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Fluídos e Hidráulica
Professor Me. Lucas Henrique Maldonado da Silva
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
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Kauê Berto
Prezado (a) aluno (a), gostaria de convidá-lo (a) a embarcar nessa nova expe-
riência a fim de aprofundar seus conhecimentos sobre mecânicas de fluídos e hidráulica.
Difícil é a primeira impressão que temos sobre esse assunto, mas não se preocupe que
através desse material você terá acesso a esse conteúdo de forma didática e objetiva
para te ajudar a entender melhor.
Na Unidade I começaremos pela introdução a mecânica de fluídos e hidráulica e
sua história, também teremos a explanação dos conceitos necessários para a construção de
uma base sólida do conhecimento que irá auxiliar você nos estudos das próximas unidades.
Entenderemos as propriedades dos fluídos que são muito importantes para que possamos
compreender a hidráulica como um todo. Também veremos aspectos mais práticos de como
tubos e conexões são produzidos e as finalidades de cada um na hidráulica.
Na Unidade II, aprenderemos mais sobre hidrodinâmica e hidrostática, estudaremos
alguns conceitos e algumas leis criadas por importantes cientistas nessas duas áreas e
aprenderemos a explicação científica para certos fenômenos que notamos no nosso dia-a-dia.
Já na Unidade III continuaremos a falar um pouco de hidrostática, mas também
daremos início ao estudo da hidrodinâmica, para podermos entender melhor como mensurar
certas grandezas que são importantes para o estudo da hidráulica.
Enfim, a Unidade IV irá nos trazer uma série de informações sobre condutos
forçados, aprenderemos como funciona a condução de fluidos através de sistemas
pressurizados e quais fatores podem influenciar nisso. Essa unidade vai nos ajudar a ligar
todas as informações aprendidas na disciplina até o momento.
Portanto, não vamos nos preocupar com o nome complexo do assunto e aproveitar
esse momento para ampliar nossos conhecimentos. Espero que esse material possa
contribuir para sua formação profissional.
UNIDADE I....................................................................................................... 3
Introdução a Hidráulica e Seus Conceitos
UNIDADE II.................................................................................................... 23
Hidrodinâmica e Hidrostática Parte I
UNIDADE III................................................................................................... 42
Hidrostática Parte II e Hidrometria
UNIDADE IV................................................................................................... 60
Condutos Forçados
UNIDADE I
Introdução a Hidráulica
e Seus Conceitos
Professor Me. Lucas Henrique Maldonado da Silva
Plano de Estudo:
● Introdução;
● Conceitos;
● Propriedades dos fluidos;
● Tipos de tubos e suas finalidades.
Objetivos da Aprendizagem:
● Entender o que é mecânica dos fluidos e hidráulica;
● Conceituar e compreender as propriedades dos fluidos;
● Compreender os tipos de tubos existentes e
para qual finalidade devemos utilizá-los.
3
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, daremos início aos estudos de mecânica dos fluídos e hidráulica.
Para isto, vamos começar com uma introdução a hidráulica e seguiremos pelos seus
conceitos a fim de entender melhor o que é a mecânica dos fluidos e qual a relação com a
hidráulica. Passaremos também por um pouco da história da hidráulica para que possamos
entender como chegamos em todo conhecimento dos dias atuais.
Também iremos aprender alguns conceitos importantes para o seguimento dos
estudos mais à frente, por isso é muito importante que possamos construir uma base sólida
nessa unidade para podermos compreender melhor as próximas.
Vamos trabalhar com as propriedades de um fluido para podermos entender seu
comportamento e como isso afeta a forma de movimentarmos eles de um ponto a outro.
Por fim, essa unidade trará um pouco de informação mais prática e aplicada, pois falaremos
sobre os tipos de tubos disponíveis no mercado e qual a finalidade de cada um.
Espero que você possa aproveitar bem essa unidade e bons estudos.
Resumindo então, essa área pode ser entendida como o estudo sobre a água
estática, em movimento e como medimos essas variações.
Já a segunda parte da hidráulica conhecida como hidráulica aplicada irá estudar
a aplicação dos conhecimentos obtidos na hidráulica teórica. Dessa maneira pode ser
relacionada com os conhecimentos segundo cada área de aplicação específica.
