Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROFESSORA
Drª. Maria Fernanda Francelin Carvalho
ACESSE AQUI
O SEU LIVRO
NA VERSÃO
DIGITAL!
EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Gustavo Affonso Pisano Mateus
Projeto Gráfico e Capa C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho Núcleo de Educação a Distância. CARVALHO, Maria Fernanda
Francelin .
e Thayla Guimarães
Editoração Bioquímica.
Maria Fernanda Francelin Carvalho.
Henrique Coppola Cole
Design Educacional
Maringá - PR.: UniCesumar, 2020.
Jociane Karise Benedett
176 p.
Revisão Textual “Graduação - EaD”.
Meyre Barbosa
1. Bioquímica. EaD. I. Título.
Ilustração
Bruno Cesar Pardinho
André Azevedo
Fotos CDD - 22 ed. 574.192
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Shutterstock Impresso por:
ISBN 978-65-5615-127-4
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-
versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/7093544315248478
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
BIOQUÍMICA
Olá, caro(a) estudante, neste momento, iniciaremos uma exploração às inúmeras reações e
transformações que ocorrem nos organismos vivos. Esperamos que esteja preparado, com
a mente aberta e a imaginação fluindo para que possamos visualizar estes processos em
suas finalidades reais.
Em algum momento, você já se perguntou, como nosso corpo é formado? Indo mais além,
como os alimentos que consumimos podem ser processados e transformados no que somos?
Ou, ainda, como os vegetais podem sobreviver, crescer e se reproduzirem estando ali, inertes?
Pois bem, a bioquímica é um universo fantástico que demonstra como os sistemas vivos, do
mais simples ao mais complexo, realizam as reações químicas necessárias para que sejam
respondidas todas as perguntas feitas anteriormente, e compreendamos, a dependência
destas reações químicas fundamentais à sua sobrevivência.
De certa maneira, sabemos que, para que haja crescimento e desenvolvimento dos organis-
mos, há a necessidade da multiplicação celular, mas nosso intuito, neste estudo, é desvendar
de onde provêm os constituintes das células, e como todos estes nutrientes são absorvidos,
transformados e organizados, formando estruturas, como músculos ou sangue. Assim, a Bio-
química, que é a química da vida, um lindo balé de reações, dá-nos as respostas necessárias.
Em nosso material, veremos na Unidade 1, sobre as macromoléculas, quais são e onde podem
ser encontradas. A Unidade 2 tratará sobre as organizações orgânicas dos elementos, as for-
mações de estruturas como proteínas e fibras, por exemplo. Na Unidade 3, entraremos nos
processos metabólicos que os organismos utilizam para obter energia para suas subsistência
e, na Unidade 4, veremos como os elementos metabolizados são organizados para que atuem
como forma de reserva energética. Por fim, na Unidade 5, falaremos a respeito de como as
informações genéticas são organizadas e transmitidas.
Desejamos que todas as respostas para as perguntas que permeiam sua mente sejam res-
pondidas, no decorrer de nossa jornada. Nós nos encontraremos em cada unidade, até breve!
ÍCONES
pensando juntos
explorando ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
8 UNIDADE 02
49
BIOMOLÉCULAS PROTEÍNAS:
ESTRUTURAS E
FUNÇÕES
BÁSICAS
UNIDADE 03
75 UNIDADE 04
101
TRANSDUÇÃO E BIOENERGÉTICA
ARMAZENAMENTO
DE ENERGIA
UNIDADE 05
134 FECHAMENTO
174
VIAS DE CONCLUSÃO GERAL
TRANSMISSÃO DE
INFORMAÇÃO
1
BIOMOLÉCULAS
PROFESSORA
Drª. Maria Fernanda Francelin Carvalho
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Moléculas inorgânicas - Água •
Aminoácidos e Peptídeos • Carboidratos • Lipídios .
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer a estrutura molecular de água, as interações e interferências da molécula no meio biológico
• Conhecer a composição, estruturas e funções dos Aminoácidos • Conhecer a composição, estruturas
e funções dos Carboidratos • Conhecer a composição, estruturas e funções dos Lipídios.
INTRODUÇÃO
INORGÂNICAS - ÁGUA
Tem-se como conceito que a Terra só possui vida por possuir água, de forma que
nosso planeta é conhecido como planeta água e, por isso, o estudo da água dentro
da disciplina Bioquímica é fundamental. A água possui características únicas que
a tornam de extrema importância para as reações que mantêm os organismos
em funcionamento. As biomoléculas que ocorrem nos seres vivos necessitam do
ambiente aquático para que tenham suas atividades mantidas em função de sua
conformação espacial. Não se preocupe. Veremos todas estas informações, no
decorrer de nossa disciplina.
As primeiras informações dizem respeito às características da água: insípida,
inodora e incolor, ou seja, não possui sabor, não possui cor e não possui cheiro.
Além dessas características, este elemento é o mais abundante na natureza e está
presente em todos os seres vivos, inclusive, constitui 70% do corpo humano.
Toda esta importância da água em nossa vida, deve-se às propriedades quími-
cas e estruturas físicas da molécula da água. Primeiramente, devemos conceituar
que a molécula da água é constituída de dois átomos de hidrogênio (H) e um
átomo de oxigênio (O), o que confere à fórmula a famosa configuração H2O.
10
UNICESUMAR
A partir dos conhecimentos da disciplina Química, temos o princípio do conheci-
mento das propriedades físicas, pois em função da eletronegatividade dos átomos
e a disposição destes na molécula, se dá a característica de polaridade, sendo
esta, talvez, uma das características biológicas mais importantes, pois é ela que
possibilita a conformação espacial das biomoléculas (CARMONA et al., 2016).
A diferença da eletronegatividade entre os átomos faz com que o núcleo do
oxigênio tenha mais força, atraindo, assim, os elétrons para si, dando a forma
espacial à molécula angular, em formato parecido a um V, dividindo-se em duas
regiões, uma positiva (δ + ) e outra negativa (δ - ). Podemos visualizar a estrutura
na Figura 1.
Ligação
covalente
11
Em função desta característica de polaridade, as moléculas de água interagem,
UNIDADE 1
Descrição da Imagem: a figura ilustra as transformações de fase da água. Podemos observar que demonstra
da esquerda à direita, vários tipos de transformações tanto diretas como de sólido a gasoso, quanto indiretas,
ou seja, sólido, líquido e, por fim, gasoso.
UNICESUMAR
tre separação e união de células, que acontecem, constantemente, na água em
estado líquido. O ponto de fusão ou congelamento da água está na escala de
0°C, um valor elevado quando comparado a outros compostos que apresentam
polaridade, como o álcool etílico ou etanol, que apresenta congelamento na
temperatura de -117 °C.
13
Uma particularidade da fase sólida é que cada molécula de água se fixa e esta-
UNIDADE 1
belece pontes de hidrogênio com quatro vizinhas, produz uma estrutura regular
em forma de gaiola, o que provoca expansão ou aumento de volume (Figura 3),
permitindo que a estrutura tenha uma densidade menor que a fase líquida. Por
esta razão uma pedra de gelo boia em um copo com água. Esta menor densidade
do gelo também permite que a vida nos lagos e oceanos de regiões frias seja viável,
pois estes se congelam do topo para baixo, mantém o interior com temperaturas
mais altas, permitindo a sobrevivência dos organismos aquáticos.
explorando Ideias
14
Todas as características mencionadas, anteriormente, conferem à molécula da
UNICESUMAR
água importantes funções dentro da organização celular para a formação das
biomoléculas. A água pode fornecer a característica necessária para a formação
de pontes de hidrogênio entre os átomos, conforme demonstrado na Figura 4.
Estas ligações são abundantes em moléculas orgânicas e podem ser de dois tipos:
intermolecular (intercadeia), que ocorre em proteínas e moléculas de DNA e dão
o formato espacial destas, e intramolecular (intracadeia), que ocorre dentro da
própria molécula.
Descrição da Imagem: a imagem demonstra a representação escrita de ligações do tipo pontes de hidro-
gênio entre moléculas orgânicas. Podemos observar a semelhança entre os elementos envolvidos (Carbono,
Oxigênio, Hidrogênio e Nitrogênio).
15
UNIDADE 1
Descrição da Imagem: a imagem demonstra como uma molécula de característica iônica é dissociada em
um ambiente aquoso, e também como cada íon, é envolto por outros de carga oposta, mantendo a solução
com equilíbrio de cargas.
16
UNICESUMAR
Figura 6 - Representação de uma molécula anfipática. Interação das caudas apolares montando
membranas com exterior solúvel em água, estrutura conhecida como micela
Descrição da Imagem: a figura representa a formação da estrutura molecular conhecida como micela. Ob-
servamos uma molécula que possui a sua cauda com característica apolar, a qual não possui interação com a
água, e uma cabeça polar, que possui esta afinidade com o meio aquoso característica molecular faz com que
o arranjo espacial proteja a zona não afim como meio, seja protegido no interior da estruturae uma molécula
anfipática. Interação das caudas apolares montando membranas com exterior solúvel em água, estrutura
conhecida como micela.
explorando Ideias
Assim como a molécula da água, a grande maioria dos compostos químicos possuem em
suas estruturas polaridades, seja pelo formato da própria conformação espacial dos áto-
mos, seja por grupos específicos que estão presentes nestas moléculas. Estas característi-
cas são importantes, pois permitem que os polos de moléculas diferentes interajam entre
si, assim, formando os complexos necessários para que ocorram as reações metabólicas.
A tabela a seguir, exemplifica com alguns elementos e seus grupos polares.
E PEPTÍDEOS
18
Estes grupos podemos observar na Figura 7.
UNICESUMAR
AMINOÁCIDOS
Descrição da Imagem: vemos, na ilustração, a estrutura básica de uma molécula de aminoácido, demonstran-
do os quatro grupos básicos de sua formação, um amino, um carboxil, um H representando a característica
ácida e o R, que representa o radical, parte que faz a função de diferenciação entre eles.
19
UNIDADE 1
Descrição da Imagem: vemos duas moléculas que possuem a característica de simetria estereoisômeros,
ou seja, são imagens refletidas de si. Cada uma destas moléculas, apesar de serem compostas pelos mesmos
grupos, possuem funções diferentes, por sua conformação espacial.
explorando Ideias
A atividade óptica das moléculas foi descoberta por Louis Pasteur, em 1843, com observa-
ções de elementos químicos que se sedimentaram em barris de vinho. Em seus estudos,
ele observou que havia cristais em formatos diferentes, e as diferenças eram especulares,
ou seja, pareciam imagens refletidas no espelho um do outro. Sendo assim, ele começou
sua análise e percebeu que suas propriedades químicas eram as mesmas, mas se dife-
riam em relação ao desvio de um feixe de luz incidido em suas soluções puras. Enquanto
uma solução firmava um desvio para a esquerda (levógiro), a outra solução desviava para
a direita (destrógiro).
Fonte: Nelson e Cox (2014).
20
Existem vinte aminoácidos, mais comumente, encontrados nas estruturas das bio-
UNICESUMAR
moleculas de proteínas e são conhecidos por aminoácidos padrões ou primários,
além destes, também são encontrados os aminoácidos derivados ou especiais, que
são originados a partir de reações químicas entre os aminoácidos primários.
Valores de pKa
Grupos R aromáticos
*Os valores de Mr refletem as estruturas como mostradas na Figura 3-5. Os elementos da água (Mr 18) são removidos quando o aminoácido é
incorporado a um polipeptídeo.
† Uma escala combinando hidrofobicidade e hidrofilicidade de grupos R. Os valores refletem a energia livre (DG) de transferência da cadeia lateral do
aminoácido de um solvente hidrofóbico para a água. Esta transferência é favorável (DG , 0; valor negativo no índice) para cadeias laterais de aminoácidos
carregadas ou polares, e desfavorável (DG . 0; valor positivo no índice) para aminoácidos com cadeias laterais apolares ou mais hidrofóbicas.
‡ Ocorrência média em mais de 1.150 proteínas.
¶ Em geral, a cisteína é classificada como polar apesar de apresentar um índice hidropático positivo. Isso reflete a capacidade do grupo sulfidril em
atuar como ácido fraco e formar uma fraca ligação de hidrogênio com o oxigênio ou nitrogênio.
21
Os aminoácidos são produzidos a partir informações genéticas provenientes das
UNIDADE 1
Descrição da Imagem: podemos observar uma molécula de lisina, que nos demonstra a convenção para
identificação de carbonos em aminoácidos.
22
UNICESUMAR
Figura 10 - Classificação dos cinco grupos de aminoácidos existentes
Fonte: Nelson e Cox (2014, p. 79).
Descrição da Imagem: podemos observar nos quadros apresentados, que os aminoácidos podem ser clas-
sificados de acordo com a característica das cadeias R em suas estruturas. Sendo assim, a classificação dos
cinco grupos de aminoácidos existentes.
23
UNIDADE 1
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um exemplo de como ocorre a sequência de formação das
proteínas, ilustrada pela da união de peptídeos, que formamos aminoácidos, e, por fim, chegam às proteínas.
PEPTÍDEOS
Quando dois ou mais aminoácidos se unem, temos uma ligação específica co-
nhecida por Ligação peptídica, formando, assim, os peptídeos, que podem ser
denominados como pequenas cadeias de aminoácidos. A ligação peptídica ocorre
entre um grupo carboxila de um aminoácido com o grupo amino de outro ami-
noácido, em uma interação covalente, conforme mostrado na Figura 12.
Descrição da Imagem: a imagem demonstra uma reação de adição que ocorre entre os aminoácidos, for-
mando uma ligação peptídica e, assim, a reação de formação de Peptídeos.
24
Em uma cadeia polipeptídica, uma unidade de aminoácido é chamada de
UNICESUMAR
resíduo, devido à perda de uma hidroxila pelo grupo carboxila de um ami-
noácido e a eliminação de um átomo de hidrogênio pelo grupo amino.Vale
ressaltar que as estruturas peptídicas podem ter tamanhos variados, em que,
por exemplo, três aminoácidos podem ser unidos por duas ligações peptídicas
para formar um tripeptídeo; ou quatro aminoácidos podem ser unidos para
formar um tetrapeptídeo, e assim por diante. Nestes casos simples, a estrutu-
ra é chamada de oligopeptídeo, contudo, se muitos aminoácidos se ligam, o
produto é chamado de polipeptídeo.
