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SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

FUNDAMENTOS DE
REFRIGERAÇÃO E
CLIMATIZAÇÃO
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

FUNDAMENTOS DE
REFRIGERAÇÃO E
CLIMATIZAÇÃO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


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Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


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Diretor de Operações
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

FUNDAMENTOS
DE REFRIGERAÇÃO
E CLIMATIZAÇÃO
© 2016. SENAI – Departamento Nacional

© 2016. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

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Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Educação e Tecnologia do SENAI
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por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

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Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

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Gerência de Educação e Tecnologia – GEDUT

FICHA CATALOGRÁFICA
FICHA CATALOGRÁFICA

S491f

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional


Fundamentos de climatização e refrigeração / Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. - Brasília :
SENAI/DN, 2015.
114 p. : il. ; 30 cm. - (Série refrigeração e climatização)

Inclui índice e bibliografia


ISBN

1. Refrigeração. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.


Departamento Regional de Santa Catarina II. Título. III. Série.

CDU: 621.5

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações

Figura 1 -  Exemplo de gráfico de conforto térmico..............................................................................................18


Figura 2 -  Transferência de calor do corpo de maior temperatura para de menor temperatura.........19
Figura 3 -  Estados físicos da matéria..........................................................................................................................21
Figura 4 -  Transferência de calor por convecção natural....................................................................................22
Figura 5 -  Transferência de calor por convecção no funcionamento de um aparelho condicionador
de ar...................................................................................................................................................................23
Figura 6 -  Transferência de calor por radiação solar ............................................................................................23
Figura 7 -  Transferência de calor por condução.....................................................................................................24
Figura 8 -  Freezer e exemplo de isolamento...........................................................................................................25
Figura 9 -  Escalas termométricas, Kelvin, Celsius e Fahrenheit.........................................................................26
Figura 10 -  Termômetro digital com sensor do tipo termopar.........................................................................29
Figura 11 -  Termômetro digital do tipo pirômetro ótico....................................................................................30
Figura 12 -  Exemplo de pressão – força exercida sobre área............................................................................31
Figura 13 -  Exemplo de pressão absoluta................................................................................................................32
Figura 14 -  Conjunto manômetro de alta e baixa pressão ................................................................................35
Figura 15 -  Conjunto manifold digital........................................................................................................................36
Figura 16 -  Vacuômetro digital.....................................................................................................................................37
Figura 17 -  Condensador de refrigerador doméstico..........................................................................................56
Figura 18 -  Tipos de unidades condensadoras ......................................................................................................57
Figura 19 -  Condensador duplo tubo .......................................................................................................................58
Figura 20 -  Compressor lacrado (hermético)..........................................................................................................65
Figura 21 -  Compressor semi-hermético..................................................................................................................65
Figura 22 -  Compressor do tipo aberto ....................................................................................................................66
Figura 23 -  Funcionamento de um compressor do tipo scroll........................................................................ 67
Figura 24 -  Diagrama elétrico com capacitor de partida e funcionamento ..............................................68
Figura 25 -  Esquema do ciclo de compressão de vapor......................................................................................76
Figura 26 -  Isolantes térmicos para refrigeração e climatização......................................................................81
Figura 27 -  Conjunto de solda, oxigênio e acetileno............................................................................................85
Figura 28 -  Tipos de chamas .........................................................................................................................................86
Figura 29 -  Solda................................................................................................................................................................87
Figura 30 -  Conjunto de soldagem com GLP e soldagem com GLP...............................................................88
Figura 31 -  Brasagem com e sem nitrogênio passante.......................................................................................88
Figura 32 -  EPIs para brasagem....................................................................................................................................89
Figura 33 -  Cortador de tubos do tipo manual......................................................................................................90
Figura 34 -  Escariadores de tubo do tipo manual.................................................................................................91
Figura 35 -  Flangeador do tipo excêntrico e base e flange feito na extremidade do tubo....................91
Figura 36 -  Alargador de expansão de uso no flangeador.................................................................................92
Figura 37 -  Kit curvador tipo catraca e curvador tipo catraca...........................................................................93
Figura 38 -  Curvador tipo alavanca e curvador tipo mola..................................................................................93
Figura 39 -  Porcas de conexão e porca no tubo flangeado...............................................................................94
Figura 40 -  Válvula de serviço soldável......................................................................................................................94
Figura 41 -  Cortando o tubo, porca no tubo com flange e conexão do tubo na válvula de serviço..95
Figura 42 -  Conexão da evaporadora e a tubulação de interligação ............................................................96
Figura 43 -  Alicate Lokring para união a frio de tubos.........................................................................................96
Figura 44 -  Teste de estanqueidade do sistema utilizando nitrogênio ..................................................... 101
Figura 45 -  Processo de vácuo do sistema de climatização............................................................................ 103
Figura 46 -  Recolhimento de fluido refrigerante com recuperadora.......................................................... 106
Figura 47 -  Lacre do sistema com solda................................................................................................................. 107
Figura 48 -  EPI – equipamentos e proteção individual..................................................................................... 110

Quadro 1 - Fatores de conversão de unidades de calor (energia térmica)....................................................20


Quadro 2 - Exemplos de conversão de temperatura.............................................................................................28
Quadro 3 - Fatores de conversão de unidades de pressão ................................................................................34
Quadro 4 - Composição dos fluidos refrigerantes..................................................................................................43
Quadro 5 - Tipos de fluidos primários.........................................................................................................................44
Quadro 6 - Tipos de fluidos refrigerantes .................................................................................................................45
Quadro 7 - Exemplos de componentes de refrigeração......................................................................................74
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................13

2 Conceitos fundamentais e histórico da refrigeração.........................................................................................17


2.1 Histórico da refrigeração ..........................................................................................................................18
2.2 Calor .................................................................................................................................................................19
2.2.1 Calor sensível...............................................................................................................................21
2.2.2 Calor latente ................................................................................................................................22
2.2.3 Transmissão de calor.................................................................................................................22
2.2.4 Transferência de calor por convecção................................................................................22
2.2.5 Isolação térmica..........................................................................................................................24
2.3 Temperatura ..................................................................................................................................................25
2.3.1 Escalas termométricas ............................................................................................................25
2.4 Instrumentos de medição de temperaturas......................................................................................28
2.4.1 Termômetro analógico.............................................................................................................28
2.4.2 Termômetro de mercúrio........................................................................................................28
2.4.3 Termômetro bi metálico..........................................................................................................28
2.4.4 Termômetro de pressão...........................................................................................................29
2.4.5 Termômetro digital....................................................................................................................29
2.5 Pressão.............................................................................................................................................................31
2.5.1 Pressão atmosférica..................................................................................................................32
2.5.2 Pressão manométrica ..............................................................................................................32
2.5.3 Pressão absoluta.........................................................................................................................32
2.5.4 Pressão negativa ou vácuo.....................................................................................................33
2.6 Unidades de pressão..................................................................................................................................33
2.7 Instrumentos medidores de pressão....................................................................................................34
2.7.1 Manômetro..................................................................................................................................34
2.7.2 Conjunto manifold analógico ..............................................................................................35
2.7.3 Conjunto manifold tipo digital ............................................................................................36
2.7.4 Vacuômetro..................................................................................................................................36

3 Fluidos refrigerantes e óleos lubrificantes.............................................................................................................41


3.1 Conceito .........................................................................................................................................................42
3.2 Características desejáveis.........................................................................................................................42
3.3 Identificação dos fluidos refrigerantes.................................................................................................43
3.4 Classificação dos fluidos............................................................................................................................44
3.5 Fluidos refrigerantes – tipos....................................................................................................................44
3.6 Retrofit............................................................................................................................................................45
3.7 Fluídos alternativos.....................................................................................................................................45
3.8 Relação de pressão X temperatura........................................................................................................46
3.9 Óleos lubrificantes de sistemas de refrigeração...............................................................................48
3.9.1 Tipos de óleos lubrificantes....................................................................................................49
3.10 Legislação e normas de fabricação, estocagem e uso de fluidos refrigerantes..................49
3.10.1 Protocolo de montreal ..........................................................................................................50
3.10.2 Comitê executivo interministerial para proteção da camada de ozônio
(PROZON)...................................................................................................................................50

4 Componentes básicos e ciclo de refrigeração e climatização........................................................................55


4.1 Condensadores.............................................................................................................................................56
4.1.1 Condensador resfriado a ar ...................................................................................................56
4.1.2 Condensador resfriado a água .............................................................................................58
4.2 Evaporadores.................................................................................................................................................61
4.2.1 Classificação dos evaporadores............................................................................................62
4.2.2 Tipos de evaporadores.............................................................................................................62
4.3 Dispositivos de expansão.........................................................................................................................64
4.4 Compressores................................................................................................................................................65
4.4.1 Tipos de mecânica de compressão .....................................................................................66
4.4.2 Alimentação elétrica – pressão – temperatura ..............................................................68
4.5 Visor de líquido.............................................................................................................................................69
4.6 Acumulador de sucção..............................................................................................................................69
4.7 Filtros ...............................................................................................................................................................69
4.8 Separador de óleo.......................................................................................................................................71
4.9 Reservatório de líquido..............................................................................................................................71
4.10 Válvulas ........................................................................................................................................................71
4.11 Separador de líquido ...............................................................................................................................72
4.12 Pressostato...................................................................................................................................................73
4.13 Princípios da refrigeração e tipos de ciclos .....................................................................................75
4.13.1 Por compressão de vapor ...................................................................................................75
4.13.2 Refrigeração por absorção...................................................................................................76

5 Tubulações e isolamento térmico.............................................................................................................................79


5.1 Tubulações para refrigeração e climatização.....................................................................................80
5.2 Isolamento para tubos de refrigeração................................................................................................81
5.3 Processos de soldagem.............................................................................................................................82
5.3.1 Material de adição.....................................................................................................................83
5.3.2 Equipamento de brasagem....................................................................................................84
5.4 Ferramentas básicas de uso em tubulações......................................................................................90

6 Técnicas de reoperação do sistema..........................................................................................................................99


6.1 Teste de estanqueidade ......................................................................................................................... 100
6.2 Evacuação e desidratação...................................................................................................................... 102
6.3 Carga de fluído refrigerante.................................................................................................................. 103
6.4 Testes e parâmetros de funcionamento........................................................................................... 104
6.5 Recuperação do fluído refrigerante................................................................................................... 105
6.6 Limpeza interna ........................................................................................................................................ 107
6.7 Lacre da unidade ...................................................................................................................................... 107
6.8 Segurança no trabalho .......................................................................................................................... 108
6.9 Utilização da visão sistêmica ............................................................................................................... 111
6.10 Diretrizes empresariais......................................................................................................................... 112

Referências......................................................................................................................................................................... 117

Minicurrículo dos autores............................................................................................................................................ 121


Introdução

Seja bem-vindo à Unidade Curricular Fundamentos de Refrigeração e Climatização. O


presente livro tem como principal propósito promover conhecimentos a você estudante,
proporcionando fundamentos técnicos e científicos, visando o desenvolvimento de
capacidades técnicas básicas referentes à instalação, operação e manutenção de equipamentos
de refrigeração e climatização, bem como capacidades sociais, organizativas e metodológicas,
de acordo com a atuação do profissional no mundo do trabalho. Identificará que no transcorrer
dos estudos desta Unidade Curricular, os conteúdos abordados serão de grande importância
para quem deseja ingressar no mercado de trabalho de manutenção e instalação de sistemas
de refrigeração e climatização.
O conteúdo do capítulo 2 apresenta um breve histórico, e trata de conceitos importantes
para a compreensão sobre o funcionamento do ciclo de refrigeração e da aplicação desses
princípios na física termodinâmica em sistemas de refrigeração e climatização por compreensão
a vapor.
Ao estudar esses conceitos você estará capacitado a compreender, de forma mais ampla,
o processo do ciclo de refrigeração por compressão de vapor, e quais fatores atuam para
que o processo do ciclo seja possível. Portanto, você estudará conceitos básicos, tais como: a
importância do conforto térmico, calorimetria, transferência de calor, termometria, pressão e
temperatura. Você também conhecerá os instrumentos utilizados para mensurar os valores das
unidades de medidas de pressão e temperatura, de forma a saber converter e calcular essas
unidades das grandezas físicas, dentro do Sistema Internacional de Unidades de Medida.
O capítulo 3 tem como objetivo apresentar os principais fluídos refrigerantes dos sistemas
de refrigeração e climatização, assim como saber selecionar os óleos lubrificantes compatíveis
de acordo com os materiais que serão empregados nos sistemas de refrigeração, além de
familiarizar-se com os órgãos de fiscalização e acordos firmados entre vários países, para o
controle e uso dos fluidos, como mecanismos de preservação do meio ambiente.
No capítulo 4 você compreenderá os componentes básicos que fazem parte do sistema
de refrigeração e climatização e, desta forma, identificar a sequência de funcionamento dos
diferentes componentes que possibilitam todo o processo de refrigeração e climatização.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
14

Já no capítulo 5, você estudará características e tipos de tubulações de cobre e alumínio usadas na


interligação de condensadores e evaporadores dos sistemas, as ferramentas necessárias para a execução
da interligação das máquinas e componentes, e também as principais conexões. Nomeará tipos e funções
dos isolamentos térmicos utilizados em sistemas de refrigeração e climatização, aprenderá também
sobre os instrumentos e ferramentas necessárias para executar serviços de manutenção e instalação com
procedimentos de brasagem, quais técnicas e materiais de adição são utilizados nesses procedimentos.
Será descrito no capítulo 6 o princípio de funcionamento do ciclo de refrigeração básico, priorizando os
sistemas que trabalham com compressão a vapor, de forma a entender a atuação do ciclo no processo de
troca de energia térmica entre ambientes ou produtos. Reconhecerá os principais testes e procedimentos
para que o ciclo de refrigeração seja eficiente, entendendo a importância da realização do vácuo, como
primeiro procedimento de limpeza interna, a qual, se bem realizado, evitará futuras e sérias anomalias no
sistema.
Você pesquisará, também, conceitos de capacidades sociais e organizativas inerentes ao trabalho em
grupo e em equipe, as responsabilidades individuais e coletivas, verá a importância da cooperação, com-
promisso com as metas a serem atingidas e relacionamentos com o líder, no trabalho. Com os estudos
desses conceitos você poderá argumentar de forma analítica, organizada e ética, questões que envolvam
o relacionamento presente em uma equipe de trabalho.
Para finalizar, é importante que você tenha foco em todos os temas abordados no conteúdo do livro
desta Unidade Curricular. A elaboração e seleção deste conteúdo foi realizada para atender a demanda na
formação de novos profissionais, com conhecimentos e capacidades técnicas atualizadas, pois o mercado
de trabalho, nesta área, necessita de indivíduos bem preparados tecnicamente.
Bons estudos e sucesso.
Conceitos Fundamentais e Histórico da
Refrigeração

Muitas pessoas trabalham no ramo da refrigeração sem nunca terem se preocupado


com os conceitos físicos que possibilitam os processos de refrigeração e climatização. Esses
conhecimentos são úteis para resolver os mais diversos inconvenientes que possam aparecer
nos sistemas de refrigeração e climatização. É importante que todo profissional esteja alicerçado
nos conhecimentos, além de distinguir bem conceitos básicos dos princípios de refrigeração e
climatização, que, aliados a prática, permitem um bom desempenho profissional.
Deste modo, ao final deste capítulo você estará apto a:
a) transformar unidades de medidas, utilizando o sistema métrico, britânico e internacional;
b) verificar valores de pressão utilizando instrumentos de medição;
c) calcular grandezas físicas aplicadas a refrigeração e climatização;
d) analisar valores de pressão utilizando instrumentos de medição;
e) relacionar valores de temperatura utilizando instrumentos de medição;
f ) utilizar instrumentos de verificação dos parâmetros mecânicos da sistema de refrigeração
e climatização comercial.
A partir de agora você terá a oportunidade de conhecer diversos temas sobre o assunto,
que farão a diferença em suas práticas como profissional da área de refrigeração e climatização.
Bons estudos.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
18

2.1 HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO

Segundo Silva (2003), desde a pré-história os seres humanos possuem a necessidade de obter o
resfriamento, com o objetivo de alcançar temperaturas inferiores a do ambiente, visando conservar os
alimentos ou até mesmo retirar calor de uma determinada substância. Existem relatos de que a civilização
egípcia refrescava suas bebidas por intermédio do uso de vasos de barro, que, por serem de material
poroso, dissipavam a água por micro furos existentes, ocasionando certa evaporação e, por conseguinte
diminuindo a temperatura do líquido contido dentro do recipiente.
No século XVIII, blocos de gelo eram retirados de lugares muito frios e estocados em salas com isolamento
térmico, de modo a manter o seu estado físico, desta forma tornando-se possível a comercialização para o
mundo todo.
Por volta de 1750, parte do ciclo de refrigeração já havia sido desenvolvido, pois passou-se a utilizar
um líquido como meio refrigerante, o éter. Por intermédio da sua utilização, fazia-se com que a água fosse
transformada em gelo, devido ao processo de ebulição gerado quando um recipiente entrava em contato
com o éter, promovendo a diminuição da temperatura da água, a ponto de formar gelo.
Observe que há muito tempo o ser humano já buscava o conforto térmico. Essa sensação em primeiro
lugar passa pela percepção individual, mas de modo geral ela pode ser maior ou menor devido a dois
fatores que andam lado a lado, ou seja, as diferentes temperaturas e a umidade relativa do ar presente no
ambiente.
Onde tem-se alta temperatura e umidade relativa (minúsculas partículas de água) também muito alta, a
evaporação do suor é mais difícil e demorada, dando uma sensação de “corpo melado” e quente. Por outro
lado, em um ambiente de alta temperatura, porém com umidade relativa do ar baixa - fator que permite
uma boa evaporação do suor humano, com a melhora da troca de energia térmica, pode propiciar uma
sensação de bom conforto térmico. Veja a seguir um exemplo de gráfico de conforto térmico.

DIAGRAMA DO CONFORTO HUMANO


45

40
MUITO QUENTE
Temperatura do Ar (ºC)

35

30
Necessita de Vento para Conforto
MUITO ÚMIDO
MUITO SECO

25 Confortável
20

15 Necessita de Sol para Conforto


10

5
Andressa Vieira (2015)

MUITO FRIO
0

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Umidade Relativa (%)
Figura 1 -  Exemplo de gráfico de conforto térmico
Fonte: adaptado de INMET (2015)
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
19

Você pode identificar no gráfico três fatores que atuam na sensação humana de conforto térmico
(temperatura , umidade relativa e velocidade do ar).

CURIOSI No Brasil, o primeiro registro de instalação de um sistema de refrigeração foi


no Frigorífico Renner, fundado por Montenegro Jacob Renner, no município de
DADES Montenegro, no estado do Rio Grande do Sul, no ano de 1912. (DI RIENZO,2006)

Em 1834, Jacob Perkins aprimorou o sistema construindo uma máquina de refrigeração mecânica que
possuía quatro elementos fundamentais: compressor, condensador, dispositivo de expansão e evaporador.

2.2 CALOR

Segundo Dossat (2004), calorimetria é o estudo que mede a quantidade da transferência de energia
térmica absorvida ou liberada entre dois corpos, com diferentes temperaturas entre si, durante o processo
de um fenômeno físico ou químico. Desta forma, calor é a energia térmica em trânsito entre dois corpos
com temperatura diferentes, sendo assim, quanto maior essa diferença, maior o fluxo de calor. Acompanhe
a seguir a sequência desta transferência de temperatura na figura.

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Fr

nte
u e
Q
Andressa Vieira (2015)

lo r
Ca
Figura 2 -  Transferência de calor do corpo de maior temperatura para de menor temperatura
Fonte: SENAI (2015)

Para que houvesse entendimento entres os vários países, foi elaborada uma padronização de unidades
de medidas, denominadas medidas-padrão. Esse grupo de unidades foi nomeado Sistema Internacional de
Unidades. Esse é, também, o sistema que o Brasil adotada em muitas situações de mensuração de medidas,
inclusive na refrigeração e climatização.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
20

É importante você saber a diferença entre quantidade de calor - que é a energia térmica que um corpo
ou substancia contém, e fluxo de calor - resultado entre a quantidade de calor e o intervalo de tempo da
transferência dessa energia térmica.
Os manuais técnicos utilizados na área de refrigeração costumam aplicar diversas unidades de medida,
por isso é importante conhecer a relação entre as principais, conforme quadro a seguir.

FATORES DE CONVERSÃO PARA ENERGIA


Multiplicar por
de >> para
J BTU cal kWh tep
joule (J) 1,0 947,8x10 -6
0,23884 277,7x10 -9
2,388x10-11
British Thermal Unit
1,055x103 1,0 252,0 293,07x10-6 2,52x10-6
(Btu)
Caloria (cal) 4,1868 3,968x10-3 1,0 1,163x10-6 10-10
Quilowatt-hora
3,6x104 3.412,0 860,0x103 1,0 8,6x10-5
(kWh)
Quadro 1 - Fatores de conversão de unidades de calor (energia térmica)
Fonte: adaptado de Atlas de Energia Elétrica do Brasil (2015)

FIQUE Quando se relaciona a energia térmica na unidade de kWh (Quilowatt Hora) não está
ALERTA se referindo a consumo de energia elétrica, mas sim a quantidade de transferência
de calor por hora.

As substâncias ou material podem existir em três diferentes estados ou fases: sólido, líquido e gasoso.
Como exemplo temos a água que em seu estado primário é um líquido, porém esta substância pode existir
como gelo, que é um sólido, ou como vapor que é um gás (gasoso).
Estado Sólido: Uma substância ou material no estado sólido tem uma quantidade relativamente
pequena de energia. As moléculas da sua composição se encontrão unidas de forma bastante compacta.
Logo, um material no estado sólido tem uma estrutura molecular rígida, na qual a posição de cada molécula
encontra-se mais ou menos fixa, limitando-se a um movimento simplesmente vibratório que depende da
quantidade de energia contida no sólido.
Estado Líquido: As moléculas de substância no estado líquido possuem mais energia que as do estado
sólido, neste caso as moléculas não estão dispostas de maneira tão compacta. A maior quantidade de
energia permite as moléculas vencerem, até certo nível, a força de atração que as une, dando-as maior
liberdade de movimento. Podem movimentar-se livremente uma em relação a outra, e as possibilita de
escoar e adquirir a forma do recipiente que as contenham.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
21

Estado Gasoso: As moléculas de uma substância no estado gasoso possuem uma quantidade de
energia ainda maior que as de um material no estado líquido. Possuem energia suficiente para vencer
todas as forças de atração. Elas de movimentam em velocidades elevadas colidindo entre si, e com as
paredes do recipiente em que estão confinadas. Seus recipientes têm que ser lacrados ou fechados para
impedir que escapem.
Mudanças de estado: Muitas substâncias sob condições de temperatura e pressão ideais, podem existir
em qualquer estado físico. A quantidade de energia contida nas moléculas de determinado material ou
substância, determina, não somente a temperatura, como também qual dos três estados físicos apresentará
em um momento particular. Ou seja, a adição ou remoção de energia térmica (calor) pode produzir uma
mudança no estado físico da substância.

ESTADO DA MATÉRIA
Gasoso
Re
ssu
Su
en ção

bli
bli
o

ma
çã

ma
a
Co por

Liquido
sa

ção
çã
a

Ellen Cristina Ferreira (2015)


o
Ev
nd

Sólido

Solidificação
Fusão

Figura 3 -  Estados físicos da matéria


Fonte: Thinkstock (2016)

Segundo Máximo e Alvarenga (2003), a Lei Zero da Termodinâmica, determina como é processada a
troca de energia térmica entre corpos, sejam sólidos, líquidos ou gasosos. Essa troca tem como finalidade
a busca do equilíbrio térmico.
Veja a seguir os conceitos de calor sensível e latente, importante para o ciclo de refrigeração e
climatização.

