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ALIMENTOS
PROFESSORA
Me. Jéssica Loraine Duenha Antigo
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O SEU LIVRO
NA VERSÃO
DIGITAL!
EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Maria Fernanda Francelin Car-
valho C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Projeto Gráfico e Capa Núcleo de Educação a Distância. ANTIGO, Jéssica Loraine
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho Duenha.
e Thayla Guimarães Tecnologia de Alimentos.
Editoração Jéssica Loraine Duenha Antigo.
Juliana Duenha
Design Educacional Maringá - PR.: Unicesumar, 2020. Reimpresso em 2022.
Ilustração
Marta Kakitani
Fotos CDD - 22 ed. 664
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Shutterstock Impresso por:
ISBN 978-85-459-2029-8
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-
versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/5383476991210301
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
Neste livro, abordaremos os principais pontos da tecnologia de alimentos, que é uma disciplina
extremamente rica e de muita importância na sua formação. A população, com o passar dos
anos, foi crescendo, e a produção de alimentos também teve que acompanhar este ritmo.
Foi dessa maneira que a tecnologia de alimentos veio como uma aliada, pois melhorou a
eficiência dos processos produtivos.
Hoje, a indústria de alimentos se preocupa em atender a alguns objetivos básicos, como: au-
mentar a vida de prateleira dos produtos com diversas técnicas de conservação, adequadas
para cada tipo de produto; melhorar e monitorar a quantidade e a qualidade de alimentos
produzidos; ampliar a variedade de produtos produzidos, além de aumentar os lucros.
Na Unidade 2, trataremos dos principais aditivos alimentares, que estão, frequentemente, presentes
nos alimentos industrializados. Além disso, veremos as suas funções e os seus malefícios à saúde.
Por fim, na Unidade 5, abordaremos uma área muito importante dos profissionais da área de
alimentos, que são os métodos de conservação de alimentos, reunidos, aqui, com as principais
técnicas utilizadas atualmente.
Esperamos que, após a leitura deste livro, você aprofunde, cada vez mais, seus conhecimentos nesta
área, que é muito rica em detalhes. Desejamos uma ótima leitura e bons momentos de aprendizado.
Bons estudos!
ÍCONES
pensando juntos
explorando Ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
8 UNIDADE 02
34
QUÍMICA E ADITIVOS
BIOQUÍMICA ALIMENTARES
DE ALIMENTOS
UNIDADE 03
54 UNIDADE 04
80
TECNOLOGIA DE TECNOLOGIA DE
ALIMENTOS ALIMENTOS
DE ORIGEM VEGETAL DE ORIGEM ANIMAL
UNIDADE 05
102 FECHAMENTO
122
MÉTODOS DE CONCLUSÃO GERAL
CONSERVAÇÃO
DE ALIMENTOS
QUÍMICA E
BIOQUÍMICA
de alimentos
PROFESSORA
Me. Jéssica Loraine Duenha Antigo
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Água • Lipídios • Proteínas • Car-
boidratos • Vitaminas e minerais
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Estudar a água e sua influência nos alimentos • Estudar as características dos lipídios e suas caracte-
rísticas nos alimentos • Estudar as proteínas e suas influências nos alimentos • Estudar a importância
dos carboidratos e sua presença nos alimentos • Estudar as vitaminas e os minerais, e a importância
deles na alimentação.
INTRODUÇÃO
ÁGUA
A água é uma molécula polar que possui dois átomos de hidrogênio que são ligados
a um átomo de oxigênio, conforme mostra a Figura 1. A polaridade da água se re-
fere à separação das cargas elétricas, fazendo as moléculas ou os grupos funcionais
formarem dipolos elétricos. A interação entre as moléculas polares interage e ocorre
por dipolos-dipolos ou por ligações de hidrogênio (VOET; PRATT,2014).
Envelope de
van der Waals
H H
104,5º
(a)
Pares de elétrons
não ligantes
H
(b) H
UNICESUMAR
formação de biomembranas e nas proteínas/enzimas, por exemplo (DAMODA-
RAN; PARKIN, 2018).
“
Ao contrário dos líquidos orgânicos em que as moléculas estão em
um estado relativamente aleatório e são mantidas juntas por inte-
rações de Van der Waals de curta distância, acredita-se que a água
líquida possua alguma ordem local na forma de agrupamentos de
ligações de hidrogênio, em que a orientação relativa e a mobilidade
de uma molécula de água são controladas e/ou influenciadas pelas
moléculas de água vizinha (DAMODARAN; PARKIN, 2018, p. 31).
ocorre com aa acima de 0,9; já os mofos, acima de 0,80, e leveduras, acima de 0,88
(CAMPBELL-PLATT, 2016).
pensando juntos
LIPÍDIOS
UNICESUMAR
quanto nas propriedades funcionais (DAMODARAN; PARKIN, 2018). A Figura
2 mostra uma molécula de triacilglicerol que é apolar, e a Figura 3 mostra uma
molécula de fosfolipídios que é polar.
O
CH2 O C R1
O
CH2 O C R2
O
CH2 O C R3
Figura 2 - Molécula de triacilglicerol / Fonte: Voet e Pratt(2014, p. 244).
O H2C O C R
R C O CH O-
H2C O P X
X = OH = Ácido fosfatídico
X = O — CH2 — CH2 — NH2 = Fosfatidiletanolamina
+
X = O — CH2 — CH2 — N (CH2)3 = Fosfatidilcolina
X = O — CH2 — CH(NH2) — COOH = Fosfatidilserina
X= OH OH = Fosfatidilinositol
OH
OH
OH OH
Figura 3 - Molécula de fosfolipídios / Fonte: Damodaran e Parkin (2018, p. 180).
Na classe dos lipídios, não existe uma única estrutura química que o define.
Quando se analisa a fração lipídica de um grão oleaginoso, um músculo ou
um tecido animal, um alimento ou uma refeição, podemos encontrar tri-
glicerídeos, em sua maioria, fosfolipídios, ceras e ácidos graxos, e todas as
substâncias que não contêm, na composição, os ácidos graxos, mas que se
enquadram na classe dos lipídios (OETTERER; D’ARCE; SPOTO, 2006).
Os lipídios são muito importantes para os alimentos, pois contribuem para
o sabor, a textura, a nutrição e a densidade calórica. Nas últimas décadas, tem-
-se dado ênfase na pesquisa e no desenvolvimento dos alimentos, com foco
na alteração da composição lipídica, com o objetivo de modificar a textura,
13
diminuir o teor de gordura e de colesterol e, também, aumentar a estabilidade
UNIDADE 1
Um ácido graxo é um ácido carboxílico que possui uma cadeia ou calda alifá-
tica longa e não ramificada, podendo ser quimicamente descrito como ácido
monocarboxílico alifático. Uma cadeia alifática pode ser tanto saturada como
insaturada. Uma cadeia saturada não possui ligações duplas de carbonos, já
as insaturadas possuem uma ou mais ligações duplas entre os carbonos. A
estrutura química geral dos ácidos graxos saturados é CH3(CH2)n-2CO2H,
contendo, geralmente, números pares de carbonos, variando de n=4 a n=20. As
ligações duplas dos ácidos graxos insaturados podem ter configuração cis- ou
trans-, conforme mostra a Figura 4. Os ácidos insaturados, quando possuem
apenas uma ligação dupla, são chamados de monoinsaturados e, quando pos-
suem várias ligações duplas, de poli-insaturados (CAMPBELL-PLATT, 2016).
14
H O
UNICESUMAR
OH
H
ácido trans-9-hexadecenoico
H H
O
ácido cis-9-hexadecenoico
OH
Figura 4 - Configuração de ligação dupla cis e trans de uma cadeia de ácido graxo
Fonte: Campbell-Platt (2016, [s. p.]).
explorando Ideias
15
O O
UNIDADE 1
O O
x y
O
O N
PROTEÍNAS
16
tural, característica dos polímeros proteicos. O rearranjo, na sequência de ami-
UNICESUMAR
noácidos das proteínas, confere diversidade funcional. Quando os componentes
da proteína são analisados, é possível observar que contêm cerca de 50 a 55% de
carbono, de 20 a 23% de oxigênio, de 12 a 19% de nitrogênio, de 6 a 7% de hidrogê-
nio e 0,2 a 3,0% de enxofre com base em m/m (DAMODARAN; PARKIN, 2018).
