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FACULDADE DE AMERICANA

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

ADRIELLE FABIANA DOS SANTOS


NATÁLIA CANTELLI A. GONÇALVES
VINÍCIUS VERGUETTI DE SIQUEIRA

ESTUDO DE CASO SOBRE O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE UMA


CHOPEIRA ELÉTRICA: CÁLCULO DA CARGA TÉRMICA E PROJETO DETALHADO

AMERICANA
2020
ADRIELLE FABIANA
NATÁLIA CANTELLI A. GONÇALVES
VINÍCIUS VERGUETTI DE SIQUEIRA

ESTUDO DE CASO SOBRE O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE UMA


CHOPEIRA ELÉTRICA: CÁLCULO DA CARGA TÉRMICA E PROJETO DETALHADO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Faculdade de Americana,
como requisito parcial para obtenção do
título de bacharel em Engenharia Mecânica.

Orientadora: Joanisa Possato Curtulo

AMERICANA
2020
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da FAM
(Faculdade de Americana)

Santos, Adrielle Fabiana dos


S285e
Estudo de caso sobre o processo de desenvolvimento de uma
chopeira elétrica: cálculo da carga térmica e projeto detalhado. / Adrielle
Fabiana Dos Santos, Natália Cantelli A. Gonçalves, Vinícius Verguetti de
Siqueira. – Americana, SP: [s.n.], 2020.
80f.: il.

Orientador: Joanisa Possato Curtulo


Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Engenharia
Mecânica - Faculdade de Americana - FAM.

1. Engenharia mecânica. 2. Chopeira eletrica. 3. Projeto. I. Curtulo,


Joanisa Possato. II. FAM. III. Título.
CDU – 621
ADRIELLE FABIANA
NATÁLIA CANTELLI A. GONÇALVES
VINÍCIUS VERGUETTI DE SIQUEIRA

ESTUDO DE CASO SOBRE O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE UMA


CHOPEIRA ELÉTRICA: CÁLCULO DA CARGA TÉRMICA E PROJETO DETALHADO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Faculdade de
Americana, como requisito parcial
para obtenção de título de bacharel
em Engenharia Mecânica.

Data de Aprovação: __/__/__

BANCA EXAMINADORA

________________________________
Prof. Orientadora: Joanisa Possato Curtulo
Faculdade de Americana

________________________________
Prof. Avaliador: Gildeones Protázio
Faculdade de Americana

________________________________
Prof. Avaliador: Fernando Rodrigo Moro
Queremos dedicar esta monografia à nossa
orientadora Joanisa Possato, e ao professor
Fernando Rodrigo Moro cuja dedicação e
paciência serviram como pilares de
sustentação para a conclusão deste trabalho.
Dedicamos também a nossa família. A
presença de cada um durante esta jornada
tornou tudo mais fácil. Gratidão eterna.
AGRADECIMENTOS

Para mim, Natália, esta é uma fase muito especial, a conclusão de um sonho que
pensava ser inalcançável, por isso não posso deixar de agradecer a Deus por toda força
e coragem. Gostaria de agradecer imensamente meu pai Mario, minha mãe Sandra por
nunca terem desistido de mim, por acreditarem no meu potencial quando eu já não
acreditava mais.
Fica meu agradecimento também ao meu marido Deivison, por todo apoio e
compreensão ao longo desses anos. Meus irmãos Beatriz e Lucas, minha avó Nilce e
aos amigos que sempre me incentivaram. Aos professores Joanisa e Fernando, e todas
as pessoas que de alguma forma tiveram um papel importante nesse processo, quero
deixar meu muito obrigado, porque sem elas não teria sido possível.
Eu, Adrielle, hoje, me sinto campeã do Mundo, como na música do Queen, “We
Are The Champions”. Completei minha sentença, enfrentei O Desafio, lutei até o fim,
prova a prova, sobrevivi, venci e continuarei a lutar! Faço minhas reverências por esta
conquista, agradecendo primeiramente à Deus, pela companhia de todos os dias, pelas
bênçãos e apoio nos momentos em que precisei. Aos meus pais, Eliazir e Elias, por me
terem me educado e me guiado para ser a Mulher de coragem que sou, por me apoiarem
na realização deste sonho e me ajudarem de todas as formas possíveis a chegar até
aqui. À minha filha Eloá, que me eleva e motiva com sua curiosidade, sede de
conhecimento, liberdade e força. Aos meus irmãos, Fabielle e Samuel, e ao meu
companheiro de vida, Irapuã, que comigo cruzam a nado se o rio não dá vau, agradeço
pelo apoio, parceria e incentivo. Aos meus Professores, todos, por abrirem a porta pela
qual passo hoje e me ensinarem para a vida. Em especial, aos Professores Joanisa e
Fernando, pelo apoio dado durante o desenvolvimento deste trabalho. Nós somos os
Campeões, meus amigos, e continuaremos lutando até o fim!
Para mim Vinícius, esse momento é especial por vários motivos, é uma conquista
imensa, que antes mesmo de iniciar essa jornada, achava até um pouco distante da
realidade que eu vivia no momento. Foi uma fase marcada por diversas mudanças em
minha vida, que sei que fizeram de mim uma pessoa melhor, mais madura e batalhadora
e que hoje sabe lutar pelos seus objetivos. O ano de 2020 para todos foi um ano de
muitas dificuldades, mas para mim em particular, foi um ano de muitas batalhas pessoais,
que tive que superar, tanto pessoal quanto profissionalmente, porém, hoje chego à reta
final, muito feliz por ter passado por todos os obstáculos, que sem as pessoas próximas
de mim com certeza eu não teria conseguido. Gostaria de agradecer de coração à toda
a minha família que me apoiou em todas as fases desse ciclo, em especial minha mãe
Rita, meu padrasto Sandro, minha tia Maura e também minha namorada Giovana.
Também não posso esquecer-me dos professores que marcaram minha trajetória até
aqui, em especial a professora Joanisa Possato e o professor Fernando Moro. Agradeço
imensamente a todos pelo suporte e ajuda. Agora vamos à frente nessa caminhada, para
descobrir e enfrentar os desafios que essa nova fase de nossas vidas irá nos
proporcionar.
“ O sucesso nasce do querer, da determinação e
persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo
não atingindo o alvo, quem busca e vence
obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis. ”
(José de Alencar)
RESUMO

Este trabalho apresenta o estudo de caso e desenvolvimento de uma chopeira


elétrica com capacidade de resfriamento de 30 L/h e entrega do chopp à 0°C, operando
num ciclo real de compressão à vapor, fazendo uso do R134a como fluido refrigerante.
O desenvolvimento foi realizado com base no estudo dos princípios termodinâmicos, de
ciclos de refrigeração e metodologia de projetos de trocadores de calor. Resultados
satisfatórios foram obtidos nas etapas de formulação do problema, no qual foram
definidas as condições de operação da chopeira e desenvolvimento do conceito. Assim,
foi possível estabelecer e definir as características do sistema; e desenvolvimento do
projeto, onde foram realizados os cálculos de dimensionamento dos equipamentos e
elaborada a concepção gráfica do projeto. Todavia, na etapa de manufatura, foi possível
apenas planejar a fabricação, não sendo possível executá-la. Desta forma, foi possível
concluir que o projeto é viável e os requisitos estabelecidos como objetivos são
alcançáveis.

Palavras chave: Projeto. Chopeira. Refrigeradores.


ABSTRACT

This work presents the case study and development of an electric beer cooler with
a cooling capacity of 30L/h and provides of the beer at 0°C, operating with a real steam
compression cycle with R134a as a refrigerant. The development was carried out based
on the study of thermodynamic principles, refrigeration cycles and Project Methodology
for Heat Exchangers. The satisfactory results were obtained in the problem information,
where the conditions of operation of the beer cooler were defined; concept development,
where the characteristics of the system were defined; and project development, where
equipment sizing calculations were carried out and the graphic design of the project was
elaborated. However, in the manufacturing stage, it was only possible to plan the
manufacture, and it was not possible to execute it. It was also possible to realize the
importance of a very fundamental and organized methodology and priority, in order to
obtain satisfactory results in the execution of the project.

Keywords: Project. Brew Machine. Refrigerators.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Câmara Fria .................................................................................................. 19


Figura 2 – Chopeira Elétrica ........................................................................................... 20
Figura 3 – Esquema e diagrama T-s para o ciclo ideal de refrigeração por compressão de
vapor .............................................................................................................................. 26
Figura 4 - Transferência de calor unidimensional por condução (Difusão de energia)... 31
Figura 5 – Desenvolvimento da camada-limite de velocidade sobre uma plana. ........... 36
Figura 6 – Camada limite térmica................................................................................... 36
Figura 7 – Desenvolvimento da camada limite de velocidade sobre uma placa plana. .. 38
Figura 8 – Esquema de um refrigerador de Carnot e diagrama T-s do Ciclo ................. 41
Figura 9 – Esquema e diagrama T-s para o ciclo ideal de refrigeração ......................... 41
Figura 10 – Esquema e diagrama T-s para o ciclo real de refrigeração por compressão a
vapor .............................................................................................................................. 42
Figura 11 - Diagrama T-s ciclo real de compressão a vapor .......................................... 43
Figura 12 – Isolamento Térmico ..................................................................................... 46
Figura 13 – Materiais utilizados como isolantes ............................................................. 48
Figura 14 – Elementos isolantes de uma tubulação ....................................................... 49
Figura 15 - Ciclo de resfriamento adotado ..................................................................... 55
Figura 16 – Desenho Técnico 01 ................................................................................... 66
Figura 17 – Desenho Técnico 02 ................................................................................... 67
Figura 18 – Desenho Técnico 03 ................................................................................... 69
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Pesquisa de Mercado ................................................................................... 54


Tabela 2 – Dados e propriedades termodinâmicas do R-134a ...................................... 57
Tabela 3 – Materiais referentes a estrutura .................................................................... 70
Tabela 3 – Materiais referentes a estrutura .................................................................... 70
Tabela 4 – Componentes da unidade de Refrigeração .................................................. 71
Tabela 5 – Acessórios .................................................................................................... 72
Tabela 6 – Equipamentos para fabricação da chopeira ................................................. 73
Tabela 7 – Custos - Mão de obra direta ......................................................................... 74
Tabela 8 – Custos - Alimentação ................................................................................... 75
Tabela 9 – Custos - Saúde e Benefícios ........................................................................ 75
Tabela 10 – Custos - Materiais....................................................................................... 75
Tabela 11 – Custos - Equipamentos e Auxiliares ........................................................... 75
Tabela 12 – Custos - Ferramental .................................................................................. 75
Tabela 13 – Custos - Uniforme e equipamentos de proteção individual ........................ 76
Tabela 14 – Administração central, despesa financeira, contingências e lucro ............. 76
Tabela 15 – Tributos incidentes sobre o preço total dos serviços .................................. 76
Tabela 16 – Preço total dos serviços ............................................................................. 76
Tabela 17 – Dados para apoio na análise das propostas apresentadas ........................ 77
Tabela 18 – Resumo do orçamento ............................................................................... 77
Tabela 19 – Resultados do projeto................................................................................. 82
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ΔE Balanço de Energia
Δm Conservação de Massa
Coeficiente de difusividade térmica do fluido
Constante de Sefan-Boltzmann
Emissividade
Densidade
Viscosidade Dinâmica do fluido
Coeficiente de expansão térmica
∞ Valor Infinito
Comprimento da placa
A Área
c Calor especifico do fluido
COP Coeficiente de Performace
E Energia
E Energia Cinética
Emassa Energia associada ao fluxo de massa
E Energia Potencial
d Deslocamento
D Diâmetro
F Força
g Aceleração da Gravidade
Gr Número de Grashof
h Hora
h Entalpia
H Altura
J Joule
k Kilo
Condutividade Térmica do sólido
Ln Logaritmo
l Distância
L Litros
m Massa
Vazão Mássica
P Pressão
q Fluxo Térmico
Q Calor
R Raio
Re Número de Reynolds
t Tempo
T Temperatura
Ts Temperatura Absoluta
U Energia Interna
v Velocidade
Viscosidade dinâmica do fluido
Vazão Volumétrica
W Trabalho
Potência
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 16

1.1. OBJETIVO ............................................................................................................. 17