2.2.1 CALOR SENSÍVEL

Também chamado de calor específico é definido como sendo o processo aonde ocorre a variação de
temperatura de uma substância ou corpos, sem que haja mudança em seu estado físico. Diferente do
processo que ocorre com o calor latente, que provoca a mudança física. (MILLER e MILLER, 2014).
Um exemplo de aplicação deste processo na área de climatização é a redução da temperatura do
ambiente residencial que está sendo climatizado, sem que haja mudança do estado físico dos corpos que
lá estão.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
22

2.2.2 CALOR LATENTE

Segundo Dossat (2004), calor latente é a grandeza física relacionada à quantidade de calor que uma
unidade de massa de uma determinada substância deve perder ou receber para que ocorra a sua mudança
de estado físico. Pode-se citar como exemplo a mudança física de um bloco de gelo (água solidificada),
onde, para que este volte a ser líquido, deve receber uma certa quantidade de calor para mudar de estado
físico. Veja a seguir como é a transmissão de calor.

2.2.3 TRANSMISSÃO DE CALOR

É a transferência de energia térmica entre dois corpos de temperaturas diferentes. Pode ocorrer por três
meios: convecção, radiação e condução. (DOSSAT, 2004).

2.2.4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO

Segundo LUZ (2007), é a troca de calor entre as correntes de convecção (ar), que são formadas pelas
diferentes densidades das partes mais quentes e das mais frias do ar existente no ambiente (convecção
natural), ou seja, proporciona um movimento ascendente da camada ainda não resfriada, e descendente
da parte que fez a troca de calor com o mecanismo de resfriamento, como janelas e portas.
Ingram Publishing ([20--?])

Figura 4 -  Transferência de calor por convecção natural


Fonte: Thinkstock (2016)

Observe o funcionamento de um sistema de climatização residencial na figura a seguir, operando no ciclo


frio. Neste processo há a retirada de calor do ar (umidade) existente no ambiente, que consequentemente
se torna mais frio e denso e, por estar mais denso, desce, e o quente, menos denso, sobe, gerando um
movimento sucessivo de troca de posição, de modo que todo ar circule pelo ambiente e retorne ao trocador
de calor do sistema de climatização, auxiliado pelo eletroventilador.
Esta situação é um exemplo de transferência de calor por convecção forçada, aplicada à área de
climatização.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
23

Spyderskidoo (2015)
Figura 5 -  Transferência de calor por convecção no funcionamento de um aparelho condicionador de ar.
Fonte: Thinkstock (2015)

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR RADIAÇÃO


A transferência de calor por radiação ocorre pelas ondas eletromagnéticas, chamadas de ondas de calor
ou calor radiante. Enquanto a transferência por convecção e condução necessitam de matéria, a radiação
térmica não necessita e ocorre também no vácuo. Por exemplo, o calor do Sol é radiado pelo espaço e
chega até nós, sendo uma importante fonte de calor. (MÁXIMO E ALVARENGA, 2008).
Veja na próxima figura.

Figura 6 -  Transferência de calor por radiação solar


Fonte: SENAI (2015)

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONDUÇÃO


Este processo ocorre pelo contato físico direto das partículas (moléculas) na qual o calor flui de uma
região para outra, conforme a agitação molecular, sendo o meio condutor a própria substância, sem que
haja transporte de matéria, seja esta substância sólida, líquida ou gasosa.(MÁXIMO E ALVARENGA, 2008).
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
24

A imagem que segue demonstra a forma de transmissão de calor aproveitando o processo de condução.

Kcslagle (2015)
Figura 7 -  Transferência de calor por condução
Fonte: Thinkstock (2015)

Nesta representação, o calor da resistência elétrica está aquecendo o fundo da chaleira, as moléculas
do material começam a vibrar, transmitindo esta intensidade de energia excedente para as próximas
moléculas. Esta transmissão de energia vai ocorrendo de molécula para molécula até atingir a água dentro
do recipiente, que, por sua vez, também terá suas moléculas recebendo energia térmica e transmitindo a
vibração até as moléculas da superfície, elevando a temperatura de toda água dentro da chaleira. Veja a
seguir como ocorre a isolação térmica.

2.2.5 ISOLAÇÃO TÉRMICA

Para que a refrigeração ou climatização seja eficiente, qualquer espaço, ambiente ou tubulação, necessita
ser isolada para evitar a entrada de calor ou a troca de energia térmica com o meio de temperatura mais
elevada. Neste processo, utilizam-se vários tipos de materiais, seja o da própria construção do ambiente
(madeira, tijolos, concreto, telhas) ou materiais fabricados especificamente para esta finalidade. Estes
materiais sintéticos permitem maior eficiência na isolação térmica, ou seja, não admitem a troca de energia
térmica entre produtos ou meios. São fabricados com materiais flexíveis, resistentes a altas temperaturas,
podem ser de plástico, espuma, esponjosa, cortiça, fibras de vidro, PVC e borracha. Normalmente resistente
à penetração de água, são de fácil corte e moldagem em tubulações e com boa resistência a abrasão.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
25

Veja alguns exemplos a seguir.

JazzIRT (2015)
Figura 8 -  Freezer e exemplo de isolamento
Fonte: Thinkstock (2015)

Acompanhe na sequência da sua leitura o conceito de temperatura e suas escalas de medida.

2.3 TEMPERATURA

É a grandeza física utilizada para caracterizar o estado térmico de um sistema ou corpo. Esta temperatura
pode definir fisicamente se um corpo está frio ou quente, dependendo da agitação molecular da substância.
(DOSSAT, 2004). Veja quais são as escalas utilizadas.

2.3.1 ESCALAS TERMOMÉTRICAS

Existem várias formas de medir a temperatura dos corpos e substâncias líquidas ou gasosas. Para tal
finalidade foram criadas escalas termométricas com padrões de unidades de medidas, que levam em
consideração pontos comuns e possibilitam conversões entre elas. Esses pontos comuns foram elaborados,
tendo como referência os pontos de fusão e o ponto de vapor da água a nível do mar.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
26

Entre as mais utilizadas tem-se a Kelvin, Celsius e Fahrenheit.

O ponto de
ebulição da água

O ponto de
congelação da água

Andressa Vieira (2015)

Zero absoluto

Figura 9 -  Escalas termométricas, Kelvin, Celsius e Fahrenheit.


Fonte: Thinkstock (2015)

Acompanhe como foram criadas estas medidas.

ESCALA DE CELSIUS (°C)


Criada em 1742, pelo físico e astrônomo sueco Anders Celsius, que adotou dois pontos de referência
de temperatura da água, sendo o ponto de fusão de 0ºC e o ponto de ebulição de 100ºC a uma pressão
atmosférica a nível do mar. O intervalo entre estes dois pontos, foi dividido em 100 partes iguais que
originou o termo “centígrado” que, em função disto, chamou-se durante muito tempo de escala centígrada.
Em 1948, durante a realização da 9° Conferência Geral de Pesos e Medidas (CR 64), o nome do sistema foi
oficialmente modificado para Celsius. (SILVA, 2004).
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
27

ESCALAS DE FAHRENHEIT (°F)


Ao criar esta escala, em 1714, Daniel Gabriel Fahrenheit colocou seu termômetro que estava com
mercúrio, em uma solução de água, gelo, sal e amônia. Com isso ele determinou dois pontos de referências
fixos, o primeiro foi pelo deslocamento do mercúrio dentro do tubo, que denominou de zero, e o outro
ponto foi marcado ao medir a temperatura do corpo humano com o termômetrinstrumento, tendo o
mercúrio parado noutra posição, a qual chamou de 100. Após isto, ele dividiu a distância entre os dois
pontos em 100 partes iguais. Partindo dessa nova escala, mediu o ponto de fusão da água, que ocorreu na
marcação de 32°F, e depois o ponto de ebulição, que ocorreu em 212°F, estava criada a escala Fahrenheit.

ESCALA KELVIN (K)


Foi elaborada pelo físico inglês Lorde Kelvin, como escala termométrica do zero absoluto, ele determinou
que as divisões sucessivas de duas graduações dessa escala, fossem equivalentes a uma divisão do °C.
A escala foi denominada de Kelvin ou escala absoluta, com a leitura sendo zero Kelvin, 1 Kelvin e assim
sucessivamente. (MÁXIMO E ALVARENGA, 2008)

ESCALA RANKINE
Trata-se de uma escala não popular no seu uso, mas alguns setores da engenharia americana a utilizam.
Foi criada em 1859, pelo físico escocês William John Macquorn Rankine e denominada com seu sobrenome,
Rankine. Nesta escala, o zero absoluto também tem o valor de 0°Ra, que usa como referência o mesmo °F,
ou seja, a variação de temperatura é igual, onde 0°Ra equivale a -459,67°F. (RENATO, 2006).

CONVERSÃO DE ESCALAS
Para realizar a conversão de valores de temperatura de uma escala para outra, aplica-se na fórmula o
valor conhecido para calcular o desejado. Veja os exemplos no quadro que segue:

CONVERSÃO FÓRMULA EXEMPLO CÁLCULO


K= C + 273,15
Converter 27°C para escala de
Celsius para Kelvin K = C + 273,15 K= 27 + 273,15
Kelvin
T = 300,15k
°C = K – 273,15
Kelvin para Celsius °C = K – 273,15 Converter 308 K para Celsius. °C = 308 – 273,15
T = 35,15°C
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
28

CONVERSÃO FÓRMULA EXEMPLO CÁLCULO


°C = 5 x ( 122 – 32 ) ÷ 9
°C = 5 x ( 90 ) ÷ 9
Fahrenheit para Celsius °C = 5 x (°F – 32)/9 Converter 122 °F para Celsius.
°C = 5 x 10
T = 50°F
Quadro 2 - Exemplos de conversão de temperatura
Fonte: SENAI (2015)

Agora que você já viu quais são as medições, continue com sua leitura e acompanhe os instrumentos
utilizados para estes processos.

2.4 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DE TEMPERATURAS

O instrumento de aferição das variáveis de temperatura é o termômetro, sendo classificado em dois


tipos principais - Analógico e Digital, que variam entre tipos de escalas e limites de graduações.

2.4.1 TERMÔMETRO ANALÓGICO

Nos termômetros analógicos, também chamados de termômetros de dilatação, inclui-se os termômetros


de pressão, termômetros de mercúrio e o termômetros bimetálicos1. (DOSSAT, 19--).

2.4.2 TERMÔMETRO DE MERCÚRIO

Este tipo de instrumento consiste em um tubo capilar (fino) e um bulbo (bolha tipo cebola) de vidro
fechado a vácuo, contendo mercúrio. Este mercúrio aumenta ou diminui seu volume na escala graduada,
conforme a variação de temperatura que age sobre ele. Desta forma, indica a quantidade de energia
térmica que está atuando naquele momento sobre o corpo ou substância.

2.4.3 TERMÔMETRO BI METÁLICO

Este instrumento é construído baseado no efeito de dois componentes metálicos com diferentes
dilatações, os metais quando aquecidos ou resfriados, alteram seus comprimentos gerando o arqueamento
das lâminas espiraladas, assim, quando sofrem uma dilatação movimentam o ponteiro de leitura na escala
graduada de temperatura. (DOSSAT, 19--).

1 Duas lâminas de metais diferentes, unidas entre si e enroladas em forma de espiral ou hélice.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
29

2.4.4 TERMÔMETRO DE PRESSÃO

Balbinot e Brusamarello (2006), descrevem este termômetro como sendo constituído de um bulbo que
é interligado por um tubo capilar preenchido com um gás. O bulbo ao sofrer variação na temperatura
externa modifica o volume do gás interno, devido ao aumento ou diminuição da pressão do gás. Isso
produz movimentos no ponteiro do aparelho, de forma a registrar essa temperatura na escala graduada
de leitura.

2.4.5 TERMÔMETRO DIGITAL

Os termômetros digitais, também conhecidos como termoelétricos, possibilitam extrema precisão na


mensuração, por não depender do posicionamento visual de quem faz a leitura na escala, visto a mesma
ser expressa no visor do equipamento, e estão divididos em quatro tipos sendo:

TERMOPARES
Segundo Dossat (2004), os termopares são constituídos por sensores de temperatura simples, sendo
muito utilizados nos mais variados processos de medição de temperatura.
É constituído por dois metais diferentes que são unidos em série pelas suas extremidades, formando um
circuito fechado. Essa ligação permite gerar uma força eletromotriz (FEM), que conectada ao instrumento
de leitura consegue ler a temperatura existente nos corpos ou substâncias, já que seu sistema eletrônico
é calibrado em graus. É um instrumento utilizado de forma ampla na refrigeração e climatização, veja na
figura a seguir o modelo.

Figura 10 -  Termômetro digital com sensor do tipo termopar


Fonte: SENAI (2015)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
30

TERMÔMETRO DE RESISTÊNCIA
Este tipo de instrumento indica a temperatura do ambiente desejado, valendo-se de um sensor que
registra a variação da sua resistência ôhmica do material, quando sua temperatura sofre alteração, essa
resistência é lida pelo equipamento e dada a leitura de temperatura em qualquer das escalas em que for
calibrado.

TERMISTORES
Dentro dos sensores de temperatura por resistência existem os termistores do tipo NTC (Negative
Temperature Coeficiente) e PTC (Positive Temperature Coeficiente), eles são aplicados, de forma que qualquer
variação de temperatura sobre o sensor faça variar a sua resistência, portanto, são resistências variáveis de
acordo com a temperatura. (BALBINOT e BRUSAMARELLO, 2006).
O sensor do tipo PTC e NTC são fabricados de material semicondutor, ambos variam sua resistência
ôhmica, assim o NTC, quando aumenta a temperatura, diminui a resistência ôhmica. No sensor do tipo PTC
o aumento da sua resistência é diretamente proporcional ao aumento da temperatura.
Estes sensores são aplicados em equipamentos de refrigeração e climatização para realizar a leitura de
temperatura do ambiente.

PIRÔMETRO ÓTICO
Este equipamento é um dispositivo que não necessita contato com algum meio para obter uma leitura
de temperatura. Ele foi desenvolvido para medir a irradiação térmica da própria superfície de um objeto,
por meio de sensor infravermelho. (BALBINOT e BRUSAMARELLO, 2006).
Este tipo de instrumento torna-se ideal para aferir altas temperaturas, principalmente em lugares de
difícil acesso. Normalmente trabalha com temperaturas entre (-) 50° a 380°C, no caso da refrigeração
evita o contato do instrumento de medição com qualquer produto (alimentos), diminuindo o risco de
contaminação.
Conheça este modelo na figura que segue.

Figura 11 -  Termômetro digital do tipo pirômetro ótico


Fonte: SENAI (2015)
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
31

Depois que você conheceu como são medidas as temperaturas, e os equipamentos para estas medi-
ções, na sequência dos seus estudos irá conhecer o que é pressão e suas variações.

2.5 PRESSÃO

Para que você entenda o princípio de funcionamento do ciclo de refrigeração, é importante saber
que a pressão é um dos fatores principais para que ocorra o movimento e a mudança de estado físico do
fluido dentro do sistema, já que as diferenças de temperaturas para a realização do ciclo são geradas pela
diferença de pressão.
A pressão é definida como uma força exercida sobre determinada área. Assim, a equação para descobrir
a distribuição média da força aplicada sobre uma determinada área, pode ser mensurada em libras por pé
quadrado ou libras por polegada quadrada (psi), do sistema inglês e em unidade métrica, quilopascal (kPa),
e calculada fazendo uso da seguinte fórmula:

Onde:
P=pressão
F=força
A=área
A figura apresentada, na sequência, mostra exemplo de força sobre a área.
Christopher Noble (2015)

Figura 12 -  Exemplo de pressão – força exercida sobre área


Fonte: Thinkstock (2015)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
32

2.5.1 PRESSÃO ATMOSFÉRICA

É a força (peso) exercida pelas moléculas da camada de ar sobre a superfície terrestre. Ela pode variar
de um lugar para outro, dependendo das condições meteorológicas (umidade e densidade do ar), assim
como em função da modificação de altitude. (MILLER e MILLER, 2014). Desta forma, quanto mais baixo for
o local, menos rarefeito é o ar, e maior a pressão atmosférica, consequentemente se for maior a altitude
menor vai ser a pressão. Desta maneira a pressão atmosférica, ao nível do mar, é considerada de 1 atm.

2.5.2 PRESSÃO MANOMÉTRICA

Essa pressão é determinada tomando como referência a pressão atmosférica existente no local, e seus
valores podem sofrer alterações pela poluição e umidade do ar, ou seja, é a pressão abaixo ou acima da
pressão atmosférica. Para medi-la, utiliza-se um instrumento chamado manômetro, que estará calibrado
em zero para a pressão atmosférica local, mesmo sendo para mensurar pressões positivas ou negativas
(vácuo). Muitas vezes ela é denominada como relativa. (MILLER e MILLER, 2014).

2.5.3 PRESSÃO ABSOLUTA

É o resultado da soma da pressão manométrica (psi) com a pressão atmosférica (psi). Cita-se como
exemplo a calibragem dos pneus dos veículos automotores, ou seja:
Enchimento = 28 psi
Pressão atm = 12 psi (lido no barômetro),
Logo, pressão absoluta = 40 psi.
Veja na figura que segue este processo.
Thinkstock (2015)

Figura 13 -  Exemplo de pressão absoluta


Fonte: Thinkstock (2015)
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
33

2.5.4 PRESSÃO NEGATIVA OU VÁCUO

Quando um sistema tem uma pressão menor que a pressão atmosférica local e for hermeticamente
fechado, tendo também valor zero (ou desprezível) de pressão absoluta, pode-se dizer que o sistema está
em vácuo. As unidades de medidas mais usuais para aferição do vácuo são: kgf/cm2, mmHg, kPa, atm, psi,
como você pode identificar suas correlações no Quadro 3 – Fatores de conversão de unidades de pressão.

2.6 UNIDADES DE PRESSÃO

Embora existam diversas unidades de pressão é preciso saber o valor de equivalência entre elas, pelo
motivo de não encontrarmos na nossa rotina de trabalho um valor padrão para todas as unidades. Assim,
é necessário saber converter de uma para outra, podendo ser utilizada uma tabela, como a exemplificada
na sequência.
As unidades de medidas de pressão mais utilizadas são:
a) atmosférica (atm)
b) centímetros de mercúrio (cm Hg)
c) milímetros de mercúrio (mm Hg), ou escala de torr (Torricelli)
d) quilograma-força por centímetro quadrado (Kgf/cm²)
e) libras por polegada quadrada (psi)
f ) milímetro de coluna de água (mm H2O ou mmca)
g) bar
h) milibar (mbar)
i) pascal (Pa)
j) kilopascal (kPa)
k) polegada de mercúrio (in Hg)
Veja a relação entre unidades de medidas de pressão atmosférica ao nível do mar.

1 atm = 76 cm Hg = 760 mm Hg = 1,01325 bar = 101.325 Pa


FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
34

Converter Para as unidades abaixo, divida por:


de kgf/cm² atm psi mm Hg kPa mca bar
Para as unidades ao lado

kgf/cm² 1 0,9684 14,2 735,98 98,0665 10,02 0,98


multiplique por:

atm 1,033 1 14,7 760 101,325 10,35 1,0133

psi 0,0703 0,068 1 51,68 6,8948 0,7055 0,0689

mm Hg 0,0102 0,0099 0,145 7,52 1 0,1022 0,01

kPa 0,09982 0,0966 0,14174 73,416 9,789 1 0,0978

bar 1,02 0,9869 14,5 750,44 100 10,22 1


Quadro 3 - Fatores de conversão de unidades de pressão
Fonte: adaptado de SENAI/RS (2006)

Exemplos de conversão de pressão:


40 psi = 2,756 bar = 275,792 KPa = 2067,2 mm Hg = 2,72 atm = 2,812 Kgf/cm²
Na sequência dos seus estudos, veja os instrumentos medidores de pressão.

2.7 INSTRUMENTOS MEDIDORES DE PRESSÃO

Para registrar diferentes níveis de pressão, existem diversos tipos de instrumentos, conheça alguns
deles e seu funcionamento.

2.7.1 MANÔMETRO

É um instrumento utilizado para medir a pressão relativa de algum fluido contido em circuito fechado,
auxilia na indicação e monitoramento da pressão do produto, tanto em repouso como quando está
sendo realizado um trabalho pelo sistema de refrigeração ou climatização. Este instrumento possibilitada
mensurar pressão de gases e líquidos, podem ser digitais ou analógicos.
Na área da refrigeração o manômetro mais utilizado é do tipo de Bourdon, este instrumento é analógico.
Ele possui um tubo de cobre, com propriedade flexível, ligado a uma haste. Assim, a pressão do fluido que
se deseja medir entra pelo tubo do orifício da haste de conexão, no tubo de Bourdon, que, com o aumento
da pressão, expande-se alterando o seu formato, e movimentando uma engrenagem rotativa, que transfere
o movimento para um ponteiro onde acusará a pressão real na escala graduada.(RENATO, 2006). Veja nas
figuras seguintes exemplos de funcionamento e tipos desse instrumento.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
35

2.7.2 CONJUNTO MANIFOLD ANALÓGICO

É um instrumento desenvolvido para medir o diferencial de pressão de um sistema hermético, tanto na


operação como na manutenção de sistemas de refrigeração e de climatização.
a) Composição e funcionamento
Esse instrumento é constituído por dois manômetros, sendo um para “baixa pressão” e o outro para “alta
pressão”, que estão interligados por um Barrilete que possui dois registros manuais, nos quais permitem a
abertura ou fechamento da passagem do fluido para o manômetro através das mangueiras.
Manômetro de baixa pressão é também conhecido como manovacuômetro, por medir dois tipos de
pressão - a relativa e a negativa “vácuo” - tendo como ponto de referência a pressão atmosférica no valor
zero. A escala de vácuo, de acordo com a ausência de pressão, aumenta numericamente de 0 até 30in Hg
(polegada de mercúrio), quanto maior a desidratação do sistema, mais próximo de 30 in Hg. Lembrando
que o vácuo não atingirá este valor de 30 in Hg, isso é somente uma indicação aproximada do valor má-
ximo que poderia ser atingido. A pressão positiva graduada nos manômetros utilizados em climatização
e refrigeração, encontra-se geralmente nas seguintes escalas: PSI, KPa, Bar e Kgf/cm², lembre-se que os
espaços de indicação de valor nas escalas graduadas variam conforme o fabricante.
O manômetro de alta pressão possuí uma escala graduada maior que o manômetro de baixa,
justamente para poder realizar aferições em pressões mais elevadas. Veja a seguir os dois tipos.

Figura 14 -  Conjunto manômetro de alta e baixa pressão


Fonte: SENAI (2015)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
36

2.7.3 CONJUNTO MANIFOLD TIPO DIGITAL

Este instrumento, quando comparado ao manômetro do tipo analógico, possui a vantagem de permitir
a medição de pressão positivas e negativas com maior precisão, além de trabalhar em maior número de
unidades de pressão e diferentes tipos de fluidos. Por ser mais completo, muitos destes instrumentos
dispensam o uso de vacuômetro separadamente, já que possui as duas funções, também possibilita a
execução dos testes de superaquecimento e sub-resfriamento.

Figura 15 -  Conjunto manifold digital


Fonte: SENAI (2015)

SAIBA Para maior conhecimento sobre instrumentos que medem pressão, leia o capítulo 1
MAIS do livro ar-condicionado e refrigeração – 2ª ed. – Rex Miller & Mark R. Miller, 2014.

