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PREDIAIS
PROFESSORES
Dra. Berna Valentina Bruit Valderrama
Esp. Marlisia Rocha Lima
INSTALAÇÕES PREDIAIS
NEAD
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho, Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha,
Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Direção de Mercado Hilton Pereira, Direção de Polos
Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção de Relacionamento
Alessandra Baron, Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli, Gerência
de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila
de Almeida Toledo, Coordenador(a) de Conteúdo Larissa Siqueira Camargo, Projeto Gráfico e
Editoração José Jhonny Coelho, Designer Educacional Amanda Peçanha dos Santos, Aguinaldo J.
L. Ventura Júnior, Yasminn Talyta Tavares Zagonel, Qualidade Editorial e Textual Daniel F. Hey,
Hellyery Agda, Revisão Textual Danielle Loddi e Cíntia Prezoto, Ilustração Bruno Pardinho e Marta
Kakitani, Fotos Shutterstock.
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Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande as demandas institucionais e sociais; a realização
desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, de uma prática acadêmica que contribua para o
informação, conhecimento de qualidade, novas desenvolvimento da consciência social e política e, por
habilidades para liderança e solução de problemas fim, a democratização do conhecimento acadêmico
com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência com a articulação e a integração com a sociedade.
no mundo do trabalho. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: ser reconhecida como uma instituição universitária
as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará de referência regional e nacional pela qualidade
grande diferença no futuro. e compromisso do corpo docente; aquisição de
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume competências institucionais para o desenvolvimento
o compromisso de democratizar o conhecimento por de linhas de pesquisa; consolidação da extensão
meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos universitária; qualidade da oferta dos ensinos
brasileiros. presencial e a distância; bem-estar e satisfação da
No cumprimento de sua missão – “promover a comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica
educação de qualidade nas diferentes áreas do e administrativa; compromisso social de inclusão;
conhecimento, formando profissionais cidadãos que processos de cooperação e parceria com o mundo
contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade do trabalho, como também pelo compromisso
justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar e relacionamento permanente com os egressos,
busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com incentivando a educação continuada.
boas-vindas
Fabrício Lazilha
Diretoria de Planejamento de Ensino
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja,
iniciando um processo de transformação, pois quando estes materiais têm como principal objetivo “provocar
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta
profissional, nos transformamos e, consequentemente, forma possibilita o desenvolvimento da autonomia
transformamos também a sociedade na qual estamos em busca dos conhecimentos necessários para a sua
inseridos. De que forma o fazemos? Criando formação pessoal e profissional.
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes Portanto, nossa distância nesse processo de
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível crescimento e construção do conhecimento deve
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos
se educam juntos, na transformação do mundo”. fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
Os materiais produzidos oferecem linguagem das discussões. Além disso, lembre-se que existe
dialógica e encontram-se integrados à proposta uma equipe de professores e tutores que se encontra
pedagógica, contribuindo no processo educacional, disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
complementando sua formação profissional, seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
desenvolvendo competências e habilidades, e trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, acadêmica.
autoras
Instalações Prediais
Prezado(a) aluno(a), bem-vindo(a)! Preparamos este tecimento, bem como ao saneamento básico. Por fim, o
livro com o objetivo de apresentar a você os princípios último tema é dedicado à relação entre a sustentabilidade
básicos, os objetivos e as práticas que fazem parte das e as instalações prediais.
instalações prediais. Na Unidade II, você irá estudar as instalações prediais de
As instalações prediais são o conjunto de tubulações, água fria e água quente, bem como a interface dos com-
conexões, peças, acessórios, aparelhos e equipamentos ponentes dessas instalações com o projeto arquitetônico
destinados ao abastecimento de água e energia elétrica, e sistema construtivo.
coleta de esgoto e de águas pluviais, de combate a incên- Já na Unidade III, se desenvolverá o assunto sobre as
dio, entre outros, nas edificações. instalações prediais de esgoto sanitário, de águas pluviais,
Este material foi elaborado para auxiliar você no desen- de prevenção e combate a incêndio, além de informações
volvimento de projetos e execução de obras, visando a sobre os principais materiais que compõem as instalações.
solução de problemas na área das instalações prediais. Na Unidade IV, teremos contato com sistemas de pro-
Assim, convidamos você a aprofundar mais esta etapa dução e distribuição externos e de recebimentos pelas
em sua formação profissional, adquirindo conhecimentos unidades consumidoras. Outros tópicos, deste mesmo
na área das instalações para contribuir com sua forma- capítulo, abordarão os componentes de uma instalação
ção técnica. Tal formação é necessária para que você, predial elétrica em baixa tensão. Além disso, você irá
estudante, possa desempenhar seu papel de forma pro- conhecer a interface dos componentes das instalações
fissional e segura. prediais elétricas com o projeto arquitetônico e sistema
As instalações prediais são uma importante parte das construtivo.
edificações e estão envolvidas em grandes empreendi- Por fim, na Unidade V, você será estimulado a conhecer
mentos, como na construção de redes de abastecimento o conceito de edifício inteligente, seguido pelos sistemas
de água, de coleta de esgoto e de rede elétrica. Além disso, de automação predial e suas possibilidades de uso, bem
também podemos encontrá-las em pequenas atividades como o uso e as possibilidades de tecnologias disponíveis
cotidianas: enquanto cozinhamos, assistimos à televisão, para a utilização em hidráulica e elétrica.
tomamos banho e até mesmo quando regamos o jardim. Assim, o livro tem como objetivo fornecer a você, es-
Este livro é composto por cinco unidades que abordam, tudante do curso de Tecnólogo Superior em Design de
inicialmente, temáticas como a sustentabilidade, contex- Interiores, informações técnicas que contribuam para a
tualizando as instalações prediais no panorama atual do elaboração de projetos e execução de obras de ambientes,
mercado da construção civil, concluindo-se com uma relacionando-as com os principais conceitos e princípios
reflexão sobre os edifícios e casas inteligentes. legislativos.
Na Unidade I, você é convidado a conhecer três temas Visando o acréscimo de conhecimento, elaboramos para
que estão relacionados às Instalações Prediais. O primeiro você exercícios de fixação dos conteúdos abordados e
diz respeito à importância de contextualizar esse tipo de orientações de pesquisa para melhor firmar as instruções
instalação dentro dos processos de gestão de projetos e e informações contidas neste livro. Esperamos que faça
obras. O segundo tema se refere aos sistemas de abas- bom proveito do material. Um grande abraço!
sum ário
UNIDADE I UNIDADE IV
INTRODUÇÃO ÀS INSTALAÇÕES
INSTALAÇÕES PREDIAIS PREDIAIS ELÉTRICAS
14 Gestão de Projetos e Obras 126 Instalações Prediais Elétricas
18 Sistemas de Abastecimento 132 Componentes das Instalações Prediais
28 Instalações Prediais e Sustentabilidade 132 Elétricas em Baixa Tensão
138 A Interface dos Componentes das
UNIDADE II Instalações Elétricas com Projeto
INSTALAÇÕES PREDIAIS Arquitetônico
HIDROSSANITÁRIAS: PARTE I 142 A Interface dos Componentes das
46 Água Fria e Água Quente: Instalações Prediais Elétricas com os
Considerações Gerais Sistemas Construtivos
52 Conceitos e Cálculos Básicos 146 O Projeto das Instalações Prediais
de Consumo, Reservação e Elétricas e o Projeto Arquitetônico
Dimensionamento
58 Água Quente UNIDADE V
INSTALAÇÕES
64 Instalações Prediais de Água Fria
PREDIAIS DIVERSAS
e Quente, Projeto Arquitetônico e
Sistemas Construtivos 162 Considerações Gerais Sobre o Edifício
Inteligente
UNIDADE III 168 Automação Predial e Residencial
INSTALAÇÕES PREDIAIS 176 Dispositivos Inteligentes
HIDROSSANITÁRIAS: PARTE II
82 Instalações Prediais de Esgoto Sanitário
192 Conclusão Geral
92 Instalações Prediais de Águas Pluviais
96 Instalações Prediais de Prevenção e
Combate a Incêndios
108 Materiais em Instalações
Hidrossanitária
INTRODUÇÃO ÀS
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Gestão de Projetos e Obras
• Sistemas de Abastecimento
• Instalações Prediais e Sustentabilidade
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer as instalações prediais e sua importância nos
processos e gestão de projetos e obras.
• Conhecer o conceito de sistema de abastecimento, tipos,
classificação e seu processo.
• Conhecer e contextualizar os sistemas de abastecimento
e de instalações prediais dentro do conceito e prática da
sustentabilidade e ecoeficiência.
unidade
I
INTRODUÇÃO
Gestão de
Projetos e Obras
Aluno(a), neste tópico trataremos de algumas con- logias da informação e de comunicação, bem como a
siderações gerais sobre as instalações prediais e sua exigência dos usuários, que estão cada vez mais aten-
importância nos processos e gestão de projetos e tos à qualidade dos produtos que adquirem.
obras. Desejamos, a partir do exposto, que você pos- Assim sendo, e para poder cumprir as exigên-
sa contextualizar e refletir sobre como posicionar as cias de mercado e profissionais, a gestão de projetos
instalações prediais dentro da atividade de projeto e e obras passa a ser uma atividade multidisciplinar
execução de obras. realizada em equipe. Isso significa que as respon-
O projeto e a obra predial, independente de seu sabilidades de projeto e obra são distribuídas entre
tamanho, necessitam de planejamento em todas as diversos especialistas, encarregados de parcelas cada
suas fases. A gestão do processo de projeto e da obra vez menores do projeto e dependentes de informa-
exige a criação de mecanismos de avaliação, verifi- ções de terceiros, cujas definições provocam interfe-
cação e controle de todo processo com o objetivo rências múltiplas no processo de projeto e execução.
de propor qualidade ao mesmo, melhor execução e, Somado à necessidade de promover serviços
consequentemente, satisfação do usuário. cada vez mais especializados e dependentes de diver-
Atualmente, a produção arquitetônica enfrenta sos profissionais e serviços – arquitetos, engenheiros
vários desafios, tais como a aceleração contínua da civis, designers de interiores, fornecedores, entre
industrialização da construção, a exigência de pa- outros –, o desenvolvimento de projetos e posterior
drões de qualidade de projetos e obras e de qualidade execução predial ainda estão submetidos ao cumpri-
ambiental. Somado a isso, há o uso de novas tecno- mento de prazos de entrega cada vez menores. As
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DESIGN
instalações prediais, dentro do processo de projetos tais como elementos da forma e função, sistemas
e execução de obras, exercem uma função impor- construtivos e materiais, tamanhos e dimensões do
tante, pois representam uma etapa imprescindível objeto a ser projetado etc. Essas condições vão sen-
que deve ser implantada em todas as edificações. do detalhadas e correspondem às etapas de projeto
As instalações prediais correspondem ao con- que se iniciam com o Programa de Necessidades e
junto denominado “projetos complementares”, que terminam no que chamamos de Projeto Executivo.
tem a função de auxiliar e alimentar o projeto ar- Cada etapa deve trazer informações gráficas e esca-
quitetônico, além de possibilitar a execução da obra las que permitam sua fácil leitura e execução, mini-
completa e adequada. Todas as instalações prediais mizando erros de interpretação e comunicação que
– hidrossanitárias, elétricas, de gás, entre outras – influenciam em erros de obra.
devem ser projetadas e executadas conforme elabo- Visando à facilidade de classificação dessas etapas
ração dos projetistas habilitados e em atendimento de projeto, elaboramos, para você, um quadro que pode
aos princípios estabelecidos por normas. ser visualizado a seguir. Esse quadro permite imaginar,
Para localizar as instalações prediais dentro do de forma geral, as etapas que devem ser atendidas na
processo e gestão de projetos, vale se lembrar de suas elaboração de projetos arquitetônicos de edificações,
principais etapas. O desenvolvimento de projeto bem como de ambientes interiores. Ainda, o quadro
corresponde à transformação de ideias em soluções, pode ser utilizado para configurar as etapas de projeto
as quais dependem das expectativas do cliente e de de produtos, em especial aqueles que fazem parte de
outros elementos internos à elaboração projetual, projetos arquitetônicos e de ambientes interiores.
ETAPAS OBJETIVO/FUNÇÃO
Programa de
Conjunto de parâmetros e exigências a serem atendidos pelo projeto/edificação a ser concebido.
Necessidades
Concepção e representação gráfica preliminar, atendendo aos parâmetros e exigências do pro-
Estudo
grama de necessidades, permitindo avaliar o conceito e partido adotados no projeto e a configu-
Preliminar (EP)
ração física do ambiente/edificações/produtos, inclusive a implantação e layout.
Representação preliminar da solução adotada para o projeto em forma gráfica e de especifica-
ções técnicas, incluindo: definição de tecnologia construtiva, pré-dimensionamento estrutural e
Anteprojeto (AP)
de fundação, quando necessário, concepção de sistemas de instalações prediais, com informa-
ções que permitem avaliações da qualidade do projeto e do custo da obra.
Projeto Legal (PL) Informações técnicas suficientes e na forma padronizada para aprovação do projeto pelas auto-
(quando neces- ridades competentes com base nas exigências legais (municipais, estaduais, federais) e obtenção
sário) de alvarás e licenças, resultantes das informações do Anteprojeto.
Projeto Básico ou Solução intermediária para atender à necessidade de discussão das interfaces não anteriormen-
Pré-Executivo te resolvidas, na etapa de anteprojeto - não obrigatoriamente utilizado.
Representação final e completa do projeto/das edificações e seu entorno e de todos os detalha-
Projeto mentos em formato gráfico e de especificações técnicas e memoriais, suficientes para a perfeita
Executivo (PE) compreensão do projeto, elaboração do orçamento e contratação das atividades de construção
correspondentes.
Quadro 1 - Etapas de Projeto
Fonte: as autoras.
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INSTALAÇÕES PREDIAIS
Com referência às etapas de projeto, é possível banheiros que requerem a compatibilização de seu
identificar que o mesmo se inicia com o anteprojeto. layout com os de hidrossanitários, elétricos e, even-
O anteprojeto se inicia com a concepção de projetos tualmente, gás e aquecimento solar.
complementares, como os voltados a sistemas de ins- O banheiro pertence ao que chamamos de áreas
talações prediais. Esses sistemas estão interligados ao molhadas em uma edificação e requer, do projetis-
projeto arquitetônico, uma vez que interferem no de- ta ou do designer de interiores, uma compreensão
senvolvimento projetual e fazem parte da execução detalhada de seu funcionamento, das exigências
da obra. Segundo Ornstein e Roméro (1992), o pro- normativas e dos requisitos para sua execução. Por
jeto de instalação está intimamente ligado ao projeto exemplo, é importante saber a localização das tu-
de arquitetura, e um não evolui sem o outro. bulações, dos pontos de abastecimento de água, de
Outra consideração importante é que, dentro do esgoto e eletricidade, analisando sua conformidade
processo de gestão de projetos, há a necessidade de no planejamento de banheiros, visando à segurança,
compatibilizar os mesmos, em especial o arquitetô- ao conforto, à acessibilidade e à funcionalidade dos
nico com o estrutural e com os projetos de instala- sistemas e ambientação.
ções prediais, visando à correta execução da obra. Além dos cuidados com as instalações prediais
De acordo com o SEBRAE/SINDUSCON (1995, no planejamento e desenvolvimento de projetos, é
apud MIKALDO JUNIOR e SCHEER, 2008), com- importante estarmos atentos à execução de todas as
patibilização define-se como uma atividade de ge- etapas. Dentro da gestão de obras, a execução das
renciar e integrar projetos correlatos, visando ao instalações prediais ocorre na fase intermediária da
perfeito ajuste entre os mesmos e conduzindo-os obra e essa fase é caracterizada pelas atividades re-
para a obtenção dos padrões de controle de quali- lacionadas à elevação do edifício. Fazem parte dessa
dade total de determinada obra. Essa definição pode fase a elevação da estrutura, as vedações, a execução
ser aplicada a uma gama diversa de projetos, como dos pavimentos e cobertura e as instalações, como
por exemplo o desenvolvimento de projetos para mostram as imagens a seguir.
Figura 1 - Elevação
de estrutura e vedação
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DESIGN
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INSTALAÇÕES PREDIAIS
Sistemas de
Abastecimento
Os sistemas de abastecimento podem ser definidos da natureza, adequação de sua qualidade, transporte
como aqueles sistemas que visam ao suprimento de e fornecimento às populações em quantidade com-
bens e serviços às comunidades humanas, objetivan- patível com suas necessidades.
do a melhoria da qualidade de vida e do ambiente Dessa maneira, a necessidade de água em qualida-
em geral. Neste tópico, vamos tratar do sistema de de e quantidade adequada e suficiente tem como ob-
abastecimento de água, de coleta e do tratamento de jetivo atender às necessidades básicas da vida, como
esgotos. Além disso, você conhecerá, também, o sis- saciar a sede e proteger a saúde, diminuindo a inci-
tema de abastecimento de energia elétrica, que leva dência de doenças relacionadas à água, por exemplo,
a eletricidade até as edificações. e promovendo o desenvolvimento econômico, indus-
trial e da agricultura por meio do abastecimento.
O SISTEMA DE ABASTECIMENTO
DE ÁGUA E ESGOTO SAIBA MAIS
A água constitui elemento vital e essencial à vida ani-
mal e vegetal, segundo o Manual de Saneamento da
Nos últimos 20 anos, a população mundial
Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) (BRASIL,
teve um acréscimo de 1,8 bilhão de pessoas,
2004). Um sistema de abastecimento de água pode período que resultou na diminuição de um
ser projetado tanto para atender a pequenos aglo- terço das reservas de água doce.
merados humanos como a grandes centros urbanos. Fonte: Almanaque Brasil
No Manual de Saneamento, ainda se caracteriza o Socioambiental (2008, p. 297).
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DESIGN
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INSTALAÇÕES PREDIAIS
Após o tratamento necessário, a água é trans- crescimento do volume de esgoto ou de águas resi-
portada para reservatórios que têm a função de ar- duais não reaproveitáveis. Essas águas residuais, so-
mazená-la, com o objetivo de atender a propósitos, madas às águas de escoamento superficial e às águas
como variação de consumo de água e manutenção pluviais, são chamadas de esgoto. Essa situação re-
da pressão mínima na rede de distribuição. A Rede quer a organização de um sistema de esgoto que se
de Distribuição é responsável por conduzir a água compõe de um conjunto de obras e normas que vi-
até os edifícios ou pontos de consumo, por meio de sam à coleta, ao transporte e ao tratamento, além de
tubulações instaladas nas vias públicas. darem destino final adequado aos esgotos.
É fato que a coleta, o tratamento e a destinação
dos esgotos feitos de forma inadequada são prejudi-
ciais às pessoas e ao ambiente, causando a prolifera-
ção de diversas doenças e o desequilíbrio ecológico,
comprometendo, assim, a qualidade de vida e os re-
cursos naturais. Os esgotos, a fim de serem processa-
dos de maneira adequada, são classificados em três
grandes grupos:
• Esgoto sanitário ou doméstico.
• Esgoto industrial.
• Esgoto pluvial.
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DESIGN
tipo de esgoto águas usadas em lavagem de ruas e os Esse sistema permite tratar a questão dos esgotos de
drenos subterrâneos (dispositivos, geralmente insta- maneira diferenciada e é mais adequado diante dos
lados abaixo da superfície de rodovias para capta- princípios e medidas de saneamento básico.
ção, condução e deságue de águas infiltradas). O Saneamento Básico é o conjunto de atividades
Dois sistemas de esgoto coletivo têm sido utili- e medidas relacionadas ao abastecimento de água
zados para o afastamento de águas residuais e plu- potável, à coleta e tratamento de esgotos e ao manejo
viais nas cidades, sendo eles o Sistema Unitário e o dos resíduos sólidos, bem como ao controle de pra-
Sistema Separador Absoluto. A diferença entre os gas e de agentes patogênicos, como bactérias, vírus,
dois está no fato de que o primeiro sistema coleta, protozoários e vermes, que são causadores de doen-
em uma mesma rede, as águas residuais de esgotos ças. O objetivo do Saneamento Básico é promover
domésticos, por exemplo, e águas pluviais ou de in- a saúde, higiene, segurança e o conforto da popula-
filtração. O segundo tipo divide a coleta em duas re- ção, aumentando sua produtividade e melhorando a
des, nas quais uma é somente para águas residuais e qualidade de vida e ambiental.
outra para águas pluviais e de infiltração. Além dis- Para o propósito da disciplina de Instalações
so, é importante escrever que o Sistema Separador Prediais, vamos nos concentrar no esgoto sanitário
Absoluto dá destinos diferentes para essas águas. ou doméstico. Todo o esgoto sanitário é recolhido
Diante disso, podemos dizer que não existe mui- por uma rede coletora e transportado por meio de
to espaço para a construção de Sistemas Unitários. tubulações, interceptores e emissários que têm a
No Brasil, por exemplo, é obrigatório o emprego do função de levar o esgoto coletado até a Estação de
Sistema Separador Absoluto para as áreas urbanas. Tratamento de Esgoto (ETE).
