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Engenharia
Econômica
Engenharia
Econômica
Dr. Claudio Roberto Magalhães Pessoa
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e
Pró-Reitor de Administração, Wilson de Matos
Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de
Distância; PESSOA, Claudio Roberto Magalhães. Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente
Engenharia Econômica. Claudio Roberto Magalhães Pessoa. da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
Maringá-PR.: Unicesumar, 2018.
208 p.
“Graduação - EAD”. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James
1. Engenharia 2. Econômica 3. EaD. I. Título.
Prestes, Tiago Stachon , Diretoria de Design
ISBN 978-85-459-1252-1 Educacional Débora Leite, Diretoria de Graduação
CDD - 22 ed. 330 e Pós-graduação Kátia Coelho, Diretoria de
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Permanência Leonardo Spaine, Head de Produção
de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho,
Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros,
Impresso por: Gerência de Projetos Especiais Daniel F. Hey,
Gerência de Produção de Conteúdos Diogo
Ribeiro Garcia, Supervisão do Núcleo de Produção
de Materiais Nádila de Almeida Toledo, Projeto
Gráfico José Jhonny Coelho e Thayla Guimarães
Cripaldi, Fotos Shutterstock.
Prezado Aluno,
Seja bem-vindo à disciplina de Engenharia Econômica.
Ao longo de nossa disciplina, iremos abordar um tema que, a princípio,
pode parecer fora do contexto da engenharia, mas que, ao estudarem e
analisarem o conteúdo, perceberão que está totalmente ligada ao dia a dia
de nós engenheiros.
Ser engenheiro é ser um gestor nato. Não adianta um engenheiro ter somen-
te conhecimentos técnicos da área, pois estará sempre à frente de tomadas
de decisões gerencias e, caso esteja preparado para elas, terá um grande
diferencial como profissional da área.
É de suma importância para um engenheiro conhecer o mercado, entender
qual a sua relação com as organizações, com outras empresas, com outros
países, como elaborar orçamentos, análises de custos e de investimentos que
deverão ser realizados pela organização, na busca de melhores resultados.
Ao longo das unidades, teremos a oportunidade de conhecer o conceito de
economia e qual é o problema fundamental enfrentado por ela. Entende-
remos quais são os fatores de produção e como funciona um fluxo econô-
mico em uma sociedade e como isso afeta o mercado da engenharia. Após
conhecer esses conceitos, entenderemos o que é a engenharia econômica e
qual a sua importância na vida de um engenheiro. Estudaremos conceitos
importantes, como a microeconomia e macroeconomia, que nos permitirão
saber qual a relação entre organizações e mercados.
Após estudarmos uma parte conceitual do tema, aprenderemos ferramentas
da matemática que nos auxiliarão em tomadas de decisão em relação à
parte financeira de projetos, produtos e serviços da área. Serão analisados
o funcionamento de sistemas de amortização de possíveis dívidas empresa-
riais, sistema de capitalização (juros simples e compostos) praticados pelo
mercado. Aprenderemos como são feitas as análises de investimentos com
prazos fixo, variado, e qual é a influência do prazo na análise. Para completar,
conheceremos como fatores externos, como inflação e impostos, afetam o
dia a dia das organizações.
Estou certo que, ao final da disciplina, você estará apto para analisar pos-
síveis investimentos, pagamentos de dívidas, calcular amortização de pro-
dutos vendidos a clientes, entre outras análises que devem ser feitas por
um engenheiro que almeja alcançar melhores resultados operacionais na
sua organização.
Espero que aproveitem bem o conteúdo da disciplina, pois vai ajudá-lo(a)
a ser um profissional diferenciado.
Grande abraço!
Prof. Cláudio Pessoa
CURRÍCULO DOS PROFESSORES
13
Fundamentos
da Engenharia
Econômica
35
Microeconomia
55
Macroeconomia Série de Pagamentos
77 143
Matemática Análise de
Financeira Investimentos
97 163
Sistema de Análise de
Amortização Externalidades
119 185
17 Necessidades humanas x fatores de
produção
Utilize o aplicativo
Unicesumar Experience
para visualizar a
Realidade Aumentada.
Dr. Cláudio Roberto Magalhães Pessoa
Introdução à Economia
PLANO DE ESTUDOS
O Problema
Fundamental da Fatores de Produção
Economia
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
UNIDADE I 15
O Problema
Fundamental
da Economia
16 Introdução à Economia
X
X
SERVIÇOS: “são produtos in-
tangíveis, resultantes de al-
guma atividade terciárias de
produção” (MENDES, 2012).
Exemplos: Serviço de Consumo
(alimentação, proteção), Servi-
ço de Conveniência (ônibus,
táxi), Serviços de Especialida-
des (dentista, advogado, cabe-
leireiro) etc.
(Judas Tadeu Grassi Mendes)
UNIDADE I 17
Tenha sua dose extra de
conhecimento assistindo ao Pare e reflita! No caso das empresas de engenha-
vídeo. Para acessar, use seu ria que prestam consultoria, em qual dos setores
leitor de QR Code. produtivos você encaixaria?
Essas perguntas são de extrema importância no mercado, pois tudo isso influencia diretamente na
economia. Para responder essas perguntas é importante entendermos os sistemas econômicos. Vamos
debater sobre eles a seguir.
18 Introdução à Economia
Sistemas
Econômicos
UNIDADE I 19
Segundo Vasconcelos (2015), a economia de mer- como justiça e segurança. Segue a base do
cado poderá ser dividida, basicamente, em dois liberalismo econômico. Nesse caso, o pre-
sistemas: ço irá promover o equilíbrio do mercado
• Economia de mercado (ou descentralizada). (Figura 2).
• Economia planificada (ou centralizada). As críticas que existem sobre esse sis-
Ainda segundo Vasconcelos (2015), todos tema seriam: uma grande simplificação
os países possuem um tipo de economia de da realidade; o mercado sozinho não pro-
mercado, pois será ela que regulará o fun- moverá a perfeita alocação de recursos e
cionamento da economia. Vamos entender distribuição de renda; os preços poderão
como funciona cada uma? variar em função de sindicatos, poder de
monopólios e/ou oligopólios (VASCON-
Economia de Mercado - o sistema de economia CELOS, 2015).
de mercado se divide, ainda, em: Um bom exemplo a ser dado para
• Sistema de concorrência pura (sem in- o sistema de concorrência pura é o
tervenção do governo): esse sistema se ba- mercado hortifrutigranjeiro, pois nele
seia na ideia que o mercado deverá resolver são os produtores e seus clientes, basi-
as questões econômicas fundamentais. O camente, que irão definir o preço dos
estado seria responsável por outros setores produtos.
20 Introdução à Economia
• Sistema de concorrência Mista: basica- vendidos no mercado (educação, jus-
mente, a diferença das duas é exatamen- tiça, segurança).
te a participação do governo para evitar • Compra de bens e serviços do setor
possíveis abusos no mercado. Segundo privado.
Vasconcelos (2015), depois da revolução • Economia Planificada (centralizada): no
industrial, perdurou por muito tempo o caso da economia centralizada, todo o con-
sistema muito similar ao de concorrência trole da economia está nas mãos do governo.
pura. Porém, no século XX, com o surgi- Segundo Vasconcelos (2015), é o governo
mento (e crescimento) dos sindicatos, mo- quem resolverá os problemas fundamen-
nopólios e oligopólios aliados, ainda, à crise tais da economia. Os meios de produção
financeira dos anos 30, foi possível perceber (máquinas, residência, terra, matéria-prima,
que o mercado sozinho não resolveria as entidades financeiras etc.) são do estado; já
questões primordiais da economia. Surge, os “meios de sobrevivência” (roupas, carros,
então, a necessidade da atuação do setor televisores) pertencem aos indivíduos.
público, que se dá de várias formas, a saber:
• Formação de preços (impostos etc). Sendo assim, a diferença básica entre os dois sistemas
• Complemento à iniciativa privada (in- econômicos se resume em dois aspectos básicos:
fraestrutura, energia, estradas etc). • Propriedade pública x propriedade privada
• Fornecimento de serviços públicos (ilu- dos meios de produção.
minação, água, esgoto etc). • Como resolver os problemas fundamentais
• Fornecimento de bens públicos não da economia: mercado x governo (Figura 3).
UNIDADE I 21
Vários autores costumam tratar dos sistemas
econômicos como comunismo, capitalismo e
socialismo. Segundo Vasconcelos (2015), é im-
portante não confundir os sistemas econômicos
com regimes políticos, que são esses adotados pelo
governo de todos os países. Não é objetivo desse
livro comparar as formas de governo, o que seria
uma boa pesquisa para o aluno.
Você pode observar, no Quadro 1, uma forma
humorística de tratar os regimes políticos, apre-
sentada por Mendes (2012).
22 Introdução à Economia
Os Fatores
de Produção
UNIDADE I 23
PEA (População economicamente ativa) = Habi-
tantes - (crianças + idosos).
24 Introdução à Economia
Fluxos
Econômicos
UNIDADE I 25
Figura 4 - Fluxo Econômico
Fonte: o autor.
Conforme visto no Tópico 3 (Sistemas Econômi- uma vez que esses produtos e/ou serviços são
cos), nós vivemos em um país que adota o capita- demandados pelas famílias.
lismo como regime político. Este, por sua vez, está Por outro lado, para que as famílias adqui-
enquadrado no sistema de concorrência mista, ram os produtos e/ou serviços das empresas, é
em que o governo tem um papel importante para necessário ter dinheiro (renda). Surge, portanto,
regular o mercado, portanto a análise será feita a moeda (Fluxo Monetário). No momento em
sob essa óptica. que contratam as pessoas (famílias) como mão
Podemos notar que temos dois fluxos na de obra, torna-se possível pagá-las pelo serviço
figura, o fluxo real e o fluxo monetário. Co- prestado. Assim, gera-se a renda necessária para
meçaremos a análise pelo fluxo real. Segundo sobrevivência das famílias. Portanto, as famílias,
Ferreira (2015), o fluxo econômico se iniciará buscando satisfazer suas necessidades, irão até as
pelas famílias, que ofertam os fatores de pro- empresas demandando produtos e/ou serviços;
dução (trabalho, capital, terra) ao mercado, que retornando, portanto, a moeda (despesas) às em-
são fatores primordiais para que as empresas presas e permitindo, desse modo, que elas tenham
consigam produzir. As empresas demandam es- condições de pagarem as pessoas. Essa relação
ses fatores de produção e oferecem às famílias empresa/famílias funciona, portanto, como uma
os produtos e/ou serviços que são produzidos simbiose, em que um depende do outro, visando
por elas. Desse modo, fechar um primeiro ciclo, sua sobrevivência.
26 Introdução à Economia
Surge, também, dentro desse fluxo, o governo Veremos com detalhes na Unidade V, na qual
que, além de controlar o mercado evitando pos- estudaremos sistemas de capitalização.
síveis desajustes, tem, também, um papel central Ao analisarmos o fluxo econômico, é possível
na relação. O governo contrata mão de obra das perceber o quanto a economia influencia nossas
famílias e também contrata serviços e produtos das vidas e como estamos inseridos em um contexto
empresas. Com isso, é um grande contribuidor para importante para sobrevivência de uma socieda-
aumentar a renda e receita de empresas e famílias, de. Sem a existência do fluxo e de seus agentes, se-
mas, por outro lado, a maior parte da receita do ria praticamente impossível controlar o mercado
governo é oriunda dos tributos, mas os Estados e e fazer com que as relações aconteçam, de forma
Municípios recebem capital financeiro do governo quase que transparente, para todos os envolvidos.
