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PROFESSORES
Me. Patricia Bruder Barbosa Olini
Esp. Lucas Kauê Babetto Mendes
Sandra G. Marques
DESENHO TÉCNICO
NEAD
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho, Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha,
Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Direção de Mercado Hilton Pereira, Direção de Polos
Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção de Relacionamento
Alessandra Baron, Gerência de Produção de Conteúdo Juliano de Souza, Supervisão do Núcleo de
Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo, Coordenador(a) de Conteúdo Larissa Camargo,
Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Thayla Daiany Guimarães Cripaldi, Designer
Educacional Maria Fernanda Vasconcelos, Ana Claudia Salvadego Revisão Textual Yara Dias, Gabriel
Bruno Martins Ilustração Bruno Pardinho, Marta Kakitani Fotos Shutterstock.
2
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10
com princípios éticos e profissionalismo, não maiores grupos educacionais do Brasil.
somente para oferecer uma educação de qualidade, A rapidez do mundo moderno exige dos educadores
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão soluções inteligentes para as necessidades de todos.
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- Para continuar relevante, a instituição de educação
nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional precisa ter pelo menos três virtudes: inovação,
e espiritual. coragem e compromisso com a qualidade. Por
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia,
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro do ensino presencial e a distância.
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é
e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, promover a educação de qualidade nas diferentes áreas
com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. do conhecimento, formando profissionais cidadãos
Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais que contribuam para o desenvolvimento de uma
de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos sociedade justa e solidária.
pelo MEC como uma instituição de excelência, com Vamos juntos!
boas-vindas
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja,
iniciando um processo de transformação, pois quando estes materiais têm como principal objetivo “provocar
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta
profissional, nos transformamos e, consequentemente, forma possibilita o desenvolvimento da autonomia
transformamos também a sociedade na qual estamos em busca dos conhecimentos necessários para a sua
inseridos. De que forma o fazemos? Criando formação pessoal e profissional.
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível e construção do conhecimento deve ser apenas
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita.
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos
se educam juntos, na transformação do mundo”. fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
Os materiais produzidos oferecem linguagem das discussões. Além disso, lembre-se que existe
dialógica e encontram-se integrados à proposta uma equipe de professores e tutores que se encontra
pedagógica, contribuindo no processo educacional, disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
complementando sua formação profissional, seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
desenvolvendo competências e habilidades, e trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, acadêmica.
autores
Sandra G. Marques
Possui graduação em Design de Interiores pelo Centro Universitário de Ma-
ringá, Unicesumar (2012), curso profissionalizante em Decoração, Decoração
de Ambientes, pela Criart Escola de Artes Decorativas, em Porto Alegre (2010),
curso de Formação em Visual Merchadising/Vitrinismo, pelo Senac, Canoas-RS
(2010) e, atualmente, é aluna do curso de especialização em Gestão Ambiental
e Desenvolvimento Sustentável pelo Uninter - Centro Universitário Internacional.
apresentação do material
DESENHO TÉCNICO
Lucas Kauê Babetto Mendes; Patricia Bruder Barbosa Olini; Sandra G. Marques
Olá, aluno(a) de design de interiores! É com grande prazer que damos início
ao conteúdo de desenho técnico, tão importante para a sua futura prática
profissional.
UNIDADE I UNIDADE IV
INTRODUÇÃO AO DESENHO TÉCNICO PLANTA BAIXA
16 Material e Instrumentos de Desenho 118 Representação Gráfica: Breve Histórico
30 Normas Técnicas e Apresentação da Prancha 119 Desenho Arquitetônico
38 Linhas de Representação, Escalas e Cotas 127 Layout Técnico
48 Considerações Finais 132 Cotas e Especificações
135 Elementos de Construção: Portas e Janelas
UNIDADE II 137 Layout Humanizado
PROJEÇÃO ORTOGONAL E PERSPECTIVA 140 Considerações Finais
ISOMÉTRICA
64 Breve Histórico da Geometria Descritiva
66 Definição e Tipos de Projeção UNIDADE V
UNIDADE III
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Material e instrumentos de desenho
• Normas técnicas e apresentação da prancha
• Linhas de representação, escalas e cotas
Objetivos de Aprendizagem
• Apresentar o material e os instrumentos de desenho
técnico e dar orientações sobre como utilizá-los
adequadamente.
• Conhecer as normas técnicas referentes ao desenho do
ambiente construído e aplicá-las ao desenho de margens,
ao carimbo e à escrita técnica.
• Conhecer as recomendações para o bom planejamento e a
boa apresentação da prancha de desenho.
• Reconhecer os diferentes tipos de traços e suas respectivas
aplicações no desenho técnico.
• Conhecer e aplicar os conceitos básicos referentes às
escalas de redução e ampliação bem como para cotagem
de projetos.
unidade
I
INTRODUÇÃO
O
lá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Esta unidade tem
como objetivo introduzi-lo(a) nas práticas e recomendações
para o desenho técnico manual. A ideia é que você aprenda,
primeiramente, os conceitos e fundamentos básicos da comu-
nicação por meio do desenho para que, nas próximas unidades, possa
aplicá-los nas atividades propostas, voltadas à representação gráfica do
ambiente construído.
Independentemente se o desenho é realizado manualmente ou com o
auxílio do computador, é necessário que você aprenda as regras, conven-
ções e normas técnicas referentes a ele para, posteriormente, comunicar
suas ideias de projeto com clareza e de forma que possibilite fácil com-
preensão. Para que isso seja possível, você deve desenhar com frequência,
a exemplo de qualquer ofício que nos propomos a aprender, como tocar
um instrumento musical, que exige muita prática e persistência. Quan-
to mais se pratica, mais rigor você, aluno(a), desenvolve na confecção e
avaliação de desenhos técnicos, o que também o(a) levará ao domínio do
traço: o futuro designer deve saber se expressar por meio do desenho, o
que também o(a) auxiliará na concepção de novas ideias.
Antes de mais nada, é necessário conhecer quais são os instrumentos
de desenho técnico manual e como utilizá-los da forma mais adequada.
É importante ressaltar que esta unidade trabalhará com o desenho ex-
clusivamente manual, porém sempre com o auxílio de instrumentos – o
desenho à mão livre será abordado em outra(s) unidade(s). Em segui-
da, trataremos de recomendações para que a prancha de desenho tenha
boa apresentação, por meio das margens, carimbo e escrita técnica bem
como do reconhecimento dos diferentes tipos de traços e da distribuição
e do planejamento dos desenhos na folha. Como resultado, finalizaremos
esta unidade com a aplicação dos conceitos apresentados, por meio do
desenho de objetos com escalas distintas, com a respectiva indicação de
suas dimensões.
DESENHO TÉCNICO
Material e Instrumentos
de Desenho
Caro(a) aluno(a), para começar, você deve ter aces- cêpoderá aproveitar no dia a dia da profissão.
so aos instrumentos básicos de desenho manual para Alguns cuidados são necessários na aquisição,
desenvolver as atividades propostas. Portanto, inicial- manutenção e utilização dos instrumentos de dese-
mente, conheceremos quais são esses instrumentos e nho, o que influencia a execução e apresentação do
materiais, a finalidade de cada um bem como aprende- projeto como um todo. Yee (2014, p. 1) alerta que
remos a forma mais adequada de utilização deles. as “ferramentas de desenho devem ser tratadas com
Na era da computação gráfica, não há necessidade grande zelo, objetivando o aumento de sua vida útil”,
de investirmos em materiais de alto custo, por exem- tendo em vista, também, o investimento realizado.
plo, canetas de nanquim, gabaritos dos mais diversos, Para Bortolucci e Porto (2005, p. 55), “a forma cor-
entre outros instrumentos. O intuito é proporcionar a reta de manuseio dos instrumentos evita a impreci-
você os conhecimentos básicos, o que será realizado são, a lentidão, as dificuldades na construção do de-
com instrumental mais simples, muitos dos quais vo- senho e a baixa qualidade da apresentação gráfica”.
14
DESIGN
A listagem a seguir apresenta os instrumentos e que a folha, considerando o espaço necessário para
materiais básicos de desenho manual. Os primeiros a régua paralela ou régua T – abordadas a seguir – e
materiais apresentados são obrigatórios, necessá- para os instrumentos de desenho. As menores pran-
rios ao desenvolvimento das atividades propostas. chetas disponíveis no mercado, adequadas a esse
Alguns instrumentos, no entanto, são opcionais tamanho de folha, possuem, em média, 420 x 520
conforme indicação, ou seja, facilitam o desenvol- mm. O formato A3 é suficiente para as atividades
vimento do desenho, porém, caso você não os te- aqui propostas, todavia, há quem prefira pranchetas
nha, isto não o(a) prejudicará de forma alguma. É maiores, já que possuem maior superfície para os
importante que verifique, nas próximas páginas, as instrumentos de desenho.
recomendações referentes a cada material ou instru- Há, no mercado, pranchetas portáteis para co-
mento antes de adquiri-los. mercialização, que já vêm com a régua paralela ins-
• Lapiseira para desenho técnico – 0.3 mm talada, com valores mais acessíveis se comparados
(com grafite do tipo H). aos das mesas de desenho. Alguns modelos permi-
• Lapiseira para desenho técnico – 0.5 mm tem a regulagem da inclinação do tampo e possuem
(com grafite do tipo H). espaço para guardar papéis e demais materiais de
• Lapiseira para desenho técnico – 0.7 mm desenho em seu interior. Também há a possibilidade
(com grafite do tipo HB).
de confeccionar sua própria prancheta, reaprovei-
• Papel formato A3 (297 x 420 mm), com gra-
tando móveis e materiais disponíveis em casa. Use
matura de 90 g/m².
sua imaginação.
• Borracha macia plástica.
• Escalímetro triangular n. 1 (30 cm).
• Esquadro de 45° sem graduação.
• Esquadro de 30 e 60° sem graduação.
• Compasso.
• Flanela.
• Fita crepe.
• Pasta de plástico formato A3 (maleta com
alça) ou tubo de projetos, caso você necessite
transportar o material.
PRANCHETA
15
DESENHO TÉCNICO
Para que as atividades de desenho sejam reali- A boa postura ao sentar também contribui para o
zadas de forma confortável, devemos tomar alguns bom rendimento do trabalho e o seu bem-estar. Yee
cuidados quanto à iluminação e à postura, conside- (2014, p. 15) alerta que “projetar e desenhar requer
rando que, geralmente, são exercícios que exigem longas horas sentado na mesma posição” e, se isso for
horas de prática. A prancheta ou mesa deve ser ins- realizado com postura inadequada, “acarretará cansa-
talada em um local com boa iluminação, de forma ço, redução da capacidade de desenhar e prejudicará
que a fonte luminosa esteja do lado contrário à mão seu estado físico”.
que será utilizada para desenhar, ou seja, no caso Caso seja necessário, o transporte das folhas
dos destros, a iluminação deve estar do lado esquer- deve ser realizado em pasta apropriada, formato A3,
do. De acordo com Montenegro (2001, p. 4), “se a ou por meio de tubos de projetos, a fim de evitar
luz vem da direita, provoca sombra da mão e dos que sejam danificadas. A vantagem das pastas é que
esquadros, escurecendo o campo de trabalho e pre- já permitem guardar, também, os instrumentos de
judicando a visibilidade”, ou seja, “não deve haver desenho, além das folhas.
sombra da mão na ponta” da lapiseira. O mesmo
autor recomenda que a superfície de trabalho seja RÉGUA PARALELA OU RÉGUA T
fosca, já que as superfícies com brilho provocam o
cansaço visual. Além de uma mesa com superfície adequada, deverá
dispor de uma régua paralela ou régua T para auxi-
liar, fundamentalmente, no traçado de retas parale-
las horizontais bem como para apoio dos esquadros
ao traçar retas verticais ou oblíquas. É importante
ressaltar que todas as retas horizontais no desenho
devem ser traçadas, obrigatoriamente, com a utiliza-
ção da régua paralela ou régua T e nunca com uma
régua regular, sem apoio.
Tanto a régua paralela quanto a régua T possuem
a mesma finalidade e são encontradas no mercado
em tamanhos diversos. No entanto, apesar de a ré-
gua paralela exigir mais investimento e mais dificul-
dade para sua instalação, ela é a mais indicada para o
desenho técnico manual, já que nos permite mais fa-
cilidade em seu manuseio e propicia mais conforto e
precisão nos traços (BORTOLUCCI; PORTO, 2005;
CHING, 2011). A fim de manter a folha mais limpa,
ao deslizar a régua paralela para cima ou para baixo,
A3
mato
ca for procure levantá-la levemente para que não encoste
ast a plásti
a 2 -P
Figur no desenho.
16
DESIGN
Deslizar régua
Deslizar régua paralelaparalela
sem encostar no
sem encostar no
desenho, puxando as
desenho, puxando
duas extremidades ao as
mesmo tempo!
duas extremidades ao
mesmo tempo!
Quando não for possível dispor de uma pran- cuidados adicionais, já que a régua não é fixada na
cheta com régua paralela, você poderá utilizar uma mesa. De acordo com Bortolucci e Porto (2005, p. 57),
régua T, desde que tenha disponível uma superfície o papel deve ser fixado na superfície de trabalho de
de trabalho com borda reta e nivelada na qual o cabe- forma que fique mais próximo ao cabeçote da régua,
çote da régua possa deslizar. Segundo Ching (2011, com aproximadamente, 5 cm de distância da borda da
p. 14), este cabeçote “desliza ao longo da borda de mesa, “para aproveitar a área de maior precisão da ré-
uma prancheta como um guia, para estabelecer e gua T” (BORTOLUCCI; PORTO, 2005, p. 57).No caso
desenhar linhas retas paralelas”. A maioria dessas dos destros, a régua deve ser “colocada no lado esquer-
réguas, a exemplo das réguas paralelas, contém uma do da prancheta” (BORTOLUCCI; PORTO, 2005, p.
“borda em acrílico transparente”, a fim de facilitar “a 57),já que o(a) aluno(a) deverá pressionar o cabeçote
visão do que está sendo trabalhado” (YEE, 2014, p. da régua contra a prancheta enquanto desenha com a
8). Existem opções com dimensões variadas no mer- mão direita, “evitando assim que a régua oscile”(BOR-
cado, porém, como trabalharemos com folhas de me- TOLUCCI; PORTO, 2005, p. 57). É importante salien-
nor dimensão, a régua com comprimento de 60 cm é tar que a régua T deve ser utilizada somente para tra-
suficiente para realizar as atividades aqui propostas. çar linhas horizontais e nunca verticais, o que deve ser
Para a utilização da régua T, são exigidos alguns feito somente com o uso dos esquadros.
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DESENHO TÉCNICO
É errado empurrar
Éoerrado empurrar
traço voltando
o traço
para voltando
a esquerda.
para a esquerda.
Certo:
Certo:
Puxar o traço!
Puxar o traço!
Traça-se as horizontais de
Traça-se
cimaaspara
horizontais
baixo. de
cima para baixo.
Certo:
Certo:
Puxar o traço!
Puxar o traço!
