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FIGURA HUMANA
PROFESSORA
Esp. Sandra Calil de Oliveira
DESENHO DA FIGURA HUMANA
NEAD
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho, Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha,
Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Direção de Mercado Hilton Pereira, Direção de Polos
Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção de Relacionamento
Alessandra Baron, Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli, Gerência
de Produção de Contéudo Gabriel Araújo, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila
de Almeida Toledo, Supervisão de projetos especiais Daniel F. Hey, Coordenador(a) de Conteúdo
Sandra Franchini, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Thayla Daiany Guimarães Cripaldi,
Designer Educacional Deborha Rodrigues Arrias, Yasminn Talyta Tavares Zagonel, Qualidade Textual
Hellyery Agda, Revisão Textual Gabriel Bruno Martins, Pedro Afonso Barth Ilustração Bruno Pardinho,
Marta Kakitani, Marcelo Goto, Fotos Shutterstock.
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Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande as demandas institucionais e sociais; a realização
desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, de uma prática acadêmica que contribua para o
informação, conhecimento de qualidade, novas desenvolvimento da consciência social e política e, por
habilidades para liderança e solução de problemas fim, a democratização do conhecimento acadêmico
com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência com a articulação e a integração com a sociedade.
no mundo do trabalho. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: ser reconhecida como uma instituição universitária
as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará de referência regional e nacional pela qualidade
grande diferença no futuro. e compromisso do corpo docente; aquisição de
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume competências institucionais para o desenvolvimento
o compromisso de democratizar o conhecimento por de linhas de pesquisa; consolidação da extensão
meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos universitária; qualidade da oferta dos ensinos
brasileiros. presencial e a distância; bem-estar e satisfação da
No cumprimento de sua missão – “promover a comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica
educação de qualidade nas diferentes áreas do e administrativa; compromisso social de inclusão;
conhecimento, formando profissionais cidadãos que processos de cooperação e parceria com o mundo
contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade do trabalho, como também pelo compromisso
justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar e relacionamento permanente com os egressos,
busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com incentivando a educação continuada.
boas-vindas
Fabrício Lazilha
Diretoria de Planejamento de Ensino
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja,
iniciando um processo de transformação, pois quando estes materiais têm como principal objetivo “provocar
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta
profissional, nos transformamos e, consequentemente, forma possibilita o desenvolvimento da autonomia
transformamos também a sociedade na qual estamos em busca dos conhecimentos necessários para a sua
inseridos. De que forma o fazemos? Criando formação pessoal e profissional.
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes Portanto, nossa distância nesse processo de
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível crescimento e construção do conhecimento deve
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos
se educam juntos, na transformação do mundo”. fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
Os materiais produzidos oferecem linguagem das discussões. Além disso, lembre-se que existe
dialógica e encontram-se integrados à proposta uma equipe de professores e tutores que se encontra
pedagógica, contribuindo no processo educacional, disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
complementando sua formação profissional, seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
desenvolvendo competências e habilidades, e trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, acadêmica.
Professora Especialista
Sandra Calil de Oliveira
UNIDADE I UNIDADE IV
CÂNONES DE PROPORÇÃO DA FIGURA HUMANA A ESTILIZAÇÃO NO DESENHO DE MODA
14 Materiais Básicos de Desenho 128 Especificidades no
Desenho de Gêneros
19 A Figura Humana e Seus Cânones
138 Estilizando a Figura de Moda
22 A Figura Humana Feminina
145 O Desenho de Moda e a Ilustração de Moda
25 A Figura Humana Masculina
148 Considerações Finais
28 A Figura Humana Infantil
45 Considerações Finais
UNIDADE V
INTRODUÇÃO AO DESENHO DE ROUPAS
UNIDADE II
160 Aspectos Básicos para o Desenho de Roupas
CABEÇA E CABELOS
165 Tecidos de Peso Leve, Médio e Pesado
58 Proporções do Rosto Feminino
178 Volumes Justos e Largos
63 Proporções do Rosto Masculino
184 Alfaiataria
66 Proporções do Rosto Infantil
192 Considerações Finais
69 Tipos de Cabelos
79 Considerações Finais
203 Conclusão Geral
UNIDADE III
A FIGURA EM MOVIMENTO
92 Eixos da Figura em Movimento
99 Representação da
Figura em Movimento
108 Construção de Bases Para o Desenho de
Moda
116 Considerações Finais
CÂNONES DE PROPORÇÃO
DA FIGURA HUMANA
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Materiais básicos de desenho
• A figura humana e seus cânones
• A figura humana feminina
• A figura humana masculina
• A figura humana infantil
Objetivos de Aprendizagem
• Desenvolver a construção da figura humana por meio dos cânones
de proporção.
• Apresentar os materiais necessários para o desenho da figura
humana.
• Conhecer os cânones de proporção da figura humana baseados na
altura da cabeça.
• Desenvolver a construção da figura humana feminina por meio dos
cânones de proporção.
• Desenvolver a construção da figura humana masculina por meio
dos cânones de proporção.
• Desenvolver a construção da figura humana infantil por meio dos
cânones de proporção.
unidade
I
INTRODUÇÃO
O
lá aluno(a), seja bem-vindo(a) a nossa disciplina de desenho
da figura humana! Saiba que para desenhar a figura huma-
na são adotados cânones universais que definem as propor-
ções anatômicas. Um dos precursores no estudo da anatomia
humana e sua aplicação no desenho foi o arquiteto Vitrúvio, da Roma
Antiga do século I a.C., que, ao escrever 10 livros sobre arquitetura, dedi-
cou, em um deles, um capítulo ao estudo das proporções entre as partes
do corpo humano. Mais tarde, Leonardo da Vinci, a partir desse estudo
inicial de Vitrúvio, deu sequência ao tema ao aprimorar com base nos
apontamentos do arquiteto a relação entre as partes do corpo humano,
em um estudo intitulado “Homem Vitruviano”.
Os cânones de proporção são muito importantes para o desenho da fi-
gura de moda. Sem eles, a execução do desenho fica sem referências, com o
auxílio apenas da capacidade de visão espacial do desenhista, habilidade que
varia de pessoa para pessoa. O resultado final pode apresentar alguns erros,
como a cabeça ou ombros desproporcionais, braços muito longos ou pernas
curtas. A aplicação dos cânones também ajuda a dimensionar a altura da fi-
gura em relação ao papel, evitando que falte espaço para parte das pernas ou
pés ou, então, que a figura fique pequena. Após o domínio dos cânones, você
inicia o desenho da figura humana geometrizada, sintetizando suas partes,
para só depois iniciar o desenho da figura humana de carne, suavizando os
elementos geométricos e aproximando o desenho da figura humana real.
É muito importante que você aprenda a traçar a figura proporcionada
dentro dos cânones. Uma vez dominada a técnica, você poderá, mais à
frente, iniciar-se nos estudos da estilização da figura, no qual é permitida
a distorção de algumas partes do corpo e uma interpretação mais livre, na
intenção de personalizar o desenho de moda, tornando-o atrativo. Até lá,
após conhecer e dominar todo o processo, você vai notar que a execução
do desenho se torna bem mais simples.
Bons estudos!
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Materiais Básicos
de Desenho
Para iniciar, vamos falar um pouco sobre Para trabalhar com o lápis, é neces-
o material que você vai utilizar neste pri- sário o conhecimento de técnicas funda-
meiro contato com o desenho de moda. mentais para desenvolver a destreza no
Embora a atividade reserve a você uma desenho. Você pode usar o lápis de diver-
ampla variedade de possibilidades de téc- sas maneiras e, dependendo do formato
nicas, tais como lápis de cor seco, lápis que se dê à ponta, produzir diferentes ti-
aquarelado, pastel seco e oleoso, aquarela, pos de linha.
canetas hidrográficas e outras técnicas; Veja que existem diferentes grafites,
inicialmente você vai usar apenas o lápis, do mais mole (6B) ao mais duro (6H). O
papel e borracha para o aprendizado dos grafite HB produz uma linha de tom mé-
cânones de proporção da figura humana e dio. À medida que a dureza de um grafi-
para desenvolver a figura em movimento. te aumenta, mais clara e leve será a linha
Mesmo assim, existem algumas informa- que esse lápis vai produzir; e quanto mais
ções importantes para a escolha desses mole é o grafite de um lápis, mais escuro
materiais. e carregado será o traço resultante dele.
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DESIGN
Nesse primeiro momento você pode utilizar um trabalho a lápis pode ser executado usando apenas
lápis 2B, por ser intermediário em termos de dureza. linhas ou apenas tons, ou ainda misturando as duas
Por essa razão, atende bem suas necessidades. Mais à técnicas e outras mais. Abling (2011, p. XV) orienta
frente, para o desenho de croquis de moda, quando quanto ao cuidado com o manuseio dos lápis grafite:
você já estiver desenhando a figura com roupas, uti- “todas essas minas são delicadas. Se você derrubá-
lize o lápis HB ou B, mais duro, no traçado de deta- -las, o grafite dentro da madeira pode quebrar e você
lhes como pespontos, canelados ou qualquer detalhe terá dificuldade quando for apontar seu lápis, que
mais minucioso. Já os lápis mais moles, de 2B a 4B, sempre terá a ponta quebrada”.
são utilizados em desenhos com poucos detalhes, Ao apontar o lápis, não use apontador. O ideal
mais soltos e onde se queira produzir traços grossos é apontar o lápis com estilete e depois usar um pe-
que atuem como protagonistas dos croquis. O lápis daço de lixa fina para acertar a ponta conforme o
6B deve ser usado para sombreados ou para deta- desejado. Essa prática ajuda a tirar o melhor partido
lhes de cabelo e merece especial atenção no quesito do lápis, já que, usando um estilete, podemos obter
limpeza, pois por ser muito macio, costuma borrar inúmeras variedades de ponta. Pelo mesmo motivo,
o trabalho. Uma forma de minimizar esse efeito é não use lapiseira para desenhos artísticos, já que ela
trabalhar com uma folha de papel limpa sobre o tra- produz traços sempre iguais, sem variação de espes-
balho, sempre entre a lateral da mão que está dese- sura e nem variação tonal. A variação de espessura
nhando e o papel. Essa prática protege o desenho do de traços do lápis é justamente o que costuma resul-
esfregar da mão sobre ele, enquanto se desenha. O tar em desenhos espontâneos, vivos e interessantes.
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DESENHO DA FIGURA HUMANA
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DESIGN
A3 A0 841 X 1189
A4
A1 594 X 841
A1 A2 420 X 594
A3 297 X 420
A2
A4 210 X 297
A borracha escolhida para desenhos deve ser macia A seguir, propomos alguns exercícios de coorde-
e flexível. As borrachas de poliéster são excelentes nação motora para que você, aluno(a), desenvolva e
para grafites mais duros. Passando a ponta de uma domine o gestual de motricidade fina. Os exercícios
borracha macia sobre uma área sombreada, obtemos devem ser praticados com frequência, se possível
o efeito de reflexos de luz e criamos linhas brancas todos os dias, por períodos curtos de duração, em
no desenho. Um lápis borracha também pode ser torno de quinze minutos. Se praticados diariamente,
usado para esses detalhes. A borracha deve ser limpa em pouco tempo você poderá observar uma evo-
com frequência, esfregando-a em um pedaço de pa- lução na segurança de seu traço e na habilidade do
pel ou em uma lixa bem fina, porque borracha suja desenho.
tende a manchar o desenho. O primeiro exercício é de relaxamento. Usan-
Ao manusear o lápis, você deve evitar segurar do um lápis HB, faça uma série de linhas, círculos e
o lápis muito próximo ao papel, mantendo uma ovais. Trabalhe rapidamente, sem perder tempo com
distância de uns quatro centímetros da ponta, sem detalhes e movendo, para isso, o braço inteiro. Na
pressioná-lo muito e firmando o pulso. O dedo mí- série de linhas, tente obter efeitos diferentes varian-
nimo deve permanecer apoiado no papel, conduzin- do a direção e a pressão do traço. Depois, execute
do o lápis e ajudando a controlar a pressão na ponta. novamente os exercícios com vários tipos de lápis,
O pulso deve se manter firme, articulando-se apenas sempre movimentando o braço e não apenas os de-
o cotovelo ou o ombro. dos, em movimentos rápidos e constantes.
17
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Com o segundo exercício, você realiza um trei- Vamos agora realizar o exercício de gradação
namento de traços fundamentais. Você deve repro- de valores, para que você trabalhe a variação de
duzir os tipos de traços a seguir usando lápis HB. pressão do traço sobre o papel. Com esse exercí-
A. traços verticais curtos. cio, você desenvolve a habilidade de cobrir áreas da
B. traços angulares curtos. mais clara a mais escura. Essa habilidade é muito
C. traços horizontais curtos. importante para a marcação de áreas de sombra e
D. linhas verticais irregulares longas. também para a cromatização de roupas, quando
E. linhas curtas curvas em várias direções. você estiver trabalhando com lápis de cor ou outros
F. traços verticais curtos em várias direções. materiais secos.
Para isso, desenvolva uma escala de valores, en-
Em uma segunda etapa, reproduza os mesmos tra- tre os tons extremos, composta de cinco tonalida-
ços, só que agora utilizando um lápis 2B. Repare des, indo da mais clara a mais escura, por meio de
como a diferença do tipo de grafite modifica a apa- maior ou menor pressão do lápis no papel. Use um
rência dos traços. lápis 2B para a tarefa.
O terceiro exercício é realizar o treinamento de O segundo exercício de gradação de valores con-
traços fundamentais com variação de pressão. Para siste em você repetir o processo, executando uma
isso, você deve repetir o mesmo exercício (exercício gradação progressiva, sem separar os valores dife-
2), porém variando a pressão do lápis no papel. Esses rentes em quadros individuais. Você deve fazer um
exercícios são muito importantes para o desenvolvi- retângulo degradê no qual não se devem perceber
mento da habilidade do desenho. E grandes aliados interrupções bruscas e sim uma graduação suave,
no processo de desenvolvimento dessa habilidade. que vai do claro ao escuro, uniformemente, sem se-
parações.
Valores Para finalizar, é importante ressaltar que a ha-
Segundo Bryant (2012), a cor ou tonalidade de um bilidade para o desenho, qualquer que seja o tipo
objeto e suas gradações é traduzida por valores – artístico ou técnico – é desenvolvida por meio do
que consistem, na verdade, em sua maior ou me- hábito. Pratique sempre e verá seu traço aprimora-
nor intensidade luminosa, levando-se em conta os do a cada dia, à medida que você adquirir confian-
dois tons extremos: branco e preto. Quanto mais ça nas suas possibilidades.
clara a tonalidade, maior o seu valor.
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DESIGN
A Figura Humana
e Seus Cânones
Conforme dito na introdução desta unidade, foi desse conjunto, ele encontrou as relações perfei-
Leonardo da Vinci que conseguiu estabelecer as tas entre as diferentes partes do corpo. Em seu es-
relações matemáticas de proporção do corpo hu- tudo, tomou a cabeça como oitava parte da figura
mano ideal. Da Vinci, tomando como referência e outras relações de tamanho entre as partes tam-
o trabalho de seu antecessor Vitrúvio, estudou a bém foram determinadas. É a partir desse estudo,
figura humana exaustivamente, até que, posicio- o chamado cânone proporcional da figura huma-
nando-a dentro de um círculo e de um quadrado, na, que os ilustradores e designers trabalham no
sobrepostos e elegendo o umbigo como centro desenho da figura de moda.
Para o desenho de moda, você vai usar o formato A medida de altura normal média universal de um
A4 de papel, que tem as medidas de 210 x 297 mm. ser humano adulto corresponde a 7 cabeças e ½,
Esse formato contempla as necessidades dos traba- distribuídas dentro da medida de altura da figura.
lhos por ser o formato do papel sulfite e ser fácil de No entanto, para trabalhar com o desenho de moda,
manusear e armazenar, uma vez que, na fábrica, o essa proporção é alongada, a fim de tornar a figura
desenho da roupa circula entre os setores de cria- mais longilínea e elegante. Alguns estilistas e ilus-
ção, modelagem e pilotagem, dentre outros. Porém, tradores de moda adotam a medida de 8 e ½ cabe-
você pode desenhar a figura humana proporcionada ças, outros até mais do que 9 cabeças. Porém inicial-
dentro dos cânones em qualquer tamanho, bastando mente você deve adotar a medida de 9 cabeças para,
para isso aumentar ou diminuir a medida padrão, depois de algum treino e algum domínio sobre o
que é a medida de altura da cabeça. desenho da anatomia humana, fazer suas escolhas
A medida da cabeça serve de módulo para a pessoais, desenvolvendo a estilização da figura e sua
construção do desenho da figura humana. Além personificação.
de ser a medida que vai ser utilizada verticalmen-
te para estabelecer a altura da figura, ela também Para o formato A4 de papel, o ideal é trabalhar com a
é usada no sentido horizontal para determinar medida de cabeça de 3 centímetros. Para traçar o es-
a largura do corpo, conforme o gênero da figu- quema de linhas de proporção, trace uma linha cen-
ra, se feminino, masculino ou infantil e também tral vertical no meio da folha. Essa linha central que
conforme a idade da figura. Vários autores reco- vai passar pelo meio do corpo da figura é chamada de
nhecem a importância dos cânones no desenho linha de equilíbrio. A importância dessa linha, segun-
de moda. do Kliczkowski (2006 , p. 11), é que ela divide o corpo
em duas metades simétricas. Assim, o esquema de li-
O sistema de módulos permite também refe- nhas ajuda você, aluno(a), a desenhar observando essa
renciar outros pontos significativos que são de
simetria entre as duas metades do corpo. Em seguida,
grande ajuda para compreender a anatomia e
facilitar a representação da figura, assim como definida a medida de altura de cabeça, que é de 3 cen-
localizar referências de altura para comprovar tímetros, marque nessa linha central, sempre de 3 em 3
as demarcações mais importantes. (FERNÁN- centímetros, iniciando no alto da folha, as linhas hori-
DEZ; MARTÍN, 2007, p. 34) zontais que definem o tamanho total da figura.
REFLITA
O desenho de moda nos permite definir e redefinir a forma como vemos os outros e nós mesmos. A
prática do desenho é importante para que sejamos capazes de expressar ideias e testar limites com
confiança.
20
DESIGN
21
DESENHO DA FIGURA HUMANA
A Figura Humana
Feminina
Para o desenho dos cânones da figura feminina, o Segundo Bryant (2012), as medidas são as seguintes:
processo inicial para o traçado de linhas horizontais
com a medida da altura de cabeça é o que foi visto Tabela 1 - Medidas femininas de largura para figura de moda
Calcanhar @ 9 cabeças
22
DESIGN
LINHA DE EQUILÍBRIO
23
DESENHO DA FIGURA HUMANA
24
DESIGN
A Figura Humana
Masculina
Para o desenho dos cânones da figura masculina, As medidas masculinas de largura da figura, segun-
você vai repetir o processo inicial para o traçado de do Bryant (2012), são as seguintes:
linhas horizontais, exatamente como fez com a figu-
ra feminina. Mas com relação às larguras, você pode Tabela 2 - Medidas masculinas de largura para figura de moda
25
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Por isso, o croqui masculino é mais largo do que notável diferença de largura da cintura para os
o feminino, no tórax e na cintura. Porém sua quadris. Continue observando as relações entre
largura de quadril é praticamente igual à largu- as partes e o posicionamento delas em relação às
ra de cintura, diferente da mulher, que apresenta alturas de cabeça.
LINHA DE EQUILÍBRIO
26
DESIGN
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DESENHO DA FIGURA HUMANA
A Figura Humana
Infantil
MENINA ME
28
DESIGN
Parte do
Referência em cabeças Centímetros
corpo
OMBRO A
1 ALTURA DE CABEÇA 3 cm
OMBRO
CINTURA ¾ DE ALTURA DE CABEÇA 2,25 cm
QUADRIL ¾ DE ALTURA DE CABEÇA 2,25 cm
Fonte: adaptado de Bryant (2012).
