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Eletroeletrônica
aplicada
Série tecnologia da informação - hardwARE
Eletroeletrônica
Aplicada
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
Eletroeletrônica
Aplicada
© 2012. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-
nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por
escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
__________________________________________________________________
S491e
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Eletroeletrônica aplicada / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília :
SENAI/DN, 2012.
124 p. il. (Série Tecnologia da informação - Hardware).
ISBN 978-85-7519-497-3
CDU: 621.38
_____________________________________________________________________________
SENAI Sede
2 Eletroestática....................................................................................................................................................................15
2.1 Carga elétrica.................................................................................................................................................16
2.2 Eletrização.......................................................................................................................................................17
2.3 Materiais condutores e isolantes............................................................................................................19
2.4 Potencial elétrico..........................................................................................................................................20
2.5 Diferença de potencial...............................................................................................................................22
3 Conceitos de Eletricidade............................................................................................................................................29
3.1 Corrente alternada (CA).............................................................................................................................30
3.2 Corrente contínua........................................................................................................................................32
3.3 Grandezas físicas e elétricas.....................................................................................................................33
3.3.1 Tensão elétrica............................................................................................................................33
3.3.2 Corrente elétrica.........................................................................................................................34
3.3.3 Potência elétrica.........................................................................................................................35
3.3.1 Energia consumida....................................................................................................................35
3.3.2 Frequência....................................................................................................................................36
3.3.3 Resistência elétrica....................................................................................................................37
3.3.4 Capacitância................................................................................................................................39
3.4 Indutância.......................................................................................................................................................42
3.4.1 Impedância..................................................................................................................................46
3.4.2 Temperatura.................................................................................................................................46
3.4.3 Umidade........................................................................................................................................48
3.5 Lei de Ohm......................................................................................................................................................49
3.6 Multímetro......................................................................................................................................................50
4 Conceitos de Eletrônica................................................................................................................................................57
4.1 Princípios de eletrônica digital................................................................................................................58
4.1.1 Sistemas de numeração .........................................................................................................58
4.1.2 Sistema de numeração binário.............................................................................................59
4.1.3 Sistema de numeração hexadecimal..................................................................................60
4.1.4 Conversão de base ...................................................................................................................61
4.2 Portas e funções lógicas.............................................................................................................................62
4.2.1 Funções lógicas básicas...........................................................................................................62
4.2.2 Função lógica “NÃO (NOT)”.....................................................................................................62
4.2.3 Função lógica “E (AND)”...........................................................................................................63
4.2.4 Função Lógica “OU (OR)”..........................................................................................................65
4.2.5 Função Lógica “NÃO E (NAND)”.............................................................................................67
4.2.6 Função lógica “NÃO OU (NOR)”.............................................................................................67
4.3 Algebra de Boole..........................................................................................................................................68
4.4 Transformadores...........................................................................................................................................71
4.5 Fontes de energia elétrica.........................................................................................................................75
4.5.1 Estabilizador ...............................................................................................................................76
4.5.2 No-break .......................................................................................................................................78
4.5.3 Geradores ....................................................................................................................................81
4.6 Diodos..............................................................................................................................................................83
4.6.1 Tipos de diodo e especificação.............................................................................................86
4.7 Transistores.....................................................................................................................................................87
4.7.1 Chaveamento .............................................................................................................................91
4.7.2 Amplificadores . .........................................................................................................................94
5 Riscos Elétricos.................................................................................................................................................................97
5.1 Aterramento...................................................................................................................................................98
5.1.1 Implementação de aterramento..........................................................................................99
5.2 Sistemas de proteção............................................................................................................................... 102
5.2.1 Fusíveis........................................................................................................................................ 102
5.2.2 Disjuntores................................................................................................................................ 103
6 Óptica............................................................................................................................................................................... 107
6.1 Conceitos...................................................................................................................................................... 108
6.2 Refração da luz........................................................................................................................................... 110
Referências......................................................................................................................................................................... 115
Índice................................................................................................................................................................................... 119
Introdução
Você está iniciando a unidade curricular Eletroeletrônica Aplicada, onde terá um apanhado
de diferentes áreas do conhecimento: eletroestática, materiais elétricos, eletromagnetismo,
conversão de energia, eletrônica digital e analógica, instrumentação, óptica, entre mais algu-
mas subáreas. Ao tomar contato com o conteúdo, você conhecerá conceitos e aplicações im-
portantes para cada tema.
Para todos os conceitos e conhecimentos aqui apresentados você terá fundamentos teóri-
cos, estando apto e com competência para desempenhar tarefas técnicas ligadas a este vasto
universo no seu dia a dia de trabalho.
Ao final do estudo, e posterior aplicação no dia a dia, você terá a percepção de que, o que
inicialmente era um mundo desconhecido, agora passa a ser uma ilha, de pequenas dimen-
sões, na qual você conhecerá os seus limites como ninguém.
E esta é a nossa expectativa, que este material seja o propulsor desta viagem pelo universo
desconhecido e que o pouso em uma ilha, ocorra o mais breve possível!
Bons estudos!
Serviços de Rede
12
Anotações:
Eletroestática
A eletricidade é algo que sempre despertou a curiosidade e o interesse das pessoas, desde
a antiguidade. Entender os diversos fenômenos que aconteciam naquela época tornou-se alvo
de estudos de diversos cientistas ao longo da história da humanidade. Um dos experimentos
mais conhecidos e lembrados por grande parte das pessoas foi realizado por Benjamin Franklin,
quando empinou uma pipa de seda com ponta de metal em meio a uma tempestade. A finali-
dade era confirmar a sua teoria sobre a natureza elétrica do raio. Inúmeras teorias existiram para
explicar como a matéria que existe na natureza é constituída e, a partir disso, também explicar
os fenômenos relacionados à eletricidade. Será um estudo muito interessante que você iniciará
a partir de agora.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) entender o conceito de carga elétrica;
b) conhecer processos de eletrização de materiais;
c) entender os conceitos de diferença de potencial e potencial elétrico.