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................. 17

1.3. SEQUÊNCIA DO TRABALHO ............................................................................... 17

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 18

2.1. TIPOS DE EQUIPAMENTOS PARA REFRIGERAÇÃO ........................................ 18

2.1.1. Geladeira e Freezer ............................................................................................. 18

2.1.2. Câmara Fria ......................................................................................................... 19

2.1.3. Chopeiras ............................................................................................................ 20

2.2. COMPONENTES DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO ........................................ 20

2.2.1. Compressor ......................................................................................................... 21

2.2.2. Evaporador .......................................................................................................... 22

2.2.3. Condensador ....................................................................................................... 22

2.2.4. Válvulas de Expansão ......................................................................................... 23

2.3. CÁLCULOS TÉRMICOS ........................................................................................ 24

2.3.1. Conceitos Termodinâmicos ................................................................................. 24

2.3.2. Trabalho............................................................................................................... 29

2.3.3. Transferência de calor ......................................................................................... 30

2.3.4. Ciclos de refrigeração por compressão a vapor .................................................. 40

2.3.5. Ciclo de refrigeração de Carnot ........................................................................... 40

2.3.6. Ciclo ideal de compressão a vapor ...................................................................... 41

2.3.7. Ciclo real de compressão a vapor ....................................................................... 42

2.3.8. Modelamento de ciclos de refrigeração por compressão a vapor ........................ 42

ISOLAMENTO ....................................................................................................... 46
3. MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 50

3.1. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA .......................................................................... 50

3.1.1. Condições de operação ....................................................................................... 50

3.2. DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO ................................................................. 54

3.2.1. Características do sistema................................................................................... 54

3.3. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ................................................................... 55

3.3.1. Cálculos do sistema ............................................................................................. 56

3.4. FABRICAÇÃO E MONTAGEM .............................................................................. 65

3.4.1. Parte Estrutural .................................................................................................... 65

3.5. MATERIAIS UTILIZADOS NA MANUFATURA ...................................................... 69

3.5.1. Estrutura da Chopeira .......................................................................................... 70

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................ 74

4.1. FUNCIONAMENTO ............................................................................................... 74

4.2. DEMONSTRATIVO DE FORMAÇÃO DE PREÇOS .............................................. 74

4.3. DADOS GERAIS.................................................................................................... 80

5. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 83

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 84
16

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos 20 anos, o número de choperias e cervejarias tem crescido no país,


tendo apresentado uma taxa de crescimento média de 19,6% por ano, sendo que
apresentou uma taxa de 26,6% nos últimos 10 anos e de 36,4% nos últimos 5 anos.
(MULLER; MARCUSSO, s.d.) Em paralelo, também tem aumentado o consumo de
bebidas alcoólicas fermentadas.
Com esse cenário, e o grande interesse dos consumidores finais, foi identificado
um mercado promissor de comercialização de chopeiras elétricas de uso doméstico.
Assim, nesta monografia apresentaremos o desenvolvimento do projeto e a construção
de uma chopeira elétrica, operando em um ciclo de refrigeração por compressão de
vapor, utilizando os princípios da termodinâmica e de outras ciências da engenharia.
(MORAN et al., 2013)
O intuito do presente trabalho é de desenvolver uma chopeira elétrica com
capacidade de resfriamento de 30L/ hora de chopp, partindo da temperatura ambiente,
até a temperatura de consumo em torno de 0 ºC.
O projeto terá todas as etapas que se fazem minimamente necessárias em um
projeto comercialmente viável como: o dimensionamento dos itens de refrigeração, os
cálculos da eficiência térmica, coeficiente de desempenho do sistema de compressão de
vapor.
Será feita também a execução do modelamento 3D dos itens que compõem a
chopeira, e seu detalhamento nas folhas padrão de desenhos técnicos. (VALE, 2006)
Necessários para a fabricação e aquisição dos itens necessários para a montagem e
funcionamento da chopeira, seguindo os parâmetros anteriormente planejados,
finalizando com a coleta dos dados da chopeira em funcionamento, para checar a
necessidade de intervenções e correções de parâmetros, possíveis melhorias e
comparação dos resultados obtidos na prática com os dados disponíveis nas literaturas
sobre o assunto.
17

1.1. OBJETIVO

Desenvolver o projeto de uma chopeira elétrica para uso residencial.

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Projetar uma chopeira elétrica, com capacidade de refrigeração de 30L/h e


temperatura de saída 0 °C;
 Desenvolver uma lista dos componentes utilizados no projeto;
 Demonstrar os cálculos de custo e de formação de preço;
 Realizar um estudo de caso, com cálculos, desenhos e tabelas;
 Fazer revisão bibliográfica detalhada, utilizando como base conhecimentos de
termodinâmica, ciência dos materiais e processos de fabricação.

1.3. SEQUÊNCIA DO TRABALHO

Segue apresentada a estrutura básica do trabalho:


Capítulo 1 – Contém a introdução da presente monografia, na qual são
apresentados o objetivo geral, os objetivos específicos e a sequência da tese.
Capítulo 2 – Tem-se a Revisão bibliográfica, na qual são abordadas as
fundamentações teóricas, fórmulas e conceitos necessários.
Capítulo 3 – São apresentados os materiais e métodos empregados.
Capítulo 4 – Neste capítulo são apresentados os resultados encontrados e
realizado discussões sobre.
Capítulo 5 – É apresentado neste capítulo a conclusão da pesquisa.
Capítulo 6 – São apresentadas as referências bibliográficas utilizadas para a
elaboração do trabalho.
18

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Essa seção irá tratar das referências bibliográficas utilizadas para o


desenvolvimento do trabalho, serão abordadas questões teóricas, fórmulas e conceitos
necessários para um melhor entendimento. Para o desenvolvimento será usado como
base obras clássicas da termodinâmica e das ciências térmicas, além de artigos
científicos que tratam do tema em um contexto geral.
Será apresentado os tipos de equipamentos utilizados para refrigeração, os
cálculos térmicos, os componentes do sistema de refrigeração e os tipos de isolamento
mais utilizados.

1.4. TIPOS DE EQUIPAMENTOS PARA REFRIGERAÇÃO

A conservação a frio é um método eficaz, fazendeiros e pescadores de regiões


mais frias já utilizavam desse método há muitos anos. As temperaturas baixas são
utilizadas para retardar as reações químicas e a atividade enzimática, com o objetivo de
manter a qualidade original dos alimentos. O resfriamento é a diminuição da temperatura
de um corpo, para isso é necessário a criação de resistências térmicas elevadas, a fim
de reduzir o fluxo natural de calor, obtida por meio dos isolamentos térmicos. (SANTOS,
2011)

1.4.1. Geladeira e Freezer

A geladeira funciona em ciclos, operando um fluido refrigerante em um circuito


fechado, nos refrigeradores domésticos e industriais um dos fluidos utilizado é o HFC-
134ª. Um motor transforma energia elétrica em térmica realizando trabalho sobre o gás,
comprimindo e impulsionando através da tubulação de cobre ou alumínio. (GREF, 2005)
Os refrigeradores domésticos empregam compressores conhecidos como
herméticos. Nestes tipos o motor e o compressor são diretamente acoplados e montados
dentro do circuito do fluido refrigerante, dessa forma não é necessário vedar o eixo e
vazamentos de fluido refrigerante para o ambiente são eliminados. (PEREIRA, 2006)
19

O compressor é movido por um motor elétrico, que tem a função de aumentar a


pressão e a temperatura do gás refrigerante, e quando o gás passa pelo condensador,
perde calor para o meio externo. Após isso o elemento refrigerante chega à serpentina
do evaporador, se vaporiza e assim, retira calor da região interna da geladeira. (DOS
SANTOS, 2011)

1.4.2. Câmara Fria

Para esse tipo de sistema é importante saber a quantidade de calor que deve ser
retirada, a carga térmica. A câmara fria para cerveja possibilita armazenar uma grande
quantidade de chopp por um longo período de tempo, oferecendo condições ideais de
temperatura, devido a possibilidade de regulagem.
Esse tipo de equipamento de refrigeração é muito utilizado na indústria alimentícia,
restaurantes, hotéis e na área da saúde. Com o objetivo de conservação temporária de
mercadoria deteriorável por meio da redução forçada de temperatura. (GENESIS, 2018)
É possível ver um modelo na Figura 1.

Figura 1 – Câmara Fria

Fonte: Genesis; 2018.


20

1.4.3. Chopeiras

O chopp é um tipo de cerveja não pasteurizada, sai do barril empurrado pela


pressão do gás carbônico proveniente de cilindros. A pressão desse gás é um fator
determinante da qualidade da bebida. (IWAKURA, 2018)
Mangueiras plásticas levam o chopp para o pré resfriador, esse aparelho contém
uma solução aquosa a -2 ºC e uma serpentina. A espessura da serpentina é reduzida
para aumentar a área de contato da bebida com a parede metálica. Outras mangueiras
levam o chopp para outra serpentina, localizada abaixo e dentro da chopeira a
temperatura estável em zero grau e os tubos são enrolados em espiral. Exemplo de uma
chopeira na Figura 2.

Figura 2 – Chopeira Elétrica

Fonte: Site fabricadoprojeto.com; 2019.

1.5. COMPONENTES DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO

O objetivo de um sistema de refrigeração é manter uma região fria a uma


temperatura inferior à de sua vizinhança. (MORAN et al., 2013) Esses sistemas são
compostos basicamente de compressor, evaporador, condensador e válvula de
expansão.
21

1.5.1. Compressor

Os compressores, são essências no processo de refrigeração, pois além de atuar


sobre a diferença de pressão entre as duas linhas do sistema é também responsável por
bombear o fluido refrigerante (BAUNGARTNER, 2008).
O compressor tem um papel fundamental, pois é encarregado de elevar a pressão
e criar fluxo de fluido. O processo se inicia quando o compressor recebe o fluido na forma
de vapor com pressão e temperatura baixas, e o comprime. (PEREIRA, 2006)
Eles podem ser classificados em duas grandes classes, roto dinâmicos e de
deslocamento positivo que é o mais empregado. Os de deslocamento positivo, tem a
compressão efetuada de forma mecânica, para este caso os principais tipos de
compressores são o alternativo, que possui como elemento de compressão um pistão; E
o rotativo que pode ter uma palheta rolo ou um lóbulo como elemento de compressão
(PEREIRA, 2006).
De acordo com Baungartner (2008) o mecanismo de compressão roto dinâmico
pode ser de escoamento axial ou radial, sendo o último o mais utilizado em refrigeração,
também conhecido como compressor centrífugo. Os compressores centrífugos são muito
empregados na indústria química e de processos, isso porque podem ser acionados tanto
por turbina a gás quanto por motores elétricos (STOECKER; JABARDO, 2002).
Os compressores alternativos possuem um pistão que se desloca alternadamente
dentro de um cilindro e dispõem de válvulas automáticas que controlam a sucção e a
descarga de fluído refrigerante. No processo de funcionamento, na admissão o fluído é
aspirado da câmara como consequência do movimento do pistão para o ponto morto
inferior. O deslocamento do pistão do ponto morto inferior para o superior aumenta a
pressão do fluído, fazendo com que a válvula de descarga se abra, dessa forma se inicia
o processo de descarga, no qual o fluído refrigerante a alta pressão é disposto para o
sistema (GOMES, 2006).
Segundo Pereira (2006) as perdas de energia útil no compressor ocorrem devido
as ineficiências dos processos de compressão, expansão, sucção e descarga e também
devido a vazamentos de fluido pela folga entre pistão e cilindro. Essas são divididas em
três grupos, de perdas elétricas, mecânicas e termodinâmicas. Além de considerar que o
22

compressor ideal deve operar reversivelmente, através de compressão e expansão


adiabáticas, e sucção e descarga isobáricas, e que o fluido refrigerante seja considerado
como um gás perfeito, deve-se assumir que a pressão e a temperatura não variam.

