . A partir das
equações e ,

⁄ ⁄
( ) (2.11)

A partir das Eqs. (2.9) e (2.10), é dado por

⁄ ⁄
( ) (2.12)

A ondulação de corrente de pico a pico é

que após as simplificações se torna

⁄ ⁄ ⁄


(2.13)

6
A condição para a ondulação máxima,

(2.14)

⁄ ⁄
Dá ou ou A ondulação de corrente máxima
de pico a pico ( é

(2.15)

Para e a ondulação máxima de corrente pode ser aproximada para

(2.16)

Nota: As Eqs. a (2.16) são válidas apenas para fluxo contínuo de corrente. Para um
tempo de bloqueio grande, particularmente em baixa frequência e baixa tensão de saída, a
corrente de carga pode ser descontínua. A corrente de carga seria contínua se ⁄ ou
. No caso de corrente de carga descontinua, e a Eq. 2.6 torna-se

(2.17)

e a Eq.(9.13) é válida para de tal forma que , que dá

( ) (2.18)

2.5.Chopper Buck usando Bipolar Juntion Transistor


Em um regulador buck, a tensão média de saída é menor que a tensão de entrada – daí, o
nome buck, um regulador muito popular. O diagrama do circuito de um regulador buck usando
Bipolar Juntion Transistor (BJT) de potência é mostrado na Figura 2.4.a, e esse é o chopper
abaixador. A operação do circuito pode ser dividida em dois modos. O modo 1 inicia-se quando
o transistor é ligado em t = 0. A corrente de entrada, que cresce, flui através do indutor de
filtro L, do capacitor de filtro C e do resistor (resistência) R. O modo 2 inicia-se quando
transístor é desligado em . O díodo de comutação conduz devido à energia
armazenda no indutor e corrente no indutor continua a fluir através de L,C, carga e díodo .A
corrente no indutor cai até que o transístor conduza novamente, no próximo ciclo. Os

7
circuitos equivalentes para os de operação são mostrados na Figura 2.4b. As formas de onda para
as tensões e correntes são mostradas na Figura 2.4c para um fluxo contínuo de corrente no
indutor L. Dependendo da frequência de chaveamento, indutância e capacitância de filtro, a
corrente no indutor pode ser descontínua.

Figura 2.4 Regulador buck com corrente Contínua. Fonte: Muhammad H. Rashid, Electrónica de Potência:
Circuitos, Dispositivos e Aplicações.

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A ondulação de corrente do indutor L de pico a pico será dada por:

(2.19)

Substituindo e , Obtém-se a tensão média ) de saída como

(2.20)

O período de chaveamento T pode ser expresso como

(2.21)

Que dá a ondulação de corrente de pico a pico como

(2.22)

Ou

(2.23)

A tensão no capacitor é expressa como

(2.24)

e a ondulação de tensão do capacitor de pico a pico é


∫ (2.25)

Onde é a corrente média no capacitor que flui por ⁄

Substituindo o valor de a partir da Eq. (2.22) ou (2.23) na Eq. (2.25), Obtém-se

(2.26)

9
ou

(2.27)

Os reguladores buck requerem apenas um transístor, são simples e têm eficiência elevada,
maior que 90 . O ⁄ da corrente de carga é limitado pelo indutor L. Entretanto, a corrente
de entrada é descontinua e um filtro de alisamento de entrada normalmente é requerido. Ele
fornece uma polaridade da tensão e a corrente de saída é unidireccional. Ele requer um circuito
de protecção em caso de possível curto-circuito através do caminho do díodo.

2.6.O Conversor Abaixador Genérico


Seja a estrutura representada na Figura 2.5, que apresenta as características citadas a
seguir. A fonte de tensão é a fonte de energia do sistema do sistema e fonte de corrente éa
sua carga. Este conversor é o do tipo abaixador ou buck. Isto significa que a tensão aplicada à
carga, na saída do conversor, é sempre menor que a tensão de entrada.

Figura 2.5.Configuração do Conversor Generico Abaixador Fonte:Ivo Barbi – Electrónica de Potência 6a Edição.

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O conversor em questão:

- Possui quatro interruptores e , bidireccionais em tensão e corrente. Cada um deles


pode conduzir corrente nos dois sentidos quando transístor estiver conduzindo, ou bloquear
tensão nos dois sentidos quando o transístor estiver bloqueado.

