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FUNDAMENTOS DE
REFRIGERAÇÃO E
CLIMATIZAÇÃO
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
FUNDAMENTOS DE
REFRIGERAÇÃO E
CLIMATIZAÇÃO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
FUNDAMENTOS
DE REFRIGERAÇÃO
E CLIMATIZAÇÃO
© 2016. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Educação e Tecnologia do SENAI
de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
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Lista de ilustrações
Referências......................................................................................................................................................................... 117
Segundo Silva (2003), desde a pré-história os seres humanos possuem a necessidade de obter o
resfriamento, com o objetivo de alcançar temperaturas inferiores a do ambiente, visando conservar os
alimentos ou até mesmo retirar calor de uma determinada substância. Existem relatos de que a civilização
egípcia refrescava suas bebidas por intermédio do uso de vasos de barro, que, por serem de material
poroso, dissipavam a água por micro furos existentes, ocasionando certa evaporação e, por conseguinte
diminuindo a temperatura do líquido contido dentro do recipiente.
No século XVIII, blocos de gelo eram retirados de lugares muito frios e estocados em salas com isolamento
térmico, de modo a manter o seu estado físico, desta forma tornando-se possível a comercialização para o
mundo todo.
Por volta de 1750, parte do ciclo de refrigeração já havia sido desenvolvido, pois passou-se a utilizar
um líquido como meio refrigerante, o éter. Por intermédio da sua utilização, fazia-se com que a água fosse
transformada em gelo, devido ao processo de ebulição gerado quando um recipiente entrava em contato
com o éter, promovendo a diminuição da temperatura da água, a ponto de formar gelo.
Observe que há muito tempo o ser humano já buscava o conforto térmico. Essa sensação em primeiro
lugar passa pela percepção individual, mas de modo geral ela pode ser maior ou menor devido a dois
fatores que andam lado a lado, ou seja, as diferentes temperaturas e a umidade relativa do ar presente no
ambiente.
Onde tem-se alta temperatura e umidade relativa (minúsculas partículas de água) também muito alta, a
evaporação do suor é mais difícil e demorada, dando uma sensação de “corpo melado” e quente. Por outro
lado, em um ambiente de alta temperatura, porém com umidade relativa do ar baixa - fator que permite
uma boa evaporação do suor humano, com a melhora da troca de energia térmica, pode propiciar uma
sensação de bom conforto térmico. Veja a seguir um exemplo de gráfico de conforto térmico.
40
MUITO QUENTE
Temperatura do Ar (ºC)
35
30
Necessita de Vento para Conforto
MUITO ÚMIDO
MUITO SECO
25 Confortável
20
5
Andressa Vieira (2015)
MUITO FRIO
0
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Umidade Relativa (%)
Figura 1 - Exemplo de gráfico de conforto térmico
Fonte: adaptado de INMET (2015)
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
19
Você pode identificar no gráfico três fatores que atuam na sensação humana de conforto térmico
(temperatura , umidade relativa e velocidade do ar).
Em 1834, Jacob Perkins aprimorou o sistema construindo uma máquina de refrigeração mecânica que
possuía quatro elementos fundamentais: compressor, condensador, dispositivo de expansão e evaporador.
2.2 CALOR
Segundo Dossat (2004), calorimetria é o estudo que mede a quantidade da transferência de energia
térmica absorvida ou liberada entre dois corpos, com diferentes temperaturas entre si, durante o processo
de um fenômeno físico ou químico. Desta forma, calor é a energia térmica em trânsito entre dois corpos
com temperatura diferentes, sendo assim, quanto maior essa diferença, maior o fluxo de calor. Acompanhe
a seguir a sequência desta transferência de temperatura na figura.
io
Fr
nte
u e
Q
Andressa Vieira (2015)
lo r
Ca
Figura 2 - Transferência de calor do corpo de maior temperatura para de menor temperatura
Fonte: SENAI (2015)
Para que houvesse entendimento entres os vários países, foi elaborada uma padronização de unidades
de medidas, denominadas medidas-padrão. Esse grupo de unidades foi nomeado Sistema Internacional de
Unidades. Esse é, também, o sistema que o Brasil adotada em muitas situações de mensuração de medidas,
inclusive na refrigeração e climatização.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
20
É importante você saber a diferença entre quantidade de calor - que é a energia térmica que um corpo
ou substancia contém, e fluxo de calor - resultado entre a quantidade de calor e o intervalo de tempo da
transferência dessa energia térmica.
Os manuais técnicos utilizados na área de refrigeração costumam aplicar diversas unidades de medida,
por isso é importante conhecer a relação entre as principais, conforme quadro a seguir.
FIQUE Quando se relaciona a energia térmica na unidade de kWh (Quilowatt Hora) não está
ALERTA se referindo a consumo de energia elétrica, mas sim a quantidade de transferência
de calor por hora.
As substâncias ou material podem existir em três diferentes estados ou fases: sólido, líquido e gasoso.
Como exemplo temos a água que em seu estado primário é um líquido, porém esta substância pode existir
como gelo, que é um sólido, ou como vapor que é um gás (gasoso).
Estado Sólido: Uma substância ou material no estado sólido tem uma quantidade relativamente
pequena de energia. As moléculas da sua composição se encontrão unidas de forma bastante compacta.
Logo, um material no estado sólido tem uma estrutura molecular rígida, na qual a posição de cada molécula
encontra-se mais ou menos fixa, limitando-se a um movimento simplesmente vibratório que depende da
quantidade de energia contida no sólido.
Estado Líquido: As moléculas de substância no estado líquido possuem mais energia que as do estado
sólido, neste caso as moléculas não estão dispostas de maneira tão compacta. A maior quantidade de
energia permite as moléculas vencerem, até certo nível, a força de atração que as une, dando-as maior
liberdade de movimento. Podem movimentar-se livremente uma em relação a outra, e as possibilita de
escoar e adquirir a forma do recipiente que as contenham.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
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Estado Gasoso: As moléculas de uma substância no estado gasoso possuem uma quantidade de
energia ainda maior que as de um material no estado líquido. Possuem energia suficiente para vencer
todas as forças de atração. Elas de movimentam em velocidades elevadas colidindo entre si, e com as
paredes do recipiente em que estão confinadas. Seus recipientes têm que ser lacrados ou fechados para
impedir que escapem.
Mudanças de estado: Muitas substâncias sob condições de temperatura e pressão ideais, podem existir
em qualquer estado físico. A quantidade de energia contida nas moléculas de determinado material ou
substância, determina, não somente a temperatura, como também qual dos três estados físicos apresentará
em um momento particular. Ou seja, a adição ou remoção de energia térmica (calor) pode produzir uma
mudança no estado físico da substância.
ESTADO DA MATÉRIA
Gasoso
Re
ssu
Su
en ção
bli
bli
o
ma
çã
ma
a
Co por
Liquido
sa
ção
çã
a
Sólido
Solidificação
Fusão
Segundo Máximo e Alvarenga (2003), a Lei Zero da Termodinâmica, determina como é processada a
troca de energia térmica entre corpos, sejam sólidos, líquidos ou gasosos. Essa troca tem como finalidade
a busca do equilíbrio térmico.
Veja a seguir os conceitos de calor sensível e latente, importante para o ciclo de refrigeração e
climatização.
Também chamado de calor específico é definido como sendo o processo aonde ocorre a variação de
temperatura de uma substância ou corpos, sem que haja mudança em seu estado físico. Diferente do
processo que ocorre com o calor latente, que provoca a mudança física. (MILLER e MILLER, 2014).
Um exemplo de aplicação deste processo na área de climatização é a redução da temperatura do
ambiente residencial que está sendo climatizado, sem que haja mudança do estado físico dos corpos que
lá estão.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
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Segundo Dossat (2004), calor latente é a grandeza física relacionada à quantidade de calor que uma
unidade de massa de uma determinada substância deve perder ou receber para que ocorra a sua mudança
de estado físico. Pode-se citar como exemplo a mudança física de um bloco de gelo (água solidificada),
onde, para que este volte a ser líquido, deve receber uma certa quantidade de calor para mudar de estado
físico. Veja a seguir como é a transmissão de calor.
É a transferência de energia térmica entre dois corpos de temperaturas diferentes. Pode ocorrer por três
meios: convecção, radiação e condução. (DOSSAT, 2004).
Segundo LUZ (2007), é a troca de calor entre as correntes de convecção (ar), que são formadas pelas
diferentes densidades das partes mais quentes e das mais frias do ar existente no ambiente (convecção
natural), ou seja, proporciona um movimento ascendente da camada ainda não resfriada, e descendente
da parte que fez a troca de calor com o mecanismo de resfriamento, como janelas e portas.
Ingram Publishing ([20--?])
Spyderskidoo (2015)
Figura 5 - Transferência de calor por convecção no funcionamento de um aparelho condicionador de ar.
Fonte: Thinkstock (2015)
A imagem que segue demonstra a forma de transmissão de calor aproveitando o processo de condução.
Kcslagle (2015)
Figura 7 - Transferência de calor por condução
Fonte: Thinkstock (2015)
Nesta representação, o calor da resistência elétrica está aquecendo o fundo da chaleira, as moléculas
do material começam a vibrar, transmitindo esta intensidade de energia excedente para as próximas
moléculas. Esta transmissão de energia vai ocorrendo de molécula para molécula até atingir a água dentro
do recipiente, que, por sua vez, também terá suas moléculas recebendo energia térmica e transmitindo a
vibração até as moléculas da superfície, elevando a temperatura de toda água dentro da chaleira. Veja a
seguir como ocorre a isolação térmica.
Para que a refrigeração ou climatização seja eficiente, qualquer espaço, ambiente ou tubulação, necessita
ser isolada para evitar a entrada de calor ou a troca de energia térmica com o meio de temperatura mais
elevada. Neste processo, utilizam-se vários tipos de materiais, seja o da própria construção do ambiente
(madeira, tijolos, concreto, telhas) ou materiais fabricados especificamente para esta finalidade. Estes
materiais sintéticos permitem maior eficiência na isolação térmica, ou seja, não admitem a troca de energia
térmica entre produtos ou meios. São fabricados com materiais flexíveis, resistentes a altas temperaturas,
podem ser de plástico, espuma, esponjosa, cortiça, fibras de vidro, PVC e borracha. Normalmente resistente
à penetração de água, são de fácil corte e moldagem em tubulações e com boa resistência a abrasão.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
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JazzIRT (2015)
Figura 8 - Freezer e exemplo de isolamento
Fonte: Thinkstock (2015)
2.3 TEMPERATURA
É a grandeza física utilizada para caracterizar o estado térmico de um sistema ou corpo. Esta temperatura
pode definir fisicamente se um corpo está frio ou quente, dependendo da agitação molecular da substância.
(DOSSAT, 2004). Veja quais são as escalas utilizadas.
Existem várias formas de medir a temperatura dos corpos e substâncias líquidas ou gasosas. Para tal
finalidade foram criadas escalas termométricas com padrões de unidades de medidas, que levam em
consideração pontos comuns e possibilitam conversões entre elas. Esses pontos comuns foram elaborados,
tendo como referência os pontos de fusão e o ponto de vapor da água a nível do mar.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
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O ponto de
ebulição da água
O ponto de
congelação da água
Zero absoluto
ESCALA RANKINE
Trata-se de uma escala não popular no seu uso, mas alguns setores da engenharia americana a utilizam.
Foi criada em 1859, pelo físico escocês William John Macquorn Rankine e denominada com seu sobrenome,
Rankine. Nesta escala, o zero absoluto também tem o valor de 0°Ra, que usa como referência o mesmo °F,
ou seja, a variação de temperatura é igual, onde 0°Ra equivale a -459,67°F. (RENATO, 2006).
CONVERSÃO DE ESCALAS
Para realizar a conversão de valores de temperatura de uma escala para outra, aplica-se na fórmula o
valor conhecido para calcular o desejado. Veja os exemplos no quadro que segue:
Agora que você já viu quais são as medições, continue com sua leitura e acompanhe os instrumentos
utilizados para estes processos.
Este tipo de instrumento consiste em um tubo capilar (fino) e um bulbo (bolha tipo cebola) de vidro
fechado a vácuo, contendo mercúrio. Este mercúrio aumenta ou diminui seu volume na escala graduada,
conforme a variação de temperatura que age sobre ele. Desta forma, indica a quantidade de energia
térmica que está atuando naquele momento sobre o corpo ou substância.
Este instrumento é construído baseado no efeito de dois componentes metálicos com diferentes
dilatações, os metais quando aquecidos ou resfriados, alteram seus comprimentos gerando o arqueamento
das lâminas espiraladas, assim, quando sofrem uma dilatação movimentam o ponteiro de leitura na escala
graduada de temperatura. (DOSSAT, 19--).
1 Duas lâminas de metais diferentes, unidas entre si e enroladas em forma de espiral ou hélice.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
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Balbinot e Brusamarello (2006), descrevem este termômetro como sendo constituído de um bulbo que
é interligado por um tubo capilar preenchido com um gás. O bulbo ao sofrer variação na temperatura
externa modifica o volume do gás interno, devido ao aumento ou diminuição da pressão do gás. Isso
produz movimentos no ponteiro do aparelho, de forma a registrar essa temperatura na escala graduada
de leitura.
TERMOPARES
Segundo Dossat (2004), os termopares são constituídos por sensores de temperatura simples, sendo
muito utilizados nos mais variados processos de medição de temperatura.
É constituído por dois metais diferentes que são unidos em série pelas suas extremidades, formando um
circuito fechado. Essa ligação permite gerar uma força eletromotriz (FEM), que conectada ao instrumento
de leitura consegue ler a temperatura existente nos corpos ou substâncias, já que seu sistema eletrônico
é calibrado em graus. É um instrumento utilizado de forma ampla na refrigeração e climatização, veja na
figura a seguir o modelo.
