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Iniciativa da CNI - Confederação


Nacional da Indústria

SÉRIE ENERGIA - GERAÇÃ O , TRANSMISSÃ O E DISTRIBUIÇÃ O

MANUTENÇÃO
ELÉTRICA
PREDIAL E
INDUSTRIAL
i

Iniciativa da CNI - Confederação


Nacional da Indústria

SÉRIE ENERGIA - GERAÇÃO , TRANSMISSÃ O E DISTRIBUIÇÃO

MANUTENÇÃO
ELÉTRICA
PREDIAL E
INDUSTRIAL
CONFEDERA ÇÃO NACIONAL DA IND ÚSTRIA - CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente

DIRETÓ RIA DE EDUCA ÇÃ O E TECNOLOGIA - DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educaçã o eTecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI - Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Opera ções
i

Iniciativa da CNI - Confederação


Nacional da Indústria

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SÉRIE ENERGIA GERA ÇÃO. TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO .
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© 2018 SENAI - Departamento Nacional

© 2018. SENAI - Departamento Regional da Bahia

A reprodução total ou parcial desta publica çã o por quaisquer meios, seja eletrónico, me -
c ânico, fotoc ópia, de grava çã o ou outros, somente será permitida com pr é via autorizaçã o,
por escrito, do SENAI.

Esta publica çã o foi elaborada pela Equipe de Inova ção e Tecnologias Educacionais do
SENAI da Bahia, com a coordena çã o do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a dist â ncia.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educa çã o Profissional eTecnológica - UNIEP

SENAI Departamento Regional da Bahia


Inova çã o eTecnologias Educacionais - ITED

FICHA CATALOGRÁFICA

S491m
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nadonal.
Manutenção elétrica predial e industrial / Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial, Departamento Nacional, Departamento Regional
da Bahia. - Brasília: SENAI /DN, 2018 .
126 p.: il. - (Série Energia - Geração , Transmissão e Distribuição) .

ISBN 978-855050296-0

1. Instalações elétricas. 2. Manutenção predial. 3. Manutenção industrial.


4 . Manutenção elétrica. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
II. Departamento Nacional. III . Departamento Regional da Bahia IV. Manutenção
elétrica predial e industrial. V. Série Energia - Geração, Transmissão e Distribuição.

CDU: 621.3191

SENAI Sede
Servi ço Nacional de Setor Banc á rio Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040 -903 •Brasília - DF •Tel.: (0xx61 ) 3317 -9001
Departamento Nacional Fax: (0xx 61 ) 3317- 9190 •http:// www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Planejamento e controle da manutenção 18
Figura 2 - Fluxo das atividades do PCM 19
Figura 3 - Fluxo das atividades do planejamento da manutençã o 20
Figura 4 - Fluxo das atividades da programaçã o da manutençã o . 21
Figura 5 - Fluxo das atividades de controle da manutençã o 22
Figura 6 - Inspeção visual em painéis elétricos 25
Figura 7 - Verificando o ní vel de tensã o das instala ções 26
Figura 8 - Evolução da manutençã o 32
Figura 9 - Ferramentas estratégicas 33
Figura 10 - Benchmarking 33
Figura 11 - Ciclo PDCA 34
Figura 12 - Princípio de Pareto 35
Figura 13 - Os pilares daTPM 36
Figura 14 - Tipos de manutençã o 37
Figura 15 - Manutenção corretiva nã o planejada 38
Figura 16 - Manutenção preventiva 39
Figura 17 - Manutenção preventiva em painéis elétricos 40
Figura 18 - Conceito da manutençã o preditiva 41
Figura 19 - Manutenção preditiva em motores elétricos 42
Figura 20 - Conceito da manuten çã o detectiva 44
Figura 21 - Painel com lâ mpadas de sinaliza ção 44
Figura 22 - Custo dos tipos de manutenção vs resultados 46
Figura 23 - Instrumentos de controle da manutenção 47
Figura 24 - Modelo de SSM 48
Figura 25 - Modelo de Ordem de Serviço 48
Figura 26 - Técnico preenchendo relatório de inspeção 49
Figura 27 - Software ERP 49
Figura 28 - Confiabilidade 50
Figura 29 - Ciclo da manutençã o baseado na confiabilidade 55
Figura 30 - Técnico fazendo testes em painel elétrico 61
Figura 31 - Corrente elétrica nominal 62
Figura 32 - Sobrecorrente 63
Figura 33 - Sobrecarga 64
Figura 34 - Extensões e filtro de linha para tomadas 64
Figura 35 - Fluxo de atividades para identificar sobrecarga 65
Figura 36 - LeideJoule 68
Figura 37 - Sobreaquecimento em painel elétrico 69
Figura 38 - Inspeção termográ fica em instala ções elétricas 72
Figura 39 - Termómetro infravermelho 72
Figura 40 - Centelhamento/arco elétrico 73
Figura 41 - Centelhamento durante a abertura dos contatos de um relé 74
Figura 42 - Condutor isolado 75
Figura 43 - Falha na isolaçã o por emenda malfeita 75
Figura 44 - Medição da resist ência de isolamento em condutores 77
Figura 45 - Testando a isolaçã o de um motor 79
Figura 46 - Resist ência de isola ção do motor por um per íodo de tempo 79
Figura 47 - Danos físicos e materiais provocados por um curto-circuito . 80
Figura 48 - Princípio de inc êndio provocado por um curto- circuito 81
Figura 49 - Diagrama unifilar - Painel elétrico 82
Figura 50 - Diagrama unifilar - Seletividade 83
Figura 51 - Seletividade por ní veis de corrente 84
Figura 52 - Seletividade por tempo 84
Figura 53 - Seletividade por ní veis de corrente e tempo 85
Figura 54 - Escada rolante 88
Figura 55 - Fasímetro e sequencímetro 89
Figura 56 - Aná lise de vibração 90
Figura 57 - Aná lise de ruí dos 91
Figura 58 - Dependência do homem com os instrumentos de mediçã o. 95
Figura 59 - Medição de temperatura com termómetro infravermelho 97
Figura 60 - Imagem real vs imagem térmica 98
Figura 61 - Inspeçã o com termovisor em painéis elétricos 99
Figura 62 - Medição com analisador de energia 100
Figura 63 - Megôhmetro analógico 102
Figura 64 - Megôhmetro digital 103
Figura 65 - Meio ambiente 107
Figura 66 - Poluiçã o na praia de Bali, Indonésia 108
Figura 67 - Lixeira para coleta seletiva 110

Gr áfico 1 - Manutenção preditiva 41

Quadro 1 - Competência das pessoas 24


Quadro 2 - Compara çã o entre as manutenções corretiva não planejada, preventiva e preditiva 43
Quadro 3 - FMEA - Ponto da falha 52
Quadro 4 - FMEA - Análise da falha 52
Quadro 5 - Componentes NPR 53
Quadro 6 - FMEA - Ação da manutençã o 54
Quadro 7 - FMEA 54
Quadro 8 - Instrumentos de mediçã o 67
Quadro 9 - Megôhmetros 78
Quadro 10 - Tipos de materiais reciclá veis 109
Quadro 11 - Descarte adequado 111
Tabela 1 - FMEA - Avaliação de risco 53
Tabela 2 - Temperaturas caracterí sticas dos cabos em função do material da isola çã o 70
Tabela 3 - Valores mínimos de resist ência de isolamento 77
Tabela 4 - Pontos de conex ã o em Tensã o Nominal igual ou inferior a 1 kV (220/127)... 86
Tabela 5 - Pontos de conex ã o em Tensã o Nominal igual ou inferior a 1 kV (380/ 220)... 86
Tabela 6 - Pontos de conex ã o em Tensã o Nominal superior a 1 kV e inferior a 69 kV.... 87
Tabela 7 - Limites para os desequilíbrios de tensão 87
Sumário
1 Introduçã o 13

2 Elementos de manutenção elétrica 17


2.1 Planejamento, programa ção e controle da manutençã o 18
2.1.1 Planejamento da manutenção 20
2.1.2 Programação da manutenção 21
2.1.3 Controle da manutençã o 22
2.2 Aplica ção conforme norma da ABNT de instala ções elétricas em baixa tensão
(ABNTNBR 5410) 24

3 Manutenção 31
3.1 Conhecimento de gest ã o 33
3.2 Manutençã o produtiva total 35
3.3 Tipos de manutenção 37
3.3.1 Manutenção corretiva 37
3.3.2 Manutençã o preventiva 38
3.3.3 Manutençã o preditiva 40
3.3.4 Manutençã o detectiva 43
3.3.5 Engenharia de manutençã o 46
3.4 Instrumentos de controle da manutençã o 47
3.5 Confiabilidade: análise de falhas e defeitos, falha humana, análise de riscos, prevenção e
correção de falhas 50
3.5.1 Aná lise do modo e efeito de falha - FMEA 51
3.5.2 Falha humana 55
3.6 Técnicas de desmontagem de equipamentos das instalações elétricas 56

4 Técnicas de aná lise de falhas em instala ções elétricas 61


4.1 Identificação de sobrecargas em circuitos 62
.
4.1 1 Corrente nominal 62
4.1.2 Sobrecorrente 63
4.1.3 Sobrecarga 63
4.1.4 Instrumentos de medição 67
4.2 Identificaçã o de sobreaquecimento em componentes e circuitos 68
4.2.1 Temperatura 69
4.2.2 Sobretemperatura 71
4.2.3 Instrumento de mediçã o 71
4.3 Verifica ção de centelhamento 73
4.4 Falha de isolaçã o (fuga de corrente) 75
4.4.1 Identifica ção da falha de isolaçã o 76
4.5 Resistência de isolamento 78
4.6 Falhas elétricas (curto-circuito franco/ por impedâ ncia ) 80
4.6.1 Tipos de curto-circuito 81
4.7 Seletividade dos dispositivos de proteção dos circuitos elétricos 82
4.8 Condições e valores nominais de trabalho ( sub/ sobre/desequilíbrio/tensão) 86
4.9 Sequência de fase (inversã o) 88
4.10 Análise de vibra ções 89
4.11 Análise de ruídos 90

5 Instrumentos de mediçã o 95
5.1 Temperatura: pirómetros 96
5.1.1 Termómetro infravermelho 96
5.1.2 Termovisor 97
5.2 Energia: analisador de energia 99
5.3 Megôhmetro 102

6 Meio ambiente 107


6.1 Tipos de materiais reciclados 108
6.2 Descarte adequado 111

Referências 115

Minicurr ículo do autor 121

índice 123
Introduçã o ?

Prezado aluno,
É com grande satisfaçã o que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) traz o
livro didático de Manutenção Elétrica Predial e Industrial.
Este livro tem como objetivo levar o aluno a desenvolver capacidades t écnicas relativas à
manutenção de sistemas elétricos prediais e industriais, bem como capacidades sociais, orga-
nizativas e metodológicas, de acordo com a atuação do técnico no mundo do trabalho.

Nos capítulos a seguir, veremos conceitos, procedimentos e normas voltadas à área de ma-
nutenção com o intuito de instruir o aluno sobre os elementos que englobam a manutençã o
elétrica e elucidar as técnicas para aná lise de algumas falhas em instala ções elétricas, utilizan-
do instrumentos de mediçã o e conhecimentos técnicos que ir ão auxiliar no dia a dia da manu-
tenção. Será apresentado também como a manuten çã o pode auxiliar o meio ambiente atravé s
da identificaçã o dos tipos de materiais reciclá veis e o descarte adequado.
Este livro visa proporcionar ao aluno conteúdo técnico necessá rio que permita planejar e
executar manutenções em equipamentos e instala ções elétricas, bem como identificar falhas
atravé s de t écnicas e instrumentos adequados para evitar danos ou prejuízos à s instalações
elétricas.
Por fim, esta unidade curricular servirá para despertar suas capacidades sociais, organizati-
vas, metodológicas e técnicas. Queremos que você esteja preparado e capacitado para execu-
tar a manutenção elétrica predial e industrial. Os estudos desta unidade curricular lhe permiti-
r ão desenvolver:

CAPACIDADES SOCIAIS. ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS

a ) Cumprir normas e procedimentos;

b) Identificar diferentes alternativas de soluçã o nas situações propostas;


c) Manter-se atualizado tecnicamente;
d) Ter capacidade de análise;
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL I

e) Ter senso crítico;


f) Ter senso investigativo;

g) Ter visão sistémica;

h) Aplicar procedimentos t écnicos;


i) Demonstrar organizaçã o;

j) Estabelecer prioridades;

k) Ter responsabilidade socioambiental;


L ) Comunicar-se com clareza;
m) Demonstrar atitudes éticas;

n) Ter proatividade;

o) Ter responsabilidade;

p) Trabalhar em equipe.

CAPACIDADES TÉCNICAS

a ) Aplicar estrat égias para a execuçã o da manutençã o, considerando as diferenç as individuais da


equipe;

b) Aplicar normas t écnicas, de qualidade, de saúde e seguranç a no trabalho, e de preserva ção am-
biental;

c) Aplicar novas tecnologias;


d) Aplicar técnicas de manutenção conforme procedimentos;
e) Aplicar técnicas de negocia ção tendo em vista a realiza ção da manutenção;

f) Cumprir plano de manutençã o preditiva;

g) Cumprir procedimento de controle de sistemas elétricos prediais e industriais;

h) Fazer as correções necessá rias;


i) Fazer ensaios de conformidade e funcionalidade de acordo com as normas;

j) Fazer inspeção visual em sistemas elétricos;

k) Identificar e interpretar grandezas elétricas;


L ) Identificar e interpretar sistemas elétricos;

m) Identificar materiais, componentes, instrumentos, ferramentas e equipamentos;

n) Identificar normas regulamentadoras e técnicas;

o) Identificar os defeitos;
1 INTRODUÇÃO

p) Identificar os riscos;
q) Identificar sequência de opera çã o;

r ) Indicar, no projeto, as altera ções para atualiza çã o dos documentos t écnicos, inclusive por meio
de croqui;
s) Interpretar diagramas elétricos;

t ) Preparar a á rea de trabalho para a manutençã o de sistemas elétricos prediais e industriais, de


acordo com os procedimentos estabelecidos;
u) Programar o reparo com os setores envolvidos;

v) Reconhecer princípios de eletricidade;

w) Reconhecer princípios de funcionamento do sistema elétrico;

x) Reconhecer princípios de qualidade, seguranç a, sa úde e meio ambiente;

y) Reparar componentes danificados dos sistemas elétricos prediais e industriais;

z) Reparar os circuitos elétricos prediais e industriais;


aa) Substituir componentes danificados dos sistemas elétricos;
ab) Utilizar software especí fico de monitoramento dos sistemas elétricos prediais e industriais;

ac ) Verificar o funcionamento dos componentes.

Lembre-se de que você é o principal responsá vel por sua forma ção e isso inclui a ções proativas, como:

a) Consultar seu professor -tutor sempre que tiver dúvida;


b) Nã o deixar as dúvidas para depois;
c) Estabelecer um cronograma de estudo que você cumpra realmente;
d) Reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais.

Bons estudos!
Elementos de manutençã o elétricas

O técnico em eletrotécnica pode atuar em diversos seguimentos da energia elétrica, inclu-


sive na á rea de manutençã o, que cada vez mais tem se modernizado e utilizado a tecnologia
para inovar técnicas e instrumentos capazes de auxiliar na rotina de trabalho.

Deste modo, a manutenção tem motivado diversos profissionais a se atualizar. Por isso,
convido- o a fazer o mesmo atrav és da leitura deste livro.
A manutenção surgiu quando houve as primeiras necessidades de reparos a partir da me-
caniza çã o da indústria.

Segundo Vianna ( 2002 ), a manutençã o industrial surge efe -


tivamente como funçã o do organismo produtivo no s éculo
XVI, com a apari çã o dos primeiros teares mec â nicos, época
CURIOSIDADES que indica o abandono da produçã o artesanal e do sistema
econ ómico feudal.
( Fonte: VIANA, 2002).

Inicialmente, os reparos eram executados pelos pr óprios operadores. Depois, os gestores


das indústrias visualizaram que era preciso uma alternativa para manter o crescimento da pro-
duçã o, tendo sempre equipamentos disponí veis para executar o trabalho.

Foi neste momento que surgiu o setor de manutenção.


Desde o surgimento do setor dedicado apenas à manuten çã o até os dias atuais, a indústria
vem passando por diversas mudanç as influenciadas diretamente pelo avanço da tecnologia.

A manutenção acompanha esta evolução tecnológica e conquista cada vez mais importâ n-
cia motivada pela necessidade das indústrias em melhorar a qualidade dos produtos, diminuir
custos, aumentar a disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos.

A figura a seguir ilustra o setor de planejamento e controle da manutençã o moderna, o


PCM.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

Figurai - Planejamento e controle da manutenção


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Nesse sentido, diante da importâ ncia da manutençã o e com a utilizaçã o crescente de energia elétrica
para funcionamento dos equipamentos, houve a necessidade das indústrias em organizar o setor de ma-
nutenção elétrica e ter profissionais qualificados para realizar atividades específicas, para manter os equi-
pamentos funcionando adequada mente e com segurança.

No cená rio atual da manutençã o, é importante que o profissional tenha, além do conhecimento téc -
nico, noções organizacionais do setor. Assim, ser ão abordados neste capítulo procedimentos para o pla-
nejamento, programaçã o e controle da manutençã o das instala ções elétricas, como também, aplicações
conforme a norma ABNT NBR 5410 para as instala ções elétricas de baixa tensã o.

2.1 PLANEJAMENTO , PROGRAMA ÇÃ O E CONTROLE DA MANUTENÇÃ O

O setor de manuten çã o tem uma á rea específica para planejamento, programaçã o e controle da manu-
tenção conhecido como PCM (Planejamento e Controle da Manutençã o).

O PCM gerencia as atividades da manutençã o determinando as prioridades, recursos, procedimentos,


custos e indicadores dos serviç os com o propósito de garantir a confiabilidade e disponibilidade dos equi-
pamentos.

A demanda de serviç os da manutenção é proveniente de solicitações de serviç o de manutenção (SSM),


planos de manutenção, inspeções e emergências que surgem na opera ção.
Por exemplo, no início da sua jornada de trabalho, o técnico encontra no setor de manutenção soli-
cita ções de operadores para reparar equipamentos que nã o est ão funcionando perfeitamente, além de
atender chamados de operadores ou usuá rios de equipamentos que apresentam defeito e pararam de
2 ELEMENTOS DE MANUTENÇÃ O ELÉTRICA

funcionar repentinamente, interferindo na produçã o da fábrica ou no desenvolvimento de alguma ativi-


dade, e fazer as inspeções programadas que constam no plano de manutenção para realizar naquele dia.

O PCM deve avaliar todas as demandas solicitadas e executar os serviç os de maneira planejada, progra-
mada, analisando os custos envolvidos e principalmente os impactos na produtividade.
O PCM atua resumidamente conforme o fluxograma a seguir para execuçã o dos serviç os:

s §j OPERAÇAQ ENGENHARIA DE

m
Z cx
ISotlcfcj çàD de serviço
da manLionçáo)
MANUTENÇÃO
iPlaro de rrunutQ í>:3 a|

— CL

I
PU na jamonto dos sarviç os

3 Programação dos sor viços


z
§ 4
* axacuçho dos sorviç os

I
Controlo dos sorviços

Figura 2 - Fluxo das atividades do PCM


Fonte: SENAI DR BA , 2018.

As demandas iniciais do setor de PCM são as solicita ções de manutençã o da operação e os planos de
manutenção da engenharia. Desta forma, o PCM inicia suas atividades realizando a programaçã o dos ser-
viços de acordo com a criticidade e, em seguida, realiza a programação conforme disponibilidade dos
recursos necessários.
Durante a execução dos serviços, é feito o gerenciamento e, ao término, o setor faz o controle do serviço
realizado.

SAIBA Para ter mais informações sobre a organizaçã o da manutençã o, consulte: VIANA, Her -
MAIS bert. PCM: planejamento e controle da manutenção. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.