18
DESIGN
Ao desenhar, você, aluno(a), deverá traçar as linhas produção”. O papel manteiga, por exemplo, é indica-
horizontais sempre utilizando a parte superior da ré- do por Ching (2011, p. 22) para croquis e estudos à
gua paralela ou régua T, e nunca a borda inferior, visto mão livre, pois pemite “o uso de sobreposições”, fa-
que a régua pode fazer sombra na ponteira da lapiseira, cilitando o desenvolvimento mais rápido de novos
ou mesmo mover-se, no caso da régua T, provocando estudos e a comparação entre eles. O papel canson,
a imprecisão do desenho. Além disso, deve-se cuidar o por sua vez, é muito utilizado para o desenho à mão
correto direcionamento dos traços horizontais e verti- livre, pois é adequado ao uso de grafites mais macios
cais: o traço deve ser realizado da esquerda para a di- e de maior espessura. De forma geral, os papéis mais
reita, no caso da utilização da régua paralela ou régua lisos são mais adequados ao “trabalho com nanquim,
T, e de baixo para cima ao desenhar com os esquadros. enquanto papéis mais rugosos são melhores para o
trabalho com grafite” (YEE, 2014, p. 16).
PAPEL No caso das atividades a serem desenvolvidas
neste módulo, adotaremos o papel sulfite formato
De acordo com a NBR 6492 (1994), o desenho manu- A3 (420 x 297 mm), com gramatura de 90 g/m².
al com o uso de instrumentos pode ser realizado em Você deve tomar o cuidado em adquirir o papel com
papéis transparentes, como é o caso do papel man- gramatura mais adequada, poisse o papel for muito
teiga e do papel vegetal, ou em papéis opacos, como grosso, dificultará a dobragem da folha e, se muito
o sulfite grosso e o papel canson, desde que propor- fino, pode rasgar com mais facilidade. Esse papel
cionem “resistência e durabilidade apropriadas”. A também pode ser encontrado com margem, porém,
norma indica que a escolha do papel depende “dos geralmente, não atende às especificações da norma
objetivos, do tipo do projeto e das facilidades de re- técnica quanto ao tamanho da folha e das margens.
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DESENHO TÉCNICO
LAPISEIRAS E BORRACHA
a dureza das minas de grafite para se desenhar em superfícies de papel varia de 9H (ex-
tremamente duras) a 6B (extremamente macias). Sob uma mesma pressão, as minas mais
duras produzem linhas mais leves e finas, enquanto as minas mais macias produzem
linhas mais densas e grossas.
O mesmo autor indica que as graduações mais adequadas ao desenho técnico são F e H.
O grafite HB também pode ser utilizado, pois permite facilidade ao traçar e apagar linhas,
mas tende a borrar facilmente, podendo prejudicar o aspecto e alimpeza da folha. Quanto à
graduação 2H, ela pode ser utilizada no desenho técnico, porém com cuidado, já que produz
linhas que “não são apagadas com facilidade se desenhadas com uma mão pesada” (CHING,
2011, p. 11). Os grafites mais duros não são indicados, segundo Ching (2011), pois podem
danificar a folha, e os grafites mais macios são indicados somente para o desenho à mão livre.
20
DESIGN
6B-4B-2B-B HB F-H 2H 3H a 9H
De posse das lapiseiras com grafites mais adequados, Quanto à borracha, esta deve ser macia, de vinil
há algumas recomendações em sua utilização. Deve- ou de plástico PVC, pois estes materiais são flexí-
-se sempre incliná-las, levemente, no sentido do tra- veis, não abrasivos, não borram nem danificam a
ço, puxando-as da esquerda para a direita, no caso do superfície do papel (YEE, 2014; CHING, 2011).
traço de linhas horizontais, e de baixo para cima, para Também há disponível, no mercado, a borracha
as linhas verticais. A lapiseira nunca deve ser inclinada do tipo bastão, que auxilia ao apagar detalhes do
com relação à régua paralela. desenho.
21
DESENHO TÉCNICO
ESCALÍMETRO
22
DESIGN
ESQUADROS
Em conjunto com a régua paralela ou régua T, o lapiseira. Alguns esquadros possuem este rebaixo
jogo de esquadros é imprescindível para o traça- para auxílio do desenho em nanquim, a fim de evi-
do de retas verticais e em ângulos específicos. Um tar que o traçado seja borrado com a tinta, porém
dos esquadros possui ângulo de 45°, o outro pos- este não é caso, já que os desenhos serão confeccio-
sui ângulos de 30° e 60°, além do ângulo reto (90°), nados com lapiseiras.
presente em ambos os instrumentos. É importante Além dos ângulos de 30°, 45°, 60° e 90°, quan-
ressaltar que você deverá tomar o cuidado de adqui- do utilizamos o jogo de esquadros, é possível traçar
rir esquadros transparentes e sem graduação, com retas em ângulos de 15° e 75°. A combinação dos
comprimento de, aproximadamente, 30 cm, pois esquadros também nos permite traçar retas parale-
possibilitam que o traço seja contínuo e uniforme las e perpendiculares, mesmo em ângulos desconhe-
em desenhos maiores, sem a necessidade de emen- cidos. Isso é possível mantendo um dos esquadros
das. Além disso, outra precaução ao adquirir os es- como apoio, fixando-o com uma das mãos, enquan-
quadros é certificar-se de que não possuem arestas to o outro é movimentado com a outra mão. Obser-
rebaixadas, para melhor apoio da ponta metálica da ve nos exemplos da página a seguir.
Figura 9 - Todas as linhas verticais ou em ângulos de 30°, 45° e 60° deverão ser traçadas com o esquadro sempre apoiado na régua paralela ou régua T
Fonte: os autores.
23
DESENHO TÉCNICO
2. Deslize este
quadro sobre o
outro, no mesmo
ângulo da linha a
ser copiada.
1.Mantenha um dos
esquadros fixo,
segurando-o firme
com uma das mãos.
Figura 10 - Traçado de retas paralelas com o jogo de esquadros
Fonte: os autores.
2. Encaixe o outro
esquadro logo acima
formando um ângulo de
90º.
1. Mantenha um dos
quadros fixo, segurando-o
firme com uma das mãos.
75º
60
º
60
º
45
º
45
º
30 º
º 30
15º 15º
HORIZONTAL 0º
Figura 12 - A combinação dos esquadros nos permite obter ângulos de 15° e 75°
Fonte: adaptada de Bortolucci et al.(2005, p. 61).
24
DESIGN
COMPASSO
Os círculos ou arcos com grande circunferência se- papel, primeiramente, com a lapiseira, para, depois,
rão realizados com o auxílio de um compasso, que colocar, ali, a ponta seca e girá-lo no sentido horá-
deve estar com o grafite bem apontado, alinhado rio, inclinando-o, levemente, no sentido do traço. É
com a ponta seca. A fim de evitar danificar o papel, importante salientar que a precisão do desenho não
o ajuste da abertura necessária deve ser realizado depende somente do manejo mais adequado, mas
fora do desenho, com a utilização do escalímetro. também da qualidade do compasso (BORTOLUC-
Em seguida, deve-se marcar o centro do círculo no CI; PORTO, 2005).
Inclinação da Inclinação
mão da mão
Giro do compasso
Giro do compasso
Sentido do traço
Sentido do traço
a mão
mpasso
aço
Figura 13 - Recomendações para a utilização do compasso
Fonte: adaptada de Bortolucci e Porto (2005, p. 62).
25
DESENHO TÉCNICO
26
DESIGN
28 30 32 35
25 22 20 18 16 15
6 7 8 9 10 12 14
1 2 3 4 5
27
DESENHO TÉCNICO
Normas Técnicas e
Apresentação da Prancha
O desenho é uma forma de comunicação, assim Quanto ao desenho técnico, são inúmeras as normas
como a fala ou a escrita. E, para que seja bem com- que tratam sobre esse assunto. A principal delas é
preendido, deve fazer uso de símbolos e convenções, a NBR 6492 (1994), intitulada “Representação de
conhecidos pelos profissionais ligados ao projeto do projetos de arquitetura”, que “fixa as condições exigí-
ambiente construído como um todo, como arqui- veis para representação gráfica de projetos de arqui-
tetos, designers ou engenheiros. Ou seja, para que tetura, visando a sua boa compreensão”. No entanto
o projeto seja executado de forma adequada, todos temos muitas outras, conforme a lista que segue2:
devem falar a mesma língua. 2
A listagem apresenta as principais normas de desenho técnico, elaboradas
pelo Comitê Brasileiro de Máquinas e Equipamentos Mecânicos e, as-
Nesse sentido, a Associação Brasileira de Nor- sim, mais voltadas ao desenho técnico mecânico. A NBR 6492 (1994) foi
elaborada pelo Comitê Brasileiro de Construção Civil e, portanto, reúne
mas Técnicas – ABNT tem a função de definir re- uma série de informações referentes ao desenho de edificações, inclusive
comendações e padronizar uma série de procedi- abordando alguns dos assuntos tratados nas demais normas citadas. Su-
gerimos que o(a) aluno(a) sempre consulte as normas em conjunto com
mentos das mais diversas áreas do conhecimento. a NBR 6492 (1994).
28
DESIGN
REFLITA
Seja um desenho feito à mão ou desenvolvido com o auxílio de um computador, os padrões e as avalia-
ções que se aplicam à comunicação efetiva das ideias em projetos da arquitetura continuam os mesmos.
Francis D. K. Ching
SAIBA MAIS
O conteúdo das normas técnicas é definido com a participação e representação de vários setores da
sociedade, como associações, entidades, universidades, empresas, entre outros. O projeto de uma
norma é sempre “submetido à Consulta Nacional pela ABNT, com ampla divulgação, dando assim
oportunidade a todas as partes interessadas para examiná-lo e emitir suas considerações. [...] Nesta
etapa, qualquer pessoa ou entidade pode enviar comentários e sugestões ou então recomendar a
sua desaprovação. As sugestões aceitas são consolidadas no Projeto de Norma, que é homologado e
publicado pela ABNT como Norma Brasileira, recebendo a sigla ABNT NBR e seu respectivo número”.
• NBR 10067/1995: princípios gerais de repre- • NBR 10582/1988: apresentação da folha para
sentação em desenho técnico. desenho técnico.
• NBR 10068/1987: folha de desenho: leiaute e • NBR 13142/1999: desenho técnico – dobra-
dimensões – padronização. mento de cópia.
• NBR 8402/1994: execução de caracteres para • NBR 8196/1999: desenho técnico – emprego
escrita em desenhos técnicos – procedimento. de escalas.
• NBR 8403/1984: aplicação de linhas em de- • NBR 12298/1995: representação de área de
senhos – tipos de linhas – largura das linhas corte por meio de hachuras em desenho téc-
– procedimento. nico.
• NBR 10647/1989: desenho técnico – define • NBR 10126/1987: cotagem em desenho téc-
os termos empregados em desenho técnico. nico.
29
DESENHO TÉCNICO
ESCRITA TÉCNICA
Segundo Vizioli et al. (2009, p. 14), a representação Na escrita técnica manual, deve-se tomar cuida-
de letras e números “faz parte da boa apresentação do para que os textos sejam legíveis, uniformes e re-
do projeto”. Ao longo da profissão, o designer de in- gulares. Para que isso seja possível, é necessário que
teriores trabalhará com o auxílio de sistemas com- você faça o uso de linhas auxiliares horizontais, a fim
putacionais, no entanto o bom senso com relação de garantir que as letras e números tenham a mesma
ao tipo de letra a ser utilizada e ao tamanho desta é altura. Estas linhas de apoio devem ser finas e leves,
muito importante para o bom entendimento do pro- quase não aparentes, para que não seja necessário
jeto. Além do mais, ao longo da vida profissional, apagá-las posteriormente. É importante salientar
uma letra bem apresentável é sempre bem-vinda e que os textos nunca devem se apoiar nas linhas do
vista com bons olhos, especialmente pelo cliente. desenho, do carimbo ou das margens.
Para Bortolucci e Porto (2005, p. 66), a colo- Quanto ao tipo dos caracteres, a NBR 6492
cação de textos em uma prancha de desenho exi- (1994, s. p.) recomenda que as letras sejam “sempre
ge conhecimentos básicos da escrita técnica, assim maiúsculas e não inclinadas”, do tipo bastão (sem
como “alguma habilidade e experiência do dese- serifas). A norma indica que, no desenho à mão, as
nhista”, independentemente se o desenho será re- letras tenham 3 mm ou 5 mm, e que o espaço das
alizado à mão ou no computador. Esta tarefa im- entrelinhas seja igual ou superior a 2 mm. Já no de-
plica decidir o tamanho mais adequado das letras senho realizado em computador, são recomendadas
e algarismos e a melhor disposição dos textos com quatro alturas distintas, com espessuras de linhas
relação aos desenhos na folha, de forma ordenada, diferentes3. No caso das atividades aqui sugeridas,
legível e que possibilite a compreensão de todas as adotaremos as alturas do desenho à mão, sendo que
informações. Para isso, é necessário que os textos os textos menores, com 3 mm, serão representados
sejam organizados de acordo com uma hierarquia com linha fina, e os maiores, com linha média ou
visual: títulos com letras maiores, tópicos menos grossa.
importantes com letras medianas, textos em geral Com a prática, você terá mais controle e precisão
com letras pequenas e assim por diante. dos traços, de forma que as letras e os algarismos
Cabe ressaltar, porém, que o texto nunca deve tenham proporções e espaçamentos semelhantes,
competir com o desenho. Segundo Yee (2014, p. até o momento em que as linhas auxiliares não serão
25), “uma vez que o objetivo principal de um dese- mais necessárias. Segundo Yee (2014, p. 28), “uma
nho arquitetônico é a representação gráfica de um boa escrita arquitetônica reside na arte de dominar
objeto, qualquer escrita deve ser suficientemente os movimentos básicos: horizontais, verticais, incli-
pequena para não competir com a parte gráfica”. nados e curvilíneos”.
3
Para a escrita técnica com o uso de instrumentos, a norma ainda traz, como
referência, o número das réguas, antigamente, utilizadas, conhecidas
como normógrafos, com algarismos, letras maiúsculas e minúsculas va-
zadas, para direcionar a escrita.
30
DESIGN
Figura 16 - As linhas auxiliares devem corresponder aos limites superior e inferior dos textos e devem ser leves, quase não aparentes
Fonte: os autores41
1
Desenho elaborado pela aluna Luana Aparecida Bermudes (2016), do 1º ano do curso presencial de Arquitetura e Urbanismo do Unicesumar.
Além do cuidado com a regularidade dos carac- rentes indicações textuais, mas também com relação
teres, também deve-se atentar para o sentido de lei- aos próprios desenhos. Por convenção, os títulos de-
tura dos textos – considerando que a prancha é lida vem ser posicionados logo abaixo dos desenhos, de
da esquerda para a direita e de baixo para cima – e preferência, do lado esquerdo, conforme você pode
para o alinhamento desses, não somente entre dife- observar no exemplo a seguir.
SENTIDO INCORRETO
5,70
SENTIDO INCORRETO
SENTIDO CORRETO
1,75
5,25
1,75
1,75
SENTIDO CORRETO
LEGENDA
Figura 17 - Sentido correto de leitura da folha: da esquerda para a direita e de baixo para cima
Fonte: os autores.
