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R e v i s t aB r a s i l e i r ad e
FISIOLOGIA
DO EXERCÍCIO
BrazilianJournalofExercisePhysiology
Órgão Ocial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
20 anos
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Sumário
Editorial
Importância da multidisciplinaridade na prescrição do exercício físico
Marvyn de Santana do Sacramento, Victor Barbosa dos Santos, Jefferson Petto................................... 80-81
Artigos em destaque
Exercício aquático e modulação autonômica cardíaca de mulheres na pós-menopausa
com diabetes tipo 2
Eduardo Federighi Baisi Chagas, Angélica Cristiane Cruz, Pedro Henrique Rodrigues,
Cristiano Sales Silva, Robison José Quitério..................................................................................................82-94
Artigos originais
Exercício multicomponente associado a dupla tarefa: efeitos no desempenho
físico funcional e mobilidade de idosos
Janine Carvalho Valentino Camargos, Milena Razuk, Kathisuellen Reis Assis, Alex Tomé,
Natalia Madalena Rinaldi................................................................................................................................95-103
Análise dos sistemas de controle do equilíbrio em idosos praticantes das modalidades
ioga, ginástica e alongamento do Serviço de Orientação ao Exercício de Vitória/ES
Jean Leite Cruz, Milena Razuk, Victor Anthony Mendes Ferreira, Leonardo Araujo Vieira,
Natalia Madalena Rinaldi..............................................................................................................................104-113
Efeito agudo de diferentes métodos de alongamento em crianças dançarinas clássicas
Renata Nascimento, Mariana Desiree, Estevão Rios Monteiro, Aline Ribeiro, Natália Reis,
Leandro Sant’Ana, Jeferson Vianna, Jefferson Novaes, Amanda Brown..............................................114-123
Associação entre fragilidade e doença arterial periférica
Sérgio Ribeiro Barbosa, Natália Rodrigues dos Reis, Henrique Novais Mansur.................................124-133
Relação entre variáveis antropométricas e hemodinâmicas em servidores públicos de Sergipe
Patrícia Morgana Ferreira Santos, Lúcio Marques Vieira Souza, Jymmys Lopes dos Santos,
Matheus Amarante do Nascimento, Clésio Andrade Lima, Ricardo Aurélio Carvalho Sampaio.....134-140
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - volume 19 - número 2
Revisões
Intervenções cinesioterapêuticas na mobilidade diafragmática de pacientes
com doença pulmonar obstrutiva crônica: revisão sistemática
Gilson Rosa de Jesus, Milena Santos Peixoto, Sidney de Souza Oliveira..............................................141-153
Metabolismo dos ácidos graxos, complicações secundárias e efeitos do
exercício físico: revisão integrativa
Djeyne Silveira Wagmacker, Alice Miranda de Oliveira, Edna Conceição de Oliveira, Alan Carlos Nery
dos Santos, Luiz Erlon Araújo Rodrigues, Ana Marice Teixeira Ladeia................................................154-171
Comentário
Comentário sobre: Bente Klarlund Peddersen, Atividade física e
interação-ação músculo-cérebro
Leandro Paim da Cruz Carvalho, Jorge Luiz de Brito Gomes...............................................................172-177
Como citar: Sacramento MS, Santos VB, Petto J. Importância da multidisciplinaridade na prescrição do exercício
open acess físico. Rev Bras Fisiol Exerc 2020;19(2):80-81. DOI: https://doi.org/10.33233/rbfe.v19i2.4063 80
Correspondência: Marvyn de Santana do Sacramento. Av. Anita Garibaldi, 1815 , CME, Sala 13. Ondina, Salvador
- BA, 40170-130. E-mail: marvynsantana@gmail.com
Sacramento et al. 81
Multidisciplinaridade na prescrição do Exercício
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Como citar: Chagas EFB, Cruz AC, Rodrigues PH, Silva CS, Quitério RJ. Exercício aquático e modulação
open acess autonômica cardíaca de mulheres na pós-menopausa com diabetes tipo 2. Rev Bras Fisiol Exerc 2020;19(2):82- 82
94. DOI: https://doi.org/10.33233/rbfe.v19i2.3120
RESUMO
Objetivo: Investigar o efeito de 12 semanas de um programa de exercícios aquáticos na
modulação autonômica cardíaca pelo índice de variabilidade da frequência cardíaca
(VFC) de mulheres com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) na pós-menopausa. Métodos:
Um ensaio clínico randomizado foi realizado em 25 mulheres com idade entre 51 e 83
anos, dividido em grupo de exercício (GE) (n = 13), submetido por 12 semanas a duas
sessões semanais de 50 minutos cada, e grupo controle (GC) (n = 12) sem exercício.
Resultados: Em relação à modulação autonômica cardíaca, foi observada interação sig-
nificativa para os valores de TINN (ms) indicando um pequeno aumento no GE, mas
principalmente uma redução no GC. A análise de regressão também apontou o efeito
do exercício aquático na redução da razão LF/HF, após o controle de covariáveis pres-
são arterial diastólica e dislipidemia. Conclusão: O exercício aquático teve um efeito
significativo na redução do risco cardiovascular, principalmente em relação à glicemia
e obesidade abdominal, o que pode representar um efeito protetor do exercício na pro-
gressão da disfunção autonômica, mas seu efeito na modulação autonômica parece
depender de maior volume e tempo com exercícios aquáticos.
ABSTRACT
Objective: Investigating the effect of 12 weeks of an aquatic exercise program on car-
diac autonomic modulation by heart rate variability index of postmenopausal women
with type 2 diabetes mellitus (T2DM). Methods: A randomized clinical trial was perfor-
med in 25 women aged 51 to 83 years, divided into exercise group (EG) (n = 13) submit-
ted for 12 weeks to two weekly sessions of 50 minutes each, and control group (CG) (n
= 12) without exercise. Results: Regarding cardiac autonomic modulation significant
interaction was observed for TINN values (ms), indicating a slight increase in EG, but
mostly a reduction in CG. The regression analysis also pointed effect of aquatic exercise
on reducing the LF/HF ratio, after controlling for covariates diastolic blood pressure
and dyslipidemia. Conclusion: The aquatic exercise had a significant effect on the re-
Recebido: 31 de julho de 2019; Aceito: 9 de março de 2020.
Correspondência: Eduardo Federighi Baisi Chagas, Rua Humaitá, 190 casa 8, 17513-160 Marília, SP. E-mail:
efbchagas@gmail.com
Chagas et al. 83
Exercício aquático e modulação autonômica
Introdução
Material e métodos
Variáveis do estudo
Protocolo de intervenção
Análise estatística
Resultados
Morbidade
Hipertensão 100,0 76,9 0,220
Obesidade abdminal (CC) 75,0 92,3 0,322
Obesidade global (IMC) 41,7 69,2 0,174
Osteoartrite 66,7 46,2 0,593
Dislipidemia 50,0 46,2 0,851
Osteoporose 25,0 15,0 0,645
Artrite 8,3 23,1 0,428
Medicação
Beta-bloqueador 33,3 38,5 0,794
ECA 66,7 53,8 0,688
BCC 25,0 7,7 0,322
Metformina 100,0 100,0 -
Insulina 8,3 15,4 0,595
Para comparação de média o p-valor foi calculado pelo teste t não pareado; para distribuição da
frequência relativa (%) p-valor foi calculado pelo teste exato de Fisher. BCC = Bloqueadores dos
canais de cálcio; CC = Circunferência da cintura; ECA = Inibidores da enzima de conversão da
angiotensina; IMC = Índice de massa corporal IMC.
88
Rev Bras Fisiol Exerc 2020;19(2):82-94
Tabela II - Média e desvio padrão (DP) dos fatores de risco cardiovascular e índices de varia-
bilidade da frequência cardíaca para os grupos controle e intervenção nos momentos pré e
pós-intervenção.
Intera-
Pré Pós Pré Pós Tempo Grupo
ção
Variáveis Média ±DP Média ±DP Média ±DP Média ±DP p-valor p-valor p-valor η2
0,002
GL (mg/dL) 158,6 ± 39 182,5± 44 † 135,5 ± 32 112,0 ± 15 † 0,973 0,0001 * 0,566
**
0,025
IMC (kg/m2) 29,9 ± 7,9 30,1 ± 8,0 31,0 ± 6,1 30,4 ± 3,9 † 0,784 0,0001 * 0,439
***
CC (cm) 88,0 ± 29 89,7 ± 30 † 99,6 ± 9,1 96,4 ± 8,1 † 0,071 0,303 0,0001 * 0,621
PAS (mmHg) 121,5 ± 13 123,5 ± 12 128,6 ± 22 130,8 ± 17 0,494 0,255 0,968 0,001
PAD (mmHg) 77,0 ± 14 73,3 ± 8,9 80,4 ± 8,6 75,3 ± 7,6 0,087 0,407 0,766 0,004
FC (bpm) 71,9 ± 10,7 71,8 ± 10,2 67,0 ± 11,1 68,6 ± 11,9 0,510 0,362 0,449 0,025
RMSSD (ms) 15,7 ± 11,2 13,9 ± 9,0 18,0 ± 8,5 20,2 ± 10,9 0,897 0,25 0,254 0,056
TINN (ms) 92,0 ± 50,1 62,5 ± 35,4 † 86,1 ± 55,2 90,3 ± 52,2 0,113 0,55 0,039 * 0,173
LF (ms )
2
111 ± 125 80,9 ± 69 289 ± 351 272 ± 225 0,565 0,031 0,876 0,001
LF/ HF (ratio) 1,79 ± 1,3 2,73 ± 2,8 2,96 ± 3,2 2,74 ± 2,8 0,495 0,541 0,271 0,052
SD1 (ms) 11,1 ± 8,0 9,9 ± 6,4 12,8 ± 6,0 14,3 ± 7,7 0,905 0,251 0,26 0,055
SD2 (ms) 30,3 ± 13,8 24,9 ± 12,8 39,1 ± 24,8 39,3 ± 17,9 0,409 0,093 0,378 0,034
p≤0,05 efeito significativo de interação entre grupo e tempo; **p≤0,05 diferença significativa
entre os grupos; ***p≤0,05 efeito significativo do tempo. †p = 0,05 diferenças significativas em
relação ao momento pré-intervenção dentro de cada grupo pelo teste Post-Hoc de Bonferroni.
