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INFORMÁTICA
BÁSICA
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
DESENHO
TÉCNICO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
DESENHO
TÉCNICO
© 2015. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Educação e Tecnologia do SENAI
de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
S49íi
ISBN 978-85–7519–969-5
1. Desenhotécnico 2. Reftigeração 1. Serviço Nacional deAprendizagem
Industrial. DepartamentoRegional de SantaCatarina li. Título Ili. Série
CDU: 744:621.56
SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
2 Noções de desenho.......................................................................................................................................................17
2.1 Desenho técnico e unidades de medida ............................................................................................18
2.1.1 Sistema métrico internacional..............................................................................................19
2.1.2 Sistema inglês.............................................................................................................................20
2.2 Materiais..........................................................................................................................................................23
2.2.1 Lapiseira........................................................................................................................................23
2.2.2 Prancheta......................................................................................................................................24
2.2.3 Borracha .......................................................................................................................................25
2.2.4 Compasso.....................................................................................................................................26
2.2.5 Régua.............................................................................................................................................27
2.2.6 Transferidor .................................................................................................................................28
2.2.7 Escalímetro ..................................................................................................................................29
2.2.8 Esquadros.....................................................................................................................................30
3 Desenho mecânico........................................................................................................................................................35
3.1 Simbologias ..................................................................................................................................................36
3.2 Construção geométrica ............................................................................................................................38
3.2.1 Trançando a mediatriz..............................................................................................................38
3.2.2 Traçando uma perpendicular em ângulo de 90° em um segmento de reta
qualquer........................................................................................................................................39
3.2.3 Traçando uma bissetriz ...........................................................................................................40
3.2.4 Traçando retas paralelas .........................................................................................................40
3.3 Folhas ou prancha de desenho...............................................................................................................41
3.4 Apresentações da folha ...........................................................................................................................43
3.5 Caligrafia técnica..........................................................................................................................................46
3.6 Tipos de linha................................................................................................................................................48
3.7 Normalizações...............................................................................................................................................48
3.8 Escalas..............................................................................................................................................................50
3.9 Escalímetro.....................................................................................................................................................53
3.9.1 Escala de 1/20..............................................................................................................................54
3.9.2 Escala de 2:1 de ampliação.....................................................................................................55
3.9.3 Escala 5:1 de ampliação...........................................................................................................55
3.10 Projeções......................................................................................................................................................56
3.11 Vistas ortogonais.......................................................................................................................................57
3.11.1 1°Diedro......................................................................................................................................58
3.11.2 3° Diedro ....................................................................................................................................59
3.12 Representação perspectiva...................................................................................................................60
3.13 Representação isométrica .....................................................................................................................62
3.14 Cotagem ......................................................................................................................................................63
3.14.1 Trabalhando com cotas agrupadas ..................................................................................66
3.14.2 Trabalhando com cotas dentro do desenho ..............................................................66
3.14.3 Alinhando as cotas ................................................................................................................67
3.14.4 Trabalhando com limitação de espaço............................................................................67
3.14.5 Trabalhando com ângulo.....................................................................................................68
3.14.6 Simbologia de cota................................................................................................................68
3.14.7 Cotas arquitetônicas...............................................................................................................69
3.14.8 Cotas em perspectivas...........................................................................................................69
3.15 Cortes.............................................................................................................................................................71
3.16 Hachuras.......................................................................................................................................................74
3.17 Seções ...........................................................................................................................................................74
3.18 Encurtamentos ..........................................................................................................................................75
3.19 Vista explodida..........................................................................................................................................76
3.20 Tolerância....................................................................................................................................................76
3.20.1 Tolerância dimensional..........................................................................................................77
3.20.2 Grau de acabamento..............................................................................................................78
3.20.3 Tolerância geométrica ..........................................................................................................81
4 Desenho arquitetônico.................................................................................................................................................87
4.1 Normas do desenho arquitetônico ......................................................................................................88
4.2 Plantas e vistas .............................................................................................................................................88
4.3 Planta baixa....................................................................................................................................................89
4.4 Cortes e fachadas.........................................................................................................................................91
4.5 Planta de cobertura.....................................................................................................................................93
4.6 Planta de locação.........................................................................................................................................93
4.7 Planta de situação........................................................................................................................................94
4.8 Escalas arquitetônicas ...............................................................................................................................95
Referências........................................................................................................................................................................147
Índice...................................................................................................................................................................................153
Introdução
Desde os tempos das cavernas, o ser humano utiliza desenhos para se comunicar, se fazer entender.
Muitas vezes é necessário desenhar uma informação para que a ideia seja completamente entendida e,
para isso, existem dois tipos de desenho: o artístico e o técnico.
Como o assunto desta unidade curricular é Desenho Técnico, vamos nos ater a ele. O desenho técnico é
utilizado para representar, com precisão, peças, plantas baixas, escalas, entre outros.
Como você pôde perceber, essas unidades são utilizadas quase que diariamente. Muitas civilizações
antigas, como os Incas e Astecas, usavam as fases da lua para medir o tempo, já que ainda não possuíam
instrumentos para essa finalidade. Também criaram várias unidades e técnicas para efetuar essas medidas.
Inicialmente, utilizavam como referência algumas partes do corpo humano como o palmo, braço e pole-
gada. Em geral, essas unidades de medida eram baseadas nas medidas do corpo do rei, e mudavam na
mesma proporção em que havia troca do rei. (SENAI/SP, 2000).
SAIBA Uma dica de leitura interessante sobre o universo das medidas é A Medida de Todas
MAIS as Coisas, de Ken Alder. O livro relata de maneira divertida como foi elaborada a
convenção do metro e outras formas de medida utilizadas em diversos países.
Porém, com o passar dos tempos, alguns cientistas e pesquisadores curiosos foram elaborando formas
e instrumentos com a finalidade de medir tempo, distância, peso, velocidade, entre outros.
Como você pôde perceber, as grandezas de medidas iam variando de acordo com a vontade de cada
rei ou conforme as medidas do corpo de seus sucessores. Contudo, de acordo com Gomes [2015?], após a
Revolução Francesa, com a queda da Bastilha (1789 a 1799), a academia francesa de ciência solicitou a uma
comissão de matemáticos para elaborarem uma medida com vistas à padronização, de forma que as me-
dições se tornassem mais confiáveis e que pudessem ser adotadas por outros países. Então, a Academia de
Ciências criou uma nova medida de distância chamada de metro, fazendo com que o novo sistema fosse,
de fato, aplicado internacionalmente. Esse novo sistema foi chamado de sistema métrico.
Nesse sistema, todas as medidas eram baseadas no metro, e corresponderia à décima milionésima parte
da distância do equador terrestre ao polo norte, medida ao longo do meridiano. A partir do metro seria
possível fazer medidas maiores ou menores, de acordo com a necessidade, devido à criação de divisões do
metro em múltiplos, para mensurar grandes distâncias e submúltiplos, para pequenas distâncias a serem
medidas, mantendo como referência o mesmo sistema métrico criado. (COLÉGIO WEB, 2012).
Veja a representação da conversão no quadro a seguir.
Porém, a medida da distância do Equador ao Polo não era nada prática, tanto que ao efetuarem novos
cálculos, os matemáticos descobriram um erro. Então, em 1875, uma comissão internacional de cientistas
foi convidada pelo governo francês para que reconsiderassem a unidade do sistema métrico. Dessa vez foi
construída uma barra de uma liga de platina e irídio com duas marcas, definindo o comprimento do metro.
Para evitar a influência da temperatura, esta barra, no momento, é mantida a zero grau centígrado, em um
museu na Suíça. (COLÉGIO WEB, 2012).
A partir dessa medida mais precisa, foram feitas vinte e sete cópias e enviadas para diversas partes do
mundo. Porém, essa nova forma de mensurar a distância não estava livre de erros, a régua podia variar o
tamanho devido à dilatação térmica e/ou arranhões. Então, o comitê mundial de medidas, ainda sediado
na França, mesmo tendo adotado o metro e a barra de liga de metal como referência de medida de dis-
tância, orientaram os cientistas a não pararem a busca por outra forma com maior confiabilidade para ser
utilizada na medida de distâncias.
A última medida que passou a vigorar, em 1983, é baseada na velocidade com que a luz se propaga no
vácuo, ou seja, a distância que um raio de luz percorre no vácuo na fração de 1 segundo (1/299.792.458m/s).
(COLÉGIO WEB, 2012).
Alexandrum79 ([20--?])
Outro sistema de medida utilizado é o sistema inglês, orginalmente criado pelos romanos e utilizado até
hoje pelos únicos três países que ainda não adotaram oficialmente o sistema métrico: Estados Unidos da
América (EUA), Myanmar (país do Sul da Ásia) e Libéria (país da África Ocidental).
2 NOÇÕES DE DESENHO
23
A medida de comprimento do sistema inglês é baseada na jarda, que consiste na distância entre o nariz
e a ponta do polegar, com o braço esticado.
1 Jarda
Dividindo essa medida por três partes iguais obteremos a medida em “pés”. Ao dividir pés por 12 partes
iguais, tem-se a “polegada”.
Confira, a seguir, como é realizada a leitura de algumas medidas em polegadas.
½” = meia polegada;
¼” = um quarto de polegada;
1/
8
” = um oitavo de polegada;
1
/16” = um dezesseis avos de polegada;
1/
32
” = um trinta e dois avos de polegada.
Um exemplo prático do uso do sistema inglês, mais precisamente de polegadas, são as dimensões de
telas de celulares, televisores, monitores de computadores e raios de pneus.
Para realizar os desenhos técnicos, você precisará de alguns materiais essenciais. Confira quais materiais
são esses no item a seguir.
2 NOÇÕES DE DESENHO
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2.2 MATERIAIS
A qualidade do desenho técnico a ser executado será proporcional à escolha dos instrumentos e dos
materiais a serem utilizados. Sempre é conveniente utilizar materiais que possuam melhor qualidade, re-
sistência e que tenham maior durabilidade.
O material de boa qualidade proporcionará uma boa execução nos trabalhos de desenhos profissionais,
já que o objetivo é buscar desenhos que apresentem de forma clara e precisa os detalhes daquilo que se
pretende representar, minimizando qualquer dúvida na interpretação dos dados anotados no desenho.
Agora você estudará a forma correta de utilização e as características de alguns materiais empregados
na elaboração de desenhos técnicos. Acompanhe.
2.2.1 LAPISEIRA
As lapiseiras são indispensáveis na elaboração de desenhos técnicos, pois mantém uma espessura uni-
forme durante o traçado das linhas e símbolos, possibilitando diferenciar as linhas na espessura e tonalida-
de. Essa diferenciação facilita a compreensão e visualização do que você está representando.
Desigymk (2015)
Figura 3 - Lapiseiras
Fonte: Thinkstock (2015)
Você encontra no mercado lapiseiras para várias espessuras de grafite e diversas qualidades de fabrica-
ção. A escolha dependerá daquilo que se pretende representar.
Em relação ao grafite, deve-se levar em conta sua dureza, ou seja, sua facilidade de riscar o material no
qual se pretende executar o desenho. O grafite tem uma escala de dureza, sendo classificados em H para
duros e B para macios.
DESENHO TÉCNICO
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Vale lembrar que o tipo de linha pode ser diferenciado também pela cor, ou tonalidade da linha mais
grossa ou mais fina. Isto é possível de acordo com a pressão aplicada ao fazer o traço: mais grosso - aplica-
se mais força, mais fino, aplica-se menos força. Em geral, a espessura média de grafite utilizada é 0,5mm e
dureza HB (média).
2.2.2 PRANCHETA
A prancheta será sua mesa de desenho; então, procure sempre ficar em locais bem iluminados e esco-
lha um tamanho de prancheta que atenda às suas necessidades, dependendo do tipo de desenho que irá
fazer. A prancheta pode ser classificada quanto ao seu tamanho, de acordo com o tamanho da folha que irá
comportar, podendo ser do tamanho “A4”, nas dimensões de 210 mm por 297 mm, e até no tamanho “A1”,
nas dimensões 841 mm X 594 mm, que já é do tamanho de mesas.
2 NOÇÕES DE DESENHO
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O papel deve ser colocado com sua margem inferior na horizontal e bem fixado podendo utilizar gram-
pos ou fita adesiva, para que não se mova.
FIQUE Lembre-se sempre de evitar o contato com água e sujeiras para não danificar o
ALERTA desenho; logo, tenha sempre as mãos limpas e muita atenção para não derramar
líquidos sobre a prancheta do seu trabalho.
Nastco (2015)
Figura 4 - Prancheta
Fonte: Thinkstock (2015)
2.2.3 BORRACHA
Utilizada para apagar os traços feitos pelo grafite, apresenta-se de vários tipos, modelos e formas no
mercado. Para trabalhar com desenho técnico, recomenda-se as macias para evitar danos ao desenho, prin-
cipalmente no caso do desenho ser menor. Dê preferência às borrachas com uma capa protetora contra as
sujeiras.
MjP (2015)
2.2.4 COMPASSO
O compasso é muito utilizado para traçar circunferências ou arcos de circunferência. Permite traçar ar-
cos de vários tamanhos e fazer transferências diretas de medidas entre desenhos. Ele é considerado o me-
lhor instrumento para construção geométrica, desde que seja um compasso de boa qualidade e fabricado
em metal, pois, por ser muito utilizado, pode sofrer alterações nas peças de ajustes.
São componentes do compasso:
a) cabeça recartilhada para giro (local onde se segura o compasso);
b) alojamento de grafite;
c) ponta seca em forma de agulha (é a referência do centro do arco);
d) parafusos de ajustes (ajustam a fixação dos elementos do compasso como ponta seca ou o suporte
do alojamento de grafite);
e) hastes.
Cabeça recartilhada
para giro
Parafusos
Hastes
Gabriela Adratt (2015)
Ponta seca
Grafite
(metálica)
Existem vários modelos e tipos de compasso que podem ser equipados com lápis ou grafite, depen-
dendo da sua utilização. Ao se articular suas hastes, possibilita-se traçar circunferências com raios maiores
ou menores; logo, o seu uso vai depender da necessidade do seu trabalho. Você pode utilizar uma régua
graduada em centímetros, por exemplo, para dimensionar o tamanho do raio desejado.
2 NOÇÕES DE DESENHO
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O compasso também pode ser utilizado para transferência de medidas. Esse processo é realizado com
as pontas das hastes entre os pontos que se deseja transferir as medidas, sendo a ponta seca a referência
do início das medidas, muito útil para quando se deseja copiar parte do desenho com boa precisão.
Tuja 66 (2015)
Figura 7 - Utilizando compasso para transferência de medidas
Fonte: Thinkstock (2015)
2.2.5 RÉGUA
Serve para traçar retas e medir distâncias em partes dos desenhos. Existem réguas de vários tamanhos
e fabricadas em diversos tipos de materiais, dê preferência para réguas de material transparente que pos-
sibilitem uma visão completa de seu trabalho. É bom ficar atento à qualidade do material de fabricação,
pois uma boa definição nos traços de graduação dos milímetros dará maior confiabilidade nas medidas
realizadas.
Joachim Angeltun (2015)
2.2.6 TRANSFERIDOR
FIQUE Lembre-se de que o transferidor é graduado nas duas direções, isto pode confundir
ALERTA na leitura do ângulo a ser medido. Por exemplo, medir um ângulo de 10 graus e ler
100 graus, na direção inversa.
PONTO ORIGEM
Figura 9 - Transferidor 360° (esquerda) e transferidor 180° (direita)
Fonte: adaptado de Thinkstock (2015)
2 NOÇÕES DE DESENHO
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2.2.7 ESCALÍMETRO
O escalímetro é uma régua em forma triangular com seis faces, permitindo a graduação em seis escalas
diferentes, sendo as mais comuns: 1:20 (um por vinte), 1:25 (um por vinte e cinco), 1:50 (um por cinquen-
ta), 1:75 (um por setenta e cinco), 1:100 (um por cem) e 1:125 (um por cento e vinte e cinco). Ele é útil para
representação reduzida (desenhos) ou ampliada de objetos de qualquer dimensão em uma folha de papel
de qualquer tamanho em relação ao objeto real.