31
DESENHO TÉCNICO
Os formatos do papel são indicados na NBR 10068 mensões, de preferência, com a utilização de for-
(1987), que adota como padrão a série A, com di- matos menores, que permitam melhor manuseio,
mensões em milímetros. Esta série tem, como base, não somente durante a elaboração dos desenhos,
a folha A0, com formato retangular de 1 m² de su- mas também na utilização destes no local de exe-
perfície, com lados medindo 841 mm x 1189 mm. cução do projeto. De acordo com a norma, caso
Os demais formatos são menores: o tamanho da fo- seja necessário utilizar papéis com formatos distin-
lha A1 equivale à metade da folha A0, a folha A2 é tos dos padrões da série A, recomenda-se adotar
correspondente à metade do formato A1, a folha A3 folhas com dimensões correspondentes a múlti-
equivale à metade da folha A2 e assim por diante. plos do padrão. Por exemplo, pode-se adotar uma
Dentro do possível, é recomendado que todas folha com a mesma altura da folha A3, porém com
as pranchas de um projeto tenham as mesmas di- maior comprimento.
A1
594 x 841
A0
841 x 1189 A3
A2
297 x 420
420 x 594
A4
210 x 297
32
DESIGN
A NBR 10068 (1987) também define o tamanho Quando for necessário, as folhas devem ser dobra-
das margens, que diferem de acordo com o formato das considerando as dimensões do formato A4. As
do papel. A margem esquerda sempre é maior, com dobras devem ser realizadas de forma que a mar-
25 mm, para que seja possível sua fixação em pastas gem esquerda fique livre para a fixação da folha em
ou arquivos, e as demais (margem direita, superior e pastas ou arquivos e que as informações básicas do
inferior) devem ter 10 mm ou 7 mm, de acordo com carimbo estejam visíveis. A NBR 6492 (1994) tam-
o Quadro 2. bém recomenda indicar as posições das dobras nas
margens, para facilitar o dobramento.
Dimensões Margem
Formato
(mm) (mm)
Esquerda Demais
A0 841 x 1189 25 10 A3
297 x 420
A1 594 x 841 25 10
dobra
dobra
A2 420 x 594 25 7
297
A3 297 x 420 25 7
A4 210 x 297 25 7
420
A3
297 x 420
7
dobra
dobra
297
A3
297
277
LEGENDA
25 385 7
33
DESENHO TÉCNICO
LEGENDA OU CARIMBO
34
DESIGN
O planejamento das pranchas é importante para também devem seguir uma organização clara, o
assegurar que o projeto seja apresentado de forma que pode ser obtido por meio de um planejamento
clara e legível, o que implica o bom aproveitamen- prévio da localização dos desenhos na prancha e do
to das folhas e o planejamento da sequência e dis- alinhamento entre desenhos e textos. Esse planeja-
tribuição de todos os desenhos nas pranchas. Para mento se faz especialmente necessário no desenho
Ching (2011, p. 214), o excesso de informações pode à mão, já que, no desenho elaborado por meio do
dificultar o entendimento de um projeto e ofuscar computador, há a possibilidade de mover os dese-
“a intenção e a proposta da apresentação”. O autor nhos finalizados ou mesmo mudar as escalas antes
sugere que sejamos “econômicos” ao apresentar uma que o projeto seja impresso.
proposta, “utilizando apenas o necessário para co- Para organização da folha, recomenda-se mar-
municar uma ideia”. car, primeiramente, a localização e o tamanho de to-
dos os desenhos que comporão a prancha para, em
Com o mínimo de elementos, os desenhos de seguida, desenvolver cada um, com detalhamentos,
apresentação devem explicar um projeto cla-
indicações textuais e espessuras distintas de linhas.
ramente e com detalhes suficientes, de modo
que as pessoas não familiarizadas com ele se- Você deverá tomar o cuidado para centralizar os
jam capazes de entender a proposta de projeto desenhos na folha, de forma que os espaçamentos
(CHING, 2011, p. 204). entre os desenhos e com relação às margens fiquem
uniformes. Além disso, por convenção, os títulos
Os desenhos devem ser dispostos na prancha con- dos desenhos devem ser posicionados logo abaixo
siderando o sentido de leitura do projeto, ou seja, dos desenhos, de preferência, alinhados do lado es-
da esquerda para a direita e de cima para baixo, mas querdo.
35
DESENHO TÉCNICO
Linhas de Representação,
Escalas e Cotas
Um aspecto muito importante de ser observado no tinção dos elementos seccionados com relação aos
desenho técnico é a variação de tipos e espessuras de elementos em vista ou representar, de forma clara,
linhas, com o intuito de facilitar a leitura e o enten- quais elementos estão em projeção. No desenho ma-
dimento do projeto, independentemente se o dese- nual, essas variações são possíveis por meio da cor-
nho é realizado à mão ou por meio da computação reta utilização de lapiseiras com espessuras distintas.
gráfica. As linhas podem ter espessuras distintas, A seguir, serão apresentadas algumas recomen-
mas também diferentes configurações – contínuas, dações para aplicação dos diferentes tipos de linhas
tracejadas, entre outras –, de forma que os elemen- de acordo com a NBR 6492 (1994), mas também
tos do projeto sejam representados de acordo com com base em publicações mais recentes a respeito
sua natureza. Por exemplo, deve-se fazer clara dis- do tem545
4
T (2010); Y (2014); V et al. (2009).
36
DESIGN
As linhas mais grossas são utilizadas para a representação de objetos cortados e para o desenho das margens
da folha. Conforme a norma, a espessura das linhas varia de acordo com a escala e a natureza do desenho,
por exemplo, no desenho de uma planta baixa, as paredes seccionadas são sempre representadas com linha
grossa, por meio da utilização das lapiseiras 0.7 mm ou 0.9 mm. Quanto maior é a escala utilizada, maior será
a espessura das linhas. Isso, porém, será aprofundado na Unidade 3, quando trataremos do desenho da planta
da edificação.
As linhas que representam elementos em vista devem ser finas, contínuas e bem definidas. É importante que
haja a hierarquia das linhas, de forma que o leitor identifique, rapidamente, quais são os elementos secciona-
dos ou em vista. No desenho à mão, pode-se utilizar a lapiseira 0.5 mm, porém tomando cuidado para que
fiquem mais leves do que as linhas executadas com as lapiseiras 0.7 ou 0.9 m65
Alguns alunos possuem dificuldade de executar traços finos. Se este for o seu caso, poderá substituir a lapiseira 0.5 mm pela lapiseira mais fina, com espessura
5
de 0.3 mm.
c Linhas tracejadas
Os elementos em projeção devem ser representados com linha tracejada, sempre mais fina, ou seja, com a
utilização da lapiseira 0.5 mm. Segundo Yee (2014), estas linhas expressam elementos ocultos, que o obser-
vador não consegue ver, por estarem acima de um plano de corte, como beirais de um telhado, ou mesmo
armários suspensos, no caso do desenho de ambientes internos. A norma não indica o tamanho dos traços,
mas recomendamos que estes tenham, aproximadamente, 2 a 3 mm cada, com espaçamento médio de 1,5
mm entre eles.
37
DESENHO TÉCNICO
As linhas de eixo ou coordenadas são finas, representadas com traço longo e ponto. Os traços devem ter em
torno de 1 cm cada e podem ser desenhados com lapiseira 0.3 mm.
Tanto as linhas de cotas quanto aquelas utilizadas para puxar indicações textuais devem ser finas e contínuas,
porém bem definidas e aparentes, a fim de não sobressaírem mais do que os desenhos. Neste caso, também
pode ser utilizada a lapiseira 0.3 mm.
f Linha de interrupção
Esta linha é representada com espessura fina, aplicada para interromper desenhos. Por exemplo, no detalha-
mento de uma esquadria, é possível mostrar somente o detalhe do batente, utilizando uma linha de interrup-
ção para indicar que não foi representado todo o comprimento da porta ou dajanela.
g Linhas auxiliares
A norma também recomenda a utilização de linhas auxiliares, com a função de guiar a construção do dese-
nho e da escrita técnica. Estas devem ser contínuas, porém muito finas e leves, quase não aparentes, o que
pode ser obtido com a utilização da lapiseira 0.3 mm. As linhas auxiliares devem ser leves o suficiente para
que não precisem ser apagadas, sem prejudicar a apresentação final do trabalho.
Figura 21 - Linhas
Fonte: os autores.
38
DESIGN
Além dessas aplicações, também utilizamos as linha fina. Esta hierarquia também pode ser apli-
diferentes espessuras de linhas para representar a cada no desenho de vistas de um ambiente inter-
proximidade ou distância de um objeto com rela- no ou mesmo na representação do mobiliário. Se-
ção ao observador. No desenho de uma fachada, gundo Yee (2014, p. 37), “quanto maior a variação
por exemplo, representamos os elementos mais na hierarquia dos pesos das linhas de grossa até
próximos com linhas grossas, enquanto aqueles fina, maior será a percepção de profundidade no
elementos mais ao fundo são representados com desenho”.
Figura 22 - Planta baixa de uma residência térrea, mostrando a diferença das linhas grossas e finas
Fonte: os autores.
39
DESENHO TÉCNICO
REVESTIMENTO EM
TIJOLO APARENTE
PINTURA
ACRÍLICA (COR:
BRANCO)
PORTA EM
MADEIRA
ELEVAÇÃO LATERAL - 02
7 ESCALA 1:50
Figura 23 - Exemplo da fachada de uma edificação com hierarquia de linhas
Fonte: os autores.
Figura 24 - Desenho realizado para aprendizagem da hierarquia de linhas e uso dos esquadros
Fonte: os autores71
1
Desenho elaborado pela aluna Jaqueline Aparecida de Jesus Saganski (2016), do 1º ano do curso presencial de Arquitetura e Urbanismo do Unicesumar.
40
DESIGN
Por fim, sejam finas ou grossas, contínuas ou não, as li- 1/250; 1/500. Na prática do desenho à mão, o escalí-
nhas devem ser uniformes. No desenho das linhas con- metro6 nos permite utilizar todas essas escalas, além da
tínuas, deve-se tomar o cuidado para que o traço não escala 1/125, sem a necessidade de fazer cálculos7.
tenha “emendas”, e nas linhas tracejadas ou com traço 1:5 1:75 1:10 1:125* 1:2 1:25
e ponto, os traços devem ter tamanhos e espaçamen- 1:50 1:100 1:20 1:250
tos regulares. O encontro das linhas também merece 1:500 1:200
atenção: deve-se evitar “cantos que não se interceptam”
Quadro 3 - Escalas mais usuais na representação de desenhos arquite-
bem como superposições exageradas, de forma que as tônicos
linhas apenas se toquem nas extremidades. Fonte: adaptado de NBR 6492 (1994).
* A escala 1:125 é a única que não é recomendada pela norma técnica,
porém é utilizada no dia a dia da profissão.
ESCALAS E DIMENSIONAMENTOS
As escalas podem ser numéricas – naturais, de redu-
De acordo com Bortolucci e Porto (2005, p. 68), “a ção ou ampliação – ou gráficas.
necessidade de usar escalas no desenho técnico exis-
te porque, na maioria dos casos, não é possível dese- ESCALA NATURAL
nhar os objetos no seu tamanho natural”. Por exem-
plo, quando vamos desenhar uma casa, precisamos Quando a escala é natural, significa que as dimen-
representá-la com tamanho reduzido, para que seja sões do desenho são iguais às dimensões reais do
possível fazê-lo em uma folha de papel. Da mesma objeto, ou seja, não há redução ou ampliação. Esta
forma, ao desenharmos os detalhes de um relógio, escala é representada como 1:1 ou 1/18
devemos representá-lo com dimensões ampliadas,
sempre de forma proporcional. Portanto, a escala
nada mais é do que a relação entre as dimensões do
desenho e o tamanho real do objeto.
Como saber, porém, qual é a escala mais adequa-
da? Isto dependerá do tamanho do objeto a ser repre- Figura 25 - Escala natural
sentado, das dimensões da folha de papel adotada, Fonte: os autores.
41
DESENHO TÉCNICO
As escalas numéricas de redução são as mais utilizadas Segundo Montenegro (2001, p.32), “a escala gráfica
por profissionais ligados ao projeto do ambiente cons- é a representação da escala numérica”. Trata-se de
truído, como arquitetos, engenheiros ou designers de uma espécie de régua, em que são indicadas algumas
interiores. Neste caso, as dimensões do desenho são unidades para leitura ou medição do projeto, sempre
menores do que as do objeto real e, portanto, são re- com a mesma escala do desenho. Por exemplo, se um
presentadas da seguinte forma: 1:2, 1:5, 1:10, 1:20, desenho original for reduzido para uma escala não
1:25, 1:50, entre outras. Por exemplo, quando utiliza- conhecida, a escala gráfica deve ser reduzida da mes-
mos a escala de redução 1:10, significa que cada 1 cm ma forma, de modo que possibilite tirar quaisquer
do desenho equivale a 10 cm do objeto real, ou seja, dúvidas de dimensões específicas não informadas.
o desenho será 10 vezes menor do que o objeto real.
0 1 2 5
ESCALA GRÁFICA
Figura 28 - A escala gráfica deve ter a mesma escala do desenho
42
DESIGN
COTAGEM
7,5 m (escala 1:100)
0,75 m (escala 1:10)
De acordo com Bortolucci et al.(2005, p.149), “as co-
tas são informações numéricas colocadas no desenho
e correspondem às dimensões reais do objeto repre-
sentado”, independentemente da escala utilizada. Es-
Figura 31 - A medida representa 7,50 metros na escala 1:100 e 0,75 me-
tros na escala 1:10 sas têm a função de informar todas as medidas neces-
Fonte: os autores. sárias para que um objeto seja construído, sem que
haja a necessidade de recorrer ao escalímetro. Seja no
desenho à mão, seja no computador, você deve ter co-
12 m (escala 1:200)
1,20 m (escala 1:20)
nhecimento das regras básicas de cotagem.
A NBR 6492 (1994) traz algumas recomen-
dações para a cotagem de projetos de arquitetura.
Primeiramente, os desenhos devem ser cotados em
Figura 32 - A medida representa 1,20 metros na escala 1:20, e 12,00
metros na escala 1:200 metros (m) para as dimensões iguais e superiores
Fonte: os autores. a 1 metro e em centímetros (cm) para as medidas
inferiores a 1 metro. Caso seja necessário indicar a
terceira casa decimal – os milímetros (mm) –, deve-
mos apresentá-la como expoente, conforme o exem-
plo da Figura 33.
43
DESENHO TÉCNICO
44
DESIGN
Observe que, nos exemplos dados, sempre há uma a primeira cota e de 6 ou 7 mm a partir da segun-
marcação dos limites da cota por meio de um pe- da linha de cota, independentemente da escala uti-
queno traço com inclinação de 45°. Outra forma lizada. É importante ressaltar que as cotas parciais
de destacar esse limite é com a utilização de um devem ser sempre representadas mais próximas do
pequeno círculo preenchido. Tamashiro (2010, p. desenho e, em seguida, as cotas totais, de forma que
185) ressalta que essas marcações devem ter tama- a linha de chamada fique contínua. O cruzamento
nho suficiente para indicar “claramente os limites de das linhas de cota deve ser evitado.
uma cota”, mas também não podem ser demasiada- Bortolucci et al.(2005, p. 150) indica que o texto
mente grandes, de forma que não interfiram no en- deve ser colocado sempre “sobre a linha de cota, sem
tendimento do desenho. O autor alerta que as setas tocá- la”, respeitando o sentido de leitura da folha, ou
não são recomendadas para o desenho de projetos seja, da esquerda para a direita na horizontal e de cima
do ambiente construído, mas sim, para o desenho para baixo na vertical. Quando for necessário, é possí-
técnico mecânico. Além da marcação, note que as vel descentralizar os algarismos da cota, para a esquer-
linhas de chamada e as linhas de cota sempre se cru- da ou direita, a fim de permitir melhor visualização de
zam, com um prolongamento de cerca de 2 mm. algum elemento do desenho. Para a cotagem de cír-
Quanto ao espaçamento entre a linha de cota e o culos ou desenhos curvilíneos, utilizamos o símbolo ø
desenho, este pode ser em torno de 10 a 15 mm para para indicar o diâmetro, ou a letra R para o raio.
