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BIOMECÂNICA

E CINESIOLOGIA

PROFESSORAS
Me. Bruna Felix Apoloni
Me. Regina Alves Thon

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BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação
Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância;


APOLONI, Bruna Felix; THON, Regina Alves.
Biomecânica e Cinesiologia. Bruna Felix Apoloni; Regina Alves Thon.
Maringá - PR.:Unicesumar, 2020. Reimpresso em 2022.
178 p.
“Graduação em Educação Física - EaD”.
1. Biomecânica . 2. Cinesiologia . 3. EaD. I. Título.

ISBN 978-85-459-2080-9 CDD - 22ª Ed. 612.86


Impresso por: CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha Catalográfica Elaborada pelo Bibliotecário
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828

DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor
Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio
Ferdinandi.

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação Kátia Coelho, Diretoria
de Cursos Híbridos Fabricio R. Lazilha, Diretoria de Pós-Graduação Bruno do Val Jorge, Diretoria de Permanência
Leonardo Spaine, Diretoria de Design Educacional Débora Leite, Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie
Fukushima, Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira, Gerência de Curadoria Carolina Abdalla
Normann de Freitas, Gerência de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva, Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey, Supervisora de Projetos Especiais Yasminn
Talyta Tavares Zagonel Supervisora de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia
Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecilia Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração
Arthur Cantareli SIlva, Matheus Silva de Souza, Designer Educacional Amanda Peçanha Dos Santos, Revisão
Textual Nágela Neves da Costa, Ilustração André Azevedo e Bruno Cesar Pardinho, Fotos Shutterstock.

2
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar

Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos
com princípios éticos e profissionalismo, não somente entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil.
para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima A rapidez do mundo moderno exige dos educadores
de tudo, para gerar uma conversão integral das soluções inteligentes para as necessidades de todos.
pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: Para continuar relevante, a instituição de educação
intelectual, profissional, emocional e espiritual. precisa ter pelo menos três virtudes: inovação,
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de coragem e compromisso com a qualidade. Por
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia,
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e do ensino presencial e a distância.
Londrina) e em mais de 500 polos de educação a distância Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é
espalhados por todos os estados do Brasil e, também, promover a educação de qualidade nas diferentes áreas
no exterior, com dezenas de cursos de graduação e do conhecimento, formando profissionais cidadãos
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros que contribuam para o desenvolvimento de uma
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. sociedade justa e solidária.
Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de Vamos juntos!
boas-vindas

Willian V. K. de Matos Silva


Pró-Reitor da Unicesumar EaD

Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à A apropriação dessa nova forma de conhecer


Comunidade do Conhecimento. transformou-se hoje em um dos principais fatores de
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar agregação de valor, de superação das desigualdades,
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores propagação de trabalho qualificado e de bem-estar.
e pela nossa sociedade. Porém, é importante Logo, como agente social, convido você a saber cada
destacar aqui que não estamos falando mais daquele vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas tecnologia que temos e que está disponível.
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg
atemporal, global, democratizado, transformado pelas modificou toda uma cultura e forma de conhecer,
tecnologias digitais e virtuais. as tecnologias atuais e suas novas ferramentas,
De fato, as tecnologias de informação e comunicação equipamentos e aplicações estão mudando a nossa
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o
informações, da educação por meio da conectividade conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes
e da mobilidade dos celulares. cativantes, ricos em informações e interatividade. É
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá
a informação e a produção do conhecimento, que não as portas para melhores oportunidades. Como já disse
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”.
segundos. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.
boas-vindas

Kátia Solange Coelho


Janes Fidélis Tomelin Diretoria de Graduação
Pró-Reitor de Ensino de EAD
e Pós-graduação

Débora do Nascimento Leite Leonardo Spaine


Diretoria de Design Educacional Diretoria de Permanência

Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja,
iniciando um processo de transformação, pois quando estes materiais têm como principal objetivo “provocar
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta
profissional, nos transformamos e, consequentemente, forma possibilita o desenvolvimento da autonomia
transformamos também a sociedade na qual estamos em busca dos conhecimentos necessários para a sua
inseridos. De que forma o fazemos? Criando formação pessoal e profissional.
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível e construção do conhecimento deve ser apenas
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita.
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos
se educam juntos, na transformação do mundo”. fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
Os materiais produzidos oferecem linguagem das discussões. Além disso, lembre-se que existe
dialógica e encontram-se integrados à proposta uma equipe de professores e tutores que se encontra
pedagógica, contribuindo no processo educacional, disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
complementando sua formação profissional, seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
desenvolvendo competências e habilidades, e trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, acadêmica.
autores

Me. Bruna Felix Apoloni


Mestre em Educação Física, pelo Programa de Pós-Graduação Associado em
Educação Física UEM/UEL, e graduada em Educação Física, pela Universidade
Estadual de Maringá (2011). Atualmente, é professora de Educação Física da
Prefeitura do Município de Maringá; da Fundação Faculdade de Filosofia, Ciências
e Letras de Mandaguari - FAFIMAN e professora temporária da Universidade
Estadual de Maringá - UEM.
http://lattes.cnpq.br/8220579407745350

Me. Regina Alves Thon


Doutoranda em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Física

Associado UEM/UEL, na área de concentração: Atividade Física e saúde (UEM). Mestre em

Educação Física, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Física Associado UEM/

UEL, na área de concentração: Desempenho Humano e Atividade Física (Biomecânica

e Cinemetria), pela Universidade Estadual de Maringá (2013). Especialista em Ginástica

Laboral e Qualidade de vida (2007). Graduada em Educação Física (Licenciatura plena),

pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Atuou como docente no Curso de Educa-

ção Física de Licenciatura e Bacharelado (2013/2018) nas disciplinas: Natação; Medidas

e Avaliação; Treinamento Personalizado e Musculação; Prescrição de Exercícios para

populações Especiais; Bases da Biomecânica e coordenação de estágio. Coordenou um

Programa de Pós-Graduação em Atividade Física e saúde (2017/2018). Atualmente, par-

ticipa do Núcleo de Estudos Multiprofissional da Obesidade (NEMO) e atua como árbitra

de natação pela CBDA, Aquat e AANSC.

http://lattes.cnpq.br/7026483146490824
apresentação do material

BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA

Prezado(a) aluno(a), por meio deste livro, conheceremos o movimento humano. Isso
acontecerá a partir da abordagem dos conteúdos, ao longo da disciplina de Biome-
cânica e Cinesiologia. Os movimentos humanos são de extrema complexidade, e a
Cinesiologia, denominada como a ciência do movimento humano, é fundamental
para explorarmos esse tema. Em conjunto com os conhecimentos cinesiológicos,
a Biomecânica será estudada, em nosso livro, porque é uma importante subárea
da Cinesiologia que possibilita informações sobre a mecânica dos movimentos.
Desse modo, na Unidade 1, falaremos dos conceitos básicos que utilizare-
mos como base ao longo do nosso estudo, permitindo, assim, aprofundarmos
nosso conhecimento nas unidades posteriores.
Na Unidade 2, discutiremos “As considerações esqueléticas do movimento e
da composição do corpo humano”. Aprenderemos como o sistema esquelético
é estruturado: tipos de ossos, células ósseas, classificação, formação e desenvol-
vimento dos ossos. Também discutiremos as aplicações de cargas mecânicas,
no sistema esquelético e as articulações.
Posteriormente, na Unidade 3, intitulada “Terminologia padrão dos movi-
mentos corporais”, identificaremos e descreveremos posições, planos e eixos de
referência, associados ao corpo humano, bem como os movimentos em relação
a termos direcionais; compreenderemos as posturas habituais, no cotidiano,
e a importância da coluna vertebral e de suas curvaturas para o movimento.
Na Unidade 4, trataremos do tema “Considerações neurológicas do movimen-
to”. Neste momento, discutiremos conceitos relacionados ao sistema nervoso
para compreender o funcionamento e controle dos movimentos. Além disso,
falaremos de conceitos relacionados ao sistema muscular como: a organização
física do músculo, tipos e características das fibras musculares, inserção muscu-
lar, ações musculares, propriedades mecânicas e conceitos que se relacionam e
influenciam a força muscular.
apresentação do material

Para finalizar, na Unidade 5 discutiremos como os conhecimentos cinesio-


lógicos são importantes para a execução dos movimentos cotidianos e como
utilizar os conhecimentos biomecânicos na prática esportiva e em exercícios
de musculação.
Esperamos que você se dedique ao máximo aos estudos, para que, em um
futuro próximo, tenhamos profissionais da Educação Física com amplos conhe-
cimentos cinesiológicos e biomecânicos, capacitados para atuar nos diversos
campo, em que o conhecimento do movimento humano é essencial.
Um abraço!

Bons estudos!
sum ário

UNIDADE I UNIDADE IV
INTRODUÇÃO À BIOMECÂNICA CONSIDERAÇÕES NEUROMUSCULARES
14 Terminologias e Conceitos Básicos da Cinesiologia DO MOVIMENTO
e da Biomecânica 126 Considerações Neurológicas do Movimento
18 Abordagem para Solução de Problemas: Ilustran- 130 Estrutura Macroscópica do Músculo
do os Conceitos Básicos da Biomecânica
137 Características Funcionais do Músculo
23 Unidades de Medida Associadas a Grandezas
Físicas Específicas 141 Mecânica Muscular e Princípios Básicos do Forta-
lecimento Muscular
27 Métodos de Análise em Biomecânica

UNIDADE V
UNIDADE II BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA APLICADA
CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS DO MOVIMENTO
158 Cinesiologia Aplicada à Vida Diária
E DA COMPOSIÇÃO DO CORPO HUMANO
161 Biomecânica Aplicada ao Esporte
52 Composição Óssea
163 Biomecânica Aplicada à Musculação
56 Tipos de Ossos
175 Referências
59 Processo de Formação, Crescimento Ósseo e
Cargas Mecânicas 178 Conclusão geral
66 Sistema Articular

UNIDADE III
TERMINOLOGIA PADRÃO DOS MOVIMENTOS CORPORAIS
84 Posição Anatômica de Referência, Planos e Eixos
do Movimento
90 Movimentos Fundamentais: Definições e Ações de
Movimento
101 Mobilidade e Lesões Osteoarticulares
105 Biomecânica da Coluna Vertebral
INTRODUÇÃO À BIOMECÂNICA

Me. Regina Alves Thon


Me. Bruna Felix Apoloni

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Terminologias e Conceitos Básicos da Cinesiologia e da
Biomecânica
• Abordagem para solução de problemas: ilustrando os
conceitos básicos da Biomecânica
• Unidades de medida associadas a grandezas físicas específicas
• Métodos de análise em Biomecânica

Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer os aspectos históricos, os conceitos e as definições
da área de atuação da Cinesiologia e Biomecânica.
• Entender a importância de estudar a Biomecânica, enfatizando
a preparação do profissional na atuação efetiva de resolução de
problemas relacionados à saúde e ao desempenho humano.
• Conhecer o sistema de pesos e medidas utilizado
internacionalmente, em pesquisas científicas, e adotado para o
uso diário.
• Conhecer os principais métodos de análise para a aplicação
de conhecimentos biomecânicos na análise do movimento
humano.
unidade

I
INTRODUÇÃO

O
lá, seja bem-vindo(a), caro(a) aluno(a). Abordaremos, nesta
unidade, conceitos básicos necessários para compreender a
área de estudo que abrange a Cinesiologia e a Biomecânica.
Tais conceitos, estudados de forma integrada, serão úteis para
entendermos a complexidade das principais análises do movimento.
Em um primeiro momento, discutiremos os aspectos relaciona-
dos aos conceitos e as definições que são norteadoras da Cinesiologia,
conhecida, literalmente, como a grande área de estudo que envolve
todo entendimento da “ciência do movimento humano”. A Biomecâni-
ca, por sua vez, é uma importante subárea da Cinesiologia e tem como
significado a combinação do prefixo bio (vida) e o campo da mecâni-
ca, que é o estudo da ação das forças.
O desenvolvimento dos estudos nessa temática tem proporcionado
cada vez mais informações completas do movimento humano durante
o esporte de alto rendimento, exercícios físicos, atividades cotidianas,
saúde, entre outros. Desse modo, abordaremos no primeiro tópico os
conceitos básicos, as definições e as perspectivas de análises biome-
cânicas. Esses conceitos, aplicaremos para a obtenção de soluções de
problemas específicos relacionados à biomecânica. No segundo tópico,
compreenderemos a importância de estudar biomecânica e identifi-
caremos as possibilidades para a solução de problemas sobre os diver-
sos campos de atuação, sob a ótica de análise do movimento.
Na sequência, apresentaremos as unidades de medidas, utilizadas, in-
ternacionalmente em pesquisas científicas e em atividades da nossa roti-
na. No quarto tópico, descreveremos os métodos que podem ser utiliza-
dos visando as diferentes formas de análise biomecânica do movimento.
Em suma, após o estudo desta unidade, o conhecimento inicial adquirido
nos fornecerá uma importante base de estudos, que nos possibilitará o
aprofundamento proposto nas próximas unidades.
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA

Terminologias e Conceitos Básicos


da Cinesiologia e da Biomecânica

Iniciaremos, agora, nosso roteiro de estudos. Primeira- sa do ponto de vista mecânico); os desafios enfrentados
mente, desvendaremos as principais terminologias norte- no processo de crescimento e desenvolvimento, até che-
adoras da Cinesiologia e da Biomecânica. Posteriormente, garmos no envelhecimento humano, em que a marcha
entenderemos as principais definições dessas complexas se torna, novamente, um obstáculo hesitante e desequi-
áreas de estudo, essenciais aos profissionais da Educação librante. Diante desses desafios, a ciência avança todos os
Física, pois diversas são as possibilidades de campos de dias, e esse conhecimento é infinito e nos motiva a cada
atuação desses profissionais. O entendimento básico da amanhecer, a estudar e aplicar todos os conhecimentos
biomecânica acompanha o homem desde sua existência, adquiridos nessa intrigante área de estudo.
abrangendo a complexidade dos primeiros passos desa- Vamos, então, na figura a seguir, entender o significa-
jeitados de uma criança (acredita-se uma tarefa ambicio- do de algumas palavras-chave para não ocorrer dúvidas.

14
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 1 - Significado das palavras: termo, definição e conceito / Fonte: as autoras.

Durante o processo histórico, tivemos avanços nos Faremos, rapidamente, uma retomada do pro-
conhecimentos e, por conseguinte, novas áreas fo- cesso histórico de reconhecimento das origens da
ram desenvolvidas e reformuladas. Nesse processo, Cinesiologia e da Biomecânica. O título de “Pai da
tornou-se inevitável o surgimento de uma multi- Cinesiologia”, geralmente, é atribuído a Aristóteles
plicidade de termos, com vários significados, com a (384-322 a. C). Desde sua existência, várias teorias
proposta de descrever os assuntos relevantes da nossa e fenômenos foram investigados por cientistas reno-
área. O termo “cinesiologia” é a combinação de dois mados, como as investigações de Christian Wilhelm
verbos gregos “kinein” que significa “mover”, e “logos”, Braune (1831-1892) e Otto Fischer (1861-1917),
“estudar”. Os cinesiologistas estudam o movimento e envolvendo técnicas fotográficas para estudos expe-
combinam a anatomia, a ciência da estrutura do cor- rimentais, que, ainda, são considerados de grande
po, com a fisiologia, a ciência da função do corpo. Esta importância no estudo da marcha humana e foram
junção produz a Cinesiologia, a ciência dos movimen- capazes de estabelecer o centro de gravidade do
tos do corpo. Fica claro a necessidade de entendermos corpo, em estudo publicado em 1889. Na segunda
que Cinesiologia é o estudo do movimento humano e metade do século XX, a Cinesiologia surgiu como
a Biomecânica, uma subdisciplina da Cinesiologia. O entidade distinta na família das disciplinas científi-
termo “biomecânica”, por sua vez, combina o prefixo cas. Como todas disciplinas, suas origens foram des-
“bio”, que significa “vida”, com o campo da mecânica, pertadas pela necessidade humana e pelos proble-
que é o estudo da ação das forças. mas práticos, sua forma organizada tornou-se bem

15
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 15 – Figura 1 - Significado das palavras: termo, definição e conceito

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 1 refere-se ao significado das palavras: termo, definição e


conceito. Compreende um esquema vertical indicando que a palavra ou locução Termo
(conjunto de palavras equivalente a um só vocábulo) rigorosamente definida que designa
um conceito próprio de determinado campo das ciências. (latim terminus, ‘limite, fim,
extremidade”, pelo arc. Térmio. Definição: Significação precisa de; indicação do sentido de
latim definitio,onis ‘ação de definir limite ou fim’, operação linguística que busca a
determinação clara e precisa de um conceito ou um objeto. Conceito: Significa a
compreensão que alguém tem de uma palavra; noção, concepção, ideia. Latim
conceptus,us ‘ação de conter, pensamento etc. FIM DESCRIÇÃO.
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA

mais abrangente e integrada teoricamente. Como e na Universidade de Santa Maria, com o intuito de fomen-
disciplina, o foco é o comportamento dos movimen- tar o desenvolvimento da área e estabelecer as bases para
tos dos organismos vivos (RASCH, 1991). o curso de formação de especialistas em Biomecânica. A
O termo “biomecânica” começou a ser utilizado no partir dessas e outas ações posteriores, por esse convênio
início da década de 70 para descrever a ciência que en- entre Brasil-Alemanha, observou-se o aumento de pesqui-
volvia o estudo dos aspectos mecânicos dos organismos sadores dedicados aos estudos das questões biomecânicas.
vivos. Dentro dos campos da Cinesiologia e da ciência do Tal condição levou a Biomecânica a se expandir além do
exercício, o organismo vivo mais estudado é o corpo hu- espaço disciplinar da Educação Física, gerando relações
mano. Uma das definições mais utilizadas para Biomecâ- multidisciplinares. Assim, pode-se citar o primeiro even-
nica, segundo Hay (1981, p. 3), “é a ciência que examina to acadêmico da biomecânica brasileira, a realização do “I
as forças internas e externas que atuam no corpo e seus Encontro Nacional de Docentes de Cinesiologia e Biome-
efeitos”. Para Hall (2013, p. 2), “as forças estudadas in- cânica”, ocorrido em 1988, na Universidade do Rio Grande
cluem tanto forças internas produzidas pelos músculos do Sul. A partir desse, impulsionou-se eventos posteriores
como forças externas que atuam sobre o corpo”. Os bio- pelo Brasil e, em dezembro de 1992, fundou-se, em Assem-
mecânicos utilizam as ferramentas da mecânica, o ramo bleia Geral, a Sociedade Brasileira de Biomecânica (SBB).
da física que envolve a análise das forças, para estudar (AMADIO; SERRÃO, 2004).
aspectos anatômicos e funcionais dos organismos vivos. A Biomecânica é um ramo científico da medici-
No Brasil, a história da Biomecânica também começou na esportiva (Figura 2) que engloba aspectos clínicos e
a ser escrita há poucos anos. Essa trajetória foi fortemente científicos do exercício físico e dos esportes e tem, ain-
influenciada pelo apoio que algumas instituições de ensino da, aplicações acadêmicas nas áreas: zoologia, ortopedia,
superior, no país, receberam do governo alemão, em 1965. cardiologia, engenharia biomédica, fisioterapia, entre
Como parte de uma das ações previstas desse convênio, no outras. O American College of Sports Medicine é um
ano de 1976, o professor Harmut Riehle ministrou cursos exemplo de organização que promove a interação entre
na Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo os tópicos da medicina esportiva.

Figura 2 - Os ramos da medicina desportiva / Fonte: adaptada de Hall (2013).

16
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 16– Figura 2 - Os ramos da medicina desportiva

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 2 refere-se a aos ramos da medicina desportiva. O


organograma indica que os ramos da medicina desportiva - aspectos clínicos e científicos
de esportes e exercícios, são: Biomecânica, Fisiologia do exercício, Fisioterapia,
Treinamento desportivo, Reabilitação cardíaca, Controle Motor, Nutrição esportiva,
Psicologia esportiva, Ortopedia e outras especialidades médicas. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

SAIBA MAIS

Homem vitruviano
É um desenho de Leonardo da Vinci que des-
creve as proporções do corpo humano. É uma
arte baseada em uma obra do arquiteto ro-
mano Vitrúvio, que elaborou uma série de
dez livros intitulados De Architectura. É um
tratado de arquitetura que no terceiro livro
descreve as proporções do corpo humano
masculino. No desenho, observamos um ho-
mem nu com os braços e as pernas afastados,
e as proporções do corpo humano encaixa-
das em uma figura quadrada e redonda. As
combinações das posições dos braços e das
pernas formam quatro posturas diferentes.
Dentre as proporções descritas por Da Vinci,
temos, por exemplo, que o comprimento da
mão é um décimo da altura de um homem
e o comprimento dos braços abertos de um
homem (envergadura dos braços) é igual à
sua altura.
Para saber mais sobre as proporções mate-
máticas do corpo humano de Leonardo da
Vinci, acesse o site História das Artes, disponí-
vel no endereço https://www.historiadasartes.
com/sala-dos-professores/o-homem-vitruvia-
no-leonardo-da-vinci/.

Fonte: as autoras.

17
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA

Abordagem para Solução


de Problemas: Ilustrando os
Conceitos Básicos da Biomecânica

Em sua opinião, por que estudar biomecânica? SITUAÇÃO-PROBLEMA


Nesta aula, você entenderá como os conceitos da Ci-
nesiologia e Biomecânica são realmente aplicados pelo
Professor de Educação Física, independentemente da Por que a natação não seria
o melhor exercício para pessoas
sua área de atuação. Pense no seu cotidiano ou em situa-
com osteoporose?
ções-problema do seu dia a dia. Como você aplicaria os
conceitos relacionados a essa área de estudo?

18
EDUCAÇÃO FÍSICA

Para resolver a situação-problema pro-


posta na página anterior, buscaremos as
informações básicas. A natação é conhe-
cida como um dos esportes mais com-
pletos e pode trazer inúmeros benefícios
aos seus praticantes, do ponto de vista do
bem-estar físico e mental, pois trabalha
todos os músculos do seu corpo. Como
é praticada no ambiente líquido, evita o
risco de lesões, pois temos a ausência da
gravidade e diminuição do peso corpo-
ral...opa, chegamos ao ponto-chave!
Identifiquemos as propriedades fí-
sicas do meio aquático que devem ser
devidamente conhecidas a pressão da
água; a densidade relativa; a flutuação e
a resistência do fluido. A figura a seguir
Figura 3 - Propriedades físicas da água e as forças que atuam sobre o corpo imerso
(figura 3) exemplifica a ação das forças que atuam sobre Fonte: Bates e Hanson (1998).
o corpo humano, quando imerso.
Sabe-se que a pressão da água é maior que a atmos- densidade mineral óssea e alterações na microarquitetura
férica e, quanto maior a profundidade, maior é a pres- do osso que aumentam a suscetibilidade à fratura”.
são hidrostática e seus efeitos na parte imersa do corpo. Agora fica mais claro responder à questão-pro-
Todo corpo imerso na água recebe uma pressão exercida blema, pois já descobrimos que a água diminui a ação
por ela. Essa pressão é uma força que atua perpendicu- da gravidade e reduz o peso corporal. Aliado a isso,
larmente em cada ponto da superfície corporal dividida relembramos que a osteoporose é diagnosticada pela
pela área dessa superfície. O modo pelo qual essa pres- baixa densidade mineral óssea. Dessa forma, podemos
são hidrostática é transmitida na água é definido na li- afirmar que a natação não seria o melhor exercício para
teratura como força por unidade de área, representada pessoas com o intuito de tratar a osteoporose, pois se faz
internacionalmente como Pascal. necessário possibilitar estímulos com a presença da ação
Após relembrarmos resumidamente, esses princí- da gravidade sobre o seu corpo para que tenha ganhos
pios, retomaremos nossa questão-problema, mas ainda na densidade mineral óssea. A literatura aponta que, em
preciso lhe perguntar: o que é osteoporose? Aprofunda- geral, exercícios aeróbicos, com pesos, combinados com
remos esse conhecimento nos capítulos seguintes, mas algum tipo de exercício resistido seja uma boa escolha
cabe ressaltarmos que é muito comum escutarmos essa para auxiliar nessa doença (AMERICAN COLLEGE OF
patologia. De forma resumida, segundo o American SPORTS MEDICINE, 2018).
College of Sports Medicine (2018, p. 355), a osteoporose Veja como a aplicabilidade dos conhecimentos da
“é uma doença esquelética caracterizada por baixa biomecânica auxiliam o professor de Educação Física no

19
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 19 – Figura 3 - Propriedades físicas da água e as forças que atuam sobre o


corpo imerso

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 3 refere-se às propriedades físicas da água e as forças que


atuam sobre o corpo imerso. Compreende a ilustração de uma mulher imersa na água, com
os ombros e a cabeça para fora da água. Uma seta de cima para baixo, próxima a cabeça,
indica a força da gravidade. Em oposição, existem setas de baixo para cima próximas aos
dois pés indicando a força da flutuação. Ao redor da mulher têm várias setas tanto do lado
direito quanto do lado esquerdo indicando a pressão lateral da água. Por fim, a ilustração
mostra que a pressão hidrostática aumenta de acordo com a profundidade. FIM
DESCRIÇÃO.
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA

seu cotidiano. Todas as investigações requerem a cone- As indagações do cotidiano surgem para melhor ana-
xão dos conhecimentos de todas as áreas para resolução lisarmos o movimento humano, desde, por exemplo, a
de problemas. Muitas tarefas demandam a condução de identificação da alteração da marcha até o refinamento
análises do movimento, que podem ser tanto de origem de uma técnica esportiva. Dependendo do propósito e
qualitativa ou quantitativa. da identificação essencial do problema, podemos seguir
• QUANTITATIVO: relaciona-se ao uso de números. com as análises qualitativas ou quantitativas.
Os pesquisadores biomecânicos se baseiam em questões es- A Biomecânica estuda a mecânica do movimento dos
pecíficas da mecânica do movimento dos organismos vivos. seres vivos, que tem um caráter experimental. Dado um Fe-
nômeno, procuramos informações a respeito dele; depois,
SEIS METROS TRÊS SEGUNDOS buscamos entender nosso espaço físico para, a partir desse
ponto, gerar uma interpretação de dados experimentais.
Esquematizando a pesquisa experimental, podemos
QUANTITATIVO representá-la da seguinte maneira:

CINQUENTA VOLTAS DOIS JOGADORES


A forma mais apropriada é a análise qualitativa

O analista observa sua realização e faz anotações


mentais e por escrito.

• QUALITATIVO: descrição não numérica de qua- Literatura – abordagens e técnicas para resolução
lidade, que pode ser geral, mas, também, pode ser extre- de problemas.
mamente detalhada. Por exemplo, podemos observar um
homem caminhando lentamente, parece se inclinar para Escrever a informação em um formulário.

a esquerda, colocando o peso sobre a perna direita, pelo


Símbolo para as grandezas físicas, diagrama;
mínimo de tempo possível. Temos aqui, uma descrição um problema; fórmulas; equações.
pouco mais detalhada do movimento (HALL, 2013).
Quadro 1 - Descrição da pesquisa experimental da análise qualitativa
BOM Fonte: adaptado de Brenzikofer (1993).

RUIM

LONGO REFLITA

QUALITATIVO
PESADO Faz-se essencial entendermos a importância
de “estudar Biomecânica”. Será que todo Pro-
FLEXIONADO fessor de Educação Física é capaz de dimen-
sionar o quanto é importante o conhecimento
RODADO
da Biomecânica para o seu dia a dia?

20
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 20 – Quadro 1 - Descrição da pesquisa experimental da análise qualitativa

INÍCIO DESCRIÇÃO – O Quadro 1 refere-se à descrição da pesquisa experimental da análise


qualitativa e afirma que a forma mais apropriada é a análise qualitativa, onde o analista
observa sua realização e faz anotações mentais e por escrito. Além disso, o quadro pontua
que na Literatura – há abordagens e técnicas para resolução de problemas; indica escrever
a informação em um formulário; e por fim, indica o uso de símbolos para as grandezas
físicas, diagrama; problema; fórmulas; equações. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

A partir do que já estudamos, podemos compreender em altura e era tão superior aos seus contemporâne-
algumas abordagens para solução de problemas, tanto os que foi considerado inigualável. Naquele tempo,
qualitativamente como quantitativamente, ilustrando os como hoje, havia uma grande e muito disseminada
conceitos básicos da Biomecânica. tendência a treinadores e atletas adotarem cegamen-
Faremos um resumo da importância desse co- te os métodos do campeão do momento. Assim,
nhecimento para pessoas interessadas nas técnicas alguns dos métodos empregados por Brumel eram
esportivas, de um modo ou de outro. Três grupos se relativamente novos para os saltadores em altura e
destacam: professores de Educação Física, treinadores por isso ele foi imitado mais do que qualquer outro.
e atletas (HAY,1981). Alguns saltadores copiavam até a distância que ele

Para o Professor de Educação Física, Para o Treinador, a importância de Para o Atleta, à medida que o aluno
os objetivos são diversos. Podemos um conhecimento de biomecânica progride ou ganha maior vivência e
destacar que a Educação Física é um depende, em certa extensão, do experiência, a orientação oral e uma
meio de educação através das atividades esporte que está sendo treinado. O análise do movimento podem ajudar
físicas e a sua repercurssão ampla sobre treinador trabalha nos níveis mais mais ainda o desenvolvimento e a
o crescimento, desenvolvimento e avançados e, por sua vez, está conscientização de uma habilidade
comportamento humano. interessado não somente nos motora (HAY,1981).
fundamentos básicos, mas também
Desse modo, o em detalhes mais específicos.
conhecimento da Desta forma, à
biomecânica (e do medida que o nível
aprendizado mecânico da performance
e da fisiologia) é cresce, o treinador
absolutamente essencial necessita de
ao professor. conhecimentos
Existe o interesse mais profundos de
em trabalhar com biomecânica
principiantes os (HAY,1981).
principais fundamentos
das técnicas
desportivas e nos
princípios gerais
da biomecânica
(HAY,1981).

Você sabia que alguns detalhes da técnica esportiva de tomava, a velocidade de abordagem do sarrafo e a
um campeão baseiam-se nos conhecimentos de biome- elevação simultânea de braços no momento de im-
cânica? Estes proporcionam a única base sólida e lógica pulsão (HAY, 1981). A Figura 4 demonstra o salto do
para avaliar as técnicas (estilos) para os quais a nossa tipo “tesoura”, utilizado por Brumel e outros atletas
atenção foi atraída pela observação dos campeões. da época. Posteriormente, como podemos observar,
Há alguns anos, o campeão mundial de salto em na Figura 5, o americano Dick Fosbury revolucionou
altura era um russo chamado Valery Brumel. Brumel a técnica do salto que evolui, cada vez mais, graças,
conservou os recordes mundiais e olímpicos de salto em grande parte, aos conhecimentos biomecânicos.

21
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA

Figura 4 - Valery Brumel no salto com aproximação de frente, em 1964


Fonte: IAAF (2014, on-line)1.

Figura 5 - Técnica do salto Fosbury, a mais utilizada


atualmente.

22
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 22 – Figura 4 - Valery Brumel no salto com aproximação de frente, em


1964

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 4 refere-se a Valery Brumel no salto com aproximação de


frente, em 1964. Compreende a foto em preto e branco de um atleta masculino saltando
de frente, horizontalmente, no sentido do sarrafo com elevação simultânea de braços no
momento de impulsão. O atleta tem porte físico magro, tem a pele clara e cabelos curtos.
FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 22 Figura 5 - Técnica do salto Fosbury, a mais utilizada atualmente..

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 5 refere-se a Técnica do salto Fosbury, a mais utilizada


atualmente. Compreende a foto em preto e branco de um atleta masculino saltando de
costas, horizontalmente, em oposição ao sarrafo com elevação do tronco arqueado no
momento de impulsão. O atleta tem porte físico magro, tem a pele clara e cabelos curtos.
FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Unidades de Medida Associadas


a Grandezas Físicas Específicas

As unidades de medida são essenciais para informar as


unidades corretas que devem ser utilizadas em proble-
mas quantitativos biomecânicos. Além disso, são utiliza-
das para representar as grandezas físicas (HALL, 2013).

Unidade de
Grandeza física Símbolo
medida

Comprimento metro M

Massa quilograma Kg

Tempo segundos S

Temperatura Grau Kelvin K

Quadro 2 – Grandezas físicas fundamentais e unidades de medida


Fonte: adaptado de Hamill e Knutzen (1999).

As figuras 6 e 7 apresentam exemplos de atividades coti-


dianas em que utilizamos as unidades de medida. Figura 6 - Aferir nossa massa corporal (Kg)

23
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 23 – Quadro 2 – Grandezas físicas fundamentais e unidades de medida

INÍCIO DESCRIÇÃO – O Quadro 2 refere-se às grandezas físicas fundamentais e unidades


de medida. Compreende uma tabela com três colunas: grandeza física (comprimento,
massa, tempo e temperatura); Unidade de medida (metro, quilograma, segundos e Grau
Kelvin); e por fim símbolo (M, Kg, S, K). FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 23 – Figura 6 - Aferir nossa massa corporal (Kg)

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 6 refere-se a aferição da nossa massa corporal (Kg).


Compreende a foto dos pés de uma pessoa em cima de uma balança retangular branca.
FIM DESCRIÇÃO.
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA

Figura 7 - Medir a altura de uma criança (m). Figura 9 - Mediar o tempo gasto para nadar uma prova de natação (s)

Na análise biomecânica do movimento humano, algu-


mas grandezas físicas básicas/fundamentais e suas res-
pectivas unidades de medida são amplamente utilizadas.
Dentre elas, podemos destacar o comprimento, que tem
como unidade de medida padrão o metro (m); o tempo,
que é medido em segundos (s) e a massa, representada
em quilograma (Kg). As grandezas físicas e suas unida-
des de medida citadas podem ser utilizadas, por exem- Figura 10 - Determinar os pesos (Kg) nas provas de Levantamento de peso

plo, na antropometria dos atletas, para medir a distância


que um atleta do salto em distância atingiu e o tempo Na Biomecânica, outras unidades de medida são derivadas
gasto em uma corrida de Atletismo. dessas unidades básicas descritas no Quadro 2. O Quadro
As figuras 8, 9 e 10 são exemplos da utilização das 3 descreve algumas das grandezas físicas derivadas e suas
unidades de medidas em modalidades esportivas. respectivas unidades de medida, utilizadas na biomecânica.

Grandeza física Unidade de medida Símbolo


Ângulo Radiano Rad
Área Metro quadrado m2
Velocidade Metros por segundo m/s
Torque Newtons N-m
Trabalho Joule J
Quadro 3 - Grandezas físicas derivadas e unidades de medida
Figura 8 - Medir as distâncias percorridas nas provas do Atletismo (m) Fonte: adaptado de Hamill e Knutzen (1999).

24
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 24 – Figura 7 - Medir a altura de uma criança (m)

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 7 refere-se a medição da altura de uma criança (m).


Compreende a foto de um homem com jaleco branco. Ele está sentado segurando uma
caneta e uma prancheta. Ao seu lado esquerdo tem um casal de crianças em pé. Eles estão
rente à parede que tem a marcação de altura. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 24 – Figura 8 - Medir as distâncias percorridas nas provas do Atletismo


(m)

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 8 refere-se a medição das distâncias percorridas nas provas
do Atletismo (m). Compreende a foto de um atleta masculino em posição de largada na
marca da pista de atletismo. O atleta está na raia 5. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 24– Figura 9 - Mediar o tempo gasto para nadar uma prova de natação (s)

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 9 refere-se a medição do tempo gasto para nadar uma prova
de natação (s). Compreende a foto de um atleta masculino nadando dentro de uma piscina.
Ele usa touca e óculos pretos. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 24 – Figura 10 - Determinar os pesos (Kg) nas provas de Levantamento de


peso

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 10 refere-se a determinação dos pesos (Kg) nas provas de
Levantamento de peso. Compreende a foto de um atleta preparando-se para levantar uma
barra de ferro horizontal com dois pesos circulares nas extremidades. Nas mãos do atleta
tem um pó na cor branca. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 24 – Quadro 3 - Grandezas físicas derivadas e unidades de medida Fonte:


adaptado de Hamill e Knutzen (1999).

INÍCIO DESCRIÇÃO – O Quadro 3 refere-se às grandezas físicas derivadas e unidades de


medida. Compreende uma tabela com três colunas: grandeza física (ângulo, área,
velocidade, torque, trabalho); Unidade de medida (radiano, metro quadrado, metros por
segundo, Newtons, Joule); e por fim símbolo (Rad, m2, m/s,N-m, J). FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Apesar do sistema internacional de unidades (SI) ser o mais empregado no mundo atualmente, os EUA utilizam,
vastamente, o sistema métrico inglês. Esse sistema de pesos e medidas foi, originalmente, desenvolvido na
Inglaterra há séculos, para facilitar o comércio e a divisão de terras. Suas principais unidades de medida são:
polegadas, libra, milha e jardas (HALL, 2013).
No futebol americano, as dimensões do campo são descritas em jardas (sistema inglês). O gramado é um re-
tângulo de 120 jardas, o que equivale a 109,73 m de comprimento e 53 ⅓ jardas, que representa 48,76 m de
largura. A cada 5 jardas, há, no gramado, uma linha que atravessa o campo de uma lateral até a outra. E a cada
10 jardas, são marcados os números que indicam a distância até o gol mais próximo.

Figura 11 - Campo de futebol americano com as dimensões em jardas (sistema métrico inglês)

No futebol, as dimensões do campo


são descritas em metros (sistema
internacional de unidades), porém,
diferentemente do futebol america-
no, não são marcadas no campo. As
medidas mínimas e máximas per-
mitidas do campo são de 90 a 120
metros de comprimento por 50 a 90
metros de largura.

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
EM BIOMECÂNICA

Um jogador de beisebol rebate um


triplo para o fundo do meio-campo. Figura 12 - Campo de futebol com as dimensões em metros
Conforme ele se aproxima da tercei-
ra base, nota que o arremesso de devolução na direção receptador começa a correr, o corredor do outro time,
do receptador é forte e decide parar na home base. O que está a uma velocidade de 9 m/s, encontra-se a 15
receptador recupera a bola a 10 metros da base e corre metros da base. Considerando que o tempo = distância/
de volta para ela a uma velocidade de 5 m/s. Quando o velocidade, quem chegará primeiro à base?

25
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 25 – Figura 11 - Campo de futebol americano com as dimensões em


jardas (sistema métrico inglês)

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 11 refere-se ao Campo de futebol americano com as


dimensões em jardas (sistema métrico inglês). Compreende o retângulo verde com o
seguinte texto dentro: Apesar do sistema internacional de unidades (SI) ser o mais
empregado no mundo atualmente, os EUA utilizam, vastamente, o sistema métrico inglês.
Esse sistema de pesos e medidas foi, originalmente, desenvolvido na Inglaterra há séculos,
para facilitar o comércio e a divisão de terras. Suas principais unidades de medida são:
polegadas, libra, milha e jardas (HALL, 2013). No futebol americano, as dimensões do
campo são descritas em jardas (sistema inglês). O gramado é um retângulo de 120 jardas,
o que equivale a 109,73 m de comprimento e 53 1⁄3 jardas, que representa 48,76 m de
largura. A cada 5 jardas, há, no gramado, uma linha que atravessa o campo de uma lateral
até a outra. E a cada 10 jardas, são marcados os números que indicam a distância até o gol
mais próximo. Por fim, abaixo do texto tem a ilustração de um campo de futebol
americano. A imagem mostra que as jardas iniciam em 10, 20, 30, 40 e 50. Depois a
sequência decresce, de 50 para 40, 30, 20 e 10. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 25 – Figura 12 - Campo de futebol com as dimensões em metros

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 12 refere-se ao Campo de futebol com as dimensões em


metros. Compreende a ilustração de um campo de futebol retangular com uma linha de
meio de campo e um círculo na área central. Nas duas laterais tem tem retângulos
menores indicado a área do gol. FIM DESCRIÇÃO.
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA

Solução:

Etapa 1 - Leia cuidadosamente o problema.


Corredor do outro time
Etapa 2 - Escreva as informações fornecidas:

Velocidade do corredor do outro time = 9 m/s.

Velocidade do receptador = 5 m/s.

Distância do corredor do outro time até a base = 15 m. 15 m


Distância do receptador até a base = 10 m.

Etapa 3 - Desenhe um diagrama do problema.

Etapa 4 - Escreva as fórmulas que serão utilizadas:

Tempo = distância/velocidade

Etapa 5 - Identifique a fórmula a ser utilizada: pres-


supõe-se que a fórmula fornecida é apropriada,
porque nenhuma outra informação relevante para a 10 m
solução foi apresentada.

Etapa 6 - Releia o problema, caso toda informação


necessária não esteja disponível. Pode-se determi-
nar que toda informação parece estar disponível.