Figura 10 - Escalímetro
Fonte: Thinkstock (2015)
Por exemplo, em uma escala de 1:50 (um por cinquenta), cada centímetro do desenho representa 50 cm
da dimensão real do objeto. Isto serve para todas as escalas, obedecendo as suas relações.
Fuse (2015)
Portanto, é necessário que se diminua a representação do objeto até um tamanho ideal que caiba em
uma folha de papel de desenho ou prancha. Vale lembrar que quanto menor a escala, menor será o número
de detalhes contidos e quanto maior a escala, maior o número de detalhes contidos. Um bom exemplo dis-
so é a representação em desenho de uma casa na escala de 1:50 (um por cinquenta) ou 1:100 (um por cem).
Observe, na imagem a seguir, a miniatura de um avião em uma escala reduzida em comparação a um
avião em tamanho natural.
Bao (2015)
Figura 12 - Avião menor em escala
Fonte: Thinkstock (2015)
Observe que esta relação da dimensão real de um objeto representado para o de tamanho real só é
possível com o uso das escalas. Não seria possível desenhar o avião em tamanho natural em uma folha de
tamanho A4.
2.2.8 ESQUADROS
São ferramentas de uso em desenhos técnicos, normalmente produzidos em material plástico transpa-
rente, de formato triangular, que permite a representação de diversos tipos de ângulos, dentre eles os de
30°, 45°, 60°, 90°, facilitando a elaboração do desenho. Podem ser utilizados em combinação com os com-
passos, na representação de retas paralelas.
2 NOÇÕES DE DESENHO
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Esses instrumentos servem para traçar linhas retas paralelas, perpendiculares ou fazer a transferência
dessas linhas para outro ponto do desenho com as mesmas direções dos mesmos ângulos.
Observe os ângulos na figura a seguir.
60° 45
º
90°
45°
Figura 13 - Esquadro escaleno (60°/90°/30°) e esquadro isósceles (45°/45°/90º)
Fonte: do Autor (2015)
Observe, na figura seguinte, a composição de ângulos possíveis utilizando esquadros de 45° e 30°/60°.
90º
75º 60º
45º
30º
15º
Gabriela Adratt (2015)
Horizontal 0°
Figura 14 - Uso de esquadro para composições de ângulos
Fonte: adaptado de Souza e Rocha (2010)
DESENHO TÉCNICO
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SAIBA Para saber mais sobre “cotagem” em desenho técnico, uma boa indicação de leitura
são as normas da ABNT, em especial a ABNT NBR 10647. Você pode encontrá-las na
MAIS internet ou conferir na biblioteca da unidade.
Ao fazer a escolha de materiais e equipamentos para elaboração de desenhos técnicos de boa qualida-
de, dê preferência àqueles fabricados em acrílico, por possuírem maior precisão e dureza, fatores que per-
mitem o uso constante, sem sofrerem qualquer tipo de danos ou deformação. Veja, agora, alguns fatores
que podem contribuir para a qualidade das ferramentas de acrílico:
a) não perdem a transparência com o passar do tempo;
b) tempo de uso bem maior;
c) maior resistência a arranhões;
d) facilidade de manuseio;
e) retenção da linearidade da borda;
f ) precisão das informações impressas no material (ex. traços de graduação).
Veja, também, alguns cuidados que devem ser tomados com os instrumentos de desenho:
a) não utilizar os instrumentos com marcadores coloridos, (pincéis e canetas) para não deixar marcas;
b) mantê-los limpos usando uma solução diluída de sabão neutro e água (não utilize álcool na limpeza,
que deixa o acrílico esbranquiçado, fosco);
c) procure um ambiente bem iluminado e livre de sujeiras, sempre que for desenhar, assim a visuali-
zação será melhor e evitará danos às ferramentas;
d) não molhar os instrumentos de desenho e manter as mãos sempre secas e sem resíduos de tintas.
Confira, no Casos e relatos a seguir, o exemplo de uma situação que demonstra a importância de infor-
mações ao realizar um desenho técnico.
2 NOÇÕES DE DESENHO
35
CASOS E RELATOS
Falta de informações
O instalador de equipamentos de climatização de uma empresa de manutenção e instalação de
condicionador de ar tipo split recebeu a tarefa de fazer a instalação dos suportes internos e ex-
ternos das máquinas. Porém, ao ler as orientações técnicas no manual de instalação da empresa
fabricante, percebeu que não constavam no desenho técnico os dados como diâmetro de furo,
alturas previstas dos suportes em relação ao solo, as distâncias máximas e mínimas entre máqui-
nas, tamanhos de parafusos; enfim, faltavam no desenho todos os dados de referência para auxiliar
a correta instalação do equipamento. Com isso, percebeu a deficiência do desenho e a falta de
preocupação em informar dados importantes que devem fazer parte de um bom desenho técnico.
A solução encontrada para obter as informações que faltavam no desenho do fabricante foi realizar
uma pesquisa na internet e encontrar o site desse fabricante para conseguir os dados necessários
para execução do serviço.
RECAPITULANDO
Nesse capítulo, você estudou a importância do desenho técnico e conheceu algumas ferramentas
que auxiliam na representação dos objetos em um plano. Você aprendeu, ainda, a forma de repre-
sentar algo de grandes dimensões, reduzido sua escala para uma dimensão que possa ser colocada
em uma folha de papel bem menor que o objeto, ou representar alguma coisa bem pequena em
uma escala maior para identificação dos detalhes desse objeto. Você conheceu a relação entre
os valores numéricos das escalas do escalímetro e as dimensões reais dos objetos representados.
Também estudou sobre a comparação do sistema internacional de medidas e o sistema inglês, e a
importância desses sistemas para o desenho técnico.
Desenho Mecânico
Após o estudo básico sobre desenho técnico, apresentado no capítulo anterior, você apren-
derá algumas noções de desenho mecânico que têm como finalidade representar a forma de
construir ou produzir algum tipo de objeto. O desenho mecânico deve conter riquezas de de-
talhes e informações técnicas, para que não sejam cometidos erros na fabricação ou falhas que
poderiam comprometer a eficiência de funcionamento desses objetos.
Ao finalizar os estudos dos assuntos aqui abordados, você terá adquirido conhecimentos
para:
a) interpretar um desenho técnico mecânico;
b) elaborar desenho de croquis;
c) avaliar uma construção geométrica;
d) reconhecer as simbologias utilizadas nos projetos de desenho mecânico.
Siga em frente, e bom estudo!
DESENHO TÉCNICO
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3.1 SIMBOLOGIAS
Os desenhos foram inicialmente executados de forma artística, representados como forma de expressar
ideias e através da criatividade da visão do desenhista sobre as coisas ou fatos. Mesmo não existindo pre-
ocupação com a exatidão das medidas e escalas comparativas, essa modalidade de desenho teve, e ainda
tem, grande importância, principalmente para história da raça humana.
Foi o desenho artístico que possibilitou a reconstrução da história dos povos antigos, como visto em
cavernas da pré-história, em imagens de faraós do antigo Egito, representação de paisagens das cidades
antigas, entre tantos outros encontrados ao longo da história.
Cobalt88 (2015)
Os desenhos mecânicos se dividem em dois tipos de grupos: não projetivo e projetivo. Entenda melhor
cada tipo a seguir.
3 DESENHO MECÂNICO
39
a) Desenho não projetivo: é um desenho sem escala, esquemático, resultante de gráfico, dígrafos,
esquemas, fluxogramas, organogramas, no qual o objetivo principal é transmitir o funcionamento
de algo ou a ideia de como se utiliza algo.
2"
REVA 15 (17 kgd/cm²) (17 kgd/cm²)
1 1/2"
1"
condensador condensador
Limite de Limite de
2"
2"
fornecimento fornecimento
1 1/4"
1 1/4"
1 1/2"
1 1/2"
3/4"
3/4"
(17 kgd/cm²)
3/4"
1 1/2"
1 1/2"
Reservatório Reservatório
de líquido 1 1/4" de líquido
novo existente
b) Desenho projetivo: é o desenho no qual se trabalha com escala, medidas mais precisas, resultando
em um projeto com uma ou mais vistas daquilo que esteja sendo representado. É o projeto de como
vai ficar o produto a ser fabricado ou a representação fiel do produto ou objeto.
15 40 70 40 15 413,5 15
15
150
138,75
WC
270
A = 40.50 m²
Piso Frio
SUÍTE
A = 18.01 m²
397,5
120
Assoalho
Matheus Felipe Goedert (2015)
138,75
15
Para compreender o desenho técnico, elaborado tanto em folha de papel como em desenho feito por
meio de computador, é necessário ter um conhecimento sobre desenho linear geométrico. Portanto, acom-
panhe a partir de agora, algumas informações importantes que irão auxiliar o seu aprendizado, iniciando
com as principais construções geométricas elementares. Vale lembrar que muito destas construções po-
dem e são feitas de modo automático CAD (Computer Aided Design), que em português seria “desenho
assistido por computador”.
Para iniciar, você estudará alguns métodos de construção geométrica utilizando apenas régua e com-
passo. Você conhecerá detalhadamente sobre o uso do compasso como ferramenta na elaboração dos
vários desenhos geométricos. Observe a legenda que segue para identificar os componentes.
Legenda:
a) letras A, B, C: representam segmentos de retas traçadas com o auxílio da régua;
b) letra M: representa o centro do segmento de reta;
c) pontilhados: - - - - - - - - - representam as linhas auxiliares;
d) linhas contínuas: _________ representam o novo segmento traçado;
e) os números 0,1,2,3...: representam a sequência do que é traçado com o auxílio do compasso.
Vamos iniciar, agora, a explicação sobre a construção geométrica. Acompanhe!
c) colocar a ponta seca do compasso no ponto B e fazer um semicírculo (2) na parte superior e inferior
do segmento de reta da linha AB;
d) com o auxílio da régua, traçar a mediatriz (M) do ponto 1 ao ponto 2.
1 1
A B A B A M B
3 3
Gabriela Adratt (2015)
C C C C
A B A B A B A B
1 2 2 1 2
1
Figura 19 - Reta perpendicular entre o ponto A e B pela extremidade da reta em ângulo de 90º
Para traçar uma bissetriz (divisão de um ângulo em dois ângulos iguais), você deve:
a) traçar uma linha entre o ponto A e B e do ponto A ao C;
b) traçar um semicírculo com a ponta seca do compasso no centro do ponto A cruzando as retas AB e
AC;
c) traçar dois círculos no ponto de cruzamento do semicírculo 2 com as retas AB e AC;
d) traçar uma reta de origem no ponto A, e que passe pelos encontros entre os dois círculos feitos no
passo anteriormente.
C 2 C 2 C
A A
A
Retas paralelas são muito usadas em desenhos mecânicos. Para desenhá-las, você deve:
a) traçar um semicírculo com a ponta seca do compasso no ponto B até um ponto O qualquer;
b) traçar um semicírculo de mesmo raio de centro, com a ponta seca no ponto 1 - que será a linha 2;
c) achar a distância entre o ponto O até o ponto 1, com o compasso;
d) traçar um semicírculo com a mesma distância de 1 a O, com a ponta seca partindo do ponto 2, que
será o ponto 3;
e) traçar uma reta O3, que será paralela à reta AB.
3 DESENHO MECÂNICO
43
o o o 3 o 3
Figura 21 - Paralelas
Fonte: adaptado de Souza e Rocha (2010)
Para a escolha do formato ou dimensões da folha de papel a ser utilizada, deve-se analisar o tipo de
desenho e projeto que o desenhista irá realizar.
Vale lembrar que as folhas de menores dimensões são mais fáceis de manusear, porém, se houver obri-
gação da utilização de escalas de redução para a representação das peças, pode-se ter erros por ser peque-
no, e levar a má interpretação dos detalhes previstos no desenho.
Entretanto, na escolha de formatos maiores, o problema da clareza ficará solucionado, mas os custos de
impressão, reprodução dos desenhos e dificuldade de manuseio, também serão outros.
Para cada desenho técnico a ser feito, há necessidade de planejar qual será o tamanho do papel ideal a
ser utilizado, conforme as características do que será representado, inclusive obedecendo às normas pre-
vistas na NBR 10068, – Folha de desenho - Leiaute e dimensões (10/1987).
No que concerne à folha, para que haja uma melhor noção das reais dimensões das folhas, a norma NBR
10068 prevê a série “A” como base com o tamanho A0, de dimensões 814 cm x 1189 cm. Essas dimensões
guardam entre si a mesma relação entre um quadrado e a sua diagonal ( 841 √2 = 1189 ), corresponden-
do a um quadrado de área igual a 1m², no qual este retângulo é divido ao meio, dando origem a uma nova
folha da metade das dimensões anterior, chegando até a folha de tamanho A10 de dimensões de 26 mm x
27 mm, como demonstrado na figura seguinte.
DESENHO TÉCNICO
44
841 mm
52 mm 105 mm
210 mm 420 mm
A8
A6
74 mm
A7
A4
A5
148 mm
A2
A3
A0
297 mm
1189 mm
Para uma melhor compreensão das diferentes dimensões previstas nas folhas da série A, confira as di-
mensões apresentadas na tabela seguinte, de acordo com a Norma 10068 – ABNT, partindo da folha A0 até
a A4, que são as mais utilizadas no desenho técnico.
Veja como realizar as dobras das folhas de desenho técnico, já que essas dobras bem realizadas facilita-
rão o manuseio das folhas com segurança. Sabendo que quanto menor as dimensões da folha, melhor será
sua facilidade de manuseio, além de ser mais fácil ser armazenado.
Os projetos maiores do que A4 devem ser dobrados e colocados em pastas. Depois de dobrada, é im-
portante que a folha tenha que manter as dimensões de formato A4, com uma legenda no canto inferior
direito, para que seja perfeitamente visível. Esta norma está identificada pela NBR 13142 – desenho técnico
– Dobramento de cópia (12/1999). A imagem seguinte ilustra a forma de realizar o dobramento das folhas
A3, A2, A1, tanto para desenhos confeccionados na horizontal ou vertical. O importante é que na finaliza-
ção da dobragem, as dimensões sejam iguais a uma folha A4.
3 DESENHO MECÂNICO
45
105
105
297
A1
123
297
A2 130
297
A3
LEGENDA LEGENDA LEGENDA
130 105 185 210 192 192 210 260 185 185
Para uma melhor apresentação do desenho, a NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico
(12/1988) trata das margens e legendas incluídas na folha da série A. Com relação às margens, existe um
padrão a ser seguido, ou seja, a margem esquerda deve ter 25 mm, as outras margens, nas folhas A4 e A3,
serão de 7 mm. Para as folhas com formato A0, A1 e A2, as margens laterais são previstas mais distantes,
com 10 mm, de modo a ocupar toda a área de maneira simétrica e, por fim, vem a localização da legenda
que fica sempre na margem direita inferior da folha, para conter as informações do desenho técnico.
Observe o exemplo das margens e da legenda na figura a seguir.
7 7
7
25
A3 A4
297
297
178
35
25
7
LEGENDA LEGENDA
420 210
Figura 24 - Medidas das margens e legenda das folhas A4 e A3
Fonte: do Autor (2015)
DESENHO TÉCNICO
46
A legenda (ou selo) é o espaço destinado às informações do desenho. Regida pela norma NBR 10068
– Folha de desenho, layout e dimensões, deve constar as seguintes informações: número, título, origem,
data, escala do desenho, profissional responsável pelo desenho, conteúdo e quaisquer informações que
sejam necessárias.
Deve estar sempre situada no canto inferior direito da folha, como você pode identificar na imagem
seguinte. Sua altura pode variar com o número de informações contidas, mas a largura é padronizada. Para
as folhas, A0 e A1, a largura será de 175 mm, para as folhas A2, A3 e A4, a largura será de 178 mm.