0,46
0,56
0,76
0,10
0,20
0,20
45
DESENHO TÉCNICO
Considerações Finais
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, vimos alguns dos desenho. Caberá ao futuro profissional designer de
conceitos e das regras básicas do desenho técnico interiores aplicar os conceitos e as regras básicas
voltado à representação do ambiente construído. aqui apresentadas, porém imprimindo sua própria
Todas as informações aqui apresentadas serão apli- identidade visual, de forma que o conjunto de de-
cadas nas próximas unidades, na representação grá- senhos e a organização da prancha como um todo
fica de plantas, vistas ou cortes, sempre com a utili- tenham relação com os princípios mais importantes
zação dos instrumentos e materiais de desenho. para o profissional, aqueles aplicados em seus pró-
Vimos que as regras se aplicam ao desenho téc- prios projetos.
nico arquitetônico como um todo, seja aquele ela- Aluno(a), com a prática, você identificará os
borado à mão, seja executado no computador. Inde- próprios erros e desenvolverá mais senso crítico na
pendentemente do método utilizado, a hierarquia de avaliação de seus próprios desenhos. O desenho, as-
linhas é de extrema importância para o melhor en- sim como qualquer outra atividade que você se pro-
tendimento do projeto, de forma que os elementos ponha a fazer, deve ser praticado periodicamente, o
seccionados ou mais próximos da visão do obser- que lhe renderá melhores resultados com o tempo.
vador se destaquem com relação ao conjunto repre- Vale lembrar que não se trata somente de praticar a
sentado. Os diferentes tipos de linhas também têm técnica, mas este exercício também lhe permite me-
grande importância, e, nas próximas unidades, você lhorar habilidades relacionadas à percepção visual,
verá como aplicar cada uma delas: linhas grossas, fi- ao raciocínio de dimensões e de relações espaciais.
nas, contínuas, tracejadas, entre outras. O próximo passo será entender a planificação
Entender a relação entre as diferentes escalas de objetos tridimensionais em uma folha de papel,
também auxilia no planejamento das pranchas de a fim de treinar a visão espacial. Vamos em frente!
46
LEITURA
COMPLEMENTAR
Caro(a) aluno(a), leia o texto a seguir, extraído do livro Toda linguagem é estruturada sobre um código próprio
Desenho: teoria & prática, que aborda a importância de (conjunto de sinais que possuem regras específicas). Te-
conhecer a linguagem do desenho técnico. Boa leitura! mos de conhecer bem as regras para poder usá-las de
forma criativa. Isso justifica porque precisamos conhecer
São os diferentes tipos de representação por desenhos as regras do desenho geométrico, da geometria descri-
que permitem a compreensão das consequências de tiva, do desenho técnico. Sem esse conhecimento não
cada ato de decisão durante o procedimento de simula- podemos raciocinar como projetistas e também não con-
ção de ideias espaciais – o projeto – e os desenhos são seguiremos nos comunicar com os outros profissionais
o suporte de representação material deste raciocínio si- envolvidos na nossa área de atuação. A produção cria-
mulatório. Dessa forma, o projetista realizará uma série tiva depende de um pensamento flexível, capaz de pro-
de construções gráficas, procurando elaborar e descre- curar analogias, de recombinar, fazer novas associações,
ver as concepções mentais decorrentes do ato de criar. aventurar-se sobre o próprio conhecimento acumulado.
Isso porque o desenho, sendo linguagem, faz parte de E para o projetista, a habilidade do desenho, a capacida-
um processo complexo de raciocínio. de de visualização espacial adquirida com a prática do
Cada um dos tipos de desenho presta-se, em momentos desenho, a reflexão crítica sobre a própria linguagem do
diferentes do desenvolvimento de uma ideia, a auxiliar a desenho serão fundamentais para alimentar as opera-
visualização daquilo que pensamos: permite selecionar, ções mentais criativas e para favorecer o uso pleno de
eliminar e sintetizar produtos de nossa imaginação cria- qualquer instrumental de desenho.
dora. É o desenho que, aliado a conhecimentos técnico- Um simples esboço possui linhas carregadas de significa-
científicos, dá suporte à capacidade de inventar, transfor- do para aquele que usa a expressão pelo desenho como
mar o mundo. Por isso é uma forma de conhecimento, é forma de raciocínio, exercício de visualização. Materiali-
uma linguagem universal, no espaço e no tempo. za no papel a representação de suas ideias espaciais. Ao
Por sua vez, cada instrumental de construção do dese- enxergá-las, concebe-as melhor e alimenta seu próprio
nho é um organismo que se estrutura e se articula de processo imaginativo.
maneira diferenciada dos demais. Cada uma produz for-
mas distintas de conhecimento e descreve a represen- Fonte: Porto (2005, p. 25-26).
tação diversificadamente. Para fazer uso de um instru-
mento de representação, qualquer que seja, do lápis ao
computador, é necessário apropriar-se dos conceitos e
técnicas que fundamentam este instrumento.
47
atividades de estudo
1. Copie o texto a seguir utilizando a caligrafia técnica. Todas as letras devem ser maiúsculas,
não inclinadas, com alturas de 5,0 mm (título) e 3,0 mm (texto). Trace linhas auxiliares e
procure fazer com que todos os caracteres tenham proporções semelhantes.
SÍMBOLOS GRÁFICOS
OS SÍMBOLOS GRÁFICOS BASEIAM-SE EM CONVENÇÕES PARA TRANSMITIR
INFORMAÇÕES. PARA SEREM FACILMENTE RECONHECÍVEIS E LEGÍVEIS, MAN-
TENHA-OS SIMPLES E CLAROS – SEM DETALHES IRRELEVANTES E FLOREIOS ES-
TILÍSTICOS. AO RESSALTAR A CLAREZA E A LEGIBILIDADE DE UMA APRESEN-
TAÇÃO, ESTAS FERRAMENTAS TAMBÉM SE TORNAM ELEMENTOS IMPORTANTES
NA COMPOSIÇÃO GERAL DO DESENHO OU DA APRESENTAÇÃO (CHING, 2011, P.
210).
2. Em uma folha formato A3, desenhe as margens conforme as indicações da norma técnica, ou
seja, com 25 mm no lado esquerdo e 7 mm na margem direita, superior e inferior.
Para fins de aprendizagem, adotaremos um carimbo simplificado, com dimensões totais de
178 mm x 40 mm, que deve ser preenchido com letras e algarismos técnicos. O primeiro ca-
rimbo será utilizado para a terceira atividade de estudo (aula 3), referente à prática dos tipos
e espessuras de linhas. Observe que o carimbo deve ficar encostado nas margens inferior e
lateral direita.
Lembre-se de limpar a prancheta, a régua paralela e os instrumentos de desenho antes de
começar. Siga as dimensões e indicações apresentadas na figura a seguir:
178 margem 7
borda da folha!
NOME:
NOME COMPLETO DO ALUNO
10 10 10
MÓDULO: FOLHA
DESENHO TÉCNICO
40
CONTEÚDO:
TIPOS E ESPESSURAS DE LINHAS
DATA: ESCALA:
21/03/2016 1:100
7 10
borda da folha!
74 74 30
Figura 1 - Dimensões e indicações
Fonte: os autores.
48
atividades de estudo
LINHA FINA
LINHA GROSSA
90º
5
5
7,00
LINHA MÉDIA
LINHA FINA
49
atividades de estudo
b. Desenhe a figura a seguir utilizando o esquadro de 45°. Observe as espessuras das linhas.
1,00
2,00 LINHA FINA
LINHA GROSSA
7,00
2,00
LINHA MÉDIA
2,00
LINHA FINA
4. Desenhe uma linha para cada medida indicada, com o auxílio da régua paralela e do escalí-
metro, com as seguintes escalas:
a. Represente 3,32 metros na escala 1:25.
b. Represente 4,58 metros na escala 1:50.
5. Como parte de um projeto de interiores para uma residência, um profissional precisou deta-
lhar um móvel que seria produzido sob medida para seu cliente. O desenho foi realizado na
escala 1:20 e, portanto, foi representado com 20,75 cm de comprimento no total. Consideran-
do a escala informada, qual é a dimensão real desse móvel?
a. 1,04 metros.
b. 4,15 metros.
c. 2,75 metros.
d. 10,37 metros.
6. Esta atividade tem como objetivo resumirmos todo o conteúdo dado ao longo desta unidade,
incluindo a prática da cotagem de projetos. Sendo assim, desenhe os dois objetos que seguem
nas escalas indicadas e indique as cotas parciais e totais de todos eles. Logo abaixo de cada
desenho, indique a escala utilizada bem como a escala gráfica. Lembre-se de planejar os de-
senhos na prancha, tomando o cuidado para alinhá-los e centralizá-los na folha. O carimbo e
as margens são sempre necessários, especialmente para o arquivamento e a identificação das
atividades propostas.
50
atividades de estudo
5,70
1,90 1,90 1,90
1,75
1,75
5,25
1,75
2,45
2,45
5,00
R=5
12,45
00,
10,00
5,00
5,00
51
DESENHO TÉCNICO
Desenho Arquitetônico
Gildo A. Montenegro
Editora: Blucher
Sinopse: o livro trata, de maneira bastante didática, a respeito
do desenho técnico manual, trazendo orientações a respeito dos
instrumentos a serem utilizados, traços distintos, escalas e cotas
– conteúdo abordado nesta unidade –além de ensinamentos re-
ferentes às peças gráficas do projeto arquitetônico: planta baixa,
implantação e cobertura, cortes e fachadas.
52
referências
ABNT. NBR 10068. Folha de desenho: leiaute e dimensões. Rio de Janeiro: ABNT, 1987.
ABNT. NBR 6492. Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1994.
BORTOLUCCI, M. A. P. C. S. et al. Desenho: Teoria & Prática. São Carlos: SAP/EESC-USP,
2005.
BORTOLUCCI, M. A. P. C. S.; PORTO, M. V. Material e Instrumentos. In: BORTOLUCCI, M.
A. P. C. S. et al. Desenho: Teoria & Prática. São Carlos: SAP/EESC-USP, 2005.
CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2011.
MONTENEGRO, G. A. Desenho Arquitetônico. São Paulo: Blucher, 2001.
PORTO, M. V. Reflexões sobre o desenhar. In: BORTOLUCCI, M. A. P. C. S. et al. Desenho:
Teoria & Prática. São Carlos: SAP/EESC-USP, 2005.
TAMASHIRO, H. A. Entendimento técnico-construtivo e desenho arquitetônico: uma
possibilidade de inovação didática. 2010.Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo)
– Universidade de São Paulo, São Carlos, 2010.
VIZIOLI, S. H. T.; MARCELO, V. C. C. et al. Desenho Arquitetônico Básico. São Paulo: Pini,
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so em: 18 jul. 2016.
2
Em: <http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/o-que-e>. Acesso em: 11 abr.
2016.
2016.
53
gabarito
1.
• Fixe a folha na prancheta seguindo as orientações dadas na aula 1.
• Trace a primeira linha auxiliar com a ajuda da régua paralela.
• Marque a altura das letras com o auxílio do escalímetro e trace a linha auxiliar superior
(utilize a escala 1:100).
• Tome cuidado para que as letras não fiquem inclinadas. Caso precise de ajuda, utilize o
esquadro para traçar as retas verticais.
2.
a. Após realizar a limpeza da superfície de trabalho e dos instrumentos e fixar a folha na pran-
cheta, marque o tamanho das margens com o auxílio do escalímetro, utilizando a escala
1:100.
b. Com a lapiseira mais fina (0.3 mm), trace as margens inferior e superior com o auxílio da
régua paralela e as margens esquerda e direita utilizando o esquadro, apoiado na régua
paralela.
c. Marque as dimensões do carimbo com o auxílio do escalímetro e trace todas as linhas do
carimbo, a princípio, com a lapiseira mais fina.
d. Ainda com a lapiseira mais fina, trace linhas auxiliares para guiá-lo na escrita técnica (lem-
bre-se que o texto nunca poderá encostar nas margens ou linhas do carimbo).
e. Escreva os textos menores – com altura de 3 mm – utilizando a lapiseira mais fina e os tex-
tos maiores com a lapiseira 0.5 mm, procurando fazer com que todas as letras e todos os-
números tenham o mesmo tamanho e proporções (observe no carimbo apresentado como
exemplo que os textos estão todos alinhados!).
f. É preferível que as linhas médias e grossas, referentes ao contorno do carimbo e margens,
respectivamente, sejam passadas somente após a elaboração da atividade de estudo 3, a fim
de manter a folha mais limpa.
3. Primeiramente, desenhe somente o contorno dos dois desenhos na folha com uma lapiseira
fina, com linhas auxiliares, procurando centralizá-los.
a b
Legenda
54
gabarito
a. No primeiro exercício, comece traçando com o esquadro de 30°. A princípio, trace todas
as linhas com lapiseira fina (0.3 mm), tomando cuidado para que a linha tracejada tenha
traços com tamanho e espessura uniformes. Lembre-se: o esquadro deve estar apoiado na
régua paralela.
Ponto de partida,
com esquadro
de 30º!
Após terminar o primeiro passo, desenhe as linhas perpendiculares com o jogo de esquadros,
conforme orientações na aula 1. Para finalizar, trace as linhas médias e grossas.
55
gabarito
No segundo exercício, comece pelas linhas verticais, sempre com a lapiseira fina (0.3 mm).
Em seguida, trace as linhas inclinadas com o esquadro de 45°, tomando o cuidado com os
encontros das linhas. Trace as linhas grossas somente ao finalizar o desenho.
56
gabarito
4.
a. 3,32 metros na escala 1:25.
5. b) A dimensão real desse móvel é de 4,15 metros. Na escala 1:20, cada centímetro do desenho equivale
a 20 cm do objeto real. Logo, se o desenho possui 20,75 cm, o objeto terá 415 cm ou 4,15 metros (o
objeto será 20 vezes maior do que o desenho).
6. Assim como no exercício 3, comece com o planejamento dos desenhos na folha, procurando centrali-
zá-los. Lembre-se de prever espaço para as cotas, a escala gráfica e o título do desenho!
Sugerimos que você desenhe os objetos, primeiramente, em um rascunho, a fim de identificar suas
dimensões finais na escala correta. Desenhe, então, na folha definitiva, com a lapiseira fina (0.3 mm),
tomando cuidado com a leitura do escalímetro.
57
PROJEÇÃO ORTOGONAL E
PERSPECTIVA ISOMÉTRICA
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Breve histórico da Geometria Descritiva
• Definição e tipos de projeção
• Projeção Ortogonal
• Vistas Ortogonais
• Definição e tipos de perspectiva
• Perspectiva isométrica
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer as origens e os objetivos da representação
gráfica em Desenho Técnico.
• Definir projeção e perspectiva.
• Conhecer os diferentes tipos de projeções.