- a fonte de tensão é reversível em tensão e corrente. A sua tensão pode ser positiva ou
negativa e pode conduzir corrente nos dois sentidos. No mais genérico é uma fonte de tensão
alternada.

- a fonte de corrente é reversível em tensão e corrente. Tanto a tensão quanto a corrente pode
assumir valores positivos ou negativos. Pode ser, a título de exemplo, um motor de corrente
continua operando em quatro quadrantes.

- a estrutura possui reversibilidade plena. Pode controlar o fluxo de potência entre as duas fontes
nos dois sentidos.

- os interruptores são comandados nas duas comutações. Dito de outro modo, as mudanças do
estado aberto para o estado fechado ou vice-versa são definidas por um sinal de comando.

- A fonte de tensão será tratada como fonte do conversor e a fonte de corrente será tratada
como sua carga.

Essa estrutura, apesar de ser conceitualmente muito importante, tem pouco interesse prático.
Porém vários circuitos são gerados a partir dela, quando se particulariza as características
estáticas e dinâmicas dos interruptores, para obtenção de características particulares dos
conversores gerados.

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2.7. Rectficadores Abaixadores Para Operação em 2 Quadrantes

2.7.A. Controlo de fase com corrente de Entrada Atrasada em relação à tensão

Seja o circuito representado na figura 2.6 e as formas de onda mostradas na Figura 2.7.

Figura 2.6. Conversor para operação em dois quadrantes, com controlo de fase, para corrente atrasada em relação à
tensão. Fonte: Ivo Barbi – Electrónica de Potência 6a Edição.

No intervalo ( , os interruptores e conduzem. No instante eles devem ser bloqueados


para que e entrem em condução. Convém observar que neste momento a tensão da fonte é
negativa. Assim, ao se colocar em condução os interruptores e , e ficam submetidos
à tensão reversa da própria fonte de alimentação.

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Figura 2.7. Formas de onda para o conversor de dois quadrantes com corrente atrasada e controlo de fase. Fonte:
Ivo Barbi – Electrónica de Potência 6a Edição.

Por isto, nesta estrutura, podem ser empregados interruptores com entrada em condução
comandada e bloqueio natural. Neste caso os interruptores podem então ser os tirístores e a
estrutura obtida é a ponte rectificadora clássica. As etapas de operação deste conversor estão
representadas na figura 2.8. O valor médio da tensão de carga é dado pela expressão 2.28.

(2.28)

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Figura 2.8. Etapas de operação para o conversor representado na Figura 2.7. Fonte: Ivo Barbi –
Electrónica de Potência 6a Edição.

2.7.B Controle de fase com corrente de entrada adiantada em relação à tensão


Vai-se em seguida, apresentar um rectificador, com controlo de fase, que opera com
corrente de entrada adiantada em relação à tensão. Considera-se as formas de onda representadas
na Figura 2.9. No intervalo ( ), os interruptores T1 e T4 conduzem. No ângulo , eles
devem ser bloqueados. Como a tensão sobre eles é positiva, não há possibilidade de bloqueio
natural e por isto ele deve ser comandado.

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Figura 2.9. Formas de onda para o conversor de dois quadrantes com o factor de potência capacitivo e controlo de
fase. Fonte: Ivo Barbi – Electrónica de Potência 6ª. Edição.

Ao se bloquear T1 e T4 eles assumem a tensão da fonte. Consequentemente os interruptores T2 e


T3, que no intervalo ( , ) estão submetidos à tensão reversa, entram em condução no
momento em que sua tensão torna-se nula.

Seja um interruptor com as seguintes características:

- bidireccional em tensão;

- unidireccional em corrente;

- Bloqueio comandado;

- Entrada em condução natural quando a sua tensão se anula.

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Este componente, do ponto de vista da comutação, possui características duais do tirístor com
díodo em antiparalelo, que entra em condução quando comandado e se bloqueia quando a sua
corrente se anula. Não é um componente físico. No entanto, pode ser obtido a partir de um
transístor de potência associado a um circuito auxiliar, em série com um díodo, cujo símbolo está
representado na Figura 2.10.

Figura 2.10 Interruptor com bloqueio comandado e entrada em condução natural quando . Fonte: Ivo Barbi
– Electrónica de Potência 6a Edição.

Este componente, uma vez bloqueado, permanece neste estado até que a tensão se
anule. Uma vez em condução, permanece nesse estado até que receba no terminal C uma ordem
de bloqueio. A estrutura e as etapas de funcionamento do conversor em questão estão mostradas
na Figura 2.11.