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INSTALAÇÕES PREDIAIS
O tratamento convencional é constituído de Dentro das estações, o esgoto passa por vários
duas fases: a fase líquida, que trata o esgoto desde tratamentos. Para melhor visualização das etapas de
sua coleta até a separação final do lodo, com devo- tratamento de esgoto, montamos o quadro a seguir,
lução da parte líquida à natureza (rios, lagos); e uma o qual faz referência a um sistema convencional de
segunda fase, chamada de sólida, que trata o lodo, tratamento de esgoto.
especificamente de sua destinação.
FASE SÓLIDA
Para que haja uma limpeza efetiva do es-
goto, faz-se a recirculação do lodo. Isso
Recirculação
é, por meio de bombeamento, o lodo
do lodo
passa quantas vezes for necessário pela
oxidação biológica e decantação.
Depois de seco e prensado, será depo- Na agricultura há necessidade de controle dos
sitado nos aterros, ou incinerado, ou contaminantes encontrados no lodo.
Destino final
utilizado na agricultura. A incineração também merece controle por
do lodo
ser uma prática muito cara e ambientalmente
indesejável.
Quadro 2 - Sistema Convencional de Tratamento de Esgoto
Fonte: as autoras.
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DESIGN
O que é importante observar é que existe uma Em pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro
relação entre o uso da água e a produção de esgotos, de Geografia e Estatística (IBGE, 2008, on-line)2, o
pois são diversos os usos da água, como doméstico, número de municípios com serviço de abastecimen-
industrial, irrigação, dessedentação (matar a sede) to de água por rede geral de distribuição totalizou
de animais, lazer, navegação, geração de energia e 99,4%, ou seja, quase 100% dos municípios brasi-
preservação dos ecossistemas. Em especial, os qua- leiro contam com rede geral de água. No entanto,
tro primeiros usos envolvem a retirada significativa somente 78,6% dos domicílios brasileiros recebem
de água das fontes e dos mananciais, implicando em essa água. Isso significa que, aproximadamente, 12
atenção à proteção dos recursos hídricos, à raciona- milhões de residências no Brasil não têm acesso à
lização do uso da água, à distribuição justa desse re- rede de abastecimento geral de água.
curso e ao estabelecimento de padrões de qualidade Com relação ao esgoto, os dados do IBGE mos-
da água para consumo humano. tram que somente 55,2% dos municípios brasilei-
A utilização da água pela população, em suas ativi- ros possuem rede coletora, e o acesso domiciliar à
dades sociais e econômicas, produz resíduos e dejetos rede coletora de esgoto abrange 44% das residências
que, se não forem tratados, contaminam o ambiente nacionais.
e a própria água captada para uso. Assim, para que o
ciclo seja virtuoso, há a necessidade de tratar a água e
o esgoto na mesma medida, ou seja, melhorar cons-
tantemente e de maneira adequada os serviços de sa-
neamento básico, o que, de fato, nem sempre acontece.
SAIBA MAIS
Fonte: as autoras.
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INSTALAÇÕES PREDIAIS
Além desses dados gerais, é interessante observar que o Esses dados mostram que ainda é necessário ex-
abastecimento de água e coleta de esgoto não se dá de pandir os serviços de abastecimento de água e coleta
maneira igual por regiões no Brasil. Enquanto no Sudes- de esgoto em rede no Brasil, mas é importante que
te a rede geral de abastecimento de água cobre 87,5% dos junto à expansão dessas redes, tanto a água quanto
domicílios; no Norte, menos da metade de domicílios é o esgoto sejam tratados com o objetivo de melhorar
abastecida, o que corresponde a 45,3% do total. Em or- as condições sanitárias da população e preservar os
dem crescente de abastecimento por rede geral de água, recursos hídricos.
temos o Nordeste com 68,3% de domicílios atendidos, Segundo o Plano Nacional de Saneamento Bá-
seguido pelo Centro-Oeste com 82% e Sul com 84,2%. sico (IBGE, 2008, on-line)2, 87,2% dos municípios
Com relação à rede de coleta de esgoto, as desigual- brasileiros distribuíram água tratada para a popula-
dades são similares ao abastecimento de água quando ção. No entanto, como mostram os dados do IBGE,
olhamos as regiões brasileiras. Na região Sudeste, 69,8% em 6,2% desses municípios, a água era apenas par-
dos domicílios têm acesso à rede de esgotamento sanitá- cialmente tratada e em 6,6% não havia nenhum tra-
rio. Já na região Norte, o acesso corresponde a 3,8% dos tamento. No caso do tratamento de esgoto, a situ-
domicílios. Em ordem crescente, temos o Nordeste com ação é mais crítica. Nos levantamentos de 2008, o
22,4%, o Sul com 30,2% e o Centro-Oeste com 33,7% IBGE constatou que apenas 28,5% dos municípios
de domicílios atendidos com coleta de esgoto sanitário. brasileiros fizeram tratamento de seu esgoto.
O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE
ENERGIA ELÉTRICA
No Censo Demográfico de 2010, o IBGE mostrou A energia ofertada ou a matriz energética no Brasil vêm
que o serviço de energia elétrica foi aquele que apre- de duas fontes, que são as fontes renováveis (44,1%) e
sentou maior cobertura, atingindo 97,8% dos domi- não renováveis (55,9%). Dentro do conjunto de energias
cílios no Brasil. Nas áreas urbanas, essa cobertura renováveis ofertadas, a biomassa responde por 15,7% e
atingiu 99,1% de domicílios e nas áreas rurais 89,7%. a hidráulica e eletricidade por 14,7%. Lenha, carvão e
No ano de 2008, dados do Atlas de Energia Elé- outras energias renováveis respondem por 13,8% da
trica do Brasil (BRASIL, ANEEL, 2008) mostravam energia oferecida. Com relação às energias não renová-
que 95% da população brasileira tinha acesso à rede veis, o petróleo e seus derivados respondem por 38,6%
elétrica, contando com mais de 61,5 milhões de uni- da oferta, seguidos pelo gás natural com 10,1%, pelo
dades consumidoras em 99% dos municípios. Desse carvão mineral com 5,6% e, por último, pelo urânio
número de unidades, 85% eram residências. com 1,5% de contribuição (BRASIL, EPE, 2012).
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DESIGN
As energias com maior consumo no Brasil são a ele- A vasta hidrografia brasileira, aliada às condi-
tricidade, respondendo por 18,1% do consumo, e ções topográficas favoráveis, contribuiu para tornar
o óleo diesel, respondendo por 19,1%. A produção a energia hidráulica a principal fonte geradora de
industrial, o transporte de bens, serviços e pessoas eletricidade. Basicamente, uma usina hidrelétrica
respondem por 66% do consumo energético do país. compõe-se das seguintes partes: barragem, sistemas
No Brasil, a maior fonte geradora de energia elé- de captação e adução de água, casa de força e sistema
trica é a hidráulica, por meio da instalação de hi- de restituição de água ao leito natural do rio.
drelétricas. Uma usina hidrelétrica pode ser defini- O princípio básico de uma usina hidrelétrica é o
da como um conjunto de obras e equipamentos cuja uso da força de uma queda de água para gerar ener-
finalidade é a geração de energia elétrica, por meio gia elétrica. Isso é realizado por meio de turbinas
de aproveitamento do potencial hidráulico existente que giram pela força da água e acionam geradores
num rio (BRASIL, EPE, 2012). para a produção de energia elétrica.
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INSTALAÇÕES PREDIAIS
Instalações Prediais
e Sustentabilidade
Várias discussões sobre a temática ambiental têm dade e está fundamentado em três pilares: o social, o
sido travadas, em especial desde a segunda meta- econômico e o ecológico. Isso significa que o grande
de do século XX, com vasta produção de pesquisas, desafio está em promover a equidade social, a racio-
estudos e, principalmente, de mecanismos regula- nalidade econômica e a preservação dos recursos
tórios e de governança sobre a gestão dos recursos naturais na construção de um ambiente harmonioso
naturais, desenvolvimento sustentável e formas de e equilibrado.
garantir a sustentabilidade. Outro encontro importante da Comissão Mun-
O termo sustentabilidade aparece oficialmente dial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento foi a
pela primeira vez na Comissão Mundial sobre o Meio Conferência Cúpula da Terra, que ocorreu na cidade
Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) da Organi- do Rio de Janeiro entre os dias 3 e 14 de junho de
zação das Nações Unidas (ONU), em 1987. Gro Har- 1992, sob o patrocínio da Organização das Nações
lem Brundtland, ex-primeira-ministra da Noruega e Unidas (ONU). Também conhecida como Eco-92
então presidente da CMMAD, expõe o conceito de ou Rio-92, essa conferência foi significativa pelas
sustentabilidade como a capacidade de satisfazer as discussões tanto dos aspectos econômicos e sociais
necessidades do presente sem comprometer a capa- quanto dos ecológicos.
cidade das gerações futuras de satisfazerem suas pró- Os principais resultados dessa conferência foram
prias necessidades (BRUNDTLAND, 1987). os seguintes: Agenda 21, um programa de ação glo-
O conceito de desenvolvimento sustentável é um bal com 40 capítulos; Declaração do Rio sobre Meio
desdobramento do próprio conceito de sustentabili- Ambiente e Desenvolvimento, conhecida também
28
DESIGN
como Carta da Terra, com 27 princípios; Conven- fornecimento de água pura, 25% de madeira de flo-
ção das Nações Unidas de Combate à Desertifica- resta e 40% do consumo de energia (LAMBERTS,
ção; Convenção sobre Diversidade Biológica; Con- DUTRA e PEREIRA, 2014). Fora isso, a construção
venção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança civil é uma das maiores fontes geradoras de resí-
Climática; e Declaração de Princípios sobre Uso de duos sólidos. Segundo a Secretaria do Meio Am-
Florestas (MOTA et al., 2008). biente do estado de São Paulo, a origem dos resí-
Nas décadas seguintes, três eventos avaliativos duos da construção está concentrada no pequeno
sobre a Agenda 21 foram realizados: o Rio +5 (1997), gerador, ou seja, cerca de 70% do resíduo gerado
Rio +10 (2002) e Rio +15 (2007), cujos objetivos fo- são provenientes de reformas, obras pequenas e de
ram identificar as principais dificuldades vinculadas demolição. Os 30% restantes são provenientes da
à implantação da Agenda 21, definir prioridades, es- construção formal.
tratégias e apoios às ações propostas. Como visto anteriormente, do total de consumo
Os desdobramentos sobre o desenvolvimento de energia elétrica no Brasil em 2011, as edificações
sustentável também levaram a outros encontros, totalizaram 46,7% de eletricidade consumida. Desse
cujo objetivo geral foi a análise ambiental a partir total, 23,3% são destinados ao uso em residências, ge-
das mudanças climáticas, com forte discussão so- rando um consumo maior de energia elétrica que se
bre o problema da emissão de gases do Efeito Es- deve às lâmpadas, chuveiros, geladeiras e ao ar-con-
tufa e sua redução e o aquecimento global. Essas dicionado.
discussões se iniciaram com o Protocolo de Kyoto Com relação ao consumo doméstico de água, o
(1997), passando pela formação do Grupo Intergo- chuveiro é responsável por 37% da água consumida,
vernamental de Especialistas sobre Mudanças Cli- a bacia sanitária por 22% seguida pela pia da cozi-
máticas e culminou na 13ª Conferência das Partes nha, com 18% do consumo. Os 23% restantes desse
(COP 13) da Convenção da Organização das Na- consumo doméstico correspondem à máquina de
ções Unidas sobre Mudanças Climáticas em Bali, lavar roupa, lavatório, tanque, jardim e lavagem de
Indonésia, em 2007. carro (HAFNER, 2007).
O modo de vida atual e as exigências de confor-
Máq. lavar
to da população resultam em aumento do consumo Lavatório roupa
Bacia Tanque
energético com grande expressividade nos países 7% 9%
sanitária 4%
mais desenvolvidos. Os edifícios representam uma 22%
Pia cozinha
das principais fontes de consumo de energia - inter- 18%
nacionalmente e no Brasil - e são parcialmente res- Jardim/
Chuveiro
ponsáveis pelo alto crescimento de consumo energé- Lav. Carro
37%
3%
tico e emissão de CO2, principal gás do efeito estufa
na atmosfera.
A construção e o uso dos edifícios são respon- Figura 12 - Consumo doméstico de água
sáveis mundialmente pelo consumo de 16,6% do Fonte: Hafner (2007, p. 33).
29
INSTALAÇÕES PREDIAIS
30
DESIGN
P
rezado(a) aluno(a), nesta unidade estudamos a relação entre as instalações pre-
diais e a gestão de projetos e obras, os sistemas de abastecimento e a sustentabili-
dade, contextualizando o assunto dentro de um conjunto mais amplo, no qual as
instalações fazem parte. Também tivemos contato com o assunto de instalações
prediais dentro dos processos de projeto e obra, podendo considerar que as exigências de
mercado e profissionais implicam no adequado planejamento do processo e na gestão co-
laborativa realizada em equipe.
Além disso, aprendemos que as instalações prediais fazem parte dos projetos comple-
mentares, iniciando-se na etapa de anteprojeto arquitetônico, compreendendo que na fase
intermediária da obra se executam as instalações prediais. Identificamos a necessidade de
compatibilizar o projeto arquitetônico e estrutural com os projetos de instalações prediais,
visando à correta execução da obra para se evitar retrabalhos, custos adicionais e desper-
dício.
Analisamos o sistema de abastecimento e o tratamento de água e esgoto, observando a
relação entre o consumo de água e produção de esgoto juntamente com seus impactos no
saneamento básico. Logo após, constatamos que a realidade brasileira mostra que há um
déficit tanto no abastecimento de água potável quanto no atendimento da coleta do esgoto,
revelando que uma parcela significativa da população vive em condições precárias.
Com relação ao sistema de abastecimento de energia elétrica, verificamos que a vasta
hidrografia brasileira, aliada às condições topográficas favoráveis, contribuiu para tornar a
energia hidráulica a principal fonte geradora de eletricidade no Brasil. Vimos, ainda, que as
edificações são as que consomem a maior quantidade de eletricidade no cenário nacional.
Finalmente, na ótica da sustentabilidade, há a necessidade de incrementar o número
de profissionais capacitados para melhorar as estratégias de sustentabilidade de projetos e
obras com foco na racionalização, eficiência e redução do consumo energético de ambien-
tes e edificações.
31
atividades de estudo
32
atividades de estudo
33
atividades de estudo
a. V - F - F - V - F - V.
b. F - F - F - V - F - F.
c. V - V - F - V - V - V.
d. F - F - V - V - V - V.
e. V - V - F - V - F - V.
Segundo o Atlas de energia elétrica do Brasil (BRASIL, 2008), uma das variáveis
para definir um país como desenvolvido é a facilidade de acesso da população
aos serviços de infraestrutura. Dentro desses serviços se destacam o sanea-
mento básico, os transportes, as telecomunicações e a energia. Como o próprio
Atlas aponta, o saneamento básico está diretamente relacionado à saúde pú-
blica. Os transportes e as telecomunicações têm a função primordial de facilitar
a integração nacional, e a energia cumpre importante papel para o desenvol-
vimento econômico e social ao fornecer apoio mecânico, térmico e elétrico às
ações humanas.
A obra ainda aponta o Nordeste, o Centro–Oeste e o Norte como as regiões
brasileiras com menos acesso à rede de energia elétrica quando comparadas
às outras regiões nacionais. Essa desigualdade se deve a fatores como: grande
número de habitantes com baixo poder aquisitivo - caso do Nordeste, princi-
palmente; baixa densidade demográfica - caso do Centro-Oeste; e, no caso do
Norte, aliada aos fatores das duas regiões citadas anteriormente, a presença de
características geográficas que dificultam a expansão da rede.
34
atividades de estudo
35
LEITURA
COMPLEMENTAR
Construção e Sustentabilidade
A construção é o setor da economia encarregado de produzir o ambiente construí-
do (cidades, casas, hospitais, estradas, pontes, barragens, estações de tratamento de
água, portos etc.). Nesse ambiente construído passamos quase toda a nossa vida.
Em sociedades como a brasileira, a qualidade do ambiente construído é uma marca de
exclusão social. Ser pobre normalmente significa não ter acesso a um ambiente constru-
ído de qualidade. Os ricos habitam áreas com qualidade ambiental muito melhor que as
habitadas pelos pobres, as favelas. Portanto, a sustentabilidade da sociedade brasileira
exige uma ampliação considerável do ambiente construído. O desafio é realizar esta am-
pliação com um mínimo de impacto ambiental. Mas afinal, quais são estes impactos?
Em primeiro lugar, produzir o ambiente construído implica em destruir o ambiente
natural: floresta ou terreno agrícola devem ser destruídos para dar lugar a cidades,
estradas e barragens.
A atividade demanda enorme quantidade de recursos naturais, boa parte dos quais
não renováveis. Vamos dar alguns exemplos: a construção de um metro quadrado de
uma habitação típica do Brasil, em alvenaria e concreto, pesa cerca de 1.000kg. Um
apartamento de 50m² pesa, portanto, 50 toneladas. Outro número: a construção de
100 metros de rua típica requer 400 toneladas de material. Após a construção, mais
material é necessário para as atividades de manutenção.
Entre 40% e 75% dos recursos extraídos da natureza são utilizados na construção civil. A
escala de produção de materiais de construção é muito grande. O cimento é o material
artificial de maior consumo: 1,5 bilhões de toneladas ao ano, ou seja, cerca de 250kg/hab/
ano e esta produção está crescendo. Para cada quilo de cimento são utilizados aproxima-
damente 5kg de agregados naturais e cerca de 600 g de água. Assim, o consumo médio
per capita de produtos a base de cimento é de mais de 1.500kg anuais. Além do cimento,
a construção usa outros materiais, como cerâmicas, metais, plásticos e madeira.
A produção, transporte, montagem e descarte final desses materiais têm grande im-
pacto ambiental, social e econômico. A extração de grande quantidade de matérias-pri-
mas provoca a destruição de biomas. No caso da madeira, a situação é particularmente
grave, pois a maior parte da madeira utilizada no país para construção é extraída ile-
galmente na Amazônia, processada com alto desperdício e depois transportada até
o local de consumo. Neste caminho, além da emissão de gases do efeito estufa pelos
36
LEITURA
COMPLEMENTAR
37
LEITURA
COMPLEMENTAR
38
Sustentabilidade no Design de Interiores
Siân Moxon
Editora: Gustavo Gilli (GG Brasil)
Ano: 2012
Sinopse: o livro trata dos fundamentos do projeto sustentável
e das diretrizes para a escolha de materiais, sistemas energé-
ticos e hidráulicos e métodos construtivos sustentáveis. É di-
vidido em quatro capítulos, iniciando-se com uma ampla con-
textualização sobre o tema e o papel do designer de interiores. Na continuação, o livro trata
da abordagem sustentável com ênfase no projeto e discorre sobre questões fundamentais,
como energia, água e materiais. No último capítulo são apresentados diversos estudos de
caso.
Referências On-line
1
Em: <http://simlisblog.blogspot.com.br/2013/10/o-ciclo-urbano-da-agua.html>. Acesso em: 14 nov. 2016.
2
Em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pnsb2008/defaulttabzip.shtm>.
Acesso em: 16 mar. 2016.
40
gabarito
1. D.
2. C.
3. A.
4. B.
5. Utilizar as palavras-chave para a construção do texto.
As palavras-chave estão dispostas seguindo uma or-
dem que vai do geral para o particular. Essa ordem
pode ser usada para construir o texto.
41
INSTALAÇÕES PREDIAIS
HIDROSSANITÁRIAS: PARTE I
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Água Fria e Água Quente: considerações gerais
• Conceitos e Cálculos básicos de consumo, reservação e dimensionamentos
• Água Quente
• Instalações prediais de água fria e quente, projeto arquitetônico e sistemas
construtivos
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer e compreender os objetivos, as etapas de projeto, os sistemas de
distribuição e as partes constituintes do sistema de água fria predial.
• Aprender conceitos e cálculos básicos de consumo, capacidade de
reservatórios, dimensionamento de tubulações, vazão, leitura de tabelas e
normativas.
• Conhecer o sistema de instalação de água quente, sua classificação e tipologia
e sistemas alternativos de geração de energia e aquecimento.
• Conhecer e ler um projeto de hidráulica: planta, isométrica, detalhamento,
simbologia e elementos básicos de projeto, bem como sua relação com o
projeto arquitetônico e os sistemas construtivos.
unidade
II
INTRODUÇÃO
Olá, seja bem-vindo(a) à segunda unidade deste livro! Nesta unidade va-
mos estudar as instalações prediais de água fria e água quente, a disponi-
bilidade de água potável de qualidade e sua distribuição pública igualitá-
ria entre as mais diversas camadas sociais.
