Eletricidade I

Refrigeradores e
condicionadores de ar

Nos capítulos anteriores, aprendemos os conceitos fundamentais da eletricidade,

necessários para entendermos o princípio de funcionamento e interpretação dos
circuitos elétricos.

Neste capítulo, apresentaremos a constituição e funcionamento de alguns dispositivos

e equipamentos, utilizados em um circuito elétrico do refrigerador residencial, e
condicionador de ar.

Circuito elétrico do refrigerador

O sistema elétrico é constituído basicamente de:

• Motor elétrico:
- Formado por 02 bobinas (auxiliar e principal).

Formato das bobinas do motor

A – auxiliar C – comum P – principal

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Bornes do compressor hermético

Borne ou terminal é uma peça metálica na qual se conectam o relé de partida e o

protetor de sobrecarga. Essa peça possui pinos destinados a fixar os condutores.

Bornes do compressor hermético.

A – auxiliar C – comum P – principal

Os bornes fixam os condutores dos dois tipos de enrolamento de um compressor

hermético, que são:
• enrolamento principal, também chamado de marcha, de trabalho ou de serviço
• enrolamento auxiliar, também chamado de partida.

A alimentação dos enrolamentos é feita externamente através de dois cabos, um dos

quais está ligado ao protetor de sobrecarga e o outro, ao relé. Observe:

Exemplificação do circuito interno.

Ca – cabos de alimentação P – enrolamento principal
PT – protetor térmico C – comum
A – enrolamento auxiliar RP – Relé de partida

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O enrolamento principal apresenta menor resistência ôhmica por possuir menos

espiras, e por ser feito de um condutor de secção transversal maior que a do
enrolamento auxiliar.

O enrolamento auxiliar sempre é constituído de um condutor de secção transversal

menor e, portanto, tem maior resistência ôhmica.

A soma das resistências ôhmicas dos enrolamentos principal e auxiliar propiciarão a

indicação do terminal comum, que é o ponto de união entre o enrolamento principal e o
auxiliar.

Enrolamentos do compressor
P – principal
A - auxiliar

1 - 2→2Ω
2 - 3→5Ω
1 - 3→7Ω

A resistência ôhmica medida entre o terminal comum e cada um dos outros terminais
identificará os enrolamentos conectados a esses terminais.

Identificar bornes do compressor hermético

Marque três pontos em uma folha de papel e numere os terminais do compressor

hermético, considerando as posições dos bornes a serem identificados.

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Procedimento de identificação do compressor.

A – auxiliar C – comum P – principal

Com o auxílio de um ohmímetro, faça a medição da resistência ôhmica entre dois

bornes e anote o resultado obtido.

Procedimento de identificação do compressor.

Repita a operação, medindo a resistência entre os bornes 2-3 e 3-1

Procedimento de identificação do compressor.

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Dê a nomenclatura aos bornes.

Procedimento de identificação do compressor.

A – auxiliar C – comum
P – principal R - resistência

Observação: Os valores da resistência ôhmica poderão variar de acordo com o

compressor hermético.

Relé de partida:

Dispositivo responsável pela operação liga / desliga do enrolamento auxiliar, e

capacitor de partida quando necessário sua utilização.

Construção do relé de partida

Tipos de relé de partida

Os tipos de relé de partida são:

• Relé Amperimétrico: trabalha em função da corrente que passa em sua bobina,

gerando um campo magnético capaz de fechar o contato N.A. (normalmente aberto) do
relé, possibilitando fluxo de corrente na bobina auxiliar do motor.

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construção do relé amperimétrico

A – auxiliar P – principal

• Relé Voltimétrico: ligado à rede elétrica, portanto trabalham em função da

tensão de alimentação fornecida.

Construção do relé voltimétrico

L1 – linha 1 NF – normalmente fechado
L2 – linha 2 CP – para capacitor

• O Relé PTC (Coeficiente de temperatura positiva): atua como um limitador de

corrente, apresentando baixa resistência ôhmica em temperatura ambiente, e permite
passagem de corrente para bobina do auxiliar.