Código de Código de
Aminoácido Aminoácido
três letras três letras
17
(a)-Lys-Ala-His-Gly-Lys-Lys-Val-Leu-Gly-Ala-
UNIDADE 1
(b)
(c) (d) β2 β1
β
α2 α1
explorando Ideias
3.1 Enzimas
Quase todas as enzimas são de natureza proteica e agem nas reações químicas das cé-
lulas como catalisadores eficazes, por sua alta especificidade. Sua estrutura quaternária
é quem determinará sua função, ou seja, a que substrato ela se acoplará para acelerar
determinada reação.
Nosso corpo é mantido vivo por uma série de reações químicas em cadeia, que chama-
mos de vias metabólicas, nas quais, o produto de uma reação serve como reagente poste-
riormente. Todas as fases de uma via metabólica são mediadas por enzimas.
Cada enzima é única para determinada reação. Além disso, possui uma região específica
de ligação ao substrato, chamada de sítio ativo. A conformação desta região forma um
encaixe perfeito e único entre determinada enzima e um substrato. Ao terminar a reação,
ela se solta do substrato e continua perfeita, em sua forma, para novas atividades. Como
toda proteína, precisam de temperatura e pH ideal para serem ativas nas reações.
Para saber mais, acesse: https://www.infoescola.com/bioquimica/enzimas/.
Fonte: adaptado de Costa ([2019]).
UNICESUMAR
aquelas com formatos esféricos ou elipsoidais (DAMODARAN; PARKIN, 2018).
A Figura 7 mostra uma molécula de colágeno, que é uma proteína fibrosa, e a
Figura 8 mostra a alfa-lactoalbumina, que é uma proteína globular.
cadeia alfa
Figura 7 - Molécula de colágeno. Proteína fibrosa / Fonte: Vargas, Audí e Carrascosa (1997,
p. 368).
Nos sistemas biológicos, as proteínas têm grande número de funções, por exem-
plo, elas formam: o colágeno e a elastina (que fazem parte dos componentes
estruturais da célula), as enzimas (que regulam a atividade metabólica), a actina
e a miosina (que compõem o tecido muscular), os hormônios (como a insulina,
a albulmina sérrica e a hemoglobina, que são proteínas de transferências), os
anticorpos (como a imunoglobulina), as proteínas de reserva (como albúmen e
proteínas de sementes) e as proteínas de proteção (FELLOWS, 2018).
Alimentos que possuem uma fonte completa de proteínas têm nove aminoá-
cidos essenciais, que são importantes tanto para as funções biológicas dos homens
quanto dos animais. São proteínas de origem animal: ovos, carnes, aves, peixes e
19
leite; e de origem vegetal: leguminosas, sementes, nozes e grãos. Quando os ali-
UNIDADE 1
mentos não contêm todos os aminoácidos essenciais, ou não estão nas proporções
corretas, chamamo-os de fonte incompleta de proteína. Esses alimentos também
são importantes, pois podem ser associados a outros alimentos para fornecer uma
refeição balanceada, contendo todos os aminoácidos essenciais (FELLOWS, 2018).
As proteínas têm pouca influência no sabor dos alimentos, mas grande influência
na textura deles. Suas propriedades funcionais hidrofílicas e hidrofóbicas conferem a
característica de serem eficientes emulsificantes e estabilizadores (FELLOWS, 2018).
O tratamento térmico, a acidificação, a desidratação e o atrito mecânico po-
dem alterar as características da estrutura das proteínas e provocar a perda de
algumas de suas propriedades funcionais (FELLOWS, 2018).
A vida de prateleira também pode ser aumentada em alimentos por causa
das proteínas, pela melhoria de suas atividades antioxidante e antimicrobiana
(FELLOWS, 2018).
explorando Ideias
20
UNICESUMAR
CARBOIDRATO
β-D-glicose β-L-glicose
Figura 9 - Glicose e seus isômeros de espelho / Fonte: Oetterer, D’Arce e Spoto (2006, p. 143).
21
Quando dois desses monossacarídeos se ligam, eles formam os dissacarídeos. Os
UNIDADE 1
H OH
H O
HO
HO H
H OH OH H
H O CH2OH
Sacarose
O
CH2OH H
OH
OH
H OH
H O
H H O
HO O
H OH HO OH
H OH
H H
Lactose H H
H OH
H O
HO H OH
HO H
H OH H O
H O
HO H
Maltose H OH
H OH
Figura 10 - Estrutura da sacarose, lactose e maltose / Fonte: Campbell-Platt (2016, [s. p.]).
22
Apesar de todos os açúcares serem doces, o grau de doçura varia. A Tabela 2 faz
UNICESUMAR
um comparativo da doçura relativa de diferentes açúcares.
Frutose 1,74
Sacarose 1,00
Glicose 0,74
Maltose 0,33
Galactose 0,32
Lactose 0,16
23
VITAMINAS E
UNIDADE 1
MINERAIS
Vitaminas
24
A D E K C Complexo B e
UNICESUMAR
Destruída Aumenta a Destruída Muito Destruída pelo pantotênico
pela luz luz pela estável ar, enzimas,
ultravioleta ultravioleta rancides da ultravioleta,
e ar gordura
ferro e cobre
Não estável ao Mais estável
Estável ao calor, normalmente não calor ao calor
afetada pelo processamento térmico
Lixiviada, destruída por álcalis,
estável em ácidos
Minerais
25
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 1
26
na prática
a) Lipídios.
b) Carboidratos.
c) Aminoácidos.
d) Proteínas.
e) Enzimas.
A sequência correta é:
a) Sacarose.
b) Lactose.
c) Galactose.
d) Maltose.
e) Frutose.
27
na prática
a) Fosfolipídios.
b) Esfingolipídios.
c) Lipoprotídeos.
d) Gliceroglicolipídeos.
e) Acilgliceróis.
PORQUE
28
aprimore-se
Conceito
Fisiopatologia
29
aprimore-se
Sintomas
30
aprimore-se
quadrante inferior. O borborigmo pode ser audível no exame físico e para o pacien-
te. As fezes usualmente são volumosas, espumosas e aquosas. Uma característica
importante é que estes indivíduos, mesmo com quadro de diarreia crônica, geral-
mente não perdem peso. Em alguns casos a motilidade gastrintestinal está dimi-
nuída e os indivíduos podem se apresentar com constipação, possivelmente como
consequência da produção de metano.
Alguns autores também acreditam que a intolerância à lactose seja responsável
por diversos sintomas sistêmicos, como dores de cabeça e vertigens, perda de con-
centração, dificuldade de memória de curto prazo, dores musculares e articulares,
cansaço intenso, alergias diversas, arritmia cardíaca, úlceras orais, dor de garganta
e aumento da frequência de micção. Na presença de sintomas sistêmicos, é preciso
avaliar se de fato decorrem da intolerância à lactose, se são sintomas coincidentes
ou se decorrem de alergia à proteína do leite de vaca (que afeta até 20% dos pacien-
tes com sintomas sugestivos de intolerância à lactose).
Tratamento
31
eu recomendo!
livro
32
anotações
ADITIVOS
ALIMENTARES
PROFESSORA
Me. Jéssica Loraine Duenha Antigo
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Corantes, Aromatizantes e
Conservantes • Antioxidante, Estabilizante e Espessante • Edulcorante, Umectante, Antiumectante e
Acidulante
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Estudar os corantes, aromatizantes e conservantes de alimentos • Estudar os antioxidantes, estabilizan-
tes e espessantes de alimentos • Estudar os edulcorantes, umectantes, antiumectantes e acidulantes
de alimentos.
