Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E CINESIOLOGIA
PROFESSORAS
Me. Bruna Felix Apoloni
Me. Regina Alves Thon
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor
Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio
Ferdinandi.
2
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos
com princípios éticos e profissionalismo, não somente entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil.
para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima A rapidez do mundo moderno exige dos educadores
de tudo, para gerar uma conversão integral das soluções inteligentes para as necessidades de todos.
pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: Para continuar relevante, a instituição de educação
intelectual, profissional, emocional e espiritual. precisa ter pelo menos três virtudes: inovação,
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de coragem e compromisso com a qualidade. Por
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia,
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e do ensino presencial e a distância.
Londrina) e em mais de 500 polos de educação a distância Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é
espalhados por todos os estados do Brasil e, também, promover a educação de qualidade nas diferentes áreas
no exterior, com dezenas de cursos de graduação e do conhecimento, formando profissionais cidadãos
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros que contribuam para o desenvolvimento de uma
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. sociedade justa e solidária.
Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de Vamos juntos!
boas-vindas
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja,
iniciando um processo de transformação, pois quando estes materiais têm como principal objetivo “provocar
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta
profissional, nos transformamos e, consequentemente, forma possibilita o desenvolvimento da autonomia
transformamos também a sociedade na qual estamos em busca dos conhecimentos necessários para a sua
inseridos. De que forma o fazemos? Criando formação pessoal e profissional.
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível e construção do conhecimento deve ser apenas
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita.
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos
se educam juntos, na transformação do mundo”. fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
Os materiais produzidos oferecem linguagem das discussões. Além disso, lembre-se que existe
dialógica e encontram-se integrados à proposta uma equipe de professores e tutores que se encontra
pedagógica, contribuindo no processo educacional, disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
complementando sua formação profissional, seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
desenvolvendo competências e habilidades, e trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, acadêmica.
autores
pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Atuou como docente no Curso de Educa-
http://lattes.cnpq.br/7026483146490824
apresentação do material
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA
Prezado(a) aluno(a), por meio deste livro, conheceremos o movimento humano. Isso
acontecerá a partir da abordagem dos conteúdos, ao longo da disciplina de Biome-
cânica e Cinesiologia. Os movimentos humanos são de extrema complexidade, e a
Cinesiologia, denominada como a ciência do movimento humano, é fundamental
para explorarmos esse tema. Em conjunto com os conhecimentos cinesiológicos,
a Biomecânica será estudada, em nosso livro, porque é uma importante subárea
da Cinesiologia que possibilita informações sobre a mecânica dos movimentos.
Desse modo, na Unidade 1, falaremos dos conceitos básicos que utilizare-
mos como base ao longo do nosso estudo, permitindo, assim, aprofundarmos
nosso conhecimento nas unidades posteriores.
Na Unidade 2, discutiremos “As considerações esqueléticas do movimento e
da composição do corpo humano”. Aprenderemos como o sistema esquelético
é estruturado: tipos de ossos, células ósseas, classificação, formação e desenvol-
vimento dos ossos. Também discutiremos as aplicações de cargas mecânicas,
no sistema esquelético e as articulações.
Posteriormente, na Unidade 3, intitulada “Terminologia padrão dos movi-
mentos corporais”, identificaremos e descreveremos posições, planos e eixos de
referência, associados ao corpo humano, bem como os movimentos em relação
a termos direcionais; compreenderemos as posturas habituais, no cotidiano,
e a importância da coluna vertebral e de suas curvaturas para o movimento.
Na Unidade 4, trataremos do tema “Considerações neurológicas do movimen-
to”. Neste momento, discutiremos conceitos relacionados ao sistema nervoso
para compreender o funcionamento e controle dos movimentos. Além disso,
falaremos de conceitos relacionados ao sistema muscular como: a organização
física do músculo, tipos e características das fibras musculares, inserção muscu-
lar, ações musculares, propriedades mecânicas e conceitos que se relacionam e
influenciam a força muscular.
apresentação do material
Bons estudos!
sum ário
UNIDADE I UNIDADE IV
INTRODUÇÃO À BIOMECÂNICA CONSIDERAÇÕES NEUROMUSCULARES
14 Terminologias e Conceitos Básicos da Cinesiologia DO MOVIMENTO
e da Biomecânica 126 Considerações Neurológicas do Movimento
18 Abordagem para Solução de Problemas: Ilustran- 130 Estrutura Macroscópica do Músculo
do os Conceitos Básicos da Biomecânica
137 Características Funcionais do Músculo
23 Unidades de Medida Associadas a Grandezas
Físicas Específicas 141 Mecânica Muscular e Princípios Básicos do Forta-
lecimento Muscular
27 Métodos de Análise em Biomecânica
UNIDADE V
UNIDADE II BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA APLICADA
CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS DO MOVIMENTO
158 Cinesiologia Aplicada à Vida Diária
E DA COMPOSIÇÃO DO CORPO HUMANO
161 Biomecânica Aplicada ao Esporte
52 Composição Óssea
163 Biomecânica Aplicada à Musculação
56 Tipos de Ossos
175 Referências
59 Processo de Formação, Crescimento Ósseo e
Cargas Mecânicas 178 Conclusão geral
66 Sistema Articular
UNIDADE III
TERMINOLOGIA PADRÃO DOS MOVIMENTOS CORPORAIS
84 Posição Anatômica de Referência, Planos e Eixos
do Movimento
90 Movimentos Fundamentais: Definições e Ações de
Movimento
101 Mobilidade e Lesões Osteoarticulares
105 Biomecânica da Coluna Vertebral
INTRODUÇÃO À BIOMECÂNICA
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Terminologias e Conceitos Básicos da Cinesiologia e da
Biomecânica
• Abordagem para solução de problemas: ilustrando os
conceitos básicos da Biomecânica
• Unidades de medida associadas a grandezas físicas específicas
• Métodos de análise em Biomecânica
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer os aspectos históricos, os conceitos e as definições
da área de atuação da Cinesiologia e Biomecânica.
• Entender a importância de estudar a Biomecânica, enfatizando
a preparação do profissional na atuação efetiva de resolução de
problemas relacionados à saúde e ao desempenho humano.
• Conhecer o sistema de pesos e medidas utilizado
internacionalmente, em pesquisas científicas, e adotado para o
uso diário.
• Conhecer os principais métodos de análise para a aplicação
de conhecimentos biomecânicos na análise do movimento
humano.
unidade
I
INTRODUÇÃO
O
lá, seja bem-vindo(a), caro(a) aluno(a). Abordaremos, nesta
unidade, conceitos básicos necessários para compreender a
área de estudo que abrange a Cinesiologia e a Biomecânica.
Tais conceitos, estudados de forma integrada, serão úteis para
entendermos a complexidade das principais análises do movimento.
Em um primeiro momento, discutiremos os aspectos relaciona-
dos aos conceitos e as definições que são norteadoras da Cinesiologia,
conhecida, literalmente, como a grande área de estudo que envolve
todo entendimento da “ciência do movimento humano”. A Biomecâni-
ca, por sua vez, é uma importante subárea da Cinesiologia e tem como
significado a combinação do prefixo bio (vida) e o campo da mecâni-
ca, que é o estudo da ação das forças.
O desenvolvimento dos estudos nessa temática tem proporcionado
cada vez mais informações completas do movimento humano durante
o esporte de alto rendimento, exercícios físicos, atividades cotidianas,
saúde, entre outros. Desse modo, abordaremos no primeiro tópico os
conceitos básicos, as definições e as perspectivas de análises biome-
cânicas. Esses conceitos, aplicaremos para a obtenção de soluções de
problemas específicos relacionados à biomecânica. No segundo tópico,
compreenderemos a importância de estudar biomecânica e identifi-
caremos as possibilidades para a solução de problemas sobre os diver-
sos campos de atuação, sob a ótica de análise do movimento.
Na sequência, apresentaremos as unidades de medidas, utilizadas, in-
ternacionalmente em pesquisas científicas e em atividades da nossa roti-
na. No quarto tópico, descreveremos os métodos que podem ser utiliza-
dos visando as diferentes formas de análise biomecânica do movimento.
Em suma, após o estudo desta unidade, o conhecimento inicial adquirido
nos fornecerá uma importante base de estudos, que nos possibilitará o
aprofundamento proposto nas próximas unidades.
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA
Iniciaremos, agora, nosso roteiro de estudos. Primeira- sa do ponto de vista mecânico); os desafios enfrentados
mente, desvendaremos as principais terminologias norte- no processo de crescimento e desenvolvimento, até che-
adoras da Cinesiologia e da Biomecânica. Posteriormente, garmos no envelhecimento humano, em que a marcha
entenderemos as principais definições dessas complexas se torna, novamente, um obstáculo hesitante e desequi-
áreas de estudo, essenciais aos profissionais da Educação librante. Diante desses desafios, a ciência avança todos os
Física, pois diversas são as possibilidades de campos de dias, e esse conhecimento é infinito e nos motiva a cada
atuação desses profissionais. O entendimento básico da amanhecer, a estudar e aplicar todos os conhecimentos
biomecânica acompanha o homem desde sua existência, adquiridos nessa intrigante área de estudo.
abrangendo a complexidade dos primeiros passos desa- Vamos, então, na figura a seguir, entender o significa-
jeitados de uma criança (acredita-se uma tarefa ambicio- do de algumas palavras-chave para não ocorrer dúvidas.
14
EDUCAÇÃO FÍSICA
Durante o processo histórico, tivemos avanços nos Faremos, rapidamente, uma retomada do pro-
conhecimentos e, por conseguinte, novas áreas fo- cesso histórico de reconhecimento das origens da
ram desenvolvidas e reformuladas. Nesse processo, Cinesiologia e da Biomecânica. O título de “Pai da
tornou-se inevitável o surgimento de uma multi- Cinesiologia”, geralmente, é atribuído a Aristóteles
plicidade de termos, com vários significados, com a (384-322 a. C). Desde sua existência, várias teorias
proposta de descrever os assuntos relevantes da nossa e fenômenos foram investigados por cientistas reno-
área. O termo “cinesiologia” é a combinação de dois mados, como as investigações de Christian Wilhelm
verbos gregos “kinein” que significa “mover”, e “logos”, Braune (1831-1892) e Otto Fischer (1861-1917),
“estudar”. Os cinesiologistas estudam o movimento e envolvendo técnicas fotográficas para estudos expe-
combinam a anatomia, a ciência da estrutura do cor- rimentais, que, ainda, são considerados de grande
po, com a fisiologia, a ciência da função do corpo. Esta importância no estudo da marcha humana e foram
junção produz a Cinesiologia, a ciência dos movimen- capazes de estabelecer o centro de gravidade do
tos do corpo. Fica claro a necessidade de entendermos corpo, em estudo publicado em 1889. Na segunda
que Cinesiologia é o estudo do movimento humano e metade do século XX, a Cinesiologia surgiu como
a Biomecânica, uma subdisciplina da Cinesiologia. O entidade distinta na família das disciplinas científi-
termo “biomecânica”, por sua vez, combina o prefixo cas. Como todas disciplinas, suas origens foram des-
“bio”, que significa “vida”, com o campo da mecânica, pertadas pela necessidade humana e pelos proble-
que é o estudo da ação das forças. mas práticos, sua forma organizada tornou-se bem
15
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
mais abrangente e integrada teoricamente. Como e na Universidade de Santa Maria, com o intuito de fomen-
disciplina, o foco é o comportamento dos movimen- tar o desenvolvimento da área e estabelecer as bases para
tos dos organismos vivos (RASCH, 1991). o curso de formação de especialistas em Biomecânica. A
O termo “biomecânica” começou a ser utilizado no partir dessas e outas ações posteriores, por esse convênio
início da década de 70 para descrever a ciência que en- entre Brasil-Alemanha, observou-se o aumento de pesqui-
volvia o estudo dos aspectos mecânicos dos organismos sadores dedicados aos estudos das questões biomecânicas.
vivos. Dentro dos campos da Cinesiologia e da ciência do Tal condição levou a Biomecânica a se expandir além do
exercício, o organismo vivo mais estudado é o corpo hu- espaço disciplinar da Educação Física, gerando relações
mano. Uma das definições mais utilizadas para Biomecâ- multidisciplinares. Assim, pode-se citar o primeiro even-
nica, segundo Hay (1981, p. 3), “é a ciência que examina to acadêmico da biomecânica brasileira, a realização do “I
as forças internas e externas que atuam no corpo e seus Encontro Nacional de Docentes de Cinesiologia e Biome-
efeitos”. Para Hall (2013, p. 2), “as forças estudadas in- cânica”, ocorrido em 1988, na Universidade do Rio Grande
cluem tanto forças internas produzidas pelos músculos do Sul. A partir desse, impulsionou-se eventos posteriores
como forças externas que atuam sobre o corpo”. Os bio- pelo Brasil e, em dezembro de 1992, fundou-se, em Assem-
mecânicos utilizam as ferramentas da mecânica, o ramo bleia Geral, a Sociedade Brasileira de Biomecânica (SBB).
da física que envolve a análise das forças, para estudar (AMADIO; SERRÃO, 2004).
aspectos anatômicos e funcionais dos organismos vivos. A Biomecânica é um ramo científico da medici-
No Brasil, a história da Biomecânica também começou na esportiva (Figura 2) que engloba aspectos clínicos e
a ser escrita há poucos anos. Essa trajetória foi fortemente científicos do exercício físico e dos esportes e tem, ain-
influenciada pelo apoio que algumas instituições de ensino da, aplicações acadêmicas nas áreas: zoologia, ortopedia,
superior, no país, receberam do governo alemão, em 1965. cardiologia, engenharia biomédica, fisioterapia, entre
Como parte de uma das ações previstas desse convênio, no outras. O American College of Sports Medicine é um
ano de 1976, o professor Harmut Riehle ministrou cursos exemplo de organização que promove a interação entre
na Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo os tópicos da medicina esportiva.
16
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
SAIBA MAIS
Homem vitruviano
É um desenho de Leonardo da Vinci que des-
creve as proporções do corpo humano. É uma
arte baseada em uma obra do arquiteto ro-
mano Vitrúvio, que elaborou uma série de
dez livros intitulados De Architectura. É um
tratado de arquitetura que no terceiro livro
descreve as proporções do corpo humano
masculino. No desenho, observamos um ho-
mem nu com os braços e as pernas afastados,
e as proporções do corpo humano encaixa-
das em uma figura quadrada e redonda. As
combinações das posições dos braços e das
pernas formam quatro posturas diferentes.
Dentre as proporções descritas por Da Vinci,
temos, por exemplo, que o comprimento da
mão é um décimo da altura de um homem
e o comprimento dos braços abertos de um
homem (envergadura dos braços) é igual à
sua altura.
Para saber mais sobre as proporções mate-
máticas do corpo humano de Leonardo da
Vinci, acesse o site História das Artes, disponí-
vel no endereço https://www.historiadasartes.
com/sala-dos-professores/o-homem-vitruvia-
no-leonardo-da-vinci/.
Fonte: as autoras.
17
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA
18
EDUCAÇÃO FÍSICA
19
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
seu cotidiano. Todas as investigações requerem a cone- As indagações do cotidiano surgem para melhor ana-
xão dos conhecimentos de todas as áreas para resolução lisarmos o movimento humano, desde, por exemplo, a
de problemas. Muitas tarefas demandam a condução de identificação da alteração da marcha até o refinamento
análises do movimento, que podem ser tanto de origem de uma técnica esportiva. Dependendo do propósito e
qualitativa ou quantitativa. da identificação essencial do problema, podemos seguir
• QUANTITATIVO: relaciona-se ao uso de números. com as análises qualitativas ou quantitativas.
Os pesquisadores biomecânicos se baseiam em questões es- A Biomecânica estuda a mecânica do movimento dos
pecíficas da mecânica do movimento dos organismos vivos. seres vivos, que tem um caráter experimental. Dado um Fe-
nômeno, procuramos informações a respeito dele; depois,
SEIS METROS TRÊS SEGUNDOS buscamos entender nosso espaço físico para, a partir desse
ponto, gerar uma interpretação de dados experimentais.
Esquematizando a pesquisa experimental, podemos
QUANTITATIVO representá-la da seguinte maneira:
• QUALITATIVO: descrição não numérica de qua- Literatura – abordagens e técnicas para resolução
lidade, que pode ser geral, mas, também, pode ser extre- de problemas.
mamente detalhada. Por exemplo, podemos observar um
homem caminhando lentamente, parece se inclinar para Escrever a informação em um formulário.
RUIM
LONGO REFLITA
QUALITATIVO
PESADO Faz-se essencial entendermos a importância
de “estudar Biomecânica”. Será que todo Pro-
FLEXIONADO fessor de Educação Física é capaz de dimen-
sionar o quanto é importante o conhecimento
RODADO
da Biomecânica para o seu dia a dia?
20
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
A partir do que já estudamos, podemos compreender em altura e era tão superior aos seus contemporâne-
algumas abordagens para solução de problemas, tanto os que foi considerado inigualável. Naquele tempo,
qualitativamente como quantitativamente, ilustrando os como hoje, havia uma grande e muito disseminada
conceitos básicos da Biomecânica. tendência a treinadores e atletas adotarem cegamen-
Faremos um resumo da importância desse co- te os métodos do campeão do momento. Assim,
nhecimento para pessoas interessadas nas técnicas alguns dos métodos empregados por Brumel eram
esportivas, de um modo ou de outro. Três grupos se relativamente novos para os saltadores em altura e
destacam: professores de Educação Física, treinadores por isso ele foi imitado mais do que qualquer outro.
e atletas (HAY,1981). Alguns saltadores copiavam até a distância que ele
Para o Professor de Educação Física, Para o Treinador, a importância de Para o Atleta, à medida que o aluno
os objetivos são diversos. Podemos um conhecimento de biomecânica progride ou ganha maior vivência e
destacar que a Educação Física é um depende, em certa extensão, do experiência, a orientação oral e uma
meio de educação através das atividades esporte que está sendo treinado. O análise do movimento podem ajudar
físicas e a sua repercurssão ampla sobre treinador trabalha nos níveis mais mais ainda o desenvolvimento e a
o crescimento, desenvolvimento e avançados e, por sua vez, está conscientização de uma habilidade
comportamento humano. interessado não somente nos motora (HAY,1981).
fundamentos básicos, mas também
Desse modo, o em detalhes mais específicos.
conhecimento da Desta forma, à
biomecânica (e do medida que o nível
aprendizado mecânico da performance
e da fisiologia) é cresce, o treinador
absolutamente essencial necessita de
ao professor. conhecimentos
Existe o interesse mais profundos de
em trabalhar com biomecânica
principiantes os (HAY,1981).
principais fundamentos
das técnicas
desportivas e nos
princípios gerais
da biomecânica
(HAY,1981).