Relé PTC

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Protetor de sobrecarga

O protetor de sobrecarga é um dispositivo térmico de proteção do motor elétrico. É

utilizado para evitar o superaquecimento das bobinas ou para proteger o motor de
aumento da corrente elétrica.

Protetor de sobrecarga.

O protetor de sobrecarga é constituído basicamente de um disco bimetálico, isto é,

duas lâminas com coeficientes de dilatação diferentes, soldadas uma sobre a outra, e
de um resistor de aquecimento.

Detalhes do protetor de sobrecarga.

A – resistência B – bornes de ligação
C – placa bimetálica D – parafuso de regulagem

O disco bimetálico possui dois contatos que permanecem fechados quando o motor
trabalha em regime normal. O resistor de aquecimento está ligado em série ao
enrolamento principal do motor. A corrente que alimenta o motor passa através do
disco e do resistor; quando o calor gerado nesses dispositivos e no próprio motor
ultrapassa o valor máximo permitido, o protetor abre os contatos e desliga o motor.

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Vista em corte, visualização dos contatos abertos.

A – disco B – contato

Quando o disco esfria e a temperatura volta ao normal, os contatos são fechados e o

motor é religado automaticamente.

Vista em corte, visualização dos contatos fechados.

A – disco B – contato

Resistor

Resistor é um componente elétrico que apresenta uma resistência num circuito. Sua
função no refrigerador é manter certo grau de aquecimento para auxiliar o ciclo de
degelo automático ou evitar condensação nas laterais do refrigerador.

O resistor é fabricado de fio de níquel-cromo revestido com amianto e envolvido por

um espaguete de plástico especial.

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Resistor no refrigerador
A – tubo metálico embutido
B – flange
C – resistências laterais

Tipos e localização dos resistores

Quanto aos tipos e localização dos resistores, temos:

• Resistor compensador: é colocado no flange do gabinete, isto é, na parte onde a
gaxeta se apóia.

− Serve para evitar a sudação (condensação) nessa parte, devido ao contato

entre o ar ambiente e o ar frio proveniente do interior do aparelho.

− Alguns fabricantes substituíram o resistor compensador por um tubo com gás

quente proveniente do condensador.

• Resistor de travessa: tem a mesma função do resistor compensador. No

modelo combinado de duas portas, o resistor de travessa localiza-se na
travessa superior, que é a parte que separa o refrigerador do congelador.

No combinado de três portas, o resistor localiza-se também na travessa inferior.

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Resistor de Travessa.
A – resistor de travesso
B – fios separados

• Resistor do degelo automático: localiza-se na tubulação que liga a placa fria ao

evaporador e, em alguns modelos, também na própria placa fria. A placa fria e o
evaporador absorvem calor e refrigeram o espaço interno do aparelho. Nos
refrigeradores com circulação forçada de ar, o resistor de degelo é colocado no
evaporador.

Resistor de degelo.
A – resistor da placa fria
B – placa fria

A função do resistor de degelo é manter o aquecimento por ocasião do degelo

automático, acelerando a fusão do gelo. Os terminais do resistor de degelo devem ser
introduzidos totalmente nos orifícios da tomada, de maneira que não haja espaço para
formação de gelo, o que pode provocar um curto-circuito no sistema elétrico.

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• Resistor do coletor de drenagem: o coletor de drenagem é uma bandeja estreita

por onde passa a água do degelo. O resistor instalado no coletor evita.a formação
de gelo que impede a passagem da água drenada por ocasião do degelo
automático.

Outros componentes

Os outros componentes são:

• Capacitor de partida;
• Termostato;
• Sensores;
• Motor do ventilador.

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Esquemas elétricos de refrigeradores

Representamos abaixo alguns esquemas elétricos de refrigeradores.

