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PEDAGOGIA DOS ESPORTES COLETIVOS

Prof. Sérgio Adriano Gomes


Graduado em Educação Física pela Escola Superior de Educação
Física e Fisioterapia do Estado de Goiás (ESEFFEGO/UEG).
Especialista em Nutrição, Fisiologia e Prescrição da Atividade Física
pela Universidade Católica de Goiás (UCG). Mestre em Educação
Física pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Professor do
Centro Universitário de Brasília (UNICEUB).

Prof. Ronaldo Pacheco de Oliveira Filho


Graduado em Educação Física pela Faculdade Dom Bosco.
Especialista em Psicologia do Esporte. Mestre em Educação Física.
Professor da Secretaria do Estado de Educação do Distrito Federal
cedido, por intermédio de convênio, para a Universidade de Brasília,
desde 1998. Professor da Universidade Católica de Brasília.

Muito prazer!

Olá, sou o professor Sérgio Adriano, ministro aulas no curso de licenciatura e bacharelado
em Educação Física do Centro Universitário de Brasília. Atuo nas disciplinas: Pedagogia dos
Esportes Coletivos, Cineantropometria, Trabalho de Conclusão de Curso e Estágio Curricular
Supervisionado. Também sou técnico da modalidade futsal.

Tive a felicidade de dirigir algumas equipes da modalidade, como: o Esporte Clube


Juventude (Caxias do Sul-RS), o Rio Verde E.C. (Rio Verde – GO), o Goiás E.C. (Goiânia-
GO), a A.A. Candangos (Brasília-DF), a ADEPA (Pedro Afonso-TO) e a Seleção Brasiliense
de Futsal (Adulta e Juvenil).

Agora, estaremos juntos nesta disciplina para explorarmos vários aspectos pedagógicos
fundamentais dos esportes coletivos.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Sou o professor Ronaldo Pacheco, ministro aulas na Universidade de Brasília e na


Universidade Católica de Brasília. Atuo nas disciplinas: Metodologia do Ensino da Educação
Física, Metodologia do Basquetebol, Basquetebol Bases Táticas e Técnicas, Fundamentos da
Psicologia do Esporte e da Educação Física, Prática de Ensino I e II e Esporte de Alto Rendimento.

É um grande prazer tê-lo como aluno! Este material foi desenvolvido para que você
desenvolva sua aprendizagem, a partir das informações relevantes na área da Pedagogia dos
Esportes Coletivos.

Desejamos a você um excelente curso!


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$SUHVHQWDomRGD'LVFLSOLQD

Caro aluno,

Bem-vindo(a) à disciplina Pedagogia dos Esportes Coletivos, que tem como


proposta discutir os aspectos relevantes no processo de ensino, aprendizagem e
treinamento das Modalidades Esportivas Coletivas (MEC).

Os questionamentos descritos no quadro acima são pertinentes. Por isso,


ao iniciarmos o estudo da pedagogia dos esportes coletivos, precisamos explorar
algumas idéias, mesmo de modo mais resumido, sobre o que é o esporte do qual
trataremos nesta disciplina, como surgiu e quais foram os caminhos que trilhou
principalmente em relação ao seu uso na Educação Física brasileira.
Durante o nosso estudo, abordaremos a visão de Greco e Benda (1998),
Paes e Balbino, Jorge Bento e outros autores que buscam uma nova metodologia
para os esportes coletivos, considerando como ponto de partida.

(...) conscientização, do professor e do aluno, da importância da


prática esportiva, tornando o individuo capaz de compreender e
aprender a modalidade esportiva, de discernir diferentes situações-
problema e agir, de forma independente e inteligente para as
soluções das tarefas-problema no esporte. A base será dada pelos
princípios éticos, educativos, formativos e de importância para o
desenvolvimento da criança e do adolescente: do indivíduo como
um todo e não como uma soma das partes. (id., p.16)

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Assim, abordaremos as modalidades esportivas coletivas e a pedagogia
ligada ao processo de ensino e aprendizagem. Para entender melhor o tema dessa
disciplina, dividimos seu conteúdo em oito Unidades Didáticas:

Unidade 1 – Modalidades Esportivas Coletivas.

Unidade 2 – Proposta Pedagógica.

Unidade 3 – Métodos de Ensino.

Unidade 4 – Basquetebol.

Unidade 5 – Futsal.

Unidade 6 – Futebol de campo.

Unidade 7 – Voleibol.

Unidade 8 – Handebol.

OBJETIVOS

Após concluir o estudo desta Disciplina, esperamos que você seja capaz de:
Ŷ analisar os modos de lidar com as modalidades de esportes coletivos no espaço
escolar;
Ŷ H[DPLQDU DV HWDSDV GD DomR SHGDJyJLFD TXDQWR j GH¿QLomR GH REMHWLYRV j
elaboração de estratégias e suas intervenções, e avaliar o processo de ensino,
aprendizagem e treinamento (EAT);
Ŷ descrever os principais métodos de EAT das modalidades esportivas coletivas
(MEC);
Ŷ caracterizar os componentes que envolvem as MEC;
Ŷ elaborar intervenções que maximizem o processo de EAT das MEC.

Desejamos sucesso nessa longa e prazerosa caminhada!

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81,'$'(
0RGDOLGDGHV(VSRUWLYDV&ROHWLYDV

O esporte, de um modo geral, pode representar a oportunidade de explorar uma


série de aspectos que englobam, mas que extrapolam, o desenvolvimento motor, o
prazer de jogar. Quando aplicado adequadamente, ele possibilita estabelecer relações
sociais; gera aprendizagens éticas; proporciona o desenvolvimento da solidariedade, e
cooperação.

)DODQGRHVSHFL¿FDPHQWHVREUHRVHVSRUWHVFROHWLYRVYHUHPRVRTXHHTXDLVVmR
suas características e como lidar com eles no espaço escolar.

Você sabia que o esporte coletivo tem uma pedagogia


associada ao seu ensino e a sua aprendizagem?
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OBJETIVOS

$SyV¿QDOL]DUHVWDXQLGDGHHVSHUDPRVTXHYRFrVHMDFDSD]GH
Ŷ descrever as características das Modalidades Esportivas Coletivas;
ŶFODVVL¿FDUDV0RGDOLGDGHV(VSRUWLYDV&ROHWLYDV
Ŷ descrever a estrutura funcional das Modalidades Esportivas Coletivas;
Ŷ caracterizar os componentes das Modalidades Esportivas Coletivas.

Vamos começar o nosso percurso.

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1.1 Dimensões do esporte


Você sabia que o esporte acompanha o homem
desde a sua origem? Iniciado a partir de atividades ligadas à
sobrevivência (luta, caça, pesca, habitação etc.), foi na Grécia
que passou a ter sua dimensão de competição e lazer que
evoluiu até os dias de hoje.

Como parte da cultura universal de movimento, tem sido


PRWLYRGHLQ~PHUDVFODVVL¿FDo}HVGDVTXDLVGHVWDFDPRVDVGH
esporte-lazer, esporte-educacional, e esporte-competitivo. Já
Tubino (1996) divide o esporte em três grandes dimensões: 1)
Educação; 2) Participação e 3) Rendimento.

Vários autores, no entanto, consideram que,


independentemente da dimensão em que se encontra, o esporte
deve ser considerado uma atividade essencialmente educativa.

No caso da Educação Física escolar, o esporte enfrentou


várias críticas e enormes oposições, principalmente em
razão da sua utilização durante a ditadura militar (anos 1960
a 1980), momento em que foi considerado instrumento único
(hegemônico) da Educação Física (CASTELLANI FILHO, 2003).

Duas grandes correntes travaram grandes embates em


relação ao uso do esporte na Educação Física brasileira: 1)
a corrente tecnicista, que privilegia o desempenho esportivo
por meio da repetição dos gestos, e 2) a corrente ligada à
linha crítico–social.

Segundo Greco e Benda (1998, p.14), para a primeira


corrente (tecnicista):

(...) a aprendizagem dos jogos esportivos


coletivos está fundamentada na repetição pura e
simples das técnicas e das jogadas, muitas vezes
DOKHLDVDRVIDWRUHVVRFLDLVFXOWXUDLV¿VLROyJLFRV
psicológicos e cognitivos que interferem na sua
aprendizagem, execução e aplicação.

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A segunda corrente, ligada à linha crítico–social, nega o


HVSRUWHQDVXDIRUPDFRPSHWLWLYDHQIDWL]DQGRDUHÀH[mRFUtWLFD
sobre essa prática, privilegiando os jogos cooperativos e o senso
crítico. Nesta ótica, o esporte é visto como reprodutor de uma
cultura capitalista que incentiva a elitização, e uma prática que
privilegia o individualismo sobre o coletivo.

No entanto, por qualquer ângulo que se observe o


esporte, não há como negar a sua força e as suas amplas
possibilidades educativas, nas diversas dimensões humanas
(motora, cognitiva, afetivo-social).

4XDQGR IDODPRV GR HVSRUWH R GH¿QLPRV FRPR XPD


SUiWLFD FRUSRUDO FRPSRVWD GH UHJUDV H RUJDQL]Do}HV GH¿QLGDV
práticadas de forma competitiva. No entanto, esta prática, que
SDUHFH IHFKDGD D PRGL¿FDo}HV SRVVXL XPD PDOHDELOLGDGH
quando se transforma em jogos adaptados, em jogos pré-
desportivos, e em brincadeiras infantis plenas de ludicidade.

O esporte dá origem a inúmeras atividades que são


absorvidas pela rua, pela escola e hoje em dia por atividades
virtuais, por meio dos vídeo games.

É importante entender que, acima de tudo, o esporte deve ser visto


prioritariamente como fonte de lazer espontâneo, e, também, como
parte integrante do processo educativo de qualquer pessoa que tenha
oportunidade de praticá-lo.

Ao trabalhar com esportes coletivos na escola, devemos ter


HP PHQWH R SULQFtSLR GD QmRH[FOXVmR ,VVR VLJQL¿FD TXH WRGRV
devem ter a oportunidade de práticar os esportes coletivos.

Oferecer oportunidade é colocar os alunos em contato com


as diversas modalidades, ensinar-lhes os movimentos básicos que
darão a condição de usar estes conhecimentos e procedimentos
como instrumento educativo e de lazer e, para os que se interessarem,
o encaminhamento para o aprimoramento.

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Várias são as formas de o esporte ser aprendido e práticado. Freire cita a


ludicidade e
João Batista Freire (1998) coloca muito bem em seu livro Pedagogia as motivações
do Futebol que existe uma “pedagogia da rua” e uma “pedagogia incorporadas à
“pedagogia da
da escola”, enumerando virtudes e defeitos em cada uma delas. rua”, que enaltece
o talento. Ressalta a
Precisamos entender que o ensino do esporte deve ir além do crueldade com que
aprendizado do jogo em si e de seus fundamentos. Necessitamos essa pedagogia trata
os menos hábeis
ampliar o repertório de possibilidades de respostas motoras para porque enxerga a
os jogos, mas também compreender o esporte como um fator competição como
uma exaltação ao
cultural, estimulando sentimentos de solidariedade, cooperação, mais hábil.
autonomia e criatividade, além dos fatores éticos sociais e morais -----------------------------
que devem ser reforçados. Aponta na
“pedagogia da

Perceba que tudo isso faz do educando um sujeito que, escola” a excessiva
diretividade, mas
ao ser transformado, se torne também transformador da ao mesmo tempo
a obrigatoriedade
sua realidade. da inclusão, da
preocupação com
Além disso, quando bem trabalhado, o esporte é fonte de as atitudes e os
valores que devem
lazer saudável e um dos mais fortes instrumentos na construção e ser incorporados
na preservação de valores morais, condizentes com uma sociedade pelos praticantes.
Essa pedagogia deve
que se espera humana e ética. privilegiar o método
e tratar a competição
Poucos expressaram tão bem e de forma tão poética a como com um retrato
momentâneo e
relação entre o homem e o esporte como o fez Bento (1998, p. 93):
compreensivo da
capacidade individual
O Desporto inscreve-se no esforço de ordenar e/ou coletiva.
o caos e de lavrar um destino e uma resposta
para a pergunta do Homem: é a criação a
partir da falta, a necessidade feita liberdade,
o peso feito vôo, a lonjura feita proximidade, o
obstáculo feito impulso, o perigo feito tentação,
DGL¿FXOGDGHIHLWDJRVWRRUHFHLRIHLWRDYHQWXUD
A dizer ao homem que ainda é uma criança
com direito de crescer, avançar e progredir no
tempo. Que tem pontes para atravessar. Cordas
para subir. Perguntas para fazer. Sonhos para
YLYHU$OJXPDFRLVDDGHVD¿DUVHPSUHDQRVVD
perfeição. Que fale, cante e ria, jogue e brinque
e dispense os deuses e fantasmas que criou.

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UNIDADE 1 I MODALIDADES ESPORTIVAS COLETIVAS

$JRUD TXH Mi YLPRV YiULRV DUJXPHQWRV TXH IRUWL¿FDP D


visão do esporte como parte integrante do processo educativo,
e que o esporte coletivo deve ser pensado e aplicado de modo
a favorecer a inclusão, exploraremos, a seguir, as Modalidades
Esportivas Coletivas (MEC).

 &ODVVL¿FDomR GDV 0RGDOLGDGHV (VSRUWLYDV


&ROHWLYDV
Provavelmente, estas questões podem
ter passado por sua cabeça. Então, de
Quais são as modalidades início, já vamos explicar que as Modalidades
esportivas coletivas?
Como aplicá-las? Esportivas Coletivas (MEC) são Futebol;
Futsal; Handebol; Basquete e Voleibol.
Satisfeita a sua curiosidade inicial, vejamos o
que são essas modalidades.

Bem, elas são expressas pelo enfrentamento entre dois


grupos denominados de equipes, que se compõem por alunos/
atletas distribuídos no campo de jogo, para construir ações
FRRUGHQDGDVD¿PGHLPSHGLUDSURJUHVVmRGDHTXLSHDGYHUViULD
com a posse de bola do campo de defesa para o ataque e de
alcançar o objetivo a que as MEC se propõem: fazer o gol no
Futebol/Futsal/Handebol, a cesta e o ponto no Basquete. É o
que denominamos de 6LVWHPD'HIHQVLYR.

Contudo, quando se tem a posse de bola, são realizados


movimentos que permitam a manutenção dessa posse, para
superar (ultrapassar) todas as linhas de defesa da equipe
adversária e atingir o objetivo (meta) dos Jogos Coletivos. Tais
movimentos são ações individuais e coletivas que buscam
sustentar o jogo de ataque (6LVWHPD2IHQVLYR). Esse processo
de defender/atacar e vice-versa visa vencer o adversário
(GARGANTA, 1995).

Para alguns estudiosos, as MEC apresentam variáveis


estruturais comuns. Vejamos o que nos diz Bayer (1996).

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UNIDADE 1 I MODALIDADES ESPORTIVAS COLETIVAS

CARACTERÍSTICAS
VARIÁVEL

- Objeto esférico que pode ser passado, conduzido, arremessado ou chutado


pelos jogadores, utilizando Membros Inferiores (MMII) e Membros Superiores
Bola (MMSS).
- Sua forma, dimensões e materiais variam de uma modalidade para outra.
Essas características são determinadas pelas regras dos jogos.
- É um fator que permite o contato entre os praticantes das MEC, contribuindo
para que o jogo seja praticado de modo cooperativo (inclusivo) ou competitivo
(exclusivo).

(VSDoRItVLFRGHOLPLWDGRSRUUHJUDHVSHFt¿FDSDUDFDGDPRGDOLGDGHFROHWLYD
fato que padroniza as dimensões campo de jogo;
Terreno - A demarcação é feita por linhas traçadas no piso de jogo, que
estabelecem os limites espaciais permitidos para as ações individuais e
coletivas;
- À exceção da modalidade voleibol, o espaço de jogo (terreno) é utilizado
de maneira simultânea pelos praticantes das modalidades coletivas.

- Local onde objetiva levar a bola do jogo (atacar) ou, quando não se tem
Meta
DSRVVHGHVWDLPSHGLUGL¿FXOWDU GHIHQGHU DSURJUHVVmRGRDGYHUViULR
para que este atinja seu intento (objetivo), que é fazer gols (Futebol/Futsal/
Handebol), ou um ponto(s) (Voleibol/Basquetebol);
- A natureza das metas varia de uma modalidade para outra. Veja que no
Basquete, por exemplo, a meta a ser atingida é um aro; no Futebol/Futsal
e no Handebol é uma baliza que deve ser ultrapassada pela bola de jogo,
chutada/arremessada com os pés ou mãos, respectivamente. No Voleibol a
meta é atingir o solo que a equipe adversária defende.

- Alunos/atletas que por meio de movimentos coordenados promovem a


sustentação tática defensiva (jogo de defesa) e tática ofensiva (jogo de ataque),
quando a equipe não possui ou possui a bola, respectivamente.
Companheiros - São os responsáveis pela dimensão básica (fundamental) das MEC – a
cooperação –, por meio de ações individuais (tática individual), de 2 (dois) e
3 (três) alunos/jogadores (tática de grupo), envolvendo todos os praticantes
(tática coletiva), para atacar/defender um objetivo comum – meta –, o que
possibilita funcionalmente a conquista do objetivo do jogo de forma coletiva.

$GYHUViULRV - São aqueles alunos/atletas que irão se opor às ações ofensivas de uma
equipe, por meio de um Sistema Defensivo, e que tentarão ultrapassar
as linhas de defesa de uma equipe para atingir a meta que esta defende,
através de um Sistema Ofensivo.

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UNIDADE 1 I MODALIDADES ESPORTIVAS COLETIVAS

VARIÁVEL CARACTERÍSTICAS

- As regras dizem o modo de jogar cada MEC. São os direitos e os deveres dos
DWOHWDVSUDWLFDQWHVGHVWHVMRJRV'H¿QHPRVSDUkPHWURVTXHUHJXODPHQWDP
as modalidades, como: as partes do corpo que podem tocar na bola; as
dimensões que o campo de jogo deve ter; o tamanho e as características da
meta (traves, cesta, rede); o número mínimo e máximo de jogadores e de
Regras substituições; equipamentos obrigatórios para a prática; duração dos jogos;
conduta dos atletas; penalizações (sanções disciplinares) a quem infringir
(desrespeitar) as regras.
- Princípio da isonomia (igualdade): no transcurso de um jogo ou de uma
competição, as regras das MEC são as mesmas para todas as equipes.

Todas as Modalidades Esportivas Coletivas (MEC)


apresentam as características que observamos no quadro. No
contexto dessas modalidades, os praticantes precisam passar por
um processo de Ensino–Aprendizagem–Treinamento (EAT) que
FRQWHPSOHWRGDVHVVDVYDULiYHLVD¿PGHDSUR[LPDURWUHLQDPHQWR
da realidade do jogo (KONZAG, 1991; ROSE JUNIOR, 2006).

Agora, vamos conversar sobre o terreno (espaço) de jogo


e o modo de participação dos alunos/atletas.

Em determinados jogos, as ações desenvolvem-se de


forma alternada, como acontece na modalidade voleibol, onde
o campo de jogo (terreno) é dividido em duas partes por uma
rede, para que as equipes se posicionem em lados opostos
(separados), sem a possibilidade de contato dos praticantes.
Assim, não há oposição direta (intervenção) dos adversários nas
ações individuais e coletivas de uma equipe.

Contudo, há algumas modalidades que as equipes atuam no


mesmo terreno (espaço) de jogo e a participação dos praticantes é
feita de forma simultânea sobre a bola durante o jogo.

Agora, observe o quadro, a seguir, que indica a


FODVVL¿FDomR GDV 0RGDOLGDGHV (VSRUWLYDV &ROHWLYDV FRP EDVH
em Moreno (1998).

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PARTICIPAÇÃO
SIMULTÂNEA ALTERNADA
ESPAÇO
Handebol
Basquete
COMUM
Futebol -

Futsal
SEPARADO - Voleibol

 (VWUXWXUD IXQFLRQDO GDV 0RGDOLGDGHV (VSRUWLYDV


&ROHWLYDV
A estrutura funcional das MEC é determinada pela
interação entre as variáveis defesa/ataque e a cooperação/
oposição (HERNANDEZ MORENO, 1989).

