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SÉRIE ELETROELETRÔNICA

SISTEMAS
DE MEDIDA E
REPRESENTAÇÃO
GRÁFICA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora Associada de Educação Profissional
SÉRIE ELETROELETRÔNICA

SISTEMAS
DE MEDIDA E
REPRESENTAÇÃO
GRÁFICA
© 2013. SENAI – Departamento Nacional

© 2013. SENAI – Departamento Regional de São Paulo

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI - São
Paulo, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os
Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de São Paulo


Gerência de Educação – Núcleo de Educação a Distância

FICHA CATALOGRÁFICA

S491g

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Sistemas de medida e representação gráfica / Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de São Paulo. Brasília : SENAI/
DN, 2013.
64 p. il. (Série Eletroeletrônica).

ISBN XXX-XX-XXXX-XXX-X

1. Desenho técnico 2. Sistemas de medida 3. Escalas 4. Simbologia em


redes aéreas de distribuição I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de São Paulo II. Título III. Série

CDU: 005.95

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações, quadros e tabelas
Figura 1 - Estrutura curricular da qualificação profissional de eletricista
de redes de distribuição de energia elétrica.......................................................................................10
Figura 2 -  Régua graduada com metro e submúltiplos......................................................................................18
Figura 3 -  Leitura de escala em milímetro................................................................................................................19
Figura 4 -  Leitura de escala em polegada.................................................................................................................20
Figura 5 -  Comparação de escalas no desenho de uma tecla de celular......................................................27
Figura 6 -  Postes instalados com vão básico de 30 m (em escala)..................................................................27
Figura 7 -  Representação das dimensões de uma sala........................................................................................30
Figura 8 -  Representação da escala no escalímetro..............................................................................................31
Figura 9 -  Esquema de circuitos de redes de distribuição aérea......................................................................36
Figura 10 -  Representação gráfica de equipamento que deve ser instalado..............................................39
Figura 11 -  Representações gráficas de equipamentos que devem ser retirados.....................................39
Figura 12 -  Esquema da instalação de um poste de concreto armado.........................................................40
Figura 13 -  Esquema da substituição de um poste de ferro por um de concreto armado ....................40
Figura 14 -  Esquema de instalação de postes.........................................................................................................41
Figura 15 - Esquema de Rede de Distribuição Aérea com 6 postes,
redes primária e secundária, mais aterramentos............................................................................41
Figura 16 -  Esquema de rua com equipamentos a serem identificados.......................................................42
Figura 17 - Esquema da retirada da chave de faca nº 7420 LB – NF (3);
instalação da chave de faca nº 7420 LB – NA (3).............................................................................42
Figura 18 - Esquema da substituição de chave de faca simples
por chave de faca para operar com loadbuster.............................................................................. 43
Figura 19 -  Localização da legenda em folha A4...................................................................................................45
Figura 20 -  Modelo de legenda....................................................................................................................................46
Figura 21 -  Projeto de RDA em folha A4 com legenda........................................................................................46
Figura 22 -  Diagrama elétrico unifilar de circuito de baixa tensão.................................................................47
Figura 23 -  Diagrama elétrico funcional de circuito de baixa tensão............................................................48
Figura 24 -  Diagrama elétrico multifilar de circuito de baixa tensão.............................................................48
Figura 25 -  Diagrama de distribuição de energia..................................................................................................49

Quadro 1 - Grandezas e unidades básicas do SI......................................................................................................14


Quadro 2 - Grandezas derivadas...................................................................................................................................15
Quadro 3 - Tipos de régua graduada e aplicações.................................................................................................18
Quadro 4 - Códigos dos equipamentos que compõem as RDAs......................................................................37
Quadro 5 - Símbolos comumente encontrados em esquemas de RDA.........................................................38

Tabela 1 - Prefixos do SI....................................................................................................................................................16


Tabela 2 - Dimensões dos formatos das folhas da série A...................................................................................44
Tabela 3 - Dimensões das margens das folhas........................................................................................................44
Sumário
1 Introdução...........................................................................................................................................................................9

2 Sistemas e unidades de medida................................................................................................................................13

2.1 Sistema Internacional de Unidades (SI)...............................................................................................14


2.2 Sistema inglês de unidades......................................................................................................................15
2.3 Múltiplos e submúltiplos das unidades do SI....................................................................................16
2.4 Régua graduada e conversões de unidades......................................................................................17
2.5 Unidades de medida de área...................................................................................................................21

3 Escalas.................................................................................................................................................................................25

3.1 Escalas numéricas........................................................................................................................................26


3.2 Razão e proporção.......................................................................................................................................28
3.3 Regra de três..................................................................................................................................................30
3.4 Escalas gráficas.............................................................................................................................................31

4 Leitura e interpretação de desenhos.......................................................................................................................35

4.1 Projetos de redes de distribuição aérea...............................................................................................36


4.2 Formatos das folhas e margens..............................................................................................................44
4.3 Legendas.........................................................................................................................................................45
4.4 Diagramas elétricos.....................................................................................................................................46
4.4.1 Diagrama elétrico unifilar ......................................................................................................47
4.4.2 Diagrama elétrico funcional...................................................................................................47
4.4.3 Diagrama elétrico multifilar...................................................................................................48
4.4.4 Diagrama elétrico de distribuição de energia.................................................................48

Referências............................................................................................................................................................................51

Anexo I - Simbologias utilizadas em redes de distribuição aérea (RDAs)......................................................53

Minicurrículo do autor......................................................................................................................................................59

Índice......................................................................................................................................................................................61
Introdução

Como eletricista de redes de distribuição de energia elétrica, você, por vezes, se verá diante
de plantas ou orientações de tarefas que utilizam símbolos e legendas específicas para repre-
sentar componentes e instalações. Por isso, é importante que você saiba ler e interpretar essas
representações.
Então, nesta unidade curricular, você estudará simbologias e legendas referentes a redes de
distribuição de energia elétrica bem como escalas de desenho e mapas de projetos.
Esta unidade curricular de Sistemas de Medida e Representação Gráfica compõe o Mó-
dulo Básico do curso Eletricista de Redes de Distribuição de Energia Elétrica. No quadro a
seguir, veja sua posição na estrutura curricular do nosso curso.
Sistemas de medida e representação gráfica
10

QUADRO DE ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

Módulo Básico (276 h)


• Técnicas de Redação em Língua Portuguesa (40 h)
• Fundamentos da Eletricidade (104 h)
• Sistemas de Medida e Representação Gráfica (32 h)
• Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança
nos Serviços em Eletricidade (40 h)
• Fundamentos da Redes de Distribuição (60 h)

Módulo Específico I (80 h)


• Montagem e Instalação de Redes de Distribuição (80 h)

Módulo Específico II (64 h)


• Operação de Equipamentos e Dispositivos de Redes de Distribuição (32 h)
• Manutenção de Redes de Distribuição de Energia Elétrica (32 h)

Módulo Específico III (40 h)


• Execução de Serviços Técnicos Comerciais (40 h)

Módulo Específico IV (40 h)


• Montagem, Retirada e Manutenção de Iluminação Pública (40 h)

Eletricista de Redes de Distribuição de Energia Elétrica (500 h)

Figura 1 -  Estrutura curricular da qualificação profissional de eletricista de redes de distribuição de energia elétrica
Fonte: SENAI-SP (2013)

Nos capítulos deste livro, reunimos as informações básicas para você seguir os
estudos na área, tais como medidas lineares e de área, escalas e leitura/interpre-
tação de desenhos técnicos.
Esses conhecimentos fornecerão subsídios para que você possa:
a) identificar simbologias e legendas utilizadas em serviços de redes de distri-
buição de energia elétrica;
b) interpretar plantas baixas do sistema elétrico, unidades de medida e medi-
das do padrão, escalas de desenho e projetos.
São quatro capítulos no total, incluindo esta Introdução.
1 INTRODUÇÃO
11