η2 (tamanho do efeito); CC = Circunferência da cintura; FC = Frequência cardíaca (FC); GL =
Glicemia de jejum (GL); IMC = Índice de massa corporal (IMC); PAD = Pressão arterial diastóli-
ca; PAS = Pressão arterial sistólica.
Tabela III - Análise de regressão linear do efeito das covariáveis e do grupo sobre a a variação
delta (Δ) dos índices de variabilidade da frequência cardiáca.
Coeficiente de regressão
Discussão
ção significativo apenas nos valores de TINN (ms), com discreto aumento no GE
e redução no GC. A análise de regressão indicou um possível efeito do exercício
aquático na redução dos valores da razão LF / HF, mas esse efeito foi dependente
da presença de dislipidemia e reduções na PAD.
Apesar do aumento da maioria dos índices lineares de VFC (RMSSD, SD1
e SD2) no GE, estes não foram confirmados por análise estatística. Isso ocorre
porque o efeito do exercício na modulação autonômica cardíaca parece ser de-
pendente da sobrecarga e o tempo de intervenção com exercício [24]. Portanto,
a baixa adesão (65%) da participação em sessões de treinamento pode ter in-
fluenciado o efeito do exercício aquático na modulação autonômica. Entretan-
to, ao considerar a alta prevalência de comorbidades na população de mulheres
na pós-menopausa com diabetes tipo 2, a baixa adesão aos programas de exercí-
cios reflete uma realidade clínica, pois esses pacientes precisam se afastar com
frequência para comparecer em consultas médicas, bem como para ajudar no
cuidado de familiares [25].
Entre os estudos que mostraram efeito significativo de 12 semanas de
exercício físico de intensidade moderada a vigorosa na modulação autonômi-
ca cardíaca, o uso de três sessões semanais mostra-se um aspecto importante
[12,26,27], o que indica que uma frequência semanal mais alta pode contribuir
positivamente para a melhoria da modulação autonômica. Deste modo, o au-
mento da frequência semanal tem relação com a amplitude da melhora da mo-
dulação autonômica cardíaca [28], indicando a importância desse componente
da carga de exercício nas adaptações observáveis na modulação autonômica
cardíaca. Porém, em nenhum desses estudos foi observado o uso de exercícios
aquáticos.
Assim, duas sessões semanais podem não ser suficientes para observar
um efeito significativo na modulação autonômica cardíaca após 12 semanas de
intervenção, com exercícios de moderado a vigoroso, principalmente quando há
baixa adesão às sessões de treinamento, conforme encontrado neste estudo. Por
outro lado, no caso de uma intervenção de exercício aquático [13,14] ou na terra
[11,29] em longo prazo, duas sessões semanais de intensidade moderada a vigo-
rosa foram observados efeitos significativos na melhora da modulação cardíaca
autonômica. Assim, o efeito do exercício de moderado a vigoroso na modulação
autonômica se mostra dependente da relação entre o tempo de intervenção e a
frequência semanal de sessões de exercício.
Outro fator que pode influenciar o efeito da intervenção com o exercício
aquático na adaptação da resposta da modulação autonômica cardíaca, são os
valores observados na linha de base, que também estão relacionados à condição
de saúde do paciente. Observou-se pela análise de regressão que os valores re-
duzidos na linha de base estavam relacionados a maiores variações dos valores
de TINN e SD2. Essa relação também pode ser observada em outros estudos de
intervenção com exercícios [30-32], nos quais os efeitos de maior amplitude na
modulação autonômica cardíaca ocorreram naqueles indivíduos com valores
reduzidos na linha de base e foram associados à presença de condições patoló-
gicas.
A análise de regressão também indicou que fatores como dislipidemia e
variações na CC, PAS e PAD também podem influenciar significativamente os
ajustes da VFC. Efeito significativo da dislipidemia na redução dos valores de LF
(nu) e da relação LF/HF. Embora a presença de dislipidemia e baixa VFC esteja
relacionada a um maior risco cardiovascular, a relação entre lipídios séricos e
Chagas et al. 91
Exercício aquático e modulação autonômica
Conclusão
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Exercício aquático e modulação autonômica
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Como citar: Camargos JCV, Razuk M, Assis KR, Tomé A, Rinaldi NM. Exercício multicomponente associado a
open acess dupla tarefa: efeitos no desempenho físico funcional e mobilidade de idosos. Rev Bras Fisiol Exerc 2020;19(2):95- 95
103. DOI: https://doi.org/10.33233/rbfe.v19i2.3647
RESUMO
Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar o efeito da dupla tarefa em um proto-
colo de treinamento nos componentes de Desempenho físico Funcional e mobilida-
de de idosos Métodos: Trinta idosos (vinte e três mulheres e sete homens; 66,48 ± 3,85
anos) foram distribuídos em três grupos randomizados: grupo de atividade física
multicomponente (AM), grupo de tarefas duplas (DT) e grupo controle (GC). Os par-
ticipantes foram avaliados antes do treinamento e após 12 semanas de treinamento
com os seguintes testes: Mini Exame do Estado Mental, para avaliação das funções
cognitivas, bateria de teste AAHPERD - American Alliance for Health, Physical Edu-
cation, Recreation and Dance, para avaliação de cinco capacidades funcionais, Timed
Up and Go, para avaliação da mobilidade funcional e o questionário de Baecke para
avaliar o nível de atividade física. Os grupos AM e DT realizaram o mesmo protocolo
de treinamento de múltiplos componentes, no entanto, o grupo DT realizou simul-
taneamente com uma segunda tarefa cognitiva. Resultados: Os grupos que realiza-
ram o protocolo de treinamento melhoraram alguns aspectos do desempenho físico
funcional e da mobilidade em comparação ao GC (p < 0,01). Não foi encontrada dife-
rença entre os grupos DT e AM. Conclusão: A realização de duas tarefas simultâneas
em um protocolo de treinamento não parece influenciar a capacidade funcional e a
mobilidade..
ABSTRACT
Objective: The aim of this study was to verify the effect of dual task in a training
protocol in the components of physical Functional Performance and mobility of ol-
der adults Methods: Thirty older adults (twenty-three female and seven males; 66.48
±3.85 years) were distributed into three randomized groups: Multi-component phy-
sical activity group (MC), Dual Task Group (DT) and Control Group (CG). Participants
were assessed before training and after 12 weeks of training with the following tests:
Mini Mental State Examination, for evaluation of cognitive functions, AAHPERD test
battery - American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance,
for evaluation of five physical Functional Performance components, Timed Up and
Recebido em: 13 de Dezembro de 2019; Aceito em: 16 de Março de 2020.
Correspondência: Janine Carvalho Valentino Camargos, Centro de Educação Física e Desportos, Av. Fernando Fer-
rari, 514,Goiabeiras 29075-910 Vitória/ES. E-mail: janinevalentino@hotmail.com
Camargos et al. 96
Exercício multicomponentes e dupla tarefa
Go, for evaluation of functional mobility and The Baecke Questionnaire to assess the
level of physical activity. Both MC and DT groups performed the same multi-compo-
nents training protocol, however DT group performed simultaneously with a second
cognitive task. Results: The groups that performed the training protocol improved
some aspects of physical Functional Performance and mobility compared to the CG
(p < 0.01). No difference was found between the DT and MC groups. Conclusion: Per-
forming two simultaneous tasks in a training protocol does not seem to influence the
functional capacity.
Introdução
Metodos
Participantes
Procedimentos
Protocolo de treinamento
Análise estatística
Resultados
Características da amostra
Tabela I - Média e desvio padrão (entre parênteses) da idade e características clínicas dos gru-
pos controle (GC), atividade multicomponente (AM) e dupla tarefa (DT).
Características CG MC DT P-valor
Idade (anos) 66,1 (3,4) 67 (4.29) 65,8 (4,1) 0,7
Questionário de Baeke (pontos) 1.58 (0,51) 1,45 (0.59) 1,69 (0,38) 0,6
Mine exame do estado mental (pontos) 24 (1,56) 24,7 (1,33) 24,2 (1,47) 0,55
*p ≤ 0,05
Figura 1 - Média e desvio padrão dos grupos controle (GC), multicomponentes (MC) e dupla
tarefa (DT) nas seguintes variáveis de desempenho funcional físico: flexibilidade (A), coorde-
nação (B), agilidade / equilíbrio dinâmico (C), resistência à força (D) e resistência aeróbica (E).