2.7.4 VACUÔMETRO

É um instrumento que possibilita medir pressões menores que a pressão atmosférica. Na refrigeração
utiliza-se para a retirada da umidade e de qualquer outro resíduo sólido, além de medir o nível de vácuo
dentro de um sistema fechado (tubulações e máquinas), ou seja, o nível de desidratação que foi executado
no circuito hermético do sistema. (RENATO, 2006).
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
37

Veja na próxima figura como é este aparelho.

Figura 16 -  Vacuômetro digital


Fonte: SENAI (2015)

CASOS E RELATOS

O VALOR DO CONHECIMENTO
Wellington era o único funcionário de uma empresa de refrigeração de pequeno porte, que
prestava assistência técnica em equipamentos do tipo freezer e refrigeradores. Ele não tinha muito
conhecimento técnico para realizar as manutenções e operações necessárias. A pouca habilidade
que adquiriu foi por repetição, tentativas e erros, além do aprendizado herdado do dono da
assistência.
Porém, a evolução tecnológica dos eletrodomésticos tem trazido cada vez mais inovações, como
por exemplo: diferentes tipos de fluidos refrigerantes com pressões e temperaturas de operações
diversificadas, potências nominais com várias unidades de medidas, além de especificações mais
técnicas nos manuais dos produtos fornecidos pelo fabricante.
O rapaz percebeu que estavam muito defasados nos conhecimentos, em relação aos equipamentos
existentes no mercado e isso estava trazendo reflexos negativos nos negócios, quase a ponto de
falência. Muitos atendimentos não puderam ser realizados em função da pouca qualificação e, a
cada cliente perdido o prejuízo aumentava.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
38

Algo precisava ser feito, foi então que Wellington percebeu a importância em obter mais
conhecimentos e, com a ajuda do patrão, se inscreveu em diversos cursos da área de refrigeração
e climatização, visando melhorar a qualificação e ficar mais preparado no atendimento as novas
exigências do ramo.
Ao analisar a situação da empresa acima, você pode identificar a importância da continuidade na
busca por novos conhecimentos na área de trabalho de qualquer profissional. Essa atualização de
conhecimentos proporciona segurança ao profissional na execução da tarefa a ser realizada, bem
como mantém a empresa de forma competitiva no mercado.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você aprendeu sobre a história da refrigeração e climatização, fundamentos e


conceitos importantes sobre: temperatura, calor e suas formas de transmissão de energia, as escalas
termométricas, pressão e os seus vários tipos com suas unidades de medidas, e os instrumentos
que são utilizados na medição dessas várias grandezas físicas utilizadas na refrigeração.
Com estes estudos você estará capacitado a verificar valores de pressão, utilizando instrumentos de
medição, calcular grandezas físicas, analisar valores de pressão, temperatura e parâmetros físicos
e mecânicos do sistema de refrigeração e climatização residencial, comercial e industrial, fazendo
uso de instrumentos de medição.
Todo esse aprendizado proporcionará a você capacidades profissionais, para o disputado mercado
de trabalho da área de refrigeração e climatização. No capítulo seguinte, você estudará os fluidos
refrigerantes, componentes importantes para a refrigeração e climatização.
Fluidos Refrigerantes e Óleos
Lubrificantes

Para atuar no mercado profissional da refrigeração é importante conhecer os fluidos


refrigerantes, pois estes são veículos para a mudança térmica de qualquer sistema de
refrigeração e climatização. Essas substâncias químicas são capazes de absorver e rejeitar o
calor, mudando de fase quando em operação no ciclo de refrigeração por compressão a vapor
ou por absorção.
Ao final deste capítulo você estará apto à:
a) identificar fluidos refrigerantes dos sistemas de refrigeração e climatização, utilizando
sua nomenclatura adequada;
b) selecionar fluidos refrigerantes compatíveis com óleos lubrificantes utilizados em
diferentes sistemas de climatização;
c) consultar normas, catálogos de fabricantes e manuais técnicos.
Prosseguindo seus estudos você terá a oportunidade de conhecer diversos temas sobre
o assunto, que farão a diferença em suas práticas como profissional da área de refrigeração e
climatização. Portanto bons estudos.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
42

3.1 CONCEITO

O fluido refrigerante, também conhecido como “gás refrigerante”, é o veículo que permite a troca de
energia térmica (absorve ou cede calor) de outros corpos ou substâncias, em um sistema de refrigeração e
climatização, conforme sua mudança de estado físico. Ou seja, absorve calor latente quando passa do es-
tado líquido para gasoso (vapor) em baixa temperatura e pressão, ou cede seu calor latente quando passa
do estado gasoso (vapor) para o líquido.
Os fluidos mais utilizados e mais comuns são os compostos de dióxido de carbono, amônia, dióxido de
enxofre, cloreto de metila e os hidrocarbonetos. (MILLER E MILLER, 2014).
Algumas composições de fluido vêm mudando para fórmulas menos agressivas ao meio ambiente, em
função da necessidade do atendimento das legislações ambientais e da segurança no manuseio do pro-
duto diariamente.
O investimento em pesquisas resultou em um aumento de diferentes tipos de fluidos, variando suas
propriedades conforme a sua aplicação - residencial, comercial e industrial. A seguir, você vai estudar os
tipos e as características desejáveis dos fluidos refrigerantes disponíveis no mercado.

3.2 CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS

Tendo em vista as diversas exigências ecológicas e de segurança pessoal, a escolha das substâncias que
são utilizadas como fluido refrigerante, devem seguir os seguintes critérios:
a) não ser nocivo ao meio ambiente;
b) não ser inflamável;
c) não ser tóxico e estimulante.;
d) ser estável e inerte quimicamente;
e) não ser corrosivo a metais;
f ) ser inodoro;
g) ser compatível com óleos lubrificantes do compressor;
h) não ser perigoso aos seres ou alimentos contidos no recinto;
i) permitir fácil manuseio para manutenção;
j) ser disponível comercialmente com custo razoáveis;
k) condensar com pressões não muito elevadas;
l) baixo ponto de ebulição;
m) possuir elevado calor latente na vaporização (bom resfriamento na absorção de calor).
3 FLUIDOS REFRIGERANTES E ÓLEOS LUBRIFICANTES
43

Além das características desejáveis dos fluidos refrigerantes, na sequência você irá conhecer as suas
composições.

3.3 IDENTIFICAÇÃO DOS FLUIDOS REFRIGERANTES

Como os fluidos refrigerantes possuem vários tipos de composição, tanto natural como sintética, os
fabricantes usam letras antes do seu nome para identificar a composição molecular de certas substâncias,
inclusive identificando o grau e a classe que este composto pode contribuir ou não para o aquecimento
global. Veja no quadro abaixo as possíveis substâncias utilizadas nas composições dos fluidos.

ABREVIAÇÃO COMPOSIÇÃO DESCRIÇÃO


Estes compostos contribuem significativamente para a destruição
CFC Cloro Fluor Carbono
da camada de ozônio, está sendo substituído.
Composição química não tão agressiva a camada de ozônio, pelo
fato de algumas moléculas de cloro terem sido substituídas por
HCFC Hidro Cloro Fluor Carbono
moléculas de hidrogênio, também em fase de substituição, por
fluido com composições menos agressivas ao meio ambiente.
Composição química que não contém moléculas de cloro, pois
HFC Hidro Fluor Carbono foram substituídas por moléculas de hidrogênio, tornando-a
inofensiva a camada de ozônio.
Sua composição não contém cloro, sendo inofensiva a camada de
HC Hidro Carbono
ozônio.
Quadro 4 - Composição dos fluidos refrigerantes
Fonte: adaptado de Pereira (2007)

A denominação dos fluidos refrigerantes é iniciada pela letra “R” (de Refrigerante), mais a numeração
que identifica a composição química. Segundo a norma internacional (ANSI/ASRAE 34-1989 – Number
Designation and Safety Classification or Refrigerants), a numeração dos hidrocarbonetos halogenados segue
as seguintes regras:
a) os fluidos derivados da série R-00, são derivados de metano;
b) os fluidos derivados da série R-100, são derivados de etano;
c) os fluidos derivados da série R-200, são derivados de propano;
d) os fluidos derivados da série R-300, são derivados de butano;
e) os fluidos da série R-400, está identificando as misturas não azeotrópicas;
f ) os fluidos da série R-500, está identificando as misturas azeotrópicas;
g) os fluidos da série R-600 identifica os compostos orgânicos.
Na sequência veja a classificação dos fluidos.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
44

3.4 CLASSIFICAÇÃO DOS FLUIDOS

Os fluidos refrigerantes são classificados em primários e secundários, sendo:


a) Primários: são os que apresentam mudança de fase na troca térmica (sendo empregados como
resfriadores imediatos na substância a ser resfriada).
Acompanhe a classificação no quadro que segue.

NOME DESCRIÇÃO
São compostos orgânicos obtidos pela substituição de um ou mais átomos de hidrogênio e um
Hidrocarbonetos Halogenados
hidrocarboneto por um átomo de halogênios (flúor ou cloro).
São da mesma família dos hidrocarbonetos halogenados, aplicados especialmente em indús-
Hidrocarbonetos Puros
trias petroquímicas.
São considerados os fluidos inorgânicos aqueles que possuem o número 700 mais a indicação
Compostos Inorgânicos
da sua massa molecular. A aplicação é na área de refrigeração industrial.
Uma mistura azeotrópica é um fluido refrigerante puro, apesar de ser constituídos por duas ou
mais substância diferentes. Não podem ser separadas, em nenhuma porcentagem de qualquer
Misturas Azeotrópicas
um de seus componentes químicos para que não haja desiquilíbrio na composição do fluido
refrigerante.
Uma mistura não azeotrópica tem um comportamento característico de uma mistura binária
Misturas Não Azeotrópicas aonde condensa a uma pressão constante variando a sua temperatura, ou seja, a concentração
de vapor e líquido é diferente da concentração original da mistura.
Quadro 5 - Tipos de fluidos primários
Fonte: adaptado de Pereira (2007)

b) Secundários: refrigerantes secundários são líquidos utilizados para trocar a energia térmica, a baixa
temperatura de um lugar para outro, conhecidos como salmouras e anticongelantes. Os sistemas de
troca utilizam duas substâncias que formam a combinação de refrigerantes.
São aqueles que não apresentam mudança de fase durante a troca térmica, sendo empregados em
sistemas de refrigeração por compressão a vapor, como intermediador para refrigerar locais de longas dis-
tâncias entre unidade interna e externa. Como exemplo temos a água (H2O), nos sistemas chiller.
A seguir acompanhe os tipos de fluidos.

3.5 FLUIDOS REFRIGERANTES – TIPOS

Cada fluido tem seu uso bem específico, tanto na refrigeração e climatização residencial, quanto na
comercial ou industrial. Confira no quadro a seguir alguns fluidos utilizados em sistemas de refrigeração e
climatização.
3 FLUIDOS REFRIGERANTES E ÓLEOS LUBRIFICANTES
45

IDENTIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
Considerado um excelente fluido refrigerante, podendo ser aplicado em diversos tipos de sistemas de
HCFC R-22
refrigeração, porém, por ser um HCFC, está em fase de substituição.
Excelente fluido refrigerante para a limpeza interna do sistema de refrigeração, na remoção de óleo contami-
HCFC-R-141B
nado e partículas sólidas existentes no sistema hermético.
Utilizado em equipamentos mais modernos e em retrofit, é aplicado em sistema de refrigeração automotiva,
HFC R-134a
chiller, refrigeração doméstica e comercial.
Utilizado em equipamentos mais modernos e em retrofit, utilizado em refrigeração doméstica e comercial.
HCFC R-401A
Substitui o R-12.
Utilizados em equipamentos mais modernos, aplicado em freezer de alta capacidade, transporte refrigerado,
HCFC R-401B
substitui o R-12 e o R-500.
Utilizado em equipamentos mais modernos, aplicado em refrigeração residencial, comercial e industrial.
HFC R-404A
Substitui o R-502.
Utilizado em equipamentos mais modernos e em retrofit, aplicado em sistemas residenciais e bomba de
HCFC R-407C
calor. Substitui o R-22.
Utilizado em equipamentos modernos, aplicado em refrigeração residencial e comercial, e bomba de calor.
HFC R-410A
Substitui o R-22.
HFC R-417A Utilizado em retrofit, aplicados em sistemas de climatização com capacidade inferior a 5TR. Substitui o R-22.
Quadro 6 - Tipos de fluidos refrigerantes
Fonte: adaptado de Pereira (2007)

No quadro anterior de tipos de fluidos, você identificou alguns dos fluidos utilizados na refrige-
ração e climatização, assim como sua identificação comercial.

3.6 RETROFIT

O termo retrofit, abreviatura da expressão inglesa “retroactive refit”, significa “readaptação posterior”,
ou seja, designa a modernização de um sistema de refrigeração e climatização já ultrapassado (componen-
tes e fluidos), em um sistema mais moderno e dentro das exigências normativas.
Para isso, torna-se necessário realizar um estudo geral do sistema quanto a essa possibilidade de rea-
daptação, pois deve se considerar o porte do sistema e sua aplicação. Nesta modernização são utilizados
os fluidos alternativos, que devem ser compatíveis com os componentes existentes no sistema. Veja o que
são os fluidos alternativos.

3.7 FLUÍDOS ALTERNATIVOS

São novos compostos, mais eficientes, seguros e econômicos, que podem ser utilizados nos equipa-
mentos sem a necessidade da troca de certos componentes.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
46

Possibilitam menor volume de fluido refrigerante no sistema em relação ao fluido substituído na mo-
dernização, permite em média, completar com somente 80% da carga do fluido anteriormente utilizado.
(SENAI/RS, 2007).
Exemplos de fluidos alternativos:
a) R-401a e R-401B, são alternativos para o R-12.
b) R-402a e R-402B, são alternativos para o R-502.
Na sequência da sua leitura você irá conhecer a relação de pressão x temperatura.

3.8 RELAÇÃO DE PRESSÃO X TEMPERATURA

Cada fluido refrigerante evapora em uma determina pressão, ou seja, muda o seu estado físico e
temperatura conforme a pressão e vice-versa, assim, quanto maior for pressão do fluido, maior a agitação
das moléculas e, consequentemente o aumento de sua temperatura, e quanto menor a pressão, menor a
temperatura. (MILLER e MILLER, 2014).
Na tabela a seguir (vapor saturado), você identificará a relação pressão x temperatura, na qual é apre-
sentado um resumo desse conceito, na qual a pressão é medida em “bar”, e a temperatura em Celsius.

TABELA DE VAPOR SATURADO101,8


1 2 3 4 5 6 7
PRESSÃO RE- PRESSÃO TEMPERATU- VOLUME CALOR CALOR
CALOR TOTAL
LATIVA ABSOLUTA RA ESPECÍFICO SENSÍVEL LATENTE
BAR BAR ºC M3/KG KCAL/KG KCAL/KG KCAL/KG
0,01 6,7 131,7 6,7 600,1 593,0
0,015 12,7 89,64 12,8 602,8 590,0
0,02 17,2 68,27 17,2 604,8 587,4
0,025 20,8 55,28 20,8 606,4 585,6
0,03 23,8 46,53 23,8 607,7 583,9
0,04 28,6 35,46 28,6 609,8 581,1
0,05 32,5 28,3 32,5 611,5 578,9
0,06 35,8 24,19 35,8 612,9 577,1
0,08 41,2 18,45 41,1 615,12 574,1
0,10 45,4 14,95 45,4 617,0 571,6
0,12 49,1 12,60 49,0 618,5 569,5
0,15 53,6 10,21 53,5 620,5 567,0
0,20 59,7 7,795 59,6 623,1 563,5
0,25 64,6 6,322 64,5 625,1 560,6
0,30 68,7 5,328 68,6 626,8 558,2
0,35 72,2 4,614 72,2 628,2 556,0
0,40 75,4 4,069 75,4 629,5 554,1
3 FLUIDOS REFRIGERANTES E ÓLEOS LUBRIFICANTES
47

TABELA DE VAPOR SATURADO101,8

1 2 3 4 5 6 7
PRESSÃO RE- PRESSÃO TEMPERATU- VOLUME CALOR CALOR
CALOR TOTAL
LATIVA ABSOLUTA RA ESPECÍFICO SENSÍVEL LATENTE
BAR BAR ºC M3/KG KCAL/KG KCAL/KG KCAL/KG
0,50 80,9 3,301 80,8 631,6 550,8
0,60 85,5 2,783 85,4 633,4 548,0
0,70 89,5 2,409 89,4 634,9 545,5
0,80 92,9 2,125 92,9 636,2 543,2
0,90 96,2 1,904 96,2 637,4 541,2
0 1,0 99,1 1,725 99,1 638,5 539,4
0,1 1,1 101,8 1,578 101,8 639,4 537,4
0,2 1,2 104,2 1,455 104,3 640,3 536,0
0,3 1,3 106,6 1,350 106,7 641,2 534,5
0,4 1,4 108,7 1,259 108,9 642,0 533,1
Tabela 1 - Relação de pressão x temperatura (vapor saturado)
Fonte: adaptado de Industrial Consult (2015)

Verifique que a tabela acima mostra a relação entre pressão, temperatura, volume, calor sensível, calor
total e calor latente, fenômenos esses que estão presentes de forma direta na mudança do estado físico
dos fluidos.

CASOS E RELATOS

Responsabilidade x Preguiça
Bruno trabalha em uma empresa de climatização há mais de 25 anos, aonde adquiriu uma boa
experiência por ter solucionado muitos problemas, porém em algumas oportunidades ele se des-
cuidava um pouco com a responsabilidade que seu trabalho de manutenção exigia, pois quando
havia necessidade de fazer alguma manutenção que precisasse recolher o fluido refrigerante para
cilindros específicos de armazenamento, ele não realizava este procedimento tão importante para
a proteção ambiental, pois baseava-se em antigos profissionais, executando esse procedimento de
forma incorreta.
Mesmo recebendo essa orientação do seu líder de equipe, para realizar o recolhimento do fluido
com as ferramentas necessárias, ele não o fazia, pois necessitava carregar mais equipamentos e
perder tempo fazendo o trabalho. Assim, por falta de responsabilidade e preguiça, descartava o
fluido refrigerante na atmosfera.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
48

Certo dia Brun, viu uma reportagem sobre os danos causados a camada de Ozônio pela liberação
de fluidos refrigerantes na atmosfera, foi quando tomou consciência da gravidade e mudou sua
atitude.
Hoje ele não somente trabalha dentro dos padrões de segurança ambiental, como dá palestras
em empresas de climatização para conscientização dos funcionários que realizam o trabalho em
campo.
Todo profissional tem a obrigação de seguir as normas vigentes, para a execução com segurança
de qualquer tarefa que seja de sua responsabilidade, tanto relativas a segurança pessoal, quanto
coletiva e ambiental.

3.9 ÓLEOS LUBRIFICANTES DE SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

São de fundamental importância no funcionamento de qualquer sistema de refrigeração e climatiza-


ção, também são necessários para a lubrificação das partes móveis dos compressores.
Os lubrificantes (óleos) para esses sistemas são classificados e especificados para cada modelo de com-
pressor, e nas propriedades físicas e químicas dos fluidos refrigerantes. Caso contrário, o uso incorreto de
óleo incompatível com o fluido refrigerante, bem como o esforço de trabalho do compressor, causará o
desgaste mecânico do compressor e, consequentemente, a quebra precoce, ou seja, a diminuição da sua
vida útil. Possuem a função de formar uma película protetora contra o atrito mecânico, por tanto, os óleos
devem possuir algumas características de composição, tais como:
a) manter sua consistência nas altas temperaturas;
b) não carbonizar;
c) sua fluidez deve ser mantida em baixas temperaturas;
d) não formar ceras;
e) não reagir quimicamente com o fluido refrigerante;
f ) poder de boa separação dos fluidos;
g) ser estável.
É importante que numa contaminação do sistema, que possa provocar a acidez do lubrificante, possa-
-se efetuar a sua substituição completa, efetuando a limpeza interna do sistema hermético e, após a desi-
dratação (processo de vácuo) para retirar a umidade do conjunto selado.
3 FLUIDOS REFRIGERANTES E ÓLEOS LUBRIFICANTES
49

Quando o compressor de um sistema de refrigeração queimar por motivos elétricos,


FIQUE não basta somente realizar a troca, é necessário primeiramente realizar uma limpeza
ALERTA interna de todo o conjunto do sistema hermético, para eliminar resquícios do óleo
contaminado e não prejudicar o funcionamento do novo componente.

3.9.1 TIPOS DE ÓLEOS LUBRIFICANTES

Por entrar em contato com o fluido refrigerante, os óleos para refrigeração devem ser específicos e
atender as exigências dos fabricantes dos compressores, e quando precisar a troca deve ser realizada. Para
isso devem ser consultados os fabricantes, caso não se tenha as informações necessárias ä troca.
Dentro da refrigeração, os lubrificantes estão divididos em: Mineral, Sintético e Vegetal. Como
exemplo temos os:
a) Óleo Poliól Éster: este lubrificante, denominado como óleo sintético é bastante aplicado com fluídos
refrigerantes da classe HFC.
b) Óleo Alquilbenzeno (sintético): eles tendem a apresentar menor custo do que outros lubrificantes
sintéticos, e são empregados principalmente com R-22 e R-502. Os óleos Alquilbenzenos têm
solubilidade melhor à alta temperatura e melhor estabilidade química do que os óleos minerais que
substituem.
c) Óleos vegetais: são formadores de ácidos e graxas, portanto, instáveis e atualmente inadequados
para uso na refrigeração.
Acompanhe a seguir a legislação com relação a normas, estocagem e uso de fluidos.

3.10 LEGISLAÇÃO E NORMAS DE FABRICAÇÃO, ESTOCAGEM E USO DE FLUIDOS REFRIGERANTES

Em qualquer atividade de produção, de serviços ou pesquisas, há necessidade de legislações e normas,


para que possam essas atividades atender um bem comum.
Segundo a ABNT, “as normas asseguram as características desejáveis de produtos e serviços, como qua-
lidade, segurança, confiabilidade, eficiência, intercambialidade, bem como respeito ambiental – e tudo isto
a um custo econômico”. E complementa, “é o documento estabelecido por consenso e aprovado por um
organismo reconhecido, que fornece regras, diretrizes ou características mínimas para atividades, ou para
seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto.” (ABNT – 2015).
Conheça a seguir algumas dessas legislações e normas.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
50

3.10.1 PROTOCOLO DE MONTREAL

Esse protocolo1 é uma convenção ambiental, em nível internacional, aonde países signatários compro-
metem-se a substituir as substâncias que demonstrarem estar reagindo com o ozônio (O3) na parte su-
perior da estratosfera, reduzindo assim o impacto da destruição da camada de ozônio. O tratado esteve
aberto para adesões a partir de 16 de setembro de 1987, e entrou em vigor em 1 de janeiro de 1989. Ele
teve adesão de 150 países e foi revisado em 1990, 1992, 1995, 1997 e 1999. (SENAI/RS, 2006).
O objetivo desse documento é restaurar a camada de ozônio, tentando recuperá-la até 2050, pois um
dos maiores causadores para este impacto é a liberação ä atmosfera das substâncias que contém CFC´s
(Clorofluorcarbonetos). Substâncias essas, produzidas pelo homem e utilizadas na composição de muitos
fluidos (gases), inclusive na refrigeração e climatização, que afetam de modo geral o meio ambiente.

SAIBA Ações brasileiras para a proteção da camada de ozônio / Ministério do Meio


Ambiente. Brasília: MMA, 2014.144 p. Il. Color. Acesse em: http://www.mma.gov.br/
MAIS clima/protecao-da-camada-de-ozonio/prozon

3.10.2 COMITÊ EXECUTIVO INTERMINISTERIAL PARA PROTEÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO


(PROZON).

