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ESPORTES

INDIVIDUAIS:
ATLETISMO

PROFESSORES
Me. Humberto Garcia de Oliveira
Me. Élen Carla da Costa Baraldi

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NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação
Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância;


OLIVEIRA, Humberto Garcia de; BARALDI, Carla da Costa.
Esportes Individuais: Atletismo. Humberto Garcia de Oliveira; Élen
Carla da Costa Baraldi. Maringá - PR.:Unicesumar, 2022.
224p.
ISBN 978-65-5615-899-0
“Graduação em Educação Física - EaD”.
1. Esportes. 2. Atletismo. EaD. I. Título.
 CDD - 22ª Ed. 796.42
Impresso por:

Ficha Catalográfica Elaborada pelo Bibliotecário


João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828

DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor
Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio
Ferdinandi.

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia
Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de
Design Educacional Paula R. dos Santos Ferreira Head de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas
Thuinie M.Vilela Daros Head de Recursos Digitais e Multimídia Fernanda S. de Oliveira Mello Gerência de
Planejamento Jislaine C. da Silva Gerência de Design Educacional Guilherme G. Leal Clauman Gerência de Tecnologia
Educacional Marcio A. Wecker Gerência de Produção Digital e Recursos Educacionais Digitais Diogo R. Garcia
Supervisora de Produção Digital Daniele Correia Supervisora de Design Educacional e Curadoria Indiara Beltrame
Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecília Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Lavignia
da Silva Santos, Designer Educacional Leticia Matheucci Zambrana Grou e Ana Claudia Salvadego, Revisão
Textual Anna C. Gobbi dos Santos Revisora Técnica Naline Cristina Favatto Ilustração Geison Odlevati Ferreira
e Eduardo P. Alves Curadoria Fabiana B. Gozer Dias Fotos Shutterstock.

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Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar

Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos
com princípios éticos e profissionalismo, não somente entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil.
para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima A rapidez do mundo moderno exige dos educadores
de tudo, para gerar uma conversão integral das soluções inteligentes para as necessidades de todos.
pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: Para continuar relevante, a instituição de educação
intelectual, profissional, emocional e espiritual. precisa ter pelo menos três virtudes: inovação,
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de coragem e compromisso com a qualidade. Por
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia,
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e do ensino presencial e a distância.
Londrina) e em mais de 500 polos de educação a distância Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é
espalhados por todos os estados do Brasil e, também, promover a educação de qualidade nas diferentes áreas
no exterior, com dezenas de cursos de graduação e do conhecimento, formando profissionais cidadãos
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros que contribuam para o desenvolvimento de uma
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. sociedade justa e solidária.
Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de Vamos juntos!
boas-vindas

Willian V. K. de Matos Silva


Pró-Reitor da Unicesumar EaD

Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à A apropriação dessa nova forma de conhecer


Comunidade do Conhecimento. transformou-se hoje em um dos principais fatores de
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar agregação de valor, de superação das desigualdades,
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores propagação de trabalho qualificado e de bem-estar.
e pela nossa sociedade. Porém, é importante Logo, como agente social, convido você a saber cada
destacar aqui que não estamos falando mais daquele vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas tecnologia que temos e que está disponível.
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg
atemporal, global, democratizado, transformado pelas modificou toda uma cultura e forma de conhecer,
tecnologias digitais e virtuais. as tecnologias atuais e suas novas ferramentas,
De fato, as tecnologias de informação e comunicação equipamentos e aplicações estão mudando a nossa
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o
informações, da educação por meio da conectividade conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes
e da mobilidade dos celulares. cativantes, ricos em informações e interatividade. É
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá
a informação e a produção do conhecimento, que não as portas para melhores oportunidades. Como já disse
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”.
segundos. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.
boas-vindas

Kátia Solange Coelho


Janes Fidélis Tomelin Diretoria de Graduação
Pró-Reitor de Ensino de EAD
e Pós-graduação

Paula R. dos Santos Ferreira Leonardo Spaine


Diretoria de Design Educacional Diretoria de Permanência

Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja,
iniciando um processo de transformação, pois quando estes materiais têm como principal objetivo “provocar
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta
profissional, nos transformamos e, consequentemente, forma possibilita o desenvolvimento da autonomia
transformamos também a sociedade na qual estamos em busca dos conhecimentos necessários para a sua
inseridos. De que forma o fazemos? Criando formação pessoal e profissional.
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível e construção do conhecimento deve ser apenas
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita.
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos
se educam juntos, na transformação do mundo”. fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
Os materiais produzidos oferecem linguagem das discussões. Além disso, lembre-se que existe
dialógica e encontram-se integrados à proposta uma equipe de professores e tutores que se encontra
pedagógica, contribuindo no processo educacional, disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
complementando sua formação profissional, seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
desenvolvendo competências e habilidades, e trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, acadêmica.
minha história meu currículo

Me. Élen Carla da Costa Baraldi


Eu sou a Élen Baraldi, nome que adotei com muito alegria após meu casamento em
dezembro de 2001, evento que considero marcante e determinante em minha vida
pois junto com meu esposo é como se eu tivesse uma visão ampliada do mundo e das
coisas, ao lado dele cresci como pessoa e profissionalmente, conquistei vitórias e pude
chegar até aqui. Também foi com ele que consegui realizar meu grande sonho de ser
mãe, temos dois filhos que nos enchem de alegria e preenchem nossa vida. Gosto de
desfrutar da presença da minha família, de aprender receitas novas (também faço doces
finos deliciosos rsrs), de ornamentar espaços em minha casa e comemorar a vida e
Aqui você pode
também, é claro, de curtir uma boa praia tendo contato com a natureza e desacelerando
conhecer um
do ritmo que a vida moderna nos cobra. pouco mais sobre
Além de ter cursado o Magistério onde aprendi muito sobre a docência, também tenho mim, além das
licenciatura plena em Educação Física (UEM), Pedagogia (UNICESUMAR), Especialização informações do
meu currículo.
em Metodologia do Ensino de Artes (UNINTER) e Mestrado em Educação (UFPR). Atual-
mente atuo como professora da Rede Municipal de Educação do Município de Maringá
(PARANÁ) e na Educação a Distância da UNICESUMAR, no curso de Educação Física.

http://lattes.cnpq.br/1842537406095828

Me. Humberto Garcia de Oliveira


Graduado em Educação Física pelas Faculdades Integradas de Guarulhos (1983). Es-
pecializado em treinamento desportivo pela Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Maringá (2010). Treinador
de Atletismo durante 30 anos, possui vários títulos, como treinador de equipes de re-
nome e da seleção brasileira em campeonatos sul-americanos, jogos pan-americanos,
campeonatos mundiais e outros eventos internacionais na modalidade. Atualmente, é
coordenador do curso de Educação Física Licenciatura e Bacharelado do Centro Uni-
versitário de Maringá (Unicesumar). Tem experiência na área de Educação Física, com
ênfase em Treinamento Desportivo, atuando, principalmente, nos seguintes temas:
atletismo, treinamento desportivo, tenistas e preparação física em geral.
http://lattes.cnpq.br/9242781131748708
apresentação do material

ESPORTES INDIVIDUAIS: ATLETISMO

Era uma vez um aluno muito habilidoso chamado Chris- des motoras. Alguns dos seus sonhos foram frustrados.
tian em todas as áreas esportivas, desde pequeno teve Qual foi o erro do Christian? Alimentar uma expec-
a oportunidade de desenvolver suas capacidades mo- tativa sem pensar na realidade da vivência acadêmica?
toras desde a pré-escola até o ensino médio. Sempre Confundiu o seu sonho de ser atleta com a formação
estudou em escolas públicas e foi-lhe oferecida uma acadêmica que iria receber na Universidade?
prática diversificada de esportes, porém ele se desta- Essa história do Christian se parece com a história
cava muito mais em provas de corrida de velocidade. de muitos jovens pelo Brasil afora que buscam realizar
Ao longo de sua vida escolar Christian teve a oportu- seu sonho esportivo cursando o curso de Educação
nidade de participar de diversas provas de Atletismo, e Física, eles acabam confundindo formação profissional
esta vivência esportiva despertou-lhe o desejo de partir com experiência acadêmica. Ao escolher um curso é
para a Universidade buscando um curso que lhe trou- preciso ter clareza de sua matriz curricular e de que ao
xesse um maior acervo de experiências práticas. Foi final dele se deseja formar um profissional para atuar
então que decidiu ingressar no Curso de Educação Física. no mercado de trabalho. Especificamente no caso da
Já no segundo ano do Curso estava diante da disci- Educação Física, estamos tratando do Atletismo, que
plina que ele tanto esperava, Atletismo, onde almejava por si só já possibilita um conjunto variado de opor-
tirar excelentes notas com sua experiência em diversas tunidade de atuação profissional.
provas em que conquistara ótimas posições. O conjunto de conhecimentos que serão trata-
Porém a frustração ocorreu logo no primeiro mês dos nesta disciplina não tem por objetivo formar um
de aula. Não haveria treinos como Christian esperava, bom atleta, apesar de que isso seja possível caso você
nem competições para que ele mostrasse suas habilida- desperte para este esporte e queira buscar algo fora
apresentação do material

de nossas aulas. Porém, nosso intuito é proporcionar os aspectos didáticos do atletismo pertinentes ao mo-
práticas que possibilitem trabalhar com o Atletismo vimento e os aspectos biomecânicos deste.
em diferentes realidades brasileiras. O atletismo não O movimento do correr com os fundamentos das
depende de equipamentos caros ou de infraestrutura corridas, as corridas de resistência, de velocidade
profissional, os treinamentos podem ser aplicados em e saída de bloco, a corrida sobre barreiras e as de
contextos onde o professor se propõe, aos alunos/ revezamento.
atletas, ensinar a experiência de praticar este esporte, O movimento do salto, os fundamentos dos saltos,
vencendo os seus limites pessoais e também sociais. o salto em distância, o triplo, em altura e com vara.
Assumindo uma postura de abertura a esse esporte O movimento de lançar, começando pela diferen-
milenar, os profissionais da área poderão alcançar ciação entre lançamento e arremesso, o lançamento
espaços antes impossíveis. do peso, do disco, do dardo e do martelo.
Sejamos empreendedores do conhecimento, levan- Temos também a prática pedagógica do atletis-
do sempre à frente aquilo que foi aprendido durante a mo, a sua presença no campo da licenciatura e do
formação, enriquecendo a sua preparação profissional. bacharel, além de temas transversais no atletismo:
Assim, neste nosso material, você encontrará os conteú- doping, tecnologia e esporte paralímpico
dos organizados em cinco unidades de estudo. Diante dos conteúdos deste livro com certeza
Abordaremos a introdução aos estudos do atle- você se sentirá impulsionado para os desafios da
tismo por meio das origens do esporte e também o profissão tanto como professor quanto como técnico
conhecimento básico sobre o desenvolvimento motor, atuando na área de Atletismo.
sum ário

UNIDADE I
10 INTRODUÇÃO AO ATLETISMO: POR ONDE COMEÇAMOS NOSSOS ESTUDOS?

UNIDADE II
36 AS DIVERSAS FASES DAS CORRIDAS NO ATLETISMO

UNIDADE III
84 OS SALTOS NO ATLETISMO

UNIDADE IV
136 LANÇAMENTOS E ARREMESSOS

UNIDADE V
202 A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO ATLETISMO
INTRODUÇÃO AO ATLETISMO: POR
ONDE COMEÇAMOS NOSSOS ESTUDOS?

Me. Élen Carla da Costa Baraldi


Me. Humberto Garcia de Oliveira

Oportunidades de aprendizagem

Para dar início ao nosso estudo, você terá a oportunidade de conhecer


aspectos sobre as origens do Atletismo, que tem suas raízes nos
jogos Olímpicos na Grécia, bem como, lhe será apresentada uma
compreensão de como se deve pensar o ensino do atletismo para as
diversas fases da vida humana, de acordo com suas peculiaridades de
movimento, capacidades motoras e limitações. Assim, você terá um
panorama sobre esse esporte que de individual não possui quase
nada, afinal, ele reúne um conjunto de conhecimentos de diferentes
áreas, incluindo desenvolvimento motor, biomecânica, física e
entre outros. Ao longo da unidade, trilharemos uma jornada para o
conhecimento deste esporte e nos aprofundaremos em estudos que
são fundamentais para uma visão geral do Atletismo.
unidade

I


Olá, estudante! Estamos iniciando o estudo da área Durante a minha graduação, vivenciei momentos
de conhecimento sobre Atletismo, e quero fazer uma importantes de aprendizado, como uma mini aula de
pergunta: você já se imaginou diante de uma turma Atletismo aplicada aos colegas da turma, vista por mim,
escolar de faixa etária de 9 anos para trabalhar com na época, como uma “obrigação” para aquisição de no-
Atletismo? Por onde você começaria? Quais são os tas. Quanto mais a disciplina estivesse fora do meu
primeiros movimentos a serem trabalhados nessa interesse, mais eu “corria” da responsabilidade em pla-
faixa etária? Existe uma ordem de ensino-aprendi- nejar e ministrar mini aulas para meus colegas. Porém,
zagem? No trabalho com um atleta de rendimento, as necessidades e atividades da vida docente não estão
quais qualidades físicas devemos priorizar no treino? ligadas a nenhuma atribuição de nota, mas ao compro-
Já pensou em quantas áreas de conhecimento estão metimento pessoal que assumimos diante de um tra-
envolvidas no Atletismo? Já refletiu que o ser huma- balho que nos foi confiado. Garanto a você que cada
no leva um tempo para adquirir um movimento vo- conhecimento que não dei importância na graduação,
luntário, como um salto triplo, por exemplo? Como achando-o menos importante naquele momento da
se dá a construção de um movimento planejado e minha formação, principalmente no Atletismo, eu mes-
executado tecnicamente? ma tive que ir atrás, mais tarde, para estudar e dar aos
A partir desses questionamentos, percebemos que meus alunos a possibilidade de aprender, pois chegou o
existe uma biomecânica de cada movimento a ser es- dia em que precisei acompanhar meu alunos da escola
tudado, conhecido e aprendido antes de ensinarmos em competições de Atletismo. Não há como negarmos
alguém a realizá-lo. o conhecimento, ele sempre bate à nossa porta, por isso,

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EDUCAÇÃO FÍSICA

aconselho que aproveite cada momento de estudo para mento das pernas e pés, inclinação do tronco.
se preparar para o futuro que há de vir, o futuro que Após ter realizado a tarefa proposta, reflita sobre os
você começará a escrever hoje. questionamentos:
Agora que você está a caminho de ser um profes- • Qual movimento foi observado?
sor de Educação Física ou está trabalhando com atletas • Seguindo a ampulheta do desenvolvimento mo-
de rendimento, proponho que pesquise sobre os movi- tor, em qual fase e estágio do movimento a crian-
mentos corporais de uma criança de aproximadamente ça está ao realizar esse movimento?
5 anos. Procure observar uma criança aí do seu bairro, • É possível afirmar que a fase e o estágio desse
movimento é compatível com aquele esperado
da sua rua ou da região onde você mora, observe o nível
para a idade dela?
de controle que ela tem ao andar quicando uma bola no
chão, por exemplo. Depois, você pode comparar com um Lembre-se sempre que todo movimento depende de
movimento executado por um atleta de rendimento que, fatores internos e externos para o desenvolvimento e
com certeza, já obteve um controle dos movimentos fun- aquisição de novas habilidades motoras. Se a criança
damentais e já passou ou está passando por um processo observada ainda não está no estágio mais coordenado
de especialização do movimento técnico. do movimento ainda lhe faltam ofertas de tarefas mo-
Diante disso, gostaria que você observasse alguns pon- toras para isso.
tos sobre como o movimento é executado em cada uma das Agora, escreva em seu diário de bordo as observa-
situações sugeridas: movimento dos braços e mãos, movi- ções feitas por você, comparando-as.

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primeira competição esportiva de que se tem no-


Como podemos pensar as origens do Atletismo? O atletis- tícia foi uma corrida, nos Jogos de 776 A. C. , na
mo não deve ser entendido de forma limitada, como um cidade de Olímpia, na Grécia, que deram origem
esporte base para os demais. Apesar de existir há tantas cen- às Olimpíadas. A prova, chamada pelos gregos de
tenas de séculos, cada uma de suas modalidades hoje pra- “stadium”, tinha cerca de 200 metros e o vence-
dor, Coroebus, é considerado o primeiro campeão
ticadas possui um conjunto de movimentos que podemos olímpico da história.
chamar, aqui, de gestos técnicos, que trazem suas especifici-
dades, com um sentido e um significado próprios da área. O atletismo, tal como o conhecemos hoje, é o resulta-
Para além deste entendimento, a construção de mo- do de um processo de construção social e histórica do
vimentos e manifestações corporais pelo ser humano, tais indivíduo por meio da construção de sua existência,
como correr, andar, saltar, arremessar e lançar, estão pre- fazendo-se humano, relacionando-se com ele mesmo,
sentes em inúmeras atividades: jogo, brincadeira, esporte, com os outros sujeitos e com o meio. Quando afirma-
ginástica etc., porém, com sentidos e significados diferen- mos que o ser humano se constrói, entendemos que as
tes. Cabe a nós, profissionais da área de Educação Física e manifestações corporais produzidas por esse mesmo
Esportes, conhecer e entender tal processo constitutivo que, indivíduo também se transformam, pois elas são pro-
aqui, é o nosso objeto de estudo. cesso e, ao mesmo tempo, produto desta transformação.
Segundo a Confederação Brasileira de Atletismo O movimento do correr, por exemplo, para o sujeito pré-
(CBAt, Online), -histórico, tinha um sentido e um objetivo diversos do
correr para o sujeito moderno. Por isto, podemos dizer
O Atletismo conta a história esportiva do homem que esse mesmo movimento, praticado pelo recordista
no Planeta. É chamado de esporte-base, porque sua
Usain Bolt (jamaicano velocista), é diferente do correr
prática corresponde a movimentos naturais do ser
humano: correr, saltar e lançar. Não por acaso, a pré-histórico, pois ambos possuem objetivos diferentes.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

A diferença entre o correr do indivíduo pré-histórico e o


correr do indivíduo moderno está no objetivo/finalidade do
ato em si. São pessoas em tempos e modos de vida distintos,
cujo mesmo movimento adquire significado diferente.
Este olhar sobre o atletismo, compreendido como
uma das manifestações da cultura corporal do movi-
mento, traz consigo a infinidade de possibilidades de
práticas para esse esporte, as quais podem ser realizadas
em diversos espaços e tempos por pessoas de qualquer
idade, tamanho ou biotipo físico. Qualquer que seja o
movimento (correr, saltar, lançar, arremessar) realizado
pelo indivíduo, na atualidade, com o objetivo de praticar
um esporte/uma atividade para cuidar da saúde física,
competir, ou simplesmente brincar, é percebido social-
mente como uma ação intencional, cujo intuito é aten-
der ao objetivo proposto.
Os objetivos e significados dos movimentos pro-
duzidos pelo ser humano, portanto, também são con- Neste enorme espaço de tempo entre o indivíduo primi-
siderados nesta interpretação da realidade, fazendo-se tivo e o moderno, encontramos registros históricos de
humano e produzindo a sua existência, compreendi- diversos períodos, quando os movimentos atléticos fo-
dos aqui numa visão histórico-social dos movimentos. ram reconhecidos na história num tempo e lugar. Aqui,
Podemos, então, afirmar que existe uma diferença gi- faremos menção aos registros onde foi observada a pre-
gantesca entre os movimentos que fazem parte do con- sença do Atletismo em forma de competição.
junto de atividades atléticas conhecidas por nós hoje, e Há aproximadamente 2 mil anos antes da nossa
aqueles que julgamos ser, em sua gênese histórico-so- era, na Idade do Bronze, surgiram as primeiras raças
cial, de forma bem elementar. a praticar regularmente o atletismo de competição. Es-
A origem do Atletismo retrocede até a origem do sas raças, do extremo do continente europeu, foram os
gênero humano, quando os primeiros habitantes ti- irlandeses do período pré-céltico e os gregos de Acá-
nham que se alimentar por meio da caça e, por isto, ne- dia, assim como os seus vizinhos, os cretenses da época
cessitavam lançar objetos, correr ora atrás, ora à frente minóica (1750-1400 a. C.). É muito provável que esses
dos animais, saltar obstáculos e riachos a fim de prote- povos se ignorassem quanto à cultura uns dos outros.
ger a si e aos outros. O atletismo enquanto competição, Um poema histórico de Aristeo, “Crônica da ilha de
que os ingleses chamam de athletics sports, e os ame- Mármara”, menciona um atletismo praticado pelos “es-
ricanos, de track and field contests, vem de uma época critas hiperbóreos”, povos celtas místicos. Nele, a lenda
mais próxima, embora possamos encontrar vestígios se confunde com a realidade, as façanhas são fabulosas
de competição há 40 séculos, em vários povos da Ásia e e os vencedores aparecem como semideuses, as proe-
da África (OLIVEIRA, 2013). zas descritas são sobre-humanas.

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Do período pré-helênico – período clássico da his- Leinster (1160). Nele, são descritos jogos de Tailti, al-
tória grega (séculos IV-VI a.C.) – temos como testemu- deia do condado de Meath, organizados a partir do
nho alguns poucos documentos descobertos em Knos- século XIX a. C. e que continuaram a ser realizados
sos sobre um tipo de atletismo acrobático praticado por durante 25 séculos. Há referências sobre lançamentos
jovens de ambos os sexos, os quais saltam touros apoian- e saltos (OLIVEIRA, 2013).
do-se em varas (CABRAL, 2004). Devemos a Homero, Evidentemente, misturam-se à Pré-história, a mi-
lendário poeta épico da Grécia Antiga, os primeiros re- tologia e a lenda. Todas as reuniões atléticas da Grécia
latos, sobretudo na Ilíada (contos épicos gregos escritos Antiga, como também as da Irlanda, estão ligadas às
entre os séculos VIII e VI a. C.) e na Odisseia (um dos cerimônias religiosas e aos funerais, como os de Patro-
principais poemas épicos da Grécia Antiga, canto VII), clo (um dos heróis gregos da mitologia), evocados por
escrito no século VII a. C. (CABRAL, 2004). Homero. Este mesmo modelo se encontra em outras
Em Dublin, na Irlanda, existe um manuscrito organizações oficiais de jogos gregos, especialmente os
conservado no Trinity College, intitulado Livro de olímpicos (CABRAL, 2004).

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Esses jogos foram os mais importantes da Grécia O Discóbolo de Mirón, foi Aprovado pelo Conselho
Antiga, mas não eram os únicos. A partir de 527 a. C., Federal de Educação Física (Confef) na Resolução n.
próximo a Delfos (região grega que hoje possui um im- 49/2002, o “Discóbolo de Mirón”, lançador de discos, é
portante sítio arqueológico), na cidade de Pítia, celebra- o Símbolo da Educação Física na atualidade. A es-
vam-se os Jogos Píticos dedicados a Apolo (deus grego tátua, conforme a figura 1, foi produzida pelo escultor
da beleza e juventude), primeiramente, a cada oito anos grego Mirón, em 455 a. C., e representa um atleta no mo-
e, depois, no ano seguinte, a cada Olimpíada. Próximo mento preparatório do lançamento de disco. Este tipo de
a Corinto, em Istmia, celebravam-se, a cada dois anos, arremesso é considerado uma das mais antigas provas
os Jogos Ístmicos e, posteriormente, também em Argos do atletismo. Essa prova ainda hoje compõe o conjunto
(a cada dois anos), os Jogos Nemeos, que celebravam a de provas do atletismo, é realizada por muitos atletas do
vitória de Héracles (filho de Zeus na mitologia grega) mundo todo e é também uma das mais apreciadas pelo
sobre Nemeia (monstro mitológico), vencido naquele público durante as olimpíadas.
mesmo local. Esses jogos olímpicos são os mais antigos e O atletismo moderno originou-se, segundo rela-
o seu início remonta ao ano de 884 a. C., mas, na história tos, em 1886, com a criação do Amatheur Athletic Club,
oficial, é datado de 776 a. C. (CABRAL, 2004). fundado com o propósito de organizar campeonatos na-
cionais na Inglaterra, ocorridos naquele mesmo ano. As
primeiras descrições dos Jogos Londrinos são datadas do
século XII, em que o rei Henrique II os patrocinava. Es-
ses jogos eram, oficialmente, competições de lançamentos
de martelo de ferro com cabo de madeira, de pedra, com
barra e sem cabo. O rei Henrique V era um admirador de
corridas, e Henrique VII, um especialista em lançamento
de martelo (OLIVEIRA, 2013).
Alguns registros ao longo do tempo marcam
o atletismo: no século XVI, as numerosas citações
acerca de corridas a pé; no século XVII, os primeiros
ensaios sobre cronometragem, as marcas e as com-
petições, incluindo apostas; durante o século XIX, o
atletismo desperta lentamente por meio de corridas
Figura 1 - Discóbolo de Mirón a pé. O livro Tom Brown, de Thomas Hughes (1857),
descreve detalhadamente uma competição entre jo-
Descrição da Imagem A figura retrata a escultura, nos moldes
gregos, de um homem atleta preparando-se para realizar um ar- vens, a mais antiga da história moderna do atletismo.
remesso do disco. Sua mão esquerda está apoiada em seu joelho
direito, ambas as pernas estão semi flexionadas. A perna esquerda Em 1857, a Universidade de Cambridge organiza
está apoiada pelos dedos dos pés, no chão, o tronco está inclinado
à esquerda com rotação para a direita e o braço direito esticado
campeonatos da modalidade. Em 1860 e em 1864,
para trás, segurando o disco. A estátua, de corpo nu, ressalta os em Oxford, uma competição entre as duas universi-
músculos corporais do atleta, fazendo menção a valorização da
força física, tão estimada na época a que a figura remete. dades marca o início de confrontos entre entidades
(MATTHIESEN; RANGEL; DARIDO, 2014).

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Os primeiros Jogos Olímpicos, em 1896, foram realizados com provas de 100, 400, 800 e 150m; fora da pista, a marato-
na com 40 km. Os saltos foram em distância, triplo, em altura e com vara, e os arremessos contemplavam disco e peso.
Contudo, o atletismo para as mulheres estreou somente nos Jogos Olímpicos de Amsterdã, em 1928. (OLIVEIRA, 2013).

Título: Os Senhores dos Anéis: Poder, Dinheiro e Drogas nas Olimpíadas Mo-
dernas
Autores: Vyv Simson e Andrew Jennings
Editora: Best Seller
Sinopse: os jornalistas Andrew Jennings e Vyv Simon, em seu livro Os Senhores
dos Anéis: Poder, Dinheiro e Drogas nas Olimpíadas Modernas relatam uma si-
tuação inusitada. Depois de se infiltrar na alta cúpula do COI (Comitê Olímpico
Internacional), foram a uma reunião entre uma empresa de material esportivo,
os dirigentes do COI e uma importante atleta olímpica da Alemanha Oriental. Após algum tempo, eles
começaram a estranhar o não comparecimento da atleta alemã. Foi então que notaram que ela estava
presente sim, só que eles a confundiram com um homem, pois estava barbada! As altas doses de hor-
mônio ingeridas pela atleta fizeram com que nascessem pelos em seu rosto.

Com o passar do tempo, os espaços para a prática do conhecer a estrutura de uma pista oficial de atletismo, a
atletismo foram construídos exclusivamente para o es- Figura 2 apresenta o esquema dos locais de prática. Uma
porte, observando-se as regras de cada modalidade e pista de atletismo é formada por competições em pista e
pensando na possibilidade de acontecerem várias provas campo, contudo, as corridas de velocidade, em qualquer
ao mesmo tempo, em um único lugar. Com o objetivo de uma das distâncias, são realizadas na pista.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Pista Oficial de Atletismo

7 55 7
6 6 Vara

400m

8x1,25
Martelo/
Disco

,55
34,92°

36
,46

RC
49 Altura
Dardo 25 m

6m
comprimento
4m 29° 4m
36 Dardo
29° 4m
36m
18
34,92°

Peso 10 58 10
Distância/ Triplo

Chegada
4 4
85,33
100
110
115 20
135

Figura 2 - Esquema que representa a pista de atletismo/ Fonte: adaptada de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem A imagem representa uma pista oficial de atletismo, com linhas pretas e preenchimento em vermelho. As linhas que dão
o formato oval à pista são as áreas para a corridas, com o comprimento de 400 metros na raia interna mais próxima ao centro da figura que
apresenta-se na horizontal, a raia mais externa apresenta uma distância de 449 metros a ser percorrida pelo atleta, a pista contém 8 raias, cada
uma mede 1 metro e 22 centímetros de largura.
• Marcando externamente na parte superior a área da prova do salto com vara (medindo 55 metros de comprimento e 1,25 de largura, nas
duas extremidades temos uma área retangular de 6x7 metros, e em uma delas há a escrita “vara”, que indica o ponto de saída da mesma).
• Na parte inferior, externamente, a área de salto em distância/triplo, e tendo em uma de suas extremidades, o termo “chegada”. Mais abaixo
temos a delimitação d2 5 linhas retas no sentido horizontal em que marcam as distâncias 85,33m, 100m, 110m, 115m e 135m.
• Internamente à esquerda, centralizado, com parte da área atravessando as raias, temos, a área de lançamento do dardo (comprimento de
36 metros, 4 metros de largura e lançamento com ângulo de 29º) e, acima martelo/disco (ambos com ângulo de lançamento 34,92º), abaixo,
lançamento de peso (ângulo de lançamento 34,92º)
• Internamente à direita, outra área para lançamento de dardo com as mesmas medidas, salto em altura ( 25 metros de comprimento, no nível
do solo um retângulo de 4x6 metros onde se posiciona o sarrafo e o colchão para queda)

19


Observe a imagem da pista de atletismo oficial, reflita sobre as inúmeras formas de pistas de atletismo Brasil
afora, em que os profissionais de Educação Física têm que desenvolver suas aulas em locais que apresentem
desde um piso emborrachado até um terreno de terra. A ausência de uma estrutura adequada não pode ser
um empecilho para que os alunos sejam privados de ter acesso ao conhecimento!

Os períodos mais recentes que envolvem o atletismo regulamentado e oficialmente tratado como uma modalidade
esportiva e olímpica passam pelas datas a seguir:

Realização dos
primeiros Jogos 1896
Olímpicos.
1910 Primeiras competições
de atletismo no Brasil.
1912
Criação do órgão oficial
mundial responsável pela O atletismo brasileiro, por meio da
1914 Confederação Brasileira de Desportos
administração do atletismo,
a International Amateur (CBD), filia-se à IAAF
Athletic Federation – IAAF
1924
Primeira competição oficial
1928 de atletismo no Brasil
Primeira participação do 1929 (Campeonato brasileiro entre
Brasil em Jogos estados).
Olímpicos (Paris, 1924). Primeira participação
1945
das mulheres em Jogos Realização da primeira
Olímpicos (Amsterdã, edição do Troféu Brasil
1928). de Atletismo (principal
competição oficial do
Criação da Confederação atletismo brasileiro).
Brasileira de Atletismo
(CBAt), órgão responsável 1977
pela administração do
atletismo nacional até os
dias de hoje.

A IAAF altera a sua denominação para 2001


International Association of Athletics
Federation (Associação Internacional
das Federações de Atletismo).

20
EDUCAÇÃO FÍSICA

Após muitos anos, atualmente o Atletismo é muito mais independentemente da idade do grupo atendido, não deve
do que uma expressão Olímpica, pois é praticado em acontecer sem se levar em consideração esses processos,
centenas de países. Além disso, é considerado, por mui- pois uma atividade é, ao mesmo tempo, dependente e de-
tos, como um dos esportes mais populares em todo o terminante deles.
mundo, envolvendo um conjunto de provas individuais Cada movimento a ser realizado pelo grupo com o
e em grupos, exibindo os mais diversos movimentos que qual você trabalha terá que ser pensado e analisado, an-
o homem é capaz de realizar. Segundo a Confederação teriormente, quanto à faixa etária (idade), às condições
Brasileira de Atletismo (CBAt, Online), motoras dos indivíduos integrantes desse grupo (está-
gios do desenvolvimento motor) e, ainda, em como es-
na moderna definição, o Atletismo é um esporte ses sujeitos relacionam-se com o ambiente onde vivem
com provas de pista (corridas), de campo (saltos e
(resposta do sujeito aos estímulos do ambiente). Sobre
lançamentos), provas combinadas como decatlo e
heptatlo (que reúnem provas de pista e de campo), este conhecimento, temos muito a discutir e a conhecer,
o pedestrianismo (corridas de rua, como a mara- afinal, em toda ação pedagógica aplicada por profissio-
tona), corridas em campo (cross country), corridas nal/professor da Educação Física, faz-se necessário o
em montanha, e marcha atlética. conhecimento acerca do ser humano como um ser em
constante transformação.
O Atletismo precisa ser compreendido como uma ex- Segundo David Gallahue e John C. Ozmuz (2005),
pressão do movimento humano intencional, planejado durante a sua vida, o ser humano, apresenta algumas
e treinado. Este conjunto de movimentos reconhecidos fases de desenvolvimento e, em relação ao movimento,
como uma categoria denominada Atletismo, foram de- passa por estágios, que são influenciados por aspectos
senvolvidos pelo homem e são estudados por ele nas bio-psico-sociais, ou seja, o desenvolvimento de habili-
mais diversas áreas de conhecimento, desde a história dades motoras depende e é também determinado pelo
até a biologia, faremos aqui uma abordagem desse mo- ambiente externo (oferecendo estímulos e oportunida-
vimento presente na vida do homem moderno que o des para a prática, incentivando, assim, a permanência)
faz ter um jeito próprio de viver e agir consigo mesmo e interno (existem influências herdadas geneticamente
e com os outros ao seu redor. Essa reflexão faz-se ne- nos indivíduos). Dentro desta concepção de construção
cessária na medida em que você, futuro profissional de do movimento humano, fica evidente que a intervenção
Educação Física, precisa pensar sobre o “movimento” e de um profissional capacitado para atuar com diferentes
“homem” que irá trabalhar. idades torna-se imprescindível para que aconteça a tran-
Sabemos que o ser humano é gerado, nasce, cresce, se sição progressiva de uma fase para a outra.
desenvolve, se torna jovem, adulto, idoso; mas como se dá Uma progressão bem-sucedida por meio de tran-
esse processo tão fantástico que é a vida humana? As pes- sição, aplicação e estágio de aplicação ao longo da vida
soas, desde o nascimento até a velhice, passam por diversos em uma tarefa de movimento particular depende de
processos de crescimento, desenvolvimento e amadureci- níveis maduros de realização na fase de movimento
mento. Por isto, a prática de atividades físicas ou de esportes, fundamental. Um indivíduo raramente obterá sucesso

21


em softball, por exemplo, caso as suas habilidades de É evidente, portanto, que existe um conjunto de fato-
bater, de arremessar e apanhar ou de correr não atin- res que interferem para que o indivíduo passe ou perma-
girem níveis maduros. Há a suposição de uma barreira neça em um estágio neste ou naquele movimento, e a nossa
de proficiência entre a fase de movimento fundamen- intervenção, como propositores de movimentos dos mais
tal e a fase de movimento especializado do desenvol- diversos tipos, fará a diferença no desenvolvimento desse
vimento. A transição de uma fase a outra depende da indivíduo tanto quanto ele permitir-se praticar. A seguir,
aplicação de padrões maduros de movimento a uma apresentamos a ampulheta heurística desenvolvida por
grande variedade de habilidades ligadas a este. Caso os Gallahue e Ozmuz (2005), figura 3, que representa o as-
padrões não sejam maduros, a habilidade será prejudi- pecto descritivo do desenvolvimento motor ao longo da
cada (GALLAHUE; OZMUZ, 2005). vida do indivíduo em desenvolvimento típico.

Utilização Utilização Utilização


permanente permanente permanente
na vida diária recreativa competitiva

Faixas etárias aproximadas Os estágios de


de desenvolvimento desenvolvimento motor
14 anos e acima Estágio de Utilização Permanente
de 11 a 13 anos Fase motora Estágio de Aplicação
de 7 a 10 anos especializada Estágio Transitório
de 6 a 7 anos Estágio Maduro
de 4 a 5 anos Fase motora Estágio Elementar
de 2 a 3 anos fundamental Estágio Inicial
de 1 a 2 anos Fase motora Estágio de
do nascimento rudimentar Pré-Controle
até 1 ano Estágio de Iniciação de Reflexos
de 4 meses a 1 ano Fase motora
dentro dp útero e até reflexiva Estágio de Decodificação de Informações
4 meses de idade Estágio de Codificação de Informações

Figura 3 - Ampulheta heurística das fases do movimento humano / Fonte: Gallahue e Ozmuz (2005).

Descrição da Imagem A imagem ilustrativa mostra uma ampulheta explicativa das fases do desenvolvimento no ser humano, desde o nasci-
mento até a vida adulta.
• Na parte superior interna estão descritas as 3 formas de utilização do movimento permanente, na vida diária, recreativa e competitiva. Elas
são a condição da passagem das quatro fases descritas na parte inferior da ampulheta, de baixo para cima de forma crescente, fase motora
reflexiva, rudimentar, fundamental e especializada.
• Ao lado esquerdo da ampulheta, externamente,debaixo para cima, estão escritos as Faixas Etárias Aproximadas de Desenvolvimento, que
indicam início e término de cada uma das fases contidas na parte interna. Ao lado direito,externamente e debaixo para cima, estão escritos os
Estágios de Desenvolvimento Motor, que se relacionam com cada fase motora e com a faixa etária correspondente, da seguinte forma: fase
motora reflexiva - estágio de codificação de informações (dentro do útero e até 4 meses de idade) e estágio de decodificação de informações
(de 4 meses a 1 ano); fase motora rudimentar - estágio de inibição de reflexos (do nascimento até 1 ano) e estágio de pré-controle (de 1 a 2
anos); fase motora fundamental - estágio inicial (de 2 a 3 anos), estágio elementar (de 4 a 5 anos) e estágio maduro (de 6 a 7 anos); fase motora
especializada - estágio transitório (de 7 a 10 anos), estágio de aplicação (de 11 a 13 anos) e estágio de utilização permanente (14 anos e acima).

22
EDUCAÇÃO FÍSICA

Pudemos perceber, na ampulheta heurística, que o mo- que a idade está para o movimento. Essa relação tríade
vimento humano existe desde a fase uterina, podendo entre movimento, biologia e tarefa fica evidente da am-
desenvolver-se ao longo de toda a vida humana, passan- pulheta do desenvolvimento motor, formando um con-
do por várias fases, e cada uma dessas fases possui ainda junto de relações coesas entre o homem, a tarefa, fatores
sub-fases chamadas por Gallahue de estágios, sendo eles internos e externos, as fases do desenvolvimento motor
Estágio dependentes da idade e do ambiente externo e a aquisição de um movimento controlado.
para que aconteça a passagem para o estágio seguinte. Na figura 4, a ampulheta representa uma visão
O movimento humano assim percebido expõe a descritiva do desenvolvimento, em que o triângulo
importância da oferta de atividades físicas para o ser representa uma visão explanatória. Ambos úteis para
humano, esteja ele em qualquer uma das fases e estágio, compreender o desenvolvimento motor.
pois o movimento está para a tarefa da mesma forma

Controle Motor e
Competência do Movimento

Hereditariedade Meio Ambiente

is
ta
Movimentos
Fa

en
to

Especializados

bi
re

Am
s

Movimentos
In

s
di

Fundamentais re
vid

to
Fa
ua

Movimentos Rudimentares
is

Movimentos Reflexos

Fatores dentro
da tarefa
Figura 4 - Ampulheta do desenvolvimento motor / Fonte: Gallahue e Ozmuz (2005).

Descrição da Imagem A figura ilustrada apresenta-se em forma de uma ampulheta com linhas pretas e fundo branco com parte inferior em
cinza. Sobreposto a parte inferior da ampulheta temos dois triângulos de tamanhos diferentes, um dentro do outro, com a base para cima.
• A parte inferior da ampulheta contém os nomes dos movimentos motores de baixo para cima: movimentos reflexivos, movimentos rudimen-
tares, movimentos fundamentais e movimentos especializados.
• Na parte superior interna sobem três setas apontando para cima onde está escrito controle motor e competência do movimento.
• O triângulo grande tem uma seta apontada para cima dentro, na ponta inferior do triângulo, do lado de fora está escrito Fatores dentro da tarefa.
• Outra seta apontando para a ponta superior esquerda do triângulo grande e escrito externamente Fatores individuais.
• Uma terceira seta apontada para cima na ponta direita do triângulo grande e externamente escrito fatores ambientais.
• Sobre a base do triângulo no lado esquerdo está escrito hereditariedade, e do lado direito está escrito meio ambiente.

23


Como mostra a ampulheta, do desenvolvimento motor, os cada uma delas para, assim, saber como agir nesta relação
quatro tipos de movimentos (reflexivo, rudimentar, fun- interpessoal professor/aluno, treinador/atleta.
damental e especializado) que Gallahue e Ozmuz (2005) Reconhecer as condições que podem limitar ou
apresentam devem ser percebidos e reconhecidos por nós, aprimorar o desenvolvimento constitui a chave para o
profissionais da área da Educação, em qualquer atividade ensino bem-sucedido na fase de habilidade de movi-
aplicada em nossa prática, para que possamos intervir de mento especializado. Uma vez identificadas tais condi-
forma eficiente, produtiva e positiva no movimento e na ções para cada indivíduo, o ensino torna-se mais uma
vida do indivíduo que estamos atendendo. Porém, para questão de reduzir o constrangimento (condições limi-
isto, é necessário que também conheçamos as fases do tantes) e maximizar as affordances (condições aprimo-
desenvolvimento motor com as suas particularidades (in- radas) ao invés de simplesmente enfatizar mecanica-
fância, adolescência, juventude, vida adulta e velhice), nos mente a execução “correta” da habilidade (GALLAHUE;
mantendo atentos a como o ser humano se comporta em OZMUZ, 2005).

Um indivíduo não chegará espontaneamente a um determinado estágio de movimento quando atingir a idade
esperada para aquele movimento. O alcance de um estágio é dependente do desenvolvimento biológico, do
ambiente e da tarefa sugerida (exercício).
Fonte: os autores.

24
EDUCAÇÃO FÍSICA

Assim, as habilidades de movimento especializado são movi- Esses movimentos, descritos por Gallahue e Ozmuz
mentos maduros fundamentais adaptados para as exigências (2005), não devem ser compreendidos de forma estanque,
específicas de uma atividade esportiva, recreativa ou do dia a como um lugar a alcançar, em que existe somente um ca-
dia. O ponto até onde tais habilidades são desenvolvidas de- minho de acesso. Muitas são as teorias na atualidade que
pende da combinação de condições específicas das exigên- estudam e descrevem de forma detalhada, para nós profis-
cias da tarefa, da biologia do indivíduo e das condições do sionais da área da Educação Física, a forma como o movi-
meio de aprendizagem (GALLAHUE; OZMUZ, 2005). mento humano é entendido no processo de ensino-apren-
Quanto à especialização do movimento, Gallahue e dizagem. Uma dessas teorias está na obra sobre o trabalho
Ozmuz (2005) se referem à prática de treinamento de educativo na Educação Física, do professor Reiner Hilde-
uma dada modalidade esportiva, período em que serão brandt-Stramann (2017).
automatizados aqueles movimentos que chegaram ao O autor aborda o movimento como um proces-
estágio maduro. Mas, em nossa prática, podemos nos so construído, não como um modelo a ser alcançado.
deparar com alunos/atletas nos diferentes estágios de Quem sabe essa teoria seja a resposta para tantos talen-
desenvolvimento do movimento e, por isto, a nossa in- tos esportivos que se apresentam hoje, os quais fogem
tervenção é pertinente e necessária. dos padrões de movimento antes estudados e traçados
Lembremos que estamos trabalhando com a formação como ideais para um resultado eficaz na competição.
de futuros professores ou técnicos, que precisam conhecer e Aquilo que chamamos de “estilo” não seria um caminho
compreender como se dá a aprendizagem de um movimen- diferente e, talvez, mais eficaz para chegar a um objetivo?
to, didaticamente falando, e temos em Gallajue e Ozmuz Como não havia conhecimento sobre aquele “atalho”,
(2005) uma boa base para essa compreensão. deu-se o nome de estilo.

Título: Além da Sala de Aula


Ano: 2011
Sinopse: Stacey Bess é uma professora em busca do primeiro emprego. Con-
trariando suas expectativas, a jovem é contratada para lecionar em uma escola
pouco convencional: um projeto social para crianças sem-teto. Logo em seus
primeiros dias, ela precisa vencer seus medos e preconceitos, além das condições
precárias do local de ensino. Com seu próprio esforço e economias (devido ao
não pagamento de seu salário), Stacey muda a realidade da escola e as crianças
começam a desenvolver seu aprendizado.

25


contém a capacidade de contatar outras pessoas


O movimento precisa ser entendido sob o ponto de vista por intermédio do movimento. A função simbólica
da construção, interagindo o tempo todo com o biológi- contém a capacidade de expressar algo mediante o
co, o psicológico, o social e a tarefa motora no processo movimento, e a função sensível contém a capaci-
de aquisição das habilidades físicas. Somente assim o dade de explorar materiais ou a si mesmo, ou de
construir, com materiais, situações de movimento
professor/treinador terá resultado positivo em seu tra- (HILDEBRANDT-STRAMANN, 2017, p. 39).
balho de intervenção na aprendizagem de determinado
movimento/modalidade. Nesse processo de construção, Como profissionais da área da Educação Física, preci-
existe uma relação aberta de interação entre professor/ samos entender que o conhecimento da técnica não
treinador e aluno/atleta, proporcionando e experimen- impede que o processo de construção do movimento
tando em cada ação e em cada exercício proposto, o mo- aconteça em conjunto, principalmente quando estamos
vimento que será construído na aula/treino, mas modi- trabalhando com grupos de crianças que precisam, an-
ficado e questionado por ambos. tes de aprender a técnica, desenvolver as habilidades
O desenvolvimento humano é caracterizado pela motoras, pois essas crianças ainda não têm a percepção
aquisição de capacidades cognitivas, emocionais, sociais de suas competências. Sem falar também dos inúmeros
e de movimento. O desenvolvimento destas aquisições adultos que chegam aos nossos cuidados com percepção
nas crianças e nos jovens pode ser promovido nas se- zero daquilo que eles podem e do que são capazes de
guintes funções: realizar. Por estes motivos, a construção dessa percepção
de competência está diretamente ligada à nossa profis-
[...] a função instrumental contém a capacidade de são em qualquer ambiente, seja dentro ou fora da escola,
se movimentar de maneira econômica, hábil, jeito-
seja no clube ou no treino.
sa e acomodável ao meio ambiente. A função social

O movimentar-se proporciona experiências em, no mínimo, três áreas (HILDEBRANDT-STRAMANN,


2017, p. 39):
1. Mediante as funções instrumental e sensitiva: é possível adquirir experiências com o material
por meio do movimento.
2. Por intermédio da função social: é possível fazer experiências sociais por meio do contato
com outras pessoas.
3. Por meio da função simbólica: é possível fazer experiências corporais mediante um confronto
direto com o seu próprio corpo pelo movimento.

26
EDUCAÇÃO FÍSICA

Compreendendo o movimento desta forma, Hildebran- serem proporcionados. Ao mesmo tempo, traz profun-
dt-Stramann (2017) propõe aos profissionais o seu ensi- didade ao que é ensinado, saindo da mera experimen-
no por meio da teoria de aprendizagem móvel, ou seja, tação, da prática pela prática, pois tal método objetiva a
a aprendizagem por meio do movimento para ganhar consciência da mente sobre o corpo durante todo o pro-
conhecimentos e experiências sobre o que é ensinado, cesso, colocando-se como um desafio para a nossa área
pensando sobre, fazendo relações com outros temas e de atuação, a qual busca a repetição de um movimen-
movimentos. Este método traz importantes contribui- to ao encontro da técnica perfeita e eficaz. Para melhor
ções à medida que alarga a variedade de movimentos a compreensão, acompanhe o fluxograma (figura 5):

Movimento Intervalos de movimento


Aprender
acompanha o
com Mobiliários móveis
processo de
movimento
aprendizagem
Trabalho num plano de
semana, trabalho livre,
aprendizagem em estações

No ensino das disciplinas


Movimento como
um meio para
Aprender por No ensino
adquirir
meio do interdisciplinar
conhecimentos/
movimento experiência
sobre o assunto No ensino com
ou tema tratado projetos

Figura 5 - Teoria da aprendizagem móvel / Fonte: Hildebrandt-Stramann (2017).

Descrição da Imagem A imagem é um fluxograma que expressa uma teia do conhecimento sobre a diferença inter-relacional de duas formas
de aprendizagem móvel.
• O fluxograma inicia com um retângulo que contém a informação “aprender com movimento”, uma flecha na horizontal sai desse retângulo e
aponta para outro retângulo que apresenta a informação “movimento acompanha o processo de aprendizagem”, desse retângulo saem três
flechas, que apontam para “intervalos do movimento”, “mobiliários móveis” e “trabalho num plano de semana, trabalho livre, aprendizagem
em estações”.
• Abaixo, uma segunda sequência do “aprender por meio do movimento”, uma flecha aponta para um retângulo que informa “movimento como
um meio para adquirir conhecimentos/experiência sobre o assunto ou tema tratado”; esse retângulo é ligado por uma flecha de ao retângulo
de cima “movimento acompanha o processo de aprendizagem”.
• Ainda na segunda sequência, três flechas apontam para “no ensino das disciplinas”, “no ensino interdisciplinar” e “no ensino com projetos”.

27


A seguir, você terá uma aproximação com os conteúdos da Física e as suas relações com o movimento. Esta ciência,
tão necessária para a Educação Física e que tem sido tão negligenciada em nossa prática, mantendo-se guardada
somente para o esporte de rendimento, ajudará na sua compreensão do conteúdo sob o ponto de vista da aprendiza-
gem, colaborando para que você, futuro profissional, passe do papel de executor dos movimentos para a função de
intermediador deles.
Os aspectos fundamentais da biomecânica humana devem nos levar a pensar sobre o movimento em si, como
ele acontece no tempo e no espaço. Por isto, faz-se necessário que tenhamos conhecimento de suas definições básicas,
bem como do que produz os movimentos, uma vez que o atletismo tem como premissa básica desenvolvê-los, princi-
palmente aqueles essenciais ao ser humano.

A biomecânica (bio = seres vivos; mecânica = movimento) pode ser compreendida como presente
em todo ser vivo que se movimenta. No ser humano, se apresenta desde o ato de engatinhar, andar
e correr, até os mais complexos movimentos, como os gestos esportivos de competição. Qualquer
movimento pode ser analisado a partir do estudo funcional ou cinesiológico. Para que isto ocorra,
podemos utilizar um dos recursos para entender a biomecânica: por meio da caracterização dos
movimentos (também denominada “mecânica”) ou via a compreensão das causas do movimento
(denominada “cinética”).

O professor/treinador de Educação Física poderá, a partir dos conhecimentos em biomecânica, promover uma prá-
tica que poderá contribuir para a efetivação de processos educativos com o objetivo de alterar o comportamento
corporal consciente no dia a dia e, também, a sua relação com as práticas corporais, fazendo-o pensar no que está
executando, quais as qualidades físicas utilizadas no movimento e em que plano este acontece, ou seja, estudar sobre
o movimento, como ele é construído no tempo e no espaço ocupados por nós.

Pensar o movimento antes, durante e após a sua execução colabora para o seu aprimoramento. O
professor deve proporcionar laboratórios de ideias/práticas do movimento para que, no seu pro-
cesso de construção, aconteça o enriquecimento de possibilidades de execução, originando, assim,
movimentos conscientes, maduros e individualizados.

28
EDUCAÇÃO FÍSICA

O profissional de Educação Física, na condição ocupa- determinada dividindo a distância percorrida pelo tempo
cional de professor, tem como responsabilidade não so- gasto nela (HALL; TARANTO, 2000).
mente os aspectos técnico-pedagógicos ou esportivos, Pode ser compreendida como a capacidade de
mas também a função de contribuir para a melhoria da atingir a maior velocidade possível no menor espaço
qualidade na saúde das crianças e dos jovens, com ênfase de tempo. Qualquer objeto ou corpo que parte de uma
nas informações que foram desenvolvidas por meio de es- posição estática necessita desse tempo para atingir a
tudos científicos, como sentar em uma cadeira na posição velocidade máxima. Por exemplo, o velocista quando
ergonomicamente correta; transportar uma mochila; ou parte para a corrida após o tiro de partida, ou um obje-
receber outras orientações que possam contribuir para a to quando é lançado.
melhoria da saúde. Assim, essa profissão objetiva ir além Um estudo realizado com jovens velocistas chi-
do que se ensina nas quadras, nos campos ou na aula. lenos de 13 anos verificou que eles alcançaram a ve-
O conceito de biomecânica para o movimento hu- locidade máxima (7,04 m/s) aos 30 m em uma prova
mano, tratando-se de aprendizagem, deve ir além do de 60 m rasos, realizada à máxima velocidade, sendo
entendimento em relação à palavra. Portanto, a biome- que esta tendeu a manter-se estável até os 45 m (DÍAZ,
cânica pode ser definida como a ciência que estuda os 1990). Tais resultados (...), indicam uma tendência de
movimentos dos seres vivos, considerando as forças jovens desta idade não conseguirem acelerar além des-
internas e externas que atuam sobre eles (MÜLLER; tas distâncias. A capacidade de aceleração de jovens ve-
RITZDORF, 2000). locistas parece ser inferior à de adultos, na qual tem-se
As forças produzem o movimento: ela puxa ou observado que a máxima velocidade de atletas adultos,
empurra um corpo ou um objeto em dado espaço, na condição de treinados, pode ser alcançada dos 50
por exemplo. A força não é visível, mas sabe-se que aos 70m. Em análise realizada com os ex-recordistas
ela existe pelos resultados que produz. Por exemplo, mundiais dos 100m rasos Carl Lewis e Ben Johnson,
um aluno aplica uma força no apoio dos pés no solo verificou-se que esses atletas conseguiam acelerar até
quando corre. Essa força pode ser exposta de duas for- os 60m da prova e sustentar tal velocidade até os 70m
mas: as forças internas, que são resultados das contra- (DICK, 1989), demonstrando grande capacidade de
ções musculares voluntárias que tracionam os ossos; aceleração.(DAL PUPO, 2008, nº 118, ANO12)
e as externas, aquelas que se encontram no ambien- O movimento linear acontece em linha reta, e o
te e fora do nosso corpo, como a gravidade e o atrito movimento rotacional (ou de translação) ocorre sobre
(HALL; TARANTO, 2000). um eixo de rotação. No atletismo, os movimentos são,
A velocidade é a rapidez com a qual um objeto se regularmente, a combinação de ambos e ela é conhe-
move a uma determinada direção. Esse objeto pode ser o cida como movimento geral. Na corrida, por exemplo,
corpo humano ou um implemento lançado. Um corredor o corpo se movimenta de forma linear e as pernas re-
de 100 m que corre esta distância em 10 s, correu 100 m alizam um movimento rotacional, conforme pode-se
com uma velocidade de 10 m/s. A velocidade horizontal é observar na figura 6:

29


Movimentos no plano sagital sobre


eixos articulares

Movimentos no plano sagital sobre o Movimentos no plano sagital


centro de gravidade sobre um eixo externo

Figura 6- Ilustração de exemplos de exercícios com movimentos lineares. / Fonte: adaptada de Thompson (2016).

Descrição da Imagem a imagem ilustrada mostra desenhos de seis corpos realizando movimentos rotacionais, movimentos em que o corpo
se movimenta no sentido de trás para frente e de frente para trás, todos no plano sagital.
• A primeira imagem está no canto esquerdo superior, uma mulher em pé, com o pé direito de apoio no chão, perna esquerda flexionada à
frente na altura do quadril, o tronco ereto, os braços esticados à frente do corpo com as palmas espalmadas (unidades), uma seta vermelha
indica o plano sagital.
• Ao lado, outro desenho de um corpo na horizontal, com as pernas flexionadas mostrando para cima o joelho, pés de apoio no chão, os braços
flexionados na altura da cabeça apoiados atrás dela, uma flecha acima da cabeça indica que o movimento é feito elevando a cabeça e tronco
a frente (movimento de abdominal).
• Logo abaixo dele duas mãos sobrepostas com a esquerda em cima da direita, realizando o movimento de levantar os dedos e abaixar num
movimento de abre e fecha sem perder o contato da palma. Setas vermelhas indicam a direção do movimento dos dedos.
• Abaixo dessas duas imagens, o desenho de uma jovem realizando um mortal para trás, o corpo começa com uma fase aérea esticando o corpo
pra cima, quando o corpo adquire a altura correspondente dele mesmo, as pernas são agrupadas junto do tronco, braços semiflexionados
próximo dos joelhos, enviando com a velocidade o peso do corpo para cima e para trás, as pernas se aproximam do chão completando a
rotação do corpo no plano sagital e o corpo termina o movimento com os dois pés de apoio como base, o tronco inclinado à frente quase
agrupado com os joelhos e braços semi-flexionados, uma seta vermelha indica o plano sagital do corpo.
• Na parte superior direita da imagem temos mais um desenho de um homem realizando o movimento de uma passada de corrida, tronco ereto,
a imagem é duplicada para mostrar a troca do pé apoio e a fase aérea da passada, o pé de apoio é o direito, a perna esquerda aparece flexionada
para trás e em seguida com elevação do joelho a frente, os braços realizam o movimento alternado de flexão à frente do corpo e extensão atrás.
• Abaixo dele mais dois movimentos de uma atleta no plano sagital com o eixo externo do corpo, um ao lado do outro, primeiro realizando
um movimento de flip flap em que o corpo se estica verticalmente inclinando-se para trás até a atleta tocar o solo com as mãos realizando a
rotação do corpo, a perna direita (uma seta vermelha indica a direção do movimento para trás) serve de base junto com as mãos e a esquer-
da é elevada e estica-se no alto sendo levado na direção da cabeça e na sequência já é possível ver o corpo já assumindo a posição final do
movimento com o corpo inclinado em posição decúbito dorsal com o pé esquerdo de apoio preparando-se para levantar o tronco e perder
o contato das mãos com o solo.
• À esquerda inferiormente temos o último corpo que aparece com o movimento sagital, uma ginasta dependurada ou suspensa numa barra,
usando as mãos em contato com a barra, o corpo esticado e setas vermelhas indicam a direção do movimento girando para frente e sendo
realizado sobre o eixo da barra.