Na primeira etapa, entre zero e , os interruptores T1 e T4 conduzem a corrente de


carga. Os interruptores T2 e T3, encontram-se bloqueados porque os seus díodos estão
polarizados inversamente, enquanto os seus transístores encontram-se comandados para entrar
em condução.

Quando T1, e T4 são bloqueados, T2 e T3 assumem a corrente de carga. No intervalo ,


até , T1 e T4, são polarizados positivamente e permanecem bloqueados. A partir do instante ,
a fonte V1 inverte a sua polaridade. T1 e T4 tornam-se polarizados negativamente, por acção dos
díodos, enquanto os transístores internos são fechados, tornando-se aptos a assumir a corrente no
ângulo .

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O valor médio da tensão de saída deste rectificador é dado pela expressão (2.29).

(2.29)

Figura 2.11.a - 1ª. etapa

Figura 2.11.a - 2ª. Etapa

Figura 2.11. Etapas de Funcionamento para o conversor de dois quadrantes com factor de potência capacitivo e
controlo de fase. Fonte: Ivo Barbi – Electrónica de Potência 6a Edição.

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2.7.C - Rectificador PWM do tipo Buck (Abaixador) para operação em dois quadrantes
Os rectificadores PWM operam com vários pulsos por período. Isto significa que a
frequência de chaveamento é maior que a frequência da fonte de tensão alternada de entrada.
Desse modo interruptores com entrada em condução ou bloqueio espontâneos não podem ser
empregados. Interruptores com entrada com entrada em condução e bloqueio comandados por
um sinal externo são os únicos possíveis. Neste caso particular em que a corrente de carga é
unidireccional, os interruptores não necessitam da bidirecionalidade em corrente. Por isto a
estrutura pode ser simplificada, como está na Figura 2.12. O interruptor composto por transístor
em série com um díodo é unidireccional em corrente e bidireccional em tensão, sem presença dos
díodos, transístores seriam destruídos devido à tensão reversa a que ficariam submetidos.

Figura 2.12.Estrutura do rectificador buck para dois quadrantes. Fonte: Ivo Barbi – Electrónica de Potência 6a
Edição.

18
Figura 2.13.Etapas de funcionamento para o conversor buck para dois quadrantes. Fonte: Ivo
Barbi – Electrónica de Potência 6a Edição.

Consideremos a Figura 2.14. na qual estão representadas as formas de onda fundamentais do


conversor em questão.

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Figura 2.14.Formas de onda para o conversor buck para dois quadrantes com modulação PWM. Fonte: Ivo Barbi –
Electrónica de Potência 6a Edição.

Sendo, (2.30)

D é definido como razão cíclica.

Seja a expressão da tensão média será (2.31),

(2.31)

representa a tensão média de carga e representa o valor eficaz da tensão da fonte .

Para a tensão é positiva e a estrutura opera no primeiro quadrante. Para


, a tensão é negativa e a estrutura opera no quarto quadrante.

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A Figura 2.14 mostra que a corrente de entrada tem sua componente fundamental em fase com a
tensão. Portanto o seu factor de deslocamento é unitário. Ela indica também que a corrente de
entrada tem harmónicas importantes com frequência próximas da frequência de chaveamento.
Essas harmónicas são filtradas com filtros colocados na entrada do conversor. Para frequências
de chaveamento elevadas, o tamanho do filtro é muito reduzido, não contribuindo
significativamente para o aumento do peso e do custo do equipamento final.

Na geração das formas de onda mostradas na 2.14, os interruptores foram comandados com
razão cíclica constante. Este de modulação garante factor de deslocamento unitário, porém
introduz harmónicas de corrente de baixa ordem. Tais harmónicas podem ser muito atenuadas ou
eliminadas, com emprego de uma modulação PWM senoidal. Neste caso, somente harmónicas
de corrente próximas da frequência de chaveamento estarão presentes. Desse modo, com baixo
volume de filtros de entrada, atenuam-se essas harmónicas e em decorrência obtém-se uma
distorção harmónica próxima de zero, com um consequente factor de potência praticamente
unitário.

2.8.Recticadores Abaixadores Para Operação Em Um Quadrante

2.8. A Controlo de fase com corrente de entrada atrasada em relação tensão


O circuito que realiza esta função está representada na Figura 2.15. Ele opera no primeiro
quadrante, com factor de deslocamento indutivo na entrada. Nele encontra-se a ponte mista
monofásica clássica.