As situações de ataque ou defesa são determinadas pela


posse de bola. A equipe que tem a posse da bola é a atacante.
A outra equipe é a defensora. Atacar e defender, durante a
prática de uma MEC, não são ações permanentes, ou seja, são
reversíveis (GARGANTA, 2004).

Para Bayer (1986), existem princípios gerais que norteiam


o jogo de ataque e de defesa das equipes nas MEC. Esses
princípios são ações individuais e coletivas de ataque durante
a disputa de MEC que objetivam a conservação da posse da
bola, progressão dos alunos/atletas de uma equipe com a posse
da bola até a meta defendida pela equipe adversária, com a
¿QDOLGDGHGHPDUFDUXPSRQWRJRO

Em contrapartida, a construção da defesa acontece pela


UHFXSHUDomRGDSRVVHGHERODSHORLPSHGLPHQWR GL¿FXOGDGH GD
progressão pelo campo de jogo dos adversários com a posse da
bola e pelas ações de oposição, protegendo, assim, a meta que está
sendo defendida durante a disputa do jogo.

Tavares (1996) nos diz que as ações de jogo (ataque e


defesa) acontecem sempre em cooperação direta com os alunos/
atletas (companheiros) de equipe e em oposição aos adversários.

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Para Garganta (1998), a dinâmica (ações) de oposição


(defender) e de cooperação (atacar) exigida dos praticantes
de modalidades coletivas requer que o processo Ensino –
Aprendizagem e Treinamento (EAT) contemplem situações
problema dentro de um ambiente aberto, ou seja, imprevisível,
D¿PGHTXHKDMDXPDWUDQVIHUrQFLDGRDSUHQGL]DGRGDVDXODVH
dos treinos para os jogos, de forma contextualizada, envolvendo
os seguintes planos:

A) Plano Espaço Temporal - 1) Defesa: problemas relacionados


à produção de obstáculos (linhas de defesa) com objetivo
de recuperar a posse da bola, e 2) Ataque: ações individuais
e coletivas (coordenadas) com o objetivo de ultrapassar os
obstáculos criados pelos adversários (defensores);

B) Plano de Informação - Ações que promovam incerteza nas


respostas (reação) dos adversários; e

C) Plano de Organização - Atividades que promovam o


processo decisório (individual e coletivo) com entendimento
de como fazer? (técnica) e o como e quando fazer? (tática)
que poderá ser a Tática Individual (ações individuais), Tática
de Grupo (ações que envolvam até 3 alunos/atletas), e Tática
Coletiva (ações que envolvam toda equipe) com vistas a
maximizar os sistemas ofensivo e defensivo de uma equipe.

 &RPSRQHQWHV GDV 0RGDOLGDGHV (VSRUWLYDV


&ROHWLYDV
As Modalidades Esportivas Coletivas acontecem dentro
de um cenário permanente de mudanças de situações e em
um contexto imprevisível no qual o praticante deve responder
(GARGANTA, 1998). As MEC apresentam características únicas,
fruto da aleatoriedade, variabilidade e imprevisibilidade das ações de
ataque e defesa na disputa de um jogo, envolvendo os componentes
tático, técnico e capacidades motoras.

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UNIDADE 1 I MODALIDADES ESPORTIVAS COLETIVAS

O processo decisório, ou seja, a tomada de decisão dos praticantes de


MEC acontece em função das informações obtidas do meio (leitura de
jogo) e constitui-se no componente tático (TAVARES, 1996).

Para Mahlo (1970), a ação tática é realizada em três fases:

1)3HUFHSomRHDQiOLVHGDVLWXDomR LGHQWL¿FDomRGRSUREOHPD 

2) Solução mental do problema (elaboração da solução); e

3) Solução Motora do problema (execução do gesto motor).


São exemplos da
ação tática:
Um bom desempenho tático por parte dos praticantes das
ƒPassar a bola a
modalidades esportivas coletivas está diretamente ligado com um companheiro;
RGHVHQYROYLPHQWRGHFRPSHWrQFLDVHVSHFt¿FDVQDVWUrVIDVHV ƒDesmarcar-se
DFLPDPHQFLRQDGDVREWLGDVSRUPHLRGHDWLYLGDGHVHVSHFt¿FDV para receber um
passe;
(vivências) relacionadas aos jogos coletivos.
ƒBloquear o
O aluno/atleta em função das informações percebidas deslocamento de
um adversário;
terá de elaborar uma solução mental (cognitiva) de qual a melhor
ƒFintar um
ação a ser executada. Esse processo deve ser executado em oponente;
um intervalo de tempo curto em função da ação adversária, o ƒMovimentar-se
que denominamos de pressão de tempo (KONZAG, 1991). sem a posse da
bola, para criar um
espaço no campo
Vejamos, a seguir, um exemplo, para você compreender de jogo para
melhor o que falamos. LQ¿OWUDomRGHXP
companheiro.

Exemplo: Futebol
Um aluno/atleta (com a posse da bola) em uma ação ofensiva precisa perceber o contexto
(ambiente): posicionamento dos adversários e companheiros no campo de jogo. Neste contexto,
o que ele precisa fazer? Bem, é preciso selecionar as informações relevantes para sua ação.
Essas informações são comparadas a outras situações por ele já vivenciadas. Percebe que a
comparação entre a situação atual e outras que já vivenciou é que determina a ação que será
adotada pelo aluno/atleta?

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UNIDADE 1 I MODALIDADES ESPORTIVAS COLETIVAS

Agora, voltemos ao modelo de Mahlo (1970). Nele, a


ação não termina quando o aluno/atleta processa a informação
obtida no contexto do jogo, expressa pela tomada de decisão.
A terceira fase corresponde à solução motora, ou seja, o aluno/
atleta precisa sua decisão em ação.

Continuando com o nosso exemplo da modalidade futebol,


R DWDFDQWH SRGHULD SDVVDU D EROD GULEODU FRQGX]LU RX ¿QDOL]DU
em direção à meta adversária.

O que freqüentemente observamos, na prática das modalidades esportivas


coletivas, é que muitos atletas sabem o que fazer (tática), ou seja, tomam a
decisão correta, mas não conseguem transformar esse conhecimento em
uma ação com êxito. Esse fato mostra a relevância do componente técnico
(como fazer) das MEC.

Nesse sentido, a técnica é entendida como a execução


GRV PRYLPHQWRV IXQGDPHQWRV  HVSHFt¿FRV HP FDGD XPD GDV
modalidades esportivas coletivas (KONZAG, 1991).
Para realizar a
H[HFXomRGDWpFQLFD Para Greco (1998), a H[HFXomR GD WpFQLFD deve
(fundamentos) com
precisão e um menor
adaptar-se às exigências do jogo, ou seja, deve ser um processo
gasto energético, intencional para a solução de uma determinada situação-
é necessário que
o aluno/atleta
problema. Então, o processo de “como fazer” – a maneira de
desenvolva suas executar (técnica) – deve estar relacionada com “o que fazer” e
capacidades motoras
(condicionais e
com as razões de fazer (tática). Assim, a técnica dá sustentação
coordenativas). ao componente tático na prática das MEC.

As FDSDFLGDGHV FRRUGHQDWLYDV são aquelas que


organizam o movimento, determinadas por componentes em que
predominam os processos de condução nervosa (BARBANTI,
1996). Essas capacidades são expressas pela percepção
espaço-temporal, coordenação de multimembros, coordenação
óculo-manual e precisão (DE ROSE JUNIOR e TRICOLI, 2005).

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UNIDADE 1 I MODALIDADES ESPORTIVAS COLETIVAS

Exemplo: basquetebol

No processo de EAT das MEC, o componente tático é


considerado como um fator determinante para o desempenho,
entretanto, existe uma interação e uma interdependência entre
os componentes técnico-táticos e as capacidades motoras.

As MEC desenvolvem-se dentro de um ambiente complexo,


em que o aluno/atleta deve vivenciar inúmeras situações-problema
envolvendo os domínios: motor, cognitivo e afetivo.

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UNIDADE 1 I MODALIDADES ESPORTIVAS COLETIVAS

Hora de praticar
Leia o artigo Educação Física Escolar: mas é só isso professor?, produzido pela
pesquisadora Irene Conceição Rangel Betti, publicado na Revista Motriz, da UNESP, no
Vol. 1, número 1, p. 25-31, Junho (1999).
Após a leitura desse artigo, escreva um texto, relacionando a crítica da autora com as
suas vivências como discente (aluno) nas aulas de Educação Física Escolar, no Ensino
Fundamental e Médio.
Publique sua produção no fórum da disciplina e também comente as experiências
relatadas por seus colegas.

Concluímos esta unidade, em Quanto à SDUWLFLSDomR (ação) das


que vimos que o esporte pode equipes sobre a variável estrutural bola,
VHU FODVVL¿FDGR HP IXQomR poderá ser simultânea, como acontece
de seus objetivos, como: na prática das MEC (exceção feita apenas
esporte-lazer, esporte-educacional e ao voleibol), ou DOWHUQDGD YROHLERO .
HVSRUWHFRPSHWLWLYR, contemplando as As MEC apresentam duas
dimensões da SDUWLFLSDomRGDHGXFDomR situações distintas que exigem ações
HGRUHQGLPHQWRHVSRUWLYR. diferentes por parte de seus praticantes. A
Observamos que as Modalidades primeira é com a posse da bola. Quando
Esportivas Coletivas (MEC) possuem isso ocorre, todas as ações individuais e
variáveis estruturais comuns, tais como: a coletivas são no intuito de atacar a meta
bola, o terreno, a meta, os companheiros, da equipe adversária, caracterizando o
os adversários e as regras. Vimos 6LVWHPD 2IHQVLYR da equipe. Por outro
também que o espaço (terreno) de jogo lado, quando não temos a posse da bola,
pode ser utilizado de forma comum, precisamos pensar em defender nossa
como acontece na prática do futebol, do meta.
futsal, do handebol e do basquetebol, ou
separado como no voleibol.

340
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 1 I MODALIDADES ESPORTIVAS COLETIVAS

Esse processo de retardar ou 3RU ¿P HVWXGDPRV RV FRPSR


impedir as ações ofensivas nentes das MEC, em que observamos
do adversário é chamado de uma interdependência entre as dimen-
6LVWHPD'HIHQVLYR. sões: Motora (condicionais e coorde-
nativas); Técnica (como fazer?) e da
O processo de atacar e defender
7iWLFD (o que fazer?; por que fazer? e
se caracteriza por ser transitório, ou
quando fazer?).
VHMD QmR p GH¿QLWLYR SHUPDQHQWH 
Nesse sentido, o processo de Ensino, $VVLP ¿FD HYLGHQWH TXH SDUD R
Aprendizagem e Treinamento (EAT) praticante dessas modalidades esportivas
deverá contemplar DWLYLGDGHV que apresentar desempenho satisfatório,
fomentem YLYrQFLDV H[SHULrQFLDV de o processo de EAT deverá contemplar
transições ataque/defesa e de defesa/ essas variáveis intervenientes, por meio
ataque, dentro de um contexto aberto, de situações-problema que promovam o
ou seja, LPSUHYLVtYHO. desenvolvimento integral (domínios motor,
cognitivo e afetivo) dos alunos/atletas

Na próxima unidade, estudaremos uma Proposta Pedagógica para


o ensino das Modalidades Esportivas Coletivas. Vamos em frente!

341
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926

81,'$'(
3URSRVWD3HGDJyJLFD

Por tudo o que estudou, até este momento do curso, você já deve ter percebido
TXHH[LVWHPDo}HVSHGDJyJLFDVHVSHFt¿FDVSDUDOLGDUFRPGHWHUPLQDGRVHVSRUWHVQmR
é mesmo? No nosso caso, exploraremos o uso pedagógico do esporte, considerando
as modalidades coletivas.

9HUHPRVWDPEpPDLPSRUWkQFLDGHGH¿QLUPRVREMHWLYRVUHIHUHQWHVjLQLFLDomR
esportiva; como realizar o planejamento de estratégias de ensino-aprendizagem;
os princípios que guiam as intervenções do professor; o modo adequado de lidar
FRPDDYDOLDomRGRSURJUHVVRGRDOXQR¿QDOL]DQGR FRPRHVWXGR GRFRQWH~GRGDV
modalidades coletivas.

Veja quantos aspectos importantes exploraremos nesta Unidade 2. São temas


essenciais para você, professor de Educação Física.

343
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

OBJETIVOS

$SyV¿QDOL]DUHVWDXQLGDGHHVSHUDPRVTXHYRFrVHMDFDSD]GH
Ŷ descrever as etapas da ação pedagógica;
ŶGH¿QLURVREMHWLYRVGDLQLFLDomRHVSRUWLYD
Ŷ elaborar estratégias de intervenção no processo de EAT;
Ŷ avaliar o processo de EAT; e
Ŷ analisar os conteúdos das aulas de Educação Física Escolar.

344
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

2.1 Proposta Pedagógica


 $R GDUPRV LQtFLR D QRVVD UHÀH[mR VREUH R XVR
SHGDJyJLFR GR HVSRUWH QR FDVR HVSHFt¿FR GDV PRGDOLGDGHV
coletivas, é necessário entender o que denominamos como
ação pedagógica. Na nossa visão, ação pedagógica é um ato
que envolve quatro etapas:

1. 'H¿QLomRGHREMHWLYR V 

2. Elaboração de estratégias;

3. Intervenção do professor, e

4. Avaliação.

É importante que estas etapas estejam bem claras e, para desenvolvê-las,


o professor deve conhecer claramente os princípios de cada uma delas e
os diversos métodos de ensino-aprendizagem, bem como as suas formas
de intervenção.

1HVWDSULPHLUDSDUWHIDUHPRVXPDUHÀH[mRVREUHHVWDVHWDSDV

2VREMHWLYRVGDLQLFLDomRHVSRUWLYD
Como em tudo que fazemos na vida, é necessário,
SULRULWDULDPHQWHGH¿QLURREMHWLYRGDTXLORTXHHVWDPRVUHDOL]DQGR

Para que realizamos? Quais são as nossas intenções?


O que pretendemos alcançar com nossas ações?
Ao usarmos um esporte como instrumento pedagógico,
qualquer que seja ele, é necessário que esteja clara a importância
dessa prática na vida dos participantes.

345
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

2V SURIHVVRUHV GHYHP GH¿QLU RV REMHWLYRV D VHUHP


alcançados, desde o começo, para que não haja cobranças
e pressões indevidas que possam prejudicar a formação e a
convivência entre os atores envolvidos neste cenário.

9iULRV VmR RV SUREOHPDV GHFRUUHQWHV GR FRQÀLWR GH


objetivos entre praticantes, professores e familiares. Vamos
destacar alguns:

ƒ
pressão psicológica exercida por pais, professores, amigos etc.;

ƒ
inclusão precoce em competições;

ƒ
especialização prematura de movimentos, de acordo com
funções executadas no jogo, e

ƒ
busca excessiva e precoce da plenitude atlética.

(VWHVSUREOHPDVSRGHPOHYDURDOXQRDFRQÀLWRVSHVVRDLV
que promovam o abandono da modalidade e, em muitos casos,
a uma aversão ao esporte e à atividade física de maneira geral.

Assim, perceba que é indispensável traçar os objetivos para que o uso do


esporte, na Educação Física escolar, venha a formar um ser integral.

Diante disso, pense no seguinte...

Bem, primeiramente, devemos fazer com que o jovem


praticante sinta-se bem no ambiente esportivo. O prazer
em praticar a modalidade e de estar em contato com outros
participantes deve ser o principal motivo da aderência à prática
esportiva.

346
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

A iniciação esportiva deve ser considerada uma etapa


no processo de formação humana, não sendo o alcance da
performanceHVSRUWLYDXP¿PHPVLPHVPR2HVSRUWHSRGHH
deve ser utilizado para inserir e reforçar valores humanos.

As intervenções do professor e o exemplo que dá serão de Saber ser:


autodisciplina,
fundamental importância para a aquisição de valores inerentes autocontrole,
ao Saber Ser como também ao Saber Estar, mas, sem dúvida, perseverança,
determinação,
na visão dos praticantes, o principal objetivo é o Saber Fazer. humildade etc.
----------------------------
)DODQGRHVSHFL¿FDPHQWHVREUHRSaber Fazer, precisa-
Saber estar: agir
mos valorizar o desenvolvimento psicomotor, enfatizando o co- em grupo, respeito
mútuo, lealdade,
nhecimento e controle do próprio corpo, procurando extrair dele
cooperação,
ao mais variadas capacidades de movimentos que forem possí- solidariedade etc.
YHLV2SUDWLFDQWHLUiDGTXLULUDXWRFRQ¿DQoDFRQIRUPHFRQKHFH ----------------------------
Saber fazer:
progressivamente, seu corpo.
ampliação e
especialização do
Com isso, deve adquirir a melhoria da técnica esportiva. repertório motor
Segundo Greco (1998, p.15), visando à prática de
atividades esportivas.
(...) a realização de uma técnica ou de uma
habilidade é concretizada graças a uma
complexa combinação de mecanismos e
processos mentais e motores.

2TXHSRGHPRVFRQFOXLU"%HPYHUL¿FDPRVTXHDLQLFLDomR
esportiva deve possuir dois grandes objetivos gerais básicos:

1. Desenvolvimento de bases morais, emocionais e psíquicas


sólidas, para um ajuste social adequado e uma posterior
preparação desportiva consistente e duradoura.

2. Desenvolvimento motor amplo, visando à aquisição de


vivências motoras que serão essenciais no seu cotidiano e
na técnica exigida na prática esportiva.

347
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

Para você compreender melhor a questão dos objetivos,


apresentamos abaixo uma tabela em que são sugeridos alguns,
de acordo com a faixa etária do praticante.

eLPSRUWDQWHUHVVDOWDUTXHRVREMHWLYRVYmRVHQGRPRGL¿FDGRVDRORQJRGD
trajetória esportiva do praticante, de acordo com sua maturação motora,
cognitiva, afetiva e social.

FAIXA
OBJETIVOS
ETÁRIA
- prazer na prática esportiva;
- conhecer amigos,
- reforçar valores, como respeito, disciplina, amizade, etc;
8-11 anos - aprender sobre o jogo mediante jogos adaptados;
- desenvolvimento perceptivo-motor.
DSHUIHLoRDUDVKDELOLGDGHVHVSHFt¿FDVGRMRJR
- reforçar valores, como respeito, disciplina, amizade, determinação,
superação, ética, etc;
12-14 anos - aperfeiçoar habilidades físicas e técnicas;
- conhecer os movimentos pré-táticos.
- variar a técnica aprendida;
- conhecer e entender os procedimentos táticos;

15-17 anos - aprofundar o sentido de trabalho em equipe;


HVSHFLDOL]DUHPIXQo}HVHVSHFt¿FDVGRMRJR
- aprimorar a especialização motora;
- aprimorar os aspectos físicos;
- reforçar os valores de disciplina, superação e determinação, ética
18-20 anos esportiva, trabalho em equipe;
- otimizar as capacidades psíquicas e sociais;
- domínar o aspecto técnico-tático-psíquico e social.
- ter aprimoramento técnico-tático-psíquico e social;
20 anos em - conseguir aprimoramento e manutenção das valências físicas;
diante - otimizar os processos cognitivos e psicológicos.

348
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

$HODERUDomRGHHVWUDWpJLDV
3UHFLVDPRV OHYDU HP FRQWD D LQÀXrQFLD H[HUFLGD SHORV
familiares, amigos e demais envolvidos no esporte. Queremos
GHL[DU FODUD D UHVSRQVDELOLGDGH TXH R SUR¿VVLRQDO GH (GXFDomR
Física assume ao inserir o jovem no ambiente esportivo.

A formação esportiva do jovem


é de responsabilidade direta do
professor – o responsável pela
orientação, pelo planejamento
e pela execução das aulas.

Assim, o professor deve zelar pelo planejamento das aulas


para que elas tenham uma seqüência pedagógica adequada, com
HVSDoRSDUDDVVXJHVW}HVGRVDOXQRVHDVUHÀH[}HVVREUHDSUiWLFD
realizada. A metodologia utilizada deve privilegiar a motivação e o
bem-estar dos seus praticantes.

