Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSOS
TÉCNICOS
LOGÍSTICA DE BENS E
SERVIÇOS
Eixo Gestão e Negócios
1
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
SUMÁRIO
UNIDADE 1 5
1. LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS 5
1.1 Produção de bens 6
1.2 Gestão de materiais 14
1.3 Gestão de suprimentos 15
1.3.1 Lead time 16
1.3.2 Just in time 17
1.3.3 Kaizen 20
1.3.4 Setup 20
1.4 Produção de serviços 21
UNIDADE 2 25
2. ROTINAS BÁSICAS DE LOGÍSTICA 25
2.1 Processos de compra 25
2.2 Recebimento e armazenamento 29
2.3 Movimentação de materiais 36
2.4 Setor de expedição 39
2.5 Distribuição interna e externa 41
UNIDADE 3 43
3. PLANEJAMENTO DE ESTOQUES 43
3.1 Diferentes tipos de estoque 49
3.2 Tipos de armazéns e armazenagem 50
3.2.1 Armazém de Consolidação 50
3.2.2 Armazém de desconsolidação 50
3.2.3 Armazém de reconsolidação 51
3.3 Teoria das restrições -ToC 60
UNIDADE 4 67
4 MÉTODOS DE CONTROLE DE ESTQOUES 67
4.1 Classificação ABC 67
4.1.1 Importância da classificação ABC na gestão dos estoques 68
4.2 Avaliação do estoque pelo método PEPS 74
4.3 Avaliação do estoque pelo método UEPS 75
4.4 Avaliação do estoque pelo método Custo médio - CM 76
4.5 Avaliação do estoque pelo método Custo de reposição - CR 77
4.6 Sistema dos máximos-mínimos 78
4.6.1 Estoque Mínimo (E-Min ou ES) 79
4.6.2 Estoque Máximo (E-Max) 79
2
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
3
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Ao estudar a logística de bens e serviços, você - aluno passa a compreender todas as fases
das cadeias produtivas dos materiais industrializados no Brasil e no mundo. Percebe a
importância das etapas produtivas, desde a extração da matéria-prima na natureza até o
produto acabado chegando à mão do usuário, sanando assim uma demanda. O transporte,
armazenamento, manuseio e fluxo de informações antes oculto começa a se tornar visível,
para você aluno, uma vez que sua compreensão sobre abastecimento e controle de informação
e produção começa a ficar aguçada.
Bons estudos!
4
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
UNIDADE 1
5
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Neste sentido, podemos afirmar que ela dá conta dos processos de coleta de matéria-
prima, que segue para produção e, por fim, a entrega ao consumidor final e está associada à
produção de bens e serviços.
A produção de bens necessita da logística nas suas mais diversas etapas produtivas,
pois envolve rotinas de movimentações e fluxos de materiais, como por exemplo, a matéria-
prima para fabricação dos bens.
6
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
●Rapidez: as empresas procuram reduzir seu tempo de produção, para que possa
suprir as necessidades de seus clientes. Aumentar a rapidez e manter qualidade
superior acompanhada de custos adequados é o grande desafio do gerenciamento
da produção, os quais só poderão ser alcançados através de um perfeito
funcionamento do sistema produtivo.
●Flexibilidade: a produção em massa tem, cada vez mais, dado lugar a uma
produção mais flexível. Esta flexibilidade pode estar relacionada ao volume de
produção ou ao tipo de produto ou serviço prestado.
Desta forma, podemos concluir que as empresas buscam obter lucro em suas
operações, através da produção de bens e serviços capazes de satisfazer as necessidades
de seus clientes. Isto significa que além de atender as necessidades de seus clientes, as
empresas precisam que durante a sua operação seus custos e gastos (o valor necessário
para que elas possam realizar sua operação) sejam menores que a receita (o valor que
elas arrecadam com a venda de seus produtos e serviços), para que obtenham lucro.
8
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
O PCP recolhe dados e processa informações, que servirão de apoio para as decisões a
serem tomadas, no sentido de coordenar todos os órgãos relacionados direta ou
indiretamente com a produção da empresa, atuando em quatro fases, sendo a fase três
desdobrada em subfases, conforme ilustrado figura 1.
Fonte: adaptado
Nesta fase reside a preocupação com três aspectos fundamentais do sistema produtivo:
✔ Máquinas e equipamentos.
✔ Materiais necessários.
9
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
10
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Tempo total de produção (lead times) TP = Somatório dos tempos necessários em cada
etapa da produção.
11
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Tempo de carga TC = (Tempo necessário para fazer o processo ou tarefa) x (quantidade a ser
produzida).
10 horas por dia x 6 dias por semana = 60 horas por semana
TC = 60 horas semanais x 30 pares por hora = 1.800 pares por semana
Nestas subetapas, ainda deve ser considerado a execução por meio de Emissão de
Ordens, pois durante a execução do Plano Mestre de Produção - PMP ocorre a integração de
diversos setores da empresa que direta ou indiretamente estarão envolvidos na produção,
estes setores trabalharão simultaneamente a partir do recebimento de ordens, que deverão
ser executadas de acordo com a programação.
▪ Ordem de produção (OP): comunicação para produzir, a qual o PCP encaminha para a
produção.
▪ Ordem de montagem (OM): comunicação para o setor de montagem ou de acabamento.
▪ Ordem de compra (OC): comunicação para comprar matéria-prima a ser enviada ao
setor de compras.
▪ Ordem de serviço (OS): comunicação para serviços internos (inspeções, reparos,
manutenções etc.).
▪ Requisição de material (RM): solicitação de matéria-prima ou material ao almoxarifado.
12
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
1. Padrões de quantidade
Volume de produção: comparação entre a quantidade produzida em relação à
quantidade projetada através de gráfico de produção.