Figura 2.15.Rectificador para operação no primeiro quadrante, com factor de potência indutivo. Fonte: Ivo Barbi –
Electrónica de Potência 6a Edição.

21
As etapas de funcionamento são apresentadas na Figura 2.16.

Figura 2.16. Etapas de funcionamento da estrutura mostrada na Figura 2.15. Fonte: Ivo Barbi – Electrónica de
Potência 6a Edição.

Durante a primeira etapa, para , representada na Figura 2.16.a, T1 e D2 conduzem a


corrente de carga. Os demais interruptores permanecem bloqueados.

No instante em que , D2 se bloqueia e D1 entra em condução, dando início à


segunda etapa, representada na Figura 2.16.b.

No instante em que , o tiristor T2 é disparado e a terceira etapa se inicia,


como está representado na Figura 2.16.c.

No instante em que , o diodo D1 se bloqueia e D2 entra em condução, dando


início à quarta etapa de funcionamento, representada na figura 2.16.d. As formas de onda
relevantes estão representadas na Figura 2.17.

22
Figura 2.17.Formas de onda da estrutura mostrada na Figura 2.15. Fonte: Ivo Barbi – Electrónica de Potência 6ª.
Edição.

O valor médio da tensão média na carga é dado pela expressão:

(2.32)

2.8. B Controlo de Fase com Corrente de Entrada adiantada em relação tensão


O circuito em questão, representado na Figura 2.18, funciona no primeiro quadrante, com
um factor de deslocamento capacitivo. O primeiro quadrante, com Interruptores e são
diodos enquanto os interruptores e são tirístores duais na comutação. As diversas etapas de
funcionamento estão mostradas na Figura 2.19.

23
Figura 2.18. Rectificador para operação no primeiro quadrante, com factor de potência capacitivo. Fonte: Ivo Barbi
– Electrónica de Potência 6ª. Edição.

As diversas etapas de funcionamento, mostradas na Figura 2.19, são descritas como segue:

Durante o intervalo (0, ) o diodo D3, e o tiristor dual T2, conduzem a corrente de
carga, como está representado na Figura 2.19.a.

No instante em que , T2 é bloqueado mediante uma ordem de comando e D4


entra em condução, dando início à segunda etapa de funcionamento, representada na figura
2.19.b. Neste intervalo conduzem D3 e D4.

No instante em que , T1 entra em condução naturalmente enquanto D3 se


bloqueia. Tem início então a terceira etapa de funcionamento, representada na Figura 2.19.c.

A quarta etapa de funcionamento, representada na figura 2.19.d, é iniciada no instante em


que , quando T1 é bloqueado e D3, entra em condução.

24
Figura 2.19. Etapas de funcionamento para o circuito representado na Figura 2.18. Fonte: Ivo Barbi – Electrónica
de Potência 6ª. Edição.

As formas de onda correspondentes estão representadas na Figura 2.20

25
Figura 2.20.Formas de onda para a estrutura representado na Figura 2.18. Fonte: Ivo Barbi – Electrónica de
Potência 6a Edição.

O valor médio da tensão na carga é dado pela expressão

(2.33)

2.8.C – Controlo de Fase com a corrente de Entrada em Fase com Tensão


É possível também a realização de um conversor de um quadrante com factor de
deslocamento unitário sem modulação, cuja estrutura está mostrada na Figura 2.21

Figura 2.21. Conversor para um quadrante com factor de deslocamento unitário. Fonte: Ivo Barbi – Electrónica de
Potência 6a Edição.

26
Neste conversor particular, os interruptores T3 e T4 são tiristores comuns, nos quais a entrada
em condução é comandada e o bloqueio é natural. Os interruptores T1 e T2 são duais de T3 e T4.
Eles entram em condução naturalmente e têm o bloqueio comandado. As etapas de
funcionamento, representadas na Figura 2.22, são descritas a seguir.

1ª. Etapa: No intervalo (0, ) Conduzem T1 e T3, colocando a carga em curto-circuito,


como está representado na Figura 2.22a.

2ª. Etapa: Em é disparado e T3 se bloqueia naturalmente. O intervalo ( )


está representado na Figura 2.22.b.

3ª. Etapa: Em , T1 é bloqueado. T2 encontrava-se fechado e assume a corrente de


carga. O intervalo ( , ) encontra-se representado na Figura 2.22.c. Nesse intervalo, T2 e T4
conduzem, colocando a carga em curto-circuito. Nessa etapa a polaridade da fonte se inverte .