No capítulo 2, você estudará os sistemas de unidades de medidas inglês e in-


ternacional e verá que o sistema internacional é o mais utilizado no Brasil.
No capítulo 3, você aprenderá a fazer a leitura em escalas. Verá que interpretar
escalas é essencial para a utilização de plantas e projetos.
O capítulo 4 trata da leitura e interpretação de desenhos técnicos, apresentan-
do simbologias e legendas empregadas na Ordem de Serviço (OS). Estude-o com
muita atenção, pois você necessitará desses conhecimentos para desenvolver
suas atividades operacionais em Redes de Distribuição Aérea (RDA).
Ao realizar esses estudos, lembre-se de que um bom profissional, além dos
conhecimentos técnicos, deve cultivar uma série de capacidades que o ajudem
a estabelecer um bom ambiente de trabalho, por exemplo: trabalhar em equipe;
ser responsável; cumprir normas e procedimentos; ser detalhista; ser observador;
comunicar-se com clareza; zelar pelas ferramentas; manter concentração; prever
consequências; ser organizado.
Bons estudos!
Sistemas e unidades de medida

Você sabe que existem vários instrumentos de medida, como os medidores de energia elé-
trica que as concessionárias instalam nas unidades consumidoras. Existem também ferramen-
tas simples que medem distância, como as réguas escolares.
Neste capítulo, você estudará como ler diferentes medidas. Ao concluir o estudo, você terá
subsídios para interpretar as unidades de medida relacionadas ao seu trabalho.
Preste muita atenção e você logo perceberá que o conhecimento sobre sistemas de medida
e suas representações será importante em sua atuação profissional.
Sistemas de medida e representação gráfica
14

1 Unidade de medida 2.1 SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES (SI)


Medida ou quantidade O Sistema Internacional de Unidades (SI) é um conjunto de unidades de medi-
determinada para cada
grandeza como padrão de da que são estabelecidas como padrão de uso, com a finalidade de evitar confu-
1

comparação com outras


medidas. sões e facilitar comparações e conversões das medidas das diversas grandezas3. O
metro, por exemplo, é uma unidade de comprimento padrão pertencente ao SI
que foi oficialmente adotado pelo Brasil e por muitos outros países.

2 Medir

Comparar O Sistema Internacional de Unidades (SI) constitui uma ver-


quantitativamente uma são ampliada e mais complexa do antigo Sistema Métrico De-
grandeza com uma unidade cimal, inicialmente criado na França, em 1789, e constituído
de medida. por três unidades básicas: o metro, o litro e o quilograma. O
SI foi sancionado pela Conferência Geral de Pesos e Medidas
(1960) e adotado pelo Brasil, tornando-se mais tarde (1988)
SAIBA obrigatório em todo o território nacional. Os dois sistemas fo-
MAIS ram criados devido à antiga necessidade de muitos países de
padronizar unidades e conversões de medida e de moedas,
3 Grandeza facilitando, principalmente, as transações comerciais.
Para saber mais sobre o SI, acesse: <http://www.ipemsp.com.
Tudo o que pode ser br/index.php?option=com_content&view=article&id=346&I
associado a um valor temid=273>.
numérico e a uma
unidade, ou seja, que pode
estabelecer uma relação
de medida com algum São sete as grandezas definidas como fundamentais e, consequentemente, são
objeto. São exemplos de
grandezas: comprimento, sete as unidades básicas do SI, conforme você pode observar no quadro a seguir.
área, volume, temperatura,
potência, massa.

Quadro 1 - Grandezas e unidades básicas do SI

Grandeza básica Unidade Símbolo

Comprimento metro m

Massa quilograma kg

Tempo segundo s

Corrente elétrica Ampère A

Temperatura Kelvin K

Quantidade de matéria mol mol

Intensidade luminosa candela cd

Todas as outras grandezas podem ser derivadas daquelas consideradas bási-


cas, e suas unidades são expressas por multiplicações ou divisões das unidades
básicas. Assim, no SI define-se apenas uma unidade para cada grandeza, mas al-
gumas unidades podem ser utilizadas em várias grandezas diferentes.
2 Sistemas e unidades de medida
15

Observe no quadro a seguir alguns exemplos de grandezas e unidades deri-


vadas.

Quadro 2 - Grandezas derivadas

Grandeza derivada Unidade Símbolo

Área metro quadrado m2

Volume metro cúbico m3

Velocidade metro por segundo m/s

Aceleração metro por segundo ao quadrado m/s2

Carga elétrica Coulomb C

Energia Joule J

Força Newton N

Frequência Hertz Hz

Potência Watt W

Resistência elétrica Ohm Ω

Tensão elétrica Volt V

2.2 SISTEMA INGLÊS DE UNIDADES

Outro sistema de unidades de medida importante é o chamado Sistema In-


glês. Apesar de não ser o sistema adotado oficialmente no Brasil, em algumas
situações suas unidades são utilizadas.
Talvez você conheça algumas das unidades de medidas inglesas. O Sistema In-
glês utiliza a polegada, o pé, a jarda e a milha como unidades de comprimento.
Veja como são as conversões para o SI:
a) 1 polegada (in) = 2,54 cm;
b) 1 pé (ft) = 12 in = 30,48 cm;
c) 1 jarda (yd) = 3 ft = 36 in = 91,44 cm;
d) 1 milha (mi) = 1760 yd = 1.609,34 m = 1,60934 km.
Sistemas de medida e representação gráfica
16

5 Notação de uma 2.3 MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS DAS UNIDADES DO SI


potência
Imagine que você pretende comprar um computador. Ao entrar na loja, o ven-
Representada por an, em
que “a” é a base (número dedor imediatamente lhe oferece um modelo novo e diz que ele tem um HD de
a ser multiplicado
sucessivamente) e “n” é 1.500.000.000.000 byte de memória.
o expoente (número de
vezes que a base será É fácil perceber que essa representação é inadequada! Não é usual alguém
multiplicada). Exemplo: 34 = expressar um número tão grande dessa maneira, com tantos zeros, não acha? Isso
3.3.3.3 = 81.
dificulta muito, complica a leitura e as operações com esses números.
Agora, veja esta outra notação para o número: o computador que o vendedor
ofereceu tem 1,5 Tb (terabyte) de memória.
4 Potência matemática
Para expressar medidas extremamente grandes ou extremamente pequenas,
Valor representado por
sucessivas multiplicações o SI adotou alguns prefixos, que facilitam a representação, a leitura e os cálculos
de um mesmo número. de valores. Veja alguns exemplos na tabela a seguir.

Tabela 1 - Prefixos do SI

Nome Fator Símbolo Multiplicar por

Tera 1012 T 1.000.000.000.000

Giga 109 G 1.000.000.000

Mega 106 M 1.000.000

Quilo 103 k 1.000

Hecto 102 h 100

Deca 101 da 10

- 100 - 1

Deci 10-1 d 0,1

Centi 10-2 c 0,01

Mili 10-3 m 0,001

Micro 10-6 μ 0,000001

Nano 10-9 n 0,000000001

Pico 10-12 p 0,000000000001


2 Sistemas e unidades de medida
17

Então, voltando ao exemplo do computador, veja como utilizar o prefixo:


1.500.000.000.000
15000000000,00.102
150000000,0000.104
1500000,000000.106
150,0000000000.1010 = 150 . 1010
1,500000000000.1012 = 150 . 1012 = 1,5 tera

Notação4 é uma representação através de símbolos. A


notação científica é uma forma de apresentar núme-
ros demasiadamente grandes (ou pequenos) de forma
conveniente, a fim de facilitar os cálculos com eles.