Etapa 7 - Substitua a informação fornecida na fórmula:

Tempo do corredor = distância/velocidade.


tempo = 15/9
tempo = 1,6 segundos
Tempo do receptador = distância/velocidade Receptador
tempo = 10/5
tempo = 2 segundos Fonte: Hall (2013).
A partir da análise do problema e da substituição
dos valores na fórmula, descobrimos que o jogador
corredor levará cerca de 1,6 segundos para chegar
à base e o receptador levará 2 segundos. Ou seja, o
SAIBA MAIS
jogador corredor chegará à base primeiro.

Para complementar o seu conhecimento e refletir


sobre a importância do Sistema Internacional de
Unidades, acesse o material a seguir: https://brasi-
lescola.uol.com.br/fisica/sistema-internacional-uni-
dades-si.htm.

26
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 26 – Figura sem legenda

INÍCIO DESCRIÇÃO – A figura refere-se a ação entre um corredor e um receptador jogando


beisebol. Compreende um esquema indicando que o corredor do outro time está longe
15m da base e o receptador está longe 10m da base. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Métodos de Análise
em Biomecânica

VOCÊ SABE O QUE É MOVIMENTO? tantemente a superação dos limites: correr mais rápido,
arremessar com mais eficiência e saltar mais alto, por
O movimento, objeto de estudo da Biomecânica, é defi- exemplo. Diversos fatores contribuem para a melhora
nido como uma mudança de local, posição ou postura do rendimento esportivo: acompanhamento psicológi-
em relação a um ponto de referência do ambiente. É de co, nutricional, médico e fisioterápico. Além disso, um
fundamental importância para o ser humano, pois pos- dos principais fatores para aprimorar o desempenho es-
sibilita a sua interação com o ambiente no qual está in- portivo do atleta consiste em elaborar estratégias para o
serido (HAMILL; KNUTZEN, 1999). treinamento técnico, tático e físico. Para isso, a Biomecâ-
Qual é a importância de analisar os movimentos nica é uma aliada fundamental, porque por meio de seus
dos indivíduos? Nos esportes, os atletas buscam cons- métodos de análise é capaz de fornecer dados relativos à

27
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA

execução dos movimentos esportivos que poderão ser e balanço. O apoio representa o período no qual o pé
utilizados como base para o planejamento e a imple- está em contato com a superfície e o balanço refere-se ao
mentação de programas de treinamento mais eficazes. tempo em que o pé está no ar para o avanço do membro.
Nos movimentos cotidianos, a análise biomecânica A fase do apoio é subdividida em duplo apoio inicial,
é fundamental para a promoção da saúde, visto que a que é o apoio dos dois pés no chão, no início da mar-
partir dos dados obtidos é possível, por exemplo, iden- cha; o apoio simples, o contato de apenas um pé no solo,
tificar a maneira mais segura e confortável para a exe- e duplo apoio terminal, que ocorre no final do ciclo da
cução de tais movimentos. Um exemplo é a caminhada, marcha (PERRY, 2005).
utilizada como meio de locomoção e forma de manter Na segunda aula, vimos a importância da análise
o condicionamento físico. As pesquisas biomecânicas da biomecânica do movimento, que pode ser realizada por
caminhada (marcha) dão subsídios para a caracterização meio da pesquisa qualitativa ou quantitativa. Cabe des-
do movimento nos diferentes estágios da vida, como in- tacar, neste momento, que o tipo de análise e o método
fância, idade adulta e terceira idade, permitindo também utilizado dependerão, entre outros fatores, do objetivo
a estruturação de programas de intervenção para esses da análise. Por exemplo, se o objetivo do profissional de
grupos e para grupos especiais, como indivíduos em pro- Educação física é verificar a posição do cotovelo do atle-
cesso de tratamento da osteoporose ou lesão ligamentar. ta, durante um arremesso de lance livre do basquetebol,
A Figura 14 é um exemplo da descrição das fases da apenas a observação visual simples é necessária. Se o ob-
marcha, obtida por meio de análises biomecânicas desse jetivo, porém, é analisar as forças aplicadas pela mão, du-
movimento. A marcha é dividida em duas fases: apoio rante o arremesso, faz-se necessário o uso de equipamen-

Figura 14 - Fases da marcha / Fonte: Perry (2005).

28
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 28 – Figura 14 - Fases da marcha

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 14 refere-se às fases da marcha. Compreende um esquema


horizontal com cinco ilustrações do corpo humano e suas diferentes fases da marcha.
Sendo: duplo apoio inicial; apoio direito, balanço esquerdo e apoio simples; duplo apoio
terminal; balanço direito, apoio esquerdo e balanço; por fim, duplo apoio. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

tos avançados para o registro da execução do movimento nutenção de posições e posturas, quando não há movi-
e conhecimento científico, para a posterior análise. mento (HALL, 2013).
Como você já conheceu exemplos de abordagens
qualitativas, agora, iremos nos aprofundar na análise TIPOS DE MOVIMENTO: MOVIMENTO LI-
biomecânica quantitativa. NEAR E ANGULAR

ANÁLISE BIOMECÂNICA QUANTITATIVA Para saber qual o método de análise biomecânica é o


mais adequado para ser utilizado em uma determinada
A análise biomecânica quantitativa pode ser realizada por situação, é necessário identificar o tipo de movimento.
meio de duas perspectivas denominadas cinemática e ciné- Ou seja, a escolha da cinemática, da cinética ou de am-
tica. Veja no quadro as definições resumidas dos termos: bas deverá, entre outros fatores, considerar as caracterís-
ticas do movimento e a sua classificação.
Termo Definição O movimento linear ou de translação é aquele em
Descrição do movimento humano, que o corpo se move como uma unidade e as partes do
Cinemática sem preocupar-se com as forças corpo não se movem em relação às outras. Todas as par-
que agem no corpo. tes do corpo possuem a mesma velocidade e direção. Se
Estudo das forças associadas ao este movimento ocorre ao longo de uma via curva é de-
Cinética
movimento. nominado movimento curvilíneo e se ocorre ao longo
de uma linha reta é denominado retilíneo (HALL, 2013).
Quadro 4 - Definição dos termos cinemática e cinética
Veja alguns exemplos, nas Figuras 15 e 16.
Fonte: adaptado de Hamill e Knutzen (1999).

Complementando, a cinemática busca investigar as ca-


racterísticas do movimento a partir de uma perspectiva
espacial e temporal, sem identificar as forças que cau-
sam o movimento. É a forma do movimento, a técnica,
o tipo e a sequência do mesmo (HALL, 2013). Veja dois
exemplos de situações que podem ser resolvidas a partir
da análise cinemática: em que velocidade um objeto se
move? Qual a altura e a distância que ele atinge?
A cinética identifica as forças associadas ao movi-
mento, ou seja, tenta compreender as forças que provo-
cam o movimento. A análise cinética é considerada mais
complexa que a cinemática, porque as forças não podem
ser vistas. O que observamos, por meio das pesquisas
científicas, são os efeitos das forças. As forças existentes
são de extrema importância, porque são as responsáveis Figura 15 - Exemplo de movimento linear retilíneo
pela criação de todos os nossos movimentos e pela ma- Fonte: Hall (2013).

29
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 29 – Figura 15 - Exemplo de movimento linear retilíneo

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 15 refere-se ao exemplo de movimento linear retilíneo.


Compreende a ilustração de uma atleta saltando verticalmente, de baixo para cima, para
segurar em um sarrafo acima da sua cabeça. O corpo da atleta se move como uma unidade
e as partes do corpo não se movem em relação às outras. Todas as partes do corpo
possuem a mesma velocidade e direção. FIM DESCRIÇÃO.
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA

De modo geral, os movimentos são combinações entre o


movimento linear e o angular. Este tipo de movimento é
denominado de movimento geral/misto. Para entender
melhor, observe a Figura 18. Neste exemplo, a bola de fu-
tebol americano faz um movimento linear (translação)
no ar, concominantemente ao movimento angular (ro-
tação, porque gira ao redor de um eixo central).

Figura 16 - Exemplo de movimento linear curvilíneo


Fonte: Hall (2013).

O movimento angular ocorre por meio da rotação, ao


redor de uma linha central imaginária, denominada
eixo de rotação. Nesse tipo de movimento, as partes do
corpo se movem, constantemente, em relação às outras
partes. Grande parcela dos movimentos humanos apre-
senta a rotação de um segmento do corpo ao redor do
eixo de rotação, posicionado no centro da articulação,
na qual o segmento está fixo (HALL, 2003).
Figura 18 - O movimento da bola de futebol americano é geral (misto)
Fonte: Hall (2013).

E, para finalizar, observe a Figura 19: uma sequência


de imagens da execução do exercício, realizado, ge-
ralmente, no ambiente de academia, conhecido como
“Agachamento afundo” ou “Afundo com Dumbell”,
executado com barra longa. Na primeira imagem, o
deslocamento vertical da barra representa um movi-
mento linear. Na segunda imagem, é possível verificar
o movimento angular, representado pelo movimento
das articulações. E, na terceira imagem, observamos
Figura 17 - Exemplo de movimento
angular (balançar sobre uma barra)
o exercício, propriamente dito, classificado como um
Fonte: Hall (2013). movimento do tipo geral (misto).

30
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 30 – Figura 16 - Exemplo de movimento linear curvilíneo

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 16 refere-se ao exemplo de movimento linear curvilíneo.


Compreende a ilustração de uma atleta saltando de cima para baixo. Seu movimento
ocorre ao longo de uma via curva para segurar em um sarrafo que virá na sequência. O
corpo da atleta se move como uma unidade e as partes do corpo não se movem em relação
às outras. Todas as partes do corpo possuem a mesma velocidade e direção. FIM
DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 30 – Figura 17 - Exemplo de movimento angular (balançar sobre uma


barra)

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 17 refere-se ao exemplo de movimento angular (balançar


sobre uma barra). Compreende a ilustração de uma atleta realizando o movimento angular
que ocorre por meio da rotação, ao redor de uma linha central imaginária, denominada
eixo de rotação. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 30 – Figura 18 - O movimento da bola de futebol americano é geral


(misto)

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 18 indica que o movimento da bola de futebol americano é


geral (misto). Compreende as etapas que acontecem com a bola de futebol americano e
mostra que a bola faz um movimento linear (translação) no ar, concomitantemente ao
movimento angular (rotação, porque gira ao redor de um eixo central). FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 19 - Movimento linear da barra, movimento angular das articulações e movimento geral (misto) no exercício “afundo”
Fonte: Marchetti et al. (2007).

AVALIAÇÃO CINEMÁTICA Termo Definição

Posição Localização no espaço


Agora que você reconhece os tipos de movimento e
já conhece a diferença entre cinemática e cinética, co- Distância Trajetória do movimento
nheceremos a importância desse tipo de análise e as
Distância percorrida em linha
variáveis que podemos obter ao aplicar os métodos Deslocamento
reta da posição inicial até a final
cinemáticos. A avaliação cinemática pode auxiliar-
Distância que um objeto
-nos na obtenção de dados/variáveis espaciais e tem- Velocidade escalar percorreu dividida pelo tempo
porais, durante a execução do movimento. A partir da que levou para percorrê-la
interpretação do resultado dessas variáveis, é possível, O tempo que leva uma
Velocidade vetorial
por exemplo, aprimorar a técnica de execução, além mudança de posição
de aprofundar o nosso conhecimento sobre o padrão Mudança da velocidade em
Aceleração
motor do movimento, mais eficiente mecanicamente. relação ao tempo
Outro detalhe relevante é que a cinemática linear é a
Quadro 5 - Descrição das variáveis cinemáticas
análise feita de um movimento linear, e a cinemática Fonte: adaptado de Hall (2013); Hamill e Knutzen (1999).
angular, do movimento angular. As variáveis que serão
descritas a seguir relacionam-se ao movimento linear. A variável cinemática posição representa a localização,
Você deve se perguntar: quais são as variáveis es- no espaço de um objeto ou corpo. Para descrevê-la, é ne-
paciais e temporais do movimento? O Quadro 5 des- cessário determinar um ponto fixo como referência.
creve um resumo dessas variáveis com suas respecti- Distância e deslocamento são variáveis com
vas definições. definições diferentes. Para compreender melhor, vamos

31
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 31 – Figura 19 - Movimento linear da barra, movimento angular das


articulações e movimento geral (misto) no exercício “afundo”

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 19 refere-se ao movimento linear da barra, movimento


angular das articulações e movimento geral (misto) no exercício “afundo”. Compreende
três sequências de ilustrações A, B, C indicando a execução do exercício realizado por um
homem. O exercício é conhecido como “agachamento afundo” ou “afundo com Dumbell”
executado com barra longa. Na primeira imagem, o deslocamento vertical da barra
representa um movimento linear. Na segunda imagem, é possível verificar o movimento
angular, representado pelo movimento das articulações, onde a perna esquerda está
flexionada, e o joelho direito está próximo do chão. E, na terceira imagem, igual às
anteriores para indicar que existem os dois tipos de movimento, classificado como um
movimento do tipo geral (misto). FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 31 – Quadro 5 - Descrição das variáveis cinemática

INÍCIO DESCRIÇÃO – O Quadro 5 refere-se a descrição das variáveis cinemáticas.


Compreende uma tabela com duas colunas verticais: Termo (posição, distância,
deslocamento, velocidade escalar, velocidade vetorial e aceleração); Definição
(localização no espaço, trajetória do movimento, distância percorrida em linha reta da
posição inicial até a final, distância que um objeto percorreu dividida pelo tempo que levou
para percorrê-la o tempo que leva uma mudança de posição e por fim, mudança da
velocidade em relação ao tempo. FIM DESCRIÇÃO.
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA

O deslocamento pode ser calculado pela seguinte


utilizar o exemplo do Atletismo. Uma pista de Atletismo
tem 400 m. Um atleta que percorre uma volta e meia, nes- fórmula: ∆s = sf - si, em que: a letra grega “delta”
sa pista, terá corrido uma distância de 600 m (400 m + (∆) refere-se a uma alteração em um determina-
200 m). Isso porque, a distância é medida ao longo da tra- do parâmetro.
jetória do movimento, podendo ser em linha reta ou não.
O deslocamento, por sua vez, é medido em linha ∆s = deslocamento.
reta a partir de uma posição até a posição seguinte. Em
F
= posição final.
outras palavras, é o quão distante o objeto foi movido
para além de sua posição inicial. Para, então, descobrir = posição inicial.
I
o deslocamento do atleta, é necessário traçar uma li-
nha reta da posição 1 (inicial) até a posição 2 (final). Se A velocidade é uma combinação dos conceitos de
o atleta tiver percorrido uma distância de 800 m (duas deslocamento e tempo. Abordaremos, aqui, os concei-
voltas completas na pista de Atletismo), o deslocamento tos de velocidade escalar e vetorial. Cotidianamente, uti-
será igual a zero, porque as posições iniciais e finais são lizamos o termo velocidade para descrever a distância
as mesmas. Além disso, o deslocamento é uma grandeza que um objeto percorreu dividida pelo tempo que levou
vetorial e, por esse motivo, além de indicar o compri- no trajeto. Essa é a velocidade escalar. Por exemplo, nos
mento da linha entre as duas posições também descreve automóveis, o velocímetro indica a velocidade escalar
a direção do movimento que pode ser: norte, sul, esquer- (HAMILL; KNUTZEN, 1999).
da, direita, para cima, para baixo, por exemplo.

32
EDUCAÇÃO FÍSICA

velocidade escalar = distância Aceleração = velocidade (m/s)


tempo (s)
tempo (s)

A velocidade vetorial é a mais utilizada na Biomecânica, a= velocidade final – velocidade inicial


porque além de descrever a magnitude da velocidade tam- tempo na posição final – tempo na posição inicial
bém indica a direção do movimento. A unidade de medi-
da mais utilizada para essa variável é m/s (metros por se-
gundo), seguindo o sistema internacional de medidas (SI). a = mudança na velocidade

v = deslocamento mudança no tempo

tempo (s)
a = ∆v

v= posição final – posição inicial ∆t


tempo na posição final – tempo na posição inicial
Cabe ressaltar que a velocidade final pode ser represen-
v = ∆s tada como v2 e a inicial como v1.
Veremos, agora, alguns exemplos sobre aceleração:
∆t a. Um atleta de esqui aumenta sua velocidade em
1 m/s, a cada segundo, então, sua aceleração é de
A velocidade de um corpo ou objeto muda constante- 1 m/s2.
mente. Mesmo em situações nas quais a velocidade é b. Um objeto com aceleração de 2 m/s2 aumenta
a sua velocidade a 2 m/s, a cada segundo. Assim,
constante, ela é obtida quando é calculada a média da
em uma direção positiva, isso representa que
velocidade em um intervalo de tempo. Por exemplo, um com a velocidade inicial igual a zero, um segun-
corredor apresentou uma velocidade média na distân- do depois, a velocidade é de 2 m/s, um segundo
cia de 300m. Sabemos, porém, que a velocidade muda depois é de 4 m/s, e um segundo depois é de 6
continuamente e essas variações podem ser identifica- m/s (HALL, 2013).
das. Assim, a aceleração é a mudança da velocidade em
relação ao tempo, ou seja, é a taxa de mudança na velo- No dia a dia, quando utilizamos o termo “acelerando”,
cidade. Pode ser o aumento ou a diminuição na veloci- queremos dizer que um objeto ou corpo aumenta sua
dade vetorial. A unidade de medida mais utilizada para velocidade. Quando v2 é maior que v1, percebemos que
representar essa variável é m/s2 (metros por segundo ao a aceleração é um número positivo e que o objeto/cor-
quadrado), seguindo o sistema internacional de medi- po aumentou sua velocidade em um período de tempo.
das (HAMILL; KNUTZEN, 1999). Veja o exemplo, e para resolvê-lo você pode retornar ao

33
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA

a = V2 – v 1
Explorando ideias da aula 3, que descreve as etapas para
resolução de problemas: ∆t
Um velocista, ao sair do bloco de partida, apresenta
velocidade de 3 m/s. Um segundo mais tarde, a velocida- a = 0 m/s – 4 m/s
de é de 5 m/s. Qual é a aceleração? 0,5 s

v1 = 3 m/s a = - 8 m/s2

v2 = 5 m/s Nesse exemplo, a v1 é maior do que v2 e com isso a


aceleração será negativa. A aceleração pode ser igual
t=1s a zero. Isso ocorre quando v1 é igual a v2, ou seja, a ve-
locidade é constante. No entanto, é preciso ter muita
atenção em relação aos valores positivos e negativos de
a = ∆v
aceleração. Em algumas situações, esses valores podem
∆t indicar a direção do movimento e, se isso ocorrer, o va-
a = V2 – v 1 lor da aceleração, mesmo que positivo, não representa
que o objeto está acelerando.
∆t
Relembrando o que foi descrito, anteriormente, es-
a = 5 m/s – 3 m/s sas variáveis da cinemática linear podem ser aplicadas
para a análise do movimento angular, o que é denomi-
1s
nado cinemática angular.
a = 2 m/s2
AVALIAÇÃO CINÉTICA
O resultado da aceleração é de 2 m/s . É possível con-
2

cluir que o valor de v2 é maior que v1, o valor da acelera- A avaliação cinética possibilita informações sobre como
ção é positivo e o objeto/corpo aumenta sua velocidade o movimento é produzido ou como uma posição é man-
(acelerando). Veja outro exemplo de aceleração: tida. Refere-se às forças que produzem o movimento.
Um jogador de Beisebol precisa deslizar para parar Assim como na cinemática, a cinética linear descreve as
sobre uma determinada base. A velocidade é de 4 m/s, forças atuantes no movimento linear e a cinética angu-
quando faz o deslizamento, que dura 0,5 s e, logo após, o lar, no movimento angular. Esse tipo de avaliação funda-
movimento cessa. menta-se nas três Leis de Newton.
A Figura 20 representa o exercício rosca direta com
v1 = 4 m/s halter. Neste exemplo, a análise cinética nos permite
concluir que a posição de antebraço estendido é a po-
v2 = 0 m/s sição mais fraca para iniciar o movimento. Mais peso
poderá ser erguido se a rosca direta for iniciada com o
t = 0,5 s cotovelo, levemente, flexionado.

34
EDUCAÇÃO FÍSICA

onde F=força aplicada, m= massa do corpo (Kg) e a=


aceleração resultante (m/s2).
Por fim, a lei da ação e reação indica que, quando
um corpo exerce uma força sobre o outro, é gerada uma
força de reação que é igual em magnitude e oposta em
direção ao primeiro corpo (MARCHETTI et al. 2007).

ESTÁTICA E DINÂMICA

Para o estudo do movimento, a mecânica apresenta


os sub-ramos estáticos e dinâmicos. A estática é o es-
tudo dos sistemas em repouso ou que estão em mo-
vimento, porém com velocidade constante. Ou seja,
são sistemas em equilíbrio, definido como uma situ-
ação em que não há aceleração, porque as forças que
iniciam o movimento de acelerar ou diminuir estão
neutralizadas por forças opostas, que as anulam.
Esse tipo de estudo é importante para determinar
sobrecargas sobre estruturas anatômicas do corpo,
identificar o tamanho da força que poderia desequi-
librar o sistema e iniciar o movimento. É realizado
por meio de técnicas cinéticas de análise do movi-
mento que permitem identificar as forças e o local de
aplicação da força que mantém postura, posição ou
Figura 20 - Exercício rosca direta com halter
Fonte: Brown (2008). velocidade constante (HAMILL; KNUTZEN, 1999).
Veja o exemplo da postura sentada.
Para estudar a mecânica do movimento humano, é es-
sencial conhecer as três Leis de Newton. São elas: 1° lei
da inércia, 2° lei da aceleração e 3° lei da ação e reação.
A lei da inércia descreve que um corpo tende a se
manter em estado de repouso ou velocidade constan-
te, a não ser quando estiver sujeito a uma força externa
para modificá-lo. A lei da aceleração afirma que, quan-
do uma força é aplicada em um corpo, gera uma acele-
ração de magnitude proporcional à força, na direção da
força e, inversamente, proporcional à massa do corpo.
Pode ser representada pela seguinte equação: F = m.a, Figura 21 - Postura sentada

35
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 35 – Figura 20 - Exercício rosca direta com halter

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 20 representa o exercício rosca direta com halter. A imagem
mostra a ilustração de uma mulher segurando um peso de 3kg com o cotovelo levemente
flexionado para cima. No exemplo, a análise cinética indica que a posição de antebraço
estendido é a posição mais fraca para iniciar o movimento. Mais peso poderá ser erguido
se a rosca direta for iniciada com o cotovelo, levemente, flexionado. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 35 – Figura 21 - Postura sentada

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 21 refere-se a postura sentada. Compreende a ilustração de


uma mulher trabalhando sentada em frente a uma mesa com um computador em cima. A
imagem mostra tanto a parte da frente quanto a parte de trás da cena. FIM DESCRIÇÃO.
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA

Nesse exemplo, é possível inferir que mesmo sem mo- Antropometria


vimento, existem forças atuando para manter essa pos-
tura. Existem forças entre as costas e a cadeira, o pé A palavra Antropometria vem do grego Anthropo que
e o solo e forças musculares opostas à gravidade para significa “homem” e metry que significa “medida”. É o mé-
manter a cabeça para cima. todo que identifica as medidas inerciais do corpo do indi-
A dinâmica é o estudo dos sistemas que possuem víduo e descreve as características físicas dos segmentos
aceleração (HAMILL; KNUTZEN, 1999). Pode ser utili- corporais. Isto porque as medidas antropométricas são
zada, por exemplo, para analisar o movimento que é rea- necessárias para a normalização dos dados, a criação de
lizado para o indivíduo levantar da cadeira. A dinâmica modelos físico-matemáticos e para determinar caracte-
pode utilizar a abordagem cinemática ou cinética para rísticas físicas do corpo, como massa; altura; comprimen-
analisar o movimento. Mais adiante, você perceberá que to dos segmentos corporais; circunferência dos segmen-
grande parte das análises biomecânicas são dinâmicas. tos; centro de massa e de gravidade. Alguns instrumentos
podem ser utilizados, como fita métrica, balança e paquí-
MÉTODOS DE ANÁLISE DA BIOMECÂNICA metros digitais. A antropometria é um método comple-
mentar aos outros métodos biomecânicos, os quais des-
A biomecânica tem como objetivo descrever as forças creveremos na sequência (AMADIO et al. 1999).
e as características dos movimentos com relação a leis
e princípios mecânicos, conhecimentos anatômicos e fi- Dinamometria
siológicos. Os resultados das análises biomecânicas con-
tribuem para o entendimento mais completo do movi- É um método para a obtenção de variáveis cinéticas do
mento e pode ser aplicado pelo professor/treinador de movimento, ou seja, possibilita determinar as forças
educação física em diversas situações, relacionadas ao externas que produzem o movimento. Estas forças são
esporte, como por exemplo: fazer um diagnóstico da transmitidas entre o corpo e o ambiente. Algumas forças
técnica do movimento, sistematizar e organizar o treina- externas são: força de reação do solo, pressões, torques,
mento esportivo, identificar a condição física, identificar impulsos, gradiente de força, força de preensão manual,
e reduzir sobrecargas no aparelho locomotor, melhorar a centro de pressão. Alguns indicadores de forças internas
eficiência do gesto esportivo e o desempenho. podem ser obtidos a partir de torques das forças muscula-
No cotidiano, os resultados das análises biomecâni- res, forças musculares e forças nas superfícies articulares.
cas nos auxiliam na prevenção e reabilitação orientados A força, mais comumente identificada, é denomi-
à saúde, para descrever padrões patológicos de movi- nada Força de Reação do Solo (FRS). Esta age sobre o
mentos; desenvolver equipamentos e métodos para a te- corpo humano durante a fase de contato com o solo e
rapia; conhecer mais sobre a postura e locomoção, e ter representa a terceira Lei de Newton, apresentada a você
mais segurança nas atividades da vida diária. anteriormente. A FRS é representada na forma de vetor
Os resultados de investigações biomecânicas são em função do tempo, tem ação tridimensional com os
obtidos por meio de métodos científicos. Estes méto- componentes vertical, anteroposterior e mediolateral. A
dos são: antropometria, dinamometria, cinemetria e variação da FRS ocorre quando, em contato com o solo,
eletromiografia. acontece a transferência de forças externas para o corpo,

36
EDUCAÇÃO FÍSICA

o que altera a condição do movimento. Por exemplo, na adapta a força, produzida durante o movimento. Diver-
corrida a cada contato do pé com o solo, gera-se uma sos atletas profissionais realizam esse tipo de teste com o
força que retorna com a mesma magnitude e direção objetivo de identificar valores máximos de força, potên-
oposta (BARELA; DUARTE, 2011). cia e torque; valores para grupos musculares e articula-
Alguns instrumentos utilizados na dinamometria ções em específico; possíveis desequilíbrios e fraqueza
são: a plataforma de força, isocinético, dinamômetro muscular. Além da avaliação, o instrumento também é
manual, células de carga, transdutores de carga e ins- utilizado para treinamento e recuperação de lesões.
trumentos para avaliação da distribuição da pressão
plantar. A Figura 22 representa uma plataforma de força,
que por meio de quatro sensores posicionados nas suas
extremidades, registra a força aplicada nas três direções:
vertical (Z), médio-lateral (X) e ântero-posterior (Y).

Figura 22 - Plataforma de força / Fonte: Barela e Duarte (2011). Figura 23 - Dinamômetro isocinético / Fonte: Sportslab ([2019], on-line)².

A plataforma de força é o instrumento básico que mede Cinemetria


a FRS, seus momentos e o ponto de aplicação dessa força.
A medição é feita por meio de um sinal elétrico propor- A cinemetria é um método de análise para descrever
cional à força aplicada. Para isso, são utilizados sensores características cinemáticas do movimento. Por meio
no instrumento como os transdutores de força piezoelé- desse método, é possível obter variáveis, como posição;
trico (sob estresse mecânico é gerado um campo elétrico deslocamento; velocidade e aceleração. Os instrumentos
que produz força elétrica) e/ou células de carga strain- mais utilizados nesse processo são câmeras de vídeo, sis-
-gauge. Estes sinais são enviados por intermédio de ca- temas opto-eletrônicos, acelerômetros, eletrogoniôme-
bos a um amplificador de sinais que permite a mensura- tros. Para a coleta de dados, é necessário seguir algumas
ção tridimensional da FRS (BARELA; DUARTE, 2011). etapas. Um modelo antropométrico é definido anterior-
O dinamômetro isocinético é um instrumento tam- mente à coleta das imagens, para que seja possível esti-
bém muito utilizado para medir a força, principalmente mar a localização de eixos articulares no corpo humano,
de membros inferiores. São executados movimentos de onde os marcadores serão fixados.
flexão e extensão em diferentes velocidades e resistên- Esses marcadores, posicionados em pontos anatô-
cias, ou seja, é uma contração muscular com velocida- micos previamente definidos por meio do modelo an-
de controlada pelo instrumento e a resistência, que se tropométrico, serão úteis para a obtenção de coordena-

37
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 37 – Figura 22 – - Plataforma de força

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 22 representa uma plataforma de força no formato


quadrado, que por meio de quatro sensores posicionados nas suas extremidades, registra
a força aplicada nas três direções: vertical (Z), médio-lateral (X) e ântero-posterior (Y). FIM
DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 37 – Figura 23 - Dinamômetro isocinético

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 23 refere-se ao dinamômetro isocinético. Compreende a foto


de uma mulher sentada em uma cadeira específica com um equipamento preso próximo
do tornozelo esquerdo. FIM DESCRIÇÃO.
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA

das bidimensionais ou tridimensionais de cada ponto cas fisiológicas que indicam a velocidade e o padrão de
corporal, em cada quadro da imagem do movimento, e recrutamento da ação muscular dos grupos mais ativados
junto com funções trigonométricas e cálculos de variá- durante um movimento. O pesquisador precisa atentar-se
veis cinemáticas colocados no software. Na sequência, é a alguns detalhes, por exemplo, o posicionamento de ele-
feito o registro do movimento esportivo e/ou cotidiano, trodos nos grupos musculares de interesse e que são ati-
por meio de câmeras filmadoras. A frequência de regis- vados durante o movimento. Ao utilizar a eletromiografia
tro da imagem deve estar em acordo com a frequência é possível realizar outras investigações biomecânicas, ao
natural do movimento a ser analisado. Na próxima eta- mesmo tempo, como a obtenção de variáveis cinemáticas.
pa, o registro do movimento é transferido para o com- O posicionamento dos eletrodos e os procedimentos da
putador e realizado o processamento. Esta etapa, muitas avaliação com eletromiografia devem seguir as referên-
vezes é feita pelo próprio software da câmera filmadora cias descritas pela Sociedade Internacional de cinesiolo-
e consiste em reconstruir, de modo bidimensional ou gia e eletrofisiologia (MERLETTI; TORINO, 1999). O si-
tridimensional, os pontos corporais em movimento e nal eletromiográfico é captado por meio dos eletrodos do
calcular as variáveis de interesse (AMADIO et al. 1999). tipo agulha, fio ou de superfície. A seguir, o sinal deve ser
processado por meio de softwares específicos. Os dados
obtidos podem ser utilizados para a visualização do pa-
drão da ativação muscular e pode servir como referência
para comparações entre diferentes tipos de contrações,
exercícios e sobrecargas de treinamento.

Figura 24 - Os marcadores posicionados no corpo do indivíduo para a Figura 25 - Posicionamento de eletrodos no grupo muscular de interesse
construção do modelo biomecânico e sinal eletromiográfico

Eletromiografia MÉTODOS DE ANÁLISE PARA DETERMINA-


ÇÃO DE FORÇAS INTERNAS
Método de análise biomecânica que estuda a atividade
elétrica dos músculos que se originam da contração mus- Um dos grandes problemas científicos da Biomecânica
cular. A eletromiografia permite identificar característi- consiste em identificar as forças internas do movimento,

38
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 38– Figura 24 - Os marcadores posicionados no corpo do indivíduo para a


construção do modelo biomecânico

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 24 refere-se aos marcadores posicionados no corpo do


indivíduo para a construção do modelo biomecânico. Compreende a foto de um homem
sem camisa com vários marcadores pequenos na cor preta posicionados nos braços,
ombros, tórax e quadril. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 38 – Figura 25 - Posicionamento de eletrodos no grupo muscular de


interesse e sinal eletromiográfico

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 25 refere-se ao posicionamento de eletrodos no grupo


muscular de interesse e sinal eletromiográfico. Compreende a foto de uma pessoa sentada
com quatro eletrodos na cor branca com fios se que interligam. Os eletrodos estão
posicionados no joelho esquerdo. Por fim, há uma mão tocando um dos eletrodos. FIM
DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

principalmente, na área esportiva. A compreensão das SAIBA MAIS


forças internas é essencial para complementar as infor-
mações do padrão de eficiência do movimento. Para saber mais sobre modelos biomecânicos,
A análise das forças internas, no entanto, é difícil acesse o material do professor Dr. Guanis de
de ser realizada porque é necessário adentrar na parte Barros Vilela Junior, disponível no endereço:
http://www.cpaqv.org/biomecanica/modela-
interna do sistema biológico. Por isso, muitas vezes, as va- mentobiomecanico.pdf.
riáveis de forças internas se tornam dependentes de me-
dições externas ao organismo. Existem duas abordagens
para a determinação das forças internas: direta e indireta. em indivíduos com algum tipo de lesão. Por esse motivo,
Determinar as forças internas pelo método direto o método direto é considerado invasivo e, até mesmo,
é complexo, porque necessita de colocação de transdu- impróprio para o ser humano, em algumas situações. O
tores dentro do corpo humano para fazer a medição. método indireto é o mais utilizado para a análise cinética
Geralmente, é feita a inserção de um do movimento. São avaliações fundamentadas em mo-
transdutor no tecido bio- delos físico-matemáticos. Esse método permite simular
lógico ou em próteses o comportamento biomecânico de estruturas corporais
a partir de um modelo biomecânico que é a construção
de um objeto, real ou virtual, por meio
de conhecimentos físicos e
matemáticos (AMADIO
et al., 1999).

39
considerações finais

Nesta primeira unidade, iniciamos nossas discussões com a contextualização histórica


da Cinesiologia e da Biomecânica. Nosso objetivo principal foi descrever os conceitos
e as definições norteadores dessa importante e ampla área de estudo, por isso, fizemos
uma breve e importante reflexão sobre a importância desses princípios, essenciais para
o Professor de Educação Física no seu cotidiano.
Observamos, também, que muitas tarefas demandam a condução de análises do mo-
vimento que podem ter origem em análises tanto qualitativas como quantitativas, que
nos instigam a estudar, cada vez mais. Todas as investigações relacionadas à biomecânica
requerem, muitas vezes, a conexão dos conhecimentos de todas as áreas para resolução
de problemas do nosso dia a dia, que surgem para melhor analisarmos o movimento
humano, desde a identificação da alteração da marcha até o refinamento de uma técnica
esportiva.
Abordamos os conhecimentos relacionados ao sistema de pesos e as medidas, utilizadas,
internacionalmente, em pesquisas científicas e adotadas para o nosso uso diário. Conhe-
cemos as principais formas de análise para a aplicação de conhecimentos biomecânicos
na análise do movimento humano, e focamos nos quatro principais métodos de análise:
antropometria, dinamometria, cinemetria e eletromiografia. De forma sucinta, observa-
mos, na antropometria, a análise relacionada às medidas corporais. Na dinamometria,
analisamos a aplicação de forças em diferentes contextos. Na cinemetria, avaliamos, por
meio de imagens e vídeos, a mecânica do movimento e, por fim, utilizamos a eletromio-
grafia para medir a ativação muscular em diversos movimentos.
Espero que você, caro(a) aluno(a), tenha extraído o máximo possível de informação
desta unidade. Despedimo-nos, aqui, mas nos reencontraremos, na próxima seção, em
que discutiremos as principais relações cinesiológicas e as biomecânicas do sistema
esquelético associadas à mecânica do movimento.

40
atividades de estudo

1. O conhecimento sobre os conceitos básicos da Assinale a alternativa correta:


Cinesiologia e Biomecânica são essenciais para
a. V, V, F.
o Professor de Educação Física. A partir do con-
teúdo que foi trabalhado no decorrer da Unida- b. F, F, V.
de 1, leia as afirmativas abaixo. c. V, F, V.
I. Cinesiologia é conhecida é como a grande
d. F, F, F.
área de estudo que envolve o entendimento
da “ciência do movimento e fisiologia humana” e. V, V, V.
e o campo da mecânica, que é o estudo da
3. O sistema métrico é de fundamental impor-
ação das forças.
tância para os estudos em Biomecânica. Sobre
II. A Biomecânica é uma área de conhecimento este sistema, leia as afirmativas abaixo:
que tem como significado “ciência do movi- I. O sistema internacional de unidades (SI) pa-
mento humano”. droniza, para cada grandeza física, uma uni-
III. A Cinesiologia é uma importante subárea da dade de medida.
Biomecânica. II. O SI não pode ser utilizado em nossas ativi-
IV. O título de “Pai da Cinesiologia”, geralmente, é dades cotidianas, por exemplo, para aferir a
atribuído para Aristóteles. massa corporal.
III. O SI e o sistema métrico inglês são iguais.
Sobre as afirmativas anteriores, assinale a alterna-
tiva correta: IV. O sistema métrico inglês foi desenvolvido na
Inglaterra e, atualmente, é, amplamente, uti-
a. I, II, IV, apenas.
lizado nos Estados Unidos, por exemplo, nas
b. I, III, apenas. medidas do campo de futebol americano.
c. II, IV, apenas. a. I, II, IV, apenas.
d. III, apenas. b. I, III, apenas.
e. IV, apenas. c. I, IV, apenas.

2. As pesquisas na Biomecânica podem ser de d. III, apenas.


caráter qualitativo ou quantitativo. Sobre este e. IV, apenas.
assunto, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
4. Leia com atenção as sentenças a seguir sobre
( ) A análise quantitativa está relacionada ao uso
Biomecânica e, depois, assinale. Verdadeiro (V)
de medidas numéricas para descrever o movi-
ou Falso (F).
mento.
( ) A cinemática é o estudo das forças associadas
( ) A análise qualitativa é uma descrição não nu-
ao movimento.
mérica. Avalia a qualidade do movimento.
( ) A cinética é a descrição do movimento huma-
( ) O objetivo da análise qualitativa é a obser-
no, sem preocupar-se com as forças que agem
vação sistemática, o julgamento introspectivo da
no corpo.
qualidade do movimento e a intervenção para
melhorar o desempenho.

41
atividades de estudo

( ) Para selecionar um método de análise bio-


mecânica é necessário identificar o tipo de movi-
mento. Os movimentos podem ser do tipo linear
(retilíneo ou curvilíneo) e angular.
Assinale a alternativa correta:
a. V, V, V.
b. F, F, F.
c. V, F, V.
d. F, F, V.
e. F, V, V.

5. Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F) sobre as va-


riáveis cinemáticas e os métodos de análise em
biomecânica.
( ) A velocidade é igual a distância (m), dividida
pelo tempo (s).
( ) A aceleração é igual a velocidade (m/s), dividi-
da pelo tempo (s).
( ) Os métodos científicos para a análise biome-
cânica são: antropometria, dinamometria, cine-
metria e eletromiografia.
( ) A dinamometria é o método que identifica as
medidas inerciais do corpo humano, como altura;
massa corporal; circunferências, entre outros.
( ) A cinemetria estuda a atividade elétrica dos
músculos, ou seja, permite visualizar o padrão de
ativação muscular.
Assinale a alternativa correta.
a. V, V, V, F, F.
b. V, V, V, F, V.
c. F, F, F, V, F.
d. V, V, V, V, V.
e. F, V, V, F, F.