TERMÔMETRO DE RESISTÊNCIA
Este tipo de instrumento indica a temperatura do ambiente desejado, valendo-se de um sensor que
registra a variação da sua resistência ôhmica do material, quando sua temperatura sofre alteração, essa
resistência é lida pelo equipamento e dada a leitura de temperatura em qualquer das escalas em que for
calibrado.
TERMISTORES
Dentro dos sensores de temperatura por resistência existem os termistores do tipo NTC (Negative
Temperature Coeficiente) e PTC (Positive Temperature Coeficiente), eles são aplicados, de forma que qualquer
variação de temperatura sobre o sensor faça variar a sua resistência, portanto, são resistências variáveis de
acordo com a temperatura. (BALBINOT e BRUSAMARELLO, 2006).
O sensor do tipo PTC e NTC são fabricados de material semicondutor, ambos variam sua resistência
ôhmica, assim o NTC, quando aumenta a temperatura, diminui a resistência ôhmica. No sensor do tipo PTC
o aumento da sua resistência é diretamente proporcional ao aumento da temperatura.
Estes sensores são aplicados em equipamentos de refrigeração e climatização para realizar a leitura de
temperatura do ambiente.
PIRÔMETRO ÓTICO
Este equipamento é um dispositivo que não necessita contato com algum meio para obter uma leitura
de temperatura. Ele foi desenvolvido para medir a irradiação térmica da própria superfície de um objeto,
por meio de sensor infravermelho. (BALBINOT e BRUSAMARELLO, 2006).
Este tipo de instrumento torna-se ideal para aferir altas temperaturas, principalmente em lugares de
difícil acesso. Normalmente trabalha com temperaturas entre (-) 50° a 380°C, no caso da refrigeração
evita o contato do instrumento de medição com qualquer produto (alimentos), diminuindo o risco de
contaminação.
Conheça este modelo na figura que segue.
Depois que você conheceu como são medidas as temperaturas, e os equipamentos para estas medi-
ções, na sequência dos seus estudos irá conhecer o que é pressão e suas variações.
2.5 PRESSÃO
Para que você entenda o princípio de funcionamento do ciclo de refrigeração, é importante saber
que a pressão é um dos fatores principais para que ocorra o movimento e a mudança de estado físico do
fluido dentro do sistema, já que as diferenças de temperaturas para a realização do ciclo são geradas pela
diferença de pressão.
A pressão é definida como uma força exercida sobre determinada área. Assim, a equação para descobrir
a distribuição média da força aplicada sobre uma determinada área, pode ser mensurada em libras por pé
quadrado ou libras por polegada quadrada (psi), do sistema inglês e em unidade métrica, quilopascal (kPa),
e calculada fazendo uso da seguinte fórmula:
Onde:
P=pressão
F=força
A=área
A figura apresentada, na sequência, mostra exemplo de força sobre a área.
Christopher Noble (2015)
É a força (peso) exercida pelas moléculas da camada de ar sobre a superfície terrestre. Ela pode variar
de um lugar para outro, dependendo das condições meteorológicas (umidade e densidade do ar), assim
como em função da modificação de altitude. (MILLER e MILLER, 2014). Desta forma, quanto mais baixo for
o local, menos rarefeito é o ar, e maior a pressão atmosférica, consequentemente se for maior a altitude
menor vai ser a pressão. Desta maneira a pressão atmosférica, ao nível do mar, é considerada de 1 atm.
Essa pressão é determinada tomando como referência a pressão atmosférica existente no local, e seus
valores podem sofrer alterações pela poluição e umidade do ar, ou seja, é a pressão abaixo ou acima da
pressão atmosférica. Para medi-la, utiliza-se um instrumento chamado manômetro, que estará calibrado
em zero para a pressão atmosférica local, mesmo sendo para mensurar pressões positivas ou negativas
(vácuo). Muitas vezes ela é denominada como relativa. (MILLER e MILLER, 2014).
É o resultado da soma da pressão manométrica (psi) com a pressão atmosférica (psi). Cita-se como
exemplo a calibragem dos pneus dos veículos automotores, ou seja:
Enchimento = 28 psi
Pressão atm = 12 psi (lido no barômetro),
Logo, pressão absoluta = 40 psi.
Veja na figura que segue este processo.
Thinkstock (2015)
Quando um sistema tem uma pressão menor que a pressão atmosférica local e for hermeticamente
fechado, tendo também valor zero (ou desprezível) de pressão absoluta, pode-se dizer que o sistema está
em vácuo. As unidades de medidas mais usuais para aferição do vácuo são: kgf/cm2, mmHg, kPa, atm, psi,
como você pode identificar suas correlações no Quadro 3 – Fatores de conversão de unidades de pressão.
Embora existam diversas unidades de pressão é preciso saber o valor de equivalência entre elas, pelo
motivo de não encontrarmos na nossa rotina de trabalho um valor padrão para todas as unidades. Assim,
é necessário saber converter de uma para outra, podendo ser utilizada uma tabela, como a exemplificada
na sequência.
As unidades de medidas de pressão mais utilizadas são:
a) atmosférica (atm)
b) centímetros de mercúrio (cm Hg)
c) milímetros de mercúrio (mm Hg), ou escala de torr (Torricelli)
d) quilograma-força por centímetro quadrado (Kgf/cm²)
e) libras por polegada quadrada (psi)
f ) milímetro de coluna de água (mm H2O ou mmca)
g) bar
h) milibar (mbar)
i) pascal (Pa)
j) kilopascal (kPa)
k) polegada de mercúrio (in Hg)
Veja a relação entre unidades de medidas de pressão atmosférica ao nível do mar.
Para registrar diferentes níveis de pressão, existem diversos tipos de instrumentos, conheça alguns
deles e seu funcionamento.
2.7.1 MANÔMETRO
É um instrumento utilizado para medir a pressão relativa de algum fluido contido em circuito fechado,
auxilia na indicação e monitoramento da pressão do produto, tanto em repouso como quando está
sendo realizado um trabalho pelo sistema de refrigeração ou climatização. Este instrumento possibilitada
mensurar pressão de gases e líquidos, podem ser digitais ou analógicos.
Na área da refrigeração o manômetro mais utilizado é do tipo de Bourdon, este instrumento é analógico.
Ele possui um tubo de cobre, com propriedade flexível, ligado a uma haste. Assim, a pressão do fluido que
se deseja medir entra pelo tubo do orifício da haste de conexão, no tubo de Bourdon, que, com o aumento
da pressão, expande-se alterando o seu formato, e movimentando uma engrenagem rotativa, que transfere
o movimento para um ponteiro onde acusará a pressão real na escala graduada.(RENATO, 2006). Veja nas
figuras seguintes exemplos de funcionamento e tipos desse instrumento.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
35
Este instrumento, quando comparado ao manômetro do tipo analógico, possui a vantagem de permitir
a medição de pressão positivas e negativas com maior precisão, além de trabalhar em maior número de
unidades de pressão e diferentes tipos de fluidos. Por ser mais completo, muitos destes instrumentos
dispensam o uso de vacuômetro separadamente, já que possui as duas funções, também possibilita a
execução dos testes de superaquecimento e sub-resfriamento.
SAIBA Para maior conhecimento sobre instrumentos que medem pressão, leia o capítulo 1
MAIS do livro ar-condicionado e refrigeração – 2ª ed. – Rex Miller & Mark R. Miller, 2014.
2.7.4 VACUÔMETRO
É um instrumento que possibilita medir pressões menores que a pressão atmosférica. Na refrigeração
utiliza-se para a retirada da umidade e de qualquer outro resíduo sólido, além de medir o nível de vácuo
dentro de um sistema fechado (tubulações e máquinas), ou seja, o nível de desidratação que foi executado
no circuito hermético do sistema. (RENATO, 2006).
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRICO DA REFRIGERAÇÃO
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CASOS E RELATOS
O VALOR DO CONHECIMENTO
Wellington era o único funcionário de uma empresa de refrigeração de pequeno porte, que
prestava assistência técnica em equipamentos do tipo freezer e refrigeradores. Ele não tinha muito
conhecimento técnico para realizar as manutenções e operações necessárias. A pouca habilidade
que adquiriu foi por repetição, tentativas e erros, além do aprendizado herdado do dono da
assistência.
Porém, a evolução tecnológica dos eletrodomésticos tem trazido cada vez mais inovações, como
por exemplo: diferentes tipos de fluidos refrigerantes com pressões e temperaturas de operações
diversificadas, potências nominais com várias unidades de medidas, além de especificações mais
técnicas nos manuais dos produtos fornecidos pelo fabricante.
O rapaz percebeu que estavam muito defasados nos conhecimentos, em relação aos equipamentos
existentes no mercado e isso estava trazendo reflexos negativos nos negócios, quase a ponto de
falência. Muitos atendimentos não puderam ser realizados em função da pouca qualificação e, a
cada cliente perdido o prejuízo aumentava.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
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Algo precisava ser feito, foi então que Wellington percebeu a importância em obter mais
conhecimentos e, com a ajuda do patrão, se inscreveu em diversos cursos da área de refrigeração
e climatização, visando melhorar a qualificação e ficar mais preparado no atendimento as novas
exigências do ramo.
Ao analisar a situação da empresa acima, você pode identificar a importância da continuidade na
busca por novos conhecimentos na área de trabalho de qualquer profissional. Essa atualização de
conhecimentos proporciona segurança ao profissional na execução da tarefa a ser realizada, bem
como mantém a empresa de forma competitiva no mercado.
RECAPITULANDO
3.1 CONCEITO
O fluido refrigerante, também conhecido como “gás refrigerante”, é o veículo que permite a troca de
energia térmica (absorve ou cede calor) de outros corpos ou substâncias, em um sistema de refrigeração e
climatização, conforme sua mudança de estado físico. Ou seja, absorve calor latente quando passa do es-
tado líquido para gasoso (vapor) em baixa temperatura e pressão, ou cede seu calor latente quando passa
do estado gasoso (vapor) para o líquido.
Os fluidos mais utilizados e mais comuns são os compostos de dióxido de carbono, amônia, dióxido de
enxofre, cloreto de metila e os hidrocarbonetos. (MILLER E MILLER, 2014).
Algumas composições de fluido vêm mudando para fórmulas menos agressivas ao meio ambiente, em
função da necessidade do atendimento das legislações ambientais e da segurança no manuseio do pro-
duto diariamente.
O investimento em pesquisas resultou em um aumento de diferentes tipos de fluidos, variando suas
propriedades conforme a sua aplicação - residencial, comercial e industrial. A seguir, você vai estudar os
tipos e as características desejáveis dos fluidos refrigerantes disponíveis no mercado.
Tendo em vista as diversas exigências ecológicas e de segurança pessoal, a escolha das substâncias que
são utilizadas como fluido refrigerante, devem seguir os seguintes critérios:
a) não ser nocivo ao meio ambiente;
b) não ser inflamável;
c) não ser tóxico e estimulante.;
d) ser estável e inerte quimicamente;
e) não ser corrosivo a metais;
f ) ser inodoro;
g) ser compatível com óleos lubrificantes do compressor;
h) não ser perigoso aos seres ou alimentos contidos no recinto;
i) permitir fácil manuseio para manutenção;
j) ser disponível comercialmente com custo razoáveis;
k) condensar com pressões não muito elevadas;
l) baixo ponto de ebulição;
m) possuir elevado calor latente na vaporização (bom resfriamento na absorção de calor).
3 FLUIDOS REFRIGERANTES E ÓLEOS LUBRIFICANTES
43
Além das características desejáveis dos fluidos refrigerantes, na sequência você irá conhecer as suas
composições.
Como os fluidos refrigerantes possuem vários tipos de composição, tanto natural como sintética, os
fabricantes usam letras antes do seu nome para identificar a composição molecular de certas substâncias,
inclusive identificando o grau e a classe que este composto pode contribuir ou não para o aquecimento
global. Veja no quadro abaixo as possíveis substâncias utilizadas nas composições dos fluidos.
A denominação dos fluidos refrigerantes é iniciada pela letra “R” (de Refrigerante), mais a numeração
que identifica a composição química. Segundo a norma internacional (ANSI/ASRAE 34-1989 – Number
Designation and Safety Classification or Refrigerants), a numeração dos hidrocarbonetos halogenados segue
as seguintes regras:
a) os fluidos derivados da série R-00, são derivados de metano;
b) os fluidos derivados da série R-100, são derivados de etano;
c) os fluidos derivados da série R-200, são derivados de propano;
d) os fluidos derivados da série R-300, são derivados de butano;
e) os fluidos da série R-400, está identificando as misturas não azeotrópicas;
f ) os fluidos da série R-500, está identificando as misturas azeotrópicas;
g) os fluidos da série R-600 identifica os compostos orgânicos.
Na sequência veja a classificação dos fluidos.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
44
NOME DESCRIÇÃO
São compostos orgânicos obtidos pela substituição de um ou mais átomos de hidrogênio e um
Hidrocarbonetos Halogenados
hidrocarboneto por um átomo de halogênios (flúor ou cloro).
São da mesma família dos hidrocarbonetos halogenados, aplicados especialmente em indús-
Hidrocarbonetos Puros
trias petroquímicas.
São considerados os fluidos inorgânicos aqueles que possuem o número 700 mais a indicação
Compostos Inorgânicos
da sua massa molecular. A aplicação é na área de refrigeração industrial.
Uma mistura azeotrópica é um fluido refrigerante puro, apesar de ser constituídos por duas ou
mais substância diferentes. Não podem ser separadas, em nenhuma porcentagem de qualquer
Misturas Azeotrópicas
um de seus componentes químicos para que não haja desiquilíbrio na composição do fluido
refrigerante.
Uma mistura não azeotrópica tem um comportamento característico de uma mistura binária
Misturas Não Azeotrópicas aonde condensa a uma pressão constante variando a sua temperatura, ou seja, a concentração
de vapor e líquido é diferente da concentração original da mistura.
Quadro 5 - Tipos de fluidos primários
Fonte: adaptado de Pereira (2007)
b) Secundários: refrigerantes secundários são líquidos utilizados para trocar a energia térmica, a baixa
temperatura de um lugar para outro, conhecidos como salmouras e anticongelantes. Os sistemas de
troca utilizam duas substâncias que formam a combinação de refrigerantes.