Federal. Além disso, temos as empresas públicas que Chegamos, aqui, ao fim da nossa primeira
vendem bens e serviços. Ele é obrigado a cobrar unidade. Só recapitulando, nosso objetivo nesta
impostos sobre serviços e produtos, visando a sua unidade era conhecer um pouco mais sobre os
própria sobrevivência. Com isso, contribui para conceitos básicos de economia e qual é o pro-
diminuir a renda das famílias e receita das empre- blema fundamental enfrentado por ela. Tam-
sas. Portanto, é de suma importância que o governo bém procuramos conhecer quais são e como
ajuste os valores de impostos sob pena de, ao invés funcionam os sistemas econômicos existentes;
de ajudar a controlar a economia, pode ser fonte de saber quais são os fatores de produção que irão
problemas ao retirar o dinheiro do mercado. movimentar a economia, com seus problemas de
Por fim, como visto na figura, existe o mercado escassez e, por fim, foi possível perceber como
de capitais. Nesse mercado, encontram-se bancos funciona o fluxo econômico em uma sociedade
e instituições que permitam que, tanto as empresas e como estamos inseridos nele.
quanto as famílias possam aplicar o seu dinhei- Caso não esteja seguro que tenha assimila-
ro, buscando aumentar a renda com o mercado do bem esses conceitos, leia novamente o texto,
financeiro. Trata-se de um mercado em que a taxa buscando assimilar bem os conceitos que serão
de juros sobre o dinheiro aplicado fará com que o importantes ao longo do curso.
dinheiro renda (cresça) e gere mais receita para seu
investidor. Como isso acontece?
UNIDADE I 27
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
28
3. Após leitura do texto e reflexão sobre os conceitos básicos da economia, pense
em nosso país e faça uma classificação de nossa economia em relação a: sistema
econômico adotado; principais fatores de produção e os bens/serviços ofertados
por nós para economia mundial. Porque ainda não podemos ser considerados
um país desenvolvido? (Responda em, no máximo, 15 linhas).
29
LIVRO
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DA SILVA, A. O. Economia e Gestão. São Paulo: Pearson, 2014.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: Micro e Macro. 6. ed. São Paulo: Gen, Atlas, 2015.
31
1. C.
2. E.
3. Neste caso, é importante entender que, no Brasil, temos um grande problema na economia mundial por
exportarmos matérias-primas (fator de produção) e importamos os produtos e serviços que contêm um
maior Know-How. Esse fator nos coloca em posição desfavorável na economia mundial, pois o valor de
exportação da matéria-prima é baixa em comparação a um produto e/ou serviço que contenha um co-
nhecimento embarcado.
No caso de nosso sistema econômico, adotamos o sistema de concorrência mista, em que existe uma
dependência do governo para regular melhor o mercado.
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33
34
Dr. Cláudio Roberto Magalhães Pessoa
Fundamentos da
Engenharia Econômica
PLANO DE ESTUDOS
A importância da análise
Econômica
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender os fundamentos da engenharia econômica. • Entender como são feitas análises econômicas dentro de
• Entender como a engenharia econômica auxiliará nas cenários diferentes.
tomadas de decisão em análises financeiras.
Fundamentos da
Engenharia Econômica
““
e dirigir as forças físicas e materiais da natureza
um sinônimo, ou até mesmo uma área, da em benefício do Homem”. Por seu lado, a econo-
análise de investimentos, a qual, por sua mia fará todo um estudo em relação aos aspectos
vez, é uma área fundamental da atividade sociais de produção e distribuição de bens e/ou
empresarial. Afinal é pela execução de pro- serviços. Assim, temos a engenharia procurando
jetos de investimentos que as empresas e os a eficiência tecnológica e a economia procuran-
empreendimentos ampliam sua capacidade do a eficiência econômica. Desse modo, o autor
operacional, sua capacidade de realização conclui que a Engenharia Econômica terá esse
de negócios e seus resultados financeiros e papel fundamental de “harmonizar a eficiência
mercadológicos, assegurando, dessa forma, tecnológica à eficiência econômica”.
sua continuidade.
UNIDADE II 37
Segundo Ferreira (2017), a
Engenharia Econômica existe
desde o século XIX, porém, no
Brasil, só passou a ganhar força
nos últimos 50 anos engloban-
do conhecimento de economia,
matemática e estatística. Ela tem
como objetivo principal dar res-
postas aos problemas de toma-
da de decisão que resultem na
aplicação eficiente de recursos,
trazendo consigo um retorno do
investimento que atenda à de-
manda das organizações. Para o
autor, a Engenharia econômica
é tão importante nas organiza-
ções, como administração estra-
tégica, marketing, gestão de pro-
cessos, recursos humanos etc.,
pois, sem uma gestão efetiva dos
recursos das organizações, até
mesmo sua sobrevivência pas-
sará a ser um “evento de caráter
aleatório”, em que não poderá
prever quase nada.
Figura 1 - Funções da Engenharia Econômica
Fonte: adaptada de Nakano (1967).
Para o autor, todas essas funções podem ser resumidas como “o estudo da rentabilidade comparada
das alternativas” (MACHLINE, 1966, p. 99 apud NAKANO, 1967, p. 91). Sendo assim, é importante,
então, observarmos, nesse momento, as análises econômicas que são utilizadas nas tomadas de decisão.
UNIDADE II 39
A relação tempo x dinheiro é de suma importância na análise de investimentos, pois dará aos
gestores uma noção do dinheiro ao longo do tempo. Em outras palavras, ao analisarmos um investi-
mento, principalmente de médio e longo prazo, é necessários que façamos uma análise mais profunda
em relação às variáveis ao longo do tempo, pois, como veremos adiante, a inflação, taxa de juros etc.
poderão depreciar o seu dinheiro, mascarando possíveis perdas futuras. Por isso é mister analisar, em
caso de investimentos, contrair dívidas, o quanto iremos poupar e/ou gastar hoje, para fazer com o
que o retorno desse investimento seja proveitoso no futuro (Figura 2).
UNIDADE II 41
Como visto na Figura 3, todo gestor, no momento de tomar uma decisão ficará com várias dúvidas
que o levarão a buscar informações que os auxiliem nesse momento. É de extrema importância criar
critérios, como os vistos anteriormente, para que, assim, possua um parâmetro que o guiará no sentido
de buscar melhores resultados. Além desses critérios citados, Vasconcellos (2009) chama a atenção,
também, para outros critérios de aprovação de um projeto. No caso dos projetos, o autor cita três di-
mensões que devem ser trabalhadas de forma isolada ou conjunta. São elas:
• Critérios financeiros: no caso dos recursos financeiros, é muito importante a análise dos custos
para prestação do serviço ou fabricação de um produto. Esse é um critério que, muitas vezes,
é esquecido e que, mais adiante, inviabiliza qualquer projeto. Se a empresa não tiver recurso
suficiente para “bancar” os seus custos até o fim, não adiantará em nada ter uma grande receita
a receber lá na frente, pois a empresa morrerá antes. Sua empresa poderá até contrair dívidas,
desde que seja possível amortizá-la em seu fluxo de caixa, mas se não tiver recurso necessário
para pagar as despesas recorrentes, não irá durar muito tempo.
UNIDADE II 43
O Engenheiro e a
Engenharia Econômica Hoje
UNIDADE II 45
Figura 4 - Fluxograma de processo de tomada de decisão
Fonte: o autor.
Nesta unidade, foi possível percebermos a impor- É claro que, para que possamos fazer essas aná-
tância da engenharia econômica na vida profis- lises, é preciso aprender também as ferramentas
sional dos engenheiros, em que conhecemos seus e fórmulas da matemática que nos conduzirão a
conceitos básicos, critérios e métodos, a importân- tomadas de decisões que realmente trarão melho-
cia da análise de situações, mercados, produtos, re- res resultados operacionais às organizações. E esse
cursos etc., no momento da tomada decisão. Ficou será o assunto das unidades de agora em diante.
claro que, para o engenheiro ser eficaz nas organi- Aguardo você, caro(a) aluno(a), lá!
zações, o seu nível de conhecimento deverá ir além
de conhecimentos técnicos da área da engenharia.
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2. Leia as afirmações a seguir e faça o que se pede:
I) No momento de uma análise de investimentos, é de suma importância que
se avalie todos os pontos e os compare com outras alternativas, como pontos
comuns, positivos, negativos, diferenças etc. Somente assim será possível
tomar uma decisão de qualidade.
II) O critério do imponderável é um dos mais importantes na tomada de decisão.
Ele poderá ser o critério de decisão no momento de se montar as formas de
pagamento de um produto.
III) No caso de análise financeira, um dos critérios de análises financeiras são
as taxas de juros. Elas podem fazer com que você perca dinheiro ao longo
do tempo.
IV) Como estudado nesta unidade, um dos fatores que devem ser muito bem
analisados são as dívidas. Porém uma dívida pode não ser o fator primordial
para fazer com que uma empresa venha a ter prejuízo.
3. Após leitura da unidade, faça uma pesquisa na internet sobre o tema da ren-
tabilidade e lucratividade. Qual seria, segundo os estudos realizados, a função
de cada uma dessas variáveis em uma análise econômica financeira de um
investimento? Qual das duas é mais importante sobre a óptica do investidor?
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LIVRO
49
CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração: Abordagens, perspectivas e normativas. 7. ed. Manole,
Barueri, São Paulo, 2014. Volume 1.
NAKANO, Y. Engenharia econômica e desenvolvimento. Rev. adm. empres., São Paulo, v. 7, n. 22, p. 89-112,
mar. 1967. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v7n22/v7n22a05.pdf>. Acesso em: 20 Jul. 2018.
RYBA, A.; LENZI, E. K.; LENZI, M. K. Elementos de Engenharia Econômica. Curitiba: Intersaberes, 2016.
SILVA, A. M.; FREITAS, C. C.; ALMEIDA, F. A. S.; FRANCO, M. J. B. (Orgs.). Gestão da informação, políticas
públicas e territórios. Porto (Portugal): Universidade do Porto, 2016.
50
1. D.
2. D.
3. Ambos os índices são muito importantes para o investidor, porém, no caso da rentabilidade, a análise é
mais abrangente, pois medirá a capacidade do produto/serviço bancar os investimentos realizados.
51
52
53
54
Dr. Cláudio Roberto Magalhães Pessoa
Microeconomia
PLANO DE ESTUDOS
Demanda Mercado
Fundamentos da Oferta
Microeconomia
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
UNIDADE III 57
Número de
Tipo de produto Atividade da Empresa
Empresas
Venda Compra
Muitas Homogêneo Competição Pura Competição Pura
Muitas Diferenciado Competição Monopolística Competição Monopsonística
Poucas Homogêneo ou não Oligopólio Ologopsônio
Uma Único Monopólio Monopsônio
Enfim, após conhecer os conceitos básicos da microeconomia, ficou claro que é preciso analisar as três
áreas citadas de forma isolada, a saber: demanda, oferta e mercado. Vamos a elas, então.
58 Microeconomia
Demanda
UNIDADE III 59
é considerado alto em relação à
renda e gastos das pessoas. Por-
tanto, a demanda por esse bem
era baixa. Com o passar dos
anos, com domínio da tecnolo-
gia e barateamento dos fatores
de produção, foi possível, para as
empresas, conseguirem abaixar
o preço de venda de seus televi-
sores. Hoje, é possível encontrar
os mesmos produtos nas lojas
por valores como R$ 1.500,00 e,
dependendo do tamanho e tec-
nologia, até mais baratos. Com
a queda dos preços, aumentou
consideravelmente a quantidade Figura 1 - Curva Hipotética de demanda para compra de um televisor
de pessoas que possuem condi- Fonte: o autor.
ções de comprar, aumentando,
consequentemente, a demanda É fundamental perceber que a curva de demanda será determinada
pelo produto. O exemplo mostra por todos os fatores que foram citados, ou seja, a curva será uma
o contrário do dito na lei da de- função definida por:
manda. Quanto menor o preço,
maior a demanda. No entanto, se Cd = ƒ (Pb, Pbs, Pbc, R, G) (1)
analisarmos o oposto, é possível
notar que é verdadeira a afirma- Sendo:
ção, ou seja, quanto mais cara a Cd= curva de demanda.
empresa colocar o custo de uma Pb= preço do Bem.
TV, menos pessoas terão con- Pbs= preço de bem substituto.
dições de comprá-la, definindo, Pbc= preço do bem complementar.
assim, uma demanda menor. R= renda.