Este Comitê Executivo Interministerial, criado por decreto do Ministério do Meio Ambiente em 1995 e
revogado pelo Decreto de 6 de março de 2003, que encontra-se em vigor, estabeleceu no Plano Nacional
de Eliminação dos CFCs, devido a uma forte demanda de utilização de fluidos nos vários setores da
refrigeração e climatização, o comitê estabelece critérios de descarte e prevê treinamento em boas práticas
desse processo, além de trabalhar o uso correto dos fluidos. Também determina que para comprar fluidos
refrigerantes é necessário fazer o Cadastro Técnico Federal junto ao IBAMA, sem ele as lojas não podem
vender para os técnicos.
Portanto, você que vai exercer uma ou mais atividades com substâncias sujeitas ao controle pelo Pro-
tocolo de Montreal, deve se cadastrar na categoria de Atividades Diversas, com a descrição Usuário de
Substâncias Controladas pelo Protocolo de Montreal.
O comitê dividiu a identificação dos fluidos refrigerantes em duas classes, representadas pelas siglas
ODP (potencial de destruição da camada de ozônio) e GWP (potencial de aquecimento global), que indi-
cam o nível de contribuição ao aumento do efeito estufa como destruição da camada de ozônio.

1 Ata, nota ou registro dos documentos governamentais, dos atos oficiais, da correspondência de um governo ou tribunal, de uma
empresa, universidade etc.
3 FLUIDOS REFRIGERANTES E ÓLEOS LUBRIFICANTES
51

CURIOSI Um fluido refrigerante, mesmo que seja livre de cloro, não deve ser liberado na
atmosfera, já que a sua emissão contribui para o aumento do efeito estufa, que
DADES significa um desiquilíbrio no balanço térmico da temperatura do planeta.

Veja a seguir, algumas leis e normas, que um profissional da refrigeração necessita tomar conhecimento
para agir de forma correta.
a) Instrução Normativa N° 37 de 29 de Junho de 2004 do IBAMA; Determina o registro no IBAMA de
pessoas físicas e jurídicas que lidem com substâncias controladas pelo Protocolo de Montreal – Cas-
tro Técnico Federal.
b) Resolução do Conama 267; 14 de Setembro de 2000. Proíbe o uso e comercialização de várias
substâncias utilizadas no setor darefrigeração.
c) Resolução do Conama 340; 25 de Setembro de 2003. Proíbe o uso de alguns cilindros e dá orien-
tações sobre reciclagem de fluido refrigerante.
d) ABNT NBR 15848:2010 - Sistemas de ar condicionado e ventilação – Procedimentos e requisitos
relativos às atividades de construção, reformas, operação e manutenção das instalações que afetam
a qualidade do ar interior (QAI).
e) ABNT NBR 16401- 2:2008 - Instalações de ar-condicionado - Sistemas centrais e unitários. Parte 2:
Parâmetros de conforto térmico.
Você como profissional da área de refrigeração deverá ter estas leis como norte na sua profissão, assim
será um profissional além de habilidoso correto perante a legislação de sua profissão.

RECAPITULANDO

Neste terceiro capítulo você estudou que o fluido refrigerante é o componente que permite a troca
de energia térmica, pode identificar as características desejáveis nos modernos fluidos, para a sua
total eficiência no ciclo de refrigeração, sendo uma delas a não nocividade ao meio ambiente.
Conheceu ainda como se classificam os fluidos e seus diversos tipos e utilização. Estudou também
que os óleos lubrificantes devem ser compatíveis com os fluidos refrigerantes, para que não haja
danos ao compressor. Identificou os tipos de óleos utilizados, como por exemplo, os minerais e
sintéticos. E, no final do capítulo, pode verificar que existentem legislações e normas próprias para
a produção, comercialização, estocagem e uso dos fluidos refrigerantes, já que o Brasil faz parte de
alguns protocolos internacionais referentes a essa prática, no intuito de proteção ambiental.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
52

Continuando os estudos, você verá a seguir quais são os componentes que participam do ciclo de
refrigeração.
Componentes Básicos e Ciclo de
Refrigeração e Climatização

A partir de agora, será estudado o princípio de funcionamento de um ciclo de refrigeração


básico por compressão de vapor, componentes e funcionamentos, de modo que, ao final
desses estudos, você tenha adquirido as capacidades de:
a) Identificar os princípios de funcionamento dos ciclos de refrigeração e climatização;
b) Compreender os componentes básicos dos sistemas de refrigeração e climatização;
c) Enumerar a sequência de funcionamento dos diferentes componentes da instalação de
sistemas de refrigeração e climatização;
d) Nomear os componentes e seus princípios de funcionamento em fluxogramas;
e) Distinguir os princípios de funcionamento dos ciclos de refrigeração a absorção simples.
A partir de agora você conhecerá o funcionamento dos condensadores, evaporadores,
dispositivos de expansão, compressores, visor de líquido, acumulador de sucção, filtros,
separador de óleo, reservatório de líquido seu funcionamento e utilização e a partir daí você
poderá utilizar esses conhecimentos da melhor forma no exercício da sua profissão.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
56

4.1 CONDENSADORES

É um elemento que possibilita a troca de energia térmica (calor) do fluido refrigerante com o ambiente
externo, ou seja, dissipa para o ambiente externo o calor absorvido pelo fluido na sua passagem pelo
evaporador. Desta forma, para cada tipo de instalação, seja ela residencial, comercial ou industrial, é
necessário que o condensador seja de potência compatível com o trabalho a que será empregado, para
que realize a troca térmica de forma eficiente, pois a escolha errada geraria uma série de defeitos no sistema,
como por exemplo, esforço demasiado do compressor, diminuindo sua vida útil.
Vale ressaltar que o dimensionamento do condensador pode variar conforme a região e o clima, pois a
instalação em regiões mais quentes necessita de uma maior troca térmica do fluido com o meio externo,
no condensador. Assim, ao projetar um equipamento para a região sul do Brasil, por exemplo, este mesmo
aparelho pode não ser tão eficiente para a região norte.
O fluido refrigerante, ao passar pelo condensador, pode ter sua temperatura diminuída com a utilização
de dois fluidos, ar ou água. Portanto, se classificam em dois tipos:

4.1.1 CONDENSADOR RESFRIADO A AR

Os condensadores resfriados a ar podem realizar a troca térmica por diversas maneiras, tais como:

POR CONVECÇÃO NATURAL


Este tipo de condensador é um dos mais aplicados em sistemas de refrigeração residencial e comercial
de pequeno porte, sua construção pode ser em tubos aletados1 na forma de serpentina ou tubos lisos na
forma de espiral.

Figura 17 -  Condensador de refrigerador doméstico


Fonte: do Autor (2015)

1 É um conjunto de tubos interligados e fixos por chapas verticais de alumínio que, por dentro deles, circula algum tipo de fluido.
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
57

Este condensador pode ser construído em cobre ou aço, contendo um feixe de arames cilíndricos
soldados sobre os tubos, de forma simétrica, que servem como aletas para ajudar na dissipação de calor.
Neste tipo de sistema o fluido refrigerante percorre por dentro do tubo e, na medida em que o fluido
circula, o ar externo que está a uma temperatura mais baixa que o fluido vai realizando uma troca de
energia térmica por convecção. Desta forma o fluido refrigerante vai perdendo temperatura e mudando o
estado físico.

POR CONVECÇÃO FORÇADA


Este tipo de sistema opera com um motor ventilador que força a circulação de ar sobre os aletados do
condensador, transferindo o calor absorvido diretamente para o ar externo. Sua aplicação é bem ampla no
campo da refrigeração, por ser de tamanho compacto, facilitando a instalação.
Porém, para selecionar este modelo na hora do projeto, é necessário levar em conta alguns fatores,
como: disponibilidade do local, nível de ruído, consumo energético, distância e desnível máximo entre
unidade interna e unidade externa.
Veja um exemplo na figura que segue.

Andressa Vieira (2015)

Figura 18 -  Tipos de unidades condensadoras


Fonte: Thinkstock (2015)

Este tipo de condensador pode ser aplicado em sistemas de refrigeração e climatização residencial,
comercial e industrial, com potências de 0.5 TR até 500 TR (tonelada de refrigeração).
Quanto a instalação, esses condensadores devem ser colocados em ambientes externos e bem arejados,
longe de fontes de calor para que haja uma grande capacidade de troca térmica. Caso contrário, quando
instalado em ambientes fechados ou com pouca renovação de ar, acaba usando o próprio ar do ambiente
para troca térmica, ficando deficiente esse processo. Outros detalhes a serem observados são a distância
entre o condensador e a unidade interna, além do desnível entre as máquinas, podendo o sistema perder
eficiência no rendimento, bem como maior consumo e menor vida útil.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
58

4.1.2 CONDENSADOR RESFRIADO A ÁGUA

Esses tipos de condensadores resfriados a água são mais eficientes que os de sistemas resfriados a ar,
porém sua instalação é mais complexa e sua manutenção deve ser bem criteriosa, devido ao acúmulo de
partículas de materiais sólidos que acompanham o fornecimento de água.
Esse de sistema de condensação faz com que o fluido refrigerante opere no condensador com uma
temperatura em torno de 8°C, mais baixa que em sistemas de refrigeração com condensação a ar, desta
forma exige um trabalho menor do compressor, em função do fluido estar em uma pressão mais baixa,
aumentando sua vida útil e economizando energia.

CONDENSADOR DE DUPLO TUBO


Esse princípio consiste em dois tubos, sendo um de maior diâmetro, com tamanho aproximado de
2”, e outro de menor , com bitola de 11/4”. Esses canais são montados um dentro do outro, sendo que
no de menor bitola circula o fluido refrigerante e no de maior circula a água para resfriamento. O fluido
refrigerante circula pelo tubo em contra fluxo da água, ou seja, o fluido vai em um sentido e a água em
outro. Este tipo de condensador é aplicado em sistemas de pequena e média capacidade, pelo fato de ser
difícil a sua manutenção e limpeza. Também pode ser utilizado como condensador auxiliar em sistemas
de condensação a ar, de modo a baixar a temperatura do fluido refrigerante em dias muito quentes, ou
quando o sistema opera ema plena carga.
Veja o exemplo na próxima figura.
Katarzyna Bialasiewicz (2015)

Figura 19 -  Condensador duplo tubo


Fonte: Thinkstock (2015)

Fonte:
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
59

CONDENSADOR CASCO E SERPENTINA (SHELL AND COIL)


Este tipo de condensador é um pouco similar ao do tipo casco e tubo, sua construção consiste em um
ou mais tubos, que são enrolados em forma de serpentina e montados hermeticamente dentro de uma
carcaça cilíndrica fechada. Dentro destes tubos, em forma de serpentina, circula a água de condensação
para resfriar o fluido refrigerante, e dentro do casco circula o fluido, com movimento no contrafluxo da
água, possibilitando a troca de energia térmica do fluido com a água que circula no tubo.
A manutenção do sistema é mais trabalhosa que o condensador de carcaça e tubo, pois consiste em
um processo de limpeza que faz uso de soluções químicas compostas de ácido desincrustante (detergente
ácido). Caso ocorra vazamento, é necessário substituir o condensador todo, pois não se realiza reparos de
manutenção. Sua aplicação é em sistemas de pequeno e médio porte.

CONDENSADOR CASCO E TUBO (SHELL AND TUBE)


Este condensador é um dos mais utilizados em sistemas de refrigeração e climatização, atendendo
instalações desde pequeno a grande porte. Sua construção se constitui em uma carcaça com formato
cilíndrico, hermeticamente fechada, e dentro desta há tubos de cobre dispostos paralelamente na
horizontal, sendo fechados por duas placas nas extremidades que, por sua vez, são conectadas ao sistema
de circulação de água de condensação.
A manutenção do sistema é de fácil realização, porém com uma frequência maior, seguindo a orientação
do fabricante, para continuar sendo eficiente. Devido ao tempo de funcionamento, vai criando uma
película de sujeira nos tubos de cobre em contato com a água, que gera uma dificuldade na troca de
energia térmica entre o fluido refrigerante e a própria água de condensação.

CONDENSADOR DE PLACA
Este tipo de condensador (Plate Heat Exchenger2) é constituído de uma montagem de placas múltiplas
com espessuras muito finas, geralmente em material de aço inox com espessura em média de 5 mm, e um
afastamento entre placas de 1,5 a 3 mm, valores que alternam conforme o projeto. Seu funcionamento
é considerado muito eficiente (2500 a 4500 W/m² °C), motivando sua maior utilização nos sistemas de
climatização. O processo de funcionamento consiste na troca térmica entre a água de resfriamento e
o fluido a ser condensado que circulam em contato com as placas em espaços alternados, permitindo
troca de temperatura entre os mesmos. A manutenção é realizada desmontando as placas para limpeza e
inspeção.

2 Permutador de calor de placa


FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
60

CONDENSADORES EVAPORATIVOS
O sistema consiste basicamente em uma torre de resfriamento, dentro desta torre é instalado uma série
de tubos de cobre em formato de serpentina, na qual circula o fluido refrigerante a alta temperatura e
pressão. Em cima dos tubos de cobre são instalados bicos injetores de água, que realizam o processo de
pulverização da mesma em cima dos tubos por onde circula o fluido refrigerante que, após resfriar o fluido,
cai em um reservatório dentro da própria torre. Este depósito tem uma bomba centrifuga que realiza a
sucção da água, bombeando-a novamente para a parte superior da torre aonde é injetado nos esguichos
com a finalidade de refazer o ciclo de resfriamento. Esta vazão se dá em média de 8 a 12 l/h de água para
cada TR (12.000 BTU). Na parte superior da torre há um ventilador de exaustão que faz circular o ar em
contrafluxo do fluido que circula nos tubos de cobre, auxiliando também na diminuição de temperatura
do fluido.
Esse sistema exige menos manutenção do que um sistema de condensação a água, do tipo casco e
tubo,além da vantagem em ser de menor consumo energético (eletricidade).
Como desvantagem, devem ser instalados não muito distantes dos compressores, de modo a evitar
longas extensões da linha de descarga e linha de líquido.

TORRE DE RESFRIAMENTO DE ÁGUA


Em alguns sistemas de climatização, que utilizam água como meio resfriador do fluido refrigerante
e por motivo de economia, precisa-se reaproveitar esta água para evitar maior consumo e custos, para
isso, utiliza-se uma torre de resfriamento que recebe a água proveniente do condensador e a reenvia para
novo ciclo de resfriamento. Este tipo de sistema com torre, torna-se eficiente já que permite utilizar longas
distâncias de tubos sem perdas no rendimento, até porque utiliza-se água como fluido secundário.
Seu funcionamento ocorre da seguinte forma: a água que deixa os resfriadores circula por intermédio
de bombeamento até o topo da torre, sendo esguichada por pulverizadores em enchimentos internos,
parecidos com favos, que ajudam à espalhar de maneira uniforme, proporcionando maior área de troca
térmica. Esta água cai em um reservatório a uma temperatura em torno de 29°C, devido a troca térmica
com o fluido, e está pronta para retornar ao topo da torre e ao condensador. Caso a temperatura da água
não atinja esse valor (+ ou – 29°C), um controlador de temperatura aciona um ventilador de circulação de
ar, fazendo com que o mesmo entre pelas laterais, na parte inferior, seguindo em contrafluxo do sentido da
água, saindo na parte superior da torre, auxiliando na redução da temperatura da água.
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
61

CASOS E RELATOS

Limpeza da torre de arrefecimento


Alexandre é operador de máquina em sistemas de refrigeração e, certo dia, em uma das suas
inspeções de rotina, observou que o fluxo de água que pingava em cima das colmeias para fazer a
troca térmica desse material com o meio externo, estava com baixa vazão. Preocupado com esse
problema, acionou uma empresa de manutenção em refrigeração para verificar o que realmente
estava acontecendo.
Quando o suporte técnico chegou ao local inspecionou uma série de componentes, como
a rotação e funcionamento das bombas hidráulicas da água de condensação, os filtros “Y” que
retém a sujeira que se acumula ao longo do processo, verificou o ângulo correto de abertura dos
registros, estado de limpeza das colmeias e a base da torre. Feito essa checagem, encontrou uma
deficiência nos esguichos de pulverização da água quente na parte superior, visto que alguns
estavam completamente obstruídos por partículas sólidas que circulam juntamente com a água da
rede de suprimento que, no caso, bloqueavam cerca de 70% da vazão de água que era derramada
nas colmeias para troca térmica.
Para recolocar a vazão na dosagem correta, os técnicos realizaram a limpeza dos dispositivos de
esguicho, recolocando-os nas suas posições e acionando as bombas centrifugas, que voltaram a
ter a vazão correta de água.

Na sequencia dos seus estudos veja qual é a importância dos evaporadores.

4.2 EVAPORADORES

Este componente é um dos componentes principais do ciclo de refrigeração, já que sua função é realizar
a troca térmica entre fluido e o ar circulante no ambiente interno ou com o meio que se deseja retirar calor
(produto), desta forma devem possuir três requisitos principais para boa eficiência, ou seja:
a) ter uma área dimensionada corretamente, capaz de realizar o movimento do fluido refrigerante, sem
que haja um excesso na diferença de pressão entre saída e entrada;
b) possuir uma superfície capaz de absorver a carga térmica gerada pelo ambiente ou substância que
se deseja realizar a trocar térmica;
c) possibilitar a eficácia da transformação física do fluido refrigerante, da fase líquida para o estado de
vapor, pela troca térmica.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
62

4.2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS EVAPORADORES

Os evaporadores podem ser basicamente de duas formas:


a) expansão direta (quando é o próprio fluido refrigerante que realiza o resfriamento, que é a retirada
do calor do ambiente);
b) expansão indireta (quando há existência de fluido intermediário entre o meio e o refrigerante do
sistema – por exemplo, água dos sistemas chiller/fan-coil.).

4.2.2 TIPOS DE EVAPORADORES

No mercado existem vários tipos de evaporadores, que são selecionados e aplicados conforme a
necessidade da refrigeração e climatização, levando-se em consideração o custo benefício. Veja alguns dos
principais modelos:

EVAPORADOR DE CONTATO
Este tipo de evaporador é empregado em sistemas como refrigeradores e freezer. Sua construção
geralmente é em duas chapas de alumínio prensadas, com canais internos de circulação do fluido
refrigerante (expansão direta).

EVAPORADOR DE CIRCULAÇÃO DE AR FORÇADO


É o evaporador mais utilizado em sistemas de refrigeração e climatização. São constituídos por uma
serpentina de cobre aletados (placas), fixados em paralelo uns aos outros para ajudar a troca térmica. O
ar do ambiente a ser refrigerado ou climatizado circula por meio de um motor , que força a passagem do
mesmo a fim de realizar a troca de temperatura do ar em contato com o evaporador.
Esse tipo de sistema também pode ser utilizado na climatização (fan-coil – ventilador em espiral), que
usa a circulação de água como fluido para realizar a troca de calor com o meio, porém a uma temperatura
baixa em torno de 7°C, sendo que o projeto de construção necessita de adaptações.

EVAPORADOR DO TIPO BAUDELOT


Este sistema possui uma vantagem em relação aos outros que operam com resfriamento de água. Seu
funcionamento permite que a água possa atingir a temperatura em torno de 1°C, acima do congelamento
da água sem provocar danos ao evaporador. É construído com chapas de aço inoxidável corrugadas e
seladas, com trilhas para circulação do fluido refrigerante e, no contrafluxo ä circulação da água a ser
refrigerada. Esse evaporador tem sua principal aplicação na refrigeração industrial, principalmente no
processo de resfriamento de leite,devido sua facilidade de limpeza e higienização.
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
63

EVAPORADOR DE PLACA
Esses trocadores de placas soldadas são para uso doméstico e industrial, para aquecer, resfriar,
condensar e evaporar. Podem ser utilizados em calefação, sistemas solares, refrigeração, ar condicionado,
resfriamento ou aquecimento de óleo, entre outros fluidos. Quando utilizados em sistemas de refrigeração e
ar condicionado, podem operar como evaporador (circuito simples ou duplo), condensador, sub-resfriador
de líquido e para recuperação de calor. Podem operar com freon, NH3 ou CO2.
Possui melhor desempenho de funcionamento e sua construção consiste em várias placas interligadas,
aonde por um lado passa o fluido refrigerante a baixa pressão e temperatura e no outro lado da chapa
circula, em contrafluxo, a água a ser refrigerada.

EVAPORADOR CARCAÇA E TUBO (SHELL AND TUBE)


Sistema muito utilizado na indústria de refrigeração e climatização para resfriamento de líquido, sendo
empregado em sistemas de médio e grande porte como resfriador para indústria, pois emprega água
gelada como fluido secundário. Sua instalação é vantajosa, comparado aos sistemas de expansão direta
que não consegue atender longas distâncias.
Seu funcionamento ocorre da seguinte forma, o fluido refrigerante, que é o agente circulador primário,
ao entrar no casco, circula por dentro dos tubos, evaporando e trocando de temperatura com a água que
está circulando na parte externa do tubo, realizando essa troca de energia térmica (calor) entre ambos
dentro do casco.

EVAPORADOR CASCO E SERPENTINA (SHELL AND COIL):


O funcionamento deste sistema consiste no fluido circular por uma serpentina na parte interna do casco
e, nesse ambiente, circula em sentido oposto água, o que propicia a troca de temperatura. Após a água sair
em temperatura mais fria do que na entra, a mesma é bombeada por uma tubulação hidráulica e isolada
para uma unidade evaporadora, chamada fan-coil.

Em sistemas que operam com o fluido secundário a base de água, seja ela para
FIQUE condensação ou evaporação, é necessário realizar o tratamento químico por uma
empresa especializada de forma a manter um PH controlado, evitando que este
ALERTA líquido ao longo do tempo vá alterando as suas propriedades, tornando-se ácido e
agressivo aos componentes do sistema.

Agora que você conheceu os tipos de evaporadores, continue sua leitura e conheça os dispositivos de
expansão utilizados.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
64

4.3 DISPOSITIVOS DE EXPANSÃO

Agora você vai conhecer os diferentes sistemas de expansão, mais um dos principais componentes do
sistema de refrigeração. A finalidade dos dispositivos de expansão é atuar como uma válvula reguladora
de pressão e vazão do fluido refrigerante, dividindo o sistema de alta e baixa pressão. Esse componente
funciona por meio da restrição da passagem do fluido refrigerante, fazendo com que ele passe de líquido
aquecido a alta pressão, para líquido resfriado a baixa pressão, possibilitando o processamento do ciclo de
refrigeração por compressão de vapor. Podem ser do tipo:
a) Válvula de expansão termostática: tem um bulbo térmico com fluido similar ao que circula no
sistema de refrigeração, normalmente instalado em contato direto com a tubulação da saída do
evaporador. O funcionamento depende da diferença de pressão entre o bulbo da válvula e a entrada
do evaporador, que é regulada por uma mola ajustada pelo número de voltas. Quando se aumenta a
pressão no bulbo, o diafragma permite uma maior passagem do fluido para o evaporador. Caso caia
a temperatura do bulbo, ocorre o movimento inverso e o diafragma restringe a passagem de fluido.
Dessa forma, a válvula atua para manter um diferencial de temperatura entre a entrada e saída do
evaporador.
b) Válvulas de expansão eletrônicas: contam com um termistor (sensor para tomada de temperatura),
instalado na linha de sucção do compressor. O termistor se comunica com um microprocessador,
que coloca em ação a válvula eletrônica, fazendo com que aumente ou diminua a passagem de
fluido refrigerante líquido para o evaporador.
c) Válvula de expansão manual: esta válvula permite o controle do fluido refrigerante que entra no
evaporador. Como você pode identificar pela sua denominação, ela precisa ser fechada e aberta
manualmente, o que a torna desvantajosa em situações que esse controle necessite ser imediato ou
automático, quando exige mudanças no ajuste da carga de fluido, devido a alterações no sistema.
Utilizada em sistemas que possuem um funcionamento praticamente constante.
d) Válvula tipo boia: essa válvula de expansão tem duas aplicações, podendo ser utilizada para expandir
o fluido refrigerante no evaporador, como qualquer outro tipo de expansor, e para separação de
líquidos, de forma a manter certo nível de fluido refrigerante na fase líquida dentro do reservatório. A
aplicação da válvula tipo boia é em sistemas de grande porte, de refrigeração comercial e industrial,
que utilize amônia como um dos principais fluidos refrigerantes.
e) Tubo capilar: é um tubo fabricado de cobre com orifício interno de diâmetro muito pequeno, que
interliga a unidade condensadora a evaporadora, situado na tubulação entre o compressor e o
evaporador do sistema.
O diâmetro interno dos tubos pode ser de espessura 0,5 a 2 mm e comprimentos que podem chegar
até três metros. No sistema de refrigeração quanto mais baixa a sua temperatura de aplicação, maior o
comprimento do tubo capilar e menos expeço.
Depois de você ter conhecido os dispositivos de expansão, continue sua leitura e conheça os
compressores que são considerados o coração do sistema de refrigeração.
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
65

4.4 COMPRESSORES

Este componente é considerado o coração do sistema de refrigeração, por ser uma máquina operatriz
responsável por bombear e succionar o fluido refrigerante. É selecionado de acordo com o projeto a ser
refrigerado ou climatizado, variando a sua construção de acordo com o tipo de temperatura, a potência
requerida, tipo de fluido refrigerante e tipo de óleo lubrificante.
Os compressores estão divididos em três famílias:
a) Compressores herméticos: completamente fechado com partes mecânicas e elétricas, dentro de
uma carcaça lacrada, sem possibilidade de acesso para manutenção, você pode verificar na figura
que segue.