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DESENHO DA FIGURA HUMANA
CRIANÇAS DE 1 A 3 ANOS
Após o domínio do desenho de bebês, trace o esque- Quanto às posições, em relação às alturas de cabeça
ma para crianças pequenas. Adote 4 ½ alturas de ca- marcadas no esquema de linhas horizontais, estas
beça, a partir do eixo vertical de equilíbrio, marcan- serão:
do as linhas de queixo, cintura, púbis e tornozelos. • OMBROS – posicionados ¼ de cabeça abaixo
O esquema de desenho dessas crianças terá quatro da divisa entre a primeira e a segunda cabeça.
espaços e meio. • CINTURA: posicionada ⅛ de cabeça abaixo
da divisa entre a segunda e a terceira cabeça.
• QUADRIL: posicionado ⅔ de cabeça abaixo
da divisa entre a segunda e a terceira cabeça.
Joelhos @ 3 ½ cabeças
Calcanhar @ 4 ½ cabeças
LINHA DE EQUILÍBRIO
Figura 13 - Esquema de linhas infantil 1 a 3 anos
Fonte: Bryant (2012, p. 106) .
30
DESIGN
Calcanhar @ 5 cabeças
LINHA DE EQUILÍBRIO
Guia de proporção
para crianças pequenas
Figura 16 - Esquema de linhas infantil 4 a 6 anos
Fonte: Bryant (2012, p. 110).
Figura 15 - Figura de menino 1 a 3 anos
Fonte: Bryant (2012, p. 107). Suas medidas de largura, ainda iguais para meninos
e meninas, ficam assim:
Continue trabalhando sempre da mesma forma, re- Tabela 5 - Medidas de largura para meninos e meninas de 4 a 6 anos
31
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Observe as imagens e veja como as crianças ainda não apresentam grandes diferenças, podendo-se usar o
esquema de linhas tanto para meninos quanto para meninas. Cabelos, traços do rosto e o próprio vestuário é
que farão essa diferença.
Figura 18 - Figura preliminar de menino 4 a 6 anos Figura 19 - Vista frontal e dorsal de menino de 4 a 6 anos
Fonte: Bryant (2012, p. 112). Fonte: Bryant (2012, p. 113).
32
DESIGN
Cintura 1cabeça de
largura @ 2 2/3 cabeças
Joelho @ 4 ¾ cabeças
Calcanhar @ 6 ½ cabeças
LINHA DE EQUILÍBRIO
33
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Para Bryant (2012), suas medidas de largura ficam Quanto às posições, em relação às alturas de cabeça
assim: marcadas na linha de equilíbrio, para o esquema de
Tabela 6 - Medidas de largura para crianças de 6 a 11 anos linhas horizontais, são:
Parte do Referência em cabeças • OMBROS: posicionados na metade da se-
Centímetros
corpo gunda cabeça.
OMBRO A 1 ⅓ DE ALTURA DE • CINTURA: posicionada ⅔ de cabeça abaixo
4 cm
OMBRO CABEÇA
da divisa entre a segunda e a terceira cabeça.
1 DE ALTURA DE • QUADRIL: posicionado ⅓ de cabeça abaixo
CINTURA 3 cm
CABEÇA
da divisa entre a terceira e a quarta cabeça.
1 ⅛ DE ALTURA DE
QUADRIL 3,4 cm
CABEÇA
Fonte: adaptado de Bryant (2012).
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DESIGN
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DESENHO DA FIGURA HUMANA
PRÉ-ADOLESCENTES DE 11 A 14 ANOS
Cintura 1cabeça de
argura @ 2 ¾ cabeças
rte de baixo do quadril
Ombros 1 ½ cabeça de
1/8 cabeça delargura
largura@ 1 ½ cabeça
@ 3 ½ cabeças
Cintura 1cabeça de
largura @ 2 ¾ cabeças
Parte de baixo do quadril
1 1/8 cabeça de largura
oelho @ 5 1/4 cabeças @ 3 ½ cabeças
alcanhar @ 7 Calcanhar
cabeças @ 7 cabeças
LINHA
LINHADE EQUILÍBRIO
DE EQUILÍBRIO
36
DESIGN
Para as meninas, as medidas de largura ficam assim: Quanto às posições, em relação às alturas de cabeça
Tabela 7 - Medidas de largura para meninas de 11 a 14 anos marcadas no esquema de linhas horizontais, são:
Parte do • OMBROS: posicionados na metade da se-
Referência em cabeças Centímetros
corpo gunda cabeça.
OMBRO A 1 ½ DE ALTURA DE • CINTURA: posicionada ¾ de cabeça abaixo
4,5 cm
OMBRO CABEÇA da divisa entre a segunda e a terceira cabeça.
1 DE ALTURA DE CA- • QUADRIL: posicionado na metade da quarta
CINTURA 3 cm
BEÇA
cabeça.
1 ⅛ DE ALTURA DE
QUADRIL 3,4 cm
CABEÇA
Fonte: adaptado de Bryant, (2102).
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DESENHO DA FIGURA HUMANA
Ombros 1 ½ cabeças de
largura @ 1 ½ cabeça
e baixo do quadril
Calcanhar @ 7 cabeças
cabeça de largura LINHA DE EQUILÍBRIO
3 2/3 cabeças
Figura 25 - Esquema de linhas e figura preliminar de menino de 11 a 14 anos
Fonte: Bryant (2012, p. 121).
LINHA DE EQUILÍBRIO
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DESIGN
As posições, em relação às alturas de cabeça marca- Continue treinando a cada novo conhecimento. As
das no esquema de linhas horizontais, são essas: crianças mudam muito rápido e é muito útil obser-
• OMBROS: posicionados na metade da se- var imagens delas nas mais variadas idades. Dese-
gunda cabeça. nhe sobre o esquema de linhas e aprimore as partes
• CINTURA: posicionada ⅞ de cabeça abaixo do corpo que ficaram a desejar.
da divisa entre a segunda e a terceira cabeça.
• QUADRIL: posicionada ⅔ de cabeça abaixo
da divisa entre a terceira e quarta cabeça.
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DESENHO DA FIGURA HUMANA
ADOLESCENTES DE 14 A 18 ANOS
Ombros 1 ½ cabeças de
largura @ 1 ½ cabeça
Calcanhar @ 8 cabeças
Figura 27 - Esquema de linhas e desenho preliminar para menina de 14 a 18 anos
LINHA DE EQUILÍBRIO Fonte: Bryant (2012, p. 126-127).
40
DESIGN
E as são as medidas de largura para elas: Quanto às posições, em relação às alturas de cabeça
Tabela 9 - Medidas de largura para meninas de 11 a 14 anos marcadas no esquema de linhas horizontais, são:
Parte do Centíme- • OMBROS: posicionados na metade da se-
Referência em cabeças
corpo tros gunda cabeça.
OMBRO A 1 ½ DE ALTURA DE • CINTURA: posicionada na divisa entre a ter-
4,5 cm
OMBRO CABEÇA ceira e a quarta cabeça.
CINTURA 1 DE ALTURA DE CABEÇA 3 cm • QUADRIL: posicionado a ⅔ de cabeça abai-
1 ¼ DE ALTURA DE CA- xo da divisa entre a terceira e a quarta cabeça.
QUADRIL 3,75 cm
BEÇA
Fonte: adaptado de Bryant, (2012).
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DESENHO DA FIGURA HUMANA
Ombros 1 ¾ cabeças de
largura @ 1 ½ cabeça
Calcanhar @ 8 cabeças
LINHA DE EQUILÍBRIO
42
DESIGN
As posições, em relação às alturas de cabeça marca- Desenhe com muita atenção cada uma dessas figu-
das no esquema de linhas horizontais, são estas: ras – femininas, masculinas e infantis, em suas vá-
• OMBROS: posicionados na metade da se- rias idades –. Quanto mais desenhar, mais firme e
gunda cabeça. seguro seu traço ficará, preparando-o(a) para os no-
• CINTURA: posicionada ⅛ de cabeça abaixo vos desafios que virão.
da divisa entre a terceira e a quarta cabeça.
• QUADRIL – posicionado na divisa entre a
quarta e a quinta cabeça.
43
DESENHO DA FIGURA HUMANA
SAIBA MAIS
Diversos autores ressaltam a importância do exercício de observar e desenhar pessoas em poses das
mais diversas – o chamado “modelo vivo” –. Para Jones (2011), essas aulas são um recurso importan-
te, pois fazem com que ossos e músculos trabalhem juntos e se equilibrem em diferentes movimen-
tos e posturas. Esse rico aprendizado promove a evolução do(a) aluno(a) na observação, análise e
desenho de formas, volumes e sombras, dando-lhe também a segurança no traço.
Quer experimentar? Peça para um amigo ficar em posição ereta, a uns cinco metros de distância de
você. Sentado, trabalhando com o papel sobre uma prancheta inclinada, experimente desenhar as
proporções de seu modelo. Use o lápis como referência: estenda o braço e posicione o lápis à altura
de seus olhos, usando-o como referência de marcação para alturas visuais, como a cabeça e as de-
mais medidas. Tente passar essas proporções para o papel, mas não busque a perfeição de detalhes.
O mais importante é conseguir reproduzir as proporções da figura.
Fonte: a autora.
44
DESIGN
Considerações Finais
Prezado(a) aluno(a), ao finalizar a leitura desta Daqui para a frente, a conquista é sua e depende
unidade, você já tem em mãos o trunfo de conhe- da disponibilidade para treinar o quanto for neces-
cer os cânones de proporção da figura humana sário, para o domínio do desenho do corpo humano
feminina, masculina e infantil em suas variadas aplicado à figura de moda. Quanto mais você estiver
faixas etárias. A construção da figura de moda uti- disposto(a) a desenhar, sem medos, sem críticas e
lizando os cânones é a melhor forma de garantir permitindo-se errar, mais rápido aprenderá o pro-
um desenho projetado exatamente do tamanho cesso de absorção do desenho e menor será a distân-
que você quer e também a forma de aprender o cia que o(a) separa de ter a desenvoltura necessária
desenho do corpo humano proporcionado e bem para representar suas criações de forma segura e es-
próximo do real – que é a base do desenho da fi- pontânea – ainda que tenham as maiores dificulda-
gura de moda –. Essa técnica dá a você o conhe- des, em termos de caimento ou riqueza de detalhes.
cimento necessário para que mais à frente possa Após o domínio dos cânones, o próximo passo
repensar essas proporções de forma consciente e será passar para os detalhes do rosto e cabelos, para,
fazer suas escolhas de forma acertada. A estrada assim, completar a figura de moda. No entanto, ain-
profissional que se segue pode reservar muitas da será uma figura estática, sem movimento, sem a
oportunidades a você e nunca se sabe o quê será pose de moda, que tanta vida dá ao desenho e que
exigido. O mercado oferece vários segmentos: tanto enriquece a apresentação da criação. Então,
roupas masculinas, femininas, esportivas, linge- prepare-se para a próxima unidade, desenhando
rie, roupas para bebê, crianças e adolescentes. É bastante com as orientações até aqui apresentadas
bom estar preparado(a) para todos, isso vai lhe e, assim, você estará dando mais um passo para o
dar mais confiança e segurança. aprendizado do desenho de moda. Vamos em frente!
45
atividades de estudo
1. O corpo masculino apresenta estrutura óssea mais larga do que a estrutura feminina. Por
isso, ao desenhar a figura masculina, você deve ter em mente que as larguras do corpo mas-
culino são diferentes das larguras do corpo feminino. A partir do guia de proporções mascu-
lino, segundo Bryant (2012), assinale a única alternativa correta:
a. ( ) A diferença entre a largura de ombros, masculinos e femininos é de 1/3 de altura de ca-
beça a mais para os ombros masculinos.
b. ( ) A cintura masculina, além de ser mais larga que a feminina, proporcionalmente, está si-
tuada mais abaixo do que a feminina em relação às alturas de cabeça marcadas na linha de
equilíbrio.
c. ( ) Com relação à largura de pescoço, não se nota diferença entre a largura do pescoço fe-
minino e masculino.
d. ( ) A parte de baixo do quadril masculino está posicionada mais acima do que a parte de
baixo do quadril feminino, levando-se em consideração a altura vertical na linha de equilíbrio.
e. ( ) Em referência ao guia de proporções, podemos usar as mesmas medidas de largura para
meninos e meninas, modificando e aumentando as larguras do esquema masculino apenas
após os 18 anos.
2. Segundo Bryant (2012), no desenho de moda, a figura humana adulta pode ser representada
com o total de altura de 9 cabeças. Seguindo esse princípio, considerando o desenho de uma
figura feminina (com a altura de cabeça igual a 3 cm), leia e analise as afirmativas seguintes:
I. A figura terá 6 cm da linha do queixo à cintura.
II. A figura terá 7 cm do joelho ao chão.
III. A distância da linha dos olhos ao queixo é de 2 cm.
IV. Da linha dos ombros à cintura temos 4,0 cm.
V. A figura terá 3 ½ alturas de cabeça da cintura até os joelhos.
46
atividades de estudo
3. Um aluno de Moda está elaborando um trabalho sobre figurino cênico e precisa realizar o de-
senho de uma figura feminina com um traje inspirado no período Rococó, cheio de detalhes.
Para isso, o desenho precisa ser grande o suficiente para que o traje possa ser bem detalha-
do e o aluno resolveu utilizar o formato A3, das Normas internacionais ISO 5457:1980 e ISO
216:1975. Para utilizar esse formato, fazendo um bom uso do papel e levando em conta a
medida de altura de cabeça mais adequada para o trabalho de construção da figura humana,
assinale verdadeiro (V) ou falso (F):
1. ( ) A medida adequada para a altura de cabeça, nesse caso, é de 5,5 cm por altura de cabeça.
2. ( ) O desenho vai ficar mais bem detalhado e melhor distribuído no papel se o aluno utilizar
a altura de cabeça com 5 cm.
3. ( ) Tanto a medida de 3,5 cm quanto a de 4,0 cm atendem bem às exigências necessárias para
um bom resultado do desenho.
47
LEITURA
COMPLEMENTAR
Segundo a definição de Ferreira (1995, p. 210), o desenho Para Riegelman (2006a), são dois os motivos pelos quais
é uma “representação de formas sobre uma superfície os desenhos de moda são realizados: Primeiro, para ilus-
através de linhas, pontos e manchas, com objetivo lúdi- trar de que maneiras as roupas que já existem podem
co, artístico ou técnico”, ou, ainda, como “delineamento, ser modificadas pela posição, luz, estilo de cabelo, tom
esboço, elaboração”. Já Riegelman (2006a), afirma que o de pele, acessórios e outras variáveis – neste propósito,
desenho é uma linguagem que possibilita a expressão e o desenho funcionaria no sentido de comunicar infor-
comunicação visual de ideias, afimação complementada mações subjetivas sobre o produto, por exemplo, a que
por Derdik (2007, p. 35), que o descreve como “represen- público se destina, em que ocasião pode ser usado, qual
tações gráficas que se mostram como um meio possível a sensação que o produto provoca, entre outros. Em se-
de o artista armazenar reflexões, dúvidas, problemas ou gundo lugar, para projetar novas vestimentas e acessó-
possíveis soluções”. rios - neste sentido, o desenho é visto como ferramenta
O desenho pode possuir formas diferentes de lingua- de concepção de produtos, com o objetivo de comunicar
gem: há o desenho artístico, que se caracteriza por uma formas, texturas, acabamentos, entre outros detalha-
maior liberdade de criação e subjetividade; e o desenho mentos, para algo que ainda não foi concretizado.
técnico, o qual, segundo Bachmann e Forberg (1970,
apud IZIDORO, 2009), tem possível origem ainda nos
tempos primitivos, quando se realizavam projetos de
Desenho de estilo
monumentos de grande porte. Tais desenhos objetivam
a comunicação de ideias para posterior materialização Assim como o esboço, o desenho de estilo está direta-
de um objeto, artefato ou construção. mente associado à representação de uma ideia a partir
A capacidade de “ver” e posteriormente “transmitir” aqui- do ato de desenhar. São também representações rápi-
lo que se vê é de fundamental importância para os profis- das, mais frequentemente realizadas com técnicas ma-
sionais do design. Isto porque, em projetos de produtos, nuais, cuja função é possibilitar a junção do fazer e do
o desenho não é, absolutamente, um fim em si mesmo, pensar o produto em termos projetuais. Por meio dele,
ou seja, não tem caráter artístico, mas deve ser utiliza- o designer registra ideias, estuda a coerência e a viabi-
do como um canal, pelo qual as ideias do profissional lidade do produto. Mas, diferentemente do esboço, é
tornam-se visíveis e podem ser discutidas, repensadas e por meio do desenho de estilo que o designer comuni-
materializadas. Deste modo, é importante destacar que ca sua intenção a terceiros, apresentando suas ideias às
o designer precisa tanto comunicar as ideias que ainda pessoas com poder de decisão sobre a fabricação dos
estão em sua mente, quanto representar aquilo que já produtos (GRAGNATO, 2008; MORRIS, 2006). Assim, este
foi projetado.
48
LEITURA
COMPLEMENTAR
tipo de representação é mais facilmente entendido como No tipo médio de corpo feminino, o tamanho da cabe-
um “refinamento” das representações que foram previa- ça corresponde aproximadamente à altura dividida por
mente realizadas por meio do esboço. sete e meio. No desenho de moda o divisor cresce para
No desenho de estilo a figura humana é quase sempre oito e meio a nove. O comprimento das pernas é exage-
representada, pois o caimento do produto sobre o corpo rado em relação ao do tronco. Como a ênfase é na roupa,
é informação indispensável. A representação de volu- a figura é um pouco alongada, não só como efeito de
mes, formas, cores, texturas e detalhamentos também elegância, mas também com o intuito de deixar espaço
devem acontecer da maneira mais fiel à realidade quan- para mostrar detalhes como bolsos e pespontos (JONES,
to for possível, pois ele orientará decisões importantes 2005, p. 90).
quanto à adequação da coleção (conceito, público-alvo),
custos (tecidos, aviamentos) e viabilidade técnico-produ- Segundo Morris (2006) e Riegelman (2006a), não há pro-
tiva (acabamentos, custos de produção). blemas em utilizar-se destas estilizações no desenho de
Quanto mais fiel à realidade o croqui, maior a probabi- croquis. No entanto, deve-se atentar para o fato de que
lidade das ideias do designer serem aprovadas (RIEGEL- estas distorções não devem ocorrer de forma que se
MAN, 2006a; GRAGNATO, 2007). Contudo, Jones (2005) modifique demais a figura, a ponto de se perderem as
afirma que o designer deve registrar de forma suficiente proporções básicas do corpo humano, e consequente-
detalhes e estruturas, sem complicar demais o trabalho. mente das peças sobre ele representadas. Elas devem
O realismo deve ser usado de maneira parcimoniosa, ser mantidas, de forma que o produto cubra-o obede-
pois o tempo é um importante limitador em empresas cendo aos seus volumes, formas e articulações de forma
de confecção. harmônica.
Assim como a representação de formas e estruturas, o
corpo humano deve também ser mostrado com as suas
Fonte: Hatadani e Menezes (2011, p. 69-74).
proporções reais, a fim de não “enganar” o leitor no
entendimento das peças. No entanto, é muito comum
encontrar croquis em que algumas proporções são dis-
torcidas e estilizadas, seja para evidenciar melhor os de-
talhamentos das peças, seja para tornar o corpo adapta-
do aos padrões de beleza vigente na época (BLACKMAN
(2007); MORRIS (2006); JONES (2005).
49
DESENHO DA FIGURA HUMANA
50
referências
51
gabarito
1. B
2. D
3. 1. F
2. F
3. V
4. A principal mudança é que a altura da figura infantil vai aumentando com a idade, a partir
de 4 cabeças para bebês. Isso acontece porque o corpo da figura humana cresce proporcio-
nalmente muito mais do que a cabeça, desde o seu nascimento. Esse processo é relativamente
lento até os seis anos, passando de 4 para 5 alturas de cabeça de comprimento total. A partir
dos 6 anos, a criança cresce mais rapidamente. Outra mudança significativa é com relação
ao porte corporal. Quando pequeninos, os meninos e meninas, para serem diferenciados,
precisam ser vestidos conforme o gênero. Já a partir dos 3 anos, o corpo vai perdendo aquela
gordurinha típica dos bebês e vai havendo uma sutil diferenciação conforme o sexo, com o
corpo dos meninos um pouco mais musculoso do que o das meninas.