1.5.2. Evaporador

O evaporador é nada mais do que um trocador de calor, projetado para que o fluido
de refrigerante sofra uma mudança de estado, de líquido para vapor. Quando se trata de
refrigeradores, o evaporador utilizado é o de expansão direta, neste tipo a mudança de
fase ocorre dentro dos tubos e refrigerante absorve calor do ar que está no ambiente.
Esse tipo de evaporador é alimentado por uma válvula de expansão que regula a vazão,
dessa forma o vapor se torna superaquecido na saída, condição necessária para proteger
os compressores do sistema. (SANTOS, 2007)
A função do evaporador é transformar o fluido, que entra a baixa pressão e
temperatura, oriundo da válvula de expansão, após isso o fluído refrigerante absorve o
calor latente da carga e sai do evaporador como vapor superaquecido. A classificação
dos evaporadores é feita conforme sua função e o seu padrão de fluxo. (HUNDY; TROTT;
WELCH, 2008)
Conforme Santos (2007) o bom funcionamento do compressor pode ser
comprometido devido a vários problemas, na troca de calor por uma diferença finita de
temperatura, pela perda de pressão do refrigerante ao longo do escoamento, além da
formação de gelo na superfície, essa camada atua como isolante dificultando a troca de
calor.

1.5.3. Condensador

O condensador é um trocador de calor, assim como o evaporador, entretanto este


tem como função transferir calor do fluido refrigerante para o ambiente. Há mudança de
estado, de vapor para líquido, processo inverso do evaporador. (SANTOS, 2007) O fluído
refrigerante sai do compressor com pressão e temperatura elevadas e entra no
23

condensador no estado de vapor superaquecido, onde ocorre a troca de calor latente,


depois desse processo o fluido sai na forma de líquido condensado. (FERZOLA, 2010)
O condensador é responsável pela troca térmica do fluído refrigerante com ao
objetivo de resfriar e condensar o vapor, para isso o calor é transferido para o meio com
o auxílio de água ou ar. Todo esse processo é dividido em três etapas, a de
dessuperaquecimento, a condensação do fluido e a de subresfriamento. A fim de se ter
um melhor aproveitamento, é necessário escolher um condensador com capacidade
suficiente para trocar calor com o meio, que possua uma taxa de transferência de calor
satisfatória para retirar calor do fluido refrigerante

1.5.4. Válvulas de Expansão

As válvulas de expansão têm a função de manter uma diferença de pressão entre


os lados de alta e de baixa pressão do sistema de refrigeração e regular sua vazão de
entrada no evaporador. Este componente é essencial para que o sistema de refrigeração
funcione da forma correta. (SANTOS, 2007) O dispositivo de expansão juntamente com
o compressor tem a função de dividir o ciclo de refrigeração em duas regiões, de alta
pressão (condensação) e a de baixa pressão (evaporação). (HERMES, 2000)
A redução de pressão desejada é obtida através de um orifício de fluxo variável.
Em equilíbrio o compressor aspira do evaporador a mesma quantidade de refrigerante
com que o dispositivo de expansão o alimenta. As válvulas de expansão podem ser
classificadas de acordo com o método de controle (HUNDY; TROTT; WELCH, 2008)
Os dispositivos de expansão mais usuais são o tubo capilar, a válvula de expansão
termostática e, com o desenvolvimento do campo da eletrônica, a válvula de expansão
eletrônica de ação variável.
24

1.6. CÁLCULOS TÉRMICOS

Os conceitos e o desenvolvimento dos cálculos térmicos utilizados nesse trabalho,


serão explorados através da seção a seguir. Tendo como princípio que refrigeração é o
processo responsável pelo resfriamento de um espaço fechado de baixa temperatura,
por meio de transferência de calor para uma fonte quente.
Será abordado os conceitos termodinâmicos, conceito de transferência de calor,
ciclo real e ideal de compressão a vapor e o modelamento de ciclos de refrigeração.

1.6.1. Conceitos Termodinâmicos

“A termodinâmica pode ser definida como a ciência da energia” (ÇENGEL; BOLES,


2013),ou seja, o estudo de seus aspectos e transformações em processos ou sistemas.

1.6.1.1. Processos e Sistemas

Os processos são as mudanças de estados experimentados no sistema em


decorrência de alterações sofridas pelas propriedades (massa, volume, energia, pressão
e temperatura) (MORAN et al., 2013).
Para a descrição de um processo é necessário definir suas condições iniciais e
finais, trajetória e interações fronteiriças.
A construção de um esquema e diagramas são importantes para a representação
visual do processo (ÇENGEL; BOLES, 2013). Um exemplo pode ser visualizado na
25

Figura 3.
26

Figura 3 – Esquema e diagrama T-s para o ciclo ideal de refrigeração por compressão de vapor

Nota: Modificado de Çengel;Boles, (2011).

O sistema é tudo aquilo que se deseja estudar separado de sua vizinhança por
uma fronteira fixa ou móvel (MORAN et al., 2013). Seja um equipamento, quantidade de
matéria, espaço ou o que seja objetivo do estudo.
Podemos dividir sistemas em alguns tipos:
 Sistema aberto ou volume de controle, onde há fluxo de massa e energia
através das fronteiras;
 Sistema fechado, onde não há fluxo de massa, mas pode haver fluxo de
energia;
 E sistema isolado, onde não há fluxo de massa nem de energia.

Para equipamentos como compressor, evaporador, condensador, por exemplo, a


análise de um sistema aberto é realizada.

1.6.1.2. Energia

Podemos considerar como energia a capacidade de causar mudanças (ÇENGEL;


BOLES, 2013).
27

Em termodinâmica são estudadas as transformações das energias num sistema.


Para tal, devemos considerar a Primeira Lei da termodinâmica que expressa a de
conservação de energia: “[...] a energia não se cria nem se destrói, unicamente se
transforma” (ÇENGEL; BOLES, 2013) e, portanto podemos expressar a variação de
energia total ou balanço de energia em função da diferença entre a energia que entra e
a que sai do sistema, como é mostrado na equação (1).

∆ = − ! " [kJ] (1)

Este postulado é valido, inclusive, para energia condensada. Portando, a


conservação de massa no sistema pode ser expressa pela equação (2).

∆ = − ! " [kJ] (2)

A energia total de um sistema é a soma de diversos tipos de energias


macroscópicas e microscópicas. Algumas das energias que compõem estas divisões
são: térmica, mecânica, cinética e outras, incluso, as que compõem a energia interna do
sistema (energia cinética, associada ao movimento de translação, rotação e vibração
dos átomos e moléculas e energia potencial de interação entre os mesmos) (ÇENGEL &
BOLES, 2013). Alguns tipos de energia são mais relevantes para a análise de um sistema
termodinâmico e, considerando estas, podemos descrever a energia total do sistema
como somatório das energias interna (#), cinética ( $) e potencial ( % ), conforme a
equação (3).

=#+ $ + % [kJ] (3)

Ou, ainda, considerando as expressões das energias interna (#), cinética ( $) e


potencial ( % ), como é proposto na equação (4).

'(
=#+ + *+ [kJ] (4)
2
28

Podendo ainda ser reescrita por unidade de massa, conforme equação (5).

'(
,= + + *+ [kJ/kg] (5)
2

De acordo com a primeira lei da termodinâmica a energia do sistema só pode ser


diminuída ou aumentada através do cruzamento das energias térmica, em forma de calor
(- ); mecânica, em forma de trabalho ( ); ou energia associada ao fluxo de massa
( . !! ) através das fronteiras (INCROPERA et al., 2008). Assim, podemos reescrever a
equação (1) de balanço de energia no sistema para a equação (6).

− ! " = /- − -! " 0 + / − ! "0 +1 . !! , − . !! ,! " 3 =∆ !"! .

[kJ] (6)

Em sistemas fechados, onde não há fluxo de massa, as formas nas quais a energia
cruza a fronteira são calor e trabalho e podemos descrever a variação de energia em
função dos fluxos de calor (- ) e trabalho ( ), conforme equação (7).

4
=-−
4
[kJ/s] (7)

Em sistemas volume de controle, onde há energia térmica e mecânica relacionada


ao fluxo de massa ( ), a energia ( . !! ) transportada pela massa pode ser expressa
pela equação (8).

= /5 + ,0 [kJ] (8)

A vazão mássica ou fluxo de massa pode ser expressa na equação (9) pelo
produto entre a densidade ( ), a velocidade (' ) e a área (6) ou pelo produto entre a
densidade e a vazão volumétrica (').
29

= '6 = ' [kg/s] (9)

O termo 5 da equação (8) representa o trabalho de escoamento do fluido e o


termo , representa a quantidade de energia contida numa unidade de massa do fluido.
Substituindo o termo , da equação (8) pela equação(5), temos a equação (10).

'(
= /5 + + + *+0 [kJ] (10)
2

Os termos 5 + são o equivalente a entalpia (ℎ) (BASTOS & et.al., 2011) e, portanto,
podemos substituí-los na equação (10) e reescreve-la na equação (11).

'(
= /ℎ + + *+0 [kJ] (11)
2

A equação (6) de balanço de energia no sistema, portanto, pode ser reescrita como
na equação (12), em função do tempo, em termos de fluxo de calor, trabalho e energia
relacionada a massa.

4 '(
=-+ + /∆ℎ + ∆ + ∆*+0 [kJ/s] (12)
4 2

1.6.2. Trabalho

Segundo Moran (2013), o trabalho é a força resultante de um corpo movendo-se


em relação a um ponto. O trabalho realizado por/sobre um sistema em termos de forças
e deslocamentos observáveis é dado pela equação (13).

!(
=8 9∙4 [kW] (13)
!;
30

A energia em forma de trabalho mecânico pode ser obtida através da


transformação de quaisquer tipos de energia ou pode ser utilizada para a obtenção
destas.
É importante ressaltar que se o trabalho é aplicado ao sistema então, tem-se por
convenção que ele deve ter sinal negativo (-) na equação de balanço de energia do
sistema e, se o trabalho é extraído usa-se o sinal positivo (+).
Alguns exemplos de máquinas onde o trabalho mecânico é utilizado para a
obtenção de outro tipo de energia são compressores e bombas, onde trabalho mecânico
é realizado sobre o fluido para comprimi-lo ou transportá-lo (BRASIL, 2013).
A transferência de energia por meio de trabalho em função do tempo / 0 é
denominada potência e pode ser descrita na equação (14) pelo produto entre a força /90
e a velocidade /'0 no ponto de aplicação. (MORAN et al., 2013)

= 9 ∙ ' [kJ/s] ou [kW] (14)

1.6.3. Transferência de calor

Para Moran (2013) a transferência de calor é a energia térmica em transito


impulsionada pela diferença de temperatura. Esta transferência pode ocorrer por meio de
condução, radiação e convecção.

1.6.3.1. Fluxo de Calor

O fluxo de calor, decorrente da diferença de temperatura pode ser descrito de duas


maneiras, dependendo dos dados conhecidos e da aplicação destinada. (INCROPERA
& et.al., 2008)
Ainda segundo Incropera e Dewitt (2007), a equação (29) simplificada da energia
térmica para sistemas com escoamento em regime estacionário como mostra a equação
(15):
-= ∗ = ∗ />! − > 0 [W] (15)
31

Onde é a vazão mássica do fluído, = é o calor específico do fluído a


temperatura constante, sendo este geralmente tabelado, > e >! as temperaturas de
entrada e saída do fluído respectivamente.
Ou, através da equação (16).

- = #6/>! − > 0 [W] (16)

Onde 6 equivale a área total de troca térmica e # ao coeficiente global de troca


térmica, como mostrado na equação (17).

1
#=
1 @; @ @ 1
+ ∗ ln C ( D + ( ∗
[W/m²k] (17)
ℎ; @; @; ℎ(

1.6.3.2. Condução

A condução é a troca de calor que se dá das partículas mais energéticas,


associadas às temperaturas mais altas, para as menos energéticas através da interação
entre elas. Este fenômeno pode ocorrer em meio sólido, líquido ou gasoso (INCROPERA
& et.al., 2008).
A
Figura 4 mostra um esquema de transferência de calor por condução através de
uma placa plana.

Figura 4 - Transferência de calor unidimensional por condução (Difusão de energia).

Fonte: Incropera, et al;2007.


32

O fluxo térmico (E), relação entre a quantidade de calor transmitido /-0 num
determinado tempo / 0 ocorre na direção perpendicular à da área da parede (6) que
separa uma região (>; 0 de outra />( ) e pode ser descrito pela equação (18).
F
E= [J/s] (18)

A taxa na qual o calor é transferido por unidade de área /E"H 0 num corpo sólido
plano, é expressa pela Lei de Fourier, equação (19), através do produto entre a
IJ
condutividade térmica do sólido ( ) e o gradiente de temperatura linear (IH ) (INCROPERA

& et.al., 2008).

4> EH
E"H = − =
4 6
[W/m²] (19)

IJ
O gradiente de temperatura (IH) pode ser descrito pela equação (20).