30
EDUCAÇÃO FÍSICA

Vamos agora estudar brevemente sobre as leis do mo- frente, isto cria uma reação igual e oposta que provoca
vimento, para ajudá-lo a compreender melhor as forças o deslocamento do corpo no sentido da corrida. A lei da
que exercem sobre o corpo. A compreensão da relação reação também se aplica aos movimentos que ocorrem
entre força e movimento deve-se principalmente ao em suspensão. Nestas situações, a reação igual e oposta
inglês Isaac Newton (1642-1727). Ele é conhecido por ocorre nos movimentos de outras partes do corpo. Um
enunciar as três leis do movimento, em 1687, em sua saltador, por exemplo, projetará o tronco, as pernas e os
obra Philosophiae Naturalis Principia Mathematica. braços à frente no momento da queda, a reação igual e
A primeira lei do movimento ou inércia de Newton ale- oposta do tronco em relação às pernas auxiliará na per-
ga que “todo corpo continua em seu estado de repouso ou feita queda na areia. Veja a figura 7:
de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que
seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas so-
bre ele” (UNESCO, 2013, p.17). O mais importante é saber
como aplicar essa lei na prática. Um corredor, por exemplo,
não sairá do lugar no bloco de partida se não aplicar uma
força sobre ele. O saltador ou o barreirista não conseguirá
saltar ou ultrapassar as barreiras se não aplicar uma força
que mude a direção da corrida.
A segunda lei do movimento ou aceleração expõe
que “a aceleração de um corpo é proporcional à força que
a produz e ocorre na direção em que a força atua” (UNES-
CO, 2013, p. 18). Isto é, quanto maior a força, maior a
Figura 7 - Figura representativa da ação e reação
aceleração. Esta depende da quantidade de força aplicada Fonte: adaptado de IAAF (2009).
sobre um corpo. Nos lançamentos, quanto maior a força
exercida sobre o objeto lançado, maior será a aceleração. Descrição da Imagem a imagem mostra um homem em duas
posições corporais diferentes, a primeira com o corpo em pé
Uma vez lançado esse objeto, não haverá nenhuma força realizando o movimento de uma passada de corrida, com o tron-
co ligeiramente inclinado à frente num ângulo de 30 graus, o pé
que possa ser exercida sobre ele para acelerar. O mesmo direito é o pé de apoio, está atrás apoiado com as falanges no
chão, a perna esquerda flexionada à frente e joelho formando
se aplica aos saltos, quanto maior for a força aplicada no um ângulo de 40 graus, o braço direito semi-flexionado a frente
momento da impulsão, mais aceleração, altura ou distân- formando ângulo de 45 graus, o braço esquerdo esticado ao longo
do corpo preparando-se para realizar uma semi-flexão, a cabeça
cia poderá ser obtida. ereta olhando para a frente. A segunda posição mostra o final do
movimento com os dois pés de apoio juntos e o tronco inclinado
A terceira lei do movimento ou lei da reação diz que à frente buscando o equilíbrio corporal, os braços na altura do
quadril, essa imagem é acompanhada de duas setas uma superior
“para cada ação existe uma reação igual e no sentido e outra inferior, ambas para a esquerda, além de uma imagem
pontilhada indicando como o movimento corporal desenvolveu-se
oposto” (UNESCO, 2013, p. 19). pelo espaço com o tronco ereto e braços levantados acima da ca-
Por exemplo, um corredor exerce uma força contra beça enquanto a perna direita era trazida para unir-se à esquerda.

o solo no momento em que impulsiona o corpo para

31


A gravidade é uma força que nos puxa para o centro da Terra e está permanentemente presente. Essa força é exercida
em cada objeto e em cada corpo no planeta, sendo que cada objeto ou corpo possui um ponto imaginário onde essa
força atua. O corpo humano é uma forma complexa que se modifica constantemente em relação aos movimentos. O
centro de gravidade desloca-se de acordo com os movimentos do corpo, como mostra a Figura 8.

Centro de gravidade
Linha de gravidade
Barra de suporte
Figura 8 - Representação do ponto do Centro de Gravidade (C.G.) no corpo em várias posições / Fonte: Gallahue e Ozmuz (2005).

Descrição da Imagem a imagem retrata uma criança em quatro posições corporais diferentes em que o centro de gravidade permanece o
mesmo. Na primeira posição a cabeça apoiada no chão, as mãos apoiadas no chão lateralmente a cabeça com os cotovelos formando um ângulo
de 45 graus, a cabeça e o tronco formam a base, o tronco e as pernas unidas, ambos esticados para cima, a linha pontilhada divide o corpo em
duas metades da cabeça aos pés, um círculo pequeno vermelho na altura do umbigo. A segunda posição apresenta o corpo em sentido lateral
virado para a esquerda, a perna direita faz a base apoiada com o pé no chão, levemente flexionada, a perna esquerda esticada atrás no sentido
contrário a cabeça, o tronco inclinado à frente do corpo, ambos os braços esticados para trás como se fossem encontrar-se, uma linha pontilhada
divide o corpo em duas partes iguais da cabeça ao pé de apoio, um círculo vermelho aparece na altura do umbigo. A terceira posição mostra
um corpo em pé de frente, com as pernas afastadas lateralmente na mesma distância dos ombros com os dois pés formando a base no chão, o
tronco reto,a cabeça olhando a frente, os braços esticados ao longo do corpo, levemente desencostados da coxa num ângulo menor que 30 graus,
um círculo vermelho pequeno na altura do umbigo. A quarta posição mostra um corpo em pé de frente, com as pernas afastadas lateralmente
na mesma distância dos ombros, os dois pés formando a base no chão, o tronco reto, os braços esticados para cima, ladeando a cabeça, que
permanece olhando a frente. Na imagem há uma legenda indicando que o círculo vermelho é o centro da gravidade; a linha pontilhada, seria a
linha da gravidade; e a base de suporte está indicada com uma marcação na horizontal em azul.

• Altura do C.G. do saltador no momento da im-


Quando uma pessoa salta ou lança um implemento
pulsão ou do C.G. do implemento no momento
(disco, dardo, peso etc.), a gravidade atua como uma do lançamento.
força que puxa a pessoa ou o implemento em direção
ao solo. O desenho da trajetória pelo C.G. (Centro de As aulas que envolvem o movimento humano devem
Gravidade) de um corpo em suspensão é uma curva de- proporcionar um espaço de laboratório corporal para os
nominada parábola ou movimento parabólico. que a fazem, permitindo que a vivência motora enrique-
A trajetória deste depende de três fatores: ça o conhecimento de diversos elementos necessários
• Velocidade de lançamento. para que a prática de movimentos seja na fase de aquisi-
• Ângulo de impulsão ou lançamento. ção ou de especialização destes.

32
EDUCAÇÃO FÍSICA

Educação Física. Além disso, o conhecimento e a com-


preensão das fases do movimento humano permite aos
profissionais da Educação Física um planejamento mais
eficaz para cada grupo que irá atender, atendendo a ne-
cessidade específica de cada fase.
O percurso de estudo que fizemos até aqui teve
início na compreensão de que as origens do Atletismo
podem ser “vistas” historicamente no homem primitivo,
mas é somente na Grécia que podemos perceber clara-
mente a prática desse esporte com a gênese das Olim-
O trabalho docente com o conteúdo de atletismo em
píadas como um evento de exibição da capacidade hu-
unidades escolares - pelo profissional iniciante - deve
ser carregado de muito estudo e preparo antecipado
mana de superar limites. Sabemos que a compreensão
para uma visão macro daquilo que se tem a ensinar do Atletismo envolve muitas questões históricas, muitas
e do que o aluno naquela idade é capaz de aprender, vezes controversas, porém aos profissionais de Educação
lembrando das fases do desenvolvimento motor do Física cabe o estudo da área obtendo uma visão integral
ser humano, das leis da física que regem o movimento dessa manifestação esportiva-cultural do homem, pos-
e da técnica que se deseja ensinar ao aluno. Acesse o sibilitando no seu fazer pedagógico o acesso ao aluno/
podcast e conheça as experiências vivenciadas por um atleta às práticas corporais envolvidas neste esporte.
professor e saiba como ele pode resolver os desafios Não podemos esquecer de que a interdisciplinarida-
que encontrar. de é inevitável para qualquer área de conhecimento, e o
entendimento da biomecânica do movimento permite
Diante de todos os conhecimentos abordados nesta ao profissional de Educação Física entender mais deta-
unidade, você pôde perceber que existem muitas áreas lhadamente o movimento, em que plano ele acontece, a
que influenciam o ensino-aprendizagem do Atletismo. origem da força, os músculos envolvidos para que possa
Além dessa necessidade de conhecimento de outras ensinar com maior clareza, eficácia e ao mesmo tempo
áreas, é importante não esquecer, quando for ministrar entender em que fase do movimento está a dificuldade
uma aula ou um treino, que em cada fase o ser humano do aluno/atleta.
tem possibilidades de movimentos diferentes e preci- Assim, todo entendimento aqui proposto tem o ob-
sa ser compreendido nela, por isso precisamos conhe- jetivo de trazer-lhe uma formação integral para que es-
cer cada uma das fases da vida humana entendendo o teja capacitado a trabalhar com o Atletismo em diferen-
comportamento psicológico e motor de cada indivíduo tes espaços profissionais, tendo uma ação diferenciada
sob o olhar aprimorado de um professor/treinador de no mercado de trabalho.

33
atividades de estudo

Chegamos ao final da nossa unidade e agora é o momento de fazermos uma retomada de todo conteúdo
estudado, você está pronto? Sugiro que você construa um Mapa Mental de seus estudos usando os conceitos
propostos, sendo estes: Atletismo; Homem primitivo; Movimento para a sobrevivência; Grécia e jogos olímpi-
cos; Desenvolvimento motor; Biomecânica do movimento. Descreva os aspectos importantes discutidos em
cada palavra chave.

Homem primitivo
Movimento para a sobrevivência

Grécia e jogos olímpicos

ATLETISMO

Desenvolvimento motor Biomecênica do movimento

34
atividades de estudo

35
AS DIVERSAS FASES DAS
CORRIDAS NO ATLETISMO

Me. Élen Carla da Costa Baraldi


Me. Humberto Garcia de Oliveira

Oportunidades de Aprendizagem
Nesta unidade faremos grandes descobertas sobre as corridas,
essa prova tão específica do Atletismo que desperta em muitas
pessoas curiosidades e ao mesmo tempo espanto, afinal, por
meio de longos e fortes períodos de treinamento é possível
alcançar grandes performances, e ao longo dos anos o homem foi
superando a si mesmo, batendo recordes antes inimagináveis para
a espécie humana. Vamos aprender sobre os tipos de provas de
corridas, quais as características de cada uma delas, tipos de saída
e a velocidade das provas de corrida.
unidade

II


Oi, meu companheiro de leitura! Vem comigo nesse das corridas? O que são os blocos de partida e para que
grande desafio para conhecer a diversidade de provas de servem? Qual a diferença entre corridas de velocidade,
corridas nessa unidade de estudo. Digo desafio porque rasas, meio fundo, maratona e marcha atlética? Existe
imagino que você, assim como eu, durante a faculdade uma regra especial para a prova de revezamento? Como
foi descobrindo a cada novo conteúdo uma riqueza na são feitas as provas combinadas de pentatlo, decatlo e
disciplina de Atletismo até então, por mim, desconhe- heptatlo? Vamos descobrir juntos?
cida. Junto ao conhecimento foram surgindo muitas Não esqueço da minha prova prática de corrida de
indagações: Quais são os conhecimentos mais necessá- resistência ao final do primeiro semestre da faculdade,
rios sobre as corridas para que você, futuro professor/ eu corri a prova dos 800 metros calmamente pensando
treinador, esteja preparado para atuar profissionalmen- em cada passada das pernas e das mãos, já que eu seria
te? Afinal, por onde começar a ensinar sobre corridas? mesmo uma das últimas da minha turma, então que eu
Como ensinar para meu aluno/atleta cada uma dessas fizesse o melhor que pudesse, afinal o que a professora
provas? Como é feita a largada e a chegada em cada uma estava avaliando não era o tempo de cada acadêmico,

38
EDUCAÇÃO FÍSICA

mas o quanto cada um conseguiu aprender e colocar coordenado, se tem ritmo, se o tronco está inclinado. Se
em prática o conhecimento sobre como o corpo deve se você nunca “olhou” alguém de forma diferente te convi-
mover durante uma prova de corrida. do a experimentar, vamos correndo aprender?
Eu nunca havia pisado em uma pista de Atletismo Vamos então literalmente pôr a mão na massa! Você
até ingressar na Universidade, mas nunca mais esqueci o já percebeu que existem formas diferentes de correr, en-
que a professora disse ao me ver passar por ela: tão vou desafiá-lo(a) a observar:
- Bom movimento de braços Élen!. Proponho que você analise em vídeo, filme ou até
Eu já estava sem fôlego para terminar a segunda pessoalmente, o movimento de corrida de um adulto
volta, mas aquelas palavras encheram não só meus pul- no seu dia a dia normal da vida, e observe as caracte-
mões de ar, mas também todas as células do meu corpo rísticas desse correr.
de oxigênio para terminar aquela prova. Examine também outros movimentos totalmente dife-
Aqueles 800 metros marcaram o meu correr, até rentes do esporte como no ballet, por exemplo: Existem pe-
hoje quando vou dar um trote nas minhas caminha- quenos movimentos de corrida em uma coreografia que faz
das semanais me vem à cabeça a passada dos meus pés a bailarina se deslocar com pressa a um ponto do palco para
e a posição das mãos, fico me corrigindo sem querer. realizar uma diagonal, um círculo ou outro movimento.
Gosto de dizer que o verdadeiro conhecimento é o que Agora vamos comparar estas duas ocasiões em que o
levamos para a vida, assim quando penso em trabalhar movimento do correr acontece: Há diferença entre o cor-
com corridas, penso de imediato que é preciso que per- rer de uma bailarina e uma pessoa em sua atividade diária?
cebamos que: existe uma diferença clara entre o movi- Compare uma bailarina, uma pessoa em sua vida diária e um
mento de correr para pegar um ônibus usado em nosso atleta executando uma corrida de 50 metros, existe diferença
dia a dia e o correr esportivo, compreendido como um entre o correr deles? Como você pode justificar sua resposta?
movimento técnico, com objetivo diferente, treinado, Vamos agora organizar suas observações e compa-
pensado, com um fim a alcançar. rações em forma de registro e relacioná-las ao objeto de
Nós, profissionais da Educação Física, aprendemos a estudo da unidade. Escreva no seu diário de bordo!
ter um olhar diferente das outras pessoas, quando olha- Ao analisar diferentes formas de correr é possível
mos alguém correndo observamos se o movimento é observar:

• Existe um ritmo no movimento do correr diário do ser humano, no correr de uma bailarina durante uma
coreografia e no correr de um atleta de corrida ?
• O objetivo a ser alcançado em cada uma dessas ações são iguais? Por quê?
• Qual é a diferença entre esses três tipos de corrida?
• Justifique sua resposta com base em seu conhecimento prévio e as provocações iniciais apresentadas até aqui,
sobre o conteúdo..

39


As provas de corrida são a essência do Atletismo, como vi- cadas em muitos momentos até chegarem ao que co-
mos na Unidade I, os Jogos Olímpicos se originaram por nhecemos, em sua diversidade atual que foi possível
meio dessa prova. Vamos estudar mais sobre as corridas, historicamente construir. Buscaremos compreender
por meio do movimento básico do correr como gesto mo- as necessidades básicas, as especificidades, as fases de
tor atlético, entendido, aqui como um “gesto” de um movi- execução e a técnica de cada uma delas, analisando o
mento determinado, construído, analisado, estudado, pes- movimento por meio do método analítico, partindo
quisado e ensinado por profissionais que se apropriaram do das partes para o todo com o objetivo de oferecer me-
conhecimento científico como uma área do saber. lhor compreensão ao nosso estudo.
Estamos fazendo referência ao correr como uma O movimento da corrida, como já falamos an-
das provas do Atletismo que tem suas formas varia- teriormente, foi construído histórica e socialmente
das e combinadas com outros movimentos, cada uma pelo ser humano ao longo dos tempos até chegarmos
com suas especificidades, regras e formas, mas que, ao entendimento do correr como um movimento
no conjunto, são as provas de corrida. Todas elas fo- complexo, com regras, técnicas, posição corporal es-
ram construídas ao longo do tempo, sendo modifi- pecífica de tronco e membros.

40
EDUCAÇÃO FÍSICA

Correr é considerada uma atividade natural e, se com- torna próprio à medida que a mecânica da corrida modi-
parada a outras atividades, a princípio, parece fácil. Contu- fica-se, cada estilo vai se caracterizando e criando forma.
do não há nada de simples em correr quando estamos nos As provas de Atletismo podem ser diferenciadas segun-
referindo a este gesto como prova de corrida do atletismo e, do o local em que elas são realizadas, como Prova de pista
na prática, se analisarmos os aspectos mecânicos envolvi- (corridas), prova de rua (maratona, etc) e prova de campo
dos no exercício, comprovamos que isto é verdade. (salto, arremesso e lançamento). Nesta unidade como es-
As corridas são consideradas atividades cinéticas cí- tamos estudando as corridas vamos iniciar pelas provas
clicas (movimentos repetidos sistematicamente). Entre- de pistas (classificadas em corridas rasas), que por sua vez
tanto, deixam de ser cíclicas e simples quando associa- são divididas em três grupos: velocidade ou curta distância
mos as corridas às barreiras, aos obstáculos, às passagem (100m, 200m e 400m), médio-fundo (800m e 1500m) e as
de bastão nos revezamentos e, ainda, precedidas por sa- de longa distância ou de fundo (5000m e 10000m). Exis-
ídas de blocos na partida (nas corridas de velocidade). tem também as corridas com barreiras, com obstáculos e de
A mecânica de corrida é uma soma total da consti- revezamento. A seguir também veremos as provas de rua:
tuição corporal do indivíduo: força, potência, mobilida- maratonas, marcha atlética e provas combinadas como tria-
de articular, coordenação e até mesmo a capacidade de thlon, pentatlon, heptatlo e decathlon. As provas de campo
relaxamento muscular. Pode-se dizer que esta modalida- com saltos, arremessos e lançamentos serão tratadas nas
de reflete a personalidade do indivíduo: cada um tem o próximas unidades deste livro.
seu estilo, como se fosse uma impressão digital. Isto se Veja no quadro 1 as provas de pista e suas distâncias.

Provas de pista

Distância
Nome da prova

100 m
Velocidade ou curta distância
200 m
400 m

800 m
Médio fundo
1.500 m
5.000 m
Fundo ou Longa distância
10.000m
2.000 com obstáculos
3.000 com obstáculos
Corridas com obstáculos

100 m com barreiras


Corridas com barreiras
110 m com barreiras
400 m com barreiras
Revezamento 4x100m
4x400m
Quadro 1 - Provas de Pistas e distâncias / Fonte: CBAT (online).

41


A extensão da distância a ser percorrida irá determinar


reiras (100 m feminino, 110 m masculino e 400 m em
o tipo de velocidade do atleta durante a prova, por isso
ambos os gêneros), a concentração deve ser a mesma,
diferencia-se entre corridas de velocidade e corridas de
porém, deve-se adicionar as passagens sobre as barrei-
resistência. Também é pela distância que se definem,
ras. Em distâncias mais longas (800 m, 1.500 m, 5.000
durante os treinos, estratégias para cada prova, diferen-
m, 10.000 m e maratona, com percurso de 42.195 m),
ciando-as, embora todas sejam provas de corridas, com
o corredor deverá otimizar a distribuição do esforço ao
biotipos diferentes de atletas para cada prova, podemos
longo da distância a percorrer.
chamar seus respectivos atletas de velocistas, meio-fun-
As provas de corrida também podem ser classifica-
distas e fundistas.
das tendo como eixo os tipos de velocidade, pois existem
O objetivo principal em todas as disciplinas de cor- diferentes categorias. Cada prova exige uma velocidade
rida é maximizar a velocidade média ao longo do per- própria para atingir o máximo de eficácia na corrida,
curso. Nas corridas de velocidade (100 m, 200 m e 400 essa diferenciação classifica as velocidades em tipos di-
m), o objetivo é alcançar e manter a velocidade máxima ferentes. Veja no quadro 2 os tipos de provas de corrida e
durante o percurso. Nas corridas que possuem as bar- a discriminação quanto à velocidade usada.

PROVAS DE CORRIDA

TIPOS DE VELOCIDADE PROVAS


PROVAS VELOCIDADE PURA
100 metros rasos
200 metros rasos
PROVAS VELOCIDADE PROLONGADA
400 metros rasos
PROVAS DE FUNDO
800 metros rasos
PROVAS DE MEIO FUNDO
1.500 metros rasos
PROVAS DE FUNDO 5.000 metros
10. metros rasos

PROVAS DE GRANDE FUNDO Maratona (42.195 m.)

Quadro 2 - Provas de corrida / Fonte: CBAT (online).

Quais são os tipos de velocidade que podemos distinguir? Podemos aqui discorrer duas, a velocidade pura e a veloci-
dade prolongada.
Velocidade pura é aquela em que o atleta irá aplicar durante a prova o máximo de sua velocidade, mostrando
durante toda a prova sua capacidade de aceleração, manutenção e resistência de velocidade. A velocidade prolongada
é a capacidade desenvolvida pelo atleta de manter resistentemente durante um tempo prolongado a velocidade sem
perder a capacidade física, muitas vezes deixando para os metros finais da prova uma aceleração.

42
EDUCAÇÃO FÍSICA

As corridas de velocidade são assim chamadas por Nas corridas de velocidade de 100 m até as pro-
serem essencialmente corridas que buscam o máximo de vas de 400 m, incluindo as provas de corridas sobre
velocidade em um tempo menor possível, exigindo do atle- barreiras (100 m feminino, 110 m masculino e 400 m
ta a resistência e a velocidade. Nas provas de velocidade são para ambos) é regulamentado que todos devem reali-
exigidos posicionamentos próprios conhecidos como saídas zar a saída dos blocos de partida. A técnica de partida
baixas, elas são realizadas com um atleta por raia, e se utili- nos blocos é formada por fases que estão conectadas
zam dos blocos de partida ou saídas de bloco, que têm o seu à voz de comando dada pelo árbitro de partida, como
jeito e as suas características próprias de iniciar uma prova. mostra a Figura 1.

Figura 1 – Sequência completa da saída baixa (dos blocos de partida) / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a figura mostra o desenho do corpo de um homem em movimento em uma sequência de 12 posições corporais para
demonstrar como acontece o movimento da saída de bloco:
• Primeira figura: um corpo grudado no chão, com um dos joelhos (direito) apoiado no chão, o esquerdo semi-flexionado, as mãos apoiadas
no chão, o tronco curvado para frente e a cabeça baixa.
• Segunda posição: um corpo curvado para o chão, com o tronco à frente, as mãos apoiadas no chão e pés fixos nos blocos de partida, olhando
para as mãos.
• Terceira posição: um corpo curvado para o chão, com o tronco à frente, as mãos perdem o contato com o chão, pés fixos nos blocos de
partida, olhando para as mãos.
• Quarta posição: o corpo começa a buscar a posição ereta para sair da inércia, começa a buscar a linha do horizonte para olhar.
• Quinta posição: o corpo atinge o ângulo de 45 graus, perna direita mantém o contato com o bloco de partida, perna esquerda movimenta-se
a frente para a primeira passada, braços semi-flexionado, esquerdo a frente e direito atrás, cabeça olhando para a frente.
• Sexta posição: corpo perde totalmente o contato com o bloco de partida, mantém o mesmo ângulo de inclinação do tronco e realiza a segunda
passada com a perna direita à frente, braços alternando-se no mesmo movimento flexionado.
• Sétima posição: corpo ainda com ângulo de 45 graus, esforça-se para começar a aceleração da velocidade corporal, ainda está realizando a
segunda passada e prepara-se para iniciar uma flexão do joelho.
• Oitava posição: mantém a mesma posição corporal com elevação do joelho esquerdo flexionado, braço direito à frente buscando impulso
e braço esquerdo elevado atrás.
• Nona posição: imagem mostra o início da terceira passada, o pé direito já perdeu o contato com o chão e prepara a elevação do joelho,
braços realizando a alternância.
• Décima posição: é possível ver um ângulo de 45 graus na elevação do joelho direito a frente numa passada ampla, tronco com ângulo de 70
graus, braços ainda realizando a alternância.
• Décima primeira posição: o corpo dá início a troca de pés com contato para a quarta passada de pernas, joelho esquerdo flexionado atrás
num ângulo de 45 graus, braço direito atrás e o esquerdo a frente semi-flexionado.
• Décima segunda posição: o corpo realiza a quarta passada com perna esquerda a frente flexionada com ângulo de 45 graus, extensão da
perna direita atrás.

43


Organizamos o estudo da partida de blocos, dividindo-a em quatro fases, observe a sequência completa da saída nas
provas de velocidade:

FASE 1 - Posição “aos seus lugares” FASE 2 - Posição “prontos”


Na posição “aos seus lugares”, o aluno tem de se co- Na posição de “prontos”, ele move-se colocando-se na
locar nos blocos de partida e definir a posição inicial. posição ideal para a partida.

Figura 2 - Um atleta posicionado no bloco de partida Figura 3 - Posição “prontos”.

Descrição da Imagem Pés posicionados no bloco de partida, Descrição da Imagem Nessa fase o apoio no bloco de partida
onde apenas a ponta do pé direito toca o bloco, mantendo o é com a meia ponta de ambos os pés. Os joelhos permanecem
joelho no chão. Pé esquerdo em meio apoio no bloco, mantendo flexionados, porém altos, preparados para largada. O quadril é
o joelho flexionado apontado para a frente. Mãos no chão, logo elevado de modo a ficar alinhado com os ombros. As mãos man-
atrás da linha de saída, com o polegar separado dos demais dedos têm-se na mesma posição, apoiando e equilibrando o tronco.
formando uma abertura, para apoiar o tronco. Cabeça abaixada olhando para o chão.

44
EDUCAÇÃO FÍSICA

FASE 3 - Partida FASE 4 - Aceleração


Na fase da partida, o aluno abandona os blocos e realiza Na fase de aceleração, ele aumenta a velocidade e faz a
a primeira passada de corrida. transição para a corrida de velocidade máxima.

Objetivo da Fase 1 - Posição “aos seus lugares”: en-


contrar a posição inicial mais apropriada.

Figura 4 - Partida.

Descrição da Imagem Aqui, há duas fotografias: uma lateral e


Figura 5 – Visão lateral e frontal da posição “aos seus lugares”
uma posterior que mostram a mesma fase. Na primeira imagem
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
um homem, tendo seu movimento visto lateralmente. Na segunda
imagem (esquerda para a direita) um homem e uma mulher, vistos
em movimento por trás. Nas duas imagens os atletas forçam a
saída do bloco de partida, usando como apoio o pé que está posi- Descrição da Imagem são duas figuras mostrando o contorno
cionado à frente no bloco de partida, no caso, a perna esquerda. (preto e branco) de um homem agachado, a primeira mostra-o
Enquanto a perna de trás (no caso, a direita) avança, com o joelho lateralmente, e a segunda frontalmente. Ele está agrupado no
flexionado. O braço esquerdo à frente do corpo, formando um chão, com um dos joelhos (direito) apoiado no chão, o esquerdo
ângulo de 90° com o antebraço verticalmente para cima. Braço semi-flexionado, as mãos apoiadas no chão ladeando as pernas,
direito para trás, acompanhando a perna esquerda. Cabeça reta, o polegar separado do indicador, o tronco curvado para frente e
olhando para o chão. a cabeça olhando para o chão.

45


• O joelho da perna de trás deve fazer um ângulo


Objetivo da Fase 2 - Posição de “prontos”: o atleta
de 120º-140º.
deve colocar-se na posição ideal para iniciar a corrida.
• O quadril deve estar ligeiramente mais alto que os
ombros, o tronco deve estar inclinado para a frente.
• Os ombros devem estar ligeiramente adiantados
em relação às mãos.

Objetivo da Fase 3 - Posição de partida: abandonar


o bloco e realizar a primeira passada com velocidade e
equilíbrio. O tempo gasto por um atleta para sair do es-
tado de repouso e colocar o corpo em movimento após
o sinal sonoro do árbitro é chamado de velocidade de
reação. Ela não depende somente da concentração, mas
da resposta corporal de cada atleta em nível celular, des-
de o reconhecimento do estímulo auditivo até a resposta
Figura 6 – Visão lateral da fase de “prontos” na saída do blo-
co de partida / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000). musculoesquelética do movimento.
Exercícios pedagógicos condicionantes para
Descrição da Imagem um homem curvado para o chão, com o
tronco à frente, as mãos apoiadas no chão e pés fixos nos blocos
treino da capacidade de reação e aceleração indis-
de partida, olhando para as mãos, uma linha horizontal destaca o pensáveis para a fase de partida
alinhamento dos ombros e do quadril, um círculo destaca o ângulo
do joelho esquerdo formando um sinal de >. Exercícios de reação.
Objetivos: melhorar a capacidade de reação e
aceleração.
Características técnicas importantes dessa fase: Ao sinal, o aluno deverá reagir rapidamente; o sinal
• Os pés devem pressionar os blocos para trás. deverá ser auditivo, visual e tátil. Pode ser feito indivi-
• O joelho da perna da frente deve fazer um ân- dualmente ou em grupo e também com perseguições.
gulo de 90º. Variar as posições: deitado, sentado, em pé etc.

Figura 7 – Exercícios condicionantes de reação e aceleração / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem 3 figuras, uma ao lado da outra, mostram uma o contorno (preto e branco) de uma pessoa: Primeiro deitada em decúbito
ventral no chão, pernas esticadas com os dedos apoiados no chão, as mãos também apoiadas no chão com os cotovelos elevados. A segunda
ajoelhada em posição sentada sobre as pernas, apoiando os glúteos sobre os calcanhares, tronco ereto, cabeça reta olhando para a frente,
braços formando um ângulo de 45 graus com o cotovelo ao lado das costelas. A terceira em pé com as mãos apoiadas no chão frente aos pés,
tronco inclinado à frente, cabeça olhando para o chão.

46
EDUCAÇÃO FÍSICA

Exercícios de aceleração partindo parado.


Objetivos: compreender a elevação do tronco e melhorar a aceleração.
Como sugere a Figura 8:
1. Partida em desequilíbrio sem ordem de partida.
2. Partida de pé em posição inclinada.
3. Partida de pé com três ou quatro apoios.

1 2 3
Figura 8 – Exercícios condicionantes partindo da posição “em pé” / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a figura é composta por três quadros representando uma sequência de posições, com o contorno em preto e branco
das pessoas.
Primeiro quadro: A imagem mostra um homem em cinco posições, mostrando uma sequência.
Posição um: Um homem na posição ereta, com braços e pernas estendidos e relaxados. Cabeça voltada à frente.
Posição dois: O homem agora, se inclina à frente em direção ao solo, mantendo as pernas estendidas, porém os braços se flexionam levemente
à frente do tronco. Cabeça voltada à frente.
Posição três: um pouco mais inclinado à frente, a perna direita mantém-se estendida e a perna esquerda é flexionada em direção à frente e
acima. O tronco é levemente rotacionado, fazendo com que os braços se desloquem acompanhando o movimento. Braço direito à frente e
braço esquerdo atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição quatro: Nessa posição o homem, mais inclinado ainda, está com o pé esquerdo já tocando o solo, porém ainda com o joelho flexiona-
do. A perna direita está fora de apoio do solo, flexionada e direcionando-se à frente. O braço esquerdo já posicionado lateralmente ao tronco
direcionando-se também, à frente. O braço direito direcionando-se para trás. Cabeça voltada à frente.
Posição cinco: Mantendo a inclinação da posição anterior, agora, a perna esquerda mantém-se estendida e a perna direita é flexionada em
direção à frente e acima. O tronco é levemente rotacionado, fazendo com que os braços se desloquem acompanhando o movimento. Braço
esquerdo à frente e braço direito atrás. Cabeça voltada à frente.
Segundo quadro: A imagem traz duas posições.
Primeira posição: Um homem, apoiado em ambos os pés, com os joelhos levemente flexionados, mantendo a perna direita à frente e a perna
esquerda um pouco mais atrás, tronco totalmente inclinado, com a cabeça erguida olhando para a frente, braço direito atrás do tronco e flexio-
nado a 90°. Braço esquerdo à frente do tronco e flexionado a 90°
Segunda posição: Um homem, apoiado em ambos os pés, com os joelhos levemente flexionados, mantendo a perna direita à frente e a perna
esquerda um pouco mais atrás, tronco totalmente inclinado, com a cabeça erguida olhando para a frente. Braços em direção ao solo, totalmente
estendidos.
Terceiro quadro: A imagem traz duas posições.
Primeira posição: Um homem, apoiado em ambos os pés, com os joelhos levemente flexionados, mantendo a perna direita à frente e a perna
esquerda um pouco mais atrás, tronco totalmente inclinado, com a cabeça erguida olhando para a frente, braço direito atrás do tronco e flexio-
nado a 90°. Braço esquerdo à frente do tronco, estendido e tocando o solo.
Segunda posição: Um homem, apoiado em ambos os pés, com os joelhos levemente flexionados, mantendo a perna direita à frente e a perna
esquerda um pouco mais atrás, tronco totalmente inclinado, com a cabeça erguida olhando para a frente. Braços totalmente estendidos e
tocando o solo.

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Objetivo da Fase 4 - aceleração: aumentar a velocidade e alcançar a velocidade máxima

Figura 9 – Sequência dos primeiros passos na fase de aceleração / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem A imagem mostra o contorno (preto e branco) de um homem em movimento com 06 posições:
Posição um: o atleta está em fase de voo, ou seja, nenhum dos pés está tocando o solo. O tronco está inclinado à frente, a cabeça está voltada
para frente, braço direito levemente flexionado ao lado do corpo, braço esquerdo levemente flexionado um pouco à frente do tronco. Perna
direita flexionada e à frente, Perna esquerda levemente flexionada e atrás.
Posição dois: tronco ainda inclinado à frente, perna direita toca o solo em meia ponta e semi flexionada, perna esquerda fica paralela à direita,
indo em direção à frente. Braço direito semiflexionado ainda à frente do tronco e braço esquerdo semi flexionado em uma trajetória de trás
pra frente. Cabeça baixa olhando o solo.
Posição três: mantém a mesma posição corporal com elevação do joelho esquerdo flexionado, perna direita semi flexionada tocando o solo
apenas com a ponta dos pés, braço direito à frente buscando impulso e braço esquerdo elevado atrás.
Posição quatro: imagem mostra o pé direito já perdeu o contato com o solo e se prepara a elevação do joelho, pé esquerdo alcança o solo com
o joelho semi flexionado, realizando a impulsão do corpo para frente. Braços realizando a alternância.
Posição cinco: em fase de voo onde nenhum dos pés tocam o chão, é possível ver um ângulo de 90° graus na elevação do joelho direito a frente
numa passada ampla, perna esquerda estendida atrás e braços se alternando para dar impulso ao movimento.
Posição seis: pé direito dá início no contato com o solo e a perna esquerda é flexionada para dar continuidade na passada do movimento, joelho
esquerdo flexionado atrás num ângulo de 45 graus, braço direito atrás e o esquerdo a frente, semi flexionado.
Em todo o conjunto de posições a cabeça mantém-se voltada para a frente.

Características técnicas Método para ensinar a sequência completa.


• O pé da frente deve ser rapidamente colocado no Passo 1 – Ensinar a posição nos blocos de partida.
terço anterior para a primeira passada de corri- Passo 2 – Ensinar a posição de prontos no bloco de
da. partida.
• O aluno deve manter a inclinação do tronco à Passo 3 – Correr 20-30 m com e sem voz de comando.
frente.
Passo 4 – Realizar a sequência completa unindo to-
• A recuperação deve ser rápida, o pé não deve su-
das as fases:
bir mais que o joelho.
• “Aos seus lugares”.
• A amplitude e a frequência das passadas aumen-
• “Prontos”.
tam a cada passada.
• “Sinal auditivo de partida”.
• O tronco endireita-se gradualmente após 10-20
m de corrida. • “Aceleração” – 20 a 30 m.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Como percebemos, existe uma técnica eficaz e econômica para realizarmos o ato de correr que, sob o olhar da área da Edu-
cação Física, não é apenas o simples ato de realizar as passadas, mas um movimento pensado pelo corpo inteiro coordenado
e integrado, o qual, se realizado de forma correta, permitirá o bom desempenho dentro do objetivo proposto.
Outro ponto importante que vale ressaltar é que, em cada prova de corrida, o corpo está em uma posição dife-
rente, ora agachado, ora em pé, ora inclinado, exigindo do atleta/aluno uma força contra o solo para que aconteça o
deslocamento, usando ou não os blocos de partida, dependendo da prova que ele está participando.

Indico a você esse filme que irá lhe ajudar a perceber diferentes realidades por
esse nosso Brasil, grandioso e diverso, com tantos atletas a serem descobertos,
com tantos professores e treinadores a serem conhecidos. Vamos assistir?
Título: O amanhecer do atleta
Para acessar, use seu leitor de QR Code.

CORRIDA SOBRE BARREIRAS

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Dentre as provas de corridas de velocidade, há a corrida


sobre barreiras, com as fases de execução bem compre-
endidas para um bom desempenho.
É uma modalidade que teve origem na Inglaterra
e foi inspirada nas competições hípicas. Em meados
do século XIX, as barreiras eram feitas de madeira
enterradas no solo, medindo, normalmente, 3 pés e
6 polegadas (1,067 m) – esta altura mantém-se até
hoje –. Os materiais evoluíram e ainda hoje as barrei-
ras evoluem à medida da necessidade. As técnicas de
transposição das barreiras mudaram das formas mais
diversas, até que, em 1886, um estudante da Univer-
sidade de Oxford, chamado Arthur Croome, criou o
estilo de atacar a barreira com a perna estendida –
que se mantém até os nossos dias (MATTHIESEN;
RANGEL; DARIDO, 2014).
A técnica da corrida sobre barreiras é formada por
três fases: impulsão, transposição e recepção. Entretanto,
um elemento-chave que deve ser considerado é a velo-
cidade (ou a corrida entre as barreiras). O objetivo prin-
cipal da transposição é minimizar o tempo de suspen-
são. Para que isto ocorra de forma rápida, é necessário
dominar a técnica, pois ela permitirá ao atleta cumprir
esse objetivo (LOHMANN, 2011). Durante a prova, se
acontecer de um atleta derrubar intencionalmente qual-
quer uma das barreiras durante a prova, será eliminado.
Porém, se for acidentalmente, a prova deve prosseguir
normalmente.

50
EDUCAÇÃO FÍSICA

A B C

Figura 11 – Sequência completa da transposição sobre as barreiras: (a) impulsão; (b) transposição; (c) recepção.
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem o contorno em preto e branco de um homem saltando barreira em sequência de 10 posições
Sequência da fase de impulsão/chamada:
Primeira posição: uma pessoa em pé com a perna esquerda flexionada fazendo um possível movimento de trás para a frente, a perna direita
encostada ao solo, semi flexionada, em posição de corrida, braço esquerdo fazendo o movimento de frente para trás e o braço direito o movi-
mento de trás para frente. Cabeça em posição reta olhando para a barreira.
Segunda posição: O atleta com o tronco inclinado à frente, perna direita estendida, perna esquerda flexionada à frente e para cima. Braço
direito à frente e para cima em um ângulo de noventa graus (braço/antebraço). Braço esquerdo posicionado ao lado do corpo. Tronco inclinado
para frente. Cabeça reta olhando para a barreira.
Terceira posição: Os pés do atleta não tocam mais o solo. Nessa fase inicial de voo a perna esquerda está levemente flexionada à frente e a
perna direita, levemente flexionada atrás. Braço direito à frente e para cima, em um ângulo de cento e vinte graus (braço/antebraço). Braço
esquerdo ainda ao lado do corpo. Tronco inclinado para frente. Cabeça reta olhando para a barreira.
Quarta posição: Ainda em fase de voo, o atleta agora tem ambas as pernas estendidas, esquerda à frente e direita atrás. O braço direito esten-
dido à frente, quase tocando o pé esquerdo que já está na altura da barreira. Tronco inclinado para frente. Braço esquerdo ainda na lateral do
corpo. Cabeça reta olhando para a próxima barreira.
Sequência da fase de transposição
Quinta posição: Ainda em fase de voo, a perna esquerda permanece à frente e estendida. A perna direita semi flexionada para a lateral indo
em direção à barreira. Braço direito semi flexionado em uma posição de cima para baixo e para trás. Braço esquerdo ainda na lateral do corpo.
Tronco semi flexionado à frente. Cabeça reta olhando para a próxima barreira.
Sexta posição: Ainda em fase de voo, agora já acima da barreira por completo, a perna esquerda mantém-se estendida à frente e já começando
a abaixar, enquanto a perna direita está flexionada em um ângulo de 90° (coxa/canela), avançando lateralmente. Braço direito estendido à frente
e abaixo, em um trajeto de frente para trás, em direção à perna direita. Braço esquerdo ainda na lateral do corpo. Tronco semi flexionado à
frente. Cabeça reta olhando para a próxima barreira.
Sétima posição: Ainda em fase de voo, agora a perna esquerda estendida já está em trajeto descendente em direção ao solo, enquanto a perna
direita já transpassou a barreira e está ainda totalmente flexionada lateralmente indo à frente. Braço direito está na mesma posição da perna
direita, porém com trajeto de frente para trás. O braço esquerdo começa a se movimentar para frente. Tronco semi flexionado à frente. Cabeça
reta olhando para o solo.
Oitava posição: Finalizando a fase de voo, a perna esquerda estendida à frente quase toca o solo com o pé em meia ponta. A perna direita
totalmente flexionada faz um movimento da horizontal para a vertical. O braço direito, agora levemente flexionado, passa a posição do joelho
direito e mantém-se atrás. O braço esquerdo, em uma posição de noventa graus (braço/antebraço), dirige-se à frente. Tronco começa a se
levantar. Cabeça reta olhando para a próxima barreira.
Sequência da fase de recepção
Nona posição: Com a perna ainda totalmente estendida, o pé esquerdo toca o solo em meia ponta. A perna direita está em fase de recuperação,
em uma trajetória vertical à frente da perna esquerda, com o joelho flexionado. O braço esquerdo acompanha o movimento da perna direita,
movimentando-se à frente. O braço direito se mantém atrás semi flexionado. Tronco quase ereto. Cabeça reta olhando para a próxima barreira.
Décima posição: a perna esquerda mantém-se estendida, agora impulsionando o corpo para a frente. A perna direita, totalmente recuperada,
com o joelho flexionado impulsionando o corpo para frente e para cima. O braço esquerdo, está em uma posição de noventa graus (braço/ante-
braço), à frente do tronco. O braço direito continua atrás, semi flexionado. Tronco inclinado à frente. Cabeça reta olhando para a próxima barreira.

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Fase 1: Impulsão
Objetivo: estabelecer uma trajetória ideal que minimize a altura da passagem.
Para que isto ocorra de forma tecnicamente adequada, é necessário que:
• Mantenha-se na posição alta do tronco quando atacar a barreira.
• A impulsão deve ser feita mais para a frente do que para cima (correr para a barreira e não saltar). As articulações
do tornozelo e do joelho devem estar em extensão completa. A coxa da perna da frente eleva-se rapidamente para a
posição horizontal.

Figura 12 – Fase de ataque à barreira (a seta indica a direção da corrida) / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a imagem demonstra um homem (contorno preto e branco) no momento de ataque à barreira com a perna esquerda
com visão lateral (esquerda para a direita) em três posições.
Posição um: o atleta está com a perna direita semi flexionada, tocando o solo em meia ponta, perna esquerda totalmente flexionada atrás. Braço
direito em uma trajetória de trás para a frente semi flexionado enquanto o braço esquerdo está na lateral do corpo em uma trajetória de frente
para trás. Tronco levemente flexionado à frente. Cabeça reta voltada à frente.
Posição dois: O atleta com o tronco inclinado à frente, com a perna direita estendida ainda tocando o solo em meia ponta, perna esquerda fle-
xionada à frente e para cima. Braço direito à frente e para cima em um ângulo de noventa graus (braço/antebraço). Braço esquerdo posicionado
ao lado do corpo. Tronco inclinado para frente. Cabeça reta olhando para a barreira. Há uma seta na região do tronco, indicando frente e acima.
Posição três: Os pés do atleta não tocam mais o solo. Nessa fase a perna esquerda está levemente flexionada à frente e a perna direita, levemente
flexionada atrás. Braço direito à frente e para cima, em um ângulo de cento e vinte graus (braço/antebraço). Braço esquerdo ainda ao lado do
corpo. Tronco inclinado para frente. Cabeça reta olhando para a barreira.

Fase 2: Transposição
Objetivo: minimizar a perda de tempo na suspensão da transposição.
• Para isto, a impulsão é feita à frente da barreira pelo terço anterior do pé. Ela é feita a uma distância proporcio-
nal à velocidade de corrida. Após a transposição, o aluno deverá abaixar rápida e ativamente a perna que está
à frente. A recepção deve ser ativa e feita pelo terço anterior do pé (não deve haver contato do calcanhar com
o solo durante a recepção).

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 13 – Visão lateral de ataque e transposição da barreira, com ênfase na perna de ataque (perna que está estendida)
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a imagem mostra um homem (contorno preto e branco) no movimento exato do ataque a barreira com a perna esquerda,
em visão lateral (esquerda para a direita) com 5 posições. Perna que está estendida segue demarcada de cor diferente para melhor visualização
(a perna esquerda).
Posição um: Ainda em fase de voo, o atleta agora tem ambas as pernas estendidas, esquerda à frente e direita atrás. O braço direito estendido
à frente, quase tocando o pé esquerdo que já está na altura da barreira. Tronco inclinado para frente. Braço esquerdo ainda na lateral do corpo.
Cabeça reta olhando para a próxima barreira. O pé esquerdo está sinalizado com um círculo ao seu redor, para indicar o início da fase de ataque.
Posição dois: Ainda em fase de voo, a perna esquerda permanece à frente e estendida. A perna direita semi flexionada para a lateral indo em
direção à barreira. Braço direito semi flexionado em uma posição de cima para baixo e para trás. Braço esquerdo ainda na lateral do corpo.
Tronco semi flexionado à frente. Cabeça reta olhando para a próxima barreira.
Posição três: Ainda em fase de voo, agora já acima da barreira por completo, a perna esquerda mantém-se estendida à frente e já começando a
abaixar, enquanto a perna direita está flexionada em um ângulo de 90° (coxa/canela), avançando lateralmente. Braço direito estendido à frente
e abaixo, em um trajeto de frente para trás, em direção à perna direita. Braço esquerdo ainda na lateral do corpo. Tronco semi flexionado à
frente. Cabeça reta olhando para a próxima barreira.
Posição quatro: Ainda em fase de voo, agora a perna esquerda estendida já está em trajeto descendente em direção ao solo, enquanto a perna
direita já transpassou a barreira e está ainda totalmente flexionada lateralmente indo à frente. Braço direito está na mesma posição da perna
direita, porém com trajeto de frente para trás. O braço esquerdo começa a se movimentar para frente. Tronco semi flexionado à frente. Cabeça
reta olhando para o solo.
Posição cinco: Finalizando a fase de voo, a perna esquerda estendida à frente quase toca o solo com o pé em meia ponta. A perna direita total-
mente flexionada faz um movimento da horizontal para a vertical. O braço direito, agora levemente flexionado, passa a posição do joelho direito
e mantém-se atrás. O braço esquerdo, em uma posição de noventa graus (braço/antebraço), dirige-se à frente. Tronco começa a se levantar.
Cabeça reta olhando para a próxima barreira.

Na visão frontal do ataque à barreira podemos ver claramente a posição corporal do atleta durante a passagem,
como mostra a figura 14 em que o atleta está na fase aérea ou de vôo, perceba que a perna de ataque (direita) movi-
menta-se no plano sagital (para frente), enquanto a perna esquerda segue lateralmente no plano horizontal. É impor-
tante essa diferenciação das pernas e seus respectivos movimentos durante o processo de ensino-aprendizagem para
um maior êxito na passagem evitando derrubar a barreira e melhorando a qualidade do ataque para superar alturas
maiores com o andamento dos treinos.

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Figura 14 – Visão frontal do ataque e transposição sobre barreira

Descrição da Imagem Trata-se de uma fotografia, com visão fron-


tal de um atleta transpondo uma barreira. A perna esquerda está
flexionada lateralmente. A perna direita está estendida à frente já
passando sobre a barreira. Braço esquerdo flexionado à frente e
braço direito semi flexionado atrás. Cabeça ereta voltada à frente.

Objetivos: enfatizar a inclinação para a frente e diminuir o tempo gasto na transposição da barreira.
• Nesta posição, a perna de ataque deverá ficar totalmente estendida sobre a barreira e após a transposição. O
pé deverá ficar flexionado. O tronco deverá inclinar-se sobre a coxa da perna de ataque, quanto mais alta a
barreira, maior deverá ser a inclinação. Os ombros deverão estar paralelos às barreiras.
Durante o processo de ensino-aprendizagem o professor/treinador deve orientar a função de cada perna durante a
passagem, sem esquecer do tronco que também auxilia e tem função na biomecânica do movimento, como é possível
perceber na figura 15, ele auxilia no equilíbrio pois não deve estar muito inclinado à frente e ao mesmo tempo cola-
bora com a aquisição da fase de vôo.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 15 – Transposição com ênfase na perna de rebote (perna que está flexionada) / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a imagem mostra o contorno em preto e branco de um homem realizando a passagem da barreira com a perna esquerda
de ataque em visão lateral (esquerda para a direita) com sequência de cinco posições. Perna flexionada está demarcada de cor diferente para
melhor visualização. No caso da imagem, a perna direita.
Posição um: Ainda em fase de voo, o atleta agora tem ambas as pernas estendidas, esquerda à frente e direita atrás. O braço direito estendido
à frente, quase tocando o pé esquerdo que já está na altura da barreira. Tronco inclinado para frente. Braço esquerdo ainda na lateral do corpo.
Cabeça reta olhando para a próxima barreira.
Posição dois: Ainda em fase de voo, a perna esquerda permanece à frente e estendida. A perna direita semi flexionada para a lateral indo em
direção à barreira. Braço direito semi flexionado em uma posição de cima para baixo e para trás. Braço esquerdo ainda na lateral do corpo.
Tronco semi flexionado à frente. Cabeça reta olhando para a próxima barreira.
Posição três: Ainda em fase de voo, agora já acima da barreira por completo, a perna esquerda mantém-se estendida à frente e já começando a
abaixar, enquanto a perna direita está flexionada em um ângulo de 90° (coxa/canela), avançando lateralmente. Braço direito estendido à frente
e abaixo, em um trajeto de frente para trás, em direção à perna direita. Braço esquerdo ainda na lateral do corpo. Tronco semi flexionado à
frente. Cabeça reta olhando para a próxima barreira. O pé direito está sinalizado com um círculo, para demarcar o início do movimento de rebote.
Posição quatro: Ainda em fase de voo, agora a perna esquerda estendida já está em trajeto descendente em direção ao solo, enquanto a perna
direita já transpassou a barreira e está ainda totalmente flexionada lateralmente indo à frente. Braço direito está na mesma posição da perna
direita, porém com trajeto de frente para trás. O braço esquerdo começa a se movimentar para frente. Tronco semi flexionado à frente. Cabeça
reta olhando para o solo. Segunda parte do movimento de rebote (onde a perna começa a fazer um movimento para cima e depois para a frente).
Há uma seta da esquerda para a diagonal superior direita, indicando a direção da corrida.
Posição cinco: Finalizando a fase de voo, a perna esquerda estendida à frente quase toca o solo com o pé em meia ponta. A perna direita total-
mente flexionada faz um movimento da horizontal para a vertical. O braço direito, agora levemente flexionado, passa a posição do joelho direito
e mantém-se atrás. O braço esquerdo, em uma posição de noventa graus (braço/antebraço), dirige-se à frente. Tronco começa a se levantar.
Cabeça reta olhando para a próxima barreira. Última fase do rebote, onde a perna está em trajetória descendente pronta para tocar o solo.

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Objetivos: minimizar a altura para passar a barreira e preparar para Objetivo: transferir a passagem da barreira
uma recepção ativa. para a corrida.
• Nesta posição, o joelho está flexionado e o pé da perna de re- • Nesta fase, a perna de apoio deve
bote também; (1) o joelho deve ser puxado muito rapidamen- estar bem rígida. O apoio no solo é
te para cima e para frente (2). feito pelo terço anterior do pé (1). O
tronco não deve inclinar para trás no
Fase 3: Recepção
momento da recepção. A perna de
trás mantém-se flexionada até o con-
tato com o solo da perna da frente,
depois é puxada rápida e ativamen-
te para a frente (2), o contato com o
solo é breve, e a primeira passada é
agressiva.
Exercícios técnico-pedagógicos para o
aprendizado
Ninguém nasce “bom” em atletismo ou
em qualquer outro esporte, mas o processo
de aprendizagem, com empenho e dedi-
Figura 16 – Fase de recepção / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
cação, garante o bom êxito dos treinos, re-
Descrição da Imagem o contorno em preto e branco de um homem em visão
fletindo em uma boa corrida, em um bom
lateral (esquerda para a direita) realizando um movimento de elevação dos joelhos jogo e em uma boa prática.
em sequência de três posições.
Posição um: Finalizando a fase de voo, a perna esquerda estendida à frente quase Transposição da barreira
toca o solo com o pé em meia ponta. A perna direita totalmente flexionada faz um
movimento da horizontal para a vertical. O braço direito, agora levemente flexionado, Exercícios para a perna de rebote:
passa a posição do joelho direito e mantém-se atrás. O braço esquerdo, em uma posição
de noventa graus (braço/antebraço), dirige-se à frente. Tronco começa a se levantar.
Objetivo: aprender e melhorar a ação
Cabeça reta olhando para a próxima barreira. da perna de rebote.
Posição dois: Com a perna ainda totalmente estendida, o pé esquerdo toca o solo
em meia ponta. A perna direita está em fase de recuperação, em uma trajetória • Começar com exercícios em pé sem
vertical à frente da perna esquerda, com o joelho flexionado. O braço esquerdo
acompanha o movimento da perna direita, movimentando-se à frente. O braço barreira.
direito se mantém atrás semi flexionado. Tronco quase ereto. Cabeça reta olhando
para a próxima barreira. Pé esquerdo está demarcado com um círculo ao seu redor
• Aumentar a altura da barreira.
para indicar o momento em que o pé retoma o contato com o solo. • Realizar o exercício caminhando e,
Posição três: a perna esquerda mantém-se estendida, agora impulsionando o cor-
po para a frente. A perna direita, totalmente recuperada, com o joelho flexionado depois, correndo em ritmo mode-
impulsionando o corpo para frente e para cima. O braço esquerdo, está em uma rado.
posição de noventa graus (braço/antebraço), à frente do tronco. O braço direito
continua atrás, semi flexionado. Tronco inclinado à frente. Cabeça reta olhando • Repetir até que o aprendizado esteja
para a próxima barreira.
Após a figura três há uma seta na horizontal, da esquerda para a direita, indicando completo.
a direção da corrida.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 17 – Exercícios técnicos pedagógicos para a perna de rebote / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem imagem em vista lateral, do contorno em preto e branco de um homem realizando o treino da passagem de barreira em
três quadros com várias posições em cada quadro.
Primeiro quadro (duas posições)
Posição um: Imagem mostra um atleta com a perna esquerda estendida tocando o chão em meia ponta, tronco inclinado para frente, braços
estendidos apoiados na parede. Movimento um - perna direita estendida atrás. Movimento dois - perna direita flexionada lateralmente. Movi-
mento três - Perna direita flexionada acima e à frente.
Posição dois: Imagem mostra um atleta com a perna esquerda estendida tocando o chão em meia ponta, tronco inclinado para frente, braços
estendidos apoiados na parede. Movimento um - perna direita estendida atrás por cima da barreira. Movimento dois - perna direita flexionada
lateralmente passando pela barreira. Movimento três - Perna direita flexionada acima e à frente após passagem pela barreira.
Segundo quadro (duas posições) -Vista lateral
Posição um: Imagem mostra um atleta com a perna esquerda semi flexionada, tocando o chão em meia ponta, tronco inclinado para frente,
braços esquerdo ao lado do corpo e braço direito flexionado à frente. Perna direita flexionada lateralmente acima de uma barreira posicionada
horizontalmente. O movimento é passar a perna direita por cima da barreira (trajetória de trás para frente) adicionando o movimento do braço
direito em uma trajetória de frente para trás.
Posição dois: Imagem mostra a finalização do movimento. O atleta está com a perna esquerda ainda tocando o solo em meia ponta. Tronco
semi flexionado à frente. O braço esquerdo à frente do corpo também semi flexionado, o braço direito atrás e a perna direita, flexionada à
frente e acima da barreira.
Terceiro quadro (três posições) - Vista lateral
Posição um: o atleta posiciona-se sobre a barreira de forma que a perna esquerda esteja à frente da barreira tocando o solo e a perna direita
atrás da barreira tocando o solo. Braço direito à frente do corpo. Braço esquerdo atrás do corpo.
Posição dois: Ainda sobre a barreira, o tronco inclina-se para frente, os braços mantêm-se posicionados direita à frente e esquerda atrás, a
perna direita flexiona-se lateralmente e para cima, a fim de passar a barreira.
Posição três: Imagem mostra a finalização do movimento. O atleta está com a perna esquerda tocando o solo em meia ponta. Tronco semi
flexionado à frente. O braço esquerdo à frente do corpo também semi flexionado, o braço direito atrás e a perna direita, flexionada à frente e
acima da barreira.

Exercícios para ambas as pernas


Objetivo: treinar a perna de rebote e a perna de ataque simultaneamente.
• Colocar barreiras ou obstáculos de acordo com a Figura 18.
• Passar ambas as pernas com alturas diferentes.
• Utilizar bolas na parte onde passa a perna de rebote.
• Repetir quantas vezes for necessário até o aprendizado.

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Figura 18 – Exercícios condicionantes para ambas as pernas / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a imagem mostra o contorno em preto e branco de um homem no ataque à barreira na final frontal em dois quadros.
Primeiro quadro: Vista frontal
Na imagem vemos três barreiras de diferentes tamanhos. Dois atletas em fase de voo, na mesma posição, porém o primeiro atleta transpassa
as barreiras com a perna direita sobre a barreira mais baixa e a perna esquerda sobre a mais alta. O segundo atleta transpassa as barreiras com
a perna direita sobre a barreira mais alta e a perna esquerda sobre a barreira mais baixa.
Segundo quadro: Vista frontal
Aqui, vemos uma caixa colocada horizontal com duas bolas de basquete, uma em cada lado da caixa. O atleta transpassa o obstáculo com a
perna estendida, passando no centro das bolas e a perna que é flexionada, transpassa acima de uma das bolas posicionadas.

Sequência completa com transposição e ritmo de


três passos • Utilizar barreiras baixas no início até o domínio
Objetivo: aprender a sequência completa de trans- completo e, depois, aumentar gradualmente a al-
posição no ritmo de três passos. tura das barreiras ou dos obstáculos.
• Colocar de três a cinco barreiras ou obstáculos • Aumentar gradativamente a distância entre as
com distância entre 5-7 m. barreiras até o limite.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 19 – Sequência de transposição em três barreiras / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a imagem mostra o movimento alternado de ataque a barreira e elevação dos joelhos em vista lateral, apresentado três
vezes (salto em três barreiras), sendo três posições que identificam cada salto de barreira.
Primeira posição: O atleta com o tronco inclinado à frente, perna direita estendida, perna esquerda flexionada à frente e para cima. Braço
direito à frente e para cima em um ângulo de noventa graus (braço/antebraço). Braço esquerdo posicionado ao lado do corpo. Tronco inclinado
para frente. Cabeça reta olhando para a barreira.
Segunda posição: Ainda em fase de voo, agora já acima da barreira por completo, a perna esquerda mantém-se estendida à frente e já come-
çando a abaixar, enquanto a perna direita está flexionada em um ângulo de 90° (coxa/canela), avançando lateralmente. Braço direito estendido à
frente e abaixo, em um trajeto de frente para trás, em direção à perna direita. Braço esquerdo ainda na lateral do corpo. Tronco semi flexionado
à frente. Cabeça reta olhando para a próxima barreira.
Terceira posição: a perna esquerda mantém-se estendida, agora impulsionando o corpo para a frente. A perna direita, totalmente recuperada,
com o joelho flexionado impulsionando o corpo para frente e para cima. O braço esquerdo, está em uma posição de noventa graus (braço/ante-
braço), à frente do tronco. O braço direito continua atrás, semiflexionado. Tronco inclinado à frente. Cabeça reta olhando para a próxima barreira.
Vemos aqui uma linha ondulada que simula os três passos que antecedem o transpasse da próxima barreira. Todo o movimento se repete por
mais duas vezes.

Vamos aprender um pouco mais sobre as corridas de revezamento tão antigas no atletismo e presente em importantes com-
petições como as olimpíadas desde o início do século XIX. Num total de atletas, a prova era concorrida por cinco equipes
que deveriam percorrer o trajeto sem apagar a chama da tocha, o vencedor deveria acender no marco de chegada a fogueira
colocada no altar de Prometeu.
A primeira corrida de revezamento aconteceu em 17 de novembro de 1883, na Califórnia em Berkeley. Nos Jogos de
Estocolmo em 1912, aconteceram provas de revezamento 4x100, 4x400 e permaneceram até na atualidade nas Olimpía-
das oficiais.