Baloncici (2015)

Figura 20 -  Compressor lacrado (Hermético)


Fonte: Thinkstock (2015)

b) Compressores semi-hermético: com partes mecânicas e elétricas dentro do conjunto, porém,


permite o acesso para realizar manutenção dos componentes integrados dentro do compressor.
Amoklv (2015)

Figura 21 -  Compressor semi-hermético


Fonte: Thinkstock (2015)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
66

c) Compressor aberto: neste sistema a parte mecânica é separada da elétrica, permitindo acesso
facilitado ao interior mecânico. Sua transmissão funciona através da ligação de uma correia com o
motor elétrico, que movimenta os pistões de forma a bombear e succionar o fluido refrigerante.

Igor Terekhov (2015)

Figura 22 -  Compressor do tipo aberto


Fonte: Thinkstock (2015)

4.4.1 TIPOS DE MECÂNICA DE COMPRESSÃO

Dentro da refrigeração são empregados diversos tipos de compressores, que são selecionados de
acordo com a capacidade de refrigeração ou climatização, além da potência necessária no trabalho. Essas
necessidades fizeram surgir equipamentos com mecanismos diversos, tais como:
Compressor alternativo: este compressor funciona em movimento de pistão, succionando e
comprimindo o fluido refrigerante, fazendo uso de seus movimentos alternados. Seu funcionamento é um
pouco similar a um motor de combustão interna, porém, seu movimento ocorre devido a energia elétrica.
No movimento descendente do pistão, a válvula de admissão abre permitindo a entrada do fluido
refrigerante oriundo da linha de sucção, ou seja, que evaporou no evaporador, já no movimento ascendente,
aquele em que o pistão começa a subir, a placa válvula da sucção fecha e a pressão gerada pelo pistão, no
momento de compressão, abre a placa de válvula de descarga, liberando o fluido para o condensador,
gerando alta pressão e temperatura.
Este compressor é um dos mais utilizados, já que é fabricado de forma hermética, semi-hermética e
aberta, podendo ter múltiplos pistões para realizar o processo de compressão.
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
67

Compressor rotativo: este compressor, também chamado de compressor de palhetas, possui excelente
funcionamento e menor consumo energético, não é disponibilizado para grandes capacidades, atendendo
no máximo até 3 TR (tonelada de refrigeração = 36.000 BTU), e sua aplicação atende equipamentos de
climatização.
O compressor possui internamente um rotor que, quando em movimento, tem uma performance
excêntrica, ou seja, afastado do centro, assim quando o fluido é succionado, penetra na câmara de sucção,
preenchendo-a. Com o movimento o rotor vai prensando o fluido de encontro a parede da carcaça, de
forma a comprimi-lo até a válvula de descarga, para envia-lo ao condensador.
Compressor scroll: o nome, scroll, vem do inglês, que traduzido significa caracol, já que suas peças de
pressão se dispõem neste formato e consiste em duas peças principais, sendo uma fixa e a outra móvel.
Assim que o caracol rotativo se movimenta, abre espaço para a entrada de fluido refrigerante vindo do
evaporador, que na sequência já pressiona contra a parede do caracol fixo, de forma a movimentar o fluido
para o centro do caracol, até chegar à cúpula do cabeçote que o comprime para a descarga (saída) do
compressor.
Ele atende sistemas de climatização de pequeno a médio porte, com capacidades até 30HP, pois é
muito eficiente no ciclo de refrigeração a compressão de vapor e com baixo consumo energético. (MILLER
E MILLER,2014) .
Observe na figura seguinte o fluido sendo sugado e comprimido, até sair na parte superior do compressor
em alta temperatura (cor vermelha).

Andressa Vieira (2015)

sucção descarga
Figura 23 -  Funcionamento de um compressor do tipo scroll
Fonte: adaptado de Hamburgsud (2015)

Compressor parafuso: este compressor consiste basicamente em dois rotores na posição horizontal,
sendo um primário, tipo macho, e o outro secundário, tipo fêmea. Seu funcionamento é parecido ao de dois
parafusos com rosca sem fim. Estes dois rotores são montados dentro de uma carcaça e sustentados por
rolamentos. Quando o motor movimenta o rotor macho e, por consequência, movimenta o rotor fêmea,
faz com que o fluido refrigerante ao entrar na carcaça do compressor seja succionado entre os dois rotores,
comprimindo-os com esse movimento axial dos rotores e compressor até a descarga (saída).
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
68

O funcionamento deste compressor é muito eficiente em função de ter poucas peças móveis,
ocasionando menos desgaste mecânico, podendo atender grandes capacidades de refrigeração e
climatização, geralmente de 20 TR até 750 TR. Nenhum outro tipo de compressor permite grandes volumes
de fluido na fase líquida dentro do compressor como este.
Compressor centrífugo: este tipo de compressor, também conhecido como família de compressores
dinâmicos, é aplicado em refrigeração de grande porte, pois possuem uma rotação de 3.000 a 20.000 RPM,
atendendo capacidades de 100 TR a 10.000TR, e podem atingir temperaturas de -100°C em sistemas de
múltiplos estágios.

4.4.2 ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA – PRESSÃO – TEMPERATURA

Alimentação elétrica, pressão e temperatura de retorno, vão variar entre fabricante, modelo de
compressor, capacidade frigorifica ou climatização. É importante que você faça a alimentação elétrica de
acordo com as orientações técnicas do fabricante do compressor. Utilize, para isso, o diagrama elétrico
fornecido e observe os parâmetros de pressão e temperatura para o modelo que está sendo utilizado no
sistema.
Para que você tenha noção dessa alimentação elétrica, veja a seguir um exemplo de diagrama que pode
acompanhar o sistema.

Capacitor de Relé Potencial


Linha Linha
Funcionamento
de de
Energia Energia
2

C S 5
1
R

Terminal Capacitor Resistor de Descarga


Andressa Vieira (2015)

Identificado de Partida
para Linha de
Energia
Figura 24 -  Diagrama elétrico com capacitor de partida e funcionamento
Fonte: adaptado de Embraco (2004)

Acompanhe na sequência da sua leitura as características do visor de líquido.


4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
69

4.5 VISOR DE LÍQUIDO

Este componente tem a finalidade de analisar a passagem do fluido refrigerante, seja no estado físico
ou até mesmo a carga do fluído refrigerante, na linha de líquido. Possuí um visor de vidro com indicador
de umidade no sistema, que muda de cor de acordo com o grau de contaminação (umidade), a fim de ter
o controle da pureza do fluído refrigerante dentro do sistema hermético.
O controle de umidade é realizado de acordo com as cores:
a) marrom: o sistema está completamente contaminado;
b) amarelo: presença parcial de umidade no sistema;
c) verde: cor original de fábrica, indica que está livre de umidade no sistema.
Veja a seguir o funcionamento do acumulador de sucção.

4.6 ACUMULADOR DE SUCÇÃO

A função deste componente é evitar o retorno do fluído refrigerante na fase líquida para o compressor,
sua aplicação principal é em sistemas de médio porte para cima, mas pode ser utilizado em qualquer
equipamento, aonde o retorno de líquido possa influenciar no processo de operação do sistema.
Sua instalação é posicionada na linha de sucção, antes do compressor e após o condensador, desta
forma quando o fluído refrigerante entrar na carcaça do acumulador, a parte do fluído que está em fase
líquida, por ser mais pesado, permanecerá no espaço inferior, já o vapor permanece na parte superior, e
será aspirado pelo compressor, passara pelo tubo em formato de “U”, de modo a não permitir que retorne
alguma parcela dele, evitando o que se chama na refrigeração de golpe de líquido.
A partir daqui você irá conhecer os tipos e a utilização dos filtros.

4.7 FILTROS

A utilização dos filtros se faz necessário para impedir a passagem de qualquer resíduo sólido ou fluido
refrigerante, na forma liquida, para o compressor.
Veja alguns tipos de filtros utilizados na refrigeração e climatização.
Filtro para sucção: sua função é atuar como filtro na linha de sucção, o mais próximo possível do
compressor, para reter alguma partícula sólida, mas sua principal utilização é quando há troca de fluído
refrigerante, assim ele absorve matérias e resíduos do fluído substituído. Pode ser empregado também
quando, por algum motivo, o sistema foi inundado com umidade ou quando ocorre a queima do compressor,
já que restos de óleo lubrificante, ou até mesmo fluído refrigerante, se tornam ácidos agressivos ao novo
compressor.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
70

Filtro da linha de líquido: sua instalação é na linha de líquido, ou seja, após o condensador, porém
antes do dispositivo de expansão e visor de liquido. Sua finalidade é reter partículas sólidas e umidade que
possam atrapalhar a expansão do sistema, assegurando que o fluído refrigerante esteja limpo e seco (livre
de umidade).
Sua instalação é de acordo com a bitola do tubo e capacidade da unidade. Em sistemas de pequeno
porte o filtro é selado e lacrado, já nos de maior porte permite-se a abertura da carcaça para fazer remoção
do núcleo. Os filtros instalados na linha de líquido não são os mesmos instalados na linha de sucção,
por mais que sejam de aparência idênticas, cada um tem sua finalidade. Assim é necessário consultar o
fabricante do componente, de forma a assegurar a instalação correta.

CURIOSI A maioria dos filtros são de sentido único, caso seja instalo ao contrário perderá sua
função, porém existem filtros de sentidos bidirecionais, que permitem a passagem
DADES do fluído nos dois sentidos.

Filtro capilar: este tipo de filtro é bastante utilizado em sistemas de refrigeração e climatização de
pequeno porte, pois alguns dispõem internamente de uma tela de metal como se fosse uma peneira,
que serve para reter partículas que possam chegar ao capilar, causando o entupimento e passagem do
fluído. Já outros contêm uma tela mais grossa na entrada e mais fina na saída, o espaço entre as duas é
preenchido de partículas dessecantes, geralmente de material de Silicagel, para absorver a umidade do
fluído refrigerante. Sua montagem é antes do capilar, podendo ser posicionado na horizontal ou vertical,
com saída para baixo. A seleção do filtro capilar varia de acordo com o fluído refrigerante e pressão de
trabalho, em caso de saturar as partículas dessecantes ou obstruir a tela de metal com sujeiras, não haverá
passagem do fluído refrigerante, causando comprometimento no ciclo de refrigeração, o que poderá
prejudicar o sistema. A maneira de se verificar entupimento é analisar a diferença de temperatura e pressão
entre entrada e saída do filtro.
Filtro da linha de óleo: utiliza-se esse componente em sistemas de grande porte, que possuem grande
quantidade de volume de óleo circulando pelo sistema, principalmente onde existem compressores
ligados em paralelo. Sua instalação é localizada após o separador de óleo, de modo a garantir que o mesmo
retorne completamente limpo ao compressor, retendo ácidos, umidade e pequenas partículas que são
geradas e depreendidas ao longo do sistema em operação. Acompanhe como é a separação do óleo na
sequência.
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
71

4.8 SEPARADOR DE ÓLEO

Este componente é utilizado nos sistemas de grande porte, sua finalidade é fazer com que o óleo retorne
o mais rápido possível para o compressor e, assim mantê-lo lubrificado, pois sem este separadoro óleo
lubrificante é arrastado pelo fluído refrigerante que percorre todo o sistema, e retorna ao compressor. Para
evitar esta deficiência de lubrificação é instalado o separador de óleo na linha de descarga, pois quando
o fluído refrigerante e o óleo lubrificante saem do compressor, eles entram em seguida no separador de
óleo, que permite apenas a passagem do fluído e faz com que este óleo retido retorne através de um tubo
para o compressor, mantendo o nível de óleo no cárter com capacidade suficiente de lubrificação. Além do
separador de óleo, conheça o reservatório de líquido apresentado a seguir.

4.9 RESERVATÓRIO DE LÍQUIDO

Este componente é utilizado principalmente em sistemas de refrigeração comercial e industrial,


tornando-se obrigatório quando o sistema opera em baixas temperaturas, como o evaporador esta
funcionando a baixa pressão, ocorre um menor volume de fluído, situação que se inverte no condensador,
aonde há um aumento de fluído refrigerante. Deste modo, o reservatório compensa esta diferença de
volumes.
A seguir você conhecerá o que são e quais os funcionamentos das válvulas.

4.10 VÁLVULAS

São dispositivos que possuem a função de controlar a vazão, direção, pressão ou até mesmo a retenção.
Veja quais tipos são utilizados na refrigeração e climatização.
Válvula de segurança tipo plug fusível: sua instalação é no lado de alta pressão, a fim de proteger
o sistema contra excesso de pressão, sua atuação ocorre quando ultrapassa um valor estabelecido pelo
fabricante, de modo a proteger a instalação e os componentes do sistema, e possibilitando a liberação
do fluído refrigerante para a atmosfera, devido ao excesso de pressão. Existem diversos modelos e formas
diferenciadas, mas com a mesma função.
Válvula de reversão: esta válvula é construída com quatro vias e acionada através de uma bobina
solenoide. Sua aplicação é para sistemas de climatização que possuem o ciclo reverso para aquecer, assim
dispensando a necessidade de equipamentos distintos, possibilitando refrigeração e aquecimento em
uma só unidade. Outra finalidade é na utilização em processos de degelo quando há congelamento da
serpentina da condensadora, devido à baixa temperatura externa e a do próprio fluído, fazendo a inversão
do fluxo do fluído refrigerante. De modo que o tubo ligado à linha de descarga e sucção do compressor
permaneçam sem alterar a passagem do fluído, mas os outros dois tubos invertam esse processo do
evaporador para o condensador, procedimento que é chamado de reversão de ciclo, fazendo ficar quente
aonde era frio e vice-versa.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
72

Válvula de retenção: este tipo de válvula pode ser instalado em qualquer parte do sistema, pois sua
função é permitir o fluxo do fluído refrigerante apenas em um único sentido. Caso ocorra um contrafluxo, ela
bloqueia o fluído não permitindo a passagem do mesmo que poderia causar danos a outros componentes.
Esta válvula é geralmente instalada em sistemas com mais de um compressor, e que estejam ligados em
paralelo as linhas de descarga, assim, após a saída de cada tubo de descarga emprega-se uma válvula
dessas, de modo a evitar que quando acionado apenas um compressor ocorra a pressão em sentido oposto
no que estiver desligado, fazendo com que o fluído refrigerante se destine apenas para o condensador.
Válvula esfera: esta válvula atua como um registro bidirecional de acionamento manual, podendo ser
instalada na linha de líquido ou linha de sucção. Seu acionamento é de meia volta para liberar a passagem
do fluído e, ao se retornar esta meia volta a passagem é fechada.
Válvula solenoide: é uma válvula de acionamento eletromagnético, cuja função é realizar o bloqueio
ou passagem do fluído refrigerante de um ponto a outro, podem ser de acionamento direto ou indireto.
a) Válvula de acionamento direto: funciona quando alimentada com energia elétrica em C.A.
(Corrente Alternada), de forma a criar um campo magnético que atrairá o êmbolo, permitindo a total
passagem do fluído refrigerante, o mesmo ocorre quando é desenergizada, cortando totalmente a
passagem do fluido.
b) Válvula de acionamento indireto: funciona com variações de tensão, ou seja, quando recebe um
valor mínimo de tensão abre-se, liberando a passagem do fluído, de forma que quanto maior a
tensão aplicada a bobina da válvula maior a sua abertura. Existe também a válvula de acionamento
indireta, com piloto externo, ou seja, sua abertura e fechamento ocorrem através de um motor que
movimenta o se núcleo interno.
Válvula de serviço: esta válvula pode ser instalada no lado de alta e baixa do sistema, pois permite
realizar o bloqueio da passagem do fluído refrigerante e ao mesmo tempo controlar, com um manômetro, a
pressão dos tubos que interligam as unidades, mesmo estando com o registro fechado. Seu funcionamento
coincide com uma válvula de três vias.
Válvula reguladora de pressão: permite regular a pressão do sistema, equilibrando a eficiência em
momentos de oscilação de carga (pouca ou plena carga). Quando o conjunto frigorífico tem mais de um
evaporador com pressões diferentes, a válvula faz o controle da pressão do evaporador e da saturação,
permanecendo no valor pré-ajustado conforme recomendação do fabricante. A sua instalação é após o
evaporador, antecedendo o compressor, caso o sistema seja de multievaporadores, é instalado uma válvula
após cada evaporador. A seguir você conhecerá a principal função do separador de líquido.

4.11 SEPARADOR DE LÍQUIDO

Possuí como principal função drenar o fluído refrigerante que foi expandido, para separar a fase líquida
da fase vapor, evitando que o fluído refrigerante retorne no estado líquido ao compressor, funciona quando
o fluído refrigerante, ao entrar no componente na fase líquida, permanece na parte inferior da carcaça e o
vapor é aspirado na parte superior. Dependendo do projeto, este fluído que está na fase líquida pode ser
injetado no início de outro evaporador. Na sequência você irá aprender sobre o pressostato.
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
73

4.12 PRESSOSTATO

É um elemento de proteção que atua diretamente sobre a pressão, tendo como função preservar a
integridade do equipamento contra pressões elevadas ou baixas, durante seu funcionamento. Existem
pressostatos do tipo mecânico, eletromecânico e eletrônicos, atendendo as faixas de baixa, média e
alta pressão. Atuam abrindo ou fechando um contato de forma a acionar ou desacionar a alimentação do
circuito. Alguns são de rearme automático, quando a pressão retorna a um valor selecionado de set point3,
e outros de rearme manual. Quando eletrônico, há uma variação na resistência conforme a pressão, esta é
interpretada por uma placa eletrônica a qual realizará o acionamento do sistema.
Confira, no quadro abaixo, alguns exemplos de componentes de refrigeração.

COMPONENTES EXEMPLO

Válvula de expansão
eletrônica

Válvula de expansão
termostática

Compressor rotativo aberto

Torre de resfriamento

Tubo capilar
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
74

COMPONENTES EXEMPLO
Filtro secador

Pressostato de baixa
eletrônico

Pressostato de alta

Reservatório de liquido

Filtro secador

Visor de líquido

Acumulador de sucção/
separador de líquido

Pressostato baixa

Pressostato de alta

Quadro 7 - Exemplos de componentes de refrigeração


Fonte: SENAI (2015)

Veja a seguir como é o ciclo de refrigeração.


4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
75

4.13 PRINCÍPIOS DA REFRIGERAÇÃO E TIPOS DE CICLOS

Segundo Dossat (2004), quando um fluido contido num sistema hermeticamente fechado, passa por
diversas transformações (processo), saindo de uma condição de estado físico inicial e retornando a esse
mesmo estado, mantendo essa sequência, pode-se denominar Ciclo. Vale salientar que mesmo realizando
essas transformações infinitas vezes, o fluido deve manter suas características químicas e de trabalho, para
que seja considerado eficiente na realização de todos os ciclos. Por definição, deve-se ter em conta que
qualquer ciclo de refrigeração é um sistema térmico que transfere energia térmica em forma de calor de
uma região de baixo volume energético para uma região de alto volume energético. Sendo o resultado
da variação de energia positivo, significa que a energia entra no sistema. Logo, para se ter um ciclo de
refrigeração, é necessária uma fonte de energia externa. Cada fase de um ciclo é denominado de processo.
Acompanhe.

4.13.1 POR COMPRESSÃO DE VAPOR

Este ciclo de refrigeração é utilizado na climatização de ar de ambientes, no resfriamento e


congelamento de produtos perecíveis e em equipamentos frigoríficos. Neste ciclo, o fluido refrigerante
entra no evaporador (componente interno) a baixa pressão, em forma de líquido, e retira energia térmica
(calor) do meio interno onde passa para o estado de vapor devido a absorção do calor. Esse fluido aquecido
segue seu trajeto pela tubulação e entra no compressor, aonde é bombeado e comprimido, tornando-se
vapor superaquecido, deslocando-se para o condensador (componente externo), que tem a função de
liberar a energia térmica retirada do ambiente e da ação de compressão. O fluido libera energia térmica ao
transitar pelo condensador, que passa do estado de vapor superaquecido para o estado de vapor saturado
(meio líquido). Prosseguindo no seu trajeto e, finalmente, entrando no dispositivo de expansão (válvula ou
tubo capilar), que terá pressão e temperatura reduzida, para ingressar no evaporador na condição liquida
(baixíssima pressão e temperatura) e, assim sucessivamente (mudança de estado físico). (FERRAZ, 2008).

SAIBA A refrigeração e o sistema de compressão de vapor – em: Rex Miller e Mark R. Miller
MAIS - Ar Condicionado e Refrigeração, 2014.

Porém, para que esse processo seja realizado, precisa-se de quatro componentes importantes do sistema
de refrigeração ou climatização, sendo eles: o compressor, o condensador, o dispositivo de expansão e
o evaporador.
Neste tipo de ciclo (por compressão de vapor), têm-se quatro processos que são obrigatórios na sua
realização, são eles: expansão, vaporização, compressão e condensação.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
76

Veja o funcionamento do ciclo na figura seguinte.

mrhighsky ([20--?])
Figura 25 -  Esquema do ciclo de compressão de vapor
Fonte: Thinkstock (2016)

4.13.2 REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO

O ciclo de refrigeração por absorção é um dos mais antigos processos de refrigeração, nele utilizam-se
pares de fluidos, geralmente amônia-água ou água-brometo de lítio, de forma que um atua como refrige-
rante e outro como absorvente. (MENNA, 2008).
Neste ciclo de absorção com água/ amônia, o vapor de amônia a baixa pressão é absorvido pela água,
e a solução líquida é bombeada a uma pressão superior. Quando o vapor de amônia deixa o evaporador
a baixa pressão, ele é absorvido por outra solução3, com baixa concentração em amônia (solução fraca).
Feito isso, obtém-se uma solução rica em amônia (solução forte), que é bombeada por meio de um troca-
dor de calor para o gerador, que funciona como um compressor, onde será mantida a alta temperatura e
pressão.
Desta maneira, o vapor de amônia se separa da solução e segue para o condensador, e depois de
condensado entra na válvula de expansão, em seguida para o evaporador; a solução fraca retorna ao
absorvedor e o ciclo se reinicia. (FERRAZ, 2008).