A atua ção do PCM é fundamental para o bom desempenho e organizaçã o da manutenção, tendo cada
etapa a sua devida importâ ncia. Desta maneira, a seguir serã o detalhados os procedimentos realizados
durante as etapas de planejamento, programa çã o e controle.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL I

2.1.1 PLANEJAMENTO DA MANUTEN ÇÃ O

O planejamento da manutençã o das instala ções elétricas é um processo administrativo executado pelo
PCM com o objetivo de analisar a viabilidade t écnica e económica, a criticidade e a prioridade dos serviç os.

Desta maneira, é possí vel organizar as ações, entender as necessidades e criar uma estratégia eficiente
para minimizar os custos com a manutençã o e aumentar a disponibilidade dos equipamentos.

O fluxograma a seguir exemplifica as etapas para o planejamento de um servi ç o que surgiu a partir de
uma solicitaçã o de servi ç o de manutenção por um operador:

INÍOOOO ABERTURA DE
PROCESSO UMA SSM NO CAMPO

SETOR DE
MANUTENÇÃO AVALIAÇÃO
DA SSM
PLANEJAMENTO

l
A SSM PROCEDE?
*
N 0 REAVALIAR COM O
AUTOR DA SSM

l 9 «
AflE ATURADA
CEDEM DE SERWÇO
aso
l
Nèa AVALIAR CRITICIDADE
URGÊNCIA? E INCLUIR NA QWG 8M
DE PRORDADES

PRCnZAR SBMÇO E
GEBENCIÀA EXECUÇÃO

Figura 3 - Fluxo das atividades do planejamento da manutenção


.
Fonte: SENAI DR BA, 2017

O planejamento da manutençã o inicia a partir de uma solicita ção de serviç o de manutenção ( SSM) que
é enviada ao setor relatando algum problema nas instala ções.

A manutenção avalia a SSM e caso seja procedente inicia uma ordem de serviç o (O.S.) para investigar,
organizar as atividades e, por fim, avaliar se há urg ência na execuçã o do serviço.
2 ELEMENTOS DE MANUTENÇÃ O ELÉTRICA

Caso haja urgência, a manutenção pode ser iniciada. Caso contrá rio, o PCM classifica e programa a exe-
cuçã o das atividades de acordo com a criticidade do serviç o.

O planejamento dos serviç os que ser ão executados pela manutençã o é fundamental para garantir a
execuçã o das atividades de forma organizada e priorizando os serviç os mais cr íticos, objetivando maior
disponibilidade dos equipamentos e seguranç a dos técnicos durante a realizaçã o da manutençã o.

2.1.2 PROGRAMAÇ AO DA MANUTENÇÃO

A programaçã o da manutenção das instala ções elétricas refere- se à aná lise da disponibilidade dos re-
cursos, como: mã o de obra, ferramentas, m áquinas e materiais necessá rios para execuçã o da manutenção.
O fluxograma a seguir ilustra as etapas que compreendem a programaçã o da manutençã o:

FASE ANTEWOP- MmUARCflmCIDAH


PLANEJAMECTO ENCLUIR NA ORDEM
DEFMOniná OE

SETOR DE
i
ANALKDà
MANUTENÇÃO
DISPONIBILIDADE DE
PROGRAMAÇAO
RECURSOS

RECURSOS NAO AC0MF9NHA R .


CMSPCNNEIS ? PROCEDIMENTOS

1* 9

INICIAR FINAL DA
EXECUÇÃO EXECUÇÃO

Figura 4 - Fluxo das atividades da programação da manutenção


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Apó s a fase de planejamento, o PCM inicia a programa ção dos serviç os analisando a disponibilidade
dos recursos.
Caso haja recursos, a manutençã o é iniciada, caso contr á rio, o PCM deve acompanhar os procedimen-
tos de compra de materiais, disponibilidade de equipamentos, ferramentas e/ou recursos humanos para
programar e iniciar o serviço.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

Durante a execuçã o dos serviç os, o PCM gerencia as atividades e dá suporte aos executantes, anteci-
pando possí veis demandas que surjam durante o processo, garantindo a execução do serviço no prazo e
com os recursos previstos.

2.1.3 CONTROLE DA MANUTEN ÇÃO

O PCM realiza o controle da manutençã o das instalações elétricas atravé s da aná lise crítica do serviço
executado, ou seja, o setor avalia se o serviço foi realizado conforme planejado e programado, identifican-
do possíveis desvios que ocorreram durante a sua execução.
Desta forma, são obtidos indicadores confiáveis que possibilitem a gestã o das pr áticas de manutenção
e uma melhoria contínua dos processos de trabalho.

O fluxograma a seguir ilustra as etapas de controle da manutenção das instalações elétricas.

FASEANTEHORi
POOGRAMAÇjiO FINAL DA
EXECUÇÃO

SETOR DE
MANLTTENç AO ANALISAR OS. E
TAGU.AJVTnATAR
CONTROLE
OS DADOS

l
GERAR INDICADORES E REALIZAR
FECHAMENTO DA O.S.

Figura 5 - Fluxo das atividades de controle da manutenção


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Mesmo após a execução da manutençã o, o PCM continua analisando o serviço que foi executado com
a intençã o de levantar informações para avaliar o desempenho da manutenção e poder intervir nos pro-
cedimentos, caso necessário, para melhorar os principais indicadores e, consequentemente, aumentar a
produtividade.

Por exemplo, nesta etapa, o setor verifica se o serviço foi executado no tempo planejado, se cumpriu a
programação, o tempo médio para realizar o reparo, se houve retrabalho, qual foi o tempo médio entre a
falha anterior deste mesmo equipamento e outros.
2 ELEMENTOS DE MANUTENÇÃ O ELÉTRICA

CASOS E RELATOS

Profissionalizar e organizar a manutençã o

Uma f á brica de confecção de roupas operava há 10 anos sem nenhuma pr ática de manutençã o nas
instala ções e equipamentos.
Frequentemente, ocorriam paradas na produção da fá brica por falta de manutençã o nas máquinas
de costura, má quina de estampa e por queda na energia elétrica. Desta forma, a fábrica já estava ten-
do prejuízos devido à queda da produçã o. Foi neste momento que o propriet á rio da fá brica resolveu
contratar uma empresa especializada em manutençã o.

Durante o per íodo em que a empresa de manutençã o realizou as inspeções e investigações iniciais
para conhecer as instala ções, constatou que não haviam registros de manutenção dos equipamen-
tos e que a única pr ática de manutençã o que existia na f ábrica era a do "quebra-conserta ", ou seja,
apenas manutençã o corretiva, o que elevava os custos, devido à perda da produçã o, profissionais
ociosos e gasto para conserto dos equipamentos.

A empresa de manutenção inicialmente criou o setor de PCM na f ábrica com a contrataçã o de um


profissional que iria planejar, programar e controlar todas as atividades necessá rias para manuten-
ção. Posteriormente, a empresa de manutençã o fez inspeções visuais e ensaios em toda a instalaçã o
elétrica para identificar todos os problemas.
Apó s identificados os problemas nas instala ções elétricas a empresa de manutenção fez as interven-
ções necessá rias e passou a fazer manutenção periodicamente, inclusive, nas máquinas de costura e
de estampa seguindo as recomendações dos fabricantes.
Desde entã o, a fá brica passou a ter lucros, pois aumentou a produçã o, reduziu consideravelmente os
custos com manutençã o corretiva e parada da produçã o.

A atuação do PCM é fundamental para garantir a eficiência da manutenção através do planejamento,


programaçã o e controle dos serviç os utilizando profissionais capacitados, padrões e procedimentos de
trabalho.

Em instalações elétricas de baixa tensão, o PCM tem que seguir os critérios mínimos estabelecidos pela
norma ABNT NBR 5410 para as atividades de manutenção, como: qualificaçã o das pessoas, periodicidade
e rotinas de manutenção conforme será apresentado a seguir.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

2.2 APLICA ÇÃO CONFORME NORMA DA ABNT DE INSTALA ÇÕES ELÉTRICAS EM BAIXA TENSÃ O
( ABNT NBR 5410)

As instalações elétricas, por utilizar diversos equipamentos e elementos que s ã o necessá rios para ga-
rantir o fornecimento de energia, são muito complexas.

Por isso, existem normas que estabelecem uma série de crit érios e condições que as instalações devem
satisfazer e a NBR 5410 é uma delas.
A NBR 5410 é a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estabelece as condições
que devem seguir as instalações elétricas de baixa tensã o. Conforme definido na referida norma, caracte-
riza-se como baixa tensão os circuitos elétricos alimentados sob tensã o nominal igual ou inferior a 1000
Volts em corrente alternada, com frequências inferiores a 400 Hz, ou a 1500 Volts em corrente contínua .
Com rela ção à manutenção, a norma da ABNT NBR 5410 estabelece os seguintes itens:

a ) Periodicidade: a periodicidade da manutençã o é especí fica a cada tipo de instalaçã o. Neste caso,
o intervalo entre as manutenções deverá levar em consideração a import â ncia do equipamento
para a instalaçã o, a severidade das influências externas a que é submetido e as recomendações
do fabricante. Por exemplo, em equipamentos de subesta ções devem ser realizadas inspeções
termográ ficas a cada 6 meses no má ximo;

b) Qualifica çã o do pessoal: as instalações elétricas dever ão ser inspecionadas e sofrer interven-


ções apenas por pessoas advertidas ( BA 4) ou qualificadas (BA 5) \ conforme o quadro a seguir:

APLICA ÇÕES E
CÓDIGO CLASSIFICA ÇÃ O CARACTER Í STICAS
EXEMPLOS

Pessoas sufidentemente informadas ou supervi-


Locais de serviç o
sionadas por pessoas qualificadas, de tal forma
BA 4 Advertidas elétrico
que lhes permite evitar os perigos da eletricida-
de (pessoal de manutençã o e/ou opera çã o)

Pessoas com conhecimento


técnico ou experiência tal que lhes Locais de serviç o
BA 5 Qualificadas permite evitar os perigos da elétrico fechados
eletricidade (engenheiros e
técnicos)

Quadro 1 - Competência das pessoas


Fonte: ABNT NBR 5410, 2004 , 2008.

1 BA 4 e BA 5: é um código que representa a competê ncia das pessoas que irã o utilizar as instalações elétricas, onde a primeira
letra indica a categoria geral, a segunda letra indica a natureza e o número indica a classe .
2 ELEMENTOS DE MANUTENÇÃ O ELÉTRICA

c) Verificação de rotina: faz parte da man utenção preventiva a verificaçã o das instalações elétricas
através de inspeções visuais, conforme a figura seguinte, para identificar se os equipamentos e
componentes apresentam danos aparentes que comprometam o funcionamento adequado e
a seguranç a. As verificações de rotina são feitas em dois momentos. No primeiro momento ser á
inspecionado visualmente os seguintes itens:
- Condutores: deve ser verificada a isolação dos condutores para identificar sinais de aqueci-
mento excessivo, rachaduras e ressecamento; e seus elementos de conex ã o, fixaçã o e suporte
para verificar folga nas conexões gerando mau contato, o estado de conserva ção e limpeza;

- Quadros de distribuiçã o e painéis: deve ser verificada a integridade da estrutura mecânica


dos quadros de distribuiçã o e painéis observando se há algum dano fí sico, corrosã o e se seus
elementos estã o em perfeito funcionamento. Internamente, todos os elementos devem ser
inspecionados avaliando o estado dos contatos, ajustes, calibrações, fixa ção e limpeza. É im-
portante verificar se há sinais de aquecimento excessivo em algum componente;

- Equipamentos móveis: deve ser inspecionado verificando o estado geral, limpeza e se há


sinais de aquecimento excessivo. Deverá verificar, principalmente, o estado dos condutores
que alimentam o equipamento móvel.

Figura 6 - Inspeção visual em painéis elé tricos


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A inspeção visual é uma atividade simples, mas extremamente importante para identificar falhas ou
quaisquer anomalias visíveis nas instala ções elétricas e devem ser feitas com muita atençã o para evitar que
estas falhas se transformem em defeitos ou danos mais graves.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

fTl FIQUE
ALERTA
Sempre que possí vel, as verificaçõ es devem ser feitas com as instalaçõ es elé tricas
desenergizadas, garantindo uma maior seguranç a aos profissionais envolvidos na
manuten çã o.

Apó s a inspeção visual, dever ão ser realizados, no segundo momento, os ensaios nas instalações elétri-
cas. Os ensaios sã o testes feitos, normalmente, com aux ílio de instrumentos de mediçã o para verificar se as
instalações estã o aptas a funcionar. Deste modo, deverã o ser realizados, no mínimo, os seguintes ensaios:
- Continuidade dos condutores de proteçã o e das equipotencializa ções principal e suplementares;
- Resist ência de isolamento da instala çã o elétrica;
- Resist ência de isolamento das partes da instalaçã o objeto de SELV 2, PELV 3 ou separaçã o elétrica 4;
- Ensaios de funcionamento.

Caso seja identificada alguma irregularidade durante os ensaios, o ensaio dever á ser repetido após a
correçã o do problema, inclusive, os ensaios predecessores que tenham sido influenciados.

Após realizar a inspeçã o visual e os ensaios, chega o momento de ser feito o ensaio geral de funciona-
mento das instalações elétricas, pelo menos, das situações de maior perigo.

Nesta etapa da verificaçã o é importante também avaliar se os ní veis de tensão estã o adequados à ins-
talação, conforme ilustra a figura seguinte.

Figura 7 - Verificando o ní vel de tensão das instala ções


Fonte: Shutterstock , 2018.

2 SELV: sistema de extrabaixa tensã o que é eletricamente separado da terra, de outros sistemas e de tal modo que a ocorr ência
de uma única falta nã o resulta em risco de choque elétrico.
3 PELV: sistema de extrabaixa tensão que nã o é eletricamente separado da terra, mas que preenche, de modo equivalente, todos
os requisitos de um SELV.
4 Separa çã o elétrica: é uma proteçã o supletiva contra choques el étricos quando massas ou partes condutivas acessí veis tornam-
se acidentalmente vivas.
2 ELEMENTOS DE MANUTENÇÃ O ELÉTRICA

As inspeções e ensaios em instalações elétricas sã o importantíssimos para evitar possíveis falhas ou


irregularidades que ocorram no sistema elétrico durante a sua vida útil, prevenindo que equipamentos
elétricos operem fora dos seus par â metros nominais ou que possíveis falhas ocorram provocando danos
fí sicos à s instala ções ou acidentes com pessoas.

‘" w SAIBA Para ter mais informações em relaçã o aos ensaios em instalaçõ es elétricas consulte o
1#/ MAIS item 7.3 da Norma ABNT NBR 5410.
^
d) Manutenção corretiva: caso seja identificada alguma anormalidade durante as inspeções e en-
saios nas instalações elétricas, toda a instala çã o ou apenas a parte afetada dever á ser desenergi-
zada e a falha deverá ser corrigida por pessoas advertidas (BA 4) ou qualificadas (BA 5).

A aplica ção da norma ABNT NBR 5410 na manutençã o elétrica predial e industrial é generalista, deven-
do ser utilizada apenas como uma refer ência do mínimo que deve ser feito nas instala ções elétricas.
É importante destacar que o técnico deve observar as particularidades de cada componente da insta-
la çã o elétrica e seguir as orientações do fabricante no que diz respeito à manutençã o. Contudo, as reco-
menda ções da referida norma garantem um funcionamento adequado e com seguranç a das instalações
elétricas de baixa tensã o.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL I

RECAPITULANDO

Aprendemos neste capítulo que o sucesso da manutençã o depende da organizaçã o do setor atrav és
da área de PCM que é responsável pelo planejamento, programa ção e controle dos serviç os. Cada
atividade deve ser analisada cuidadosamente e assim o sucesso do setor é traduzido em uma maior
disponibilidade dos equipamentos, menor custo e consequentemente maior produtividade.

Aprendemos que o PCM é responsá vel por organizar todos serviç os executados na manutenção e ao
t érmino dessas atividades o PCM analisa os procedimentos executados para avaliar o desempenho
da manutençã o atravé s de indicadores que ir ã o ajudar no acompanhamento de desempenho e me-
lhoria cont ínua da manutenção.
Para manutenção em instala ções elétricas de baixa tensã o vimos que devemos seguir, no mínimo,
as orienta ções da norma ABNT NBR 5410 que estabelece alguns crit érios para manutençã o, como:
periodicidade da manutençã o, qualifica ção das pessoas envolvidas na manutençã o, as verifica ções
de rotina e a manutençã o corretiva que devem ser executadas nas instala ções.
2 ELEMENTOS DE MANUTENÇÃO ELÉTRICA
«
Manutençã o Ji
m
Sr

Manutenção, conceitualmente, significa o ato de conservar equipamentos com as caracte-


r í sticas originais, de modo que estejam aptos para funcionar quando necess ário ou, em caso
de defeito, sejam reparados no menor tempo possível, conciliando soluções técnicas e econó-
micas.

Por ém, apenas a conservaçã o dos equipamentos não é suficiente para garantir o sucesso
da manutenção.
Atualmente, a gest ão da manutençã o e aplicaçã o deferramentas estratégicas como a TPM5
s ã o alternativas mais curtas para garantir a eficiência da manutenção.
A manutençã o, que inicialmente era predominantemente corretiva, atravé s do reparo dos
equipamentos após a quebra dos mesmos, representava um alto custo operacional por ser
uma açã o não planejada.

Por este motivo, acabava influenciando diretamente nos parâ metros de produtividade,
confiabilidade e qualidade do produto final.
Observou-se, ent ão, que a solução era planejar, modernizar e atualizar a manutençã o com
novas técnicas como, por exemplo, as técnicas de manutenção preventiva, preditiva, detectiva
e engenharia de manutenção.
Nesse contexto de modernizaçã o os profissionais, como o técnico em eletrot écnica, que
atuam na manutenção precisaram e precisam se atualizar frequentemente para conseguir apli-
car novas técnicas e aprimorá-las buscando sempre a melhoria contínua da manutenção.

5 TPM: Termo proveniente da palavra em inglês Total Productive Maintenance que significa Manutençã o Produtiva
Total.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

Ia Gera çã o 2 a Gera çã o y Gera çã o 1a Gera çã o

. *
TI
(' O

*
-
n
J t
1930 - 1930 1950 - 1970 1970 * 1990S 1990 S - ATUAL

Manutençã o Manuten çã o Manutençã o Engenharia de


Currelivã Preventiva Preditiva Manutençã o

Figura 8 - Evolução da manutenção


Fonte: SENAI DR BA 2018.

Normalmente, os instrumentos utilizados para controlar as atividades da manutenção sã o documentos


e softwares que, além de controlar e registrar todas as a ções, sã o utilizados para transformar a rotina da
manutenção em indicadores de desempenho que norteiam o PCM e fundamentam as a ções do setor.

Um dos indicadores de desempenho mais utilizado na manutençã o é a confiabilidade que analisa, atra-
vés da aplicaçã o de técnicas de aná lises de falhas, a probabilidade de ocorrer falhas em um equipamento
ou sistema.

Assim, a manutenção é peç a fundamental para execução das técnicas de aná lises de falhas, pois é ne-
cess á rio conhecer os equipamentos, investigar as causas das falhas para que o resultado deste processo
seja transformado em ações no plano de manutenção.

O termo confiabilidade na manutenção, do inglês Reliability , teve origem


nas aná lises de falha de equipamentos eletr ó nicos para uso militar, du -
CURIOSIDADES rante a dé cada de 50, nos Estados Unidos.
( Fonte: PINTO; NASCIF, 2009) .

Agora, convido você a saber mais sobre manutenção.

Nas p áginas a seguir serã o abordados aspectos como gest ão da manutençã o, tipos de manutenção,
TPM, instrumentos de controle da manutençã o e confiabilidade. Além das técnicas de desmontagem de
equipamentos das instala ções elétricas.

Vamos nessa!
3 MANUTENÇÃO

3.1 CONHECIMENTO DE GESTÃO

A gestã o da manutenção é o processo coordenado de atividades que visam integrar a manutenção ao


processo produtivo para alcanç ar, através de ferramentas estrat égicas, metas preestabelecidas na visã o da
empresa.