As instalações prediais de água fria e água quente constituem a última
etapa do processo de abastecimento e distribuição, passando a ser pri-
vadas quando executadas nas edificações e seus respectivos lotes. Assim,
as instalações prediais de água têm como objetivo principal distribuir a
água para os pontos de consumo com qualidade e conforto para o usuá-
rio. Logo, para o designer de interiores, o conhecimento sobre as instala-
ções prediais contribui para a elaboração de projetos de ambientes com
qualidade técnica somada à qualidade estética e bem-estar do cliente.
No primeiro tópico, trataremos das considerações gerais sobre as instala-
ções prediais de água fria e água quente. Vamos conhecer e compreender
os objetivos, etapas de projeto, sistemas de distribuição e as partes cons-
tituintes dos sistemas prediais de água fria e quente.
Já o segundo tópico objetiva apresentar conceitos e cálculos básicos im-
portantes para o dimensionamento de tubulações. Estudaremos, tam-
bém, o consumo de água, a capacidade de reservação, bem como a vazão,
pressão, velocidade e perda de carga, que são grandezas envolvidas nos
cálculos de dimensionamento das tubulações.
O tópico III, dedicado à instalação de água quente, objetiva que você
conheça as partes que constituem esse tipo de instalação e exemplos de
abastecimento, bem como formas de aquecimento.
Por fim, o último tópico trata da interface dos componentes das instala-
ções prediais de água fria e quente, com o projeto arquitetônico e sistema
construtivo. O objetivo deste tópico é fornecer subsídios para a leitura
e elaboração do projeto de instalações para os ambientes de interiores.
Ótimo estudo!
INSTALAÇÕES PREDIAIS
46
DESIGN
47
INSTALAÇÕES PREDIAIS
SISTEMAS DE ABASTECIMENTO
E DISTRIBUIÇÃO cação é feita por uma tubulação denominada ramal
É mais usual a rede de distribuição predial ser alimen- predial, que é executado pela concessionária públi-
tada por um distribuidor público, responsável pelo ca. O ramal predial tem a função de interligar a rede
sistema de abastecimento de água e de esgoto, sen- pública de abastecimento e distribuição de água à
do que, em alguns casos, pode ocorrer a captação de instalação predial.
água por fonte particular, como em nascentes e po- O abastecimento público, normalmente, exi-
ços - desde que seja garantida a sua potabilidade por ge um medidor de consumo que avalia o gasto de
exame de laboratório. Ainda há casos de distribuição água consumida na edificação ou do consumidor.
mista, ou seja, feita por um distribuidor público e Esse medidor, chamado de hidrômetro, é apoiado
fonte particular ao mesmo tempo (CREDER, 2006). em uma canalização - o cavalete. O conjunto ainda
Quando a rede de distribuição predial é alimen- dispõe de um registro de gaveta, como será apresen-
tada pela rede pública, a entrada de água na edifi- tado na figura a seguir.
Registro
Muro Hidrômetro
Abrigo do cavalete
Caixa para
registro de
calçada
Rua
Cavalete
Rede pública Figura 1 - Entrada de água da
de água rede pública até o hidrômetro
Fonte: Doutores da Constru-
Ramal predial ção (s/d, p. 7).
Todo o projeto de instalações prediais de água fria escolha do tipo de sistema depende, em essência, de
tem como objetivo a distribuição de água para os dois fatores: as condições de pressão da água da rede
pontos de consumo. Esses pontos de consumo lo- pública e a continuidade, ou não, do abastecimento.
calizam-se, dentro das edificações, em ambientes Em virtude das deficiências no abastecimento
denominados áreas molhadas, como a cozinha, la- público de água em praticamente todo o país, Creder
vanderia e banheiros. Externamente à edificação, o (2006) recomenda que sejam adotados reservatórios
sistema pode, ainda, possuir torneiras para jardim, (caixas d’água) com capacidade suficiente para uns
lavagem e chuveiro externo. dois dias de consumo. A seguir, fizemos dois quadros
A distribuição da água a partir da entrada pelo ca- que sintetizam os principais sistemas de distribuição
valete pode ser realizada por quatro sistemas de distri- de água para as edificações, nos quais podem ser ob-
buição: direto, indireto, misto ou hidropneumático. A servadas as vantagens e desvantagens de cada sistema.
48
DESIGN
VANTAGENS
• Água de melhor qualidade.
• Maior pressão disponível.
• Menor custo de instalação.
Cavalete
DESVANTAGENS
Rede pública • Falta de água no caso de interrupção.
Quando há pressão suficiente e continuidade de abas- • Grande variação de pressão ao longo do dia.
tecimento de água, é possível usar este sistema, no • Limitação de vazão.
qual não há necessidade de reservatório. • Maior consumo.
Caixa d’água
VANTAGENS
• Fornecimento de água contínuo.
• Pequena variação de pressão nos aparelhos.
• Golpe de aríete desprezível.
Cavalete
• Permite a instalação de válvula de descarga.
• Menor consumo de água.
Rede pública
DESVANTAGENS
Sistema de distribuição indireto sem bombeamento
Quando há pressão suficiente, mas sem continuidade • Possibilidade de contaminação da água reservada.
de abastecimento de água, é utilizado um reservató- • Menores pressões. Maior custo de instalação.
rio (caixa d’água). Sistema frequentemente usado em
residências de até dois pavimentos.
Caixa d’água
Cavalete
Bomba
49
INSTALAÇÕES PREDIAIS
VANTAGENS
Cavalete • Água de melhor qualidade.
• Fornecimento contínuo de água.
Rede pública • Permite a instalação de válvula de descarga.
Quando há pressão suficiente, mas sem continuidade DESVANTAGENS
de abastecimento de água, é utilizado o sistema de • Maior custo de instalação.
distribuição indireto com reservatório (caixa d’água).
Conjuntamente, é possível utilizar o sistema de dis-
tribuição direto para abastecer torneiras de jardim e
torneira de tanques. Sistema frequentemente usado
em residências de até dois pavimentos.
Manômetro Pressostato
Chave
Controlador Magnética Chave
VANTAGENS
Visor
de volume
de ar
Trifásica • Fornecimento de água contínuo.
de
vidro Tanque Rede
Elétrica
• Atende aos pontos da rede com necessidade de
pressão que não podem ser atendidos pelo sistema
Distribuição
Recalque
Vacuômetro indireto por gravidade.
Bomba
Dreno Sucção DESVANTAGENS
Reservatório
• Maior custo de instalação.
• Exige manutenção periódica.
O sistema hidropneumático de abastecimento é • Na falta de energia elétrica, o sistema fica inoperante.
utilizado em situações muito especiais. Esse sistema
dispensa o uso de reservatório superior.
50
DESIGN
PARTES CONSTITUINTES DO
SISTEMA DE ÁGUA FRIA PREDIAL
E TERMINOLOGIAS
As partes constituintes do sistema de água fria são mas recomenda que o sistema de distribuição direta
conceituadas pela NBR 5626 (ABNT, 1998), e você, seja utilizado apenas em torneiras de jardins, cozinha
estudante, pode consultá-la para aprofundar os con- e tanques quando localizados no pavimento térreo.
ceitos. Você, aluno(a), deve estar se perguntando qual a
Para melhor compreensão das partes constituin- importância das informações anteriores sobre os sis-
tes da instalação predial de água fria, a seguir mos- temas de distribuição de água para o Design de In-
tramos uma perspectiva isométrica de um modelo teriores! Saber essa informação ajuda, por exemplo,
de instalação. na escolha de chuveiros ou duchas para banheiro.
Isso porque a pressão de água se modifica conforme
Reservatório
Superior o sistema.
Nos sistemas de distribuição direta, a pres-
Barrilete são d’água tende a ser maior que nos sistemas que
Coluna de
Distribuição utilizam caixas d’água e sistema de distribuição de
Tubo de Recalque
água descendente (a água desce para os pontos de
Ramal de Distribuição
consumo por gravidade), o que pode comprometer
Alimentador
Predial
Sub Ramal a pressão no ponto de consumo. Em residências, é
Motor/Bomba
pouco frequente encontrarmos o sistema de distri-
Tubo de Sucção
buição indireto por bombeamento. Esse sistema e o
Reservatório Inferior
Ramal
Predial Cavalete/Hidrômetro hidropneumático são mais frequentemente encon-
Rede Pública trados em edificações de maior porte, caso das edi-
Figura 2 - Partes constituintes da instalação predial de água fria
ficações verticais.
Fonte: as autoras. É importante estar atento(a) ao tipo de sistema
de distribuição e em quais condições ele se encontra
A NBR 5626 (ABNT, 1998) recomenda, para as con- quando fazemos projetos de reforma de ambientes,
dições médias do Brasil, o sistema de distribuição de tais como cozinha, lavanderia e banheiro. A escolha
água indireta por gravidade, ou seja, sem bombea- de metais, peças, válvulas de descarga e chuveiros é
mento, em especial para as edificações residenciais. dependente do tipo de sistema de distribuição e das
A Norma admite o sistema de distribuição misto, instalações executadas na obra.
51
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Conceitos e
Cálculos Básicos de
Consumo, Reservação
e Dimensionamento
Aluno(a), agora você terá contato com alguns con- A NBR 5626 (ABNT, 1998) especifica, para os
ceitos e cálculos básicos importantes para o dimen- reservatórios, os padrões que devem ser seguidos
sionamento de tubulações. Nossa intenção é que para preservar a potabilidade da água armazenada.
você possa compreender como é o funcionamento Nesse sentido, estabelece, por exemplo, que os re-
das instalações prediais de água fria, entendendo o servatórios devem ser fechados com o objetivo de se
consumo diário, a capacidade de reservação e alguns evitar o crescimento de micro-organismos na água,
conceitos básicos que compõem os cálculos para o bem como preservar a qualidade da água quanto a
dimensionamento das tubulações, como vazão, seu gosto e odor. Dessa maneira, é recomendável
pressão, velocidade e perda de carga. que os reservatórios sejam limpos a cada seis meses.
A NBR 5626 (ABNT, 1998) também estabelece
RESERVATÓRIOS parâmetros para a forma e as dimensões dos reser-
Os reservatórios são equipamentos importantes vatórios a partir do cálculo do volume da água re-
para o armazenamento de água e sua distribuição. A servada. Ainda são contemplados os padrões para
localização, altura, tipo e dimensionamento devem localização, instalação, estabilidade, materiais e tu-
ser preocupações já no projeto arquitetônico, garan- bulações necessárias dos reservatórios. As principais
tindo a harmonia e adequação entre os aspectos es- partes constituintes dos reservatórios estão descritas
téticos, formais, técnicos e legislativos. na figura a seguir.
52
DESIGN
SAIBA MAIS
Na maioria das residências, o reservatório superior
localiza-se sob o telhado, mas pode estar localizado
sobre ele. Nos edifícios com três ou mais pavimen- Os reservatórios podem ser de dois tipos:
tos, o reservatório superior normalmente é insta- construídos na obra ou industrializados.
lado sobre a caixa de escada, aproveitando, inclu- Fonte: as autoras, baseadas em Manual Técnico
sive, sua estrutura. Outro item importante e que Tigre (2013).
53
INSTALAÇÕES PREDIAIS
RS (reservatório superior) = 2/5 VT → 40% Para fins de cálculo do consumo residencial diário,
RI (reservatório inferior) = 3/5 VT → 60% o critério usado com frequência é o exposto a seguir.
É importante, também, prevêr para as edificações, Critério: 2 pessoas por dormitório social + 1 pes-
exceto para as residências, a reserva de incêndio, es- soa por dormitório de serviço. Esse critério pode
timada em 15% a 20% do consumo diário. ser usado para apartamentos residenciais.
Mas como calcular o volume de água necessá-
rio a ser utilizado em uma edificação? Para o cál- Para calcularmos o consumo diário de uma resi-
culo da capacidade de água de um reservatório, é dência, vamos tomar como referência o critério an-
necessário calcular o consumo diário (CD). Para se terior e adotado por Creder (2006), calculando uma
estimar o consumo diário de água, é indispensável reserva de água para dois dias de consumo diário.
conhecer a quantidade de pessoas que ocuparão a Para prédios públicos ou comerciais, vamos consi-
edificação. O consumo diário (CD) leva em consi- derar as taxas de ocupação da Tabela 1 e o consumo
deração duas grandezas: a população ocupante (P) específico em função do tipo de prédio mostrado
da edificação medida em números e o consumo per na Tabela 2.
capita (q) medido em litros por dia (l/d). A próxima tabela se refere ao consumo diário
CD = P X q em litros por dia associado ao tipo de edificação.
54
DESIGN
Exemplo 1: estimar o consumo diário para uma Consumo diário total = nº de pessoas x 150 l/d
residência com 3 dormitórios sociais e 1 dormi- Consumo diário total = 7 x 150 l/d
tório de serviço. Calcular uma reserva de água Consumo diário total = 1050 l/d
no caso de falta d’água da rede pública. Reserva de Água = consumo diário total x 2 dias
Reserva de Água = 1050 l/d x 2 dias
Critério a ser usado: 2 pessoas por dormitório Reserva de Água = 2100 litros (l)
social + 1 pessoa por dormitório de serviço.
Portanto, Assim, em uma residência para 7 pessoas, a capaci-
3 dormitórios sociais x 2 pessoas = 6 pessoas. dade de armazenamento de água deverá ser de 2.100
1 dormitório de serviço x 1 pessoa = 1 pessoa. litros. Como o volume calculado passa os 2.000 li-
Total = 7 pessoas. tros, o reservatório deverá ser dividido em, pelo
De acordo com a Tabela 2, devemos considerar menos, dois compartimentos ou duas caixas de água
150 l/d per capita de consumo diário. Então teremos: industrializadas.
55
INSTALAÇÕES PREDIAIS
56
DESIGN
57
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Água
Quente
Caro(a) aluno(a), neste tópico vamos estudar o siste- normatizadas pela NBR 7198 (ABNT, 1993), que é
ma de instalação de água quente, suas partes consti- aplicada nas instalações para uso humano até a tem-
tuintes, classificação e tipologia. Também serão abor- peratura máxima da água de 70°C. A Norma fixa as
dados sistemas alternativos de geração de energia e exigências técnicas mínimas quanto à higiene, segu-
aquecimento, bem como os tipos de aquecedores. rança, economia e ao conforto dos usuários, pelas
Para as instalações de água quente, devem pre- quais devem ser projetadas e executadas as instala-
valecer as condições básicas da instalação de água ções prediais de água quente.
fria. A água quente é utilizada em diversos tipos de Assim, como a NBR 5626, essa norma prevê o
edificações e para diferentes usos. Em alguns tipos uso de outras normas complementares, quando for
de edificação ela é imprescindível, como em hospi- necessário. No caso da água quente, por exemplo,
tais, hotéis, lavanderias e restaurantes, sendo tam- muitas vezes é necessário utilizar normas mais es-
bém usada em residências, em especial para banhos. pecíficas, como aquelas que fixam parâmetros para
O uso residencial ampliado ocorre frequentemente aquecimento a gás, sistemas de energia solar, entre
em residências de médio e alto padrão, com o obje- outros.
tivo de proporcionar maior conforto aos usuários. A temperatura da água depende do uso ao qual
Conforme descrito nas Considerações Gerais se destina. A Tabela 3, a seguir, define essas tempe-
desta unidade, as instalações de água quente são raturas:
58
DESIGN
Uso de água quente Temperaturas °C resfriamento se faz por meio de aparelhos mistura-
Uso pessoal em banhos dores de água fria. A NBR 7198 (ABNT, 1993) esta-
35 a 50°C
e para higiene belece que caso a temperatura da água ultrapasse os
Em cozinhas (dissolução 40°C para uso humano, é obrigatória a instalação de
60 a 70°C
de gordura) misturadores. A seguir, exemplo de um misturador.
Em lavanderias 75 a 85°C
Em finalidades médicas
100°C ou mais
(esterilização)
PARTES CONSTITUINTES
DA INSTALAÇÃO DE ÁGUA QUENTE
A terminologia e os conceitos utilizados nas insta- A NBR 7198 (ABNT, 1993) estabelece considera-
lações de água quente são definidos pela NBR 7198 ções gerais de projeto e execução com o objetivo de
(ABNT, 1993) que você, caro(a) aluno(a), pode con- manter a qualidade do sistema. Dentre essas consi-
sultar para aprofundar conhecimentos e tirar dúvidas. derações gerais, destacamos as seguintes:
A instalação de água quente é constituída pelos • O fornecimento de água deve ser contínuo,
seguintes componentes: em quantidade suficiente, seguro e com con-
• Tubulação (ramal de alimentação) de água fria trole de temperatura.
para a alimentação do sistema de água quente. • Deve ser preservada a potabilidade da água.
• Aquecedor instantâneo ou de acumulação. • Deve ser racionalizado o consumo de energia.
• As instalações de água quente devem prever
• Dispositivos de Segurança, como válvulas de
o isolamento térmico para evitar as perdas de
segurança de temperatura e de pressão.
calor.
• Tubulações, conexões, válvulas e dispositivos
para água quente. A instalação predial de água quente é feita separa-
• Estabelecimento de pontos de utilização e peças. damente da instalação de água fria, com exceção de
59
INSTALAÇÕES PREDIAIS
60
DESIGN
N.
M
(gás de cozinha). A geração de calor por meio do gás .
é resultado de sua combustão com o ar atmosférico
+
10
N.
a partir de um queimador.
º
G.
Para residências, a instalação de aparelhos a gás
é legislada pela NBR 13103 (ABNT, 2013). O uso de
aquecimento a gás exige alguns cuidados, em espe-
cial quanto ao tipo de aquecedor, ao volume e ven-
tilação do local da instalação e à exaustão dos gases
produtos da combustão. Esses cuidados são essen-
ciais para se evitar problemas e acidentes originados
pelas instalações, manutenções e usos impróprios
dos aquecedores.
61
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Pé Resistência
elétrica Desnível de
Alimentação Cavalete Coletores solares 30cm a 5cm
de água fria
Válvula de retenção
com sede de borracha
Retorno de água
Dreno do boiler quente dos coletores
e da caixa solares
Alimentação dos
coletores Dreno dos
coletores
Dreno dos
coletores
Norte
Figura 7 - Sistema de Aquecimento Solar - partes constituintes
Fonte: adaptada de Creder (2006).
62
DESIGN
63
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Instalações Prediais
de Água Fria e Quente,
Projeto Arquitetônico
e Sistemas Construtivos
Neste tópico, caro(a) aluno(a), vamos conhecer os para tubulações, conexões, entre outros.
elementos e etapas de um projeto de hidráulica: De forma geral, a concepção do projeto comple-
planta, isométrica, detalhamentos, simbologia e to de instalações hidráulicas abrange:
elementos básicos de projeto. Veremos, também, a
• Plantas, cortes, detalhes, esquemas hidráuli-
relação do projeto de instalações com o projeto ar- cos e desenhos isométricos contendo infor-
quitetônico e sistemas construtivos, objetivando es- mações detalhadas, dimensionamento e tra-
tabelecer alguns parâmetros que colaboram com a çado dos condutores.
elaboração dos projetos de ambientes. • Memoriais descritivos e justificativos, bem
Segundo Creder (2006), para elaborar o projeto como os cálculos.
de instalações hidráulicas, o projetista deve estudar • Especificação dos materiais e equipamentos
a interdependência das diversas partes do conjunto, utilizados, bem como especificação das nor-
com o intuito de abastecer os pontos de consumo mas para sua execução.
dentro da melhor técnica e economia. Isso implica, • Orçamento e quantificação de todo o mate-
por exemplo, na escolha dos materiais adequados rial usado.
64
DESIGN
As escalas mais usuais para os projetos de insta- Essas medidas mínimas garantem o posicionamento
lações prediais são 1:50 (escala do projeto executivo adequado das peças e o conforto do usuário.
arquitetônico) e as escalas 1:20 e 1:25 para os de- A seguir, layout genérico de um banheiro com
talhamentos. Para elaborar o projeto de instalações especificações - em desenhos ilustrativos, com me-
prediais de água fria, é necessário ter em mãos o didas em metro e sem escala.
projeto arquitetônico da edificação e dos ambientes, O box retângular é mais cômodo
do que o box quadrado
além de dispor do projeto estrutural.
Vale lembrar, caro(a) estudante, que na Unidade
I vimos que os projetos das instalações prediais são
complementares ao projeto arquitetônico e que de-
vem ser compatíveis com o projeto estrutural. Isso
é necessário e importante para evitar falhas no pro-
Medida mínima do eixo da bacia sanitária
cesso de projeto e de obras. Medida de eixo
mínima
em relação a um anteparo lateral )parede,
box, outra louça sanitária(: 35cm. Usar esta
recomendável medida para o bidê
Para um bom projeto de instalações é necessário 40cm
Medida mínima do eixo da cuba em
relação a um anteparo: 35cm
definir corretamente o posicionamento dos pontos de
água, peças e equipamentos que compõem as áreas mo-
Figura 8 - Medidas mínimas de eixo hidráulico - banheiro
lhadas, tais como banheiros, cozinhas e lavanderias. Fonte: as autoras.
