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COLETIVOS:
HANDEBOL
E BASQUETEBOL
PROFESSORES
Dr. Claudio Kravchychyn
Dra. Luciane Cristina Arantes da Costa
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
2
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10
com princípios éticos e profissionalismo, não maiores grupos educacionais do Brasil.
somente para oferecer uma educação de qualidade, A rapidez do mundo moderno exige dos educadores
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão soluções inteligentes para as necessidades de todos.
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- Para continuar relevante, a instituição de educação
nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional precisa ter pelo menos três virtudes: inovação,
e espiritual. coragem e compromisso com a qualidade. Por
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia,
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro do ensino presencial e a distância.
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é
e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, promover a educação de qualidade nas diferentes áreas
com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. do conhecimento, formando profissionais cidadãos
Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais que contribuam para o desenvolvimento de uma
de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos sociedade justa e solidária.
pelo MEC como uma instituição de excelência, com Vamos juntos!
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Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja,
iniciando um processo de transformação, pois quando estes materiais têm como principal objetivo “provocar
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta
profissional, nos transformamos e, consequentemente, forma possibilita o desenvolvimento da autonomia
transformamos também a sociedade na qual estamos em busca dos conhecimentos necessários para a sua
inseridos. De que forma o fazemos? Criando formação pessoal e profissional.
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível e construção do conhecimento deve ser apenas
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita.
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos
se educam juntos, na transformação do mundo”. fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
Os materiais produzidos oferecem linguagem das discussões. Além disso, lembre-se que existe
dialógica e encontram-se integrados à proposta uma equipe de professores e tutores que se encontra
pedagógica, contribuindo no processo educacional, disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
complementando sua formação profissional, seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
desenvolvendo competências e habilidades, e trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, acadêmica.
autores
ção (lato-sensu) em Musculação e Preparação Física pela Universidade Gama Filho (1993)
<http://lattes.cnpq.br/1541630939742895>.
<http://lattes.cnpq.br/4373667750972554>.
apresentação do material
UNIDADE I UNIDADE IV
INTRODUÇÃO AOS ESPORTES COLETIVOS – CONHECENDO O HANDEBOL
BASQUETEBOL E HANDEBOL 114 Conhecendo o Handebol: Histórico
14 Esportes Coletivos de Invasão ou 116 Fundamentos Técnicos do Handebol
Jogos de Invasão
124 Regras Básicas do Handebol
16 Metodologias de Ensino dos
Esportes Coletivos 130 Modelos de Exercícios na Iniciação
ao Ensino do Handebol
22 Modelos Alternativos para o Ensino
dos Esportes Coletivos de Invasão 140 Referências
36 Referências 141 Gabarito
39 Gabarito
UNIDADE V
SISTEMAS TÁTICOS NO HANDEBOL
UNIDADE II
CONHECENDO O BASQUETEBOL 146 Introdução às Ações Táticas Ofensivas
44 Conhecendo o Basquetebol: Histórico 148 Sistemas Táticos Ofensivos do Handebol
46 Fundamentos Técnicos do Basquetebol 150 Sistemas Táticos Defensivos do Handebol
58 Regras Básicas do Basquetebol 154 Planos de Aula
66 Modelos de Exercícios na Iniciação 167 Referências
ao Ensino do Basquetebol 167 Gabarito
76 Referências
77 Gabarito 168 CONCLUSÃO GERAL
UNIDADE III
SISTEMAS TÁTICOS NO BASQUETEBOL
82 Introdução às Ações Táticas
86 Sistemas Táticos Ofensivos do Basquetebol
88 Sistemas Táticos Defensivos do Basquetebol
94 Planos de Aula
108 Referências
109 Gabarito
INTRODUÇÃO AOS
ESPORTES COLETIVOS –
BASQUETEBOL E HANDEBOL
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Esportes coletivos de invasão ou jogos de invasão
• Metodologias de ensino dos esportes coletivos
• Modelos alternativos para o ensino dos esportes coletivos
de invasão
Objetivos de Aprendizagem
• Entender as características dos esportes de invasão.
• Estudar as metodologias de ensino dos esportes coletivos.
• Compreender os modelos alternativos para o ensino dos
esportes coletivos de invasão e sua relação com o ensino
do basquetebol e handebol.
unidade
I
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), o basquetebol e o handebol são parte integrante
da matriz curricular da Educação Física e se caracterizam como
esportes coletivos de invasão, sendo esta a temática da Unidade
1 deste livro. Os esportes coletivos de invasão constituem uma
classe de modalidades esportivas em que a disputa é baseada na oposição
entre duas equipes. Neles existe um espaço comum de disputa, com o
objetivo principal de pontuar e impedir o adversário de atingir sua meta.
Uma equipe consegue atuar de forma adequada no sentido coletivo quan-
do as estratégias utilizadas contribuem para a aprendizagem da tática.
Investigações na área do esporte buscam descrever as ações táticas
de cada jogador. Elas funcionam como um manual teórico que descreve
aquilo que cada jogador deve fazer e em que momento deve fazer. Nesta
unidade, buscamos evidenciar estes aspectos a partir de subsídios teóri-
cos, para que você possa compreender as características dos esportes de
invasão e as metodologias utilizadas atualmente para o ensino dos espor-
tes coletivos, especificamente o basquetebol e o handebol.
Ao entender determinados aspectos e os relacionar com a prática
pedagógica, tais conhecimentos poderão facilitar o processo de ensino
e aprendizagem. Assim, por exemplo, ao ensinar por que um aluno ou
atleta dribla com a mão direita - e não com a esquerda - em algumas situ-
ações e posicionamentos em quadra, você será capaz de explicar os mo-
tivos desta escolha. Observe que o exemplo do drible (ato de empurrar
repetidamente a bola contra o solo) vale para ambos os esportes tratados
neste capítulo, ou seja, os esportes de invasão possuem conceitos e carac-
terísticas semelhantes.
Acreditamos que este é um dos caminhos para que você possa explicar
a seus futuros alunos ou atletas a necessidade do aprendizado de cada con-
teúdo, para que o ensino não esteja vinculado apenas a fundamentos técni-
cos dissociados das situações de jogo. Esta é nossa proposta na Unidade 1.
Esportes Coletivos de Invasão
ou Jogos de Invasão
EDUCAÇÃO FÍSICA
Olá, caro(a) aluno(a), antes de tratar das especifi- Se você observar com cuidado o parágrafo ante-
cidades de métodos alternativos que priorizam o rior, verá todas as características e ações apresenta-
ensino da tática, cabe evidenciar as características das sobre as possibilidades de ação de seu aluno ao
dos esportes coletivos de invasão ou jogos de in- receber a bola. Verá, também, que não se referem a
vasão. São, essencialmente, modalidades esporti- um esporte em específico. Isto acontece porque nos
vas cuja disputa é baseada na oposição entre duas esportes de invasão é comum a semelhança nas deci-
equipes, em um espaço comum e com o objetivo sões. Por isso, podemos dizer que a aprendizagem de
principal de pontuar e impedir que o adversário um esporte pode ser transferida para outro (trans-
pontue, por meio de táticas ofensivas e defensivas fer). Nos esportes coletivos de invasão, os adversá-
(LAMAS et al., 2012). rios interagem diretamente entre si, com a existência
Desta forma, os jogos coletivos de invasão pos- de muitos contatos físicos. Assim, tanto no basque-
suem ações específicas de ataque e defesa, em que tebol quanto no handebol, a necessidade de coope-
prevalecem as relações de cooperação e oposição, rar com os companheiros para marcar cestas e gols
com tentativas de finalização e organização do determina a mesma lógica de funcionamento, sob a
ataque e defesa cujo campo de jogo não é separa- qual o principal objetivo é invadir o espaço defendi-
do, como ocorre no voleibol ou no tênis de campo do pelo adversário para marcar pontos.
(MESQUITA; GRAÇA, 2006). Para Gallatti (2006), as regras de ação mais im-
Outros esportes considerados de invasão fazem portantes para os esportes de invasão estão defini-
parte da realidade brasileira, tais como o futebol e das da seguinte forma: comportar-se, taticamente,
o futsal. Outros estão menos presentes em nossa em jogos de equipe, a partir da estrutura e lógica
cultura, mas vêm ganhando espaço, por exemplo, o comum, ocupar os espaços da quadra, posicio-
polo aquático, o rúgbi e o futebol americano. Para nar-se para receber a bola de um companheiro e
aprender tais modalidades, quando o aluno recebe se posicionar para pressionar um adversário com
a bola, não pode simplesmente sair correndo com posse da bola.
ela. É necessário, inicialmente, que ele compreenda Durante o processo de ensino e aprendizagem
as regras de cada modalidade. A partir desta com- dos esportes de invasão, é necessário que o professor
preensão, sua primeira ação, ao receber uma bola se preocupe com a aprendizagem dos aspectos táti-
durante o jogo, é levantar a cabeça a fim de observar cos (o que e quando fazer) e dos aspectos técnicos
os colegas de equipe, os adversários, a sua meta (ces- (como fazer) de forma articulada, como veremos no
ta ou gol) e os espaços livres. próximo tópico desta unidade.
15
Metodologias de Ensino
dos Esportes Coletivos
EDUCAÇÃO FÍSICA
Desde a década de 60, o ensino dos esportes tem a es- gem da técnica e jogo formal. Como direcionamen-
truturação da técnica como prioridade inicial (GAR- tos pedagógicos, temos: primeiro, execução do exer-
GANTA, 1998), ou seja, os professores ou técnicos cício conhecido, depois, do desconhecido; execução
ensinam a técnica da modalidade para, em seguida, dos exercícios realizados em partes e, em seguida,
ensinar aspectos táticos. O objetivo do ensino da téc- de forma completa; e execução de exercícios mais
nica é realizar a ação mais econômica e efetiva dos fáceis, seguidos de outros mais complexos. Nos es-
movimentos, melhorando os resultados alcançados. portes individuais, tal método ainda é bastante utili-
Neste sentido, o ensino consiste, inicialmente, na ex- zado, podendo ser muito útil no processo de ensino
plicação e demonstração dos exercícios. Na sequên- e aprendizagem.
cia, por meio do desmembramento do exercício, Nos esportes de invasão, entretanto, sob essa
deve-se evidenciar a execução prática pelos meios abordagem que privilegia o gesto técnico, a aprendi-
técnicos de ensino. Neste entendimento, a técnica é zagem do jogo somente acontecerá quando as habi-
meramente uma etapa da preparação, sendo uma das lidades motoras alcançarem o rendimento desejado
formas de obtenção de rendimento. Esta metodologia (GARGANTA et al., 2013). Apesar da vantagem de a
é denominada “método parcial”, ou “método analíti- habilidade motora ser realizada de forma apropria-
co-sintético”. A principal crítica a esta forma de en- da e da facilidade de implementação da abordagem
sinar o esporte é a descontextualização. Mas qual é a tradicional, algumas desvantagens devem ser consi-
consequência dessa descontextualização no processo deradas (GAMA FILHO, 2001):
de ensino e aprendizagem dos esportes coletivos? • Processos de tomada de decisão são deixados
Apesar de os alunos conseguirem realizar os para um segundo momento do processo de
exercícios técnicos de forma apropriada, caso o en- ensino e aprendizagem, com a justificativa de
que o aluno necessita de conhecimento ante-
sino priorize apenas o ensino da técnica, eles podem
cipado do movimento a ser realizado.
não compreender sua necessidade de utilização du-
• Exercícios repetitivos podem não estimular
rante o jogo. Essa forma de ensino, usualmente, re-
ou motivar os participantes.
cebe a denominação de modelo tecnicista, sob o qual
• Na maioria das vezes, os alunos não sabem
o professor acredita ser necessário o ensino da técni- em que momento os movimentos aprendidos
ca antes de se ensinar conceitos táticos. A utilização devem ser realizados no contexto do jogo,
destas abordagens tradicionais é bastante comum havendo pouca transferência do que o aluno
tanto nos treinamentos esportivos quanto em aulas realiza nos exercícios para a situação de jogo.
do componente curricular Educação Física.
Desta forma, segundo Costa e Nascimento Para ocorrer o transfer, situações de jogo devem ser
(2004), o método parcial, cujos movimentos são experimentadas pelo aluno desde o início do pro-
realizados em partes e somente depois articulados cesso de ensino-aprendizagem, partindo das mais
pelos alunos, é considerado um método tradicional. simples, com aumento gradativo de complexidade.
Uma aula ou sessão de treinamento utilizando o mé- Por isto, as tarefas ou exercícios devem ser realiza-
todo tradicional pode ser exemplificada da seguinte dos mediante a apresentação de sua utilização du-
forma: aquecimento, exercícios para a aprendiza- rante o jogo.
