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SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

INFORMÁTICA
BÁSICA
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

DESENHO
TÉCNICO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

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Diretor de Operações
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

DESENHO
TÉCNICO
© 2015. SENAI – Departamento Nacional

© 2015. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

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de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
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Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Gerência de Educação e Tecnologia – GEDUT

FICHA CATALOGRÁFICA

S49íi

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Desenho técnico / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília: SENAI/DN, 2015.
157 p. il. (Série Reftigeração e climatização).

ISBN 978-85–7519–969-5
1. Desenhotécnico 2. Reftigeração 1. Serviço Nacional deAprendizagem
Industrial. DepartamentoRegional de SantaCatarina li. Título Ili. Série

CDU: 744:621.56

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Lista de ilustrações

Figura 1 -  Desenho pré-histórico (esquerda) e desenho técnico (direita)....................................................18


Figura 2 -  Medida de jarda.............................................................................................................................................21
Figura 3 -  Lapiseiras..........................................................................................................................................................23
Figura 4 -  Prancheta.........................................................................................................................................................25
Figura 5 -  Borracha com capa protetora...................................................................................................................25
Figura 6 -  Partes do compasso.....................................................................................................................................26
Figura 7 -  Utilizando compasso para transferência de medidas......................................................................27
Figura 8 -  Régua de material transparente..............................................................................................................27
Figura 9 -  Transferidor 360° (esquerda) e transferidor 180° (direita)..............................................................28
Figura 10 -  Escalímetro....................................................................................................................................................29
Figura 11 -  Utilizando um escalímetro......................................................................................................................29
Figura 12 -  Avião menor em escala.............................................................................................................................30
Figura 13 -  Esquadro escaleno (60°/90°/30°) e esquadro isósceles (45°/45°/90º)......................................31
Figura 14 -  Uso de esquadro para composições de ângulos.............................................................................31
Figura 15 -  Desenho de papiro do antigo Egito.....................................................................................................36
Figura 16 -  Exemplo de desenho não projetivo – fluxograma de refrigeração industrial......................37
Figura 17 -  Exemplo de desenho projetivo – planta baixa................................................................................37
Figura 18 -  Reta perpendicular entre o ponto A e B, em ângulo de 90º.......................................................39
Figura 19 -  Reta perpendicular entre o ponto A e B pela extremidade da reta em ângulo de 90º.....39
Figura 20 -  Divisão de um ângulo em dois ângulos idênticos..........................................................................40
Figura 21 -  Paralelas.........................................................................................................................................................41
Figura 22 -  Medidas das folhas a partir da A0.........................................................................................................42
Figura 23 -  Dobras das folhas A3, A2 e A1................................................................................................................43
Figura 24 -  Medidas das margens e legenda das folhas A4 e A3.....................................................................43
Figura 25 -  Definições de legenda em folha A1.....................................................................................................44
Figura 26 -  Exemplo de textos para legenda..........................................................................................................45
Figura 27 -  Exemplo de textos para tábua de revisão..........................................................................................45
Figura 28 -  Exemplo de legenda para construção civil, em uma folha A4 ou A3.......................................46
Figura 29 -  Exemplo de legenda para mecânica, em uma folha A4 ou A3...................................................46
Figura 30 -  Exemplo de caligrafia técnica.................................................................................................................47
Figura 31 -  Relação de tamanho de valores dos caracteres (letras e números).........................................47
Figura 32 -  Escala reduzida da casa em uma folha A4.........................................................................................50
Figura 33 -  Representação de um desenho em escala natural.........................................................................51
Figura 34 -  Representação de um desenho em escala de redução 1:2.........................................................51
Figura 35 -  Representação de um desenho em escala de ampliação 2:1.....................................................52
Figura 36 -  Escalímetro....................................................................................................................................................53
Figura 37 -  Representação das escalas 1:100 e 1:50.............................................................................................54
Figura 38 -  Escala 1:20.....................................................................................................................................................54
Figura 39 -  Escala de ampliação 2:1............................................................................................................................55
Figura 40 -  Escala de ampliação 5:1............................................................................................................................55
Figura 41 -  Vistas projetadas de uma peça..............................................................................................................56
Figura 42 -  Vistas ortogonais de um objeto representado em um plano.....................................................56
Figura 43 -  Aberturas das vistas ortogonais............................................................................................................57
Figura 44 -  Épuras e desenho no terceiro e primeiro diedro.............................................................................58
Figura 45 -  Desenho de peça sendo moldada no 1º diedro (a) e todas as vistas em aberto (b)..........59
Figura 46 -  Desenho de peça sendo moldada no 3º diedro (a) e todas as vistas em aberto (b)..........59
Figura 47 -  Representação do 1º e 3º diedro com a simbologia de identificação.....................................60
Figura 48 -  Desenho em vista ortogonal no 1º diedro........................................................................................61
Figura 49 -  Desenho em forma de perspectiva......................................................................................................61
Figura 50 -  Vista em perspectiva..................................................................................................................................62
Figura 51 -  Conjunto de tubulações em perspectiva...........................................................................................63
Figura 52 -  Medidas de distância das cotas.............................................................................................................64
Figura 53 -  Diferentes tipos de cota...........................................................................................................................65
Figura 54 -  Exemplo de cotagem correta (esquerda) e muito próxima (direita)........................................65
Figura 55 -  Alinhamentos entre as cotas do calor do menor para o maior..................................................66
Figura 56 -  Exemplos de cotas fora do desenho....................................................................................................66
Figura 57 -  Exemplos de alinhamento de cotas.....................................................................................................67
Figura 58 -  Cotas de pequenos valores.....................................................................................................................67
Figura 59 -  Cotas de ângulos........................................................................................................................................68
Figura 60 -  Simbologia de cota....................................................................................................................................68
Figura 61 -  Cotas para desenho arquitetônico.......................................................................................................69
Figura 62 -  Cotagem em perspectiva desejável (a), admissível (b), a evitar (c), incorreta (d)................70
Figura 63 -  Exemplo de operações de corte............................................................................................................71
Figura 64 -  Setas de indicação de corte....................................................................................................................72
Figura 65 -  Indicações de corte com local de hachura........................................................................................72
Figura 66 -  Tipos de corte ..............................................................................................................................................73
Figura 67 -  Exemplo de cortes em rede de dutos de refrigeração..................................................................73
Figura 68 -  Exemplo de tipos de hachuras...............................................................................................................74
Figura 69 -  Exemplos de desenhos em corte com demonstração de encurtamento e de seção........75
Figura 70 -  Exemplo de encurtamento de eixos em dois planos....................................................................75
Figura 71 -  Vista explodida de uma unidade evaporadora de ar condicionado........................................76
Figura 72 -  Exemplo de tolerância dimensional....................................................................................................77
Figura 73 -  Exemplo de tolerância das médias.......................................................................................................77
Figura 74 -  Representação de tipos de superfícies de acabamento...............................................................78
Figura 75 -  Especificações da simbologia do estado de superfície.................................................................79
Figura 76 -  Eixo-furo com tolerância dimensional (esquerda) e eixo com imperfeições
geométricas direita)...................................................................................................................................81
Figura 77 -  Indicação das tolerâncias geométricas...............................................................................................83
Figura 78 -  Corte da vista de uma casa......................................................................................................................89
Figura 79 -  Exemplo de planta baixa..........................................................................................................................90
Figura 80 -  Planos de corte transversal e longitudinal........................................................................................91
Figura 81 -  Exemplo de planta baixa..........................................................................................................................91
Figura 82 -  Corte transversal.........................................................................................................................................92
Figura 83 -  Corte longitudinal......................................................................................................................................92
Figura 84 -  Planta de cobertura de uma casa.........................................................................................................93
Figura 85 -  Planta de localização da obra do terreno..........................................................................................94
Figura 86 -  Planta de situação......................................................................................................................................94
Figura 87 -  Indicações de paredes..............................................................................................................................96
Figura 88 -  Porta convencional com abertura em arco para a esquerda......................................................96
Figura 89 -  Representação de janela na planta baixa de uma construção...................................................97
Figura 90 -  Tipos de representação de janelas.......................................................................................................97
Figura 91 -  Fluxograma do sistema de refrigeração de uma casa de máquinas..................................... 102
Figura 92 -  Exemplo de representação isométrica............................................................................................. 102
Figura 93 -  Tabela de convenção de desenho de fluxogramas..................................................................... 103
Figura 94 -  Exemplo de desenho isométrico de tubulação hidráulica....................................................... 104
Figura 95 -  Esquema de um sistema de climatização tipo Split....................................................................105
Figura 96 -  Exemplo de duto circular e elíptico................................................................................................... 106
Figura 97 -  Planificação de um prisma (duto retangular)................................................................................ 107
Figura 98 -  Desenho de um diagrama unifilar..................................................................................................... 108
Figura 99 -  Diagrama multifilar................................................................................................................................. 109
Figura 100 -  Interface do AutoCAD® 2012 ............................................................................................................ 112
Figura 101 -  Menu unidades do desenho............................................................................................................. 114
Figura 102 -  Definição de limites de desenho .................................................................................................... 115
Figura 103 -  Uso de coordenadas absolutas........................................................................................................ 116
Figura 104 -  Uso de coordenadas relativas........................................................................................................... 117
Figura 105 -  Uso de coordenadas polares............................................................................................................. 117
Figura 106 -  Painel camadas ...................................................................................................................................... 118
Figura 107 -  Ferramentas de criação....................................................................................................................... 119
Figura 108 -  Menu object snap................................................................................................................................... 121
Figura 109 -  Desenhando um fluxograma com o ponto de ancoragem “meio” ativado...................... 121
Figura 110 -  Criação de uma linha utilizando rastreamento de ponto de ancoragem meio............. 122
Figura 111 -  Hachura de um retângulo com o estilo de hachura Line....................................................... 123
Figura 112 -  Propriedades de uma entidade........................................................................................................ 124
Figura 113 -  Seleção de objetos por clique.......................................................................................................... 124
Figura 114 -  Seleção de objetos por janela........................................................................................................... 125
Figura 115 -  Menu bloco ............................................................................................................................................ 126
Figura 116 -  Criando bloco dentro de um projeto............................................................................................. 126
Figura 117 -  Menu cotas.............................................................................................................................................. 127
Figura 118 -  Menu navegar em 2D.......................................................................................................................... 128
Figura 119 -  Menu modificar...................................................................................................................................... 129
Figura 120 -  Rotação de uma entidade.................................................................................................................. 131
Figura 121 -  Ferramenta copiar................................................................................................................................. 131
Figura 122 -  Ferramenta desfazer e refazer.......................................................................................................... 132
Figura 123 -  Rastreamento polar ativado em 30°............................................................................................... 134
Figura 124 -  Opções de cotagem, no menu anotação..................................................................................... 135

Quadro 1 - Conversão da medida de comprimento do sistema internacional............................................19


Quadro 2 - Relação de dureza e colocação do grafite..........................................................................................24
Quadro 3 - Normas ABNT................................................................................................................................................49
Quadro 4 - Simbologia dos diedros.............................................................................................................................60
Quadro 5 - Símbolos para identificação do estado da superfície do desenho............................................78
Quadro 6 - Símbolos para indicação da orientação das estrias.........................................................................80
Quadro 7 - Características e símbolos da tolerância geométrica.....................................................................83
Quadro 8 - Escalas..............................................................................................................................................................95
Quadro 9 - Competências emocionais.................................................................................................................... 141
Quadro 10 - Diferenças de grupo e equipes.......................................................................................................... 143

Tabela 1 - Conversão de polegadas para milímetro..............................................................................................22


Tabela 2 - Formatos e medidas da série A (da A0 até A4)....................................................................................42
Sumário
1 Introdução........................................................................................................................................................................15

2 Noções de desenho.......................................................................................................................................................17
2.1 Desenho técnico e unidades de medida ............................................................................................18
2.1.1 Sistema métrico internacional..............................................................................................19
2.1.2 Sistema inglês.............................................................................................................................20
2.2 Materiais..........................................................................................................................................................23
2.2.1 Lapiseira........................................................................................................................................23
2.2.2 Prancheta......................................................................................................................................24
2.2.3 Borracha .......................................................................................................................................25
2.2.4 Compasso.....................................................................................................................................26
2.2.5 Régua.............................................................................................................................................27
2.2.6 Transferidor .................................................................................................................................28
2.2.7 Escalímetro ..................................................................................................................................29
2.2.8 Esquadros.....................................................................................................................................30

3 Desenho mecânico........................................................................................................................................................35
3.1 Simbologias ..................................................................................................................................................36
3.2 Construção geométrica ............................................................................................................................38
3.2.1 Trançando a mediatriz..............................................................................................................38
3.2.2 Traçando uma perpendicular em ângulo de 90° em um segmento de reta
qualquer........................................................................................................................................39
3.2.3 Traçando uma bissetriz ...........................................................................................................40
3.2.4 Traçando retas paralelas .........................................................................................................40
3.3 Folhas ou prancha de desenho...............................................................................................................41
3.4 Apresentações da folha ...........................................................................................................................43
3.5 Caligrafia técnica..........................................................................................................................................46
3.6 Tipos de linha................................................................................................................................................48
3.7 Normalizações...............................................................................................................................................48
3.8 Escalas..............................................................................................................................................................50
3.9 Escalímetro.....................................................................................................................................................53
3.9.1 Escala de 1/20..............................................................................................................................54
3.9.2 Escala de 2:1 de ampliação.....................................................................................................55
3.9.3 Escala 5:1 de ampliação...........................................................................................................55
3.10 Projeções......................................................................................................................................................56
3.11 Vistas ortogonais.......................................................................................................................................57
3.11.1 1°Diedro......................................................................................................................................58
3.11.2 3° Diedro ....................................................................................................................................59
3.12 Representação perspectiva...................................................................................................................60
3.13 Representação isométrica .....................................................................................................................62
3.14 Cotagem ......................................................................................................................................................63
3.14.1 Trabalhando com cotas agrupadas ..................................................................................66
3.14.2 Trabalhando com cotas dentro do desenho ..............................................................66
3.14.3 Alinhando as cotas ................................................................................................................67
3.14.4 Trabalhando com limitação de espaço............................................................................67
3.14.5 Trabalhando com ângulo.....................................................................................................68
3.14.6 Simbologia de cota................................................................................................................68
3.14.7 Cotas arquitetônicas...............................................................................................................69
3.14.8 Cotas em perspectivas...........................................................................................................69
3.15 Cortes.............................................................................................................................................................71
3.16 Hachuras.......................................................................................................................................................74
3.17 Seções ...........................................................................................................................................................74
3.18 Encurtamentos ..........................................................................................................................................75
3.19 Vista explodida..........................................................................................................................................76
3.20 Tolerância....................................................................................................................................................76
3.20.1 Tolerância dimensional..........................................................................................................77
3.20.2 Grau de acabamento..............................................................................................................78
3.20.3 Tolerância geométrica ..........................................................................................................81

4 Desenho arquitetônico.................................................................................................................................................87
4.1 Normas do desenho arquitetônico ......................................................................................................88
4.2 Plantas e vistas .............................................................................................................................................88
4.3 Planta baixa....................................................................................................................................................89
4.4 Cortes e fachadas.........................................................................................................................................91
4.5 Planta de cobertura.....................................................................................................................................93
4.6 Planta de locação.........................................................................................................................................93
4.7 Planta de situação........................................................................................................................................94
4.8 Escalas arquitetônicas ...............................................................................................................................95

5 Desenho de sistema de refrigeração.................................................................................................................... 101


5.1 Representação de desenho - fluxograma ....................................................................................... 102
5.2 Representação de desenho isométrico............................................................................................ 102
5.3 Desenho de hidráulica ........................................................................................................................... 103
5.4 Tubulação de fluido refrigerante ........................................................................................................ 105
5.5 Desenho de tubulações.......................................................................................................................... 106
5.6 Desenho unifilar e multifilar ................................................................................................................ 107
5.6.1 Diagrama unifilar ................................................................................................................... 107
5.6.2 Diagrama multifilar ............................................................................................................... 108

6 Desenho assistido por computador - CAD......................................................................................................... 111


6.1 Definição...................................................................................................................................................... 112
6.1.1 Componentes de tela............................................................................................................ 112
6.1.2 Regulagens de tela................................................................................................................. 114
6.1.3 Sistema de coordenadas...................................................................................................... 115
6.1.4 Coordenada absoluta............................................................................................................ 116
6.1.5 Coordenada relativa............................................................................................................... 116
6.1.6 Coordenadas polares ............................................................................................................ 117
6.1.7 Criação de um novo desenho............................................................................................. 118
6.1.8 Criação e gerenciamento de camadas............................................................................ 118
6.1.9 Criação de entidades............................................................................................................. 119
6.1.10 Exibição de entidades........................................................................................................ 120
6.1.11 Ferramentas de precisão.................................................................................................... 120
6.1.12 Criação de Hachuras............................................................................................................ 122
6.1.13 Coleta de informações das entidades........................................................................... 123
6.1.14 Seleção de objetos.............................................................................................................. 124
6.1.15 Criação de blocos................................................................................................................. 125
6.1.16 Dimensionamento............................................................................................................... 127
6.2 Métodos de visualização........................................................................................................................ 127
6.3 Comandos e ferramentas para desenho.......................................................................................... 128
6.3.1 Apagar......................................................................................................................................... 129
6.3.2 Mover.......................................................................................................................................... 129
6.3.3 Aparar.......................................................................................................................................... 130
6.3.4 Estender.................................................................................................................................... 130
6.3.5 Rotacionar................................................................................................................................. 130
6.3.6 Copiar.......................................................................................................................................... 131
6.3.7 Colar............................................................................................................................................. 132
6.3.8 Desfazer...................................................................................................................................... 132
6.3.9 Limpar......................................................................................................................................... 132
6.3.10 Edição de texto.......................................................................................................................133
6.4 Criação de objetos.................................................................................................................................... 133
6.4.1 Desenhos e projetos.............................................................................................................. 133
6.4.2 Modificação de objetos........................................................................................................ 133
6.4.3 Escala........................................................................................................................................... 134
6.4.4 Desenho isométrico............................................................................................................... 134
6.4.5 Cotagem..................................................................................................................................... 135

7 Controle emocional.................................................................................................................................................... 139


7.1 Conceito....................................................................................................................................................... 140
7.2 Competências emocionais.................................................................................................................... 141
7.3 Equipes de trabalho................................................................................................................................. 142

Referências........................................................................................................................................................................147

Minicurrículo dos autores............................................................................................................................................151

Índice...................................................................................................................................................................................153
Introdução

Seja bem-vindo à Unidade Curricular de Desenho Técnico.


O desenho é uma das formas de linguagem universal utilizada na comunicação presente
em muitas das nossas atividades pessoais e profissionais. É uma maneira de transmitir carac-
terísticas peculiares de um produto já fabricado ou a ser produzido, feito de modo mais claro
possível e com riqueza de detalhes para uma perfeita compreensão. Mesmo tendo que seguir
procedimentos e regras na elaboração do projeto, o desenhista deve transmitir todos os sig-
nificados de sua ideia, sem deixar qualquer dúvida para as pessoas que irão interpretar seu
desenho. A compreensão dos símbolos, linguagem gráfica, planta e outros detalhes, deve ser
clara e objetiva.
Nesta unidade curricular você, futuro profissional técnico de refrigeração e climatização,
vai adquirir conhecimentos para interpretar um desenho técnico mecânico arquitetônico, de-
senhar croquis de pequenas estruturas metálicas (como suportes para pequenos condiciona-
dores), realizar cálculos matemáticos, utilizar unidades de medida, interpretar desenho de flu-
xogramas assim como simbologias de dutos, tubulações e acessórios. Também vai aprender a
desenhar croqui de fluxogramas de sistemas de refrigeração e climatização, dutos, tubulações
e acessórios utilizando simbologias, além de compreender algumas capacidades sociais e or-
ganizativas inerentes ao bom profissional.
Bom estudo!
Noções de Desenho

O desenho técnico é utilizado por muitos profissionais, como engenheiros, arquitetos, e


também técnicos, como uma linguagem universal para registrar e expressar ideias em formas.
Em alguns momentos, você, técnico em refrigeração e climatização, terá que interpretar alguns
desenhos de projetos, por isso é necessário ter conhecimento básico sobre desenho. Neste ca-
pítulo, você aprenderá os conceitos básicos de desenhos e entenderá como alguns desenhos
são executados de maneira manual, sem o apoio de um computador. Você aprenderá a reco-
nhecer os principais tipos de materiais utilizados no desenho técnico, definir tipos de medidas,
identificar diferentes escalas e utilizar alguns instrumentos. Conhecerá, também, o Sistema In-
ternacional de Medidas, que será muito importante no momento em que você precisa realizar
uma conversão de medida.
Após o estudo deste capítulo, você estará capacitado a:
a) interpretar desenho técnico mecânico e arquitetônico;
b) desenhar croquis de pequenas estruturas metálicas;
c) realizar cálculos matemáticos;
d) utilizar unidades de medida;
e) interpretar simbologias de dutos e acessórios;
f ) compreender simbologias de tubulações;
g) interpretar desenho de fluxogramas.
Preparado para iniciar o estudo? Então, vamos em frente!
DESENHO TÉCNICO
20

2.1 DESENHO TÉCNICO E UNIDADES DE MEDIDA

Desde os tempos das cavernas, o ser humano utiliza desenhos para se comunicar, se fazer entender.
Muitas vezes é necessário desenhar uma informação para que a ideia seja completamente entendida e,
para isso, existem dois tipos de desenho: o artístico e o técnico.
Como o assunto desta unidade curricular é Desenho Técnico, vamos nos ater a ele. O desenho técnico é
utilizado para representar, com precisão, peças, plantas baixas, escalas, entre outros.

Gabriela Adratt (2015)


Figura 1 -  Desenho pré-histórico (esquerda) e desenho técnico (direita)
Fonte: Thinkstock (2015)

O desenho técnico possui alguns níveis de elaboração, dentre eles se destacam:


a) desenho de esboços: são desenhos mais simples, geralmente à mão livre, no qual não há
preocupação com escalas definidas, mas respeita-se suas proporções de tamanho;
b) desenhos preliminares: são desenhos mais elaborados, mas que permitem possíveis modificações
ao longo do processo de criação;
c) desenhos definitivos: são projetos já prontos para execução, decisão final do projeto, onde constam
todos os detalhes de formas e dimensões a serem obedecidas.
É importante esclarecer que, dependendo do tipo de desenho elaborado, haverá maior ou menor rique-
za de detalhes daquilo que se deseja representar, porém, todos os desenhos necessitam de unidades de
medidas, que são conhecimentos extremamente importantes para a ciência.
Certamente você já utilizou alguma unidade de medida, seja para medir a distância entre duas cidades,
realizar a compra de um tubo de cobre ou saber se uma mesa cabe em um determinado espaço da sua
casa. Para esses três exemplos, as unidades de medida utilizada são o quilômetro, polegada e metro ou
centímetros, respectivamente.
2 NOÇÕES DE DESENHO
21

Como você pôde perceber, essas unidades são utilizadas quase que diariamente. Muitas civilizações
antigas, como os Incas e Astecas, usavam as fases da lua para medir o tempo, já que ainda não possuíam
instrumentos para essa finalidade. Também criaram várias unidades e técnicas para efetuar essas medidas.
Inicialmente, utilizavam como referência algumas partes do corpo humano como o palmo, braço e pole-
gada. Em geral, essas unidades de medida eram baseadas nas medidas do corpo do rei, e mudavam na
mesma proporção em que havia troca do rei. (SENAI/SP, 2000).

SAIBA Uma dica de leitura interessante sobre o universo das medidas é A Medida de Todas
MAIS as Coisas, de Ken Alder. O livro relata de maneira divertida como foi elaborada a
convenção do metro e outras formas de medida utilizadas em diversos países.

Porém, com o passar dos tempos, alguns cientistas e pesquisadores curiosos foram elaborando formas
e instrumentos com a finalidade de medir tempo, distância, peso, velocidade, entre outros.