As áreas de atuação da hidráulica aplicada segundo Netto e Fernández (2015) são:
1.3.1 Urbana
● Sistema de abastecimento de água;
● Sistema de esgoto sanitário;
● Sistema de drenagem de água das chuvas;
● Canais de transporte de água.
2.1 Pressão
A pressão pode ser definida como a relação entre força e área. Essa força será
chamada de força peso quando é multiplicado a massa daquele corpo pela a aceleração
da gravidade. Para exemplificar, se inserir um peso de 10 kg (98,1 N) sobre uma área
de 5 m2, a pressão será de 19,62 N m-2. Se aumentar a área para 10 m2, essa pressão é
reduzida pela metade, sendo de 9,81 N m-2. Dessa maneira é claro que a pressão depende
diretamente da área em que a força peso está sendo exercida.
Já para fins hidráulicos e para entender a relação da coluna de um fluido com a
pressão, a área não tem influência direta nessa pressão. Por isso é comum encontrar a
pressão em metros de coluna daquele fluído.
Uma coluna de água está representada na Figura 1, e essa exerce uma pressão
sobre a área que se encontra sob a sua base. Na mesma, são apresentadas à altura da
coluna de água (representada pelo h), o peso específico da água (representado por g) e a
área da base (representada por A) (ZANINI, 2016).
Para obter o volume contido na coluna de água, é necessário multiplicar a área (m²)
pela altura (m) obtendo o volume (m³). Com a multiplicação pelo peso específico (kg m-³),
o peso total (kg) que essa coluna de água possui será obtido.
Volume (m3)=A*h
Peso da coluna de água=A*h* g
Esse peso da coluna de água exerce uma pressão sobre a área disponível, cau-
sado, portanto, a pressão. Sabendo o peso (força peso) da coluna de água, obtemos a
pressão através da divisão do peso pela área.
Simplificando, temos:
2.4 Rugosidade
Na produção de qualquer tubo, seja ele de PVC, aço galvanizado ou aço inox
a parede do tubo não é perfeita. Existe uma rugosidade na parede desse tubo que irá
influenciar diretamente o fluxo da água no interior dessa tubulação (GUEDES, 2018).
O sistema CGS e MKS são absolutos, já que independem das condições locais
onde as medições são realizadas. Já o sistema MKS técnico depende do local, já que
a aceleração da gravidade pode apresentar variação espacial, porém muitas vezes essa
variação é desconsiderada para fins práticos por ser uma variação pequena (ZANINI, 2016).
A VARIAÇÃO DE TEMPERATURA
A VARIAÇÃO DE TEMPERATURA
3.5 Viscosidade
A viscosidade é a propriedade que o líquido tem de resistir a deformações. Na
hidráulica pode-se dizer que essa deformação seria o escoamento do líquido. Quanto mais
viscoso o líquido, maior sua resistência ao escoamento, fazendo com que seja necessária
mais energia para transportá-lo. É importante entender que com a redução da temperatura,
a viscosidade da água aumenta, tendo seu escoamento dificultado (CARVALHO, 2009). Na
Tabela 3 é demonstrado a viscosidade da água em diferentes temperaturas.
Não metálicos:
● Plásticos: cloreto de polivinil (PVC), polietileno, acrílicos, acetato de celulose,
epóxi, fenólicos;
● Outros materiais: cimento amianto, concreto armado, vidro, cerâmica, porcela-
na, barro vidrado.
Outro material muito utilizado para tubos na irrigação é o polietileno (PE). Para
tubos de polietileno utilizados na irrigação a ABNT possui a NBR 11795:2008, a ISO possui
a ISO 8779:2010, 8796:2004 e 13460:1998. Esse tipo de tubo apresenta diferenças em
relação a densidade do material utilizado sendo: PEAD (alta densidade), PEMD (média
densidade), PEBD (baixa densidade), PEBDL (baixa densidade linear).
SAIBA MAIS
Os engenheiros e arquitetos da Roma antiga são reconhecidos até hoje devido o incrível
domínio e tecnologia desenvolvida em épocas tão remotas. A construção de aquedutos que
resistem até os dias de hoje prova a eficiência da construção romana. Esses aquedutos
tiveram enorme importância de levar água potável para a população das antigas cidades
romanas. Conheça cinco desses aquedutos que resistem até hoje e podem ser visitados:
Aqueduto de Segóvia (Espanha), Pont du Gard (França), Aqueduto de Valens (Turquia),
Pont de les Ferreres (Espanha) e Acueducto de los Milagros (Espanha).