Tudo isso que foi dito pode G= gostos, hábitos, preferências.
ser representado graficamente
pela curva de demanda (Figura Analisando as variáveis anteriores:
1). Essa curva, segundo Mendes • Curva de demanda: curva definida no gráfico em função
(2012, p. 29), define “a relação de todas as variáveis analisadas.
que descreve a quantidade de • Preço do Bem: preço determinado pelas empresas para
um bem que os consumidores venda dos bens produzidos.
estão dispostos a comprar, a di- • Preço do bem substituto: um bem substituto é aquele que
ferentes níveis de preço, em um poderá substituir o bem analisado por algum motivo, ou
determinado período de tempo, seja, o consumo deste elimina o consumo do outro. Exemplo:
dado um conjunto de condições”. manteiga e margarina.
60 Microeconomia
• Preço do bem complementar: bem complementar é aquele que só será consumido caso seja
comprado um bem principal, ou seja, a sua compra depende da compra de outro. Exemplo:
cartucho de impressoras.
• Renda: é a renda das famílias que dará a elas o poder de compra.
• G: é o imponderável que já foi explicado anteriormente. Algo que é complicado de se medir,
mas que interfere na decisão de compra.
A curva de demanda, segundo Vasconcellos (2009), faz com que a curva se desloque para esquerda ou
poderá ser representada por uma reta (linear) ou direta (expansão ou retração, respectivamente). No
assumir a figura mostrada no gráfico da Figura 1 caso da expansão, segundo Vasconcellos (2009), por
(função potência). O que determinará o formato exemplo, podemos analisar a demanda de compra
serão as variáveis analisadas. de um refrigerante 1 em relação ao refrigerante 2.
A curva poderá, também, sofrer deslocamentos Caso o preço do refrigerante 1 aumente, fará com
positivos/negativos de acordo com as condições de que a demanda pelo refrigerante 2 aumente. A re-
mercado, por exemplo variação da renda, dos pre- tração também será possível perceber nessa rela-
ços, preferências, aumento do número de consumi- ção, por exemplo, o aumento do preço de carros
dores etc. O fato do aumento de preços, relacionado no mercado fará com que a demanda por gasolina
aos bens substitutos e complementares, também diminua, como visto na Figura 2.
UNIDADE III 61
Oferta
62 Microeconomia
sob a óptica do consumidor. Lembre-se que estamos aqui analisando o lado das empresas. Portanto, se
eu tenho um produto que eu quero vender, e seu preço aumentou no mercado por algum motivo, eu
quero ofertá-lo ao máximo, pois isso aumentará a receita, consequentemente, poderá aumentar o lucro.
É importante, também, analisarmos a curva de oferta. Segundo Mendes (2012), a curva da oferta é
uma relação que descreve quanto de um bem os produtores de todas as empresas estão dispostos a ofe-
recer, a diferentes níveis de preço, em determinado período de tempo, dado a um conjunto de condições.
A curva de oferta pode ser definida como (Figura 3):
(Kg)
Onde:
Co = curva de oferta.
Pb = preço do bem.
Pfp = preço dos fatores e produção.
Pbs = preço de bem substituto
T = tecnologia.
A = condições Ambientais.
UNIDADE III 63
• Condições Ambientais: essa variável, em toda a bibliografia sobre o tema, está diretamente
ligada às condições climáticas, mas eu ousarei, aqui, ir além e dizer que o ambiente (mercado)
também afetará a oferta. Algumas externalidades, que analisaremos em breve, podem fazer com
o que o preço altere, fazendo, com isso, que a curva também se altere.
(Kg)
Para dar um exemplo prático e entender as variáveis, podemos pensar em algum produto agrícola, como
a cana. Imagine que, em um determinado período, o país sofreu com a safra da cana. O produto fica
escasso e o preço aumenta. No caso dos produtores, eles devem fazer escolha de, por exemplo, atender
o mercado de açúcar ou de combustível. Ele irá escolher aquele que lhe pagar melhor, assim, o aumento
do preço do produto, em fator de um problema climático, faz com que a oferta do produto aumente.
A curva de oferta também sofrerá variações com as mudanças de suas variáveis. A curva, assim
como a curva de demanda, poderá sofrer retração ou expansão. Por exemplo, no caso do aumento do
preço do açúcar, como visto anteriormente, fará com que a curva de oferta se expanda, ou seja, au-
mentará a oferta em função do aumento do preço. Em contrapartida, imaginemos que por um fator
favorável de mercado, como o uso de uma tecnologia nova, faça com que o preço caia no mercado.
Consequentemente, a curva de oferta irá retrair, pois as empresas terão seu faturamento reduzido com
a queda dos preços (Figura 4).
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.
64 Microeconomia
Mercado
UNIDADE III 65
Figura 5 - Equilíbrio de Mercado
Fonte: o autor.
A curva de demanda x oferta nos faz refletir e permite que façamos diversas análises em relação ao
mercado. Por exemplo, é possível notar quando temos um excesso de demanda ou escassez de ofertas.
Vejamos a Figura 6.
66 Microeconomia
Ao analisarmos o gráfico, é possível notar que o preço para o ponto de equilíbrio seria o de R$ 6,00,
em que teríamos uma demanda de 40 produtos. Porém, ao olharmos para os pontos A e B, é possível
ver que se o preço do produto fosse de R$ 10,00, teríamos uma demanda de 20 produtos, uma oferta
de 60. O que nos daria um excedente de oferta de 40 produtos.
Já na Figura 7, será possível notar que teremos uma escassez de oferta, pois, ao abaixarmos o preço
do produto para R$ 4,00, fez com que tivéssemos uma demanda para 70 produtos; porém, a empresa
conseguiria produzir somente 10 produtos nesse preço. Assim, para essa nova realidade, teríamos uma
escassez de produção de 60 produtos.
Essa decisão de quanto deve ser produzido é, possivelmente, respondida quando se analisa o gráfico
da Figura 7, de oferta x demanda.
Vamos analisar um exemplo prático para entender como funciona a relação da curva de oferta e de-
manda. Imagine que tenhamos a curva de oferta e demanda construídas com as funções dadas a seguir.
Quais seriam o preço e quantidade necessária de produção para equilibrar o mercado?
Funções:
Curva de Demanda: D= 70 - 3P
Curva de Oferta: O = 20 + 2P
Onde: D=demanda; O=oferta; P=preço.
UNIDADE III 67
O equilíbrio existirá quando tivermos uma oferta exemplo, foi visto nas variáveis da demanda que,
igual a demanda. Portanto, uma forma de calcular caso a renda do consumidor cresça, haverá uma
seria igualar O e D. Assim, teremos: expansão da curva de demanda, pois teremos,
nesse caso, mais pessoas interessadas no produ-
D=O, assim: 70-3P=20+2P to, pois terão mais capacidade de compra. Isso
afeta diretamente o ponto de equilíbrio. Ao ana-
Portanto: 5P=50; então P=R$ 10,00. Este seria o lisarmos a Figura 8, fica clara a expansão da cur-
preço de equilíbrio. va com o aumento da renda. O gráfico mostra
Jogando o preço de equilíbrio em uma das que, mesmo que o preço do produto tenha um
duas funções, encontraremos a quantidade pro- aumento de R$ 6,00 para R$ 8,00, o ponto de
duzida necessária para o equilíbrio. equilíbrio teria um aumento da demanda de 40
para em torno de 53 produtos. Com isso, a em-
O=20+2P = 20+ 20 = 40 presa é capaz de visualizar, graficamente, quanto
deveria aumentar sua produção para continuar
Portanto, teríamos que ter uma oferta de 40 em equilíbrio. É claro que, como analisamos o
produtos para equilibrar o mercado a um preço fato da expansão, a retração também traz conse-
de R$ 10,00. quências para a curva de equilíbrio de mercado.
É importante lembrar que os fatores que afe- Porém, a análise seria realizada da mesma forma,
tam as curvas de demanda e oferta irão variar, obviamente com uma redução da demanda e do
também, o ponto de equilíbrio do mercado. Por ponto de equilíbrio.
68 Microeconomia
algumas análises iniciais para tomada de decisão
nas organizações. Principalmente os conceitos
Tenha sua dose extra de de demanda, oferta e de equilíbrio de mercado
conhecimento assistindo ao já nos dão uma noção de como é possível iniciar
vídeo. Para acessar, use seu uma análise para um futura tomada de decisão de
leitor de QR Code. investimentos, consequentemente de melhoria de
resultados operacionais das empresas.
Claro que ainda nos faltam ferramentas e
Prezado(a) aluno(a), o objetivo desta unidade era análises mais apuradas de externalidades, como
de compreendermos como funciona a economia inflação, juros e fluxos de caixas, que iremos ana-
em um mercado local. Acredito que, com os con- lisar nas unidades seguintes. Em breve já estare-
ceitos de microeconomia, já é possível realizarmos mos aptos para tal.
Vamos em frente!
UNIDADE III 69
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
70
2. Lembrando do que foi dito para a condição Coeteris paribus, é possível afirmar que:
I) O aumento da oferta de um produto diminui o seu preço e aumentará, con-
sequentemente, a sua demanda.
II) Se a demanda aumentar, o preço do bem cairá, consequentemente aumenta
a sua oferta.
III) O aumento da demanda, aumenta o preço e, consequentemente, aumentará
a sua oferta.
IV) O aumento da oferta aumenta a demanda, consequentemente faz com que
o preço caia.
71
LIVRO
72
BAIDYA, T. K. N.; AIUBE, F. A. L.; MENDES, M. R. C.; BATISTA, F. R. S. Fundamentos de Microeconomia.
Rio de Janeiro: Interciência, 2014.
73
1.
1.1. C.
1.2. B.
Como a curva é construída para o gráfico preço x quantidade, o que temos na fórmula como D e O são
o número de produtos demandados e ofertados respectivamente. P é o preço do produto.
Portanto para achar o equilíbrio de mercado é quando temos o número de produtos demandados igual
ao de produtos ofertados.
Portanto:
30-2P = 15 + P
Assim: P + 2P = 3-15
Ao jogarmos o valor em qualquer uma das fórmulas, teremos o número de produto para o preço de
equilíbrio.
2. D.
74
75
76
Dr. Cláudio Roberto Magalhães Pessoa
Macroeconomia
PLANO DE ESTUDOS
Política Cambial
Política Fiscal
(comercial)
Fundamentos de
Política Monetária
Macroeconomia
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
““
é o ramo da teoria econômica que trata da evolução da econo-
mia como um todo, analisando a determinação e o comporta-
mento dos grandes agregados, como renda e produto nacionais,
investimento, poupança e consumo agregados, nível geral de
preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de
juros, balanço de pagamentos e taxa de câmbio.
UNIDADE IV 79
Segundo Mendes (2012), conhecer e distinguir Isso representa uma parcela muito importante na
os conceitos é de fundamental importância pois, balança comercial e na economia do país.
apesar de ambos medirem o nível de produção de Porém a maioria dos países do mundo utiliza
um país, países como o Brasil, cujo o PIB é maior o PIB como critério de análise. É ele que permite
que o PNB, envia uma parcela de rendimentos analisar o crescimento, ou não, de uma econo-
muito maior para fora do país. Em países como os mia do país e comparar esse resultado aos demais
Estados Unidos, essa realidade é invertida, ou seja, países do mundo. Assim, as análises econômicas
o PNB é maior que o PIB, ficando, assim, maior se tornam mais eficazes, pois analisam critérios
parte do que é arrecadado dentro do próprio país. semelhantes.
PIB (Produto Interno Bruto): o PIB de um país é a soma de tudo que é produzido no país. Dentro
dessa produção, encontra-se o que foi produzido por empresa nacional e estrangeira.
PNB (Produto Nacional Bruto): o PNB (Produto Nacional Bruto) de um país é a semana de tudo que
é produzido por empresas nacionais, estejam elas atuando no próprio país ou no exterior.
80 Macroeconomia
Segundo Vasconcellos (2009) e Mendes (2012), as metas de estudo da macroeconomia são:
1
Alto nível de empregos:
A política de empregos cresceu a partir dos anos 30, logo após a crise da bolsa dos Estados Unidos,
quando o produto nacional caiu em torno de 30% e a taxa de desemprego chegou a 25%. Foi ba-
seado nos estudos de John Maynard Keynes, considerado, inclusive, o pai da macroeconomia por
muitos autores.