Produtividade: comparação entre as horas trabalhadas e a produção realizada; ou
trabalhadores e produção realizada. Utiliza-se a seguinte fórmula: Produção /Nº de
horas trabalhadas
Seguindo o exemplo da fábrica de sapatos:
1.800 pares por semana /60 horas por semana = 30 pares por hora
Produtividade = 30 pares por hora
13
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Custos diretos: avaliação do custo direto: (matéria prima e mão de obra da produção +
encargos sociais) aplicados na execução da produção em comparação com o custo direto
orçado de produção.
Custos indiretos: avaliação do custo indireto: (despesas gerais da produção e mão de
obra indireta) aplicados na execução da produção em comparação com o custo indireto
orçado de produção.
Fonte: adaptado
14
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
A SCM permite visualizar todo o processo de geração contínua de valor, desde a chegada
da matéria prima (MP) até a entrega dos produtos acabados (PA´s) ao cliente final, de maneira
integrada e sistêmica. Pois é esse o funcionamento de uma cadeia de valor, indo desde o
fornecedor até o cliente final.
15
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Fonte: autora
16
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Cabe ressaltar que entre o lead time, sempre haverá aquelas atividades que
agregam valor (AV) e aquelas que não agregam valor (NAV), conforme ilustrado na figura fig.
3.
Fonte: autora
No just in time (JIT) o sistema produtivo é estruturado de forma a evitar qualquer tipo
de atividade que não adicione valor ao produto.
17
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
A visão JIT sobre os estoques pode ser entendida através da analogia da história do
Titanic onde o volume de água (estoques) camuflou o tamanho do iceberg (o problema) e fez
com que o Capitão do Navio (gerência) não tomasse a decisão correta, afundando o navio.
18
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Dito de outro modo, conforme eu vendo eu produzo, dessa maneira a venda “puxa” a
produção. A produção por sua vez é acionada em pequenas quantidades e administrada via
cartão Kanban. É um modelo que funciona mediante a combinação da filosofia JIT com o
Kanban.
Quando esgotarem todas as peças, o mesmo cartão de aviso é levado ao seu ponto de
partida, onde se converte num novo pedido para mais peças.
19
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
EXEMPLO PRÁTICO:
Neste exemplo, a utilização do Kanban tem o objetivo de controlar a produção no processo de
fornecimento de um supermercado, através dos cartões de retirada e de produção.
Processo A (cliente): vai até o supermercado realizar a sua compra, escolher o produto na
prateleira e ao passar pelo caixa o sistema já é informado da retirada.
Processo B (fornecedor): ao ser informado da retirada (baixa do estoque) o supermercado
providencia a reposição do produto na prateleira para uma nova retirada (compra).
DICA!
Pesquise modelos de Kanban para as mais diversas funcionalidades.
1.3.3 Kaizen
A palavra Kaizen vem de origem japonesa que significa melhoria contínua, gradual, na
vida em geral (pessoal, familiar, social e no trabalho).
Para o Kaizen é sempre possível fazer melhor, nenhum dia deve passar sem que alguma
melhoria tenha sido implantada, seja na estrutura da empresa ou no indivíduo.
1.3.4 Setup
Diz respeito ao tempo que máquinas e equipamentos ficam parados ou com sua
produção integralmente interrompida, para fins de troca de ferramentas ou a inserção de
uma nova programação.
Isso é inevitável, porém para que ocorra da maneira mais otimizada possível, Shigeo
Shingo, um engenheiro da Toyota, desenvolveu uma prática chamada Setup Rápido, também
conhecida por TRF (Troca Rápida de Ferramenta), ou ainda SMED (Single Minute Exchange
of Die) - Mudança de ferramenta em menos de dez minutos.
O propósito do setup rápido é evitar que a produção fique parada por mais de 10
minutos, ocasionada pela troca de lote ou da peça a ser trabalhada em produção. Ele
20
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
preconiza que quanto mais rápidos forem os tempos de setup, menor o tempo
de inatividade dos equipamentos e, consequentemente, reduz o desperdício por conta de
esperas. Entretanto, para que isso aconteça é importante que a empresa ajuste gargalos de
tempo, provocados, por exemplo, pela distância que um material, equipamento ou ferramenta
irá percorrer para a concretização do setup. Ele está dividido em setup interno e externo.
Ele deve ser planejado para ocorrer dentro do período produtivo e, esse tempo deve ser
o mínimo possível, em virtude de que a produção fica parada enquanto realiza-se o processo.
Assim como deve-se determinar se será interno (com a parada da máquina, necessariamente)
e externo (o processo pode ocorrer com a máquina/equipamento em funcionamento).
O setup rápido é um grande trunfo das indústrias, uma vez que quando se está a trocar
a ferramenta não se está a gerar nenhuma riqueza. Sendo assim, as empresas desenvolvem
inúmeros projetos na tentativa de reduzir os tempos de setup já que como consequência dessa
redução ganha-se tempo produtivo.
A literatura nos apresenta uma série de conceitos sobre serviços, pois os serviços
abarcam diversas atividades sob a perspectiva empresarial, individual e governamental,
contendo características diferentes do produto físico, pois envolve uma ação de entrega a
terceiro, proporcionando benefícios à clientela.
O serviço nem sempre se pode tocar ou ver (intangível), não possui forma e cor como o
produto. As empresas que produzem serviços são chamadas de prestadoras de serviços ou
21
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Conforme Kotler e Keller (2014, p. 235) “um serviço é qualquer ato ou desempenho,
essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer a outra e não resulta na propriedade
de nada. A execução de um serviço pode estar ou não ligada a um bem físico”.
Cabe ressaltar que no serviço, por sua natureza imaterial, o cliente pode participar do
processo de produção, simultaneamente, ao consumo, como por exemplo, serviços
customizados e, além disso, os serviços só podem ser avaliados durante ou pós-consumo. No
tocante a isto, as empresas devem adotar estratégias de marketing de serviços adequadas às
exigências do mercado.