42
LEITURA
COMPLEMENTAR

ANTROPOMETRIA EM BIOMECÂNICA: CARACTERÍSTICAS, PRINCÍPIOS E


MODELOS ANTROPOMÉTRICOS

Hoje, mais do que nunca, a inter e a multidisciplinaridade são requisitos indispensáveis


na complexa análise do movimento humano.
Neste sentido, existe a necessidade da convergência de esforços dos responsáveis para
que as diferentes áreas de pesquisa e seus pesquisadores sejam “grandes” o suficiente
para compreender a importante contribuição de cada área/disciplina no desvendar dos
mistérios da organização e manifestação motora.
Em uma análise temporal da antropometria e suas interfaces com a Biomecânica e Ci-
neantropometria, podem ser considerados diferentes parâmetros comum em ambas.
Na cronologia, parte-se da semântica da palavra, seguindo-se então para a sua evolu-
ção histórica, finalidades, características e aplicações.
Muito embora a antropometria tenha sua sustentação feita modernamente, a história
mostra ser antiga a preocupação do homem em mensurar o corpo, e, ao longo do tem-
po, as proporções do corpo foram estudadas por filósofos, artistas, teóricos e arquitetos.
No que diz respeito a atuação integrada de diferentes profissionais na área da antropo-
metria, De Rose et al. (1984, p. 11) citam que no “Congresso Internacional das Ciências
da Atividade Física, realizado em Montreal em 1976, foi feita uma tentativa para que
os especialistas interessados no estudo do ser humano em função do movimento –
biometristas, antropólogos, biólogos e biotipologistas, fossem reunidos em uma nova
disciplina; e, ainda, falam do desenvolvimento da Cineantropometria”.
A importância dessa aproximação também se justifica na colocação de Matsudo (1983),
quando se refere que a avaliação antropométrica apresenta potencial de informações
valiosas, particularmente no que se refere à predição e estimação de vários componen-
tes do corpo, pois muitos estudos são realizados no sentido de estabelecer padrão para
avaliar crescimento, aptidão física e saúde, entre outros.
Por fim, para enfatizar o papel da antropometria na Biomecânica e na Cineantropome-
tria, destaca-se a necessidade de trabalhos que abranjam e relacionem mutuamente os
aspectos antropométricos e biomecânicos com as características pessoais dos indivídu-
os, tais como faixa etária, estados de crescimento e desenvolvimento, atividades físicas
desportivas entre outras.
[...]

43
LEITURA
COMPLEMENTAR

Aspectos Históricos Conceituais da Antropometria e seus Modelos de


Estudo em Biomecânica

Segundo Roebuk, Kroemer e Thomson (1975), a origem da antropologia física é rela-


tada nas experiências das viagens de Marco Polo de 1273 a 1295, as quais revelaram
um grande número de raças humanas que se diferenciavam pelo tamanho do corpo e
altura. Segundo eles, os estudos de Linne, Buffon e White, inauguraram a ciência que
foi mais tarde chamada de antropometria racial comparativa.
A literatura especializada na Cineantropometria e Biometria, dos tratados mais antigos
aos mais recentes, apresenta a sua evolução histórica e conceitual, indicando as mu-
danças de paradígmas, muito ricas em detalhes. Neste referencial teórico se tem livros,
artigos, monografias, dissertações e teses. A título de ilustração, cita-se algumas obras
que apresentam estes conteúdos, tais como: Sá (1975); De Rose, Pigatto e De Rose
(1984); Beunes e Borms (1990), Petroski (1999), Guedes (1994).
Nestas obras, estão contidas informações desde a origem do termo até relatos dos
antecedentes históricos; reportam-se sobre as diferentes escolas antropométricas, da
introdução do termo Cineantropometria, o qual segundo De Rose, Pigatto e De Rose
(1984, p. 11) “foi apresentado pela primeira vez como especialidade emergente no Con-
gresso Internacional das Ciências da Atividade Física, realizado em Montreal em 1976”.
No contexto da biomecânica, a história da Antropometria, na qual se tenta determinar o
centro de massa ou de gravidade do corpo ou de um segmento e o momento principal
de inércia, de acordo com Nigg e Herzog (1995) começou com Borelli em 1679, passando
por Harless (1860); Braune e Fischer (1889); Weinback em 1938, até Dempster (1955).
Sendo este último, segundo Amadio (1996) o método mais utilizado em biomecânica
e acrescenta que, depois de Havanan (1964); Clauser (1969); Hatze (1980); Zatziorsky
(1983) e Martin (1989) dentre outros, usaram o método analítico para o mesmo fim.
Portanto, na Biomecânica, a evolução histórica da antropometria está associada à evo-
lução de seus métodos de investigação para a determinação das características e pro-
priedades da massa corporal humana.

44
LEITURA
COMPLEMENTAR

Do ponto de vista teórico, a antropometria em biomecânica se vale de modelos que


possam representar o corpo humano, e independente do modelo adotado, estes de-
vem possibilitar o cálculo de três parâmetros fundamentais que são: massa, centro de
massa (CM), ou centro de gravidade (CG) e momento principal de inércia (I). Segundo
Nigg e Herzog (1995), estas três propriedades inerciais são frequentemente requisi-
tadas para as análises quantitativas do movimento humano. Para estes autores tais
fundamentos se concentram em considerações teóricas, métodos experimentais e mé-
todos teóricos.
Diferentemente, na evolução histórica dos métodos antropométricos, Zatsiorsky et al.
(citado por Sacco, 1995 e Amadio, 1996) classificam estes em categorias e apresentam
em forma de tabelas: a) investigações em cadáveres; b) investigações “in vivo” e inves-
tigações analíticas diretas.
[...]
a) Investigações em cadáveres: nestes métodos após o fracionamento do corpo em seus
segmentos, determinam-se as características e propriedades da massa corporal huma-
na, ou seja, a massa, seu ponto de equilíbrio e o momento de inércia. Apesar destas
serem investigações exaustivamente praticadas e seus dados ainda serem muito utili-
zados, segundo Amadio (1996) a comparação de seus resultados com estudos “ in vivo”,
apresenta um alto grau de dispersão face a fatores como: padrão de segmentação de
membros e escolha de amostra em cadáveres, entre outros. Os principais estudos des-
ta categoria foram: Borelli em 1979; Meyer em 1863; Weber em 1865; Harless em 1860;
Braune & Fischer em 1889; Fisher em 1906; Dempster em 1955; Clauser et al., em 1969.

Fonte: Melo e Santos (2000).

45
material complementar

Indicação para Ler

Biomecânica aplicada
Paulo Marchetti, Ruy Calheiros, Mario Charro
Editora: Phorte
Sinopse: nesse livro, os autores agregam os conhecimentos teóricos da
Biomecânica aos práticos, treinamento e atividade física.

Indicação para Acessar

Para mais informações sobre os aparelhos e testes isocinéticos, acesse o link a seguir:
http://www.isokinetics.net

46
gabarito

1. E
2. E
3. C
4. D
5. A

47
CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS DO
MOVIMENTO E DA COMPOSIÇÃO DO
CORPO HUMANO

Me. Bruna Felix Apoloni


Me. Regina Alves Thon

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Composição óssea
• Tipos de ossos
• Processo de formação, crescimento ósseo e cargas
mecânicas
• Sistema articular

Objetivos de Aprendizagem
• Identificar a estrutura e a composição do sistema
esquelético.
• Descrever os principais tipos de ossos e a sua classificação
em relação a sua forma.
• Explicar como ocorre a formação e o desenvolvimento
dos ossos e a aplicação de cargas mecânicas no sistema
esquelético.
• Identificar a arquitetura das articulações e a classificação
quanto à forma e ao número de eixos articulares.
unidade

II
INTRODUÇÃO

O
lá, seja bem-vindo(a) à segunda unidade do livro Biomecâ-
nica e Cinesiologia. Neste momento, após aprendermos os
princípios e conceitos básicos aplicados à biomecânica e à
cinesiologia em nossa primeira unidade, trataremos de um
outro importante assunto: o sistema ósseo. Aqui, você compreenderá a
composição e a estrutura do tecido ósseo. O esqueleto adulto contém,
aproximadamente, 206 ossos, e apesar da imagem do osso, por vezes, re-
meter-nos a uma estrutura rígida e dura, mostraremos que os ossos são
tecidos dinâmicos e vivos.
O sistema esquelético é subdividido, nominalmente, em esqueleto axial
ou central (crânio, as vértebras, o esterno e as costelas) e em esqueleto apen-
dicular (ossos que compõe os membros do corpo). Iremos desvendar como
os ossos são categorizados de acordo com seus formatos e funções gerais.
Sabemos que o crescimento ósseo começa no início da vida fetal, e o osso
vivo modifica, continuamente, sua composição e estrutura ao longo da vida.
No corpo humano, o sistema esquelético é fundamental para dar suporte
contra forças externas, agir como um sistema de alavancas para produzir
força, proteger órgãos internos, formar células sanguíneas, entre outros.
Além disso, iremos entender como o osso responde, dinamicamente, à pre-
sença e à ausência de forças e como se comportam essas aplicações de cargas
mecânicas, no nosso dia a dia e no ambiente esportivo. Diante disso, veremos,
ao longo desta unidade, a fascinante arquitetura das articulações e classifi-
cações de acordo com sua forma e eixos articulares. Além disso, entenderemos
os problemas ocasionados pelo processo de desmineralização óssea que acom-
ete astronautas, pacientes acamados e idosos. Seremos capazes de entender a
complexidade e os problemas decorrentes da osteoporose e osteopenia.
Bons estudos!


Composição
Óssea

Apesar do osso, por vezes, remeter-nos a uma es-


trutura rígida e dura, mostraremos que os ossos
são tecidos extremamente dinâmicos, continua-
mente formado e remodelado
pelas forças que está sujeito
e que representa, aproxi-
madamente, 15 a 20 %
da nossa massa corpo-
ral (ou peso corporal)
(HALL, 2013). A compo-
sição, a estrutura do tecido ósseo e a organização estrutu-
ral do osso influenciam, de forma direta, as formas como
o osso responde aos estímulos mecânicos. A seguir, temos
uma representação da composição do tecido ósseo.

COMPOSTOS
INORGÂNICOS
COMPOSTOS Cerca de 65% do tecido ósseo -
ORGÂNICOS COMPOSIÇÃO fosfato de cálcio, carbonato de cálcio,
Cerca de 35% do DO TECIDO ÓSSEO fluoreto de cálcio, hidróxido de cálcio
tecido ósseo - colágeno
e citrato, que são denominados
hidroxiapatita mineral.

Figura 1 - Compostos orgânicos e inorgânicos que compõem o tecido ósseo / Fonte: as autoras.

52
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 52 –Figura 1 - Compostos orgânicos e inorgânicos que compõem o tecido ósseo

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 1 refere-se aos compostos orgânicos e inorgânicos que


compõem o tecido ósseo. Compreende um esquema horizontal indicando que a
composição do tecido ósseo é dividida em compostos orgânicos (cerca de 35% do tecido
ósseo - colágeno), e em compostos inorgânicos (cerca de 65% do tecido ósseo - fosfato de
cálcio, carbonato de cálcio, fluoreto de cálcio, hidróxido de cálcio e citrato, que são
denominados hidroxiapatita mineral). FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Em relação à estrutura do tecido ósseo, podemos destacar: lágeno, representa de 25% a 30% do peso líquido
• Substância compacta (material inorgânico – do osso. O osso esponjoso tem alta porosidade
denominado de osso cortical) – composto por (30 a 90% do volume), é menos rígido, suporta
cálcio e fosfato, representa de 65 a 70% do peso menores tensões e maiores deformações.
líquido do osso. O osso cortical tem baixa poro-
sidade (5 a 30% do volume), isso significa que
contém pequena quantidade de poros ou cavi- REFLITA
dades e menor proporção de fosfato de cálcio e
de carbonato de cálcio. Assim, é mais rígido, su-
porta maiores tensões e menores deformações. Você, por acaso, sabe até quando os ossos
• Tecido trabecular (material orgânico – deno- se desenvolvem?
minado de osso esponjoso) – composto por co-

53


Figura 2 - Estrutura interna do osso com as partes compacta e esponjosa

Cabe ressaltar que os principais constituintes dos ossos


são carbonato de cálcio, fosfato de cálcio, colágeno e água.
Esses elementos fornecem sua rigidez e são determinan-
tes pela resistência à compressão (capacidade de resistir a
uma força de pressão) ou resistência à tração (capacidade
de resistir a uma força de estiramento) (HALL, 2013).
Em síntese:
• Carbonato e fosfato de cálcio: rigidez ao osso e
resistência à compressão.
Periósteo
• Colágeno: elasticidade ao osso, resistência à tração.
• Água: resistência do osso.

A maioria dos ossos do corpo humano tem as camadas


externas compostas de osso cortical e osso esponjoso no
interior. O osso é um material anisotrópico, isto é, resis-
te de maneira diversa às cargas aplicadas em diferentes
direções. O osso esponjoso é 25% menos denso, 5 a 10%
menos rígido e cinco vezes mais flexível do que o osso Figura 3 - Estruturas do osso / Fonte: adaptado de Hall (2013).

54
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 54 – Figura 2 - Estrutura interna do osso com as partes compacta e esponjosa

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 2 refere-se a estrutura interna do osso com as partes


compactas e esponjosas. Compreende a parte interna do osso com foco na parte esponjosa
e porosa. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 54 – Figura 3 - Estruturas do osso

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 3 refere-se às estruturas do osso. Compreende a ilustração


de um osso vertical indicando três partes distintas e suas respectivas estruturas: Epífise
proximal (discos epifisários, cartilagem articular, osso trabecular e espaço ocupado pela
medula óssea vermelha), a epífise proximal é composta por discos cartilaginosos
encontrados próximo das extremidades dos ossos longo; Diáfise (osso cortical, cavidade
medular, medula óssea amarela e periósteo), nesse caso, o periósteo é uma membrana
dupla que recobre o osso. A parte diafisária (central) produz, continuamente, novas células
ósseas. Por fim, a terceira parte é a Epifise distal composta por discos cartilaginosos
encontrados próximo das extremidades dos ossos longos. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

cortical. A Figura 3 nos traz a estrutura básica de um


osso e como sua constituição é dinâmica.
A partir da Figura 3, podemos destacar que o pe-
riósteo é uma membrana dupla que recobre o osso. As
epífises (proximal e distal) são discos cartilaginosos en-
contrados próximo das extremidades dos ossos longos.
A parte diafisária (central) produz, continuamente, no-
vas células ósseas (HALL, 2013).

SAIBA MAIS

Vamos esclarecer quando os ossos se desen-


volvem? Nosso corpo passa por épocas de os-
sificação, segundo Rach (1991). O crescimento
longitudinal do osso ocorre a partir das epífises
(HALL, 2013). A afirmação de que a idade na
qual ocorre a fusão epifisária é específica para
cada epífise, por isso, não deve ser levada ao
pé da letra. É verdade que a fase de fusão, em
vários centros, fornece um relógio de tempo fi-
siológico, extraordinariamente, preciso, mas o
relógio pode funcionar, lenta ou rapidamente,
de acordo com o estado da secreção endócri-
na, saúde e nutrição do indivíduo.
Um traumatismo ou esforço excessivo pode
causar fechamento prematuro, porém um
mal estado de saúde e desnutrição tendem
a retardar o processo. Cabe destacar que ne-
nhuma epífise se funde antes da puberdade.
A maioria se fecha por volta dos 18 anos, em-
bora algumas possam estar presentes até os
25 anos. As radiografias do grau de ossificação
dos ossos do carpo fornecem estimativa pre-
cisa da maturidade esquelética e fisiológica
de pré-adolescentes.

Fonte: Haywood e Getchell (2004).

55


Tipos
de Ossos

O esqueleto adulto contém aproximadamente 206


ossos. O sistema esquelético é subdividido, nomi-
nalmente, em esqueleto axial ou central que é cons-
tituído por crânio, vértebras, esterno e as costelas,
e em esqueleto apendicular constituído pelos os-
sos que compõe os membros do corpo. O sistema
esquelético consiste de diferentes tipos de ossos,
classificados de acordo com o tamanho, a função
e a proporção entre tecido ósseo esponjoso e com-
pacto. Os tipos de ossos são classificados em: cur-
tos, planos, irregulares e longos. A seguir, descreve-
remos um pouco mais cada um deles. A Figura 4
exemplifica essa distribuição dos ossos. Figura 4 - Tipos de ossos / Fonte: Hamill e Knutzen (1999).

56
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 56 – Figura 4 - Tipos de ossos

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 4 refere-se aos tipos de ossos. Compreende a ilustração de


um esqueleto humano com cinco tipos de ossos distintos. A letra A representa o osso longo
- úmero; B representa o osso curto - cárpicos do punho; C representa o osso chato - ílio; D
representa o osso irregular - vértebras; E representa o osso sesamóide - patela. FIM
DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Os ossos chatos ou planos consistem em duas camadas


de osso compacto, com osso esponjoso e medula entre
A.
elas. Protegem os órgãos e as estruturas internas e ofe-
B.
recem amplas superfícies para inserção muscular. São
exemplos de ossos chatos/planos: costelas, ílio, esterno,
C. escápula e ossos do crânio. O osso da costela, por exem-
plo, auxilia o processo de respiração e protege órgãos in-
ternos (HALL, 2013; RASCH, 1991).
Os ossos irregulares têm formatos diferentes e
funções especiais no corpo humano. Consiste de osso
esponjoso com um osso compacto exterior fino. Reali-
D.
zam uma série de funções diferentes: suporte de peso,
dissipação de cargas e ainda proporcionam locais para
inserção muscular. Oferecem sustentação e permitem
os movimentos do corpo nos três planos cardiais. São
Figura 5 - a) ossos curtos – carpos; b) osso plano – escápula; c) ossos irregula-
res – vértebras; d) ossos longos – fêmur / Fonte: Hall (2013). exemplos de ossos irregulares: crânio, sacro, cóccix,
mandíbula e vértebras (HALL, 2013; RASCH, 1991).
Os ossos curtos são, aproximadamente, cúbicos e Os ossos longos têm como função formar a es-
apresentam a mesma medida de comprimento e trutura do esqueleto apendicular. São ossos utilizados
espessura. São exemplos de ossos curtos os carpos e como alavanca no movimento, geralmente, mais com-
tarsos. Esse tipo de osso tem um papel importante no pridos que largos. São exemplos de ossos longos: claví-
deslizamento e funcionam na absorção de choque e na cula, úmero, rádio, ulna, fêmur, tíbia, fíbula, metatarsos,
transmissão de forças (HALL, 2013; RASCH, 1991). metacarpos e falanges. O osso longo tem um corpo, a
diáfise, que é uma camada espessa de osso compacto ao
redor da cavidade medular do osso. O corpo se alarga
em direção à parte final chamada metáfise. A ponta é
chamada epífise, separada do corpo por um disco car-
tilaginoso no esqueleto imaturo. As pontas consistem de
uma camada externa fina de osso compacto, cobrindo
o osso esponjoso interno. Uma membrana branca fina,
o periósteo, cobre a parte externa do osso (HALL, 2013;
RASCH, 1991).
E o osso do tipo sesamóides é um osso curto envol-
vido por um tendão ou cápsula articular. Tem como fun-
ção alterar o ângulo de inserção do músculo. São exem-
Figura 6 - Os ossos da mão (carpo) são exemplos de ossos curtos
plos de ossos sesamóides: patela, primeiro metatarso do
Fonte: as autoras. pé, e o polegar (HAMILL; KNUTZEN, 1999).

57
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 57 – Figura 5 - a) ossos curtos – carpos; b) osso plano – escápula; c) ossos


irregulares – vértebras; d) ossos longos – fêmur

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 5 refere-se a alguns exemplos de ossos: a) ossos curtos –


carpos; b) osso plano – escápula; c) ossos irregulares – vértebras; d) ossos longos – fêmur.
FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 57 – Figura 6 - Os ossos da mão (carpo) são exemplos de ossos curtos

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 6 refere-se aos ossos da mão (carpo) como exemplos de
ossos curtos. Compreende a ilustração da estrutura óssea das duas mãos humanas com
foco nos ossos próximos aos pulso. Eles são aproximadamente cúbicos com a mesma
medida de comprimento e espessura. FIM DESCRIÇÃO.


O QUE FAZ O OSSO SESAMÓIDE?

Fêmur
Os ossos sesamóides estão embutidos no tendão flexor
do hálux. O que torna esses ossos pequenos tão impor-
tantes não é a sua localização, mas a natureza com que
foram concebidos para funcionar como um ponto de
apoio ou um braço de alavanca para os tendõe. Equi-
valente a seu trabalho como um ponto de apoio, os os-
sos sesamóides também atuam como um guarda-costas
para seus tendões circundantes, segurando os tendões
Patela
mais longe da articulação. Em cima da proteção, os se-
Cartilagem samóides também servem para reforçar os efeitos de
articular
tendões do ponto de vista mecânico, como roldanas.

Por que eles doem?


Fíbula
Tíbia
O problema com os ossos sesamóides é a sua localiza-
ção (em alguns indivíduos, o tamanho deles também
influencia). Eles situam-se em uma área de alta pressão.
Esse simples fato, combinado com a sua proximidade
com os tendões e esportes de impacto, propicia inflama-
Figura 7 - Osso sesamóide – patela ção e dor, que chamamos de SESAMOIDITE. Uma pisa-
da pronada no antepé e sobrepeso também contribuem
SAIBA MAIS para o aumento de carga e a pressão na região. Além de
andar/dançar/correr na “meia ponta”. Mais do que infla-
Os sesamóides são encontrados embaixo da mar, eles podem fraturar.
articulação do dedo grande (hálux) e são ti-
picamente de tamanho pequeno (como dois
feijões). Há dois ossos sesamóides em cada
pé, um medial e outro lateral. Algumas pes-
soas podem tê-los separados ao meio, o que
chamamos de sesamóide bipartido. Saiba
mais sobre os ossos sesamóides, acessando
o seguinte link: http://globoesporte.globo.
com/eu-atleta/noticia/2012/06/sesamoides-
-que-ossos-sao-esses-que-causam-tantas-do-
res-no-pes.html.

Fonte: as autoras.

58
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 58 – Figura 7 - Osso sesamóide – patela

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 7 refere-se ao osso sesamóide – patela. Compreende a


ilustração do osso sesamóide indicando que tem formato arredondado, é um osso curto
envolvido por um tendão ou cápsula articular. Está localizado entre o fêmur, a tíbia e a
fíbula. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Processo de Formação,
Crescimento Ósseo e Cargas Mecânicas
O crescimento ósseo começa na vida fetal, mas o osso mas estejam presentes até a idade de 25 anos. O periósteo
vivo se modifica continuamente ao longo da vida. Desse é um tecido conectivo que cobre a face externa dos ossos,
assunto nos ocuparemos nesse tópico. Muitas mudanças exceto nas faces articulares, que têm a cartilagem hiali-
representam o crescimento normal e a maturação do na. O periósteo é suprido com vasos sanguíneos e ramos
osso. O crescimento longitudinal ocorre nas epífeses, dis- nervosos e é, extremamente, sensível a lesões e dele se
cos cartilaginosos encontrados próximos às extremida- origina a maior parte de dor de fraturas e contusões ós-
des dos ossos. O lado diafisário (central) de cada epífese seas. Os músculos são fixados ao periósteo e não direta-
produz continuamente novas células ósseas. Durante ou mente ao osso (HALL, 2013; RASCH, 1991).
logo após a adolescência, a lâmina desaparece e o osso se Existe a classificação etária do desenvolvimento,
funde, encerrando o crescimento longitudinal. A maioria que possibilita identificar a idade óssea que fornece um
das epífeses se fecha por volta de 18 anos, embora algu- registro da idade biológica do esqueleto em desenvolvi-

59


mento. Como já vimos, as radiografias do grau de ossifi- ADAPTAÇÕES QUE PODEM OCORRER NO
cação dos ossos do carpo fornecem estimativa precisa da TECIDO ÓSSEO
maturidade esquelética e fisiológica de pré-adolescentes. • Crescimento: os ossos crescem em compri-
As células ósseas passam por processos que ocorrem mento (até os 20 anos) e diâmetro, em função
devido à atividade de: de fatores genéticos; biomecânicos; fisiológicos
e ambientais.
• Modelamento: aumento da massa óssea (ocorre
na idade adulta).
OSTEOBLASTO CÉLULA ÓSSEA RESPONSÁVEL PELA
PRODUÇÃO DE TECIDO ÓSSEO • Remodelamento: processo no qual o osso ga-
nha ou perde tecido ósseo, esponjoso ou cortical,
em resposta ao nível de estresse sustentado.
• Lei do uso e desuso: a Lei de Wolff indica que a
força óssea aumenta ou diminui conforme as forças
funcionais sobre o osso aumentam ou diminuem.
OSTEOCLASTO CÉLULA ÓSSEA RESPONSÁVEL PELA
REABSORÇÃO DE TECIDO ÓSSEO Os ossos adultos ganham ou perdem massa, quan-
do a sobrecarga de um osso excede um dado limiar,
um novo osso é formado nos locais de sobrecarga e
a massa total e a densidade ósseas são aumentadas.
Quando as magnitudes da deformação permane-
PERCEBEM CARGAS MECÂNICAS
cem abaixo de um limiar menor, ocorre a remo-
OSTEÓCITO E
OSTEÓIDE E LIBERAM SINALIZADORES delagem óssea, com a remoção do osso próximo à
BIOQUÍMICOS. medula óssea. A intensidade de deformação entre
esses dois limiares ocorre na “zona de conforto” e
não desencadeia adaptações ósseas. A remodela-
gem pode ocorrer seja de modo de conservação,
As principais funções do sistema esquelético são: sus-
sem mudança na massa óssea, seja pelo modo de
tentação dos tecidos moles, inserções para músculos, desuso, com a perda líquida de massa óssea, carac-
ligamentos e fáscia e proteção para muitos órgãos do terizado por alargamento da cavidade medular e
corpo. Além disso, os ossos servem como alavancas e, por estreitamento da cortical óssea (HALL, 2013).
em conjunto com os músculos, cartilagens e ligamentos,
formam a base para o movimento. Em síntese, as fun- Você sabia que essa teoria surgiu em 1836-1902 e foi
ções dos ossos podem ser divididas em: apresentada por Julius Woff? Para o teórico, toda alte-
Funções mecânicas: ração na forma e na função de um osso, ou de uma fun-
• Suporte para o corpo contra forças externas. ção isolada, é seguida de certas alterações definitivas, em
• Age como um sistema de alavanca para transfe- sua arquitetura interna, e de uma alteração secundária
rir força. e, igualmente, definitiva. Em sua formação externa, de
• Proteção para os órgãos internos. acordo com as leis matemáticas (RASCH, 1991), têm-se:
Funções fisiológicas: • A força da ação da gravidade.
• Formar células sanguíneas (hemopoiese). • A ausência de cargas que ocasiona perda de cál-
• Armazenar cálcio (homeostase mineral). cio e perda óssea, por exemplo, o período que os

60
EDUCAÇÃO FÍSICA

astronautas permanecem fora da terra no am-


biente sem gravidade.
CARGAS TRAUMÁTICAS E REPETITIVAS
• O reparo ósseo, processo pelo qual o osso é repa-
rado após uma lesão. O sistema esquelético também pode ser afetado por
cargas traumáticas e repetitivas. Uma carga traumática
Propriedades Biomecânicas do Osso é aquela de grande magnitude que aplicada uma única
• Uma das estruturas mais duras do corpo. Des- vez é suficiente para causar lesão (fratura traumática). A
taca-se, somente, a dentina e o esmalte dentário carga repetitiva, por sua vez, é de pequena magnitude e
como mais rígidos. quando aplicada, uma única vez, não é suficiente para
• Um dos tecidos mais metabólicos e, dinamica- causar lesão, mas quando aplicada repetidamente, sim
mente ativos no corpo, mantém-se ativo durante
(fratura por fadiga, fratura de stress).
toda a vida.
A Figura 9 apresenta a probabilidade de lesão do te-
• Altamente vascularizado, o osso tem excelente
capacidade de se autorregenerar e pode alterar cido ósseo. Cabe ressaltar que a lesão traumática é oca-
suas propriedades e configurações em resposta sionada por carga de alta intensidade e baixa repetição.
às mudanças da demanda mecânica. A lesão repetitiva, no que lhe diz respeito, é ocasionada
• As mudanças na densidade do osso são, comu- pela aplicação de carga de baixa intensidade e alta repe-
mente, observadas depois dos períodos de desu- tição, isto aumenta a frequência da fadiga.
so e de uso intenso.
• As mudanças na forma do osso são notadas du-
rante a recuperação de fraturas e após cirurgias. Magnitude
da carga

TENSÃO (ESTRESSE MECÂNICO)

Probabilidade de lesão
Caracteriza-se tensão como a força aplicada no osso por
unidade de área. A mesma força, quando aplicada em
ossos com diferentes secções transversais, pode produ-
zir diferentes tensões.

Frequência da fadiga

Figura 9 - A probabilidade de lesão do tecido ósseo é influenciada pela magni-


tude da carga e pela frequência da fadiga imposta ao tecido / Fonte: Hall (2013).

RESPOSTA ÓSSEA À CARGA

A aplicação ou não de cargas no sistema ósseo pode ocasio-


nar duas situações. A primeira delas é a hipertrofia, carac-
teriza-se pelo aumento da densidade óssea (mineralização),
Figura 8 - Tensão aplicada nos ossos / Fonte: Hall (2013). em resposta ao aumento das cargas regularmente aplicadas

61
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 61 – Figura 8 - Tensão aplicada nos osso

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 8 refere-se a Tensão aplicada nos ossos. A ilustração mostra
dois tipos de tensões, uma diferente da outra. Assim, a tensão é a força aplicada no osso
por unidade de área. A mesma força, quando aplicada em ossos com diferentes secções
transversais, pode produzir diferentes tensões. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 61 – Figura 9 - A probabilidade de lesão do tecido ósseo é influenciada pela


magnitude da carga e pela frequência da fadiga imposta ao tecido

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 9 é um gráfico com dois eixos indicando que a probabilidade
de lesão do tecido ósseo é influenciada pela magnitude da carga e pela frequência da fadiga
imposta ao tecido. FIM DESCRIÇÃO.


(atividades físicas regulares). Quanto maior a força regular- mento. Quanto maior a carga de compressão, mais teci-
mente aplicada, maior a mineralização do osso. A segunda do deve ter o osso para suportá-la, por exemplo, as vér-
é a atrofia, ocasionada pela diminuição da densidade óssea tebras lombares e os ossos dos membros inferiores. Uma
(mineralização) em resposta à redução das cargas, regular- força compressiva, em excesso, pode ocasionar fratura.
mente, aplicadas (sedentarismo).
Tração
CARGAS MECÂNICAS SOBRE OS OSSOS
A tração é o oposto da compressão. É um tipo de car-
O comportamento biomecânico do osso, ou seja, seu ga que, atuando axialmente sobre um osso, faz o osso se
comportamento sob influências de forças e momentos, alongar e estreitar, como o indivíduo suspenso, em uma
é afetado por suas propriedades mecânicas; caracterís- barra, e o carregamento de peso.
ticas geométricas; intensidade; razão e o modo como as
cargas são aplicadas (direção e a frequência). Os tipos de Cisalhamento
carga mecânicas que afetam os ossos são:
Cisalhamento é um tipo de carga que tende a provo-
• COMPRESSÃO • TRAÇÃO • CISALHAMENTO • TORÇÃO • FLEXÃO car um deslizamento (ou deslocamento) de uma parte
de um osso sobre a outra (ou de um osso sobre o ou-
tro). Alguns problemas nos discos vertebrais podem ser
ocasionados por forças de cisalhamento, isto é, quando
uma vértebra escorrega anteriormente sobre a outra, por
exemplo, a força atuando sobre a articulação do joelho,
durante um agachamento.

Curvamento ou Torção

É um tipo de carga que tende a “torcer um osso”, é


uma força rotativa, e acontece quando uma força ten-
Figura 10 - Tipos de cargas que afetam os ossos
Fonte: Hamill e Knutzen (1999). de a girar um osso em torno do seu eixo longitudinal,
estando uma de suas extremidades fixas (ou impedi-
Vamos entender melhor cada uma delas da de girar livremente). Um osso pode ser deformado
devido à força de curvamento. Quando isso ocorre,
Compressão de um lado se formará uma convexidade com forças
tensivas e do outro se formará uma concavidade com
A compressão pode ser entendida como um aperto. forças compressivas. Como exemplo desse conceito,
Esse tipo de força é necessário para o desenvolvimento citamos: na tíbia, quando um pé permanece fixo e o
e crescimento do osso. É um tipo de carga que, atuando resto do corpo sofre uma rotação (futebol) (HAMILL;
axialmente sobre um osso, causa encurtamento e alarga- KNUTZEN, 1999; HALL, 2013).

62
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 62 – Figura 10 - Tipos de cargas que afetam os ossos

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 10 refere-se aos tipos de cargas que afetam os ossos.
Compreende a ilustração de cinco ossos compridos na vertical e suas respectivas cargas.
Compressão, onde a carga acontece de fora para dentro nas extremidades do osso. É um
tipo de carga que, atuando axialmente sobre um osso, causa encurtamento e alargamento.
Tração, é o oposto da compressão. É um tipo de carga que, atuando axialmente sobre um
osso, faz o osso se alongar e estreitar. Cisalhamento é um tipo de carga que tende a
provocar um deslizamento (ou deslocamento) de uma parte de um osso sobre a outra (ou
de um osso sobre o outro). Torção, é um tipo de carga que tende a “torcer um osso”, é
uma força rotativa, e acontece quando uma força tende a girar um osso em torno do seu
eixo longitudinal, estando uma de suas extremidades fixas (ou impedida de girar
livremente). E, por fim, flexão onde a carga também atua das extremidades para dentro.
FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

to do osso. Tratam-se de lesões muito comum na


AS LESÕES ÓSSEAS COMUNS infância e adolescência devido à grande quantida-
de de colágeno e à flexibilidade, geralmente, cau-
Em razão das funções mecânicas, realizadas pelos ossos, sadas por estímulos de flexão ou torção.
devemos nos atentar e compreender que a saúde do osso • Fratura em fissura. Envolve uma quebra longi-
é muito importante para nossa saúde geral. A saúde óssea tudinal incompleta.
pode ser prejudicada por lesões e situações patológicas. • Fratura cominutiva. Trata-se de uma fratura
A gravidade de uma fratura óssea dependerá da direção, completa que fragmenta o osso, geralmente, re-
sultante de uma carga rápida, caracterizada por
magnitude, taxa de carga e duração do estímulo mecâni-
numerosos pequenos fragmentos.
co, bem como a saúde e a maturidade do osso no momen-
• Fratura transversal. É uma fatura completa e a
to da lesão. As fraturas são classificadas como simples, quebra ocorre em um ângulo reto ao eixo do osso.
quando as extremidades do osso permanecem dentro dos • Fratura oblíqua. É também uma fatura com-
tecidos circundantes, e compostas, quando uma ou mais pleta que ocorre em um ângulo diferente do ân-
pontas ósseas projetam-se para fora da pele (HALL, 2013). gulo reto ao eixo do osso.
• Fratura espiral. É uma fatura completa, causa-
As fraturas mais comuns da pela torção excessiva do osso, muito comum
• Fratura em galho verde, fratura incompleta, em esportes de impacto.
quebra na superfície convexa do encurvamen-

63


Figura 11 - Lesões ósseas comuns / Fonte: Hall (2013).

64
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 64 –Figura 11 - Lesões ósseas comuns

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 11 refere-se às Lesões ósseas comuns. Compreende 6


exemplos de ilustrações ósseas. No primeiro exemplo, uma fratura em galho verde é
incompleta, e a quebra ocorre na superfície convexa do encurvamento do osso. No
segundo exemplo, uma fratura em fissura envolve uma quebra longitudinal incompleta.
No terceiro exemplo, uma fratura cominutiva ´completa e fragmenta o osso. No quarto
exemplo, uma fratura transversal é completa, e a quebra ocorre em um ângulo reto ao eixo
do osso. No quinto exemplo, uma fratura oblíqua ocorre em um ângulo diferente do ângulo
reto ao eixo do osso. Por fim, no sexto exemplo, uma fratura espiral é causada pela torção
excessiva do osso. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Além das fraturas que você acabou de conhecer, também de total de osso mineralizado, precursora da osteoporose.
podemos destacar mais algumas que são menos comuns. Classifica-se osteopenia quando a massa óssea varia entre
A Avulsão é um tipo de fratura induzida por uma carga de 10 e 25% menor que a considerada normal, superior a essa
tração, na qual uma parte do osso é puxada para fora por porcentagem, classifica-se como osteoporose.
um tendão ou ligamento nele inserido (arremessos e sal-
tos, extremamente, explosivos). Os movimentos explosivos Osteoporose
de arremesso e de salto podem causar fraturas por avulsão
do epicôndilo medial do úmero e do calcâneo. A fratura Trata-se a osteoporose da perda excessiva de compo-
impactada, por sua vez, é induzida por uma carga de com- nente mineral e da resistência do osso, observada na
pressão rara, normalmente, acontece quando existem car- maioria dos indivíduos idosos, principalmente, mu-
gas combinadas. A fratura por fadiga, por fim, resulta de lheres. Cerca de 90% das fraturas, após os 60 anos, re-
carga repetitiva de pequena magnitude (colo do fêmur). lacionam-se à osteoporose. Estudos demonstram que
a atividade física regular tende a aumentar a minera-
MUDANÇAS DEGENERATIVAS ASSOCIA- lização óssea em indivíduos com osteoporose (HALL,
DAS AO ENVELHECIMENTO 2013). Os programas de atividades físicas para esses
indivíduos devem ser feitos com cuidado para mini-
A literatura aponta que, por volta dos 21 anos, ocorre um mizar os riscos de fraturas.
pico de produção de massa óssea. O envelhecimento pro- A osteoporose pode ser considerada um problema
move uma perda progressiva da densidade óssea com o sério de saúde pública. Em mulheres, a menopausa pre-
processo do envelhecimento. As trabéculas longitudinais coce é um dos indicadores de osteoporose. Os fatores
tornam-se mais finas e algumas são reabsorvidas. Tem-se de risco incluem ser mulher, de etnia branca ou asiáti-
também a redução do osso esponjoso e o afinamento do ca, de idade avançada e com histórico familiar (NAT-
osso cortical, nesse processo, a massa óssea pode ser re- TIV, 2007). A osteoporose tipo I, ou pós-menopausa,
duzida até 50% da massa trabecular (esponjoso) original afeta, aproximadamente, 40% das mulheres com mais
e até 25% da massa cortical (HALL, 2013). de 50 anos. A osteoporose tipo II, associada a idade,
Existem evidências de que o exercício resistido re- afeta as mulheres e homens após os 70 anos. Distúrbios
gular é uma estratégia efetiva para o aumento da massa alimentares; amenorreia, ou seja, a ausência de mens-
mineral óssea durante o crescimento. Atividade física ou truação, e a osteoporose constituem uma tríade peri-
participação em esportes deve ser iniciada na pré-pu- gosa e letal para jovens atletas, o desejo de se superar
berdade e deve ser mantida durante o desenvolvimento em esportes competitivos faz os jovens atletas ficarem
da puberdade para que atinja o pico máximo de produ- com o peso muito abaixo do esperado. Outro fator que
ção de massa óssea. pode ser desenvolvido é a anorexia nervosa e a bulimia
nervosa que ameaçam a vida de muitas mulheres, pra-
Osteopenia ticantes de esportes de resistência ou atividades rela-
cionadas à aparência (HALL, 2013).
Patologia que consiste em qualquer condição que envolva
uma redução fisiológica (em relação à idade) da quantida-

65


Sistema
Articular
O sistema articular, juntamente com o esqueléti-
Tipos de Articulações: no corpo humano e na
co e o muscular, é essencial para a produção dos grande maioria dos seres vivos vertebrados, existem 3
movimentos corporais. As articulações são res- principais tipos de articulações (HALL,2013):
ponsáveis por unir os nossos ossos, permitindo, • Sinartroses (Fibrosa e Não Sinoviais) – imóveis.
assim, que o corpo se movimente. • Anfiartroses (Cartilaginosas) - ligeiramente mó-
veis.
• Diartroses (Sinoviais) - completamente móveis.
BIOMECÂNICA DAS ARTICULAÇÕES HUMANAS
Sinartroses (imóveis), fibrosa ou não sinoviais
As articulações compõem-se de vários tipos de tecidos,
e são muito bem projetadas para o desempenho da sua As sinartroses são limitadas, em relação ao movimento,
função. Em condições normais, as articulações manter e se identificam pela junção de dois ossos que são con-
na mesma linha saudáveis por 70 anos. siderados quase imóveis. Tem como função dar estabili-

66
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 12 - Suturas do crânio

dade estrutural, absorver choques e vibrações e dissipar


alguma energia. Permitem pouco ou nenhum movi-
mento. As Sinartroses dividem-se em: Suturas, Sindes-
moses e Gonfoses. Nas Figuras 12 e 13 têm-se exemplos
de articulação do tipo sinartroses.

Anfiartroses ou levemente móveis (cartilaginosa)

Articulações cartilaginosas que têm uma capacida-


de maior de movimento do que as juntas fibrosas,
no entanto também apresentam rígidas restrições na
variação do movimento. Os ossos estão unidos entre
si por uma fibrocartilagem cuja consistência permi-
te a existência de deformação e de um certo grau de
movimento (normalmente flexão) entre os segmentos
ósseos. Tem como principal função absorver choques,
pois a camada fibrocartilaginosa fornece um bom
amortecimento das forças que tendem a separar ou
aproximar os dois ossos (rigidez). Veja os exemplos
nas figuras 14 e 15.
Figura 13 - Sindesmose da tíbia e fíbula

67
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 67 – Figura 12 - Suturas do crânio

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 12 refere-se às suturas do crânio. Compreende 10 ilustrações


sequenciais do crânio humano mostrando todos os lados das suturas do crânio. FIM
DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 67 – Figura 13 - Sindesmose da tíbia e fíbula

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 13 refere-se a Sindesmose da tíbia e fíbula. Compreende a


ilustração da junção de dois ossos compridos verticalmente. FIM DESCRIÇÃO.


dos ossos, ajuda na lubrificação da articulação, permitindo,


assim, uma ampla capacidade de movimentação. É a articu-
lação mais comum encontrada no corpo humano. Existem
vários tipos de articulações sinoviais consoante a sua função
e movimento (eixo) admitido, desde pequenas translações
até grandes rotações. Como exemplo, temos a diartrose do
joelho; diartrose do quadril; diartrose do ombro (RASCH,
1991) apresentadas nas figuras 16, 17 e 18, respectivamente.