VOCÊ Escrever um número em notação científica consiste em


representá-lo em um número entre um e nove multi-
SABIA? plicado por uma potência5 de base 10. Por exemplo,
50.000.000.000 em notação científica é 5.1010.
Na Engenharia, é comum a utilização de expoentes
múltiplos de 3 (adotando o mesmo exemplo, o número
50.000.000.000 seria escrito como 50.109).

SAIBA No site do INMETRO, você pode encontrar informações sobre


a normalização vigente no País para utilização das unidades
MAIS de medidas. Acesse: <http://www.inmetro.gov.br/>.

2.4 RÉGUA GRADUADA E CONVERSÕES DE UNIDADES

A régua com traços provavelmente é sua velha conhecida, pois você deve usá-
-la desde que entrou na escola. As réguas normalmente são fabricadas em plásti-
co, madeira ou aço. Sua graduação utiliza como unidade de medida o metro (m)
e seus submúltiplos, o centímetro (cm) e o milímetro (mm). Também pode conter
graduações em polegadas e suas frações, conforme o Sistema Inglês.
Sistemas de medida e representação gráfica
18

Veja um modelo de régua graduada com o metro e seus submúltiplos.

Figura 2 -  Régua graduada com metro e submúltiplos


Fonte: SENAI-SP (2013)

No mercado, você pode encontrar vários tipos de réguas graduadas com apli-
cações específicas, conforme quadro a seguir:

Quadro 3 - Tipos de régua graduada e aplicações

Tipo de régua Característica Ilustração

Fita metálica ou de fibra flexível


com graduação gravada a tinta
em uma ou ambas as faces. É
Trena
muito utilizada por profissionais
das áreas de Construção Civil,
Marcenaria e Elétrica.

Régua rígida graduada, normal-


mente com 2 m de comprimento,
Metro articulado segmentada e articulada, o que
ou de carpinteiro facilita seu transporte. Muito utili-
zada por pedreiros, marceneiros e
eletricistas.

Fita de tecido ou plástico com


escala gravada a tinta nas duas
Fita métrica
faces. Comumente utilizada por
alfaiates e costureiras.

Nesses instrumentos, as graduações também são chamadas de escalas em de-


senho técnico. Normalmente, as escalas em metro têm traços que distam um dos
outros em 1 mm, sendo graduadas a cada 10 mm com o valor em centímetro.
2 Sistemas e unidades de medida
19

Para obter um resultado de medição confiável e correto, veja as dicas seguintes.


a) Use um plano de referência como apoio para a régua, o qual pode ser uma
peça ou objeto cuja medida se quer ler.
b) Escolha o tipo de escala para efetuar a leitura: milímetro, centímetro ou po-
legada (“sobre o número ½”, lê-se “meia polegada”).
c) Encoste o início da escala com o início do objeto (ponto zero).
d) Referencie o extremo do comprimento a medir com um traço da escala;
lendo a outra extremidade, temos valor em milímetros e em polegadas.
Nas figuras a seguir, temos exemplos de medição de peças em duas escalas: na
parte superior da régua, em polegadas, e na parte inferior, em centímetros.
Da primeira peça, faremos a medição em milímetro (mm). Iniciaremos pelo
primeiro número inteiro, logo após o zero, ou seja, o número 1 (1 cm ou 10 mm).
Por isso, após a leitura, precisamos descontar 1 (1 cm ou 10 mm) do valor total
lido. Veja como é feita essa medição.

32 1 2 3 64

1 2 3 4 5 6 7 8

64mm

32 1 2 3 64 4 5 6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Figura 3 -  Leitura de escala em milímetro


Fonte: SENAI-SP (2013)

No exemplo da figura 3, do valor de 74 mm, obtido na leitura, devemos sub-


trair 10 mm, o que nos dá o resultado de 64 mm.
Sistemas de medida e representação gráfica
20

Vejamos, agora, como efetuar a leitura em polegada. Observe onde é o início e


o final da peça em questão.

1
22 ”

1 2 3 64

2 3 4 5 6 7 8 9

32 1 2 3 64 4 5 6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Figura 4 -  Leitura de escala em polegada


Fonte: SENAI-SP (2013)

Temos, na figura 4, a medição da peça na escala em polegada, representada


pelo símbolo ”. Observe que a distância entre um traço e outro está indicada no
próprio corpo da escala, que normalmente representa um trinta e dois avos de
 1 ′′ 
polegada, ou seja,  .
 32 
Para fazer a medição, referencie o extremo do comprimento a medir com um
traço da escala (por exemplo, 1”) e leia a outra extremidade. O valor encontrado é
16 ′′
de 3 . Como a leitura foi iniciada em 1”, temos que subtrair esse valor do resul-
32
tado encontrado. Então, temos:

16 ′′ 16 ′′
3 − 1′′ =
2
32 32
2 Sistemas e unidades de medida
21

Logo, o resultado é dois inteiros e dezesseis trinta e dois avos de polegada.


Como devemos simplificar toda leitura feita em polegada fracionária, o resultado
1′′
fica: 2 (dois inteiros e um meio da polegada). Obtemos esse valor dividindo
2
1
16 por 16 e 32 por 16, o que nos dá .
2
Durante a leitura e o posicionamento da escala, fique atento:
a) ao ponto de início da leitura da escala;
b) à possibilidade de ocorrerem erros de interpretação quanto à escala esco-
lhida;
c) às interferências externas no trajeto desejado, como acontece em trechos
curvos.

2.5 UNIDADES DE MEDIDA DE ÁREA

Agora que você já viu como efetuar as medições, vamos ao cálculo de áreas.
Para determinar a área de uma superfície plana retangular, é necessário
conhecer o comprimento e a largura. Imagine uma área retangular com 8 m de
comprimento e 5 m de largura. Para calcular a medida da área, basta multiplicar o
comprimento pela largura (8 × 5). Portanto, nesse exemplo, a área é igual a 40 m2.
Em superfícies quadradas, o procedimento é o mesmo, bastando ter a medida
de um dos lados. Assim, um quadrado cujos lados possuem 3 m, por exemplo,
tem área de 9 m2 (3 × 3).
Toda vez que encontrarmos o valor da área de uma figura, teremos as unida-
des de distância elevadas ao quadrado. Exemplos de unidades elevadas ao qua-
drado são o quilômetro quadrado (km2) e o centímetro quadrado (cm2).
Sistemas de medida e representação gráfica
22

CASOS E RELATOS

Um terreno inexistente
Ao ler os classificados de um jornal de grande circulação, observei a venda
de um terreno situado em uma área urbana cujas medidas deixaram dúvidas.
O anúncio divulgava a venda de um lote residencial de 5.000 km2 em uma
região que não dispõe de terrenos com essa dimensão. Outro detalhe que
chamava a atenção era o preço, pois um terreno com essa área naquele
local teria um valor mais alto do que o informado.
Interessado na compra do terreno, entrei em contato com o vendedor, que
informou que o anúncio havia sido publicado com um erro justamente na
medida da área do terreno. A área correta era, na realidade, de 5.000 m2.
Agradeci a atenção do vendedor, mas confesso que fiquei um tanto frustra-
do, pois um terreno de 5.000 m2 naquela localidade, na minha opinião, não
deveria ter preço tão elevado quanto o anunciado.
Com esse relato, podemos perceber a importância de referenciar unidades
de medida de forma correta, pois erros de medição podem trazer conse-
quências indesejáveis.
2 Sistemas e unidades de medida
23

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você estudou os sistemas de medidas e viu que, no Brasil,


adotamos como padrão o Sistema Internacional de Unidades (SI).
Também estudou como fazer algumas conversões entre unidades de medi-
das de comprimento e como calcular áreas de figuras retangulares, além de
conhecer algumas medidas de área.
Agora, acompanhe os demais capítulos desta unidade para compreender
as representações gráficas que utilizará em sua função como eletricista.
Escalas

Neste capítulo, você estudará as escalas e suas aplicações.