*p ≤ 0,05
Figura 2. Média e desvio padrão dos grupos controle (GC), multicomponente (MC) e dupla tare-
fa (DT) na variável mobilidade, TUG (A), TUG cognitivo (B) e TUG motor (C). *
Discussão
A segunda tarefa proposta no protocolo deste estudo pode não ter sido
suficientemente complexa para gerar um efeito no desempenho físico. O pro-
cesso de envelhecimento causa deterioração no sistema nervoso central; no en-
tanto, essas alterações são limitadas a processos mais complexos, como a fun-
ção executiva, que se refere à capacidade de planejar estratégias [29], portanto,
talvez a diferença entre os protocolos não tenha sido encontrada porque a se-
gunda tarefa não foi complexa o suficiente para gerar respostas. Uma possível
limitação do estudo foi a baixa complexidade da segunda tarefa no protocolo de
treinamento e o tempo de treinamento. Assim, para estudos futuros, sugerimos
uma maior complexidade da segunda tarefa e um aumento no tempo total de
treinamento.
Conclusão
Referencias
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Como citar: Cruz JL, Razuk M, Ferreira VAM, Vieira LA, Rinaldi NM. Análise dos sistemas de controle do equilíbrio
open acess em idosos praticantes das modalidades ioga, ginástica e alongamento do Serviço de Orientação ao Exercício de 104
Vitória/ES. Rev Bras Fisiol Exerc 2020;19(2):104-13. DOI: https://doi.org/10.33233/rbfe.v19i2.3642
Jean Leite Cruz1, Milena Razuk1, Victor Anthony Mendes Ferreira1, Leonardo Araujo
Vieira1,2, Natalia Madalena Rinaldi1
1. Laboratório de Análise Biomecânica do Movimento (Bio.Mov), Centro de Educação Física e Desportos, Universidade Federal
do Espírito Santo – CEFD/UFES, ES, Brasil.
2. Prefeitura Municipal de Vitória, ES, Brasil.
RESUMO
Diferentes intervenções motoras têm sido amplamente investigadas no controle do
equilíbrio em idosos. Entretanto, ainda não está elucidado qual o tipo de interven-
ção motora que promove melhoras nos sistemas de controle do equilíbrio em idosos.
O objetivo do estudo foi comparar diferentes intervenções motoras do sistema de
controle do equilíbrio em idosos. Participaram do estudo 56 idosos, distribuídos em
grupo sedentário (SED), grupo ginástica (GG), grupo ioga (GI) e grupo alongamen-
to (GA). Os participantes foram avaliados através da ferramenta Balance Evaluation
System Test (BESTest), desenvolvida para avaliar seis itens do sistema de controle do
equilíbrio. As variáveis analisadas no estudo foram as pontuações obtidas em cada
um dos itens do BESTest. Os resultados mostraram que o GG e GI apresentaram va-
lores maiores no BESTest comparado ao grupo SED. Ainda, para os itens estabilidade
da marcha e limites de estabilidade apresentaram valores maiores comparados aos
demais itens do BESTest. A conclusão do estudo é que idosos praticantes de ginástica
e de ioga, modalidades oferecidas pelo Serviço de Orientação ao Exercício (SOE) tem
capacidade de promover benefícios ao sistema de controle do equilíbrio em idosos
ABSTRACT
Different motor interventions have been widely investigated in balance control in
elderly. However, it is not yet clear which type of motor intervention promotes im-
provements in balance control systems in the elderly. The aim of this study was to
compare different motor interventions of the balance control system in elderly. Fif-
ty-six elderly people participated in the study, distributed in sedentary group (SED),
gymnastic group (GG), yoga group (GI) and stretching group (GA). Participants
were evaluated using the Balance Evaluation System Test (BESTest) tool, designed
to evaluate six items of balance control systems. The variables analyzed in the study
were the scores obtained in each of the BESTest items. The results showed that GG
and GI presented higher values in BESTest compared to the SED group. Even more,
for the item gait stability and stability limits presented higher values compared to
the other BESTest items. The conclusion of the study is that elderly gymnastics and
yoga practitioners, modalities offered by the Exercise Guidance Service (SOE) can pro-
mote benefits to the balance control system in elderly.
Introdução
Material e métodos
Participantes
Procedimentos experimentais
Análise estatística
Resultados
significativa para grupo F3,52 = (4,421, p < 0,008). Tests post hoc revelaram que
GG (27,14 ± 2,79) e GI (27,38 ± 2,46) apresentaram maior pontuação comparado
ao SED (23,85 ± 3,65).
Tabela II - Média e desvio padrão das características antropométricas, nível de atividade física
pelo Questionário de Baecke Modificado para Idosos e MiniMental para o grupo ativo: GA, GG
e GI e sedentário (SED).
Idade (anos) Massa (kg) Estatura (m) Baecke MiniMental
Grupo
(pontos) (pontos)
Alongamento (GA) 73,00±5,12 64,54±10,21 1,56±0,06 3,54±1,99 26,66±2,46
Ginástica(GG) 67,36±6,74 61,59±7,59 1,57±0,04 5,26±3,30 27,14±2,79
Ioga (GI) 65,16±5,14 61,51±6,52 1,61±0,03 4,35±3,30 27,38±2,46
Sedentário (SED) 68,92±6,53 77,71±18,37 1,61±0,09 2,39±0,85 23,85±3,65
Total 68,82±6,47 66,65±13,41 1,59±0,06 3,90±2,47 26,25±3,14
Figura 1 - Média e desvio padrão dos itens do BESTest: restrições biomecânicas, limites da esta-
bilidade/verticalidade, ajustes posturais antecipatórios, respostas posturais, orientação senso-
rial, estabilidade da marcha para o grupo ativo: GA, GG e GI e sedentário (SED).
Discussão
do treinamento. Dessa forma, um treino que ofereça esse controle pode vir a
fornecer dados mais precisos sobre as alterações e adaptações promovidas aos
participantes.
Conclusão
Referências
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Como citar: Nascimento R, Desiree M, Monteiro ER, Ribeiro A, Reis N, Sant´Ana L, et al. Efeito agudo de
open acess diferentes métodos de alongamento em crianças dançarinas clássicas. Rev Bras Fisiol Exerc 2020;19(2):114- 114
23. DOI: https://doi.org/10.33233/rbfe.v19i2.3266
Renata Nascimento1, Mariana Desiree1, Estêvão Rios Monteiro1, Aline Ribeiro2,3, Natália
Reis2, Leandro Sant’Ana2, Jeferson Vianna2, Jefferson Novaes1,2, Amanda Brown1,3,4
1. School of Physical Education and Sports, Federal University of Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.
2. Faculty of Physical Education and Sports, Federal University of Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
3. Faculty of Physical Education, UNIFAA - Center University of Valença, Brasil.
4. Faculty of Medicine, Federal University of Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.
RESUMO
Introdução: Os dançarinos utilizam exercícios de alongamento na preparação e fi-
nalização de treinamentos e atividades para aumentar a flexibilidade. O objetivo do
presente estudo foi comparar dois métodos de alongamento na amplitude de movi-
mento passiva (AMP) da flexão do quadril no curso do tempo em crianças dança-
rinas clássicas. Métodos: Vinte e uma crianças do sexo feminino foram recrutadas
para o estudo e cada participante visitou o laboratório em duas ocasiões durante três
dias, com pelo menos 24 horas entre as visitas. As participantes foram distribuídas de
forma randomizada para investigar os efeitos de três condições: controle (GC), alon-
gamento estático (AE) e facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) aplicada
na posterior de coxa, unilateralmente, na flexão passiva do quadril por 60 segundos.
Resultados: Não houve diferença estatística para GC (F = 0,716; p = 0,552), AE (F =
0,536; p = 0,662) e FNP (F = 1,713; p = 0,191). Conclusão: Os resultados encontrados no
presente estudo indicam que diferentes métodos de alongamento podem promover
aumentos na flexão do quadril e AMP sem diferença entre os métodos.
Palavras-chave: Flexibilidade, Dança, Crianças.
ABSTRACT
Introduction: Dancers use to do stretching exercises to increase flexibility in the
preparation and completion of training and activities. The purpose of the present
study was to compare two methods of passive stretching of hip flexion in classical
dancer children. Methods: Twenty-one female’s children were recruited for the stu-
dy, and each participant visited the laboratory on two occasions during three-days
at least twenty-four hours between visits. A randomized within-subject design used
to investigate the effects of three conditions: control (CG), static stretching (SS),
and proprioceptive neuromuscular facilitation (PNF) applied to the posterior thi-
gh, unilaterally, on passive hip flexion (HF) with 60-seconds. Results: There were no
statistical differences for CG (F = 0.716; p = 0.552), SS (F = 0.536; p = 0.662) and PNF (F
= 1.713; p = 0.191). Conclusion: The results found in the present study indicate that
different stretching methods can promote increases in HF and PROM without diffe-
rence between methods.