REFLITA
LIVRO
Título: Engenharia de Irrigação: tubos e acessórios
Autores: Roberto Testezlaf e Robson Eiji Matsura.
Editora: Unicamp – Faculdade de Engenharia Agrícola.
Sinopse: O livro aborda o tema de tubulações e acessórios sob o
ponto de vista de engenharia de irrigação, enfoque pouco explo-
rado nos textos dedicados a essa área. Em razão do histórico de
desenvolvimento da irrigação em nosso país, com a participação
de poucos fabricantes nacionais, onde predomina a importação
de equipamentos e tecnologias, os cursos de engenharia deram
baixa prioridade para o ensino de dimensionamento de equipa-
mentos, preocupando-se mais com a formação em projetos de
sistemas. Dessa forma, esse documento procura dar uma pers-
pectiva diferenciada para esse tópico, ampliando as informações e
especificações técnicas de materiais, explicando os princípios de
operação e detalhando procedimentos de instalação e métodos de
manutenção de tubulações e acessórios empregados na irrigação.
FILME/VÍDEO
Título: Cómo se fabrica: Fábrica de fabricación de tubos de PVC
Ano: 2021
Sinopse: Você está na fábrica de tubos de PVC. Você verá como
é feito: tubos de PVC de plástico. Neste vídeo, você conhecerá
passo a passo o processo de fabricação de tubos de PVC. Neste
vídeo, você verá como a máquina para fabricar tubos de PVC faz
tubo PVC com acabamento perfeito.
Plano de Estudo:
● Regimes de escoamento;
● Equação da continuidade;
● Teorema de Bernoulli;
● Lei de Pascal e Lei de Stevin.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender o que são os regimes de escoamento
e sua influência no dimensionamento hidráulico;
● Conceituar e entender a equação da continuidade
e o teorema de Bernoulli;
● Compreender a Lei de Pascal e de Stevin.
23
INTRODUÇÃO
Espero que você possa aproveitar bem essa unidade e bons estudos.
Ao conduzirmos água, seja por condutos livres ou forçados, a trajetória desse fluido
ocorre de diferentes formas conforme as condições no qual está submetido. No caso específico
de condutos forçados, existe uma pressão diferente da atmosférica sendo exercida sobre a
massa fluida de água por exemplo. Dessa maneira em 1883, Osborne Reynolds realizou
experimentos para entender como ocorria esse escoamento (GUEDES, 2018).
O experimento consistiu na injeção de corante no meio da massa líquida em movi-
mento. Com a alteração da velocidade do escoamento, Reynolds fez suas observações. Em
baixas velocidades o fluxo de corante não se misturava com a massa fluida, percorrendo
uma trajetória paralela. Esse fluxo foi estabelecido como laminar (BISTAFA, 2017).
Com o aumento da velocidade, o fluxo do corante mostrava uma trajetória diferente,
mais irregular. Nesse tipo de fluxo denominado como turbulento, a trajetória da partícula não
pode ser prevista. Esse tipo de fluxo é o mais comumente encontrado. Entre o escoamento
laminar e turbulento temos o regime de transição. Na Figura 1 podemos observar a trajetória
das partículas conforme cada regime de escoamento (CARVALHO, 2009).
O regime laminar será determinado quando o número de Reynolds for abaixo de 2000.
Caso o número de Reynolds seja maior que 4000, o regime será turbulento. Entre 2000 e 4000
será o regime de transição. Dessa maneira, quanto maior a velocidade ou o diâmetro, maior
será o número de Reynolds tendendo ao regime turbulento (MARTINS e GUKOVAS, 2010).
Portanto:
A1 = Área 1 (m2)
V1 = Velocidade média do fluido na região 1 (m s-1)
A2 = Área 2 (m2)
V2 = Velocidade média do fluido na região 2 (m s-1)
Dessa maneira, a velocidade passou de 3,54 cm s-1 para 12,45 cm s-1 com uma
diminuição de 2,8 cm no diâmetro da tubulação. Calculando o número de Reynolds
para as duas condições, será obtido 2.124 para a tubulação de 60 mm e 3.984 para a
tubulação de 32 mm.
O regime de escoamento será classificado como de transição. Nota-se que com
o aumento do diâmetro é possível diminuir o número de Reynolds e alterar o regime de
escoamento de turbulento para laminar onde haverá menor perda de carga.