São aqueles que não apresentam mudança de fase durante a troca térmica, sendo empregados em
sistemas de refrigeração por compressão a vapor, como intermediador para refrigerar locais de longas dis-
tâncias entre unidade interna e externa. Como exemplo temos a água (H2O), nos sistemas chiller.
A seguir acompanhe os tipos de fluidos.
Cada fluido tem seu uso bem específico, tanto na refrigeração e climatização residencial, quanto na
comercial ou industrial. Confira no quadro a seguir alguns fluidos utilizados em sistemas de refrigeração e
climatização.
3 FLUIDOS REFRIGERANTES E ÓLEOS LUBRIFICANTES
45
IDENTIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
Considerado um excelente fluido refrigerante, podendo ser aplicado em diversos tipos de sistemas de
HCFC R-22
refrigeração, porém, por ser um HCFC, está em fase de substituição.
Excelente fluido refrigerante para a limpeza interna do sistema de refrigeração, na remoção de óleo contami-
HCFC-R-141B
nado e partículas sólidas existentes no sistema hermético.
Utilizado em equipamentos mais modernos e em retrofit, é aplicado em sistema de refrigeração automotiva,
HFC R-134a
chiller, refrigeração doméstica e comercial.
Utilizado em equipamentos mais modernos e em retrofit, utilizado em refrigeração doméstica e comercial.
HCFC R-401A
Substitui o R-12.
Utilizados em equipamentos mais modernos, aplicado em freezer de alta capacidade, transporte refrigerado,
HCFC R-401B
substitui o R-12 e o R-500.
Utilizado em equipamentos mais modernos, aplicado em refrigeração residencial, comercial e industrial.
HFC R-404A
Substitui o R-502.
Utilizado em equipamentos mais modernos e em retrofit, aplicado em sistemas residenciais e bomba de
HCFC R-407C
calor. Substitui o R-22.
Utilizado em equipamentos modernos, aplicado em refrigeração residencial e comercial, e bomba de calor.
HFC R-410A
Substitui o R-22.
HFC R-417A Utilizado em retrofit, aplicados em sistemas de climatização com capacidade inferior a 5TR. Substitui o R-22.
Quadro 6 - Tipos de fluidos refrigerantes
Fonte: adaptado de Pereira (2007)
No quadro anterior de tipos de fluidos, você identificou alguns dos fluidos utilizados na refrige-
ração e climatização, assim como sua identificação comercial.
3.6 RETROFIT
O termo retrofit, abreviatura da expressão inglesa “retroactive refit”, significa “readaptação posterior”,
ou seja, designa a modernização de um sistema de refrigeração e climatização já ultrapassado (componen-
tes e fluidos), em um sistema mais moderno e dentro das exigências normativas.
Para isso, torna-se necessário realizar um estudo geral do sistema quanto a essa possibilidade de rea-
daptação, pois deve se considerar o porte do sistema e sua aplicação. Nesta modernização são utilizados
os fluidos alternativos, que devem ser compatíveis com os componentes existentes no sistema. Veja o que
são os fluidos alternativos.
São novos compostos, mais eficientes, seguros e econômicos, que podem ser utilizados nos equipa-
mentos sem a necessidade da troca de certos componentes.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
46
Possibilitam menor volume de fluido refrigerante no sistema em relação ao fluido substituído na mo-
dernização, permite em média, completar com somente 80% da carga do fluido anteriormente utilizado.
(SENAI/RS, 2007).
Exemplos de fluidos alternativos:
a) R-401a e R-401B, são alternativos para o R-12.
b) R-402a e R-402B, são alternativos para o R-502.
Na sequência da sua leitura você irá conhecer a relação de pressão x temperatura.
Cada fluido refrigerante evapora em uma determina pressão, ou seja, muda o seu estado físico e
temperatura conforme a pressão e vice-versa, assim, quanto maior for pressão do fluido, maior a agitação
das moléculas e, consequentemente o aumento de sua temperatura, e quanto menor a pressão, menor a
temperatura. (MILLER e MILLER, 2014).
Na tabela a seguir (vapor saturado), você identificará a relação pressão x temperatura, na qual é apre-
sentado um resumo desse conceito, na qual a pressão é medida em “bar”, e a temperatura em Celsius.
1 2 3 4 5 6 7
PRESSÃO RE- PRESSÃO TEMPERATU- VOLUME CALOR CALOR
CALOR TOTAL
LATIVA ABSOLUTA RA ESPECÍFICO SENSÍVEL LATENTE
BAR BAR ºC M3/KG KCAL/KG KCAL/KG KCAL/KG
0,50 80,9 3,301 80,8 631,6 550,8
0,60 85,5 2,783 85,4 633,4 548,0
0,70 89,5 2,409 89,4 634,9 545,5
0,80 92,9 2,125 92,9 636,2 543,2
0,90 96,2 1,904 96,2 637,4 541,2
0 1,0 99,1 1,725 99,1 638,5 539,4
0,1 1,1 101,8 1,578 101,8 639,4 537,4
0,2 1,2 104,2 1,455 104,3 640,3 536,0
0,3 1,3 106,6 1,350 106,7 641,2 534,5
0,4 1,4 108,7 1,259 108,9 642,0 533,1
Tabela 1 - Relação de pressão x temperatura (vapor saturado)
Fonte: adaptado de Industrial Consult (2015)
Verifique que a tabela acima mostra a relação entre pressão, temperatura, volume, calor sensível, calor
total e calor latente, fenômenos esses que estão presentes de forma direta na mudança do estado físico
dos fluidos.
CASOS E RELATOS
Responsabilidade x Preguiça
Bruno trabalha em uma empresa de climatização há mais de 25 anos, aonde adquiriu uma boa
experiência por ter solucionado muitos problemas, porém em algumas oportunidades ele se des-
cuidava um pouco com a responsabilidade que seu trabalho de manutenção exigia, pois quando
havia necessidade de fazer alguma manutenção que precisasse recolher o fluido refrigerante para
cilindros específicos de armazenamento, ele não realizava este procedimento tão importante para
a proteção ambiental, pois baseava-se em antigos profissionais, executando esse procedimento de
forma incorreta.
Mesmo recebendo essa orientação do seu líder de equipe, para realizar o recolhimento do fluido
com as ferramentas necessárias, ele não o fazia, pois necessitava carregar mais equipamentos e
perder tempo fazendo o trabalho. Assim, por falta de responsabilidade e preguiça, descartava o
fluido refrigerante na atmosfera.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
48
Certo dia Brun, viu uma reportagem sobre os danos causados a camada de Ozônio pela liberação
de fluidos refrigerantes na atmosfera, foi quando tomou consciência da gravidade e mudou sua
atitude.
Hoje ele não somente trabalha dentro dos padrões de segurança ambiental, como dá palestras
em empresas de climatização para conscientização dos funcionários que realizam o trabalho em
campo.
Todo profissional tem a obrigação de seguir as normas vigentes, para a execução com segurança
de qualquer tarefa que seja de sua responsabilidade, tanto relativas a segurança pessoal, quanto
coletiva e ambiental.
Por entrar em contato com o fluido refrigerante, os óleos para refrigeração devem ser específicos e
atender as exigências dos fabricantes dos compressores, e quando precisar a troca deve ser realizada. Para
isso devem ser consultados os fabricantes, caso não se tenha as informações necessárias ä troca.
Dentro da refrigeração, os lubrificantes estão divididos em: Mineral, Sintético e Vegetal. Como
exemplo temos os:
a) Óleo Poliól Éster: este lubrificante, denominado como óleo sintético é bastante aplicado com fluídos
refrigerantes da classe HFC.
b) Óleo Alquilbenzeno (sintético): eles tendem a apresentar menor custo do que outros lubrificantes
sintéticos, e são empregados principalmente com R-22 e R-502. Os óleos Alquilbenzenos têm
solubilidade melhor à alta temperatura e melhor estabilidade química do que os óleos minerais que
substituem.
c) Óleos vegetais: são formadores de ácidos e graxas, portanto, instáveis e atualmente inadequados
para uso na refrigeração.
Acompanhe a seguir a legislação com relação a normas, estocagem e uso de fluidos.
Esse protocolo1 é uma convenção ambiental, em nível internacional, aonde países signatários compro-
metem-se a substituir as substâncias que demonstrarem estar reagindo com o ozônio (O3) na parte su-
perior da estratosfera, reduzindo assim o impacto da destruição da camada de ozônio. O tratado esteve
aberto para adesões a partir de 16 de setembro de 1987, e entrou em vigor em 1 de janeiro de 1989. Ele
teve adesão de 150 países e foi revisado em 1990, 1992, 1995, 1997 e 1999. (SENAI/RS, 2006).
O objetivo desse documento é restaurar a camada de ozônio, tentando recuperá-la até 2050, pois um
dos maiores causadores para este impacto é a liberação ä atmosfera das substâncias que contém CFC´s
(Clorofluorcarbonetos). Substâncias essas, produzidas pelo homem e utilizadas na composição de muitos
fluidos (gases), inclusive na refrigeração e climatização, que afetam de modo geral o meio ambiente.
Este Comitê Executivo Interministerial, criado por decreto do Ministério do Meio Ambiente em 1995 e
revogado pelo Decreto de 6 de março de 2003, que encontra-se em vigor, estabeleceu no Plano Nacional
de Eliminação dos CFCs, devido a uma forte demanda de utilização de fluidos nos vários setores da
refrigeração e climatização, o comitê estabelece critérios de descarte e prevê treinamento em boas práticas
desse processo, além de trabalhar o uso correto dos fluidos. Também determina que para comprar fluidos
refrigerantes é necessário fazer o Cadastro Técnico Federal junto ao IBAMA, sem ele as lojas não podem
vender para os técnicos.
Portanto, você que vai exercer uma ou mais atividades com substâncias sujeitas ao controle pelo Pro-
tocolo de Montreal, deve se cadastrar na categoria de Atividades Diversas, com a descrição Usuário de
Substâncias Controladas pelo Protocolo de Montreal.
O comitê dividiu a identificação dos fluidos refrigerantes em duas classes, representadas pelas siglas
ODP (potencial de destruição da camada de ozônio) e GWP (potencial de aquecimento global), que indi-
cam o nível de contribuição ao aumento do efeito estufa como destruição da camada de ozônio.
1 Ata, nota ou registro dos documentos governamentais, dos atos oficiais, da correspondência de um governo ou tribunal, de uma
empresa, universidade etc.
3 FLUIDOS REFRIGERANTES E ÓLEOS LUBRIFICANTES
51
CURIOSI Um fluido refrigerante, mesmo que seja livre de cloro, não deve ser liberado na
atmosfera, já que a sua emissão contribui para o aumento do efeito estufa, que
DADES significa um desiquilíbrio no balanço térmico da temperatura do planeta.
Veja a seguir, algumas leis e normas, que um profissional da refrigeração necessita tomar conhecimento
para agir de forma correta.
a) Instrução Normativa N° 37 de 29 de Junho de 2004 do IBAMA; Determina o registro no IBAMA de
pessoas físicas e jurídicas que lidem com substâncias controladas pelo Protocolo de Montreal – Cas-
tro Técnico Federal.
b) Resolução do Conama 267; 14 de Setembro de 2000. Proíbe o uso e comercialização de várias
substâncias utilizadas no setor darefrigeração.
c) Resolução do Conama 340; 25 de Setembro de 2003. Proíbe o uso de alguns cilindros e dá orien-
tações sobre reciclagem de fluido refrigerante.
d) ABNT NBR 15848:2010 - Sistemas de ar condicionado e ventilação – Procedimentos e requisitos
relativos às atividades de construção, reformas, operação e manutenção das instalações que afetam
a qualidade do ar interior (QAI).
e) ABNT NBR 16401- 2:2008 - Instalações de ar-condicionado - Sistemas centrais e unitários. Parte 2:
Parâmetros de conforto térmico.
Você como profissional da área de refrigeração deverá ter estas leis como norte na sua profissão, assim
será um profissional além de habilidoso correto perante a legislação de sua profissão.
RECAPITULANDO
Neste terceiro capítulo você estudou que o fluido refrigerante é o componente que permite a troca
de energia térmica, pode identificar as características desejáveis nos modernos fluidos, para a sua
total eficiência no ciclo de refrigeração, sendo uma delas a não nocividade ao meio ambiente.
Conheceu ainda como se classificam os fluidos e seus diversos tipos e utilização. Estudou também
que os óleos lubrificantes devem ser compatíveis com os fluidos refrigerantes, para que não haja
danos ao compressor. Identificou os tipos de óleos utilizados, como por exemplo, os minerais e
sintéticos. E, no final do capítulo, pode verificar que existentem legislações e normas próprias para
a produção, comercialização, estocagem e uso dos fluidos refrigerantes, já que o Brasil faz parte de
alguns protocolos internacionais referentes a essa prática, no intuito de proteção ambiental.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
52
Continuando os estudos, você verá a seguir quais são os componentes que participam do ciclo de
refrigeração.
Componentes Básicos e Ciclo de
Refrigeração e Climatização
4.1 CONDENSADORES
É um elemento que possibilita a troca de energia térmica (calor) do fluido refrigerante com o ambiente
externo, ou seja, dissipa para o ambiente externo o calor absorvido pelo fluido na sua passagem pelo
evaporador. Desta forma, para cada tipo de instalação, seja ela residencial, comercial ou industrial, é
necessário que o condensador seja de potência compatível com o trabalho a que será empregado, para
que realize a troca térmica de forma eficiente, pois a escolha errada geraria uma série de defeitos no sistema,
como por exemplo, esforço demasiado do compressor, diminuindo sua vida útil.
Vale ressaltar que o dimensionamento do condensador pode variar conforme a região e o clima, pois a
instalação em regiões mais quentes necessita de uma maior troca térmica do fluido com o meio externo,
no condensador. Assim, ao projetar um equipamento para a região sul do Brasil, por exemplo, este mesmo
aparelho pode não ser tão eficiente para a região norte.