3 Na química: mistura homogénea de duas ou mais substâncias, não interconvertíveis, em que, geralmente, a fração molar de uma
delas (solvente) é maior do que a da outra ou das outras (solutos).
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
77

Como é um sistema que utiliza dois fluidos, fica dependente das propriedades químicas e termodinâmicas
dos materiais usados no trabalho. Outro requisito fundamental para uma combinação de absorvente e
refrigerante é que, em sua fase líquida, estes precisam ser miscíveis na faixa de temperatura de operação
do ciclo. É necessário que a mistura seja quimicamente estável, não tóxica, não explosiva, não corrosiva e
inofensiva ao meio ambiente. (MORAES, 2012).

RECAPITULANDO

No capítulo 4, você estudou os componentes que possibilitam o ciclo de refrigeração, tais como: os
condensadores, as formas que esses componentes processão a troca de energia térmica, como se
classificam os evaporadores, pode identificar os vários tipos de dispositivos de expansão utilizados
para processar o ciclo de refrigeração - que pode ser do tipo tubo capilar ou válvulas, estudou
os tipos de compressores e seus mecanismos internos de trabalho, tais como os rotativos, tipo
parafuso, tipo scroll, com seus vários empregos. Viu ainda os dispositivos de segurança utilizados
nos sistemas de refrigeração e climatização, como filtros, visores de líquidos, separadores de óleo,
reservatórios e suas finalidades. Nos conteúdos sobre as várias válvulas pode reconhecer para
que são empregadas e de que forma são acionadas. Finalizou com os conhecimentos do Ciclo de
refrigeração por compressão de vapor.
Desta forma adquiriu importantes saberes para a continuação dos estudos da unidade curricular,
com os conteúdos do próximo capitulo. Portanto, mantenha-se focado, porque essas informações
são importantes para o seu bom desempenho profissional como técnico na área da refrigeração e
climatização.
Tubulações e Isolamento Térmico

Na refrigeração e climatização a correta instalação das tubulações e do seu isolamento


térmico possibilita maior eficiência de operação de todo o sistema, tanto na parte da
temperatura desejada como na economia energética de trabalho das máquinas instaladas. Você
vai verificar que a tubulação tem como finalidade interligar equipamentos e componentes que
necessitem de fluido refrigerante e óleo lubrificante para a realização do ciclo de refrigeração e
climatização. De modo que, ao final desse capitulo, você possa:
a) Utilizar equipamentos, ferramentas e instrumentos necessários à instalação das
tubulações e isolamento térmico de sistemas de refrigeração e climatização residencial;
b) Identificar os tipos de varetas de brasagem a serem utilizados nos sistemas de refrigeração
e climatização.
c) Identificar tipos de junção a serem utilizados nos sistemas nos sistemas de refrigeração
e climatização;
d) Realizar brasagem em sistemas de refrigeração e climatização.
Dando prosseguimento aos seus estudos, você verá assuntos importantes para a boa
execução das tarefas na área de refrigeração e climatização.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
80

5.1 TUBULAÇÕES PARA REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

Na refrigeração e climatização, a maioria dos tubos que são empregados na montagem e instalação de
sistemas, é de cobre, alumínio, ferro ou aço inoxidável. A escolha do material recai na aplicação e nos tipos
de sistemas, o projeto é quem definirá a composição da tubulação, calcado no tipo de fluido refrigerante,
pressão de trabalho, dimensionamento, distâncias, temperatura e custos.
Os tubos, independente da composição (material), servem para conduzir o fluído refrigerante entre
os componentes externos (condensadores) e internos (evaporadores) ou seja, interligando unidades.
As bitolas mudam conforme alguns fatores, tais como: distâncias, direção (horizontal, ascendente ou
descendente), potência do compressor, números de curvas, tipo de fluído refrigerante, pressão de
trabalho, vazão do fluído e fatores que possam gerar perda de carga (pressão), gradativamente, ao longo
da instalação.
A perda de carga no sistema de refrigeração diminuí a pressão de trabalho, fazendo com que o
compressor execute maior esforço para comprimir e succionar o fluído refrigerante. Consequentemente,
isso irá gerar um aumento de consumo energético e menor vida útil do equipamento, este fator também
contribui para diminuição da capacidade em refrigerar do conjunto.
Na necessidade de alterar as bitolas de tubos, deve-se seguir a orientação técnica do fabricante, de
forma a dimensiona-los corretamente, evitando a perda na eficiência de refrigeração e climatização. É
importante frisar que alterando os diâmetros e as distâncias previstas nos manuais técnicos ou do projeto,
você estará alterando a vazão de trabalho, pressão e temperatura do fluido refrigerante, além da lubrificação
correta do compressor e do sistema.
Assim é necessário ter cuidado quando a instalação possui grandes distâncias de tubos de interligação,
pois é necessário consultar o manual técnico de instalação para analisar os limites tolerados de perda de
carga e compensar, caso seja possível, aumentando o diâmetro da tubulação do sistema ou a potência da
capacidade frigorifica. (SILVA, 2013).
Tratando-se de tubos de refrigeração e climatização, seus diâmetros são medidos geralmente em pole-
gadas ou em milímetros. Existem dois tipos de tubos, sendo um rígido e o outro flexível, comercialmente
o segundo é fornecido com uma bitola máxima de ¾ polegadas, já o primeiro encontra-se com bitolas
acima de 3/8 polegadas.
O tubo rígido destina-se a instalações que necessitem de maior resistência a esforço, já que possuem
parede mais grossa comparado ao flexível, de modo a evitar ruptura quando utilizados em sistemas com
grandes volumes e pressão de fluído refrigerante. Acompanhe o isolamento para tubos de refrigeração.
5 TUBULAÇÃO E ISOLAMENTO TÉRMICO
81

5.2 ISOLAMENTO PARA TUBOS DE REFRIGERAÇÃO

Em equipamentos em que as tubulações interligam uma unidade a outra, ou até mesmo em componentes
que podem influenciar no ciclo de refrigeração ou climatização - que em contato com o ambiente podem
causar diferença - se faz necessário revesti-los com isolante térmico. No caso das tubulações de sistemas de
refrigeração e climatização, não importando de que material seja o tubo, principalmente as linhas de líquido
(fluido, quando estão em uma temperatura menor do que o ambiente, acabam gerando condensação do
ar externo, ou seja, começam a suar (umidade) a tubulação e, com isso, perdem eficiência, pela troca de
calor sensível que ocorre ao longo do percurso. A falta de isolamento térmico pode gerar um aumento da
temperatura e pressão do fluído refrigerante, alterando o funcionamento do sistema. Os materiais utilizados
para isolamento são os que possuem melhor custo benefício, praticidade na instalação, flexibilidade e têm
a capacidade de evitar a troca de energia térmica entre dois corpos ou meio. Desta forma, pode-se aplicar
isolamento de isopor, lã de vidro, materiais de polietileno e poliuretano.
As dimensões da parede de isolamento variam de acordo com o tipo de fluído aplicado e temperatura
de trabalho, quanto mais baixa a temperatura de evaporação maior a parede de espessura do isolante.
Geralmente recomenda-se dar um acabamento externo nos isolantes térmicos para evitar deterioração
acelerada, devido a agressão de agentes externos, como sol e chuva, que acabam diminuindo a sua vida
útil e funcionalidade.
Os isolantes térmicos não podem ser de material inflamável, sua construção física deve ter uma resiliência
de recuperação de sua espessura normal, após alguma força de atuação sobre eles, não deve agredir a
superfície do material que encontra-se em contato, podendo gerar algum tipo de corrosão por oxidação.
O diâmetro do espaço interno do isolamento deve ser compatível com o diâmetro externo dos tubos
utilizados no sistema. Estes isolamentos não são utilizados somente em tubos, podem atender qualquer
componente a qual se necessita manter uma temperatura sem perda de rendimento térmico, como
exemplo, dutos de ar condicionado, tubulações hidráulicas de água gelada, componentes herméticos de
sistemas de água quente, entre outros (COSTA,1982).
Na figura a seguir você pode observar alguns modelos destes isolantes térmicos.

Figura 26 -  Isolantes térmicos para refrigeração e climatização


Fonte: SENAI (2015)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
82

CASOS E RELATOS

O barato sai caro


Luiz é um instalador de condicionador de ar, do tipo Split System que gosta de levar pequena
vantagem em uma das etapas dos seus serviços, situação que não demorou muito para lhe trazer
problemas.
Ao realizar a instalação do sistema de climatização, utilizou tubos de cobre de menor diâmetro para
fazer a interligação de uma unidade à outra, não atentando para as recomendações do fabricante,
e desta forma reduzir seus custos de instalação, visto que este material (o cobre e o isolamento
térmico) têm um preço consideravelmente elevado.
Como Luiz somente instalava os equipamentos e não realizava manutenções, não sabia dos
problemas que isso gerava, sempre pensando que o funcionamento do equipamento era tolerante
a este procedimento.
Passados alguns dias, o cliente ligou para informar que o equipamento havia parado de funcionar,
e que num primeiro momento acionou a autorizada da marca, que relatou que aquela instalação
estava incorreta (tubos fora do padrão previsto), motivo que originou a queima do compressor,
devido operação em regime de funcionamento submetido a um alto esforço, por causa da grande
diferença de vazão e velocidade que o fluído percorria pelas tubulações de cobre. Portando fora
das especificações técnicas.
O ocorrido fez com que fosse necessária a troca dos tubos para a bitola correta, desinstalar o
compressor, substituir por um novo e refazer toda a instalação e reoperação do sistema.
Por ter a sua reputação profissional prejudicada com o cliente, que não aprovou o que o
profissional fez sem contar o fato de ter ficado alguns dias sem utilizar o seu condicionador de
ar, Luiz observou o quão importante é realizar a instalação dentro das técnicas previstas, conforme
manuais e orientações dos fabricantes, evitando prejuízos futuros.

Depois de você ter estudado sobre os tubos de isolamento, e acompanhado um exemplo da importância
deem se manter os padrões exigidos pelo fabricante, a fim de evitar futuros problemas no equipamento,
prossiga com a sua leitura e conheça o processo de soldagem.

5.3 PROCESSOS DE SOLDAGEM

Nos sistemas de refrigeração e climatização, as ligações das tubulações, entre máquinas ou componentes,
podem ser através de conexões roscadas ou por soldagem e brasagem.
5 TUBULAÇÃO E ISOLAMENTO TÉRMICO
83

Para que você possa identificar o quanto os processos de soldagem são diversificados, veja a seguir os
dois grandes grupos:
Soldagem por fusão: as partes são fundidas por meio da aplicação de calor, gerado através de energia
elétrica ou química, não há aplicação de pressão. Essas fontes de energia podem ser: Soldagem a Gás,
Soldagem a Laser e Brasagem com tocha (chama), entre outros tipos.
a) Brasagem: as partes são unidas por meio de uma liga metálica de baixo ponto de fusão, o metal base
não é fundido. A brasagem na refrigeração e climatização, é destinada a realizar a união de tubos,
conexões e junção de componentes dos sistemas, através de processo térmico do material de adição
com o material base a ser fundido, seja ele cobre, ferro, alumínio, latão ou ligas desses materiais.
A brasagem precisa ser realizada de forma que não resulte em vazamentos, pois este é um dos
principais problemas na refrigeração, além do entupimento do sistema. Para isso é necessário conhecer
um pouco mais sobre os tipos de gases e materiais de adição, utilizados na brasagem, seja na refrigeração
ou climatização, para manter o sistema hermeticamente lacrado.
Soldagem por pressão: Processo na qual é aplicado uma energia nas partes a serem unidas, que pro-
voca uma tensão nos materiais bases, possibilitando a solubilização da fase sólida.
Veja na sequência quais os materiais adicionados no processo de soldagem.

5.3.1 MATERIAL DE ADIÇÃO

Segundo Miller e Miller (2014), são metais ou ligas especialmente produzidas para serem depositadas
(fundidas) na zona de soldagem com o objetivo de:
b) unir duas ou mais peças;
c) preencher peças (falha de fundição);
d) revestir (peça com desgaste).
Para tanto existem vários tipos de composição de materiais, para unir metais ferrosos e não ferrosos,
tais como:
a) Solda de cobre e zinco (latão)
É indicada na utilização de metais ferrosos de maneira geral, o cobre e suas ligas. Sua aplicação, na área
de refrigeração, é no processo brasagem em trocadores de calor, tubulações e conexões em geral.
b) Solda Prata
É uma liga a base de cobre e , e mais uma parcela de um terceiro elemento que pode ser zinco, estanho
ou silício. Esta liga permite uma perfeita união entre materiais ferrosos e não ferrosos, ou seja, na união de
materiais de diferentes ligas. A vareta empregada não deve possuir cádmio (vapores venenosos). Esta solda
apresenta boa fluidez, baixa fumegação, ou seja, menor formação de óxidos, não criando porosidade na
união e diminuindo a chance de vazamentos. Funde entre 618º C a 870º C.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
84

c) Solda fosforosas (Foscooper)


Possibilitam a união da maioria dos metais ferrosos e não-ferrosos, com exceção do alumínio, do
magnésio e de metais com o ponto de fusão inferior à 800°C. São as mais utilizadas para unir tubos de
cobre, já que possuem baixo custo em relação as outras e sua composição é de cobre e fosforo (5% a 10%).
Seu ponto de fusão é em torno de 700º C.
d) Solda com composição de alumínio
O processo de brasagem com alumínio é muito utilizado na produção e manutenção de ar condicionado
automotivo, radiadores, evaporadores de refrigeradores, união de tubos de alumínio, cobre e componentes
em alumínio de pequena dimensão. As grandes dificuldades na brasagem de alumínio são a proximidade
entre as temperaturas de fusão do material base e do metal de solda, assim como a dificuldade para
remoção do óxido de alumínio.
e) Fluxo para brasagem
Para Miller e Miller (2014), este produto é utilizado em todos os tipos de solda branda, pode ser em forma
de pó químico, pasta ou sólido (nas varetas de alumínio) com a finalidade de ser usado junto na fundição da
solda. Sua função é evitar que formem óxidos gerados no processo de brasagem, principalmente quando
realizado na junção de dois metais de ligas diferentes (alumínio e cobre), é muito útil na facilitação da
cobertura do metal de base pelo metal de adição. Sua aplicação exige que as superfícies dos materiais
estejam limpas, principalmente de óleos, graxas e umidade.
Acompanhe na sequência os equipamentos utilizados para brasagem.

5.3.2 EQUIPAMENTO DE BRASAGEM

Os equipamentos mais usuais de brasagem na refrigeração e climatização são do tipo:


a) Conjunto de Solda Oxigênio e Acetileno (PPU)
Este conjunto de soldagem é aplicado para brasagem de diversos tipos de ligas e materiais bases. Seus
componentes são constituídos de: dois cilindros geralmente de 1m³ de gás, sendo um oxigênio e o outro
acetileno; dois reguladores de pressão de saída; um par de mangueiras; válvula de retenção; maçarico e
bicos.
5 TUBULAÇÃO E ISOLAMENTO TÉRMICO
85

Veja o modelo na próxima figura.

Figura 27 -  Conjunto de solda, oxigênio e acetileno


Fonte: SENAI (2015)

Este conjunto de soldagem opera com uma pressão de regulagem de saída no acetileno,
aproximadamente 0,5 kgf/cm², e no oxigênio a pressão de regulagem é de 4kgf/cm². As pressões de saída
do oxigênio e acetileno, podem variar de acordo com a necessidade da chama de trabalho. As mangueiras
são conectadas na saída dos reguladores até a válvula de retenção. Estas válvulas têm a finalidade de
garantir a segurança do conjunto para impedir que ocorra o retrocesso de chama para os cilindros. O ideal
é utilizar um par de válvulas de retenção no maçarico, e outro nos reguladores, para garantir a completa
segurança do conjunto.
Na saída do maçarico é conectado o bico, que pode ser de diâmetro variado, para a saída dos gases
conforme a utilização da solda.
A escolha da chama desejada se dá na mistura que o maçarico executa entre os dois gases. O acendimento
ocorre depois da liberação e ignição do acetileno, e após liberação controlada do oxigênio, até atingir o
tipo de chama necessária para a brasagem.
Com os bicos convencionais a chama pode atingir uma temperatura máxima aproximada de 3000°C.
O ajuste pode ser estabelecido de três formas básicas: chama neutra, chama oxidante e chama
carburente ou redutora. (MILLER E MILLER – 2014).
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
86

A seguir você estudará cada uma delas.

Bico Penacho (Cor amarelada) A chama redutora tem maior porcenta-


gem de acetileno na mistura e propor-
ciona a formação de um penacho entre
o cone e o invólucro externo da chama.
Seu dardo possui coloração azul escuro
envolto por um dardo intermediário de
Dardo intermediário cor azul celeste e envolvidos por um
(Cor Azul celeste de penacho amarelo. É utilizada na solda-
Dardo Normal brilho intenso) gem com pré-aquecimento e funden-
(Formato arredondado) tes, em ferros fundidos, alumínio, mag-
nésio, aços liga, etc.
A - Chama redutora ou carburante

Bico Penacho (Cor amarelada)


A chama neutra tem proporções de
oxigênio e acetileno iguais. É compos-
ta por um dardo interno de cor azul
com formato arredondado e contorno
de cor branca, envolvido por um
Dardo (Cor azul celeste penacho amarelo. É a chama mais
de formato arredondado utilizada no processo de soldagem,
c/ contorno azul celeste soldabrasagem e aquecimento.
de brilho intenso)

B - Chama neutra

Bico Penacho (Cor amarelada)


A chama oxidante tem uma propor-
ção maior de oxigênio. O cone inter-
no é azul celeste com formato pon-
tiagudo e envolto pelo penacho
amarelo. Esta chama rica em oxigê-
Dardo (Cor azul celeste nio, oxida o aço, e tem probabilidade
de brilho intenso e de criar porosidades na superfície do
formato pontiagudo) metal. É mais utilizada com fundente
na soldagem de latão.

C - Chama oxidante

Figura 28 -  Tipos de chamas


Fonte: adaptado de CETEC (2012, p. 12) Metadados: Diego Fernandes (2015)
5 TUBULAÇÃO E ISOLAMENTO TÉRMICO
87

Quando realizado a brasagem nos sistemas de refrigeração e climatização, os materiais devem ser
aquecidos de modo uniforme e o mais rápido possível, evitando maior grau de exposição dos contaminantes
liberados pela oxidação dos gases.
A quantidade de material de adição para unir e garantir o bom preenchimento entre as duas peças,
deve ser de tal maneira que a brasagem fique com um formato cônico, já que uma das peças terá sempre
um diâmetro maior em relação a outra, assim esta diferença será preenchida pelo derretimento uniforme
da vareta de adição.
A posição da chama em relação as peças deve ficar direcionada o maior tempo para o material de maior
diâmetro, já que a liga deverá penetrar entre ambas, com a maior quantidade para dentro do tubo que tem
maior diâmetro. Veja no exemplo abaixo.

Zurijeta (2015)

Figura 29 -  Solda
Fonte: Thinkstock (2015)

No processo de brasagem é recomendado sempre utilizar o nitrogênio passante


FIQUE pelos tubos, com uma pressão em torno de 5 a 10 PSI, isto ajuda a não deixar óxidos
ALERTA da solda e fuligem no interior da tubulação, fato que prejudicará o funcionamento
do equipamento.

b) Conjunto de brasagem portátil


Esse tipo de equipamento facilita a brasagem em locais de difícil acesso, porém deve ser somente
utilizado em tubulações de pouco diâmetro, devido sua temperatura não ser muito elevada. O equipamento
é composto de um tubo de gás propano líquido (GLP), tipo refil, e um maçarico de rosquear de acendimento
automático, seu manuseio é facilitado pelo baixo peso e dimensões.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
88

Veja um exemplo na sequência.

Figura 30 -  Conjunto de soldagem com GLP e soldagem com GLP


Fonte: SENAI (2015)

c) Brasagem – proteção com nitrogênio


Esta técnica é realizada na brasagem de união de tubos de cobre em sistemas de refrigeração e
climatização, utilizando nitrogênio de forma a circular por dentro dos tubos. A finalidade é evitar a
formação e acúmulo de óxidos de carbono em contato com a parede interna dos tubos, que são gerados
pela temperatura no caso de ter oxigênio no interior do sistema. Para tal, ajusta-se a pressão de saída do
nitrogênio em torno de 5 a 10 PSI, até finalizar toda a execução de brasagem. Na figura seguinte você pode
observar o resultado da brasagem sem utilização da proteção de Nitrogênio, aonde apresenta o interior
limpo e sem essa proteção, você pode ver a fuligem formada no interior do tubo .

Figura 31 -  Brasagem com e sem nitrogênio passante


Fonte: SENAI (2015)
5 TUBULAÇÃO E ISOLAMENTO TÉRMICO
89

d) Procedimentos de segurança
Ao realizar brasagem é muito importante ter alguns cuidados quanto à proteção individual no manuseio
do equipamento, já que a utilização do mesmo sem os cuidados necessários pode gerar riscos de acidente.
Deve-se usar EPIs, tais como: Óculos de solda; Luva de raspa (couro); Jaleco de raspa; Máscara de proteção;
Calçado tipo bota; Avental comprido de raspa; Vestimenta de braços e pernas. Torna-se importante ter
próximo extintores de classe A, B e C

Ivonne W. (2015) e Andressa Vieira (2016)

Figura 32 -  EPIs para brasagem


Fonte: Thinkstock (2015)

e) Cuidados quanto à utilização do equipamento

a) Não realize soldas em local de atmosfera explosiva (presença de combustíveis);


b) Não realize soldas em espaços confinados;
c) Não utilize o equipamento de oxiacetileno na posição deitada (horizontal);
d) Utilize reguladores de pressão na saída dos cilindros;
e) Utilize válvula de retenção nas mangueiras;
f ) Não exceda a pressão de uso do acetileno acima de 1,5 kgf/cm²;
g) Utilize cilindros testados e identificados pelo fornecedor;
h) Não realize brasagem próximo de locais explosivos;
i) Não realize brasagem em sistemas com pressões positivas (altas).

CURIOSI Foi em 1903 que os engenheiros marroquinos Edmond Fouche e Charles Picard
DADES desenvolveram o primeiro equipamento de solda Oxiacetilênico.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
90

A partir daqui você irá conhecer as ferramentas básicas para utilização em tubulações.

5.4 FERRAMENTAS BÁSICAS DE USO EM TUBULAÇÕES

Para a realização de serviços em sistemas de refrigeração e climatização, é necessária a utilização


de ferramentas adequadas para garantir o bom funcionamento e a qualidade do serviço. Você verá em
seguida quais são as principais ferramentas para executar o processo de corte, bolsa, flange e curva, em
tubos de cobre e alumínio. Vale ressaltar o cuidado que deve-se ter quando trabalhar com os tubos (cobre
e alumínio), que por serem frágeis podem sofrer avarias, principalmente, no diâmetro e alinhamento.
a) Cortador de Tubos
Esta ferramenta é utilizada para cortar tubos de cobre ou alumínio, já que permite um corte perpendicular
e uniforme no eixo de comprimento dos tubos. Funciona como se fosse um torno com uma lâmina rotativa,
envolvendo o ponto de corte e, num processo de movimentos manuais circulares, em um único sentido, é
possível realizar o corte sem deixar rebarbas (sobras), mantendo a resistência do material.
Para que a lâmina circular do cortador penetre no tubo é necessário aperta-la suavemente e ir girando
o cortador em sentido horário, de forma a não pressionar demasiadamente a roleta do cortador contra a
parede externa do tubo. O reaperto é realizado após completar uma volta de 360° do cortador na peça,
este procedimento deverá se repetir até que o tubo se parta, mantendo seu formato externo circular, sem
fissuras e limalhas. Veja o modelo do cortador na figura que segue.