22
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
● Serviços distributivos
Em geral, são os serviços voltados à gestão pública e outras empresas, desde que o
serviço seja de natureza de não auferição de lucros, a exemplo de clubes sociais, igrejas e
outros templos e instituições assistenciais.
● Serviços às empresas
Esta categoria inclui os serviços intermediários prestados aos demais setores, a exemplo
das assessorias, consultorias, auditorias, seguros, ...
● Serviços ao consumidor
Nesta categoria consta uma diversidade de serviços que podem ser prestados ao
consumidor, desde serviços de cunho social a pessoal. Tendem a ser focados naqueles que
propiciam melhoria na qualidade de vida, tipo educação, lazer, saúde, alimentação, dentre
outros.
Lembrando que, os serviços podem estar alocados em uma ou mais das categorias
supracitadas.
Neste sentido, as partes envolvidas (empresas e clientes) passam por desafios do tipo:
23
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
24
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
UNIDADE 2
A logística assim como qualquer outra área é composta de rotinas básicas, que incluem
processos de compras, de armazenagem ou estocagem, de transportes e movimentações,
enfim, de gestão da cadeia de suprimentos.
Pois bem, primeiramente vamos discorrer sobre algumas definições, como por exemplo
o fato de ser conhecida como supply chain (cadeia de abastecimento, cadeia de suprimentos)
e, isso requer gestão.
25
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
26
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
27
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Porter (2014) cita que o poder de negociação do comprador determina uma vantagem
competitiva das empresas, pois representa uma fonte de alavancagem dos resultados através
da redução de custos decorrentes da aquisição da matéria prima e da administração de
estoques.
Então, tecnologias como EDI (Eletronic Data Interchange) e Internet, além de outras
inovações tecnológicas têm auxiliado esses processos.
Todavia, o processo de compras ocorre em um ciclo que contempla cinco etapas, a saber:
28
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
⮚Controle do recebimento
Seu principal objetivo é o de comprovar se o que está sendo entregue confere com o
solicitado, em termos de especificações técnicas, quantitativo e qualitativo (conferência
física), além dos aspectos documentais, como nota fiscal eletrônica e pedido (conferência
administrativa).
Neste sentido, o gerador da compra é o pedido do comprador, que servirá para gerar a
nota fiscal a ser entregue, juntamente com a mercadoria ou carga.
EXEMPLO PRÁTICO
Imagine que determinada área de recebimento possui um pedido de 15 caixas de do produto
“X”, a quantidade entregue foi de 14 caixas e na NF constava 14 caixas.
Vejam que o quantitativo físico corresponde ao registrado na NF, emitida pelo fornecedor.
Então, se o conferente considerar apenas a NF, poderia afirmar que a quantidade entregue
estava correta, por isso não basta apenas a NF num momento de conferência, é preciso
conhecer o quantitativo do pedido de compras.
De todo modo, o conferente deve ficar atento no ato de recebimento da mercadoria, pois
se houver discrepâncias:
30
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
b) Para menos, em relação ao pedido solicitado, a empresa fica diante de uma situação
de prejuízo pela falta de uma mercadoria que poderá interferir numa situação de pedido sob
encomenda, por exemplo, na qual conta-se com a mercadoria para fins imediatos e
específicos.
A situação mais grave e, talvez pouco comum, é o conferente receber mercadoria não
solicitada, pois o fornecedor emitiu a nota e enviou a mercadoria e o conferente a recebeu
porque tem o hábito de conferir apenas com a NF, sem considerar e/ou acessar o pedido de
compras.
Também existe a conferência via cega, que parte de uma lista das mercadorias, onde
o conferente, à medida que efetua a contagem física, registra o quantitativo encontrado ao
lado da mercadoria, na lista.
Essa prática é muito usual, com o intuito de o conferente não ter a contagem da
mercadoria influenciada pela Nota Fiscal ou o pedido de compra, por exemplo.
31
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Já a conferência administrativa leva em consideração que esta etapa pode ser feita
antecipadamente à conferência física, pois o Sistema Público de Escrituração Digital – SPED,
permite à empresa acessar os dados da NF-e (DANFE), ou seja, pode-se efetuar a conferência
antes da chegada da mercadoria, na descarga.
Por fim, entregas divergentes e imprecisas, nem sempre é falha de conferência e/ou
contagem física, pois as mercadorias/cargas passam por um fluxo que envolve manuseio,
movimentação e transporte que pode comprometer a integridade destas, por exemplo, é
expedida/carregada no fornecedor, segue pela transportadora (terceirizada ou própria),
descarregada no comprador (docas de recebimento). Por isso, requer atenção e cautela em
todas as suas fases.
32
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
33
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
1. Classificação
Classificação e separação do material por tipos, de acordo com as
especificações de armazenagem, manuseio e utilização de cada item.
2. Identificação
Escolha do sistema de identificação de cada material, dentro do
almoxarifado e depósito que se adapte às necessidades da empresa e
característica do material ou produto. O sistema pode ser por código
alfanumérico, etiquetas ou código de barras.
34
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
O inventário físico dos estoques pode ser do tipo geral (quando todos os itens são
contados e verificados) e rotativo (quando ocorre a contagem e verificação de alguns itens pré-
selecionados).
E, diante de distorções, estas devem ter suas origens identificadas para que ocorra a
correção das falhas operacionais, que deram causa às diferenças encontradas.
EXEMPLO PRÁTICO:
Considerando que determinada empresa necessita inventariar seu estoque e depara-se com
a quantidade listada de 350 peças ao custo de R$22,00, totalizando R$7.700,00. Ao término
do inventário constatou-se, pela contagem, que existiam 259 peças com um valor total de
R$5.698,00. Qual o % da acurácia física?
Acurácia física = número de itens contados / número de itens listados
Acurácia física = = 259 /350
35
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
EXEMPLO PRÁTICO:
Considerando que determinada empresa necessita inventariar seu estoque e depara-se com
a quantidade listada de 350 peças unitárias ao custo de R$22,00, totalizando R$7.700,00.