Figura 14 - Anfiartroses vertebrais (discos intervertebrais)

Sínfise Púbica

Figura 15 - Sínfise pubiana

Diartroses ou móveis (sinoviais)

As articulações desse tipo têm a presença da cápsula sino-


vial que contém o fluido sinovial. Esse fluido, em conjunto
com as capas de cartilagem, que ficam nas extremidades Figura 16 - Diartrose do joelho

68
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 68 – Figura 14 - Anfiartroses vertebrais (discos intervertebrais)

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 14 refere-se às Anfiartroses vertebrais (discos


intervertebrais). A ilustração indica que os ossos estão unidos entre si por uma
fibrocartilagem cuja consistência permite a existência de deformação e de um certo grau
de movimento (normalmente flexão) entre os segmentos ósseos. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 68 – Figura 15 - Sínfise pubiana

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 15 refere-se a Sínfise pubiana. Compreende a ilustração


óssea do quadril humano focando na localização da Sínfise púbica indicando que trata-se
da articulação responsável por unir os ramos direito e esquerdo do osso pubiano. FIM
DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 68 –Figura 16 - Diartrose do joelho

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 16 refere-se a Diartrose do joelho. Compreende a ilustração


da localização da diartrose do joelho. Assim, as articulações desse tipo têm a presença da
cápsula sinovial que contém o fluido sinovial. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Trocleartrose: é um segmento ósseo em forma de


polia, tem uma depressão no centro, e outro com uma
crista que encaixa no canal da polia. Temos como exem-
plo a trocleartrose do cotovelo.
Artrodia (artrose): são segmentos ósseos planos
que só podem deslizar entre si. São exemplos a artrodia
entre o atlas e o áxis.
Características: a placa terminal articular é uma ca-
mada fina de osso compacto sobre o osso esponjoso que faz
o contorno das pontas dos ossos. Em cima da placa termi-
nal encontra-se a cartilagem articular, um tecido conectivo,
firme que contorna as pontas dos ossos. A cartilagem ar-
ticular é uma substância avascular constituída de 60 a 80%
de água e uma matriz sólida composta de colágeno e gel
proteoglican. A cartilagem não tem suprimento sanguíneo
Figura 17 - Diartrose do quadril e é nutrida pelo líquido que há dentro da articulação. A
cartilagem tem de 1 a 7mm de espessura, dependendo do
estresse e da região da superfície articular. A cartilagem é
muito importante para a estabilidade e a função da arti-
culação, pois distribui as cargas sobre a superfície e reduz
metade do estresse de contato, permitindo o movimento
entre dois ossos, com o mínimo de atrito e desgaste.

Figura 18 - Diartrose do ombro

Enartrose: é um segmento ósseo esférico o qual encai-


xa-se dentro de uma cavidade com a sua forma, e tem a
capacidade de rodar em todas as direções, por exemplo,
a enartrose do quadril.
Condilartrose: é um segmento ósseo arredondado
ou elíptico e outro com a forma côncava recíproca. Temos
como exemplo desse tipo ósseo a ondilartrose do cotovelo. Figura 19 - Exemplo de articulação sinovial / Fonte: Hall (2013).

69
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 69 – Figura 17 - Diartrose do quadril

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 17 refere-se a Diartrose do quadril. Compreende a ilustração


da localização da diartrose do quadril. Assim, as articulações desse tipo têm a presença da
cápsula sinovial que contém o fluido sinovial. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 69– Figura 18 - Diartrose do ombro

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 18 refere-se a Diartrose do ombro. Compreende a ilustração


da localização da diartrose do ombro. Assim, as articulações desse tipo têm a presença da
cápsula sinovial que contém o fluido sinovial. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 69 – Figura 19 - Exemplo de articulação sinovial

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 19 refere-se ao exemplo de articulação sinovial. Compreende


a ilustração interna das estruturas da articulação sinovial composta por: periósteo,
membrana sinovial, camada fibrosa da cápsula, cavidade articular, cartilagem articular,
osso esponjoso, osso compacto e cavidade medular. FIM DESCRIÇÃO. Dayse


Articulações simples, compostas e complexas: as su- Articulação em dobradiça (gínglimo): permite mo-
perfícies articulares variam de tamanho e formato, existe, vimentos em um plano (flexão e extensão) e é denomi-
tipicamente, uma superfície côncava que encontra uma nada uniaxial, como as articulações interfalângicas dos
convexa no osso adjacente. Uma articulação com somen- dedos do pé e mão e articulação ulnoumeral do cotovelo.
te duas superfícies articulares é denominada articulação
simples, por exemplo, quadril ou tornozelo. Uma articu-
lação com três ou mais é chamada de articulação com-
posta, como o punho. Uma articulação com mais de duas
superfícies articuladoras e com um disco ou fibrocartila-
gem é denominada articulação complexa, como o joelho.
Articulação plana ou deslizante: encontrada no
pé, entre os tarsos e na mão, entre os carpos. O movi-
mento, nesse tipo de articulação, é denominado não
axial, pois não ocorre sobre um eixo, consiste no desli-
zamento de duas superfícies planas uma sobre a outra,
permitindo assim o movimento (RASCH, 1991).

Figura 21 - Articulação em dobradiça / Fonte: Hamill e Knutzen (1999).

Articulação em pivô: permite o movimento em um


plano (rotação, pronação e supinação) e é uniaxial, como
a articulação radiolulnar superior e inferior, e a articula-
ção atlanto axial, na base do crânio.

Figura 20 - Articulação plana / Fonte: Hamill e Knutzen (1999). Figura 22 - Articulação atlantoaxial, na base do crânio

70
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 70 – Figura 20 - Articulação plana

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 20 refere-se a articulação plana. Compreende a ilustração


óssea da mão humana indicando que articulação plana é encontrada na mão, entre os
carpos, próximo ao pulso. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 70 –Figura 21 - Articulação em dobradiça

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 21 refere-se a Articulação em dobradiça. Compreende a


ilustração do movimento em um plano (flexão e extensão) denominada uniaxial, que
ocorre da união do úmero com a ulna. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA70 – Figura 22 - Articulação atlantoaxial, na base do crânio

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 22 refere-se a articulação atlantoaxial, na base do crânio. A


ilustração interna do crânio indica que o movimento em um plano (rotação, pronação e
supinação) é uniaxial, como a articulação radiolulnar superior e inferior, e a articulação
atlanto axial, na base do crânio. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Articulação condilar: permite movimento primário Articulação em sela: encontrada, somente, na articu-
em um plano (flexão, extensão), com pequenas quan- lação carpometacárpica do polegar, permite dois planos
tidades de movimento em outro plano (rotação), por de movimento (flexão, extensão, abdução, adução), com
exemplo, o joelho e a articulação temporomandibular. uma pequena quantidade de rotação. Tem função simi-
lar à articulação elipsóide.

Figura 23 - Articulação condilar / Fonte: Hamill e Knutzen (1999).

Articulação elipsóide: permite movimento em


dois planos (flexão, extensão, abdução e adução) e é
biaxial, como a articulação radiocárpica do punho Figura 25 - Articulação em sela / Fonte: Hamill e Knutzen (1999).
e a articulação metacarpofalângica das falanges.
Articulação esferóide ou bola-e-soquete: permite
movimento em três planos (flexão, extensão, abdução,
adução, rotação), é a mais móvel das articulações diar-
trodiais, como a articulação de quadril e ombro.

Figura 24 - Articulação elipsóide / Fonte: Hamill e Knutzen (1999). Figura 26 - Articulação esferóide / Fonte: Hamill e Knutzen (1999).

71
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 71 – Figura 23 - Articulação condilar

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 23 refere-se a articulação condilar. A ilustração mostra a


união entre o fêmur e a tíbia, indicando que essa articulação permite movimento primário
em um plano (flexão, extensão), com pequenas quantidades de movimento em outro
plano (rotação). FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 71 –Figura 24 - Articulação elipsóide

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 24 refere-se a articulação elipsóide. A ilustração óssea da


mão humana indica que essa articulação permite movimento em dois planos (flexão,
extensão, abdução e adução) e é biaxial, como a articulação radiocárpica do punho e a
articulação metacarpofalângica das falanges. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 71 – Figura 25 - Articulação em sela

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 25 refere-se a articulação em sela. A ilustração óssea da mão


humana indica que essa articulação elipsóide permite dois planos de movimento (flexão,
extensão, abdução, adução), com uma pequena quantidade de rotação. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 71 – Figura 26 - Articulação esferóide

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 26 refere-se a articulação esferóide. A ilustração óssea do


ombro indica que essa articulação permite movimento em três planos (flexão, extensão,
abdução, adução, rotação), é a mais móvel das articulações diartrodiais, como a articulação
de quadril e ombro. FIM DESCRIÇÃO.


Veremos, agora, a classificação das articulações por es-


trutura e ação no quadro abaixo:

CLASSE NOME COMUM NOME TÉCNICO MOVIMENTO EXEMPLOS

Imóveis - Suturas crânio


Fibrosa Sutura Nenhum
Sinartrose

Coracoacromial
Semimóveis - Leve movimento pela
Ligamentosa Sindesmose Sindesmose rádio-ulnar
Anfiartrose escassa elasticidade
Tibiofibular

Esternocostal
Semimóveis - Sincondiose Negligente apenas para
Cartilaginosa Corpos de vértebras
Anfiartrose Sínfese deformação do disco
Sínfese púbica

Sem eixo: não axial permite Intercápicas


Móveis Deslizante Artrosial ou plana
deslizamento ou torção Intertásicas

Uniaxial: face côncava


Dobradiça Ginglimo desliza sobre a convexa Cotovelo
(permite flexão e extensão)

Uniaxial: permite rotação


Atlanto-axial
Pivô Trocóide em um eixo vertical ou
Rádio ulnar proximal
horizontal

Biaxial: esferóde ou oval.


Flexão, extensão, abdução,
Elipsóide Elipsóide Carpometacárpica (pulso)
adução e circundação (sem
rotação)

2 a 5 articulações
Biaxial: não realiza a
Bicondilar Bicondilar metacarpofalângicas (mas
rotação
não do polegar)

Esferóide e Esferóide ou Triaxial: flexão, extensão, Quadril


receptáculo Enartrose abdução, adução e Ombro
circundação e rotação

Triaxial: flexão, extensão,


Carpo-metacárpico do
Selar Selar abdução, adução e
polegar
circundação e rotação.

Quadro 1 - Classificação das articulações / Fonte: Rasch (1991).

72
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 72 – Quadro 1 - Classificação das articulações

INÍCIO DESCRIÇÃO – O Quadro 1 refere-se a classificação das articulações por estrutura e


ação. Compreende uma tabela com cinco colunas: Classe, nome comum, nome técnico,
movimento e exemplos, respectivamente:

Classe: imóveis - sinartrose, semimóveis - anfiartrose, semimóveis - anfiartrose, móveis.

Nome comum: fribrosa, ligamentosa, cartilaginosa, deslizante, dobradiça, pivô, elipsóide,


bicondilar, esferóide e receptáculo, selar.

Nome técnico: sutura, sindesmose, sincondiose, sínfese, artrosial, ou plana, ginglimo,


trocóide, elipsóide, bicondilar, esferóide ou enarrose, selar.

Nome técnico: sutura, sindesmose, sincondiose sífese, artrosial ou plana, ginglimo,


trocóide, elipsóide, bicondilar, esferóide ou enartrose, selar.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

Movimento: nenhum, leve movimento pela escassa elasticidade, negligente apenas para
deformação do disco, sem eixo: não axial permite deslizamento ou torção, unixial: face
côncava desliza sobre a convexa (permite flexão e entensão), uniaxial: permite rotação em
um eixo vertical ou horizontal, biaxial: esferóde ou oval, flexão, extensão, abdução, adução
e circundação (sem rotação), biaxial: não realiza a rotação, triaxial: flexão, extensão,
abdução, adução e circundação e rotação, triaxial: flexão, extensão, abdução, adução e
circundação e rotação.

Exemplos: suturas crânio, coracoacromial sindesmose rádio-ulnar tibiofibular,


esternocostal, corpos de vértebras, síntese pública, intercápicas intertásicas, cotovelo,
atrlanto-axial rádio ulnar proximal, carpometracárpica (pulso), 2 a 5 articulações
metacarpofalângicas (mas não do polegar), quadril ombro, carpo-metacárpico do polegar.
FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

SAIBA MAIS

Considerações teóricas levaram alguns auto-


res a sugerir que um trabalho intenso crônico,
como levantamento de peso ou corrida de
longa distância, durante a juventude, pode
lesar as cartilagens articulares ou sobrecarre-
gar as epífises e acarretar distúrbios de cres-
cimento. Um fechamento precoce, por exem-
plo, impossibilitaria um indivíduo de atingir
sua estatura em potencial. Tais considerações
alertam para a necessidade de cautela nes-
sas atividades. Existe a necessidade de mais
evidências científicas. Alguns instrutores de
educação física, frequentemente, observam
o tamanho dos ossos do pulso, tornozelo e
quadris a fim de obter melhor estimativa da
capacidade individual de suportar pesos e
esforços. Em geral, os ossos de indivíduos
negros são mais densos que os de brancos,
e os de um homem mais densos que os de
uma mulher.

Fonte: Rasch (1991).

73
considerações finais

Caros alunos(as), chegamos ao final da nossa segunda unidade. Quanto conhecimento


você já adquiriu da Biomecânica e da Cinesiologia! Nesta unidade, você aprendeu o
funcionamento do sistema esquelético. Vamos recapitular?
O sistema esquelético é um tecido vivo e dinâmico, porque é formado e remodelado,
continuamente, por meio das forças que são aplicadas sobre ele. O tecido ósseo pode
ser classificado em cortical, osso mais rígido e menos poroso, e esponjoso, um tipo
de tecido com alta porosidade e menos rígido.
Constituído por, aproximadamente, 206 ossos, nosso sistema esquelético é dividido
em parte axial (crânio, vértebras, esterno e costelas) e apendicular (ossos dos membros
superiores e inferiores). Além disso, os ossos são de diferentes tipos, como curto;
longo; plano e irregular.
Você também aprendeu que os nossos ossos podem crescer em comprimento (longi-
tudinal) e em circunferência. O crescimento longitudinal, que se inicia na vida fetal
e continua ao longo da vida, ocorre nas epífises. O crescimento em circunferência,
por sua vez, ocorre por meio do aumento no periósteo, o tecido conectivo que cobre
a face externa do osso. As células ósseas responsáveis pela produção e reabsorção de
tecido ósseo são denominadas de osteoblasto, osteoclasto e osteócito.
O sistema esquelético é fundamental para a nossa vida, porque realiza diversas funções,
por exemplo: estrutura de suporte para o nosso corpo, protege órgãos vitais, auxilia na
produção de movimentos por meio das alavancas, forma células sanguíneas. Cargas
podem ser denominadas de traumáticas, porque são de grande magnitude e podem
causar lesão no momento da aplicação. A carga repetitiva é de pequena magnitude
e pode causar lesão, quando aplicada diversas vezes.
Você aprendeu também que outras cargas mecânicas podem afetar os ossos, são
elas: compressão, tração, cisalhamento, flexão e torção. Por fim, conheceu as fraturas
mais comuns, a saber: em galho verde, em fissura, cominutiva, transversal, oblíqua e
espiral. Espero que nossa discussão tenha contribuído para o seu desenvolvimento
acadêmico. Encontramo-nos na próxima unidade.

74
atividades de estudo

1. Algumas lesões agudas podem acometer o siste- IV. A osteoporose é percursora da osteopenia,
ma esquelético. Sobre os principais tipos de fra- sendo considerada uma perda de densidade
turas, leia, atentamente, as afirmativas a seguir. mineral óssea de 15%.
I. Fratura em galho verde: fratura completa, É correto o que se afirma em:
quebra na superfície convexa do encurva-
a. I, II, IV, apenas.
mento do osso, muito comum na infância e
adolescência. b. I, II, III, apenas.
II. Fratura em fissura envolve uma quebra longi- c. I, II, apenas.
tudinal completa.
d. II, III, apenas.
III. Fratura cominutiva é incompleta e fragmenta
e. I, III, IV, apenas.
o osso, geralmente, resultante de uma carga
rápida, caracterizada por numerosos peque- 3. Analise as afirmativas acerca da estrutura e do
nos fragmentos. formato dos ossos no corpo humano permitem
que eles realizem funções específicas.
IV. Fratura transversal é completa, e a quebra
ocorre em um ângulo reto ao eixo do osso. I. Os Ossos curtos têm uma haste longa, esta
permite os deslizamentos e absorve o impacto.
V. Fratura oblíqua é completa, ocorre em um ân-
gulo diferente do ângulo reto ao eixo do osso. II. Ossos Longos formam a estrutura do esque-
leto apendicular, o fêmur por exemplo, e sus-
É correto o que se afirma em:
tentam o peso do corpo.
a. I, III, V, apenas.
III. Os ossos sesamóides auxiliam na alteração do
b. II, III, IV, apenas. ângulo de inserção muscular.
c. III, apenas. IV. Ossos irregulares protegem órgãos e tecidos
moles, como os ossos do crânio e das costelas.
d. IV, V, apenas.
V. Ossos Chatos ou planos têm formatos dife-
e. V, apenas.
rentes para desempenhar funções especiais,
2. A osteoporose é uma situação que promove a por exemplo, o sacro e o cóccix.
perda da densidade mineral óssea. Sobre esse
É correto o que se afirma em:
assunto, assinale a alternativa correta.
a. I, II, apenas.
I. Classifica-se osteopenia quando a massa ós-
sea é de 10 a 25% menor que a considerada b. II, IV, apenas.
normal, mais do que isso, classifica-se como
c. V, apenas.
osteoporose.
d. II e III, apenas.
II. O esporte de rendimento pode ocasionar
uma combinação perigosa de distúrbios ali- e. III, apenas.
mentares, amenorréia e osteoporose.
III. Estudos demonstram que a atividade física re-
gular tende a diminuir a mineralização óssea
em indivíduos com osteoporose.

75
atividades de estudo

4. Tipos de Articulações: no corpo humano e na 5. A respeito das cargas mecânicas, assinale a alter-
grande maioria dos seres vivos vertebrados, exis- nativa correta.
tem 3 principais tipos de articulações, são elas: a. A Compressão é um tipo de carga que, atu-
Sinartroses (Fibrosa e Não Sinoviais), imóveis; ando axialmente sobre um osso, faz com que
Anfiartroses (Cartilaginosas), ligeiramente mó- o osso se alongue e fique mais estreito. Ten-
veis, e Diartroses (Sinoviais), completamente de a aumentar o seu comprimento e diminuir
móveis. Assinale a alternativa correta: seu diâmetro.
a. As articulações cartilaginosas ou anfiartroses
b. Tração pode ser entendida como um aper-
são caracterizadas pela presença da cápsula
to. Esse tipo de força é necessário para o de-
sinovial que contém o fluido sinovial.
senvolvimento e o crescimento do osso. É um
b. Nas articulações não sinoviais ou sinartro- tipo de carga que, atuando axialmente sobre
ses, os ossos estão unidos entre si por uma um osso, causa encurtamento e alargamento.
fibrocartilagem cuja consistência permite a Tende a diminuir o seu comprimento e au-
existência de deformação e de um certo grau mentar seu diâmetro.
de movimento (normalmente flexão) entre os
c. Cisalhamento é um tipo de carga que tende
segmentos ósseos.
a provocar um deslizamento (ou deslocamen-
c. Articulação em sela são consideradas cartila- to) de uma parte de um osso sobre outra (ou
ginosas (anfiartrose) e somente encontrada de um osso sobre outro), por exemplo, a força
na articulação carpometacárpica do polegar, atuando sobre a articulação do joelho, duran-
permite dois planos de movimento (flexão, ex- te um agachamento.
tensão, abdução, adução) com uma pequena
d. Curvamento ou Torção pode ser considerada
quantidade de rotação.
uma força de esmagamento direcionada axial-
d. Articulação em sela, são consideradas móveis mente por meio de um corpo.
(diartrose): somente encontrada na articula-
e. O comportamento biomecânico dos ossos
ção carpometacárpica do polegar, permite
não é afetado pela aplicação de cargas mecâ-
dois planos de movimento (flexão, extensão,
nicas.
abdução, adução) com uma pequena quanti-
dade de rotação. Tem função similar à articu-
lação elipsóide.
e. A articulação móvel (diartrose) tem como
função dar estabilidade estrutural, tendo
a capacidade de absorver choques e vi-
brações, dissipando alguma energia. As
Sinartroses dividem-se em: Suturas; Sindes-
moses e Gonfoses.

76
LEITURA
COMPLEMENTAR

Vamos entender, agora, um pouco mais sobre a importância da mobilidade nas


articulações da mecânica do movimento humano.
A amplitude do movimento é limitada por ligamentos, incluindo a cápsula articular,
comprimento e extensibilidade dos músculos e fáscias, tendões, a influência dos teci-
dos moles e o próprio contato de um osso contra o outro. A flexibilidade é sinônimo
de amplitude de movimento articular, altamente, específico para cada articulação. Já a
hipermobilidade de uma articulação, que é considerada resultante da frouxidão liga-
mentosa, representa um extremo na variação normal da mobilidade articular.
Devemos identificar e observar as implicações de um padrão de hipermobilidade que
está associado a queixas músculo esqueléticas. Frequentemente, indivíduos que se
queixam com “articulações duplas” sofrem dores de crescimento, enquanto crianças,
quando amadurecem, podem apresentar osteoartrite, dores articulares, luxações re-
correntes e lesões de ligamentos. Muitas pessoas mostram um desenvolvimento mus-
cular fraco.
O grau de hipermobilidade e as articulações envolvidas podem afetar o desempenho
em quase todas as atividades. Em geral, a flexibilidade diminui, gradualmente, na idade
avançada. Vale a pena ressaltar que as posturas habituais e um trabalho pesado crôni-
co levam, por meio da amplitude de movimentos restritos, ao encurtamento adaptativo
de músculos. Ao longo dos anos, a inflexibilidade tende a tornar-se permanente e irre-
versível, especialmente, quando o desenvolvimento habitual de osteoartrite provoca a
calcificação de tecidos próximos às articulações.
Um programa bem planejado de exercícios de resistência, provavelmente, aumentará
a flexibilidade. Isso porque os movimentos são executados por meio de uma amplitude
de movimento completa e exercícios que incluem ambos os membros de grupos de
músculos antagonistas. A falta de flexibilidade normal, por sua vez, pode ser conside-
rada por má postura, compressão de nervos periféricos, dismenorréia e outros males.
Podemos destacar que alguns testes de flexibilidade são de fácil acesso e aplicação,
como o banco de Wells e flexiteste.

Fonte: adaptado de Rasch (1991).

77
material complementar

Indicação para Acessar

Assista ao vídeo disponível no link a seguir para aprofundar seus conhecimentos sobre a classificação dos ossos.
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=vTnUqF37QRk.

Indicação para Acessar

Leia a reportagem que explica como a ausência de gravidade afeta, negativamente, a densidade óssea, dispo-
nível no link a seguir: https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/passar-seis-meses-no-espaco-e-desafio-para-o-
-corpo-humano,daf98116492da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html.

78
gabarito

1. D
2. C
3. D
4. D
5. C

79
TERMINOLOGIA PADRÃO DOS
MOVIMENTOS CORPORAIS

Me. Bruna Felix Apoloni


Me. Regina Alves Thon

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Posição anatômica de referência, planos e eixos do
movimento
• Movimentos fundamentais: definições e ações de
movimento
• Mobilidade e lesões osteoarticulares
• Biomecânica da coluna vertebral

Objetivos de Aprendizagem
• Identificar e descrever posições, planos e eixos de
referência, associados ao corpo humano.
• Compreender a descrição do movimento articular, baseado
em planos, eixos e termos direcionais relacionados.
• Compreender as posturas habituais do cotidiano e
estabelecer relações com a amplitude de movimento.
• Entender a importância anatômica da coluna vertebral e
das curvaturas vertebrais para o movimento.
unidade

III
INTRODUÇÃO

O
lá, seja bem-vindo(a) a esta terceira unidade do nosso livro
de Biomecânica e Cinesiologia. Nas unidades anteriores,
você aprendeu os conceitos básicos das duas áreas que estu-
dam o movimento humano e compreendeu a contribuição
e a importância do sistema esquelético para o movimento e a com-
posição do corpo. Agora, trataremos de outro assunto fundamental:
a terminologia padrão dos movimentos corporais. Em um primeiro
momento, você aprenderá os três conceitos de extrema importância
para o estudo do movimento: a descrição da posição anatômica; os
planos anatômicos de referência e os eixos anatômicos de referência. A
posição anatômica é o ponto de partida para a descrição dos movimen-
tos articulares. Tais movimentos ocorrem nos planos sagital, frontal e
transverso. Esses conteúdos utilizaremos para identificar e descrever,
adequadamente, os movimentos corporais. Na sequência, você conhe-
cerá os termos específicos relacionados aos movimentos fundamentais
que servem para identificar, com precisão, as posições e direções cor-
porais.
Posteriormente, estudaremos o movimento humano, você apren-
derá a mobilidade das nossas articulações e algumas lesões osteoartic-
ulares que podem afetar a amplitude dos movimentos cotidianos e es-
portivos. Destacaremos algumas lesões, como luxação; entorse; bursite;
artrite e osteoartrite. Por fim, discutiremos a importância anatômica
da coluna vertebral e das curvaturas vertebrais para o movimento. A
coluna vertebral é um segmento complexo que contribui, efetivamente,
para a mecânica do movimento humano. É um segmento com carac-
terísticas de rigidez e elasticidade, que permite movimentos nos três
planos, além de proteger a medula espinhal. Considerando esses fa-
tores, o estudo da coluna vertebral é parte essencial dos nossos estudos
em Cinesiologia e Biomecânica.
Bons estudos!


Posição Anatômica de Referência,


Planos e Eixos do Movimento

Para descrever os movimentos corporais, é necessá- planos e eixos perpendiculares (RASCH, 1991).
rio utilizar uma terminologia, universalmente, aceita Nesse sentido, o primeiro item que vamos co-
e compreendida por todos. Assim, é de suma impor- nhecer é a posição anatômica de referência, também
tância que professores, treinadores, alunos e atletas denominada de posição inicial ou posição zero. Essa
conheçam e utilizem termos padronizados para, por é uma postura considerada o ponto de partida para
exemplo, identificar segmentos corporais; aspectos descrever os movimentos dos segmentos corporais
da habilidade que precisam ser aperfeiçoados; ensi- ou articulares. É uma posição ereta, porém não é a
nar um aluno sobre o movimento, entre outros. Além postura natural que utilizamos no dia a dia. É uma
disso, a descrição correta dos movimentos articulares orientação corporal que, por convenção, foi padroni-
é essencial para a análise biomecânica dos movimen- zada há muito tempo e é uma referência para definir
tos. Os movimentos articulares são definidos com os termos relacionados ao movimento (HALL,2000).
relação à posição anatômica e descritos por meio de Veja, na Figura 1, a posição anatômica de referência.

84
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 1 - Posição anatômica de referência / Fonte: Hall (2000).

Nesta posição, temos o seguinte posicionamen-


to do corpo: corpo ereto, cabeça para frente,
braços ao lado do tronco, palmas das mãos para
frente e pernas unidas com os pés apontando
para frente. Alguns estudiosos também des-
crevem e utilizam a posição fundamental que
difere da anatômica, em relação à posição dos
braços, que permanecem relaxados ao lado do
Figura 2 - Posição
corpo com as palmas viradas para o tronco anatômica e
fundamental
(HAMILL; KNUTZEN, 1999).

85
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 85 – Figura 1 - Posição anatômica de referência

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 1 refere-se a Posição anatômica de referência. Compreende


a ilustração de uma mulher com o seguinte posicionamento do corpo: corpo ereto, cabeça
para frente, braços ao lado do tronco, palmas das mãos para frente e pernas unidas com
os pés apontando para frente. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 85 – Figura 2 - Posição anatômica e fundamental

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 2 refere-se a Posição anatômica e fundamental. Compreende


a ilustração de um homem com o seguinte posicionamento do corpo: corpo ereto, cabeça
para frente, braços relaxados ao lado do corpo com as palmas viradas para o tronco,
palmas das mãos para frente e pernas unidas com os pés apontando para frente. FIM
DESCRIÇÃO.


PLANOS E EIXOS O plano sagital divide o corpo, em direita e esquerda, e


permite os movimentos de flexão, extensão e hiperexten-
Além da posição anatômica, a descrição do movimento são ao redor do eixo mediolateral ou látero-lateral que
baseia-se no sistema de planos e eixos. Os planos de mo- vai de um lado para outro. Este eixo pode ser em uma
vimento são planos imaginários posicionados sobre o cor- articulação, atravessar o centro de massa do corpo ou
po. Os movimentos corporais ocorrem ao longo dos pla- um ponto de contato externo. A melhor visualização dos
nos ou paralelo a ele. Além disso, para cada plano, existe movimentos, nesse plano, é obtida lateralmente ao corpo
um eixo perpendicular no qual ocorre o movimento. Os (HAMILL; KNUTZEN, 1999).
três planos de movimento são: sagital, frontal e transverso.

VEJA O OBJETO DE REALIDADE


AUMENTADA NO QR CODE A SEGUIR

Figura 3 - Planos e
eixos de movimento
/ Fonte: Hamill e
Knutzen (1999).

Baixe o
aplicativo
Unicesumar
Experience e
vivencie essa
tecnologia Figura 4 - Movimentos no plano sagital sobre eixos articulares
Fonte: Hamill e Knutzen (1999).

86
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 86 –Figura 3 - Planos e eixos de movimento

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 3 refere-se aos Planos e eixos de movimento. Compreende a


ilustração de uma mulher ereta e a localização de 3 eixos. Acima da sua cabeça está o eixo
longitudinal e tem uma seta apontando para cima. Na parte de trás da linha da cintura está
o eixo anteroposterior e tem uma seta horizontal para trás. Na parte lateral esquerda da
linha da cintura está o eixo mediolateral e tem uma seta horizontal para esquerda. Os três
planos de movimento são: sagital (divide o corpo, em direita e esquerda), frontal que
bissecciona o corpo, em anterior e posterior (frente e trás), e transverso (na linha da
cintura, separa o corpo, em superior e inferior). FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 86 – Figura 4 - Movimentos no plano sagital sobre eixos articulares

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 4 refere-se aos Movimentos no plano sagital sobre eixos
articulares. Compreende 3 ilustrações. A primeira ilustração mostra um homem
lateralmente realizando um exercício onde há flexão no braço, na coxa e na perna. A
segunda ilustração mostra uma mulher sentada com as mãos por trás do pescoço e
realizando o movimento de flexão, subindo o tronco até próximo dos joelhos. A terceira e
última ilustração mostra o movimento de uma mão estendida, com a palma para cima
realizando o movimento para cima. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Fonte: Hamill e Knutzen (1999).

O plano frontal bissecciona o corpo, em anterior e poste-


rior (frente e trás), e possibilita os movimentos de adução,
abdução e inclinações a partir do eixo sagital, anterior e
posterior ao plano. Alguns exemplos de movimentos são
abdução/adução da coxa; flexão lateral de cabeça e tron-
co; inversão e eversão do pé. A melhor visualização dos
movimentos, nesse plano, é à frente ou atrás do corpo.

Figura 7 - Movimentos no plano frontal sobre eixos articulares


Fonte: Hamill e Knutzen (1999).
Figura 5 - Movimentos no plano sagital sobre o centro de gravidade
Fonte: Hamill e Knutzen (1999).

Figura 8 - Movimentos no plano frontal sobre o centro de gravidade

Figura 6 - Melhor visualização de um movimento no plano sagital é lateral

87
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 87 – Figura 5 - Movimentos no plano sagital sobre o centro de gravidade

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 5 refere-se ao Movimentos no plano sagital sobre o centro


de gravidade. Compreende a ilustração de uma atleta saltando de costa, girando no ar com
os dois braços próximos ao corpo e aterrissando com os dois pés. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 87 – Figura 6 - Melhor visualização de um movimento no plano sagital é lateral

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 6 indica que a melhor visualização de um movimento no


plano sagital é lateral. Compreende a ilustração de um atleta masculino sentado numa
bicicleta. A imagem mostra o atleta e a bicicleta lateralmente. Próximo a imagem está
descrito em cima de uma seta bidirecional o texto Plano sagital. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 87– Figura 7 - Movimentos no plano frontal sobre eixos articulares

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 7 refere-se aos Movimentos no plano frontal sobre eixos
articulares. Compreende três ilustrações. A primeira imagem mostra um atleta em pé, com
as palmas das mão para frente e fazendo o movimento de levantar os braços lateralmente
até a altura dos ombros. A segunda imagem mostra o movimento lateral feito pela perna
direita. A terceira imagem mostra os movimentos laterais realizados pelos dedos da mão.
FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 87 – Figura 8 - Movimentos no plano frontal sobre o centro de gravidade

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 8 refere-se aos Movimentos no plano frontal sobre o centro
de gravidade. Compreende a ilustração de um atleta saltando lateralmente. Ele inicia o
impulso com a perna esquerda no solo, realiza o giro lateralmente, e aterrissa com a perna
direita. Os braços mantêm-se esticados. FIM DESCRIÇÃO.


Fonte: Hamill e Knutzen (1999).

O plano transverso separa o corpo, em superior e in-


ferior, permitindo os movimentos de rotação, flexão
(adução) horizontal e a extensão (abdução) horizon-
tal a partir do eixo longitudinal (vertical). Alguns
exemplos de movimentos, nesse plano, são rotações
nas articulações vertebrais do ombro e quadril; pro-
nação e supinação do antebraço nas articulações ra-
dioulnares. A melhor visualização desses movimen-
tos é por meio do posicionamento, por cima ou por
baixo do movimento, para ficar perpendicular ao
plano de movimento (HAMILL; KNUTZEN, 1999).

Figura 10 - Movimentos no plano transverso sobre o centro de gravidade


Fonte: Hamill e Knutzen (1999).

Os movimentos humanos, de modo geral, ocorrem


em dois ou mais planos de movimento. O lançamento
de uma bola de beisebol sobre o ombro, por exemplo,
ocorre nos três planos. O braço que lança a bola apre-
senta, na fase 1 de balanceio para trás, abdução, abdu-
ção horizontal e rotação externa. Na fase 2 de aplica-
ção da força, extensão ou adução, adução horizontal e
Figura 9 - Movimentos no plano transverso sobre eixos articulares
rotação interna. Na fase 3 de seguimento, extensão ou
Fonte: Hamill e Knutzen (1999).
adução e rotação interna. Observe a Figura 11.

88
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 88 – Figura 9 - Movimentos no plano transverso sobre eixos articulares

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 9 refere-se aos Movimentos no plano transverso sobre eixos
articulares. Compreende duas ilustrações. A primeira mostra o atleta a partir do plano de
cima da cabeça. Seu braço direito está esticado em frente ao corpo, com a palma da mão
para a esquerda e ele realiza o movimento para a direita do corpo. A segunda imagem
mostra o atleta em pé com o corpo girando para a esquerda, juntamente com a cabeça e
os braços esticados para frente. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 88 – Figura 10 - Movimentos no plano transverso sobre o centro de gravidade

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 10 refere-se aos Movimentos no plano transverso sobre o


centro de gravidade. Compreende a ilustração em sequência de uma atleta girando para a
esquerda no próprio eixo. Ao realizar o movimento de giro, os braços ficam junto ao corpo,
sendo o braço direito flexionado junto a barriga, e o braço esquerdo flexionado junto às
costas. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 11 - Lançamento de bola de Beisebol sobre o ombro nos três planos / Fonte: Hamill e Knutzen (1999).

Também utilizamos a terminologia grau de liberdade (gl) articulação, denominada triaxial, indica que ele permita
para fazer referência aos movimentos nos planos. O grau movimentos nos três planos. São exemplos as articula-
de liberdade é utilizado para descrever o tipo e a quan- ções vertebrais do ombro e do quadril.
tidade de movimentos permitidos, estruturalmente pelas
articulações anatômicas. O grau de liberdade 1 represen- SAIBA MAIS
ta uma articulação que permite ao segmento se mover
em um plano de movimento. É, então, uma articulação Você sabe o que é perpendicular?
uniaxial, porque tem um eixo perpendicular ao plano de
Em geometria, perpendicular é uma termo que
movimento, por exemplo, a articulação do cotovelo que indica se dois objetos (podem ser retas ou pla-
possibilita movimentos de flexão e extensão, interfalân- nos) fazem um ângulo de noventa graus (90°).
Ou seja, refere-se às retas ou aos planos que
gicas, radioulnar e tornozelo. As articulações com grau
podem ser interceptados por um ângulo reto.
de liberdade 2, denominadas de biaxial, incluem os joe-
Fonte: adaptado de Wikipédia (2019, on-line)3.
lhos, articulações metacarpofalângicas, punho e carpo-
metacárpicas do polegar. O grau de liberdade 3 de uma

89
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 89 –Figura 11 - Lançamento de bola de Beisebol sobre o ombro nos três planos

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura refere-se ao Lançamento de bola de Beisebol sobre o ombro


nos três planos. Compreende a ilustração em três sequências de um atleta de beisebol. A
fase 1 representa o plano sagital indicando a flexão e a extensão onde ocorre o balanceio
para trás, abdução, abdução horizontal e rotação externa. A fase 2 representa o plano
transverso indicando a rotação onde ocorre a aplicação da força, extensão ou adução,
adução horizontal e rotação interna. A fase 3 representa o plano frontal indicando a
abdução, adução e flexão lateral do tronco onde ocorre o seguimento, extensão ou adução
e rotação interna. FIM DESCRIÇÃO.


Movimentos Fundamentais:
Definições e Ações de Movimento

Agora que você já conhece os planos e o eixos dos mo- Os nomes dos segmentos corporais são padroniza-
vimentos, aprenderemos os movimentos fundamentais/ dos para facilitar a descrição dos movimentos. A parte
básicos e os termos direcionais. Inicialmente, você co- principal do nosso corpo é composta pela cabeça, pes-
nhecerá os termos padronizados, utilizados para des- coço e tronco. Esta parte é denominada de porção axial
crever os movimentos. Na sequência, vamos apresentar do esqueleto que compreende mais de 50% do peso to-
a você os seis movimentos básicos que ocorrem nas ar- tal de um indivíduo. A porção apendicular do esqueleto
ticulações corporais: flexão, extensão, abdução, adução é formada pelos membros superiores e inferiores. Os
e rotação, medial e lateral, considerando cada plano de membros superiores são os braços, antebraços e mãos;
movimento nos quais ocorrem. Por fim, você conhecerá os membros inferiores, por sua vez, são as coxas, pernas
os termos especializados para descrever movimentos. e pés. Vejamos as figuras a seguir:

90
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 12 - Porção axial do esqueleto Figura 13 - Porção apendicular do esqueleto

91
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 91 – Figura 12 - Porção axial do esqueleto

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 12 refere-se a Porção axial do esqueleto. Compreende a


ilustração óssea da parte principal do corpo humano composta pela cabeça, pescoço e
tronco. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 91 – Figura 13 - Porção apendicular do esqueleto

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura refere-se a Porção apendicular do esqueleto. Compreende a


ilustração óssea dos membros superiores e inferiores do corpo humano. Os membros
superiores são os braços, antebraços e mãos; os membros inferiores, por sua vez, são as
coxas, pernas e pés. FIM DESCRIÇÃO.


Figura 14 - Membro superior

Figura 15 - Membro inferior.