Figura 9 - Ferramentas estratégicas


Fonte: SHUTTERSTOCK , 2018.

As ferramentas estratégicas s ã o instrumentos gerenciais utilizados para conduzir as ações de uma em-
presa, para que esta alcance suas metas. Algumas ferramentas estratégicas utilizadas na gest ão da manu-
tenção, sã o:

a ) Benchmarking:é um processo de compara çã o dos principais indicadores de performance com


uma empresa do mesmo seguimento de neg ócio que já possui um ní vel de excelência. No caso
da manutençã o, a aplicação desta ferramenta assume um foco estratégico para que a empresa
melhore seus indicadores e se torne mais competitiva no seu ramo de atua ção;

Figura 10 - Benchmarking
Fonte: SENAI DR BA. 2018.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

b) PDCA: conhecido como ciclo PDCA, é uma metodologia com ampla aplicaçã o em diversos pro-
cessos com o objetivo de soluçã o de problemas, controle e melhoria contínua. PDCA é assim cha-
mado devido aos nomes das suas etapas que s ã o representadas pela sua letra inicial em inglês:

- P: do verbo em inglês Plan , que significa planejar em português;

- D: do verbo em inglê s Do , que significa executar em português;


- C: do verbo em inglês Check , que significa verificarem português;
- A: do verbo em inglês Action, que significa agir em português, mas no contexto da metodolo-
gia significa corrigir.

Ciclo PDCA

Localizar problemas ; Executar


Planos de a ção; planos de ação
Metas.

Treinar; Acompanhar
Corrigir erros; desempenho;
Padronizar. Verificar metas.

Figura 11 - Ciclo PDCA


Fonte: SENAI DR BA 2018.

c) Diagrama de Pareto: é um gr á fico de barras que ordena as frequências das ocorr ências, da maior
para a menor, facilitando a identificaçã o dos problemas que ocorrem com maior frequência, com
o objetivo de focar os esfor ç os nos problemas mais importantes. O Princípio de Pareto apresenta
o conceito de que, na maioria das situações, 80% das consequências sã o resultado de 20% das
causas. Ou seja, s ão poucas causas que originam a maioria dos problemas.
3 MANUTENÇÃO

PRINCÍPIO DE PARETO

80%
ESFOR ÇO RESULTADOS

Figura 12 - Princ í pio de Pareto


Fonte: SENAI DR BA 2018.

Atualmente, as empresas têm exigido a profissionaliza ção da gestã o da manutençã o, onde engenhei-
ros com especializaçã o na área ou, em alguns casos, técnicos com muita experiência s ão responsá veis pela
gest ão.

No entanto, algumas ferramentas estratégicas como PDCA fazem parte do dia adia dos técnicos, pois a
sua aplica çã o resulta em uma maior eficiência do seu desempenho no trabalho.

São inúmeras ferramentas estratégicas que podem ser aplicadas para permitir que a gest ão da ma-
nutenção alcance suas metas e fa ç a parte das estrat égias das empresas para tornar -se mais competitiva.
No entanto, existem algumas ferramentas estrat égicas que acabam se tornando uma filosofia estratégica,
como é o caso da TPM que veremos a seguir.

3.2 MANUTEN ÇÃ O PRODUTIVA TOTAL

A manutenção produtiva total (TPM) é uma metodologia de gerenciamento da manutençã o de equi-


pamentos que engloba a participaçã o de todos os funcionários e os setores de uma empresa, para uma
mudanç a de postura organizacional.

Visa a melhoria das pessoas e dos equipamentos com o objetivo de manter o ambiente produtivo e
com qualidade.

Na pr ática, a TPM tem tr ês objetivos bá sicos: "quebra zero", "defeito zero" e "acidente zero".

Além disso, a manutenção produtiva total é baseada em 8 pilares com o objetivo de eliminar as causas
dos defeitos, garantindo a manutenção planejada para alcançar a disponibilidade total do equipamento
para a produçã o, conforme ilustrados na figura seguinte.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL I

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Figura 13 - Os pilares da TPM


Fonte: SHUTTERSTOCK , 2018.

Os pilares da TPM s ão:

a) Manutençã o autónoma: é a capacitaçã o do operador para que ele se envolva nas rotinas de
manutenção do equipamento em busca do aumento da eficiência do equipamento;

b) Manutençã o planejada: foca no planejamento das manutenções preventivas e preditivas obje-


tivando a "quebra zero";
c) Manutenção da qualidade: busca o controle do equipamento e dos processos, objetivando o
"defeito zero" e a qualidade dos produtos;

d) Melhorias espec íficas: implantar melhorias especí ficas para eliminar as perdas e aumentar a
eficiência do equipamento;
e) Controle inicial: conjunto de atividades que visam reduzir o tempo de introdução do produto e
processo;

f) Treinamento e educa ção: busca elevar o nível de capacita ção da mão de obra;
g) Segurança, sa úde e meio ambiente: garantir seguranç a e saúde aos funcionários e evitar im-
pactos ambientais;

h) Á reas administrativas: aprimorar o trabalho administrativo, reduzindo as perdas e aumentando


a eficiência dos processos administrativos.

Alguns pilares da TPM buscam a manutenção planejada e melhorias especí ficas. Desta forma, é ne-
cess á rio conhecer e aplicar corretamente os tipos de manutenção para criar um plano de manutenção
adequado e eficaz às instalações.
3 MANUTENÇÃO

3.3 TIPOS DE MANUTEN ÇÃO

Compõe a manutenção um conjunto de atividades planejadas ou não planejadas que são realizadas
com o objetivo de manter ou recuperar as caracterí sticas funcionais de um equipamento ou sistema .
A manutençã o nã o planejada ocorre de forma inesperada, quando há a falha 6 de um equipamento ou
sistema, necessitando de intervenções corretivas para que o equipamento volte às suas condições normais
de funcionamento. Desta forma, dizemos que a manutençã o é corretiva.
A manutenção planejada depende de uma organiza ção prévia de atividades e métodos que serã o apli-
cados, além de ferramentas e mão de obra que ser ão necessá rios para evitar que ocorram falhas nos equi-
pamentos.

Neste caso, existem algumas técnicas para realizar e programar a manutenção, como as manutenções
preventiva, preditiva, corretiva planejada edetectiva.

MANUTENÇÃO

I I
NÃ O PLANEJADA PLANEJADA

L t. L
MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO
CORRETIVA CORRETIVA PREVENTIVA PREDITIVA DETECTIVA

ENGENHARIA DE MANUTEN ÇÃ O
J
Figura 14 - Tipos de manutenção
Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Atualmente, est á havendo uma mudança de conceito na manutençã o. Essa mudanç a consiste em dei-
xar de ficar consertando para implantar um conjunto de atividades para aumentar a confiabilidade e, as-
sim, garantir a disponibilidade dos equipamentos através da engenharia da manutenção.

Nesse sentido, convido voc ês para aprender um pouco mais sobre os tipos de manutenção, suas van-
tagens e desvantagens.

3.3.1 MANUTENÇÃO CORRETIVA

A manutençã o corretiva é um conjunto de atividades que tem como objetivo restaurar ou corrigir as
condições de funcionamento de um equipamento para que retorne pr óximo à s condições originais.

6 Falha: é o término da capacidade de um item desempenhar a função requerida ( ABNT NBR 5462, 1994).
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

A manutenção corretiva é aplicada em dois momentos: no momento da manutençã o nã o planejada,


que acontece quando ocorre a falha do equipamento e no momento da manutenção planejada, que acon-
tece quando há a diminuição do desempenho de funcionamento dos equipamentos, observado através
do monitoramento de um par â metro até um limite preestabelecido.
No entanto, quando a manutenção ocorre de maneira nã o planejada, ou seja, apó s a falha do equipa -
mento, interrompendo a produção sem uma programa ção, como ilustra a figura seguinte, causa prejuízos
enormes à s empresas e perda da qualidade do produto.

Figura 15 - Manutenção corretiva não planejada


Fonte: SHUTTERSTOCK , 2018.

As principais caracterí sticas da manutençã o corretiva quando ocorre de maneira nã o planejada, são:
a) Reduçã o da disponibilidade dos equipamentos;
b) Diminuição da vida útil dos equipamentos;

c) Paradas em momentos indesejados e inesperados causando prejuízos à empresa;


d) Perda da qualidade do produto;
e) Aumento no custo da manutençã o.

Apesar do avanço das técnicas e métodos na manutenção, é impossível eliminar completamente a ma-
nutenção corretiva nã o programada, pois em muitos casos ainda nã o é possível prever o momento exato
que uma falha ir á ocorrer nos equipamentos. Entretanto, a aplica ção da manutenção preventiva evita as
a ções não planejadas, conforme será abordado a seguir.

3.3.2 MANUTENÇÃO PREVENTIVA


3 MANUTENÇÃO

A manutenção preventiva tem o objetivo de prevenir defeitos que possam ocasionar a falha ou dimi-
nuir o desempenho de funcionamento dos equipamentos em opera ção.

Esta é uma manutençã o que atua de maneira programada, atrav és de um plano de manutençã o elabo-
rado previamente, baseado em intervalos de tempo definidos, estudos estat ísticos, orienta çã o do fabrican-
te, local de instalaçã o e outros fatores que interfiram diretamente no funcionamento dos equipamentos.

Figura 16 - Manutenção preventiva


.
Fonte: SENA] DR BA 2018.

Para que a manutençã o preventiva seja produtiva e eficaz, é necessá rio criar um plano de manutenção
com uma equipe de profissionais capacitados, para realizar o planejamento e controle de todas as a ções.

Além disso, é necessário criar um mapa de rotinas e organizar uma biblioteca com a documenta çã o dos
equipamentos, como: manuais, catá logos, desenhos atualizados e hist órico de intervenções.

A manutençã o preventiva, quando bem executada, garante a integridade dos equipamentos e tem
como principais benefícios:
a ) Reduçã o do número de intervenções corretivas não planejadas;
b) Redução do custo da manutenção corretiva;

c) Maior disponibilidade dos equipamentos;


d) Conservação da vida útil do equipamento.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

Figura 17 - Manutençã o preventiva em painéis elétricos


Fonte: SHUTTERSTOCK , 2018.

Entretanto, quando há intervenção em equipamentos que est ão funcionando bem, existe o risco de in-
troduzir defeitos através da falha humana, falha das peç as sobressalentes ou procedimentos inadequados.
Portanto, as desvantagens da manutenção preventiva sã o:

a ) Inser çã o de defeitos nos equipamentos;


b) Gasto na substituiçã o de um componente que est á funcionando bem.

Apesar das desvantagens a manutenção preventiva é muito aplicada nas rotinas das manutenções e
quando bem aplicada tem resultados extremamente eficientes.

3.3.3 MANUTENÇÃO PREDITIVA

A manutenção preditiva, assim como a manutenção preventiva, tem o objetivo de prevenir defeitos
que possam ocasionar a falha dos equipamentos em operaçã o.
Por ém, a manutençã o preditiva atua atrav és do monitoramento de parâ metros, permitindo a opera ção
dos equipamentos continuamente por um maior período possível.

A prá tica da manutenção preditiva é aplicada em equipamentos que permitem o monitoramento de


par âmetros e que os custos envolvidos justificam a aplica ção deste tipo de manutenção.
Esta manutençã o permite monitorar o equipamento em pleno funcionamento através de medições de
par âmetros (vibra ção, corrosã o, temperatura e outros) que podem ter sua progressã o acompanhada.

A partir da determina ção de um limite seguro para o estado ou condiçã o operacional do parâ metro
monitorado, é planejada a intervenção no equipamento, ou seja, uma manutenção corretiva planejada.
3 MANUTENÇÃO

A figura a seguir ilustra a execução da manutenção preditiva através do monitoramento de temperatura


utilizando a análise termogr áfica.

Figura 18 - Conceito da manutençã o preditiva


Fonte: SHUTTERSTOCK , 2018.

A determina çã o de um limite seguro para o parâ metro monitorado é crucial para impedir a ocorrência
de falhas aleatórias e paradas indesejáveis na produção, ao mesmo tempo, permite planejar a manutenção
corretiva no equipamento.

o Tempo de planejamento da intervenção


<v
Q. performance esperada
E
a>
QJ
“D
nível de alarme

ní vel admissí vel


procurado

-acompanhamento
preditivo

t0 t2
1
4 * 3
tempo
Manuten çã o corretiva planejada
Manutençã o preditiva

Grá fico 1 - Manutenção preditiva


.
Fonte: SENAI DR BA 2018.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL I

A manutenção preditiva tem como principais benefí cios em rela çã o à manutençã o preventiva:

a) Operaçã o contínua do equipamento por maior tempo possível;

b) Maior disponibilidade dos equipamentos;

c) Maior intervalo entre as manutenções;


d) Menor custo com sobressalentes.

Figura 19 - Manutenção preditiva em motores elétricos


Fonte: SHUTTERSTOCK , 2018.

Entretanto, em compara ção com a manutençã o preventiva, a manutenção preditiva tem um custo para
a implantação do sistema de mediçã o e monitoramento. Desta forma, os custos devem ser avaliados e
justificados para a sua implantação.

TIPO DE
OBJETIVO INTERVALOS MÉTODOS VANTAGENS DESVANTAGENS
MANUTENÇÃ O

- Redução da disponibi-
lidade dos equipamen-
tos;
- Diminuiçã o da vida
útil dos equipamentos;
Intervenção/
- Paradas em momen-
Corretiva nã o Correção das substituição
Aleatórios tos indesejados e ines-
planejada falhas sem progra-
perados causando pre-
ma çao
juízos à empresa;
- Perda da qualidade do

produto;
- Aumento no custo da
manutenção.
3 MANUTENÇÃO

TIPO DE
OBJETIVO INTERVALOS MÉTODOS VANTAGENS DESVANTAGENS
MANUTENÇÃ O

- Redução do número
de intervenções corre- - Inserçã o de defeitos
- Horas de
tivas nã o planejadas; nos equipamentos;
operaçao; Intervenção/
- Redução do custo da - Gasto na substituiçã o
Evitar ocorrên- - N° de opera- substituição
Preventiva manutençã o corretiva; de um componente
cia de falhas ções; em intervalos
- Maior disponibilida- que está funcionando
- Tempo decor- programados
de dos equipamentos; bem.
rido (dias).
- Conservação da vida
útil do equipamento.

- Operação contínua
Intervenção/ do equipamento por
Determinado substituição maior tempo possível;
- Custo para implanta-
pelo estado determinada - Maior disponibilida-
Evitar ocorrên- ção do sistema de me -
Preditiva ou condiçã o pelo estado de dos equipamentos;
cia de falhas dição e monitoramento
do parâmetro ou condiçã o - Maior intervalo entre
dos parâmetros.
monitorado. do parâmetro as manutenções;
monitorado. - Menor custo com
sobressalentes.

Quadro 2 - Comparação entre as manutenções corretiva não planejada, preventiva e preditiva


Fonte: SENAI DR BA , 2018.

Atualmente, o plano de manutenção aplicado em instala ções elétricas é essencialmente manutenção


preventiva com a inserçã o das técnicas preditivas gradativamente, principalmente atravé s da utiliza ção de
aná lise termogr á fica.

3.3.4 MANUTENÇÃO DETECTIVA

Manutenção detectiva é aplicada, exclusivamente, em sistemas de proteçã o, comando e controle e tem


o objetivo de detectar falhas ocultas que não sã o perceptí veis ao pessoal de operação e manutençã o.

Este tipo de manuten çã o vem sendo muito utilizado em função da inclusã o da instrumentaçã o de co-
mando, controle e automa ção em diversos processos prediais e industriais.
A manutençã o detectiva funciona atravé s da verificação dos itens de sistemas que foram projetados
para funcionar automaticamente e q ue, em caso de falhas, podem comprometer a seguranç a e a produção.
Na pr á tica, a manutenção é realizada com os equipamentos em opera ção e apó s detectar uma falha
oculta é realizada uma manutenção corretiva programada para corrigira falha.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL I

Figura 20 - Conceito da manutençã o detectiva


Fonte: SHUTTERSTOCK . 2018.

Um exemplo simples da manutençã o detectiva sã o os botões de teste de lâ mpadas de sinalizaçã o e


alarmes em painéis, a exemplo da figura seguinte.

Figura 21 - Painel com lâmpadas de sinalização


Fonte: SHUTTERSTOCK , 2018.

A sinaliza çã o nas portas dos painéis é um indicativo do status dos equipamentos e normalmente indica
se o equipamento está em opera ção e se há algum defeito. Caso todo o circuito de comando esteja funcio-
nando perfeitamente, mas a lâ mpada de sinaliza ção esteja com algum defeito, a sinaliza ção ou o alarme
deixa de ser executado.
3 MANUTENÇÃO

CASOS E RELATOS

A inclusão da manutençã o detectiva

Uma empresa de logí stica realizava uma festa para todos os funcioná rios e seus respectivos fami-
liares, no espaço de eventos de um edifício, para comemorar o aniversário de 10 anos da empresa.
Durante a organiza ção da festa, o responsá vel pelo evento tomou o cuidado de verificar com a ad -
ministraçã o do prédio se o local possuí a gerador de energia para, em caso de falta de energia da
concessionária, ná o prejudicar a comemora ção dos funcioná rios. O administrador prontamente
respondeu que existia gerador e que o mesmo havia passado por uma manutenção preventiva há
pouco tempo.
Eis que durante a festa, um problema na rede de distribuição de energia elétrica na regiã o interrom-
peu a festa e o gerador de energia, que estava programado para entrar em operação automatica-
mente, nã o funcionou, deixando todos no escuro.

O organizador da festa se deslocou at é a administraçã o do pr édio para resolver o problema, que na-
quele momento já d uravam 10 minutos, até que o gerador entrou em funcionamento manualmente
com o auxílio de um técnico da manutençã o que trabalhava no prédio.
No dia seguinte, apó s a festa, o administrador do pr édio entrou em contato com o organizador do
evento para se desculpar e informar que o gerador, como ele havia informado, estava funcionando,
mas que o problema ocorreu no circuito que comanda a entrada do gerador automaticamente e por
isso teve que ser acionado manualmente.

A partir daquele dia, o setor de manutenção do pr édio passou a incorporar a manutenção detectiva
no seu plano de manutenção para evitara ocorr ência de falhas ocultas em suas instalações.

Perceberam como atitudes simples ajudam na manutenção dos equipamentos, evitando danos maio-
res? Por isso, é importante a implementaçã o da manutenção detectiva nos planos de manutençã o em
sistemas de proteção, controle e comando.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

3.3.5 ENGENHARIA DE MANUTENÇÃ O

Engenharia de manutenção é a evoluçã o da manutenção, uma cultura de mudanç as que consiste em


deixar de ficar consertando continuamente para consolidar a rotina e implantar melhorias através da apli-
ca ção de técnicas modernas.
Pinto e Nascif ( 2009), destacam as principais atribuições da engenharia de manutençã o:

a ) Aumentar a confiabilidade;

b) Aumentar a disponibilidade;
c) Melhorar a manutenibilidade;

d) Aumentar a seguranç a;

e) Eliminar problemas cr ónicos;


f) Solucionar problemas tecnológicos;
g) Melhorara capacitaçã o do pessoal;
h) Gerir materiais e sobressalentes;

i) Participar de novos projetos (interface com a engenharia);

j) Dar suporte à execuçã o;

k) Fazer aná lise de falhas e estudos;


L ) Elaborar planos de manutençã o e de inspeção e fazer sua aná lise cr ítica;
m) Acompanhar os indicadores;

n) Zelar pela documentaçã o técnica.

A figura a seguir representa a evolução da manutenção e compara os resultados obtidos em cada tipo
da manutenção com os custos envolvidos.

r/>
O r/l
O O
< r/l
U
on
LU
CC

CORRETIVA PREVENTIVA
PREDITIVA + ENG. DE
CORR . PLANEJADA MANUTENÇÃO
V
EVOLUÇÃO

RESULTADOS: Disponibilidade, Confiabilidade, Segurança Meio Ambiente

Figura 22 - Custo dos tipos de manutenção vs resultados


Fonte: SENAJ DR BA, 2018.
3 MANUTENÇÃO

É possí vel perceber atravé s da figura anterior a necessidade de evitar ao má ximo a manutençã o corre-
tiva não planejada, como também, a necessidade de buscar evoluir at é a engenharia de manutenção para
obter melhores resultados.