A água escoa do ponto 1 para o ponto 2. É possível notar uma diferença do diâmetro.
No ponto 1 o diâmetro é maior, e no ponto 2 o diâmetro é menor. Nota-se também que o
ponto 1 está a uma altura Z1 em relação a referência e o ponto 2 está a uma altura Z2. Essa
diferença de altura é chamada de altura piezométrica e será utilizada na equação de Bernoulli.
As constantes nesse sistema são a densidade da água e a gravidade que não
vão sofrer alterações entre os dois pontos. No ponto 1 existe uma pressão (P1), uma
velocidade (V1) e uma área (A1) que está relacionado ao diâmetro da tubulação nesse
ponto. No ponto dois também existe uma pressão (P2), uma velocidade (V2) e uma área
(A2) que é menor que a A1.
Então, com uma diferença de cota de 2 metros a pressão no ponto 2 é maior que no
ponto 1 mesmo com velocidade superior. Isso ocorre devido a diferença de altura na qual
está contribuindo para o aumento da pressão no ponto 2.
O entendimento da influência da altura piezométrica é importante para o dimen-
sionamento de sistemas hidráulicos para irrigação. Se a condução da água ocorrer de
um ponto mais alto para um ponto mais baixo, essa diferença de cota irá contribuir para
a pressurização do sistema. Já caso precise conduzir a água de um ponto mais baixo
para um mais alto, essa diferença de altura deverá ser somada a pressão final necessária
(TESTEZLAF e MATSURA, 2015).
Até o momento, o fluido a ser deslocado foi considerado um fluido perfeito (incom-
pressível, sem atrito interno, sem viscosidade e com massa específica constante). Entre-
tanto, para um fluido real devemos levar em consideração esses 4 fatores. Entre eles o
atrito que causa uma perda de energia, essa perda de energia pode ser chamada de perda
de carga (hf) e será acrescentada na equação de Bernoulli. Mais à frente será demonstrado
como calcular essa perda de carga (ZANINI, 2016).
A equação de Bernoulli considerando a perda de carga fica da seguinte maneira:
Ao realizar uma força nesse êmbolo, haverá uma pressão sendo realizada,
que será transmitida para os 5 pontos de saída de forma igual. Essa lei permite utilizar
equipamentos como prensas e elevadores hidráulicos. Dessa maneira, com uma menor
força exercida sobre uma área menor, é possível levantar objetos pesados sobre uma
área maior (ZANINI, 2016). Para ficar mais compressível, um exemplo com números é
mostrado. Na figura 5 é apresentado o esquema de um elevador hidráulico.
Como será multiplicado a parte de cima por A1 e depois será dividido por A1
novamente, é possível eliminar essas duas operações.
Com a alteração da área da outra base, é necessário aplicar uma força 5 vezes
menor que a força necessária para levantar o veículo. Isso só é possível pois a F1 aplicada
sobre a área menor se transmite para todos os pontos do fluido que irá elevar a segunda
base. Essa é uma das aplicações práticas da lei de Pascal.
Sabe-se que:
Dessa maneira:
Por isso a pressão de uma coluna de fluido independe da área dela. Portanto para
definir a pressão em um ponto específico da coluna de um fluido, é necessário multiplicar
o valor da coluna de fluido pelo peso específico do fluido. Quando o valor da pressão é
expressado em metros de coluna de água, pode-se simplificar sendo a pressão no ponto
igual a diferença de altura (h) na coluna em relação ao ponto referencial. Isso ocorre, pois
a unidade de medida já está considerando o peso específico da água.
Na hidráulica, a principal aplicação da Lei de Stevin é na determinação da pressão
em diferentes pontos. Dessa maneira, a diferença de pressão entre um ponto e o outro
pode ser encontrada através da diferença de altura entre esses dois pontos (TOLENTINO
JR, 2019). Como exemplo a Figura 7.
Essa unidade tratou dos regimes de escoamento classificados como: turbulento, laminar
e de transição. Essa classificação é a principal, entretanto é possível classificar o regime
de escoamento também conforme o tempo, sendo permanente e não permanente. Para
que o regime de escoamento seja permanente, a pressão e a velocidade devem ser
constantes não variando conforme o tempo. Já o não permanente ocorre essa variação.