SAIBA MAIS
0.35
Uma torneira mal fechada perde 300 litros/
mês com gotejamento lento e 960 litros/mês
0.70
PISO CERÂMICO
1.00
COTA
3.35
utilizado em planta
1.50 (posição horizontal)
As medidas de eixo têm como objetivo localizar Eixo hidráulico
medidas horizontais
o eixo do ponto de saída de água e estabelecer as me-
Figura 9 - Planta genérica de banheiro com
didas mínimas horizontais entre as peças do banhei- medidas de eixo hidráulico horizontal
ro e os anteparos (paredes, porta de boxe) e a altura. Fonte: as autoras.
65
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Sanca de gesso
(marca, medidas) acoplada (marca, referência)
Arandelas Espero bisotê
Altura do ponto
Iluminação embutida (marca, medidas) (medidas)
Peças / Aparelhos de utilização (h)
Medida em cm
Ducha higiênica 50
Bidê 20
Banheira de hidromassagem 30
Lavatório 60
Mictório 105
Box vidro temperado Tampo de granito Cuba
(marca, tipo, medidas)
Barra de azulejos
(tipo)
Cesto de
(marca, medidas)
Barra cromada
Máquina de lavar roupa 90
(marca, medidas) ratan (diâmetro
Torneira de limpeza 60
Torneira de jardim 60
0,60
Altura da saída de água da bacia Altura da saída de O registro de gaveta é usado para bloquear a pas-
sanitária com caixa acoplada água das cubas
66
DESIGN
Colunas (prumadas)
AF2
AF1 - Água fria 1
AF1
AF2 - Água fria 2
ø25
chuveiro
diâmetro registro de
ø50
das colunas gaveta
e ramal
ø25
Figura 12 - Registro de gaveta
ø25
terminado ponto de utilização, como o chuveiro. A pressão
válvula de
altura desse tipo de registro dentro do boxe deve es- descarga joelho 90º
30º Perspectiva
isométrica
Sem escala
Figura 14 - Perspectiva isométrica de banheiro
Figura 13 - Registro de Pressão Fonte: adaptada de Carvalho Junior (2013).
67
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Na figura anterior, podemos ver com clareza o posi- Em paredes estruturais ou de vedação em blocos
cionamento das peças, o caminho da tubulação e as cerâmicos e de concreto, normalmente o fabricante
alturas dos pontos de utilização, bem como as cone- disponibiliza blocos específicos para a passagem das
xões e os diâmetros dos tubos. tubulações ou recomenda o uso de shaft. O shaft é
O projetista, além de representar em perspectiva um duto vertical utilizado para a passagem de diver-
isométrica as instalações, elabora as plantas com a sas tubulações.
passagem das tubulações, geralmente embutidas nas
SHAFT
vedações. duto para passagem
Quando as paredes são de alvenaria tradicional de tubulações
(tijolos maciços), nelas são feitos rasgos para a pas-
sagem das tubulações.
É necessário adotar
PLANTA
novos hábitos com o Sem escala
objetivo de poupar
Figura 16 - Shaft - planta sem escala
dinheiro e preservar Fonte: as autoras.
os recursos naturais.
No caso do uso de sistemas construtivos, como o dry
wall e o light steel framing, a passagem das tubula-
ções é feita pelo vão livre existente entre as vedações
externas, que funcionam como um shaft. Os pontos
de saída das tubulações, normalmente, são fixados
nos perfis metálicos da estrutura ou em travessas
horizontais (metálicas, de madeira). Essa estrutura
metálica pode, também, ser perfurada para a passa-
gem das tubulações, seguindo as instruções do fabri-
cante e da legislação vigente.
Nas plantas, há a necessidade de identificar as
tubulações de água quente e fria, os diâmetros dos
ramais e sub-ramais, bem como indicar as colu-
nas (prumada) de água fria e quente. Nas colunas,
devem ser identificados o diâmetro e a direção da
água. Os eixos hidráulicos que o projetista utiliza
são aqueles indicados no projeto arquitetônico ou
Figura 15 - Rasgos em parede de alvenaria tradicional em ambientes interiores.
68
considerações finais
C
aro(a) aluno(a), nesta unidade estudamos instalações de água fria e
quente, tendo o conhecimento sobre as normas da Associação Brasilei-
ra de Normas Técnicas (ABNT), que regulamentam esse tipo de insta-
lação com relação às exigências de projeto e execução das instalações.
Estudamos, também, os sistemas de abastecimento e distribuição de água, ob-
servando que sua escolha depende basicamente de dois fatores: as condições de
pressão da água da rede pública e a continuidade, ou não, do abastecimento. Es-
sas condições permitem identificar as vantagens e desvantagens de cada sistema,
em especial em relação à qualidade da água, consumo, necessidade de reservató-
rio, custo da instalação e a escolha de metais e peças.
Aprendemos a calcular o consumo diário e a dimensionar o volume dos re-
servatórios, o que possibilita um levantamento e escolha adequada desses produ-
tos. Ainda, aprendemos conceitos básicos importantes para o dimensionamento
das tubulações, o que possibilita, ao designer de interiores, compreender o fun-
cionamento das instalações, identificando possíveis problemas do sistema.
Conhecemos as partes constituintes de uma instalação de água fria e quente e
a terminologia utilizada, bem como os elementos fundamentais da representação
gráfica que auxiliam na elaboração de projetos.
Finalmente, apontamos que o conhecimento dos conteúdos expostos nesta
unidade visa à aproximação entre você, futuro designer de interiores, e a ela-
boração de projetos com qualidade técnica. Assim, é possível considerar que a
qualidade de projetos contribui para a qualidade das edificações e dos ambientes.
Nessa perspectiva, devemos considerar que o papel do projetista é promover am-
bientes com salubridade, conforto e beleza, somando a esses aspectos o conheci-
mento técnico.
69
atividades de estudo
1. Calcule:
a. O consumo diário de água em litros por dia (l/d) para uma residência com
4 dormitórios sociais e 1 dormitório de serviço.
b. A reserva de água no caso de falta d’água da rede pública.
c. O volume de água do reservatório (capacidade de armazenamento).
2. Calcule:
a. O consumo diário de água em litros por segundo (l/d) para um restaurante
self service que atende a 150 refeições por dia.
b. A reserva de água no caso de falta d’água da rede pública.
c. O volume de água do reservatório (capacidade de armazenamento).
70
atividades de estudo
71
LEITURA
COMPLEMENTAR
Leia o trecho a seguir retirado do estudo sobre aproveitamento da energia solar no Brasil, o qual aborda
as fontes renováveis vinculadas a essa fonte energética e as principais tecnologias de seu aproveitamento.
72
LEITURA
COMPLEMENTAR
Assim, a energia cinética do vapor é transformada em energia elétrica pelo conjunto turbi-
na-gerador. Devido à grande variação da radiação solar nas 24 horas que compõem um dia,
a energia colhida em concentradores solares costuma ser complementada pela energia de
outras fontes primárias, especialmente para a produção de energia elétrica. Nesses casos é
empregada uma caldeira a óleo combustível, que, geralmente, funciona durante as 24 horas
do dia, sendo o vapor por ela produzido complementado pelo produzido no concentrador
solar. A primeira termelétrica solar do Brasil está instalada no Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), e trata-se de uma unidade experimental de 10kW.
A conversão direta da energia solar em energia elétrica ocorre pelo efeito fotovoltaico, que
foi primeiro observado por Edmond Becquerel, em 1839, quando descobriu que certos ma-
teriais produzem pequenas quantidades de corrente elétrica quando expostos à luz. As célu-
las fotovoltaicas são feitas de um material semicondutor, geralmente é empregado o silício.
Quando a luz solar atinge uma célula fotovoltaica, ela produz uma pequena corrente elétrica.
Essa corrente é recolhida por fios ligados à célula. Quanto mais células fotovoltaicas são liga-
das em série ou em paralelo, maior a corrente e tensão produzidas. Um conjunto de células
fotovoltaicas dispostas lado a lado formam um módulo ou painel fotovoltaico, vários módu-
los juntos formam um arranjo de painéis fotovoltaicos.
Os módulos vendidos comercialmente possuem potências que variam desde 5 até 300 watts,
e produzem corrente contínua (cc), que é uma corrente semelhante à corrente que é arma-
zenada na bateria de um automóvel.
Geralmente, o uso de sistemas fotovoltaicos está associado às aplicações onde não há possi-
bilidade de emprego de outra fonte de energia elétrica. Os sistemas fotovoltaicos são empre-
gados em regiões remotas para fornecer energia para equipamentos médicos, purificadores
de água, e refrigeradores, onde são armazenados medicamentos e vacinas etc; são utilizados
no fornecimento de eletricidade para calculadoras e relógios de pulso; em estradas, para
sinalizações e para equipamentos de comunicações; na iluminação de boias de navegação;
para o funcionamento de satélites etc.
As aplicações de painéis fotovoltaicos para iluminação pública, iluminação de jardins, ilumi-
nação de casas, abastecimento de eletrodomésticos, e outras, quando há possibilidade de
uso de outras fontes de energia elétrica, estão geralmente associadas a subsídios governa-
mentais.
73
Instalação Hidráulica Residencial - A Prática
do dia a dia
Julio Salgado
Editora: Érica
Ano: 2010
Sinopse: este livro trata de forma prática e didática das insta-
lações hidráulicas de uma residência, servindo como guia de
referência e fornecendo importantes parâmetros para projeto
e execução de obras nesse campo. Traz explicações sobre instalação de peças e sobre os ma-
teriais utilizados, bem como os diferentes tipos de conexões usadas nas instalações. Aborda,
também, questões relacionadas às novas tecnologias para as instalações hidráulicas, bem
como reflexões sobre o uso racional da água.
75
gabarito
1. Critério a ser usado: 2 pessoas por dormitório social + 1 pessoa por dormitório de
serviço.
Portanto:
04 dormitórios sociais X 2 pessoas = 8 pessoas.
01 dormitório de serviço X 1 pessoa = 1 pessoas.
Total = 9 pessoas
De acordo com a Tabela 2, devemos considerar 150 l/d per capita de consumo diário,
então teremos:
Consumo diário total = nº de pessoas X 150 l/d.
Consumo diário total = 9 X 150 l/d.
Consumo diário total = 1350 l/d.
Reserva de Água = consumo diário total X 2 dias.
Reserva de Água = 1350 l/d X 2 dias.
Reserva de Água = 2700 litros (l).
Portanto, em uma residência para 9 pessoas, a capacidade de armazenamento de água
deverá ser de 2.700 litros.
2. Para este cálculo usar a Tabela 2, que diz que para restaurantes são utilizados 25
litros de água por refeição.
Portanto,
Consumo diário total = nº de refeições x 25 l/d,
Consumo diário total = 150 x 25 l/d,
Consumo diário total = 3.750 l/d,
Reserva de Água = consumo diário total x 2 dias,
Reserva de Água = 3.750 l/d x 2 dias,
Reserva de Água = 7.500 litros (l).
Portanto, em um restaurante que serve 150 refeições por dia a capacidade de água a
ser armazenada é de 7.500 litros, equivalentes a 7,5 m³.
3.
a. O alimentador predial é a tubulação compreendida entre o ramal predial e a primeira
derivação ou válvula de flutuador de reservatório.
b. O barrilete corresponde ao conjunto de tubulações que se origina no reservatório e
do qual se derivam as colunas de distribuição.
c. A coluna de distribuição é tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar
ramais.
d. O ramal é a tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os
sub-ramais.
e. O sub-ramal é a tubulação que liga o ramal à peça de utilização ou à ligação do apa-
relho sanitário.
f. O ponto de utilização é a extremidade de jusante do sub-ramal, ou seja, a extremida-
de em que encaixam as peças e aparelhos sanitários, como torneiras.
4. E.
5. D.
76
UNIDADE
III
INSTALAÇÕES PREDIAIS
HIDROSSANITÁRIAS: PARTE II
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Instalações Prediais de Esgoto Sanitário
• Instalações Prediais de Águas Pluviais
• Instalações Prediais de Prevenção e Combate a Incêndios
• Materiais em instalações hidrossanitárias
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer e compreender os sistemas de esgoto sanitários
e a interface da instalação de esgoto doméstico com o
projeto de arquitetura e os sistemas construtivos.
• Conhecer e compreender a instalação de águas pluviais e
a interface da instalação de águas pluviais com o projeto
arquitetônico e os sistemas construtivos, bem como os
sistemas de reuso de água pluvial.
• Conhecer e compreender os conceitos de prevenção e
combate a incêndios, bem como as principais normativas e
sua relação com o projeto de arquitetura.
• Conhecer os diversos materiais e equipamentos utilizados
nas instalações hidrossanitárias.
unidade
III
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) a nossa Unidade III. Esta unida-
de é dedicada às instalações prediais de esgoto, águas pluviais e preven-
ção e combate a incêndio. De maneira similar às outras unidades, nosso
propósito é fornecer a você, estudante de Design de Interiores, subsídios
técnicos para a elaboração e execução de projetos de interiores.
O conteúdo do primeiro tópico, instalações prediais de esgoto, tem
como objetivo possibilitar a você o conhecimento dos principais parâme-
tros conceituais e princípios utilizados para o dimensionamento e insta-
lação desse sistema.
No segundo tópico, abordamos sobre as instalações de águas pluviais,
compreendendo o sistema em três níveis: coleta, escoamento e drena-
gem. Além disso, o tópico trata sobre o reuso das águas pluviais dentro
do conceito de racionalização do uso da água.
As instalações de prevenção e combate a incêndio é o tema do ter-
ceiro tópico. Vamos dar ênfase à importância de se considerar essa ins-
talação no projeto e execução de edificações e ambientes, com o objeti-
vo primordial de salvaguardar vidas humanas e seus bens patrimoniais.
Assim sendo, vamos conhecer os sistemas e equipamentos de prevenção
e combate a incêndios e sua interface com o projeto arquitetônico e os
sistemas construtivos.
O último tópico é dedicado aos materiais que são utilizados nas ins-
talações prediais, conhecendo aqueles utilizados tradicionalmente, como
o PVC (policloreto de vinila) e os novos materiais empregados, como o
PEX (polietileno reticulado).
Os temas apresentados anteriormente abordam, também, os princí-
pios gerais da interface dos componentes das instalações com o projeto
de arquitetura e os sistemas construtivos nos tópicos, enfatizando a im-
portância de se conhecer as normas que regulamentam essas instalações.
Ótima leitura!
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Instalações Prediais de
Esgoto Sanitário
Aluno(a), neste tópico trataremos das instalações Como estudado na Unidade I, a coleta, o tratamento
de esgoto sanitário. Vamos conhecer os princi- e a destinação dos esgotos realizados de forma ina-
pais elementos, conceitos e legislação que estru- dequada são prejudiciais às pessoas e ao ambiente,
turam esse tipo de instalação. Além disso, vamos causando a proliferação de diversas doenças e o de-
conhecer as principais partes constituintes de sequilíbrio ecológico, assim, comprometendo a qua-
uma instalação de esgoto doméstico e sua inter- lidade de vida e os recursos naturais.
face com o projeto de arquitetura e os sistemas Os esgotos podem ser classificados com relação
construtivos. ao tipo de água resultante. Segundo Macintyre (1990),
O sistema de esgoto sanitário corresponde ao as águas podem ser classificadas da seguinte forma:
conjunto de tubulações e demais acessórios e peças • Águas residuárias domésticas ou despejos
que tem como objetivo conduzir os efluentes de es- domésticos: correspondem aos despejos lí-
goto a um destino adequado. quidos das habitações, prédios, estabeleci-
mentos comerciais e de serviços, institucio-
A legislação básica que regulamenta esse tipo de
nais, industriais, entre outros.
instalação é a NBR 8160 (ABNT, 1999) que estabe-
• Águas de infiltração: representadas pela
lece os parâmetros e exigências com relação ao pro- parcela das águas do subsolo que penetra as
jeto, execução, ensaio e manutenção dos sistemas de canalizações de esgoto, frequentemente por
esgoto sanitário. meio de suas conexões e juntas.
82
DESIGN
Fonte: as autoras.
Para a indústria, além das águas residuais domésti-
cas, o esgoto é classificado em águas residuais orgâ-
nicas, tóxicas e inertes.
Finalmente, em termos de classificação, os es- As instalações de esgoto doméstico são classificadas
gotos podem ser divididos em sistema dinâmico e em instalação de esgoto primário, secundário e sis-
sistema estático. tema de ventilação.
Os sistemas em rede urbana são todos dinâmi- O esgoto primário é a parte da instalação a qual os
cos, pois o esgoto segue o caminho de sua coleta até gases, pequenos animais e insetos provenientes da rede
a destinação e tratamento. de esgoto pública têm acesso. É a parte da instalação
Um exemplo de sistema estático é a utilização de que recebe o esgoto da parte secundária e se localiza en-
fossa séptica, que é um tanque abaixo do solo que se- tre os desconectores e o coletor público ou fossa séptica.
para a parte sólida e líquida do esgoto. A parte sólida O esgoto secundário é a parte da instalação a
se deposita no fundo da fossa e sofre um processo de qual os gases, pequenos animais e insetos não têm
decomposição a partir da ação de bactérias anaeró- acesso. São as tubulações das peças sanitárias e da
bicas (sem oxigênio), diminuindo, assim, a quanti- canalização que terminam nos desconectores. Essa
dade de matéria orgânica do esgoto. Desse modo, parte da instalação está localizada dentro das áreas
a parte líquida sofre um processo de purificação, molhadas da edificação, como banheiros, cozinhas
podendo retornar ao meio ambiente. Esse tipo de e lavanderias. A seguir, esquema com o caminho do
sistema é muito utilizado na zona rural e em edifi- esgoto da edificação à rede pública ou fossa séptica.
cações isoladas, em que não há rede coletora pública
Esgoto Desconector Esgoto Coletor
de esgoto. secundário primário público
Nesta Unidade, trataremos especificamente dos ou fossa
séptica
esgotos domésticos e de sua instalação, objetivando
fornecer a você, estudante, parâmetros de projeto e Caminho do esgoto
execução que contribuam com a qualidade de proje- Figura 1 - Esquema do caminho do esgoto
to dos ambientes. Fonte: as autoras.
83
INSTALAÇÕES PREDIAIS
h h
h
Fecho
5cm
hídrico
Além disso, a norma estabelece que o desconector São utilizados sifões individuais para cubas de ba-
deve apresentar orifício de saída com diâmetro igual nheiros, pias de cozinha e tanques de lavar roupa,
ou maior ao ramal de descarga a ele conectado. como podemos visualizar nas figuras a seguir.
84
DESIGN
1 2 3
Figura 4 - Tipos de sifão encontrados no mercado (1. Sifão Tipo P (Universal), 2. Sifão Garrafa, 3. Sifão Tipo S).
As bacias sanitárias e os mictórios são peças que bacias sanitárias convencionais utilizam o processo
possuem fecho hídrico próprio. A figura a seguir de sifonagem. Nesse processo, o fluxo dos dejetos é
mostra o fecho hídrico de uma bacia sanitária com feito unicamente pela força da água de descarga e,
caixa acoplada. necessariamente, a tubulação de esgoto é posiciona-
da para baixo.
No caso das bacias sanitárias que utilizam o pro-
cesso de arraste, além do arrastamento dos despejos
pelas descargas de água, o sistema é reforçado por
uma aspiração ocasionada pela disposição de seus
canais internos (MACINTYRE, 1990).
No sistema de arraste, a saída de esgoto é hori-
Fecho Hídrico
(sifão)
zontal, o que permite, por exemplo, bacias suspen-
++
+ ++
sas. Além disso, bacias de arraste permitem que a
+
+ tubulação de esgoto seja instalada na parede em ní-
Esgoto primário + Gases
vel superior ao piso, mesmo que a bacia esteja nele
Figura 5 - Bacia sanitária com caixa acoplada e fecho hídrico
apoiada. Esse tipo de bacia permite fácil instalação
Fonte: as autoras. das tubulações de esgoto em paredes de dry wall e
light steel framing.
A limpeza dos dejetos sanitários pode ser feita de A figura a seguir mostra o sistema por sifonagem
duas maneiras: por sifonagem ou por arraste. As e o sistema de arraste em bacias sanitárias.
85
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Saída de
esgoto Ralo - tampa grelha
Diâmetro
Nominal
Saída de esgoto
Esgoto primário
Bacia sanitária Bacia sanitária h
por sifonagem por arraste Fecho Hídrico
Saída de
esgoto Septo
Entrada do ramal
de descarga
Perfil caixa sifonada
Saída de esgoto Figura 7 - Perfil caixa sifonada
Fonte: as autoras.