O fluido refrigerante, ao passar pelo condensador, pode ter sua temperatura diminuída com a utilização
de dois fluidos, ar ou água. Portanto, se classificam em dois tipos:
Os condensadores resfriados a ar podem realizar a troca térmica por diversas maneiras, tais como:
1 É um conjunto de tubos interligados e fixos por chapas verticais de alumínio que, por dentro deles, circula algum tipo de fluido.
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
57
Este condensador pode ser construído em cobre ou aço, contendo um feixe de arames cilíndricos
soldados sobre os tubos, de forma simétrica, que servem como aletas para ajudar na dissipação de calor.
Neste tipo de sistema o fluido refrigerante percorre por dentro do tubo e, na medida em que o fluido
circula, o ar externo que está a uma temperatura mais baixa que o fluido vai realizando uma troca de
energia térmica por convecção. Desta forma o fluido refrigerante vai perdendo temperatura e mudando o
estado físico.
Este tipo de condensador pode ser aplicado em sistemas de refrigeração e climatização residencial,
comercial e industrial, com potências de 0.5 TR até 500 TR (tonelada de refrigeração).
Quanto a instalação, esses condensadores devem ser colocados em ambientes externos e bem arejados,
longe de fontes de calor para que haja uma grande capacidade de troca térmica. Caso contrário, quando
instalado em ambientes fechados ou com pouca renovação de ar, acaba usando o próprio ar do ambiente
para troca térmica, ficando deficiente esse processo. Outros detalhes a serem observados são a distância
entre o condensador e a unidade interna, além do desnível entre as máquinas, podendo o sistema perder
eficiência no rendimento, bem como maior consumo e menor vida útil.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
58
Esses tipos de condensadores resfriados a água são mais eficientes que os de sistemas resfriados a ar,
porém sua instalação é mais complexa e sua manutenção deve ser bem criteriosa, devido ao acúmulo de
partículas de materiais sólidos que acompanham o fornecimento de água.
Esse de sistema de condensação faz com que o fluido refrigerante opere no condensador com uma
temperatura em torno de 8°C, mais baixa que em sistemas de refrigeração com condensação a ar, desta
forma exige um trabalho menor do compressor, em função do fluido estar em uma pressão mais baixa,
aumentando sua vida útil e economizando energia.
Fonte:
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
59
CONDENSADOR DE PLACA
Este tipo de condensador (Plate Heat Exchenger2) é constituído de uma montagem de placas múltiplas
com espessuras muito finas, geralmente em material de aço inox com espessura em média de 5 mm, e um
afastamento entre placas de 1,5 a 3 mm, valores que alternam conforme o projeto. Seu funcionamento
é considerado muito eficiente (2500 a 4500 W/m² °C), motivando sua maior utilização nos sistemas de
climatização. O processo de funcionamento consiste na troca térmica entre a água de resfriamento e
o fluido a ser condensado que circulam em contato com as placas em espaços alternados, permitindo
troca de temperatura entre os mesmos. A manutenção é realizada desmontando as placas para limpeza e
inspeção.
CONDENSADORES EVAPORATIVOS
O sistema consiste basicamente em uma torre de resfriamento, dentro desta torre é instalado uma série
de tubos de cobre em formato de serpentina, na qual circula o fluido refrigerante a alta temperatura e
pressão. Em cima dos tubos de cobre são instalados bicos injetores de água, que realizam o processo de
pulverização da mesma em cima dos tubos por onde circula o fluido refrigerante que, após resfriar o fluido,
cai em um reservatório dentro da própria torre. Este depósito tem uma bomba centrifuga que realiza a
sucção da água, bombeando-a novamente para a parte superior da torre aonde é injetado nos esguichos
com a finalidade de refazer o ciclo de resfriamento. Esta vazão se dá em média de 8 a 12 l/h de água para
cada TR (12.000 BTU). Na parte superior da torre há um ventilador de exaustão que faz circular o ar em
contrafluxo do fluido que circula nos tubos de cobre, auxiliando também na diminuição de temperatura
do fluido.
Esse sistema exige menos manutenção do que um sistema de condensação a água, do tipo casco e
tubo,além da vantagem em ser de menor consumo energético (eletricidade).
Como desvantagem, devem ser instalados não muito distantes dos compressores, de modo a evitar
longas extensões da linha de descarga e linha de líquido.
CASOS E RELATOS
4.2 EVAPORADORES
Este componente é um dos componentes principais do ciclo de refrigeração, já que sua função é realizar
a troca térmica entre fluido e o ar circulante no ambiente interno ou com o meio que se deseja retirar calor
(produto), desta forma devem possuir três requisitos principais para boa eficiência, ou seja:
a) ter uma área dimensionada corretamente, capaz de realizar o movimento do fluido refrigerante, sem
que haja um excesso na diferença de pressão entre saída e entrada;
b) possuir uma superfície capaz de absorver a carga térmica gerada pelo ambiente ou substância que
se deseja realizar a trocar térmica;
c) possibilitar a eficácia da transformação física do fluido refrigerante, da fase líquida para o estado de
vapor, pela troca térmica.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
62
No mercado existem vários tipos de evaporadores, que são selecionados e aplicados conforme a
necessidade da refrigeração e climatização, levando-se em consideração o custo benefício. Veja alguns dos
principais modelos:
EVAPORADOR DE CONTATO
Este tipo de evaporador é empregado em sistemas como refrigeradores e freezer. Sua construção
geralmente é em duas chapas de alumínio prensadas, com canais internos de circulação do fluido
refrigerante (expansão direta).
EVAPORADOR DE PLACA
Esses trocadores de placas soldadas são para uso doméstico e industrial, para aquecer, resfriar,
condensar e evaporar. Podem ser utilizados em calefação, sistemas solares, refrigeração, ar condicionado,
resfriamento ou aquecimento de óleo, entre outros fluidos. Quando utilizados em sistemas de refrigeração e
ar condicionado, podem operar como evaporador (circuito simples ou duplo), condensador, sub-resfriador
de líquido e para recuperação de calor. Podem operar com freon, NH3 ou CO2.
Possui melhor desempenho de funcionamento e sua construção consiste em várias placas interligadas,
aonde por um lado passa o fluido refrigerante a baixa pressão e temperatura e no outro lado da chapa
circula, em contrafluxo, a água a ser refrigerada.
Em sistemas que operam com o fluido secundário a base de água, seja ela para
FIQUE condensação ou evaporação, é necessário realizar o tratamento químico por uma
empresa especializada de forma a manter um PH controlado, evitando que este
ALERTA líquido ao longo do tempo vá alterando as suas propriedades, tornando-se ácido e
agressivo aos componentes do sistema.
Agora que você conheceu os tipos de evaporadores, continue sua leitura e conheça os dispositivos de
expansão utilizados.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
64
Agora você vai conhecer os diferentes sistemas de expansão, mais um dos principais componentes do
sistema de refrigeração. A finalidade dos dispositivos de expansão é atuar como uma válvula reguladora
de pressão e vazão do fluido refrigerante, dividindo o sistema de alta e baixa pressão. Esse componente
funciona por meio da restrição da passagem do fluido refrigerante, fazendo com que ele passe de líquido
aquecido a alta pressão, para líquido resfriado a baixa pressão, possibilitando o processamento do ciclo de
refrigeração por compressão de vapor. Podem ser do tipo:
a) Válvula de expansão termostática: tem um bulbo térmico com fluido similar ao que circula no
sistema de refrigeração, normalmente instalado em contato direto com a tubulação da saída do
evaporador. O funcionamento depende da diferença de pressão entre o bulbo da válvula e a entrada
do evaporador, que é regulada por uma mola ajustada pelo número de voltas. Quando se aumenta a
pressão no bulbo, o diafragma permite uma maior passagem do fluido para o evaporador. Caso caia
a temperatura do bulbo, ocorre o movimento inverso e o diafragma restringe a passagem de fluido.
Dessa forma, a válvula atua para manter um diferencial de temperatura entre a entrada e saída do
evaporador.
b) Válvulas de expansão eletrônicas: contam com um termistor (sensor para tomada de temperatura),
instalado na linha de sucção do compressor. O termistor se comunica com um microprocessador,
que coloca em ação a válvula eletrônica, fazendo com que aumente ou diminua a passagem de
fluido refrigerante líquido para o evaporador.
c) Válvula de expansão manual: esta válvula permite o controle do fluido refrigerante que entra no
evaporador. Como você pode identificar pela sua denominação, ela precisa ser fechada e aberta
manualmente, o que a torna desvantajosa em situações que esse controle necessite ser imediato ou
automático, quando exige mudanças no ajuste da carga de fluido, devido a alterações no sistema.
Utilizada em sistemas que possuem um funcionamento praticamente constante.
d) Válvula tipo boia: essa válvula de expansão tem duas aplicações, podendo ser utilizada para expandir
o fluido refrigerante no evaporador, como qualquer outro tipo de expansor, e para separação de
líquidos, de forma a manter certo nível de fluido refrigerante na fase líquida dentro do reservatório. A
aplicação da válvula tipo boia é em sistemas de grande porte, de refrigeração comercial e industrial,
que utilize amônia como um dos principais fluidos refrigerantes.
e) Tubo capilar: é um tubo fabricado de cobre com orifício interno de diâmetro muito pequeno, que
interliga a unidade condensadora a evaporadora, situado na tubulação entre o compressor e o
evaporador do sistema.
O diâmetro interno dos tubos pode ser de espessura 0,5 a 2 mm e comprimentos que podem chegar
até três metros. No sistema de refrigeração quanto mais baixa a sua temperatura de aplicação, maior o
comprimento do tubo capilar e menos expeço.
Depois de você ter conhecido os dispositivos de expansão, continue sua leitura e conheça os
compressores que são considerados o coração do sistema de refrigeração.
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
65
4.4 COMPRESSORES
Este componente é considerado o coração do sistema de refrigeração, por ser uma máquina operatriz
responsável por bombear e succionar o fluido refrigerante. É selecionado de acordo com o projeto a ser
refrigerado ou climatizado, variando a sua construção de acordo com o tipo de temperatura, a potência
requerida, tipo de fluido refrigerante e tipo de óleo lubrificante.
Os compressores estão divididos em três famílias:
a) Compressores herméticos: completamente fechado com partes mecânicas e elétricas, dentro de
uma carcaça lacrada, sem possibilidade de acesso para manutenção, você pode verificar na figura
que segue.
Baloncici (2015)
c) Compressor aberto: neste sistema a parte mecânica é separada da elétrica, permitindo acesso
facilitado ao interior mecânico. Sua transmissão funciona através da ligação de uma correia com o
motor elétrico, que movimenta os pistões de forma a bombear e succionar o fluido refrigerante.
Dentro da refrigeração são empregados diversos tipos de compressores, que são selecionados de
acordo com a capacidade de refrigeração ou climatização, além da potência necessária no trabalho. Essas
necessidades fizeram surgir equipamentos com mecanismos diversos, tais como:
Compressor alternativo: este compressor funciona em movimento de pistão, succionando e
comprimindo o fluido refrigerante, fazendo uso de seus movimentos alternados. Seu funcionamento é um
pouco similar a um motor de combustão interna, porém, seu movimento ocorre devido a energia elétrica.
No movimento descendente do pistão, a válvula de admissão abre permitindo a entrada do fluido
refrigerante oriundo da linha de sucção, ou seja, que evaporou no evaporador, já no movimento ascendente,
aquele em que o pistão começa a subir, a placa válvula da sucção fecha e a pressão gerada pelo pistão, no
momento de compressão, abre a placa de válvula de descarga, liberando o fluido para o condensador,
gerando alta pressão e temperatura.
Este compressor é um dos mais utilizados, já que é fabricado de forma hermética, semi-hermética e
aberta, podendo ter múltiplos pistões para realizar o processo de compressão.
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
67
Compressor rotativo: este compressor, também chamado de compressor de palhetas, possui excelente
funcionamento e menor consumo energético, não é disponibilizado para grandes capacidades, atendendo
no máximo até 3 TR (tonelada de refrigeração = 36.000 BTU), e sua aplicação atende equipamentos de
climatização.
O compressor possui internamente um rotor que, quando em movimento, tem uma performance
excêntrica, ou seja, afastado do centro, assim quando o fluido é succionado, penetra na câmara de sucção,
preenchendo-a. Com o movimento o rotor vai prensando o fluido de encontro a parede da carcaça, de
forma a comprimi-lo até a válvula de descarga, para envia-lo ao condensador.
Compressor scroll: o nome, scroll, vem do inglês, que traduzido significa caracol, já que suas peças de
pressão se dispõem neste formato e consiste em duas peças principais, sendo uma fixa e a outra móvel.
Assim que o caracol rotativo se movimenta, abre espaço para a entrada de fluido refrigerante vindo do
evaporador, que na sequência já pressiona contra a parede do caracol fixo, de forma a movimentar o fluido
para o centro do caracol, até chegar à cúpula do cabeçote que o comprime para a descarga (saída) do
compressor.
Ele atende sistemas de climatização de pequeno a médio porte, com capacidades até 30HP, pois é
muito eficiente no ciclo de refrigeração a compressão de vapor e com baixo consumo energético. (MILLER
E MILLER,2014) .
Observe na figura seguinte o fluido sendo sugado e comprimido, até sair na parte superior do compressor
em alta temperatura (cor vermelha).
sucção descarga
Figura 23 - Funcionamento de um compressor do tipo scroll
Fonte: adaptado de Hamburgsud (2015)
Compressor parafuso: este compressor consiste basicamente em dois rotores na posição horizontal,
sendo um primário, tipo macho, e o outro secundário, tipo fêmea. Seu funcionamento é parecido ao de dois
parafusos com rosca sem fim. Estes dois rotores são montados dentro de uma carcaça e sustentados por
rolamentos. Quando o motor movimenta o rotor macho e, por consequência, movimenta o rotor fêmea,
faz com que o fluido refrigerante ao entrar na carcaça do compressor seja succionado entre os dois rotores,
comprimindo-os com esse movimento axial dos rotores e compressor até a descarga (saída).