2
Estabilidade de preços:
Segundo o autor, essa meta está muito relacionada à análise da inflação e seu impacto na economia.
Para ele, um pouco de inflação é inerente aos ajustes de uma sociedade dinâmica em crescimento.
Porém, a inflação irá acarretar distorções sobre as expectativas empresariais, mercado de capitais
e, sobretudo, na distribuição de renda. Por isso tudo, é importante que se desenvolva uma política
econômica que tenha por objetivo a estabilidade de preços para se conseguir um crescimento eco-
nômico contínuo e estável.
Crescimento econômico:
4
Nessa meta, o autor chama atenção para uma curiosidade de crescimento. Como exemplo ele cita
um país com uma taxa de desemprego alto, portanto, capacidade produtiva ociosa. Como solução
imediata, bastaria o governo incentivar a atividade produtiva, pois isso geraria emprego e renda. Po-
rém, para aumentar a atividade produtiva, é necessário investir em avanço tecnológico e utilização de
recursos produtivos que, como vimos, são escassos e limitarão a produção.
UNIDADE IV 81
Outro aspecto que deve ser levado em consideração para o desenvolvimento econômico de um país,
segundo o autor, é a renda per capita. Não adianta o país crescer o seu PIB com produção de produtos
e/ou serviços, sem que a renda da população cresça. É importante medir o crescimento econômico
de um país utilizando, também, outros critérios de crescimento social, como: pobreza, desemprego,
meio ambiente, moradia etc.
Ainda segundo Vasconcellos (2009), a macroeconomia divide a economia em duas áreas, a parte
real e a monetária, e, ainda, essas duas são divididas conforme mostrado no Quadro 1:
No mercado de bens e serviços, ao agregar tudo trocas utilizando um elemento em comum para
que foi produzido (bens e serviços), forma o pro- critério de comparação, a moeda. O mercado mo-
duto nacional. Seu preço é representado por uma netário, portanto, determinará as taxas de juro, que
média de todos os preços, gerando, assim, o cha- estudaremos mais adiante, e a quantidade de moeda
mado nível geral de preços. necessárias para efetivar as transações econômicas.
O mercado de trabalho, também ao ser anali- Por fim, os países do mundo visando reali-
sado em nível geral, permite criar a taxa salarial zarem transações entre eles necessitam de uma
e o nível de emprego (ou desemprego) do país. taxa que faça um comparativo entre suas moedas.
Em paralelo a tudo isso, o autor chama atenção Surge, então, as taxas cambiais que permitirão
do mercado monetário, pois se faz necessário fazer relacionar moedas distintas.
82 Macroeconomia
Segundo Mendes (2012), há uma relação importante entre essas variáveis, e existem três formas de
se analisar as atividades econômicas de um país: PIB, óptica da despesa (dispêndio) e a renda. Sendo
que o PIB, segundo o autor, que é um dos principais índices como visto anteriormente, poderá ser
medido pela seguinte identidade macroeconômica:
OFERTA
AGREGADA Formada pela produção nacional mais as importações.
A política macroeconômica, visando atender as metas que foram citadas anteriormente, precisa lançar
mão de instrumentos de controle que auxiliem o governo a atingir seus objetivos. Segundo os autores
da economia, os principais são: política fiscal, política monetária e política cambial. Que analisaremos
separadamente a seguir.
UNIDADE IV 83
Política Fiscal
84 Macroeconomia
Mendes (2012) chama atenção que os gastos quanto tratamos da concorrência mista, quando
do governo são, geralmente, conhecidos. É com- o governo manipula as estruturas de alíquotas
posto por despesas correntes, como funcionários, dos impostos para controle da economia, por
pagamentos a empresas privadas na prestação de exemplo estimular produção, permitindo, assim,
serviços aos órgãos governamentais, juros de dí- um controle do desemprego, e também com a
vidas (interna e externa) e subsídios a produtores possibilidade de inibir gastos do setor privado e
e consumidores. consumidores para controle de inflação. Caso o
No entanto, no caso das receitas, não existe um governo pense, também, na meta de melhoria da
interesse da maioria em conhecer. O autor eviden- distribuição de renda, poderia criar uma política
cia, então, as principais fontes de recursos, a saber: de cobrança de impostos variáveis, de acordo com
• Impostos diretos: incidem diretamente o nível de renda, ou seja, quem fatura mais paga
sobre renda e propriedade (IPVA, IPTU, mais impostos.
Imposto de Renda, ITR (Imposto Territo- É importante, inclusive para estudos que fa-
rial Rural)). remos mais adiante, entender a diferença entre a
• Impostos Indiretos: gerados na produ- taxa nominal e taxa real de juros. Segundo Men-
ção, consumo e venda de mercadoria (IPI, des (2012), a taxa nominal de juros, conhecida
ICMS, ISSQN, Finsocial, PIS. pelo símbolo “i”, é aquela que representa o ganho
monetário de uma determinada aplicação finan-
Vasconcellos (2009) ressalta a importância da ceira, ou o custo monetário de um empréstimo. Já
política fiscal, não somente no momento da ar- o juros real, conhecido pelo símbolo “r”, é o juro
recadação de impostos que geram receitas para nominal descontado o valor da inflação. Veremos
o governo. Ela tem outro papel importante na mais adiante que esse conceito se fará importante
economia, que foi visto na primeira unidade, para entendimento de análises de investimentos.
UNIDADE IV 85
Política Monetária
86 Macroeconomia
Segundo o autor, o governo, por meio do banco central, utilizará das seguintes fer-
ramentas para realizar esse controle:
OPEN MARKET
Consiste na compra e venda de títulos públicos pelo governo. Pode ser realizado em
dois momentos e com finalidades diferentes. No caso de venda de títulos públicos,
o interesse do governo é diminuir um pouco a liquidez, ou seja, parte do dinheiro
que está nas mãos da população em geral volta para os cofres do governo com o
pagamento desse títulos. Já no caso de compra dos títulos, o governo terá a intenção
inversa, isto é, ao comprar os títulos, o dinheiro irá para o mercado, aumentando a
liquidez e capacidade de compra dos consumidores. Podemos ver que essa é uma
ferramenta direta da quantidade de moeda no mercado.
REDESCONTOS
Essa ferramenta consiste em empréstimos realizados pelo Banco Central aos bancos
comerciais. Podem ser realizados por motivos de liquidez, para, por exemplo, uma
eventual compensação de cheques, ou podem ser realizados os chamados redescon-
tos especiais ou seletivos, que possuem como objetivo beneficiar setores específicos,
tais como financiamento de compra de máquinas agrícolas.
Outra ferramenta da política monetária importante, segundo Mendes (2012), são as taxas de juros. É
um assunto muito debatido e todas as vezes que assistimos, ou lemos, algo a respeito, ela aparece. No
Brasil, é a chamada Selic. Para Mendes (2012), essa é uma taxa básica da economia e referência para
toda as demais aplicações.
UNIDADE IV 87
Mas o que seriam as taxas de juros? Basica- nais de bancos, inadimplência (risco) e os altos
mente, seria um valor pago pelo empréstimo percentuais de recolhimentos compulsórios.
do dinheiro realizado. De acordo com Mendes É importante salientar que os sistema bancário
(2012), a taxa de juros se forma na interação da comercial é formado por agentes que estão auto-
demanda e oferta de moeda. É como se pensásse- rizados, pelo BACEN, a receberem depósitos à
mos da seguinte forma: uma pessoa (ou empresa) vista: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal
precisa de dinheiro em espécie (liquidez) para e os Bancos Comerciais. Estes serão regulamen-
realização de algum investimento ou compra de tados e fiscalizados pelo governo. É preciso tomar
algum bem, porém ele não possui esse dinheiro. cuidado com agentes financeiros que aparecem
Ele poderá recorrer a um banco comercial (ou oferecendo empréstimos e taxas, a princípio, con-
agente financeiro) que fornecerá esse dinheiro vidativas, mas que poderão causar uma dor de
de imediato. Porém, será cobrada uma espécie de cabeça no futuro.
taxa de aluguel desse dinheiro, ou seja, no período
em que houver a dívida, é pago um valor do em-
préstimo, mais um pedaço de amortização dessa
dívida. Estudaremos isso com mais detalhes na As taxas de Juros definidas pelo Governo são:
Unidade 6 desse livro. Outra forma de pagamento
de juros seria na modalidade de investimentos. De • Sistema Especial de Liquidação e de Cus-
forma contrária ao que falamos, nos investimen- tódia (SELIC): taxa de negociação dos títulos
tos, as pessoas (empresas) possuem um dinheiro públicos que vimos anteriormente. Seu valor
que não utilizarão de imediato. Assim, podem em Julho de 2017 era de 10,15% ao ano, se-
ganhar mais no mercado financeiro. Procuram gundo o Banco Central.
bancos comerciais (ou agentes financeiros) e “em- • Taxa referencial de Juros (TR): utilizada na
prestam” o seu dinheiro para que seja aplicado no remuneração de caderneta de poupança,
mercado de capitais. Nesse momento, será pago FGTS. A taxa teve um rendimento acumulado
ao proprietário do dinheiro um valor de juros no ano de 2016 de 2,0125, segundo o Banco
durante o período em que o dinheiro ficou “em- Central.
prestado”. Vale salientar que nem sempre os valo- • Taxa de Juros a Longo Prazo (TJLP): essa é
res pagos em investimentos são os mesmos pagos a taxa utilizada pelo Banco Nacional de De-
em empréstimos. Geralmente, as taxas cobradas senvolvimento e Social (BNDES). A taxa, em
pelos bancos para que eles emprestem dinheiro julho de 2017, estava em 0,5833% ao mês,
são maiores que as taxas pagas em investimentos. segundo o site da receita Federal.
Segundo Mendes (2012), isso pode ser explicado Fonte: Mendes (2012).
por fatores como Impostos, altos custos operacio-
88 Macroeconomia
Política Cambial
(Comercial)
UNIDADE IV 89
A política cambial é interessante para enten- O Brasil, em relação ao mercado mundial,
dermos algumas coisas importantes na economia. encontra-se numa posição desconfortável. Se-
Cada país, praticamente, possui sua moeda própria. gundo o site Comex do Brasil1, a nossa partição
É preciso criar um critério para se realizar rela- no mercado mundial ficou, pela primeira vez, em
ções comerciais com agentes cujas moedas não 2016, abaixo de 1%. Isso deve-se a vários fatores
são as mesmas, pois, caso contrário, não teremos importantes de se analisar. Dentre eles, segundo
como chegar a um consenso de valores. Mendes Mendes (2012), somente algo em torno de 0,7 %
(2012) chama atenção para um fato interessante: das empresas brasileiras exportam seus produtos.
seria fácil para o Brasil, por exemplo, ao obter uma Outro fator importante, que afeta diretamente na
dívida com países credores, emitir moeda (Real) produção e exportação de produtos, é a política
para saldar a dívida. Porém não é bem assim que cambial. Segundo diversos sites especializados
funciona. O Real não é uma moeda aceita interna- no assunto, 7 entre 10 produtos mais exportados
cionalmente como, por exemplo, acontece com o pelo Brasil vêm do agronegócio. E ainda existe
Dólar e o Euro, que são moedas fortes em todos os a exportação de matéria prima para indústria,
países do mundo. Para conseguir, então, saldar as como o minério. Isto é, exportamos muita ma-
dívidas externas, é necessário que sejam incorpo- téria-prima e produtos do agronegócio e impor-
radas ao mercado brasileiro moedas estrangeiras. E tamos produtos manufaturados, que geralmente
como fazer isso? As duas melhores formas seriam são mais caros por estarem embutidos no preço
a exportação de produtos brasileiros e captação de todo do Know How de produção.
investidores estrangeiros no mercado local.
E quais seriam as ferramentas para o mercado cambial? Segundo Mendes (2012), elas são:
• Intervenção no mercado cambial: nada mais do que um controle sobre a taxa de câmbio,
em que é possível valorizá-la ou desvalorizá-la, de acordo com as necessidades do mercado. A
taxa de câmbio é o valor correspondente da moeda estrangeira no país naquele momento. Pela
taxa de câmbio, é possível estimular a exportação e desestimular a importação de produtos, ou
o contrário. Segundo o autor, existem três regimes cambiais:
a) Taxas Fixas: predefinidas pelas autoridades monetárias.
b) Taxas Variáveis: taxas flutuantes formadas livremente pelo mercado.
c) Taxas administrativas: que seriam um meio-termo entre as duas primeiras.