E então, ficou curioso para saber mais sobre eletrostática? Aperte os cintos e embarque nes-
sa trajetória rumo ao conhecimento!
ELETROELETRÔNICA APLICADA
16
Tudo aquilo que você consegue segurar em suas mãos, como, neste momen-
to, este livro didático, é constituído por elementos, denominados átomos.
Quando um corpo neutro passa por algum processo de eletrização, ele adqui-
re uma carga elétrica, que poderá ser positiva se ele perder elétrons, ou negativa,
se ele ganhar elétrons.
E você sabia que na época de Benjamim Franklin, a carga elétrica era consi-
derada como um fluido contínuo? Entretanto, sabe-se hoje em dia que mesmo
os fluidos como a água e o ar, não são contínuos, mas sim, formados por átomos
e moléculas. O mesmo ocorre com o fluido elétrico, constituído de múltiplos de
certa carga elementar. Assim, qualquer carga positiva ou negativa q que possa ser
detectada pode ser escrita como:
q =n ⋅ e , n =±1, ± 2, ± 3,
=e 1,60 × 10 −19 C
2.2 Eletrização
Jupiterimages (20--?)
Um exemplo muito simples do processo de eletrização por atrito ocorre quan-
do você esfrega uma régua plástica no cabelo e, depois, aproxima-a de pequenos
pedacinhos de papel picado. Quando atritamos a régua no cabelo, um dos corpos
ganha elétrons, ficando carregado negativamente, enquanto o outro perde elé-
trons, ficando carregado positivamente. Que tal praticar um pouco? Experimente
fazer os seguintes testes de eletrização.
a) Atrite uma régua plástica em um pedaço de seda ou feltro e, depois, aproxi-
me-a de pedacinhos de papel picado.
b) Encha um balão e atrite-o em cabelos compridos.
O que você observou com os testes? Percebeu o efeito de atração que os obje-
tos eletrizados possuem? Depois de experimentar, é importante que você saiba o
que são os eletroscópios. Eles são instrumentos capazes de verificar a eletrização
de um corpo qualquer. O eletroscópio mais simples possível, que você mesmo
pode construir para a verificação de carga elétrica estática em um corpo, é aquele
em que você utiliza, por exemplo, uma pequena esfera de isopor suspensa por
um fio de seda ou náilon. Nas imagens a seguir, você poderá observar a situação
em que uma canaleta plástica de instalação elétrica é atritada em um pedaço de
feltro e, após, é aproximada de um eletroscópio simples de pêndulo, fazendo com
que a esfera de isopor fique deslocada e aproxime-se da canaleta eletrizada.
2 Eletroestática
19
Ficou claro até aqui? Percebeu como exemplos simples podem demonstrar
como acontece a eletrização? Vamos seguir para conhecer os materiais conduto-
res e isolantes.
Em materiais como os metais, por exemplo, algumas das cargas negativas po-
dem mover-se livremente. Em outros materiais, tais como, o vidro e o plástico,
nenhuma carga negativa pode mover-se livremente. Por que isso acontece?
Para responder a esta pergunta, temos que direcionar novamente nossa aten-
ção ao átomo. Como vimos, os átomos são constituídos por prótons carregados
positivamente, elétrons carregados negativamente e nêutrons eletricamente
neutros. Os prótons e os nêutrons estão fortemente ligados em um núcleo cen-
tral, sendo que este exerce uma força de atração sobre os elétrons.
ELETROELETRÔNICA APLICADA
20
Veja nas figuras a seguir, o campo elétrico de cargas negativas e positivas iso-
ladas, e o campo elétrico resultante quando temos duas cargas de mesmo sinal e
de sinais opostos.
As linhas que saem ou entram nas cargas são chamadas de linhas de força.
Elas auxiliam na representação do espalhamento do campo elétrico. Nas regiões
onde as linhas estão mais próximas, o campo elétrico é mais intenso e naquelas
onde as linhas estão mais afastadas, o campo elétrico é menos intenso.
Para cada ponto do campo deste espaço, está associada uma grandeza escalar
chamada potencial elétrico. Se tivermos uma carga positiva q1 em repouso e
colocarmos uma carga q2, também positiva, em um ponto A próximo, a carga q1
atuará sobre q2 por intermédio do campo e uma força de interação a transportará
até o “final do campo” ou infinito.
ELETROELETRÔNICA APLICADA
22
Esse “final do campo” é, por convenção, o referencial zero. A razão entre o tra-
balho realizado pela força elétrica para transportar a carga de A até o referencial
zero e a carga transportada, define o potencial no ponto A. Matematicamente,
fica da seguinte maneira. Observe!
WA
VA =
q
onde:
VA é o potencial elétrico no ponto A dado em volts [V];
WA é o trabalho realizado pela força de interação elétrica para transportar a
carga do ponto A até o infinito dado em joules [J];
q é intensidade da carga elétrica transportada em coulombs [C].
Em outras palavras, o potencial elétrico quantifica a capacidade de realizar tra-
balho que uma carga adquire quando está imersa num campo elétrico.
Para iniciar o estudo, pense que A e B são dois pontos de um campo elétrico
gerado por uma carga Q, conforme mostra a próxima figura.
2 Eletroestática
23
W
VA − VB =AB
q
CASOS E RELATOS
A eletricidade estática
Carlos trabalha em uma empresa de equipamentos automotivos e per-
cebeu que, após manusear componentes elétricos, sentiu formigamen-
to nas mãos. Ao comentar o ocorrido com seu colega João, que estava
fazendo um curso de eletrônica, o colega explicou que isso poderia es-
tar acontecendo pois o corpo humano pode acumular uma quantidade
muito grande de cargas elétricas devido aos mais variados tipos de atrito
produzidos entre o corpo e outros objetos quaisquer, como, por exem-
plo, com as roupas.