92
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 92 – Figura 14 - Membro superior

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 14 refere-se ao membro superior. Compreende a ilustração


óssea do membro superior do corpo humano composto pelo úmero ou braço; o rádio e a
ulna como segmento antebraço; carpos, metacarpos e falanges ou mão. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 92 – Figura 15 - Membro inferior

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 15 refere-se ao membro inferior. Compreende a ilustração


óssea do membro inferior do corpo humano composto pelo fêmur ou segmento coxa; tíbia
e fíbula ou perna; e tarsos, metatarsos e falanges ou pé. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Para descrever os segmentos corporais também é ne- liza-se o termo lateral. Vejamos um exemplo: visualize,
cessário utilizar termos padronizados. Considerando o novamente, a figura que representa a posição anatômica
membro superior, denominamos o úmero como braço; e observe a posição do dedo mínimo da mão. Podemos
o rádio e a ulna como segmento antebraço; carpos, me- considerar que o dedo mínimo está do lado medial ou
tacarpos e falanges como mão. Em relação aos membros lateral do membro? O dedo mínimo está mais próximo
inferiores, o fêmur é denominado como segmento coxa; à linha média do corpo e, por isso, dizemos que o dedo
tíbia e fíbula como perna; e tarsos, metatarsos e falanges mínimo da mão está no lado medial do membro. E o
como pé. Veja a descrição completa no Quadro 1. polegar? Bom, o polegar posiciona-se na parte lateral da
mão, afastado da linha média. Não se esqueça, os movi-
Principal articulação mentos e a posição dos segmentos são descritos a partir
Nome do
Ossos envolvida no movi-
segmento da posição anatômica de referência (posição zero).
mento do segmento
Os termos proximal e distal referem-se a uma posi-
úmero braço ombro
ção mais próxima e mais afastada, respectivamente, de
rádio e ulna antebraço cotovelo ou radioulnar um ponto determinado. É necessário que tenha um pon-
to de referência, por exemplo, a articulação do ombro.
carpos,
metacarpos mão punho Em relação a este ponto, pode-se afirmar que a articula-
e falanges ção do cotovelo fica proximal e a articulação do punho
fêmur coxa quadril fica distal. Um ponto de referência também é necessário
tíbia e fíbula perna joelho para indicar uma posição superior ou inferior. Um seg-
tarsos, mento pode estar na parte superior do corpo, quando
metatarsos pé tornozelo está acima do ponto de referência ou mais próximo do
e falanges
topo da cabeça. Considera-se inferior quando está abai-
Quadro 1 - Ossos, nomes dos segmentos e articulações envolvidas no movi-
xo de um segmento ou ponto de referência. Um movi-
mento dos segmentos corporais / Fonte: adaptado de Hamill e Knutzen (1999).
mento ou posição relacionado a parte da frente do corpo
Para descrever uma posição ou um movimento, tam- é denominado anterior, e posterior, quando se relaciona
bém é necessário conhecer alguns termos anatômicos, com a parte de trás do corpo. O termo ipsolateral des-
são eles: medial e lateral, proximal e distal, superior e creve um movimento ou posição de um segmento ou
inferior, anterior e posterior, ipsolateral e contralateral. referência que está do mesmo lado que um ponto de
O termo medial é utilizado para indicar uma posição referência. O termo contralateral é para indicar quando
relativamente mais próxima da linha média do corpo ocorre no lado oposto. Vejamos o exemplo na marcha:
ou de um objeto, ou para indicar um movimento em o membro inferior, denominado ipsolateral, desloca-se
direção à linha média. Quando ocorre um movimento para frente, enquanto o membro inferior contralateral
para o lado oposto à linha média ou para indicar uma está em contato com o solo para auxiliar no impulso
posição, relativamente mais afastada da linha média, uti- (HAMILL; KNUTZEN,1999).

93
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 93– Quadro 1 - Ossos, nomes dos segmentos e articulações envolvidas no


movimento dos segmentos corporais

INÍCIO DESCRIÇÃO – O Quadro 1 refere-se aos Ossos, nomes dos segmentos e articulações
envolvidas no movimento dos segmentos corporais. Compreende uma tabela com três
colunas e seis linhas. Na coluna ossos, temos: úmero, rádio e ulna, carpos, metacarpos e
falanges fêmur, tíbia e fíbula, tarsos, metatarsos e falanges). Na coluna nome do segmento,
temos: braço, antebraço, mão, coxa, perna e pé. Na última coluna temos a principal
articulação envolvida no movimento do segmentos, sendo: ombro, cotovelo ou radioulnar,
punho, quadril, joelho e tornozelo. FIM DESCRIÇÃO.


MOVIMENTOS BÁSICOS NO PLANO SAGITAL

Os movimentos que ocorrem no plano sagital são flexão,


extensão e hiperextensão. É importante ressaltar que os
movimentos ocorrem a partir da posição anatômica. Os
movimentos de flexão e extensão ocorrem nas articula-
ções sinoviais como artelhos, tornozelo, joelho, quadril,
tronco, cotovelo, ombro, punho e dedos. Você pode re-
lembrar as características das articulações na Unidade 2.
A flexão representa o movimento de curvar-se e o
ângulo relativo entre dois segmentos adjacentes diminui.
A flexão para além de 180° graus é denominada de hiper-
flexão. A extensão consiste no aumento do ângulo relati- Figura 16 - Movimentos de flexão, extensão e hiperextensão que ocorrem no
plano sagital / Fonte: Hall (2000).
vo entre dois segmentos adjacentes. É um movimento de
retorno para a posição anatômica. Denomina-se de hipe- Veja, na Figura 17, o movimento do arremesso tipo
rextensão o movimento de extensão para além da posição “jump” do Basquetebol. Quais movimentos de flexão e
zero original (HAMILL; KNUTZEN, 1999). extensão você consegue identificar?

Figura 17 - Arremesso do tipo “jump” do Basquetebol

94
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 94 – Figura 16 - Movimentos de flexão, extensão e hiperextensão que ocorrem


no plano sagital

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 16 refere-se aos movimentos de flexão, extensão e


hiperextensão que ocorrem no plano sagital. Na flexão, o homem está em pé com os braços
eretos para cima e a palma da mão para frente. Na extensão, o homem está de pé com os
braços eretos para baixo e a palma da mão para trás. Na hiperextensão, o homem está em
pé com os braços eretos para baixo e movimentando-os para trás do quadril. A palma da
mão permanece para trás. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 94 – Figura 17 - Arremesso do tipo “jump” do Basquetebol

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 17 refere-se ao Arremesso do tipo “jump” do Basquetebol.


Compreende a foto de dois homens saltando próximo a uma cesta de basquete. A imagem
indica que, nos membros inferiores, ocorre o movimento de extensão do quadril, joelho e
tornozelo. E, nos membros superiores, ocorre a flexão de ombro, extensão de cotovelo e
flexão de punho.FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Isso mesmo! É possível observar, nos membros inferio- MOVIMENTOS BÁSICOS NO


res, o movimento de extensão do quadril, joelho e tor- PLANO TRANSVERSAL
nozelo. E, nos membros superiores, a flexão de ombro,
extensão de cotovelo e flexão de punho. Os movimentos que ocorrem no plano transversal são
rotação lateral e medial, movimentos rotacionais ao re-
MOVIMENTOS BÁSICOS NO PLANO FRONTAL dor de um eixo longitudinal.

Os principais movimentos que ocorrem, no plano fron-


tal, são abdução e adução. A abdução é o movimento de
um segmento corporal que se afasta da linha média do
corpo. A adução é o movimento de um segmento cor-
poral, aproximando-se da linha média do corpo. São
movimentos típicos de articulações as metatarsofalân-
gicas, quadril, ombro, punho e metacarpofalângicas. A
hiperabdução é o movimento para além de 180° graus, e
hiperadução é para o movimento além da posição zero,
quando o segmento cruza o corpo.

Figura 19 - Movimentos de rotação no plano transversal / Fonte: Hall (2000).

As rotações mediais ou internas são movimentos do


segmento ao redor de um eixo vertical, que passa pelo
segmento. A postura de referência é a posição funda-
mental que você aprendeu na primeira aula, desta uni-
dade. A partir desta rotação, o segmento tem a sua su-
perfície anterior direcionada à linha média do corpo, ao
mesmo tempo que a superfície posterior se move para
longe. Quando ocorre o movimento contrário, denomi-
namos de rotação lateral ou externa. Ou seja, nesse tipo
de rotação, a superfície anterior do segmento move-se
Figura 18 - Movimentos de abdução e adução que ocorrem no plano frontal
para longe da linha média e a superfície posterior mo-
Fonte: Hall (2000).
ve-se em direção à linha média. Para as rotações de ca-
beça e tronco, utilizamos as direções esquerda e direita.
Desse modo, a rotação para direita ocorre quando, por
exemplo, a parte anterior do tronco fica para a direita,

95
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 95 –Figura 18 - Movimentos de abdução e adução que ocorrem no plano frontal

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 18 refere-se aos Movimentos de abdução e adução que


ocorrem no plano frontal. Na ilustração, a abdução é o movimento da perna direita que se
afasta da linha média do corpo. A adução é o movimento da perna direita que aproxima-
se da linha média do corpo. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 95 – Figura 19 - Movimentos de rotação no plano transversal

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 19 refere-se aos Movimentos de rotação no plano


transversal. Na ilustração, a rotação medial é o movimento da perna direita que gira um
pouco para dentro do eixo vertical. A rotação lateral é o movimento da perna direita que
gira um pouco para fora do eixo vertical. FIM DESCRIÇÃO.


pela perspectiva do indivíduo que executa o movimento. No segmento antebraço, ocorrem os movimentos
A rotação para a esquerda e o mesmo movimento para de pronação e supinação (movimentos no plano trans-
a esquerda. As rotações ocorrem em articulações como verso). A pronação ocorre quando o antebraço se movi-
vértebras, ombro, quadril e joelho. menta e a palma da mão gira até ficar voltada para trás,
tendo como ponto de partida a posição fundamental. Na
MOVIMENTOS ESPECIALIZADOS supinação, o antebraço movimenta-se e a palma da mão
roda até ficar voltada para frente.
A partir dos movimentos básicos, ocorrem os movi-
mentos especializados. Na sequência, descreveremos os
seguintes movimentos: dorsiflexão, flexão plantar, pro-
nação, supinação, circundução, flexão lateral, elevação,
depressão, flexão radial, flexão ulnar, eversão, inversão,
abdução e adução horizontal.
Na articulação do tornozelo, ocorrem os movimen-
tos denominados de dorsiflexão e flexão plantar (movi-
mentos no plano sagital). O movimento de aproximação
do dorso do pé da parte inferior da perna é denominado
dorsiflexão, em síntese, é o movimento do pé para cima
em direção à perna, diminuindo o ângulo relativo entre
a perna e o pé. O movimento oposto é chamado de fle-
xão plantar. Na flexão plantar, a base do pé move-se para
baixo e o ângulo formado entre o pé e a perna aumenta.
Figura 21 - Pronação e supinação / Fonte: Hall (2000).

A circundução é uma combinação de vários movimen-


tos, que ocorrem em qualquer articulação ou segmento,
capaz de mover-se em duas direções. Elevação e depres-
são são movimentos da cintura escapular, para cima e
para baixo, respectivamente. Em síntese, elevação é o le-
vantamento da escápula, quando se sobe os ombros, e o
movimento contrário é denominado depressão. Desvio/
flexão ulnar é o movimento na articulação do punho, no
qual a mão se move na direção da ulna (lado do dedo
mínimo) e desvio/flexão radial é o movimento da mão
em direção ao polegar, na direção do rádio (movimentos
Figura 20 - Flexão (dorsiflexão) e extensão (flexão plantar) na articulação do no plano frontal).
tornozelo / Fonte: Hall (2000).

96
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 96 – Figura 20 - Flexão (dorsiflexão) e extensão (flexão plantar) na articulação do


tornozelo

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 20 refere-se a Flexão (dorsiflexão) e extensão (flexão plantar)


na articulação do tornozelo. Na ilustração, o movimento de aproximação do dorso do pé
da parte inferior da perna é denominado dorsiflexão, onde acorre o movimento do pé para
cima em direção à perna, diminuindo o ângulo relativo entre a perna e o pé. O movimento
oposto é chamado de flexão plantar. Na flexão plantar, a base do pé move-se para baixo e
o ângulo formado entre o pé e a perna aumenta. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 96–Figura 21 - Pronação e supinação

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 21 refere-se a pronação e supinação. A ilustração indica que


a pronação ocorre quando o antebraço se movimenta e a palma da mão gira até ficar
voltada para trás, tendo como ponto de partida a posição fundamental. Na supinação, o
antebraço se movimenta e a palma da mão roda até ficar voltada para frente. FIM
DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 22 - Elevação, depressão / Fonte: Hall (2000).

Figura 24 - Flexão lateral do tronco / Fonte: Hall (2000).


Figura 23 - Desvio/flexão ulnar e radial / Fonte: Hall (2000).

Flexão lateral direita e esquerda é o nome de um movi- Inversão do pé ocorre quando a borda medial do pé le-
mento que se aplica apenas para movimentos de inclinar vanta de modo que a sola do pé se vira para dentro, em
a cabeça ou tronco para o lado. direção ao outro pé. Eversão, quando a parte lateral do

97
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 97 – Figura 22 - Elevação, depressão

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura refere-se a elevação e a depressão. A ilustração indica que


elevação é o levantamento da escápula, quando se sobe os ombros, e o movimento
contrário é denominado depressão. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 97 –Figura 23 - Desvio/flexão ulnar e radial

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 23 refere-se ao Desvio/flexão ulnar e radial. A ilustração


indica que Desvio/flexão ulnar é o movimento na articulação do punho, no qual a mão se
move na direção da ulna (lado do dedo mínimo) e desvio/flexão radial é o movimento da
mão em direção ao polegar, na direção do rádio (movimentos no plano frontal). FIM
DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 97–Figura 24 - Flexão lateral do tronco

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 24 refere-se a Flexão lateral do tronco. A ilustração indica


que Flexão lateral direita e esquerda é o nome de um movimento que se aplica apenas
para movimentos de inclinar a cabeça ou tronco para o lado. FIM DESCRIÇÃO.


pé levanta, de modo que a sola do pé vira para fora, para Você aprendeu que os movimentos de abdução e adução
o lado oposto do outro pé. Eversão é o termo utilizado ocorrem no plano frontal. Há, porém, um detalhe que
para descrever o movimento de rotação externa do pé e você precisa conhecer. Observe a Figura 26. Os movi-
inversão para a rotação interna do pé. mentos representados são do ombro, ocorrem no plano
transversal e são denominados de abdução e adução ho-
rizontal. Isso acontece, porque são movimentos horizon-
tais ao solo; a abdução horizontal é a junção de extensão
e abdução; e a adução horizontal de flexão e adução. A
adução horizontal é o movimento do braço ou coxa pelo
corpo, em direção à linha média, e a abdução horizontal
de afastamento da linha média do corpo.
Veremos um exemplo de adução horizontal no es-
porte. No chute de Futebol (Figura 27), a adução hori-
zontal da coxa é realizada para trazer a perna para cima
e cruzar o corpo para um chute ou passe.

Figura 25 - Eversão e inversão / Fonte: Hall (2000).

Figura 26 - Adução e abdução horizontal / Fonte: Hall (2000).

98
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 98– Figura 25 - Eversão e inversão

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 25 refere-se a Eversão e inversão. A ilustração indica que


Inversão do pé ocorre quando a borda medial do pé levanta de modo que a sola do pé se
vira para dentro, em direção ao outro pé. Eversão, quando a parte lateral do pé levanta,
de modo que a sola do pé vira para fora, para o lado oposto do outro pé. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 98 – Figura 26 - Adução e abdução horizontal

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 26 refere-se a Adução e abdução horizontal. A ilustração


representa os movimentos do ombro que ocorrem no plano transversal e são
denominados de abdução e adução horizontal. Esses movimentos são horizontais ao solo.
A adução horizontal é o movimento do braço ou coxa pelo corpo, em direção à linha média,
e a abdução horizontal de afastamento da linha média do corpo. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 27 - Adução horizontal

99
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 99 – Figura 27 - Adução horizontal

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 27 refere-se a Adução horizontal. A ilustração mostra uma


atleta chutando a bola de futebol e indica que a adução horizontal da coxa é realizada para
trazer a perna para cima e cruzar o corpo para um chute ou passe. FIM DESCRIÇÃO.


Quadro 2 - Revisão dos movimentos / Fonte: Hamill e Knutzen (1999).

O quadro 02 resume grande parte do conteúdo que você


Indicação para Acessar
aprendeu, nesta unidade. É possível identificar os nomes
dos segmentos corporais, as articulações envolvidas na
produção de movimentos, graus de liberdade da articu-
lação e movimentos possíveis de serem realizados.

Caro(a) aluno(a), acesse o QrCode explica-


tivo do quadro acima, ele o ajudará enten-
der melhor a revisão dos movimentos.

100
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 100 – Quadro 2 - Revisão dos movimentos

INÍCIO DESCRIÇÃO – O Quadro 2 refere-se a Revisão dos movimentos. Compreende uma


tabela com quatro colunas: segmento, articulação, Gl e movimentos, respectivamente:

Cabeça:
Intervertebral, 3, flexão, extensão, hiperextensão, flexão lateral D/L, circundução.
Atlantoaxial (3 art.), 1 cada, rotação D/E.
Tronco: Intervertebral, 3, flexão, extensão, hiperextensão, rotação D/E, flexão lateral D/E,
circundução.
Braço: Ombro, 3, flexão, extensão, hiperextensão, abdução, adução, hiperabdução,
hiperadução, abdução horizontal, adução horizontal, rotação media/lateral, circundução.
Braço/cintura: esternoclavicular, 3, elevação, depressão.
Escapular: acromioclavicular, 3, abdução, adução (protração, retração), rotação para
cima/para baixo.
Antebraço:
Cotovelo, 1, flexão, extensão, hiperextensão.
Radioulnar, 1, pronação, supinação.
Mão: punho, 2, flexão, extensão, hiperextensão, flexão radial, flexão ulnar, circundução.
Dedos:
Metacarpofalângica, 2, flexão, extensão, hiperextensão, abdução, adução, circundução.
Interfalângica, 1, flexão, extensão, hiperextensão.
Polegar:
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

Carpometacárpica, 2, flexão, extensão, abdução, oposição, circundução.


Metacarpofalângica, 1, flexão, extensão.
Interfalângica, 1.
Coxa: quadril, 3, flexão, extensão, hiperextensão, abdução, adução, hiperadução, adução
horizontal, abdução horizontal, rotação medial/lateral, circundução.
Perna: joelho, 2, flexão, extensão, hiperextensão, rotação medial/lateral.
Pé:
Tornozelo, 1, flexão plantar, dorsiflexão.
Intertársica, 3, inversão, eversão.
Artelhos:
Metatarsofalângica, 2, flexão, extensão, abdução, adução, circundução.
Interfalângica, 1, flexão, extensão.FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Mobilidade e Lesões
Osteoarticulares
Nesta aula, realizaremos uma descrição básica das lesões comuns serão abordadas na próxima unidade, após você
e patologias mais comuns que ocorrem nas articulações. conhecer algumas situações que ocorrem no sistema mús-
Cabe ressaltar que nossas articulações suportam nosso culo esquelético, que são as rupturas; contusões; cãimbras e
peso corporal e são sobrecarregadas pela ação das for- dor muscular tardia, induzida pelo exercício (HALL, 2013).
ças musculares. Ao mesmo tempo, fornecem amplitude Algumas lesões surgem a partir de práticas tanto
de movimento para os segmentos corporais, sendo esse do ambiente esportivo quanto do ambiente laboral. Por
o grande desafio mecânico diário, pois essas articulações isso, muitos profissionais de Educação Física, da Ergono-
estão sujeitas a lesões agudas e, por muitas vezes, isso ocor- mia ou da Biomecânica são requisitados para ajustar os
re pelo uso excessivo ou indevido de algumas posturas implementos para cada indivíduo de forma individual
corporais; pode, ainda, acarretar infecção e doenças de- para minimizar o risco de lesões. Essa é uma importante
generativas graves. Nesse sentido, descreveremos as lesões área de atuação para os profissionais de Educação Física,
mais comuns, como entorses; luxação; bursite; artrite; ar- trabalhar para prevenção de futuras lesões ocasionadas
trite reumatoide e osteoartrite. As lesões musculares mais pelo esforço repetitivo ou doenças osteoarticulares que

101


venham se agravar com o tempo. Assim, é possível am- O deslocamento dos ossos de uma articulação é
pliar o leque de atuação do profissional. No âmbito es- chamado de luxação. Em geral, essas lesões são
portivo, como treinadores e equipe de trabalho; no am- resultantes de quedas ou outros acidentes que en-
biente de trabalho, a prática da ginástica laboral, o que volvam uma grande magnitude de força. Locais
possibilita uma compensação de músculos e posturas mais comuns: ombros, dedos, joelhos, cotovelos e
requisitadas no dia a dia do trabalhador. a mandíbula. Uma luxação no ombro, por exemplo,
Vamos começar com uma lesão muito comum do am- é comumente causada por contato ou alguma for-
biente esportivo e do nosso dia a dia: as entorses. Estas são ça aplicada no braço, quando este está abduzido ou
lesões causadas pelo deslocamento ou torção anormal dos girado, externamente, na posição acima da cabeça.
ossos da articulação, resultante do estiramento ou ruptura A articulação do ombro possibilita mais mobilida-
dos ligamentos, tendões ou tecidos conectivos que cruzam de que as demais articulações do corpo, mas, desse
a articulação. Locais mais comuns: tornozelos. Podem ser modo, tem alta probabilidade de lesão. Os princi-
classificados de acordo com a gravidade da lesão, conside- pais sintomas são: deformidade articular visível,
rados como: primeiro, segundo e terceiro grau. Os princi- dor intensa, edema, dormência ou formigamento e
pais sintomas são: edema, dor e instabilidade articular. O alguma perda da capacidade de movimento articu-
tratamento tradicional das entorses é feito com repouso, lar. O tratamento: o médico especializado deve ava-
gelo, compressão e elevação (HALL, 2013). liar, pois é necessário reduzir ou reposicionar a ar-
ticulação luxada o mais breve possível para aliviar a
dor e garantir a irrigação sanguínea da articulação
envolvida (HALL, 2013).
A bursite, conhecida como inflamação da Bursa,
a qual é caracterizada como bolsas ou sacos preen-
chidos por líquido sinovial que minimizam o atrito
e permitem o deslizamento das estruturas, protegen-
do, dessa maneira, os pontos em que os músculos ou
tendões deslizam sobre os ossos, como já vimos na
unidade anterior. Os principais sintomas da bursite
são: o movimento na área afetada se torna doloroso,
os movimentos adicionais aumentam as inflamações
e agravam o problema. As principais causas são: uso
excessivo e repetitivo; pequenos impactos na área ou
lesões agudas, com inflamação subsequente da bolsa
circundante. O tratamento mais indicado é: repou-
so, gelo e medicamentos anti-inflamatórios (HALL,
2013).

Figura 28 - Entorse no tornozelo

102
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 102 – Figura 28 - Entorse no tornozelo

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 28 refere-se a um Entorse no tornozelo. Compreende a foto


de um tornozelo lesionado, com foco no edema arroxeado. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Fêmur Bursa
Suprapatelar

Patela

Bursite
Pré-patelar

Bursite
Infrapatelar
Menisco
Cápsula
Articular
Cartilagem

Tíbia

Figura 29 - Exemplo de Bursite Figura 30 - Artrite no joelho

A artrite é uma doença degenerativa das articulações. É A artrite reumatoide, tipo de artrite, é uma doença
uma inflamação acompanhada de sintomas, como dor, autoimune inflamatória, crônica, sistêmica e de etio-
edema, função física prejudicada, fadiga e mudanças logia desconhecida, com resposta inflamatória loca-
adversas na composição corporal (perda da massa e au- lizada no revestimento das articulações (sinovite). Os
mento da adiposidade). É comum no envelhecimento, sintomas principais podem incluir a presença de ero-
e existem mais de 100 tipos diferentes de artrite, sendo sões ósseas, perda de massa muscular, ganho de gor-
as duas mais comuns: osteoartrite e artrite reumatoi- dura, aterosclerose acelerada, anemia, fadiga, atrofia
de, abordadas a seguir. O tratamento indicado envolve muscular, osteoporose e outras alterações sistêmicas.
acompanhamento médico com uso de medicação como O tratamento envolve medicação, analgésicos e anti-
analgésicos, anti-inflamatórios, glicocorticosteroides, -inflamatórios, como citado no item anterior, e acom-
além de uma abordagem multidisciplinar, envolven- panhamento médico (AMERICAN COLLEGE OF
do terapia ocupacional e exercício físico (AMERICAN SPORTS MEDICINE, 2018).
COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2018).

103
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 103 – Figura 29 - Exemplo de Bursite

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 29 refere-se ao Exemplo de Bursite. Compreende a ilustração


interna do joelho humano indicando a localização da inflamação. A imagem indica as
seguintes estruturas na região do joelho: bursa suprapatelar, patela, bursite pré-patelar,
bursite intrapatelar. Entre o osso fêmur e a tíbia tem o menisco, a cápsula articular e a
cartilagem. FIM DESCRIÇÃO.


Figura 31 - Osteoartrite nas mãos

A Osteoartrite, outro tipo de artrite, é uma doença de- ocupacional e uso de medicação controlada, por um
generativa das articulações, local e progressiva, que afeta médico, com o uso de analgésicos, anti-inflamatórios e
uma ou várias articulações. Ocorre uma desordem que glicocorticosteroides. Nesses casos, os exercícios de for-
resulta na degradação progressiva das propriedades talecimento muscular, em longo prazo, podem ser bené-
biomecânicas da cartilagem articular. Os locais mais co- ficos para aliviar os sintomas (AMERICAN COLLEGE
muns são: mãos, quadris, coluna e joelhos. Os principais OF SPORTS MEDICINE, 2018; HALL, 2013).
sintomas são: dor, edema, limitação do movimento e
enrijecimento. A dor alivia com o repouso e a ativida-
SAIBA MAIS
de física pode melhorar o quadro. As causas principais
podem incluir: sobrepeso e obesidade, histórico de lesão
articular ou cirurgia, predisposição genética e envelheci- Para ampliar seus conhecimentos acerca
das lesões mais comuns, nos esportes, leia a
mento. Nos estágios iniciais da doença, a cartilagem arti- reportagem, acessando o link: https://www.
cular perde a aparência lisa e brilhante e se torna áspera educacaofisica.com.br/ciencia-ef/fisiologia/
e irregular. O tratamento sugerido segue as diretrizes da as-lesoes-nos-esportes/.

artrite reumatóide: acompanhamento médico, terapia

104
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 104 –Figura 31 - Osteoartrite nas mãos

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 31 refere-se a Osteoartrite nas mãos. Compreende a foto das
mãos de uma idosa, com foco nas articulações dos dedos com edemas. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Biomecânica da
Coluna Vertebral
A coluna vertebral é um segmento complexo e es-
sencial para a mecânica do movimento humano,
pois fornece a ligação entre os membros superio-
res e inferiores. A coluna vertebral permite o mo-
vimento em todos os três planos de movimento
e ainda funciona como um importante protetor
ósseo da delicada medula espinhal (HALL, 2013).
As principais funções básicas da coluna são:
• Sustentação do tronco.
• Proteção da medula.
• Movimento do Corpo.

A coluna vertebral tem que conciliar duas carac-


terísticas contraditórias:

RIGIDEZ X ELASTICIDADE

Isso ela consegue graças à sua construção em pe-


ças superpostas, as 33 vértebras, que são ligadas
por elementos musculares, ligamentares e fibro-
sos (os discos intervertebrais).
A Constituição Óssea da coluna é ilustrada
pela Figura 32 que demonstra todo o seguimento,
da porção superior a inferior, conforme descrito
no esquema a seguir. As vértebras têm o mesmo
formato básico, existe um aumento craniocaudal
progressivo dos corpos vertebrais e progressão no
tamanho e na orientação dos processos articulares.
A orientação das articulações zipofisárias determi-
na a capacidade do segmento móvel (HALL, 2013).

105
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 103 – Figura 30 - Artrite no joelho

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 30 refere-se a Artrite no joelho. Compreende a foto de um


homem idoso com as duas mãos no joelho esquerdo. FIM DESCRIÇÃO.


Figura 33 - Vista sagital e frontal das vértebras lombar, dorsal e cervical


Figura 32 - Coluna Vertebral / Fonte: Hall (2013).

Cabe ressaltar que, como há diferenças estruturais FORÇAS QUE ATUAM NA COLUNA
das costelas, são permitidas amplitudes variáveis de
• Peso corporal.
movimento entre as vértebras adjacentes nas regi-
• Tensão nos ligamentos espinhais.
ões cervical, torácica e lombar da coluna vertebral.
• A pressão nos músculos adjacentes.
Nessas regiões, duas vértebras adjacentes e os teci-
• A pressão intra-abdominal.
dos moles entre elas são conhecidos como segmento
• Qualquer carga externa aplicada.
móvel, considerado a unidade funcional da coluna
vertebral (HALL, 2013). A coluna vertebral possui curvaturas naturais, as quais
Cada vértebra tem seu formato e função espe- devem ser mantidas no cotidiano de cada indivíduo, no
cífica. O forame de conjugação é um orifício, e dele âmbito laboral do treinamento esportivo, como pode-
saem os nervos espinhais (ou raquidianos). A figura, mos observar na primeira imagem da figura 34 (Plano
a seguir (33), indica a vista sagital e frontal de cada sagital), ela demonstra que a coluna apresenta quatro
vértebra cervical, dorsal e torácica. curvaturas normais.

106
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 106 – Figura 32 - Coluna Vertebra

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 32 refere-se a Coluna Vertebral. Compreende uma ilustração


óssea curvada com as estruturas da coluna vertebral, de cima para baixo, sendo: Vértebras
cervicais, localizadas no topo da coluna vertebral; Vértebras torácicas (fóvea costal e discos
intervertebrais); Vértebras lombares (forames intervertebrais); Curvatura pélvica (cóccix).
FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 106 –Figura 33 - Vista sagital e frontal das vértebras lombar, dorsal e cervical

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 33 refere-se a vista sagital e frontal das vértebras lombar,
dorsal e cervical. Cada vértebra tem formatos específicos com um orifício. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

As curvaturas torácica e sacral são côncavas


anteriormente, estão presentes no nascimen-
to e são chamadas de curvaturas primárias
da coluna vertebral. As curvaturas lombar e
cervical, que são côncavas posteriormente,
desenvolvem-se pela sustentação do corpo
na posição ereta após a criança começar a
se sentar e levantar. Como essas curvaturas
não estão presentes ao nascimento, elas são
conhecidas como curvaturas secundárias da
coluna vertebral (HALL, 2013).

Figura 34 - Representação da coluna vertebral

107
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 107 – Figura 34 - Representação da coluna vertebra

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 34 refere-se à representação da coluna vertebral.


Compreende a ilustração em 3D da coluna vertebral do ser humano. Em cima da imagem
tem o seguinte texto: As curvaturas torácica e sacral são côncavas anteriormente, estão
presentes no nascimento e são chamadas de curvaturas primárias da coluna vertebral. As
curvaturas lombar e cervical, que são côncavas posteriormente, desenvolvem-se pela
sustentação do corpo na posição ereta após a criança começar a se sentar e levantar. Como
essas curvaturas não estão presentes no nascimento, elas são conhecidas como curvaturas
secundárias da coluna vertebral (HALL, 2013). FIM DESCRIÇÃO.


Vale a pena ressaltar que, embora as curvaturas cervical lombar) são denominadas lordoses, embora o ter-
e torácica variem pouco durante anos de crescimento, mo lordose também seja utilizado para denominar
a curvatura lombar aumenta, aproximadamente, 10% condições anormais como hiperlordose lombar. As
dos 7 aos 17 anos de idade. A curvatura vertebral (pos- curvaturas localizadas posteriormente (torácica)
tura) é influenciada por hereditariedade, condições pa- são denominadas cifoses. Postura cifótica refere-se a
tológicas, pelo estado mental e pelas forças que a coluna uma curvatura excessiva na coluna torácica. A linha
vertebral está submetida habitualmente (HALL, 2013). da gravidade transecciona as curvaturas vertebrais,
Mecanicamente, as curvaturas permitem que a que permanecem equilibradas anteriormente e pos-
coluna vertebral absorva mais impacto sem lesão teriormente. As proeminências ósseas na frente da
do que se ela fosse reta. Um exemplo da posição do pelve se acham no mesmo plano vertical, indicando
Corpo em Posição ereta, a principal forma de Carga que a pelve está em posição neutra. Qualquer desvio
sobre a coluna, é axial. Qualquer carga nas mãos e de uma parte da coluna vertebral resulta na alteração
tensão contribuem para compressão vertebral. Po- de outra parte para compensar e manter o equilíbrio.
demos ressaltar que uma das principais funções das Uma boa postura pode ser identificada quando
curvaturas é aumentar a resistência da coluna verte- as curvas vertebrais estão em ótimo alinhamento,
bral aos esforços de compressão axial, por exemplo, com a linha de gravidade passando pela linha média
quando estamos na posição em pé, o centro de gra- do tronco. A linha de gravidade localiza-se posterior
vidade total está na parte anterior a coluna vertebral, ao eixo de rotação das vértebras cervicais e lombares,
por isso, para manter a posição corporal, o torque anterior às vértebras torácicas e por meio do corpo
anterior precisa ser contrabalanceado pela tensão da quinta vértebra lombar. Vejamos alguns concei-
dos músculos extensores. tos, de forma resumida, fundamentais para o melhor
Agora, estudaremos as principais alterações na entendimento da postura corporal.
coluna vertebral: hiperlordose, hipercifose e escolio-
• Postura corporal: este é o termo utilizado
se (HALL, 2013), a saber: para descrever as posições das diferentes arti-
• Hiperlordose: curvatura extrema na região culações do corpo em um momento. A postu-
lombar da coluna vertebral. ra correta é a posição na qual um mínimo de
estresse é aplicado em cada articulação (MA-
• Hipercifose: curvatura extrema da região to-
GEE, 2002).
rácica da coluna vertebral.
• Boa postura ou postura padrão: é o alinha-
• Escoliose: curvatura vertebral lateral.
mento esquelético adequado que permite
uma quantidade mínima de esforço e sobre-
As curvaturas típicas da coluna apresentam uma
carga, conduzindo à eficiência máxima do
curvatura convexa na parte anterior do pescoço (re- corpo (KENDALL et al., 1995).
gião cervical); uma curvatura convexa posterior na • Má postura: é um hábito que pode ser adqui-
região torácica; convexa anterior na região lombar rido na infância e, se não corrigido, pode per-
um pouco convexa e posterior na região sacral. As durar por toda vida, ocasionando por exem-
curvaturas localizadas anteriormente (cervical e plo, os desvios posturais (VERDERI, 2005).

108
EDUCAÇÃO FÍSICA

As figuras, a seguir, exemplificam alguns movimentos Uma área de atuação que compete ao Professor de
do cotidiano que, ao longo do tempo, podem acarretar Educação Física, tanto no ambiente esportivo quanto la-
problemas posturais e, consequentemente, evoluir para boral, é a Avaliação postural, uma abordagem organiza-
patologias irreversíveis. da e sistemática. A avaliação postural pretende registrar
Tendo em vista as patologias mais comuns, entende-se desvios que possam interferir na performance do indi-
a indispensabilidade de cuidados para com a coluna verte- víduo ou causar possíveis problemas de saúde. A seguir,
bral. A postura correta depende de um bom alinhamento um esquema resumido que possibilita a verificação dos
do corpo com eficiências fisiológicas e biomecânicas máxi- principais desvios posturais, feito a partir do Método
mas, o que minimiza os estresses e as sobrecargas sofridas Clássico, análise visual ou a observação (KENDALL et
ao sistema de apoio pelos efeitos da gravidade. Desse modo, al., 1995), e a elaboração de um checklist que possibilita
para atender à demanda, muitos centros de treinamento e a verificação de possíveis alterações posturais, por meio
prática de exercícios, como o treinamento funcional e a de avaliação com fotos (fotogrametria). Hoje, existem
musculação, têm aumentado o número de praticantes e softwares especializados para viabilizar essas avaliações,
de profissionais de educação física, ampliando o campo de na área clínica, muitos médicos, fisioterapeutas e profis-
atuação. Entretanto, muitas vezes, devido à prática errônea sionais de Educação Física fazem uso desses métodos.
ou à realização equivocada de movimentos nos treinos
musculares, a chance de adquirir lesões torna-se maior.

Figura 35 - Posturas cotidianas


109
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 109 –Figura 35 - Posturas cotidianas

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 35 refere-se às Posturas cotidianas. Compreende uma


ilustração comparativa de duas pessoas trabalhando, sentadas, em frente ao computador.
Na primeira imagem, a pessoa está sentada com a coluna curvada, e ombros para frente.
Ao lado da imagem tem um X na cor vermelha. Na segunda imagem, a pessoa está sentada
com a coluna ereta, e ombros alinhados com a coluna. Ao lado da imagem tem um V na
cor verde. FIM DESCRIÇÃO.


Para usar o simetrógrafo:

• Visão Anterior: a linha de referência vertical


divide o corpo em secções, direita e esquerda,
quando observamos pelo Plano Frontal (an-
terior/frente).

Ao utilizar a avaliação postura, podemos identificar


desvios posturais de segmentos corporais, como da
coluna; dos tornozelos e pés.

SAIBA MAIS

Faça sua própria avaliação postural, utilizando


um aplicativo para smartphone. Este registra
fotos como um simetrógrafo. O nome do apli-
cativo é ACPP Core2 Posture Measurement.

Fonte: as autoras.

Figura 36 - Avaliação postural com simetrógrafo / Fonte: as autoras.

Normal Escoliose Normal Cifose Lordose

Figura 37 - Exemplos de desvios da coluna

110
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 110 – Figura 36 - Avaliação postural com simetrógrafo

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 36 refere-se a avaliação postural com simetrógrafo.


Compreende a foto de um banner com números e letras localizados na lateral e na parte
superior do equipamento. As letras estão dispostas horizontalmente, uma ao lado da
outra, da letra A até J. Os números estão dispostos verticalmente, do número 10 até o 200.
FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 110 – Figura 37 - Exemplos de desvios da coluna

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 37 refere-se a exemplos de desvios da coluna. Compreende


uma ilustração sequência indicando três tipos de desvios da coluna. Escoliose (coluna com
inclinação lateral da espinha dorsal), cifose (desvio na coluna "para fora", que faz com que
as costas fiquem em posição de “corcunda”), lordose (refere-se à curvatura anterior da
coluna lombar, localizada no segmento inferior do nosso tronco). FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

PÉ PLANO

PÉ NORMAL

PÉ COM ARCO ALTO

Figura 38 - Alterações posturais do pé e tornozelo

• Visão posterior: a linha de referência vertical


divide o corpo em parte, direita e esquerda. O
ponto fica entre os calcanhares e representa o
ponto básico do plano médio sagital do corpo,
em alinhamento ideal. Figura 39 - Desnível de escápula

Figura 40 - Pé valgo, normal e varo

111
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 111– Figura 38 - Alterações posturais do pé e tornozelo

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 38 refere-se às Alterações posturais do pé e tornozelo.


Compreende uma tabela com dois tipos de alterações posturais. Pé plano (ausência do
arco plantar); pé com arco alto (possui o arco bem acentuado e curvo). Já o pé normal
possui estrutura muscular e óssea sem deformidade. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 111 – Figura 39 - Desnível de escápula

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 39 refere-se ao desnível de escápula. Compreende a foto das


costas de uma criança. Ela toca o ombro direito com a mão esquerda evidenciando a
assimetria na escápula direita. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 111 – Figura 40 - Pé valgo, normal e varo

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 40 refere-se ao Pé valgo, normal e varo. A ilustração indica


que o pé valgo é caracterizado pelo calcâneo para fora do corpo, fazendo com que o
Tendão de Aquiles se projete para a parte interna do corpo. No pé varo a superfície inferior
do pé está virada para dentro, de modo que o arco natural da planta do pé apresenta uma
curvatura excessiva. Já o pé normal possui estrutura muscular e óssea sem deformidade.
FIM DESCRIÇÃO.


• Vista lateral: a linha de referência vertical divi-


de o corpo em parte, anterior e posterior de igual
PRINCIPAIS MOVIMENTOS
peso. A referência é levemente anterior ao malé- DA COLUNA VERTEBRAL
olo externo e representa o ponto básico do plano
médio-coronal do corpo, em alinhamento ideal Flexão/Extensão
(Vista no Plano sagital) (KENDALL et al., 1995).
• Lateroflexão ou inclinação lateral
• Rotação axial

Os quadros, a seguir, apresentam os movimentos que


podem ser executados em cada segmento da coluna ver-
tebral e os graus do movimento.

Nível Flexão Extensão Total


Coluna cervical 40 75 115
Coluna dorso-lombar 105 60 165
Coluna lombar 60 35 95
Total 110 140 250
Quadro 3 - Movimentos de flexão e extensão da coluna vertebral
Fonte: as autoras.

Nível Inclinação
Coluna cervical 35 a 45
Coluna dorsal 20
Coluna lombar 20
Total 75 a 85
Quadro 4 - Movimentos de inclinação lateral da coluna vertebral
Fonte: as autoras.