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As únicas modalidades do atletismo que são co- de provas são feitas nos blocos de partida, também cha-
letivas são os revezamentos, realizados nas distâncias madas como saídas baixas.
de 4 x 100 m e 4 x 400 m. A corrida de revezamen- Aqui nesta modalidade não podemos deixar de des-
to tem raízes na Grécia Antiga, nas Panateneias rea- tacar a técnica de passagem do bastão, afinal o bom uso
lizadas em homenagem à deusa Atena, e incluía, no dessa técnica é o que determina a diferença de tempo
programa de atletismo, uma prova de revezamento entre as equipes, pois a técnica torna mais eficaz a troca
chamada de “corrida das tochas”. do bastão de uma mão a outra, fazendo com que o tem-
A prova de revezamento é a única prova dentro do po seja encurtado.
Atletismo que permite o caráter coletivo, por esse moti- No revezamento 4 x 100 cada atleta percorre 100
vo ela já tem uma grande procura pelos admiradores do metros e a zona de passagem é marcada 10 metros antes
esporte, porém essa prova tem particularidades próprias, e 10 metros após os 100 metros que estão designados
afinal o fator coletivo é o que irá determinar o resulta- para cada atleta. A primeira zona de passagem tem iní-
do dessa prova, sendo essencial que os quatro atletas da cio aos 90 metros e termina aos 110 metros, já a segunda
equipe tenham um entrosamento capaz de fazê-los dimi- zona aos 190 metros e a terceira zona aos 290 metros. A
nuir ao máximo o tempo nas trocas de bastão. passagem do bastão fora da área de passagem resultará
A prova consiste em uma corrida percorrida por em desqualificação da equipe.
equipes de quatro corredores, onde cada um dos parti- No revezamento 4 x 400 temos somente 1 zona de
cipantes percorre uma distância segurando um bastão. passagem, cada atleta percorre a distância de 400 metros
Esse mesmo bastão é passado para cada um dos corre- que corresponde a uma volta completa na pista.
dores da equipe, por isso recebe o nome de revezamento, Existem dois tipos de passagem de bastão: passa-
a entrega do bastão é feita dentro de um espaço determi- gem ascendente e descendente, vamos conhecer um
nado, denominado zona de passagem ou zona de reve- pouco sobre eles.
zamento (medindo 20 metros), podendo a equipe sofrer A Passagem ascendente (francês) ou passagem não
infrações caso faça a passagem fora daquele espaço. O visual, nela o atleta que está passando o bastão é o res-
último atleta de cada equipe somente recebe o bastão, ponsável, ele emite um sinal para que o atleta recebedor
e correrá até a linha final, totalizando então 3 zonas de posicione a mão atrás com a palma para cima, os dedos
passagem durante a prova. unidos, polegar separado em forma de V para receber o
Temos as provas de 4 x 100 e 4 x 400 masculino e bastão, com o objetivo de não perder tempo. Como na
feminino, e no ano de 2021 nas Olimpíadas de Tóquio, imagem a seguir é possível ver o recebedor estendendo o
houve a estreia do 4 x 400 misto. A largada nesses tipos braço atrás e posicionando a mão para receber o bastão.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 20: Passagem ascendente de bastão

Descrição da Imagem A imagem é uma fotografia de dois atletas, durante uma corrida de revezamento em uma pista de atletismo durante
a passagem ascendente do bastão. O atleta recebedor (a frente) negro, com shorts preto, camiseta verde, correndo com tronco ereto, braço
esquerdo a frente semi flexionado,mão aberta, braço direito esticado para trás, com mão espalmada para cima com o indicador e polegar sepa-
rado para encaixe do bastão no recebimento. O atleta entregador (atrás) branco, com shorts preto, camiseta amarela, mão esquerda esticada
à frente do corpo, segurando o bastão e encaixando o bastão de cima para baixo na mão do atleta da frente.

O outro tipo de passagem de bastão é o descendente (alemão), o atleta entregador faz a passagem do bastão com o
movimento de cima para baixo, exigindo que haja um contato entre os dois atletas, isso facilita o atraso, pois exige
um tempo maior, podendo atrapalhar o resultado final do desempenho da equipe, por esse motivo é uma forma de
passagem em que o recebedor fica esperando a ação de quem irá passar o bastão.
Nas corridas de Revezamentos as distâncias oficiais serão:
4 x 100m,
4 x200m,
Revezamento Medley 100m - 200m - 300m - 400m,
4 x 400m,
4 x 800m,
Revezamento Medley de Longa Distância 1.200m - 400m - 800m - 1.600m, 4x1.500m.

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Dist, da linha saída Distância entre as Dist. última bar. à


Distância da prova Altura das Barreiras
à 1ª barreira barreiras linha chegada
13,72m
Masculino 11 Om 1,067m 9,14m
14,02m
45,00m
Masculino 400m 0,914m 35,00m
40,00,
13,00m
Feminino “IQQm 0,840m 8,50m
10,50m
45,00m
Feminino 400m 0,762m 35,00m
40,00m
Quadro 3 - Corridas de Revezamento / Fonte: CBAT (online).

A sequência completa de passagem é apresentada na Figura .

Figura 22 – Visão geral da pista e ponto das passagens do bastão / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem Vista superior de uma pista de corrida, desenho em preto e branco. Pista de corrida oval. A partida se dá no sentido
anti-horário, começando no primeiro ponto demarcado como “partida/chegada”, no canto inferior direito, na lateral externa da pista. Uma
linha tracejada simula a corrida do atleta da lateral externa para a lateral interna da pista, contornando a curva da pista à direita. Chegando no
canto superior direito, vemos o espaço da primeira passagem de bastões que ocorre da parte interna para a parte externa da pista, estando
demarcada por dois pontos e denominada “1° passagem”. A linha tracejada demarca a posição do atleta para a corrida, toda a corrida se dá
na lateral externa da pista. No canto superior esquerdo da imagem se dá a demarcação dos dois pontos para a segunda passagem de bastão,
denominada na imagem de “2° passagem”, esta ocorre da lateral externa para a lateral interna da pista. Uma linha tracejada simula a corrida
do atleta da lateral externa para a lateral interna da pista, contornando a curva da pista à esquerda. Chegando no canto inferior esquerdo da
pista, a passagem de bastão ocorre nos dois pontos demarcados e denominados “3° passagem”. Esse movimento de passagem ocorre da lateral
interna da pista para a lateral externa da pista. Uma linha tracejada demarca a corrida do atleta na parte externa da pista até o ponto demarcado
como “partida/chegada”, no canto inferior direito da pista.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

A aprendizagem da passagem de bastão possui três fases, são elas: preparação, aceleração e passagem. Na figura 23
temos uma ilustração das fases em sequência para uma melhor compreensão de cada uma das fases para que não haja
falta de sincronia entre os movimentos da dupla de atletas.

Figura 23 – Fases da passagem de bastão / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a imagem trata-se de um desenho em preto e branco, mostrando em vista lateral a passagem do bastão entre dois
atletas demonstrando em sete sequências as posições. Atleta um: Quem vai passar o bastão – uniforme branco e Atleta dois: Quem irá receber
o bastão – uniforme preto.
Fase de preparação (uma posição)
Posição um: Atleta “um” está em fase de voo da corrida, com o braço esquerdo à frente segurando o bastão, o braço direito atrás semi flexionado.
Perna direita à frente semi flexionada e perna esquerda atrás flexionada. O atleta “dois” está com os dois pés no chão, braço direito flexionado
atrás do corpo em posição de espera do bastão, braço esquerdo estendido tocando o chão. Tronco flexionado à frente. Pernas flexionadas, e
quadril levantado como na posição “prontos”.
Fase de aceleração (duas posições)
Posição dois: O atleta “um” ainda em corrida, se aproxima do atleta dois com o bastão na mão esquerda no começo de um trajeto ascendente.
Perna direita no solo e perna esquerda flexionada dando a passada. Braço direito semi flexionado ao lado do corpo. Atleta “dois” começa a corrida
quando o atleta um se aproxima, até chegar na mesma passada do atleta “um”, para não perder velocidade durante a passagem. Está com a perna
esquerda estendida à frente quase tocando o chão. A perna direita está atrás flexionada. Braço direito à frente, esquerdo atrás e alternando.
Posição três: O atleta “um” ainda em corrida, se aproxima do atleta dois com o bastão na mão esquerda na metade de um trajeto ascendente.
Perna esquerda no solo e perna direita flexionada dando a passada. Braço direito semi flexionado ao lado do corpo. Atleta “dois” já na corrida,
estende o braço direito atrás com a mão aberta e a palma virada para baixo. Está com a perna direita estendida à frente quase tocando o chão.
A perna esquerda atrás flexionada. Braço esquerdo à frente.
Fase de passagem (quatro posições)
Posição quatro: O atleta “um” estende totalmente o braço esquerdo à frente a fim de encostar o bastão na mão do atleta dois. Braço direito
ao lado do corpo, perna esquerda flexionada. Perna direita estendida tocando o chão e impulsionando o movimento. O atleta “dois”, com o
braço direito estendido para trás, segura o bastão. Braço esquerdo ao lado do corpo, perna esquerda estendida e tocando o solo, perna direita
flexionada dando a passada.
Posição cinco: O atleta “um”, em corrida máxima, ainda não solta o bastão. Ele tem a perna esquerda no solo e a perna direita flexionada dando
a passada. Braço direito semi flexionado ao lado do corpo. O atleta “dois” começa o movimento de flexão do braço direito. Está com a perna
direita flexionada à frente quase tocando o chão. A perna esquerda atrás estendida. Braço esquerdo à frente.
Posição seis: O atleta “um”, em corrida máxima, sem soltar o bastão com a mão esquerda. Ele tem a perna direita no solo e perna esquerda
flexionada dando a passada. Braço direito estendido atrás. O atleta “dois” flexiona ainda mais o braço direito puxando o bastão para ele. Está
com a perna esquerda atrás. A perna direita estendida à frente. Braço esquerdo à frente em trajetória ântero posterior.
Posição sete: O atleta “um” está com o braço esquerdo à frente, o braço direito atrás estendido. Perna direita à frente estendida e perna esquerda
atrás flexionada. Atleta “dois” já em posse do bastão, está com o braço direito à frente e a perna esquerda flexionada à frente. A perna direita
atrás estendida. Braço esquerdo atrás semi flexionado.

Na fase de preparação, o atleta que se aproxima mantém a velocidade e quem receberá o bastão coloca-se na posição
de partida. Na fase de aceleração, os corredores sincronizam as suas velocidades, mantendo a de quem entregará o
bastão e maximizando a aceleração do corredor que o receberá. Na fase de passagem, o bastão é entregue com a téc-
nica específica, o mais rápido possível.

63


Características das passagens alternadas Da segunda marca até a terceira: zona de passagem
Objetivo: maximizar a passagem do bastão. ou entrega do bastão (20 m).
• O primeiro corredor leva o bastão na mão direi- Características técnicas
ta e aproxima-se do segundo corredor pela parte O bastão deve ser transferido na zona de passa-
interna da sua raia (passagem interior). gem – 20 m.
• O segundo corredor recebe o bastão na mão es- O corredor que vai receber o bastão deve esperar
querda e aproxima-se do terceiro corredor pela
dentro da zona de aceleração – 10 m.
parte externa da sua raia (passagem exterior).
O corredor que receberá o bastão deve colocar uma
• O terceiro corredor recebe o bastão na mão di-
marca antes da zona de aceleração para ele partir quan-
reita e aproxima-se do quarto corredor pela par-
te interna da sua raia (passagem interior). do o seu companheiro cruzar essa marca.
• O quarto corredor recebe o bastão na mão es- A marca é colocada entre 15-25 pés a partir do iní-
querda. cio da zona de aceleração do lado da pista em que corre
o seu companheiro.
Zonas de aceleração e passagem Fase de preparação
Objetivos: realizar uma passagem eficiente e de Objetivo: preparar para uma passagem rápida e
acordo com as regras. segura.
Da primeira marca até a segunda: zona de acele-
ração (10 m).

Figura 25 – Fase de preparação na passagem do revezamento 4


x 100 m / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Figura 24 – Início e fim da zona de passagem do bastão / Fonte:
adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Descrição da Imagem a imagem em preto e branco, mostra a
passagem do bastão no revezamento 4x100 entre dois atletas.
Descrição da Imagem A imagem em desenho preto e branco, Uma posição - Atleta um: Quem vai passar o bastão – uniforme
mostra a zona da primeira passagem de bastão, no final da pri- branco e Atleta dois: Quem irá receber o bastão – uniforme preto.
meira curva da pista, onde uma seta aponta para uma marcação O atleta “um” está em fase de voo de corrida máxima, com o braço
no chão. A zona termina na parte reta da pista com a mesma esquerdo à frente segurando o bastão, o braço direito atrás semi
marcação no chão. Lembrando que a corrida ocorre em sentido flexionado. Perna direita à frente semi flexionada e perna esquer-
anti-horário. da atrás flexionada. O atleta “dois” está com os dois pés no chão,
braço direito flexionado atrás do corpo em posição de espera do
bastão, braço esquerdo estendido tocando o chão. Tronco flexio-
nado à frente. Pernas flexionadas, e quadril levantado como na
posição “prontos”. Entre os dois atletas, uma demarcação na pista.

64
EDUCAÇÃO FÍSICA

Características técnicas
• O corredor que entrega o bastão aproxima-se em alta velocidade.
• O corredor que receberá o bastão deve colocar-se na posição de partida (apoiado nos terços anteriores dos pés
com os joelhos flexionados e inclinado para frente).
• O atleta que receberá o bastão deve olhar para a marca e partir quando o seu companheiro cruzar essa marca.

Fase de aceleração
Objetivos: manter a velocidade máxima e dar, com precisão, a “voz de comando”, bem como encontrar a veloci-
dade ideal para a passagem.
Características técnicas
• A aceleração do corredor que recebe o bastão deve ser consistente.
• O corredor que entrega o bastão deve dar “voz de comando” para o companheiro que o receberá quando esti-
ver na distância exata para a entrega.
• O corredor que receberá o bastão estende o braço para trás (de acordo com a técnica utilizada), o companheiro
entrega-lhe o bastão.

Figura 26 – Fase de aceleração no revezamento 4 x 100 m / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a imagem em preto e branco, mostra a fase de aceleração na passagem do bastão entre dois atletas em três sequências
de posições.
Três posições - Atleta um: Quem vai passar o bastão – uniforme branco e Atleta dois: Quem irá receber o bastão – uniforme preto.
Posição um: O atleta “um” ainda em corrida, se aproxima do atleta dois com o bastão na mão esquerda no começo de um trajeto ascendente.
Perna direita no solo e perna esquerda flexionada dando a passada. Braço direito semi flexionado ao lado do corpo. Atleta “dois” começa a corrida
quando o atleta um se aproxima, até chegar na mesma passada do atleta “um”, para não perder velocidade durante a passagem. Está com a perna
esquerda estendida à frente quase tocando o chão. A perna direita está atrás flexionada. Braço direito à frente, esquerdo atrás e alternando.
Posição dois: O atleta “um” ainda em corrida, se aproxima do atleta dois com o bastão na mão esquerda na metade de um trajeto ascendente.
Perna esquerda no solo e perna direita flexionada dando a passada. Braço direito semi flexionado ao lado do corpo. Atleta “dois” já na corrida,
estende o braço direito atrás com a mão aberta e a palma virada para baixo. Está com a perna direita estendida à frente quase tocando o chão.
A perna esquerda atrás flexionada. Braço esquerdo à frente.
Posição três: O atleta “um” estende totalmente o braço esquerdo à frente a fim de encostar o bastão na mão do atleta dois. Braço direito ao
lado do corpo, perna esquerda flexionada. Perna direita estendida tocando o chão e impulsionando o movimento. O atleta “dois”, em corrida
máxima, com o braço direito estendido para trás, quase tocando o bastão. Braço esquerdo ao lado do corpo, perna esquerda estendida e tocando
o solo, perna direita flexionada dando a passada.

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Fase de passagem do bastão


Objetivos: realizar uma passagem rápida e segura.
Características técnicas
• O corredor que entrega concentra-se na mão do que recebe.
• O corredor que entrega coloca o bastão na mão do que recebe.
• O corredor que recebe deve segurar o bastão ao sentir o seu contato.
• Ambos devem permanecer no seu lado da pista durante a passagem.
• O corredor que entrega o bastão deve permanecer na sua raia até terminar todas as passagens.

Figura 27 – Fase de passagem do bastão no revezamento 4 x 100 m / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a imagem em preto e branco, mostra a passagem do bastão entre dois atletas em três sequências de movimentos. Atleta
um: Quem vai passar o bastão – uniforme branco e Atleta dois: Quem irá receber o bastão – uniforme preto.
Posição um: O atleta “um”, em corrida máxima, ainda não solta o bastão. Ele tem a perna esquerda no solo e perna direita flexionada dando
a passada. Braço direito semi flexionado ao lado do corpo. O atleta “dois” começa o movimento de flexão do braço direito. Está com a perna
direita flexionada à frente quase tocando o chão. A perna esquerda atrás estendida. Braço esquerdo à frente.
Posição dois: O atleta “um”, em corrida máxima, sem soltar o bastão com a mão esquerda. Ele tem a perna direita no solo e perna esquerda
flexionada dando a passada. Braço direito estendido atrás. O atleta “dois” flexiona ainda mais o braço direito puxando o bastão para ele. Está
com a perna esquerda atrás. A perna direita estendida à frente. Braço esquerdo à frente em trajetória ântero posterior.
Posição três: O atleta “um” está com o braço esquerdo à frente, o braço direito atrás estendido. Perna direita à frente estendida e perna esquerda
atrás flexionada. O atleta “dois” já em posse do bastão, está com o braço direito à frente (com o bastão na mão) e a perna esquerda flexionada
à frente. A perna direita atrás estendida. Braço esquerdo atrás semi flexionado.

Técnicas de passagem do bastão


Primeiramente, veremos a passagem ascendente.
Objetivo: realizar uma passagem ascendente rápida e segura.
Características técnicas desta passagem:
• A mão do corredor que recebe é estendida para trás ao nível do quadril.
• O corredor deve entregar o bastão de forma ascendente (de baixo para cima) e colocá-lo entre o indicador e o
polegar de quem recebe, os quais devem estar bem afastados.
• Durante a passagem, a distância entre ambos é de cerca de 2 m.

66
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 28 – Movimento ascendente da entrega do bastão no revezamento 4 x 100 m

Descrição da Imagem há duas imagens, que mostram o movimento de passagem ascendente do bastão em vista lateral, evidenciando o mo-
vimento errado e o movimento certo.
- Primeira imagem, trata-se de desenho preto e branco - Atleta um: Quem vai passar o bastão – uniforme branco e Atleta dois: Quem irá receber
o bastão – uniforme preto. O atleta “um” em corrida máxima da esquerda para a direita, se aproxima do atleta “dois” com o bastão na mão es-
querda na metade de um trajeto ascendente. Perna esquerda no solo e perna direita flexionada dando a passada. Braço direito semi flexionado
ao lado do corpo. Atleta “dois” já na corrida, estende o braço direito atrás com a mão aberta e a palma virada para baixo. Está com a perna direita
estendida à frente quase tocando o chão. A perna esquerda atrás flexionada. Braço esquerdo à frente. Existe uma seta que sai do bastão (na
mão esquerda do atleta “um”) e vai para a mão direita do atleta “dois”.
- Segunda imagem, trata-se de uma fotografia de duas atletas - Atleta um: Quem vai passar o bastão – uniforme vermelho e Atleta dois: Quem
irá receber o bastão – uniforme azul. A atleta “um” em corrida máxima da direita para a esquerda, se aproxima da atleta “dois” com o bastão
na mão direita, braço esticado em direção à mão da atleta “dois”, na metade de um trajeto ascendente. Perna esquerda no solo e perna direita
flexionada dando a passada. Braço esquerdo semi flexionado ao lado do corpo. Atleta “dois” já na corrida, estende o braço esquerdo atrás com
a mão aberta, polegar bem afastado e a palma virada para baixo. Cabeça olhando para a mão. Está com a perna direita estendida atrás. A perna
esquerda à frente flexionada. Braço esquerdo à frente.

Passagem descendente
Esta passagem é mais utilizada por atletas experientes, como veremos a seguir.
Objetivo: realizar uma passagem descendente rápida e segura.
Características técnicas desta passagem:
• A mão do corredor que recebe é estendida para trás na horizontal, com a palma da mão virada para cima.
• O corredor deve entregar o bastão de forma descendente (de cima para baixo) e colocá-lo na palma da mão,
que deve estar bem aberta, de quem recebe.
• Durante a passagem, a distância entre ambos é de cerca de 2 m.

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Figura 29 – Movimento descendente da entrega do bastão no revezamento 4 x 100 m

Descrição da Imagem há duas imagens que mostram o movimento de passagem descendente do bastão, evidenciando o movimento errado
e o movimento certo.
Primeira figura: Vista Lateral. Atleta um: Quem vai passar o bastão – uniforme branco e Atleta dois: Quem irá receber o bastão – uniforme
preto. O atleta “um” tem o braço esquerdo à frente semi flexionado para cima segurando o bastão. Braço direito atrás, semi flexionado, perna
esquerda semiflexionada atrás. Perna direita estendida quase tocando o chão. O atleta dois, com o braço direito estendido para trás, com a palma
da mão voltada para cima. Braço esquerdo à frente do corpo semi flexionado, perna direita estendida e tocando o solo, perna direita flexionada
atrás. Existe uma seta que sai do bastão (na mão esquerda do atleta “um”) e vai para a mão direita do atleta “dois”.
Segunda figura: Vista frontal. Atleta um: Quem vai passar o bastão – Camiseta amarela e Atleta dois: Quem irá receber o bastão – Camiseta
verde. O atleta “um” tem o braço esquerdo à frente semi flexionado para cima segurando o bastão. Braço direito atrás, semi flexionado, perna
esquerda semiflexionada atrás. Perna direita estendida quase tocando o chão. O atleta dois, com o braço direito estendido para trás, com a
palma da mão voltada para cima. Braço esquerdo à frente do corpo semi flexionado, perna direita flexionada dando a passada. Perna esquerda
estendida tocando o solo.

Os corredores devem sincronizar a velocidade dentro dos 30 m, que compreendem a zona de aceleração e a zona de
passagem. O ponto de passagem ideal entre ambos, se forem principiantes, é no meio dos 20m desta zona. Para os
mais experientes, o ponto ideal é no último terço da zona de passagem. A colocação correta da marca e a aceleração
consistente são os segredos para uma passagem de sucesso.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 30 – Aproximação e entrega do bastão na zona de passagem no revezamento 4 x 100 m


Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem A imagem em preto e branco, mostra a zona da primeira passagem de bastão, no final da primeira curva da pista, onde
uma seta aponta para uma marcação no chão. A zona termina na parte reta da pista com a mesma marcação no chão. Lembrando que a corrida
ocorre em sentido anti-horário. Sendo assim, a representação acontece em três momentos no decorrer da zona de passagem. No primeiro, o
atleta está em fase de espera, aguardando o companheiro de equipe para iniciar a fase de aceleração. No segundo momento, vemos a dupla, e
o atleta dois, já inicia a fase de aceleração para que o atleta um possa realizar a passagem do bastão. No terceiro momento, o atleta dois já está
com o bastão em sua posse e o atleta um se prepara para a fase de desaceleração.

Exercícios para o aprendizado


Primeiro exercício
• Um grupo corre ao acaso numa área de 40 m. Um bastão para cada dois alunos.
• Os alunos devem passar o bastão pela frente, pelo lado e por trás.
• Trabalhando em pares, devem praticar a passagem visual numa zona de 20 m. Veja a Figura.

Figura 31 – Exercício lúdico de prática de entrega do bastão


Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem A imagem mostra um local sinalizado com


quatro retas formando um retângulo no chão. Em cada canto tem
uma bandeira. No centro dessa demarcação existem duplas de
pessoas, uma segurando o bastão e a outra sem. Estão andando
em direções aleatórias.

69


Segundo exercício
• Em pares, entregar e receber o bastão, primeiro andando e depois trotando.
• Introduzir as técnicas de passagem “ascendente” e “descendente”.
• Repetir o exercício em grupos de quatro, passando o bastão direita-esquerda.

Figura 32 – Exercício de passagem do bastão após sinal auditivo / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a imagem em preto e branco, mostra dois atletas realizando a passagem do bastão em vista lateral com cinco posições
sequenciais de movimento. Atleta um: Quem vai passar o bastão – Cabelo escuro e Atleta dois: Quem irá receber o bastão – Cabelo claro.
Posição um: Atleta “um”: Perna direita tocando o solo, perna esquerda flexionada atrás, braços ao lado do corpo, onde o esquerdo está mais
à frente segurando o bastão e o direito mais atrás. O atleta “dois”, com a perna esquerda tocando o solo, a perna direita em uma trajetória de
trás para frente, está flexionada, braço esquerdo atrás e direito à frente, ambos semi flexionados. O atleta “um” com o bastão, aproxima-se do
atleta “dois” pronunciando um sinal sonoro, previamente combinado, no caso da imagem o sinal sonoro é “HOP”. Após ouvir o sinal, o atleta
“dois” começa a fase de aceleração para receber o bastão.
Posição dois: Atleta “um” com a perna direita tocando o solo, perna esquerda flexionada à frente, braço direito ao lado do corpo e braço es-
querdo fazendo um movimento de trás para frente com o bastão. Atleta “dois”, perna esquerda no solo, perna direita flexionada à frente, braço
esquerdo semi flexionado à frente, braço direito semiflexionado atrás, indo em direção ao bastão (seta indicando o movimento). Aqui os dois
atletas já estão na mesma velocidade.
Posição três: Atleta “um” com a perna esquerda tocando o solo, perna direita flexionada à frente, braço direito atrás, braço esquerdo à frente
com o bastão em uma trajetória ascendente (seta indicando o movimento). Atleta “dois” tem a perna direita tocando o solo, perna esquerda
flexionada à frente, braço esquerdo flexionado ao lado do corpo, braço direito estendido atrás, pronto para segurar o bastão.
Posição quatro: Atleta “um” com a perna direita tocando o solo, perna esquerda flexionada atrás, braço direito atrás, braço esquerdo estendido
à frente com o bastão. O atleta “dois”, com a perna esquerda tocando o solo, a perna direita em uma trajetória de trás para frente, está flexionada
atrás, braço esquerdo ao lado do corpo e direito atrás já segurando o bastão (seta indicando a ação).
Posição cinco: Mostra somente o atleta “dois” em posse do bastão. Perna direita flexionada à frente, perna esquerda estendida tocando o
solo. Braço esquerdo em posse do bastão faz um movimento à frente do corpo trocando o bastão de mão, passando para a esquerda (seta
indicando a ação).

Terceiro exercício
• Passagem com velocidade progressiva:
• Trabalho em pares.
• Passar o bastão a uma velocidade média para aumentá-la aos 50-70m (duas a três passagens).
• Utilizar as duas técnicas diferentes de passagem: “ascendente” e “descendente”.

70
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 33 – Exercício de passagem do bastão com velocidade progressiva

Descrição da Imagem Duas imagens com vista lateral, mostrando os dois movimentos de passagem de bastão - ascendente e descendente.
Primeira figura: O atleta “um” tem o braço esquerdo à frente, segurando o bastão, esticado em direção à mão do parceiro. Braço direito atrás,
semi flexionado, perna esquerda semiflexionada atrás. Perna direita estendida quase tocando o chão. O atleta “dois”, com o braço direito esten-
dido para trás, com a palma da mão voltada para cima. Braço esquerdo à frente do corpo semi flexionado, perna direita estendida e tocando
o solo, perna direita flexionada atrás. Segunda figura: Atleta “um” com a perna esquerda tocando o solo, perna direita flexionada ao lado do
corpo, braço direito atrás, braço esquerdo à frente com o bastão em uma trajetória ascendente em direção à mão da parceira. Atleta “dois” tem
a perna direita tocando o solo, perna esquerda flexionada atrás, braço esquerdo flexionado ao lado do corpo, braço direito estendido atrás,
pronto para segurar o bastão.

Quarto exercício
• Definindo a marca de aceleração:
• Colocar a marca e treinar as saídas da posição de partida.
• Utilizar várias posições de partida (sem contato com o solo, com uma ou as duas mãos).
• O aluno que entrega aproxima-se em alta velocidade.

Figura 34 – Exercício de prática da marca de aceleração de quem


recebe e aproximação de quem passa o bastão no revezamento
4 x 100 m / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a imagem em preto e branco, mostra a


passagem do bastão no revezamento 4x100 entre dois atletas – 01
posição (dois atletas). Atleta um: Quem vai passar o bastão – uni-
forme branco e Atleta dois: Quem irá receber o bastão – uniforme
preto. O atleta “um” está em fase de voo de corrida máxima, com o
braço esquerdo à frente segurando o bastão, o braço direito atrás
semi flexionado. Perna direita à frente semi flexionada e perna
esquerda atrás flexionada. O atleta “dois” está com os dois pés no
chão, braço direito flexionado atrás do corpo em posição de espera
do bastão, braço esquerdo estendido tocando o chão. Tronco fle-
xionado à frente. Pernas flexionadas, e quadril levantado como na
posição “prontos”. Entre os dois atletas, uma demarcação na pista.

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Quinto exercício
• Sequência completa para praticar em modelos de jogos e competições:
• Equipes de quatro alunos em raias separadas com e sem adversários.
• Utilizar distâncias diferentes (4 x 50 m ou 4 x 75m) e diferentes velocidades.

Figura 35 – Sequência completa da passagem do bastão nas corridas de revezamento 4 x 100 m


Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a imagem mostra a sequência completa da passagem do bastão entre dois atletas em vista Lateral com uma sequência
de 07 posições. Atleta um: Quem vai passar o bastão – uniforme branco e Atleta dois: Quem irá receber o bastão – uniforme preto.
Posição um: Atleta um está em fase de voo da corrida, com o braço esquerdo à frente segurando o bastão, o braço direito atrás semi flexiona-
do. Perna direita à frente semi flexionada e perna esquerda atrás flexionada. Atleta dois está com os dois pés no chão, braço direito flexionado
atrás do corpo em posição de espera do bastão, braço esquerdo estendido tocando o chão. Tronco flexionado à frente. Pernas flexionadas, e
quadril levantado como na posição pronta.
Posição dois: O atleta um ainda em corrida, se aproxima do atleta dois com o bastão na mão esquerda no começo de um trajeto ascendente.
Perna direita no solo e perna esquerda flexionada dando a passada. Braço direito semi flexionado ao lado do corpo. Atleta dois começa a corrida
quando o atleta um se aproxima, até chegar na mesma passada do atleta um, para não perder velocidade durante a passagem. Está com a perna
esquerda estendida à frente quase tocando o chão. A perna direita está atrás flexionada. Braço direito à frente, esquerdo atrás e alternando.
Posição três: O atleta um ainda em corrida, se aproxima do atleta dois com o bastão na mão esquerda na metade de um trajeto ascendente.
Perna esquerda no solo e perna direita flexionada dando a passada. Braço direito semi flexionado ao lado do corpo. Atleta dois já na corrida,
estende o braço direito atrás com a mão aberta e a palma virada para baixo. Está com a perna direita estendida à frente quase tocando o chão.
A perna esquerda atrás flexionada. Braço esquerdo à frente.
Posição quatro: O atleta um estende totalmente o braço esquerdo à frente a fim de encostar o bastão na mão do atleta dois. Braço direito ao
lado do corpo, perna esquerda flexionada. Perna direita estendida tocando o chão e impulsionando o movimento. O atleta dois, com o braço
direito estendido para trás, segura o bastão. Braço esquerdo ao lado do corpo, perna esquerda estendida e tocando o solo, perna direita fle-
xionada dando a passada.
Posição cinco: O atleta um, em corrida máxima, ainda não solta o bastão. Ele tem a perna esquerda no solo e a perna direita flexionada dando
a passada. Braço direito semi flexionado ao lado do corpo. Atleta dois começa o movimento de flexão do braço direito. Está com a perna direita
flexionada à frente quase tocando o chão. A perna esquerda atrás estendida. Braço esquerdo à frente.
Posição seis: O atleta um, em corrida máxima, sem soltar o bastão com a mão esquerda. Ele tem a perna direita no solo e perna esquerda
flexionada dando a passada. Braço direito estendido atrás. Atleta dois flexiona ainda mais o braço direito puxando o bastão para ele. Está com
a perna esquerda atrás. A perna direita estendida à frente. Braço esquerdo à frente em trajetória ântero posterior.
Posição sete: O atleta um está com o braço esquerdo à frente, o braço direito atrás estendido. Perna direita à frente estendida e perna esquerda
atrás flexionada. Atleta dois já em posse do bastão, está com o braço direito à frente e a perna esquerda flexionada à frente. A perna direita
atrás estendida. Braço esquerdo atrás semi flexionado.

Como temos vários exemplos demonstrados anterior- completo objetivando a melhor execução. Lembrando
mente, podemos criar ainda muitos outros durante nossa sempre que cada grupo de trabalho deve ser atendido
prática. Sempre lembrando que qualquer uma das pro- nas suas necessidades e limitações, seja criança, jovem,
vas deve preceder uma boa corrida, além do domínio da adulto ou terceira idade, retome sempre as fases do de-
saída de bloco e da técnica da passagem do bastão. Cada senvolvimento motor e, dentro do seu planejamento,
fase dessa prova deve ser ensinada e aprendida pelo mé- busque atender os seus alunos/atletas de forma eficaz e
todo analítico, do todo para as partes, pois, desta forma, satisfatória tanto pra eles quanto para você, como pro-
haverá a compreensão e a aprendizagem do movimento fissional.

72
EDUCAÇÃO FÍSICA

[...] precisamos conhecer quais as principais es-


tratégias observadas durante corridas de média
e longa distância. Durante esses eventos, as es-
tratégias de corrida utilizadas podem ser classi-
ficadas em quatro diferentes tipos, conforme a
distribuição da velocidade ao longo da prova: a)
estratégia constante - o atleta mantém (ou altera
pouco) a velocidade ao longo da prova; b) estra-
tégia negativa ou decrescente - o atleta inicia a
prova em alta velocidade e diminui ao longo da
prova; c) estratégia positiva ou crescente - o atle-
ta inicia a prova em velocidades baixa e aumenta
gradualmente até o final; e d) estratégias variá-
A prova de revezamento é uma das grandes atrações do
veis - a distribuição da velocidade não segue um
atletismo por seu caráter coletivo. Neste vídeo vamos padrão bem definido e é alterada ao longo da
conhecer um pouco mais sobre a prova de revezamen- prova. Dentre as estratégias variáveis, podemos
to, apresentar as novidades e contar a você como ela observar os padrões em U, em J e em J-invertido
aconteceu este ano nas olimpíadas de Tóquio no Japão. (CARMO et al., 2012, p. 2).

Há poucos anos, acreditava-se que a prática de cor-


A corridas com obstáculos são as provas em que os atle- ridas era destinada somente a atletas profissionais,
tas têm que saltar sobre obstáculos, nessas provas temos que seriam os únicos capazes de percorrer longas dis-
as modalidades de 2000 e 3000 metros, os atletas devem tâncias. Este conceito, porém, tem se modificado pela
saltar 4 obstáculos e 1 fosso de água, ao todo o atleta de- popularização das corridas de rua e pela criação de
verá saltar 28 vezes sobre os obstáculos e 7 vezes sobre grupos de corrida.
o fosso de água dentro da prova de 3000 metros, já na A prática de esportes que não utilizam materiais
prova de 2000 metros, os atletas saltam 18 vezes sobre os específicos para a sua execução tem sido cada vez
obstáculos e 5 sobre o fosso. mais notória em todo o Brasil. Os praticantes chegam
A corrida de resistência tem este nome porque exige cada um com o seu objetivo individual, que pode ser
do atleta, corporalmente, uma resposta ao longo tempo, modificado ao longo do percurso. Assim, temos visto
dependendo do percurso da prova, seja de pista ou de os grupos de corrida em diferentes regiões do país,
rua, e com a capacidade aeróbica desse atleta aumenta- de forma autônoma, atendidos por personal trainer
da em virtude dos treinos realizados anteriormente em ou por academias, praticando em lugares abertos, pú-
preparação para o evento. Nas provas de resistência, o blicos ou não. Pessoas com objetivos diferentes unin-
objetivo é otimizar a distribuição do esforço. do-se para uma mesma prática e, em geral, acabam
Cada um tem o seu objetivo, acelerar mais no iní- formando laços de proximidade, estreitando relacio-
cio, no meio ou no fim de uma prova depende da meta namentos, incentivando-se mutuamente em suas li-
traçada pelo atleta juntamente com o seu técnico e, para mitações físicas e pessoais.
isto, temos muitos caminhos.

73


Como exemplo, podemos citar aqueles que iniciam a prática da cor-


rida por indicação médica, visando a promoção de sua saúde e acabam
tendo melhoras não só neste aspecto, mas também no seu desempenho
físico, e assim permanecem no esporte com o intuito de buscar melhor
rendimento (GONÇALVES, 2011).
Uma dos aspectos mais importantes das corridas de longa distância é
o controle do ritmo, de modo que os alunos consigam executar a atividade
durante um tempo maior, mantendo uma intensidade baixa. (MATTHIE-
SEN E QUENZER, 2014).

Aspectos Biomecânicos da corrida


A velocidade da corrida é determinada pela amplitude e frequência
da passada, a amplitude ideal da passada é determinada pelas ca-
racterísticas físicas e pela força que o atleta exerce em cada passada.
A frequência ideal da passada está dependente dos mecanismos da
corrida, da técnica e da coordenação do atleta.

As corridas são formadas por duas fases: apoio e suspensão (vôo), essas
fases se alternam sucessivamente conforme exposto nas figuras abaixo, ob-
serve e compare-as, note que em uma prova de velocidade a fase de vôo é
bem mais prolongada com o objetivo de diminuir o atrito com o solo e
ampliar a distância da passada, já na prova de resistência a fase de vôo é
menor porque seu objetivo é dividir em pequenas partes o esforço que será
prolongado durante toda a corrida.

74
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 36 – Corridas de Velocidade / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a figura em preto e branco, mostra um atleta durante uma corrida em vista lateral caracterizando as três fases do movi-
mento: apoio, vôo e apoio, numa sequência de 10 posições. O atleta aparece com a perna direita destacada na cor preta.
- As três primeiras posições refere-se a fase de apoio: posição um - atleta com a perna esquerda estendida tocando o solo, braço esquerdo
flexionado ao lado do corpo, braço direito flexionado ao lado do corpo também. Perna direita totalmente flexionada ao lado do corpo, com o
joelho apontando para o solo. Posição dois: Atleta com a perna esquerda estendida tocando o solo, braço esquerdo flexionado ao lado do corpo,
braço direito flexionado ao lado do corpo também. Perna direita ainda flexionada agora com o joelho apontando para frente. Posição três: Atleta
com a perna esquerda estendida tocando o solo agora em meia ponta, braço esquerdo flexionado à frente do corpo, braço direito flexionado
ao lado do corpo. Perna direita flexionada, com o joelho apontado para frente e impulsionando o corpo para cima.
- As cinco posições seguintes são da fase de suspensão (voo): posição quatro - atleta com a perna esquerda estendida atrás, em fase de voo,
braço esquerdo flexionado à frente do corpo, braço direito flexionado atrás de corpo. Perna direita flexionada, com o joelho apontado para
frente e impulsionando o corpo para cima, pé direito já começa sua trajetória para frente, formando um ângulo de 45° (canela coxa). Posição
cinco: Atleta em fase de voo com a perna esquerda semiflexionada atrás, braço esquerdo flexionado à frente do corpo, braço direito flexionado
atrás do corpo. Perna direita flexionada, com o joelho apontado para frente e impulsionando o corpo para cima, pé direito já na metade de sua
trajetória para frente, formando um ângulo de 90° (canela coxa). Posição seis: Atleta em fase de voo com a perna esquerda flexionada atrás,
braço esquerdo flexionado à frente do corpo, braço direito flexionado atrás corpo. Perna direita flexionada, já com o pé direito apontando para
o solo. Posição sete: Atleta em fase de voo com a perna esquerda flexionada atrás, braço esquerdo flexionado à frente do corpo, braço direito
flexionado ao lado do corpo. Perna direita estendida à frente, já em posição para o pé direito tocar o solo. Posição oito: Atleta finalizando a fase
de voo com a perna esquerda totalmente flexionada atrás, braço esquerdo flexionado ao lado do corpo, braço direito flexionado ao lado do
corpo também. Perna direita estendida à frente, pronta para o toque com o solo.
- As duas últimas posições representam a fase de apoio: posição nove - atleta já em fase de apoio, onde a perna direita estendida toca o solo com
a ponta dos pés, com a perna esquerda totalmente flexionada ao lado do corpo, com o joelho apontando para o solo, braço esquerdo flexionado
ao lado do corpo, braço direito flexionado à frente. Posição dez: Atleta com a perna direita estendida, com o pé tocando completamente o solo,
braço esquerdo flexionado ao lado do corpo, braço direito flexionado à frente. Perna esquerda ainda flexionada agora com o joelho apontando
para frente, para repetir o processo de passada.

75


Figura 37 – Corridas de resistência / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a figura em preto e branco, mostra uma atleta durante uma corrida em vista lateral caracterizando as três fases do
movimento: apoio, vôo e apoio numa sequência de 9 posições (a cada três posições representa-se uma fase).
Fase de apoio: posição um - atleta com a perna esquerda estendida tocando o solo, braço esquerdo flexionado ao lado do corpo, braço direito
flexionado ao lado do corpo também. Perna direita totalmente flexionada ao lado do corpo, com o joelho apontando para o solo. Posição dois:
Atleta com a perna esquerda estendida tocando o solo, braço esquerdo flexionado ao lado do corpo, braço direito flexionado ao lado do corpo
também. Perna direita ainda flexionada agora com o joelho apontando para frente. Posição três: Atleta com a perna esquerda estendida atrás,
em fase de voo, braço esquerdo flexionado à frente do corpo, braço direito flexionado atrás corpo. Perna direita flexionada, com o joelho apon-
tado para frente e impulsionando o corpo para cima, pé direito já começa sua trajetória para frente, formando um ângulo de 45° (canela coxa).
Fase de suspensão (voo): posição quatro - atleta em fase de voo com a perna esquerda semiflexionada atrás, braço esquerdo flexionado à
frente do corpo, braço direito flexionado atrás corpo. Perna direita flexionada, com o joelho apontado para frente e impulsionando o corpo para
cima, pé direito já na metade de sua trajetória para frente, formando um ângulo de 90° (canela coxa). Posição cinco: Atleta em fase de voo com
a perna esquerda flexionada atrás, braço esquerdo flexionado à frente do corpo, braço direito flexionado atrás corpo. Perna direita flexionada,
já com o pé direito apontando para o solo. Posição seis: Atleta em fase de voo com a perna esquerda flexionada atrás, braço esquerdo flexio-
nado à frente do corpo, braço direito flexionado ao lado do corpo. Perna direita estendida à frente, já em posição para o pé direito tocar o solo.
Fase de apoio: posição sete - atleta finalizando a fase de voo com a perna esquerda totalmente flexionada atrás, braço esquerdo flexionado
ao lado do corpo, braço direito flexionado ao lado do corpo também. Perna direita estendida à frente, pronta para o toque com o solo. Posição
oito: Atleta já em fase de apoio, onde a perna direita estendida toca o solo, com a perna esquerda totalmente flexionada ao lado do corpo, com
o joelho apontando para o solo, braço esquerdo flexionado ao lado do corpo, braço direito flexionado à frente. Posição nove: Atleta com a perna
direita estendida tocando o solo, braço esquerdo flexionado ao lado do corpo, braço direito flexionado à frente. Perna esquerda ainda flexionada
agora com o joelho apontando para frente, para repetir o processo de passada.

Perceba como o atleta realiza movimento com o tronco gia é poupada nos músculos enquanto a perna se flexiona
ereto, e realiza a passada alternando as pernas no mo- para absorver o impacto. Este processo é conhecido como
vimento cíclico de elevação do joelho com a perna da amortização. A fase de impulsão tem a função de acelerar
frente, enquanto a perna de trás empurra o solo com pé o corpo. O objetivo desta fase é exercer a maior força pos-
impulsionando o corpo no deslocamento. sível contra o solo num menor espaço de tempo possível: a
As corridas de meia e longa distância também contam força é produzida pela contração muscular e pela liberação
com as duas fases mencionadas. Na fase de apoio, à frente, de energia acumulada no momento da extensão de todas
há a desaceleração do movimento contínuo do corpo, que as articulações do tornozelo, joelho e quadril – em combi-
deve ser minimizado por um apoio rápido e ativo do terço nação com uma ação de balanço ativo da perna contrária e
anterior do pé, no solo. Durante essa fase do passo, a ener- uma ação dinâmica e coordenada dos braços.

76
EDUCAÇÃO FÍSICA

A estrutura da passada nas corridas de meio-fundo uma forma pedagógica de treinar todos os movimentos
e fundo, é similar à passada das corridas de velocidade ao mesmo tempo, são utilizados exercícios com foco nos
com as seguintes diferenças: aspectos específicos. Os objetivos desses exercícios são:
• O apoio do pé no solo varia conforme o ritmo • Melhorar a velocidade de reação.
da corrida. • Aumentar a frequência da passada.
• A perna livre balança à frente com o ângulo do • Aumentar a amplitude da passada.
joelho bem aberto. A parte de baixo da perna pa-
ralela ao solo.
Estas características podem ser melhoradas por meio de
• A extensão da perna de impulso pode ser com-
exercícios condicionantes, cujos objetivos são:
pleta nas corridas de meio-fundo ou incompleta
• Melhorar a ação do pé de apoio, que deve ser rá-
no fundo.
pido.
• A subida do joelho à frente é menos acentuada.
• Executar a extensão total das articulações do tor-
• O movimento dos braços é menos acentuado
nozelo, do joelho e do quadril.
podendo haver uma ligeira extensão do cotovelo.
• Realizar a ação dinâmica e descontraída dos braços.
Observe a seguir os exemplos de movimentos de como • Manter a posição do tronco proporcional à velo-
cidade da corrida.
treinar a técnica da corrida por meio de alguns exercícios.
O ensino da técnica de corrida é introduzido a partir Os exercícios condicionantes devem fazer parte de
de habilidades que estão relacionadas com os exercícios quase todas as práticas das corridas. Eles são denomina-
de coordenação de corrida de velocidade. Como não há dos de exercícios básicos de coordenação.

A B
Figura 38 – Exercícios técnicos condicionantes das corridas de velocidade: (a) calcanhar atrás; (b) elevação baixa do joelho.
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem há duas figuras em preto e branco, com um atleta realizando exercícios técnicos diferentes - “a” e “b”.
Imagem “A” – Duas posições
Posição um: O atleta está com a perna direita tocando o solo em meia ponta, enquanto a perna esquerda é flexionada atrás, fazendo com que
o calcanhar toque o bumbum. Braço esquerdo flexionado atrás. Braço direito flexionado à frente.
Posição dois: O atleta está com a perna esquerda tocando o solo em meia ponta, enquanto a perna direita é flexionada atrás, fazendo com que
o calcanhar toque o bumbum. Braço direito flexionado atrás. Braço esquerdo flexionado à frente.
Imagem “B” – Duas posições
Posição um: O atleta está com a perna direita tocando o solo, enquanto a perna esquerda é semi flexionada à frente, como se fosse elevar o
joelho para dar o passo, levantando minimamente o pé do chão. Braço direito flexionado à frente. Braço esquerdo flexionado atrás.
Posição dois: O atleta está com a esquerda direita tocando o solo, enquanto a perna direita é semi flexionada à frente, como se fosse elevar o
joelho para dar o passo, levantando minimamente o pé do chão. Braço direito flexionado atrás. Braço esquerdo flexionado à frente.

77


C Figura 39 – Exercícios técnicos condicionantes das corridas de


velocidade: (c) Elevação alta do joelho.
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem figura em preto e branco - “C”, mostra


o atleta realizando um exercício condicionante de elevação do
joelho em duas posições.
Posição um: O atleta está com a perna direita tocando o solo,
enquanto a perna esquerda é flexionada à frente e acima, ele-
vando o joelho até a altura do quadril, formando um ângulo reto
com o mesmo. Braço direito flexionado à frente. Braço esquerdo
flexionado atrás.
Posição dois: O atleta está com a perna esquerda tocando o solo,
enquanto a perna direita é flexionada à frente e acima, elevando
o joelho até a altura do quadril, formando um ângulo reto com
o mesmo. Braço esquerdo flexionado à frente. Braço direito fle-
xionado atrás.

Figura 40 – Exercícios técnicos condicionantes das corridas de velocidade: elevação do joelho com extensão da perna oposta (chute).
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem a figura em preto e branco, mostra um atleta realizando um exercício condicionante de elevação do joelho numa se-
quência de 06 posições.
Posição um: O atleta está apoiado na perna direita (estendida) tocando o solo, perna esquerda flexionada à frente com o joelho apontando para
frente. Braço direito flexionado à frente. Braço esquerdo flexionado atrás.
Posição dois: O atleta está apoiado na perna direita (estendida) tocando o solo em meia ponta, agora a perna esquerda flexionada à frente está
com o joelho acima da linha do quadril, apontando para cima. Braço direito flexionado à frente. Braço esquerdo flexionado atrás.
Posição três: O atleta está apoiado na perna direita (estendida) tocando o solo em meia ponta, um pouco inclinada para frente. Perna esquerda
totalmente estendida à frente na altura da linha do quadril. Braço direito flexionado à frente. Braço esquerdo flexionado atrás.
Posição quatro: O atleta está apoiado na perna direita (estendida) tocando o solo em meia ponta, um pouco inclinada para frente. Perna esquerda
totalmente estendida à frente agora já apontada para o solo. Braço direito flexionado à frente. Braço esquerdo flexionado atrás.
Posição cinco: O atleta está apoiado na perna direita (não totalmente estendida) tocando o solo em meia ponta, um pouco inclinada para frente.
Perna esquerda totalmente estendida à frente, quase tocando o solo. Braço direito flexionado à frente. Braço esquerdo flexionado atrás.
Posição seis: O atleta está apoiado na perna esquerda (estendida) tocando o solo em meia ponta. Perna direita semi flexionada, tirando mini-
mamente o pé direito do solo. Braço direito flexionado ao lado do corpo. Braço esquerdo flexionado à frente.

78
EDUCAÇÃO FÍSICA

Observação importante: todos os exercícios devem A variação da velocidade tem sido muito estudada,
ser feitos de forma dinâmica e com deslocamento linear. a capacidade da velocidade pode ser classificada em seis
Carga: três repetições 20­- 30 min. com intervalo formas diferentes (Grosser, 1992):
de 45s. • Velocidade de reação: é a capacidade de res-
Nas provas de corrida a distribuição dos atletas nas ponder com uma ação no menor tempo frente
raias é feita por Balizamentos, existem nas competições a um estímulo;
de atletismo vários tipos de balizamentos. • Velocidade de movimento (ação): é a capa-
cidade de realizar movimentos acíclicos (movi-
• Balizamento Total: quando o atleta deve começar
mentos únicos) com velocidade máxima, frente
o trajeto de sua prova e ir até o seu fim na raia distri-
a resistências baixas;
buída a ele, não podendo abandoná-la em nenhum
momento da corrida (prova de 100 e 200 metros); • Velocidade freqüencial: é a capacidade de rea-
lizar movimentos cíclicos com velocidade máxi-
• Balizamento Parcial: nele o atleta realizará o
ma, frente a resistências baixas;
início do percurso da prova na raia que lhe foi
designada até uma determinada distância, po- • Força-velocidade (força-explosiva): é a capa-
dendo abandoná-la e realizar o restante do per- cidade de proporcionar o máximo impulso de
curso na raia que se sentir mais à vontade para força possível, frente a uma resistência durante
fazê-lo (prova de 800 e 4X400 metros); um tempo estabelecido, ou seja, uma força efe-
tuada no menor tempo possível, causada pela
• Balizamento Livre: neste tipo de balizamento
velocidade de contração da musculatura.
não existe a determinação de uma raia para cada
atleta, cada um é livre para encontrar um espaço • Resistência de força-explosiva: é a capacidade
na pista em que se sinta à vontade para realizar de resistência frente à diminuição da velocidade
a corrida da distância descrita pela prova (prova causada pelo cansaço, quando as velocidades de
de 3000 com obstáculo e 5000 metros). contração são máximas em movimentos acícli-
cos, diante as resistências maiores;
Temos ainda a organização dos atletas nas raias por Es- • Resistência de velocidade máxima: é a capa-
calonamento, que consiste no posicionamento dos atle- cidade de resistir frente à diminuição da velo-
tas dentro da pista, dispostos um de frente para o outro, cidade causada pelo cansaço, em caso de mo-
vimentos cíclicos de velocidades de contrações
cada qual em sua raia nas provas com balizamento total
máximas.
(com distância de 7,22 metros entre uma e outra raia),
para contrabalançar as provas em que são realizados tra- Devido à importância desta capacidade para a prática
jetos com curvas. Percorrendo essa distância, os atletas esportiva, métodos e normativas de treinamentos para
que se deslocam por fora da pista na raia externa, corre- as formas da velocidade são de relevância para análise e
rão à mesma distância dos demais atletas. elaboração de programas de treinamento.

79


Temos ainda outra prova muito tradicional no atletismo que é a maratona, uma prova de resistência que tem desafia-
do atletas em todo o mundo.

A variação da velocidade está diretamente relacionada a uma estratégia de corri-


da específica para aquele atleta e para aquela prova, portanto estamos ofertando
aqui a leitura de um trabalho de monografia escrito com objetivo de abordar
esse estudo sobre as estratégias a serem traçadas para atender as situações de
corrida de meia e longa duração. Esse trabalho deve ser orientado pelo professor/
treinador com o objetivo de melhorar o desempenho do atleta/aluno em cada
prova de forma específica, assim, conhecendo diferentes estratégias é possível
ter um atleta mais versátil em diferentes competições.

Para acessar, use seu leitor de QR Code.

A maratona atlética, é dos desafios mais antigos, há A prova da maratona pode ser entendida como a maior
algum tempo atrás era entendida como uma das pro- prova do programa olímpico. Essa prova tem sido compre-
vas esportivas mais exaustivas. Segundo Lefevre (2003, endida como uma prova longa e muito exaustiva. Segundo
p.163) , o pai das Olimpíadas Modernas, o barão Pierre de Couber-
tin, “o que importa nos Jogos Olímpicos não é vencer, e sim
Algumas modalidades específicas têm ocupado participar. O que importa na vida não é o triunfo, e sim a
um lugar de destaque nas três últimas décadas
luta” (COUBERTIN apud LEFEBRE, 2003, p.37).
do século XX no que tange à discussão a respeito
da busca e transcendência de limites: nos anos As provas combinadas são um conjunto de provas
1970, a corrida de maratona, nos anos 1980, o de atletismo que são realizadas por 1 ou 2 dias seguidos de
Ironman e, nos anos 1990, a corrida de aventu- provas, em que as capacidades físicas do atleta são postas
ra. Cada uma delas, no seu tempo, representou o à prova exigindo que ele tenha treinado e esteja preparado
esforço máximo que um ser humano podia des-
para a variedade de provas os quais esse inscreveu-se. No
pender na busca do limite, ganhando a condição
da prova de maior desgaste físico para o atleta, conjunto das provas combinadas o atleta precisa ter desen-
testando o limite do esforço físico e mental . volvido a resistência, a força e a velocidade.

80
EDUCAÇÃO FÍSICA

1ª Decatlo (M,F) Heptalo (F) Octalo (M) Pentatlo (M, F) Tetratlo (M, F)

2ª 100m 100m c/ bar. 100M 100M c/ bar. 100M c/ bar.

3ª S. Distân. S. Altura S. Distân. Altura Peso

4ª Peso Peso Peso Peso S. Distân.


5ª Altura 200m 400m S. Distânc. 600m.
6ª 400m S. Distân. 110, c/ bar. 800m -
7ª 110 m c/ bar. Dardo S. Altura - -
8ª Disco 800m Dardo - -
9ª Vara - 1.000m - -
10ª Dardo - - - -
11ª 1.500m - - - -
Quadro 4 - Provas combinadas / Fonte: CBAT (online).

em cada tipo de corrida serão necessários treinos espe-


cíficos para aquele objetivo, tendo em vista que existem
uma diversidade no correr, cada prova será trabalhada
em suas especificidades.
Esteja você trabalhando em uma escola, clube ou
centro esportivo, faz-se necessário que tenha uma visão
sobre o correr como um movimento cíclico, porém em
cada prova teremos uma forma própria, com saídas es-
pecíficas, com ou sem escalonamentos na pista, enfim
são muitas particularidades na diversidade de faces que
Olá aluno, chegamos na unidade 2 do seu material, peço
a corrida tem no atletismo.
que acesse o QRCODE, onde iremos falar um pouco mais
sobre o que estudamos na unidade.
Aproveito o espaço de conhecimento gerado neste
livro e nesta disciplina para você, que proporciona o seu
crescimento profissional e a sua capacitação em diversas
Agora que você já pôde conhecer sobre a diversidade de áreas de conhecimento, para levá-lo a uma boa área de
tipos de corridas, as especificidades de cada uma delas, atuação profissional dentro desse esporte, que é atuar
podemos repensar as situações propostas no início desta como árbitro de atletismo, existem cursos de formação
unidade. O ato de correr é compreendido de forma físi- em arbitragem para a atuação em competições de ori-
ca, mecânica, biológica, anatômica e fisiologicamente e gem diversas em todo o Brasil. Procure o órgão respon-
precisa ser ensinado, treinado, buscando entender que sável mais próximo de onde você mora. Fica a dica!

81
atividades de estudo

Ao fim dessa unidade 2 com o estudo e o aprendizado dos conceitos e das definições, bem como as técnicas,
os processos pedagógicos, os exercícios e outras informações importantes sobre a corrida, espero que você
tenha adquirido conhecimentos suficientes para a aplicação teórica e prática de todos os assuntos abordados
até aqui. Tanto a teoria quanto a prática são importantes para o processo de ensino-aprendizagem, por isso, é
necessário o bom entendimento de todas as informações contidas nesta unidade. Para auxiliar na assimilação
dos conteúdos, crie um mapa conceitual para ajudá-lo (a) a rever o conhecimento dessa unidade organizando
suas ideias a partir das seguintes palavras chaves.
Considerações a respeito do movimento de corrida
Classificações das corridas
Escalonamento nas saídas
Corridas de velocidade, saídas baixas, blocos de partida
Corridas com barreiras
Corridas de revezamento
Corridas com obstáculos
Maratona
Marcha atlética
Provas combinadas

82
atividades de estudo

83
OS SALTOS NO ATLETISMO

Me. Élen Carla da Costa Baraldi


Me. Humberto Garcia de Oliveira

Oportunidades de Aprendizagem
Para continuarmos nossos estudos nesta unidade vamos nos debruçar
sobre o estudo dos saltos. Vamos perceber de início que existem dois
tipos de saltos, verticais e horizontais, e em cada um deles, temos
características diferentes, com fases de vôo próprias, técnicas de queda
ou finalização, mostrando que para realizar o processo de aprendizagem
de cada um dos saltos é preciso conhecer a pista onde ele acontece, o
ponto de partida ou aproximação que requer uma aceleração/corrida
com o objetivo de adquirir um impulso, seguido de uma fase de vôo
para encerrar com a queda. Veremos também que são necessários
alguns materiais como o sarrafo, o colchão e a vara para que o salto
aconteça de forma particularizada.
unidade

III


Quando falamos de saltos estamos agindo claramente mos passa a ser usado em nossa vida em cada função
com a força da gravidade, e já vimos na primeira unidade que desempenhamos, isso ocorre inconscientemente,
do nosso material como as leis da física devem fazer par- sem que percebamos. Eu nunca fui atleta, já fui aluna,
te do nosso campo de estudo como estudiosos do movi- hoje sou professora e mãe. Foram incontáveis as ve-
mento humano, que somos como profissionais da educa- zes que eu como professora recorri ao conhecimento
ção física. Você já pensou que os saltos não estão presentes adquirido, mas foram inúmeras também as vezes que
somente no atletismo? Eles também são encontrados nos como mãe, também observei, intervi, ensinei, precisei
saltos ornamentais, na ginástica, etc. Mas quais são as agir preventivamente nas mais diversas realidades que a
especificidades dos saltos no atletismo? Você já fez uma maternidade me proporcionou ao longo desses 15 anos,
análise sobre o movimento de saltar? Quais são as forças usando conhecimentos que obtive na faculdade. Aqui e
da física que agem sobre o corpo em movimento para o agora, te desafio a conhecer essa modalidade talvez nova
salto e que nós precisamos conhecer e dominar para ensi- e desafiadora pra você, mas que em algum momento fará
nar sua prática e elaborar um treino, por exemplo? a diferença, tenha certeza disso. O movimento dos saltos
Em cada aula ou treino que dirigimos, estamos nos parece algo, de certa forma, distante do nosso dia a
usando conhecimentos adquiridos ao longo da nossa dia, porém existe no ato de saltar algo que lhe é próprio, é
formação acadêmica. Todo conhecimento que adquiri- como se o homem tivesse asas por alguns segundos. Essa

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EDUCAÇÃO FÍSICA

beleza presente nos saltos é ao mesmo tempo um impulso desafiador para que cada um que os conheça, estude e faça
uma tentativa de vivenciá-lo na prática. Vamos nessa?
Proponho que você faça uma rápida pesquisa sobre os tipos de salto do atletismo e preencha a nossa tabela abaixo.