5. a) V
b) F
c) F
d) V
e) V
52
CABEÇA E CABELOS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Proporções do rosto feminino
• Proporções do rosto masculino
• Proporções do rosto infantil
• Tipos de cabelos
Objetivos de Aprendizagem
• Desenvolver a personalização da figura por meio do rosto
para o gênero feminino.
• Desenvolver a personalização da figura por meio do rosto
para o gênero masculino.
• Desenvolver a personalização da figura por meio do rosto
para o gênero infantil feminino e infantil masculino.
• Desenvolver a personalização da figura por meio dos
diferentes tipos de penteados, de acordo com o gênero da
figura e o segmento de moda.
unidade
II
INTRODUÇÃO
Proporções do
Rosto Feminino
Começamos com o desenho do rosto em vista fron- se fosse um ovo de cabeça para baixo (imagem 1 da
tal, na figura 1, por ser mais fácil para o entendimen- figura1). Segundo Bryant (2012), para o desenho da
to dos cânones. Assim, você vai aprender a distri- cabeça por meio da análise do crânio, é bom ter em
buir os traços do rosto, para, em seguida, aprender o mente que sua única parte mais maleável é o maxilar
rosto em ½ perfil e em perfil. Para tal, utilizaremos (imagem 2). Em seguida, divida a cabeça com uma
imagens do passo a passo em cada figura exposta. linha vertical. Essa linha ajuda a trabalhar a simetria
A proporção de largura do rosto em vista frontal, do rosto no desenho (imagem 3). Agora reserve uma
em relação à altura de cabeça de 3 centímetros é de ⅔ pequena parte no alto da cabeça para a linha do ca-
da altura, ou seja, de 2 centímetros. Então, construa belo; e divida o restante em três partes iguais. Você
um retângulo de 3 cm x 2 cm e desenhe nele um oval terá a distribuição dos olhos, nariz e boca (imagem
com a parte de cima ligeiramente mais larga, como 4). Vamos ver mais detalhadamente?
58
DESIGN
Acompanhe a explicação das proporções do rosto, os olhos, deixe a largura de um olho de espaçamen-
conforme exposto na figura 2. to e para a largura do nariz, use como referência a
Os olhos ficam posicionados na metade da dis- medida do canal lacrimal (imagem 3). As orelhas
tância entre o alto da cabeça e o queixo. Aí estão estão posicionadas na altura dos olhos e descem
eles. Em seguida, você vai dividir a cabeça em três até a base do nariz, como se vê em todas as figu-
partes iguais, a partir da linha do cabelo. Na pri- ras. Para traçar o pescoço, use como referência os
meira linha ficam as sobrancelhas e na segunda, o pontos mais externos dos olhos. Mas tome cuidado,
nariz. Por último, posicione a boca. Para isso, divi- se você desenhou olhos muito pequenos, isso pode
da o último espaço, que vai do nariz ao queixo, em fazer o pescoço ficar fino. Ao contrário, se traçou
três partes. Use a primeira linha para centralizar a olhos muito grandes, o pescoço ficará grosso (ima-
boca (imagem 1). Para a largura da boca, você pode gem 4). Procure seguir essas orientações e base-
usar como referência a medida de afastamento das ar-se nas figuras a seguir para desenhar um rosto
pupilas (imagem 2). Já com relação à largura entre harmonioso.
59
DESENHO DA FIGURA HUMANA
SAIBA MAIS
O rosto do esquema de proporções apresentado re- Agora, veja na figura 3, como fica o esquema de
trata um tipo físico caucasiano, porém, para o en- proporções para um rosto desenhado em meio
riquecimento de seu aprendizado, você pode dese- perfil. Esse tipo de enfoque do rosto pode ser uti-
nhar outros rostos, com variação de traços, tal como lizado tanto em poses em que a figura esteja em
rosto afro – de nariz mais largo e boca mais carnuda meio perfil quanto em poses em que a figura hu-
– ou ainda rostos orientais – com olhos mais oblí- mana permaneça de frente. Um rosto desenhado
quos e puxados e, de um modo geral, lábios finos em meio perfil pode ser muito interessante, por-
–. Pode também experimentar outras etnias, con- que como a cabeça vira um pouco, vê-se parte do
sultando suas observações pessoais em revistas ou crânio e, com isso, você pode desenhar parte do
arquivos digitais, conforme sugerido na introdução cabelo, dando uma melhor visão do penteado es-
desta unidade. colhido.
60
DESIGN
Para construir o retângulo inicial das propor- agora como fica a linha central da face, que posicio-
ções, use a altura de 3 centímetros – e com relação à na o meio do rosto, o nariz e a boca. Essa linha está
largura, use uma medida ligeiramente maior do que curvada e mais voltada para o lado direito do dese-
a medida de 2 centímetros usada para a vista frontal nho (imagem. 3). No entanto, a altura das linhas de
do rosto –. Agora, ao desenhar o formato oval da cabelo, olhos, nariz e boca não se alteram. Obser-
cabeça, incline-o, de forma que a ponta do queixo vando a imagem 4, você já pode treinar o desenho
fique mais para o lado direito (imagem 1). Eviden- dos traços do rosto. Repare na reentrância que se
temente, se você quiser desenhar a cabeça voltada nota no contorno da face, no lado direito, à altura
para o lado contrário, a ponta do queixo deve estar dos olhos. Essa linha se molda à concavidade da os-
mais voltada para o lado esquerdo. A imagem do satura do crânio e põe em destaque o osso saliente
crânio (imagem 2) dá a exata noção de como fica da face. Os elementos do rosto do lado esquerdo es-
a visão dos traços do rosto. Ou seja, uma parte do tão em evidência, enquanto que os do lado direito
rosto estará mais em evidência do que a outra. Veja ficam em segundo plano.
61
DESENHO DA FIGURA HUMANA
O rosto em perfil é menos usado no desenho de do pescoço, inclinado para frente, devido à flexibili-
moda, mas é interessante de se aprender, porque dade da coluna. Para posicionar a altura dos olhos e
pode ser muito útil no caso de representação de o final do maxilar, divida o quadrado ao meio, nos
acessórios, como chapéus, lenços ou brincos. Na ca- dois sentidos (imagem 3). Agora, observe o desenho
beça em perfil, em vez de iniciar as proporções com dos traços do rosto, conforme a figura 4, sempre
um retângulo, você vai usar um quadrado de 3 por utilizando as mesmas alturas de olhos, nariz e boca
3 centímetros, uma vez que a largura da cabeça vai vistas desde a cabeça em vista frontal. Nessa visão,
se apresentar com a mesma medida da altura. Para os elementos do rosto estão totalmente de lado. Ob-
o esboço da cabeça, continue a desenhar um oval, serve também o alinhamento de testa, nariz e boca.
porém a ponta do queixo vai estar totalmente volta- Procure reproduzir em seus esboços um alinhamen-
da para o lado do canto inferior do quadrado onde to similar, com o nariz mais à frente e o lábio supe-
você quer que a cabeça esteja voltada – ou para a rior um pouco mais proeminente do que o inferior.
esquerda, como na imagem 1, ou para a direita –. Também nessa vista, você tem a visão total da orelha
Na imagem 2, você vê como fica o posicionamento da figura.
62
DESIGN
Proporções do
Rosto Masculino
Para o desenho do rosto masculino, a proporção é olhos. Os demais traços do rosto, como nariz e boca
a mesma usada para o desenho do rosto feminino, seguem a mesma divisão da figura feminina. Porém,
ou seja, você inicia desenhando um retângulo de 2 algumas diferenças são notáveis, como a acentuação
por 3 centímetros. A diferença é que ao desenhar a dos ossos da face e, além do maxilar mais quadrado,
forma oval da cabeça, esta será um pouco mais larga o desenho da boca, menos delineada do que a femi-
do que o oval da cabeça feminina. Também o queixo nina. Os olhos masculinos são menores do que os
será mais largo, já que o maxilar masculino é mais femininos, até porque não são desenhados maquia-
largo (imagem 1). Da mesma forma como fez com o dos como os femininos, recurso que os faz maiores.
desenho da cabeça feminina, divida o rosto em duas Procure desenhar o nariz para que pareça um pouco
partes com uma linha vertical (imagem 2). As demais maior do que o feminino (imagem 3). Perceba, ainda
proporções são iguais também, com a reserva de uma na imagem 3, que a largura do pescoço masculino é
parte ao alto da cabeça para os cabelos, e a divisão da maior do que a do pescoço feminino, sendo esse qua-
altura de cabeça ao meio, para definir a posição dos se da largura do maxilar – pouca coisa menor.
63
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Você vai ver agora como fica o esquema de propor- imagem 3, você vai perceber que essa vista favorece
ções para um rosto masculino desenhado em meio a caracterização dos elementos masculinos, já que
perfil. Comece construindo o retângulo inicial das coloca em destaque queixo e nariz, dois elementos
proporções, usando a altura de 3 centímetros – e, bem marcantes da fisionomia masculina.
com relação à largura, uma medida ligeiramen-
te maior do que a medida de 2 centímetros usada Com relação ao rosto masculino de perfil, você pode
para a vista frontal do rosto –. Agora, ao desenhar observar nas imagens a seguir, que o esquema é o
o formato oval da cabeça, lembre-se das orientações mesmo do feminino, porém com a forma oval mais
vistas no desenho da figura feminina em meio perfil: avantajada. Alguns elementos reforçam a masculi-
incline-o, de forma que a ponta do queixo fique mais nidade do rosto, tais como as sobrancelhas, o nariz,
para o lado direito (imagem 1) ou esquerdo, confor- o maxilar proeminente, orelhas maiores que as fe-
me a sua preferência ou adequação a uma necessi- mininas e a marcação do pomo de Adão, no pesco-
dade do desenho. Trace a linha central da face, que ço. Esses detalhes, na caracterização do desenho de
posiciona o meio do rosto, o nariz e a boca e que está moda, são de grande importância na tarefa de dife-
curvada e mais voltada para o lado direito do dese- renciar os gêneros das figuras. Mais uma vez, obser-
nho (imagem 2). Ao rotacionar o rosto para essa vis- ve com bastante atenção o perfil da figura. De um
ta, a posição vertical dos traços do rosto permanece modo geral, a testa masculina, à altura dos olhos, é
a mesma da figura feminina. Agora, observando a mais projetada para frente do que a feminina.
64
DESIGN
65
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Proporções do
Rosto Infantil
Conforme você já viu durante o aprendizado das O contorno da face e os traços do rosto precisam
proporções da figura infantil, na unidade 1, quando ter um aspecto compatível com a idade. Como a
falamos em crianças, podemos estar nos referindo a cabeça dos bebês e crianças bem pequenas é bem
um bebê, uma criança bem pequena, de 1 a 3 anos, redonda, para elas você pode usar praticamente um
crianças pequenas, de 4 a 6 anos, ou as maiores, dos quadrado para esboçar a cabeça. À medida que a
6 aos 11 anos. E, evidentemente, o desenho da ca- criança cresce, o formato da cabeça (e também as
beça acompanha essa diferenciação de faixa etária, feições) mudam rapidamente. Você, então, pode
com mudanças muito rápidas dentro do processo partir da forma retangular para o esboço da cabe-
de crescimento. No desenho de moda, essa diferen- ça, já a partir dos 4 anos, aumentando a altura do
ciação precisa ser bem explorada, para que a figu- retângulo até chegar à proporção de cabeça adulta,
ra não pareça uma criança com aspecto de adulto. usada para os adolescentes.
66
DESIGN
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DESENHO DA FIGURA HUMANA
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DESIGN
Tipos de Cabelos
Cabelos e maquiagem são elementos muito impor- ta, como se fosse uma segunda pele que ela porta
tantes no desenho de moda. É por meios da repre- com naturalidade. E essa interpretação, totalmente
sentação deles que o designer consegue reforçar a direcionada, possui, ao mesmo tempo, liberdade e
personificação dos mais diferenciados públicos-al- subjetividade apaixonantes!
vo. Assim como ao realizar uma coleção de moda Bryant (2012, p. 143) orienta: “pense em como
é preciso que exista uma coerência entre as peças, a sua visão pessoal de beleza contemporânea se re-
também a ilustração ou o desenho de moda deve es- laciona com um tipo específico de design de rou-
tar submerso na essência da coleção. É como se um pas”. A partir desse questionamento, analise alguns
se visse no outro, ou seja: assim como uma pessoa pontos importantes a respeito da coleção a ser re-
se depara com uma roupa diante de uma vitrine e se presentada, seja de sua autoria ou de um cliente,
vê na roupa exposta, por isso entra e compra, assim exatamente como se faz ao produzir um editorial
também deve ser a relação entre a figura de moda e de moda para uma revista ou catálogo. Qual o per-
a roupa, como se ela se identificasse com a vestimen- fil do público-alvo? E qual a temática da coleção? A
69
DESENHO DA FIGURA HUMANA
70
DESIGN
essência é moderna, romântica, vintage? Quais as bemos para onde o estamos levando com o pente,
características mais significativas das peças? As tex- ou seja, sabemos a direção que o pente toma ao levar
turas? As formas? Os detalhes e aviamentos? Quais os fios, sob o nosso comando. Então, com base nessa
elementos têm mais peso, dentro de tal contexto? certeza, imagine se uma pessoa tomar nas mãos o
A maquiagem? O cabelo? O aspecto deve ser mais pente e passá-lo sobre o cabelo em várias direções,
próximo do natural ou mais rebuscado? Agora olhe sem um planejamento? O resultado dessa ação vai
para esse conjunto e pense em como transmitir essa levar os cabelos a lugar nenhum. Da mesma forma,
mensagem por meio do desenho, com criatividade ao trabalhar com o lápis sobre o desenho, você deve
e inovação. agir como se penteasse o cabelo da figura de moda.
Procure também trabalhar sempre essa análise A direção dos traços é aquela que você pretende
partindo do geral para o específico. Por exemplo: para o penteado escolhido, conforme a explicação:
você determina se o cabelo será volumoso ou não. “A textura do cabelo se representa a partir de tramas
Então, a partir dessa escolha, você opta pelo pentea- de traços mais ou menos justapostos, que seguem a
do mais adequado para cada tipo de roupa. A partir caída natural do penteado” (FERNÁNDEZ; MAR-
da definição do contorno geral de cabelo que você TIN, 2007, p. 64).
quer para sua figura, você parte para o detalhe espe- O desenho dos cabelos deve ser executado cal-
cífico do tipo de cabelo que escolheu. Pode ser liso, cando mais o lápis no início do traçado do fio, em
ondulado, cacheado, frisado ou afro. um movimento contínuo e natural, que deve partir
Em muitos trabalhos, o cabelo parece adquirir do couro cabeludo e seguir nas direções de acordo
vida própria, tornando-se um dos elementos mais com o estilo do penteado. É interessante trabalhar
importantes da figura. Você não precisa se prender a afrouxando a pressão do lápis no papel perto do fi-
cabelos formalmente arrumados, ao contrário, tem nal de cada linha. Assim, você tem um fio de cabe-
livre liberdade para aventurar-se em penteados di- lo mais grosso perto da raiz, cujo traço vai ficando
ferentes e soluções ousadas, conforme a proposta da mais leve na direção das pontas. Com essa técnica,
coleção ou da peça a ser desenhada. Experimente você evita traços muito grossos nas pontas do cabelo
várias possibilidades, já que conforme o conceito da – que podem dar um aspecto pesado ao conjunto.
coleção, você terá que adequar os cabelos. Para dar ao cabelo a impressão de brilho, escu-
Para Kliczkowski (2006), é fundamental decidir reça somente as áreas que não estão expostas à inci-
qual vai ser o penteado antes de desenhar o cabelo. dência da luz, tais como a parte de dentro, próxima
Em seguida, você deve marcar as linhas de volume ao pescoço da figura, e também algumas mechas de
do cabelo para depois terminar o desenho com tra- cabelos que aparentam estar sobre as mechas mais
ços largos, como o caminho que um pente faz na ao alto da cabeça. Trabalhe intercalando mechas cla-
cabeleira. De fato, quando penteamos o cabelo, sa- ras e escuras.
71
DESENHO DA FIGURA HUMANA
72
DESIGN
Existem dois enfoques que se pode dar ao desenho trabalhando com uma trama de traços em cada pla-
de cabelos na figura de moda: ou você trabalha com no, na intenção de representar a direção dos fios de
poucos traços, sintetizando a forma do penteado ou cabelo e a caída que eles apresentam, de acordo com
desenha os cabelos com um aspecto mais realístico, o penteado.
73
DESENHO DA FIGURA HUMANA
74
DESIGN
75
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Tipos de penteados
femininos
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DESIGN
Tipos de penteados
masculinos
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DESENHO DA FIGURA HUMANA
Tipos de penteados
infantil e adolescente
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DESIGN
Considerações Finais
Caro(a) aluno(a), nesta unidade você viu como Continue com perseverança, porém não seja
proporcionar a cabeça feminina, masculina e muito crítico. A espontaneidade do desenho depende
infantil e pôde conhecer o posicionamento dos muito da sua disposição em se lançar ao papel, sem
traços do rosto, nas vistas frontal, meio perfil e medo. Provavelmente ao desenhar, você notará algu-
perfil. Também viu como é amplo o horizonte mas dificuldades e falhas. Não desanime: elas serão
dos desenhos de cabelos, com opções para todos superadas com o tempo e o treino constante. Procure
os públicos e inspirações. De posse dessas orien- desenhar figuras de todos os gêneros e idades apre-
tações, desenhe rostos nas figuras de moda que sentadas até aqui. Essa disponibilidade é necessária,
você esboçou na unidade 1. Desenhe também os para prepará-lo(a) para o próximo aprendizado. O
cabelos, iniciando pelas opções mais fáceis e par- desafio que se segue, na unidade 3, é substancial, pois
tindo, mais tarde, para os cabelos mais elabora- você, após aprender a desenhar as figuras humanas
dos; ou treine novos croquis, agora com a figura estáticas, vai travar contato com os ensinamentos
completa. Você não deve esquecer que quanto para o desenho da figura em movimento, ou seja, em
mais se treina, melhor fica o desenho, já que a pose de moda – e, com isso, as possibilidades de cres-
motricidade fina, que é o tipo de movimento que cimento são fascinantes! –. Seu desenho, enfim, vai
você trabalha enquanto desenha, se beneficia da “mover-se” em poses criativas, que você pode dese-
quantidade de produção. Grandes ilustradores nhar de acordo com a proposta das roupas ou com o
relatam que carregam consigo um bloco de dese- perfil do público retratado. Siga preparando-se para
nhos para estarem sempre “em ação”, desenhando essa nova etapa: desenhe com disposição e perseve-
tudo o que veem. rança para começar a colher doces frutos!
79
LEITURA
COMPLEMENTAR
Desenvolvimento de coleção, conceitos e metodologias Sobre o processo criativo, Treptow (2007) comenta várias
de moda técnicas de criação, entre elas, esboços em brainstor-
Para Fiorini (2008), a coleção é um sistema particular, ming, bonecas de papel, drapeamento de fotografia. A
tanto pela lógica de montagem, que apresenta princípios autora diz que o croqui e o desenho de moda nem sem-
de complementação entre diferentes produtos que se- pre são usados na indústria de confecção. Contudo, o
rão usados sobre o corpo, quanto pela sua característica croqui apresenta uma grande vantagem, que é visualizar
temporal e efêmera. Na coleção, o estilista é visto como as combinações entre as peças da coleção.
mensageiro e transmissor de ideias, que são criadas por Para Sorger e Udale (2009), o estilista deve ter muito
meio de materiais, formas e usos específicos. claro a quem serão dirigidas as suas peças ao criar uma
coleção. Pois todo designer de moda pode trabalhar em
Cada coleção apresenta alternativas formais e op-
diferentes níveis dentro da indústria da moda, a escolha
ções funcionais para o usuário, utilizando sua capa-
depende dos estudos realizados, das suas habilidades,
cidade associativa e combinatória: desde o produto
mais básico ao mais experimental, todos comparti- interesses pessoais e também do valor que se quer co-
lham um discurso comum, emitem a mesma men- brar pelos produtos. Os detalhes na roupa são fatores
sagem (FIORINI, 2008, p.110). decisivos quando se trata de persuadir alguém a fazer
Conforme a metodologia de Treptow (2007), uma cole- uma compra, além disso, o uso destes detalhes pode dar
ção deve ser coerente e contemplar os seguintes aspec- uma identidade à coleção, uma espécie de assinatura.
tos: identidade da marca, perfil do consumidor, tema de Como já vimos anteriormente, no caso do projeto de
coleção, propostas de cores e materiais, para assim criar moda, há menos autores que se dedicam ao estudo de
produtos que possam ser absorvidos pelo público alvo. projeto de moda se comparáramos com a quantidade
Deve-se ter uma preocupação também com a funciona- de autores dedicados ao estudo do projeto de design de
lidade e os benefícios que estes produtos vão oferecer produto. Como autores de metodologias de moda, po-
aos usuários, mesmos que estes atributos possam ser demos citar: Jones (2011), Treptow (2007), Sorger e Udale
intangíveis. (2009).