ELETROELETRÔNICA APLICADA
24
Mas o que Carlos não sabia era que o acúmulo dessas cargas no corpo
tem um grande potencial de causar danos, parciais ou totais, aos mais va-
riados tipos de componentes eletrônicos, pois, ao tocar um componente
desse tipo, as cargas elétricas são transferidas rapidamente ao compo-
nente, causando nas pessoas, apenas uma leve sensação de formigamen-
to, muitas vezes até imperceptível. João também explicou a Carlos que
o potencial elétrico que estamos expostos, devido às cargas estáticas, é
muito elevado, podendo chegar à ordem de milhares de volts. Quando
tocamos um componente eletrônico, a descarga elétrica é muito rápida,
porém, com uma corrente elétrica muito pequena. Essa corrente elétri-
ca é a responsável pela percepção que temos do choque elétrico, nes-
se caso, muito menor do que se tocássemos um cabo energizado qual-
quer. Porém, para os microcircuitos dos equipamentos eletrônicos que
trabalham com quantidades mínimas de energia e precisam ser muito
sensíveis à menor variação na tensão, essa descarga elétrica de poten-
cial elevado pode causar sérios danos. Isso pode ocorrer sem ao menos
tocarmos nesses equipamentos, pois, com um potencial tão elevado, o
simples fato de aproximarmos nossa mão desses componentes, pode in-
duzir ao surgimento de um campo elétrico capaz de produzir também
um dano no equipamento. Com as dicas do colega, Carlos passou a ter
mais cuidado ao tocar em elementos elétricos. Além disso, ele adquiriu
uma pulseira antiestática para descarregar as cargas estáticas.
Como você pôde ver no Casos e relatos, diante de tudo isso, ao realizarmos
algum tipo de manutenção, instalação ou outra atividade qualquer que envol-
va os mais variados tipos de componentes eletrônicos, é fundamental que evi-
temos sempre tocar os componentes diretamente com a mão. Na necessidade
de contato direto dos componentes com nossas mãos, é fundamental o uso de
uma pulseira antiestática, devidamente aterrada, pois ela cumprirá a sua função
de descarregar as cargas estáticas acumuladas em nosso corpo. Como mostra a
figura a seguir.
2 Eletroestática
25
iStockphoto (20--?)
Figura 5 - Pulseira antiestática
Fonte: Rubensomar (2009)
Portanto, fique atento ao tocar elementos elétricos com a mão! É comum en-
contrarmos em equipamentos eletrônicos, etiquetas com avisos sobre o risco da
eletricidade estática.
D'imitre Camargo (2011)
Agora você já sabe a diferença de potencial entre corpos elétricos não é mes-
mo? Gostou do assunto estudado? Aproveite para refletir sobre situações do seu
cotidiano. É sempre importante aproximar a teoria e a prática para efetivar os
conhecimentos!
ELETROELETRÔNICA APLICADA
26
Recapitulando
Anotações:
Conceitos de Eletricidade
Vale ressaltar que, quanto maior a tensão em uma linha de transmissão, maior
será a sua eficiência.
As formas de onda da maioria das correntes alternadas correspondem a curvas
alternadas suaves, que representam variações gradativas de tensão e de corrente,
e são representadas por uma senoide, como mostra a figura a seguir.
Observando a onda da direita na figura anterior, vemos que ela forma um ciclo
completo de CA e que, para cada ciclo completo, obtemos dois valores máximos,
um para o ciclo positivo e outro para o ciclo negativo. A diferença entre o pico
de ciclo positivo e o de pico negativo corresponde ao valor pico a pico da onda
senoidal. Quando medimos a tensão de uma rede CA, o valor que encontramos
corresponde ao valor da tensão eficaz ou RMS, VRMS, que pode ser calculada da
seguinte forma. Acompanhe!
VRMS = Vmax
2
iStockphoto (20--?)
Figura 9 - Alicate amperímetro
Aqui você conheceu a corrente alternada (CA) e porque ela recebe esse nome.
Vamos conhecer a corrente contínua? Esse será o próximo assunto. Continue
atento!
CASOS E RELATOS
Lembre-se que a chave teste, assim como todas as ferramentas para uso em
eletricidade, deve ser certificada pelo INMETRO e deve conter a tensão de isola-
ção estampada na própria ferramenta.
P=I.V
onde:
P é a potência em watts [W];
I é a corrente em amperes [A];
V é a tensão da rede elétrica em volts [V].
E = P . Δt
onde:
E é a energia em quilowatt-hora [kWh];
P é a potência em quilowatt [kW];
∆t é o intervalo de tempo em funcionamento do equipamento em horas [h].
3.3.2 Frequência
T
Figura 11 - Onda senoidal e seu período
1
f=
T
3 Conceitos de Eletricidade
37
2π
ω=
T
ω = 2π f
Hemera (20--?)
Figura 12 - Resistores
3.3.4 Capacitância
+q -q
Figura 15 - Capacitores
3 Conceitos de Eletricidade
41
h l
C
C
l h
S
Terminal
3.4 Indutância
Hemera (20--?)
Corrente no condutor
+
Limalha de ferro
-
Papelão
Perceba que, as linhas formam curvas fechadas, saindo do imã pelo pólo norte
e entrando nele pelo pólo sul.
No caso de um enrolamento, as linhas do campo magnético estão mais con-
centradas e formam uma estrutura semelhante a um imã. Por isso, este tipo de
arranjo é também chamado de eletroímã.
Matematicamente, tem-se:
vL
L=
∆i
onde:
vL é a tensão induzida na bobina;
Δi é a variação de corrente;
L é a indutância do enrolamento dada em henrys [H].
A principal finalidade do indutor é armazenar energia no seu campo magnéti-
co. Filtros, circuitos sintonizáveis e transformadores são casos onde ele é utilizado.
Na prática, encontramos indutores fixos e variáveis e, via de regra, com nú-
cleo - que nada mais é do que uma estrutura sob a qual o fio é enrolado. Ele tem
influência no formato da bobina e faz com que o fluxo magnético se concentre
boa parte no núcleo, que deve ser um material ferromagnético. Há, basicamente,
dois materiais magnéticos empregados na fabricação de núcleos para indutores.