2.1.1 SISTEMA MÉTRICO INTERNACIONAL

Como você pôde perceber, as grandezas de medidas iam variando de acordo com a vontade de cada
rei ou conforme as medidas do corpo de seus sucessores. Contudo, de acordo com Gomes [2015?], após a
Revolução Francesa, com a queda da Bastilha (1789 a 1799), a academia francesa de ciência solicitou a uma
comissão de matemáticos para elaborarem uma medida com vistas à padronização, de forma que as me-
dições se tornassem mais confiáveis e que pudessem ser adotadas por outros países. Então, a Academia de
Ciências criou uma nova medida de distância chamada de metro, fazendo com que o novo sistema fosse,
de fato, aplicado internacionalmente. Esse novo sistema foi chamado de sistema métrico.
Nesse sistema, todas as medidas eram baseadas no metro, e corresponderia à décima milionésima parte
da distância do equador terrestre ao polo norte, medida ao longo do meridiano. A partir do metro seria
possível fazer medidas maiores ou menores, de acordo com a necessidade, devido à criação de divisões do
metro em múltiplos, para mensurar grandes distâncias e submúltiplos, para pequenas distâncias a serem
medidas, mantendo como referência o mesmo sistema métrico criado. (COLÉGIO WEB, 2012).
Veja a representação da conversão no quadro a seguir.

QUILÔMETRO HECTÔMETRO DECÂMETRO METRO DECÍMETRO CENTÍMETRO MILÍMETRO


(km) (hm) (dam) (m) (dm) (cm) (mm)
÷10 ÷10 ÷10 1 x10 x10 x10
1000 100 10 1 0,1 0,01 0,001
Quadro 1 - Conversão da medida de comprimento do sistema internacional
Fonte: do Autor (2015)
DESENHO TÉCNICO
22

Porém, a medida da distância do Equador ao Polo não era nada prática, tanto que ao efetuarem novos
cálculos, os matemáticos descobriram um erro. Então, em 1875, uma comissão internacional de cientistas
foi convidada pelo governo francês para que reconsiderassem a unidade do sistema métrico. Dessa vez foi
construída uma barra de uma liga de platina e irídio com duas marcas, definindo o comprimento do metro.
Para evitar a influência da temperatura, esta barra, no momento, é mantida a zero grau centígrado, em um
museu na Suíça. (COLÉGIO WEB, 2012).
A partir dessa medida mais precisa, foram feitas vinte e sete cópias e enviadas para diversas partes do
mundo. Porém, essa nova forma de mensurar a distância não estava livre de erros, a régua podia variar o
tamanho devido à dilatação térmica e/ou arranhões. Então, o comitê mundial de medidas, ainda sediado
na França, mesmo tendo adotado o metro e a barra de liga de metal como referência de medida de dis-
tância, orientaram os cientistas a não pararem a busca por outra forma com maior confiabilidade para ser
utilizada na medida de distâncias.
A última medida que passou a vigorar, em 1983, é baseada na velocidade com que a luz se propaga no
vácuo, ou seja, a distância que um raio de luz percorre no vácuo na fração de 1 segundo (1/299.792.458m/s).
(COLÉGIO WEB, 2012).

Alexandrum79 ([20--?])

2.1.2 SISTEMA INGLÊS

Outro sistema de medida utilizado é o sistema inglês, orginalmente criado pelos romanos e utilizado até
hoje pelos únicos três países que ainda não adotaram oficialmente o sistema métrico: Estados Unidos da
América (EUA), Myanmar (país do Sul da Ásia) e Libéria (país da África Ocidental).
2 NOÇÕES DE DESENHO
23

A medida de comprimento do sistema inglês é baseada na jarda, que consiste na distância entre o nariz
e a ponta do polegar, com o braço esticado.

1 Jarda

Gabriela Adratt (2015)

Figura 2 -  Medida de jarda


Fonte: adaptado de Thinkstock (2015)

Dividindo essa medida por três partes iguais obteremos a medida em “pés”. Ao dividir pés por 12 partes
iguais, tem-se a “polegada”.
Confira, a seguir, como é realizada a leitura de algumas medidas em polegadas.
½” = meia polegada;
¼” = um quarto de polegada;
1/
8
” = um oitavo de polegada;
1
/16” = um dezesseis avos de polegada;
1/
32
” = um trinta e dois avos de polegada.
Um exemplo prático do uso do sistema inglês, mais precisamente de polegadas, são as dimensões de
telas de celulares, televisores, monitores de computadores e raios de pneus.

CURIOSI A média do polegar de um humano adulto corresponde a aproximadamente 2,54


DADES centímetros.
DESENHO TÉCNICO
24

Em sistemas de refrigeração e climatização existe a possibilidade de se encontrar muitas das medidas


de parafusos, tubulações e outros equipamentos no sistema inglês de medidas. Caso seja necessário, é
possível converter a polegada em centímetros, e vice-versa.
A tabela a seguir demonstra algumas conversões de polegadas e milímetros.

POLEGADA X MILÍMETRO POLEGADA X MILÍMETRO POLEGADA X MILÍMETRO


1/32 = 0,79mm 1.1/32 = 26,19 mm 2.1/16 = 52,39 mm
1/16 = 1,59 mm 1.1/16 = 26,99 mm 2.1/8 = 53,97 mm
3/32 = 2,38 mm 1.3/32 = 27,78 mm 2.3/16 = 55,56 mm
1/8 = 3,17 mm 1.1/8 = 28,57 mm 2.1/4 = 57,15 mm
5/32 = 3,96 mm 1.5/32 = 29,37 mm 2.5/16 = 58,74 mm
3/16 = 4,76 mm 1.3/16 = 30,16 mm 2.3/8 = 60,32 mm
7/32 = 5,56 mm 1.7/32 = 30,95 mm 2.7/16 = 61,91 mm
1/4 = 6,35 mm 1.1/4 = 31,75 mm 2.1/2 = 63,50 mm
9/32 = 7,14 mm 1.9/32 = 32,54 mm 2.9/16 = 65,09 mm
5/6 = 7,94 mm 1.5/16 = 33,34 mm 2.5/8 = 66,67 mm
11/32 = 8,73 mm 1.11/32 = 34,13 mm 2.11/16 = 68,26 mm
3/8 = 9,52 mm 1.3/8 = 34,92 mm 2.3/4 = 69,85 mm
13/32 = 10,32 mm 1.13/32 = 35,72 mm 2.13/16 = 71,44 mm
7/16 = 11,11 mm 1.7/16 = 36,51 mm 2.7/8 = 73,02 mm
15/32 = 11,91 mm 1.15/32 = 37,30 mm 2.15/16 = 74,61 mm
1/2 = 12,70 mm 1.1/2 = 38,10 mm 3 = 76,20 mm
17/32 = 13,49 mm 1.17/32 = 38,89 mm 3.1/8 = 79,38 mm
9/16 = 14,29 mm 1.9/16 = 39,69 mm 3.1/4 = 82,55 mm
19/32 = 15,08 mm 1.19/32 = 40,48 mm 3.3/8 = 85,73 mm
5/8 = 15,87 mm 1.5/8 = 41,27 mm 3.1/2 = 88,90 mm
21/32 = 16,67 mm 1.21/32 = 42,07 mm 3.5/8 = 92,08 mm
11/16 = 17,46 mm 1.11/16 = 42,86 mm 3.3/4 = 95,25 mm
23/32 = 18,26 mm 1.23/32 = 43,65 mm 3.7/8 = 98,43 mm
3/4 = 19,05 mm 1.3/4 = 44,45 mm 4 = 101,60 mm
25/32 = 19,84 mm 1.25/32 = 45,24 mm 4.1/4 = 107,95 mm
13/16 = 20,64 mm 1.13/16 = 46,04 mm 4.1/2 = 114,30 mm
27/32 = 21,43 mm 1.27/32 = 46,83 mm 4.3/4 = 120,65 mm
7/8 = 22,22 mm 1.7/8 = 47,62 mm 5 = 127,00 mm
29/32 = 23,02 mm 1.29/32 = 48,42 mm 5.1/4 = 133,35 mm
15/16 = 23,81 mm 1.15/16 = 49,21 mm 5.1/2 = 139,70 mm
31/32 = 24,61 mm 1.31/32 = 50,00 mm 5.3/4 = 146,05 mm
1 = 25,40 mm 2 = 50.80 mm 6 = 152,40 mm
Tabela 1 - Conversão de polegadas para milímetro
Fonte: adaptado de Só Bronze [2015?]

Para realizar os desenhos técnicos, você precisará de alguns materiais essenciais. Confira quais materiais
são esses no item a seguir.
2 NOÇÕES DE DESENHO
25

2.2 MATERIAIS

A qualidade do desenho técnico a ser executado será proporcional à escolha dos instrumentos e dos
materiais a serem utilizados. Sempre é conveniente utilizar materiais que possuam melhor qualidade, re-
sistência e que tenham maior durabilidade.
O material de boa qualidade proporcionará uma boa execução nos trabalhos de desenhos profissionais,
já que o objetivo é buscar desenhos que apresentem de forma clara e precisa os detalhes daquilo que se
pretende representar, minimizando qualquer dúvida na interpretação dos dados anotados no desenho.
Agora você estudará a forma correta de utilização e as características de alguns materiais empregados
na elaboração de desenhos técnicos. Acompanhe.

2.2.1 LAPISEIRA

As lapiseiras são indispensáveis na elaboração de desenhos técnicos, pois mantém uma espessura uni-
forme durante o traçado das linhas e símbolos, possibilitando diferenciar as linhas na espessura e tonalida-
de. Essa diferenciação facilita a compreensão e visualização do que você está representando.
Desigymk (2015)

Figura 3 -  Lapiseiras
Fonte: Thinkstock (2015)

Você encontra no mercado lapiseiras para várias espessuras de grafite e diversas qualidades de fabrica-
ção. A escolha dependerá daquilo que se pretende representar.
Em relação ao grafite, deve-se levar em conta sua dureza, ou seja, sua facilidade de riscar o material no
qual se pretende executar o desenho. O grafite tem uma escala de dureza, sendo classificados em H para
duros e B para macios.
DESENHO TÉCNICO
26

No quadro seguinte, você pode identificar essa relação de dureza e coloração.

Traçado (segmentos) Grafite


Emprego
Tipo / Tonalidade Dureza / Espessura
A A1 Contornos visíveis
HB - 0,7
Continua larga A2 Arestas visíveis

B B1Linhas de interseção imaginárias


B2 Linhas de cotas
B3 Linhas auxiliares
H - 0,5 B4 Linhas de chamadas
Continua estreita
B5 Hachuras
B6 Contorno de seções rebatidas na
própria vista
B7 Linhas de centros curtas
C C1 Limites de vistas ou cortes
Continua estreita à mão livre ( * ) parciais ou interrompidas se o limite
não coincidir com linhas traços e
H - 0,5 ponto
D
D1 Esta linha destina-se a
Continua estreita em ziguezague ( * ) desenhos confeccionados por
máquinas
E H - 0,5 E1 Contornos não visíveis
Tracejada larga ( * ) E2 Arestas não visíveis
F F1 Contornos não visíveis
2H - 0,3
F2 Arestas não visíveis
Tracejada estreita ( * )
G G1 Linhas de centro
2H - 0,3 G2 linhas de simetrias
Traço e ponto estreita. G3 trajetórias
H

2H - HB - 0,7 H1 Planos de cortes


Traço e ponto estreita, larga nas
extremidades e na mudança
de direção.

J J1 Indicação das linhas ou


HB - 0,7 superfícies com indicação
Traço e ponto larga
especial

K K1 Contornos de peças adjacentes


K2 Posição limite de peças móveis
H - 0,5 K3 Linhas de centro de gravidade
Traço dois pontos estreita K4 Cantos antes da conformação
K5 Detalhes situados antes do
plano de corte
(*) se existirem duas alternativas em um mesmo desenho, só deve ser aplicada uma solução

Quadro 2 - Relação de dureza e colocação do grafite


Fonte: adaptado de Souza e Rocha (2010)

Vale lembrar que o tipo de linha pode ser diferenciado também pela cor, ou tonalidade da linha mais
grossa ou mais fina. Isto é possível de acordo com a pressão aplicada ao fazer o traço: mais grosso - aplica-
se mais força, mais fino, aplica-se menos força. Em geral, a espessura média de grafite utilizada é 0,5mm e
dureza HB (média).

2.2.2 PRANCHETA

A prancheta será sua mesa de desenho; então, procure sempre ficar em locais bem iluminados e esco-
lha um tamanho de prancheta que atenda às suas necessidades, dependendo do tipo de desenho que irá
fazer. A prancheta pode ser classificada quanto ao seu tamanho, de acordo com o tamanho da folha que irá
comportar, podendo ser do tamanho “A4”, nas dimensões de 210 mm por 297 mm, e até no tamanho “A1”,
nas dimensões 841 mm X 594 mm, que já é do tamanho de mesas.
2 NOÇÕES DE DESENHO
27

O papel deve ser colocado com sua margem inferior na horizontal e bem fixado podendo utilizar gram-
pos ou fita adesiva, para que não se mova.

FIQUE Lembre-se sempre de evitar o contato com água e sujeiras para não danificar o
ALERTA desenho; logo, tenha sempre as mãos limpas e muita atenção para não derramar
líquidos sobre a prancheta do seu trabalho.

Nastco (2015)

Figura 4 -  Prancheta
Fonte: Thinkstock (2015)

2.2.3 BORRACHA

Utilizada para apagar os traços feitos pelo grafite, apresenta-se de vários tipos, modelos e formas no
mercado. Para trabalhar com desenho técnico, recomenda-se as macias para evitar danos ao desenho, prin-
cipalmente no caso do desenho ser menor. Dê preferência às borrachas com uma capa protetora contra as
sujeiras.
MjP (2015)

Figura 5 -  Borracha com capa protetora


Fonte: Thinkstock (2015)
DESENHO TÉCNICO
28

2.2.4 COMPASSO

O compasso é muito utilizado para traçar circunferências ou arcos de circunferência. Permite traçar ar-
cos de vários tamanhos e fazer transferências diretas de medidas entre desenhos. Ele é considerado o me-
lhor instrumento para construção geométrica, desde que seja um compasso de boa qualidade e fabricado
em metal, pois, por ser muito utilizado, pode sofrer alterações nas peças de ajustes.
São componentes do compasso:
a) cabeça recartilhada para giro (local onde se segura o compasso);
b) alojamento de grafite;
c) ponta seca em forma de agulha (é a referência do centro do arco);
d) parafusos de ajustes (ajustam a fixação dos elementos do compasso como ponta seca ou o suporte
do alojamento de grafite);
e) hastes.

Cabeça recartilhada
para giro

Parafusos

Hastes
Gabriela Adratt (2015)

Ponta seca
Grafite
(metálica)

Figura 6 -  Partes do compasso


Fonte: adaptado de Thinkstock (2015)

Existem vários modelos e tipos de compasso que podem ser equipados com lápis ou grafite, depen-
dendo da sua utilização. Ao se articular suas hastes, possibilita-se traçar circunferências com raios maiores
ou menores; logo, o seu uso vai depender da necessidade do seu trabalho. Você pode utilizar uma régua
graduada em centímetros, por exemplo, para dimensionar o tamanho do raio desejado.
2 NOÇÕES DE DESENHO
29

O compasso também pode ser utilizado para transferência de medidas. Esse processo é realizado com
as pontas das hastes entre os pontos que se deseja transferir as medidas, sendo a ponta seca a referência
do início das medidas, muito útil para quando se deseja copiar parte do desenho com boa precisão.

Tuja 66 (2015)
Figura 7 -  Utilizando compasso para transferência de medidas
Fonte: Thinkstock (2015)

2.2.5 RÉGUA

Serve para traçar retas e medir distâncias em partes dos desenhos. Existem réguas de vários tamanhos
e fabricadas em diversos tipos de materiais, dê preferência para réguas de material transparente que pos-
sibilitem uma visão completa de seu trabalho. É bom ficar atento à qualidade do material de fabricação,
pois uma boa definição nos traços de graduação dos milímetros dará maior confiabilidade nas medidas
realizadas.
Joachim Angeltun (2015)

Figura 8 -  Régua de material transparente


Fonte: Thinkstock (2015)
DESENHO TÉCNICO
30

2.2.6 TRANSFERIDOR

É uma peça produzida normalmente em plástico transparente em formato de círculo ou semicírculo,


utilizado para medir ângulos esféricos (curvas) e ângulos de encontros de retas ou segmentos de retas. Sua
graduação é medida em ângulo em graus e fração de grau (milésimo), e vai de 0° a 180° graus ou de 0° a
360° graus.
Para utilizá-lo, você deve colocar o ponto origem situado na linha base horizontal do transferidor sobre
o vértice do ângulo a ser medido. Feito isso, prolongue a linha até a borda externa do transferidor e leia o
valor que coincide com a linha de ângulo a ser mensurado.

FIQUE Lembre-se de que o transferidor é graduado nas duas direções, isto pode confundir
ALERTA na leitura do ângulo a ser medido. Por exemplo, medir um ângulo de 10 graus e ler
100 graus, na direção inversa.

Gabriela Adratt (2015)

PONTO ORIGEM
Figura 9 -  Transferidor 360° (esquerda) e transferidor 180° (direita)
Fonte: adaptado de Thinkstock (2015)
2 NOÇÕES DE DESENHO
31

2.2.7 ESCALÍMETRO

O escalímetro é uma régua em forma triangular com seis faces, permitindo a graduação em seis escalas
diferentes, sendo as mais comuns: 1:20 (um por vinte), 1:25 (um por vinte e cinco), 1:50 (um por cinquen-
ta), 1:75 (um por setenta e cinco), 1:100 (um por cem) e 1:125 (um por cento e vinte e cinco). Ele é útil para
representação reduzida (desenhos) ou ampliada de objetos de qualquer dimensão em uma folha de papel
de qualquer tamanho em relação ao objeto real.

Dieter Spannknebel (2015)

Figura 10 -  Escalímetro
Fonte: Thinkstock (2015)

Por exemplo, em uma escala de 1:50 (um por cinquenta), cada centímetro do desenho representa 50 cm
da dimensão real do objeto. Isto serve para todas as escalas, obedecendo as suas relações.
Fuse (2015)

Figura 11 -  Utilizando um escalímetro


Fonte: Thinkstock (2015)
DESENHO TÉCNICO
32

Portanto, é necessário que se diminua a representação do objeto até um tamanho ideal que caiba em
uma folha de papel de desenho ou prancha. Vale lembrar que quanto menor a escala, menor será o número
de detalhes contidos e quanto maior a escala, maior o número de detalhes contidos. Um bom exemplo dis-
so é a representação em desenho de uma casa na escala de 1:50 (um por cinquenta) ou 1:100 (um por cem).
Observe, na imagem a seguir, a miniatura de um avião em uma escala reduzida em comparação a um
avião em tamanho natural.

Bao (2015)
Figura 12 -  Avião menor em escala
Fonte: Thinkstock (2015)

Observe que esta relação da dimensão real de um objeto representado para o de tamanho real só é
possível com o uso das escalas. Não seria possível desenhar o avião em tamanho natural em uma folha de
tamanho A4.

2.2.8 ESQUADROS

São ferramentas de uso em desenhos técnicos, normalmente produzidos em material plástico transpa-
rente, de formato triangular, que permite a representação de diversos tipos de ângulos, dentre eles os de
30°, 45°, 60°, 90°, facilitando a elaboração do desenho. Podem ser utilizados em combinação com os com-
passos, na representação de retas paralelas.
2 NOÇÕES DE DESENHO
33

Esses instrumentos servem para traçar linhas retas paralelas, perpendiculares ou fazer a transferência
dessas linhas para outro ponto do desenho com as mesmas direções dos mesmos ângulos.
Observe os ângulos na figura a seguir.

60° 45
º

90°

Gabriela Adratt (2015)


90
30°

45°
Figura 13 -  Esquadro escaleno (60°/90°/30°) e esquadro isósceles (45°/45°/90º)
Fonte: do Autor (2015)

Observe, na figura seguinte, a composição de ângulos possíveis utilizando esquadros de 45° e 30°/60°.

90º
75º 60º
45º

30º

15º
Gabriela Adratt (2015)

Horizontal 0°
Figura 14 -  Uso de esquadro para composições de ângulos
Fonte: adaptado de Souza e Rocha (2010)
DESENHO TÉCNICO
34

SAIBA Para saber mais sobre “cotagem” em desenho técnico, uma boa indicação de leitura
são as normas da ABNT, em especial a ABNT NBR 10647. Você pode encontrá-las na
MAIS internet ou conferir na biblioteca da unidade.

Ao fazer a escolha de materiais e equipamentos para elaboração de desenhos técnicos de boa qualida-
de, dê preferência àqueles fabricados em acrílico, por possuírem maior precisão e dureza, fatores que per-
mitem o uso constante, sem sofrerem qualquer tipo de danos ou deformação. Veja, agora, alguns fatores
que podem contribuir para a qualidade das ferramentas de acrílico:
a) não perdem a transparência com o passar do tempo;
b) tempo de uso bem maior;
c) maior resistência a arranhões;
d) facilidade de manuseio;
e) retenção da linearidade da borda;
f ) precisão das informações impressas no material (ex. traços de graduação).
Veja, também, alguns cuidados que devem ser tomados com os instrumentos de desenho:
a) não utilizar os instrumentos com marcadores coloridos, (pincéis e canetas) para não deixar marcas;
b) mantê-los limpos usando uma solução diluída de sabão neutro e água (não utilize álcool na limpeza,
que deixa o acrílico esbranquiçado, fosco);
c) procure um ambiente bem iluminado e livre de sujeiras, sempre que for desenhar, assim a visuali-
zação será melhor e evitará danos às ferramentas;
d) não molhar os instrumentos de desenho e manter as mãos sempre secas e sem resíduos de tintas.
Confira, no Casos e relatos a seguir, o exemplo de uma situação que demonstra a importância de infor-
mações ao realizar um desenho técnico.
2 NOÇÕES DE DESENHO
35

CASOS E RELATOS

Falta de informações
O instalador de equipamentos de climatização de uma empresa de manutenção e instalação de
condicionador de ar tipo split recebeu a tarefa de fazer a instalação dos suportes internos e ex-
ternos das máquinas. Porém, ao ler as orientações técnicas no manual de instalação da empresa
fabricante, percebeu que não constavam no desenho técnico os dados como diâmetro de furo,
alturas previstas dos suportes em relação ao solo, as distâncias máximas e mínimas entre máqui-
nas, tamanhos de parafusos; enfim, faltavam no desenho todos os dados de referência para auxiliar
a correta instalação do equipamento. Com isso, percebeu a deficiência do desenho e a falta de
preocupação em informar dados importantes que devem fazer parte de um bom desenho técnico.
A solução encontrada para obter as informações que faltavam no desenho do fabricante foi realizar
uma pesquisa na internet e encontrar o site desse fabricante para conseguir os dados necessários
para execução do serviço.

RECAPITULANDO

Nesse capítulo, você estudou a importância do desenho técnico e conheceu algumas ferramentas
que auxiliam na representação dos objetos em um plano. Você aprendeu, ainda, a forma de repre-
sentar algo de grandes dimensões, reduzido sua escala para uma dimensão que possa ser colocada
em uma folha de papel bem menor que o objeto, ou representar alguma coisa bem pequena em
uma escala maior para identificação dos detalhes desse objeto. Você conheceu a relação entre
os valores numéricos das escalas do escalímetro e as dimensões reais dos objetos representados.
Também estudou sobre a comparação do sistema internacional de medidas e o sistema inglês, e a
importância desses sistemas para o desenho técnico.
Desenho Mecânico

Após o estudo básico sobre desenho técnico, apresentado no capítulo anterior, você apren-
derá algumas noções de desenho mecânico que têm como finalidade representar a forma de
construir ou produzir algum tipo de objeto. O desenho mecânico deve conter riquezas de de-
talhes e informações técnicas, para que não sejam cometidos erros na fabricação ou falhas que
poderiam comprometer a eficiência de funcionamento desses objetos.
Ao finalizar os estudos dos assuntos aqui abordados, você terá adquirido conhecimentos
para:
a) interpretar um desenho técnico mecânico;
b) elaborar desenho de croquis;
c) avaliar uma construção geométrica;
d) reconhecer as simbologias utilizadas nos projetos de desenho mecânico.
Siga em frente, e bom estudo!
DESENHO TÉCNICO
38

3.1 SIMBOLOGIAS

Os desenhos foram inicialmente executados de forma artística, representados como forma de expressar
ideias e através da criatividade da visão do desenhista sobre as coisas ou fatos. Mesmo não existindo pre-
ocupação com a exatidão das medidas e escalas comparativas, essa modalidade de desenho teve, e ainda
tem, grande importância, principalmente para história da raça humana.
Foi o desenho artístico que possibilitou a reconstrução da história dos povos antigos, como visto em
cavernas da pré-história, em imagens de faraós do antigo Egito, representação de paisagens das cidades
antigas, entre tantos outros encontrados ao longo da história.