Figura 33 -  Cortador de tubos do tipo manual


Fonte: SENAI (2015)

SAIBA Pesquise mais sobre ferramentas e tubos em - MILLER, Rex; MILLER, Mark. Ar-
MAIS condicionado e refrigeração. 2. ed. Rio de Janeiro (RJ): LTC, 2014. 565 p.
5 TUBULAÇÃO E ISOLAMENTO TÉRMICO
91

b) Escareamento do tubo
Após realizado o corte do tubo, é executado o procedimento de remoção de possíveis rebarbas ou
excessos que possam ter ficado dentro do canal, no processo do corte.
Para isso é executado o escareamento, com a finalidade de manter a parte interna livre de resquícios
de sujeiras que possam se desprender durante o funcionamento do sistema ou durante o flangeamento. A
maneira mais correta de fazer este procedimento - remover as rebarbas do material de cobre ou alumínio
- não é lixando o tubo, e sim utilizando o Escariador de tubo, e deve ser realizado com movimentos suaves
e uniformes, cuidando para não danificar com a ponta, a parte interna da peça.

Figura 34 -  Escariadores de tubo do tipo manual


Fonte: SENAI (2015)

c) Flangeamento de Tubos
Esse procedimento é utilizado para unir dois tubos através de conexões. Para que possa ser realizado
é necessário ter duas peças, uma é o mordente (ou base), que serve para fixar o tubo sem que ele se
desprenda, e a outra parte é o próprio flangeador, que irá deformar a extremidade do tubo deixando-o
com um formato de chanfro. Após esse procedimento, a extremidade flangeada encaixará corretamente
a porca na conexão das máquinas, garantindo o selamento. Acompanhe na próxima figura um exemplo.

Figura 35 -  Flangeador do tipo excêntrico e base e flange feito na extremidade do tubo


Fonte: SENAI (2015)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
92

d) Alargamento de tubos
Este procedimento é executado quando necessita-se unir dois segmentos de tubos com mesmo
diâmetro, ou tubo com componente, através de brasagem. Assim é realizado uma bolsa em um dos tubos
que permita o encaixe interno do outro, com isso dispensa-se a utilização de luvas ou redução. O processo
de alargamento é realizado utilizando uma base ou mordente para fixar a extremidade do tubo, expansor
ou um pulsão de impacto. Também existe no mercado ferramentas para essa finalidade, que exigem menos
esforços e produzem melhor efeito de alargamento (uniformidade). Veja os modelos a seguir.

Figura 36 -  Alargador de expansão de uso no flangeador


Fonte: SENAI (2015)

e) Dobramento de tubos
Para unir pontos das instalações do sistema de refrigeração e climatização, na maioria das vezes, é
necessário executar algumas curvas de diversos ângulos ao longo do percurso das linhas de cobre não
rígidos ou alumínio. Essa técnica diminui o número de brasagens realizadas no sistema hermético, já que
é recomendado sempre que possível diminuir o número de soldas no sistema, de modo a evitar resquícios
de fuligem dentro do sistema hermético. Estes curvadores podem ser do tipo: mola, base com alavanca
ou de catraca.
Todos permitem realizar curvas em um ângulo máximo de 180°. Essas ferramentas, assim como os
alargadores, são especificas para cada tipo de bitola de tubo. Por exemplo, se for necessário curvar quatro
tipos de tubos de espessura diversificada, faz-se necessário ter quatro curvadores para este processo, ou
peças de adaptação nas bitolas desejadas.
5 TUBULAÇÃO E ISOLAMENTO TÉRMICO
93

Veja o exemplo a seguir.

Figura 37 -  Kit curvador tipo catraca e curvador tipo catraca


Fonte: SENAI (2015)

Figura 38 -  Curvador tipo alavanca e curvador tipo mola


Fonte: SENAI (2015)

f ) Conexão dos tubos de interligação


Equipamentos que não são compactos, ou seja, que possuem uma unidade distante em relação à outra,
temos como exemplo um equipamento do tipo Split System que estão divididos em duas unidades, sendo
uma evaporadora e a outra condensadora, necessitam de conexões de interligação para selar o sistema
hermético.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
94

Estas conexões geralmente são soldadas tubo a tubo, ou conectadas porcas rosqueadas diretamente
na válvula de serviço. Para execução dessas conexões utiliza-se chaves tipo Inglesa ou chaves de boca com
o diâmetro compatível com a porca, porém deve ser observado a força de torque a ser dada, conforme
orientações técnicas do fabricante.
Acompanhe os modelos de porcas na sequencia.

Figura 39 -  Porcas de conexão e porca no tubo flangeado


Fonte: SENAI (2015)

g) Válvula de serviço soldada


Está válvula não é conectada com rosca, sua união é feita através do processo de brasagem, geralmente
este tipo de material é aplicado em tubulações, a fim de garantir que não haja vazamento, pois este tipo de
união é mais confiável que sistemas de conexão com rosca. Veja o modelo a seguir.

Figura 40 -  Válvula de serviço soldável


Fonte: SENAI (2015)
5 TUBULAÇÃO E ISOLAMENTO TÉRMICO
95

É importante que ao realizar brasagem nas válvulas de conexão do tipo expandida,


FIQUE seja utilizado um pano umedecido para refrigerar o corpo da válvula, e assim evitar
ALERTA que a vedação interna seja danificada.

h) Procedimento de Conexão com Flange

Para realizar este procedimento deve-se seguir os seguintes passos:


a) Corte o tubo na medida certa para atender a conexão;
b) Remova as rebarbas da ponta do tubo que foi cortada;
c) Insira a porca flange no tubo;
d) Prende a ponta do tubo na base do flangeador;
e) Realize o flangeamento até a área do ângulo, suficiente para cobrir o niple da válvula;
f ) Conecte o flange na válvula e realize o aperto necessário com duas chaves ajustáveis.

Veja o exemplo nas figuras a seguir.

Figura 41 -  Cortando o tubo, porca no tubo com flange e conexão do tubo na válvula de serviço
Fonte: SENAI (2015)

g) Conexão com espigão e porca flange


Esta conexão é realizada na união de dois tubos, porém de maneira a facilitar esta junção; o tubo da
máquina possui um espigão com rosca externa, aonde será conectado o tubo com porca flange, sextavada
e de rosca interna. para realizar o aperto da conexão.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
96

Observe a figura seguinte.

Figura 42 -  Conexão da evaporadora e a tubulação de interligação


Fonte: SENAI (2015)

h) União a frio de tubos com alicate Lokring


Este tipo de união é realizado em locais que necessitariam de brasagem para conectar um tubo a
outro, porém causaria danos a outros materiais. Este procedimento facilita a instalação do equipamento
de refrigeração e climatização, já que não necessita realizar a bolsa em um dos tubos para uni-los. Para
efetivar este procedimento é necessário lixar em sentido rotacional as pontas dos tubos, e após aplicar a
cola específica para esta união nos 360° dos dois tubos, finalmente conectando os tubos a luva.
A próxima etapa é pressionar a junta, através do mordente do alicate específico, e aguardar alguns
segundos para a secagem da cola vedante.
Caso necessite desfazer a união, basta aquecer com um maçarico que as mesmas se desprenderão uma
da outra. Veja o modelo de alicate a seguir..

Figura 43 -  Alicate Lokring para união a frio de tubos


Fonte: SENAI (2015)
5 TUBULAÇÃO E ISOLAMENTO TÉRMICO
97

Com os conteúdos abordados acima, você finaliza os estudos das ferramentas utilizadas em
procedimentos de instalação de sistema de refrigeração e climatização.

RECAPITULANDO

Neste capítulo você estudou e conheceu os tubos de interligação dos sistemas de refrigeração
e climatização, e também a importância dos isolantes térmicos. Identificou as ferramentas para
aplicação do procedimento de corte, escareamento, alargamento, flangeamento e curvatura.
Aprendeu os tipos de soldagem, manuseio e tipos de materiais utilizados para , em qualquer
equipamento de refrigeração. Estudou como escolher o tipo de chama para a brasagem, utilizando
equipamento de oxigênio e acetileno, identificou o equipamento de brasagem que utiliza GLP,
os cuidados a serem tomados na execução desses procedimentos e a utilização dos EPIs para a
execução dos serviços de brasagem. Tomou conhecimento das principais ferramentas usadas
para trabalhar com os tubos de interligação dos evaporadores e condensadores dos sistemas de
refrigeração e climatização. Finalizou o estudo do capitulo com as técnicas de conexão a serem
utilizadas na instalação de sistemas de refrigeração e climatização. Conhecimentos importantes
para seu bom desempenho como técnico da área de refrigeração e climatização.
Técnicas de Reoperação do Sistema

Estes métodos para reoperação ou operação dos sistemas de refrigeração e climatização


são compostos de procedimentos técnicos que possibilitam o correto funcionamento das
máquinas que foram instaladas ou realizadas a manutenção. São procedimentos de teste de
estanqueidade, desidratação (vácuo), carga de fluído refrigerante ou recolhimento do fluído
e alimentação elétrica. São realizados toda vez que se faz necessário executar a instalação ou
manutenção no sistema hermético, para que o equipamento volte a funcionar normalmente.
De modo que ao final desse capitulo você tenha capacidades de:
a) Desmontar e montar sistemas de refrigeração e climatização;
b) Consultar normas, catálogos de fabricantes e manuais técnicos;
c) Utilizar instrumentos de verificação dos parâmetros mecânicos de sistemas de
refrigeração e climatização;
d) Utilizar equipamentos de proteção individual;
e) Substituir componentes mecânicos nos sistemas de refrigeração e climatização,
utilizando boas práticas;
f ) Analisar valores de temperatura, utilizando instrumentos de medição;
g) Analisar valores de pressão, utilizando instrumentos de medição.
Então, dando prosseguimento aos seus estudos, você verá assuntos importantes para a boa
execução das mais diversas tarefas na área de refrigeração e climatização.
Acompanhe como é realizado o teste de estanqueidade.
FUNDAMENTOS DE RERIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
100

6.1 TESTE DE ESTANQUEIDADE

O teste de vazamento é efetuado em equipamentos de refrigeração e climatização, com o objetivo de s


ter um sistema totalmente estanque. Em processos que trabalham com pressões positivas, os testes têm
como finalidade evitar prejuízos decorrentes de perdas de fluído refrigerante e mau funcionamento ou
falhas, devido a diminuição do fluxo do refrigerante. Já aqueles que trabalham com pressões negativas
(vácuo), os testes de vazamento evitam o mau funcionamento ou falhas, devido a infiltração de ar (umidade)
no equipamento.
Com pressurização (pressão positiva), que é recomendada em dados técnicos do fabricante, pode-se
identificar o vazamento de fluído refrigerante do sistema por meio dos seguintes procedimentos:
a) espuma de detergente: deve-se fazer uma espuma densa, com água e sabão ou detergente,
e envolver soldas, juntas, conexões, visores, válvulas e outros pontos suspeitos de vazamentos.
Verifica-se o vazamento mediante a formação de bolhas, é um excelente método para teste, visto
que permite a visualização da avaria.

FIQUE Microsvazamentos, muitas vezes não são identificados com a técnica da espuma de
ALERTA detergente.

b) detector eletrônico: existem vários tipos de detectores eletrônicos, porém todos funcionam
de modo similar. Os detectores dispõem de um sensor que, ao entrar em contato com o fluído
refrigerante, sinalizam através de um alarme sonoro, com intervalos, e, na medida que se aproxima o
detector do vazamento, vai aumentando esse sinal e diminuindo o intervalo, proporcionando uma
melhor resposta de identificação.
Os detectores de vazamento eletrônico geralmente atendem um grupo específico de fluídos
refrigerantes, sendo: HFC, HCFC ou CFC. Mas existem instrumentos que identificam também o nitrogênio,
sendo acionando da mesma forma, quando o sistema estiver pressurizando com nitrogênio na tentativa
de encontrar vazamentos.
c) teste com nitrogênio: outra forma de verificar os possíveis pontos de fuga de fluido refrigerante em
sistemas de refrigeração e climatização é utilizar o Nitrogênio. É importante frisar que, na falta do
Nitrogênio, nunca se deve usar oxigênio sob pressão, por ter-se o risco de explosão, principalmente
na presença de graxas e óleos.
Para realizar o teste de estanqueidade, deve-se seguir os seguintes passos:
a) retirar a tampa da válvula de serviço;
b) conectar a mangueira do manifold de alta pressão (vermelha);
6 TÉCNICAS DE REOPERAÇÃO DO SISTEMA
101

c) conectar a mangueira central do manifold (amarela), no regulador de pressão do cilindro de


nitrogênio;
d) abrir o lado de alta pressão do conjunto manifold e, após abrir o cilindro de nitrogênio, realizando o
ajuste de pressão no regulador, até a pressão recomendada para teste;
e) checar toda tubulação e conexões.
Veja na figura abaixo como é realizado o teste de estanqueidade, utilizando nitrogênio para inserir uma
pressão positiva dentro do sistema de refrigeração ou climatização;

Unidade Interna Unidade Externa


Manfold
REGULADOR RELÓGIO INDICADOR DE
PRESSÃO INTERNA DO
RELÓGIO DE PRESSÃO
CILINDRO DE NITRÔGENIO
INDICADOR DE
PRESSÃO DE SAÍDA Cilindro
1 kgf/cm² 14,7 PSI DO NITROGÊNIO nitrogênio
3 4
1 kgf/cm² 98066,5 Pa
2
1

Válvula
de serviço
(sucção)

EVAPORADORA

COMPRESSOR

Andressa Vieira (2015)


Válvula Válvula
de serviço de expansão CONDENSADORA
(líquido) (capilar)

Figura 44 -  Teste de estanqueidade do sistema utilizando nitrogênio


Fonte: adaptado de Komeco (2015)

d) teste com vácuo: consiste em evacuar o sistema até uma pressão absoluta, conforme dados
constantes nos manuais dos fabricante dos sistemas. Após a obtenção do vácuo, a bomba de vácuo
é desconectada e, se possível, o circuito deve ser mantido sob vácuo por pelo menos 5 horas, após
se realiza uma nova medição e verifica-se sua variação. Este teste indica a existência do vazamento,
porém não o local. Caso seja confirmada a existência de escapamentos, por este processo, o
circuito frigorígeno deve ser pressurizado, e osa vazão deve ser localizada pelos métodos descritos
anteriormente.
Na continuação da sua leitura, você irá acompanhar como é realizada a evacuação na refrigeração.
FUNDAMENTOS DE RERIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
102

6.2 EVACUAÇÃO E DESIDRATAÇÃO

São os processos mais importantes em refrigeração. No circuito frigorífero, a função da execução


da evacuação - ato de produzir vácuo - é eliminar todos os vapores não condensáveis. Já a função da
desidratação – ato de desidratar - é remover toda a umidade (partículas d´agua) antes de se efetuar a
liberação ou a carga de fluído refrigerante.
Um circuito que não tenha sido completamente evacuado apresentará problemas de alta pressão, em
virtude dos gases não condensáveis, assim como problemas de ataques químicos a partes metálicas do
circuito e ao verniz dos motores, além de apresentar decomposição do óleo lubrificante, decorrente da
reação química entre a água e o fluido refrigerante.
Quanto maior o vácuo obtido, melhor para o circuito frigorígeno. Normalmente os fabricantes
dos equipamentos de refrigeração e climatização, recomendam vácuo inferior a 500 Mícrons de Hg
(medindo com um vacuômetro eletrônico), para o processo de simples evacuação. È importante seguir as
recomendações constantes nos manuais dos fabricantes, que são fornecidos juntamente com as máquinas.
Para se realizar o processo de vácuo não basta somente utilizar a leitura do manômetro de baixa pressão,
pois essa medição de pressão negativa do sistema não é precisa, para se ter o real valor da aferição deve
ser usado um instrumento denominado vacuômetro.
a) Procedimentos técnicos da evacuação:

a) Conecte a mangueira de baixa (azul) na válvula de serviço, e mantenha o registro fechado;


b) Conecte a mangueira central (amarela) do manifold, na bomba de vácuo;.
c) Instale vacuômetro;.
d) Com as válvulas de serviço ainda fechadas, abra o registro de baixa da manifold e ligue a bomba de
vácuo, até atingir aproximadamente 300 m/Hg;.
e) Após atingir o vácuo necessário, feche o registro de baixa do manifold e desligue, retire a bomba de
vácuo;.
f ) Com uma chave de boca (ou inglesa) tire as tampas das válvulas de serviço e abra as válvulas com o
auxílio de uma chave Allen, para liberar o refrigerante da linha frigorígeno;
g) Abra primeiro a linha de líquido e, após 5 (cinco) segundos, a linha de sucção (retorno).
O nível de vácuo não deve ser superior a 400 m/Hg, verifique orientações do fabricante do sistema de
climatização.
6 TÉCNICAS DE REOPERAÇÃO DO SISTEMA
103

Acompanhe a figura que apresenta este processo.

Unidade Interna Unidade Externa


Manfold

Vacuômetro
Manifold

Válvula
de serviço
(sucção)
Bomba de vácuo
EVAPORADORA

COMPRESSOR

Andressa Vieira (2015)


Válvula Válvula
de serviço de expansão CONDENSADORA
(líquido) (capilar)

Figura 45 -  Processo de vácuo do sistema de climatização


Fonte: adaptado de Komeco (2015)

Agora que você conhece o processo de vácuo, continue sua leitura para conhecer como é realizada a
carga de fluido refrigerante.

6.3 CARGA DE FLUÍDO REFRIGERANTE

É o processo de abastecer o circuito frigorígeno do equipamento com o tipo e a quantidade correta de


fluído refrigerante, se for necessário. O primeiro ponto a ser observado é o manual do fabricante ou a placa
de identificação do equipamento, para saber a quantidade correta a ser inserida dentro do sistema. Em
sistemas onde as unidades são divididas, ou seja, afastada uma da outra, tem que se levar em consideração
a quantidade em gramas a serem inseridas por metro de tubo, observando o diâmetro e a distância
equivalente (corrigida com desníveis e o número de curvas) entre uma unidade e outra. Essa carga pode
ser executada com o uso de balança (fluido R-134a) ou diretamente nas máquinas em funcionamento,
quando se tratar de sistemas que utilizam o fluido R 22.
FUNDAMENTOS DE RERIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
104

A carga de fluído refrigerante deve ser acompanhada com o balanceamento do circuito frigorígeno, ou
seja, consiste no ajuste do superaquecimento e sub-resfriamento, valores que alternam de acordo com o
fluído refrigerante. Acompanhe como são os testes de funcionamento na sequência de sua leitura. Lem-
bre-se, fluido refrigerante é um produto químico, portanto use óculos e luvas para proteção individual.

6.4 TESTES E PARÂMETROS DE FUNCIONAMENTO

Nos sistemas de refrigeração ou climatização, toda vez que for necessário realizar uma manutenção e/
ou reoperação, é preciso ter em mãos os dados de operação de funcionamento do mesmo, verificando
tipo de fluído refrigerante, pressão de trabalho (funcionamento), dados de testes de superaquecimento
e sub-resfriamento, quantidade de fluído refrigerante e óleo lubrificante, corrente de operação de cada
componente elétrico e aferição da medição de resistência ôhmica de isolamento dos elementos elétricos
com a carcaça. Estes testes servem para ajustar o equipamento conforme dados do fabricante, para um
perfeito funcionamento e com rendimento ideal.
a) Superaquecimento: É um dos ajustes mais importantes na refrigeração e climatização. Neste teste
verifica-se o perfeito funcionamento do ciclo de refrigeração por compressão de vapor. É o momento
que se faz a análise da pressão e quantidade de fluido, tendo como base os parâmentos orientados
pelo fabricante do sistema durante o funcionamento. Como exemplo, você estudará o teste de
superaquecimento de um sistema que opera com fluído refrigerante R-22.
Assim que a mangueira do manômetro de baixa pressão estiver instalada na conexão da válvula de
serviço do condensador, e a evaporadora ligada, você deverá:
a) colocar um sensor do termômetro, entre o tubo de sucção e o isolamento térmico, a mais ou menos
15 cm no seu interior, evitando assim que a temperatura ambiente afete a aferição da temperatura;
b) após 10 (dez) minutos, verificar a pressão de baixa do manômetro e a temperatura de sucção (retorno)
no termômetro;
c) verificar na tabela das propriedades termodinâmicas do refrigerante R-22, a conversão da pressão de
sucção lida, em temperatura de evaporação;
d) Em seguida usar a formula:

Sendo:
AS = superaquecimento
T sucção = temperatura de sucção - Lida diretamente na linha de sucção no termômetro.
T evap = temperatura de evaporação - Lida no manômetro de baixa e consultando uma tabela de
pressão X temperatura de saturação, também chamada de tabela de propriedades termodinâmicas do
R22, que acompanha o equipamento
6 TÉCNICAS DE REOPERAÇÃO DO SISTEMA
105

e) Este resultado tem que estar entre 5°C a 7°C, aceitável de 4° a 9°, mas deve ser sempre consultado o
manual do fabricante, pois estes valores podem mudar, dependendo do fluido refrigerante utilizado.
b) Sub-resfriamento: é uma faixa de temperatura atingida pelo fluido refrigerante, após dissipar todo
calor necessário para mudança de fase (condensação). Com ele é possível verificar se a quantidade
de fluido refrigerante na instalação está adequada, e se o condensador não está obstruído, o que
prejudicaria a dissipação de calor. O procedimento é idêntico ao teste de superaquecimento,
somente usando o manômetro de alta pressão e instalando o termômetro na linha de líquido da
condensadora. Você deverá usar a seguinte formula:

Sendo:
SR = Sub-resfriamento
Tcond = temperatura de condensação - Obtida utilizando a pressão lida no manômetro de alta e
consultando a tabela de propriedades termodinâmicas do R22.
Tlíq = temperatura da linha de líquido - Lida diretamente na linha de líquido, o mais próximo possível
do dispositivo de expansão utilizando o termômetro.
RECOMENDA-SE:
SR for menor do que 5°C - Retirar refrigerante do sistema.
SR for maior do que 7°C - Adicionar refrigerante do sistema.

CURIOSI Em 1834, Jocob Perkins fez a primeira descrição completa, através de um registro
de patente, de uma máquina de refrigeração por compressão operando de maneira
DADES cíclica.

Veja a seguir como é a recuperação do fluido refrigerante.

6.5 RECUPERAÇÃO DO FLUÍDO REFRIGERANTE

Atualmente, com a necessidade de preservação do meio ambiente e dos recursos materiais, devido
à escassez mundial de matérias primas para reposição, há necessidade em serem seguidas normas
específicas, elaboradas pelos órgãos governamentais.
Portanto, para evitar desperdício e a liberação do fluído refrigerante na atmosfera, utiliza-se uma
estação de recolhimento, que é composta por uma bomba recolhedora e um cilindro de armazenamento
e transporte, algumas recolhedoras tem a opção de coletar e reciclar o fluído refrigerante, de modo a
reaproveitar o que seria considerado contaminado, seja por umidade ou queima do compressor.
FUNDAMENTOS DE RERIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
106

O cilindro, que é utilizado para estocar o fluído refrigerante, tem de ser específico para recolhimento,
não podendo ser do tipo descartável, aquele que se compra para realizar a carga de fluido. No mercado,
aonde sese fornece materiais e equipamentos para refrigeração e climatização, existem inúmeros tipos
de máquinas recolhedoras e recicladoras de fluídos refrigerantes. O ideal é realizar uma pesquisa de
equipamentos que mais atendam as necessidades dos trabalhos a serem executados, e verificar as
especificações técnicas do fabricante.
O Art 3º da Resolução CONAMA nº 340/2003, que “dispõe sobre a utilização de cilindros para o
envasamento de gases que destroem a camada de ozônio”. (MMA – 2015) legisla que:

Fica proibida a liberação para a atmosfera das substâncias controladas que constem
nos Anexos A, B e C, grupo I, do Protocolo de Montreal, apresentadas no Anexo desta
Resolução, utilizadas como fluido refrigerante ou de extinção de incêndio e das
substâncias alternativas, durante a comercialização, o transporte, o armazenamento e
em todo e qualquer processo de retirada ou recarga de equipamentos ou sistemas de
refrigeração que envolva, entre outras atividades, a instalação, operação, manutenção,
reparo e desativação.