Ao término do inventário constatou-se, pela contagem, que existiam 259 peças unitárias com
um valor total de R$5.698,00. Qual o % da acurácia financeira?
Acurácia financeira = valor de itens contados / valor de itens listados
Acurácia financeira = 5.698,00 / 7.700,00
Acurácia financeira = = 0,74 X 100 = 74% em relação à quantidade.
Ao interpretarmos os resultados, consideramos que na acuracidade física, a quantidade
da contagem é menor que a quantidade constante no sistema, indicando uma perda de 91
unidades. Enquanto, na acurácia financeira, temos uma perda de R$2.002,00.
DICA!
Simule outros exemplos com seu professor.
Numa operação ideal, o material deve fluir sem interrupções por meio do processo,
devendo parar somente para receber atividades de acréscimo de valor.
36
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
37
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Todavia, não tem como falarmos em canais de distribuição, sem pensarmos no frete,
que é a forma com que os meios de transportes são remunerados para transportar a
mercadoria/carga. Eles são divididos em Free on board – FOB e Cost, Insurance and Freight –
CIF.
A sigla FOB (Free On Board ) em português pode ser traduzida por “Livre a bordo”. Neste
tipo de frete, o comprador assume todos os riscos e custos com o transporte da mercadoria,
assim que ela é colocada a bordo do navio (ou seja, é pago pelo comprador, no destino). Por
conta e risco do fornecedor, fica a obrigação de colocar a mercadoria a bordo, no porto de
embarque designado pelo importador.
38
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
A sigla CIF (Cost, Insurance and Freight) em português significa “Custo, Seguros
e Frete”. Neste tipo de frete, o fornecedor é responsável por todos os custos e riscos com a
entrega da mercadoria, incluindo o seguro marítimo e frete (ou seja, quem paga é o
embarcador, na origem). Esta responsabilidade finda quando a mercadoria chega ao porto de
destino designado pelo comprador.
Utilizada, também, nas transações nacionais, na qual o CIF quem paga o frete é a origem
da carga/mercadoria e o FOB quem paga o frete é o destinatário da carga/mercadoria. Por
isso, numa operação de coleta, deve-se investigar quem será o responsável pelo pagamento
do frete, origem ou destino.
Nos CDs essas cargas são fracionadas, a fim de agrupar os produtos em quantidade e
sortimento corretos. Após são encaminhadas para os pontos de vendas mais próximos.
39
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Docas são os portões de entrada que permitem acesso ao interior do depósito, armazém
ou do cross docking (terminal de cargas).
Tais entradas devem ser pensadas considerando a largura das carrocerias dos
caminhões e, estar na mesma altura dos veículos, para facilitar o recebimento (a descarga),
inclusive para caminhões com plataformas hidráulicas.
Os layouts (arranjos físicos) dessas estruturas, ou seja, a disposição das docas e das
plataformas de descargas podem ser diagonais ou transversais (essa é a mais comum e
funcional), figura 6.
40
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Lembrando que essa disposição deve ser o mais funcional possível para as
operações de manobras, inclusive e, que as docas devem estar identificadas de alguma forma,
letras ou números para fins de o motorista saber onde deve encostar o caminhão.
Algumas logísticas possuem docas de recebimento separadas das docas de expedição
(estruturaram o armazém ou CD neste formato, que é o ideal), porém existem situações em
que são utilizadas as mesmas docas e em mesmos turnos (a estrutura do espaço não
contemplou docas distintas), nesse caso é preciso atenção com o uso das docas, qualificação
dos profissionais que atendem o recebimento e dos profissionais que atendem a expedição.
O ideal é evitar de usar a mesma doca no mesmo horário, para distintas operações, ou seja,
tentar agendar os recebimentos em horários diversos da expedição, sempre que possível.
41
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Muitas vezes, a logística necessita ofertar mão de obra de descarga na chegada da carga
ao cliente ou até mesmo manter uma equipe de logística dedicada na “planta” do cliente,
dependendo das negociações contratuais.
42
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
UNIDADE 3
3. PLANEJAMENTO DE ESTOQUES
Como ele representa a quantidade de material que está na empresa e que será
necessário para o processo de produção, podemos dizer que ele funciona como uma
“poupança” de materiais, para ser usada quando a produção for realizada. Funcionando,
então, como um regulador das entradas e saídas do processo produtivo, ou seja, entre a
produção e a venda da produção das empresas.
43
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Cabe ressaltar que a minimização dos estoques é uma das metas prioritárias
da gestão financeira das empresas, devido ao capital investido em materiais.
De acordo com Ballou (1993), seus objetivos consistem em:
44
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
EXEMPLO PRÁTICO 2:
Agora, imagine que outra empresa esteja apurando o seu retorno de capital. Ela atingiu um
faturamento anual de R$230.000,00 e, um lucro mensal de R$45.000,00. Em seu estoque
consta cerca de R$720.000 estocados (matéria-prima, produtos acabados, produtos em
processo, manutenção, estoque de componentes). Neste caso, o retorno de capital da empresa
é de R$0,75.
Primeiramente, é preciso calcular o lucro anual: 45.000 x 12 = R$ 540.000,00 (ou seja,
converter os dados mensais em dados anuais, sempre)
Retorno de capital = Lucro/capital em estoque
Retorno de capital = 540.000/720.000
Retorno de capital = R$ 0,75
Significando que, retornou em um ano apenas R$0,75 centavos. Esse resultado é ruim.
● Giro de estoques – diz respeito ao número de vezes que os estoques giram (ou
sejam são renovados) em um ano. Considera, então, quantas vezes ocorrem saídas
de todo o material adquirido ou produzido, abrindo espaço para o ingresso de
novos materiais, ou seja, as movimentações no estoque. É conhecido, na prática,
como rotatividade dos estoques. Seu calículo considera o volume de vendas anual,
divididos pelo capital médio investido em estoques (podendo ser calculado em
outras medidas quantitativas), através da seguinte fórmula:
EXEMPLO PRÁTICO 1:
Imagine que determinada empresa tenha atingido um custo anual de R$4.700.000,00 e, em
média, possui um estoque de 82.000,00. Então, a rotatividade dos estoques é de 57,3%.