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
68
O funcionamento deste compressor é muito eficiente em função de ter poucas peças móveis,
ocasionando menos desgaste mecânico, podendo atender grandes capacidades de refrigeração e
climatização, geralmente de 20 TR até 750 TR. Nenhum outro tipo de compressor permite grandes volumes
de fluido na fase líquida dentro do compressor como este.
Compressor centrífugo: este tipo de compressor, também conhecido como família de compressores
dinâmicos, é aplicado em refrigeração de grande porte, pois possuem uma rotação de 3.000 a 20.000 RPM,
atendendo capacidades de 100 TR a 10.000TR, e podem atingir temperaturas de -100°C em sistemas de
múltiplos estágios.
Alimentação elétrica, pressão e temperatura de retorno, vão variar entre fabricante, modelo de
compressor, capacidade frigorifica ou climatização. É importante que você faça a alimentação elétrica de
acordo com as orientações técnicas do fabricante do compressor. Utilize, para isso, o diagrama elétrico
fornecido e observe os parâmetros de pressão e temperatura para o modelo que está sendo utilizado no
sistema.
Para que você tenha noção dessa alimentação elétrica, veja a seguir um exemplo de diagrama que pode
acompanhar o sistema.
C S 5
1
R
Identificado de Partida
para Linha de
Energia
Figura 24 - Diagrama elétrico com capacitor de partida e funcionamento
Fonte: adaptado de Embraco (2004)
Este componente tem a finalidade de analisar a passagem do fluido refrigerante, seja no estado físico
ou até mesmo a carga do fluído refrigerante, na linha de líquido. Possuí um visor de vidro com indicador
de umidade no sistema, que muda de cor de acordo com o grau de contaminação (umidade), a fim de ter
o controle da pureza do fluído refrigerante dentro do sistema hermético.
O controle de umidade é realizado de acordo com as cores:
a) marrom: o sistema está completamente contaminado;
b) amarelo: presença parcial de umidade no sistema;
c) verde: cor original de fábrica, indica que está livre de umidade no sistema.
Veja a seguir o funcionamento do acumulador de sucção.
A função deste componente é evitar o retorno do fluído refrigerante na fase líquida para o compressor,
sua aplicação principal é em sistemas de médio porte para cima, mas pode ser utilizado em qualquer
equipamento, aonde o retorno de líquido possa influenciar no processo de operação do sistema.
Sua instalação é posicionada na linha de sucção, antes do compressor e após o condensador, desta
forma quando o fluído refrigerante entrar na carcaça do acumulador, a parte do fluído que está em fase
líquida, por ser mais pesado, permanecerá no espaço inferior, já o vapor permanece na parte superior, e
será aspirado pelo compressor, passara pelo tubo em formato de “U”, de modo a não permitir que retorne
alguma parcela dele, evitando o que se chama na refrigeração de golpe de líquido.
A partir daqui você irá conhecer os tipos e a utilização dos filtros.
4.7 FILTROS
A utilização dos filtros se faz necessário para impedir a passagem de qualquer resíduo sólido ou fluido
refrigerante, na forma liquida, para o compressor.
Veja alguns tipos de filtros utilizados na refrigeração e climatização.
Filtro para sucção: sua função é atuar como filtro na linha de sucção, o mais próximo possível do
compressor, para reter alguma partícula sólida, mas sua principal utilização é quando há troca de fluído
refrigerante, assim ele absorve matérias e resíduos do fluído substituído. Pode ser empregado também
quando, por algum motivo, o sistema foi inundado com umidade ou quando ocorre a queima do compressor,
já que restos de óleo lubrificante, ou até mesmo fluído refrigerante, se tornam ácidos agressivos ao novo
compressor.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
70
Filtro da linha de líquido: sua instalação é na linha de líquido, ou seja, após o condensador, porém
antes do dispositivo de expansão e visor de liquido. Sua finalidade é reter partículas sólidas e umidade que
possam atrapalhar a expansão do sistema, assegurando que o fluído refrigerante esteja limpo e seco (livre
de umidade).
Sua instalação é de acordo com a bitola do tubo e capacidade da unidade. Em sistemas de pequeno
porte o filtro é selado e lacrado, já nos de maior porte permite-se a abertura da carcaça para fazer remoção
do núcleo. Os filtros instalados na linha de líquido não são os mesmos instalados na linha de sucção,
por mais que sejam de aparência idênticas, cada um tem sua finalidade. Assim é necessário consultar o
fabricante do componente, de forma a assegurar a instalação correta.
CURIOSI A maioria dos filtros são de sentido único, caso seja instalo ao contrário perderá sua
função, porém existem filtros de sentidos bidirecionais, que permitem a passagem
DADES do fluído nos dois sentidos.
Filtro capilar: este tipo de filtro é bastante utilizado em sistemas de refrigeração e climatização de
pequeno porte, pois alguns dispõem internamente de uma tela de metal como se fosse uma peneira,
que serve para reter partículas que possam chegar ao capilar, causando o entupimento e passagem do
fluído. Já outros contêm uma tela mais grossa na entrada e mais fina na saída, o espaço entre as duas é
preenchido de partículas dessecantes, geralmente de material de Silicagel, para absorver a umidade do
fluído refrigerante. Sua montagem é antes do capilar, podendo ser posicionado na horizontal ou vertical,
com saída para baixo. A seleção do filtro capilar varia de acordo com o fluído refrigerante e pressão de
trabalho, em caso de saturar as partículas dessecantes ou obstruir a tela de metal com sujeiras, não haverá
passagem do fluído refrigerante, causando comprometimento no ciclo de refrigeração, o que poderá
prejudicar o sistema. A maneira de se verificar entupimento é analisar a diferença de temperatura e pressão
entre entrada e saída do filtro.
Filtro da linha de óleo: utiliza-se esse componente em sistemas de grande porte, que possuem grande
quantidade de volume de óleo circulando pelo sistema, principalmente onde existem compressores
ligados em paralelo. Sua instalação é localizada após o separador de óleo, de modo a garantir que o mesmo
retorne completamente limpo ao compressor, retendo ácidos, umidade e pequenas partículas que são
geradas e depreendidas ao longo do sistema em operação. Acompanhe como é a separação do óleo na
sequência.
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
71
Este componente é utilizado nos sistemas de grande porte, sua finalidade é fazer com que o óleo retorne
o mais rápido possível para o compressor e, assim mantê-lo lubrificado, pois sem este separadoro óleo
lubrificante é arrastado pelo fluído refrigerante que percorre todo o sistema, e retorna ao compressor. Para
evitar esta deficiência de lubrificação é instalado o separador de óleo na linha de descarga, pois quando
o fluído refrigerante e o óleo lubrificante saem do compressor, eles entram em seguida no separador de
óleo, que permite apenas a passagem do fluído e faz com que este óleo retido retorne através de um tubo
para o compressor, mantendo o nível de óleo no cárter com capacidade suficiente de lubrificação. Além do
separador de óleo, conheça o reservatório de líquido apresentado a seguir.
4.10 VÁLVULAS
São dispositivos que possuem a função de controlar a vazão, direção, pressão ou até mesmo a retenção.
Veja quais tipos são utilizados na refrigeração e climatização.
Válvula de segurança tipo plug fusível: sua instalação é no lado de alta pressão, a fim de proteger
o sistema contra excesso de pressão, sua atuação ocorre quando ultrapassa um valor estabelecido pelo
fabricante, de modo a proteger a instalação e os componentes do sistema, e possibilitando a liberação
do fluído refrigerante para a atmosfera, devido ao excesso de pressão. Existem diversos modelos e formas
diferenciadas, mas com a mesma função.
Válvula de reversão: esta válvula é construída com quatro vias e acionada através de uma bobina
solenoide. Sua aplicação é para sistemas de climatização que possuem o ciclo reverso para aquecer, assim
dispensando a necessidade de equipamentos distintos, possibilitando refrigeração e aquecimento em
uma só unidade. Outra finalidade é na utilização em processos de degelo quando há congelamento da
serpentina da condensadora, devido à baixa temperatura externa e a do próprio fluído, fazendo a inversão
do fluxo do fluído refrigerante. De modo que o tubo ligado à linha de descarga e sucção do compressor
permaneçam sem alterar a passagem do fluído, mas os outros dois tubos invertam esse processo do
evaporador para o condensador, procedimento que é chamado de reversão de ciclo, fazendo ficar quente
aonde era frio e vice-versa.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
72
Válvula de retenção: este tipo de válvula pode ser instalado em qualquer parte do sistema, pois sua
função é permitir o fluxo do fluído refrigerante apenas em um único sentido. Caso ocorra um contrafluxo, ela
bloqueia o fluído não permitindo a passagem do mesmo que poderia causar danos a outros componentes.
Esta válvula é geralmente instalada em sistemas com mais de um compressor, e que estejam ligados em
paralelo as linhas de descarga, assim, após a saída de cada tubo de descarga emprega-se uma válvula
dessas, de modo a evitar que quando acionado apenas um compressor ocorra a pressão em sentido oposto
no que estiver desligado, fazendo com que o fluído refrigerante se destine apenas para o condensador.
Válvula esfera: esta válvula atua como um registro bidirecional de acionamento manual, podendo ser
instalada na linha de líquido ou linha de sucção. Seu acionamento é de meia volta para liberar a passagem
do fluído e, ao se retornar esta meia volta a passagem é fechada.
Válvula solenoide: é uma válvula de acionamento eletromagnético, cuja função é realizar o bloqueio
ou passagem do fluído refrigerante de um ponto a outro, podem ser de acionamento direto ou indireto.
a) Válvula de acionamento direto: funciona quando alimentada com energia elétrica em C.A.
(Corrente Alternada), de forma a criar um campo magnético que atrairá o êmbolo, permitindo a total
passagem do fluído refrigerante, o mesmo ocorre quando é desenergizada, cortando totalmente a
passagem do fluido.
b) Válvula de acionamento indireto: funciona com variações de tensão, ou seja, quando recebe um
valor mínimo de tensão abre-se, liberando a passagem do fluído, de forma que quanto maior a
tensão aplicada a bobina da válvula maior a sua abertura. Existe também a válvula de acionamento
indireta, com piloto externo, ou seja, sua abertura e fechamento ocorrem através de um motor que
movimenta o se núcleo interno.
Válvula de serviço: esta válvula pode ser instalada no lado de alta e baixa do sistema, pois permite
realizar o bloqueio da passagem do fluído refrigerante e ao mesmo tempo controlar, com um manômetro, a
pressão dos tubos que interligam as unidades, mesmo estando com o registro fechado. Seu funcionamento
coincide com uma válvula de três vias.
Válvula reguladora de pressão: permite regular a pressão do sistema, equilibrando a eficiência em
momentos de oscilação de carga (pouca ou plena carga). Quando o conjunto frigorífico tem mais de um
evaporador com pressões diferentes, a válvula faz o controle da pressão do evaporador e da saturação,
permanecendo no valor pré-ajustado conforme recomendação do fabricante. A sua instalação é após o
evaporador, antecedendo o compressor, caso o sistema seja de multievaporadores, é instalado uma válvula
após cada evaporador. A seguir você conhecerá a principal função do separador de líquido.
Possuí como principal função drenar o fluído refrigerante que foi expandido, para separar a fase líquida
da fase vapor, evitando que o fluído refrigerante retorne no estado líquido ao compressor, funciona quando
o fluído refrigerante, ao entrar no componente na fase líquida, permanece na parte inferior da carcaça e o
vapor é aspirado na parte superior. Dependendo do projeto, este fluído que está na fase líquida pode ser
injetado no início de outro evaporador. Na sequência você irá aprender sobre o pressostato.
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
73
4.12 PRESSOSTATO
É um elemento de proteção que atua diretamente sobre a pressão, tendo como função preservar a
integridade do equipamento contra pressões elevadas ou baixas, durante seu funcionamento. Existem
pressostatos do tipo mecânico, eletromecânico e eletrônicos, atendendo as faixas de baixa, média e
alta pressão. Atuam abrindo ou fechando um contato de forma a acionar ou desacionar a alimentação do
circuito. Alguns são de rearme automático, quando a pressão retorna a um valor selecionado de set point3,
e outros de rearme manual. Quando eletrônico, há uma variação na resistência conforme a pressão, esta é
interpretada por uma placa eletrônica a qual realizará o acionamento do sistema.
Confira, no quadro abaixo, alguns exemplos de componentes de refrigeração.
COMPONENTES EXEMPLO
Válvula de expansão
eletrônica
Válvula de expansão
termostática
Torre de resfriamento
Tubo capilar
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
74
COMPONENTES EXEMPLO
Filtro secador
Pressostato de baixa
eletrônico
Pressostato de alta
Reservatório de liquido
Filtro secador
Visor de líquido
Acumulador de sucção/
separador de líquido
Pressostato baixa
Pressostato de alta
Segundo Dossat (2004), quando um fluido contido num sistema hermeticamente fechado, passa por
diversas transformações (processo), saindo de uma condição de estado físico inicial e retornando a esse
mesmo estado, mantendo essa sequência, pode-se denominar Ciclo. Vale salientar que mesmo realizando
essas transformações infinitas vezes, o fluido deve manter suas características químicas e de trabalho, para
que seja considerado eficiente na realização de todos os ciclos. Por definição, deve-se ter em conta que
qualquer ciclo de refrigeração é um sistema térmico que transfere energia térmica em forma de calor de
uma região de baixo volume energético para uma região de alto volume energético. Sendo o resultado
da variação de energia positivo, significa que a energia entra no sistema. Logo, para se ter um ciclo de
refrigeração, é necessária uma fonte de energia externa. Cada fase de um ciclo é denominado de processo.
Acompanhe.
SAIBA A refrigeração e o sistema de compressão de vapor – em: Rex Miller e Mark R. Miller
MAIS - Ar Condicionado e Refrigeração, 2014.