Refrigerador R130

Esquema elétrico refrigerador modelo R130

A – plugue TM – termostato
RP – Relé de partida CP – compressor
PT – Protetor térmico

Refrigerador R270/R260/R340

Esquema elétrico refrigerador modelo R270/R260/R340.

I – interruptor PT – protetor térmico TM - Termostato
CP – compressor L – lâmpada
RP–relé de partida
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Refrigerador DS4 – 220 V

Esquema elétrico refrigerador modelo DS4 – 220 V

IR – interruptor da porta do refrigerador

LF – lâmpada do refrigerador
IF – interruptor da porta do freezer
LF – lâmpada do freezer
F1 – fusível (250v/9A)
VE – Ventilador do evaporador
S1 – sistema FIR
S2 – sistema CA
TM – termostato
TD – timer degelo
TMD – termostato de degelo
F2 – fusível térmico (72ºC)
RD – resistência de degelo
RCD – resistência da calha de degelo
PT – protetor térmico
CP – compressor
PTC – relé de coeficiente de temperatura positiva
C1 – capacitor de marcha
C2 – capacitor de partida
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Condicionadores de ar

Abordaremos agora, aspectos do condicionador de ar residencial.

Circuito elétrico do condicionador de ar residencial

O sistema elétrico é constituído basicamente de motor do compressor e motor do

ventilador.

Motor elétrico (moto – compressor)

É formado por 02 bobinas (A - auxiliar e P - principal).

Formato das bobinas do motor

Motor elétrico (moto – ventilador)

É formado por 02 bobinas (A - auxiliar e P - principal).

Tipos de bobinas do moto-ventilador

1 – tipo série 2 – tipo “T”

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Identificação dos bornes do moto – ventilador

Os moto – ventiladores têm quatro ou cinco condutores de cores diferentes,

identificados por plaquetas. Mas, pode ocorrer que essa identificação não exista,
dificultando o reconhecimento dos bornes ou dos condutores indicadores.

Para identificar os condutores, a solução é medir a resistência ôhmica de cada um e

analisar os resultados. Em primeiro lugar, é preciso numerar cada um dos bornes.

Toma-se um condutor como referência, mede-se a resistência ôhmica em relação aos

demais e anota-se o resultado.

Exemplo 01:

Moto-ventilador

Relacionar os condutores apresentados no exemplo como se segue:

• condutor 1 e condutor 2 = 90 ( Ω ) (4)
• condutor 1 e condutor 3 = 120 ( Ω ) (5)
• condutor 1 e condutor 4 = 150 ( Ω ) (6)
• condutor 2 e condutor 3 = 30 ( Ω ) (1)
• condutor 2 e condutor 4 = 60 ( Ω ) (3)
• condutor 3 e condutor 4 = 30 ( Ω ) (2)

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Após anotar as medições, numerar os valores obtidos a partir do menor para o maior,
e desenhar os enrolamentos conforme numeração.

Medição das resistências das bobinas.

P – principal
A – auxiliar
C – comum
VA – velocidade alta
VB – velocidade baixa

Veja a classificação dos resultados:

• O enrolamento entre os condutores 1 e 2 = 90 ( Ω ) é o enrolamento do auxiliar;
• O enrolamento entre os condutores 2 e 4 = 60 ( Ω ) indica o valor do enrolamento
do principal;
• O capacitor de fase será ligado entre os condutores 1 e 4;
• No condutor 2 será ligado o comum da fonte de alimentação;
• No condutor 3 será ligado a velocidade alta, e no condutor 4, a velocidade baixa.

Exemplo 02:
Relacionar os condutores apresentados no exemplo como se segue:
• condutor 1 e condutor 2 = 35 ( Ω ) (2)
• condutor 1 e condutor 3 = 46 ( Ω ) (3)
• condutor 1 e condutor 4 = 109 ( Ω ) (6)
• condutor 2 e condutor 3 = 11,4 ( Ω ) (1)
• condutor 2 e condutor 4 = 73,6 ( Ω ) (4)
• condutor 3 e condutor 4 = 85 ( Ω ) (5)
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A partir das medições, numerar e desenhar os enrolamentos do menor para o maior

valor.