INTRODUÇÃO
AROMATIZANTES
e Conservantes
Corantes
36
UNICESUMAR
explorando Ideias
A legislação vigente sobre o uso de corantes é bem específica em relação ao limite máxi-
mo recomendado para cada tipo de alimento, e no link a seguir, é possível encontrar lista
completa.
Para saber mais, acesse: http://portal.anvisa.gov.br/documents/219201/219401/Comp%-
25C3%25AAndio%2B-%2BJaneiro%2B2016_.pdf/eff5c6d9-b910-4915-bfd8-bbeeda6dffc2
Fonte: a autora.
Corantes naturais
37
Carotenoides: encontram-se nos cloroplastos, sempre acompanhando as clo-
UNIDADE 2
rofilas, e possuem cerca de 600 estruturas caracterizadas, sendo que somente 40 são
encontradas em alimentos. Algumas delas são utilizadas, industrialmente, como
corantes ou substâncias bioativas em cosméticos, alimentos e fármacos. A maior
fonte de carotenoides da dieta humana provém das frutas e vegetais e são respon-
sáveis pelas cores amarela, laranja e vermelha desses alimentos. O objetivo dos
carotenoides, nas plantas, é a proteção contra o dano causado por exposição à luz.
Antocianinas: são encontradas apenas em vegetais e, após a clorofila, é o
mais importante grupo de pigmentos de origem vegetal. São solúveis em água
e apresentam cores entre o laranja, o vermelho, o púrpura e o azul, dependendo
do pH do meio em que se encontram. Apresentam-se em grande quantidade
na casca de uva. Nas plantas, têm várias funções, por exemplo: antioxidantes,
proteção à ação da luz, mecanismo de defesa e função biológica.
Betalaínas: são solúveis em água, e a betalaína é o somatório do teor de
betacianinas (vermelho-violeta) e betaxantinas (amarelos). Os pigmentos amarelo
e violeta, juntos, resultam em uma série de variedades de cor vermelha. A estabili-
dade da betalaína é influenciada por diferentes fatores internos, tais como teor de
pigmentos, pH, teor de umidade; e por fatores externos, tais como temperatura, luz,
oxigênio, e deve ser considerada para assegurar a retenção de cor em alimentos. A
beterraba é a principal fonte de betalaína encontrada na natureza.
Carmim de Cochonilha: é um pigmento de vermelho intenso, obtido pelo
esmagamento de insetos do tipo Dactylopius Coccus, conhecido por Cochonilha.
São cultivados, atualmente, no Peru, milhões deles são coletados todo ano para
produzir o carmim. Possuem alta estabilidade ao calor e à luz, além de serem um
corante seguro para o consumo.
Corantes artificiais
UNICESUMAR
Amarelo crepúsculo, Laranja GGN, Amarelo ácido ou Amarelo sólido, Tartra-
zina, Azul brilhante FCF, Azul de idantreno RS ou Azul de alizarina, Indigotina
Bodeaux S ou amaranto, Eritrosina Escarlate GN, Vermelho sólido E, Ponceau 4
R e Vermelho 40 (ANVISA, 1978, on-line).
Os corantes sintéticos, comumente utilizados na indústria alimentar, têm sido
suspeitos de causar efeitos comportamentais e neurológicos adversos. Um estu-
do recente, envolvendo 153 crianças com 3 anos de idade, e 144 crianças de 8-9
anos de idade, concluiu que uma dieta com benzoato de sódio combinado com
corantes artificiais, incluindo Amarelo sunset, carmosina, tartrazina, Ponceau 4R,
Amarelo de quinoleína e Allura vermelho resultou em aumento, estatisticamente
significativo, de hiperatividade em crianças. O corante alimentar sintético mais
utilizado é Red # 40 (Allura vermelho) (MCCANN et al., 2007).
Aromatizante
Aromatizante natural
Aromatizante sintético
Os aromatizantes sintéticos são obtidos por processos químicos e podem ser clas-
sificados como: aromatizantes idênticos ao natural e aromatizantes artificiais. Os
39
idênticos ao natural possuem as mesmas estruturas moleculares dos naturais. A
UNIDADE 2
Conservantes
explorando Ideias
UNICESUMAR
lizados na produção de queijo e na panificação e são bem efetivos com mofos e
poucas bactérias (FELLOWS, 2018).
O sulfito de sódio, o dióxido de enxofre, o bisulfito de sódio e o hidrogeno sul-
fito de potássio são utilizados em frutas secas, vinhos e sucos. Estão, diretamente,
associados à intolerância alimentar e, por isso, alguns países fazem restrição ao
uso desses conservantes. São efetivos contra insetos e bactérias gram-negativas
(FELLOWS, 2018).
O dióxido de enxofre, nas formas líquida, gasosa e de sais de sódio po-
tássio ou cálcio, também é bem utilizado em diversos tipos de alimentos
(LIMA-COELHO, 2008).
O ácido sórbico também está presente em alguns vegetais e é sintetizado pela
indústria na forma de sorbato de potássio. Possui alto custo, baixa estabilidade,
altas temperaturas e é mais eficaz contra fungos. Além disso, contém toxicidade
bem mais baixa que o ácido benzoico e é utilizado em todo o mundo (LIMA-
-COELHO, 2008).
ANTIOXIDANTE,
ESTABILIZANTE
e Espessante
explorando Ideias
42
Estabilizante
UNICESUMAR
Segundo a portaria n. 540, de 27 de outubro de 1997, do Ministério da Saúde, estabi-
lizante é a “substância que torna possível a manutenção de uma dispersão uniforme
de duas ou mais substâncias imiscíveis, em um alimento” (BRASIL, 2007, on-line).
Os estabilizantes têm como objetivo manter as características físicas de emul-
sões e suspensões. São utilizados em diversos tipos de alimentos, como doces,
sobremesas, lacticínios, panificação, massas, entre outros. Quando um alimento
mantém a estabilidade das emulsões e suspensões, ele mantém a homogeneidade
dos produtos, impedindo a separação dos ingredientes (ESTABILIZANTES, 2010).
A carragena, os alginatos, a caseína, a carboximetil celulose sódica (CMC) e
as gomas guar, jataí e xantana são os estabilizantes mais utilizados na indústria
de alimentos (FOOD INGREDIENTS BRASIL 2010).
Espessante
pensando juntos
43
EDULCORANTES, UMECTANTES,
UNIDADE 2
ANTIUMECTANTES
e Acidulantes
Edulcorantes
44
A sacarina é 300 vezes mais doce que a sacarose, tem gosto residual amargo
UNICESUMAR
e, em solução aquosa, pode ser misturada com outros adoçantes. O ciclamato
reduz o gosto amargo quando associado à sacarina. O aspartame é suspeito de
causar efeitos neurológicos quando armazenado em altas temperaturas, devido
à formação de metanol (HONORATO et al., 2013).
Umectantes
Antiumectantes
Acidulante
45
tartárico (INS 334) é um componente natural da uva e é usado nos refrigerantes
UNIDADE 2
sabor uva. O ácido fosfórico (INS 338) é o que tem a maior acidez entre os uti-
lizados em bebidas. Refrigerantes à base de colas tem cafeína e ácido fosfórico,
e podem interferir negativamente na saúde óssea, pois geram carga ácida no
organismo (BERGJOHANN et al., 2016).
explorando Ideias
46
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Caro(a) aluno(a), como vimos, ao longo do texto, os aditivos alimentares estão
presentes na maioria dos produtos industrializados e, como o consumo desses
alimentos tem sido cada vez maior, é muito importante saber quais os riscos para
o organismo bem como os problemas causados pelo consumo excessivo.
Alguns estudos têm mostrado que a classe dos aditivos alimentares que é
considerada mais genotóxica são os corantes alimentares artificiais, pois induzem
danos ao DNA e causam alergias e problemas gastrointestinais.