Esperamos que, ao término do estudo, você tenha subsídios para interpretar:
a) escalas de desenho;
b) medidas do padrão;
c) unidades de medida.
Preste muita atenção e você logo perceberá que os conteúdos que são tratados neste capí-
tulo serão muito importantes para a sua atuação como eletricista de redes de distribuição de
energia elétrica.
Sistemas de medida e representação gráfica
26

3.1 ESCALAS NUMÉRICAS

Vamos supor que alguém lhe pedisse para desenhar um automóvel. Você o
faria em tamanho real? Com certeza não! Seria necessário um papel enorme ou a
junção de várias folhas. Logicamente, você faria o desenho bem menor.
Mas suponhamos que você precisasse representar o carro respeitando as pro-
porções de cada uma das peças. Nesse caso, você deve utilizar uma escala.
Agora, se o seu desafio fosse desenhar uma pulga, de modo a permitir que
um observador, a olho nu (sem lentes de aumento), visse todos os detalhes desse
inseto (patas, olhos, boca), você também deveria recorrer à escala.
Uma escala é a relação entre as dimensões de um desenho e o objeto por ele
representado. O desenho pode ser a representação aumentada ou diminuída de um
objeto. Assim, ter o desenho em escala significa apresentar o objeto em tamanho:
a) real (somente 1:1, lê-se “um para um”);
b) reduzido (por exemplo, 1:2, lê-se “um para dois”);
c) ampliado (como 5:1, lê-se “cinco para um”).
Assim, temos os tipos de escalas seguintes.
a) Escala natural: é aquela em que o tamanho do desenho técnico é igual ao
tamanho real da peça, ou seja: D = N (D é distância gráfica e N é distância
natural). Como exemplo, podemos citar o desenho de um prego com di-
mensões em centímetros na escala 1:1.
b) Escala de redução: é aquela em que a representação gráfica é menor que o
tamanho real, ou seja: 1 < N. Um exemplo é a planta baixa de uma casa em
centímetros na escala 1:50.
c) Escala de ampliação: é aquela em que o tamanho do desenho técnico é
maior que o tamanho real da peça, ou seja: D > 1. A representação da cabe-
ça de um alfinete é um exemplo; para ampliá-lo, podemos usar a escala 2:1.
Porém, você precisa saber que no desenho técnico as projeções devem ser
executadas de forma que seja possível ler com clareza (sem exageros para maior
ou para menor) as dimensões de uma peça a ser produzida.
Se você tiver que desenhar uma tecla de seu celular, muito provavelmente o
desenho será maior que o tamanho da peça, ou seja, você aplicaria uma amplia-
ção para que pudesse detalhar toda a tecla.
3 escalas
27

R 30

0,8
20
R 30

0,8
20

2abc 3

2abc
6,5

natural
(escala 1:1)
3

6,5

escala 5:1
Figura 5 -  Comparação de escalas no desenho de uma tecla de celular
Fonte: SENAI-SP (2013)

Observe, na figura 5, a dificuldade para interpretar o desenho em escala natu-


ral (1:1) e como é fácil reconhecer dimensões e detalhes da peça na escala 5:1, ou
seja, ampliada cinco vezes em relação ao tamanho real.
Agora, pense e responda: para representar no papel um projeto de instalação
de postes em uma rua, qual é a melhor escala?
Se você respondeu que é a escala de redução, acertou. Mas saiba que, em um
projeto, normalmente o projetista já coloca a escala que foi utilizada. Veja o exem-
plo a seguir.
Na figura 6, é possível identificar que os postes instalados na rua estão com um
vão básico (vão padronizado pela concessionária) de 30 m e na escala 1:1000 (lê-se
“um para mil”). Observe como é feita a medição utilizando uma régua. Essa medição
também pode ser realizada com uma trena graduada em milímetro ou centímetro.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

3 cm = 30 m para escala utilizada

Figura 6 -  Postes instalados com vão básico de 30 m (em escala)


Fonte: SENAI-SP (2013)
Sistemas de medida e representação gráfica
28

As escalas para desenhos são utilizadas na relação matemática entre o com-


primento e a distância representativa d e distância real medida D. Por exemplo,
imagine a distância entre dois pontos quaisquer em um mapa (d) e a distância real
entre esses mesmos pontos (D) na superfície terrestre. Assim, temos:

d 1
Escala = , ou seja: Escala =
D N

Em que N indica o fator de redução entre a grandeza gráfica e seu tamanho


real no terreno.
Portanto, se utilizarmos 1:1, significa que não temos nenhuma mudança nas
escalas representativa e real, mas se fizermos 1:10, temos o desenho ampliado
dez vezes do tamanho real.

VOCÊ A utilização das escalas em desenho técnico segue a


norma NBR 8196, da Associação Brasileira de Normas
SABIA? Técnicas (ABNT).

Em desenho técnico, temos sempre uma relação entre distância gráfica D e


distância natural N diante do que está sendo representado, podendo ser, por
exemplo, uma peça, um equipamento, instalações hidráulicas, elétricas ou obras
da construção civil.
Quando fazemos um desenho diretamente no papel, temos que fazê-lo em
uma escala definida, porém, quando fazemos no computador, a definição da es-
cala é feita no preparo para a impressão.
Imagine um terreno que mede 12 x 30 m (distância natural - N) e que foi dese-
nhado em uma folha de papel A4. Optou-se por desenhar um retângulo de 12 x
30 cm (distância gráfica - D) para fazer a representação. Nesse caso, cada metro no
terreno vale 1 cm no papel e todos os detalhes do desenho seguem a relação de 1
para 100, ou seja, 1:100, logo temos que a escala utilizada é de redução.

VOCÊ As distâncias entre postes são chamadas de vão. Geral-


mente medem 35 m ou 40 m. Quando representadas no
SABIA? papel, podemos utilizar escala de redução 1:50.

3.2 RAZÃO E PROPORÇÃO

Razão é uma divisão entre dois números, geralmente representada na forma


fracionária. Uma igualdade entre duas razões é chamada de proporção.
3 ESCALAS
29

Por exemplo:

1 3
= é uma proporção.
4 12

1 3
Além disso, se efetuarmos as duas divisões e , obtemos o mesmo resul-
4 12
tado (0,25), ou seja, essas duas razões são proporcionais.
Observe que, para encontrar uma razão que seja proporcional à outra, basta
multiplicar (ou dividir) os dois números de uma razão por um mesmo valor:

1⋅ 3 3
=
4 ⋅ 3 12

Esse cálculo é bastante útil nos casos em que precisamos encontrar uma razão
1 5
que seja proporcional à outra. Por exemplo, na proporção = , como determi-
4 x
nar o valor de x?
Sabemos que o número a ser multiplicado (ou dividido) pelos dois números da
1
razão deve ser o mesmo. Assim, como 1⋅ 5 = 5 , basta multiplicar 4 também por
4
5, mantendo proporção:

1⋅ 5 5
=
4 ⋅ 5 20

Portanto, x = 20.
Observe que podemos encontrar infinitas razões proporcionais a essas apenas
multiplicando (ou dividindo) um valor escolhido pelos números de uma das razões:

×3 ×2
1 3 5 10
= = =
4 12 20 40

×5

Com base nesse exemplo, podemos verificar a propriedade da proporcionali-


dade:

3 10 3 5
= =
12 40 12 20

3 × 40 = 12 × 10 3 × 20 = 12 × 5
Sistemas de medida e representação gráfica
30

Essa propriedade é utilizada na regra de três, que serve para encontrar um


valor de uma proporção. Conheça-a no tópico a seguir.

3.3 REGRA DE TRÊS

Como você viu anteriormente, quando temos um desenho que está na escala
1:50 (1 para 50), significa que cada 1 cm no papel, isto é, no próprio desenho, equi-
vale a 50 m da área que está sendo representada graficamente.
Imagine uma sala com as dimensões reais de 8 x 5 m.