Key-words: Flexibility, Dancing, Youngster.
Introdução
Material e métodos
Participantes
Procedimentos
Análise estatística
Resultados
Discussão
Tirlonil et al. [38] diferem dos nossos em virtude das populações. Esse fato nos
leva a acreditar que intervenções com maiores volumes são necessárias para
crianças dançarinas clássicas. Dantas [1] indica que as crianças do sexo femini-
no são mais flexíveis quando comparadas aos homens ou quando comparadas
aos adultos.
Alguns estudos indicam que os ganhos de flexibilidade dependem do
número de séries por sessões realizadas [41,42]. Por exemplo, Gama et al. [41]
analisaram o número diferente de séries de FNP em três grupos de alongamen-
tos que receberam a intervenção cinco dias por semana, durante duas semanas
consecutivas, alternada em relação à frequência com uma, três e seis manobras
por sessão com a técnica de segurar-relaxar na flexibilidade posterior da coxa.
Os resultados indicaram que a flexibilidade aumenta em todos os protocolos
experimentais quando comparados ao grupo controle, mas não houve diferença
significativa entre os protocolos experimentais. No entanto, os sets múltiplos
(três e seis sets) foram melhores para os resultados da amplitude de movimento
passiva em comparação com o grupo de sets únicos, indicando dependência da
dose entre a flexibilidade e o número de sets.
Gama et al. [42] confirmam e indicam uma dependência de sessão para
flexibilidade. Os autores testaram dois intervalos diferentes entre as sessões,
24 horas (total de cinco sessões por semana) e 48 horas (total de três semanas
por sessão). Não observaram diferenças estatísticas entre os intervalos após 10
sessões de FNP para a coxa posterior.
No entanto, os resultados indicaram uma tendência de maiores volumes
serem mais eficientes para ganhos de flexibilidade, uma vez que o grupo que
realizou cinco sessões de alongamento por semana indicou ganhos com menos
sessões. Em contraste, Bandy et al. [43] avaliaram 93 participantes na frequên-
cia ideal de alongamento da musculatura posterior da coxa e não encontraram
diferenças significativas entre uma e três sessões de alongamento por dia.
Em nosso conhecimento, este é o primeiro estudo que avaliou a ampli-
tude articular passiva de crianças dançarinas, bem como o seu efeito do curso
de tempo dos ganhos de flexibilidade. No entanto, Škarabot et al. [30] compa-
raram o efeito do curso do tempo da AE e do foam rolling, tanto no desempe-
nho isolado quanto na combinação deles. Os autores encontraram aumentos
na amplitude de movimento passiva de dorsiflexão para todos os protocolos
experimentais, que permaneceram por até 20 minutos.
Da mesma forma, Monteiro et al. [44] compararam o efeito do curso do
tempo de foam rolling e massagem na amplitude de movimento passiva de fle-
xão e extensão do quadril e também encontraram aumentos na amplitude de
movimento do quadril por até 20 minutos. Embora sejam técnicas diferentes,
ambos os estudos estão de acordo com os achados do presente estudo, que ob-
servaram a tendência da amplitude de movimento passiva do quadril por até 20
minutos.
Diferentemente dos dois estudos, o presente estudo comparou a eficácia
de dois métodos e observou que a técnica de contrato-relaxamento (FNP) parece
ser mais eficiente para a amplitude de movimento passiva de flexão do quadril.
O efeito do curso do tempo é importante tanto para a reabilitação quanto para
a especificidade do balé, pois é necessário entender a duração dos resultados
encontrados após as técnicas de alongamento.
Ao longo do tempo, para verificar os efeitos diferentes dos exercícios de
alongamento nas atividades esportivas, os estudos testam diferentes técnicas
Nascimento et al. 121
Alongamento em crianças dançarinas clássicas
Conclusão
Agradecimentos
Os autores agradecem a todos os voluntários por sua participação
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Como citar: Barbosa SR, Reis NR, Mansur HN. Associação entre fragilidade e doença arterial periférica. Rev
open acess Bras Fisiol Exerc 2020;19(2):124-133. DOI: https://doi.org/10.33233/rbfe.v19i2.3891 124
Sergio Ribeiro Barbosa¹ , Natália Rodrigues dos Reis² , Henrique Novais Mansur³
1. Faculdade de São Lourenço, Departamento de Educação Física, São Lourenço, MG, Brasil.
2. Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brasil.
3. Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais, Departamento Acadêmico de Educação – DAE, Núcleo de Educação Física e Saúde, Rio
Pomba, MG, Brasil.
RESUMO
Introdução: Fragilidade tem sido associada com hábitos de vida, doenças crônicas,
alterações genéticas e níveis elevados de proteínas pró-inflamatórias, justificando a
emergente relação proposta entre Fragilidade e doenças cardiovasculares. Objetivo:
Investigar fatores clínicos e sociodemográficos associados à Fragilidade, enfatizan-
do-se a relação com a doença arterial periférica. Métodos: Foram analisados pron-
tuários de 76 pacientes, considerando-se valores do Índice Tornozelo-Braquial (ITB),
Fragilidade, variáveis sociodemográficas e clínicas. Após análise descritiva, testou-
-se as diferenças pelo teste Qui-quadrado, t de Student e Post Hoc de Tukey, quan-
do apropriado. Considerou-se p < 0,05 para diferenças significativas. Resultados: A
prevalência de frágeis foi de 22,3% e de pré-frágeis 47,3%. Fragilidade associou-se
ao sexo feminino, hipertensão arterial, dislipidemia e ao analfabetismo funcional.
Alterações no ITB foram estatisticamente relacionadas à Fragilidade. Conclusão: Os
resultados dessa pesquisa alertam para necessidade de esforços direcionados a inter-
venções para prevenção e tratamento adequado da Fragilidade.
ABSTRACT
Background: Frailty has been associated with lifestyle, chronic diseases, and genetic
alterations and with high levels of proinflammatory proteins, justifying the rela-
tionship proposed by the emerging literature that seeks associations between frailty
and cardiovascular diseases. Objective: To investigate clinical and sociodemogra-
phic factors associated with frailty, emphasizing the relationship with peripheral
arterial disease. Methods: Medical records of 76 patients were analyzed, considering
the results of the ankle-brachial index test, fragility, sociodemographic and clinical
variables. After the descriptive analysis, differences between groups were tested by
chi-square test, student’s t-test and Tukey’s post hoc test, when they were appropria-
ted. The value of p < 0.05 for statistically significant differences was considered. Re-
sults: The prevalence of frailty in the study sample was 22.3%, and 47.3% for pre-frail.
Frailty was associated with female gender, hypertension, dyslipidemia and level of
education. Changes in ankle-brachial index test were statistically associated with
frailty. Conclusion: The results of this research show the necessary targeted efforts
to prevent and treat frailty.
Introdução
Material e métodos
Critérios de inclusão
Fragilidade
Análise estatística
O programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 20.0 foi
utilizado na interpretação dos dados.
Para análise exploratória dos dados da amostra em geral e das categorias
de Fragilidade empregou-se estatística descritiva, com frequência, média e des-
vio padrão, quando apropriado. As diferenças entre grupos foram testadas nos
Barbosa et al. 127
Fragilidade e doença arterial periférica
Aspectos éticos
Resultados
n= 76 n = 23 n = 36 n = 17
Idade (anos), média ± DP 64,17 ± 11,2 63,09 ± 9,8 62,39 ± 11,0 69,41 ± 12,4 0,362
Sexo feminino, n (%) 45 (59,2) 8 (34,8) 26 (72,2) 11 (64,7) 0,035*
Índice de Massa Corporal (kg/ 31,04 ± 7,4 28,7 ± 6,8 32,9 ± 7,6 30,1 ± 7,1 0,522
cm²) média ± DP
Diabetes, n (%) 50 (65,8) 14 (60,9) 28 (77,8) 8 (47,1) 0,494
Hipertensão Arterial Sistêmica, 70 (92,1) 23 (100) 33 (91,7) 14 (82,4) 0,042*
n (%)
Doença Renal Crônica, n (%) 33 (43,4) 11 (47,8) 12 (33,3) 10 (58,8) 0,982
Dislipidemia, n (%) 10 (13,2) 5 (21,7) 5 (13,9) 0 (0,0) 0,049*
Hipertrofia Ventricular Esquerda, 13 (17,1) 4 (17,4) 9 (25,0) 0 (0,0) 0,212
n (%)
Angina/Infarto Agudo do 8 (10,5) 2 (8,7) 4 (11,1) 2 (11,8) 0,075
Miocárdio, n (%)
Insuficiência Cardíaca, n (%) 11 (14,5) 3 (13,0) 4 (11,1) 4 (23,5) 0,401
Ataque Isquêmico Transitório, n (%) 3 (3,9) 0 (0,0) 1 (2,8) 2 (11,8) 0,070
Hipotireoidismo, n (%) 9 (11,8) 2 (8,7) 5 (13,9) 2 (11,8) 0,728
Doença coronariana, n (%) 5 (6,6) 0 (0,0) 3 (8,3) 2 (11,8) 0,127
Revascularização do Miocárdio/ 4 (5,3) 1 (4,3) 2 (5,6) 1 (5,9) 0,823
Angioplastia, n (%)
Retinopatia, n (%) 9 (11,8) 3 (13,0) 3 (8,3) 3 (17,6) 0,728
Tabagismo, n (%) 25 (32,9) 7 (30,4) 13 (36,1) 5 (29,4) 0,895
Etilismo, n (%) 14 (18,4) 6 (26,1) 7 (19,4) 1 (5,9) 0,944
Analfabetismo funcional, n (%)o 30 (39,5) 2 (8,7) 17 (47,2) 11 (64,7) 0,001*
* diferença significa p < 0,05; º nível de escolaridade inferior a 4 anos (IBGE).