Você sabia que alguns detalhes da técnica esportiva de tomava, a velocidade de abordagem do sarrafo e a
um campeão baseiam-se nos conhecimentos de biome- elevação simultânea de braços no momento de im-
cânica? Estes proporcionam a única base sólida e lógica pulsão (HAY, 1981). A Figura 4 demonstra o salto do
para avaliar as técnicas (estilos) para os quais a nossa tipo “tesoura”, utilizado por Brumel e outros atletas
atenção foi atraída pela observação dos campeões. da época. Posteriormente, como podemos observar,
Há alguns anos, o campeão mundial de salto em na Figura 5, o americano Dick Fosbury revolucionou
altura era um russo chamado Valery Brumel. Brumel a técnica do salto que evolui, cada vez mais, graças,
conservou os recordes mundiais e olímpicos de salto em grande parte, aos conhecimentos biomecânicos.
21
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA
22
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Unidade de
Grandeza física Símbolo
medida
Comprimento metro M
Massa quilograma Kg
Tempo segundos S
23
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Figura 7 - Medir a altura de uma criança (m). Figura 9 - Mediar o tempo gasto para nadar uma prova de natação (s)
24
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 8 refere-se a medição das distâncias percorridas nas provas
do Atletismo (m). Compreende a foto de um atleta masculino em posição de largada na
marca da pista de atletismo. O atleta está na raia 5. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
PÁGINA 24– Figura 9 - Mediar o tempo gasto para nadar uma prova de natação (s)
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 9 refere-se a medição do tempo gasto para nadar uma prova
de natação (s). Compreende a foto de um atleta masculino nadando dentro de uma piscina.
Ele usa touca e óculos pretos. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 10 refere-se a determinação dos pesos (Kg) nas provas de
Levantamento de peso. Compreende a foto de um atleta preparando-se para levantar uma
barra de ferro horizontal com dois pesos circulares nas extremidades. Nas mãos do atleta
tem um pó na cor branca. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Apesar do sistema internacional de unidades (SI) ser o mais empregado no mundo atualmente, os EUA utilizam,
vastamente, o sistema métrico inglês. Esse sistema de pesos e medidas foi, originalmente, desenvolvido na
Inglaterra há séculos, para facilitar o comércio e a divisão de terras. Suas principais unidades de medida são:
polegadas, libra, milha e jardas (HALL, 2013).
No futebol americano, as dimensões do campo são descritas em jardas (sistema inglês). O gramado é um re-
tângulo de 120 jardas, o que equivale a 109,73 m de comprimento e 53 ⅓ jardas, que representa 48,76 m de
largura. A cada 5 jardas, há, no gramado, uma linha que atravessa o campo de uma lateral até a outra. E a cada
10 jardas, são marcados os números que indicam a distância até o gol mais próximo.
Figura 11 - Campo de futebol americano com as dimensões em jardas (sistema métrico inglês)
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
EM BIOMECÂNICA
25
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Solução:
Tempo = distância/velocidade
26
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Métodos de Análise
em Biomecânica
VOCÊ SABE O QUE É MOVIMENTO? tantemente a superação dos limites: correr mais rápido,
arremessar com mais eficiência e saltar mais alto, por
O movimento, objeto de estudo da Biomecânica, é defi- exemplo. Diversos fatores contribuem para a melhora
nido como uma mudança de local, posição ou postura do rendimento esportivo: acompanhamento psicológi-
em relação a um ponto de referência do ambiente. É de co, nutricional, médico e fisioterápico. Além disso, um
fundamental importância para o ser humano, pois pos- dos principais fatores para aprimorar o desempenho es-
sibilita a sua interação com o ambiente no qual está in- portivo do atleta consiste em elaborar estratégias para o
serido (HAMILL; KNUTZEN, 1999). treinamento técnico, tático e físico. Para isso, a Biomecâ-
Qual é a importância de analisar os movimentos nica é uma aliada fundamental, porque por meio de seus
dos indivíduos? Nos esportes, os atletas buscam cons- métodos de análise é capaz de fornecer dados relativos à
27
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA
execução dos movimentos esportivos que poderão ser e balanço. O apoio representa o período no qual o pé
utilizados como base para o planejamento e a imple- está em contato com a superfície e o balanço refere-se ao
mentação de programas de treinamento mais eficazes. tempo em que o pé está no ar para o avanço do membro.
Nos movimentos cotidianos, a análise biomecânica A fase do apoio é subdividida em duplo apoio inicial,
é fundamental para a promoção da saúde, visto que a que é o apoio dos dois pés no chão, no início da mar-
partir dos dados obtidos é possível, por exemplo, iden- cha; o apoio simples, o contato de apenas um pé no solo,
tificar a maneira mais segura e confortável para a exe- e duplo apoio terminal, que ocorre no final do ciclo da
cução de tais movimentos. Um exemplo é a caminhada, marcha (PERRY, 2005).
utilizada como meio de locomoção e forma de manter Na segunda aula, vimos a importância da análise
o condicionamento físico. As pesquisas biomecânicas da biomecânica do movimento, que pode ser realizada por
caminhada (marcha) dão subsídios para a caracterização meio da pesquisa qualitativa ou quantitativa. Cabe des-
do movimento nos diferentes estágios da vida, como in- tacar, neste momento, que o tipo de análise e o método
fância, idade adulta e terceira idade, permitindo também utilizado dependerão, entre outros fatores, do objetivo
a estruturação de programas de intervenção para esses da análise. Por exemplo, se o objetivo do profissional de
grupos e para grupos especiais, como indivíduos em pro- Educação física é verificar a posição do cotovelo do atle-
cesso de tratamento da osteoporose ou lesão ligamentar. ta, durante um arremesso de lance livre do basquetebol,
A Figura 14 é um exemplo da descrição das fases da apenas a observação visual simples é necessária. Se o ob-
marcha, obtida por meio de análises biomecânicas desse jetivo, porém, é analisar as forças aplicadas pela mão, du-
movimento. A marcha é dividida em duas fases: apoio rante o arremesso, faz-se necessário o uso de equipamen-
28
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
tos avançados para o registro da execução do movimento nutenção de posições e posturas, quando não há movi-
e conhecimento científico, para a posterior análise. mento (HALL, 2013).
Como você já conheceu exemplos de abordagens
qualitativas, agora, iremos nos aprofundar na análise TIPOS DE MOVIMENTO: MOVIMENTO LI-
biomecânica quantitativa. NEAR E ANGULAR
29
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
30
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Figura 19 - Movimento linear da barra, movimento angular das articulações e movimento geral (misto) no exercício “afundo”
Fonte: Marchetti et al. (2007).
31
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
32
EDUCAÇÃO FÍSICA
tempo (s)
a = ∆v
33
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA
a = V2 – v 1
Explorando ideias da aula 3, que descreve as etapas para
resolução de problemas: ∆t
Um velocista, ao sair do bloco de partida, apresenta
velocidade de 3 m/s. Um segundo mais tarde, a velocida- a = 0 m/s – 4 m/s
de é de 5 m/s. Qual é a aceleração? 0,5 s
v1 = 3 m/s a = - 8 m/s2
cluir que o valor de v2 é maior que v1, o valor da acelera- A avaliação cinética possibilita informações sobre como
ção é positivo e o objeto/corpo aumenta sua velocidade o movimento é produzido ou como uma posição é man-
(acelerando). Veja outro exemplo de aceleração: tida. Refere-se às forças que produzem o movimento.
Um jogador de Beisebol precisa deslizar para parar Assim como na cinemática, a cinética linear descreve as
sobre uma determinada base. A velocidade é de 4 m/s, forças atuantes no movimento linear e a cinética angu-
quando faz o deslizamento, que dura 0,5 s e, logo após, o lar, no movimento angular. Esse tipo de avaliação funda-
movimento cessa. menta-se nas três Leis de Newton.
A Figura 20 representa o exercício rosca direta com
v1 = 4 m/s halter. Neste exemplo, a análise cinética nos permite
concluir que a posição de antebraço estendido é a po-
v2 = 0 m/s sição mais fraca para iniciar o movimento. Mais peso
poderá ser erguido se a rosca direta for iniciada com o
t = 0,5 s cotovelo, levemente, flexionado.
34
EDUCAÇÃO FÍSICA
ESTÁTICA E DINÂMICA
35
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 20 representa o exercício rosca direta com halter. A imagem
mostra a ilustração de uma mulher segurando um peso de 3kg com o cotovelo levemente
flexionado para cima. No exemplo, a análise cinética indica que a posição de antebraço
estendido é a posição mais fraca para iniciar o movimento. Mais peso poderá ser erguido
se a rosca direta for iniciada com o cotovelo, levemente, flexionado. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
36
EDUCAÇÃO FÍSICA
o que altera a condição do movimento. Por exemplo, na adapta a força, produzida durante o movimento. Diver-
corrida a cada contato do pé com o solo, gera-se uma sos atletas profissionais realizam esse tipo de teste com o
força que retorna com a mesma magnitude e direção objetivo de identificar valores máximos de força, potên-
oposta (BARELA; DUARTE, 2011). cia e torque; valores para grupos musculares e articula-
Alguns instrumentos utilizados na dinamometria ções em específico; possíveis desequilíbrios e fraqueza
são: a plataforma de força, isocinético, dinamômetro muscular. Além da avaliação, o instrumento também é
manual, células de carga, transdutores de carga e ins- utilizado para treinamento e recuperação de lesões.
trumentos para avaliação da distribuição da pressão
plantar. A Figura 22 representa uma plataforma de força,
que por meio de quatro sensores posicionados nas suas
extremidades, registra a força aplicada nas três direções:
vertical (Z), médio-lateral (X) e ântero-posterior (Y).
Figura 22 - Plataforma de força / Fonte: Barela e Duarte (2011). Figura 23 - Dinamômetro isocinético / Fonte: Sportslab ([2019], on-line)².
37
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
das bidimensionais ou tridimensionais de cada ponto cas fisiológicas que indicam a velocidade e o padrão de
corporal, em cada quadro da imagem do movimento, e recrutamento da ação muscular dos grupos mais ativados
junto com funções trigonométricas e cálculos de variá- durante um movimento. O pesquisador precisa atentar-se
veis cinemáticas colocados no software. Na sequência, é a alguns detalhes, por exemplo, o posicionamento de ele-
feito o registro do movimento esportivo e/ou cotidiano, trodos nos grupos musculares de interesse e que são ati-
por meio de câmeras filmadoras. A frequência de regis- vados durante o movimento. Ao utilizar a eletromiografia
tro da imagem deve estar em acordo com a frequência é possível realizar outras investigações biomecânicas, ao
natural do movimento a ser analisado. Na próxima eta- mesmo tempo, como a obtenção de variáveis cinemáticas.
pa, o registro do movimento é transferido para o com- O posicionamento dos eletrodos e os procedimentos da
putador e realizado o processamento. Esta etapa, muitas avaliação com eletromiografia devem seguir as referên-
vezes é feita pelo próprio software da câmera filmadora cias descritas pela Sociedade Internacional de cinesiolo-
e consiste em reconstruir, de modo bidimensional ou gia e eletrofisiologia (MERLETTI; TORINO, 1999). O si-
tridimensional, os pontos corporais em movimento e nal eletromiográfico é captado por meio dos eletrodos do
calcular as variáveis de interesse (AMADIO et al. 1999). tipo agulha, fio ou de superfície. A seguir, o sinal deve ser
processado por meio de softwares específicos. Os dados
obtidos podem ser utilizados para a visualização do pa-
drão da ativação muscular e pode servir como referência
para comparações entre diferentes tipos de contrações,
exercícios e sobrecargas de treinamento.
Figura 24 - Os marcadores posicionados no corpo do indivíduo para a Figura 25 - Posicionamento de eletrodos no grupo muscular de interesse
construção do modelo biomecânico e sinal eletromiográfico
38
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
39
considerações finais
40
atividades de estudo
41
atividades de estudo
42
LEITURA
COMPLEMENTAR
43
LEITURA
COMPLEMENTAR
44
LEITURA
COMPLEMENTAR
45
material complementar
Biomecânica aplicada
Paulo Marchetti, Ruy Calheiros, Mario Charro
Editora: Phorte
Sinopse: nesse livro, os autores agregam os conhecimentos teóricos da
Biomecânica aos práticos, treinamento e atividade física.
Para mais informações sobre os aparelhos e testes isocinéticos, acesse o link a seguir:
http://www.isokinetics.net
46
gabarito
1. E
2. E
3. C
4. D
5. A
47
CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS DO
MOVIMENTO E DA COMPOSIÇÃO DO
CORPO HUMANO
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Composição óssea
• Tipos de ossos
• Processo de formação, crescimento ósseo e cargas
mecânicas
• Sistema articular
Objetivos de Aprendizagem
• Identificar a estrutura e a composição do sistema
esquelético.
• Descrever os principais tipos de ossos e a sua classificação
em relação a sua forma.
• Explicar como ocorre a formação e o desenvolvimento
dos ossos e a aplicação de cargas mecânicas no sistema
esquelético.
• Identificar a arquitetura das articulações e a classificação
quanto à forma e ao número de eixos articulares.
unidade
II
INTRODUÇÃO
O
lá, seja bem-vindo(a) à segunda unidade do livro Biomecâ-
nica e Cinesiologia. Neste momento, após aprendermos os
princípios e conceitos básicos aplicados à biomecânica e à
cinesiologia em nossa primeira unidade, trataremos de um
outro importante assunto: o sistema ósseo. Aqui, você compreenderá a
composição e a estrutura do tecido ósseo. O esqueleto adulto contém,
aproximadamente, 206 ossos, e apesar da imagem do osso, por vezes, re-
meter-nos a uma estrutura rígida e dura, mostraremos que os ossos são
tecidos dinâmicos e vivos.
O sistema esquelético é subdividido, nominalmente, em esqueleto axial
ou central (crânio, as vértebras, o esterno e as costelas) e em esqueleto apen-
dicular (ossos que compõe os membros do corpo). Iremos desvendar como
os ossos são categorizados de acordo com seus formatos e funções gerais.
Sabemos que o crescimento ósseo começa no início da vida fetal, e o osso
vivo modifica, continuamente, sua composição e estrutura ao longo da vida.
No corpo humano, o sistema esquelético é fundamental para dar suporte
contra forças externas, agir como um sistema de alavancas para produzir
força, proteger órgãos internos, formar células sanguíneas, entre outros.
Além disso, iremos entender como o osso responde, dinamicamente, à pre-
sença e à ausência de forças e como se comportam essas aplicações de cargas
mecânicas, no nosso dia a dia e no ambiente esportivo. Diante disso, veremos,
ao longo desta unidade, a fascinante arquitetura das articulações e classifi-
cações de acordo com sua forma e eixos articulares. Além disso, entenderemos
os problemas ocasionados pelo processo de desmineralização óssea que acom-
ete astronautas, pacientes acamados e idosos. Seremos capazes de entender a
complexidade e os problemas decorrentes da osteoporose e osteopenia.
Bons estudos!
Composição
Óssea
COMPOSTOS
INORGÂNICOS
COMPOSTOS Cerca de 65% do tecido ósseo -
ORGÂNICOS COMPOSIÇÃO fosfato de cálcio, carbonato de cálcio,
Cerca de 35% do DO TECIDO ÓSSEO fluoreto de cálcio, hidróxido de cálcio
tecido ósseo - colágeno
e citrato, que são denominados
hidroxiapatita mineral.
Figura 1 - Compostos orgânicos e inorgânicos que compõem o tecido ósseo / Fonte: as autoras.
52
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Em relação à estrutura do tecido ósseo, podemos destacar: lágeno, representa de 25% a 30% do peso líquido
• Substância compacta (material inorgânico – do osso. O osso esponjoso tem alta porosidade
denominado de osso cortical) – composto por (30 a 90% do volume), é menos rígido, suporta
cálcio e fosfato, representa de 65 a 70% do peso menores tensões e maiores deformações.
líquido do osso. O osso cortical tem baixa poro-
sidade (5 a 30% do volume), isso significa que
contém pequena quantidade de poros ou cavi- REFLITA
dades e menor proporção de fosfato de cálcio e
de carbonato de cálcio. Assim, é mais rígido, su-
porta maiores tensões e menores deformações. Você, por acaso, sabe até quando os ossos
• Tecido trabecular (material orgânico – deno- se desenvolvem?
minado de osso esponjoso) – composto por co-
53
54
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
SAIBA MAIS
55
Tipos
de Ossos
56
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
57
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 6 refere-se aos ossos da mão (carpo) como exemplos de
ossos curtos. Compreende a ilustração da estrutura óssea das duas mãos humanas com
foco nos ossos próximos aos pulso. Eles são aproximadamente cúbicos com a mesma
medida de comprimento e espessura. FIM DESCRIÇÃO.
Fêmur
Os ossos sesamóides estão embutidos no tendão flexor
do hálux. O que torna esses ossos pequenos tão impor-
tantes não é a sua localização, mas a natureza com que
foram concebidos para funcionar como um ponto de
apoio ou um braço de alavanca para os tendõe. Equi-
valente a seu trabalho como um ponto de apoio, os os-
sos sesamóides também atuam como um guarda-costas
para seus tendões circundantes, segurando os tendões
Patela
mais longe da articulação. Em cima da proteção, os se-
Cartilagem samóides também servem para reforçar os efeitos de
articular
tendões do ponto de vista mecânico, como roldanas.
Fonte: as autoras.
