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proteção e
comandos
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
Sérgio Moreira
Diretor Adjunto
Série metalmecânica - eletromecânica
proteção e
comandos
© 2014. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-
nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por
escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
_ _ _ _ ____ __ _ __ __ _
S491
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Proteção e comandos / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN, 2014.
60 p. : il. color. (Série metalmecânica. Eletromecânica)
CDD 621.31924
CDU 621.316
SENAI – DN Sede
4 Chaves de partida...........................................................................................................................................................37
4.1 Partida direta..................................................................................................................................................37
4.2 Partida estrela-triângulo ...........................................................................................................................39
4.3 Partida compensadora...............................................................................................................................41
4.4 Chaves de partidas eletrônicas................................................................................................................42
4.4.1 Inversor de frequência.............................................................................................................42
4.4.2 Soft-starter...................................................................................................................................47
5 REFERÊNCIAS....................................................................................................................................................................53
6 MINICURRÍCULO DO AUTOR.......................................................................................................................................55
7 Índice...................................................................................................................................................................................57
Introdução
Olá! Seja bem-vindo à unidade curricular Proteção e Comandos. Este conteúdo faz parte
do módulo específico do curso de Atualização Tecnológica para Docentes em Eletromecânica
(área de Metalmecânica) na Modalidade a Distância.
Nesta unidade curricular você aprenderá a interpretar projetos elétricos e automação in-
dustrial para montagem e manutenção de sistemas elétricos industriais. Também saberá como
dimensionar, selecionar e instalar componentes e acionamentos eletromecânicos para monta-
gem e manutenção de sistemas elétricos industriais.
Ao final da unidade curricular, você também estará apto a interpretar e aplicar normas téc-
nicas (NBRs e normas da concessionária para instalações elétricas industriais) regulamenta-
doras e de preservação ambiental, além de interpretar desenhos técnicos eletromecânicos,
catálogos, manuais e tabelas técnicas. Além disso, saberá identificar os dispositivos de siste-
mas elétricos, os dispositivos de sistemas de automação e utilizar sistemas de medição. Out-
ras competências adquiridas ao final deste estudo estão relacionadas à aplicação de softwares
específicos, parametrização de inversores de frequência e soft-starter, elaboração de leiautes,
diagramas e esquemas de sistemas elétricos e aplicação de conceitos de tecnologia dos mate-
riais elétricos.
Bons estudos!
Componentes para instalações elétricas
industriais
Neste capítulo você conhecerá os componentes elétricos que são aplicados em instalações
elétricas residenciais e industriais. Fique ligado, pois é muito importante entender o funciona-
mento e a aplicação dos componentes que serão abordados a seguir.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) conhecer o funcionamento dos componentes elétricos;
b) aplicar corretamente cada um desses componentes.
Inicialmente você conhecerá o contator, que é um dos componentes mais utilizados em
instalações elétricas industriais.
2.1 Contatores
O contator é caracterizado como uma chave não manual, eletromagnética, com uma única
posição de repouso, capaz de estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições nor-
mais nos circuitos.
É constituído de uma bobina que, quando alimentada, cria um campo magnético no núcleo
fixo, que atrai o núcleo móvel, fechando assim o circuito. Tirando a alimentação dos terminais
da bobina, o campo magnético é interrompido, provocando o retorno do núcleo por molas.
Observe na figura a seguir os elementos que compõem os contatores.
proteção e comandos
12
Bloco de contato
4
auxiliar frontal
Bloco supressor 6
Ip Contato Móvel
Mola
Ip Contato Fixo
Núcleo Móvel
Bobina
Ip Núcleo Fixo
REDE
CARGA
13 21 31 43
14 22 32 44
CA AC – 6a Chaveamento de transformadores.
DC – 13 Controle de eletroímãs.
* A categoria AC – 3 pode ser usada para regimes intermitentes ocasionais por um período de tempo
limitado como em set-up de máquinas; durante tal período de tempo limitado o número de opera-
ções não pode exceder cinco por minuto ou mais que dez em um período de dez minutos.