4> />( − >; 0


=
4 K
[K/m] (20)

Podemos reescrever a equação (19), que expressa a Lei de Fourier substituindo a


equação (20) no termo correspondente. Assim, temos taxa de transferência de calor do
processo expressa pela equação (21).

/>( − >; 0
E"H = −
K
[W/m²] (21)

A resistência térmica de uma placa plana associada a transferência de calor por


condução pode ser expressa pela razão entre o potencial motriz e a taxa de transferência
de calor, equação (22).

/>!; − >!( 0 K
L= =
EH 6
[W/m²] (22)
33

Num corpo cilíndrico, exposto a diferentes temperaturas interna e externa, a


transferência de calor pode ser expressa em coordenadas cilíndricas pela equação (23).

4> 4>
E =− 6 = − /2M@K0
4@ 4@
[W/m²] (23)

IJ
Onde, o gradiente de temperatura ( ) é radial e 6 é a área normal à direção da
I

transferência de calor (6 = 2M@K).


O gradiente de temperatura pode ser representado pela equação (24).

ln/@⁄@( 0
>/@0 = />!; − >!( 0 + >!( [K]
ln/@; ⁄@( 0
(24)

Aplicando a equação (24) na Lei de Fourier para corpos cilíndricos, na equação


(25), temos:

2MK />!; − >!( 0


E =
ln/@( ⁄@; 0
[W/m²] (25)

1.6.3.3. Convecção

A convecção é a transferência de calor entre fluido e superfície ou no interior de


um fluido em decorrência de movimentos aleatórios de difusão de partículas e movimento
global de um fluido, este último também chamado advecção (INCROPERA & et.al., 2008).
A convecção pode ser: forçada, casos onde o fluido é impulsionado por um
equipamento, por exemplo; natural, casos em que o fluido se movimenta devido a
diferenças de densidades, causadas por diferença de temperatura no fluido; ou, ainda,
uma mistura das duas onde há impulso externo no fluido a baixa velocidade e grande o
empuxo causado pela diferença de densidade (INCROPERA & et.al., 2008).
34

O fluxo de calor (E") pode ser descrito pelo produto entre o coeficiente de calor por
convecção (ℎ) e a diferença entre as temperaturas de superfície (>! ) e do fluido (>O ),
conforme a equação (26), que expressa a Lei do resfriamento de Newton.

E" = ℎ/>! − >O 0 [W/m²] (26)

A resistência térmica para convecção pode ser expressa pela equação (27).

>! − >O 1
L= =
E ℎ6
[W/m²] (27)

Onde, E é a energia térmica transferida visto na equação (28).

E = E" ∙ 6 [W] (28)

Circuitos térmicos equivalentes podem ser utilizados para a análise de sistemas


mais complexos.
O coeficiente de transferência de calor por convecção (ℎ) depende das condições
da camada limite, a geometria da superfície, tipo de escoamento do fluido, propriedades
termodinâmicas e de transporte do fluido (INCROPERA et al., 2008).

1.6.3.4. Camada limite fluidodinâmica

Quando um fluido interage com uma superfície de diferente temperatura o fluido


desenvolve uma região através da qual a velocidade varia entre 0, no contato com a
superfície, e um valor infinito ( O ), este movimento está associado às tensões de
escoamento (INCROPERA et al., 2008). Podemos denominar a região onde este
fenômeno ocorre como camada limite fluidodinâmica.
A camada limite fluidodinâmica ou de velocidade aumenta sua espessura
conforme o aumento da velocidade do fluido até que esta atinja a velocidade da corrente
livre, região fora da camada limite (INCROPERA et al., 2008).
35
36

Figura 5 – Desenvolvimento da camada-limite de velocidade sobre uma plana.

Fonte: Incropera et al. 2007.

1.6.3.5. Camada limite Térmica

A camada limite térmica (Figura 6) é a região do fluido desde o contato com uma
superfície até a região de escoamento, onde a temperatura varia, respectivamente, de >;
até >O .

Figura 6 – Camada limite térmica

Fonte: Incropera et al. 2007.

O movimento global e o movimento de difusão do fluido no interior da camada


limite garantem o aumento da espessura da camada limite ao longo do desenvolvimento
do escoamento e a transferência de calor por convecção (INCROPERA et al., 2008).
A medida de transferência de calor por convecção na superfície pode ser pode ser
definida pelo gradiente de temperatura adimensional na superfície (INCROPERA et al.,
2008). Este gradiente é dado pelo número de Nusselt, que pode ser expresso pela
equação (29).
37

ℎQK
QQQQ =
P (29)

Para corpos cilíndricos com escoamento interno o número de Nusselt pode ser
calculado pela equação (30).

ℎQR
QPQQQ = (30)

A medida de efetividade relativa dos transportes, por difusão, de momento e de


energia no interior da camada limite pode ser expressa pelo número de Prandtl, conforme
equação (31).

=%
5@ = = (31)

Onde, =% é p calor específico do fluido, é a viscosidade dinâmica do fluido, éa


viscosidade cinemática do fluido e representa o coeficiente de difusividade térmica do
fluido, expressa pela equação (32).

=
=%
(32)

1.6.3.6. Escoamento laminar e turbulento

Um escoamento pode ser laminar, quando o movimento das partículas é


ordenado, e turbulento, e quando o movimento é irregular (FOX et al., 2010).
A diferença entre os tipos de escoamento causa mudança na camada limite de
velocidade. Enquanto num escoamento laminar a camada limite de velocidade é menor,
no turbulento a camada limite é maior (INCROPERA et al., 2008).
38

Figura 7 – Desenvolvimento da camada limite de velocidade sobre uma placa plana.

Fonte: Incropera et al. 2007.

A definição do tipo de regime de escoamento pode ser calculada pelo número de


Reynolds. (BRUNETTI, 2008) Demonstrado na equação (33).

Re<2000 – Fluxo laminar


O
L, = 2000>Re>2400 – Fl. De Transição (33)
Re>2400 – Fluxo turbulento

Onde, é a densidade do fluido, O é a velocidade média do fluido, é o


comprimento característico da placa e é a viscosidade dinâmica.
Para corpos cilíndricos com escoamento interno o número de Reynolds pode ser
calculado através da equação (34).

'R
L, = (34)

S
Sendo que é a viscosidade cinemática do fluido ( = ) e V é a velocidade média
T
TU
do fluido ' = .
.

Para escoamento incompressível o número de Reynolds pode ser expresso pela


equação (35).
39

4
L, =
MR
(35)

Outros parâmetros interessantes para o estudo de transferência de calor por


convecção são:
O número de Grashof, equivalente ao número de Reynolds para convecção
forçada equação (36) (INCROPERA et al., 2008):

* />! − >O 0KX


W@ = (
(36)

Onde * é a aceleração da gravidade e o coeficiente de expansão térmica.

O número de Rayleigh, equação (37), correspondente a magnitude relativa das


forças de empuxo e de viscosidade do fluido (INCROPERA et al., 2008):

* />! − >O 0KX


LY = W@ ∗ 5@ = (
(37)

1.6.3.7. Perdas

Durante um processo é normal que ocorra queda de pressão na tubulação em


decorrência do fator de atrito.
Para escoamento laminar plenamente desenvolvido este fator pode ser expresso
pela equação (38).

64
Z=
L,
(38)

Para escoamento turbulento plenamente desenvolvido, para superfícies lisas pode


ser expresso pelas equações (39) e (40)

Z = 0,316L, ^;/` Re<20000 (39)


40

Z = 0,184L,;/b Re>20000 (40)

Para escoamentos laminares. E para escoamentos turbulentos é obtido pela


equação (41)

,h 5,74
Z = 0,25 ∗ [log/g Rj + k,l 0]^(
3,7 L,
(41)

Onde e é o equivalente à rugosidade da superfície. (SKAU; SANTOS; JUNIOR,


2011)
E a perda de carga pode ser calculada pela equação de Darcy-Weisbach para
escoamento turbilhonar (42). (SOUZA; PAIVA, 2018)

ZK'²
ℎn =
2R*
(42)

1.6.4. Ciclos de refrigeração por compressão a vapor

Os ciclos de refrigeração por compressão a vapor são amplamente utilizados no


condicionamento de ambientes, processos de resfriamento e congelamento de produtos
(GENIÊR & et.al, 2013).
É um processo termodinâmico, o refrigerante é comprimido e transformado em
vapor, logo após é condensado por meio de um ciclo contínuo e assim refrigera um
espaço delimitado.

1.6.5. Ciclo de refrigeração de Carnot

O ciclo de refrigeração de Carnot é obtido através da inversão do ciclo de potência


a vapor de Carnot. O ciclo é realizado através da circulação contínua de gás refrigerante
no sistema, todos os processos são internamente reversíveis e não há irreversibilidades.
Este ciclo é o mais eficiente, porém é um modelo inaplicável (ÇENGEL; BOLES, 2013).
41

Figura 8 – Esquema de um refrigerador de Carnot e diagrama T-s do Ciclo

Nota: Modificado de Çengel e Boles (2011)

1.6.6. Ciclo ideal de compressão a vapor

No ciclo ideal de compressão a vapor considera-se a evaporação completa do


refrigerante antes da entrada no compressor e a turbina, presente no ciclo de Carnot é
substituída por uma válvula de expansão (ÇENGEL; BOLES, 2013). O ciclo é composto
pelos processos:
1-2 Compressão isentrópica no compressor
2-3 Rejeição de calor no condensador
3-4 Estrangulamento na válvula de expansão
4-1 Absorção de calor a pressão constante no evaporador.
Figura 9 – Esquema e diagrama T-s para o ciclo ideal de refrigeração

Nota: Modificado de Çengel e Boles (2011)


42

1.6.7. Ciclo real de compressão a vapor

Um ciclo real de compressão a vapor sofre com irreversibilidades que ocorrem no


sistema. Estas irreversibilidades dizem respeito as quedas de pressão e perda de calor
para o ambiente (MARTINELLI). Diferente de um processo ideal, onde a compressão é
isentrópica, num processo real a compressão envolve efeitos de atrito, o que interfere na
variação da entropia para mais ou para menos, além de ter efeito, da mesma forma, sobre
a transferência de calor durante a compressão (ISMAI et al. ).

Figura 10 – Esquema e diagrama T-s para o ciclo real de refrigeração por compressão a vapor

Nota: Modificado de Çengel e Boles (2011)

1.6.8. Modelamento de ciclos de refrigeração por compressão a vapor

1.6.8.1. Trabalho de compressão

Num compressor trabalho mecânico é fornecido para incrementar pressão ao gás


refrigerante até um ponto pressão de condensação e alta temperatura (BASURTO).
Num ciclo ideal, desprezando-se a variação de energia potencial, cinética e
transferências de calor, os balanços de massa e energia fornecem o trabalho de
compressão a ser realizado pela equação (43).
43

p = /ℎ( − ℎ; 0 [kW] (43)

A taxa de compressão por unidade de massa pode ser descrita pela equação (44).

p
= /ℎ( − ℎ; 0 [kW] (44)

Num ciclo real, os efeitos de fricção existentes têm influência sobre a variação da
entropia e da transferência de calor no processo de compressão (UNEFM, 2009), assim,
a saída real /ℎ( 0 pode ser determinada em função do rendimento do compressor,
conforme a equação (45).

ℎ(! −ℎ;
ℎ( = + ℎ; [kJ/kg] (45)
q

Onde, /ℎ(! 0 é o equivalente à saída ideal, conforme ilustrado abaixo

Figura 11 - Diagrama T-s ciclo real de compressão a vapor

Fonte: (BARRIENTOS, 2016)


44

1.6.8.2. Rejeição de calor no condensador

Num ciclo ideal, após sair do compressor, o fluído refrigerante entra no


condensador num estado de vapor superaquecido e, após rejeitar calor para a
vizinhança, sai do condensador em estado de liquido saturado (ÇENGEL; BOLES, 2013).
Não há trabalho envolvido no processo e fluxo de transferência de calor pode ser
expresso pela equação (46).

-p = /ℎ( − ℎX 0 [kW] (46)

O fluxo de calor por unidade de massa pode ser descrito pela equação (47).

-p
= /ℎ( − ℎX 0 [kW] (47)

Ou ainda, pelo somatório da potência de compressão aplicada e a capacidade de


refrigeração do sistema, conforme a equação (48).