80
LEITURA
COMPLEMENTAR
Jones (2011) propõe um método em seis grandes eta- Na quinta fase são pesquisa das tendências, monta-se o
pas: briefing, desenvolvimento, custeio, gerenciamento briefing da coleção e define-se o tema, cartela de cores,
do tempo, inspiração e apresentação. Os objetivos do tecidos e aviamentos são decididos na sexta fase. E fi-
projeto são tratados logo na primeira etapa, público e nalmente, na sétima fase esboços, desenhos técnicos e
mercado alvo, análise de alternativa do problema e as modelagens, peças pilotos, reunião de aprovação, mos-
análises de valor para peças estão inseridas na segunda truário e lançamento e divulgação.
etapa. A terceira etapa trabalha com os prazos de entre- Sorger e Udale (2009) separam seu método em três ma-
ga, a quarta etapa inclui inspiração e criação das peças, cros etapas: pesquisa, desenvolvimento e lançamento.
e por fim a última etapa finaliza o projeto com croquis, A pesquisa de tendências, que está inserida na primeira
storyboards e as peças prontas. macro etapa. A segunda macro etapa engloba: desenhos
A metodologia de Treptow (2007) é formada por sete fa- e esboços, tecidos, cartela de cores, aviamentos, mode-
ses: planejamento, cronograma da coleção, parâmetro lagem e peças piloto. E por fim a mostra da coleção e a
de coleção, dimensão da coleção, pesquisa de tendên- venda, fazem parte da macro etapa de lançamento da
cias, desenvolvimento e fase de realização. Na primeira coleção.
etapa são discutidos número de peças da coleção, mix Fonte: Horn, Meyer e Ribeiro (2013, p. 161-163).
de produto, o cronograma de tempo de execução da
coleção, tempo de comercialização, capital de giro e o
potencial de faturamento da coleção. Na etapa dois, são
definidas as datas e as tarefas. O mix de produtos e o
mix de moda são definidos na terceira etapa, onde é ela-
borada uma tabela de parâmetro da coleção. O tamanho
da coleção e o estoque são abordados na quarta etapa.
81
atividades de estudo
2. Você viu na unidade 1 que o desenho de crianças é proporcionado com o número de alturas
de cabeça adequadas à faixa etária. Porém para reforçar a idade da criança, o desenho do
rosto deve estar compatível com a idade. A criança pequena tem uma face bem característi-
ca. Pensando no que é necessário para um bom desenho de crianças pequenas, leia e analise
as afirmativas seguintes:
I. Os traços do rosto, na criança pequena, devem ser desenhados bem leves, para que o dese-
nho não fique pesado.
II. Em comparação com o rosto adulto, a criança pequena tem mais altura de testa.
III. O pescoço infantil é bem esguio e visível na figura do bebê de colo.
IV. Para posicionar os olhos da criança de 1 a 3 anos, desenhe-o na metade da altura de cabeça,
exatamente como na figura feminina.
V. As mudanças no rosto infantil vão acontecendo à medida que o maxilar se desenvolve.
82
atividades de estudo
3. Para o desenho de cabelos, existe uma infinidade enorme de tipos e penteados, que devem
estar em acordo com a proposta do trabalho. Até mesmo no desenho da figura masculina,
a variedade é grande, indo do corte escovinha ao coque, adotado pelo segmento masculino
em muitos editoriais de moda. Porém, com relação à forma de apresentação do desenho do
cabelo, leia as afirmações a seguir e assinale verdadeiro (V) ou falso (F):
1. ( ) Cabelos cacheados só devem ser desenhados de forma detalhada e realística.
2. ( ) Não importa se o cabelo é elaborado e desenhado com um aspecto realístico ou se é
construído com poucos traços: o importante é a espontaneidade do resultado.
3. ( ) Para conseguir um efeito de sombras no desenho dos cabelos, eleja escurecer as partes
de baixo da cabeleira, próximas ao pescoço ou as mechas que estão sobre as outras que re-
cebem mais iluminação.
5. O cabelo e a maquiagem da figura de moda devem estar de acordo com o segmento da rou-
pa: casual, festa, trabalho; no desenho de moda essas características colaboram para que a
imagem passe o conceito de uma coleção. A partir das imagens apresentadas, correlacione-as
com a ocasião, conforme o estilo de cabelo.
a. ( ) Cabelos que podem ser usados com roupas casuais ou mais elaboradas. Porém não de-
vem ser usados quando a roupa tiver detalhes próximos ao pescoço, como golas ou detalhes
no alto de uma manga.
b. ( ) Este tipo de cabelo é perfeito para roupas de festa, quando o destaque é o colo ou as
costas. É perfeito para a exposição de um belo colar ou brincos.
c. ( ) Cabelo usado no dia a dia, não escondendo muito detalhes na parte de cima da roupa e,
por ser um penteado bem básico, combina com qualquer roupa.
83
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Styling de Moda
Jacqueline McAssey e Clare Buckley
Editora: Bookman
Sinopse: guia abrangente da área, começa com uma in-
trodução sobre o que é o styling de moda. O livro explica
as diversas áreas de atuação em styling e discute as habi-
lidades necessárias para seguir essa carreira. Ricamente
ilustrado com inúmeras imagens de styling criadas por
profissionais e estudantes de moda, este livro mostra
que, com muita criatividade, é possível desenvolver be-
los e relevantes trabalhos, mesmo com os orçamentos
mais limitados.
Comentário: ao entender o universo do styling, o(a) alu-
no(a) abre os horizontes para a personalização do desenho
de moda. As imagens de styling contidas no livro são uma fonte de inspiração nesse sentido.
Hayden Williams
Hayden Williams é um jovem ilustrador e designer britânico que ficou conhecido na mídia por
ilustrar celebridades em desenhos conceituais, cheios de sofisticação e glamour. Em seu site,
você pode observar a ampla galeria de tipos físicos que ele retrata com técnica de desenho e
cromatização perfeitas! Acesse o link “Archive” e se delicie!
Em: <http://haydenwilliamsillustrations.tumblr.com>
Inslee Haynes é uma ilustradora americana que desenha figuras femininas e detalhistas. Seu
trabalho tem forte inspiração romântica. Repare na forma como ela delineia os cabelos.
Em: <https://br.pinterest.com/ellenst4/inslee-love/>
84
referências
85
gabarito
1. B.
2. E
3. 1. F
2.V
3. V
4. Os dois fatores mais importantes – e que são o ponto de partida da pesquisa – são o co-
nhecimento de qual o perfil do público-alvo e também qual o tema que inspirou a coleção.
Outros dois fatores relevantes são os materiais e aviamentos escolhidos para a coleção e a
escolha do cabelo e maquiagem adequados às figuras de moda.
5. a. 3
b. 1
c. 2
86
A FIGURA EM MOVIMENTO
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Eixos da figura em movimento
• Representação da figura em movimento
• Construção de bases para o desenho de moda
Objetivos de Aprendizagem
• Levar ao conhecimento do(a) aluno(a) os eixos
responsáveis por um bom desenho de moda e alguns
conceitos teóricos relativos.
• Introduzir o(a) aluno(a) à representação gráfica manual da
figura em movimento.
• Apresentar o processo de adequação de bases utilizadas
no desenho de moda.
unidade
III
INTRODUÇÃO
Eixos da Figura
em Movimento
Para iniciar, gostaria que você pensasse sobre observa e forma uma ideia em relação a ela. Essa
o ato de desenhar. O desenho tem a função de ideia engloba informações que não deixam dú-
comunicar ideias, ele é uma vitrine daquilo que vidas, como a cor, a textura do tecido e os avia-
vemos ou que idealizamos, sintetizando em uma mentos que ornam a peça. Mas, também, há in-
imagem o que está dentro de nossa cabeça. En- formações que você precisa confirmar ao vestir,
tão, a partir dessa verdade, analise: quando você como o comprimento da roupa, a vestibilidade e
vê uma roupa pendurada em um cabide, você a o caimento no corpo.
92
DESIGN
Porém, se você vê essa mesma roupa vestida em EIXO DE EQUILÍBRIO E EIXO CENTRAL
um modelo, desfilando em uma passarela, o enten-
dimento e a comunicação dessa se dão de forma Você vai agora entender como planejar o desenho de
muito mais abrangente. Isso porque a peça envol- uma figura de moda em movimento. Ao esboçar o
ve o corpo em suas três dimensões, que são altu- movimento da figura, é muito importante se ater ao
ra, comprimento e profundidade. Nesse momento, seu equilíbrio. Como todas as coisas sobre o nosso
você consegue captar a forma e o comportamento planeta, o corpo humano também obedece às leis da
da roupa enquanto o modelo anda: comprimento de gravidade. Quando apoiamos nosso peso na terra, o
barras, mangas, largura da peça em relação ao corpo fazemos distribuindo a carga pelos membros infe-
e peso do tecido, se é fluido ou mais pesado. Você riores, porém com a participação de todo o corpo,
também consegue avaliar melhor sua vestibilidade, em um movimento traduzido como pose ou postu-
ou seja, se tem um bom caimento, enfim, a compre- ra. Se o peso do corpo está igualmente distribuído
ensão acerca dos elementos da roupa é muito maior. entre as duas pernas, é fácil representar a figura com
Da mesma forma, com o conhecimento que você equilíbrio. Porém, se a figura apresentar uma “que-
teve até esta unidade, consegue desenhar uma figura bra” de quadril, para a direita ou esquerda, o peso do
humana estática, de frente ou de costas. Se essa figu- corpo vai recair sobre uma das pernas, aquela que
ra estiver vestida, é possível comunicar ideias sobre a apresenta o quadril mais alto. Nesse caso, o desenho
forma, a cor e os principais detalhes da roupa. Porém, pode até estar bem feito, correto na representação
para um melhor entendimento, para atrair a atenção e dos detalhes, porém se a figura parece desequilibra-
para fornecer todas as informações necessárias a um da, prestes a cair, o resultado não é agradável.
bom andamento do processo de produção, você preci- Para não cometer esse erro, ao analisar uma fi-
sa apresentar os desenhos com a figura em movimento, gura humana em pose, deve-se observar qual per-
porque com esse recurso você consegue passar melhor na está suportando a maior parte ou a totalidade do
a ideia das características do material com o qual ela foi peso do corpo. Experimente você mesmo(a) repetir
confeccionada, seu peso, textura, caimento e compor- com seu corpo a pose analisada e avalie o quê acon-
tamento ao redor da figura. Um bom desenho de moda tece com o seu peso em relação à distribuição dele
tem a capacidade de vender ideias, ainda no papel. entre as pernas, enquanto posa. Com esse procedi-
mento, você entenderá como é o processo de distri-
REFLITA buição do peso e ficará mais fácil avaliar a figura.
Após sua análise, inicie o desenho traçando uma
linha vertical no centro da folha, que servirá de base
O traço próprio e o uso de materiais artísticos
variados são muito mais importantes na ilus- para posicionar o desenho. Esta linha é chamada de
tração de moda do que o modelo. O melhor eixo de equilíbrio e é de suma importância no pla-
traço próprio é aquele que é seguro, fluido e nejamento da pose, pois serve para tornar a pose
cheio de movimento.
convincente e equilibrada. Vamos ver como reco-
(Sorger e Udale, 2009) nhecer este eixo? Na figura a seguir, vemos o eixo
de equilíbrio representado por uma linha vermelha.
93
DESENHO DA FIGURA HUMANA
94
DESIGN
95
DESENHO DA FIGURA HUMANA
LINHAS AUXILIARES
96
DESIGN
97
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Diversos autores orientam acerca do esboço da fi- quatro fatores muito importantes:
gura em movimento, porém todos concordam que proporção + equilíbrio + volume + forma
o esboço inicial deve levar em conta o estudo dos • Proporção: é a relação entre as partes do corpo
eixos e das linhas auxiliares. e, para isso, são aplicados os cânones de altura
e largura, como você aprendeu na unidade 1.
Equilíbrio significa estabilidade, neste senti- • Equilíbrio: você consegue verificando a
do o desenho de uma figura humana está em veracidade da distribuição do peso do
equilíbrio quando seu peso está igualmente ba- corpo com a aplicação da linha de eixo de
lanceado. Para desenhar corretamente a figura equilíbrio, após esboçar a cabeça e o pes-
em diversas posições, você pode graficamente coço e antes mesmo de iniciar o traçado
simplificar a estrutura de apoio, ou seja, o es- do corpo.
queleto. (BORDI; CASTIGLIONI, 2002, p. 41)
• Volume: é a definição sintetizada das partes
do corpo.
Ainda segundo Bordi e Castiglioni (2002), um bom • Forma: é o delineamento das partes do corpo,
desenho de moda deve ser elaborado a partir de para a finalização do desenho.
98
DESIGN
Representação da
Figura em Movimento
Agora você já pode pôr em prática os ensinamentos nessa atividade, não seja tão crítico consigo mesmo,
aprendidos até aqui. De posse de uma folha em bran- porém reserve um tempo para desenhar quantas po-
co, o que você deve fazer? Em primeiro lugar, cons- ses forem necessárias até adquirir desenvoltura. A
cientize-se de que você deve desenvolver a confiança menos que o talento seja nato, isso só vem com o tem-
no seu traço. Isso se consegue desenhando e pratican- po e treino. Afinal, o papel em branco está aí olhando
do com disposição. Portanto, se você está estreando para você! Vamos começar?
99
DESENHO DA FIGURA HUMANA
A sugestão é que você comece justamente com a librada. É útil posicionar as rótulas de joelhos antes
pose que ilustrou o tópico anterior, “Eixos da figura de traçar as pernas, porque ao fazê-lo você determi-
em movimento”. Volte às figuras 3 e 4 e observe a na a direção que elas devem seguir. Para Feyerabend
sequência de imagens que foram usadas nelas para (2006), é interessante marcar as articulações antes
a explicação dos eixos e linhas auxiliares. Você deve de traçar braços e pernas, para tomá-las como ponto
reproduzir o desenho dessa pose, contando para isso de partida de mudanças de direção no esboço desses
com o passo a passo que se segue. membros.
Para começar, lembre-se de respeitar o conteú- Defina a largura de ombros, peito, cintura e qua-
do aprendido na unidade 1, que rege os cânones de dris, como mostrado na figura 3 e depois, inicie a
proporção e o posicionamento das partes do corpo, finalização do desenho, como se vê durante os esbo-
em relação às alturas de cabeça. Marque ligeiramen- ços da figura 4. Preste bastante atenção à ondulação
te as 9 cabeças no papel, para orientar-se. Ao iniciar de linha nos braços e pernas e trabalhe delineando
o desenho da pose, comece traçando o desenho da suas formas.
cabeça e esboce as linhas de ombros e seios, pen- Ao finalizar, avalie se o resultado foi satisfató-
dendo-as para o lado esquerdo do desenho. Em se- rio. Não hesite em desenhar de novo, se a figura não
guida, trace o eixo central, com a inclinação voltada ficou equilibrada ou se você não ficou satisfeito(a)
para o lado oposto ao ombro mais alto. Enquanto com o resultado do desenho.
traça, tenha em mente que você não precisa dese- Agora escolha outras imagens como orientação
nhar uma reprodução perfeita, podendo dar mar- visual para sua prática. Experimente desenhar uma
gem à sua interpretação da figura – que é muito figura de costas. O processo de eixos e linhas auxi-
pessoal. liares é o mesmo que o utilizado na figura de frente.
Agora esboce as linhas de cintura e quadris, pen- Acompanhe as figuras a seguir e faça o seu próprio
dendo para o lado oposto ao lado de relaxamento de estudo dessa pose. Na figura 5 estão representados
ombros, ou seja, pendendo para o lado direito. Trace o eixo de equilíbrio, em vermelho, e o eixo central,
o eixo de equilíbrio saindo da base do pescoço até em tracejado azul. Estão marcadas também as linhas
o chão; posicione as rótulas de joelhos; e, só então, auxiliares de ombros, peito, cintura e quadris, todas
desenhe as pernas, para que a modelo pareça equi- em azul. Desenhe até esse estágio.
100
DESIGN
Figura 5 - Estudo da figura feminina em movimento de costas Figura 6 - Finalização da figura feminina em movimento de costas
Fonte: Bryant (2012, p. 50). Fonte: Bryant (2012, p. 51).
101
DESENHO DA FIGURA HUMANA
102
DESIGN
Como já foi dito, comece observando alguma ima- de cima ou de baixo, porque isso promove distor-
gem; não tente desenhar de memória enquanto ções na figura. Escolha para inspiração, poses em
ainda não dominar o entendimento do processo que a figura foi fotografada de frente, como se o
do desenho em movimento. Inicialmente, a não foco visual estivesse à linha da púbis, ou seja, apro-
ser que você já tenha muita prática no desenho de ximadamente no meio da altura da figura, sem en-
moda, não desenhe sem uma referência visual. Se- foque superior ou inferior, e com movimentos que
lecione recortes de revista ou mesmo imagens de deixem a roupa bem visível, evitando braços cru-
ilustrações de moda, evitando aquelas em que a zados à frente e figuras sentadas ou apoiadas em
figura está muito vestida, para que você possa ver alguma coisa. Inicie com as poses mais simples e
com clareza o movimento do corpo. Evite também passe para as mais difíceis à medida que se sentir
imagens em que a figura humana foi fotografada mais seguro(a).
103
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Vamos passar para o desenho de uma figura mascu- Inicie, portanto, o desenho da figura masculi-
lina? Ao longo de minha experiência como docente, na em movimento. Vamos usar como referência as
observei que muitos alunos têm preferência pelo de- imagens da figura masculina de frente e de costas,
senho feminino e encontram dificuldade para dese- com quebra de quadril para a esquerda do desenho.
nhar figuras masculinas. Tudo é questão de treino. Observe a marcação do eixo de equilíbrio (em ver-
Se o(a) aluno(a) desenvolve bem a figura feminina, melho) e do eixo central (em tracejado azul).
muitas vezes encontra resistência em conseguir ve-
racidade de formas e atitude na figura masculina.
Porém já me deparei com muitos(as) alunos(as) que
demonstravam mais facilidade com a figura mascu-
lina, principalmente os(as) que ainda não tinham o
hábito do desenho de moda feminino. Então, qual é
a fórmula para o sucesso?
Bem, a fórmula para o sucesso passa primeira-
mente pela disponibilidade em desenhar o quan-
to for necessário e não se contentar com qualquer
resultado. A realização vem com a persistência e a
humildade em querer aprender e desafiar-se sempre.
Mas algumas afirmativas podem ajudar e esclarecer
bastante! Veremos mais detalhadamente esse aspecto
na unidade 4, durante a leitura do tópico “Especifici-
dades no desenho de gêneros”. Porém, para o seu en-
tendimento, durante o conteúdo desta unidade, sim-
plificadamente, você deve levar em conta o seguinte:
as poses masculinas devem ser mais simples, sem ou
com pouca quebra de quadril, já que essa particula-
ridade, em uma postura, se exagerada, torna a pose
afeminada. O volume do corpo masculino é mais ge-
ometrizado e toda a postura deve ter uma aparência
mais dura do que a postura feminina. Também leve
em conta que os pés masculinos devem ser sempre
representados “plantados” no chão, já que os calça- Figura 9 - Figura masculina em movimento frente e costas
dos masculinos não possuem saltos altos. Fonte: Bryant (2012, p. 88).