128
Rev Bras Fisiol Exerc 2020;19(2):124-133
n = 76 n = 23 n = 36 n = 17
ITB Normal, n (%) 45 (59,2) 18 (40) 20 (44,4) 7 (15,6) 0,017*
ITB Alterado, n (%) 31 (40,7) 5 (16,1) 16 (51,6) 10 (32,3)
*Diferença significativa p<0,05.
n = 45 n = 31
Exhaustion report, n (%) 24 (53,3) 17 (54,8) 0,898
Physical activity level, n (%) 11 (24,4) 19 (61,3) 0,001*
Hand grip strenght, n (%) 7 (15,6) 12 (38,7) 0,023*
Walking speed, n (%) 3 (6,7) 7 (22,6) 0,045*
Weight loss, n (%) 9 (20,0) 6 (19,35) 0,945
*Diferença significativa p<0,05.
Discussão
Conclusão
Agradecimentos
Os autores agradecem ao Núcleo Interdisciplinar de Estudo, Pesquisa e Tratamento em Nefrolo-
gia da Universidade Federal de Juiz de Fora (NIEPEN) por disponibilizar espaço e informações
para realização do presente.
Financiamento
Essa pesquisa não contou com financiamento.
132
Rev Bras Fisiol Exerc 2020;19(2):124-133
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Como Citar: Santos PMF, Souza LMV, Santos JL, Nascimento MA, Lima CA, Sampaio RAC. Relação entre variáveis
open acess antropométricas e hemodinâmicas em servidores públicos de Sergipe. Rev Bras Fisiol Exerc 2020;19(2):134- 134
140. DOI: https://doi.org/10.33233/rbfe.v19i2.3920
Patrícia Morgana Ferreira Santos1, Lúcio Marques Vieira Souza1,2, Jymmys Lopes dos
Santos2, Matheus Amarante do Nascimento3, Clésio Andrade Lima2,
Ricardo Aurélio Carvalho Sampaio4
1. Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura de Sergipe - SEDUC, Aracaju/SE, Brasil.
2. Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Universidade Federal de Sergipe - UFS, São Cristóvão/SE, Brasil.
3. Departamento de Educação Física, Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR, Campus Paranavaí, Paranavaí/PR, Brasil.
4. Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Sergipe - UFS, São Cristóvão/SE, Brasil.
RESUMO
Atividades físicas têm importante efeito profilático contra doenças cardiovasculares,
pois promovem redução do peso corporal e níveis pressóricos, por exemplo. Indiví-
duos que desenvolvem trabalhos administrativos têm tendência ao sedentarismo,
com consequente risco de obesidade. No entanto, a relação entre medidas antropo-
métricas e hemodinâmicas ainda é inconsistente. Assim, o objetivo deste trabalho
foi analisar a correlação entre parâmetros antropométricos e hemodinâmicos de ser-
vidores públicos. É um estudo observacional e transversal com uma amostra de 147
indivíduos. Verificou-se que homens normotensos apresentaram maiores médias de
índice de massa corporal em relação aos hipertensos. Em contrapartida, esses indi-
víduos demonstraram maiores valores de frequência cardíaca em repouso. Notou-se
que nenhuma das variáveis antropométricas foi associada à pressão arterial sistólica
e diastólica, observando-se apenas associações das variáveis antropométricas entre si
(r = 0,738 - peso corporal e quadril; e r = 0,936 - abdômen e circunferência de cintura).
Portanto, não se observou associações entre variáveis antropométricas, índices pres-
sóricos e frequência cardíaca de repouso. Conclui-se que, apesar das variáveis antro-
pométricas serem boas preditoras de adiposidade corporal, não necessariamente são
relacionadas com variáveis hemodinâmicas. A prática de atividade física deve ser es-
timulada dentro das rotinas laborais, em momentos oportunos, buscando incentivo
a hábitos saudáveis e melhoria dos indicadores antropométricos..
ABSTRACT
Physical activities have an important prophylactic effect against cardiovascular
diseases, as they promote reduction in body weight and blood pressure levels, for
example. Individuals working on administrative functions tend to be sedentary,
with consequent risk of obesity. However, the relationship among anthropometric
and hemodynamic variables is still inconsistent. Thus, the aim of this study was to
Recebido em: 5 de Fevereiro de 2020; Aceito em: 9 de Abril de 2020.
Correspondência: Lúcio Marques Vieira Souza, Cidade Universitária “Prof. José Aloísio de Campos”, Av. Marechal
Rondon, s/n. Jardim Rosa Elze, 49100-000. São Cristóvão/SE. E-mail: profedf.luciomarkes@gmail.com
Santos et al. 135
Relação entre antropometria e hemodinâmica
Introdução
Materiais e Métodos
Delineamento e amostra
Procedimentos
Análise estatística
Resultados
Discussão
Conclusão
Referências
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Como citar: Jesus GR, Peixoto MS, Oliveira SS. Intervenções cinesioterapêuticas na mobilidade diafragmática de
open acess pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica: revisão sistemática. Rev Bras Fisiol Exerc 2020;19(2):141- 141
53. DOI: https://doi.org/10.33233/rbfe.v19i2.4107
RESUMO
Este estudo analisou os impactos fisiopatológicos da Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica (DPOC) no sistema respiratório e os benefícios das intervenções cinesiotera-
pêuticas na mobilidade diafragmática em pacientes acometidos pela DPOC. Revisão
sistemática de literatura, realizada nas bases de dados Scielo, Medline, BVS, Lilacs e
PEDro, utilizando em cruzamentos os seguintes descritores: Doença Pulmonar Obstru-
tiva Crônica, Reabilitação Respiratória, Intervenções Cinesioterapêuticas e Disfunção
Diafragmática. Incluídos apenas artigos originais, publicados entre 2009 e 2019, que
versassem sobre os benefícios de diferentes programas de intervenções fisioterapêuti-
cas respiratórias. Dois examinadores analisaram as qualidades e evidências dos artigos
por meio da escala PEDro. Doze manuscritos compõem a discussão deste trabalho. O
presente estudo confirma os efeitos benéficos de diferentes programas de Intervenções
Cinesioterapêuticas sobre a saúde física e qualidade de vida, redução dos sintomas
respiratórios e do risco de mortalidade, aumento na mobilidade da caixa torácica, fun-
cionalidade diafragmática, capacidade funcional e da força muscular respiratória de
pacientes acometidos pela DPOC.
ABSTRACT
This study analyzed the pathophysiological impacts of Chronic Obstructive Pulmonary
Disease (COPD) on the respiratory system and the benefits of kinesiotherapeutic inter-
ventions on diaphragmatic mobility in patients affected by COPD. Systematic literature
review, carried out in the Scielo, Medline, VHL, Lilacs and PEDro databases, using the
following keywords: Chronic Obstructive Pulmonary Disease, Respiratory Rehabilita-
tion, Kinesitherapeutic Interventions and Diaphragmatic Dysfunction. Only original
articles, published between 2009 and 2019, about the benefits of different respiratory
physical therapy intervention programs were included. Two examiners analyzed the
qualities and evidence of the articles using the PEDro scale. Twelve manuscripts make
up the discussion of this work. The present study confirms the beneficial effects of
different Kinesiotherapy Intervention programs on physical health and quality of life,
Recebido: 10 de Fevereiro de 2020. Aceito: 23 de Abril de 2020.
Correspondência: Sidney de Souza Oliveira, Praça Renato Machado, 10 Centro 44573-045 Santo Antônio de Jesus
BA, E-mail: sid_ney2011@hotmail.com
Jesus et al. 142
Cinesioterapia e mobilidade diafragmática
reduction of respiratory symptoms and risk of mortality, increased mobility of the rib
cage, diaphragmatic functionality, functional capacity and respiratory muscle streng-
th of patients affected by COPD.
Introdução
Material e métodos
Resultados
Tabela I - Apresentação da pontuação dos artigos selecionados, de acordo com a escala PEDro.
Referencias
^ C C C C C C C C C Pontuação
2 3 4 5 6 7 8 9 10
Trevisan E - + - - - + + - + 4/10
et al . (2010)
Fernandes M - + - - - + + + + 6/10
et al. (2011)
Nohama P - + - - - + + - + 4/10
et al. (2012)
Wellington P - + - - - + + + + 6/10
et al. (2012)
Cancelliero -Gaiad et - + - - - + + - + 4/10
al. (2013)
Cancelliero -Gaiad et - + - - - + - - + 3/10
al. (2014)
Abdelaal AM - + - + - + + + + 7/10
et al . (2015)
Beaumont M - + - - - + + + + 6/10
et al. (2015)
Rocha T + + - + - + + + + 8/10
et al . ( 2015)
Elmorsi S - - + - - - - - + 3/10
et al . (2015)
Martinelli, B - + - - - + - - + 3/10
et al. (2016)
Nair A + + - - - + + + + 7/10
et al. (2019)
C = Critério de Pontuação.