Conheça cada um deles!
a) Núcleo de ferro: largamente utilizado em circuitos de força, onde a frequên-
cia utilizada é, geralmente, 60Hz.
b) Núcleo de ferrite: utilizado em circuitos de alta frequência, geralmente aci-
ma de 10kHz.
Em circuitos elétricos e eletrônicos, a simbologia do indutor assemelha-se à
forma construtiva da bobina, como pode ser visto na figura a seguir.
D'imitre Camargo (2011)
3.4.1 Impedância
X L = 2π fL
1
Xc =
2π fC
3.4.2 Temperatura
K C F
373 100º 212º
273 0º 32º
Figura 23 - Relação entre as diferentes escalas termométricas
3.4.3 Umidade
A lei de Ohm (sobrenome do físico alemão que formulou tal lei) estabelece
que a tensão sobre um resistor é diretamente proporcional à corrente que o atra-
vessa. A constante de proporcionalidade é o valor da resistência do resistor, em
“ohms”. Matematicamente, esta relação é expressa como:
V=R.I
Onde:
V: tensão sobre o resistor em volts [V];
I: corrente que atravessa o resistor em ampéres [A];
R: resistência do resistor da em ohms [Ω].
Como exemplo, suponha um resistor de resistência 12 Ω que foi submetido a
uma tensão de 24 V. A intensidade de corrente que passa pelo resistor é 2 A.
A equação anterior indica que a relação entre a tensão e a corrente em um
resistor é linear, ou seja, um aumento na corrente provoca um aumento propor-
cional na tensão.
O próximo assunto é o multímetro. Você sabe qual sua utilização? Então siga
em frente para descobrir!
ELETROELETRÔNICA APLICADA
50
3.6 Multímetro
Figura 28 - Bornes
Figura 29 - Ponteiras
Figura 30 - Ponteiras conectadas para medição de tensão CA/CC, resistência, frequência e capacitância
Recapitulando
Você sabia que a eletrônica trata da aplicação de componentes semicondutores para o ma-
nuseio de sinais, na sua grande maioria, de pequena potência? É verdade! O semicondutor é
um material que possui características particulares, que o fazem comportar-se, ora como um
isolante, ora como um condutor. Essa particularidade, aliada à capacidade de integração (mi-
niatuarização) de componentes baseados nestes materiais, fez com que, praticamente, toda
tecnologia que dispomos hoje em dia, tenha como alicerce a eletrônica.
Duas são as áreas da eletrônica, as quais são chamadas de analógica e digital. Vamos saber
mais sobre cada uma delas? A primeira, faz uso de diodos, transistores e componentes similares
a estes dois, para o controle contínuo de sinais de tensão e corrente. Alguns exemplos da apli-
cação da eletrônica analógica são: circuitos amplificadores, filtros, no-breaks, estabilizadores
e fontes. Já a segunda, faz uso de circuitos integrados (CIs), que executam funções lógicas e
respondem com sinais que possuem somente duas amplitudes. Computadores, telefones ce-
lulares, monitores e TVs são exemplos de aparelhos que fazem uso da eletrônica digital. Na
verdade, boa parte dos equipamentos faz uso destas duas áreas da eletrônica. Vamos conhecer
os objetivos de aprendizagem desse capítulo? Confira!
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) conhecer os sistemas de numeração binário e hexadecimal;
b) operar a conversão de base;
c) conhecer enunciados da álgebra de Boole;
d) entender o princípio de funcionamento de transformadores;
e) conhecer os tipos de geradores;
f) entender o princípio de funcionamento de diodos e transistores.
Agora, você é convidado a iniciar essa importante etapa do seu projeto de aprendizagem.
Embarque nessa trajetória e explore todas as fontes de conhecimento aqui apresentadas.
ELETROELETRÔNICA APLICADA
58
Para que não haja dúvida sobre qual base está sendo utiliza, é comum escre-
ver-se o número com sua base como subscrito logo à direita, conforme o exemplo
que você conheceu. Em regra geral, quando não é informada a base, fica implícito
que a base é 10.
10011012 = 1 x 26 + 0 x 25 + 0 x 24 + 1 x 23 + 1 x 22 + 0 x 21 + 1 x 20
= 64 + 0 + 0 + 8 + 4 + 0 + 1
= 7710
Este sistema possui base 16, portanto é composto por 16 dígitos distintos, que
são: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E, F. A tabela a seguir mostra a equivalência
entre a base 10, 2 e 16, em uma contagem de 0 a 15 em decimal. Confira!
0 0000 0
1 0001 1
2 0010 2
3 0011 3
4 0100 4
5 0101 5
6 0110 6
7 0111 7
8 1000 8
9 1001 9
10 1010 A
11 1011 B
12 1100 C
13 1101 D
14 1110 E
15 1111 F
AFC016 = ?10
= A x 163 + F x 162 + C x 161 + 0 x 160
= 10 x 163 + 15 x 162 + 12 x 161 + 0 x 160 + 7 x 16-1 + 13 x 16-2
= 44992 10
4 Conceitos de Eletrônica
61
As funções que atuam nas variáveis lógicas são chamadas de funções lógicas e
podem ser do tipo: OU (OR); E (AND); NÃO (NOT); NÃO-OU (NOR) e NÃO-E (NAND).
A partir das funções lógicas, um circuito digital toma suas decisões. Qualquer
função lógica possui diversas variáveis lógicas como entrada e, via de regra, so-
mente uma variável lógica como saída.
Nos circuitos digitais, o estado de uma variável lógica (V ou F) está associado a
um valor pré-estabelecido de tensão. No padrão TTL (Lógica Transistor Transistor)
os níveis de tensão são 0V para falso, e 5V para verdadeiro.
A partir de agora, você verá a descrição sobre as funções lógicas básicas, a
qual se resume na apresentação de sua simbologia e na “tabela da verdade”. Esta
tabela descreve como se comporta a saída de uma função lógica, mediante os
possíveis valores de suas variáveis de entrada. Acompanhe!