• Políticas comerciais: neste caso, seria uma forma de proteção com imposição de tarifas, em
que é possível fixar uma cota de importação (ou exportação).
90 Macroeconomia
Todas as políticas analisadas são importantes e não funcionam de forma isolada. O conjunto de regras
criadas pelo governo é que fará o controle da economia, fazendo com que ela cresça ou não. É funda-
mental pensar que o excesso de moeda estrangeira na economia local faz com que a moeda nacional se
desvalorize, pois permite que as negociações estrangeiras se tornem frequentes, levando todo o capital
para o exterior. Assim, é necessário emitir mais moeda local.
Portanto, por tudo isso, faz-se necessário uma política governamental séria, muito bem planejada
para evitar uma derrocada da economia do país. Uma economia fraca gera consequências graves para
a população, como é possível perceber nos países do chamado terceiro mundo, onde não existe uma
infraestrutura básica para atender a população.
Nesta unidade, tivemos como objetivo principal conhecer os conceitos e ferramentas da macroe-
conomia. É importante entender a relação da nossa economia com os demais países do mundo, bem
como as ferramentas e políticas (fiscal, monetária e cambial) e que podem ser utilizadas pelo governo
na realização de fiscalização e controle da economia.
Com tudo isso, aliado ao que aprendemos na Unidade 3 (Microeconomia), é possível perceber
como funciona a economia do país. Apesar de se dizer que microeconomia e a macroeconomia são
coisas distintas, uma não funcionaria sem a outra, pois foi possível perceber que ambas possuem mé-
tricas, critérios e ferramentas que nos permitem entender como será possível gerar regras e fiscalizar
o funcionamento das relações econômicas e financeiras entre os agentes econômicos e entre países.
UNIDADE IV 91
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
92
LIVRO
O Monge e o Executivo
Autor: Cristiane A. J. Schimidt; Fábio Giambiagi
Editora: Campus
Sinopse: esse livro supre a lacuna entre a relevância do tema e o ensino da
macroeconomia conformada à nossa realidade e se destina a gestores e exe-
cutivos com interesses mais imediatos. Quais os determinantes das variáveis
macroeconômicas? Quais as escolhas possíveis dos instrumentos da política
econômica e seus impactos na gestão dos negócios? Quais as restrições à gestão
pública e as possibilidades e consequências de curto e longo prazo das escolhas
adotadas? Quais os seus impactos sobre a produção e a procura pelos produtos
produzidos domesticamente? Quais suas implicações sobre o nosso ambiente
de negócios? A opção por um tratamento acessível do tema e os exemplos
retirados da nossa realidade, aliados à análise cuidadosa e à interpretação dos
fatores e evidências disponíveis, tornam esse livro um instrumento útil para o
ensino dos fatos e restrições da macroeconomia para um público mais amplo.
93
BAIDYA, T. K. N.; AIUBE, F. A. L.; MENDES, M. R. C.; BATISTA, F. R. S. Fundamentos de Microeconomia.
Rio de Janeiro: Interciência, 2014.
RYBA, A.; LENZI, E. K.; LENZI, M. K. Elementos de Engenharia Econômica. 2. ed. Curitiba: Intersaberes, 2016.
REFERÊNCIAS ONLINE
1
Em <http://www.comexdobrasil.com/participacao-do-brasil-no-comercio-mundial-devera-ficar-pela-primei-
ra-vez-abaixo-de-1/>. Acesso em: 23 jul. 2018
94
1. A.
2. B.
3. Nesta questão, é esperado que o aluno leia, analise e escreva, de forma resumida, as políticas fiscal, mo-
netária e cambial, com todas as suas ferramentas de controle.
95
96
Dr. Cláudio Roberto Magalhães Pessoa
Matemática Financeira
PLANO DE ESTUDOS
Fundamentos da
Matemática Financeira Capitalização Composta
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Ver os fundamentos da Matemática Financeira e entender • Mostrar como funciona o sistema de capitalização com-
os principais conceitos. posta.
• Mostrar como funciona o sistema de capitalização simples. • Entender como são tratados os descontos em caso de
antecipação de pagamento de uma possível dívida.
Fundamentos da
Matemática Financeira
UNIDADE V 99
As operações financeiras são representadas por de caixa de alguma pessoa, ou empresa, que em-
um fluxo de caixa (receitas e despesas) ao longo prestou dinheiro. Isto é, no momento zero, houve
de um tempo predefinido. A matemática finan- uma saída de capital; portanto, no período 8, o
ceira permite analisar esse fluxo para auxiliar nas dinheiro volta ao caixa com os juros cobrados pela
tomadas de decisão. A representação de um fluxo operação. Se fossemos analisar o mesmo fluxo na
de caixa é feita conforme mostrado na Figura 1. óptica do devedor, ele estaria invertido, ou seja,
no momento zero, temos uma entrada de capital
(valor que foi pego emprestado) e, no período 8,
uma saída de capital para que, quitada a dívida,
0 conforme mostrado na Figura 2.
1 2 3 4 5 6 7
UNIDADE V 101
Para resolver essa situação, podemos lembrar o que foi dito no tópico anterior. Os juros de 5% são
o valor do “aluguel” que o banco está pagando para que você aplique o dinheiro que é seu com
eles. A representação gráfica da análise ficará conforme a Figura 3.
VF
J6
J5 J5
J4 J4 J4
J3 J3 J3 J3
J2 J2 J2 J2 J2
VP J1 J1 J1 J1 J1 J1
0 1 2 3 4 5 6
Na Figura 3, podemos notar que, a cada período que passa, é aplicada a taxa de juros do período em
cima do valor presente. Poderíamos calcular da seguinte forma:
Portanto: R$ 1000,00 x 5% a.m. (que pode ser representado em valor decimal por 0,05) = R$ 50,00
ao mês. Como na capitalização simples os juros são aplicados sempre em cima do valor presente
j1=j2=j3=j4=j5=j6 = R$ 50,00. Assim basta somarmos 6 x R$ 50,00 = R$ 300,00 ao final dos seis meses.
Por meio das fórmulas, é possível chegar às respostas de forma mais rápida. É importante salientar
que, no caso da capitalização simples, a visualização da resposta é mais fácil, pois os juros são aplica-
dos sobre o mesmo valor. O que não é verdade na capitalização composta, que veremos adiante. Para
elucidar melhor, vamos analisar outro exemplo.
Exemplo 1
Portanto:
i = J / VP x n
Assim, teremos:
i= 54.000,00 / 150.000 x 12 ⇒ i= 0,03, ou seja, 3% ao mês.
UNIDADE V 103
Importante lembrar de colocar as unidades de
medidas iguais. Isto é, o período foi dado em
ano, mas foi pedida a taxa de juros em meses.
i a.m = i. a. t / 3 = i a. s. / 6 = i a. a. / 12
Sendo:
UNIDADE V 105
Período 1
VF1 = VP + VP x i = VP (1 +i)
Período 2
VF2 = VF1 + VF1 x n = VF1 x (1 x i) = VP (1 + i) (1 + i) = VP (1 + i)2
Período 3
VF3 = VF2 + VF2 x i = VF2 x (1 +i) = VP (1 + i)2 (1 + i) = VP (1+ i)3
Portanto, se quisermos generalizar para um período igual a “n”, teremos a seguinte fórmula:
VF=VP . (1 + i)n
Dessa fórmula, será possível deduzir todas as outras para cálculo no sistema de capitalização
composta, como podemos ver no Quadro 3.
Quadro 3 - Fórmulas para cálculos em capitalização composta
É sempre importante fazermos uma comparação entre os dois sistemas visando entender o que seria a
aplicação de juros sobre juros. Conforme visto em Sobrinho (2001), podemos acompanhar a diferença
no exemplo a seguir:
Exemplo 3
R$ 1.000,00 aplicados em um período de 4 meses, com uma taxa de juros de 10% a.m., renderão:
Capitalização Simples
VP Juros Simples VF
1 R$ 1000,00 R$ 100,00 R$ 1.100,00
2 R$ 1000,00 R$ 100,00 R$ 1.200,00
3 R$ 1000,00 R$ 100,00 R$ 1.300,00
4 R$ 1000,00 R$ 100,00 R$ 1.400,00
VP Juros Compostos VF
1 R$ 1000,00 R$ 100,00 R$ 1.100,00
2 R$ 1.100,00 R$ 110,00 R$ 1.210,00
3 R$ 1.210,00 R$ 121,00 R$ 1.331,00
4 R$ 1.331,00 R$ 133,10 R$ 1.464,10
Ao compararmos os dois sistemas, é possível perceber que o valor rendido no sistema de capitalização
simples foi de R$ 400,00; já o valor rendido no sistema de capitalização composta foi de R$ 464,10. Pode
parecer pequeno o valor, mas é importante lembrar que estamos analisando um período de 4 meses.
Quanto maior o período, maior seria a diferença. Podemos ver isso analisando para um período de 2 anos.
Composta: J = VF - VP
Nessa análise, é possível verificar perfeitamente a diferença dos dois sistemas. Enquanto no sistema de
capitalização simples rendeu R$ 2.400,00, o de capitalização composta rendeu R$ 8.849,73.
Exemplo 4
UNIDADE V 107
Exemplo 5
Imagine que você queira adquirir um carro cujo valor de mercado é de R$ 60.000,00 e você quer fazer
isso em, no máximo, 2 anos. Quanto deverá poupar, hoje, em uma aplicação, se o banco paga uma taxa
de 1,3% ao mês?
VP = R$ 44.007,28
Exemplo 6
Um capital de R$ 10.000,00 foi emprestado à uma taxa de juros composta de 10% ao ano, pelo prazo de
5 anos e 6 meses. Se pegarmos por base a capitalização anual, qual será o montante ao final do período?
É importante lembrar de colocar as unidades de medidas iguais. Isto é, o período foi dado em ano e
meses e a taxa de juros ao ano. E foi pedido uma análise para analisar sob a óptica da taxa anual.
No caso da capitalização composta, não existe proporção de taxa de juros; existe, sim, equivalência da
taxa de juros. Vamos analisar, então, como calcular essa equivalência analisando o exemplo visto em
Sobrinho (2001).
Para se fazer a equivalência das taxas, é necessário colocá-las em um mesmo período. Por esse motivo,
ambas devem ser analisadas ao ano. Assim, podemos compará-las e teremos:
(1 + imensal)12 = (1+ianual)1
Para resolver, podemos calcular o montante ao final de 5 anos (uma vez que a taxa é anual); com esse
montante VF1, calculamos o valor de VFt usando equivalência de taxa para 6 meses. Assim, teremos,
então:
Portanto:
UNIDADE V 109
Descontos
Exemplo 7
Imagina uma empresa que possua uma duplicata no valor de R$ 15.000,00, mas resolveu resgatá-las
antes do período final porque precisava de dinheiro. Uma instituição financeira ofereceu para realizar
a operação cobrando uma taxa de desconto do título de 2,5% ao mês. O vencimento final da duplicata
é de 120 dias. Qual será o valor que a empresa terá em mãos ao fim do processo?
UNIDADE V 111
Como foi possível perceber, assim como no sis- Dessa forma, teremos:
tema de capitalização, quanto maior o tempo no
sistema desconto composto, o valor monetário do d = i / (1 + in) e i = d / (1 - dn)
desconto será menor, pois incidirá sempre em um
montante menor. Por isso, as instituições finan- Exemplo 8
ceiras geralmente utilizam o sistema de desconto
simples, que incidirá sempre sobre o montante e Seja um banco que realiza descontos de nota Pro-
o desconto será maior, o que beneficia o credor. missórias nos critérios (SOBRINHO, 2001):
Para finalizar esse capítulo, é interessante en- a. Prazo de operação 3 meses.
tender qual a relação entre a taxa de juros nos b. Taxa cobrada: 2% a.m.
sistemas de capitalização e de desconto. Em outras c. Juros pagos antecipadamente.
palavras, é importante entender qual a taxa de
desconto que seria correspondente aos juros em- Caso o cliente deseje uma operação de R$
butidos no momento da aquisição de uma “dívida”. 100.000,00, qual a taxa efetiva de juros?