Para a sua definição de nomenclatura, é convencionado que a estrutura seja
demonstrada com a extremidade que contém a amina, localizada à esquerda,
sendo a sua leitura feita da esquerda para a direita.
3 CARBOIDRATOS
bolos e pizzas, comum de nossa dieta diária. Quando adentrado no estudo bioló-
gico ou químico, eles são conhecidos como glicídios ou sacarídeos e são as prin-
cipais fontes alimentares, utilizados pelos organismos para produção de energia
em plantas e animais. Os carboidratos são formados por átomos de carbonos,
hidrogênios e oxigênio em uma proporção de 1:2:1, ou seja, para cada átomo de
carbono, há uma molécula de água, explicando o seu nome, carbono hidratado.
Além desta composição clássica, alguns carboidratos possuem em sua estrutura
outros átomos, como nitrogênio, enxofre e fósforo.
De forma conceitual, os carboidratos são moléculas denominadas poliidro-
xialdeídos ou poliidroxicetonas, que em um processo de hidrólise, podem liberar
algum destes compostos. Sendo assim, inicialmente nos concentraremos no pri-
meiro conceito que é poliidroxialdeído, que significa presença de várias hidroxilas
(OH). O termo aldeído advém da presença da carbonila (C=O) na extremidade
da estrutura, a mesma explicação se dá para o termo poliidroxicetona.
Quando se trata das classes principais dos carboidratos, pensamos, claramen-
te, nos monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. O sacarídeo é derivado
do grego, e significa açúcar, e os prefixos, mono, di e poli, dizem respeito ao nú-
mero de unidades de hidratos de carbono presentes na molécula.
Os monossacarídeos são os açúcares de estruturas mais simples, constituí-
dos por uma única unidade poli-hidroxicetona ou poli-hidroxialdeído, sendo
que os mais abundantes são os açúcares de seis carbonos glicose e frutose,
monossacarídeos de quatro ou mais carbonos que possuem a tendência de
formar estruturas cíclicas.
Os carboidratos possuem seus carbonos quirais compostos por grupos hi-
droxilas, originando elementos estereoisômeros dos açúcares encontrados na
natureza. Esta característica estereoisomerismo é, biologicamente, importante
uma vez que as enzimas agem somente sobre os açúcares que possuem, abso-
lutamente, estereoespecíficas, o que lhe confere a possibilidade de preferir um
estereoisômero a outro, dando especificidade à reação desejada, biologicamente.
Veremos que as enzimas têm por característica funcional locais em sua estru-
tura que são chamados de sítios de ligação, tão difícil encaixar o estereoisômero
errado dentro do sítio de ligação de uma enzima quanto é difícil colocar a sua
luva esquerda na sua mão direita.
26
Como citamos, os carboidratos possuem uma variedade grande em suas apre-
UNICESUMAR
sentações, biologicamente, podemos citar:
■ Reservas energéticas: em animais e plantas, estas moléculas podem ser
utilizadas como combustíveis para obtenção de energia. Em animais se
apresentam armazenadas na forma de glicogênio, e em plantas, amido.
■ Estrutural: podem conferir forma e sustentação a estruturas moleculares,
um exemplo é a celulose, que está presente nas paredes celulares de plan-
tas, de bactérias onde está presente a peptidoglicano.
■ Reconhecimento e adesão celular: em algumas bactérias, onde há adesão
celular e interação com outras células, ocorre interação entre os receptores
das superfícies destas, que secretam substâncias que sinalizam a interação.
Descrição da Imagem: a figura demonstra a variedade de estruturas que podemos encontrar, na natureza,
de monossacarídeos e suas representações químicas.
27
Os mais simples dos carboidratos, formados por aldeídos ou cetonas, com
UNIDADE 1
Figura 14 - Representação química de uma aldose / Fonte: Nelson e Cox (2014, p. 244).
Descrição da Imagem: a representação ilustra uma molécula de aldoses, onde a ligação dupla entre o carbono
e o oxigênio encontra-se na extremidade da cadeia.
Figura 15 - Representação química de uma cetose / Fonte: Nelson e Cox (2014, p. 244).
Descrição da Imagem: a figura demonstra uma representação química de uma cetose. A sua estrutura é
composta por 3 carbonos, sendo o central ligado, duplamente, a um átomo de carbono, e os da extremidade
ligados a um grupo hidroxila mais dois hidrogênios em cada.
28
Quando se trata de número de carbonos, os monossacarídeos são classificados
UNICESUMAR
em: trioses (com três carbonos), tetroses (com 4 carbonos), pentoses (com 5
carbonos), hexoses (com seis carbonos) e heptoses (com sete carbono). Assim,
como a nomenclatura foi descrita para classificação de números de carbonos a
transportamos de acordo com a função orgânica presente em sua constituição,
logo, uma aldose contendo três carbonos é denominada aldotriose; para quatro
carbonos, aldotetrose; para cinco carbonos aldopentose e para seis carbonos al-
dohexose e para cada uma dessas aldoses, existe uma cetose correspondente e
com utilização da mesma lógica, sendo, cetotriose (3C), cetotretose (4C), ceto-
pentose (5C), cetohexose (6C), e cetoheptose (7C).
Na figura a seguir, listamos os carboidratos de acordo com a classificação da quan-
tidade de carbonos presentes, separados por suas classificações de aldoses e cetoses.
pensando juntos
Assim como outras moléculas orgânicas que vimos nesta unidade, os monos-
sacarídeos possuem estereoquímica, ou seja, possuem carbono quiral e, conse-
quentemente, atividade óptica. Sendo assim, os monossacarídeos possuem mais
de uma forma de apresentação espacial, que, por sua vez, representa mais de uma
molécula existente com funções orgânicas diferentes. Lembra de quando comen-
tamos sobre os sítios de ligação de enzimas? Pois bem, este conceito será utilizado,
constantemente, nesta disciplina, pois as reações orgânicas dependem das confor-
mações espaciais de cada molécula,e é extremamente importante que saibamos
sobre quiralidade de carbonos e configurações espaciais.
Para elucidarmos este conceito, tomaremos como exemplo o gliceraldeído,
que pode ser encontrado na forma D-gliceraldeído e L-gliceraldeído, cuja deter-
minação D e L, da configuração absoluta do Gliceraldeído é feita de acordo com
a seguinte convenção:
■ Quando o grupamento OH for apresentado na configuração espacial
ao o lado direito no gliceraldeído (C-2), esse monossacarídeo apresenta
configuração D.
■ Quando o grupamento OH for apresentado na configuração espacial
desse carbono assimétrico voltado para o lado esquerdo, o gliceraldeído
apresenta configuração absoluta L.
30
Podemos ver esta diferença na Figura 18.
UNICESUMAR
Figura 17 - Representação da capacidade de imagens espelhadas em enantiômeros
Fonte: Champe (2007, p. 125).
Descrição da Imagem: assim com vimos nos aminoácidos, algumas moléculas de carboidratos, possuem
carbonos quirais e estruturas estereoisoméricas. A figura mostra a representação da capacidade de imagens
espelhadas em enantiômeros.
Tendo em vista este conceito, ficou, por convenção, estabelecido que, para que a
classificação seja feita nos demais monossacarídeos, será utilizado o último car-
bono simétrico. Para avaliar a reação de lado da carbonila, podemos ver exemplos
na Figura 18.
Descrição da Imagem: o esquema mostra as divisões e classificações das estruturas das moléculas de car-
boidratos de acordo com a sua diferenciação espacial, sendo assim, existindo mais de uma estrutura com
funções distintas, contudo compostas pelos mesmos números de átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio.
31
Além desta definição, ainda existem os epímeros, que são moléculas que apre-
UNIDADE 1
Figura 19 - Exemplos de estruturas enantiômeras de glicose cujo centro quiral muda de posição
ao longo da cadeia / Fonte: Nelson e Cox (2014, p. 246).
Descrição da Imagem: a figura demonstra exemplos de estruturas enantiômeras de glicose, onde seu centro
quiral muda de posição ao longo da cadeia e assim gerando novas estruturas.
UNICESUMAR
preensão, exemplifiquemos com os dois anéis da D-glicose: α(alfa)-D-glicopira-
nose e β-D’Glicopiranose, sendo que, por convenção, a forma α-D-glicopiranose
apresenta a OH do C-1 para baixo do plano do anel piranosídico, e a forma β-D-
-glicopiranose apresenta a OH no C-1 da estrutura cíclica para cima do plano do
anel, conforme apresentado na Figura 21.
Figura 21 - Representação gráfica dos posicionamentos dos radicais e hidroxilas e suas interfe-
rências na nomenclatura / Fonte: Nelson e Cox (2014, p. 247-249).
Descrição da Imagem: conforme podemos observar, o quadro apresenta a representação gráfica dos posi- 33
cionamentos dos radicais e hidroxilas e suas interferências na nomenclatura.
Como podemos perceber, os carboidratos possuem muitas particularidades, a
UNIDADE 1
Descrição da Imagem: na figura, podemos ver a reação de condensação de duas moléculas de Glicose: for-
mação de adição entre monossacarídeos e consequente formação de maltose mais uma molécula de água.
34
Na natureza, a maioria dos carboidratos é encontrada na forma de polissacarí-
UNICESUMAR
deos, com cadeias que contêm centenas ou milhares de monossacarídeos em sua
estrutura. Sua classificação dá-se por três faces:
■ O tipo de monossacarídeos que o constitui.
■ O comprimento de suas cadeias.
■ Se há ramificações em suas cadeias, analisando-se o grau.
Quanto ao tipo de monossacarídeos que compõem sua cadeia, eles podem ser
classificados por: homopolissacarídeos, em cuja composição há apenas um tipo
de monossacarídeo, ou heteropolissacarídeo, que podem ter dois ou mais tipos
de monômeros em sua composição. Além disto, podemos classificar se as cadeias
possuem, ou não, ramificações.
Descrição da Imagem: podemos ver nas estruturas as cores dos hexágonos que representam monómeros
de sacáridos diferentes entre si. Nas duas primeiras estruturas, vemos que são compostas por elementos de
uma única cor, sendo, portanto, considerados homopolissacarídeos, enquanto nas duas estruturas seguin-
tes vemos cores diferentes, demonstrando diferentes tipos de monômeros compondo a estrutura, assim
formando heteropolissacarídeos.
35
4
UNIDADE 1
LIPÍDIOS
36
As cadeias de ácidos graxos podem ser, ainda, saturadas ou insaturadas, ou
UNICESUMAR
seja, não apresentam dupla ligação em sua cadeia e apresentam uma ou mais
duplas ligações em sua cadeia, respectivamente.
Descrição da Imagem: nas duas cadeias apresentadas, podemos perceber que as cadeias de ácidos graxos são
compostas por uma cabeça polar ligada a uma longa estrutura de carbonos. Na primeira, vemos que, quando
os carbonos estão ligados entre si por ligações saturadas unicamente, sua formação espacial é reta, enquanto
que na segunda representação, quando há uma ou mais ligações insaturadas entre os carbonos, há uma dobra
formada na estrutura. Estas diferenças podem interferir em características físicas dos compostos formados
por elas,e são demonstrados nas figuras seguintes, que mostram a configuração espacial das cadeias quando
ligadas, onde em estruturas saturadas, estas estão mais juntas, e o contrário em estruturas insaturadas.
37
Os lipídios podem ser classificados em 5 classes básicas:
UNIDADE 1
Figura 25 - A figura acima demonstra uma reação de Síntese dos Triglicerídeos, conhecidas como
as cadeias de triacilglicerol e depósitos de gordura nas células / Fonte: Nelson e Cox (2014, p. 360).
Descrição da Imagem: na seção (a) vemos um corte transversal de tecido adiposo branco de humanos mos-
trando que em cada célula contém uma gotícula de gordura (branco). Já na seção (b), observamos um corte
transversal de uma célula de cotilédone de uma semente da planta Arabidopsis cujas reservas de gordura
são representadas na cor mais clara.
38
2. Ceras: conhecidas como graxas, são esteres de ácidos graxos insaturados
UNICESUMAR
e saturados de cadeias longas, compostas por 14 a 36 átomos de carbono,
álcoois de cadeia longa de 16 a 30 carbonos, unidos pela reação conhecida
por esterificação. As suas funções biológicas são parecidas com as dos óleos
e das gorduras, mas, como sua consistência é mais firme, possui também
a função de impermeabilização. Como exemplo temos as ceras nas penas
de aves e animais, que repelem a água e as mantêm no ar, melhorando a
mobilidade.
Descrição da Imagem: no primeiro quadro (a), podemos ver a representação química de uma estrutura de
ceras. A estrutura demonstrada é uma cera muito conhecida, a Triacontanol Palmitato, o principal componente
da cera de abelha, um éster de ácido palmítico com o álcool triacontanol.
40
UNICESUMAR
Figura 27 - Demonstrações de diferentes tipos de estruturas de lipídios e suas diferentes
funções / Fonte: Nelson e Cox (2014, p. 368).
Descrição da Imagem: a primeira sessão da figura é composta por um recorte de membrana biológica, mos-
trando sua composição de dupla camada lipídica, onde as caudas que não possuem afinidade com a água
estão no interior da membrana, enquanto as cabeças polares permanecem em seu exterior. Na sequência, há
demonstrações de diferentes tipos de estruturas de lipídios e suas diferentes funções. Nas primeira e segunda
imagens há representação de fosfolipídeos de membranas e, na terceira, uma representação de colesterol.
A maioria das gorduras naturais, como as dos óleos vegetais, dos laticínios e
da gordura animal, são misturas complexas de triacilgliceróis simples e mistos,
que contêm uma variedade de ácidos graxos que diferem no comprimento da
cadeia e no grau de saturação. Os óleos vegetais, como o óleo de milho e o azeite
de oliva, são compostos, em grande parte, por triacilgliceróis com ácidos graxos
insaturados e, portanto, são líquidos à temperatura ambiente.