Giro de estoques = Custo das vendas /estoque médio
Giro de estoques = 4.700.000/82.000
Giro de estoques = 57,3
Significando que o estoque gira aproximadamente 57 vezes ao ano ou em torno de 5 vezes ao
mês.
É um bom resultado, pois quanto maior a rotatividade, maior a movimentação financeira e o
atingimento de resultados.
EXEMPLO PRÁTICO 2:
Agora, imagine que determinada empresa queira avaliar o giro de estoque no segundo
quadrimestre do ano. Neste sentido, o analista de estoque, providenciou o seguinte
levantamento (em reais).
45
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
A partir desse levantamento quadrimestral, a empresa deseja saber seu giro de estoques no
período, em questão.
Primeiramente, é preciso saber o custo das vendas realizadas no período (= R$813.000,00) e
o estoque médio no período (extraída da média de cada mês, através da fórmula: (EI + EF)
/2).
E, juntamente, extrair a média das médias (= R$94.837,50), somando-se todas as médias e
dividindo-as por 4, neste caso.
46
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
OBS.: quando os dados de vendas são por mês, a cobertura de estoque será na
mesma unidade de tempo – por mês; o mesmo vale quanto tratar-se de semana ou dias.
Cabe ressaltar, que é possível acompanhar o giro e a cobertura dos estoques por grupos
de materiais, ao invés de aplicar em todo o estoque, pois pode ocorrer de escassez de
determinado produto, em detrimento de produtos represados, ou seja, parado há semanas
ou meses.
Isso indica que o resultado não está ruim, mas está aquém das práticas de mercado que
atuam com 90% a 100%. Então, a empresa tem um gap (lacuna) de melhoria nesse indicador.
EXEMPLO PRÁTICO 2:
Pressupondo que determinada logística tenha realizado 4.000 requisições a serem expedidas
no transcorrer do mês anterior e, identificou uma média de 17,2 itens por requisição. Dos
itens constantes nos pedidos, 65.000 foram entregues corretamente. Então o nível de serviço
dessa logística foi de 94,48 % no mês anterior.
47
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Uma previsão típica na área de logística é, por exemplo, a previsão de entregas semanais
ou mensais, de um produto, a partir de um determinado centro de distribuição.
As previsões dividem-se por local, por quantidade de produto e por período, com a
finalidade de planejamento de operações logísticas.
48
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Nos dias atuais, é cada vez mais comum as empresas reduzirem os seus estoques,
porque eles imobilizam recursos financeiros que podem refletir na lucratividade da
organização. O grande desafio é conseguir diminuir as incertezas sobre a demanda de
determinado produto, o que nem sempre é tarefa fácil para o gestor logístico. Para auxiliar
nessa tarefa, é fundamental dividir os estoques conforme a natureza de sua demanda, de
acordo com Rodrigues (2010, p. 31):
49
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
50
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
● Mezaninos
O mezanino é uma solução logística que multiplica a área útil,
viabilizando novas seções de trabalho, armazenagem de peças e/ou
produtos diversos.
● Autoportantes
Grandes obras de engenharia nas quais as próprias estantes
fazem parte do sistema construtivo do edifício junto com as
laterais e a cobertura.
51
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
● Cantilever
Sistema de alta densidade que por apresentar os planos em balanço simplesmente
apoiados em braços são ideais para armazenar produtos com formas
e pesos variados como tubos, perfis, chapas de aço, compensados.
● Carrossel
Carrossel vertical automático que serve para múltiplas aplicações e adapta-se a diversos
tipos de produto (pneus, laminados, roupas, rolos, caixas…). É
muito útil quando se trata de armazenar peças de diversos tipos,
tamanho ou peso, ou ainda se são difíceis de ordenar, empilhar,
manipular ou ter acesso a elas.
● Vertical Shuttle
52
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Quanto ao layout de armazéns, temos que sua definição e sua instalação deve atender aos
seguintes critérios:
Conforme Seleme (2019), existem duas alternativas de layout de armazéns que interfere
nas decisões de implantação e implementação, que são:
● Intensidade do fluxo: foca em quantificar a movimentação de materiais, num
determinado período, como por exemplo: idas e vindas dos equipamentos de
movimentações, tipo empilhadeiras, por hora.
● Distância percorrida: foca no espaço percorrido pelos equipamentos de
movimentação, no transcorrer do fluxo operacional.
É preciso cumprir com algumas etapas, algumas já mencionadas sob o ponto de vista
dos objetivos, cuidados e providências. Vejamos:
54
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Podemos concluir, que o arranjo físico depende dos espaços do prédio, do pátio, e de
outras variáveis, como os métodos adotados nos mais diversos processos operacionais e
administrativos da logística de armazenagem.
Em linhas gerais, o layout pode ser classificado em layout por processo, por produto,
celular, posicional fixo e posicional flexível.
56
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
tipo de trabalho, desde recepção, sala de reuniões (se for o caso), área para
produção e atendimento.
Entre suas vantagens estão: sistemas flexíveis para atender a demanda do mercado;
equipamento de uso universal; atende a produtos diversificados e em quantidades variáveis e
enseja satisfação no trabalho (maior diversidade e desafio).
As desvantagens ficam por conta de: sistema inflexível – via de regra só produz um
produto; equipamento especializado de alto custo; operações interdependentes e; tarefas
repetitivas e monótonas.