** Motor-compressor hermeticamente refrigerado é uma combinação que consiste em um compres-
sor e um motor, ambos enclausurados em um invólucro, com eixo não externo, sendo que o motor
opera nesse meio refrigerante.
Alimentação
Saída (contatos)
a b
T
RT-RE Alimentação
A1 15 A3
Posição dos terminais
Tempo Y T1
a b
Tempo ∆ T2
a b
RT-RE
Contator Y
25 26 28
16 18 A2
Contator ∆
Diagrama
A1 A3 15 25
CASOS E RELATOS
•
• Parada de um ou mais motores;
Vermelho
• Parada de unidades de uma máquina;
Parar, desligar
• Parada de ciclo de operação;
Emergência
• Parada em caso de emergência;
•
• Desligar em caso de sobreaquecimento perigoso.
Verde
•
• Partir unidades de uma máquina;
Partir, ligar, pulsar
Preto • Operação por pulsos;
• Energizar circuitos de comando.
•
Amarelo
• Retrocesso;
Intervenção
• Interromper condições anormais.
•
Azul
•
• Reset de relés térmicos;
Qualquer função,
• Comando de funções auxiliares que não tenham correla-
Branco exceto as acima
ção direta com o ciclo de operação da máquina.
•
Cores Significado Aplicações típicas
Vermelho
Condições anormais, • Temperatura excede os limites de segurança.
perigo ou alarme • Aviso de paralisação (ex.: sobrecarga).
•
Amarelo
•
Verde
Condição de serviço
• Indicação de que a máquina está pronta para operar.
segura
•
Branco
Circuitos sob tensão,
funcionamento • Máquina em movimento.
•
normal
Azul
Informações espe- • Sinalização de comando remoto.
ciais, exceto as acima • Sinalização de preparação da máquina.
Recapitulando
3.1 Disjuntores
São os dispositivos de proteção de circuitos mais comuns em baixa tensão. Na maioria das
aplicações, são termomagnéticos, equipados com disparo térmico (proteção contra sobrecarga
– característica de longa duração) e disparo eletromagnético (proteção contra curto-circuito –
característica instantânea). (BISONI, 2010, p. 26).
A figura a seguir apresenta as características construtivas dos disjuntores. Observe.
proteção e comandos
24
3.2 Fusíveis
Sinalizador
Elo fusível
Contato inferior
interno
Contato inferior
externo Figura 12 - Composição dos fusíveis D
Fonte: Adaptado de Weg (2007a)
Figura 14 - Fusível NH
Fonte: http://www.intereng.com.br/media/imagens/upload/familia/678/fusivelbaixatensao_tipo-nh_jpg_600x400_q100.jpg
São dispositivos constituídos por um par de lâminas metálicas (um par por
fase), com princípio de funcionamento baseado igual ao disjuntor motor. Tam-
bém são constituídos por um mecanismo de disparo contido num invólucro iso-
lante e com alta resistência térmica.
1 - Botão de rearme
Para rearme
automático
2 - Contatos auxiliares
2
3 - Botão de teste
1 98 97 95
4 - Lâmina bimetálica auxiliar
5 - Cursor de arraste
6 - Lâmina bimetálica principal
3 7 - Ajuste de corrente
4
5
Para rearme
manual
6
96
Além dos componentes que você acabou de observar, ele ainda possui um bo-
tão localizado na parte central, que permite parametrizar a sua atuação de acordo
com as seguintes funções, apresentadas na figura a seguir:
Seguindo a norma IEC 974, os terminais do circuito principal dos relés de so-
brecarga deverão ser identificados da mesma forma que os terminais de potência
dos contatores. Já os terminais dos circuitos auxiliares deverão ser marcados da
mesma forma que os de contatores, com funções específicas. O número de sequ-
proteção e comandos
30
ência deve ser o “9” e, se uma segunda sequência existir, será identificada com o
“0”. Acompanhe, na figura a seguir, a identificação dos terminais de potência e os
auxiliares:
Simbologia
REDE
95 1L1 3L2 5L3
96
97 98
Duplo contato 2T1 4T2 6T3
CARGA
Para ter uma interpretação correta dos circuitos elétricos é indispensável que
você relembre a aplicação e o funcionamento de todos os dispositivos elétricos
estudados anteriormente. Nesse contexto, conheça e compreenda algumas das
simbologias mais utilizadas na elaboração de circuitos elétricos (conforme norma
NBR, IEC, DIN).