CH A aberta = 0
CH A fechada = 1
CH B aberta = 0
CH B fechada = 1
Lâmpada apagada = 0
Lâmpada acesa = 1
A função lógica “OU”, da mesma forma como na função “E”, fornece uma única
saída para cada uma das possibilidades de duas variáveis de entrada. Sua simbo-
logia (porta lógica) e expressão lógica são as seguintes:
Luiz Meneghel (2011)
ELETROELETRÔNICA APLICADA
66
A B Y
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
As convenções adotadas para a porta E também valem para este caso. Ao ana-
lisarem-se todas as possibilidades de acionamento das chaves, verifica-se que a
lâmpada acende quando CH A ou CH B (ou ambas) estiverem ligadas, pois basta
uma única chave estar fechada, para que haja corrente elétrica no circuito.
Esta função lógica é uma combinação das funções “E” e “NÃO”, obtendo-se,
como resultado, a função “E invertida”. Sua “tabela da verdade”, expressão lógica
e simbologia de porta lógica, são mostradas a seguir.
Esta função lógica é conseguida com a combinação das funções “OU” e “NÃO”,
resultando na inversão da função “OU”. Sua tabela da verdade, expressão lógica e
simbologia de porta lógica, são mostradas a seguir.
ELETROELETRÔNICA APLICADA
68
Agora que você conheceu as portas e funções lógicas, está na hora de saber
mais sobre álgebra de Boole. Já ouviu falar sobre esse sistema algébrico? Então
continue motivado e atento e siga para a próxima etapa!
A álgebra de Boole é um sistema algébrico que faz uso das funções lógicas
“OR”, “AND” e “NOT”. As propriedades básicas da álgebra booleana são as seguin-
tes:
4 Conceitos de Eletrônica
69
(1) x + 1 =x
(2) x ⋅ 1 =x
(3) x ⋅ 0 =0
(4) x + x =x
(5) x + 0 =x
(6) x ⋅ x =x
(7) x ⋅ x =0
(8) x + x =
1
(9) x + y = y + x
comutativa
(10) x ⋅ y = y ⋅ x
(11) x + (y + z) = (x + y) + z = x + y + z
associativa
(12) x ⋅ (y ⋅ z) = (x ⋅ y) ⋅ z = x ⋅ y ⋅ z
(13) x ⋅ (y + z) = x ⋅ y + x ⋅ z
(14) x+(y ⋅ z)
= (x+y) ⋅ (x+z)
ELETROELETRÔNICA APLICADA
70
AB ⋅ AB =
0
Propriedade: (7).
pode ser
Comentário: A expressão ABC+ABC = B(AC+AC)
substituída por uma variável, resultando
x em x · , que pela propriedade (7) se iguala a “0”.
Exemplo 2:
ABC+ABC = B(AC+AC)
Propriedade: (13).
pode ser
Comentário: A variávelABC+ABC evidenciada na expressão.
= B(AC+AC)
Exemplo 3:
ABC+ABD = AB(C+D)
Propriedade: (13).
Comentário: A parcela AB pode ser evidenciada na expressão.
Exemplo 4:
ABD+ABD = AB(D+D)=AB
4 Conceitos de Eletrônica
71
=B ⋅ (1+1)=B ⋅ (1)=B
Ficou claro até aqui? Agora, você já sabe o que é o sistema de álgebra boolea-
na, não é mesmo? Podemos seguir em frente? A seguir, você saberá o que são os
transformadores.
4.4 Transformadores
Vp Np
=
VS NS
onde:
Vp: tensão eficaz do primário;
Vs: tensão eficaz do secundário.
Nos exemplos apresentados, nas figuras anteriores, temos:
120 Np Np 6
= =
20 NS NS 1
4 Conceitos de Eletrônica
75
ou
120 Np Np 6
= =
20 NS NS 1
4.5.1 Estabilizador
Figura 38 - Estabilizador
4 Conceitos de Eletrônica
77
terabytenet (20--?)
Figura 39 - Varistores
4.5.2 No-break
Isso acontece graças a um conjunto de baterias que existem dentro dos no-
breaks e estão sempre carregadas. Essas têm um funcionamento muito parecido
ao das baterias de celulares e notebooks. Você não precisa ficar com o seu celular
conectado à tomada elétrica o tempo todo, pois, como você sabe, o celular possui
uma bateria que, com o decorrer do tempo, vai descarregando, e quando a carga
se aproxima do fim ou termina, você a carrega novamente. O no-break funciona
da mesma forma, quando está conectado à tomada da rede elétrica, carrega suas
baterias e mantém suas tomadas principais funcionando. Porém, quando ocorre
um problema no fornecimento de energia, as baterias entram em ação para evitar
que os equipamentos a ele conectados parem de funcionar.
iStockphoto (20--?)
Mas quando você deve utilizar um no-break? A resposta para essa pergunta
é: sempre! Infelizmente, não é isso que acontece na prática, porque os no-breaks
têm um custo elevado, o que torna o seu uso muitas vezes inviável. Mas há casos
extremos em que o uso de um no-break é indispensável, como por exemplo: em
um servidor que contém muitas e valiosas informações que podem ser corrompi-
das ou causar danos ao próprio hardware, caso venha a ocorrer um desligamento
repentino.
Caso este servidor esteja conectado a um no-break, você terá tempo para salvar
suas informações e desligá-lo corretamente. Atualmente, no mercado, encontra-
mos no-breaks que mantêm equipamentos ligados por dezenas ou até centenas
de minutos. Isso depende de dois fatores: primeiro, a quantidade de baterias e,
segundo, a quantidade de equipamentos conectados ao no-break (quanto maior
o número de equipamentos ligados ao no-break, menor será o tempo que o mes-
mo permanecerá ligado e vice-versa).
Repare que, na figura a seguir, o no-break fornecerá 115V. Assim, a chave sele-
tora dos equipamentos deverá estar em 115V.
4.5.3 Geradores
Hemera (20--?)
Com respeito à tensão gerada, eles podem ser de corrente alternada ou cor-
rente contínua. Na simbologia da figura anterior: a pilha e bateria são de corrente
contínua; e o dínamo e o alternador são de corrente alternada.