• Definir Projeção Ortogonal e sua importância para
entendermos um projeto.
• Conhecer os tipos de Planos e Vistas Ortogonais e quando
aplicá-los.
• Conhecer a perspectiva isométrica e seus métodos de
construção.
unidade
II
INTRODUÇÃO
Breve Histórico da
Geometria Descritiva
No início do século XVII, com o advento da Revolu- O responsável por suprir esta demanda foi o
ção Industrial, a produção deixou de ser artesanal e matemático francês Gaspard Monge (1746-1818).
passou a ser padronizada em grandes quantidades, o Monge partiu das técnicas de representação gráfica
trabalho manual deu lugar às máquinas. Esta trans- usadas pelos egípcios, que representavam apenas a
formação dos meios de produção trouxe a necessida- planta, a elevação e o perfil. O método de Monge
de de uma representação gráfica definida e precisa, utiliza dois planos de projeção perpendiculares en-
que proporcionasse a padronização dos produtos, tre si (plano horizontal e plano vertical) e ilimitados,
além de uma forma universal de interpretação dos nos quais são feitas as projeções das figuras que se
projetos (MARQUES; CHISTÉ, 2015). quer representar em duas dimensões.
62
DESIGN
63
DESENHO TÉCNICO
Definição e Tipos
de Projeção
Projetar significa representar um objeto, graficamen-
te, em um plano. A projeção é formada pelos pontos TIPOS DE PROJEÇÃO
de interseção dos raios projetantes, que tangenciam
o objeto a se representar com uma superfície plana, De acordo com a posição do centro projetivo em
chamada plano projetivo (RABELLO, 2005). relação ao plano de projeção, as projeções se classi-
ficam em:
ELEMENTOS DA PROJEÇÃO • Cônicas – Quando o centro projetivo está a
uma distância finita do plano de projeção e os
raios projetantes são divergentes (Figura 2).
+
(P) • Cilíndricas – Quando o centro projetivo está
a uma distância infinita do plano de projeção
e os raios projetantes são paralelos (Figura 3).
(A) (C)
(B)
A C
(α) B
P: centro de projeção
Retas PA, PB e PC: raios projetantes Figura 3 - Exemplo de projeção cônica
64
DESIGN
(B)
(A)
(C)
(B)
o A
A C
C
(α) B
(α) B
Figura 5 - Exemplo de projeção cilíndrica oblíqua Figura 6 - Exemplo de projeção cilíndrica ortogonal
Fonte: Miceli e Ferreira (2010, p. 22). Fonte: Miceli e Ferreira (2010, p. 22).
1
Cedido por Marcio Francisco Lopes (2016).
65
DESENHO TÉCNICO
Projeção
Ortogonal
Segundo definição do vocabulário de termos relativos mensional projetando linhas perpendiculares ao
aos métodos de projeção da Associação Brasileira de plano do desenho. Para construirmos uma Projeção
Normas Técnicas (ABNT – NBR ISO 10209-2, 2005), Ortogonal, desenhamos linhas de projeções para-
Projeção Ortogonal é a projeção paralela na qual todas lelas a partir de vários pontos do objeto de modo
a projetantes interceptam o plano de projeção em ângu- que elas incidam, perpendicularmente, ao plano do
lo reto (ABNT, 2005). É a representação de um objeto desenho. A seguir, conectamos os pontos projetados
em vistas distintas, mantidas as dimensões, de forma na ordem adequada e, para obter vista do objeto ou
que o conjunto da vistas descreve o objeto no todo. da edificação no plano do desenho, referimo-nos à
Segundo Ching (2011, p. 38), a Projeção Orto- imagem resultante no plano do desenho como Vista
gonal representa uma forma ou construção tridi- Ortogonal (CHING; JUROSZEK, 2012, p. 136).
66
DESIGN
2º DIEDRO 1º DIEDRO
(π’’)
A’ (A)
(π’)
(π’)
A
L (π)
(π)
3º DIEDRO 4º DIEDRO
Figura 7 - Ilustração para Projeção Ortogonal
Fonte: Miceli e Ferreira (2010, p. 35).
π = plano horizontal
π’= plano vertical
Com uma Vista Ortogonal, apenas, não é possível LT= Linha de Terra
descrever o objeto de forma tridimensional, por (A)= ponto no espaço a ser projetado
isso, faz-se necessário o emprego de um sistema de A= projeção horizontal do ponto (A)
A’= projeção vertical do ponto (A)
dois planos de projeção perpendiculares entre si, um
Figura 8 - Ilustração de diedros
na posição horizontal e, outro, na vertical. Método
Fonte: Miceli e Ferreira (2010, p. 23).
criado por Gaspard Monge, como vimos no início
desta unidade.
A intersecção entre o plano horizontal e o pla- No desenho técnico, utilizam-se apenas o 1º e o 3º
no vertical forma uma reta chamada Linha de Ter- diedros. O 1º diedro é também chamado de siste-
ra. Os planos ortogonais formam no espaço quatro ma europeu. O 3º diedro é conhecido como sistema
porções iguais, denominadas diedros. americano. No Brasil, adota-se o 1º diedro.
67
DESENHO TÉCNICO
Para que os dois planos de projeção sejam represen- Para definir, mais precisamente, a localização de um
tados em uma superfície plana, faz-se o rebatimento ponto no espaço, emprega-se um terceiro plano per-
de um plano sobre o outro, girando-o 90º sobre a Li- pendicular aos outros dois, o plano de perfil. Assim,
nha de Terra. A este processo de rebatimento dá-se o ponto será definido por três coordenadas (x, y, z)
o nome de Épura. que correspondem a: abscissa, afastamento e cota.
• Abscissa (x) = é a distância entre o ponto no
espaço e sua projeção no plano de perfil.
• Afastamento (y) = é a distância entre o ponto
no espaço e sua projeção no plano vertical.
• Cota (z) = é a distância entre o ponto no es-
paço e sua projeção no plano horizontal.
π'
A' (A) A'
T T
π
A
L
L REBATIMENTO
A
DIEDROS DE DO PLANO
PROJEÇÃO DE PROJEÇÃO
A' A'
L T
PLANOS A A
REBATIDOS ÉPURA
Figura 9 - Exemplos de Épura
Fonte: Miceli e Ferreira (2010, p. 24).
68
DESIGN
Vistas Ortogonais
No desenho técnico, as representações gráficas obti- VISTAS COMPLEMENTARES
das por meio da Projeção Ortogonal do objeto nos
planos de projeção corresponderão às três Vistas O número de Vistas Ortogonais necessárias para
Ortográficas principais (MICELI; FERREIRA, 2010, descrever a forma tridimensional de um objeto de-
p. 39): penderá de sua complexidade. Um recurso que pode
• Vista frontal: a projeção do objeto no plano ser aplicado na representação de um objeto muito
vertical. complexo é aumentar para seis o número de vistas.
• Vista superior: a projeção do objeto no plano Assim, são considerados dois planos em cada posi-
horizontal. ção (MICELI; FERREIRA, 2010, p. 41):
• Vista lateral esquerda: a projeção do objeto • Horizontal – Abaixo e acima do sólido.
no plano de perfil.
• Vertical – Atrás e à frente do sólido.
Na Arquitetura, segundo Ching e Juroszek (2012), • De perfil – À direita e à esquerda do sólido.
as Vistas Ortogonais principais recebem os nomes
de planta, elevação e corte. ESCOLHA DAS VISTAS
• Planta: corresponde à vista superior do obje-
to, ou seja, sua projeção no plano horizontal. A definição de quantas e quais vistas usar na repre-
• Elevação: corresponde à vista frontal do ob- sentação de um objeto deve seguir alguns critérios:
jeto, ou seja, sua projeção no plano vertical. • A vista frontal deve conter a face mais impor-
• Corte: corresponde à vista lateral do objeto, tante do objeto, a que tenha mais detalhes,
ou seja, sua projeção no plano de perfil. preferencialmente, a do comprimento.
• Limitar o quanto possível o número de vistas.
• Evitar vistas com repetição de detalhes (MI-
CELI; FERREIRA, 2010, p. 41).
INFERIOR SUPERIOR
SUPERIOR INFERIOR
69
DESENHO TÉCNICO
Definição e Tipos
de Perspectiva
70
DESIGN
71
DESENHO TÉCNICO
Perspectiva
Isométrica
Na perspectiva isométrica, o objeto é representado de A posição no papel do eixo OZ é vertical (eixo
tal maneira que permite demonstrar três de suas faces, das alturas) e os eixos OX (eixo dos comprimen-
geralmente, a frontal, a lateral esquerda e a superior. tos) e OY (eixo das larguras) formam ângulo de
As faces são montadas sobre três eixos, perpendicula- 30° com a reta horizontal (MICELI; FERREIRA,
res entre si, que servem de suporte para as três dimen- 2010, p. 62).
sões (altura, largura e comprimento) e são colocados, A perspectiva isométrica é a mais utilizada
obliquamente, em relação ao plano de projeção. por ser simples e de fácil compreensão. Outra
Os três eixos, chamados eixos isométricos, têm vantagem é que ela deforma menos o objeto, por
origem no mesmo ponto e são igualmente inclinados representá-lo em proporções iguais às suas re-
em relação ao plano de projeção, formando, entre si, ais dimensões. Por isso, vem o termo isométrica
ângulos de 120°. (mesma medida).
Z
12
0°
12
0°
30° 30°
120° X Y
Figura 12 - Eixos isométricos Figura 13 - Eixos isométricos em relação ao plano
Fonte: Miceli e Ferreira (2010, p. 61). Fonte: Miceli e Ferreira (2010, p. 62).
72
DESIGN
As linhas paralelas às semirretas que compõem o As linhas não paralelas aos eixos isométricos são li-
eixo isométrico são chamadas de linhas isométricas. nhas não isométricas.
As retas r e s são paralelas ao eixo y, enquanto as A reta v é um exemplo de reta não isométrica
linhas t e u são paralelas aos eixos z e x, respectiva- por não ser paralela a nenhum dos eixos isomé-
mente, logo, são linhas isométricas. tricos.
r v
X y
X y
t
u
0 0
s
Z Z
73
DESENHO TÉCNICO
CIRCUNFERÊNCIA EM PERSPECTIVA
ISOMÉTRICA
74
DESIGN
SAIBA MAIS
75
DESENHO TÉCNICO
76
DESIGN
Considerações Finais
Prezado(a) aluno(a), como vimos nesta unida- todo tem a vantagem de representar, em verdadeira
de dedicada ao estudo da Projeção Ortogonal e da grandeza, todas as faces do objeto projetado.
perspectiva isométrica, a Geometria Descritiva sur- Estudamos, também, a perspectiva isométrica,
giu para atender a uma demanda da indústria em seus elementos e seus métodos de construção. Vi-
transformação no início do século XVII. A Revolu- mos que, em virtude da simplicidade do seu traçado
ção Industrial impôs a padronização dos produtos e por ser a forma de perspectiva em que a represen-
e dos métodos de fabricação, fazendo necessária a tação do objeto mais se assemelha à percepção da
adoção de uma linguagem gráfica padronizada. Pai vista humana, ela é a mais usada das formas de pers-
da Geometria Descritiva, o matemático francês Ed- pectiva.
gard Monge desenvolveu um sistema de planos per- Conhecemos os eixos isométricos, que são a
pendiculares no qual se projetam, ortogonalmente, base do desenho de objetos em perspectiva isomé-
as vistas do objeto a ser representado, a chamada trica. Vimos que os três eixos, em que se represen-
Projeção Ortogonal. tam as três dimensões dos sólidos a serem represen-
Conhecemos, ainda, as definições e os diferentes tados – a altura, a largura e o comprimento – partem
tipos de projeção e de perspectiva, enfocando, em es- de um ponto central em comum, e que forma, entre
pecial, a Projeção Ortogonal e a perspectiva isométrica. si, ângulos de 120º.
Vimos que a Projeção Ortogonal é a base das Apresentado o conteúdo, fica o incentivo para
representações ortográficas e que o desenho orto- que você, aluno(a), desenvolva os conhecimentos
gráfico é definido por linhas de projeção paralelas aqui abordados, experimentando as muitas possibi-
e perpendiculares aos planos de projeção. Este mé- lidades da representação gráfica.
77
LEITURA
COMPLEMENTAR
Harmonia
A harmonia se refere à consonância – a agradável con- Às vezes, queremos combinar um desenho feito à mão e
cordância das partes em um projeto ou uma composi- uma representação digital em uma única imagem com-
ção. Enquanto o equilíbrio atinge a unidade por meio da posta. Para tanto, é preciso ter o cuidado de controlar o
cuidadosa combinação de elementos tantos similares estilo, a variação e o contraste em pesos de linha e tonali-
quanto diferentes, o princípio da harmonia envolve a dades a fim de assegurar uma relação harmoniosa entre
seleção criteriosa de elementos que compartilhem um os desenhos analógicos e digitais.
traço ou uma característica: Ainda que os estilos analógico e digital não devam com-
• Tamanho comum. petir de maneira agressiva, podemos usar um contraste
• Formato comum. sutil no estilo para manter a ênfase no tópico de um de-
• Tonalidade ou cor comum. senho e esmaecer o contexto ou fundo.
• Orientação similar. A digitalização de um desenho à mão por meio de um
• Características similares de detalhes. programa de processamento de imagem nos permite
Talvez o modo mais natural de produzir harmonia em modificar sua cor e gama de tonalidades.
um desenho seja usar um meio ou uma técnica comuns Quanto à digitalização (também chamada de escanea-
em toda a composição. Empregar o princípio da harmo- mento) de um desenho à mão, precisa ser reduzida ou
nia muito rigorosamente pode resultar em composições ampliada.
unificadas, mas pouco interessantes. Os desenhos pre- Contudo os pesos de linha de um desenho a base de ve-
cisam de diversidade, como um antídoto à monotonia. tores podem ser ampliados ou reduzidos com ou sem
Contudo a variedade, quando levada ao extremo, pode mudança de escala simultânea nos pesos de linha.
resultar em caos visual e mensagem fragmentada. É de
uma tensão elaborada e artística entre ordem e desor- Fonte: Ching e Juroszek (2012, p. 356-357).
dem, entre unidade e variedade, que ressalta a harmo-
nia. Estabilidade e unidade se obtêm estimulando cons-
trastes, assim como unindo semelhanças.
78
atividades de estudo
Figura 1 - Lacunas
Fonte: os autores1.
79
atividades de estudo
A B C
Fonte: Souza e Machado (s. d.).
80
DESIGN
81
referências
ABNT. NBR ISO 10209-2:2005. Documentação Técnica de Produto - Vocabulário. Parte 2: Termos Relati-
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MARQUES, J. C.; CHISTÉ, P. S. A Aula de Projeção Ortogonal na Disciplina de Desenho Técnico: um exem-
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Espírito Santo, 2015.
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2
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82
gabarito
1. B.
2. Por não empregar o coeficiente de redução, o desenho isométrico é cerca de 20%
maior do que a perspectiva isométrica.
3. A.
4. D.
83
DESENHO TÉCNICO DE MOBILIÁRIO
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Vistas ortogonais de mobiliário
• Hachuras
• Perspectiva isométrica explodida
• Detalhes
Objetivos de Aprendizagem
• Estabelecer os padrões de detalhamento de móveis a partir
de vistas ortogonais.
• Especificar as diferentes hachuras para representação de
materiais de construção e acabamento.