104
DESIGN
Perceba que, apesar do deslocamento do quadril, três etapas de desenvolvimento. Na primeira etapa,
o tronco se mantém mais rígido do que o tronco você realiza a marcação das alturas de cabeça, o de-
feminino, quando nessa mesma pose. Esse aspecto senho da cabeça, a marcação do eixo de equilíbrio,
de rigidez do corpo é o que acentua a masculinida- do eixo central e a marcação de rótulas dos joelhos,
de da figura. Outros aspectos, como ombros largos além do posicionamento dos pés. Em seguida, esbo-
e ligeiramente curvados para a frente e mãos bem ça o tronco e membros, e, por último, define a forma
relaxadas, complementam as características prin- do corpo, acrescentando a marcação dos músculos.
cipais de um desenho de figura masculina. Agora que você já conhece as regras básicas para
Siga trabalhando em outros esboços de movi- o desenho masculino em movimento, pesquise ima-
mento da figura masculina, como você já fez com a gens com outras poses e tente reproduzi-las para
figura feminina. A seguir, você vê mais uma pose nas treinar ainda mais o seu traço.
105
DESENHO DA FIGURA HUMANA
No desenho da figura infantil, o processo é exatamente A única diferença é com relação às alturas de cabeça
o mesmo apresentado até aqui, por meio do estudo do devido a especificidades de idade e gênero, conforme
equilíbrio do corpo, com a aplicação do eixo de equi- você viu na unidade 1. Observe algumas imagens de
líbrio e do eixo central para marcar o centro da figura. figuras infantis e adolescentes em movimento.
106
DESIGN
Procure treinar bastante, não se preocupe em vestir ridade por enquanto. A base do desenho é o corpo
a figura ou se quiser desenhar figuras com roupas, da figura humana e ele tem que estar bem resolvido
escolha modelos simples, para que você possa con- para que possa portar a roupa de forma que ela seja
centrar seus esforços em definir a pose. Essa é a prio- o elemento principal do desenho.
107
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Construção de Bases
Para o Desenho de Moda
108
DESIGN
Neste tópico vamos conversar sobre o desenvolvimen- bases funcionam como seu elenco de modelos, sem-
to e adequação das bases para seus futuros trabalhos, pre à disposição para “vestir” suas criações. Trabalhe
seja durante o curso ou em sua vida profissional. Ao seus novos desenhos com papel sobre elas e, se for di-
longo de seu aprendizado pessoal, você vai desenvol- fícil visualizar seu contorno, use uma canetinha preta
ver alguns desenhos de figuras de moda, alguns não ou de cor escura (ponta fina) para reforçar as linhas
tão bons, outros apresentando progressos no seu dese- de contorno da figura. Preserve as bases dessa forma,
nho, de forma que fiquem cada vez mais ao seu agra- como gabaritos para o desenho de figuras com roupas.
do. Não despreze nenhum, encare cada etapa como
necessária à melhoria contínua de seu traço e desen- TÉCNICA DE MULTIPLICAÇÃO DE POSES
volvimento da habilidade de visão espacial. Diversos
autores sabem da necessidade desse aprendizado para Vou começar apresentando a você a possibilidade de
poder apresentar suas ideias, já que juntamente com os multiplicar uma pose em outras, aproveitando o dese-
ensinamentos de desenho, outras disciplinas exigem nho inicial que você desenvolveu. Até agora, você tem
que essa habilidade se desenvolva com certa rapidez. desenhado assim: uma pose de cada vez. A prática de
copiar poses não é, de forma alguma, estimulada por
Na faculdade, você deverá apresentar ilustra- docentes, o ideal é que se pratique muito, como for-
ções na forma de esboços, desenvolvimento do
ma de aprimorar o desenho. Porém, se o desenho de
design (detalhamento do desenho e compo-
sição) e arte-final (croquis). Os desenhos não base é seu, se não é um desenho de outra pessoa, você
precisam ser muito elaborados: o objetivo é co- pode aproveitar o contorno do corpo e fazer algumas
municar um traço, um perfil, um clima especí- alterações, para que se transforme em outra pose. Esse
fico com rapidez e estilo (JONES, 2011, p. 91). método pode ser usado quando o tempo é escasso e o
trabalho é muito, agilizando a produção dos desenhos
Por isso, mais uma vez é bom lembrar: se estiver dese- e deixando você mais livre para o foco no detalhamen-
nhando tendo como referência uma imagem fotográ- to do desenho de roupas. Você também pode utilizar a
fica, evite deter-se em representar a figura detalhada- cópia da pose para rebater o papel e usar o risco para
mente como ela é e procure, em vez disso, capturar a fazer a mesma pose de costas, assim ela vai ficar espe-
essência do movimento, de forma mais sintética. São lhada. Lembre-se de fazer as alterações, modificando
muitas as possibilidades de pose tanto na apresenta- o corpo e adequando a pose à vista de costas.
ção de trabalhos acadêmicos quanto na aplicação do Imagine que, dentre alguns estudos, você gostou
processo criativo, dentro de um setor de produção. muito de uma pose feminina em que há a quebra de
Um quadril erguido, uma cabeça inclinada, um braço quadril, pernas mais afastadas uma da outra e braços
flexionado com graça ou a simulação de um salto no caídos ao longo do corpo. Trabalhe com um papel
desenho infantil podem fazer toda a diferença. manteiga ou de seda, com transparência, sobre o seu
É interessante desenvolver esses desenhos de fi- desenho, copiando o contorno da cabeça, ombros e
guras humanas sem roupas para funcionarem como tronco. Veja na figura a seguir como você pode criar
bases prontas, as quais você lança mão sempre que novas posições de braços e pernas, transformando a
precisar desenhar ou criar modelos de roupas. Essas pose em outras variantes.
109
DESENHO DA FIGURA HUMANA
110
DESIGN
Aliás, os braços, juntamente com a cabeça, são a par- fundamentada na observação de imagens e na análi-
te mais livre do planejamento, podendo estarem sol- se dos eixos de equilíbrio e linhas auxiliares, há mui-
tos ao longo do corpo, com uma das mãos na cintura ta liberdade de possibilidades para cabeça e braços
ou quadril ou ainda em outras posições, sem pre- e alguma liberdade no posicionamento das pernas.
judicar a naturalidade da pose. Você também tem Por medida de precaução, quando for utilizar essa
alguma liberdade no posicionamento da perna que técnica para multiplicação de poses, defina primeiro
não sustenta o peso do corpo, podendo ela estar fle- a posição das pernas, para finalmente definir a posi-
xionada ou reta, próxima da outra ou mais afastada. ção dos braços, já que eles têm mais liberdade. Ao fi-
Isso quer dizer que, definida a posição do tronco, nal, avalie se a pose está natural e agradável ao olhar.
111
DESENHO DA FIGURA HUMANA
112
DESIGN
que você vai desenhar o decote, as costas em evidên- Fonte: adaptado de Morris (2007).
cia e o cabelo, preso em um belo penteado, para que
o feitio do vestido apareça bem. E no caso de uma
saia justa? A pose escolhida deve ter quebra de qua-
dril, para que o desenho sinuoso da lateral do corpo
confira graça ao movimento, e pernas próximas uma
da outra para um resultado elegante. Vestidos com
volume pedem poses que pareçam com o movimen-
to de caminhada ou rodopios, para que você possa
representar melhor a largura da roda de uma saia.
113
DESENHO DA FIGURA HUMANA
114
DESIGN
Figura 18 - Os fundos das imagens colaboram com a identificação do público-alvo em relação à marca
115
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Considerações Finais
Caro(a) aluno(a), nesta unidade você aprendeu a desenhar é uma tarefa relativamente tranquila, o
desenvolver desenhos com movimento da figura, foco pode ser deslocado para a pesquisa de mate-
utilizando a aplicação dos eixos de movimento e a riais, para as inspirações, para o processo criativo
análise das linhas auxiliares. Viu como é importante e de confecção das peças ou para os problemas de
avaliar a distribuição do peso do corpo, para que a última hora.
pose pareça equilibrada e real e, embora a figura hu- Por último, você também viu como multiplicar
mana seja apenas um suporte para a representação poses a partir de uma base bem construída e sólida,
do produto de moda, você aprendeu que ela precisa preparando um arquivo de desenhos que funcionam
ser convincente e atraente para o observador. como bases ou gabaritos a serem “vestidos” toda vez
Esta unidade trouxe alguns exemplos de poses que você precisar, com otimização de tempo. Obser-
analisadas que você pode usar para compreender o vamos também como adequar as poses aos diversos
conteúdo e também para praticar o desenho. Faça tipos de roupas, de acordo com as características
um arquivo de imagens, retiradas da internet ou técnicas, reforçando a importância de adequar o
de páginas de revistas, que lhe sirva de inspiração tipo de figura de acordo com o público-alvo.
para o desenho de poses as mais diversas. Procure O próximo passo é aprender como diferenciar
desenhar muitas, até adquirir desenvoltura. Lem- seus desenhos femininos, masculinos e infantis por
bre-se que, no dia a dia de uma empresa, os prazos meio da especificidade de gêneros. Você aprenderá
do processo de confecção pedem rapidez e capa- como é possível estilizar a figura de moda de forma
cidade de resolução de problemas, os mais diver- planejada e também conhecerá a diferença entre de-
sos, que invariavelmente surgem. Nessas horas, a senho de moda e ilustração de moda.
destreza no desenho é muito importante, pois se Vamos lá!
116
atividades de estudo
1. Para um bom desenho de moda, é importante aplicar a teoria dos eixos e linhas auxiliares,
que direcionam o caminho para o traço. Com base no que você aprendeu, analise as afirma-
tivas a seguir:
I. Para que as linhas de cintura e quadris estejam perfeitamente horizontais, é preciso que a
figura esteja com os pés bem juntos.
II. A inclinação da linha dos ombros é acompanhada pela inclinação da linha do peito, já a incli-
nação da linha da cintura acompanha a da linha dos quadris.
III. O eixo central é que indica onde está apoiado o peso do corpo.
IV. O eixo de equilíbrio nem sempre está centralizado em relação à figura.
V. Para que a pose pareça real e bem estabilizada, o eixo central deve estar bem equilibrado e
mostrando onde está o peso do corpo.
VI. A púbis da figura sempre se desloca para o lado oposto ao lado do quadril mais alto.
2. Com relação aos eixos utilizados para o desenho de moda adotados por vários ilustradores,
tais como Jones (2011), Kliczkowski (2006) e Bryant (2012), e considerando a altura de cabeça
igual a 3 cm, leia e analise as afirmativas seguintes:
I. O eixo central é que indica onde está apoiado o peso do corpo.
II. A figura terá 9 cm do joelho ao chão.
III. A figura terá 5 alturas de cabeça da cintura ao chão.
IV. Para que as linhas de ombro, cintura e quadril estejam inclinadas, é preciso que a figura esteja
com os pés bem afastados um do outro.
V. O estudo do eixo de equilíbrio e sua aplicação no desenho são responsáveis pela aparência
natural e verdadeira da pose.
117
atividades de estudo
3. A partir da figura a seguir, avalie a pose e a relação de vestibilidade para as opções de roupas
elencadas nas afirmativas 1, 2 e 3. Considerando o resultado para a melhor exposição da rou-
pa, assinale verdadeiro (V) ou falso (F):
1. ( ) Pose adequada para vestidos com roda, calças pantalona, saias com volume e vestidos
longos evasê.
2. ( ) Pose adequada para peças justas, como saias tipo lápis, vestidos sereia e conjuntos de
blazer com saia tipo secretária.
3. ( ) Pose adequada para peças de moda praia, fitness, roupas para festas, voltadas para o
público jovem feminino.
118
atividades de estudo
4. Analise as poses a seguir, nelas podemos ver uma diversidade de situações. O eixo de equilí-
brio não foi representado, mas olhando para as figuras, trace mentalmente uma linha vertical
saindo da base do pescoço de cada uma e repita com seu corpo as poses apresentadas. Des-
creva o que acontece com o peso do corpo e a situação de movimento de cada pose.
5. O movimento e a atitude de uma pose de moda devem estar em sintonia com o tipo de
roupa a ser apresentado no desenho. Roupas esportivas, casuais, formais ou a rigor, cada
segmento precisa de um tipo específico de pose, que reflita a atitude de quem a usa. A partir
das imagens apresentadas, com sugestão de pose, correlacione-as com a ocasião, conforme
a adequação da postura.
a. ( ) Traje terno completo, camisa social, gravata, sapatos sociais . A ocasião é um jantar de
formatura.
b. ( ) Uma roupa para uma ida informal ao cinema, com bermuda, camiseta e, nos pés, um
mocassim.
c. ( ) A roupa é uma camiseta, bermuda ciclista e tênis, para praticar esportes.
119
LEITURA
COMPLEMENTAR
Neste texto, o autor descreve o esforço de traçar uma tituída de linhas curvas muito simples (como se fossem
figura de moda a partir dos eixos e linhas auxiliares e fios). Devem-se visualizar, esquematicamente, as estru-
sugere que se trabalhe de forma sintética, simplificando turas principais como a linha dos ombros e dos quadris,
o olhar. Leia e utilize os ensinamentos para aventurar-se os segmentos que indicam a posição e comprimento
no papel em branco! das extremidades, assinalando as articulações com pe-
quenos círculos. Desta maneira, se obtém uma figura
Esquematização e síntese da figura geométrica similar a um robô, que contém a estrutura
A esquematização consiste em extremar a estrutura do essencial do corpo.
corpo reduzindo-o a uns poucos traços essenciais. Se Agora vamos abordar o perfil exterior, que termina defi-
não temos experiência para desenhar a figura ao natu- nindo a anatomia, o contorno da figura de moda.
ral, esta maneira de trabalhar facilita o trabalho, permite O perfil da figura: o desenho de contorno é um dos exer-
que as figuras tornem-se mais fáceis de desenhar e que cícios mais interessantes que se pode praticar, já que
pareçam corretas. obriga a centrar sua atenção no limite da forma, esque-
Trabalhe do geral ao específico: o segredo da síntese cendo qualquer detalhe ou efeito de sombreado. Uma
consiste em prevenir os detalhes anatômicos e fixar a maneira acertada de começar é desenhando o perfil do
forma geral do conjunto. Em outras palavras, aprender corpo de cima para baixo. Parte-se do colo e se traça a
a trabalhar do mais geral para o mais específico. Deve-se suave curva dos ombros. A partir daí, vamos descendo
ver a figura como um conjunto articulado, fixar as formas pelo corpo, para traçar as formas onduladas que descre-
básicas do tronco, da cabeça e dos membros e a relação vem a massa muscular. Traçamos uma linha geométrica
de proporções que se estabelece entre elas. e protuberante se o modelo é masculino, e rebaixada e
A armação do corpo: para construir uma figura se come- sinuosa se é um corpo feminino.
ça projetando o esqueleto interno, de maneira muito sin-
tética. Para isso, se reduz o corpo a uma armação cons- Fonte: Fernandez e Martin (2007, p. 36).
120
DESIGN
121
referências
122
gabarito
1. C
2. D
3. 1. V
2. F
3. V
4. Pose A – apresenta quebra de quadril para a direita do desenho. A linha da
cintura acompanha o movimento. Em contrapartida, o ombro relaxa desse
mesmo lado, erguendo-se para o lado oposto, ou seja, o lado esquerdo. O
peso do corpo está concentrado na perna do quadril mais alto, que se cruza
à frente da outra.
Pose B - apresenta quebra de quadril para a esquerda do desenho. A linha
da cintura acompanha o movimento. Assim, o ombro relaxa desse mesmo
lado, erguendo-se no lado oposto. A linha de seios acompanha a de ombros.
O peso do corpo está concentrado na perna do quadril mais alto e a outra
perna apresenta leve flexão de joelho.
Pose C – apresenta leve quebra de quadril para a direita do desenho. Porém,
nesta pose, o ombro tem um acentuado relaxamento para o lado direito, se
comparado com a pouca quebra do quadril. O peso do corpo está apoiado
na perna do quadril mais alto, porém parte dele também incide sobre a outra
perna.
Pose D – apresenta quebra de quadril para a esquerda do desenho. A linha
da cintura acompanha. O ombro relaxa, erguendo-se para o lado oposto, ou
seja, o lado esquerdo. O peso do corpo está praticamente todo na perna do
quadril mais alto, estando a outra perna estendida para o lado.
5. a. 3
b. 2
c. 1
123
A ESTILIZAÇÃO NO
DESENHO DE MODA
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Especificidades no desenho de gêneros
• Estilizando a figura de moda
• O desenho de moda e a ilustração de moda
Objetivos de Aprendizagem
• Aprimorar a percepção visual do aluno por meio
da observação do corpo humano, seus detalhes e
especificidades.
• Apresentar a técnica de estilização da figura de moda
por meio da distorção de proporções e enfatização de
características.
• Levar ao conhecimento do aluno o conceito e a
aplicabilidade do desenho de moda e da ilustração de
moda.
unidade
IV
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a)! Tem desenhado bastante? Imagino que sim! Com o con-
teúdo aprendido até aqui e sua disponibilidade em praticar, você está
apto(a) a desenvolver várias poses de figuras de moda femininas, mas-
culinas e infantis, em movimento. Continue desenhando, suas poses e
seu traço tendem a melhorar com o treino. Agora que você já sabe como
desenhar a figura em movimento e até já aprendeu a multiplicar poses a
partir de uma base, você já pode aprimorar algumas peculiaridades nos
seus croquis de moda.
Nesta unidade, você vai ver que, reforçando a especificidade nas suas
figuras de moda, seus desenhos ficarão mais focados no público e na fai-
xa etária específica com a qual você esteja trabalhando. No desenho de
moda, certo exagero é interessante quando se deseja afirmar o sexo da
figura ou reforçar algum conceito específico. Outra possibilidade muito
interessante é variar os tipos físicos de suas figuras, você vai encontrar,
ainda no tópico “Especificidades no desenho de gêneros”, uma ampla
gama de imagens para usar como sugestões e inspirações para diversifi-
car também o aspecto racial de seus desenhos.
Um tópico muito importante que também consta nesta unidade é o
“Estilizando a figura de moda”, que vai iniciar você no conhecimento do
processo de estilização de uma figura humana de forma planejada, para
sintetizar as formas de seus croquis, se assim desejar. De qualquer forma,
mesmo que você prefira os desenhos de aspecto mais próximos à figura
real, é sempre bom aprender e testar todas as possibilidades, para depois
ter certeza de sua escolha.
Ainda neste estudo, você vai conhecer a diferença entre o desenho de
moda e a ilustração de moda, duas possibilidades distintas que por vezes
caminham juntas, mas que tem, cada uma, sua aplicabilidade no cenário
da moda.
Agora é com você: desenhe bastante, faça suas escolhas, refine seu
trabalho!
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Especificidades no
Desenho de Gêneros
Caro(a) aluno(a), vou lhe fazer uma proposta: que ta: como você vê seus desenhos? Eles estão realmen-
tal distribuir sobre uma mesa ou bancada todos te aparentando o que são? Vou explicar melhor: os
os desenhos que você já fez até agora? Coloque-os desenhos masculinos estão realmente com uma “pe-
agrupados por gênero, os femininos de um lado, os gada” masculina? E os infantis, parecem realmente
masculinos do outro e também os infantis, femini- crianças, sem o aspecto de miniadultos? Se a respos-
nos e masculinos. Agora vou lhe fazer uma pergun- ta for negativa, não se preocupe. Isso é normal.
128
DESIGN
A maioria dos desenhistas tem mais facilidade ao Vamos estudar mais a fundo esse tema?
desenhar a figura feminina, porque ela permite que Quando escolhemos uma pose feminina, po-
se use o recurso de maneirismos, ou seja, quebra de demos tanto retratar a figura reta, sem quebra de
quadril, braços flexionados, mãos na cintura e per- quadril, quanto a figura com acentuada quebra de
sonificação de cabelos e maquiagem exagerada. Isso quadril e maneirismos de braços, o que gera uma
ajuda a passar a ideia de que se trata de uma figura fe- postura por vezes exagerada, característica das mu-
minina. Além do que, quando alguém inicia no dese- lheres, sempre carregando tantos apetrechos, como
nho de moda, normalmente começa pelo desenho da bolsas, celulares ou então passando a mão nos ca-
figura feminina, portanto é a que se aprende e desen- belos, ajeitando colares, enfim, uma série de movi-
volve primeiramente. Já o desenho masculino corre mentos tipicamente femininos. Por essa razão, o de-
o risco de ficar com um ar feminino, a menos que se senho de uma figura feminina não costuma parecer
atente para alguns detalhes importantes e o desenho masculino.
infantil, da mesma forma, precisa de atenção especial Analise o grupo a seguir: as mulheres retrata-
e diferenciada. Essa adequação ao sexo da figura é o das na imagem passam o conceito de serem falantes,
que chamamos de especificidade de gêneros. agitadas, charmosas etc.