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ESPORTES COLETIVOS: HANDEBOL E BASQUETEBOL
Vamos a um exemplo: ao ensinar a bandeja - diram o método global com o “rola-bola”, prática já
progressão de dois passos com a posse da bola, em mencionada no início desta unidade, deixando os alu-
direção à cesta - no basquetebol, deve-se considerar nos jogarem sem nenhuma preocupação pedagógica.
que o aluno arremesse a bola tanto com a mão direita Em suma, o método parcial difere do global pela
quanto com a mão esquerda, dependendo da neces- apresentação de uma situação de jogo cujos elemen-
sidade. A escolha da mão utilizada depende de diver- tos técnicos e táticos são evidenciados. Os alunos
sos fatores, como o posicionamento na quadra em aprendem o intuito de realizar cada movimento,
relação à tabela ou em relação ao defensor. Assim, proporcionando elevado nível de motivação, mas
o professor não deve apenas ensinar os movimentos podem ter dificuldade na assimilação dos funda-
que compõem a bandeja, mas suas especificidades, mentos (COSTA; NASCIMENTO, 2004). Apresen-
para que o aluno as considere no momento do jogo. tadas tais características, você deve estar perguntan-
As habilidades técnicas dos esportes de invasão do: Diante disso tudo, como devemos ensinar?
estão relacionadas às características do jogo formal. Algumas metodologias de ensino, alternativas às
Nos esportes coletivos, as situações que ocorrem du- duas já citadas, propõem o ensino contextualizado.
rante o jogo modificam-se a cada ataque, fazendo com Em primeiro lugar, não priorizam o ensino da téc-
que as habilidades técnicas estejam sujeitas a variações nica. Nessas metodologias, o ensino da tática deve
de ritmo, intensidade e amplitude (COSTA; NASCI- acontecer em conjunto com o ensino da técnica, prio-
MENTO, 2004). As experiências práticas nos fizeram rizando a primeira. Assim, devemos ensinar o porquê
acreditar que os movimentos realizados priorizando o e quando realizar determinado fundamento ou gesto
ensino da técnica perdem o sentido se não estiverem técnico. No contexto americano, o método denomi-
contextualizadas com o que ocorre durante o jogo. As- nado Teaching Games for Understanding (TGfU), des-
sim, ensinar a arremessar no basquetebol, por exem- de a década de 80, tem apresentado as vantagens de os
plo, requer muito mais do que a repetição sistemática. alunos compreenderem os movimentos que realizam,
Para Garganta (1998), um dos problemas evidentes bem como em que momento é adequado realizá-los
no método parcial é que, ao utilizar, prioritariamente, no contexto do jogo (BUNKER; THORPE, 1982). No
esta abordagem, os professores retardam a abordagem TGfU, o aluno está no centro do processo de ensino e
do jogo até que os alunos consigam realizar o funda- aprendizagem, e seu desenvolvimento ocorre a partir
mento técnico. É preciso salientar que muitos alunos de sua própria consciência tática.
não conseguirão executar, satisfatoriamente, todos os No Modelo Desenvolvimentista (Direct Instruc-
gestos técnicos de determinada modalidade em um tion), proposto por Rink (2010), o ensino das habi-
curto espaço de tempo. Assim, ao insistir na aplicação lidades no contexto do jogo é ponto fundamental
desse método, o professor poderá não oportunizar ou- durante o ensino. Sob esse modelo, os professores
tras formas gratificantes de aprendizagem. trabalham com atividades que proporcionam a
Em contraposição encontra-se o método glo- compreensão do jogo, mas, assim que eles percebem
bal, no qual “[...] a aprendizagem é encarada como que os alunos não conseguem realizar algum funda-
a apreensão do todo, durante o jogo” (MESQUITA, mento (drible, passe, arremesso), voltam a realizar
2000, p. 74). Entretanto muito professores confun- exercícios que evidenciam o ensino do gesto técni-
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EDUCAÇÃO FÍSICA
co, retomando a aprendizagem dos fundamentos da ficadas de jogo. Esse objetivo foi estabelecido median-
modalidade esportiva. No Método Situacional, Gre- te a verificação de que, durante o jogo formal (5x5),
co (1998) evidencia o ensino da tática e da capaci- os alunos não conseguiam manter a superioridade
dade de jogo no ensino dos esportes coletivos por numérica (necessária no contra-ataque), ou seja, os
meio de estruturas funcionais, que são constituídas defensores têm conseguido voltar ao posicionamento
a partir das ações de jogo. defensivo adequado muito mais em função dos erros
Todos esses métodos priorizam o ensino da táti- de ataque do que da efetividade da defesa. O exercício
ca, além de demonstrar o “sentido” do ensino da téc- realizado foi o de 2x1 (dois atacantes e um defensor),
nica para o aluno (COSTA; NASCIMENTO, 2004). utilizando a quadra inteira. Logo após a recuperação
Segundo Rink (2010), esses modelos têm a preocu- da bola, o aluno deveria procurar o companheiro para
pação de ensinar “o que”, “por quê” e “quando” fazer trocar passes rápidos até a meta (cesta ou gol).
(tática), para depois ensinar “como” fazer (técnica),
tendo como principal objetivo a compreensão da SAIBA MAIS
modalidade. Nesta perspectiva, o objetivo do ensino
dos esportes coletivos é desenvolver a inteligência
Ensinando a arremessar
tática para que seja estimulada a tomada de decisão
O arremesso é um fundamento importante
por parte dos alunos. O que fazer, por que fazer e no ensino do basquetebol e no handebol.
quando fazer determinado movimento. Arremessar, além de ser um dos objetivos do
Questionamentos como os exemplificados não jogo, também é um dos fundamentos mais
motivadores para a prática das modalidades.
devem ser aprendidos com o tempo de prática, mas Uma aula sem nenhuma atividade que envol-
evidenciados a cada aula ou sessão de treinamento. va o arremesso pode gerar críticas de seus
De acordo com a metodologia que escolhemos uti- alunos. Mas, para exemplificar, antes gosta-
ríamos de apontar alguns questionamentos
lizar em nossas aulas, podemos instigar os alunos a que podem ser realizados aos alunos quando
buscarem as diferentes respostas possíveis. Estas são você estiver ensinando basquetebol:
de fundamental importância para o processo de en- Por que, em algumas situações, é mais ade-
quado arremessar saltando (jump)?
sino-aprendizagem em qualquer metodologia de en- Quando você deve realizar a bandeja?
sino, pois facilitam o processo de tomada de decisão, Por que aprender o arremesso com as mãos
necessário nas diferentes situações que ocorrem du- direita e esquerda é importante? Quando se
utiliza um ou outro?
rante o jogo (COSTA, 2012). Por que devo executar a bandeja iniciando a
As metodologias de ensino que priorizam o en- primeira passada com a perna direita do lado
sino da tática têm sido apontadas como aquelas que direito da quadra? Mas não posso iniciar a pas-
sada com a perna esquerda do lado direito?
possibilitam a compreensão da modalidade e, como Assim, ao ensinar o(a) aluno(a) a arremessar,
consequência, tornam a prática mais prazerosa. To- a prioridade é fazer com que ele compreenda
memos como exemplo de objetivo de uma aula ou ses- as ações que desenvolve, priorizando o ensino
da tática.
são de treinamento que prioriza o ensino da tática, es-
tabelecido e documentado por Costa (2012): realizar Fonte: adaptado de Costa (2012).
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ESPORTES COLETIVOS: HANDEBOL E BASQUETEBOL
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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ESPORTES COLETIVOS: HANDEBOL E BASQUETEBOL
Apresentaremos dois modelos que podem ser traba- Modelo de Educação Esportiva, e de instrução, como
lhados em conjunto (que formam o modelo híbrido): o Modelo Desenvolvimentista.
o Modelo Desenvolvimentista (Direct Instruction/
Developmental Model) e o Modelo de Educação Es-
REFLITA
portiva (Sport Education). A justificativa desta esco-
lha refere-se aos estudos realizados em uma revisão
sistemática (ARAÚJO et al., 2014), que aponta a im- Você sabia que muitos professores ensinam
os esportes coletivos de invasão (basquete-
portância de modelos híbridos que proporcionam a bol, handebol, futebol, rúgbi, futsal) utilizando
compreensão da complexidade do processo de ensi- ainda o método parcial, também denominado
no-aprendizagem. Os modelos em evidência a serem analítico?
22
EDUCAÇÃO FÍSICA
Ações – direcionar a bola com eficiência (com for- • Simples – um contra um, sem arremesso.
ça e direção), parado e em movimento. • Complexo – 5x5, com arremesso.
Exemplos de exercícios:
• Simples – passar a bola estendendo os braços.
• Complexo – passar a bola na direita ou na es-
querda, dependendo do posicionamento do
jogador receptor.
Estágio 4 - Exercício Tipo 4
Receber ações – obter a posse do objeto indo em
Jogos com regras modificadas.
sua direção, de qualquer nível, direção ou veloci-
Jogo propriamente dito.
dade, parado e em movimento.
• Simples – receber a bola do jogador de uma Exemplos de exercícios:
curta distância. • Simples – introdução das posições dos jogadores.
• Complexo – receber a bola do jogador de uma • Complexo – jogo completo com regras especí-
distância maior, na direita ou na esquerda. ficas.
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ESPORTES COLETIVOS: HANDEBOL E BASQUETEBOL
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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ESPORTES COLETIVOS: HANDEBOL E BASQUETEBOL
O MD apresenta uma tipologia de tarefas em complexidade crescente e cujo objetivo primordial é que os
alunos possam adquirir novas habilidades motoras. Segundo Rink (2010), para que os objetivos no processo
de ensino e aprendizagem sejam alcançados, os professores devem:
A B
C D
E F
26
EDUCAÇÃO FÍSICA
No Modelo de Educação Esportiva (MED), o prin- Assim, os alunos precisam ser conduzidos ao cen-
cipal objetivo do processo de ensino e aprendizagem tro do processo de ensino-aprendizagem por meio
é investir no potencial educativo do esporte, na for- de tarefas em equipes, com o objetivo de desen-
mação de jovens desportivamente competentes, cul- volver o sentimento de inclusão e pertencimento,
tos e entusiastas (SIEDENTOP, 1994; SIEDENTOP, desempenhando as diversas funções peculiares aos
2002). O MED procura oferecer aspectos de reno- eventos esportivos (jogadores, técnicos, árbitros,
vação no ensino dos jogos, investindo em seu po- jornalistas etc.). As tradicionais unidades didáti-
tencial educativo (MESQUITA, 2012; MESQUITA; cas são transformadas em épocas esportivas, e, no
FARIAS; HASTIE, 2012). final de cada época, são realizados eventos culmi-
O MED busca reorganizar o ensino com um con- nantes. Tais eventos envolvem festividades espor-
texto que reproduza as situações que ocorrem no es- tivas em que são entregues prêmios, entre os quais
porte, principalmente aquelas que nos apresentam se destacam o de rendimento esportivo, o de fair-
fair-play e oportunidades de aprendizado educacio- -play, o de cooperação e participação, entre outros
nal, por meio da substituição de unidades didáticas definidos pelo professor.
de curta duração pelo conceito de época desportiva. O MED é um modelo que privilegia o potencial
Os procedimentos metodológicos utilizados no MED educativo, buscando formar alunos autônomos para a
são importantes para que os alunos possam vivenciar prática das modalidades esportivas, considerando os
a competição e sua organização sistemática, o registro aspectos técnicos, táticos, psicológicos e afetivos des-
de resultados e estatísticas dos desempenhos de seu sa prática (MESQUITA, 2012; MESQUITA; GRAÇA,
grupo, a atribuição de funções que compõem o envol- 2009; SIEDENTOP, 1994; 2002). Nesse modelo, os
vimento no esporte com os diferentes papéis, como o alunos realizam as tarefas em equipes com o objetivo
de capitão ou técnico de seu grupo, exercendo a função de, no final de cada época desportiva, realizar festi-
de árbitros, diretores e jornalistas (GRAÇA; MESQUI- vais no fim de cada conteúdo ou bimestre.
TA, 2013). Neste sentido, o ensino da competição é: Os estudos realizados com o MED revelaram a
[...] fundada numa ética de respeito pelo espírito de
sua importância na humanização do desporto, per-
jogo, num clima que favoreça a participação, o de- mitindo que os alunos assumam, gradativamente,
senvolvimento individual, que equilibre as oportu- responsabilidades no processo de ensino-aprendi-
nidades de aprender e de jogar de todos os partici- zagem (SIEDENTOP, 2012). Entretanto as investi-
pantes. Perfilhando uma orientação inclusiva, não
gações sobre o impacto do MED nos resultados de
elitista, o modelo de educação desportiva tem que
lidar criteriosamente com a tensão inevitável entre aprendizagem motora dos alunos ainda são escassos
vetores relativamente divergentes: por um lado, os (HASTIE; CALDERÓN; PALAO; ORTEGA, 2011).
interesses imediatos e pragmáticos da competição, Segundo Mesquita (2012), apesar da importância
isto é, garantir o melhor resultado possível e, por
dos valores efetivados pelo MED, a Educação Física
outro, os interesses individuais de cada um, ou seja,
garantir a oportunidade de participação efetiva no alcança o seu significado educacional ao desenvolver
jogo (GRAÇA; MESQUITA, 2013, p. 15). a competência e o desempenho motor dos alunos.
27
considerações finais
C
aro(a) aluno(a), chegamos ao final de nossa primeira unidade. Nela, apren-
demos a necessidade de superar o ensino dos esportes coletivos numa pers-
pectiva tradicional, que privilegia formas de ensino marcadas pela prática
mecanizada (tendência tecnicista e método parcial).
Buscamos enfatizar a importância de priorizar o ensino da tática, em que os alu-
nos sempre aprendem a necessidade de cada movimento realizado. Quando o aluno
entende o porquê de realizar um arremesso e em que momento ele deve ser realiza-
do, o ensino da técnica é uma consequência, uma necessidade. Observe que, nesta
última frase, não apresentamos a modalidade (esporte) com a qual você está traba-
lhando. Esse esporte pode ser qualquer um que possua características semelhantes
(esportes de invasão), como o basquetebol e o handebol, pois ambos possuem duas
equipes, atacam uma meta e defendem a outra. Essas metas, por sua vez, encon-
tram-se em espaços diferenciados, os quais as equipes tentam invadir quando estão
atacando. Nesta perspectiva, utiliza-se as mãos, os pés ou um bastão para jogar.
Buscamos enfatizar que em, todos os esportes de invasão, as decisões táticas são
semelhantes e, por isto, podemos dizer que o ensino desses esportes é parecido nas
diferentes modalidades. Em outras palavras, a aprendizagem de um esporte pode
ser transferida para outro (transfer), por exemplo, ao passar a bola ao companheiro
e decidir o momento mais apropriado para realizar esta habilidade. Desta forma, o
que aprendemos para o handebol pode ser utilizado para o basquete ou o futebol,
modalidades que exigem pensamento estratégico e tomada de decisão semelhantes.