• Desenvolver detalhamentos tridimensionais com
perspectivas isométricas explodidas.
• Compreender a forma correta de expor características
específicas em outras escalas para melhor leitura de
projeto.
unidade
III
INTRODUÇÃO
Vistas Ortogonais
de Mobiliário
88
DESIGN
Aluno(a), como você viu, as vistas ortogonais são re- Ressalta-se que, para a concepção de mobiliários
presentações gráficas que possibilitam a reprodução e outros detalhes em desenhos técnicos, o ideal é
de elementos tridimensionais em superfícies planas. trabalhar escalas maiores, como 1:25 e 1:20, a fim de
Dessa forma, expondo, no desenho, todas as seis fa- facilitar a compreensão dos detalhes.
ces (frontal, lateral direita, lateral esquerda, poste- Ainda quanto a facilitar a leitura e compre-
rior, superior e inferior) deste elemento. Veja que, ensão dos desenhos, utilizamos, também, a hie-
quando trabalhamos com a criação de mobiliários, rarquia de linhas, anteriormente apresentada na
este procedimento é indispensável para a leitura e in- Unidade 2, para definirmos as distâncias referen-
terpretação do projeto, uma vez que, com as vistas, tes ao plano que observamos. Sendo assim, nas
podemos observar as diferentes aberturas, os encai- vistas de mobiliários, comumente, usamos, quan-
xes, componentes e vazios do móvel, auxiliando na do reproduzidos à mão, a lapiseira com espessura
confecção de cada parte que integra a fabricação do de 0,9mm para todos os primeiros planos, como
mesmo, como gavetas, portas, forros, tampos e pés. frentes de gavetas, puxadores e tampos, para os
Representaremos as vistas no 1º diedro como sen- segundos planos, como fechamentos, prateleiras
do a vista frontal, a mais representativa e de referência e nichos, utilizamos a lapiseira com espessura de
a outras cinco, posicionando a lateral direta à esquer- 0,5mm e, para componentes mais distantes, como
da da vista frontal, a lateral esquerda, à direita da vista pés e prateleiras internas, a lapiseira com espes-
frontal, a posterior, à direita da lateral esquerda, a su- sura de 0,3mm, além de linhas de projeção, como
perior, abaixo da frontal, e a inferior, acima da frontal. ilustrado na figura a seguir.
89
DESENHO TÉCNICO
90
DESIGN
91
DESENHO TÉCNICO
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DESIGN
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DESENHO TÉCNICO
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DESIGN
Hachuras
95
DESENHO TÉCNICO
96
DESIGN
Caro(a) aluno(a), ainda falando de ferramentas que sucessões de linhas e pontos que formam um padrão,
possibilitem mais compreensão dos projetos e repre- propiciando, assim, a leitura visual como unidade. Para
sentações gráficas, temos a necessidade de reprodu- alguns materiais, existe um senso comum para repro-
zir, de forma simples e bidimensional, os materiais dução desses padrões, observe na Figura 8 uma repre-
que compõem cada peça e elemento de um projeto. sentação gráfica adequada para cada tipo de material.
Para isso, utilizamos as hachuras. Para os materiais que não possuem padrões es-
Hachura é conjunto de traços que cobre o papel tabelecidos, desenvolve-se um novo padrão e refe-
destinado a certos trabalhos de artes gráficas (HO- rencia-se por meio de legendas na apresentação do
LANDA, 1996). projeto, possibilitando, assim, infinitas representa-
Dessa forma, as hachuras são formas de represen- ções e mais clareza para a exposição do desenho,
tação gráfica de texturas e materiais, compostas por como exemplificado na Figura 9.
MÁRMORE
CARRARA
OSB
NAVAL
LACA
VISTA FRONTAL BANCADA BRANCA
ESCALA: 1:20
97
DESENHO TÉCNICO
Perspectiva
Isométrica Explodida
Até o presente momento, trabalhamos representações técnicos, pois não possuem volume ou relevos. Para
gráficas técnicas para o detalhamento do mobiliário auxiliar na compreensão dos projetos por estes indiví-
bidimensionais, ou seja, que possuem apenas dois duos, que podem ser clientes ou, até mesmo, profissio-
eixos de dimensionamento: a altura e largura. Estas nais que executam tais criações, utilizamos represen-
representações tendem a dificultar a compreensão de tações tridimensionais, as quais possuem, então, três
indivíduos que nunca tiveram contato com desenhos eixos de dimensão: altura, largura e profundidade.
98
DESIGN
Como realizado anteriormente, na segunda uni- Para esse tipo de representação, inicia-se o de-
dade, para a perspectiva isométrica, trabalhamos os senho com os elementos que compõem as faces
eixos de largura e de profundidade com ângulo de das vistas frontais e a lateral esquerda do objeto,
30º, eles são oblíquos ao eixo vertical da altura com desenha-se todas as espessuras e detalhes de cada
ângulo de 90º, dessa forma, gerando equidistância de um dos componentes. O posicionamento de cada
120º para cada eixo, como expõe a figura que segue. elemento variará de acordo com as dimensões do
A representação explodida de um móvel é capaz objeto, de forma que todas as partes possam ser
de expor todos os elementos de construção deste contempladas, respeitando, então, espaços livres
produto, como encaixes e peças embutidas, facili- para auxiliar na compreensão de todos os ele-
tando, assim, a compreensão do processo de fabrica- mentos que fazem parte da construção do móvel.
ção e funcionamento do móvel.
12
0°
12
0°
30° 30°
Figura 10 - Esquema de ângulos emperspectiva isomé- Figura 11 - Primeiro passo: desenvolvimento de perspectiva explodida
trica Fonte: os autores.
99
DESENHO TÉCNICO
Os próximos elementos a serem desenhados são os Para finalizar, insere-se os componentes que fazem
das faces lateral direita e os da posterior; deve-se parte da face da vista superior, acima dos elementos
desenhar propiciando uma leitura da esquerda para já desenhados, e os da face da vista inferior, abaixo
direita, sendo, então, a vista posterior a última na de todo o conjunto, dessa forma, temos todas as par-
extremidade direita do desenho. tes que compõem a construção de um produto.
Figura 12 - Segundo passo: desenvolvimento de perspectiva explodida Figura 13 - Terceiro passo e conclusão do desenvolvimento de perspec-
Fonte: os autores. tiva explodida
Fonte: os autores.
REFLITA
100
DESIGN
Detalhes
Muitas vezes, a escala escolhida para projeto ou componente de sua cons-
o desenvolvimento do desenho de trução – em escala maior, possibilitan-
um projeto se adequa ao tamanho do a contemplação de partes menores e
das pranchas, fazendo com que tra- maiores detalhes, como espessuras dos
balhemos com escalas mais reduzidas materiais, elementos de fixação, cavi-
e impossibilitando um detalhamento lhas e parafusos, permitindo a cotagem
aprofundado. Para estas situações, é e especificação dos materiais por meio
indicado o recurso do detalhe – é cha- de linhas de chamada ou hachuras,
mado detalhe a exposição de parte do como ilustra a imagem que segue.
DETALHE
ESCALA: 1:10
101
DESENHO TÉCNICO
Considerações Finais
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade, aprendemos to- os leigos, assim como na leitura e interpretação de
dos os processos que compõem o detalhamento de desenhos técnicos, por possuírem a tridimensiona-
mobiliário, desenvolvemos, passo a passo, representa- lidade, ou seja, largura altura e profundidade. Rea-
ções gráficas bidimensionais, como as projeções orto- lizamos, assim, a perspectiva isométrica explodida
gonais, que servem para expor cada uma das faces de que enfatiza todos os componentes e partes de um
um móvel, permitindo, além da leitura e do desenvol- móvel, permitindo a contemplação de elementos de
vimento da peça por outros profissionais, como mar- fundamental importância para execução e monta-
ceneiros e metalúrgicos, a inserção desses mobiliários gem de um móvel, como trilhos de gavetas, parafu-
em plantas baixas, cortes e elevações. sos, dobradiças e puxadores que, muitas vezes, não
Estabelecemos padrões para representação de são referenciados em outras vistas ou perspectivas.
materiais por meio das hachuras, auxiliando a inter- Descobrimos a possibilidade da inserção do detalhe,
pretação dos desenhos e propiciando uma prospec- artifício para destacar e expor mais detalhes de um
ção do resultado final do produto executado, pois a móvel em escalas maiores às utilizadas no restante
representação de materiais nos desenhos técnicos os do conteúdo do projeto.
tornam mais próximos da realidade física e palpá- Concluímos, dessa forma, todas as possibilida-
vel. Ainda nesse contexto de aproximação do pro- des de detalhamento pertinentes para o desenvolvi-
duto real, desenvolvemos representações técnicas mento e a execução de projetos de móveis e produtos
tridimensionais, que facilitam na execução ou, até em geral, compreendendo a necessidade para que
mesmo, na exposição dos projetos para indivídu- projetos e ideias saiam do papel de forma exequível.
102
LEITURA
COMPLEMENTAR
Aluno(a), leia o texto a seguir, que aponta as vantagens no Outra vantagem é que, na fase do projeto, podemos visu-
desenvolvimento de móveis planejados e exclusivos. Boa alizar como ficará cada ambiente e, com isso, fazer altera-
leitura! ção, caso seja necessária, evitando atrasos na entrega e
Por que optar por Móveis Planejados? tendo o resultado final fiel ao seu pedido.
Frequentemente, ouvimos falar que é mais vantajoso finan- Qualidade e Durabilidade
ceiramente comprar móveis prontos que mandar fazer mó- Esse ponto é muito importante. A qualidade do material uti-
veis planejados. Essa afirmativa nem sempre é verdadeira lizado na confecção dos Móveis Planejados normalmente
e abaixo listamos ótimos motivos para que você tenha sua é muito superior aos móveis prontos. A matéria-prima utili-
casa decorada com móveis planejados. zada é de qualidade, sendo usado MDF, MDP, painéis de
Custo-benefício pibra e madeira, entre outros. Dessa forma, seu móvel terá
Nem sempre um projeto sob medida é mais caro que um uma durabilidade muito maior que um móvel pronto.
móvel pronto. Quanto maior for o seu projeto, maior será o Aproveitamento do espaço
seu desconto. Muitas vezes, é bem mais econômico padro- Outra grande vantagem. Como fazemos todo o projeto an-
nizar a mobília da sua casa. Uma encomenda de móveis tes, conseguimos adequar o móvel ao espaço existente,
para a cozinha, armários de quartos, estantes e outros mó- tendo, assim, um total aproveitamento do espaço. Isso é
veis pode lhe render ótimos descontos, além padronizar a muito útil, por exemplo, em apartamentos ou casas peque-
harmonizar a decoração dos ambientes. Além disso, o pa- nos, em que cada espaço tem que ser muito bem aprovei-
gamento pode ser facilitado, pois parcelamos sua compra. tado.
Personalização Outro ponto importante é a continuidade do projeto. Ao
Outra grande vantagem é a personalização dos seus mó- optar por móveis sob medida, você pode prever etapas
veis. Móveis planejados são adequados ao gosto do clien- posteriores ao projeto original, seguindo uma mesma linha
te, no qual pode ser escolhidas cores, materiais, desenhos e atendendo a novas necessidades que vão surgindo ao
e formas. Sua casa terá a decoração toda moldada ao seu longo do tempo.
gosto e estilo. Fonte: Meu Móvel Planejado (2016,on-line)2.
103
atividades de estudo
CÔMODA
ESCALA: 1:20
Figura 1 - Cômoda
Fonte: os autores.
Figura 2 - Bloco
Fonte: os autores.
104
atividades de estudo
105
atividades de estudo
3. Analisando as vistas frontal e superior da mesa expostas a seguir, desenvolva, em prancha A3, a
perspectiva isométrica em escala 1:10 do móvel e insira a hachura de madeira para a base e de
vidro para o tampo (superfície).
106
atividades de estudo
107
DESENHO TÉCNICO
108
referências
Referências On-Line
1
Em: <http://www.gazetadopovo.com.br/imoveis/mobiliario-sob-medida-bidpdnlgn18mp50b-
q6a6a9efi>. Acesso em: 28 maio 2016.
2
Em: <http://www.meumovelplanejado.com.br/dicas/porque-optar-por-moveis-planejados/>.
Acesso em: 19 jul. 2016.
109
gabarito
1.
2. C.
3.
110
gabarito
4.
5.
111
PLANTA BAIXA
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Representação gráfica: breve histórico
• Desenho Arquitetônico
• Layout técnico
• Cotas e especificações
• Elementos de construção: portas e janelas
• Layout humanizado
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer e identificar as diferentes formas de
representação arquitetônica.
• Ler e entender uma planta baixa, sendo capaz de,
interpretando suas convenções, formar uma imagem
mental da edificação representada.
• Ter uma compreensão clara de escalas e cotas, que
permitam dimensionar, corretamente, o projeto
representado.
unidade
IV
INTRODUÇÃO
Representação Gráfica:
Breve Histórico
Desde os primórdios, o homem usa os desenhos No século XVII, como vimos na Unidade 2, Gaspar
para se comunicar. As primeiras representações grá- Monge introduziu as projeções ortogonais, dando ori-
ficas que conhecemos são as pinturas rupestres, cuja gem à Geometria Descritiva, base do Desenho Técnico.
mostra mais importante foi encontrada na caverna O passo seguinte foi a padronização internacio-
de Altamira, na Espanha. nal da linguagem utilizada no Desenho Técnico, a
As mais antigas representações de edificações fim de viabilizar o intercâmbio de informações tec-
em plantas e elevações que se tem conhecimento da- nológicas entre os países. Para tanto, foi criada, em
tam de 1490 e são de autoria do arquiteto italiano 1947, a Organização Internacional de Normatização
Giuliano de Sangalo, que viveu entre 1443 e 1516. – International Organization for Standardization –
Seus projetos encontram-se nos álbuns de desenhos ISO (RIBEIRO; PERES; IZIDORO, 2013). No Bra-
da Livraria do Vaticano (HOELSCHER; SPRIN- sil, o órgão normatizador é a Associação Brasileira
GER; DOBROVOLNY, 1978). de Normas Técnicas – ABNT.
SAIBA MAIS
116
DESIGN
Desenho Arquitetônico
O Desenho Arquitetônico é uma especialização do PLANOS VERTICAIS
desenho técnico normatizado, voltada para a execu-
ção e representação de projetos de arquitetura (XA- Quando o plano de representação corta a edificação
VIER, 2011). verticalmente, obtemos os cortes e as elevações.
Na representação gráfica de projetos arquitetô-
nicos, adotam-se planos de projeção que cortam a CORTES
edificação a ser representada, demonstrando seus
elementos construtivos, projetados, ortogonalmen- Um corte é uma projeção ortogonal de como ve-
te, nos planos. ríamos um objeto cortado por um plano vertical
Ching (2011) adota a expressão Desenhos em (CHING, 2011).
Vistas Múltiplas para se referir a este sistema de O corte complementa a planta baixa por acrescen-
planos horizontais e verticais. Os desenhos em tar a dimensão Minúscula, enquanto as plantas baixas
vistas múltiplas estabelecem campos bidimen- mostram apenas a largura e o comprimento dos ele-
sionais nos quais conseguimos estudar padrões mentos construtivos. Os cortes podem ser transversais,
formais e espaciais bem como relações de pro- quando o plano de projeção corta a edificação em sua
porção e escala em uma composição. menor dimensão da edificação, ou longitudinais, quan-
do o corte é feito na dimensão maior da edificação.