Bobina tipo “T”

A – auxiliar P – principal

Veja a classificação dos resultados:

• O enrolamento entre os condutores 2 e 4 = 73,6 ( Ω ) é o enrolamento do auxiliar;
• O enrolamento entre os condutores 1 e 3 = 46,4 ( Ω ) indica o valor do
enrolamento do principal;
• O capacitor de fase será ligado entre os condutores 3 e 4;
• No condutor 3 será ligado o comum da fonte de alimentação;
• No condutor 2 será ligado a velocidade alta, e no condutor 1, a velocidade baixa.

Ligação do motor

A ligação do motor será conforme a ilustração seguinte:

Ligação do moto-ventilador
C – comum VA – velocidade alta
CF – capacitor de fase VB – velocidade baixa

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• Capacitor de fase: Utilizado para corrigir o fator de potência do motor.

• Capacitor de partida: Utilizado para aumentar o torque ou arranque do motor no
momento da partida, sem que haja acréscimo de corrente.
• Chave seletora: É o controle de operação do condicionador de ar. Permite
selecionar as diferentes funções do aparelho.
• Bobina solenóide: Tem a função de criar um campo magnético, atrair o núcleo
deste campo e gerar um movimento desejado. No conjunto da válvula reversora, a
bobina solenóide tem a função de modificar a posição do êmbolo através da
atração do núcleo da bobina, de modo a inverter o fluxo do fluido refrigerante.
• Timer: Alguns aparelhos possuem um mecanismo temporizador, com a função de
desligar aparelho após um período pré – determinado pelo usuário.
• Válvula de reversão: Os condicionadores de ar na versão com ciclo reverso tanto
podem aquecer como refrigerar o ambiente. Esse trabalho é feito por um
dispositivo eletromecânico instalado entre o tubo de descarga e o tubo de sucção,
denominado válvula de reversão ou válvula reversora. A válvula de reversão
confere ao condicionador de ar as funções de refrigerar e de aquecer o ar e faz
com que o condensador trabalhe como evaporador e vice-versa.
• Relé Voltimétrico: Também conhecido como “Relé de Potencial” ou “Relé de
Tensão”. Trabalha em função da diferença de potencial (d.d.p.) que lhe é fornecida,
sendo utilizado para ligar e desligar o capacitor de partida do circuito do
condicionador de ar. Quando submetido à uma d.d.p., é gerado em sua bobina um
campo magnético, que atua em um contato normalmente fechado (N.F.), o qual
abre, impedindo a passagem de corrente para o capacitor de partida.

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Esquemas elétricos do condicionador de ar

Ligação do capacitor de partida no esquema elétrico do condicionador de ar.

Diagrama elétrico (disposição do capacitor de partida)

TM – termostato
KT – kit partida
RV – relé voltimétrico
CA – cabo de alimentação
C1 – capacitor
C2 – capacitor de partida
VM – vermelho
PT – preto
BR – branco

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Eletricidade I

Condicionador de ar 10.000 / 12.000 R 220 V

Diagrama elétrico de um condicionador de ar

CS – chave seletora Qmax. – calor máximo
Qmin. – calor mínimo VT – ventilação
Des. – desliga Fmin. – frio mínimo
Fmax. – frio máximo BR – branco
PR – preto LR – laranja
MR – marrom AM – amarelo
VM – vermelho RS – rosa
MV – moto-ventilador MC – moto-compressor
LP – lâmpada piloto TMD – termostato de degelo
TM – termostato PT – protetor térmico
C1 – capacitor de fase C2 – capacitor de marcha
S - solenóide

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Eletricidade I

Condicionador de ar Mult-split

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