Confira dois exemplos de legendas - uma mais utilizada no desenho arquitetônico e a outra mais utiliza-
da no desenho mecânico. Um espaço vertical ou horizontal, acima ou no lado esquerdo da legenda, deve
ser reservado para outras informações, que podem ser convenções específicas, tabelas ou notas sobre o
desenho, a escolha deste espaço fica com a preferência do próprio desenhista.
Espaço para texto
Planta de situação
A seguir, você verá exemplos de informações que podem constar no espaço reservado para texto no
selo, na tábua de revisão. Também o exemplo de selo preenchido com diversas informações obrigatórias
de diferentes tipos de legenda, a primeira para desenho arquitetônico, seguida por uma legenda do tipo
mecânica.
3 DESENHO MECÂNICO
47
- Símbolos especiais
- Designação
Explanação
- Abreviaturas
- Tipos de dimensões
- Lista de materiais
Instruções - Estado de superfície
Espaço para texto
- Local de montagem
Informações referentes a
Referências outros desenhos
e/ou documentos
Designação da
firma
Informações da Conteúdo do
desenho
Tábua de revisão
revisão
Escala
Selo
Assinatura do
responsável (NBR 8196)
Número do
Data da revisão desenho
Felipe Moises da Silva Hintz (2015)
Unidade utilizada no
desenho (NBR 10126)
A R Q U I T E T U R A
P R O J ET O R E S I D E N C I A L
E n d e r e ç o : S E N A I - P a l h o ç a - SC
PROPRIETÁRIO:
Nome do cliente
AUTOR DO PROJETO:
Nome do(a) Desenhista
RESPONSÁVEL TÉCNICO:
Nome do responsável
CONTEÚDO: FOLHA:
14
Nome do projeto no qual está trabalhando
ÁREA DO TERRENO: ESCALA: DATA: DESENHO:
- 1:1
178
Figura 28 - Exemplo de legenda para construção civil, em uma folha A4 ou A3
Fonte: do Autor (2015)
MATERIAL ASSINATURA
QUANTIDADE SUP.(SUR.) DESCRIÇÃO (DESCRIPTION)
1 SUPERFÍCIE m²
Logo
A caligrafia técnica é o estilo de letras e números adotados no desenho técnico. Este estilo de fonte
deve respeitar alguns requisitos básicos, previstos na Norma - NBR 8402 Execuções de Caracteres para
Escrita em Desenho Técnico – ABNT. É importante que seja uma caligrafia bem legível e que venha sempre
acompanhada de informações escritas com letras e algarismos.
O objetivo da caligrafia técnica é criar uma legenda uniforme, com a melhor clareza possível, evitando
a possibilidade de má interpretação das informações contidas. É muito importante manter as letras e os
números, com a mesma altura e inclinação, com traços contínuos e constantes, como mostrado no exem-
plo seguinte.
3 DESENHO MECÂNICO
49
linhas altura
de guia das letras
altura das letras maiúsculas
minúsculas
distância
Desenho técnico
Quanto à altura das letras (tamanho) e distância entre elas, você pode identificar, no exemplo a seguir, a
relação e as métricas de cada um desses caracteres, sejam letras ou números.
ISO 81 ejAM
h
d a a
R f
b
h
Quanto à escrita, ela pode ser vertical ou inclinada com um ângulo de 15° para a direita. A espessura da
linha da escrita deve ser fina, normalmente de 0,3 mm e realizada com um grafite de dureza H.
Vale lembrar que a altura das letras e algoritmos serão escolhidos pela importância das informações
contidas no texto do projeto do desenho, a padronização para títulos utiliza letras de tamanho maiores, de
7 mm ou 10 mm, e para informações como observações e notas o tamanho padronizado é de 3 mm.
DESENHO TÉCNICO
50
Linha é uma sequência de pontos que pode ser interpretada como a conexão de dois pontos ou como
um ponto em movimento contínuo. Os tipos de linhas para uso em desenhos técnicos são fixados pela
Norma NBR 8403 (ABNT, 1984).
SAIBA Na Norma 8403 (ABNT, 1984), você encontra uma descrição detalhada dos tipos
de linha que podem ser utilizadas para a representação de desenhos. Confira em:
MAIS <http://goo.gl/bzNofJ>.
De acordo com Araújo [2015], caso haja coincidência de linhas ou linhas paralelas com uma distância
entre elas menor que 0,7 mm, deve-se desenhar somente uma das linhas na seguinte ordem de prioridade:
a) arestas e contornos visíveis (linha contínua larga);
b) arestas e contornos não-visíveis (linha tracejada);
c) superfícies de cortes e seções (traço ponto estreito largo nas extremidades);
d) linhas de centro (traço ponto estreito);
e) linhas de centro de gravidade (traço dois pontos);
f ) linhas de cota e auxiliar (linha contínua estreita).
3.7 NORMALIZAÇÕES
Os desenhos técnicos devem ser executados dentro de padrões e regras estabelecidas. Essa normali-
zação1, obrigatoriamente, deve ser de conhecimento geral e elaboradas de tal forma que permitam sua
compreensão por todos aqueles que as utilizam.
No Brasil, essas regras são desenvolvidas e estabelecidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas) se baseando na Norma ISO (International Organization for Standardization), atendendo às neces-
sidades de intercâmbio de tecnologia entre os países. Para tanto, existem normas relativas à elaboração de
desenhos de forma geral (não técnicos) e outras específicas para desenhos técnicos relacionados a cada
área de conhecimento (arquitetura, mecânica, etc.). Todas as normas elaboradas pela ABNT devem ser re-
gistradas no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro como Normas Brasileiras
(NBRs).
1 Disposição oficial com que se explica e se facilita a execução de uma lei ou decreto; regulamentação. Fonte: Michaelis online.
3 DESENHO MECÂNICO
51
A seguir, você conhecerá as referências e designação textual de algumas das normas elaboradas pela
ABNT que regulamentam as várias etapas de elaboração do desenho técnico. Acompanhe.
NORMA DESCRIÇÃO
Seu objetivo é definir os termos empregados em desenho
NBR 10647 – Desenho técnico – Norma geral
técnico.
NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico Normatiza a distribuição do espaço da folha de desenho.
Fixa as condições exigíveis para o dobramento de cópia de
NBR 13142 – Desenho técnico – dobramento de cópias
desenho técnico.
Fixa condições exigíveis para a escrita usada em desenhos téc-
NBR 8402 – Execução de caracteres para escrita em desenhos
nicos, enfatizando as principais exigências na escrita: legibilidade,
técnicos
uniformidade e adequação à reprodução.
NBR 8403 – aplicação de linhas em desenhos – tipos de linhas – Fixa os tipos e escalonamento de larguras de linhas para uso em
largura de linhas desenhos técnicos e documentos semelhantes.
NBR10067 – Princípios gerais de representação em desenho Estabelece as características dimensionais da folha de desenho,
técnico destacando os formatos das folhas a partir do formato básico.
Fixa as condições exigíveis para o emprego de escalas e suas
NBR 8196 – Desenho técnico – emprego de escalas
designações em desenhos técnicos.
NBR 12298 – Representação de área de corte por meio de ha- Esta norma fixa as condições exigíveis para representação de
churas em desenho técnico áreas de corte em desenho técnico.
Fixa os princípios gerais de cotagem a serem aplicados em de-
NBR10126 – Cotagem em desenho técnico senhos técnicos, enfatizando que quando necessário, devem ser
consultadas outras normas técnicas de áreas específicas.
NBR8404 – Indicação do estado de superfície em desenho Fixa os símbolos e indicações complementares para a indicação
técnico de estado de superfície em desenhos técnicos.
Fixa o conjunto de princípios, regras e tabelas que se aplicam
à tecnologia mecânica, a fim de permitir escolha racional
NBR 6158 – Sistema de tolerância e ajustes
de tolerâncias e ajustes, visando à fabricação de peças
intercambiáveis.
NBR 8993 – Representação convencional de partes roscadas em Fixa as condições do método convencional de representação
desenho técnico simplificada de partes roscadas em desenhos técnicos.
Padroniza as dimensões das folhas utilizadas na execução de
NBR 10068 – Folha de desenho, layout e dimensões desenhos técnicos e define seu layout com suas respectivas
margens e legenda.
NBR 6409 – Tolerância geométrica – tolerância de forma, orien-
Trata dos símbolos, definições e indicações em desenho.
tação, posição e batimento
Fixa as condições exigíveis para a referência a itens em desenho
NBR 13273 – Desenho Técnico – Referência aos Itens
técnico. 2 Referências normativas
Quadro 3 - Normas ABNT
Fonte: adaptado de ABNT [19--?]
DESENHO TÉCNICO
52
3.8 ESCALAS
As peças devem ser representadas, preferencialmente, em escala real, desde que caibam em uma folha
de tamanho A4; porém, muitas vezes isso não é possível. Imagine representar uma casa nas suas dimen-
sões reais - em uma folha A4 é uma tarefa impossível; portanto, para que a representação desta casa seja
de forma clara e precisa em um formato de papel adequado, deve existir uma maneira de reduzir suas
dimensões reais para as dimensões de representação, mas obedecendo a uma proporcionalidade entres as
várias medidas. Neste caso, a solução é o uso de escalas métricas2.
Portanto, a escala é a relação de medidas e uma representação que mantém as proporções das medidas
lineares do objeto representado. Indica a relação do tamanho do desenho da peça representada com o seu
tamanho real, permitindo representar no papel peças de qualquer tamanho.
Nos desenhos em escala, as medidas lineares do objeto real são mantidas, aumentadas ou reduzidas
proporcionalmente; porém, mantendo as dimensões angulares do objeto inalteradas. As formas dos obje-
tos reais, por sua vez, são mantidas.
Confira, a seguir, alguns cuidados a serem observados nas representações em escalas (Gomes, 2012):
a) o valor indicativo das cotas refere-se sempre às medidas reais da peça, e nunca às medidas reduzidas
ou ampliadas que aparecem no desenho;
b) os ângulos não se alteram pelas escalas do desenho;
c) em todo desenho deve-se, obrigatoriamente, indicar a escala em que o mesmo foi executado;
d) quando em uma mesma folha tiver desenhos em escalas diferentes, estas devem ser indicadas junto
aos desenhos a que correspondem;
e) os desenhos podem estar em 3 diferentes tipos de escalas, desde que sejam representações distin-
tas.
Existem três tipos de escalas: natural, de redução e de ampliação. Entenda melhor cada tipo a seguir.
a) Escala natural - a relação entre dimensão da medida real e a medida do desenho são a mesma, ou
seja 1:1 (um por um).
40
25
b) Escala de redução - utilizada quando a medida real é muito grande, a ponto de impossibilitar a
representação em uma folha menor que as medidas do objeto a ser desenhado, por exemplo, 1:2
(um por dois).
40
Gabriela Adratt (2015)
20
25
40
20
25
Gabriela Adratt (2015)
Figura 35 - Representação de um desenho em escala de ampliação 2:1
Fonte: do Autor (2015)
medida real
Escala =
medida do desenho
1200 cm
Escala = = 50 ou seja, 1:50
24 cm
Com o resultado do cálculo, o desenhista utilizou a escala 1:50 (um por cinquenta) na qual cada centí-
metro traçado na folha representa 50 cm da dimensão real do muro.
FIQUE A graduação da régua é de 1:100. É usada como escala natural, ou seja, usada como
ALERTA referência na divisão de 1 metro em 100 partes iguais (cm). Cuide sempre para
escolher uma régua de boa qualidade para ter medidas confiáveis.
3 DESENHO MECÂNICO
55
3.9 ESCALÍMETRO
No escalímetro, todas as graduações das escalas são feitas tendo como base o metro do Sistema In-
ternacional de Medidas, ou seja, para cada centímetro do objeto representado no plano (folha de papel),
corresponde a tantos centímetros das dimensões reais do objeto, tanto para a redução como para a am-
pliação.
Ao utilizar esta ferramenta de desenho, você deve escolher a escala conforme a necessidade de redução
ou ampliação. Por exemplo, em uma escala de redução, como a de 1:100 (um por cem), cada centímetro do
desenho representa 100 cm da dimensão real do objeto.
1m
1:100
0 1m 2 3 4 5 6
7,5 7 6,5 6
1m
Figura 36 - Escalímetro
Fonte: do Autor (2015)
Em outras palavras, a distância entre os números 0 até 1 na escala de 1:100 equivale a 1 metro do ta-
manho real do objeto representado. Já na escala de 1:50 (um por cinquenta), cada centímetro do desenho
representado no plano equivale a 50 cm da dimensão real do objeto; logo, você percebe que a distância
entre os números 0 até 1 na escala de 1:50 é o dobro da distância entre eles na escala de 1:100, que também
representa 1 metro. Observe a representação na figura a seguir.
DESENHO TÉCNICO
56
1 metro 0.5 m
ESC. 1/100
ESC. 1/125
0 1 2 varia de 10 em 10 cm
0.1 m
1 metro
ESC. 1/150
ESC. 1/75
Em uma escala de 1:20 (um por vinte) cada centímetro do desenho representa 20 cm da dimensão real
do objeto; portanto, a distância de 0 até 1 na escala de 1:20 é de 1 metro. Sendo assim, nesta escala, 1 metro
é reduzido 20 vezes, com 10 subdivisões que correspondem a 10 centímetros/divididos em cinco partes
cada, resultando em divisões de 2 cm, como visto na figura a seguir.
1 metro
0 1
0.02 m
0.1 m
0.5 m
Paco Giordani Mora (2015)
ESC. 1/20
ESC. 1/25
varia de 2 em 2cm
Figura 38 - Escala 1:20
Fonte: do Autor (2015)
3 DESENHO MECÂNICO
57
Utiliza-se o escalímetro também para fazer uma ampliação. Comparando as duas graduações apresen-
tadas na figura a seguir, observa-se que as unidades (distância de 0 a 1) na escala de 1:50 representam o
dobro, se comparadas às que estão na representação de 1:100. Neste exemplo, a escala 1:10 representa a
escala 1:1, e a escala 1:50 representa 2:1.
ESC. 1/100
0 1 2 (ESC. 1/1)
ESC. 1/50
Da mesma maneira como foi feita a escala de 2:1, pode ser feita com a escala de 5:1, utilizando como
escala de 1:10 como 1:1, e a escala de 1:20 como escala de 5:1.
ESC. 1/100
0 1 2 3 4 5
(ESC. 1/1)
Gabriela Adratt (2015)
ESC. 1/20
(ESC. 5/1)
0 1
Figura 40 - Escala de ampliação 5:1
Fonte: do Autor (2015)
DESENHO TÉCNICO
58
3.10 PROJEÇÕES
O método de representação pelo sistema de vistas ortogonais é utilizado quando a intenção é fazer
uma representação plana de um objeto de três dimensões, de tal modo que sejam mostradas as suas di-
mensões de altura, comprimento e profundidade. Tudo isto é baseado na experiência visual.
Com esse método é possível fazer a representação gráfica do objeto visto em 3D em um único plano,
ou seja, uma observação perpendicular de determinadas faces do objeto, fazendo com que oculte todas as
outras faces. (BORNACINI, 1981).
projeção observador
plano de projeção vista superior
linha projetante
observador
Figura 41 - Vistas projetadas de uma peça
Fonte: adaptado de Escames (2012)
As projeções não podem ser limitadas a uma única vista; portanto, é elaborada a visualização para todas
as faces do objeto, denominadas de vistas ortogonais, incluindo as vistas superior e inferior. Deste modo,
não estaria oculta nenhuma das faces, sendo elas denominadas de: vista frontal (VF), vista superior (VS) e
vista lateral esquerda (VLE).
Vista superior
Figura 42 - Vistas ortogonais de um objeto representado em um plano
Fonte: adaptado de Escames (2012)
3 DESENHO MECÂNICO
59
Na figura seguinte, você pode observar que, por meio de uma observação visual, se faz a planificação
do objeto. Nesse processo têm-se todas as vistas abertas projetadas em um mesmo plano. Observe a vista
frontal, superior e lateral representadas no desenho técnico.