Bacia sanitária Bacia sanitária
por sifonagem por arraste
Figura 6 - Sistema de sifonagem e de arraste em bacias sanitárias
Fonte: as autoras. Caixas de gordura
As caixas de gordura são caixas retentoras e têm a
função de reter gorduras, graxas e óleos que podem
Caixas sifonadas e ralos sifonados obstruir as canalizações de esgoto. Devem ser insta-
As caixas e ralos sifonados são dispositivos que têm ladas em locais de fácil acesso e com boa ventilação.
a função de receber a água de lavagem de pisos e ou- Em residências, geralmente são instaladas na parte
tros, bem como de receber os afluentes da instalação externa, já em edificações verticais a instalação con-
de esgoto secundário dos aparelhos, com exceção do ta, ainda, com tubos de queda de gordura.
vaso sanitário ou mictórios. As caixas de gordura são necessárias para re-
Segundo Macintyre (1990), esses dispositivos ter os dejetos gordurosos de pias de cozinha, copa
possuem um septo que funciona como um fecho e churrasqueiras, bem como de máquinas de lavar
hídrico, separando o esgoto primário do secun- louça. Podem ser de PVC, de alvenaria de tijolos ou
dário. de concreto, permitindo a limpeza periódica para
Os ralos e as caixas sifonadas são utilizados em remoção da gordura.
cozinhas, banheiros ou em qualquer ambiente que A NBR 8160 (ABNT, 1999) regulamenta as cai-
possua uma ligação direta com a tubulação de es- xas de gordura quanto à sua capacidade volumétrica,
goto. Podem ser fabricados de diversos materiais, vedação e alturas dos tubos de entrada e de saída dos
como PVC (frequentemente usado), ferro fundi- efluentes, visando à retenção da gordura. As com-
do, cobre, concreto, entre outros. Esses dispositivos panhias responsáveis pela rede pública de água e de
possuem tampa tipo grelha, que pode ser metálica e esgoto normalmente disponibilizam manuais, dicas
removível para facilitar a limpeza e a desobstrução. e desenhos ilustrativos sobre as instalações prediais,
A figura a seguir mostra uma caixa sifonada ge- incluindo frequentemente desenhos padronizados
nérica e seu perfil. de caixas de gordura, de inspeção e outras.
86
DESIGN
l
Septo
Caixa de Gordura
Figura 8 - Caixa de gordura
Fonte: as autoras.
Sistema de ventilação
Junto com os desconectores, o sistema de ventilação
em uma instalação de esgoto é muito importante.
Na falta de uma dessas partes, ou na inadequação
de sua instalação, provavelmente haverá mau cheiro
nos ambientes.
A ventilação da instalação de esgoto compre-
ende o conjunto formado pelas colunas e ramais de
ventilação que tem a função de ventilar os desconec-
tores e os ramais de esgoto (esgoto primário). Figura 9 - Corte de instalação de tubo de ventilação.
O sistema de ventilação permite a troca de ar Fonte: adaptada da NBR 8160 (ABNT, 1999).
87
INSTALAÇÕES PREDIAIS
refere ao fato de que esse escoamento seja realizado Com relação às tubulações verticais, em espe-
por gravidade, portanto deve apresentar uma decli- cial a instalação dos tubos de queda, um princípio
vidade constante. a ser seguido sempre que for possível é o de que os
Nesse sentido, a NBR 8160 (ABNT, 1999) re- mesmos estejam sempre alinhados, formando uma
comenda que para as tubulações horizontais com única vertical.
diâmetro nominal igual ou inferior a 75mm (3”), a Em edificações de dois ou mais andares, devem
declividade seja de 2%. Para aquelas tubulações com ser previstos tubos de quedas especiais (separados
diâmetro nominal igual ou superior a 100mm (4”), dos banheiros) para as pias de cozinha, máquinas
a declividade deve ser de 1%. de lavar louça com ventilação e caixas de gordura
coletivas.
A seguir, um corte genérico mostrando as tubu-
Tubo de ventilação
lações horizontais e verticais.
Caixa de inspeção
Esgoto Primário
Esgoto
Esgoto p
rimário Coletor Coletor Tudo de queda
predial público 1,5m
secundário Cx. sifonada Esgoto p (TQ)
rimário desconector
(ralo sifonado) Ramal de
Ramais de esgoto
15m
subcoletores ventilação (RV)
(da última caixa de
Ramais de inspeção ao coletor
descarga predial)
88
DESIGN
de utilização para a passagem de água fria e quente. É o que implica na utilização de forros de gesso (mais
importante atenção com a passagem da canalização de comum) no ambiente do pavimento inferior.
esgoto e localização de seus acessórios, como os ralos. A canalização de esgoto horizontal influencia no
O calculista de instalações prediais de esgoto, de pé direito dos ambientes do pavimento inferior e no
igual forma que para as instalações prediais de água posicionamento e instalação da iluminação (em espe-
fria e quente, utiliza o projeto arquitetônico como cial de teto) dessas áreas. A figura a seguir mostra um
base de desenvolvimento dos cálculos e localização modelo da instalação de esgoto entre dois pavimentos.
de tubos, conexões e dispositivos complementares. É importante, na elaboração de projetos para as
Assim sendo, é importante que o designer de inte- áreas molhadas, o posicionamento dos ralos que vão
riores, ao elaborar um projeto de instalações de es- embutidos nos pisos. Devem ser posicionados os ra-
goto, considere os seguintes parâmetros: los secos e sifonados.
• Definir e identificar os pontos geradores de
coluna de ventilação
águas servidas, negras e aquelas que contêm
tubo de queda
gorduras.
• Definir e posicionar os desconectores (ralos
sifonados e caixas de gordura, por exemplo). ramal de ventilação
150mm
vaso auto
• Indicar a necessidade do sistema de ventilação. ralo sifonado
sifonado
laje
• Considerar o posicionamento de tubos de
queda. DN
ramal de altura do
descarga forro
• Indicar a necessidade de caixas de inspeção. forro de gesso
como tubos de queda e das tubulações de ventilação. Fonte: Almanaque Brasil Socioambiental (2008, p. 305).
89
INSTALAÇÕES PREDIAIS
NOÇÕES DE DIMENSIONAMENTO
Para dimensionar as tubulações de uma instalação O Diâmetro Nominal das tubulações correspon-
de esgoto predial, são utilizados o critério das Uni- de, aproximadamente, ao diâmetro interno das tu-
dades Hunter de Contribuição (UHC) e o Diâmetro bulações e também é especificado pela NBR 8160
Nominal (DN) das tubulações, os quais são determi- (ABNT, 1999).
nados pela NBR 8160 (ABNT, 1999). Nas instalações prediais de esgoto, são utili-
As Unidades Hunter de Contribuição corres- zadas diversas tabelas que objetivam facilitar os
pondem aos pesos atribuídos a cada aparelho sani- cálculos e dimensionamento das tubulações. De
tário. Esses pesos, ou sua somatória, determinam o posse do projeto arquitetônico ou dos ambientes
diâmetro de diversas tubulações e são especificados interiores, o projetista das instalações desenvolve
pela NBR 8160 (ABNT, 1999). o projeto.
90
DESIGN
91
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Instalações Prediais
de Águas Pluviais
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) ao segundo tó- que separa a coleta em duas redes: uma somente
pico da Unidade III do nosso livro didático. Neste para águas residuais e outra para águas pluviais e de
tópico trataremos das instalações prediais de águas infiltração, dando-lhes destinação diferentes.
pluviais, vamos conhecer o conceito, os objetivos, a A legislação pertinente às águas pluviais é a NBR
terminologia e as principais diretrizes normativas 10844 (ABNT, 1989). Essa norma fixa, para a cober-
sobre as águas pluviais. Além disso, compreendere- tura e demais áreas da edificação (pátios, quintais,
mos os princípios gerais da interface dos componen- varandas, entre outros), as exigências e os critérios
tes e materiais da instalação de águas pluviais com necessários aos projetos das instalações de drena-
o projeto arquitetônico e os sistemas construtivos, gem de águas pluviais, com o objetivo de garantir
bem como os sistemas de reuso de água pluvial. níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança, hi-
O sistema de águas pluviais compreende seu es- giene, conforto, durabilidade e economia.
coamento e drenagem, tanto nas edificações quanto
no espaço público, conduzindo a água para lugares PARTES CONSTITUINTES DA
adequados e permitidos. INSTALAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS
O sistema de esgotamento das águas pluviais Segundo Creder (2006), a maioria dos códigos de
deve ser completamente separado do sistema de es- obras municipais proíbe o caimento livre de água
goto. Desse modo, como estudado na Unidade I, o das coberturas das edificações com mais de um
sistema adotado no Brasil, em especial para os aglo- pavimento, bem como seu caimento para terrenos
merados urbanos, é o Sistema Separador Absoluto, vizinhos. Assim, é muito importante a instalação
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DESIGN
93
INSTALAÇÕES PREDIAIS
disso, os condutores podem ser externos ao edifí- considerar a inclinação da cobertura, a inclinação da
cio ou internos, instalados nas paredes de vedação, chuva e do vento. Somente de posse desses cálculos
shafts ou em estruturas pré-moldadas. é possível estimar a vazão de projeto (l/mm) e o di-
Assim, a escolha e formato de calhas, conduto- mensionamento das tubulações.
res, grelhas, entre outros acessórios das instalações
de águas pluviais, além de suas prerrogativas técni- REUSO DE ÁGUAS PLUVIAIS
cas, estão condicionados à linguagem e composição Nas construções, o aproveitamento das águas pluviais
arquitetônica dos edifícios ou áreas projetadas. para fins de uso que não requerem água potável é cada
Por outro lado, quando essas tubulações estão vez mais frequente. Normalmente, a utilização dessas
embutidas em elementos estruturais, devem ser águas está concentrada na irrigação de jardins e gra-
projetadas e alojadas em passagem calculadas pelo mados, lavagem de calçadas e automóveis, espelhos de
projetista estrutural, visando à preservação das con- água, usos industriais e descarga de vasos sanitários.
dições estruturais dos elementos, bem como a pre- Embora a reutilização das águas pluviais seja uma
servação das tubulações. boa alternativa de racionalização do uso de água, al-
guns requisitos devem ser levados em consideração.
O primeiro deles, e exposto anteriormente, é que
DIMENSIONAMENTO DAS INSTALAÇÕES esse tipo de água deve ser utilizado para atividades
DE ÁGUAS PLUVIAIS que não requerem altos índices de potabilidade.
Para o dimensionamento dos elementos das instala- Águas pluviais não devem ser usadas para be-
ções de águas pluviais, como calhas e condutores ver- ber ou preparar alimentos.
ticais, o projetista utiliza dados meteorológicos que Outra questão importante é que quando utili-
permitem calcular a altura e a intensidade pluviomé- zadas, as águas pluviais devem ser tratadas, pois o
trica. Isso significa que para a captação e drenagem contato com essas águas pode causar alergias ou in-
das águas pluviais, é necessário conhecer a intensida- fecções à pele humana.
de, duração e frequência dos períodos de chuva, bem A captação, armazenamento e utilização de
como a direção e intensidade de ventos que incidem águas de chuva trazem várias vantagens. Dentre elas,
sobre as edificações e áreas sujeitas a essas intempéries. destacamos as seguintes:
O vento deve ser considerado, pois sua direção • Redução do consumo e custo de fornecimen-
pode ocasionar uma maior quantidade de chuva em to de água da rede pública.
uma determinada área de cobertura ou superfície da • Redução da utilização de água potável para
edificação, o que altera o dimensionamento das tu- atividades nas quais ela possa ser dispensada.
bulações de águas pluviais.
Outro item importante para o dimensionamen- Ainda, a ABNT dispõe de legislação específica com
to é a área de contribuição, ou seja, a somatória relação à reutilização de águas de chuva por meio
das áreas das superfícies que recebem chuva e que da NBR 15527 (ABNT, 2007), a qual regulamenta o
a conduzem para as tubulações de águas pluviais. aproveitamento de água de chuva de coberturas em
Nos cálculos de área de contribuição, é necessário áreas urbanas para fins não potáveis.
94
DESIGN
Recomenda-se o descarte das águas pluviais de com a demanda de empregabilidade, podendo ser
escoamento inicial, tendo em vista a concentração utilizados para suprir o uso interno e externo sepa-
de componentes tóxicos e poluentes acumulados na radamente ou simultaneamente.
atmosfera, em especial nos centros urbanos. Com A figura a seguir mostra um esquema técnico de
tal objetivo, a norma indica o descarte de 2mm da reaproveitamento de águas de chuva.
precipitação inicial.
Com relação ao dimensionamento de reservató-
Desvio do condutor
rios, devem ser utilizados critérios técnicos, econômi- de descida para
Reservatório da
água da chuva
o sistema
cos e ambientais, levando em consideração a separação Peneira
Ladrão ant.
refluxo
total desses reservatórios com os de água potável, as Filtro e
seletor de
águas
condições climáticas de precipitação e intensidade de
Clorador
Registro
chuvas locais e sua manutenção e correta higienização.
CISTERNA
Descarte da
primeira água da
REFLITA chuva ou água Redutor de
turbulência
de chuva fraca
Obs.: só usar cloro de origem
orgânica (cloro para piscina)
Preservar a natureza é a única forma de na- Figura 15 - Esquema técnico de reaproveitamento de águas de chuva
turalmente preservar a vida. Fonte: Sempre Sustentável (APROVEITAMENTO…, [2016], on-line)1.
(Edison Urbano)
O sistema de aproveitamento de águas pluviais pode
ser instalado em edificações já construídas, reque-
rendo adaptações para a instalação. Assim, é impor-
Funcionamento de um Sistema de Reuso de tante conferir se a edificação possui instalação de
Águas Pluviais coleta de águas pluviais e espaço para instalação de
Para o reaproveitamento eficiente das águas pluviais, cisterna (subterrânea ou de superfície).
o sistema deve ser projetado levando em considera- No caso do projeto de aproveitamento das águas
ção as necessidades dos usuários, o tipo e as carac- pluviais para a descarga de bacias sanitárias, em edi-
terísticas construtivas da edificação, a localização e ficações construídas, a instalação deverá ser separada
o tipo de reservatório, bem como as características da instalação hidráulica de água fria, o que pode re-
da área de captação de água. A partir dessas consi- querer uma reforma para passagem das tubulações.
derações, é possível definir e escolher o modelo de Vale reforçar que o aproveitamento dessas águas e
sistema a ser utilizado e a empresa que fornecerá os a instalação do sistema devem ser realizados de forma
materiais e a instalação. responsável, em especial em relação ao seu uso. Des-
As soluções para reciclagem das águas de chu- sa maneira, é importante a atenção aos tipos de filtro
va podem variar, apresentando modelos de sistemas necessários e ao sistema de higienização. A instalação
mais completos com o uso de cisternas, filtros de também deve ser realizada de forma adequada, tanto
descida e caixas de água acima do nível do solo, por no cumprimento das legislações pertinentes quanto
exemplo. Além disso, os modelos variam de acordo no respeito aos princípios técnicos de construção.
95
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Instalações
Prediais de Prevenção e
Combate a Incêndios
[...] compreendem as que objetivam detectar, in-
Vamos discorrer sobre os conceitos de prevenção e formar onde se iniciou o incêndio e debelá-lo com
combate a incêndios, bem como as principais nor- presteza tão logo irrompa, evitando que se pro-
mativas. Vamos conhecer a relação entre projeto de pague e, portanto, restringindo o montante dos
arquitetura e projeto de prevenção de incêndios e prejuízos e impedindo que as pessoas venham a
sofrer algum dano (MACINTYRE, 1990, p. 147).
também os sistemas e equipamentos de prevenção
e combate a incêndios e sua interface com o projeto A legislação contra incêndio, no Brasil, obedece a
arquitetônico e os sistemas construtivos. um conjunto de normas de diversas entidades. Des-
Nessa perspectiva, as instalações de prevenção e tacamos as três entidades principais a seguir:
combate a incêndio são muito importantes, uma vez • Normas estabelecidas pela Associação Brasi-
que têm como objetivo salvaguardar a vida humana leira de Normas Técnicas (ABNT), com es-
e seus bens. Assim, o projeto e a execução desse tipo pecial atenção à NBR 13714 (ABNT, 2000):
Sistema de hidrantes e de mangotinhos para
de instalação requerem conhecimento e responsabi-
combate a incêndio; NBR 13435 (ABNT,
lidade, já que as consequências de um incêndio são 1995): Sinalização de segurança contra in-
imediatas e com perdas irreparáveis. cêndio e pânico – Procedimento; e NBR
Segundo Macintyre (1990), as instalações contra 14276 (ABNT, 1999): Programa de brigada
incêndio: de incêndio.
96
DESIGN
É importante destacar o papel das instituições públi- Com tais objetivos, é necessário que os profissionais
cas, que detêm o poder de legislar sobre o assunto, bem que projetam e executam as edificações e os ambien-
como o papel das empresas de seguro. Na contratação tes internos considerem:
desses serviços contra incêndios, dentre outros riscos, • O dimensionamento dos ambientes, bem
as seguradoras realizam inspeções para determinarem como o tipo e a resistência ao fogo do mate-
as condições das edificações e os riscos. Essa postura rial utilizado em vedações.
contribui para a avaliação e correção de situações de • O dimensionamento, a proteção e a resistên-
insegurança para os usuários e bens patrimoniais. cia ao fogo da estrutura do edifício.
Segundo o Instituto Sprinkler Brasil (ESTATÍSTI- • O dimensionamento e o tipo de materiais de
CAS…, on-line)2, em 2015 foram contabilizadas 1.349 revestimento e sua resistência ao fogo.
ocorrências de incêndio no país. O ISB monitora a ocor- • A prevenção e o acesso adequados de rotas de
rência de incêndios estruturais, que consistem em sinis- fuga, da localização de saídas e da sinalização
para evacuação dos ambientes e edifícios.
tros em edifícios, como depósitos, hospitais, hotéis, esco-
• A prevenção de circulação vertical (escadas e
las e edifícios públicos. A maior ocorrência de incêndios
elevadores) devidamente projetada para pre-
aconteceu, segundo o Instituto, em edificações comer- venção, proteção e combate a incêndio. No
ciais, como lojas, shopping centers e supermercados. caso de edificações verticais altas, é necessá-
As maiores ocorrências de incêndios acontecem rio prever elevadores de emergência alimen-
nas edificações, tanto nas de pequeno porte quanto tados por circuito próprio.
nas de grande porte. Comumente, o início desses in- • A prevenção de todos os sistemas contra incên-
cêndios é causado por vazamento de gás de bujões dio adequados às necessidades de cada edifica-
com explosões, curto circuito em instalações elétricas ção, tais como: sistema de detecção e alarme de
incêndio, sistema de chuveiros automáticos de
por excesso de carga, manuseio de explosivos e ou-
extinção de incêndio (sprinklers) e equipamen-
tros produtos perigosos em locais não adequados, es-
tos manuais para combate a incêndio.
quecimento de ferro de passar roupa, fogões, eletro-
• A prevenção de iluminação de emergência.
domésticos ligados, entre outros (SEITO et al, 2008).
• O dimensionamento e o controle dos locais,
Esses dados possibilitam dimensionar a impor- equipamentos, materiais e instalações com
tância do reconhecimento de projetar e executar maiores riscos de incêndio, bem como con-
edificações preparadas para a prevenção e combate trole das fontes de ignição.
de incêndio, objetivando assegurar ao máximo a sal- • A prevenção de acesso livre ao Corpo de
vaguarda de pessoas e bens patrimoniais. Bombeiros.
97
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Na elaboração correta do projeto de prevenção Classe B: fogo em inflamáveis que queimam so-
e combate a incêndio, o profissional deve adotar a mente em sua superfície, não deixando resíduos,
lei municipal ou a lei estadual, que regulamenta o como óleos, graxas, vernizes, tintas, gasolina,
assunto no local onde a edificação será executada. querosene, solventes, borracha, óleos vegetais e
Todo projeto que requer esse tipo de instalação de- animais.
verá ser aprovado pelo órgão competente do Corpo
de Bombeiros. Classe C: fogo em equipamentos elétricos ener-
Para o dimensionamento e detalhamento do gizados (motores, geradores, transformadores,
projeto de instalações prediais de prevenção e com- reatores, aparelhos de ar-condicionado, televiso-
bate a incêndio, as normas da ABNT devem ser se- res, rádios, quadros de distribuição etc).
guidas.