Agora, você é convidado a conhecer um relato que trata das fontes de alimen-
tação de computadores. Veja mais no Casos e relatos.
CASOS E RELATOS
Isso indica que a fonte está ligando, mas não quer dizer que as tensões
estão sendo fornecidas de forma correta. Para testar o funcionamento,
João utilizou seu multímetro na escala de 20 V (CC). A ponteira preta foi
ligada em um dos fios pretos do conector (terra) e, com a ponteira ver-
melha, João mediu as tensões fornecidas pela fonte nos outros terminais.
Todas as tensões estavam de acordo com o esperado, bem próximas dos
12 V, -12 V, 5 V e -5 V do padrão ATX.
Assim, João informou ao seu supervisor que a fonte se encontrava em
bom estado, pronta para o uso.
Agora, você já sabe o que são e como devem ser usados os geradores, no-
breaks e estabilizadores, certo? E você conhece os “diodos”? Então prossiga para
descobrir!
4.6 Diodos
iStockphoto (20--?)
Figura 50 - Diodo polarizado reversamente por uma fonte
Figura 51 - Diodo polarizado diretamente por uma fonte: tensão aplicada menor (a) maior (b) que a barreira de potencial da
região de depleção
Esta tensão de barreira costuma ser aproximadamente 0,7 V para diodos cons-
tituídos de silício, e 0,3 V para diodos de germânio. Pelo que foi discutido até
então, percebe-se que, em um diodo, a corrente sempre circula do anodo para
o catodo.
ELETROELETRÔNICA APLICADA
86
1N 4001 Si 1 50
1N 4002 Si 1 100
1N4007 Si 1 800
BYY15 Si 40 400
4 Conceitos de Eletrônica
87
4.7 Transistores
Como você pode perceber, o transistor da figura anterior possui duas junções
PN, uma entre o emissor e a base e outra, entre a base e o coletor, por isso, o nome
“bipolar”. As duas junções fazem com que o transistor não polarizado se asseme-
lhe a dois diodos que compartilham a região da base que é do tipo P. Chamamos
o diodo inferior de diodo emissor-base ou, simplesmente, diodo emissor; e o su-
perior‚ de diodo coletor-base ou diodo coletor.
A outra possibilidade de organização das junções dá origem ao transistor PNP.
Neste caso, a base é do tipo N e as regiões do coletor e do emissor são do tipo N.
Diego Fernandes (2011)
IE= IB + IC
IC= β ⋅ IB
Neste circuito:
RB: resistor de base;
RC: resistor de coletor;
VCE: tensão entre coletor e emissor;
VBB: tensão de alimentação do circuito de base;
VCC: tensão de alimentação do circuito de coletor.
É importante destacar que, neste tipo de circuito, a polarização depende subs-
tancialmente da corrente de base IB, sendo possível, com seu ajuste, levar o tran-
sistor a operar em qualquer uma das três regiões de operação. Para que se consi-
ga o ajuste da corrente de base, pode-se modificar o valor da resistência RB ou da
tensão da fonte de VBB. Esta segunda opção é utilizada a seguir.
FIQUE Quando VBB é zero, não existe corrente IB, devido à ausência
de diferença de potencial. Com isso, IC também vale zero.
ALERTA O transistor está operando, assim, na região de corte.
4 Conceitos de Eletrônica
91
4.7.1 Chaveamento
Jupiterimages (20--?)
Um circuito de polarização é necessário para estabelecer estas duas regiões de
operação. Veja, a seguir, o circuito comumente utilizado.
IC = 0
4 Conceitos de Eletrônica
93
VCE = VCESAT
4.7.2 Amplificadores
eo Io
G= G=
ei Ii
4 Conceitos de Eletrônica
95
Onde:
e0: é a tensão na saída do amplificador;
ei: é a tensão na entrada do amplificador;
Io: corrente na saída do amplificador;
Ii: corrente na entrada do amplificador.
Como você viu no exemplo anterior, o ganho do amplificador é 2, pois aumen-
tou/amplificou em duas vezes o sinal de entrada.
Figura 63 - Circuito de polarização emissor comum com divisor de tensão na base, para operação na região ativa
Agora, você já sabe o que são os transistores, sua finalidade, além de ter co-
nhecido alguns tipos de transistor. No capitulo seguinte, você verá os riscos elétri-
cos. Está preparado para seguir? Então percorra mais uma importante etapa nos
caminhos da aprendizagem!
Recapitulando
Segurança, palavra importante para toda e qualquer pessoa que se submete a trabalhos en-
volvendo eletricidade, pois, como você sabe, é muito arriscado trabalhar com energia elétrica.
No entanto, se algumas medidas, muitas vezes simples, forem tomadas, você poderá trabalhar
sem se preocupar. É comprovado que a maioria dos casos de acidente com energia elétrica
ocorre devido a erros primários ou envolvendo profissionais com anos de experiência que se
sentem seguros e não tomam as devidas medidas de segurança. Atualmente, os equipamen-
tos vêm com mensagem de segurança, alertando o usuário que aquele equipamento ou local
oferece riscos. Vamos iniciar esse novo tema de estudos? Antes disso, conheça os objetivos de
aprendizagem!
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) entender o conceito de aterramento;
b) testar um sistema simples de aterramento;
c) conhecer os dispositivos mais utilizados na proteção de sistemas elétricos.
Que tal iniciar o estudo com bastante atenção e dedicação? Em frente!
ELETROELETRÔNICA APLICADA
98
5.1 Aterramento
Para iniciar o estudo, é importante que você saiba que o aterramento é de fun-
damental importância para o bom funcionamento de uma rede elétrica. A partir
de agora, você receberá algumas noções de como funciona e como montar um
sistema de aterramento. Como o próprio nome diz, aterramento está relacionado
a terra. Logo, aterramento é a ligação proposital de um fio condutor a terra, com
o intuito de controlar a tensão. O aterramento é aplicado com foco na proteção
de equipamentos e pessoas.
Antes de tudo, é necessário que você localize onde está “o fase” e o “neutro”,
pois nem sempre os eletricistas seguem as indicações da tomada. Para isso, utilize
a chave teste.