8 metros

5
metros

Figura 7 -  Representação das dimensões de uma sala


Fonte: SENAI-SP (2013)

Se desenharmos a planta baixa dessa sala utilizando 1 cm para representar a


parede de 5 m, quantos centímetros representam a outra parede (de 8 m)?
Para resolver essa questão, utilizamos a regra de três.

5m 1 cm
=
8m ?

Fazemos a multiplicação em cruz: 5 . ? = 8 . 1.


Logo ? = 8/5 = 1,6 cm.
Na planta, nesse caso, devem ser utilizados os valores 1 cm e 1,6 cm para repre-
sentar as paredes de 5 m e de 8 m, respectivamente.
3 escalas
31

SAIBA Faça uma pesquisa na internet sobre mockups, modelos e


protótipos e veja como esses recursos podem ser úteis no
MAIS projeto de escritórios, máquinas e equipamentos.

3.4 ESCALAS GRÁFICAS

Escala gráfica é uma linha dividida ou uma régua graduada que serve para
determinar sem cálculos, imediata e indiretamente, a distância natural com base
na distância gráfica e vice-versa.
Assim, se um desenho está na escala 1:50, podemos ler diretamente todas as
dimensões sem cálculos, apenas medindo o desenho com uma escala gráfica.
Existem escalas gráficas de plástico, como o escalímetro, o qual possui, em
uma só peça, seis escalas diferentes graças à forma triangular.
No escalímetro, podemos encontrar as escalas: 1:20; 1:25; 1:50; 1:75; 1:100,
1:125, entre outras.
Dessa forma, é possível identificar a escala utilizada em um desenho medindo
uma distância gráfica e comparando com o valor escrito.
Na figura 8, temos um escalímetro no qual destacamos a escala 1:20. Observe
que o primeiro traço maior representa um metro na realidade ou na medida real.

1m

Figura 8 -  Representação da escala no escalímetro


Fonte: SENAI-SP (2013)
Sistemas de medida e representação gráfica
32

CASOS E RELATOS

Casos e relatos
Um eletricista, ao realizar sua tarefa, desconfiou que as distâncias entre as
redes aéreas de distribuição primária e secundária não atendiam aos cri-
térios de segurança vigentes, pois os cabos da rede primária não estavam
esticados, o que os levava a fazer uma barriga entre os vãos dos postes.
Como o problema não impedia a realização dos serviços, o eletricista exe-
cutou a tarefa normalmente, mas anotou as irregularidades observadas e
rapidamente informou a concessionária distribuidora de energia elétrica.
Uma equipe de construção e manutenção da concessionária foi designada
a regularizar os problemas anotados pelo eletricista. Logo perceberam o
perigo que os cabos ofereciam, pois a qualquer momento poderia haver
uma indução magnética, o que provocaria curto-circuito entre as fases, cul-
minando no desligamento do fornecimento de energia elétrica.
Com os equipamentos e as ferramentas adequados, a equipe de construção
e manutenção esticou os cabos da rede primária, ajustando as distâncias
entre as redes de acordo com o padrão estabelecido pela concessionária.
A atitude prevencionista do eletricista evitou a interrupção do fornecimen-
to de energia elétrica e, consequentemente, transtornos e aborrecimentos
para toda a comunidade e para a concessionária.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você aprendeu como interpretar medidas e transformá-las


em diferentes escalas.
Esse conhecimento ajudará você a interpretar projetos e plantas que esta-
rão presentes em seu trabalho a todo momento. O que estudamos também
permite que você reduza ou amplie desenhos mantendo as proporções.
Além disso, aplicando a regra de três, você pode ter clareza do tamanho real
de objetos ou de áreas.
3 escalas
33

Anotações:
Leitura e interpretação de desenhos

Em seu trabalho como eletricista de redes de distribuição de energia elétrica, você terá de
ler desenhos de plantas elétricas, esquemas e diagramas e para tanto precisará interpretar
símbolos e representações gráficas de equipamentos, dispositivos elétricos, postes, cabos elé-
tricos, enfim, componentes que serão instalados nas Redes de Distribuição Aérea (RDAs). Por
isso, é muito importante que você tenha condições de interpretar esses desenhos para execu-
ção de suas tarefas diárias.
Assim, neste capítulo, você estudará as representações utilizadas em projetos e terá subsí-
dios para:
a) identificar a simbologia utilizada em projetos de instalações elétricas;
b) identificar simbologia e legendas de esquema de montagem, mapeamento e sistema
elétrico referentes a redes de distribuição de energia elétrica;
c) interpretar a planta baixa do sistema elétrico.
Estude com muita atenção e você logo perceberá que a leitura e interpretação de dese-
nho técnico é amplamente utilizada na execução das tarefas do eletricista de redes.
Sistemas de medida e representação gráfica
36

1 Loadbuster (LB) 4.1 PROJETOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA


É um equipamento Mapas, plantas ou projetos de redes de energia são representações gráficas de
utilizado em alta tensão
para abertura de chaves de uma parte de um sistema de distribuição ou de um circuito elétrico que possuem
faca ou chaves-fusíveis em
carga, a distância. simbologia específica. Geralmente, as plantas elétricas são elaboradas em medi-
das representativas ou em escalas numéricas.
Dizemos que um projeto é um desenho no qual se representam os compo-
nentes da rede de distribuição com medidas e distâncias reais. Um projeto tem a
finalidade de orientar a construção, a expansão, a manutenção, as mudanças e/ou
as reformas de um ambiente/local.
Esquemas ou diagramas elétricos são também representações de circuitos
muito utilizadas em Ordens de Serviço (OSs) entregues aos eletricistas para exe-
cução de instalação ou manutenção de redes de distribuição.
Na figura 9, você vê um exemplo de esquema de circuitos elétricos.

a) estai de cruzeta H2-H3A


e estai de poste
projetados

b) FLY-TAP
projetado. c) FLY-TAP
a retirar.

FLY-TAP FLY-TAP

Figura 9 -  Esquema de circuitos de redes de distribuição aérea


Fonte: SENAI-SP (2013)

Não se preocupe caso não tenha decifrado os símbolos contidos nesse dese-
nho, pois estudaremos detalhadamente cada um deles.
Apesar de adotarem diferentes padrões em cada região para executar as estru-
turas utilizadas na construção de redes de distribuição aérea, as concessionárias
ou distribuidoras de energia elétrica em todo o Brasil procuram seguir a mesma
simbologia, com pequenas alterações.
4 Leitura e interpretação de desenhos
37

As normas referentes à simbologia são aplicadas em zonas urbanas e rurais,


dentro da área delimitada de atuação da concessionária local, com o objetivo de
estabelecer critérios básicos para mapeamento, cadastramento e apresentação
de projetos do sistema de distribuição, fornecendo os requisitos para representa-
ção gráfica em mapas, plantas e projetos.

A simbologia aplicada em Redes de Distribuição Aérea


(RDAs) geralmente é apresentada em forma de Norma
Técnica (NT) e definida regionalmente. Por exemplo, a
Companhia Energética de Goiás (CELG) refere-se à norma
VOCÊ NTC 06, estabelecendo uma simbologia própria; a Com-
SABIA? panhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul
(CEEE-D) adota a norma STD 00.001; e a Companhia Para-
naense de Energia (Copel) utiliza como referência a nor-
ma NTC 855.011, bem como o estabelecido pela Aneel,
em 2008, no Ofício Circular nº 1.962/2008-SFF/Aneel.