Destacamos, ainda, a necessidade de compreender os modelos alternativos para
o ensino dos esportes de invasão, apontando a literatura nacional e internacional que
justificam a utilização de tais modelos.
28
atividades de estudo
29
atividades de estudo
3. No Modelo Desenvolvimentista (MD), proposto por Rink (2010), o ensino das ha-
bilidades no contexto do jogo é ponto fundamental durante o processo de ensi-
no e aprendizagem. Sobre esse modelo, podemos afirmar:
a) Nesse modelo (MD), os professores trabalham com atividades que visam a
compreensão do jogo, mas assim que percebem que os alunos não conse-
guem realizar algum fundamento (drible, passe, arremesso), voltam a realizar
exercícios que evidenciam o ensino do gesto técnico, retomando a aprendiza-
gem dos fundamentos da modalidade esportiva.
b) O Modelo Desenvolvimentista (MD) para o ensino dos esportes coletivos pre-
coniza a progressão de tarefas tratadas, as quais os alunos escolhem e direcio-
nam as atividades a serem realizadas na aula com a orientação do professor.
c) O tratamento didático dos conteúdos não é prioridade no ensino dos espor-
tes a partir do ensino no Modelo Desenvolvimentista (MD).
d) No início do processo de ensino e aprendizagem do Modelo Desenvolvimen-
tista (estágio 1), o professor deve trabalhar atividades em que os alunos reali-
zam uma habilidade com oposição (marcação).
e) No Modelo Desenvolvimentista (MD), as atividades são realizadas em quatro
estágios. Somente no final do processo de ensino e aprendizagem, estágio
quatro, é que o professor deve trabalhar atividades em que os alunos rea-
lizem uma habilidade/fundamento sem oposição, ou seja, são exercícios de
controle de bola (jogar a bola para o alto, manuseio desta, drible).
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atividades de estudo
31
LEITURA
COMPLEMENTAR
O ENSINO DA TÉCNICA
[...]
Atualmente muitos estudantes de Educação Física buscam a formação inicial com o intuito
de melhorar suas próprias habilidades. A diferença é que principalmente até a década de
1980, essa busca era legitimada na realidade brasileira. Aulas sob abordagens tradicionais
eram ministradas ao futuro professor para enfatizar a técnica como prioridade no ensino
dos esportes. Segundo Garganta (1998), desde a década de 1960 o ensino das modalidades
esportivas baseia-se na estruturação da técnica como prioridade no ensino dos esportes.
Na estruturação do treinamento técnico algumas variáveis devem ser consideradas: a es-
trutura temporal, quando se realiza o ensino da técnica, a frequência, como se apresentam
os exercícios e a precisão (GRECO, 1988).
Segundo Filin (1996), o objetivo da técnica é melhorar o resultado, permitindo uma ação
mais econômica e efetiva dos movimentos. Para tanto, segundo o autor, inicia-se com o mé-
todo verbal, que consiste na explicação e demonstração dos exercícios. A seguir, através do
desmembramento do exercício, deve-se evidenciar a execução prática através dos meios
técnicos de ensino. Nesse entendimento, a técnica é meramente uma etapa da preparação,
sendo uma das formas de obtenção de rendimento. A descontextualização, característica
da tendência tecnicista, poderia dificultar o entendimento da modalidade esportiva.
32
LEITURA
COMPLEMENTAR
Segundo Garganta (2002), neste método, em que o gesto técnico é privilegiado, a aborda-
gem do jogo é retardada até que as habilidades alcancem o rendimento desejado. Outras
desvantagens, segundo Gama Filho (2001), é que não ocorrem os processos de tomada
de decisão, pois o aluno possui conhecimento antecipado do movimento a ser realizado.
Além disso, os exercícios repetitivos não estimulam a motivação dos participantes. Por ou-
tro lado, o mecanismo de execução é altamente evidenciado, possibilitando o domínio do
movimento.
O ENSINO DA TÁTICA
Os esportes coletivos possuem características que não são totalmente previsíveis. Os acon-
tecimentos não se repetem sempre na mesma ordem cronológica, fazendo com que ati-
tudes tático-estratégicas sejam requeridas ao jogador (GARGANTA, 2000). Dessa forma, a
estruturação de um modelo de jogo previamente estabelecido pode facilitar o processo de
tomada de decisão.
33
LEITURA
COMPLEMENTAR
Mesmo que a dimensão tática não tenha sido totalmente efetivada, principalmente nas
aulas de Educação Física, estudos realizados evidenciam a importância da interação entre
a técnica e a tática no ensino dos esportes coletivos. Entretanto, quais seriam então as me-
todologias que dariam conta desses objetivos?
[...]
34
material complementar
Um sonho possível
2009
Sinopse: Michael Oher (Quinton Aaron), um jovem negro, não tinha onde mo-
rar. Um dia, ele foi avistado pela família de Leigh Anne Tuohy (Sandra Bullock)
andando em direção ao estádio da escola para dormir longe da chuva. Foi con-
vidado para passar uma noite na casa dos milionários. Aquele dia mudaria para
sempre a sua vida, e ele se tornou, mais tarde, um astro do futebol americano.
35
referências
ARAÚJO R.; MESQUITA I.; HASTIE, P. A. Review of the status of learning in re-
search on sport education: Future research and practice. Journal of Sports Science
and Medicine, n. 13, v. 4, p. 846-858, 2014.
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tivos Coletivos: Ensinar a Jogar. Porto: FADEUP, 2013, p. 55-72.
36
referências
GARGANTA, J. Para uma teoria dos jogos desportivos coletivos. In: GRAÇA, A.;
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37
referências
REFERÊNCIA ON-LINE
Em: <https://pedagogiadohandebol.com.br/2014/10/27/meios-taticos-no-handebol/#-
1
38
gabarito
1. C.
2. C.
3. A.
4. E.
5. E.
39
CONHECENDO O BASQUETEBOL
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Conhecendo o basquetebol: histórico
• Fundamentos técnicos do basquetebol
• Regras básicas do basquetebol
• Modelos de exercícios na iniciação ao ensino do
basquetebol
Objetivos de Aprendizagem
• Analisar a história e as principais características da
modalidade.
• Conhecer os fundamentos técnicos do basquetebol.
• Reconhecer as regras básicas do basquetebol.
• Analisar os modelos de exercício na iniciação ao ensino do
basquetebol.
unidade
II
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), como esporte institucionalizado e olímpico,
com regras internacionais, o basquetebol é um dos esportes
mais praticados e assistidos no mundo. Além da Federação In-
ternacional de Basquetebol (FIBA) e das confederações nacio-
nais, que promovem o esporte a nível mundial - especialmente por meio
dos campeonatos mundiais e jogos olímpicos -, também existe a National
Basketball Association (NBA), a liga profissional norte-americana, que
promove forte difusão midiática do esporte.
O basquetebol é um importante elemento da cultura corporal do mo-
vimento, integrando o currículo da Educação Física escolar brasileira.
Nesse sentido, o professor ou treinador é responsável por incorporar as
dimensões conceitual (o que se deve saber), procedimental (o que se deve
saber fazer) e atitudinal (como se deve ser) durante aulas ou sessões de
treinamento. A prática do basquetebol pode ser oferecida na forma de
lazer, exercício físico regular ou competição (escolar, em nível recreativo
ou, para alguns, em alto rendimento).
Na Unidade 2, você deverá adquirir conhecimentos e vivenciar esse
esporte, entendendo sua origem e seu desenvolvimento pelo mundo e no
Brasil, bem como suas características gerais, regras básicas e seus funda-
mentos técnicos e táticos, entendendo que ambos os aspectos precisam
ser trabalhados de forma conjunta.
Desejamos que o conteúdo desta unidade instrumentalize você para
o ensino seguro e eficiente da modalidade, bem como forneça os conhe-
cimentos básicos que possibilitem seu avanço na direção dos conheci-
mentos sobre a modalidade futuramente, se assim desejar.
Bem-vindo(a) ao mundo do basquetebol!
Conhecendo o Basquetebol:
Histórico
44
EDUCAÇÃO FÍSICA
Com o objetivo principal de sanar este inconve- puxar, empurrar, segurar ou derrubar um adversá-
niente, James Naismith, professor de Educação Físi- rio, além da limitação de faltas individuais (CON-
ca canadense que lecionava na ACM, dedicou-se a FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASQUETEBOL,
elaborar um jogo que deveria ser praticado por um [2018], on-line)1. A partir daí, o novo esporte foi
grande número de alunos, que fosse prazeroso e capaz tomando corpo e ganhando em competitividade e
de se adaptar a espaços fechados (CONFEDERAÇÃO motivação. A prática popularizou-se rapidamen-
BRASILEIRA DE BASQUETEBOL, [2018], on-line)1. te, nos EUA e, em 1896, apenas cinco anos após
Inicialmente, a maior preocupação de James a criação do esporte, foi constituída a primeira
Naismith foi a segurança. Deveria ser um jogo mo- liga profissional de basquetebol no país (VIEIRA;
tivante, mas que não tivesse embates físicos similares FREITAS, 2006).
aos do futebol americano. Assim, os contatos físicos O Brasil foi um dos primeiros países a conhecer
foram restringidos e a condução da bola só poderia a novidade, por meio do professor de Artes norte-a-
ser feita quicando ou rolando. Tais normas estimu- mericano Augusto Shaw, que veio lecionar no tradi-
laram o jogo coletivo pela necessidade de se passar, cional Mackenzie College, em São Paulo, trazendo,
constantemente, a bola, que deveria ser maior do que na bagagem, uma bola de basquetebol. Ele conseguiu
a de futebol (soccer) e quicar com regularidade. O montar a primeira equipe brasileira da modalidade
alvo também não poderia ser no chão, pois as paredes no próprio Mackenzie, em 1896 (CONFEDERAÇÃO
próximas poderiam provocar acidentes. Desta forma, BRASILEIRA DE BASQUETEBOL, [2018], on-line)1.
foram colocados dois cestos de colher pêssegos, um Os primeiros anos do século XX foram marcados
de cada lado do salão onde Naismith ministrava suas pela criação de federações em diversos países, entre
aulas, a uma altura de 3,05 m do chão (essa altura elas a brasileira, fundada em 1933. Este movimen-
permanece até hoje), o que dava certa dificuldade ao to de internacionalização culminou com a inclusão
jogo (KRAVCHYCHYN et al., 2011). da modalidade nos Jogos Olímpicos de Berlim, em
A primeira aula de basquetebol foi ministra- 1936. Na ocasião, James Naismith lançou a bola ao
da para 18 alunos, que foram separados em duas alto, simbolicamente, no primeiro jogo olímpico de
equipes de nove jogadores. Inicialmente, o jogo foi basquetebol (KRAVCHYCHYN et al., 2011). Segun-
disputado sob treze regras simples. Algumas delas do a Confederação Brasileira de Basquetebol ([2018],
perduram até os dias atuais, como a impossibili- on-line)1, o esporte é praticado, atualmente, por mais
dade de correr com a bola nas mãos, socar a bola, de 300 milhões de pessoas em todo o mundo.
REFLITA
Como você conheceu e praticou o basquetebol? Como você ensinará a modalidade? Lembre-se de
considerar interesses, necessidades e possibilidades de seus alunos em sua prática pedagógica!
45
Fundamentos Técnicos
do Basquetebol
46
EDUCAÇÃO FÍSICA
A partir dos embates e das transformações que en- -flexionadas; tronco ligeiramente inclinado à frente;
volveram a Educação Física, a partir da década de peso igualmente distribuído sobre as pernas; cabe-
80, observou-se a desvalorização da aprendizagem ça na posição vertical, campo visual dominando a
técnica ou de aprofundamento dos conhecimentos maior área de jogo possível; braços ligeiramente fle-
e das habilidades dos fundamentos dos esportes nas xionados; palmas das mãos e antebraços dirigidos à
aulas da disciplina. Atualmente, no entanto, verifica- frente e para dentro.
-se um movimento de resgate do ensino das técnicas
esportivas, favorecendo a aquisição de conhecimen- Posição básica em equilíbrio assimétrico
tos e habilidades necessárias ao desenvolvimento da
autonomia e competência para a prática esportiva Igual a posição anterior, mas com um pé à frente do
(VIANNA; LOVISOLO, 2009). outro. A posição dos braços e mãos acompanha a das
Neste sentido, entendemos que a identificação, pernas e dos pés, ou seja, se a perna esquerda estiver
a compreensão e o domínio da técnica e da tática do à frente, o braço esquerdo também deverá estar.
basquetebol são fatores essenciais para uma prática O jogador de basquetebol com posse da bola
autônoma e permanente. Portanto, desenvolver as ha- somente poderá se movimentar quicando-a, su-
bilidades técnicas envolvidas no jogo é condição fun- cessivamente, contra o solo, com uma das mãos
damental para a prática cotidiana tanto sob a forma de (drible). Não poderá, portanto, correr com a bola
lazer quanto de exercício físico regular, ou, ainda, como sob seu domínio. Desta forma, o domínio de corpo
prática competitiva. De forma ampla, os fundamentos é importante nas situações de posse de bola para
do basquetebol podem ser subdivididos em domínio evitar uma violação às regras comuns no jogo: an-
de corpo, manejo de bola, drible, passes, arremessos e dar com a bola. O pé de pivô e as paradas de um
rebotes (BÔAS, 2008; KRAVCHYCHYN et al., 2011). e dois tempos são itens de controle de corpo de
suma importância.