Nível Rotação
Coluna cervical 45 a 50
Coluna dorsal 35
Coluna lombar 5
Pelve-crânio 90 a 95
Figura 41 - Parte anterior e posterior do corpo / Fonte: Kendall et al. (1995). Quadro 5 - Movimentos de rotação que podem ser realizados por cada seg-
mento da coluna vertebral / Fonte: as autoras.
As dores que acometem a musculatura da coluna vertebral
são, em 90% dos casos, ocasionadas por vícios de postu- Kapandji (2000) afirma que a presença de curvaturas
ra, estresse postural, contraturas musculares sustentadas e da coluna vertebral aumenta a sua resistência aos es-
vida sedentária; e apenas 10% dessas dores são manifesta- forços de compressão axial. As curvaturas perdem a
ções de algum outro quadro clínico (BARONI et al., 2010). resistência por cada retificação, isto porque, conside-

112
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 112 – Figura 41 - Parte anterior e posterior do corpo

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 41 refere-se a parte anterior e posterior do corpo. A imagem


mostra a estrutura óssea de um homem em pé lateralmente. Há uma linha vertical de
referência dividindo o corpo em parte anterior (à esquerda da linha), e posterior (à direita
da linha). FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 112 – Quadro 3 - Movimentos de flexão e extensão da coluna vertebral

INÍCIO DESCRIÇÃO – O Quadro 3 refere-se aos movimentos de flexão e extensão da coluna


vertebral. Compreende uma tabela com quatro colunas e quatro linhas. Sendo as colunas
nível, flexão extensão e total, respectivamente:

Coluna cervical, 40, 75, 115

Coluna dorso-lombar, 105, 60, 165

Coluna lombar, 60, 35, 95

Total 110, 140, 250. FIM DESCRIÇÃO.


DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 112 – Quadro 4 - Movimentos de inclinação lateral da coluna vertebral

INÍCIO DESCRIÇÃO – O Quadro 4 refere-se aos movimentos de inclinação lateral da coluna


vertebral. Compreende uma tabela com duas colunas e quatro linhas. Sendo as colunas
nível e inclinação, respectivamente:

Coluna cervical, 35 a 45

Coluna dorsal, 20

Coluna lombar, 20

Total 75 a 85. FIM DESCRIÇÃO.


DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 112 –Quadro 5 - Movimentos de rotação que podem ser realizados por cada
segmento da coluna vertebral

INÍCIO DESCRIÇÃO – O Quadro 5 refere-se aos movimentos de rotação que podem ser
realizados por cada segmento da coluna vertebral. Compreende uma tabela com duas
colunas e quatro linhas. Sendo as colunas nível e rotação, respectivamente:

Coluna cervical, 45 a 50

Coluna dorsal, 35

Coluna lombar, 5

Pelve-crânio, 90 a 95. FIM DESCRIÇÃO.


EDUCAÇÃO FÍSICA

7. Carga assimétrica no plano frontal sobre o


rando, inicialmente, as forças de compressão axial, po-
tronco – aumenta as cargas compressivas e
de-se determinar que, quando o platô vertebral exerce cisalhamento sobre a coluna vertebral – mo-
uma força sobre o disco intervertebral, a pressão que mento de inclinação adicional.
o núcleo recebe equivale à metade da carga, aumenta- 8. Outro fator que afeta a coluna vertebral é a ve-
da em 50%, e a pressão exercida sobre o anel equivale locidade do movimento corporal.
à outra metade, diminuída em 50%. Assim, o núcleo 9. Levantamento de peso: aumenta o cisalha-
suporta 75% da carga e o anel 25%, de modo que, no mento e a tensão dos músculos paravertebrais.
caso de uma pressão de 20 kg, ela se distribui em 15 kg 10. Exercícios de resistência – maneira lenta e
sobre o núcleo e 5 kg sobre o anel. controlada.
As curvaturas fisiológicas da coluna aumentam 11. Aumento da pressão intra-abdominal ajuda
enrijecer o tronco para evitar a deformação da
a resistência aos esforços de compressão axial, pois
coluna sob cargas compressivas. Quando se sus-
entendemos que a resistência de uma coluna é pro-
tenta uma carga estável há um aumento da co-
porcional ao quadrado do número de curvaturas mais ativação dos músculos antagonistas do tronco.
um. Possuímos em nossa coluna vertebral três curva- 12. Carregar uma mochila pesada sobrecarrega
turas móveis (lordose cervical, cifose torácica e lor- a coluna, por isso, requer ajustes na postura
dose lombar), então, sua resistência é dez vezes maior como uma leve inclinação do tronco e da ca-
que uma coluna retilínea (ROSA, 2008, on-line)4. beça para frente bem como a diminuição da
Veremos, agora, o resumo das principais conside- lordose lombar. Minimize esses problemas
posturais e carregue no máximo 15% de carga
rações acerca das cargas mecânicas da coluna vertebral:
do seu peso corporal. Por exemplo, eu peso 50
1. Peso corporal produz cisalhamento e pressão
Kg, minha mochila não deve exceder a 7,5 Kg.
sobre a coluna lombar.
13. Em princípio, as patologias mais comuns encon-
2. O cisalhamento é uma força dominante sobre a
tradas na coluna vertebral, ocasionadas pelo ex-
coluna vertebral, durante a flexão e as atividades
cesso de carga, tanto no trabalho quanto nos trei-
que exigem inclinação do tronco para trás.
nos, são: a lombalgia, escoliose, hérnia de disco,
3. Cisalhamento excessivo - contribuem para artrose e espondiloliste (PIMENTA, 2001, on-li-
hérnia. ne)5. Veremos, a seguir, a explicação de cada uma.
4. A carga do terceiro disco lombar, durante a po-
A lombalgia pode ser definida como uma dor na região
sição ereta.
lombar, ou seja, na região mais baixa da coluna perto
5. A inatividade dos extensores vertebrais em
flexão total é chamada de fenômeno de rela- da pelve. A dor pode se estender para a região glútea e
xamento em flexão, condição na qual, quando membros inferiores. A escoliose, por sua vez, é uma al-
a coluna vertebral está em flexão total, os mús- teração no alinhamento global da coluna, com desvios
culos extensores relaxam e o torque de flexão é que podem ser de origem degenerativa ou idiopática
sustentado por ligamentos vertebrais. (sem causa definida). A coluna fisiológica apresenta-se
6. Durante os movimentos de flexão e de exten- como uma linha reta, enquanto que na escoliose existem
são do tronco, o período de relaxamento da
curvas que podem ser únicas ou duplas, tanto na região
flexão é aumentado, o que reduz a estabilidade
lombar quanto torácica, ou em ambas.
lombar - predispor a lombalgia.

113


A hérnia de disco é uma lesão que ocorre no em que está inserido. Haja vista as patologias mais
rompimento do disco vertebral e leva ao extravasa- comuns, entende-se a indispensabilidade de cuida-
mento de seu conteúdo para as regiões que passa o dos com a coluna vertebral.
tecido nervoso, inflamando-o. Para tanto, indispensável é o acompanhamento
A artrose é uma doença que se caracteriza pelo do exercício físico por um profissional de educação
desgaste da cartilagem articular e por alterações física, devidamente, habilitado na área, para auxi-
ósseas, entre elas os osteófitos, conhecidos, vulgar- liar e monitorar a realização dos exercícios a fim
mente, como “bico de papagaio”. de se evitar a ocorrência de dores, inflamações ou
Espondilolistese consiste no escorregamento de quaisquer outras patologias na coluna vertebral.
uma vértebra sobre a adjacente, podendo ser cau- Além disso, é crucial que se tomem os cuidados bá-
sada por degeneração dos componentes da coluna, sicos e necessários com a aquisição de um movimento
fratura óssea, gerando instabilidade. Porém, quando novo e correto e a realização de alongamento, aqueci-
não ocorre o deslizamento, considera-se um defeito mento, postura adequada e fortalecimento do core.
na pars interarticularis, e pode ser ocasionada por
falha na constituição óssea do paciente (má-forma-
ção congênita) (PIMENTA, 2001, on-line)5.
Dentre todas as estruturas corporais, a coluna
vertebral merece atenção especial, pois além de so- REFLITA
frer grande risco de lesões, durante o treino, é de
suma importância pelas suas funções no organis-
Exercícios aquáticos são benéficos para o
mo humano, entre elas: proteção da medula espi- tratamento da osteoartrite. A temperatura
nhal e dos nervos espinhais; mobilidade do tronco ideal da água é de 32 a 36 °C e a ausência da
e a junção dos membros inferiores e superiores. De gravidade facilita a realização de movimentos
no meio líquido.
fato, sua importância para o organismo em geral é
relevante, razão pela qual o estudo em questão mos-
tra-se adequado e atual, tendo em vista o contexto

114
considerações finais

Nesta Unidade 3, você aprendeu diversos temas importantes da biomecânica. Inicial-


mente, vimos diversos termos padronizados, universalmente, que devem ser utilizados
para descrever movimentos dos segmentos corporais. Para isso, você aprendeu a posição
anatômica de referência (posição zero) e a posição fundamental. Na sequência, conheceu a
padronização de nomes para os segmentos braço, antebraço, mão, coxa, perna e pé. Ainda
na Aula 1, conhecemos os termos que descrevem os movimentos de flexão, extensão, ab-
dução, adução e rotação. Por fim, você percebeu que os movimentos ocorrem em relação
aos planos sagital, frontal e transverso, e seus respectivos eixos.
Na segunda aula, discutimos os movimentos articulares básicos, flexão; extensão; abdução
e adução; rotação medial e lateral. Além desses movimentos, existem outros, denominados
movimentos especializados por exemplo, flexão plantar; abdução horizontal; entre outros.
Conhecer os movimentos articulares e os planos de movimento nos quais ocorrem é de
fundamental importância, em diversos segmentos de atuação profissional, por exemplo,
para um profissional que atuará em uma academia e que, diariamente, auxiliará seus alunos
na execução de tais movimentos articulares.
Nosso corpo adota posturas e realiza movimentos em, praticamente, todas as atividades
diárias que realiza. As articulações atuam, diretamente, nas posturas adotadas e nas ampli-
tudes de movimento. Em algumas situações, no entanto, podem ocorrer lesões, devido à
sobrecarga imposta, uso excessivo ou doenças. Nesse sentido, na Aula 3, aprendemos algumas
lesões osteoarticulares, entorses, luxação, bursite, artrite, artrite reumatoide e osteoartrite.
Por fim, na quarta aula, a coluna vertebral foi o assunto de nossa abordagem. Nesse tópico,
entendemos a importância da coluna para os movimentos corporais. Também discutimos
a necessidade de uma boa postura e os diversos desvios posturais de segmentos que podem
influenciar a execução de exercícios físicos, de gestos esportivos, além de gerar desconforto.
Um abraço e até a próxima unidade!

115
atividades de estudo

1. Sobre a posição anatômica, os planos e eixos de I. Entorses são lesões causadas pelo deslocamen-
movimento, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F) to ou torção anormal dos ossos da articulação,
para a veracidade das alternativas: resultante do estiramento ou ruptura dos liga-
( ) Os movimentos articulares devem ser defini- mentos, tendões ou tecidos conectivos.
dos com relação à posição anatômica e aos descri- II. Luxação é o deslocamento dos ossos de uma
tos por meio de planos e eixos perpendiculares. articulação.
( ) Os planos de movimento são imaginários, III. A bursite é uma doença autoimune inflamatória,
posicionados sobre o corpo, a saber: plano sagital, crônica e sistêmica.
transversal e frontal.
IV. A artrite é uma inflamação da Bursa (sacos pre-
( ) O plano transversal divide o corpo em direita enchidos por líquido sinovial).
e esquerda e permite os movimentos de flexão, ex-
Assinale a alternativa correta:
tensão e hiperextensão ao redor do eixo.
a. Apenas I e II estão corretas.
( ) O plano frontal divide o corpo em anterior e
posterior e possibilita movimentos de adução, abdu- b. Apenas II e III estão corretas.
ção e inclinações.
c. Apenas I está correta.
( ) O plano sagital secciona o corpo, à direita e
d. Apenas II, III e IV estão corretas.
esquerda. Permite a observação de movimentos de
flexão, extensão e hiperextensão. e. Nenhuma das alternativas está correta.

Assinale a alternativa correta: 3. Em relação aos planos e eixos de movimento, as-


sinale V (verdadeiro) ou F (falso).
a. V, V, F, V, V.
( ) O termo medial é utilizado para indicar uma
b. V, F, F, V, V.
posição, relativamente, mais próxima da linha média
c. F, V, F, V, V. do corpo ou de um objeto, ou para indicar um movi-
mento em direção à linha média.
d. F, F, V, F, V.
( ) O termo distal refere-se a uma posição mais
e. V, F, V, V, V.
próxima de um ponto de referência.
2. Considere as lesões e as patologias mais comuns
( ) O movimento de flexão consiste em curvar-se
das articulações, leia as sentenças a seguir, de-
e o ângulo relativo entre dois segmentos adjacentes
pois, assinale a alternativa correta.
aumenta.

116
atividades de estudo

( ) Os movimentos de flexão plantar e dorsifle- Assinale a alternativa correta:


xão ocorrem na articulação do tornozelo. a. Apenas I e II estão corretas.
( ) O termo proximal refere-se a uma posição mais b. Apenas II e III estão corretas.
próxima da cabeça ou de um ponto de referência.
c. Apenas I está correta.
Assinale a alternativa correta.
d. Apenas II, III e IV estão corretas.
a. F, F, V, F, V.
e. Nenhuma das alternativas está correta.
b. V, F, F, V, V.
5. Analise as afirmações abaixo acerca dos os con-
c. V, V, F, V ,V.
ceitos relacionados à postura e à coluna ver-
d. V, F, V ,V ,V. tebral e em seguida assinale Verdadeiro (V) ou
e. F, V, F, F, V. Falso (F).
( ) Hiperlordose: curvatura extrema na região
4. Considerando a biomecânica da coluna vertebral, lombar da coluna vertebral.
leia as sentenças e assinale a alternativa correta.
( ) Hipercifose: curvatura extrema da região to-
I. Todas as vértebras da coluna vertebral são
rácica da coluna vertebral.
iguais em formato e função.
( ) Escoliose: curvatura vertebral lateral.
II. A coluna vertebral permite o movimento em to-
dos os três planos de movimento e, ainda, fun- ( ) Boa postura ou postura padrão é o alinha-
ciona como um importante protetor da medula mento esquelético ideal que envolve uma quanti-
espinhal. dade mínima de esforço e sobrecarga, e conduz à
eficiência máxima do corpo.
III. A coluna vertebral é constituída por vértebras,
por exemplo, as cervicais, torácicas e lombar, ( ) Escoliose é definida como uma curvatura ina-
onde são permitidas amplitudes variáveis de dequada de qualquer região da coluna vertebral.
movimento. Assinale a alternativa correta:
IV. As quatro curvaturas naturais da coluna verte- a. V, V, V, F, F.
bral são as curvaturas da região torácica, sacral,
lombar e cervical. b. V, V, F, V, F.

V. As curvaturas naturais não permitem que a co- c. V, V, V, V, F.


luna vertebral absorva mais impacto, sem lesão d. F, V ,V, V, F.
do que se ela fosse reta.
e. V ,F, V, F, F.

117
LEITURA
COMPLEMENTAR

LESÕES E POSTURA NO FUTEBOL


O futebol é um dos esportes mais praticados no mundo. A modalidade transformou-se,
ao longo do tempo, fazendo com que a exigência física para a prática seja cada vez
maior. Nesse sentido, a medicina esportiva atua, diretamente, na prescrição de treina-
mento, de acordo com a necessidade de cada atleta. Com o objetivo de evitar lesões,
considerando a quantidade excessiva de treinamentos e partidas válidas, são impor-
tantes o acompanhamento da sobrecarga de treinamento, o registro dos números e
tipos de lesões que acometem os jogadores profissionais (COHEN et al.,1997).
No esporte de alto rendimento, como o Futebol, é possível identificar uma alta incidên-
cia de lesões que ocorrem devido ao treinamento de alta intensidade e de repetição.
Algumas vezes, observamos desequilíbrios musculares promovendo a ocorrência de
mudanças na postura, dores lombares e até fraturas. Possíveis alterações musculoes-
queléticas podem não ser benéficas para a postura corporal de atletas (LADEIRA, 1999).
Nesse sentido, Kleinpaul, Mann e dos Santos (2010) realizaram um estudo com o ob-
jetivo de verificar a incidência de lesões, os principais desvios posturais e a possível
associação entre lesões e desvios posturais em jogadores de futebol. Os atletas foram
divididos, no grupo 1, os atletas que tiveram lesões e, grupo 2, atletas sem lesão. As
articulações mais acometidas por lesões foram joelho e tornozelo, e um tipo de lesão
que acometeu vários atletas foi a entorse. Além disso, os autores descreveram que os
músculos da coxa também apresentam alto índice de lesão. Em relação aos desvios
posturais, identificaram desvio horizontal da pelve e desvio no alinhamento vertical da
cabeça, em relação ao acrômio. Não foram encontradas, no entanto, associações entre
os desvios posturais e a ocorrência de lesão. Os autores, ainda, destacam que as lesões
como contusões e entorses podem ser tratadas em um período de até duas semanas.
Por fim, os autores descrevem que, no Futebol, há grande incidência de lesões nos
membros inferiores, o que pode relacionar-se aos desvios posturais, por exemplo, o
desvio na pelve que acarreta, em sobrecarga, um dos membros inferiores.
Fonte: as autoras.

118
material complementar

Indicação para Ler

Biomecânica básica
Susan J. Hall
Editora: Guanabara Koogan
Sinopse: livro revisado, expandido e atualizado com o objetivo de apresentar in-
formações referentes às pesquisas recentes e preparar o estudante para analisar
a biomecânica humana.

Indicação para Acessar

Para conhecer um pouco mais acerca da hérnia de disco, recomendamos a leitura do artigo “Hérnia de
disco”, do médico Drauzio Varella.
http://drauziovarella.com.br/envelhecimento/hernia-de-disco/

119
gabarito

1. A
2. A
3. B
4. D
5. C

120
UNIDADE
IV
CONSIDERAÇÕES
NEUROMUSCULARES
DO MOVIMENTO

Me. Regina Alves Thon


Me. Bruna Felix Apoloni

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Considerações neurológicas do movimento.
• Estrutura macroscópica do músculo.
• Características funcionais do músculo.
• Mecânica muscular e princípios básicos do fortalecimento
Muscular.

Objetivos de Aprendizagem
• Entender os conceitos relacionados ao sistema nervoso para
compreender o funcionamento e o controle dos movimentos.
• Identificar a organização física do músculo, tipos de fibras e
inserção muscular.
• Identificar o potencial da fibra muscular, suas funções, papel
e ações musculares gerais.
• Conhecer as propriedades mecânicas que influenciam a força
muscular e identificar alguns princípios e modalidades do
treinamento para o fortalecimento muscular.
unidade

IV
INTRODUÇÃO

O
lá, seja bem-vindo(a) a mais uma unidade deste livro. Nes-
ta, estudaremos as principais considerações neuromuscu-
lares do movimento e a sua relação com o sistema nervoso.
Este tema é vital para compreender o funcionamento e o
controle dos movimentos. O sistema nervoso possibilita a comunica-
ção entre o cérebro e as diferentes partes do corpo. Anatomicamente,
pode ser dividido em central (encéfalo e medula espinhal) e periféri-
co (nervos sensoriais e motores). Funcionalmente, esse sistema pode
ser classificado quanto ao seu controle voluntário (sistema nervoso
somático) e involuntário (sistema nervoso autônomo).
O sistema muscular pode ser dividido em três categorias de mús-
culos: cardíaco, liso e esquelético. Com características especiais e fun-
ções definidas. Nosso foco, entretanto, será a análise dos músculos
estriados esqueléticos promotores dos movimentos e ações motoras.
É necessário um bom entendimento da Biomecânica neuromus-
cular, assim como a interação entre o sistema nervoso e muscular.
Todo movimento humano, do piscar de olhos à corrida de um marato-
nista, é gerado pela ação de um músculo. Diante disso, considerando
o papel dos músculos esqueléticos na determinação do desempenho
esportivo, um amplo conhecimento acerca da estrutura e das funções
musculares é importante para todos os envolvidos com o movimento
humano. Por fim, desvendaremos os inúmeros benefícios propiciados
pelo treinamento que aumentam os estímulos nervosos, vindos dos
centros encefálicos superiores, responsáveis pelos comandos motores
e que, por consequência, chegam à medula espinhal. Outro aspecto
a ser observado é o treinamento de força, este induz adaptações nas
propriedades de entrada e saída de estímulos centrais para os múscu-
los recrutados na ação mecânica.
Bons estudos!


Considerações Neurológicas
do Movimento

Todas as funções do corpo humano são, ou podem co. Este é caracterizado pelos neurônios que inervam
ser, influenciadas pelo sistema nervoso. O sistema o sistema esquelético tanto os motores quanto os
nervoso possibilita a comunicação entre o cérebro e sensoriais. O controle involuntário, por sua vez, é me-
as diferentes partes do corpo. Anatomicamente, pode diado pelo sistema nervoso autônomo composto por
ser dividido em central (encéfalo e medula espinhal) nervos simpáticos e parassimpáticos, que controlam
e periférico (nervos sensoriais e motores). Funcional- diferentes funções corporais, como frequência cardí-
mente, esse sistema classifica-se quanto ao seu contro- aca, contração do miocárdio, contração dos músculos
le voluntário, mediado pelo sistema nervoso somáti- lisos, entre outras (MARCHETTI et al., 2013).

126
EDUCAÇÃO FÍSICA

A via sensorial conta com receptores especiali-


zados, responsáveis pela conversão do estímulo re-
cebido na periferia em potencial de ação, prolonga-
do até o SNC. Existem diversos tipos de receptores
sensoriais, por exemplo, os mecanorreceptores (fuso
muscular, órgão tendinosos de Golgi, corpúsculo de
Paccini, receptores articulares, entre outros), os ter-
morreceptores (de frio e calor), os fotorreceptores
(cones e bastonetes – visão) e os quimiorreceptores
(osmorreceptores, corpos carotídeos e aórticos). Os
receptores, entretanto, que nos interessam e relacio-
nam-se ao movimento voluntário, são os mecanorre-
ceptores musculares (fuso muscular e órgão tendino-
so de Golgi) (MARCHETTI et al., 2013).

Figura 1 - Sistema nervoso / Fonte: Marchetti et al. (2013).

No sistema nervoso periférico (SNP), encontra-se uma


porção sensitiva ou aferente e uma porção de resposta
ou eferente. A porção sensitiva/aferente é responsável
por informar ao sistema nervoso central (SNC) o que
ocorre dentro e fora do organismo. A porção de respos-
ta/eferente, no que lhe diz respeito, é responsável pelo
envio de informações do SNC aos diversos tecidos, ór-
gãos e sistemas do corpo, em resposta aos sinais que
chegam por meio da divisão sensitiva. A porção efe-
rente do sistema nervoso periférico, ainda, é dividida
em duas partes: o sistema nervoso autônomo (formado
por neurônios que têm por função controlar/coman-
dar todas as partes do corpo, exceto músculo esqueléti-
Figura 2 - Organização do músculo esquelético
co) e o sistema nervoso motor (formado por neurônios Fonte: MARCHETTI et al. (2013).
que têm por função controlar/comandar apenas mús-
culo esquelético) (HALL, 2013).

127
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 127 – Figura 1 - Sistema nervoso

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 1 refere-se ao sistema nervoso. Compreende a ilustração


interna do corpo humano indicando a comunicação entre o cérebro e as diferentes partes
do corpo em três partes: cérebro, medula espinhal e nervos. FIM DESCRIÇÃO.

PÁGINA 127 –Figura 2 - Organização do músculo esquelético


DESCRIÇÃO DE IMAGENS

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 2 refere-se a organização do músculo esquelético.


Compreende quatro ilustrações indicando as camadas internas do músculo esquelético. O
fuso muscular é um receptor sensorial, localizado em paralelo às fibras musculares
(extrafusais). A estrutura do fuso muscular é composta por fibras modificadas (fibras
intrafusais), contidas em uma cápsula, com um nervo sensorial espiralado ao redor do seu
centro. As extremidades contêm fibras contráteis, inervadas por neurônios motores do
tipo gama. Ao serem estimulados contra as extremidades das fibras intrafusais, com
distensão da região central, sofre uma deformação, ativando o nervo sensorial, que
estimula o motoneurônio alfa a ativar as fibras musculares (extrafusais). O órgão tendinoso
de Golgi, localizado na região do músculo tendínea, é um receptor sensorial, disposto em
série com as fibras musculares. O órgão tendinoso de Golgi liga-se a neurônios Ib que fazem
conexão (sinapse) com interneurônios inibitórios, inibindo, desse modo, os respectivos
neurônios motores alfa do músculo em questão. FIM DESCRIÇÃO.


O fuso muscular é um receptor sensorial, localiza- O órgão tendinoso de Golgi, localizado na região do mús-
do em paralelo às fibras musculares (extrafusais). A culo tendínea, é um receptor sensorial, disposto em série
estrutura do fuso muscular é composta por fibras com as fibras musculares. Sua função principal é avaliar o
modificadas (fibras intrafusais), contidas em uma grau de tensão produzido no tendão. Liga-se a neurônios
cápsula, com um nervo sensorial espiralado ao redor Ib que fazem conexão (sinapse) com interneurônios inibi-
do seu centro, por isso não é capaz de se contrair. tórios, inibindo, desse modo, os respectivos neurônios mo-
As extremidades contêm fibras contráteis, inervadas tores alfa do músculo em questão. Essa inibição influencia
por neurônios motores do tipo gama. Ao serem es- a contração, diminuindo o grau de força gerada.
timulados contra as extremidades das fibras intra- A via motora voluntária envolve, em especial, o moto-
fusais, com distensão da região central, sofre uma neurônio alfa (neurônio motor tipo alfa), ligando às fibras
deformação, ativando o nervo sensorial, que estimu- musculares. Portanto, o músculo esquelético é funcional-
la o motoneurônio alfa a ativar as fibras muscula- mente organizado com base na unidade motora. Esta é
res (extrafusais). Sua função principal é informar ao composta pelo corpo celular, pelos dentritos de um mo-
SNC o grau de contração, o comprimento muscular toneurônio, pelos múltiplos ramos de seu axônio e pelas
e a frequência na alteração de seu tamanho (MAR- fibras musculares que ela inerva. Cada músculo possui
CHETTI et al., 2013). um determinado número de unidades motoras e cada

Figura 3 - Unidade motora e corpo celular / Fonte: Marchetti et al. (2013).

128
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 128 –Figura 3 - Unidade motora e corpo celular

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 3 refere-se à Unidade motora e corpo celular. Compreende


três ilustrações indicando as camadas internas do corpo celular: monoteurônio alfa (corpo
celular, dendritos, elevação axônica, direção da propagação do potencial de ação (em
formato de calda), tamos terminais, unidade motora, placa motora terminal, tronco
nervoso (axônio descoberto, fibras nervosas. Ainda na calda temos o nódulo de ranvier,
impulso, neurilema e a bainha de mielina. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

unidade motora possui um número de fibras musculares


inervadas, como mostra a figura adiante.
“A lei do tudo ou nada” ocorre quando a unidade mo-
tora é a unidade ativada por um esforço voluntário, no
qual todos os seus componentes são ativados sincronica-
mente. Logo, faz todas as suas fibras musculares serem ati-
vadas, sincronicamente, e com o grau de tensão máxima.

Figura 4 - Esquema da Unidade Motora / Fonte: Marchetti et al. (2013).

A estimulação dos motoneurônios, por meio dos poten-


ciais de ação, inicia o processo de contração muscular. Em
condições normais, os potenciais de ação percorrem o
motoneurônio alfa e ativam as fibras musculares da uni-
dade motora. A membrana é despolarizada e o potencial
de ação é propagado em ambas as direções, ao longo do
seu comprimento. A resposta imediata das fibras muscu-
lares (unidade motora) à sua despolarização é chamada
de abalo, definido como a resposta de força no tempo, por
causa de um único impulso. Outro fator relevante relacio-
na-se à velocidade, na qual o potencial de ação é propaga-
do no axônio motor (MARCHETTI et al., 2013).

129
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 129 – Figura 4 - Esquema da Unidade Motora

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 4 refere-se Esquema da Unidade Motora. Compreende uma


ilustração indicando as estruturas internas da unidade motora: monoteurônio alfa (corpo
celular, dendritos, elevação axônica, direção da propagação do potencial de ação (em
formato de calda), tamos terminais, unidade motora e placa motora terminal. FIM
DESCRIÇÃO.


Estrutura Macroscópica
do Músculo

Abordaremos neste tópico, a organização física do mús- Podemos destacar que as principais funções do teci-
culo com foco nos aspectos Biomecânicos do sistema do muscular são (HALL,2013):
muscular. Todo movimento humano, do piscar de olhos • Produzir Movimento: o movimento esquelético é
à corrida de um maratonista, é gerado pela ação de um criado à medida que as ações musculares geram ten-
músculo. O músculo é o único tecido do corpo humano são. Esta é, posteriormente, transferida para o osso.
Os movimentos resultantes são necessários para lo-
capaz de produzir força biomecanicamente. Desse modo,
comoção e outras manipulações segmentares.
são usados para manter uma posição, desacelerar um mo-
• Manter Posturas e Posições: as ações muscu-
vimento rápido, promover contração, entre outros (HA- lares de menor magnitude são utilizadas para
MILL; KNUTZEN, 1999). A tensão desenvolvida pelos manter posturas. Essa atividade muscular é con-
músculos aplica compressão nas articulações, aumentan- tínua e resulta em pequenos ajustes na medida
do sua estabilidade, porém em algumas posições articula- em que a cabeça é mantida na posição ou o peso
res o oposto pode ocorrer, criando instabilidade. corporal é equilibrado sobre os pés.

130
EDUCAÇÃO FÍSICA

• Estabilizar Articulações: as tensões muscu- • Liso: involuntário (paredes de vasos sanguíneos


lares são geradas e aplicadas pelas articulações e de órgãos internos);
por meio dos tendões, provendo estabilidade • Esquelético: voluntário, estriado, ligam-se ao es-
às partes da articulação por onde cruzam. Na queleto (cerca de 215 pares);
maioria das articulações, especialmente, as do • Cardíaco: involuntário, estriado (músculo do
ombro e joelho, os músculos que atravessam a coração).
articulação, por meio dos tendões, estão entre
os estabilizadores articulares primários.
A figura, a seguir, exemplifica a composição dos nossos
Outras funções relevantes são: músculos.
• Suportam e protegem os órgãos viscerais bem
como os tecidos internos de lesões.
• A tensão no tecido muscular pode alterar e
controlar pressões dentro das cavidades.
• Contribui para a manutenção da temperatura
corporal pela produção de calor.
• Controlam as entradas e saídas do corpo pelo músculo esquelético
controle voluntário da deglutição, defecação
e eliminação da urina.

Vale a pena ressaltar a importância das pessoas se man-


terem ativas, ao longo da vida, e investirem na prática
regular de exercícios físicos com foco no fortalecimento
muscular. Observamos que, no processo de envelheci-
mento, muitas pessoas perdem o controle voluntário da músculo cardíaco
urina e da defecação, muitas vezes ocasionado, simples-
mente, pela fragilidade muscular. Nesse sentido, faz-se
necessário a intervenção do Professor de Educação Físi-
ca no processo de prevenção de alguns problemas decor-
rentes do envelhecimento. Esses podem ser revertidos
por meio de um programa bem direcionado, promoven-
do um envelhecimento ativo para população em geral.
Você sabia que os músculos do nosso corpo músculo liso
humano representam cerca de 40% a 45% da nossa Figura 5 - Exemplificação dos músculos: Liso; esquelético e cardíaco
massa corporal (Kg) ou peso, quando subimos em
uma balança? O músculo liso ou visceral é mediado pelo sistema ner-
Temos que entender que nosso músculo se classifica voso periférico autônomo (SNA), tem funcionamento
em: liso; esquelético e cardíaco. Nosso foco, no entanto, involuntário e lento, é uninucleado e sem estrias trans-
neste tópico, é abordar o músculo esquelético. versais, como demonstra a Figura 6.

131
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 131– Figura 5 - Exemplificação dos músculos: Liso; esquelético e cardíaco

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 5 refere-se à Exemplificação dos músculos: Liso; esquelético


e cardíaco. A imagem do músculo esquelético representado pelos ossos do braço indica
que tem estrutura multinucleada e as estrias são transversais. A imagem do músculo
cardíaco representado pelo coração indica que a estrutura é uni ou binucleada e possui
estrias transversais. A imagem do músculo liso representado pelos intestinos indica que a
estrutura é uninucleada e não possui e estrias transversais. FIM DESCRIÇÃO.


Resumidamente, podemos
destacar que o músculo car-
díaco denomina-se mio-
cárdio. A frequência
do batimento cardíaco
é controlada por um
grupo de células (mar-
ca-passo cardíaco ou
nó sinoatrial).
O músculo cardíaco
realiza dois tipos de movi-
mentos. Quando se contrai,
denominamos de sístole e, no
momento que relaxa, denomina-
Figura 6 - Tecido muscular liso mos como diástole.
Lembramos, a partir de conhecimen-
Figura 8 - Imagem do
O músculo estriado cardíaco, por sua vez, é mediado tos anteriores da anatomia e fisiologia, que Músculo do Coração
pelo Sistema Nervoso Periférico Autônomo (SNA), nosso coração sofre alterações significativas e
tem um funcionamento involuntário e rápido, é uni positivas com a prática de exercícios físicos, propiciando
ou binucleado e com estrias transversais, como de- benefícios maiores para seus praticantes, tendo em vista
monstrado na figura a seguir. que o coração melhora sua capacidade hemodinâmica.
Faz necessário, entretanto, antes da prática esportiva,
passar por um cardiologista, pois problemas anatômicos,
por vezes desconhecidos pelas pessoas, podem promover
risco à saúde. Com o início da prática esportiva, muitas
vezes, tem-se sintomas como angias (sensação relatada
de “aperto” no coração) que não são comuns. Outro si-
nal de alerta a população, de forma geral, é: se familiares
apresentam problemas cardíacos ou de hipertensão, con-
siderados pela literatura “pré-disposição genética”, não
podem ser negligenciados antes do início de qualquer
prática esportiva. Dessa forma, qualquer sinal de incô-
modo, a prática de exercícios deve ser interrompida ime-
diatamente. Devemos destacar também o uso indevido
de anabolizantes, responsável por problemas do coração,
rins e outros órgãos importantes do corpo humano.
Figura 7 - Tecido muscular cardíaco

132
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 132 – Figura 6 - Tecido muscular liso

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 6 refere-se ao tecido muscular liso. É uma ilustração


microscópica que indica que a estrutura é uninucleada e não possui e estrias transversais.
FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 132 – Figura 7 - Tecido muscular cardíaco

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 7 refere-se ao tecido muscular cardíaco. É uma ilustração


microscópica que indica que a estrutura é uni ou binucleada e possui estrias transversais.
FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 132 –Figura 8 - Imagem do Músculo do Coração

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 8 refere-se ao músculo do coração. A ilustração indica que o


coração possui um formato de cone invertido, com seu ápice voltado para baixo, tem cor
avermelhada e possui vasos sanguíneos, além de válvulas de entrada e de saída do sangue.
FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Por fim, nosso objeto de estudo, o MÚSCULO


ESTRIADO ESQUELÉTICO, mediado pelo Sistema
Nervoso Periférico Somático (SNS). Ele possui um
funcionamento voluntário e rápido, multinucleado
e com estrias transversais, conforme demonstrado
pela figura a seguir.

Figura 10 - Organização da estrutura muscular: osso, tendão e músculo


Fonte: adaptada de Hall (2013).

A organização básica da estrutura muscular será descri-


ta, resumidamente, a seguir (HALL, 2013):
• O músculo inteiro é geralmente envolvido por
uma fáscia e uma camada de tecido conectivo,
Figura 9 - Músculo estriado esquelético conhecido como epimísio.
Organização Física do Músculo: os grupos mus- • A próxima estrutura menor é o fascículo, com-
posto de fibras musculares, envoltas por uma
culares ficam contidos em compartimentos e defi-
camada de tecido conectivo, chamada perimísio.
nidos pela fáscia, uma bainha de tecido fibroso. Os
• As fibras musculares contém estruturas menores, as
compartimentos dividem os músculos em grupos
miofibrilas. Envolvendo as miofibrilas, há o citoplas-
funcionais, e servem para manter os músculos orga- ma da célula muscular, o sarcoplasma (túbulos T).
nizados e contidos em uma região. É comum que os • Miofibrilas são unidades presentes no interior
músculos do compartimento sejam inervados pelo do sarcômero. No qual, localiza-se as unidades
mesmo nervo. A figura 10, a seguir, demonstra a or- contráteis do músculo esquelético, a miosina, fi-
ganização da estrutura muscular e como funciona a lamento espesso, e actina, filamento fino.
conexão do osso, tendão e músculo. • A fibra muscular (50 mm diam., 10 cm comp.) é
uma célula muscular individual, envolta pelo en-
domísio, outro tecido conectivo que envolve as
fibras dentro do fascículo.

133
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 133 – Figura 9 - Músculo estriado esquelético

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 9 refere-se ao músculo estriado esquelético. É uma ilustração


microscópica que indica que a estrutura é multinucleada e as estrias são transversais. FIM
DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 133– Figura 10 - Organização da estrutura muscular: osso, tendão e músculo

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 10 refere-se a organização da estrutura muscular: osso,


tendão e músculo. O músculo inteiro é geralmente envolvido por uma fáscia e uma camada
de tecido conectivo, conhecido como epimísio. A próxima estrutura menor é o fascículo,
composto de fibras musculares, envoltas por uma camada de tecido conectivo, chamada
perimísio. A fibra muscular é uma célula muscular individual, envolta pelo endomísio, outro
tecido conectivo que envolve as fibras dentro do fascículo. FIM DESCRIÇÃO.


Figura 12 - A Ação do sarcômero durante a contração muscular


Fonte: Brown (2008).

Figura 11 - Estrutura interna do músculo esquelético


Fonte: Marchetti et al. (2013). Resumo da Biomecânica da contração muscular
(HALL, 2013):
O sarcômero é constituído por: • Estímulo nervoso percorre a membrana.
• 2 linhas Z (discos Z) e três faixas ou bandas. • Atinge o retículo sarcoplasmático.
• Bandas escuras – extremidades da banda A. • Este libera cálcio no sarcoplasma.
• Bandas claras (banda I – sem miosina/ Zona H • Os íons cálcio entram em contato com as miofi-
ou região central da banda A – sem actina. brilas, desbloqueiam os sítios de ligação de acti-
na, permitindo a ligação com a miosina, dando
início à CONTRAÇÃO.
Durante a contração muscular, as proteínas actina e
• O estímulo desaparece.
miosina deslizam entre si, aumentando o volume mus-
• O cálcio é reabsorvido pelo retículo sarcoplas-
cular. Para ocorrer contração muscular é necessário o
mático.
estímulo do sistema nervoso (HALL, 2013), conforme
• Cessa-se a contração.
apresentamos no resumo a seguir:

134
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 134 – Figura 11 - Estrutura interna do músculo esquelético

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 11 refere-se à Estrutura interna do músculo esquelético.