Para localizar “o fase” e o “neutro”, basta colocar a chave teste nos pinos da to-
mada. Se a luz da chave teste acender, é sinal de que esse é “o fase”. Caso a luz não
acenda, então é o "neutro". Repita o teste mais de uma vez para que você tenha
certeza de que realmente identificou corretamente “o fase” e o neutro.
Figura 68 - Fase
Figura 69 - Neutro
5 Riscos Elétricos
101
Agora, você poderá abrir a tomada. O primeiro passo, é ligar na tomada o fase
e o neutro, em suas respectivas indicações, conforme mostrado na figura anterior.
Depois de feitas as ligações, é hora de fazer o aterramento. Conheça agora, os
requisitos mínimos necessários para um aterramento.
Primeiramente, passe o condutor da tomada até o local onde a haste será en-
terrada. Feito isso, enterre-a no solo e prenda o condutor à haste com a abraça-
deira. Fácil, não é mesmo? Com isso, o sistema de aterramento está pronto. Agora,
é só fixar o condutor à tomada, no pino inferior. Uma das maneiras de verificar se
o aterramento terá um bom desempenho, é utilizar um multímetro na escala de
tensão (V), medindo a tensão entre fase e terra, devendo chegar próximo à tensão
nominal da rede (110 V ou 220 V). Porém, essa não é a melhor maneira para testar
um aterramento. Para fazer um teste mais preciso, utilize um terrômetro.
Network Tools and Supplies (20--?)
5.2.1 Fusíveis
Figura 71 - Fusíveis
5 Riscos Elétricos
103
5.2.2 Disjuntores
Figura 72 - Disjuntores
ELETROELETRÔNICA APLICADA
104
CASOS E RELATOS
Relés de subtensão
Como técnico experiente do setor de manutenção de uma empresa da
área de tecnologia, Vinicius recebeu a incumbência de atender a um cha-
mado realizado por um dos técnicos de informática da empresa.
5 Riscos Elétricos
105
Recapitulando
Neste capítulo, você acompanhou o que é preciso para montar uma ins-
talação elétrica segura e aprendeu a montar um aterramento. Que tal sa-
ber mais sobre óptica? Esse será o assunto do capítulo seguinte.
Óptica
Vemos o sol graças à luz que o mesmo produz e envia aos nossos olhos. Entretanto, você
sabia que vemos a lua graças à luz solar refletida nela? É isso mesmo! Para entendermos estes
fenômenos físicos, precisamos do conhecimento que a óptica nos fornece. Puxa, que interes-
sante! Você concorda?
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) entender os conceitos básicos da óptica;
b) entender a diferença entre reflexão e refração.
Para iniciar o último capítulo de estudos, reúna comprometimento e energia e siga em fren-
te!
ELETROELETRÔNICA APLICADA
108
6.1 Conceitos
Corpos que emitem luz própria, como o sol e outras estrelas, uma lâmpada
acessa, a chama de uma vela, são denominados de corpos luminosos ou fontes
primárias de luz. Corpos que nos enviam, por reflexão, a luz que recebem de
outros corpos, são denominados corpos iluminados ou fontes secundárias de
luz. Mas o que vem ser a luz?
A luz é uma onda eletromagnética de altíssima frequência e pequeno compri-
mento de onda. O comprimento de onda corresponde ao período de uma onda
senoidal, porém, é medida em metros.
Por ser uma onda eletromagnética, a luz se propaga de acordo com uma dada
velocidade, chamada de velocidade da luz, que vale 3x108 m/s no vácuo.
O comprimento de onda também se relaciona com a frequência, segundo a
equação a seguir:
v
f=
λ
Alguns cristais (por exemplo, o açúcar), quando comprimidos, emitem luz. Este
fenômeno é conhecido como “triboluminescência”.
iStockphoto (20--?)
v meio= nr ⋅ v vacuo
onde:
vmeio é a velocidade da luz no meio;
vvacuo é a velocidade da luz no vácuo (3x108 m/s).
6 Óptica
111
O raio incidente representa a luz no meio ar, que incide no limite entre os
meios ar e água com ângulo A em relação à normal (eixo vertical perpendicular
ao limite entre os meios ar e água). A luz refratada ou raio refratado entra no meio
água com ângulo C. Sendo IA o índice de refração do meio A (ar), e IC o índice de
refração do meio B (água), obtem-se a seguinte lei de Snell. Acompanhe!
I A sen( A) = IC sen(C )
Vale ressaltar que parte da luz do raio incidente que retorna para o mesmo
meio, é o raio refletido da figura.
A figura seguinte mostra uma situação cotidiana onde se verificam os efeitos
da refração e da reflexão. Um pescador, ao visualizar a silhueta da lua em um lago,
está visualizando o raio refletido da lua. Já um peixe que está na água, visualiza o
raio refratado da lua.
ELETROELETRÔNICA APLICADA
112
Lua
CASOS E RELATOS
Fibras ópticas
A empresa onde Ulysses trabalha, presta serviço de planejamento de re-
des para grandes empresas. Seu maior foco é a transmissão de dados por
fibra óptica, por ser um meio seguro, rápido e confiável de transmissão.
A fibra recebe este nome porque sua operação é baseada nos princípios
da óptica. A informação que se deseja transmitir é codificada em sinais
de luz, situada na região do infra-vermelho. Esta luz circula pelo núcleo
da fibra por meio de reflexões sucessivas. Isto só é possível devido à com-
posição da fibra óptica, com material de índice de refração ligeiramente
inferior ao do núcleo.
Recentemente, Ulysses recebeu para análise, o projeto de uma rede de
transmissão de dados da filial de uma empresa de TI em franca expansão.
Nesta filial, ficaria alocado todo o setor de desenvolvimento da empresa,
bem como seu novo CPD. Na matriz, somente o setor comercial e de re-
cursos humanos iriam operar. A distância entre matriz e filial era de 2,5Km
e o fluxo de dados entre as empresas exigia uma banda de frequência
razoável, por envolver transmissão de dados de áudio e vídeo.