Segundo Sobrinho (2001), a diferença que faz é
que os juros são acrescentados no valor presente, Solução: n = 3 meses; d = 2% a.m, com é desconto
já os descontos são aplicados no valor futuro ou simples 6% a. t.; VF = R$ 100.000,00
montante (Figura 4).
VP = VF (1 – dn) = 100.000,00 (1- 0,02 x 3) =
i
Valor R$ 94.000,00
Futuro
1 2 3 4 5 6
Portanto D = R$ 6.000,00
Períodos
Valor
Presente d
Para achar a taxa de rentabilidade efetiva, po-
Figura 4 – Relação entre taxa de juros e descontos demos usar a fórmula de capitalização simples
Fonte: Sobrinho (2001). com o valor recebido como valor presente, assim
teremos:
Para mostrar a relação entre elas, basta recorrer-
mos às fórmulas: VF =VP (1 + in) = 100.000,00 = 94.000,00 (1 +
3i) i = 0,02128 ou 2,128% a. m.
Em juros simples: VF = VP (1 + in); em Desconto
simples: VP = VF (1 – dn) Para conferir, usamos a fórmula de relação entre
as taxas:
Sendo: VP/VF = 1/(1 + in) e VP/VF = 1- dn
d = i/(1 + in) = 0,02128 / (1+ 0,02128 x 3) = 0,02
Portanto: (1 – dn) = 1/(1 + in) ou 2,0% a.m.
113
LIVRO
Matemática Financeira
Autor: José Dutra Vieira Sobrinho
Editora: Atlas
Sinopse: o conteúdo desse livro foi desenvolvido de acordo com uma sequên-
cia lógica, ou seja, do mais simples para o mais complexo, abrangendo Juros e
Capitalização Simples, Capitalização Composta, Descontos, Séries de Pagamen-
to, Métodos de Avaliação de Fluxos de Caixa, Classificação das Taxas de Juros,
Taxa Média e Prazo Médio, Sistema de Amortização, Operações Realizadas no
Sistema Financeiro Brasileiro, Diferimento de Receitas e Despesas Financeiras
e Utilização de Calculadoras Financeiras.
114
FERREIRA, M. Engenharia Econômica Descomplicada. Curitiba: Intersaberes, 2017.
RYBA, A.; LENZI, E. K.; LENZI, M. K. Elementos de Engenharia Econômica. 2. ed. Curitiba: Intersaberes, 2016.
SAMANEZ, C. P. Matemática Financeira: aplicações à análise de Investimentos. 4. ed. São Paulo: Pearson, 2007.
115
1. A.
2. Solução: R$ 142.287,67.
3. Solução: A melhor opção é comprar a prazo, pois, caso pague os R$ 80.000,00 à vista, sobram R$ 290.000,00.
Aplicado no mercado em 5 meses a taxa de 2,8% ao mês, renderá R$ 332.938,16, ou seja, pagará os R$
320.000,00 restantes e ainda sobrarão R$ 12.938,16.
116
117
118
Dr. Cláudio Roberto Magalhães Pessoa
Sistema de
Amortização
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar quais são os sistemas de amortização de dívidas. • Conhecer os sistemas mais utilizados pelo mercado.
• Apresentar os conceitos básicos de sistemas de amor- • Compreender o conceito e aplicação dos sistemas Price,
tização. Sac, sistema de amortização Americano (SAA).
Sistema Price:
Método de
Amortização Francês
““
se utilizarmos como exemplo a aquisição de um
amortizar uma dívida é o ato de honrar com produto em um loja. Imagine que deseja com-
os compromissos financeiros assumidos, e prar uma televisão nova com tecnologia avan-
realizar reembolsos de um calor concedido çada. Suponha que ela custe, na loja, à vista, R$
por empréstimo ou financiamento, dentro 7.000,00. A loja, para te vender, diz que divide o
de certo espaço de tempo, a uma determi- pagamento em 24 prestações de R$ 350,00. Até
nada taxa de juros. aqui ok, sabemos que foi embutido nessa parcela
um percentual de juros e a dívida será quitada
em 24 meses. Mas quanto foi acrescido? Quanto
em cada parcela é de juros e quanto eu amortizo
Tenha sua dose extra de
a dívida existente? E se você quiser quitar a dívida
conhecimento assistindo ao antes de seu fim?
vídeo. Para acessar, use seu Para responder a essas perguntas, é preciso
leitor de QR Code. analisar os sistemas e amortização. Cada um deles
terá uma particularidade e, por isso, é de suma im-
portância saber qual será utilizado no momento
Em outras palavras, os sistema de amortização de adquirir a dívida. Começaremos, portanto, pelo
permitem saber como a pessoa (ou empresa) que sistema Francês (Price).
adquiriu uma dívida pagará o valor devido (prin-
cipal) e os juros que foram embutidos no ato do
empréstimo pelo credor.
Segundo Sobrinho (2001), os sistemas de
amortização nos permitem conhecer também o
quanto (em valores monetários) de determinada
dívida ainda é devido, a qualquer tempo.
Segundo o autor, toda parcela para pagamen-
to de uma dívida será composta das seguintes
variáveis:
PMT + A + J (1)
onde:
UNIDADE VI 121
Esse sistema, segundo autores da área, como Sobrinho (2001), Ferreira (2017), é muito conhecido
como Tabela Price. No sistema Price, as parcelas possuem sempre o mesmo valor do início ao fim do
período. Com isso, o valor de pagamento dos juros irá decrescer e o valor do principal (dívida) aumenta
a cada parcela paga, conforme é possível perceber na Figura 1.
Empréstimo
1 n
0 Juros Prestação
Amortização (PMT)
Exemplo 1
A melhor forma de se trabalhar a Tabela Price e conhecer os valores de PMT, A e J é por meio de um
planilha, conforme mostrado na planilha da Tabela 1:
Tabela 1 - Sistema Price
Exemplo 3
Você resolveu adquirir um carro, cujo valor à vista é R$ 60.000,00. Para que possa comprá-lo, preci-
sará fazer um financiamento em 24 meses. A financiadora cobra uma taxa de juros de 1,05% ao mês.
Montar uma planilha para conhecer os valores de parcela, amortização e juros ao longo do período.
UNIDADE VI 123
Caso queira quitar a dívida no décimo quarto mês e tenha pago tudo em dia até lá, qual o valor que
possibilitaria a quitação da dívida?
Solução: i=1,05% a. m. ; n=24 meses; P=R$ 60.000,00.
Montar a planilha:
Tempo Juros Amortização Parcela Saldo Devedor
0 - - - R$60.000,00
1 R$630,00 R$2.211,25 R$2.841,25 R$57.788,75
2 R$606,78 R$2.234,47 R$2.841,25 R$55.554,28
3 R$583,32 R$2.257,93 R$2.841,25 R$53.296,35
4 R$559,61 R$2.281,64 R$2.841,25 R$51.014,72
5 R$535,65 R$2.305,59 R$2.841,25 R$48.709,12
6 R$511,45 R$2.329,80 R$2.841,25 R$46.379,32
7 R$486,98 R$2.354,27 R$2.841,25 R$44.025,05
8 R$462,26 R$2.378,99 R$2.841,25 R$41.646,06
9 R$437,28 R$2.403,97 R$2.841,25 R$39.242,10
10 R$412,04 R$2.429,21 R$2.841,25 R$36.812,89
11 R$386,54 R$2.454,71 R$2.841,25 R$34.358,18
12 R$360,76 R$2.480,49 R$2.841,25 R$31.877,69
13 R$334,72 R$2.506,53 R$2.841,25 R$29.371,16
14 R$308,40 R$2.532,85 R$2.841,25 R$26.838,30
15 R$281,80 R$2.559,45 R$2.841,25 R$24.278,86
16 R$254,93 R$2.586,32 R$2.841,25 R$21.692,53
17 R$227,77 R$2.613,48 R$2.841,25 R$19.079,06
18 R$200,33 R$2.640,92 R$2.841,25 R$16.438,14
19 R$172,60 R$2.668,65 R$2.841,25 R$13.769,49
20 R$144,58 R$2.696,67 R$2.841,25 R$11.072,82
21 R$116,26 R$2.724,98 R$2.841,25 R$8.347,83
22 R$87,65 R$2.753,60 R$2.841,25 R$5.594,24
23 R$58,74 R$2.782,51 R$2.841,25 R$2.811,73
24 R$29,52 R$2.811,73 R$2.841,25 R$0,00
Totais R$8.189,99 R$60.000,00 R$68.189,99
UNIDADE VI 125
Portanto, no caso da SAC, segundo Sobrinho (2001), cada parcela será calculada com o valor da
amortização constante, mas acrescida dos juros sobre o saldo do principal no período, conforme
pode ser visto na Figura 2.
Empréstimo
1 n
0
Amortização Prestação
(PMT)
Juros
Exemplo 4
Exemplo 5
Para a compra de um apartamento, o seu valor (1 +ia)1 = (1+im)12 = (1+0,13)1 = (1+im)12 com
à vista seria de R$ 350.000,00. Imagine que você isso i.m. = 0,010 ou 1,0%
tenha, em mãos, R$ 150.000,00 e precisa fazer um
empréstimo do restante do dinheiro para comprá- Analisando a Tabela 3, é possível perceber que o
-lo. Para tal, será necessário que o credor financie valor dos juros pago pelo financiamento em 10
o valor restante em período de 10 anos. Ele cobra- anos é alto: R$ 122.210,00. Porém, seria a única
rá uma taxa de juros de 13% ao ano para realizar a forma de pagar o apartamento. Tecnicamente,
operação. Montar uma planilha que demonstre o analisando somente os números, poderíamos
plano de amortização da dívida no período citado. chegar à conclusão que não compensaria, mas,
Qual seria o valor necessário a ser pago caso você caso não fosse dessa maneira, você ficaria sem o
resolva pagar a dívida após 6 anos e meio do início apartamento. Portanto, isso mostra que, no caso
do período? de compras para quem não tem o dinheiro à vis-
Solução: n = 10 anos (120 meses), i =13% a.a.; ta, existe a possibilidade do imponderável, que
P = R$ 350.000,00 - R$ 150.000,00 = R$ 200.000,00 não será avaliado pela matemática financeira.
Como para a amortização as parcela são men- Outra informação que tiramos da planilha é o
sais, é necessário fazer a equivalência de taxa de saldo devedor após 6 anos e meio. Para isso, basta
juros, que foi dado ao ano, com a taxa mensal. olhar ao final do período 78. P78 = R$70.000,00
UNIDADE VI 127
Tabela 3 - Planilha do exercício 5
UNIDADE VI 129
Tempo Juros Amortização Parcela Saldo Devedor
65 R$942,67 R$1.666,67 R$2.609,33 R$91.666,67
66 R$925,83 R$1.666,67 R$2.592,50 R$90.000,00
67 R$909,00 R$1.666,67 R$2.575,67 R$88.333,33
68 R$892,17 R$1.666,67 R$2.558,83 R$86.666,67
69 R$875,33 R$1.666,67 R$2.542,00 R$85.000,00
70 R$858,50 R$1.666,67 R$2.525,17 R$83.333,33
71 R$841,67 R$1.666,67 R$2.508,33 R$81.666,67
72 R$824,83 R$1.666,67 R$2.491,50 R$80.000,00
73 R$808,00 R$1.666,67 R$2.474,67 R$78.333,33
74 R$791,17 R$1.666,67 R$2.457,83 R$76.666,67
75 R$774,33 R$1.666,67 R$2.441,00 R$75.000,00
76 R$757,50 R$1.666,67 R$2.424,17 R$73.333,33
77 R$740,67 R$1.666,67 R$2.407,33 R$71.666,67
78 R$723,83 R$1.666,67 R$2.390,50 R$70.000,00
79 R$707,00 R$1.666,67 R$2.373,67 R$68.333,33
80 R$690,17 R$1.666,67 R$2.356,83 R$66.666,67
81 R$673,33 R$1.666,67 R$2.340,00 R$65.000,00
82 R$656,50 R$1.666,67 R$2.323,17 R$63.333,33
83 R$639,67 R$1.666,67 R$2.306,33 R$61.666,67
84 R$622,83 R$1.666,67 R$2.289,50 R$60.000,00
85 R$606,00 R$1.666,67 R$2.272,67 R$58.333,33
86 R$589,17 R$1.666,67 R$2.255,83 R$56.666,67
87 R$572,33 R$1.666,67 R$2.239,00 R$55.000,00
88 R$555,50 R$1.666,67 R$2.222,17 R$53.333,33
89 R$538,67 R$1.666,67 R$2.205,33 R$51.666,67
90 R$521,83 R$1.666,67 R$2.188,50 R$50.000,00
91 R$505,00 R$1.666,67 R$2.171,67 R$48.333,33
92 R$488,17 R$1.666,67 R$2.154,83 R$46.666,67
93 R$471,33 R$1.666,67 R$2.138,00 R$45.000,00
Fonte: o autor.