Compreende quatro ilustrações microscópicas da estrutura interna do músculo
esquelético. A imagem indica que dentro do músculo tem o fascículo com suas fibras
musculares. Dentro das fibras musculares tem a miofibrila que internamente tem as
proteínas contráteis. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 134 – Figura 12 - A Ação do sarcômero durante a contração muscular

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 12 refere-se a ação do sarcômero durante a contração


muscular. O esquema indica que a contração muscular inicia com o estímulo nervoso
percorrendo a membrana. Depois atinge o retículo sarcoplasmático. Este libera cálcio no
sarcoplasma. Os íons cálcio entram em contato com as miofibrilas, desbloqueiam os sítios
de ligação de actina, permitindo a ligação com a miosina, dando início à CONTRAÇÃO.
Depois o estímulo desaparece. Em seguida, o cálcio é reabsorvido pelo retículo
sarcoplasmático. Por fim, cessa-se a contração. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Embora esse conteúdo tenha sido abordado na disciplina AS FIBRAS DE CONTRAÇÃO LENTA
de Fisiologia, relembraremos que a energia para contra-
ção muscular é suprida por moléculas de ATP, produzi- • As fibras são vermelhas, devido ao alto conte-
údo de mioglobina no músculo.
das durante a respiração celular. O ATP atua na ligação
• Essas fibras têm baixo tempo de contração e
de miosina à actina, o que resulta na contração muscular,
são adequadas para o trabalho prolongado de
mas a principal reserva de energia nas células musculares
baixa intensidade.
é a fosfocreatina, onde grupos de fosfatos, ricos em ener-
• As fibras musculares oxidativas de contração
gia, são transferidos da fosfocreatina para o ADP, que se lenta ou Tipo I são encontradas em maiores
transforma em ATP. Quando o trabalho muscular é inten- quantidades nos músculos posturais do cor-
so, as células musculares repõem seus estoques, de ATP e po, como os músculos da parte superior das
de fosfocreatina, e intensificam a respiração celular, utili- costas e o sóleo.
zando o glicogênio como combustível (HALL, 2013). • Atletas que exigem alta resistência à fadiga,
Cabe, neste momento, retomar as 3 Fontes Energéticas, geralmente, têm uma quantidade maior de
fibras de contração lenta.
essenciais para o exercício ou qualquer atividade muscular:
• Mecanismo imediato: fosfocreatina.
• Mecanismo Aeróbio: oxidativo. FIBRAS DE CONTRAÇÃO
• Mecanismo Anaeróbio: fermentação lática. RÁPIDA E INTERMEDIÁRIA

Os músculos mantêm-se, normalmente, em um estado • As fibras de contração rápida ou Tipo II são


subdivididas em Tipo IIa, oxidativas-glicolí-
de contração parcial, denominado de tônus muscular.
ticas, e Tipo IIb, glicolíticas.
Quando ocorre a estimulação nervosa, tem-se um pro-
• A fibra do tipo IIa é um músculo avermelha-
cesso inconsciente que mantém os músculos preparados
do claro, reconhecida como contração rápida
para entrar em ação. intermediária, porque pode sustentar ativida-
Nesse sentido, quando o nervo que estimula um des por longos períodos ou pode contrair-se
músculo é cortado, ele perde tônus e se torna flácido. Vale com um disparo de força e, então, fadigar-se.
a pena, ressaltar que estados de tensão emocional podem • A fibra branca, Tipo IIb, proporciona rápida
aumentar o tônus muscular, causando a sensação física produção de força e fadiga-se rapidamente.
de tensão muscular. Nessa condição, gasta-se mais ener- • A maioria dos músculos, se não todos, con-
gia que o normal, ocasionando a fadiga. Existem três tipos tém os dois tipos de fibras.
de fibras musculares primárias nos seres humanos: • O tipo de fibra influi em como o músculo
será treinado e desenvolvido, assim como
Tipo 1: são referidos como contração lenta oxidativa.
quais técnicas serão mais adequadas para in-
Tipo 2A: contração rápida oxidativa.
divíduos com tipos de fibras específicos.
Tipo 2B: contração rápida glicolítica.
As principais características das fibras músculo es-
Veremos, resumidamente, a seguir, os principais aspectos queléticas estão descritas no quadro a seguir (HALL,
funcionais e estruturais de cada fibra muscular (HALL, 2013). 2013).

135


Tipo I Tipo IIa Tipo IIb


Característica Oxidativa de contração Glicolítica oxidativa de Glicolítica de contração
lenta contração rápida rápida

Velocidade de
Lenta Rápida Rápida
contração
Ritmo de fadiga Lento Intermediário Rápido
Diâmetro Pequeno Intermediário Grande
Concentração
Baixa Alta Alta
de ATPase
Concentração
Alta Alta Baixa
mitocondrial
Concentração
das enzimas Baixa Intermediária Alta
glicolíticas
Quadro 1 - Descrição das principais características das fibras músculo esqueléticas / Fonte: adaptado de Hall (2013).

A seguir, os tipos de fibras musculares e as modalidades


esportivas.
Fibras do tipo I – modalidades que exigem:
• baixa produção de força;
• baixa velocidade de contração;
• duração prolongada.
Exemplos: provas de endurance, corrida, ciclismo, triatlo.

Fibras do tipo II – modalidades que exigem:


• alta produção de força;
• alta velocidade de contração;
• curta duração.
Exemplos: musculação, corridas de velocidade.
As fibras do tipo I caracterizam-se por baixa força/
poder/produção da velocidade e resistência elevada; tipo
IIb, pela força elevada/produção da potência/velocidade e
resistência baixa; e a do tipo IIa, entre elas. Os músculos
são constituídos por fibras musculares, e estas, organizadas
em unidades motoras, agrupadas dentro de cada músculo.
Uma unidade motora é, simplesmente, um feixe ou agru-
pamento de fibras musculares.

136
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 136 – Quadro 1 - Descrição das principais características das fibras músculo
esqueléticas

INÍCIO DESCRIÇÃO – O Quadro 1 refere-se a descrição das principais características das


fibras músculo esqueléticas. Compreende a ilustração de uma tabela com quatro colunas
e seis linhas. As colunas estão organizadas em Característica, Tipo I Oxidativa de contração
lenta, Tipo IIa Glicolítica oxidativa de contração rápida, Tipo IIb glicolítica de contração
rápida. Já as linhas estão organizadas, respectivamente:
Velocidade de contração; Lenta; Rápida; Rápida.
Ritmo de fadiga; Lento; Intermediário; Rápido.
Diâmetro; Pequeno; Intermediário; Grande.
Concentração de ATPase, Baixa, Alta, Alta.
Concentração mitocondrial, Alta, Alta, Baixa.
Concentração das enzimas glicolíticas, Baixa,Intermediária, Alta. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Características Funcionais
do Músculo

Os componentes anatômicos dos músculos estriados es- culo ao esqueleto. Existem três maneiras para o músculo
queléticos possuem uma porção média e extremidades. inserir-se no osso:
A porção média é carnosa, vermelha e vulgarmente cha- • O músculo pode inserir-se diretamente no pe-
mada de carne, e recebe o nome de ventre muscular. No riósteo do osso por uma fusão entre o epimísio
ventre muscular, predominam as fibras musculares, sen- e a superfície do osso, por exemplo, o músculo
braquial.
do, portanto, a parte ativa do músculo, isto é, a parte con-
• O músculo pode inserir-se por um tendão que
trátil. As extremidades, em suas formas de cilindróides
se funde com a fáscia muscular, por exemplo, o
ou de fita, chamam-se tendões. Quando são laminares, músculo bíceps braquial.
recebem a denominação de aponeuroses. Tanto tendões
• Pode inserir-se, também, por uma bainha de te-
quanto aponeurose são esbranquiçadas e brilhantes, cido fibroso conhecida como aponeurose, por
muito resistentes e, praticamente, inextensíveis. Tendões exemplo, músculo oblíquo.
e aponeuroses, geralmente, servem para prender o mús-

137


O POTENCIAL DA FIBRA MUSCULAR Agonistas e Antagonistas

• Os músculos que criam o mesmo movimento


Irritabilidade: é a capacidade para responder à estimu-
articular são chamados agonistas, e os múscu-
lação, feita por meio de um neurotransmissor químico. los opositores, isto é, que produzem movimen-
Sabemos que a fibra muscular é um tecido excitável e to articular oposto, são chamados antagonistas.
que o músculo esquelético pode ser recrutado, rapida- • Os antagonistas precisam relaxar para permitir que
mente, com significante controle para estimar quais e ocorra um movimento ou precisam contrair-se, ao
quantas fibras musculares serão necessárias para um mesmo tempo que os agonistas, para controlar ou
determinado movimento. reduzir a rapidez de um movimento articular.
Contratilidade: é a capacidade de um músculo para • Quando um músculo faz o papel de antago-
encurtar-se, desde que receba uma estimulação suficien- nista, fica mais suscetível a lesão no local da
inserção muscular ou na própria fibra muscu-
te. A média de encurtamento é de 57% do comprimento
lar, pois o músculo contrai-se para retardar o
em repouso para todos os músculos esqueléticos. A dis- movimento, ao mesmo tempo que se alonga.
tância que o músculo se encurta é, geralmente, limitada
pelas restrições físicas do corpo?
Extensibilidade: é a capacidade do músculo para
alongar-se além do comprimento de repouso. O músculo
Indicação para Acessar
sozinho não consegue produzir alongamento, é necessá-
rio a ação de outro músculo ou força externa. A extensi-
bilidade do músculo é determinada pelo tecido conecti-
vo, encontrado no perimísio e fáscia que cerca o músculo.
Elasticidade: é a capacidade da fibra muscular de re-
tornar ao seu comprimento de repouso, logo após a força
de alongamento ser removida. É determinada mais pelo
tecido conectivo, dentro dos músculos, que pelas próprias
As Tarefas Desempenhadas pelos Mús-
fibrilas. As propriedades de elasticidade e extensibilidade culos Esqueléticos descreveremos, re-
são mecanismos de proteção do músculo que mantém a sumidamente, a seguir. Convido-lhe,
também, a acessar o QrCode disponí-
integridade e o comprimento básico do músculo. vel para melhor absorção do conteúdo.

138
EDUCAÇÃO FÍSICA

Estabilizadores e Neutralizadores No exemplo abaixo (figura 13), o deltóide (mús-


culo do ombro) é o agonista, o responsável por criar
Os músculos também são usados como estabilizadores, o movimento. O grande dorsal é o antagonista que
agindo em um segmento corporal de modo que possa resiste ao movimento de abdução. O trapézio, esta-
ocorrer um movimento específico em uma articulação biliza e segura a escápula. Por fim, pode ocorrer a
adjacente (cintura escapular e pélvica). Os neutraliza- ação neutralizadora, nesse caso, o músculo redondo
dores são músculos que se contraem para eliminar uma menor pode neutralizar a rotação externa, que pode
ação articular indesejada, causada por outro músculo. vir a ser produzida pelo grande dorsal.

Figura 13 - Exemplo de abdução do braço

139
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 139 – Figura 13 - Exemplo de abdução do braço

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 13 refere-se ao exemplo de abdução do braço. Compreende


a ilustração das costas de um homem, com foco nos músculos internos do ombro
esquerdo. A imagem indica que o deltóide (músculo do ombro) é o agonista, o responsável
por criar o movimento. O grande dorsal é o antagonista que resiste ao movimento de
abdução. O trapézio, estabiliza e segura a escápula. Por fim, pode ocorrer a ação
neutralizadora, nesse caso, o músculo redondo menor pode neutralizar a rotação externa,
que pode vir a ser produzida pelo grande dorsal. FIM DESCRIÇÃO.


troladores da ação muscular excêntrica.


Outro conteúdo de muita relevância são as ações muscu-
• Quando um peso é baixado de modo controla-
lares, descritas a seguir.
do, os músculos se alongam e produzem força.
Esse processo é denominado de ação muscular
Ação Muscular Isométrica excêntrica (BROWN, 2008).
• Quando a tensão muscular é gerada contra uma • As ações excêntricas também são usadas para re-
resistência para manter a posição; levantar um duzir a velocidade de um movimento.
segmento corporal ou objeto; abaixar ou contro-
lar um segmento corporal.
• Quando um músculo está ativo e desenvolve
tensão, porém sem mudança visível ou externa,
na posição articular (BROWN, 2008).
Ação Muscular Concêntrica

• Quando um músculo gera tensão ativamente, com


um encurtamento visível na extensão do músculo.
• Na ação muscular controlada, concentrica-
mente, as forças musculares somadas que pro-
duzem a rotação se acham na mesma direção
que a mudança do ângulo articular. Isso signi- Figura 14 - Ação muscular concêntrica, excêntrica e isométrica / Fonte: Brown (2008).
fica que os agonistas são os músculos controla-
dores em uma ação muscular concêntrica. O quadro a seguir demonstra a ação muscular e o estado
da atividade muscular.
É possível utilizar o termo contração, porque ocorre
um encurtamento durante uma ação muscular con- Relação
Exercício Ação Muscular Comprimento
cêntrica (BROWN, 2008). FI-FE
Estático Isométrica Constante FI = FE
Ação Muscular Excêntrica Dinâmico Concêntrica Encurta FI > FE
Dinâmico Excêntrica Alonga FI < FE
• Quando um músculo é sujeito a um torque ex-
terno maior que o interno, dentro do músculo, Legenda - Fi = força interna desenvolvida pelo músculo;
ocorre o alongamento do músculo. FE = força externa sobre o músculo.
Quadro 2 - Síntese das ações musculares e do estado da atividade muscular
• A fonte de força externa desenvolve o torque ex- Fonte: adaptado Hall (2013).
terno e este produz uma ação muscular excêntri-
ca, que pode ser a gravidade ou a ação muscular Por fim, vale a pena ressaltar que a mecânica do
de um grupo muscular antagonista. movimento depende muito da Sinergia muscular,
• Na ação articular excêntrica, as forças muscu- ou seja, as ligações entre estruturas neuro-músculo-
lares totais que geram rotação são em direção -esqueléticas, que estão, anatômica e funcionalmen-
oposta à mudança do ângulo articular, signifi- te independentes, atuando de forma cooperativa,
cando que os antagonistas são os músculos con-
como uma unidade.

140
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 140 – Figura 14 - Ação muscular concêntrica, excêntrica e isométrica

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 14 refere-se a ação muscular concêntrica, excêntrica e


isométrica. Compreende a ilustração do movimento e levantamento de peso do braço. A
ação muscular concêntrica ocorre quando um músculo gera tensão ativamente, comum
encurtamento visível na extensão do músculo. A ação muscular excêntrica ocorre quando
um músculo é sujeito a um torque externo maior que o interno, dentro do músculo, ocorre
o alongamento do músculo. Por fim, a ação muscular isométrica ocorre quando a tensão
muscular é gerada contra uma resistência para manter a posição; levantar um segmento
corporal ou objeto; abaixar ou controlar um segmento corporal. Ainda, quando um
músculo está ativo e desenvolve tensão, porém sem mudança visível ou externa, na
posição articular. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 140 –Quadro 2 - Síntese das ações musculares e do estado da atividade muscular

INÍCIO DESCRIÇÃO – O Quadro 2 refere-se à Síntese das ações musculares e do estado da


atividade muscular. Compreende uma tabela com quatro colunas (exercício, ação
muscular, comprimento e relação FI-FE), e três linhas, respectivamente:
Estático; Isométrica; Constante; FI = FE
Dinâmico; Concêntrica; Encurta; FI > FE
Dinâmico; Excêntrica; Alonga; FI < FE
Abaixo da tabela tem o seguinte texto:
Legenda - Fi = força interna desenvolvida pelo músculo;
FE = força externa sobre o músculo.FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Mecânica Muscular
e Princípios Básicos
do Fortalecimento Muscular

O objetivo dessa aula é compreender como ocorre a mecâ- tamento muscular, ao comprimento do músculo a ser
nica muscular e conhecer as propriedades mecânicas que estimulado e ao seu ângulo de inserção (HALL, 2013).
influenciam a força muscular. Dessa forma, discutiremos
alguns princípios básicos aplicados às modalidades do SAIBA MAIS
treinamento, com foco no fortalecimento muscular.
Nas fibras musculares, encontramos estruturas que
Você sabia que a organização das fibras mus-
podem ser definidas como componentes elásticos em culares depende do seu formato e arranjo?
série (CES), componentes elásticos em paralelo (CEP) Isso determinará se o músculo é capaz de
e componente contrátil (CP). As estruturas em série, gerar grandes quantidades de força ou capa-
cidade de encurtamento. Isso reflete tanto na
em relação ao componente contrátil, são caracterizadas mudança de comprimento quanto na veloci-
pelos tendões; as estruturas em paralelo são os tecidos dade, dependendo da situação do movimen-
conjuntivos (endomísio, perimísio e epimísio) e o com- to. Elas podem se classificar como Fusiforme
e Peniformes.
ponente contrátil, o sarcômero (MARCHETTI, 2007).
A magnitude da força gerada por um músculo rela- Fonte: as autoras.

ciona-se, entre outras coisas, à sua velocidade de encur-

141


OS PRINCIPAIS FATORES MECÂNICOS


QUE AFETAM A FORÇA MUSCULAR SÃO:

• Relação comprimento x tensão.


• Relação força x velocidade.
• Ângulo de inserção do músculo.
• Relação força x tempo.

A relação comprimento e tensão, para um determi- Figura 15 - Relação entre comprimento e capacidade de produção de força do
nado músculo ou sarcômero, representa a força má- sarcômero / Fonte: Brown (2008).

xima isométrica atingida, de acordo com o seu com-


primento. Ou seja, existe um comprimento ideal, A Relação entre Força e Velocidade ocorre no mo-
no qual as fibras musculares podem gerar sua força mento em que a fibras musculares encurtam-se em
máxima. No sarcômero, essa relação possui influ- uma velocidade ou rapidez específica, ao mesmo tem-
ência direta com o número de pontes cruzadas de po em que desenvolvem a força usada para mover um
miosina, conectadas com os locais ativos na actina segmento ou carga externa.
(MARCHETTI, 2007; BROWN, 2008). A relação entre a força concêntrica, produzida por
A quantidade de força produzida por um mús- um músculo, e a velocidade com a qual ele encurta é
culo relaciona-se, também, ao comprimento em que inversa. À medida que a velocidade de encurtamento
o músculo é mantido. No corpo humano, a capaci- do músculo aumenta, a ciclagem de pontes transversas
dade de produzir força aumenta, quando o músculo também aumenta, deixando menos pontes transversas
é, discretamente, alongado. Os músculos com fibras ligadas de uma vez.
paralelas produzem tensão máxima em um com- • Quando a resistência é alta, a velocidade de en-
primento, levemente, maior que o comprimento de curtamento deve ser, relativamente, baixa.
repouso, e os músculos peniformes (fibras correm, • Quando a resistência é baixa, a velocidade de en-
diagonalmente, em relação a um tendão que atraves- curtamento pode ser, relativamente, alta.
sa o músculo) geram tensão máxima algo entre 120 A relação força x velocidade não implica na impossibili-
a 130% do comprimento de repouso. Isso acontece dade de mover uma resistência elevada a uma velocida-
porque os componentes contráteis produzem, ide- de alta nem de mover uma carga leve a uma velocidade
almente, tensão, e os componentes passivos arma- baixa. A relação força x velocidade indica que, para uma
zenam energia elástica, somando-a à tensão total na determinada carga ou força muscular desejada, existe
unidade (HALL, 2013). uma velocidade máxima de encurtamento possível.

142
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 142 –Figura 15 - Relação entre comprimento e capacidade de produção de força


do sarcômero

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 15 refere-se a relação entre comprimento e capacidade de


produção de força do sarcômero. Compreende um gráfico com dois eixos. O eixo vertical
refere-se à porcentagem da tensão e varia de 0, 50 e 100. O eixo horizontal refere-se à
porcentagem do comprimento em repouso, e varia de 0, 100 e 200. O eixo horizontal está
subdivido em três etapas: Sobreposição do sarcômero excessiva (entre 0 e menos 100),
Sobreposição do sarcômero favorável (entre menos 100 e um pouco a mais de 100), e
Sobreposição do sarcômero inadequada (um pouco depois de 100 até 200). O gráfico indica
que a amplitude útil ocorre até o limite de 100, mostra também que a curva da
sobreposição do sarcômero favorável atinge seu ápice um pouco abaixo de 100. FIM
DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

A relação entre a força excêntrica, produzida por isométrico. Conforme a carga aumenta, o músculo
um músculo, e a velocidade com a qual ele alonga apre- alonga excentricamente (HALL, 2013).
senta um comportamento diferente. A relação força-velocidade, conforme a Figura 16,
• Em cargas menores que a isométrica máxima, a considera a variação de tensão muscular máxima, em
velocidade de estiramento é controlada volun- função da velocidade de encurtamento. Em contrações
tariamente. concêntricas, a força máxima que um músculo pode
• Em cargas maiores que a isométrica máxima, produzir, em comprimento ótimo, diminui com o au-
o músculo é forçado a estirar com velocidade
mento das velocidades de encurtamento. Para contra-
proporcional à carga.
ções excêntricas, a força que um músculo pode exercer
Quanto mais forte o músculo, maior a magnitude da for- aumenta com a aceleração das velocidades de alonga-
ça isométrica, conforme demonstrado na figura 16 a se- mento, até que a velocidade crítica seja atingida, a força
guir. Essa é quantidade máxima de força que um múscu- torna-se constante, independente da velocidade.
lo pode produzir antes de se alongar de fato, conforme a A relação do ângulo e a inserção do músculo ocor-
resistência aumenta. Entretanto, o formato geral da cur- re quando supre uma certa quantia de tensão, transferida
va força-velocidade permanece o mesmo, independen- para o osso pelo tendão ou aponeurose. Vale ressaltar que
temente da contração isométrica máxima (HALL, 2013). nem toda a tensão produzida pelo músculo será usada
para gerar a rotação do segmento. Dependendo do ân-
gulo de inserção do músculo, alguma força será dirigida
para estabilizar ou desestabilizar o segmento, tracionan-
do o osso para afastá-lo ou aproximá-lo da articulação. A
força muscular será dirigida, primariamente, ao longo da
Excêntrica extensão do osso e para dentro da articulação, quando o
Força

Concêntrica ângulo do tendão for agudo ou correr reto sobre o osso.


Isométrica
máxima Embora a tensão muscular possa ser mantida durante um
movimento articular, o componente rotatório e o torque
variarão, dependendo do ângulo de inserção.
À medida que um segmento se move por uma am-
0 plitude média do movimento articular, o ângulo de in-
Velocidade de Velocidade de
alongamento encurtamento serção, geralmente, aumenta e direciona mais força mus-
cular para mover o segmento.
Figura 16 - Relação força e velocidade para o tecido muscular
Fonte: Hall (2013). A Relação força x tempo é conhecida quando um mús-
culo é estimulado em um curto período de tempo; o período
Quando a resistência (força) é negligenciável, o mús- entre o estimulo e o desenvolvimento da tensão é conhecido
culo contrai com velocidade máxima. Conforme a como retardo eletromecânico (AEM), isto é, o período de
carga aumenta, progressivamente, a velocidade de tempo necessário para que o componente contrátil do mús-
contração concêntrica diminui até a zero, no máximo culo estire o comprimento elástico em série (HALL, 2013).

143
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 143 – Figura 16 - Relação força e velocidade para o tecido muscular

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 16 refere-se a relação força e velocidade para o tecido


muscular. O esquema em formato quadrado mostra a força na vertical e a velocidade
(alongamento e encurtamento) na horizontal, em oposição. O esquema indica que em
cargas menores que a isométrica máxima, a velocidade de estiramento é controlada
voluntariamente. Em cargas maiores que a isométrica máxima, o músculo é forçado a
estirar com velocidade proporcional à carga. Quanto mais forte o músculo, maior a
magnitude da força isométrica. FIM DESCRIÇÃO.


Os componentes necessários para o desenvolvimen- Torque é a força capaz de promover uma rotação. O
to do fortalecimento muscular, descreveremos a seguir. braço do momento de um músculo é afetado por dois
No corpo humano, a medida mais direta da “força mus- fatores, igualmente, importantes: (a) distância entre a
cular”, praticada comumente, é a medida do torque má- fixação anatômica do músculo ao osso e ao eixo de rota-
ximo, gerado por um grupo muscular inteiro sobre uma ção, no centro da articulação, e o (b) o ângulo de fixação
articulação. A força muscular, então, é medida como do músculo ao osso, tipicamente, uma função do ângulo
uma função da capacidade coletiva de geração de for- relativo da articulação. A maior quantidade de torque é
ça de um determinado grupo muscular funcional. Mais, produzida por tensão máxima em um músculo, orienta-
especialmente, a força muscular de gerar torque sobre do a 90⁰ do osso fixado, anatomicamente, o mais longe
uma articulação específica (HALL, 2013). possível do centro da articulação (HALL, 2013).
T = Torque.
TORQUE F= Força aplicada pelo músculo.
r = distância da articulação ao ponto de inserção
Componente rotatório nada mais é que o componen- (raio da figura gerada pelo movimento).
te da força muscular que atua, perpendicularmente, ao senα = Seno do ângulo formado pela Força e o braço
eixo longitudinal do segmento. É o responsável pelo da alavanca.
torque que possibilita o movimento de rotação do seg- T= F.r. senα.
mento em torno da articulação. Já o componente de
deslizamento é o componente da força muscular que REFLITA
atua, paralelamente, ao eixo longitudinal do segmento.
Dependendo do ângulo de inserção do músculo, tende O treinamento resistido, quando orientado de
a puxar o osso para fora do centro articular (compo- forma adequada para os praticantes, apresen-
nente deslocador) ou empurrá-lo em direção ao centro ta inúmeros benefícios físicos, como melhoria
da postura e livramento das dores causadas
articular (componente estabilizador), conforme de- pela lesão pesquisada.
monstrado na figura a seguir:
Fonte: as autoras.

TIPOS DE FORÇA MUSCULAR:


FORÇA, POTÊNCIA E RESISTÊNCIA

Força máxima ou pura é a capacidade máxima do indi-


víduo em uma contração voluntária máxima.
Força-velocidade ou explosiva é a capacidade do sis-
tema neuromuscular em mobilizar o potencial funcio-
nal para manifestar elevados níveis de força no menor
Figura 17 - Componentes rotatórios / Fonte: Hamill e Knutzen (1999).
período de tempo possível.

144
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA XX – Figura 17 - Componentes rotatórios

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 17 refere-se aos componentes rotatórios. Compreende a


ilustração do movimento realizado pelas articulações do ombro, do braço e antebraço e
indica que o componente da força muscular atua, perpendicularmente, ao eixo
longitudinal do segmento. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Força-resistência ou resistência muscular é a capacida- ver maior potência. A potência muscular máxima ocorre,
de de manter índices de força, relativamente, altos, durante aproximadamente, a um terço da velocidade máxima de
o maior período de tempo possível. encurtamento do músculo.
Os efeitos do treinamento de força são a adaptação do A potência muscular é um contribuinte importante
organismo ao treinamento de força, relacionada às trans- para atividades que requerem força e velocidade, como
formações ocorridas. Os Músculos, quando estimulados esforços esportivos que requerem esforços explosivos, por
por meio de treinamento de força, sofrem a hipertrofia, exemplo, halterofilismo; arremesso; salto e corridas de ve-
assim, ocorre o aumento da densidade dos elementos con- locidade, fundamentados na capacidade de gerar potência
tráteis, dentro a célula muscular. Resumidamente, ocorrem muscular (HALL, 2013).
os seguintes efeitos: A resistência muscular é a capacidade de o músculo
• Aumento do número de miofibrilas por fibra mus- exercer tensão ao longo do tempo. Quanto maior o tempo
cular. em que a tensão é exercida maior a resistência, por exem-
• Acréscimo na quantidade total de proteínas, espe- plo, a prática de ciclismo e a corrida de longas distâncias.
cialmente nos filamentos de miosina. Tipicamente, o treinamento de resistência envolve núme-
• Maior densidade capilar por fibra muscular. ros grandes de repetições com cargas, relativamente baixas
• Melhoria nos tecidos conectivo, tendinoso e liga- A fadiga muscular pode ser definida como uma re-
mentoso.
dução induzida pelo exercício, na capacidade máxima de
• Reações bioquímicas que conduzem ao aumento
força do músculo, e quanto mais rapidamente o músculo
do ATP, CP, glicogênio, mitocôndrias e várias en-
se fadiga, menos resistência ele apresenta?
zimas.
Cabe destacar, neste momento, outro fato interve-
As principais adaptações do organismo ao treinamento de niente em um programa de treinamento, a temperatura
força relacionam-se às transformações ocorridas: corporal. Quando esta se eleva, a velocidade das funções
• Sistema nervoso - ramificação dos motoneurônios nervosa e muscular aumenta. Isso causa um deslocamen-
e aumento das células nos gânglios, frequência dos to da curva força-velocidade, que torna possível atingir
impulsos, melhor capacidade funcional ou coorde- um valor maior de tensão isométrica máxima e maior ve-
nação inter e intramuscular.
locidade máxima de encurtamento sobre qualquer carga
• Tecido ósseo - aumento da densidade óssea, maior
determinada. Vale a pena ressaltar, também, que a função
elasticidade e hipertrofia das saliências ósseas de
inserção nos tendões. muscular é mais eficiente a 38,5 °C.
• Reservas energéticas - reservas de fosfagênios – Vale lembrar que o músculo é protegido de lesões por
ATP e CP, de glicogênio muscular e hepático, eficá- dois tipos de células nervosas: fuso neuromuscular e fuso
cia da circulação sanguínea periférica. neuro-tendinoso. Se as células musculares forem alonga-
das, os fusos neuromusculares também são alongados.
A Potência muscular é o produto da força muscular pela Se o músculo for alongado demais, essas células enviam
velocidade de encurtamento do músculo. Como as fibras para o sistema nervoso central um sinal de que o músculo
de contração rápida (CR), desenvolvem tensão mais ra- passa dos seus limites. Rapidamente, o SNC desencadeia
pidamente que as de contração lenta (CL), um músculo um sinal que faz o músculo se contrair, precavendo, assim,
com maior percentagem de fibras CR é capaz de desenvol- uma distensão muscular.

145


Figura 18 - Músculos / Fonte: HALL (2013).

Resumidamente, podemos destacar que o desempenho correm em um ângulo relativo com a linha de tração do
muscular é descrito, tipicamente, em termos de força, potên- músculo, de modo que a força da fibra é em uma direção
cia e resistência musculares. De um ponto de vista biome- diferente da força muscular. As fibras são mais curtas que
cânico, a força é a capacidade de um grupo gerar torque em o músculo, e a alteração no comprimento da fibra indi-
uma articulação, a potência é a taxa da produção de torque vidual não é igual a alteração no comprimento muscular,
em uma articulação, e a resistência é a resistência à fadiga. podem correr, diagonalmente, saindo de um lado do ten-
Músculos Fusiformes: o arranjo das fibras fusiformes dão (unipenadas – músculo semimembranoso), dos dois
é paralelo às fibras musculares, e os fascículos percorrem o lados do tendão (bipenadas – músculo gastrocnêmio),
comprimento do músculo. As fibras em um músculo fusi- ou uma combinação dos dois (multipenadas – músculo
forme correm, paralelamente, à linha de tração do músculo, deltóide). Criam movimentos mais lentos e não são ca-
de modo que a força da fibra é na mesma direção da mus- pazes de produzir movimentos de grande amplitude de
culatura. Esse arranjo das fibras em forma de fuso oferece o movimento, no entanto podem produzir mais força.
potencial para grandes quantidades de encurtamento e mo-
vimentos de alta velocidade no corpo. Isso porque os mús- REFLITA
culos fusiformes são, tipicamente, mais compridos que os
outros tipos de músculos e o comprimento da fibra é maior
O exercício físico é capaz de prevenir doenças
que o comprimento do tendão, por exemplo, sartório, bíceps ocasionadas pelo envelhecimento. A sarcope-
braquial e o braquial. nia é a perda degenerativa da massa muscular
Músculos Peniformes: as fibras correm, diagonal- esquelética e da coordenação, por isso deve-
mos nos manter ativos.
mente, em relação a um tendão que atravessa o músculo.
A forma geral é de pena, já que os fascículos são curtos
e correm em ângulo. As fibras do músculo peniforme

146
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 146 – Figura 18 - Músculos

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 18 refere-se aos músculos. Compreende quatro tipos de


músculos. Nos músculos fusiformes (sartório) o arranjo das fibras fusiformes é paralelo às
fibras musculares, e os fascículos percorrem o comprimento do músculo. Nos músculos
peniformes (m. semimembranoso) as fibras correm, diagonalmente, em relação a um
tendão que atravessa o músculo. A forma geral é de pena, já que os fascículos são curtos
e correm em ângulo. As fibras do músculo peniforme correm em um ângulo relativo com
a linha de tração do músculo, de modo que a força da fibra é em uma direção diferente da
força muscular. As fibras são mais curtas que o músculo, e a alteração no comprimento da
fibra individual não é igual a alteração no comprimento muscular, podem correr,
diagonalmente, saindo de um lado do tendão (unipenadas – músculo semimembranoso),
dos dois lados do tendão (bipenadas – músculo gastrocnêmio), ou uma combinação dos
dois (multipenadas – músculo deltóide). FIM DESCRIÇÃO.
considerações finais

Nesta unidade estudamos as “Considerações neuromusculares do movimento” e


pudemos perceber que todas as funções do movimento humano dependem do
sistema nervoso e, especificamente, da comunicação entre o cérebro e as diferentes
partes do corpo. Em um primeiro momento, aprendemos que, anatomicamente,
divide-se em central (encéfalo e medula espinhal) e periférico (nervos sensoriais
e motores). Funcionalmente, esse sistema pode ser classificado quanto ao seu
controle voluntário, mediado pelo sistema nervoso somático, caracterizado pelos
neurônios que inervam o sistema esquelético, tanto os motores quanto os sensoriais.
Como vimos, no início desta unidade, todo movimento humano, do piscar de
olhos à corrida de um maratonista, é gerado pela ação de um músculo. O músculo
é o único tecido do corpo humano capaz de produzir força, biomecanicamente, o
músculo é a única estrutura ativa do corpo. A tensão desenvolvida pelos múscu-
los aplica compressão nas articulações, aumentando sua estabilidade, porém em
algumas posições articulares o oposto pode ocorrer, criando instabilidade.
Podemos destacar que as principais funções do tecido muscular são produzir
movimentos; manter postura e posições e estabilizar articulações.
Entramos em contato com a informação de que a palavra “músculo” engloba
diversos tipos de fibras musculares (tipo I, tipo IIa e tipo IIx/IIb). Estas podem
predispor ou favorecer a realização de um tipo de atividade física ou esporte.
Verificamos, também, a importância das tarefas desempenhadas pelo músculo
quando atuam em conjunto, possibilitando a sinergia muscular, isto é, agonistas,
antagonistas, neutralizadores e estabilizadores trabalham de forma harmônica
na mecânica do movimento. Por fim, podemos destacar que as ações musculares
isométricas, concêntricas e excêntricas dependem do estado e da atividade mus-
cular. Dessa forma, concluímos mais uma unidade, espero que tenham absorvido
o máximo de informação possível, vemo-nos na próxima unidade.

147
atividades de estudo

1. Sobre o sistema nervoso e o controle do mo- ( ) Nos sarcômeros estão presentes as unida-
vimento, leia as sentenças a seguir. des contráteis do músculo esquelético.
I. O sistema nervoso é o responsável pela co- ( ) Durante a contração muscular, as proteí-
municação entre o cérebro e as partes do nas actina e miosina deslizam entre si, diminuin-
corpo. do o volume muscular.
II. O sistema nervoso é dividido, anatomica- Assinale a alternativa correta:
mente, em parte central (encéfalo e medula
a. V, V, F, V.
espinhal) e periférico (nervos sensoriais e
motores). b. V, V, V, F.
III. O sistema nervoso autônomo é responsável c. V, F, V, V.
pelo controle voluntário de algumas funções
d. F, V, V, V.
corporais, por exemplo, a frequência cardía-
ca e a contração do músculo cardíaco. e. V, F, F. V.

IV. O sistema nervoso periférico apresenta 3. Leia as sentenças e assinale a alternativa corre-
uma porção aferente e uma eferente. A ta sobre o potencial de ação da fibra muscular.
porção aferente é responsável pelo envio I. Extensibilidade é a capacidade do músculo
de informações do sistema nervoso central estriado esquelético de encurtar-se durante
aos diversos tecidos, órgãos e sistemas do uma contração muscular.
corpo.
II. Irritabilidade é a capacidade do músculo es-
Assinale a alternativa correta: triado esquelético de responder um estímulo
a. Apenas I e II estão corretas. enviado por um neurotransmissor químico.

b. Apenas II e III estão corretas. III. Contratilidade é a capacidade do músculo es-


triado esquelético de encurtar-se quando é
c. Apenas I está correta.
estimulado para isso.
d. Apenas II, III e IV estão corretas.
IV. Elasticidade é a capacidade da fibra muscu-
e. Nenhuma das alternativas está correta. lar para retornar ao seu comprimento de re-
pouso, depois que a força de alongamento é
2. Considerando o que você aprendeu do mús-
removida.
culo esquelético. Assinale Verdadeiro (V) ou
Falso (F): Assinale a alternativa correta:
( ) Algumas das principais funções do teci- a. Apenas I e II estão corretas.
do muscular são: produzir movimento, manter
b. Apenas II e III estão corretas.
posturas e posições e estabilizar articulações.
c. Apenas I está correta.
( ) O músculo estriado esquelético tem con-
trole voluntário, mediado pelo sistema nervoso d. Apenas II, III e IV estão corretas.
periférico somático. e. Nenhuma das alternativas está correta.

148
atividades de estudo

4. Leia atentamente e analise as questões que 5. Estudamos que os tipos de força muscular so-
apresentam as tarefas desempenhadas pelos frem influência de fatores mecânicos. Desse
músculos esqueléticos. Assinale Verdadeiro (V) modo, leia com atenção as sentenças, a seguir,
ou Falso (F): e assinale a alternativa correta.
( ) Os músculos denominados de agonistas I. Os principais fatores mecânicos que afetam
são aqueles que criam o mesmo movimento arti- a força muscular são: relação comprimento x
cular. tensão, força x velocidade, ângulo de inserção
do músculo e relação força x tempo.
( ) Os músculos que se opõem ao movimento
do músculo agonista são denominados de anta- II. Na relação comprimento x tensão, observa-se
gonistas. que a força máxima isométrica atingida pelo
músculo não depende do seu comprimento.
( ) Os antagonistas precisam relaxar para per-
mitir que ocorra um movimento ou precisam con- III. Na relação do ângulo e a inserção do mús-
trair-se, ao mesmo tempo que os agonistas, para culo, uma quantidade de tensão muscular é
controlar ou reduzir a rapidez de um movimento transferida para o osso pelo tendão ou apo-
articular. neurose.
( ) Os músculos, denominados neutralizado- IV. A força-resistência ou resistência muscular é
res, são aqueles que, durante um movimento, a capacidade de manter índices de força, rela-
contrair-se-ão para eliminar uma ação articular tivamente, altos, durante o maior período de
indesejada, causada por outro músculo. tempo possível.
Assinale a alternativa correta: Assinale a alternativa correta:
a. V, V, F, V. a. Apenas I e II estão corretas.
b. V, F, V, V. b. Apenas II e III estão corretas.
c. F, V, V, V. c. Apenas I está correta.
d. V, V, F, F. d. Apenas I, III e IV estão corretas.
e. V, V, V, V. e. Nenhuma das alternativas está correta.

149
LEITURA
COMPLEMENTAR

Estudamos, anteriormente, que possuímos fibras musculares diferentes, mas não po-
demos esquecer que quando fazemos um treino de resistência, por exemplo, damos
ênfase em um tipo de fibra específica. A seguir, discutiremos um pouco mais o biotipo
genético. Talvez você esteja se perguntando “por que eu preciso saber disso?”. Esse
conhecimento explica muitas coisas: porque algumas pessoas são melhores em certas
atividades e piores em outras, e porque há a necessidade de periodizar o treino.
As fibras tipo tem a contração mais lenta e usam o oxigênio como fonte de energia,
são músculos que não sofrem muita hipertrofia. São facilmente encontradas na região
da panturrilha, abdômen e dorsais. Essas regiões, normalmente, têm que manter uma
contração por muito tempo, seja para nos manter em pé, seja para nos auxiliar na
postura adequada. Pessoas com esse tipo de fibra muscular tornam-se bons atletas de
endurance, como maratonistas, ciclistas e triatletas.
As fibras Tipo II, por sua vez, estudamos que podem se dividir em IIa e IIb. Fibras do
tipo IIa possuem capacidade de contração rápida e capacidade oxidativa, ou seja, são
mais resistentes. Fibras do tipo IIb são de contrações rápidas (explosivas), anaeróbi-
cas e sofrem maior hipertrofia. Predominante em atletas de explosão como ginastas e
velocistas. Exemplifiquemos, Ronaldo era um excelente atacante, conhecido por suas
arrancadas rápidas que deixavam os zagueiros para trás. Sua predominância muscular
era de fibras do tipo IIb, mas devia treinar resistência para aguentar a partida inteira,
afinal ele não ficava apenas dando arrancadas o jogo inteiro. Felizmente, não temos a
mesma quantidade e tipo de fibras, uma vez que são determinadas pela genética, mas
conhecer as diferenças é importante. Imagine, agora, um time de futebol, a posição do
atleta e suas características podem variar, de acordo com suas habilidades e fibras. Isso
ocorre com atletas de todas as modalidades esportivas, por isso, saber o tipo de fibra
predominante e sua característica principal pode melhorar seu desempenho. Lembre-
-se que existem outros aspectos físicos que também devem ser treinados.
Todos nós possuímos os três tipos de músculos e, ao iniciar a atividade, os três são
ativados, mas, de acordo com a intensidade do exercício e o volume do treino, um
predominará. Não adianta treinar explosão muscular com uma carga muito baixa e por
muito tempo, ou achar que ganhará resistência muscular com uma carga muito alta.
Isso, na verdade, o deixa propenso a maior risco de lesão.
Fonte: adaptado de Santiago (2008, on-line)6.

150
material complementar

Indicação para Ler

Treinamento de força
Lee E. Brown
Editora: Manole
Sinopse: este livro foi escrito por uma equipe de especialistas da National Stren-
gth and Conditioning Association (NSCA), uma autoridade mundial no campo da
força e do condicionamento físico. Apresenta informações importantes sobre o
desenvolvimento do sistema muscular e orientações para o treinamento de mus-
culação.