Para a representação dos desenhos de esquemas elétricos, utilizamos as esca-


las métricas, que podemos definir, conforme já estudamos, como a relação ma-
temática entre o comprimento ou a distância representada no papel e a situação
real apresentada.
Iniciaremos o estudo da simbologia relacionada ao trabalho com eletricidade
pela apresentação dos códigos utilizados em projetos, que são formados por si-
glas, como você pode observar no quadro 4.

Quadro 4 - Códigos dos equipamentos que compõem as RDAs

Equipamento Código

Chave-fusível para operar com loadbuster (LB)1 BF

Chave-fusível simples BFS

Chave de faca para operar com loadbuster (LB) CF

Chave de faca-fusível CFF

Chave de faca simples CFS

Estação transformadora de distribuição ETD

Cruzamento ou derivação de RDA primária ou


FLY-TAPE
secundária

Estai de poste H2

Estai de cruzeta H3A

Chave normalmente aberta NA

Chave normalmente fechada NF


Sistemas de medida e representação gráfica
38

Vamos agora à apresentação dos símbolos.


As aplicações para simbologia são estabelecidas pela concessionária de ener-
gia local e aprovadas pela Aneel. Por isso, para interpretação de um projeto, você
deve, primeiramente, conhecer a simbologia adotada pela concessionária da sua
região. Alguns símbolos mais comuns costumam ser representados de maneira
semelhante pela maioria delas.
Conheça, no quadro a seguir, os principais símbolos comumente encontrados
em um esquema elétrico.

Quadro 5 – Símbolos comumente encontrados em esquemas de RDA

Descrição Símbolo

Aterramento padrão

Chave-fusível com abertura em carga

Chave de faca com abertura em carga

Inserção de dados sobre equipamentos ou materiais


para instalação ou retirada

Poste de concreto armado circular

Poste de concreto do tipo duplo T

Poste circular de madeira

Retirada de equipamento ou material

Rede aérea primária

Rede aérea secundária

Transformador
4 Leitura e interpretação de desenhos
39

Voltando à figura 9, vamos entender o esquema que usa os símbolos contidos


no quadro 5.
Na figura 9, os componentes que devem ser instalados são representados por
um retângulo.

Figura 10 -  Representação gráfica de equipamento que deve ser instalado


Fonte: SENAI-SP (2013)

Os componentes que devem ser retirados ou substituídos estão com seus có-
digos dentro do retângulo e marcados com um X, ou simplesmente com um X
sobre o código.

FLY-TAPE

Figura 11 -  Representações gráficas de equipamentos que devem ser retirados


Fonte: SENAI-SP (2013)

Se você novamente observar a figura 9, verá que existe a indicação de equipa-


mentos que serão instalados bem como dos que serão retirados. Perceba que, no
item a, o esquema solicita a instalação de estaiamento do poste (H2) e da cruzeta
(H3A). Já no item b, é pedida a instalação de um fly-tape (cruzamento de rede com
conexão) à esquerda e a retirada de outro à direita.
Caso haja necessidade de ser retirado, instalado ou substituído mais de um
item, é possível representar tais elementos em uma única linha. Para tanto, utili-
zamos o ponto e vírgula (;), que indica a separação dos campos com os devidos
itens listados.
Vamos tomar como exemplo a retirada de um poste de código 23, equipado
com uma estrutura P23(3) e uma chave de faca. Nesse caso, podemos juntar esses
três itens em uma única linha da seguinte forma:

23;P23(3); CF

Os códigos dos postes são definidos pela concessionária


SAIBA regional. Consulte no site da distribuidora ou concessionária
MAIS de energia da sua região os manuais e os padrões de postes
utilizados.
Sistemas de medida e representação gráfica
40

Para melhor compreensão, vamos apresentar alguns exemplos de solicitações


de projeto e de esquemas que utilizam os símbolos indicados no quadro 5. Lem-
bre-se de que o eletricista de redes tem que interpretar desenhos para executar
as Ordens de Serviço que venha a receber.

Exemplo 1

Ordem de Serviço (OS) – Instalar um poste de concreto armado circular com


12 m x 600 daN (código 23) na Rua Fortunato.
Observe o desenho esquemático para execução e identifique o uso das simbo-
logias que estudamos.
Solução:

Rua Fortunato

23

Figura 12 -  Esquema da instalação de um poste de concreto armado


Fonte: SENAI-SP (2013)

Você observou que aplicamos a simbologia para representar o poste de con-


creto armado circular. Também sinalizamos a instalação do poste de código 23
dentro do retângulo. Lendo esse esquema, você sabe exatamente que tipo de
poste deve instalar para atender à OS.

Exemplo 2

Ordem de Serviço (OS) – Substituir um poste de ferro de código 15 por um de


concreto armado circular de código 14.
Solução:

15 F

14 x 15 F

Figura 13 -  Esquema da substituição de um poste de ferro por um de concreto armado


Fonte: SENAI-SP (2013)
4 Leitura e interpretação de desenhos
41

Observe que o poste de ferro de código 15 a ser retirado apresenta o código


dentro de um retângulo marcado com um X; já o poste de concreto armado circu-
lar a ser instalado está sinalizado dentro do retângulo sem a marcação X.

Exemplo 3

Agora, no esquema a seguir, veja se você consegue identificar a tarefa a ser


realizada.

15 14 15
Figura 14 -  Esquema de instalação de postes
Fonte: SENAI-SP (2013)

Solução:
Nesta situação, o esquema (projeto) solicita a instalação de dois postes de ma-
deira de código 15 e a retirada de um poste de madeira de código 14.

Exemplo 4

Desenhe uma rua com 6 postes de concreto armado circular, com redes pri-
mária e secundária a serem instaladas. Entre os postes de nº 2 e nº 3, existe uma
mudança de bitola de condutores na rede primária; nos postes de nº 1 e nº 6,
deve-se efetuar aterramento.
Solução:

1 2 3 4 5 6
Figura 15 -  Esquema de Rede de Distribuição Aérea com 6 postes, redes primária e secundária, mais aterramentos
Fonte: SENAI-SP (2013)

Observe que os símbolos dos postes variam de acordo com as características


construtivas (material, formato e outros aspectos).
Sistemas de medida e representação gráfica
42

Exemplo 5

Agora, veja se você consegue identificar na figura 16 os componentes instala-


dos na rede.

Figura 16 -  Esquema de rua com equipamentos a serem identificados


Fonte: SENAI-SP (2013)

Solução:
De acordo com a simbologia, temos um transformador alimentando uma rede
secundária, 11 postes do tipo duplo T alimentando consumidores secundários e 4
postes de madeira em rede secundária.
Vamos agora envolver, além dos postes e cabos, os equipamentos de proteção
e manobra. Os números dos equipamentos devem ser indicados para fins de re-
presentações e projetos. Veja nos exemplos a seguir.

Exemplo 6

Ordem de Serviço (OS) – Substituir a característica de operação da chave de


faca nº 7420 LB – NF (3) para nº 7420 LB – NA (3).

carga fonte

7420
NF
NA
Figura 17 -  Esquema da retirada da chave de faca nº 7420 LB – NF (3); instalação da chave de faca nº 7420 LB – NA (3)
Fonte: SENAI-SP (2013)
4 Leitura e interpretação de desenhos
43

Exemplo 7

Ordem de Serviço (OS) – Substituir a chave de faca simples nº CFS 1200 - NA


por chave de faca do tipo CF para operar com loadbuster, em rede de 15 kV, com
poste de madeira circular com 12 m x 600 daN (código 23).