SAIBA Para saber mais sobre os tipos de manutençã o, consulte: PINTO, Alan Kardec; NASCIF,
AW MAIS . . . . .
Júlio Manutençã o: funçã o estrat é gica 3 ed Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009

Visualizaram o quanto é vantajosa a engenharia de manutenção para ter melhores resultados com cus-
tos menores? Entã o, é importante estudar a implementaçã o deste tipo de manutençã o para ter um setor
eficiente.

3.4 INSTRUMENTOS DE CONTROLE DA MANUTEN ÇÃO

A implanta ção do plano de manutençã o depende das informa ções que est ão presentes nas rotinas das
empresas. Desta forma, o setor de manutençã o precisa ter instrumentos de controle para poder coletar
esses dados.

Figura 23 - Instrumentos de controle da manutenção


Fonte: SENAI DR BA. 2018.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

Os principais instrumentos utilizados para controle da manutenção s ã o documentos e software ERP,


conforme a lista seguinte:

a ) Solicita ção de serviço de manutenção ( SSM ): documento utilizado pela opera çã o com a finali-
dade de informar ao setor de manutençã o alguma falha nas instala ções;

SOLICITAÇÃO DE SERVI ÇO DE MANUTENÇÃO ( SSM )

EMPRESA DATA

IDENTIFICAÇÃO

DESCRIÇÃO

NÍ VEL DE URGÊNCIA

ASSINATURA

Figura 24 - Modelo de SSM


Fonte: SENAI DR BA 2018.

b) Ordem de serviço ( O.S.): documento utilizado para descrever, individualmente, os servi ç os exe-
cutados pela manutenção, para que seja possível gerir o setor baseado em informações como
materiais utilizados, funcioná rios envolvidos, dura ção da manutenção, atividades, causa da falha
e outros;

ORDEM DE SERVI ÇO DE MANUTENÇÃO (O. S)

EMPRESA REFER Ê NCIA

DESCRIÇÃO

MATERIAIS
INSTRUMENTOS
EPI
RISCOS

Figura 25 - Modelo de Ordem de Serviç o


Fonte: SENAJ DR BA 2018.
3 MANUTENÇÃO

c) Relatórios de inspeçã o: documento utilizado pelo profissional do setor de manutenção para


descrever as informa ções das inspeções realizadas nos equipamentos ou instalações;

Figura 26 - Técnico preenchendo relatório de inspeção


Fonte: SHUTTERSTOCK , 2018.

d) Software ERP 7: é um sistema integrado de gestã o utilizado para integrar diversos setores de uma
empresa com um banco de dados único. Atualmente, muito utilizado nas empresas de médio e
grande porte devido à eficiência e facilidade de acesso à s informa ções.

PRODUCTION
SERVICE

HUM AN RESOURCES

SALES

PURCHASING

Figura 27 - Software ERP


Fonte: SHUTTERSTOCK . 2018.

7 ERP: significa Planejamento dos Recursos da Empresa é uma sigla proveniente do termo em Inglês Enterprise Resource Planning.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

Os instrumentos de controle de manutençã o, além de conter informações relevantes que auxiliam a


elabora ção do plano de manutençã o, também sã o úteis para gerar os indicadores de manutenção, como:
TMEF8, TMPR 9, disponibilidade10, custo da manutençã o e outros.
Estes indicadores são importantes para o setor de manutenção, pois sã o valores que servem de referên-
cia para que o setor busque a melhoria contínua e competitividade do setor da manutençã o.

3.5 CONFIABILIDADE: AN ÁLISE DE FALHAS E DEFEITOS , FALHA HUMANA , ANÁLISE DE


RISCOS , PREVENÇÃO E CORREÇÃ O DE FALHAS

Confiabilidade é a capacidade de um item desempenhar uma funçã o requerida sob condições especifi-
cadas, durante um dado intervalo de tempo ( NBR 5462-1994). É um índice (número) utilizado para controle
da manutenção, que representa um estudo de todos os fatores que contribuem para a falha de um equipa -
mento, instala ções ou processo.

Para aumentar a confiabilidade de um equipamento ou instalação são necessárias diversas ações que
se baseiam na identificaçã o das falhas potenciais e determina ção das a ções necessárias para evitar a sua
ocorrência.

Figura 28 - Confiabilidade
Fonte: SHUTTERSTOCK , 2018.

8 TMEF: é um indicador da manutençã o que significa Tempo Médio Entre Falhas e é proveniente do termo em inglês, MTBF, Mean
Time Between Failures .
9 TMPR: é um indicador da manutençã o que significa Tempo M édio Para Reparo e é proveniente do termo em inglês MTTR,
Mean time to Repair.
10 Disponibilidade: é a capacidade de um item estar em condições de executar uma certa fun çã o em um dado instante ou
durante um intervalo de tempo determinado ( ABNT NBR 5462, 1994).
3 MANUTENÇÃO

Uma dessas ações é a Análise do Modo e Efeito de Falha (FMEA), muito utilizada em diversos setores, in-
clusive, na manutenção. Assim, sabendo que a FMEA implica no aumento da confiabilidade, que tal apren-
dermos sobre esta ferramenta e como aplic á -la na manutenção? Vamos lá!

3.5.1 ANÁ LISE DO MODO E EFEITO DE FALHA - FMEA

FMEA, do inglê s Failure Modes and Effects Analysis , é uma ferramenta que tem como objetivo identificar
modos potenciais de falha, classific á-los de acordo com a sua import ância e indicar a ções corretivas, pre-
ventivas, preditivas ou detectivas que evitem a sua ocorrência.

Os principais benefícios da aplicaçã o da FMEA para a manutenção sã o:

a ) Analisar de forma estruturada e conceituai as falhas vivenciadas ou potenciais falhas nas instala -
ções ou equipamentos;
b) Garantir o controle das principais causas identificadas em cada modo de falha e minimizar o im-
pacto sobre a disponibilidade dos equipamentos;

c) Melhorar continuamente o plano de manutenção das instalações, através de recomenda ções


para evitar falhas;
d) Melhorar a eficiência da manutenção, aumentando TMEF e reduzindo o TMPR;
e) Reduçã o dos custos da manutençã o;

f) Aumento da confiabilidade e seguranç a das instala ções e equipamentos.

A aplica ção da FMEA na manutençã o, normalmente, utiliza dados históricos e informa ções de proble-
mas que já ocorreram nos equipamentos, registrados nos instrumentos de controle da manutençã o, para
auxiliar na investiga ção das falhas e garantir qualidade na execução deste procedimento.

A FMEA é documentada em um formulá rio que auxilia na análise e permite que haja revisões futuras em
busca da melhoria contínua desta ferramenta.

Além disso, a FMEA deve ser executada por um grupo de especialistas da manutençã o e operaçã o que
devem se reunir para discutir o ponto da falha (equipamento), realizar a análise da falha, avaliar os ricos e
propor a ções para o plano de manutençã o.

A lista seguinte detalha as 4 etapas que devem constar no formulário FMEA, tomando como exemplo
parte de uma análise para um transformador de potência:

a ) Ponto da falha: identificar e listar os equipamentos que têm import ância t écnica e/ou financeira
para o sistema ou instala ções, compreendendo as seguintes informa ções:
- Equipamento: identificar o equipamento com nome eTAG ( se houver);
- Função: informara função que o equipamento desempenha para o sistema que ele faz parte;

- Componente: identificar os componentes que podem sofrer potenciais falhas .


MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL I

Ponto da falha

Equipamento Componente Função

Transformador TF -01 Transformar o ní vel


( Parte Ativa)
Enrolamentos
de tensã o

Quadro 3 - FMEA - Ponto da falha


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

b) Análise da falha: identificar as possíveis falhas que podem ocorrer nos componentes listados,
considerando os seguintes itens:
- Modos de falhas: informar como é observado o dano causado ao componente;
- Efeitos da falha: identificar as consequências que a falha provoca no componente;

- Causa da falha: identificar as possí veis causas da falha.

Análise da falha

Modos de Efeitos de Causa da


Falha Falha Falha

Elevar a temperatura Sobrecarga ou fatores


Sobreaquecimento
doTrafo externos

Falha na isola ção Curto-circuito Rupturadielétrica


nas espiras do isolamento

Contaminaçã o Rupturadielétrica
Curto-circuito
por partículas do isolamento

Resistência de Degradaçã o
Perda de potência
isolamento do isolamento

Quadro 4 - FMEA - Aná lise da falha


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

c) Avaliar os ricos: analisar os riscos inerentes a cada falha, compreendendo os seguintes itens:
- Frequência: é a probabilidade de ocorrer a falha, conforme o quadro anterior;
- Severidade: é a gravidade da falha, conforme o quadro anterior;
- Detecçã o: indica o grau de facilidade para detectara falha, conforme o quadro anterior;
3 MANUTENÇÃO

- NPR: é um índice que indica o Número da Prioridade do Risco, atravé s do produto da Frequên-
cia x Severidade x Detecção, ou seja, NPR = F x S x D.

COMPONENTE DO NPR CLASSIFICA ÇÃO PESO

Improvável 1
Muito pequena 2a 3
Frequência (F) Pequena 4a6
Média 7a8
Alta 9 a 10
Apenas penceptível 1
Pouca importância 2a 3
Severidade (S) Moderadamente grave 4a6
Grave 7a8
Extremamente grave 9 a 10
Alta 1
Moderada 2a5
Detecção (D) Pequena 6a 8
Muito pequena 9
Improvável 10
Baixo 1 a 50
Médio 50 a 100
NPR
Alto 100 a 200
Muito alto 200 a 1000

Quadro 5 - Componentes NPR


Fonte: PINTO; NASCIF, 2009.

Ainda tendo como base o exemplo do transformador de potência, tem-se os seguintes índices NPR:

Avalia ção de Risco

Frequência Severidade Detecçã o NPR

4 6 1 24

2 10 3 60

2 10 3 60

2 10 3 60

Tabela 1 - FMEA - Avaliação de risco


Fonte: SENAJ DR BA 2018.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL I

d) A çõ es para o plano de manutenção: neste item s ã o indicadas as ações que devem ser imple-
mentadas no plano de manutenção para evitar a ocorr ência da respectiva falha.

A ÇÃ O DA MANUTENÇÃ O

Manutenção Pneditiva - Instalação de sensores + relé de sobretemperatura


-
Manutenção Preventiva Realizar ensaios de resistência de isolamento, rigidez dielé trica e
análise do óleo
-
Manutenção Preventiva Realizar ensaios de resistência de isolamento, rigidez dielé trica e
análise do óleo
Manutenção Preventiva - Realizar ensaios de resistência de isolamento

Quadro 6 - FMEA - Ação da manutenção


Fonte: PINTO; NASCIF, 2009.

Com base nas etapas descritas, o formulá rio FMEA resultante para o exemplo do transformador dever á
ter a seguinte estrutura:

FMEA - Transformador Elé trico de Potência a Óleo

Ponto da Fa Ih a Análise da Falha Avalia ção de Risco

n
Equipa-
mento
Compo-
nente
Função
Modos
de Falha
Efeitos
da Falha
Causa
da Falha
'0
c
3
1
l;
>
i «
Açã o da manutençã o

u. \Sí
O

Elevara Manutençã o Preditiva - Instalaçã o


Sobreaque - Sobre-
temperatura 4 6 1 24 de sensores + rel é de sobretempera -
cimento
doTrafo carga tura

Falha de Ruptura Manutenção Preventiva - Realizar


Curto-
Transfor- isolação nas dielétrica do 2 10 3 60 ensaios de resist ência de isolamento,
circuito
espiras isolamento rigidez dielétrica e aná lise do óleo
mador
Enrola- Transfor-
TF -01
mentos mar o nível
(Parte Contamina- Ruptura Manutenção Preventiva - Realizar
de tensã o Curto-
Ativa ) ção por dielétrica do 2 10 3 60 ensaios de resist ência de isolamento,
circuito
partí culas isolamento rigidez dielétrica e aná lise do óleo

Falha de Perda de Degra- Manutenção Preventiva - Realizar


isolação nas potência ou dação do 2 10 3 60 ensaios de resistência de isolamento
espiras curto -circuito isolamento

Quadro 7 - FMEA
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
3 MANUTENÇÃO

Na pr ática, a aplica çã o da FMEA na rotina da manutenção irá ocorrer conforme ciclo a seguir:

OCORRÊNCIA
DE FALHAS

CORRIGIR O
PLANO DE
MANUTENÇÃO

AÇÕES
PREVENTIVAS

Figura 29 - Ciclo da manutenção baseado na confiabilidade


.
Fonte: SENAI DR BA 2018.

O plano de manutençã o das instala ções elétricas deverá ser ajustado continuamente à medida que
.
ocorram falhas Essas falhas devem ser analisadas através da FMEA com o intuito de aumentara confiabili-
dade e embasar as correções do plano de manutençã o.

3.5.2 FALHA HUMANA

Falha humana na manutençã o é um item impossível de se prever ou medir e nã o faz parte do c á lculo
da confiabilidade. A confiabilidade avalia as falhas funcionais que ocorrem nos equipamentos, que podem
ser provocadas por erros de execuçã o durante a manutençã o.
Desta forma, a capacitaçã o e envolvimento dos profissionais no desenvolvimento das atividades e pro-
cedimentos da manutenção sã o fundamentais para minimizar as falhas humanas e alcançar a "falha zero" .
A ocorrência de falha humana é imprevisí vel, no entanto, ser identificada e controlada atravé s de avalia -
ções de riscos antes da realiza ção das atividades, principalmente, em atividades críticas.
Em caso de ocorrência da falha humana, deve ser investigada a causa da falha para evitar ocorrências
futuras.
Em atividades relacionadas a instalações elétricas, é necessário que o profissional seja capacitado con-
tinuamente com procedimentos de seguranç a e conhecimentos técnicos sobre os equipamentos, pois um
erro pode ocasionar um acidente e pôr em risco a sua vida.

Depois de conhecermos os aspectos da falha humana, vamos aprender as técnicas de desmontagem


de equipamentos das instala ções elétricas que é uma açã o que depende essencialmente do técnico em
eletrotécnica e que requer máxima atenção, seguranç a e conhecimento técnico.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

3.6 TÉ CNICAS DE DESMONTAGEM DE EQUIPAMENTOS DAS INSTALA ÇÕ ES ELÉTRICAS

A desmontagem dos equipamentos das instala ções elétricas requer uma atençã o especial e deve se-
guir alguns procedimentos que visam, principalmente, a seguranç a dos profissionais que trabalham com
instalações elétricas:
a ) Medidas de controle: durante as atividades em instala ções elétricas, devem ser adotadas medi-
das de controle dos riscos elétricos e riscos adicionais, atrav és de técnicas de análise de riscos com
o objetivo de garantir a seguranç a do profissional;
b) Medidas de proteçã o coletiva: durante todos os serviç os em instalações elétricas, devem ser
adotadas medidas de proteção coletiva, prioritariamente, a desenergiza çáo elétrica. Caso não
seja possí vel, devem ser adotadas outras medidas de proteçã o, como: utiliza ção de tensã o de
seguranç a, a isola çã o das partes vivas, obst á culos, sinaliza ção e outros;
c) Medidas de controle individual: durante todos os serviç os em instala ções elétricas em que as
medidas de proteção coletivas forem inviá veis ou insuficientes, o profissional deve adotar medi-
das de controle individual com a utiliza ção de EPI " específico e adequado à atividade que est á
sendo realizada;
d) Utilização de ferramentas adequadas: nos trabalhos executados em instalações elétricas de-
vem ser utilizados equipamentos, ferramentas e utensílios compatíveis com a instalaçã o elétrica
existente. Os equipamentos e ferramentas com isola ção elétrica devem estar adequados ao ní vel
de tensã o.

Sempre que possí vel, as intervenções devem ocorrer em instala ções elétricas desenergizadas, seguindo
os seguintes passos que constam na NR 10 - Seguranç a em instala ções e serviç os em eletricidade:
a ) Seccionamento através do desligamento do dispositivo de seccionamento (disjuntor ou inter-
ruptor ou chave seccionadora) de toda a instala ção ou apenas da parte que sofrer á intervenção;

b) Impedimento de reenergizaçã o, através de travamento mec ânico (cadeado ou fechaduras) que


impeç a que o dispositivo seja reenergizado sem autorizaçã o;

c) Constataçã o de ausência de energia elétrica, atrav és de instrumentos de medição como multí-


metro ou detectores;

d) Instalaçã o de aterramento tempor ário com equipotencializa ção dos condutores dos circuitos;
e) Proteçã o dos elementos energizados existentes na zona controlada ' 2;

0 Instala ção da sinalização de impedimento de reenergizaçã o, através de placas, etiquetas e avisos.

Apó s a intervençã o nas instala ções elétricas e autorizaçã o dos profissionais envolvidos na atividade, as
instalações devem ser reenergizadas de acordo com a sequência estabelecida pela NR 10:

11 EPI: é a sigla utilizada para Equipamento de Proteçã o Individual.


12 Zona controlada: é o entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessí vel, de dimensões estabelecidas de acordo
com o ní vel de tensã o, cuja aproxima ção só é permitida a profissionais autorizados.
3 MANUTENÇÃO

a ) Retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;


b) Retirada da zona controlada de todos os trabalhadores nã o envolvidos no processo de reenergi-
zaçã o;

c) Remoção do aterramento temporá rio, da equipotencializaçã o e das proteções adicionais;


d) Remoçã o da sinalizaçã o de impedimento de reenergiza ção;
e) Destravamento, se houver, e religa ção dos dispositivos de seccionamento.

^\Y\ SAIBA Para saber mais sobre seguranç a em instalações e serviç os em eletricidade, consulte a
MAIS NR 10.

Ao final dos procedimentos de seguranç a, os equipamentos podem ser desmontados seguindo as


orienta ções e utilizando as ferramentas indicadas pelo fabricante.

Os trabalhadores autorizados a intervir em instalaçõ es el é tricas devem possuir trei -


FIQUE namento espec í fico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia elé trica e as
ALERTA principais medidas de preven çã o de acidentes em instalações el étricas.

É importante que o técnico em eletrotécnica siga as recomendações da NR 10 para trabalhar em insta -


la ções elétricas e que a seguranç a seja sempre prioridade em sua rotina de trabalho para evitar acidentes.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

RECAPITULANDO

Neste capítulo, abordamos conceitos importantí ssimos para garantir uma manutenção eficiente e
com estratégias bem definidas. Percebemos que é fundamental desenvolver uma boa gest ão atra-
v és de ferramentas estratégicas para integrar a manutenção à operação e desta forma alcanç ar me-
tas estabelecidas na vis ã o da empresa.

Verificamos nos tipos de manutençã o que a manuten çã o corretiva nã o planejada é indesejada e tem
diversos aspectos negativos que prejudicam o desempenho do setor e da empresa. A aplicação da
manutençã o planejada através de t écnicas preventivas, preditivas e detectivas devem fazer parte
do plano de manutençã o das empresas para garantir uma maior disponibilidade dos equipamentos
e instalações. É importante destacar que, atualmente, os tipos de manutençã o t êm evoluí do para a
engenharia de manutençã o, com o objetivo de consolidar a rotina e implantar melhorias atrav és da
aplica çã o de técnicas modernas de manutenção.
Vimos ainda que a utiliza ção de instrumentos de controle é indispensá vel no dia a dia do setor de
manutençã o, pois organiza, planeja e mant ém o histórico das intervenções realizadas nos equipa-
mentos, além de transformar as informações em indicadores. Por fim, apresentamos a FMEA como
ferramenta para melhoria da confiabilidade e os procedimentos de seguranç a para a desmontagem
de equipamentos elétricos.
3 MANUTENÇÃO
Té cnicas cm ^nálisR de falhas
em instalações elétricas

As t écnicas de análise de falhas em instalações elétricas s ã o importantíssimas para o t écnico


em eletrotécnica atuar com o objetivo de evitar a ocorrência de falhas ou, caso ocorra, que a
solução seja imediata. Para isso, o técnico deve estar atualizado tecnicamente.