Para exemplificar, existe uma caixa d’agua com a sua saída na base aberta. Se a repo-
sição de água nesse reservatório for igual ao volume que está sendo escoado, o nível
de água será sempre o mesmo, mantendo a pressão e a velocidade constante. Se não
repor a água, o nível irá diminuir e a pressão e velocidade irão reduzir com o passar do
tempo até que o escoamento cesse.
REFLITA
LIVRO
Título: História do universo
Autores: Edmac Trigueiro
Editora: Novo Século
Sinopse: Durante muito tempo na história da humanidade, a religião
encarregou-se de explicar o sobrenatural. Naquele passado não tão
distante, não havia escolha, pois não existia ciência. Assim, a única
forma de acedermos as origens do Universo era apegando-nos ao
que nos ensinava a mitologia e o que nos legava a religião. Hoje, en-
tretanto, parte deste espaço é ocupado pela ciência. O crescimento
e a consolidação da cosmologia produziram uma enorme gama de
textos científicos, que consultamos com o intuito de produzir este
trabalho. Foi muito gratificante descobrir que hoje a ciência já permi-
te que se conte o desenrolar da história do Universo. Como somos
privilegiados por vivermos na época atual! Lembremo-nos daqueles
que subiam nos zigurates, na antiga Babilônia, só para apreciarem
melhor o céu, na tentativa de desvendar seus mistérios.
FILME/VÍDEO
Título: Escoamento Laminar, Escoamento Turbulento e Número
de Reynolds
Ano: 2021
Sinopse: Nesse vídeo mostro a diferença entre escoamento laminar
e turbulento. Reynolds estudou como o regime de escoamento em
uma tubulação poderia ser modificado se fossem alterados o diâ-
metro do tubo, a velocidade do escoamento ou as propriedades de
massa específica ou viscosidade do fluido. O resultado da pesquisa
foi um parâmetro adimensional, chamado de número de Reynolds.
Plano de Estudo:
● Pressão relativa e pressão atmosférica;
● Medições de pressão relativa;
● Orifícios e bocais;
● Escoamento com nível constante e variável.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender novos conceitos da hidrostática;
● Aprender como mensurar pressões através da hidrometria;
● Conceituar e compreender o escoamento
através de orifícios e bocais;
● Conceituar e entender o teorema de Torricelli.
42
INTRODUÇÃO
Espero que você possa aproveitar bem essa unidade e bons estudos.
2.1 Piezômetro
O piezômetro é um dos equipamentos mais simples para a aferição de pressão
relativa. Apresenta boa exatidão e pode medir pressões relativamente pequenas, porém
apenas pressões positivas. O piezômetro consiste em um tubo transparente que será in-
serido em um ponto no sistema. O fluido irá formar uma coluna nesse tubo que poderá ser
medida. Através da multiplicação do peso específico pela altura da coluna teremos a pres-
são manométrica. Quando se trabalha com água, essa pressão será então em metros ou
centímetros de coluna de água (NETTO e FERNÁNDEZ, 2015). Na Figura 4 é apresentado
o esquema de um piezômetro inserido na tubulação.
Esse tipo de manômetro pode sofre desgaste ao longo do tempo ou até mesmo defeitos
de fábrica. Isso leva a imprecisão. Uma forma de reduzir o desgaste é a utilização de algum
líquido nas partes móveis que reduza as vibrações dessas partes. Geralmente é utilizado a
glicerina no interior do manômetro a fim de evitar tais problemas (TOLENTINO JR, 2019).
Esse tipo de manômetro também pode medir pressões negativas, entretanto ele é
chamado de vacuômetro e o ponteiro irá trabalhar de forma invertida nesse caso. Na Figura
7, podemos ver um manômetro com glicerina no seu interior e com escala em psi (escala
em vermelho) e bar (escala em preto).
Dois tipos de escoamento podem ser vistos quando trabalhamos com o escoamento
por orifícios. O primeiro como já falado anteriormente, seria com o reservatório e nível
constante. Dessa maneira a pressão exercida pela coluna de água é sempre a mesma e
a velocidade de escoamento se mantém igual ao longo do tempo. Consequentemente a
vazão se mantém (ZANINI, 2016).
Já no caso de um reservatório com nível variável, a altura da coluna de água
vai diminuindo conforme o escoamento ocorre. Isso altera a velocidade no decorrer
do escoamento, tendo uma vazão cada vez menor com o passar do tempo, até que o
escoamento cesse (TOLENTINO JR, 2019).