4ª. Etapa: Em , T3 é disparado e T4, se bloqueia naturalmente. O intervalo ( , )


está representado na figura 2.22.d. As formas de onda relativas à figura 2.21 estão representadas
na figura 2.23.

27
Figura 2.22. Etapas de operação para o rectificador mostrado na Figura 2.21. Fonte: Ivo Barbi – Electrónica de
Potência 6a Edição.

28
Figura 2.23. Formas de onda para o rectificador mostrado na Figura 2.21. Fonte: Ivo Barbi – Electrónica de
Potência 6ª. Edição.

Os instantes de comando são escolhidos de modo que . Desse modo a tensão


média na carga, para ⁄ , é representada em função de , pela expressão (2.34).

(2.34)

É preciso que se esclareça que o conversor em questão pode perfeitamente ser construído
com quatro interruptores iguais, por exemplo com IGBT associado em série com díodo, que tem
tanto a entrada em condução quanto o bloqueio comandados por um sinal externo. No entanto, o
emprego do tirístor e do tirístor dual permite a obtenção de comutações naturais ou espontâneas,
muito vantajosas, sobretudo em frequências elevadas.

29
2.8.D Rectificador Buck PWM para Operação em um Quadrante
Para uma operação em apenas um quadrante, a tensão de saída é sempre positiva. Nesses
casos as estruturas sofrem modificações, de acordo com as características desejadas.

Na Figura 2.24 está representado o conversor à modulação para o primeiro quadrante. Os díodos
e sofrem comutação natural nas duas mudanças de estado. Os interruptores e são
comutados quando comandados.

Figura 2.24. Conversor à modulação para operação no primeiro quadrante. Fonte: Ivo Barbi – Electrónica de
Potência 6ª. Edição.

As etapas de funcionamento estão representadas na Figura 2.25 e as formas de onda estão


representadas na Figura 2.26.

Figura 2.25. Etapas de operação para o conversor representado na Figura 2.18. Fonte: Ivo Barbi – Electrónica de
Potência 6ª. Edição.

30
Figura 2.26 Formas de onda para o conversor representado na Figura 2.24. Fonte: Ivo Barbi – Electrónica de
Potência 6a Edição.

O controlo da tensão de saída é realizado através da variação da razão cíclica, definida pela
expressão (2.35), em função de e de T.

(2.35)

O valor da tensão média na carga é definido pela expressão (2.36)

(2.36)

31
À exemplo do conversor à modulação de dois quadrantes, a corrente de entrada, para
frequências de chaveamento muito maiores que a frequência da rede.

Também neste conversor, à do rectificador PWM de 2 quadrantes, pode-se empregar modulação


do tipo senoidal, para reduzir a amplitude das harmónicas da corrente de entrada de baixas
frequências e consequentemente reduzir o volume do filtro de entrada.

32
3. Conclusão
Com esta abordagem acerca dos Reguladores ou choppers Abaixador (Step-Down) foi
possível constatar que, como o nome indica, um conversor abaixador, produz uma tensão de
saída média mais baixa do que a tensão de entrada. Sua principal aplicação é em fontes de
alimentação CC reguladas e controlo de velocidade do motor CC. É possível reduzir a ondulação
da tensão de saída (e melhorar o sinal da corrente) através de um filtro passa baixa LC, ligado
antes da carga.

Do ponto de vista da comutação, os interruptores usados nos Choppers Step-Down (ou no


caso geral), podem apresentar os seguintes comportamentos distintos: Interruptores com entrada
em condução e bloqueio espontâneo (Díodo); Os interruptores com entrada em condução
comandada e bloqueio espontâneo (Tirístor); Os Interruptores com entrada espontânea e
bloqueio comandado (Tiristor Dual); E os Interruptores com entrada em condução e bloqueio
comandados (ou duplamente comandados), tais como IGBJ, o BJT, o GTO e o MOSFET,
associado em série com díodos ou não.

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4. Bibliografia

BARBI, Ivo – Electrónica de Potência 6a Edição - 2006.

Electrical Concepts- Tricky but Easy Electrical Engineering

MOHAN, Ned ett. all – Power Electonics (Converters, Applications anda Design –Second
Edition.

RASHID, Muhammad H. – Electrônica de Potência (Circuito, Dispositivos e aplicações) -1999.

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