Cobalt88 (2015)

Figura 15 -  Desenho de papiro do antigo Egito


Fonte: Thinkstock (2015)

Os desenhos mecânicos se dividem em dois tipos de grupos: não projetivo e projetivo. Entenda melhor
cada tipo a seguir.
3 DESENHO MECÂNICO
39

a) Desenho não projetivo: é um desenho sem escala, esquemático, resultante de gráfico, dígrafos,
esquemas, fluxogramas, organogramas, no qual o objetivo principal é transmitir o funcionamento
de algo ou a ideia de como se utiliza algo.

2"
REVA 15 (17 kgd/cm²) (17 kgd/cm²)

1 1/2"
1"

condensador condensador

Limite de Limite de

2"

2"
fornecimento fornecimento

1 1/4"

1 1/4"
1 1/2"

1 1/2"
3/4"
3/4"
(17 kgd/cm²)
3/4"
1 1/2"

1 1/2"

Paco Giordani Mora (2015)


1 1/4"
1"

Reservatório Reservatório
de líquido 1 1/4" de líquido
novo existente

Figura 16 -  Exemplo de desenho não projetivo - fluxograma de refrigeração industrial


Fonte: Silva, Souza e Rocha (2014)

b) Desenho projetivo: é o desenho no qual se trabalha com escala, medidas mais precisas, resultando
em um projeto com uma ou mais vistas daquilo que esteja sendo representado. É o projeto de como
vai ficar o produto a ser fabricado ou a representação fiel do produto ou objeto.

15 40 70 40 15 413,5 15
15

150
138,75

WC
270

A = 40.50 m²
Piso Frio
SUÍTE
A = 18.01 m²
397,5
120

Assoalho
Matheus Felipe Goedert (2015)
138,75
15

Figura 17 -  Exemplo de desenho projetivo – planta baixa


Fonte: do Autor (2015)
DESENHO TÉCNICO
40

Durante a segunda guerra mundial (1939-1945), a atual capital da Polônia, Varsóvia,


foi totalmente devastada por bombardeio das forças aliadas. Após o térmico da
guerra, iniciou-se a reconstrução da cidade, para recuperar o esplendor do passado,
tendo como objetivo a manutenção da arquitetura original antes da guerra. Porém,
CURIOSI sem arquivos ou fotos de como era a cidade antes de ser atacada, teve-se a ideia
DADES de utilizar como referência obras de arte locais, como pinturas das paisagens,
quadros do tesouro real, até mesmo as lembranças das memórias de pescadores,
em busca de uma arquitetura mais autêntica possível. Sem estes desenhos não seria
imaginável a sua reconstrução com tal arquitetura. Sabe de onde essa curiosidade
foi retirada? <http://goo.gl/GTAvLf>. Se for navegar pelo site, lembre-se que está em
inglês.

3.2 CONSTRUÇÃO GEOMÉTRICA

Para compreender o desenho técnico, elaborado tanto em folha de papel como em desenho feito por
meio de computador, é necessário ter um conhecimento sobre desenho linear geométrico. Portanto, acom-
panhe a partir de agora, algumas informações importantes que irão auxiliar o seu aprendizado, iniciando
com as principais construções geométricas elementares. Vale lembrar que muito destas construções po-
dem e são feitas de modo automático CAD (Computer Aided Design), que em português seria “desenho
assistido por computador”.
Para iniciar, você estudará alguns métodos de construção geométrica utilizando apenas régua e com-
passo. Você conhecerá detalhadamente sobre o uso do compasso como ferramenta na elaboração dos
vários desenhos geométricos. Observe a legenda que segue para identificar os componentes.
Legenda:
a) letras A, B, C: representam segmentos de retas traçadas com o auxílio da régua;
b) letra M: representa o centro do segmento de reta;
c) pontilhados: - - - - - - - - - representam as linhas auxiliares;
d) linhas contínuas: _________ representam o novo segmento traçado;
e) os números 0,1,2,3...: representam a sequência do que é traçado com o auxílio do compasso.
Vamos iniciar, agora, a explicação sobre a construção geométrica. Acompanhe!

3.2.1 TRANÇANDO A MEDIATRIZ

Para traçar a mediatriz (M – ponto de um segmento de reta), você deve:


a) traçar uma linha entre um ponto A e B qualquer para encontrar a metade (mediatriz) entre eles;
b) colocar a ponta seca do compasso no ponto A e fazer um semicírculo (1) na parte superior e inferior
do segmento de reta da linha AB;
3 DESENHO MECÂNICO
41

c) colocar a ponta seca do compasso no ponto B e fazer um semicírculo (2) na parte superior e inferior
do segmento de reta da linha AB;
d) com o auxílio da régua, traçar a mediatriz (M) do ponto 1 ao ponto 2.

1 1

A B A B A M B

Gabriela Adratt (2015)


2 2

Figura 18 -  Reta perpendicular entre o ponto A e B, em ângulo de 90º


Fonte: do Autor (2015)

3.2.2 TRAÇANDO UMA PERPENDICULAR EM ÂNGULO DE 90° EM UM SEGMENTO DE RETA


QUALQUER

Para traçar uma perpendicular, você deve:


a) traçar uma linha entre um ponto A e B qualquer;
b) colocar a ponta seca do compasso em um ponto C qualquer e traçar um círculo por completo pas-
sando pelo ponto 1(A), achando o ponto 2;
c) traçar uma reta do ponto 2 ao ponto C, para achar o ponto 3 que é o encontro do traço com o círculo;
d) traçar uma reta entre 3 e 1, que será a perpendicular do segmento de reta AB.

3 3
Gabriela Adratt (2015)

C C C C

A B A B A B A B
1 2 2 1 2
1
Figura 19 -  Reta perpendicular entre o ponto A e B pela extremidade da reta em ângulo de 90º

Fonte: do Autor (2015)


DESENHO TÉCNICO
42

3.2.3 TRAÇANDO UMA BISSETRIZ

Para traçar uma bissetriz (divisão de um ângulo em dois ângulos iguais), você deve:
a) traçar uma linha entre o ponto A e B e do ponto A ao C;
b) traçar um semicírculo com a ponta seca do compasso no centro do ponto A cruzando as retas AB e
AC;
c) traçar dois círculos no ponto de cruzamento do semicírculo 2 com as retas AB e AC;
d) traçar uma reta de origem no ponto A, e que passe pelos encontros entre os dois círculos feitos no
passo anteriormente.

C 2 C 2 C

A A
A

Gabriela Adratt (2015)


B B B
1 1
Figura 20 -  Divisão de um ângulo em dois ângulos idênticos
Fonte: do Autor (2015)

3.2.4 TRAÇANDO RETAS PARALELAS

Retas paralelas são muito usadas em desenhos mecânicos. Para desenhá-las, você deve:
a) traçar um semicírculo com a ponta seca do compasso no ponto B até um ponto O qualquer;
b) traçar um semicírculo de mesmo raio de centro, com a ponta seca no ponto 1 - que será a linha 2;
c) achar a distância entre o ponto O até o ponto 1, com o compasso;
d) traçar um semicírculo com a mesma distância de 1 a O, com a ponta seca partindo do ponto 2, que
será o ponto 3;
e) traçar uma reta O3, que será paralela à reta AB.
3 DESENHO MECÂNICO
43

o o o 3 o 3

Gabriela Adratt (2015)


A B A B A B A B
1 1 2 1 2

Figura 21 -  Paralelas
Fonte: adaptado de Souza e Rocha (2010)

3.3 FOLHAS OU PRANCHA DE DESENHO

Para a escolha do formato ou dimensões da folha de papel a ser utilizada, deve-se analisar o tipo de
desenho e projeto que o desenhista irá realizar.
Vale lembrar que as folhas de menores dimensões são mais fáceis de manusear, porém, se houver obri-
gação da utilização de escalas de redução para a representação das peças, pode-se ter erros por ser peque-
no, e levar a má interpretação dos detalhes previstos no desenho.
Entretanto, na escolha de formatos maiores, o problema da clareza ficará solucionado, mas os custos de
impressão, reprodução dos desenhos e dificuldade de manuseio, também serão outros.
Para cada desenho técnico a ser feito, há necessidade de planejar qual será o tamanho do papel ideal a
ser utilizado, conforme as características do que será representado, inclusive obedecendo às normas pre-
vistas na NBR 10068, – Folha de desenho - Leiaute e dimensões (10/1987).
No que concerne à folha, para que haja uma melhor noção das reais dimensões das folhas, a norma NBR
10068 prevê a série “A” como base com o tamanho A0, de dimensões 814 cm x 1189 cm. Essas dimensões
guardam entre si a mesma relação entre um quadrado e a sua diagonal ( 841 √2 = 1189 ), corresponden-
do a um quadrado de área igual a 1m², no qual este retângulo é divido ao meio, dando origem a uma nova
folha da metade das dimensões anterior, chegando até a folha de tamanho A10 de dimensões de 26 mm x
27 mm, como demonstrado na figura seguinte.
DESENHO TÉCNICO
44

841 mm
52 mm 105 mm
210 mm 420 mm

A8
A6

74 mm
A7
A4
A5

148 mm
A2
A3

A0
297 mm
1189 mm

Felipe Moises da Silva Hintz (2015)


A1
594 mm

Figura 22 -  Medidas das folhas a partir da A0


Fonte: adaptado de Pádua (2012)

Para uma melhor compreensão das diferentes dimensões previstas nas folhas da série A, confira as di-
mensões apresentadas na tabela seguinte, de acordo com a Norma 10068 – ABNT, partindo da folha A0 até
a A4, que são as mais utilizadas no desenho técnico.

NOME DIMENSÃO (EM MM)


A0 841 x 1189
A1 594 x 841
A2 420 x 594
A3 297 x 420
A4 210 x 297
Tabela 2 - Formatos e medidas da série A (da A0 até A4)
Fonte: adaptado de Costa (2014)

Veja como realizar as dobras das folhas de desenho técnico, já que essas dobras bem realizadas facilita-
rão o manuseio das folhas com segurança. Sabendo que quanto menor as dimensões da folha, melhor será
sua facilidade de manuseio, além de ser mais fácil ser armazenado.
Os projetos maiores do que A4 devem ser dobrados e colocados em pastas. Depois de dobrada, é im-
portante que a folha tenha que manter as dimensões de formato A4, com uma legenda no canto inferior
direito, para que seja perfeitamente visível. Esta norma está identificada pela NBR 13142 – desenho técnico
– Dobramento de cópia (12/1999). A imagem seguinte ilustra a forma de realizar o dobramento das folhas
A3, A2, A1, tanto para desenhos confeccionados na horizontal ou vertical. O importante é que na finaliza-
ção da dobragem, as dimensões sejam iguais a uma folha A4.
3 DESENHO MECÂNICO
45

Veja, na figura que segue, como fazer as dobras do papel.

105

105

297
A1

123

297
A2 130

297
A3
LEGENDA LEGENDA LEGENDA

130 105 185 210 192 192 210 260 185 185

Sabrina Farias (2015)


185 192
185

Figura 23 -  Dobras das folhas A3, A2 e A1


Fonte: adaptado de Montenegro (2001)

3.4 APRESENTAÇÕES DA FOLHA

Para uma melhor apresentação do desenho, a NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico
(12/1988) trata das margens e legendas incluídas na folha da série A. Com relação às margens, existe um
padrão a ser seguido, ou seja, a margem esquerda deve ter 25 mm, as outras margens, nas folhas A4 e A3,
serão de 7 mm. Para as folhas com formato A0, A1 e A2, as margens laterais são previstas mais distantes,
com 10 mm, de modo a ocupar toda a área de maneira simétrica e, por fim, vem a localização da legenda
que fica sempre na margem direita inferior da folha, para conter as informações do desenho técnico.
Observe o exemplo das margens e da legenda na figura a seguir.

7 7
7

25
A3 A4
297

297

178
35

25
7

Sabrina Farias (2015)

LEGENDA LEGENDA
420 210
Figura 24 -  Medidas das margens e legenda das folhas A4 e A3
Fonte: do Autor (2015)
DESENHO TÉCNICO
46

A legenda (ou selo) é o espaço destinado às informações do desenho. Regida pela norma NBR 10068
– Folha de desenho, layout e dimensões, deve constar as seguintes informações: número, título, origem,
data, escala do desenho, profissional responsável pelo desenho, conteúdo e quaisquer informações que
sejam necessárias.
Deve estar sempre situada no canto inferior direito da folha, como você pode identificar na imagem
seguinte. Sua altura pode variar com o número de informações contidas, mas a largura é padronizada. Para
as folhas, A0 e A1, a largura será de 175 mm, para as folhas A2, A3 e A4, a largura será de 178 mm.
Confira dois exemplos de legendas - uma mais utilizada no desenho arquitetônico e a outra mais utiliza-
da no desenho mecânico. Um espaço vertical ou horizontal, acima ou no lado esquerdo da legenda, deve
ser reservado para outras informações, que podem ser convenções específicas, tabelas ou notas sobre o
desenho, a escolha deste espaço fica com a preferência do próprio desenhista.
Espaço para texto

Espaço para desenho


Espaço para desenho

Planta de situação

Gabriela Adratt (2015)


Planta de situação
Espaço para texto
Selo Selo
Tábua de revisões
Figura 25 -  Definições de legenda em folha A1
Fonte: do Autor (2015)

A seguir, você verá exemplos de informações que podem constar no espaço reservado para texto no
selo, na tábua de revisão. Também o exemplo de selo preenchido com diversas informações obrigatórias
de diferentes tipos de legenda, a primeira para desenho arquitetônico, seguida por uma legenda do tipo
mecânica.
3 DESENHO MECÂNICO
47

- Símbolos especiais
- Designação
Explanação
- Abreviaturas
- Tipos de dimensões

- Lista de materiais
Instruções - Estado de superfície
Espaço para texto
- Local de montagem

Felipe Moises da Silva Hintz (2015)


- Número e peças

Informações referentes a
Referências outros desenhos
e/ou documentos

Figura 26 -  Exemplo de textos para legenda


Fonte: do Autor (2015)

Designação da
firma

Designação da Projetista, desenhista ou


revisão (letra ou nº) responsável técnico

Referência da malha Local, data e


(não usamos) assinatura

Informações da Conteúdo do
desenho
Tábua de revisão

revisão

Escala
Selo

Assinatura do
responsável (NBR 8196)

Número do
Data da revisão desenho
Felipe Moises da Silva Hintz (2015)

Comprimento total Designação da


= no minímo 10 cm revisão

Altura máxima da Indicação do método de


linha = 5 mm projeto (NBR 10067)

Unidade utilizada no
desenho (NBR 10126)

Figura 27 -  Exemplo de textos para tábua de revisão


Fonte: do Autor (2015)
DESENHO TÉCNICO
48

A R Q U I T E T U R A
P R O J ET O R E S I D E N C I A L

E n d e r e ç o : S E N A I - P a l h o ç a - SC

PROPRIETÁRIO:
Nome do cliente
AUTOR DO PROJETO:
Nome do(a) Desenhista
RESPONSÁVEL TÉCNICO:
Nome do responsável
CONTEÚDO: FOLHA:

14
Nome do projeto no qual está trabalhando
ÁREA DO TERRENO: ESCALA: DATA: DESENHO:

- 1:1

Gabriela Adratt (2015)


11/03/2015 UNIDADE: mm TOTAL

178
Figura 28 -  Exemplo de legenda para construção civil, em uma folha A4 ou A3
Fonte: do Autor (2015)

MATERIABLE (MATERIAL) PROGETISTA (PROJECT)

MATERIAL ASSINATURA
QUANTIDADE SUP.(SUR.) DESCRIÇÃO (DESCRIPTION)
1 SUPERFÍCIE m²

Logo

Paco Giordani Mora (2015)


DATA (DATE) SCALA (SCALE)
1:1 NOME_DO_PROJETO
OBSERVAÇÕES (OBS)

CONTR (CH.) UNIDADE (UNIT) REVISOR RESPONSÁVEL NÚMERO


MATERIAL CM ASSINATURA 1

Figura 29 -  Exemplo de legenda para mecânica, em uma folha A4 ou A3


Fonte: do Autor (2015)

3.5 CALIGRAFIA TÉCNICA

A caligrafia técnica é o estilo de letras e números adotados no desenho técnico. Este estilo de fonte
deve respeitar alguns requisitos básicos, previstos na Norma - NBR 8402 Execuções de Caracteres para
Escrita em Desenho Técnico – ABNT. É importante que seja uma caligrafia bem legível e que venha sempre
acompanhada de informações escritas com letras e algarismos.
O objetivo da caligrafia técnica é criar uma legenda uniforme, com a melhor clareza possível, evitando
a possibilidade de má interpretação das informações contidas. É muito importante manter as letras e os
números, com a mesma altura e inclinação, com traços contínuos e constantes, como mostrado no exem-
plo seguinte.
3 DESENHO MECÂNICO
49

linhas altura
de guia das letras
altura das letras maiúsculas
minúsculas
distância
Desenho técnico

Gabriela Adratt (2015)


entre linhas
de base Vistas ortográficas
linhas de base
Figura 30 -  Exemplo de caligrafia técnica
Fonte: adaptado de Ferreira e Miceli (2008)

Quanto à altura das letras (tamanho) e distância entre elas, você pode identificar, no exemplo a seguir, a
relação e as métricas de cada um desses caracteres, sejam letras ou números.

ISO 81 ejAM
h

d a a

R f
b
h

Alturas das letras maiúsculas h Distância minima entre linhas de base b


Alturas das letras minúsculas c Distância minima entre palavras e
Distância minima entre caracteres a Largura da linha d
Paco Giordani Mora (2015)

Dimensões Relação Valores (mm)


Altura das letras maiúsculas 10/10 3,5 5 10
Altura das letras minúsculas 7/10 2,5 3,5 7
Distância entre linhas de base 14/10 5 7 14

Figura 31 -  Relação de tamanho de valores dos caracteres (letras e números)


Fonte: adaptado de Ferreira e Miceli (2008)

Quanto à escrita, ela pode ser vertical ou inclinada com um ângulo de 15° para a direita. A espessura da
linha da escrita deve ser fina, normalmente de 0,3 mm e realizada com um grafite de dureza H.
Vale lembrar que a altura das letras e algoritmos serão escolhidos pela importância das informações
contidas no texto do projeto do desenho, a padronização para títulos utiliza letras de tamanho maiores, de
7 mm ou 10 mm, e para informações como observações e notas o tamanho padronizado é de 3 mm.
DESENHO TÉCNICO
50

3.6 TIPOS DE LINHA

Linha é uma sequência de pontos que pode ser interpretada como a conexão de dois pontos ou como
um ponto em movimento contínuo. Os tipos de linhas para uso em desenhos técnicos são fixados pela
Norma NBR 8403 (ABNT, 1984).

SAIBA Na Norma 8403 (ABNT, 1984), você encontra uma descrição detalhada dos tipos
de linha que podem ser utilizadas para a representação de desenhos. Confira em:
MAIS <http://goo.gl/bzNofJ>.

De acordo com Araújo [2015], caso haja coincidência de linhas ou linhas paralelas com uma distância
entre elas menor que 0,7 mm, deve-se desenhar somente uma das linhas na seguinte ordem de prioridade:
a) arestas e contornos visíveis (linha contínua larga);
b) arestas e contornos não-visíveis (linha tracejada);
c) superfícies de cortes e seções (traço ponto estreito largo nas extremidades);
d) linhas de centro (traço ponto estreito);
e) linhas de centro de gravidade (traço dois pontos);
f ) linhas de cota e auxiliar (linha contínua estreita).

3.7 NORMALIZAÇÕES

Os desenhos técnicos devem ser executados dentro de padrões e regras estabelecidas. Essa normali-
zação1, obrigatoriamente, deve ser de conhecimento geral e elaboradas de tal forma que permitam sua
compreensão por todos aqueles que as utilizam.
No Brasil, essas regras são desenvolvidas e estabelecidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas) se baseando na Norma ISO (International Organization for Standardization), atendendo às neces-
sidades de intercâmbio de tecnologia entre os países. Para tanto, existem normas relativas à elaboração de
desenhos de forma geral (não técnicos) e outras específicas para desenhos técnicos relacionados a cada
área de conhecimento (arquitetura, mecânica, etc.). Todas as normas elaboradas pela ABNT devem ser re-
gistradas no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro como Normas Brasileiras
(NBRs).

1 Disposição oficial com que se explica e se facilita a execução de uma lei ou decreto; regulamentação. Fonte: Michaelis online.
3 DESENHO MECÂNICO
51

A seguir, você conhecerá as referências e designação textual de algumas das normas elaboradas pela
ABNT que regulamentam as várias etapas de elaboração do desenho técnico. Acompanhe.

NORMA DESCRIÇÃO
Seu objetivo é definir os termos empregados em desenho
NBR 10647 – Desenho técnico – Norma geral
técnico.
NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico Normatiza a distribuição do espaço da folha de desenho.
Fixa as condições exigíveis para o dobramento de cópia de
NBR 13142 – Desenho técnico – dobramento de cópias
desenho técnico.
Fixa condições exigíveis para a escrita usada em desenhos téc-
NBR 8402 – Execução de caracteres para escrita em desenhos
nicos, enfatizando as principais exigências na escrita: legibilidade,
técnicos
uniformidade e adequação à reprodução.
NBR 8403 – aplicação de linhas em desenhos – tipos de linhas – Fixa os tipos e escalonamento de larguras de linhas para uso em
largura de linhas desenhos técnicos e documentos semelhantes.
NBR10067 – Princípios gerais de representação em desenho Estabelece as características dimensionais da folha de desenho,
técnico destacando os formatos das folhas a partir do formato básico.
Fixa as condições exigíveis para o emprego de escalas e suas
NBR 8196 – Desenho técnico – emprego de escalas
designações em desenhos técnicos.
NBR 12298 – Representação de área de corte por meio de ha- Esta norma fixa as condições exigíveis para representação de
churas em desenho técnico áreas de corte em desenho técnico.
Fixa os princípios gerais de cotagem a serem aplicados em de-
NBR10126 – Cotagem em desenho técnico senhos técnicos, enfatizando que quando necessário, devem ser
consultadas outras normas técnicas de áreas específicas.
NBR8404 – Indicação do estado de superfície em desenho Fixa os símbolos e indicações complementares para a indicação
técnico de estado de superfície em desenhos técnicos.
Fixa o conjunto de princípios, regras e tabelas que se aplicam
à tecnologia mecânica, a fim de permitir escolha racional
NBR 6158 – Sistema de tolerância e ajustes
de tolerâncias e ajustes, visando à fabricação de peças
intercambiáveis.
NBR 8993 – Representação convencional de partes roscadas em Fixa as condições do método convencional de representação
desenho técnico simplificada de partes roscadas em desenhos técnicos.
Padroniza as dimensões das folhas utilizadas na execução de
NBR 10068 – Folha de desenho, layout e dimensões desenhos técnicos e define seu layout com suas respectivas
margens e legenda.
NBR 6409 – Tolerância geométrica – tolerância de forma, orien-
Trata dos símbolos, definições e indicações em desenho.
tação, posição e batimento
Fixa as condições exigíveis para a referência a itens em desenho
NBR 13273 – Desenho Técnico – Referência aos Itens
técnico. 2 Referências normativas
Quadro 3 - Normas ABNT
Fonte: adaptado de ABNT [19--?]
DESENHO TÉCNICO
52

3.8 ESCALAS

As peças devem ser representadas, preferencialmente, em escala real, desde que caibam em uma folha
de tamanho A4; porém, muitas vezes isso não é possível. Imagine representar uma casa nas suas dimen-
sões reais - em uma folha A4 é uma tarefa impossível; portanto, para que a representação desta casa seja
de forma clara e precisa em um formato de papel adequado, deve existir uma maneira de reduzir suas
dimensões reais para as dimensões de representação, mas obedecendo a uma proporcionalidade entres as
várias medidas. Neste caso, a solução é o uso de escalas métricas2.