DOMÍNIO DE CORPO
47
Com a posse da bola, o jogador utiliza este funda- Recebendo um passe ou parando um drible, após a
mento para protegê-la, ocupar um espaço, girar o fase aérea de corrida (momento em que nenhum dos
corpo ou mesmo procurar uma posição melhor de pés está tocando o solo), o jogador para com os dois
passe, drible ou arremesso, fundamentos que vere- pés ao mesmo tempo. Neste caso, qualquer um dos
mos a seguir. Consiste em manter um dos pés fixos dois pés poderá ser o pé de pivô (pé de apoio).
no chão, podendo tirar o outro em qualquer direção,
quantas vezes for necessário. Parada brusca de dois tempos
48
EDUCAÇÃO FÍSICA
O basquetebol é um esporte reconhecido por suas É o domínio do corpo e da bola quicando. Empurra-
jogadas de habilidade. Para que isto ocorra, é neces- se a bola com apenas uma das mãos de encontro ao
sário que o jogador execute a correta empunhadura, solo, amortecendo-a de baixo para cima, repetindo,
base para a recepção da bola e a execução do drible em seguida, o ato de empurrar, com movimentos
e de passes e arremessos. que podem ser lentos ou rápidos, estando o jogador
parado ou em corridas e paradas bruscas, sempre
Empunhadura visando o deslocamento eficiente e a proteção da
bola. A movimentação dos braços, dos antebraços e
As mãos devem esperar e/ou segurar a bola como das mãos deve ser suave, harmoniosa e cadenciada.
um cone imaginário ou em forma de concha, com Com a prática regular, o jogador passa a executar o
as pontas dos dedos e as partes calosas das mãos em drible sem olhar para a bola, condição ideal para o
contato com a bola. jogo coletivo. Pode ser executado alto ou baixo.
Drible baixo
49
PASSE
50
EDUCAÇÃO FÍSICA
É uma variação do passe de peito com as duas mãos. Passe forte e longo, como o próprio nome sugere,
Até a fase da soltura da bola, a movimentação é é executado com uma das mãos à altura do ombro.
idêntica. Nesta fase, uma das mãos é destacada, com Com a bola segura nas duas mãos, o referido pas-
extensão do braço do passe e leve flexão do punho, se é realizado seguindo as etapas de empunhadu-
dando direção e força ao passe. ra, flexão e extensão dos braços, com a soltura da
bola. Pé contrário ao da mão do passe à frente e
uma leve rotação do tronco dão mais segurança e
velocidade ao passe.
51
Passe de curta ou média distância, executado com as Também é um passe longo cujo movimento é exe-
duas mãos, com empunhadura alta. Impulsiona-se a cutado com uma das mãos, lateralmente à direção
bola com um leve movimento de antebraço, flexão do passe. Pode ser efetuado com os dois pés fixos no
do punho e tronco à frente. Deve-se tomar o cuida- chão ou com a elevação do joelho correspondente à
do de, no impulso da bola acima da cabeça, não pro- mão que executa o passe. A finalização ocorre acima
jetá-la excessivamente para trás, o que ocasionaria da cabeça, com leve flexão do punho, e, geralmente,
uma desproteção dela. a trajetória da bola é parabólica.
52
EDUCAÇÃO FÍSICA
Nesse tipo de passe, a bola toca o chão antes da re- Por baixo, laterais, por trás do corpo e/ou da cabe-
cepção. Em geral, é utilizado em condições espe- ça, de costas, entre as pernas, entre outras variações.
ciais, sob marcação rígida, podendo ser executado São recursos utilizados durante o jogo, geralmente
como uma variação do passe de peito com as duas em assistência a um companheiro em condição de
ou com uma das mãos, dificultando a interceptação finalizar e exigem maior tempo de treinamento e
pelo jogador adversário. aperfeiçoamento por parte dos praticantes.
53
ARREMESSO
54
EDUCAÇÃO FÍSICA
Bandeja Gancho
É a única ação de jogo em que o jogador pode andar A mecânica desse tipo de arremesso é a mesma do
com a bola em mãos. Assim como o jump, a bandeja passe de gancho, com a diferença de a finalização ser
conjuga o salto e o arremesso, porém antecedidos de feita em direção à cesta. O gancho pode ser realizado
dois passos, dados em tempos rítmicos e em direção após o movimento do pé de pivô ou como finaliza-
à cesta. Fundamento muito utilizado em contra-ata- ção de uma bandeja.
ques e infiltrações na área restritiva (garrafão).
55
Figura 18 - Rebote
56
EDUCAÇÃO FÍSICA
57
Regras Básicas
do Basquetebol
58
EDUCAÇÃO FÍSICA
59
60
EDUCAÇÃO FÍSICA
As equipes de jogo podem ser compostas de cinco A arbitragem é conduzida por dois ou três ofi-
até doze jogadores. Em quadra são cinco jogadores, ciais, sendo um árbitro e um ou dois fiscais. Todos
não havendo limite de substituições, os substituídos exercem a mesma função, apitando faltas e viola-
podem voltar ao jogo quantas vezes for necessário, ções e zelando pelas regras do jogo, mas o árbitro
desde que estejam aptos a jogar. Podem contar tam- é o detentor das decisões finais. Eles devem ser
bém com um técnico, um assistente técnico e até auxiliados pelos oficiais de mesa (apontador, cro-
cinco acompanhantes (gerente, médico, fisiotera- nometrista e operador de 24 segundos) e por um
peuta, estatístico, intérprete etc.). comissário, se presente.
REGRAS DE TEMPO
61
Tempo debitado
62
EDUCAÇÃO FÍSICA
A bola torna-se “morta”, ou fora de jogo, quando As consequências das faltas pessoais ou coletivas,
uma cesta de campo ou de lance livre é convertida, geralmente, causam maior impacto na participação
ou quando o jogo é paralisado pelo apito de um ofi- de jogadores e, consequentemente, nos resultados
cial. Nenhuma cesta será validada com a bola morta dos jogos. As faltas são causadas tanto por contato
(na reposição de bola em lateral ou do fundo, por pessoal ilegal com um adversário quanto por com-
exemplo). No entanto ela estará “viva” quando tocar portamento antidesportivo.
63
64
EDUCAÇÃO FÍSICA
65
Os exercícios apresentados a seguir, propostos por contra dois, três contra três) e também provocando a
Moraes, Anselmo e Reis (2013), baseiam-se em es- superioridade com a utilização de um coringa. Nes-
truturas funcionais, que se configuram consideran- tas estruturas, os fundamentos técnicos são pratica-
do situações reais de jogo. Preconiza-se, assim, o dos em situações táticas individuais e coletivas.
princípio de “aprender a jogar jogando”, evitando o
desgastante processo pelo qual se repete, primeiro,
os gestos técnicos para que, depois, somente após seu
domínio, se possa jogar. Nesse processo, o professor
deve avançar gradativamente, “[...] com qualidade,
com paciência, com aumento da variabilidade das
atividades diariamente, passo a passo, com paixão e
coragem” (GRECO; SILVA; COSTA, 2013, p. 19).
Reforçamos, pois, que os modelos apresentados
não devem ser vistos como fórmulas prontas, mas
como exemplos para a atuação do professor, que deve
considerar as particularidades de seus alunos. Nesta
exposição, contemplaremos situações de ataque e Figura 23 - Passe e ataque
defesa em igualdade numérica (um contra um, dois Fonte: Moraes, Anselmo e Reis (2013, p. 200).
66
EDUCAÇÃO FÍSICA
67
considerações finais
O
s tópicos desenvolvidos na Unidade 2 abordaram especialmente a origem
e o desenvolvimento do basquetebol pelo mundo, seus principais funda-
mentos técnicos, as regras básicas e a indissociabilidade entre técnica e
tática que permeia a modalidade. Esta primeira viagem pelo mundo do
basquetebol, bem como as questões do elemento “Reflita” embasam nossas conside-
rações finais para esta unidade.
Ao criar o novo jogo, o professor James Naismith pensou em oferecer aos seus
alunos uma prática participativa, cooperativa e motivante, a ser realizada em locais
fechados, que os protegia do rigoroso inverno. Esta atividade rompeu rapidamente
os muros escolares, consolidando-se, com a mesma velocidade, como esporte olím-
pico e um dos mais praticados e assistidos no mundo, atualmente. As décadas de
60 e 70 foram de valorização dos conteúdos esportivos na Educação Física escolar.
No Brasil, adotou-se um modelo hegemônico que contemplava, prioritariamente, as
modalidades de futebol de salão (atualmente futsal), handebol, voleibol e basquete-
bol, jogadas em quadras poliesportivas, uma solução para a redução dos espaços es-
colares nos centros urbanos. Apesar disso, em grande parte delas Brasil afora, ainda
hoje, pode ser verificada a ausência de tabelas de basquetebol, um entrave que não
pode intimidar o professor no ensino da modalidade, uma vez que há locais onde se
ensina basquetebol até mesmo na terra batida (recomendamos assistir à reportagem
da série “Encontros do Pan”, vide Material Complementar - Web).
Nas décadas de 80 e 90, a área da Educação Física coloca em xeque a excessiva va-
lorização da técnica – origem do termo tecnicismo –, então considerada excludente
para a maioria dos alunos. Nos anos 2000, sob o discurso recorrente do tecnicismo e
a crescente adoção da reprovável prática do rola-bola, retoma-se o foco do ensino do
esporte na Educação Física e de uma nova concepção do ensino da técnica. Na Uni-
dade 2, você conheceu melhor o basquetebol e suas características. “Ensinar a jogar
jogando” é o ponto de transição para a Unidade 3. Vamos em frente!
68
atividades de estudo
69
atividades de estudo
70
atividades de estudo
4. O basquetebol foi um esporte concebido para o ambiente escolar, mas teve rá-
pida expansão, com sua prática difundida mundialmente em poucos anos. Com
base nestas informações, assinale a alternativa incorreta sobre a história da mo-
dalidade:
a) A criação do basquetebol ocorreu em 1891, no Colégio Internacional da Asso-
ciação Cristã de Moços (ACM) de Springfield, Massachusetts, Estados Unidos
da América (EUA).
b) Os primeiros alvos do basquetebol foram cestos de colher pêssegos, que
foram colocados um de cada lado do salão onde o professor Naismith minis-
trava suas aulas.
c) A altura da cesta era de 3,05 m do chão, medida que aumentou ao longo dos
anos.
d) Várias regras do basquetebol, criadas desde seu início, permanecem até os
dias atuais. São exemplos: não poder correr com a bola em mãos e a limita-
ção do número de faltas pessoais dos jogadores.
e) A inclusão do basquetebol nos Jogos Olímpicos ocorreu em Berlim (1936). Na
ocasião, James Naismith lançou a bola ao alto, simbolicamente, no primeiro
jogo olímpico de basquetebol.
71
LEITURA
COMPLEMENTAR
O referencial teórico
Nesse sentido, consideramos essencial que o aluno aprenda a jogar basquetebol, mas tam-
bém aprenda sobre o esporte e como se relacionar no âmbito de sua prática. Para melhor
definição dessa concepção, explicitamos o que entendemos por conteúdo, já que o seu
conceito é, na maioria das vezes, mal-entendido e mal interpretado.
O termo “conteúdo” normalmente foi utilizado para expressar aquilo que deve se
aprender, mas em relação quase exclusiva aos conhecimentos das matérias ou dis-
ciplinas clássicas e, habitualmente, para aludir aqueles que se expressam no conhe-
cimento de nomes, conceitos, princípios, enunciados teoremas (ZABALA, 1998, p. 30).
72
LEITURA
COMPLEMENTAR
[...] conceitos, ideias, fatos, processos, princípios, leis científicas, regras, habilidades
cognoscitivas, modos de atividade, métodos de compreensão e aplicação, hábitos de
estudos, de trabalho, de lazer e de convivência social, valores, convicções e atitudes
(LIBÂNEO, 1994, p. 128).
De acordo com Coll et al. (2000) há uma reivindicação frequente de que, sejam ensinados
e aprendidos outros conhecimentos considerados tão ou mais importantes do que fatos
e conceitos, por exemplo, certas estratégias ou habilidades para resolver problemas, se-
lecionar a informação pertinente em determinada situação, ou utilizar os conhecimentos
disponíveis para enfrentar situações novas ou inesperadas, ou ainda, saber trabalhar em
equipe, mostrar-se solidário com os colegas, respeitar e valorizar o trabalho dos outros, ou
não discriminar as pessoas por motivos de gênero, idade ou outro tipo de características
individuais.
73
LEITURA
COMPLEMENTAR
Nesse sentido, um novo olhar para a prática pedagógica em Educação Física deverá estar
atento aos relacionamentos e aos conhecimentos no âmbito das manifestações da cultura
corporal de movimento, e não apenas à vivência dos movimentos.
74
material complementar
75
referências
REFERÊNCIA ON-LINE
1
Em: <http://www.cbb.com.br/a-cbb/o-basquete>. Acesso em: 23 abr. 2019.
76
gabarito
1. B.
2. D.
3. E.
4. C.
5. B.
77
SISTEMAS TÁTICOS NO BASQUETEBOL
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Introdução às ações táticas
• Sistemas táticos ofensivos do basquetebol
• Sistemas táticos defensivos do basquetebol
• Planos de aula
Objetivos de Aprendizagem
• Analisar as ações táticas ofensivas no basquetebol.
• Compreender e analisar os sistemas táticos ofensivos no
basquetebol.
• Compreender e analisar os sistemas táticos defensivos no
basquetebol.