-1 -3
-2 -4
Os terminais das bobinas dos relés e contator são identificados de forma alfa-
numérica A1 e A2.
Agora que você conheceu um pouco mais sobre as simbologias utilizadas em
circuitos elétricos, conheça alguns conceitos básicos utilizados em comandos elé-
tricos.
De forma simples o contato de selo memoriza o pulso gerado num botão pul-
sante, ou seja, é utilizado um contato, geralmente de um contator, ligado em pa-
ralelo com o botão liga. Observe a figura a seguir.
F1 Fusível
S1 K1 contato
de selo
Botão
liga
K1 H1
Bobina do
contator
Perceba que, quando o botão liga for acionado, o contator recebe a tensão na
sua bobina, e mesmo após o botão ser liberado, mantém a bobina energizada por
meio do contato de selo.
3.7.3 Intertravamento
R
S S
T
F1
Q1
FT1
S0
S1
S2
K1
S2
S1 K1 K2
K2 K1
FT1
K1 H1 K2 H2
M
3 ~ N
No exemplo anterior, está apresentada uma partida reversora, em que fica de-
talhada a importância do intertravamento (na figura apresentada foi executado o
intertravamento entre os contatos auxiliares das contatoras e um intertravamen-
to com as botoeiras), onde um contator só poderá ser acionado quando o outro
não estiver atuando.
proteção e comandos
34
CASOS E RELATOS
F1
Fusível
Relé de
FT1 Sobrecarga
51 K1
K1
N
Note que se qualquer um dos quatro dispositivos for atuado desliga imediata-
mente o contator K1, fazendo o desligamento do motor.
Recapitulando
Os motores elétricos apresentam uma corrente de partida muito elevada, isso acontece por-
que o motor tem uma mudança do estado de inércia em que se encontra, podendo chegar de
seis a oito vezes a corrente nominal, levando em consideração partida em vazio. Sob carga, este
valor pode chegar até dez vezes o valor da corrente nominal, com isso tem-se a necessidade de
dimensionar o cabeamento com diâmetro bem maior, levando em consideração este pico de
corrente. Outro item importante que deve ser analisado é o fator de potência, que é monitora-
do pela concessionária. Como picos de corrente, pode haver uma queda no fator de potência,
por um instante, elevando o valor a ser pago na conta de energia. Para minimizar este pico de
corrente no momento da partida, existem alguns métodos de acionamentos que podem ser
aplicados, os quais você estudará a seguir.
Assim, ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) efetuar a partida de um motor elétrico;
b) identificar um possível problema que possa acontecer no circuito de partida do motor;
c) conhecer o funcionamento e a aplicação de um inversor de frequência e de uma soft-
starter;
d) parametrizar um inversor de frequência ou uma soft-starter.
Inicialmente você estudará sobre chave de partida direta. Vamos lá!
Neste método, utilizado para efetuar a partida do motor, existe um único contator que exe-
cuta a manobra, ligando as três fases diretamente nos terminais de conexão do motor; esse
método não elimina o pico de corrente na partida. Para o motor esse é o melhor método já que
sua partida tem valores da tensão e conjugados nominais.
A partida direta só poderá ser utilizada para partir motores de até 5cv, pois um motor com
potência superior pode causar eventuais danos às instalações elétricas. Na figura a seguir você
pode observar o circuito de comando e potência de uma partida direta.
proteção e comandos
38
R
S
T
F1 Fusível
Q1 Contato auxiliar
FT1
relé de sobrecarga
Disjuntor
trifásico
S0
Botão
desliga
K1 S1 K1 contato
de selo
Contatos de Botão
potência K1 liga
FT1
Relé de sobrecarga
M
3 ~ K1 H1
Bobina do
contator
vantagens desvantagens
Sabendo que a partida direta tem suas limitações, e não diminui o pico de cor-
rente no momento da partida, há então a necessidade de utilizar outro método
que venha reduzir esta desvantagem. É o que você vai ver na próxima seção.