Classe D: fogo em metais piróforos e suas ligas
Fogo e incêndio: fundamentos (magnésio, sódio, potássio, alumínio, zircônio,
Segundo a NBR 13860 (ABNT, 1997), o fogo é o titânio e outros). Inflamam-se em contato com o
processo de combustão caracterizado pela emissão ar ou produzem centelhas e até explosões quan-
de calor e luz. Para que isso ocorra, é necessário a do pulverizados e atritados.
coexistência de quatro componentes: o combustível,
o comburente (no caso, o oxigênio) o calor e a rea- MÉTODOS E EQUIPAMENTOS UTILIZA-
ção em cadeia. DOS NA EXTINÇÃO DE INCÊNDIO
A NBR 13860 (ABNT, 1997) define o incêndio Para a extinção de incêndio, o método mais utiliza-
como o fogo fora de controle. do é o resfriamento e o agente extintor mais empre-
A ocorrência de incêndio origina o calor, a fu- gado é a água. A água pode ser utilizada no combate
maça e a chama, que são produtos da combustão. Es- a incêndios em forma de jato ou pulverizada.
ses produtos originam o funcionamento dos meios Como os incêndios são de classes diferentes,
e sistemas de combate a incêndio que atuam pela outros agentes extintores são utilizados para seu
inibição de um ou mais dos componentes do fogo. aniquilamento, como a espuma, o CO2 (dióxido de
A classificação dos incêndios é realizada confor- carbono) e o pó químico.
me os materiais nele envolvidos e pelo modo como
eles se encontram e estão dispostos nos ambientes. Sistema de detecção e alarme de incêndio
Segundo Macintyre (1990), são quatro as classes de Esses sistemas constituem os meios de aviso e alerta de
incêndio, definidas a seguir. incêndio, correspondendo ao sistema manual de alarme
contra incêndio e ao de detecção automática de fogo e
Classe A: fogo em materiais comuns de fácil fumaça. São compostos por uma central de alarme que
combustão, com a propriedade de queimarem tem o objetivo de coletar as informações dos detectores
em sua superfície e profundidade, deixando resí- e acionar os sinalizadores (sonoros, visuais ou mistos).
duos. É o caso da madeira, tecidos, lixo comum, Os detectores têm a função de avaliar as condições do
papel, fibras, forragem etc. ambiente e detectar a presença de incêndio.
98
DESIGN
O sistema de sprinklers
Sistema de chuveiros automáticos de extinção pode ser localizado junto
de incêndio (sprinklers) ao sistema de detectores de
O sistema de chuveiros automáticos é um dos mais fumaça, compondo um
adequados sistemas de combate a incêndio, desde sistema mais completo
que projetado de maneira apropriada, com avalia- de combate a incêndios,
ção exata dos riscos para a adoção dos equipamen- conforme mostrado na fi-
tos corretos (tipo de sprinkler). gura a seguir.
99
INSTALAÇÕES PREDIAIS
EQUIPAMENTOS MANUAIS
PARA COMBATE A INCÊNDIO
Nas áreas urbanas e por força de lei, as edificações,
com exceção das residências unifamiliares, devem
possuir equipamentos manuais para o combate e
extinção de focos iniciais de incêndio. A instalação
desses equipamentos deve seguir rigorosamente as
normas estabelecidas quanto à sua localização, utili-
zação e manutenção.
Extintores
Os extintores são equipamentos de uso manual
e imediato, confeccionados em metal. Podem
ser de dois tipos: portáteis e sobre rodas. Os
extintores sobre rodas, geralmente, possuem
maior volume de agente extintor, o que aumenta Figura 20 -
a sua capacidade de anulação de focos de incêndio. Extintor sobre rodas
100
DESIGN
Hidrantes e mangotinhos
Os hidrantes são terminais hidráulicos que com- O cálculo da distância a percorrer até os extintores e
põem o sistema ativo contra fogo. A utilização do hidrantes, bem como da área (m²) de capacidade ex-
sistema de hidrantes é necessária quando outros tintora desses equipamentos, depende da avaliação
meios de combate ao fogo, como o uso de extintores, do risco a incêndio dos locais e da sua classificação.
tornam-se ineficientes. Portanto, a localização e a quantidade de extintores
A rede de hidrantes é composta pelo reservatório e hidrantes no projeto e edificação deverão ser me-
de água (reserva de incêndio) e instalação hidráulica diadas pela consulta às respectivas normas da ABNT
independente da rede normal. Caso seja necessário, e normas do Corpo de Bombeiros.
à rede de hidrantes pode ser somado um sistema de Os hidrantes podem ser internos e externos à
pressurização para manutenção da pressão e vazão edificação. O hidrante de solo ou urbano e o hidran-
adequadas da água. Quando aparente, a canalização te de recalque são dispositivos externos usados so-
deve ser pintada de vermelho. mente pelo corpo de bombeiros.
101
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Mangueiras de Incêndio
As mangueiras de incêndio são constituídas por
duto flexível, contendo dispositivos nas ex-
tremidades que permitem sua cone-
xão com outros equipamentos.
As mangueiras são
classificadas em cinco
tipos, de acordo com
a máxima pressão de
água permitida, a resis-
Figura 23 - tência à abrasão e a superfí-
Hidrante de
parede - uso
cies quentes, bem como ao tipo
Figura 25 - Mangueira
interno. de edificação e atividade. de incêndio
102
DESIGN
Figura 26 - Saída de
emergência, porta cor-
ta fogo e sinalização
103
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Figura 27 - Porta
de emergência com
barra antipânico
Para as rampas e escadas, cabe ressaltar os parâme- 6. Os degraus de uma escada devem ter altura
tros a seguir. (h) entre 16cm e 18cm, com tolerância de
5cm, e ter largura (b) dimensionada pela fór-
1. As declividades máximas das rampas variam mula de Blondel: 63 < (2h +b) < 64 (medidas
entre 10% a 12,5% de acordo com o tipo de em cm).
edificação. 7. Os parâmetros de uso de patamares em esca-
2. As rampas não podem terminar em degraus das são iguais que para as rampas. Não po-
ou soleiras. Quando há necessidade de pata- dem existir lances de escada com menos de
mares entre os lances de rampa, eles devem três degraus.
ter no mínimo 1,10 de comprimento. 8. Igual para rampas, as escadas devem possuir
3. Os patamares de rampas são necessários corrimão, guarda-corpo, piso antiderrapante ou
quando há mudança de direção ou quando a elementos antiderrapantes e sinalização.
altura a ser vencida pelo lance de rampa for 9. As escadas podem ser enclausuradas ou não.
maior que 3,70 metros. Quando enclausuradas, devem ser comparti-
4. Não é permitido a colocação de portas em mentadas, construídas com materiais incom-
rampas. As portas somente poderão dar aces- bustíveis e possuir porta corta fogo. Quando
so às rampas em pisos em nível. não enclausuradas, devem ser construídas
5. Ainda, as rampas devem ter piso antiderra- com materiais incombustíveis, cuja resistên-
pante, ser dotadas de corrimão, guarda-cor- cia ao fogo, em termos de tempo, seja de, no
po e sinalização. mínimo, duas horas.
104
DESIGN
SINALIZAÇÃO E ILUMINAÇÃO
DE EMERGÊNCIA
A sinalização de emergência é regulamentada fun- Toda sinalização de emergência utiliza padrões de sím-
damentalmente pelas NBR 13434/1995 (Sinalização bolos gráficos, mensagens escritas e cores, produzindo
de segurança contra incêndio e pânico – Formas, di- uma linguagem clara e de fácil entendimento. Divide-se
mensões e cores – Padronização); NBR 13435/1995 em dois grupos: a sinalização básica e a complementar.
(Sinalização de segurança contra incêndio e pâni- A sinalização básica agrupa quatro categorias de
co – Procedimento); e NBR 13437/1995 (Símbolos mensagens, as quais se constituem na sinalização mí-
gráficos para sinalização contra incêndio e pânico nima de uma edificação. Ela é representada pela sina-
– Simbologia). lização de proibição, alerta, orientação e salvamento e
Os objetivos da sinalização e iluminação de emer- equipamentos. Cada categoria de sinalização corres-
gência são alertar e orientar na adoção de condutas ponde a uma formatação padrão de placa com rela-
e medidas apropriadas para os riscos existentes, bem ção à forma, ao tipo de fundo e ao pictograma.
como orientar os usuários com relação a localização e A seguir, apresentamos o Quadro 1, com exem-
manuseio de equipamentos e rotas de fuga. plos de sinalização básica.
Forma: circular
Fundo: branco
Sinalização Proibido utilizar elevador Pictograma: preto
de proibição em caso de incêndio. Faixa circular e barra diame-
tral: vermelha.
Forma: triangular
Sinalização Fundo: amarelo
Cuidado: risco de incêndio. Pictograma: preto
de Alerta
Faixa triangular: preta.
Forma: retangular
Saídas de emergência: indicação Fundo: verde
Sinalização de Orien- do sentido da saída e escada Pictograma: fotoluminescente
tação e Salvamento (pictogramas variados). (cor de contraste).
105
INSTALAÇÕES PREDIAIS
106
DESIGN
107
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Materiais
em Instalações
Hidrossanitária
Atualmente, no mercado existem diversos materiais tubos e conexões em policloreto de vinila (PVC),
para atender aos diferentes projetos de instalações sendo frequentemente usado em residências. O
hidráulicas. A escolha do tipo de material depende mercado dispõe de duas linhas de produtos em
da necessidade, das características do projeto, da PVC: o PVC soldável e o PVC roscável. O primeiro
disponibilidade de materiais do mercado, bem como tem um custo menor em relação ao segundo e é de
do custo e benefício do projeto em execução. fácil aplicação, mas a manutenção de instalações
A escolha dos materiais para as instalações pre- em PVC roscável é mais simples e rápida, fazendo
diais hidráulicas deve levar em consideração algu- com que seja mais utilizado em instalações provi-
mas propriedades, tais como resistência, estanquei- sórias.
dade, durabilidade e facilidade de instalação. Assim Além disso, o PVC pode ser flexível ou rígido,
sendo, para as instalações prediais há uma variedade o qual é o mais usual em instalações de água fria,
de matérias-primas disponíveis no mercado. esgoto e águas pluviais. O PVC flexível é fabricado à
base de polietileno e frequentemente é utilizado em
PVC instalações de emergência e irrigação (ver figura a
Para instalações de água fria é usual a utilização de seguir).
108
DESIGN
Para o PVC rígido soldável, o mercado dispõe de tu- As conexões da instalação de água quente com CPVC
bulações com diâmetro entre 20mm e 100mm e para podem ser feitas por juntas soldadas a frio (com ade-
o PVC rígido roscável os diâmetros variam entre ½” sivo), uso mais frequente, ou por roscas metálicas
e 4”. (macho ou fêmea) disponíveis para as ligações com
Algumas das vantagens do PVC são: baixo custo os aquecedores, registros e torneiras da instalação.
e peso, baixa condutividade elétrica e térmica, boa Os tubos de CPVC são fabricados nos seguintes
resistência química (não enferruja, por exemplo), diâmetros: 15mm, 22mm, 28mm, 34mm, 43mm, e
facilidade de instalação e manutenção. O PVC não 52mm, ou seja, entre ½” e 2”.
deve ser usado para instalações de água quente, pois Uma das maiores vantagens do CPVC é sua bai-
tem baixa resistência a temperaturas altas (em espe- xa condutividade térmica, não exigindo aplicação de
cial acima de 60°C). isolantes térmicos em sua instalação. Além disso, o
material é resistente à corrosão e, por possuir um in-
CPVC terior liso, não acumula detritos e ameniza as perdas
O policloreto de vinila clorado (CPVC) é um PVC de carga na tubulação.
com maior adição de cloro em sua composição, sen-
do mais resistente a temperaturas elevadas, por isso PPR
é frequentemente utilizado em instalações de água O polipropileno copolímero random tipo 3 (PPR) é in-
quente, cuja temperatura não sobrepasse os 70°C. dicado para instalações de água quente até a temperatu-
Suas outras características são similares às do PVC, ra de 70°C, mas a tubulação suporta picos de até 95°C, o
podendo ser usado, também, para água fria. que contribui em caso de problemas com o aquecedor.
109
INSTALAÇÕES PREDIAIS
PEX
O sistema é composto por tubos de polietileno re- requer a construção de um shaft para a passagem
ticulado (PEX), cuja característica principal é a das tubulações e colocação do manifold. O PEX é
flexibilidade. Pode ser utilizado nas instalações hi- frequentemente usado para construções de paredes
dráulicas prediais de água fria e quente, suportando em dry wall.
temperaturas entre 90°C e 100°C. Assim, como em
instalações elétricas, o PEX é instalado
dentro de um condutor.
O sistema PEX requer um distri-
buidor, geralmente em cobre ou la-
tão, chamado manifold, que distribui
a água vinda de um ramal ou coluna
tradicionais para tubos de diâmetro
menor. A instalação de água em PEX
110
DESIGN
COBRE
As tubulações de cobre têm sido historicamente uti-
lizadas nas instalações de água quente. Em algumas
situações, como instalação de aquecedores de pas-
sagem e instalação de vapor em hospitais e lavan-
derias, o uso de tubulações de cobre para condução
da água quente é obrigatória. Tal obrigatoriedade
se deve ao fato de o cobre ter boa resistência a altas
temperaturas. O cobre também é utilizado nas insta-
lações prediais de gás.
As tubulações e conexões de cobre são comer-
cializadas em três classes: classe E, que é indicada
para instalações hidráulicas prediais; classe A, uti-
lizada nas instalações de gás; e por último classe I:
instalações de alta pressão (instalações industriais).
As vantagens do uso do cobre em tubos e cone-
xões são a longa vida útil do material, a resistência
a altas temperaturas (suporta temperaturas superio-
res a 100°C) e boa resistência mecânica a pressão.
No entanto, o cobre tem alto custo e exige mão de
Figura 31 -
obra especializada. Em algumas situações, exige iso-
Tubos e conexões
lamento térmico e atenção à corrosão. em cobre
111
INSTALAÇÕES PREDIAIS
112
DESIGN
113
considerações finais
114
atividades de estudo
115
atividades de estudo
III. Todo projeto que requer esse tipo de instalação deverá ser aprovado pelo órgão
competente do Corpo de Bombeiros.
IV. Os incêndios podem ser classificados em classe A, B, C e D. Essa classificação consi-
dera somente os materiais neles envolvidos.
5. Os materiais utilizados nas tubulações e conexões das instalações prediais são varia-
dos e usados conforme as características de cada instalação. Dentre esses materiais,
o PEX é um material flexível com utilização variada (água fria e quente e instalações
elétricas).
Faça uma pesquisa sobre a utilização do PEX nos sistemas para aquecimento de am-
bientes residenciais e do PEX nos sistemas de água fria e água quente em banheiros
residenciais, abordando características e propriedades do material e sua instalação.
116
LEITURA
COMPLEMENTAR
Leia o excerto do artigo a seguir, que aborda o conceito de águas residuárias e os benefícios
de sua reciclagem e reuso.
117
LEITURA
COMPLEMENTAR
118
DESIGN
O Volume 6 é uma edição especial sobre Sistemas Prediais da Revista Ambiente Construído,
revista on-line da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC) que
apresenta uma série de artigos relevantes sobre a conservação de água em edifícios e sua uti-
lização, bem como sobre esgoto sanitário.
Outros volumes dessa revista também trazem artigos importantes sobre o tema e as tecnolo-
gias empregadas. Exemplo disso é o Volume 13, com o artigo “Viabilidade técnica de implan-
tação de sistema de aproveitamento de água pluvial para fins não potáveis em Universidade”.
Para saber mais, acesse o link disponivel em:
<http://seer.ufrgs.br/index.php/ambienteconstruido/issue/view/286>
119
referências
120
referências
Referências On-line
1
Em: <http://www.sempresustentavel.com.br/hidrica/aguadechuva/agua-de-
-chuva.htm>. Acesso em: 05 set. 2016.
2
Em: <http://www.sprinklerbrasil.org.br/instituto-sprinkler-brasil/estatisticas/
estatisticas-2015-anual-2/>. Acesso em: 15 set. 2016.
3
Em: <http://www.cbm.pi.gov.br/download/201404/CBM16_e8d5685c70.pdf>.
Acesso em: 15 set. 2016.
GABARITO
UNIDADE III
1. C.
2. C.
3. D.
4. A.
5. O(a) aluno(a) deve primeiro conceituar o material, buscando mostrar suas caracte-
rísticas, sua função e formas de utilização. É necessário discorrer sobre o uso dos
sistemas para água fria e quente em banheiros, buscando exemplos que mostrem
como se faz a instalação. O mesmo deve ser feito para o sistema de aquecimento
residencial.
121
INSTALAÇÕES
PREDIAIS ELÉTRICAS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Instalações Prediais Elétricas
• Componentes das instalações prediais elétricas em baixa tensão
• A interface dos componentes das instalações elétricas com o projeto
arquitetônico
• A interface dos componentes das instalações prediais elétricas com os
sistemas construtivos
• O projeto das instalações prediais elétricas e o projeto arquitetônico
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer as instalações prediais elétricas.
• Apresentar os componentes de uma instalação predial elétrica em baixa
tensão, abordando a função de cada um.
• Conhecer as exigências normativas quanto à previsão do número mínimo
de pontos de utilização elétricos e de iluminação.
• Identificar os diversos tipos de materiais utilizados nas instalações prediais
elétricas.
• Compreender o projeto de instalações prediais elétricas.
unidade
IV
INTRODUÇÃO
Instalações
Prediais Elétricas
É inquestionável a importância da energia elétrica GRANDEZAS ELÉTRICAS
em nossas vidas. Graças a ela, aproveitamos melhor Apesar de essencial e parte do nosso dia a dia, esta-
as horas do dia - inclusive com turnos e atividades mos tão acostumados com a eletricidade que nem a
durante a noite -, os alimentos são conservados por percebemos conscientemente. Já que se trata de algo
mais tempo - evitando, também, contaminações -, a não visível, nós a sentimos, mas não a vemos. Para
vida em locais com climas mais extremos - quente que ela exista, é necessário uma rede complexa de
ou frio -, tornou-se mais agradável e menos difícil elementos que, juntos, formam a rede elétrica.
a seus moradores, considerando a possibilidade de Para que esses elementos cumpram essa função,
aquecimento ou refrigeração, entre tantas outras. é necessário um projeto elétrico adequado, e para
Enfim, a energia elétrica é responsável por muitas que ele alcance esse objetivo é fundamental a rea-
soluções que nos oferecem qualidade de vida. lização de cálculos e dimensionamentos. Tais pro-
Porém, a instalação elétrica também pode ofere- cedimentos são embasados em conceitos básicos da
cer riscos, como os choques elétricos ou curtos cir- física, como tensão, corrente e potência elétrica, sen-
cuitos, que podem causar incêndios. Dessa maneira, do que a tensão é a força que impulsiona os elétrons
as instalações elétricas prediais precisam ser bem livres nos condutores, a corrente é o movimento or-
projetadas, calculadas e executadas, a fim de oferece- denado dos elétrons livres nos condutores e a potên-
rem apenas seus benefícios aos usuários dos espaços. cia é a intensidade de luz e calor gerada pela energia.
126
DESIGN
Entenderemos melhor todo esse sistema nos tópicos Para se tornar energia, é preciso que esses elétrons
a seguir. se movimentem de forma ordenada. Assim, faz-se
necessária uma força que os empurre e a essa força
Energia Elétrica é dado o nome de tensão elétrica, representada pela
Inicialmente, temos que saber o quanto iremos letra U, sua unidade de medida é o volt (V). A partir
consumir, ou seja, fazer o planejamento do consu- do momento em que colocamos ordem nesse mo-
mo de energia elétrica para o bom funcionamento vimento desordenado, temos a corrente elétrica, re-
do sistema. Somaremos, então, todas as potências presentada pela letra I, a sua unidade de medida é o
dos equipamentos elétricos que usamos em nossas ampère (A). Isso é, a corrente elétrica é o movimento
residências para garantir o funcionamento seguro ordenado dos elétrons no interior de um condutor
desses aparelhos, evitando o desperdício de energia elétrico.
elétrica. Mas o que é energia elétrica?
A energia pode ser definida como sendo tudo aqui-
lo que proporciona a possibilidade de se realizar uma
ação ou produzir trabalho, ou seja, qualquer item que
esteja trabalhando, movendo outro objeto ou aquecen-
do-o, por exemplo, está gastando (transferindo) energia. Tensão Elétrica
O próprio universo, com todas as suas movimentações, Figura 2 - Representação da tensão elétrica, organizando-se os elétrons e
gera forças de diferentes formas que nos darão várias transformando-os em corrente elétrica dentro de condutor elétrico
127
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Potência Ativa
Potência mecânica
Potência térmica
Potência luminosa
128
DESIGN
A potência reativa é aquela que irá manter os efei- 500 VA x 1 (fator de potência para iluminação) =
tos do campo magnético necessários para o funcio- 500 VA
namento de reatores, motores e transformadores,
sendo que sua unidade de medida é o volt-ampère Isso ocorre sempre que o fator de potência for 1,
reativo (Var). o que significa que toda a potência aparente foi
No caso do dimensionamento das instalações transformada em potência ativa, sendo que essa
elétricas prediais, a potência utilizada é a aparente situação ocorre nos equipamentos que só pos-
ativa. Assim, é esta que entenderemos melhor, na suem resistência, tais como chuveiro elétrico,
sequência. torneira elétrica, lâmpadas incandescentes, fogão
elétrico etc.