SAIBA MAIS
Já em 1978, na introdução de seu livro Itálico, o autor Gildo Montenegro dizia que “o Desenho Arqui-
tetônico é artesanato em plena era da Tecnologia”. O que dizer hoje, quase quatro décadas depois?
Mas a despeito de todo desenvolvimento tecnológico e dos avançados softwares disponíveis, o co-
nhecimento das técnicas e das normas utilizadas na elaboração de plantas e cortes é imprescindível
para a concepção de um bom projeto.
Fonte: os autores.
117
DESENHO TÉCNICO
1
Cedido por Thales Sinhorini (2016).
118
DESIGN
A elevação, ou fachada, também emprega um pla- Quando o plano de projeção representa um corte no
no vertical de projeção, porém, neste caso, o plano sentido horizontal, temos as plantas. Estas podem
vertical não corta a edificação, é uma vista externa. ser de quatro tipos:
A escala usada na planta baixa deve ser a mesma no • Planta de coberta ou cobertura.
corte e na elevação (CARMO, s. d.). • Planta de situação.
Obs.: embora os autores usem os termos elevação • Planta de locação.
e fachada como sinônimos, a ABNT define fachada • Planta baixa.
como representação gráfica de planos externos da
edificação e elevações como a representação gráfica
de planos internos ou de elementos da edificação.
1
Cedido por Thales Sinhorini (2016).
119
DESENHO TÉCNICO
PLANTA DE COBERTURA
Assim como na elevação, a planta de coberta, ou cobertura, não corta a edificação, mas está posi-
cionada acima dela. Ela descreve a forma, o volume e o material de uma cobertura ou o leiaute de
elementos de cobertura, como claraboias, terraços e casas de máquinas (CHING, 2011).
1
Cedido por Thales Sinhorini (2016).
120
DESIGN
PLANTA DE SITUAÇÃO
A planta de situação mostra o contexto externo em que se situa o terreno que contém a edificação
representada ou onde ela será construída. Geralmente, são desenhadas em escala 1:500, 1:1000 ou
1:2000. Ainda nesta unidade, estudaremos as escalas mais a fundo.
1
Cedido por Thales Sinhorini (2016).
121
DESENHO TÉCNICO
A planta de locação mostra a posição e a localização da edificação dentro do terreno. Mostra, ainda,
elementos naturais do terreno, como desníveis, vegetação ou cursos d’água.
1
Cedido por Thales Sinhorini (2016).
122
DESIGN
PLANTA BAIXA
Uma planta baixa representa um corte de uma edificação feito no plano horizontal, removendo-se a por-
ção superior. A planta baixa é uma projeção ortográfica da porção que permanece (CHING, 2011, p. 53).
Por convenção, o corte horizontal é feito a 1,5 metros de altura acima do piso, mas esta medida
pode variar de acordo com as necessidades de representação específicas de cada projeto.
A planta baixa orienta todo o projeto. Ela mostra as dimensões do imóvel, a distribuição dos cômodos,
as configurações de paredes e pilastras e o padrão de aberturas (portas e janelas). É, também, a partir dela
que se elaboram as demais plantas, como projeto elétrico, telhado, projeto hidráulico, entre outros.
123
DESENHO TÉCNICO
SAIBA MAIS
A fim de expressar a sensação de dimensão vertical e a existência de volume espacial (nas plantas
baixas), devemos utilizar uma hierarquia de pesos de linhas ou várias tonalidades. A técnica que em-
pregaremos dependerá da escala da planta, dos instrumentos de desenhos e do grau de contraste
necessário para distinguir sólidos de vazios.
REFLITA
Ler um desenho significa entender a forma espacial do objeto representado no desenho bidimensio-
nal resultante das projeções ortogonais.
124
DESIGN
Layout
Técnico
Para possibilitar a compreensão entre projetistas e
os demais profissionais envolvidos nas diversas fases
e especialidades aplicadas a um projeto construtivo,
faz-se necessária a padronização da linguagem grá-
fica. Esta padronização é feita por meio de normas
técnicas seguidas e respeitadas internacionalmente
(RIBEIRO; PERES; IZIDORO, 2013).
Como vimos na aula sobre as origens da represen-
tação gráfica, as normas que regem a padronização do
desenho técnico são ditadas, em esfera internacional,
pela International Organization for Standardization –
ISO e, no Brasil, pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT. As normas da ABNT são registra-
das pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrolo-
gia, Normalização e Qualidade Industrial) como nor-
mas brasileiras – NBR e estão em consonância com as
normas internacionais aprovadas pela ISO (RIBEIRO;
PERES; IZIDORO, 2013)
125
DESENHO TÉCNICO
Figura 9 - Exemplo de planta baixa layout técnico: Layout Projeto de Interiores de um apartamento em Maringá
Fonte: os autores1.
1
Cedido por Thales Sinhorini (2016).
126
DESIGN
127
DESENHO TÉCNICO
128
DESIGN
129
DESENHO TÉCNICO
Cotas e
Especificações
a. As cotas devem ser, preferencialmente, exter-
As medidas no desenho técnico, seja arquitetônico
nas.
ou em qualquer outra área da engenharia, são apre-
b. As linhas de cota no mesmo alinhamento de-
sentadas por meio da cotagem. A cotagem dever ser vem ser completas.
clara, simples, sem omissões e deve obedecer a re- c. A quantidade de linhas deve ser distribuída
gras e padronizações. no entorno da construção, sendo que a pri-
Os padrões para a cotagem são estabelecidos meira linha deve ficar afastada 1,5 cm do
pela NBR 10126 (cotagem em desenho técnico) e último elemento a ser cotado e as seguintes
NBR 6492 (representação de projetos de arquitetu- devem afastar-se umas das outras por 1,0 cm.
ra). A cotagem deve seguir as seguintes indicações d. Todas as peças e espessuras de paredes devem
ser cotadas.
gerais (SCHULER; MUKAI, s. d.):
130
DESIGN
e. Todas as dimensões totais devem ser identi- são daquilo que está sendo cotado e na qual é
ficadas. posicionado o valor numérico da cota.
f. As aberturas de vãos e esquadrias devem ser • Linha de extensão (ou auxiliar ou de cha-
cotadas e amarradas aos elementos constru- mada): é a linha que liga a cota ao elemento
tivos. que está sendo cotado. Na representação de
g. As linhas mais subdivididas devem ser as arquitetura, são utilizadas linhas de extensão
mais próximas do desenho. de comprimento fixo, ao contrário das linhas
h. As linhas de cota nunca devem se cruzar. de comprimento variável utilizadas em pro-
jetos de outras áreas.
i. Identificar, pelo menos, três linhas de cota:
subdivisão de paredes e esquadrias, cotas das • Finalização das linhas de cota: é o encontro
peças e paredes e cotas totais externas. da linha de cota com a linha de extensão.
Usualmente, na representação dos projetos
A cotagem é composta pelos seguintes elementos de arquitetura, as linhas de cota e de ex-
(XAVIER, 2011): tensão se cruzam e são adotados pequenos
• Cota: valor numérico correspondente à me- traços inclinados a 45º ou pontos (com uma
dida representada. espessura mais grossa que as linhas de cotas
• Linha de cota: a linha que contém a dimen- e chamadas) neste cruzamento.
1
Cedido por Marcio Lopes (2016).
131
DESENHO TÉCNICO
1
Cedido por Thales Sinhorini (2015).
132
DESIGN
Elementos de Construção:
Portas e Janelas
Uma planta não revela, completamente, a aparência correr ou mesmo se ela é sanfonada (CHING; JU-
das aberturas. Para este tipo de informação, precisa- ROSZEK, 2012).
mos das elevações. O que uma planta baixa mostra, A representação mais comum de uma porta é o
na verdade, é a posição e a largura das aberturas e, desenho da vista de cima da sua lâmina, paralela à
em grau limitado, as esquadrias e ombreiras e o tipo parede, com um quarto de círculo indicando o sen-
de operação – se uma porta, por exemplo, é de abrir, tido em que ela se abre.
1
Cedido por Marcio Lopes (2016).
133
DESENHO TÉCNICO
As janelas também só têm representadas, na planta corte, indicando, em corte, a vidraça e a esquadria
baixa, a posição e a largura das aberturas e, até cer- da janela (CHING; JUROSZEK, 2012).
to ponto, as ombreiras e os caixilhos. No entanto a Conforme a escala adotada no desenho, as jane-
planta deve incluir o parapeito abaixo do plano de las podem ser assim representadas, observe:
1
Cedido por Marcio Lopes (2016).
134
DESIGN
Layout
Humanizado
135
DESENHO TÉCNICO
A base da planta humanizada é um desenho idêntico mas bidimensionais, como o Corel Draw e o Adobe
à planta baixa em que se suprimem referências téc- Photoshop, são muito usados na representação das
nicas e a cotagem e se acrescentam elementos como plantas humanizadas.
cores, luzes e sombras, texturização, móveis e deta-
lhes decorativos. O objetivo é permitir uma visuali- ELEMENTOS DE HUMANIZAÇÃO
zação dos ambientes acabados e prontos para morar.
São pensadas de forma estratégica para que possam Elementos como figuras humanas e veículos são
demonstrar, de forma organizada, a melhor ocupa- utilizados na representação das fachadas ou plantas
ção do espaço. humanizadas como elementos de proporção no de-
Os empreendimentos imobiliários e construtoras senho. Conhecendo, intuitivamente, o tamanho de
se utilizam da planta humanizada e, com muito ca- pessoas e veículos, e os relacionando visualmente
pricho, para mostrar seus empreendimentos com a com a edificação, o leitor do desenho tem uma no-
intenção de facilitar a compreensão de espaço e des- ção das dimensões proporcionais dos elementos de
pertar o desejo pela compra, constituindo-se em im- uma fachada (XAVIER, 2011).
portante papel na negociação de imóveis. Nas plantas A vegetação é outro elemento importante que
humanizadas, é importante mostrar quais paredes auxilia na composição estética da edificação.
podem ser removíveis para trazer ao comprador do
imóvel a facilidade emimaginar como será o lugar
onde se deseja morar. Nos projetos de fachada, tam- SAIBA MAIS
bém são utilizadas as plantas humanizadas.
As plantas humanizadas podem ser feitas à mão, Para os layouts técnicos ou humanizados, é
mas existem muitos softwares indicados para a ta- possível a utilização das hachuras, conforme
refa. Os programas que operam em 3D, como Au- as representações encontradas na Unidade
3 do livro.
toCAD, Sketchup, Max, Lumion e Revit, permitem
gerar a planta humanizada, salvando uma cena com Fonte: os autores.
136
DESIGN
137
DESENHO TÉCNICO
Considerações Finais
Muito bem, caro(a) aluno(a), encerramos, aqui, o apenas uma faceta da edificação, como as plantas
conteúdo desta unidade, na qual estudamos a planta de cobertura.
baixa. Vimos que planta baixa é uma forma de re- No estudo da planta baixa, detalhamos alguns
presentação de edificações ou terrenos, baseado no aspectos da elaboração das plantas, como as esca-
conceito da projeção ortogonal, que estudamos na las, e outros aspectos necessários à padronização
Unidade 2. Projetados em planos horizontais, no dos projetos, como as cotas e os diferentes tipos de
caso das plantas, ou em planos verticais, como no linhas.
caso dos cortes e das elevações, os elementos cons- Abordamos, também, as formas de representa-
trutivos de cada projeto podem ser apresentados de ção de dois dos mais importantes elementos cons-
forma clara e precisa. trutivos de uma edificação, as portas e as janelas, em
Iniciamos a unidade com um pequeno histó- seus diferentes tipos.
rico da representação gráfica, desde as pinturas Encerrando a unidade, falamos sobre as plan-
rupestres até a padronização internacional das tas humanizadas. Vimos como o uso de elementos,
normas. Antes de entrarmos no estudo específi- como cores, texturas, sombras, mobiliário e objetos
co da planta baixa, conhecemos outros tipos de decorativos, transforma uma planta baixa. Com o
plantas, seus empregos e suas peculiaridades. Vi- uso de programas de computador específicos, ela
mos que existem plantas que abrangem um con- deixa de mostrar apenas aspectos técnicos, para ser
texto mais amplo, mostrando a localização dos uma representação inspiradora do imóvel acabado e
terrenos onde se situam as edificações projetadas, pronto para morar.
outras que mostram a localização da edificação Espero que as informações trazidas lhe sejam
dentro do terreno; outras representam a edifica- úteis e motivadoras, abrindo horizontes para novos
ção como um todo, e outras, ainda, que mostram conhecimentos. Sucesso!
138
LEITURA
COMPLEMENTAR
Apoiando-se na intuição
Na busca de possibilidades e para esboçar escolhas, Desenhar de um modo muito cuidadoso nas etapas
apoiamo-nos na intuição como um guia. Todavia a in- iniciais do processo de projeto pode levar à hesitação
tuição se baseia em experiências incompletas. Não po- e interromper nosso pensamento sobre o problema. O
demos desenhar o que está dentro de cada um de nós. tempo e a energia gastos na criação do desenho podem
Desenhar exige a compreensão do que estamos repre- inibir o desejo de explorar outras possibilidades. Deve-
sentando. Por exemplo, é dificil desenhar de maneira mos compreender que os desenhos de estudos são um
convincente uma forma cuja estrutura não compreende- processo de tentativa e erro, no qual a etapa mais im-
mos. O ato de exteriorizá-la pode, contudo, conduzir ao portante é riscar os primeiros traços no papel. Não im-
entendimento e guiar a busca por ideias. porta o quão preliminares eles sejam. Devemos confiar
Os primeiros traços que desenhamos são os mais difí- na nossa intuição se desejamos avançar no processo de
ceis. Muitas vezes, temos medo de começar até que a desenho.
ideia esteja totalmente formada na nossa cabeça. Quan- Afluência no processo de criação equivale a ser capaz de
do encaramos uma folha de papel em branco, o que de- gerar um amplo repertório de possibilidades e ideias.
senhamos primeiro? Podemos começar com os aspectos Afluência no processo de desenho significa usar a intui-
específicos de uma forma ou um contexto em particular, ção ao colocar a caneta ou o lápis no papel, responden-
ou com a imagem mais generalizada de um conceito ou do às concepções próprias com desenvoltura e graça. É
cosntrução. Em qualquer caso, o ponto onde começa- importante que consigamos acompanhar nossos pensa-
mos não é tão importante quanto aquele em que termi- mentos, ainda que eles sejam fugazes.
namos.
Fonte: Ching e Juroszek (2012).
139
atividades de estudo
1. Considerando que a planta a seguir foi desenhada na escala 1:75, assinale a alternativa correta:
Figura 1 - Planta
Fonte: Montenegro (1978, p. 111).
140
atividades de estudo
Figura 2 - Desenho
Fonte: Montenegro (1978, p. 73).
141
atividades de estudo
3. Um terreno de 12 m está representado em uma planta por 24 cm. Qual é a escala usada?
Figura 3 - Lacunas
Fonte: os autores1.
1
Cedido por Marcio Lopes (2016).
142
DESIGN
143
referências
Referência On-Line
1
Em: <https://www.wdl.org/pt/item/10597/#q=Giuliano>. Acesso em: 19 jul. 2016.
144
gabarito
1. C.
2. D.
3. 1/50.