Projeção
Projeção
Projeção
sq.
lat. e
vist vista
A vista ortogonal é uma vista do objeto em relação à direção de um determinado observador. Utilizan-
do o sistema de projeções cilíndricas ortogonais, o matemático francês Gaspard Monge criou a Geometria
Descritiva, que serviu de base para o Desenho Técnico. Utilizando-se dois planos perpendiculares, um hori-
zontal (π’) e outro vertical (π”), ele dividiu o espaço em quatro partes denominadas “diedros”.
Em outras palavras, considerando um objeto colocado em qualquer diedro, haverá uma projeção ho-
rizontal e vertical das faces do objeto no diedro, porque o objetivo é visualizar o objeto em um só plano.
A representação de qualquer objeto em um plano pelo processo de projeções ortogonais é denominada
“épura”, ou planificação do diedro, que consiste na rotação do plano horizontal de modo que a parte ante-
rior do π’ coincida com a parte inferior de π”, enquanto o plano vertical permanece imóvel.
A linha determinada pelo encontro dos dois planos é chamada de Linha de Terra, conforme mostrado
na figura que segue.
DESENHO TÉCNICO
60
Primeiro Diedro
CURIOSI A Geometria Descritiva foi criada por Gaspar Monge (1746-1818), matemático
francês e ministro da Marinha de Napoleão para projetos de fortes militares, que
DADES envolviam problemas geométricos dimensionais.
Para entender melhor o assunto em questão, prossiga com seus estudos na sequência.
3.11.1 1°DIEDRO
No Brasil, a ABNT (Associação Brasileira Normas Técnicas), para regulamentar a descrição do 1º diedro
adota a Norma Europeia. De acordo com esta norma, o objeto deve se localizar entre o observador e o pla-
no projetor. Preferencialmente, o objeto no 1º diedro é representado pelas vistas frontal, superior e lateral
esquerda, também conhecidas como elevação (frontal), planta (superior) e perfil (lateral). Em alguns casos,
apenas uma ou duas vistas já são suficientes para representar uma peça. (FRANCESCONI, 2010).
3 DESENHO MECÂNICO
61
a) b)
V. INFERIOR
Figura 45 - Desenho de peça sendo moldada no 1º diedro (a) e todas as vistas em aberto (b)
Fonte: adaptado de Francesconi (2010)
3.11.2 3° DIEDRO
De acordo com a norma Norte-americana, o objeto se localiza atrás do plano projetor. Preferencialmen-
te, o objeto no 3º diedro é representado pelas vistas frontal, superior e lateral esquerda, também conhe-
cidas como elevação, planta e perfil, respectivamente. Em alguns casos apenas uma ou duas vistas já são
suficientes para representar uma peça também dependendo do número de detalhes.
a) b)
V. SUPERIOR
Karolina Machado Prado (2015)
V. INFERIOR
Figura 46 - Desenho de peça sendo moldada no 3º diedro (a) e todas as vistas em aberto (b)
Fonte: adaptado Francesconi (2010)
Fazendo uma comparação entre o 1º e 3º diedro, você pode observar a inversão da localização das vis-
tas superiores e vistas laterais direita, sendo no 3° diedro em relação à peça e no 1º diedro em relação
ao observador. Outro ponto importante é a simbologia que deve ser indicada na legenda onde o diedro
representado.
DESENHO TÉCNICO
62
simbolos PLA
NT
A
MÉTODO EUROPEU
10 diedro
10 diedro
Alemanha e a maioria ELE
VAÇ
PER dos países europeus ÃO FIL
FIL PER
O
AÇÃ
LEV
1º DIEDRO 3º DIEDRO
A vista superior fica embaixo. A vista superior fica em cima.
A vista inferior fica em cima. A vista inferior fica embaixo.
A vista lateral direita fica à esquerda. A vista lateral direita fica à direita.
A vista lateral esquerda fica à direita. A vista lateral esquerda fica à esquerda.
Quadro 4 - Simbologia dos diedros
Fonte: adaptado de Santos (2008)
Esse tipo de desenho é baseado em um sistema de três semirretas que possuem o mesmo ponto de ori-
gem formando entre si três ângulos de 120°. Para este tipo de desenho se dá o nome de eixo isométrico,
podendo ser representado de várias posições, mas sempre formando um ângulo de 120°. Veja na figura a
seguir.
120º
30º
30º
º
12
120
0º
120º
30º
30º
120
0º
Nessa fase inicial do desenho, o traçado consiste em marcar as medidas aproximadas do comprimento
(x), largura (y) e altura (z) os quais formam entre si um ângulo de 120°, como você pôde perceber na figura
anterior.
As perspectivas isométricas possibilitam uma visão muito próxima da realidade. São muito utilizadas
para representação de peças e facilitam a compreensão do formato e detalhes importantes.
3 DESENHO MECÂNICO
65
S
Elevação
S
z
S A
O S
S B
Planta
y
Vista
3.14 COTAGEM
Para que seja indicado no desenho técnico o conhecimento de tamanho e formas, esta representação
geométrica deve ser realizada por meio de medidas denominadas cotagem. É necessário que você faça
com exatidão a representação das dimensões e posição dos diferentes elementos. Esse processo não trata
simplesmente da colocação das informações dimensionais nos desenhos, visto que ele requer a utilização
de regras contidas em normas técnicas apropriadas. As medidas incorretas ou equivocadas podem causar
grandes prejuízos na fabricação do produto ou objeto representado.
No Brasil, a norma utilizada como orientação para a Cotagem é a NBR 10126/87 (ABNT) - Cotagem em
desenho técnico. Para que um desenho técnico seja bem traduzido na hora da produção de um objeto, são
necessárias todas as dimensões, caso essas informações sejam inseridas de forma incompleta, provavel-
mente haverá falhas na execução do projeto.
De acordo com a NBR 10126/87:
a) a cotagem requer alguns cuidados os quais cumpridos facilitam a interpretação das informações
inseridas, como boa distribuição das informações por todo desenho, de forma clara e simples;
b) são utilizadas linhas de chamadas com traços mais finos em relação às linhas definitivas;
c) as linhas de cotas são paralelas às linhas das medidas;
d) deve-se evitar cotas no interior do desenho;
e) linhas de chamadas perpendiculares das de cotas;
f ) não se deve repetir cotas;
g) a posição do texto inserido deve ser no meio da linha.
DESENHO TÉCNICO
66
Para que você entenda melhor, conheça a seguir os elementos de cotagem e sua localização nos dese-
nhos técnicos:
a) cotas: são números que indicam as dimensões lineares ou angulares dos elementos, correspondendo
às dimensões previstas;
b) linhas de chamada: são linhas com traços contínuos e finos, normalmente perpendiculares à linha
de cota, tendo origem no elemento a cotar;
c) linhas de cota: são linhas retas ou arcos, normalmente com setas nas extremidades do traço
continuo, paralelo ao contorno do desenho.
Cota
Linha de cota
3,0
3
1.5
Linha de chamada
3
Observe, na figura anterior, que as linhas de cota são traços mais finos do que as linhas principais. Lem-
bre-se de que a linha de chamada não toca o desenho, e as cotas verticais devem ter prioridade para serem
escritas no lado esquerdo do desenho.
Na próxima figura você pode perceber a cotagem de acordo com as normas, observe a posição correta
de todos os elementos de cotagem, inclusive o posicionamento dos algarismos. É importante que você
elabore um desenho simples, de maneira a evitar confusão e interpretações erradas das dimensões infor-
madas.
3 DESENHO MECÂNICO
67
18
54 36
Linha de cota – traço fino
As distâncias das cotas em relação ao desenho devem ficar em uma boa posição de leitura, ou seja,
não tão afastadas, tampouco muito junto do desenho. Nas imagens a seguir você identifica uma cotagem
correta e uma muito próxima.
20
20
SIM NÃO
Matheus Felipe Goedert (2015)
30 30
Não se deve utilizar várias linhas procurando indicar cotas em uma mesma direção. Para uma melhor
visualização, sempre priorize a de menor para o maior valor, para que não se cruzem. Você identifica essas
regras nas imagens a seguir. Aquelas corretas estão com a palavra SIM, e as erradas estão com a palavra
NÃO. Observe na sequência.
5 10 5 7
SIM NÃO
25
Sempre que possível, é necessário indicar cotas na parte externa do desenho, apenas em último caso
indica-se no interior. Também é adequado evitar linhas de chamadas longas para não causar dúvidas.
9
9
8
11
15
8 5
25
10
25
12
30
Matheus Felipe Goedert (2015)
SIM
40
7
SIM 20 11
NÃO
3
7
7
20 ø5 11
Em se tratando de um grupo de cotas em dimensões paralelas, tanto para cima como em laterais, é
necessário ter uma sequência do menor para o maior tamanho com as medidas centralizadas. Veja de que
forma na figura a seguir. Novamente, as corretas estão com a palavra SIM, e as erradas com a palavra NÃO.
34 34
24 24
14 14
10 10
20
14
32
14
32
NÃO SIM
No caso da existência de espaços limitados para o lançamento da cota, deve-se ter bastante cuidado
para não causar dúvidas. Normalmente são medidas de pequenos valores. Veja os exemplos seguintes de
como proceder nesta situação.
2.5
3 6 11
Matheus Felipe Goedert (2015)
Na cotagem de ângulos e raios, esses são indicados por duas dimensões lineares ou linear entre um
ângulo, como nos exemplos das figuras que seguem.
38 38
120º
Existem alguns conjuntos de símbolos denominados símbolos complementares de Cotagem que per-
mitem identificar a forma de alguns elementos, melhorando a sua interpretação e compreensão. Conheça-
-os na figura a seguir.
Ø ESF 50
Ø30
40
Matheus Felipe Gooedert (2015)
0
R2
Nas cotas arquitetônicas normalmente as dimensões são indicadas em “centímetros”. Vale lembrar que
nunca se deve misturar unidades de medidas diferentes, ou seja, caso inicie a cotagem em centímetros,
faça todo o desenho nesta unidade, com os valores das cotas diretamente sobre as linhas do desenho e,
adote um traço pequeno no ângulo de 45° ou um ponto forte na intersecção da linha de cotagem com a
linha de chamada. Observe essas regras nas figuras que seguem.
4.30
0.15 4.00
0.15
4.14
4.14
00
1.
2.10 x 1.50
1.00
SALA
14.28m²
0.42
4.30
4.00
4.14
2.10 4.14
1.00
Para a cotagem em perspectivas, os critérios de cotagem são os mesmos das projeções ortogonais múl-
tiplas, mas, restritos a uma só projeção, ao contrário do que acontece nas projeções ortogonais múltiplas
em que se pode dispor de várias vistas que possibilitam selecionar a vista que melhor corresponde a sua
necessidade. Assim, nas perspectivas, as linhas de cotas deverão orientar-se segundo as direções perpen-
diculares dos elementos cotados (arestas).
Observe, na figura que segue, a maneira adequada de realizar essa cotagem, bem como as formas ina-
dequadas.
DESENHO TÉCNICO
72
10
10
18 20
18 20
a) b)
20
10
18
20
c) d)
Figura 62 - Cotagem em perspectiva desejável (a), admissível (b), a evitar (c), incorreta (d)
Fonte: adaptadoo de Versus (2015)
Acompanhe no Casos e relatos, a seguir, um exemplo prático sobre a importância de se ter um conhe-
cimento em desenho técnico.
CASOS E RELATOS
Desenho do ar modificado
Um projetista de uma empresa de produção de condicionador de ar tipo Split recebeu a tarefa de
representar em um desenho técnico as dimensões do equipamento de maneira a confeccionar
uma caixa para envio de um novo projeto especial para outra cidade. A finalidade do envio era
verificar se a filial da empresa poderia produzir uma carenagem com materiais recicláveis mais
econômicos. Para atingir o objetivo, o projetista fez o desenho técnico desse ar condicionado
modificado em uma folha A3, no 1º diedro, com as vistas frontal, superior e lateral esquerda em
uma escala de redução de 1:5, ficando bem adequado ao tamanho de folha escolhido. Depois de
finalizado, o desenho foi entregue para o setor de logística providenciar a confecção da caixa de
proteção. Como o objetivo foi atingido, o projetista verificou na prática que o seu conhecimento
obtido em desenho técnico o ajudou muito para elaboração e execução do trabalho recebido.
3 DESENHO MECÂNICO
73
3.15 CORTES
Muitas vezes alguns desenhos possuem elementos internos importantes que não estão visíveis, mas
que se deseja demonstrar em detalhes. Nesses casos, utiliza-se o “corte” ou “seção”, que ajuda a esclarecer
esses elementos, evitando o uso de muitas vistas.
O recurso do corte somente é usado quando ajudar a esclarecer melhor o desenho, ou seja, mostrar
algo importante que a representação gráfica normal não poderia demonstrar. A norma NBR 12298 – Repre-
sentação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico, é a norma que trata da representação
por cortes.
O corte é elaborado ao imaginar uma peça cortada por um ou mais planos que passam pelo interior da
peça. Observe, na figura seguinte, o exemplo de um plano de corte vertical que passa no meio da peça,
indicando por meio das hachuras a superfície do objeto cortado.
Esse corte pode ser realizado na horizontal, vertical ou mesmo parcial, definindo-se o local a ser cortado
e indicando por meio de uma seta, chamada de indicação de corte.
Plano
de corte
vertical
5mm
Letra do corte
A
Número da prancha
01
A indicação do sentido do corte é feita através da letra referente ao corte que representa o sentido do
corte, ordenado por ordem alfabética (A, B, C...). A figura seguinte exemplifica essa indicação.
hachura de material
nas partes do sólido
que são interceptadas
pelo plano de corte
(partes não vazias)
nome do corte
Corte A - A
Ainda existem outras três denominações de cortes para o plano de corte que contém um eixo da peça e
é cortada inteiramente: corte total, meio corte e corte parcial. Para que você entenda melhor as diferenças,
observe a figura a seguir. Ela representa a mesma peça nos três tipos de corte, com suas indicações.
3 DESENHO MECÂNICO
75
CORTE TOTAL
(a)
CORTE AA
MEIO CORTE
(b)
CORTE AA
CORTE PARCIAL
De maneira geral, o corte será total. O corte parcial é utilizado em peças simétricas, mostrando não
somente o interior, mas também parte da peça inteira.
Em sistemas de ar condicionado, o corte em uma ferramenta é amplamente utilizado para demonstrar
detalhes que não são vistos com facilidade, além dos diferentes tipos de materiais utilizados na montagem
e manutenção dos equipamentos, como você pode ver na figura a seguir.
Vid
e de 12
tal 11
he
A
10 9
8 º4
an
ot
en
7 Vid
6
5
4
Vide detalhe B 1 10
Karolina Machado Prado (2015)
Detalhe A
3.16 HACHURAS
Uma das grandes dificuldades nos projetos com desenho técnico era demonstrar que tipo de material
seria utilizado. Para resolver esse problema, criou-se uma padronização chamada de hachura, que define o
material utilizando desenho de acordo com os riscos traçados.
A figura seguinte mostra exemplos de alguns materiais representados por hachuras. Essa padronização
é útil para distinguir diferentes tipos de materiais constituídos das peças cortadas, perceba que uma ha-
chura não determina precisamente a natureza do material cortado, apenas uma indicação de tipo. Não é
recomendado a utilização de cores nas hachuras.
3.17 SEÇÕES
De acordo com Montenegro (2001), as seções são semelhantes aos cortes, possuem o mesmo objeti-
vo: trazer mais clareza ao desenho. A seção é uma superfície resultante de interseção de um plano com
um corpo (a peça a representar). Em geral, são usados para definir o perfil externo de partes das peças
como nervuras, braços de polias e volantes, perfis metálicos, entre outros. Os cortes representam somente
a interseção do plano de corte com a peça, não o que se encontra além desse plano.
3 DESENHO MECÂNICO
77
Seção
3.18 ENCURTAMENTOS
Para as representações de peças longas, com forma constante, pode-se aplicar um recurso que permite
a sua simplificação e diminuição, chamado de “encurtamento”. Esse encurtamento pode ser representado
de maneira prática, sem qualquer prejuízo aos detalhes do desenho. Observe, na figura seguinte, como é
elaborado esse encurtamento.