Fator de Potência No caso de uma potência de tomadas de uso
A potência ativa é uma parte da potência aparente geral (TUG), com total de 5.500 VA, se queremos
que é transformada em potência luminosa, térmica e saber o valor de sua potência ativa em W é preciso
mecânica. A diferença entre as potências é chamada fazer o seguinte cálculo:
de fator de potência. Para efeito de cálculo em pro- 5.500 VA x 0,8 (fator de potência para TUG) =
jetos elétricos residenciais, utilizamos os seguintes 4.400 W[U3]
valores de conversão:
Assim, entendemos que a potência ativa trata-se de
Potência aparente = uma parcela da potência aparente, o que faz com que
Potência ativa + Potência reativa ela represente uma porcentagem da potência apa-
Potência ativa (mecânica/luminosa/térmica) = rente transformada em potência mecânica, térmica
Fator de potência x Potência aparente
ou luminosa.
Quadro 2 - Potência aparente
Fonte: Cavalin e Servelin (1998, p. 196).
Fornecimento de energia elétrica
O projeto elétrico é a representação gráfica de como
Fator de potência a energia é distribuída em nossas casas. Nas cidades,
a energia é fornecida pela concessionária local, por
Para iluminação = 1,0
um sistema público, sendo que a entrada em cada
Para tomadas de uso geral (TUG) = 0,8
moradia dá-se pelo poste individual com medidor.
Tabela 1 - Fator de potência
Mas antes de chegar até nossas residências, a energia
Fonte: Cavalin e Servelin (1998, p. 196).
percorre um longo caminho, desde a sua produção
Vamos entender melhor a partir de exemplos. Te- nas usinas geradoras de energia até a sua distribui-
mos uma potência de iluminação total de 500 VA e ção final. Dessa maneira, a energia passa por dife-
queremos saber o valor da potência ativa da mesma rentes fases até a utilização: geração (produção); dis-
em W. Fazemos: tribuição; transmissão e, por fim, utilização.
129
INSTALAÇÕES PREDIAIS
130
DESIGN
cessionária local.
131
INSTALAÇÕES PREDIAIS
Componentes
das Instalações Prediais
Elétricas em Baixa
Tensão
Para que a instalação predial seja realizada, será esses itens são de responsabilidade dos consumido-
preciso um conjunto de componentes que, juntos, res e preparados de forma a permitirem a ligação das
compõem o projeto elétrico. É importante ressaltar unidades consumidoras à rede pública, atendendo às
que esses componentes devem ser de boa qualida- especificações de norma técnica e da concessionária.
de e apresentar o selo do Inmetro, considerando o Uma vez definido o tipo de fornecimento, assim
risco que uma instalação elétrica inadequada pode como o padrão de entrada, de acordo com a norma
oferecer. A seguir, entenderemos melhor a respeito técnica, compete à concessionária fazer a sua ins-
de cada componente e sua função. peção. Estando tudo de acordo, a concessionária
Após a determinação do tipo de fornecimento, instala e liga o medidor e o ramal de serviço. Ago-
pode-se definir o padrão de entrada. Mas o que é o ra a energia estará pronta para ser usada em nossas
padrão de entrada? É o conjunto que compreende casas. Saindo do medidor e por meio do circuito de
desde o ramal de entrada, o poste com isolador de distribuição, a energia é levada até o quadro de dis-
roldana, a caixa de medição, os dispositivos de pro- tribuição (QGD) e, consequentemente, aos vários
teção até a haste de aterramento (Figura 5). Todos circuitos.
132
DESIGN
133
INSTALAÇÕES PREDIAIS
A NBR 5410 (ABNT, 2004) define alguns parâme- PVC, ou mesmo outro material isolante. O diâme-
tros para os circuitos elétricos como forma de ga- tro do fio, chamado também de bitola, determina
rantir maior segurança nessas instalação. Assim, são a capacidade de condução, e para determinar qual
determinados os seguintes critérios: é adequada para cada instalação, é preciso saber a
• Circuitos de iluminação separados dos cir- tensão da rede, a quantidade e os tipos de equipa-
cuitos de tomadas de uso geral. mentos instalados.
• Para cada equipamento com corrente nomi- O fio é feito de um único filamento, por isso são
nal superior a 10A, um circuito independente. rígidos. Enquanto os cabos são formados por vários
• Prever circuitos exclusivos para tomadas de filamentos finos, o que lhes dá maleabilidade e faci-
uso específico, como em chuveiros, apare-
lita sua colocação dentro do eletroduto.
lhos de ar-condicionado, forno de micro-on-
das etc. Para facilitar a instalação e manutenção das re-
des elétricas, a norma NBR 5410 (ABNT, 2004) re-
Para que a energia chegue de um ponto a outro, é comenda que cada fio/condutor tenha uma cor es-
preciso que seja conduzida e essa é a função dos pecífica e, assim, seja reconhecido mais facilmente
condutores elétricos, compostos por fios e cabos. quando necessário. De acordo com a norma, cada
Usualmente, são produzidos em cobre e envoltos em um dos fios tem as seguintes funções e cores:
134
DESIGN
Para conduzir os fios e cabos até os pontos de toma- continuar até outras caixas, ou mesmo encerrar a li-
das, interruptores ou de iluminação, são utilizados nha de rede. As caixas de passagem são embutidas
tubos (mangueiras), sendo que estes podem ser rígi- na paredes ou lajes e nelas são acomodados inter-
dos ou flexíveis e possuem a função de proteger os ruptores, tomadas e pontos de luz. Sua instalação
condutores contra as ações mecânicas, corrosão e até pode ser embutida na parede ou, ainda, sobreposta,
mesmo incêndio - no caso de superaquecimento dos quando não é possível criar rasgos na alvenaria.
condutores. Os eletrodutos flexíveis podem ser em-
butidos na alvenaria, lajes e pisos, enquanto que os
rígidos são instalados nas lajes e pisos e podem, ou
não, ser aparentes.
Esses eletrodutos são comercializados por seu diâ-
metro nominal externo padronizado por norma, sen-
do que sua dimensão interna deve ser capaz de abrigar
e retirar, quando necessário, os condutores ou cabos.
Logo, esses cabos não podem ocupar mais do que 60%
de sua seção para não restringirem a ventilação ou
provocarem esforços no isolamento dos condutores.
Os eletrodutos levam os fios e cabos até as caixas
de passagens, onde os fios podem ser emendados, Figura 7 - Caixa de passagem externa
135
INSTALAÇÕES PREDIAIS
136
DESIGN
137
INSTALAÇÕES PREDIAIS
A Interface dos
Componentes das Instalações
Elétricas com Projeto
Arquitetônico
O projeto elétrico de uma construção deve ser perso- A NBR 5410 (ABNT, 2004) estabelece as condições
nalizado e estar diretamente relacionado ao projeto mínimas necessárias a serem adotadas com relação
arquitetônico, afinal, ele é um projeto complementar. à quantidade e à localização dos pontos de ilumi-
Existem orientações a serem seguidas quanto às nação e tomadas. A norma estabelece a quantidade
definições das instalações elétricas nos ambientes e mínima de tomadas e pontos de iluminação por
nas estruturas arquitetônicas. Assim, a NBR 5410 cômodo.
(ABNT, 2004) apresenta informações de componen- Conforme citado anteriormente, veremos deta-
tes das instalações elétricas e as condições mínimas lhes a seguir.
exigidas para o seu adequado dimensionamento e
a. Tomadas de Uso Geral: a quantidade míni-
funcionamento. Em seguida, faremos um compilado
ma de tomadas para uso geral será distribuí-
dessas informações. da levando em consideração o perímetro do
cômodo em que serão instaladas e de acordo
TOMADAS E ILUMINAÇÃO - PREVISÃO DE com o quadro a seguir:
CARGAS CONFORME A NBR 5410 (ABNT, 2004)
138
DESIGN
Cômodos ou depen-
Pelo menos
dências com área
uma tomada.
igual ou inferior 6m²
Subsolos, halls,
corredores, garagens Pelo menos uma tomada.
ou sótãos.
139
INSTALAÇÕES PREDIAIS
140
DESIGN
A NBR 5410 (ABNT, 2004) não estabelece critérios quantidade e à localização dos pontos de iluminação
para iluminação em áreas externas residenciais, fi- e tomadas. As alturas mais comuns para a colocação
cando essa decisão a critério do projetista e cliente. das tomadas são:
Além da quantidade, a norma estabelece as al- • Tomada baixa: de 20 a 30cm do piso acabado.
turas para as tomadas, tendo como base o tipo de • Tomada média: de 100 a 130cm do piso aca-
equipamentos e a forma adequada de sua instalação bado.
e uso. Dessa maneira, a seguir conheceremos esses • Tomada alta: de 180 a 220cm do piso acabado.
critérios.
Para alturas diferentes, há a necessidade de sua cota
ALTURAS PARA TOMADAS indicativa no projeto, sendo aconselhável um resu-
A NBR 5410 (ABNT, 2004) estabelece as condições mo das alturas de tomadas junto à legenda na folha
mínimas necessárias a serem adotadas com relação à de desenho.
141
INSTALAÇÕES PREDIAIS
A Interface dos
Componentes das
Instalações Prediais
Elétricas com os
Sistemas Construtivos
O projeto de instalação elétrica deverá ser executa- para o embutimento dos eletrodutos e caixas de pas-
do de acordo com as orientações contidas na planta sagem. Nessa etapa, é de grande importância seguir
baixa por um profissional capacitado, evitando, com o que foi definido no projeto elétrico (por exemplo,
isso, que depois da obra ou reforma terminada, se- aparelho que será alimentado e o local de sua ins-
jam feitos arranjos que danifiquem equipamentos talação) para se evitar retrabalho do profissional e
ou sobrecarreguem o sistema, provocando curto cir- desperdício de material.
cuito. Um bom projeto e a sua correta execução tam- As caixas de passagens, como já visto, são em-
bém trarão economia para o usuário, que terá uma butidas nas paredes ou lajes e acomodam tomadas,
lista exata de materiais a comprar, evitando sobras e interruptores ou pontos de luz, facilitando, assim,
desperdícios. a instalação e o reparo desses fios quando necessá-
Para as alvenarias executadas com blocos ou rio, sendo que os fios chegam à caixa por meio dos
tijolos cerâmicos, serão feitos “rasgos” nas paredes eletrodutos.
142
DESIGN
ALVENARIA ESTRUTURAL
A alvenaria estrutural é um processo construtivo
em que as paredes atuam como estrutura. Um dos
princípios fundamentais desse sistema construtivo
é a interligação entre os projetos complementares -
elétrica, hidráulica, iluminação - para que um seja
estabelecido de acordo com o outro e não exista in-
terferência entre eles. Essa medida evita, inclusive,
prejuizos financeiros.
O bloco de concreto apresenta uma boa resistên-
cia em relação ao bloco furado, o que gera um menor
índice de quebras durante a fase de execução das pa-
redes. Outra vantagem se deve ao fato de não haver a
necessidade do rasgamento das paredes para a passa-
gem de tubulação elétrica e hidráulica, pois esses blo-
cos serão posicionados com os seus “furos” na verti-
cal, podendo as instalações serem colocadas nos seus
vazados, o que contribui para um menor índice de
geração de entulhos e maior aproveitamento da mão
de obra, já que as caixas elétricas devem ser fixadas
Figura 10 - Alvenaria com blocos de concreto com eletrodutos
aos blocos e os eletrodutos devem passar pelos furos. Fonte: Lagoeiro (2014, on-line)5.
143
INSTALAÇÕES PREDIAIS
a execução e manutenção das instalações elétricas é Fonte: adaptado de Global Wood (2016, on-line)6.
144
DESIGN
145
INSTALAÇÕES PREDIAIS
O Projeto das
Instalações Prediais
Elétricas e o Projeto
Arquitetônico
A instalação elétrica é uma etapa muito importan- iluminação, das tomadas e interruptores, das caixas
te durante a execução de uma construção. Precisa- de distribuição e do quadro geral de distribuição
mos, portanto, entender a simbologia própria ado- (QDG) e pela potência em Watts de cada lâmpada
tada por engenheiros, eletricistas e projetistas para e demais equipamentos, tais como chuveiro elétrico,
o bom desempenho dessa instalação. Para a implan- ar-condicionado, micro-ondas, freezer etc.
tação adequada da instalação elétrica, é necessário Esse projeto, além de todas as informações ne-
a elaboração do projeto elétrico, contendo todas as cessárias à sua execução e ao bom funcionamento
informações necessárias e baseado em todos os pa- do sistema, irá garantir a segurança dos usuários.
râmetros das normas existentes. Para todos esses itens estarem representados de
O projeto elétrico é composto pela planta baixa forma adequada no projeto arquitetônico, é ne-
- onde está especificada a distribuição elétrica geral, cessário o uso de símbolos gráficos apropriados
indicando a colocação dos conduítes (mangueiras) que devem atender ao que especifica a NBR 5444
e condutores (fios) com a designação de suas bitolas (ABNT, 1989).
ou diâmetros -, pelo posicionamento dos pontos de A seguir, alguns exemplos dessa simbologia:
146
DESIGN
no teto a
Motor
M
M
Ponto de luz {
incandescente a
na parede
Tomada para rádio e TV
não embutido P
Ponde de luz { Caixa de passagem
fluorescente embutido
Quadro parcial de luz ou força
Circuito que sobe Quadro geral de luz ou força não
embutido
Circuito que desce
Quadro geral de luz ou força
Circuito que passa embutido
Caixa de telefone
Tomada de baixa
luz na parede
{ meio alta Eletroduto no teto ou na parede Ø25
alta
Eletroduto no piso Ø25
Tomada no piso
de luz { Tubulação para telefone externo Teto
no teto
Tubulação para telefone interno Piso
na parede
Tomada Condutores de fase, neutro,
de Força
{ no piso
no teto retorno e terra em eletroduto
Botão de minuteria M
a
Interruptor de 1 seção S
Minuteria M
b a
Interruptor de 2 seções S2 Ligação a terra
b a Fusível
Interruptor de 3 seções S3
c Disjuntor a seco
S3w a
Interruptor paralelo ou "three-way" Chave com fusíveis p/ alta tensão
Chave com fusíveis p/ baixa tensão
Interruptor intermediário S4w a
ou "four-way" Disjuntor a óleo
Botão de campainha Chave blindada
Campainha Transformador
REFLITA
148
considerações finais
149
atividades de estudo
150
atividades de estudo
151
LEITURA
COMPLEMENTAR
152
LEITURA
COMPLEMENTAR
Ainda hoje os dispositivos para automação residencial não são difundidos na diversida-
de das suas possibilidades. Tipicamente se encontram os sensores de luz, os relés de
tempo, boias automáticas, as minuterias, relés de proximidade, etc que fazem parte de
um rol de aplicações clássicas.
Os dispositivos que têm possibilidade de operar numa rede informatizada de controle,
e que têm possibilidades maiores do que o clássico, não são tão difundidos.
[...]
Associados à automação, existem os meios para armazenar energia, que em um sen-
tido mais amplo se pode considerar todos os serviços prestados pela eletricidade no
gerenciamento dos sistemas energéticos.
O exemplo da operação de reservatórios de água ilustra um meio de se deslocar a
demanda envolvendo a automação do processo, pois se pode armazenar água mais
intensivamente nos horários mais favoráveis ao consumo de energia. Nos horários de
pico de demanda da energia elétrica, se pode evitar o uso das bombas. Além disso, esse
cenário pode tornar atraente o emprego de fontes alternativas de energia, por exem-
plo, painéis solares poderiam ser utilizados para bombear água nos edifícios durante
o dia.
Existem equipamentos que dependem diretamente da eletricidade para exercer sua
função, tais como as lâmpadas elétricas, computadores e aparelhos eletrônicos de
modo geral.
Para esses equipamentos é necessário armazenar a energia em acumuladores, cuja
operação seria complexa para o ambiente residencial, além dos custos associados.
Neste caso os veículos elétricos podem ser uma solução para prover os meios necessá-
rios para o gerenciamento de energia.
Devido às muitas variáveis que podem ser consideradas no projeto das instalações
elétricas residenciais automatizadas, uma proposta de aplicação pode sistematizar o
trabalho.
Essa tecnologia beneficiada pelos avanços da eletrônica, em particular dos microcon-
troladores e sistemas de aquisição de dados, depende da aplicação irrepreensível da
teoria associada à medição de potência e energia, posto que eles operam na base de
algoritmos de computador.
[...]
153
LEITURA
COMPLEMENTAR
A partir da premissa de que os valores obtidos das medições são confiáveis ainda há
que se definir mais precisamente o seu uso prático nos sistemas automáticos tanto do
lado da concessionária quanto pelo lado do consumidor. Para isso devem ser desen-
volvidos aplicativos amigáveis para servir ao consumidor residencial que permitam que
este gerencie corretamente sua instalação elétrica.
[...]
Com a utilização de equipamentos eletrônicos em maior escala nas residências, tais
como rádios, televisores e mais recentemente computadores e outros, há uma maior
demanda em corrente contínua.
Essas fontes evoluíram em conjunto com os equipamentos que elas suprem e atualmen-
te tem bom rendimento, boa estabilidade e podem operar de modo bastante flexível.
Um exemplo de tal flexibilidade é a tensão de operação que em alguns casos abrange
faixas de 100 a 240V, por exemplo.
No conceito de rede inteligente se propõe que o consumidor forneça energia para a
concessionária, mas isso deve ser feito sob a coordenação desta última que é respon-
sável pelas intervenções físicas no sistema.
[...]
Dessa forma uma instalação residencial que opera com tensão contínua e com várias
fontes pode operar coordenada com a rede da concessionária e no caso de falta de for-
necimento pode operar com seus próprios recursos com risco mínimo para o pessoal
de manutenção da concessionária.
[...]
A conclusão é que existe um interesse manifesto no deslocamento da demanda resi-
dencial por energia elétrica com a finalidade de ceifar os picos. Para isso é importante
armazenar energia, pois o hábito de consumo nem sempre pode ser modificado. A
automação é fundamental, pois os usuários são leigos.
[...]
Tudo isso é inútil se não houver um incentivo que compense o investimento e coordena-
ção do sistema para que seja eficaz. Não existem procedimentos normalizados, mas mui-
tos experimentos realizados. A solução adotada para cada instalação deve ser feita sob
medida e os procedimentos normalizados devem orientar, mas não restringir os projetos.
154
Mãos à Obra Pro: o guia do profissional
da construção - vol. 3
Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)
Editora: Alaúde
Ano: 2013
Sinopse: os 4 volumes da série Mãos à Obra pro se propõem
a tornar realidade o sonho dos brasileiros de morar bem. De-
senvolvido por especialistas, o conteúdo aborda todas as eta-
pas de construção de uma casa, trazendo conceitos básicos, dicas práticas para a utilização
de materiais e orientações sobre planejamento e execução, entre outras informações es-
senciais para ajudar as famílias a construir, ampliar e reformar sua moradia com resultados
excelentes e duradouros.
referências
Referências On-line
1
Em: <http://electroatividade.blogspot.com.br/2013/02/tipos-e-formas-de-dis-
tribuicao-de.html>. Acesso em: 17 out. 2016.
2
Em: <http://automoveiseletricos.blogspot.com.br/2012/07/protecao-por-ater-
ramento-e-por.html>. Acesso em: 19 nov. 2016.
3
Em: <http://www.industriahoje.com.br/wp-content/uploads/downlo-
ads/2015/01/Tabela-Consumo-Equipamentos-Procel-Eletrobras.pdf>. Acesso
em: 19 nov. 2016.
4
Em: <http://www.sabereletrica.com.br/rede-eletrica-separada-da-rede-de-tele-
fonia>. Acesso em: 19 nov. 2016.
5
Em: <https://blogdopetcivil.com/2014/09/29/>. Acesso em: 16 nov. 2016.
6
Em: <http://globalwood.com.br/ficha-tecnica-madeira-de-pinus/>. Acesso em:
16 nov. 2016.
7
Em: <http://www.suzuki.arq.br/unidadeweb/sistemas2/aula9/aula9.htm>.
Acesso em: 16 nov. 2016.
156
gabarito
UNIDADE IV
1. B.
2. B.
3. C.
4. D.
5. D.
6. A.
157
INSTALAÇÕES
PREDIAIS DIVERSAS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Considerações gerais sobre o edifício inteligente
• Automação predial e residencial
• Dispositivos Inteligentes
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer o conceito de edifício inteligente e seus sistemas.
• Conhecer as tecnologias disponíveis para automação
predial e seu uso como ferramenta para o controle das
instalações de uma edificação.