4. V, F, V, F, F.
5. 1- Linha de cota.
2- Cota.
3- Finalização.
4- Linha de extensão.
145
PAREDES: CORTES, VISTAS
E PERSPECTIVAS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Cortes e vistas
• Paginação de parede
• Perspectiva isométrica de ambientes
Objetivos de Aprendizagem
• Estabelecer os padrões de detalhamento de vistas e cortes.
• Compreender a forma correta de representar e especificar,
graficamente, materiais de acabamento e revestimentos de
paredes.
• Desenvolver detalhamentos tridimensionais com
perspectivas isométricas de ambientes.
unidade
V
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a). Seja bem-vindo(a) à última unidade do nosso livro que com-
põe o material de Desenho Técnico. Até o momento, temos trabalhado re-
presentações técnicas de ambientes que se limitaram a vistas superiores, ou
seja, plantas baixas, não permitindo a contemplação das alturas dos am-
bientes e elementos que os compõem.
Nesta unidade de estudo, você aprenderá os padrões referentes a pro-
jetos de planos verticais, isto é, planos bidimensionais que se baseiam em
perpendiculares de altura e largura, desenvolverá, então, cortes e vistas, re-
presentações gráficas que se referem às paredes, possibilitando a contem-
plação do eixo da altura dos elementos arquitetônicos e os de composição,
como revestimentos e mobiliário.
Você contemplará, também, a forma correta para detalhar e especi-
ficar materiais de acabamento e revestimento, aprendendo os padrões
estabelecidos para reprodução de paginações de parede, representações
gráficas fundamentais para execução de projetos de interiores, pois ex-
plicitam o posicionamento previamente planejado para a instalação dos
materiais de revestimento, com o intuito de promover, além de qualidade
estética, até mesmo a responsabilidade ambiental, visto que a compra e
a utilização consciente dos materiais de acabamento evitam o descarte e
desperdício de materiais.
Hoje, possuímos, por meio da tecnologia digital, softwares que desen-
volvem imagens com extrema realidade e proximidade com o resultado
final da criação de projetos, ou ainda, possibilitam a simulação de visitas
virtuais a ambientes por meio da realidade virtual, tudo em busca de per-
mitir ao espectador a prospecção idealizada por um criador. Ao final desta
unidade, você aprenderá a desenhar ambientes inteiros de forma tridimen-
sional, criando perspectivas isométricas que expõem desde elementos ar-
quitetônicos e materiais de acabamento a móveis e a objetos de decoração.
Estas perspectivas são pertinentes para aapresentação de nossos projetos a
clientes, que contemplarão representações mais próximas da realidade a ser
executada, por possibilitarem a aplicação de cores e texturas e ainda assim
poderão auxiliar na conferência de medidas por se tratarem de desenhos
técnicos em escala. Ótimo estudo!
DESENHO TÉCNICO
Cortes e Vistas
Caro(a) aluno(a), como você já estudou na segunda Na Figura 1, observa-se, com mais clareza, a que se
unidade, os cortes e as vistas são representações gráfi- referem essas seções verticais, o plano AB enfatiza
cas que reproduzem cortes feitos em planos verticais. as paredes e os componentes cortados pelo plano e
Em projetos desenvolvidos por planos e seções permite a contemplação da edificação daquele ponto
horizontais, ou seja, em planta baixa, contemplamos em diante em projeção ortográfica.
dois eixos, o da largura e o de comprimento, poden- Agora que compreendemos o que são essas pro-
do expor o dimensionamento de tudo que compõe o jeções, aprenderemos, passo a passo, a confecção de-
layout por meio de cotas. Essas representações nem las. A seguir, observa-se uma planta baixa referente
sempre são suficientes para compreensão e execução a uma quitinete; para indicarmos onde ficará a se-
de um projeto, uma vez que não permitem a indica- ção, utilizamos uma linha tracejada, composta por
ção do eixo da altura de todos os itens de composição longos segmentos de reta intercalados por pontos,
do projeto, salvo alguns elementos arquitetônicos, e nas extremidades dessa linha, setas que indicam
como portas e janelas, os quais expomos as três di- a direção da vista. Não é necessário desenhar essa
mensões por meio de legendas, as outras partes que linha atravessando toda a planta, mas, ao menos, as
elaboram os projetos de ambientes, como móveis e paredes externas; quanto à hierarquia de linhas, esta
revestimentos, só são apreciadas em cortes ou vistas. deve possuir a pena mais grossa do desenho.
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Para desenhar o corte, posicionamos, na prancheta, a rem- se portas, janelas e elementos fixos, como lou-
planta baixa acima e fixamos a plancha do corte sobre a ças e peças sanitárias. É essencial a reprodução cor-
linha de indicação da planta, como ilustrado na Figura 3. reta da hierarquia de linhas; para a compreensão dos
Isso servirá para facilitar na construção do corte, cortes, os elementos em primeiro plano que foram
visto que se utiliza o esquadro para transferir todas as seccionados pela linha de corte possuirão a mais alta
larguras estabelecidas na planta, otimizando o desen- espessura e, os mais distantes, as menores, quanto
volvimento do corte por permitir que o uso do escalí- mais distante, mais fina a pena para reproduzir.
metro seja referente, apenas, às dimensões das alturas.
Comumente, para projetos de interiores, repro- SAIBA MAIS
duzimos, com 10 cm de espessura, o contrapiso e a
laje. Desenha-se, primeiro, a Linha de Terra LT e, É muito comum confundir corte e seção ou
acima à altura do pé direito, as espessuras de laje e secção. A rigor, são representações diferen-
contrapiso serão sempre externas a esta delimitação. tes de uma mesma operação de cortar ou
secionar, na Geometria Descritiva. Assim,
Nesse momento, é importante observar se há dife- seção é a representação da parte seciona-
renças de níveis entre os ambientes cortados, pois da. Corte é a representação dos elementos
estas devem estar representadas no corte. secionados e mais as partes vistas adiante
dos planos de corte.
Após a reprodução das paredes, o contrapiso,
com os devidos níveis estabelecidos, e a laje inse- Fonte: Montenegro (2001, p. 60).
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DESENHO TÉCNICO
Para concluir o corte, incluímos as cotas que vêm a tizam apenas os elementos que compõem o projeto
ser apenas na vertical, visto que as larguras e pro- de design de interiores, como nos cortes, são, tam-
fundidades dos elementos já estariam dispostas em bém, planos verticais, mas não expõem elementos
planta baixa e só poluiriam o desenho, dificultando a arquitetônicos, como paredes e contrapiso, dessa
leitura e compreensão. Também inserimos os níveis forma, possibilitando a ênfase em móveis e outros
de cada ambiente, com pequenas linhas que com- detalhes.
portam os números referentes ao nível, que possuem O desenvolvimento é semelhante ao dos cortes,
uma seta fixada na extremidade esquerda, pontada mas sem a reprodução das paredes, laje e contrapiso
para Linha de Terra. seccionados pelo plano de corte e acrescentando to-
As legendas a seguir do corte, como nas plantas, dos os móveis, revestimentos e outros componentes
indicam, em letras maiores, a que se refere o dese- que estão fixados na parede em vista, como exempli-
nho, no caso dos cortes, a referência do plano de ficado na Figura 7.
seção e, com letras menores, a indicação da escala As vistas podem ser representadas e indicadas
utilizada. na planta baixa com os cortes, mas, comumente,
Para a reprodução de um layout completo con- são indicadas por um símbolo composto por quatro
tendo móveis e componentes de acabamento, utili- setas indicando ângulos ortogonais equidistantes,
zamos as vistas. As vistas são representações gráficas como no exemplo a seguir, possibilitando o detalha-
pertinentes aos profissionais que atuam, justamente, mento de todas as paredes de cada ambiente indivi-
com a ambientação de interiores, uma vez que enfa- dualmente, para que facilite a compreensão.
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Paginação
de Paredes
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Perspectiva Isométrica
de Ambientes
Como comentado, anteriormente, nas unidades e para construção das larguras e profundidades perma-
tópicos que apresentaram as perspectivas isométri- necem os mesmos de 30º, e as alturas também conti-
cas como forma de representação gráfica e técnica nuam a 90º. Para facilitar a compreensão do ambiente,
do detalhamento de projetos, quando nos referimos removemos as paredes da vista frontal e da lateral di-
a projetos de interiores, é essencial alguma alterna- reita, mantendo apenas duas paredes, a posterior e a
tiva que aproxime o projeto técnico aos ambientes lateral esquerda, como ilustrado na Figura 12, eman-
posteriormente executados, para facilitar a com- temos a espessura como nos cortes para paredes, em
preensão deles pelos terceiros mencionados, como 15 cm e, para contrapiso, 10 cm. Após o levantamento
clientes e profissionais, que executam partes espe- dos elementos arquitetônicos, paredes, janelas e por-
cíficas desses projetos, como pintores e azulejistas. tas, desenvolvemos todo o mobiliário conforme o pla-
No caso de perspectivas de ambientes, os eixos nejamento do layout.
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Considerações Finais
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade, desenvolvemos Quanto às paginações de parede, você pôde as-
representações técnicas referentes às paredes. Estas similar todos os pontos relevantes e critérios que
possibilitam a interpretação do eixo da altura, eixo embasam desde a especificação do material até sua
que não havíamos trabalhado nas unidades anterio- aplicação no ambiente, tornando consciente as esco-
res referentes a ambientes. Compreendemos o que lhas, permitindo melhor aproveitamento e qualida-
são os cortes e, assim, também elaboramos, passo a de estética, evitando desperdícios, o que possibilita
passo, o processo de execução, desde a indicação em a minimização da geração de resíduos e outros in-
plantas, o posicionamento correto das pranchas na convenientes.
prancheta, a fim de otimizar o desenvolvimento, até o Por fim, desenvolvemos um ambiente tridimen-
detalhamento com cotas e legendas para o resultado sional, em perspectiva isométrica, considerando e
final. Entendemos a diferença entre planos verticais e estabelecendo padrões para esse tipo de represen-
horizontais e, também, quanto a secções e cortes. tação gráfica, que, mesmo sendo um artifício faci-
Percebemos a semelhança entre vistas e cortes, litador para a leitura e compreensão de leigos, por
mas entendemos as diferenças quanto ao foco e obje- possuir volumetria tridimensional e propiciar a in-
tivo de exposição das duas, a forma de representação serção de texturas, cores, luz e sombra, é também
dos elementos arquitetônicos, de inserir mobiliários ferramenta útil para conferência de medidas e con-
e materiais de acabamento bem como observamos templação de um resultado mais próximo do real a
as possibilidades de identificação por meio de sím- ser executado.
bolos em plantas baixas.
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LEITURA
COMPLEMENTAR
Caro(a) aluno(a), leia o texto a seguir que fala sobre a 1. Sempre faça um projeto da obra, mesmo rudi-
importância de projetar e construir de forma consciente mentar (esboço), ele facilita o orçamento e evita
o desperdício de materiais.
e planejada. Boa leitura!
2. A efetivação de uma pequena equipe de planeja-
As empresas de construção civil têm convivido com inú- mento e administração de materiais permite re-
meras críticas relacionadas ao desperdício de materiais duzir o desperdício, que chega a representar um
nas obras. O grande volume de entulho desprezado é custo adicional de 12% do valor da obra.
3. Faça uma lista de materiais e uma programação
algo que sempre aparece como notícia em jornais, em
das compras necessárias para toda a obra. Utilize
revistas e em outros meios de comunicação. Sabe-se que sempre a ajuda de um engenheiro ou arquiteto.
o desperdício de materiais possui um número significati- 4. Ao começar a obra, não faça as compras de mate-
vo nas construções. rial todas de uma vez. A grande quantidade pode
A construção civil nacional tem em média perda de 5%. levar ao desperdício.
Nesse percentual, não está incluso o mercado informal, 5. O canteiro deve estar bem organizado e limpo,
cuidado ao guardar o material e evite mudanças.
responsável por mais da metade das construções. Se em
6. O espaço do canteiro deve ser definitivo. Os cor-
percentagem esse desperdício não é tão grande, finan-
redores de passagem bem estabelecidos. Deslo-
ceiramente o número é outro, já que o custo da obra camento de material gera desperdício.
sempre envolve bastante dinheiro. 7. Quanto aos materiais de construção:
Para que uma construção ou reforma não desperdice • Tijolos e telhas, guardados em pilhas para evi-
muito material, estabelecemos aqui dicas a serem leva- tar quebras.
das em consideração, para um melhor aproveitamento e • Sacos de cimento e argamassas, armazena-
dos longe da umidade.
economia na obra.
• Material mais delicado deve ser transportado
em carrinhos de mão.
8. A argamassa para revestimento é um dos mais
frequentes fatores de desperdício nas obras, des-
de as péssimas condições de estocagem e de pre-
paração, até a aplicação.
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atividades de estudo
1. Desenvolva, como abordado no conteúdo desta unidade, o corte A-B do seguinte ambiente
exposto a seguir, em folha de papel formato A3, em escala 1:25:
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atividades de estudo
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atividades de estudo
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atividades de estudo
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DESIGN
O link a seguir mostra o vídeo de uma matéria feita pelo telejornal Tem Notícias, da Rede
Globo, em Sorocaba - SP, que fala da importância do planejamento e da orientação de profis-
sionais na execução de obras, para evitar desperdício e impactos ambientais.
171
referências
Referências On-Line
1
Em: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=43&Cod=1289>. Acesso em: 3
jun. 2016.
172
gabarito
1.
2.
173
gabarito
3. B.
4.
174
gabarito
5.
175
Conclusão Geral
Chegamos ao final do livro de Desenho Técnico, preparado especialmente para
você, aluno(a) do curso de Design de Interiores da Unicesumar. Desejamos que
os conhecimentos adquiridos com este material sejam muito aplicáveis a sua fu-
tura vida profissional.
Importante entender que o desenho é algo que deve ser sempre praticado e,
assim como quase todas as áreas de conhecimento de um designer de interiores,
atualizado. Lembre-se sempre que não é o diploma que o(a) torna um(a) pro-
fissional melhor colocado(a) no mercado, mas sim, os conhecimentos técnicos
apreendidos durante o curso, e certamente, o Desenho Técnico é um conteúdo
de extrema importância nesta colocação no mercado como profissional qualifi-
cado(a) e competente.
Talvez, mais importante do que saber, efetivamente, desenvolver desenhos
técnicos, é imprescindível para um(a) designer de interiores saber comofazer a
leitura desses desenhos quando os recebe de arquitetos, engenheiros, constru-
toras ou diretamente do cliente. Não tendo esse conhecimento, é praticamente
impossível a atuação profissional, pelo menos de forma eficaz, afinal de contas,
projetar interiores utilizando-se da “ciência” do design é muito mais do que so-
luções estéticas. É por meio das representações dos desenhos técnicos que o seu
projeto ganha formas profissionais e pode ser encaminhado para a execução.
Seja bem-vindo(a), então, ao mundo das plantas baixas, cortes, layouts, es-
calas, cotas, vistas, perspectivas etc. Você, agora, está pronto(a) não apenas para
pensar em seu projeto no aspecto conceitual, mas também para o tornar algo
executável, por meio de seus desenhos e representações técnicas. Parabéns pela-
sua escolha por uma formação de qualidade, sólida e completa, em alguns meses,
você estará pronto(a) e apto(a) para atuar como designer de interiores!