Para entender na prática, basta realizar furos em diferentes alturas em uma garrafa
PET. Ao enchê-la de água com os furos tampados e depois liberar para que ocorra o
escoamento, será possível visualizar que a distância do jato no primeiro orifício vai ser
menor enquanto dos furos mais abaixo são maiores e vão diminuindo.
A: Área (m2)
D: Diâmetro da tubulação (m)
Q: Vazão (L s-1)
V: Volume do recipiente (L)
T: Tempo para encher o recipiente (s)
SAIBA MAIS
REFLITA
LIVRO
Título: Hidrometria Aplicada
Autor: Irani dos Santos, Heinz Dieter Fill, Martha Sugai e Homero
Uba.
Editora: Lactec.
Sinopse: O livro hidrometria aplicada aborda metodologias e
técnicas de medição dos recursos hídricos em termos de quantidade
e qualidade e divide-se em oito capítulos: hidrologia e hidrometria;
medições de variáveis hidrológicas; levantamentos topográficos
e batimétricos; medição de vazão líquida; curva de descarga;
medição do transporte de sedimentos; coleta de amostras para
monitoramento de qualidade da água; monitoramento de estuários
e ambientes marinhos. Os termos tratados são de interesse de
profissionais e técnicos envolvidos diretamente na atividade de
coleta e análise de dados ou atuantes na esfera de tomada de
decisão, como também de estudantes, professores e pesquisadores
ligados à área de recursos hídricos.
FILME/VÍDEO
Título: Oficina de experimentos PET:A Garrafa Furada
Ano: 2012
Sinopse: Nesse experimento podemos visualizar a influência da
altura de coluna d’agua sobre o escoamento por orifícios em um
reservatório com nível variável.
Plano de Estudo:
● Classificação dos movimentos;
● Perda de carga contínua;
● Perda de carga localizada;
● Anormalidades em sistemas hidráulicos.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e exemplificar os tipos de movimento de escoamento;
● Compreender e calcular perda de carga contínua e localizada;
● Conhecer tipos de anormalidades em sistemas hidráulicos.
.
60
INTRODUÇÃO
Espero que você possa aproveitar bem essa unidade e bons estudos.
Em que:
Hf: perda de carga (metros de coluna do fluido)
f: coeficiente de atrito (adimensional)
L: comprimento da tubulação (m)
D: diâmetro da tubulação (m)
V: velocidade média do fluido (m s-1)
g: aceleração da gravidade (9,81 m s-2)
Cujo:
Hf: perda de carga contínua (m)
L: comprimento retilíneo da tubulação (m)
D: diâmetro da tubulação (m)
Q: vazão (m3 s-1)
C: coeficiente de Hazen-Williams (tabelado)
No qual:
Hfloc: perda de carga localizada (m)
K: coeficiente de perda de carga (adimensional)
V: velocidade de escoamento (m s-1)
g: aceleração da gravidade (9,81 m s-2)
4.2 Cavitação
A cavitação é um fenômeno que ocorre geralmente na moto bomba utilizada
para recalcar água. A cavitação ocorre devido à queda de pressão no sistema durante o
movimento do fluido. Essa queda de pressão está associada a um aumento da velocidade
do fluxo do fluido no interior do sistema. Quando essa pressão fica abaixo da pressão de
vapor do fluido que está sendo recalcado, bolhas são formadas no interior da tubulação
devido a vaporização do fluido (CARVALHO, 2009).
Essas bolhas no interior da tubulação podem causar trincas microscópicos na
tubulação ou nos rotores da bomba por exemplo. Causando danos ao sistema de forma
geral (ZANINI, 2016).
Algumas medidas podem ser tomadas para evitar a cavitação:
● Elevar o nível do reservatório que irá abastecer o sistema;
● Rebaixar o nível do ponto de sucção;
● Manter a tubulação sempre cheia;
● Diminuir a temperatura do fluido;
● Diminuir a velocidade de escoamento.
REFLITA
“Se você quiser descobrir os segredos do Universo, pense em termos de energia, fre-
quência e vibração.”
Chegamos ao final da quarta unidade de mecânica dos fluidos e hidráulica. Essa foi
uma unidade que trabalhou mais conceitos práticos, podendo mostrar as aplicações dessa
disciplina. Entendemos como funciona os tipos de movimento, no qual temos um movimento
permanente se temos vazão constante e o não permanente caso a vazão seja variável.