Como a parte compreendida entre dois cortes não apresenta variação e não contém elementos diferen-
tes, ela foi encurtada e seccionada, sem prejudicar a interpretação do desenho.
DESENHO TÉCNICO
78
A vista explodida é muito utilizada em desenhos de montagem de conjuntos por auxiliar a compreen-
são e a ordem na qual se montam as várias partes das peças. É recomendado que se evite o uso de cortes
para mostrar detalhes interiores do conjunto, e que se faça a representação de todas as peças em separado
de forma visível. Esse tipo de vista é muito utilizado em catálogos dos fabricantes dos produtos, e o nome
peculiar se deve à forma desmontada na visualização do conjunto.
3.20 TOLERÂNCIA
A tolerância é uma extensão da cotagem com informações adicionais quanto à forma, dimensão e posi-
ção dos elementos. Essas informações são fornecidas a fim de limitar erros de fabricação das peças.
A tolerância pode ser geométrica ou dimensional. A norma que rege as tolerâncias é a ABNT NBR
14699 - Representação de símbolos aplicados a tolerâncias geométricas – Proporções e dimensões. Essa
norma fixa as condições exigíveis de proporções e dimensões para representação gráfica de símbolos de
tolerância geométrica em desenho técnico.
Entenda um pouco mais sobre os tipos de tolerância nos itens que seguem.
3 DESENHO MECÂNICO
79
Utilizada para determinar erros dimensionais de fabricação. Dependendo da função da peça ou do ele-
mento, algumas dessas dimensões podem estar fora do padrão, mas a tolerância permite que funcione
corretamente, mesmo com pequenas variações permissível. Observe, na figura que segue, que existem
desvios mínimos tanto para menos como para mais. O desenho da esquerda mostra um desenho técnico
com imperfeições de tolerância dimensionais. O desenho da direita mostra como ficou a peça depois de
executada.
30 +− 0,1 30,1
ο9,982
ο10f7
25 +− 0,1 24,9
ο20 +− 0,1
ο20,06
Tem-se ainda a nominal, que é a medida da peça representada no desenho e a tolerância, que vem a
ser a medida com o afastamento para mais ou menos da medida nominal.
E, por fim, a média efetiva, que é a medida da peça depois de fabricada. Na figura seguinte, você tem
um exemplo da média nominal com o maior diâmetro de 16 mm circular, com um valor de tolerância de
0,05 tanto para mais quanto para menos; portanto, a sua média efetiva poderá ser de 16,05 mm no máxi-
mo, e 15,95 mm para o valor mínimo.
Ø16 -- 0,20
0,41
20+0,2
Ø12 +0,25
0,25
0,1
40+ 0,25
A norma ABNT- 8404 fixa os símbolos e indicações complementares para identificação do estado su-
perficial em desenho técnico. Alguns símbolos são utilizados para indicar o grau de acabamento que se
deseja nas peças que estão sendo representadas no desenho técnico. Conheça alguns símbolos, na tabela
a seguir.
SÍMBOLO DESCRIÇÃO
A indicação da superfície pode ser dividida tanto para um estágio bruto, sem acabamento, até um está-
gio que passará por um tratamento térmico, como representado e indicado na figura a seguir. Nela, esses
símbolos são demonstrados no local da superfície no próprio desenho da peça.
Os símbolos que compõem o desenho da peça com a indicação do estado da superfície podem conter
as seguintes informações:
a) classe de rugosidade: os valores que caracterizam a rugosidade da superfície no estado final de
acabamento;
b) processo de fabricação: processo de trabalho utilizado para obtenção da superfície;
c) comprimento da amostra: é o comprimento da seção da superfície escolhido para avaliar a rugo-
sidade;
d) direção das estrias: a direção das estrias resultante da forma como são trabalhadas as superfícies,
estes símbolos são indicados pelas letra “d” no símbolo base.
Essa simbologia você pode identificar nas figuras que seguem.
Processo de
Classe de Fresado fabricação
rugorsidade
2,5
Sobremetal N8 Comprimento
para usinagem da amostragem
=
aplicado.
Orientação das
estrias
Direção das
estrias
DESENHO TÉCNICO
82
SÍMBOLO INTERPRETAÇÃO
Cruzadas em duas direções oblíquas em relação ao plano de
projeção da vista sobre a qual o símbolo é aplicado.
X
Direção das
estrias
Muitas direções.
M
M
C
fície ao qual o símbolo é referido.
C
R
fície ao qual o símbolo é referido.
R
FIQUE O Valor da rugosidade é regido pela Norma ISO 1302, da ABNT, que adota o desvio
ALERTA médio aritmético (Ra), onde determina os valores da rugosidade representados por
classes que vão de N1 a N12, com valores máximos em µm (microns).
3 DESENHO MECÂNICO
83
É o desvio da peça em relação a sua forma geométrica ideal. É indicada no desenho técnico para
elementos isolados.
A tolerância geométrica permite os erros geométricos possíveis na fabricação das peças, informa os
desvios macro e micrométricos máximos, sem que comprometam a funcionalidade da peça no que tange
ao atrito. Aderência, escorregamento, rotação, vedação, etc.
40 0,025
-0,050
0,000
0,1
Figura 76 - Eixo-furo com tolerância dimensional (esquerda) e eixo com imperfeições geométricas (direita)
Fonte: adaptado de Montenegro (2001)
Para Montenegro (2001), cada tipo de tolerância geométrica é indicado com um símbolo específico que
pode ser de característica de elemento isolado ou elemento associado, como você pode ver no quadro a
seguir.
DESENHO TÉCNICO
84
Retitude
Circularidade
Forma
Cilindricidade
Elementos isolados ou
Perfil de linha qualquer
associados
Perfil de superfície
qualquer
Paralelismo
Inclinação
3 DESENHO MECÂNICO
85
Posição
Coaxialidade
A representação das tolerâncias geométricas é indicada conforme a figura a seguir. Observe que os
retângulos contêm a representação e as simbologias geométricas desejadas.
Tolerância Referencial
geométrica
Modificador Símbolo 0
Ø8
- 0,05
Ø0,04 M A M
E
Matheus Felipe Goedert (2015)
Ø18 - 0,05
0
Modificadores
CASOS E RELATOS
Vista explodida
O instalador de equipamentos de climatização de uma empresa de manutenção e instalação de
condicionador de ar tipo Split recebeu a tarefa de fazer a manutenção de uma revisão em equi-
pamento tipo K-7, em uma loja cliente da sua empresa. Tendo em vista que não conhecia muito
bem o equipamento, e para uma maior eficiência e segurança do trabalho, o instalador usou o ca-
tálogo do fabricante, que continha o desenho técnico em vista explodida. À medida que realizava
a desmontagem do equipamento, seguia as orientações contidas na vista explodida. Ao proceder
à remontagem, utilizou-se do mesmo recurso, para que não cometesse nenhum erro. Com isso, o
instalador percebeu a importância não somente do catálogo, como da vista explodida, pois sem
ela ele levaria muito mais tempo para proceder à instalação, e ainda correria o risco de montar
algum componente errado.
RECAPITULANDO
Nesse capítulo, você estudou a importância do desenho técnico mecânico, viu as várias formas
de construção geométrica, formato e dobra de folhas. Aprendeu, também, algumas noções sobre
a escrita técnica e as formas de legenda arquitetônica e mecânica, além de se familiarizar com o
escalímetro, tanto para a redução como para a ampliação de qualquer objeto a ser representado
em um desenho técnico.
Ainda, nesse capítulo, você conheceu algumas normas da ABNT relacionadas ao desenho técnico
e a sua importância, bem como estudou a utilização do corte com riquezas de detalhes para uma
melhor representação do desenho, obtendo vistas de partes não visíveis do objeto, economizando
a produção de um maior número de vistas.
Para complementar, você aprendeu o que é vista longitudinal, vista lateral, vistas de locação, e vista
superior e conheceu as informações para identificação do projeto a qual o desenho se refere.
Também examinou as vistas isométricas, que são uma forma de perspectiva com ângulos de 30°
dividindo um sistema de três semirretas que somados seus ângulos tem-se 120°.
3 DESENHO MECÂNICO
87
Você analisou, ainda, o que são as seções que trazem uma vista para definição de perfis e o de-
senho com encurtamento, os quais são representações de cortes de peças longas, com formas
constantes demonstradas de uma maneira mais simplificada.
Outra forma de desenho que você conheceu nesse capítulo foi a vista explodida utilizada na mon-
tagem de conjunto ao demonstrar e posicionar cada peça prestes a ser montada ou desmontada;
desenho este muito utilizado em catálogos dos fabricantes.
No próximo capitulo, você estudará algumas noções de desenho arquitetônico, que é a forma de
representação da construção ou produção de projetos arquitetônicos. Até lá!
Desenho Arquitetônico
Você já deve ter admirado algum projeto arquitetônico, seja ele um prédio, uma casa, ou
mesmo uma igreja. Sabia que todos esses projetos partem de um desenho? É o chamado “de-
senho arquitetônico”, o qual faz parte da área da construção civil.
Neste capítulo, você irá complementar os conhecimentos já adquiridos até aqui sobre dese-
nho técnico, de tal forma que, ao final do seu estudo você tenha elementos para:
a) interpretar um desenho arquitetônico;
b) representar um projeto arquitetônico;
c) realizar cálculos matemáticos;
d) utilizar unidades de medida.
Preparado? Então, vamos em frente!
DESENHO TÉCNICO
90
A exemplo do desenho técnico mecânico, o desenho técnico arquitetônico exige a identificação das
planchas (folhas de desenho) que devem estar bem expostas, com margens e carimbos (selo ou legenda)
com as devidas informações.
O desenho deve ser limpo e livre de rasuras, com traços homogêneos, em diferentes espessuras, iden-
tificando a compreensão de cada elemento contido, diminuindo assim as chances de dúvida de interpre-
tação.
A norma que regulamenta esse tipo de desenho é a NBR 6492 – Representação de Projetos de Arquite-
tura. Segundo Xavier (2011) apud Schuler e Mukai [200-?],
Vale lembrar que esta norma não fixa condições exigíveis para representação gráfica de projetos de
arquitetura; no entanto, ela estabelece condições para fornecer uma boa compreensão do desenho, não
abrangendo critérios de projetos que são específicos de outras normas ou legislação, conforme cada mu-
nicípio ou estado.
No desenho arquitetônico há vários tipos de planos de corte, em sua grande maioria são cortes totais,
cortando por completo a representação da construção. A mais conhecida é a chamada planta baixa, que
consiste em uma vista superior com corte horizontal paralelo ao telhado em uma faixa próxima de 1,50
metros de altura, acima do nível do piso. Um bom exemplo são as plantas baixas apresentadas em propa-
gandas de apartamentos.
4 DESENHO ARQUITETÔNICO
91
Os outros tipos de vistas utilizados no desenho arquitetônico são os cortes transversais (em sentido
do menor comprimento) e os cortes longitudinais (no mesmo sentido do maior comprimento). Ambas
consistem em vistas de laterais cortadas da construção. Também existe a vista lateral sem corte, chamada
de fachada, como observado no exemplo da figura a seguir.
Corte longitudial
Corte transversal
A importância da planta baixa se dá por representar os principais itens, como paredes, portas, janelas,
projeções, entre outros. Quando se trabalha com projetos específicos, como projetos hidráulicos, elétricos,
climatização e refrigeração, cada um desses itens são representados de forma peculiar e em pranchas se-
paradas, com suas informações constando na legenda.
DESENHO TÉCNICO
92
O plano horizontal corta a edificação a 1,50 m acima do piso, podendo-se imaginar um corte no meio,
no qual se retira o telhado juntamente com a parte superior das paredes, tendo como resultado a planta
baixa, como é visto na figura seguinte.
Thinkstock (2015)
Figura 79 - Exemplo de planta baixa
Fonte: Thinkstock (2015)
Em geral, a planta baixa é desenhada nas escalas de 1:50 ou 1:100, dependendo do nível de detalhes
que será demonstrado no projeto. Vale lembrar que na escala de 1:50 há mais detalhes do que na escala
de 1:100
Em muitos casos, as fachadas (vista frontal e lateral da construção) têm como objetivo facilitar a visua-
lização da face externa da obra após a conclusão do projeto. Entretanto, elas não são suficientes para de-
monstrar as divisões internas do projeto, assim como elementos de construção: vigas, rede de dutos, rede
elétrica, entre outros.
Para essas necessidades, têm-se os cortes transversais e longitudinais, obtidos por meio de um plano de
secção, que corta a construção verticalmente.
Plano de
Plano de corte
corte
Secção transversal
60
60
60
60
100
270
210
155
110
I.S.
+ 0,10 (N.A.) + 0,12 (N.A.)
+ 0,09 (N.O.) + 0,11 (N.O.) RN
CORTE TRANSVERSAL
2 ESCALA: S/E
É importante lembrar que os equipamentos fixos que fazem parte do projeto também podem ser
representados nos cortes, desde que a posição do plano de corte vertical e o sentido de visada possibilitem
sua vista.
60
60
100
100
270
ESTAR/JANTAR
COZINHA
+ 0,10 N.A. + 0,17 N.A.
110
110
CORTE LONGITUDINAL
3
ESCALA: S/E
É a planta de locação que conterá as informações sobre muros e portões, distâncias entre extremas, ou
seja, todas as informações possíveis para identificar a localização correta da construção.
DESENHO TÉCNICO
96
2000
80
80
530 605 865
UNIDADE HABITACIONAL
2 DORMÍTORIOS
TERRENO BÁSICO
10 x 20 (metros)
A = 41,16 m²
A = 200,00 m²
680
680
1000
PLANTA DE LOCALIZAÇÃO
CASA 2 DORMITÓRIOS A = 41,16 m² Esc.: 1:100
Esta planta demonstra onde o terreno da construção está situado, isto é, a rua, o bairro, o quarteirão ou
a cidade, incluindo pontos de referência, como supermercado, shopping, farmácia, etc. É comum que se
utilize escala de 1:500 ou 1:1000, sempre indicando a orientação do norte no desenho.
QUA
RUA DE HORTAS
ENTRADA
PLANTA BAXA
ESCALA 1:100 9 8 7 6
MANDACARU
NORTE
Quadra F
5
PLANTA DE SITUAÇÃO 10
ESCALA1:1000
DO
20,00
4
E
2 3
1
QUADRA
NORTE
RUA
10:00
BECO DO PIRULITO
NGA
CALU
QUADRA B
DO
DRA
QUA
RUA
IGREJA
Agora, você já conhece alguns tipos de desenhos arquitetônicos. Percebeu que em muitos deles foi fa-
lado sobre a escala em que ele é representado? Nos itens seguintes, você entenderá melhor o que significa
a escala arquitetônica e onde ela é aplicada. Prossiga com seu estudo!
As escalas no desenho arquitetônico são em boa parte de redução. Você deve se lembrar de que quanto
menor for a escala, menor será a quantidades de detalhes; portanto, a escala de situação traz muito menos
detalhes de que a escala de planta baixa. Observe o quadro a seguir.
De acordo com Brabo (2009), existem alguns termos padrão que são utilizados em projetos arquitetôni-
cos. Conheça alguns desses termos a seguir.
Peitoral – altura do chão ao início da janela;
Pé-direito – altura do chão até laje;
Cumeeira – ponto mais alto da cobertura;
Planta – vista obtida após a retirada do plano da secção olhando de cima para baixo;
Corte – vista obtida após a retirada da parte anterior ao plano de secção olhando de frente;
Marquises – cobertura que protege da chuva e do sol;
Viga e pilares – elementos estruturais, os quais são responsáveis pela sustentação da construção.
Além dos termos padrões, você precisa conhecer, também, detalhes que são essenciais em projetos
arquitetônicos, como parede, portas e janelas. Conheça algumas informações importantes sobre esses três
itens especificamente.