Os triacilgliceróis que contêm somente ácidos graxos saturados, como a
triestearina, o componente mais importante da gordura da carne bovina, são
sólidos brancos e gordurosos à temperatura ambiente. Quando alimentos ricos
em lipídios são expostos por muito tempo ao oxigênio do ar, eles podem estragar
e se tornarem rançosos. O gosto e o cheiro desagradáveis associados à rancidez
resultam da clivagem oxidativa das ligações duplas em ácidos graxos insaturados,
que produz aldeídos e ácidos carboxílicos de menor comprimento de cadeia e,
portanto, de maior volatilidade. Esses compostos se dispersam, prontamente,
pelo ar até o seu nariz. Para aumentar o prazo de validade de óleos vegetais de
cozinha e a sua estabilidade às altas temperaturas utilizadas na fritura, os óleos
vegetais são preparados por hidrogenação parcial. Esse processo converte muitas
41
das ligações duplas cis dos ácidos graxos em ligações simples e aumenta o ponto
UNIDADE 1
de fusão dos óleos, de forma que eles ficam mais próximos do estado sólido à
temperatura ambiente (a margarina é produzida assim, a partir de óleo vegetal).
A hidrogenação parcial tem outro efeito indesejado: algumas ligações duplas
cis são convertidas em ligações duplas trans. Hoje, existem fortes evidências de
que o consumo de ácidos graxos trans pela dieta (frequentemente, chamados
de gorduras trans) leva a uma maior incidência de doenças cardiovasculares, e
que evitar essas gorduras na dieta reduz, consideravelmente, o risco de doenças
cardíacas. Os ácidos graxos trans da dieta aumentam o nível de triacilgliceróis e
de colesterol LDL (o colesterol ruim) no sangue e diminuem o nível de colesterol
HDL (o colesterol bom). Essas mudanças por si só são suficientes para aumentar
o risco de doenças cardíacas, mas podem ter mais efeitos adversos. Parecem, por
exemplo, aumentar a resposta inflamatória do corpo, o que é outro fator de risco
para doenças cardíacas.
Acabamos de ver muitos conteúdos, esperamos que tenham gostado. Até a
próxima unidade, onde os conceitos aqui apreendidos poderão ser colocados
em prática.
42
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Caro(a) aluno(a), depois de tudo que vimos, esperamos que possa ter elucidado
as principais dúvidas sobre biomoléculas que constituem os seres vivos, sejam
animais, plantas ou quaisquer que sejam. Espero, também, que, por meio desta
leitura, possa olhar a vida ao seu redor com outros olhos e, assim, conseguir
enxergar que em tudo as moléculas estão presentes em nosso dia a dia de forma
constante, formando as estruturas biológicas com as quais interagimos e, inclu-
sive, formam a nós mesmos.
A partir de agora, que você possa, ao olhar um copo com água, compreender
a complexa estrutura que ali está contida e saber que, quando ela muda de estado,
muitas interações estão envolvidas e há mudanças nas conformações molecu-
lares, e isso pode interferir nos processos biológicos. Assim, também, quando
utilizamos água para fazer qualquer prato, quando adicionamos ingredientes a
ela, como o sal de cozinha, seus átomos e íons se relacionam.
Esperamos que o mesmo olhar se estenda às primeiras biomoléculas com que
tivemos contato, aos aminoácidos, que voltaremos a citar, na próxima unidade, às
unidades básicas constituintes das proteínas. Quanto aos carboidratos, vimos o
quanto são abundantes e desempenham muitas funções, em locais em que convi-
vemos, diariamente. Aproveitem para se familiarizar nos locais onde se encontrar
e tentar perceber as diferenças de suas características estruturais, como vimos.
E, por fim, o lipídios, conforme vimos, não são os vilões como descritos nos
dias atuais, na realidade, são necessários para nossa vida, por exemplo, os esterois,
que estão na classe dos hormônios, que regulam algumas funções metabólicas.
Espero que tenha gostado e aguardo você na próxima unidade!
43
na prática
Amilose
Celulose
Monômero de beta-Glicose
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
44
na prática
2. Quando falamos a respeito da água como constituinte celular, sabe-se que cumpre
inúmeras atividades. Desta forma, avalie as afirmativas seguintes:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e Ill, apenas.
d) lI e lIl, apenas.
e) I, II e III.
a) 1, 1, 2.
b) 1, 2, 2.
c) 2, 2, 2.
d) 2, 2, 1.
e) 1, 2, 1.
45
na prática
4. A água possui inúmeras particularidades, mas uma característica da fase sólida é que
cada molécula de água se fixa e estabelece pontes de hidrogênio com:
5. Os ácidos graxos são as unidades básicas da maioria dos lipídios, são constituídos
por ácidos monocarboxílicos, que se ligam à longa cadeia hidrocarbonada. A respeito
dos ácidos graxos ,avalie as afirmativas seguintes:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
46
aprimore-se
47
eu recomendo!
livro
48
2
PROTEÍNAS:
ESTRUTURAS E
FUNÇÕES
básicas
PROFESSORA
Drª Maria Fernanda Francelin Carvalho
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Ácidos nucleicos - peptídeos •
Estruturas primárias proteicas • Enzimas • Membranas Biológicas, Transporte e Biossinalização.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer de forma mais aprofundada, as estruturas dos peptídeos • Conhecer a respeito da formação
e do funcionamento das proteínas • Conhecer mais sobre as enzimas, para que servem e como atuam
• Conhecer a as estrutura e funcionalidades das membranas celulares e o mecanismo de interação
celulares.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
ÁCIDOS NUCLÉICOS
peptídeos
adição formada pela ligação peptídica e que ocorre pela remoção de elementos
de água do grupo a-carboxila de um aminoácido e do grupo a-amino do outro,
como mostra a Figura 1.
Figura 1 - Formação de uma ligação peptídica / Fonte: Nelson e Cox (2014, p. 86).
Esta reação é favorecida nas células vivas, assim, quando a união ocorre entre
dois aminoácidos, temos um dipeptídeo, entre um tripeptídeo, e assim por dian-
te. Quando a estrutura se torna de proporções tão numerosas, são chamados de
oligo peptídeos, porém, se houver um número muito elevado de unidades, estes
são chamados de polipeptídeo.
É importante falarmos que as estruturas conhecidas por polipeptídeos podem
ser, por vezes, utilizadas para se referir às proteínas, porém existe uma diferença,
os polipeptídeos possuem massa molecular inferior a 10.000, enquanto as pro-
teínas possuem valores superiores.
52
UNICESUMAR
Figura 2 - Representação das reações químicas
de formação de ligações peptídicas / Fonte: Brui-
ce (2006, p. 387) e Harvey e Ferrier (2012, p. 14).
PROTEÍNAS
presentes nas moléculas de proteínas possuem estrutura plana cujos elétrons são
deslocados na ligação amida, dando à ligação C-N um caráter de ligação dupla,
não permitindo rotações nestes pontos das cadeias, logo, uma característica destas
estruturas consiste em uma série de ligações peptídicas unindo carbonos (alfa),
que por sua vez, servem como ponto de rotação ao longo do eixo, e estas rotações
definem a estrutura secundária de uma proteína (CONN; STUMFF, 1980).
Figura 3 - Representação gráfica das conformações estruturais cadeira e barco que são encontradas
nas estruturas proteicas em função de suas duplas ligações / Fonte: Nelson e Cox (2014, p. 118).
Descrição da Imagem: a figura representa em a) cada ligação peptídica que tem algum caráter de ligação
dupla, devido à ressonância, e não pode girar. Embora o átomo de N em uma ligação peptídica seja sempre
representado com uma carga positiva parcial, considerações cuidadosas dos orbitais de ligação e dos meca-
nismos quânticos indicam que o N tem uma carga líquida neutra ou levemente negativa. Em b) três ligações
separam os carbonos α consecutivos em uma cadeia polipeptídica. As ligações N-Cα e Cα -C podem girar,
sendo descritas pelos ângulos diedros designados Φ e ψ, respectivamente. A ligação peptídica C-N não está
livre para rotação. Outras ligações simples do esqueleto também podem estar, rotacionalmente, obstruídas,
dependendo do tamanho e da carga dos grupos R. Em c), átomos e planos que definem ψ. Em d), por con-
venção, Φ e ψ são iguais a 180o (ou –180o) quando o primeiro e o quarto átomos estão mais afastados, e os
peptídeos estão totalmente estendidos. Ao longo da ligação que sofre rotação (para qualquer um dos lados),
os ângulos Φ e ψ aumentam à medida que o quarto átomo gira no sentido horário em relação ao primeiro.
Algumas conformações mostradas aqui (p. ex., 0o) são proibidas em uma proteína, devido à sobreposição
espacial dos átomos. De (b) até (d), as esferas que representam os átomos são menores do que os raios de
van der Waals para esta escala.
54
Para darmos início à discussão a respeito das proteínas, chamaremos a atenção
UNICESUMAR
às suas funções, que são estruturais e dinâmicas, tais como:
■ Formam elementos estruturais do nosso organismo, como músculo, ossos,
dentes, pelos etc.
■ Responsáveis por movimentos do organismo (contração muscular) e das
células (cílios, flagelos e pseudópodes).
■ Atuam na defesa como anticorpos.
■ Transportam substâncias no organismo (hemoglobina) e nas células (per-
meases e bombas).
■ Formam hormônios e neurotransmissores que controlam as atividades
fisiológicas dos organismos pluricelulares (Obs.: alguns hormônios apre-
sentam constituição lipídica - hormônios esteroides).
■ Apresentam ação enzimática, controlando as atividades metabólicas.
2
ESTRUTURAS
PRIMÁRIAS
proteicas
Descrição da Imagem: podemos observar as etapas de formação de uma estrutura proteica. Primeiramente,
temos a estrutura primária, formada pela sequência de aminoácidos apenas, em uma longa cadeia. Posterior-
mente, já vemos a formação de alfa hélice sendo formada, conformando a estrutura secundária. Após esta, há
a conformação espacial da cadeia, dando origem à estrutura terciária e com conformação espacial em 3D, e,
por fim, a união de inúmeras subunidades de estruturas terciárias, formando, assim, a estrutura quaternária.
ESTRUTURA SECUNDÁRIA
UNICESUMAR
nados de acordo com a sua estrutura inicial, e as cadeias radicais presentes nos
aminoácidos, utilizando-se de afinidades e repulsas provenientes das estruturas
e grupos funcionais químicos presentes.
Para estas estruturas que já possuem conformação espacial damos o nome
de estrutura secundária do polipeptídeo. Estas podem estar configuradas em α
hélice e em folha β e são, frequentemente, encontradas em proteínas.
Estrutura α
Descrição da Imagem: na estrutura (a) é utilizado o modelo didático esfera e bastão, assim, é possível observar
os ângulos das ligações. No modelo (b), podemos observar a hélice α vista ao longo de seu eixo central, como
se estivessem olhando por suas extremidades, possibilitando observar seus grupamentos R com as intera-
ções com o meio externo. O modelo© visa enfatizar o volume dos átomos que estão presentes nas cadeias,
deixando evidente que há uma interação total entre eles, e não apenas se tocando pelas ligações. E, por fim,
o modelo (d) demonstra uma projeção da rotação helicoidal de uma hélice α., com o intuito de representar as
camadas de cada volta da hélice, que no desenho é representado por cores diferentes.
57
UNIDADE 2
explorando Ideias
Para que fique mais simples o processo de compreensão, seja para qual sentido a hélice
formada da proteína seja determinado, existe um macete do qual podemos sempre lan-
çar mão. E quando digo mão, é no sentido literal da palavra, pois, se as colocarmos com
os polegares apontando para longe do corpo, olhando para elas e imagineremos imagine
hélices sendo formadas a partir da direção que os demais dedos apontam. Para a mão
direita a hélice gira para a direita, e o mesmo correspondente para a mão esquerda.
Descrição da Imagem: A figura acima, visa explicar que podemos compreender e descobrir para qual lado a
hélice da cadeia proteica gira, utilizando nossas mãos. quando posicionamos nossas mãos com a palma virada
para nosso corpo e o polegar para cima, o sentido das voltas da hélice que coincidirem com nossos demais
dedos correspondem ao lado de giro da estrutura, ou seja, quando o giro coincidir com o sentido que os dedos
da mão direita apontam, esta hélice possui sentido de giro para a direita, e o mesmo vale para a outra mão.
Estrutura β
58
UNICESUMAR
59
ESTRUTURA TERCIÁRIA
UNIDADE 2
ESTRUTURA QUATERNÁRIA
60
UNICESUMAR
Figura 8 - Representação gráfica de estruturas proteicas de fibras, exemplo de um fio de cabelo
/ Fonte: Nelson e Cox (2014, p. 126).
Descrição da Imagem: a imagem acima, representa o quanto esta conformação espacial interfere na forma-
ção de estrutura maiores, como uma fibra de um cabelo. No primeiro momento, podemos ver as proteínas,
queratinas, em forma de hélice, que interagem entre si, até formarem a fibra capilar.
Descrição da Imagem: figura, representa uma proteína de estrutura globular, no caso do colágeno, que, ao
haver a interação entre as cadeias proteicas que o constituem, arranjam-se, formando glóbulos.
61
DESNATURAÇÃO PROTEICA
UNIDADE 2
Quando este processo corre, as proteínas perdem suas propriedades e suas fun-
ções biológicas, logo, por esta razão, os sistemas biológicos devem ser mantidos
em temperaturas e pHs específicos para que não haja alterações metabólicas.
62
3
UNICESUMAR
ENZIMAS
Em 1978, o termo enzima foi introduzido por Kuhne, para descrever a atividade
fermentativa presente no levedo. Para que todos os seres vivos possam sobreviver,
estes utilizam a energia dos nutrientes (carboidratos, lipídios e proteínas), e a
produção desta energia requer a participação de estruturas que possam garantir
as reações metabólicas. Assim, utiliza-se muitas enzimas num processo denomi-
nado metabolismo energético, agindo como catalisador (substância que acelera
velocidade de reações químicas).
63
Muitas dessas reações, caso não houvesse este auxílio, ocorreriam muito lenta-
UNIDADE 2
mente, assim sendo, a forma encontrada pelas células para resolver esse problema
foi desenvolver um modo de acelerar a velocidade das reações.