Compreendemos de onde advém a perda de carga no sistema hidráulico e como
podemos calcular essa perda. Falamos sobre a influência da rugosidade do tubo sobre a
perda de carga contínua, sendo maior quando temos materiais mais rugosos. Aprendemos a
calcular a perda de carga através de métodos teóricos como a fórmula universal que depende
do fator de atrito e também através de modelos empíricos como a fórmula de Hazen-Williams.
Ao falarmos de perda de carga localizada, entendemos sua dependência das peças
acessórios utilizadas no sistema e que depende do diâmetro dessas peças. Compreendemos
como utilizar o método de comprimento equivalente, no qual temos um valor tabelado para
cada peça segundo seu diâmetro, no qual acrescemos ao comprimento da tubulação para
obter a perda de carga total do sistema.
Por fim discutimos sobre anormalidades no sistema como golpe de aríete e a
cavitação. Compreendemos que o golpe de aríete ocorre devido a uma variação súbita de
pressão no sistema. A cavitação também foi explicada, mostrando que este fenômeno está
ligado a queda de pressão abaixo da pressão de vapor. A água então vaporiza no sistema
e formas bolhas de vapor no interior da tubulação que com o tempo vão danificando peças
do sistema como rotor da bomba e a própria tubulação.
Espero que tenha aproveitado o conteúdo e aprendido mais sobre a mecânica dos
fluidos e hidráulica.
LIVRO
Título: Perda de carga nas conexões de emissores sobre tubos
de polietileno: análise dos diferentes aspectos envolvendo
equações de perda de carga em fluxo turbulento nos sistemas de
microirrigação
Autor: Greco de Guimarães Cardoso Gabriel
Editora: Novas Edições Acadêmicas
Sinopse: Nos projetos hidráulicos de irrigação são contabilizadas
as perdas de carga totais, que seriam as perdas continuas ou
principais e as localizadas, objetivando maximizar a uniformidade
de distribuição de água, caracterizando um conjunto motobomba
adequado ao sistema de irrigação e com isso, minimizando os
custos anuais e de implantação do projeto. O procedimento de
dimensionamento de uma linha lateral de micro irrigação necessita
avaliar com precisão as perdas de carga distribuídas na tubulação
e as perdas de carga localizadas nas inserções dos emissores
com os tubos. Estas perdas localizadas podem ser significativas
quando comparadas com as perdas de carga totais, devido ao
grande número de emissores instalados ao longo da linha lateral.
Este trabalho reporta os resultados de um experimento sobre per-
da de carga distribuída, fator de atrito e perda de carga localizada
em conexões de emissores “on-line” em tubos de polietileno de
pequeno diâmetro.
FILME/VÍDEO
Título: Carneiro Hidráulico Epagri - Montagem e Instalação
Ano: 2015.
Sinopse: Veja passo a passo como fazer a montagem e a
instalação do carneiro hidráulico modelo Epagri, que faz sucesso
em todo o Brasil.
BISTAFA, S. R. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Editora Blucher, 2017. DOI:
9788521210337.
CARVALHO, J. A. Hidráulica II. Lavras: Editora UFLA, 2009. Ebook. Disponível em: http://
repositorio.ufla.br/jspui/handle/1/12526. Acesso em: 25 out. 2021.
CONTE, M. Aquedutos Romanos resistem ao tempo. Casa vogue, São Paulo, 6 de dez.
de 2013. Disponível em: encurtador.com.br/jvyN0. Acesso em: 12 de nov. de 2021.
79
FRIZZONE, J. A.; FREITAS, P. D.; REZENDE, R.; FARIA, M. A. Microirrigação: gotejamen-
to e microaspersão. Maringá: Editora Eduem, 2012.
TOLENTINO JR, J. B. Hidráulica agrícola. Curitibanos: [s.n], 2019. Ebook. Disponível em:
https://hidraulica.tolentino.pro.br/index.html#este-livro. Acesso em: 25 out. 2021.
80
ZANINI, J. R. Hidráulica, teoria e exercício. Jaboticabal: Editora UNESP, 2016.Ebook.
Disponível em: encurtador.com.br/kIQV6. Acesso em: 12 out. 2021.
81
CONCLUSÃO GERAL
82
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