151
gabarito

1. A
2. B
3. D
4. E
5. D

152
UNIDADE
V
BIOMECÂNICA E
CINESIOLOGIA
APLICADA

Me. Bruna Felix Apoloni


Me. Regina Alves Thon

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Cinesiologia aplicada na vida diária
• Biomecânica aplicada ao esporte
• Biomecânica aplicada à musculação

Objetivos de Aprendizagem
• Observar a relevância dos conhecimentos cinesiológicos
para os movimentos cotidianos.
• Verificar como os conhecimentos biomecânicos podem ser
utilizados na prática esportiva.
• Investigar como os conhecimentos biomecânicos
podem ser aplicados nos exercícios de musculação com
efetividade, minimizando o risco de lesões.
unidade

V
INTRODUÇÃO

O
lá, caro(a) aluno(a), chegamos à última unidade do nosso ma-
terial de biomecânica e cinesiologia. Para encerrar nossa jorna-
da, discutiremos ainda, três conteúdos de extrema importância
para o profissional de Educação Física. Na Aula 1, abordare-
mos o conhecimento cinesiológico aplicado em movimentos cotidianos,
como subir e descer escadas; carregar e levantar pesos. Esse conhecimento
é fundamental para que esses movimentos sejam executados de modo a
diminuir a incidência de lesões e aumentar a eficiência da execução. Nesse
sentido, a cinesiologia possibilita um conhecimento aprofundado dos tais
movimentos, possibilitando descrever as posturas mais eficientes e adequa-
das, do ponto de vista biomecânico e cinesiológico.
Na Aula 2, apresentamos exemplos de movimentos esportivos. Por
meio destes identificaremos os conceitos de centro de gravidade, equilí-
brio e estabilidade. O percurso que o centro de gravidade de um indiví-
duo faz pode ser um indicador da capacidade de desempenho em vários
esportes. Isso porque o centro de gravidade pode ser um indicador do
equilíbrio corporal e da estabilidade.
E, na Aula 3, intitulado Biomecânica aplicada à musculação, você ob-
servará que o conhecimento de vários princípios biomecânicos aumenta
a qualidade do programa de treinamento resistido. Isso ocorre porque
esse conhecimento possibilita que o profissional de Educação Física te-
nha a capacidade de selecionar e prescrever os exercícios mais adequados
para seus alunos. Além disso, tais conhecimentos auxiliam na orienta-
ção da técnica correta de execução dos exercícios, em diversos aparelhos
da musculação. Neste tópico, serão demonstrados exercícios práticos de
musculação.
Assim, esperamos que essa quinta e última unidade contribua, signi-
ficativamente, para a sua formação em biomecânica e cinesiologia.
Bons estudos!


Cinesiologia
Aplicada à
Vida Diária

A cinesiologia possibilita um conhecimento aprofunda- do chão pode sofrer uma lesão aguda ou um alongamen-
do sobre o movimento humano. Dentre esses movimen- to exagerado de músculos e ligamentos. A maneira mais
tos, estão alguns que são executados na nossa rotina, por indicada para levantar um peso do chão depende do ta-
exemplo, levantamento, deslocamento e transporte de manho, da forma e posição do objeto e das característi-
peso bem como a subida de escadas. O estudo cinesioló- cas do indivíduo que executará o movimento. Algumas
gico permite a identificação das contribuições anatômi- recomendações, no entanto, devem ser seguidas para que
cas e funcionais de segmentos corporais, ossos, articula- o movimento ocorra da maneira mais eficiente possível
ções e músculos para cada movimento que é executado. A (RASCH, 1991). São elas:
partir dessa identificação, é possível descrever as posturas • Manter os pés apoiados no solo, o indivíduo não
mais eficientes e adequadas, do ponto de vista biomecâ- deve se equilibrar na ponta dos pés.
nico e cinesiológico. • Manter uma distância confortável de afastamento
Iniciaremos pelo movimento cotidiano de levantar dos membros inferiores, denominada de base de
suporte, o que garante a estabilidade do corpo.
um peso do chão. Esse tipo de movimento acarreta diver-
• Manter o peso próximo do corpo.
sas lesões na região posterior do tronco. Um trabalhador
• Manter a coluna vertebral reta.
que, constantemente, tem que levantar objetos pesados

158
EDUCAÇÃO FÍSICA

• Inicialmente, realizar uma flexão de joelhos, segurar o objeto com as mãos, contrair os músculos extensores de
joelhos e quadril.
• Não se mover para outra direção, enquanto segura o peso.
• Adoção de uma postura ereta, após o agachamento e a extensão do joelho e quadril.

Indicação para Acessar

Os princípios descritos, anteriormente, podem ser utilizados para o movimento diário de


empurrar um peso com pequenas mudanças, por exemplo, posicionar um pé mais próximo
do objeto que o outro, posicionar as mãos, no nível do centro de gravidade do objeto. O
movimento é executado por meio da contração de músculos extensores do quadril, joelho
e tornozelo, extensão de membros inferiores, evitando a extensão de membros superiores.
No movimento de manejo de um objeto acima da cabeça, cabe destacar que ocorre o des-
locamento do centro de gravidade do indivíduo. Isso gera instabilidade e aumenta o risco
de queda na direção para a qual o objeto foi deslocado. Para evitar possíveis desequilíbrios,
recomenda-se a colocação de um pé na frente do outro. No início do movimento, o pé dianteiro sustenta o centro de
gravidade, que será deslocado para o pé traseiro, à medida que o objeto é deslocado.
Para o transporte de pesos, uma postura ereta com o peso acima da cabeça é considerada de alta eficiência, pois a
projeção do centro de gravidade, na base de suporte, permanece constante em decorrência de movimentos do tronco.
Alguns princípios também são descritos, por Rasch (1991), para um transporte de peso eficiente. Os mais importantes
são: dividir a carga em duas parcelas iguais; carregar cada uma em uma mão; manter a coluna ereta e o peso próximo
ao corpo; se necessário, utilizar alças; selecionar um modelo que exerça menos pressão concentrada sobre a mão que
segura o objeto e manter os cotovelos, ligeiramente, em flexão.

159


Agora, analisaremos o movimento de sentar e levantar. da coxa; isquiotibiais e glúteo máximo. Nessa situa-
Para sentar em uma cadeira, o indivíduo posiciona um ção, o músculo glúteo médio realiza contração para
pé mais próximo da cadeira que o outro, inclina o corpo auxiliar o equilíbrio corporal; o tibial anterior realiza
para frente, abaixa o corpo, mantendo a projeção do cen- dorsiflexão; os isquiotibiais fletem o joelho e o eretor
tro de gravidade na base de apoio, realiza um relaxamen- da espinha, por meio de contração, auxilia no controle
to de músculos extensores do joelho e flexiona essa arti- da inclinação anterior do tronco. Ao descer as escadas,
culação. Para levantar, ocorre uma inclinação para frente o corpo é mantido mais ereto para que o centro de
a partir do quadril, contrai os músculos extensores dos gravidade não fique, exageradamente, à frente da base
joelhos com transferência do centro de gravidade para de suporte. A função exercida por diversos músculos,
frente. Em algumas situações, as mãos podem ser utili- durante a descida da escada, é considerada como um
zadas para auxiliar o movimento de sentar e levantar. trabalho negativo, porque é a favor da gravidade e os
No movimento de subir degraus de escadas, são músculos extensores de quadril, joelho e tornozelo
ativados alguns músculos, como o sóleo; quadríceps geram resistência.

160
EDUCAÇÃO FÍSICA

Biomecânica Aplicada
ao Esporte

O centro de gravidade refere-se a um ponto do corpo,


ao redor do qual, a massa está distribuída, igualmen-
te, em todas as direções (HALL, 2013). O percurso
que o centro de gravidade de um indivíduo faz pode
ser um indicador da capacidade de desempenho em
vários esportes. A projeção do centro de gravidade
dentro dos limites da base de suporte pode influen-
ciar a estabilidade.
O conceito de equilíbrio relaciona-se à estabi-
lidade. De acordo com Hall (2013), estabilidade é a
resistência à perturbação do equilíbrio. Em diversos
movimentos esportivos, um dos objetivos principais
Figura 1 - O sumô é uma das modalidades esportivas na qual a estabilidade é um compo-
é a manutenção da estabilidade. nente importante

161
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 161 – Figura 1 - O sumô é uma das modalidades esportivas na qual a estabilidade
é um componente importante

INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem apresenta a Figura 1 - O sumô é uma das modalidades


esportivas na qual a estabilidade é um componente importante. A figura mostra um
lutador de sumô, sendo um homem gordo, está apenas com o Mawashi que é uma espécie
de sunga, onde se encontra de cócoras, apoiado apenas nas pontas dos dedos dos pés e
com as mãos apoiadas nos joelhos, em um local em que ao fundo tem uma parede cinza,
e o chão de tecido anatômico. FIM DESCRIÇÃO.


Alguns fatores afetam a estabilidade de um corpo, por


exemplo, a quantidade de massa de um corpo. Quanto
maior a massa, maior é a força necessária para produ-
zir uma aceleração. Desse modo, alguns atletas, como
de futebol americano, são mais estáveis porque pos-
suem uma dimensão corporal maior.
Na ginástica, muita massa corporal pode ser pre-
judicial, porque grande parte dos movimentos são re-
alizados com diminuição da estabilidade.
Figura 2 - Alguns atletas de futebol americano que necessitam de maior esta-
bilidade apresentam grande massa corporal

A estabilidade
também é afetada pela
projeção do centro de gravidade,
dentro dos limites da base de suporte.
Quando essa projeção se move para fora ocorre
uma perturbação da estabilidade. Por esse motivo,
a base de suporte deverá ter um tamanho apropriado,
visando a manutenção do centro de gravidade, dentro
dos limites. Um exemplo de base de suporte aumentado é
utilizado por lutadores de artes marciais em movimentos
defensivos. Outro fator que interfere na estabilidade é a
altura do centro de gravidade. Em diversos esportes,
atletas abaixam o corpo por meio de uma flexão de
joelho, quando precisam aumentar a estabi-
lidade. Temos um exemplo na posição
de expectativa do Voleibol na
figura 3.
Figura 3 - Posição no Voleibol com diminuição
da altura do centro de gravidade

162
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 162– Figura 2 - Alguns atletas de futebol americano que necessitam de maior
estabilidade apresentam grande massa corpora

INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem representa a Figura 2 - Alguns atletas de futebol americano


que necessitam de maior estabilidade apresentam grande massa corporal
A figura mostra quatro atletas, os quais usam uniformes, camisetas em azul, onde cada
uma tem um número, um shorts na altura do joelho na cor amarela, meias brancas, tênis
pretos, usam luvas pretas e capacetes amarelos. Os atletas estão com as mãos apoiadas ao
chão, com o corpo e elevam o quadril e as os joelhos e as pernas ficam semi flexionadas.
FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 162 – Figura 3 - Posição no Voleibol com diminuição da altura do centro de


gravidade

INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem apresenta a Figura 3 - Posição no Voleibol com diminuição


da altura do centro de gravidade.
A figura mostra uma atleta de voleibol, ela usa uniforme de cor azul, camiseta e shorts,
joelheira azul, meia branca e tênis rosa, em volta da sola e o cadarço amarelo, se encontra
com os cabelos de trança, ela flexiona a perna direita e estica a perna esquerda, abaixando
o corpo e está com os braços esticados com as mãos juntas, e a bola branca no ar. Ao lado
da figura há um círculo em azul com um texto com a seguinte informação:
A estabilidade também é afetada pela projeção do centro de gravidade, dentro dos limites
da base de suporte. Quando essa projeção se move para fora ocorre uma perturbação da
estabilidade. Por esse motivo, a base de suporte deverá ter um tamanho apropriado,
visando a manutenção do centro de gravidade, dentro dos limites. Um exemplo de base
de suporte aumentado é utilizado por lutadores de artes marciais em movimentos
defensivos. Outro fator que interfere na estabilidade é a altura do centro de gravidade. Em
diversos esportes, atletas abaixam o corpo por meio de uma flexão de joelho, quando
precisam aumentar a estabilidade. Temos um exemplo na posição de expectativa do
Voleibol na figura 3. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Biomecânica Aplicada
à Musculação
O conhecimento cinesiológico e biomecânico auxiliará • Descrever os ajustes do corpo e do equipamento.
você, caro(a) aluno(a), a reconhecer diversos princípios • Descrever a execução do movimento propria-
biomecânicos existentes no treinamento resistido, a saber: mente dito.
identificar a técnica correta e eficiente, as contribuições • Identificar as articulações envolvidas.
anatômicas, articulares e musculares para cada exercício. • Identificar o movimento da articulação ou seg-
mento.
Conhecer, de modo aprofundado, as características dos
• Identificar o grupo muscular mais ativo (motor
movimentos é essencial na implementação de um progra-
primário ou agonista).
ma de alongamento, fortalecimento ou reabilitação.
No contexto da musculação, a descrição cinesio- Veremos, a seguir, alguns exemplos de análise cinesioló-
lógica pode ser constituída por cinco itens (MAR- gica e biomecânica aplicada a exercícios de musculação:
CHETTI et al., 2007):

163


Indicação para Acessar

Acesse o QrCode, a seguir, para ficar


mais claro toda essa explicação na se-
quência dos conteúdos.

O próximo movimento que analisaremos é o supino


inclinado. O indivíduo deverá se posicionar em decú-
bito dorsal, com os pés apoiados no solo ou no suporte
do aparelho. O ajuste da pegada deve ser feito em uma
posição média entre a amplitude máxima da pegada e
a alinhada com os ombros. O movimento é executado
por meio de flexão horizontal de ombros. Os movi-
mentos articulares identificáveis são: flexão horizontal
(adução) de ombros, abdução escapular e extensão do
cotovelo. Os músculos agonistas são: peitoral maior,
deltóide (parte anterior), coracobraquial, peitoral me-
nor, serrátil anterior, tríceps braquial.
Figura 4 - Tríceps Pulley

Figura 5 - Supino
No tríceps pulley, o indivíduo deverá permanecer na inclinado
postura ereta, com os cotovelos estendidos e rádio-ul-
nar em pronação, e posicionar o corpo de forma que a
barra não ultrapasse o alinhamento vertical da polia.
Na execução do movimento, realiza-se a flexão de co-
tovelos excêntrica, seguida de uma extensão de coto-
velos concêntrica. Nesse movimento bem popular no
ambiente da academia, o movimento articular de des-
taque é a extensão de cotovelo e a ativação do músculo
agonista tríceps braquial.

164
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 164 – Figura 5 - Supino inclinado

INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem apresenta a Figura 5 - Supino inclinado.


A figura é de um homem que está em uma academia, ele está com uma camiseta
camuflada e shorts preto, deitado em um aparelho em decúbito dorsal, está com uma
barra e com anilhas nas pontas, onde pega com as mãos descenso os cotovelos na direção
do peito.FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 164 – Figura 4 - Tríceps Pulley

INÍCIO DESCRIÇÃO – A imagem apresenta a Figura 4 - Tríceps Pulley.


A figura é de um homem, que está em uma academia, ele veste uma regata cinza, e shorts
azul, tem os braços com tatuagens, ele está com expressão de fazer muito esforço, está
com postura ereta, com os cotovelos estendidos e rádio-ulnar em pronação. FIM
DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

Outro exemplo é o da rosca concentrada. O executan- Assim, a partir desses exemplos práticos, é possí-
te deve permanecer sentado, com o tronco inclinado vel relacionar os conteúdos biomecânicos e cinesioló-
à frente e o braço apoiado na parte interna da coxa. gicos, que você aprendeu nas unidades anteriores, aos
O movimento executado é de flexão de cotovelo, com exercícios de musculação. Esse conhecimento é fun-
a aproximação do halter na articulação do ombro e, damental para que o profissional de Educação Física
em seguida, o retorno à posição inicial. O movimento tenha subsídios teóricos para a montagem de progra-
articular identificável é de flexão de cotovelos com os mas de exercícios com pesos, de modo a alcançar os
músculos agonistas bíceps braquial, braquial anterior objetivos dos seus alunos.
e braquiorradial (MARCHETTI et al., 2007).

Figura 6 - Rosca concentrada

165
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 165 – Figura 6 - Rosca concentrada

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 6 refere-se a rosca concentrada. Compreende a foto de um


homem executando um exercício sentado, com o tronco inclinado à frente e o braço
apoiado na parte interna da coxa esquerda. O movimento executado pelo braço esquerdo
(segurando um halter de 10kg) é de flexão de cotovelo, com a aproximação do halter na
articulação do ombro e, em seguida, o retorno à posição inicial. FIM DESCRIÇÃO.


Figura 7 - Diferentes bases de suporte em exercícios de musculação / Fonte: Marchetti et al (2007).

Na Aula 2 desta unidade, discutimos a importância da O torque é um efeito rotatório, produzido por uma
projeção centro de gravidade dentro dos limites da base força, também denominado momento de força. Para cal-
de suporte para a estabilidade corporal. Nos exercícios cular o torque é necessário multiplicar a força (F) pelo
de musculação, podemos utilizar diferentes bases de su- braço de momento da força que se refere à distância per-
porte e tomar os devidos cuidados para a manutenção pendicular a partir da linha de ação da força sobre o eixo
da estabilidade, em todas as situações. O objetivo é mi- de rotação (CAMPOS, 2002). Nesse contexto, podemos
nimizar os riscos de desequilíbrios e lesões. também definir o braço de momento da resistência,
No nosso corpo, existe uma região central deno- como a distância horizontal entre o peso/resistência e o
minada em inglês de core. O core é a região central do eixo articular. Quanto maior o braço de momento de
corpo, englobando região abdominal, lombar e qua- um músculo, maior será o torque produzido pelo mús-
dril. Essa região é de fundamental importância para culo. O mesmo se aplica para o braço de momento da re-
a manutenção do equilíbrio e estabilidade. Nesse sen- sistência. Em um movimento, uma determinada articu-
tido, um programa de treinamento em musculação lação se move por uma amplitude de movimento. Assim,
também deverá propor exercícios para o fortaleci- existem variações nos braços de momento dos músculos
mento dessa região central, pois essa estabilidade de relacionados à articulação. Em uma flexão de cotovelo,
core servirá como base de suporte para a execução de por exemplo, o braço de momento é maior a 90˚. Essas
movimentos eficientes (BOMPA; CORNACCHIA, mudanças no braço de momento, ao longo da execução
2000). Considerando os exercícios de musculação, do movimento articular, promovem variações no tor-
podemos apontar mais dois itens de extrema impor- que. O torque produzido por um músculo será menor
tância, são eles: torque e alavancas. nos instantes em que seu braço de momento é menor.

166
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 166– Figura 7 - Diferentes bases de suporte em exercícios de musculação /

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 7 refere-se às diferentes bases de suporte em exercícios de


musculação. Compreende uma ilustração com três exemplos de bases de suporte para
exercícios: a cadeira (homem sentado, pernas dobradas, braço direito estendido),
equipamento vertical para levantamento de peso (homem segura com as duas mãos uma
corda para levantar o peso que está na altura dos pés), equipamento na horizontal (homem
faz o exercício com os cotovelos tocando o chão, movimentando as pernas tocando os pés
no aparelho). FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA

REFLITA

TENDÊNCIA PARA FLEXÃO O uso de peso livre é comum em academias,


(BÍCEPS) pois promove uma maior estabilização das
articulações e aumenta a tensão muscular.
Aliado a isso, quando bem executado, ele tra-
balha a postura e a sinergia muscular.

TENDÊNCIA PARA EXTENSÃO


(PESO)

Figura 8 - No exercício de rosca direta existe uma tendência de rotação (tor-


que) para flexão e para extensão / Fonte: Campos (2002).

Os músculos em conjunto com os ossos funcionam, me-


canicamente, como uma alavanca. De acordo com Hall
(2013), uma alavanca é uma barra rígida que gira ao redor Figura 9a - Posição inicial e execução do movimento elevação lateral.
Fonte: Campos (2002).
de um eixo. De modo geral, o eixo é uma articulação, a bar-
ra rígida é um osso e a força é aplicada pelos músculos. É
possível identificar três itens nas alavancas do corpo huma-
no: força aplicada; resistência e eixo de rotação.
Uma alavanca de primeira classe é aquela em que o
eixo de rotação está entre a força aplicada e a resistência.
Na de segunda classe, a resistência posiciona-se entre a for-
ça aplicada e o eixo. Por fim, na de terceira classe, a força
aplica-se entre o eixo e a resistência.
Para os exercícios de musculação, além de conhecer
os tipos de alavancas existentes nos movimentos articu-
lares, é fundamental analisar os braços de momento de
força e da resistência, em cada exercício realizado. Va- Figura 9b - Posição final e execução do movimento elevação lateral.
mos ver o exemplo a seguir: Fonte:Campos (2002).

167
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 167 – Figura 8 - No exercício de rosca direta existe uma tendência de rotação
(torque) para flexão e para extensão

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 8 indica que no exercício de rosca direta existe uma
tendência de rotação (torque) para flexão e para extensão. Na ilustração, o braço está
flexionado, segurando um halter e mostra com uma seta para cima que existe a tendência
para a flexão (bíceps), e com uma seta para baixo que existe a tendência para extensão
(peso). FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 167 – Figura 9a - Posição inicial e execução do movimento elevação lateral

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 9a refere-se à posição inicial e execução do movimento


elevação lateral. Compreende a ilustração de uma pessoa sentada com os braços para
baixo, próximo ao corpo, segurando um halter em cada lado. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS

PÁGINA 167 – Figura 9b - Posição final e execução do movimento elevação lateral.

INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 9b refere-se à posição final e execução do movimento


elevação lateral. Compreende a ilustração de uma pessoa sentada com os braços para
cima, horizontalmente ao corpo, segurando um halter em cada lado. FIM DESCRIÇÃO.


SAIBA MAIS
Nas Figura 9a e 9b, a sigla L.A.R refere-se à linha de
ação da resistência, e a sigla E.M. representa a articu-
lação. A partir da análise das figuras, é possível identi- Lesões graves na coluna podem ser evitadas
com cuidados simples
ficar que, na posição inicial (Figura 9a), encontra-se o
O Trauma Raquimedular (TRM) – lesão grave de
ponto de menor tensão muscular, isto porque o braço coluna – ocorre na maioria dos casos por conta
de momento da força e da resistência são pequenos. de acidentes de trânsito, quedas, acidentes ao
mergulhar em local raso, etc. Em entrevista
Na execução do movimento (figura 9b), o braço de
ao Jornal da USP no Ar, o professor Tarcísio
momento do músculo deltóide (força) aumenta de Eloy Pessoa de Barros Filho, titular da área de
acordo com o movimento articular do ombro de ab- Ortopedia e Traumatologia e vice-diretor da
Faculdade de Medicina (FM) da USP, falou sobre
dução. Isso é necessário para vencer a resistência do
o tratamento dos acidentados.
halter. É indicado que a abdução seja feita até que os Ele esclarece que existem perspectivas expe-
braços fiquem paralelos ao solo e que o cotovelo per- rimentais, como testes em laboratório com
animais, que ainda não foram eficazes em hu-
maneça semiflexionado durante a amplitude do mo-
manos. [...]. O diagnóstico por imagem deve ser
vimento. Esse posicionamento do cotovelo diminui o feito de forma rápida e o quanto antes possível,
braço de momento da resistência e, consequentemen- alinhar novamente a coluna e fixá-la. [...].
Para prevenir esses traumas, o doutor Tarcísio
te, o torque e facilita a execução do exercício.
Eloy ressalta a importância de se utilizar cinto
O conhecimento de princípios biomecânicos de segurança de três pontos, encosto alto para
auxilia a elaboração adequada do programa de a cabeça, utilizar airbags e, principalmente, res-
peitar as leis de trânsito, como limite de veloci-
treinamento resistido. O profissional de educação
dade e a não ingestão de bebidas alcoólicas. [...].
física deverá se aprofundar nesses conhecimentos
para que consiga identificar e prescrever os melho-
Fonte: Jornal da USP (2016, on-line)7
res exercícios para cada indivíduo.

168
considerações finais

Chegamos ao final da última unidade do módulo Biomecânica e Cinesiologia. O


objetivo desta unidade era discutir a relação entre os diversos conhecimentos bio-
mecânicos e cinesiológicos, vistos durante o livro, e a prática de movimentos coti-
dianos, esportivos e de musculação. Em movimentos cotidianos, a identificação das
contribuições anatômicas e das funções exercidas por ossos, músculos e articulações
possibilita um conhecimento aprofundado da execução do movimento, permitindo,
assim, visualizar posturas e atitudes eficientes.
Em gestos esportivos, a adoção de posturas que aumentem a estabilidade e o equilíbrio
são, amplamente, utilizadas por atletas em diversos momentos da prática esportiva.
Cabe lembrar que o posicionamento do centro de gravidade é um importante elemento
para a estabilidade corporal. No treinamento resistido, observamos a presença cons-
tante das alavancas corporais com o objetivo de facilitar a execução de um trabalho,
aumentando a força aplicada sobre ela. O conhecimento acerca das alavancas e dos
braços de momento auxilia o profissional a identificar os momentos de maior e menor
tensão muscular, durante uma amplitude de movimento. Além disso, é fundamental
conhecer os movimentos da musculação e suas especificidades, antes de prescrever
um programa de exercícios resistidos.
Os conhecimentos adquiridos colaborarão para que você, caro(a) aluno(a), tenha a
percepção da importância dos conteúdos biomecânicos e cinesiológicos para substan-
ciar a prescrição de exercícios físicos e a orientação da técnica correta de execução do
movimento. A partir dos conhecimentos, aqui, apresentados, é necessário que você se
aprofunde, cada vez mais, nos estudos de biomecânica e cinesiológia do movimento
humano, em todas as dimensões.
Esperamos que você, caro(a) aluno(a), transfira os conhecimentos adquiridos em
biomecânica e cinesiologia para a sua experiência prática, enquanto profissional de
Educação Física.

169
atividades de estudo

1. Leia as alternativas a seguir. 2. Quanto à análise cinesiológica de movimen-


I. A cinesiologia possibilita um conhecimento tos cotidianos, leia atentamente as afirmati-
aprofundado dos movimentos humanos rea- vas abaixo e assinale Verdadeiro (V) ou Falso
lizados, cotidianamente, por exemplo, subir e (F).
descer escadas. ( ) Em movimentos de deslocamento de um
objeto acima da cabeça, ocorre deslocamento
II. O estudo cinesiológico não permite a identifi-
do centro de gravidade do indivíduo, isso gera
cação das contribuições anatômicas e funcio-
instabilidade.
nais de segmentos corporais, ossos, articula-
ções e músculos para cada movimento que é ( ) Algumas estratégias podem ser seguidas
executado. para o transporte de peso de modo mais efi-
ciente possível, entre elas: dividir a carga em
III. Algumas recomendações podem ser seguidas
duas metades, com pesos aproximados, e car-
para o movimento de levantar um peso do
regá-lo próximo ao corpo.
chão. Entre elas podemos citar: não se equili-
brar na ponta dos pés e manter uma base de ( ) A função exercida por diversos músculos,
suporte adequada para garantir a estabilidade. durante a descida da escada, é considerada
como um trabalho negativo, porque é a favor
IV. No início do movimento de levantar um obje-
da gravidade e, por isso, os músculos extenso-
to pesado do chão, é adequado não realizar
res de quadril, joelho e tornozelo geram resis-
uma flexão de joelhos e concentrar o movi-
tência.
mento na flexão da coluna vertebral.
Assinale a alternativa correta:
Assinale a alternativa correta:
a. V, F, V.
a. Apenas I e III estão corretas.
b. F, V, V.
b. Apenas II e III estão corretas.
c. V, V, F.
c. Apenas I está correta.
d. V, V, V.
d. Apenas II, III e IV estão corretas.
e. F, F, V.
e. Nenhuma das alternativas está correta.

170
atividades de estudo

3. Sobre o torque, assinale Verdadeiro (V) ou Assinale a alternativa correta:


Falso (F):
a. Apenas I e II estão corretas.
( ) Torque é um efeito rotatório produzido
b. Apenas II e III estão corretas.
por uma força.
c. Apenas I, II e III estão corretas.
( ) O braço de momento da força é denomi-
nado a distância perpendicular, a partir da linha d. Apenas II, III e IV estão corretas.
de ação da força sobre o eixo de rotação.
e. Nenhuma das alternativas está correta.
( ) O braço de momento da resistência é um
5. Durante a mecânica do movimento, devemos
efeito rotatório, produzido por uma resistência.
observar a ação das alavancas para otimizar
( ) Em uma amplitude de movimento, não a qualidade desse movimento. Leia, atenta-
existem mudanças nos braços de momento da mente, as afirmativas abaixo e assinale Ver-
força. dadeiro (V) ou Falso (F):
Assinale a alternativa correta: ( ) Na alavanca de segunda classe, a resis-
tência posiciona-se entre a força aplicada e o
a. V, V, F, F.
eixo articular.
b. F, V, F, F.
( ) A alavanca de terceira classe apresenta
c. F, V, V, V. a aplicação da força entre o eixo articular e a
d. V, F, V, F. resistência.

e. V, F, F, F. ( ) Durante a execução de um movimento,


na musculação, os braços de momento da força
4. Leias as sentenças que discutem as alavancas. e da resistência não interferem na tensão mus-
I. Uma alavanca é formada por um osso, re- cular produzida.
presentando uma barra rígida e uma força
Assinale a alternativa correta:
aplicada por um músculo.
a. V, F, V.
II. As alavancas são constituídas por uma resistên-
cia, uma força aplicada e um eixo de rotação. b. F, F, V.

III. Uma alavanca de primeira classe é aquela na c. V, V, F.


qual o eixo de rotação está entre a força apli- d. V, F, F.
cada e a resistência.
e. F, V, V.
IV. Uma alavanca de terceira classe é aquela na
qual o eixo de rotação está entre a força apli-
cada e a resistência.

171
LEITURA
COMPLEMENTAR

6 ATIVIDADES FÍSICAS INDICADAS PARA REDUZIR DORES NA COLUNA


O sedentarismo é uma das mais frequentes causas para dores no corpo e na coluna e
transformar a prática dos exercícios físicos em hábito pode ser difícil para algumas pes-
soas. Para ajudar quem ainda não encontrou uma atividade que agrade, a quiropraxis-
ta Bia Pimentel aponta e explica os benefícios de seis opções que podem se tornar o
seu novo hobby.

Musculação

Em casos em que a estabilidade articular está afetada, a musculação é o exercício reco-


mendado, pois o fortalecimento muscular ajuda a restabelecer e resguardar a coluna.
“A cartilagem que intercala os ossos da coluna vertebral evita que o contato entre um
osso e outro cause dor. Mas a má postura, idade, sobrepeso e outros fatores causam a
sua degeneração”, explica Bia. A atividade física que resulta em fortalecimento estimula
a reconstrução, além de ajudar a realinhar a postura e a perda de peso.

Dança

Além de reduzir o risco de osteoporose, a dança fortalece a musculatura e aumenta a


flexibilidade e a consciência corporal. Ao prestarmos mais atenção aos movimentos do
corpo, começamos a reconhecer os próprios limites, as articulações e, principalmente,
a postura, buscando alinhá-la.

Natação

Atividades feitas na piscina são as mais comumente recomendadas para quem não
pode sofrer altos impactos nas articulações. A natação é uma modalidade isenta de
impacto, já que os movimentos são feitos na horizontal e a maior parte da força é em-
pregada nos braços. Além do fortalecimento muscular e dos benefícios para a postura,
ela alonga e alivia a pressão sobre a coluna, aumentando a amplitude do corpo.

172
LEITURA
COMPLEMENTAR

Hidroginástica

Recomendada para combater a má postura, dores lombares e cervicais, insônia e se-


dentarismo. Gestantes e atletas também são beneficiados pela atividade, pois ela pre-
vine as dores e aumenta a circulação sanguínea das pernas. Em contrapartida, não
é um exercício livre de choques. Nas aulas, os alunos pulam, correm e fazem outros
movimentos em contato com o chão. Apesar dos impulsos serem menores, é preciso
fazer uma avaliação médica para saber se a prática está liberada.

Caminhada

Para quem tem pouco tempo ou quer economizar, a caminhada é uma atividade que
pode ser feita em qualquer lugar, sem custo. “Dar algumas voltas nos quarteirões pró-
ximos de casa ou andar no parque pode combater dores na coluna, nos joelhos e nas
pernas e aumentar a força e a resistência, contanto que seja feita de forma correta,
observando se a postura está alinhada”, explica Bia.

Pilates

O trabalho do Pilates é focado em força, desenvolvimento e coordenação do corpo. Os


movimentos eliminam as tensões e desequilíbrios da coluna cervical e os exercícios
abdominais dão estabilidade e flexibilidade para a coluna. É fundamental para quem
já apresenta dores fazer uma avaliação física com um quiropraxista antes de iniciar a
atividade. O profissional avaliará se o paciente possui limitações antes de recomendar
o exercício.
Fonte: Rosa ([2019], on-line)8.

173
material complementar

Indicação para Ler

Biomecânica da musculação
Maurício de Arruda Campos
Editora: Sprint
Sinopse: esse livro foi elaborado para colaborar com os profissionais que traba-
lham com exercícios resistidos, tanto na prescrição do exercício como na orien-
tação da técnica correta e eficiente, por meio do conhecimento biomecânico dos
aparelhos utilizados em musculação e de alguns exercícios mais executados pelos
praticantes de exercícios resistidos.

Indicação para Acessar

O site “Treino em foco” apresenta uma série de exercícios resistidos, o objetivo é contribuir para o aperfei-
çoamento dos profissionais de Educação Física que atuam nas áreas de Fitness e Wellness, proporcionan-
do-lhes informações relevantes para suas respectivas áreas de atuação.
https://www.treinoemfoco.com.br

174
referências

AMADIO, A. C. et al. Introdução à análise do movimento humano: descrição e aplicação dos métodos de
medição. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Paulo, v.3, n.2, p.41-54, 1999.
AMADIO, A. C; SERRÃO, J. C. Biomecânica: trajetória e consolidação de uma disciplina acadêmica. Revista
Paulista de Educação Física, São Paulo, v.18, p.45-54, 2004.
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua pres-
crição. Tradução de Dilza Balteiro Pereira de Campos. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
BARELA, A. M. F.; DUARTE, M. Utilização da plataforma de força para aquisição de dados cinéticos durante
a marcha humana. Brazilian Journal of Motor Behavior, v. 6, n. 1, p. 56-61, 2011.
BATES, A. B.; HANSON, N, B. Exercício Aquáticos Terapêuticos. Tradução de Mercês Nogueira Paulo. Ba-
rueri: Manole,1998.
BOMPA, T. O.; CORNACCHIA, L. J. Treinamento de força consciente: estratégias para ganho de massa
muscular. São Paulo: Phorte, 2000.
BRENZIKOFER, R. Biomecânica: Uma Ciência Experimental. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOME-
CÂNICA, 5, 1993, Santa Maria, Anais [...]. Santa Maria: CEFD-UFSM, 1993. p. 117-120.
BROWN, L. E. Treinamento de força. Barueri: Manole, 2008.
CAMPOS, M. A. Biomecânica da musculação. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.
COHEN, M. et al. Lesões ortopédicas no futebol. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 32, n. 12, p. 940-4,1997.
HALL, S. J. Biomecânica básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
HALL, S. J. Biomecânica básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
HAMILL, J.; KNUTZEN, K. M. Bases biomecânicas do movimento humano. Barueri: Manole, 1999.
HAY, J. G. Biomecânica das técnicas desportivas. Rio de Janeiro: Interamericana, 1981.
HAYWOOD, K. M.; GETCHELL, N. Desenvolvimento motor ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2004.
KAPANDJI, A. I. Fisiologia Articular: Esquemas comentados de mecânica humana. v. 3, 5. ed. São Paulo:
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KENDALL, F. P. et al. Postura: alinhamento e equilíbrio muscular. In: KENDALL, F. P. et al. Músculos Provas
e Funções. 4. ed. Barueri: Manole,1995, p. 69-118.
KLEINPAUL, J. F. et al. Lesões e desvios posturais na prática de futebol em jogadores jovens. Fisioterapia e
pesquisa, São Paulo, v.17, n. 3, p. 236-41, jul./set. 2010.
LADEIRA C. E. Incidência de lesões no futebol: um estudo prospectivo com jogadores masculinos adultos
amadores canadenses. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Paulo, v. 4, n.1, p. 39-47, 1999.

175
referências

MAGEE, D. J. Avaliação Postural. In: MAGEE, D. J. Disfunção Musculoesquelética. 3. ed. Barueri: Ma-
nole, 2002, p.105-157.
MARCHETTI, P. et al. Biomecânica aplicada: uma abordagem aplicada para o treinamento de
força. São Paulo: Phorte, 2007.
MELO, I. L; SANTOS, S. G. Antropometria em Biomecânica: características, princípios e mo-
delos antropométricos. Revista brasileira de cineantropometria e desempenho humano, v. 2,
n. 1, p. 97-105, 2000.
MERLETTI, R.; TORINO, P. di. Standards for reporting EMG data. Victoria: ISEK, 1999.
NATTIV, A. et al. American College of Sports Medicine Position Stand. The Female Athlete
Triad. Medicine and Science in Sports and Exercise, v.39, n.10, p.1867-1882, 2007.
PERRY, J. Análise da Marcha. Barueri: Manole, 2005.
PRESTES, J. et al. Prescrição e periodização do treinamento de força em academias. Barueri: Manole, 2010.
RASCH, P. J. Cinesiologia e Anatomia aplicada. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
VERDERI, É. Programa de Educação Postural. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2005.

REFERÊNCIAS ON-LINE
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Em: https://www.iaaf.org/news/news/straddle-high-jump-seminar-brumel-italy. Acesso em: 11 nov.
2019.
2
Em: https://www.sportslab.com.br/servicos/avaliacao-e-treino-isocinetico/. Acesso em: 12 nov. 2019.
3
Em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Perpendicularidade. Acesso em: 14 nov. 2019.
4
Em: http://alvarorosa.blogspot.com.br/2008/04/importncia-das-curvaturas-fisolgicas-da.html. Acesso
em: 18 nov. 2019.
5
Em: https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-esqueletico/coluna-vertebral/. Aces-
so em: 18 nov. 2019.
6
Em: https://horadotreino.com.br/os-tipos-de-musculos/. Acesso em: 18 nov. 2019.
7
Em: https://jornal.usp.br/atualidades/lesoes-graves-na-coluna-podem-ser-evitadas-com-cuidados-sim-
ples/. Acesso em: 20 nov. 2019.
8
Em: https://ciclovivo.com.br/vida-sustentavel/bem-estar/6-atividades-fisicas-para-reduzir-dores-na-
-coluna/. Acesso em: 19 nov. 2019.

176
gabarito

1. A
2. D
3. A
4. C
5. C

177
conclusão geral
Caro(a) aluno(a), neste livro, abordamos os mecanismos envolvidos na mecânica corporal.
Desse modo, discutimos, na Unidade 1, as terminologias básicas dos conceitos relacionados
à Cinesiologia e à Biomecânica, e conhecemos os principais métodos de análise para a aplica-
ção de conhecimentos biomecânicos, na análise do movimento humano.
Na Unidade 2, verificamos as considerações esqueléticas do movimento e da composição
do corpo humano. Identificamos como ocorre a formação e o desenvolvimento dos ossos e a
aplicação de cargas mecânicas no sistema esquelético, reforçando a importância da arquitetu-
ra das articulações e a classificação, quanto à forma e ao número de eixos articulares.
Na Unidade 3, tratamos das principais terminologias relacionadas ao padrão dos movi-
mentos corporais, sendo essencial a compreensão da descrição do movimento articular, base-
ado em planos; eixos e termos direcionais relacionados. Entendemos também a importância
da anatomia da coluna vertebral e das curvaturas vertebrais para o movimento.
Posteriormente, na Unidade 4, estudamos os conceitos relacionados ao sistema nervoso
para compreender o funcionamento e o controle dos movimentos, como gerador dos sinais
que levarão o músculo esquelético ao ciclo contrátil. Sabemos que, por meio da junção neu-
romuscular, o neurônio motor envia o sinal que alterará os elementos das células musculares.
Estes levarão à contração muscular. Passamos, em seguida, a discutir o papel das proprie-
dades mecânicas que influenciam na força muscular e alguns princípios e modalidades do
treinamento para o fortalecimento muscular.
Para encerrar nosso módulo, na Unidade 5, trabalhamos os conceitos cinesiológicos, re-
levantes para os movimentos cotidianos, bem como os conhecimentos biomecânicos que
podem ser utilizados na prática esportiva e na musculação com efetividade, minimizando o
risco de lesões. Espero que tenha aproveitado os conteúdos trabalhados, em cada unidade, e
compreendido a importância dessa disciplina, essencial para sua formação profissional.
Um grande abraço.

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