Nome do salto Local onde é realizado Uso ou não de material Direção do salto

Quadro 1: Tipos de saltos

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Agora compare-os, procure destacar quais as dificuldades para ensinar cada um deles, registre no seu diário de bordo.

Salto Dificuldade para ensinar/aprender

Quadro 2: Saltos e dificuldades

Figura 1: Salto

Descrição da
Imagem: Na fo-
tografia apare-
cem duas crian-
ças, um menino
e uma menina,
saltando na água
de um rio, ambos
com os braços
abertos, o meni-
no com as pernas
abertas à frente
do corpo e a me-
nina com as per-
nas flexionadas
para trás, ainda
em fase aérea. É
possível visualizar
um píer e árvores
ao fundo.

O salto, como o vemos na figura acima, é um movimento humano usado em muitas atividades da vida moderna. Ele está
sempre presente em relação à prática de atividades físicas, seja em escolas ou em espaços de academia, em clubes, praças
etc., e também graças à grande popularização dos treinos funcionais. Como já foi discutido anteriormente, na Unidade

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EDUCAÇÃO FÍSICA

1, sabemos que o gesto motor de saltar tecnicamente, tal A fase de impulsão: esta fase é determinante e fun-
como o conhecemos hoje, é o resultado de uma constru- damental para todos os saltos, pois define a altura do
ção histórica e cultural do ser humano, que, inicialmente, centro de gravidade e a trajetória do corpo do saltador.
adquiriu um significado ligado à sobrevivência e foi mo- Os objetivos, nessa fase, são:
dificando-se de acordo com a construção da vida humana • Certificar-se que o seu centro de gravidade esteja
até chegarmos ao salto do atletismo, um movimento tec- o mais alto possível no momento da impulsão.
• Maximizar a velocidade vertical à horizontal al-
nicamente estudado, pensado e treinado com o objetivo
cançada na corrida que precede o salto.
de, cada vez mais, romper recordes já alcançados.
• Realizar impulsão no ângulo ideal para os saltos.
Do ponto de vista da teoria de David Gallahue e de
John C. Ozmuz (2005), o saltar é um movimento loco- Lembrando que todos estes pontos dependem da prova
motor fundamental, que pode ser considerado a exten- que o saltador está realizando (em distância, em altura,
são da corrida, o qual exige equilíbrio dinâmico e está- triplo e com vara) e também da técnica que ele utiliza-
tico e, para que ele seja executado com precisão, faz-se rá em cada uma das provas. Para uma impulsão efetiva,
necessário o bom desempenho no movimento de correr. o saltador deverá manter-se com o centro de gravidade
O padrão motor de um salto vertical de um indivíduo alto, o pé, no momento da impulsão, deverá ser rápido
nos dá subsídios importantes sobre como identificar o na batida, o joelho da perna livre deverá manter-se alto,
seu desenvolvimento motor para oferecer uma “tarefa” e as articulações do tornozelo, do joelho e do quadril de-
adequada às suas necessidades reais. verão estar em extensão completa (LOHMANN, 2011).
A capacidade motora de saltar pode ser aprendida A fase de suspensão: nesta fase, para os saltos
por qualquer pessoa mediante a periodização de exercí- horizontais (em distância e triplo), o saltador deve-
cios que dê preferência às qualidades físicas necessárias rá evitar a redução da distância do tamanho do salto
a esse movimento, mais especificamente, a força de im- e deve preparar-se para a queda. Nos saltos verticais
pulsão, sempre precedida de uma boa velocidade. (em altura e com vara), o saltador deverá evitar a
Os saltos, em geral, são divididos em quatro fases: redução da altura do percurso para assegurar a boa
corrida (antecede e prepara o salto), impulsão, sus- transposição da barra. Já no salto com vara, ele deve-
pensão (fase aérea) e queda. Com algumas particulari- rá aumentar o tempo de ascensão vertical, proporcio-
dades, o salto com vara tem algumas adaptações para o nado pelo auxílio do instrumento.
uso do implemento (vara). Porém, no salto triplo, temos A fase de queda: nesta fase, para os saltos horizon-
a mesma sequência feita por três vezes consecutivas. tais, o saltador deverá minimizar a distância do contato
A fase de corrida: deve-se alcançar uma velocidade inicial dos pés com o solo. Já no salto triplo, cada queda
submáxima horizontal. Isto é, muito próximo da velocidade de cada salto é utilizada como transição para o salto se-
máxima do saltador. No salto em altura, a velocidade hori- guinte. Nos saltos verticais, a queda deverá ser utilizada
zontal tem importância menor no resultado final. Uma óti- de forma segura para evitar lesões.
ma corrida para os saltos deve ser rápida, controlada, exata Temos quatro modalidades de salto: salto em dis-
e consistente – e deve preparar para uma impulsão potente. tância, salto triplo, salto em altura e salto com vara.

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Figura 2 - Salto triplo / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura preto e branco, mostra um atleta realizando o salto triplo em vista lateral, numa sequência de 18 posições. Atleta
está com a perna direita destacada com uma cor diferente, para melhor visualização.
Posição um: o atleta está em fase de corrida máxima. Com a perna direita estendida, tocando o solo em meia ponta. Perna esquerda flexionada
à frente. Braço direito flexionado à frente do corpo e braço esquerdo atrás. Cabeça voltada à frente
Posição dois: O atleta, está com a perna direita flexionada atrás, perna direita semiflexionada à frente, quase tocando o chão, braços flexionados,
o direito à frente e o esquerdo atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição três: Ainda com a cabeça voltada à frente, o atleta encosta a perna esquerda no chão semiflexionada e a perna direita está totalmente
flexionada atrás. Braços ao lado do corpo, em trajetórias opostas.
Posição quatro: Aqui, a perna direita que estava flexionada atrás do corpo, agora, é flexionada à frente, direciona o atleta para cima e para frente.
A perna esquerda auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente.
Posição cinco: Já em fase de voo, o atleta tem as pernas flexionadas, com a direita à frente e a esquerda atrás. Braços também flexionados, direito
atrás e esquerdo à frente. Cabeça voltada à frente.
Posição seis: Nessa posição, o atleta começa a realizar o movimento de troca de pernas, para que a perna esquerda toque novamente o chão,
fazendo um “passo no ar”. Então a perna esquerda é totalmente flexionada e se posiciona ao lado do corpo. A perna direita é estendida abaixo em
um movimento de frente para trás. Os braços estão abertos e semi flexionados para dar sustentação ao movimento. Cabeça voltada para frente.
Posição sete: Aqui o atleta já fez a troca de pernas e está com a perna esquerda à frente pronta para o trajeto em direção ao solo. A perna direita
está semiflexionada atrás. Braços semi flexionados atrás e cabeça voltada para frente.
Posição oito: Nessa parte a perna esquerda já toca o solo. A perna direita flexionada atrás, vem em uma direção de trás para frente, os braços
ainda estão semi flexionados atrás e cabeça voltada para frente.
Posição nove: Aqui ocorre a passagem da perna direita de trás para frente flexionada. Perna esquerda estendida tocando o solo. Braços semi
flexionados a frente e cabeça voltada para frente.
Posição dez: Essa posição é onde o corpo é impulsionado para cima e para frente pela perna esquerda, a perna direita está flexionada à frente.
Braços flexionados à frente e cabeça voltada para frente.
Posição onze: Já em fase de voo, o atleta tem as pernas flexionadas, com a direita à frente e a esquerda atrás. Braços estendidos à frente. Cabeça
voltada à frente.
Posição doze: Aqui o atleta está com a perna direita à frente pronta para o trajeto em direção ao solo. A perna esquerda está semiflexionada
atrás. Braços semi flexionados esquerdo na lateral e acima da cabeça e braço direito atrás. Cabeça voltada para frente.
Posição treze: O atleta, está com a perna esquerda flexionada atrás, perna direita já tocando o solo, braços flexionados, o esquerdo à frente e
o direito atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição quatorze: Aqui, a perna esquerda que estava flexionada atrás do corpo, agora, é flexionada à frente, direcionando o atleta para cima e
para frente. A perna direita auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, esquerdo atrás e direito
à frente. Cabeça voltada à frente.
Posição quinze: Aqui o atleta tem os braços estendidos acima da cabeça, para auxiliar no impulso para cima, perna esquerda flexionada para
cima e para frente. Perna direita estendida atrás.
Posição dezesseis: Nessa posição o atleta flexiona o tronco para frente e, com as pernas juntas, flexionadas à frente, traz os braços à frente do
corpo, ainda estendidos, para realizar o pouso.
Posição dezessete: O atleta está com as pernas ainda juntas, porém agora semiflexionadas à frente, já tocando o solo. O tronco ainda semi
flexionado à frente, Braços para trás e flexionados.
Posição dezoito: O atleta já toca o chão tendo que flexionar totalmente os joelhos, a fim de ficar como “agachado” tombando o corpo para o lado
direito. Braço esquerdo estendido acima da cabeça e o direito flexionado à frente

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Os saltos podem ser aprendidos por pessoas de diferen- cas, físicas e psicológicas de cada grupo atendido, como foi
tes idades e condições físicas, com variações de graus de abordado na Unidade 1 no tópico sobre o desenvolvimen-
dificuldades, alturas e distâncias. O que faz uma pessoa to humano e as suas fases motoras de aprendizagem. Este
sentir-se estimulada a praticar o atletismo é a caracterís- ponto merece importância na organização de exercícios
tica que ele tem de ser um esporte desafiador para cada e de atividades a serem aplicadas para que, por meio do
ser humano. Assim, o professor/treinador deve organizar seu trabalho como profissional de Educação Física, esse
uma prática que leve em consideração as idades biológi- esporte possa ser cada vez mais praticado e difundido.

Figura 3 - Queda na caixa de areia

Descrição da Imagem: a figura apresenta a vista lateral de um atleta realizando o movimento de queda na caixa de areia, em cinco posições.
O atleta faz o trajeto da direita para a esquerda.
Posição um: A perna esquerda tocando o solo, impulsiona o atleta para cima e para frente. Perna direita flexionada à frente. Braço esquerdo à
frente e direito atrás, ambos flexionados. Cabeça voltada à frente.
Posição dois: O atleta em fase de voo, flexiona a perna esquerda atrás e a direita à frente. Braços semi flexionados, o esquerdo atrás e o direito
à frente.
Posição três: Aqui o atleta tem os braços estendidos acima da cabeça, para auxiliar no impulso para cima, perna esquerda flexionada para trás.
Perna direita estendida à frente.
Posição quatro: Nessa posição o atleta flexiona o tronco para frente e, com as pernas juntas e estendidas à frente, traz os braços para trás, ainda
estendidos, para realizar o pouso.
Posição cinco: O atleta quase toca o chão tendo que semi flexionar os joelhos preparando-se para tocar o solo. Braços semi flexionados à frente
do corpo para dar sustentação.

O salto é uma das modalidades mais antigas presentes no atletismo. Os primeiros documentos conhecidos são dos
Jogos da Antiguidade: um registro de 656 a. C. diz que um atleta chamado Chionis, de Esparta, teria saltado 7,05 m.
Esta marca só foi igualada em 1884, pelo irlandês John Lane, isto é, 2.530 anos depois. Se verdadeira, esta é a primeira
notícia de um recorde atlético quando comparada aos registros modernos.
O salto dos gregos se diferencia muito da prova dos nossos dias. Eles usavam, durante o salto, uma espécie de halteres
de pedra nas mãos, acreditando que, assim, obteriam uma distância maior – conhecido em outros tempos como “salto em
extensão” –. Entretanto, de acordo com a regra oficial número 185, a denominação é “salto em distância” (CBAt, 2013).

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Vamos então às fases do salto: corrida, impulsão, nadas pelo salto. Na queda, o saltador deverá estender
suspensão e queda. Na corrida, o saltador deverá acele- ao máximo ambas as pernas, maximizando a distância e
rar até a uma velocidade próxima da máxima, sem per- evitando cair para trás, a fim de não diminuir a distância
der o controle da técnica – esta deverá ser proporcional do salto. O objetivo da corrida é o de atingir uma veloci-
à capacidade de transferência para a impulsão –. Na im- dade próxima do máximo para o salto.
pulsão, ele deverá gerar velocidade vertical sem perder Deverá ter uma distância que poderá variar de 15 a
velocidade horizontal. Na suspensão, o saltador prepara 35 m. A técnica é semelhante à da corrida de velocidade
a queda e poderá utilizar uma das técnicas proporcio- e deverá aumentar progressivamente até a impulsão.

Figura 4 – Mecânica da corrida para o salto em distância / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem a figura em preto e branco, mostra um atleta correndo para realizar um salto em vista lateral, demonstrando em uma
sequência de posições. O atleta tem a perna direita sinalizada com a cor preta para melhor visualização do movimento.
Posição um: Nessa posição a atleta está iniciando a impulsão, onde tem a perna direita flexionada à frente, direcionando-a para cima e para frente.
A perna esquerda auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente.
Posição dois: Aqui a atleta está com a perna direita tocando o solo e a perna esquerda se flexiona ao lado do corpo para ser passada à frente.
Braços flexionados ao lado do corpo.
Posição três: Perna direita encostada ao solo em meia ponta impulsionando a atleta para cima e para frente. Perna direita semiflexionada à
frente. Braço direito flexionado à frente e o esquerdo atrás.
Posição quatro: Em fase de voo, os braços estão flexionados, esquerdo atrás e direito à frente. A perna direita está semiflexionada atrás e a perna
esquerda estendida à frente com uma seta indicando uma trajetória de cima para baixo. Ou seja, do ar para o solo.
Posição cinco: A perna esquerda, como a seta indicou, está com o pé tocando totalmente o solo. A perna direita está flexionada atrás e os braços
estão semi flexionados, direito ao lado do corpo e esquerdo à frente.

O objetivo na impulsão é ganhar velocidade vertical sem perder a velocidade da corrida. O pé deverá fazer um con-
tato rápido e ativo com o solo, sendo tracionado rapidamente para trás (1). O tempo de contato com o solo, neste
momento, deve ser mínimo, com uma flexão mínima do joelho (da perna de impulsão). O saltador deverá estender
totalmente a perna por meio de todas as suas articulações. A perna livre deverá ser elevada rapidamente para cima (2).

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 5 – Fase de impulsão do salto em distância / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem a figura em preto e branco, mostra um atleta realizando a fase de impulsão para o salto em distância em vista lateral,
com uma sequência de 04 posições. Atleta tem a perna direita sinalizada com a cor preta para melhor visualização do movimento.
Posição um: Em fase de voo, os braços estão flexionados, esquerdo atrás e direito à frente. A perna direita está semiflexionada atrás e a perna
esquerda estendida à frente com uma seta indicando uma trajetória de cima para baixo. Ou seja, do ar para o solo. O número UM acompanha
esse movimento indicando o primeiro movimento do exercício.
Posição dois: A perna esquerda, como a seta indicou, está com o pé tocando totalmente o solo. A perna direita está flexionada atrás e os braços
estão semi flexionados, direito ao lado do corpo e esquerdo à frente.
Posição três: Aqui a atleta está com a perna esquerda tocando o solo e a perna direita se flexiona ao lado do corpo para ser passada à frente.
Braço direito estendido ao lado do corpo e o braço esquerdo flexionado à frente.
Posição quatro: Nessa posição a atleta está com braço direito estendido atrás e esquerdo flexionado à frente. Agora, iniciando a impulsão, onde
tem a perna direita flexionada à frente, direcionando-a para cima e para frente com uma seta na perna direita indicando a direção (para cima).
A perna esquerda auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Há o número dois, indicando o segundo movimento
do exercício.

O objetivo da suspensão é se preparar para uma queda eficiente. A técnica mais utilizada para a formação ou o apren-
dizado inicial é a técnica de passada. As características técnicas desta fase são as seguintes: a perna livre é mantida na
posição obtida na fase de impulsão. A posição do tronco deve ser ereta na maior parte do tempo. A perna de impulsão
deverá estar em constante movimento na maior parte dessa fase. Esta perna deverá se flexionar e ser direcionada para
frente e para cima, próximo do final da fase de suspensão. Ambas as pernas devem se estender no final da fase de
suspensão, antes da queda.

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Figura 6 – Fase de suspensão do salto em distância / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem a figura em preto e branco, mostra um atleta realizando um salto em distância, na fase de suspensão, com vista lateral,
o movimento é apresentado em sequência com 7 posições. O atleta tem a perna direita sinalizada com a cor preta para melhor visualização do
movimento.
Posição um: Aqui, a perna direita é flexionada à frente, direcionando o atleta para cima e para frente. A perna esquerda auxilia nesse processo
estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente. Cabeça voltada à frente.
Posição dois: Aqui o atleta está em fase de voo e tem os braços estendidos para os lados, perna direita semiflexionada para cima e para frente.
Perna esquerda semiflexionada atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição três: Aqui o atleta ainda está em fase de voo e tem os braços estendidos para cima (acima da cabeça), perna direita semiflexionada para
cima e para frente. Perna esquerda semiflexionada atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição quatro: Aqui o atleta continua em fase de voo, com os braços estendidos para cima, perna direita estendida e frente. Perna esquerda
flexionada ao lado do corpo, em uma trajetória para frente. Cabeça voltada à frente.
Posição cinco: Nessa posição o atleta flexiona o tronco para frente e, com as pernas juntas, semiflexionadas à frente, traz os braços ao lado do
corpo, ainda estendidos, para realizar o pouso. Cabeça voltada à frente.
Posição seis: O atleta está com as pernas ainda juntas, semiflexionadas à frente. O tronco agora está totalmente flexionado à frente, Braços para
trás e totalmente estendidos. Cabeça voltada à frente.
Posição sete: O atleta está com as pernas ainda juntas, porém agora semiflexionadas à frente, já tocando o solo. O tronco volta para a posição
semi flexionado à frente, Braços para frente semi flexionados. Cabeça voltada à frente.

O objetivo da queda desta fase é minimizar a perda da distância do salto. As características técnicas desta fase nos
mostram que as pernas deverão estar em completa extensão, o tronco deverá ser inclinado para frente e os braços
devem ser puxados para trás, sendo que o quadril deve ser empurrado para frente, em direção ao ponto de contato
com o solo.
Veja, caro(a) aluno(a), a sequência completa do salto em distância:

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 7 – Salto em distância

Descrição da Imagem a fotografia mostra uma atleta realizando um salto em distância com vista lateral com uma sequência de 16 posições. São fotos
reais de uma atleta – Uniforme Azul.
Posição um: Em fase de voo, a atleta tem a perna esquerda estendida atrás, perna direita flexionada em um ângulo reto à frente. Braços flexionados,
direito atrás e esquerdo à frente.
Posição dois: Perna direita atrás finalizando o toque no solo com a ponta dos pés, a perna esquerda já à frente flexionada. Braço direito flexionado à
frente e o esquerdo atrás.
Posição três: Pernas flexionadas em um ângulo reto, esquerda à frente e direita atrás. Braços alternados às pernas.
Posição quatro: Perna direita flexionada atrás, perna esquerda semiflexionada à frente em direção ao toque do pé no solo., Braço direito ainda à frente
do corpo e braço esquerdo atrás, buscando alternância.
Posição cinco: Perna esquerda toca o solo, semiflexionada, enquanto a direita ainda flexionada se posiciona ao lado do corpo, buscando a trajetória de
trás para frente. Braço direito semiflexionado ao lado do corpo, braço esquerdo flexionado à frente do corpo.
Posição seis: A atleta tem a perna direita flexionada à frente, perna esquerda tocando o solo em meia ponta, está semiflexionada para dar o impulso
para frente. Braços flexionados, esquerdo à frente e direito atrás.
Posição sete: Em fase de voo, a perna direita está totalmente estendida à frente em direção ao solo. Perna esquerda está flexionada atrás, assim como
o braço direito. Braço esquerdo está flexionado à frente.
Posição oito: Essa posição mostra a transição de posições das pernas e braços e o início do salto. Braço direito à frente e flexionado, braço esquerdo
atrás e flexionado. Perna direita semiflexionada, tocando a tábua de impulsão, perna esquerda ao lado do corpo flexionada e indo em direção à frente.
Posição nove: Aqui a perna direita já está estendida, dando impulso para o corpo. A perna esquerda é flexionada à frente e para cima. Braço direito
flexionado à frente do corpo e esquerdo atrás.
Posição dez: Já em fase de voo, a atleta tem a perna direita estendida atrás, perna esquerda flexionada em um ângulo quase reto à frente, projetando
o corpo para cima. Braços flexionados, esquerdo atrás e direito à frente.
Posição onze: Em fase de voo, a perna direita está flexionada atrás, a perna esquerda semiflexionada à frente. Braço direito estendido ao lado do corpo
e esquerdo estendido na diagonal para trás. Corpo minimamente inclinado para trás.
Posição doze: Em fase de voo e com o corpo inclinado para trás, a perna esquerda está estendida em uma trajetória de frente para trás. Braço direito
estendido ao lado do corpo e esquerdo estendido na diagonal para trás.
Posição treze: Ainda em fase de voo e com o corpo inclinado para trás, os braços estão estendidos para cima e para trás. As pernas estão juntas e
flexionadas atrás do corpo.
Posição quatorze: A fase de voo permanece. O corpo já não está inclinado para trás, os braços estão estendidos à frente e para cima. As pernas estão
juntas e flexionadas em um ângulo reto para frente.
Posição quinze: Nessa última posição da fase de voo, o corpo é totalmente inclinado para frente, pernas juntas e estendidas à frente. Os braços estão
estendidos à frente quase tocando os pés.
Posição dezesseis: Aqui a atleta consegue realizar a aterrissagem, mantendo os pés juntos, pernas semiflexionadas tocando a areia. Tronco tomba para
o lado direito e os braços estão estendidos à frente.

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A seguir, apresentaremos alguns exercícios técnico-pedagógicos de aprendizado do salto.


Saltos sobre obstáculos

Figura 8 – Exercício de saltos sobre os caixotes / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem a figura em preto e branco, mostra um aluno realizando um exercício de salto alternado sobre caixotes com vista lateral,
com uma sequência de movimentos com 9 posições. O atleta possui a perna direita sinalizada com a cor preta para melhor visualização do
movimento. Na linha de caminhada do atleta, existem dois caixotes para transposição.
Posição um: O atleta está com a perna direita estendida, tocando o solo em meia ponta. Perna esquerda flexionada à frente e acima. Braço
direito flexionado à frente e esquerdo atrás.
Posição dois: Aqui o atleta está em fase de voo, transpassando o primeiro obstáculo, a perna direita está estendida atrás, perna esquerda ainda
flexionada à frente. Braço direito flexionado à frente e esquerdo atrás.
Posição três: Perna esquerda já toca o solo, com a perna estendida, enquanto a direita está flexionada atrás. Braço direito flexionado à frente
e esquerdo atrás.
Posição quatro: Perna direita dá o passo e toca o solo mantendo-se entendida à frente, perna esquerda flexionada atrás pronta para dar o passo.
Braço esquerdo flexionado à frente e direito atrás.
Posição cinco: Perna esquerda já toca o solo, com a perna estendida, enquanto a direita está flexionada atrás. Braço direito flexionado à frente
e esquerdo atrás.
Posição seis: Perna direita dá o passo e toca o solo mantendo-se entendida à frente, perna esquerda flexionada atrás pronta para dar o passo.
Braço esquerdo flexionado à frente e direito atrás.
Posição sete: O atleta está com a perna direita estendida, tocando o solo em meia ponta. Perna esquerda flexionada à frente e acima. Braço
direito flexionado à frente e esquerdo atrás.
Posição oito: Aqui o atleta está em fase de voo, transpassando o segundo obstáculo, a perna direita está estendida atrás, perna esquerda ainda
flexionada à frente. Braço direito flexionado à frente e esquerdo atrás.
Posição nove: Perna esquerda já toca o solo, com a perna estendida, enquanto a direita está flexionada atrás. Braço direito flexionado à frente
e esquerdo atrás.

Com uma corrida curta, simular a posição de impulsão.


• Utilizar uma corrida de curta distância.
• A queda é feita na perna contrária àquela do salto.
• Utilizar o ritmo de três passos entre os obstáculos.
• A distância entre os obstáculos é proporcional à capacidade do saltador (4 a 6 m).
• A altura dos obstáculos varia entre 20 e 40 cm.
• Salto da plataforma na areia

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 9 – Exercício de salto com perna de impulsão a partir do caixote / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem na figura em preto e branco, mostra um atleta realizando um salto em distância caindo na caixa de areia com vista lateral,
o salto é realizado com uma sequência de 03 posições. O atleta possui a perna direita sinalizada com a cor preta para melhor visualização do
movimento. Na linha de caminhada do atleta, existe um caixote para transposição e uma caixa de areia para salto, sinalizada na cor cinza, na
mesma linha do chão.
Posição um: O atleta está em cima do caixote, com a perna esquerda estendida tocando o caixote em meia ponta, perna direita flexionada à
frente. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente.
Posição dois: O atleta está em fase de voo, com a perna esquerda estendida abaixo, perna direita flexionada à frente. Braços flexionados, direito
atrás e esquerdo à frente.
Posição três: O atleta aterriza no caixa de areia, com as pernas flexionadas, direita à frente e esquerda atrás. Braços estendidos acima e à frente.

Praticar saltos em uma plataforma procurando aumentar o tempo de suspensão.


• Após uma corrida prévia de cinco a sete passos, realizar o salto na areia.
• Manter a posição de impulsão durante a suspensão.
• A queda deverá ser feita em afastamento anteroposterior (ver Figura 9).
• A altura da plataforma deverá variar entre 10 e 20 cm.
• Salto com queda e afundo

Figura 10 – Exercício de salto com perna de impulsão sem o caixote Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem a figura em preto e branco, mostra um um atleta realizando o salto em distância, com vista lateral, no movimento de
impulsão sem o caixote. Na figura aparece a caixa de areia, sinalizada na cor cinza na mesma linha do chão, o salto é mostrado em uma sequência
de 03 posições. O atleta possui a perna direita sinalizada com a cor preta para melhor visualização do movimento.
Posição um: O atleta está com a perna esquerda estendida tocando o solo em meia ponta, perna direita flexionada à frente. Braços flexionados,
direito atrás e esquerdo à frente.
Posição dois: O atleta está em fase de voo, com a perna esquerda estendida abaixo, perna direita flexionada à frente. Braços flexionados, direito
atrás e esquerdo à frente.
Posição três: O atleta está se preparando para aterrissar na caixa de areia, mas ainda em fase de voo, com as pernas flexionadas, direita à frente
e esquerda atrás. Braços estendidos acima e à frente.

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Enfatizar a posição de impulsão e manter a posição na fase de suspensão.


• Após uma corrida de cinco a sete passos, realizar o salto.
• Manter a posição de impulsão durante a suspensão.
• Queda em posição de afundo (ver a Figura 10).
• Praticar a técnica a partir da plataforma

Figura 11 – Salto com uma das técnicas sobre o caixote / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem a figura em preto e branco, mostra um atleta realizando o salto sobre o caixote e caindo na areia, com vista lateral, de-
monstrado em sequência de 05 posições. O atleta possui a perna direita sinalizada com a cor preta para melhor visualização do movimento. Na
linha de caminhada do atleta, existe um caixote para transposição e uma caixa de areia para salto, sinalizada na cor cinza, na mesma linha do chão.
Posição um: O atleta está em cima do caixote, com a perna esquerda estendida tocando o caixote em meia ponta, perna direita flexionada à
frente. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente.
Posição dois: Aqui o atleta está em fase de voo e tem os braços estendidos para os lados, perna direita semiflexionada para cima e para frente.
Perna esquerda semiflexionada atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição três: Aqui o atleta continua em fase de voo, com os braços estendidos para cima, perna direita estendida e frente. Perna esquerda
flexionada ao lado do corpo, em uma trajetória para frente. Cabeça voltada à frente.
Posição quatro: Nessa posição o atleta flexiona o tronco para frente e, com as pernas juntas, semiflexionadas à frente, traz os braços ao lado do
corpo, ainda estendidos, para realizar o pouso. Cabeça voltada à frente.
Posição cinco: O atleta está com as pernas ainda juntas, porém agora semiflexionadas à frente, já tocando o solo (a perna direita já não tem mais
a marcação de cor diferente). O tronco volta para a posição semi flexionado à frente, Braços para frente semi flexionados. Cabeça voltada à frente.

Praticar a técnica com impulsão e salto completo.


• Após uma corrida de cinco a sete passos, fazer o salto completo conforme a Figura 12. A queda deverá ser feita
com os pés paralelos.
• Salto completo com uma breve corrida.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 12 – Salto com uma das técnicas sem o caixote / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem a figura em preto e branco, mostra um atleta realizando um salto em distância caindo na caixa de areia, com vista lateral,
o movimento é realizado em sequência com 05 posições.O atleta possui a perna direita sinalizada com a cor preta para melhor visualização do
movimento. Na linha de caminhada do atleta, existe uma caixa de areia para salto, sinalizada na cor cinza, na mesma linha do chão.
Posição um: O atleta está com a perna esquerda estendida tocando o solo em meia ponta, perna direita flexionada à frente. Braços flexionados,
direito atrás e esquerdo à frente.
Posição dois: Aqui o atleta está em fase de voo e tem os braços estendidos para os lados, perna direita semiflexionada para cima e para frente.
Perna esquerda semiflexionada atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição três: Aqui o atleta continua em fase de voo, com os braços estendidos para cima, perna direita estendida e frente. Perna esquerda
flexionada ao lado do corpo, em uma trajetória para frente. Cabeça voltada à frente.
Posição quatro: Nessa posição o atleta flexiona o tronco para frente e, com as pernas juntas, semiflexionadas à frente, traz os braços ao lado do
corpo, ainda estendidos, para realizar o pouso. Cabeça voltada à frente.
Posição cinco: O atleta está com as pernas ainda juntas, porém agora semiflexionadas à frente, já tocando o solo (a perna direita já não tem mais
a marcação de cor diferente). O tronco volta para a posição semi flexionado à frente, Braços para frente semi flexionados. Cabeça voltada à frente.

Título: Educação Física no Ensino Superior. Atletismo - Teoria e Prática


Autora: Sara Quenzer Matthiesen
Editora: Guanabara Koogan
Sinopse: o objetivo do livro é agrupar informações sobre como ensinar Atletismo,
apresentando ao leitor um conjunto de informações, regras, histórico, estilos, apre-
sentação de resultados, ideias sobre como aplicar na prática este esporte em cada
prova específica que o compõe. Sempre fazendo referência à teoria e prática, neste
livro o leitor terá a oportunidade de ler sobre como trabalhar com o ensino-apren-
dizagem do Atletismo em diferentes espaços, usando implementos e outros objetos
diversos tanto oficiais quanto alternativos.
Comentário: este livro contribui para a difusão do atletismo, que pode ser praticado em bosques, campos
abertos, quadras esportivas e em vários outros locais abertos e planos. Contribui também para aumentar
os conhecimentos sobre o atletismo na iniciação. Portanto, você poderá usufruir amplamente das suas
informações.

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Praticando a técnica
• Após uma corrida curta de cinco a sete passos, realizar um apoio ativo com a metade da frente do pé (apoio
plantar) e manter a posição de impulsão durante a suspensão. Cair na areia com os pés paralelos.
• Sequência completa – marcar a corrida e conectar todas as fases.

Figura 13 – Exercício de corrida para encontrar a marca / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: a figura em preto e branco, mostra um atleta realizando uma corrida com elevação do joelho, com vista lateral, em uma
sequência de 2 posições. Sentido do movimento: Da direita para a esquerda. Na imagem vemos à direita a caixa de areia. Ao lado dele a tábua
de impulsão.
Posição um: Aqui, a perna esquerda é flexionada em um ângulo reto à frente, direcionando o atleta para cima e para frente. A perna direita auxilia
nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, direito à frente e esquerdo atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição dois: Aqui, a perna esquerda é totalmente flexionada de modo que o joelho fique apontado para frente. A perna direita toca o solo,
estendida. Braço direito flexionado à frente e esquerdo estendido atrás. Cabeça voltada à frente.

Praticando a corrida
• Correr de 20 a 30 m a partir da marca no sentido contrário.
• Simular uma impulsão após esta distância a fim de determinar a marca.
• Marcar a impulsão.
• Correr no sentido do salto a partir dessa marca.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 14 – Salto completo / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: a figura em preto e branco, mostra um atleta realizando o salto em distância completo, com vista lateral, o movimento
é apresentado em sequência de 7 posições. O atleta tem a perna direita sinalizada com a cor preta para melhor visualização do movimento.
Posição um: Aqui, a perna direita é flexionada à frente, direcionando o atleta para cima e para frente. A perna esquerda auxilia nesse processo
estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente. Cabeça voltada à frente.
Posição dois: Aqui o atleta está em fase de voo e tem os braços estendidos para os lados, perna direita semiflexionada para cima e para frente.
Perna esquerda semiflexionada atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição três: Aqui o atleta ainda está em fase de voo e tem os braços estendidos para cima (acima da cabeça), perna direita semiflexionada para
cima e para frente. Perna esquerda semiflexionada atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição quatro: Aqui o atleta continua em fase de voo, com os braços estendidos para cima, perna direita estendida e frente. Perna esquerda
flexionada ao lado do corpo, em uma trajetória para frente. Cabeça voltada à frente.
Posição cinco: Nessa posição o atleta flexiona o tronco para frente e, com as pernas juntas, semiflexionadas à frente, traz os braços ao lado do
corpo, ainda estendidos, para realizar o pouso. Cabeça voltada à frente.
Posição seis: O atleta está com as pernas ainda juntas, semiflexionadas à frente. O tronco agora está totalmente flexionado à frente, Braços para
trás e totalmente estendidos. Cabeça voltada à frente.
Posição sete: O atleta está com as pernas ainda juntas, porém agora semiflexionadas à frente, já tocando o solo (a perna direita já não tem mais a
marcação de cor diferente). O tronco volta para a posição semi flexionado à frente, Braços para frente semi flexionados. Cabeça voltada à frente.

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Realizar o salto completo, conectando todas as fases: corrida, impulsão, sus-


pensão e queda. Corrigir a corrida e a marca quando necessário.
Vejamos agora um pouco sobre o salto triplo. A história dos saltos é um
tanto obscura, mas sabe-se que os celtas, nos seus Jogos Tailtianos, já prati-
cavam a modalidade no século II da nossa Era. De qualquer forma, o triplo
salto era firmemente disputado na Irlanda e na Escócia, no final do sécu-
lo XIX. Entretanto, nem sempre de acordo com as regras e/ou a sequência
dos saltos que são praticados na atualidade. Esta é a prova olímpica que deu
mais glórias ao Brasil, pois, conta com dois títulos olímpicos e cinco recordes
mundiais realizados por Adhemar Ferreira da Silva; com a medalha de Nel-
son Prudêncio e os títulos pan-americanos conquistados por João Carlos de
Oliveira. Também tivemos outros grandes atletas nesta prova (MATTHIE-
SEN; RANGEL; DARIDO, 2014).
A prova do salto triplo possui quatro fases: corrida, hop, step e jump (sal-
to). Cada um dos três saltos podem ser divididos em três fases (impulsão, sus-
pensão e queda). Você pode achar estranho os nomes em inglês, mas estes fo-
ram adotados como oficiais, pois as traduções ficariam abstratas: hop significa
algo como “coxinho” ou “salto na mesma perna”; step seria “o salto alternado”; e
jump é, literalmente, “salto”.
Para a melhor compreensão das fases (Figura 15), após a corrida, o saltador
(a partir da tábua de impulsão) realiza o primeiro salto – que pode ser iniciado
com a perna direita ou esquerda –, conhecido como hop; o segundo é o step
– um salto alternando a perna –; o terceiro é o jump – similar ao salto em dis-
tância. Se o atleta iniciar com a perna esquerda, o salto terá a seguinte sequência
(a partir da tábua de impulsão): esquerda; esquerda; direita; e queda na areia
com ambas as pernas. Caso comece o salto com a perna direita: direita; direita;
esquerda; e queda na areia com ambas as pernas.
Na fase de corrida, o saltador deve acelerar para ganhar velocidade suficiente
para o salto. Na fase do hop, ele deve executar um movimento rápido e com pre-
dominância do salto na horizontal – isto corresponde a 35% da distância total do
salto triplo –. Na fase do step, o saltador deverá percorrer a distância aproximada
de 30% do valor total do salto, o que consiste numa fase crítica. Na última fase, o
jump é o momento em que o atleta percorre 35% da distância total. Considera-se a
finalização do salto triplo como muito semelhante ao salto em distância.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 15 – Salto triplo completo e as suas fases / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: a figura em preto e branco, mostra um atleta realizando o movimento do salto triplo completo, em vista lateral, e o
salto é apresentado com as quatro fases da execução em uma sequência de 18 posições. Atleta está com a perna direita destacada com uma
cor diferente, para melhor visualização.
Corrida de impulso - Posições: 01, 02, 03 e 04
Hop - Posições: 05, 06, 07 e 08
Step - Posições: 09, 10, 11, 12 e 13
Salto - Posições: 14, 15, 16, 17 e 18
CORRIDA DE IMPULSO:
Posição um: o atleta está em fase de corrida máxima. Com a perna direita estendida, tocando o solo em meia ponta. Perna esquerda flexionada
à frente. Braço direito flexionado à frente do corpo e braço esquerdo atrás. Cabeça voltada à frente
Posição dois: O atleta, está com a perna direita flexionada atrás, perna direita semiflexionada à frente, quase tocando o chão, braços flexionados,
o direito à frente e o esquerdo atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição três: Ainda com a cabeça voltada à frente, o atleta encosta a perna esquerda no chão semiflexionada e a perna direita está totalmente
flexionada atrás. Braços ao lado do corpo, em trajetórias opostas.
Posição quatro: Aqui, a perna direita que estava flexionada atrás do corpo, agora, é flexionada à frente, direciona o atleta para cima e para frente.
A perna esquerda auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente.
HOP:
Posição cinco: Já em fase de voo, o atleta tem as pernas flexionadas, com a direita à frente e a esquerda atrás. Braços também flexionados, direito
atrás e esquerdo à frente. Cabeça voltada à frente.
Posição seis: Nessa posição, o atleta começa a realizar o movimento de troca de pernas, para que a perna esquerda toque novamente o chão,
fazendo um “passo no ar”. Então a perna esquerda é totalmente flexionada e se posiciona ao lado do corpo. A perna direita é estendida abaixo em
um movimento de frente para trás. Os braços estão abertos e semiflexionados para dar sustentação ao movimento. Cabeça voltada para frente.
Posição sete: Aqui o atleta já fez a troca de pernas e está com a perna esquerda à frente pronta para o trajeto em direção ao solo. A perna direita
está semiflexionada atrás. Braços semi flexionados atrás e cabeça voltada para frente.
Posição oito: Nessa parte a perna esquerda já toca o solo. A perna direita flexionada atrás, vem em uma direção de trás para frente, os braços
ainda estão semi flexionados atrás e a cabeça voltada para frente.
STEP:
Posição nove: Aqui ocorre a passagem da perna direita de trás para frente flexionada. Perna esquerda estendida tocando o solo. Braços semi
flexionados à frente e cabeça voltada para frente.
Posição dez: Essa posição é onde o corpo é impulsionado para cima e para frente pela perna esquerda, a perna direita está flexionada à frente.
Braços flexionados à frente e cabeça voltada para frente.
Posição onze: Já em fase de voo, o atleta tem as pernas flexionadas, com a direita à frente e a esquerda atrás. Braços estendidos à frente. Cabeça
voltada à frente.
Posição doze: Aqui o atleta está com a perna direita à frente pronta para o trajeto em direção ao solo. A perna esquerda está semiflexionada
atrás. Braços semi flexionados esquerdo na lateral e acima da cabeça e braço direito atrás. Cabeça voltada para frente.
Posição treze: O atleta, está com a perna esquerda flexionada atrás, perna direita já tocando o solo, braços flexionados, o esquerdo à frente e
o direito atrás. Cabeça voltada à frente.
SALTO:
Posição quatorze: Aqui, a perna esquerda que estava flexionada atrás do corpo, agora, é flexionada à frente, direcionando o atleta para cima e
para frente. A perna direita auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, esquerdo atrás e direito
à frente. Cabeça voltada à frente.
Posição quinze: Aqui o atleta tem os braços estendidos acima da cabeça, para auxiliar no impulso para cima, perna esquerda flexionada para
cima e para frente. Perna direita estendida atrás.
Posição dezesseis: Nessa posição o atleta flexiona o tronco para frente e, com as pernas juntas, flexionadas à frente, traz os braços à frente do
corpo, ainda estendidos, para realizar o pouso.
Posição dezessete: O atleta está com as pernas ainda juntas, porém agora semiflexionadas à frente, já tocando o solo. O tronco ainda semi
flexionado à frente, Braços para trás e flexionados.
Posição dezoito: O atleta já toca o chão tendo que flexionar totalmente os joelhos, a fim de ficar como “agachado” tombando o corpo para o lado
direito. Braço esquerdo estendido acima da cabeça e o direito flexionado à frente.

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A seguir, vejamos a visão geral do salto triplo, em que, nas figuras, a perna livre é a sombreada, contrária à perna de
impulsão.
O objetivo geral da corrida é obter a velocidade adequada para o salto. Características técnicas: a distância da cor-
rida varia entre 15 m para iniciantes e 35 m para saltadores experientes. De acordo com a Figura 16, a corrida possui
técnicas semelhantes às das corridas de velocidade, onde se aumenta a velocidade progressivamente até o início do
salto. Cada passo de corrida possui uma característica própria de apoio, sendo ativo e rápido na direção do salto (1).

Figura 16 – Fase da corrida do salto triplo / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: a figura em preto e branco, mostra um atleta realizando o movimento de corrida em preparação para o salto, com
vista lateral, com uma sequência de 04 posições. O atleta está com a perna direita destacada com uma cor diferente, para melhor visualização.
Posição um: o atleta está em fase de corrida máxima. Com a perna esquerda estendida, tocando o solo em meia ponta. Perna direita flexionada
à frente. Braço direito flexionado à frente do corpo e braço esquerdo atrás. Cabeça voltada à frente
Posição dois: O atleta, está com a perna direita flexionada atrás, perna direita semiflexionada à frente, quase tocando o chão, aqui existe uma
seta (1) que sai do pé e aponta o chão mostrando como deverá ser o movimento. Braços flexionados, o direito à frente e o esquerdo atrás.
Cabeça voltada à frente.
Posição três: Ainda com a cabeça voltada à frente, o atleta encosta a perna esquerda no chão semiflexionada e a perna direita está totalmente
flexionada atrás, aqui a flecha sai do joelho direito e aponta para frente e para cima, indicando a direção do movimento. Braços ao lado do
corpo, em trajetórias opostas.
Posição quatro: Aqui, a perna direita que estava flexionada atrás do corpo, agora, é flexionada à frente, direciona o atleta para cima e para frente.
A perna esquerda auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente.

O objetivo do hop é realizar um salto longo e horizontalizado, com perda mínima de velocidade. As características
técnicas são: a coxa da perna livre (contrária àquela da perna de impulsão) é projetada para cima e para frente na
horizontal. De acordo com a Figura 17, a direção da impulsão tem predominância no eixo horizontal e não para cima
(1); a perna livre é tracionada para trás; a perna de impulsão é projetada para frente e para cima, na sequência, esten-
dida para frente, preparando-se para o próximo contato com o solo (2); e o tronco, nessa fase, deve ser mantido ereto
e equilibrado.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 17 – Fase do hop (primeiro salto) do salto triplo / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: a figura em preto e branco, mostra um atleta realizando o primeiro salto do salto triplo com vista lateral, executando-o
com uma sequência de 05 posições. O atleta está com a perna direita destacada com uma cor diferente, para melhor visualização.
Posição um: Aqui, a perna direita que estava flexionada atrás do corpo, agora, é flexionada à frente, direciona o atleta para cima e para frente.
A perna esquerda auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente.
Nesta posição existe uma seta (1) que sai do quadril e aponta para cima e para frente, indicando a direção que o movimento deverá seguir.
Posição dois: Já em fase de voo, o atleta tem as pernas flexionadas, com a direita à frente e a esquerda atrás. Braços também flexionados, direito
atrás e esquerdo à frente. Cabeça voltada à frente.
Posição três: Nessa posição, o atleta começa a realizar o movimento de troca de pernas, para que a perna esquerda toque novamente o chão,
fazendo um “passo no ar”. Então a perna esquerda é totalmente flexionada e se posiciona ao lado do corpo. A perna direita é estendida abaixo em
um movimento de frente para trás. Os braços estão abertos e semiflexionados para dar sustentação ao movimento. Cabeça voltada para frente.
Posição quatro: Aqui o atleta já fez a troca de pernas e está com a perna esquerda à frente pronta para o trajeto em direção ao solo. A perna
direita está semiflexionada atrás. Braços semi flexionados atrás e cabeça voltada para frente. Aqui existe uma seta (2) que sai do pé esquerdo
do atleta e aponta o solo. Indicando a direção que o movimento deverá seguir.
Posição cinco: Nessa parte a perna esquerda já toca o solo. A perna direita flexionada atrás, vem em uma direção de trás para frente, os braços
ainda estão semi flexionados atrás e a cabeça voltada para frente.

Melhore o seu conhecimento assistindo a este vídeo sobre as fases do salto triplo.
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O objetivo da fase do step é manter-se no mesmo ritmo do hop, sem perder a distância média do salto.
As características técnicas são: o apoio do pé deverá ser plantar (isto é, o pé todo) e deve ser ativo e rápido, puxan-
do para trás rapidamente. Como exposto na Figura 18, a perna livre deverá ser estendida quase que completamente
antes do contato com o solo; os braços devem ser sincronizados para equilíbrio; a coxa da perna livre, ser mantida alta
(1); o tronco deve ser mantido ereto e equilibrado; e a perna livre precisa ser estendida para frente e para baixo (2).

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Figura 18 – Fase do step (segundo salto) do salto triplo / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: a figura em preto e branco, mostra um atleta realizando a fase do step do salto triplo, com vista lateral, com uma se-
quência de 05 posições. O atleta está com a perna direita destacada com uma cor diferente, para melhor visualização.
Posição um: Aqui ocorre a passagem da perna direita de trás para frente flexionada. Perna esquerda estendida tocando o solo. Braços semi
flexionados à frente e cabeça voltada para frente.
Posição dois: Essa posição é onde o corpo é impulsionado para cima e para frente pela perna esquerda, a perna direita está flexionada à frente.
Braços flexionados à frente e cabeça voltada para frente.
Posição três: Já em fase de voo, o atleta tem as pernas flexionadas, com a direita à frente e a esquerda atrás. Braços estendidos à frente. Cabeça
voltada à frente. Aqui a imagem mostra uma linha reta (1), entre o quadril e o joelho direito (flexionado à frente), indicando que a posição do
joelho deve seguir a linha do quadril.
Posição quatro: Aqui o atleta está com a perna direita à frente pronta para o trajeto em direção ao solo. A perna esquerda está semiflexionada
atrás. Braços semi flexionados, esquerdo na lateral e acima da cabeça e braço direito atrás. Cabeça voltada para frente. Aqui existe uma seta (2)
saindo do pé direito que aponta para o solo, indicando a direção que o movimento deverá seguir.
Posição cinco: O atleta, está com a perna esquerda flexionada atrás, perna direita já tocando o solo, braços flexionados, o esquerdo à frente e
o direito atrás. Cabeça voltada à frente.

O jump tem como objetivo projetar o corpo (Figura 19) em um ângulo adequado (1) e finalizar o salto de forma po-
tente e com máxima amplitude.
As características técnicas são: o apoio plantar deve ser rápido e ativo, empurrando o corpo para frente. A perna
de impulsão deverá estar totalmente estendida. Os braços são acionados no salto (2). O tronco precisa ser inclinado
ligeiramente para frente com o objetivo de finalizar o salto. A técnica poderá ser a mesma do salto em distância. As
pernas se estendem quase que totalmente na queda na areia.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 19 – Fase do jump (terceiro salto) e finalização do salto triplo / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura em preto e branco, mostra o atleta realizando o terceiro salto do salto triplo, com vista lateral, com uma sequência
de 05 posições. O atleta está com a perna direita destacada com uma cor diferente, para melhor visualização.
Posição um: Aqui, a perna esquerda que estava flexionada atrás do corpo, agora, é flexionada à frente, direcionando o atleta para cima e para
frente. A perna direita auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, esquerdo atrás e direito à
frente. Cabeça voltada à frente. Nessa fase existe uma seta (1) que sai do quadril e aponta para cima e para frente, indicando a direção que o
movimento deverá seguir.
A outra seta (2), sai da cabeça do atleta e aponta para a segunda posição, indicando o posicionamento dos braços do atleta.
Posição dois: Aqui o atleta tem os braços estendidos acima da cabeça, para auxiliar no impulso para cima, perna esquerda flexionada para cima
e para frente. Perna direita estendida atrás.
Posição três: Nessa posição o atleta flexiona o tronco para frente e, com as pernas juntas, flexionadas à frente, traz os braços à frente do corpo,
ainda estendidos, para realizar o pouso.
Posição quatro: O atleta está com as pernas ainda juntas, porém agora semiflexionadas à frente, já tocando o solo. O tronco ainda semi flexio-
nado à frente, Braços para trás e flexionados.
Posição cinco: O atleta já toca o chão tendo que flexionar totalmente os joelhos, a fim de ficar como “agachado” tombando o corpo para o lado
direito. Braço esquerdo estendido acima da cabeça e o direito flexionado à frente.

O salto triplo é uma das provas que possui maior impacto nas articulações. Por isso, quando for trabalhar
com o ensino desse salto, tenha em mente o espaço que terá à disposição e as condições deste. Deve-se
escolher um terreno macio, porém firme, como gramado ou terra batida.

Exercícios de progressão técnica e pedagógica • Realizar multi saltos alternados.


Exercício 1 – Saltos para adquirir ritmo • Realizar hops.
Objetivos: conhecer e melhorar a técnica dos saltos. • Combinar steps alternando com hops.
• Correr de 5 a 6m antes de começar a saltar. • Utilizar impulsão e queda em ambas as pernas.

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Figura 20 – Ilustração do exercício 1 / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura ilustrativa em preto e branco, mostrando um atleta realizando uma sequência de 5 saltos, com vista lateral, em
17 posições. O atleta está com a perna direita destacada com uma cor diferente, para melhor visualização.
Posição um: Com a cabeça voltada à frente, o atleta encosta a perna esquerda no chão semiflexionada e a perna direita está totalmente flexio-
nada atrás. Braços ao lado do corpo, em trajetórias opostas.
Posição dois: Aqui, a perna direita que estava flexionada atrás do corpo, agora, é flexionada à frente, direciona o atleta para cima e para frente.
A perna esquerda auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente.
Posição três: Nessa posição, o atleta começa a realizar o movimento de troca de pernas, para que a perna esquerda toque novamente o chão,
fazendo um “passo no ar”. Então a perna esquerda é totalmente flexionada e se posiciona ao lado do corpo. A perna direita é estendida abaixo em
um movimento de frente para trás. Os braços estão abertos e semi flexionados para dar sustentação ao movimento. Cabeça voltada para frente.
Posição quatro: Nessa parte a perna esquerda já toca o solo novamente. A perna direita flexionada atrás, vem em uma direção de trás para
frente, os braços ainda estão semi flexionados atrás e a cabeça voltada para frente.
Posição cinco: Essa posição é onde o corpo é impulsionado para cima e para frente pela perna esquerda, a perna direita está flexionada à frente.
Braços flexionados à frente e cabeça voltada para frente.
Posição seis: Já em fase de voo, o atleta tem as pernas flexionadas, com a direita à frente e a esquerda atrás. Braços estendidos à frente. Cabeça
voltada à frente.
Posição sete: O atleta, está com a perna esquerda flexionada atrás, perna direita já tocando o solo, braços flexionados, o esquerdo à frente e o
direito atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição oito: Aqui o atleta tem os braços flexionados, direito à frente e esquerdo ao lado do corpo, perna esquerda flexionada para cima e para
frente. Perna direita estendida atrás.
Posição nove: Nessa posição, o atleta começa a realizar o movimento de troca de pernas novamente, para que a perna direita torne a tocar o chão,
fazendo um “passo no ar”. Então a perna direita é totalmente flexionada e se posiciona ao lado do corpo. A perna esquerda é estendida abaixo em
um movimento de frente para trás. Os braços estão abertos e semi flexionados para dar sustentação ao movimento. Cabeça voltada para frente.
Posição dez: Aqui o atleta já fez a troca de pernas e está com a perna direita à frente pronta para o trajeto em direção ao solo. A perna esquerda
está semiflexionada atrás. Braços semi flexionados atrás e cabeça voltada para frente.
Posição onze: Nesta parte a perna direita já toca o solo. A perna esquerda flexionada atrás, vem em uma direção de trás para frente, os braços
ainda estão semi flexionados atrás e a cabeça voltada para frente.
Posição doze: Essa posição é onde o corpo é impulsionado para cima e para frente pela perna direita, a perna esquerda está flexionada à frente.
Braços flexionados à frente e cabeça voltada para frente.
Posição treze: Aqui, a perna esquerda é flexionada à frente, direcionando o atleta para cima e para frente. A perna direita auxilia nesse processo
estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, esquerdo atrás e direito à frente. Cabeça voltada à frente.
Posição quatorze: Ainda com a cabeça voltada à frente, o atleta encosta a perna esquerda no chão semiflexionada e a perna direita está total-
mente flexionada atrás. Braços ao lado do corpo, em trajetórias opostas.
Posição quinze: Aqui, a perna direita que estava flexionada atrás do corpo, agora, é flexionada à frente, direciona o atleta para cima e para frente.
A perna esquerda auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente.
Posição dezesseis: Nessa posição, o atleta começa a realizar outro movimento de troca de pernas, para que a perna esquerda toque novamente
o chão, fazendo um “passo no ar”. Então a perna esquerda é totalmente flexionada e se posiciona ao lado do corpo. A perna direita é estendida
abaixo em um movimento de frente para trás. Os braços estão abertos e semi flexionados para dar sustentação ao movimento. Cabeça voltada
para frente.
Posição dezessete: Nessa parte a perna esquerda já toca o solo. A perna direita flexionada atrás, vem em uma direção de trás para frente, os
braços ainda estão semi flexionados atrás e a cabeça voltada para frente.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Exercício 2 – Saltos múltiplos


Objetivo: conhecer o ritmo do salto triplo.
Correr de 5 a 6m antes de começar a saltar.
Usar o ritmo do salto triplo sem o jump.
Manter o ritmo igual ao do hop e do step durante a execução do exercício.
Manter o tronco ereto e o ritmo dos braços, que podem ser simultâneos ou alternados.

Figura 21 – Ilustração do exercício 2 / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura ilustrativa em preto e branco, mostrando um atleta realizando uma sequência de 5 saltos, com vista lateral, em
17 posições. O atleta está com a perna direita destacada com uma cor diferente, para melhor visualização.
Posição um: Com a cabeça voltada à frente, o atleta encosta a perna esquerda no chão, semiflexionada e a perna direita está totalmente flexio-
nada atrás. Braços ao lado do corpo, em trajetórias opostas.
Posição dois: Aqui, a perna direita que estava flexionada atrás do corpo, agora, é flexionada à frente, direciona o atleta para cima e para frente.
A perna esquerda auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente.
Posição três: Nessa posição, o atleta começa a realizar o movimento de troca de pernas, para que a perna esquerda toque novamente o chão,
fazendo um “passo no ar”. Então a perna esquerda é totalmente flexionada e se posiciona ao lado do corpo. A perna direita é estendida abaixo em
um movimento de frente para trás. Os braços estão abertos e semiflexionados para dar sustentação ao movimento. Cabeça voltada para frente.
Posição quatro: Nessa parte a perna esquerda já toca o solo novamente. A perna direita flexionada atrás, vem em uma direção de trás para
frente, os braços ainda estão semi flexionados atrás e a cabeça voltada para frente.
Posição cinco: Essa posição é onde o corpo é impulsionado para cima e para frente pela perna esquerda, a perna direita está flexionada à frente.
Braços flexionados à frente e cabeça voltada para frente.
Posição seis: Já em fase de voo, o atleta tem as pernas flexionadas, com a direita à frente e a esquerda atrás. Braços estendidos à frente. Cabeça
voltada à frente.
Posição sete: O atleta, está com a perna esquerda flexionada atrás, perna direita já tocando o solo, braços flexionados, o esquerdo à frente e o
direito atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição oito: Aqui o atleta tem os braços flexionados, direito à frente e esquerdo ao lado do corpo, perna esquerda flexionada para cima e para
frente. Perna direita estendida atrás.
Posição nove: Aqui, a perna esquerda é flexionada à frente, direcionando o atleta para cima e para frente. A perna direita auxilia nesse processo
estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, esquerdo atrás e direito à frente. Cabeça voltada à frente.
Posição dez: O atleta, está com a perna esquerda flexionada atrás, perna direita já tocando o solo, braços flexionados, o esquerdo à frente e o
direito atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição onze: Ainda com a cabeça voltada à frente, o atleta encosta a perna esquerda no chão semiflexionada e a perna direita está totalmente
flexionada atrás. Braços ao lado do corpo, em trajetórias opostas.
Posição doze: Aqui, a perna direita que estava flexionada atrás do corpo, agora, é flexionada à frente, direciona o atleta para cima e para frente.
A perna esquerda auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente.
Posição treze: Nessa posição, o atleta começa a realizar outro movimento de troca de pernas, para que a perna esquerda toque novamente o chão,
fazendo um “passo no ar”. Então a perna esquerda é totalmente flexionada e se posiciona ao lado do corpo. A perna direita é estendida abaixo em
um movimento de frente para trás. Os braços estão abertos e semiflexionados para dar sustentação ao movimento. Cabeça voltada para frente.
Posição quatorze: Nessa parte a perna esquerda já toca o solo. A perna direita flexionada atrás, vem em uma direção de trás para frente, os
braços ainda estão semi flexionados atrás e a cabeça voltada para frente.
Posição quinze: Essa posição é onde o corpo é impulsionado para cima e para frente pela perna esquerda, a perna direita está flexionada à
frente. Braços flexionados à frente e cabeça voltada para frente.
Posição dezesseis: Já em fase de voo, o atleta tem as pernas flexionadas, com a direita à frente e a esquerda atrás. Braços estendidos à frente.
Cabeça voltada à frente.
Posição dezessete: O atleta, está com a perna esquerda flexionada atrás, perna direita já tocando o solo, braços flexionados, o esquerdo à frente
e o direito atrás. Cabeça voltada à frente.

109


Exercício 3 – Salto triplo na plataforma


Objetivo: aprender e melhorar o movimento do step.
• Correr de 5 a 6m antes de começar a saltar.
• A partir de uma marca, realizar o hop e o step.
• A queda do step deverá ser sobre uma plataforma de 15 cm de altura.
• Após a plataforma, deverá ser realizado o jump ou o salto caindo na areia.
• O ritmo entre os saltos deverá ser mantido.