• Conhecer algumas das tecnologias disponíveis utilizadas
em hidráulica e elétrica por meio da introdução do
conceito de sistema inteligente.
unidade
V
INTRODUÇÃO
Considerações Gerais
Sobre o Edifício
Inteligente
Aluno(a), neste tópico vamos discorrer sobre o con- considerações de conforto ambiental (térmico, acús-
ceito de edifícios inteligentes, visando ao conheci- tico, visual e ergonômico) até as estratégias susten-
mento das tecnologias que permitem melhorar a táveis de elaboração e gestão de projeto e obra, bem
qualidade de vida dos usuários. como a integração de sistemas de automação.
O edifício inteligente pode ser conceituado como Segundo o Instituto de Edifícios Inteligentes (In-
aquele que racionaliza todos os sistemas construtivos telligent Buildings Institute - IBI/EUA, em NEVES,
e de automação a partir da aplicação de conceitos in- 2002), os edifícios inteligentes são aqueles que ofere-
teligentes, por meio da minimização de impactos de cem um ambiente produtivo e econômico por meio
custos construtivos e ambientais, racionalização do da otimização de quatro elementos básicos: Estrutu-
consumo energético e conforto a seus usuários. ra, Sistemas, Serviços e Gerenciamento; bem como
Dessa maneira, esse conceito aborda desde as das inter-relações entre eles, como mostra a seguir:
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REFLITA
Como resultado, os processos de gestão de pro-
jetos e obras passam por uma requalificação com o
O verdadeiro progresso é aquele que coloca objetivo de criar sistemas técnicos capazes de con-
a tecnologia ao alcance de todos.
trolar as interfaces construtivas, processos, equipa-
(Henry Ford) mentos e pessoas durante a construção, bem como
em sua vida útil.
Essa realidade expõe a necessidade de controlar
Outros olhares sobre os avanços tecnológicos são e, quando possível, integrar os diferentes sistemas
aqueles voltados às atividades do trabalho e produção, de uma edificação, como o sistema de iluminação,
aperfeiçoando e melhorando os processos, os instru- os sistemas de prevenção e combate a incêndio, os
mentos e a relação custo/benefício e tempo; aqueles sistemas de segurança de pessoas e equipamentos,
voltados à saúde, por meio do avanço das técnicas entre outros.
médicas e do uso de instrumentos e máquinas de alta A evolução arquitetônica e construtiva dos
tecnologia; e, por último, aqueles voltados às ativida- edifícios é acompanhada por um avanço impor-
des domésticas, visando à minimização do trabalho tante das soluções técnicas das diferentes instala-
doméstico, à segurança e ao conforto dos usuários. ções prediais. Já na década de 60, os sistemas de
Bolzani (2004, p. 2), ao discorrer sobre as resi- climatização para as edificações exigiam um con-
dências inteligentes, sublinha que: trole central que permitiria avaliar seu funciona-
mento.
Nesse contexto, podemos utilizar as residências O desenvolvimento e difusão dos microproces-
inteligentes para realizarem os deveres repeti-
sadores, a partir dos anos 1970 e 1980, aliados às
tivos e mecânicos, possibilitando um uso mais
apropriado do nosso escasso tempo. Monitorar transformações e demandas econômicas, sociais e
os filhos enquanto trabalhamos, executar o tra- culturais, promovem mudanças nos padrões das te-
balho doméstico diário de forma mais prazero- lecomunicações e nos sistemas de processamento e
sa e em menos tempo, proteger a residência e comunicação da informação.
utilizar fontes de energia de modo mais inteli-
gente e racional [...].
SAIBA MAIS
No âmbito geral das edificações, vale destacar alguns
fatores de sua evolução. Na década de 80 do século
XX, em associação aos altos custos da construção O hardware é a parte física do computador,
composta pelos seus elementos eletrônicos,
civil e às complexidades das diferentes tipologias placas, entre outros.
edificadas (indústrias, hospitais, escolas, edifícios
O software é composto por programas ou
residenciais verticais etc.), surge o conceito de edi-
sistemas operacionais do computador, como,
fício inteligente. Esse conceito amadurece, visando por exemplo, o sistema windows.
atender às demandas e complexidades das ativida-
Fonte: as autoras.
des, dos usuários, bem como em resposta à necessi-
dade de redução de custos da construção.
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Automação
Predial e Residencial
O objetivo principal da automação predial e da auto-
mação residencial é identificar tecnologias de contro-
le e serviços de automação de atividades e operações
processadas nos ambientes prediais e residenciais.
A telemática é a convergência das tecnologias de
telecomunicação, informática e mídias que dará su-
porte às funções de automação do edifício (NEVES,
2002). Assim, conforme forem as atividades e fun-
ções de uma edificação, a telemática será utilizada.
Quando essas tecnologias de automação são em-
pregadas no ambiente de escritórios e empresas, são
denominadas de birótica (automação predial). Des-
sa forma, a birótica é formada pelo conjunto de téc-
nicas, condutas e instrumentos da telemática aplica-
dos às atividades de trabalho, objetivando contribuir
para a melhoria do desempenho e produtividade
dentro dos ambientes. Figura 7 - Edifícios inteligentes (gerenciamento/internet)
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SAIBA MAIS
Fonte: as autoras.
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Dispositivos
Inteligentes
O desenvolvimento da tecnologia, na criação de dis- Com relação às redes inteligentes no setor elétrico,
positivos e redes inteligentes na área da hidráulica as chamadas smart grids, ainda em estágio inicial de
e elétrica, está atrelado às questões que envolvem a aplicação, são pensadas como uma nova rede de dis-
racionalização dos recursos naturais e à eficiência tribuição de energia elétrica com maior integração
energética. dos usuários. Aliadas a isso, as redes elétricas inteli-
De modo geral, a proposição de redes e dispositi- gentes visam à otimização da produção, da distribui-
vos inteligentes objetiva diminuir a perda de energia ção e do consumo de energia, viabilizando a entrada
dos sistemas de transmissão, distribuição e consumo de novos fornecedores e consumidores na rede, com
- no caso das redes elétricas -, e diminuir a perda de melhorias significativas em monitoramento, ges-
água por meio do controle de vazamentos e de apare- tão, automação e qualidade da energia ofertada, por
lhos economizadores - no caso das redes hidráulicas. meio de uma rede elétrica caracterizada pelo uso in-
Cabe, no entanto, ressaltar que o desenvolvi- tensivo das tecnologias de informação e comunica-
mento e o esforço tecnológico na busca da raciona- ção (RIVERA, ESPOSITO e TEIXEIRA, 2013).
lização e eficiência dos sistemas devem ocorrer con- Assim sendo, a introdução de conceitos inte-
juntamente com mudanças nos padrões de consumo ligentes na produção, distribuição e consumo da
dos recursos naturais e energéticos por parte da so- energia elétrica objetiva configurar um sistema mais
ciedade, ou seja, dos usuários finais. eficiente do ponto de vista econômico e energético,
176
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bem como mais confiável por meio de controle in- de leitura mais detalhada, como informações sobre
formatizado e sustentável. o consumo de energia por horário, indicação da
Segundo Rivera, Esposito e Teixeira (2013), a qualidade de energia fornecida, entre outros.
implantação dessas redes compreende três etapas E, por último, o que Rivera, Esposito e Teixeira
principais, descritas a seguir. (2013) denominam de uso da inteligência nos cen-
A primeira se refere à implantação de sistemas tros consumidores, que se caracteriza, por exemplo,
digitais de informação no sistema de fornecimen- pela utilização residencial de eletrodomésticos inte-
to de energia elétrica em seus três braços: geração, ligentes conectados ao medidor, possibilitando uma
transmissão e distribuição, promovendo maior agi- melhor gestão do consumo energético. Além disso,
lidade e segurança do processo. esse uso inteligente permite a comunicação bidire-
A segunda etapa está atrelada à substituição dos cional de energia, por meio da geração distribuída
medidores eletromecânicos (medidores atuais) por com fonte solar, eólica ou biomassa e armazenamen-
medidores eletrônicos inteligentes com capacidade to de energia com o uso dos carros elétricos.
Usina Industrial
Energia Solar
Usina termelétrica
Usina Eólica
Usina Nuclear
Centro de Controle
Hospital
Veículo Elétrico
Cidades e Escritórios
Casas Inteligentes
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Dentro desse contexto, os sistemas de automação água sem faturamento pela empresa distribuidora.
predial e residencial cumprem um importante pa- Para o propósito deste tópico, vamos discorrer
pel, por meio da implantação, organização, conexão sobre as perdas reais, que são aquelas que podem ser
e integração de sistemas de gerenciamento e contro- monitoradas por meio da automação. Essas perdas
le digital, no uso racional do espaço e equipamentos impactam diretamente na utilização dos recursos
sob a ótica das instalações elétricas. hídricos e no custo do tratamento da água, resultan-
Os sistemas de automação voltados ao controle do em maior despesa para o consumidor.
racional da rede elétrica, iluminação e climatização Segundo a Associação Brasileira de Engenharia
com processos digitais de acionamento de coman- Sanitária e Ambiental (ABES), o valor médio de perda
dos de monitoramento da rede elétrica, de aciona- de água na rede de abastecimento é de 40%, transfor-
mento ou desligamento de equipamentos e lâmpa- mando-se em um grande desafio para os operadores
das permitem uma racionalização de energia em nacionais públicos e privados (ABES, 2016, on-line)4.
tempo real, com impacto positivo nos custos e na O tratamento do problema passa por ações que
melhoria da eficiência energética. compreendem o controle da pressão da rede, me-
Atualmente, os produtos que consomem energia lhoria dos materiais empregados na construção das
elétrica são avaliados pelo Selo Procel/INMETRO. redes de abastecimento, melhor qualificação da mão
Esse selo foi instituído no Brasil por decreto em de obra empregada, controle e detecção mais efi-
1993, objetivando informar, ao consumidor e usu- ciente de vazamentos.
ário, o grau de eficiência energética dos produtos A tecnologia digital, com a criação de softwares
ofertados pelo mercado. No selo, a eficiência ener- e sensores capazes de detectar vazamentos na rede,
gética do produto é classificada por letras. A letra tem sido um mecanismo eficiente para seu controle.
A significa maior eficiência do produto e a letra G Outro método utilizado é a detecção de vazamentos
menor eficiência. Ainda, o selo informa a estimativa por sinais acústicos que têm a função de gravar sons
de consumo de energia do produto por mês. de vazamento e transmiti-los a um banco de dados
Com relação à rede de abastecimento de água, de sinais que podem ser monitorados.
as perdas podem estar localizadas entre a captação A detecção de vazamentos nas instalações pre-
e estação de tratamento e/ou na rede de distribui- diais de água, frequentemente, é realizada por sis-
ção, ou seja, da estação até a unidade consumidora. temas automatizados de monitoramento e cabos
A perda de água pode ser classificada em dois tipos: sensores e sondas, que localizam e identificam os
perdas reais e perdas aparentes. vazamentos. O sistema combina dois níveis para a
As perdas reais são resultado de vazamentos na detecção de vazamento: o nível analógico (detecção)
tubulação e conexões da rede ou ocasionadas nos re- e o digital, que traduz os valores analógicos para o
servatórios por extravasamento da água. As perdas acionamento de alarmes. O sistema possui alarmes
aparentes são ocasionadas por problemas de medi- locais, remotos ou interligados em rede, conectados
ção no hidrômetro, falhas de cadastramento de con- a uma central por meio de cabeamento. Os cabos
sumidores e por fraudes e ligações clandestinas. Nes- sensores podem ser colocados dentro ou no entorno
se caso, o que geralmente acontece é o consumo de das fontes de água, tubulações e em pisos elevados.
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equipamentos.
• Relação clima e frequência de uso (calor/frio).
• Cultura humana de consumo e racionalização.
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considerações finais
P
rezado(a) aluno(a), o objetivo geral da Unidade V foi fornecer a você
um panorama sobre o avanço tecnológico promovido, em especial, pelo
desenvolvimento dos sistemas digitais. Desse modo, podemos concluir
que é fundamental incorporar, na análise e desenvolvimento da produ-
ção arquitetônica e de ambientes, os legados tecnológicos.
Nesse sentido, vale ressaltar que as complexidades das diferentes tipologias
edificadas e os altos custos da construção civil promoveram transformações im-
portantes na produção arquitetônica e execução de obras a partir dos contextos
dos anos de 1960 do século XX.
A necessidade de atender às demandas sociais, econômicas e aos avanços tec-
nológicos no campo das telecomunicações e informática provocou o amadure-
cimento do conceito de edifício inteligente. Assim, aprendemos que o edifício
inteligente deve contemplar desde as considerações de conforto ambiental (tér-
mico, acústico, visual e ergonômico) até a integração e aplicação de sistemas de
automação.
Podemos concluir, também, que a evolução dos sistemas de automação obje-
tivam atender às necessidades e às demandas da sociedade contemporânea, tanto
em seus aspectos socioculturais quanto tecnológicos.
Assim, podemos dizer que se por um lado a automação predial evolui com a
intenção de atender às atividades de trabalho, contribuindo para o desempenho
e produtividade dentro dos ambientes, por outro a domótica objetiva atender às
demandas domésticas em um cenário em que o tempo é escasso e há a necessida-
de de racionalizar as tarefas.
Sob essa ótica, é possível afirmar que o designer de interiores deve incorporar
na concepção projetual de ambientes conceitos, como flexibilidade, otimização,
racionalização de custos, ciclo de vida de produtos, modulação, automação, entre
outros.
Por último, o conhecimento sobre os avanços do mercado na criação de pro-
dutos e dispositivos inteligentes coloca a necessidade de atualização constante
acadêmica e profissional, visando à qualidade dos ambientes projetados.
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atividades de estudo
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atividades de estudo
186
LEITURA
COMPLEMENTAR
Leia o excerto do artigo a seguir, que aborda a diferenciação entre o edifício de alta tecnolo-
gia e os edifícios inteligentes.
Edificações Inteligentes
Historicamente, a vontade do Homem de utilizar processos e técnicas que permitissem a
substituição do trabalho humano em atividades físicas (como mais tarde também nas inte-
lectuais) é bem antiga, sendo um exemplo clássico a roda, que facilita o deslocamento de
pessoas e objetos, e que foi desenvolvida, posteriormente, para outras aplicações, como
polias, roldanas, multiplicando os esforços manuais e depois mecânicos.
A evolução e miniaturização dos componentes eletrônicos possibilitou a criação dos cha-
mados microcomputadores, sendo que Arquitetura e a Engenharia utilizam os recursos
proporcionados pelo uso dos computadores de várias formas, e aqui serão abordadas as
tecnologias da automação e tecnologias de informação (TI), aplicadas ao ambiente cons-
truído, procurando posicionar os seus conceitos, na avaliação de suas reais aplicações e
interferências nos bens edificados.
A automação, no sentido amplo, pode ser a possibilidade da substituição de atos e decisões
humanas, por atos e decisões processados por computadores, devidamente alimentados
de informações, no comando de determinados dispositivos, geralmente em processos re-
petitivos, ou que exijam esforços físicos, reduzindo a possibilidade de erros nas decisões
sujeitas a emoção, cansaço, dúvida, tempo e inexperiência, entre outras razões.
Atualmente, algumas das aplicações da automação no ambiente construído são:
• Edifícios de Alta Tecnologia.
• Edifícios Inteligentes.
• Birótica (automação dos serviços do escritório).
• Domótica (automação dos serviços da residência).
Os edifícios de alta tecnologia e os edifícios inteligentes nascem com a grande crise mundial
de energia, decorrente da primeira crise do petróleo. A geração de energia torna-se mais
cara, obrigando um uso mais racional e a necessidade da conservação e maior eficiência do
consumo de energia elétrica. Suas primeiras aplicações surgem no controle dos sistemas
de calefação e condicionamento de ar (HVAC) destas edificações. Hoje, tem como objetivos
principais a comodidade, segurança, controle de energia e eficácia, distribuídos no prédio
como: controle da iluminação, elevadores, administração do consumo e distribuição de
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LEITURA
COMPLEMENTAR
água e gás, segurança ativa, controle de acesso e circulação de pessoas, sistemas de pre-
venção de incêndio e pânico, circuitos fechados de TV, sonorização e os meios de transmis-
são de dados e voz.
Modernamente, observa-se uma diferenciação entre o que se denomina edifício de alta
tecnologia e edifício inteligente. O primeiro pode ser compreendido por suportar em seu
interior dispositivos capazes de atuar no comando e efetivação de tarefas automatizadas,
porém sem uma obrigatória comunicação entre estes serviços, podendo exigir a presença
de um operador para a avaliação e tomada de decisões, que resultarão em intervenções ou
captação de dados para utilização na gestão predial.
Já o edifício inteligente, para receber esta classificação, precisa absorver esses conceitos des-
de a sua concepção, incorporando ainda no projeto todas as premissas necessárias, pois
precisa ser o que é um edifício de alta tecnologia, mas com a incorporação da comunicação
entre os dispositivos de controle e a possibilidade da gestão das informações recebidas sem
que haja a obrigatória presença de um operador em todas as suas etapas, além de utilizar em
sua construção materiais que facilitem a maior eficiência e conservação de todos os sistemas
instalados, contando com o conceito de flexibilização do projeto e da construção, permitindo
sua evolução e adaptação às novas tecnologias e necessidades dos usuários.
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Automação Residencial: conceitos e aplicações
José Roberto Muratori e Paulo Henrique Dal Bó
Editora: Educere
Ano: 2013
Sinopse: o livro é dividido em 12 capítulos ilustrados, abor-
dando o tema da automação residencial (domótica) e discor-
rendo sobre os conceitos que envolvem o tema, bem como
sua aplicação. Dessa maneira, apresenta temas relacionados
ao cabeamento residencial, às instalações elétricas tradicionais e automatizadas, à automa-
ção em edifícios residências, entre outros. O livro também discorre sobre as tendências futu-
ras do mercado de domótica.
referências
Referências On-Line
1
Em: <http://exame.abril.com.br/tecnologia/conheca-4-edificios-inteligentes-ao-redor-
-do-mundo/>. Acesso em: 26 set. 2016.
2
Em: <http://www.abd.org.br/novo/designers-de-interiores.asp>. Acesso em: 27 set. 2016.
3
Em: <http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/230/artigo370844-1.aspx>. Acesso em:
27 set. 2016.
4
Em: <http://abes-dn.org.br/pdf/CriseHidrica_indices.pdf>. Acesso em: 02 out. 2016.
5
Em: <http://site.sabesp.com.br/site/imprensa/noticias-detalhe.aspx?secaoI-
d=66&id=6391>. Acesso em: 02 out. 2016.
6
Em: <http://www2.inmetro.gov.br/pbe/conheca_o_programa.php>. Acesso em: 02 out. 2016.
190
gabarito
1. C.
2. E.
3. A.
4. D.
5. O(a) aluno(a) deverá fazer uma pesquisa sobre dispositivos inteligentes (instalações
prediais de hidráulica e elétrica) em sites da internet (empresas do mercado) e visi-
tando lojas especializadas em produtos hidráulicos e elétricos, obtendo informações
de custo e benefício sobre os produtos pesquisados.
6. A.
191
INSTALAÇÕES PREDIAIS
conclusão geral
Prezado(a) aluno(a), neste livro estudamos as diversas instalações prediais e sua relação
com os processos de projeto e execução de obras. Contextualizamos as instalações sob a
perspectiva da sustentabilidade social e ambiental e sua importância nos sistemas de gera-
ção, abastecimento e distribuição dos recursos necessários às atividades humanas.
Na perspectiva da sustentabilidade, apontamos a necessidade de capacitação de desig-
ners de interiores, arquitetos e todos os profissionais ligados à área da construção civil para
melhorar as estratégias de sustentabilidade de seus projetos e obras.
Conhecemos as principais normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), que regulam as instalações, podendo concluir a importância da aplicabilidade
dessas normas visando a um projeto adequado e uma execução apropriada a cada situação.
Ainda aprendemos conceitos básicos importantes para o dimensionamento das tubu-
lações, as partes constituintes das instalações, os materiais e os processos de execução que
possibilitam ao designer de interiores compreender o funcionamento das instalações com
o objetivo de identificar possíveis problemas do sistema.
Abordamos, também, e estudamos o conceito de edifício inteligente e sua relação com
os processos de automação. Assim, concluindo que o edifício inteligente deve contemplar
considerações em relação ao conforto ambiental (térmico, acústico, visual e ergonômico)
até a integração e aplicação de sistemas de automação e equipamentos.
Apontamos que o conhecimento sobre os avanços do mercado na criação de produtos
e dispositivos inteligentes coloca a necessidade de atualização constante, refletindo isso não
apenas no meio profissional, mas também acadêmico.
Sob essa ótica, é possível afirmar que o designer de interiores deve incorporar, na con-
cepção projetual de ambientes e sua execução, requisitos estéticos e técnicos, adotando
processos de gerenciamento que visem à qualidade dos espaços e ao conforto dos usuários.
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