-p = - + p [kW] (48)

Num ciclo real, há quedas de pressão associadas as passagens do fluído que


implicam no estado da saída do refrigerante. Este problema pode ser solucionado
projetando o sistema para que haja subresfriamento do refrigerante antes da entrada na
válvula de expansão (UNEFM, 2009). Para efeito de cálculos da rejeição de calor, pode-
se utilizar a equação (46).

1.6.8.3. Válvula de expansão

Na válvula de expansão o refrigerante no estado líquido é estrangulado e


expandido de forma adiabática (- ≅ 0) até pressão de evaporação e chega ao
evaporador num estado liquido-vapor. Este é um processo isoentalpico, e nele não há
45

adição de trabalho ( ≅ 0), tampouco variação de energia potencial (∆ % ≅ 0) e a


variação de energia cinética (∆ $ ≅ 0) é desprezível, portanto podemos reescrever a
equação (12) de balanço de energia no sistema desprezando estes termos (ÇENGEL;
BOLES, 2013), conforme equação (49).

ℎ` = ℎX [kJ/kg] (49)

1.6.8.4. Absorção de calor no evaporador

Num ciclo ideal, o refrigerante entra no evaporador num estado de vapor úmido e,
após absorver o calor quente, retorna para o compressor num estado de vapor saturado
(ÇENGEL; BOLES, 2013). Num ciclo real, o sistema é projetado de modo a sobreaquecer
ligeiramente o refrigerante para que a mesma condição seja estabelecida (UNEFM,
2009). A absorção de calor no evaporador ou capacidade frigorífica pode ser descrita
pela equação (50).

- = /ℎ; − ℎ` 0 (kW) [50]

A transferência de calor por unidade de massa pode ser descrita pela equação
(51).
-
= /ℎ; − ℎ` 0 (kW) [51]

1.6.8.5. Coeficiente de desempenho do Sistema

O Coeficiente de desempenho do Sistema pode ser descrito pela razão entre o


calor retirado no evaporador e o trabalho realizado pelo compressor, conforme
demostrado na equação (52).
46

-h
ℎ; − ℎ` -
st5 = = =
uh ℎ( − ℎ; p
[52]

O COP do ciclo real é menor que o COP ideal.

ISOLAMENTO

De acordo com Al-Homoud (2005), o poder que um material possui para retardar
o fluxo de calor entre dois meios é o principal parâmetro para definir se um material é ou
não um isolante térmico. Porém, para ser classificado como isolante, é necessário realizar
um estudo completo das principais propriedades mecânicas e térmicas.
Isolantes térmicos são materiais ou estruturas cuja finalidade é criar uma barreira
afim de evitar a dissipação de calor da área interna para externa e vice-versa. A
implementação de isolantes térmicos é necessária pois por conta da lei da
termodinâmica, temperaturas distintas tendem a se igualar. (ESTT, 2009)
Essa condução de calor se dá entre dois corpos que estejam em contato, ou entre
uma zona de um corpo para outra zona do mesmo corpo e, é um mecanismo que envolve
a transferência de energia cinética de moléculas a temperatura mais elevada para
moléculas a temperatura mais baixa. Uma barra metálica aquecida numa extremidade,
fica quente rapidamente devido a transferência de calor por condução. (ESTT, 2009)

Figura 12 – Isolamento Térmico

Fonte: (ESTT, 2009), Isolamento térmico - Condução térmica


47

De acordo com o (SANTOS et al., 2016), essa transferência de calor pode ser de 3
tipos: por condução, por convecção ou por radiação.

 A condução é um mecanismo de transferência de calor ou energia entre dois


sistemas. Baseia-se em contato direto das partículas na fronteira de ambos os
sistemas de geração de energia do sistema, com maiores concentrações de
temperatura em menor concentração. A convecção é caracterizada por utilizar
um fluido tal como ar ou água, que transporta o calor entre diferentes zonas
de temperatura.
 Convecção ocorre exclusivamente através de fluidos, os quais, quando
aquecidos, tem a sua densidade variada, provocando um deslocamento de
fluido, quando em contato com outros sistemas, à temperatura mais baixa.
 Transferência de calor por radiação é uma energia emitida por meio de raios
infravermelhos. Todas as superfícies como radiador, uma cozinha ou telhado
com isolamento comum irradiam raios infravermelhos.

Os isolantes térmicos têm como propriedades, a baixa condutividade térmica na


temperatura de operação; boa resistência mecânica e conservação das propriedades a
longo tempo; não é inflamável; não contém compostos que façam mal ao ser humano e
ao meio ambiente. (ROSSI, 2018),
O isolante consideravelmente ideal é o vácuo, mas devido à grande dificuldade
para obter-se e manter suas condições não é empregado com tanta frequência. Como
forma mais prática é utilizado o ar, pois trata-se de um elemento muito resistente à
passagem de calor, além de ter a baixa condutividade térmica e um baixo coeficiente de
absorção da radiação. Entretanto é necessária a utilização do ar o mais seco possível,
dificultando a sua utilização. Também é possível utilizar outras combinações de gases
distintas, mas seu emprego é muito pouco extenso.
A classificação dos isolantes térmicos é dividida entre três partes: quanto ao modo
de produção, quanto a estrutura e quanto a natureza das matérias primas. (ESTT, 2009)
Existem vários tipos de materiais sólidos que podem ser bons isolantes, isso dependendo
da utilidade dada, a temperatura de trabalho, ao local de instalação entre outros. A
48

maioria dos isolantes utilizados são feitos dos seguintes materiais: amianto, carbonato
de magnésio, sílica diatomácea, vermiculita, lã de rocha, lã de vidro, cortiça, plásticos
expandidos, aglomerados de fibras vegetais, silicato de cálcio. Conforme empregado por
(CERPOLO, 2014). Como mostra a figura abaixo:

Figura 13 – Materiais utilizados como isolantes

Fonte: Universidade Federal Fluminense - (UFF, 2013)

O isolamento pode ser classificado em três grupos de acordo com as gamas de


temperatura para a qual são utilizados.
 Isolamentos de baixas temperatura (até 90 °C) - Esta gama abrange materiais
isolantes para frigoríficos, sistemas de água fria e quente, tanques de
armazenamento entre outros. Os materiais mais usados são cortiça, madeira,
85% de magnésio, fibras minerais, poliuretano e poliestireno expandido, etc.
 Isolamentos de médias temperatura (90 ºC – 325 ºC) - Os Isolantes neste
intervalo são usados em baixa temperatura de aquecimento e de vapor, inclui
equipamentos para aquecimento, máquinas a vapor e outros. Os tipos de
materiais utilizados nesta faixa de temperaturas incluem amianto, silicato de
cálcio e fibras minerais, etc.
 Isolamentos de alta temperatura (325 ºC - acima) - O uso típico de tais
materiais são: sistema de vapor superaquecido, secador de forno e fornos. Os
materiais mais usados extensivamente nesta gama são amianto, silicato de
cálcio e fibra mineral, Mica e Vermiculita para isolamento, argilas refratárias
ou à base de sílica também para isolamento e fibra cerâmica. Conforme
relatado por (GUEDES, 2014)

Deve-se compreender que não existe no mercado isolamentos térmicos que


atinjam a perfeição, pois, todo material ou estrutura criada a partir de alguma composição
de materiais sempre vai conduzir calor, mesmo que em pequena porcentagem. (ABPE
49

BRASIL, 2013)
Na seleção do material que mais se adequa a tubos para equipamentos
refrigerados, é necessária muita atenção ao fenômeno da condensação. Esse fenômeno
é bastante importante em tubulações conduzindo fluidos frios e refrigerantes, como em
instalações de ar-condicionado. A condensação ocorre quando a temperatura externa da
tubulação fica abaixo da temperatura de orvalho, que por sua vez é função da umidade
relativa do ar, temperatura ambiente e pressão atmosférica. Seus valores são extraídos
de cartas psicrométricas. O projetista, então, deve especificar elementos isolantes que
envolvam a tubulação para evitar a condensação. (ABPE BRASIL, 2013)

Figura 14 – Elementos isolantes de uma tubulação

Fonte: (ABPE BRASIL, 2013) Condensação em Tubulações.


De acordo com Webarcondicionado (2017) para sistemas de refrigeração a
espuma elastomérica é a mais indicada e empregada no mundo todo, isso porque possui
uma ótima densidade, tem vantagens em questões de sustentabilidade e uso consciente
da energia elétrica. Este isolamento tem um excelente rendimento em baixa e média
temperatura com fácil instalação, o que reduz ao máximo os custos de mão de obra.
A espuma elastomérica possui em sua estrutura, uma barreira de vapor e um
comportamento totalmente ignífugo. Tem a capacidade de distribuir, estabilizar e reter a
umidade que é gerada pela condensação nos tubos (ex: tubos de cobre) do equipamento.
Em relação ao seu custo, com o padrão de 2 metros de comprimento seu valor fica em
torno de R$3, havendo diversas faixas de preço conforme a necessidade da instalação.
(WEBARCONDICIONADO, 2017).
50

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para atingir o objetivo proposto, a saber, o estudo de caso do projeto e


desenvolvimento de uma chopeira elétrica, foi abordada a Metodologia de Projetos de
Trocadores de Calor descrita em “Fundamentals of Heat Exchanger Design” (SHAH;
SEKULIC, 2003). Essa metodologia foi escolhida, por ser completa e rica em dados.
Seguindo as etapas de formulação do problema, foram definidas quais as
condições de operação da chopeira. A seguir o desenvolvimento do conceito, desse
modo foram definidas as características do sistema, posteriormente o desenvolvimento
do projeto, nessa etapa é realizado os cálculos de dimensionamento dos equipamentos
e elaborada a concepção gráfica do projeto, depois a etapa de manufatura, e finalmente
a execução e construção com base nos dados projetados.
Posteriormente, foram realizadas as considerações finais de operação e a coleta
dos dados obtidos, a fim de confrontar os objetivos e dados encontrados na literatura
disponível, na área da termodinâmica dos ciclos de refrigeração, com os dados reais
apresentados pelo dispositivo.

1.7. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

1.7.1. Condições de operação

Esta etapa foi abordada no início do trabalho, para a definição dos objetivos
específicos, a saber, o estudo de caso do projeto e desenvolvimento de uma chopeira
elétrica, e para a abordagem do objetivo específico, que por conclusão desta etapa, foi
estabelecido como o de desenvolver uma chopeira com capacidade de refrigeração de
30L/h e entrega do chopp para consumo à temperatura de 0°C. Nela, foram definidas as
condições nas quais o equipamento deveria operar, o que é explicado no decorrer deste
capítulo.
Primeiramente, foi definido que a chopeira deve ter a capacidade suficiente para
atender a um evento com no máximo 30 pessoas, um evento caseiro e de pequeno porte.
Então, partiu-se para a determinação, em termos de volume por hora [L/h], da capacidade
51

de refrigeração requerida. A definição da vazão volumétrica ideal para o atendimento foi


realizada através da análise dos modelos de chopeiras disponíveis no mercado
52

Tabela 1, verificou-se que para atender entre 20 a 30 pessoas, considerado que


cada pessoa consome, em média, de 1L/h a 1,5L/h de chopp e, a capacidade de
refrigeração requerida será a de 30L/h.
Após a definição a capacidade requerida, com base em dados fornecidos pelo
Governo de São Paulo presentes no Anuário da Cerveja divulgado pelo Ministério da
agricultura, pecuária e abastecimento, em 2019 (MULLER; MARCUSSO, s.d.), em trecho
do artigo divulgado que aborda o clima e as temperaturas médias máximas registradas
no estado de São Paulo, estado este que possui o maior número de cervejarias do Brasil,
foi definido que o equipamento deveria estar apto a operar em uma temperatura de 25°C,
que é em média a temperatura ambiente em que os barris ficam armazenados,
geralmente em locais frescos e protegidos do sol e intempéries.
A temperatura de saída, foi determinada utilizando como base em dados
divulgados pela cervejaria Kremer, que considera a temperatura ideal de tiragem do
chopp entre 0°C e 2°C, dessa forma definimos 0°C como padrão a ser seguido.
(KREMER, 2016)
Dentre os tipos de chopeira existentes, isto é, chopeira a gelo, elétrica, a gás e
com autosserviço automatizadas, o modelo definido para o desenvolvimento foi a
chopeira elétrica, por ser a ideal para atender o objetivo, já que garante um bom fluxo de
retirada à boa temperatura para a vazão requerida (myTapp, 2019). Com base em
pesquisa de mercado, mostrada na
53

Tabela 1 foi definida a geometria da chopeira (prisma retangular), bem como a


necessidade de uma estrutura resistente à corrosão e capaz de comportar o peso dos
componentes internos, isto é, a unidade de refrigeração, e acessórios periféricos.
54

Tabela 1 – Pesquisa de Mercado


Arpa Chopeiras Top Service Chopeira Getel
Marca
Chopeiras Eltz Chopeiras Elétrica T-home Chopeiras
Altura (cm) 42 43 42 41,5 45
Largura (cm) 32 39 25 23 39
Profundidade
40 56 42 59 60
(cm)
Capacidade
30 30 30 30 30
(L/h)
Serviços
30 20 30 30 20
(nºde pessoas)
Peso (Kg) 27 28 22 26 30
Potência (W) 735 600 700 300 460
Voltagem (V) 127/ 220 220 127/ 220 127/ 221 220
Valor (R$0 3.210,00 4.145,00 3.580,00 3.400,00 3.330,00
Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados fornecido pelo site de cada fabricante.