Figura 22 – Ilustração do exercício 3 / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura ilustrativa em preto e branco, mostrando um atleta realizando um salto precedido de uma corrida e finalizado
com queda na caixa de areia, com vista lateral, por meio de uma sequência de 12 posições. O atleta está com a perna direita destacada com
uma cor diferente, para melhor visualização. A imagem mostra uma pista com a distância média para o HOP (2 a 3m). Finalizando a pista com
um caixote baixo para que o atleta termine o STEP em cima dele e aí então salte para a caixa de areia.
Posição um: Com a cabeça voltada à frente, o atleta encosta a perna esquerda no chão, semiflexionada e a perna direita está totalmente flexio-
nada atrás. Braços ao lado do corpo, em trajetórias opostas.
Posição dois: Aqui, a perna direita que estava flexionada atrás do corpo, agora, é flexionada à frente, direciona o atleta para cima e para frente.
A perna esquerda auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente.
Posição três: Nessa posição, o atleta começa a realizar o movimento de troca de pernas, para que a perna esquerda toque novamente o chão,
fazendo um “passo no ar”. Então a perna esquerda é totalmente flexionada e se posiciona ao lado do corpo. A perna direita é estendida abaixo em
um movimento de frente para trás. Os braços estão abertos e semi flexionados para dar sustentação ao movimento. Cabeça voltada para frente.
Posição quatro: Nessa parte a perna esquerda já toca o solo novamente. A perna direita flexionada atrás, vem em uma direção de trás para
frente, os braços ainda estão semi flexionados atrás e a cabeça voltada para frente.
*As posições 02, 03 e 04 são realizadas em um espaço médio de dois a três metros
Posição cinco: Essa posição é onde o corpo é impulsionado para cima e para frente pela perna esquerda, a perna direita está flexionada à frente.
Braços flexionados à frente e cabeça voltada para frente.
Posição seis: Já em fase de voo, o atleta tem as pernas flexionadas, com a direita à frente e a esquerda atrás. Braços estendidos à frente. Cabeça
voltada à frente.
Posição sete: O atleta, está com a perna esquerda flexionada atrás, perna direita já tocando bloco de exercício, braços flexionados, o esquerdo
à frente e o direito atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição oito: Essa posição é onde o corpo é impulsionado para cima e para frente pela perna esquerda que está em cima do bloco de exercício,
a perna direita está flexionada à frente. Braços flexionados à frente e cabeça voltada para frente.
Posição nove: Já em fase de voo, o atleta tem a perna esquerda flexionada à frente, e a esquerda estendida atrás, em um movimento de trás
para frente. Braços estendidos acima da cabeça.
Posição dez: O tronco é inclinado para frente ainda em fase de voo, fazendo com que as pernas fiquem juntas e flexionadas à frente. Os braços
ainda estão estendidos para frente e para o lado.
Posição onze: O atleta está com as pernas ainda juntas, porém agora semiflexionadas à frente, já tocando o solo. O tronco ainda semi flexionado
à frente, Braços para trás e flexionados.
Posição doze: O atleta já toca o chão tendo que flexionar totalmente os joelhos, a fim de ficar como “agachado” tombando o corpo para o lado
direito. Braço esquerdo estendido acima da cabeça e o direito flexionado à frente.

110
EDUCAÇÃO FÍSICA

Exercício 4 – Ritmos do salto em marcas no solo com queda na areia


Objetivos: aprender e compreender os ritmos dos saltos.
• Fazer marcas no chão com cordas ou linhas.
• A distância das cordas ou linhas deverá ser proporcional aos saltos.
• Fazer uma corrida curta antes de começar a saltar.
• Aumentar a distância dos saltos na medida do possível.

Figura 23 – Ilustração da variação do exercício 4 / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura ilustrativa em preto e banco, mostra o desenho do final da pista, antes da caixa de areia (à direita) mostrando que
são nos metros finais que deve acontecer a fase do hop, step e jump para terminar o salto na caixa. Uma seta da esquerda para a direita indica
a direção do movimento. De lado a lado da pista existem 03 marcações. Começa do lado esquerdo da pista em uma distância de 2m cada, essas
marcações atravessam a pista chegando no lado direito a 4m de distância de cada uma. Essas marcações indicam onde as fases do salto devem
começar. Entre a primeira e a segunda linha: HOP. Entre a segunda e a terceira: STEP. Após a terceira: JUMP.

Exercício 5 – Salto triplo com corrida de média distância


Objetivos: compreender e praticar o salto completo.
• Fazer uma marca de 10 a 15 m.
• Correr em direção a uma marca ou a uma tábua de impulsão.
• Realizar a sequência completa com queda na areia.
• Manter o ritmo do hop e do step.

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Figura 24 – Ilustração do salto completo / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura ilustrativa em preto e branco, mostrando um atleta realizando o salto em distância completo, com vista lateral,
em uma sequência de 12 posições. O atleta está com a perna direita destacada com uma cor diferente, para melhor visualização.
Posição um: Com a cabeça voltada à frente, o atleta encosta a perna esquerda no chão, semiflexionada e a perna direita está totalmente flexio-
nada atrás. Braços ao lado do corpo, em trajetórias opostas.
Posição dois: Aqui, a perna direita que estava flexionada atrás do corpo, agora, é flexionada à frente, direciona o atleta para cima e para frente.
A perna esquerda auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente.
Posição três: Nessa posição, o atleta começa a realizar o movimento de troca de pernas, para que a perna esquerda toque novamente o chão,
fazendo um “passo no ar”. Então a perna esquerda é totalmente flexionada e se posiciona ao lado do corpo. A perna direita é estendida abaixo em
um movimento de frente para trás. Os braços estão abertos e semi flexionados para dar sustentação ao movimento. Cabeça voltada para frente.
Posição quatro: Nessa parte a perna esquerda já toca o solo novamente. A perna direita flexionada atrás, vem em uma direção de trás para
frente, os braços ainda estão semi flexionados atrás e a cabeça voltada para frente.
Posição cinco: Essa posição é onde o corpo é impulsionado para cima e para frente pela perna esquerda, a perna direita está flexionada à frente.
Braços flexionados à frente e cabeça voltada para frente.
Posição seis: Já em fase de voo, o atleta tem as pernas flexionadas, com a direita à frente e a esquerda atrás. Braços estendidos à frente. Cabeça
voltada à frente.
Posição sete: O atleta, está com a perna esquerda flexionada atrás, perna direita já tocando o solo, braços flexionados, o esquerdo à frente e o
direito atrás. Cabeça voltada à frente.
Posição oito: Essa posição é onde o corpo é impulsionado para cima e para frente pela perna esquerda, a perna direita está flexionada à frente.
Braços flexionados à frente e cabeça voltada para frente.
Posição nove: Já em fase de voo, o atleta tem a perna esquerda flexionada à frente, e a esquerda estendida atrás, em um movimento de trás
para frente. Braços estendidos acima da cabeça.
Posição dez: O tronco é inclinado para frente ainda em fase de voo, fazendo com que as pernas fiquem juntas e flexionadas à frente. Os braços
ainda estão estendidos para frente e para o lado.
Posição onze: O atleta está com as pernas ainda juntas, porém agora semiflexionadas à frente, já tocando o solo. O tronco ainda semi flexionado
à frente, Braços para trás e flexionados.
Posição doze: O atleta já toca o chão tendo que flexionar totalmente os joelhos, a fim de ficar como “agachado” tombando o corpo para o lado
direito. Braço esquerdo estendido acima da cabeça e o direito flexionado à frente.

Você já ouviu falar de João Carlos de Oliveira? Para falarmos dele não podemos esquecer que João do Pulo,
como ele ficou conhecido, foi considerado o maior atleta do país por Dietrich Gerner, figura considerada
importante na época e um dos maiores conhecedores do mundo de técnicas de preparação para o salto
triplo. Foi o primeiro atleta do atletismo a ganhar quatro medalhas de ouro na história dos Jogos Pan-Ame-
ricanos. Ele ainda obteve duas medalhas de bronze olímpicos no triplo (em Montreal-1976 e Moscou-1980)
e foi tricampeão da antiga Copa do Mundo, em Dusseldorf-1977, Montreal-1979 e Roma-1981. O salto que
proporcionou seu recorde mundial no México foi eleito uma das 100 mais belas performances do atletismo
mundial, em 1987, quando a IAAF completou 75 anos.
Fonte: Savazoni (2018, on-line)1.

112
EDUCAÇÃO FÍSICA

SALTO EM ALTURA

Não está bem definida a origem desta forma de salto,


porém, o que se tem de registro é que ela tenha começa-
do a ser praticada nos ginásios alemães, principalmente
como disciplina militar. Johann Guts Muths, autor do
livro Gymnastik für die Jugend, de 1793, apresenta cer-
to tipo de salto em altura que começou como ativida-
de infantil. A partir de 1820, as escolas militares alemãs
começaram a ensinar uma técnica de apoio das mãos.
Existe grande variedade de técnicas para o salto em altu-
ra: o estilo tesoura, utilizado na iniciação, não tem a ne-
cessidade de um colchão; o estilo “rolo ventral”; e o mais
utilizado atualmente, o estilo “fosbury flop”, ou de costas.
No salto em altura temos um objetivo central a ser
alcançado para atingirmos o alvo no movimento do salto:
transpor a barra. Porém, para que isso aconteça, o atleta/
aluno deve compreender a necessidade de elevar o centro
de gravidade acima da barra e fazer uso de uma das técni-
cas autorizadas pelo regulamento técnico da prova.
As figuras a seguir ilustram o centro de gravidade
em diversas posições:

Figura 25 - Salto em altura / Fonte: Guts Muts (1793).

Descrição da Imagem: Nessa imagem em preto e branco vemos


uma pintura antiga, representando o salto em altura nos primór-
dios. São dois troncos verticalmente posicionados com bases em
“X” e um tronco mais fino (vara) posicionado horizontalmente, atre-
lado aos dois troncos. Vemos também uma pessoa saltando, em
fase de voo, tendo as duas pernas totalmente flexionadas à frente,
braços estendidos acima da cabeça e tronco levemente inclinado à
frente. Duas pessoas posicionadas ao lado do salto, parecem estar
apreciando o exercício. Vemos ainda outras duas pessoas atrás
do movimento, de costas, sendo que uma delas segura uma vara.

113


Figura 26 – Indicação do centro de gravidade em diversas posições / Fonte: o autor.

Descrição da Imagem: a figura mostra um homem em 07 posições diferentes evidenciando como o centro de gravidade é alterado dependendo
do movimento. Um atleta realizando o salto em altura em diferentes posições. Um ponto vermelho indicando o centro de gravidade de cada
posição. A vara de altura está demonstrada em cor amarela.
Posição um: O atleta está fazendo a passagem de costas para a vara. O corpo está totalmente curvado acima da vara, os braços alinhados com
o tronco. Pernas juntas e flexionadas. Cabeça “olhando para cima”. O centro de gravidade localiza-se acima do quadril, posterior do tronco.
Posição dois: De lado, olhando para a esquerda Salta na posição grupada. Joelhos totalmente flexionados na altura do peito. Braços estendidos
à frente do corpo. O centro de gravidade localiza-se na altura do umbigo (vista lateral: coxa).
Posição três: Nessa posição o atleta está passando de lado pela vara. Onde o braço esquerdo está alinhado horizontalmente com a vara, junto
com a perna direita. Tronco inclinado lateralmente e braço direito e perna esquerda atrás. O centro de gravidade localiza-se quase na lateral
do abdômen.
Posição quatro (vista posterior): Aqui o atleta está passando de lado. A imagem mostra o atleta como se estivesse deitado sobre a vara. Braço
esquerdo já à frente e braço direito ao lado do corpo. Pernas juntas, esquerda flexionada e direita estendida. O centro de gravidade localiza-se
logo acima da linha do quadril.
Posição cinco: O atleta está em posição de decúbito ventral acima da vara. Perna esquerda flexionada de um lado da vara, numa linha reta. Perna
direita estendida acima e paralela à vara. Braço direito estendido abaixo e braço esquerdo flexionado atrás do corpo. O centro de gravidade
localiza-se na altura do umbigo.
Posição seis: O atleta está em posição de decúbito ventral acima da vara. Perna esquerda flexionada de um lado da vara. Perna direita estendida
acima e paralela à vara. Braço direito estendido abaixo e braço esquerdo flexionado na região do quadril. O tronco encurvado para frente, um
pouco abaixo da linha da vara. O centro de gravidade localiza-se na altura do umbigo.
Posição sete: Olhando para a esquerda, o atleta salta sobre a vara com o corpo totalmente estendido. Braços e pernas estendidas abaixo. O
centro de gravidade localiza-se na altura do umbigo (vista lateral: Cotovelo).

O salto em altura é dividido em quatro fases: corrida, impulsão, suspensão, transposição da barra e queda. Na
corrida, o saltador acelera e deve se preparar para o impulso. Na impulsão, ele deve transferir a velocidade horizontal
para a impulsão vertical. Na suspensão, o saltador transpõe a barra. A queda deverá ser realizada de forma correta
para evitar lesões.

114
EDUCAÇÃO FÍSICA

A corrida: o objetivo da corrida é ganhar velocidade proporcional para o salto.


Características técnicas: a corrida tem a forma de um “J” invertido com a primeira parte em reta (três a seis pas-
sos) e a segunda em curva (quatro a cinco passos). Nos primeiros passos, o apoio dos pés deve ser plantar, e o tronco,
inclinar-se levemente à frente. A velocidade da corrida é progressiva.

Figura 27 – Ilustração da corrida em curva para o salto em altura / Fonte: os autores.

Descrição da Imagem: são 3 ilustrações da corrida em curva para o salto em altura.


Figura 1: A imagem, em preto e branco, mostra o trajeto e o local do salto em altura. É um sarrafo apoiado em duas hastes, logo atrás um colchão/
espuma para a caída pós salto. No chão é possível observar as linhas do trajeto. As linhas retas, indicam os locais A, B e C em forma de “L”. A
parte mais longa do “L” é divida em duas partes: C na parte distal e B na parte proximal do ângulo reto. A parte A é composta pela linha menor
do “L” que , por sua vez, termina no local de caída pós salto. No interior do “L”, é possível ver uma linha curva, com os passos para o salto. Essa
linha começa na parte C. Os passos começam entre a parte C e B, com o passo 05, com a pegada esquerda. Passos 04, 03, 02 e 01 fazem uma
linha curva em direção ao salto, com as pegadas direita, esquerda, direita, esquerda, respectivamente.
Figura 2 – Um atleta – 4 posições: ilustração em preto e branco, traz um atleta fazendo a última passagem de pés antes de saltar. Movimento
da direita para a esquerda. Primeira posição: Um atleta com os braços semi flexionados à frente. Perna direita tocando o solo, perna esquerda
flexionada atrás. Segunda posição: Perna direita tocando o solo, semiflexionada. Esquerda flexionada ao lado da direita para fazer a passagem.
Braços abertos e semi flexionados. Terceira posição: Com o corpo inclinado para trás, os braços estão ao lado do corpo e a perna direita já está
em meia ponta impulsionando o corpo para a frente, enquanto a perna esquerda está estendida à frente quase tocando o chão.Quarta posição:
A perna esquerda toca o solo, totalmente estendida. Perna direita flexionada atrás. Braços baixos e posicionados lateralmente ao tronco. Tronco
levemente inclinado à esquerda.
Figura 3 – Um atleta – 2 posições: imagem colorida.
Posição um (atleta da direita): De costas, o atleta está em posição de corrida, perna esquerda estendida tocando o solo, perna direita flexionada
atrás. Braços semi flexionados, direito à frente e esquerdo atrás. Tem uma linha reta, posicionada verticalmente indicando que o atleta está ereto.
Posição dois (atleta da esquerda): De costas em posição de corrida, fazendo uma “curva” inclinado para o lado esquerdo, perna esquerda estendida
tocando o solo, perna direita flexionada atrás. Braços semi flexionados, direito à frente e esquerdo atrás. Tronco inclinado para a esquerda. Nas
pernas existem três setas, horizontal (Fctr), vertical (Fap) e diagonal superior esquerda (Fq). A linha reta posicionada verticalmente em posição
ao tronco, cruza, acima da cabeça do atleta um linha horizontal (∆H).

115


A impulsão: o objetivo da fase de impulsão é de maximizar a velocidade vertical e iniciar as rotações das alavancas
para iniciar a elevação do corpo.
Características técnicas: o pé deve fazer um apoio rápido e ativo com uma ação rápida dos pés em direção ao
solo. O pé deve apontar para o colchão ou à direção do salto (1). Os tempos de apoio do pé e da flexão do joelho devem
ser rápidos e minimizados. O tronco deverá estar na vertical no final da impulsão (2).

Figura 28 – Fase de impulsão para o salto em altura / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura em preto e branco, mostra um atleta correndo em curva para pegar impulso para o salto em altura, demonstrado
com uma sequência de 4 posições. Movimento da direita para esquerda.
Posição um: A perna esquerda toca o solo, totalmente estendida (aqui, existe um círculo no pé esquerdo, indicando o início do salto). Perna
direita flexionada atrás. Braços baixos e posicionados lateralmente ao tronco. Tronco levemente inclinado à esquerda. Existe um número (1 –
um), ao lado da perna esquerda.
Posição dois: Perna esquerda semiflexionada, ainda tocando o solo. Perna direita flexionada, posiciona-se ao lado do corpo. Braços flexionados
à frente. Tronco inclinado à esquerda.
Posição três: Perna esquerda quase sai de contato com o solo após a impulsão para cima. Perna direita está flexionada à frente e para cima.
Braços flexionados na altura da cabeça. Existe um número dois na altura da cabeça e uma linha posicionada verticalmente em relação ao corpo.
Posição quatro: Em fase de voo, a perna esquerda está estendida abaixo. A perna direita está flexionada à frente e para cima. Braços flexionados
na altura da cabeça. Tronco levemente inclinado à direita.

A suspensão: o objetivo desta fase é transpor a barra sem tocá-la.


As características técnicas desta fase orientam que a posição do final da fase de impulsão seja mantida durante
a elevação do corpo (1). O braço do lado da perna de impulsão deverá ser estendido na direção da barra. O quadril
transpõe essa barra e, para que isto ocorra, as costas deverão ser estendidas formando um arco. A cabeça e as pernas,
neste momento, estarão mais baixas que o quadril. Os joelhos devem ser afastados para melhor extensão da coluna.

116
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 29 – Fase de transposição do salto em altura / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura em preto e branco, mostra uma atleta realizando a transposição do sarrafo com uma sequência de 4 posições.
Posição um: Em fase de voo, a perna esquerda está estendida abaixo. Perna direita está flexionada à frente e para cima, existe um círculo no
joelho direito com o número 01. Braço esquerdo flexionado na lateral do tronco e braço direito estendido acima, alcançando o sarrafo. Tronco
inclinado à direita.
Posição dois: O tronco está acima do sarrafo curvado para trás, braços ao lado do corpo e pernas juntas estendidas abaixo.
Posição três: O tronco já passa o sarrafo, ainda curvado para trás, braços ao lado do corpo e pernas juntas flexionadas, bem próximo ao sarrafo.
Posição quatro: O corpo já passou do sarrafo e está em fase descendente do salto, com as pernas ainda flexionadas e braços ao lado do corpo.

O objetivo da fase de queda é cair de forma segura, evitando qualquer tipo de lesão decorrente da queda.
As características técnicas desta fase orientam o saltador a posicionar a cabeça junto ao peito, sendo que a queda
deve ser feita sobre os ombros e as costas. Os joelhos devem se afastar, evitando, assim, contato com o rosto.

Figura 30 – Fase da queda para o salto em altura


Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura em preto e branco, mostra um atleta na fase final do salto
em altura, a queda no colchão, demonstrada por meio de uma sequência de 03 posições.
Posição um: O corpo já passou do sarrafo e está em fase descendente do salto, com as
pernas ainda flexionadas e braços ao lado do corpo.
Posição dois: A cabeça do atleta é flexionada à frente do corpo, assim como as pernas,
que fazem a flexão do quadril e estão semiflexionadas, para que a parte posterior do
tronco toque primeiro no colchão. Braços abertos e à frente.
Posição três: O tronco já toca o colchão, as pernas ainda estão acima da cabeça e es-
tendidas. Braços ao lado do corpo.

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Exercícios técnico-pedagógicos para o processo de ensino-aprendizagem


Exercício 1 – Aprendendo a correr para o salto
Objetivo: aprender a correr em curva.
• Correr fazendo curvas (slalon).
• Correr em formato de “8”.
• Correr rapidamente e com controle.
• Aumentar a velocidade na entrada da curva.
• Fazer corrida elevando os joelhos de forma ativa e rápida.

Figura 31 – Ilustração do exercício 1 / Fonte: os autores.

Descrição da Imagem: Duas figuras, a primeira, da esquerda para direita, trata-se de uma a linha com quatro curvas, posicionada horizontalmente.
A segunda é um trajeto em forma de “infinito”, com setas indicando a direção. Na primeira curva, sentido anti-horário. Na segunda, sentido horário.

Exercício 2 – Corrida em curva com impulsão no final


Objetivo: aprender a transferir a velocidade horizontal para a fase de impulso sem perda de velocidade.
• A partir de um ponto, correr em linha reta e marcar uma curva no final.
• Correr de quatro a seis passos.
• Aumentar a velocidade e a frequência dos passos.
• No final da curva, simular um salto hop.
• Usar alvos variados para se orientar.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 32 – Ilustração do exercício 2 / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: duas figuras em preto e branco, mostrando um atleta realizando exercício de salto com elevação do joelho para o salto
em altura.
Primeira figura: Mostra um atleta em fase de voo, realizando o processo de passagem e o salto, o mais alto que conseguir em um determinado
galho de uma árvore. E logo após faz o mesmo movimento no sarrafo. A perna esquerda está estendida abaixo, perna direita está flexionada à
frente e para cima. Braço esquerdo flexionado na lateral do tronco e braço direito estendido acima, alcançando o sarrafo, tronco inclinado à direita.
Segunda figura: Mostra um atleta em fase de voo, realizando o processo de passagem e o salto, o mais alto que conseguir em uma trave de gol
do futebol. A perna esquerda está estendida abaixo, perna direita está flexionada à frente e para cima. Braço esquerdo flexionado na lateral do
tronco e braço direito estendido acima, alcançando o sarrafo. Tronco inclinado à direita.

Exercício 3 – Saltos estilo tesoura


Objetivo: aprender a fazer a impulsão vertical.
• Correr em reta ou em curva.
• O pé deve ser colocado na direção da corrida para fazer a impulsão.
• Aumentar progressivamente a altura da barra.
• Na queda, o saltador deverá cair em apoio com o pé contrário ao de impulso.
• Nota: este estilo de salto poderá ser realizado em locais que não tenham colchões para a queda. Poderão ser
utilizadas a grama ou a areia.

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Figura 33 – Ilustração do exercício 3 / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura em preto e branco, mostra um atleta realizando o salto em altura tipo tesoura com uma sequência de 06 posições
(da direita para a esquerda). O atleta está com a perna esquerda sinalizada de preto para melhor visualização do movimento.
Posição um: O atleta chega próximo ao sarrafo com o pé esquerdo apoiado no chão, tronco inclinado para trás e perna direita flexionada atrás.
Braços flexionados, esquerdo atrás e direito à frente.
Posição dois: Perna esquerda sai do contato com o solo, mas mantém-se estendida para baixo, enquanto a direita é estendida acima e para
frente já passando da altura do sarrafo. Tronco inclinado para frente. Braços flexionados, esquerdo na frente e direito atrás.
Posição três: Perna esquerda já está semiflexionada porém ainda para baixo, perna direita estendida acima já quase terminando de passar o
sarrafo. Braços estendidos, ao lado do corpo. Tronco inclinado à frente.
Posição quatro: Aqui o atleta já encontra-se totalmente sobre o sarrafo. Perna esquerda começa a se flexionar em direção à direita. Enquanto a
direita está entendida do outro lado do sarrafo, já pronta para o trajeto descendente em direção ao solo. Braços estendidos, esquerdo à frente
e direito ao lado do corpo. Tronco inclinado à frente.
Posição cinco: Aqui o atleta já transpôs totalmente o sarrafo. Tronco inclinado à frente. Braços estendidos à frente e pernas estendidas à frente
em trajeto descendente, onde a perna direita irá tocar o solo primeiro.
Posição seis: Perna direita toca o solo, estendida, enquanto a esquerda permanece em trajeto descendente. Braço direito estendido acima da
cabeça. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo. Tronco inclinado à frente.

120
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 34 – Ilustração do exercício 4 / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: três figuras em preto e branco, demonstrando o movimento de elevação do quadril e queda no colchão.
Primeira imagem: Um atleta - 03 posições: Atleta de costas para três colchões empilhados um em cima do outro. Vista Lateral.
Posição um: o atleta de costas para a pilha de colchões, com as pernas juntas e semiflexionadas. Tronco inclinado para frente, braços semi
flexionados ao lado do corpo.
Posição dois: Em fase de voo o atleta estende os braços acima da cabeça e inclina seu corpo para trás, mantendo as pernas unidas e estendidas.
Posição três: O atleta realiza a aterrissagem com as costas no colchão e os joelhos flexionados abaixo. Braços flexionados ao lado do corpo.
Segunda imagem: Um atleta - 02 posições: Atleta de costas para um colchão no chão. Entre ele e o colchão, existe uma barreira para que ele
possa sobrepassar.
Posição um: O atleta está em fase de voo, com o corpo em total inclinação para trás. Pernas juntas e semiflexionadas. Braços flexionados ao
lado do corpo.
Posição dois: Corpo em forma de “L” (éle), Pernas juntas e estendidas para cima, corpo em direção ao chão, a fim de tocar as costas no colchão.
Braços estendidos ao lado do corpo.
Terceira imagem: Um atleta - 03 posições: Atleta de costas para dois colchões empilhados no chão. Entre ele e os colchões, existe uma barreira
para que ele possa sobrepassar. Na primeira posição, o atleta está em cima de um bloco.
Posição um: O atleta está em cima de um bloco, de costas para a pilha de colchões, com as pernas juntas e semiflexionadas. Tronco inclinado
para frente, braços semi flexionados ao lado do corpo.
Posição dois: O atleta está em fase de voo, com o corpo em total inclinação para trás. Pernas juntas e semiflexionadas. Braços flexionados ao
lado do corpo.
Posição três: Corpo em forma de “L” (éle), Pernas juntas e estendidas para cima, corpo em direção ao chão, a fim de tocar as costas no colchão.
Braços estendidos ao lado do corpo.

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Exercício 5 – Transposição com corrida usando joelhos altos


Objetivo: aprender a correr no ritmo para saltar.
• Marcar uma distância em reta e em curva de cinco a sete passos.
• Correr com frequência de passo elevada.
• Correr com elevação alta dos joelhos.
• Não abaixar o quadril na preparação para a impulsão.

Figura 35 – Sequência do salto em altura sem a queda / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: Figura em preto e branco, mostrando um atleta realizando a sequência do salto em altura sem a queda, em 9 posições
(da direita para a esquerda). O atleta está com a perna esquerda sinalizada de preto para melhor visualização do movimento, durante as 06
primeiras posições. Uma linha indica o sarrafo e existe um retângulo indicando o colchão.
Posição um: O atleta está em fase de corrida, com a perna esquerda tocando o solo, perna direita flexionada à frente. Braço esquerdo à frente
e direito ao lado do corpo, ambos flexionados.
Posição dois: Perna esquerda flexionada ao lado do corpo, perna direita estendida e tocando o solo. Braços semi flexionados ao lado do corpo.
Posição três: Perna direita estendida, ainda tocando o solo, impulsionando o corpo à frente, perna esquerda flexionada à frente, braços flexio-
nados, esquerdo atrás e direito à frente.
Posição quatro: perna esquerda toca o solo semiflexionada, perna direita flexionada ao lado do corpo, braços também flexionados e ao lado
do corpo.
Posição cinco: Perna esquerda quase sai de contato com o solo após a impulsão para cima. Perna direita está flexionada à frente e para cima.
Braços flexionados na altura da cabeça.
Posição seis: Em fase de voo, a perna esquerda está estendida abaixo. A perna direita está flexionada à frente e para cima. Braços flexionados
na altura da cabeça. Tronco levemente inclinado à direita.
Posição sete: Em fase de voo, a perna esquerda está estendida abaixo. Perna direita está semiflexionada à frente e para cima. Braço esquerdo
flexionado na lateral do tronco e braço direito estendido acima, alcançando o sarrafo. Tronco inclinado à direita.
Posição oito: O tronco está acima do sarrafo curvado para trás, braços ao lado do corpo e pernas juntas estendidas abaixo.
Posição nove: O tronco já passa o sarrafo, ainda curvado para trás, braços ao lado do corpo e pernas juntas flexionadas, bem próximo ao sarrafo.

122
EDUCAÇÃO FÍSICA

Exercício 6 – Sequência completa do salto


Objetivo: realizar o movimento completo do salto.
• Fazer uma marca com reta e curva a partir de um ponto.
• Correr com uma corrida curta de quatro a seis passos.
• Aumentar progressivamente o tamanho da corrida e a velocidade.

Figura 36 – Sequência completa do salto em altura / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura em preto e branco, mostrando um atleta realizando a sequência completa do salto em altura com 13 posições
(da direita para a esquerda).
Posição um: Um atleta com os braços semi flexionados à frente. Perna direita tocando o solo, perna esquerda flexionada atrás.
Posição dois: Perna direita tocando o solo, semiflexionada. Esquerda flexionada ao lado da direita para fazer a passagem. Braços abertos e semi
flexionados.
Posição três: Com o corpo inclinado para trás, os braços estão ao lado do corpo e a perna direita já está em meia ponta impulsionando o corpo
para a frente, enquanto a perna esquerda está estendida à frente quase tocando o chão.
Posição quatro: A perna esquerda toca o solo, totalmente estendida. Perna direita flexionada atrás. Braços baixos e posicionados lateralmente
ao tronco. Tronco levemente inclinado à esquerda.
Posição cinco: Perna esquerda semiflexionada, ainda tocando o solo. Perna direita flexionada, posiciona-se ao lado do corpo. Braços flexionados
à frente. Tronco inclinado à esquerda.
Posição seis: Perna esquerda quase sai de contato com o solo após a impulsão para cima. Perna direita está flexionada à frente e para cima.
Braços flexionados na altura da cabeça. Existe um número dois na altura da cabeça e uma linha posicionada verticalmente em relação ao corpo.
Posição sete: Em fase de voo, a perna esquerda está estendida abaixo. A perna direita está flexionada à frente e para cima. Braços flexionados
na altura da cabeça. Tronco levemente inclinado à direita.
Posição oito: Em fase de voo, a perna esquerda está estendida abaixo. Perna direita está semiflexionada à frente e para cima. Braço esquerdo
flexionado na lateral do tronco e braço direito estendido acima, alcançando o sarrafo. Tronco inclinado à direita.
Posição nove: O tronco está acima do sarrafo curvado para trás, braços ao lado do corpo e pernas juntas estendidas abaixo.
Posição oito: O tronco está acima do sarrafo curvado para trás, braços ao lado do corpo e pernas juntas estendidas abaixo.
Posição nove: O tronco já passa o sarrafo, ainda curvado para trás, braços ao lado do corpo e pernas juntas flexionadas, bem próximo ao sarrafo.
Posição dez: O corpo já passou do sarrafo e está em fase de transposição do sarrafo, com as pernas ainda flexionadas e braços ao lado do corpo.
Posição onze: O corpo já passou do sarrafo e está em fase descendente do salto, com as pernas ainda flexionadas e braços ao lado do corpo.
Posição doze: A cabeça do atleta é flexionada à frente do corpo, assim como as pernas, que fazem a flexão do quadril e estão semiflexionadas,
para que a parte posterior do tronco toque primeiro no colchão. Braços abertos e à frente.
Posição treze: O tronco já toca o colchão, as pernas ainda estão acima da cabeça e estendidas. Braços ao lado do corpo.

123


Título: Jump in!


Ano: 2007
Sinopse: Izzy Daniels, um boxeador adolescente, é incentivado pelo pai a treinar
e a conquistar um importante título. Mas o jovem descobre outro talento especial
quando entra em um time de garotas que pulam corda.

SALTO COM VARA

O salto com vara é original dos britâni-


cos, há registros que esta prova era pra-
ticada entre a nobreza inglesa. No fim
do século XVII, este evento era uma
disciplina de ginástica na Inglaterra e
na Alemanha e há registros de com-
petições que datam de 1843. As varas
usadas durante o século XIX eram
muito pesadas e equipadas com três
pregos de ferro na base. As de bambu
foram trazidas do Japão para a Europa
e a América do Norte durante os pri-
meiros anos do século XIX e eram en-
caixadas em um buraco antes do salto.
Com o tempo, foram inventadas varas
de fibra de vidro, de carbono etc., e foi
o que permitiu a evolução das alturas
de transposição, aumentando a segu-
rança (CBAt, 2013).
Como nos outros saltos, o com vara
é dividido em fases, a saber: corrida,
encaixe, impulsão, agrupamento, exten-
são, rotação e transposição da barra.

124
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 37 – Sequência completa do salto com vara / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura em preto e branco, mostra um atleta realizando a sequência completa do salto com vara, em 17 posições. Nas três
primeiras posições o atleta tem a perna direita na cor preta para melhor visualização. Até a posição 14, o atleta tem a vara em mãos. Os movi-
mentos são agrupados por sequências: Posições 01, 02 e 03 – Corrida de impulso/ Posições 04, 05 e 06 – Apresentação e encaixe/ Posições 07 e
08 – Chamada e penetração/ Posições 09, 10, 11, 12 e 13 – Agrupamento, rotação e extensão/ Posições 14, 15, 16 e 17 – Transposição do Sarrafo.
Posição um: O atleta está com os braços flexionados segurando a vara e elevando-a acima da linha da cabeça, tem a perna direita tocando o
solo à frente, semiflexionada. Perna esquerda atrás flexionada.
Posição dois: O atleta está com os braços flexionados segurando a vara e elevando-a acima da linha da cabeça. Perna direita flexionada à frente,
perna esquerda estendida atrás, tocando o solo.
Posição três: O atleta está com os braços flexionados segurando a vara e elevando-a acima da linha da cabeça, tem a perna direita tocando o
solo à frente, semiflexionada. Perna esquerda atrás flexionada.
Posição quatro: O atleta aponta a vara em direção ao solo, elevando os cotovelos na altura dos ombros. Perna direita semiflexionada, perna
flexionada atrás.
Posição cinco: Perna esquerda flexionada à frente, perna direita estendida atrás tocando o solo. Braços estendidos acima da cabeça segurando
a vara.
Posição seis: Perna esquerda à frente estendida e tocando o solo, perna esquerda flexionada atrás, braços estendidos acima da cabeça, segu-
rando a vara que já está encaixada na base.
Posição sete: Perna esquerda estendida, impulsiona o corpo para cima, perna direita é flexionada à frente, braços ainda estendidos acima da
cabeça, fazem força para utilizar a vara como uma alavanca.
Posição oito: O atleta já em suspensão, mantém a perna direita flexionada à frente e a esquerda estendida atrás, fazendo com que o corpo fique
como um pêndulo, curvando levemente a vara.
Posição nove: Perna direita à frente e flexionada, perna esquerda abaixo e estendida. Braços estendidos acima da cabeça. Quadril é impulsionado
para frente. A vara fica um pouco mais curvada.
Posição dez: Perna direita à frente e flexionada, perna esquerda abaixo e estendida. Braços estendidos acima da cabeça. Quadril é impulsionado
para frente, corpo em “balanço”. A vara fica um pouco mais curvada.
Posição onze: O atleta está com as pernas semiflexionadas apontando para cima, os braços estão estendidos, segurando a vara que está em
sua curvatura máxima.
Posição doze: O atleta é impulsionado pela vara, para cima, verticalmente braços e pernas estendidos para cima. O atleta começa a virar, para
que passe em decúbito ventral por cima do sarrafo.
Posição treze: O atleta termina seu giro, com os braços estendidos abaixo segurando a vara, pernas estendidas acima, prontas para iniciar a
transposição do sarrafo.
Posição quatorze: O atleta agora, termina sua impulsão com a vara, jogando-a para trás, fazendo com que seu corpo faça uma leve flexão de
quadril, para passar o sarrafo. Pernas estendidas. Braço esquerdo flexionado e direito estendido, empurrando a vara.
Posição quinze: O atleta já terminou a transposição do sarrafo e está em fase descendente do salto, pernas unidas e semiflexionadas abaixo,
braços estendidos à frente do corpo, terminando de transpassar o sarrafo.
Posição dezesseis: Aqui o atleta se prepara para a queda, estendendo seus braços acima da cabeça e flexionando suas pernas atrás do corpo,
para que caia de costas no colchão.
Posição dezessete: Já realizada a queda, com as costas no colchão, os braços estão estendidos à frente e as pernas semiflexionadas acima.

125


A pista do salto com vara deve medir pelo menos aconteça um bom aprendizado. O melhor método
45 metros, nela o atleta deve saltar sobre um sarrafo para a aprendizagem do salto é decompor em partes,
que se encontra apoiado em duas traves posiciona- ensinando das partes para o todo, compreendendo
das verticalmente, para isso ele conta com o auxílio desde o início de onde vem a força do salto. As fa-
de uma vara. O atleta pode realizar até 3 tentativas na ses são: corrida (nela o atleta realiza uma corrida de
altura escolhida por ele. A queda do sarrafo causada aproximação, a vara deve ser empunhada sempre do
pela vara ou pelo corpo do atleta é considerada como lado contrário à perna de impulsão para não atrapa-
falta, além disso também é considerada uma infração lhar o salto, para adquirir velocidade mantendo um
a mudança da posição das mãos após o encaixe da ritmo que será essencial para o salto), impulsão ( nes-
vara na caixa de apoio. Se ocorrerem 3 faltas seguidas sa fase acontece o encaixe da vara na caixa de apoio
o atleta é excluído da prova. e o atleta se prepara para transpor o sarrafo) e queda
O salto com vara possui 3 fases, estas devem ser (nesta fase acontece a queda no colchão após o atleta
compreendidas em suas particularidades para que ter superado o sarrafo, buscando amortecer a queda).

Nesse Podcast você encontrará quais são as particularidades de cada fase


do salto com vara, qual a origem da força do salto, compreendendo o que é
essencial em cada uma a ser trabalhado com seus alunos/atletas.

126
EDUCAÇÃO FÍSICA

Alguns exercícios podem ser realizados com destreza e experiência motriz com mínimo de risco à segurança.
Exercício 1 - Salto a partir de uma plataforma na areia
Objetivo: apoio em suspensão.
• Partir de uma plataforma.
• Realizar o salto com auxílio do professor, pois ele puxará a vara para frente.
• A queda deve ser feita em pé na areia ou na grama.

Figura 38 – Ilustração do exercício 1 / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura em preto e branco, mostrando um atleta realizando a transferência do corpo de um bloco para o colchão por
meio de uma vara, em 04 posições. O atleta começa o movimento em cima de um bloco e termina em cima de um colchão. O atleta utiliza a vara
apoiada em um ponto fixo, em todas as posições.
Posição um: Atleta em pé, com as pernas juntas e estendidas, segura o sarrafo com as duas mãos. A direita estendida acima da cabeça, mais
próximo possível da ponta da vara. A esquerda flexionada, segura a vara na altura do nariz, à frente do corpo. A vara está apoiada no chão.
Posição dois: O atleta impulsiona o corpo para frente, elevando o joelho direito acima e mentando a perna esquerda estendida atrás. Mantém
a posição dos braços.
Posição três: Aqui ocorre o grupamento das pernas flexionadas à frente. Mantém a posição dos braços.
Posição quatro: Mantendo a posição dos braços o atleta estende as duas pernas à frente, para preparar a aterrissagem, com a vara inclinada
para a direita.

127


Exercício 2 – Salto de uma plataforma com rotação

Objetivo: sustentar o corpo e girar.


• A partir de uma plataforma, saltar
para frente.
• Fazer a rotação do corpo a partir da
segunda metade do salto.
• Cair sobre os dois pés unidos olhan-
do para o ponto de partida.

Figura 39 – Ilustração do
exercício 2 / Fonte: adaptado
de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura em preto e branco, mostrando um atleta realizando a transferência do bloco para o chão utilizando a vara com
uma sequência de 4 posições. O atleta começa o movimento em cima de um bloco e termina em uma caixa de areia. O atleta utiliza a vara
apoiada em um ponto fixo, em todas as posições.
Posição um: Atleta em pé em cima do bloco e de frente com a caixa de areia, tem a perna direita flexionada à frente e a esquerda estendida
atrás e segura o sarrafo com as duas mãos. A direita estendida acima da cabeça, mais próximo possível da ponta da vara. A esquerda flexionada,
segura a vara na altura do nariz, à frente do corpo. A vara está apoiada no chão.
Posição dois: Aqui, o atleta já realizou o giro no ar, ficando de costas para a caixa de areia. Tem as pernas unidas e semiflexionadas. Braço di-
reito flexionado segurando a vara na altura do nariz, braço esquerdo semi flexionado, segura a vara um pouco mais abaixo, na altura do peito.
Posição três: Em fase descendente o atleta tem as pernas unidas e semiflexionadas. Braço direito flexionado segurando a vara na altura do nariz,
braço esquerdo semi flexionado, segura a vara um pouco mais abaixo, na altura do peito.
Posição quatro: Aqui o atleta está quase tocando o solo, com as pernas unidas e semiflexionadas. Braço direito flexionado segurando a vara na
altura do nariz, braço esquerdo estendido, impulsionando o corpo para trás.

Exercício 3 – Repetir o exercício anterior colocando uma corda elástica para transpor

Descrição da Imagem: figura em preto e bran-


co, mostrando um atleta transpondo uma corda
elástica utilizando uma vara, com uma sequên-
cia de 4 posições. O atleta irá transpor um elás-
tico no lugar do sarrafo. Existe um bloco baixo
para que o atleta faça a aterrissagem em pé.
Posição um: O atleta está em fase de voo com
as mãos apoiadas e segurando a vara em uma
posição lateral do corpo. Pernas semiflexiona-
das e unidas atrás.
Posição dois: Aqui o atleta está quase tocando
o solo, com as pernas unidas e semiflexiona-
das. Braço direito flexionado segurando a vara
na altura do nariz, braço esquerdo estendido,
impulsionando o corpo para trás.
Posição três: Já sem a vara, o atleta tem os bra-
ços estendidos acima da cabeça, pernas quase
estendidas abaixo e prontas para tocarem o
solo. Tronco levemente curvado à frente.
Posição quatro: A aterrissagem foi feita, com os
pés unidos e pernas semiflexionadas, braços à
frente do corpo semi flexionados. Tronco incli-
nado à frente.
Figura 40 – Ilustração do exercício 3 / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

128
EDUCAÇÃO FÍSICA

É comum o atleta condicionar-se a fim de se preparar Exercícios de corrida específicos são corridas
fisicamente para os saltos. A seguir, alguns exercícios de com acelerações imitando a corrida para o salto, corri-
orientação para que este objetivo seja alcançado. das segurando a vara (para a modalidade de salto com
Os exercícios técnicos condicionantes são vara) incluindo joelho alto, calcanhar atrás e joelho bai-
classificados conforme as fases dos saltos. Em relação xo, corridas em slalom e em “J” (primeira parte reta, a
à primeira fase, que são os grupos de exercícios de segunda, em curva para direita e esquerda) para o salto
corrida, são todos descritos para a sessão de corrida em altura com e sem a parte da impulsão.
de velocidade. Segue uma tabela com exercícios e suas respectivas
Exercícios de corridas de aceleração específicos distâncias, número de repetições e séries para a execu-
para todos os saltos ção prática e o aprendizado.

Exercício Distância Repetições Séries Carga

Corridas de aceleração 20-40 m 3-5 2 Próprio corpo


Corridas com a vara 20-40 m 3 2 Próprio corpo
Corridas em curva 8-10 m 3-5 2 Próprio corpo
Tabela 1 – Orientação das cargas dos exercícios / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Grupos de exercícios de saltos com impulsão, caindo na perna contrária (step)


• Salto na perna esquerda e/ou direita, caindo na contrária, elevando o joelho da perna após corrida de 5-6 m.
• Salto na perna esquerda e/ou direita, caindo na contrária, elevando o joelho da perna após corrida rápida.
• Salto na perna esquerda e/ou direita, caindo na contrária, elevando o joelho da perna na rampa (subida).
• Cinco a dez saltos alternados em sequência, saltar o mais longo possível.
• Cinco a dez saltos alternados em sequência, saltar o mais longo possível na maior velocidade.

129


Figura 41 – Mecânica do salto alternado / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura em preto e branco, mostrando um atleta em vista lateral realizando um movimento de salto em uma sequência
de 05 posições. O atleta está com a perna direita destacada com uma cor diferente, para melhor visualização.
Posição um: Aqui ocorre a passagem da perna direita de trás para frente flexionada. Perna esquerda estendida tocando o solo. Braços semi
flexionados à frente e cabeça voltada para frente.
Posição dois: Essa posição é onde o corpo é impulsionado para cima e para frente pela perna esquerda, a perna direita está flexionada à frente.
Braços flexionados à frente e cabeça voltada para frente.
Posição três: Já em fase de voo, o atleta tem as pernas flexionadas, com a direita à frente e a esquerda atrás. Braços estendidos à frente. Cabeça
voltada à frente. Aqui a imagem mostra uma linha reta (1), entre o quadril e o joelho direito (flexionado à frente), indicando que a posição do
joelho deve seguir a linha do quadril.
Posição quatro: Aqui o atleta está com a perna direita à frente pronta para o trajeto em direção ao solo. A perna esquerda está semiflexionada
atrás. Braços semi flexionados, esquerdo na lateral e acima da cabeça e braço direito atrás. Cabeça voltada para frente. Aqui existe uma seta (2)
saindo do pé direito que aponta para o solo, indicando a direção que o movimento deverá seguir.
Posição cinco: O atleta, está com a perna esquerda flexionada atrás, perna direita já tocando o solo, braços flexionados, o esquerdo à frente e
o direito atrás. Cabeça voltada à frente.

Observação: salto realizado com impulsão na perna esquerda e queda na perna direita. O joelho da perna livre(1)
deverá manter-se na horizontal na fase de maior altura do salto. A perna livre deverá se estender antes de tocar no colo
e ser puxada para trás em um movimento rápido (2).
Segue uma tabela com exercícios, distância, número de repetições e séries para a execução prática e o aprendizado.

Exercício Distância Repetições Séries Carga

Salto após partida em pé 20-50 m 3-5 2-4 Baixo


Salto após corrida curta 20-40 m 3-5 2-4 Médio
Salto após corrida rápida 15-20 m 2-4 1-3 Elevado
Saltos em rampa 20-50 m 2-4 1-3 Baixo
Tabela 2 – Orientação das cargas dos exercícios / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Grupos de exercícios realizados na mesma perna hop


Observação: os saltos com impulsão e queda na mesma perna produzem carga maior e, por este motivo, deve-se
alternar a perna direita e esquerda em cada série de repetição.

130
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 42 – Mecânica do alto hop. / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura em preto e branco, mostrando um atleta realizando a fase do hop com vista lateral, com 05 posições. O atleta está
com a perna direita destacada com uma cor diferente, para melhor visualização.
Posição um: Aqui, a perna direita que estava flexionada atrás do corpo, agora, é flexionada à frente, direciona o atleta para cima e para frente.
A perna esquerda auxilia nesse processo estendendo-se para impulsionar o movimento. Braços flexionados, direito atrás e esquerdo à frente.
Nessa posição existe uma seta (1) que sai do quadril e aponta para cima e para frente, indicando a direção que o movimento deverá seguir.
Posição dois: Já em fase de voo, o atleta tem as pernas flexionadas, com a direita à frente e a esquerda atrás. Braços também flexionados, direito
atrás e esquerdo à frente. Cabeça voltada à frente.
Posição três: Nessa posição, o atleta começa a realizar o movimento de troca de pernas, para que a perna esquerda toque novamente o chão,
fazendo um “passo no ar”. Então a perna esquerda é totalmente flexionada e se posiciona ao lado do corpo. A perna direita é estendida abaixo em
um movimento de frente para trás. Os braços estão abertos e semi flexionados para dar sustentação ao movimento. Cabeça voltada para frente.
Posição quatro: Aqui o atleta já fez a troca de pernas e está com a perna esquerda à frente pronta para o trajeto em direção ao solo. A perna
direita está semiflexionada atrás. Braços semi flexionados atrás e cabeça voltada para frente. Aqui existe uma seta (2) que sai do pé esquerdo
do atleta e aponta o solo. Indicando a direção que o movimento deverá seguir.
Posição cinco: Nessa parte a perna esquerda já toca o solo. A perna direita flexionada atrás, vem em uma direção de trás para frente, os braços
ainda estão semi flexionados atrás e a cabeça voltada para frente.

Observação: este salto é realizado com impulsão e queda na mesma perna. A direção do salto é para frente e para
cima com elevação do joelho da perna livre (1). Na queda, a perna deverá ser puxada rapidamente em direção ao solo
para manter o equilíbrio (2).
Segue uma tabela com exercícios, distância, número de repetições e séries para a execução prática e o aprendizado.

Exercício Distância Repetições Séries carga

Salto após uma partida parada 10-15m 2-4 2-4 Média


Salto após uma corrida curta 10-20 2-4 2-4 Média
Salto após uma corrida rápida 10-15 1-3 1-3 Elevada
Salto subindo escadas 15-30 2-4 2-4 Média
Saltos alternando o lado, E-E-D-D-E-E etc. 10-20 2-4 1-3 Média
Tabela 3 – Orientação das cargas dos exercícios / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Os saltos são as provas atléticas que exigem velocidade (vertical e horizontal) e impulsão, por isto, um bom saltador é também um
bom velocista. Fica claro que o correr e o saltar andam sempre juntos e que, durante o treino/aula, faz-se necessário desenvolver
atividades/exercícios das fases do salto, seja ele em distância, em altura, triplo ou com vara, cada um com as suas especificidades.

131


Apesar de toda complexidade do salto com vara, ambientes (clubes, escolas, centros esportivos etc.) sem
assegurando a boa aprendizagem e o entendimento das a disponibilidade de aparelhos oficiais, principalmente
fases, ele será aprendido facilmente. Cabe ao professor/ com crianças em iniciação, pode-se adaptar o espaço e
treinador apropriar-se desse conhecimento compreen- os materiais para que o movimento seja ensinado, e a
dendo a mecânica de execução, a alteração do eixo de técnica percebida, tanto no uso do implemento (vara),
gravidade do corpo durante o movimento e as qualida- quanto na ação de transferência do peso para a trans-
des físicas exigidas, para que o seu trabalho de aprendi- posição do sarrafo. Bons profissionais asseguram bons
zado e preparação seja eficaz. Em casos de trabalho em aprendizados.

Título: 100 Metros


Ano: 2016
Sinopse: baseado em fatos reais da história de Ramón Arroyo, este filme mostra a
vida de um publicitário sedentário. Sua vida passa por um período difícil após ser
diagnosticado com esclerose múltipla aos 35 anos. Ao iniciar o tratamento, ouve o
relato de um paciente que em pouco tempo não conseguirá mais caminhar nem
mesmo 100 metros. O sofrimento e as limitações nos movimentos e na fala são su-
perados com a ajuda do esporte. A cereja do bolo de sua recuperação é um grande
desafio esportivo que você só conhecerá se assistir o filme até o fim.

Vamos retomar aqui o conhecimento dessa unidade, onde falamos sobre os diferentes tipos de provas de saltos que o
atletismo apresenta. Aprendemos que os saltos têm em si algo próprio que são as fases iniciadas por um impulso, uma
fase aérea ou de voo e a queda. A força da gravidade está agindo sobre os corpos constantemente e precisa ser vencida
para que o corpo tenha impulso para chegar à fase aérea. Retomo novamente o conhecimento que tratamos sobre as
leis da física na unidade 1, você irá precisar fazer a ligação entre os conteúdos aqui e lá de forma interdisciplinar aju-
dando seus alunos/atletas a compreender os saltos como um movimento motor e físico. Identificando em cada grupo
a necessidade e o limite de cada um, a fase do movimento em que seu aluno/atleta se encontra, para que possa ofertar
um exercício adequado para cada indivíduo.

132
atividades de estudo

1. Leia o seguinte texto da BNCC (2018) e encontre nele subsídios para fazer relações com o salto com vara
do Atletismo e das aulas de educação física na escola.
“Nas aulas, as práticas corporais devem ser abordadas como fenômeno cultural dinâmico, diversificado,
pluridimensional, singular e contraditório. Desse modo, é possível assegurar aos alunos a (re)construção
de um conjunto de conhecimentos que permitam ampliar sua consciência a respeito de seus movimentos
e dos recursos para o cuidado de si e dos outros e desenvolver autonomia para apropriação e utilização da
cultura corporal de movimento em diversas finalidades humanas, favorecendo sua participação de forma
confiante e autoral na sociedade”. (BRASIL, 2017, p. 213).
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2017.
Considerando o texto acima e as discussões sobre o ensino do salto com vara, avalie as afirmações a seguir.
I. Ensinar o salto com vara em uma comunidade indígena implica em considerar o conhecimento desse
material comum para a caça na cultura indígena.
II. Para recuperar a prática e utilização da cultura corporal de movimento por parte dos indígenas faz-se
necessário aprender o salto com vara, pois o Atletismo deve ser aprendido por todos independente da
sua origem cultural.
III. Ensinar as regras oficiais do salto com vara para uma comunidade indígena não significa desvalorizar a
cultura construída por eles, mas aumentar a diversificação cultural dos próprios índios.
IV. Em uma escola urbana, é possível ensinar jogos de origem indígena, africana, valorizando os feitos cul-
turais sem deixar de ter acesso ao Atletismo.
É correto apenas o que se afirma em
a. I e II, apenas.
b. II e III, apenas.
c. III e IV, apenas.
d. I, II e IV, apenas.
e. I, III e IV, apenas.

133


2. Do ponto de vista da teoria de David Gallahue e de John C. Ozmuz (2005), o saltar é um movimento loco-
motor fundamental, que pode ser considerado a extensão da corrida, o qual exige equilíbrio dinâmico e
estático e, para que ele seja executado com precisão, faz-se necessário o bom desempenho no movimen-
to de correr. O padrão motor de um salto vertical de um indivíduo nos dá subsídios importantes sobre
como identificar o seu desenvolvimento motor para ofertar uma “tarefa” adequada às suas necessidades
reais.
Considerando o texto apresentado, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. Aplicar uma atividade de pular corda para um grupo de crianças com 9 anos proporcionará um mo-
vimento de salto vertical, observando o ritmo e o espaço a ser usado durante o desenvolvimento da
atividade.
Porque
II. Atividades que oferecem oportunidade para crianças de 5 anos treinarem o movimento do correr,
exigem um equilíbrio durante a realização, pois a alternância de pés no solo, fase de voo e ritmo ainda
estão em fase de treino.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e. As asserções I e II são proposições falsas.

134
EDUCAÇÃO FÍSICA

3. A capacidade motora de saltar pode ser aprendida por qualquer pessoa mediante a periodização de
exercícios que dê preferência às qualidades físicas necessárias a esse movimento, mais especificamente, a
força de impulsão, sempre precedida de uma boa velocidade. Os saltos, em geral, são divididos em quatro
fases: corrida, impulsão, suspensão e queda.
I. A velocidade é uma qualidade física a ser desenvolvida no salto com a ajuda do conhecimento da bio-
mecânica do correr, da anatomia corporal, e dos grupos musculares que fazem parte desse movimen-
to. Essa velocidade deve ter um ritmo treinado, pois ela pode ser a responsável pela queima do salto
pelo atleta.
II. A velocidade adquirida pelo atleta na corrida de aproximação tem o objetivo de impulsionar o salto,
para que aconteça a transferência da velocidade horizontal para a vertical, colaborando para uma boa
marca na distância saltada.
III. A fase de suspensão ou de voo deve ser treinada para atingir o seu objetivo que é determinar o salto
com uma boa distância saltada. Para isso, é importante que o atleta compreenda como ele deve dispor
seu corpo durante essa fase, potencializando seu salto.
IV. A última fase do salto exige do atleta uma qualidade física determinante para a eficácia do salto, o equi-
líbrio e a elasticidade, buscando alcançar o solo o mais possível distante, é necessário compreender
que o corpo deve ficar inclinado à frente colaborando com a gravidade.
É correto o que se afirma em
a. II, apenas.
b. I e IV, apenas.
c. I e III, apenas.
d. II, III e IV, apenas.
e. I, II, III e IV.

135
LANÇAMENTOS E ARREMESSOS

Me. Élen Carla da Costa Baraldi


Me. Humberto Garcia de Oliveira

Oportunidades de aprendizagem:
Nesta unidade você terá a oportunidade de estudar sobre os
arremessos e lançamentos de implementos como o peso, dardo,
martelo e disco. Essas provas do atletismo atraem milhares de pessoas
nos estádios onde elas acontecem, pois são um grande desafio que
o ser humano tem batido recordes todos os anos. Aqui na unidade
IV, você também irá entender que existe um método para ensinar ao
seu aluno/atleta decompondo em partes essas provas para que seja
oportunizado entender a importância e o objetivo de cada fase. Você
também encontrará diversos exercícios educativos que lhe ajudarão
inicialmente a aprender e também a ensinar de forma eficaz um
arremesso ou um lançamento.
unidade

IV


Estamos quase chegando ao final do nosso estudo, nesta xonar por esse esporte como eu me apaixonei durante
unidade IV te convido a pensar sobre o desafio de ensi- minha formação acadêmica. Eu nasci e cresci em uma
nar os diferentes tipos de lançamentos (disco, dardo e cidade pequena no interior do Paraná, onde não havia
martelo) e arremesso de peso para um grupo de ado- um estádio, e nem sequer uma pista de atletismo, uma
lescente que desconhece totalmente a prática do Atle- única escola na cidade, e um ginásio de esportes. Na-
tismo. Por onde começar? O que fazer primeiro? Quais quela época ainda o que predominava nas escolas era
as qualidades físicas mais importantes para fazer um o quarteto de conjunto (voleibol, basquetebol, futebol
lançamento? Qual o melhor método para ensinar? Do e handebol). Quando ingressei na universidade e me
todo para as partes ou das partes para o todo? Todos deparei com aquela imensidão da pista de atletismo me
estes questionamentos são necessários e são pertinentes senti de certa forma privilegiada, mas ao mesmo tempo
quando estamos começando a atuar profissionalmente, assustada, porque tudo era muito novo pra mim, as pro-
seja como professor ou técnico. Mesmo que você já seja vas, os implementos, os nomes dos espaços das pistas.
um atleta, é preciso ter um método para ensinar. Enfim, era muita coisa pra aprender em um ano! Eu pos-
O ensino de arremesso ou lançamento de algum so dizer que eu venci o novo que estava a minha frente,
implemento pode parecer algo muito difícil para uma todas as práticas pedagógicas que tivemos, as mini aulas
pessoa que não conhece nada sobre o Atletismo, que é em dupla com sorteio dos conteúdos, tudo contribuiu
iniciante. Mas é preciso deixar-se conhecer para se apai- para que eu aprendesse. Não me tornei uma atleta, mes-

138
EDUCAÇÃO FÍSICA

mo porque esse não era o objetivo da disciplina, mas me sinto capacitada a ensinar iniciantes do atletismo. E tudo que
aprendi foi válido quando estou na escola com crianças e adolescentes, e olha que já faz muito tempo!
Agora vamos literalmente pôr a mão na massa! Procure assistir vídeos sobre o arremesso de peso, o lançamento
do disco, dardo e martelo, observe o início do movimento, posição em que o atleta está, como ele segura o material
(implemento), qual o movimento corporal final que ele realiza, como o corpo dele fica no final do movimento. Ob-
serve cada movimento do corpo - braços, pernas, tronco, cabeça.
Agora vamos registrar no seu diário de bordo suas observações completando a tabela abaixo

Prova começo meio fim

Cabeça: Cabeça: Cabeça:


tronco: tronco: tronco:
Arremesso de peso pernas: pernas: pernas:
braços: braços: braços:
movimento: movimento: movimento:

Cabeça: Cabeça: Cabeça:


tronco: tronco: tronco:
Lançamento do disco pernas: pernas: pernas:
braços: braços: braços:
movimento: movimento: movimento:

Cabeça: Cabeça: Cabeça:


tronco: tronco: tronco:
Lançamento do dardo pernas: pernas: pernas:
braços: braços: braços:
movimento: movimento: movimento:

Cabeça: Cabeça: Cabeça:


tronco: tronco: tronco:
Lançamento do martelo pernas: pernas: pernas:
braços: braços: braços:
movimento: movimento: movimento:

Tabela 1: Registro da experimentação (pesquisa). / Fonte:elaborado pela professora

Agora anote no seu diário de bordo quais as fases mais difíceis de cada uma delas segundo o seu olhar. Essa ação de
observar e analisar os movimentos de um exercício, são primordiais para um profissional da educação física, uma vez
que aprendemos por meio desta , e ainda mais para o atletismo, que um bom desempenho, uma boa performance
depende de uma execução exímia das fases e movimentos do esporte que estiver praticando.