Falha significa o t érmino da capacidade de um item desempenhar a funçã o requerida.

Esta é uma palavra indesejável em qualquer á rea, mas em instalações elétricas existe o agra-
vante, pois a falha pode ser acompanhada por acidentes envolvendo pessoas ou danos às ins-
tala ções.

Para evitar os riscos de acidentes envolvendo pessoas ou danos às instala ções, os compo-
nentes para as instala ções elétricas devem ser concebidos, dimensionados e instalados con-
forme as normas t écnicas aplic áveis e possuir as características t écnicas compatíveis com as
condições elétricas, ambientais e operacionais a que s áo submetidos.
No entanto, a ocorrência de falhas, apesar de indesejá vel, é comum. O diferencial para evi-
tar danos à s instala ções e acidentes com pessoas está na atuação adequada do sistema de
proteçã o e na identifica ção e solução das falhas com a precisão e seguranç a dos profissionais
da manutenção.

Figura 30 - Técnico fazendo testes em painel elétrico


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL I

As técnicas de aná lise de falha em instalações elétricas sã o imprescindíveis no dia a dia da manutenção.
Por isso, é necessá rio que os profissionais envolvidos tenham conhecimentos técnicos, equipamentos e
ferramentas adequadas para identificar qualquer anomalia nas instala ções elétricas.
Desta forma, abordaremos neste capítulo algumas técnicas básicas de análise de falha em instala ções
elétricas, como a identificaçã o de sobrecarga, sobreaquecimento, centelhamento, falha de isolaçá o e ou-
tras.

Bom estudo!

4.1 IDENTIFICA ÇÃO DE SOBRECARGAS EM CIRCUITOS

Vamos iniciar a análise por uma das falhas que talvez seja a mais comum em instalações elétricas, que é
a sobrecarga em circuitos elétricos. Antes, ser á necessá rio entender alguns conceitos básicos.
Vamos lá!

4.1.1 CORRENTE NOMINAL

Corrente elétrica é o fluxo ordenado de cargas elétricas dentro de um condutor, quando existe uma
diferenç a de potencial el étrico entre as extremidades dos condutores.
Enquanto que, corrente nominal é a má xima corrente elétrica que pode ser conduzida continuamente
por um condutor.

Figura 31 - Corrente elé trica nominal


Fonte: SHUTTERSTOCK , 2018.

Apó s o conceito de corrente nominal, vamos entender o que é uma sobrecorrente no item seguinte.
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS

4.1.2 SOBRECORRENTE

Sobrecorrente é uma corrente elétrica cujo valor é superior à corrente nominal prevista para um deter-
minado circuito.

Na prá tica, a sobrecorrente ocorre quando a corrente elétrica no circuito é superior à capacidade nomi-
nal de conduçã o de corrente do condutor ou quando a corrente elétrica é superior à corrente nominal do
disjuntor.

Figura 32 - Sobrecorrente
Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Agora que entendemos o que é uma sobrecorrente, vamos aprender no item seguinte como ocorre
uma sobrecarga.

4.1.3 SOBRECARGA

Sobrecarga é uma sobrecorrente que ocorre devido ao aumento de cargas que náo foram previstas no
circuito.

A imagem seguinte ilustra, no primeiro momento, um circuito dimensionado para alimentar um único
motor com corrente nominal, In13 = 9 A. No segundo momento, o mesmo circuito est á alimentando 2 mo-
,
tores, com uma corrente de sobrecarga, lsc 4 =18A.

Como pode ser verificado na imagem, o circuito é protegido por um disjuntor de 10 A e desta forma
o dispositivo irá atuar desligando o circuito apó s um tempo de opera çã o, conforme curva de atuação do
disjuntor, já que a corrente elétrica do circuito está acima da corrente nominal do disjuntor.

13 In: significa corrente nominal.


14 Isc: significa corrente de sobrecarga.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

Schneider
£
?£!« < crtc

*
Figura 33 - Sobrecarga
Fonte: SHUTTERSTOCK , 2018.

A sobrecarga normalmente é identificada após a atua çã o do dispositivo de proteçã o, mas, a depender


do tipo de instala çã o elétrica e da intensidade da sobrecarga, é possí vel verific á-la durante a sua ocorrên-
cia.

Figura 34 - Extensõese filtro de linha para tomadas


Fonte: SH UTTERSTOCK, 2018.
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Em 1999 o Inmetro realizou testes em 13 marcas de extensã o el é trica


e na época todas as marcas foram reprovadas em pelo menos dois dos
CURIOSIDADES quatro itens analisados.
( Fonte: INMETRO, [ 20--] ).

Para identificar e solucionar a ocorrência de sobrecargas após a atuaçã o do dispositivo de proteçã o do


circuito, deve ser observado o fluxograma a seguir:

a ) Apó s a atuaçã o do dispositivo de proteção do circuito: o técnico dever á seguir as orientações


descritas no fluxograma a seguir.

O disjuntor Faça uma vistoria no NÂO Faça manutenção no


Está OK?
atuou painel elétrico painel elétrico

|SIM
Faça uma vistoria
nos equipamentos
do circuito

t
Faça manutençã o
Final manutenção! Faç a outros testes. N ÃO nos equipamentos
Está OK?
do circuito
SIM

i SIM

N ÃO Compare In do circuito
Está OK?
com a In do disjuntor 4

I
' lncirc.a '
Não é N ÃO maior que o
Reiigue o disjuntor
SOBREGARGA!
efaça medições ^ Sjn Disj ? v '
t X SIM
Redimencione o
circuito ou redistribua SOBREGARGA!
os equipamentos

Rgura 35 - Fluxo de atividades para identificar sobrecarga


Fonte: SENAI DR BA , 2017.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

b) Antes da atuaçã o do dispositivo de proteçã o do circuito: neste caso, pode ser verificado du-
rante uma inspeção de rotina da manuten çã o através da mediçã oda corrente do circuito com um
alicate amperímetro ou através de imagem termogr áfica nos componentes do circuito ou atravé s
de amperímetros instalados no pr óprio painel;
c) Solução: se for utilizada a imagem termográ fica para constatar que há sobrecarga, é importante
que seja realizada a mediçã o com o alicate amperímetro para mensurar a diferenç a de corrente
elétrica. Se o circuito for trifá sico e a sobrecarga for apenas em uma das fases, o t écnico dever á
redistribuir as cargas entre as fases de forma que fiquem equilibradas e a corrente elétrica seja
menor ou igual à corrente prevista. Apó s este procedimento, o t écnico deverá identificar as car-
gas que estã o sendo alimentadas pelo circuito e redistribuí-las ou redimensionar o circuito, insta-
lando condutores e disjuntores adequados. Se o circuito for trifá sico e a sobrecarga for apenas em
uma das fases, o técnico deverá redistribuir as cargas entre as fases de forma que as fases fiquem
equilibradas e a corrente elétrica seja menor ou igual à corrente prevista.

FIQUE Sempre que houver atua çã o de um dispositivo de prote çã o, a instalaçã o s ó poder á


ser religada apó s identificar e solucionar a falha no sistema el é trico para evitar danos
ALERTA maiores e acidentes com pessoas.

Vamos no pr óximo item conhecer os instrumentos que ir ão nos auxiliar a identificar de maneira segura
e rá pida a sobrecarga.
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS

4.1.4 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃ O

Para identificar a exist ência de sobrecarga são utilizados instrumentos de mediçã o.

Os amperímetros são utilizados para medir a corrente elétrica dos circuitos e termovisores para identifi-
car atravé s da temperatura uma elevaçã o de corrente acima do normal, conforme quadro seguinte:

Instrumento Mé todo Imagem

O técnico deve inicialmente escolher a


escala (depende do modelo do alicate
amperí metro) adequada à grandeza de
Alicate
corrente que será medida; em seguida
Amper ímetro
deverá envolver o condutor com o gancho
e será mostrado no visor o valor da
corrente elétrica no condutor.

O técnico deve ter uma atençã o maior


neste tipo de instrumento para colocar os
plugs das pontas de prova do instrumento
nos terminais apropriados.
Em seguida, deverá escolher a grandeza
elétrica que será medida. Neste caso, será
corrente elétrica, portanto deverá selecio-
nar o símbolo correspondente e depois
Múltí metro deverá escolher a escala. Feito isso, para
realizar a mediçã o de corrente elétrica
com o multí metro, será necessário
interromper o circuito e colocar as pontas
de prova no condutor de forma que o
múltímetro fique em série com o condu-
tor. Desta forma, será mostrado no visor o
valor da corrente elétrica no condutor.

Este tipo de instrumento é instalado em


painéis, normalmente para indicara
Amper ímetro corrente elétrica total do painel em cada
fixo fase. Neste caso, o técnico precisa verificar
apenas no frontal do painel o valor que
está sendo indicado.

A utilizaçã o do instrumento é simples, mas


para identificar a existência de uma
sobrecarga será necessário ter um históri-
co das medições realizadas no componen-
te ou que haja uma diferença de tempera-
Termovisor tura muito grande entre componentes
similares do mesmo circuito.
Para manusear o instrumento, basta
apontar em direçã o ao componente que
deseja verificar a temperatura e fazer as
imagens.

Quadro 8 - Instrumentos de medição


Fonte: SENAI DR BA; SHUTTERSTOCK, 2018.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

Todos os componentes em instalações elétricas que conduzem corrente elétrica sofrem efeitos térmi-
cos e mant êm a temperatura conforme especificado, desde que a corrente não ultrapasse a capacidade
má xima de condução de corrente elétrica do componente.

Desta forma, quando há uma sobrecorrente, as temperaturas dos componentes elevam e ocorre o so-
breaquecimento dos componentes e circuitos.

É muito importante ter atençã o na utiliza çã o do multí metro ou amperí metro para
FIQUE mediçã o de corrente el étrica, devendo garantir que o mesmo est á sendo inserido
ALERTA em s érie no circuito, pois se ligado em paralelo ocorrer á um curto- circuito, podendo
causar um acidente.

Agora, vamos aprender como identificar esta falha no item seguinte, pois há outros fatores que deter-
minam a sua ocorr ência.

4.2 IDENTIFICAÇÃ O DE SOBREAQUECIMENTO EM COMPONENTES E CIRCUITOS

O aquecimento de componentes e circuitos elétricos é explicado pela lei de Joule, que é a transforma -
çã o de energia elétrica em energia t érmica durante a passagem da corrente elétrica por um condutor em
um intervalo de tempo, devido à colisã o dos elétrons da corrente elétrica com as partículas do condutor.

/
+ \ T?+;+-/+''
+ % +'% + *V+ «Aí % >
+M
Figura 36 - Lei de Joule
Fonte: SENAI DR BA , 2018.

Desta forma, o aquecimento dos componentes e circuitos elétricos é normal, mas o sobreaquecimento
é indesejá vel e a sua identificaçã o precoce é importante para garantir a integridade das instalações elétri-
cas.

Diversos eventos podem ocasionar sobreaquecimento, como sobrecorrentes, temperatura ambiente


excessiva, ventilaçã o insuficiente e outros.
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Em conex ões elétricas, como conexã o de cabos a barramentos, conex ão de cabos em disjuntores e co-
nex ão de cabos em bornes, o sobreaquecimento pode ocorrer devido ao mau contato em função de folga
nas conexões.

Figura 37 - Sobreaquecimento em painel elétrico


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Agora que entendemos como ocorre o aquecimento e as principais causas de sobreaquecimento, va-
mos aprender a identificar os principais aspectos da temperatura em componentes e circuitos elétricos.

4.2.1 TEMPERATURA

Tratando-se de temperatura em circuitos elétricos e componentes, devemos observar que cada ele-
mento que faz parte das instala ções elétricas, com a funçã o de conduzir corrente elétrica, possui uma
elevaçã o má xima de temperatura estabelecida pela respectiva norma do componente.

No entanto, para identificar a ocorr ência de sobreaquecimento, os seguintes aspectos devem ser con-
siderados:
a ) Os condutores elétricos providos de isola ção possuem tr ês temperaturas: em regime per-
manente, em regime de sobrecarga e em regime de curto-circuito.

- No regime permanente: as temperaturas máximas do condutor em serviç o contínuo (0z) ser ão


conforme a tabela seguinte em condições normais de funcionamento, a depender da isolação;
- Em regime de sobrecarga: as temperaturas máximas (0 sc) especificadas também na tabela
seguinte em função da isolaçã o não devem superar 100 horas durante doze meses consecu-
tivos, nem superar 500 horas durante a vida do cabo;

- Em regime de curto- circuito: a dura ção má xima de um curto- circuito, no qual o condutor pode
manter temperaturas má ximas (0cc) especificadas na tabela seguinte em função da isolaçã o,
é de 5 segundos.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

MATERIAL OZ (°C ) O SC (°C ) OCC (°C )

PVC 15 70 100 160

EPR 16 90 130 250

XLPE 17 90 130 250

Tabela 2 - Temperaturas caracterí sticas dos cabosem funçào do material da isolação


Fonte: PRYSMIAN, 2010.

b) Todos os dispositivos elétricos possuem um limite de elevaçã o de temperatura de acordo com


as suas respectivas normas, pois conduzem corrente elétrica que geram energia em forma de
calor, conforme a lei de Joule. Além disso, alguns fatores contribuem para o sobreaquecimento
nos dispositivos que possuem contato móvel, como disjuntores, contatores, chave interruptor-
-seccionador e outros. Os fatores sã o os seguintes:

- Aumento da resistência de contato18, consequentemente, aumento do calor devido à for-


ma ção de resí duos sólidos entre as superfí cies dos contatos fixo e móvel. Estes resíduos, nor-
malmente, s ã o formados durante a interrupção de correntes de curto -circuito;

- Reduçã o da pressão do contato móvel sobre o contato fixo em decorrência de defeitos na


mola de fechamento do disjuntor, aumentando a resistência de contato e, consequentemente,
o calor gerado.

- Defeito na superfície ou mau posicionamento do contato fixo ou móvel, aumentando a re-


sist ência de contato, gerando o calor.

SAIBA Para saber os limites de eleva çã o de temperatura admiss í veis nos dispositivos de ma-
MAIS nobra e comando de baixa tensã o, consulte a norma NBR IEC 60947- 1 .

c) Nas conexões com cabos em que a pressão for menor que o necessá rio, ou seja, mal conectados,
é gerada uma sobretemperatura na regiã o dos terminais, como, por exemplo, a conexã o de cabos
com barramentos;
d) Quando os condutores est ão subdimensionados, ou seja, a seçã o do condutor é menor que o
necessário para conduzir a corrente nominal, mesmo que bem conectado, o condutor aquece
além da sua temperatura nominal e associado à resistência de conex ão acaba gerando mais calor;

15 PVC: é a sigla de policloreto de vinila, que é um material plá stico utilizado para isola çã o do condutor.
16 EPR: é a sigla de etileno propileno, que é tipo de borracha utilizada para isolação do condutor.
17 XLPE: é a sigla para um material isolante com composto extrudado termofixo de polietileno reticulado, utilizado na isola çã o
do condutor.
18 Resistê ncia de contato: é a resistência elé trica no ponto de contato entre o contato fixo e o móvel.
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

e) Quando a dissipação do calor gerado internamente pelos componentes é ineficiente, o calor fica
retido dentro do painel elétrico impedindo que os dispositivos façam a sua troca de calor com o
meio externo, aumentando a sua temperatura.

Durante a manutenção de instalações elétricas, é imprescindível acompanhar a temperatura dos com-


ponentes, pois, como foi apresentado, a elevaçã o de temperatura pode indicar alguma falha nas instala-
ções elétricas. Desta forma, vamos aprender no pr óximo item como identificar sobretemperatura.

4.2.2 SOBRETEMPERATURA

A sobretemperatura ocorre quando a temperatura do componente, que faz parte das instala ções elé-
tricas, excede o limite de eleva ção de temperatura admissí vel ou a temperatura má xima estabelecida. Em
ambos os casos, a temperatura ambiente é utilizada como refer ência.

É importante sinalizar que para identificar a sobretemperatura nos componentes, a temperatura am-
biente deve ser somada ao limite de elevaçã o de temperatura admissí vel.

Por outro lado, nos condutores elétricos, a temperatura ambiente é um fator de correçã o para o dimen-
sionamento da bitola. Desta forma, a sobretemperatura pode ser identificada de forma direta, observando
a temperatura no condutor.

Por exemplo, em um condutor com isolação em PVC, quando a temperatura é superior a 70°C, consi-
dera -se que há uma sobretemperatura no condutor, visto que a temperatura no condutor foi superior à
má xima temperatura em regime permanente. Desta forma, esta sobretemperatura pode indicar uma so-
brecarga no circuito ou outras falhas que devem ser investigadas pelo técnico em eletrot écnica.

De acordo com ABNT NBR IEC 60947- 2:2013, nos terminais para conex ã o externa de disjuntores de
baixa tensão, o limite de eleva ção de temperatura é igual a 80°C. Sabendo que a temperatura ambiente é
40°C, considera- se, neste caso, que qualquer temperatura acima de 120°C (80°C + 40°C) é uma sobretem-
peratura.

Agora que já sabemos o que é sobretemperatura, vamos aprender quais são os instrumentos de medi-
çã o que podem nos auxiliar a identificar a ocorrência desta falha.

4.2.3 INSTRUMENTO DE MEDIÇÃ O

Atualmente, a identifica ção da sobretemperatura em instala ções elétricas é feita atravé s de pir ómetros,
instrumentos que realizam medição de temperatura sem contato fí sico com o objeto.

Na pr ática, são realizadas inspeções termográ ficas nas instalações elétricas para identificar pontos com
sobretemperatura através de c â meras térmicas ou termovisores.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

Figura 38 - Inspeção termográ fica em instalações elétricas


Fonte: SH UTTERSTOCK, 2018 .

Os termómetros infravermelhos também sã o muito aplicados para mediçã o de temperatura nas insta-
la ções elétricas e identificaçã o de sobrecarga.

Figura 39 - Termómetro infravermelho


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Agora que conhecemos os instrumentos de mediçã o que auxiliam na identificação da sobretempera -


tura, vamos aprender no t ópico seguinte sobre a ocorrência de centelhamento em instalações elétricas.
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS

4.3 VERIFICAÇÃO DE CENTELHAMENTO

Centelhamento é um fenômeno que ocorre quando é aplicada uma tensão elétrica suficiente para ge-
rar um campo elétrico entre dois pontos, com uma intensidade que seja capaz de romper parcialmente o
ar ou o material isolante entre eles. Quando ocorre a ruptura total do dielétrico19, o fenômeno passa a ser
chamado de arco elétrico.

Figura 40 - Centelha mento/arco elé trico


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

A depender da luminosidade do ambiente, o centelhamento pode ser visto. Isso acontece porque du-
rante o fenômeno os elétrons se chocam com outros á tomos doar fazendo com que haja a emissão de luz
e, assim, é possível visualizar o caminho percorrido pelos elétrons.

Em componentes elétricos que realizam chaveamento, abertura e fechamento de contatos, é comum a


ocorrência de centelhas durante a operaçã o do dispositivo.
No entanto, em alguns dispositivos nã o é perceptível, pois o componente é envolvido por material
resistente a arcos, como disjuntores, contatores, fontes chaveadas, termostatos e outros.

Apesar do centelhamento ser comum em alguns componentes elétricos, existem casos em que são
decorrentes de algumas falhas ou falta de manutençã o, como oxidaçã o na conex ão, conex ões frouxas,
isolador trincado, excesso de sujeira, emenda defeituosa e outros.

19 Dielétrico: são materiais que têm caracter í sticas de isolantes el étricos, como por exemplo: borracha, madeira,
pl ásticos e outros.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

Figura 41 - Centelhamento durante a abertura dos contatos de um relé


Fonte: SH UTTERSTOCK, 2018.