• Compreender, analisar e estruturar planos de aula para o
ensino do basquetebol.
unidade
III
INTRODUÇÃO
O
lá, caro(a) aluno(a). Na unidade anterior, abordamos a origem
e as diversas características do basquetebol, bem como seus
fundamentos técnicos e suas principais regras, elementos in-
dissociáveis da dimensão tática do jogo. Nesta perspectiva, é
provável, por exemplo, que um aluno que converta nove em dez tentativas
de arremessos de campo (de dois ou três pontos) em exercícios repetiti-
vos, realizados sem a conexão com a realidade do jogo, tenha dificuldade
em encontrar os melhores posicionamento e momento dessa execução em
situações de jogo, caso não tenha treinado tal fundamento inserido nessas
situações.
Os gestos técnicos originam-se da dimensão tática, fazendo parte de um
complexo processo cognitivo que permite ao jogador fazer leituras de jogo
e tomar decisões, cabendo ao professor, pois, enfatizar a tática individual
no ensino no basquetebol (GONZÁLEZ et al., 2014), contrariando o senso
comum da tática associada somente a sistemas de jogo (tática coletiva).
Desta forma, nesta unidade, avançaremos da tática individual para
a coletiva, entendendo que, do aprimoramento da primeira, depende a
eficácia da segunda. Iniciar pelos conceitos e pelas atividades táticas indi-
viduais pode facilitar o processo de ensino e aprendizagem. Assim, inicia-
remos com conceitos simplificados das táticas individuais para, em segui-
da, tratarmos das táticas coletivas. É necessário compreender elementos
básicos das ações táticas para que seus futuros alunos consigam realizar as
movimentações essenciais ao participar do jogo de basquetebol.
Temos como propósito evidenciar um processo que permita a você
estabelecer - em seus planejamentos de ensino e em suas ações pedagó-
gicas - a evolução em dificuldade e complexidade de conteúdos relativos
ao basquetebol ao longo dos anos, característica essencial ao componente
curricular Educação Física (OLIVEIRA, 2004). Para tanto, será impor-
tante considerar o estágio de desenvolvimento motor e cognitivo dos alu-
nos, bem como a possibilidade de inter-relação com outros conteúdos
da disciplina Educação Física e como conteúdos interdisciplinares, entre
outros fatores.
Introdução às
Ações Táticas
82
EDUCAÇÃO FÍSICA
Prezado(a) aluno(a), as situações táticas que ocor- Como professor(a), será muito importante você pro-
rem durante o processo de ensino e aprendizagem mover situações de aprendizagem que contemplem
do basquetebol são, em geral, similares a de ou- táticas ofensivas. González et al. (2014) sugerem al-
tros esportes de invasão. São ações individuais que gumas destas situações:
ocorrem, na maioria das vezes, no ataque, como • Atacante com a posse da bola: observar antes
passes e deslocamentos para desmarcação, deslo- de agir (ler a situação de jogo antes de pas-
camentos com bola (drible), mudanças bruscas de sar, driblar, arremessar); procurar ficar de
frente para a meta (cesta) adversária quando
direção (cortes) em “L” ou em “V”, com ou sem
receber a bola; passar e movimentar-se (não
bola, e coletivas, como passar e receber, realizar jo- ficar no lugar), utilizando os vários tipos de
gadas ensaiadas envolvendo fintas, deslocamentos passe; finalizar quando estiver em condições
e bloqueios. favoráveis; atacar o corredor vazio; executar
O contra-ataque, ação coletiva mais rápida de a bandeja (após o drible ou a recepção de um
transição da defesa para o ataque, ocorre após a passe); utilizar paradas, pé de pivô e proteção
recuperação da posse de bola (rebote defensivo ou da bola nessas situações.
roubo de bola) ou, até mesmo, em reposições rápi- • Atacante sem a posse da bola: solicitar a bola
com a mão; deslocar-se para receber a bola
das do fundo ou da lateral da quadra. Utiliza, prio-
(criar linha de passe); utilizar fintas para sair
ritariamente, passes e, ocasionalmente, o drible alto da marcação, cortes em “V” (ir e voltar) e
nessa transição, e a finalização dá-se, geralmente, em “L” (mudança brusca de direção), aproxi-
em bandejas. Para Oliveira e Paes (2012), elaborar mando-se ou afastando-se da bola.
sistemas de contra-ataque com posicionamentos
fixos (numerados, por posições na quadra) facili- No quesito bloqueios, o basquetebol apresenta o
ta a leitura defensiva pelos adversários, não sendo corta-luz como importante fundamento técnico-tá-
aconselháveis, especialmente nas fases de aprendi- tico de ataque, que depende de ação conjunta com o
zado. Corroborando a prioridade dos passes nessas companheiro, viabilizando a maioria das jogadas de
ações, os autores sugerem, após a recuperação da ataque de uma equipe. Trata-se de um recurso para
posse da bola: proporcionar a ação ofensiva de um companheiro,
um bloqueio para apoiá-lo na tarefa de se livrar da
[...] realizar o primeiro passe: longo, para exe- marcação, utilizado para proporcionar a progressão
cução da bandeja; para as laterais; se não hou-
com bola (corta-luz direto, feito no marcador do jo-
ver nenhuma dessas opções, passar a bola para
o primeiro jogador que preencher os espaços gador com a posse da bola) ou o deslocamento para
vazios mais próximos da bola; e somente após posterior recepção de um passe (corta-luz indireto,
esgotadas essas alternativas, utilizar o drible feito no marcador de um jogador sem a posse da
para fugir das marcações (OLIVEIRA; PAES, bola) (FERREIRA; MARKUNAS; NASCIMENTO,
2012, p. 157).
2005; OLIVEIRA; PAES, 2012).
83
SAIBA MAIS
Fonte: os autores.
84
EDUCAÇÃO FÍSICA
85
Sistemas Táticos
Ofensivos do
Basquetebol
Como primeiro passo para a determinação de ações ocupa a região central da quadra, próximo à linha
táticas coletivas de uma equipe de basquetebol, é im- de três pontos. O lateral da posição 2 é denominado
portante que as posições dos jogadores em quadra ala-armador ou escolta, termo que sugere um ele-
sejam ensinadas e trabalhadas nas aulas. Os cinco mento ajudante nas ações de armação, assumindo
jogadores em quadra desempenham as funções de também características de finalização com maior
armadores, laterais (também denominados alas) e leveza e velocidade. O lateral da posição 3 é deno-
pivôs. A formação mais utilizada é com um arma- minado ala-pivô ou ala de força, normalmente mais
dor, dois laterais e dois pivôs (Figura 2). alto, com capacidade tanto de jogo próximo à cesta
Na estruturação ofensiva, exposta na Figura 2, quanto de arremessos de média e longa distância. O
considerada padrão no basquetebol, são aborda- pivô da posição 4 é também chamado pivô móvel,
das algumas especificações amplamente utilizadas jogando tanto de costas para a cesta, como tendo a
tecnicamente, que projetam uma formação hetero- liberdade de jogar também fora da área restritiva,
gênea e supostamente, atende às características de fator que exige percepção visual, habilidade e agi-
uma formação ideal. Nesta perspectiva, o armador lidade no jogo de infiltração. O pivô da posição 5
(posição 1) é o jogador responsável pela organiza- é comumente reconhecido como pivô fixo, jogando
ção das jogadas, devendo ser, necessariamente, bom de costas para a cesta, geralmente, efetuando mui-
e veloz driblador e passador, com ampla visão de tos bloqueios e apanhando a maioria dos rebotes da
jogo e bom arremesso. Na maior parte do jogo, ele equipe (OLIVEIRA; PAES, 2012).
86
EDUCAÇÃO FÍSICA
87
Sistemas Táticos
Defensivos do Basquetebol
88
EDUCAÇÃO FÍSICA
O sistema defensivo individual ocorre quando cada Alguns princípios defensivos fundamentais preci-
jogador de defesa fica responsável por marcar um sam ser ensinados e trabalhados pelo professor, es-
atacante específico da equipe adversária, acompa- pecialmente no sistema defensivo individual.
nhando-o independentemente da posição que ocupa Em geral, o defensor deverá:
na quadra (OLIVEIRA; PAES, 2012; RODRIGUES; a. Manter a posição básica defensiva.
DARIDO, 2012). Esse sistema deve ser priorizado b. Responsabilizar-se pelo adversário direto
para iniciantes. (não seguir a bola).
Entre as principais vantagens da utilização do c. Posicionar-se entre o atacante e a meta defen-
sistema defensivo individual, podemos citar: dida (cesta).
a. Definição de responsabilidades (cada um
marca um). Marcando o atacante com a posse da bola, o defen-
b. Exigência da correta execução dos funda- sor deverá:
mentos individuais de defesa (posição básica a. Manter a distância aproximada de um bra-
e deslocamentos rápidos). ço do atacante com a bola (possibilitando
c. Desenvolvimento da atenção e velocidade de mobilidade no caso do drible e proximida-
movimentos. de suficiente para bloquear ou dificultar o
d. Equilíbrio físico e técnico entre defensores e arremesso).
atacantes (por exemplo, o mais alto marca o b. Não tentar tomar a bola a qualquer custo, co-
adversário mais alto, o mais rápido marca o metendo faltas desnecessárias.
mais rápido etc.). c. Tentar levar o atacante para o seu lado de me-
e. Adaptabilidade a qualquer tipo de ataque nor habilidade, de preferência, para as late-
(com um, dois ou três pivôs). rais ou cantos da quadra, onde sua ação será
mais limitada.
89
Nos sistemas defensivos por zona, os jogadores são quetebol, conforme observado, os sistemas defensi-
responsáveis por proteger regiões específicas da qua- vos 2-1-2, 2-3 e todos os demais (a serem descritos na
dra. Sendo assim, o defensor responsável por uma sequência) são configurados do ataque para a defesa.
determinada região deve estar atento à marcação Os sistemas 1-2-2 e 3-2 (Figura 7) retiram, res-
do atacante que nela estiver, bem como se orientar pectivamente, um e três jogadores da área restritiva
pela movimentação da bola e exercitar o sentido de e das proximidades, explicitando maior preocupa-
cobertura (OLIVEIRA; PAES, 2012; RODRIGUES; ção com arremessos de média e longa distância em
DARIDO, 2012). relação aos sistemas 2-1-2 e 2-3.
Como principais vantagens, os sistemas defensi-
vos por zona apresentam:
a. Posicionamento dos defensores em regiões,
de acordo com sua estatura (mais altos próxi-
mos da cesta defendida, facilitando o rebote
defensivo e o contra-ataque).
b. Dificuldade do atacante de infiltração e jogo
próximo à cesta. 2-1-2 2-3
c. Recomposição defensiva é facilitada, devido Figura 6 - Sistemas defensivos por zona 2-1-2 e 2-3
Fonte: os autores.
ao posicionamento predeterminado.
2 (o sistema defensivo por zona mais utilizado) e 2-3, Figura 7 - Sistemas defensivos por zona 1-2-2 e 3-2
semelhantes em sua configuração. Em ambos fica cla- Fonte: os autores.
tais como o sistema de jogo 4-4-2 no futebol, e o siste- Figura 8 - Sistemas defensivos por zona 1-3-1 e 2-2-1
ma defensivo 5-1 no handebol. Ao contrário, no bas- Fonte: os autores.
90
EDUCAÇÃO FÍSICA
91
A Figura 10 demonstra uma defesa sob pressão em obter a posse de bola, devendo esse tempo ser con-
três quartos de quadra, configurada, no exemplo, siderado na projeção dos resultados da defesa. Com
como zona 1-2-2 (conforme já citado, podem ser o espaço reduzido, as possibilidades de dobras são
utilizadas outras configurações). Nessa configura- aumentadas, e as coberturas, otimizadas. Há possi-
ção, permite-se à equipe atacante repor a bola em bilidade de organização desse sistema mesmo após
jogo do fundo da quadra ou da lateral no quarto um rebote defensivo do adversário, desde que se di-
de quadra inicial. Quando a bola ultrapassa a linha ficulte uma transição rápida, e que a equipe tenha
imaginária do primeiro marcador, inicia-se o meca- agilidade na recomposição, situações que precisam
nismo de pressão na bola e nas coberturas, utilizan- ser exaustivamente treinadas.
do os princípios de ajuda do lado da bola e a flutua-
ção do lado contrário. SISTEMA DEFENSIVO MISTO
3/4 de quadra
Quando um ou dois jogadores da equipe adversária
destacam-se no ataque, é possível designar um ou
dois jogadores para a marcação deles, enquanto os
demais e os defensores marcam por zona.
Podemos apontar como vantagens desse sistema
defensivo:
a. Dificulta a ação do(s) melhor(es) atacante(s)
adversário(s).
Figura 10 - Sistema defensivo sob pressão por zona 1-2-2 em três quartos b. Altera o padrão de jogo do time adversário.
de quadra c. Força a adaptação do ataque à defesa, com
Fonte: os autores.
movimentações não treinadas.
1⁄2 quadra
Como em todos os sistemas, há também fatores de
risco a serem considerados, tais como:
a. Desguarnece o garrafão em função da retira-
da de um ou dois jogadores para a marcação
individual.
b. A movimentação dos marcadores por zona
precisa ser maior.
c. Exige maior atenção na movimentação da
Figura 11 - Sistema defensivo sob pressão por zona 1-3-1 em meia quadra bola e coberturas.
Fonte: os autores.
A Figura 12 apresenta as duas variações possíveis
Nas defesas sob pressão em meia quadra, vale fri- para o sistema defensivo misto, com um jogador
sar que a equipe adversária terá oito segundos para exercendo a defesa individual enquanto os demais
passar do campo de defesa para o de ataque, após defendem por zona.
92
EDUCAÇÃO FÍSICA
93
Planos
de Aula
94
EDUCAÇÃO FÍSICA
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96
EDUCAÇÃO FÍSICA
P: como faço para girar o corpo e ficar de frente para 5. JOGO FINAL
a cesta?