Ulysses não hesitou em propor um sistema de transmissão por fibra óp-
tica para esta empresa. Sabe-se que a fibra óptica possui uma grande lar-
gura de banda, o que possibilita a transmissão de dados em velocidades
muito elevadas e permite enlaces longos devido às pequenas perdas de
sinal que ela impõe.
6 Óptica
113
Agora você já sabe a composição da fibra óptica e sua utilidade, certo? Neste
capítulo, você viu conceitos e exemplos práticos sobre óptica. E que tal praticar
um pouco? Reflita sobre seu cotidiano. Quantas fontes de energia você se depara
todos os dias? Este é um ótimo exercício em que teoria e prática se encontram e
efetivam seu aprendizado!
Recapitulando
Cristiano Oliveira Ferreira é mestre em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), na área de Processamento de Sinais, graduado em engenharia elétrica com ênfa-
se em Eletrônica pela Pontifica Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e técnico em
Eletrônica pela escola Técnica Parobé. No SENAI/SC, em Florianópolis, atua como coordenador do
curso superior de tecnologia em Automação Industrial e professor no mesmo curso. Ao longo dos
anos já atuou como professor nos cursos superiores de Tecnologia de Eletrotécnica Industrial do
SENAI/SC em Tubarão; Telecomunicações do SENAI/SC, em Florianópolis; e foi professor substitu-
to no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), unidade São José.
Anderson Rauber da Silva atua na unidade do SENAI/SC, em Jaraguá do Sul, como instrutor dos
cursos de Aprendizagem Industrial e também é responsável técnico pelos cursos de Aprendi-
zagem Industrial em Informática. Possui formação técnica em Informática com Habilitação em
Redes pelo SENAI/SC de Jaraguá do Sul. Atualmente, cursa Superior de Tecnologia em Redes de
Computadores na unidade do SENAI/SC, em Joinville. Atua também como instrutor de unidades
curriculares relacionadas à manutenção de computadores, infraestrutura e gerenciamento de re-
des de computadores.
Patrick de Souza Girelli é licenciado em Física pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISI-
NOS), cursa especialização em Gerenciamento de Águas e Efluentes no SENAI/SC de Blumenau e
tem especialização em Automação Industrial no SENAI/SC de Jaraguá do Sul. Trabalha na unidade
do SENAI/SC em Jaraguá do Sul como especialista em Eletroeletrônica, lecionando disciplinas de
Física, Geometria e Cálculos para o curso superior de Tecnologia em Automação Industrial e curso
superior de Tecnologia em Fabricação Mecânica.
Índice
A
ABNT 101
Alicate Amperímetro 5, 33, 34, 52, 117
Amplificador emissor comum 6, 97, 98
Aquecimento 37, 39
Atração 5, 20, 21, 22, 45
B
Bateria 6, 43, 44, 81, 82, 83, 84, 86, 88
Bobina 5, 44, 46, 47, 73, 77, 107
Bornes 5, 53, 55
C
Campo elétrico 5, 22, 23, 24, 25, 26, 28, 41, 42 43, 45
Campo magnético 5, 45, 46, 47, 74
Carga elétrica 17, 18, 19, 20, 22, 24, 26, 28, 80
Chave teste 35, 36, 102
Choque 26, 106
Circuito de polarização 6, 92, 94, 97
Circuito elétrico 33, 43, 68
Conversão de energia 13, 83
Corrente de base 6, 91, 92, 93, 95
Corrente de coletor 6, 91, 93
Corrente de emissor 91
D
Descarga elétrica 26, 80
Desumidificadores 51
Diagrama elétrico 43
Dielétrico 41, 43
Display 5, 52, 53, 54
Dissipação 41
E
Eletricidade estática 25, 27
Eletroímã 5, 46
Eletromagnetismo 13, 45, 57, 117
Eletroscópio 5, 20, 21
Energia consumida 37
Energia elétrica 37, 52, 74, 77, 78, 80, 83, 84, 98, 99, 102
Energia potencial 22, 41, 43
Espectro eletromagnético 6, 111
Espira 76
F
Fase 6, 36, 102, 103
Filtro 35, 47, 59
Flash 43
G
Gerador 6, 32, 45, 59, 76, 83, 85
Germânio 85, 87
I
Ímã 5, 45, 46
INMETRO 36
J
Junção PN 86
L
Linhas de força 23, 45, 117
Lógica combinacional 60
Luz 6, 52, 102, 109, 110, 111, 112, 113, 114
M
Molécula 19, 48
N
Neutro 6, 36, 18, 19, 21, 102, 103
Núcleo de ferrite 47
Núcleo de ferro 47
O
Onda eletromagnética 6, 110
Osciloscópio 57
P
Período 5, 38, 43, 110
Pilha 6, 83, 84
Pólo norte 46
Pólo sul 46
Ponteiras 5, 55, 56
Ponto de operação 88
Primário 74, 76, 77, 99
Prótons 18, 21
Pulseira antiestática 5, 26, 27
R
Radiação 110
Reatância capacitiva 48
Repulsão 22, 25, 45
Retificador 7, 35, 88
Rigidez dielétrica 105
S
Seletor 5, 6, 54, 53, 82
Semicondutor 59, 85, 86
Silício 85, 87
Sobrecorrente 106, 107
Subtensão 106, 107
T
Tensão eficaz 33, 76
Termoscópio 49
Terra 85, 100, 103
Terrômetro 6, 103
Trabalho 13, 22, 24, 25, 99, 101, 107
V
Varactor 88
Varistor 6, 79
SENAI - DN
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros
Beth Schirmer
Coordenação do Núcleo de Desenvolvimento
Gisele Umbelino
Coordenação de Desenvolvimento de Recursos Didáticos
Daiana Silva
Design Educacional
D’imitre Camargo Martins
Diego Fernandes
Luiz Eduardo Meneghel
Waleska Knecht Rusche
Ilustrações e Tratamento de Imagens
Luciana Effting
CRB14/937
Ficha Catalográfica
i-Comunicação
Projeto Gráfico