58
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Processo de Formação,
Crescimento Ósseo e Cargas Mecânicas
O crescimento ósseo começa na vida fetal, mas o osso mas estejam presentes até a idade de 25 anos. O periósteo
vivo se modifica continuamente ao longo da vida. Desse é um tecido conectivo que cobre a face externa dos ossos,
assunto nos ocuparemos nesse tópico. Muitas mudanças exceto nas faces articulares, que têm a cartilagem hiali-
representam o crescimento normal e a maturação do na. O periósteo é suprido com vasos sanguíneos e ramos
osso. O crescimento longitudinal ocorre nas epífeses, dis- nervosos e é, extremamente, sensível a lesões e dele se
cos cartilaginosos encontrados próximos às extremida- origina a maior parte de dor de fraturas e contusões ós-
des dos ossos. O lado diafisário (central) de cada epífese seas. Os músculos são fixados ao periósteo e não direta-
produz continuamente novas células ósseas. Durante ou mente ao osso (HALL, 2013; RASCH, 1991).
logo após a adolescência, a lâmina desaparece e o osso se Existe a classificação etária do desenvolvimento,
funde, encerrando o crescimento longitudinal. A maioria que possibilita identificar a idade óssea que fornece um
das epífeses se fecha por volta de 18 anos, embora algu- registro da idade biológica do esqueleto em desenvolvi-
59
mento. Como já vimos, as radiografias do grau de ossifi- ADAPTAÇÕES QUE PODEM OCORRER NO
cação dos ossos do carpo fornecem estimativa precisa da TECIDO ÓSSEO
maturidade esquelética e fisiológica de pré-adolescentes. • Crescimento: os ossos crescem em compri-
As células ósseas passam por processos que ocorrem mento (até os 20 anos) e diâmetro, em função
devido à atividade de: de fatores genéticos; biomecânicos; fisiológicos
e ambientais.
• Modelamento: aumento da massa óssea (ocorre
na idade adulta).
OSTEOBLASTO CÉLULA ÓSSEA RESPONSÁVEL PELA
PRODUÇÃO DE TECIDO ÓSSEO • Remodelamento: processo no qual o osso ga-
nha ou perde tecido ósseo, esponjoso ou cortical,
em resposta ao nível de estresse sustentado.
• Lei do uso e desuso: a Lei de Wolff indica que a
força óssea aumenta ou diminui conforme as forças
funcionais sobre o osso aumentam ou diminuem.
OSTEOCLASTO CÉLULA ÓSSEA RESPONSÁVEL PELA
REABSORÇÃO DE TECIDO ÓSSEO Os ossos adultos ganham ou perdem massa, quan-
do a sobrecarga de um osso excede um dado limiar,
um novo osso é formado nos locais de sobrecarga e
a massa total e a densidade ósseas são aumentadas.
Quando as magnitudes da deformação permane-
PERCEBEM CARGAS MECÂNICAS
cem abaixo de um limiar menor, ocorre a remo-
OSTEÓCITO E
OSTEÓIDE E LIBERAM SINALIZADORES delagem óssea, com a remoção do osso próximo à
BIOQUÍMICOS. medula óssea. A intensidade de deformação entre
esses dois limiares ocorre na “zona de conforto” e
não desencadeia adaptações ósseas. A remodela-
gem pode ocorrer seja de modo de conservação,
As principais funções do sistema esquelético são: sus-
sem mudança na massa óssea, seja pelo modo de
tentação dos tecidos moles, inserções para músculos, desuso, com a perda líquida de massa óssea, carac-
ligamentos e fáscia e proteção para muitos órgãos do terizado por alargamento da cavidade medular e
corpo. Além disso, os ossos servem como alavancas e, por estreitamento da cortical óssea (HALL, 2013).
em conjunto com os músculos, cartilagens e ligamentos,
formam a base para o movimento. Em síntese, as fun- Você sabia que essa teoria surgiu em 1836-1902 e foi
ções dos ossos podem ser divididas em: apresentada por Julius Woff? Para o teórico, toda alte-
Funções mecânicas: ração na forma e na função de um osso, ou de uma fun-
• Suporte para o corpo contra forças externas. ção isolada, é seguida de certas alterações definitivas, em
• Age como um sistema de alavanca para transfe- sua arquitetura interna, e de uma alteração secundária
rir força. e, igualmente, definitiva. Em sua formação externa, de
• Proteção para os órgãos internos. acordo com as leis matemáticas (RASCH, 1991), têm-se:
Funções fisiológicas: • A força da ação da gravidade.
• Formar células sanguíneas (hemopoiese). • A ausência de cargas que ocasiona perda de cál-
• Armazenar cálcio (homeostase mineral). cio e perda óssea, por exemplo, o período que os
60
EDUCAÇÃO FÍSICA
Probabilidade de lesão
Caracteriza-se tensão como a força aplicada no osso por
unidade de área. A mesma força, quando aplicada em
ossos com diferentes secções transversais, pode produ-
zir diferentes tensões.
Frequência da fadiga
61
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 8 refere-se a Tensão aplicada nos ossos. A ilustração mostra
dois tipos de tensões, uma diferente da outra. Assim, a tensão é a força aplicada no osso
por unidade de área. A mesma força, quando aplicada em ossos com diferentes secções
transversais, pode produzir diferentes tensões. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 9 é um gráfico com dois eixos indicando que a probabilidade
de lesão do tecido ósseo é influenciada pela magnitude da carga e pela frequência da fadiga
imposta ao tecido. FIM DESCRIÇÃO.
(atividades físicas regulares). Quanto maior a força regular- mento. Quanto maior a carga de compressão, mais teci-
mente aplicada, maior a mineralização do osso. A segunda do deve ter o osso para suportá-la, por exemplo, as vér-
é a atrofia, ocasionada pela diminuição da densidade óssea tebras lombares e os ossos dos membros inferiores. Uma
(mineralização) em resposta à redução das cargas, regular- força compressiva, em excesso, pode ocasionar fratura.
mente, aplicadas (sedentarismo).
Tração
CARGAS MECÂNICAS SOBRE OS OSSOS
A tração é o oposto da compressão. É um tipo de car-
O comportamento biomecânico do osso, ou seja, seu ga que, atuando axialmente sobre um osso, faz o osso se
comportamento sob influências de forças e momentos, alongar e estreitar, como o indivíduo suspenso, em uma
é afetado por suas propriedades mecânicas; caracterís- barra, e o carregamento de peso.
ticas geométricas; intensidade; razão e o modo como as
cargas são aplicadas (direção e a frequência). Os tipos de Cisalhamento
carga mecânicas que afetam os ossos são:
Cisalhamento é um tipo de carga que tende a provo-
• COMPRESSÃO • TRAÇÃO • CISALHAMENTO • TORÇÃO • FLEXÃO car um deslizamento (ou deslocamento) de uma parte
de um osso sobre a outra (ou de um osso sobre o ou-
tro). Alguns problemas nos discos vertebrais podem ser
ocasionados por forças de cisalhamento, isto é, quando
uma vértebra escorrega anteriormente sobre a outra, por
exemplo, a força atuando sobre a articulação do joelho,
durante um agachamento.
Curvamento ou Torção
62
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 10 refere-se aos tipos de cargas que afetam os ossos.
Compreende a ilustração de cinco ossos compridos na vertical e suas respectivas cargas.
Compressão, onde a carga acontece de fora para dentro nas extremidades do osso. É um
tipo de carga que, atuando axialmente sobre um osso, causa encurtamento e alargamento.
Tração, é o oposto da compressão. É um tipo de carga que, atuando axialmente sobre um
osso, faz o osso se alongar e estreitar. Cisalhamento é um tipo de carga que tende a
provocar um deslizamento (ou deslocamento) de uma parte de um osso sobre a outra (ou
de um osso sobre o outro). Torção, é um tipo de carga que tende a “torcer um osso”, é
uma força rotativa, e acontece quando uma força tende a girar um osso em torno do seu
eixo longitudinal, estando uma de suas extremidades fixas (ou impedida de girar
livremente). E, por fim, flexão onde a carga também atua das extremidades para dentro.
FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA
63
64
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Além das fraturas que você acabou de conhecer, também de total de osso mineralizado, precursora da osteoporose.
podemos destacar mais algumas que são menos comuns. Classifica-se osteopenia quando a massa óssea varia entre
A Avulsão é um tipo de fratura induzida por uma carga de 10 e 25% menor que a considerada normal, superior a essa
tração, na qual uma parte do osso é puxada para fora por porcentagem, classifica-se como osteoporose.
um tendão ou ligamento nele inserido (arremessos e sal-
tos, extremamente, explosivos). Os movimentos explosivos Osteoporose
de arremesso e de salto podem causar fraturas por avulsão
do epicôndilo medial do úmero e do calcâneo. A fratura Trata-se a osteoporose da perda excessiva de compo-
impactada, por sua vez, é induzida por uma carga de com- nente mineral e da resistência do osso, observada na
pressão rara, normalmente, acontece quando existem car- maioria dos indivíduos idosos, principalmente, mu-
gas combinadas. A fratura por fadiga, por fim, resulta de lheres. Cerca de 90% das fraturas, após os 60 anos, re-
carga repetitiva de pequena magnitude (colo do fêmur). lacionam-se à osteoporose. Estudos demonstram que
a atividade física regular tende a aumentar a minera-
MUDANÇAS DEGENERATIVAS ASSOCIA- lização óssea em indivíduos com osteoporose (HALL,
DAS AO ENVELHECIMENTO 2013). Os programas de atividades físicas para esses
indivíduos devem ser feitos com cuidado para mini-
A literatura aponta que, por volta dos 21 anos, ocorre um mizar os riscos de fraturas.
pico de produção de massa óssea. O envelhecimento pro- A osteoporose pode ser considerada um problema
move uma perda progressiva da densidade óssea com o sério de saúde pública. Em mulheres, a menopausa pre-
processo do envelhecimento. As trabéculas longitudinais coce é um dos indicadores de osteoporose. Os fatores
tornam-se mais finas e algumas são reabsorvidas. Tem-se de risco incluem ser mulher, de etnia branca ou asiáti-
também a redução do osso esponjoso e o afinamento do ca, de idade avançada e com histórico familiar (NAT-
osso cortical, nesse processo, a massa óssea pode ser re- TIV, 2007). A osteoporose tipo I, ou pós-menopausa,
duzida até 50% da massa trabecular (esponjoso) original afeta, aproximadamente, 40% das mulheres com mais
e até 25% da massa cortical (HALL, 2013). de 50 anos. A osteoporose tipo II, associada a idade,
Existem evidências de que o exercício resistido re- afeta as mulheres e homens após os 70 anos. Distúrbios
gular é uma estratégia efetiva para o aumento da massa alimentares; amenorreia, ou seja, a ausência de mens-
mineral óssea durante o crescimento. Atividade física ou truação, e a osteoporose constituem uma tríade peri-
participação em esportes deve ser iniciada na pré-pu- gosa e letal para jovens atletas, o desejo de se superar
berdade e deve ser mantida durante o desenvolvimento em esportes competitivos faz os jovens atletas ficarem
da puberdade para que atinja o pico máximo de produ- com o peso muito abaixo do esperado. Outro fator que
ção de massa óssea. pode ser desenvolvido é a anorexia nervosa e a bulimia
nervosa que ameaçam a vida de muitas mulheres, pra-
Osteopenia ticantes de esportes de resistência ou atividades rela-
cionadas à aparência (HALL, 2013).
Patologia que consiste em qualquer condição que envolva
uma redução fisiológica (em relação à idade) da quantida-
65
Sistema
Articular
O sistema articular, juntamente com o esqueléti-
Tipos de Articulações: no corpo humano e na
co e o muscular, é essencial para a produção dos grande maioria dos seres vivos vertebrados, existem 3
movimentos corporais. As articulações são res- principais tipos de articulações (HALL,2013):
ponsáveis por unir os nossos ossos, permitindo, • Sinartroses (Fibrosa e Não Sinoviais) – imóveis.
assim, que o corpo se movimente. • Anfiartroses (Cartilaginosas) - ligeiramente mó-
veis.
• Diartroses (Sinoviais) - completamente móveis.
BIOMECÂNICA DAS ARTICULAÇÕES HUMANAS
Sinartroses (imóveis), fibrosa ou não sinoviais
As articulações compõem-se de vários tipos de tecidos,
e são muito bem projetadas para o desempenho da sua As sinartroses são limitadas, em relação ao movimento,
função. Em condições normais, as articulações manter e se identificam pela junção de dois ossos que são con-
na mesma linha saudáveis por 70 anos. siderados quase imóveis. Tem como função dar estabili-
66
EDUCAÇÃO FÍSICA
67
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Sínfise Púbica
68
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
69
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Articulações simples, compostas e complexas: as su- Articulação em dobradiça (gínglimo): permite mo-
perfícies articulares variam de tamanho e formato, existe, vimentos em um plano (flexão e extensão) e é denomi-
tipicamente, uma superfície côncava que encontra uma nada uniaxial, como as articulações interfalângicas dos
convexa no osso adjacente. Uma articulação com somen- dedos do pé e mão e articulação ulnoumeral do cotovelo.
te duas superfícies articulares é denominada articulação
simples, por exemplo, quadril ou tornozelo. Uma articu-
lação com três ou mais é chamada de articulação com-
posta, como o punho. Uma articulação com mais de duas
superfícies articuladoras e com um disco ou fibrocartila-
gem é denominada articulação complexa, como o joelho.
Articulação plana ou deslizante: encontrada no
pé, entre os tarsos e na mão, entre os carpos. O movi-
mento, nesse tipo de articulação, é denominado não
axial, pois não ocorre sobre um eixo, consiste no desli-
zamento de duas superfícies planas uma sobre a outra,
permitindo assim o movimento (RASCH, 1991).
Figura 20 - Articulação plana / Fonte: Hamill e Knutzen (1999). Figura 22 - Articulação atlantoaxial, na base do crânio
70
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Articulação condilar: permite movimento primário Articulação em sela: encontrada, somente, na articu-
em um plano (flexão, extensão), com pequenas quan- lação carpometacárpica do polegar, permite dois planos
tidades de movimento em outro plano (rotação), por de movimento (flexão, extensão, abdução, adução), com
exemplo, o joelho e a articulação temporomandibular. uma pequena quantidade de rotação. Tem função simi-
lar à articulação elipsóide.
Figura 24 - Articulação elipsóide / Fonte: Hamill e Knutzen (1999). Figura 26 - Articulação esferóide / Fonte: Hamill e Knutzen (1999).
71
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Coracoacromial
Semimóveis - Leve movimento pela
Ligamentosa Sindesmose Sindesmose rádio-ulnar
Anfiartrose escassa elasticidade
Tibiofibular
Esternocostal
Semimóveis - Sincondiose Negligente apenas para
Cartilaginosa Corpos de vértebras
Anfiartrose Sínfese deformação do disco
Sínfese púbica
2 a 5 articulações
Biaxial: não realiza a
Bicondilar Bicondilar metacarpofalângicas (mas
rotação
não do polegar)
72
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Movimento: nenhum, leve movimento pela escassa elasticidade, negligente apenas para
deformação do disco, sem eixo: não axial permite deslizamento ou torção, unixial: face
côncava desliza sobre a convexa (permite flexão e entensão), uniaxial: permite rotação em
um eixo vertical ou horizontal, biaxial: esferóde ou oval, flexão, extensão, abdução, adução
e circundação (sem rotação), biaxial: não realiza a rotação, triaxial: flexão, extensão,
abdução, adução e circundação e rotação, triaxial: flexão, extensão, abdução, adução e
circundação e rotação.
SAIBA MAIS
73
considerações finais
74
atividades de estudo
1. Algumas lesões agudas podem acometer o siste- IV. A osteoporose é percursora da osteopenia,
ma esquelético. Sobre os principais tipos de fra- sendo considerada uma perda de densidade
turas, leia, atentamente, as afirmativas a seguir. mineral óssea de 15%.
I. Fratura em galho verde: fratura completa, É correto o que se afirma em:
quebra na superfície convexa do encurva-
a. I, II, IV, apenas.
mento do osso, muito comum na infância e
adolescência. b. I, II, III, apenas.
II. Fratura em fissura envolve uma quebra longi- c. I, II, apenas.
tudinal completa.
d. II, III, apenas.
III. Fratura cominutiva é incompleta e fragmenta
e. I, III, IV, apenas.
o osso, geralmente, resultante de uma carga
rápida, caracterizada por numerosos peque- 3. Analise as afirmativas acerca da estrutura e do
nos fragmentos. formato dos ossos no corpo humano permitem
que eles realizem funções específicas.
IV. Fratura transversal é completa, e a quebra
ocorre em um ângulo reto ao eixo do osso. I. Os Ossos curtos têm uma haste longa, esta
permite os deslizamentos e absorve o impacto.
V. Fratura oblíqua é completa, ocorre em um ân-
gulo diferente do ângulo reto ao eixo do osso. II. Ossos Longos formam a estrutura do esque-
leto apendicular, o fêmur por exemplo, e sus-
É correto o que se afirma em:
tentam o peso do corpo.
a. I, III, V, apenas.
III. Os ossos sesamóides auxiliam na alteração do
b. II, III, IV, apenas. ângulo de inserção muscular.
c. III, apenas. IV. Ossos irregulares protegem órgãos e tecidos
moles, como os ossos do crânio e das costelas.
d. IV, V, apenas.
V. Ossos Chatos ou planos têm formatos dife-
e. V, apenas.
rentes para desempenhar funções especiais,
2. A osteoporose é uma situação que promove a por exemplo, o sacro e o cóccix.
perda da densidade mineral óssea. Sobre esse
É correto o que se afirma em:
assunto, assinale a alternativa correta.
a. I, II, apenas.
I. Classifica-se osteopenia quando a massa ós-
sea é de 10 a 25% menor que a considerada b. II, IV, apenas.
normal, mais do que isso, classifica-se como
c. V, apenas.
osteoporose.
d. II e III, apenas.
II. O esporte de rendimento pode ocasionar
uma combinação perigosa de distúrbios ali- e. III, apenas.
mentares, amenorréia e osteoporose.
III. Estudos demonstram que a atividade física re-
gular tende a diminuir a mineralização óssea
em indivíduos com osteoporose.