R: fixando um dos pés no chão e movendo o outro, Será repetido o mesmo jogo do início da aula. A in-
movimento chamado de pé de pivô. tenção, neste momento, é criar possibilidades para
professor e alunos observarem a aprendizagem e
4. TAREFA(S) os avanços conseguidos. Antes de iniciar, é impor-
tante recapitular alguns conceitos trabalhados em
Participantes: 3x3 ou 4x4, com 1 árbitro/substituto. aula, tais como a necessidade de observar antes de
agir, parar com a bola em um ou dois tempos, uti-
Objetivo do jogo: receber a bola atrás de uma linha lizar o pé de pivô e se orientar pela localização da
ou meta adversária. meta (cesta).
97
98
EDUCAÇÃO FÍSICA
Legenda:
P: além disso, será que podemos arremessar de qual-
Pontos de arremesso
quer forma? Ou há uma forma mais eficiente?
R: usar uma forma adequada (técnica) de arremesso
e usar a tabela como apoio para acertar o alvo (cesta).
Roda final
Figura 14 - Ataque à cesta
Enfatizar a importância dos fundamentos trabalha- Fonte: adaptada de González et al. (2014).
dos, vivenciados em situações de jogo. Nesta aula,
foram trabalhadas algumas formas de arremesso. É 5. JOGO FINAL
fundamental que você discuta com os alunos esse
fundamento, indicando as formas mais eficazes de Será realizado o mesmo jogo do início. Antes, porém,
finalização à cesta. chamar a atenção dos alunos para a execução de ou-
tros fundamentos já trabalhados, como passes, drible,
4. TAREFA(S) paradas e pé de pivô, bem como para a localização e
os deslocamentos em quadra, buscando os melhores
Participantes: em grupos de três ou quatro alunos. posicionamentos para o arremesso. Algumas regras
especiais podem ser criadas para facilitar as movi-
Objetivo do jogo: conseguir cestas dos pontos de- mentações de ataque, tais como ampliar o tempo para
terminados. o arremesso ou criar uma superioridade numérica,
acrescentando um coringa (mais um atacante).
99
100
EDUCAÇÃO FÍSICA
Participantes: 3x3, com três coringas. Com a intenção de verificar se os alunos melhoraram
seu desempenho defensivo, ocorrerá o mesmo jogo
Objetivo do jogo: fazer pontos (cestas). inicial. Antes de iniciar, é importante induzir os alu-
nos a se posicionarem entre o atacante direto e a cesta.
Descrição: jogo quadra reduzida (Figura 15). Os três
coringas poderão se deslocar apenas em um espaço Roda final
determinado. Quem ataca somente poderá progre- Ao encerrar a aula, alguns questionamentos deverão
dir driblando quando não houver um defensor entre ser apresentados aos alunos: Vocês compreende-
ele e a cesta. As equipes atacam, alternadamente. ram a necessidade de se posicionar entre o atacan-
te direto e a cesta? Perceberam a importância desse
Condições: posicionamento para as ações defensivas no bas-
• A cada três minutos, alterne as funções (atacantes quetebol? Concluir reafirmando que saber marcar
e defensores). o adversário eficientemente é imprescindível para
• É permitido roubar a bola do atacante, como no um bom desempenho nessa modalidade, visto que a
jogo propriamente dito. função defensiva (assim como a ofensiva) é de todos
os jogadores em quadra.
REFLITA
101
considerações finais
N
esta unidade, você conheceu aspectos importantes das ações táticas que
ocorrem durante o jogo de basquetebol, compreendendo os sistemas tá-
ticos (ofensivos e defensivos) utilizados durante o processo de ensino e
aprendizagem. As ações táticas individuais e coletivas devem ser parte
integrante da modalidade em todo o percurso do processo ensino-aprendizagem,
compondo seu rol de conteúdos, considerando o aumento progressivo de dificulda-
de e complexidade ao longo dos anos.
Ao aprender ações táticas ofensivas, o aluno compreende o que fazer durante um
jogo, movimentando-se, desmarcando e realizando fintas para enganar o adversário.
É função do professor contribuir para que, a partir de seus objetivos de aprendiza-
gem, o aluno consiga praticar a modalidade de forma adequada. Para tanto, precisa
compreender e vivenciar tais ações, de acordo com seu desenvolvimento físico e in-
telectual.
Caso você tenha dificuldade em compreender as ações táticas realizadas na mo-
dalidade, procure assistir a jogos, entrar em contato com professores que trabalham
com esse conteúdo nas aulas ou, até mesmo, assistir a vídeos que possam contribuir
para sua aproximação com a modalidade. Lembre-se de que você não precisa saber
jogar com extrema habilidade uma modalidade para ensiná-la. A sua prática peda-
gógica deve ser permeada por ações que possam contribuir com a participação e o
entusiasmo de seus alunos.
Por vezes, a realização de festivais e de campeonatos de arremessos e a parti-
cipação de atletas e ex-atletas em suas aulas podem contribuir para que os alunos
sintam-se interessados pela prática do esporte. Quando você conseguir fazer com
que eles sintam interesse em aprender aquilo que você planejou, as aulas ficarão mais
motivantes, e eles participarão até de atividades mais complexas, envolvendo, com
mais profundidade, os sistemas táticos ofensivos e defensivos.
Você pode utilizar diferentes estratégias metodológicas para o ensino dos siste-
mas táticos, como as que propomos nesta unidade: textos, imagens, figuras e vídeos.
Esperamos que você possa aproveitar todas as informações!
102
atividades de estudo
103
atividades de estudo
104
atividades de estudo
4. Nos sistemas defensivos por zona, os jogadores são responsáveis por proteger
regiões específicas da quadra; o defensor responsável por uma região da quadra
deve estar atento à marcação do atacante que nela estiver, bem como se orientar
pela movimentação da bola e exercitar o sentido de cobertura. Com base nestes
sistemas defensivos, leia as assertivas a seguir:
I - Posicionamento dos defensores em regiões, de acordo com sua estatura
(mais altos próximos da cesta defendida, facilitando o rebote defensivo e o
contra-ataque).
II - Menor esforço físico por marcar apenas uma região (zona).
III - Dificulta o atacante a realizar infiltrações e jogadas próximas à cesta.
IV - A recomposição defensiva é facilitada, devido ao posicionamento predeter-
minado.
De acordo com as assertivas apresentadas, assinale a alternativa correta:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
105
LEITURA
COMPLEMENTAR
Você conhece o basquetebol em cadeiras de rodas? Neste texto de Brancatti et al. (2015),
conheça um pouco desta modalidade e algumas de suas características.
O surgimento do basquete sobre rodas ocorreu como uma forma de reabilitação dos indiví-
duos que foram enviados para os campos de batalha durante a Segunda Guerra Mundial e
logo ganhou repercussão, pois além das melhorias física e psicológica dos praticantes, teve
um crescente número de praticantes com outros tipos de sequelas ou traumas medulares.
Em 1946, os veteranos de guerra dos Estados Unidos criaram o basquetebol em cadeiras
de rodas. No Brasil, a modalidade surgiu no ano de 1958, por intermédio de Sérgio Del
Grande e Robson Sampaio, em São Paulo e Rio de Janeiro. O esporte é praticado na mesma
quadra do basquetebol convencional, com o mesmo tempo de jogo, ou seja, quatro tem-
pos de 10 minutos cada. Suas regras são estabelecidas pela Federação Internacional de
Basquetebol em Cadeira de Rodas (International Weelchair Basketball Federation - IWBF) em
conformidade com as regras da Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) e com as
adaptações pertinentes à utilização da cadeira de rodas.
[...]
[...]
Em vista das dimensões da cadeira de rodas, esta toma um amplo espaço na quadra e os
deslocamentos de cada jogador provocam muitos contatos entre as cadeiras, por vezes,
em grande intensidade, influenciando nas táticas utilizadas durante o jogo. A cadeira de
rodas para a prática do basquetebol é desenvolvida segundo as exigências desse esporte e
deve ser específica para cada atleta, considerando a sua classificação funcional, tendo sido
confeccionada com uma preocupação relacionada à sua funcionalidade durante o jogo, o
peso e a facilidade no seu transporte.
106
material complementar
Os sistemas defensivos, no basquetebol, devem ser utilizados de acordo com as características da equipe
adversária. Neste vídeo, o professor apresenta as principais características dos sistemas defensivos por zona,
além dos posicionamentos dos jogadores. Web: <https://www.youtube.com/watch?v=LMTdNciMX7E&t=1s>.
107
referências
108
gabarito
1. E.
2. E.
3. A.
4. D.
5. C.
109
CONHECENDO O HANDEBOL
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Conhecendo o handebol: histórico
• Fundamentos técnicos do handebol
• Regras básicas do handebol
• Modelos de exercícios na iniciação ao ensino do handebol
Objetivos de Aprendizagem
• Analisar a história e as principais características da
modalidade.
• Conhecer os fundamentos técnicos do handebol.
• Reconhecer as regras básicas do handebol.
• Analisar os modelos de exercício na iniciação ao ensino do
handebol.
unidade
IV
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), na Unidade 5, você deverá adquirir conheci-
mento sobre a história do handebol e os desafios de sua imple-
mentação na realidade escolar brasileira. Também conhecerá os
fundamentos técnicos da modalidade, entendendo a importân-
cia de conhecer tais elementos. Apesar de termos estudado, na Unidade
1, que os professores devem priorizar o ensino da tática em relação à
técnica, eles devem ter conhecimento de como os movimentos técnicos
devem ser realizados, facilitando a sua compreensão da modalidade, pois
os elementos técnicos são ensinados por meio dos fundamentos desta.
Com as novas perspectivas e os novos modelos de ensino, o termo
fundamentos poderia ser repensado pelos estudiosos da área da Educa-
ção Física, pois pode ser interpretado como algo que deveria vir antes de
tudo. Você já sabe que somos a favor de uma nova perspectiva de ensino
que prioriza o ensino da tática, mas com a técnica (fundamentos técni-
cos) ensinada de forma simultânea. Ou seja, priorizar a tática não signifi-
ca eliminar o ensino da técnica.
As regras da modalidade devem ser conhecidas e analisadas pelos
professores, reconhecendo que as atualizações são periódicas e que, por
isso, você deve atualizar sempre seus conhecimentos. Você aprenderá,
nesta unidade, as regras básicas do handebol, aquelas imprescindíveis
para a prática dele.
Agora que você já conhece o que será estudado nesta unidade, espe-
ramos que o estudo dos conteúdos permita que você possa estruturar este
amplo conhecimento em ações pedagógicas adequadas para o processo de
ensino e aprendizagem de seus futuros alunos. Esperamos que aproveite-
esta unidade para aferir ainda mais o seu conhecimento. Vamos lá?
Conhecendo o Handebol:
Histórico
114
EDUCAÇÃO FÍSICA
115
Fundamentos Técnicos
do Handebol
116
EDUCAÇÃO FÍSICA
EMPUNHADURA DA BOLA
Passe em pronação
Segurando a bola com a palma da mão apontada para baixo, é executado com a extensão do punho, em geral,
lateralmente ou para trás.
Passes especiais
118
EDUCAÇÃO FÍSICA
O passe quicado é determinado por uma situação de A recepção, no handebol, deve ser feita sempre com
jogo, na qual é necessário executar qualquer tipo de as duas mãos paralelas e ligeiramente côncavas (em
passe com a bola tocando no chão antes da recepção forma de concha) e voltadas para frente. Tipos de
pelo companheiro. Em geral, é utilizado em condi- recepção: alta (na linha da cabeça ou acima), inter-
ções especiais, visando a dificultar a interceptação mediária (na linha do tronco, até a linha da cintura)
da bola pelo defensor. e baixa (abaixo da linha da cintura). Com aquisição
de mais habilidade, o jogador pode recepcionar o
passe com apenas uma das mãos, utilizando a em-
punhadura básica.
119
DRIBLE ARREMESSO
120
EDUCAÇÃO FÍSICA
Ocorre quando, no momento do arremesso, o atle- Quando o atleta se projeta com um salto para a fren-
ta não está em contato com o solo. Embora um ar- te, buscando a melhor situação de finalização (na
remesso em suspensão possa ser executado após maioria dos casos, dentro da área de seis metros),
um salto vertical, os arremessos mais potentes no há o arremesso com queda, que acontece após a bola
handebol ocorrem, geralmente, na situação em que ter deixado a mão do arremessador. É um arremes-
o jogador salta para arremessar após uma progres- so comum entre os pivôs e, eventualmente, entre os
são, movimento que oferece também um desloca- pontas. Eventualmente, os atletas se utilizam de ro-
mento vertical. lamentos, recurso para amenizar os efeitos do im-
As progressões que antecedem um arremesso pacto do corpo contra o solo.
em suspensão no handebol ocorrem em ritmo tri-
fásico (três passos que antecedem o arremesso) ou
em duplo ritmo trifásico (três passos, um drible si-
multâneo ao quarto passo, mais três e, em seguida,
o arremesso).
121
122
EDUCAÇÃO FÍSICA
Considerado como o recurso final de um defensor A posição de goleiro, no handebol, exige do jogador
de linha, o bloqueio defensivo é uma técnica de in- muita velocidade de reação, devido à pouca distân-
terceptação de um arremesso ao gol (SIMÕES, 2002; cia e à grande força que os atacantes empreendem
REIS, 2013). nos arremessos. As defesas podem ser assim classifi-
cadas: defesa alta, de meia altura, baixa e em “X”. A
defesa alta intercepta os arremessos efetuados aci-
ma da linha dos ombros dos goleiros, podendo ser
efetuada com uma ou ambas as mãos, saltando ou
não. À meia altura, ocorre a defesa das bolas arre-
messadas entre as linhas do joelho e dos ombros dos
goleiros, efetuada com as mãos, pernas ou quadris
(GONZÁLEZ; DARIDO; OLIVEIRA 2014).