Creatas Images ([20--?])

Figura 32 -  Escala reduzida da casa em uma folha A4


Fonte: Thinkstock (2015)

Portanto, a escala é a relação de medidas e uma representação que mantém as proporções das medidas
lineares do objeto representado. Indica a relação do tamanho do desenho da peça representada com o seu
tamanho real, permitindo representar no papel peças de qualquer tamanho.
Nos desenhos em escala, as medidas lineares do objeto real são mantidas, aumentadas ou reduzidas
proporcionalmente; porém, mantendo as dimensões angulares do objeto inalteradas. As formas dos obje-
tos reais, por sua vez, são mantidas.
Confira, a seguir, alguns cuidados a serem observados nas representações em escalas (Gomes, 2012):
a) o valor indicativo das cotas refere-se sempre às medidas reais da peça, e nunca às medidas reduzidas
ou ampliadas que aparecem no desenho;
b) os ângulos não se alteram pelas escalas do desenho;
c) em todo desenho deve-se, obrigatoriamente, indicar a escala em que o mesmo foi executado;

2 Relação entre as dimensões de um desenho, um mapa e o objeto representado.


3 DESENHO MECÂNICO
53

d) quando em uma mesma folha tiver desenhos em escalas diferentes, estas devem ser indicadas junto
aos desenhos a que correspondem;
e) os desenhos podem estar em 3 diferentes tipos de escalas, desde que sejam representações distin-
tas.
Existem três tipos de escalas: natural, de redução e de ampliação. Entenda melhor cada tipo a seguir.
a) Escala natural - a relação entre dimensão da medida real e a medida do desenho são a mesma, ou
seja 1:1 (um por um).

40

Gabriela Adratt (2015)


20

25

Figura 33 -  Representação de um desenho em escala natural


Fonte: do Autor (2015)

b) Escala de redução - utilizada quando a medida real é muito grande, a ponto de impossibilitar a
representação em uma folha menor que as medidas do objeto a ser desenhado, por exemplo, 1:2
(um por dois).

40
Gabriela Adratt (2015)
20

25

Figura 34 -  Representação de um desenho em escala de redução 1:2


Fonte: do Autor (2015)
DESENHO TÉCNICO
54

c) Escala de ampliação - é utilizada para representar um objeto de dimensões pequenas, facilitando a


visualização de suas características no desenho, por exemplo, 2:1(dois por um).

40
20

25
Gabriela Adratt (2015)
Figura 35 -  Representação de um desenho em escala de ampliação 2:1
Fonte: do Autor (2015)

Confira um exemplo de uso de escala.


Para representar um muro de concreto com o comprimento de 1,20 m (ou 1200 cm), o desenhista traçou
uma reta de 24 cm em uma folha de papel A4. Para definir a escala, ele precisou fazer o seguinte cálculo:

medida real
Escala =
medida do desenho

1200 cm
Escala = = 50 ou seja, 1:50
24 cm

Com o resultado do cálculo, o desenhista utilizou a escala 1:50 (um por cinquenta) na qual cada centí-
metro traçado na folha representa 50 cm da dimensão real do muro.

FIQUE A graduação da régua é de 1:100. É usada como escala natural, ou seja, usada como
ALERTA referência na divisão de 1 metro em 100 partes iguais (cm). Cuide sempre para
escolher uma régua de boa qualidade para ter medidas confiáveis.
3 DESENHO MECÂNICO
55

3.9 ESCALÍMETRO

No escalímetro, todas as graduações das escalas são feitas tendo como base o metro do Sistema In-
ternacional de Medidas, ou seja, para cada centímetro do objeto representado no plano (folha de papel),
corresponde a tantos centímetros das dimensões reais do objeto, tanto para a redução como para a am-
pliação.
Ao utilizar esta ferramenta de desenho, você deve escolher a escala conforme a necessidade de redução
ou ampliação. Por exemplo, em uma escala de redução, como a de 1:100 (um por cem), cada centímetro do
desenho representa 100 cm da dimensão real do objeto.

1m

1:100

0 1m 2 3 4 5 6

7,5 7 6,5 6

Matheus Felipe Goeder (2015)

1m
Figura 36 -  Escalímetro
Fonte: do Autor (2015)

Em outras palavras, a distância entre os números 0 até 1 na escala de 1:100 equivale a 1 metro do ta-
manho real do objeto representado. Já na escala de 1:50 (um por cinquenta), cada centímetro do desenho
representado no plano equivale a 50 cm da dimensão real do objeto; logo, você percebe que a distância
entre os números 0 até 1 na escala de 1:50 é o dobro da distância entre eles na escala de 1:100, que também
representa 1 metro. Observe a representação na figura a seguir.
DESENHO TÉCNICO
56

1 metro 0.5 m
ESC. 1/100
ESC. 1/125
0 1 2 varia de 10 em 10 cm
0.1 m

1 metro
ESC. 1/150
ESC. 1/75

Paco Giordani Mora (2015)


0 1 varia de 5 em 5 cm
0.05 m
0.1 m
0.5 m
Figura 37 -  Representação das escalas 1:100 e 1:50
Fonte: do Autor (2015)

A seguir, confira outras escalas utilizadas na construção de um desenho técnico.

3.9.1 ESCALA DE 1/20

Em uma escala de 1:20 (um por vinte) cada centímetro do desenho representa 20 cm da dimensão real
do objeto; portanto, a distância de 0 até 1 na escala de 1:20 é de 1 metro. Sendo assim, nesta escala, 1 metro
é reduzido 20 vezes, com 10 subdivisões que correspondem a 10 centímetros/divididos em cinco partes
cada, resultando em divisões de 2 cm, como visto na figura a seguir.

1 metro

0 1
0.02 m
0.1 m
0.5 m
Paco Giordani Mora (2015)

ESC. 1/20
ESC. 1/25
varia de 2 em 2cm
Figura 38 -  Escala 1:20
Fonte: do Autor (2015)
3 DESENHO MECÂNICO
57

3.9.2 ESCALA DE 2:1 DE AMPLIAÇÃO

Utiliza-se o escalímetro também para fazer uma ampliação. Comparando as duas graduações apresen-
tadas na figura a seguir, observa-se que as unidades (distância de 0 a 1) na escala de 1:50 representam o
dobro, se comparadas às que estão na representação de 1:100. Neste exemplo, a escala 1:10 representa a
escala 1:1, e a escala 1:50 representa 2:1.

ESC. 1/100
0 1 2 (ESC. 1/1)

ESC. 1/50

Gabriela Adratt (2015)


0 1 (ESC. 2/1)
Figura 39 -  Escala de ampliação 2:1
Fonte: do Autor (2015)

3.9.3 ESCALA 5:1 DE AMPLIAÇÃO

Da mesma maneira como foi feita a escala de 2:1, pode ser feita com a escala de 5:1, utilizando como
escala de 1:10 como 1:1, e a escala de 1:20 como escala de 5:1.

ESC. 1/100
0 1 2 3 4 5
(ESC. 1/1)
Gabriela Adratt (2015)

ESC. 1/20
(ESC. 5/1)
0 1
Figura 40 -  Escala de ampliação 5:1
Fonte: do Autor (2015)
DESENHO TÉCNICO
58

3.10 PROJEÇÕES

O método de representação pelo sistema de vistas ortogonais é utilizado quando a intenção é fazer
uma representação plana de um objeto de três dimensões, de tal modo que sejam mostradas as suas di-
mensões de altura, comprimento e profundidade. Tudo isto é baseado na experiência visual.
Com esse método é possível fazer a representação gráfica do objeto visto em 3D em um único plano,
ou seja, uma observação perpendicular de determinadas faces do objeto, fazendo com que oculte todas as
outras faces. (BORNACINI, 1981).

projeção observador
plano de projeção vista superior

modelo linha modelo


projetante
plano de

Karolina Machado Prado (2015)


vista frontal projeçao projeçao

linha projetante
observador
Figura 41 -  Vistas projetadas de uma peça
Fonte: adaptado de Escames (2012)

As projeções não podem ser limitadas a uma única vista; portanto, é elaborada a visualização para todas
as faces do objeto, denominadas de vistas ortogonais, incluindo as vistas superior e inferior. Deste modo,
não estaria oculta nenhuma das faces, sendo elas denominadas de: vista frontal (VF), vista superior (VS) e
vista lateral esquerda (VLE).

Vista frontal Vista lateral


esquerda
Karolina Machado Prado (2015)

Vista superior
Figura 42 -  Vistas ortogonais de um objeto representado em um plano
Fonte: adaptado de Escames (2012)
3 DESENHO MECÂNICO
59

Na figura seguinte, você pode observar que, por meio de uma observação visual, se faz a planificação
do objeto. Nesse processo têm-se todas as vistas abertas projetadas em um mesmo plano. Observe a vista
frontal, superior e lateral representadas no desenho técnico.

Projeção

Projeção

Projeção

sq.
lat. e
vist vista

Karolina Machado Prado (2015)


a la tal
tal t. es
fron
a fron q.
vista
vist
ior
per
a su
vist per
ior
a su
vist

Projeção ortogonal Rebatimento

Figura 43 -  Aberturas das vistas ortogonais


Fonte: adaptado de Escames (2012)

3.11 VISTAS ORTOGONAIS

A vista ortogonal é uma vista do objeto em relação à direção de um determinado observador. Utilizan-
do o sistema de projeções cilíndricas ortogonais, o matemático francês Gaspard Monge criou a Geometria
Descritiva, que serviu de base para o Desenho Técnico. Utilizando-se dois planos perpendiculares, um hori-
zontal (π’) e outro vertical (π”), ele dividiu o espaço em quatro partes denominadas “diedros”.
Em outras palavras, considerando um objeto colocado em qualquer diedro, haverá uma projeção ho-
rizontal e vertical das faces do objeto no diedro, porque o objetivo é visualizar o objeto em um só plano.
A representação de qualquer objeto em um plano pelo processo de projeções ortogonais é denominada
“épura”, ou planificação do diedro, que consiste na rotação do plano horizontal de modo que a parte ante-
rior do π’ coincida com a parte inferior de π”, enquanto o plano vertical permanece imóvel.
A linha determinada pelo encontro dos dois planos é chamada de Linha de Terra, conforme mostrado
na figura que segue.
DESENHO TÉCNICO
60

Primeiro Diedro

Karolina Machado Prado (2015)


Terceiro Diedro

Figura 44 -  Épuras e desenho no terceiro e primeiro diedro


Fonte: adaptado de IFSC [2015?]

CURIOSI A Geometria Descritiva foi criada por Gaspar Monge (1746-1818), matemático
francês e ministro da Marinha de Napoleão para projetos de fortes militares, que
DADES envolviam problemas geométricos dimensionais.

Para entender melhor o assunto em questão, prossiga com seus estudos na sequência.

3.11.1 1°DIEDRO

No Brasil, a ABNT (Associação Brasileira Normas Técnicas), para regulamentar a descrição do 1º diedro
adota a Norma Europeia. De acordo com esta norma, o objeto deve se localizar entre o observador e o pla-
no projetor. Preferencialmente, o objeto no 1º diedro é representado pelas vistas frontal, superior e lateral
esquerda, também conhecidas como elevação (frontal), planta (superior) e perfil (lateral). Em alguns casos,
apenas uma ou duas vistas já são suficientes para representar uma peça. (FRANCESCONI, 2010).
3 DESENHO MECÂNICO
61

a) b)

V. INFERIOR

V. L. DIREITA V. FRONTAL V. L. ESQUERDA V. OPOSTA

Karolina Machado Prado (2015)


V. SUPERIOR

Figura 45 -  Desenho de peça sendo moldada no 1º diedro (a) e todas as vistas em aberto (b)
Fonte: adaptado de Francesconi (2010)

3.11.2 3° DIEDRO

De acordo com a norma Norte-americana, o objeto se localiza atrás do plano projetor. Preferencialmen-
te, o objeto no 3º diedro é representado pelas vistas frontal, superior e lateral esquerda, também conhe-
cidas como elevação, planta e perfil, respectivamente. Em alguns casos apenas uma ou duas vistas já são
suficientes para representar uma peça também dependendo do número de detalhes.

a) b)

V. SUPERIOR
Karolina Machado Prado (2015)

V. L. ESQUERDA V. FRONTAL V. L. DIREITA V. OPOSTA

V. INFERIOR

Figura 46 -  Desenho de peça sendo moldada no 3º diedro (a) e todas as vistas em aberto (b)
Fonte: adaptado Francesconi (2010)

Fazendo uma comparação entre o 1º e 3º diedro, você pode observar a inversão da localização das vis-
tas superiores e vistas laterais direita, sendo no 3° diedro em relação à peça e no 1º diedro em relação
ao observador. Outro ponto importante é a simbologia que deve ser indicada na legenda onde o diedro
representado.
DESENHO TÉCNICO
62

simbolos PLA
NT
A

MÉTODO EUROPEU
10 diedro
10 diedro
Alemanha e a maioria ELE
VAÇ
PER dos países europeus ÃO FIL
FIL PER
O
AÇÃ
LEV

Karolina Machado Prado (2015)


E
MÉTODO
NORTE - AMERICANO
3 diedro
0
30 diedro
Japão e países de
língua inglesa
NTA
PLA

Figura 47 -  Representação do 1º e 3º diedro com a simbologia de identificação


Fonte: adaptado de Francesconi (2010)

Entenda melhor essa simbologia por meio da apresentação no quadro a seguir.

1º DIEDRO 3º DIEDRO
A vista superior fica embaixo. A vista superior fica em cima.
A vista inferior fica em cima. A vista inferior fica embaixo.
A vista lateral direita fica à esquerda. A vista lateral direita fica à direita.
A vista lateral esquerda fica à direita. A vista lateral esquerda fica à esquerda.
Quadro 4 - Simbologia dos diedros
Fonte: adaptado de Santos (2008)

3.12 REPRESENTAÇÃO PERSPECTIVA

Desenho em perspectiva é a técnica de representação de um objeto real em suas três dimensões no


plano bidimensional. Atualmente, há diversos programas especializados na construção de perspectivas
na área de refrigeração e climatização, arquitetura e mecânica. A habilidade de traçar uma perspectiva é
importante no desenho técnico para que as informações pertinentes ao projeto sejam bem compreendi-
das. A transmissão da ideia técnica de um objeto para leigos se torna mais fácil por meio de desenho em
perspectiva.
Para facilitar o entendimento destas vistas (ortogonal em um plano e em perspectiva), observe as ima-
gens a seguir:
3 DESENHO MECÂNICO
63

Karolina Machado Prado (2015)


Figura 48 -  Desenho em vista ortogonal no 1º diedro
Fonte: do Autor (2015)

Paco Giordani Mora (2015)

Figura 49 -  Desenho em forma de perspectiva


Fonte: do Autor (2015)
DESENHO TÉCNICO
64

3.13 REPRESENTAÇÃO ISOMÉTRICA

Esse tipo de desenho é baseado em um sistema de três semirretas que possuem o mesmo ponto de ori-
gem formando entre si três ângulos de 120°. Para este tipo de desenho se dá o nome de eixo isométrico,
podendo ser representado de várias posições, mas sempre formando um ângulo de 120°. Veja na figura a
seguir.

120º
30º

30º
º
12

120

120º
30º

30º

Paco Giordani Mora (2015)


º
12

120

Figura 50 -  Vista em perspectiva


Fonte: do Autor (2015)

Nessa fase inicial do desenho, o traçado consiste em marcar as medidas aproximadas do comprimento
(x), largura (y) e altura (z) os quais formam entre si um ângulo de 120°, como você pôde perceber na figura
anterior.
As perspectivas isométricas possibilitam uma visão muito próxima da realidade. São muito utilizadas
para representação de peças e facilitam a compreensão do formato e detalhes importantes.
3 DESENHO MECÂNICO
65

S
Elevação

S
z

S A

O S

S B

Planta
y

Vista

Gabriela Adratt (2015)


de frente
S S N S
O E

Figura 51 -  Conjunto de tubulações em perspectiva


Fonte: adaptado de Silva, Souza e Rocha (2014)

3.14 COTAGEM

Para que seja indicado no desenho técnico o conhecimento de tamanho e formas, esta representação
geométrica deve ser realizada por meio de medidas denominadas cotagem. É necessário que você faça
com exatidão a representação das dimensões e posição dos diferentes elementos. Esse processo não trata
simplesmente da colocação das informações dimensionais nos desenhos, visto que ele requer a utilização
de regras contidas em normas técnicas apropriadas. As medidas incorretas ou equivocadas podem causar
grandes prejuízos na fabricação do produto ou objeto representado.
No Brasil, a norma utilizada como orientação para a Cotagem é a NBR 10126/87 (ABNT) - Cotagem em
desenho técnico. Para que um desenho técnico seja bem traduzido na hora da produção de um objeto, são
necessárias todas as dimensões, caso essas informações sejam inseridas de forma incompleta, provavel-
mente haverá falhas na execução do projeto.
De acordo com a NBR 10126/87:
a) a cotagem requer alguns cuidados os quais cumpridos facilitam a interpretação das informações
inseridas, como boa distribuição das informações por todo desenho, de forma clara e simples;
b) são utilizadas linhas de chamadas com traços mais finos em relação às linhas definitivas;
c) as linhas de cotas são paralelas às linhas das medidas;
d) deve-se evitar cotas no interior do desenho;
e) linhas de chamadas perpendiculares das de cotas;
f ) não se deve repetir cotas;
g) a posição do texto inserido deve ser no meio da linha.
DESENHO TÉCNICO
66

Para que você entenda melhor, conheça a seguir os elementos de cotagem e sua localização nos dese-
nhos técnicos:
a) cotas: são números que indicam as dimensões lineares ou angulares dos elementos, correspondendo
às dimensões previstas;
b) linhas de chamada: são linhas com traços contínuos e finos, normalmente perpendiculares à linha
de cota, tendo origem no elemento a cotar;
c) linhas de cota: são linhas retas ou arcos, normalmente com setas nas extremidades do traço
continuo, paralelo ao contorno do desenho.

Cota
Linha de cota
3,0
3
1.5

Linha de chamada
3

Gabriela Adratt (2015)

Figura 52 -  Medidas de distância das cotas


Fonte: adaptado de Gomes (2012)

Observe, na figura anterior, que as linhas de cota são traços mais finos do que as linhas principais. Lem-
bre-se de que a linha de chamada não toca o desenho, e as cotas verticais devem ter prioridade para serem
escritas no lado esquerdo do desenho.
Na próxima figura você pode perceber a cotagem de acordo com as normas, observe a posição correta
de todos os elementos de cotagem, inclusive o posicionamento dos algarismos. É importante que você
elabore um desenho simples, de maneira a evitar confusão e interpretações erradas das dimensões infor-
madas.
3 DESENHO MECÂNICO
67

Medida real do objeto


Linha de chamada – traço fino
ultrapassa a linha de cota
36 em aproximadamente 1,5 mm

18
54 36
Linha de cota – traço fino

Não tocar no desenho

Gabriela Adratt (2015)


Figura 53 -  Diferentes tipos de cota
Fonte: adaptado de Pastana (2006)

As distâncias das cotas em relação ao desenho devem ficar em uma boa posição de leitura, ou seja,
não tão afastadas, tampouco muito junto do desenho. Nas imagens a seguir você identifica uma cotagem
correta e uma muito próxima.

20
20

SIM NÃO
Matheus Felipe Goedert (2015)

30 30

Figura 54 -  Exemplo de cotagem correta (esquerda) e muito próxima (direita)


Fonte: adaptado de Pastana (2006)
DESENHO TÉCNICO
68

3.14.1 TRABALHANDO COM COTAS AGRUPADAS

Não se deve utilizar várias linhas procurando indicar cotas em uma mesma direção. Para uma melhor
visualização, sempre priorize a de menor para o maior valor, para que não se cruzem. Você identifica essas
regras nas imagens a seguir. Aquelas corretas estão com a palavra SIM, e as erradas estão com a palavra
NÃO. Observe na sequência.

5 10 5 7
SIM NÃO

25

Matheus Felipe Goedert (2015)


16
SIM NÃO 7
7
19
26

Figura 55 -  Alinhamentos entre as cotas do calor do menor para o maior


Fonte: adaptado de Pastana (2006)

3.14.2 TRABALHANDO COM COTAS DENTRO DO DESENHO

Sempre que possível, é necessário indicar cotas na parte externa do desenho, apenas em último caso
indica-se no interior. Também é adequado evitar linhas de chamadas longas para não causar dúvidas.

Cotagem externa Cotagem interna Cotagem


8 7
externa e interna
30
10 ø8

9
9

8
11

15

8 5
25

10
25

12

30
Matheus Felipe Goedert (2015)

SIM
40

7
SIM 20 11
NÃO
3
7
7

20 ø5 11

Figura 56 -  Exemplos de cotas fora do desenho


Fonte: adaptado de Pastana (2006)
3 DESENHO MECÂNICO
69

3.14.3 ALINHANDO AS COTAS

Em se tratando de um grupo de cotas em dimensões paralelas, tanto para cima como em laterais, é
necessário ter uma sequência do menor para o maior tamanho com as medidas centralizadas. Veja de que
forma na figura a seguir. Novamente, as corretas estão com a palavra SIM, e as erradas com a palavra NÃO.

34 34
24 24
14 14
10 10

Matheus Felipe Goedert (2015)


20
NÃO SIM

20
14
32
14
32
NÃO SIM

Figura 57 -  Exemplos de alinhamento de cotas


Fonte: adaptado de Pastana (2006)

3.14.4 TRABALHANDO COM LIMITAÇÃO DE ESPAÇO

No caso da existência de espaços limitados para o lançamento da cota, deve-se ter bastante cuidado
para não causar dúvidas. Normalmente são medidas de pequenos valores. Veja os exemplos seguintes de
como proceder nesta situação.

2.5
3 6 11
Matheus Felipe Goedert (2015)

Figura 58 -  Cotas de pequenos valores


Fonte: adaptado de Pastana (2006)
DESENHO TÉCNICO
70

3.14.5 TRABALHANDO COM ÂNGULO

Na cotagem de ângulos e raios, esses são indicados por duas dimensões lineares ou linear entre um
ângulo, como nos exemplos das figuras que seguem.

38 38
120º

Gabriela Adratt (2015)


30º
22

Figura 59 -  Cotas de ângulos


Fonte: adaptado de Pastana (2006)

3.14.6 SIMBOLOGIA DE COTA

Existem alguns conjuntos de símbolos denominados símbolos complementares de Cotagem que per-
mitem identificar a forma de alguns elementos, melhorando a sua interpretação e compreensão. Conheça-
-os na figura a seguir.

Ø ESF 50
Ø30

40
Matheus Felipe Gooedert (2015)
0
R2

Figura 60 -  Simbologia de cota


Fonte: adaptado de Montenegro (2001)
3 DESENHO MECÂNICO
71

3.14.7 COTAS ARQUITETÔNICAS

Nas cotas arquitetônicas normalmente as dimensões são indicadas em “centímetros”. Vale lembrar que
nunca se deve misturar unidades de medidas diferentes, ou seja, caso inicie a cotagem em centímetros,
faça todo o desenho nesta unidade, com os valores das cotas diretamente sobre as linhas do desenho e,
adote um traço pequeno no ângulo de 45° ou um ponto forte na intersecção da linha de cotagem com a
linha de chamada. Observe essas regras nas figuras que seguem.

4.30

0.15 4.00
0.15

4.14

4.14
00
1.
2.10 x 1.50
1.00
SALA
14.28m²
0.42
4.30

4.00

4.14

Matheus Felipe Goeder (2015)


0.80
1.00

2.10 4.14

1.00

Figura 61 -  Cotas para desenho arquitetônico


Fonte: adaptado de Gomes (2012)

3.14.8 COTAS EM PERSPECTIVAS

Para a cotagem em perspectivas, os critérios de cotagem são os mesmos das projeções ortogonais múl-
tiplas, mas, restritos a uma só projeção, ao contrário do que acontece nas projeções ortogonais múltiplas
em que se pode dispor de várias vistas que possibilitam selecionar a vista que melhor corresponde a sua
necessidade. Assim, nas perspectivas, as linhas de cotas deverão orientar-se segundo as direções perpen-
diculares dos elementos cotados (arestas).
Observe, na figura que segue, a maneira adequada de realizar essa cotagem, bem como as formas ina-
dequadas.
DESENHO TÉCNICO
72

10

10
18 20
18 20
a) b)

20

10

Paco Giordani Mora (2015)


18
10

18
20
c) d)

Figura 62 -  Cotagem em perspectiva desejável (a), admissível (b), a evitar (c), incorreta (d)
Fonte: adaptadoo de Versus (2015)

Acompanhe no Casos e relatos, a seguir, um exemplo prático sobre a importância de se ter um conhe-
cimento em desenho técnico.