Porém, para que esse processo seja realizado, precisa-se de quatro componentes importantes do sistema
de refrigeração ou climatização, sendo eles: o compressor, o condensador, o dispositivo de expansão e
o evaporador.
Neste tipo de ciclo (por compressão de vapor), têm-se quatro processos que são obrigatórios na sua
realização, são eles: expansão, vaporização, compressão e condensação.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
76
mrhighsky ([20--?])
Figura 25 - Esquema do ciclo de compressão de vapor
Fonte: Thinkstock (2016)
O ciclo de refrigeração por absorção é um dos mais antigos processos de refrigeração, nele utilizam-se
pares de fluidos, geralmente amônia-água ou água-brometo de lítio, de forma que um atua como refrige-
rante e outro como absorvente. (MENNA, 2008).
Neste ciclo de absorção com água/ amônia, o vapor de amônia a baixa pressão é absorvido pela água,
e a solução líquida é bombeada a uma pressão superior. Quando o vapor de amônia deixa o evaporador
a baixa pressão, ele é absorvido por outra solução3, com baixa concentração em amônia (solução fraca).
Feito isso, obtém-se uma solução rica em amônia (solução forte), que é bombeada por meio de um troca-
dor de calor para o gerador, que funciona como um compressor, onde será mantida a alta temperatura e
pressão.
Desta maneira, o vapor de amônia se separa da solução e segue para o condensador, e depois de
condensado entra na válvula de expansão, em seguida para o evaporador; a solução fraca retorna ao
absorvedor e o ciclo se reinicia. (FERRAZ, 2008).
3 Na química: mistura homogénea de duas ou mais substâncias, não interconvertíveis, em que, geralmente, a fração molar de uma
delas (solvente) é maior do que a da outra ou das outras (solutos).
4 COMPONENTES BÁSICOS E CICLO DE REFRIGGERAÇÃ E CLIMATIZAÇÃO
77
Como é um sistema que utiliza dois fluidos, fica dependente das propriedades químicas e termodinâmicas
dos materiais usados no trabalho. Outro requisito fundamental para uma combinação de absorvente e
refrigerante é que, em sua fase líquida, estes precisam ser miscíveis na faixa de temperatura de operação
do ciclo. É necessário que a mistura seja quimicamente estável, não tóxica, não explosiva, não corrosiva e
inofensiva ao meio ambiente. (MORAES, 2012).
RECAPITULANDO
No capítulo 4, você estudou os componentes que possibilitam o ciclo de refrigeração, tais como: os
condensadores, as formas que esses componentes processão a troca de energia térmica, como se
classificam os evaporadores, pode identificar os vários tipos de dispositivos de expansão utilizados
para processar o ciclo de refrigeração - que pode ser do tipo tubo capilar ou válvulas, estudou
os tipos de compressores e seus mecanismos internos de trabalho, tais como os rotativos, tipo
parafuso, tipo scroll, com seus vários empregos. Viu ainda os dispositivos de segurança utilizados
nos sistemas de refrigeração e climatização, como filtros, visores de líquidos, separadores de óleo,
reservatórios e suas finalidades. Nos conteúdos sobre as várias válvulas pode reconhecer para
que são empregadas e de que forma são acionadas. Finalizou com os conhecimentos do Ciclo de
refrigeração por compressão de vapor.
Desta forma adquiriu importantes saberes para a continuação dos estudos da unidade curricular,
com os conteúdos do próximo capitulo. Portanto, mantenha-se focado, porque essas informações
são importantes para o seu bom desempenho profissional como técnico na área da refrigeração e
climatização.
Tubulações e Isolamento Térmico
Na refrigeração e climatização, a maioria dos tubos que são empregados na montagem e instalação de
sistemas, é de cobre, alumínio, ferro ou aço inoxidável. A escolha do material recai na aplicação e nos tipos
de sistemas, o projeto é quem definirá a composição da tubulação, calcado no tipo de fluido refrigerante,
pressão de trabalho, dimensionamento, distâncias, temperatura e custos.
Os tubos, independente da composição (material), servem para conduzir o fluído refrigerante entre
os componentes externos (condensadores) e internos (evaporadores) ou seja, interligando unidades.
As bitolas mudam conforme alguns fatores, tais como: distâncias, direção (horizontal, ascendente ou
descendente), potência do compressor, números de curvas, tipo de fluído refrigerante, pressão de
trabalho, vazão do fluído e fatores que possam gerar perda de carga (pressão), gradativamente, ao longo
da instalação.
A perda de carga no sistema de refrigeração diminuí a pressão de trabalho, fazendo com que o
compressor execute maior esforço para comprimir e succionar o fluído refrigerante. Consequentemente,
isso irá gerar um aumento de consumo energético e menor vida útil do equipamento, este fator também
contribui para diminuição da capacidade em refrigerar do conjunto.
Na necessidade de alterar as bitolas de tubos, deve-se seguir a orientação técnica do fabricante, de
forma a dimensiona-los corretamente, evitando a perda na eficiência de refrigeração e climatização. É
importante frisar que alterando os diâmetros e as distâncias previstas nos manuais técnicos ou do projeto,
você estará alterando a vazão de trabalho, pressão e temperatura do fluido refrigerante, além da lubrificação
correta do compressor e do sistema.
Assim é necessário ter cuidado quando a instalação possui grandes distâncias de tubos de interligação,
pois é necessário consultar o manual técnico de instalação para analisar os limites tolerados de perda de
carga e compensar, caso seja possível, aumentando o diâmetro da tubulação do sistema ou a potência da
capacidade frigorifica. (SILVA, 2013).
Tratando-se de tubos de refrigeração e climatização, seus diâmetros são medidos geralmente em pole-
gadas ou em milímetros. Existem dois tipos de tubos, sendo um rígido e o outro flexível, comercialmente
o segundo é fornecido com uma bitola máxima de ¾ polegadas, já o primeiro encontra-se com bitolas
acima de 3/8 polegadas.
O tubo rígido destina-se a instalações que necessitem de maior resistência a esforço, já que possuem
parede mais grossa comparado ao flexível, de modo a evitar ruptura quando utilizados em sistemas com
grandes volumes e pressão de fluído refrigerante. Acompanhe o isolamento para tubos de refrigeração.
5 TUBULAÇÃO E ISOLAMENTO TÉRMICO
81
Em equipamentos em que as tubulações interligam uma unidade a outra, ou até mesmo em componentes
que podem influenciar no ciclo de refrigeração ou climatização - que em contato com o ambiente podem
causar diferença - se faz necessário revesti-los com isolante térmico. No caso das tubulações de sistemas de
refrigeração e climatização, não importando de que material seja o tubo, principalmente as linhas de líquido
(fluido, quando estão em uma temperatura menor do que o ambiente, acabam gerando condensação do
ar externo, ou seja, começam a suar (umidade) a tubulação e, com isso, perdem eficiência, pela troca de
calor sensível que ocorre ao longo do percurso. A falta de isolamento térmico pode gerar um aumento da
temperatura e pressão do fluído refrigerante, alterando o funcionamento do sistema. Os materiais utilizados
para isolamento são os que possuem melhor custo benefício, praticidade na instalação, flexibilidade e têm
a capacidade de evitar a troca de energia térmica entre dois corpos ou meio. Desta forma, pode-se aplicar
isolamento de isopor, lã de vidro, materiais de polietileno e poliuretano.
As dimensões da parede de isolamento variam de acordo com o tipo de fluído aplicado e temperatura
de trabalho, quanto mais baixa a temperatura de evaporação maior a parede de espessura do isolante.
Geralmente recomenda-se dar um acabamento externo nos isolantes térmicos para evitar deterioração
acelerada, devido a agressão de agentes externos, como sol e chuva, que acabam diminuindo a sua vida
útil e funcionalidade.
Os isolantes térmicos não podem ser de material inflamável, sua construção física deve ter uma resiliência
de recuperação de sua espessura normal, após alguma força de atuação sobre eles, não deve agredir a
superfície do material que encontra-se em contato, podendo gerar algum tipo de corrosão por oxidação.
O diâmetro do espaço interno do isolamento deve ser compatível com o diâmetro externo dos tubos
utilizados no sistema. Estes isolamentos não são utilizados somente em tubos, podem atender qualquer
componente a qual se necessita manter uma temperatura sem perda de rendimento térmico, como
exemplo, dutos de ar condicionado, tubulações hidráulicas de água gelada, componentes herméticos de
sistemas de água quente, entre outros (COSTA,1982).
Na figura a seguir você pode observar alguns modelos destes isolantes térmicos.
CASOS E RELATOS
Depois de você ter estudado sobre os tubos de isolamento, e acompanhado um exemplo da importância
deem se manter os padrões exigidos pelo fabricante, a fim de evitar futuros problemas no equipamento,
prossiga com a sua leitura e conheça o processo de soldagem.
Nos sistemas de refrigeração e climatização, as ligações das tubulações, entre máquinas ou componentes,
podem ser através de conexões roscadas ou por soldagem e brasagem.
5 TUBULAÇÃO E ISOLAMENTO TÉRMICO
83
Para que você possa identificar o quanto os processos de soldagem são diversificados, veja a seguir os
dois grandes grupos:
Soldagem por fusão: as partes são fundidas por meio da aplicação de calor, gerado através de energia
elétrica ou química, não há aplicação de pressão. Essas fontes de energia podem ser: Soldagem a Gás,
Soldagem a Laser e Brasagem com tocha (chama), entre outros tipos.
a) Brasagem: as partes são unidas por meio de uma liga metálica de baixo ponto de fusão, o metal base
não é fundido. A brasagem na refrigeração e climatização, é destinada a realizar a união de tubos,
conexões e junção de componentes dos sistemas, através de processo térmico do material de adição
com o material base a ser fundido, seja ele cobre, ferro, alumínio, latão ou ligas desses materiais.
A brasagem precisa ser realizada de forma que não resulte em vazamentos, pois este é um dos
principais problemas na refrigeração, além do entupimento do sistema. Para isso é necessário conhecer
um pouco mais sobre os tipos de gases e materiais de adição, utilizados na brasagem, seja na refrigeração
ou climatização, para manter o sistema hermeticamente lacrado.
Soldagem por pressão: Processo na qual é aplicado uma energia nas partes a serem unidas, que pro-
voca uma tensão nos materiais bases, possibilitando a solubilização da fase sólida.
Veja na sequência quais os materiais adicionados no processo de soldagem.
Segundo Miller e Miller (2014), são metais ou ligas especialmente produzidas para serem depositadas
(fundidas) na zona de soldagem com o objetivo de:
b) unir duas ou mais peças;
c) preencher peças (falha de fundição);
d) revestir (peça com desgaste).
Para tanto existem vários tipos de composição de materiais, para unir metais ferrosos e não ferrosos,
tais como:
a) Solda de cobre e zinco (latão)
É indicada na utilização de metais ferrosos de maneira geral, o cobre e suas ligas. Sua aplicação, na área
de refrigeração, é no processo brasagem em trocadores de calor, tubulações e conexões em geral.
b) Solda Prata
É uma liga a base de cobre e , e mais uma parcela de um terceiro elemento que pode ser zinco, estanho
ou silício. Esta liga permite uma perfeita união entre materiais ferrosos e não ferrosos, ou seja, na união de
materiais de diferentes ligas. A vareta empregada não deve possuir cádmio (vapores venenosos). Esta solda
apresenta boa fluidez, baixa fumegação, ou seja, menor formação de óxidos, não criando porosidade na
união e diminuindo a chance de vazamentos. Funde entre 618º C a 870º C.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
84
Este conjunto de soldagem opera com uma pressão de regulagem de saída no acetileno,
aproximadamente 0,5 kgf/cm², e no oxigênio a pressão de regulagem é de 4kgf/cm². As pressões de saída
do oxigênio e acetileno, podem variar de acordo com a necessidade da chama de trabalho. As mangueiras
são conectadas na saída dos reguladores até a válvula de retenção. Estas válvulas têm a finalidade de
garantir a segurança do conjunto para impedir que ocorra o retrocesso de chama para os cilindros. O ideal
é utilizar um par de válvulas de retenção no maçarico, e outro nos reguladores, para garantir a completa
segurança do conjunto.
Na saída do maçarico é conectado o bico, que pode ser de diâmetro variado, para a saída dos gases
conforme a utilização da solda.
A escolha da chama desejada se dá na mistura que o maçarico executa entre os dois gases. O acendimento
ocorre depois da liberação e ignição do acetileno, e após liberação controlada do oxigênio, até atingir o
tipo de chama necessária para a brasagem.
Com os bicos convencionais a chama pode atingir uma temperatura máxima aproximada de 3000°C.
O ajuste pode ser estabelecido de três formas básicas: chama neutra, chama oxidante e chama
carburente ou redutora. (MILLER E MILLER – 2014).
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
86
B - Chama neutra
C - Chama oxidante
Quando realizado a brasagem nos sistemas de refrigeração e climatização, os materiais devem ser
aquecidos de modo uniforme e o mais rápido possível, evitando maior grau de exposição dos contaminantes
liberados pela oxidação dos gases.
A quantidade de material de adição para unir e garantir o bom preenchimento entre as duas peças,
deve ser de tal maneira que a brasagem fique com um formato cônico, já que uma das peças terá sempre
um diâmetro maior em relação a outra, assim esta diferença será preenchida pelo derretimento uniforme
da vareta de adição.
A posição da chama em relação as peças deve ficar direcionada o maior tempo para o material de maior
diâmetro, já que a liga deverá penetrar entre ambas, com a maior quantidade para dentro do tubo que tem
maior diâmetro. Veja no exemplo abaixo.
Zurijeta (2015)
Figura 29 - Solda
Fonte: Thinkstock (2015)
d) Procedimentos de segurança
Ao realizar brasagem é muito importante ter alguns cuidados quanto à proteção individual no manuseio
do equipamento, já que a utilização do mesmo sem os cuidados necessários pode gerar riscos de acidente.