A defesa baixa deriva das bolas arremessadas
abaixo da linha do joelho, podendo ser realizada
com os pés ou com as mãos. Já a defesa em “X” é
realizada por meio de um salto, seguido de um mo-
vimento de abdução de ombros e quadris, simulta-
Figura 14 - Bloqueio defensivo
neamente, para diminuir os espaços em arremessos,
geralmente, de curta distância ou de contra-ataque,
Marcação por impedimento podendo ser realizada, também, em tiros de sete
metros (SIMÕES, 2002; REIS, 2013).
A marcação por impedimento consiste em evitar as
ações do atacante, segurando o braço de arremesso com
uma das mãos, e o quadril, com a outra (REIS, 2013).
123
QUADRA
124
EDUCAÇÃO FÍSICA
125
REGRAS DE TEMPO
126
EDUCAÇÃO FÍSICA
Dois árbitros com igual autoridade serão os respon- Em relação à posição do goleiro do handebol, algu-
sáveis por cada partida. Eles são auxiliados por um mas ações diferentes dos demais jogadores em qua-
secretário e um cronometrista. dra são permitidas, tais como tocar a bola com qual-
quer parte do corpo, tentando se defender e se mover
com a bola dentro da área de gol (6 m). Entretanto,
entre as principais limitações desse jogador, pode-
mos destacar: colocar em perigo o adversário, em
busca de defesa, ou sair da área de 6 m com controle
da bola (ocasionando um tiro livre para o adversá-
rio); tocar a bola que está parada ou rolando no solo
do lado de fora da área de gol, estando ele dentro;
trazer a bola de fora para dentro da área de gol e, no
Figura 20 - Equipe de arbitragem tiro de 7 m, cruzar a linha de limitação do goleiro
(4 m) antes que a bola tenha sido arremessada pelo
UNIFORME adversário (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE
HANDEBOL, [2019], on-line)3.
Todos os jogadores de uma equipe, exceto o golei-
ro, devem vestir uniformes idênticos. As equipes
adversárias devem se apresentar para o jogo com
uniformes de cores e desenhos claramente distintos,
com números de 1 a 99 visíveis (pelo menos 20 cm
de altura nas costas e 10 cm na frente das camise-
tas de jogo) (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE
HANDEBOL, [2019], on-line)3.
Figura 21 - Uniforme (destaque para a numeração e a distinção de cores) Figura 22 - Goleiro de handebol
127
Figura 23 - Gol
128
EDUCAÇÃO FÍSICA
TIRO DE SETE METROS vez. Após isso, a punição deve ser, ao menos, a ex-
clusão por um tempo de 2 minutos. Com três exclu-
O tiro de sete metros é concedido quando uma cla- sões por 2 minutos ou por conduta antidesportiva
ra ocasião de gol for impedida de forma antirregu- grave, o jogador pode ser desqualificado, recebendo
lamentar ou for interrompida por fatores externos o cartão vermelho.
ao jogo (ação direta de um espectador, um apito ou
uma falha elétrica, por exemplo).
As regras de handebol devem ser conhecidas
para facilitar o processo de ensino e aprendizagem
da modalidade. Em geral, todas as modalidades es-
portivas alteram suas regras ao final de um ciclo,
como o ciclo olímpico. É importante estar atento(a)
a estas alterações.
SANÇÕES DISCIPLINARES
129
130
EDUCAÇÃO FÍSICA
Ao exemplificar modelos de exercícios para o ensi- Dessa forma, essas orientações devem ser conside-
no do handebol, algumas orientações didáticas são radas na utilização dos modelos de exercícios que
necessárias durante o processo de ensino e apren- serão apresentados. Utilizaremos, inicialmente, al-
dizagem do esporte (GONZÁLEZ; DARIDO; OLI- gumas atividades propostas por Greco, Moraes e
VEIRA 2014). Costa (2013), que estimulam o desenvolvimento
das habilidades técnicas dos alunos, os quais devem
aprender a controlar e a conduzir a bola de forma
adequada, determinar o melhor momento para pas-
Reconhecer as regras básicas da moda-
A lidade.
sar a bola de forma precisa, definir o momento cer-
to para receber a bola e se preparar para recebê-la,
além de antecipar as posições dos defensores.
131
Desenvolver a precisão e a força do arremesso é fun- O trabalho coordenativo compõe o rol de atividades
damental para a prática do handebol. Trabalhar esta de iniciação esportiva. O exercício demonstrado na
ação de forma lúdica e prazerosa é a proposta do Figura 28 é um exemplo que combina atividades de
exercício descrito e demonstrado, graficamente, por coordenação motora a brincadeiras populares que já
meio da Figura 27. fazem parte do cotidiano dos alunos.
132
EDUCAÇÃO FÍSICA
133
considerações finais
A
o conhecer o handebol, buscamos evidenciar aspectos históricos e técni-
cos, as regras e os princípios básicos na iniciação da modalidade. A his-
tória do esporte é parte integrante da história da humanidade. A compre-
ensão dos aspectos históricos é parte integrante do processo de formação
humana, possibilitando melhor compreensão da realidade e, consequentemente, de
sua ação social.
Ao conhecer o histórico do handebol, você pode utilizar diversos métodos de
ensino para que os alunos compreendam sua história: filmes, jogos antigos, drama-
tizações, estátuas vivas, depoimentos de ex-atletas. Contudo é importante que o en-
sino da história do esporte não se torne cansativo para o aluno. Esse ensino é um
elemento importante e pode contribuir para a compreensão de outros aspectos da
sociedade, por isso, o(a) professor(a) pode buscar relacionar este conteúdo com ou-
tras disciplinas. Na área de ciências humanas, por exemplo, estudar o contexto social
no qual o handebol foi criado pode contribuir para que o aluno compreenda outros
aspectos da história, filosofia e sociologia.
Em relação à aprendizagem da técnica, esperamos que você tenha adquirido co-
nhecimentos dos fundamentos técnicos para que possa ensinar seus alunos como
realizá-los. Entretanto, ao realizar a leitura da Unidade 1, você percebeu que a exe-
cução correta dos movimentos deve ser, prioritariamente, ensinada na contextuali-
zação do jogo, ou seja, durante a aprendizagem da tática. Se ainda encontrar dúvidas
sobre isso, aconselhamos que refaça a leitura da Unidade 1.
Encerramos a Unidade 4 com os modelos de exercícios que acreditamos ser es-
senciais à compreensão do que é necessário para que você, futuro(a) professor(a),
possa compreender os aspectos pedagógicos da modalidade. Assim, a Unidade 4
fornece aspectos importantes para a compreensão do processo de iniciação ao ensi-
no do handebol.
134
atividades de estudo
135
atividades de estudo
136
atividades de estudo
137
LEITURA
COMPLEMENTAR
O projeto MiniHand foi criado pela Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) em 2000.
O objetivo é oferecer oportunidade de formação esportiva para crianças de 6 a 12 anos,
dando ênfase em atividades e exercícios lúdicos e proporcionando prazer e felicidade em
sua realização. Por meio dessas atividades, os jovens desenvolvem coordenação, motri-
cidade, educação do movimento, comportamento específico de jogo e fundamentos do
handebol, além de socializar e adquirir experiências em grupo.
A quadra pode ser marcada em local que ofereça possibilidades de progressão com a bola
no tamanho de 20x13 m. Na altura da trave é sugerido que o travessão superior esteja a
uma altura mais baixa com o tamanho de 1,60 m de altura e 2,40 m de largura. A área de
goleiro tem raio de 5 m; o pênalti – que, no handebol é denominado tiro de sete metros -
marcado a 6 m da linha de gol.
O tempo de jogo será de 28 minutos, divididos em dois períodos de sete minutos, com dois
minutos de intervalo entre os dois períodos. Entre o primeiro e o segundo tempo de jogo,
haverá um intervalo de cinco minutos. Os participantes devem ser estimulados ao diverti-
mento e não aos resultados finais, sendo importante a valorização e premiação de todos.
138
material complementar
O vídeo Handebol: o pensamento leve faz a gente mudar apresenta a conquista do Mundial Feminino de
Handebol, na Sérvia, em 2013. O documentário procura fazer um panorama do esporte a partir de alguns
personagens que vivem intensamente a modalidade no Brasil.
Web: <https://www.youtube.com/watch?v=sQadmXF0ZaY>.
139
referências
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <https://docplayer.com.br/11097805-Aula-01-7-ano-ensino-fundamental-handebol-prof-o-leonardo-del-
gado.html>. Acesso em: 25 abr. 2019.
2
Em: <https://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historia_do_handebol.htm>. Acesso em: 25 abr.
2019.
3
Em: <http://www.brasilhandebol.com.br/index.asp>. Acesso em: 25 abr. 2019.
4
Em: <http://brasilhandebol.com.br/Admin/Anexos/001713_baixa_minihand_manual.pdf>. Acesso em: 25
abr. 2019.
140
gabarito
1. E.
2. C.
3. C.
4. B.
5. E.
141
SISTEMAS TÁTICOS NO HANDEBOL
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Introdução às ações táticas ofensivas
• Sistemas táticos ofensivos do handebol
• Sistemas táticos defensivos do handebol
• Planos de aula
Objetivos de Aprendizagem
• Analisar as ações táticas ofensivas no handebol.
• Compreender e analisar os sistemas táticos ofensivos no
handebol.
• Compreender e analisar os sistemas táticos defensivos no
handebol.
• Compreender, analisar e estruturar planos de aula para o
ensino do handebol.
unidade
V
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), na unidade anterior, foi possível analisar as
principais orientações para o ensino do handebol, utilizando
dimensões importantes para a aprendizagem da modalidade.
Mostramos, também, a importância dos aspectos táticos a se-
rem evidenciados durante os primeiros passos no ensino dos jogos e das
brincadeiras, estimulando o pensamento estratégico, no qual o aluno
precisa compreender o porquê da realização das atividades.
Nesta unidade, avançaremos buscando compreender os diferentes
tipos de sistemas ofensivos e defensivos utilizados no handebol, demons-
trando como podem ser ensinados aos alunos em aprendizagem. Inicia-
remos a compreensão dos principais componentes ofensivos ensinados
na iniciação ao handebol, como as movimentações sem bola, fintas, ta-
bela e jogos realizados em grupo. A necessidade do trabalho em grupo
nos esportes de invasão justifica-se pela dinâmica do jogo coletivo, cujas
ações ofensivas e defensivas ocorrem a todo momento.
O foco principal desta unidade é demonstrar como ocorre a distri-
buição dos conceitos táticos do handebol, ao longo do processo de en-
sino e aprendizagem. Serão evidenciados, especialmente, os aspectos
ofensivos e defensivos, de modo que você possa compreender como tra-
balhar esse conteúdo no ambiente escolar ou de treinamento. Trataremos
das posições dos jogadores no ataque, definidas como armador central,
armador direito (por vezes, denominado lateral direito ou meia direita),
armador esquerdo (por vezes, denominado lateral esquerdo ou meia es-
querda), ponta direita, ponta esquerda e pivô.
As funções de cada jogador são importantes para compreender as
posições de cada um deles no ataque, entretanto, será necessário compre-
ender que o conteúdo das aulas é, prioritariamente, a tática individual.
O(A) professor(a) deverá escolher os conteúdos por meio do conheci-
mento que os alunos possuem, de seu desenvolvimento motor e dos ob-
jetivos da aprendizagem.
Introdução às Ações
Táticas Ofensivas
146
EDUCAÇÃO FÍSICA
As táticas de grupo são realizadas quando os alunos Os esportes de invasão necessitam do traba-
pretendem oferecer apoio aos colegas de equipe. Estas lho em grupo, pois as ações ofensivas e defensivas
ações de grupo dependem do quanto cada jogador, ocorrem a todo momento, e para que o atacan-
com e sem bola, consegue resolver os problemas te não perca a posse de bola sem antes tentar seu
táticos que ocorrem durante o jogo. Em resumo, alvo (gol, cesta etc.), as ações táticas, como a tabe-
os alunos devem compreender que as ações táticas la, devem ser realizadas em sincronia. Para tan-
ofensivas realizadas pelos jogadores (em grupo) to, a visão de jogo dos atacantes proporciona sua
dependem dos movimentos que eles realizam entre si. realização, desde que os alunos consigam obser-
Uma das ações táticas realizadas no handebol var as diversas movimentações que ocorrem nesse
é denominada tabela, utilizada quando o atacante jogo. Em poucos segundos, os jogadores podem
com bola não consegue superar o seu adversário e ser novamente marcados, deixando de ser opção
passa a bola a um companheiro de equipe que se de passe.
desmarca, iniciando uma movimentação ofensiva Existem outras formas de chamar a atenção do
(FERNÁNDEZ et al., 2012). Para que a tabela possa adversário, como as penetrações ofensivas, deno-
acontecer de maneira eficaz, é necessário que exista minadas engajamento (FERNÁNDEZ et al., 2012).
interação entre os alunos. Esta ocorre com a repeti- O objetivo dessa ação é realizar diversas penetra-
ção sistemática dos movimentos durante o proces- ções ofensivas, de modo que ocorra um espaço de
so de ensino e aprendizagem. Os alunos iniciantes superioridade numérica. Outras ações táticas ofen-
devem aprender e ser estimulados com movimenta- sivas que caracterizam os sistemas táticos ofen-
ções simples e exercícios que facilitem a realização sivos, como os cruzamentos com e sem bola e os
da tabela no decorrer da aprendizagem. bloqueios, também podem ser utilizadas para fa-
A atividade de manter a posse de bola, em que cilitar o ataque no handebol. O processo de ensino
os alunos realizam passes em grupos de três a quatro e aprendizagem das ações ofensivas deve ser apre-
pessoas, faz com que eles ocupem os espaços vazios sentado aos alunos durante um longo caminho de
e se movimentem individualmente, após a realiza- aprendizagem.