CASOS E RELATOS

Desenho do ar modificado
Um projetista de uma empresa de produção de condicionador de ar tipo Split recebeu a tarefa de
representar em um desenho técnico as dimensões do equipamento de maneira a confeccionar
uma caixa para envio de um novo projeto especial para outra cidade. A finalidade do envio era
verificar se a filial da empresa poderia produzir uma carenagem com materiais recicláveis mais
econômicos. Para atingir o objetivo, o projetista fez o desenho técnico desse ar condicionado
modificado em uma folha A3, no 1º diedro, com as vistas frontal, superior e lateral esquerda em
uma escala de redução de 1:5, ficando bem adequado ao tamanho de folha escolhido. Depois de
finalizado, o desenho foi entregue para o setor de logística providenciar a confecção da caixa de
proteção. Como o objetivo foi atingido, o projetista verificou na prática que o seu conhecimento
obtido em desenho técnico o ajudou muito para elaboração e execução do trabalho recebido.
3 DESENHO MECÂNICO
73

3.15 CORTES

Muitas vezes alguns desenhos possuem elementos internos importantes que não estão visíveis, mas
que se deseja demonstrar em detalhes. Nesses casos, utiliza-se o “corte” ou “seção”, que ajuda a esclarecer
esses elementos, evitando o uso de muitas vistas.
O recurso do corte somente é usado quando ajudar a esclarecer melhor o desenho, ou seja, mostrar
algo importante que a representação gráfica normal não poderia demonstrar. A norma NBR 12298 – Repre-
sentação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico, é a norma que trata da representação
por cortes.
O corte é elaborado ao imaginar uma peça cortada por um ou mais planos que passam pelo interior da
peça. Observe, na figura seguinte, o exemplo de um plano de corte vertical que passa no meio da peça,
indicando por meio das hachuras a superfície do objeto cortado.
Esse corte pode ser realizado na horizontal, vertical ou mesmo parcial, definindo-se o local a ser cortado
e indicando por meio de uma seta, chamada de indicação de corte.

Plano
de corte
vertical

Sabrina Farias (2015)

OPERAÇÃO DE CORTE SÓLIDO CORTADO


LONGITUDINALMENTE

Figura 63 -  Exemplo de operações de corte


Fonte: adaptado de Montenegro (2001)
DESENHO TÉCNICO
74

5mm
Letra do corte
A
Número da prancha
01

Gabriela Adratt (2015)


Diâmetro = 12mm
3mm

Figura 64 -  Setas de indicação de corte


Fonte: adaptado de Montenegro (2001)

A indicação do sentido do corte é feita através da letra referente ao corte que representa o sentido do
corte, ordenado por ordem alfabética (A, B, C...). A figura seguinte exemplifica essa indicação.

hachura de material
nas partes do sólido
que são interceptadas
pelo plano de corte
(partes não vazias)
nome do corte
Corte A - A

Matheus Felipe Goedert(2015)


direção da
posição do plano de corte
visualização do
letra indicativa do corte corte (parte do
sólido que será
A A representada)

Figura 65 -  Indicações de corte com local de hachura


Fonte: adaptado de Brabo (2009)

Ainda existem outras três denominações de cortes para o plano de corte que contém um eixo da peça e
é cortada inteiramente: corte total, meio corte e corte parcial. Para que você entenda melhor as diferenças,
observe a figura a seguir. Ela representa a mesma peça nos três tipos de corte, com suas indicações.
3 DESENHO MECÂNICO
75

CORTE TOTAL

(a)

CORTE AA

MEIO CORTE

(b)

CORTE AA

CORTE PARCIAL

Sabrina Farias (2015)


(c)

Figura 66 -  Tipos de corte


Fonte: adaptado de Montenegro (2001)

De maneira geral, o corte será total. O corte parcial é utilizado em peças simétricas, mostrando não
somente o interior, mas também parte da peça inteira.
Em sistemas de ar condicionado, o corte em uma ferramenta é amplamente utilizado para demonstrar
detalhes que não são vistos com facilidade, além dos diferentes tipos de materiais utilizados na montagem
e manutenção dos equipamentos, como você pode ver na figura a seguir.

Vid
e de 12
tal 11
he
A
10 9
8 º4
an
ot
en
7 Vid
6
5
4

Vide detalhe B 1 10
Karolina Machado Prado (2015)

Detalhe A

Figura 67 -  Exemplo de cortes em rede de dutos de refrigeração


Fonte: adaptado de Silva, Souza e Rocha (2014)
DESENHO TÉCNICO
76

3.16 HACHURAS

Uma das grandes dificuldades nos projetos com desenho técnico era demonstrar que tipo de material
seria utilizado. Para resolver esse problema, criou-se uma padronização chamada de hachura, que define o
material utilizando desenho de acordo com os riscos traçados.
A figura seguinte mostra exemplos de alguns materiais representados por hachuras. Essa padronização
é útil para distinguir diferentes tipos de materiais constituídos das peças cortadas, perceba que uma ha-
chura não determina precisamente a natureza do material cortado, apenas uma indicação de tipo. Não é
recomendado a utilização de cores nas hachuras.

Metais Terra Madeira

Matheus Felipe Goeder (2015)

Vidro Concreto Líquidos

Figura 68 -  Exemplo de tipos de hachuras


Fonte: adaptado de Ferro [(2015?)]

3.17 SEÇÕES

De acordo com Montenegro (2001), as seções são semelhantes aos cortes, possuem o mesmo objeti-
vo: trazer mais clareza ao desenho. A seção é uma superfície resultante de interseção de um plano com
um corpo (a peça a representar). Em geral, são usados para definir o perfil externo de partes das peças
como nervuras, braços de polias e volantes, perfis metálicos, entre outros. Os cortes representam somente
a interseção do plano de corte com a peça, não o que se encontra além desse plano.
3 DESENHO MECÂNICO
77

Seção

Matheus Felipe Goeder (2015)


Encurtamento
Figura 69 -  Exemplos de desenhos em corte com demonstração de encurtamento e de seção
Fonte: adaptado de Pessoa (2014)

3.18 ENCURTAMENTOS

Para as representações de peças longas, com forma constante, pode-se aplicar um recurso que permite
a sua simplificação e diminuição, chamado de “encurtamento”. Esse encurtamento pode ser representado
de maneira prática, sem qualquer prejuízo aos detalhes do desenho. Observe, na figura seguinte, como é
elaborado esse encurtamento.

Matheus Felipe Goeder (2015)

Figura 70 -  Exemplo de encurtamento de eixos em dois planos


Fonte: do Autor (2015)

Como a parte compreendida entre dois cortes não apresenta variação e não contém elementos diferen-
tes, ela foi encurtada e seccionada, sem prejudicar a interpretação do desenho.
DESENHO TÉCNICO
78

3.19 VISTA EXPLODIDA

A vista explodida é muito utilizada em desenhos de montagem de conjuntos por auxiliar a compreen-
são e a ordem na qual se montam as várias partes das peças. É recomendado que se evite o uso de cortes
para mostrar detalhes interiores do conjunto, e que se faça a representação de todas as peças em separado
de forma visível. Esse tipo de vista é muito utilizado em catálogos dos fabricantes dos produtos, e o nome
peculiar se deve à forma desmontada na visualização do conjunto.

Julio Cesar Borchers (2015)

Figura 71 -  Vista explodida de uma unidade evaporadora de ar condicionado


Fonte: adaptado de Arcondicionado [(2015?)]

3.20 TOLERÂNCIA

A tolerância é uma extensão da cotagem com informações adicionais quanto à forma, dimensão e posi-
ção dos elementos. Essas informações são fornecidas a fim de limitar erros de fabricação das peças.
A tolerância pode ser geométrica ou dimensional. A norma que rege as tolerâncias é a ABNT NBR
14699 - Representação de símbolos aplicados a tolerâncias geométricas – Proporções e dimensões. Essa
norma fixa as condições exigíveis de proporções e dimensões para representação gráfica de símbolos de
tolerância geométrica em desenho técnico.
Entenda um pouco mais sobre os tipos de tolerância nos itens que seguem.
3 DESENHO MECÂNICO
79

3.20.1 TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

Utilizada para determinar erros dimensionais de fabricação. Dependendo da função da peça ou do ele-
mento, algumas dessas dimensões podem estar fora do padrão, mas a tolerância permite que funcione
corretamente, mesmo com pequenas variações permissível. Observe, na figura que segue, que existem
desvios mínimos tanto para menos como para mais. O desenho da esquerda mostra um desenho técnico
com imperfeições de tolerância dimensionais. O desenho da direita mostra como ficou a peça depois de
executada.

30 +− 0,1 30,1

ο9,982
ο10f7

25 +− 0,1 24,9
ο20 +− 0,1

ο20,06

Matheus Felipe Goedert (2015)


ESC 1:1
Figura 72 -  Exemplo de tolerância dimensional
Fonte: adaptado de Telecurso 2000 (1997)

Tem-se ainda a nominal, que é a medida da peça representada no desenho e a tolerância, que vem a
ser a medida com o afastamento para mais ou menos da medida nominal.
E, por fim, a média efetiva, que é a medida da peça depois de fabricada. Na figura seguinte, você tem
um exemplo da média nominal com o maior diâmetro de 16 mm circular, com um valor de tolerância de
0,05 tanto para mais quanto para menos; portanto, a sua média efetiva poderá ser de 16,05 mm no máxi-
mo, e 15,95 mm para o valor mínimo.
Ø16 -- 0,20
0,41

Matheus Felipe Goeder (2015)

20+0,2
Ø12 +0,25
0,25

0,1

40+ 0,25

Figura 73 -  Exemplo de tolerância das médias-


Fonte: adaptado de Telecurso 2000 (1997)
DESENHO TÉCNICO
80

3.20.2 GRAU DE ACABAMENTO

A norma ABNT- 8404 fixa os símbolos e indicações complementares para identificação do estado su-
perficial em desenho técnico. Alguns símbolos são utilizados para indicar o grau de acabamento que se
deseja nas peças que estão sendo representadas no desenho técnico. Conheça alguns símbolos, na tabela
a seguir.
SÍMBOLO DESCRIÇÃO

Símbolo básico. Só pode ser usado quando seu significado for


complementado por uma indicação.

Caracterização de uma superfície usinada sem maiores detalhes.

Caracteriza uma superfície na qual a remoção de material não é


permitida e indica que a superfície deve permanecer no estado
resultante de um processo de fabricação anterior, mesmo se esta
tiver sido obtida por usinagem ou outro processo qualquer.
Quadro 5 - Símbolos para identificação do estado da superfície do desenho
Fonte: adaptado de Catapan (2013)

A indicação da superfície pode ser dividida tanto para um estágio bruto, sem acabamento, até um está-
gio que passará por um tratamento térmico, como representado e indicado na figura a seguir. Nela, esses
símbolos são demonstrados no local da superfície no próprio desenho da peça.

~ Superfícies em bruto, porém limpas de rebarbas e saliências.

Superfícies apenas desbastadas (Ra = 50µm) ~

Superfícies alisadas (Ra = 6,3µm)

Superfícies polidas (Ra = 0,8µm)


Gabriela Adratt (2015)

Superfícies sujeitas a tratamento especial, indicado sobre a linha


horizontal.

Figura 74 -  Representação de tipos de superfícies de acabamento


Fonte: adaptado de Montenegro (2001)
3 DESENHO MECÂNICO
81

Os símbolos que compõem o desenho da peça com a indicação do estado da superfície podem conter
as seguintes informações:
a) classe de rugosidade: os valores que caracterizam a rugosidade da superfície no estado final de
acabamento;
b) processo de fabricação: processo de trabalho utilizado para obtenção da superfície;
c) comprimento da amostra: é o comprimento da seção da superfície escolhido para avaliar a rugo-
sidade;
d) direção das estrias: a direção das estrias resultante da forma como são trabalhadas as superfícies,
estes símbolos são indicados pelas letra “d” no símbolo base.
Essa simbologia você pode identificar nas figuras que seguem.

Processo de
Classe de Fresado fabricação
rugorsidade
2,5
Sobremetal N8 Comprimento
para usinagem da amostragem

Matheus Felipe Goeder (2015)


ou outro parâmetro de
rugosidade (Rz-0,4)
2
Direção das
estrias
Figura 75 -  Especificações da simbologia do estado de superfície
Fonte: adaptado de Montenegro (2001)

Veja mais símbolos no quadro seguinte.


SÍMBOLO INTERPRETAÇÃO
Paralela ao plano de projeção da vista sobre a qual o símbolo é

=
aplicado.

Orientação das
estrias

Perpendicular ao plano de projeção da vista sobre a qual o sím-


bolo é aplicado.

Direção das
estrias
DESENHO TÉCNICO
82

SÍMBOLO INTERPRETAÇÃO
Cruzadas em duas direções oblíquas em relação ao plano de
projeção da vista sobre a qual o símbolo é aplicado.
X

Direção das
estrias

Muitas direções.

M
M

Aproximadamente central em relação ao ponto médio da super-

C
fície ao qual o símbolo é referido.
C

Aproximadamente radial em relação ao ponto médio da super-

R
fície ao qual o símbolo é referido.
R

Quadro 6 - Símbolos para indicação da orientação das estrias


Fonte: adaptado de Catapan (2013)

FIQUE O Valor da rugosidade é regido pela Norma ISO 1302, da ABNT, que adota o desvio
ALERTA médio aritmético (Ra), onde determina os valores da rugosidade representados por
classes que vão de N1 a N12, com valores máximos em µm (microns).
3 DESENHO MECÂNICO
83

3.20.3 TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA

É o desvio da peça em relação a sua forma geométrica ideal. É indicada no desenho técnico para
elementos isolados.
A tolerância geométrica permite os erros geométricos possíveis na fabricação das peças, informa os
desvios macro e micrométricos máximos, sem que comprometam a funcionalidade da peça no que tange
ao atrito. Aderência, escorregamento, rotação, vedação, etc.

A diferença entre tolerância geométrica e tolerância dimensional é que a


FIQUE dimensional é limitada aos erros de fabricação ao impor limites admissíveis
ALERTA de variação das dimensões, enquanto a geométrica se referente aos requisitos
funcionais que podem ser comprometidos.

Observe um comparativo entre a tolerância dimensional e a tolerância geométrica na figura a seguir.


40-0,025

40 0,025
-0,050

0,000

0,1

Matheus Felipe Goedert (2015)


+0,5
100-0,2

Figura 76 -  Eixo-furo com tolerância dimensional (esquerda) e eixo com imperfeições geométricas (direita)
Fonte: adaptado de Montenegro (2001)

Para Montenegro (2001), cada tipo de tolerância geométrica é indicado com um símbolo específico que
pode ser de característica de elemento isolado ou elemento associado, como você pode ver no quadro a
seguir.
DESENHO TÉCNICO
84

CARACTERÍSTICAS ISOLADAS SÍMBOLO

Retitude

Elementos isolados Planeza

Circularidade

Forma

Cilindricidade

Elementos isolados ou
Perfil de linha qualquer
associados

Perfil de superfície
qualquer

Paralelismo

Elementos associados Orientação Perpendicularidade

Inclinação
3 DESENHO MECÂNICO
85

CARACTERÍSTICAS ISOLADAS SÍMBOLO

Posição

Elementos associados Posição Concentricidade

Coaxialidade

Quadro 7 - Características e símbolos da tolerância geométrica


Fonte: adaptado de Mecatrônica Atual (2003)

A representação das tolerâncias geométricas é indicada conforme a figura a seguir. Observe que os
retângulos contêm a representação e as simbologias geométricas desejadas.

Tolerância Referencial
geométrica
Modificador Símbolo 0
Ø8
- 0,05
Ø0,04 M A M

E
Matheus Felipe Goedert (2015)
Ø18 - 0,05
0

Modificadores

Figura 77 -  Indicação das tolerâncias geométricas


Fonte: adaptado de Montenegro (2001)
DESENHO TÉCNICO
86

CASOS E RELATOS

Vista explodida
O instalador de equipamentos de climatização de uma empresa de manutenção e instalação de
condicionador de ar tipo Split recebeu a tarefa de fazer a manutenção de uma revisão em equi-
pamento tipo K-7, em uma loja cliente da sua empresa. Tendo em vista que não conhecia muito
bem o equipamento, e para uma maior eficiência e segurança do trabalho, o instalador usou o ca-
tálogo do fabricante, que continha o desenho técnico em vista explodida. À medida que realizava
a desmontagem do equipamento, seguia as orientações contidas na vista explodida. Ao proceder
à remontagem, utilizou-se do mesmo recurso, para que não cometesse nenhum erro. Com isso, o
instalador percebeu a importância não somente do catálogo, como da vista explodida, pois sem
ela ele levaria muito mais tempo para proceder à instalação, e ainda correria o risco de montar
algum componente errado.

RECAPITULANDO

Nesse capítulo, você estudou a importância do desenho técnico mecânico, viu as várias formas
de construção geométrica, formato e dobra de folhas. Aprendeu, também, algumas noções sobre
a escrita técnica e as formas de legenda arquitetônica e mecânica, além de se familiarizar com o
escalímetro, tanto para a redução como para a ampliação de qualquer objeto a ser representado
em um desenho técnico.
Ainda, nesse capítulo, você conheceu algumas normas da ABNT relacionadas ao desenho técnico
e a sua importância, bem como estudou a utilização do corte com riquezas de detalhes para uma
melhor representação do desenho, obtendo vistas de partes não visíveis do objeto, economizando
a produção de um maior número de vistas.
Para complementar, você aprendeu o que é vista longitudinal, vista lateral, vistas de locação, e vista
superior e conheceu as informações para identificação do projeto a qual o desenho se refere.
Também examinou as vistas isométricas, que são uma forma de perspectiva com ângulos de 30°
dividindo um sistema de três semirretas que somados seus ângulos tem-se 120°.
3 DESENHO MECÂNICO
87

Você analisou, ainda, o que são as seções que trazem uma vista para definição de perfis e o de-
senho com encurtamento, os quais são representações de cortes de peças longas, com formas
constantes demonstradas de uma maneira mais simplificada.
Outra forma de desenho que você conheceu nesse capítulo foi a vista explodida utilizada na mon-
tagem de conjunto ao demonstrar e posicionar cada peça prestes a ser montada ou desmontada;
desenho este muito utilizado em catálogos dos fabricantes.
No próximo capitulo, você estudará algumas noções de desenho arquitetônico, que é a forma de
representação da construção ou produção de projetos arquitetônicos. Até lá!
Desenho Arquitetônico

Você já deve ter admirado algum projeto arquitetônico, seja ele um prédio, uma casa, ou
mesmo uma igreja. Sabia que todos esses projetos partem de um desenho? É o chamado “de-
senho arquitetônico”, o qual faz parte da área da construção civil.
Neste capítulo, você irá complementar os conhecimentos já adquiridos até aqui sobre dese-
nho técnico, de tal forma que, ao final do seu estudo você tenha elementos para:
a) interpretar um desenho arquitetônico;
b) representar um projeto arquitetônico;
c) realizar cálculos matemáticos;
d) utilizar unidades de medida.
Preparado? Então, vamos em frente!
DESENHO TÉCNICO
90

4.1 NORMAS DO DESENHO ARQUITETÔNICO

A exemplo do desenho técnico mecânico, o desenho técnico arquitetônico exige a identificação das
planchas (folhas de desenho) que devem estar bem expostas, com margens e carimbos (selo ou legenda)
com as devidas informações.
O desenho deve ser limpo e livre de rasuras, com traços homogêneos, em diferentes espessuras, iden-
tificando a compreensão de cada elemento contido, diminuindo assim as chances de dúvida de interpre-
tação.
A norma que regulamenta esse tipo de desenho é a NBR 6492 – Representação de Projetos de Arquite-
tura. Segundo Xavier (2011) apud Schuler e Mukai [200-?],

a normatização para desenhos de arquitetura tem a função de estabelecer regras e con-


ceitos únicos de representação gráfica, assim como uma simbologia específica e pré‐
determinada, possibilitando ao desenho técnico atingir o objetivo de representar o se
quer tornar real.

Vale lembrar que esta norma não fixa condições exigíveis para representação gráfica de projetos de
arquitetura; no entanto, ela estabelece condições para fornecer uma boa compreensão do desenho, não
abrangendo critérios de projetos que são específicos de outras normas ou legislação, conforme cada mu-
nicípio ou estado.

SAIBA Pesquise sobre a norma NBR 6492 – Representação de Projetos de Arquitetura, e


MAIS compare as diferenças entre o desenho técnico mecânico e o arquitetônico.

4.2 PLANTAS E VISTAS

No desenho arquitetônico há vários tipos de planos de corte, em sua grande maioria são cortes totais,
cortando por completo a representação da construção. A mais conhecida é a chamada planta baixa, que
consiste em uma vista superior com corte horizontal paralelo ao telhado em uma faixa próxima de 1,50
metros de altura, acima do nível do piso. Um bom exemplo são as plantas baixas apresentadas em propa-
gandas de apartamentos.
4 DESENHO ARQUITETÔNICO
91

Os outros tipos de vistas utilizados no desenho arquitetônico são os cortes transversais (em sentido
do menor comprimento) e os cortes longitudinais (no mesmo sentido do maior comprimento). Ambas
consistem em vistas de laterais cortadas da construção. Também existe a vista lateral sem corte, chamada
de fachada, como observado no exemplo da figura a seguir.

Planta baixa Uma para cada pavimento

Corte longitudial
Corte transversal

Elevação principal ou fachada

Elevação lateral direita

Figura 78 -  Corte da vista de uma casa


Fonte: adaptado de Montenegro (2001)

O primeiro registro do uso de um desenho com planta e elevação está incluído no


álbum de desenhos da livraria do Vaticano, desenhado por Giuliano de Sangalo no
CURIOSI ano de 1490. Em 1795, Gaspard Monge publicou uma obra com o título “Geometrie
DADES Descriptive” que é a base da linguagem utilizada pelo desenho técnico. No
século XIX, com a revolução industrial, a Geometria Descritiva foi universalizada e
padronizada, passando a ser chamada de Desenho Técnico. Fonte: Silva, Souza e
Rocha (2014).

Entenda melhor as plantas e vistas nos itens a seguir.

4.3 PLANTA BAIXA

A importância da planta baixa se dá por representar os principais itens, como paredes, portas, janelas,
projeções, entre outros. Quando se trabalha com projetos específicos, como projetos hidráulicos, elétricos,
climatização e refrigeração, cada um desses itens são representados de forma peculiar e em pranchas se-
paradas, com suas informações constando na legenda.
DESENHO TÉCNICO
92

O plano horizontal corta a edificação a 1,50 m acima do piso, podendo-se imaginar um corte no meio,
no qual se retira o telhado juntamente com a parte superior das paredes, tendo como resultado a planta
baixa, como é visto na figura seguinte.

Thinkstock (2015)
Figura 79 -  Exemplo de planta baixa
Fonte: Thinkstock (2015)

Em geral, a planta baixa é desenhada nas escalas de 1:50 ou 1:100, dependendo do nível de detalhes
que será demonstrado no projeto. Vale lembrar que na escala de 1:50 há mais detalhes do que na escala
de 1:100

A prática profissional da arquitetura experimentou uma transformação drástica


durante os séculos XV e XVI na Itália. A autoria de um projeto arquitetônico era até
CURIOSI então atribuída a um certo número de pessoas envolvidas em empreendimentos
DADES construtivos de natureza pública e/ou monumental (tais como empresários,
membros de conselhos comunais e corporações de ofícios, oficiais da igreja, artistas
e mestres construtores. (PEREIRA, 2000).
4 DESENHO ARQUITETÔNICO
93

4.4 CORTES E FACHADAS

Em muitos casos, as fachadas (vista frontal e lateral da construção) têm como objetivo facilitar a visua-
lização da face externa da obra após a conclusão do projeto. Entretanto, elas não são suficientes para de-
monstrar as divisões internas do projeto, assim como elementos de construção: vigas, rede de dutos, rede
elétrica, entre outros.
Para essas necessidades, têm-se os cortes transversais e longitudinais, obtidos por meio de um plano de
secção, que corta a construção verticalmente.