NA
circ. A circ. B

1200
23;P23(3);CFS
CF

Figura 18 -  Esquema da substituição de chave de faca simples por chave de faca para operar com loadbuster

CASOS E RELATOS

A turma de eletricistas de uma empresa terceirizada estava prestando ser-


viços para uma distribuidora de energia elétrica. Um dos profissionais, ao
interpretar um desenho técnico para execução dos serviços na Rede de Dis-
tribuição Aérea (RDA), identificou o pedido de substituição de uma chave-
-fusível simples. O eletricista, com a colaboração de seus colegas, pronta-
mente executou o serviço segundo sua interpretação do esquema.
Porém, quando o encarregado da turma foi inspecionar o trabalho, logo
percebeu que o eletricista havia cometido um erro, pois o projeto solicitava
a substituição de uma chave-fusível simples por uma chave-fusível para ser
operada com loadbuster (LB).
O encarregado prontamente orientou os eletricistas de que a chave a ser
substituída deveria ter o dispositivo para ser operada com LB, e eles tiveram
que refazer o trabalho.
Note que um erro na interpretação do desenho técnico resultou em atraso
na execução da tarefa, pois o trabalho teve que ser refeito, podendo inclu-
sive comprometer os prazos estabelecidos pela concessionária para regu-
larização dos defeitos encontrados na RDA.
Sistemas de medida e representação gráfica
44

4.2 FORMATOS DAS FOLHAS E MARGENS

Em desenho técnico, os formatos das folhas e margens seguem normalização


da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), conforme a norma NBR 10068.
Do formato básico de folha, designado por A0 (lê-se “A zero”), deriva a série A
de padrões, na qual temos: A0, A1, A2, A3 e A4. Cada um desses formatos tem
dimensão ou tamanho em milímetro (mm). O tamanho A0 é o maior da série, e o
tamanho A4, o menor. Veja a tabela 2.

Tabela 2 - Dimensões dos formatos das folhas da série A

Formato da
Largura (mm) Altura (mm)
folha

A0 841 1189

A1 594 841

A2 420 594

A3 297 420

A4 210 297

Como você pode ver, uma folha de sulfite comum tem o tamanho A4. Logo, na
sequência, A3 será maior que A4; A2 maior que A3; e assim por diante.
Cada tamanho de folha possui dimensões definidas para suas margens, dadas
pela norma da ABNT. Observe a tabela 3 a seguir.

Tabela 3 - Dimensões das margens das folhas

Formato da Margem esquerda Demais margens


folha (mm) (mm)

A0 25 10

A1 25 10

A2 25 7

A3 25 7

A4 25 7
4 Leitura e interpretação de desenhos
45

4.3 LEGENDAS

A legenda é um retângulo com informações localizada no canto inferior à di-


reita do projeto. Ela tem a finalidade de facilitar uma consulta rápida para identifi-
car e interpretar o desenho técnico apresentado.
De acordo com a norma NBR 10582, a legenda de um desenho técnico deve
conter as seguintes informações:
a) designação da empresa que elaborou o projeto;
b) nome e assinatura do projetista, desenhista ou outro responsável pelo con-
teúdo do desenho;
c) local e data da realização do projeto;
d) nome e indicação do local onde será executado o projeto;
e) conteúdo do desenho;
f ) número do desenho;
g) escala adotada;
h) nome do responsável pela revisão do projeto;
i) indicação do método de projeção adotado;
j) unidade de medida utilizada.
A figura 19 traz um exemplo de localização de legenda na folha A4, quer seja
na orientação retrato, quer seja na orientação paisagem.

LEGENDA
LEGENDA

legenda na orientação retrato legenda na orientação paisagem


Figura 19 -  Localização da legenda em folha A4
Fonte: SENAI-SP (2013)

Na figura 20, a seguir, temos um modelo de legenda utilizado em projetos de


redes distribuidoras de energia elétrica.
SISTEMAS DE MEDIDA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
46

siglas de
operações

LOCAL: OSE:
NOME FANTASIA CLIENTE: ODI:
OBRA: ODD:
ODS:
PROJETISTA: DATA: APROVAÇÃO: SOLICITAR ALINHAMENTO
FISCAL: DATA: AVISAR:
CADASTRO: ESCALA:
EMPREITEIRA: REF:
FOLHA:

Figura 20 - Modelo de legenda


Fonte: SENAI-SP (2013)

Na figura 21, você pode observar um projeto de RDA com legenda aplicada na
parte inferior da folha de formato A4 com orientação retrato.

23;2xM3(3);S45(1)

15;M3(3);S45(1)

20;M2(3)-M3(3);S44(1)
8
6
A3x1/0(A336)

20; M1(3); ET4A;4xUnC61230


A3

20;M1(3);2xUnC61230 20;CF1;AFS4F 20;M4(3);2xUnC61230 23;M3(3);2xUnC61230


x1
/0
(A
1x3

5 4 3 2 1
/0
)

A3x1/0(A3/0);A3x336 A3x1/0(A3/0);A3x336

15;M3(3);S45(1)

9 LOCAL: OSE:
EMPRESA CLIENTE: ODI:
OBRA: ODD:
ODS:
PROJETISTA: DATA: APROVAÇÃO: SOLICITAR ALINHAMENTO
FISCAL: DATA: AVISAR:
CADASTRO: ESCALA:
EMPREITEIRA: REF:
FOLHA:

Figura 21 - Projeto de RDA em folha A4 com legenda


Fonte: SENAI-SP (2013)

4.4 DIAGRAMAS ELÉTRICOS

Diagramas elétricos são esquemas ou desenhos técnicos nos quais são repre-
sentadas as instalações elétricas ou parte delas por meio de símbolos.
O diagrama elétrico pode ser:
a) unifilar;
b) funcional;
4 Leitura e interpretação de desenhos
47

c) multifilar;
d) de distribuição de energia.

4.4.1 Diagrama elétrico unifilar

O diagrama elétrico unifilar representa o trajeto de um circuito elétrico por


meio de um único traçado, no qual estão relacionados todos os componentes do
circuito através de simbologia adequada, tais como: quantidade de condutores
por circuito, quantidade de lâmpadas, interruptores, tomadas, equipamentos.
Na figura 22, você pode identificar um circuito elétrico de baixa tensão repre-
sentado por um diagrama unifilar.

2 x 2,5mm2 2 x 2,5mm2 2 x 2,5mm2

1 x 100 W 2 x 100 W

Figura 22 -  Diagrama elétrico unifilar de circuito de baixa tensão


Fonte: SENAI-SP (2013)

Ao consultar a norma da ABNT NBR 5444, você tem acesso às


SAIBA indicações de simbologia utilizada em instalações elétricas
de baixa tensão. Você também pode pesquisar os símbolos
MAIS gráficos em outras fontes, como sites especializados, livros
da área ou revistas técnicas.

4.4.2 Diagrama elétrico funcional

O diagrama elétrico funcional permite interpretar com clareza o funcionamen-


to de um circuito elétrico.
Veja um exemplo na figura 23, na qual um diagrama funcional de um circuito
elétrico de baixa tensão está alimentando duas lâmpadas, L1 e L2, comandadas
por dois interruptores, C1 e C2
Sistemas de medida e representação gráfica
48

I
fase I2
I1

C1 C2

L1 L2

neutro
.
Figura 23 -  Diagrama elétrico funcional de circuito de baixa tensão
Fonte: SENAI-SP (2013)

4.4.3 Diagrama elétrico multifilar

O diagrama elétrico multifilar representa detalhadamente um circuito elétrico,


inclusive com a quantidade de condutores. É utilizado em circuitos simples, pois
possui muitos detalhes.
Esse diagrama apresenta todos os componentes desenhados no esquema
com as respectivas formas de ligações.
Na figura 23, mostrada anteriormente, era possível interpretar o funcionamen-
to do circuito. Já na figura 24, a seguir, o mesmo circuito elétrico é representado
por um diagrama multifilar. Observe como é fácil identificar a forma de ligação
dos equipamentos.

fase
neutro

L1 L2

Figura 24 -  Diagrama elétrico multifilar de circuito de baixa tensão


Fonte: SENAI-SP (2013)