75
atividades de estudo
4. Tipos de Articulações: no corpo humano e na 5. A respeito das cargas mecânicas, assinale a alter-
grande maioria dos seres vivos vertebrados, exis- nativa correta.
tem 3 principais tipos de articulações, são elas: a. A Compressão é um tipo de carga que, atu-
Sinartroses (Fibrosa e Não Sinoviais), imóveis; ando axialmente sobre um osso, faz com que
Anfiartroses (Cartilaginosas), ligeiramente mó- o osso se alongue e fique mais estreito. Ten-
veis, e Diartroses (Sinoviais), completamente de a aumentar o seu comprimento e diminuir
móveis. Assinale a alternativa correta: seu diâmetro.
a. As articulações cartilaginosas ou anfiartroses
b. Tração pode ser entendida como um aper-
são caracterizadas pela presença da cápsula
to. Esse tipo de força é necessário para o de-
sinovial que contém o fluido sinovial.
senvolvimento e o crescimento do osso. É um
b. Nas articulações não sinoviais ou sinartro- tipo de carga que, atuando axialmente sobre
ses, os ossos estão unidos entre si por uma um osso, causa encurtamento e alargamento.
fibrocartilagem cuja consistência permite a Tende a diminuir o seu comprimento e au-
existência de deformação e de um certo grau mentar seu diâmetro.
de movimento (normalmente flexão) entre os
c. Cisalhamento é um tipo de carga que tende
segmentos ósseos.
a provocar um deslizamento (ou deslocamen-
c. Articulação em sela são consideradas cartila- to) de uma parte de um osso sobre outra (ou
ginosas (anfiartrose) e somente encontrada de um osso sobre outro), por exemplo, a força
na articulação carpometacárpica do polegar, atuando sobre a articulação do joelho, duran-
permite dois planos de movimento (flexão, ex- te um agachamento.
tensão, abdução, adução) com uma pequena
d. Curvamento ou Torção pode ser considerada
quantidade de rotação.
uma força de esmagamento direcionada axial-
d. Articulação em sela, são consideradas móveis mente por meio de um corpo.
(diartrose): somente encontrada na articula-
e. O comportamento biomecânico dos ossos
ção carpometacárpica do polegar, permite
não é afetado pela aplicação de cargas mecâ-
dois planos de movimento (flexão, extensão,
nicas.
abdução, adução) com uma pequena quanti-
dade de rotação. Tem função similar à articu-
lação elipsóide.
e. A articulação móvel (diartrose) tem como
função dar estabilidade estrutural, tendo
a capacidade de absorver choques e vi-
brações, dissipando alguma energia. As
Sinartroses dividem-se em: Suturas; Sindes-
moses e Gonfoses.
76
LEITURA
COMPLEMENTAR
77
material complementar
Assista ao vídeo disponível no link a seguir para aprofundar seus conhecimentos sobre a classificação dos ossos.
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=vTnUqF37QRk.
Leia a reportagem que explica como a ausência de gravidade afeta, negativamente, a densidade óssea, dispo-
nível no link a seguir: https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/passar-seis-meses-no-espaco-e-desafio-para-o-
-corpo-humano,daf98116492da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html.
78
gabarito
1. D
2. C
3. D
4. D
5. C
79
TERMINOLOGIA PADRÃO DOS
MOVIMENTOS CORPORAIS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Posição anatômica de referência, planos e eixos do
movimento
• Movimentos fundamentais: definições e ações de
movimento
• Mobilidade e lesões osteoarticulares
• Biomecânica da coluna vertebral
Objetivos de Aprendizagem
• Identificar e descrever posições, planos e eixos de
referência, associados ao corpo humano.
• Compreender a descrição do movimento articular, baseado
em planos, eixos e termos direcionais relacionados.
• Compreender as posturas habituais do cotidiano e
estabelecer relações com a amplitude de movimento.
• Entender a importância anatômica da coluna vertebral e
das curvaturas vertebrais para o movimento.
unidade
III
INTRODUÇÃO
O
lá, seja bem-vindo(a) a esta terceira unidade do nosso livro
de Biomecânica e Cinesiologia. Nas unidades anteriores,
você aprendeu os conceitos básicos das duas áreas que estu-
dam o movimento humano e compreendeu a contribuição
e a importância do sistema esquelético para o movimento e a com-
posição do corpo. Agora, trataremos de outro assunto fundamental:
a terminologia padrão dos movimentos corporais. Em um primeiro
momento, você aprenderá os três conceitos de extrema importância
para o estudo do movimento: a descrição da posição anatômica; os
planos anatômicos de referência e os eixos anatômicos de referência. A
posição anatômica é o ponto de partida para a descrição dos movimen-
tos articulares. Tais movimentos ocorrem nos planos sagital, frontal e
transverso. Esses conteúdos utilizaremos para identificar e descrever,
adequadamente, os movimentos corporais. Na sequência, você conhe-
cerá os termos específicos relacionados aos movimentos fundamentais
que servem para identificar, com precisão, as posições e direções cor-
porais.
Posteriormente, estudaremos o movimento humano, você apren-
derá a mobilidade das nossas articulações e algumas lesões osteoartic-
ulares que podem afetar a amplitude dos movimentos cotidianos e es-
portivos. Destacaremos algumas lesões, como luxação; entorse; bursite;
artrite e osteoartrite. Por fim, discutiremos a importância anatômica
da coluna vertebral e das curvaturas vertebrais para o movimento. A
coluna vertebral é um segmento complexo que contribui, efetivamente,
para a mecânica do movimento humano. É um segmento com carac-
terísticas de rigidez e elasticidade, que permite movimentos nos três
planos, além de proteger a medula espinhal. Considerando esses fa-
tores, o estudo da coluna vertebral é parte essencial dos nossos estudos
em Cinesiologia e Biomecânica.
Bons estudos!
Para descrever os movimentos corporais, é necessá- planos e eixos perpendiculares (RASCH, 1991).
rio utilizar uma terminologia, universalmente, aceita Nesse sentido, o primeiro item que vamos co-
e compreendida por todos. Assim, é de suma impor- nhecer é a posição anatômica de referência, também
tância que professores, treinadores, alunos e atletas denominada de posição inicial ou posição zero. Essa
conheçam e utilizem termos padronizados para, por é uma postura considerada o ponto de partida para
exemplo, identificar segmentos corporais; aspectos descrever os movimentos dos segmentos corporais
da habilidade que precisam ser aperfeiçoados; ensi- ou articulares. É uma posição ereta, porém não é a
nar um aluno sobre o movimento, entre outros. Além postura natural que utilizamos no dia a dia. É uma
disso, a descrição correta dos movimentos articulares orientação corporal que, por convenção, foi padroni-
é essencial para a análise biomecânica dos movimen- zada há muito tempo e é uma referência para definir
tos. Os movimentos articulares são definidos com os termos relacionados ao movimento (HALL,2000).
relação à posição anatômica e descritos por meio de Veja, na Figura 1, a posição anatômica de referência.
84
EDUCAÇÃO FÍSICA
85
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Figura 3 - Planos e
eixos de movimento
/ Fonte: Hamill e
Knutzen (1999).
Baixe o
aplicativo
Unicesumar
Experience e
vivencie essa
tecnologia Figura 4 - Movimentos no plano sagital sobre eixos articulares
Fonte: Hamill e Knutzen (1999).
86
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 4 refere-se aos Movimentos no plano sagital sobre eixos
articulares. Compreende 3 ilustrações. A primeira ilustração mostra um homem
lateralmente realizando um exercício onde há flexão no braço, na coxa e na perna. A
segunda ilustração mostra uma mulher sentada com as mãos por trás do pescoço e
realizando o movimento de flexão, subindo o tronco até próximo dos joelhos. A terceira e
última ilustração mostra o movimento de uma mão estendida, com a palma para cima
realizando o movimento para cima. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA
87
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 7 refere-se aos Movimentos no plano frontal sobre eixos
articulares. Compreende três ilustrações. A primeira imagem mostra um atleta em pé, com
as palmas das mão para frente e fazendo o movimento de levantar os braços lateralmente
até a altura dos ombros. A segunda imagem mostra o movimento lateral feito pela perna
direita. A terceira imagem mostra os movimentos laterais realizados pelos dedos da mão.
FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 8 refere-se aos Movimentos no plano frontal sobre o centro
de gravidade. Compreende a ilustração de um atleta saltando lateralmente. Ele inicia o
impulso com a perna esquerda no solo, realiza o giro lateralmente, e aterrissa com a perna
direita. Os braços mantêm-se esticados. FIM DESCRIÇÃO.
88
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 9 refere-se aos Movimentos no plano transverso sobre eixos
articulares. Compreende duas ilustrações. A primeira mostra o atleta a partir do plano de
cima da cabeça. Seu braço direito está esticado em frente ao corpo, com a palma da mão
para a esquerda e ele realiza o movimento para a direita do corpo. A segunda imagem
mostra o atleta em pé com o corpo girando para a esquerda, juntamente com a cabeça e
os braços esticados para frente. FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Figura 11 - Lançamento de bola de Beisebol sobre o ombro nos três planos / Fonte: Hamill e Knutzen (1999).
Também utilizamos a terminologia grau de liberdade (gl) articulação, denominada triaxial, indica que ele permita
para fazer referência aos movimentos nos planos. O grau movimentos nos três planos. São exemplos as articula-
de liberdade é utilizado para descrever o tipo e a quan- ções vertebrais do ombro e do quadril.
tidade de movimentos permitidos, estruturalmente pelas
articulações anatômicas. O grau de liberdade 1 represen- SAIBA MAIS
ta uma articulação que permite ao segmento se mover
em um plano de movimento. É, então, uma articulação Você sabe o que é perpendicular?
uniaxial, porque tem um eixo perpendicular ao plano de
Em geometria, perpendicular é uma termo que
movimento, por exemplo, a articulação do cotovelo que indica se dois objetos (podem ser retas ou pla-
possibilita movimentos de flexão e extensão, interfalân- nos) fazem um ângulo de noventa graus (90°).
Ou seja, refere-se às retas ou aos planos que
gicas, radioulnar e tornozelo. As articulações com grau
podem ser interceptados por um ângulo reto.
de liberdade 2, denominadas de biaxial, incluem os joe-
Fonte: adaptado de Wikipédia (2019, on-line)3.
lhos, articulações metacarpofalângicas, punho e carpo-
metacárpicas do polegar. O grau de liberdade 3 de uma
89
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
PÁGINA 89 –Figura 11 - Lançamento de bola de Beisebol sobre o ombro nos três planos
Movimentos Fundamentais:
Definições e Ações de Movimento
Agora que você já conhece os planos e o eixos dos mo- Os nomes dos segmentos corporais são padroniza-
vimentos, aprenderemos os movimentos fundamentais/ dos para facilitar a descrição dos movimentos. A parte
básicos e os termos direcionais. Inicialmente, você co- principal do nosso corpo é composta pela cabeça, pes-
nhecerá os termos padronizados, utilizados para des- coço e tronco. Esta parte é denominada de porção axial
crever os movimentos. Na sequência, vamos apresentar do esqueleto que compreende mais de 50% do peso to-
a você os seis movimentos básicos que ocorrem nas ar- tal de um indivíduo. A porção apendicular do esqueleto
ticulações corporais: flexão, extensão, abdução, adução é formada pelos membros superiores e inferiores. Os
e rotação, medial e lateral, considerando cada plano de membros superiores são os braços, antebraços e mãos;
movimento nos quais ocorrem. Por fim, você conhecerá os membros inferiores, por sua vez, são as coxas, pernas
os termos especializados para descrever movimentos. e pés. Vejamos as figuras a seguir:
90
EDUCAÇÃO FÍSICA
91
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
92
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Para descrever os segmentos corporais também é ne- liza-se o termo lateral. Vejamos um exemplo: visualize,
cessário utilizar termos padronizados. Considerando o novamente, a figura que representa a posição anatômica
membro superior, denominamos o úmero como braço; e observe a posição do dedo mínimo da mão. Podemos
o rádio e a ulna como segmento antebraço; carpos, me- considerar que o dedo mínimo está do lado medial ou
tacarpos e falanges como mão. Em relação aos membros lateral do membro? O dedo mínimo está mais próximo
inferiores, o fêmur é denominado como segmento coxa; à linha média do corpo e, por isso, dizemos que o dedo
tíbia e fíbula como perna; e tarsos, metatarsos e falanges mínimo da mão está no lado medial do membro. E o
como pé. Veja a descrição completa no Quadro 1. polegar? Bom, o polegar posiciona-se na parte lateral da
mão, afastado da linha média. Não se esqueça, os movi-
Principal articulação mentos e a posição dos segmentos são descritos a partir
Nome do
Ossos envolvida no movi-
segmento da posição anatômica de referência (posição zero).
mento do segmento
Os termos proximal e distal referem-se a uma posi-
úmero braço ombro
ção mais próxima e mais afastada, respectivamente, de
rádio e ulna antebraço cotovelo ou radioulnar um ponto determinado. É necessário que tenha um pon-
to de referência, por exemplo, a articulação do ombro.
carpos,
metacarpos mão punho Em relação a este ponto, pode-se afirmar que a articula-
e falanges ção do cotovelo fica proximal e a articulação do punho
fêmur coxa quadril fica distal. Um ponto de referência também é necessário
tíbia e fíbula perna joelho para indicar uma posição superior ou inferior. Um seg-
tarsos, mento pode estar na parte superior do corpo, quando
metatarsos pé tornozelo está acima do ponto de referência ou mais próximo do
e falanges
topo da cabeça. Considera-se inferior quando está abai-
Quadro 1 - Ossos, nomes dos segmentos e articulações envolvidas no movi-
xo de um segmento ou ponto de referência. Um movi-
mento dos segmentos corporais / Fonte: adaptado de Hamill e Knutzen (1999).
mento ou posição relacionado a parte da frente do corpo
Para descrever uma posição ou um movimento, tam- é denominado anterior, e posterior, quando se relaciona
bém é necessário conhecer alguns termos anatômicos, com a parte de trás do corpo. O termo ipsolateral des-
são eles: medial e lateral, proximal e distal, superior e creve um movimento ou posição de um segmento ou
inferior, anterior e posterior, ipsolateral e contralateral. referência que está do mesmo lado que um ponto de
O termo medial é utilizado para indicar uma posição referência. O termo contralateral é para indicar quando
relativamente mais próxima da linha média do corpo ocorre no lado oposto. Vejamos o exemplo na marcha:
ou de um objeto, ou para indicar um movimento em o membro inferior, denominado ipsolateral, desloca-se
direção à linha média. Quando ocorre um movimento para frente, enquanto o membro inferior contralateral
para o lado oposto à linha média ou para indicar uma está em contato com o solo para auxiliar no impulso
posição, relativamente mais afastada da linha média, uti- (HAMILL; KNUTZEN,1999).
93
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
INÍCIO DESCRIÇÃO – O Quadro 1 refere-se aos Ossos, nomes dos segmentos e articulações
envolvidas no movimento dos segmentos corporais. Compreende uma tabela com três
colunas e seis linhas. Na coluna ossos, temos: úmero, rádio e ulna, carpos, metacarpos e
falanges fêmur, tíbia e fíbula, tarsos, metatarsos e falanges). Na coluna nome do segmento,
temos: braço, antebraço, mão, coxa, perna e pé. Na última coluna temos a principal
articulação envolvida no movimento do segmentos, sendo: ombro, cotovelo ou radioulnar,
punho, quadril, joelho e tornozelo. FIM DESCRIÇÃO.
94
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
95
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
pela perspectiva do indivíduo que executa o movimento. No segmento antebraço, ocorrem os movimentos
A rotação para a esquerda e o mesmo movimento para de pronação e supinação (movimentos no plano trans-
a esquerda. As rotações ocorrem em articulações como verso). A pronação ocorre quando o antebraço se movi-
vértebras, ombro, quadril e joelho. menta e a palma da mão gira até ficar voltada para trás,
tendo como ponto de partida a posição fundamental. Na
MOVIMENTOS ESPECIALIZADOS supinação, o antebraço movimenta-se e a palma da mão
roda até ficar voltada para frente.
A partir dos movimentos básicos, ocorrem os movi-
mentos especializados. Na sequência, descreveremos os
seguintes movimentos: dorsiflexão, flexão plantar, pro-
nação, supinação, circundução, flexão lateral, elevação,
depressão, flexão radial, flexão ulnar, eversão, inversão,
abdução e adução horizontal.
Na articulação do tornozelo, ocorrem os movimen-
tos denominados de dorsiflexão e flexão plantar (movi-
mentos no plano sagital). O movimento de aproximação
do dorso do pé da parte inferior da perna é denominado
dorsiflexão, em síntese, é o movimento do pé para cima
em direção à perna, diminuindo o ângulo relativo entre
a perna e o pé. O movimento oposto é chamado de fle-
xão plantar. Na flexão plantar, a base do pé move-se para
baixo e o ângulo formado entre o pé e a perna aumenta.
Figura 21 - Pronação e supinação / Fonte: Hall (2000).
96
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Flexão lateral direita e esquerda é o nome de um movi- Inversão do pé ocorre quando a borda medial do pé le-
mento que se aplica apenas para movimentos de inclinar vanta de modo que a sola do pé se vira para dentro, em
a cabeça ou tronco para o lado. direção ao outro pé. Eversão, quando a parte lateral do
97
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
pé levanta, de modo que a sola do pé vira para fora, para Você aprendeu que os movimentos de abdução e adução
o lado oposto do outro pé. Eversão é o termo utilizado ocorrem no plano frontal. Há, porém, um detalhe que
para descrever o movimento de rotação externa do pé e você precisa conhecer. Observe a Figura 26. Os movi-
inversão para a rotação interna do pé. mentos representados são do ombro, ocorrem no plano
transversal e são denominados de abdução e adução ho-
rizontal. Isso acontece, porque são movimentos horizon-
tais ao solo; a abdução horizontal é a junção de extensão
e abdução; e a adução horizontal de flexão e adução. A
adução horizontal é o movimento do braço ou coxa pelo
corpo, em direção à linha média, e a abdução horizontal
de afastamento da linha média do corpo.
Veremos um exemplo de adução horizontal no es-
porte. No chute de Futebol (Figura 27), a adução hori-
zontal da coxa é realizada para trazer a perna para cima
e cruzar o corpo para um chute ou passe.
98
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
99
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
100
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Cabeça:
Intervertebral, 3, flexão, extensão, hiperextensão, flexão lateral D/L, circundução.
Atlantoaxial (3 art.), 1 cada, rotação D/E.
Tronco: Intervertebral, 3, flexão, extensão, hiperextensão, rotação D/E, flexão lateral D/E,
circundução.
Braço: Ombro, 3, flexão, extensão, hiperextensão, abdução, adução, hiperabdução,
hiperadução, abdução horizontal, adução horizontal, rotação media/lateral, circundução.
Braço/cintura: esternoclavicular, 3, elevação, depressão.
Escapular: acromioclavicular, 3, abdução, adução (protração, retração), rotação para
cima/para baixo.