129
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Porém, quando se trata de um desenho de moda Com relação ao corpo, apesar dos cânones de pro-
masculino, a dificuldade frequentemente aparece: porção serem praticamente iguais para o desenho de
como desenhar uma figura masculina sem afeta- figuras femininas ou masculinas, algumas diferen-
ção? Como desenhar os movimentos corporais e os ças são importantes para a construção de um croqui,
traços do rosto que ilustrem a postura e a figura de para que o gênero seja expresso na figura.
um homem? A forma feminina é diferente da masculina no
Com relação aos detalhes do rosto, a figura mas- que diz respeito aos ombros, não tão largos como
culina tem a face mais angular, os ossos do maxilar os ombros masculinos; à cintura, que é mais estreita
são mais acentuados e as sobrancelhas mais gros- que a masculina; aos quadris, mais largos em relação
sas e mais próximas dos olhos, ou seja, mais baixas. à cintura, proporção essa que nos homens apresen-
Também no desenho da boca existem diferenças ta-se com uma diferença menor entre a largura da
bem definidas: enquanto a boca feminina é desenha- cintura e a dos quadris.
da bem delineada e curva, simulando o contorno de Segundo Hopkins e Bandarra (2010), as propor-
um batom, a boca do homem deve ser desenhada ções de um desenho de figura feminina estão mais
mais reta e sem formas tão definidas, deixando-se concentradas em aumentar a altura por meio das
parte da linha de contorno da boca sem fechamento. pernas e do pescoço, em desenhos sinuosos e le-
Outro detalhe fundamental na concepção do rosto vemente curvilíneos. Já para o croqui masculino, a
é o pescoço masculino, que é mais largo do que o abordagem é mais angulosa e geometrizada.
feminino. Ao desenhar a figura masculina, portanto, dê
ênfase ao tronco, ombros rígidos, mantendo os qua-
dris estreitos e com pouca ou nenhuma quebra de
quadril, aparentando uma postura sólida. Pernas e
braços devem ser desenhados com músculos de-
finidos, cotovelos um pouco afastados do corpo,
pés afastados um do outro. As mãos, mais pesadas
e mais angulosas do que as mãos femininas, devem
apresentar pouca flexibilidade de movimentos no
punho e dedos. Se for desenhar braços com as mãos
apoiadas no tronco, evite as desenhar apoiadas na
cintura, como se vê frequentemente em desenhos
femininos. Em vez disso, apoie-as no quadril, sem
flexão de punho ou coloque a mão como se estivesse
enfiada no bolso da calça ou bermuda. Outro deta-
lhe importante é que o comprimento do segmento
de perna – que vai do joelho ao tornozelo – deve ser
mais curto em relação à perna feminina.
Figura 2 - Traços masculinos
no desenho de moda
130
DESIGN
Hopkins e Bandarra (2010) ainda definem que a ma altura ou um pouco mais alta do que a feminina.
diferença mais marcante é o foco no tônus muscular, Para poses femininas, basicamente você pode
que é maior na figura masculina; e orienta que se for desenhar tudo ao contrário do que usou para as po-
desenhar uma figura masculina e uma figura feminina ses masculinas. Vamos ver a comparação entre os
na mesma página, a figura masculina deve ser da mes- dois gêneros, nas figuras e no quadro a seguir.
POSES FEMININAS
• Rosto mais delicado.
• Pescoço fino e longo.
• Ombros relaxados.
• Mãos na cintura.
• Punhos flexíveis.
• Quebra de quadril acentuada.
• Flexão lateral de tornozelos permitida.
• Atitude pode ser afetada.
POSES MASCULINAS
• Rosto anguloso.
• Pescoço mais grosso.
• Ombros e tronco rígidos.
• Mãos nos quadris, não na cintura.
• Punhos rígidos, sem flexão.
• Quebra de quadril leve ou nenhuma.
• Sem flexão lateral de tornozelos.
• Atitude rígida, sólida.
131
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Os desenhos de figuras infantis também têm suas a gordura corporal e ainda não desenvolveram os
peculiaridades a se observar, para que não fiquem músculos. Capriche no movimento das figuras, para
parecendo figuras adultas de pernas curtas, e con- assemelhar-se às crianças nessa idade, sempre cor-
tam com alguns recursos adicionais para reforçar a rendo, sempre em movimento. Também podem ser
ambiência infantil. desenhados segurando nas mãos objetos como bi-
Bebês de colo sempre devem ser desenhados chos de pelúcia, regadores de praia e outros brinque-
sentados, já que não ficam de pé, e sempre de fren- dinhos relativos a essa faixa etária. Conforme a idade
te. Se você tiver que desenhar as costas da roupinha, da figura vai aumentando, as poses vão ficando mais
não se preocupe, deixe para o desenho técnico, que dinâmicas, refletindo a atividade das crianças, que
é o desenho da peça planificada. Os bebês maiores (a correm, saltam, brincam. Você pode incluir acessó-
partir de 2 anos) já podem ser desenhados de frente rios como bolas, patins ou até mesmo animaizinhos,
e de costas, e de pé. A pose de bebê não tem muita reforçando a ideia de movimento e liberdade de ação.
variação, podendo ser uma pose com os bracinhos As crianças maiores, de 6 a 11 anos, já apresen-
afastados do corpo, para mostrar bem o modelo da tam membros mais alongados e a gordura também
roupa. Mas não esqueça de que as formas do bebê já se dispersou devido ao crescimento dos ossos e a
ainda são arredondadas. Se a bebê é muito novinha, algum desenvolvimento da musculatura, ainda que
não desenhe cabelos longos, que envelhecem a figu- discreto. Para reforçar a movimentação e agitação
ra. Pense que a criança ainda não tem idade para ca- infantil, desenhe apetrechos como brinquedos ou
belos tão compridos, porque ainda não teve tempo então objetos ligados à vida escolar, como mochilas,
de vida para que eles crescessem tanto. O rosto dos pastas e cadernos.
bebês novinhos tem traços ainda muito sutis, so- Os mais velhos, pré-adolescentes e adolescentes,
brancelhas bem ralinhas e testa bem grande, ficando já têm uma aparência corporal esguia, quase adulta,
os traços do rosto concentrados na parte inferior, em suas proporções. Os ossos, que crescem rápido
como já vimos na unidade 2. nessa fase, parecem estar em evidência. Eles podem
Crianças de 4 a 6 anos ainda devem ser desenha- ser desenhados em poses que transmitam atitudes
das com formas arredondadas, barriguinha e mãos normais entre o grupo, um ar desleixado para os
gordinhas. Isso acontece porque como ainda não meninos ou afetado e arrogante para as meninas,
se desenvolveram, têm a ossatura escondida sobre que almejam parecer mais velhas.
132
DESIGN
133
DESENHO DA FIGURA HUMANA
134
DESIGN
Há também as meninas de aspecto mais espor- ra e cabelos volumosos; o oriental, com seus olhos
tivo e os meninos que tendem a imitar seus ídolos oblíquos e pele amarela; Tipos diferentes também
ou a adotar uma “fachada de macho”, também que- são muito interessantes, como indianos, árabes, in-
rendo parecer mais velhos do que realmente o são. dígenas, ruivos da Irlanda, havaianos bronzeados,
Os maneirismos são exagerados, reforçando a femi- pois formam uma infinidade de tipos que, devido às
nilidade ou masculinidade e o desenho de grupos é suas peculiaridades físicas, ao portarem uma roupa,
um aliado no intuito de fixar o conceito que se quer ajudam a “contar uma história”.
passar com a ilustração. Objetos como bolas, skates, Procure ousar na escolha de seus tipos físicos.
mochilas e eletrônicos, como celulares e afins, incor- Desenhando, você pode criar sua própria seleção de
poram às figuras o seu mundo particular e auxiliam modelos, imprimindo em seus desenhos a persona-
na construção das posturas adequadas. lidade idealizada de suas figuras de moda, sejam elas
Voltando aos seus desenhos expostos sobre a mulheres, homens, crianças ou adolescentes. Você
mesa: vamos aproveitar também, para avaliar como pode inclusive dar-lhes nomes. “Batizando-os”, você
estão suas figuras de moda com relação à diversida- reforça a ideia de exclusividade e ajuda a mentalizar
de de raças. Assim, você pode neste tópico aprimo- um perfil de personalidade para cada um deles, re-
rar o traço de seus croquis com relação ao gênero e forçando a criação de um personagem. Observe as
também diferenciá-los com relação aos tipos físicos, imagens da página a seguir, são imagens de tipos fí-
ou seja, à especificidade de raças. sicos ao lado de versões em desenho digital, em sua
Você já percebeu como o mundo da moda valo- maioria, mas foram incluídas neste tópico para que
riza bastante os tipos físicos exóticos e marcantes? você possa usá-las como inspiração na criação de
Basta dar uma olhada em um desfile de passarela tipos físicos variados, observando traços do rosto,
ou em editoriais das melhores publicações de moda tons de pele e tipos de cabelos.
para perceber que não há apenas um tipo físico que É divertido variar tons de pele, traços de rosto,
seja valorizado beleza não é o requisito mais valo- penteados e cortes de cabelo, dando vida a tantas
rizado, atitude e personalidade também têm peso possibilidades de figuras de moda! Pesquise tipos
nesse universo. Tipos humanos os mais diversos físicos de várias nacionalidades, como se vê nos
trilham um caminho de sucesso nas passarelas: o desfiles internacionais e você verá quantas possi-
caucasiano, de origem europeia, com traços finos e bilidades interessantes para ilustrar suas criações
pele clara; o negro, de traços marcantes, pele escu- de moda.
135
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Estilizando a
Figura de Moda
Após o domínio do desenho da figura de moda em mo- para o desenho da figura “ideal”, para croquis de moda.
vimento e da aplicação da especificidade no desenho de E isso se dá por meio do processo de estilização.
gêneros, você já desenvolveu a habilidade de desenhar A estilização é um recurso que pode ser usado por
figuras femininas, masculinas e infantis em diversas qualquer designer e que favorece especialmente aos
poses, guardando as devidas diferenças anatômicas, de que têm mais dificuldade com o desenho da anatomia
idade e de sexo, baseadas nos cânones de proporção. humana. Muitos designers utilizam-se da estilização
São figuras alongadas, porém ainda muito próximas à por possibilitar a personalização do desenho, impri-
pessoa “real”. Agora você já pode passar para uma nova mindo uma singularidade ao traço da figura de moda.
etapa de seu desenvolvimento dentro do desenho de Também é muito apreciada por todos aqueles que têm
moda: você pode passar do desenho da figura “real” preferência por desenhos mais sintetizados, ou ainda
138
DESIGN
por quem não tem muito tempo disponível para de- faciais as mais diversas, tudo na tentativa de encon-
senhos mais demorados. Hopkins e Bandarra (2010) trar seu próprio estilo de desenho de moda e assim
defendem que as proporções, no desenho de moda, marcar presença. Essa tomada de decisão por ve-
podem ser alteradas de acordo com a interpretação de zes pode ser direcionada pelo estudo do público ao
quem desenha. Portanto, a partir das proporções ide- qual se destina a coleção ou mesmo pelo conjunto
ais, o designer pode inserir seu toque pessoal, o que é da alma da marca aliado ao perfil de público. Um
bastante valorizado em um desenho de moda. croqui tem que dialogar com a essência do produto,
Kliczkowski (2006, p. 13) nos mostra sua inter- o que chamamos de DNA da marca. Na esteira dessa
pretação pessoal sobre o processo de estilização: premissa, o designer pode escolher entre dar ao de-
senho um enfoque mais realista ou mais sintetizado,
Para conseguir uma figura mais estilizada do mais suave ou mais geométrico, mais rebuscado ou
que a habitual, deve-se modificar a medida pa-
mais essencial.
drão, embora mantendo a inter-relação entre
as partes do corpo: em primeiro lugar, a cabeça
deve ser ligeiramente menor e o colo, mais es-
treito; as proporções do restante do corpo não
se alteram, à exceção das coxas, que devem ser SAIBA MAIS
ligeiramente mais compridas.
139
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Geralmente a estilização tende a alongar a figura mais uma cabeça, se você quiser as pernas bem
feminina para um aspecto mais elegante, porém alongadas. O hábito de desenhar as figuras femi-
não é regra. Com o conhecimento da figura pro- ninas com sapatos de salto bem alto também aju-
jetada dentro dos cânones de nove cabeças, você da a dar às pernas uma aparência bem longilínea.
pode, partindo das proporções dessa figura base, Na figura feminina, normalmente a estilização es-
alterá-la segundo sua própria preferência, modi- treita a cintura e alarga o busto. Os quadris, com o
ficando as proporções, alongando ou encurtando estreitamento da cintura, já ficam com aparência
algumas partes do corpo, alargando ou estreitan- de quadris cheios, ainda que sejam mantidos com
do outras. Usualmente, as partes alongadas costu- as proporções normais da figura base. Apesar dis-
mam ser o pescoço e as pernas, especialmente a so, como já dito, essa fórmula não é obrigatória.
parte dos joelhos até os tornozelos. Nesse caso, a Alguns croquis tendem a diminuir o comprimen-
proporção de cabeças do joelho ao tornozelo vai to das pernas e isso dá à figura um aspecto mais
ser aumentada em mais meia cabeça ou até em juvenil, como na figura 12.
140
DESIGN
É muito saudável para o aprendizado que você faça pés em cima de saltos, recurso geralmente usado nos
vários estudos a partir da figura base, com o objetivo desenhos de figuras femininas.
de descobrir quais efeitos de estilização vão ser mais Com relação aos desenhos de figuras infantis e
do seu agrado. A experimentação é parte importante infanto-juvenis, a estilização deve resultar em figu-
do processo de estilização. ras que nos provoquem uma impressão de doçura,
Já no caso do croqui masculino as estilizações graça, brejeirice ou atitude, de acordo com a idade.
mais usuais tornam a figura mais viril, alargando Para os menores, expressões de rosto que os façam
ombros e redesenhando músculos de peito e braços, parecer curiosos e sapecas e uma postura que de-
ressaltando o aspecto robusto e atlético desejável monstre certa instabilidade do corpo sobre os pés,
dentro do universo masculino. As pernas não cos- motivada também pelo fato de que estão sempre em
tumam ser muito alongadas e o destaque vai para as movimento. Figuras infantis costumam ser as mais
panturrilhas com musculatura acentuada. É muito estilizadas. Pesquisando, você vai ver que ilustrado-
importante manter os pés bem “plantados” no chão res realizam distorções exageradas, tal como cabeças
por meio da pouca altura no espaço que vai dos tor- desproporcionais, membros muito finos ou olhos
nozelos ao piso. Isso evita que os pés masculinos pa- muito grandes. Realmente, é o segmento com mais
reçam altos demais, o que poderia dar o aspecto de liberdade de estilização.
141
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Conforme a idade vai aumentando, a proporção ca- e lhe agradou em cada estudo a partir da sua figura
beça/corpo vai ficando menos discrepante, porém, base, distorcendo as partes do corpo, modificando
certos desenhistas adotam o exagero como foco do traços do rosto, tipos de cabelos, até encontrar a sua
desenho. expressão própria de desenho. Ela pode se transfor-
Busque referências visuais em livros ou pesquise mar na sua assinatura e é muito gratificante para um
desenhos de moda dos mais variados ilustradores. designer que ele tenha sua figura de moda reconhe-
Você verá que o universo de estilos e enfoques é bem cida e aliada ao seu nome. Porém, se o seu trabalho
grande e provavelmente você se identificará com al- não for voltado apenas à ilustração de moda e se o seu
guns designers e seu estilo. Procure não copiar. Ob- objetivo é atuar em empresas de confecção, você pre-
serve que alguns têm características tão marcantes cisará estar atento ao fato de que é muito interessante
que os tornam muito pessoais. Porém, nem sempre trabalhar para dar ao seu desenho de moda um traço
esses trabalhos são os mais bonitos esteticamente. O único, com personalidade, que o faça ser identificado
croqui de moda não precisa ser exatamente bonito, como “seu”, lembrando que a sua figura de moda exis-
muitas vezes o elemento “singularidade” é o que o te para portar peças de roupa da maneira mais clara
torna atrativo. possível. É a partir do seu desenho que o responsável
Não recuse nenhuma possibilidade, realize esbo- pela modelagem de uma empresa vai realizar a análise
ços de forma livre, evitando censuras e julgamentos do modelo, de suas especificidades e, com essas infor-
prévios. Tente descobrir o que lhe chamou a atenção mações, desenvolver a modelagem da peça.
142
DESIGN
Sobre a importância de um bom croqui de moda: detalhe que seja relevante tanto na execução do mol-
de quanto no processo de montagem da peça.
O objetivo de um croqui deve ser registrar e Um cuidado especial deve ser tomado com rela-
organizar uma ideia. Em grande parte, isso é
ção à representação dos comprimentos das roupas.
obtido por meio de um ou mais destes compo-
nentes: estabelecer a silhueta geral de uma peça Uma figura pode ter pernas muito alongadas, mas
ou look; comunicar as linhas de estilo de uma posicione corretamente o comprimento de saias,
roupa, como um recorte princesa ou o posicio- bermudas, túnicas, em relação ao seu corpo, levando
namento de um pence; e representar detalhes em consideração a ideia de sua criação. Esse cuidado
da roupa, como o formato de um bolso, pes-
deve ser redobrado em todas aquelas peças que tive-
ponto ou detalhe” (HOPKINS; BANDARRA,
2010, p. 26). rem seu comprimento em outro ponto que não seja
a cintura – ou ainda o ponto exatamente acima ou
Portanto, mesmo com distorções resultantes da es- abaixo dos joelhos, que, por esse motivo, são fáceis
tilização, ainda que sua figura de moda não tenha de identificar.
rosto, cabelos ou ainda que ela tenha um aspecto ge- Outro ponto a ser lembrado, como vimos na
ometrizado ou sintetizado, o desenho da roupa pre- unidade 3, é que o desenho da figura de moda deve
cisa ser claro e conter todas as informações necessá- estar alinhado com a linguagem da roupa. Se você
rias ao desenvolvimento do molde, tais como linhas estiver trabalhando em desenhos de trajes de festa,
de costura, de recortes, pregas, franzidos e qualquer é necessário adequar a figura a esse segmento, com
143
DESENHO DA FIGURA HUMANA
uma atmosfera mais sofisticada do que, por exem- mes em afirmar que sem um prévio conhecimento
plo, se o desenho é de peças de roupa para uma co- de anatomia e capacidade de treinar o olhar para o
leção casual. saber do corpo humano, não há como conseguir re-
A estilização pode ser uma solução de grande sultados positivos na prática do desenho da figura
efeito gráfico para aqueles que têm mais dificuldade de moda.
com o desenho da anatomia humana realística por- A estilização no desenho de moda é um tipo
que permite que se simplifique o desenho, persona- de enfoque que pode render frutos muito interes-
lizando o traço. Isso, no entanto, não exime o desig- santes e direcionar o esforço do designer para a
ner de desenvolver uma apurada capacidade visual criação de croquis que podem ser divertidos, abs-
para a interpretação anatômica, já que é para o cor- tratos, dinâmicos ou ainda bem econômicos no
po humano que ele está criando e desenhando. Você traçado, podem ser formais, agressivos, delicados,
pode realizar desenhos estilizados, mas tem que sa- mas nunca protagonistas. O bom croqui entende
ber exatamente como quer que a roupa se comporte que mesmo sendo de vital importância no con-
vestida em um corpo real. texto do desenho de moda, deve sempre servir
Diversos autores, apesar de seus enfoques dife- basicamente de cabide, de pano de fundo, colo-
renciados no que tange ao tipo de ilustração e forma cando em primeiro plano a estrela do desenho: a
de desenvolver o processo de estilização, são unâni- roupa.