Esta solução se deu com as enzimas, que são os catalisadores biológicos. Em
sua grande maioria, estas se apresentam em forma de proteínas globulares, que
formam regiões na superfície da enzima, chamadas de sítios ativos. Por esta ra-
zão, elas apresentam especificidade tanto pela molécula que vai sofrer a reação
química (substrato) como para o tipo de reação efetuada sobre o substrato.
A especificidade da enzima deve-se, por sua conformação espacial, que condi-
ciona uma cavidade ou fenda de ligação do substrato, denominada sítio ativo. Este
composto por um arranjo de grupos químicos presente nas cadeias laterais com-
postas por resíduos de aminoácidos. As cadeias têm a função de ligar o substrato
por interações não-covalentes, que estão localizados na superfície das enzimas,
e algumas delas necessitam de um componente químico adicional, chamado de
cofator, podendo este ser um ou mais íons inorgânicos, uma molécula orgânica
ou metalorgânica (coenzima).
A forma como estas moléculas são classificadas é relacionada conforme as
reações que possuem a especificidade de catalisar. Para o mecanismo de catálise
enzimática das reações dos sistemas vivos, as condições biológicas são, extrema-
mente, relevantes, a maioria das moléculas biológicas apresentam a caracterís-
tica de serem muito estáveis nas condições internas das células com pH neutro,
temperaturas amenas e ambiente aquoso. Assim, as enzimas fazem o papel de
contornar toda estas estabilidades, as grandes barreiras para que hajam as reações
metabólicas, logo estas fornecem um ambiente específico adequado para ocorrer
uma reação, rapidamente.
Portanto, uma característica das reações que são catalisadas por enzimasé o
fato de todas elas ocorrerem dentro de um compartimento, também chamado
de bolsões, onde as condições são favoráveis para o funcionamento do sistema.
Dentro destes há os sítios ativos, onde as moléculas que participarão do processo
se ligam. Podemos descrever uma reação enzimática simples como:
E + S ⇌ ES ⇌ EP ⇌ E + P
64
UNICESUMAR
Figura 12 - representação de sítio ativo
em uma enzima com seus substratos en-
caixados e prontos para a reação e repre-
sentação de como a enzima auxilia ao ace-
lerar o processo / Fonte: Harvey e Ferrier
(2012, p. 54-56).
65
4
MEMBRANAS BIOLÓGICAS:
UNIDADE 2
TRANSPORTE E
biossinalização
66
UNICESUMAR
Figura 13 - Modelo de membrana biológica bicamada lipídica com todos seus componentes de
transporte intermembrana / Fonte: Nelson e Cox (2014, p. 387).
Descrição da Imagem: a figura mostra um modelo de membrana plasmática de células dos seres vivos com
a sua característica de dupla camada lipídica e seus inúmeros componentes que permitem
sua função de permeabilidade seletiva.
BIOSSINALIZAÇÃO
67
UNIDADE 2
BIOSSINALIZAÇÃO
Molécula
de sinal
Receptor
Recepção
Flu em
id bra
M
ex
o
rat
ce
Ci lu
n
to la
ad
pl r
ep
as
m
la
Molécula de a
sm
Retransmissão
a
ou Revezamento Transdução
Via de Transdução de Sinal
Resposta
Ativação de respostas
celulares
Figura 14 - Biossinalização
Porém, para que a comunicação seja completa, as receptoras devem ter a capa-
cidade de interpretar o dado, ou seja, são necessários receptores específicos a
este sinal nas demais células e, assim, captar a mensagem enviada, decodificar a
informação recebida e saber como agir em função deste sinal.
Logo, a linguagem utilizada, bioquimicamente, falando, nomeamos de Cé-
lula sinalizadora, aquela que envia o sinal, e Célula alvo para aquela que recebe
o sinal. Um molécula de sinalização pode alcançar apenas células vizinhas, se
ele permanece ligado à membrana da célula sinalizadora, porém, quando ele
for secretado sendo lançado no meio extracelular, poderá se difundir e alcan-
çar células próximas ou mesmo outras muito distantes, se for transportado pela
corrente sanguínea.
68
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a figura apresenta as membranas biológicas, que possuem componentes que per-
mitem a seletividade de permeabilidade. Estes componentes de membrana, geralmente, são proteínas es-
pecíficas, e a figura demonstra mecanismos que chamamos de sinalização, em que, quando há a identifica-
ção de compostos específicos, há a Interação, ou não, permitindo a passagem. Este processo chamamos de
biossinalização.
69
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 2
70
na prática
a) Lipídico.
b) Sal mineral.
c) Carboidrato.
d) Proteico.
e) Fibra.
2. Para que as enzimas possam atuar, corretamente, sobre seu substrato, elas pos-
suem um mecanismo de interação que chamamos de sítio ativo, local sob o qual há
a ocorrência da reação.
71
na prática
a) Lactose.
b) Protease.
c) Substrato.
d) Tempo de reação.
e) Energia de ativação.
I - Primária
II - Secundária
III - Terciária
IV - Quaternária
72
aprimore-se
Difração de raios X
73
eu recomendo!
livro
Introdução à Bioquímica
Autor: Eric E. Conn e Paul Karl Stumpf
Editora: Blucher
Sinopse: o livro é baseado na experiência de ensino de bioquími-
ca geral, na Universidade da Califórnia, e foi escrito para atender
às necessidades do ensino de graduação. Desde 1961, ele vem
sendo atualizado com os conhecimentos em bioquímica, por
exemplo: os desenvolvimentos em biologia molecular; os trabalhos sobre fotos-
síntese e a fixação de nitrogênio; e os avanços no conhecimento do metabolismo
e seus processos de regulação.
filme
Perdido em Marte
Ano: 2015
Sinopse: durante uma missão a Marte, o astronauta americano
Mark Watney é dado como morto e deixado para trás. Mas Wat-
ney ainda está vivo. Contra todas as probabilidades, ele procura
uma maneira de entrar em contato com a Terra.
O filme Perdido em Marte, apesar de se tratar de uma condição
de sobrevivência em outro planeta, quando comparado aos ele-
mentos que vimos na aula, podemos perceber a necessidade das biomoléculas
na busca da nutrição corporal e as condições favoráveis para utilização de com-
postos orgânicos. Podemos perceber que a vida é cercada de reações biológicas
e que necessitam de condições específicas para sua existência. É possível traçar
um paralelo com ambientes celulares, cujo funcionamento também necessita de
condições específicas para o acontecimento das reações metabólicas.
74
3
TRANSDUÇÃO E
ARMAZENAMENTO
de energia
PROFESSORA
Drª Maria Fernanda Francelin Carvalho
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Metabolismo • Glicólise e Glico-
gênese • Ciclo do ácido cítrico • Fosforilação Oxidativa.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Compreender os conceitos básicos sobre metabolismo, sua composição e suas necessidades • Conhecer
e compreender a via de conversão de energia em muitos organismos • Conhecer e compreender o ciclo
de reações • Compreender e conhecer as organelas e reações envolvidas no ciclo de Krebs.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
METABOLISMO
Os seres vivos, como veremos a seguir, para extrair a energia proveniente da ali-
mentação, lançam mão de uma maquinaria reacional, para que moléculas possam
ser degradadas e, assim, passíveis de serem absorvidas no trato digestório e, na
sequência, em locais específicos onde serão metabolizadas.
Podemos definir como metabolismo um conjunto de reações bioquímicas
ocorrendo, constantemente, no interior das células, com finalidade da manuten-
ção da vida (GUERRA et al., 2011, p. 63). Podemos classificas essa reações em:
ANAERÓBIO
78
AS REAÇÕES E SUA TERMODINÂMICA
UNICESUMAR
Pela termodinâmica, ou seja, pelo movimento de transferência e criação de energia
das reações metabólicas, conhecida como bioenergética, o metabolismo fornece
energia da sobrevivência. Assim, a bioenergética é capaz de nos mostrar o porquê
de algumas reações químicas ocorrerem espontaneamente enquanto outras não.
Vamos tentar entender um pouco melhor a respeito desta energia química,
que, na realidade, é a variação de energia livre (“G). Esta variação é a diferença
entre a energia dos produtos e reagentes em uma reação e que está disponível
para o trabalho.
Sendo assim, todas as reações possuem esta variação de energia livre, as quais
podem ser:
■ igual a zero (“G = 0),
■ negativa (“G-) ou
■ positiva (“G+).
explorando Ideias
Na digestão dos alimentos, um dos principais produtos são os lipídios, e como resultado
destaTemos o glicerol e os ácidos graxos, metabolizados na via glicolítica, utilizando uma
ATP e consumindo energia. Este processo acontece na mitocôndria, assim como o meta-
bolismo dos carboidratos.
Fonte: adaptado de Nelson e Cox (2014).
79
A FORMAÇÃO DE COMPOSTOS ENERGÉTICOS
UNIDADE 3
Para que haja a formação de energia que possa manter o funcionamento dos orga-
nismos, os nutrientes ao passarem pelo processo metabólico nas células, passam
a liberar prótons (H+) e elétrons (e-) tendo seus átomos de carbonos convertidos
em CO2 . Estes prótons e elétrons liberados são capturados em forma oxidada, e
as coenzimas os transformam em formas reduzidas carregadas e com presença
de hidrogênio, gerando energia.
80
2
GLICÓLISE E
UNICESUMAR
GLICOGÊNESE
81
UNIDADE 3
Descrição da Imagem: na primeira etapa, a molécula de glicose é representada com destaque ao grupo hi-
droxila, que , por meio da reação hexocinase, o APT é convertido em ADP, gerando uma molécula de glicose
-6-fosfato, com a substituição do grupamento hidroxila por OPO2-3, Fosforil.
UNICESUMAR
meio da reação catalizada pela enzima fosfoglicose isomerase, onde a F6P finalmen-
te recebe mais um grupamento fosfato formando a frutose-1,6-bisfosfato, todo este
processo pode ser visto na figura 4.
Descrição da Imagem: a representação gráfica demonstra a primeira etapa da glicólise. Primeiramente, temos
a relação da glicose perdendo o grupamento hidroxila por um Fosforil e formando uma molécula de glucose-
-6-fosfato e seu isômero frutose 6-fosfato. Esta, por sua vez, sofre mais uma fosfatação em outro grupo hidro-
xila formando a frutose 1,6 -bifosfato. Em ambas reações há conversão de ATP em ADP consumindo energia.
Descrição da Imagem: a ilustração demonstra a segunda etapa da reação da glicólise, cuja a molécula re-
sultante da etapa anterior é convertida em Dihidroxiacetona Fosfato e Gliceraldeído 3- fosfato em equilíbrio
químico entre elas.
Por fim, o resultado da reação anterior entra na terceira fase do processo, seu
início é marcado pela produção de 1,3-bisfosfoglicerato, composto este gerado
pela ação de uma enzima chamada gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase sobre
o GAP. O composto gerado deste processo é chamado de 1,3-bisfosfoglicerato,
um anidrido misto de um ácido carboxílico e ácido fosfórico, em que todas estas
moléculas possuem um alto potencial energético, possibilitando a reação que,
por sua vez, é catalisada pela enzima fosfoglicerato cinase e, desta forma, haja
produção de ATP.
Além destas reações citadas, nesta etapa, há outra reação, a formação de mo-
léculas de ATP, e esta, por sua vez, é catalisada pela enzima piruvato cinase, trans-
formando o fosfoenolpiruvato em piruvato, caracterizada por ser uma reação
irreversível da via glicolítica.
84
UNICESUMAR
Figura 6 - Terceira etapa da via glicolítica
Fonte: Devlin (2011, p. 617).
Descrição da Imagem: para as sequências das reações metabólicas, temos representada na ilustração a tercei-
ra etapa da Via Glicolítica. Como nas anteriores, a molécula resultante da segunda etapa da via,a Gliceraldeído
3- fosfato, é convertida em 1,3 Bifosfoglicerato. Esta, por sua vez, sofre a ação da enzima fosfoglicerato quinase,
gera uma molécula de 3-Fosfoglicerato e 1 ATP . Esta, perde uma molécula de água, forma um Fosfoenolpiru-
vato, que sofre a ação enzimática, formando um Piruvato e ATP que, por fim, converte o Piruvato em Lactato.
Descrição da Imagem: a Ilustração representa a cadeia de transformações de forma resumida, e em cada eta-
pa, é demonstrada a conversão de cada molécula, como descrita nas três etapas comentadas anteriormente.
GLICONEOGÊNESE
Vimos, na etapa anterior, a utilização da glicose como fonte de energia, neste tó-
pico, estudaremos a gliconeogênese, uma reação que é capaz de promover a bios-
síntese da molécula de glicose, a partir de substâncias que não são carboidratos,
como lactato, glicerol, oxaloacetato, aminoácidos, além de alguns carboidratos.
Todo este processo ocorre no citosol celular, composto por um conjunto de
reações que utiliza muitas enzimas da via glicolítica, mas na direção inversa, ou
seja, como vimos na glicólise é gerado 2 ATPs por molécula de glicose oxidada,
a gliconeogênese consome 6 ATPs.
Sabe-se que o piruvato não pode ser transformado em fosfoenolpiruvato
(PEP) por ação da enzima piruvato cinase, assim, dentro da mitocôndria, há uma
reação de carboxilação do piruvato, sendo transformado em oxaloacetato, que
é um composto que não consegue atravessar a membrana mitocondrial. Então,
é transformado em malato para que este transporte aconteça, podendo migrar
para o citosol, onde pode ser oxidado, transformando-se em oxaloacetato e, pos-
86
teriormente, fica a cargo da enzima fosfoenolpiruvato carboxicinase a função
UNICESUMAR
de catalisar o e oxaloacetato o transformar em fosfoenolpiruvato (PEP).
Em seguida, as próximas etapas de transformações da PEP até frutose-1,-
6-bisfosfato são as mesmas etapas da via glicolítica, porém invertidas, ou seja,
a sequência de ocorrência é a produção de, frutose-1,6-bisfosfatase gera F6P,
em seguida, transformada em G6P. E, por fim, a última etapa é catalisada pela
glicose-6-fosfatase, com a liberação de glicose.
Descrição da Imagem: Diferentes etapas da via gliconeogênica que ocorrem no citosol da célula.