Plano de
Plano de corte
corte

Paco Giordani Mora (2015)


Secção
longitudinal

Secção transversal

Figura 80 -  Planos de corte transversal e longitudinal


Fonte: adaptado de Montenegro (2001)

Matheus Felipe Goedert (2015)

Figura 81 -  Exemplo de planta baixa


Fonte: adaptado de Gomes (2012)
DESENHO TÉCNICO
94

60

60

60
60

100
270
210
155

Matheus Felipe Goeder (2015)


ESTAR / JANTAR

110
I.S.
+ 0,10 (N.A.) + 0,12 (N.A.)
+ 0,09 (N.O.) + 0,11 (N.O.) RN

CORTE TRANSVERSAL
2 ESCALA: S/E

Figura 82 -  Corte transversal


Fonte: adaptado de Gomes (2012)

É importante lembrar que os equipamentos fixos que fazem parte do projeto também podem ser
representados nos cortes, desde que a posição do plano de corte vertical e o sentido de visada possibilitem
sua vista.
60
60

100
100

270

Karolina Machado Prado (2015)

ESTAR/JANTAR
COZINHA
+ 0,10 N.A. + 0,17 N.A.
110
110

+ 0,09 N.O. + 0,11 N.O. RN

CORTE LONGITUDINAL
3
ESCALA: S/E

Figura 83 -  Corte longitudinal


Fonte: adaptado de Gomes (2012)
4 DESENHO ARQUITETÔNICO
95

4.5 PLANTA DE COBERTURA

Planta de cobertura é a representação do telhado da edificação inserida no projeto, constando todas as


informações de material e dimensões diversas. A planta de cobertura também pode ser inserida na mes-
ma planta de locação, desde que tenha uma escala adequada demonstrando todos os detalhes contidos.
Tratando-se de um grande projeto, recomenda-se a separação da planta de cobertura e de locação.

Coberta formada por 2 planos


PLANATA DE COBERTURA
inclinados ou duas águas.
VISTA DE CIMA
Sentido da
descida

Antônio Mees (2015)


Contorno da Planta de cobertura Esc: 1:100
parede

Figura 84 -  Planta de cobertura de uma casa


Fonte: adaptado de Montenegro (2001)

4.6 PLANTA DE LOCAÇÃO

É a planta de locação que conterá as informações sobre muros e portões, distâncias entre extremas, ou
seja, todas as informações possíveis para identificar a localização correta da construção.
DESENHO TÉCNICO
96

2000

80

80
530 605 865

UNIDADE HABITACIONAL
2 DORMÍTORIOS
TERRENO BÁSICO
10 x 20 (metros)

A = 41,16 m²
A = 200,00 m²

680
680
1000

530 605 764

Julio Cesar Borchers (2015)


322
240 EIXO
NORTE - SUL

PLANTA DE LOCALIZAÇÃO
CASA 2 DORMITÓRIOS A = 41,16 m² Esc.: 1:100

Figura 85 -  Planta de localização da obra do terreno


Fonte: adaptado de Montenegro (2001)

4.7 PLANTA DE SITUAÇÃO

Esta planta demonstra onde o terreno da construção está situado, isto é, a rua, o bairro, o quarteirão ou
a cidade, incluindo pontos de referência, como supermercado, shopping, farmácia, etc. É comum que se
utilize escala de 1:500 ou 1:1000, sempre indicando a orientação do norte no desenho.
QUA

RUA DE HORTAS

ENTRADA

PLANTA BAXA
ESCALA 1:100 9 8 7 6
MANDACARU

NORTE
Quadra F
5
PLANTA DE SITUAÇÃO 10
ESCALA1:1000
DO

20,00

4
E

2 3
1
QUADRA

NORTE
RUA

10:00

BECO DO PIRULITO
NGA
CALU

Antônio Mees (2015)


C

QUADRA B
DO

DRA
QUA
RUA

IGREJA

Figura 86 -  Planta de situação


Fonte: adaptado de Montenegro (2001)
4 DESENHO ARQUITETÔNICO
97

Agora, você já conhece alguns tipos de desenhos arquitetônicos. Percebeu que em muitos deles foi fa-
lado sobre a escala em que ele é representado? Nos itens seguintes, você entenderá melhor o que significa
a escala arquitetônica e onde ela é aplicada. Prossiga com seu estudo!

4.8 ESCALAS ARQUITETÔNICAS

As escalas no desenho arquitetônico são em boa parte de redução. Você deve se lembrar de que quanto
menor for a escala, menor será a quantidades de detalhes; portanto, a escala de situação traz muito menos
detalhes de que a escala de planta baixa. Observe o quadro a seguir.

PLANTA ESCALA USUALMENTE SEGUIDA


Planta de situação 1:200, 1:500, 1:1000, 1:2000
Planta de localização 1:200, 1:250, 1:500
Planta baixa e cortes 1:50, 1:100
Desenhos detalhados 1:10, 1:20, 1:25
Quadro 8 - Escalas
Fonte: adaptado de Montenegro (2001)

De acordo com Brabo (2009), existem alguns termos padrão que são utilizados em projetos arquitetôni-
cos. Conheça alguns desses termos a seguir.
Peitoral – altura do chão ao início da janela;
Pé-direito – altura do chão até laje;
Cumeeira – ponto mais alto da cobertura;
Planta – vista obtida após a retirada do plano da secção olhando de cima para baixo;
Corte – vista obtida após a retirada da parte anterior ao plano de secção olhando de frente;
Marquises – cobertura que protege da chuva e do sol;
Viga e pilares – elementos estruturais, os quais são responsáveis pela sustentação da construção.
Além dos termos padrões, você precisa conhecer, também, detalhes que são essenciais em projetos
arquitetônicos, como parede, portas e janelas. Conheça algumas informações importantes sobre esses três
itens especificamente.
DESENHO TÉCNICO
98

PAREDE
As paredes são representadas com duas linhas paralelas entre si e espessura de 15 cm. Caso sua altura
não chegue até a laje ou parte superior do pé-direito, devem ser indicadas no desenho, e sua linha será
mais fina, como demonstrado na figura seguinte.

Parede alta

Parede baixa

Antônio Mees (2015)


Figura 87 -  Indicações de paredes
Fonte: adaptado de Xavier (2011) apud Schuller e Mukai [200?]

PORTAS
São desenhadas representando uma área total que vai ocupar tanto fechada como aberta, sendo neces-
sário especificar o movimento das portas com linhas auxiliares, como você pode ver a seguir.

utilizar o gabarito de circulos


para indicar a varrida da porta
Matheus Felipe Goedert (2015)

marco da porta (estrutura)


Figura 88 -  Porta convencional com abertura em arco para a esquerda
Fonte: adaptado de Fernandes [2015?]
4 DESENHO ARQUITETÔNICO
99

JANELAS
Na vista horizontal, observa-se as janelas, normalmente com peitoral de 1,50 m. Caso tenha uma medi-
da diferente, esta deve ser indicada no desenho, tendo como primeira dimensão a largura da janela por sua
altura e peitoral. Vale lembrar que para janelas em que o plano horizontal não a cortar, sua representação é
feita por linhas invisíveis, havendo vários tipos de representação de janelas, como demonstrado na figura
que segue.

COBERTURA PLANO HORIZONTAL

BEIRAL
TIJOLO
PAREDE

VERGA

PEITORIL
PEITORIL
ALTURA

2,00x1,10
TIJOLO

1,00
ESQUADRIA

Sabrina da Silva Farias (2015)


PISO PAREDE
LARGURA
CALÇADA

BALDRAME

Figura 89 -  Representação de janela na planta baixa de uma construção


Fonte: adaptado de Fernandes [2015?]

Veja, também, alguns tipos de janelas que podem ser representadas em um projeto:

Janela Baixa: normalmente a janela é


representada como baixa, se o peitoril
dela for abaixo de 1.50m

Janela Alta: toda janela onde o peitoril


Emerson Rodrigo Ceolin (2015)

esteja acima de 1.50m

Cobogó: quando o mesmo estiver com peitoril


acima de 1.50m, é aconselhável colocar em
linhas tracejadas, ou seja, linha de projeção

Figura 90 -  Tipos de representação de janelas


Fonte: adaptado de Fernandes [2015?]
DESENHO TÉCNICO
100

CASOS E RELATOS

Refazendo para garantir


Depois de firmar o contrato de construção de uma casa de dois pavimentos e receber as pranche-
tas do desenho arquitetônico do imóvel, Pedro, gerente da empresa de construção, verificou que
alguns detalhes do projeto da parte de climatização estavam demonstrados no desenho de forma
confusa. Então, chamou seu chefe de construção o Sr. Paulo, que tinha formação de Técnico em
Edificações, e solicitou uma avaliação para saber se era possível iniciar a obra. Paulo alertou que
as dúvidas geradas pelas informações confusas no desenho poderiam trazer problemas futuros na
conclusão do sistema de climatização, e que seria melhor solicitar o acerto dessas informações ao
escritório de engenharia que realizou o projeto arquitetônico. Pedro aceitou a sugestão e enviou os
desenhos para serem refeitos, concluindo que um desenho com informações confusas pode gerar
grandes dores de cabeça durante a execução de uma obra.

RECAPITULANDO

Nesse capítulo, você estudou algumas representações de desenho arquitetônico, conheceu alguns
tipos de vistas, como planta baixa, que é uma das mais conhecidas e consiste em um corte paralelo
ao telhado no qual se tem uma vista superior do projeto, dos cortes transversais e horizontais e
da vista da fachada dos projetos arquitetônicos. Você estudou, também, alguns elementos do de-
senho arquitetônico, conheceu termos padrões e aprendeu como representar em um desenho as
paredes, portas e janelas, que são essenciais para qualquer projeto.
No próximo capítulo, você estudará sobre o desenho técnico voltado para o sistema de refrigeração.
Até lá!
Desenho de Sistema de Refrigeração

Chegou a hora de conhecer e estudar a simbologia utilizada nos projetos de climatização.


Você sabia que um bom projeto pode levar à redução do consumo de energia na instalação de
ar condicionado e economia de material utilizado? Vamos conhecer um pouco mais sobre este
assunto? Após os estudos deste capitulo, você estará habilitado a:
a) interpretar símbolos de dutos e acessórios;
b) compreender símbolos de tubulações e acessórios;
c) desenhar fluxogramas;
d) identificar um diagrama elétrico multifilar e unifilar.
DESENHO TÉCNICO
104

5.1 REPRESENTAÇÃO DE DESENHO - FLUXOGRAMA

Fluxogramas são desenhos sem escala, esquemáticos, mostrando toda a rede de tubulações, equipa-
mentos e acessórios, com o objetivo de ilustrar o funcionamento dos diversos sistemas que compõem a
instalação industrial, como visto na figura que segue.

Coletor
de sucção
Válvula reguladora
de pressão
Separador
Válvula de líquido
solenóide

SL -30ºC
Tanque
Flash

-16ºC
Filtro
sucção
Válvula
1 2 3 4 Bomba
retenção
de
ECO ECO ECO ECO amônia Cond.
SOP SOS evap.
Coletor

Paco Giordani Mora (2015)


linha de
Compressor
líquido
SOP = separador de óleo primário
SOS = separador de óleo secundário Reservatório
de NH3
Resf. óleo

Fluxograma de uma casa de máquinas - Sistema de Refrigeração.

Figura 91 -  Fluxograma do sistema de refrigeração de uma casa de máquinas


Fonte: adaptado de Souza e Rocha (2010)

5.2 REPRESENTAÇÃO DE DESENHO ISOMÉTRICO

Esse tipo de desenho é outra forma de representação sem escala contendo a perspectiva isométrica de
cada linha ou rede de tubulações de uma mesma área, ilustrando o posicionamento dos seus acessórios e
estabelecendo os critérios de fabricação e montagem.
Kameshkova ([2015])

Figura 92 -  Exemplo de representação isométrica


Fonte: Thinkstock (2015)
5 DESENHO DE SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO
105

Como existem muitas opções de representações para se utilizar nos fluxogramas, há tabelas com esses
símbolos, tanto para os desenhos de fluxogramas, quanto para os desenhos isométricos, com a finalidade
de facilitar o entendimento de cada componente, como você pode observar na figura a seguir.

Thinkstock ([2015])

Figura 93 -  Tabela de convenção de desenho de fluxogramas


Fonte: Thinkstock(2015)

5.3 DESENHO DE HIDRÁULICA

O desenho de hidráulica consiste basicamente da representação dos canos e dutos de distribuição de


água e saída de esgotos, ou seja, consiste nas informações da rede hidráulica de forma geral.
Como você pode ver no exemplo da figura que segue, o desenho representa duas tubulações: uma para
água quente e outra para água fria. Observe que todo sistema está detalhado, o que facilita sua construção
e aspectos de seu funcionamento; tudo bem elaborado e representado em uma vista isométrica.
DESENHO TÉCNICO
106

CAIXA
D’ÁGUA

BOILER

ÁGUA
QUENTE
ÁGUA
FRIA

ÁGUA
QUENTE

COLETORES
ÁGUA
SOLARES
FRIA

Sabrina da Silva Farias (2015)


CHUV. LAV.

WC

Figura 94 -  Exemplo de desenho isométrico de tubulação hidráulica


Fonte: adaptado de Silva, Souza e Rocha (2014)

CASOS E RELATOS

Água quente de baixo custo


João queria instalar um sistema de aquecimento de água em sua residência utilizando materiais
recicláveis e com baixo custo. Como a intenção era utilizar garrafas pet e tubulações de canos
de PVC, decidiu elaborar o projeto por meio de um desenho isométrico. Dessa forma, teria uma
ideia de todo material necessário e por onde passaria todo o sistema até chegar à cozinha e aos
banheiros. Feito isto, João conseguiu ter a noção geral do que deveria reunir e qual o melhor trajeto
que deveria seguir até os locais desejados. Agora, é só providenciar o material, executar o projeto
e aproveitar a água quente no inverno.
5 DESENHO DE SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO
107

5.4 TUBULAÇÃO DE FLUIDO REFRIGERANTE

Ao se projetar as tubulações para o sistema de climatização, qualquer que seja, há necessidade de reali-
zar a elaboração de um projeto tal que permita economia de recursos materiais e de tempo de instalação.
É importante salientar que por essas tubulações circularão fluidos refrigerantes os quais, por suas caracte-
rísticas, mudam de temperatura constantemente, daí a necessidade de um bom projeto para seu perfeito
funcionamento. É nesse contexto que entra o desenho técnico.
Na próxima figura, você pode identificar que foram mostrados os principais componentes de uma ge-
ladeira de uso doméstico. O projeto para representação de sistemas de climatização e refrigeração deve
conter todas as informações importantes, desta forma, não haverá dúvidas no momento da execução de
uma manutenção ou instalação por parte do técnico envolvido na tarefa.
Observe, na figura a seguir, a riqueza de detalhes na elaboração do desenho técnico. Essas informações
com certeza contribuíram de forma significativa para a execução do trabalho por parte do técnico insta-
lador. Observe que inclusive os ângulos das curvas a serem feitas em um sifão obrigatório na tubulação
exemplificada são ressaltados.

0,1 / 0,2 m

UNIDADE
EVAPORADORA

UNIDADE FAZER UM SIFÃO


CONDENSADORA A CADA
2,5 ou 3,0 metros
LINHA DE SUCÇÃO

NOTA 1
NSÃO

R=4
LINHA DE SUCÇÃO

R
DE EXPA

LINHA DE EXPANSÃO
LINHA

3m
Sabrina da Silva Farias (2015)

NOTA 2

UNIDADE CONDENSADORA UNIDADE EVAPORADORA

Figura 95 -  Esquema de um sistema de climatização tipo Split


Fonte: adaptado de Silva, Souza e Rocha (2014)
DESENHO TÉCNICO
108

A primeira solicitação de patente sobre um “aparato para tratamento de ar” foi


feita em 1906 com um desenho do funcionamento do sistema de trocador de
calor, desenvolvido pelo engenheiro americano W.H. Carrier, fundador da empresa
CURIOSI Carrier Corporation em 1915, que trabalhava com sistema de refrigeração. Cem
DADES anos depois, em 2015, a Carrier já era uma das maiores empresas de refrigeração
do mundo com mais de 45.000 empregados. No link a seguir você encontra essas e
outras informações curiosas sobre o assunto (lembrando eu o site está em inglês):
< http://www.carrier.com/carrier/en/worldwide/about/history/ >

5.5 DESENHO DE TUBULAÇÕES

Na representação de tubos ou tubulações, deve-se sempre buscar a simplicidade, sendo que, algumas
vezes, faz-se necessário a utilização de cortes para demonstrar detalhes do projeto, tanto para dutos re-
dondos como elípticos. Nas figuras a seguir, você poderá observar um exemplo de cada representação,
em que há distintos tipos de linha e traços como pontilhados, os quais são partes não visíveis no desenho,
li¬nhas contínuas visíveis, traços e ponto indicando o centro. Observe que a representação lateral é a mes-
ma, tanto para elíptico como para tubulações redondas.

Thinkstock ([2015])

Figura 96 -  Exemplo de duto redondo e elíptico


Fonte: do Autor (2015)
5 DESENHO DE SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO
109

Na representação de tubulações retangulares de superfícies planas, tais como peças, reservatórios,


uniões de tubulações e de dutos para sistemas de ventilação e condicionamento de ar, que normalmente
são fabricados com chapas, você pode observar, na figura seguinte, como o desenho é elaborado.

1 4
4
1
3 4 4 1 2 3 4
2 2 3
4
1 B 1
4

Paco Giordani Mora (2015)


C
C D D A B C D
B B D
D
A A A
D A D
Figura 97 -  Planificação de um prisma (duto retangular)
Fonte: adaptado de Silva, Souza e Rocha (2014)

5.6 DESENHO UNIFILAR E MULTIFILAR

Com relação à representação de projeto elétrico, têm-se duas maneiras diferentes de serem representa-
dos: pode se tratar de um projeto unifilar ou multifilar. Veja, a seguir, as diferenças entre essas duas repre-
sentações.

5.6.1 DIAGRAMA UNIFILAR

O diagrama unifilar tem como objetivo mostrar as interligações entre equipamentos, sem minúcias
quanto aos pontos de conexão existentes em seus componentes. Nessa forma de representação, um cir-
cuito é representado por uma única linha e os condutores (fase, neutro, retornos, terra) são representados
por pequenos traços cortando essa linha.
DESENHO TÉCNICO
110

Esse tipo de diagrama geralmente representa a posição física dos componentes da instalação, porém
não representa com clareza o funcionamento e a sequência funcional dos circuitos. É o tipo de diagrama
mais usado em instalações elétricas prediais. Os símbolos gráficos usados nesse diagrama são definidos
pela norma Simbologia das Instalações Elétricas e NBR 5444/89. Veja um exemplo na figura a seguir.

Condutor Condutor
Retorno Neutro

Condutor
Fase

Sabrina da Silva Farias (2015)


M
3~

Figura 98 -  Desenho de um diagrama unifilar


Fonte: adaptado de Cervi (2013)

A norma Simbologia das Instalações Elétricas e a NBR 5444/89 tratam dos símbolos
SAIBA gráficos nos diagramas unifilar e passam a ser usados em planta baixa. Pesquise sobre
MAIS essas normas e confira as tabelas por completo.

5.6.2 DIAGRAMA MULTIFILAR

O objetivo do diagrama multifilar é mostrar os componentes existentes em uma instalação, represen-


tando todo o sistema elétrico, indicando os condutores detalhadamente. Cada condutor é representado
por um traço de cor diferente que será ligado a um componente.
O desenho multifilar é um elemento que detalha todas as conexões de um determinado circuito elétri-
co, de forma minuciosa. Ele possui basicamente as mesmas informações do diagrama unifilar, porém, gera
um número maior de detalhes para facilitar a execução do trabalho.
5 DESENHO DE SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO
111

Observe o exemplo a seguir.

Esquema Multifilar
R1
N1
R2
N2
PE

2x127V
60W

Esquema Unifiliar
-1- -1-
1 2 60W b 2 60W
N2
a b R1
2,5º 2,5º

Gabriela Adratt (2015)


Ponto de conexão
2,5º 2 ou ligação
Y
X a b Condutor Fase Condutor Neutro
Condutor Retorno
-2-
Figura 99 -  Diagrama multifilar
Fonte: adaptado de Cervi (2013)

FIQUE Nos esquemas elétricos há muitos símbolos semelhantes, cuidado para não
confundi-los e colocar um componente diferente no sistema elétrico, já que isto
ALERTA pode ocasionar danos futuros.

RECAPITULANDO

Nesse capítulo, você estudou a importância do desenho de fluxograma e desenho isométrico para
uma melhor organização do projeto. Além disso, você aprendeu, de maneira geral, a simbologia e
alguns elementos utilizados para representar diversos componentes em uma planta. Ainda, neste
capítulo, você conheceu a forma de desenhar tubulações cilíndricas, elípticas ou retangulares.
Para complementar, você estudou como são elaborados os desenhos de diagramas elétricos do
tipo unifilar e multifilar, e quais as diferenças em detalhes entre os dois. Esses estudos habilitaram
você a ler e compreender algumas formas de desenhos técnicos sejam mecânicos, elétricos e ar-
quitetônicos.
Desenho Assistido por Computador - CAD

Como em qualquer área profissional, ter o domínio de ferramentas para a realização do


trabalho revela-se como condição primária para o profissional capacitado. No Desenho Técnico,
não é diferente! Assim como para realizar um projeto com precisão e perfeição em uma folha
de papel, você deve dominar o manuseio do lápis, esquadros e escalímetro. Adiciona-se, nesse
contexto, o conhecimento das técnicas de utilização desses dispositivos no que concerne
à área virtual, uma vez que você também precisará dominar as ferramentas oferecidas pelo
software de desenho, necessárias para realização de seus projetos.
Agora que você já tem os conceitos e noções de Desenho Técnico, estudados nos capítulos
anteriores, é hora de identificar ferramentas que você pode aplicar no mundo digital, por meio
da utilização do software mais conhecido atualmente para realização de Desenho Técnico, que
é o AutoCAD®.
Ao final do estudo deste capítulo, você terá subsídios para desenhar em CAD:
a) fluxogramas de sistemas de refrigeração e climatização;
b) dutos e acessórios utilizando simbologias;
c) tubulações e acessórios utilizando simbologias.
Vamos em frente? Prepare-se para mergulhar no contexto virtual do CAD, então!
DESENHO TÉCNICO
114

6.1 DEFINIÇÃO

A sigla CAD vem do inglês Computer Aided Design que significa Desenho Assistido por Computador. São
programas (softwares) para computadores específicos para geração de desenhos e projetos.
O AutoCAD® é um desses softwares que se enquadram no conceito de tecnologia CAD e é utilizado
mundialmente para a criação de projetos em computador. AutoCAD® é o nome de um produto, assim como
Windows®, Word®, Excel®, porém, existem outros softwares de CAD, como Catia Pro Engineer®, Solid Works®,
SketchUp®, entre outros.
Muitos dos programas CAD que existem no mercado aplicam-se às necessidades específicas de deter-
minada área profissional, como arquitetura, mecânica, elétrica, geoprocessamento, entre outras. O Auto-
CAD® é um software genérico, ou seja, pode ser utilizado em qualquer área e, por este motivo, tornou-se um
dos mais utilizados para elaboração de desenhos. Neste capítulo, você aprenderá a utilizar a versão 2012,
em português.

6.1.1 COMPONENTES DE TELA

Na tela padrão do AutoCAD®, apresentada na figura a seguir, você pode observar o quanto a interface é
interativa, contendo a maioria dos comandos na aba superior, agrupados por categorias de funcionalidade.