Nesse sentido, a verifica çã o do centelhamento nas instalações elétricas deve ocorrer durante as inspe-
ções da manutençã o. Inclusive, em alguns casos como linhas de transmissã o, as inspeções podem ser feitas
à noite para facilitar a visualizaçã o do centelhamento em isolamento.

Apó s identificar a ocorrência de centelhamento anormal no dispositivo, ser á necessário realizar uma
manutenção corretiva ou substituiçã o do dispositivo.
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS

4.4 FALHA DE ISOLA ÇÃO ( FUGA DE CORRENTE )

Isola ção é o ato de isolar eletricamente um determinado elemento do meio que o circunda, evitando a
ocorrência de choques elétricos e curto-circuito. Sã o exemplos comuns de materiais isolantes utilizados o
PVC e a borracha.

Desta forma, quando há falha na isolaçã o, o elemento passa a ter contato com partes condutoras não
energizadas da instala ção, mas que passam a ficar energizadas, provocando a fuga de corrente. A figura
seguinte ilustra um condutor isolado.

Figura 42 - Condutor isolado


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

As instala ções elétricas são expostas a diversas condições ambientais e operacionais que associadas à
falta de manutenção podem ocasionar falhas na isolação no decorrer da sua vida útil, podendo provocar
perdas na produçã o ou acidentes com pessoas que tenham acesso à s instalações.
A figura seguinte ilustra uma situa ção de uma emenda malfeita que pode resultar em um choque elé-
trico por falha na isolaçã o.

Caixa de passagem
metá lica r

Eletroduto met á lico


r

Tomada

Figura 43 - Falha na isolação por emenda malfeita


Fonte: SENAJ DR BA 2018.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

A falha de isola çã o pode ocorrer devido à emenda malfeita em condutores, desgaste da isolaçã o dos
cabos, condutores desencapados ou falha no equipamento gerando contato da parte nã o energizada do
equipamento com o condutor energizado.

Para evitar a ocorr ência de acidentes ou falhas elétricas é importante, em novas instalações e durante
as manutenções, realizar testes para identificar possíveis falhas na isolaçã o.

4.4.1 IDENTIFICAÇÃO DA FALHA DE ISOLA Ç AO

Para identificar a falha de isola ção são utilizados equipamentos capazes de realizar testes de resistência
de isolamento, conhecidos como megôhmetros.
O megõhmetro é utilizado para medir a resist ência de isolamento e com base nestes dados é feita uma
compara ção com valores estabelecidos em norma para confirmar se há falha na isola ção.

A utilizaçã o do megõhmetro depende do tipo de equipamento que est á sendo testado e a razã o para
o teste. Os procedimentos seguintes exemplificam a utiliza ção de um megõhmetro para testar se há falha
de isolaçã o em condutores elétricos.

a ) Inicialmente, é importante isolar e sinalizar com placas de advert ência a área onde ser á feito o
ensaio de resistência de isolamento;

b) O circuito em que ser á feito o teste dever á ser desenergizado e desconectado dos barramentos
do painel elétrico correspondente. Além disso, todos os equipamentos devem ser desconectados
do circuito;

c ) Antes de iniciar os testes é importante se certificar de que o circuito está realmente desenergiza-
do. Portanto, deverá constatar a ausência de tensão através de um multímetro. Fique atento, pois
estes dois momentos são etapas diferentes e realmente devem ser feitos em dois momentos. Pri-
meiro desconecta e depois o profissional ratifica que houve a desenergiza ção. Este procedimento
existe por motivos de seguranç a, pois em alguns casos são atividades feitas por pessoas distintas
e em momentos distintos, ent ã o a constataçã o da desenergizaçã o é muito importante;
d) Após as atividades preliminares, dever á selecionar a classe de tensã o no Megõhmetro compatível
com a classe de tensão da instalaçã o, conforme a tabela seguinte;

e) Os testes devem ser feitos nos condutores vivos, ou seja, condutores de fase e neutro que com-
p õem o circuito uns contra os outros e contra a terra;

f) Mediçã o da fase R: interligar as fases S e T com o eletroduto metá lico e/ou com aterramento e
interligar à ponteira preta. A fase R deverá interligara ponteira vermelha;
g) Medição da fase S: interligar as fases R e T com o eletroduto metá lico e/ ou com aterramento e
interligar à ponteira preta. A fase S deverá interligara ponteira vermelha;
h) Medição da fase T: interligar as fases R e S com o eletroduto metá lico e/ ou com aterramento e
interligar à ponteira preta. A fase T deverá interligar a ponteira vermelha;
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

i) Com a tensão de ensaio no megôhmetro selecionada de acordo com a tensão nominal do circuito
conforme a tabela seguinte, dever á apertar o bot ã o Test para iniciar o procedimento;

j) O tempo de execução do procedimento de mediçã o dever á ser suficiente para se obter uma lei-
tura est ável, mas não inferior a 1 minuto e nem superiora 5 minutos;

k) Após obter os valores medidos no visor do megôhmetro em cada fase, o técnico dever á registrar
esses valores e comparar com os valores mí nimos estabelecidos para a instalaçã o, conforme a
tabela seguinte.

Exemplo: Conforme a tabela de Valores mínimos de resist ência de isolamento para instala ções com
tensão nominal de 220V, a resistência de isolamento tem que ser igual ou maior que 0,5MQ. Portanto, se o
valor encontrado durante a medição for igual ou superior a 0,5MQ, ent ã o a instalaçã o está apta, caso con-
trá rio, existe falha na isola ção e o técnico dever á investigar o local da falha ou trocar o condutor.

Após o término das medições, o técnico dever á reconectar o circuito ao painel elétrico e aos equipa -
mentos caso esteja com o isolamento em perfeito estado; caso contrá rio, deverá identificar a falha da iso-
la çã o ou trocar os condutores com falha na isolaçã o.

TENS Ã O DE ENSAIO
RESIST Ê NCIA DE
TENS Ã O NOMINAL DO CIRCUITO ( V ) ( V EM CORRENTE
ISOLAMENTO MO
CONTÍ NUA )

SELV e extra baixa tensã o fundonal 250 > 0,25

Até 500 V, inclusive, com exceçã o do caso acima 500 > 0,5

Acima de 500 V 1000 > 1,0

Tabela 3 - Valores m í nimos de resistê ncia de isolamento


Fonte: ABNT NBR 5410, 2004 , 2008.

A imagem seguinte ilustra o procedimento para teste da resist ência de isolamento com megôhmetro
para identificar falha na isolaçã o em condutores elétricos.

Figura 44 - Mediçào da resistência de isolamento em condutores


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

A realizaçã o de teste de resistência de isolamento é importante para garantir a integridade dos con-
dutores elétricos e instala ção apropriada para os equipamentos. No entanto, existem outros benefí cios
importantes para a manutençã o elétrica que ser ão abordados no próximo item.

4.5 RESISTÊ NCIA DE ISOLAMENTO

Conforme a ABNT NBR 5383-1:2002, resistência de isolamento é o termo geralmente utilizado para defi-
nir o quociente da tensão contínua aplicada pela corrente em funçã o do tempo medido a partir da aplica-
çã o da tensã o; assim será encontrada refer ência à resistência de isolamento para 1 min ou 10 min.

A resist ência de isolamento dos equipamentos varia de acordo com os seus respectivos projetos, além
de serem afetados por condições ambientais como temperatura e umidade.

Durante a vida útil dos equipamentos, é possível identificar o estado de deteriora ção do isolamento e
atuar deforma a impedir que ocorra uma falha no equipamento ou danos maiores à instala ção.

Portanto, os procedimentos de ensaio deverã o respeitar as normas e condições pertinentes a cada


equipamento.

Para avaliar a integridade dos equipamentos, o técnico deve realizar ensaios periodicamente, analisar
os dados obtidos durante a medição da resistência de isolamento com o histórico do equipamento ou
comparar aos valores mínimos estabelecidos para cada tipo de equipamento.

Vale destacar que os ensaios da resistência de isolaçã o sã o realizados atrav és de megòhmetros e, como
as voltagens de teste variam entre 500 e 5000V, a escolha do instrumento depender á da aplica ção e ní vel
de tensã o que será ensaiado. O quadro seguinte exemplifica alguns modelos de megôhmetro.

Instrumento Imagem

Megôhmetro digital
até 1000V

> •<4'

.
&
V
-
V
* • m

*

„ ;L
Megôhmetro digital ; »
» 253 -
até 5000V
tv

Quadro 9 - Megòhmetros
Fonte: SENAI DR BA; SHUTTERSTOCK, 2018.
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

A imagem seguinte ilustra um teste de isola ção em um motor através de um megôhmetro digital.

Para circuitos
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Figura 45 - Testando a isolação de um motor


Fonte: SENAJ DR BA, 2018.

Após a realizaçã o de ensaios periódicas para medir a resistência de isolamento do motor, conforme
anterior, o setor de manutençã o estabelece um hist órico para o equipamento e consegue identificar uma
falha da isola ção, como exemplifica a figura seguinte.

Teste de Envelhecimento
Aceitação da Ap ós
Inicial Isola ção Re bob ina ção
1000

500

100

Resistência 50
( em Megaohms)

10

5 Falha de
Isolação
/
1995 1 996 1 997 1998 1 999 2 ©li
Ano

Figura 46 - Resistência de isolação do motor por um per íodo de tempo


Fonte: SENAJ DR BA. 2018.

É possí vel identificar no hist órico um decaimento da resist ência de isola çã o desde o teste inicial de
aceitaçã o at é o ano de 1997. Neste perí odo, a manutenção poderia ter feito uma manutençã o corretiva
planejada para prevenir a ocorrência da falha de isola çã o e a perda do equipamento momentaneamente.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

Por isso, a inclusã o de ensaio de resist ência de isolamento no plano de manutenção preventiva é fun-
damental para prevenir as instalações de falhas elétricas como o curto-circuito, que será abordado no
próximo tópico.

4.6 FALHAS ELÉTRICAS ( CURTO- CIRCUITO FRANCO /POR IMPEDÂNCIA )

O curto-circuito é uma falha elétrica extremamente indesejada e perigosa devido as graves consequ-
ências que podem provocar danos físicos e materiais para as instala ções, mas, principalmente, riscos de
acidentes e morte com pessoas que, direta ou indiretamente, trabalham com instala ções elétricas.
A figura seguinte ilustra bem os danos provocados por um curto-circuito.

Figura 47 - Danos f í sicos e materiais provocados por um curto-circuito


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

O curto-circuito é uma r ápida eleva ção da corrente elétrica, em um curto perí odo de tempo, devido a
uma liga ção de baixa impedância entre dois pontos com potenciais diferentes ou quando esta liga ção é
metá lica. Neste caso, dizemos que é um curto-circuito franco, ou seja, a impedâ ncia é insignificante.

Outro fator que pode provocar um curto-circuito é a redução da dist ância entre os condutores ou entre
os condutores e a terra que pode ocorrer devido uma falha da isolaçá o dos condutores.
Normalmente, o curto-circuito é identificado ap ós a atua ção do dispositivo de proteçã o e/ou quando
os efeitos térmicos do curto-circuito causam danos à instalaçã o como um princípio de incêndio, conforme
ilustra a imagem seguinte.
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕ ES ELÉ TRICAS Wf

A
*

Figura 48 - Princípio de inc êndio provocado por um curto-circuito


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Os efeitos térmicos do curto-circuito provocam aquecimento dos condutores e devem ser interrompi-
dos deforma segura atravé s de dispositivos de proteção ( fusível e disjuntor) para evitar danos como redu-
çã o da resistência mec â nica dos cabos ou estrago do material isolante do condutor, com risco de incêndio
a depender da intensidade e duraçã o do curto-circuito.

Apó s a ocorr ência de um curto-circuito, quando nã o há danos à instala çã o e houve apenas o desliga-
mento do dispositivo de proteção, o técnico deverá identificar no painel o circuito correspondente ao
dispositivo de proteçã o e investigar ao longo do circuito (do painel até as cargas) evidências que indiquem
o local do curto-circuito.
Somente após identificar a origem do curto-circuito, corrigir esta falha e realizar testes o t écnico poder á
religar o circuito. Caso não seja possível identificar a origem do curto-circuito, o técnico dever á verificar os
equipamentos individualmente e verificar se houve falha de isolaçã o nos condutores.

Apó s entendermos o que é o curto-circuito, vamos aprender no tópico seguinte os tipos de curto-cir-
cuito.

4.6.1 TIPOS DE CURTO- CIRCUITO

O curto-circuito pode ocorrer das seguintes formas:

a) Curto- circuito trifásico: este tipo de curto-circuito ocorre quando há uma liga çã o de baixa im-
pedância ou uma ligaçã o met álica entre as trê s fases;
b) Curto-circuito bifásico: o curto-circuito bifásico pode ocorrer de duas formas: a primeira ocorre
quando há uma liga ção de baixa imped ância ou uma ligaçã o met álica entre as duas fases; e a
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

segunda, quando há uma ligaçã o de baixa impedâ ncia ou uma ligaçã o met á lica entre duas fases
e a terra;

c) Curto- circuito fase-terra: este tipo de curto-circuito, assim como o bifá sico, pode ocorrer de
duas formas: a primeira ocorre quando há uma ligaçã o de baixa impedâ ncia ou uma liga ção me-
t á lica entre as duas fases e a terra; e a segunda, quando há uma ligaçã o de baixa impedância ou
uma ligação metá lica entre apenas uma das fases e a terra.

A determinaçã o das correntes de curto-circuito é importante para ajuste, especificação e seletividade


dos dispositivos de proteçã o dos circuitos elétricos, conforme será descrito a seguir.

4.7 SELETIVIDADE DOS DISPOSITIVOS DE PROTE ÇÃ O DOS CIRCUITOS ELÉTRICOS

Os dispositivos de proteçã o instalados em série dever ão ter caracterí sticas de atuaçã o que permitam,
quando houver uma falta elétrica, que apenas o dispositivo responsável pelo circuito atue.
Desta forma, apenas a parte da instala ção afetada pela falta elétrica ficar á inoperante, enquanto que o
restante da instalaçã o, que não tem nenhuma rela çã o com a falta, permanece operando. Esta caracterí stica
de definir quem ir á atuar entre os dispositivos de proteção em série é que garante a seletividade entre os
dispositivos.

Por exemplo, em uma instala ção de uma residência, normalmente existem vá rios disjuntores de pro-
teção, conforme figura seguinte, mas apenas 2 dispositivos de proteçã o est ão em série, sendo o disjuntor
geral do painel elétrico e os disjuntores das cargas (iluminaçã o, tomadas, chuveiro elétrico e outros).
Desta forma, quando há um curto-circuito em uma tomada quem deve desligar é o disjuntorda tomada
(DJ.03); o disjuntor geral (DJ.01) e os demais disjuntores permanecem ligados, mantendo os outros circui-
tos operando.

DJ.01

I ¥ 40A
I
20 + N+ T - 22O/ 127V

t ,
ó\ DJ.02
,
6 \ DJ.03
,f
DJ
( .04

I
9
0A
vt 0A 25A
I
N T

< §8

o II
0 UJ

Figura 49 - Diagrama unifilar - Painel elétrico


.
Fonte: SENAI DR BA 2018.
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Inevitavelmente, quando houver uma sobrecorrente (curto-circuito ou sobrecarga), a corrente de falta


(curto-circuito) irá percorrer outros dispositivos de proteção a montante20 do dispositivo de proteçã o que
est á protegendo o circuito defeituoso, mas a seletividade entre os dispositivos nã o dever á permitir a atua-
çã o dos dispositivos a montante antes do dispositivo do circuito em falta.
A seletividade entre os dispositivos de proteçã o é baseada em alguns critérios, mas vamos destacar três
métodos mais utilizados nas instalações elétricas. Os exemplos ser ão baseados na imagem seguinte que
ilustra dois dispositivos de proteção em série.

DJ.A
\

DJ.B \ *

Figura 50 - Diagrama unifilar - Seletividade


.
Fonte: SENAI DR BA 2018.

d) Níveis de corrente: este critério é o mais utilizado em instala ções prediais, onde a seletividade
é feita pelo ajuste da corrente de atuaçã o dos disjuntores, compreendendo os disjuntores mais
próximos à s cargas com ajustes menores e os disjuntores mais próximos à fonte de alimentação
com ajustes maiores. Por exemplo, na figura anterior, a corrente de atua ção do disjuntor DJ.B
ser á menor que a corrente de atuação do disjuntor DJ.A. A figura seguinte ilustra como ocorrerá
a seletividade.

20 A montante: é um termo comumente utilizado em instalações elé tricas que significa que um determinado componente está
antes do outro.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL I

Ir - Corrente de atua ção por sobrecarga


Icc - Corrente de curto- circuito
*A Irm - Corrente de atua ção magnética
(curto - circuito )
A
B

i'.
1

Ir B Ir A Icc B Irm A i

Figura 51 - Seletividade por ní veis de corrente


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

e) Tempo: neste método, a seletividade é feita pelo ajuste do tempo de atua ção da proteçã o, de
modo que os dispositivos de proteção mais pr óximos à s cargas tenham tempo mais curtos em
compara ção à queles mais pr óximos da fonte de alimentaçã o. Por exemplo, na figura - Diagrama
unifilar - Seletividade, o tempo de atuaçã o do disjuntor DJ.A é retardado o suficiente para que
primeiro haja a atuaçã o do disjuntor DJ.B. A figura seguinte ilustra como ocorrerá a seletividade.

A
t

B i

Isc B i

Figura 52 - Seletividade por tempo


Fonte: SENAI DR BA. 2018.
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS

0 Combinaçã o dos critérios anteriores (níveis de corrente e tempo): este método é muito utili-
zado e reduza possibilidade de atua ção da proteção.

í At
Ir B Ir A Isc B Isc 1

Figura 53 - Seletividade por ní veis de corrente e tempo


Fonte: SENAI DR BA 2018.

É muito comum que ocorram situações em que a seletividade entre os dispositivos de proteção não
ocorra devido a erros de especifica ção ou ajuste das proteções.
Por isso, é importante que desde a fase de projeto at é o comissionamento do sistema elétrico estudos
e testes de seletividade sejam feitos para evitar transtornos e, principalmente, prejuízos em função de um
desligamento inapropriado de um dispositivo de proteção por falta de seletividade.
É importante tamb ém conhecer as condições e valores nominais de trabalho das instala ções elétricas
para evitar possí veis falhas no sistema elétrico.

CASOS E RELATOS

As instalações elétricas também precisam de ampliaçã o

Um grande hotel na região da Amazônia possuía uma infraestrutura invejá vel, mas as instala ções
elétricas tinham alguns problemas. Os problemas iniciaram apó s a sua ampliaçã o e ocorrem sempre
que o hotel est á com um grande número de hóspedes, ou seja, quando aumenta a demanda elétrica.

Durante o último réveillon, ocorreu uma sobrecarga na ala A do hotel que acabou afetando e desli-
gando o disjuntor principal do painel a montante também. A manutenção, ciente do histórico deste
problema, desativou alguns equipamentos na ala A e religou os disjuntores. Apó s a resoluçã o tem-
por ária da falha, o supervisor da manutençã o reuniu-se com os técnicos em eletrot écnica e solicitou
que eles identificassem o problema para solucionar após o perí odo de festas de final de ano.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL I

Nos primeiros dias do ano novo, os técnicos foram até o supervisor, após identificar o problema,
e relataram que os desligamentos dos disjuntores estavam ocorrendo primeiro por um erro de di-
mensionamento na ala A, pois, quando os quartos atingiam 100% da capacidade de ocupa ção, isto
sobrecarregava o circuito alimentador e o disjuntor principal atuava; e segundo, por falta de sele-
tividade entre as proteções, pois durante a amplia ção manteve o mesmo disjuntor e, com isso, a
sobrecarga na ala A estava atuando no disjuntor principal do painel a montante ao invés de desligar
apenas a ala A.
O supervisor, ent ão, solicitou aos técnicos um estudo de seletividade, um novo dimensionamento
para a ala A eo levanta mento dos materiais necess á rios para realizaras intervenções que precisavam
para deixaras instala ções aptas para receber bem seus hóspedes.

Agora veremos no pr óximo tópico os principais valores nominais de trabalho das unidades elétricas.