4.4.4 Diagrama elétrico de distribuição de energia

O diagrama elétrico de distribuição de energia é representado por um es-


quema unifilar que utiliza representação simbólica de circuitos e dos respectivos
equipamentos.
4 Leitura e interpretação de desenhos
49

Esse diagrama segue uma tabela de simbologia em RDA estabelecida pela


concessionária local. Muitos dos símbolos podem ser encontrados no Anexo I
deste livro; outros símbolos que não foram contemplados no anexo devem ser
consultados na distribuidora de energia elétrica local.
A seguir, na figura 25, temos um exemplo de parte de um esquema ou diagra-
ma de distribuição de energia.

estação
transformadora
de distribuição

NF NF
ETD circ. B
carga 4
NA NF
circ. A NF
R3

carga 3

circuito-socorro carga 1 carga 2

Figura 25 -  Diagrama de distribuição de energia


Fonte: SENAI-SP (2013)

RECAPITULANDO

Você estudou, neste capítulo, como identificar e interpretar simbologias


aplicadas em Redes de Distribuição Aérea (RDAs) de energia elétrica.
Também vimos como retirar, instalar ou mudar a característica operativa de
alguns equipamentos utilizados nas RDAs através de representações gráfi-
cas indicadas em desenho técnico.
Estudamos a legenda do desenho técnico, a qual tem a finalidade de forne-
cer informações para uma consulta rápida de identificação e interpretação
do projeto.
Também conhecemos as características dos quatro tipos de diagramas elé-
tricos: unifilar, funcional, multifilar e de distribuição de energia.
Aprendemos também que a representação de circuitos e dos respectivos equi-
pamentos em RDA segue simbologia estabelecida pela concessionária local.
REFERÊNCIAS

ABNT. NBR 5444: símbolos gráficos para instalações elétricas prediais. Rio de Janeiro: 1989.
AES ELETROPAULO. Manual de construção e manutenção de redes de distribuição aérea. São
Paulo: AES Eletropaulo, 2011.
CAVALIN, Geraldo. Instalações elétricas prediais conforme NBR 5410:2004. 20. ed. São Paulo:
Érica, 2009.
CELPA. Manual de construção e manutenção de redes de distribuição aérea. Belém: CELPA, 2009.
CPFL. Manual de construção e manutenção de redes de distribuição aérea. São Paulo: CPFL, 2011.
FECOERGS. Orientação técnica: distribuição: OTD 035.01.01. Disponível em: <http://www.fecoergs.
com.br/anexos/Anexo_16_Simbologia_e_Nomenclatura.pdf>. Acesso em: jan. 2013.
anexo I - SIMBOLOGIAS UTILIZADAS EM REDES DE DISTRI-
BUIÇÃO AÉREA (RDAs)

Local do serviço

Escala
Descrição
1:1.000 1:5.000

Rua existente

Rua projetada

Ponte

Túnel

Viaduto

Rodovias (estaduais – RS, SC, SP etc.;


federais – BR)

Estradas municipais e secundárias

Via férrea

Telefônica, linha telegráfica

Cerca de arame, muro

Rio, arroio (sentido da corrente)

Sanga

Açude, lago
Local do serviço

Escala
Descrição
1:1.000 1:5.000

Canal

Terreno alagadiço

Postes de concreto armado

Descrição Projetado Instalado

Poste ou contraposte de madeira

Poste de concreto circular

Poste de concreto ornamental

Poste de concreto do tipo duplo T

Poste de aço

Poste de aço ornamental


Condutores

Descrição Projetado Instalado

Condutor primário

Condutor secundário

Cruzamento com ligação

Cruzamento sem ligação

Encabeçamento/mudança de bitola primária

Encabeçamento/mudança de bitola secundária

Encabeçamento secundário em tangência

Seccionamento do primário

Seccionamento do secundário

Seccionamento do controle

Aterramento
Estaiamentos

Descrição Projetado Instalado

Normal - eo
Estai de âncora
Vertical - ev

Estai de poste a poste – epp

Estai de contraposte – ecp

Simples - ess
Escora de subsolo
Dupla - esd

Sapata para pântano

Escora

Equipamentos

Descrição Projetado Instalado

Transformador da concessionária

Transformador particular

Transformador da concessionária em cabine

Transformador particular em cabine

Religador monofásico

Religador trifásico
Equipamentos

Descrição Projetado Instalado

Seccionalizador monofásico

Seccionalizador trifásico

Capacitor Fi

Capacitor automático

Regulador de tensão

Chave a óleo unipolar

Chave a óleo tripolar

Chave-fusível sem abertura em carga

Chave-fusível com abertura em carga

Chave de faca unir. sem abertura em carga

Chave de faca nir. com abertura em carga

Chave de faca tripolar sem abertura em carga

Chave de faca tripolar com abertura em carga


Equipamentos

Descrição Projetado Instalado

Para-raios

Ramais de ligação

Descrição Projetado Instalado

Ramal de ligação primário aéreo

Ramal de ligação primário subterrâneo

Ramal de ligação secundário aéreo

Ramal de ligação secundário subterrâneo

Mufla primária
Mufla secundária

Fonte: FECOERGS. Orientação técnica: distribuição: OTD 035.01.01.


Disponível em: <http://www.fecoergs.com.br/anexos/Anexo_16_Simbologia_e_Nomenclatura.pdf>. Acesso em: jan. 2013.
MINICURRÍCULO DO AUTOR

Adilson Santo Crivellaro é engenheiro eletricista, pós-graduado em Administração de Empresas


e Engenharia de Segurança no Trabalho, especialista em Treinamentos na área de Energia. Atua
desde 1994 como instrutor do SENAI SP, em treinamentos sobre Redes de Distribuição Aérea
(RDAs) de energia elétrica em circuitos energizados da classe 15 kV e em circuitos desenergizados.
Tais treinamentos foram direcionados à capacitação de profissionais de empresas prestadoras de
serviços e das concessionárias de energia elétrica de São Paulo: AES Eletropaulo, Bandeirante Energia,
CPFL, EDP. Em 2002, participou do projeto Energia Brasil, do SENAI DN, que teve foco na eficiência
energética e no empreendedorismo. É membro do Comitê de Energia e Eficiência Energética do
Setor Elétrico do SENAI SP e do Comitê de Desenvolvimento do Curso de Aprendizagem Industrial
(CAI) – Eletricistas de Redes de Energia do Sindicato das Concessionárias de Energia Elétrica do
Estado de São Paulo, representado pelo SINDI Energia. Atualmente, é conteudista do curso de
qualificação profissional de Eletricista de Redes de Distribuição de Energia Elétrica do Programa
Nacional de Oferta de Educação Profissional a Distância (PN-EAD) do SENAI DN.
Índice

G
Grandeza 14, 15, 28

L
Loadbuster 37, 43

M
Medir 19, 20

N
Notação de uma potência 16

P
Potência matemática 16

U
Unidade de medida 17, 45
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – Departamento Regional de SÃO PAULO

Walter Vicioni Gonçalves


Diretor Regional

Ricardo Figueiredo Terra


Diretor Técnico

João Ricardo Santa Rosa


Gerente de Educação

Airton Almeida de Moraes


Supervisão de Educação a Distância

Cláudia Benages Alcântara


Henrique Tavares de Oliveira Filho
Márcia Sarraf Mercadante
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros

Adilson Santo Crivellaro


Elaboração

Paulo Roberto Mack


Revisão Técnica

Maria Isabel Porazza Mendes


Design Educacional

Alexandre Suga Benites


Juliana Rumi Fujishima
Ilustrações e Tratamento de imagens
Delinea Tecnologia Educacional
Editoração

Daniela Piantola
Fabrícia Eugênia de Souza
Tiago Costa Pereira
Revisão Ortográfica e Gramatical

Natália de Gouvêa Silva


Laura Martins Rodrigues
Diagramação

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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