Layout celular
O arranjo físico celular tenta aumentar as
eficiências do, geralmente, ineficiente arranjo físico
57
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
▪ Para cada célula, arranjar os recursos usando os princípios gerais do arranjo por
produto, estabelecendo uma pequena operação dentro da operação (em se tratando
de logística de produção)
Expedição Recebimento
Observe que a expedição fica exatamente ao lado do recebimento. Neste caso, o material
entra, passa por um processo de melhoria, é expedido pronto para embarcar exatamente ao
lado de sua entrada. Assim caracterizando o “U” citado anteriormente (tanto para logística de
produção quanto de serviços).
Entre suas vantagens estão: flexibilidade quanto ao tamanho dos lotes; diminui o
transporte de materiais; reduz os estoques e melhora a qualidade e a produtividade.
58
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
EXEMPLO PRÁTICO:
Pressupondo que determinada empresa decida mudar o layout para acelerar o processo de abastecimento de uma
máquina, será ótimo se isso acontecer. Mas, se a empresa fizer isso sem sincronizar com o tempo da máquina,
criará um gargalo.
59
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
E, por falar em gargalo, focaremos agora na teoria das restrições (Theory of Constraints)
- ToC, que considera a existências de gargalos nos processos e formas de gerenciá-los.
Para Corbett (1997), todo sistema possui ao menos uma restrição, pois é preciso algo
que limite o desempenho do sistema, evitando que o rendimento seja infinito, a exemplo do
lucro infinito se as empresas não possuíam restrições.
Uma restrição é qualquer coisa numa empresa que a impede ou limita seu movimento
em direção aos seus objetivos. Existem dois tipos básicos de restrições: físicas e não-físicas.
As restrições físicas, na maior parte das vezes estão relacionadas a recursos, como por
exemplo: máquinas, equipamentos, veículos, instalações, sistemas etc.
As restrições não-físicas podem ser a demanda por um produto ou um procedimento
corporativo, interno ou fiscal, políticas e normas, dentre outros.
A Teoria das Restrições ToC (Theory of Constraints) é vista como uma filosofia para o
planejamento da produção, ancorada em técnicas de programação linear, na qual as
restrições determinariam o desempenho (lucratividade) do sistema. Trata-se de uma técnica
de administração da produção e foi desenvolvida com o intuito de fornecer informações aos
gerentes de maneira simples e lógica.
60
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Neste sentido, a ToC propõe que: “a soma dos ótimos locais não é igual ao ótimo total”,
afirmando que toda a empresa na busca de seu resultado encontrará restrições.
Na ToC, a meta da empresa é gerar lucros e não cortar os custos, como ocorre na
contabilidade tradicional. Goldratt propõe uma nova visão da contabilidade: a contabilidade
de ganhos ou, ainda, o mundo dos ganhos.
Quadro 6 – contabilidade dos ganhos X contabilidade dos custos
A ToC define dois indicadores auxiliares na medição do grau de alcance da meta que
são: Lucro Líquido e Retorno sobre o Investimento.
61
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
● Despesa operacional (DO): a ToC define a DO como todo o dinheiro que o sistema
gasta para transformar o inventário em ganho. Corresponde aos custos fixos e
despesas incorridas, inclusive depreciação e a mão de obra direta, pois entende
que o desembolso financeiro (dinheiro gasto ou consumido) não poderá ser
usufruído posteriormente.
62
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Por meio da observação de um grupo de escoteiros em uma trilha, devido à semelhança com
uma indústria, podemos exemplificar como aplicar a teoria das restrições. Cada escoteiro que
está na trilha, marchando em fila possui uma capacidade para caminhar. Enquanto um
consegue caminhar a três quilômetros por hora, outro consegue caminhar a cinco
quilômetros por hora, outro a oito quilômetros por hora, e assim por diante. (GOLDRATT;
COX, 2003). Verifica-se que, cada escoteiro possui uma capacidade de caminhada, e a
caminhada nesta analogia é a matéria-prima que está entrando no processo produtivo.
Porém, existem eventos dependentes, pois os escoteiros que vão atrás dos primeiros
dependem destes, para continuar a sua caminhada. Quando os escoteiros que estão à frente
são mais rápidos, os que vão atrás tem que apertar o seu passo, ou mesmo correr.
(GOLDRATT; COX, 2003).
Toda a empresa apresenta recursos que podem ser denominados de: limitações e não
limitações; restrições e não restrições; gargalos e não gargalos. Se a meta da empresa é
gerar lucro, ela precisa alcançar o ótimo global. Neste sentido, as seguintes ações genéricas
podem ser levadas adiante, para aumentar de forma efetiva a capacidade das restrições:
▪ Eliminar todos os períodos morto no gargalo: sendo assim, não devem acontecer
parada (s) nos gargalos (s) por razões tais como: folgas para o almoço, troca de
turnos, coffee breaks, ginástica laboral, folgas ligadas a questões ergonômicas, etc.
▪ Redução dos tempos de preparação de máquinas: reduzir tempo total gasto em
setup ou reduzir o número de setups.
▪ Estudo da confiabilidade do gargalo: buscar uma relação entre o nível de atividade
de um certo recurso e a sua confiabilidade, buscando conhecer as situações de
gargalo visando a melhor utilização a fim de melhorá-los.
▪ Melhoria dos tempos de processamento por unidade: deve-se buscar esforços
para melhorar os tempos de processamento unitários no gargalo via melhoria
contínua nos métodos de trabalho e na melhor utilização possível do potencial dos
equipamentos.
▪ Melhorias no sistema de alimentação de máquinas: pois, em alguns casos a
velocidade de alimentação das máquinas é inferior à velocidade de processamento
das máquinas.
▪ Melhorar o controle de qualidade do sistema: pois, teoricamente nenhuma peça
deve ser refugada ou retrabalhada no circuito que vai do (s) gargalo (s) até o
mercado.
▪ Subcontratação/terceirização de trabalho no gargalo: implica em
subcontratar/terceirizar uma parte da produção anteriormente feita pelo gargalo.