DESENHO TÉCNICO
98
PAREDE
As paredes são representadas com duas linhas paralelas entre si e espessura de 15 cm. Caso sua altura
não chegue até a laje ou parte superior do pé-direito, devem ser indicadas no desenho, e sua linha será
mais fina, como demonstrado na figura seguinte.
Parede alta
Parede baixa
PORTAS
São desenhadas representando uma área total que vai ocupar tanto fechada como aberta, sendo neces-
sário especificar o movimento das portas com linhas auxiliares, como você pode ver a seguir.
JANELAS
Na vista horizontal, observa-se as janelas, normalmente com peitoral de 1,50 m. Caso tenha uma medi-
da diferente, esta deve ser indicada no desenho, tendo como primeira dimensão a largura da janela por sua
altura e peitoral. Vale lembrar que para janelas em que o plano horizontal não a cortar, sua representação é
feita por linhas invisíveis, havendo vários tipos de representação de janelas, como demonstrado na figura
que segue.
BEIRAL
TIJOLO
PAREDE
VERGA
PEITORIL
PEITORIL
ALTURA
2,00x1,10
TIJOLO
1,00
ESQUADRIA
BALDRAME
Veja, também, alguns tipos de janelas que podem ser representadas em um projeto:
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Nesse capítulo, você estudou algumas representações de desenho arquitetônico, conheceu alguns
tipos de vistas, como planta baixa, que é uma das mais conhecidas e consiste em um corte paralelo
ao telhado no qual se tem uma vista superior do projeto, dos cortes transversais e horizontais e
da vista da fachada dos projetos arquitetônicos. Você estudou, também, alguns elementos do de-
senho arquitetônico, conheceu termos padrões e aprendeu como representar em um desenho as
paredes, portas e janelas, que são essenciais para qualquer projeto.
No próximo capítulo, você estudará sobre o desenho técnico voltado para o sistema de refrigeração.
Até lá!
Desenho de Sistema de Refrigeração
Fluxogramas são desenhos sem escala, esquemáticos, mostrando toda a rede de tubulações, equipa-
mentos e acessórios, com o objetivo de ilustrar o funcionamento dos diversos sistemas que compõem a
instalação industrial, como visto na figura que segue.
Coletor
de sucção
Válvula reguladora
de pressão
Separador
Válvula de líquido
solenóide
SL -30ºC
Tanque
Flash
-16ºC
Filtro
sucção
Válvula
1 2 3 4 Bomba
retenção
de
ECO ECO ECO ECO amônia Cond.
SOP SOS evap.
Coletor
Esse tipo de desenho é outra forma de representação sem escala contendo a perspectiva isométrica de
cada linha ou rede de tubulações de uma mesma área, ilustrando o posicionamento dos seus acessórios e
estabelecendo os critérios de fabricação e montagem.
Kameshkova ([2015])
Como existem muitas opções de representações para se utilizar nos fluxogramas, há tabelas com esses
símbolos, tanto para os desenhos de fluxogramas, quanto para os desenhos isométricos, com a finalidade
de facilitar o entendimento de cada componente, como você pode observar na figura a seguir.
Thinkstock ([2015])
CAIXA
D’ÁGUA
BOILER
ÁGUA
QUENTE
ÁGUA
FRIA
ÁGUA
QUENTE
COLETORES
ÁGUA
SOLARES
FRIA
WC
CASOS E RELATOS
Ao se projetar as tubulações para o sistema de climatização, qualquer que seja, há necessidade de reali-
zar a elaboração de um projeto tal que permita economia de recursos materiais e de tempo de instalação.
É importante salientar que por essas tubulações circularão fluidos refrigerantes os quais, por suas caracte-
rísticas, mudam de temperatura constantemente, daí a necessidade de um bom projeto para seu perfeito
funcionamento. É nesse contexto que entra o desenho técnico.
Na próxima figura, você pode identificar que foram mostrados os principais componentes de uma ge-
ladeira de uso doméstico. O projeto para representação de sistemas de climatização e refrigeração deve
conter todas as informações importantes, desta forma, não haverá dúvidas no momento da execução de
uma manutenção ou instalação por parte do técnico envolvido na tarefa.
Observe, na figura a seguir, a riqueza de detalhes na elaboração do desenho técnico. Essas informações
com certeza contribuíram de forma significativa para a execução do trabalho por parte do técnico insta-
lador. Observe que inclusive os ângulos das curvas a serem feitas em um sifão obrigatório na tubulação
exemplificada são ressaltados.
0,1 / 0,2 m
UNIDADE
EVAPORADORA
NOTA 1
NSÃO
R=4
LINHA DE SUCÇÃO
R
DE EXPA
LINHA DE EXPANSÃO
LINHA
3m
Sabrina da Silva Farias (2015)
NOTA 2
Na representação de tubos ou tubulações, deve-se sempre buscar a simplicidade, sendo que, algumas
vezes, faz-se necessário a utilização de cortes para demonstrar detalhes do projeto, tanto para dutos re-
dondos como elípticos. Nas figuras a seguir, você poderá observar um exemplo de cada representação,
em que há distintos tipos de linha e traços como pontilhados, os quais são partes não visíveis no desenho,
li¬nhas contínuas visíveis, traços e ponto indicando o centro. Observe que a representação lateral é a mes-
ma, tanto para elíptico como para tubulações redondas.
Thinkstock ([2015])
1 4
4
1
3 4 4 1 2 3 4
2 2 3
4
1 B 1
4
Com relação à representação de projeto elétrico, têm-se duas maneiras diferentes de serem representa-
dos: pode se tratar de um projeto unifilar ou multifilar. Veja, a seguir, as diferenças entre essas duas repre-
sentações.
O diagrama unifilar tem como objetivo mostrar as interligações entre equipamentos, sem minúcias
quanto aos pontos de conexão existentes em seus componentes. Nessa forma de representação, um cir-
cuito é representado por uma única linha e os condutores (fase, neutro, retornos, terra) são representados
por pequenos traços cortando essa linha.
DESENHO TÉCNICO
110
Esse tipo de diagrama geralmente representa a posição física dos componentes da instalação, porém
não representa com clareza o funcionamento e a sequência funcional dos circuitos. É o tipo de diagrama
mais usado em instalações elétricas prediais. Os símbolos gráficos usados nesse diagrama são definidos
pela norma Simbologia das Instalações Elétricas e NBR 5444/89. Veja um exemplo na figura a seguir.
Condutor Condutor
Retorno Neutro
Condutor
Fase
A norma Simbologia das Instalações Elétricas e a NBR 5444/89 tratam dos símbolos
SAIBA gráficos nos diagramas unifilar e passam a ser usados em planta baixa. Pesquise sobre
MAIS essas normas e confira as tabelas por completo.
Esquema Multifilar
R1
N1
R2
N2
PE
2x127V
60W
Esquema Unifiliar
-1- -1-
1 2 60W b 2 60W
N2
a b R1
2,5º 2,5º
FIQUE Nos esquemas elétricos há muitos símbolos semelhantes, cuidado para não
confundi-los e colocar um componente diferente no sistema elétrico, já que isto
ALERTA pode ocasionar danos futuros.
RECAPITULANDO
Nesse capítulo, você estudou a importância do desenho de fluxograma e desenho isométrico para
uma melhor organização do projeto. Além disso, você aprendeu, de maneira geral, a simbologia e
alguns elementos utilizados para representar diversos componentes em uma planta. Ainda, neste
capítulo, você conheceu a forma de desenhar tubulações cilíndricas, elípticas ou retangulares.
Para complementar, você estudou como são elaborados os desenhos de diagramas elétricos do
tipo unifilar e multifilar, e quais as diferenças em detalhes entre os dois. Esses estudos habilitaram
você a ler e compreender algumas formas de desenhos técnicos sejam mecânicos, elétricos e ar-
quitetônicos.
Desenho Assistido por Computador - CAD
6.1 DEFINIÇÃO
A sigla CAD vem do inglês Computer Aided Design que significa Desenho Assistido por Computador. São
programas (softwares) para computadores específicos para geração de desenhos e projetos.
O AutoCAD® é um desses softwares que se enquadram no conceito de tecnologia CAD e é utilizado
mundialmente para a criação de projetos em computador. AutoCAD® é o nome de um produto, assim como
Windows®, Word®, Excel®, porém, existem outros softwares de CAD, como Catia Pro Engineer®, Solid Works®,
SketchUp®, entre outros.
Muitos dos programas CAD que existem no mercado aplicam-se às necessidades específicas de deter-
minada área profissional, como arquitetura, mecânica, elétrica, geoprocessamento, entre outras. O Auto-
CAD® é um software genérico, ou seja, pode ser utilizado em qualquer área e, por este motivo, tornou-se um
dos mais utilizados para elaboração de desenhos. Neste capítulo, você aprenderá a utilizar a versão 2012,
em português.
Na tela padrão do AutoCAD®, apresentada na figura a seguir, você pode observar o quanto a interface é
interativa, contendo a maioria dos comandos na aba superior, agrupados por categorias de funcionalidade.
Para entender melhor a figura acima, acompanhe, na sequência, a explicação da sua legenda.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
115
a) Menu do Aplicativo: nele encontram-se as opções de Abrir, Salvar, Salvar Como, Criar Novo De-
senho, etc., além de utilitários, como alteração de unidades, limpeza do arquivo de desenho, entre
outros. Existe neste menu um campo no qual você pode pesquisar qualquer comando existente no
AutoCAD® e, ainda, uma lista com os arquivos recentemente editados.
b) Barra de Ferramentas Acesso Rápido: este é um menu personalizável, no qual você pode ter aces-
so rápido às opções que estão no Menu do Aplicativo. Para isto, basta clicar com o botão direito do
mouse sobre ele.
c) Faixa de Opções: nessas abas ficam localizadas as ferramentas necessárias para criar ou modificar
seu desenho, estão agrupadas em painéis por categorias e identificadas pelas suas respectivas guias.
d) Configuração da Área de Trabalho do AutoCAD®: permite definir se o tipo de desenho a ser feito
será em 2D, 3D ou outra forma personalizada.
e) Ferramenta de Visualização ViewCube: é uma ferramenta de navegação que é exibida quando
você está trabalhando em espaço do modelo 2D ou em um estilo visual 3D. Com ela, é possível alter-
nar entre os tipos de vistas: padrão e isométricas.
f) Ícone Indicativo das Coordenadas (User Coordinate System – UCS): identifica a orientação do es-
paço tridimensional dos eixos x, y e z.
g) Linha de Comando: neste espaço podem ser digitados os comandos de acesso às ferramentas que
se deseja utilizar. Ao acionar uma ferramenta nesta área, torna-se visível o nome do comando e as
opções de entrada de dados necessários para finalização deste comando.
h) Abas de Alternância: estão entre a área de edição e a área de criação de layout de impressão. Servem
para alternar a área gráfica entre os ambientes de criação ou edição das entidades e o ambiente de
layout de impressão, onde são manipuladas as visualizações das entidades para definição de escalas
de impressão.
i) Barra de Status: mostra as informações de status do sistema, tais como, coordenadas da posição do
cursor na Área Gráfica, além de permitir acesso rápido a ferramentas de regulagem de tela, visuali-
zação e precisão de desenho.
j) Área Gráfica: área de trabalho utilizada para a criação e edição de desenhos dentro de um espaço
tridimensional infinito.
k) Cursor do Software: indica a localização do mouse na interface do AutoCAD®.
DESENHO TÉCNICO
116
Antes de iniciar um desenho, você deve saber em qual unidade de medida irá trabalhar, como metro,
centímetro, polegada, etc. Sabendo disso, você deverá fazer a seleção dessa unidade. Para isto, acesse o
Menu do Aplicativo e selecione Utilitários de Desenho > Unidades. Na janela exibida, faça as alterações
conforme o padrão de desenho que você deseja.
Além da definição das unidades, também é necessário definir os limites da Área Gráfica de forma que
você tenha espaço suficiente para fazer o seu desenho. Por definição padrão, o AutoCAD® inicia com uma
área de trabalho medindo 420 x 297 unidades. Caso a unidade escolhida tenha sido milímetros, então o
limite corresponde ao tamanho de uma folha A3.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
117
Para aumentar os limites, na linha de comando, digite _LIMITS e pressione Enter. Aparecerá uma men-
sagem informando os limites atuais e solicitando os novos, que devem ser inseridos em formato de coor-
denadas.
Note que na Área Gráfica é exibida uma grade com linhas ortogonais que podem auxiliá-lo na execução
de seus desenhos. Caso não queira a exibição da grade, acione F7 em seu teclado. Você também pode de-
terminar o espaçamento desta grade digitando _GRID e, em seguida, informando o novo valor desejado.
Por padrão, o valor é 10 unidades. Acionando o modo Snap (F9), o cursor navegará apenas entre os pontos
de cruzamentos da grade.
Você já sabe que a Área Gráfica do AutoCad® é um plano tridimensional infinito, ou seja, um espaço
que utiliza o sistema de coordenadas1 cartesianas para determinar a localização de pontos na tela. Esse
sistema é chamado de WCS (World Coordinate System) ou Sistema Global de Coordenadas e é utilizado ba-
sicamente para desenhos em 2D. Já o UCS (User Coordinate System), Sistema de Coordenadas do Usuário,
é indicado para desenhos em 3D.
Por padrão, o AutoCad® inicia no sistema WCS. No momento em que se faz um desenho de uma reta,
por exemplo, é necessário definir dois pontos. Isto poderia ser feito com dois cliques aleatórios do mouse
na Área Gráfica, o primeiro definindo o ponto inicial e o segundo o ponto final. Porém, ao necessitar de
precisão, deve-se fazer uso do sistema de coordenadas que pode ser a coordenada absoluta, a relativa
ou a polar.
Prossiga com o estudo e entenda um pouco sobre essas coordenadas.
1 É o endereço de um ponto no espaço. Pode ser definido por valores que servem para localizar o ponto em relação a dois ou três
eixos. Neste caso, como estamos trabalhando em duas dimensões, serão apenas dois valores, o de “x” e o de “y”.
DESENHO TÉCNICO
118
Uma coordenada absoluta é um par de números “x” e “y”, nesta ordem, e que determina um único ponto
no sistema cartesiano. Sendo assim, para desenhar uma reta, ao invés de dar um clique no ponto inicial,
você pode digitar na linha de comando, a coordenada do ponto A (x, y) e, em seguida, a coordenada do
ponto B (x, y).
FIQUE Sempre que você utilizar a vírgula “,” entre os algarismos, o AutoCad® entenderá
ALERTA como sendo uma coordenada. Para informar algarismos não inteiros, você deverá
utilizar o ponto “.” .
Enquanto o sistema de coordenada absoluta toma como referência a origem (0,0) da Área Gráfica, o
sistema de coordenada relativa se mostra mais prático, pois sua referência sempre será o ponto digitado
anteriormente e não o da origem absoluta.
Após determinar o ponto inicial, digitando “@” antes da próxima coordenada, o programa entende esta
informação como o deslocamento a ser feito tanto em “x” como em “y”.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
119
Na figura das coordenadas absolutas, a linha foi feita com inserção das coordenadas absolutas 15,35
(x=15 e y=35) para o ponto A e 20,5 para o B. Já nessa figura de coordenadas relativas, o ponto A é 15,35,
porém, o ponto B se obteve digitando @ 5,-30. A diferença é que no segundo caso, o ponto A passou a ser
usado como referência de origem para o ponto B.
No sistema de coordenadas polares, os pontos são especificados a partir de dois parâmetros, distância
ao ponto conhecido e ângulo, que darão a direção do próximo ponto. O deslocamento é sempre um valor
positivo e o seu sentido é dado pelo ângulo.
Antônio Mees (2015)
Para iniciar um novo desenho, acesse o Menu do Aplicativo e selecione Novo. Abrirá uma janela de
seleção de modelo. Por ora, escolha a opção acadiso2. Futuramente, você poderá criar seu próprio mo-
delo personalizado, no qual serão armazenadas todas as configurações preestabelecidas por você, como
camadas, textos, estilos de cotas, etc., e que serão carregadas automaticamente para o novo arquivo, no
momento de sua criação.