4.8 CONDI ÇÕES E VALORES NOMINAIS DE TRABALHO ( SUB/SOBRE/DESEQUILÍ BRIO/TENSÃ O )

A ANEEL21, através do módulo 8 do PRODIST22, estabelece os crit érios para qualidade da energia elétrica.
Desta forma, estes critérios podem ser utilizados como parâ metros para as condições e valores de trabalho.
A tabela seguinte representa a faixa de varia ção de tensão adequada para tensã o nominal de 220V e
127V.

TENS Ã O DE FAIXA DE VARIA ÇÃ O DA TENS Ã O


ATENDIMENTO ( TA ) DE LEITURA (TL ) ( VOLTS )

Adequada ( 202<TL<231)/ (117<TL< 133)

Tabela 4 - Pontos de conex ão em Tensão Nominal igual ouinferiora 1 kV ( 22Q/ 127)


Fonte: SE NA 1 , 2015.

A tabela a seguir representa a faixa de varia ção de tensã o adequada para tensã o nominal de 380V e
220V.

TENS Ã O DE FAIXA DE VARIAÇÃ O DA TENS Ã O


ATENDIMENTO ( TA ) DE LEITURA (TL ) ( VOLTS )

Adequada ( 350<TL <399)/ (202<TL< 231)

Tabela 5 - Pontos de conexão em Tensão Nominal igual ou inferior a 1 kV ( 380/ 220)


Fonte: SENAI , 2015.

21 ANEEL: é a sigla da Agência Nacional de Energia Elétrica


22 PRODIST: é a sigla para Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional.
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS

A tabela adiante representa a faixa de varia ção de tensão adequada para tensão nominal superior a 1
kV e inferior a 69 kV.

TENS Ã O DE FAIXA DE VARIAÇÃ O DA TENS Ã O


ATENDIMENTO ( TA ) DE LEITURA (TL ) ( VOLTS )

Adequada 0,93TR < TL< 1,05TR

Tabela 6 - Pontos de conex ão em Tensão Nominal superiora 1 kVe inferior a 69 kV


Fonte: SENAI , 2015.

Os valores estabelecidos pela ANEEL determinam os valores de subtensão e sobretensão em regime


permanente de acordo com o ní vel de tens ão da instala ção elétrica conforme indicado nas tabelas ante-
riores. A ANEEL tamb ém determina os limites para os desequilíbrios de tensão entre as fases, conforme a
tabela a seguir.

INDICADOR TENS Ã O NOMINAL

Vn < 1,0 kV 1 kV < Vn < 230kV


FD95% 23
3,0% 2,0%

Tabela 7 - Limites para os desequilí brios de tensão


Fonte: SENAI , 2015.

O desequilíbrio de tensão é o fenômeno caracterizado pela diferenç a de amplitude entre as tr ês tensões


de fase de um sistema trifá sico. Desta forma, este desequilíbrio deve obedecer aos valores, conforme a
tabela anterior.

Para conhecer outros crit érios de qualidade de energia como fator de pot ência, harmó -
^ SAIBA
MAIS
nicos, flutuaçã o de tensão, entre outros, consulte o módulo sobre Qualidade de Ener -
gia El étrica, do PRODIST, disponí vel no Portal da ANEEL.

É importante que o t écnico em eletrot écnica tenha conhecimento das condições e os limites dos va-
lores nominais de trabalho das instalações elétricas para identificar possí veis problemas na qualidade de
energia que possa causar danos ou prejuí zos.

Vamos aprender sobre inversã o de fase no pr óximo tópico, como identificar e como evitar a ocorrência
desta falha.

23 FD95%: é valor do fator de desequilíbrio de tensã o que foi superado em apenas 5 % das 1008 leituras válidas.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

4.9 SEQU ÊNCIA DE FASE ( INVERSÃ O )

Inversão na sequência de fase é um erro que ocorre, principalmente, em sistemas trif ásicos quando as
fases são invertidas durante a sua instala çã o ou manutençã o. Como consequência, há uma alteraçã o no
sentido de rota çã o dos motores, ou seja, ao invés do motor girar no sentido horá rio, passaria a girar no
sentido anti-hor á rio.
De maneira prá tica, um motor que tem suas bobinas conectadas à s fases na sequência A-B-C e passam
a ser conectadas à s fases na sequência A-C -B teria o sentido de rota ção alterado.

Em um ambiente predial ou industrial, onde existem muitos motores que fazem avanç ar ou retornar es-
teiras, girar máquinas no sentido hor ário ou anti- hor ário e etc., uma mudanç a no sentido de rotaçã o pode
provocar acidentes ou erros no funcionamento de algum processo.

Figura 54 - Escada rolante


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

A figura anterior ilustra a mudanç a de rota ção no sentido do motor da escada rolante, desequilibrando
e provocando riscos aos usuários.

Por isso, identificar a sequência das fases no momento da instalaçã o e proteger os motores de inversão
de fase inesperada é imprescind ível para uma correta manutenção das instalações.

A identifica ção da sequência de fases pode ser feita com a utilizaçã o de alguns instrumentos disponí-
veis no mercado conhecidos como indicador de rotação de fases ( sequencímetro) ou detector de sequên-
cia de fase ( fasímetro).

Estes instrumentos têm o princ ípio de funcionamento diferente, mas ambos atingem o mesmo objeti-
vo.

O primeiro instrumento, sequencímetro, ao ser interligado ao circuito trifá sico ir á alimentar o motor e
indicar o sentido de rota ção, enquanto que o segundo instrumento, fasímetro, irá identificar quais são as
fases A-B-C do circuito, possibilitando que seja feita a liga çã o de maneira correta.
Há ainda instrumentos que possuem as duas funções de fasímetro e sequenc í metro, conforme ilustra a
imagem seguinte.
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS

Figura 55 - Fasí metro e sequenc ímetro


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

A instalaçã o de dispositivos de proteção de motores contra a inversã o de fase é outro fator que contri-
bui consideravelmente para evitar falhas deste tipo.
Desta forma, quando necessá rio, a manutenção deve prever a instala ção de relés de sequência de fase
no painel elétrico de comando dos motores para prevenir as mudanç as de rota ção dos motores devido a
um erro de instalaçã o.

4.10 ANÁLISE DE VIBRAÇÕ ES

A análise de vibra ções é uma técnica de manutenção preditiva muito aplicada nas rotinas de manu-
tenção nas indústrias, para diagnosticar as variações da vibra çã o dos equipamentos, com a finalidade de
identificar precocemente anomalias em sua opera ção.
Todos os equipamentos quando estã o em funcionamento emitem uma vibra ção e cada irregularidade
na vibra ção indica um possí vel defeito, desgaste ou degrada ção do mesmo.
Para realizar a análise de vibra ções, é necessário instalar sensores em pontos estratégicos do equipa -
mento.

Estes sensores serã o monitorados para que transforme energia mec â nica de vibraçã o em sinais elétri-
cos que ser ão encaminhados para aparelhos registradores ou analisadores de vibrações.

Apó s a coleta e registro dos dados, um especialista ir á analisar e interpretar os dados obtidos para iden-
tificar possíveis falhas nos equipamentos.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

A imagem seguinte ilustra a realizaçã o deste procedimento em um ambiente industrial.

Figura 56 - Análise de vibração


Fonte: SH UTTERSTOCK, 2018.

Os principais benefícios da aná lise de vibraçã o é a identificação de defeitos na máquina de forma preco-
ce, identificaçã o das causas e a localiza çã o dos componentes afetados. Após este procedimento, caso haja
defeitos na má quina, o técnico dever á programar uma manutenção corretiva de acordo com a urgência
necessária.
Outra análise importante para evidenciar defeitos em equipamentos é aná lise de ruí dos, conforme ser á
descrito no t ópico seguinte.

4.11 ANÁLISE DE RU ÍDOS

A aná lise de ruí dos tem o mesmo objetivo final da análise de vibra ção, por ém utiliza meios diferentes.
Seu principal objetivo é o monitoramento, atrav és de um instrumento chamado ultrassom, das frequên-
cias emitidas pelos equipamentos que os ouvidos humanos não alcançam.

Além disso, a aná lise de ruí dos por meio de inspeçã o de ultrassom também é uma técnica preditiva de
manutenção que identifica falhas em est ágio inicial e que tem sido muito implementado na indústria.

Atravé s desta técnica, é possível detectar diversos tipos de falha, inclusive faiscamento, arco elétrico e
efeito corona. A imagem seguinte ilustra a inspeçã o por ultrassom.
4 T É CNICAS DE ANALISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕ ES ELÉ TRICAS M

Figura 57 - Análise de ru ídos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Os avanç os tecnológicos e a moderniza ção do setor de manutençã o t êm gerado novas técnicas para
aná lise e identifica ção de falhas, priorizando sempre a integridade das má quinas e equipamentos para
aumentar a disponibilidade e evitar que ocorram manutenções nã o programadas. Desta forma, a aná lise
de ruí dos que tinha uma aplicaçã o muito específica na manutenção, tem se expandido a cada momento.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

RECAPITULANDO

Neste capítulo, abordamos as t écnicas de análise de falhas em instala ções elétricas. Percebemos que
é necessário conhecer os princípios básicos da eletricidade e instrumentos para poder identificar as
falhas atravé s do uso correto das técnicas.
Aprendemos que uma sobrecorrente, que pode ser uma sobrecarga ou um curto-circuito, é extre-
mamente indesejável e traz riscos imensur áveis para as instalações elétricas se não for interrompida
de forma precoce, inclusive, provocando uma sobretemperatura sobre a qual abordamos as formas
de identificar atravé s de instrumentos de mediçã o. Vimos o quanto é importante realizar testes para
identificar falha na isolaçã o em condutores e acompanhar a degrada çã o da resistência de isolamen-
to de equipamentos para programar manutenções corretivas e realizar os reparos necessários.

Além disso, verificamos a importâ ncia da seletividade entre os dispositivos de proteção para evitar
desligamentos desnecessários, assim como as condições e valores nominais de tensã o estabelecidos
para trabalho. Abordamos também a gravidade de uma inversão de fase no sentido de rota ção dos
motores e as t écnicas de manuten çã o preditiva para aná lise de ruí dos e vibraçã o em equipamentos.
4 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE FALHAS EM INSTALAÇÕ ES ELÉTRICAS
Instrumentos de medi çã o

As técnicas de manutençã o est ão cada vez mais eficientes devido aos avanç os tecnológicos
que têm influenciado o aprimoramento e modernizaçã o dos instrumentos de mediçã o.
Estes instrumentos s ão um meio fí sico para determinar o valor de uma grandeza ou de uma
variável e são imprescindí veis para a manutençã o elétrica predial e industrial.

Podemos considerar que para a manutenção os instrumentos de mediçã o atuam além da


capacidade humana. Ou seja, s ã o uma extensã o do homem da manutençã o, pois sem o seu
auxílio seria impossível determinar e prever diversos fenômenos que acontecem nas instala -
ções elétricas.
Isso permite, por exemplo, atuar de forma preventiva, impedindo a ocorrência de falhas.

A imagem seguinte ilustra esta relação de dependência do homem com os instrumentos


de mediçã o.

Figura 58 - Depend ência do homem com os instrumentos de medição


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

Diante da import ância desses instrumentos no dia a dia da manutençã o, é fundamental que os profis-
sionais tenham conhecimento dos princípios de funcionamento e saibam manusear estes equipamentos
com seguranç a e exatidão para obter medidas confiá veis.

Desta forma, abordaremos neste capí tulo alguns instrumentos de mediçã o de temperatura a distâ ncia
que s ão os pir ómetros e o termovisor, o analisador de energia e o meg ôhmetro.

5.1 TEMPERATURA: PIR Ó METROS

A temperatura talvez seja a grandeza ou par âmetro mais importante para avaliar as mudanç as de esta-
do dos componentes e equipamentos em instala ções elétricas, principalmente, devido a sua facilidade em
traduzir varia ção de temperatura em uma determinada falha em potencial.

Em alguns processos industriais e em instalações elétricas a mediçã o da temperatura seria um processo


arriscado e até mesmo inviável se fosse necessário o contato físico, devido aos riscos de acidentes.
Desta forma, instrumentos como os Pir ómetros s ã o soluções bem empregadas nos planos de manuten-
çã o para acompanhar o estado dos equipamentos.

Pir ómetros s ão equipamentos que realizam a medição de temperatura sem a necessidade do contato
fí sico direto com o objeto.

São empregados em diversas á reas e a sua aplicaçã o varia de acordo com a tecnologia utilizada para
determinar a temperatura do objeto, como:
a ) Pirómetro óptico;

b) Pir ómetro de radiaçã o;


c) Pirómetro fotoelétrico.

Em instalações elétricas, os pir ómetros mais utilizados sã o conhecidos como termómetro infraverme-
lho e termovisor.

5.1.1 TERMÓ METRO INFRAVERMELHO

O termómetro infravermelho é um instrumento portá til, extremamente disseminado em diversas áreas


para medição de temperatura.

Na manutenção elétrica é utilizado para acompanhar a temperatura dos equipamentos e componentes


das instala ções, como por exemplo: em condutores elétricos, barramento de painéis, conexões e motores.
O procedimento de mediçã o com o termómetro infravermelho é bastante simples, basta o técnico po-
sicionar o instrumento na direção do objeto que deseja medir a temperatura e a lente, que é utilizada
para focar a energia infravermelha que existe no detector, converte em um sinal elétrico que é exibido no
display LCD em unidade de temperatura.
5 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

A imagem seguinte ilustra este procedimento de medição.

Figura 59 - Medição de temperatura com termómetro infravermelho


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Apesar da facilidade em realizar as medições é importante, antes de utilizar o instrumento, ler o manual
para conhecer suascaracterí sticas e, durante o procedimento de medição, observaras particularidades refe-
rente ao campo de visã o ( tamanho do alvo e dist ância) e o tipo de superfície a ser medida (emissividade23).

FílFIQUE
ALERTA
O t écnico antes de realizar as medi çõ es de temperatura com o term ómetro infraver -
melho deve ajustá - lo de acordo com a emissividade do objeto para obter uma medi-
çã o correta e confiá vel.

O termómetro infravermelho tem uma série de vantagens, como: segurança ao realizar medições a
dist ância, rapidez, uma faixa de temperatura ampla e baixo custo.

No entanto, nos últimos anos, este instrumento tem ganhado um concorrente que é o termovisor, de-
vido a uma série de fatores, como: facilidade para identificar pontos quentes, maior área de mediçã o, vi-
sualizaçã o da temperatura do objeto de forma interativa na tela e outros que ser ão apresentados no item
seguinte.

5.1.2 TERMOVISOR

O termovisor, também conhecido como c âmera termográ fica ou c âmera de infravermelho, detecta a
energia infravermelha emitida pelo objeto e transforma em uma imagem térmica sem ter contato fí sico

23 Emissividade: é a capacidade de um objeto emitir radiaçã o eletromagnética.


MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL

com o objeto. Ou seja, o termovisor atua como um tipo de c â mera fotográ fica que mostra a imagem tér-
mica do objeto.

Este procedimento de detecção da imagem t érmica do objeto pelo termovisor é chamado de aná lise
termográ fica.

A aná lise termográ fica é uma técnica de inspeção realizada com os termovisores muito utilizada na
indústria, pois nã o precisa ter contato direto com o objeto ou equipamento para realizar a medição da
temperatura, o que torna o procedimento seguro, pr ático e eficiente.

A figura seguinte ilustra como funciona o termovisor. A fotografia da esquerda é uma imagem real do
motor de um carro, enquanto que a fotografia da direita é uma imagem t érmica do mesmo motor no mo-
mento da medição.

Na imagem t érmica, é possível verificar à direita que a temperatura do motor varia de 16.8°C até 38.4°C
para os pontos mais quentes.

1K R
Figura 60 - Imagem real vs imagem té rmica
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Em instala ções elétricas, os termovisores foram introduzidos nas rotinas das manutenções preditiva
e preventiva, pois a partir deles é possí vel a identifica çã o, através de imagem termogr áfica, da eleva ção
excessiva de temperatura em alguns pontos dos equipamentos, o que possibilita, consequentemente, a
identificaçã o de falhas causadas pelo mau contato entre conex ões.
A figura seguinte é um exemplo de aplicaçã o do termovisor em instalações elétricas, onde é possível ve-
rificar, mantendo uma distâ ncia segura para uma instalaçã o energizada, se existe elevaçã o de temperatura
nas conex ões dos disjuntores, barramentos, cabos e se é necessário realizar aperto nas conex ões.
5 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÀ O

Flgura ó l - Inspeçàocom termovisor em painéis elétricos


Fonte: SH UTTERSTOCK, 2018.

O termovisor tem substituído o termómetro infravermelho em muitos procedimentos, por tornar a


constataçã o da eleva ção de temperatura de um determinado objeto mais pr ática. Porém, o valor do equi-
pamento em comparaçã o ao termómetro infravermelho é muito mais elevado.

Independente da forma de aferir, é importante para manutençã o verificar e controlar a temperatura dos
equipamentos para prevenir possí veis falhas. Analisar as grandezas do sistema elétrico é imprescindí vel
para manter as instalações prediais e industriais operando com seguranç a. Desta forma, abordaremos no
t ópico seguinte os analisadores de energia.

5.2 ENERGIA: ANALISADOR DE ENERGIA

A qualidade de energia é um fator essencial para o bom funcionamento e garantia de uma vida útil
prolongada dos equipamentos que t êm a energia elétrica como fonte de alimentaçã o.
Mas como saber se a energia que alimenta os equipamentos é de qualidade? Isto é possí vel atravé s do
analisador de energia, que é um instrumento de mediçã o, análise e registro de grandezas elétricas utiliza-
do para avaliar a qualidade de energia elétrica ou identificar possí veis problemas na rede elétrica de um
empreendimento.

É importante a equipe de manutençã o acompanhar a qualidade da energia elétrica para evitar que os
equipamentos operem com distúrbios de tensã o, corrente elétrica e baixo fator de potência.

Por isso, o grande diferencial do analisador de energia é a possibilidade de avaliar diversas grandezas
elétricas ao mesmo tempo, como: tensão, corrente, pot ência e frequência.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL
100

Na indústria, este instrumento é muito utilizado para observar o desempenho da rede elétrica, como
ilustra a figura seguinte, pois a entrada de grandes cargas no sistema elétrico pode causar grandes impac-
tos se for mal dimensionada.

Figura 62 - Medição com analisador de energia


.
Fonte: SENAI DR BA 2018.

O procedimento de aná lise de energia não é um processo momentâ neo. É necessário que o instrumen-
to fique monitorando a rede elétrica do local por um perí odo de tempo que seja suficiente para ter um
padr ã o de funcionamento da rede local e consiga identificar o maior número de eventos possível.

É comum os analisadores serem mantidos monitorando a rede elétrica por no mínimo uma semana
dependendo da memória do instrumento e do propósito do monitoramento.

Conforme uma pesquisa realizada em 2015 pela revista O Setor El étrico,


o medidor de qualidade de energia liderou a lista dos instrumentos mais
CURIOSIDADES comercializados entre as 52 empresas participantes da pesquisa.
( Fonte: O SETOR ELÉTRICO, 2015 ).

É muito importante também que o profissional tenha seguranç a durante os testes e medições que s ão
realizados em instala ções elétricas. Desta forma, é imprescindível utilizar instrumentos adequados para a
instalaçã o em que será feita a medição.
Os instrumentos de medição em baixa tensão são separados em 4 categorias, conhecidas como Cat. I,
II, III e IV, que dependem da localização ou tipo de instalaçã o em que a medição ser á feita. Por exemplo,
um analisador de energia categoria Cat. III pode ser utilizado em barramento e alimentador em instala ções
5 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
101

industriais, enquanto que o instrumento Cat. II só pode ser utilizado em cargas conectadas a tomadas
monof ásicas.

CASOS E RELATOS

Salvo pelo analisador de energia

Uma f ábrica no ramo alimentício instalada na grande São Paulo percebeu que nã o estava dando
conta da demanda dos pedidos. Entendeu que era hora de aumentar a produção e decidiu ampliar
suas instalações. Desta forma, resolveu contratar uma empresa de projetos multidisciplinares para
projetar a ampliaçã o da fábrica e atender a sua nova demanda de produtos.