Greco (1998, p. 19) alerta que existem quatro variáveis a


serem consideradas no planejamento das sessões de trabalho:

1. a estrutura temporal (quando se realiza, em que momento


da aula/treino);

2. a freqüência (quantas vezes se realiza);

3. o oferecimento (como se apresentam os exercícios,


formulação dos mesmos);

4. a precisão (quantas/como deve acertar. Exigências de


forma crescente).

No processo de iniciação, quanto menor a idade, mais


características lúdicas deve ter a atividade.

349
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

A partir dos 12 anos de idade, devemos balancear as


DWLYLGDGHVHQWUHDVUHFUHDWLYDVHDVGH¿[DomRGHPRYLPHQWRV
(ensino da técnica). Esta é uma ótima fase para o desenvolvimento
motor e a capacidade de coordenar os movimentos será a base
para futuros desempenhos esportivos.

O professor deve ter o jogo como principal instrumento


de aprendizagem por possuir características que tornam a
DWLYLGDGHJUDWL¿FDQWHPRWLYDGRUDHSHUPDQHQWH$SDUWLUGRMRJR
deve proporcionar um ambiente que seja rico em oportunidades
e altamente estimulante.

O praticante, a partir das orientações recebidas, precisa


sentir-se encorajado a tentar realizar as atividades propostas, sem
receio de cometer erros ou de pressões decorrentes dos mesmos.

Veja o que Bareto (in TAVARES, 2004, p. 60) diz:

(...) as capacidades perceptiva e de tomada de


decisão, na variabilidade do contexto do jogo,
precisam de tolerância para que as respostas
ocorram. Se o jogo pelas suas características
não proporcionar esse ambiente, cabe a quem
ensina adequar as condições de prática, quer às
particularidades dos praticantes (competências
que possuem), quer aos propósitos da
aprendizagem (conseguir que joguem).

É importante que as aulas não sejam meras repetições de atividades e


movimentos reproduzidos pelos alunos sem compreenderem o sentido
da sua realização.

Segundo Bayer (1994), “a compreensão do jogo se dá a


SDUWLUGRPRPHQWRHPTXHDFULDQoDFRQVHJXHPRGL¿FDURTXH
percebe, interagindo diretamente nas suas ações”.

Visando ampliar as possibilidades de aprendizagem no


treinamento esportivo, Greco (1998, p. 29-36) estabelece 11
princípios para um treinamento técnico na iniciação esportiva.

350
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

Em cada um deles são apontadas estratégias para melhor


assimilação da técnica. Não cabe aqui analisarmos todos os
princípios, mas aproveitaremos para destacar alguns pontos que
acreditamos ser os mais importantes em relação à metodologia
empregada neste material:

1. elaborar seqüências pedagógicas para aprender, por


etapas, os elementos constitutivos da técnica;

2. proporcionar auxílio direto, por meio da ajuda tátil-


cinestésica e/ou auxílio indireto pela informação ótica
YtGHR¿JXUDV RXDF~VWLFD ULWPRYHUEDOL]DomR 

3. facilitar algumas formas de movimento e ampliá-las aos


poucos;

4. VLPSOL¿FDU D SURJUHVVmR PHWRGROyJLFD SDUWLQGR GR


movimento mais fácil para o mais difícil;

5. VLPSOL¿FDUDVUHJUDV

6. reduzir a ação do oponente, dando ao praticante mais tempo


e melhores condições para resolver o problema gerado
pela situação criada (comportamento preestabelecido para
o oponente, superioridade numérica);

7. usar a seguinte divisão metodológica: exercitar sem


adversário; com adversário passivo; em condições
GL¿FXOWDGDVHHPFRQGLo}HVFRPSHWLWLYDV

8. reduzir a participação do companheiro e gradativamente


ampliar esta participação, e

9. VLPSOL¿FDURDPELHQWHRQGHVHH[HFXWDDWpFQLFD

Para Roth, citado por Greco (1998, p. 37), devemos


desenvolver condições de execução, partindo de situações
simples, passando a condições variáveis, porém, previsíveis e
antecipáveis, chegando a uma condição altamente variável e
pouco previsível de difícil antecipação.

351
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

Todas estas situações devem ser contempladas


na elaboração das estratégias do professor, visando uma
aprendizagem efetiva e consciente por parte do aprendiz.

No aspecto da formação de valores e atitudes, o professor


deve ter estratégias que permitam a participação dos alunos de
forma aberta, em que as opiniões sejam respeitadas, dialogadas
e aceitas, desde que não se perca os objetivos propostos para
as aulas.

$VLQWHUYHQo}HVGR3URIHVVRU

(VWHVSULQFtSLRVGHYHUmRQRUWHDUDVUHVROXo}HVGHFRQÀLWR
que acontecerão normalmente no meio esportivo e devem ser
resolvidas sempre a partir do diálogo e da compreensão entre
as partes envolvidas.

As informações dadas aos participantes necessitam de


bastante conhecimento do professor não só sobre o assunto, mas,
também, sobre as formas adequadas de comunicação. O tipo de
informação pode auxiliar ou prejudicar a aprendizagem se não for
transmitido do modo correto e no momento adequado.

352
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

O professor, ao elaborar sua aula, deve compreender que:

ƒA relação professor–aluno deve ser de cumplicidade para


melhor compreensão do conteúdo tratado.

ƒ$GL¿FXOGDGHGHDSUHQGL]DJHPGRDOXQRSRGHHVWDUGLUHWDPHQWH
relacionada com o tipo da atividade escolhida, a forma de
transmitir a informação por parte do professor ou mesmo a
pressão exercida pelos colegas.

ƒCada aluno possui ritmo de aprendizagem e interesses


diferentes e isso deve ser respeitado.

ƒO aluno deve ser estimulado a ter uma participação ativa


durante a prática. Deve ser estimulado a opinar, a criar e
a ajudar os demais colegas, incentivando desta forma, a
autonomia e a responsabilidade individual.

Nas suas intervenções, o professor deve levar em conta que a formação


esportiva é importantíssima na vida de qualquer praticante, e, por isso,
os comportamentos corretos, no sentido de formação humana, devem ser
sempre priorizados em relação aos resultados competitivos.

Precisamos ter muito cuidado para não incentivar a competição


exacerbada. Devemos ressaltar a sociabilidade, o espírito de cooperação,
a responsabilidade e a compreensão sobre a vitória e a derrota.

Nas atividades competitivas, o professor deve criar um


clima facilitador minimizando o estresse, permitindo entender o
erro, e incentivando o aluno a arriscar e avaliar sua atuação. O
aluno só deve participar de competições quando estiver preparado
para atender às exigências motoras, físicas e psicológicas que
esta prática solicitar.

A competição, quando bem administrada, tem papel


fundamental na formação do jovem, pois o prepara para encarar
GHVD¿RV GHYHQGR DX[LOLiOR QD EXVFD GD DXWRVXSHUDomR
(perseverança, determinação).

353
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

Os resultados das competições devem servir sempre


para uma auto-avaliação. Nas derrotas, devem buscar a
compreensão e correção dos erros cometidos; nas vitórias, a
busca da superação e o reconhecimento do esforço realizado.

No aspecto da compreensão técnica e tática do jogo,


R SURIHVVRU GHYH OHYDU R DOXQR D UHÀHWLU VREUH DV VXDV Do}HV
e, para isso, deve conhecer os mecanismos do processo de
informação, que é formado pela percepção (as informações
dadas pelos seus sentidos) e tomada de decisão (capacidade
de buscar, selecionar alternativas e agir). O jogo, usado desta
forma, pode levar a uma evolução de raciocínio que irá auxiliar
na sua compreensão e prática.

É importante ressaltar que os esportes coletivos exigem uma interação entre


os companheiros, o que faz com que a necessidade de pensar–decidir–agir
ocorra durante todo o seu transcurso. O praticante deve aprender a ler a
situação apresentada para poder decidir adequadamente como agir, em
uma ação conjunta com sua equipe.

Para isso, desde os exercícios básicos até o momento de um treinamento


PDLV DSXUDGR GHYH VHU UHIRUoDGD D UHÀH[mR GRV SUDWLFDQWHV VREUH DV
ações realizadas.

$YDOLDomRDYDOLDQGRRSURJUHVVRGRSUDWLFDQWH
Ao realizarmos qualquer atividade, a avaliação torna-se
essencial, pois é ela que dará indicações se continuamos com
as nossas ações ou se necessitamos mudar de rumo, neste
processo ensino–aprendizagem.

A avaliação sempre deve considerar os objetivos para os


TXDLVGLUHFLRQDPRVRQRVVRWUDEDOKR(VWDD¿UPDomRSRGHSDUHFHU
óbvia, no entanto, muitas vezes, vemos avaliações sendo feitas pela
assiduidade, ou pelo desenvolvimento de determinada habilidade,
e, em alguns casos, pelos resultados obtidos em competições, sem
considerar os demais objetivos que estão sendo trabalhados.

354
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

Neste ponto, é essencial que tenhamos clareza sobre os objetivos a serem


atingidos, em cada etapa do trabalho com esportes. Para isso, o trabalho
GHYHGH¿QLUFODUDPHQWHRVREMHWLYRVDTXHVHSURS}H

Agora, vamos retomar um aspecto... Lembra-se de que,


no inicio deste tópico, sugerimos alguns objetivos para o trabalho
esportivo, apresentando uma tabela sobre as prioridades que
devem ser dadas a cada etapa da iniciação esportiva, de acordo
com a faixa etária envolvida?

Pois bem, as avaliações estão totalmente vinculadas


aos objetivos; por isso, devem ser feitas de acordo com cada
objetivo estabelecido. As avaliações servem não só para
YHUL¿FDURSURJUHVVRGRVSUDWLFDQWHVPDVWDPEpPSDUDYHUL¿FDU
se os métodos estão sendo empregados adequadamente,
se as estratégias estão de acordo com a capacidade de
desenvolvimento dos praticantes e se o volume de trabalho está
adequado ao progresso esperado.

Como, até aqui, já conversamos sobre as etapas de


um planejamento, agora, você está pronto para conhecer as
modalidades coletivas e como lidar com elas nas suas aulas.

 2V FRQWH~GRV GDV 0RGDOLGDGHV &ROHWLYDV QDV


DXODVGH(GXFDomR)tVLFD
A atividade esportiva tem sido vista, grosso modo, como
uma forma de aperfeiçoar os movimentos da modalidade
praticada. No entanto, nós, professores de Educação Física,
devemos ter em mente que a atividade esportiva tem um
amplo leque de possibilidades e banalizá-la ao aprendizado de
movimentos técnicos é um erro inadmissível para quem tem uma
visão educativa do esporte.

355
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UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

Bem, os conteúdos podem ser


trabalhados de três modos que se
complementam e interagem, com vistas
aos seus conceitos, à sua execução e à
formação humana advinda de sua prática.

Os conteúdos usados destas três maneiras são chamados


de: 1) conteúdos conceituais; 2) conteúdos procedimentais; e
3) conteúdos atitudinais. Vejamos, a seguir, um pouco mais de
cada uma destas aplicações.

1) Conteúdos Conceituais
São os conteúdos que fazem parte do conhecimento do
DOXQR6LJQL¿FDVDEHURTXHHVWiVHQGRWUDWDGRFRPSUHHQGHQGR
e interpretando este conhecimento, para o seu uso adequado,
quando necessário.

Estes conceitos podem ser ampliados ou aprofundados, a


FDGDHWDSDWRUQDQGRVHPDLVVLJQL¿FDWLYRV3RGHPRVGL]HUTXH
por meio destes conceitos, é que se forma o “Saber”.

No caso dos esportes coletivos, podemos tomar como


exemplo o conhecimento das regras, dos fundamentos do jogo,
da dinâmica do jogo etc.

2) Conteúdos Procedimentais
Os conteúdos procedimentais são aqueles voltados para
aprender a executar os conceitos que acabamos de estudar nos
conteúdos conceituais.
'HYHPVHUYLYHQFLDGRVGHPRGRGLYHUVL¿FDGRSDUDTXHVH
chegue ao domínio e à compreensão das formas de movimento
DSUHQGLGDV2VPRYLPHQWRVGHYHPVHUH[HFXWDGRVHUHÀHWLGRVSDUD
TXHKDMDDFRPSUHHQVmRFRUUHWDGDVXD¿QDOLGDGH
Os conteúdos procedimentais, como o próprio nome sugere,
GHYHPVHUSUDWLFDGRVYLYHQFLDGRVUHÀHWLGRVHDSHUIHLoRDGRVSHOD
contribuição do estilo de cada praticante.

356
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

O conteúdo procedimental é uma ampliação do con-


teúdo conceitual, pois o que era sabido, agora, passa a ser
executado, vivenciado.

eRTXHGH¿QLPRVFRPRR³Saber Fazer”.

3RGHPRVH[HPSOL¿FiORSHODDSUHQGL]DJHPGDH[HFXomR
dos fundamentos do jogo: chutar, driblar, sacar, arremessar,
passar, receber etc.

3) Conteúdos Atitudinais
Esta terceira forma de trabalhar os conceitos pode ser
GH¿QLGD FRPR D IRUPDomR KXPDQD H VRFLDO GR SUDWLFDQWH 3RU
meio destes conceitos, são internalizados os princípios, os
valores, e a convivência entre os humanos.

Nestes conteúdos, devemos ter a preocupação de


trabalhar valores como cooperação; respeito; aceitação das
diferenças; priorização do diálogo; solidariedade; lealdade etc.
Isso deve acontecer através de intervenções adequadas do
professor em relação às atitudes dos alunos.

Não devemos trabalhar estes conteúdos pela imposição e sim


pela conscientização, pela elaboração e pelo cumprimento de normas
que devem ser discutidas com os alunos. Assim, eles conhecerão
D LPSRUWkQFLD GDV QRUPDV SDUD D FRQYLYrQFLD SDFt¿FD$V UHJUDV
esportivas são um retrato de normas que visam à preservação da
integridade, da igualdade de oportunidades, da justiça.

Quando se trata de conteúdos atitudinais, estamos lidando


com o “Saber Ser”.

357
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UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

Hora de praticar
Elabore um Plano de Aula para uma intervenção, por meio do processo de EAT de uma
MEC, que contemple os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais.

'DGRVSDUDHODERUDomRGR3ODQRGH$XOD
- Modalidade Esportiva Coletiva: Futsal.
- Série: 9° ano do Ensino Fundamental.
- N°. de alunos: 32 (meninos e meninas).
- Idade média: 14 anos.

Recursos Materiais
- 1 (uma) quadra poliesportiva descoberta.
- 32 bolas de tênis.
- 2 (duas) bolas de Iniciação Esportiva.
- 2 (duas) bolas de Futsal.
- 10 (dez) cones.

Após a confecção do seu Plano de Aula, publique sua produção no fórum da disciplina,
e também comente os planejamentos realizados por seus colegas.

358
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 2 I PROPOSTA PEDAGÓGICA

Finalizamos a Unidade 2! 1) conteúdos conceituais VLJQL¿FDP


Nela, aprendemos que saber o que está sendo tratado,
a $omR 3HGDJyJLFD en- compreendendo e interpretando estes
volve 4 (quatro) etapas: conhecimentos, para o seu uso adequado,
GH¿QLomR GH REMHWLYRV; HODERUDomR GH quando necessário;
estratégias, por meio de LQWHUYHQo}HV
2) conteúdos procedimentais: são
no processo de ensino e aprendizagem
aqueles voltados para aprender a
que promovam a aquisição de valores
executar os conceitos dos conteúdos
voltados para o Saber Ser (autodiscipli-
FRQFHLWXDLVeGH¿QLGRSHORSaber Fazer
na, autocontrole, perseverança, determi-
H RV H[HPSOL¿FDPRV SHOD DSUHQGL]DJHP
nação, humildade etc.); Saber Estar (agir
da execução dos fundamentos do jogo:
em grupo, respeito mútuo, lealdade, coo-
chutar, driblar, sacar, arremessar, passar,
peração, solidariedade etc.).
dominar etc.; e
Porém, na visão dos praticantes,
3) conteúdos atitudinais GH¿QLGRV
o principal objetivo desse processo é o
como a formação humana e social do
Saber Fazer (ampliação e especialização
praticante.
do repertório motor visando à prática de
atividades esportivas). Por meio destes conceitos, são
internalizados os princípios, os valores,
3RU¿PD~OWLPDDomRSHGDJyJLFD
e a convivência entre os humanos, este
DYDOLDU RSURFHVVRGHDomRSHGDJyJLFD,
conteúdo é expresso pelo Saber Ser.
por meio da análise evolutiva do praticante.

Aprendemos também que o


processo de EAT das MEC pode ser
desenvolvido por meio de conteúdos
chamados de:

Parabéns! Concluída a Unidade 2, estudaremos, na próxima


unidade, os Métodos de Ensino Aprendizagem e Treinamentos das
Modalidades Esportivas Coletivas.

359
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926

81,'$'(
0pWRGRVGH(QVLQR

Você sabia que, na escola, estudos mostram que as Modalidades Esportivas


Coletivas (MEC) compreendem 2/3 dos conteúdos ministrados nas aulas de Educação
)tVLFDHVFRODU"eRTXHGL]HPHVWXGLRVRVFRPR&RUELQ  *ULI¿Q0LWFKHOH2VOLQ
(1997).

Mas quais os modos mais efetivos de ensinar os esportes coletivos?

361
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 3 I MÉTODOS DE ENSINO

Em função da importância dada a este conteúdo, nas


aulas de Educação Física, o processo de Ensino-Aprendizagem-
Treinamento (EAT) tem sido objeto de inúmeros estudos com a
¿QDOLGDGHGHYHUL¿FDUTXHPpWRGRGHHQVLQRpPDLVHIHWLYRSDUD
o ensino dos esportes coletivos.

É justamente isso o que exploraremos, nesta Unidade 3.

OBJETIVOS

$SyV¿QDOL]DUHVWDXQLGDGHHVSHUDPRVTXHYRFrVHMDFDSD]GH
Ŷ caracterizar os elementos que envolvem a tomada de decisão relativa ao jogo
coletivo;
Ŷ diferenciar tática e técnica;
Ŷ explicar o processo Ensino–Aprendizagem–Treinamento (EAT) das MEC.

$JRUDYDPRVFRQWLQXDUDQRVVDWUDMHWyULDGHHVWXGR

362
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 3 I MÉTODOS DE ENSINO

7RPDGDGHGHFLVmR
Para Bunker e Torphe (1982), a aquisição da consciência
tática deveria ter prioridade, sendo a base do processo de
ensino-aprendizagem dos esportes coletivos, em vez de
habilidades motoras (fundamentos técnicos). Nesse sentido, o
ensino do componente tático “o que fazer” (tomada de decisão)
deve preceder a técnica “como fazer”.

Para Abernethy et al. (2000), o processo de tomada


de decisão é a seleção do modo correto de agir, de acordo
com as circunstâncias (contexto do jogo), utilizando para isso
experiências (vivências) passadas dos alunos/atletas.

Os processos de tomada de decisão tratam as informações


captadas pelos órgãos sensoriais (perceptivos) que fornecem
dados fomentadores do processo decisório dos praticantes de
esportes coletivos.

Imagine a seguinte situação...

Um atleta de futsal tem de


optar entre chutar a gol,
conduzir a bola, driblar ou
passar.
Qual desses fundamentos
técnicos seria a melhor op-
ção de execução?
Quais são os fatores que
estão envolvidos na toma-
da dessa decisão?

A qualidade e a velocidade da tomada de decisão do aluno/


atleta, durante o jogo, dependem de fatores como velocidade
e precisão de percepção; observação; atenção; habilidade, e
experiência. Entre esses fatores, a capacidade de percepção
H[HUFHPDLRULQÀXrQFLD $%(51(7+<et al; 2000; BARTH, 1995).