139


LANÇAMENTOS E ARREMESSOS O fato é que, no estudo do esporte como cultura


corporal produzida pela história humana, as ações são
No vocabulário esportivo, temos, em comum, as palavras compreendidas como esporte de controle da ação do
arremesso e lançamento designando provas diferentes outro (esporte coletivos como handebol, basquetebol,
no atletismo, sendo o arremesso separado para a prova voleibol etc.) e como domínio da própria ação corporal
do peso, e o lançamento, para as provas de martelo, dardo (como é o caso do atletismo). Neste caso, confirmamos
e disco. A questão que se coloca é: se os implementos se- o fato de que o atletismo é um esporte individual que
rão, por ação do atleta, “enviados” a um local o mais longe exige o controle e o domínio corporal humano e pessoal
possível com o uso das mãos, seguindo os movimentos do atleta.
técnicos de cada prova específica, por que então não usa- O professor/treinador deve instrumentalizar o alu-
mos um único nome para todos os implementos? Seja no/atleta com o conhecimento que possibilite pensar o
arremesso ou lançamento, por que não se usa somente movimento, antes, durante e depois para, desta forma,
uma palavra, já que ambas são consideradas sinônimas participar ativamente na construção desse movimento,
na língua portuguesa, segundo o dicionário? permitindo a abertura a um estilo próprio.

140
EDUCAÇÃO FÍSICA

O arremesso pode ser considerado todo o movi- engenhos utilizados são diferentes umas das outras
mento que se inicia com os membros flexionados e que, – o tamanho, o peso e os locais onde são praticados
ao final, chegam à extensão. Já o lançamento pode de- incluem-se nestas diferenças –. As técnicas ditadas
signar o movimento que começa com os membros do pelas regras influenciam toda a sequência de mo-
implemento em extensão e termina em flexão. vimentos, que são únicos. Contudo existem vários
Conheceremos os nomes das modalidades dos pontos em comum entre todos os lançamentos, o que
lançamentos: arremesso do peso, lançamentos do os tornam mais compreensíveis sob o ponto de vista
disco, do dardo e do martelo. Eles possuem uma mecânico dos movimentos.
série de situações características deste grupo de mo- O principal objetivo dos lançamentos é maximi-
dalidade. Você perceberá que as características dos zar a distância percorrida pelos engenhos.

Figura 1 – Arremesso do peso / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta em posição de empunhadura do peso na mão direita pronto para o arremesso,
em vista lateral, apresentado em 10 posições.
Posição um: O atleta está com a perna esquerda semiflexionada em suspensão, perna direita estendida tocando o solo realizando o apoio. O
tronco totalmente flexionado à frente, com o braço esquerdo para baixo estendido. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da
orelha apoiando na região do pescoço.
Posição dois: O corpo fica totalmente flexionado à frente, pernas flexionadas com o braço esquerdo para baixo estendido. O braço direito fle-
xionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço.
Posição três: O corpo continua flexionado à frente, porém agora com as pernas estendidas, onde a esquerda está dando um passo para trás. O
braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo semi flexionado à frente do corpo.
Posição quatro: Perna direita flexionada ainda como apoio, perna esquerda continua indo como um passo para trás, quadril começa a girar. O
braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo semi flexionado à frente do corpo.
Posição cinco: Perna direita flexionada como apoio, perna esquerda agora é apoiada no solo com o quadril girando à esquerda. O braço direito
flexionado segurando o peso abaixo da orelha, apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo na altura do queixo.
Posição seis: Perna direita começa a transferir o peso de apoio para a esquerda, quadril já rotacionado para a esquerda. O braço direito flexionado
segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo, na mesma posição do direito.
Posição sete: O ponto de apoio já foi passado da perna direita para a perna esquerda, onde a direita é relaxada atrás do corpo e a esquerda é
estendida à frente. O quadril está rotacionando para o lado contrário da posição inicial. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da
orelha apoiando na região do pescoço, se prepara para o lançamento. Braço esquerdo semi flexionado à frente do corpo.
Posição oito: A perna direita está relaxada atrás do corpo e a esquerda estendida à frente como apoio. O quadril aqui, já está rotacionado para
o lado contrário da posição inicial. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região no pescoço, se prepara
para o lançamento, retirando o peso do apoio no pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo.
Posição nove: Todo o corpo estendido, pernas estendidas, tronco ereto e braço direito estendido jogando o peso acima da linha da cabeça,
para cima e para frente. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo. Quadril fazendo o movimento de rotação, trazendo a perna direita de
trás para frente.
Posição dez: O apoio volta para a perna direita, semi flexionada, perna esquerda flexionada, fora do solo, em abertura lateral. Tronco inclinado
para frente, braços abduzidos e flexionados lateralmente ao corpo.

141


Figura 2 – Lançamento do dardo / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta com um dardo empunhado na mão direita, apresentado em 14 posições,
em vista lateral.
Posição um: O atleta em fase de corrida, segura o dardo com a mão direita que está flexionada em um ângulo reto para cima. Braço esquerdo
flexionado ao lado do corpo. Perna esquerda toca o chão, perna direita flexionada atrás, em uma trajetória de trás para frente.
Posição dois: O braço direito começa a ser direcionado para trás, ainda flexionado. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo. Perna esquerda
ainda em contato com o solo, perna direita semi flexionada à frente, pronta para tocar o solo.
Posição três: Braço direito continua na trajetória para trás, ainda flexionado. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo. A perna direita toca
o solo agora, fazendo com que a esquerda seja flexionada atrás.
Posição quatro: O braço direito está totalmente estendido para trás, braço esquerdo estendido à frente, perna direita em meia ponta tocando
o solo, perna esquerda semiflexionada à frente, pronta para tocar o solo.
Posição cinco: Perna esquerda estendida tocando o solo e apoiando o movimento, perna direita estendida atrás em uma trajetória de trás para
frente, se preparando para realizar a passada cruzada. Braço direito estendido atrás, braço esquerdo estendido na lateral do corpo. Tronco
rotacionado para a direita.
Posição seis: Perna esquerda estendida tocando o solo e apoiando o movimento, perna direita semi flexionada à frente da esquerda, realizando
o começo da passada cruzada. Ambos os braços estendidos à direita e atrás, tronco rotacionado à direita e cabeça olhando para frente.
Posição sete: Em fase de voo, o atleta tem a perna esquerda semiflexionada atrás, perna direita semi flexionada à frente da esquerda, realizando
a passada cruzada. Ambos os braços estendidos à direita e atrás, tronco rotacionado à direita e cabeça olhando para frente.
Posição oito: Finalização da passada cruzada, onde a perna direita toca o solo e a esquerda passa para a frente. O braço esquerdo se estende à
frente em uma trajetória da direita para a esquerda, começando a rotação do tronco para a esquerda. O braço direito continua estendido atrás.
Posição nove: A perna esquerda se prepara para tocar o solo estendida à frente, a perna direita está semi flexionada. Braço esquerdo continua
sua trajetória para a esquerda e o direito continua estendido atrás.
Posição dez: A perna esquerda toca o solo e a perna direita está em meia ponta. Braço esquerdo segue na trajetória para a esquerda, rotacio-
nando o tronco para frente, braço direito continua estendido atrás.
Posição onze: A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta. Braço esquerdo finaliza a trajetória para a es-
querda, rotacionando o tronco e o quadril todo para frente, braço direito é hiper estendido para trás sendo “puxado” pela rotação do tronco.
Posição doze: O tronco e o quadril já estão todos rotacionados para frente, braço esquerdo está flexionado ao lado do corpo, braço direito está
flexionado ao lado da cabeça, elevando o dardo acima da cabeça. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta.
Posição treze: O tronco e o quadril permanecem rotacionados para frente, o braço esquerdo se mantém flexionado ao lado do corpo, braço
direito está estendido acima da cabeça pronto para o lançamento do dardo. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em
meia ponta. Cabeça rotacionada para a esquerda.
Posição quatorze: a perna direita que estava atrás, agora dá um passo à frente para apoiar o movimento. Perna esquerda é flexionada atrás,
tronco é semi flexionado à frente. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo e braço direito estendido para baixo.

142
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 3 – Lançamento do disco / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta com o disco empunhado na mão direita em posição de lançamento, apre-
sentando em 13 posições.
Posição um: O atleta começa o movimento de costas, com a perna direita flexionada como apoio, tocando o solo à frente do corpo. Perna es-
querda semiflexionada apoiada em meia ponta atrás, com o quadril girado à esquerda. O braço direito estendido atrás segurando o disco. Braço
esquerdo flexionado à frente do corpo na altura do queixo.
Posição dois: Em giro, o atleta está com a perna direita semi flexionada atrás, tocando o solo. Perna esquerda semiflexionada apoiada no solo
à frente. O braço direito estendido atrás segurando o disco. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo na altura do queixo. O atleta fez um
giro de 180° à esquerda, em relação à primeira posição.
Posição três: Em giro, a perna esquerda é flexionada à frente do corpo, dá sustentação para o giro, perna direita semi flexionada atrás, acompanha
o giro. O braço direito estendido atrás segurando o disco. Braço esquerdo estendido à frente do corpo.
Posição quatro: Em giro, a perna direita se prepara para tocar o solo à frente, a perna esquerda permanece como apoio atrás. O braço direito
estendido atrás segurando o disco. Braço esquerdo estendido à frente do corpo.
Posição cinco: Em giro, a perna direita toca o solo à frente, a perna esquerda permanece estendida atrás, porém fora de contato com o solo. O
braço direito estendido atrás segurando o disco. Braço esquerdo estendido à frente do corpo.
Posição seis: Em giro, a perna direita tocando o solo, serve como apoio para o giro, perna esquerda semiflexionada ao lado da direita, para dar
continuidade ao giro. O braço direito estendido atrás segurando o disco. O braço esquerdo é flexionado à frente do corpo.
Posição sete: Em giro, o atleta leva a perna esquerda para trás, para que toque o solo como apoio, perna direita mantém a meia ponta no solo.
Tronco rotacionando para a esquerda. O braço direito estendido atrás segurando o disco. O braço esquerdo é flexionado à frente do corpo.
Posição oito: A perna esquerda toca o solo, travando o movimento de giro, a direita é estendida atrás para dar continuidade à força de quadril.
O braço direito estendido atrás segurando o disco. O braço esquerdo é flexionado à frente do corpo.
Posição nove: A perna esquerda está apoiada no solo e a perna direita está em meia ponta. Braço esquerdo estendido segue na trajetória para
a esquerda, rotacionando o tronco para frente, braço direito continua estendido atrás.
Posição dez: A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta. Braço esquerdo finaliza a trajetória para a esquerda,
rotacionando o tronco e o quadril todo para frente, braço direito é hiper estendido para trás sendo “puxado” pela rotação do tronco.
Posição onze: O tronco e o quadril já estão todos rotacionados para frente, braço esquerdo está flexionado ao lado do corpo, braço direito está
estendido ao lado do corpo na altura do ombro. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta.
Posição doze: O tronco e o quadril permanecem rotacionados para frente, o braço esquerdo se mantém flexionado ao lado do corpo, braço
direito está estendido à frente do corpo, na altura da cabeça pronto para o lançamento do disco. A perna esquerda continua estendida à frente
e a perna direita em meia ponta.
Posição treze: A perna direita que estava atrás, agora dá um passo à frente para apoiar o movimento. Perna esquerda é flexionada atrás, tronco
é semi flexionado à frente. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo e braço direito flexionado à frente do corpo.

143


Figura 4 – Lançamento do martelo / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta empunhando o martelo em posição de lançamento, apresentado em 17
posições mostrando o movimento completo.
Posição um: Em pé, com as pernas estendidas tocando o solo, o atleta tem em suas mãos o martelo, segurando com ambas as mãos, o martelo
está posicionado atrás da cabeça, braços flexionados passando pelas laterais do rosto.
Posição dois: Com os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo, as pernas estão semi flexionadas, pronta para dar início ao
primeiro giro.
Posição três: O atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo na altura do peito, perna esquerda dá sustentação
ao giro, perna direita é semi flexionada ao lado do corpo.
Posição quatro: De costas, agora o atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo, com a posição das mãos acima da linha do nariz
segurando o martelo. As pernas estão flexionadas, sendo que a direita está à frente e a esquerda atrás.
Posição cinco: De lado, o atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo, com a posição das mãos acima da linha do queixo segurando
o martelo. As pernas estão flexionadas, direita à frente e esquerda atrás.
Posição seis: De frente, o atleta finaliza o primeiro giro, com os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo na altura do umbigo,
as pernas estão semi flexionadas, pronta para dar início ao próximo giro.
Posição sete: De lado, atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo, perna esquerda dá sustentação ao giro,
perna direita é semi flexionada ao lado do corpo.
Posição oito: De costas, agora o atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo, com a posição das mãos acima da linha do nariz segu-
rando o martelo. As pernas estão flexionadas, sendo que a direita está à frente e a esquerda atrás.
Posição nove: De lado, o atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo, com a posição das mãos acima da linha do queixo segurando
o martelo. As pernas estão flexionadas, direita à frente e esquerda atrás.
Posição dez: De frente, o atleta finaliza o segundo giro, com os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo na altura do umbigo,
as pernas estão semi flexionadas, pronta para dar início ao próximo giro.
Posição onze: De lado, atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo, perna esquerda dá sustentação ao giro,
perna direita é semi flexionada ao lado do corpo.
Posição doze: De costas, agora o atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo, com a posição das mãos acima da linha do nariz segu-
rando o martelo. As pernas estão flexionadas, sendo que a direita está à frente e a esquerda atrás.
Posição treze: De lado, o atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo, com a posição das mãos acima da linha do queixo segurando
o martelo. As pernas estão flexionadas, direita à frente e esquerda atrás.
Posição quatorze: De frente, o atleta finaliza o terceiro giro, com os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo na altura do umbigo,
as pernas estão semi flexionadas, prontas para finalizar o movimento.
Posição quinze: De lado, atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo, perna esquerda dá sustentação ao giro,
perna direita é semi flexionada ao lado do corpo. Nesse momento o impulso do giro é focado todo nos braços para que o lançamento seja
efetivo. O tronco é levemente inclinado para trás.
Posição dezesseis: Com o tronco levemente inclinado para trás, a perna esquerda dá firmeza ao movimento, e a direita acompanha, semi flexio-
nada, ao lado do corpo. Os braços estão estendidos completamente, à frente, na altura dos ombros, para o lançamento do martelo.
Posição dezessete: Os braços finalizam o movimento estendidos acima da cabeça, perna esquerda estendida, tocando o solo e a perna direita
semi flexionada ao lado do corpo.

Os movimentos dos lançamentos são divididos em quatro fases, conforme Fernandes (1978), e são comuns a todos:
a. Preparação.
b. Construção do movimento.
c. Lançamento.
d. Recuperação.

144
EDUCAÇÃO FÍSICA

• Posição equilibrada com os dois pés no chão.


Na fase de preparação, o aluno/atleta deverá pegar
• O peso do corpo sobre o pé direito com o calca-
o implemento e se preparar para a construção do mo-
nhar direito levemente levantado.
vimento. Nesta fase deve se posicionar no que cha-
• Inclinação atrás levemente em direção ao lança-
mamos de posição de força (figura 5) para que possa mento.
construir o movimento de forma correta com êxito.
Buscando desenvolver e construir a força que será Caro(a) aluno(a), a seguir, apresentaremos algumas fi-
transferida para o peso no momento do lançamento. guras da posição de força para os lançamentos.
Na fase de construção do movimento, o objeti-
vo é aumentar a velocidade do lançamento e acelerar
a velocidade do corpo e do implemento para o nível
ideal. Essa velocidade é feita em um movimento line-
ar (reto) no lançamento do dardo e no arremesso do
peso e, em movimentos rotacionais, no lançamento
do disco e do martelo.
Na fase de lançamento, a velocidade é armaze-
nada aumentando a transferência do peso do corpo Figura 5 – Posição de força do arremesso do peso / Fonte: adap-
tado de Müller e Ritzdorf (2002).
para o implemento que será lançado. Existe um mo-
mento, em todos os lançamentos, que é chamado de
Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta
posição de forma, é a ligação entre a construção do apresentando duas posições de força diferentes para a empunha-
dura do peso, uma com vista lateral e a outra frontal. Na posição
movimento e o lançamento. um apresenta-se de costas para o lançamento, na posição dois
apresenta-se de lado para o lançamento.
Um dos pontos mais importantes para os lan- Posição um - vista lateral: Perna direita flexionada como apoio,
tocando o solo. Perna esquerda apoiada em um bloco no solo,
çamentos é a posição de força. Para a sua execução com o quadril girado à esquerda. O braço direito flexionado se-
nos vários lançamentos, você deverá observar alguns gurando o peso abaixo da orelha, apoiando na região do pescoço.
Braço esquerdo flexionado à frente do corpo na altura do queixo.
pontos comuns: Posição dois - vista frontal: Perna direita flexionada como apoio,
tocando o solo. Perna esquerda apoiada em um bloco no solo,
• Tensão muscular em todo o corpo. com o quadril girado à esquerda. O braço direito flexionado se-
gurando o peso abaixo da orelha, apoiando na região do pescoço.
Braço esquerdo flexionado à frente do corpo na altura do queixo.

145


Observe a posição de força do Lançamento do disco

Figura 6 – Posição de força do lançamento do disco / Fonte:


adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um ho-


mem preparado em posição de força para lançar o disco em duas
visões, frontal e oblíqua.
Visão frontal do corpo: circunferência no solo, corpo de frente,
pernas afastadas lateralmente, perna direita flexionando, pé direi-
to de apoio no solo com os dedos, leve inclinação do tronco para
a esquerda, braço esquerdo flexionado na altura do ombro com
o cotovelo lateralmente, cabeça alinhada com o pé direito, braço
direito na altura do ombro atrás flexionado empunhando o disco
para realizar o movimento ântero posterior.
Visão oblíqua do corpo: circunferência no solo com uma cruz di-
vidindo toda a área interna, uma seta na linha horizontal da cruz
apontando para a direita, corpo ocupando o canto direito superior
da circunferência, braço direito quase completando o ângulo de
90º flexionado empunhando o disco, mostrando a direção do giro
que acontece no sentido anti horário.

Veja como se dá a posição de força do Lançamento do dardo

Figura 7 – Posição de força do lançamento do dardo / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra a posição de força do lançamento do dardo, apresentando duas figuras de uma mulher
em pé com visão lateral, ela está correndo para o lado direito da imagem. Em ambas as pernas estão afastadas no sentido sagital com a perna
direita atrás apoiada no solo com os dedos do pé e perna esquerda à frente.
Figura 1 - Acima há a descrição: Posição de força - tronco um pouco para trás, braço esquerdo num ângulo de 45 graus estendido lateralmente
ao corpo, braço direito para trás semi flexionado empunhando o dardo com a palma da mão para cima, o dardo está numa inclinação com
ângulo de 45 graus.
Figura 2 - Acima há a descrição: Posição em arco - tronco um pouco para trás, o peso do corpo na perna esquerda que está a frente faz com
que o quadril se desloque para a esquerda, isso implica em realizar o lançamento fazendo o movimento com o braço direito de forma arco.

146
EDUCAÇÃO FÍSICA

Veja como deve ser a posição de força do Lançamento do martelo

Figura 8 – Posição de força do lançamento do martelo / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um homem em pé, lançamento do martelo em 2 posições, mostrando a posição de
força. Nas duas posições há uma semicircunferência no solo com o côncavo voltado para o homem.
Primeira posição: corpo de frente levemente posicionado para a esquerda, as pernas levemente afastadas lateralmente semi flexionado, tronco
ereto com as duas mãos empunhadas no martelo bem no meio a frente na altura da cintura.
Segunda posição: corpo de frente levemente posicionado para a esquerda, as pernas levemente afastadas lateralmente semi flexionado, tronco
inclinado para trás, os braços esticados empunhando o martelo elevando os braços acima do umbigo, martelo já está distante do corpo na
altura do joelho.

• Ação bloqueadora do lado esquerdo, permitin-


Na fase de lançamento, o aluno deverá manter o mo-
do que o lado direito possa continuar a produzir
vimento e iniciar a aceleração final do implemento. Os força.
movimentos devem ser contínuos e deverão ser utiliza-
das todas as alavancas, em um movimento de extensão Na fase de recuperação, o objetivo é recuperar a posi-
completa de todas as articulações. ção de equilíbrio, evitando, assim, ultrapassar os limites
Pontos importantes a serem observados na fase de regulamentados do setor de lançamento.
lançamento: É necessário compreender de forma clara as fases do
• Ação completa e sucessiva de movimentos se- lançamento do martelo, evidenciando o que é essencial
quenciais com a extensão completa de todas as em cada uma delas e colaborando no melhor aprendi-
articulações do tornozelo, do joelho, do quadril, zado. As fases do molinete são essencialmente as mais
do tronco, do ombro, do cotovelo e dos punhos.
elaboradas e necessitam de uma melhor compreensão.
• Extensão rápida da perna direita, utilizando os
Após visualizar os diferentes tipos de empunhadu-
músculos dela para elevar o corpo.
ras com suas respectivas posições de força, fica evidente
• Ação forte da perna esquerda para acelerar o
lado direito e, assim, produzir movimento ver- a necessidade de se conhecer de forma individual cada
tical. uma das fases de cada arremesso ou lançamento dos
• Posição de torção, provocando pré-tensão no implementos supracitados. Tendo em vista que esta uni-
tronco, no ombro e nos braços – que podem ser dade tratará destas provas, você vai conhecer um pouco
usados para produzir aceleração contínua. mais de cada uma com suas fases e especificidades.

147


ARREMESSO DE PESO

O Arremesso de Peso é uma das provas do Atletismo com uso de implemento e por esse motivo faz-se necessário que
aprendamos o manejo, ou seja, o uso correto desse implemento e as fases desde o início até o fim do arremesso. Vamos lá?

remesso do calhau”, que se assemelha ao nosso mo-


A regulamentação do arremesso do peso é totalmen- derno arremesso do peso (CBAt, [2019],)¹.
te britânica, inclusive o peso do implemento, 7,256kg,
correspondente a 16 libras inglesas, que era precisamen- As técnicas praticadas para o arremesso são duas: a téc-
te o que pesavam os projéteis dos famosos canhões bri- nica linear e a rotacional. Entretanto, é possível praticar,
tânicos do início do século XIX. e até mesmo competir fazendo o lançamento, sem se
deslocar a partir da posição de força. A técnica indica-
A origem desta prova parece ser irlandesa, pois nos da e estudada neste livro será a linear (MATTHIESEN;
Jogos Tailteanos, no início da Era de Cristo, os Cel-
RANGEL; DARIDO, 2014).
tas disputavam uma prova de arremesso de pedra
que pelas descrições correspondem ao lançamento As fases do arremesso do peso são divididas em
atual. [...] Aliás, é interessante notar que na Penín- preparação, deslocamento, arremesso e recuperação. An-
sula Ibérica, nas províncias onde ainda se encon- tes de iniciar a primeira fase, na preparação, é neces-
tram concentração humanas etnicamente celtas, sário aprender a pegar ou a empunhar o peso. A Figura
Galiza na Espanha e Trás-os-Montes em Portugal,
9 mostra exatamente como deve ser realizada esta ação.
ainda se disputa uma competição chamada de “ar-

148
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 9 – Ilustração da “pega” (empunhadura) do peso / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem A figura em preto e branco, mostra a empunhadura do peso em dois desenhos. À esquerda, imagem aproximada apa-
rece somente a mão com a palma para cima, polegar afastado dos demais dedos, o peso apoiado nos dedos e nas articulações da palma e dos
dedos formando uma côncava que envolve o peso. À direita o desenho mais aberto mostrando um homem de frente, da cintura para cima, o
braço esquerdo esticado na linha do ombro à frente, braço direito flexionado com a palma da mão para frente empunhando o peso que está
encostado no pescoço.

Nesta outra figura é possível perceber como o peso empu-


nhado pelo atleta fica em contato com a região do pescoço
abaixo da orelha, e como a mão deve segurar o peso de
forma que ele encaixe na palma da mesma e fique apoiado
nos dedos.

Figura 10 – A “pega” (empunhadura) do peso

Descrição da Imagem fotografia com um recorte que evidencia


somente a região e forma que ocorre a empunhadura do peso,
com detalhe no ombro, orelha e mão do homem que encontra-se
com o tronco inclinado à frente. A mão está com a palma para cima
apoiando o peso encostado no pescoço, logo abaixo da orelha,
a cabeça um pouco inclinada para frente olhando para o chão.

149


O objetivo dessa técnica é segurar o peso com firmeza, cujo peso fica apoiado nos dedos e nas bases destes. Os dedos
devem ficar paralelos e ligeiramente afastados. O peso estará encostado no pescoço, por baixo do maxilar, e o polegar,
na traqueia. O cotovelo deverá se posicionar em um ângulo de 45° em relação ao corpo.
Fase de preparação: o objetivo desta fase, como o próprio nome indica, é preparar-se para iniciar o deslocamento.

1 2
Figura 11 – Ilustração da preparação para o arremesso / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta demonstrando o início do movimento de arremesso de peso com a empu-
nhadura de costas em dois quadros, com uma visão lateral, no primeiro quadro tem uma posição, no segundo quadro duas posições.
Quadro 1 - Posição de apresentação. O atleta em pé, com a perna direita apoiada no solo, perna esquerda semi estendida atrás, na ponta do
pé. Braço esquerdo estendido acima da cabeça.O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço.
Quadro 2 - Posição um: O atleta está com a perna esquerda semiflexionada em suspensão, perna direita estendida tocando o solo realizando
o apoio. O tronco totalmente flexionado à frente, com o braço esquerdo para baixo estendido. O braço direito flexionado segurando o peso
abaixo da orelha apoiando na região do pescoço.
Posição dois: O corpo fica totalmente flexionado à frente, pernas flexionadas com o braço esquerdo para baixo estendido. O braço direito fle-
xionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Aqui existe um círculo no joelho esquerdo flexionado, indicando o
início do movimento, com o número 01.

Características técnicas: o arremessador começa de pé, no final do círculo de arremesso, e de costas para a direção
do lançamento. O tronco deve ser inclinado para a frente e paralelo ao chão. O corpo fica equilibrado em apenas uma
perna. A perna de apoio deve estar flexionada enquanto que a perna esquerda é estendida para trás (1), conforme a
Figura 11.
Fase do deslocamento: o objetivo desta fase é acelerar o corpo e preparar-se para lançar.

150
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 12 – Ilustração do deslocamento do arremesso do peso / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta demonstrando a posição de deslocamento do arremesso do peso em cinco
posições, a primeira em posição frontal, e as demais em posição lateral.
Posição um - vista frontal: O corpo flexionado à frente, com as pernas estendidas, onde a esquerda está dando um passo para trás e a direita à
frente. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo semi flexionado à frente
do corpo.
Posição dois - vista lateral: O atleta está com a perna esquerda semiflexionada em suspensão, perna direita estendida tocando o solo realizando o
apoio com o antepé. O tronco totalmente flexionado à frente, com o braço esquerdo para baixo estendido. O braço direito flexionado segurando
o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço.
Posição três: O atleta está com a perna esquerda semiflexionada ainda em suspensão, perna direita estendida tocando o solo, mas agora reali-
zando o apoio com o calcanhar. O tronco totalmente flexionado à frente, com o braço esquerdo para baixo estendido. O braço direito flexionado
segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço.
Posição quatro: O corpo flexionado à frente, com as pernas estendidas, onde a esquerda está dando um passo para trás, ainda sem tocar o
solo e a direita à frente, com apoio no solo pelo calcanhar. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do
pescoço. Braço esquerdo semi flexionado à frente do corpo.
Posição cinco: O corpo flexionado à frente, com a perna esquerda está dando um passo para trás, ainda sem tocar o solo e a direita está flexionada
à frente, tocando o solo com o apoio do antepé. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço.
Braço esquerdo semi flexionado à frente do corpo.

Características técnicas: o lançador deverá mover-se para trás em uma ação plantar do pé da perna que impulsiona o
corpo. Essa ação deverá ser precedida pela extensão para trás da perna livre. A perna de apoio deverá ser apoiada pelo
calcanhar. Durante o deslocamento, a perna de apoio de-
verá ser arrastada sem perder contato com o solo (Figura
12). O tronco mantém-se na posição inicial. A Figura 13
demonstra a posição dos pés na área de arremesso.

Figura 13 – Ilustração da movimentação dos pés no círculo de


arremesso / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem Dois círculos um ao lado do outro, dividido em quatro quadrantes, mostrando a posição dos pés através de pegadas. O
primeiro círculo mostra duas pegadas lado a lado, a pegada direita está no primeiro quadrante, apontada para a esquerda. A pegada esquerda
está no quarto quadrante, apontada para a esquerda. Uma seta aponta para trás, indicando a direção que a pegada deverá ir. No segundo círculo
a pegada direita está pisando no vértice dos quatro quadrantes, em diagonal do terceiro para o primeiro quadrante, apontando para baixo. O
pé esquerdo no terceiro quadrante apontando para baixo.

151


Fase do arremesso: os objetivos são manter a velocidade do peso e iniciar a aceleração final.
Características técnicas: consistem em manter o peso do corpo sobre a perna direita e o joelho flexionado. O
calcanhar da perna direita e os dedos devem estar posicionados na mesma linha. O tronco deverá realizar uma torção.
A cabeça e o braço esquerdo devem estar virados para trás. O cotovelo direito estará em um ângulo de 90º em relação
ao tronco. O arremesso propriamente dito começa com as ações expostas na Figura 14.

Figura 14 - fases do arremesso de peso / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta demonstrando as fases do arremesso de peso em 4 posições com vista lateral,
na mão direita ele segura uma bola de ferro maciça.
Posição um: Perna direita flexionada como apoio, perna esquerda é apoiada no solo com o quadril girando à esquerda. O braço direito flexio-
nado segurando o peso abaixo da orelha, apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo na altura do queixo.
Posição dois: Perna direita começa a transferir o peso de apoio para a esquerda, quadril já rotacionado para a esquerda. O braço direito flexionado
segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo, na mesma posição do direito.
Posição três: O ponto de apoio já foi passado da perna direita para a perna esquerda, onde a direita é relaxada atrás do corpo e a esquerda é
estendida à frente. O quadril está rotacionando para o lado contrário da posição inicial. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da
orelha apoiando na região do pescoço, se prepara para o lançamento. Braço esquerdo semi flexionado à frente do corpo.
Posição quatro: A perna direita está relaxada atrás do corpo e a esquerda estendida à frente como apoio. O quadril aqui, já está rotacionado
para o lado contrário da posição inicial. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região no pescoço, se prepara
para o lançamento, retirando o peso do apoio no pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo.

O objetivo é transferir a velocidade do deslocamento para o peso. Neste momento, a perna direita deverá empurrar
o corpo, ficando em extensão. O quadril deverá girar na direção do arremesso. A perna esquerda, antes de começar a
empurrar o peso, deve estar em extensão e determinará o ângulo de saída do peso. O movimento de rotação do tronco
é bloqueado pelo braço esquerdo. O cotovelo do braço direito deverá estar alto. No final desse momento, o peso do
corpo deve ser transferido para a perna esquerda.
Na fase final do arremesso, a velocidade do corpo do arremessador é transferida para o peso.

152
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 15 – Ilustração da finalização do arremesso do peso /


Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta


realizando a finalização do arremesso de peso em 2 posições com
vista lateral, na mão direita ele segura uma bola de ferro maciça.
Posição um: A perna direita está relaxada atrás do corpo e a es-
querda estendida à frente como apoio. O quadril aqui, já está
rotacionado para o lado contrário da posição inicial. O braço direito
flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região
no pescoço, se prepara para o lançamento, retirando o peso do
apoio no pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo.
Posição dois: Todo o corpo estendido, pernas estendidas, tronco
ereto e braço direito estendido jogando o peso acima da linha da
cabeça, para cima e para frente. Braço esquerdo flexionado à fren-
te do corpo. Quadril fazendo o movimento de rotação, trazendo
a perna direita de trás para frente.

O movimento final começa por meio da extensão completa dos membros inferiores e do tronco. Na sequência, o
cotovelo deve ser estendido completamente e finalizado pela extensão da articulação do punho e dos dedos. O braço
esquerdo deve estar flexionado e junto ao tronco. Os pés mantêm-se em contato com o solo até o final do arremesso.
Fase de recuperação: o objetivo desta fase é estabilizar o corpo para evitar que ele ultrapasse o limite da
área de lançamento (círculo).

Figura 16 – Ilustração da fase de recuperação do arremesso do


peso / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta


realizando a fase final do arremesso de peso recuperando o equi-
líbrio após perder contato com o implemento, em 2 posições com
vista lateral. Na mão direita ele segura uma bola de ferro maciça.
Posição um: Todo o corpo estendido, pernas estendidas, tronco
ereto e braço direito estendido jogando o peso acima da linha da
cabeça, para cima e para frente. Braço esquerdo flexionado à fren-
te do corpo. Quadril fazendo o movimento de rotação, trazendo
a perna direita de trás para frente.
Posição dois: O apoio volta para a perna direita, semi flexionada,
perna esquerda flexionada, fora do solo, em abertura lateral.
Tronco inclinado para frente, braços abduzidos e flexionados la-
teralmente ao corpo.

Características técnicas: indicam que o arremessador, após soltar o peso, deverá inverter as posições das pernas, sen-
do que a perna direita deve ficar flexionada, e a parte superior do tronco, abaixada e equilibrada pela perna esquerda.
Neste momento, a visão do arremessador estará direcionada ao solo.

153


Quanto à segurança e à organização nas aulas e práticas: Todo


equipamento (material) utilizado deve estar em perfeitas condições
de uso e deve ser guardado em local seguro após a sua utilização.
Não utilizar os dardos quando transportados na horizontal, eles de-
vem ser transportados na vertical. Nunca realize exercícios sozinho.
Quem lança fica sozinho na área; os demais, afastados deste local,
atrás da linha, e deve-se certificar que não há ninguém na área de
queda antes do lançamento.
Os implementos só devem ser buscados quando todos forem lan-
çados. Evitar dias chuvosos. Nas aulas, deve-se manter espaços de
2 a 3 m entre os participantes. Estes cuidados devem ser mantidos
mesmo que sejam utilizados materiais alternativos, pois, assim, evi-
ta-se acidentes.
Fonte: os autores.

Exercícios de aprendizado

No primeiro passo do aprendizado, o peso deverá ser introduzido ao pro-


cesso. Como é uma disciplina que exige cuidados, as normas de segurança de-
vem ser enfatizadas. Por exemplo, ninguém deverá ficar à frente da área onde
será utilizada para lançar. Após segurar o peso na mão (Figura 17), o aluno
deverá fazer pequenas extensões com o braço a fim de sentir o implemento
(1). O passo seguinte deverá estimular lançamentos para frente (2) e para trás
(3). O objetivo desses exercícios é fazer a adaptação ao peso e à resistência.

154
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 17 – Exercícios de adaptação ao peso e aos arremessos / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: Três quadros de figuras em preto e branco, mostrando posições diferentes do peso empunhado, para exercícios de
adaptação com o peso.
Quadro 1: Vista frontal de um homem em pé empunhando o peso em duas posições. Primeira posição: pernas ligeiramente afastadas, tronco
ereto, braço esquerdo semi flexionado com a mão à frente do corpo na altura da cintura, braço direito com o peso empunhado na altura do
ombro. Segunda posição: pernas ligeiramente afastadas, tronco ereto, braço esquerdo semi flexionado lateralmente do corpo, braço direito
esticado para cima alinhado com o ombro empunhando o peso.
Quadro 2: vista lateral do corpo empunhando o peso em duas posições. Primeira posição: corpo com a frente para a direita, tronco inclinado
para frente, pernas flexionadas e lateralmente afastadas, mãos na altura do joelho empunhando o peso, cabeça alinhada com o joelho. Segunda
posição: Corpo levemente inclinado para frente, braços estendidos realizando o lançamento do peso (este já no ar), pernas estendidas tocando
o solo apenas com as pontas dos pés.
Quadro 3: Vista lateral de um homem com o corpo virado para a esquerda, lançando o peso para trás por cima da cabeça em 4 posições.
Primeira posição: joelhos flexionados com ângulo de 90º, tronco inclinado à frente, joelhos e ombro na mesma linha, afastamento lateral das
pernas, braços esticados para baixo segurando a bola no meio das pernas, cabeça olhando para frente. Segunda posição: joelhos flexionados
aumentando o ângulo anterior, tronco um pouco inclinado para trás, peso empunhado com as duas mãos à frente do corpo a altura da cintura.
Terceira posição: pernas e tronco esticados, tronco inclinado para trás, braços esticados segurando a bola na altura do esterno, cabeça olhando
para cima. Quarta posição: Corpo totalmente esticado levemente inclinado para trás (na fase aérea sem contato com o solo), desde os pés até
aos braços que se encontram esticados acima da cabeça já sem contato com a bola que está no ar acima da cabeça.

Observação: todos os movimentos deverão ser feitos o lançamento. A posição inicial deverá ser com os pés
com completa extensão das articulações envolvidas. afastados em relação à largura dos ombros. Os joelhos
Segundo passo: lançar o peso de frente à área de ar- devem ser flexionados e, em seguida (após estendê-lo
remesso. O objetivo é compreender os movimentos bá- totalmente, sem sair do solo), o peso deverá ser empur-
sicos do lançamento utilizando a perna para gerar força rado para frente e ligeiramente para cima. Variar este
e o movimento dos braços com extensão completa para movimento com o recuo da perna direita (Figura 18).

155


Figura 18 – Exercícios pedagógicos do arremesso / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: Dois quadros, em preto e branco, mostram exercícios pedagógicos para o arremesso de peso com vista lateral do
movimento.
Quadro 1 - Um atleta - 02 posições: Posição um: O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço.
Braço esquerdo flexionado à frente do corpo. Pernas unidas e flexionadas. Posição dois: Todo o corpo estendido, pernas unidas e estendidas, tronco
ereto e braço direito estendido jogando o peso acima da linha da cabeça, para cima e para frente. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo.
Quadro 2 - Um atleta - 03 posições: Posição um: O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço.
Braço esquerdo flexionado à frente do corpo. Pernas unidas e flexionadas. Posição dois: A perna direita está relaxada atrás do corpo e a esquerda
estendida à frente como apoio. O quadril aqui, já está rotacionado para o lado contrário da posição inicial. O braço direito flexionado segurando
o peso abaixo da orelha apoiando na região no pescoço, se prepara para o lançamento, retirando o peso do apoio no pescoço. Braço esquerdo
flexionado à frente do corpo. Posição três: Todo o corpo estendido, pernas estendidas, tronco ereto e braço direito estendido jogando o peso
acima da linha da cabeça, para cima e para frente. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo. Quadril fazendo o movimento de rotação,
trazendo a perna direita de trás para frente.

Terceiro: é lançar a partir de um passo. O objetivo é compreender a ação da perna direita e o bloqueio do lado esquer-
do. A posição inicial deverá ser igual à posição do segundo passo. Em seguida, deverá dar um passo à frente – com o
quadril e o ombro voltados para a direção do arremesso – para frente. Lançar a partir de uma rotação e da extensão
rápida da perna direita e bloqueio do la do direito (Figura 19).

156
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 19 – Movimento da fase de


arremesso de frente / Fonte: adaptado
de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta demonstrando o movimento do arremesso de peso iniciado de frente, com
vista lateral em 5 posições. Na mão direita ele segura uma bola de ferro maciça.
Posição um: posição do corpo de frente para a direita, pernas unidas semi flexionadas, tronco levemente inclinado para trás, braço esquerdo
flexionado a frente do corpo com a mão na altura da boca, mão direita empunhando o peso no pescoço.
Posição dois: Perna direita começa a transferir o peso de apoio para a esquerda, quadril já rotacionado para a esquerda. O braço direito flexionado
segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo, na mesma posição do direito.
Posição três: O ponto de apoio já foi passado da perna direita para a perna esquerda, onde a direita é relaxada atrás do corpo e a esquerda é
estendida à frente. O quadril está rotacionando para o lado contrário da posição inicial. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da
orelha apoiando na região do pescoço, se prepara para o lançamento. Braço esquerdo semi flexionado à frente do corpo.
Posição quatro: A perna direita está relaxada atrás do corpo e a esquerda estendida à frente como apoio. O quadril aqui, já está rotacionado
para o lado contrário da posição inicial. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região no pescoço, se prepara
para o lançamento, retirando o peso do apoio no pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo.
Posição cinco: Todo o corpo estendido, pernas estendidas, tronco ereto e braço direito estendido jogando o peso acima da linha da cabeça, para
cima e para frente. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo. Quadril fazendo o movimento de rotação, trazendo a perna direita de trás
para frente. que nosant iliatem invenis ipsa none sequo cuscid endit esed essin res dolorum quiaestium imus ilibear umendam volupta tectist
aut ea necto to eum sinvenis nient

Quarto passo: o objetivo é compreender a posição de força e lançar a partir dela. A posição inicial deve ser de costas
para a direção do arremesso. Fazer o giro a partir da ação da perna direita, lançar para frente e ligeiramente para cima
sem perder o contato com o solo (Figura 20).

157


Figura 20 – Movimento da fase de


arremesso com giro do tronco / Fonte:
adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta demonstrando o movimento do arremesso de peso iniciado de costas, com
vista lateral em 5 posições. Na mão direita ele segura uma bola de ferro maciça.
Posição um: Perna direita flexionada como apoio, perna esquerda agora é apoiada no solo com o quadril girando à esquerda. O braço direito
flexionado segurando o peso abaixo da orelha, apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo na altura do queixo.
Posição dois: Perna direita começa a transferir o peso de apoio para a esquerda, quadril já rotacionado para a esquerda. O braço direito flexionado
segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo, na mesma posição do direito.
Posição três: O ponto de apoio já foi passado da perna direita para a perna esquerda, onde a direita é relaxada atrás do corpo e a esquerda é
estendida à frente. O quadril está rotacionando para o lado contrário da posição inicial. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da
orelha apoiando na região do pescoço, se prepara para o lançamento. Braço esquerdo semi flexionado à frente do corpo.
Posição quatro: A perna direita está relaxada atrás do corpo e a esquerda estendida à frente como apoio. O quadril aqui, já está rotacionado
para o lado contrário da posição inicial. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região no pescoço, se prepara
para o lançamento, retirando o peso do apoio no pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo.
Posição cinco: Todo o corpo estendido, pernas estendidas, tronco ereto e braço direito estendido jogando o peso acima da linha da cabeça, para cima
e para frente. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo. Quadril fazendo o movimento de rotação, trazendo a perna direita de trás para frente.

Quinto passo: o objetivo é entender o deslocamento e unir à posição de força.


Para isto, pode-se pedir auxílio a um companheiro ou ao professor que segurará o braço livre do peso. O desli-
zamento deverá ser feito ao longo de uma linha que poderá ser desenhada no solo. Após finalizar o deslizamento, o
aluno deverá parar, fixar a posição de força, corrigir e repetir até aprender o movimento.

158
EDUCAÇÃO FÍSICA

1 2

Figura 21 – Exercícios para o deslocamento linear / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem duas figuras em preto e branco, mostram exercícios para deslocamento linear com vista lateral do movimento.
Figura 1 - Dois atletas - 01 posição: O atleta um está virado para a direita e o atleta dois de frente para ele, virado para a esquerda. O atleta
um está em posição de “afundo”, pernas flexionadas, direita à frente e esquerda atrás. Tronco levemente inclinado para frente. Braços unidos
à frente do corpo, segurando a mão do atleta dois. O atleta dois, está em posição de “afundo” também, com a perna direita à frente, porém a
esquerda está atrás, para dar a passada. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. O braço
esquerdo segurando as mãos do atleta um.
Figura 2 - Um atleta - 08 posições: Posição um: O atleta tem o corpo totalmente flexionado à frente, pernas flexionadas com o braço esquerdo
para baixo estendido. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço.
Posição dois: O corpo continua flexionado à frente, porém agora com as pernas estendidas, onde a esquerda está dando um passo para trás. O
braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo semi flexionado à frente do corpo.
Posição três: Perna direita flexionada ainda como apoio, perna esquerda continua indo como um passo para trás, quadril começa a girar. O
braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo semi flexionado à frente do corpo.
Posição quatro: Perna direita flexionada como apoio, perna esquerda agora é apoiada no solo com o quadril girando à esquerda. O braço direito
flexionado segurando o peso abaixo da orelha, apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo na altura do queixo.
Posição cinco: O atleta volta para a primeira posição onde tem o corpo totalmente flexionado à frente, pernas flexionadas com o braço esquerdo
para baixo estendido. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço.
Posição seis: O corpo continua flexionado à frente, porém agora com as pernas estendidas, onde a esquerda está dando um passo para trás. O
braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo semi flexionado à frente do corpo.
Posição sete: Perna direita flexionada ainda como apoio, perna esquerda continua indo como um passo para trás, quadril começa a girar. O
braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo semi flexionado à frente do corpo.
Posição oito: Perna direita flexionada como apoio, perna esquerda agora é apoiada no solo com o quadril girando à esquerda. O braço direito
flexionado segurando o peso abaixo da orelha, apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo na altura do queixo.

Sexto passo: arremesso a partir da sequência completa. O objetivo é unir todas as partes e lançar com deslocamento
na técnica linear.
A sequência completa deverá ser realizada com e sem peso, ela pode ser praticada com pesos menores. A posição
de força deve ser corrigida sempre que necessário (Figura 22).

159


Figura 22 – Sequência completa do arremesso do peso / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta realizando o movimento completo do arremesso de peso com vista lateral
em 10 posições. Na mão direita ele segura uma bola de ferro maciça.
Posição um: O atleta está com a perna esquerda semiflexionada em suspensão, perna direita estendida tocando o solo realizando o apoio. O
tronco totalmente flexionado à frente, com o braço esquerdo para baixo estendido. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da
orelha apoiando na região do pescoço.
Posição dois: O corpo fica totalmente flexionado à frente, pernas flexionadas com o braço esquerdo para baixo estendido. O braço direito fle-
xionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço.
Posição três: O corpo continua flexionado à frente, porém agora com as pernas estendidas, onde a esquerda está dando um passo para trás. O
braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo semi flexionado à frente do corpo.
Posição quatro: Perna direita flexionada ainda como apoio, perna esquerda continua indo como um passo para trás, quadril começa a girar. O
braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo semi flexionado à frente do corpo.
Posição cinco: Perna direita flexionada como apoio, perna esquerda agora é apoiada no solo com o quadril girando à esquerda. O braço direito
flexionado segurando o peso abaixo da orelha, apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo na altura do queixo.
Posição seis: Perna direita começa a transferir o peso de apoio para a esquerda, quadril já rotacionado para a esquerda. O braço direito flexionado
segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo, na mesma posição do direito.
Posição sete: O ponto de apoio já foi passado da perna direita para a perna esquerda, onde a direita é relaxada atrás do corpo e a esquerda é
estendida à frente. O quadril está rotacionando para o lado contrário da posição inicial. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da
orelha apoiando na região do pescoço, se prepara para o lançamento. Braço esquerdo semi flexionado à frente do corpo.
Posição oito: A perna direita está relaxada atrás do corpo e a esquerda estendida à frente como apoio. O quadril aqui, já está rotacionado para
o lado contrário da posição inicial. O braço direito flexionado segurando o peso abaixo da orelha apoiando na região no pescoço, se prepara
para o lançamento, retirando o peso do apoio no pescoço. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo.
Posição nove: Todo o corpo estendido, pernas estendidas, tronco ereto e braço direito estendido jogando o peso acima da linha da cabeça,
para cima e para frente. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo. Quadril fazendo o movimento de rotação, trazendo a perna direita de
trás para frente.
Posição dez: O apoio volta para a perna direita, semi flexionada, perna esquerda flexionada, fora do solo, em abertura lateral. Tronco inclinado
para frente, braços abduzidos e flexionados lateralmente ao corpo.

Figura 23 – Arremesso de peso

Descrição da Imagem fotografia de uma atleta, se preparando


para o arremesso de peso. O braço direito flexionado segurando
o peso abaixo da orelha apoiando na região do pescoço. Braço
esquerdo semi flexionado lateralmente ao corpo. Tronco inclinado
lateralmente à direita.

160
EDUCAÇÃO FÍSICA

Finalizando o arremesso de peso, precisamos concentrar a nossa atenção nos pontos importantes das fases deste gesto
técnico: a preparação, onde acontece a posição de força/empunhadura, a construção do movimento - o momento
de tensão gera a força para o arremesso, o arremesso, em que se transfere a velocidade/força adquirida no movimento
para o implemento/peso, e a recuperação - preocupa-se com a manutenção do atleta na área de lançamento respei-
tando os limites geográficos estabelecidos na regra.

Título: Eternos Campeões


Ano: 2011
Sinopse: o documentário acompanha atletas que participam de competições para
idosos e eles provam que não existe idade máxima para a prática de esportes.

LANÇAMENTO DO DISCO

A origem da prova é muito conhecida. Quem não teve oportunidade de ver uma reprodução da famosa estátua cha-
mada Diskobólos, de Myron?

O lançamento do disco na Antiguidade era parte integrante do Pentatlo Pesado, que incluía o salto em distância, o “sta-
dion”, o lançamento do dardo e uma luta, juntamente com o lançamento do disco. Acredita-se que teria sido incluído
no programa olímpico da Antiguidade na 18ª Olimpíada, em 708 a.C. (BORGES, 2019, on-line)3.

O peso e a medida do disco, para homens, é de 2 kg, com 219 e 221 mm de diâmetro e 44 a 46 mm de espessura; para
mulheres, é de 1 kg, de 180 a 182 mm de diâmetro e 37 a 39 mm de espessura (PACIEVITCH, 2016, on-line)4.
A sequência completa do lançamento do disco é dividida em fases. Elas possuem a denominação de prepara-
ção, rotação ou giro, lançamento e recuperação. Tal como no arremesso do peso, antes de iniciar os movimen-
tos, é necessário compreender e saber como se deve empunhar o disco. A empunhadura também possui o nome de
“pega” (LOHMANN, 2011).
De acordo com a Figura 24, o disco deve ser sustentado pelas últimas articulações dos dedos (1). Estes de-
vem estar afastados do disco. O punho deve ficar relaxado (2). O disco deverá ser apoiado na base da mão (2),
o polegar deve apenas encostar para dar equilíbrio ao disco (3).

161


Figura 24 – Ilustração da empunhadura do lançamento do disco


/ Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem Duas figuras em preto e branco, mostram uma


mão com a empunhadura correta do disco, em visão oblíqua e lateral.
Figura 01 - Vista oblíqua: Um disco sendo segurado pela mão direi-
ta, visto de cima. Dedos levemente afastados. O disco é segurado
(1) pela falange distal dos dedos, ou seja, a última articulação, onde
encaixa na borda do disco. O dedão (3) fica relaxado, em cima do
disco. Há círculos evidenciando as posições dos dedos.
Figura 02 - Vista lateral: Um disco sendo segurado pela mão direita,
visto de lado. Dedos levemente afastados. O disco é segurado (1)
pela falange distal dos dedos, ou seja, a última articulação, onde
encaixa na borda do disco. O punho (2) deve estar relaxado, sem
tensionar essa articulação, que se encaixa na borda oposta que
estão os dedos. O dedão (3) fica relaxado, em cima do disco. Há
círculos evidenciando as posições dos dedos e do punho.

Fase de preparação: o objetivo desta fase é preparar o lançador para a rotação ou giro e criar a pré-tensão nos ombros
e braços.
Características técnicas: as costas devem ficar posicionadas na direção do lançamento. As pernas deverão ficar
afastadas na largura dos ombros, e os joelhos, ligeiramente flexionados. O peso do corpo deve ser equilibrado no terço
anterior dos pés ou na região plantar. O disco precisa ser balançado para trás, e o calcanhar esquerdo deverá ser eleva-
do. O tronco gira durante o balanço, e os braços necessitam ser mantidos à altura dos ombros (Figura 25).

Figura 25 – Ilustração da fase de balanço do lançamento do disco / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta realizando a fase do balanço do disco em 03 posições. Há uma seta no meio
do círculo e entre as pernas do atleta, em todas as posições, evidenciando que realiza-se o movimento de rotação com os pés, mas sem sair da
posição inicial destes.
Posição um: Em posição de agachamento, com as pernas flexionadas, o atleta segura o disco com as duas mãos, à esquerda de seu corpo.
Posição dois: Com as pernas flexionadas, o atleta tem o tronco flexionado à frente, com o braço esquerdo estendido à frente e o braço direito
estendido atrás, segurando o disco.
Posição três: O atleta tem a perna esquerda tocando o solo em meia ponta e relaxada. A perna direita está tocando o solo em apoio. O tronco
está rotacionado para a direita. Os braços estão estendidos, esquerdo à frente e direito atrás. Na mão direita, o atleta segura o disco. Há uma
linha pontilhada mostrando o alinhamento do disco com o calcanhar do pé esquerdo.

162
EDUCAÇÃO FÍSICA

Fase de rotação ou giro: é a parte inicial; tem como objetivo o ganho de velocidade com a rotação do corpo.
Características técnicas: o joelho, o braço e a região plantar do pé do lado esquerdo rodam em um movimento
ativo e simultâneo. O peso do corpo é totalmente sustentado pela perna esquerda que está ligeiramente flexionada. O
braço que segura o disco deverá ficar atrasado em relação ao tronco. A perna direita acompanha o movimento e passa
rasante, acompanhando o giro (Figura 26).

Figura 26 – Ilustração do início da fase de rotação do lançamento do disco / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta realizando a fase de rotação do lançamento do disco em 4 posições. Na mão
direita ele segura o disco.
Posição um: O atleta começa o movimento de costas, com a perna direita flexionada como apoio, tocando o solo à frente do corpo. Perna es-
querda semiflexionada apoiada em meia ponta atrás, com o quadril girado à esquerda. O braço direito estendido atrás segurando o disco. Braço
esquerdo flexionado à frente do corpo na altura do queixo.
Posição dois: Em giro, o atleta está com a perna direita semi flexionada atrás, tocando o solo. Perna esquerda semiflexionada apoiada no solo
à frente. O braço direito estendido atrás segurando o disco. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo na altura do queixo. O atleta fez um
giro de 180° à esquerda, em relação à primeira posição.
Posição três: Em giro, a perna esquerda é flexionada à frente do corpo, dá sustentação para o giro, perna direita semi flexionada atrás, acompanha
o giro. O braço direito estendido atrás segurando o disco. Braço esquerdo estendido à frente do corpo.
Posição quatro: Em giro, a perna direita se prepara para tocar o solo à frente, a perna esquerda permanece como apoio atrás. O braço direito
estendido atrás segurando o disco. Braço esquerdo estendido à frente do corpo.

Fase de rotação ou giro: é a segunda etapa; o objetivo o giro, o lançador dará um breve salto rasante sem es-
desta fase é o lançador e o disco ganharem velocidade, tender a perna de impulsão. O pé direito faz uma abor-
bem como criar pré-tensão do tronco. dagem no solo e será apoiado pelo terço anterior do pé
Características técnicas: o pé esquerdo é que im- girando para dentro. O braço esquerdo mantém-se fle-
pulsiona o corpo para frente, e a parte anterior do pé xionado à frente do tronco. A perna esquerda passa pela
estará voltada para a direção do lançamento. Durante perna direita em direção à frente do corpo (Figura 27).

163


Figura 27 – Ilustração da primeira parte do giro do lançamento do disco / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta realizando a primeira parte do giro do lançamento do disco em 03 posições.
Na mão direita ele segura o disco.
Posição um: Em giro, a perna direita se prepara para tocar o solo à frente, a perna esquerda permanece como apoio atrás. O braço direito
estendido atrás segurando o disco. Braço esquerdo estendido à frente do corpo.
Posição dois: Em giro, a perna direita toca o solo à frente, a perna esquerda permanece estendida atrás, porém fora de contato com o solo. O
braço direito estendido atrás segurando o disco. Braço esquerdo estendido à frente do corpo.
Posição três Em giro, a perna direita tocando o solo, serve como apoio para o giro, perna esquerda semiflexionada ao lado da direita, para dar
continuidade ao giro. O braço direito estendido atrás segurando o disco. O braço esquerdo é flexionado à frente do corpo.

A movimentação dos pés é importante para conseguir a posição adequada, equilibrada e correta do corpo. Veja a
sequência do movimento na Figura 28.

Figura 28 – Ilustração do movimento dos pés para o giro do lançamento do disco / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: Quatro círculos um ao lado do outro, dividido em quatro quadrantes, mostrando a posição dos pés através de pegadas,
com uma seta central, de baixo para cima, indicando a direção do lançamento. Primeiro círculo mostra duas pegadas de frente para a base da
figura, a direita no primeiro quadrante, à esquerda no segundo quadrante com uma seta circular ao redor dela, mostrando a direção que o
próximo passo deverá estar. As pontas dos pés estão mais escuras na pegada. A segunda figura mostra a pegada esquerda já apontada para a
direita, e a pegada direita com uma seta indicando que deverá passar sobre a esquerda, realizando um “passo cruzado”. As pontas dos pés estão
mais escuras na pegada. Na terceira figura o pé direito está pisando sob o vértice dos quatro quadrantes, e a pegada esquerda se mantém no
quadrante dois, onde tem uma seta indicando que deverá passar sobre a direita, realizando um “passo cruzado”. As pontas dos pés estão mais
escuras na pegada. Na quarta figura os pés estão dispostos no quadrante quatro, virados para a direita. A ponta do pé direito está mais escura,
enquanto que no pé esquerdo está toda a lateral interna escurecida na pegada.

164
EDUCAÇÃO FÍSICA

A seta indica a direção do lançamento. A parte escura dos pés significa que o corpo está apoiado nela. A posição de
força, na última figura à direita, ocupa metade do círculo.
Fase do lançamento: esta fase será dividida para a melhor compreensão dos movimentos. Os objetivos são man-
ter a posição equilibrada do corpo e preparar-se para a aceleração final do lançamento.
Características técnicas: no início da fase de lançamento, têm como função indicar os movimentos dessa parte
da fase. A perna direita deve estar flexionada, em sequência, o pé da perna direita gira pela planta na direção do lan-
çamento. O disco, neste momento, deverá se posicionar à altura da cabeça. A perna esquerda toca o solo rapidamente,
logo após a direita (Figura 29).

Figura 29 – Ilustração da parte final do giro do lançamento do disco / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem: figura em preto e branco, mostra um atleta realizando a parte final do lançamento do disco, com o disco empunhado
na mão direita em 02 posições.
Posição um: Em giro, a perna direita tocando o solo, serve como apoio para o giro, perna esquerda semiflexionada ao lado da direita, para dar
continuidade ao giro. O braço direito estendido atrás segurando o disco. O braço esquerdo é flexionado à frente do corpo.
Posição dois: Em giro, o atleta leva a perna esquerda para trás, para que toque o solo como apoio, perna direita mantém a meia ponta no solo.
Tronco rotacionando para a esquerda. O braço direito estendido atrás segurando o disco. O braço esquerdo é flexionado à frente do corpo.

A posição de força na fase de lançamento tem como objetivo preparar-se para a aceleração final do lançamento. O
peso do corpo é sustentado pela perna direita, que estará flexionada. A linha dos ombros estará na mesma linha do pé
direito (Figura 30).