UNIDADE VI 131
Sistema de Amortização
Misto (SAM)
Variável Fórmula
PMT PMT =
PMT price + PMT sac
2
(Prestação)
Juros J price + Juros sac
J=
2
Fonte: o autor.
Exemplo 6
Para um empréstimo de R$ 15.000,00, em um período de 10 meses, com uma taxa de juros de 2%
ao mês, calcular a primeira prestação, o valor dos juros e amortização para a primeira parcela no
sistema de capitalização SAM.
(1 + i ) n xi
PMT = Px n −1 = 15.000 x [(1+0,02) x 0,02 / (1+0,02) -1] = R$ 1.669,90
10 10
1 + i
Para melhor visualização de todas as parcelas e da operação de forma integral, assim como visto nos
dois sistemas anteriores, a melhor forma é criar uma planilha eletrônica, conforme demonstrado nas
Tabelas 4, 5 e 6.
UNIDADE VI 133
Tabela 4 - Tabela Price para o exemplo 4
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
É interessante, ao analisarmos as três planilhas, salientar o fato de que, na tabela Price, em que temos
as mesmas condições de empréstimo, é a que se paga maior valor monetário dos juros. No entanto,
nem sempre é possível para a pessoa, ou empresa, que busca o empréstimo, escolher qual sistema será
utilizado. Isso será definido pelo credor. É muito comum para compra de automóveis utilizarem a
tabela Price, pois os valores são fixos. No caso de compra de imóveis, aplica-se a tabela SAC ou SAM.
UNIDADE VI 135
Sistema de Amortização
Americano (SAA)
Criar a planilha:
É possível perceber, pela planilha, que, nesse caso, Nesta unidade, aprendemos como funcionam
o valor do principal existe todo o tempo do pe- os sistemas de amortização de dívidas no mercado.
ríodo, sendo que o saldo devedor só se encerrará É bom salientar que os sistemas mais utilizados
ao final. Isso quer dizer que caso o devedor queira são o Price e SAC, porém é sempre importante
quitar sua dívida antes do período, deverá pagar entendermos como funcionam todos, e mesmo
todo o valor devido. Isso evitará que ele pague os que o credor vá utilizar algum que não conheça,
juros do restante do período. A diferença básica é interessante que peça para explicar o seu fun-
dos demais sistemas é que, nos demais, o saldo cionamento. Ao montar a planilha, além de ficar
devedor diminui com o passar dos períodos. Nes- claro e fácil de enxergar como serão as prestações,
se caso, se a dívida for quitada antes do tempo, o amortização e juros do período, permite fazer todo
saldo devedor é menor e também será evitado que um planejamento em seu fluxo de caixa para que
se pague os juros do restante do período. não existam surpresas ao longo do caminho.
UNIDADE VI 137
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
138
LIVRO
139
FERREIRA, M. Engenharia Econômica Descomplicada. Curitiba: Intersaberes, 2017.
RYBA, A.; LENZI, E. K.; LENZI, M. K. Elementos de Engenharia Econômica. 2. ed. Curitiba: Intersaberes, 2016.
140
1. E.
2. B.
3. D.
141
142
Dr. Cláudio Roberto Magalhães Pessoa
Série de Pagamentos
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Analisar, em primeiro lugar, o conceito de fluxo de caixa, • Analisar o sistema de séries de pagamentos iguais com
que nos permitirá entender como é feito o controle de termos antecipados.
entradas e saídas de dinheiro na organização. • Analisar série de pagamentos variáveis.
• Analisar o sistema de séries de pagamentos iguais com
termos vencidos.
Noção de Fluxo
de Caixa
FLUXO DE CAIXA
à vista 0 - - - - - - - -
I - TOTAIS
DAS 40.000,00 40.000,00 36.000,00 26.000,00 20.000,00 20.000,00
ENTRADAS
II - TOTAIS
36.200,00 33.560,00 27.600,00 24.600,00 24.600,00 31.200,00
DAS SAÍDAS
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.
Fluxo de caixa
onde: Exemplo 1
PMT= parcela paga ao longo do período Determinar o montante de uma série de aplica-
ções por um período de 5 meses, com parcelas
VP= Valor presente ou atual iguais e consecutivas, no valor de R$ 500,00 cada
uma, a uma taxa de juros de 2% ao mês.
VF= Valor Futuro ou Montante Solução: em primeiro lugar, é interessante que
seja desenhado o fluxo de caixa para ilustrar o
i= Taxa de juros coerente com unidade de tempo período das aplicações.
R$ 500,00 R$ 500,00
VF = PMTo x (1 + i)0 + PMT1x (1 + i)+...+PMTnx (1+i)
VF = PMT x [(1 + i)0 + (i + 1)1 + ...(1 + i)n] Figura 4 - Fluxo de caixa do exemplo 1
Fonte: o autor.
Para que possamos calcular todas as variáveis, dentro das séries de pagamentos iguais e com termos
vencidos, Sobrinho (2001) apresenta um resumo das fórmulas (Quadro 1) que auxiliam no momento
dos cálculos. Esses cálculos podem ser resumidos em:
a) Dado PMT achar VF – Fator de acumulação de capital, FAC (i,n).
b) Dado VF achar PMT – Fator de formação de capital, FFC (i,n).
c) Dado PMT achar VP – Fator de valor atual, FVA (i,n).
d) Dado VP achar PMT – Fator de recuperação de Capital, FRC (i,n).
Quadro 1 - Fórmulas para Série de pagamento iguais com termos vencidos
Fator Fórmula
(1 + i ) n − 1
Fator de Acumulação de Capital VF = PMT x
i
i
Fator de Formação de Capital PMT = VF
(1 + i ) − 1
n
(1 + i )n − 1
Fator de Valor Atual VP = PMT x n
i (1 + i )
i (1 + i )n
Fator de Recuperação de Capital PMT = VP x
(1 + i ) − 1
n
Exemplo 3
Exemplo 4
VP
0 1 2 3 4 ... n
FV
Onde:
PMT – Valor monetário de cada parcela.
VF – Valor futuro (montante).
VP – Valor presente (Atual).
i – Taxa de juros aplicada no período.
n – Prazo.
Fator Fórmula
(1 + i )n − 1
Fator de Acumulação de Capital VF = PMT x (1 + i ) x
i
1 i
Fator de Formação de Capital PMT = VF x x
(1 + i ) (1 + i ) − 1
n
(1 + i )n − 1
Fator de Valor Atual VP = PMTx (1 + i ) x n
i (1 + i )
1 i (1 + i )
n
Exemplo 5 Exemplo 6
Imagine que você deseja comprar um automóvel Uma série de pagamentos, no valor de R$ 3.500,00
cujo valor à vista é R$ 70.000,00. Para adquiri-lo, cada, durante um período de 24 prestações a uma
você resolve investir em um fundo de renda fixa, taxa de juros de 5% ao mês, corresponde a qual
cuja taxa de juros é de 1,5% ao mês, durante 2 valor hoje?
anos, e lhe foi exigido que os pagamentos sejam
realizados em termos antecipados. Daí surge a dú- Solução:
vida: qual seria o valor da parcela para que, ao final
do período, possa adquirir o automóvel à vista? PMT = R$ 3.500,00; n=24 meses; i= 5% a.m.; VP=?
Exemplo 7
0 1 2 3 4 12
Fator Fórmula
G (1 + i ) − 1
n
Fator de Acumulação de Capital com termos VF = x − n
antecipados. i i
G (1 + i )n − 1
Fator de Valor Atual com termos antecipados. VP = x − n
i (1 + i )
n
i
G (1 + i )n − 1 n
Fator de Valor Atual com termos Vencidos. VP = x (1 + i ) x n
− n
i i (1 + i ) (1 + i )
Conforme podemos ver na figura, os pagamentos Um financiamento deverá ser amortizado em sete
são todos ao final do período, isso significa que prestações mensais e crescentes, de acordo com
devemos utilizar a fórmula de termos vencidos. uma série variável. Sabendo-se que a primeira
prestação no valor de R$ 1.000,00 é devida no se-
Portanto: gundo mês do contrato, que G é igual ao valor da
G (1 + i ) n − 1 n primeira prestação, e que a taxa de juros compos-
VP = x (1 + i ) x n
− n tos cobrada pela instituição financeira é de 4% ao
i i (1 + i ) (1 + i )
mês, calcular o montante pago no financiamento
VP = 100/0,01 x {(1+0,01) x [(1+0,01)12 - 1/ 0,01 (SOBRINHO, 2001).
(1+0,01)12]-12/(1+0,01)12}
Solução: G = 1.000,00; i = 4%; n = 8 meses; VF =?
VP = 10.000,00 x {1,01 x [0,12682 / 0,011268] -
10,6494} Como no exemplo, a primeira prestação já é de-
vida, estamos tratando de série com termos an-
VP = R$ 7.180,30 tecipados.
VF = 25.000,00 x 1,2142
VF = R$ 30.355,66
Fator Fórmula
Fator de
Acumulação G (1 + i ) n − 1
de Capital VF = x n (1 + i ) n −
com termos i i
Vencidos
Fator de
Valor Atual G (1 + i ) n − 1
VP = x n − n
com termos i
Vencidos i (1 + i )
Fonte: Sobrinho (2001).
Exemplo 9
VF = R$ 51.400,00
158
WEB
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RYBA, A.; LENZI, E. K.; LENZI, M. K. Elementos de Engenharia Econômica. 2. ed. Curitiba: Intersaberes, 2016.
SAMANEZ, C. P. Matemática Financeira: aplicações à análise de Investimentos. 4. ed. São Paulo: Pearson, 2007.
REFERÊNCIA ON-LINE
1
Em: <https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/0_fluxo-de-caixa.pdf>. Acesso em: 21
maio 2018.
160
1. Como foi dado R$ 20.000,00 de entrada, é preciso conhecer, portanto, qual é o valor atual do saldo deve-
dor. Portanto:
VP = 16.456,49
Como já foi pago R$ 20.000,00, o valor à vista = VP + valor pago = 16.486 + 20.000.
Solução: R$ 36.486,00.
2. Como no caso do exercício dado as prestações são todas no início de cada período, deve-se utilizar a fór-
mula de série de pagamentos iguais e antecipados, onde:
Solução: R$ 59.462,71.
G . (1 + i ) n − 1
3. Para solucionar é preciso utilizar a fórmula de série de pagamentos variável crescente: VF = − n
i i
VF = 20.000/0,06 x {[(1,06)5-1/0,06] - 5} = R$ 212.364,32
Solução: R$ 212.364,32.
161
162
Dr. Cláudio Roberto Magalhães Pessoa
Análise de Investimentos
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
n
FCn
I =� ∑
t =1 (1 + i )t
300,00 400,00
Onde: 500,00
• VPL = Valor Presente líquido. Figura 2 - Fluxo do caixa do exemplo 2
• I= Investimento inicial. Fonte: o autor.
• i = Taxa interna de retorno.