87
3
CICLO DO
UNIDADE 3
ÁCIDO CÍTRICO
OXIDAÇÃO DE PIRUVATO
UNICESUMAR
dação é a mais diferente, pois podemos considerar a mais curta em comparação
com as demais cadeias e, o conector que liga a etapa da glicólise ao restante da
cadeia respiratória.
CICLO DE KREBS
90
Glicose
UNICESUMAR
Ciclo de Krebs
(Ciclo do Ácido Cítrico)
Descrição da Imagem: a ilustração representa o Ciclo do ácido cítrico, suas fases de transformações de
moléculas e reações e consumo de energia. Para o início, temos o piruvato resultante da cadeia de reações
da Via glicolítica, entrando no processo e sofrendo variações em 10 reações.
91
UNIDADE 3
pensando juntos
A glicose é o combustível celular para a obtenção de energia, assim como a gasolina que
explode nos cilindros de um motor de carro e assim, fornece a energia para o funcio-
namento deste. Mas sabemos que a glicose pode ser usada como combustível tanto na
respiração quanto na fermentação. Sendo assim, por qual motivo respiramos, e não fer-
mentamos?
92
4
FOSFORILAÇÃO
UNICESUMAR
OXIDATIVA
FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA
CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS
Mitocôndria
erna
a ext
bran
Mem
Espaço intermembrana
terna
brana in
Mem
ATP sintase
Matriz
Ciclo do
Ácido Cítrico 93
A fosforilação oxidativa, também conhecida por cadeia transportadora de elé-
UNIDADE 3
trons, ou, ainda, cadeia respiratória, é demarcada pela convergência final das vias
de degradação oxidativa.
A liberação de elétrons provenientes da oxidação dos mais variados combus-
tíveis metabólicos são levados pelas desidrogenases a transportadores específicos,
reduzindo-os (de NAD+ e FAD a NADH+ e FADH2) e, nesta fase do processo,
estes elétrons serão entregues ao oxigênio. O potencial eletroquímico transmem-
brana é formado a partir da energia livre disponibilizada por este fluxo de elé-
trons, junto ao transporte contra o gradiente de prótons por meio da membrana
interna da mitocôndria (impermeável a estes prótons), além da energia formada
pelo fluxo transmembrana dos prótons “de volta”, a favor de seu gradiente de
concentração pelos poros proteicos, formando energia livre para a síntese de ATP.
A sequência da transferência dos elétrons ao longo da cadeia pode acontecer
de três formas:
■ Direta.
■ Átomo de hidrogênio (H+ + 1elétron).
■ Íon hidreto - H- (H+ + 2 elétrons). estabelecendo um fluxo contínuo por
meio do transporte de elétrons entre NADH+ e o FADH2.
94
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Como pudemos observar, o processo de obtenção de energia dos seres vivos é
dividida em uma cadeia de reações que ocorre em condições ideais, em locais
específicos na célula, gerando inúmeros compostos intermediários e com con-
sumo e gasto energético. Nesta unidade, estudamos, basicamente, o metabolis-
mo da glicose, pois este é a principal fonte de energia que temos e obtemos, por
meio da alimentação diária. Afinal de contas, a Glicose é uma molécula, muito
comumente, encontrada em nossa dieta. No café da manhã, ela está presente no
açúcar, nas moléculas de amido de pão, nos biscoitos ou bolos. Em nosso almoço,
está presente em quaisquer fontes de carboidratos, como o arroz ou o macarrão.
Assim, podemos perceber o quanto é simples encontrar este tipo de fonte de
energia. Além disso, a molécula de glicose possui um tamanho pequeno, pode
ser absorvida em nosso organismo e entrar em nossas células para participar das
reações, estudadas ao longo da unidade, com grande facilidade.
Vimos que o processo de respirar pode ser dividido em fases. Sendo assim,
podemos considerar: a fase que ocorre em ausência de oxigênio ou indepen-
dentemente da ação deste elemento, a fase anaeróbia, representada pela etapa
da glicólise, que ocorre no citoplasma das células eucariótica e procariótica. Em
sequência a este processo temos a fase que ocorre de forma aeróbia na presença
do oxigênio. Esta fase, por sua vez, é dividida novamente em mais duas etapas,
como vimos em ciclo de Krebs, cujas reações ocorre dentro da matriz mito-
condrial de células eucarióticas, em quando acontece em células procarióticas,
ocorre no citoplasma. Por fim, ocorrem nas cristas mitocondriais as reações da
cadeia respiratória, e no caso das células procarióticas, acontecem próximas à
face interna da membrana plasmática.
Esta unidade é muito importante, pois contém a alma do metabolismo dos
seres vivos, sendo, portanto, um ponto crucial para a compreensão da bioquími-
ca dos seres vivos. Espero que tenham compreendido e se deliciado com estes
conhecimentos. Nós nos vemos na próxima unidade.
95
na prática
a) Maltose e glicose.
b) Sacarose e frutose.
c) Glicose e galactose.
d) Lactose e glicose.
e) Frutose e lactose.
96
na prática
3. Para que haja a manutenção da vida, os organismos lançam mão de reações bio-
químicas que são capazes de obter energia viável à vida a partir de alimentos con-
sumidos. Quando falamos, especificamente, de reações de organismos que fazem
processo de respiração, avalie as sentenças seguintes e assinale a que mais se
enquadra no metabolismo.
97
na prática
5. Para a manutenção da vida, os seres vivos produzem moléculas de ATP para suprir
suas necessidades energéticas. Este processo ocorre, por meio da respiração ce-
lular. Neste processo, ocorre a degradação da molécula orgânica glicose, durante
o processo de respiração, que acontece em três etapas metabólicas: glicólise, ciclo
do ácido cítrico e cadeia respiratória.
a) II e IV.
b) I, II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II e III.
98
aprimore-se
Além de energia, nosso metabolismo gera outros compostos, entre eles um resulta-
do para as reações importantes são as Espécies Reativas de Oxigênio (ROS), conhe-
cidas por radicais livres. Estes assim chamados por possuírem uma estrutura quími-
ca que contém um carga elétrica e são prejudiciais quando são liberados em nosso
organismo. Uma vez que contém esta carga, como mencionado, naturalmente, este
elemento busca uma forma de estabilizar, eletricamente, ou seja, se tornar-se neutro
e não possuidor de carga. Para isso, este radical ataca as moléculas celulares, buscan-
do reagir e se neutralizam. Contudo quando esta estabilização do radical acontece,
a molécula atacada perde sua funcionalidade natural e, na maioria das vezes, acaba
também ocasionando mortes celulares, sendo, então, esta a característica principal
negativa associada aos radicais livres.
Esta característica reativa da molécula dá-se pois o oxigênio é um elemento que
utilizado como aceptor final de elétrons pelos organismos aeróbicos. Esta reação
de recepção de elétrons por este elemento permite elevada produção de energia
na respiração, em consequência de seu alto potencial eletroquímico. Entretanto,
devido à sua configuração eletrônica, o oxigênio pode sofrer reduções parciais e
levar à formação de radicais livres, de forma que as Espécies Reativas de Oxigênio
(EROs) estão, constantemente, presentes nas células eucarióticas, como menciona-
do anteriormente.
É importante uma revisão sobre os aspectos químicos da formação de EROs nos
organismos, demonstrando os principais sítios de produção dentro das rotas do
metabolismo humano, alguns de efeitos fisiológicos, atuando como mensageiros
secundários na transdução de sinais e algumas das defesas antioxidantes do orga-
nismo humano. O rompimento do equilíbrio entre a geração de EROs e as defesas
antioxidantes resulta no estresse oxidativo, o qual está associado a algumas condi-
ções patológicas.
99
eu recomendo!
livro
100
4
BIOENERGÉTICA
PROFESSORA
Drª Maria Fernanda Francelin Carvalho
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Biossíntese de Carboidratos •
Biossíntese de Lipídeos • Biossíntese de Aminoácidos, Nucleotídeos e Moléculas Relacionadas • Re-
gulação Hormonal.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Elucidar o processo de síntese de carboidratos • Descrever o Processo de síntese de aminoácidos em
células • Descrever o Processo de síntese dos lipídios • Identificar e apresentar os principais metabólitos
responsáveis pela regulação hormonal.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
CARBOIDRATOS
103
UNIDADE 4
Descrição da Imagem: a figura ilustra um vegetal em seu processo de biossíntese de carboidrato, ou seja,
em seu processo de fotossíntese. Podemos observar os elementos que são utilizados pelas plantas elas
flechas de entrada, como água e luz solar, assim como os produtos, que são oxigênio e carboidratos, com
setas indicando saída.
104
UNICESUMAR
Figura 2 - Fotossínteses em vegetais
Descrição da Imagem: a imagem ilustra uma célula vegetal, onde está acontecendo um processo de fotos-
síntese. há a representação da luz solar incidindo sobre as estruturas celulares conhecidas como cloroplastos,
assim como a entrada de água, reagindo e gerando ATP e oxigênio. O ATP por sua vez segue para o Ciclo de
Calvin, que este absorve CO2 gerando açúcar.
Descrição da Imagem: podemos ver o close de um Cloroplasto, de forma a representar que as reações que
estão acontecendo dentro desta estrutura. A representação do ciclo mostra as suas 3 principais fases e os
elementos gerados. Primeiramente, há a fase 1. Fixação do carbono e a formação 3 RuBP e, posteriormente,
a 6,3 PGA, que entra na segunda etapa, a Redução, fase esta que consome 6 ATP e gera açúcar. Por fim, a fase
3, a regeneração do RuBP, que retorna ao início do ciclo.
105
Para este processo metabólico vegetal, além das vias universais a glicólise e gli-
UNIDADE 4
Descrição da Imagem: a ilustração mostra a etapa de formação e consumo de elementos dentro do ciclo de
Calvin. Primeiramente, temos a molécula de RuBP, que consome um CO2, forma a molécula de 3 - fosfogli-
cerato, que, por sua vez, consome ATP, formando ADP. Este consome NADPH, forma NADP e P2, gerando a
molécula de Gliceraldeído - 3 - fosfato e energia em forma de carboidrato. Esta última é regenerada em RuBP
e volta ao início do ciclo.
106
Consideramos como primeiro estágio o processo de incorporação, ou seja, a
UNICESUMAR
assimilação da molécula de CO2 por meio da reação de fixação de carbono em
biomoléculas. Para o segundo estágio, encontramos a molécula de 3-fosfoglice-
rato sendo reduzida a triose-fosfato. O equilíbrio é encontrado com a fixação
de três moléculas de CO2 a três moléculas de ribulose-1,5-bifosfato, gerando
seis moléculas de gliceraldeído-3-fosfato equilibrados com a di-hidroxiaceto-
na-fosfato. Para finalizar, o terceiro estágio inicia-se quando cinco moléculas de
triose-fosfato, exercem a função de regenerar três moléculas de ribulose-1,5-bi-
fosfato, que darão início a outro ciclo, enquanto a sexta molécula de triose-fosfato
geralmente, é utilizada para produzir hexoses.
A partir destas moléculas de hexoses formadas, é possível dar início à forma-
ção de moléculas maiores, como sacarose que pode ser transportada para demais
tecidos do organismo que não possui esta capacidade de produção energética.
Também é a partir delas que podemos formar moléculas de amido, que são a
principal reserva energética vegetal.
107
Na Figura 5, podemos perceber a quantidade de enzimas presentes no processo
UNIDADE 4
explorando Ideias
Para saber sobre o complexo balé enzimático, presente neste ciclo de biossíntese ener-
gética inicial pertencente aos organismos fotossintetizantes, convido-o a ler mais sobre o
tema, no livro Princípios de Bioquímica, de Lehninger, o capítulo 20.
Fonte: a autora.
UNICESUMAR
planta, no caso dos vegetais. Assim, pode ser usado tanto como fonte energética
para os metabolismos de sobrevivência quanto ser armazenado quando não há
a necessidade de utilização. Esta sacarose também pode ser convertida em molé-
culas mais complexas, amido, para que seja reservado, uma vez que esta é a forma
mais comum de reserva energética vegetal, como citado anteriormente. Contudo
podemos encontrar alguns casos em que a reserva energética está na forma da
própria sacarose, como é o caso da cana de açúcar.
Descrição da Imagem: a figura representa o processo de osmose de forma gráfica, onde temos 3 células
em condições de concentração extracelular diferentes. A primeira célula encontra-se em um meio isotônico,
assim, há equilíbrio entre o interior e o exterior celular. Para a segunda representação, a célula encontra-se
em um meio Hipotônico, onde há maior entrada de água na célula, deixando-a inchada ou túrgida. Por fim,
temos uma célula em um meio Hipertônico, onde há mais saída de água da célula, deixando-a ressecada.
110
A molécula da celulose possui uma característica sua estrutura molecular é sim-
UNICESUMAR
ples, formada, basicamente, por polímeros lineares contendo milhares de unida-
des de D-glicose, unidas por ligações Beta1 → 4, em feixes de, aproximadamente,
36 cadeias, lado a lado, formando um feixe ou microfibra.
CELULOSE VEGETAL
Paredes Celulares
Fibras de Celulose
Macrofibrilas
Células
Cadeias de Celulose
Microfibrilas
Moléculas
de Celulose
Fibras
Planta
Descrição da Imagem: a figura mostra, primeiramente, que as cadeias químicas de celulose, se arranjam,
paralelamente, formando assim uma fibras. Estas, por sua vez, se arranjam entre si e formam as paredes
vegetais.”
paredes celulares, e vale ressaltar que exceções não vêm ao caso. Estas têm carac-
terística rígida e espessa, possuem a mesma função das paredes celulares vegetais,
que é proteger a célula de lise em ambientes, osmoticamente, desfavoráveis, além
de manter o formato da bactéria.
Diferentemente dos vegetais, as paredes celulares bacterianas são formadas por
biomoléculas chamadas de peptidoglicano, sendo este um copolímero também
com característica linear de N-acetilglicosamina (GlcNAc) e ácido N-acetilmurâ-
mico (Mur2Ac), unidos alternados, unidos por ligações beta 1-->4, além de apre-
sentarem, também, ligações cruzadas com peptídeos curtos ligados ao Mur2Ac.
Descrição da Imagem: a estrutura do peptideoglicano é representada por cadeias dos elementos que a
compõem, interligadas por ligações cruzadas de pentaglicina. Assim, a estrutura organizada é formada para
que possa atuar como parede celular.