Jesus et al. 146
Cinesioterapia e mobilidade diafragmática
Tabela II - Características clínicas dos estudos selecionados para esta revisão (continuação).
Referências Objetivos Amostra e avaliação Intervenção Resultados
Cancelliero Comparar parâmetros GE = 15 pacientes com Respiração RD aumentou os
ventilatórios durante DPOC moderada a grave, Diafragmática VP, movimentos
et al., (2014) Respiração Diafrag- sendo 8 homens e e Respiração respiratórios, SpO2
mática e Respiração Pilates. e diminuiu a FR.
Pilates em pacientes GC = 15 pacientes homens
com DPOC e adultos e mulheres saudáveis com RP aumentou os VP
saudáveis. idades entre 40 e 80 anos. nos pacientes sau-
Avaliação: Tempo, volume dáveis e aumentou
e coordenação toracoab- a SpO2 nos dois
dominal. grupos.
Abdelaal Explorar as respostas 195 pacientes do sexo Manipulação Aumento da FV e
das FV e da CF à mani- masculino, divididos diafragmática e da FC.
et al., (2015) pulação diafragmática aleatoriamente em grupo das costelas
ou costal ou ambas em de manipulação diafrag-
pacientes com DPOC mática (grupo A; n = 46),
grupo de costela (grupo B;
n = 53), ambos os procedi-
mentos (grupo C; n = 50)
e grupo controle (grupo
D; n = 46). Avaliação: CVF,
VEF1, FC, TC6.
Beaumont Demonstrar a eficácia 32 pacientes randomiza- TMI e programa Melhora na inten-
do TMI na dispnéia dos, com DPOC sem fra- de reabilitação sidade sensorial da
et al., (2015) usando a escala de queza muscular inspirató- Pulmonar pa- dispneia em todos
Borg e o questionário ria (PImáx>60cmH2O) dronizado. os pacientes e do
de perfil multidimen- MDP em pacientes
sional da dispnéia ao Avaliação: Dispneia, Borg. com VEF1<50%.
final de um TC6 em MDP, TC6 e PImáx.
pacientes com DPOC
com PImax=85cm H2O
(95% do valor previsto
(predito.
Elmorsi Avaliar a efetivida- 60 pacientes do sexo mas- TMI e treina- TMI + TMP melhora
de do treinamento culino, distribuídos igual- mento muscular a PImáx, PEmáx e
et al., (2015) muscular inspiratório mente em 3 grupos, GA: periféricos. distância percorri-
como parte do treina- Treinamento dos MMII + da no TC6 quando
mento físico em pa- TMI, GB: Treinamento dos comparado ao TMP
cientes com DPOC MMII e GC: sem treina- isolado. Ambos me-
mento. lhoram a dispneia,
índice BODE e SGR-
Avaliação: PImáx, PEmáx, Q-C.
dispnéia, TC6, índice
BODE e SGRQ-C.
Rocha Avaliar se a Técnica de 20 pacientes portadores Liberação Melhora a mobili-
liberação manual do de DPOC estável, com ida- dade diafragmática,
et al., (2015) diafragma melhora de acima de 60 anos, dis- manual do dia- capacidade de exer-
a mobilidade dia- tribuídos aleatoriamente fragma cício e capacidade
fragmática após um em GE=10 pacientes (Téc- inspiratória.
único tratamento ou nica de liberação manual
cumulativamente e se do diafragma e GC=10
melhora a capacidade pacientes (tratamentos
de exercício, as PRM e simulados
a cinemática da parede
torácica e do abdome. Avaliação: mobilidade
diafragmática, TC6, PI-
máx, PEmáx, cinemática
abdominal e da parede
torácica.
Jesus et al. 148
Cinesioterapia e mobilidade diafragmática
Tabela II - Características clínicas dos estudos selecionados para esta revisão (continuação).
Referências Objetivos Amostra e avaliação Intervenção Resultados
Martinelli Identificar as altera- 13 pacientes com DPOC Estimulação Melhora respirató-
ções após estimulação grau III e IV, sendo 11 do ria e funcional.
et al., (2016) diafragmática elétrica sexo masculino, brancos elétrica trans-
transcutânea pela cor- com idade de 68,46 ± 11,11 cutânea dia-
rente russa. anos fragmática pela
corrente russa.
Avaliação: Medidas antro-
pométricas, respiratórias
e funcionais.
Nair Comparar os efeitos do 20 pacientes com DPOC Técnica de Melhora na excur-
alongamento diafrag- leve e moderada, alocados alongamento são diafragmática
et al., (2019) mático e da técnica de ao grupo A ou grupo B diafragmático e antes e após o trata-
liberação manual do por randomização. Ava- técnica manual mento.
diafragma na excursão liação: Excursão expansão de liberação do
diafragmática em pa- diafragmática diafragma
cientes com DPOC.
DPOC = Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica; GC = Grupo Controle; GT = Grupo Treinamento; GDM = Grupo DPOC
Moderado; GDG = Grupo DPOC Grave; TMR = Treinamento Muscular Respiratório; TMP = Treinamento Muscular
Periféricos; MMII = Músculos dos Membros Inferiores; TC6 = Teste de Caminhada de 6 minutos; 1RM = 1 repetição
Máxima; PImáx = Pressão Inspiratória Máxima; PEmáx = Pressão Expiratória Máxima; PRM = Pressões Respiratórias
Máximas; Índice BODE = Índice Body Mass-Index; Airflow Obstruction, Dyspnea and Exercise Capacity, SGRQ-C =
St George’s Respiratory Questionnaire for COPD Patients; SF-36 = Questionário Short Form-36; VEF1 = Volume Ex-
piratório Forçado no primeiro segundo; RD = Respiração Diafragmática; RP = Respiração Pilates; MD = Mobilidade
Diafragmática; VP = Volume Pulmonar; FV = Funções Ventilatórias; CF = Capacidade Funcional; CVF = Capacidade
Vital Forçada; SpO2 = Saturação Periférica de Oxigênio; FR = Frequência Respiratória; FC = Frequência Cardíaca; DP
= perfil multidimensional da dispneia; RC/ABD = Relação entre a caixa torácica e o movimento abdominal.
Discussão
Segundo os estudos, a redução da mobilidade diafragmática (MD) apre-
senta-se como um dos principais fatores de risco para o aumento da mortalida-
de em pacientes portadores de DPOC. Dessa forma, intervenções que estimu-
lem a utilização de técnicas específicas que visem aumentar a mobilidade do
diafragma e do gradil costal devem ser priorizadas [9]. Os resultados encon-
trados nesta revisão sistemática apontam para os benefícios agudos e crôni-
cos das diversas técnicas de Intervenções Cinesioterapêuticas na mobilização
diafragmática de pacientes com DPOC, mostrando a imensa importância que
a mesma tem para a reabilitação desses pacientes [12]. Os estudos mostraram
que técnicas como respiração diafragmática [19-21,23,24], estimulação elétrica
[13-15] e treinamento muscular inspiratório [16-18] promoveram melhoras na
mobilidade diafragmática [14,20,22,24] dentre outros benefícios como aumento
da força muscular inspiratória [13,14,16,17].
Sobre as técnicas de estimulação elétrica, o estudo de Nohama et al.
[13], mostrou que após 10 sessões com duração de 20 minutos de estimulação
diafragmática transcutânea sincronizada, um sistema de estimulação elétrica
controlado pelo sinal respiratório, gerou aumento na força muscular inspira-
tória em todos os pacientes, melhora da qualidade de vida e diminuição dos
sintomas. Da mesma forma, Cancelliero-Gaiad et al. [14] avaliaram 08 pacientes
portadores de DPOC, utilizando a estimulação diafragmática elétrica transcutâ-
nea, mostrando que após 12 sessões com duração de 30 minutos cada, houve
aumento da PImáx, PEmáx e expansibilidade toraco-abdominal sem interferir
nas variáveis espirométricas, mostrando ainda que esses aumentos se mantive-
149
Rev Bras Fisiol Exerc 2020;19(2):141-53
cmH2O, no entanto, no subgrupo de pacientes com VEF1 < 50% predito, esses
itens foram significativamente melhorados. Dessa forma, podemos sugerir que
o TMI é mais efetivo para melhorar a dispneia e a tolerância ao esforço quando
utilizado em pacientes com DPOC e PImáx < 60 cmH2O.