Neste método de partida do motor uma tensão reduzida é utilizada para ali-
mentar as bobinas do motor durante sua partida. Na partida as bobinas são fecha-
das em estrela, recebendo 58% da tensão nominal. A figura a seguir mostra um
motor seis pontas com o fechamento das bobinas em estrela.
S
1
2
4 5 U∆=UY.0,58
6
T 3
Figura 25 - Ligação estrela com tensão de triângulo (UΔ)
Fonte: Adaptado de Weg (2007a)
1 6
U∆
4 3
S 2 5 T
R R
S
T
F4
N
FT1
F1 F2 F3 K1 e K2
Fechamento
em triângulo S0
S1 K1 K3 K1 KT1 K2
K1 K2 K3
KT1 K3
Y
FT1
K1 e K3 K2
Fechamento
em estrela
M
3 ~ KT1
Y∆
K3 K1 K2 H1
vantagens desvantagens
Este método de partida alimenta as bobinas do motor com uma tensão redu-
zida. Essa redução se dá por meio da utilização de um autotransformador que é
ligado em série com as bobinas. Depois de decorrido um tempo, as bobinas são
alimentadas com a tensão nominal da rede. É utilizado para efetuar o acionamen-
to de motores em plena carga.
R FT1
R F4
S
T
N
S0
F1 F2 F3 Fusíveis
S1 K2 K1
K1 K2 K3
KT1 K3 K1 K2 K3
K1
100%
100%
100%
80%
80%
80%
FT1 T1 Autotransformador
80%
Relé de 0% 0% 0%
Sobrecarga K3 H2 K2 KT1 K1 H1
M
3 ~ N
Há alguns anos o controle de velocidade dos motores só era possível por meio
da utilização de motores de corrente contínua. Porém, esses motores apresentam
algumas particularidades que fazem com que sua utilização seja bem restrita, en-
tre elas, o alto custo do motor aliado com a necessidade de retificar a tensão da
rede para ser utilizada na sua alimentação.
N = 120 . f/p
+Vcc
R
S M
T
-Vcc
Controle
TENSÃO
Un
60 f
Perceba que existe uma relação constante entre tensão e frequência, até o
limite de 60Hz, em que é atingida a tensão máxima. A partir desse ponto a corren-
4 Chaves de partida
45
CASOS E RELATOS
4.4.2 Soft-starter
Figura 33 - Soft-starter
Fonte: Do autor (2014)
proteção e comandos
48
R TC U
REDE S TC V M
3~ 3~
T W
PF
1
CARTÃO
2
ELETRÔNICO
DE CONTROLE
CCS 1.00
ENTRADA + + SAÍDA
ANALÓGICA - - ANALÓGICA
Tensão
Rampa de subida da tensão
UNom
Up
Tp Tempo
Tensão
UNom
Up
Td Tempo
I lim
Tensão
Corrente
Up
Limitação Tempo
Recapitulando
A
Aceleração 42, 43, 46, 47, 48, 49
B
Botoeiras 18, 19, 20, 33
C
Comandos elétricos 31, 32, 33
Contatores 11, 13, 14, 15, 29
D
Desaceleração 46, 47, 49
Disjuntores 23, 24, 28, 35
F
Fusíveis 24, 25, 26, 27, 28, 30, 35
I
Inversor 9, 37, 42, 43, 44, 45, 46, 51
L
Lâminas 27, 28
M
Motores elétricos 35, 37
P
Parâmetros 45, 46, 50, 51
R
Relé 15, 16, 17, 19, 28, 29, 30, 31, 32, 34, 35, 40, 47
Relés auxiliares 15, 16
Relés de tempo 16
S
Soft-starter 9, 37, 47, 48, 49, 50, 51
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