112
Sabe-se que o processo de síntese da molécula de oligossacarídeos envolve inúme-
UNICESUMAR
ros processos que são catalisados por enzimas distintas, todo processo acontece no
interior da célula e posteriormente enviados para o exterior onde é o local final da
parece celular.
2BIOSSÍNTESE
de lipídios
113
Biossíntese de ácidos graxos e eicosanóides
UNIDADE 4
Descrição da Imagem: a adição de dois carbonos em cadeia acil graxo em crescimento é representada na
ilustração. Ela demonstra as etapas de reações que geram o crescimento da cadeia que os grupos malonila de
uma cadeia condensa com um grupo acetila de outra cadeia. Em seguida, passa pela fase de condensação e
perde um CO2. Posteriormente, passa pela redução e, depois, pela desidratação, perdendo H2O. Para finalizar,
mais uma redução, finalizando com um grupo acila, saturado com aumento de dois carbonos.
114
Este sistema demonstrado representa as quatro etapas de reações que ocorrem em
UNICESUMAR
cadeia com auxílio enzimático, conhecida como ácido graxo-sintase. Este processo
acontece em todo organismo que produz, logo, cadeias de carbono longas possuem
este mecanismo de reação. Nele, podemos perceber que um grupo saturado acila é
resultado de cada série de reações das etapas, tornando-se um substrato da conden-
sação com um grupo malonila, e a cada passagem no ciclo, a cadeia aumenta dois
carbonos. Assim, sucessivamente, o processo vai acontecendo para que a molécula
seja formada. De acordo com o número de carbonos, elas podem ser diferidas entre
si, com suas respectivas funções. Por exemplo, o Palmitato é a cadeia composta por
16 carbonos, que deixa o ciclo para cumprir sua função.
Descrição da Imagem: na figura, a síntese do palmitato é demonstrada com a ação da Ácido graxo sintase
atuando sobre uma cadeia de ácido graxo. Em cada etapa de ação da enzima, há adição de dois carbonos e
a perda de CO2.
115
Ácidos graxos em mamíferos
UNIDADE 4
116
■ 4ª etapa - Redução da dupla ligação: como vimos na etapa anterior, uma
UNICESUMAR
dupla ligação foi formada, e, nesta etapa, é reduzida por meio da utilização
enzimática da enoil-ACP-redutase (ER), formando o composto butiril-A-
CP, com o NADPH atuando como doador de elétrons. Estas reações da
etapa são repetidas até formarem o palmitato e um acil-ACP saturado (4C),
delimitando o final do ciclo com a ação do ácido graxo-sintase.
■ 5ª etapa - Transferência: esta etapa é extremamente curta, pois é com-
posta da transferência do grupo butirila pertencente ao -SH da fosfopan-
teteína para o grupo -SH da Cys b-cetoacil-ACP-sintase.
■ 6ª etapa - Alongamento: esta última etapa é marcada por um ciclo de
quatro reações de alongamento em mais dois carbonos. Este processo de
condensação ocorre conforme o grupo acetil do primeiro ciclo é ligado
aos átomos de carbono do grupo malonil-ACP, com uma perda de CO2 e
a formação de um grupo acila de seis carbonos. Estes ligados a um grupo
-SHda fosfopanteteína da ACP, que tem seu grupo cetônico reduzido nas
etapas do ciclo, formando um grupo de acila saturado, e um produto de
seis carbonos. Assim esta etapa de condensação é repetida sete vezes até
formar o grupo palmitoila de dezesseis carbonos, mas ainda ligados ACP.
117
UNIDADE 4
Descrição da Imagem: a figura apresenta as vias de síntese de outros ácidos graxos. Podemos perceber,
na primeira etapa, que existe apenas uma via, o processo de aumento de cadeia pela enzima, com a função
de alongamento até chegar na estrutura de Linoleato, onde há uma bifurcação. Assim, temos a formação de
ácidos graxos poli-insaturados ou araquidonato.
UNICESUMAR
equilíbrio e sinalização bem determinado.
Primeiramente uma célula tem a capacidade de formar uma molécula de
ácido graxo para ser estocado a partir do momento que todas suas necessidades
energéticas são supridas e a reação controlada pela acetil-CoA-Carboxilase é o
ponto de partida da regulação deste processo de biossíntese.
119
O principal composta desta regulação é o citrato, pois este regula a oxidação ou
UNIDADE 4
120
3
BIOSINTESES DE AMINOÁCIDOS,
UNICESUMAR
NUCLEOTÍDEOS E
MOLÉCULAS
relacionadas
121
Metabolismo do nitrogênio
UNIDADE 4
Descrição da Imagem: a figura mostra o ciclo do nitrogênio representado com as reações. Da esquerda para
a direita, temos os compostos que possuem nitrogênio, como aminoácidos, e nitrogênio, proveniente da
degradação de compostos orgânicos, entra em um processo com ação de bactérias nitrificantes, que oxidam
o elemento e o fixam em plantas. Seguindo o ciclo, outros organismos degradam esta fonte de nitrogênio e
o liberam para o ambiente em forma de N2.
122
O processo de incorporação da amônia nas biomoléculas é iniciado pelas vias
UNICESUMAR
de glutamato e glutamina, pois, neste processo, o nitrogênio reduzido ( NH4+)
passa a ser incorporado aos aminoácidos.
Considerando que o glutamato é a principal fonte de amino da grande maio-
ria dos demais aminoácidos, enquanto a glutamina é fonte de nitrogênio em um
grande número de processos biossintéticos, os fluidos celulares da maioria dos
tipos de células possuem alta concentração destes elementos. Logo, sua concen-
tração é regulada pelo equilíbrio osmótico entre o citosol e o meio externo, além
da necessidade de nitrogênio celular.
A via de produção de glutamina, ,são considerada simples, pois a incorpo-
ração do NHA4+ em glutamato é constituído, basicamente, em duas reações, e a
glutamina-sintase catalisa a reação entre os elementos, produzindo a glutamina
enzima que pode ser encontrada em todos os organismos. Pode-se dizer que, além
da importância desta incorporação no nitrogênio, em mamíferos possui um papel
importante, converter NH4+ livre em glutamina.
123
UNIDADE 4
Descrição da Imagem: a figura apresenta a regulação da glutamina-sintetase, utilizada, aqui, como exemplo
em um processo regulatório de componentes. Nesta, podemos perceber o Glutamato sob a ação da glutama-
to-sintase, a qual pode regular seis produtos finais do metabolismo. É demonstrado, também, que a Glicina
e a Alanina, são utilizadas como reguladores do processo.
Biossíntese de aminoácidos
124
As vias biosintéticas para outros aminoácidos, como os aromáticos, são mais
UNICESUMAR
complexas, já a maioria das vias de transformação e produção de aminoácidos
se diferem por poucas etapas de transformações.
HORMONAL
126
Atuação hormonal
UNICESUMAR
Por serem estruturas pequenas, os hormônios podem transportar informações a
uma longa distância, como é o exemplo de sinalização neural, os neurotransmis-
sores emitido são transportados pela corrente sanguínea para as mais diversas
áreas do corpo até encontrar sua célula alvo.
conecte-se
O processo de interação hormonal faz com que a célula tenha respostas que
podem ser categorizadas em:
■ Um segundo mensageiro pode ser gerado dentro da célula que atua como
regulador alostérico.
■ Um receptor é ativado quando for do tipo tirosina-cinase.
■ Fechamento ou abertura de canais iônicos, causando uma mudança de
potencial da membrana.
■ Envio de informação da matriz extracelular para o citoesqueleto.
■ Quando um esteróide age, causa mudança na expressão gênica de um
ou mais genes.
UNICESUMAR
tivemos como foco as rotas principais para que, a partir delas, os estudos mais
avançados possam ser feitos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
129
na prática
1. No corpo humano, a composição dos tecidos, na sua grande maioria, é proteica. Entre estas,
as fibras musculares estriadas é um tipo de proteína, fibra muscular capaz de armazenar
certo carboidrato, a partir do qual é capaz de obter energia para a contração muscular.
Este carboidrato de reserva é encontrado na forma de:
a) Amido.
b) Glicose.
c) Maltose.
d) Sacarose.
e) Glicogênio.
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) II e IV.
I - Algumas são a fonte primária de energia para as células, e outras atuam como reserva
desta energia.
II - Glicídios também estão presentes na formação de ácidos nucleicos.
130
na prática
III - Entre a vasta gama de carboidratos, podemos citar como exemplo da glicose o amido,
o glicogênio e a celulose.
IV - Em algumas estruturas celulares, além de função energética, elas podem ter papel
também estrutural em algumas células.
5. Uma das etapas da fotossíntese é o ciclo de Calvin cujo nesse ciclo, o CO2 é reduzido a
uma substância denominada:
a) Rubisco.
b) 1,3 bifosfoglicerato.
c) Gliceraldeído 3-fosfato.
d) 3-fosfoglicerato.
e) Ribulose 1,5 bifosfato.
131
aprimore-se
Como vimos neste capítulo, o processo que coordena o metabolismo nos mamífe-
ros é todo realizado pelo sistema neuroendócrino, com a ação básica de moléculas
conhecidas como hormônios, sendo a base do controle dos outros sistemas, de
processos metabólicos de nutrição, crescimento e reprodução.
Quaisquer mudanças que acontecem no meio externo, as células nas individuais
de determinado tecido sentem as alterações nestas condições do organismo e res-
pondem secretando um mensageiro químico. Este passa a informação para outra
célula, no mesmo tecido ou em um tecido diferente, em que o mensageiro dança
nesta segunda célula.
Assim, estes compostos sinalizam o sistema nervoso, um processo de comunica-
ção opera por de neurotransmissores tais como noradrenalina, acetilcolina ou sero-
tonina, enquanto no sistema endócrino atuam mensageiros químicos denominados
hormônios (do grego “excitar”), os quais são transportados pelo sangue até seu local
de ação (órgão-alvo).
O sistema nervoso e o endócrino estão inter-relacionados, pois o sistema nervo-
so pode controlar a função endócrina ao tempo que alguns hormônios controlam
funções nervosas. Assim, sucessivamente, os processos de controle acontecem.
132
eu recomendo!
livro
filme
A orfã
Ano: 2009
Sinopse: Kate (Vera Farmiga) e John Coleman (Peter Sarsgaard)
ficam arrasados, devido a um trágico aborto. Apesar de já ter dois
filhos, Daniel (Jimmy Bennett) e a surda muda Maxime (Aryana
Engineer), o casal decide adotar uma criança. Durante uma visita
a um orfanato, os dois se encantam pela pequena Esther (Isabelle
Fuhrman) de nove anos e optam, rapidamente, por sua adoção.
O que eles não sabiam é que estranhos acontecimentos fazem parte do histórico
da menina que passa a se tornar, dia após dia, mais misteriosa. Intrigada, Kate
desconfia que Esther não é quem aparenta ser, mas, devido ao seu passado de
alcoolismo, tem dificuldades de provar sua teoria. Neste filme, podemos perceber
como falhas no sistema hormonal, que, possivelmente, levam a falhas de neuro-
transmissores, podendo afetar um organismo todo.
conecte-se
133
5
VIAS DE
TRANSMISSÃO DE
informação
PROFESSORA
Drª. Maria Fernanda Francelin Carvalho
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Genes e Cromossomos • Metabo-
lismo do DNA • Metabolismo de proteína • Expressão Gênica.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer a respeito de Genes, Genoma e Cromossomos e descrever suas estruturas • Identificar diferen-
ças e semelhanças entre metabolismo de DNA e RNA entre eucariotos e procariotos • Elucidar processo
de síntese proteica • Identificar os principais metabolismos de expressão gênica.
INTRODUÇÃO
Olá, caro aluno(a), nesta unidade daremos continuidade aos nossos estudos
em bioquímica. No decorrer desta unidade estudaremos a respeito das vias
de informação. Aprofundaremos no assunto a respeito do material genéti-
co, DNA e RNA para saber como este é sintetizado, quais seus mecanismos
e como este material tão importante é transmitido para próxima geração
com tanta fidelidade. Veremos, ainda, como a informação genética é capaz
de expressar-se em sequências de aminoácidos e quais são os fatores que
regulam essas expressões, ou não, de determinadas proteínas na célula.
Para que hoje se tenha tamanho conhecimento sobre essas vias de in-
formação genética e suas devidas aplicações na ciência, muitos estudos, no
decorrer das últimas décadas, foram feitos. Em 1953, é postulada por James
Watson e Francis Crick a descoberta da estrutura do DNA, graças à Física,
que permitiu a determinação da estrutura por meio da difração de raio
X, e à Química, com que elucidamos a composição do DNA. Unindo os
conhecimentos da Física, Química e Biologia, conseguimos realizar estudos
mais detalhados sobre a manutenção da célula e suas vias bioquímicas,
afinal, tudo está interligado.
Estudos posteriores ao postulado da estrutura do DNA possibilitou a
descoberta do mecanismo utilizado pela célula para transmitir sua infor-
mação gênica por das gerações, inclusive, descobertas de como a célula é
capaz de reparar erros e garantir a fidelidade da cópia. Permitiu, também,
avanços sobre estudos dos processos da informação gênica, como a re-
plicação, transcrição e tradução, sendo o cerne dos estudos de biologia
molecular, responsáveis pela realização da cópia do DAN, síntese do RNA
e a Síntese de proteína, respectivamente.
Nesta unidade, aprofundaremos nossos estudos sobre processos, elu-
cidando seus mecanismos e sua complexidade. Então, vamos começar?
Inicialmente, estudaremos sobre genes e cromossomos.
Bons estudos!
1
GENES E
UNIDADE 5
CROMOSSOMOS
UNICESUMAR
riotos, lembrando que, em procariotos, não há o processo de splicing, pois todo
o DNA é codificante a partir das regiões regulatórias.
Descrição da Imagem: na ilustração, podemos visualizar moléculas de DNA sendo transcritas no núcleo ce-
lular, formando moléculas de RNA mensageiro. Este, por sua vez, sofre splicing e é exportado ao citoplasma,
onde é traduzido e, assim, ocorre a formação de uma molécula de proteína.