363
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UNIDADE 3 I MÉTODOS DE ENSINO

A FDSDFLGDGHGHSHUFHSomR é um processo que envolve


a captação, a análise e a interpretação da informação sensorial
captada pelos receptores visuais; cinestésicos; auditivos;
proprioceptivos; e tácteis do sistema sensorial. Esse processo
envolve a detecção; a comparação; o reconhecimento; e a
atenção seletiva da informação.

A percepção e a antecipação dos movimentos da bola,


dos colegas e dos adversários, nos seus deslocamentos
(movimentações), são de grande importância para a atividade do
jogo, em especial nas ações táticas. Nos jogos esportivos coletivos,
são essencialmente as informações visuais que permitem a
LGHQWL¿FDomRHUHVROXomRGDVVLWXDo}HVSUREOHPD

Bayer (1986) diz que a visão deve apreciar, a todo o


momento:

Praticantes iniciantes percebem objetos que são um


forte estímulo visual: preocupam-se com a bola. O colega da
equipe ou os adversários só são valorizados quando de posse
dela. Porém, aos poucos, vão percebendo outras dimensões da
situação e selecionando os aspectos essenciais para um bom
desempenho nos jogos esportivos coletivos (TAVARES, 1995;
%$<(5 

364
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UNIDADE 3 I MÉTODOS DE ENSINO

A percepção pode ser melhorada pela aquisição de


conhecimento, conforme passa pelo processo de aprendizagem.
Veja que ela, a aprendizagem, deve ser o ponto de partida
num processo de aula/treino orientada para diminuir falhas de
informação e observação.

O processo de ensino, aprendizagem e treinamento deve Segundo Abernethy


et al. (2000), o uso
FRQWHPSODU Do}HV HVSHFL¿FDV GRV MRJRV HVSRUWLYRV FROHWLYRV de slides e vídeos, no
relacionadas a estar com e sem a posse da bola, com o objetivo processo de ensino e
aprendizagem, pode
de atacar e defender, respectivamente. promover melhora
na velocidade de
Para Bompa (2005), a capacidade de um atleta visualizar captação visual e
conseqüentemente
mentalmente o que poderá acontecer – prevendo a ação tática
à tomada de
do adversário –, e responder imediatamente com uma oposição decisão de alunos/
atletas praticantes
OyJLFDHH¿FD]SRGHVHUDGLIHUHQoDHQWUHDYLWyULDHDGHUURWD
de modalidades
esportivas coletivas.

Em vários momentos, conversamos


sobre tática. Mas qual é a
diferença entre técnica e tática?

Para você compreender melhor, vamos falar um pouco sobre


essas diferenças.

1) Técnica – Voltemos às idéias de Bompa (2005), para


quem a técnica é a maneira pela qual uma habilidade motora é
GHVHPSHQKDGDFRPD¿QDOLGDGHGHDOFDQoDUXPREMHWLYRRIHQVLYR
ou defensivo. A técnica pode ser expressa pelos fundamentos
técnicos das modalidades esportivas coletivas.

2) Tática – É a utilização adequada e racional da técnica em


uma situação de jogo. Tem por base a análise que o atleta faz da
situação (percepção), a elaboração de uma resposta (tomada
GHGHFLVmR DWpDH[HFXomRPRWRUDHVSHFt¿FD

365
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 3 I MÉTODOS DE ENSINO

Para Garganta (1995, p. 13), os jogos esportivos coletivos são:

(...) atividades férteis em acontecimentos cuja


freqüência, ordem cronológica e complexidade
não podem ser previstas antecipadamente;
dos jogadores é requerida uma permanente
atitude tático-estratégica.

Nesse sentido, todas as ações estão condicionadas à


situação em função das variáveis espaço e tempo (GRECO,
1998).

Relembrando: Nas ações de execução das MEC, existe uma pressão de


nas MEC, o espaço tempo para resolução das situações-problema, em que o aluno/
(campo/quadra) é
compartilhado por atleta relaciona e organiza informações da situação de jogo com
duas equipes. decisões do tipo:

ƒo que fazer (objetivo);

ƒquando fazer (momento);

ƒonde fazer (espaço), e

ƒcomo fazer (forma).

As interações desses parâmetros de decisão expressam


a resposta (resultado) (GARGANTA, 1997).

Veja que a tática está relacionada com a necessidade


de coordenação das ações entre alunos/atletas para atacar ou
defender, exigindo uma organização das ações individuais, de
grupo e coletivas.

O processo decisório sobre “o que fazer”, “quando fazer” e “por que fazer”
FRQVWLWXHPVHHPSDUkPHWURVVLJQL¿FDWLYRVSDUDRHQWHQGLPHQWRGDV0(&
possibilitando ao aluno/atleta comportar-se de maneira inteligente diante de
XPDVLWXDomRGRMRJR$WiWLFDLQGLYLGXDO TXDQGRSDVVDUGULEODURX¿QDOL]DU 
e a tática de grupo (aproximação, deslocamento ou bloqueio) possibilitam a
obtenção de êxito.

366
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 3 I MÉTODOS DE ENSINO

3.2 O processo de Ensino–Aprendizagem–


Treinamento das MEC
Não devemos desenvolver, de forma aleatória, as
funções cognitivas necessárias para se atingir a excelência nas
PRGDOLGDGHVHVSRUWLYDVFROHWLYDV,VVRVLJQL¿FDTXHSUHFLVDPRV
controlar metodologicamente esse processo.

Abernety et al. (2000) e Bompa (2005) sugerem o método


da simulação, para treinar a capacidade de antecipação e
tomada de decisão dos alunos/atletas praticantes das MEC. Esse
PpWRGRSDXWDVHQDFULDomRGHVLWXDo}HVSUREOHPDHVSHFt¿FDV
do jogo, com e sem a posse da bola, para prever as ações dos
adversários.

Nesse contexto, o processo de ensino das MEC deve criar


um ambiente que exija, dos praticantes, a interpretação (leitura)
das situações do jogo, para a escolha da solução motora mais
adequada (DE ROSE JUNIOR, 2006).

No entanto, vários autores têm defendido o ensino


das MEC com ênfase no domínio de habilidades motoras,
antecedendo a prática do jogo (GARGANTA, 2004; KROGER;
ROTH, 2002; GRÉHAIGNE e GODBOUT, 1995).

Veja que o processo de ensino das MEC, centrado na


técnica, contrapõe-se ao método centrado no jogo.

Sobre isso, Garganta (1995, p. 14) diz: “Nesta perspectiva,


ensina-se o modo de fazer (técnica) separado das razões de
fazer (tática)”.

$VVLPGHYHPRVUHÀHWLUVREUHRTXHpPDLVUHOHYDQWHQR
processo de ensino-aprendizagem das MEC:

Priorizar o como fazer (técnica)?


Ou o quê e quando fazer (tática)?

367
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 3 I MÉTODOS DE ENSINO

O ensino das
Para Bompa (2005), alunos/atletas devem passar por um
habilidades técnicas processo de ensino e de aprendizagem das habilidades técnicas
deve levar em
consideração o
(fundamentos), em função das necessidades impostas pelos jogos
ambiente aberto coletivos que acontecem em ambiente aberto (imprevisível).
do jogo. Essas
habilidades abertas Por essa razão, a capacidade perceptiva e a tomada
são reguladas por
fatores externos como GH GHFLVmR WrP VLJQL¿FDWLYD UHOHYkQFLD QD DSUHQGL]DJHP GDV
o posicionamento habilidades técnicas, para que haja uma transferência do que foi
dos adversários e
colegas, a distância exercitado na aula/ treino para o jogo.
da meta que se
defende ou se *UDoD  VXJHUHTXHSDUDDWHQGHUjVHVSHFL¿FLGDGHV
pretende atacar das MEC e haver transferência, o processo de ensino-
(GRAÇA, 1995).
aprendizagem contemple os seguintes aspectos:

a) praticar as habilidades técnicas em contextos variáveis;

b) evitar a prática de habilidades técnicas, por longos


períodos, em ambientes fechados (previsíveis);

c) exercitar a técnica (como fazer?), relacionando-a com a


tática do jogo e buscando respostas às questões: RTXr"
e quando fazer?, e

d) promover intervenções que contemplem situações-


problema semelhantes àquelas que ocorrem durante os jogos,
para que os alunos/atletas desenvolvam a capacidade de
VROXomR UHVSRVWDV QRFRQWH[WRHVSHFt¿FRGRMRJR

Para Bayer (1996), o praticante de modalidade esportiva


coletiva deve ter liberdade e ser estimulado a solucionar, com
autonomia, as situações-problema decorrentes da disputa de
uma modalidade esportiva coletiva.

O processo de EAT das MEC de ser desenvolvido de


forma gradativa (progressiva), ou seja...

do conhecido para o desconhecido

do simples para o difícil

do menos para o mais complexo

368
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UNIDADE 3 I MÉTODOS DE ENSINO

Para Kroger e Roth (2002), o processo de EAT deve (...) as crianças


devem primeiramente
contemplar uma formação esportiva geral para as modalidades aprender “somente” a
esportivas coletivas, ou seja, para esses autores, “jogar se jogar com liberdade,
reconhecer e
aprende jogando”. perceber situações
de forma correta
Garganta (1995) aponta que o processo de EAT de MEC e compreendê-
las desde o ponto
pode ser contemplado por diferentes métodos (intervenções),
de vista tático
descritos no Quadro 1, abaixo. (KROGER; ROTH,
2002, p. 10).

EAT centrado nos jogos


EAT centrado na técnica EAT centrada no jogo formal
condicionados
VROXomRLPSRVWD (ensaio e erro)
(procura dirigida)
Características

Das técnicas analíticas Utilização exclusiva do jogo Do jogo para as situações


para o jogo formal. formal. particulares.
O jogo é decomposto em
O jogo é decomposto em
O jogo não é condicionado unidades funcionais; jogo
elementos técnicos (passe,
nem decomposto. sistemático de complexidade
recepção, drible...).
crescente.
Hierarquização das
A técnica surge para
técnicas (primeiro, a Os princípios do jogo regulam
responder a situações
técnica A, depois, a técnica a aprendizagem.
globais não orientadas.
B etc.).

&RQVHTrQFLDV
Jogo criativo, mas com
Ações de jogo
base no individualismo; As técnicas surgem em
mecanizadas, pouco
virtuosismo técnico função da tática, de forma
criativas; comportamentos
contrastando com anarquia orientada e provocada.
estereotipados.
tática.
Inteligência tática: correta
Problemas na Soluções motoras variadas,
interpretação e aplicação dos
compreensão do jogo mas com inúmeras lacunas
princípios do jogo; viabilização
OHLWXUDGH¿FLHQWHVROXo}HV táticas e descoordenação
da técnica e criatividade nas
pobres). das ações coletivas.
ações de jogo.
Quadro 1. Processo EAT das MEC (GARGANTA, 1995).

369
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 3 I MÉTODOS DE ENSINO

A quantidade de informações transmitidas por professores/


técnicos, aos alunos/atletas praticantes de MEC, sobre a
elaboração de respostas e orientação no processo de “leitura”
do jogo e realização de ações, deve diminuir gradativamente,
tornando-os cada vez mais autônomos (GRAÇA, 1995;
TAVARES, 1995).

Gimenez (1998) defende mudanças nas variáveis


HVWUXWXUDLVGDV0(&FRPD¿QDOLGDGHGHIDFLOLWDURSURFHVVRGH
($7(VVDVPRGL¿FDo}HVWrPFRPRREMHWLYRFRQWULEXLUSDUDXP
melhor entendimento tático do jogo, por meio de adaptações nas
regras, nas variáveis técnicas e táticas, e no aumento/redução
dos espaços e tempo das ações dos alunos/atletas praticantes
de MEC. Com as alterações dessas variáveis, podemos criar
diferentes tipos de jogos que permitem a transferência do
aprendizado para situações reais de jogo.

Vejamos, abaixo, o Quadro 2, que descreve as variáveis


estruturais dos jogos.

xAlterar a dimensão do terreno do jogo;


xAlterar a dimensão, a forma ou o número de cestos ou balizas;
x5HVWULQJLUiUHDVMRJiYHLV iUHDVRQGHQmRVHSRGH¿QDOL]DUSLVDURQGH
só se pode permanecer por um tempo determinado etc.);
x,QFRUSRUDU]RQDVGH¿QDOL]DomRREULJDWyULD H[HQWUHDVOLQKDVGHH
ESPAÇO
metros, no handebol etc.);
xObrigar os jogadores a mudarem as posições que ocupam durante o
jogo;
x Obrigar os jogadores a manterem uma distância determinada uns dos outros
e relativamente à bola.

xLimitar o tempo para a realização de determinadas ações (ex.: tempo


SDUD¿QDOL]DUWHPSRGHSRVVHGHERODHWF 
xLimitar o tempo de permanência em determinadas áreas ou zonas (seja
TEMPO a permanência dos jogadores e/ou da bola);
xDeterminar passividade se não jogar num ritmo imposto;
xAcelerar/desacelerar o ritmo do jogo;
xAlterar o número de períodos de descanso ou de jogo.

370
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 3 I MÉTODOS DE ENSINO

xVariar o sistema de pontuação (ex.: se a bola tocar a rede = 1 ponto; se tocar


o aro = 2 pontos; se entrar no cesto = 3 pontos etc.);
REGRAS xEliminar algumas regras que ainda não sejam compreendidas;
xIntroduzir novas regras (ex.: proibir passes recíprocos; proibir passes para
WUiVHVWLSXODURQ~PHURGHSDVVHVDQWHVGH¿QDOL]DUHWF 

x0RGL¿FDUQ~PHURIRUPDWDPDQKRRXFRPSRVLomRGDEROD
xDeterminar o número e a forma de contatos com a bola;
TÉCNICA
xOrganizar situações que condicionem o uso de determinadas técnicas (ex.:
passar com o interior do pé; passar por trás do corpo etc.).

xVariar o número de jogadores (igualdade ou desigualdade numérica. Ex.: 1 x


1; 2 X 2; 3 X 3; 2 X 1; 3 X 2; 2 X 3 etc.);

TÁTICA xDeterminar a função de alguns jogadores;


xEstabelecer um sistema de jogo em ataque e/ou defesa;
x Estabelecer mudanças dos sistemas de jogo diante de determinadas circunstâncias.

Quadro 2. Variáveis estruturais dos jogos (adaptado de Gimenez, 1998)

Diante do cenário exposto sobre o processo de EAT das MEC, podemos


concluir que, apesar de importantes, o ensino do componente técnico
(fundamentos) e das capacidades condicionais e coordenativas (resistência,
velocidade, força, entre outras), o processo deve contemplar o componente
tático, ou seja, aprender a jogar aprende-se jogando. Nesse sentido, a
capacidade cognitiva dos alunos/atletas deve receber especial atenção no
processo de EAT das MEC.

371
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 3 I MÉTODOS DE ENSINO

Hora de praticar
1) Elabore um Plano de Aula para uma intervenção, por meio do processo de EAT de
uma MEC, que contemple os o ensino centrado na técnica (fundamentos).

ŶModalidade Esportiva Coletiva: futsal.

ŶNº de alunos: 20 meninos .

ŶIdade média: 17 anos.

Ŷ Recursos Materiais: 1 (uma) quadra poliesportiva (descoberta); 32 (bolas) de


Tênis; 20 (bolas) de Iniciação Esportiva; 10 (bolas) de Futsal; e 10 (dez) cones.

2) Elabore um Plano de Aula para uma intervenção por meio do processo de EAT de
uma MEC, que contemple o ensino centrado no jogo (pequenos jogos).

ŶModalidade Esportiva Coletiva: Basquetebol.

ŶNº de alunos: 20 meninas.

ŶIdade média: 16 anos.

Ŷ Recursos Materiais: 1 (uma) quadra poliesportiva (descoberta); 2 (bolas) de


Futsal; e 10 (dez) cones.

Após a confecção dos seus Planos de Aula, publique sua produção no fórum da disciplina,
e comente os planejamentos realizados por seus colegas.

372
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 3 I MÉTODOS DE ENSINO

Nesta Unidade, aprende- Também vimos que o ensino das


mos que os Processos de MEC pode ser instrumentalizado por meio:
Ensino Aprendizagem e
x do método centrado na técnica
Treinamento, das MEC,
(método parcial) dos jogos, em que o
devem criar um ambiente que exija, dos
aluno/atleta “joga para aprender”;
praticantes, a interpretação (leitura) das
situações do jogo, para a escolha da so- x do método centrado no jogo (método
lução motora (técnica) mais adequada. global), em que o aluno/atleta
“aprender para jogar”;
Esse processo de EAT deverá
DWHQGHUjVHVSHFL¿FLGDGHVGDV0(&SDUD x do método de ensino centrado
que haja transferência dos conteúdos nos jogos condicionados (método
desenvolvidos nas aulas para os jogos. situacional), ou seja, fracionam-se os
jogos em situações de ataque (com
Para que isso aconteça, os
a posse de bola) e de defesa (sem a
conteúdos das aulas/treinos devem ser
posse de bola).
desenvolvidos de forma progressiva, ou
seja, do simples para o complexo, do
conhecido para o desconhecido.

373
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926

81,'$'(

%DVTXHWHERO

Este esporte foi criado


por causa de uma
necessidade que havia...
Você sabe que
necessidade era essa?

O basquete tem uma história interessante, que vale a pena conhecer. Ao longo
do tempo, regras e instrumentos foram criados e foram passando por adequações,
DWpFKHJDUjFRQ¿JXUDomRTXHYHPRVKRMH

E é importante que você, professor de Educação Física, conheça:

¾a evolução deste esporte;

¾quais são as regras atuais;

¾os manejos da bola;

¾a postura corporal correta.

Esses são apenas alguns dos aspectos para trabalhar estas propriedades
com o seu aluno. Veremos outros, no decorrer desta Unidade 4.

375
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UNIDADE 4 I BASQUETEBOL

OBJETIVOS

$SyV¿QDOL]DUHVWDXQLGDGHHVSHUDPRVTXHYRFrVHMDFDSD]GH
Ŷ relatar o histórico da MEC Basquetebol;
Ŷ descrever os fundamentos técnicos da MEC Basquetebol;
Ŷ explicar o componente tático da modalidade.

376
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 4 I BASQUETEBOL

4.1 Histórico
De início, vamos retomar a nossa pergunta: qual foi a
necessidade que gerou a criação do basquete? Bem, nos meses
frios dos Estados Unidos era difícil praticar esporte. Mas este
não era o único problema: era preciso pensar em um esporte
que pudesse ser jogado nestes meses frios e também em áreas
abertas, durante o verão.

Inicialmente os professores de Educação Física da região


realizaram várias reuniões para tentar adaptar antigos jogos
infantis, mas estas idéias não foram bem aceitas.

A idéia inicial de Naismith era que o jogo tivesse certo grau


GHGL¿FXOGDGHGHVSHUWDQGRRHVStULWRFROHWLYRHTXHQmRIRVVH
YLROHQWRSDUDHYLWDUFRQÀLWRVHQWUHRVDOXQRV(QWmRGHFLGLXTXH
o jogo deveria ser jogado com as mãos e o jogador não poderia
Ao criar o jogo, o prof.
reter a bola por muito tempo, nem correr com ela para evitar Naismith escreveu as
choques e atropelos. regras básicas para
o basquete, com 13
A bola também não poderia ser golpeada com os punhos itens.

fechados, para evitar que machucasse os oponentes. Não


poderia haver contato físico entre os oponentes.

A condução da bola deveria ser feita por dribles e passada


aos companheiros de equipe. A bola precisava ser esférica,
grossa e leve, para ser driblada, ter quiques regulares e ser de
fácil manuseio (diferentemente da bola de futebol americano).

Na etapa seguinte, houve a preocupação com o alvo a ser


atingido com o jogo. O hóquei e o futebol já previam objetivos a
serem alcançados com o alvo no chão, por isso Naismith pensou
em colocá-lo no alto, para que os defensores não pudessem
interceptar a trajetória da bola.

,VVRWUDULDXPJUDXGHGL¿FXOGDGHDRMRJRSRULVVRSDUD
alcançar o objetivo, a habilidade seria mais importante do que
a força. Foram colocados inicialmente dois cestos de pêssegos
presos a pilastras, numa altura de 3,05 m (respeitada até os dias

377
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UNIDADE 4 I BASQUETEBOL

atuais). Depois de alguns aperfeiçoamentos, em 1983, a cesta


de basquete chegou ao modelo atual: uma rede é presa a um
aro de ferro. As tabelas surgiram apenas em 1895.