1.8. DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO

Para desenvolver o trabalho e chegar aos resultados que serão apresentados, foi
feita a análise e a compreensão dos ciclos reais e ideais.

1.8.1. Características do sistema

Determinadas as condições de operação, partiu-se para a definição das


características do sistema.
O ciclo de resfriamento definido para a operação foi o ciclo real de compressão a
vapor, são consideradas as perdas envolvidas no ciclo, como quedas de pressão causas
por atrito, superaquecimento na entrada do compressor e subresfriamento da saída do
condensador (MATOS, s.d.). A unidade de refrigeração de um ciclo por compressão a
vapor é composta por compressor, condensador, dispositivo de expansão e evaporador
(SANTOS, 2014), ilustrados na figura Figura 15. Portanto, estes são equipamentos
necessários para a construção da chopeira. Aqui, com base no design esperado, visando
economia de espaço necessário para alocação, menor custo e em pesquisa de mercado
apresentada na
55

Tabela 1.
Foi definido que o evaporador utilizado é um modelo de serpentina que será
alojado, junto da serpentina de chopp, no interior de um compartimento inundado de
álcool, o compressor escolhido é da marca Embraco 1/3 HP E 127V, o dispositivo de
expansão é do tipo filtro capilar e o condensador do tipo resfriado a ar por convecção
forçada.

Figura 15 - Ciclo de resfriamento adotado

Fonte: (BORGANAKKE & SOONTAG, 2008)

1.9. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

Nessa seção discorremos sobre os dados exatos do projeto, são exemplificados


os cálculos utilizados, eles serviram como base para as nossas escolhas.
56

1.9.1. Cálculos do sistema

Para os cálculos foram utilizados dados da tabela de propriedades termodinâmicas do


R134a, disponível no livro de Fundamentos da Termodinâmica de Borganakke & Soontag
(2008).

1.9.1.1. Carga térmica removida no evaporador

Para tal., foi utilizado a equação simplificada da energia térmica para sistemas
com regime de escoamento estacionário, equação (15). Para a vazão mássica do fluido
foram considerados os valores de 30L/s, equivalente a 0,0083 Kg/s, o valor do calor
específico da água em estado líquido a temperatura de 25°C e 1 atm, 4186 J/Kg°C e as
temperaturas de entrada Te = 25°C e saída Ts = 0°C.

-= ∗ = ∗ />! − > 0 [W]


- = 0,0083 ∗ 4186 ∗ /−250 [W]
- = −0,8686 [KW]

Adotado o sinal negativo para o calor que está entrando no sistema.

1.9.1.2. Vazão mássica do refrigerante

Para o cálculo da vazão mássica do refrigerante, foram utilizados os dados de ℎ;


e ℎ` da Tabela 22 e a equação (50), que descreve a absorção de calor no evaporador.
- = /ℎ; − ℎ` 0 [kW]
0,87 = /398,6 − 234,550 [kW]
0,87
=
[kg/s]
164,05
= 0,0053 [kg/s]
57

Tabela 2 – Dados e propriedades termodinâmicas do R-134a


Vapor saturado Vapor superaquecido
T1 = 0°C T2 = 28,34°C
hv = h1 = 398,6 KJ/ Kg h2s = 422,34 KJ/ Kg
sv = s1 = 1,7271 KJ/ (Kg*K) s2 = s1 = 1,7271 KJ/ (Kg*K)
P1 = Psat (T1) = 292,8 KPa P2 = 665,38 KPa
Liquido saturado Vapor saturado
T3 = 25°C T4 = 0°C
h3 = 234,55 KJ/ Kg h4 = h3 = 234,55 KJ/ Kg
s3 = 1,1199 KJ/ (Kg*K) P4 = P1 = 292,8 KPa
P3 = Psat (T3) = 665,38 KPa
Fonte: Desenvolvido pelos autores com base nas tabelas termodinâmicas de (BORGANAKKE; SOONTAG,
2008)

As temperaturas utilizadas na tabela 2 T1 e T4 foram definidas com base na


temperatura de saída desejada do chopp, a temperatura T3 é a temperatura de equilíbrio
do fluído à temperatura ambiente e a temperatura T2 foi obtida por meio de interpolações.

1.9.1.3. Vazão volumétrica do refrigerante

Para o cálculo da vazão volumétrica do refrigerante no condensador, foi utilizada


a vazão mássica obtida no cálculo anterior, = 0,0053 /kg/s0 , e densidade do vapor
superaquecido obtida através de dados técnicos do R134a disponibilizados pela
especialista em gases refrigerantes Gás Servei aliados a valores de volume específico
do gás à pressão de 665,38kPa obtidos pelo Software CoolPack, assim =
35,0620 / */ X
0 . (GASSERVEI, 2020)

'=
[m³/s]

5,3 ∗ 10^X
'=
[m³/s]
34,0620
' = 1,51 ∗ 10^` [m³/s]
58

1.9.1.4. Trabalho de compressão

Para o cálculo do trabalho de compressão, primeiramente, foi necessário utilizar a


equação (45), para encontrar o valor de saída real do compressor. Para tal, sabendo-se
que compressores trabalham com eficiência entre 80 e 90% (SKAU; SANTOS; JUNIOR,
2011), foi considerado um compressor com eficiência de 85%, bem como os dados de
hentalpia e pressão obtidos com base na tabela de propriedades do R134a como
mostrado na Tabela 2.

ℎ(! −ℎ;
ℎ( = + ℎ;
q
[kJ/kg]

Assim,

422,34 − 398,6
ℎ( = + 398,6
0,85
[kJ/kg]

ℎ( = 426,53 [kJ/kg]

Com a saída real, pôde-se calcular a potência de compressão utilizando a equação


(43).

p = /ℎ( − ℎ; 0 [kW]

Assim,

p = 0,0053 ∗ /426,53 − 398,60 [kW]

p = 0,148 [kW]
59

1.9.1.5. Absorção de calor no evaporador

A absorção de calor no evaporador, também entendida como capacidade de


refrigeração do sistema ou capacidade frigorífica (SANTOS, 2014) é calculada a partir
da equação (50).

- = /ℎ; − ℎ` 0 [kW]

Assim, utilizando a equação (50).

- = 0,0053 ∗ /398,6 − 234,550 [kW]


- = 0,8694 [kW]

1.9.1.6. Rejeição de calor no condensador

Para o cálculo da rejeição de calor no condensador, foi utilizada a equação (48).

-p = - + p [kW]

Assim,

-p = 0,8694 + 0,148 [kW]

-p = 1,0174 [kW]

1.9.1.7. Coeficiente de desempenho do Sistema

O Coeficiente de desempenho do Sistema foi calculado utilizando-se a equação


[52].
60

-h
ℎ; − ℎ` -
st5 = = =
uh ℎ( − ℎ; p

Assim,
0,8694
st5 =
0,148

st5 = 5,87

1.9.1.8. Elementos de troca térmica

Para o cálculo dos elementos de troca térmica, foi utilizada a equação (16)
combinada à equação que descreve a área de troca térmica, onde R é o diâmetro externo
do tubo e K seu comprimento.

- = #6x .y [W]
6 = MRK [m²]
-
K=
[m]
#MRx .y

1.9.1.9. Evaporador

Para o dimensionamento do evaporador, primeiramente foi calculado seu x .y ,

que descreve a diferença de temperatura média apropriada (BOHORQUES, 2014).


Tendo sido consideradas as temperaturas x>! " = 0,1°s e x> = 25°s.
x>! " − x>
x =
.y
x>
ln C ! " D
x>
61

0,1 − 25
x =
.y 0,1
ln C D
25
x .y = 4,51

1.9.1.10. Coeficiente convectivo interno

Para o cálculo do coeficiente convectivo interno no evaporador, foi utilizada a


equação (30) em combinação com as equações (31) e (35), para que fosse feita uma
correlação entre os números de Nusselt, Reynolds e Prandtl, como descrita na equação
de Dittus-Boelter para resfriamento. (BOHORQUES, 2014)

ℎQR
QQQQ =
P

QQQQ = 0,023 ∗ L,{ `/b ∗ 5@ k,`


P

Para tal, foi necessário verificar se o número de Prandtl estava entre 0,6 e 160,
Reynolds apresentava valor maior que 10000, condições para a utilização da equação
de Dittus-Boelter para resfriamento (BOHORQUEZ, 2014).
Assim, com valores de calor específico, viscosidade e condutividade, coletados
através do software de cálculos e construção de modelos de refrigeração CoolPack, e
levando em consideração as frações de liquido e vapor, temos que

=%
5@ = =

9390 ∗ 1,159 ∗ 10^b


5@ = = 2,6646
0,04085

E,
62

4
L,{ =
MRµ

4 ∗ 5,3 ∗ 10^X
L, =
M ∗ 4,78 ∗ 10^X ∗ 1,159 ∗ 10^b

L, = 121807,68

Sendo R o diâmetro interno da serpentina do evaporador.


Substituindo Re e Pr na fórmula e a rearranjando para encontrar ℎQ.

ℎQR
QPQQQ = = 0,023 ∗ L,{ `/b ∗ 5@ k,`

ℎQ = ∗ 0,023 ∗ L,{ `/b ∗ 5@ k,`


R

0,04085 `
ℎQ = ∗ 0,023 ∗ 121807,68 b ∗ 2,234k,`
4,78 ∗ 10^X
ℎQ; = 3406,21 [W/m²K]

Sendo o coeficiente de troca térmica do R134a.

1.9.1.11. Coeficiente convectivo externo

Para o cálculo do coeficiente convectivo externo, foi adotada a fórmula de Nusselt


para convecção natural (SKAU; SANTOS; JUNIOR, 2011). Onde é adotada a
(
condutividade térmica, = 0,60 1 ⁄ 3, e demais valores relativos ao fluído externo.

ℎQR
QPQQQ =
63

ℎQ = sLY
R

O número de Rayleigh calculado pela equação (37), assumindo os valores de * =


9,81 / / 0, o diâmetro externo é de R = 7,94 ∗ 10^X , o coeficiente de expansão térmica
é obtido por = 1/> e, portanto, = 3,66 ∗ 10^X , a temperatura média é de 261,15K, a
viscosidade dinâmica adotada é de = 1,729 ∗ 10^X / (
/ 0 e a difusividade térmica de
= 1,45 ∗ 10^} .

* />! − >O 0RX


LY =
²

9,81 ∗ 3,66 ∗ 10^X /261,150/7,94 ∗ 10^X 0X


LY =
1,729 ∗ 10^~ ∗ 1,45 ∗ 10^}

LY = 18721413

Substituindo, Ra na fórmula e admitindo valores tabelados para C e n, temos:

0,60
ℎ( = ∗ 0,48 ∗ 18721413k,(b
7,94 ∗ 10^X
ℎ( = 2.385,92 [W/m²K]

1.9.1.12. Coeficiente global de troca térmica

Para o cálculo do coeficiente global de troca térmica, foi utilizada a equação (17).

1
#=
1 @; @ @ 1
+ ∗ ln C ( D + ( ∗
ℎ; @; @; ℎ(

1
= −3
1 2,39 ∗ 10 3,97 2,39 1
+ ∗ ln C + ∗
3406,21 401 2,39D 3,97 2385,92
64

# = 1821,74 [W/m²K]

1.9.1.13. Comprimento

Para o cálculo do comprimento, utilizou-se a dedução da equação (13).