Os aditivos alimentares mais comuns são aqueles utilizados para aumentar a
vida de prateleira dos alimentos, a palatabilidade, a coloração e o aroma.
Como foi possível observar ao longo da unidade, alimentos adicionados de adi-
tivos alimentares devem ser consumidos com cautela. Apesar de inúmeros estudos
sobre a influência dos aditivos alimentares no organismo, ainda há poucos estudos
a respeito da influência maléfica desses ao organismo.
Algumas pessoas possuem maior sensibilidade em relação ao consumo de
certas substâncias artificiais, que podem resultar em diversos prejuízos na saú-
de. Por esse motivo, é de extrema importância estar ciente de que o consumo
de alimentos industrializados pode resultar em inúmeros malefícios à saúde,
principalmente, quando o consumo é regular e em quantidades significativas.
Na rotulagem de alimentos, é obrigatório que sejam descritos todos os in-
gredientes adicionados ao produto, por este motivo, uma forma de verificar se o
produto é livre de aditivos é pela lista de ingredientes.
Sempre que possível, o consumo de produtos naturais e minimamente pro-
cessados deve ser substituto dos industrializados, pois, assim, são menores as
chances de se desenvolver problemas sérios de saúde relacionados ao consumo
de aditivos alimentares. Neste cenário, manter uma alimentação saudável e
balanceada é sempre melhor.
47
na prática
1. Com base em nossos estudos, pode-se afirmar que ácidos cítrico, fosfórico e láctico
são exemplos de:
a) Aromatizantes.
b) Acidulantes.
c) Edulcorantes.
d) Corantes.
e) Emulsificantes.
1) Corante
2) Aromatizante
3) Acidulante
4) Antiumectante
( ) Substância que aumenta a acidez ou confere um sabor ácido aos alimentos.
( ) Substância capaz de reduzir as características higroscópicas dos alimentos e
diminuir a tendência de adesão entre as partículas individuais.
( ) Substância ou mistura de substâncias com propriedades aromáticas e/ou sápi-
das, capazes de conferir ou reforçar o aroma e/ou o sabor dos alimentos.
( ) Substância que confere, intensifica ou restaura a cor de um alimento.
A sequência correta é:
48
na prática
a) Aromatizante.
b) Acidulante.
c) Edulcorante.
d) Corante.
e) Emulsificante.
PORQUE
49
aprimore-se
50
aprimore-se
51
aprimore-se
Dada a estrutura química dos corantes azoicos suspeita-se que a parte ativa da
molécula causadora de tumores seja, possivelmente, formada pela sua degradação.
Algumas pesquisas tentam definir com mais clareza qual é a estrutura química cau-
sadora de tumores e como é a ação carcinogênica propriamente dita, e qual é a sua
via de ação. Sabe-se que a presença de grupamentos básicos funcionais, a função
amina NH2 por exemplo, é indispensável à atividade cancerígena dos corantes.
Alguns pesquisadores provocaram tumores em ratos e em camundongos atra-
vés de injeções subcutâneas de corantes derivados do trifenilmetano, como o verde
rápido e o azul brilhante. Ao contrário, o azul patente V, que é um sal de cálcio, não
mostrou nenhum efeito carcinogênico nas experiências realizadas.
Outro grupo, que parece ser suspeito de propriedades cancerígenas é o das
ftaleínas, embora muitos estudos têm demonstrado o contrário. O fato desses co-
rantes terem sido autorizados para uso alimentício na legislação de muitos países,
simplesmente por serem sulfonados e hidrossolúveis, não lhes tira quaisquer pro-
priedades cancerígenas. Somente experimentações em várias espécies de animais,
podem oferecer a certeza da inocuidade desses compostos e assim garantir o con-
sumo humano sem riscos à saúde.
Fonte: adaptado de Prado e Godoy (2009, p. 239-240).
52
eu recomendo!
conecte-se
O objetivo do trabalho foi abordar o tema dos aditivos alimentares, suas apli-
cações e seu potencial toxicológico. A metodologia empregada foi o estudo ex-
ploratório descritivo, por meio de pesquisa bibliográfica e da utilização de dados
secundários oriundos de publicações e resultados de pesquisas específicas sobre
o assunto.
https://www.researchgate.net/profile/Kamila_Nascimento/publica-
tion/279804373_Aditivos_alimentares_aplicacoes_e_toxicologia_Food_additives_
applications_and_toxicology/links/559b1c7808ae793d13822460.pdf.
53
TECNOLOGIA DE
ALIMENTOS
de origem vegetal
PROFESSORA
Me. Jéssica Loraine Duenha Antigo
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Tecnologia de óleos e gorduras •
Tecnologia de cereais • Tecnologia de frutas e hortaliças • Tecnologia de açúcar de cana
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Estudar a tecnologia de óleos e gorduras • Estudar a tecnologia de cereais • Estudar a tecnologia de
frutas e hortaliças • Estudar a tecnologia de açúcar de cana.
INTRODUÇÃO
ÓLEOS
e gorduras
Um dos principais produtos que são extraídos de diversas plantas são os óleos ve-
getais, e a partir desta extração, em torno de dois terços, são usados em alimentos
que fazem parte da dieta humana. As proteínas, os carboidratos e lipídios são
fontes energéticas de expressiva importância para a indústria. Os lipídios são
utilizados na produção de uma série de produtos, como ácidos graxos, glicerina,
lubrificantes, carburantes, biodiesel, além de inúmeras outras aplicações (FARIA
et al., 2002; REDA; CARNEIRO, 2007).
Os óleos vegetais são constituídos, principalmente, de triacilgliceróis (> 95
%) e de pequenas quantidades de mono e diacilgliceróis (NELSON; COX, 2018).
Para obter o óleo vegetal bruto, são necessários métodos físicos e químicos sobre
as sementes de oleaginosas e a utilização de um solvente como extrator, da seguido de
prensagem (MORETTO; D’ARCE; SPOTO, et al., 2008). Assim que sai da prensagem,
o óleo vegetal contém diversas impurezas, por exemplo, os ácidos graxos livres, que
prejudicam a qualidade e a estabilidade. Então, é necessário que esses ácidos sejam re-
56
movidos pelo processo de refino, em que ocorre a remoção do solvente, a degomagem,
UNICESUMAR
sobre o branqueamento, a desacidificação e a desodorização (BATISTA et al., 1999).
Os principais óleos vegetais, comercializados no Brasil, são: óleo de soja,
algodão, palma, palmiste, girassol, oliva e amendoim (NUNES, 2007).
Em temperatura ambiente, a diferença entre óleos e gorduras é que os óleos são lí-
quidos, e gorduras são sólidas, e a responsável por estas características reside na propor-
ção de grupos saturados e insaturados, presentes, nos triglicerídeos (MORETTO 2008).
A banha, o sebo comestível e a manteiga são gorduras animais constituídas por
misturas de triacilgliceróis, cujo, número de saturações é maior do que o de insatura-
ções, o que aumenta o ponto de fusão (DAMODARAN; PARKIN, 2018). Da mesma
forma, quando se tem número maior de insaturações, tem-se menor ponto de fusão.
Quando os alimentos, constituídos por óleos e gorduras, são expostos em atmos-
fera de oxigênio, deterioram devido à auto-oxidação. Porém, quando são aquecidos a
altas temperaturas, esse processo oxidativo é acelerado e ocorrem reações conhecidas
como oxipolimerização e decomposição termooxidativa (KOWALSKI, 1991).
Com o passar dos anos, houve mais interesse pelos efeitos fisiológicos que ocor-
rem no organismo, quando óleos e gorduras são aquecidos em presença de oxigênio.
Na fritura, o alimento é submerso em óleo quente, e parte desse óleo utilizado
é absorvido pelo alimento, tornando-se parte da dieta. Desse modo, é importante
utilizar óleos de boa qualidade e estáveis no preparo dos alimentos (VARELA; MO-
REIRAS-VARELA; RUIZ-ROSSO, 1983).