Antebraço:
Cotovelo, 1, flexão, extensão, hiperextensão.
Radioulnar, 1, pronação, supinação.
Mão: punho, 2, flexão, extensão, hiperextensão, flexão radial, flexão ulnar, circundução.
Dedos:
Metacarpofalângica, 2, flexão, extensão, hiperextensão, abdução, adução, circundução.
Interfalângica, 1, flexão, extensão, hiperextensão.
Polegar:
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Mobilidade e Lesões
Osteoarticulares
Nesta aula, realizaremos uma descrição básica das lesões comuns serão abordadas na próxima unidade, após você
e patologias mais comuns que ocorrem nas articulações. conhecer algumas situações que ocorrem no sistema mús-
Cabe ressaltar que nossas articulações suportam nosso culo esquelético, que são as rupturas; contusões; cãimbras e
peso corporal e são sobrecarregadas pela ação das for- dor muscular tardia, induzida pelo exercício (HALL, 2013).
ças musculares. Ao mesmo tempo, fornecem amplitude Algumas lesões surgem a partir de práticas tanto
de movimento para os segmentos corporais, sendo esse do ambiente esportivo quanto do ambiente laboral. Por
o grande desafio mecânico diário, pois essas articulações isso, muitos profissionais de Educação Física, da Ergono-
estão sujeitas a lesões agudas e, por muitas vezes, isso ocor- mia ou da Biomecânica são requisitados para ajustar os
re pelo uso excessivo ou indevido de algumas posturas implementos para cada indivíduo de forma individual
corporais; pode, ainda, acarretar infecção e doenças de- para minimizar o risco de lesões. Essa é uma importante
generativas graves. Nesse sentido, descreveremos as lesões área de atuação para os profissionais de Educação Física,
mais comuns, como entorses; luxação; bursite; artrite; ar- trabalhar para prevenção de futuras lesões ocasionadas
trite reumatoide e osteoartrite. As lesões musculares mais pelo esforço repetitivo ou doenças osteoarticulares que
101
venham se agravar com o tempo. Assim, é possível am- O deslocamento dos ossos de uma articulação é
pliar o leque de atuação do profissional. No âmbito es- chamado de luxação. Em geral, essas lesões são
portivo, como treinadores e equipe de trabalho; no am- resultantes de quedas ou outros acidentes que en-
biente de trabalho, a prática da ginástica laboral, o que volvam uma grande magnitude de força. Locais
possibilita uma compensação de músculos e posturas mais comuns: ombros, dedos, joelhos, cotovelos e
requisitadas no dia a dia do trabalhador. a mandíbula. Uma luxação no ombro, por exemplo,
Vamos começar com uma lesão muito comum do am- é comumente causada por contato ou alguma for-
biente esportivo e do nosso dia a dia: as entorses. Estas são ça aplicada no braço, quando este está abduzido ou
lesões causadas pelo deslocamento ou torção anormal dos girado, externamente, na posição acima da cabeça.
ossos da articulação, resultante do estiramento ou ruptura A articulação do ombro possibilita mais mobilida-
dos ligamentos, tendões ou tecidos conectivos que cruzam de que as demais articulações do corpo, mas, desse
a articulação. Locais mais comuns: tornozelos. Podem ser modo, tem alta probabilidade de lesão. Os princi-
classificados de acordo com a gravidade da lesão, conside- pais sintomas são: deformidade articular visível,
rados como: primeiro, segundo e terceiro grau. Os princi- dor intensa, edema, dormência ou formigamento e
pais sintomas são: edema, dor e instabilidade articular. O alguma perda da capacidade de movimento articu-
tratamento tradicional das entorses é feito com repouso, lar. O tratamento: o médico especializado deve ava-
gelo, compressão e elevação (HALL, 2013). liar, pois é necessário reduzir ou reposicionar a ar-
ticulação luxada o mais breve possível para aliviar a
dor e garantir a irrigação sanguínea da articulação
envolvida (HALL, 2013).
A bursite, conhecida como inflamação da Bursa,
a qual é caracterizada como bolsas ou sacos preen-
chidos por líquido sinovial que minimizam o atrito
e permitem o deslizamento das estruturas, protegen-
do, dessa maneira, os pontos em que os músculos ou
tendões deslizam sobre os ossos, como já vimos na
unidade anterior. Os principais sintomas da bursite
são: o movimento na área afetada se torna doloroso,
os movimentos adicionais aumentam as inflamações
e agravam o problema. As principais causas são: uso
excessivo e repetitivo; pequenos impactos na área ou
lesões agudas, com inflamação subsequente da bolsa
circundante. O tratamento mais indicado é: repou-
so, gelo e medicamentos anti-inflamatórios (HALL,
2013).
102
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Fêmur Bursa
Suprapatelar
Patela
Bursite
Pré-patelar
Bursite
Infrapatelar
Menisco
Cápsula
Articular
Cartilagem
Tíbia
A artrite é uma doença degenerativa das articulações. É A artrite reumatoide, tipo de artrite, é uma doença
uma inflamação acompanhada de sintomas, como dor, autoimune inflamatória, crônica, sistêmica e de etio-
edema, função física prejudicada, fadiga e mudanças logia desconhecida, com resposta inflamatória loca-
adversas na composição corporal (perda da massa e au- lizada no revestimento das articulações (sinovite). Os
mento da adiposidade). É comum no envelhecimento, sintomas principais podem incluir a presença de ero-
e existem mais de 100 tipos diferentes de artrite, sendo sões ósseas, perda de massa muscular, ganho de gor-
as duas mais comuns: osteoartrite e artrite reumatoi- dura, aterosclerose acelerada, anemia, fadiga, atrofia
de, abordadas a seguir. O tratamento indicado envolve muscular, osteoporose e outras alterações sistêmicas.
acompanhamento médico com uso de medicação como O tratamento envolve medicação, analgésicos e anti-
analgésicos, anti-inflamatórios, glicocorticosteroides, -inflamatórios, como citado no item anterior, e acom-
além de uma abordagem multidisciplinar, envolven- panhamento médico (AMERICAN COLLEGE OF
do terapia ocupacional e exercício físico (AMERICAN SPORTS MEDICINE, 2018).
COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2018).
103
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
A Osteoartrite, outro tipo de artrite, é uma doença de- ocupacional e uso de medicação controlada, por um
generativa das articulações, local e progressiva, que afeta médico, com o uso de analgésicos, anti-inflamatórios e
uma ou várias articulações. Ocorre uma desordem que glicocorticosteroides. Nesses casos, os exercícios de for-
resulta na degradação progressiva das propriedades talecimento muscular, em longo prazo, podem ser bené-
biomecânicas da cartilagem articular. Os locais mais co- ficos para aliviar os sintomas (AMERICAN COLLEGE
muns são: mãos, quadris, coluna e joelhos. Os principais OF SPORTS MEDICINE, 2018; HALL, 2013).
sintomas são: dor, edema, limitação do movimento e
enrijecimento. A dor alivia com o repouso e a ativida-
SAIBA MAIS
de física pode melhorar o quadro. As causas principais
podem incluir: sobrepeso e obesidade, histórico de lesão
articular ou cirurgia, predisposição genética e envelheci- Para ampliar seus conhecimentos acerca
das lesões mais comuns, nos esportes, leia a
mento. Nos estágios iniciais da doença, a cartilagem arti- reportagem, acessando o link: https://www.
cular perde a aparência lisa e brilhante e se torna áspera educacaofisica.com.br/ciencia-ef/fisiologia/
e irregular. O tratamento sugerido segue as diretrizes da as-lesoes-nos-esportes/.
104
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 31 refere-se a Osteoartrite nas mãos. Compreende a foto das
mãos de uma idosa, com foco nas articulações dos dedos com edemas. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA
Biomecânica da
Coluna Vertebral
A coluna vertebral é um segmento complexo e es-
sencial para a mecânica do movimento humano,
pois fornece a ligação entre os membros superio-
res e inferiores. A coluna vertebral permite o mo-
vimento em todos os três planos de movimento
e ainda funciona como um importante protetor
ósseo da delicada medula espinhal (HALL, 2013).
As principais funções básicas da coluna são:
• Sustentação do tronco.
• Proteção da medula.
• Movimento do Corpo.
RIGIDEZ X ELASTICIDADE
105
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Cabe ressaltar que, como há diferenças estruturais FORÇAS QUE ATUAM NA COLUNA
das costelas, são permitidas amplitudes variáveis de
• Peso corporal.
movimento entre as vértebras adjacentes nas regi-
• Tensão nos ligamentos espinhais.
ões cervical, torácica e lombar da coluna vertebral.
• A pressão nos músculos adjacentes.
Nessas regiões, duas vértebras adjacentes e os teci-
• A pressão intra-abdominal.
dos moles entre elas são conhecidos como segmento
• Qualquer carga externa aplicada.
móvel, considerado a unidade funcional da coluna
vertebral (HALL, 2013). A coluna vertebral possui curvaturas naturais, as quais
Cada vértebra tem seu formato e função espe- devem ser mantidas no cotidiano de cada indivíduo, no
cífica. O forame de conjugação é um orifício, e dele âmbito laboral do treinamento esportivo, como pode-
saem os nervos espinhais (ou raquidianos). A figura, mos observar na primeira imagem da figura 34 (Plano
a seguir (33), indica a vista sagital e frontal de cada sagital), ela demonstra que a coluna apresenta quatro
vértebra cervical, dorsal e torácica. curvaturas normais.
106
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
PÁGINA 106 –Figura 33 - Vista sagital e frontal das vértebras lombar, dorsal e cervical
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 33 refere-se a vista sagital e frontal das vértebras lombar,
dorsal e cervical. Cada vértebra tem formatos específicos com um orifício. FIM DESCRIÇÃO.
EDUCAÇÃO FÍSICA
107
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Vale a pena ressaltar que, embora as curvaturas cervical lombar) são denominadas lordoses, embora o ter-
e torácica variem pouco durante anos de crescimento, mo lordose também seja utilizado para denominar
a curvatura lombar aumenta, aproximadamente, 10% condições anormais como hiperlordose lombar. As
dos 7 aos 17 anos de idade. A curvatura vertebral (pos- curvaturas localizadas posteriormente (torácica)
tura) é influenciada por hereditariedade, condições pa- são denominadas cifoses. Postura cifótica refere-se a
tológicas, pelo estado mental e pelas forças que a coluna uma curvatura excessiva na coluna torácica. A linha
vertebral está submetida habitualmente (HALL, 2013). da gravidade transecciona as curvaturas vertebrais,
Mecanicamente, as curvaturas permitem que a que permanecem equilibradas anteriormente e pos-
coluna vertebral absorva mais impacto sem lesão teriormente. As proeminências ósseas na frente da
do que se ela fosse reta. Um exemplo da posição do pelve se acham no mesmo plano vertical, indicando
Corpo em Posição ereta, a principal forma de Carga que a pelve está em posição neutra. Qualquer desvio
sobre a coluna, é axial. Qualquer carga nas mãos e de uma parte da coluna vertebral resulta na alteração
tensão contribuem para compressão vertebral. Po- de outra parte para compensar e manter o equilíbrio.
demos ressaltar que uma das principais funções das Uma boa postura pode ser identificada quando
curvaturas é aumentar a resistência da coluna verte- as curvas vertebrais estão em ótimo alinhamento,
bral aos esforços de compressão axial, por exemplo, com a linha de gravidade passando pela linha média
quando estamos na posição em pé, o centro de gra- do tronco. A linha de gravidade localiza-se posterior
vidade total está na parte anterior a coluna vertebral, ao eixo de rotação das vértebras cervicais e lombares,
por isso, para manter a posição corporal, o torque anterior às vértebras torácicas e por meio do corpo
anterior precisa ser contrabalanceado pela tensão da quinta vértebra lombar. Vejamos alguns concei-
dos músculos extensores. tos, de forma resumida, fundamentais para o melhor
Agora, estudaremos as principais alterações na entendimento da postura corporal.
coluna vertebral: hiperlordose, hipercifose e escolio-
• Postura corporal: este é o termo utilizado
se (HALL, 2013), a saber: para descrever as posições das diferentes arti-
• Hiperlordose: curvatura extrema na região culações do corpo em um momento. A postu-
lombar da coluna vertebral. ra correta é a posição na qual um mínimo de
estresse é aplicado em cada articulação (MA-
• Hipercifose: curvatura extrema da região to-
GEE, 2002).
rácica da coluna vertebral.
• Boa postura ou postura padrão: é o alinha-
• Escoliose: curvatura vertebral lateral.
mento esquelético adequado que permite
uma quantidade mínima de esforço e sobre-
As curvaturas típicas da coluna apresentam uma
carga, conduzindo à eficiência máxima do
curvatura convexa na parte anterior do pescoço (re- corpo (KENDALL et al., 1995).
gião cervical); uma curvatura convexa posterior na • Má postura: é um hábito que pode ser adqui-
região torácica; convexa anterior na região lombar rido na infância e, se não corrigido, pode per-
um pouco convexa e posterior na região sacral. As durar por toda vida, ocasionando por exem-
curvaturas localizadas anteriormente (cervical e plo, os desvios posturais (VERDERI, 2005).
108
EDUCAÇÃO FÍSICA
As figuras, a seguir, exemplificam alguns movimentos Uma área de atuação que compete ao Professor de
do cotidiano que, ao longo do tempo, podem acarretar Educação Física, tanto no ambiente esportivo quanto la-
problemas posturais e, consequentemente, evoluir para boral, é a Avaliação postural, uma abordagem organiza-
patologias irreversíveis. da e sistemática. A avaliação postural pretende registrar
Tendo em vista as patologias mais comuns, entende-se desvios que possam interferir na performance do indi-
a indispensabilidade de cuidados para com a coluna verte- víduo ou causar possíveis problemas de saúde. A seguir,
bral. A postura correta depende de um bom alinhamento um esquema resumido que possibilita a verificação dos
do corpo com eficiências fisiológicas e biomecânicas máxi- principais desvios posturais, feito a partir do Método
mas, o que minimiza os estresses e as sobrecargas sofridas Clássico, análise visual ou a observação (KENDALL et
ao sistema de apoio pelos efeitos da gravidade. Desse modo, al., 1995), e a elaboração de um checklist que possibilita
para atender à demanda, muitos centros de treinamento e a verificação de possíveis alterações posturais, por meio
prática de exercícios, como o treinamento funcional e a de avaliação com fotos (fotogrametria). Hoje, existem
musculação, têm aumentado o número de praticantes e softwares especializados para viabilizar essas avaliações,
de profissionais de educação física, ampliando o campo de na área clínica, muitos médicos, fisioterapeutas e profis-
atuação. Entretanto, muitas vezes, devido à prática errônea sionais de Educação Física fazem uso desses métodos.
ou à realização equivocada de movimentos nos treinos
musculares, a chance de adquirir lesões torna-se maior.
SAIBA MAIS
Fonte: as autoras.
110
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
PÉ PLANO
PÉ NORMAL
111
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Nível Inclinação
Coluna cervical 35 a 45
Coluna dorsal 20
Coluna lombar 20
Total 75 a 85
Quadro 4 - Movimentos de inclinação lateral da coluna vertebral
Fonte: as autoras.
Nível Rotação
Coluna cervical 45 a 50
Coluna dorsal 35
Coluna lombar 5
Pelve-crânio 90 a 95
Figura 41 - Parte anterior e posterior do corpo / Fonte: Kendall et al. (1995). Quadro 5 - Movimentos de rotação que podem ser realizados por cada seg-
mento da coluna vertebral / Fonte: as autoras.
As dores que acometem a musculatura da coluna vertebral
são, em 90% dos casos, ocasionadas por vícios de postu- Kapandji (2000) afirma que a presença de curvaturas
ra, estresse postural, contraturas musculares sustentadas e da coluna vertebral aumenta a sua resistência aos es-
vida sedentária; e apenas 10% dessas dores são manifesta- forços de compressão axial. As curvaturas perdem a
ções de algum outro quadro clínico (BARONI et al., 2010). resistência por cada retificação, isto porque, conside-
112
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Coluna cervical, 35 a 45
Coluna dorsal, 20
Coluna lombar, 20
PÁGINA 112 –Quadro 5 - Movimentos de rotação que podem ser realizados por cada
segmento da coluna vertebral
INÍCIO DESCRIÇÃO – O Quadro 5 refere-se aos movimentos de rotação que podem ser
realizados por cada segmento da coluna vertebral. Compreende uma tabela com duas
colunas e quatro linhas. Sendo as colunas nível e rotação, respectivamente:
Coluna cervical, 45 a 50
Coluna dorsal, 35
Coluna lombar, 5
113
A hérnia de disco é uma lesão que ocorre no em que está inserido. Haja vista as patologias mais
rompimento do disco vertebral e leva ao extravasa- comuns, entende-se a indispensabilidade de cuida-
mento de seu conteúdo para as regiões que passa o dos com a coluna vertebral.
tecido nervoso, inflamando-o. Para tanto, indispensável é o acompanhamento
A artrose é uma doença que se caracteriza pelo do exercício físico por um profissional de educação
desgaste da cartilagem articular e por alterações física, devidamente, habilitado na área, para auxi-
ósseas, entre elas os osteófitos, conhecidos, vulgar- liar e monitorar a realização dos exercícios a fim
mente, como “bico de papagaio”. de se evitar a ocorrência de dores, inflamações ou
Espondilolistese consiste no escorregamento de quaisquer outras patologias na coluna vertebral.
uma vértebra sobre a adjacente, podendo ser cau- Além disso, é crucial que se tomem os cuidados bá-
sada por degeneração dos componentes da coluna, sicos e necessários com a aquisição de um movimento
fratura óssea, gerando instabilidade. Porém, quando novo e correto e a realização de alongamento, aqueci-
não ocorre o deslizamento, considera-se um defeito mento, postura adequada e fortalecimento do core.
na pars interarticularis, e pode ser ocasionada por
falha na constituição óssea do paciente (má-forma-
ção congênita) (PIMENTA, 2001, on-line)5.