144
DESIGN
O Desenho de Moda e
a Ilustração de Moda
Agora vamos compreender melhor o conceito de dois Porém, se você pesquisar entre os trabalhos dos
tipos diferenciados de desenho da figura humana e seu designers mais conhecidos e referenciados do meio
vestuário. Conforme o enfoque dado no tópico ante- da moda, vai observar que alguns deles têm um es-
rior, estilizar e personalizar uma figura de moda é um tilo bem abstrato e que os desenhos não colocam
recurso utilizado para transformar o desenho real em a roupa em evidência. De fato, observando alguns
uma figura ideal, atraindo a atenção e reforçando o deles, um profissional de modelagem teria muita di-
conceito de uma coleção ou de uma marca. No entan- ficuldade em entender a forma e as proporções da
to, esse processo de idealização da figura não pode ser peça a ser modelada, isso sem falar nos detalhes e
mais importante do que a clareza do desenho em rela- aviamentos, que muitas vezes, não são perceptíveis
ção ao modelo da roupa, seus detalhes e aviamentos. com exatidão.
Figura 16 - Exemplos de imagens em que não é possível entender detalhes do produto de moda
145
DESENHO DA FIGURA HUMANA
REFLITA
A ilustração de moda não serve apenas para interpretar a forma humana real. Alguns croquis são tão
estilizados que, comparados com uma imagem real, resultam em trabalhos semelhantes a cartoons
146
DESIGN
O direcionamento que norteia esse tipo de desenho está Ao longo da história das ilustrações de moda, os
muito mais apontado para os desejos e hábitos de con- desenhos retrataram tendências e transformações,
sumo de uma fatia do mercado ou ainda para a essência tenham sido elas causadas por revoluções, guerras
de uma marca, concebida para atender a essa fatia es- ou avanços tecnológicos, que ocasionaram mudan-
pecífica, refletindo seus gostos peculiares, os ambientes ças de costumes. Estão em constante mutação e sua
que frequenta ou sua atitude perante a sociedade. principal finalidade é arrebatar, emocionar, provo-
car desejos e inspirar personagens, retratando uma
A propaganda e as campanhas promocionais época e instigando o imaginário das pessoas.
são voltadas para públicos bem específicos; o
papel do ilustrador que trabalha nesse merca-
do é criar uma ilustração que não apenas reflita
um estilo particular, mas que também seja atra-
ente para o público. (DONOVAN, 2010, p. 9)
147
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Considerações Finais
Aluno(a), nesta unidade você viu como diferenciar exagerar, balanceando esse detalhe facial ou cor-
seus desenhos femininos, masculinos e infantis por poral com outras partes do corpo, menos em evi-
meio da especificidade de gêneros, reforçando as dência. Assim, você chegará a sua figura de moda,
diferenças de sexo, idade e compleição física. Viu desenvolvendo por meio desses esboços um traço
também como a variedade racial é estimulante na próprio, um enfoque particular de interpretação; e
criação de figuras de moda exóticas e atrativas. quanto à estilização, se não tiver muito tempo para
Também aprendeu que a estilização da figura de croquis mais elaborados, faça dela uma aliada e de-
moda pode ser feita de forma planejada, avaliando senvolva croquis sintetizados, não esquecendo de
possibilidades para fazer a melhor escolha. Esse pro- adequá-los ao público com o qual trabalhará. An-
cesso não se encerra após os primeiros desenhos e tes mesmo que você perceba, lá estará sua figura de
esboços. Ao contrário, é um processo gradual, que moda!
pode estender-se por toda uma vida. Além disso, Na próxima unidade você vai ver como os te-
você também viu a diferença entre um desenho de cidos se comportam sobre a figura, de acordo com
moda e uma ilustração de moda, suas finalidades e seus diferentes pesos, e aprender como desenhar
apelos. roupas justas ou largas. Também vai ver que rou-
A partir dos conhecimentos adquiridos, obser- pas de alfaiataria requerem que se desenhe as peças
ve pessoas e rabisque o contorno de suas silhuetas, de forma mais estruturada sobre a figura de moda.
suas expressões faciais e detalhes mais relevantes. Com esse conhecimento, você pode realizar todo o
Com o tempo e o treino você vai adquirir a capaci- processo de desenho de moda, projetando, estilizan-
dade de eleger um ponto importante da figura para do e vestindo a figura.
148
atividades de estudo
2. Desenhos de moda têm uma certa liberdade com relação ao tipo de representação da figura
humana. O designer pode optar por um desenho mais realista ou por um desenho mais es-
tilizado, conforme seu gosto pessoal e a finalidade do desenho. Com base nessa ideia, leia e
analise as afirmativas seguintes:
I. O perfil de público e a essência da marca são algumas das diretrizes para essa escolha.
II. A estilização, quando exagerada, corre o risco de não atender a uma necessidade de produ-
ção.
III. Croquis infantis costumam ser os menos estilizados, em relação aos adultos.
IV. O desenho de moda não tem comprometimento com as proporções da peça, o mais impor-
tante é passar o conceito da marca.
V. Basta que o croqui fale a mesma linguagem do público retratado, a veracidade das propor-
ções não têm importância dentro do processo produtivo.
149
atividades de estudo
3. Desenhos de moda costumam variar de designers para designers, isso porque como existe
liberdade podemos encontrar vários tipos de croquis. Porém é certo que cada temporada
tenha suas preferências, por exemplo, atualmente existem similaridades entre os desenhos
de moda que circulam no meio da moda. Faça uma pesquisa na internet e em livros sobre o
assunto e responda quais as preferências atuais para desenho de croquis de moda.
4. Para que o processo produtivo de um produto transcorra da melhor forma, é necessário que
todas as informações técnicas sejam fornecidas pelo setor de criação, para a elaboração do
protótipo, ou seja, da peça referencial para a produção da roupa. A partir dessa afirmação,
faça a correlação das imagens com as frases a seguir.
5. Nesta última questão, vou propor uma avaliação de seus próprios croquis. Como você tem
desenhado até agora? Está satisfeito(a) com o resultado até aqui alcançado? Como você clas-
sifica sua figura de moda? Faça uma análise conforme os parâmetros apresentados na uni-
dade 4 e avalie o seu trabalho.
150
LEITURA
COMPLEMENTAR
O texto a seguir oferece a você um panorama da impor- Seu principal objetivo é evitar o esquecimento de sua
tância do desenho de moda dentro do processo artístico presença, sublinhando os aspectos mais atrativos e sur-
e de produção de roupas, acessórios e figurinos cênicos. preendentes de sua aparência.
Quanto melhor se desenhe, maior será sua capacidade Para reforçar uma imagem, não basta criar um clichê ou
de comunicação e melhor será visualizar e perceber suas padrão e repeti-lo até a exaustão, pelo contrário, é ne-
próprias ideias. cessário mudar o modelo, constantemente, para renovar
Uma disposição aberta à linguagem do desenho de moda nossa capacidade de surpresa. Esta renovação constan-
e ao conhecimento e uso dos materiais artísticos permite te provoca que o vestuário, como condição ou aparência
averiguar que formas, que resolução prática e em que externa, se converta em um suporte ou instrumento de
formato pode-se expressar, de maneira mais adequada. expressividade, liberdade e criatividade artística.
A utilidade do desenho de moda engloba desde a inspi- Como em muitas disciplinas artísticas, os designers de
ração para o designer até a expressão de um estilo carac- moda utilizam o desenho como parte essencial do pro-
terístico, visualizado nos “books” de moda, nas revistas e cesso criativo, como obra primeira, que ajuda a clarificar
na publicidade em geral. O desenho, além de projetar a as primeiras sensações e ocorrências formais. Ainda que
criatividade do artista, deve conter em seus traços, técni- muitos trabalhem diretamente sobre o manequim, é di-
cas que ofereçam informações práticas e que convertam fícil encontrar algum designer que prescinda do desenho
a imagem em um ponto de partida para o processo in- como ponto de partida, pois os traços e as manchas que
dustrial da confecção. fluem sobre o papel são os primeiros aliados da imagi-
Ainda que a criatividade seja inerente ao artista, o conhe- nação.
cimento que as técnicas de desenho de moda trazem faz O desenho, além de suporte essencial de qualquer prá-
parte de um processo de aprendizagem dirigido. tica artística, é o único fundamento sólido sobre o qual
A moda é a arte de apresentar ao público a própria apa- pode-se desenvolver a obra criativa de um designer de
rência pessoal, o cultivo da imagem, apesar de que nela moda.
também influenciam desde efeitos psicológicos e cultu- Fonte: Fernandez e Martin (2007, p. 6-7).
rais até políticos e filosóficos. O cuidado premeditado do
vestuário permite atrair a atenção sobre um determina-
do indivíduo, potencializar o olhar, amplificá-lo, diversifi-
cá-lo, organizá-lo, modulá-lo e matizá-lo.
151
DESENHO DA FIGURA HUMANA
152
DESIGN
Divirta-se e inspire-se com o trabalho de alguns designers e ilustradores, dos mais diferentes
tipos e que usam as mais diversas técnicas. A primeira indicação de acesso é um apanhado
feito pelo site Harpers Bazaar com indicação de 12 ilustradores para acompanhar no insta-
gram. O segundo link é um perfil do Pinterest bem completo com ilustrações e desenhos de
moda.
Harpers Bazaar:
Em: <http://www.harpersbazaar.com/culture/art-books-music/g4099/fashion-illustrators-
-instagram/?slide=10>
Pinterest:
Em: <https://br.pinterest.com/pin/188658671865773895/>
153
referências
BRYANT, M. W. Desenho de Moda: Técnicas de ilustração para estilistas. São Paulo: Ed.
Senac, 2012.
DONOVAN, B. Desenho de moda avançado: ilustração de estilo. São Paulo: Senac, 2010.
FERNANDEZ, A.; MARTIN, G. Dibujo para diseñadores de moda. Ed. Parramont: Bar-
celona, 2007.
HOPKINS, J.; BANDARRA, M. Desenho de moda. Porto Alegre: Bookman, 2010.
JONES, S. J. Fashion design: manual do estilista. São Paulo: Cosac Naify, 2011.
KLICZKOWSKI, H. Ilustración de Moda. Barcelona: Ed. Maomao Publications, 2006.
SORGER, R.; UDALE, J. Fundamentos de design de moda. Porto Alegre: Bookman, 2009.
154
gabarito
1. D
2. B
3. Atualmente, a preferência é por croquis com alongamento de pernas e estreitamento de tron-
co, para mulheres e meninas. Para os croquis infantis e adolescentes, do gênero feminino,
um ar ingênuo ou então esnobe tem sido observado, em figuras com carinha de bonecas. Os
croquis masculinos parecem não ter alcançado tanta liberdade de criação com os infantis e
femininos. Ainda são mais tradicionais, dando ênfase no tronco, mas sem grandes inovações.
Os meninos acompanham esse padrão, à exceção dos meninos muito pequenos, que podem
ser vistos em croquis ingênuos, como os das meninas, ambos quase como personagens de
desenhos infantis.
4. a. 2
b. 3
c. 1
5. Para avaliar seus desenhos de moda, comece se perguntando como tem desenvolvido suas
figuras de moda. Estão mais próximas do real ou mais estilizadas? Se estão estilizadas, qual
parte da figura você elegeu para distorcer? Essa distorção é um alongamento ou encurtamen-
to? Você distorce mais de uma parte da figura? Por exemplo: você escolheu alongar pernas e
braços e ampliar o tamanho da cabeça? Anote em uma folha todas as partes da figura que você
distorce e de que forma a faz. E quanto aos tipos físicos? Como você tem desenhado? Está va-
riando os tipos físicos? Tem encontrado dificuldade no desenho de gêneros específicos, como
figuras masculinas ou infantis? O que você pode melhorar com relação a isso? Seja sincero(a)
consigo mesmo(a), faça sua análise e anote os pontos a melhorar nos seus desenhos.
155
INTRODUÇÃO AO DESENHO DE ROUPAS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Aspectos básicos para o desenho de roupas
• Tecidos de peso leve, médio e pesado
• Volumes justos e largos
• Alfaiataria
Objetivos de Aprendizagem
• Apresentar algumas questões técnicas primordiais para
a concepção de uma ideia e sua projeção no papel, como
desenho de moda.
• Apresentar diversos modelos de roupas justas e largas e
como se comportam de forma diferente representadas
sobre a figura de moda.
• Levar ao conhecimento do(a) aluno(a) as especificidades
no desenho de tecidos devido à suas diferenças de peso e
superfície.
• Apresentar questões técnicas e estruturais para o desenho
de peças de alfaiataria.
unidade
V
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a)! Chegamos à unidade 5! Aqui, você verá como iniciar o de-
senho de roupas sobre a figura de moda, ou seja: como desenhar croquis
vestidos. Lendo e praticando os conteúdos das unidades anteriores, você
adquiriu conhecimento para desenhar suas figuras femininas, masculinas,
infantis e adolescentes; agora, está na hora de colocar em prática o uso de
suas bases de poses, para representar os mais variados tipos de roupas.
Neste estudo, vamos priorizar o conteúdo básico da habilidade de
desenhar roupas, levando ao seu conhecimento informações muito im-
portantes e que pretendem formar um alicerce sólido para a disciplina
de “Desenho de Moda”, que você vai ver após terminar a disciplina de
“Desenho da Figura de Moda”.
Você vai ver também que para seu desenho passar veracidade de in-
formações, é preciso desenhar cada material, seja tecido, malha, couro ou
outras opções, de forma convincente, sendo para isso necessário analisar
o peso e a textura de cada um. E ao ser apresentado(a) à ideia inicial de
uma roupa, verá que também é preciso saber representar o volume des-
sa peça junto do corpo, se ela se apresenta mais larga ou mais ajustada,
aliando, dessa forma, as habilidades de representação dos tipos de tecido
com a habilidade de saber desenhar o caimento desses materiais, tanto
em peças justas como em peças mais folgadas no corpo.
Por fim, sequencialmente a esse conceito, você aprenderá que as rou-
pas chamadas de peças de alfaiataria devem ser desenhadas de forma
mais estruturada sobre o corpo, porque sua concepção, modelagem, pro-
cesso de construção e de costura são realizados para que seja dessa forma
que elas se apresentem ao vestir uma figura humana.
Leia com atenção o conteúdo desta unidade, monte arquivos de for-
mas e de tipos de tecidos e prepare-se ao máximo para ampliar seu leque
de conhecimento sobre materiais e modelos de roupas. Isso certamente
vai fazer com que o processo criativo e de representação gráfica seja mui-
to mais fácil e prazeroso.
DESENHO DA FIGURA HUMANA
160
DESIGN
Todo processo criativo é, por si só, um processo corpo humano é um objeto tridimensional. Portan-
complexo. E o que dizer do processo criativo de pro- to, ao pensar em roupas que o vestem, você percebe
dutos de moda, que obedece a critérios muito espe- que elas o vestem envolvendo-o. Essa informação
cíficos e a inspirações sazonais? O momento da cria- está diretamente ligada a alguns fatores muito im-
ção é tão complexo e ao mesmo tempo tão sensitivo portantes que geram definições durante o processo
que não pode ficar atrelado à falta de conhecimento de criação da roupa. São eles a continuidade, a estru-
de aspectos importantes do processo. Por isso, você turação, a vestibilidade e a forma de abotoamento,
deve conhecer e internalizar esses aspectos, para se houver.
que se sinta livre para se lançar com tranquilidade
no mais importante: a criatividade e a capacidade A roupa deve ser entendida como um objeto
que repousa sobre o volume do corpo, obede-
de identificar as preferências do público alvo a ser
cendo às suas formas e articulações. No de-
trabalhado. senvolvimento de seu trabalho, o profissional
Jones (2011, p. 91) descreve com propriedade esse precisará lembrar que suas orientações servirão
processo ao mesmo tempo focado e lúdico, quando de base para a confecção da roupa e que esta,
diz: “Frequentemente os esboços desenhados com fora do corpo, é uma superfície plana, mas que
ganha volume quando vestida, tornando-se tri-
uma abordagem descontraída resultam em linhas
dimensional (LEITE; VELLOSO, 2011, p. 8).
fluidas, que inspiram a forma da silhueta, o uso de
tecido e a proporção da roupa a ser desenhada.” Isso O designer de moda precisa desenvolver a visão es-
quer dizer que qualquer esboço, mesmo os feitos em pacial para interpretar como essa peça de roupa se
um momento de pausa do trabalho ou enquanto se comporta tridimensionalmente, ou seja, envolvendo
relaxa e se toma um cafezinho, deve ser levado em o corpo. Isso quer dizer que você não pode pensar
consideração, pois pode gerar uma boa ideia. em uma solução de criação de forma isolada, focan-
Vamos agora tomar ciência de alguns pontos do apenas na frente da roupa ou nas costas da roupa.
técnicos essenciais ao desenho de roupas. A primei- Adquira o hábito de pensar tridimensionalmente ao
ra informação da qual você precisa lembrar é que o mentalizar uma peça de roupa.
161
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REFLITA
(Jones, 2011)
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DESENHO DA FIGURA HUMANA
É importante que o desenho de moda contemple Agora vou falar um pouco sobre a principal clas-
tanto o caimento do tecido quanto a textura, se hou- sificação dos tecidos, que se dividem basicamente
ver. São aspectos diferentes, pois de nada adianta re- em três categorias: tecidos leves, médios e pesados.
presentar corretamente o volume de um material se Como você já leu, no início de nossa discussão, a
sua textura estiver mal representada. escolha dos tecidos está diretamente ligada à estação
Vamos entender melhor? Por exemplo: você pre- do ano para a qual a roupa está sendo direcionada.
cisa desenhar um vestido de veludo cotelê grosso, O peso de um tecido é o valor de sua gramatura e
que tem como característica um peso que lhe confe- é de suma importância durante o processo criativo,
re uma aparência compacta e uma textura de super- para que se escolha o tecido certo para cada peça,
fície canelada. O correto é desenhar de forma que se resultando no caimento desejado. Isso também é
perceba que o material não desenvolve muitas on- importante durante a produção das peças, pois di-
dulações no corpo, ou seja, é um material armado. reciona a escolha adequada do tipo de aviamentos,
Porém se você não desenhar os canelados no sentido tais como zíper, entretela (se for necessária) e até a
vertical, não vai ser possível identificar que o vestido escolha da linha a ser utilizada.
168
DESIGN
Ourela
Urdume
Trama
és
Vi
Ourela
Figura 9 - Esquema de trama de tecido
Fonte: Caimento… ([2016], on-line)².
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E para o desenho de peles, procure não “carre- Observe a seguir alguns desenhos de roupas
gar” nos traços, apenas insinue o contorno da pele, com textura.
trabalhando com traços mais leves.
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Volumes Justos
e Largos
As roupas, dentro de sua função de vestir o corpo, roupas, embora sejam bidimensionais, ou seja, te-
podem ser mais soltas, gerando pregas e dobras que nham apenas comprimento e largura quando fora
por vezes indicam volumes, ou mais justas chegando do corpo, adquirem tridimensionalidade ao serem
até à aparência de uma segunda pele. Essa variação vestidas. Por esse motivo é que acompanham os mo-
de volume é o que em moda se chama silhueta de vimentos.
uma roupa. No entanto, não importa o tipo de si- A retratação desses no desenho e sua conse-
lhueta que se apresente, a roupa sempre acompanha quência no comportamento do material são de suma
os movimentos da figura. importância para que se entenda o volume da peça.
Já vimos no tópico “Aspectos básicos do desenho Esse fator não está desatrelado do peso do material
de roupas” que corpos são tridimensionais e que as com que a peça vai ser executada, já que ao mover-
178
DESIGN
-se, a figura provoca dobras em suas articulações e o Ao trabalhar em desenhos de moda, você deve ter
tecido vai responder conforme seu peso, adquirindo em mente que cada peça ao ser vestida acrescenta
uma aparência mais fluida ou mais compacta. Você volume ao corpo. Portanto, se você for desenhar
deve observar como a roupa se comporta envolven- um casaco sobre um suéter de lã, por exemplo, é
do o corpo e a diferença entre o comportamento de preciso representar o casaco com uma certa fol-
uma roupa larga, que repousa sobre o corpo e o de ga em relação ao corpo da figura, para que passe
uma roupa justa, que se molda a ele. a sensação de veracidade da pose e de sua vesti-
Para Bordi e Castiglioni (2002, p. 100), os arti- menta, ou seja, um casaco vestido sobre um sué-
gos de vestuário se classificam em quatro grupos, ter. Da mesma forma, a roupa precisa apresentar
segundo a ordem em que eles são usados: dobras e ondulações, mesmo que mínimas, pois
• Aderentes ao corpo: roupa de praia, bodies, nenhuma roupa tem aparência tão esticada sobre
roupas íntimas, tops em tecido stretch, bus- o corpo, a não ser que seja uma malha colante,
tiers. e, mesmo assim, apresentará algumas dobras nas
• Peças de vestuário que são usadas sobre a articulações.
roupa íntima: saias, calças, tops, vestidos, ca-
Observe a figura 21 e veja como os tecidos se
misas, blusas.
dobram junto das articulações de cotovelos, coxas
• Peças de vestuário que você pode usar sobre-
e joelhos. Observe, também, como desenhar man-
postas às anteriores: jaquetas, coletes, jardi-
neiras, aventais, blazers. gas arregaçadas à altura dos cotovelos. Veja que, por
• Peças de vestuário que podem ser usadas so- mais que as calças sejam bem justas, são desenhadas
bre todas as outras: casacos, capas, sobretu- um pouco mais largas do que a linha de contorno
dos. dos quadris e pernas.