-
K=
[m]
#MRx .y

868,6
K=
[m]
1821,74 ∗ 7,94 ∗ 10^X ∗ 4,51 ∗ M
K = 4,24 [m]

1.9.1.14. Cálculo de Perdas no Evaporador

O fator de perda de carga pode ser calculado através da equação (41)

,h 5,74
Z = 0,25 ∗ [log/g Rj + k,l 0]^(
3,7 L,

0,0003 5,74
Z = 0,25 ∗ €log/• ‚+ ‚]^(
3,7 18721413k,l

Z = 0,0151

A velocidade pode ser obtida pela razão entre a vazão volumétrica, que leva em
consideração a vazão mássica e a densidade do R134a à temperatura e pressão do
evaporador, e a área do diâmetro interno do tubo
65


'=
6

0,0053h
187,16
'=
M ∗ /2,39 ∗ 10^X 0²

' = 1,57 [m/s]

E a perda de carga pode ser calculada pela equação (42)

ZK'²
ℎn =
2R*

/0,01510 ∗ 4,24 ∗ 1,57²


ℎn =
2/4,78 ∗ 10^X 0 ∗ 9,81

ℎn = 1,70 [m]

1.10. FABRICAÇÃO E MONTAGEM

1.10.1. Parte Estrutural

A proposta desse trabalho inclui desenvolvimento e fabricação da chopeira


elétrica. Nessa seção será apresentada informações cruciais como as especificações
técnicas do produto, desenhos, além de como ocorrerá o funcionamento dos
componentes.

A) Corpo

A estrutura do corpo (armação) foi fabricada com tubos quadrados soldados


conforme fundo da chopeira, como mostrado na Figura 16.
66

Tanto as paredes laterais, frontais, superior como traseira foram fixadas com
parafusos para facilitar manutenções futuras. Não houve fechamento do fundo da
chopeira, como mostrado na Figura 16.

Figura 16 – Desenho Técnico 01

Fonte: Desenvolvido pelos autores

A chapa frontal teve reforço na região onde será instalada a torneira e termostato,
por ser uma região que empregará maior pressão manual quando a chopeira estiver
sendo utilizada. A chapa superior é vazada para facilitar a dissipação de calor proveniente
do condensador. A dissipação de calor também ocorrerá através da chapa traseira,
porém a parte inferior desta chapa, contém um reforço na região de conexão do engate
rápido, onde ocorre o acoplamento da mangueira do chopp.
B) Compartimento das serpentinas

O compartimento das serpentinas foi fabricado a partir de chapa calandrada e


soldada conforme Figura 17. Foi cortado um quadrado de dimensões da largura da
estrutura da chopeira, que funciona como fundo do cilindro e serve de suporte para este
componente. O fundo foi soldado ao cilindro. Este fundo contém um furo para
escoamento do álcool, com uma conexão de PVC de ½” roscada com cap. A tampa foi
67

confeccionada conforme o Figura 17. Este compartimento contém orifícios para os


seguintes componentes:

 Entrada e saída para a serpentina do chopp.


 Entrada de saída para a serpentina do evaporador.
 Orifício para o termopar e fios da bomba submersa.
 Dois orifícios para o tubing de silicone onde ocorrerá a circulação do álcool.

Figura 17 – Desenho Técnico 02

Fonte: Desenvolvido pelos autores

C) Suportes

O compressor e condensador foram fixados através de parafusos nos suportes,


que por sua vez foram fixados na estrutura da chopeira por solda, assim como o restante
da estrutura (também visível na Figura 17). Para a fabricação dos suportes, foi utilizado
perfil tubular quadrado de mesmo comprimento da largura da chopeira e mesmo material.

1.10.1.1. Sistema de Refrigeração

A) Compressor
68

Foram conectados ao compressor a entrada do evaporador e a saída do


condensador. O compressor foi instalado na parte traseira-inferior da chopeira.

B) Condensador

A entrada do condensador foi interligada com a saída do evaporar. Na saída do


condensador foi soldado filtro secador e filtro capilar antes de conecta-lo ao compressor.
O sistema condensador mais a ventoinha foram instalados na traseira-superior da
chopeira.

C) Evaporador

O tubo de cobre de 6m metros foi dobrado de tal forma que se encaixe dentro da
espiral da serpentina de chopp. A entrada do evaporador foi interligada ao compressor e
a saída ao condensador.

D) Serpentina do chopp

A espiral da serpentina de 20m do chopp possui o diâmetro menor que o


compartimento de resfriamento. A entrada da serpentina foi conectada através de tubo
de PVC na conexão de engate rápido, na parte traseira da chopeira e a saída conectada
a torneira, localizada na parte frontal.

E) Instalação elétrica

A alimentação elétrica tem função de alimentar o compressor, a ventoinha do


condensador, a bomba de aquário submersa e o termostato, que por sua vez está
conectado ao compressor.
Após interligação do sistema, com a bomba de vácuo, pressurizou-se o sistema
com ar, com o auxílio do manifold de pressão. Não constatando nenhum vazamento,
inverteu-se a bomba para vácuo, para remoção de umidade. Com o sistema seco, foi
alimentado o sistema de refrigeração com o gás refrigerante. O compartimento de
refrigeração foi ser preenchido com álcool etílico.
69

Após realização de todos os testes, foi conectado o barril de chopp com o sistema
de CO2 e no engate rápido da chopeira. Abaixo conseguimos visualizar na Figura 18 o
esquema de montagem da chopeira, incluindo os componentes da unidade de
refrigeração.

Figura 18 – Desenho Técnico 03

Fonte: Desenvolvido pelos autores

1.11. MATERIAIS UTILIZADOS NA MANUFATURA

Para fabricação da chopeira, foram necessários os materiais e infraestrutura


relacionados a seguir. Foram divididos entre aqueles relacionados a manufatura da
estrutura da chopeira (corpo), e aqueles referentes ao sistema de refrigeração e
acessórios.
70

1.11.1. Estrutura da Chopeira

A estrutura deve ser de material resistente, que comporte um peso dos


componentes internos. Nesta estrutura de tubos quadrados de aço soldada, com os
componentes internos, alguns unidos por solda e outros fixos por parafusos. Recomenda-
se que esta estrutura seja de material resistente a corrosão pois, em função da
temperatura de trabalho, poderá ocorrer condensação de partículas de água em seu
corpo. Na ocasião, foi utilizado para a estrutura tubos quadrados de aço ASTM A554,
com as medidas de 25mm x 25mm x 1.2mm, para sua confecção. A Tabela 3 a seguir,
mostra a relação de materiais, considerando uma chopeira das seguintes dimensões,
350mm x 505mm x 605mm.

Tabela 3 – Materiais referentes a estrutura


Opções de Dimensão Dimensão
Componentes Qtde Tipo Observação
Materiais Calculada Real
Aço-Inox ou Cantoneira L Necessita resistência
Armação 1 5,48 6m
Alumínio (1/2x1/2x2mm) estrutural.
Não necessita
chapa resistência estrutural.
galvanizada Somente para barreira
Chapas chapa (esp.
de calha, 1 1,0547 1,5 m2 visual. Deve ter reforço
laterais 1,5mm)
alumínio, no painel frontal onde
inox, acrílico ocorrerá a inserção da
torneira e termostato.
Suportes Aço-Inox ou 1 Perfil tubular 1,86 2m Necessita resistência
internos Alumínio quadrado para fixação dos
(esp. 1mm) componentes
Fonte: Elaborada pelos autores

Tabela 4 – Materiais referentes a estrutura


Local onde
ocorrerá a
refrigeração.
chapa
Compartimento Não necessita
calandrada
para as inox, alumínio 1 0,330844 0,5 m2 resistência
(esp.
serpentinas estrutural. O
2mm)
ideal seria ser
de material
isolante
Aço -carbono
com parafuso
Componente Fixação das
acabamento 50 philips aço na checar
de fixação chapas
bicromado ou para metal
laterais e
inox
71

suportes
internos

Para
soldagem da
armação e
Vareta de
inox ou 1 na na confecção do
solda
alumínio compartimento
das
serpentinas.
para
Realizar
Tinta spray na 1 superfície na na
acabamento
metálica
Fonte: Elaborada pelos autores

1.11.1.1. Sistema de Refrigeração

A unidade de refrigeração consiste basicamente no compressor, evaporador,


condensador, componentes onde ocorrerão a circulação do gás refrigerante.
Baseado nos cálculos termodinâmicos, foram especificados os componentes
listados na Tabela 5. O compressor e condensador são unidades prontas comerciáveis,
sendo que o condensador é constituído de um sistema tubular refrigerado a ar, através
de uma ventoinha. O evaporador consiste em um tubo de cobre confeccionado de acordo
com o projeto em questão.
O acionamento do compressor é realizado através de um termostato, cujo sensor
deverá ser instalado dentro do compartimento das serpentinas. Neste compartimento,
ficarão alojados o evaporador, a serpentina do chopp, o termopar e uma bomba submersa
de circulação do álcool, cujo papel é homogeneização da temperatura.

Tabela 5 – Componentes da unidade de Refrigeração


Opções de Dimensão Dimensão
Componentes Qtde Tipo Observação
Materiais Calculada Real
Serpentina da Tubo de Tubo D Serpentina onde
1 20 m
chopeira Alumínio 3/8 passará o chopp
Serpentina onde
Tubo de Tubo D
Evaporador 1 6m passará o gás
Cobre 5/16
refrigerante
Compressor 1/3
na 1 na na Motor para refrigeração
HP, R134, 127v
Kit (Condensador
1/4 HP+ ventilar+ Serpentina resfriada à
na 1 na na
filtro capilar e ar
secador)
72

Bomba submersa tipo Para circulação do


na 1 na na
de circulação aquário álcool etilitico
Termostato-
Controlador Full Bivolt, Controlador de
na 1 na na
Gauge para 16A temperatura
chopeira
Termopar tipo K ferro 1 K na na Sensor de temperatura
Gás utilizado para
Gás de
R134a 1 R134a na na realizar a refrigeração
refrigeração
do chopp
Deverá ser instalada
para isolar o
Manta isolante Polietileno 1 folha na 1,20 x1,0 m
compartimento das
serpentinas
Fonte: Elaborada pelos autores

1.11.1.2. Acessórios

Os acessórios da chopeira correspondem os materiais periféricos, sem menos


importância, que fazem o papel da interligação entre o barril do chopp até a torneira de
retirada do chopp Tabela 6.

Tabela 6 – Acessórios
Componente Qde Observação
Torneira de chopp 1 Extração do chopp
Engate rápido e conectores 1 Para conexão do barril de chopp
Mangueira de PVC ou Conexão do engate rápido com a serpentina
2m
silicone de chopp e da serpentina com a torneira
Conector de 1" com rosca 1 Drenagem do compartimento de álcool
Regulador de pressão até 2000psi para
Manifold 1
regulagem de CO2
Fonte: Elaborada pelos autores

1.11.1.3. Ferramentas e Dispositivos

Para a fabricação da chopeira, foram necessários alguns equipamentos listados


na Tabela 7.
73

Tabela 7 – Equipamentos para fabricação da chopeira


Equipamentos
Máquina de solda
Solda de estanho
Bomba à vácuo
Serra
Calandra
Furadeira
Fonte: Elaborada pelos autores
74

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Essa seção irá tratar sobre os resultados teóricos encontrados, se eles foram
favoráveis ou não. O trabalho apresentado, se baseou em diversas obras literárias para
montar todo seu embasamento teórico, buscamos em livros as fórmulas retratadas, assim
como os conceitos e materiais utilizados.

1.12. FUNCIONAMENTO

Nesta etapa será feita a verificação dos requisitos pontuados nos objetivos, e
objetivos específicos. O comparativo entre o projeto e os dados adquiridos de forma
teórica será desenvolvido. A manufatura do projeto foi iniciada, porém não chegamos ao
estágio final, impossibilitando uma abordagem mais detalhada.

1.13. DEMONSTRATIVO DE FORMAÇÃO DE PREÇOS

Montamos toda a estrutura do projeto, e para obter informações mais detalhadas,


desenvolvemos um esquema que expressa os custos reais, fizemos um orçamento com
fornecedores da região e desta forma conseguimos chegar em um valor de mercado
viável e similar a outros modelos disponíveis para venda, todo o processo foi especificado
nas tabelas abaixo.