Dentre todas as estruturas corporais, a coluna
vertebral merece atenção especial, pois além de so- REFLITA
frer grande risco de lesões, durante o treino, é de
suma importância pelas suas funções no organis-
Exercícios aquáticos são benéficos para o
mo humano, entre elas: proteção da medula espi- tratamento da osteoartrite. A temperatura
nhal e dos nervos espinhais; mobilidade do tronco ideal da água é de 32 a 36 °C e a ausência da
e a junção dos membros inferiores e superiores. De gravidade facilita a realização de movimentos
no meio líquido.
fato, sua importância para o organismo em geral é
relevante, razão pela qual o estudo em questão mos-
tra-se adequado e atual, tendo em vista o contexto
114
considerações finais
115
atividades de estudo
1. Sobre a posição anatômica, os planos e eixos de I. Entorses são lesões causadas pelo deslocamen-
movimento, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F) to ou torção anormal dos ossos da articulação,
para a veracidade das alternativas: resultante do estiramento ou ruptura dos liga-
( ) Os movimentos articulares devem ser defini- mentos, tendões ou tecidos conectivos.
dos com relação à posição anatômica e aos descri- II. Luxação é o deslocamento dos ossos de uma
tos por meio de planos e eixos perpendiculares. articulação.
( ) Os planos de movimento são imaginários, III. A bursite é uma doença autoimune inflamatória,
posicionados sobre o corpo, a saber: plano sagital, crônica e sistêmica.
transversal e frontal.
IV. A artrite é uma inflamação da Bursa (sacos pre-
( ) O plano transversal divide o corpo em direita enchidos por líquido sinovial).
e esquerda e permite os movimentos de flexão, ex-
Assinale a alternativa correta:
tensão e hiperextensão ao redor do eixo.
a. Apenas I e II estão corretas.
( ) O plano frontal divide o corpo em anterior e
posterior e possibilita movimentos de adução, abdu- b. Apenas II e III estão corretas.
ção e inclinações.
c. Apenas I está correta.
( ) O plano sagital secciona o corpo, à direita e
d. Apenas II, III e IV estão corretas.
esquerda. Permite a observação de movimentos de
flexão, extensão e hiperextensão. e. Nenhuma das alternativas está correta.
116
atividades de estudo
117
LEITURA
COMPLEMENTAR
118
material complementar
Biomecânica básica
Susan J. Hall
Editora: Guanabara Koogan
Sinopse: livro revisado, expandido e atualizado com o objetivo de apresentar in-
formações referentes às pesquisas recentes e preparar o estudante para analisar
a biomecânica humana.
Para conhecer um pouco mais acerca da hérnia de disco, recomendamos a leitura do artigo “Hérnia de
disco”, do médico Drauzio Varella.
http://drauziovarella.com.br/envelhecimento/hernia-de-disco/
119
gabarito
1. A
2. A
3. B
4. D
5. C
120
UNIDADE
IV
CONSIDERAÇÕES
NEUROMUSCULARES
DO MOVIMENTO
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Considerações neurológicas do movimento.
• Estrutura macroscópica do músculo.
• Características funcionais do músculo.
• Mecânica muscular e princípios básicos do fortalecimento
Muscular.
Objetivos de Aprendizagem
• Entender os conceitos relacionados ao sistema nervoso para
compreender o funcionamento e o controle dos movimentos.
• Identificar a organização física do músculo, tipos de fibras e
inserção muscular.
• Identificar o potencial da fibra muscular, suas funções, papel
e ações musculares gerais.
• Conhecer as propriedades mecânicas que influenciam a força
muscular e identificar alguns princípios e modalidades do
treinamento para o fortalecimento muscular.
unidade
IV
INTRODUÇÃO
O
lá, seja bem-vindo(a) a mais uma unidade deste livro. Nes-
ta, estudaremos as principais considerações neuromuscu-
lares do movimento e a sua relação com o sistema nervoso.
Este tema é vital para compreender o funcionamento e o
controle dos movimentos. O sistema nervoso possibilita a comunica-
ção entre o cérebro e as diferentes partes do corpo. Anatomicamente,
pode ser dividido em central (encéfalo e medula espinhal) e periféri-
co (nervos sensoriais e motores). Funcionalmente, esse sistema pode
ser classificado quanto ao seu controle voluntário (sistema nervoso
somático) e involuntário (sistema nervoso autônomo).
O sistema muscular pode ser dividido em três categorias de mús-
culos: cardíaco, liso e esquelético. Com características especiais e fun-
ções definidas. Nosso foco, entretanto, será a análise dos músculos
estriados esqueléticos promotores dos movimentos e ações motoras.
É necessário um bom entendimento da Biomecânica neuromus-
cular, assim como a interação entre o sistema nervoso e muscular.
Todo movimento humano, do piscar de olhos à corrida de um marato-
nista, é gerado pela ação de um músculo. Diante disso, considerando
o papel dos músculos esqueléticos na determinação do desempenho
esportivo, um amplo conhecimento acerca da estrutura e das funções
musculares é importante para todos os envolvidos com o movimento
humano. Por fim, desvendaremos os inúmeros benefícios propiciados
pelo treinamento que aumentam os estímulos nervosos, vindos dos
centros encefálicos superiores, responsáveis pelos comandos motores
e que, por consequência, chegam à medula espinhal. Outro aspecto
a ser observado é o treinamento de força, este induz adaptações nas
propriedades de entrada e saída de estímulos centrais para os múscu-
los recrutados na ação mecânica.
Bons estudos!
Considerações Neurológicas
do Movimento
Todas as funções do corpo humano são, ou podem co. Este é caracterizado pelos neurônios que inervam
ser, influenciadas pelo sistema nervoso. O sistema o sistema esquelético tanto os motores quanto os
nervoso possibilita a comunicação entre o cérebro e sensoriais. O controle involuntário, por sua vez, é me-
as diferentes partes do corpo. Anatomicamente, pode diado pelo sistema nervoso autônomo composto por
ser dividido em central (encéfalo e medula espinhal) nervos simpáticos e parassimpáticos, que controlam
e periférico (nervos sensoriais e motores). Funcional- diferentes funções corporais, como frequência cardí-
mente, esse sistema classifica-se quanto ao seu contro- aca, contração do miocárdio, contração dos músculos
le voluntário, mediado pelo sistema nervoso somáti- lisos, entre outras (MARCHETTI et al., 2013).
126
EDUCAÇÃO FÍSICA
127
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
O fuso muscular é um receptor sensorial, localiza- O órgão tendinoso de Golgi, localizado na região do mús-
do em paralelo às fibras musculares (extrafusais). A culo tendínea, é um receptor sensorial, disposto em série
estrutura do fuso muscular é composta por fibras com as fibras musculares. Sua função principal é avaliar o
modificadas (fibras intrafusais), contidas em uma grau de tensão produzido no tendão. Liga-se a neurônios
cápsula, com um nervo sensorial espiralado ao redor Ib que fazem conexão (sinapse) com interneurônios inibi-
do seu centro, por isso não é capaz de se contrair. tórios, inibindo, desse modo, os respectivos neurônios mo-
As extremidades contêm fibras contráteis, inervadas tores alfa do músculo em questão. Essa inibição influencia
por neurônios motores do tipo gama. Ao serem es- a contração, diminuindo o grau de força gerada.
timulados contra as extremidades das fibras intra- A via motora voluntária envolve, em especial, o moto-
fusais, com distensão da região central, sofre uma neurônio alfa (neurônio motor tipo alfa), ligando às fibras
deformação, ativando o nervo sensorial, que estimu- musculares. Portanto, o músculo esquelético é funcional-
la o motoneurônio alfa a ativar as fibras muscula- mente organizado com base na unidade motora. Esta é
res (extrafusais). Sua função principal é informar ao composta pelo corpo celular, pelos dentritos de um mo-
SNC o grau de contração, o comprimento muscular toneurônio, pelos múltiplos ramos de seu axônio e pelas
e a frequência na alteração de seu tamanho (MAR- fibras musculares que ela inerva. Cada músculo possui
CHETTI et al., 2013). um determinado número de unidades motoras e cada
128
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
129
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Estrutura Macroscópica
do Músculo
Abordaremos neste tópico, a organização física do mús- Podemos destacar que as principais funções do teci-
culo com foco nos aspectos Biomecânicos do sistema do muscular são (HALL,2013):
muscular. Todo movimento humano, do piscar de olhos • Produzir Movimento: o movimento esquelético é
à corrida de um maratonista, é gerado pela ação de um criado à medida que as ações musculares geram ten-
músculo. O músculo é o único tecido do corpo humano são. Esta é, posteriormente, transferida para o osso.
Os movimentos resultantes são necessários para lo-
capaz de produzir força biomecanicamente. Desse modo,
comoção e outras manipulações segmentares.
são usados para manter uma posição, desacelerar um mo-
• Manter Posturas e Posições: as ações muscu-
vimento rápido, promover contração, entre outros (HA- lares de menor magnitude são utilizadas para
MILL; KNUTZEN, 1999). A tensão desenvolvida pelos manter posturas. Essa atividade muscular é con-
músculos aplica compressão nas articulações, aumentan- tínua e resulta em pequenos ajustes na medida
do sua estabilidade, porém em algumas posições articula- em que a cabeça é mantida na posição ou o peso
res o oposto pode ocorrer, criando instabilidade. corporal é equilibrado sobre os pés.
130
EDUCAÇÃO FÍSICA
131
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Resumidamente, podemos
destacar que o músculo car-
díaco denomina-se mio-
cárdio. A frequência
do batimento cardíaco
é controlada por um
grupo de células (mar-
ca-passo cardíaco ou
nó sinoatrial).
O músculo cardíaco
realiza dois tipos de movi-
mentos. Quando se contrai,
denominamos de sístole e, no
momento que relaxa, denomina-
Figura 6 - Tecido muscular liso mos como diástole.
Lembramos, a partir de conhecimen-
Figura 8 - Imagem do
O músculo estriado cardíaco, por sua vez, é mediado tos anteriores da anatomia e fisiologia, que Músculo do Coração
pelo Sistema Nervoso Periférico Autônomo (SNA), nosso coração sofre alterações significativas e
tem um funcionamento involuntário e rápido, é uni positivas com a prática de exercícios físicos, propiciando
ou binucleado e com estrias transversais, como de- benefícios maiores para seus praticantes, tendo em vista
monstrado na figura a seguir. que o coração melhora sua capacidade hemodinâmica.
Faz necessário, entretanto, antes da prática esportiva,
passar por um cardiologista, pois problemas anatômicos,
por vezes desconhecidos pelas pessoas, podem promover
risco à saúde. Com o início da prática esportiva, muitas
vezes, tem-se sintomas como angias (sensação relatada
de “aperto” no coração) que não são comuns. Outro si-
nal de alerta a população, de forma geral, é: se familiares
apresentam problemas cardíacos ou de hipertensão, con-
siderados pela literatura “pré-disposição genética”, não
podem ser negligenciados antes do início de qualquer
prática esportiva. Dessa forma, qualquer sinal de incô-
modo, a prática de exercícios deve ser interrompida ime-
diatamente. Devemos destacar também o uso indevido
de anabolizantes, responsável por problemas do coração,
rins e outros órgãos importantes do corpo humano.
Figura 7 - Tecido muscular cardíaco
132
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
133
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
134
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Embora esse conteúdo tenha sido abordado na disciplina AS FIBRAS DE CONTRAÇÃO LENTA
de Fisiologia, relembraremos que a energia para contra-
ção muscular é suprida por moléculas de ATP, produzi- • As fibras são vermelhas, devido ao alto conte-
údo de mioglobina no músculo.
das durante a respiração celular. O ATP atua na ligação
• Essas fibras têm baixo tempo de contração e
de miosina à actina, o que resulta na contração muscular,
são adequadas para o trabalho prolongado de
mas a principal reserva de energia nas células musculares
baixa intensidade.
é a fosfocreatina, onde grupos de fosfatos, ricos em ener-
• As fibras musculares oxidativas de contração
gia, são transferidos da fosfocreatina para o ADP, que se lenta ou Tipo I são encontradas em maiores
transforma em ATP. Quando o trabalho muscular é inten- quantidades nos músculos posturais do cor-
so, as células musculares repõem seus estoques, de ATP e po, como os músculos da parte superior das
de fosfocreatina, e intensificam a respiração celular, utili- costas e o sóleo.
zando o glicogênio como combustível (HALL, 2013). • Atletas que exigem alta resistência à fadiga,
Cabe, neste momento, retomar as 3 Fontes Energéticas, geralmente, têm uma quantidade maior de
fibras de contração lenta.
essenciais para o exercício ou qualquer atividade muscular:
• Mecanismo imediato: fosfocreatina.
• Mecanismo Aeróbio: oxidativo. FIBRAS DE CONTRAÇÃO
• Mecanismo Anaeróbio: fermentação lática. RÁPIDA E INTERMEDIÁRIA
135
Velocidade de
Lenta Rápida Rápida
contração
Ritmo de fadiga Lento Intermediário Rápido
Diâmetro Pequeno Intermediário Grande
Concentração
Baixa Alta Alta
de ATPase
Concentração
Alta Alta Baixa
mitocondrial
Concentração
das enzimas Baixa Intermediária Alta
glicolíticas
Quadro 1 - Descrição das principais características das fibras músculo esqueléticas / Fonte: adaptado de Hall (2013).
136
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
PÁGINA 136 – Quadro 1 - Descrição das principais características das fibras músculo
esqueléticas
Características Funcionais
do Músculo
Os componentes anatômicos dos músculos estriados es- culo ao esqueleto. Existem três maneiras para o músculo
queléticos possuem uma porção média e extremidades. inserir-se no osso:
A porção média é carnosa, vermelha e vulgarmente cha- • O músculo pode inserir-se diretamente no pe-
mada de carne, e recebe o nome de ventre muscular. No riósteo do osso por uma fusão entre o epimísio
ventre muscular, predominam as fibras musculares, sen- e a superfície do osso, por exemplo, o músculo
braquial.
do, portanto, a parte ativa do músculo, isto é, a parte con-
• O músculo pode inserir-se por um tendão que
trátil. As extremidades, em suas formas de cilindróides
se funde com a fáscia muscular, por exemplo, o
ou de fita, chamam-se tendões. Quando são laminares, músculo bíceps braquial.
recebem a denominação de aponeuroses. Tanto tendões
• Pode inserir-se, também, por uma bainha de te-
quanto aponeurose são esbranquiçadas e brilhantes, cido fibroso conhecida como aponeurose, por
muito resistentes e, praticamente, inextensíveis. Tendões exemplo, músculo oblíquo.
e aponeuroses, geralmente, servem para prender o mús-
137
138
EDUCAÇÃO FÍSICA
139
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
140
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
PÁGINA 140 –Quadro 2 - Síntese das ações musculares e do estado da atividade muscular
Mecânica Muscular
e Princípios Básicos
do Fortalecimento Muscular
O objetivo dessa aula é compreender como ocorre a mecâ- tamento muscular, ao comprimento do músculo a ser
nica muscular e conhecer as propriedades mecânicas que estimulado e ao seu ângulo de inserção (HALL, 2013).
influenciam a força muscular. Dessa forma, discutiremos
alguns princípios básicos aplicados às modalidades do SAIBA MAIS
treinamento, com foco no fortalecimento muscular.
Nas fibras musculares, encontramos estruturas que
Você sabia que a organização das fibras mus-
podem ser definidas como componentes elásticos em culares depende do seu formato e arranjo?
série (CES), componentes elásticos em paralelo (CEP) Isso determinará se o músculo é capaz de
e componente contrátil (CP). As estruturas em série, gerar grandes quantidades de força ou capa-
cidade de encurtamento. Isso reflete tanto na
em relação ao componente contrátil, são caracterizadas mudança de comprimento quanto na veloci-
pelos tendões; as estruturas em paralelo são os tecidos dade, dependendo da situação do movimen-
conjuntivos (endomísio, perimísio e epimísio) e o com- to. Elas podem se classificar como Fusiforme
e Peniformes.
ponente contrátil, o sarcômero (MARCHETTI, 2007).
A magnitude da força gerada por um músculo rela- Fonte: as autoras.
141
A relação comprimento e tensão, para um determi- Figura 15 - Relação entre comprimento e capacidade de produção de força do
nado músculo ou sarcômero, representa a força má- sarcômero / Fonte: Brown (2008).
142
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
A relação entre a força excêntrica, produzida por isométrico. Conforme a carga aumenta, o músculo
um músculo, e a velocidade com a qual ele alonga apre- alonga excentricamente (HALL, 2013).
senta um comportamento diferente. A relação força-velocidade, conforme a Figura 16,
• Em cargas menores que a isométrica máxima, a considera a variação de tensão muscular máxima, em
velocidade de estiramento é controlada volun- função da velocidade de encurtamento. Em contrações
tariamente. concêntricas, a força máxima que um músculo pode
• Em cargas maiores que a isométrica máxima, produzir, em comprimento ótimo, diminui com o au-
o músculo é forçado a estirar com velocidade
mento das velocidades de encurtamento. Para contra-
proporcional à carga.
ções excêntricas, a força que um músculo pode exercer
Quanto mais forte o músculo, maior a magnitude da for- aumenta com a aceleração das velocidades de alonga-
ça isométrica, conforme demonstrado na figura 16 a se- mento, até que a velocidade crítica seja atingida, a força
guir. Essa é quantidade máxima de força que um múscu- torna-se constante, independente da velocidade.
lo pode produzir antes de se alongar de fato, conforme a A relação do ângulo e a inserção do músculo ocor-
resistência aumenta. Entretanto, o formato geral da cur- re quando supre uma certa quantia de tensão, transferida
va força-velocidade permanece o mesmo, independen- para o osso pelo tendão ou aponeurose. Vale ressaltar que
temente da contração isométrica máxima (HALL, 2013). nem toda a tensão produzida pelo músculo será usada
para gerar a rotação do segmento. Dependendo do ân-
gulo de inserção do músculo, alguma força será dirigida
para estabilizar ou desestabilizar o segmento, tracionan-
do o osso para afastá-lo ou aproximá-lo da articulação. A
força muscular será dirigida, primariamente, ao longo da
Excêntrica extensão do osso e para dentro da articulação, quando o
Força
143
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Os componentes necessários para o desenvolvimen- Torque é a força capaz de promover uma rotação. O
to do fortalecimento muscular, descreveremos a seguir. braço do momento de um músculo é afetado por dois
No corpo humano, a medida mais direta da “força mus- fatores, igualmente, importantes: (a) distância entre a
cular”, praticada comumente, é a medida do torque má- fixação anatômica do músculo ao osso e ao eixo de rota-
ximo, gerado por um grupo muscular inteiro sobre uma ção, no centro da articulação, e o (b) o ângulo de fixação
articulação. A força muscular, então, é medida como do músculo ao osso, tipicamente, uma função do ângulo
uma função da capacidade coletiva de geração de for- relativo da articulação. A maior quantidade de torque é
ça de um determinado grupo muscular funcional. Mais, produzida por tensão máxima em um músculo, orienta-
especialmente, a força muscular de gerar torque sobre do a 90⁰ do osso fixado, anatomicamente, o mais longe
uma articulação específica (HALL, 2013). possível do centro da articulação (HALL, 2013).