Deve-se usar EPIs, tais como: Óculos de solda; Luva de raspa (couro); Jaleco de raspa; Máscara de proteção;
Calçado tipo bota; Avental comprido de raspa; Vestimenta de braços e pernas. Torna-se importante ter
próximo extintores de classe A, B e C
CURIOSI Foi em 1903 que os engenheiros marroquinos Edmond Fouche e Charles Picard
DADES desenvolveram o primeiro equipamento de solda Oxiacetilênico.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
90
A partir daqui você irá conhecer as ferramentas básicas para utilização em tubulações.
SAIBA Pesquise mais sobre ferramentas e tubos em - MILLER, Rex; MILLER, Mark. Ar-
MAIS condicionado e refrigeração. 2. ed. Rio de Janeiro (RJ): LTC, 2014. 565 p.
5 TUBULAÇÃO E ISOLAMENTO TÉRMICO
91
b) Escareamento do tubo
Após realizado o corte do tubo, é executado o procedimento de remoção de possíveis rebarbas ou
excessos que possam ter ficado dentro do canal, no processo do corte.
Para isso é executado o escareamento, com a finalidade de manter a parte interna livre de resquícios
de sujeiras que possam se desprender durante o funcionamento do sistema ou durante o flangeamento. A
maneira mais correta de fazer este procedimento - remover as rebarbas do material de cobre ou alumínio
- não é lixando o tubo, e sim utilizando o Escariador de tubo, e deve ser realizado com movimentos suaves
e uniformes, cuidando para não danificar com a ponta, a parte interna da peça.
c) Flangeamento de Tubos
Esse procedimento é utilizado para unir dois tubos através de conexões. Para que possa ser realizado
é necessário ter duas peças, uma é o mordente (ou base), que serve para fixar o tubo sem que ele se
desprenda, e a outra parte é o próprio flangeador, que irá deformar a extremidade do tubo deixando-o
com um formato de chanfro. Após esse procedimento, a extremidade flangeada encaixará corretamente
a porca na conexão das máquinas, garantindo o selamento. Acompanhe na próxima figura um exemplo.
d) Alargamento de tubos
Este procedimento é executado quando necessita-se unir dois segmentos de tubos com mesmo
diâmetro, ou tubo com componente, através de brasagem. Assim é realizado uma bolsa em um dos tubos
que permita o encaixe interno do outro, com isso dispensa-se a utilização de luvas ou redução. O processo
de alargamento é realizado utilizando uma base ou mordente para fixar a extremidade do tubo, expansor
ou um pulsão de impacto. Também existe no mercado ferramentas para essa finalidade, que exigem menos
esforços e produzem melhor efeito de alargamento (uniformidade). Veja os modelos a seguir.
e) Dobramento de tubos
Para unir pontos das instalações do sistema de refrigeração e climatização, na maioria das vezes, é
necessário executar algumas curvas de diversos ângulos ao longo do percurso das linhas de cobre não
rígidos ou alumínio. Essa técnica diminui o número de brasagens realizadas no sistema hermético, já que
é recomendado sempre que possível diminuir o número de soldas no sistema, de modo a evitar resquícios
de fuligem dentro do sistema hermético. Estes curvadores podem ser do tipo: mola, base com alavanca
ou de catraca.
Todos permitem realizar curvas em um ângulo máximo de 180°. Essas ferramentas, assim como os
alargadores, são especificas para cada tipo de bitola de tubo. Por exemplo, se for necessário curvar quatro
tipos de tubos de espessura diversificada, faz-se necessário ter quatro curvadores para este processo, ou
peças de adaptação nas bitolas desejadas.
5 TUBULAÇÃO E ISOLAMENTO TÉRMICO
93
Estas conexões geralmente são soldadas tubo a tubo, ou conectadas porcas rosqueadas diretamente
na válvula de serviço. Para execução dessas conexões utiliza-se chaves tipo Inglesa ou chaves de boca com
o diâmetro compatível com a porca, porém deve ser observado a força de torque a ser dada, conforme
orientações técnicas do fabricante.
Acompanhe os modelos de porcas na sequencia.
Figura 41 - Cortando o tubo, porca no tubo com flange e conexão do tubo na válvula de serviço
Fonte: SENAI (2015)
Com os conteúdos abordados acima, você finaliza os estudos das ferramentas utilizadas em
procedimentos de instalação de sistema de refrigeração e climatização.
RECAPITULANDO
Neste capítulo você estudou e conheceu os tubos de interligação dos sistemas de refrigeração
e climatização, e também a importância dos isolantes térmicos. Identificou as ferramentas para
aplicação do procedimento de corte, escareamento, alargamento, flangeamento e curvatura.
Aprendeu os tipos de soldagem, manuseio e tipos de materiais utilizados para , em qualquer
equipamento de refrigeração. Estudou como escolher o tipo de chama para a brasagem, utilizando
equipamento de oxigênio e acetileno, identificou o equipamento de brasagem que utiliza GLP,
os cuidados a serem tomados na execução desses procedimentos e a utilização dos EPIs para a
execução dos serviços de brasagem. Tomou conhecimento das principais ferramentas usadas
para trabalhar com os tubos de interligação dos evaporadores e condensadores dos sistemas de
refrigeração e climatização. Finalizou o estudo do capitulo com as técnicas de conexão a serem
utilizadas na instalação de sistemas de refrigeração e climatização. Conhecimentos importantes
para seu bom desempenho como técnico da área de refrigeração e climatização.
Técnicas de Reoperação do Sistema
FIQUE Microsvazamentos, muitas vezes não são identificados com a técnica da espuma de
ALERTA detergente.
b) detector eletrônico: existem vários tipos de detectores eletrônicos, porém todos funcionam
de modo similar. Os detectores dispõem de um sensor que, ao entrar em contato com o fluído
refrigerante, sinalizam através de um alarme sonoro, com intervalos, e, na medida que se aproxima o
detector do vazamento, vai aumentando esse sinal e diminuindo o intervalo, proporcionando uma
melhor resposta de identificação.
Os detectores de vazamento eletrônico geralmente atendem um grupo específico de fluídos
refrigerantes, sendo: HFC, HCFC ou CFC. Mas existem instrumentos que identificam também o nitrogênio,
sendo acionando da mesma forma, quando o sistema estiver pressurizando com nitrogênio na tentativa
de encontrar vazamentos.
c) teste com nitrogênio: outra forma de verificar os possíveis pontos de fuga de fluido refrigerante em
sistemas de refrigeração e climatização é utilizar o Nitrogênio. É importante frisar que, na falta do
Nitrogênio, nunca se deve usar oxigênio sob pressão, por ter-se o risco de explosão, principalmente
na presença de graxas e óleos.
Para realizar o teste de estanqueidade, deve-se seguir os seguintes passos:
a) retirar a tampa da válvula de serviço;
b) conectar a mangueira do manifold de alta pressão (vermelha);
6 TÉCNICAS DE REOPERAÇÃO DO SISTEMA
101
Válvula
de serviço
(sucção)
EVAPORADORA
COMPRESSOR
d) teste com vácuo: consiste em evacuar o sistema até uma pressão absoluta, conforme dados
constantes nos manuais dos fabricante dos sistemas. Após a obtenção do vácuo, a bomba de vácuo
é desconectada e, se possível, o circuito deve ser mantido sob vácuo por pelo menos 5 horas, após
se realiza uma nova medição e verifica-se sua variação. Este teste indica a existência do vazamento,
porém não o local. Caso seja confirmada a existência de escapamentos, por este processo, o
circuito frigorígeno deve ser pressurizado, e osa vazão deve ser localizada pelos métodos descritos
anteriormente.
Na continuação da sua leitura, você irá acompanhar como é realizada a evacuação na refrigeração.
FUNDAMENTOS DE RERIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
102
Vacuômetro
Manifold
Válvula
de serviço
(sucção)
Bomba de vácuo
EVAPORADORA
COMPRESSOR
Agora que você conhece o processo de vácuo, continue sua leitura para conhecer como é realizada a
carga de fluido refrigerante.
A carga de fluído refrigerante deve ser acompanhada com o balanceamento do circuito frigorígeno, ou
seja, consiste no ajuste do superaquecimento e sub-resfriamento, valores que alternam de acordo com o
fluído refrigerante. Acompanhe como são os testes de funcionamento na sequência de sua leitura. Lem-
bre-se, fluido refrigerante é um produto químico, portanto use óculos e luvas para proteção individual.
Nos sistemas de refrigeração ou climatização, toda vez que for necessário realizar uma manutenção e/
ou reoperação, é preciso ter em mãos os dados de operação de funcionamento do mesmo, verificando
tipo de fluído refrigerante, pressão de trabalho (funcionamento), dados de testes de superaquecimento
e sub-resfriamento, quantidade de fluído refrigerante e óleo lubrificante, corrente de operação de cada
componente elétrico e aferição da medição de resistência ôhmica de isolamento dos elementos elétricos
com a carcaça. Estes testes servem para ajustar o equipamento conforme dados do fabricante, para um
perfeito funcionamento e com rendimento ideal.
a) Superaquecimento: É um dos ajustes mais importantes na refrigeração e climatização. Neste teste
verifica-se o perfeito funcionamento do ciclo de refrigeração por compressão de vapor. É o momento
que se faz a análise da pressão e quantidade de fluido, tendo como base os parâmentos orientados
pelo fabricante do sistema durante o funcionamento. Como exemplo, você estudará o teste de
superaquecimento de um sistema que opera com fluído refrigerante R-22.
Assim que a mangueira do manômetro de baixa pressão estiver instalada na conexão da válvula de
serviço do condensador, e a evaporadora ligada, você deverá:
a) colocar um sensor do termômetro, entre o tubo de sucção e o isolamento térmico, a mais ou menos
15 cm no seu interior, evitando assim que a temperatura ambiente afete a aferição da temperatura;
b) após 10 (dez) minutos, verificar a pressão de baixa do manômetro e a temperatura de sucção (retorno)
no termômetro;
c) verificar na tabela das propriedades termodinâmicas do refrigerante R-22, a conversão da pressão de
sucção lida, em temperatura de evaporação;
d) Em seguida usar a formula:
Sendo:
AS = superaquecimento
T sucção = temperatura de sucção - Lida diretamente na linha de sucção no termômetro.
T evap = temperatura de evaporação - Lida no manômetro de baixa e consultando uma tabela de
pressão X temperatura de saturação, também chamada de tabela de propriedades termodinâmicas do
R22, que acompanha o equipamento
6 TÉCNICAS DE REOPERAÇÃO DO SISTEMA
105
e) Este resultado tem que estar entre 5°C a 7°C, aceitável de 4° a 9°, mas deve ser sempre consultado o
manual do fabricante, pois estes valores podem mudar, dependendo do fluido refrigerante utilizado.
b) Sub-resfriamento: é uma faixa de temperatura atingida pelo fluido refrigerante, após dissipar todo
calor necessário para mudança de fase (condensação). Com ele é possível verificar se a quantidade
de fluido refrigerante na instalação está adequada, e se o condensador não está obstruído, o que
prejudicaria a dissipação de calor. O procedimento é idêntico ao teste de superaquecimento,
somente usando o manômetro de alta pressão e instalando o termômetro na linha de líquido da
condensadora. Você deverá usar a seguinte formula:
Sendo:
SR = Sub-resfriamento
Tcond = temperatura de condensação - Obtida utilizando a pressão lida no manômetro de alta e
consultando a tabela de propriedades termodinâmicas do R22.
Tlíq = temperatura da linha de líquido - Lida diretamente na linha de líquido, o mais próximo possível
do dispositivo de expansão utilizando o termômetro.
RECOMENDA-SE:
SR for menor do que 5°C - Retirar refrigerante do sistema.
SR for maior do que 7°C - Adicionar refrigerante do sistema.
CURIOSI Em 1834, Jocob Perkins fez a primeira descrição completa, através de um registro
de patente, de uma máquina de refrigeração por compressão operando de maneira
DADES cíclica.
Atualmente, com a necessidade de preservação do meio ambiente e dos recursos materiais, devido
à escassez mundial de matérias primas para reposição, há necessidade em serem seguidas normas
específicas, elaboradas pelos órgãos governamentais.
Portanto, para evitar desperdício e a liberação do fluído refrigerante na atmosfera, utiliza-se uma
estação de recolhimento, que é composta por uma bomba recolhedora e um cilindro de armazenamento
e transporte, algumas recolhedoras tem a opção de coletar e reciclar o fluído refrigerante, de modo a
reaproveitar o que seria considerado contaminado, seja por umidade ou queima do compressor.
FUNDAMENTOS DE RERIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
106
O cilindro, que é utilizado para estocar o fluído refrigerante, tem de ser específico para recolhimento,
não podendo ser do tipo descartável, aquele que se compra para realizar a carga de fluido. No mercado,
aonde sese fornece materiais e equipamentos para refrigeração e climatização, existem inúmeros tipos
de máquinas recolhedoras e recicladoras de fluídos refrigerantes. O ideal é realizar uma pesquisa de
equipamentos que mais atendam as necessidades dos trabalhos a serem executados, e verificar as
especificações técnicas do fabricante.
O Art 3º da Resolução CONAMA nº 340/2003, que “dispõe sobre a utilização de cilindros para o
envasamento de gases que destroem a camada de ozônio”. (MMA – 2015) legisla que:
Fica proibida a liberação para a atmosfera das substâncias controladas que constem
nos Anexos A, B e C, grupo I, do Protocolo de Montreal, apresentadas no Anexo desta
Resolução, utilizadas como fluido refrigerante ou de extinção de incêndio e das
substâncias alternativas, durante a comercialização, o transporte, o armazenamento e
em todo e qualquer processo de retirada ou recarga de equipamentos ou sistemas de
refrigeração que envolva, entre outras atividades, a instalação, operação, manutenção,
reparo e desativação.
A partir daqui você irá acompanhar como é realizada a limpeza interna dos sistemas de refrigeração e
climatização.