A respiração diafragmática (RD) é também uma técnica bastante uti-
lizada na reabilitação pulmonar de pacientes com DPOC, com o objetivo de
melhorar o movimento abdominal e reduzir o tempo de excursão torácica e a
atividade dos músculos respiratórios da caixa torácica, porém tem sido pouco
estudada na literatura científica. Sendo assim, ao abordar sobre os padrões res-
piratórios que objetivam conscientizar os movimentos toraco abdominais da
respiração, melhorar o movimento da caixa torácica, otimizar a funcionalidade
da musculatura respiratória e promover a melhora da ventilação pulmonar Fer-
nandes et al. [19] investigaram os efeitos da respiração diafragmática (RD) na
ventilação pulmonar e no padrão respiratório de 44 pacientes com DPOC mo-
derada e grave. Os autores aplicaram RD todos os dias (4 minutos de respiração
natural + 2 minutos de RD + 4 minutos de respiração natural) e após 4 sessões,
a RD foi associada a aumento significativo no volume corrente (VC) e redução
na frequência respiratória (FR), proporcionando maior ventilação e saturação
de oxigênio (SPO2), redução na ventilação do espaço morto e no equivalente
ventilatório do dióxido de carbono.
Apesar da pouca quantidade de sessões, a respiração diafragmática pôde
melhorar o padrão respiratório e a eficiência ventilatória sem causar dispneia
em pacientes com DPOC grave e moderada cujo sistema muscular respiratório
está preservado. Seguindo essa ideia, Wellington et al20 objetivando identificar
os benefícios do treinamento da respiração diafragmática na mobilidade abdo-
minal, avaliaram 30 pacientes divididos 2 grupos. Os resultados mostraram que
após 12 sessões, o grupo intervenção quando comparado ao grupo controle,
mostrou maior movimento abdominal durante a respiração natural, redução na
relação entre a caixa torácica e o movimento abdominal, aumento da distância
percorrida no TC6, melhora no SGSQ-C.
O programa de treinamento em respiração diafragmática para pacientes
com DPOC induziu aumento da participação do diafragma durante a respiração
natural, resultando em uma melhora na capacidade funcional dos pacientes.
Esses resultados, ressaltam a importância da RD como intervenção cinesiote-
rapêutica de tratamento adjuvante para pacientes com DPOC. Com o objetivo
de comparar parâmetros ventilatórios durante a RD e a respiração pilates (RP),
Cancelliero-Gaiad et al. [21] avaliaram 15 pacientes acometidos pela DPOC e
15 saudáveis, realizando respiração natural, RD e RP. Os resultados mostraram
que a RD apresentou efeitos positivos, como aumento dos volumes pulmonares,
movimento respiratório e SpO2 e redução da frequência respiratória. Embora
não houvesse alterações nas medidas de volume e tempo durante a PB na DPOC,
esse padrão respiratório aumentou os volumes nos indivíduos saudáveis e au-
mentou a oxigenação nos dois grupos. Nesse contexto, os benefícios agudos do
DB são enfatizados como um tratamento de suporte em programas de reabili-
tação respiratória.
Ao falarmos de técnicas manuais, a técnica de liberação manual do dia-
fragma melhora a mobilidade diafragmática, capacidade inspiratória e a capa-
cidade de exercício em pessoas com DPOC, diante disso, Rocha et al. [22] ava-
liaram a eficácia da técnica de liberação manual do diafragma em 10 pacientes
com DPOC e compararam com 10 pacientes que realizaram tratamentos simula-
151
Rev Bras Fisiol Exerc 2020;19(2):141-53
Conclusão
Os resultados apontam que as intervenções cinesioterapêuticas condu-
zem a melhora significativa da mobilidade diafragmática em indivíduos com
DPOC. Outros benefícios incluem redução dos sintomas respiratórios e do risco
de mortalidade, melhora significativa na qualidade de vida relacionada à saúde
física, aumento na mobilidade da caixa torácica, da funcionalidade, da capaci-
dade funcional e da força muscular respiratória.
Este trabalho corrobora para a importância de incorporar ao tratamento
convencional da DPOC programas regulares de condutas respiratórias, como
exemplos: técnicas de liberações manuais, aparelhos de incentivo respiratório,
eletroestimulação e técnicas de padrões respiratórios, direcionadas ao aumento
da mobilidade da caixa torácica melhoram a expansibilidade torácica e a capa-
cidade de exercício nesses pacientes.
Fontes de financiamento
Não houve fontes de financiamento externas para este estudo.
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Table II - Clinical characteristics of the studies selected for this review.
References Objective Sample and Assessment Intervention Results
Trevisan To verify the 9 individuals with COPD TMR e MMII. Improvement in all
et al. (2010) effectiveness of aged between 49 and 76 evaluated
respiratory muscle and years. variables, with
quadriceps training on the Assessment: MIP, MEP, significant
functional performance of 1RM of lower limbs, 6MWT difference in MIP.
individuals with COPD. and quality of life SF-36.
Fernandes To investigate the effects 44 volunteers, distributed in Diaphragmatic Improvement of
et al. (2011) of diaphragmatic CG = 15 healthy patients, 7 breathing. breathing pattern
breathing on ventilation men and age (60 + 7), and ventilatory
and breathing pattern, moderate COPD group = efficiency without
seeking to identify 14, 11 men and age (63 + causing dyspnea in
predictors of its 7) and Severe COPD group patients whose
effectiveness in patients = 1, with 14 men and age respiratory muscle
with COPD. (60 + 8). system has been
Assessment: PV, MIP, preserved.
MEP, spirometry and MD.
Wellington To investigate the effects 30 patients randomly Training program Increased mobility
et al. (2012) of a training program in allocated to GT = 15) and of diaphragmatic diaphragm,
diaphragmatic breathing CG = 15 patients all with breathing improvement in the
on thoracoabdominal COPD. 6MWT and quality
movement and on the Assessment: CR/ABD of life in the TG.
functional capacity of ratio, diaphragmatic Greater
patients with COPD. mobility, 6MWT and health- participation of the
related quality of life. diaphragm during
natural breathing
and improved
functional capacity.
Nohama To assess qualitative and 06 volunteers with COPD, Electrical Increased
et al. (2012) quantitative effects of of both sexes, aged stimulation inspiratory muscle
transcutaneous between 56 and 71 years. controlled by the strength, improved
synchronous Assessment: MIP, MEP, respiratory signal. quality of life and
diaphragmatic stimulation pulmonary function test and decreased
in patients with COPD. application of the SGRQ-C symptoms.
quality of life questionnaire.
Cancelliero et al. To evaluate the effect of 8 COPD patients, aged Transcutaneous Improvement in
(2013) transcutaneous electrical (68.5 ± 6.2), 6 men. electrical respiratory muscle
diaphragmatic stimulation Assessment: MIP, MEP, diaphragmatic strength and
on the strength and axillary, xiphoid and stimulation. thoracoabdominal
respiratory muscle abdominal cirtometry and expandability.
endurance, spirometry.
thoracoabdominal
expandability and
spirometric variables.
Cancelliero To compare ventilatory EG = 15 patients with Diaphragmatic DB increased PV,
et al. (2014) parameters during moderate to severe COPD, Breathing and breathing
Diaphragmatic Breathing 8 men and Pilates Breathing. movements, SpO2
and Pilates Breathing in CG = 15 healthy male and and decreased RF.
COPD patients and female patients aged PB increased PV in
healthy adults. between 40 and 80 years. healthy patients
Assessment: Time, and increased
volume and SpO2 in both
thoracoabdominal groups.
coordination.
Abdelaal To explore the responses 195 male patients randomly Diaphragm and Increase in VF and
et al. (2015) of VF and FC to divided into a ribs manipulation HR.
diaphragmatic or costal diaphragmatic manipulation
manipulation or both in group (group A; n = 46), rib
patients with COPD group (group B; n = 53),
both procedures (group C;
n = 50) and control group
(group D; n = 46).
Assessment: FVC, FEV1,
FC, 6MWT.
Beaumont To demonstrate the 32 randomized patients IMT and Improvement in the
et al. (2015) effectiveness of IMT in with COPD without standardized sensory intensity of
dyspnea using the Borg inspiratory muscle pulmonary dyspnea in all
scale and the weakness (MIP> rehabilitation patients and MDP
multidimensional dyspnea 60cmH2O) program. in patients with
profile questionnaire at Assessment: Dyspnea, FEV1 <50%.
the end of a 6MWT in Borg. MDP, 6MWT and
COPD patients with MIP.
PImax = 85cm H2O (95%
of the predicted value
(predicted.
Elmorsi To evaluate the 60 male patients, equally IMT and IMT + PMT
et al. (2015) effectiveness of divided into 3 groups, GA: peripheral muscle improves MIP,
inspiratory muscle Training of lower limbs + training. MEP and distance
training as part of IMT, GB: Training of lower covered on the
physical training in COPD limbs and CG: without 6MWT when
patients training. compared to
Assessment: MIP, MEP, isolated TMP. Both
dyspnea, 6MWT, BODE improve dyspnea,
index and SGRQ-C. BODE index and
SGRQ-C.
Rocha To evaluate whether the 20 patients with stable Diaphragm Improves
et al. (2015) Manual Diaphragm COPD, aged over 60 years, manual release diaphragmatic
Release Technique randomly assigned to EG = mobility, exercise
improves diaphragmatic 10 patients (Manual capacity and
mobility after a single diaphragm release inspiratory
treatment or cumulatively technique and CG = 10 capacity.
and whether it improves patients (simulated
exercise capacity, MRP treatments
and the kinematics of the Assessment:
chest wall and abdomen. diaphragmatic mobility,
6MWT, MIP, MEP,
abdominal and chest wall
kinematics.