Camadas são como folhas sobrepostas umas às outras, de modo que cada uma contenha entidades de
uma mesma família. Por exemplo, camada Dutos, Cotas, Paredes, etc.
Por padrão, o AutoCAD® apresenta apenas uma camada, a Camada 0.
Ao criar uma camada, é possível atribuir propriedades particulares a cada uma delas, como cor, espessu-
ra e estilo de traço, visibilidade, bloqueio, entre outras. Para criar uma camada, clique sobre o primeiro íco-
ne (superior esquerdo) desse painel ou digite _LAYER e tecle Enter. Abre-se a janela Gerenciador de pro-
priedades de camada, no qual você poderá criar camadas, desligar a visualização, congelar uma camada,
bloqueando a edição das entidades nela contidas, alterar estilo de traço, espessura, cor das entidades, etc.
2 É o nome de um template padrão do AutoCAD, um arquivo do sistema gerado por um desenho default (padrão) que serve para
iniciar um desenho com as configurações padronizadas de fábrica. É um modelo padrão de arquivo.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
121
FIQUE Ao trabalhar com entidades circulares em seu projeto, com o avançar do tempo de
edição, elas poderão perder a resolução e aparecer na tela como polígonos fechados
ALERTA (facetados). Não se desespere! Digite REGEN e tecle Enter. O software irá regenerar
todas as entidades, e a imagem retornará à forma correta.
e) Retângulo e polígono: estas duas ferramentas estão agrupadas no mesmo botão, alternado com
clique na setinha lateral ao ícone. No caso do retângulo, as especificações solicitadas são o primeiro
ponto, que gera um dos cantos do retângulo, e o segundo ponto, que gera o canto oposto. No caso
do polígono, a primeira informação é a quantidade de lados (mínimo três), após o ponto central do
polígono e, em seguida, se este será inscrito ou circunscrito a um círculo imaginário, cujo raio é o
próximo dado solicitado. Feito isso, tecle Enter e a entidade estará construída.
f) Elipse: também possui agrupamento de ferramentas no mesmo ícone, alternando entre as opções
com clique na setinha lateral e seleção no menu suspenso.
Estes são os comandos de criação do painel Desenhar utilizados com maior frequência, porém você
encontra outros logo abaixo da guia, como Linha de Construção, que cria linhas de comprimento infinito
para que você possa utilizar de guia para seus desenhos, e também o comando Hachura, que será visto
mais adiante.
Com o avançar do desenvolvimento de seu projeto, poderá chegar um momento em que, existindo
muitas entidades na tela, você sinta necessidade de deixar visível apenas algumas ou um grupo delas,
para fazer edição de outras. Para isto, você poderá utilizar os comandos do painel de camadas, conforme já
exemplificado na figura do Painel Camadas (no item anterior), deixando visível apenas as entidades que lhe
interessam e desligando as camadas que contém as entidades que não são necessárias naquele momento.
Uma função muito utilizada no AutoCAD® são os pontos de ancoragem, os quais permitem que as en-
tidades sejam desenhadas com absoluta precisão de localização, em relação à outra já existente. Os pontos
de ancoragem podem ser ativados de acordo com a necessidade do projetista, como extremidade, meio,
quadrante, centro, perpendicular, etc. Para personalizar os pontos de ancoragem, digite OSNAP, tecle Enter
e selecione as opções de ancoragem mais apropriadas.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
123
Durante o desenho, você poderá ativar e desativar os pontos de ancoragem teclando F3.
A figura seguinte demonstra um desenho de um fluxograma com o ponto de ancoragem “Meio” ati-
vado. Clicando nele, você terá precisão do início do desenho da entidade, uma linha se for o caso, iniciará
exatamente no ponto mediano da entidade.
Meio
Antônio Mees (2015)
Outra função muito útil é o rastreamento de pontos de ancoragem, que pode ser ativado na mesma
janela OSNAP. Esta função permite desenhar entidades alinhadas com outras já existentes sem que elas se
cruzem, bastando apenas levar o cursor até o ponto de ancoragem para que o software faça o reconhe-
cimento do mesmo e, depois, ao afastar o cursor, já será identificado o alinhamento automaticamente.
Confira a indicação do rastreamento do alinhamento na figura a seguir, observando a linha tracejada na
cor verde.
x
Figura 110 - Criação de uma linha utilizando rastreamento de ponto de ancoragem Meio
Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)
A vantagem da utilização dos pontos de ancoragem é a precisão obtida no desenho, pois sua ativação
“força” o cursor a buscar um ponto específico dentro da entidade, ponto de onde partirá o desenho da
nova entidade.
Acesse o comando Hachura no painel Desenhar, na guia Padrão ou digite _HATCH e tecle Enter. Após
ativar o comando, selecione o padrão de hachura que deseja e, em seguida, clique na área a ser hachurada.
Será exibida uma pré-visualização do preenchimento, o qual você ainda poderá alterar, tanto no tipo de
padrão de preenchimento, quanto à escala, à rotação, etc.
Para obter informações sobre uma determinada entidade, ou as suas propriedades, proceda da seguin-
te maneira: clique sobre a entidade para selecioná-la e digite _PROPERTIES. Uma janela será exibida con-
tendo todas as informações sobre a entidade selecionada. Ao clicar ESC, a seleção é cancelada e você po-
derá clicar em outra entidade para verificar suas propriedades na mesma janela que permanecerá aberta,
até que seja fechada por você.
DESENHO TÉCNICO
126
A forma mais simples de selecionar uma entidade no AutoCAD® é simplesmente clicar nela. Para isto,
tudo o que você tem que fazer é colocar seu cursor sobre um objeto e clicar.
Nessa figura, você pode perceber o comportamento do cursor em relação aos comandos de seleção.
O modo Crosshair (esquerda), representa o cursor padrão do AutoCAD®, e a entidade em traço contínuo,
representa que não está selecionada. Em Pick box (centro), a aparência do cursor muda ao ativar um de-
terminado comando, assumindo a aparência de um quadradinho. Nesse momento, com esta aparência,
você pode clicar na entidade em que deseja aplicar o comando ativo. Ao clicar em uma entidade, ela será
selecionada e sua aparência também mudará, de traço contínuo para tracejado.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
127
É possível adicionar objetos à seleção já feita, apenas clicando no objeto que deseja adicionar à seleção.
Assim como também é possível retirar objetos da seleção, mantendo pressionada a tecla Shift (no teclado)
e clicando no objeto já selecionado.
Outra maneira de selecionar objetos é por meio da seleção por janela. Basta clicar na tela e, ao mover
o mouse, a janela de seleção será criada. Ao mover o mouse para a direita, a janela possui traço contínuo e
interior azulado e, movendo para a esquerda, o traço aparece tracejado com fundo esverdeado. Observe
na figura.
Usando a seleção com janela da esquerda para direita (fundo azulado), somente os objetos que ficarem
TOTALMENTE dentro da janela serão selecionados. Já com a janela de seleção da direita para a esquerda
(fundo esverdeado), todos os objetos que tocarem os limites da janela e estiverem em seu interior são
selecionados.
Blocos são desenhos que, uma vez salvos, podem ser inseridos em outro desenho. Por exemplo, os sím-
bolos para utilização em um fluxograma. Sempre que em seu projeto um símbolo precisar ser desenhado,
basta inserir o bloco que o contém. O uso desse recurso aumentará sua produtividade diminuindo o tempo
para a execução de um desenho e, ainda, gerando um padrão para seus trabalhos por meio de uma biblio-
teca de símbolos que você poderá criar.
DESENHO TÉCNICO
128
Você também poderá criar um bloco dentro de seu projeto, selecionando uma parte de seu desenho e
utilizando o comando criar bloco, no menu Bloco, ou digitando _BLOCK na linha de comando e teclando
Enter.
Após criado o bloco, este poderá ser inserido infinitas vezes em seu projeto, por meio do comando in-
serir, no menu Bloco, ou digitando _INSERT, na linha de comando e teclando Enter.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
129
6.1.16 DIMENSIONAMENTO
Em alguns projetos, você terá necessidade de informar distâncias entre elementos. Para isto, você deve-
rá utilizar a ferramenta cota, na aba Anotação.
Dependendo da necessidade, você poderá escolher entre uma das opções, conforme mostra a figura do
Menu Cotas: cota Linear, Alinhada, Angular, Medida de raio, etc.
Também é possível editar o estilo de cotas alterando sua aparência, aumentando tamanho e tipo da
fonte, aumentando ou diminuindo o comprimento da linha de extensão, alterando o tipo de marcador, etc.
Ao fazer um projeto com muitos detalhes, invariavelmente será necessário “navegar” pela área gráfica,
aproximando ou afastando a visualização das entidades, o que é possível com as ferramentas Zoom e Pan.
Para acessar estas ferramentas, você deve acessar o menu Navegação 2D na aba Vista.
DESENHO TÉCNICO
130
Outro modo de visualização é por meio da utilização do botão scroll do mouse: ao rotacioná-lo para
frente, o comando zoom in é ativado, aproximando a visualização e, ao rotacioná-lo para trás, o coman-
do zoom out é ativado, afastamento a visualização. Por sua vez, mantendo pressionado o botão central,
acio¬na-se o comando Pan, que movimenta a visualização e clicando duas vezes nele, é acionado o co-
mando zoom extend, que enquadra na tela tudo o que estiver desenhado.
É importante saber que em todos estes casos de manipulação da visualização, as coordenadas dos
objetos e suas propriedades permanecem inalteradas.
Até aqui, você teve contato com os comandos de criação e configuração. Agora, confira os chamados
comandos de Edição, localizados no menu Modificar, na aba Padrão.
Uma vez criadas, as entidades podem ser manipuladas dentro da área Gráfica de várias formas, sendo
as mais usuais aquelas que você estudará a seguir e que podem ser visualizadas na figura que segue.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
131
Ao clicar em uma entidade, você perceberá que sua aparência será alterada de traço contínuo para
tracejado e alças são criadas em suas extremidades (quadrados azuis). Ao clicar nestas alças, é possível
manipular as entidades em tamanho, posição, geometria, etc.
Confira mais detalhes de alguns comandos na sequência.
6.3.1 APAGAR
O comando apagar exclui a entidade selecionada ao confirmá-lo com o comando Enter. Também pode
ser utilizada a tecla Delete em seu teclado, visto que o efeito será o mesmo, após clicar na entidade, tecle
Delete.
6.3.2 MOVER
Com este comando é possível alterar a posição de uma entidade de forma precisa, pois, para utilizá-lo,
é preciso selecionar um ponto da entidade que será movida para ser usado como referência (ponto base).
Este ponto será o ponto pelo qual a entidade será “arrastada” ao longo da área gráfica até o ponto de des-
tino. Para que esta precisão seja obtida, é necessário que a opção OSNAP esteja ativa, assim se consegue
“capturar” a entidade exatamente pelo ponto que se deseja.
DESENHO TÉCNICO
132
6.3.3 APARAR
Com este comando, você poderá cortar partes de uma entidade. Só é possível utilizá-lo quando a en-
tidade está sobreposta à outra, formando um ponto de intersecção. O limite do corte é dado por este
encontro entre as duas entidades. Selecione o comando no ícone Aparar junto com o comando Estender,
sendo possível acessá-lo via teclado, digitando _TRIM. Após isto, teclando Enter, você entra no modo de
corte instantâneo, ou seja, toda entidade na qual você clicar será cortada entre as intersecções. Caso você
não tecle Enter, o comando solicita o limite de corte. Então, você deve selecionar a entidade que o limita
para, na sequência, realizar o corte.
6.3.4 ESTENDER
O comando Estender faz o oposto do comando Aparar. Com ele, é possível estender uma entidade até
que ela intercepte outra. Mas, para isto, deve existir uma outra entidade visível e na direção daquela que
você deseja estender.
Selecione o comando no ícone Estender, junto com o comando Aparar, sendo possível acessá-lo via
teclado, digitando _EXTEND. Após isto, teclando Enter, você entra no modo de extensão instantânea, ou
seja, toda entidade em que você clicar será estendida até interceptar outra entidade. Caso você não tecle
Enter, o comando solicita o limite de extensão. Então, você deve clicar sobre a entidade na qual você deseja
estender a entidade em questão.
6.3.5 ROTACIONAR
É possível acessar o comando pelo ícone Rotac, ou digitando _ROTATE na linha de comando. Após
acionar o comando, selecione o que você deseja rotacionar e tecle Enter, confirmando. Nesse momento,
será solicitado o ponto base, que é o ponto em torno do qual a seleção será rotacionada, ou o centro da
circunferência imaginária gerada pela rotação das entidades. Após definido este ponto, digite o ângulo de
rotação ou clique na tela após definir a correta posição da seleção.
6.3.6 COPIAR
Com este comando, é possível copiar entidades dentro da área gráfica por distâncias e direções deter-
minados por você. Pode ser acessado via ícone, conforme figura a seguir, ou via teclado, digitando-se _RO-
TATE. Após acionado o comando, você deve selecionar as entidades que deseja copiar e confirmar com
Enter. Logo em seguida, especifique a distância e a direção do destino desta cópia. A distância pode ser via
teclado, com dígito do valor e a direção, ou com a posição do mouse. Sempre confira o modo Ortogonal
(F8), para verificar qual a melhor opção para o momento.
Antônio Mees (2015)
6.3.7 COLAR
O comando colar, mais conhecido como Ctrl + V, funcionalidade de todos os softwares existentes, não
tem seu uso indicado com as entidades no AutoCAD® dentro do mesmo arquivo, porque com ele não se
tem precisão no momento da inserção na área gráfica. Sempre que precisar duplicar algo dentro do mes-
mo arquivo, utilize o comando Copiar, na barra de tarefas. Quando você precisar trazer uma entidade de
outro arquivo, então poderá utilizá-lo usando Ctrl + C” no arquivo origem e Ctrl + V no destino, sempre
ciente de que após a colagem, terá de fazer ajustes de posição com Osnap.
6.3.8 DESFAZER
Assim como na maioria dos softwares, no AutoCAD® também é possível desfazer uma edição de qual-
quer entidade, apenas utilizando o comando Ctrl + z ou o clicando no ícone Desfazer, na Barra de ferra-
mentas Acesso Rápido, conforme mostrado na figura a seguir. O comando Refazer também pode ser
acessado na mesma barra.
6.3.9 LIMPAR
Durante ou mesmo após a finalização do desenho, é possível utilizar um comando que fará uma limpeza
em seu arquivo, retirando informações e parâmetros que não são mais utilizados pelo arquivo, como confi-
gurações de impressão, estilos de textos, blocos inseridos que não estão sendo utilizados, etc. Para acessar
o comando, digite _PURGE e uma janela se abrirá, na qual podem ser selecionados os elementos que de-
vem ser limpos, ou utiliza-se o botão limpar tudo.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
135
Ao habilitar o ícone A texto, na Barra Padrão, é possível criar diversos textos, como um único objeto
de texto de múltiplas linhas ou de linha única, também possibilita formatar a aparência do texto, colunas
e limites.
Você poderá encontrar em algumas versões do AutoCAD® o comando Array utilizado para repetir obje-
tos e distribuí-los uniformemente. Como também a ferramenta Replace Block, que será uma opção quando
você precisar substituir vários blocos de imagens.
Com os comandos que você estudou, é possível elaborar seu projeto por completo, criando desenhos
de peças, símbolos, dutos, etc.
Ao criar um desenho, você poderá arquivá-lo de maneira que possa reutilizar, inserindo-o dentro de
outro, como bloco.
Os desenhos são combinações de várias entidades, círculos, linhas, retângulos, etc. Sempre será pos-
sível reutilizar um desenho já finalizado como bloco dentro de outro arquivo, utilizando os comandos de
inserção de blocos, que já foram estudados.
Várias modificações podem ser realizadas nas entidades após terem sido criadas, seja por meio de co-
mandos de edição, seja por alteração de seus atributos diretamente na caixa de propriedades, digitando
_PROPERTIES.