A hidrólise, a oxidação e a polimerização são as formas de deterioração que
ocorrem em óleos vegetais (MORETTO et al., 2008) e, destas, a oxidação é a
maior causa de deterioração que altera no sabor, na textura, aroma e cor dos ali-
mentos, além de perder o valor nutricional e gerar toxidez. A estrutura química
tem relação direta com a estabilidade dos óleos, sendo que óleos com ácidos
graxos saturados são mais estáveis que os insaturados.
Como o uso desses óleos é frequente tanto na culinária quanto na indústria, é
importante que sejam estudadas as condições de processamento e estocagem para ter
o conhecimento da estabilidade térmica e, assim, ter rigoroso controle de qualidade.
57
TECNOLOGIA DE
UNIDADE 3
CEREAIS
UNICESUMAR
■ Mais rendimento na colheita.
■ Melhor qualidade do produto.
■ Disponibilidade do produto para utilização oportuna.
■ Mais independência em relação ao suprimento de produtos de outros
locais.
■ Aumento do poder de barganha dos produtores em relação à época de
venda (REGINATO et al., 2014).
explorando Ideias
Farinha de mandioca
A farinha constitui um dos principais produtos da mandioca, é um alimento rico em car-
boidratos e fibras, e quando integral contém proteína, cálcio, fósforo, sódio e potássio.
O fluxo de processamento consiste em colheita, recepção e pesagem, lavagem e des-
cascamento, trituração, desintegração, extração, purificação, peneiração, concentração,
desidratação, secagem e ensacamento.
Para saber mais, acesse: http://insumos.com.br/aditivos_e_ingredientes/materias/98.pdf.
Fonte: adaptado de Aditivos e Ingredientes ([s. d.], ).
60
Dentre as mudanças físicas, podemos citar: mudança na cor e na consistência,
UNICESUMAR
perda de umidade e variação de temperatura. Dentre as mudanças químicas,
podemos citar: alterações dos açúcares e as modificações nas proteínas (BRAN-
DÃO; LIRA, 2011).
No forneamento da massa, a atividade do fermento diminui com o aqueci-
mento a 55 ºC, pois ocorre morte das leveduras. Ocorre, também, a evaporação
da água, além de volatilização de substâncias aromáticas, aumento do volume do
pão e produção de cor e aroma (BRANDÃO; LIRA, 2011).
Mistura
Divisão
Modelagem
Fermentação
Congelamento Resfriamento
Descongelamento
Congelamento
e Fermentação
61
TECNOLOGIA DE
UNIDADE 3
FRUTAS E
e hortaliças
UNICESUMAR
tamanhos menores, tornam-se próprios para o consumo imediato, e sua condição
in natura é mantida (OLIVEIRA; SANTOS, 2015).
Matéria prima
Recepção
Seleção e pré-lavagem
Descascamento (pelagem)
Lavagem e resfriamento
Corte em retalhos
Sanitização e enxágue
Centrifugação
Seleção
Pesagem e embalagem
Armazenamento a 5ºC
Hortaliças em conserva
ARMAZENA-
ROTULAGEM
MENTO
64
Recepção/seleção
UNICESUMAR
Lavagem
Sanitização
Corte/descascamento
Desidratação
Embalagem
Armazenamento
Figura 4 - Fluxograma do processamento de frutas e hortaliças desidratadas
Fonte: a autora.
Polpa de frutas
65
Pesagem
UNIDADE 3
Seleção
Lavagem
Desinfecção
Extração da polpa
Formulação
Acondicionamento
Preservação
Estocagem
Figura 5 - Fluxograma do processamento de polpa de frutas / Fonte: a autora.
pensando juntos
Você sabia que a qualidade dos produtos processados está diretamente ligada à qualida-
de das matérias -primas utilizadas?
66
TECNOLOGIA DE
UNICESUMAR
AÇÚCAR
de cana
67
Transporte e
UNIDADE 3
descarregamento
da cana
Caldo
Secagem Hidrólise
Estocagem
parol Alimento
animal
Açúcar Cozimento
mascavo do caldo
Cristalização Cristalização
Enformação Centrifugação
Secagem Moldagem
Embalagem Embalagem
Mel
Residual
68
UNICESUMAR
Figura 7 - Açúcar refinado
Açúcar cristal
Açúcar demerara
Este açúcar apresenta coloração mais escura e contém melaço e mel residual
da cana, pois não passa pelo refino (Figura 3). Apresenta textura firme e não se
dissolve facilmente (MACHADO, 2012).
69
UNIDADE 3
Açúcar mascavo
O açúcar líquido é uma solução sem cheiro, límpida e cristalina, que é obtida
pelo açúcar dissolvido em água. É muito utilizado pela indústria farmacêutica e
alimentícia em diversos produtos (MACHADO, 2012).
A escolha do tipo de açúcar dependerá das características que se quer no pro-
duto final. Para cada tipo de produto industrializado, é escolhido um tipo de açúcar
que trará o melhor resultado para o produto. O consumidor final também pode
encontrar (a maioria, pelo menos) esses tipos de açúcares no mercado.
70
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Caro(a) aluno(a), como vimos ao longo do texto, a tecnologia de produtos de ori-
gem vegetal é bem ampla e muito utilizada na alimentação. Os óleos e as gorduras
fazem parte da maioria dos produtos industrializados e ajudam a melhorar as ca-
racterísticas organolépticas dos produtos. Os óleos e as gorduras ajudam, ainda, na
produção de emulsões e têm influência direta na textura dos produtos.
Outra parte muito importante, na tecnologia de produtos de origem vegetal, é
a tecnologia de cereais, pois, por ela, inúmeros produtos do nosso dia a dia foram
desenvolvidos e melhorados, como é o caso dos pães, das massas, dos snacks, das
bolachas, farinhas, entre outros.
Quando estudamos as frutas e hortaliças, o primeiro passo para o processa-
mento começa com a seleção de matéria - prima de boa qualidade. O consumo
tem sido cada vez maior pela sociedade, que tem buscado produtos saudáveis e
práticos, sendo assim, o consumo de alimentos minimamente processados vem
ganhando destaque nas gôndolas dos supermercados. O processamento de fru-
tas e hortaliças é muito importante, pois, muitas vezes, é a única forma de se
ter acesso a esses produtos no período entressafra, além de ser uma forma de
aumentar a vida de prateleira desses produtos.
Por fim, abordamos os tipos de açúcares de cana e suas características par-
ticulares. Vimos que, quanto menor o processamento, mais características do
melaço da cana eles apresentam, como é o caso do açúcar mascavo, que, conforme
aumenta o processo de refino, o sabor e a cor dele se modificam.
71
na prática
1. Para obter o óleo vegetal bruto, são necessários métodos físicos e químicos sobre
as sementes de oleaginosas e a utilização de um solvente, como o extrator, segui-
do de prensagem. Assim que sai da prensagem, o óleo vegetal contém diversas
impurezas, como ácidos graxos livres, que prejudicam a qualidade e a estabilidade.
Dessa forma, é necessário que sejam removidos pelo processo de refino, em que
ocorrem a remoção do solvente, a degomagem, o branqueamento, a desacidificação
e a desodorização.
a) Banha.
b) Sebo comestível.
c) Manteiga.
d) Azeite de oliva.
e) Gordura vegetal.
Com base no contexto apresentado, qual das alternativas a seguir preserva a maior
quantidade de características do melaço da cana de açúcar?
a) Açúcar cristal.
b) Açúcar demerara.
c) Açúcar mascavo.
d) Açúcar refinado.
e) Açúcar líquido.
72
na prática
a) Açúcar cristal.
b) Açúcar demerara.
c) Açúcar mascavo.
d) Açúcar refinado.
e) Açúcar líquido.
Com base no contexto apresentado, qual das tecnologias de frutas e hortaliças que
mais preserva as características físicas da matéria-prima?
a) Minimamente processados.
b) Hortaliças em conserva.
c) Frutas desidratadas.
d) Polpa de frutas.
e) Frutas em calda.