Tabela 8 – Custos - Mão de obra direta


MÃO-DE-OBRA DIRETA
Forma de
% Adicional de % Outros
cálculo de mão Hora
periculosidade adicionais
de obra Quantidade Total p/
Salário
CATEGORIA Adicional Outros de Horas Números categoria
por hora
PROFISSIONAL Periculos Adicionais empregados por de meses
(denominação conforme idade (S / (S / N) mês no
C.B.O) N) contrato
Engenheiro júnior N N 1,00 4,00 1 36,36 145,44
Técnico em caldeiraria N N 1,00 8,00 1 19,98 159,84
Totais - Q. Empregador/ Q. Horas 2,00 12 305,28
Encargos Sociais % 68,91% 210,37
TOTAL DA MÃO-DE-OBRA DIRETA 515,65
Percentual sobre o preço total (%) 16,06% Percentual sobre o custo (%) 22,41%
Fonte: Elaborada pelos autores
75

Tabela 9 – Custos - Alimentação


ALIMENTAÇÃO
Quant. Média
Quantidade Quantidade
Tipo mensal por Custo Unitário Total
Empregados Meses
empregado
Vale alimentação 2,00 1,00 0,03 750,00 45,00
Total de Alimentação 45,00
Percentual sobre o preço total(%) 1,40% Percentual sobre o custo (%) 1,96%
Fonte: Elaborada pelos autores

Tabela 10 – Custos - Saúde e Benefícios


SAÚDE E BENEFÍCIOS
Unidade
Quantidade Quantidade Custo
Tipo de Total
empregados prevista unitário
medida
Plano de saúde mês 2,00 0,03 428,99 25,74
Total de despesas com segurança, meio ambiente e saúde 25,74
Percentual sobre o preço total (%) 0,80% Percentual sobre o custo (%) 1,12%
Fonte: Elaborada pelos autores

Tabela 11 – Custos - Materiais


MATERIAIS
Tipo Unidade Quant. Custo unitário Total
de Prev.
medida
Materiais para construção da chopeira 1,00 1,00 1.683,77 1.683,77
Total de materiais de consumo e ferramentas 1.683,77
Percentual sobre o preço total (%) 52,46% Percentual sobre o total de custos (%) 73,18%
Fonte: Elaborada pelos autores

Tabela 12 – Custos - Equipamentos e Auxiliares


EQUIPAMENTOS E AUXILIARES
Número Número de Total
TIPO (denominação Forma Hora ou diária
de meses hora/ dia Custo
principal conforme de equipamento Total
equipam dedicado equipame operativo
ABEMI) cálculo (mensal)
entos ao contrato nto
Aluguel hora aparelho de
Hora 1,00 1,00 3,00 3,00 2,12 6,36
solda oxiacetileno - sbc
Aluguel mensal maquina
leve corte/dobra Mês 1,00 0,03 1,00 0,03 212,00 6,36
vergalhao - sbc
Total de equipamentos 12,72
Percentual sobre o preço total (%) 0,40% Percentual sobre o total de custos (%) 0,55%
Fonte: Elaborada pelos autores

Tabela 13 – Custos - Ferramental


FERRAMENTAL
Tipo Unidade de medida Quantidade Custo unitário Total
Ferramentas geral Unidade de medida 1,00 16,84 16,84
Total de instalações 16,84
Percentual sobre o preço total (%) 0,52% Percentual sobre o total de custos (%) 0,73%
Fonte: Elaborada pelos autores
76

Tabela 14 – Custos - Uniforme e equipamentos de proteção individual


UNIFORME E EQUIPAMENTOS DE POTEÇÃO INDIVUDUAL
Unidade
Quantidade Quantidade
Tipo de Custo unitário Total
empregados do item
medida
EPI (macacao, oculos, luva,
mês 1,00 0,03 35,00 1,05
bota, protetor auricular)
Total geral 1,05
Percentual sobre o preço total (%) 0,03% Percentual sobre o total de custos (%) 0,05%
Fonte: Elaborada pelos autores

Tabela 15 – Administração central, despesa financeira, contingências e lucro


ADMINISTRAÇÃO CENTRAL, DESPESA FINANCEIRA, CONTINGÊNCIAS, LUCRO
Tipo Alíquota (%) Base cálculo Total
Administração central (over head) 3,00% 2.300,77 69,02
Despesa financeira 1,00% 2.300,77 23,01
Outros (risco, contingência etc.) 0,00% 2.300,77 -
Lucro 10,00% 2.392,80 239,28
Total de administração central + despesa financeira, outros + lucro 331,31
Percentual sobre o preço total (%) 0,00%
(Total de custo + adm central + desp. Financeira + outros + lucro) - (créditos tributários) 2.632,08
Fonte: Elaborada pelos autores

Tabela 16 – Tributos incidentes sobre o preço total dos serviços


TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE O PREÇO TOTAL DOS SERVIÇOS
Base de Valor dos
Impostos Alíquota (%)
cálculo tributos
ISS - -
PIS - 0,00% -
COFINS - 0,00% -
SIMPLES NACIONAL 3.209,85 -
CPPRB (Contribuição Previdenciária Patronal sobre a Receita Bruta) - -
OUTROS (Especificar) ICMS-SP 18,00% -
Total dos tributos sobre o faturamento 18,00%
Total impostos incidentes sobre o preço total -
Fonte: Elaborada pelos autores

Tabela 17 – Preço total dos serviços


PREÇO TOTAL DOS SERVIÇOS
Total dos custos dos serviços + total de administração central + despesa financeira + outros + lucro -
(créditos tributários) 3.209,85
1 - [ imposto sobre serviços + impostos incidentes sobre o preço total ]

Fonte: Elaborada pelos autores


77

Tabela 18 – Dados para apoio na análise das propostas apresentadas


DADOS PARA APOIO NA ANÁLISE DAS PROPOSTAS APRESENTADAS
Estimativa de hh total no (Aplicado somente para orçamento realizado por salário
12,00
orçamento hora)
Estimativa do preço dos serviços por outro regime tributário
Regime tributário Lucro presumido
Créditos tributários - pis/cofins - não cumulativo 0,00
(Total de custo + adm central + desp. Financeira + outros + lucro) - (créditos tributários) 2.632,08
IMPOSTOS BASE DE ALÍQUOTA VALOR DOS
CÁLCULO (%) TRIBUTOS
ISS - 0,00% -
PIS - 0,00% -
COFINS - 0,00% -
CPPRB (Contribuição Previdenciária Patronal sobre a Receita Bruta)
- 0,00% -
OUTROS (Especificar) - 18,00% -
TOTAL DOS TRIBUTOS SOBRE O FATURAMENTO 18,00%
TOTAL DOS CUSTOS DOS SERVIÇOS + TOTAL DE ADMINISTRAÇÃO CENTRAL +
DESPESA FINANCEIRA + OUTROS + LUCRO - (CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS) 3.209,85
[ IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS + IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE O PREÇO TOTAL ]
Fonte: Elaborada pelos autores

Tabela 19 – Resumo do orçamento


RESUMO DO ORÇAMENTO
Custos R$ % Sobre preço total
Mão de obra direta 515,65 19,59%
H. E. - mão de obra direta - 0,00%
Mão de obra indireta - 0,00%
H. E. - mão de obra indireta - 0,00%
Alimentação 45,00 1,71%
Saúde e benefícios 25,74 0,98%
Transporte e veículos - 0,00%
Materiais 1.683,77 63,97%
Equipamentos e auxiliares 12,72 0,48%
Ferramental 16,84 0,64%
Uniforme e epi 1,05 0,04%
Outros custos - 0,00%
Subcontratação - 0,00%

Despesas indiretas e lucro


Adm central (over head) 69,02 2,62%
Despesa financeira 23,01 0,87%
Outros - 0,00%
Lucro 239,28 9,09%

Créditos tributários 0,00 0,00%

Tributos - 0,00%

Preço total dos serviços 2.632,08 100%


Fonte: Elaborada pelos autores
78

Na primeira etapa, chegamos a um custo total de serviços de R$2.300,77. Em


seguida adicionamos ao cálculo, o custo de administração, despesa financeira,
contingências e consideramos um lucro de R$239,28. Logo após calculamos os tributos
que incidem sobre o preço total dos serviços.
Dessa forma concluímos que o valor comercial deve transitar em torno de
R$3.209,85, o valor está dentro dos preços ofertados no mercado de forma geral, sendo
que há uma variação de R$3.200,00 à R$4.200,00 de produtos com as mesmas
especificações técnicas que o nosso, de diversas marcas como mostrado na
79

Tabela 1.
Temos como público alvo jovens famílias, que tem se interessado cada vez mais
em um lazer caseiro e familiar, pessoas que irão realizar pequenos eventos, como
aniversários e churrasco aos fins de semana. Esse público está disposto a pagar por um
produto de qualidade, porém são pessoas que pesquisam antes de tomar qualquer
decisão.
Nosso valor se enquadra como o mais acessível, se compararmos com o valores
apresentados na
80

Tabela 1, dessa forma temos um produto competitivo, que irá se destacar no


mercado.

1.14. DADOS GERAIS

Por fim chegamos aos requisitos da chopeira, considerando-a de pequeno porte,


com de potência média que refrigera em média 30 litros/hora, possui uma serpentina
interna e uma torneira externa, dimensões de 350mm x 505mm x 605mm, peso que pode
variar de 25kg a 35kg. Refrigeração por meio de expansão direta, emprega-se um
termostato para regulagem da temperatura.
De acordo com a
81

Tabela 20 é possível visualizar os requisitos do projeto e concluir que eles foram


atendidos totalmente. Isso demonstra um somatório de pontos favoráveis, e ressalta a
credibilidade e estabilidade do desenvolvimento do trabalho, um produto funcional, que
atende as normas e com a qualidade preservada.
82

Tabela 20 – Resultados do projeto


Requisitos Conclusão (Sim ou Não)
Fácil manuseio Sim
Boa capacidade de refrigeração Sim
Extração de liquido funcional Sim
Leve Sim
Peças de boa resistência Sim
Gás adequado Sim
Largura máxima de 350 mm Sim
Comprimento máximo de 605 mm Sim
Altura máxima de 505 mm Sim
Peso máximo de 35kg Sim
Fonte: Elaborada pelos autores
83

5. CONCLUSÃO

De forma geral os objetivos propostos para esse trabalho foram atendidos, o


primeiro tópico abordado trata-se da intenção de projetar e desenvolver uma chopeira
elétrica com características pré-estabelecidas, os resultados foram satisfatórios, foi
desenvolvido um bom embasamento teórico, realizado os cálculos necessários, além
disso foi estruturada uma pesquisa de mercado que compara características físicas e
valores de mercado.
Ao realizar os cálculos térmicos, concluímos que o ciclo real se aproxima do ciclo
ideal proposto na literatura. Chegamos a essa conclusão a partir dos resultados do COP,
e notamos que o objetivo de remoção de calor do ambiente a ser refrigerado foi
alcançado. Os ciclos ideais de refrigeração não conseguem ser aplicados efetivamente
em sistemas reais de refrigeração, devido a fatores físicos, como na expansão
isoentálpica da válvula de expansão e a compressão isentrópica do compressor, e devido
as restrições técnicas não é possível alcançar a eficiência de forma integral no ciclo real.
Foi desenvolvida uma listagem dos componentes utilizados no projeto, incluindo
uma para os materiais referentes a estrutura, componentes da unidade de refrigeração,
acessórios e uma para ferramentas e dispositivos. O modelamento 3D também foi
apresentado nesse trabalho, com vista da estrutura do corpo, do compartimento das
serpentinas e pôr fim a vista explodida.
Os cálculos de custo foram demonstrados e dessa forma conseguimos determinar
um preço de mercado acessível. O projeto se demonstrou promissor, o produto é
considerado competitivo pois entrega exatamente o que nosso público alvo procura. É
importante ressaltar que o projeto e as etapas teóricas foram devidamente concluídos,
entretanto, a construção física não foi finalizada.
Constatamos, a partir do presente trabalho que é crucial uma metodologia e um
planejamento muito bem fundamentado e organizado. Dessa forma se obtém resultados
satisfatórios na execução do projeto, fazendo com que cada fase seja concluída com
sucesso, além de assegurar a qualidade no produto final atendendo todas as
especificações pré-determinadas.
84

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