&RPSRQHQWHV)tVLFRV7pFQLFRVH7iWLFRV

4.2.1 Componentes Físicos

Temos a impressão que o jogo de basquete foi feito para


pessoas altas e fortes, não é mesmo? Porém, como vimos na
intenção do seu criador, o jogo procura ressaltar a habilidade e não
a força física. Jogadores com baixa estatura são normalmente os
mais habilidosos e velozes das suas equipes, executando muito
bem uma das diversas funções que uma equipe necessita.

4.2.2 Os Fundamentos do Basquetebol

O basquetebol possui diversos fundamentos que são muito


importantes para uma atuação adequada neste jogo. Todos devem
ser trabalhados, não havendo um que se sobreponha aos demais,
pois todos interagem e se complementam.

Veremos agora, de forma sucinta, cada fundamento.

1) Manejos do Corpo

Conceito:VmRPRYLPHQWRVGRFRUSRHVSHFt¿FRVSDUDD
SUiWLFDGR%DVTXHWHERO

378
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UNIDADE 4 I BASQUETEBOL

Para desenvolvermos corretamente os fundamentos


deste jogo, é necessário primeiramente que nosso corpo se
DFRVWXPHFRPPRYLPHQWRVTXHVmRHVSHFt¿FRVGREDVTXHWHERO

Veja que o jogo acontece com grande velocidade e que


os oponentes dão poucos espaços. Então, é necessário que
tenhamos total domínio de nosso corpo. É por isso que esta fase
de aprendizagem adquire uma importância especial.

E de quais movimentos estamos falando? Bem, os


movimentos de corpo mais utilizados no basquetebol são:

a4) com mudança de direção


a1) de frente;
VLPSOHV ¿QWD 
a5) com giro (também uma
a) Corridas a2) de costas;
mudança de direção), e

a3) deslocamento lateral; a6) com mudança de velocidade.

b1) em um tempo;
b) Paradas
bruscas b2) em dois tempos;

c1) com impulso em apenas um dos pés (no caso da


c) Saltos bandeja);

c2) impulso com os dois pés (nos arremessos e rebotes).

No basquetebol, é PXLWRLPSRUWDQWHDUiSLGDPXGDQoDGHGLUHomR, tanto


SDUDHQJDQDURDGYHUViULR ¿QWDV FRPRSDUDWHQWDUDFRPSDQKiORTXDQGR
estivermos em posições defensivas.

379
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UNIDADE 4 I BASQUETEBOL

2) A Empunhadura
Conceito: maneira correta de segurar a bola, para executar
adequadamente os fundamentos do Basquetebol.

O basquetebol é um jogo de precisão. A bola deve ser


passada, driblada e arremessada com a máxima precisão, e
isso requer muito treinamento. Uma bola segura de maneira
inadequada pode ser um detalhe que atrapalhe a execução
correta dos fundamentos do jogo.

Então, como devemos segurar uma bola de basquetebol?

A bola deve, sempre que possível, ser segura na


altura do peito para que o jogador que a tem em posse
ofereça “tríplice ameaça” ao defensor (estar em condição de
arremessar, driblar e passar).

-------------------------------------------------------------------------------------

380
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UNIDADE 4 I BASQUETEBOL

3) O Manejo de Bola
Conceito: mRYLPHQWRVTXHYLVDPSURSRUFLRQDUPHOKRU
empunhadura e, com isso, perfeito domínio de bola.

Chamamos todos os movimentos que executamos com a


bola de basquetebol de exercícios de manejo de bola. O drible
e os diversos tipos de passes são movimentos de manejo de
EROD0DVDQWHVGHHQVLQDUPRVHVWHVIXQGDPHQWRVHVSHFt¿FRV
ao aluno, ele precisa adaptar-se ao tamanho da bola, a textura,
ao peso, ao toque no solo etc.

Para isso, podemos fazer diversos movimentos pedindo


que os alunos joguem a bola de uma mão para a outra; passem-
na por entre as pernas; em volta da cintura; da cabeça; joguem-
na no chão e a peguem logo após tocar o solo; desloquem-se,
passando de uma mão para a outra sem deixá-la cair no solo etc.

-------------------------------------------------------------------------------------

4) O Dribe
Conceito: é um fundamento de ataque. É a forma de se deslocar,
com a posse de bola, sem infringir as regras do jogo.

 2GULEOHFRPRRSUySULRFRQFHLWRGH¿QHpD~QLFDIRUPD
de o jogador deslocar-se com a bola, durante o jogo, sem
infringir as regras. Inicia-se quando o jogador impulsiona a bola
ao solo e termina quando ele a segura em uma ou em duas
mãos, impedindo o seu movimento natural.

O drible deve ser treinado para que o jogador possua


a mesma habilidade com as duas mãos indistintamente. O
jogador que possui uma mão menos hábil no drible poderá
ser facilmente marcado pelos adversários. O drible pode ser
executado parado ou em movimento.

381
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 4 I BASQUETEBOL

Para mudar a direção da corrida com drible, podemos


usar uma destas formas: corte simples (à frente do corpo); corte
por entre as pernas; com giro, e por trás do corpo.

Todas estas maneiras de mudanças de direção devem ser


ensinadas inicialmente paradas ou em pequenas velocidades,
para, depois, treiná-las na velocidade normal de jogo.

-------------------------------------------------------------------------------------

5) Os Passes
Conceito: fundamento de ataque. Maneira de transmitir a
ERODDRFRPSDQKHLURGHIRUPDSUHFLVDYLVDQGRFRORFiOR
em condições de jogo (driblar, passar ou arremessar).

Existem várias maneiras de passar a bola para um


companheiro, em um jogo de basquetebol. O tipo de passe
escolhido para ser utilizado dependerá da situação em que o
atleta encontra-se no jogo.

São os seguintes os tipos de passe: passe de peito; passe


quicado; passe por sobre a cabeça; passe com uma das mãos
(passe de ombro ou de beisebol), e passe de gancho. Vamos
explorar cada tipo de passe.

ƒPasse de peito: passe mais utilizado no jogo de basquetebol.


A bola deve ser segura com ambas as mãos, na altura
GR SHLWR 2V FRWRYHORV QmR GHYHP ¿FDU GHPDVLDGDPHQWH
abertos para execução do passe. Neste movimento, os
EUDoRVGHYHPVHHVWHQGHUWRWDOPHQWHKDYHQGRQR¿QDOXPD
rotação das mãos para fora.

382
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 4 I BASQUETEBOL

ƒPasse quicado: passe utilizado para curtas distâncias. O


movimento deve ser igual ao do passe de peito. Apenas a
trajetória da bola será alterada. Ela deve tocar o solo a 2/3 da
distância do passador para o receptor.

ƒPasse por sobre a cabeça: passe utilizado para pequenas


distâncias. Mais empregado quando o adversário se encontra
muito próximo, entre passador e receptor. Os braços devem
HVWDUXPSRXFRÀH[LRQDGRVDFLPDHjIUHQWHGDFDEHoDFRP
os cotovelos voltados para a frente. As pernas devem estar
em afastamento ântero-posterior.

ƒPasse de ombro (ou de Beisebol): passe utilizado para


longas distâncias. A bola deve ser segura com as duas mãos
e levada ao lado da cabeça, acima dos ombros. A mão do
passe deve se posicionar atrás da bola e a mão de apoio à
frente da bola. A mão de apoio aos poucos vai soltando a bola
HQTXDQWR R EUDoR GR SDVVH VH HVWHQGH UHDOL]DQGR QR ¿QDO
XPDÀH[mRGRSXOVR

ƒPasse de gancho: passe utilizado normalmente para longas


GLVWkQFLDV2MRJDGRUGHYH¿FDUGHODGRSDUDRQGHVHSUHWHQGH
passar. A bola deve ser segura pela mão contrária ao sentido
para o qual se dirige o passe. As pernas devem estar em um
pequeno afastamento lateral, com os pés paralelos.

-------------------------------------------------------------------------------------

6) O Arremesso

Conceito: p R IXQGDPHQWR TXH ¿QDOL]D R DWDTXH $WR GH


impulsionar a bola para a cesta.

O arremesso é o fundamento que requer maior nível


GH SUHFLVmR GXUDQWH R MRJR GH EDVTXHWHERO 5HTXHU LQ¿QLWDV
repetições para que haja perfeição em sua mecânica. Para sua
perfeita execução, exige uma ótima empunhadura, equilíbrio
físico e emocional, concentração e sincronia de movimentos.
383
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 4 I BASQUETEBOL

O arremesso nos dias atuais é feito com apenas uma das


mãos, podendo ser parado (no caso do lance-livre), com os pés
no chão, ou saltando (“Jump”).

ƒArremesso saltando (“Jump”):


Jump VLJQL¿FD VDOWDU SXODU e R
arremesso mais utilizado no jogo
de basquetebol. O movimento do
Jump é o mesmo do arremesso
com uma das mãos. A diferença é
TXHRPRYLPHQWR¿QDOGRDUUHPHVVR
é feito no ponto mais alto do salto.
Na descida, o toque ao solo deve
ser executado simultaneamente
VREUHRVGRLVSpVFRPXPDÀH[mR
de joelho para amortecer a queda,
retornando ao equilíbrio inicial.

-------------------------------------------------------------------------------------

7) A Bandeja

Conceito: é o arremesso executado em deslocamento, no


qual o jogador tem direito a executar duas passadas.

Podemos considerar que a bandeja é um arremesso


em movimento em que a regra permite que o jogador execute
GXDVSDVVDGDVFRPDSRVVHGDERODGHYHQGRVROWiODDR¿QDO
da segunda passada. Dependendo do lado em que o jogador
aproximar-se da tabela, a bandeja deve obedecer a uma
seqüência de passadas, para proteger melhor a bola de investida
do adversário e realizar uma execução mais confortável e
equilibrada.

384
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 4 I BASQUETEBOL

Na iniciação da bandeja, alguns professores costumam marcar o ponto de


início das passadas, no solo. Não recomendamos esta prática, pois isso pode
levar o aluno a olhar para o solo no momento da passada da bandeja, quando
deveria olhar para a tabela. Além disso, cada aluno deve encontrar, sozinho,
a distância adequada à sua amplitude de passada.

----------------------------------------------------------------------------------

8) O Rebote

Conceito: DWRGHUHFXSHUDUDERODDSyVXPDUUHPHVVRQmR
FRQYHUWLGR

Sabendo que o rebote é a recuperação da bola, após um


arremesso não convertido, surge uma questão...

Como
ocorre essa
recuperação?

Bem, a recuperação poderá ser feita tanto pela equipe que


estava defendendo quanto pela própria equipe que arremessou
HTXLSHTXHDWDFDYD 3RULVVRRUHERWHSRGHVHUGH¿QLGRFRPR
UHERWHGHIHQVLYR ou UHERWHRIHQVLYR. O UHERWHGHIHQVLYR
ocorre quando a bola
Bem, até aqui, exploramos vários movimentos do é recuperada por um
jogador de defesa
basquete. Agora, precisamos conhecer algumas ações, no após o arremesso do
basquetebol. Começaremos pelas ações táticas. adversário.

O UHERWHRIHQVLYR
$VDo}HVWiWLFDVQR%DVTXHWHERO ocorre quando a bola
é recuperada pelo
O basquetebol é um jogo em que as qualidades físicas e atacante, após o
próprio arremesso ou
técnicas podem ser mais bem aproveitadas se existirem princípios de um companheiro
táticos que possam facilitar a habilidade e as características de cada de sua equipe.
um dos jogadores.

385
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 4 I BASQUETEBOL

Sobre isso, veja o que Mahlo (1970, p. 9) nos diz:

(...) a ação tática é um ato consciente e orientado,


dedicado a resolver praticamente, e de acordo
com as regras, os problemas suscitados pelas
diversas situações do jogo. A solução deve
ser rápida, deliberada e alcançar o maior êxito
possível. Isto implica numa adequada correlação
entre o desenvolvimento das qualidades físicas, a
formação das habilidades técnicas e a aquisição
de conhecimentos, num processo amplo e
unitário, que assegure a sua utilização de forma
UHÀH[LYDYLVDQGRXPDDSOLFDomRFULDGRUD

Por ser um jogo praticado por pessoas normalmente


de alturas elevadas, e com grande velocidade e agilidade, os
espaços na quadra são rapidamente preenchidos, requerendo
XPDRUJDQL]DomRWiWLFDSDUDSRGHUVXSHUDURXFRORFDUGL¿FXOGDGHV
para os jogadores oponentes.

Também é necessário explicar, de forma genérica, a


numeração tática de cada jogador que corresponde às funções,
de acordo com as características técnicas, táticas e físicas:

Numeração tática do jogador e suas funções


Jogador 1 É o armador da equipe, responsável dentro da quadra pelas escolhas e o
comando das ações ofensivas.
Jogador 2 É o ala/armador, exerce as funções do armador quando este se encontra muito
marcado, ou por questões táticas passa a exercer outra função.
Jogador 3 Ala. Deve ter uma boa estatura e velocidade, pois será um dos responsáveis
para puxar o contra-ataque e também pelos rebotes ofensivos e defensivos.
Jogador 4 Ala/pivô. Deve ter uma estatura elevada e bastante mobilidade para se
movimentar em médias e curtas distâncias. Bom porte físico, pois será um dos
responsáveis pelos rebotes.
Jogador 5 Deve ser o maior jogador da equipe em estatura. Geralmente está posicionado
próximo à tabela, sabendo jogar de costas para ela, pois tem a função principal
GHREWHURVUHERWHVH¿QDOL]DUSUy[LPRjWDEHOD

386
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 4 I BASQUETEBOL

2V&RQFHLWRV%iVLFRV'HIHQVLYRV
A base de qualquer equipe de basquetebol deve ser
a estrutura defensiva. É, principalmente, a partir de uma
boa defesa que uma equipe pode chegar a vencer um jogo
de basquetebol. Fazer pontos depois de tê-los tomados é
simplesmente recuperar o prejuízo.

A defesa no basquete deve ser sempre uma ação


coletiva, treinada, que vise levar a equipe atacante para as
posições menos favorecidas na quadra e procurando explorar a
GH¿FLrQFLDWpFQLFDLQGLYLGXDOGHFDGDRSRQHQWH

4.4 Tipos de Defesa


Após estas análises dos aspectos táticos e individuais de
um bom sistema defensivo, passaremos a analisar os tipos de
defesa e as suas questões técnicas e táticas.

Basicamente, são três os tipos de defesa: 1) individual; 2)


por zona, e 3) mista. Cada uma delas pode ser utilizada em ¼ de
quadra, ½ quadra, ¾ da quadra ou quadra inteira. Veremos, a seguir,
cada um destes tipos e suas características principais.

1) Defesa Individual

Conceito: VLVWHPD GHIHQVLYR HP TXH FDGD MRJDGRU p


UHVSRQViYHO GLUHWDPHQWH SRU XP MRJDGRU DWDFDQWH (VWH
GHIHQVRUGHYHPRYLPHQWDUVHHPIXQomRGRDWDFDQWHTXH
lhe foi determinado.

387
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 4 I BASQUETEBOL

2) Defesa por Zona

Conceito: sistema em que cada jogador de defesa é


UHVSRQViYHO SRU XPD iUHD GD TXDGUD GHVORFDQGRVH
GH DFRUGR FRP D PRYLPHQWDomR GD EROD H FREULQGR RV
companheiros.

Este sistema se diferencia da defesa individual, pois,


nela, os defensores não são responsáveis por determinados
atacantes, mas por aqueles que estiverem dentro de sua área
defensiva. Existem vários tipos de defesa por zona, sendo as
defesas mais comuns: 2-3, 3-2, 1-2-2, 1-3-1 e 1-1-3.

3) Defesas Mistas

Conceito: VLVWHPDGHIHQVLYRTXHFRQMXJDDGHIHVDLQGLYLGXDO
H D GHIHVD SRU ]RQD $OJXQV MRJDGRUHV VmR GHVWDFDGRV
SDUD PDUFDU LQGLYLGXDOPHQWH GHWHUPLQDGRV DWDFDQWHV
HQTXDQWRRXWURVGHIHQVRUHVPDUFDUmRiUHDVGDTXDGUD

388
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 4 I BASQUETEBOL

Hora de praticar
Elabore um Plano de Aula para uma intervenção, por meio do processo de EAT da
MEC basquetebol, que contemple a prática do jogo de forma inclusiva. Para isto,
consulte os Quadros 1 (Métodos de EAT) e 2 (Variáveis Estruturais), ambos contidos
na Unidade Didática 3.

'DGRVSDUDHODERUDomRGR3ODQRGH$XOD
- Modalidade Esportiva Coletiva: Basquetebol.
- Série: 2° ano do Ensino Médio.
- N° de alunos: 30 (meninos e meninas).
- Idade média: 16 anos.

Recursos Materiais
- 1 (uma) quadra poliesportiva.
- 4 (quatro) bolas de basquetebol.
- 15 (quinze) coletes

Após a confecção do planejamento para intervenção (aula), publique sua produção no


fórum da disciplina, bem como comente os planejamentos realizados por seus colegas.

389
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 4 I BASQUETEBOL

Nesta unidade, conhecemos as principais características da modalidade


basquetebol, tais como: componente físico, técnico e tático. Analisamos
também as estruturas de defesa (sistema defensivo) e de ataque (sistema
ofensivo) da modalidade. Conhecemos as vantagens e desvantagens de
cada ação tática em função do tipo de defesa adotada (individual, zona ou mista).

Parabéns! 9RFr ¿QDOL]RX D 8QLGDGH  1D SUy[LPD XQLGDGH HVWXGDUHPRV D


Modalidade Esportiva Coletiva Futsal. Vamos em frente!

390
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926

81,'$'(
)XWVDO

E você, o que acha? Brasil ou Uruguai?


Bem, este assunto é apenas o início do que estudaremos nesta penúltima
unidade. Aqui, teremos a oportunidade de explorar, também, os componentes e
as características do Futsal, as funções e posições em quadra, e os fatores que
LQÀXHQFLDPRGHVHPSHQKRGRMRJDGRU

391
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 5 I FUTSAL

OBJETIVOS

$SyV¿QDOL]DUHVWDXQLGDGHHVSHUDPRVTXHYRFrVHMDFDSD]GH
Ŷ descrever os componentes do futsal;
Ŷ diferenciar as características deste jogo;
Ŷ relacionar as funções com as posições, dentro de quadra;
Ŷ explicar os fatores que interferem no desempenho do aluno de futsal.

392
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 5 I FUTSAL

5.1 História do Futsal


Brasileiros e Uruguaios disputam o crédito pela origem do
futsal. Por isso, existem duas versões divergentes sobre a sua
invenção e, cada uma, reivindica para si a paternidade do jogo
(FONSECA, 1997). Estas duas considerações têm dado o tom da
discórdia, ao futsal. Mas, para formalizar a origem de um esporte,
precisamos considerar a prática recreativa e a prática organizada.

As versões...
1) O futsal surgiu no Brasil – Uma corrente defende que o
futsal surgiu no Brasil (1930), por intermédio de um grupo de
jovens paulistas que praticavam o esporte de forma recreativa.
(QWmRHVWDOLQKDGHSHQVDPHQWRD¿UPDTXHRIXWVDOpXPHVSRUWH
genuinamente brasileiro (SAMPEDRO, 1997). Os defensores da
RULJHPEUDVLOHLUDD¿UPDPTXHRPDLVLPSRUWDQWHpDSUiWLFDLQLFLDO
do esporte, uma vez que este já era praticado recreativamente
no Brasil, desde 1930 (FONSECA, 1997).

2) O futsal surgiu no Uruguai – Para a outra corrente, o futsal


surgiu na Associação Cristã de Moços – ACM, em Montevidéu,
no Uruguai, e o seu criador foi o professor Juan Carlos Ceriani
  2V GHIHQVRUHV GD RULJHP XUXJXDLD D¿UPDP TXH R
importante para caracterizar a origem de um desporto é a sua
regulamentação (FONSECA, 1997).