ção de cada passe. A tabela é um dos movimentos Na maioria das vezes, o ensino do handebol
mais simples realizados no handebol. Entretanto, ainda é muito incipiente. Os conteúdos limitam-
para os iniciantes dessa prática que desejam a posse -se às questões históricas, às regras básicas da
de bola, é importante que compreendam a necessi- modalidade e aos jogos institucionalizados. As-
dade de jogar sem ela, pois o jogo sem bola não é sim, ao ensinar o handebol, devemos relembrar a
fácil de ser ensinado. Quando o aluno compreende importância de trabalhar com os jogos reduzidos,
a necessidade do movimento constante, sem a posse estimulando a tomada de decisão e o pensamento
de bola, e aprende a sentir o prazer de realizar mo- estratégico, desde uma simples decisão de quando
vimentos e fintas para ajudar seu companheiro de e para quem realizar um passe, até a realização dos
equipe, estará apto a jogar em grupo. sistemas táticos ofensivos.
147
148
EDUCAÇÃO FÍSICA
No ataque, a criança possui dificuldades, prin- Para que os sistemas ofensivos possam ser estabe-
cipalmente quando está em posse da bola, pois não lecidos, algumas funções específicas são definidas
consegue ainda passar e driblar com desenvoltura. na modalidade: armador central, armador direito
Dessa forma, a proposta de Ehret et al. (2002) evi- (também denominado lateral direito ou meia direi-
dencia que, até a faixa etária de 12 anos, deve-se tra- ta), armador esquerdo (também denominado lateral
balhar, especialmente, o jogo coletivo simplificado, esquerdo ou meia esquerda), ponta direita, ponta
em superioridade numérica (dois contra um, três esquerda e pivô. Entretanto, mesmo que seja impor-
contra dois etc.) e igualdade numérica (um contra tante que os alunos compreendam as posições de
um, dois contra dois, três contra três etc.). cada jogador no ataque, é fundamental que o con-
Essas ações táticas, em conjunto com a apren- teúdo privilegiado nas aulas seja a tática individual,
dizagem das formas básicas das técnicas (arremes- e não habilidades isoladas, ou seja, os fundamentos.
sos, passes, recepção e fintas) podem ser ensinadas Dessa forma, os exercícios que envolvam a interação
entre 13 e 14 anos, quando, também, o jogo posi- entre os alunos e os jogos reduzidos devem ocupar
cional 3:3 (sistema ofensivo) pode ser trabalhado. a maior parte do tempo das aulas, e os sistemas de
Outros sistemas ofensivos configurados com um jogo podem ser realizados com a participação de pe-
ou dois pivôs, bem como movimentações de ataque quenos grupos (GONZÁLEZ, 2014).
contra defesa individual, podem ser trabalhados As ações táticas ofensivas devem ser conteúdo
nos últimos anos do Ensino Fundamental ou no da Educação Física. No Ensino Fundamental, os sis-
Ensino Médio. temas ofensivos podem ser conteúdos trabalhados
no Ensino Médio e, assim, os alunos aprenderão as
SAIBA MAIS movimentações básicas dos sistemas ofensivos. Um
dos sistemas ofensivos mais utilizados é o sistema
3:3, no qual os jogadores atacantes podem se posi-
O Segundo Tempo na Escola, programa do go-
verno federal, tem por objetivo democratizar cionar de forma mais aberta ou fechada em relação
o acesso à prática e à cultura do esporte, de à largura da quadra de ataque, como apresentamos
forma a promover o desenvolvimento integral na Figura 1.
de crianças, adolescentes e jovens como um
fator de formação da cidadania e melhoria
da qualidade de vida, prioritariamente, em
áreas de vulnerabilidade social. Apesar de
não abordar, diretamente, a Educação Física Legenda:
escolar, o referido programa possui propos- Armador central
ta pedagógica para crianças, adolescentes Lateral direito e esquerdo
e jovens em idade escolar, considerando as Ponta direita e esquerda
diferentes fases de desenvolvimento destes. Pivô
149
150
EDUCAÇÃO FÍSICA
Apesar de a maioria dos professores desconsiderar Quando uma equipe não possui a posse de bola,
esta informação no processo de ensino-aprendiza- seu objetivo principal é buscar a recuperação dela,
gem, acreditando na dificuldade de ensinar a defesa protegendo o gol de sua equipe. Para isto, os siste-
individual para os alunos, este é um princípio básico mas táticos defensivos buscam a organização do
no ensino dos esportes coletivos de invasão: ensinar espaço em quadra, aumentando a dificuldade dos
a defesa individual. adversários em atacar e a construção de ações ofen-
sivas que possam provocar o gol adversário. Em fun-
A marcação individual é considerada como ção da profundidade defensiva, é possível escolher
uma das mais relevantes no processo de ensi-
sistemas mais abertos, nos quais os defensores ficam
no-aprendizagem-treinamento de crianças e
jovens, sendo muito utilizada na iniciação e, em mais distantes da linha de 6 m; ou de sistemas fecha-
poucas situações, mas presentes, no alto rendi- dos, em que ocorre uma aglomeração próxima a essa
mento (FELDMANN et al., 2012, p. 194). linha (GONZÁLEZ et al., 2014).
Os sistemas defensivos também podem ser defi-
Para os atacantes, jogar contra uma defesa indi- nidos em função das características físicas, técnicas
vidual não é algo simples, evidenciando ainda e psicológicas dos adversários, podendo ser altera-
mais a importância de tarefas adequadas para que dos quantas vezes for necessário durante o jogo. Po-
os alunos possam aprender a realizar fintas e a se demos simular estas características dos adversários,
desmarcarem para receber a bola. As ações táti- permitindo que os próprios alunos escolham o me-
cas ofensivas evidenciadas no início desta unidade lhor sistema defensivo em cada situação. Para tanto,
podem favorecer a aprendizagem das movimenta- é necessário que os alunos conheçam os posiciona-
ções realizadas em grupos nas atividades de jogos mentos dos sistemas defensivos e as suas alterações
reduzidos. de acordo com a movimentação da bola.
SISTEMA 3-2-1
Legenda:
Esta é uma defesa mais fechada e densa, que pode fa-
Primeira linha defensiva
vorecer o contra-ataque da equipe adversária e, por Segunda linha defensiva
isto, é muito utilizada contra equipes que possuem Terceira linha defensiva
151
SISTEMA 3-3
Legenda:
Neste sistema, temos apenas duas linhas defensivas.
Primeira linha defensiva
Apesar do espaço a se defender na zona central, os Segunda linha defensiva
pontas conseguem jogar com mais facilidade, prin-
cipalmente se os armadores e laterais tiverem boa
Figura 3 -
visão de jogo, soltando a bola para os pontas quando Sistema defensivo 3-3
eles se encontram sem marcação (Figura 3). Fonte: os autores.
SISTEMA 4-2
Legenda:
Apesar de possuir duas linhas defensivas, em que
Primeira linha defensiva
dois jogadores ficam mais próximos da linha dos 9 Segunda linha defensiva
m, esta defesa por zona é pouco utilizada em equipes
de alto rendimento, pois proporciona amplos espa-
Figura 4 -
ços vazios, facilitando a infiltração e, consequente- Sistema defensivo 4-2
mente, o ataque adversário, como apresenta a Figura Fonte: os autores.
4.
152
EDUCAÇÃO FÍSICA
SISTEMA 5-1
Legenda:
Na defesa 5-1, a segunda linha defensiva é formada
Primeira linha defensiva
por apenas um jogador mais avançado, que possui Segunda linha defensiva
a função de dificultar os passes entre os armadores
e laterais. Este sistema é muito utilizado quando o
Figura 5 -
armador central é habilidoso e distribui a bola com
Sistema defensivo 5-1
facilidade (Figura 5). Fonte: os autores.
SISTEMA 6-0
Legenda:
A defesa 6-0 é a mais utilizada nas equipes inician-
Primeira linha defensiva
tes, na qual defensores se posicionam próximos à li-
nha de 6 m. Uma das suas desvantagens é permitir
os lançamentos de longa distância, mas, por outro
Figura 6 -
lado, dificulta a penetração dos adversários com Sistema defensivo 6-0
bola (Figura 6). Fonte: os autores.
153
REFLITA
154
EDUCAÇÃO FÍSICA
155
156
EDUCAÇÃO FÍSICA
P: por quê?
R: para não passar para quem está marcado, ou não
enxergar o receptor em condição de receber o passe.
4. Tarefa
5. Jogo final
Roda final
Nesta parte final, é importante chamar a atenção dos alu-
nos para a aplicabilidade das habilidades e dos conceitos
aprendidos e vivenciados em aula, ou seja, para a neces-
sidade de, efetivamente, utilizá-los durante o jogo. É im-
portante questioná-los sobre esta utilização, se foi efetiva,
suas dificuldades e facilidades. Assim, a compreensão do
que foi vivenciado poderá ocorrer com mais efetividade
(DARIDO; OLIVEIRA; GONZÁLEZ, 2014).
157
2. Jogo inicial
Condições:
• Não é permitido quicar a bola.
• Não é permitido roubar a bola do atacante, inter-
ceptar passes.
• Gol por erro de defesa vale 1 ponto.
• Gol sem marcação vale 2 pontos.
158
EDUCAÇÃO FÍSICA
159
considerações finais
N
esta unidade, buscamos apresentar os aspectos táticos ofensivos e defen-
sivos, demonstrando como esses conceitos podem ser trabalhados na ini-
ciação ao handebol. O(A) professor(a) deverá escolher os conteúdos por
meio do conhecimento que os alunos possuem, de seu desenvolvimento
motor e dos objetivos da aprendizagem.
É preciso ficar claro que o confronto existente entre atacantes e defensores, no
handebol, revela um esporte com grande contato físico e, por isto, é importante que,
no início do processo de ensino e aprendizagem, o(a) professor(a) apresente as re-
gras da modalidade que permitem esse contato. É interessante que os alunos assis-
tirem a vídeos com jogos da modalidade para compreender o limite entre o contato
físico e a violência, discutindo e analisando esse contexto específico do jogo, ou seja,
suas ações táticas ofensivas e defensivas.
Gostaríamos que você compreendesse que a aula não deve ser elaborada a partir
de exercícios ou lista de exercícios, mas sim, de acordo com o plano de unidade do
conteúdo. Além disso, os(as) professores(as) devem elaborar antes os objetivos de
aprendizagem para apenas em seguida estruturar as tarefas que serão executadas
durante a aula.
Para isso, finalizamos esta unidade apresentando modelos de plano de aula. Ao
elaborar um plano de aula de handebol, utilizamos a descrição de todos os passos
descritos nos modelos apresentados: objetivo, roda inicial, primeiros movimentos,
jogo inicial, consciência tática, tarefa(s), jogo final e roda final. Estes passos são im-
portantes para que o(a) futuro(a) professor(a) esteja preparado(a) para sua interven-
ção na modalidade de handebol.
Esperamos que os conteúdos apresentados possam contribuir para que as aulas
de handebol sejam prazerosas para os alunos e que a Educação Física contribua para
a formação destes.
160
atividades de estudo
161
atividades de estudo
162
atividades de estudo
163
LEITURA
COMPLEMENTAR
Especialmente nos esportes de invasão, alguns métodos de ensino contribuem para esta
perspectiva, tais como o global funcional e os jogos situacionais, visto que são alicerçados
na prática do jogo, sob elementos ofensivos (posse da bola, progressão e finalização) e
defensivos (proteção do alvo, bloqueio da progressão e retomada da bola). São conceitos
transferíveis de um esporte coletivo de invasão para outro. No handebol, contudo, há ca-
racterísticas específicas. Defensivamente, não é comum a utilização constante do sistema
defensivo individual, prevalecendo os sistemas defensivos por zona e mistos, em se tratan-
do de alto rendimento.
164
LEITURA
COMPLEMENTAR
Do ponto de vista individual, as marcações podem ser assim classificadas: a) de perto (mais
contato físico; proximidade); b) por vigilância (maior distância, mas mantendo o posiciona-
mento entre o atacante e o gol); c) por posicionamento (entre o atacante com posse de bola
e seu oponente direto, na linha de passe, para interceptação). Já do ponto de vista coletivo,
classificam-se em: a) quadra inteira; b) em metade da quadra; c) por aglomeração (em ¼
de quadra).
Na fase inicial do aprendizado, é indicado ao professor que aplique os jogos com número
reduzido de jogadores (dois contra dois, três contra três etc.), possibilitando a realização
mais intensa de elementos técnicos e táticos. O aumento da amplitude espacial (espaços
maiores na quadra, o que favorece a ação dos atacantes) deve ocorrer, paulatinamente, à
medida que ocorrer o aumento do nível de dificuldade estabelecido. Na sequência do pro-
cesso, as ações defensivas coletivas (dobras, ajudas etc.) vão, gradativamente, ganhando
mais importância, com os diversos conceitos e ações de marcação sendo reconhecidos e
incorporados no entendimento do jogador de handebol.
165
material complementar
Este vídeo apresenta como trabalhar o handebol com pouco espaço, materiais adaptados e atividades de
jogos reduzidos.
Web: <https://www.youtube.com/watch?v=oOPGHQkkDBg>.
O Segundo Tempo na Escola é um programa do governo federal que tem por objetivo democratizar o aces-
so à prática e à cultura do esporte.
Web: <http://www.esporte.gov.br/index.php/institucional/esporte-educacao-lazer-e-inclusao-social/segundo-
-tempo-na-escola/materiais-pedagogicos>.
166
referências
gabarito
1. C.
2. D.
3. C.
4. E.
5. C.
167
conclusão geral