• t= Período das parcelas. Ao jogar na fórmula, teremos:
• FC = Fluxo de caixa. n
FCn
I =� ∑
Da mesma forma do VPL, podemos usar 3 crité- t =1 (1 + i )t
rios de avaliação da TIR para aprovação (ou não)
de um investimento: 1.000,00 = [300/(1+i)1] + [500/(1+i)2] + [500 / (1+i)3]
1. TIR > TMA - O projeto seria aprovado,
pois o seu retorno é maior que a taxa mí- OBS: o cálculo de i, caso queira fazer usando a
nima esperada. matemática, deve ser feito por interpolação. Por-
2. TIR = TMA - Essa igualdade quer dizer tanto, é interessante que se utilize uma planilha
que o retorno é exatamente igual ao míni- eletrônica, como o Excel ou uma calculadora fi-
mo exigido para o investimento, portanto nanceira.
ainda assim pode ser aprovado. Usando a planilha de Excel, basta colocar os
3. TIR < TMA - O retorno está abaixo do es- valores em coluna e utilizar a fórmula de TIR.
perado, portanto seria reprovado o projeto. Teremos a seguinte tela:
Fluxo TIR
Para entendermos melhor, vamos analisar o 1000
Exemplo 2. -300
9,26%
-500
-400
Exemplo 2
Figura 3 - Cálculo de TIR
Fonte: o autor.
Determinar a taxa interna de retorno correspon-
dente a um empréstimo de R$ 1.000,00 a ser li- Portanto: TIR = 9,26% a.m.
quidado em 3 pagamentos mensais de R$ 300,00, Observe que, ao utilizar a fórmula, já temos o
R$ 500,00 e R$ 400,00. resultado na coluna da direita.
Exemplo 3
Considerando a compra de um novo equipamento para empresa no va-
lor de R$ 200.000,00 e que o retorno que ele trará para empresa será uma
economia anual de R$ 75.000,00, calcular o payback do investimento.
Conforme visto na fórmula:
Período ( dia mês ano ) x Investimento Inicial
Payback =
Total Recebido
, assim teremos: se
quisermos calcular em meses:
VP =
(1 + i ) n − 1
(1 + i )n xi
Exemplo 5
Uma empresa deverá escolher qual o melhor equipamento que deve
ser adquirido com os seguintes dados:
• Investimento inicial de ambos equipamentos: R$ 300,00;
custo de capital 10% ao ano.
• Equipamento 1: fluxo de caixa de R$ 700,00 logo no pri-
meiro ano, mas se torna inutilizável ao fim desse ano.
VPL
=� • Equipamento 2: tem um fluxo de caixa de R$ 300,00 ao ano
VP
e se torna inutilizável ao final do 3o ano.
176
3. Uma empresa deseja trocar uma máquina velha e levantou os seguintes dados
da planilha a seguir:
Com os dados anteriores, qual decisão você tomaria, trocar ou não o equipa-
mento?
177
WEB
178
CASTANHEIRA, N. P. Matemática Financeira Aplicada. Curitiba: Intersaberes, 2012.
RYBA, A.; LENZI, E. K.; LENZI, M. K. Elementos da Engenharia Econômica. Curitiba: Intersaberes, 2016.
SAMANEZ, C. P. Matemática Financeira: aplicações à análise de Investimentos. 4. ed. Pearson, São Paulo, 2007.
179
1. B.
Solução: Para solucionar o exercício, é preciso calcular o VPL dos dois casos. Para tal, pode-se fazer de
duas formas:
n
FCn
Utilizar a fórmula de VPL: VPL = − I+∑ (1 + i)t
t =1
Assim, temos que VPLa = -40000 - 8000/(1,1) - 8000/(1,1)2 - 8000(1,1)3 - 8000(1,1)4 - 8000(1,1)5 - 4000 (1,1)6
= - R$ 72.584,18
2. A.
Para solucionar o exercício, é preciso calcular, aqui, o VPL, que compara ambas opções no valor atual,
e a TIR, que nos permite conhecer a taxa de retorno do investimento. É importante lembrar que, para
analisar a TIR, devemos compará-la com o TMA (taxa mínima de atratividade) definida pela organização.
Para calcular, pode-se utilizar as fórmulas de VPL e TIR vistas ao longo da unidade, utilizar Excel ou, ainda,
calculadora financeira.
VPLB (18%) = - R$ 2.993,05; TIRB=13% - Como o VPL < 0 - O retorno está abaixo do esperado.
Portanto seria reprovado o projeto. Além disso, a TIR é menor que a TMA,
180
3. Solução: AEv= R$ 1.320,04; AEn= R$ 163,32 – Como, nesse caso, o valor de anuidade equivalente é maior
na máquina velha, não é aconselhável trocar o equipamento.
Para solucionar essa questão, podemos utilizar o método de anuidade equivalente, que nos permitirá
colocar ambas opções sob o mesmo critério. A fórmula para cálculo será:
VPL
AE =
VP
Onde VP= (1+i)n / (1+i)n x i
Assim teremos:
O cálculo do VPL pode ser feito conforme visto nos exercícios ao longo do capítulo
181
182
183
184
Dr. Cláudio Roberto Magalhães Pessoa
Análise de
Externalidades
PLANO DE ESTUDOS
Inflação Impostos
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Realizar análises para realização de investimentos nas • Saber como proceder para realização de correção mone-
organizações. tária (inflação e deflação).
• Compreender os conceitos de inflação e deflação. • Conhecer o impacto dos impostos no negócio da or-
ganização.
Investimento
Fonte: o autor.
UNIDADE IX 187
Vamos analisar as tabelas a seguir (SEBRAE, 2011, on-line)2:
Tabela 2 - Cenário 1: aumento de receitas em 30%
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Planilha
Resumo
Mais 30% Menos 5% Menos 8%
Contas Valores % % % %
receita receita despesas Fixas
Receitas
R$364.000,00 100 R$473.200,00 100 R$345.800,00 100 R$364.000,00 100
Totais
Custo
R$211.120,00 58 R$274.456,00 58 R$200.564,00 58 R$211.120,00 58
Variável
Custo
R$132.000,00 36 R$132.000,00 28 R$132.000,00 38 R$121.440,00 33
Fixos
Resultado
R$20.880,00 6 R$66.744,00 14 R$13.236,00 4 R$31.440,00 9
Líquido
Fonte: o autor.
UNIDADE IX 189
um crescimento significativo de 3 pontos per- Calculado o valor da parcela, podemos olhar
centuais no resultado final. Isso nos mostra que na planilha de resultados para perceber se o fluxo
o melhor seria aumentar receitas e abaixar custos. de caixa atual comportaria um empréstimo nesse
O que nem sempre será possível. A decisão final valor.
ficará a cargo do gestor da organização, que terá Como temos um resultado líquido atual de R$
todos os índices a serem avaliados, bem como o 20.880,00, seria possível receber mais uma des-
objetivo da organização. Mas é mister salientar pesa fixa de R$ 15.861,33, o que ainda daria um
que a análise é de extrema importância, não só resultado operacional positivo de R$ 5.018,67.
para conhecer o que acontecerá com o resultado Porém, caso a receita caia em 5%, conforme vimos
devido aos cenários propostos, mas também para, na Tabela 3, o resultado líquido é de R$ 13.236,00.
ao longo do tempo, saber se os resultados da orga- Assim, caso a empresa assuma mais um custo fixo
nização estão seguindo conforme planejado. Sem de R$ 15.861,33 teria, nesse caso, um resultado lí-
critérios de análise, torna-se impossível saber se a quido (prejuízo) de R$ 2.625,33, comprometendo,
empresa está caminhando bem, ou não. assim, o resultado da organização.
Outra oportunidade é pensar em buscar novos Com a análise realizada, ficou claro como a
investimentos para organização. Para entender- “construção” de possíveis cenários é importante
mos melhor, vamos analisar o fluxo atual da or- na análise de investimentos realizados pela orga-
ganização (Tabela 1) e ver se seria possível buscar nização. Eles permitem ao gestor visualizar qual
um investimento de R$ 200.000,00 em uma ins- seriam os impactos de novos investimentos ou até
tituição financeira. Essa instituição cobrará uma mesmo de possíveis ações no sentido de corrigir
taxa de 2% ao mês e o empréstimo seria quitado possíveis problemas com os quais a organização
em 24 meses, no regime Price. esteja no momento.
Para essa análise, é necessário, em primeiro lu- No entanto, é bom lembrar também que es-
gar, saber como ficaria as parcelas na tabela price ses possíveis problemas podem ser causados por
para amortização. externalidades, como taxa de câmbio, inflação,
PMT= VP {[(1+i)n x i]/[(1+i)n - 1]} = PMT impostos etc. Vamos analisá-las, então.
= R$ 10.574,22
UNIDADE IX 191
Assim, em ambos os casos, é importante ana-
lisar, no momento de análises financeiras, quais
seriam os seus impactos em relação ao seu negó-
cio. Para Wakamatsu (2012), trabalhar com isso é
ponderar qual será esse impacto no valor futuro
de uma aplicação, por exemplo, pois, caso exista
no mercado inflação, esse valor deverá ser corri-
gido a uma taxa proporcional à da inflação sob
pena de a empresa perder dinheiro, pois esse será
“consumido” pela taxa inflacionária.
Segundo o autor, existem duas maneiras de se
tratar isso, na primeira, aplica-se o valor da infla-
ção diretamente no fluxo de caixa; na segunda,
considera-se a taxa de juros em conjunto com a
taxa nominal, criando uma taxa única.
Exemplo 1
UNIDADE IX 193
Para calcular a média inflacionária de um perío- Solução: em primeiro lugar, é preciso calcular
do, pode-se, também, utilizar a fórmula (CASTA- qual é a correção monetária do período.
NHEIRA, 2012):
índice do período indicado
CM = −1
1 índice do íodo anterior
IM = (1 + CM ) n − 1
CM = (104,9207/100,0000) - 1 = 0,049207 ou
Onde: 4,9207% no período.
Exemplo 2
Fonte: o autor.
UNIDADE IX 195
Tabela 7 - Custos variáveis de venda
Solução: para montar o preço, é preciso saber, em primeiro lugar, qual foi o custo de aquisição da
mercadoria:
CAM= Preço de compra + IPI + ICMS + frete
Tabela 8 - Composição do Preço de venda
Produto P. Compra (R$) IPI (10%) Frete p/ peça (R$) SOMA (R$) ICMS (17%) CAM (R$)
Fonte: o autor.
Note que o frete para composição de custo é aplicado no valor total do preço de compra mais IPI e
que o valor do frete é calculado por peça.
Agora que conhecemos o valor de aquisição, vamos calcular os valores adicionais para venda.
UNIDADE IX 197
Tabela 9 - Custo Variável de venda
100 100
TM = = = 2, 31
100 − ( CF % + CVV + ML ) 100 − ( 9, 76 + 26, 93 + 20 )
Fonte: o autor.
UNIDADE IX 199
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. Segundo o que foi visto ao longo do texto, existem vários tipos de impostos que
precisam ser levados em consideração no momento das análises financeiras,
sob pena de não colocarmos todos os custos necessários no momento de mon-
tar um preço de venda. Para uma empresa que presta serviço, todos, a seguir,
devem ser considerados, exceto:
a) ISSQN.
b) COFINS.
c) PIS.
d) ICMS.
e) CSSL (Contribuição Social).
200
3. Observando a tabela a seguir, calcule qual é a correção monetária e a inflação
média de setembro/2016 a agosto/2017.
201
WEB
202
CASTANHEIRA, N. P. Matemática Financeira Aplicada. Curitiba: Intersaberes, 2012.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/custos-e-precodevendanocomercio,e-
195164ce51b9410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 25 maio 2018.
2
Em: <http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/0_fluxo-de-caixa.pdf>. Acesso em: 25 maio
2018.
3
Em: <http://pt.tradingeconomics.com/brazil/inflation-rate-mom>. Acesso em: 24 jul. 2018.
203
1. D.
2. D.
3. Como Calcular?
índice do período indicado 102, 35
CM = −1 = − 1 = 0, 0235 = 2, 35%
índice do período anterior 100
1 1
IM = (1 + CM ) n − 1 = (1 + 0, 0235 )11 − 1 = 0, 0021 = 0, 21%
Solução:
204
205
206
CONCLUSÃO
Um grande abraço!
Prof. Cláudio Pessoa