165


Figura 30 – Ilustração da posição de força do lançamento do


disco / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um ho-


mem preparado para lançar o disco com a posição de força em
duas visões.
Visão frontal do corpo: circunferência no solo, corpo de frente,
pernas afastadas lateralmente, perna direita flexionando, pé direi-
to de apoio no solo com os dedos, leve inclinação do tronco para
a esquerda, braço esquerdo flexionado na altura do ombro com
o cotovelo lateralmente, cabeça alinhada com o pé direito, braço
direito na altura do ombro atrás flexionado empunhando o disco
para realizar o movimento ântero posterior.
Visão oblíqua do corpo: circunferência no solo com uma cruz di-
vidindo toda a área interna, uma seta na linha horizontal da cruz
apontando para a direita, corpo ocupando o canto direito superior
da circunferência, braço direito quase completando o ângulo de
90º flexionado empunhando o disco, mostrando a direção do giro
que acontece no sentido anti horário.

Fase final do lançamento: o objetivo, neste momento da fase de lançamento, é transferir a velocidade do desloca-
mento para o disco.
Características técnicas: a perna direita realiza uma rotação, seguida de uma extensão com a máxima potência.
O lado direito do quadril gira em direção à frente do círculo ou da direção do lançamento. A parte esquerda do cor-
po é bloqueada pela extensão da perna esquerda e pela flexão do cotovelo esquerdo, que deve estar flexionado junto
ao tronco. O peso do corpo é transferido da perna direita para a esquerda. O disco sai da mão à altura do ombro ou
levemente mais baixo (Figura 31).

Figura 31 – Ilustração da fase do lançamento do lançamento do disco / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta realizando a fase do lançamento do disco em 4 posições do movimento,
demonstrando o movimento do braço e empunhando o disco com a mão direita. Nas quatro posições há no solo uma meia circunferência (180º)
desenhada com o côncavo voltado para o homem.
Primeira posição: O pé direito atrás apoiado no chão com a ponta dos dedos com joelho flexionado, perna esquerda à frente. Tronco levemente
inclinado para trás, braço esquerdo esticado lateralmente na altura do ombro. Braço direito para trás segurando o disco lateralmente na altura
da cintura, cabeça olhando para cima e para a frente. leve rotação do quadril para a direita deixando o tronco para a frente.
Segunda posição: o braço direito modifica-se começando a mover-se na direção da frente para lançar, o braço esquerdo levemente flexionado
mais perto do corpo, pé direito apoiado bem na ponta dos dedos.
Terceira posição: o braço direito movimenta-se para a frente está na altura do ombro com o disco lateralmente, o braço esquerdo flexionado
lateralmente com o cotovelo para trás e a mão próxima do tronco, tronco ereto.
Quarta posição: tronco levemente para a esquerda, braço direito totalmente esticado a frente e a esquerda do corpo na altura da cabeça já no
final do lançamento do disco ainda empunhado, braço esquerdo flexionado com o cotovelo para baixo e mão próxima do corpo. cabeça para
a frente olhando na direção do horizonte

166
EDUCAÇÃO FÍSICA

Fase de recuperação: o objetivo desta fase é a estabilização do corpo a fim de evitar que sejam ultrapassados os limi-
tes da borda do setor de lançamento.
Características técnicas: inverter a posição das pernas rapidamente, a perna direita deve ser flexionada para re-
cuperar a posição corporal, o tronco abaixa levemente à frente e a perna esquerda é elevada para manter o equilíbrio
(Figura 32).

Figura 32 – Ilustração do lançamento e recuperação do lança-


mento do disco / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um homem com o corpo em pé na posição virado para a esquerda em 2 posições
do movimento demonstrando a parte final do lançamento do disco empunhado com a mão direita. Nas duas posições há no solo uma meia
circunferência (180º) desenhada com o côncavo voltado para o homem.
Primeira posição: tronco levemente para a esquerda, braço direito totalmente esticado a frente e a esquerda do corpo na altura da cabeça já no
final do lançamento do disco ainda empunhado, braço esquerdo flexionado com o cotovelo para baixo e mão próxima do corpo. cabeça para
a frente olhando na direção do horizonte.
Segunda posição: há a transferência de peso para a perna direita que posiciona-se à frente, a perna esquerda encontra-se no ar para trás esti-
cada, o tronco inclinado à frente com leve rotação para a esquerda. Braço direito flexionado à frente do corpo para baixo já sem o disco na mão.
Braço esquerdo semi flexionado para trás com a mão na altura da cintura.

Exercícios técnico-pedagógicos para o aprendizado e o desenvolvimento da prática


O processo de aprendizagem dos alunos começa pela adaptação ao material e, gradualmente, são somados ele-
mentos e informações para executar ações motoras em uma determinada sequência lógica, sobre a qual, posterior-
mente, será possível realizar um movimento completo e dinâmico.
Primeiro passo: introdução do elemento
Após assimilar a empunhadura (ou pega do disco) o aluno deverá realizar alguns exercícios dinâmicos para en-
tender as suas rotações. Também é importante enfatizar as normas de segurança, uma vez que o disco é um elemento
que facilmente escapa das mãos e pode variar a sua direção. Então é necessário que todos que não estiverem lançando
fiquem atrás da posição em que o disco se direcionará. Vale a regra básica: todos lançam e todos buscam (FRÓMETA;
TAKAHASHI, 2004).

167


Características técnicas: um exercício que deve ser realizado para entender a rotação do disco é o de rolar o
disco no chão para frente soltando-o pelo dedo indicador e lançá-lo para cima, fazendo-o girar no sentido horário
(Figura 33).

Figura 33 – Exercício de adaptação ao giro do lançamento do disco / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem duas figuras, em preto e branco, mostram um homem realizando movimento de adaptação com o disco.
Figura 1 - visão lateral do homem que está de frente para o lado direito, tronco inclinado à frente quase na linha da cintura, perna esquerda
à frente, perna direita afastada atrás semi flexionada apoiada pelos dedos no solo. O braço direito semi flexionado com a mão na altura do
joelho esquerdo, braço direito está estendido após lançar o disco para que este role no chão, há uma seta em cima do disco no solo indicando
o sentido horário.
Figura 2 - visão lateral do homem que está de frente para a direita, tronco um pouco inclinado a frente alinha com o joelho esquerdo que está
posicionado a frente, perna direita atrás apoiada no solo com os dedos do pé. Braço esquerdo flexionado a frente com a mão para cima, braço
direito lança o disco para cima e para frente e encontra-se esticado, disco no ar acima da linha da cabeça uma seta indica a rotação no sentido
horário do disco e outra indica diagonal para a direita.

Segundo passo: lançar de frente


O objetivo deste exercício é aprender a soltar o disco a partir do movimento de lançamento com aceleração.
Características técnicas: como exposto na Figura 34, a posição inicial é de frente na direção do lançamento com
os pés paralelos (1). O aluno deve lançar a partir desta posição. Com um pé à frente e o outro atrás, realizar o lança-
mento inclinando o tronco para trás e usando as pernas para impulsionar o corpo (2). Realizar ambos os exercícios
utilizando implementos diversos, como bolas, arcos, medicine balls leves, e também lançar direcionando ao alvo.

168
EDUCAÇÃO FÍSICA

1 2
Figura 34 – Exercícios: lançar de frente (1) e com afastamento dos pés (2) / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem dois quadros, com figuras em preto e branco, mostram um homem realizando exercícios com o disco.
Quadro 1: Um homem com o corpo em pé na posição virado para a esquerda em 2 posições do movimento demonstrando o movimento do
braço empunhando o disco com a mão direita.
Primeira posição: Cabeça olhando para cima e para a frente olhando acima do horizonte. As duas pernas agrupadas e os joelhos semi flexionados.
Posição do corpo virado para a esquerda, tronco ligeiramente inclinado para trás, braço esquerdo esticado lateralmente na altura do ombro,
braço direito esticado para trás empunhando o disco com a mão na altura da cintura, disco bem afastado do corpo, pernas afastadas no sentido
ântero posterior, a esquerda a frente e a direita atrás levemente flexionada com apoio dos dedos no solo.
Segunda posição: movimento demonstrando a parte final do lançamento do disco empunhado com a mão direita. Tronco levemente para a
esquerda, braço direito totalmente esticado a frente e a esquerda do corpo na altura da cabeça já no final do lançamento do disco ainda empu-
nhado, braço esquerdo flexionado com o cotovelo para baixo e mão próxima do corpo. Cabeça para a frente olhando na direção do horizonte.
As duas pernas agrupadas e os joelhos semi flexionados.
Quadro 2: Um homem com o corpo em pé na posição virado para a esquerda em 3 posições do movimento demonstrando o movimento do
braço empunhando o disco com a mão direita.
Primeira posição: O pé direito atrás apoiado no chão com a ponta dos dedos com joelho flexionado, perna esquerda à frente. Tronco levemen-
te inclinado para trás, braço esquerdo esticado lateralmente na altura do ombro. Cabeça olhando para cima e para a frente, o braço direito
começando a mover-se na direção da frente para lançar, o braço esquerdo levemente flexionado mais perto do corpo, pé direito apoiado bem
na ponta dos dedos.
Segunda posição: o braço direito movimenta-se para a frente está na altura do ombro com o disco lateralmente, o braço esquerdo flexionado
lateralmente com o cotovelo para trás e a mão próxima do tronco, tronco ereto.
Terceira posição: tronco levemente para a esquerda, braço direito totalmente esticado a frente e a esquerda do corpo na altura da cabeça já no
final do lançamento do disco ainda empunhado, braço esquerdo flexionado com o cotovelo para baixo e mão próxima do corpo. cabeça para
a frente olhando na direção do horizonte.

169


Terceiro passo: lançamento lateral


O objetivo é compreender a ação da perna direita e do quadril para o lançamento.
Características técnicas: comece o exercício com o lado esquerdo do corpo (para quem é destro) na direção do
lançamento, os pés estarão afastados à largura dos ombros. Em seguida, o disco deve ser balançado para trás sobre a
perna direita e atrás do quadril (a perna direita tem a ação de pivô). O calcanhar da perna direita deve girar para fora,
enquanto o quadril é girado para frente e para o interior. O braço é o último a fazer a ação de lançar o disco, a perna
esquerda é bloqueada após lançar.

Figura 35 – Lançamento a partir da posição lateral / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um homem em pé realizando o lançamento do disco que se encontra empunhado na mão
direita, com vista lateral do movimento, em cinco posições. Em todas as posições há uma meia circunferência (180º) com o côncavo para o homem.
Primeira posição: posição do corpo de frente, pernas afastadas mais que largura dos ombros, tronco ligeiramente inclinado à direita, braço es-
querdo flexionado à frente do corpo na altura do ombro, braço direito atrás do corpo na altura segurando o disco, tronco inclinado à esquerda
com a cabeça alinhado com o pé direito.
Segunda posição:posição do corpo virado para a esquerda, tronco ligeiramente inclinado para trás, braço esquerdo esticado lateralmente na altura
do ombro, braço direito esticado para trás segurando o disco com a mão na altura da cintura, disco bem afastado do corpo, pernas afastadas
no sentido ântero posterior, a esquerda a frente e a direita atrás levemente flexionada com apoio dos dedos no solo.
Terceira posição:posição do corpo virado para a esquerda, tronco ereto, braço esquerdo flexionado lateralmente na altura do ombro, braço
direito esticado para trás segurando o bambolê com a mão na altura da cintura, bambolê se aproximando do corpo, pernas afastadas no sentido
ântero posterior, a esquerda a frente e a direita atrás levemente flexionada com apoio dos dedos no solo.
Quarta posição:posição do corpo virado para a esquerda, tronco ereto, braço esquerdo flexionado lateralmente na altura do ombro, braço
direito esticado para trás segurando o disco com a mão na altura da cintura, disco se aproximando do corpo em posição quase na altura do
ombro, pernas afastadas no sentido ântero posterior, a esquerda a frente e a direita atrás levemente flexionada com apoio dos dedos no solo.
Quinta posição:posição do corpo virado para a esquerda com pequena rotação, tronco ereto, braço esquerdo flexionado lateralmente na altura
do ombro, braço direito esticado a frente e acima do corpo indo na direção da rotação do tronco, esticado já sem contato com o bambolê (no
ar), pernas afastadas no sentido ântero posterior, a esquerda a frente e a direita atrás levemente flexionada com apoio dos dedos no solo.

170
EDUCAÇÃO FÍSICA

Quarto passo: lançamento a partir da posição de força


O objetivo deste exercício é aprender toda a ação utilizando as alavancas envolvidas no lançamento parado.
Características técnicas: lançar de costas para a direção do lançamento. Movimento contínuo até o lançamento,
que deverá ser feito para frente e para cima com a palma da mão voltada para baixo.

Figura 36 – Lançamento a partir da posição de força / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um homem em pé realizando o lançamento do disco a partir da posição de força em
cinco posições. Em todas as posições há uma meia circunferência (180º) com o côncavo para o homem.
Primeira posição: posição do corpo de frente, pernas afastadas mais que largura dos ombros, tronco ligeiramente inclinado à direita, braço es-
querdo flexionado à frente do corpo na altura do ombro, braço direito atrás do corpo na altura segurando o disco, tronco inclinado à esquerda
com a cabeça alinhado com o pé direito.
Segunda posição:posição do corpo virado para a esquerda, tronco ligeiramente inclinado para trás, braço esquerdo esticado lateralmente na altura
do ombro, braço direito esticado para trás segurando o disco com a mão na altura da cintura, disco bem afastado do corpo, pernas afastadas
no sentido ântero posterior, a esquerda a frente e a direita atrás levemente flexionada com apoio dos dedos no solo.
Terceira posição:posição do corpo virado para a esquerda, tronco ereto, braço esquerdo flexionado lateralmente na altura do ombro, braço
direito esticado para trás segurando o bambolê com a mão na altura da cintura, bambolê se aproximando do corpo, pernas afastadas no sentido
ântero posterior, a esquerda a frente e a direita atrás levemente flexionada com apoio dos dedos no solo.
Quarta posição:posição do corpo virado para a esquerda, tronco ereto, braço esquerdo flexionado lateralmente na altura do ombro, braço
direito esticado para trás segurando o disco com a mão na altura da cintura, disco se aproximando do corpo em posição quase na altura do
ombro, pernas afastadas no sentido ântero posterior, a esquerda a frente e a direita atrás levemente flexionada com apoio dos dedos no solo.
Quinta posição:posição do corpo virado para a esquerda com pequena rotação, tronco ereto, braço esquerdo flexionado lateralmente na altura
do ombro, braço direito esticado a frente e acima do corpo indo na direção da rotação do tronco, esticado já sem contato com o bambolê (no
ar), pernas afastadas no sentido ântero posterior, a esquerda a frente e a direita atrás levemente flexionada com apoio dos dedos no solo.

Quinto passo: lançamento com rotação


O objetivo é compreender a rotação ou o giro.
Características técnicas: o início do exercício de lançamento é de fora do círculo ou atrás da linha inicial de giro.
O disco é colocado atrás do corpo. O aluno deve entrar no círculo com o pé esquerdo, e o pé direito deve ser apoiado
no centro do círculo ou logo à frente. A seguir, é feito um giro sobre a perna direita apoiada e, assim, lançar a partir
desse movimento contínuo (Figura 37).

171


Figura 37 – Lançamento com deslocamento e rotação / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta realizando o movimento de lançamento do disco que se encontra empunhado
na mão direita, com deslocamento e rotação, em 08 posições.
Posição um: A perna esquerda está estendida à frente e a perna direita em meia ponta. Braço esquerdo finaliza a trajetória para a esquerda,
rotacionando o tronco e o quadril todo para frente, braço direito é hiper estendido para trás sendo “puxado” pela rotação do tronco.
Posição dois: Em giro, a perna direita se prepara para tocar o solo à frente, a perna esquerda permanece como apoio atrás. O braço direito
estendido atrás segurando o disco. Braço esquerdo estendido à frente do corpo.
Posição três: Em giro, a perna direita toca o solo à frente, a perna esquerda permanece estendida atrás, porém fora de contato com o solo. O
braço direito estendido atrás segurando o disco. Braço esquerdo estendido à frente do corpo.
Posição quatro: Em giro, a perna direita tocando o solo, serve como apoio para o giro, perna esquerda semiflexionada ao lado da direita, para
dar continuidade ao giro. O braço direito estendido atrás segurando o disco. O braço esquerdo é flexionado à frente do corpo.
Posição cinco: Em giro, o atleta leva a perna esquerda para trás, para que toque o solo como apoio, perna direita mantém a meia ponta no solo.
Tronco rotacionando para a esquerda. O braço direito estendido atrás segurando o disco. O braço esquerdo é flexionado à frente do corpo.
Posição seis: A perna esquerda toca o solo, travando o movimento de giro, a direita é estendida atrás para dar continuidade à força de quadril.
O braço direito estendido atrás segurando o disco. O braço esquerdo é flexionado à frente do corpo.
Posição sete: A perna esquerda está apoiada no solo e a perna direita está em meia ponta. Braço esquerdo estendido segue na trajetória para
a esquerda, rotacionando o tronco para frente, braço direito continua estendido atrás.
Posição oito: O tronco e o quadril permanecem rotacionados para frente, o braço esquerdo se mantém flexionado ao lado do corpo, braço
direito está estendido à frente do corpo, na altura da cabeça pronto para o lançamento do disco. A perna esquerda continua estendida à frente
e a perna direita em meia ponta.

Sexto passo: lançamento completo com giro


Características técnicas: como exposto na Figura 38, todas as fases são unidas em uma sequência completa.
Deve-se praticar a sequência corrigindo a posição de força e lançar discos mais leves e materiais diferentes, incluindo
bolas mais pesadas (até 2 kg).

172
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 38 – Lançamento completo com giro / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta realizando o movimento completo de lançamento do disco com giro. O disco
encontra-se na mão direita e o movimento é mostrado em 13 posições.
Posição um: O atleta começa o movimento de costas, com a perna direita flexionada como apoio, tocando o solo à frente do corpo. Perna es-
querda semiflexionada apoiada em meia ponta atrás, com o quadril girado à esquerda. O braço direito estendido atrás segurando o disco. Braço
esquerdo flexionado à frente do corpo na altura do queixo.
Posição dois: Em giro, o atleta está com a perna direita semi flexionada atrás, tocando o solo. Perna esquerda semiflexionada apoiada no solo
à frente. O braço direito estendido atrás segurando o disco. Braço esquerdo flexionado à frente do corpo na altura do queixo. O atleta fez um
giro de 180° à esquerda, em relação à primeira posição.
Posição três: Em giro, a perna esquerda é flexionada à frente do corpo, dá sustentação para o giro, perna direita semi flexionada atrás, acompanha
o giro. O braço direito estendido atrás segurando o disco. Braço esquerdo estendido à frente do corpo.
Posição quatro: Em giro, a perna direita se prepara para tocar o solo à frente, a perna esquerda permanece como apoio atrás. O braço direito
estendido atrás segurando o disco. Braço esquerdo estendido à frente do corpo.
Posição cinco: Em giro, a perna direita toca o solo à frente, a perna esquerda permanece estendida atrás, porém fora de contato com o solo. O
braço direito estendido atrás segurando o disco. Braço esquerdo estendido à frente do corpo.
Posição seis: Em giro, a perna direita tocando o solo, serve como apoio para o giro, perna esquerda semiflexionada ao lado da direita, para dar
continuidade ao giro. O braço direito estendido atrás segurando o disco. O braço esquerdo é flexionado à frente do corpo.
Posição sete: Em giro, o atleta leva a perna esquerda para trás, para que toque o solo como apoio, perna direita mantém a meia ponta no solo.
Tronco rotacionando para a esquerda. O braço direito estendido atrás segurando o disco. O braço esquerdo é flexionado à frente do corpo.
Posição oito: A perna esquerda toca o solo, travando o movimento de giro, a direita é estendida atrás para dar continuidade à força de quadril.
O braço direito estendido atrás segurando o disco. O braço esquerdo é flexionado à frente do corpo.
Posição nove: A perna esquerda está apoiada no solo e a perna direita está em meia ponta. Braço esquerdo estendido segue na trajetória para
a esquerda, rotacionando o tronco para frente, braço direito continua estendido atrás.
Posição dez: A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta. Braço esquerdo finaliza a trajetória para a esquerda,
rotacionando o tronco e o quadril todo para frente, braço direito é hiper estendido para trás sendo “puxado” pela rotação do tronco.
Posição onze: O tronco e o quadril já estão todos rotacionados para frente, braço esquerdo está flexionado ao lado do corpo, braço direito está
estendido ao lado do corpo na altura do ombro. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta.
Posição doze: O tronco e o quadril permanecem rotacionados para frente, o braço esquerdo se mantém flexionado ao lado do corpo, braço
direito está estendido à frente do corpo, na altura da cabeça pronto para o lançamento do disco. A perna esquerda continua estendida à frente
e a perna direita em meia ponta.
Posição treze: A perna direita que estava atrás, agora dá um passo à frente para apoiar o movimento. Perna esquerda é flexionada atrás, tronco
é semi flexionado à frente. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo e braço direito flexionado à frente do corpo.

173


As especificidades dessa prova não podem ser um em- nos Jogos Antigos por volta da 18ª Olimpíada, em 708 a.
pecilho para o professor/treinador trabalhar com este C. (OLIVEIRA, 2013).
implemento, afinal, o desafio dado aos professores/pro- Em relação à sua execução, os movimentos são
fissionais que aceitam trabalhar na área dos esportes é derivados de aspectos de força e velocidade com
de sempre saírem do comodismo, criando, inovando as potência dos músculos. Diferentemente dos demais
suas estratégias de ensino-aprendizagem, colocando-se lançamentos, o dardo é uma disciplina que envolve
além das possibilidades físicas, psicológicas, sociais e até a corrida como parte integrante do todo. Enquanto
mesmo econômicas, construindo com materiais alter- os lançamentos do disco e martelo são realizados em
nativos os seus próprios discos, mantendo o princípio um círculo, o lançamento do dardo necessita de um
aerodinâmico do implemento para que o atleta/aluno espaço maior, onde é realizada a primeira fase ou a
possa passar pelo processo de treinamento/aprendiza- corrida de aproximação, pois o dardo é um imple-
gem, mantendo-se motivado para a sua prática. mento aerodinâmico que sofre a influência da resis-
Assim, as fases do lançamento do disco são quatro: tência do ar. Ele é utilizado em competições e tem, de
preparação, rotação ou giro, lançamento e recuperação. comprimento, 2,60 m a 2,70 m, possuindo diâmetro
Em cada uma delas é necessário perceber o que a defi- de 2,5 a 3,0 cm e pesa 800 g (para homens) e 600 g
ne para um desenvolvimento coeso do processo de en- (para mulheres) (CBAt, 2019, on-line)¹.
sino-aprendizagem, pensando o movimento em todo o Tal como os demais lançamentos, esta disciplina
processo. atlética é dividida em fases. As fases do lançamento do
dardo são: corrida, ritmo de cinco passos, lançamen-
LANÇAMENTO DO DARDO to e recuperação. A corrida de aproximação tem por
finalidade alcançar a velocidade ideal para aceleração do
O lançamento do dardo é a prova atlética de conotação dardo. O ritmo de cinco passos tem a função de preparar
mais direta com o dia a dia dos tempos antigos: a sua o lançamento – neste momento, é importante se posi-
prática servia para caçar ou guerrear. Píndaro conta-nos cionar de maneira adequada para o lançamento propria-
que o lendário herói Aquiles (da Ilíada, de Homero) era mente dito –, a recuperação tem por objetivo evitar que
um excelente lançador de dardo. Tal como o lançamento se ultrapasse o limite da área de lançamentos para não
do disco, o de dardo não era um evento isolado, pois fa- anular a sua tentativa (MÜLLER; RITZDORF, 2002),
zia parte do pentatlo, e provavelmente fez a sua aparição como a sequência exposta na Figura 39.

174
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 39 – Lançamento completo / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta realizando o movimento completo do lançamento do dardo,com vista lateral
em 14 posições. Na mão direita o atleta segura o dardo.
Posição um: O atleta em fase de corrida, segura o dardo com a mão direita que está flexionada em um ângulo reto para cima. Braço esquerdo
flexionado ao lado do corpo. Perna esquerda toca o chão, perna direita flexionada atrás, em uma trajetória de trás para frente.
Posição dois: O braço direito começa a ser direcionado para trás, ainda flexionado. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo. Perna esquerda
ainda em contato com o solo, perna direita semi flexionada à frente, pronta para tocar o solo.
Posição três: Braço direito continua na trajetória para trás, ainda flexionado. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo. A perna direita toca
o solo agora, fazendo com que a esquerda seja flexionada atrás.
Posição quatro: O braço direito está totalmente estendido para trás, braço esquerdo estendido à frente, perna direita em meia ponta tocando
o solo, perna esquerda semiflexionada à frente, pronta para tocar o solo.
Posição cinco: Perna esquerda estendida tocando o solo e apoiando o movimento, perna direita estendida atrás em uma trajetória de trás para
frente, se preparando para realizar a passada cruzada. Braço direito estendido atrás, braço esquerdo estendido na lateral do corpo. Tronco
rotacionado para a direita.
Posição seis: Perna esquerda estendida tocando o solo e apoiando o movimento, perna direita semi flexionada à frente da esquerda, realizando
o começo da passada cruzada. Ambos os braços estendidos à direita e atrás, tronco rotacionado à direita e cabeça olhando para frente.
Posição sete: Em fase de voo, o atleta tem a perna esquerda semiflexionada atrás, perna direita semi flexionada à frente da esquerda, realizando
a passada cruzada. Ambos os braços estendidos à direita e atrás, tronco rotacionado à direita e cabeça olhando para frente.
Posição oito: Finalização da passada cruzada, onde a perna direita toca o solo e a esquerda passa para a frente. O braço esquerdo se estende à
frente em uma trajetória da direita para a esquerda, começando a rotação do tronco para a esquerda. O braço direito continua estendido atrás.
Posição nove: A perna esquerda se prepara para tocar o solo estendida à frente, a perna direita está semi flexionada. Braço esquerdo continua
sua trajetória para a esquerda e o direito continua estendido atrás.
Posição dez: A perna esquerda toca o solo e a perna direita está em meia ponta. Braço esquerdo segue na trajetória para a esquerda, rotacio-
nando o tronco para frente, braço direito continua estendido atrás.
Posição onze: A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta. Braço esquerdo finaliza a trajetória para a es-
querda, rotacionando o tronco e o quadril todo para frente, braço direito é hiper estendido para trás sendo “puxado” pela rotação do tronco.
Posição doze: O tronco e o quadril já estão todos rotacionados para frente, braço esquerdo está flexionado ao lado do corpo, braço direito está
flexionado ao lado da cabeça, elevando o dardo acima da cabeça. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta.
Posição treze: O tronco e o quadril permanecem rotacionados para frente, o braço esquerdo se mantém flexionado ao lado do corpo, braço
direito está estendido acima da cabeça pronto para o lançamento do dardo. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em
meia ponta. Cabeça rotacionada para a esquerda.
Posição quatorze: a perna direita que estava atrás, agora dá um passo à frente para apoiar o movimento. Perna esquerda é flexionada atrás,
tronco é semi flexionado à frente. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo e braço direito estendido para baixo.

175


Antes de iniciar o lançamento, todos devem entender e praticar a pega ou a empunhadura, pois, assim como nos
demais lançamentos, existem formas de segurar o dardo. Para lançar, há três formas de segurá-lo (Figura 40):
• O dardo é apoiado na mão em diagonal, o polegar e o indicador o seguram (1).
• O polegar e o dedo médio seguram o dardo (2).
• O indicador e o dedo médio seguram o dardo (3).
• A palma da mão é virada para cima.
• A empunhadura do dardo deve ser feita de forma descontraída.

A B

Figura 40 – Modelos de empunhaduras: (a) uma das formas de segurar o dardo; (b) as três formas de segurá-lo
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem duas imagens mostram as diferentes formas de empunhar o dardo.


Imagem (a): fotografia de um atleta, visão posterior, empunhando o dardo atrás da cabeça, na altura dos ombros, com o dedão de um lado, e
os outros dedos do outro lado.
Imagem (b): Três tipos de empunhadura - (1): Empunha o dardo com o dedão de um lado, e os outros dedos do outro lado. (2): Empunha o dardo
com o dedão de um lado e os outros dedos do outro lado, sendo que o dedo indicador se mantém estendido na extensão do dardo. (3) Dedão
e dedo indicador de um lado, o restante dos dedos do outro lado, segurando o dardo em uma forquilha entre os dedos indicador e médio.

A corrida: o objetivo da corrida é o lançador e o dardo ganharem velocidade.


Características técnicas: conforme a Figura 41, o dardo deve ser transportado paralelo ao solo, acima da linha
dos ombros. A ponta do dardo deverá estar apontada à frente, na linha da cabeça. O braço que o transporta deve ficar
descontraído, sem se movimentar. A distância da corrida pode variar entre seis e doze passos. A aceleração deve ser
progressiva e mantida quando entrar na fase de preparação (ritmo de cinco passos).

176
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 41 – Corrida com o dardo


Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra em visão


lateral, uma mulher correndo para lançar o dardo, tronco ereto,
perna esquerda à frente, perna direita flexionada com o pé para
trás formando um ângulo de 90 graus, braço esquerdo flexio-
nado para cima lateralmente a cabeça com ângulo de 90 graus
empunhando o dardo.

Ritmo de cinco passos: o objetivo desta fase é aumentar a velocidade e a transferir para o dardo.
Características técnicas: as características desta fase compreendem arranque, passada de impulso e passada
do lançamento. O aumento da velocidade, aqui, depende da coordenação, do ritmo e da capacidade de controle da
velocidade (Figura 42).

Figura 42 – Ilustração dos passos para o lançamento do dardo / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem Pegada esquerda na cor branca e pegada direita na cor preta. A imagem mostra a posição dos pés na passada cruzada
do lançamento de dardo, através de pegadas. Começa com as duas pegadas (direita e esquerda), uma ao lado da outra. O primeiro passo é da
direita para frente, segundo passo da esquerda para frente Entre o primeiro e o segundo passo, há a demarcação de 18-28 m. Terceiro passo
da direita apontando para baixo, quarto passo da esquerda apontando para o baixo, quinto passo da direita apontando para baixo. Entre o
quarto e quinto passo, há uma demarcação de 10-12 m. Sexto passo da esquerda pisa apontando para frente, sétimo passo da direita apontando
para cima (lançamento). Finalizando o movimento de passadas. As passadas 2 a 4 são da fase de arranque; da 4 a 5 passada de impulso e 5 em
diante, passada de lançamento.

177


No arranque, o dardo deverá ser posicionado atrás (Figura 43).

Figura 43 – Passada de impulso /


Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf
(2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta demonstra a passada que dá o impulso para lançar o dardo em 4 posições
com vista lateral. Na mão direita o atleta segura o dardo.
Posição um: O braço direito começa a ser direcionado para trás, ainda flexionado. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo. Perna esquerda
ainda em contato com o solo, perna direita semi flexionada à frente, pronta para tocar o solo.
Posição dois: Braço direito continua na trajetória para trás, ainda flexionado. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo. A perna direita toca
o solo agora, fazendo com que a esquerda seja flexionada atrás.
Posição três: O braço direito está totalmente estendido para trás, braço esquerdo estendido à frente, perna direita em meia ponta tocando o
solo, perna esquerda semiflexionada à frente, pronta para tocar o solo.
Posição quatro: Perna esquerda estendida tocando o solo e apoiando o movimento, perna direita estendida atrás em uma trajetória de trás
para frente, se preparando para realizar a passada cruzada. Braço direito estendido atrás, braço esquerdo estendido na lateral do corpo. Tronco
rotacionado para a direita.

Na passada de impulso, o lançador deve se posicionar de forma a preparar-se para o lançamento. O impulso deve ser
ativo e sem flutuar (rasante), com o apoio pela região plantar do pé, e o mais importante é não perder velocidade, de
acordo com a Figura 44.

Figura 44 – Transição para o lança-


mento / Fonte: adaptado de Müller e
Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta realizando o movimento de transição da passada para o lançamento do dardo
com vista lateral em 4 posições. Na mão direita o atleta segura o dardo.
Posição um: Perna esquerda estendida tocando o solo e apoiando o movimento, perna direita estendida atrás em uma trajetória de trás para
frente, se preparando para realizar a passada cruzada. Braço direito estendido atrás, braço esquerdo estendido na lateral do corpo. Tronco
rotacionado para a direita.
Posição dois: Perna esquerda estendida tocando o solo e apoiando o movimento, perna direita semi flexionada à frente da esquerda, realizando
o começo da passada cruzada. Ambos os braços estendidos à direita e atrás, tronco rotacionado à direita e cabeça olhando para frente.
Posição três: Em fase de voo, o atleta tem a perna esquerda semiflexionada atrás, perna direita semi flexionada à frente da esquerda, realizando
a passada cruzada. Ambos os braços estendidos à direita e atrás, tronco rotacionado à direita e cabeça olhando para frente.
Posição quatro: Finalização da passada cruzada, onde a perna direita toca o solo e a esquerda passa para a frente. O braço esquerdo se estende
à frente em uma trajetória da direita para a esquerda, começando a rotação do tronco para a esquerda. O braço direito continua estendido atrás.

178
EDUCAÇÃO FÍSICA

Na transição para o lançamento, a velocidade dos membros inferiores devem ser transferidas para o tronco. Neste
momento, o braço lançador ainda está estendido atrás, conforme a Figura 45.

A B

Figura 45 – Tulo: pré-tensão da posição


de força em (a) visão lateral; (b) visão
posterior / Fonte: adaptado de Müller e
Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta mostra o instante da posição de força do lançamento do dardo em duas
imagens (a) em 2 posições e (b). Na mão direita o atleta segura o dardo.
Figura (a): visão lateral - Posição um: Finalização da passada cruzada, onde a perna direita toca o solo e a esquerda passa para a frente. O braço
esquerdo se estende à frente em uma trajetória da direita para a esquerda, começando a rotação do tronco para a esquerda. O braço direito
continua estendido atrás. Posição dois: A perna esquerda se prepara para tocar o solo estendida à frente, a perna direita está semi flexionada.
Braço esquerdo continua sua trajetória para a esquerda e o direito continua estendido atrás.
Figura (b): visão posterior - Finalização da passada cruzada, onde a perna direita toca o solo e a esquerda passa para a frente. O braço esquerdo se es-
tende à frente em uma trajetória da direita para a esquerda, começando a rotação do tronco para a esquerda. O braço direito continua estendido atrás.

Na fase de lançamento, a posição de força deverá ser observada com mais atenção. Neste momento, toda a velocidade
é transferida para o tronco e deste para o ombro do lançador. O pé deve ser apoiado de forma rígida e firme. O lado
esquerdo do corpo deve bloquear a rotação do tronco. O corpo deve ficar na posição arqueada, e o ombro deve ser
puxado ativamente à frente. O cotovelo gira para o interior e a mão precisa estar voltada para cima (Figura 46).

Figura 46 – Posição de força / Fonte: adaptado de Müller e


Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra uma atleta demonstrando a posição de força do lançamento do dardo. A imagem mostra
duas figuras de uma mulher em pé com visão lateral, ela está correndo para o lado direito da imagem. Em ambas as pernas estão afastadas no
sentido sagital com a perna direita atrás apoiada no solo com os dedos do pé e perna esquerda à frente.
Figura 1 - Acima, a descrição: Posição de força - tronco um pouco para trás, braço esquerdo num ângulo de 45 graus estendido lateralmente ao corpo,
braço direito para trás semi flexionado empunhando o dardo com a palma da mão para cima, o dardo está numa inclinação com ângulo de 45 graus.
Figura 2 - Acima, a descrição: Posição em arco - tronco um pouco para trás, o peso do corpo na perna esquerda que está a frente faz com que o
quadril se desloque para a esquerda, isso implica em realizar o lançamento fazendo o movimento com o braço direito de forma arco.

179


No movimento final de lançamento, o objetivo é transferir toda a potência adquirida até o momento para ombro, bra-
ço e mão. Na sequência, para o dardo. O cotovelo passa ao lado e próximo da cabeça. O tronco move-se para frente, o
braço também, mas em grande velocidade, e o pé da perna direita mantém-se em contato com o solo até a soltura do
dardo (Figuras 47 e 48).

Figura 47 – Início da puxada para o lançamento


Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra uma atleta


demonstrando o início da puxada para o lançamento do dardo em
2 posições, com vista lateral. O dardo é segurado pela mão direita.
Posição um: O tronco e o quadril já estão todos rotacionados para
frente, braço esquerdo está flexionado ao lado do corpo, braço
direito está flexionado ao lado da cabeça, elevando o dardo acima
da cabeça. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna
direita em meia ponta.
Posição dois: O tronco e o quadril permanecem rotacionados para
frente, o braço esquerdo se mantém flexionado ao lado do corpo,
braço direito está estendido acima da cabeça pronto para o lança-
mento do dardo. A perna esquerda continua estendida à frente e a
perna direita em meia ponta. Cabeça rotacionada para a esquerda.

Figura 48 – Visão posterior do lançamento / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra uma atleta realizando o movimento final do lançamento do dardo com vista posterior
em 04 posições. A atleta segura o dardo na mão direita.
Posição um: A atleta mantém a perna esquerda estendida tocando o solo como apoio, perna direita relaxada atrás, quadril e tronco rotacionados
para a direita. Braço direito estendido atrás, braço esquerdo estendido à frente.
Posição dois: A atleta mantém a perna esquerda estendida tocando o solo como apoio, perna direita relaxada atrás (no pé direito tem um círculo
mostrando o movimento do pé – aqui ele fica em meia ponta [1]), quadril e tronco fazendo um movimento de rotação da direita para a esquerda.
Braço direito flexionado atrás, braço esquerdo flexionado à frente.
Posição três: A atleta mantém a perna esquerda estendida tocando o solo como apoio, perna direita relaxada atrás (no pé direito tem um cír-
culo mostrando o movimento do pé – aqui ele fica apenas com a ponta do pé tocando o solo [1]), quadril e tronco fazendo um movimento de
rotação da direita para a esquerda. O tronco é inclinado para a esquerda de fora que o ombro direito fique alinhado verticalmente com a perna
esquerda. Braço direito estendido acima da cabeça, braço esquerdo flexionado à frente e abaixo.
Posição quatro: Aqui ocorre a finalização do movimento, com a atleta mantendo o apoio na perna esquerda, braços cruzam na frente do corpo,
totalmente estendidos, perna direita flexionada atrás, sem apoio com o solo. Tronco inclinado para frente.

180
EDUCAÇÃO FÍSICA

Na fase de recuperação: o objetivo é bloquear o corpo, evitando anular o lançamento. A posição das pernas são
invertidas e a perna direita é flexionada. O tronco baixa à frente. A perna esquerda naturalmente se eleva, buscando o
equilíbrio (Figura 49).

Figura 49 – Recuperação
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra uma atleta demonstrando a recuperação após o lançamento do dardo com vista lateral
em 02 posições. O dardo é empunhado pela mão direita.
Posição um:O tronco e o quadril permanecem rotacionados para frente, o braço esquerdo se mantém flexionado ao lado do corpo, braço direito
está estendido acima da cabeça pronto para o lançamento do dardo. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia
ponta. Cabeça rotacionada para a esquerda.
Posição dois: a perna direita que estava atrás, agora dá um passo à frente para apoiar o movimento. Perna esquerda é flexionada atrás, tronco
é semi flexionado à frente. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo e braço direito estendido para baixo.

Agora que você já conhece a teoria do lançamento do dardo, você deverá aprender os exercícios de progressão téc-
nico-pedagógica para o processo ensino-aprendizagem. Por se tratar de uma disciplina atlética complexa, o melhor
método é o analítico (dividir o todo em partes). A seguir, você irá aprender como o lançamento do dardo pode ser
ensinado a partir deste método.
Primeiro passo: lançar o dardo de frente
Objetivo: aprender a acelerar o dardo.
Características técnicas: após escolher uma das pegas apresentadas no início deste tópico e enfatizar as normas
de segurança, você estimulará os seguintes exercícios: lançar o dardo a partir da extensão do braço posicionado acima
e atrás da cabeça; lançar a uma distância de 3 a 4 m do chão à frente. Inclinar o tronco para trás e aumentar a distância
do lançamento (Figura 50).

181


1 2

Figura 50 – Exercício de adaptação e aceleração do dardo / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta visão lateral, duas imagens (1) e (2), na mão direita empunhando um dardo.
Figura 1 - em pé, tronco ereto, perna esquerda a frente semi flexionada, braço esquerdo semiflexionado com a mão na altura da cintura à
frente, perna direita atrás apoiada pelo dedos do pé, braço direito esticado acima da cabeça alinhado com o ombro empunhado um dardo que
está apontando para o solo formando um ângulo de 3 a 4 metros de onde o atleta está até a o local onde a ponta do dado aponta para o solo.
Figura 2 - em pé, tronco ereto, levemente inclinado para trás, perna esquerda a frente semi flexionada, braço esquerdo levemente flexionado
com a mão na altura da cintura à frente, perna direita atrás apoiada pelo dedos do pé, braço direito esticado acima da cabeça alinhado com o
ombro empunhado um dardo que está apontando para o solo formando um ângulo de 7 a 8 metros ou de 10 a 12 metros de onde o atleta está
até a o local onde a ponta do dado aponta para o solo.

Segundo passo: lançar de lado


Objetivo: aprender a lançar a partir da posição de força.
Características técnicas: de lado, lançar o dardo para frente e para cima com um passo. Para lançadores destros,
apoiar a perna esquerda à frente, preparar o lançamento levantando a perna esquerda. Após lançar, a perna direita se
eleva atrás (Figura 51).

182
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 51 – Lançamento de dardo na posição lateral / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta realizando o lançamento do dardo com vista lateral em 7 posições. Na mão
direita o atleta segura o dardo.
Posição um: Finalização da passada cruzada, onde a perna direita toca o solo e a esquerda passa para a frente. O braço esquerdo se estende à
frente em uma trajetória da direita para a esquerda, começando a rotação do tronco para a esquerda. O braço direito continua estendido atrás.
Posição dois: A perna esquerda se prepara para tocar o solo estendida à frente, a perna direita está semi flexionada. Braço esquerdo continua
sua trajetória para a esquerda e o direito continua estendido atrás.
Posição três: A perna esquerda toca o solo e a perna direita está em meia ponta. Braço esquerdo segue na trajetória para a esquerda, rotacio-
nando o tronco para frente, braço direito continua estendido atrás.
Posição quatro: A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta. Braço esquerdo finaliza a trajetória para a
esquerda, rotacionando o tronco e o quadril todo para frente, braço direito é hiper estendido para trás sendo “puxado” pela rotação do tronco.
Posição cinco: O tronco e o quadril já estão todos rotacionados para frente, braço esquerdo está flexionado ao lado do corpo, braço direito está
flexionado ao lado da cabeça, elevando o dardo acima da cabeça. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta.
Posição seis: O tronco e o quadril permanecem rotacionados para frente, o braço esquerdo se mantém flexionado ao lado do corpo, braço direito
está estendido acima da cabeça pronto para o lançamento do dardo. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia
ponta. Cabeça rotacionada para a esquerda.
Posição sete: a perna direita que estava atrás, agora dá um passo à frente para apoiar o movimento. Perna esquerda é flexionada atrás, tronco
é semi flexionado à frente. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo e braço direito estendido para baixo.

Terceiro: lançar após três passos


Objetivo: assimilar a passada de impulso e conectar à posição de forma.
Características técnicas: comece com a perna direita à frente, dardo recuado atrás. A seguir, realizar um passo
com a perna esquerda, direita e esquerda e lançar para frente e para cima (Figura 52).

183


Figura 52 – Lançamento de dardo em três passos / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta realizando o lançamento do dardo em vista lateral com 9 posições. O dardo
empunhado na mão direita.
Posição um: Perna esquerda estendida tocando o solo e apoiando o movimento, perna direita semi flexionada à frente da esquerda, realizando
o começo da passada cruzada. Ambos os braços estendidos à direita e atrás, tronco rotacionado à direita e cabeça olhando para frente.
Posição dois: Em fase de voo, o atleta tem a perna esquerda semiflexionada atrás, perna direita semi flexionada à frente da esquerda, realizando
a passada cruzada. Ambos os braços estendidos à direita e atrás, tronco rotacionado à direita e cabeça olhando para frente.
Posição três: Finalização da passada cruzada, onde a perna direita toca o solo e a esquerda passa para a frente. O braço esquerdo se estende à
frente em uma trajetória da direita para a esquerda, começando a rotação do tronco para a esquerda. O braço direito continua estendido atrás.
Posição quatro: A perna esquerda se prepara para tocar o solo estendida à frente, a perna direita está semi flexionada. Braço esquerdo continua
sua trajetória para a esquerda e o direito continua estendido atrás.
Posição cinco: A perna esquerda toca o solo e a perna direita está em meia ponta. Braço esquerdo segue na trajetória para a esquerda, rotacio-
nando o tronco para frente, braço direito continua estendido atrás.
Posição seis: A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta. Braço esquerdo finaliza a trajetória para a esquerda,
rotacionando o tronco e o quadril todo para frente, braço direito é hiper estendido para trás sendo “puxado” pela rotação do tronco.
Posição sete: O tronco e o quadril já estão todos rotacionados para frente, braço esquerdo está flexionado ao lado do corpo, braço direito está
flexionado ao lado da cabeça, elevando o dardo acima da cabeça. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta.
Posição oito: O tronco e o quadril permanecem rotacionados para frente, o braço esquerdo se mantém flexionado ao lado do corpo, braço direito
está estendido acima da cabeça pronto para o lançamento do dardo. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia
ponta. Cabeça rotacionada para a esquerda.
Posição nove: a perna direita que estava atrás, agora dá um passo à frente para apoiar o movimento. Perna esquerda é flexionada atrás, tronco
é semi flexionado à frente. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo e braço direito estendido para baixo.

Quarto: lançar após cinco passos


Objetivo: desenvolver o ritmo de cinco passos.
Características técnicas: comece com a perna direita à frente e faça a progressão do ritmo de cinco passos. O
último passo deve ser rasante, conforme a Figura 53.

184
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 53 – Lançamento de dardo em cinco passos / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta realizando o movimento de lançamento do dardo em cinco passos, com 13
posições e vista lateral, na mão direita ele segura o dardo.
Posição um: O braço direito é direcionado para trás, estendido. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo. Perna esquerda ainda em contato
com o solo, perna direita semi flexionada à frente, pronta para tocar o solo.
Posição dois: Braço direito continua na trajetória para trás, estendido. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo. A perna direita toca o solo
agora, fazendo com que a esquerda seja flexionada atrás.
Posição três: O braço direito está totalmente estendido para trás, braço esquerdo estendido à frente, perna direita em meia ponta tocando o
solo, perna esquerda semiflexionada à frente, pronta para tocar o solo.
Posição quatro: Perna esquerda estendida tocando o solo e apoiando o movimento, perna direita estendida atrás em uma trajetória de trás
para frente, se preparando para realizar a passada cruzada. Braço direito estendido atrás, braço esquerdo estendido na lateral do corpo. Tronco
rotacionado para a direita.
Posição cinco: Perna esquerda estendida tocando o solo e apoiando o movimento, perna direita semi flexionada à frente da esquerda, reali-
zando o começo da passada cruzada. Ambos os braços estendidos à direita e atrás, tronco rotacionado à direita e cabeça olhando para frente.
Posição seis: Em fase de voo, o atleta tem a perna esquerda semiflexionada atrás, perna direita semi flexionada à frente da esquerda, realizando
a passada cruzada. Ambos os braços estendidos à direita e atrás, tronco rotacionado à direita e cabeça olhando para frente.
Posição sete: Finalização da passada cruzada, onde a perna direita toca o solo e a esquerda passa para a frente. O braço esquerdo se estende à
frente em uma trajetória da direita para a esquerda, começando a rotação do tronco para a esquerda. O braço direito continua estendido atrás.
Posição oito: A perna esquerda se prepara para tocar o solo estendida à frente, a perna direita está semi flexionada. Braço esquerdo continua
sua trajetória para a esquerda e o direito continua estendido atrás.
Posição nove: A perna esquerda toca o solo e a perna direita está em meia ponta. Braço esquerdo segue na trajetória para a esquerda, rotacio-
nando o tronco para frente, braço direito continua estendido atrás.
Posição dez: A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta. Braço esquerdo finaliza a trajetória para a esquerda,
rotacionando o tronco e o quadril todo para frente, braço direito é hiper estendido para trás sendo “puxado” pela rotação do tronco.
Posição onze: O tronco e o quadril já estão todos rotacionados para frente, braço esquerdo está flexionado ao lado do corpo, braço direito está
flexionado ao lado da cabeça, elevando o dardo acima da cabeça. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta.
Posição doze: O tronco e o quadril permanecem rotacionados para frente, o braço esquerdo se mantém flexionado ao lado do corpo, braço
direito está estendido acima da cabeça pronto para o lançamento do dardo. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em
meia ponta. Cabeça rotacionada para a esquerda.
Posição treze: a perna direita que estava atrás, agora dá um passo à frente para apoiar o movimento. Perna esquerda é flexionada atrás, tronco
é semi flexionado à frente. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo e braço direito estendido para baixo.

185


Quinto passo: corrida e passada de impulso


Objetivos: aprender a passada de impulso e unir ao ritmo de cinco passos.
Características técnicas: praticar a passada de impulso a partir da caminhada e, depois, com dois passos de cor-
rida. Posicionar o dardo recuado atrás na passada de impulso. Praticar com distâncias maiores até fixar o movimento.
Após fixar esta posição, praticar com ritmo de cinco passos sem lançar (Figura 54).

Figura 54 – Lançamento de dardo: passada / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta realizando a passada do lançamento do dardo com vista lateral em 5 posições.
Na mão direita o atleta segura o dardo.
Posição um: O atleta em fase de corrida, segura o dardo com a mão direita que está flexionada em um ângulo reto para cima. Braço esquerdo
flexionado ao lado do corpo. Perna esquerda toca o chão, perna direita flexionada atrás, em uma trajetória de trás para frente.
Posição dois: O braço direito começa a ser direcionado para trás, ainda flexionado. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo. Perna esquerda
ainda em contato com o solo, perna direita semi flexionada à frente, pronta para tocar o solo.
Posição três: Braço direito continua na trajetória para trás, ainda flexionado. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo. A perna direita toca
o solo agora, fazendo com que a esquerda seja flexionada atrás.
Posição quatro: O braço direito está totalmente estendido para trás, braço esquerdo estendido à frente, perna direita em meia ponta tocando
o solo, perna esquerda semiflexionada à frente, pronta para tocar o solo.
Posição cinco: o atleta retoma os movimentos da posição um, sem lançar o dardo.

Sexto passo: realizar a sequência completa


Objetivo: unir as partes no lançamento completo.
Características técnicas: realizar a sequência completa a partir da corrida, da passada de impulso, do ritmo de
cinco passos e do lançamento. Corrigir a posição de força para o lançamento. Utilizar dardos com pesos menores no
início (Figura 55).

186
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 55 – Lançamento de dardo: sequência completa / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta realizando a sequência completa do lançamento do dardo com vista lateral
em 14 posições. Na mão direita o atleta segura o dardo.
Posição um: O atleta em fase de corrida, segura o dardo com a mão direita que está flexionada em um ângulo reto para cima. Braço esquerdo
flexionado ao lado do corpo. Perna esquerda toca o chão, perna direita flexionada atrás, em uma trajetória de trás para frente.
Posição dois: O braço direito começa a ser direcionado para trás, ainda flexionado. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo. Perna esquerda
ainda em contato com o solo, perna direita semi flexionada à frente, pronta para tocar o solo.
Posição três: Braço direito continua na trajetória para trás, ainda flexionado. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo. A perna direita toca
o solo agora, fazendo com que a esquerda seja flexionada atrás.
Posição quatro: O braço direito está totalmente estendido para trás, braço esquerdo estendido à frente, perna direita em meia ponta tocando
o solo, perna esquerda semiflexionada à frente, pronta para tocar o solo.
Posição cinco: Perna esquerda estendida tocando o solo e apoiando o movimento, perna direita estendida atrás em uma trajetória de trás para
frente, se preparando para realizar a passada cruzada. Braço direito estendido atrás, braço esquerdo estendido na lateral do corpo. Tronco
rotacionado para a direita.
Posição seis: Perna esquerda estendida tocando o solo e apoiando o movimento, perna direita semi flexionada à frente da esquerda, realizando
o começo da passada cruzada. Ambos os braços estendidos à direita e atrás, tronco rotacionado à direita e cabeça olhando para frente.
Posição sete: Em fase de voo, o atleta tem a perna esquerda semiflexionada atrás, perna direita semi flexionada à frente da esquerda, realizando
a passada cruzada. Ambos os braços estendidos à direita e atrás, tronco rotacionado à direita e cabeça olhando para frente.
Posição oito: Finalização da passada cruzada, onde a perna direita toca o solo e a esquerda passa para a frente. O braço esquerdo se estende à
frente em uma trajetória da direita para a esquerda, começando a rotação do tronco para a esquerda. O braço direito continua estendido atrás.
Posição nove: A perna esquerda se prepara para tocar o solo estendida à frente, a perna direita está semi flexionada. Braço esquerdo continua
sua trajetória para a esquerda e o direito continua estendido atrás.
Posição dez: A perna esquerda toca o solo e a perna direita está em meia ponta. Braço esquerdo segue na trajetória para a esquerda, rotacio-
nando o tronco para frente, braço direito continua estendido atrás.
Posição onze: A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta. Braço esquerdo finaliza a trajetória para a es-
querda, rotacionando o tronco e o quadril todo para frente, braço direito é hiper estendido para trás sendo “puxado” pela rotação do tronco.
Posição doze: O tronco e o quadril já estão todos rotacionados para frente, braço esquerdo está flexionado ao lado do corpo, braço direito está
flexionado ao lado da cabeça, elevando o dardo acima da cabeça. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em meia ponta.
Posição treze: O tronco e o quadril permanecem rotacionados para frente, o braço esquerdo se mantém flexionado ao lado do corpo, braço
direito está estendido acima da cabeça pronto para o lançamento do dardo. A perna esquerda continua estendida à frente e a perna direita em
meia ponta. Cabeça rotacionada para a esquerda.
Posição quatorze: a perna direita que estava atrás, agora dá um passo à frente para apoiar o movimento. Perna esquerda é flexionada atrás,
tronco é semi flexionado à frente. Braço esquerdo flexionado ao lado do corpo e braço direito estendido para baixo.

187


vimento da coordenação motora. Por este motivo, neste


tópico, tal qual no tópico do salto com vara, passaremos in-
formações da prova e exercícios que podem ser praticados
com segurança, sem perder a oportunidade de desenvolver
os movimentos pertinentes à essa modalidade.

O folclore irlandês, rico em citações épicas, conta-


-nos as proezas extraordinárias de um tal Cuchulain
(que significava herói em gaélico), uma espécie de
Hércules do mundo celta, que nos Jogos Atléticos
daquele povo, mais ou menos 2.000 anos a. C., reali-
Como pôde ser visto, o lançamento do dardo requer zava prodígios de força e destreza. [...] Tinha nasci-
certa habilidade, por isso é importante que o professor/ do o “roth-cl heas”, ou como nós conhecemos hoje: o
treinador ensine as diversas formas de empunhá-lo, são lançamento do martelo (CBAt, 2019, on-line)¹.
3 os tipos de empunhaduras, que tem sua diferenciação
na forma como a mão é posicionada no implemento.
Na categoria masculina, o martelo pesa 7,26 kg, na femi-
nina, pesa 4 kg. O conjunto bola, arame e alça forma uma
LANÇAMENTO DO MARTELO unidade de comprimento máximo de 1,2 m (Figura 56).

Esta disciplina atlética tem uma característica única, re-


ferente ao movimento e, consequentemente, à sua exe-
cução. É uma prova do atletismo que, apesar de pouco
praticada na escola, possui uma quantidade de movi-
mentos relacionados à rotações do corpo e às transla-
ções do implemento.
O lançamento do martelo necessita de muito espaço
e é considerada a prova do atletismo que exige ainda mais
atenção quanto às normas de segurança. É muito imprová- Figura 56 - Martelo / Fonte: ShutterStock.

vel que seja possível realizá-la sem as devidas áreas adequa-


Descrição da Imagem implemento de atletismo para lançamento
das para a sua execução. Entretanto, o conhecimento desta da cor preta, um martelo com a circunferência, uma haste com
furo para amarrar o cordão,cordão esticado para a direita com
disciplina e os movimentos relacionados para executá-la alça na ponta.
são importantes no processo de aprendizado e desenvol-

188
EDUCAÇÃO FÍSICA

O lançamento do martelo é formado por fases, tal qual em todos os lançamentos. A técnica do martelo é formada
pelas fases: molinetes, voltas e lançamento. As voltas são em número de três (IAAF, 2009).

Figura 57 – Lançamento de martelo: sequência completa / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um atleta realizando a sequência completa do lançamento do martelo com 17 posições.
Posição um: Em pé, com as pernas estendidas tocando o solo, o atleta tem em suas mãos o martelo, segurando com ambas as mãos, o martelo
está posicionado atrás da cabeça, braços flexionados passando pelas laterais do rosto.
Posição dois: Com os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo, as pernas estão semi flexionadas, pronta para dar início ao
primeiro giro.
Posição três: O atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo na altura do peito, perna esquerda dá sustentação
ao giro, perna direita é semi flexionada ao lado do corpo.
Posição quatro: De costas, agora o atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo, com a posição das mãos acima da linha do nariz
segurando o martelo. As pernas estão flexionadas, sendo que a direita está à frente e a esquerda atrás.
Posição cinco: De lado, o atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo, com a posição das mãos acima da linha do queixo segurando
o martelo. As pernas estão flexionadas, direita à frente e esquerda atrás.
Posição seis: De frente, o atleta finaliza o primeiro giro, com os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo na altura do umbigo,
as pernas estão semi flexionadas, pronta para dar início ao próximo giro.
Posição sete: De lado, atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo, perna esquerda dá sustentação ao giro,
perna direita é semiflexionada ao lado do corpo.
Posição oito: De costas, agora o atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo, com a posição das mãos acima da linha do nariz segu-
rando o martelo. As pernas estão flexionadas, sendo que a direita está à frente e a esquerda atrás.
Posição nove: De lado, o atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo, com a posição das mãos acima da linha do queixo segurando
o martelo. As pernas estão flexionadas, direita à frente e esquerda atrás.
Posição dez: De frente, o atleta finaliza o segundo giro, com os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo na altura do umbigo,
as pernas estão semi flexionadas, pronta para dar início ao próximo giro.
Posição onze: De lado, atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo, perna esquerda dá sustentação ao giro,
perna direita é semiflexionada ao lado do corpo.
Posição doze: De costas, agora o atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo, com a posição das mãos acima da linha do nariz segu-
rando o martelo. As pernas estão flexionadas, sendo que a direita está à frente e a esquerda atrás.
Posição treze: De lado, o atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo, com a posição das mãos acima da linha do queixo segurando
o martelo. As pernas estão flexionadas, direita à frente e esquerda atrás.
Posição quatorze: De frente, o atleta finaliza o terceiro giro, com os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo na altura do umbigo,
as pernas estão semi flexionadas, prontas para finalizar o movimento.
Posição quinze: De lado, atleta mantém os braços estendidos à frente do corpo segurando o martelo, perna esquerda dá sustentação ao giro,
perna direita é semi flexionada ao lado do corpo. Nesse momento o impulso do giro é focado todo nos braços para que o lançamento seja
efetivo. O tronco é levemente inclinado para trás.
Posição dezesseis: Com o tronco levemente inclinado para trás, a perna esquerda dá firmeza ao movimento, e a direita acompanha, semi flexio-
nada, ao lado do corpo. Os braços estão estendidos completamente, à frente, na altura dos ombros, para o lançamento do martelo.
Posição dezessete: Os braços finalizam o movimento estendidos acima da cabeça, perna esquerda estendida, tocando o solo e a perna direita
semi flexionada ao lado do corpo.

189


Antes de iniciar os lançamentos, é necessário que o mar- Para uma fixação do martelo na mão (pega ou empu-
telo adquira velocidade de translação e, para isto, são re- nhadura), existe uma técnica específica. A mão direita
alizados os molinetes, o giro do martelo sobre o próprio deve se fixar por cima da mão esquerda (lançadores des-
corpo, como exposto na Figura 58. tros); os braços devem permanecer estendidos.