Antônio Mees (2015)

Figura 100 -  Interface do AutoCAD® 2012


Fonte: adaptado de AutoCAD® 2012 (2015)

Para entender melhor a figura acima, acompanhe, na sequência, a explicação da sua legenda.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
115

a) Menu do Aplicativo: nele encontram-se as opções de Abrir, Salvar, Salvar Como, Criar Novo De-
senho, etc., além de utilitários, como alteração de unidades, limpeza do arquivo de desenho, entre
outros. Existe neste menu um campo no qual você pode pesquisar qualquer comando existente no
AutoCAD® e, ainda, uma lista com os arquivos recentemente editados.
b) Barra de Ferramentas Acesso Rápido: este é um menu personalizável, no qual você pode ter aces-
so rápido às opções que estão no Menu do Aplicativo. Para isto, basta clicar com o botão direito do
mouse sobre ele.
c) Faixa de Opções: nessas abas ficam localizadas as ferramentas necessárias para criar ou modificar
seu desenho, estão agrupadas em painéis por categorias e identificadas pelas suas respectivas guias.
d) Configuração da Área de Trabalho do AutoCAD®: permite definir se o tipo de desenho a ser feito
será em 2D, 3D ou outra forma personalizada.
e) Ferramenta de Visualização ViewCube: é uma ferramenta de navegação que é exibida quando
você está trabalhando em espaço do modelo 2D ou em um estilo visual 3D. Com ela, é possível alter-
nar entre os tipos de vistas: padrão e isométricas.
f) Ícone Indicativo das Coordenadas (User Coordinate System – UCS): identifica a orientação do es-
paço tridimensional dos eixos x, y e z.
g) Linha de Comando: neste espaço podem ser digitados os comandos de acesso às ferramentas que
se deseja utilizar. Ao acionar uma ferramenta nesta área, torna-se visível o nome do comando e as
opções de entrada de dados necessários para finalização deste comando.

Fique atento às informações que o software solicita nessa área. Pressionando F2 no


FIQUE teclado, abrirá uma janela na qual será exibido o histórico de comandos inseridos
ALERTA na “Linha de Comandos”. Você poderá fechar a visualização da janela na linha de
comando, pressionando Ctrl+9.

h) Abas de Alternância: estão entre a área de edição e a área de criação de layout de impressão. Servem
para alternar a área gráfica entre os ambientes de criação ou edição das entidades e o ambiente de
layout de impressão, onde são manipuladas as visualizações das entidades para definição de escalas
de impressão.
i) Barra de Status: mostra as informações de status do sistema, tais como, coordenadas da posição do
cursor na Área Gráfica, além de permitir acesso rápido a ferramentas de regulagem de tela, visuali-
zação e precisão de desenho.
j) Área Gráfica: área de trabalho utilizada para a criação e edição de desenhos dentro de um espaço
tridimensional infinito.
k) Cursor do Software: indica a localização do mouse na interface do AutoCAD®.
DESENHO TÉCNICO
116

6.1.2 REGULAGENS DE TELA

Antes de iniciar um desenho, você deve saber em qual unidade de medida irá trabalhar, como metro,
centímetro, polegada, etc. Sabendo disso, você deverá fazer a seleção dessa unidade. Para isto, acesse o
Menu do Aplicativo e selecione Utilitários de Desenho > Unidades. Na janela exibida, faça as alterações
conforme o padrão de desenho que você deseja.

Antônio Mees (2015)

Figura 101 -  Menu Unidades do Desenho


Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)

Além da definição das unidades, também é necessário definir os limites da Área Gráfica de forma que
você tenha espaço suficiente para fazer o seu desenho. Por definição padrão, o AutoCAD® inicia com uma
área de trabalho medindo 420 x 297 unidades. Caso a unidade escolhida tenha sido milímetros, então o
limite corresponde ao tamanho de uma folha A3.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
117

Para aumentar os limites, na linha de comando, digite _LIMITS e pressione Enter. Aparecerá uma men-
sagem informando os limites atuais e solicitando os novos, que devem ser inseridos em formato de coor-
denadas.

Antônio Mees (2015)


Figura 102 -  Definição de limites de desenho
Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)

Note que na Área Gráfica é exibida uma grade com linhas ortogonais que podem auxiliá-lo na execução
de seus desenhos. Caso não queira a exibição da grade, acione F7 em seu teclado. Você também pode de-
terminar o espaçamento desta grade digitando _GRID e, em seguida, informando o novo valor desejado.
Por padrão, o valor é 10 unidades. Acionando o modo Snap (F9), o cursor navegará apenas entre os pontos
de cruzamentos da grade.

6.1.3 SISTEMA DE COORDENADAS

Você já sabe que a Área Gráfica do AutoCad® é um plano tridimensional infinito, ou seja, um espaço
que utiliza o sistema de coordenadas1 cartesianas para determinar a localização de pontos na tela. Esse
sistema é chamado de WCS (World Coordinate System) ou Sistema Global de Coordenadas e é utilizado ba-
sicamente para desenhos em 2D. Já o UCS (User Coordinate System), Sistema de Coordenadas do Usuário,
é indicado para desenhos em 3D.
Por padrão, o AutoCad® inicia no sistema WCS. No momento em que se faz um desenho de uma reta,
por exemplo, é necessário definir dois pontos. Isto poderia ser feito com dois cliques aleatórios do mouse
na Área Gráfica, o primeiro definindo o ponto inicial e o segundo o ponto final. Porém, ao necessitar de
precisão, deve-se fazer uso do sistema de coordenadas que pode ser a coordenada absoluta, a relativa
ou a polar.
Prossiga com o estudo e entenda um pouco sobre essas coordenadas.

1 É o endereço de um ponto no espaço. Pode ser definido por valores que servem para localizar o ponto em relação a dois ou três
eixos. Neste caso, como estamos trabalhando em duas dimensões, serão apenas dois valores, o de “x” e o de “y”.
DESENHO TÉCNICO
118

6.1.4 COORDENADA ABSOLUTA

Uma coordenada absoluta é um par de números “x” e “y”, nesta ordem, e que determina um único ponto
no sistema cartesiano. Sendo assim, para desenhar uma reta, ao invés de dar um clique no ponto inicial,
você pode digitar na linha de comando, a coordenada do ponto A (x, y) e, em seguida, a coordenada do
ponto B (x, y).

Emerson Rodrigo Ceolin (2015)


Figura 103 -  Uso de coordenadas absolutas
Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)

FIQUE Sempre que você utilizar a vírgula “,” entre os algarismos, o AutoCad® entenderá
ALERTA como sendo uma coordenada. Para informar algarismos não inteiros, você deverá
utilizar o ponto “.” .

6.1.5 COORDENADA RELATIVA

Enquanto o sistema de coordenada absoluta toma como referência a origem (0,0) da Área Gráfica, o
sistema de coordenada relativa se mostra mais prático, pois sua referência sempre será o ponto digitado
anteriormente e não o da origem absoluta.
Após determinar o ponto inicial, digitando “@” antes da próxima coordenada, o programa entende esta
informação como o deslocamento a ser feito tanto em “x” como em “y”.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
119

Antônio Mees (2015)


Figura 104 -  Uso de coordenadas relativas
Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)

Na figura das coordenadas absolutas, a linha foi feita com inserção das coordenadas absolutas 15,35
(x=15 e y=35) para o ponto A e 20,5 para o B. Já nessa figura de coordenadas relativas, o ponto A é 15,35,
porém, o ponto B se obteve digitando @ 5,-30. A diferença é que no segundo caso, o ponto A passou a ser
usado como referência de origem para o ponto B.

6.1.6 COORDENADAS POLARES

No sistema de coordenadas polares, os pontos são especificados a partir de dois parâmetros, distância
ao ponto conhecido e ângulo, que darão a direção do próximo ponto. O deslocamento é sempre um valor
positivo e o seu sentido é dado pelo ângulo.
Antônio Mees (2015)

Figura 105 -  Uso de coordenadas polares


Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)
DESENHO TÉCNICO
120

6.1.7 CRIAÇÃO DE UM NOVO DESENHO

Para iniciar um novo desenho, acesse o Menu do Aplicativo e selecione Novo. Abrirá uma janela de
seleção de modelo. Por ora, escolha a opção acadiso2. Futuramente, você poderá criar seu próprio mo-
delo personalizado, no qual serão armazenadas todas as configurações preestabelecidas por você, como
camadas, textos, estilos de cotas, etc., e que serão carregadas automaticamente para o novo arquivo, no
momento de sua criação.

6.1.8 CRIAÇÃO E GERENCIAMENTO DE CAMADAS

Camadas são como folhas sobrepostas umas às outras, de modo que cada uma contenha entidades de
uma mesma família. Por exemplo, camada Dutos, Cotas, Paredes, etc.
Por padrão, o AutoCAD® apresenta apenas uma camada, a Camada 0.

Antônio Mees (2015)

Figura 106 -  Painel Camadas


Fonte: adaptado de AutoCAD® 2012 (2015)

Ao criar uma camada, é possível atribuir propriedades particulares a cada uma delas, como cor, espessu-
ra e estilo de traço, visibilidade, bloqueio, entre outras. Para criar uma camada, clique sobre o primeiro íco-
ne (superior esquerdo) desse painel ou digite _LAYER e tecle Enter. Abre-se a janela Gerenciador de pro-
priedades de camada, no qual você poderá criar camadas, desligar a visualização, congelar uma camada,
bloqueando a edição das entidades nela contidas, alterar estilo de traço, espessura, cor das entidades, etc.

2 É o nome de um template padrão do AutoCAD, um arquivo do sistema gerado por um desenho default (padrão) que serve para
iniciar um desenho com as configurações padronizadas de fábrica. É um modelo padrão de arquivo.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
121

6.1.9 CRIAÇÃO DE ENTIDADES

No AutoCAD®, entidade é qualquer forma geométrica, integrante de um desenho, desde um simples


ponto até um círculo, retângulo ou outra forma qualquer. Também pode ser considerada entidade o agru-
pamento dessas formas, os chamados blocos, que será estudado mais à frente. Para criar uma entidade,
utilize os comandos de criação do painel Desenhar, na guia Padrão, onde apareceram as opções de Linha,
Polilinha, Círculo, Arco, Retângulo e Polígono e Elipse, como você pode observar na figura a seguir.

Antônio Mees (2015)

Figura 107 -  Ferramentas de criação


Fonte: adaptado de AutoCAD® 2012 (2015)

Acompanhe a explicação de cada opção a seguir.


a) Linha: ative a ferramenta com clique sobre o ícone ou digitando _LINE. Na sequência, o software
aguarda a especificação do primeiro ponto da linha. Você pode clicar na tela ou, como você viu
anteriormente, especificar as coordenadas desse ponto. Feito isto, será solicitado a especificação do
próximo ponto indefinidamente, até que o comando seja cancelado por meio da tecla ESC.
b) Polilinha: funciona de maneira semelhante à linha, com a diferença de que, caso sejam criados vários
segmentos (vários cliques dentro do mesmo comando), a entidade gerada será única, enquanto a
linha gera vários segmentos entre os pontos.
c) Círculo: desenha circunferências, sendo que os meios de especificação de suas propriedades podem
ser de acordo com a necessidade do desenho. Por exemplo, pode ser informado o ponto do centro
e o comprimento do raio, o ponto do centro e o comprimento do diâmetro, 2 pontos, 3 pontos, etc.
Para escolher quais informações serão dadas, clique na setinha existente abaixo do ícone da ferra-
menta e um menu flutuante se abrirá com as opções para sua escolha.
d) Arco: esta ferramenta cria arcos de circunferência e, como o círculo, também possui diversas formas
de especificação de suas propriedades. Acesse o menu flutuante clicando na setinha abaixo do ícone.
DESENHO TÉCNICO
122

FIQUE Ao trabalhar com entidades circulares em seu projeto, com o avançar do tempo de
edição, elas poderão perder a resolução e aparecer na tela como polígonos fechados
ALERTA (facetados). Não se desespere! Digite REGEN e tecle Enter. O software irá regenerar
todas as entidades, e a imagem retornará à forma correta.

e) Retângulo e polígono: estas duas ferramentas estão agrupadas no mesmo botão, alternado com
clique na setinha lateral ao ícone. No caso do retângulo, as especificações solicitadas são o primeiro
ponto, que gera um dos cantos do retângulo, e o segundo ponto, que gera o canto oposto. No caso
do polígono, a primeira informação é a quantidade de lados (mínimo três), após o ponto central do
polígono e, em seguida, se este será inscrito ou circunscrito a um círculo imaginário, cujo raio é o
próximo dado solicitado. Feito isso, tecle Enter e a entidade estará construída.
f) Elipse: também possui agrupamento de ferramentas no mesmo ícone, alternando entre as opções
com clique na setinha lateral e seleção no menu suspenso.
Estes são os comandos de criação do painel Desenhar utilizados com maior frequência, porém você
encontra outros logo abaixo da guia, como Linha de Construção, que cria linhas de comprimento infinito
para que você possa utilizar de guia para seus desenhos, e também o comando Hachura, que será visto
mais adiante.

6.1.10 EXIBIÇÃO DE ENTIDADES

Com o avançar do desenvolvimento de seu projeto, poderá chegar um momento em que, existindo
muitas entidades na tela, você sinta necessidade de deixar visível apenas algumas ou um grupo delas,
para fazer edição de outras. Para isto, você poderá utilizar os comandos do painel de camadas, conforme já
exemplificado na figura do Painel Camadas (no item anterior), deixando visível apenas as entidades que lhe
interessam e desligando as camadas que contém as entidades que não são necessárias naquele momento.

6.1.11 FERRAMENTAS DE PRECISÃO

Uma função muito utilizada no AutoCAD® são os pontos de ancoragem, os quais permitem que as en-
tidades sejam desenhadas com absoluta precisão de localização, em relação à outra já existente. Os pontos
de ancoragem podem ser ativados de acordo com a necessidade do projetista, como extremidade, meio,
quadrante, centro, perpendicular, etc. Para personalizar os pontos de ancoragem, digite OSNAP, tecle Enter
e selecione as opções de ancoragem mais apropriadas.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
123

Observe a figura a seguir.

Antônio Mees (2015)


Figura 108 -  Menu Object Snap
Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)

Durante o desenho, você poderá ativar e desativar os pontos de ancoragem teclando F3.
A figura seguinte demonstra um desenho de um fluxograma com o ponto de ancoragem “Meio” ati-
vado. Clicando nele, você terá precisão do início do desenho da entidade, uma linha se for o caso, iniciará
exatamente no ponto mediano da entidade.

Meio
Antônio Mees (2015)

Figura 109 -  Desenhando um fluxograma com o ponto de ancoragem “Meio” ativado


Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)
DESENHO TÉCNICO
124

Outra função muito útil é o rastreamento de pontos de ancoragem, que pode ser ativado na mesma
janela OSNAP. Esta função permite desenhar entidades alinhadas com outras já existentes sem que elas se
cruzem, bastando apenas levar o cursor até o ponto de ancoragem para que o software faça o reconhe-
cimento do mesmo e, depois, ao afastar o cursor, já será identificado o alinhamento automaticamente.
Confira a indicação do rastreamento do alinhamento na figura a seguir, observando a linha tracejada na
cor verde.

Antônio Mees (2015)


Ortogonal < 0, Meio < 270º

x
Figura 110 -  Criação de uma linha utilizando rastreamento de ponto de ancoragem Meio
Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)

A vantagem da utilização dos pontos de ancoragem é a precisão obtida no desenho, pois sua ativação
“força” o cursor a buscar um ponto específico dentro da entidade, ponto de onde partirá o desenho da
nova entidade.

6.1.12 CRIAÇÃO DE HACHURAS

A hachura preenche a área selecionada com um padrão de desenhos pré-estabelecidos. Somente


regiões fechadas podem ser hachuradas.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
125

Acesse o comando Hachura no painel Desenhar, na guia Padrão ou digite _HATCH e tecle Enter. Após
ativar o comando, selecione o padrão de hachura que deseja e, em seguida, clique na área a ser hachurada.
Será exibida uma pré-visualização do preenchimento, o qual você ainda poderá alterar, tanto no tipo de
padrão de preenchimento, quanto à escala, à rotação, etc.

Antônio Mees (2015)


Figura 111 -  Hachura de um retângulo com o estilo de hachura Line
Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)

Para melhorar o processamento de seu computador durante a utilização do


FIQUE comando Hachura, busque enquadrar na tela somente a região a ser hachurada,
ALERTA desligando a visualização das camadas que contenham entidades que não interfiram
nesta seleção.

6.1.13 COLETA DE INFORMAÇÕES DAS ENTIDADES

Para obter informações sobre uma determinada entidade, ou as suas propriedades, proceda da seguin-
te maneira: clique sobre a entidade para selecioná-la e digite _PROPERTIES. Uma janela será exibida con-
tendo todas as informações sobre a entidade selecionada. Ao clicar ESC, a seleção é cancelada e você po-
derá clicar em outra entidade para verificar suas propriedades na mesma janela que permanecerá aberta,
até que seja fechada por você.
DESENHO TÉCNICO
126

Figura 112 -  Propriedades de uma entidade


Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)

6.1.14 SELEÇÃO DE OBJETOS

A forma mais simples de selecionar uma entidade no AutoCAD® é simplesmente clicar nela. Para isto,
tudo o que você tem que fazer é colocar seu cursor sobre um objeto e clicar.

Emerson Rodrigo Ceolin (2015)

Crosshair Pick box Seleção


Figura 113 -  Seleção de objetos por clique
Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)

Nessa figura, você pode perceber o comportamento do cursor em relação aos comandos de seleção.
O modo Crosshair (esquerda), representa o cursor padrão do AutoCAD®, e a entidade em traço contínuo,
representa que não está selecionada. Em Pick box (centro), a aparência do cursor muda ao ativar um de-
terminado comando, assumindo a aparência de um quadradinho. Nesse momento, com esta aparência,
você pode clicar na entidade em que deseja aplicar o comando ativo. Ao clicar em uma entidade, ela será
selecionada e sua aparência também mudará, de traço contínuo para tracejado.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
127

É possível adicionar objetos à seleção já feita, apenas clicando no objeto que deseja adicionar à seleção.
Assim como também é possível retirar objetos da seleção, mantendo pressionada a tecla Shift (no teclado)
e clicando no objeto já selecionado.
Outra maneira de selecionar objetos é por meio da seleção por janela. Basta clicar na tela e, ao mover
o mouse, a janela de seleção será criada. Ao mover o mouse para a direita, a janela possui traço contínuo e
interior azulado e, movendo para a esquerda, o traço aparece tracejado com fundo esverdeado. Observe
na figura.

Emerson Rodrigo Ceolin (2015)

Figura 114 -  Seleção de objetos por janela


Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)

Usando a seleção com janela da esquerda para direita (fundo azulado), somente os objetos que ficarem
TOTALMENTE dentro da janela serão selecionados. Já com a janela de seleção da direita para a esquerda
(fundo esverdeado), todos os objetos que tocarem os limites da janela e estiverem em seu interior são
selecionados.

6.1.15 CRIAÇÃO DE BLOCOS

Blocos são desenhos que, uma vez salvos, podem ser inseridos em outro desenho. Por exemplo, os sím-
bolos para utilização em um fluxograma. Sempre que em seu projeto um símbolo precisar ser desenhado,
basta inserir o bloco que o contém. O uso desse recurso aumentará sua produtividade diminuindo o tempo
para a execução de um desenho e, ainda, gerando um padrão para seus trabalhos por meio de uma biblio-
teca de símbolos que você poderá criar.
DESENHO TÉCNICO
128

Antônio Mees (2015)


Figura 115 -  Menu Bloco
Fonte: adaptado de AutoCAD® 2012 (2015)

Você também poderá criar um bloco dentro de seu projeto, selecionando uma parte de seu desenho e
utilizando o comando criar bloco, no menu Bloco, ou digitando _BLOCK na linha de comando e teclando
Enter.

Antônio Mees (2015)

Figura 116 -  Criando bloco dentro de um projeto


Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)

Após criado o bloco, este poderá ser inserido infinitas vezes em seu projeto, por meio do comando in-
serir, no menu Bloco, ou digitando _INSERT, na linha de comando e teclando Enter.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
129

6.1.16 DIMENSIONAMENTO

Em alguns projetos, você terá necessidade de informar distâncias entre elementos. Para isto, você deve-
rá utilizar a ferramenta cota, na aba Anotação.

Antônio Mees (2015)


Figura 117 -  Menu Cotas
Fonte: adaptado de AutoCAD® 2012 (2015)

Dependendo da necessidade, você poderá escolher entre uma das opções, conforme mostra a figura do
Menu Cotas: cota Linear, Alinhada, Angular, Medida de raio, etc.
Também é possível editar o estilo de cotas alterando sua aparência, aumentando tamanho e tipo da
fonte, aumentando ou diminuindo o comprimento da linha de extensão, alterando o tipo de marcador, etc.

6.2 MÉTODOS DE VISUALIZAÇÃO

Ao fazer um projeto com muitos detalhes, invariavelmente será necessário “navegar” pela área gráfica,
aproximando ou afastando a visualização das entidades, o que é possível com as ferramentas Zoom e Pan.
Para acessar estas ferramentas, você deve acessar o menu Navegação 2D na aba Vista.
DESENHO TÉCNICO
130

Antônio Mees (2015)


Figura 118 -  Menu Navegar em 2D
Fonte: adaptado de AutoCAD® 2012 (2015)

Outro modo de visualização é por meio da utilização do botão scroll do mouse: ao rotacioná-lo para
frente, o comando zoom in é ativado, aproximando a visualização e, ao rotacioná-lo para trás, o coman-
do zoom out é ativado, afastamento a visualização. Por sua vez, mantendo pressionado o botão central,
acio¬na-se o comando Pan, que movimenta a visualização e clicando duas vezes nele, é acionado o co-
mando zoom extend, que enquadra na tela tudo o que estiver desenhado.
É importante saber que em todos estes casos de manipulação da visualização, as coordenadas dos
objetos e suas propriedades permanecem inalteradas.

6.3 COMANDOS E FERRAMENTAS PARA DESENHO

Até aqui, você teve contato com os comandos de criação e configuração. Agora, confira os chamados
comandos de Edição, localizados no menu Modificar, na aba Padrão.
Uma vez criadas, as entidades podem ser manipuladas dentro da área Gráfica de várias formas, sendo
as mais usuais aquelas que você estudará a seguir e que podem ser visualizadas na figura que segue.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
131

Antônio Mees (2015)


Figura 119 -  Menu Modificar
Fonte: adaptado de AutoCAD® 2012 (2015)

Ao clicar em uma entidade, você perceberá que sua aparência será alterada de traço contínuo para
tracejado e alças são criadas em suas extremidades (quadrados azuis). Ao clicar nestas alças, é possível
manipular as entidades em tamanho, posição, geometria, etc.
Confira mais detalhes de alguns comandos na sequência.

6.3.1 APAGAR

O comando apagar exclui a entidade selecionada ao confirmá-lo com o comando Enter. Também pode
ser utilizada a tecla Delete em seu teclado, visto que o efeito será o mesmo, após clicar na entidade, tecle
Delete.

6.3.2 MOVER

Com este comando é possível alterar a posição de uma entidade de forma precisa, pois, para utilizá-lo,
é preciso selecionar um ponto da entidade que será movida para ser usado como referência (ponto base).
Este ponto será o ponto pelo qual a entidade será “arrastada” ao longo da área gráfica até o ponto de des-
tino. Para que esta precisão seja obtida, é necessário que a opção OSNAP esteja ativa, assim se consegue
“capturar” a entidade exatamente pelo ponto que se deseja.
DESENHO TÉCNICO
132

6.3.3 APARAR

Com este comando, você poderá cortar partes de uma entidade. Só é possível utilizá-lo quando a en-
tidade está sobreposta à outra, formando um ponto de intersecção. O limite do corte é dado por este
encontro entre as duas entidades. Selecione o comando no ícone Aparar junto com o comando Estender,
sendo possível acessá-lo via teclado, digitando _TRIM. Após isto, teclando Enter, você entra no modo de
corte instantâneo, ou seja, toda entidade na qual você clicar será cortada entre as intersecções. Caso você
não tecle Enter, o comando solicita o limite de corte. Então, você deve selecionar a entidade que o limita
para, na sequência, realizar o corte.