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DESENHO DA FIGURA HUMANA
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Agora observe a figura 22 e veja como a camisa rosa Os principais fatores que definem a silhueta são
não se encontra agarrada no corpo, sendo o contor- o material e a modelagem escolhidos. Porém, alguns
no lateral desenhado com folga sobre o tronco da autores atribuem mais um fator como contribuinte
figura. O mesmo acontece com as blusas verdes. Per- para o aspecto final da silhueta, sendo ele o acaba-
ceba também que a calça verde tem uma modelagem mento ornamental. Conforme Fernandez e Martin
mais larguinha, passando uma ideia de conforto. (2007), acabamentos ornamentais que projetam o
Já esta outra ilustração, figura 23, apresenta al- tecido para fora, como babados, pregas, dobras ou
gumas peças mais largas, com volume maior. Esse golas volumosas, podem alterar a silhueta do mode-
efeito fica claro porque as roupas foram desenhadas lo e o perfil final da figura.
bem afastadas do corpo, mostrando com isso que há Ao desenhar um traje, avalie se ele se enqua-
sobreposição de peças. dra em alguma das linhas expostas na figura 24
É interessante que você conheça as principais (próxima página), não importando que seja com-
linhas do vestuário para que possa representá-las posto de uma, duas ou três peças. O importante
corretamente. Denomina-se linha a silhueta geral para essa avaliação é o aspecto final da peça ou do
que uma roupa apresenta, determinando larguras de conjunto de peças. Procure passar graficamente a
cintura, ombros, comprimentos e amplitudes gerais. proporção de volume e comprimento em relação
É a análise de sua construção em relação à forma. ao corpo da figura. Se você estiver desenhando
Para Sorger e Udale (2009), a silhueta é a primeira uma roupa a partir de uma imagem e tiver dúvi-
percepção que temos da roupa ao primeiro olhar, das quanto à sua linha de silhueta, afaste-se um
antes que se possa perceber detalhes como o cai- pouco da imagem e semicerre os olhos. Assim
mento e textura do tecido, aviamentos ou outros ele- você conseguirá capturar melhor a forma sinteti-
mentos do modelo. zada da roupa.
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Alfaiataria
O conceito de alfaiataria, inicialmente aplicado à saliente. Com essas interferências de enchimento, a
moda masculina, transita atualmente por todos os roupa parece estruturada e mais formal.
gêneros, uma vez que até a moda infantil tem seus Segundo Hopkins (2013), a origem do terno
momentos de alfaiataria. Sorger e Udale (2009, p. masculino moderno, que é a combinação de calça,
96) referem-se à alfaiataria como uma forma de con- colete e paletó, remonta a meados do século XVII,
fecção parcialmente manual de roupas. Uma peça de quando um traje chamado de “sotaina” ou “casaque”,
alfaiataria exige que se costure e alinhave o tecido à usado por embaixadores da Pérsia e do Oriente Mé-
mão, utilizando enchimentos entre o tecido e o for- dio, é introduzido nas cortes europeias. Esse traje
ro, no intuito de moldar a forma desejada, alterando consistia em uma casaca longa usada em conjun-
o efeito final que o tecido daria à peça e transfor- to com um colete. Desde o início de suas versões
mando a roupa em um produto estruturado e mol- ocidentais, a sotaina, que é, portanto, a origem do
dado ao corpo. Dessa forma, além de aumentar os paletó, contava com uma técnica apurada para dar
ombros para dar uma importância maior à figura, suporte e elegância ao conjunto. Telas de crina de
pode-se aumentar um peitoral masculino, o que cavalo faziam às vezes de entretelas e, com o passar
também tem a função de disfarçar uma barriga mais dos anos, os colarinhos de camisa tornaram-se mais
184
DESIGN
rígidos. No entanto, conforme Waugh (1985), algu- faiataria sob medida, feita para modelar e estruturar
mas publicações impressas anteriores a esse período a roupa sobre o corpo do cliente. Bryant (2012, p.
já davam conta de processos de alfaiataria, ainda que 271), em suas palavras, delimita esse universo: “o
sem uma metodologia abrangente. termo alfaiataria refere-se originalmente aos paletós
A alfaiataria artesanal continua viva, porém é típicos do vestuário masculino e às camisas, coletes
impossível para as indústrias que atendem grandes e calças que se usam com eles”. Atualmente, a moda
demandas permanecerem fiéis à tradição do proces- permite que se usem essas peças combinadas entre
so artesanal, tanto pelo fator tempo quanto pelo fator si, como também em combinação com outras peças,
preço. O que se vê hoje, em termos de roupa pronta muitas vezes inusitadas, com a intenção de quebrar
para vestir (que chamamos de alfaiataria), são peças a formalidade das peças de alfaiataria.
que remetem ao estilo, por terem na modelagem ca- Você pode conferir na imagem a seguir as prin-
racterísticas de formas da modelagem de alfaiataria. cipais características de um blazer masculino e sua
Mas o processo artesanal restringe-se somente à al- nomenclatura.
Pé de gola
Linha de quebra
gola Costura das costas
Linha de estilo
Lapela
Queda
Corte frontal
Figura 25 - Blazer: detalhes e nomenclaturas
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Uma calça de alfaiataria deve ser desenhada com calça, você tem a possibilidade de mostrar a peça
uma linha reta do quadril em direção aos pés, já que que ele está usando sob o paletó e também a frente
calças de alfaiataria não são muito justas. Procure da calça, que pode ter pregas ou não. Além disso,
também escolher poses adequadas à composição das trabalhe as dobras do tecido para que fique evidente
roupas que irá representar. Se você pretende dese- que esse tem um certo peso, sem ser rígido demais.
nhar um homem de terno, escolha uma pose mais Observe fotografias de moda que retratem
formal e não tão relaxada (como se ele estivesse com roupas de alfaiataria, suas dobras, detalhes e efei-
uma roupa bem mais à vontade, no estilo casual ou tos. O melhor trunfo de um(a) designer é o seu
esportivo). Desenhando a mão dentro do bolso da olhar apurado!
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DESENHO DA FIGURA HUMANA
Considerações Finais
Aluno(a), nesta unidade você conheceu algumas in- E como reconhecer o volume de uma roupa e a
formações básicas para compreender o desenho de diferença entre uma peça estruturada ou uma mais
roupas e também algumas características dos mate- solta? Cada ocasião pede um estilo de roupa dife-
riais usados nos diversos segmentos de moda. Ha- rente e o(a) designer deve saber transitar por todos
bitue-se a pensar constantemente na continuidade, eles, desde o mais casual e esportivo até os mais
estruturação, vestibilidade e necessidade ou não de formais, que exijam peças de alfaiataria ou mesmo
aberturas na peça. São pontos que devem ser ques- luxuosas. Comece também a pesquisar sobre os
tionados ainda no momento da criação. Com o tem- inúmeros tipos de aviamentos disponíveis no mer-
po, você vai ver que essas questões internalizam-se cado. A gama de possibilidades é imensa e abrange
em você, passando a fazer parte do raciocínio sem os variados segmentos da moda. Fique atento(a) às
que você se dê conta disso. linhas de silhueta e pesquise outras mais, você deve
A unidade também apresentou as diferenças de aprender a reconhecê-las, pois o bom equilíbrio en-
peso dos tecidos e o quanto os diversos materiais, tre a forma, a textura e os aviamentos de uma roupa
devido ao seu desempenho sobre o corpo, podem ajudam a formar um produto final que deve encan-
resultar em volumes de efeitos distintos; também as tar o cliente.
texturas são importantes e muitas vezes tornam-se Agora, com certeza, você está bem mais segu-
o foco de interesse, o diferencial em uma coleção. ro(a) para voltar às suas bases femininas, masculi-
O conhecimento dos materiais traz consigo a capa- nas e infantis e exercitar sua criatividade na tarefa de
cidade de avaliar o que esperar de cada um deles e vesti-las com suas criações. O leque de inspirações
como trabalhar para que se explore ao máximo as é vasto e é delicioso desenvolvê-lo em seus próprios
potencialidades de cada um. croquis de moda!
192
atividades de estudo
1. Durante o processo criativo de uma coleção, o(a) designer deve ter sempre em mente que o
corpo humano é tridimensional. É muito importante que o(a) profissional desenvolva a visão
espacial para que possa imaginar a roupa e seu comportamento em torno do corpo. Essa
visualização mental é importante devido a alguns fatores técnicos essenciais para um bom
design de vestuário. Acerca disso, leia as afirmativas a seguir.
I. A forma de abotoamento de uma peça de roupa depende primordialmente do tipo de material
com o qual vai ser confeccionada. Alguns materiais dispensam aberturas, por serem elásticos.
II. Ao analisar a continuidade da roupa em torno do corpo, é correto afirmar que uma saia não
pode ter um comprimento na frente e outro atrás.
III. O mais importante na análise com relação à necessidade de abertura e forma de abotoamen-
to de uma peça de roupa é o efeito estético desejado.
IV. O tule cor da pele veio para revolucionar o segmento de roupas de festa, porque permite
designs que antes não seriam possíveis – já que faz a ligação entre partes de forma suave e
quase imperceptível.
V. A vestibilidade não é uma qualidade importante na roupa. O que importa mesmo é o design.
2. Aviamentos são muito utilizados na confecção de roupas. Esses grandes aliados tanto podem
ter uma função específica como podem ter a função de enfeitar a roupa, apenas. Cite três
aviamentos que além de ter a função de enfeitar a roupa possuam também uma outra fun-
ção, que não seja a decorativa.
193
atividades de estudo
3. Com relação ao seu peso em gramas, basicamente os tecidos são classificados em três ca-
tegorias: leves, médios e pesados. Observe as imagens a seguir e analise, pelo caimento da
peças, em qual classificação cada uma se enquadra. Depois, correlacione cada imagem à
gramatura mais adequada para o material.
194
atividades de estudo
4. Avaliando uma peça de roupa, encontramos vários fatores importantes em referência à qua-
lidade e classificação. Observe a imagem a seguir.
Depois de observar com atenção a imagem do vestido, leia, avalie as afirmações e assinale verda-
deiro (V) ou falso (F) em cada uma delas:
a. ( ) Apesar de parecer ser confeccionado em um tecido bem maleável, o efeito pode ser ar-
mado, o que se vê bem nos babados do detalhe lateral.
b. ( ) A linha de silhueta do vestido é a linha saco.
c. ( ) O vestido tem um recorte frontal a 45 graus, à altura das coxas, sendo que esse recorte
obrigatoriamente tem que ter continuidade nas costas.
d. ( ) Este modelo provavelmente dispensa aberturas, podendo ser vestido pela cabeça.
e. ( ) O aviamento de fechamento mais adequado para ele é o zíper invisível, já que o modelo,
com seus recortes e babados, dispensa outros elementos.
195
atividades de estudo
5. O volume e a forma que uma roupa se apresenta são fatores determinantes para a clas-
sificação dela, a qual chama-se, na moda, linha de silhueta. Alguns elementos decorativos,
como babados, golas, armações ou anáguas volumosas podem alterar a estrutura de base
da roupa. Observando a imagem a seguir, em que três tipos de linhas de silhuetas podem
ser vistas, assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, a opção correta para suas
nomenclaturas.
a. ( ) Vestido azul: linha A; vestido verde: linha flecha; vestido amarelo limão: linha evasê .
b. ( ) Vestido azul: linha evasê; vestido verde: linha sereia; vestido amarelo limão: linha 8.
c. ( ) Vestido azul: linha X; vestido verde: linha tubinho; vestido amarelo limão: linha princesa.
196
LEITURA
COMPLEMENTAR
Ainda que a roupa cubra grande parte do corpo do figuri- Devemos ter cuidado com os desenhos de roupas justas,
no, escondendo possíveis problemas do desenho anatô- pois não só apresentam dobras e descrevem perfeitamen-
mico, na figura vestida, os problemas que surgem tem a te a anatomia por meio do perfil como também fazem
ver com a valoração e as dobras dos tecidos das roupas, adivinhar a massa muscular por trás das peças. As roupas
que devem favorecer a compreensão da pose, a atitude ajustadas não dissimulam os defeitos do desenho anatô-
que o corpo adota em determinadas situações. mico: um quadril fora do lugar, braços desproporcionais
O desenho de peças em tecido plano consiste em uma ou pés mal resolvidos são logo percebidos. Isto significa
representação gráfica de base geométrica, que mostra a que quando desenhamos um figurino com roupa ajustada,
roupa como se estivesse apoiada em uma superfície pla- nosso grau de exigência deve ser maior, com a finalidade
na ou pendurada em um cabide. Quando esta roupa se de apresentar coerentemente a anatomia da figura.
adapta ao corpo da figura, as pregas e o volume adqui- As pregas que envolvem as figuras podem parecer gros-
rem protagonismo, os perfis geométricos desaparecem sas e rígidas ou sutis e vaporosas, deixando-se entrever
por completo e mostram um perfil irregular determina- as formas do corpo que cobrem. As formas que um teci-
do pela anatomia do modelo. do estabelece ao preguear-se dependem da natureza do
Pregas e contornos das peças são um bom indicador fio que o compõe. Devemos aprender a resolver as do-
para descobrir a anatomia da figura. Em função da roupa bras segundo o tecido com que se confecciona a roupa;
ou do tecido que recobre o corpo, a postura e o movi- se aprendemos a representar corretamente este efeito,
mento da figura se tornam mais ou menos perceptíveis. podemos transmitir em nossos desenhos não só a caí-
Ao desenhar a forma da roupa, deve-se ter em conta que da e direção das dobras de uma roupa, como também
as pregas ou dobras devem coincidir com as partes onde acrescentar informações sobre a qualidade do tecido.
os membros se flexionam (axilas, joelhos, virilha) e que Em outras palavras, as dobras geométricas, acartonadas
algumas partes proeminentes do corpo, como os seios, e com arestas agudas nos falam de um tecido rígido e
cotovelos e joelhos, se insinuam graças ao volume e ten- engomado, enquanto que as dobras curvadas e viscosas
são do tecido. são mais próprias de tecidos leves e fluidos.
197
LEITURA
COMPLEMENTAR
A textura é a aparência tátil do tecido. O tipo de tecido 1. Consiste em desenhar de maneira meticulosa e
ou aparência tátil dos materiais com os quais é fabri- quase científica a textura do tecido, as pregas,
cada uma roupa podem potencializar ou arruinar uma dobras e relevo.
ideia que pareça excelente em nossa ilustração. Por isto, 2. A mais recomendada, fundamenta-se na observa-
é conveniente aprender a representar as texturas de ção para poder captar e representar uma deter-
maneira convincente e conhecer os efeitos pictóricos minada textura de forma sintética e clarificadora.
capazes de agregar uma sensação tátil aos tecidos de- Isto significa distribuir somente alguns efeitos de
relevo sobre a roupa, seguindo o contraste que a
senhados.
luz proporciona, ou seja, insinuar a textura com
Existem três maneiras básicas de representar a textura
pequenos detalhes, sem chegar à representação
de uma roupa:
idêntica. O restante, a imaginação do espectador
completa.
3. Consiste em usar o “collage”, usando em vez de
papéis, retalhos de tecido, técnica que recria no
papel, as texturas, de forma rápida.
Fonte: Fernandez e Martin (2007, p. 68-76).
198
DESIGN
Tecidos e moda
Jenny Udale
Editora: Bookman
Sinopse: a obra apresenta os principais tecidos utilizados na fa-
bricação de peças de vestuário e suas características com expli-
cações concisas e exemplos de projetos contemporâneos. Dos
tipos de fio aos processos de acabamento, do bordado à orna-
mentação, do design à produção têxtil, o leitor aprenderá tudo
o que precisa para escolher o tecido certo para suas criações.
Além disso, a obra apresenta criações de talentosos designers
e outros profissionais da indústria da moda, utilizadas como
exemplo para ilustrar o texto como fonte de inspiração.
Comentário: o livro expõe um panorama completo dos tipos de
materiais disponíveis no mercado, apresentando também informações valiosas sobre es-
tamparia e efeitos de superfície.
199
DESENHO DA FIGURA HUMANA
Esta página traz um glossário têxtil interessante para orientá-lo(la) em sua pesquisa sobre
materiais têxteis. Boa pesquisa!
Portal Lua
Em: <http://www.luagrupo.com/index.php/luapedia/textil/150-glossario-textil-e-curiosida-
des>
Esta página traz um glossário completo e detalhado de 150 tecidos e malhas, com a imagem
do material, sua descrição, composição, uso, fabricantes e fornecedores, além de instruções
de lavagem. A forma de apresentação dos materiais você escolhe, clicando nos links da barra
superior: clássica, revista, mosaico etc. Muito didática! Aproveite!
Glossário de tecidos
Em: <http://glossario.estilopiti.com/2012/03>
200
referências
Referências On-Line
¹Em: <http://www.audaces.com/br/producao/falando-de-producao/2013/07/01/como-calcular-o-
-peso-de-tecidos-na-moda>. Acesso em: 23 maio 2016.
²Em: <http://cortandoecosturando.com/dica_caimentoperfeito.html>. Acesso em: 17 jul. 2016.
201
gabarito
1. A
2. Fivelas e botões são aviamentos que, além de serem decorativos, têm a função de fechamento
da peça; e debruns também têm dupla função, sendo decorativos e fazendo a guarnição de
partes da peça.
3. a 3
b1
c2
4. a. V
b. F
c. F
d. F
e. V
5. B
202
DESIGN
Conclusão Geral
Caro(a) aluno(a), este livro teve como objetivo orientá-lo(la) no desenho da figura humana,
para que aproveite melhor os conhecimentos de disciplinas que ainda estão por vir. E que ve-
nham outros saberes, para que você se torne um(a) excelente profissional! O(A) bom(boa) de-
signer desafia-se constantemente e, nesta tarefa, sua maior aliada é a capacidade de observação.
Sempre que possível, rascunhe tudo o que lhe chame a atenção. Com a prática, você também
perceberá que a habilidade do desenho não vem sozinha, ao desenvolver o desenho da figura
humana, você também desenvolve a habilidade para o desenho de roupas, acessórios e o que
mais quiser! Essa disponibilidade para treinar o olhar e traduzir suas impressões em desenhos
desenvolve o senso de expressão plástica e a habilidade de mensurar proporções, captar e re-
produzir graficamente texturas e estabelecer focos de interesse, ou seja, a capacidade de olhar
de forma diferenciada para o objeto de estudo.
Não perca de vista para qual finalidade será utilizado o seu desenho. Analise-o e questione-se:
ele é suficientemente claro para que sirva de base para o estudo de uma modelagem e desenvol-
vimento de um produto de moda? Invista sempre na eficácia do seu trabalho gráfico.
O sucesso de uma ilustração de moda depende de uma figura proporcional; uma pose inte-
ressante; uma graciosa cabeça, incluindo traços faciais, cabelo e pescoço; o estilo da roupa e o
equilíbrio de seu movimento, interagindo com o corpo da figura.
Espero que você tenha apreciado este material de estudo e que tenha aproveitado bem o con-
teúdo de cada unidade aqui apresentada. Obrigada por sua disposição para aprender; e, se ao
final do curso, a vida lhe levar ao posto de ilustrador(a) de moda, comemore! A liberdade de
escolher materiais para cromatização e a possibilidade de retratar estilos diferentes de pessoas
e seu vestuário são estimulantes! Seu traço e estilo já foram reconhecidos e você desfruta de sua
assinatura pessoal no mundo da moda. Sucesso!
203