DESENHO TÉCNICO
136
6.4.3 ESCALA
Com este comando, é possível alterar o tamanho de qualquer entidade, proporcionalmente a um valor
informado. É possível, por exemplo, dobrar um desenho de tamanho, informando que o valor da escala é
2. Sendo assim, sempre que necessitar de ampliação, o fator de escala será maior que 1 e, caso necessite de
uma redução, o fator de escala será menor do que 1.
O comando escala é ativado pelo ícone localizado no Menu Modificar, ou digitando _SCALE na linha
de comando.
Após ativado o comando, selecione a entidade e tecle Enter. O comando solicita o ponto base, que é o
ponto que permanecerá fixo no desenho, enquanto o restante do desenho terá suas dimensões alteradas.
Após escolhido o ponto base, informe o fator de escala e tecle Enter.
Como você sabe, a perspectiva isométrica é fundamentada em linhas ortogonais e em ângulos de 30°.
Para iniciar o desenho de uma perspectiva isométrica, o primeiro passo é ativar o rastreamento polar em
30°, clicando com o botão direito sobre o ícone rastreamento polar, localizado na Barra de Status, con-
forme a figura a seguir, e selecionando a opção 30. Alterada esta configuração, inicia-se o desenho da pers-
pectiva isométrica, utilizando o comando linha, observando o rastreamento em 30°, que indicará quando
o traçado da linha estiver nessa angulação.
Antônio Mees (2015)
SAIBA A internet pode se tornar uma excelente aliada para aperfeiçoamento profissional. No
MAIS site do fabricante, você encontra muitas informações interessantes. Acesse o site no
seguinte endereço: <http://www.autodesk.com.br/>.
6.4.5 COTAGEM
O sistema de cotagem é essencial, pois é por meio dele que as dimensões serão atribuídas ao seu pro-
jeto. Para cotar uma entidade, acione, na aba Anotação, o comando Cota.
Uma vez acionado o comando, clique no primeiro ponto da entidade e, logo após, no segundo ponto.
Será criada uma linha de cota com o valor da distância entre os pontos, mas você deverá, agora, clicar no
outro ponto que determinará a que distância da entidade ficará esta linha de cota.
Abaixo do ícone Cota existe uma setinha, e clicando sobre ela abre um menu com mais opções de co-
tagem: Cota alinhada, para entidades não ortogonais, angular, para cota de ângulos, etc. Veja a imagem a
seguir.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Neste capítulo você viu que apesar de existir inúmeros softwares de desenho no mercado, o con-
hecimento de normas técnicas de desenho sempre será necessário para o bom desenvolvimento
de qualquer projeto. Você estudou e conheceu vários comandos de criação e edição do AutoCAD®,
abordando suas principais aplicações que deverão ser utilizadas de acordo com a sua necessidade.
Controle Emocional
Neste capítulo, você estudará algumas capacidades sociais e organizativas que podem fazer
a diferença para o profissional alcançar êxito no mercado de trabalho tão competitivo nos dias
de hoje. Após este estudo, você terá subsídios para auxiliá-lo à:
a) apresentar postura ética e responsável;
b) manter relacionamento interpessoal;
c) participar da organização do ambiente;
d) integrar equipes de trabalho;
e) possuir controle emocional;
f ) ser proativo;
g) ter responsabilidade socioambiental;
h) utilizar de forma adequada e segura os recursos materiais colocados à sua disposição.
Vamos começar?
DESENHO TÉCNICO
142
7.1 CONCEITO
Para ser um bom profissional da área de refrigeração, você deve ter um bom conhecimento de desenho
técnico, mas, acima de tudo, ser um profissional com bom controle emocional. Muitas vezes você irá se
deparar com situações confusas na solução de problemas de instalação e manutenção, e é nesse momento
que você deverá colocar em prática todos os recursos de controle emocional. Lembre-se de que seu cliente
o requisitou confiando na sua capacidade técnica e social; portanto, não perca o foco da qualidade dos
seus serviços e do controle das suas ações comportamentais perante o cliente.
Isto também é muito comum em soluções na elaboração de projetos utilizando recursos de desenhos,
sejam manuais ou computadorizados, visto que sempre aparecerão dúvidas e desafios para a melhor ela-
boração do projeto. É nesse ínterim que entra novamente o seu controle emocional.
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O descontrole emocional é sempre visto como um grande problema em uma empresa, por proporcio-
nar ambiente de trabalho com arestas entre seus integrantes. Observe que o funcionário que sempre está
de péssimo humor e traz seus problemas pessoais para o trabalho pode, muitas vezes, contaminar todos
da equipe. Alguns especialistas da área de recursos humanos identificaram que aqueles que não sabem
manter um bom controle emocional, não terão mais espaço no mercado de trabalho, porque hoje preva-
lece o trabalho em equipe, cujo foco se concentra no respeito às diferenças das outras pessoas. Tudo isto
para manter um ambiente saudável a todos no contexto profissional.
Uma pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágio (Nube) mostra que mais da metade
dos entrevistados acham que homens e mulheres sabem controlar igualmente
CURIOSI os sentimentos em situações difíceis. O Nube perguntou para mais de 16 mil
estudantes de 15 a 26 anos quem sabe controlar melhor as emoções no ambiente
DADES de trabalho. Para a maioria (55,97%), homens e mulheres têm autocontrole igual.
Para 25,56%, são os homens; para 13,21%, as mulheres; e para 5,26%, nenhum dos
dois. Fonte: Nube (2014).
7 CONTROLE EMOCIONAL
143
Sérgio Averbach, presidente para a América do Sul e Senior Client Partner na Korn/Ferry International e
uma das maiores autoridades na identificação de talentos empresariais, ressaltou, em uma entrevista à re-
vista Época Negócios, algumas atitudes que devem ser valorizadas na competência emocional. Confira-as
no quadro a seguir.
COMPETÊNCIAS EMOCIONAIS
Pessoas capazes de lidarem confortavelmente com situações que
não podem ser antecipadas ou fogem das expectativas. Incerteza,
variedade, novidade, diversidade, mudança, falta de clareza, falta
Tolerância à ambiguidade
de estrutura e de rotina, são exemplos de ambiguidade. Quem
souber encarar todas essas questões de forma eficaz, pode dizer
que tem essa competência.
Saber lidar com tarefas e problemas complexos pensando
claramente e com calma. Para a maioria das pessoas, fatores de
estresse, como riscos e conflitos, aumentam as reações emocion-
Compostura
ais (sentimentos de medo e raiva) e interferem na capacidade de
resolver problemas complexos em que é preciso pensar objetiva-
mente e analiticamente.
Saber ganhar a compreensão de outras pessoas, inclui a capaci-
dade de analisar com precisão as habilidades e motivações dos
Empatia indivíduos, englobando os pontos fortes e fracos. Envolve ainda
a sensibilidade às diferenças, saber compreender os diferentes
pontos de vista.
Conseguir encarar tarefas difíceis durante longos períodos de
tempo. Capacidade de lidar com decepções e fracassos para
Energia
realizar os objetivos e tarefas. Pessoas com muita energia geral-
mente têm uma imagem positiva de si mesmas.
Essa competência emocional se refere à capacidade de se
adaptar a diferentes pessoas e/ou circunstâncias. Essas pessoas
Humildade podem modificar o comportamento rapidamente para lidar com
diferentes tipos de pessoas e situações. São pessoas geralmente
fáceis de trabalhar e ótimas para inserir na equipe.
Essas pessoas acreditam serem capazes de superar quaisquer
obstáculos. Dê a elas desafios que envolvam riscos e problemas
Confiança
complexos. Quem não tiver essa competência, irá preferir assumir
tarefas facilmente controláveis, com poucos desafios.
Quadro 9 - Competências emocionais
Fonte: adaptado de Camasmie (2013)
DESENHO TÉCNICO
144
O livro O Monge e o Executivo, de James Hurt, avalia uma relação como se fosse uma
conta bancária. Quando se conhece alguém, o saldo é nulo. Nosso comportamento
SAIBA gera movimentação na conta, como depósitos e retiradas e todas as vezes que
MAIS mantemos um relacionamento saudável com as pessoas, sendo calmo, gentis,
confiáveis e tratando com respeito, significa que fazemos depósitos nesta conta
bancária. Então, o saldo vai ficando positivo. Vale a pena conferir a leitura.
Continuando os estudos deste capítulo, você identificará a diferença entre Grupos e Equipes. Fazendo
uma simples e rápida análise conceitual desses dois aglomerados de indivíduos, poder-se-ia dizer que se
trata da mesma coisa. Mas, analisando por outro ângulo, percebe-se que o Grupo pode ser formado por
indivíduos que possuem interesses parecidos, sem uma clara definição de metas. Entretanto, isto não acon-
tece em uma Equipe, visto que ela, desde o primeiro momento, é constituída com total clareza de metas,
com objetivos definidos, inclusive com prazos para que essas metas sejam alcançadas.
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Nas equipes são definidas funções, por área de competência, e é estipulada uma liderança de trabalho,
seja ela de acordo com seus integrantes ou imposta por razão da autoridade que determinou a formação
da equipe. No entanto, todos estão intimamente ligados e motivados em alcançar aquilo que foi proposto
e passam a ser um único sistema de engrenagem, cada um dando sua energia para a movimentação do
todo.
7 CONTROLE EMOCIONAL
145
Com o intuito de melhor esclarecer as diferenças entre Grupos e Equipes, veja no quadro a seguir as
possíveis competências e responsabilidades que cada um possui.
GRUPOS EQUIPES
Membros trabalham de forma independente, sem direção aos Membros trabalham de forma independente, mas buscam as
mesmos objetivos. metas pessoais e da equipe, dão suporte mútuo.
Membros muitas vezes focados em si e não envolvidos nas metas Membros se sentem proprietários dos objetivos porque ajudaram
e objetivos do grupo. a criá-los, e se comprometem a alcançá-los.
Membros usam seus talentos para buscarem o sucesso nas metas
Membros recebem tarefas e metas prontas, sem poderem sugerir.
definidas.
Membros são tímidos em sugerir e perguntar, por medo. Membros são encorajados a expressar opiniões e tirar dúvidas.
Membros não confiam uns nos outros, por não saberem o que Membros buscam honestidade, respeitam-se e ouvem as diversas
cada um almeja de forma clara. opiniões um dos outros.
Membros possuem capacidade de contribuição, porém mantêm- Membros são motivados a usar as habilidades pessoais, de forma
se fechados por falta de relacionamento aberto. que todos contribuam para o sucesso da equipe.
Membros aceitam os conflitos como parte do processo de cresci-
Membros se sentem ameaçados quando alguém sugere ideias
mento, já que querem resolver os problemas de forma positiva e
diferentes para soluções de problemas.
construtiva.
Membros podem não tomar parte do processo decisório. Membros participam de forma global em todos os processos
decisórios, mas aceitam a decisão final do líder, caso não exista
consenso.
Quadro 10 - Diferenças de Grupo e Equipes
Fonte: SENAI/DF (2013)
O pesquisador Daniel Goleman (2007) afirma que todos devem cooperar entre si na organização em
relação aos aspectos de: comunicação, relacionamentos, conhecimentos, hierarquia e disciplina. Ele adi-
ciona, ainda, que suas interações podem desencadear emoções que fazem parte desse conjunto e crescer
à medida que a empresa alcança novos mercados ou abrange suas atividades. Este processo evolutivo
pode causar sentimento de impotência nos envolvidos no processo, desenvolvendo barreiras internas que
o impedirão de raciocinar e de construir em si mesmo a habilidade para resolução ou amenização dos
problemas encontrados.
Com essa afirmativa de Goleman (2007), sobre cooperação dentro das organizações, que é uma forma
de equipe, pode-se identificar a necessidade da cooperação entre todos os seus membros.
Portanto, as pessoas devem ter uma atitude proativa (agir prontamente) em busca de soluções e con-
clusões das metas do grupo, de maneira a manter o grupo com uma visão de responsabilidade social e
ambiental, para auxiliar no desenvolvimento de todos da sociedade a qual fazem parte.
DESENHO TÉCNICO
146
CASOS E RELATOS
Ética
O Sr. Marcos das Neves, gerente de logística de determinada empresa de transporte de produ-
tos perecíveis, estava com problemas no funcionamento correto do sistema de refrigeração de
uma das suas unidades móveis (caminhão). Ele consultou na internet o endereço de uma empresa
que poderia realizar uma manutenção de emergência na unidade com problema e a contratou.
A empresa contratada enviou um técnico com a devida habilitação para solucionar a pane de re-
frigeração. O técnico foi recebido pelo Sr. Marcos e fez uma proposta de execução particular, que
sairia mais barato do que o orçamento dado pela sua empresa. O Sr. Marcos, mantendo o controle
emocional para não perder a calma com o indivíduo, recusou a oferta e dispensou-o por ter obser-
vado a falta de ética e de responsabilidade com o meio ambiente, em função de estar envolvido
com produto (fluido refrigerante) nocivo à camada ozônio.
RECAPITULANDO
Nesse capitulo, você estudou o conceito de controle emocional e a importância que isso tem para
o profissional de qualquer área. Além disso, você identificou algumas das principais competências
emocionais e seus significados. Em seguida, você pôde verificar as diferenças entre Grupos e
Equipes, os quais, mesmo se tratando de uma reunião de indivíduos, possuem metas e objetivos
diferentes. Você ainda conseguiu identificar que o comprometimento dos membros dos Grupos
e das Equipes com os objetivos a serem alcançados possuem sentidos parecidos, porém com
empenhos diferenciados.
Para finalizar, esse capítulo salientou as palavras de Goleman (2007) sobre alguns aspectos pre-
sentes nas organizações, os quais possibilitam criar barreiras com vistas a impedir o conhecimento
de habilidades para soluções dos problemas que surgem na organização (equipe).
REFERÊNCIAS
AMARO VALENTE
Formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina e técnico em
Técnico em Edificações pelo Instituto Federal de Santa Catarina. Ministrou as unidades curriculares
de Desenho Técnico e Projetos nos cursos Técnico em Edificações e Aprendizagem Industrial no
SENAI Palhoça/SC.
DANILO VIEIRA
Engenheiro de Materiais pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI-Campus Itabira) e Técnico
em Mecânica Industrial pelo Instituto Federal de Goiás. Participou do convênio Ciência Sem
Fronteira por um ano na Universidade de Vigo (Espanha) onde estudou Engenharia de Minas.
Atualmente cursa Mestrado em Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC). Também é instrutor de Desenho Técnico no Senai Palhoça - Santa Catarina.
ÍNDICE
C
CAD 12, 38, 111, 112, 136, 153
Caligrafia 11, 46, 153
Competência emocional 153
Controle emocional 13,148,153
Cota 135, 153
Cotagem 6,11,13, 49, 63, 68, 70, 135, 149, 153
D
Desenho 5, 6, 7, 11, 12, 13, 15, 17, 18, 35, 36, 37, 46, 49, 57, 59, 60, 61, 70, 87, 89, 101, 103, 106,
107, 108, 111, 112, 113, 114, 118, 134, 147, 148, 149, 151, 153
Desenho arquitetônico 12, 153
Desenho isométrico 13, 134, 153
Desenho mecânico 11,153
Diagrama 7, 12, 107, 108, 109, 153
Diedro 11, 59, 60, 153
E
Equipe 142, 153
Escala 5, 6, 11, 13, 50, 51, 52, 54, 55, 95, 134, 153
Escalímetro 5, 11, 29, 53, 153
G
Grupo 142, 143, 153
H
Hachuras 12,13, 74, 122, 153
L
Linha 48, 57, 113, 119, 120, 153
P
Perspectiva 153
Planta baixa 12, 95, 153
R
Reta 5, 39, 153
S
Sistema inglês 11,154
Sistema métrico internacional 11,154
T
Tubulação 12, 105, 154
U
Unidade de medida 154
V
Vista 6, 12, 62, 76, 84, 127, 147, 154
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP
Waldemir Amaro
Gerente
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Amaro Valente
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Elaboração
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