A f ábrica possuía uma infraestrutura antiga e n ão tinha projetos atualizados das instalações dificul-
tando todo o processo, pois seria necessá rio cadastrar toda a instalaçã o, aumentando o prazo de
execução e custo do projeto. Os projetistas das instalações elétricas, sem ter os documentos para
terem noçã o do perfil das cargas elétricas existentes, resolveram se reunir com a manutençã o da
fábrica para tentar dimensionar o novo sistema elétrico capaz de suprir a demanda existente e mais
a amplia çã o. Foi ent ão que manutençã o informou que eles tinham registros de um ano de mediçã o
da rede elétrica da fá brica obtido por um analisador de energia.
Os projetistas de elétrica ficaram aliviados com a notícia, pois sabiam que as informa ções do ana -
lisador de energia era um "raio x" da rede elétrica da fá brica e que tinham em mã os todas as infor-
mações necessárias de tensão, pot ência, corrente e fator de pot ência. Desta forma, tornou- se viável
projetar um novo sistema para atender as reais necessidades com a ampliaçã o da fá brica.

E importante para as instalações elétricas, sempre que possí vel, observar a qualidade da energia da con-
cession ária, principalmente, em grandes centros urbanos e industriais para identificar possí vel oscila ções
na rede elétrica. Deste modo, a utiliza çã o do analisador de energia é imprescindível e faz-se necessária no
setor de manutençã o.

SAIBA Para conhecer mais sobre requisitos de seguran ça para equipamentos elé tricos de
mediçã o, consulte a norma IEC 61010- 1 , atrav és do Portal International Eletrotechnical
MAIS Commission ( ICE ), em portugu ês, Comissã o Internacional Eletroté cnica .

Após saber a import ância do analisador de energia para as instala ções elétricas, será apresentado no
próximo tópico o megôhmetro, um instrumento muito utilizado e extremamente útil para a manutenção.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL
102

5.3 MEG Ô HMETRO

O megôhmetro é um instrumento utilizado para medir a resist ência de isola ção de equipamentos e
componentes em instalações elétricas.

Este instrumento utiliza a lei de Ohm, onde a tensã o obtida é o produto entre a corrente elétrica e a
resist ência elétrica, para medir a resist ência de isolamento, aplicando uma tensã o de corrente contí nua
relativamente alta e medindo a corrente que circula pelo equipamento para determinar a resist ência.
O megôhmetro, ou megger, como é comumente conhecido, é um instrumento port átil que que permi-
te realizar medições de resist ência de isolaçã o com uma faixa de tensã o de ensaio muito ampla de 250V
at é 20kV. As leituras da resistência são feitas em indicadores digitais ou analógicos, a depender do modelo
do instrumento.

A imagem seguinte ilustra um megôhmetro com tensã o de ensaio at é 2,5kV e com leitura analógica de
resist ências de isolamento até 10MQ.

Figura 63 - Megôhmetro analógico


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Nos modelos mais antigos de megôhmetros era necessário girar uma manivela para acionar o gerador
de corrente contínua, mas com o avanço da tecnologia houve uma moderniza ção e, atualmente, os instru-
mentos sã o cada vez mais compactos e prá ticos, conforme ilustra a imagem seguinte.
5 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃ O
103

Figura 64 - Megôhmetro digital


Fonte: SH UTTERSTOCK, 2018.

A mediçã o da resistência de isolamento da instala çã o elétrica é uma prescriçã o da norma ABNT NBR
5410:2004, 2008 como um dos ensaios necessá rios para verifica ção final de novas instalações, ampliações
ou reforma da instalaçã o existente.

O ensaio de resistência de isolamento quando aplicado para verifica ção final das instala ções, tem como
objetivo principal identificar se há problemas de isolações que possam provocar falhas elétricas ou aciden-
tes com pessoas que, direta ou indiretamente, tenham contato com as instalações elétricas.

Já os ensaios realizados em equipamentos como motores e transformadores fazem parte do plano de


manutenção preventiva, pois com o histórico de medições da resistência de isolamento é possí vel acompa-
nhar a integridade da isola çã o e definir o momento de realizar manutenções corretivas nos equipamentos.

De uma forma geral, com o megôhmetro é possí vel realizar testes em transformadores, buchas, cabos
elétricos, cabos de telefonia, motores, chaves e painéis elétricos.
4 MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL I
104

RECAPITULANDO

Neste capítulo, apresentamos alguns instrumentos utilizados em manutenção elétrica predial e in-
dustrial para mediçã o de temperatura, energia e resistência de isolamento, como o pirómetro, ana-
lisador de energia e o megôhmetro.
Vimos que a utilizaçã o dos pirómetros (termómetro digital e termovisores) em instala ções elétricas
facilita as rotinas de manutençã o devido à facilidade e seguranç a para realizar as medições, assim
como verificamos que uma análise detalhada da qualidade de energia da rede elétrica é imprescin-
dí vel para que os equipamentos elétricos operem de forma confiável.
Por fim, conhecemos um pouco mais sobre o megôhmetro e a sua import â ncia para verificar falhas
de isola ção em instalações elétricas, além de auxiliar na manutençã o preventiva de equipamentos
elétricos, analisando a integridade da isolaçã o.
Os instrumentos apresentados neste capítulo, s ão alguns dos muitos instrumentos que existem para
manutençã o elétrica predial e industrial. Portanto, é necessário que o t écnico em eletrotécnica se
mantenha atualizado tecnicamente e conheç a novas tecnologias e instrumentos capazes de auxi-
liar no dia a dia da manutençã o, atravé s de ensaios, diagnósticos, testes e medições cada vez mais
eficientes.
5 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÀ O
105
Meio ambiente ,?

Diariamente, o meio ambiente tem dado sinais da degradaçã o e descaso. Muitos s ã o os


eventos catastr óficos ocorridos em todo mundo, consequência do aquecimento global, utili-
zaçã o inapropriada dos recursos naturais, emissã o de poluentes e dejetos lançados de maneira
irregular na natureza.
Desta forma, a preserva ção do meio ambiente também deve ser uma preocupa ção das em-
presas, pois precisam buscar meios de reduzir os impactos ambientais, principalmente, em
funçã o do desenvolvimento industrial.
O meio ambiente passou a ser um dos pilares da mudanç a de postura organizacional pro-
posto pela Manutençã o Produtiva Total (TPM). Esta metodologia de gerenciamento da manu-
tenção engloba a participaçã o de todos os funcionários e setores de uma empresa, buscando
conscientizar e dividir a responsabilidade com todos sobre a importâ ncia do meio ambiente
através de ações, como por exemplo: o consumo consciente dos recursos naturais, descarte
adequado dos resíduos, a import ância da reciclagem e outros.
É evidente que a forma mais impactante para reduzir os problemas ambientais seria uma
mudanç a na forma de produção industrial e de consumo da sociedade, mas uma mudança
deste tipo requer tempo e conscientiza çã o da populaçã o.

Figura 65 - Meio ambiente


Fonte: SHUTTERSTOCK , 2018.
MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL
108

Mas, é mais simples começ ar mudando certos hábitos em nossas vidas. Afinal, cada cidadã o deve ter
responsabilidade com o meio ambiente. Nesse sentido, abordaremos neste capítulo os tipos de materiais
reciclá veis e como podemos fazer o descarte adequado.

Vamos nessa?

6.1 TIPOS DE MATERIAIS RECICLADOS

Todos os setores da sociedade têm produzido diariamente uma quantidade de lixo t ão grande que os
aterros existentes nã o conseguem mais absorver o volume de lixo.

Com isso, a degradaçã o do meio ambiente tem atingido ní veis que ameaçam a sobrevivência no pla-
neta.

A imagem seguinte, tirada em Bali, na Indonésia durante a alta temporada turí stica, ilustra bem como o
problema da produção excessiva de lixo e descarte inapropriado geram consequências, como a poluição
nas á guas da Indonésia.

Figura 66 - Poluiçáo na praia de Bali, Indonésia


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Uma soluçã o para amenizar a quantidade de lixo produzida diariamente é a coleta seletiva e a recicla-
gem dos materiais.

A coleta seletiva permite separar os materiais reciclá veis dos nã o reciclá veis e transforma o lixo em uma
solução económica, social e com retornos considerá veis para o meio ambiente, em função da reciclagem
de materiais ao invés de aumentar o consumo de matérias-primas.
6 MEIO AMBIENTE
109

Em 2010, o Brasil reciclava apenas 13% de seus resí duos urbanos, en-
CURIOSIDADES quanto que na Á ustria a taxa de reciclagem no mesmo ano foi de 62,8%.
( Fonte: BARBOSA, 2014) .

Em uma coleta seletiva, os materiais devem ser separados conforme o quadro seguinte, para viabilizar
o descarte adequado e a reciclagem dos mesmos.

TIPOS DE MATERIAIS RECICLADOS EXEMPLOS

Plásticos Garrafas, frascos e sacolas

Alumínio Latas de bebidas e esquadrias

Ferro - Utensí lios domésticos, ferramentas, peças de autom óveis estruturas de


Metais ferrosos e outros metais edifícios, latas de alimentos e bebidas; A ço - latas de alimentos, peças de auto-
móveis, a ço para a construçã o civil

Orgâ nicos Restos de comida, resí duos de jardins

Papel branco, caixa de papelã o, jornais, revistas, fotocópias, folhas de caderno e


Papel/ papelão
envelopes

Vidro Frascos de produtos alimentí cios, garrafas e vidro plano

Madeira Utensílios domésticos, entulhos e móveis

Quadro 10 - Tipos de materiais reciclá veis


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Na indústria, o problema da reciclagem nã o é diferente. A atenção deve ser voltada para a separa ção
dos objetos e suas peculiaridades.

fTlFiauE
ALERTA
Os papé is combinados com outros materiais (plastificados, metalizados, papel carbo -
no, fotografias e fitas adesivas) ou muito sujos de graxa, gordura, alimentos, e tam -
b ém os papéis higié nicos, n ã o sã o recicl á veis.
â MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL I
110

A separaçã o dos materiais deve ser feita em recipientes especí ficos para cada tipo de material, identifi-
cados por cores. Por exemplo:

a ) Vermelho: plá sticos;

b) Amarelo: metal;
c) Marrom: orgâ nicos;

d) Azul: papel/papelã o;
e) Verde: vidro;

f) Preto: madeira;
g) Laranja: resí duos perigosos;

h) Branco: resíduos ambulatoriais e de serviç os de sa úde;

i) Roxo: resí duos radioativos;

j) Cinza: resí duo geral não-reciclável ou misturado, ou contaminado nã o passí vel de separa çã o.

A imagem seguinte ilustra as lixeiras utilizadas em coleta seletiva.

UJ
r>
blilí

ORGAN ICO PL ÁSTICO RESÍDUOS


PERIGOSOS

* * *
METAL PAPELE MADEIRA
PAPELAO

Figura 67 - Lixeira para coleta seletiva


Fonte: SENAI DR BA. 2018.

Agora que já aprendemos os tipos de materiais e como separá-los corretamente, vamos conhecer no
t ópico seguinte como realizar o descarte adequado destes materiais.
6 MEIO AMBIENTE
111

6.2 DESCARTE ADEQUADO

A destinaçã o de alguns materiais específicos é sempre uma dúvida para muitas pessoas, devido à falta
de informa ção.

é necessário ter o má ximo de cuidado com alguns materiais que descartamos, pois eles podem conter
resíduos perigosos que contaminam a natureza e podem prejudicar a sa úde dos seres humanos.

Desta forma, é necessário realizar sempre o descarte de forma correta, conforme orientaçã o do quadro
seguinte.

RESÍ DUOS LOCAIS

Lixo eletrónico ONGs, associa ções e empresas privadas

Celulares e baterias Lojas que vendem esse tipo de produto

Lâ mpadas Grandes redes de loja de construção

Medicamentos Farmácias ou a Unidade Bá sica de Saúde

Pilhas e baterias Redes de supermercado e drogarias

Óleos Revendedores ou coletores autorizado pela ANP

Pontos de coleta específicos ou doar para instituições que


Borracha
reutilizam o material para construir móveis ou utensí lios.

Quadro 11 - Descarte adequado


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Para ter mais informações em relaçã o ao descarte adequado e coleta seletiva, acesse
SAIBA o portal do Centro de informações sobre reciclagem e Meio Ambiente - RECICLOTECA.
MAIS No portal, há um acervo aberto, destinado ao estudo da reciclagem e Meio Ambiente.

O descarte adequado é muito importante para evitar contaminaçã o dos recursos naturais e acidentes
com a populaçã o local, portanto é imprescindível que o t écnico em eletrot écnica tenha responsabilidade
ambiental ao buscar informações nos rótulos dos produtos quanto aos riscos e sempre descartar os mate-
riais em locais apropriados.
â MANUTENÇÃO ELÉTRICA PREDIAL E INDUSTRIAL I
112

CASOS E RELATOS

Césio- 137

Em 1987, na cidade de Goiâ nia-GO, catadores de um ferro velho entraram em uma clínica abandona-
da e encontraram no local um aparelho de radioterapia que eles acreditavam ser uma sucata como
outra qualquer e decidiram levar o objeto para o ferro velho, onde foi desmontado.

Apó s desmontar o aparelho, encontraram uma c á psula que possuí a um pó branco parecido com
sal de cozinha, mas que emitia um brilho azulado em ambientes com pouca claridade. E assim, este
pó passou a chamar a atenção das pessoas que passaram a ter contato com o mesmo. Este pó era
o cloreto de Césio-137, uma substâ ncia radioativa que em contato com seres humanos traz riscos à
saúde, podendo inclusive levar à morte, como aconteceu com 4 pessoas de forma imediata e, poste-
riormente, com mais duas pessoas.

Este acidente radiológico foi consequência da falta de descarte adequado de um equipamento que
possuía uma subst â ncia t ã o perigosa, com riscos à sa úde da popula ção. Desta forma, fica o alerta
para outros tipos de materiais que devem ser descartados adequadamente e que, apesar de nã o
serem tã o perigosos quanto um material radioativo, também trazem consequências para a sa úde
das pessoas e do Meio Ambiente.

E responsabilidade de todos cuidar do Meio Ambiente através do consumo racional dos recursos natu-
rais, descarte adequado do lixo, implanta ção de coleta seletiva e reciclagem. Os paí ses desenvolvidos t êm
aumentado cada vez mais o índice de resíduos reciclados, tendo impacto consider ável nas á reas: social,
económica e, principalmente, ambiental. Portanto, devemos nos conscientizar e ter iniciativa para juntos
buscar resultados expressivos para toda a sociedade.
6 MEIO AMBIENTE
113

RECAPITULANDO

Neste capítulo, abordamos os cuidados que devemos ter com meio ambiente, quando se trata de
descarte de lixo. Vimos que é necessá rio optar por uma coleta seletiva para amenizar a quantidade
de lixo que é levada diariamente para os aterros sanit ários, que estã o atingindo níveis insuportá veis
de lixo com consequências graves para a natureza.

Aprendemos os tipos de materiais reciclá veis, a forma de segregá-los e como descartar, principal-
mente, os resíduos perigosos adequadamente.

É importante uma conscientizaçã o e participação de todos na sociedade para que possamos ame-
nizar os danos causados a natureza. É necessá rio que o t écnico em eletrotécnica também fa ç a o
seu papel, atravé s da implanta ção de soluções inteligentes e ecologicamente corretas para que, no
futuro, as próximas gera ções tenham a oportunidade de conviver com a natureza. Os assuntos abor-
dados neste livro são apenas o início do estudo. A busca pela melhoria contínua deve ser o objetivo
de todos para ser um profissional capaz de manter- se sempre atualizado e preparado para cumprir
sua atividade com qualidade e seguranç a. Bons estudos!
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out 2017 .
MINICURRÍCULO DO AUTOR

CARLOS ROBERTO LIMA DA SILVA

Carlos Roberto Lima da Silva é Engenheiro eletricista, graduado em Engenharia Elétrica na Facul-
dade Á rea 1 no ano de 2012, atua na área de projetos elétricos prediais e industriais há 10 anos.
Fez o curso profissionalizante de Eletricista de manutençã o industrial do SENAI CIMATEC em Sal-
vador - BA. Iniciou sua carreira em 2005, atuando na área de manutençã o elétrica predial e a partir
de 2008 passou a atuar na á rea de projetos e instala ções elétricas prediais e industriais. No ano
de 2009, atuou elaborando os projetos elétricos das esta ções de gá s natural para a TRANSPETRO
em toda a região Nordeste do Brasil. Em 2010, trabalhou em projetos elétricos de plataformas de
explora ção de petr óleo no estado do Rio Grande do Norte. Em 2011, participou de projetos elétri-
cos na refinaria de Fortaleza - CE, LUBNOR. Já em 2012, participou do projeto elétrico da Unidade
de Sulfato de amónia na FAFEN-SE. No ano de 2013, participou do projeto elétrico da Unidade de
Processamento de Gá s Natural (UPGN) do polo de Arara em Urucu - AM eem 2016, participou do
projeto de amplia ção da fá brica da J. Macêdo em Simões Filho - BA. Atualmente, presta consul-
toria para empresas nas áreas prediais e industriais para desenvolvimento de projetos elétricos.
ÍNDICE

A
A montante 83, 85, 86
ANEEL 86, 87

B
BA 4 e BA 5 24, 27

D
Dielétrico 73
Disponibilidade 35, 37, 38, 39, 42, 43, 46, 50, 51, 58

E
Emissividade 97
EPI 56
EPR 70
ERP 48, 49

F
Falha 37, 38, 39, 40, 43, 48, 50, 51, 52, 53, 54, 55
FD95% 87

I
In 63
Isc 64

P
PELV 26
PRODl ST 86
PVC 70, 71, 75

R
Resist ência de contato 70

S
SELV 26
Separa ção elétrica 26
T

TMEF 50, 51
TMPR 50, 51
TPM 31, 32, 35, 36

X
XLPE 70

Z
Zona controlada 56, 57
SENAI - DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCA ÇÃ O PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA - UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Luiz Eduardo Ledo


Gerente de Tecnologias Educacionais

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordena çã o Geral do Desenvolvimento dos Livros Didá ticos

Catarina Gama Catã o


Apoio Técnico

SENAI - DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA

Ricardo Santos Lima


Coordenador do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional da Bahia

Carlos Roberto Lima da Silva


Elabora çã o

Manoel Higor Alves dos Santos


Revisã o Técnica

Edeilson Brito Santos


Coordena çã o Técnica

Marcelle Minho
Coordena çã o Educacional

Andr é Luiz Lima da Costa


Igor Nogueira Oliveira Dantas
Coordena çã o de Produçã o

Paula Fernanda Lopes Guimar ães


Coordena çã o de Projeto

Lorena Bárbara da Rocha Ribeiro


Monique Ramos Quintanilha
Design Educacional
Daiane Amando
Revisã o Ortográ fica e Gramatical

Alex Ricardo de Lima Romano


Antô nio Ivo Ferreira Lima
Daniel Soares Araújo
Fábio Ramon Rego da Silva
Thiago Ribeiro Costa dos Santos
Viní cius VidaI da Cruz
Ilustra ções eTratamento de Imagens

Nelson Ant ônio Correia Filho


Fotografia

Alex Ricardo de Lima Romano


Antônio Ivo Ferreira Lima
Leonardo Silveira
Viní cius Vida! da Cruz
Diagrama ção, Revis ão de Arte e Fechamento de Arquivo

Renata Oliveira de Souza CRB - 5 / 1 7 1 6


Normalização - Ficha Catalogr áfica

Daiane Amando
Revisã o de Diagrama ção e Padroniza çã o

Carlos Eduardo Gomes


Francisco Flávio Rocha Palácio
Thiago José Victor
Comité Técnico de Avaliaçã o

i- Comunicaçáo
Projeto Grá fico
Iniciativa da CNI - Confederação
Nacional da Indústria

ISBN 978- 855050296-C

9 786550 5 C 2960

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