6.3.4 ESTENDER

O comando Estender faz o oposto do comando Aparar. Com ele, é possível estender uma entidade até
que ela intercepte outra. Mas, para isto, deve existir uma outra entidade visível e na direção daquela que
você deseja estender.
Selecione o comando no ícone Estender, junto com o comando Aparar, sendo possível acessá-lo via
teclado, digitando _EXTEND. Após isto, teclando Enter, você entra no modo de extensão instantânea, ou
seja, toda entidade em que você clicar será estendida até interceptar outra entidade. Caso você não tecle
Enter, o comando solicita o limite de extensão. Então, você deve clicar sobre a entidade na qual você deseja
estender a entidade em questão.

É possível alternar os comandos entre Estender e Aparar somente pressionando a


FIQUE tecla Shift e mantendo pressionada após já ter entrado no comando. Assim, você
ALERTA poderá aparar e estender entidades mais rápido e simultaneamente, sem precisar ter
que clicar novamente no ícone do comando ou digitá-lo via teclado.

6.3.5 ROTACIONAR

O comando Rotacionar gira a entidade, ou uma seleção de entidades, em torno de um ponto, em um


determinado ângulo de rotação, ambos determinados por você.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
133

É possível acessar o comando pelo ícone Rotac, ou digitando _ROTATE na linha de comando. Após
acionar o comando, selecione o que você deseja rotacionar e tecle Enter, confirmando. Nesse momento,
será solicitado o ponto base, que é o ponto em torno do qual a seleção será rotacionada, ou o centro da
circunferência imaginária gerada pela rotação das entidades. Após definido este ponto, digite o ângulo de
rotação ou clique na tela após definir a correta posição da seleção.

Polar: 1230.8626 < 30º

Antônio Mees (2015)


x
Figura 120 -  Rotação de uma entidade
Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)

6.3.6 COPIAR

Com este comando, é possível copiar entidades dentro da área gráfica por distâncias e direções deter-
minados por você. Pode ser acessado via ícone, conforme figura a seguir, ou via teclado, digitando-se _RO-
TATE. Após acionado o comando, você deve selecionar as entidades que deseja copiar e confirmar com
Enter. Logo em seguida, especifique a distância e a direção do destino desta cópia. A distância pode ser via
teclado, com dígito do valor e a direção, ou com a posição do mouse. Sempre confira o modo Ortogonal
(F8), para verificar qual a melhor opção para o momento.
Antônio Mees (2015)

Figura 121 -  Ferramenta Copiar


Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)
DESENHO TÉCNICO
134

6.3.7 COLAR

O comando colar, mais conhecido como Ctrl + V, funcionalidade de todos os softwares existentes, não
tem seu uso indicado com as entidades no AutoCAD® dentro do mesmo arquivo, porque com ele não se
tem precisão no momento da inserção na área gráfica. Sempre que precisar duplicar algo dentro do mes-
mo arquivo, utilize o comando Copiar, na barra de tarefas. Quando você precisar trazer uma entidade de
outro arquivo, então poderá utilizá-lo usando Ctrl + C” no arquivo origem e Ctrl + V no destino, sempre
ciente de que após a colagem, terá de fazer ajustes de posição com Osnap.

6.3.8 DESFAZER

Assim como na maioria dos softwares, no AutoCAD® também é possível desfazer uma edição de qual-
quer entidade, apenas utilizando o comando Ctrl + z ou o clicando no ícone Desfazer, na Barra de ferra-
mentas Acesso Rápido, conforme mostrado na figura a seguir. O comando Refazer também pode ser
acessado na mesma barra.

Antônio Mees (2015)

Figura 122 -  Ferramenta Desfazer e Refazer


Fonte: adaptado de AutoCAD® 2012 (2015)

6.3.9 LIMPAR

Durante ou mesmo após a finalização do desenho, é possível utilizar um comando que fará uma limpeza
em seu arquivo, retirando informações e parâmetros que não são mais utilizados pelo arquivo, como confi-
gurações de impressão, estilos de textos, blocos inseridos que não estão sendo utilizados, etc. Para acessar
o comando, digite _PURGE e uma janela se abrirá, na qual podem ser selecionados os elementos que de-
vem ser limpos, ou utiliza-se o botão limpar tudo.
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
135

6.3.10 EDIÇÃO DE TEXTO

Ao habilitar o ícone A texto, na Barra Padrão, é possível criar diversos textos, como um único objeto
de texto de múltiplas linhas ou de linha única, também possibilita formatar a aparência do texto, colunas
e limites.

CURIOSI Ao manter o cursor sobre um ícone de determinada ferramenta por mais de 3


segundos, um menu suspenso se abrirá com explicação detalhada sobre ela,
DADES incluindo uma pequena ilustração passo a passo sobre como utilizá-la.

Você poderá encontrar em algumas versões do AutoCAD® o comando Array utilizado para repetir obje-
tos e distribuí-los uniformemente. Como também a ferramenta Replace Block, que será uma opção quando
você precisar substituir vários blocos de imagens.

6.4 CRIAÇÃO DE OBJETOS

Com os comandos que você estudou, é possível elaborar seu projeto por completo, criando desenhos
de peças, símbolos, dutos, etc.
Ao criar um desenho, você poderá arquivá-lo de maneira que possa reutilizar, inserindo-o dentro de
outro, como bloco.

6.4.1 DESENHOS E PROJETOS

Os desenhos são combinações de várias entidades, círculos, linhas, retângulos, etc. Sempre será pos-
sível reutilizar um desenho já finalizado como bloco dentro de outro arquivo, utilizando os comandos de
inserção de blocos, que já foram estudados.

6.4.2 MODIFICAÇÃO DE OBJETOS

Várias modificações podem ser realizadas nas entidades após terem sido criadas, seja por meio de co-
mandos de edição, seja por alteração de seus atributos diretamente na caixa de propriedades, digitando
_PROPERTIES.
DESENHO TÉCNICO
136

6.4.3 ESCALA

Com este comando, é possível alterar o tamanho de qualquer entidade, proporcionalmente a um valor
informado. É possível, por exemplo, dobrar um desenho de tamanho, informando que o valor da escala é
2. Sendo assim, sempre que necessitar de ampliação, o fator de escala será maior que 1 e, caso necessite de
uma redução, o fator de escala será menor do que 1.
O comando escala é ativado pelo ícone localizado no Menu Modificar, ou digitando _SCALE na linha
de comando.
Após ativado o comando, selecione a entidade e tecle Enter. O comando solicita o ponto base, que é o
ponto que permanecerá fixo no desenho, enquanto o restante do desenho terá suas dimensões alteradas.
Após escolhido o ponto base, informe o fator de escala e tecle Enter.

6.4.4 DESENHO ISOMÉTRICO

Como você sabe, a perspectiva isométrica é fundamentada em linhas ortogonais e em ângulos de 30°.
Para iniciar o desenho de uma perspectiva isométrica, o primeiro passo é ativar o rastreamento polar em
30°, clicando com o botão direito sobre o ícone rastreamento polar, localizado na Barra de Status, con-
forme a figura a seguir, e selecionando a opção 30. Alterada esta configuração, inicia-se o desenho da pers-
pectiva isométrica, utilizando o comando linha, observando o rastreamento em 30°, que indicará quando
o traçado da linha estiver nessa angulação.
Antônio Mees (2015)

Figura 123 -  Rastreamento polar ativado em 30°


Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)
6 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR - CAD
137

SAIBA A internet pode se tornar uma excelente aliada para aperfeiçoamento profissional. No
MAIS site do fabricante, você encontra muitas informações interessantes. Acesse o site no
seguinte endereço: <http://www.autodesk.com.br/>.

6.4.5 COTAGEM

O sistema de cotagem é essencial, pois é por meio dele que as dimensões serão atribuídas ao seu pro-
jeto. Para cotar uma entidade, acione, na aba Anotação, o comando Cota.
Uma vez acionado o comando, clique no primeiro ponto da entidade e, logo após, no segundo ponto.
Será criada uma linha de cota com o valor da distância entre os pontos, mas você deverá, agora, clicar no
outro ponto que determinará a que distância da entidade ficará esta linha de cota.
Abaixo do ícone Cota existe uma setinha, e clicando sobre ela abre um menu com mais opções de co-
tagem: Cota alinhada, para entidades não ortogonais, angular, para cota de ângulos, etc. Veja a imagem a
seguir.

Antônio Mees (2015)

Figura 124 -  Opções de cotagem, no menu Anotação


Fonte: AutoCAD® 2012 (2015)
DESENHO TÉCNICO
138

CASOS E RELATOS

Redesenhando projetos antigos


Uma empresa de engenharia, passando por um processo de modernização, contratou uma equipe
para digitalizar todos os projetos que foram elaborados em épocas em que não se utilizava com-
putadores. Uma opção foi fotodigitalizar as pranchas, via scanner; porém, isto não permitiria alter-
ações no projeto ou reutilização de partes dele, caso necessário. A solução adotada, então, foi digi-
talizar os projetos para linguagem CAD. Uma equipe de técnicos foi contratada para redesenhar
todos os projetos, assim, além de redução de volume físico, a empresa ganhou também uma base
de dados com todos os seus projetos. Então, a partir daquele momento poderiam ser consultados
ou alterados digitalmente dentro do AutoCAD®, software escolhido para a realização do serviço.

RECAPITULANDO

Neste capítulo você viu que apesar de existir inúmeros softwares de desenho no mercado, o con-
hecimento de normas técnicas de desenho sempre será necessário para o bom desenvolvimento
de qualquer projeto. Você estudou e conheceu vários comandos de criação e edição do AutoCAD®,
abordando suas principais aplicações que deverão ser utilizadas de acordo com a sua necessidade.
Controle Emocional

Neste capítulo, você estudará algumas capacidades sociais e organizativas que podem fazer
a diferença para o profissional alcançar êxito no mercado de trabalho tão competitivo nos dias
de hoje. Após este estudo, você terá subsídios para auxiliá-lo à:
a) apresentar postura ética e responsável;
b) manter relacionamento interpessoal;
c) participar da organização do ambiente;
d) integrar equipes de trabalho;
e) possuir controle emocional;
f ) ser proativo;
g) ter responsabilidade socioambiental;
h) utilizar de forma adequada e segura os recursos materiais colocados à sua disposição.
Vamos começar?
DESENHO TÉCNICO
142

7.1 CONCEITO

Para ser um bom profissional da área de refrigeração, você deve ter um bom conhecimento de desenho
técnico, mas, acima de tudo, ser um profissional com bom controle emocional. Muitas vezes você irá se
deparar com situações confusas na solução de problemas de instalação e manutenção, e é nesse momento
que você deverá colocar em prática todos os recursos de controle emocional. Lembre-se de que seu cliente
o requisitou confiando na sua capacidade técnica e social; portanto, não perca o foco da qualidade dos
seus serviços e do controle das suas ações comportamentais perante o cliente.
Isto também é muito comum em soluções na elaboração de projetos utilizando recursos de desenhos,
sejam manuais ou computadorizados, visto que sempre aparecerão dúvidas e desafios para a melhor ela-
boração do projeto. É nesse ínterim que entra novamente o seu controle emocional.

Thinkstock ([20--?])

O descontrole emocional é sempre visto como um grande problema em uma empresa, por proporcio-
nar ambiente de trabalho com arestas entre seus integrantes. Observe que o funcionário que sempre está
de péssimo humor e traz seus problemas pessoais para o trabalho pode, muitas vezes, contaminar todos
da equipe. Alguns especialistas da área de recursos humanos identificaram que aqueles que não sabem
manter um bom controle emocional, não terão mais espaço no mercado de trabalho, porque hoje preva-
lece o trabalho em equipe, cujo foco se concentra no respeito às diferenças das outras pessoas. Tudo isto
para manter um ambiente saudável a todos no contexto profissional.

Uma pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágio (Nube) mostra que mais da metade
dos entrevistados acham que homens e mulheres sabem controlar igualmente
CURIOSI os sentimentos em situações difíceis. O Nube perguntou para mais de 16 mil
estudantes de 15 a 26 anos quem sabe controlar melhor as emoções no ambiente
DADES de trabalho. Para a maioria (55,97%), homens e mulheres têm autocontrole igual.
Para 25,56%, são os homens; para 13,21%, as mulheres; e para 5,26%, nenhum dos
dois. Fonte: Nube (2014).
7 CONTROLE EMOCIONAL
143

7.2 COMPETÊNCIAS EMOCIONAIS

Sérgio Averbach, presidente para a América do Sul e Senior Client Partner na Korn/Ferry International e
uma das maiores autoridades na identificação de talentos empresariais, ressaltou, em uma entrevista à re-
vista Época Negócios, algumas atitudes que devem ser valorizadas na competência emocional. Confira-as
no quadro a seguir.
COMPETÊNCIAS EMOCIONAIS
Pessoas capazes de lidarem confortavelmente com situações que
não podem ser antecipadas ou fogem das expectativas. Incerteza,
variedade, novidade, diversidade, mudança, falta de clareza, falta
Tolerância à ambiguidade
de estrutura e de rotina, são exemplos de ambiguidade. Quem
souber encarar todas essas questões de forma eficaz, pode dizer
que tem essa competência.
Saber lidar com tarefas e problemas complexos pensando
claramente e com calma. Para a maioria das pessoas, fatores de
estresse, como riscos e conflitos, aumentam as reações emocion-
Compostura
ais (sentimentos de medo e raiva) e interferem na capacidade de
resolver problemas complexos em que é preciso pensar objetiva-
mente e analiticamente.
Saber ganhar a compreensão de outras pessoas, inclui a capaci-
dade de analisar com precisão as habilidades e motivações dos
Empatia indivíduos, englobando os pontos fortes e fracos. Envolve ainda
a sensibilidade às diferenças, saber compreender os diferentes
pontos de vista.
Conseguir encarar tarefas difíceis durante longos períodos de
tempo. Capacidade de lidar com decepções e fracassos para
Energia
realizar os objetivos e tarefas. Pessoas com muita energia geral-
mente têm uma imagem positiva de si mesmas.
Essa competência emocional se refere à capacidade de se
adaptar a diferentes pessoas e/ou circunstâncias. Essas pessoas
Humildade podem modificar o comportamento rapidamente para lidar com
diferentes tipos de pessoas e situações. São pessoas geralmente
fáceis de trabalhar e ótimas para inserir na equipe.
Essas pessoas acreditam serem capazes de superar quaisquer
obstáculos. Dê a elas desafios que envolvam riscos e problemas
Confiança
complexos. Quem não tiver essa competência, irá preferir assumir
tarefas facilmente controláveis, com poucos desafios.
Quadro 9 - Competências emocionais
Fonte: adaptado de Camasmie (2013)
DESENHO TÉCNICO
144

O livro O Monge e o Executivo, de James Hurt, avalia uma relação como se fosse uma
conta bancária. Quando se conhece alguém, o saldo é nulo. Nosso comportamento
SAIBA gera movimentação na conta, como depósitos e retiradas e todas as vezes que
MAIS mantemos um relacionamento saudável com as pessoas, sendo calmo, gentis,
confiáveis e tratando com respeito, significa que fazemos depósitos nesta conta
bancária. Então, o saldo vai ficando positivo. Vale a pena conferir a leitura.

7.3 EQUIPES DE TRABALHO

Continuando os estudos deste capítulo, você identificará a diferença entre Grupos e Equipes. Fazendo
uma simples e rápida análise conceitual desses dois aglomerados de indivíduos, poder-se-ia dizer que se
trata da mesma coisa. Mas, analisando por outro ângulo, percebe-se que o Grupo pode ser formado por
indivíduos que possuem interesses parecidos, sem uma clara definição de metas. Entretanto, isto não acon-
tece em uma Equipe, visto que ela, desde o primeiro momento, é constituída com total clareza de metas,
com objetivos definidos, inclusive com prazos para que essas metas sejam alcançadas.

Thinkstock ([20--?])

Nas equipes são definidas funções, por área de competência, e é estipulada uma liderança de trabalho,
seja ela de acordo com seus integrantes ou imposta por razão da autoridade que determinou a formação
da equipe. No entanto, todos estão intimamente ligados e motivados em alcançar aquilo que foi proposto
e passam a ser um único sistema de engrenagem, cada um dando sua energia para a movimentação do
todo.
7 CONTROLE EMOCIONAL
145

Com o intuito de melhor esclarecer as diferenças entre Grupos e Equipes, veja no quadro a seguir as
possíveis competências e responsabilidades que cada um possui.

GRUPOS EQUIPES
Membros trabalham de forma independente, sem direção aos Membros trabalham de forma independente, mas buscam as
mesmos objetivos. metas pessoais e da equipe, dão suporte mútuo.
Membros muitas vezes focados em si e não envolvidos nas metas Membros se sentem proprietários dos objetivos porque ajudaram
e objetivos do grupo. a criá-los, e se comprometem a alcançá-los.
Membros usam seus talentos para buscarem o sucesso nas metas
Membros recebem tarefas e metas prontas, sem poderem sugerir.
definidas.
Membros são tímidos em sugerir e perguntar, por medo. Membros são encorajados a expressar opiniões e tirar dúvidas.
Membros não confiam uns nos outros, por não saberem o que Membros buscam honestidade, respeitam-se e ouvem as diversas
cada um almeja de forma clara. opiniões um dos outros.
Membros possuem capacidade de contribuição, porém mantêm- Membros são motivados a usar as habilidades pessoais, de forma
se fechados por falta de relacionamento aberto. que todos contribuam para o sucesso da equipe.
Membros aceitam os conflitos como parte do processo de cresci-
Membros se sentem ameaçados quando alguém sugere ideias
mento, já que querem resolver os problemas de forma positiva e
diferentes para soluções de problemas.
construtiva.
Membros podem não tomar parte do processo decisório. Membros participam de forma global em todos os processos
decisórios, mas aceitam a decisão final do líder, caso não exista
consenso.
Quadro 10 - Diferenças de Grupo e Equipes
Fonte: SENAI/DF (2013)

O pesquisador Daniel Goleman (2007) afirma que todos devem cooperar entre si na organização em
relação aos aspectos de: comunicação, relacionamentos, conhecimentos, hierarquia e disciplina. Ele adi-
ciona, ainda, que suas interações podem desencadear emoções que fazem parte desse conjunto e crescer
à medida que a empresa alcança novos mercados ou abrange suas atividades. Este processo evolutivo
pode causar sentimento de impotência nos envolvidos no processo, desenvolvendo barreiras internas que
o impedirão de raciocinar e de construir em si mesmo a habilidade para resolução ou amenização dos
problemas encontrados.
Com essa afirmativa de Goleman (2007), sobre cooperação dentro das organizações, que é uma forma
de equipe, pode-se identificar a necessidade da cooperação entre todos os seus membros.
Portanto, as pessoas devem ter uma atitude proativa (agir prontamente) em busca de soluções e con-
clusões das metas do grupo, de maneira a manter o grupo com uma visão de responsabilidade social e
ambiental, para auxiliar no desenvolvimento de todos da sociedade a qual fazem parte.
DESENHO TÉCNICO
146

CASOS E RELATOS

Ética
O Sr. Marcos das Neves, gerente de logística de determinada empresa de transporte de produ-
tos perecíveis, estava com problemas no funcionamento correto do sistema de refrigeração de
uma das suas unidades móveis (caminhão). Ele consultou na internet o endereço de uma empresa
que poderia realizar uma manutenção de emergência na unidade com problema e a contratou.
A empresa contratada enviou um técnico com a devida habilitação para solucionar a pane de re-
frigeração. O técnico foi recebido pelo Sr. Marcos e fez uma proposta de execução particular, que
sairia mais barato do que o orçamento dado pela sua empresa. O Sr. Marcos, mantendo o controle
emocional para não perder a calma com o indivíduo, recusou a oferta e dispensou-o por ter obser-
vado a falta de ética e de responsabilidade com o meio ambiente, em função de estar envolvido
com produto (fluido refrigerante) nocivo à camada ozônio.

FIQUE Profissional sem postura ética com a responsabilidade de execução de qualquer


ALERTA trabalho, além de perder o cliente, ainda faz uma propaganda negativa sobre sua
própria pessoa.

RECAPITULANDO

Nesse capitulo, você estudou o conceito de controle emocional e a importância que isso tem para
o profissional de qualquer área. Além disso, você identificou algumas das principais competências
emocionais e seus significados. Em seguida, você pôde verificar as diferenças entre Grupos e
Equipes, os quais, mesmo se tratando de uma reunião de indivíduos, possuem metas e objetivos
diferentes. Você ainda conseguiu identificar que o comprometimento dos membros dos Grupos
e das Equipes com os objetivos a serem alcançados possuem sentidos parecidos, porém com
empenhos diferenciados.
Para finalizar, esse capítulo salientou as palavras de Goleman (2007) sobre alguns aspectos pre-
sentes nas organizações, os quais possibilitam criar barreiras com vistas a impedir o conhecimento
de habilidades para soluções dos problemas que surgem na organização (equipe).
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xavier.html>. Acesso em: 23 jun. 2015.
MINICURRÍCULO DOS AUTORES

AMARO VALENTE
Formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina e técnico em
Técnico em Edificações pelo Instituto Federal de Santa Catarina. Ministrou as unidades curriculares
de Desenho Técnico e Projetos nos cursos Técnico em Edificações e Aprendizagem Industrial no
SENAI Palhoça/SC.

DANILO VIEIRA
Engenheiro de Materiais pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI-Campus Itabira) e Técnico
em Mecânica Industrial pelo Instituto Federal de Goiás. Participou do convênio Ciência Sem
Fronteira por um ano na Universidade de Vigo (Espanha) onde estudou Engenharia de Minas.
Atualmente cursa Mestrado em Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC). Também é instrutor de Desenho Técnico no Senai Palhoça - Santa Catarina.
ÍNDICE

C
CAD 12, 38, 111, 112, 136, 153
Caligrafia 11, 46, 153
Competência emocional 153
Controle emocional 13,148,153
Cota 135, 153
Cotagem 6,11,13, 49, 63, 68, 70, 135, 149, 153

D
Desenho 5, 6, 7, 11, 12, 13, 15, 17, 18, 35, 36, 37, 46, 49, 57, 59, 60, 61, 70, 87, 89, 101, 103, 106,
107, 108, 111, 112, 113, 114, 118, 134, 147, 148, 149, 151, 153
Desenho arquitetônico 12, 153
Desenho isométrico 13, 134, 153
Desenho mecânico 11,153
Diagrama 7, 12, 107, 108, 109, 153
Diedro 11, 59, 60, 153

E
Equipe 142, 153
Escala 5, 6, 11, 13, 50, 51, 52, 54, 55, 95, 134, 153
Escalímetro 5, 11, 29, 53, 153

G
Grupo 142, 143, 153

H
Hachuras 12,13, 74, 122, 153

L
Linha 48, 57, 113, 119, 120, 153

P
Perspectiva 153
Planta baixa 12, 95, 153

R
Reta 5, 39, 153
S
Sistema inglês 11,154
Sistema métrico internacional 11,154

T
Tubulação 12, 105, 154

U
Unidade de medida 154

V
Vista 6, 12, 62, 76, 84, 127, 147, 154
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Waldemir Amaro
Gerente

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA

Mauricio Cappra Pauletti


Diretor Técnico

Cleberson Silva
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Amaro Valente
Danilo Vieira
Elaboração

Adair Teixeira
Revisão Técnica

Karine Marie Arasaki


Coordenação do Projeto

Evelin Lediani Bao


Design Educacional

Denise de Mesquita Correa


Silvana Silva Bittencourt
Revisão Ortográfica e Gramatical

Evelin Lediani Bao


Fotografias

Alberto Rech
Antonio Mees
Emerson Rodrigo Ceolin
Gabriela Adratt
Karolina Machado Padro
Matheus Felipe Goedert
Paco Giordani Moca
Iustrações e Tratamento de Imagens

Thinkstock
Freeimages
Banco de imagens
Joaquim Venâncio Lourenço Ribeiro
Robson Ventura de Oliveira
Mauro Airoldi
Comitê Técnico de Avaliação

Ana Cristina de Borba


Ellen Cristina Ferreira
Gabriela Adratt
Patricia Marcilio
Diagramação

Denise de Mesquita Corrêa


Silvana Silva Bittencourt
Normalização

Taciana dos Santos Rocha Zacchi


CRB – 14.1230
Ficha Catalográfica

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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