T = Torque.
TORQUE F= Força aplicada pelo músculo.
r = distância da articulação ao ponto de inserção
Componente rotatório nada mais é que o componen- (raio da figura gerada pelo movimento).
te da força muscular que atua, perpendicularmente, ao senα = Seno do ângulo formado pela Força e o braço
eixo longitudinal do segmento. É o responsável pelo da alavanca.
torque que possibilita o movimento de rotação do seg- T= F.r. senα.
mento em torno da articulação. Já o componente de
deslizamento é o componente da força muscular que REFLITA
atua, paralelamente, ao eixo longitudinal do segmento.
Dependendo do ângulo de inserção do músculo, tende O treinamento resistido, quando orientado de
a puxar o osso para fora do centro articular (compo- forma adequada para os praticantes, apresen-
nente deslocador) ou empurrá-lo em direção ao centro ta inúmeros benefícios físicos, como melhoria
da postura e livramento das dores causadas
articular (componente estabilizador), conforme de- pela lesão pesquisada.
monstrado na figura a seguir:
Fonte: as autoras.
144
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Força-resistência ou resistência muscular é a capacida- ver maior potência. A potência muscular máxima ocorre,
de de manter índices de força, relativamente, altos, durante aproximadamente, a um terço da velocidade máxima de
o maior período de tempo possível. encurtamento do músculo.
Os efeitos do treinamento de força são a adaptação do A potência muscular é um contribuinte importante
organismo ao treinamento de força, relacionada às trans- para atividades que requerem força e velocidade, como
formações ocorridas. Os Músculos, quando estimulados esforços esportivos que requerem esforços explosivos, por
por meio de treinamento de força, sofrem a hipertrofia, exemplo, halterofilismo; arremesso; salto e corridas de ve-
assim, ocorre o aumento da densidade dos elementos con- locidade, fundamentados na capacidade de gerar potência
tráteis, dentro a célula muscular. Resumidamente, ocorrem muscular (HALL, 2013).
os seguintes efeitos: A resistência muscular é a capacidade de o músculo
• Aumento do número de miofibrilas por fibra mus- exercer tensão ao longo do tempo. Quanto maior o tempo
cular. em que a tensão é exercida maior a resistência, por exem-
• Acréscimo na quantidade total de proteínas, espe- plo, a prática de ciclismo e a corrida de longas distâncias.
cialmente nos filamentos de miosina. Tipicamente, o treinamento de resistência envolve núme-
• Maior densidade capilar por fibra muscular. ros grandes de repetições com cargas, relativamente baixas
• Melhoria nos tecidos conectivo, tendinoso e liga- A fadiga muscular pode ser definida como uma re-
mentoso.
dução induzida pelo exercício, na capacidade máxima de
• Reações bioquímicas que conduzem ao aumento
força do músculo, e quanto mais rapidamente o músculo
do ATP, CP, glicogênio, mitocôndrias e várias en-
se fadiga, menos resistência ele apresenta?
zimas.
Cabe destacar, neste momento, outro fato interve-
As principais adaptações do organismo ao treinamento de niente em um programa de treinamento, a temperatura
força relacionam-se às transformações ocorridas: corporal. Quando esta se eleva, a velocidade das funções
• Sistema nervoso - ramificação dos motoneurônios nervosa e muscular aumenta. Isso causa um deslocamen-
e aumento das células nos gânglios, frequência dos to da curva força-velocidade, que torna possível atingir
impulsos, melhor capacidade funcional ou coorde- um valor maior de tensão isométrica máxima e maior ve-
nação inter e intramuscular.
locidade máxima de encurtamento sobre qualquer carga
• Tecido ósseo - aumento da densidade óssea, maior
determinada. Vale a pena ressaltar, também, que a função
elasticidade e hipertrofia das saliências ósseas de
inserção nos tendões. muscular é mais eficiente a 38,5 °C.
• Reservas energéticas - reservas de fosfagênios – Vale lembrar que o músculo é protegido de lesões por
ATP e CP, de glicogênio muscular e hepático, eficá- dois tipos de células nervosas: fuso neuromuscular e fuso
cia da circulação sanguínea periférica. neuro-tendinoso. Se as células musculares forem alonga-
das, os fusos neuromusculares também são alongados.
A Potência muscular é o produto da força muscular pela Se o músculo for alongado demais, essas células enviam
velocidade de encurtamento do músculo. Como as fibras para o sistema nervoso central um sinal de que o músculo
de contração rápida (CR), desenvolvem tensão mais ra- passa dos seus limites. Rapidamente, o SNC desencadeia
pidamente que as de contração lenta (CL), um músculo um sinal que faz o músculo se contrair, precavendo, assim,
com maior percentagem de fibras CR é capaz de desenvol- uma distensão muscular.
145
Resumidamente, podemos destacar que o desempenho correm em um ângulo relativo com a linha de tração do
muscular é descrito, tipicamente, em termos de força, potên- músculo, de modo que a força da fibra é em uma direção
cia e resistência musculares. De um ponto de vista biome- diferente da força muscular. As fibras são mais curtas que
cânico, a força é a capacidade de um grupo gerar torque em o músculo, e a alteração no comprimento da fibra indi-
uma articulação, a potência é a taxa da produção de torque vidual não é igual a alteração no comprimento muscular,
em uma articulação, e a resistência é a resistência à fadiga. podem correr, diagonalmente, saindo de um lado do ten-
Músculos Fusiformes: o arranjo das fibras fusiformes dão (unipenadas – músculo semimembranoso), dos dois
é paralelo às fibras musculares, e os fascículos percorrem o lados do tendão (bipenadas – músculo gastrocnêmio),
comprimento do músculo. As fibras em um músculo fusi- ou uma combinação dos dois (multipenadas – músculo
forme correm, paralelamente, à linha de tração do músculo, deltóide). Criam movimentos mais lentos e não são ca-
de modo que a força da fibra é na mesma direção da mus- pazes de produzir movimentos de grande amplitude de
culatura. Esse arranjo das fibras em forma de fuso oferece o movimento, no entanto podem produzir mais força.
potencial para grandes quantidades de encurtamento e mo-
vimentos de alta velocidade no corpo. Isso porque os mús- REFLITA
culos fusiformes são, tipicamente, mais compridos que os
outros tipos de músculos e o comprimento da fibra é maior
O exercício físico é capaz de prevenir doenças
que o comprimento do tendão, por exemplo, sartório, bíceps ocasionadas pelo envelhecimento. A sarcope-
braquial e o braquial. nia é a perda degenerativa da massa muscular
Músculos Peniformes: as fibras correm, diagonal- esquelética e da coordenação, por isso deve-
mos nos manter ativos.
mente, em relação a um tendão que atravessa o músculo.
A forma geral é de pena, já que os fascículos são curtos
e correm em ângulo. As fibras do músculo peniforme
146
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
147
atividades de estudo
1. Sobre o sistema nervoso e o controle do mo- ( ) Nos sarcômeros estão presentes as unida-
vimento, leia as sentenças a seguir. des contráteis do músculo esquelético.
I. O sistema nervoso é o responsável pela co- ( ) Durante a contração muscular, as proteí-
municação entre o cérebro e as partes do nas actina e miosina deslizam entre si, diminuin-
corpo. do o volume muscular.
II. O sistema nervoso é dividido, anatomica- Assinale a alternativa correta:
mente, em parte central (encéfalo e medula
a. V, V, F, V.
espinhal) e periférico (nervos sensoriais e
motores). b. V, V, V, F.
III. O sistema nervoso autônomo é responsável c. V, F, V, V.
pelo controle voluntário de algumas funções
d. F, V, V, V.
corporais, por exemplo, a frequência cardía-
ca e a contração do músculo cardíaco. e. V, F, F. V.
IV. O sistema nervoso periférico apresenta 3. Leia as sentenças e assinale a alternativa corre-
uma porção aferente e uma eferente. A ta sobre o potencial de ação da fibra muscular.
porção aferente é responsável pelo envio I. Extensibilidade é a capacidade do músculo
de informações do sistema nervoso central estriado esquelético de encurtar-se durante
aos diversos tecidos, órgãos e sistemas do uma contração muscular.
corpo.
II. Irritabilidade é a capacidade do músculo es-
Assinale a alternativa correta: triado esquelético de responder um estímulo
a. Apenas I e II estão corretas. enviado por um neurotransmissor químico.
148
atividades de estudo
4. Leia atentamente e analise as questões que 5. Estudamos que os tipos de força muscular so-
apresentam as tarefas desempenhadas pelos frem influência de fatores mecânicos. Desse
músculos esqueléticos. Assinale Verdadeiro (V) modo, leia com atenção as sentenças, a seguir,
ou Falso (F): e assinale a alternativa correta.
( ) Os músculos denominados de agonistas I. Os principais fatores mecânicos que afetam
são aqueles que criam o mesmo movimento arti- a força muscular são: relação comprimento x
cular. tensão, força x velocidade, ângulo de inserção
do músculo e relação força x tempo.
( ) Os músculos que se opõem ao movimento
do músculo agonista são denominados de anta- II. Na relação comprimento x tensão, observa-se
gonistas. que a força máxima isométrica atingida pelo
músculo não depende do seu comprimento.
( ) Os antagonistas precisam relaxar para per-
mitir que ocorra um movimento ou precisam con- III. Na relação do ângulo e a inserção do mús-
trair-se, ao mesmo tempo que os agonistas, para culo, uma quantidade de tensão muscular é
controlar ou reduzir a rapidez de um movimento transferida para o osso pelo tendão ou apo-
articular. neurose.
( ) Os músculos, denominados neutralizado- IV. A força-resistência ou resistência muscular é
res, são aqueles que, durante um movimento, a capacidade de manter índices de força, rela-
contrair-se-ão para eliminar uma ação articular tivamente, altos, durante o maior período de
indesejada, causada por outro músculo. tempo possível.
Assinale a alternativa correta: Assinale a alternativa correta:
a. V, V, F, V. a. Apenas I e II estão corretas.
b. V, F, V, V. b. Apenas II e III estão corretas.
c. F, V, V, V. c. Apenas I está correta.
d. V, V, F, F. d. Apenas I, III e IV estão corretas.
e. V, V, V, V. e. Nenhuma das alternativas está correta.
149
LEITURA
COMPLEMENTAR
Estudamos, anteriormente, que possuímos fibras musculares diferentes, mas não po-
demos esquecer que quando fazemos um treino de resistência, por exemplo, damos
ênfase em um tipo de fibra específica. A seguir, discutiremos um pouco mais o biotipo
genético. Talvez você esteja se perguntando “por que eu preciso saber disso?”. Esse
conhecimento explica muitas coisas: porque algumas pessoas são melhores em certas
atividades e piores em outras, e porque há a necessidade de periodizar o treino.
As fibras tipo tem a contração mais lenta e usam o oxigênio como fonte de energia,
são músculos que não sofrem muita hipertrofia. São facilmente encontradas na região
da panturrilha, abdômen e dorsais. Essas regiões, normalmente, têm que manter uma
contração por muito tempo, seja para nos manter em pé, seja para nos auxiliar na
postura adequada. Pessoas com esse tipo de fibra muscular tornam-se bons atletas de
endurance, como maratonistas, ciclistas e triatletas.
As fibras Tipo II, por sua vez, estudamos que podem se dividir em IIa e IIb. Fibras do
tipo IIa possuem capacidade de contração rápida e capacidade oxidativa, ou seja, são
mais resistentes. Fibras do tipo IIb são de contrações rápidas (explosivas), anaeróbi-
cas e sofrem maior hipertrofia. Predominante em atletas de explosão como ginastas e
velocistas. Exemplifiquemos, Ronaldo era um excelente atacante, conhecido por suas
arrancadas rápidas que deixavam os zagueiros para trás. Sua predominância muscular
era de fibras do tipo IIb, mas devia treinar resistência para aguentar a partida inteira,
afinal ele não ficava apenas dando arrancadas o jogo inteiro. Felizmente, não temos a
mesma quantidade e tipo de fibras, uma vez que são determinadas pela genética, mas
conhecer as diferenças é importante. Imagine, agora, um time de futebol, a posição do
atleta e suas características podem variar, de acordo com suas habilidades e fibras. Isso
ocorre com atletas de todas as modalidades esportivas, por isso, saber o tipo de fibra
predominante e sua característica principal pode melhorar seu desempenho. Lembre-
-se que existem outros aspectos físicos que também devem ser treinados.
Todos nós possuímos os três tipos de músculos e, ao iniciar a atividade, os três são
ativados, mas, de acordo com a intensidade do exercício e o volume do treino, um
predominará. Não adianta treinar explosão muscular com uma carga muito baixa e por
muito tempo, ou achar que ganhará resistência muscular com uma carga muito alta.
Isso, na verdade, o deixa propenso a maior risco de lesão.
Fonte: adaptado de Santiago (2008, on-line)6.
150
material complementar
Treinamento de força
Lee E. Brown
Editora: Manole
Sinopse: este livro foi escrito por uma equipe de especialistas da National Stren-
gth and Conditioning Association (NSCA), uma autoridade mundial no campo da
força e do condicionamento físico. Apresenta informações importantes sobre o
desenvolvimento do sistema muscular e orientações para o treinamento de mus-
culação.
151
gabarito
1. A
2. B
3. D
4. E
5. D
152
UNIDADE
V
BIOMECÂNICA E
CINESIOLOGIA
APLICADA
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Cinesiologia aplicada na vida diária
• Biomecânica aplicada ao esporte
• Biomecânica aplicada à musculação
Objetivos de Aprendizagem
• Observar a relevância dos conhecimentos cinesiológicos
para os movimentos cotidianos.
• Verificar como os conhecimentos biomecânicos podem ser
utilizados na prática esportiva.
• Investigar como os conhecimentos biomecânicos
podem ser aplicados nos exercícios de musculação com
efetividade, minimizando o risco de lesões.
unidade
V
INTRODUÇÃO
O
lá, caro(a) aluno(a), chegamos à última unidade do nosso ma-
terial de biomecânica e cinesiologia. Para encerrar nossa jorna-
da, discutiremos ainda, três conteúdos de extrema importância
para o profissional de Educação Física. Na Aula 1, abordare-
mos o conhecimento cinesiológico aplicado em movimentos cotidianos,
como subir e descer escadas; carregar e levantar pesos. Esse conhecimento
é fundamental para que esses movimentos sejam executados de modo a
diminuir a incidência de lesões e aumentar a eficiência da execução. Nesse
sentido, a cinesiologia possibilita um conhecimento aprofundado dos tais
movimentos, possibilitando descrever as posturas mais eficientes e adequa-
das, do ponto de vista biomecânico e cinesiológico.
Na Aula 2, apresentamos exemplos de movimentos esportivos. Por
meio destes identificaremos os conceitos de centro de gravidade, equilí-
brio e estabilidade. O percurso que o centro de gravidade de um indiví-
duo faz pode ser um indicador da capacidade de desempenho em vários
esportes. Isso porque o centro de gravidade pode ser um indicador do
equilíbrio corporal e da estabilidade.
E, na Aula 3, intitulado Biomecânica aplicada à musculação, você ob-
servará que o conhecimento de vários princípios biomecânicos aumenta
a qualidade do programa de treinamento resistido. Isso ocorre porque
esse conhecimento possibilita que o profissional de Educação Física te-
nha a capacidade de selecionar e prescrever os exercícios mais adequados
para seus alunos. Além disso, tais conhecimentos auxiliam na orienta-
ção da técnica correta de execução dos exercícios, em diversos aparelhos
da musculação. Neste tópico, serão demonstrados exercícios práticos de
musculação.
Assim, esperamos que essa quinta e última unidade contribua, signi-
ficativamente, para a sua formação em biomecânica e cinesiologia.
Bons estudos!
Cinesiologia
Aplicada à
Vida Diária
A cinesiologia possibilita um conhecimento aprofunda- do chão pode sofrer uma lesão aguda ou um alongamen-
do sobre o movimento humano. Dentre esses movimen- to exagerado de músculos e ligamentos. A maneira mais
tos, estão alguns que são executados na nossa rotina, por indicada para levantar um peso do chão depende do ta-
exemplo, levantamento, deslocamento e transporte de manho, da forma e posição do objeto e das característi-
peso bem como a subida de escadas. O estudo cinesioló- cas do indivíduo que executará o movimento. Algumas
gico permite a identificação das contribuições anatômi- recomendações, no entanto, devem ser seguidas para que
cas e funcionais de segmentos corporais, ossos, articula- o movimento ocorra da maneira mais eficiente possível
ções e músculos para cada movimento que é executado. A (RASCH, 1991). São elas:
partir dessa identificação, é possível descrever as posturas • Manter os pés apoiados no solo, o indivíduo não
mais eficientes e adequadas, do ponto de vista biomecâ- deve se equilibrar na ponta dos pés.
nico e cinesiológico. • Manter uma distância confortável de afastamento
Iniciaremos pelo movimento cotidiano de levantar dos membros inferiores, denominada de base de
suporte, o que garante a estabilidade do corpo.
um peso do chão. Esse tipo de movimento acarreta diver-
• Manter o peso próximo do corpo.
sas lesões na região posterior do tronco. Um trabalhador
• Manter a coluna vertebral reta.
que, constantemente, tem que levantar objetos pesados
158
EDUCAÇÃO FÍSICA
• Inicialmente, realizar uma flexão de joelhos, segurar o objeto com as mãos, contrair os músculos extensores de
joelhos e quadril.
• Não se mover para outra direção, enquanto segura o peso.
• Adoção de uma postura ereta, após o agachamento e a extensão do joelho e quadril.