O procedimento de lacrar1 o equipamento, seja ele de climatização ou refrigeração, é usado para impedir
que haja uma fuga de fluído refrigerante do sistema para a atmosfera, desta forma há necessidade de
lacrar a extremidade da tubulação (amassar) e realizar um ponto de solda, para garantir a estanqueidade
do sistema. Existem tipos de equipamentos que trabalham com válvulas do tipo registro, e outros com
válvula ventil de engate rápido. Esses últimos não necessitam vedar o tubo de serviço e realizar a brasagem
do sistema, facilitando outros procedimentos de manutenção sem alterar a válvula de serviço. Em casos
de infraestrutura também há necessidade de lacrar o sistema preenchido com nitrogênio, evitando
contaminação e entrada de partículas na tubulação. Veja o exemplo na figura a seguir.
1 Pôr lacre em; fechar com lacre.P. ext. Fechar, prender ou ligar (com outro material ou substância) de maneira inviolável.
FUNDAMENTOS DE RERIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
108
Depois de você ter conhecido a execução de trabalho, não se pode deixar de pensar em segurança, seja
pessoal ou coletiva, e trabalho em equipe, para tanto você verá no subitem seguinte os cuidados a serem
tomados na execução de determinada tarefa.
Desse modo, ao final desse subitem estudado, você deverá ser capaz de:
a) Trabalhar em equipe;
b) Ter visão sistêmica;
c) Ter capacidade analítica;
d) Argumentar tecnicamente;
e) Ter consciência em relação à preservação ambiental;
f ) Ter consciência preventiva em relação à saúde e segurança no trabalho;
g) Demonstrar capacidade de organização do próprio trabalho;
h) Demonstrar flexibilidade, versatilidade e criatividade;
i) Ter capacidade de relacionar-se em diversos níveis hierárquicos;
j) Ter ética profissional;
k) Ter capacidade de tomar decisões;
Então, dê prosseguimento aos seus estudos e verá assuntos importantes para a sua segurança e de
outros membros da equipe de trabalho, durante a execução das mais diversas tarefas na área de refrigeração
e climatização.
Não se pode falar sobre segurança no trabalho na área de refrigeração e climatização, sem definir o que
é acidente de trabalho.
Segundo Oliveira (2005, p 36):
a) Mapa de risco
Em qualquer organização de trabalho que possua CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes),
esta será a responsável pela elaboração e mapeamento das áreas de risco, obedecendo a NR-5. Entretanto
o SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), equipe
de profissionais da saúde, que ficam dentro das empresas para proteger a integridade física dos
trabalhadores, deverá realizar a supervisão e apoio a CIPA. O mapa de risco tem como finalidade definir
uma metodologia de inspeção dos locais de trabalho, com o objetivo de identificar riscos, propor soluções
e informar aos funcionários os riscos possíveis. (OLIVEIRA, 2005).
b) Inspeções de Segurança
Segundo Paiz (2015, p.1) inspeções de segurança, “é a parte do controle de riscos que consiste em
efetuar vistorias nas áreas e meios de trabalho, com o objetivo de prevenir, descobrir e corrigir situações
que comprometam a segurança dos trabalhadores”. A CIPA constantemente visita os setores da Instituição,
procurando agir em prol da prevenção, fazendo-se presente e auxiliando os colaboradores a resolver
problemas na área de segurança e saúde do trabalho.
c) Tipos de inspeções
a) Inspeção geral: quando se quer ter uma visão panorâmica de todos os setores da instituição ou do
local (área) inspecionado.
b) Inspeção parcial: realizada onde já se sabe da existência de problemas, seja por queixas dos
trabalhadores ou ocorrência de doenças e acidentes do trabalho. Deve ser mais detalhada e criteriosa.
c) Inspeção específica: em que se procura identificar problemas ou riscos determinados. Como
exemplo podemos citar o manuseio de produtos químicos, postura de trabalho, esforço físico.
d) Segurança - EPIs
Na execução de qualquer atividade, onde hajam riscos à segurança das pessoas, é fundamental
e obrigatório o uso de equipamentos de proteção individual ou coletivo, denominados EPIs e EPC,
respectivamente. Isso se aplica a manutenção dos sistemas de refrigeração e climatização. A foto a seguir
apresenta alguns exemplos de EPIs:
a) óculos de proteção, utilizado para evitar qualquer sujeira, luz intensa (brasagem) ou líquidos nos
olhos;
b) máscara de proteção nasal, usada contra inalação de gases nocivos e poeiras;
FUNDAMENTOS DE RERIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
110
c) luvas de tecidos, utilizada para evitar ferimentos e contato de sujeiras nas mãos;
d) luva de látex, que servem para manusear solventes e produtos químicos diversos;
e) protetor auricular, utilizado para evitar ruídos que possam comprometer a audição.
CASOS E RELATOS
Como ele era responsável pela chefia e orientação de uma equipe de auxiliares, composta por 4
(quatro) funcionários, percebeu que deveria ficar mais atento quanto a condução e uso correto dos
EPIs nas atividades de manutenção e instalação de sistemas de climatização em grandes ambientes
comerciais. Essa preocupação vinha do fato que alguém da sua equipe poderia ser demitido, por
justa causa, caso não estivesse usando os itens de EPIs, além dele mesmo ser responsabilizado
junto a empresa, e ser posteriormente demitido também.
f) Tipos de riscos
Em qualquer atividade laboral, pode ocorrer situações de riscos a saúde física, mental e orgânica. A
execução de serviços dentro da área de refrigeração e climatização, também pode oferecer riscos de
acidentes, e esses podem ser ocasionados por diversos tipos de agentes, tais como:
a) físicos: pedaços de matérias sólidos, peças, ferramentas, equipamentos elétricos, etc.
b) químicos: solventes, fluidos refrigerantes, graxas, óleos, gases tóxicos (brasagem).
c) biológicos: fungos, bactérias, etc.
d) sonoros: zumbidos de motores, barulho de altas rotações de motores, uso de ferramentas vibrantes,
etc.
Riscos estes que podem ser neutralizados ou diminuídos com a utilização correta dos EPIs, como já visto
anteriormente.
SAIBA Para conhecer mais sobre segurança no trabalho, leia: OLIVEIRA, Cláudio A. Dias de.
Aplicando os procedimentos técnicos em segurança e saúde no trabalho na área de
MAIS construção. São Paulo (SP): LTr, 2005. 228 p.
Agora você verá alguns conceitos que podem auxilia-lo no seu desenvolvimento profissional na área de
refrigeração e climatização.
FUNDAMENTOS DE RERIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
112
Podemos definir visão sistêmica como sendo a capacidade que um profissional tem
de “ver” a empresa como um todo e entender como funcionam e se integram seus
processos de obtenção, transformação e entrega (delivery) de seus serviços, produtos e
informações, ao mercado e, particularmente, aos seus clientes.
Lopes (2012), afirma que a importância do profissional possuir um pensamento sistêmico, possibilita
a ele se posicionar na estrutura organizacional da empresa e, diante disso, compreender o seu real papel
como integrante de uma equipe, quando da execução de tarefas que fazem parte de sua responsabilidade
na área que trabalha.
Conheça também a importância do aprendizado empresarial, por meio das diretrizes que dão norte a
instituição, pois mostram porque ela existe, onde ela quer chegar e seu código de ética, na sequência da
sua leitura.
No mundo moderno, o trabalho está normalmente atrelado a execução em equipe. Daí, pode-se
identificar a necessidade da cooperação entre todos os membros do grupo. Portanto, todos devem ter uma
atitude proativa (agir prontamente) em busca de soluções e conclusões das metas a serem alcançadas.
Nesse contexto há necessidade que os indivíduos tenham um comportamento flexível, criativo e versátil,
mantendo a capacidade de bom relacionamento dentro das hierarquias existentes, além de que todos
tenham uma visão de responsabilidade social e ambiental, para auxiliar no desenvolvimento de todos na
sociedade a qual fazem parte.
Conforme artigo publicado no Portal Educação(2012, p. 01),:
O planejamento pode ser definido como um projeto feito para realizar os objetivos e as metas de
uma organização. Isso conta com a escolha das estratégias, com uma prévia definição do que fazer e com
delimitação de quando e como a ação será realizada. De acordo com Kotler & Armstrong (2003, p. 33) o
Planejamento Estratégico é “o processo de desenvolver e manter um ajuste estratégico entre os objetivos,
habilidades e recursos de uma organização, e as oportunidades em um mercado em contínua mutação”.
6 TÉCNICAS DE REOPERAÇÃO DO SISTEMA
113
Para conhecer isso na prática, acompanhe o exemplo das diretrizes organizacionais do portal da
indústria – Senai (2015):
Diretrizes Organizacionais/Senai Nacional
RECAPITULANDO
ADAIR TEIXEIRA
A
Absoluta 27, 32, 46, 47, 101
Absorção 41, 42, 55, 75, 76, 118
Acetileno 84, 85, 89, 97
Amônia 27, 42, 64, 76
Analógico 28, 34, 35, 36
Azeotrópica 44
B
Bar 33, 34, 35, 46, 47
Bitolas 80, 92
Brasagem 14, 79, 82, 83, 84, 85, 87, 88, 89, 92, 94, 95, 96, 97, 107, 109, 111
BTU 20, 60, 67
C
Calorimetria 13, 19
Calor latente 21, 22, 42, 47
Celsius 26, 27, 28, 46
CFC 43, 100
Ciclo 13, 14, 18, 21, 22, 31, 41, 51, 52, 55, 60, 61, 64, 67, 70, 71, 74, 75, 76, 77, 79, 81, 104, 118, 124
Climatização 13, 14, 17, 19, 21, 22, 24, 29, 30, 34, 35, 38, 41, 42, 44, 45, 47, 48, 50, 55, 57, 59, 60,
62, 63, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 75, 77, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 87, 88, 90, 92, 96, 97, 99, 100, 101,
102, 103, 104, 106, 107, 108, 109, 110, 111, 114, 119, 121
Componente 49, 51, 61, 64, 65, 69, 70, 71, 72, 75, 81, 92, 104
Compressão 13, 14, 41, 44, 55, 64, 66, 67, 75, 76, 77, 104, 105
Compressor 19, 42, 48, 49, 51, 56, 58, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 75, 76, 80, 82, 105, 107, 118
Condensador 19, 56, 57, 58, 59, 60, 63, 66, 67, 69, 70, 71, 72, 75, 76, 104, 105
Convecção 22, 23, 56, 57
Conversão 20, 27, 28, 34, 104, 117
Cortador 90
D
Densidade 32
Digital 28, 29, 30, 36, 37
Dobramento 92
E
Ebulição 18, 26, 27, 42
Equipamento 29, 30, 56, 69, 80, 82, 84, 87, 89, 93, 96, 97, 99, 100, 103, 104, 107
Específico 21, 44, 96, 100, 106
Evaporação 18, 63, 81, 104
Evaporador 19, 56, 62, 63, 64, 66, 67, 71, 72, 75, 76
Expansão 19, 55, 62, 63, 64, 70, 75, 76, 77, 92, 105
F
Fahrenheit 26, 27, 28
Fluído 69, 70, 71, 72, 80, 81, 82, 99, 100, 103, 104, 105, 106, 107, 114, 118
G
Gramas 103
Grandezas 13, 17, 38, 126
H
Halogenados 43, 44
HCFC 43, 45, 100, 126
Hermético 35, 36, 45, 48, 49, 65, 69, 92, 93, 99, 107, 114, 126
HFC 43, 45, 49, 100
I
Instrumentos 13, 14, 17, 28, 34, 36, 38, 79, 99, 100
Irradiação 30
Isolamento 18, 25, 79, 80, 81, 82, 104, 79
J
Joule 20, 127
K
Kelvin 26, 27
L
Legislação 49, 51, 106
Lubrificante 48, 49, 65, 69, 71, 79, 102, 104
M
Manômetro 32, 34, 35, 36, 72, 102, 104, 105
Mineral 49
N
Negativa 33, 35, 102
Neutra 85
O
Óleo 45, 48, 49, 55, 63, 65, 69, 70, 71, 77, 79, 102, 104
Ótico 30
Oxidante 85
Oxigênio 84, 85, 88, 97, 100
P
Pascal 33
Polegada 31, 33, 35
PPU 84
Prata 83
Pressão 13, 17, 26, 28, 29, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 38, 42, 44, 46, 47, 58, 60, 61, 63, 64, 66, 67, 68, 70,
71, 72, 75, 76, 80, 81, 83, 84, 85, 87, 88, 89, 99, 100, 101, 102, 104, 105
pressostato 72, 73
Protocolo 50, 51, 106, 118
Q
Quilograma 33
R
Radiação 22, 23
Rankine 27
Refrigerador 56, 129
Regulador 101
Relativa 18, 19, 32, 34, 35, 46, 47,
Resistência 24, 30, 80, 90, 104
Retrofit 45
Reversão 71
Rotativo 67
S
Scroll 67, 77, 118
Semi-hermético 65
Separador 55, 70, 71, 72
Solda 83, 84, 85, 87, 89, 107
T
Temperatura 13, 17, 18, 19, 21, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 38, 42, 44, 46, 47, 49, 51, 56, 57, 58, 59,
60, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 70, 71, 75, 76, 77, 79, 80, 81, 85, 87, 88, 99, 104, 105
Térmico 13, 18, 19, 21, 25, 51, 64, 79, 81, 82, 83, 104, 117, 118
Termometria 13
Termômetro 27, 28, 29, 104, 105
Termopares 29
Trocador 22, 76
Tubo capilar 28, 29, 64, 75, 77
tubulações 14, 24, 36, 79, 80, 81, 82, 83, 87, 90, 94, 107
U
Umidade relativa 18, 19,
unidades 13, 17, 19, 20, 25, 33, 34, 36, 37, 38, 57, 72, 80, 93, 103
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP
Selma Kovalski
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos
Adair Teixeira
Cristiano Benedette de Lima
Elaboração
Felippe Cesa
Revisão Técnica
Adriana Giovanela
Design Educacional
Andressa Vieira
Fotografias, Ilustrações e Tratamento de Imagens
i-Comunicação
Projeto Gráfico