Bem, agora que já conhecemos a disputa sobre a origem


do futsal, vamos conversar sobre outros aspectos deste esporte.

O futsal adquiriu essa denominação em substituição ao


WHUPR IXWHERO GH VDOmR FRP D ¿QDOLGDGH GH XQL¿FDU H GLIXQGLU R
esporte em âmbito mundial (SOUZA, 1999). Também conhecido
como o “esporte da bola pesada”, é um desporto muito praticado
em nível mundial. Aumentou o número de praticantes, após ter
sua prática reconhecida pela Federação Internacional de Futebol –
FIFA, em 1989.

393
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 5 I FUTSAL

Sob a coordenação da FIFA, a modalidade passou a ser


praticada nos cinco continentes, em 123 países, por indivíduos
de ambos os sexos, nas categorias adulto, sub-20, sub-17, sub-
15, sub-13, sub-11 e sub-9, com objetivos de recreação, lazer ou
competição (SOUZA, 1999).

No Brasil, a modalidade futsal é um dos esportes


mais praticados. Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro
GH *HRJUD¿D H (VWDWtVWLFD ,%*(  HVWLPRX TXH H[LVWDP
aproximadamente 10 milhões de praticantes de tal modalidade
no país. Apesar de ser um esporte amplamente difundido,
muito popular, e expressivo pelo número de praticantes
no país, há uma necessidade de maiores informações
sobre essa modalidade. É reduzido o número de estudos
realizados com atletas desse desporto e existe uma carência
GH XPD DERUGDJHP PDLV FLHQWt¿FD VREUH DV YDULiYHLV TXH R
caracterizam (TOURINHO FILHO, 2001).

Agora que já vimos os aspectos mais gerais do futsal,


YDPRVHVWXGDURVVHXVDVSHFWRVPDLVHVSHFt¿FRV

5.1.1 Componentes e características do Futsal

Para Fonseca e Silva (2002), o futsal possui três


componentes principais: 1) Componente Físico – caracterizado
pelas capacidades físicas evidenciadas na realização do jogo;
2) Componente Técnico – habilidade motora (caracterizada
pela execução dos fundamentos do jogo) e 3) Componente
Tático – caracterizado pelas estratégias próprias do jogo, nas
ações ofensivas e defensivas, pelo posicionamento dos atletas
HPTXDGUDFRPLQÀXrQFLDVLJQL¿FDWLYDGRDVSHFWRFRJQLWLYRQR
tangente à capacidade de resolver situações-problema.

Na prática, um componente interfere diretamente no


desempenho de outro. Então, o componente físico sustenta o
técnico que, por sua vez, sustentará a tática adotada.

394
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 5 I FUTSAL

Ao longo do tempo, as regras do jogo passaram por


transformações. Assim, o futsal tornou-se cada vez mais
atraente e competitivo, exigindo de seus praticantes um melhor
nível de rendimento com relação aos aspectos cognitivos,
psicológicos e motores, para a resolução de situações de jogo
cada vez mais complexas.

Isto se deve à dinâmica do jogo, conseqüência das


Ataque: quando a
transições de ataque e de defesa (SOUZA, 1999). Para este equipe está com a
autor, o futsal é um esporte de habilidade motora aberta (praticado posse da bola.
em um ambiente imprevisível), isto é, o processo de treinamento -----------------------------
Defesa: quando a
do componente técnico e tático implica necessidade de se adaptar equipe perde a posse
o treino dos atletas às ações motoras dos diferentes elementos da bola.
presentes no jogo, tais como: companheiros de equipe, adversários
e as dimensões da quadra.

&DUDFWHUtVWLFDVUHODWLYDVjVIXQo}HVHjVSRVLo}HVHP
quadra

Tourinho Filho (2001) nos diz que a especialização relativa


às funções e às posições desempenhadas pelos atletas, na quadra
de jogo, tendem a desaparecer, por causa da dinâmica do futsal,
à exceção da posição do goleiro. Veremos mais detalhes sobre a
posição deste atleta, mais à frente.

1) Goleiro – O goleiro é o atleta que defende a


meta (gol) de sua equipe. Sua principal função é impedir que as
¿QDOL]Do}HV FKXWHV  GD HTXLSH DGYHUViULD VHMDP FRQYHUWLGDV HP
gol. Além dessa função defensiva, esse atleta é o responsável pela
transição da defesa para o ataque de sua equipe – o chamado
contra-ataque (TOURINHO FILHO, 2001). Contra-ataque é a
ação de retomada
- da posse de bola,
2) Fixos – Os atletas que jogam nesta posição
que pode ser
caracterizada pela
GHYHPSRVVXLUXPSHU¿OFROHWLYLVWD)LVLFDPHQWHQHFHVVLWDPGH reposição da bola em
jogo quando esta sair
boa impulsão vertical (força explosiva de membros inferiores), pela linha de fundo,
ou ainda, após uma
DOpPGHVHQVRGHFREHUWXUD¿UPH]DHVWDELOLGDGHHVHJXUDQoD defesa ou desarme.

395
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 5 I FUTSAL

HPVXDVDo}HV7DWLFDPHQWHVmRGH¿QLGRVFRPR³~OWLPDOLQKDGH
defesa”. Essas são características fundamentais para um bom
desempenho atlético nessa posição (TEIXEIRA, 1996).

3) Alas – Esses atletas atuam nas laterais da


quadra de jogo, sendo um atleta destro pelo lado esquerdo e um
canhoto pelo lado direito. São responsáveis pela construção das
jogadas e possuem a tarefa de fazer a ligação (transição) entre a
quadra de defesa e a de ataque de sua equipe. Para isso, deve
WHUERDFDSDFLGDGHGHDUPDomR SDVVH HGH¿QDOL]DomR

4) Pivôs – *HUDOPHQWH VmR DWOHWDV FRP SHU¿V


individualistas, agressivos, imprevisíveis, criativos e com ótima
capacidade de improviso, além de possuir ótima técnica de
GULEOH H ¿QDOL]DomR $WXDP SUy[LPRV j PHWD DGYHUViULD SRU
isso, recebem dos defensores adversários especial atenção,
pela constante vigilância (SOUZA, 1999). Atualmente, esses
atletas são treinados para atacar, aprimorar e desenvolver
FDUDFWHUtVWLFDV GHIHQVLYDV D ¿P GH HVWDEHOHFHUHP D SULPHLUD
linha de defesa da equipe no aspecto tático.

 )DWRUHV TXH LQÀXHQFLDP QR GHVHPSHQKR GR


aluno/atleta de futsal

1) Percentual de Gordura – Diante das exigências


físicas dessa modalidade, um menor percentual de gordura
na composição corporal pode ser um fator determinante na
sustentação da execução dos gestos técnicos durante o jogo.
Então, a massa corporal excedente, provocada pelo maior
acúmulo de tecido adiposo, gera maior dispêndio energético,
R TXH GL¿FXOWD PXLWR R SURFHVVR GH UHFXSHUDomR SyVHVIRUoR
provocado por situações de treinamento e competições
&<5,12 et al., 2002).

396
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 5 I FUTSAL

2) Resistência Aeróbia – Em média, os atletas


de futsal percorrem a distância de 6.000 m por partida e 88%
desse percurso são com o predomínio da via aeróbia (MORENO,
2001). Medina et al  D¿UPDPTXHpQHFHVViULRKDYHUXPD
boa potência aeróbia para se apresentar um bom desempenho
na modalidade futsal, bem como maximizar o processo de
recuperação pós jogo.

3) Resistência Anaeróbia – Na prática da


modalidade futsal, as ações de aceleração/desaceleração,
PXGDQoDV GH GLUHomR ¿QDOL]Do}HV H ODQoDPHQWRV XWLOL]DPVH
do metabolismo alático.

Para Medina et al. (2002), o metabolismo alático é o mais importante


na prática da modalidade. O desenvolvimento dessa capacidade
permite a realização de um maior número de esforços, sem diminuir
consideravelmente seu rendimento.

4) Força Muscular – Há algum tempo, o


treinamento de força vem constituindo uma prática imprescindível
entre atletas de alto nível de diversas modalidades esportivas,
em especial nas coletivas. Uma série de estudos prévios,
que demonstram uma forte relação entre os ganhos de força
adquiridos com o próprio treinamento e uma conseqüente
melhora no desempenho (performance) dos alunos/atletas
indicam tal importância (COSTILL; SHARP; TROUP, 1980;
0,<$6+,7$.$1(+,6$675$66 

397
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 5 I FUTSAL

5) Velocidade – Expressa pela capacidade de


executar ações motoras (deslocamento), em um determinado
percurso com mínimo de tempo. A velocidade no Futsal
caracteriza-se por ações com duração de aproximadamente
5 segundos, com a maior velocidade possível, ocorrendo
em espaços reduzidos (5-10 metros), com trocas continuas
de direção. Medina et al.   GH¿QHP D YHORFLGDGH FRPR
capacidade motora determinante para o desempenho na
modalidade futsal.

6) Potência Anaeróbia – A potência anaeróbia


SRGH VHU GH¿QLGD FRPR R Pi[LPR GH HQHUJLD OLEHUDGD SRU
unidade de tempo por esse sistema, enquanto a capacidade
DQDHUyELDSRGHVHUGH¿QLGDFRPRDTXDQWLGDGHWRWDOGHHQHUJLD
disponível nesse sistema.

Os atletas de modalidades coletivas, em especial os praticantes de futsal,


devem pensar, agir e deslocar-se rapidamente, com grande poder de
aceleração, pois a força e a velocidade estão interligadas nas ações físicas,
WpFQLFDV H WiWLFDV FRP SDUWLFLSDomR VLJQL¿FDWLYD GR VLVWHPD DQDHUyELR
Portanto, a potência anaeróbia representa uma variável muito importante
para os atletas dessa modalidade.

398
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 5 I FUTSAL

Hora de praticar
Elabore um planejamento para uma intervenção tendo como conteúdo a MEC Futsal, por
meio do processo de EAT que contemple prática do jogo, ou seja, onde os praticantes jogam
para aprender. Para isso, desenvolva seu planejamento com 3 (três) atividades (jogos) com
adaptação das variáveis intervenientes (tempo, espaço, regras, técnica e tática) para que sua
aula promova a participação de todos (inclusão). Para isto, consulte os Quadros 1 (Métodos
de EAT) e 2 (Variáveis Estruturais), ambos contidos na Unidade Didática 3.

'DGRVSDUDHODERUDomRGR3ODQRGH$XOD
- Modalidade Esportiva Coletiva: futsal.
- Série: 1° ano do Ensino Médio.
- N° de alunos: 30 (meninos e meninas).
- Idade média: 15 anos.

Recursos Materiais
- 1 (uma) quadra poliesportiva descoberta.
- 4 (bolas) de Futsal.
- 4 (bolas) de Tênis.
- 4 (bolas) de iniciação esportiva.
- 8 (oito) cones.
- 15 (quinze) coletes.

Após a confecção do seu Plano de Aula, publique sua produção no fórum da disciplina, e
também comente os planejamentos realizados por seus colegas.

399
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 5 I FUTSAL

Parabéns! 9RFr¿QDOL]RXD8QLGDGHHPTXH
tivemos a oportunidade de conhecer a história
e as principais características da MEC Futsal,
tais como: componente físico, técnico e tático.
Aprendemos a distribuição dos praticantes em
TXDGUDRXVHMDDVSRVLo}HVTXHVmRRJROHLURR¿[RRVDODV
(direita e esquerda) e o pivô. Analisamos também os fatores que
LQÀXHQFLDPRGHVHPSHQKRDWOpWLFRGRVDOXQRVDWOHWDVVDORQLVWDV

Agora, vamos em frente! Na próxima unidade


estudaremos a Modalidade Esportiva Coletiva
Futebol de Campo.

400
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926

81,'$'(
)XWHEROGH&DPSR

Você sabia que a pré-história da modalidade esportiva coletiva futebol


começou na Ásia, primeiramente, na China, e, depois, no Japão?

A Arte de chutar objetos esféricos também foi praticada na *UpFLD &OiVVLFD


(denominada Episkyros) e, de forma violenta, por Legionários Romanos (que a
chamavam de Haspartum).

Mas este assunto apenas marca o início desta última unidade. Aqui,
exploraremos a história da MEC futebol, abordando sua entrada no Brasil, e as
HVSHFL¿FLGDGHVGHVVHHVSRUWHFRPRRFRPSRQHQWHItVLFRRVWLSRVGHUHVLVWrQFLDDV
FDSDFLGDGHVGHIRUoDYHORFLGDGHHÀH[LELOLGDGHRSURFHVVRGDFRRUGHQDomR3DUD
¿QDOL]DUYHUHPRVDOJXQVVLVWHPDVGHMRJR

401
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 6 I FUTEBOL DE CAMPO

OBJETIVOS

$SyV¿QDOL]DUHVWDXQLGDGHHVSHUDPRVTXHYRFrVHMDFDSD]GH
Ŷ descrever as características da MEC futebol;
Ŷ distinguir os componentes deste jogo;
Ŷ dar exemplos de variações dos sistemas de jogo.

402
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 6 I FUTEBOL DE CAMPO

6.1 História do Futebol


Lembra-se de que começamos a nossa conversa, falando
sobre a pré-história da modalidade esportiva coletiva futebol
começou na Ásia, primeiramente, na China, onde era chamado de
Tsu Chu? Pois é, nesse jogo, era permitido o uso dos membros
superiores (mãos) e dos inferiores (pés). Posteriormente, na era
medieval, no -DSmR, foi denominado Kemari (MONTIEL, 2005).

Outros povos praticaram este esporte, como os Gregos


Clássicos (que chamavam de Episkyros) e os Legionários
Romanos (que chamavam de Haspartum).

Na América pré-colombiana, muito antes da descoberta do


continente Americano, as civilizações dessa região já praticavam
jogos com bolas (MONTIEL, 2005).

Podemos perceber, por esses registros da pré-história


da MEC futebol, que sua origem é inexata e que o ato instintivo
(espontâneo) de chutar objetos esféricos surgiu desde os
primórdios da humanidade.

A história dessa modalidade começa com sua


UHJXODPHQWDomR SRU FROHJLDGRV H LQVWLWXLo}HV EULWkQLFDV QR ¿QDO
do século XIX, por meio da padronização (regras) para a disputa
da modalidade.

Na Inglaterra, a modalidade encontrou um momento histórico


bastante favorável para crescer durante a 5HYROXomR,QGXVWULDO.
A disseminação desse esporte aconteceu por meio da prática em
escolas e universidades, onde foi adaptado até termos hoje as
17 (dezessete) regras estabelecidas pela Internacional Football
Association Board, entidade que regulamenta a modalidade em
nível mundial (MONTIELL, 2005).

No Brasil, a modalidade foi introduzida pelo inglês Charles


Muller, tornando-se o esporte de preferência nacional. O país
participou das 18 (dezoito) edições da Copa do Mundo, desde sua
implantação, em 1930, no Uruguai.

403
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 6 I FUTEBOL DE CAMPO

Analisando a história da estruturação do esporte no país,


SRGHPRVD¿UPDUTXHRHVSRUWHQDVFHXHPFOXEHVIXQGDGRVSRU
emigrantes europeus, freqüentou colégios da elite, entretanto,
encontrou personalidade nas várzeas e nos terrenos baldios.
De forma criativa, os brasileiros deram “nova cara”, adaptaram e
redimensionaram a prática desse esporte que nasceu na Inglaterra,
mas que escolheu o Brasil como pátria.

Veja que, mais uma vez, estamos diante de uma Copa


do Mundo de Futebol. E observamos uma grande preparação
para este acontecimento, maior do que, normalmente, é feito
em qualquer campeonato de outra modalidade esportiva, não é
mesmo? Em momentos como este, constatamos a importância
que os brasileiros dão ao futebol, uma “paixão nacional”. Além
disso, o estilo do nosso futebol tem sido referência mundial.

Mas, atualmente, no Brasil, também encontramos a


prática do futebol como formas de lazer, recreação e competição,
utilizando para isso espaços como: ruas, calçadas e gramados
de grandes estádios, de pés descalços ou com chuteiras, com
bolas improvisadas ou ostentando a logomarca da Federação
Internacional de Futebol (FIFA).

Mas como é este jogo? Quais os seus elementos?


Quais as suas características?
Bem, vamos prosseguir e descobriremos as respostas.

6.2 Componentes e características do Futebol

Vamos conversar sobre o componente físico. As


exigências físicas para a prática da modalidade futebol pode ser
avaliada pelas ações (movimentos) dos alunos/atletas durante
um jogo.

404
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UNIDADE 6 I FUTEBOL DE CAMPO

Nos últimos anos, muitos estudos foram realizados com


D¿QDOLGDGHGHGDUVXSRUWHjVLQWHUYHQo}HVSDUDDWHQGHUHPR
SULQFtSLRGDHVSHFL¿FLGDGHGXUDQWHDVDXODVWUHLQRVEXVFDQGR
promover adaptações que possam ser utilizadas de forma
H¿FLHQWHQDSUiWLFDGDPRGDOLGDGH

Entre esses estudos, daremos o exemplo do observado


SRU %DQJVER   TXDQWR j HVSHFL¿FLGDGH GDV GLVWkQFLDV
percorridas pelos jogadores desta modalidade. Em uma partida
R¿FLDOGHIXWHERODGLVWkQFLDYDULDHQWUHH.PWHQGRFRPR
média a distância de 10,8 Km.

As principais mudanças na forma de jogar futebol


aconteceram porque os métodos de preparação física evoluíram,
sendo o grande responsável pelo aumento da velocidade das
ações executadas durante o jogo.

Um marco histórico na evolução do componente físico no


futebol foi a Copa do Mundo, realizada no México, em 1970,
caracterizando-se como uma linha divisória entre o empirismo e
a ciência nesta modalidade.

Isso se deve ao fato de que as pesquisas (estudos), por


meio da observação e análise dos jogos de futebol, permitiram
LGHQWL¿FDU DV FDSDFLGDGHV PRWRUDV SUHGRPLQDQWHV H DV IRQWHV
energéticas (substratos) utilizados em função das ações
PXVFXODUHVHVSHFt¿FDV

Estão entre as principais capacidades físicas (qualida-


des) e motoras utilizadas na prática da modalidade esportiva
coletiva futebol: Resistência (aeróbia; anaeróbia lática e alá-
tica); Força; Velocidade; Flexibilidade, e Coordenação. Veja-
mos cada uma delas.

405
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UNIDADE 6 I FUTEBOL DE CAMPO

Resistência
Para atender o pressuposto teórico da Resistência, podemos
realizar o processo de EAT, integrando treinamento físico com jogos
adaptados, aumentando ou diminuindo espaços (pressão de tempo/
Aumentar a espaço), aumentando a densidade, com o objetivo de desenvolver
densidade VLJQL¿FD HVVDFDSDFLGDGHItVLFDHFRJQLWLYDGHQWURGHXPDPELHQWHHVSHFt¿FR
aumentar o número
de alunos / atletas de jogo (aberto e imprevisível).
(pressão de espaço).
Quer ver um exemplo sobre a 5HVLVWrQFLD $QDHUyELD
$OiWLFD? Arrancadas (acelerações), saltos (impulsão vertical),
corridas curtas de alta velocidade, cabeceios e chutes são exemplos
de acionamento dessa via metabólica durante um jogo de futebol.

A natureza intermitente da MEC futebol permite


intervalos de recuperação entre essas ações que mobilizam
essa via metabólica, permitindo a ressíntese da Creatina
Fosfato (CP), cujos estoques são limitados e duram
poucos segundos, quando mobilizados em esforços de
alta intensidade, utilizando Adenosina Trifosfato (ATP - CP)
(BANGSBO, NORREGAD; THORSOE, 1991).

-------------------------------------------------------------------------------------

Força
Nos jogos de futebol, a força é a capacidade que pode
ser expressa pelas ações que exigem aceleração, paradas
bruscas e arrancadas.