CROMOSSOMOS EUCARIOTO
Descrição da Imagem: na imagem, temos representadas as fases do ciclo celular. Este segue as etapas G1,
G0, S, G2 E, por fim, entra em Mitose. A mitose é dividida em prófase, metáfase, anáfase, telófase e citocinese,
possibilitando, no fim do processo, a produção de novas células, cada qual com seu material genético.
138
HISTONAS
UNICESUMAR
São proteínas pequenas, constituídas por aminoácidos básicos, como arginina e
lisina. Encontramos, ao menos, cinco tipos de histonas em células eucarióticas, di-
ferenciando entre peso molecular e composição de aminoácidos, são elas: H1, H2A,
H2B, H3 e H4. Cada nucleossomo é composto por um núcleo de oito proteínas
histônicas com DNA enrolado ao redor desse núcleo. As histonas H2A, H2B, H3
e H4 são as histonas do núcleo. Duas cópias de cada formam o núcleo de proteína,
interagindo com o DNA, enrolado ao seu redor, enquanto a histona H1 é chamada
de histona de ligação, unindo DNA com núcleo de histona. (NELSON; COX, 2014)
A formação dos nucleossomos não ocorre de maneira espontânea. Fatores pro-
teicos auxiliam para direcionar a montagem de histonas sobre o DNA. Esses fatores
são denominados chaperonas de histonas (NELSON; COX, 2014). Cada histona
está sujeita a possíveis alterações enzimáticas por meio de reações de metilação,
acetilação, entre outras (consiste na adição destes grupos funcionais à histona).
Estas alterações bioquímicas nas proteínas são feitas para a regulação da transcrição
do DNA (NELSON; COX,2014).
Descrição da Imagem: na figura temos uma molécula de DNA enrolando-se e interagindo com as proteínas
histonas, formando o nucleossomo e, em seguida, possibilitando a condensação do material genético em
estrutura de cromossomo.
139
CROMOSSOMO BACTERIANO
UNIDADE 5
GENOMA
140
UNICESUMAR
Figura 4 - Estrutura geral do vírus - coronavírus
141
UNIDADE 5
2
METABOLISMO DO
DNA
UNICESUMAR
tetizar novas proteínas, enzimas entre outros metabólitos, o DNA adquire sua
forma mais relaxada para que ocorra a leitura de sua informação. Então, juntos
estudaremos a respeito da síntese de DNA e quais proteínas e mecanismos estão
envolvidos nesse processo.
O metabolismo envolve síntese e degradação de moléculas. No caso do DNA,
ele não é degradado, pois é uma molécula de informação genética, no entanto, ele
passa pelos seguintes processos metabólicos:
■ Replicação – uma nova cópia de DNA é sintetizada com alta fidelidade
antes de cada ciclo de divisão celular.
■ Reparo – erros que surgem durante ou após a síntese de DNA são checa-
dos, e reparos são feitos.
■ Recombinação – segmentos de DNA são rearranjados dentro de um cro-
mossomo ou entre duas moléculas de DNA, formando uma nova molé-
cula de DNA (NELSON; COX, 2014).
REPLICAÇÃO
A replicação do DNA com o passar do tempo, obteve diversas teorias sobre como
ocorria este processo na célula. Havia três possíveis modelos, em meados de 1950,
eram eles: replicação conservativa, dispersiva e semiconservativa. Em 1957, Mat-
thew Meselson e Franklin Stahl conseguem comprovar , por meio da marcação de
isótopos de nitrogênio, que a replicação é semiconservativa (LODISH et al., 2000).
Na replicação semiconservativa, cada fita de DNA funciona como molde para
a síntese de uma nova fita, produzindo, então, duas novas moléculas de DNA, cada
qual com uma fita nova e uma fita antiga (LODISH et al. ,2000).
143
UNIDADE 5
Descrição da Imagem: a figura é uma representação esquematizada de como ocorre a replicação semicon-
servativa de uma molécula de DNA, na qual uma dupla fita de DNA é desenrolada e, então, inicia-se a síntese
de uma nova fita a partir da fita molde. No final da replicação, há duas novas fitas, cada qual contendo uma
fita mãe, que serviu de molde para a síntese da nova fita.
UNICESUMAR
ção, enquanto para eucariotos há mais de um sítio de origem de replicação
(NELSON; COX, 2014).
Por fim, a respeito da direção em que ocorre a replicação, ela ocorre na dire-
ção 5´ a 3´, da fita molde do DNA (5´ extremidade à esquerda e 3´ extremidade
à direita da fita de DNA). No entanto, se a replicação ocorre na direção 5´ -->
3´ como podem ambas as fitas serem, simultaneamente, sintetizadas sem que
ocorra uma síntese em sentido 3´-->5´? Este problema foi solucionado, em 1960,
por Reiji Okazaki e colaboradores. Eles descobriram que uma das novas fitas de
DNA é sintetizada em pedaços pequenos. Devido aos seus estudos, atualmente,
esses pedaços são identificados como fragmentos de Okazaki. Esse trabalho levou
à conclusão final que uma fita é sintetizada, continuamente, e a outra, desconti-
nuamente. A fita contínua, fita líder, é aquela em que a síntese 5´ a 3´ segue na
mesma direção do movimento da forquilha de replicação. A fita descontínua, ou
fita atrasada, é aquela em que a síntese 5´-->3´ prossegue na direção oposta da
direção do movimento da forquilha (NELSON; COX, 2014).
Figura 8 - Replicação do DNA - Fita líder e atrasada / Fonte: Nelson e Cox, 2014, p. 1013).
Descrição da Imagem: a figura mostra a representação esquemática de direção da replicação em cada fita de
DNA em que observamos a direção inversa onde ocorre a síntese em cada fita, no entanto a síntese sempre
ocorre no sentido 5´a 3´. Na fita atrasada, ocorre a formação de fragmentos de DNA’s, chamados fragmentos
de Okazaki, os quais serão ligados, posteriormente, pela enzima Ligase.
145
SÍNTESE DE DNA – PROCARIOTO
UNIDADE 5
A proteína responsável pela síntese de DNA são as DNA polimerases. Para que
exerçam suas atividades, elas precisam: dNTPs (desoxirribonucleotídeos fostata-
dos), DNA molde, iniciador (primer de RNA, uma pequena sequência comple-
mentar à fita molde) e seu cofator, Mg++ (WATSON et al., 2015).
A DNA polimerase, responsável por sintetizar a replicação do DNA é Pol III
em ambas as fitas, líder e atrasada. Há, também, outras DNA polimerases, Pol I,
responsável pelo processamento do fragmento de Okazaki e reparo do DNA;
Pol II enquanto as polimerases IV e V são responsáveis pelo reparo do DNA.
(NELSON; COX, 2014). Algumas dessas DNA polimerases apresentam função
exonuclease, ou seja, é uma enzima que degrada ácido nucleicos a partir de uma
extremidade da molécula. Das que foram apresentadas, a polimerase I, II e a Pol
III possuem esta atividade (NELSON; COX, 2014).
A seguir, estudaremos a respeito de cada etapa do metabolismo do DNA,
separando em três partes a síntese de DNA, início, alongamento e término (WAT-
SON et al., 2015).
INÍCIO
UNICESUMAR
do DNA (NELSON; COX, 2014).
Figura 9 - Modelo para iniciação da replicação / Fonte: Nelson e Cox (2014, p. 1020).
Descrição da Imagem: a figura mostra a representação esquemática, em etapas, de como ocorre o início
da replicação de uma fita de DNA em procariotos. A replicação inicia-se na região denominada “origem de
replicação”, oriC, em que há a interação inicial das proteínas DnaA, enrolando a fita de DNA, o que ocasiona
a desnaturação na região DUE do DNA. E, em seguida, há a ligação da DnaB com a fita de DNA com auxílio da
DnaC. Por fim, temos a abertura da fita para a síntese da nova fita.
Após a expansão feita pela DnaB, a enzima primase, ou DnaG, insere os inicia-
dores de RNA nas forquilhas de replicação, direcionando a Pol III, a qual avança
pelo DNA, sintetizando, uma nova fita. A ação da helicase (DnaB) é constante,
permitindo a síntese de novos iniciadores na fita atrasada e a síntese de fragmentos
de Okazaki (NELSON; COX, 2014).
ALONGAMENTO
147
Outra proteína importante é a topoisomerase II, também chamada de DNA
UNIDADE 5
Figura 10 - Síntese dos fragmentos de Okazaki / Fonte: Nelson e Cox (2014, p. 1021).
Descrição da Imagem: a ilustração mostra como ocorre a formação dos fragmentos de Okazaki e sua mo-
dulação. A enzima primase sintetiza, em pequenos intervalos, um iniciador de RNA para um novo fragmento
de Okazaki. Note que, ao se considerar as duas fitas-molde dispostas lado a lado, a síntese da fita retardada
formalmente prossegue na direção oposta do movimento da forquilha. Cada iniciador é estendido pela DNA-
-polimerase III.
TÉRMINO
UNICESUMAR
em procariotos, as três fases de replicação: iniciação, alongamento e término
(NELSON; COX, 2014).
INICIAÇÃO
ALONGAMENTO
MUTAÇÕES
150
UNICESUMAR
Figura 11 - Anemia Falciforme – mutação genética
Descrição da Imagem: representação das hemácias acometidas de mutação, adquirindo nova forma prejudi-
cial a saúde, causando anemia falciforme. Esta anemia é decorrente de uma substituição do aminoácido ácido
glutâmico pelo aminoácido valina, alterando a conformação da proteína, gerando ineficácia no transporte de
oxigênio e obstrução das veias.
151
Há, também, mutações em nível de cromossomo, podendo ser em um único
UNIDADE 5
152
SISTEMAS DE REPARO
UNICESUMAR
Como há uma gama de possibilidades de ocorrerem erros, durante e, até mesmo,
pós a replicação do DNA, a célula possui alguns sistemas de reparo para corrigir
tais defeitos. Vamos, agora, estudar, brevemente, alguns deles.
O Sistema de excisão de nucleotídeos (NER) é capaz de reparar mutações que
resultam distorções na hélice de DNA. Essas ligações cruzadas podem ser gera-
das por radiação UV, por exemplo. Para devido reparo, são necessárias diversas
proteínas atuando em uniformidade, reconhecendo e corrigindo a fita danificada
e, em seguida, sintetizando, corretamente, um novo segmento. No caso da E. coli,
as proteínas atuantes são UvrA, UvrB, UvrC e UvrD (TRUGLIO et al., 2006).
Outro mecanismo bastante comum é o sistema de excisão de bases (BER), no qual
apenas a base nitrogenada é removida, diferentemente do NER. Enzimas do grupo
DNA glicosilases atuam no reconhecimento de bases nitrogenadas modificadas ou
danificadas e realizam o reparo. A base nitrogenada removida resulta em um sítio
abásico, sendo este eliminado por endonucleases (TRUGLIO et al., 2006).
Não sendo possível corrigir o erro, a célula deve ter meios para contorná-los.
Um desses casos é a síntese de translesão. Na lesão não reparada, o complexo de
replicação contendo a DNA polimerase III fica bloqueado nesta região, e outras
polimerases especiais de reparo assumem o processo, garantindo a replicação do
trecho de DNA em que o dano (FRIEDBERG et al., 2005).
METABOLISMO DE RNA
153
RNAs ribossomais (rRNA), constituintes das organelas ribossomos, maquinarias
UNIDADE 5
SÍNTESE DE RNA
UNICESUMAR
já apresentados, anteriormente. Portanto, o mRNA também é submetido ao pro-
cesso de remoção dos íntrons, splicing de RNA, resultando um “RNA maduro” e
restando somente os codificadores éxons (NELSON; COX, 2014).
155
3
METABOLISMO DE
UNIDADE 5
PROTEÍNAS
CÓDIGO GENÉTICO
O código genético diz respeito à informação genética contida nos quatro ácidos
nucleicos traduzidos para a linguagem dos 20 aminoácidos existentes. A proteína
responsável por tal ação é tRNA, que “traduz” a informação contida no mRNA,
na sequência de aminoácidos de um polipeptídio, processo chamado de tradução
(NELSON; COX, 2014).
Em meados de 1960, evidencia-se que, ao menos, três resíduos de DNA eram
necessários para codificar um aminoácido. A cada três letras do código genético, é
possível formar 64 diferentes combinações, e menos de três seria insuficiente, uma
vez que existem 20 aminoácidos. A combinação destas três letras lidas, ou seja,
156
um triplete de nucleotídeos que codifica um aminoácido específico é chamado
UNICESUMAR
de códon. Portanto, a sequência de aminoácidos de uma proteína é definida por
uma sequência linear de tripletes contínuos (NELSON; COX, 2014).
Dos 64 códons, três são identificados como “códon de parada” e um outro
sempre presente no início de uma cadeia polipeptídica, correspondente ao ami-
noácido metionina. Consideramos fase de leitura aberta (ORF) quando há uma
fase de leitura sem um códon de parada entre 50 ou mais. Essas fases de leituras
correspondem a genes que codificam proteínas. A leitura dos códons também
é na direção 5´-->3´, não é superposta e é feita em janela fixa pelo rRNA, que é
determinada pelo códon de início (NELSON; COX, 2014).
O código genético é degenerado, isto é, há mais de um código para produzir o
mesmo aminoácido. O código é, praticamente, universal entre as espécies. Além
disso, ele possui um papel importante de proteger a integridade genômica do
organismo, evitando que ocorram mutações de deleções, por exemplo. Grande
parte das mutações que ocorrem são silenciosas nucleotídeo é diferente, mas o
aminoácido codificado é o mesmo. No entanto a mudança de fase de leitura da
tradução do RNA afeta a maneira como o código genético é lido durante a tra-
dução (NELSON; COX, 2014).
SÍNTESE PROTEICA
157
UNIDADE 5
158
UNICESUMAR
Figura 15 - Processo de transcrição – Subunidade maior e menor de RNA ribossomal
Descrição da Imagem: a ilustração mostra de como ocorre a formação proteica de polipeptídios por meio
estrutura ribossomal. O mRNA encontra-se entre as duas subunidades do RNA ribossomal, dentro deste,
ocorre a leitura dos códons, e então, o RNA transportador transporta o aminoácido correspondente, há a
ligação dos aminoácidos entre eles, sintetizando uma cadeia polipeptídica.