Com base no contexto apresentado, qual é o tipo de fermentação que ocorre no pão?
a) Acética e anaeróbia.
b) Láctica e aeróbia.
c) Láctica e anaeróbia.
d) Alcoólica e aeróbia.
e) Alcoólica e anaeróbia.
73
aprimore-se
Armazenamento
Preparação
Descascamento
74
aprimore-se
Condicionamento
Trituração e laminação
A extração de óleo dos grãos é facilitada pelo rompimento dos tecidos e das paredes
das células. A trituração e laminação diminui a distância entre o centro do grão e sua
superfície e aumentando, assim, a área de saída do óleo.
Cozimento
75
aprimore-se
A refinação pode ser definida como um conjunto de processos que visam transfor-
mar os óleos brutos em óleos comestíveis. Embora existam casos de consumo de
óleos brutos, como o azeite de oliva, e o azeite de dendê. A finalidade da refinação é
uma melhora de aparência, odor e sabor do óleo bruto
As principais etapas do processo de refinação do óleo bruto de soja são: dego-
magem ou hidratação; neutralização ou desacidificação; branqueamento ou clarifi-
cação; desodorização.
Degomagem
Esse processo tem a finalidade de remover do óleo bruto os fosfatídeos, dentre eles
a lecitina, que possui valor comercial, as proteínas e as substâncias coloidais. A de-
gomagem reduz a quantidade de álcali a ser utilizado durante a subsequente etapa
de neutralização. A quantidade de fosfatídeos no óleo bruto de soja pode alcançar
teor em torno de 3%. Os fosfatídeos e as substâncias coloidais chamadas “gomas”,
na presença de água, são facilmente hidratáveis e tornam-se insolúveis no óleo, o
que possibilita sua remoção.
Neutralização
76
aprimore-se
Branqueamento
Desodorização
77
eu recomendo!
conecte-se
78
anotações
TECNOLOGIA DE
ALIMENTOS
de origem animal
PROFESSORA
Me. Jéssica Loraine Duenha Antigo
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Tecnologia de leites e derivados
• Tecnologia de produtos cárneos bovinos • Tecnologia de processamento de derivados cárneos • Ovos
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Estudar a tecnologia de leites e derivados • Estudar a tecnologia de produtos cárneos bovinos • Estudar
a tecnologia de processamento de derivados cárneos • Estudar a tecnologia de ovos.
INTRODUÇÃO
LEITES
e Derivados
Mesmo que a ordenha seja feita de maneira correta, pode ser que o leite contenha
várias impurezas, insetos, pelos e, até mesmo, terra. Pensando nisso, é importante a
etapa de filtração, pois, assim, é possível obter leite de boa qualidade. Após a filtração,
se ele for vendido para um laticínio, deve ser resfriado imediatamente; mas se o leite,
for utilizado para a produção de produtos derivados, deve ser pasteurizado para,
depois, passar pela etapa de resfriamento (BEZERRA, 2008).
O resfriamento deve ser feito o mais rápido possível, pois, a temperatura am-
biente é ideal para o crescimento dos microrganismos, e o armazenamento deve
ser feito em tanques de resfriamento na fazenda ou no laticínio (Figura 1). A
temperatura deve ser de 4 a 5 ºC (BEZERRA, 2008).
82
UNICESUMAR
Figura 1 - Leite
83
A nata é obtida pelo desnate do leite, que
UNIDADE 4
UNICESUMAR
PRODUTOS
Cárneos bovinos
Rigor mortis
Cor
86
UNICESUMAR
explorando Ideias
Bem-estar animal indica como um animal está lidando com as condições em que vive.
Um animal está em bom estado de bem-estar se estiver saudável, confortável, bem nu-
trido, seguro, for capaz de expressar seu comportamento inato, e se não está sofrendo
com estados desagradáveis, tais como dor, medo e angústia. Bem-estar animal requer
prevenção de doenças e tratamento veterinário apropriados, abrigo, manejo e nutrição
apropriados, manipulação e abate ou sacrifício humanitários.
Para saber mais, acesse: http://www.agricultura.gov.br/assuntos/boas-praticas-e-bem-es-
tar-animal/arquivos/Introduoarecomendaessobrebemestaranimal.pdf
Fonte: Brasil (2018).
DFD (Escura, Firme e Seca) – Esse tipo de problema ocorre quando o animal
passa por estresse prolongado antes do abate, o que pode esgotar as reservas de
glicogênio, fazendo com que o pH não diminua, assim, o músculo passa a reter
mais água (seco), ficando firme e com coloração escura (FEIJÓ, 1999).
Odor e sabor
O odor e o sabor são termos complementares e sua avaliação é realizada por meio
de painéis de degustação, embora possam ser criticados pela subjetividade. No
geral, o sabor e o aroma da carne são intensificados com o aumento da idade do
animal, porém a quantidade de gordura do animal também pode modificar o
sabor e o odor percebidos (FEIJÓ, 1999).
Suculência
87
Os animais jovens possuem carne mais suculenta no início, mas, devido à
UNIDADE 4
Maciez
explorando Ideias
Você sabia que existem substâncias que são capazes de amaciar a carne?
É possível fazer o amaciamento artificial da carne com ingredientes, como vinagre, suco
de limão, sal e enzimas vegetais. A papaína é uma enzima vegetal proveniente do mamão,
muito utilizada, a bromelina é proveniente do abacaxi, e a ficina é proveniente do figo e
atuam sobre as proteínas miofibrilares e sobre o tecido conjuntivo.
Fonte: adaptado de Feijó (1999).
88
TECNOLOGIA DE
UNICESUMAR
PROCESSAMENTO
de derivados cárneos
Neste tópico, abordaremos alguns dos principais derivados cárneos que encontramos
no mercado, dentre eles: carne de sol, hambúrguer, almôndegas, bacon e presunto.
Carne de sol
89
Hambúrguer
Figura 8 – Hambúrguer
UNIDADE 4
Almôndegas
Bacon
90
Presunto
UNICESUMAR
Para a fabricação do presunto, utiliza-se carne
de pernil suíno resfriado e é retirado o exces-
so de gorduras, glândulas e nervos. Após esse
processo, injeta-se a solução de temperos com
salmoura e a carne passa por massageamento
Figura 11 - Presunto
para a extração das proteínas miofibrilares.
Em seguida, os presuntos passam por um processo de cura e, depois, são lavados,
desossados, ensacados e prensados. Depois de embalar, passam por um processo
de cozimento cuja a temperatura interna chega a 72 ºC. As formas são, novamente,
prensadas e resfriadas por um período de 24 horas. Após este período, os presuntos
recebem a embalagem definitiva (SARCINELLI; VENTURINI; SILVA, 2007a).
OVOS
91
Os ovos possuem inúmeras propriedades funcionais e influenciam a cor, a vis-
UNIDADE 4
Tipos de ovos
“
entende-se o ovo em casca que não foi conservado por qualquer
processo e se enquadre na classificação estabelecida. Este ovo perde-
rá sua denominação de fresco se for submetido intencionalmente a
temperaturas inferiores a 8ºC, visto que a temperatura recomendada
para armazenamento do ovo fresco está entre 8ºC e 15ºC com uma
umidade relativa do ar entre 70% - 90%” (BRASIL, 1990, [s. p.]).
Coloração da casca
UNICESUMAR
A coloração característica da gema é amarela,
que é influenciada, diretamente, pela alimen-
tação que a galinha poedeira recebeu, sen-
do que amarelos mais intensos apresentam
maiores quantidades de vitaminas (SARCI-
Figura 13 -Exemplo de coloração da NELLI; VENTURINI; SILVA, 2007b).
gema
Sabor e odor
O ovo não deve conter nenhum tipo de sabor e odor, diferentes do sabor e odor
de ovos frescos. Se o ovo for armazenado com outras substâncias, pode contrair
o cheiro delas (SARCINELLI; VENTURINI; SILVA, 2007b).