O treinamento dessa capacidade deve atender às


QHFHVVLGDGHV HVSHFL¿FLGDGH  GRV MRJDGRUHV GH IXWHERO FRP
o objetivo de melhorar o desempenho de determinadas ações
ItVLFDVHWpFQLFDVFRPLQÀXrQFLDQRFRPSRQHQWHWiWLFRWDLVFRPR
chutes, cabeceios ofensivos e defensivos, passes longos, nos
GHVORFDPHQWRV YHORFLGDGHGHDFHOHUDomR HQRVGULEOHVH¿QWDV

406
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UNIDADE 6 I FUTEBOL DE CAMPO

Velocidade
A YHORFLGDGH é uma capacidade múltipla que envolve o
reconhecimento, o processamento e a execução, expressos nas
ações de ação e reação, no menor tempo possível, evidenciados nos
deslocamentos rápidos com e sem a posse da bola, para defender e
atacar, respectivamente (WEINEK, 2000).

O desenvolvimento dessa capacidade física é


determinante para que os alunos/atletas apresentem um
bom desempenho nos jogos dessa modalidade esportiva.
Vejamos dois exemplos:

1) Sem a posse da bola: 2) Com a posse da bola: evitar a


pressionar o adversário em pressão do adversário em tempo e
tempo e espaço (espaço- espaço (espaço-temporal), ou seja,
temporal), ou seja, diminuir o diminuir o Tempo de Reação (TR) do
espaço do aluno/atleta de posse aluno/atleta de posse da bola, para
da bola, com objetivo do mesmo processar e decidir (O que? Quando?
ter menos tempo para processar H 3RU TXH ID]HU"  TXDOL¿FDQGR VXD
e decidir (O quê? Quando? e Por ação motora (técnica) expressa no
que fazer?), comprometendo sua ato de Como fazer?, evidenciados
ação motora (técnica) expressa na tática individual. Isso permite
no ato de Como fazer? um melhor aproveitamento dos
companheiros de equipe, por meio da
tática de grupo e coletiva.

A VR simples é
As ações da capacidade física de velocidade se manifestam a capacidade de
produzir uma resposta
de diferentes formas na MEC futebol, tais como: velocidade de
motora no menor
reação e de deslocamento. tempo possível, para
atender um estímulo
A Velocidade de Reação (VR) é a capacidade de único.
--------------------------
respondermos, rapidamente, a um estímulo verbal, visual, auditivo
A VR complexa
ou sinestésico. Esta VR pode ser simples ou complexa. é expressa pela
capacidade de
A Velocidade de Deslocamento (VD) manifesta-se, elaborar várias
quando temos ou não a posse da bola. respostas em função
de mais de um
estímulo produzido
pelo meio (jogo).

407
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UNIDADE 6 I FUTEBOL DE CAMPO

VD quando não temos VD quando não temos


a posse da bola a posse da bola

Ocorre por ações defensivas É quando se está atacando.


que visam impedir (individu- Neste caso, a VD busca aumen-
almente, em grupo ou coleti- tar as possibilidades dos com-
vamente) a progressão do(s) panheiros de equipe de receber
adversário(s) em direção à meta a bola, com vistas a ultrapassar
(gol) que está sendo defendida. as Linhas de Defesa (LD) da
HTXLSHDGYHUViULDD¿PGHSRV-
VLELOLWDUDV¿QDOL]Do}HV FKXWHVH
cabeceios) à meta adversária.

------------------------------------------------------------------------------------

Flexibilidade
A ÀH[LELOLGDGH é a capacidade física de um atleta de
futebol expressar um movimento máximo de extensão voluntária
em uma ou mais articulações (HOLLMANN; HETTINGER, 1989).

As ações do jogo que exigem amplitude de movimentos


podem ser prejudicadas quando a mobilidade articular é
limitada e quando a elasticidade dos músculos e tendões está
comprometida por lesões ou encurtamentos.

-------------------------------------------------------------------------------------

Coordenação
A coordenação é um processo que depende da
maturação e do desenvolvimento das estruturas em nível
cerebral, neural e motor que acontece de forma lenta e
progressiva (VOZER; GIUSTI, 2002).

408
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UNIDADE 6 I FUTEBOL DE CAMPO

A coordenação é fundamental para os praticantes da MEC futebol, pois


a modalidade exige movimentos precisos dos Membros Inferiores (MMII)
durante os deslocamentos em velocidade com a posse de bola, nos dribles
H¿QWDVQDFRQGXomRHQDV¿QDOL]Do}HV

6.3 Sistemas de Jogo


Na MEC futebol de campo, o sistema de jogo é considerado
o posicionamento inicial (desenho) dos alunos/atletas no campo
de jogo.

Para a montagem de um sistema, devemos considerar


como será a distribuição quantitativa de alunos/atletas nos
setores do campo que são: a defesa (defensores), a intermediária
(meio-campistas) e o ataque (atacantes).

Outra variável a ser considerada são as características


dos alunos/atletas que envolvem os aspectos físicos, técnicos,
táticos e psicológicos.

Ao montarmos um sistema, devemos considerar os


objetivos e as características de seus alunos/atletas. Quando o
objetivo é estruturar um sistema de jogo defensivo (prioridade é
a defesa), o professor/técnico colocará em campo alunos/atletas
FRPHVVHSHU¿O

O processo é o mesmo, quando as intenções são de


se montar uma equipe com características mais ofensivas
(prioridade é o ataque).

O melhor sistema de jogo (desenho) é aquele que


aproveita e maximiza as características dos alunos/atletas para
neutralizar as ações (individuais, grupo ou coletivas) da equipe
adversária. Portanto, é preciso ocupar os espaços e promover
o equilíbrio entre os setores do campo (defesa, intermediária e
ataque), para dar sustentação defensiva e ofensiva à equipe.

409
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UNIDADE 6 I FUTEBOL DE CAMPO

Agora, vamos observar alguns exemplos de sistemas


de jogo da MEC futebol que descrevem suas principais
características.

Sistema 4–4–2
Nesse sistema, os alunos/atletas são distribuídos no
campo da seguinte forma: no Setor de Defesa, colocam-se 4
(quatro) alunos/atletas chamados de defensores (lateral direito,
zagueiro central, quarto-zagueiro e um lateral esquerdo); no Setor
Intermediário, posicionam-se 4 (quatro) alunos/atletas chamados
de meio-campistas (volantes, meia-armador e meia-atacante), e no
Setor de Ataque, posicionam-se 2 (dois) atacantes.

Sistema 4–3–3
Sistema considerado ofensivo, pois apresenta 3 (três)
atacantes. Nesse sistema de jogo da MEC futebol, os alunos/
atletas são distribuídos no campo da seguinte forma: no Setor
de Defesa, colocam-se 4 (quatro) alunos/atletas chamados de
defensores (lateral direito, zagueiro central, quarto-zagueiro e
um lateral esquerdo); no Setor Intermediário, posicionam-se 3
(três) alunos/atletas chamados de meio-campistas (volante, meia
direita e meia esquerda), e no Setor de Ataque, posicionam-se 3
(três) atacantes (ponta direita, ponta esquerda e centroavante).

410
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UNIDADE 6 I FUTEBOL DE CAMPO

Sistema 3–5–2
Nesse sistema de jogo da MEC futebol, os alunos/
atletas são distribuídos no campo da seguinte forma: no Setor
de Defesa, colocam-se 3 (três) alunos/atletas chamados de
defensores (zagueiro direito, zagueiro central (líbero) e zagueiro
esquerdo); no Setor Intermediário, posicionam-se 5 (cinco)
alunos/atletas chamados de meio-campistas (volantes, ala
direita, ala esquerda e meia-atacante), e no Setor de Ataque,
posicionam-se 2 (dois) atacantes.

411
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UNIDADE 6 I FUTEBOL DE CAMPO

Podemos montar outros sistemas, ou ainda usar


variações destes que vimos, em função das características dos
alunos/atletas da equipe e dos adversários, para possibilitar um
equilíbrio entre os setores de defesa, intermediária e ataque,
neutralizando, por um lado, as ações do adversário e, por outro
lado, maximizando o jogo de ataque, quando de posse da bola.

Hora de praticar
Elabore um planejamento para uma intervenção tendo como conteúdo a MEC Futebol de
Campo, por meio do processo de EAT que contemple os fundamentos técnicos do jogo
SDVVH FRQGXomR GULEOH FDEHFHLR H ¿QDOL]DomR  RX VHMD RQGH RV SUDWLFDQWHV ³DSUHQGHP
para jogar”. Para isso, desenvolva seu planejamento com atividades com base nos dados
abaixo descritos.

'DGRVSDUDHODERUDomRGR3ODQRGH$XOD
- Modalidade Esportiva Coletiva: futebol de campo.
- Série: 8° ano do Ensino Fundamental.
- N°. de alunos: 22 (meninos).
- Idade média: 12 anos.

Recursos Materiais
- 1 (um) campo de futebol.
- 11 bolas de futebol.
- 11 bolas de iniciação esportiva.
- 11 cones.

Após a confecção do planejamento para intervenção (aula), publique sua produção no fórum
da disciplina, bem como comente os planejamentos realizados por seus colegas.

412
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 6 I FUTEBOL DE CAMPO

Nesta unidade, conhecemos a história e as


principais características da MEC Futebol de
Campo, tais como: componente físico, técnico
e tático. Conhecemos os principais sistemas
de jogo da modalidade com a distribuição dos futebolistas nos
setores do campo (defesa, intermediaria e ataque).

Vimos que essa distribuição de alunos /atletas nos setores


deve considerar as características físicas, técnicas e táticas
desses sujeitos que serão distribuídos da seguinte forma: no setor
de defesa, jogam os defensores (goleiro, zagueiros e laterais); na
intermediária, jogam os meio campistas (volantes e armadores),
e, no setor de ataque, atuam o que denominamos de atacantes.

Parabéns! 9RFr ¿QDOL]RX D 8QLGDGH  1D


próxima unidade didática, estudaremos a Modalidade
Esportiva Coletiva Voleibol. Vamos em frente.

413
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926

81,'$'(
9ROHLERO

O voleibol é uma modalidade esportiva coletiva que tem como característica


principal contatos com a bola sem a sua retenção. Nesta unidade, exploraremos a
KLVWyULDGD0(&YROHLERODERUGDQGRVXDHQWUDGDQR%UDVLOHDVHVSHFL¿FLGDGHVGHVVH
HVSRUWH FRPR R FRPSRQHQWH WpFQLFR H WiWLFR 3DUD ¿QDOL]DU YHUHPRV DOJXPDV GDV
principais regras da modalidade.

415
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 7 I VOLEIBOL

OBJETIVOS

$SyV¿QDOL]DUHVWDXQLGDGHHVSHUDPRVTXHYRFrVHMDFDSD]GH
Ŷ caracterizar a Modalidade Esportiva Coletiva voleibol;
Ŷ descrever o componente técnico deste jogo;
Ŷ descrever o componente tático desta modalidade; e
Ŷ apontar as principais regras da MEC voleibol.

416
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UNIDADE 7 I VOLEIBOL

7.1 História do Voleibol


$ 0RGDOLGDGH (VSRUWLYD &ROHWLYD YROHLERO VXUJLX QR ¿P GR
século XIX, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Foi criada
em 1895, por William Morgan, professor de Educação Física da
Associação Cristã de Moços (ACM). Sua intenção era criar um jogo
recreativo que, ao mesmo tempo, fosse competitivo e sem contato
físico, para atrair o público mais velho. Então, Morgan busca novas
H[SHULrQFLDVD¿PGHFULDUXPDQRYD0(&

Para isso adaptou a rede do jogo de tênis, colocando-a


a uma altura de 1,98 m do solo, para dividir o campo de jogo
(quadra). O novo jogo foi denominado de Mintonette, que tinha
como objetivo principal: marcar pontos, quando a bola tocasse
no solo da quadra do adversário.

Em constante evolução e desenvolvimento, o voleibol entrou


no século XXI como um dos esportes mais praticados e admirados
em todo o mundo. As transmissões dos principais eventos atingem
milhões de telespectadores nos cinco continentes. A FIVB estima
que, atualmente, existam 500 milhões de praticantes dessa
modalidade em todo o planeta, destes, 33 milhões são federados. A
FIVB tem 218 países associados.

Para nossa alegria, um deles é o Brasil, que se transformou


em uma potência do esporte, fruto dos investimentos, da organização
dos Clubes, das Federações e da Confederação Brasileira de
9ROHLERO &%9  H VREUHWXGR SHOD TXDOL¿FDomR GRV SUR¿VVLRQDLV
de Educação Física que atuam com essa modalidade em nível de
competição (rendimento esportivo), que fazem com que nossos
atletas e equipes apresentem ótimos rendimentos (desempenho)
nas competições nacionais e internacionais.

Mas como é este jogo? Quais os seus elementos?


Quais as suas características?
Bem, vamos prosseguir e descobriremos as respostas.

417
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 7 I VOLEIBOL

&DUDFWHUL]DomRGR9ROHLERO
O voleibol é uma MEC disputada por duas equipes,
com seis alunos/atletas. A modalidade é caracterizada por
ações rápidas (explosivas), sendo esse jogo sustentado pelos
fundamentos técnicos. Exige dos praticantes boa impulsão
vertical, velocidade de reação, habilidade óculo-manual e
força, proporcionando um espetáculo emocionante e de grande
plasticidade para o público.

7.2.1 Componente técnico

Esse importante componente para a prática da MEC


voleibol é expresso pelos fundamentos técnicos. Para poder
atuar no voleibol, o participante precisa desenvolver algumas
técnicas básicas, ou seja, os fundamentos técnicos, tais como:
o saque, a recepção, o levantamento, o ataque, o bloqueio e a
defesa. Vejamos cada um destes fundamentos.

Saque (serviço)
Esse fundamento técnico, conhecido também como
serviço, caracteriza-se pela ação que coloca a bola em jogo. É o
único momento do jogo que o ambiente é considerado fechado
para quem ataca, porque os adversários não conseguem
LQÀXHQFLDU GLUHWDPHQWH QD DomR JHVWR WpFQLFR  GR DOXQRDWOHWD
que estiver executando esse fundamento técnico.

Basicamente, este fundamento pode ser executado de


três diferentes formas: 1) o saque por baixo; 2) o saque por cima,
e 3) o saque “viagem”. O variar é a forma que a bola será tocada
pelo sacador. Vejamos cada tipo de saque.

1) Saque por baixo – é muito utilizado por iniciantes nas


categorias de base, por apresentar menor complexidade
técnica e ser menos nocivo para as estruturas articulares dos
praticantes em formação.

418
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UNIDADE 7 I VOLEIBOL

2) Saque por cima – propicia maior potência (força) de golpe e,


conseqüentemente, a bola desloca-se com maior velocidade, fato
TXHLPS}HXPPDLRUJUDXGHGL¿FXOGDGHHFRPSOH[LGDGHGDUHFHSomR
da equipe adversária. Esse fundamento pode ser executado fazendo
com que a bola tenha uma trajetória retilínea ou parabólica em
relação ao solo. Pode ser realizada com ou sem salto, sendo os
primeiros (retilíneo e com salto) os saques que apresentam maior
JUDXGHGL¿FXOGDGHGHUHFHSomR

3) Saque ³YLDJHP´ – vem sendo cada vez mais utilizado por equipes
de alto rendimento, principalmente masculinas, em que os atletas
conseguem promover um contato com a bola, usando mais força
e velocidade (potência). Fruto do deslocamento do sacador, muitas
vezes, este potente saque consegue o ponto direto, chamado de
ace2SULQFLSDOREMHWLYRGHVWHWLSRGHVDTXHpGL¿FXOWDUGHPDQHLUD
VLJQL¿FDWLYDDDomRGHIHQVLYDGDHTXLSHDGYHUViULD

Recepção (passe)
Esse fundamento técnico também é chamado de passe,
considerado um princípio de defesa. É o movimento executado
pela defesa, depois do saque adversário. É uma ação (fundamento
técnico) preparatória para o levantamento que, apesar de não
marcar pontos diretamente por ação, tem relação direta com o
êxito do ataque e, por conseguinte, a obtenção do ponto.

419
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UNIDADE 7 I VOLEIBOL

A recepção é executada principalmente por meio do gesto


técnico denominado de “manchete”, entretanto, com a mudança
na regra que permite dois toques sobre a bola no primeiro
contato, o toque também é muito utilizado.

Exemplo de
recepção (manchete)
Levantamento
Esse fundamento técnico é o segundo contato com a
bola, ou seja, por uma imposição da regra do jogo que limita o
número de toques na bola, é o fundamento que prepara a bola
para o ataque. Esse fundamento é executado principalmente
por meio do toque.

O toque , quando bem executado, é o gesto técnico que


garante maior precisão no direcionamento da bola, podendo
ser executado com uma mão ou com ambas. O toque pode ser
executado no solo ou com salto (toque em suspensão). Quanto
à direção, esse fundamento pode ser executado para frente,
para trás e para o lado.

Ataque (cortada)
O ataque no voleibol é executado por meio do gesto
técnico denominado de cortada. É a forma mais comum de se
obter um ponto numa partida de voleibol, onde todos os esforços
feitos na recepção e no levantamento visam gerar as melhores
condições para o atacante concluir a ação de ataque.

Bloqueio
Esse fundamento técnico é considerado a primeira
linha de defesa de uma equipe. É expresso pela defesa de
um ataque (cortada). Caracteriza-se basicamente pela ação

420
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 7 I VOLEIBOL

(individual, dupla ou trio), por meio de salto (impulsão vertical)


de membros inferiores e com os braços estendidos para cima.
Tenta interromper e reduzir a velocidade da bola ou impedir sua
passagem, forçando-a a cair na quadra adversária.

Defesa
Fundamento técnico executado após o ataque
adversário, quando a bola passa pelo bloqueio. Considerado
o fundamento que sustenta a segunda linha de defesa da
equipe, ou seja, é o fundamento técnico que visa evitar o ponto
da equipe adversária. É executado pelos três alunos/atletas
que se encontram no fundo da quadra mais aquele(s) que
participou(aram) da formação bloqueio.

Sempre que possível, deve ser executado para fazer


a transição da defesa para o ataque, ou seja, fazer com que
a bola chegue às mãos do levantador, o responsável para
preparar o ataque da equipe. A execução desse fundamento
é a principal função do líbero.

421
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 7 I VOLEIBOL

&RPSRQHQWH7iWLFR

As equipes de voleibol são montadas e estruturadas em


função de duas variáveis básicas: 1) o sistema de jogo escolhido, e 2)
as características dos atletas que ocuparão as posições em quadra.

Para estruturar o sistema de jogo, existe uma relação


entre o número de levantadores e atacante que a equipe utiliza,
durante seu ataque. Nesse sentido, temos os seguintes sistemas:

6 x 6

4 x 2

6 x 2

5 x 1

Posições em quadra
a. Central: posição em quadra conhecida como meio-de-rede.
É geralmente o jogador mais alto da equipe, que deve ter
desenvolvido duas capacidades: ser um bom bloqueador e
ter velocidade para atacar.

b. /HYDQWDGRUjogador responsável por preparar as jogadas de


ataque. É esse atleta que normalmente dá o segundo toque
na bola, para levantar a bola para os atacantes.

c. Líbero: é o jogador que tem como principal tarefa recepcionar


bem os saques e defender os ataques adversários, passando
a bola com perfeição para o levantador. Pelas regras do
jogo, é o único atleta que não pode atacar saltando. Se
necessário, deve passar a bola de toque ou de manchete
para a quadra adversária.

422
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 7 I VOLEIBOL

d. Oposto: é o atleta que joga na posição diretamente oposta à do


levantador. É normalmente o mais especializado no fundamento
técnico de ataque da equipe.

e. Ponta: MRJDGRU FRP DOWR SRGHU GH GH¿QLomR DWDTXH  'HYH


ter bom desenvolvimento das capacidades motoras (força e
velocidade). Atleta que ataca pelas pontas (zona de ataque) ou
saltando de trás da linha dos 3 metros (zona de defesa).