63
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
EXEMPLO PRÁTICO:
Pressupondo que o sistema produtivo da empresa Delta Ltda. está organizado em linha e
utiliza 3 máquinas, com capacidade produtiva conforme segue:
Máquina 1 (M1) - 50 pçs/h
Máquina 2 (M2) - 30 pçs/h
Máquina 3 (M3) - 40 pçs/h
De acordo com as informações do setor de produção, a empresa dá início ao processamento
de 50 peças por hora.
64
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
66
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
UNIDADE 4
A curva ABC é uma ferramenta de controle que pode ser integrada à rotina do inventário,
propiciando que os itens estocados possam ser avaliados e controlados conforme a sua
criticidade, considerando questões como valor financeiro ou movimentação.
Essa ferramenta permite determinar quais itens devem ser inventariados mais vezes ao
longo de um determinado período, em virtude de sua importância.
A meta é investir, estritamente, o necessário em estoque. Muito estoque pode fazer com
que o seu dinheiro fique parado quando você poderia estar investindo em um banco. Já pouco
estoque pode acarretar em uma perda de venda, gerando menos receita por falta de estoque,
além de abrir uma oportunidade de entrada para a sua concorrência no mercado.
Para evitar isso, o administrador pode utilizar o conceito de curva ABC para gestão do
estoque de produto acabado e de matéria-prima. A ferramenta Curva ABC, também
conhecida como Análise de Pareto, ou Regra 80/20, teve sua origem atribuída ao economista
italiano Wilfredo Pareto e, foi utilizada pela primeira vez em meados do século XIX, na Itália,
para medir a distribuição de renda da população onde foi constatado que poucos indivíduos
da sociedade de época concentravam a maior parte das riquezas existentes. Atualmente, é
utilizada na gestão de estoques, pois possibilitar ao administrador a divisão dos materiais do
estoque em classes A – B – C ou em função da representatividade de cada um em relação ao
seu valor monetário (investimento em ativo circulante) realizado em estoque ou em função do
67
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Obtém-se a curva ABC através da ordenação dos itens conforme a sua importância
relativa. Verifica-se, portanto, que, uma vez obtida a sequência dos itens e sua classificação
ABC, disso resultando imediatamente a aplicação preferencial das técnicas de gestão
administrativas, conforme a importância dos itens. Após os itens serem ordenados pela
importância relativa, as classes da curva ABC já podem ser definidas.
68
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
IMPORTANTE!
Uma das características da aplicabilidade da curva ABC é a possibilidade de o administrador definir qual o % que
ele deseja atribuir para cada uma das classes.
EXEMPLO PRÁTICO 1:
Pressupondo que determinada empresa deseja determinar, com o uso da ferramenta
Curva ABC, quais são os itens pertencentes à classe A (20%), classe B (30%) e classe C (50%),
considerando suas quantidades existentes em estoque, multiplicadas pelo valor unitário de
cada item (= valor total da demanda).
69
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Agora basta classificar os itens por seu valor total (em ordem decrescente). A partir daí
cada um dos valores deve ser dividido pelo valor total existente em estoque (neste exemplo:
R$ 3.239.750,00) e, após multiplicar por 100. Esta divisão demonstrará o % (sobre o valor
da demanda acumulada), que o item representa sobre o total em estoque.
Ordem Código Vlr. Total Valor demanda % sobre valor % itens CURVA
do item item demanda acumulada demanda acum. acum. ABC
1 P6 R$ 798.000,00 R$ 798.000,00 24,63% 10,00% A
2 P7 R$ 548.250,00 R$ 1.346.250,00 41,55% 20,00% A
3 P2 R$ 525.000,00 R$ 1.871.250,00 57,76% 30,00% B
4 P3 R$ 487.500,00 R$ 2.358.750,00 72,81% 40,00% B
5 P10 R$ 427.500,00 R$ 2.786.250,00 86,00% 50,00% B
6 P4 R$ 133.500,00 R$ 2.919.750,00 90,12% 60,00% C
7 P9 R$ 103.500,00 R$ 3.023.250,00 93,32% 70,00% C
8 P8 R$ 99.000,00 R$ 3.122.250,00 96,37% 80,00% C
9 P1 R$ 62.500,00 R$ 3.184.750,00 98,30% 90,00% C
10 P5 R$ 55.000,00 R$ 3.239.750,00 100,00% 100,00% C
O mesmo raciocínio serve para o % dos itens acumulados, ou seja, usa-se: nº da ordem do item / total de
itens x 100.
Por fim, para a coluna da classificação da curva, basta verificar o percentual que foi estipulado para cada
uma das classes. Neste exemplo, o recorte é de A = 20%; B = 30% e C = 50%, deve-se observar a coluna do %
acumulado, para essa classificação.
IMPORTANTE!
O recorte deverá ser efetuado o mais próximo possível do percentual estabelecido para a classificação
70
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
EXEMPLO PRÁTICO 2:
Recorte pela representatividade de valores monetários (80% - 15% - 5%)
a) Primeiro, deve ser montada a planilha com os itens e valor da demanda ao ano.
71
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
O cálculo pode ser realizado de forma manual, utilizando planilhas em Excel através de
aplicação de fórmulas e de forma automática utilizando um ERP (Enterprise Resource
Planning), software integrado de gestão que geralmente já possui estas funções.
A avaliação dos estoques pode ser feita por meio de quatro métodos diferentes: Avaliação
pelo Custo Médio (CM); Avaliação pelo Método PEPS (FIFO); Avaliação pelo Método UEPS
(LIFO) e Avaliação pelo Custo de Reposição.
Atenção:
Para fazer a avaliação dos estoques é preciso montar a ficha de estoque, onde são lançados
os dados relativos às entradas (compras), saídas (venda ou consumo) e é apurado o saldo
final do estoque de cada item que a empresa possui no estoque.