Martinelli To identify the changes 13 patients with COPD Transcutaneous Improves
et al. (2016) after transcutaneous grade III and IV, 11 of diaphragmatic respiratory and
electrical diaphragmatic whom were male, white, electrical functional.
stimulation by the aged 68.46 ± 11.11 years stimulation by the
Russian current. Assessment: Russian current.
Anthropometric, respiratory
and functional
measurements.
Nair To compare the effects of 20 patients with mild and Diaphragmatic Improvement in
et al. (2019) diaphragmatic stretching moderate COPD, allocated stretching diaphragmatic
and manual diaphragm to group A or group B by technique and excursion before
release technique on randomization. manual and after treatment.
diaphragmatic excursion Assessment: excursion of diaphragm
in patients with COPD. diaphragmatic expansion release technique
COPD = Chronic Obstructive Pulmonary Disease; CG = Control Group; GT = WG = Training Group; GDM = Moderate COPD
Group; GDG = DPOC Grave Group; TMR = Respiratory Muscle Training; PMT = Peripheral Muscle Training; LL = Muscles of the
Lower Limbs; 6MWT = 6-minute walk test; 1RM = 1 Maximum repetition; MIP = Maximum Inspiratory Pressure; MEP = Maximum
Expiratory Pressure; PRM = Maximum Respiratory Pressures; BODE Index = Body Mass-Index; Airflow Obstruction; Dyspnea and
Exercise Capacity; SGRQ-C = St George's Respiratory Questionnaire for COPD Patients; SF-36 = Short Form-36 Questionnaire;
FEV1 = Forced Expiratory Volume in the first second; RD = Diaphragmatic Breathing; RP = Pilates breathing; MD = Diaphragmatic
Mobility; PV = Lung Volume; PV = Ventilatory Functions; CF = Functional Capacity; FVC = Forced Vital Capacity; SpO2 =
Peripheral Oxygen Saturation; FR = Respiratory Rate; HR = Heart Rate; PD = multidimensional profile of dyspnea; RC / ABD =
Relationship between the rib cage and abdominal movement.
Como citar: Wagmacker DS, Oliveira AM, Oliveira EC, Santos ACN, Rodrigues LEA, Ladeia AMT. Metabolismo
open acess dos ácidos graxos, complicações secundárias e efeitos do exercício físico: revisão integrativa. Rev Bras Fisiol 154
Exerc 2020;19(2):154-71. DOI: https://doi.org/10.33233/rbfe.v19i2.4085
RESUMO
Introdução: A dieta é um conjunto complexo de exposições que interagem fre-
quentemente e cujos efeitos cumulativos influenciam os resultados da saúde. Isso
inclui efeitos nos marcadores de inflamação sistêmica em distúrbios metabóli-
cos e doenças cardiovasculares. Vários estudos foram apresentados relacionan-
do o efeito do exercício físico sobre lipídios, no entanto, os resultados ainda são
controversos. Objetivo: Descrever o metabolismo dos ácidos graxos e o efeito do
exercício físico nas complicações secundárias. Métodos: Foi realizada uma revisão
integrativa dos assuntos nas bases de dados Medline, Pubmed, Web of Science e
Scopus, publicadas até o ano de 2017. Resultados: Os ácidos graxos, dependendo
de suas características bioquímicas e configuração espacial, têm efeito diferen-
ciado na saúde cardiovascular, no entanto, estudos ainda apresentam resultados
contraditórios sobre o uso terapêutico de certos ácidos graxos. O exercício físico
parece beneficiar o metabolismo dos ácidos graxos e atenuar as complicações se-
cundárias ao consumo de certos ácidos graxos, além de potencializar os efeitos po-
sitivos de diferentes ácidos graxos. Conclusão: No entanto, variantes do exercício
físico, como intensidade, duração, tempo de observação dos efeitos dos resultados,
limitam os autores a concluir, com certo grau de certeza, sobre o efeito do exercí-
cio físico sobre ácidos graxos e complicações secundárias, uma vez que estudos na
literatura continuam sendo contraditórios.
ABSTRACT
Introduction: Diet is a complex set of exposures that frequently interact, and
whose cumulative effects influence the results of health. This includes effects on
systemic inflammation markers in metabolic disturbances and cardiovascular di-
seases. Various studies have been presented relating the effect of physical exercise
on lipids, however, the results are still controversial. Objective: To describe fatty
acid metabolism and the effect of physical exercise on secondary complications.
Methods: An integrative review was conducted on topics in the Medline, Pub-
med, Web of Science and Scopus databases, published up to the year 2017. Results:
Recebido em 15 de Março de 2020; Aceito em 5 de April de 2020.
Correspondência: Alice Miranda de Oliveira, Centro Universitário Social da Bahia, Av. Oceânica, 2717, Ondina,
40170-010, Salvador, BA.
Wagmacker et al. 155
Metabolismo de ácidos graxos
Introdução
cício físico agudo poderia ter uma influência benéfica aguda no perfil lipídico
[15,16]. A dificuldade de análise e interpretação desses estudos reside no uso de
diferentes protocolos de atividade física estabelecidos.
Quadro 1 - Continuação...
Autores Ano Tipo de População Resultados
estudo
Abbott SK, Else PL, 2010 Experimental Ratos jovens Consumo de ácidos graxos
Hulbert AJ [33] trans interferiu na composição
dos ácidos graxos fosfolipídios
dos músculos esqueléticos de
ratos
Fostok SF, Ezzed- 2009 Experimental Ratos jovens Ácidos graxos
dine RA, Homaidan monoinsaturados na
FR et al. [35] configuração cis aumentaram
os efeitos anti-inflamatórios
2017 Meta-análise Estudos As evidências disponíveis em
do tipo de ensaios clínicos randomizados
Hamley S [36] ensaio clínico controlados adequadamente
randomizado sugeriram que a substituição
de ácidos graxos saturados
pela maioria dos ácidos graxos
poliinsaturados n-6 dificil-
mente reduziria os eventos de
doença cardiovascular, morta-
lidade por doença coronariana
ou mortalidade total
Quadro 3. Continuação...
Autores Ano Tipo de estudo População Resultados
Tyldum GA 2006 Autocontrolado 8 homens sau- O exercício agudo promoveu um
et al. [65] dáveis efeito clinicamente protetor sobre a
vasculatura, dependente da intensi-
dade do exercício e fortemente rela-
cionado à capacidade antioxidante
induzida pelo exercício
Vuorimaa, 2005 Autocontrolado 10 homens A intensidade da luz e o exercício
Ahotupa saudáveis e físico de longa duração suprimiram
M, Irjala K, treinados agudamente as cargas de estresse
Vasankari T oxidativo e estavam inversamente
[61] relacionados ao processo aterogênico
Garcia JJ, 2011 Revisão 10 artigos Embora as respostas à PCR tenham
Bote E, Hin- sistemática sido inconsistentes, um único ata-
chado MD, que de exercício poderia aumentar a
Ortega E atividade e a contagem de IL-6 circu-
[68] lante e a contagem de neutrófilos em
adultos não treinados
Capó X et al. 2016 Comparativo 5 atletas adul- O exercício aumentou os níveis ati-
[69] tos jovens e 5 vados da resposta anti-inflamatória,
atletas idosos aumentando a expressão gênica anti-
-inflamatória após o exercício, prin-
cipalmente no grupo de indivíduos
jovens
Rocha-Ro- 2017 Experimental Ratos dividi- O exercício induziu alterações espe-
drigues S et Controlado dos em Gru- cíficas nos AGs, independentemente
al. [70] pos Controle, da composição destes na dieta, mas
Atividade apenas o exercício resistido atenuou
Física Livre e a resposta inflamatória
Exercício de
Resistência
Sureda A et 2005 Autocontrolado 9 atletas O exercício induziu danos oxidati-
al. [72] vos nas células sanguíneas, como
eritrócitos e linfócitos, mas não nos
neutrófilos
Jong-Shyan 2006 Autocontrolado 25 homens Exercícios de alta intensidade au-
W, Lee T, saudáveis e mentaram a produção de EROs de
Chow S [73] sedentários monócitos induzidos por LDL, no
entanto, exercícios leves e moderados
protegeram os indivíduos contra a
supressão da capacidade antioxidan-
te do monócito por LDL
Conclusão
Contribuição autoral
Concepção e desenho da pesquisa: Wagmacker DS, Ladeia AMT. Coleta de dados: Wagmacker
DS, Oliveira AM, Oliveira EC, Santos ACN. Análise e interpretação dos dados: Wagmacker DS,
Oliveira AM, Santos ACN, Rodrigues LEA. Redação do manuscrito: Wagmacker DS, Oliveira AM,
Oliveira EC, Rodrigues LEA. Revisão crítica do manuscrito quanto a conteúdo intelectual im-
portante: Ladeia AMT.
Vinculação acadêmica
Este artigo representa um trabalho honesto e a validade de seus resultados pode ser certificada.
Além disso, este artigo faz parte da tese de mestrado de Djeyne Silveira Wagmacker no curso de
pós-graduação da Faculdade de Medicina e Saúde Pública da Bahia. E todos os autores declaram
não ter interesse concorrente. Este trabalho foi apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvi-
mento Científico e Tecnológico (CNPQ).
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