O RNA ribossômico possui três sítios em sua estrutura maior, em que se ligam os
tRNA, como podemos ver na na figura apresentada. O primeiro tRNA liga-se ao meio
do ribossomo, no sítio P. Logo em seguida, um novo códon é exposto no compar-
timento ao lado, o sítio A, com isso, outro tRNA já se aproxima com seu anticódon
correspondente, trazendo seu devido aminoácido. Então, ocorre a ligação dos dois
aminoácidos por meio da formação de uma ligação peptídica, transferindo o ami-
noácido contido no tRNA do sítio P para o tRNA do sítio A. Em seguida, desloca-se
o mRNA pelo ribossomo, permitindo a locomoção do tRNA do sítio P para o sítio
E (do inglês, exit). Com isso, expõem-se um novo códon no sítio A, e o processo se
repete até formar uma longa cadeia de polipeptídeos (NELSON; COX, 2014).
A respeito da ligação peptidica, os aminoácidos possuem uma estrutura mui-
to similar: um carbono com quatro grupos funcionais ligados a ele; um hidrogê-
nio; um grupo carboxílico; um grupo amina e um radical (este é o que difere os
159
aminoácidos entre si). As ligações peptídicas ocorrem entre o grupo carboxílico
UNIDADE 5
Descrição da Imagem: a figura traz a apresentação dos grupos radicais de estrutura genérica de um amino
ácido. Possuindo um carbono quiral, com ligação do grupo amino, carboxílico, hidrogênio e outro radical.
160
Algumas proteínas, no entanto, não são capazes de adquirir tais conformações
UNICESUMAR
sozinhas, somente por interações, precisando de proteínas auxiliares, as chapero-
nas, podendo elas, até mesmo, evitar dobramentos e uniões irregulares .Na etapa
final da síntese proteica, a cadeia polipeptídica nascente é dobrada e processada,
adquirindo estrutura funcional e ativa. (NELSON; COX, 2014).
GÊNICA
Os estudos da expressão gênica condizem com todo conteúdo que foi ministrado
nesta unidade até então. No decorrer deste capítulo, estudaremos como pode
ocorrer a expressão de determinado gene em uma célula e não expressa em ou-
tra de outro tipo. Veremos como fatores de transcrição exercem suas ações em
alguns genes, e em outros não, mesmo contendo a mesma sequência. Veremos
como os processos de biossinalização interferem nas expressões de certos genes
e, até mesmo, como nutrientes controlam a expressão gênica.
A expressão gênica é a síntese do produto funcional do gene, podendo ser
uma proteína, RNA de função estrutural, RNA catalítico entre outros (COX;
DOUDNA; O’DONNELL, 2012).
Têm-se as expressões constitutivas, que são os genes “housekeeping”, de ma-
nutenção, cujas expressões sempre são as mesmas. A expressão regulada, na qual
há os genes induzíveis, em que a expressão aumenta, os genes reprimíveis, uma
regulação negativa, diminuindo a expressão dos produtos. Ambas regulações
,de controle negativo e positivo, possuem um sítio de ligação no DNA, e nesse
se liga o repressor ou o ativador. Coativadores e corepressores são proteínas que
entremeiam e sinalizam a RNA polimerase, podendo ativá-la ou desativá-la para
a síntese de mRNA (NELSON; COX, 2014).
162
A regulação da expressão gênica pode também ser controlada, por meio da re-
UNICESUMAR
troalimentação. Neste caso, há um efetor que interage com um repressor, podendo
ativá-lo, ou não. Há casos em que o repressor ligado ao DNA sem o efetor inibe a
expressão gênica, enquanto outra possibilidade também é de que o repressor ligado
a um efetor inibe a expressão genética de um gene (NELSON; COX, 2014).
Em células eucariotas, há certa distância entre o sítio de ligação do ativador/
repressor e promotores. Para que essa distância seja superada, ocorre a formação
de laços ou alças no DNA, diminuindo a distância. Esse processo é chamado de
looping e tem auxílio de proteínas denominadas reguladores arquitetônicos, as
quais se ligam em sítios específicos e facilitam o processo de looping do DNA
(NELSON; COX, 2014).
Descrição da Imagem: a figura é uma representação ilustrativa das interações entre os sinais reguladores
com a RNA polimerase e DNA em eucariotos. Normalmente, os ativadores e repressores se ligam a sítios de
milhares de pares de bases de distância dos promotores que eles regulam. Alças de DNA, frequentemente,
facilitadas por reguladores de arquitetura, colocam esses sítios em contato.
163
Já as bactérias possuem um mecanismo mais simples para coordenar sua regulação de
UNIDADE 5
REGULAÇÃO RIBOSSOMAL
UNICESUMAR
gulatórias e outros fatores. Testes in vivo demonstram que os promotores, nor-
malmente, estão inativos na ausência de proteínas regulatórias, restringindo a
transcrição (NELSON; COX, 2014). O acesso dos promotores é restrito em de-
corrência da estrutura da cromatina, e a ativação da transcrição é associada a
mudanças na estrutura de cromatina. Em eucariotos, é predominante a ação de
reguladores positivos e, muita vezes, essas proteínas regulatórias são maiores e
mais complexas que as de procariotos (NELSON; COX, 2014).
A cromatina pode atribuir diversas formas no decorrer de um cromossomo,
possibilitando por meio das dessas conformações a ativação ou inativação da trans-
crição. Na forma mais condensada, chamada de heterocromatina, atribui-se a inati-
vação da transcrição, impossibilitando acesso aos sítios de início da transcrição. Já
a forma menos condensada, eucromatina, atribui-se quando a transcrição é capaz
de ser ativada. No entanto, não é toda a eucromatina que está passível de ser ativada
para a transcrição, e sim somente onde há mudanças estruturais associadas ao pro-
cesso de ativação, como posicionamento dos nucleossomos, presença de variantes
de histonas e modificações covalentes (NELSON; COX, 2014).
A acetilação e metilação das histonas possuem destaque nos processos de
ativação da cromatina para transcrição. Durante a transcrição, a histona H3 sofre
adição de grupo metil em seu aminoácido. Essas metilações possibilitam outras
enzimas acetilarem outros resíduos de aminoácidos das histonas, pela enzima
acetiltransferases de histona (HAT). A acetilação tem o papel de diminuir a afi-
nidade das histonas com o nucleossomo, possibilitando a transcrição. E, portanto,
após a transcrição, as histonas sofrem processo reverso, removem grupos acetil
pela atividade das desacetilases de histonas (HDAC), silenciam os genes, restau-
rando sua conformação inativa (NELSON; COX. 2014).
Devido aos genomas bem maiores de eucariotos, precisa-se de mecanismos
para que evite transcrição de genes indesejados ou de forma aleatória. Uma das
formas encontradas para solucionar este problema é a necessidade de ligação de
várias proteínas regulatórias positivas em sequências específicas do DNA para
ativar a transcrição de determinado gene (WATSON et al., 2006).
165
REGULAÇÃO HORMONAL NA EXPRESSÃO GÊNICA
UNIDADE 5
166
REGULAÇÃO POR REPRESSÃO DA TRADUÇÃO
UNICESUMAR
Ao contrário dos procariotos, o processo de regulação em eucariotos possuem
maior complexidade e destaque na célula. O processo, por si só, ocorre em am-
bientes distintos, contrário dos procariotos, uma vez que os transcritos gerados
no núcleo eucariótico são processados e transportados para o citoplasma antes
da tradução (NELSON; COX. 2014).
Em eucariotos, quatros mecanismos se destacam para a regulação da tradução:
■ Fatores de iniciação da tradução são submetidos à fosforilação por proteí-
nas-cinases. Em geral, as formas fosforiladas são menos ativas e provocam
diminuição geral da tradução na célula.
■ Algumas proteínas se ligam, diretamente, ao mRNA e atuam como re-
pressores da tradução, impedindo-a de acontecer.
■ Proteínas de ligação, presentes em eucariotos desde leveduras a mamíferos,
interrompem a interação de proteínas de ativação e modulação do rRNA,
sendo inativado o complexo ribossomal, não iniciando a tradução, portanto.
■ A regulação da expressão gênica mediada por RNA, que será abordada
posteriormente, com frequência ocorre no nível da repressão da tradução.
A variedade de mecanismos de regulação da tradução fornece flexibi-
lidade, permitindo a repressão centrada em alguns poucos mRNA ou
regulação global de toda a tradução celular (NELSON; COX, 2014).
SILENCIAMENTO GÊNICO
167
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 5
conecte-se
Convido você, aluno(a), a conferir a nossa unidade extra digital que possui,
de forma bastante ilustrativa, resumos sobre diversos tópicos do livro. Ins-
pire-se nos infográficos e desenvolva você mesmo seu mapa mental recor-
datório dos conteúdos.
168
na prática
a) 3´-TUGGTGGCTTTUCTUTCTTUUGGGTGCTTGGTTUTCT-5´.
b) 5´-AUGCACCGAAAUGAUAGAAUUCCCACGAACCAAUAGA-3.
c) 3´-UACGTGGCTUCUUAAUUGGUUAUCU-5´.
d) 5´-AUGCACCGAAGAAUUAACCAAUAGA-3´.
e) 3´-AGAUAACCAAUUAAGAAGCCACGUA-5.
169
na prática
a) I, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
3. Quanto aos aos processos de síntese proteica em células eucarióticas, assinale a alternativa
correta.
170
na prática
5. Sobre aregulação da expressão gênica em eucariotos, assinale (V) para verdadeiro e (F)
para falso:
171
aprimore-se
Decorrente da nova pandemia, que surgiu no final de 2019 e se instaurou em todo o glo-
bo, no início do ano de 2020, podemos melhor compreender como ocorre a replicação de
um vírus e por quais mecanismos ela ocorrem, uma vez que o vírus não possui proteínas
necessárias para conseguir transcrever seu código genético. Para isso, o vírus infecta uma
célula (célula hospedeira) e deposita seu pequeno DNA no interior dela sendo levado para
o interior do núcleo da célula e, lá ocorre a transcrição desse DNA viral. Por ser um DNA de
tamanho pequeno , se considerados outros DNAs da célula, a transcrição ocorre, rapida-
mente, havendo, então, uma grande quantidade de cópia do DNA viral em pouco tempo.
Para que, de início, haja a implementação do DNA viral na célula, os receptores de glico-
proteína presentes na superfície da membrana do vírus interagem com os receptores de
membrana presentes na membrana plasmática da célula, decorrendo, então, a infecção
viral na célula hospedeira, como descrito anteriormente.
Com o avanço das tecnologias e estudos principalmente no momento da pandemia,
muitas descobertas foram obtidas, com rapidez, por inúmeros cientistas por todo o globo
em busca de melhor entendimento de como o vírus atuava no organismo humano para
que se descubra a cura, seja por medicamentos ou por vacina.
Cientistas da fundação Oswaldo Cruz obtiveram imagens de microscopia eletrônica de
transmissão demonstrando o exato momento em que uma célula é infectada pelo corona
vírus (Sars-CoV-2, nome cientifico do vírus). Foram realizados diversos registros no decor-
rer da infecção viral, em que novas partículas do vírus infectaram o citoplasma da célula,
podendoser visualizado, também, nas imagens o núcleo.
Após a infecção da célula e a replicação viral, foi possível observar, nas imagens da
técnica utilizada diversas partículas virais no interior da célula, e, por fim, em outro estágio
também registrado, viram-se as partículas infectivas deixando o interior da célula em dire-
ção a outra célula saudável, dando continuidade ao ciclo de infecção.
Fonte: a autora.
172
eu recomendo!
livro
conecte-se
Saiba mais sobre o momento da infecção em célula pelo Covid-19, no Portal Fio-
cruz, disponível em:
https://portal.fiocruz.br/noticia/covid-19-imagens-mostram-o-momento-da-infec-
cao-em-celula. Acesso em: 21 maio 2020.
173
conclusão
conclusãogeral
geral
conclusão
conclusão
geral
geral
174
174
referências
ALBERTS, B. et al. Fundamentos da Biologia Celular. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
BERG, J. M.; TYMOCZKO, J. L.; STRYER, L. Biochemistry, 5th edition. New York: W. H. Freeman, 2002.
COX, M.; DOUDNA, J. A.; O’DONNELL, M. Biologia Molecular – Princípios e Técnicas. Porto
Alegre: Editora Artmed, 2012.
BRUICE, P. Y. Química Orgânica. Vol. II. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
CARMONA, E. C. et al. Importância da água e suas propriedades para a vida. Conexão Água.
[online], 2016. Disponível em: http://conexaoagua.mpf.mp.br/arquivos/artigos-cientifi-
cos/2016/09-importancia-da-agua-e-suas-propriedades-para-a-vida-1.pdf/view. Acesso em:
14 abr. 2020.
DEVLIN, T. M. Manual de Bioquímica com Correlações Clínicas. 7. ed. São Paulo: Blucher, 2011.
FRIEDBERG, E. C. et al. DNA Repair and Mutagenesis. Washington: ASM Press, 2005.
HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica ilustrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
GUERRA, R. A. T. et al. Ciências Biológicas - Bioquímica. João Pessoa: Ed. Universitária, 2011.
NELSON, D. L.; COX, M. M. Lehninger Princípios de Bioquímica. 3. ed. São Paulo: Sarvier, 2002.
NELSON, D. L.; COX, M. M. Lehninger Princípios de Bioquímica. 6. ed. São Paulo: Sarvier, 2014.
LODISH, H. et al. Molecular Cell Biology. 4th edition. New York: W. H. Freeman, 2000.
TRUGLIO, J. J. et al. Prokaryotic nucleotide excision repair: the UvrABC system. Chem. Rev., n.
106, p. 233-252, jan. 2006.
WATSON, J. D. et al. Biologia Molecular do Gene. 5. ed. Porto Alegre: Editora Artmed, 2006.
175
gabarito
UNIDADE 1 UNIDADE 4
1. D 1. E
2. D 2. B
3. E 3. E
4. B 4. C
5. B 5. C
UNIDADE 2 UNIDADE 5
1. D 1. D
2. C 2. E
4. C
5. A
UNIDADE 3
1. A
2. B
3. C
4. D
5. D
176