SAIBA Pesquise em http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/F365A645/


MAIS Proposta_340.pdf, sobre legislação do uso de fluidos refrigerantes.

A figura a seguir apresenta um modelo do processo de recuperação de fluido refrigerante, acompanhe.

Figura 46 -  Recolhimento de fluido refrigerante com recuperadora


Fonte: Komeco (2015)
6 TÉCNICAS DE REOPERAÇÃO DO SISTEMA
107

A partir daqui você irá acompanhar como é realizada a limpeza interna dos sistemas de refrigeração e
climatização.

6.6 LIMPEZA INTERNA

A limpeza do sistema de refrigeração e climatização começa com a realização do vácuo, é neste


procedimento que retira-se a umidade do sistema hermético e alguma partícula sólida que possa ter
entrado durante as conexões. Outro procedimento usual na limpeza, após manutenção de soldagem ou
troca de compressor, por exemplo, é a utilização do fluido de limpeza R-410b. Quando for feita a limpeza
com esse fluido, deve-se retirar o filtro secador, mesmo sendo um fluido que não danifica as vedações
de elastômeros (borracha), não se deve utilizar o produto por mais de (01) uma hora, você deverá virar o
recipiente do fluido de cabeça para baixo, para utiliza-lo na forma liquida.
A utilização de nitrogénio pode ser recomendada para manter a tubulação limpa de fuligens na execução
de brasagem de tubulações, ou outros componentes que tenham contato com o fluido refrigerante. Agora
você irá aprender como é feito o procedimento depara lacrar o equipamento.

6.7 LACRE DA UNIDADE

O procedimento de lacrar1 o equipamento, seja ele de climatização ou refrigeração, é usado para impedir
que haja uma fuga de fluído refrigerante do sistema para a atmosfera, desta forma há necessidade de
lacrar a extremidade da tubulação (amassar) e realizar um ponto de solda, para garantir a estanqueidade
do sistema. Existem tipos de equipamentos que trabalham com válvulas do tipo registro, e outros com
válvula ventil de engate rápido. Esses últimos não necessitam vedar o tubo de serviço e realizar a brasagem
do sistema, facilitando outros procedimentos de manutenção sem alterar a válvula de serviço. Em casos
de infraestrutura também há necessidade de lacrar o sistema preenchido com nitrogênio, evitando
contaminação e entrada de partículas na tubulação. Veja o exemplo na figura a seguir.

Figura 47 -  Lacre do sistema com solda


Fonte: SENAI (2015)

1 Pôr lacre em; fechar com lacre.P. ext. Fechar, prender ou ligar (com outro material ou substância) de maneira inviolável.
FUNDAMENTOS DE RERIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
108

Depois de você ter conhecido a execução de trabalho, não se pode deixar de pensar em segurança, seja
pessoal ou coletiva, e trabalho em equipe, para tanto você verá no subitem seguinte os cuidados a serem
tomados na execução de determinada tarefa.

6.8 SEGURANÇA NO TRABALHO

Desse modo, ao final desse subitem estudado, você deverá ser capaz de:
a) Trabalhar em equipe;
b) Ter visão sistêmica;
c) Ter capacidade analítica;
d) Argumentar tecnicamente;
e) Ter consciência em relação à preservação ambiental;
f ) Ter consciência preventiva em relação à saúde e segurança no trabalho;
g) Demonstrar capacidade de organização do próprio trabalho;
h) Demonstrar flexibilidade, versatilidade e criatividade;
i) Ter capacidade de relacionar-se em diversos níveis hierárquicos;
j) Ter ética profissional;
k) Ter capacidade de tomar decisões;
Então, dê prosseguimento aos seus estudos e verá assuntos importantes para a sua segurança e de
outros membros da equipe de trabalho, durante a execução das mais diversas tarefas na área de refrigeração
e climatização.
Não se pode falar sobre segurança no trabalho na área de refrigeração e climatização, sem definir o que
é acidente de trabalho.
Segundo Oliveira (2005, p 36):

]o acidente de trabalho é a ocorrência imprevista e não desejada em que haja risco,


próximo ou remoto, de lesão corporal e que tenha a referida ocorrência como resultado:
lesão pessoal imediata, lesão pessoal mediata (doença do trabalho), dano material ou
apenas a iminência de lesão ou danos materiais.
6 TÉCNICAS DE REOPERAÇÃO DO SISTEMA
109

a) Mapa de risco
Em qualquer organização de trabalho que possua CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes),
esta será a responsável pela elaboração e mapeamento das áreas de risco, obedecendo a NR-5. Entretanto
o SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), equipe
de profissionais da saúde, que ficam dentro das empresas para proteger a integridade física dos
trabalhadores, deverá realizar a supervisão e apoio a CIPA. O mapa de risco tem como finalidade definir
uma metodologia de inspeção dos locais de trabalho, com o objetivo de identificar riscos, propor soluções
e informar aos funcionários os riscos possíveis. (OLIVEIRA, 2005).

b) Inspeções de Segurança
Segundo Paiz (2015, p.1) inspeções de segurança, “é a parte do controle de riscos que consiste em
efetuar vistorias nas áreas e meios de trabalho, com o objetivo de prevenir, descobrir e corrigir situações
que comprometam a segurança dos trabalhadores”. A CIPA constantemente visita os setores da Instituição,
procurando agir em prol da prevenção, fazendo-se presente e auxiliando os colaboradores a resolver
problemas na área de segurança e saúde do trabalho.

c) Tipos de inspeções
a) Inspeção geral: quando se quer ter uma visão panorâmica de todos os setores da instituição ou do
local (área) inspecionado.
b) Inspeção parcial: realizada onde já se sabe da existência de problemas, seja por queixas dos
trabalhadores ou ocorrência de doenças e acidentes do trabalho. Deve ser mais detalhada e criteriosa.
c) Inspeção específica: em que se procura identificar problemas ou riscos determinados. Como
exemplo podemos citar o manuseio de produtos químicos, postura de trabalho, esforço físico.

d) Segurança - EPIs
Na execução de qualquer atividade, onde hajam riscos à segurança das pessoas, é fundamental
e obrigatório o uso de equipamentos de proteção individual ou coletivo, denominados EPIs e EPC,
respectivamente. Isso se aplica a manutenção dos sistemas de refrigeração e climatização. A foto a seguir
apresenta alguns exemplos de EPIs:
a) óculos de proteção, utilizado para evitar qualquer sujeira, luz intensa (brasagem) ou líquidos nos
olhos;
b) máscara de proteção nasal, usada contra inalação de gases nocivos e poeiras;
FUNDAMENTOS DE RERIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
110

c) luvas de tecidos, utilizada para evitar ferimentos e contato de sujeiras nas mãos;
d) luva de látex, que servem para manusear solventes e produtos químicos diversos;
e) protetor auricular, utilizado para evitar ruídos que possam comprometer a audição.

Figura 48 -  EPI – equipamentos e proteção individual


Fonte: SENAI (2015)

e) Responsabilidades do uso dos EPIs


O uso dos EPIs deve ser uma preocupação coletiva, tanto quanto pessoal. As responsabilidades são de
todos que circulam no espaço de trabalho e estão envolvidos na execução da tarefa ou serviço, ou seja
a) é responsabilidade do patrão o fornecimento dos equipamentos;
b) do técnico em segurança do trabalho em fiscalizar o uso e cumprimento das normas de segurança e;
c) do próprio executor direto da tarefa, no uso adequado para sua proteção.

CASOS E RELATOS

Segurança levada a sério


Ao chegar a empresa em que presta assessoria técnica em refrigeração e climatização, Raimundo
Neves foi informado por outro técnico que o local tinha sido visitado e multadao por fiscais do
Ministério do Trabalho e Emprego. Depois de buscar mais informações, ele ficou sabendo que a
multa era devido a muitos funcionários estarem executando tarefas que ofereciam riscos físicos e
a saúde, sem os EPIs corretos.
6 TÉCNICAS DE REOPERAÇÃO DO SISTEMA
111

Como ele era responsável pela chefia e orientação de uma equipe de auxiliares, composta por 4
(quatro) funcionários, percebeu que deveria ficar mais atento quanto a condução e uso correto dos
EPIs nas atividades de manutenção e instalação de sistemas de climatização em grandes ambientes
comerciais. Essa preocupação vinha do fato que alguém da sua equipe poderia ser demitido, por
justa causa, caso não estivesse usando os itens de EPIs, além dele mesmo ser responsabilizado
junto a empresa, e ser posteriormente demitido também.

f) Tipos de riscos
Em qualquer atividade laboral, pode ocorrer situações de riscos a saúde física, mental e orgânica. A
execução de serviços dentro da área de refrigeração e climatização, também pode oferecer riscos de
acidentes, e esses podem ser ocasionados por diversos tipos de agentes, tais como:
a) físicos: pedaços de matérias sólidos, peças, ferramentas, equipamentos elétricos, etc.
b) químicos: solventes, fluidos refrigerantes, graxas, óleos, gases tóxicos (brasagem).
c) biológicos: fungos, bactérias, etc.
d) sonoros: zumbidos de motores, barulho de altas rotações de motores, uso de ferramentas vibrantes,
etc.
Riscos estes que podem ser neutralizados ou diminuídos com a utilização correta dos EPIs, como já visto
anteriormente.

SAIBA Para conhecer mais sobre segurança no trabalho, leia: OLIVEIRA, Cláudio A. Dias de.
Aplicando os procedimentos técnicos em segurança e saúde no trabalho na área de
MAIS construção. São Paulo (SP): LTr, 2005. 228 p.

Depois de conhecer a importância da utilização dos equipamentos de proteção individual e coletiva,


continue seus estudos e conheça a relevância de uma visão sistêmica.

6.9 UTILIZAÇÃO DA VISÃO SISTÊMICA

Agora você verá alguns conceitos que podem auxilia-lo no seu desenvolvimento profissional na área de
refrigeração e climatização.
FUNDAMENTOS DE RERIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
112

Segundo Lopes (2012, p. 1 ):

Podemos definir visão sistêmica como sendo a capacidade que um profissional tem
de “ver” a empresa como um todo e entender como funcionam e se integram seus
processos de obtenção, transformação e entrega (delivery) de seus serviços, produtos e
informações, ao mercado e, particularmente, aos seus clientes.

Lopes (2012), afirma que a importância do profissional possuir um pensamento sistêmico, possibilita
a ele se posicionar na estrutura organizacional da empresa e, diante disso, compreender o seu real papel
como integrante de uma equipe, quando da execução de tarefas que fazem parte de sua responsabilidade
na área que trabalha.
Conheça também a importância do aprendizado empresarial, por meio das diretrizes que dão norte a
instituição, pois mostram porque ela existe, onde ela quer chegar e seu código de ética, na sequência da
sua leitura.

6.10 DIRETRIZES EMPRESARIAIS

No mundo moderno, o trabalho está normalmente atrelado a execução em equipe. Daí, pode-se
identificar a necessidade da cooperação entre todos os membros do grupo. Portanto, todos devem ter uma
atitude proativa (agir prontamente) em busca de soluções e conclusões das metas a serem alcançadas.
Nesse contexto há necessidade que os indivíduos tenham um comportamento flexível, criativo e versátil,
mantendo a capacidade de bom relacionamento dentro das hierarquias existentes, além de que todos
tenham uma visão de responsabilidade social e ambiental, para auxiliar no desenvolvimento de todos na
sociedade a qual fazem parte.
Conforme artigo publicado no Portal Educação(2012, p. 01),:

As empresas, para obterem bons resultados no mercado, precisam aprender


continuamente, proporcionando a seus colaboradores um ambiente no qual possam
expandir sua capacidade de criar, de propor melhorias para os produtos e processos. As
necessidades de planejamento estratégico dependem das oportunidades e ameaças
de cada empresa. Um planejamento eficaz necessita identificar essas oportunidades,
compreender os recursos necessários para geri-las, conhecer a disponibilidade desses
recursos e a capacidade de obtê-los.

O planejamento pode ser definido como um projeto feito para realizar os objetivos e as metas de
uma organização. Isso conta com a escolha das estratégias, com uma prévia definição do que fazer e com
delimitação de quando e como a ação será realizada. De acordo com Kotler & Armstrong (2003, p. 33) o
Planejamento Estratégico é “o processo de desenvolver e manter um ajuste estratégico entre os objetivos,
habilidades e recursos de uma organização, e as oportunidades em um mercado em contínua mutação”.
6 TÉCNICAS DE REOPERAÇÃO DO SISTEMA
113

Para conhecer isso na prática, acompanhe o exemplo das diretrizes organizacionais do portal da
indústria – Senai (2015):
Diretrizes Organizacionais/Senai Nacional

Visão: Promover a educação profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de tecnologias


industriais, contribuindo para elevar a competitividade da indústria brasileira
Missão: Consolidar-se como a instituição líder nacional em educação profissional e tecnológica e
ser reconhecido como indutor da inovação e da transferência de tecnologias para a indústria brasileira,
atuando com padrão internacional de excelência.
Valores:
Ética
Agir de forma íntegra no seu relacionamento interno e externo, com respeito à políticas e normas de
conduta estabelecidas pela instituição, indústria e sociedade
Transparência
Compartilhar sistematicamente informações sobre a utilização de recursos, ações e contribuições do
Sistema para a indústria, os trabalhadores e a sociedade.
Satisfação dos clientes
Compreender as necessidades dos clientes internos e externos, atuais e futuras, a fim de desenvolver
soluções que atendam às suas expectativas.
Alta performance
Superar as expectativas de desempenho da instituição, da indústria e do país, por meio do alcance de
padrões de excelência na realização de suas atividades.
Valorização das pessoas
Garantir o reconhecimento profissional e pessoal dos colaboradores do Sistema Indústria, por meio de
uma gestão que valorize o resultado, o alcance de metas e as competências técnicas e humanas.
Focos Estratégicos de Atuação:
a) Qualidade em educação profissional;
b) Tecnologia e inovação a serviço da indústria brasileira.
As diretrizes organizacionais devem sempre ser compreendidas pelos integrantes das associaçõs, pois
são elas que orientam a gestão e todos de que dela fazem parte. Quanto mais vivenciada, melhor será o
desempenho da equipe na busca do objetivo organizacionalcorporativo
FUNDAMENTOS DE RERIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
114

RECAPITULANDO

Neste capitulo foram abordadas - técnicas de reoperação do sistema de refrigeração e climatização


como: pressurização, desidratação (vácuo), carga de fluido refrigerante, testes de superaquecimento
e sub-resfriamento, como também a importância do recolhimento do fluído refrigerante, para
efeitos de economia e atender as normas de preservação do meio ambiente. Além disso, identificou
as técnicas de limpeza interna do sistema hermético.
Você finaliza os estudos deste capitulo, identificando a importância da segurança no trabalho, tipos
de inspeção a serem s no ambiente trabalhista e, com os conceitos de visão sistêmica e diretrizes
empresariais.
Ao finalizar os estudos desse capitulo você encerra mais uma etapa da sua caminhada para o
sucesso profissional, é bom lembrar que essa etapa exige esforços e a busca contínua para manter
atualizado os conhecimentos aqui adquiridos. A tecnologia dos equipamentos e componentes da
área de refrigeração e climatização avança a passos largos, na busca incessante de maior eficiência
e economia energética.
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Editora Artlibe, 2003. 219 p.
____________. Introdução á tecnologia da Refrigeração e da Climatização. São Paulo: Artliber,
2004. V2
SILVA, José de Castro. Refrigeração comercial e climatização industrial. São Paulo (SP): Hemus,
2004. 321 p.
_________. Introdução à tecnologia da refrigeração e climatização. São Paulo, Hemus, 2004
__________. Refrigeração Comercial e Climatização Industrial. São Paulo: Leopardo, 2013.
MINICURRÍCULO DOS AUTORES

ADAIR TEIXEIRA

Técnico em Manutenção Automotiva pelo SENAI; licenciado em Ciências, pela Universidade


Castelo Branco (Rio de Janeiro/RJ); Pós-Graduado em Supervisão Escolar, pela Universidade
Estadual do Rio de Janeiro ( Rio de Janeiro /RJ); Curso de Qualificação em Refrigeração e
Climatização (Senai – São Jose/SC) e professor dessa instituição desde 2012. Tem desenvolvido
diversos materiais didáticos para qualificação na área Automotiva e atua como Revisor técnico
em algumas produções de materiais para EAD.

CRISTIANO BENEDETTE DE LIMA

Formado técnico em refrigeração e climatização pelo SENAI, de Porto Alegre;, técnico em


eletrotécnica e eletrônica pela Escola Técnica Estadual Parobé, de Porto Alegre; capacitação
em chiller, pela Carrier de Canoas-RS e qualificado em instalador de aquecedor solar, pelo
Instituto Federal de Santa Catarina, atua profissionalmente no SENAI como instrutor de cursos
de qualificação profissional na área de refrigeração e, em paralelo, presta assistência com sua
própria empresa.
ÍNDICE

A
Absoluta 27, 32, 46, 47, 101
Absorção 41, 42, 55, 75, 76, 118
Acetileno 84, 85, 89, 97
Amônia 27, 42, 64, 76
Analógico 28, 34, 35, 36
Azeotrópica 44

B
Bar 33, 34, 35, 46, 47
Bitolas 80, 92
Brasagem 14, 79, 82, 83, 84, 85, 87, 88, 89, 92, 94, 95, 96, 97, 107, 109, 111
BTU 20, 60, 67

C
Calorimetria 13, 19
Calor latente 21, 22, 42, 47
Celsius 26, 27, 28, 46
CFC 43, 100
Ciclo 13, 14, 18, 21, 22, 31, 41, 51, 52, 55, 60, 61, 64, 67, 70, 71, 74, 75, 76, 77, 79, 81, 104, 118, 124
Climatização 13, 14, 17, 19, 21, 22, 24, 29, 30, 34, 35, 38, 41, 42, 44, 45, 47, 48, 50, 55, 57, 59, 60,
62, 63, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 75, 77, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 87, 88, 90, 92, 96, 97, 99, 100, 101,
102, 103, 104, 106, 107, 108, 109, 110, 111, 114, 119, 121
Componente 49, 51, 61, 64, 65, 69, 70, 71, 72, 75, 81, 92, 104
Compressão 13, 14, 41, 44, 55, 64, 66, 67, 75, 76, 77, 104, 105
Compressor 19, 42, 48, 49, 51, 56, 58, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 75, 76, 80, 82, 105, 107, 118
Condensador 19, 56, 57, 58, 59, 60, 63, 66, 67, 69, 70, 71, 72, 75, 76, 104, 105
Convecção 22, 23, 56, 57
Conversão 20, 27, 28, 34, 104, 117
Cortador 90

D
Densidade 32
Digital 28, 29, 30, 36, 37
Dobramento 92

E
Ebulição 18, 26, 27, 42
Equipamento 29, 30, 56, 69, 80, 82, 84, 87, 89, 93, 96, 97, 99, 100, 103, 104, 107
Específico 21, 44, 96, 100, 106
Evaporação 18, 63, 81, 104
Evaporador 19, 56, 62, 63, 64, 66, 67, 71, 72, 75, 76
Expansão 19, 55, 62, 63, 64, 70, 75, 76, 77, 92, 105

F
Fahrenheit 26, 27, 28
Fluído 69, 70, 71, 72, 80, 81, 82, 99, 100, 103, 104, 105, 106, 107, 114, 118

G
Gramas 103
Grandezas 13, 17, 38, 126

H
Halogenados 43, 44
HCFC 43, 45, 100, 126
Hermético 35, 36, 45, 48, 49, 65, 69, 92, 93, 99, 107, 114, 126
HFC 43, 45, 49, 100

I
Instrumentos 13, 14, 17, 28, 34, 36, 38, 79, 99, 100
Irradiação 30
Isolamento 18, 25, 79, 80, 81, 82, 104, 79

J
Joule 20, 127

K
Kelvin 26, 27

L
Legislação 49, 51, 106
Lubrificante 48, 49, 65, 69, 71, 79, 102, 104

M
Manômetro 32, 34, 35, 36, 72, 102, 104, 105
Mineral 49

N
Negativa 33, 35, 102
Neutra 85

O
Óleo 45, 48, 49, 55, 63, 65, 69, 70, 71, 77, 79, 102, 104
Ótico 30
Oxidante 85
Oxigênio 84, 85, 88, 97, 100

P
Pascal 33
Polegada 31, 33, 35
PPU 84
Prata 83
Pressão 13, 17, 26, 28, 29, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 38, 42, 44, 46, 47, 58, 60, 61, 63, 64, 66, 67, 68, 70,
71, 72, 75, 76, 80, 81, 83, 84, 85, 87, 88, 89, 99, 100, 101, 102, 104, 105
pressostato 72, 73
Protocolo 50, 51, 106, 118

Q
Quilograma 33

R
Radiação 22, 23
Rankine 27
Refrigerador 56, 129
Regulador 101
Relativa 18, 19, 32, 34, 35, 46, 47,
Resistência 24, 30, 80, 90, 104
Retrofit 45
Reversão 71
Rotativo 67

S
Scroll 67, 77, 118
Semi-hermético 65
Separador 55, 70, 71, 72
Solda 83, 84, 85, 87, 89, 107

T
Temperatura 13, 17, 18, 19, 21, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 38, 42, 44, 46, 47, 49, 51, 56, 57, 58, 59,
60, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 70, 71, 75, 76, 77, 79, 80, 81, 85, 87, 88, 99, 104, 105
Térmico 13, 18, 19, 21, 25, 51, 64, 79, 81, 82, 83, 104, 117, 118
Termometria 13
Termômetro 27, 28, 29, 104, 105
Termopares 29
Trocador 22, 76
Tubo capilar 28, 29, 64, 75, 77
tubulações 14, 24, 36, 79, 80, 81, 82, 83, 87, 90, 94, 107

U
Umidade relativa 18, 19,
unidades 13, 17, 19, 20, 25, 33, 34, 36, 37, 38, 57, 72, 80, 93, 103
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Luiz Eduardo Leão


Gerente de Tecnologias Educacionais

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Catarina Gama Catão


Apoio Técnico

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA

Selma Kovalski
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Adair Teixeira
Cristiano Benedette de Lima
Elaboração

Felippe Cesa
Revisão Técnica

Karine Marie Arasaki


Morgana Machado Tezza
Coordenação do Projeto

Adriana Giovanela
Design Educacional

Vera Márcia Pinheiro da Conceição


Revisão Ortográfica e Gramatical

Andressa Vieira
Fotografias, Ilustrações e Tratamento de Imagens

Joaquim Venâncio Lourenço Ribeiro


Mauro Airoldi
Robson Ventura de Oliveira
Comitê Técnico de Avaliação

Ana Cristina de Borba


Diagramação

Vera Márcia Pinheiro da Conceição


Normalização
Patricia Correa Ciciliano
CRB – 14.1230
Ficha Catalográfica

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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