Figura 58 – Lançamento de martelo: giro


Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra o giro do


lançamento do martelo em 3 posições. Imagem em visão frontal.
Posição 1- Braços estendidos à frente do corpo e um pouco à
esquerda, empunhando a alça do martelo, dando início ao giro no
sentido anti horário. Posição 2 - Pernas um pouco mais afastadas,
braços estendidos à frente do corpo bem central, martelo encon-
tra-se alinhado com o pé direito. Posição 3 - Tronco com uma leve
rotação de quadril para a esquerda, braços acima da cabeça rea-
lizando o giro, martelo encontra-se a esquerda acima da cabeça.
Figura 60 – Lançamento de martelo: empunhadura
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem desenho com recorte do corpo na altura


da cintura mostrando a empunhadura do martelo, mão esquerda
sobreposta à direita.

Fase do lançamento: o objetivo é transferir a velocida-


de dos molinetes para o lançamento do martelo.
Características técnicas dessa fase:: o marte-
lo deve ser lançado com a extensão total de todas as
Figura 59 – Lançamento de martelo: giro articulações quando ele atingir o ponto mais alto de
sua órbita. O quadril deve rodar para frente, e o lado
Descrição da Imagem fotografia de um homem em pé posicio-
nado na pista de atletismo dentro da gaiola de lançamento do esquerdo do corpo deverá bloquear imediatamen-
martelo que aparece ao fundo em segundo plano, com pernas
afastadas lateralmente, tronco ereto, braços flexionados acima da
te antes de soltar o martelo. Este deverá ser lançado
cabeça empunhando a alça do martelo realizando o giro, martelo quando os ombros apontarem para a direção do lan-
encontra-se a direita afastado do corpo na altura da cintura.
çamento, como na Figura 61.

190
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 62 – Lançamento com medicine ball / Fonte: adaptado de


Figura 61 – Lançamento de martelo: direção / Fonte: adaptado Müller e Ritzdorf (2002).
de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um ho-


Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um mem em 4 posições do movimento demonstrando o movimento
homem realizando o lançamento do martelo em 4 posições. do braço segurando uma bola nas mãos para lançar a frente. Pri-
Nas quatro posições há uma semicircunferência no solo com meira posição: O pé direito atrás apoiado no chão com a ponta dos
o côncavo voltado para o homem. dedos, perna esquerda a frente. Tronco levemente inclinado para
Primeira posição: corpo de frente levemente posicionado para trás, braços estendidos para trás, segurando a bola lateralmente.
a esquerda, as pernas levemente afastadas lateralmente semi Segunda posição: os braços modificam-se começando a mover-se
flexionado, tronco ereto com as duas mãos empunhadas no na direção da frente para lançar, o braço esquerdo levemente
martelo bem no meio a frente na altura da cintura. flexionado. Terceira posição: os braços movimentam-se para a
Segunda posição: corpo de frente levemente posicionado para frente e para cima, na altura dos ombros, com a bola lateralmente,
a esquerda, as pernas levemente afastadas lateralmente semi corpo levemente inclinado à esquerda. Quarta posição: tronco em
flexionado, tronco inclinado para trás, os braços esticados giro de 180 graus para a esquerda, braços totalmente esticados
empunhando o martelo elevando os braços acima do umbigo, para frente e acima, na altura da cabeça já sem contato com a
martelo já está distante do corpo na altura do joelho. bola, que se encontra no ar.
Terceira posição: corpo de frente levemente posicionado para
a esquerda, as pernas levemente afastadas lateralmente semi
flexionado, tronco inclinado para trás com rotação para a es-
querda, cabeça olhando para cima, os braços esticados na altu-
ra do ombro, pé de apoio é o esquerdo, o direito está tocando
o solo com os dedos, cabeça olhando para cima.
Quarta posição: corpo de frente levemente posicionado para
a esquerda, as pernas levemente afastadas lateralmente semi
flexionado, tronco inclinado para trás com rotação para a es-
querda, cabeça olhando para cima, os braços flexionados com
o cotovelo na altura do ombro já sem o martelo, pé de apoio é
o esquerdo, o direito está tocando o solo com os dedos, cabeça
olhando para frente.

Exercícios para a introdução ao lançamento do Figura 63 – Lançamento a partir dos molinetes


Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).
martelo
Lançar objetos: estes exercícios introduzem os mo-
Descrição da Imagem o quadro mostra a mesma empunhadura
vimentos básicos para o lançamento do martelo. O obje- do martelo com 6 implementos diferentes. Primeiro: em cima no
canto à esquerda do quadro, uma bola medicine empunhada pelas
tivo é aprender a utilizar as pernas e o tronco juntamen- duas mãos lateralmente na bola. Segunda: no canto inferior à es-
querda um martelo, duas mãos empunhando na alça do martelo.
te com as ações dos braços para o lançamento. Poderão Terceiro: em cima no centro um martelo, duas mãos empunhando
na alça do martelo. Quarto: embaixo no centro, uma circunferência
ser utilizados vários objetos. com alça sem cordão, duas mãos empunhadas com os dedos se
encontrando. Quinto: em cima um pouco a direita, um saco de tela
com uma bola, duas mãos empunhadas na alça. Sexto: à direita,
um saco com alça em cima e embaixo, não há mãos empunhando.

191


Introduzir a pega, realizar os molinetes e lançar a partir destas ações, como na Figura 64.

Figura 64 – Lançamento de martelo: empunhadura ou pega / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem quadro em preto e branco, mostra duas imagens, a primeira mostra a empunhadura das mãos na alça do martelo, em
que a esquerda sobrepõe à direita ao segurar a alça. A segunda: a imagem mostra um homem em posição frontal com as pernas afastadas
lateralmente, em movimento de molinete ou giro do martelo, em 4 posições. No solo há uma circunferência mostrando a área de lançamento
nas quatro posições.
Posição 1- Braços estendidos à frente do corpo e um pouco à esquerda, empunhando a alça do martelo dando início ao giro no sentido anti horário.
Posição 2 - Pernas um pouco mais afastadas, braços estendidos à frente do corpo bem central, martelo encontra-se alinhado com o pé direito.
Posição 3 - Tronco com uma leve rotação de quadril para a esquerda, braços acima da cabeça realizando o giro, martelo encontra-se a esquerda
acima da cabeça.
Posição 4 - terminando o giro, pernas um pouco mais afastadas, braços estendidos à frente do corpo bem central, martelo encontra-se alinhado
com o pé direito.

Ensino da técnica dos lançamentos


Aluno(a), vamos definir o que vem a ser o método analítico – que implica dividir o todo em partes –. Para os lan-
çamentos, você deverá decompor cada fase, aprender cada uma delas e, em seguida, unir uma parte a outra até formar
o todo (TENROLLER, 2004).

Você sabia que, para ensinar as técnicas dos lançamentos, você deverá utilizar o método analítico? Ele
consiste em considerar o todo e as partes ao mesmo tempo. Podendo o aprendizado iniciar-se de uma
das fases até chegar ao fim do movimento. Assim, o atleta/aluno aprende o movimento com maior clareza,
percebendo a importância de cada fase que o compõe. Esse método é muito utilizado no aprendizado dos
esportes, pois colabora com o aperfeiçoamento e por conseguinte também especialização do movimento.

Para os lançamentos, você deverá ensinar os seguintes elementos em ordem de apresentação:


• Introdução ao implemento (peso, disco, dardo e martelo) juntamente com as normas de segurança e a forma
adequada de segurar o implemento.

192
EDUCAÇÃO FÍSICA

Em seguida, ensinar:
• A fase de lançamento (lançar de frente).
• A posição de força.
• A fase de recuperação.
• A construção do movimento.
• A fase de preparação.

Você ainda deverá observar os pontos de maior importância durante o aprendizado:


• Alcançar a velocidade média alta na fase de construção dos movimentos.
• Executar uma velocidade progressiva na execução do movimento a partir da posição de força e durante a fase
de lançamento.
• Cobrar a correta posição de força de cada lançamento.
• Executar ações sucessivas de todas as articulações, transferindo o máximo de velocidade para o implemento.
• Estender completamente o corpo antes de soltar o implemento na fase de lançamento.
• Utilizar grande variedade de exercícios, engenhos, situações e lançamentos.

A técnica de lançamento pode ser melhorada utilizando materiais mais leves que os oficiais. Se existem
pontos importantes que devem ser observados, existem também situações que devem ser evitadas, as
quais, naturalmente, poderão ocorrer durante a prática:
Utilizar ou cobrar uma técnica avançada em alunos que não estão familiarizados com os movimentos ou
que não tenham pré-requisitos básicos para a execução correta.
Utilizar implementos em tamanho, peso e qualidades aerodinâmicas inadequadas.
Tentar ensinar uma nova técnica ou um novo movimento antes de ter aprendido movimentos básicos.
Executar grande número de repetições com alunos que não possuem resistência para isto.
Fonte: os autores.

Vários exercícios podem ser descritos para entender os lançamentos, tal como o princípio das corridas e dos saltos.
Estes são denominados exercícios especiais.
Grupo 1 - Exercícios de lançamentos para o dardo
Lançar, com uma mão por trás da cabeça, objetos mais leves com as seguintes variantes:
• Da posição de pé.
• Da posição de joelhos.
• Com ritmos de três passos.
• Com ritmos de cinco passos.

193


Figura 65 – Lançamento na posição de pé / / Fonte: adaptado


de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, com um homem


em pé na posição de lançamento do peso, o corpo virado para
a esquerda, tronco inclinado para trás, pernas afastadas com a
esquerda a frente levemente flexionada e direita atrás com pé
de apoio, braço esquerdo à frente do corpo esticado na altura
da cabeça, mão direita atrás flexionada segurando uma pequena
bola do tamanho da mão, na altura do ombro.

Lançar, com duas mãos, objetos mais pesados (por exemplo, uma medicine ball de 2 a 3 kg) com as seguintes variantes:
• Lançar por trás da cabeça para frente.
• A partir da posição sentado.
• A partir da posição de joelhos.
• Com ritmo de três passos.

A seguir, orientações para prática desse grupo com volume e intensidade de repetições.
Tabela 2 – Orientação das cargas dos exercícios

Exercício Peso Efeito Repetições Séries

Velocidade e
Lançar em pé com uma mão 150-500 g 5-10 2-4
potência
Lançar em pé com uma mão - Velocidade e
150-500 g 5-10 2-4
três passos potência
Lançar em pé com duas mãos 1,0-2,0 kg Força 5-15 2-4
Lançar em pé com duas mãos -
1,5-3,0 kg Força 5-15 2-4
três passos
Fonte: adaptado de IAAF (2009).

194
EDUCAÇÃO FÍSICA

Grupo 2 - Exercícios especiais para o lançamento do • Com variações de pesos.


peso • Com salto para frente e para cima na vertical.
Lançamento de frente com as medicine balls com
braços estendidos e joelhos flexionados para frente e de Lançamento em pé, com as seguintes variantes:
costas, com as seguintes variantes: • Passe de peito com torção do tronco.
• Para frente e para cima parado. • Passe de peito com duas mãos para frente.
• Para cima na vertical. • Ambos com deslocamento de um passo.
• Para trás e para cima parado. • Com dois passos.

Figura 66 – Exercício de lançamento / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um homem agachado com o corpo virado para a esquerda, lançando uma bola para
trás por cima da cabeça em 3 posições com vista lateral.
Primeira posição: joelhos flexionados, tronco inclinado à frente, joelhos e ombro na mesma linha, afastamento lateral das pernas, braços esti-
cados para baixo segurando a bola no meio das pernas, cabeça olhando para frente.
Segunda posição: pernas e tronco esticados, braços esticados segurando a bola na altura do esterno, cabeça olhando para cima.
Terceira posição: Corpo totalmente esticado levemente inclinado para trás (na fase aérea sem contato com o solo), desde os pés até aos braços
que se encontram esticados acima da cabeça já sem contato com a bola que está no ar acima da cabeça.

195


1 2

3 4 5

Figura 67 – Exercícios gerais de lançamento / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figuras em preto e branco, mostram um homem realizando o movimento de lançamento de formas variadas com a bola
de medicine ball em 5 quadros.
Quadro 1 - Um homem em 4 posições do movimento demonstrando o movimento do braço segurando uma bola com a mão direita para lançar
a frente. Primeira posição: O pé direito atrás apoiado no chão com a ponta dos dedos, perna esquerda a frente. Tronco levemente inclinado para
trás, braços estendidos para trás, segurando a bola lateralmente. Segunda posição: os braços modificam-se começando a mover-se na direção
da frente para lançar, o braço esquerdo levemente flexionado. Terceira posição: os braços movimentam-se para a frente e para cima, na altura
dos ombros, com a bola lateralmente, corpo levemente inclinado à esquerda. Quarta posição: tronco em giro de 180 graus para a esquerda,
braços totalmente esticados para frente e acima, na altura da cabeça já sem contato com a bola, que se encontra no ar.
Quadro 2 - um homem em pé lançando uma bola à frente do corpo em duas posições. Primeira posição: o corpo está virado para a direita em
pé, tronco ereto, pé esquerdo à frente, pé direito bem distante atrás com afastamento no plano sagital, braço direito segura a bola atrás do
corpo com o braço esticado a altura do ombro. Segunda posição: tronco ligeiramente à frente, braço direito semi flexionado acima da cabeça,
já sem o contato com a bola que está no ar a frente e mais alta do que o braço.
Quadro 3 - um homem fazendo o lançamento da bola com as mãos em duas posições. Primeira posição: posição do corpo para a direita, joelhos
flexionados, tronco inclinado à frente, joelhos e ombro na mesma linha, afastamento lateral das pernas, braços esticados para baixo segurando
a bola no meio das pernas, cabeça olhando para frente. Segunda posição: Corpo totalmente esticado fazendo um sentido parabólico dos pés
aos braços esticados a frente acima da cabeça.
Quadro 4 - empunhadura da bola mostrada em duas posições: Primeira posição: em pé com o corpo para a direita, tronco inclinado para trás,
cabeça alinhada com joelho direito que se encontra atrás do corpo apoiado no chão com os dedos dos pé. Perna esquerda a frente semi flexionada,
braços flexionados segurando a bola na altura do tórax com uma leve giro do tronco à direita. Segunda posição: Visão oblíqua dos braços com
os cotovelos posicionados para a empunhadura, a mão esquerda a bola apoiando a palma da mão nela, a mão esquerda atrás da bola também
com a palma da mão nela, duas setas apontam para cima mostrando que o movimento acontecerá o eixo antero posterior.
Quadro 5 - um homem com o corpo virado para a esquerda, lançando uma bola para trás por cima da cabeça em e posições. Primeira posição:
joelhos flexionados, tronco inclinado à frente, joelhos e ombro na mesma linha, afastamento lateral das pernas, braços esticados para baixo
segurando a bola no meio das pernas, cabeça olhando para frente. Segunda posição: pernas e tronco esticados, braços esticados segurando a
bola na altura do esterno, cabeça olhando para cima. Terceira posição: Corpo totalmente esticado levemente inclinado para trás (na fase aérea
sem contato com o solo), desde os pés até aos braços que se encontram esticados acima da cabeça já sem contato com a bola que está no ar
acima da cabeça.

196
EDUCAÇÃO FÍSICA

A seguir, a orientação para a prática desse grupo com volume e intensidade de repetições.

Exercício Peso Efeito Repetições Séries

Lançamento para frente, para cima e para trás 2-4 kg Força e potência 5-10 2-4
Lançamento em pé com deslocamento 5-8 kg Força 5-10 2-4
2-4 kg Velocidade e 5-10
Lançamento em pé com deslocamento 2-4
potência
Tabela 3 – Orientação das cargas dos exercícios / Fonte: adaptado de IAAF (2009).

Grupo 3 - Exercícios especiais para o lançamento do disco


Lançamentos com pesos mais leves.

Figura 68 – Lançamentos com pesos mais pesados / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um homem em pé realizando o lançamento de um bambolê em cinco posições.
Primeira posição: posição do corpo de frente, pernas afastadas mais que largura dos ombros, tronco ligeiramente inclinado à direita, braço
esquerdo flexionado à frente do corpo na altura do ombro, braço direito atrás do corpo na altura do ombro segurando o bambolê,
Segunda posição:posição do corpo virado para a esquerda, tronco ligeiramente inclinado para trás, braço esquerdo esticado lateralmente na
altura do ombro, braço direito esticado para trás segurando o bambolê com a mão na altura da cintura, bambolê bem afastado do corpo, pernas
afastadas no sentido ântero posterior, a esquerda a frente e a direita atrás levemente flexionada com apoio dos dedos no solo.
Terceira posição:posição do corpo virado para a esquerda, tronco ereto, braço esquerdo flexionado lateralmente na altura do ombro, braço
direito esticado para trás segurando o bambolê com a mão na altura da cintura, bambolê se aproximando do corpo, pernas afastadas no sentido
ântero posterior, a esquerda a frente e a direita atrás levemente flexionada com apoio dos dedos no solo.
Quarta posição:posição do corpo virado para a esquerda, tronco ereto, braço esquerdo flexionado lateralmente na altura do ombro, braço direito
esticado para trás segurando o bambolê com a mão na altura da cintura, bambolê se aproximando do corpo em posição quase na altura do
ombro, pernas afastadas no sentido ântero posterior, a esquerda a frente e a direita atrás levemente flexionada com apoio dos dedos no solo.
Quinta posição:posição do corpo virado para a esquerda com pequena rotação, tronco ereto, braço esquerdo flexionado lateralmente na altura
do ombro, braço direito esticado a frente e acima do corpo indo na direção da rotação do tronco, esticado já sem contato com o bambolê (no
ar), pernas afastadas no sentido ântero posterior, a esquerda a frente e a direita atrás levemente flexionada com apoio dos dedos no solo.

197


2 3

Figura 69 – Exercícios de lançamentos / Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).

Descrição da Imagem figura em preto e branco, mostra um homem realizando exercícios de lançamento com uma bola de medicine ball em
três quadros.
Quadro 1 - Um homem em 4 posições do movimento demonstrando o movimento do braço segurando uma bola com a mão direita para lançar
a frente. Primeira posição: O pé direito atrás apoiado no chão com a ponta dos dedos, perna esquerda a frente. Tronco levemente inclinado
para trás, braço esquerdo esticado lateralmente na altura do ombro. Braço direito para trás segurando a bola lateralmente. Segunda posição:
o braço direito modifica-se começando a mover-se na direção da frente para lançar, o braço esquerdo levemente flexionado. Terceira posição:
somente o braço direito movimenta-se para a frente está na altura do ombro com a bola lateralmente, o braço esquerdo flexionado lateralmente
com o cotovelo para trás e a mão próxima do tronco, tronco ereto. Quarta posição: tronco levemente para a esquerda, braço direito totalmente
esticado a frente e a esquerda do corpo na altura da cabeça já sem contato com a bola, braço esquerdo flexionado com o cotovelo para trás e
mão próxima do corpo.
Quadro 2: mostra um homem fazendo o giro do corpo para lançar uma bola em 4 posições. Primeira posição: em pé de frente, segurando a bola
à frente do corpo na altura da cintura com as duas mãos pernas e pés ligeiramente afastados lateralmente com joelhos levemente flexionados.
Segunda posição: corpo iniciando o giro para a esquerda, tronco inclinado para trás, braços esticados segurando a bola já e subindo já na altura
das costelas, perna esquerda de apoio no chão e perna direita já iniciando o giro com os dedos dos pés de apoio no chão. Terceira posição: tronco
para a esquerda mais ainda inclinado para trás, cabeça olhando para cima, braços esticados para a esquerda na altura do ombro, pé esquerdo
já está totalmente virado para a esquerda com apoio no chão, pé direito também para a esquerda com os dedos em apoio no chão atrás do
outro pé e joelho flexionado. Quarta posição: o tronco completa o giro para a esquerda, os braços levantados acima da cabeça lateralmente
esticados já sem o contato com a bola, tronco ereto, a cabeça olhando na linha do horizonte, pernas esticadas com o pé esquerdo à frente, pé
direito atrás e ambos com pés no chão.
Quadro 3: um homem em 2 posições para lançar a bola à frente. Primeira posição: agachado no sentido do plano sagital e eixo ântero posterior,
segurando a bola na altura do joelho com as duas mãos. Segunda posição: na fase aérea do salto, corpo em pé totalmente esticado com os
braços acima da cabeça já sem contato com a bola.

198
EDUCAÇÃO FÍSICA

Variantes desta posição:


• Lançar a partir da posição sentado.
• Lançar a partir da posição de joelhos.
• Lançar a partir da posição frontal.
• Lançar a partir da posição de força com um giro e um giro e meio.
• Lançar com diferentes tipos de objetos, como cones, aros, bastões, pedras, med ball, pesos e discos.

A seguir, a orientação para a prática desse grupo com volume e intensidade de repetições.

Exercícios Peso Efeito Repetições Séries

Exercícios com implementos leves 0,5-1,5 kg Velocidade e potência 5-10 2-4


Exercícios com implementos pesados 1,5-3,0 kg Força 5-10 2-4
Tabela 4 – Orientação das cargas dos exercícios / Fonte: adaptado de IAAF (2009).

Grupo 4 - Exercícios para o lançamento do martelo


Lançamento para trás com as duas mãos por cima do ombro, com pés paralelos e giro do tronco com as seguintes
variantes:
• Implementos leves.
• Implementos pesados.
• Implementos curtos.
• Com balanço (pêndulo), mas sem rotações.
• Com balanço e com rotações.
• Com diferentes implementos (med ball, pedras e martelos).

Lançamentos com saltos, a partir de agachamentos completos com variantes para cima, na vertical e distantes do
corpo, para frente.
A seguir, a orientação para a prática desse grupo com volume e intensidade de repetições.

Exercícios Peso Efeito Repetições Séries

Exercícios com implementos leves 1,5-3,0 kg Velocidade e potência 5-10 2-4


Exercícios com implementos pesados 3.0-5,0 kg Força 5-10 2-4
Tabela 5 – Orientação das cargas dos exercícios / Fonte: adaptado de IAAF (2009).

199


Por meio de vários exemplos apresentados, foi pos- o arremesso. A importância do aluno/atleta aprimorar
sível compreender como se dá o aprendizado do lança- o domínio motor; melhorar a coordenação corporal e
mento do disco, a forma como se deve fazer a apresenta- desenvolver a capacidade de executar movimentos de
ção desse implemento ao aluno/atleta com o intuito de força, criando premissas para o desenvolvimento físico.
que a aprendizagem se dê de forma clara, objetiva e efi- Se for trabalhar com um grupo de adolescentes é
caz. Atentando-se a estes aspectos, o êxito no processo primordial que haja a orientação quanto a segurança,
acontecerá acompanhado da dedicação e do empenho pois é importante que eles aprendam desde o início
do atleta/aluno. como manter os cuidados com a segurança durante
as aulas/treinos, pois elas apresentam materiais que
podem provocar acidentes e lesionar os participan-
tes. A regra básica “todos lançam e todos buscam”
destaca-se neste sentido.
É preferível que os seus futuros alunos/atletas
executem movimentos simples no início, mas com
o tempo certo, sem se preocupar com a velocidade,
estimule o desenvolvimento das sensações motoras
táteis que auxiliam a encontrar a posição adequada
dos diferentes membros do corpo no tempo e no es-
paço certos. Usando o método analítico pode-se ter
Acesse o podcast para aprofundar seus conhecimentos.
um caminho mais eficaz para o aprendizado, pois por
meio dele é possível decompor em parte ou fases cada
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta unidade, prova, considerando o acesso desse esporte ao aluno/
nela você pôde aprender que um bom programa de atleta com maior facilidade.
aprendizado deve ter séries de exercícios preparató- Todas as etapas de aprendizagem devem ser base-
rios e de desenvolvimento das qualidades motrizes adas nos princípios didáticos e pedagógicos até com-
necessárias para esse grupo de disciplina atlética. To- pletarem o domínio de complexas ações motoras. É
das as atividades contidas nesta unidade remetem ao necessário ressaltar a importância e se adequar a meios
desenvolvimento da qualidade de lançar e arremes- (aparelhos) que se ajustem à realidade. O professor não
sar, fundamental a qualquer outra atividade que pos- deverá se ater somente aos implementos oficiais (peso,
sua essas ações motrizes. disco, dardo e martelo). O mais importante, nesse pro-
Você conheceu as disciplinas atléticas da área de cesso, além do conhecimento técnico, didático e peda-
lançamentos e arremesso. Também percebeu que exis- gógico, é a criatividade na elaboração dos exercícios e
te um método adequado para ensinar os lançamentos e também nos materiais utilizados.

200
atividades de estudo

Com a linguagem do Mapa Mental construa uma organização dos conteúdos trabalhados nesta unidade
ressaltando os principais pontos aqui tratados. Sugestão de palavras chaves: arremessos e lançamentos,
diferenças,peso, disco, dardo, martelo, fases (método analítico),

ARREMESSO
DE PESO

DIFERENÇA ENTRE
ELES MÉTODO ANALÍTICO
(FASES)
LANÇAMENTOS
E ARREMESSOS

LANÇAMENTO
DE DARDO LANÇAMENTO
DE DISCO
LANÇAMENTO
DE MARTELO

201
A PRÁTICA PEDAGÓGICA
DO ATLETISMO

Me. Élen Carla da Costa Baraldi


Me. Humberto Garcia de Oliveira

Oportunidades de aprendizagem
Nesta última unidade do nosso livro você irá aprender um pouco
mais sobre temas diversos no atletismo, os desafios para sua
prática pedagógica, os dois campos de atuação (licenciatura e
bacharelado) e alguns temas transversais como a tecnologia,
o doping e o esporte paralímpico. Os temas relacionados ao
atletismo são abordados de forma ampla, abordando quais os
desafios do ensino desta modalidade, tanto para os profissionais
da licenciatura quanto do bacharelado.
unidade

V


Com certeza você já se deparou com manchetes im- Os temas abordados nesta unidade nos provo-
pactantes em jornais do Brasil e do mundo sobre cam a sair da nossa zona de conforto, do nosso senso
temas polêmicos como famosos atletas que foram comum e aprender um pouco mais sobre assuntos
pegos usando medicamentos considerados doping, importantes a respeito do atletismo, independente
também sobre novas descobertas sobre tecnologias do local em que a atuação aconteça. Os desafios para
à disposição do esporte. Quais são os limites entre a prática pedagógica nos faz pensar como trabalhar
um medicamento aceitável e um flagrante no do- o atletismo em um local sem infra estrutura e mate-
ping? Qual a quantidade de atletas que hoje recor- riais oficiais. Dentro deste cenário, cabe a você pro-
rem ao auxílio de medicamentos para melhorar seu fissional de educação física realizar adaptações com
rendimento? Isso acontece somente no esporte ou materiais alternativos. Essa, infelizmente, é uma
em outra prática de atividade física? E como se dará prática bastante comum em nosso país, para que os
a sua atuação dentro do campo da Educação Física profissionais consigam trabalhar os conteúdos ne-
transitando entre o bacharelado e a licenciatura? Há cessários com seus alunos.
diferença dentro do atletismo atuando em um ou Vamos então conhecer um pouco mais sobre os
outro campo? E os alunos/atletas com necessidades temas que serão abordados nesta unidade 5, te pro-
especiais? Como pensar a prática para atender a ne- ponho uma pesquisa em sites de notícias, fatos mais
cessidade deles? conhecidos no Brasil sobre os temas do atletismo:

204
EDUCAÇÃO FÍSICA

doping, tecnologia, esporte paraolímpico. Procure descobrir a influência que esse fato causou no esporte e
que discussões você poderia desenvolver com seus alunos/atletas a partir delas.
Agora vamos registrar no seu diário de bordo suas observações completando a tabela abaixo

TEMA FATO OCORRIDO, ANO, LOCAL INFLUÊNCIA NO ESPORTE DISCUSSÕES POSSÍVEIS


doping
tecnologia
paraolímpico

Tabela 1 Temas relacionados ao Atletismo e suas influências / Fonte: os autores.

205


No campo da licenciatura, podemos afirmar que o e ocupado espaço no mercado de trabalho, o qual
atletismo tem ocupado um espaço de maior valori- está cada vez mais aberto à inclusão.
zação com propostas de adaptação como o miniatle-
tismo, possibilitando a prática de provas com mate-
riais e formas alternativas, o que tem aumentado o
processo de popularização deste esporte.
Quanto ao bacharelado, temos atualmente mui-
tas possibilidades de intervenção profissional do
professor de Educação Física por meio de grupos de
corrida, de atletas independentes que almejam a re-
alização pessoal como prática desportiva, além das
políticas públicas que promovem, em diversos níveis
(nacional, estadual, regional), competições em am- Caro(a) aluno(a) neste podcast você terá a oportunida-
plas categorias, fortalecendo, por esta via, a notória de conhecer um pouco mais desse tema tão instigante
ascensão desse esporte no Brasil e no mundo. que é o Atletismo, com suas inúmeras formas de se
O atletismo é um dos esportes que começou a expressar. Venha descobrir mais esta surpresa que
fazer uso da tecnologia, a qual se desenvolveu forte- preparamos pra você.
mente com a era digital, colaborando muito com os
profissionais que trabalham no treinamento de alto DESAFIOS DO ENSINO DO ATLETISMO
rendimento, por exemplo. Mas o custo do investimen-
to em tais equipamentos tecnológicos, muitas vezes, Fizemos uma longa caminhada durante as três pri-
torna-se empecilho para a sua aquisição, limitando o meiras unidades deste material buscando conhecer
seu uso somente às grandes potências do esporte. as origens do atletismo na história, a sua constitui-
Chegamos à última unidade do nosso livro e, ção como esporte olímpico, a forma e as regras de
especialmente aqui, buscaremos abordar temas re- execução de cada uma das provas que o compõem.
lacionados ao atletismo de forma ampla, compreen- Agora, ambientados e motivados com a sua prática
dendo quais os desafios do ensino desta modalidade, pedagógica, podemos olhar para esse esporte indivi-
tanto por quem atua na área da licenciatura quanto dual como esporte familiar.
no campo do bacharelado. Em nossa prática, nos de- Sabemos que, como qualquer outro esporte, o
pararemos com temas polêmicos e desafiadores. atletismo possui diversos desafios para a sua prática,
Dentro desse contexto, não podemos deixar de por isto, os profissionais de educação precisam es-
falar do doping, cada vez mais frequente entre jo- tar preparados para enfrentá-los da melhor maneira
vens atletas. Estes optam por correr o risco de serem possível, buscando todo o conhecimento necessário
flagrados em exames de pré-competição ao invés de sobre esta área, incluindo a produção científica e,
reconhecerem os limites da sua capacidade física. E principalmente, os profissionais devem estar abertos
por fim, abordaremos o atletismo paralímpico como a mudanças que surgem no dia a dia de nossa profis-
expressão esportiva e cultural que tem se difundido são, buscando atualizar-se constantemente.

206
EDUCAÇÃO FÍSICA

O nosso olhar sobre esse conteúdo se faz com des, mas também e, contraditoriamente, um univer-
a clareza da sua importância na construção de uma so de opções positivas e negativas. Trabalhar com a
prática profissional consciente e qualificada que vê o formação de pessoas requer, por parte de qualquer
esporte como uma manifestação cultural produzida profissional, a consciência do que está sendo discu-
pelo ser humano, que entende as contribuições da tido em sua área de conhecimento, deixando esse
prática esportiva aos seus praticantes, não só física, profissional melhor preparado para discutir, tomar
mas psicológica e socialmente. decisões e solucionar conflitos que venham a surgir.
Além do comprometimento do profissional em
apresentar o conteúdo de atletismo em suas aulas de O atletismo deveria fazer parte de qualquer
programa de Educação Física Escolar. Entre-
Educação Física, existe a necessidade na maioria das
tanto, já há algum tempo, muito se tem ques-
vezes em adaptar materiais ou construí-los de for- tionado sobre sua efetiva presença em aulas
ma alternativa. Dessa forma, equipamentos como o de Educação Física. Um dos estudos pioneiros
dardo, o peso, o martelo, o bastão e a barreira são deste século sobre o assunto foi desenvolvido
construídos pelo professor, a fim de proporcionar por Lencina e Rocha Jr. (2001) em escolas de
Santa Maria (RS), no qual se identificou que em
aos alunos uma aula de qualidade. Vale ressaltar que,
apenas 36,7% destas o atletismo estava contem-
em muitos momentos, associações que promovem plado nos currículos. O principal motivo apon-
a prática esportiva também sentirão a necessidade tado pelos professores (71%) participantes da
de adaptações diversas, considerando a realidade da pesquisa para a baixa incidência foi a falta de
infraestrutura para o ensino dessa modalidade
localidade em que atuam.
esportiva (MOTA et al., 2015, p. 1111).
O atletismo, por ser um esporte preferencial-
mente individual (com exceção da prova de reve- O corpo, como objeto de estudo na área da Educa-
zamento), tem um fator pessoal importante, pois ção Física, é usado e colocado em movimento o tem-
contribui para a valorização pessoal e individual po todo na prática do atletismo, por isto, o processo
do esforço, ou seja, para vencer os limites do dia a de apropriação corporal pessoal é um dos benefícios
dia, o seu maior concorrente é você mesmo. Espor- colhidos por quem o pratica, daí a sua importância
tes individuais, como é o caso do atletismo, atuam para o ambiente escolar, os clubes e as associações.
no desenvolvimento da personalidade, por exigir Trabalhar com o atletismo é trabalhar com o corpo
uma melhor preparação psicológica para sua prática em movimento, o objetivo maior da Educação Físi-
(MORENO, et al., 2007). ca. A partir dessa reflexão, Miranda (2012) destaca
que a prática do atletismo está relacionada direta-
O ATLETISMO NO CAMPO DA LICENCIA- mente com o corpo dos alunos. É o corpo que se
TURA E DO BACHARELADO desloca em corridas e saltos e é ele que impulsiona
os implementos nos arremessos e lançamentos. É o
Muitos são os desafios que encontraremos no cam- corpo, que realiza atividades adaptadas, com a in-
po de trabalho para o atletismo, seja na licenciatura tenção de inscrever em si mesmo os significados do
ou no bacharelado, a vida moderna trouxe facilida- atletismo ou de outros esportes.

207


Muitos municípios Brasil afora têm colhido ex- Afinal, podemos dizer que existe diferença entre o
periências positivas, buscando colaborar para a po- atletismo da escola e o de um clube de treinamento?
pularização do atletismo. Na cidade de Maringá, no Podemos dizer que não, porque o ensino e a prática
norte do Paraná, por exemplo, o atletismo foi inclu- deste esporte em diferentes lugares atenderá aos obje-
ído no ambiente escolar de forma estruturada como tivos propostos para ele quando foi pensado, planeja-
uma disciplina da Educação Fundamental nos anos do e oferecido a determinado grupo de pessoas, sejam
iniciais, sendo trabalhado em forma de oficina e crianças, adolescentes, adultos ou idosos. Matthiesen
oferecido a todos os alunos que frequentam o perí- (2007), ao tratar deste assunto nos aponta questões
odo integral. Este trabalho é aliado à Secretaria de importantes sobre as dimensões educacionais do atle-
Esportes e Cultura, que organiza, em conjunto com tismo. A autora destaca que existem diferenças entre o
a Seduc (Secretaria de Educação do Município), objetivo de sua prática na escola e nos clubes, uma vez
eventos esportivos destinados a este público com o que, na escola o objetivo principal é a transmissão do
objetivo de ampliar as oportunidades da prática es- conhecimento construído historicamente. Já os clubes
portiva à clientela escolar. buscam a participação em competições, pois seu obje-
Em muitas realidades, porém, a relação do tivo é formar atletas profissionais. Todavia, os limites
atletismo com a prática de atividades relaciona- entre essas duas diferentes dimensões, algumas vezes
das à Educação Física caminha com o conjunto são sobrepostos, visto que competições entre escolas
de contradições pelas quais ela passa na aplicação são cada vez mais comuns.
real e cotidiana dos profissionais, por causa falta Resta-nos estar preparados para atuar nestes dife-
de conhecimento dos professores, desmotivando rentes espaços por meio da formação acadêmica con-
os alunos, além da falta de material que se coloca sistente, comprometida com a sociedade, buscando nos
como empecilho etc. atualizarmos, promovendo, sempre que tivermos opor-
O atletismo é visto pelos alunos, muitas vezes, tunidades, os ambientes que evidenciem o aprendiza-
como esporte pouco atrativo e “sem graça”. Tal do e a formação humana de forma ampla, exercitando
fato, por vezes, desmotiva professores, que não não só o corpo dos alunos/atletas, mas também e, ao
veem no ensino do atletismo um desafio e tam- mesmo tempo, a capacidade humana de pensar, refletir
bém não vislumbram um conteúdo capaz de ser e modificar. Assim, responderemos e contribuiremos
ensinado num contexto escolar, onde há dificul- profissionalmente em nossa área, que tanto tem cresci-
dades para incluir esse conteúdo em seus planos do com diversos profissionais cujo trabalho é feito com
de aula (MIRANDA, 2012, p. 177). excelência e compromisso social.

208
EDUCAÇÃO FÍSICA

TEMAS TRANSVERSAIS NO ATLETISMO:


TECNOLOGIA, DOPING E No atletismo, temos uma relação íntima entre
ESPORTE PARALÍMPICO esporte e tecnologia, e esta aproximação é que per-
mite, ultimamente, o avanço sempre maior dos re-
Tecnologia cordes alcançados pelos atletas. É claro que isto tudo
é associado ao esforço, ao treino e à determinação
O uso da tecnologia vem acompanhando o desen- de cada um dos atletas. Podemos iniciar nossas dis-
volvimento do esporte de alto rendimento com o cussões a respeito dos implementos, como a vara e
objetivo de cada vez mais colocar os atletas em me- ao dardo, que hoje são constituídos de materiais de
lhores condições de competição, seja durante o trei- última geração, levando o atleta a alcançar marcas
no, seja no momento da competição. Sabemos que cada vez melhores.
a tecnologia tem vasta colaboração no processo de Além dos equipamentos, também podemos
aprimoramento das capacidades humanas por meio observar a relevância da tecnologia nos setores de
do uso de diferentes materiais relacionados ao am- competição com espaços mais seguros para o lan-
biente esportivo. Cada modalidade pode utilizar di- çamentos de implementos, as atuais pistas de atle-
versos mecanismos externos disponíveis para o seu tismo feitas com material sintético (GUIMARÃES,
uso, estando eles dentro das normas de prática es- 2013). Nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012,
portiva daquele esporte em particular. utilizou-se um novo bloco de partida, ainda mais

209


sofisticado. De acordo com Miranda (2012), a saída Guimarães (2013) aponta que o atletismo, atual-
de bloco permite identificar se o atleta queimou a mente, possui um sistema completo de cronometra-
largada apenas medindo a pressão do seu pé sobre o gem. Dada a evolução deste aparato tecnológico cons-
painel. Mesmo que o atleta não tire a sola do bloco, o tatamos as incríveis marcas conquistadas pelos atletas.
simples movimento do corpo para frente será detec- Vale destacar que, a função que cada um desses equipa-
tado, sendo suficiente para efetuar a punição. mentos desempenha nas competições, contribui, para
As vestimentas também se modificaram com o aumento do prestígio da modalidade, uma vez que
o avanço da tecnologia, com o objetivo de propor- nenhum detalhe passa despercebido durante as com-
cionar o conforto necessário para o atleta, passou- petições. Logo, a notoriedade da exatidão de cada mo-
-se a utilizar tecidos leves, respiráveis e de secagem vimento realizado pelo atleta é fruto da busca constante
rápida. Por este motivo, o design das vestimentas pela excelência no desempenho em cada competição.
envolve estudos relacionados desde as matérias-pri- Para Sant’Anna (p. 3, 2001):
mas até todo próprio metabolismo do atleta” (FIL-
GUEIRAS; FANGUEIRO; RAPHAELLI, 2008). Já O cronômetro, o relógio, o visor, os registros
obtidos por computadores e pela ação de inú-
as sapatilhas utilizadas pelos atletas de atletismo,
meras câmeras fornecem ao esportista imagens
atualmente tendo sua fabricação amparadas pela e informações diversificadas sobre o seu corpo
tecnologia, são confeccionadas sob medida para os e o meio ambiente; à medida que o fazem, uma
atletas considerando desde a sua estrutura superior espécie de corpo virtual e técnico do esportista
até o solado, sendo inteiramente apropriados para o ganha uma importância inusitada, confunde-se
com o seu próprio corpo, ampliando-o e trans-
local que as provas ocorrem (GUIMARÃES, 2013).
formando captores, cintos, cronômetros, ócu-
los e muitos outros equipamentos especializa-
dos do esporte em extensões de seus membros,
de sua pele, de seus órgãos e de seus modos de
sentir e de pensar.

Os atletas da era digital têm um grande arsenal tec-


nológico a seu favor. Vários softwares ajudam no
desempenho dos atletas, mostrando até que ponto
eles conseguem chegar, e auxiliam também no trata-
mento de lesões que levariam meses para se curarem
completamente e cujo tratamento, com a ajuda da
tecnologia, dura somente algumas semanas. Softwa-
res que capturam as imagens dos treinos e jogos para
que os técnicos possam criar estratégias melhores e
mais efetivas. A tecnologia também ajuda na arbi-
tragem, com sensores e câmeras que captam todas
as ações (FILHO et al., 2013).

210
EDUCAÇÃO FÍSICA

A tecnologia não está somente nos softwares,


ela está em muitos outros produtos de uso va-
riado. Aqui temos alguns exemplos do quanto
a tecnologia tem se desenvolvido e colaborado
com o esporte.
Roupas sob medida: alguns atletas já podem
ter o seu corpo analisado por pesquisadores
e cientistas por meio de scanners 3D. Estes
analisam a geometria e a cinética do corpo.
Cientistas da Universidade de Cornell estão Doping
usando os bodyscanners, que chegam a detec-
tar cerca de 300 mil pontos do corpo da pes-
O uso de substâncias químicas para obter melhor
soa para desenvolver roupas e equipamentos
rendimento dos atletas é uma prática muito usada,
feitos sob medida.
apesar de ser proibida pela legislação esportiva. Em-
Robótica: os robôs criados com esta finalidade
bora os atletas saibam desta restrição, muitos deles
simulam movimentos de esportes como tênis ou
julgam ser benéfico e decidem correr o risco de usar
golfe, possibilitando o teste com equipamentos.
Um exemplo é o TrainerBot, um robô que auxilia as substâncias e serem flagrados num exame anti-
o treino do tênis de mesa e recebeu mais de US$ doping. Além disso, como mostram as pesquisas,
280 mil de aporte para a sua criação. mesmo as indicações mostrando os problemas gra-
Nanotecnologia: músculos artificiais que operam ves e os efeitos colaterais danosos em longo prazo
em altas temperaturas e feitos com nanotubos associados ao uso dessas substâncias, muitos atletas
de carbono já foram desenvolvidos por pesqui- pensam que o resultado glorioso momentâneo vale
sadores da Universidade do Texas para testes. a pena (DRUMOND, 2011).
Biomimética: em resumo, é a ciência imitan- Afinal, qual o conceito de dopagem e quan-
do a natureza e, para isso, pesquisadores, em do podemos dizer que um atleta usou alguma
busca de soluções esportivas, estão olhando substância caracterizando doping? Por que, hoje,
os animais. O caso mais famoso foi quando a
temos tantas substâncias incluídas na lista de
Speedo desenvolveu um maiô depois de um
medicamentos proibidos para o meio esportivo?
estudo da pele do tubarão, em que a água flui
Discutiremos um pouco sobre essas questões,
de maneira mais rápida pela vestimenta.
mas não pretendemos esgotar o assunto, pois é
Fonte: adaptado de HE: Labs (2019, on-line)1.
um campo vasto de pesquisas na área esportiva
que merece ser estudado e explorado por aqueles
que desejam se aprofundar neste conteúdo.

211


Para o Código Antidopagem do Movimen-


to Olímpico, o conceito de dopagem é o uso de
uma substância ou de um meio aplicados dire-
Você sabe o que é o Dilema de Goldman?
tamente no corpo do atleta e/ou pela ingestão de O dilema de Goldman, ou o dilema Goldman, é uma
substâncias proibidas. Tal uso tem a capacidade questão que foi colocada à elite de atletas pelo mé-
de elevar o seu desempenho, mas pode causar dico, osteopata e publicitário Robert Goldman: es-
o comprometimento da saúde dos atletas, colo- ses atletas tomariam uma droga que lhes garantiria
cando-os em risco (BAIRROS et al., 2011). grande sucesso no esporte, mas os levaria a morrer
A seguir, teremos, para conhecimento, depois de cinco anos! Os resultados desta pesquisa
uma lista de substâncias proibidas pela Agên- foram surpreendentes:
cia Mundial Antidoping (World Anti-doping • 212 atletas de atletismo foram pesquisados para
Agency). Essa lista vai muito além de anaboli- o Dilema de Goldman.

zantes, que são os mais conhecidos e divulga- • 1% dos atletas aceitariam a morte após cinco
anos.
dos pela mídia em geral.
• 5,5 e 6,8% aceitariam a morte após cinco anos se
o método (a “droga mágica”) fosse legal.
• S1 Agentes anabolizantes.
Fonte: adaptado de Wikipédia (on-line)3.
• S2 Hormônios e substâncias rela-
cionadas.
• S3 Beta-2 agonistas.
• S4 Agentes com atividade anties- Com tantas transformações, a medicina já produziu, hoje,
trogênica.
substâncias quase indetectáveis em exames antidopings
• S5 Diuréticos e agentes de masca-
por meio de terapia genética. O conceito clássico dessa te-
ramento.
rapia surgiu na década de 70, com o objetivo de substituir
• M1 Melhoria da transferência de
um gene defeituoso ou introduzir um novo gene nas célu-
oxigênio.
las de um indivíduo para curar ou modificar a condição de
• M2 Manipulação Química e Física.
uma doença.
• M3 Doping genético.

Do ponto de vista médico, a vedação da prática do do-


ping está justificada por ser prejudicial à saúde. Mas, se
(WADA, 2019, on-line, tradução dos autores)2
no passado, o esporte era concebido como um veículo
Uma pesquisa grandiosa trouxe ao mundo de moralidade, ou um meio para se chegar a um ideal
esportivo importantes revelações na primeira dé- superior, hoje, o fim perseguido pelo antidoping nada
cada do ano, revelando o perfil da nova geração mais é que manter a reprodução da esfera esportiva
de atletas, o que confirma o uso cada vez mais enquanto tal. O que sobreleva é que o esporte deixou
de ser identificado como uma escola de moralidade e,
frequente do doping entre atletas, até mesmo en-
agora, é ele que necessita de ser moralizado, para vol-
tre aqueles consagrados, levando-nos à seguinte tar a ser ele mesmo [...]. É no esporte – em especial o
reflexão: até que ponto vale a pena o uso de dro- esporte de alto rendimento –, que a busca pela exce-
gas no esporte para alcançar bons resultados? lência responde às demandas pela obtenção de novos

212
EDUCAÇÃO FÍSICA

recordes e a inserção do atleta em atividades


de maior brilho social e repercussão midiáti- O grande desafio enfrentado pelo antidoping no
ca; onde uma complexa indústria de entreteni- futuro, portanto, será o uso de terapias moleculares
mento se retroalimenta e mantém em alto ní- modernas, juntamente com formas exclusivas de
vel os indicadores de produtividade e lucro do produção de drogas, especialmente hormônios hu-
mundo desportivo. A utilização do ser humano
como objeto dessas conquistas, transgredindo
manos, de maneira que os tornem indetectáveis por
os conceitos de normalidade anatômica e fisio- abordagens de detecção direta.
lógica, suscita discussão sobre a manipulação O doping genético é o uso não terapêutico de
deliberada do atleta, que se submete a práticas células, elementos gênicos que venha a aumentar
extenuantes ou pré-moldadas, no intuito de
o desempenho físico do atleta por meio da terapia
obter novas realidades sociais e econômicas
(DRUMOND, 2011, p. 415-416). gênica (WORLD ANTI DOPING AGENCY, 2010).
A implicação das novas intervenções genéticas têm
De acordo com a WADA, o controle antidoping deve fascinado não só os pesquisadores, médicos e gene-
ocorrer durante o período das competições e entre ticistas, mas também treinadores e atletas que vi-
os eventos esportivos. O controle antidoping entre as sam o aprimoramento do desempenho atlético de
competições pode ser feita a qualquer momento (no parâmetros biológicos, tais como força, potência e
treinamento, na casa do atleta ou próximo a compe- fornecimento de oxigênio, além do tratamento e re-
tição) e consiste na identificação e quantificação de abilitação de lesões, para criar uma vantagem sobre
agentes anabólicos e com atividade antiestrogênica, os outros competidores (HUARD et al., 2003; HAIS-
beta-2-agonista, diuréticos e agentes mascarantes MA; DEHON, 2006; AZZAZY, 2010).
(WORLD ANTI DOPING AGENCY, 2009a). Em rela- Usando princípios básicos da terapia gênica, o
ção às metodologias analíticas empregadas no controle doping genético injeta genes diretamente no cor-
antidoping estabelecidas pela WADA, são divididas po do atleta utilizando métodos in vivo ou ex vivo
em 3 etapas: coleta da amostra, screening e confirma- (AZZAZY; MANSOUR; CHRISTENSON, 2005).
ção do resultado (WORLD ANTI DOPING AGEN- No método in vivo, a entrega do gene pode ser feita
CY, 2009a). Neste sentido, o controle do doping pode por métodos físicos, químicos ou biológicos, sendo
ser efetuado em amostra de urina, sangue ou ambos. este último o mais utilizado. Neste caso, utiliza-se
Durante a coleta é verificado algum tipo de manipu- vírus (retrovírus, adenovírus, vírus adeno-associa-
lação física ou química da amostra biológica (urina ou dos, lentivírus) como vetores que são modificados
sangue). A amostra biológica passa por um screening biologicamente para promover a inserção do gene
que é realizado através de imunoensaio, eletroforese artificial em células de um determinado órgão ou
de focalização isoelétrica (eritropoetina sintética), cro- tecido-alvo (SINN; SAUTER; MCCRAY JUNIOR,
matografia líquida (LC) e cromatografia gasosa (GC). 2005). A técnica de doping genético ex vivo envolve
Nos casos positivos, é refeito a mesma determinação a transferência, primeiramente, de genes para cé-
para algumas substâncias como a eritropoetina recom- lulas em meio de cultura e reintrodução para o te-
binante humana (rEPO) e os ensaios cromatográficos cido alvo do atleta. Uma vez implantada no atleta,
são realizados novamente com auxílio de um espectrô- essas células aumentam a expressão de hormônios
metro de massa tandem (MSn). e outras substâncias bioquímicas que aumentam o

213


seu desempenho físico (SINN; SAUTER; MCCRAY dalidades de inverno são 5 (Esqui alpino (que en-
JUNIOR, 2005). As estratégias adequadas que pode- globa o snowboard), Esqui cross country, Biathlon,
riam ser utilizadas para a detecção do doping gené- Hóquei e Curling em cadeira de rodas). Cada moda-
tico seria a análise direta do transgene, da proteína lidade tem o seu sistema de classificação funcional
transgênica e/ou do vetor utilizado para a introdu- ou oftalmológica para que as disputas sejam justas e
ção do transgene (BAUOTINA et al., 2008). equilibradas (CPB, 2021).
Diante disso, o doping genético é muito recente De maneira específica, o atletismo é um dos es-
e carece de mais estudos, pois novos genes serão al- portes que mais se destaca nas paralimpíadas, sen-
vos deste tipo de doping, o que implicará em novos do a modalidade que apresenta maior número de
riscos à saúde do atleta, bem como na criação de no- medalhas. A modalidade é composta por provas de
vas metodologias analíticas para evitar fraudes em pista, campo e rua destinadas para atletas do gênero
competições esportivas de alto nível. feminino e masculino com deficiência motora, visu-
Fonte: Bairros et al. (2011). al e intelectual. Há provas de corrida, saltos, lança-
mentos e arremessos separados em 19 classes espe-
Esporte paralímpico cíficas considerando o tipo de deficiência e o grau de
comprometimento.
O esporte paralímpico, é de fato um dos eventos espor- Seguindo o exemplo de Guttmann, nós enquan-
tivos mais emocionantes da atualidade. As Paralimpí- to profissionais de Educação Física, devemos fomen-
adas teve origem de uma ação muito nobre do médico tar e incentivar a prática de esportes, considerando
Ludwig Guttmann, que ao cuidar dos soldados sobre- a extrema importância para a saúde física e mental
viventes da segunda guerra mundial, notou no espor- da pessoa com deficiência. Os benefícios da prática
te adaptado uma forma de reabilitação. O objetivo de de atividade física são diversos, como o desenvolvi-
Guttmann era a reinserção desses soldados na socieda- mento intelectual, social e afetivo, além da elevação
de, como membros respeitáveis e produtivos. da autoestima e da autoconfiança.
A partir de então, o esporte paralímpico foi
crescendo, ganhando novas modalidades adapta-
das, além de criar uma modalidade específica para o
evento, conhecida como goalball, destinada apenas Nos Jogos Paralímpicos de Tóquio o Brasil en-
para atletas com deficiência visual. cerrou sua participação na competição ocu-
Atualmente, as paralimpíadas contam 22 moda- pando a sétima colocação no ranking de meda-
lidades nos Jogos de Verão (atletismo, basquete em lhas, totalizando 72. Com 22 ouros, 20 pratas
cadeira de rodas, bocha, canoagem, ciclismo, esgri- e 30 bronzes. Nas paralimpíadas de Londres
ma em cadeira de rodas, futebol de 5, goalball, hal- o Brasil também totalizou 72 medalhas, con-
terofilismo, hipismo, judô, natação, parabadminton, tudo, nos Jogos Paralímpicos de Tóquio mais
parataekwondo, remo, rúgbi em cadeira de rodas, medalhas de ouro foram conquistadas.
Fonte: https://www.cpb.org.br/
tiro com arco, tiro esportivo, tênis de mesa, tênis em
cadeira de rodas, triatlo e vôlei sentado ). Já as mo-

214
EDUCAÇÃO FÍSICA

Nesta unidade, nos aproximamos de textos muito importantes da atualidade para


conhecermos mais profundamente o esporte que propomos como disciplina aca-
dêmica, o atletismo. Desde os desafios a enfrentar, até o esporte paralímpico, é
preciso conhecer os temas que constroem essa disciplina tão desafiadora para os
profissionais da Educação Física.
Aliás, a busca constante por conhecimento já é o nosso primeiro desafio se op-
tarmos por trabalhar na formação que estamos buscando. O atletismo se conso-
lida como um esporte tecnológico, usando cada dia mais todas as oportunidades
para melhorar os seus recordes e marcas.
Sabemos que há muitos espaços que privilegiam o contato com esse esporte
de forma lúdica e didática, sem se preocupar prioritariamente com competições,
uma vez que o atletismo também tem muitos benefícios por trabalhar exclusiva-
mente com o corpo em movimento, promovendo a apropriação corporal. Se o
objetivo for priorizar o treinamento e as participações em competições, é preciso
organizar os planos de treinamento para favorecer a preparação dos atletas frente
às competições que foram selecionadas como objetivos.
Outra discussão presente no dia a dia dos profissionais de Educação Física atu-
antes na área esportiva é o uso de drogas e a fiscalização dos conselhos antido-
ping. Estas ações devem ser de pleno conhecimento dos treinadores que atuam
diretamente na formação esportiva dos atletas. Tais profissionais têm o dever de
discutir este assunto, orientando sobre os riscos para a saúde em curto, médio e
longo prazo.

Título: Paratodos
Ano: 2016
Sinopse: o documentário mostra a trajetória, a vida e os
desafios de atletas paralímpicos em fase de preparação
para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

215


Título: O Programa
Ano: 2016
Sinopse: Quando começa a carreira de ciclista, Lance Armstrong (Ben Foster) é conside-
rado inferior aos concorrentes por sua técnica e seu típico físico. Perseguindo a vitória a
qualquer custo, ele se junta ao programa de um médico italiano e passa a usar todos os
tipos de drogas experimentais para melhorar a sua performance. Rapidamente, Armstrong
se torna o melhor ciclista do mundo, vencendo sete edições do Tour de France, contando
com um indetectável esquema de doping e com a conivência das instituições esportivas.
Mas, um dia, a verdade por trás de suas conquistas é revelada ao público.

Título: Ícaro
Ano: 2017
Sinopse: Inicialmente, o cineasta americano Bryan Fogel pretendia usar “Ícaro” para
mostrar como é fácil burlar o sistema antidoping no ciclismo. No fim das contas, ele
acabou descobrindo muito mais. A partir de relatos do cientista russo Grigory Ro-
dchenov, ex-diretor do Centro de Antidopagem de Moscou, a produção escancara
o envolvimento do governo russo em casos de doping no atletismo, escândalo que
gerou a suspensão do país nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Agora que você pôde conhecer mais sobre o Atletis- Você pode ainda colaborar com seus alunos
mo e suas relações com o mundo tecnológico tanto de para que compreendam que por meio da tecnolo-
medicamentos quanto de aparelhos utilizados duran- gia no esporte muitas pessoas com necessidades
te as provas é possível fazer algumas inferências so- especiais tiveram oportunidade nunca imagina-
bre o assunto. A tecnologia é um caminho que abriu das, então todos esses apontamentos te servirão
possibilidades diversas para o esporte em termos de de auxílio para provocar seus grupos de trabalho
treinamento de alto nível principalmente, porém não sobre o esporte como ele é e como deveria ser.
podemos deixar de dizer que esse conhecimento deve Ofereça outras ferramentas ainda mais claras
ser pensado e depurado por você profissional de Edu- como depoimentos, vídeos, para que seja inter-
cação Física que irá atuar no mercado de trabalho nalizado esse conhecimento que também é para
e decidir até que ponto podemos usar a tecnologia vida, gerando uma ética profissional e ao mesmo
como fator de benefícios ou criadora de problemas. tempo pessoal nos alunos/atletas.

216
atividades de estudo

Estamos na reta final do nosso material de estudo e nesta unidade 5 vimos aspectos diversos no atletismo,
os desafios para sua prática pedagógica, os dois campos de atuação (licenciatura e bacharelado) e alguns
temas transversais tecnologia, doping e esporte paralímpico. Foram abordados tais aspectos compreen-
dendo os desafios do ensino do atletismo tanto por quem atua na área da licenciatura quanto no campo do
bacharelado, abordamos sobre o doping e a tecnologia no esporte. Vamos agora criar um mapa conceitual
para te auxiliar a relembrar pontos importantes do conhecimento dessa unidade, organizando sua reflexão
sobre o que foi estudado e para isso, destacamos os temas abaixo.
1. Desafios do ensino do atletismo
2. O atletismo no campo da licenciatura
3. O Atletismo no campo do bacharelado
4. Tecnologia no esporte
5. Doping
6. Esporte paraolímpico

217
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UNIDADE 1

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UNIDADE 3

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UNIDADE 5

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222
gabarito

UNIDADE 3

1. Alternativa correta E. I, III e IV.


A cultura indígena como qualquer outra cultura deve ser respeitada, para recuperar a prática e utili-
zação da cultura corporal de movimento por parte dos indígenas faz-se necessário aprender o salto
com vara tanto quanto um jogo de origem indígena.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018, p. 215.
2. Alternativa correta
B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
3. Alternativa correta
E. I, II, III e IV.

UNIDADE 4

Descrição da imagem: Imagem representando os conteúdos estudados. No centro há um retângulo com a escrita: lançamentos e arre-
messos. Dele, saem seis linhas indicando os sub conteúdos, são eles: (1) Arremesso de peso; (2) Método analítico (fases); (3) Lançamen-
to de disco; (4) Lançamento de martelo; (5) Lançamento de dardo; (6) Diferença entre eles.

UNIDADE 5

Espera-se que o aluno entenda as principais discussões dessa unidade e consiga fazer interlocuções
com outros assuntos abordados no decorrer do material. O processo de formação pode ser variável,
em uma prova pode ser exigida o máximo de velocidade em um mínimo de tempo, enquanto em
outra pode ser exigida um esforço prolongado por um tempo também longo.
O entendimento desses temas faz-se essencial, independente de onde quer que seja sua prática
profissional, afinal tanto professor quanto técnico estarão atuando em frentes de ações totalmente
pertinentes a esses temas propostos.

223

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