159
Agora, analisaremos o movimento de sentar e levantar. da coxa; isquiotibiais e glúteo máximo. Nessa situa-
Para sentar em uma cadeira, o indivíduo posiciona um ção, o músculo glúteo médio realiza contração para
pé mais próximo da cadeira que o outro, inclina o corpo auxiliar o equilíbrio corporal; o tibial anterior realiza
para frente, abaixa o corpo, mantendo a projeção do cen- dorsiflexão; os isquiotibiais fletem o joelho e o eretor
tro de gravidade na base de apoio, realiza um relaxamen- da espinha, por meio de contração, auxilia no controle
to de músculos extensores do joelho e flexiona essa arti- da inclinação anterior do tronco. Ao descer as escadas,
culação. Para levantar, ocorre uma inclinação para frente o corpo é mantido mais ereto para que o centro de
a partir do quadril, contrai os músculos extensores dos gravidade não fique, exageradamente, à frente da base
joelhos com transferência do centro de gravidade para de suporte. A função exercida por diversos músculos,
frente. Em algumas situações, as mãos podem ser utili- durante a descida da escada, é considerada como um
zadas para auxiliar o movimento de sentar e levantar. trabalho negativo, porque é a favor da gravidade e os
No movimento de subir degraus de escadas, são músculos extensores de quadril, joelho e tornozelo
ativados alguns músculos, como o sóleo; quadríceps geram resistência.
160
EDUCAÇÃO FÍSICA
Biomecânica Aplicada
ao Esporte
161
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
PÁGINA 161 – Figura 1 - O sumô é uma das modalidades esportivas na qual a estabilidade
é um componente importante
A estabilidade
também é afetada pela
projeção do centro de gravidade,
dentro dos limites da base de suporte.
Quando essa projeção se move para fora ocorre
uma perturbação da estabilidade. Por esse motivo,
a base de suporte deverá ter um tamanho apropriado,
visando a manutenção do centro de gravidade, dentro
dos limites. Um exemplo de base de suporte aumentado é
utilizado por lutadores de artes marciais em movimentos
defensivos. Outro fator que interfere na estabilidade é a
altura do centro de gravidade. Em diversos esportes,
atletas abaixam o corpo por meio de uma flexão de
joelho, quando precisam aumentar a estabi-
lidade. Temos um exemplo na posição
de expectativa do Voleibol na
figura 3.
Figura 3 - Posição no Voleibol com diminuição
da altura do centro de gravidade
162
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
PÁGINA 162– Figura 2 - Alguns atletas de futebol americano que necessitam de maior
estabilidade apresentam grande massa corpora
Biomecânica Aplicada
à Musculação
O conhecimento cinesiológico e biomecânico auxiliará • Descrever os ajustes do corpo e do equipamento.
você, caro(a) aluno(a), a reconhecer diversos princípios • Descrever a execução do movimento propria-
biomecânicos existentes no treinamento resistido, a saber: mente dito.
identificar a técnica correta e eficiente, as contribuições • Identificar as articulações envolvidas.
anatômicas, articulares e musculares para cada exercício. • Identificar o movimento da articulação ou seg-
mento.
Conhecer, de modo aprofundado, as características dos
• Identificar o grupo muscular mais ativo (motor
movimentos é essencial na implementação de um progra-
primário ou agonista).
ma de alongamento, fortalecimento ou reabilitação.
No contexto da musculação, a descrição cinesio- Veremos, a seguir, alguns exemplos de análise cinesioló-
lógica pode ser constituída por cinco itens (MAR- gica e biomecânica aplicada a exercícios de musculação:
CHETTI et al., 2007):
163
Figura 5 - Supino
No tríceps pulley, o indivíduo deverá permanecer na inclinado
postura ereta, com os cotovelos estendidos e rádio-ul-
nar em pronação, e posicionar o corpo de forma que a
barra não ultrapasse o alinhamento vertical da polia.
Na execução do movimento, realiza-se a flexão de co-
tovelos excêntrica, seguida de uma extensão de coto-
velos concêntrica. Nesse movimento bem popular no
ambiente da academia, o movimento articular de des-
taque é a extensão de cotovelo e a ativação do músculo
agonista tríceps braquial.
164
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Outro exemplo é o da rosca concentrada. O executan- Assim, a partir desses exemplos práticos, é possí-
te deve permanecer sentado, com o tronco inclinado vel relacionar os conteúdos biomecânicos e cinesioló-
à frente e o braço apoiado na parte interna da coxa. gicos, que você aprendeu nas unidades anteriores, aos
O movimento executado é de flexão de cotovelo, com exercícios de musculação. Esse conhecimento é fun-
a aproximação do halter na articulação do ombro e, damental para que o profissional de Educação Física
em seguida, o retorno à posição inicial. O movimento tenha subsídios teóricos para a montagem de progra-
articular identificável é de flexão de cotovelos com os mas de exercícios com pesos, de modo a alcançar os
músculos agonistas bíceps braquial, braquial anterior objetivos dos seus alunos.
e braquiorradial (MARCHETTI et al., 2007).
165
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Na Aula 2 desta unidade, discutimos a importância da O torque é um efeito rotatório, produzido por uma
projeção centro de gravidade dentro dos limites da base força, também denominado momento de força. Para cal-
de suporte para a estabilidade corporal. Nos exercícios cular o torque é necessário multiplicar a força (F) pelo
de musculação, podemos utilizar diferentes bases de su- braço de momento da força que se refere à distância per-
porte e tomar os devidos cuidados para a manutenção pendicular a partir da linha de ação da força sobre o eixo
da estabilidade, em todas as situações. O objetivo é mi- de rotação (CAMPOS, 2002). Nesse contexto, podemos
nimizar os riscos de desequilíbrios e lesões. também definir o braço de momento da resistência,
No nosso corpo, existe uma região central deno- como a distância horizontal entre o peso/resistência e o
minada em inglês de core. O core é a região central do eixo articular. Quanto maior o braço de momento de
corpo, englobando região abdominal, lombar e qua- um músculo, maior será o torque produzido pelo mús-
dril. Essa região é de fundamental importância para culo. O mesmo se aplica para o braço de momento da re-
a manutenção do equilíbrio e estabilidade. Nesse sen- sistência. Em um movimento, uma determinada articu-
tido, um programa de treinamento em musculação lação se move por uma amplitude de movimento. Assim,
também deverá propor exercícios para o fortaleci- existem variações nos braços de momento dos músculos
mento dessa região central, pois essa estabilidade de relacionados à articulação. Em uma flexão de cotovelo,
core servirá como base de suporte para a execução de por exemplo, o braço de momento é maior a 90˚. Essas
movimentos eficientes (BOMPA; CORNACCHIA, mudanças no braço de momento, ao longo da execução
2000). Considerando os exercícios de musculação, do movimento articular, promovem variações no tor-
podemos apontar mais dois itens de extrema impor- que. O torque produzido por um músculo será menor
tância, são eles: torque e alavancas. nos instantes em que seu braço de momento é menor.
166
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
REFLITA
167
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
PÁGINA 167 – Figura 8 - No exercício de rosca direta existe uma tendência de rotação
(torque) para flexão e para extensão
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Figura 8 indica que no exercício de rosca direta existe uma
tendência de rotação (torque) para flexão e para extensão. Na ilustração, o braço está
flexionado, segurando um halter e mostra com uma seta para cima que existe a tendência
para a flexão (bíceps), e com uma seta para baixo que existe a tendência para extensão
(peso). FIM DESCRIÇÃO.
DESCRIÇÃO DE IMAGENS
SAIBA MAIS
Nas Figura 9a e 9b, a sigla L.A.R refere-se à linha de
ação da resistência, e a sigla E.M. representa a articu-
lação. A partir da análise das figuras, é possível identi- Lesões graves na coluna podem ser evitadas
com cuidados simples
ficar que, na posição inicial (Figura 9a), encontra-se o
O Trauma Raquimedular (TRM) – lesão grave de
ponto de menor tensão muscular, isto porque o braço coluna – ocorre na maioria dos casos por conta
de momento da força e da resistência são pequenos. de acidentes de trânsito, quedas, acidentes ao
mergulhar em local raso, etc. Em entrevista
Na execução do movimento (figura 9b), o braço de
ao Jornal da USP no Ar, o professor Tarcísio
momento do músculo deltóide (força) aumenta de Eloy Pessoa de Barros Filho, titular da área de
acordo com o movimento articular do ombro de ab- Ortopedia e Traumatologia e vice-diretor da
Faculdade de Medicina (FM) da USP, falou sobre
dução. Isso é necessário para vencer a resistência do
o tratamento dos acidentados.
halter. É indicado que a abdução seja feita até que os Ele esclarece que existem perspectivas expe-
braços fiquem paralelos ao solo e que o cotovelo per- rimentais, como testes em laboratório com
animais, que ainda não foram eficazes em hu-
maneça semiflexionado durante a amplitude do mo-
manos. [...]. O diagnóstico por imagem deve ser
vimento. Esse posicionamento do cotovelo diminui o feito de forma rápida e o quanto antes possível,
braço de momento da resistência e, consequentemen- alinhar novamente a coluna e fixá-la. [...].
Para prevenir esses traumas, o doutor Tarcísio
te, o torque e facilita a execução do exercício.
Eloy ressalta a importância de se utilizar cinto
O conhecimento de princípios biomecânicos de segurança de três pontos, encosto alto para
auxilia a elaboração adequada do programa de a cabeça, utilizar airbags e, principalmente, res-
peitar as leis de trânsito, como limite de veloci-
treinamento resistido. O profissional de educação
dade e a não ingestão de bebidas alcoólicas. [...].
física deverá se aprofundar nesses conhecimentos
para que consiga identificar e prescrever os melho-
Fonte: Jornal da USP (2016, on-line)7
res exercícios para cada indivíduo.
168
considerações finais
169
atividades de estudo
170
atividades de estudo
171
LEITURA
COMPLEMENTAR
Musculação
Dança
Natação
Atividades feitas na piscina são as mais comumente recomendadas para quem não
pode sofrer altos impactos nas articulações. A natação é uma modalidade isenta de
impacto, já que os movimentos são feitos na horizontal e a maior parte da força é em-
pregada nos braços. Além do fortalecimento muscular e dos benefícios para a postura,
ela alonga e alivia a pressão sobre a coluna, aumentando a amplitude do corpo.
172
LEITURA
COMPLEMENTAR
Hidroginástica
Caminhada
Para quem tem pouco tempo ou quer economizar, a caminhada é uma atividade que
pode ser feita em qualquer lugar, sem custo. “Dar algumas voltas nos quarteirões pró-
ximos de casa ou andar no parque pode combater dores na coluna, nos joelhos e nas
pernas e aumentar a força e a resistência, contanto que seja feita de forma correta,
observando se a postura está alinhada”, explica Bia.
Pilates
173
material complementar
Biomecânica da musculação
Maurício de Arruda Campos
Editora: Sprint
Sinopse: esse livro foi elaborado para colaborar com os profissionais que traba-
lham com exercícios resistidos, tanto na prescrição do exercício como na orien-
tação da técnica correta e eficiente, por meio do conhecimento biomecânico dos
aparelhos utilizados em musculação e de alguns exercícios mais executados pelos
praticantes de exercícios resistidos.
O site “Treino em foco” apresenta uma série de exercícios resistidos, o objetivo é contribuir para o aperfei-
çoamento dos profissionais de Educação Física que atuam nas áreas de Fitness e Wellness, proporcionan-
do-lhes informações relevantes para suas respectivas áreas de atuação.
https://www.treinoemfoco.com.br
174
referências
AMADIO, A. C. et al. Introdução à análise do movimento humano: descrição e aplicação dos métodos de
medição. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Paulo, v.3, n.2, p.41-54, 1999.
AMADIO, A. C; SERRÃO, J. C. Biomecânica: trajetória e consolidação de uma disciplina acadêmica. Revista
Paulista de Educação Física, São Paulo, v.18, p.45-54, 2004.
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua pres-
crição. Tradução de Dilza Balteiro Pereira de Campos. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
BARELA, A. M. F.; DUARTE, M. Utilização da plataforma de força para aquisição de dados cinéticos durante
a marcha humana. Brazilian Journal of Motor Behavior, v. 6, n. 1, p. 56-61, 2011.
BATES, A. B.; HANSON, N, B. Exercício Aquáticos Terapêuticos. Tradução de Mercês Nogueira Paulo. Ba-
rueri: Manole,1998.
BOMPA, T. O.; CORNACCHIA, L. J. Treinamento de força consciente: estratégias para ganho de massa
muscular. São Paulo: Phorte, 2000.
BRENZIKOFER, R. Biomecânica: Uma Ciência Experimental. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOME-
CÂNICA, 5, 1993, Santa Maria, Anais [...]. Santa Maria: CEFD-UFSM, 1993. p. 117-120.
BROWN, L. E. Treinamento de força. Barueri: Manole, 2008.
CAMPOS, M. A. Biomecânica da musculação. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.
COHEN, M. et al. Lesões ortopédicas no futebol. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 32, n. 12, p. 940-4,1997.
HALL, S. J. Biomecânica básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
HALL, S. J. Biomecânica básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
HAMILL, J.; KNUTZEN, K. M. Bases biomecânicas do movimento humano. Barueri: Manole, 1999.
HAY, J. G. Biomecânica das técnicas desportivas. Rio de Janeiro: Interamericana, 1981.
HAYWOOD, K. M.; GETCHELL, N. Desenvolvimento motor ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2004.
KAPANDJI, A. I. Fisiologia Articular: Esquemas comentados de mecânica humana. v. 3, 5. ed. São Paulo:
GEN; Guanabara Koogan, 2000.
KENDALL, F. P. et al. Postura: alinhamento e equilíbrio muscular. In: KENDALL, F. P. et al. Músculos Provas
e Funções. 4. ed. Barueri: Manole,1995, p. 69-118.
KLEINPAUL, J. F. et al. Lesões e desvios posturais na prática de futebol em jogadores jovens. Fisioterapia e
pesquisa, São Paulo, v.17, n. 3, p. 236-41, jul./set. 2010.
LADEIRA C. E. Incidência de lesões no futebol: um estudo prospectivo com jogadores masculinos adultos
amadores canadenses. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Paulo, v. 4, n.1, p. 39-47, 1999.
175
referências
MAGEE, D. J. Avaliação Postural. In: MAGEE, D. J. Disfunção Musculoesquelética. 3. ed. Barueri: Ma-
nole, 2002, p.105-157.
MARCHETTI, P. et al. Biomecânica aplicada: uma abordagem aplicada para o treinamento de
força. São Paulo: Phorte, 2007.
MELO, I. L; SANTOS, S. G. Antropometria em Biomecânica: características, princípios e mo-
delos antropométricos. Revista brasileira de cineantropometria e desempenho humano, v. 2,
n. 1, p. 97-105, 2000.
MERLETTI, R.; TORINO, P. di. Standards for reporting EMG data. Victoria: ISEK, 1999.
NATTIV, A. et al. American College of Sports Medicine Position Stand. The Female Athlete
Triad. Medicine and Science in Sports and Exercise, v.39, n.10, p.1867-1882, 2007.
PERRY, J. Análise da Marcha. Barueri: Manole, 2005.
PRESTES, J. et al. Prescrição e periodização do treinamento de força em academias. Barueri: Manole, 2010.
RASCH, P. J. Cinesiologia e Anatomia aplicada. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.
SOBOTTA, J. Atlas de anatomia humana. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
VERDERI, É. Programa de Educação Postural. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2005.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: https://www.iaaf.org/news/news/straddle-high-jump-seminar-brumel-italy. Acesso em: 11 nov.
2019.
2
Em: https://www.sportslab.com.br/servicos/avaliacao-e-treino-isocinetico/. Acesso em: 12 nov. 2019.
3
Em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Perpendicularidade. Acesso em: 14 nov. 2019.
4
Em: http://alvarorosa.blogspot.com.br/2008/04/importncia-das-curvaturas-fisolgicas-da.html. Acesso
em: 18 nov. 2019.
5
Em: https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-esqueletico/coluna-vertebral/. Aces-
so em: 18 nov. 2019.
6
Em: https://horadotreino.com.br/os-tipos-de-musculos/. Acesso em: 18 nov. 2019.
7
Em: https://jornal.usp.br/atualidades/lesoes-graves-na-coluna-podem-ser-evitadas-com-cuidados-sim-
ples/. Acesso em: 20 nov. 2019.
8
Em: https://ciclovivo.com.br/vida-sustentavel/bem-estar/6-atividades-fisicas-para-reduzir-dores-na-
-coluna/. Acesso em: 19 nov. 2019.
176
gabarito
1. A
2. D
3. A
4. C
5. C
177
conclusão geral
Caro(a) aluno(a), neste livro, abordamos os mecanismos envolvidos na mecânica corporal.
Desse modo, discutimos, na Unidade 1, as terminologias básicas dos conceitos relacionados
à Cinesiologia e à Biomecânica, e conhecemos os principais métodos de análise para a aplica-
ção de conhecimentos biomecânicos, na análise do movimento humano.
Na Unidade 2, verificamos as considerações esqueléticas do movimento e da composição
do corpo humano. Identificamos como ocorre a formação e o desenvolvimento dos ossos e a
aplicação de cargas mecânicas no sistema esquelético, reforçando a importância da arquitetu-
ra das articulações e a classificação, quanto à forma e ao número de eixos articulares.
Na Unidade 3, tratamos das principais terminologias relacionadas ao padrão dos movi-
mentos corporais, sendo essencial a compreensão da descrição do movimento articular, base-
ado em planos; eixos e termos direcionais relacionados. Entendemos também a importância
da anatomia da coluna vertebral e das curvaturas vertebrais para o movimento.
Posteriormente, na Unidade 4, estudamos os conceitos relacionados ao sistema nervoso
para compreender o funcionamento e o controle dos movimentos, como gerador dos sinais
que levarão o músculo esquelético ao ciclo contrátil. Sabemos que, por meio da junção neu-
romuscular, o neurônio motor envia o sinal que alterará os elementos das células musculares.
Estes levarão à contração muscular. Passamos, em seguida, a discutir o papel das proprie-
dades mecânicas que influenciam na força muscular e alguns princípios e modalidades do
treinamento para o fortalecimento muscular.
Para encerrar nosso módulo, na Unidade 5, trabalhamos os conceitos cinesiológicos, re-
levantes para os movimentos cotidianos, bem como os conhecimentos biomecânicos que
podem ser utilizados na prática esportiva e na musculação com efetividade, minimizando o
risco de lesões. Espero que tenha aproveitado os conteúdos trabalhados, em cada unidade, e
compreendido a importância dessa disciplina, essencial para sua formação profissional.
Um grande abraço.