Densidade do ovo
93
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 4
94
na prática
Com base no contexto apresentado e nos seus conhecimentos, que tipo de queijo é
obtido a partir de leite cru de ovelhas, é semiduro, não prensado, tem consistência
esfarelenta, textura fechada, com poucas e pequenas olhaduras, apresenta sabor
salgado e picante, e sua cor é branco-creme, com formações características, bem
distribuídas, verde-azuladas?
a) Gorgonzola.
b) Prato.
c) Parmesão.
d) Provolone.
e) Roquefort.
2. Com base em seus conhecimentos sobre queijo, qual queijo é tipicamente brasileiro,
produzido com leite de vaca pasteurizado, apresenta baixa acidez e baixa durabili-
dade, em torno de nove dias, sob refrigeração, não é maturado, é macio, semigordo,
de alta umidade, de cor esbranquiçada e odor suave, característico?
a) Minas padrão.
b) Minas curado.
c) Muçarela.
d) Minas frescal.
e) Ricota.
95
na prática
Com base no contexto apresentado, qual das características o defeito na carne PSE
apresenta?
a) Esse tipo de problema é causado quando o animal passa por estresse antes do
abate.
b) Esse tipo de problema leva à diminuição de lactato, que aumenta o pH.
c) Esse tipo de problema é causado quando o animal passa por estresse no mo-
mento do abate.
d) Esse tipo de carne retém água, excessivamente, durante o cozimento.
e) Esse tipo de carne é firme e com coloração escura.
4. Com base no contexto apresentado, qual das características o defeito na carne DFD
apresenta?
a) Esse tipo de problema é causado quando o animal passa por estresse no mo-
mento do abate.
b) Esse tipo de problema ocorre quando o animal passa por estresse prolongado
antes do abate.
c) Esse tipo de problema leva a aumento de lactato, que diminui o pH.
d) Esse tipo de carne é macio e com coloração pálida.
e) Esse tipo de carne perde água, excessivamente, durante o cozimento.
96
na prática
Com base no contexto apresentado, qual das alternativas a seguir está correta a
respeito da densidade dos ovos?
97
aprimore-se
98
aprimore-se
etapa da cura, após a salga; o sal elimina bactérias patogênicas e o fermento, por
sua complexidade, é capaz de garantir não só as características, mas também a sani-
dade do produto. Para que tal aconteça, no entanto, é necessário respeitar o tempo
de maturação que é de 20 dias. É um queijo de textura semi-dura, com olhaduras
pequenas, sabor levemente ácido e cor creme-claro. Sua casca é amarelo-ouro.
Mussarela – queijo de origem italiana feito com leite de vaca e/ou mistura de leites
de vaca e búfala. É produzido com leite pasteurizado, normalizado em teor de gordu-
ra. Sua massa é filada, isto é, após a dessoragem ela é finamente fatiada, aquecida e
as fatias misturadas até formar um bloco liso e homogêneo com consistência firme,
compacta. Tem cor esbranquiçada e sabor levemente ácido. Seu formato e peso são
variáveis e deve ser conservado sob refrigeração, em temperaturas de até 10 °C.
Parmesão – queijo de baixa umidade, semi-gordo, de massa pré-cozida e pren-
sada. Seu tempo de maturação deve ser de, no mínimo, seis meses, podendo ultra-
passar os dois anos. Fabricado com leite de vaca cru ou pasteurizado e/ou recons-
tituído padronizado. Possui consistência dura e textura compacta, granulosa, com
crosta firme e lisa; sua cor é ligeiramente amarelada e o sabor, levemente picante,
salgado. Seu odor é suave e agradável, devendo ser armazenado em temperatura
não superior a 18 °C.
Prato – é um queijo gordo, de média umidade, massa semi-cozida de consis-
tência semi-dura e textura homogênea, com poucas e pequenas olhaduras lisas e
brilhantes. Seu sabor é suave, levemente adocicado e sua cor é amarelo-ouro. Pode
ter formato cilíndrico, retangular ou esférico; antes de ser consumido deve maturar
por um período de 45 a 60 dias. Em média, o queijo prato possui 43% de umidade
e 27% de gordura em sua composição. Feito exclusivamente de leite de vaca pas-
teurizado. Possui consistência semidura, pouco elástica, cor interna amarelo-palha
e sabor picante; sua textura é aberta, com poucos olhos arredondados e brilhantes.
Deve ser maturado por dois meses, no mínimo, e seu peso varia entre 1,8 e 2,2 kg.
Provolone – há basicamente dois tipos: Fresco: que é o queijo de massa filada,
não prensado, feito de leite pasteurizado. Tem formato variável e sua consistência,
textura, cor e sabor são iguais aos do Mussarela. Deve ser consumido com até 20
dias de fabricação e seu peso varia de 0,5 a 2 kg; Curado: obtido de leite cru ou pas-
99
aprimore-se
teurizado, sua massa também não é prensada, mas pode ou não ser enformada.
Tem consistência dura, quebradiça e untada; sua crosta é firme e lisa, resistente,
destacável, de cor amarelo-parda e deve, preferencialmente, ser revestida de para-
fina. Tem textura fechada podendo apresentar poucos olhos pequenos; sua cor é
branco creme e possui sabor e odor próprios, fortes e picantes. Deve ser maturado
pelo período mínimo de 2 meses.
Ricota – produto obtido da albumina de soro de queijos, acrescida de até 20% de
leite em volume. Deve ser consumido em, no máximo, três dias após o fabrico. Apre-
senta consistência mole, mas não pastosa, textura fechada, com poucos buracos,
de cor branca ou branco-creme. Deve ter formato cilíndrico e peso entre 0,3 e 1 kg.
Roquefort – obtido a partir de leite cru de ovelhas, é um queijo semiduro, não
prensado. Tem consistência esfarelenta e sua textura é fechada, com poucas e pe-
quenas olhaduras. Possui odor próprio e sabor salgado e picante. Sua cor é bran-
co-creme, com formações características, bem distribuídas, verde-azuladas, devidas
ao Penicillium roqueforti.
Gorgonzola – diferencia-se do Roquefort pelo fato de ser produzido a partir de
leite de vaca.
Fonte: Perry (2004).
100
eu recomendo!
conecte-se
101
MÉTODOS DE
CONSERVAÇÃO
de alimentos
PROFESSORA
Me. Jéssica Loraine Duenha Antigo
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Conservação de alimentos pelo
uso de calor • Conservação de alimentos pelo uso do frio • Conservação de alimentos pelo uso do
açúcar e do sal • Conservação de alimentos pelo processo de defumação
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Estudar a Conservação de alimentos pelo uso de calor • Estudar a Conservação de alimentos pelo uso
do frio • Estudar a Conservação de alimentos pelo uso do açúcar e do sal • Estudar a Conservação de
alimentos pelo processo de defumação.
INTRODUÇÃO
ALIMENTOS
pelo uso de calor
Branqueamento
O branqueamento é feito para ajudar manter as cores vivas dos alimentos e para
inativar enzimas que provocariam várias alterações na cor, no aroma, no sabor e
na textura. É muito aplicado em vegetais antes do congelamento, da desidratação
e do enlatamento (OETTERER; D'ARCE; SPOTO, 2006).
O branqueamento é um processo térmico cujo tempo de aplicação é curto. O
alimento a ser branqueado pode ser exposto à água quente, ou ao vapor, dependendo
do melhor tipo de processo tecnológico para aquele produto; vapor em alguns casos,
pode constituir um agente de limpeza que é tão eficiente quanto a água.
A água, por sua vez, tem maiores perdas de nutrientes quando comparada ao
vapor, além do risco de provocar a ruptura da casca do vegetal ou da fruta quando
está fervendo, facilitando seu amolecimento. Após o branqueamento, os vegetais
104
devem ser resfriados rapidamente, até a temperatura ambiente, para evitar que
UNICESUMAR
ocorra o amolecimento excessivo dos tecidos.