3ULQFLSDLVUHJUDVGD0(&YROHLERO

a. Quadra de Jogo: este campo de jogo se constitui em


um retângulo de 9 metros de largura por 18 metros de
comprimento. É dividido ao meio por uma rede com 2,42m,
para os jogos masculinos, e 2,24m, para os jogos femininos.

b. Zona de Ataque: em cada quadra de jogo, uma linha delimita


a zona de ataque(VVDOLQKD¿FDD3 metros de distância da
linha central (local onde se encontra a rede).

c. A bola do jogo: deve ser esférica, com circunferência entre


65 e 67 centímetros e peso entre 260 e 280 gramas.

423
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 7 I VOLEIBOL

d. &RPSRVLomR: as equipes são compostas por no máximo 12


jogadores, um técnico, um auxiliar técnico, um preparador
físico e um médico. Cada equipe deve ter sempre 6 (seis)
jogadores na quadra de jogo.

e. Uniforme: as camisas dos jogadores devem ser numeradas


de 1 a 18. A cor do uniforme deve ser padronizada, H[FHomR
feita à cor da camisa do líbero que deve diferir dos demais.

f. Substituições: para cada equipe são permitidas até seis


substituições em cada set. Um jogador suplente (banco de
reservas) só pode entrar no jogo uma vez em cada set, no lugar
de um jogador da formação inicial, que, por sua vez, só poderá
ser substituído pelo mesmo jogador a quem substituiu.

g. 3RQWXDomR: um Set – exceto o set decisivo ou tie-break


(quinto set) é ganho pela equipe que atingir primeiro 25
pontos, com uma vantagem mínima de 2 (dois) pontos em
relação à equipe adversária.

h. Vencedor: é declarada vencedora a equipe que vence 3


sets. No caso de empate de sets (2X2), será disputado o tie-
break até quinze pontos, vencendo a equipe que atingir essa
pontuação e uma vantagem mínima de 2 (dois) pontos em
relação à equipe adversária.

i. Toques na bola: cada equipe tem o direito de tocar  WUrV 


YH]HV QD EROD DOpP GR WRTXH GH EORTXHLR  D ¿P GH UHDOL]DU
um ataque. Caso haja um número maior de toques, a equipe
comete uma falta de “quatro toques”. O toque na bola pode ser
realizado por qualquer parte do corpo dos alunos/atletas.

3RVLo}HVHRURGt]LRQD0(&YROHLERO
Em uma partida de voleibol, os atletas são posicionados
da seguinte forma:  WUrV MRJDGRUHV junto à rede, formando a
linha de ataque, ocupando as posições de número 4, 3 e 2. Os
outros  WUrV MRJDGRUHV ocupam as posições de número 5, 6
e 1, na zona de defesa,FRQIRUPH¿JXUDDRODGR

424
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 7 I VOLEIBOL

Depois do saque, os jogadores podem se movimentar e


ocupar qualquer posição em sua quadra de jogo, entretanto, no
momento do saque, um posicionamento errado de um atleta é
considerado uma falta de posicionamento, fato que leva à perda
do ponto pela equipe infratora.

Quando a equipe receptora ganha o direito de efetuar


o saque, seus jogadores devem executar uma URWDomR, ou
seja, um rodízio, onde os atletas avançam sempre no sentido
KRUiULR. Isso acontece da seguinte forma: o atleta da posição
 YDL SDUD D SRVLomR  D ¿P GH VDFDU R MRJDGRU QD SRVLomR
YDLSDUDDHDVVLPSRUGLDQWHFRQIRUPHGHVFULWRQD¿JXUD
denominada posições e rodízio.

425
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 7 I VOLEIBOL

Hora de praticar
Elabore um planejamento para uma intervenção, tendo como conteúdo a MEC Voleibol, por
meio do processo de EAT, que contemple os fundamentos técnicos da modalidade (saque,
recepção (manchete), levantamento, ataque (cortada), ou seja, em que os praticantes
“aprendem para jogar”. Para isso, desenvolva seu planejamento com atividades, considerando
os dados abaixo descritos. Também consulte os Quadros 1 (Métodos de EAT) e 2 (Variáveis
Estruturais), ambos contidos na Unidade Didática 3.

'DGRVSDUDHODERUDomRGR3ODQRGH$XOD
- Modalidade Esportiva Coletiva: voleibol.
- Série: 2° ano do Ensino Médio.
- N° de alunos: 30 (meninos e meninas).
- Idade média: 16 anos.

Recursos materiais
- 1 (uma) quadra poliesportiva.
- 15 bolas de voleibol.

Após a confecção do planejamento para intervenção (aula), publique sua produção no fórum
da disciplina e também comente os planejamentos realizados por seus colegas.

426
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 7 I VOLEIBOL

Nesta unidade, conhecemos a história, as


principais características da MEC voleibol, tais
como: componente técnico e tático.

Conhecemos os principais sistemas de jogo


da modalidade com a distribuição dos alunos/atletas nas
zonas de ataque e de defesa. Vimos que essa distribuição dos
praticantes da modalidade leva em consideração o sistema
adotado e as características físicas, técnicas e táticas desses
sujeitos que serão distribuídos nas seguintes posições:
central, levantador, líbero, ponteiro e oposto. Também
conhecemos as principais regras que regulamentam a prática
desta modalidade coletiva.

Parabéns!9RFr¿QDOL]RXD8QLGDGH9DPRV
em frente. Na próxima unidade didática, estudaremos
a Modalidade Esportiva Coletiva Handebol.

427
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926

81,'$'(
+DQGHERO

O handebol é uma modalidade esportiva coletiva que teve sua origem associada
às atividades esportivas praticadas em aulas de Educação Física.

Nesta unidade, exploraremos a história da MEC handebol, abordando sua origem,


HDVHVSHFL¿FLGDGHVGHVVHHVSRUWHFRPRRFRPSRQHQWHWpFQLFRHWiWLFR

3DUD¿QDOL]DUYHUHPRVDOJXPDVGDVSULQFLSDLVUHJUDVGDPRGDOLGDGH

429
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 8 I HANDEBOL

OBJETIVOS

$SyV¿QDOL]DUHVWDXQLGDGHHVSHUDPRVTXHYRFrVHMDFDSD]GH
Ŷ caracterizar a MEC handebol;
Ŷ descrever o componente técnico da MEC handebol;
Ŷ descrever o componente tático desta modalidade; e
Ŷ explicar as principais regras da MEC handebol.

430
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 8 I HANDEBOL

8.1 História do Handebol


O handebol teve sua origem há milênios. Na antiga
Grécia era praticado um jogo chamado “Urânia”, cuja bola era do
tamanho de uma maçã e jogada com as mãos, mas não possuía
balizas (traves). Já os Romanos praticavam o Harpastum, que
também era jogado com as mãos.

Em 1848, o professor dinamarquês Holger Nielsen criou, no


Instituto Ortrup, um jogo denominado “Haandbold”. Nesta mesma
época, os Tchecos realizavam um jogo chamado Hazena. Outros
autores citam um jogo semelhante praticado na Irlanda e no Uruguai
(El Balon, do uruguaio Gualberto Valleta).

Em 1919. o professor alemão, Karl Schelenz, reformulou


o Torbal, mudando seu nome para “Handball” e, em 1920, o
diretor da Escola de Educação Física da Alemanha tornou este
MRJRGHVSRUWRR¿FLDO

Mas como é este jogo? Quais os seus elementos?


Quais as suas características?
Bem, vamos prosseguir e descobriremos as respostas.

&DUDFWHUL]DomRGR+DQGHERO
O handebol caracteriza-se por ser um jogo de fácil
aprendizagem, pois é composto de movimentos naturais como
correr, saltar e arremessar, que fazem parte das habilidades
básicas naturais de toda criança.

O objetivo do jogo é arremessar a bola no gol adversário,


conquistando um ponto cada vez que a bola entra no gol. Os
jogadores de defesa devem proteger o seu gol, tentando impedir
os arremessos, porém não é permitido segurar, empurrar ou
colocar em risco qualquer jogador adversário.

Uma equipe é composta por seis jogadores de quadra e um


goleiro. Os jogadores de quadra não podem penetrar na área de gol –
iUHDVHPLFLUFXODUTXH¿FDDVHLVPHWURVGRFHQWURGRJRO
431
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 8 I HANDEBOL

8.2.1 Componente Técnico

Esse importante componente para a prática da MEC


handebol é expresso pelos fundamentos técnicos. Para poder
atuar, o participante precisa desenvolver algumas técnicas
básicas, como: manejo ou manuseio de bola; condução de bola
(drible) e o arremesso. Vejamos cada técnica.

Manejo ou manuseio de bola


A técnica do manejo (manuseio) de bola é composta
pela recepção e o passe. Esta técnica precisa ser muito bem
desenvolvida, pois é por meio dela que os jogadores trocam
passe entre si. Uma execução mal feita pode ocasionar a perda
da posse de bola, dando oportunidade ao adversário para
realizar um ataque.

A recepção e o passe são considerados os fundamentos


iniciais do handebol. A recepção compreende o ato de receber,
amortecer e reter a bola, de forma adequada, nas diferentes
posições em que ela pode ser recebida. Além disso, a recepção
envolve também protegê-la dos adversários.

A forma mais comum de recepção é aquela realizada na


altura do peito, embora possam ocorrer outros tipos de recepção
fora desta posição (recepção média ou baixa).

O Passe
O passeSRGHVHUGH¿QLGRFRPRDDomRGHHQYLDUDEROD
ao companheiro de equipe. Assim como a recepção e o drible, o
passe faz parte da técnica individual de cada jogador e deve ser
treinado até se conseguir a maior precisão possível.

432
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 8 I HANDEBOL

Os passes podem variar quanto à trajetória (o direto,


o parabólico e o picado); à distância (curta, média e longa);
à posição de H[HFXomR (parada, em deslocamento e em
suspensão), e à mecânica GH H[HFXomR (ombro, sobre a
cabeça, de peito, com reversão e pronação).

O passe mais comum é o passe de ombro realizado com


uma das mãos que permite maior velocidade na movimentação
HPDLRUSRVVLELOLGDGHGH¿QWDV

Condução de bola
Para conduzir a bola no handebol, podemos utilizar o
drible ou a progressão.

a. Drible: assim como no basquetebol, a palavra drible não


WHP R PHVPR VLJQL¿FDGR TXH QR IXWHERO 1R IXWHERO R
GULEOH VLJQL¿FD HQJDQDU R DGYHUViULR XOWUDSDVVDQGRR
enquanto mantém a posse de bola. No Handebol e no
Basquete, o drible é o ato de lançar a bola ao solo uma
única vez ou de forma seqüenciada, para poder progredir
estando em posse dela.

b. 3URJUHVVmR é um fundamento de ataque que consiste


em uma forma de deslocamento com a bola, em que
é permitido ao jogador executar três passos sem a
necessidade de utilizar o drible.

O Arremesso
eD¿QDOL]DomRGDDomRRIHQVLYDeSRUPHLRGHOHTXHVH
tenta fazer o gol. A mecânica do arremesso se assemelha ao do
passe de ombro.

433
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 8 I HANDEBOL

É um fundamento que necessita de muita precisão e força


e toda ação tática coletiva deve tentar favorecer o arremesso em
situações propícias.

Os arremessos podem ser executados nas seguintes


situações: parado (normalmente em tiro de 7 metros); em
PRYLPHQWR (aumenta a força do arremesso); HP VXVSHQVmR
(no salto), e em queda.

Para um bom arremesso


não basta boa técnica e força. O
jogador que arremessa deve ter
uma boa percepção da colocação
do goleiro e dos locais que
oferecem maior possibilidade de
sucesso. Os cantos superiores e
inferiores da trave são os locais
mais vulneráveis.

&RPSRQHQWH7iWLFR

Ataque
No ataque, o time é dividido em: pontas, meias, armador
(conhecido também como central), pivô e goleiro.

1) Posições em quadra

a. Armador: este jogador tem a função de organizar a equipe


e comandar as jogadas previamente ensaiadas. Deve
saber fazer a leitura da equipe adversária e, para isso, é
importante ter uma boa visão de jogo. Rápida leitura do
jogo, comando, precisão nos passes e bom arremesso
de longa distância são as principais características do
jogador que joga nesta função.

b. Meia: normalmente, os alunos/atletas que desempenham


a função de meias (esquerda e direita) são os principais
¿QDOL]DGRUHVGDHTXLSH6mRJHUDOPHQWHMRJDGRUHVIRUWHVH

434
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 8 I HANDEBOL

altos, que possuem excelentes arremessos e grande poder


GHLQ¿OWUDomR$OJXQVSRVVXHPERDYLVmRGHMRJRHDOpPGH
¿QDOL]DUHPPXQLFLDPFRPVHXVSDVVHVRVSRQWDVHSLY{V

c. Ponta: os alunos/atletas na função de ponta, geralmente,


são jogadores muito rápidos que são essenciais na
execução dos contra-ataques. Devem ter uma técnica
PXLWRDSXUDGDGH¿QWDVHSULQFLSDOPHQWHGHDUUHPHVVRV
SRLV QRUPDOPHQWH ¿QDOL]DP GDV ODWHUDLV RX FDQWRV GD
quadra, onde os ângulos são muito fechados.

d. 3LY{aluno/atleta que necessita ter um grande repertório


de movimentação e de arremessos, pois sua função é
posicionar-se na defesa adversária para abrir espaço para
os companheiros. Normalmente, joga de costas para o
gol, necessitando ter uma boa percepção de espaço para
fazer arremessos após giros.

e. Goleiro: XP ERP JROHLUR SUHFLVD WHU XP UHÀH[R UiSLGR


boa antecipação de onde o atacante pretende arremessar,
habilidade de ajustar força e total concentração. Além de
SRVVXLU PXLWD FRUDJHP UHÀH[R H SHUFHSomR HVSDFLDO R
goleiro deve orientar a sua equipe na parte defensiva,
pois é ele que está de frente para toda a movimentação
da sua equipe e dos adversários. Outra característica
que deve ser desenvolvida em um bom goleiro deve ser a
de realizar passes longos precisos, pois, na maioria das
vezes, é das suas mãos (após uma defesa ou reposição
de bola em jogo) que partem os contra-ataques da equipe.

Defesa
Como na maioria dos esportes coletivos, uma boa equipe
começa por uma boa defesa. Para se ter uma boa defesa, é
necessário inicialmente muito treinamento e uma grande
dedicação da equipe a este trabalho. Garra, determinação,
atenção e comunicação são características fundamentais para
se obter sucesso defensivo em uma equipe.

435
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 8 I HANDEBOL

8.3 Principais regras da MEC handebol

A quadra de Handebol e suas medidas

a. A quadra deve ser retangular, com um comprimento


de 38 a 44m e uma largura de 18 a 22m (mas, por
convenção, fala-se que as quadras de Handebol possuem
comprimento de 40m e largura de 20m).

A área privativa do goleiro será determinada por um


semicírculo, com raio de 6m, desde o centro do gol. Somente
R JROHLUR SRGH ¿FDU QHVWD iUHD $WDFDQWHV H GHIHQVRUHV
GHYHP¿FDUIRUDGHOD QmRpSHUPLWLGRQHPSLVDUQDOLQKD
entretanto, pode-se pulá-la de fora para dentro, desde que
se solte a bola enquanto estiver no ar).

O outro semicírculo será colocado a 9m, este sendo tracejado


e determinando a linha do tiro livre (de onde geralmente são
cobradas as faltas realizadas pela defesa).

A baliza possui largura interior de 3m e altura de 2m. Em


frente e ao meio de cada baliza, e a uma distância de 7m,
traça-se uma linha paralela à do gol, de 1m de comprimento,
a chamada de marca dos 7m (penalidade máxima).

436
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 8 I HANDEBOL

E &RPSRVLomR cada equipe é composta por 12


jogadores, dos quais 6 de quadra, 1 goleiro e o restante
na reserva. Nenhuma equipe pode iniciar o jogo sem
que tenha o mínimo de cinco jogadores em campo. Se
uma equipe não apresentar os cincos jogadores para Este lance apenas
LQLFLDU R MRJR VHUi GHVFODVVL¿FDGD H D YLWyULD VHUi GD é ordenado com a
execução de uma
equipe adversária por W x O. falta grave sobre o
adversário, enquanto
c. Substituições: o número de substituições é ilimitado, este atacava a meta
da defesa
mas deve ser feito em um espaço de 4,45m,
partindo da linha central da quadra (para realizar as
substituições, basta que o jogador a ser substituído
saia completamente da quadra).

G 3RQWXDomR o objetivo do jogo é marcar pontos que são


consignados quando uma equipe consegue fazer o seu gol.

H 3RQWXDomRa duração de cada tempo é de 30 minutos,


com intervalo de 10 minutos.

f. Bola: existem três tamanhos de bolas de Handebol, cada


uma possui certo peso predeterminado e representa uma
FDWHJRULDHVSHFt¿FD6mRGHQRPLQDGRVSRU++H+
Elas têm que ser de couro e não escorregadias.

437
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 8 I HANDEBOL

Hora de praticar
Elabore um planejamento para uma intervenção, tendo como conteúdo a MEC Handebol,
por meio do processo de EAT, que contemple prática do jogo, ou seja, em que os praticantes
jogam para aprender. Para isso, desenvolva seu planejamento com 3 (três) atividades (jogos) e
adaptação das variáveis intervenientes (tempo, espaço, regras, técnica e tática), para que sua
aula promova a participação de todos (inclusão). Para isto, consulte os Quadros 1 (Métodos
de EAT) e 2 (Variáveis Estruturais), ambos contidos na Unidade 3.
Nesse sentido, desenvolva seu planejamento com base nos dados abaixo.

'DGRVSDUDHODERUDomRGR3ODQRGH$XOD
- Modalidade Esportiva Coletiva: handebol.
- Série: 9° ano do Ensino Fundamental.
- N° de alunos: 30 (meninos e meninas).
- Idade média: 14 anos.

Recursos materiais
- 1 (uma) quadra poliesportiva.
- 4 (quatro) bolas de handebol.
- 4 (quatro) bolas de tênis.
- 4 (quatro) bolas de iniciação esportiva.
- 15 coletes.
- 10 (dez) cones.
- 6 (seis) aros (bambolês).

Após a confecção do planejamento para intervenção (aula), publique sua produção no fórum
da disciplina e também comente os planejamentos realizados por seus colegas.

438
3('$*2*,$'26(63257(6&2/(7,926
UNIDADE 8 I HANDEBOL

Nesta última unidade, conhecemos a história, as


principais características da MEC handebol, tais
como: componente técnico e tático. Exploramos
as principais funções dos alunos/atletas na
quadra de jogo e vimos que essa distribuição dos praticantes
da modalidade leva em consideração o sistema adotado e as
características físicas, técnicas e táticas desses sujeitos que
serão distribuídos nas seguintes posições: goleiro, armador, meias
(direita e esquerda), pivô e os ponteiros (direita e esquerda).

Parabéns! 9RFr¿QDOL]RXD8QLGDGHHR
estudo dos conteúdos da nossa disciplina! Espe-
ramos ter contribuído com a sua aprendizagem.

Até um próximo encontro!

439
Glossário
$o}HVGHH[HFXomRGDV MEC. Nas MEC, o 5HERWHGHIHQVLYR Ocorre quando a bola é
espaço (campo/quadra) é compartilhado por recuperada por um jogador de defesa após o
duas equipes. arremesso do adversário.

Ambiente aberto. O ensino das habilidades 5HERWH RIHQVLYR Ocorre quando a bola é
técnicas deve levar em consideração o recuperada pelo atacante, após o próprio
ambiente aberto do jogo. Essas habilidades arremesso ou de um companheiro de sua
abertas são reguladas por fatores externos equipe.
como o posicionamento dos adversários e
Saber estar. Agir em grupo, respeito mútuo,
colegas, a distancia da meta que se defende
lealdade, cooperação, solidariedade etc.
ou se pretende atacar (GRAÇA, 1995).
Saber fazer. Ampliação e especialização
Ataque. Quando a equipe está com a posse
do repertório motor visando à prática de
da bola.
atividades esportivas.
Aumentar a densidade. 6LJQL¿FD DXPHQWDU
Saber ser. Autodisciplina, autocontrole,
o número de alunos/atletas (pressão de
perseverança, determinação, humildade etc.
espaço).

Defesa. Quando a equipe perde a posse da


bola.

441
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