A regulação do tempo e da temperatura do branqueamento dependerá do tipo
de matéria-prima, da forma e do tamanho, do método de aquecimento e do tipo de
enzima que é importante que seja inativada (OETTERER; D'ARCE; SPOTO, 2006).
Pasteurização
Existem, basicamente, dois tipos de esterilização: a sob alta pressão (acima de 100
ºC) e a sob pressão atmosférica (100 ºC).
Apertização
Processamento asséptico
Secagem
UNICESUMAR
crescimento de microrganismos no produto.
A característica do produto que foi submetida à secagem dependerá do tipo
de produto inicial que foi secado. Alguns conservam suas características bastante
intactas, voltando a ter aspecto natural ou sofrendo poucas alterações quando
reconstituídos em água; outros mudam completamente suas características.
Existe grande diversidade de alimentos secos consumidos, atualmente. Sopas
instantâneas, sucos em pó, barras de cereais com frutas secas, maçã desidrata-
da crocante e tomate seco em conserva são alguns exemplos. No processo de
secagem, o aumento da temperatura facilita a evaporação da água, enquanto a
circulação do ar remove a umidade que foi evaporada.
Alguns tipos de alimentos desidratados podem ser consumidos diretamente,
como é o caso do figo seco, da banana-passa, da uva-passa; outros são consumidos
reidratados, como é o caso de hortaliças utilizadas em formulações de sopas ou
pós solúveis, como café, produtos achocolatados e leite. A secagem pode ser
natural ou artificial.
Secagem natural
A secagem natural ocorre quando o produto a ser seco é exposto por longos
períodos à radiação solar, no geral, sob condições climáticas de temperaturas
relativamente altas, ventos moderados e umidade relativa baixa. Além de ser um
processo demorado, favorece a contaminação por microrganismos e por insetos
se as boas práticas de manipulação e higiene não forem seguidas.
O sol, a lenha, o gás, o óleo, o vapor e a energia elétrica podem ser utilizados
como sistemas indiretos de aquecimento do ar de secagem.
Secagem artificial
107
Na secagem artificial, é possível conseguir maior padronização, uma vez que
UNIDADE 5
Concentração
108
CONSERVAÇÃO DE
UNICESUMAR
ALIMENTOS
pelo uso do frio
Refrigeração
110
CONSERVAÇÃO DE
UNICESUMAR
ALIMENTOS
pelo uso do açúcar e do sal
O sal e o açúcar, como agentes conservantes, são muito utilizados nos produtos
que consumimos, no geral, é um processo de conservação relativamente barato
e fácil de aplicar.
111
Esse efeito desidratante ocorre devido ao au-
UNIDADE 5
explorando Ideias
UNICESUMAR
ALIMENTOS
pelo processo de defumação
explorando Ideias
Fumaça líquida
Devido ao fato de terem sido detectados compostos cancerígenos na fumaça, provenien-
tes da combustão da lignina em temperatura superior a 250ºC, foram desenvolvidas em
laboratório fumaças sem essas substâncias. É o caso da fumaça líquida, atualmente, usa-
da em banho de imersão, chuveiro, ou que é colocada diretamente na massa do produto
a ser defumado. Industrialmente ela pode ser totalmente sintetizada ou obtida da redes-
tilação de condensados da combustão da madeira.
Fonte: Lopes (2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, aprendemos os principais métodos de conser-
vação de alimentos e as suas características.
Como vimos, ao longo do texto, esse é um assunto de muita importância, pois
existem várias formas de se conservar os alimentos, e a escolha adequada para
cada tipo de produto garantirá um alimento de qualidade sensorial e seguro para
o consumo, além de aumentar a vida de prateleira.
Alguns desses processos, como observamos, devem ser associados com outras
formas de conservação, para que o alimento seja, efetivamente, conservado, e essa
escolha sempre dependerá do tipo de produto em questão. Estudamos, em quatro
tópicos, os principais tipos de conservação utilizados pela indústria.
Iniciamos nossos estudos, no primeiro tópico, abordando os métodos de con-
servação pelo calor que incluem branqueamento (muito utilizado em vegetais
congelados), pasteurização, esterilização, apertização, processamento asséptico,
secagem e, ao final do tópico, tratamos da concentração de alimentos.
Falamos, no segundo tópico, dos principais métodos de conservação pelo frio,
que consistem em refrigeração, congelamento, sublimação da água livre e desidra-
tação. Em seguida, no terceiro tópico, abordamos os processos de conservação pelo
açúcar e pelo sal, que consistem na desidratação osmótica do alimento e alteram,
sensorialmente, o sabor desses alimentos, porém, no geral, espera-se que esses ali-
mentos tenham este sabor característico, conferido pelo método de conservação.
No quarto tópico, aprendemos o processo de conservação por defumação,
processo muito utilizado em embutidos e que apresentam mudanças no alimen-
to que foi defumado. O sabor e a suculência são as principais características de
mudança nesses alimentos.
Esperamos que esta unidade tenha ajudado você a aprofundar seus conheci-
114 mentos em diferentes métodos de conservação de alimentos.
na prática
1. O branqueamento é feito para ajudar a manter as cores vivas dos alimentos e para inati-
var enzimas que provocariam várias alterações na cor, no aroma, no sabor e na textura.
É muito aplicado em vegetais antes do congelamento, da desidratação e do enlatamento.
115
na prática
a) Vários produtos podem ser defumados, como queijos, peixes, carnes, aves, e
a defumação altera o sabor e cor, além de contribuir para diminuir a vida de
prateleira.
b) Apesar da fumaça depositada na superfície dos produtos ajudar o crescimento
de vários tipos de bactérias, ela só é efetiva contra mofos e, por isso, o processo
de conservação deve ser associado a outras técnicas.
116
na prática
117
aprimore-se
IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS
118
aprimore-se
Ordóñez (2005) diz que a irradiação é cientificamente aceita e que esta é uma das
melhores técnicas de conservação, sendo a única capaz de destruir patógenos em
alimentos crus e congelados. Com a técnica os alimentos podem ser conservados por
anos fora de refrigeração, tais como os alimentos destinados a astronautas (Embra-
rad, 2008). Oliveira et al. (2006) afirmam que a radiação gama, associada com proce-
dimentos adequados pós-colheita tem se mostrado bastante eficaz para aumentar o
shelf life de frutas frescas, pois, são capazes de retardar os processos de amadureci-
mento e senescência, reduzindo o apodrecimento sem provocar alterações significa-
tivas em seu aspecto, sabor e qualidade nutritiva, quando comparados com técnicas
convencionais de conservação de frutas, como a manutenção da cadeia de refrigera-
119
aprimore-se
ção que é onerosa e exige monitoramento constante por parte dos colaboradores.
Bernardes (1996) vai além dizendo que o método possui atividade bactericida, sendo
capaz de matar os insetos, por atuar na célula do agente e também age diminuindo
o tempo de cozimento em alguns alimentos, como no caso dos desidratados. Outra
vantagem da técnica é a proteção contra algumas doenças por atuar nos ovos e larvas
de insetos que estão dentro dos alimentos, diminuindo, desta forma, o desperdício
destes. Hobbs (1992) defende que o uso da radiação em alimentos tem poucas des-
vantagens, dentre elas: a continuidade da atividade enzimática durante a estocagem
e alterações químicas como o ranço, podendo ocorrer em alimentos predispostos.
Outra desvantagem, citada por Silva et al. (2006) e Sant’ana et al. (2007), é a baixa dis-
ponibilidade de irradiadores de alimento.
Fonte: Vieira et al. (2018).
120
eu recomendo!
conecte-se
121
conclusão
conclusãogeral
geral
conclusão
conclusão
geral
geral
122
122
eral
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gabarito
UNIDADE 1 UNIDADE 4
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4. E. 4. B.
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UNIDADE 2 UNIDADE 5
1. B. 1. B.
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4. A. 4. C.
5. A. 5. E.
UNIDADE 3
1. D.
2. C.
3. D.
4. A.
5. E.
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anotações