73
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Esse método é também conhecido como FIFO (first in first out), ou seja, primeiro que
entra primeiro que sai, considerando as movimentações (entradas e saídas) através de uma
ordem cronológica. Neste sentido, a regra é que o primeiro produto armazenado, deve ser o
primeiro produto a deixar o armazém de uma movimentação de saída, devendo ser aplicado
seu custo real.
Utilizando-se esse método, o valor do estoque fica sempre atualizado em relação ao valor
da última entrada, aproximando os cálculos do custo de produção aos preços atuais do
mercado.
Fórmula:
Saldo em Estoque = EI + E – S
Onde
EI = Estoque inicial
E = Entradas no estoque (compras)
S = Saídas do Estoque
Compra Total = Quantidade Comprada x Preço Unitário
Saída Total = Quantidade de Saída x Custo Unitário
EXEMPLO PRÁTICO:
Supondo, em determinada empresa, a ocorrência da seguinte movimentação de estoque.
a) 05/abril compra de 150 unidades do insumo B por R$ 25,00 cada unidade
b) 06/abril compra de 200 unidades do insumo B por R$ 23,00 cada unidade
c) 06/abril remessas de 80 unidades do insumo B para a produção.
74
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Esse método é também conhecido como LIFO (last in first out), ou seja, o último a entrar
é o primeiro a sair. A avaliação por este método considera que, em primeiro lugar deve sair
do estoque as últimas peças que deram entrada no estoque, o que faz com que o saldo seja
avaliado ao preço das últimas entradas.
Em virtude de a saída do estoque ser efetuada pela última compra refletirá um custo do
produto mais elevado, supervalorizando o preço do material aplicado na produção.
Fórmula:
Saldo em Estoque = EI + E – S
Onde
EI = Estoque inicial
E = Entradas no estoque
S = Saídas do Estoque
Compra Total = Quantidade Comprada x Preço Unitário
Saída Total = Quantidade de Saída x Custo Unitário
EXEMPLO PRÁTICO:
Suponhamos a seguinte movimentação de estoque ocorrida na empresa
a) 05/abril compra de 150 unidades do insumo B por R$ 25,00 cada unidade
b) 06/abril compra de 200 unidades do insumo B por R$ 23,00 cada unidade
c) 06/abril remessas de 80 unidades do insumo B para a produção.
75
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Considerações:
Toda e qualquer movimentação são realizadas pelos valores originais.
Para cálculo do saldo que envolvem entradas, somam-se os valores (R$) totais do estoque do período
anterior ao atual. O mesmo procedimento serve para as quantidades.
Para cálculo do saldo que envolvem saídas, deduz-se dos valores (R$) totais do estoque as saídas do
período atual. O mesmo procedimento serve para as quantidades.
Neste método, o preço de todas as saídas acontece pelo custo médio do suprimento, que
age como um estabilizador, pois equilibra as flutuações de custos. Contudo, no longo prazo,
refletem os custos reais das compras de material.
EXEMPLO PRÁTICO:
Suponhamos a seguinte movimentação de estoque ocorrida na empresa
a) 05/abril compra (entradas) de 150 unidades do insumo B por R$ 25,00 cada unidade.
b) 06/abril compra (entradas) de 200 unidades do insumo B por R$ 23,00 cada unidade
c) 06/abril remessas (saídas) de 80 unidades do insumo B para a produção.
76
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
As saídas são
Por se tratar de nova compra, Para chegar-se ao
registradas pelo valor
soma-se a quantidade Do saldo deve-se valor do custo, basta
do saldo anterior, por adquirida ao saldo e o mesmo
se tratar do método retirar a quantidade dividir o valor total
ocorre com o valor. O custo de remessa (350 – 80) encontrado pela nova
custo médio. unitário médio divide-o valor e o mesmo em quantidade.
total encontrado pela nova relação ao valor. (6.441,20 /270).
quantidade. (8.350 – 1.908,80)
Considerações:
As compras serão sempre lançadas como Entradas, pelo seu valor original.
As remessas serão sempre lançadas como Saídas, pelo valor de saldo (médio)
A avaliação por este método ajusta a avaliação financeira dos estoques, adicionando ao
custo unitário o custo de reposição.
EXEMPLO PRÁTICO 1:
Suponhamos a seguinte movimentação de estoque ocorrida na empresa
a) 04/abril compra de 150 unidades do insumo B por R$ 25,00 cada unidade
b) 06/abril compra de 200 unidades do insumo B por R$ 23,00 cada unidade
c) 06/abril remessas de 80 unidades do insumo B para a produção pelo custo de?
Sendo que o custo de reposição é de 10%
77
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
EXEMPLO PRÁTICO 2:
CR = PU + ACR
CR = 23,55 + 2,94
CR = R$ 26,49
Importante, ainda, calcular o estoque de segurança e o estoque máximo, que serve para
calcular o ponto de pedido (Pp), que auxilia no controle dos estoques.
78
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
O E-Min ou ES, para a gestão de estoque funciona como o mostrador de gasolina nos
automóveis, quando o combustível está na reserva sabemos que podemos trafegar com o
automóvel, porém devemos providenciar o reabastecimento com urgência para que o
automóvel tenha condições de continuar trafegando.
Fórmula:
ES = CM x k
Onde:
CM = Consumo Médio (calcula-se dividindo o consumo total pela quantidade de períodos)
k = é o % atribuído pela empresa, que garantirá o abastecimento da produção, se houver
aumento de demanda ou problemas de entrega de material.
OBS.: “k” significa o fator de segurança (a empresa determina seu fator).
EXEMPLO PRÁTICO:
Com os parâmetros abaixo, foram calculados o E-Min e o E-Max da Empresa XYZ Ltda.,
considerando um Fator (k) de segurança 12%.
Meses Consumo Mensal Litros Tempo de Reposição Dias
Novembro 85 15
Dezembro 95 15
Janeiro 110 25
Fevereiro 105 27
Março 230 18
Somatório 625 100
Médias 125 (625 / 5 ) 20 (100 / 5 )
79
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Observem que, de posse desses dados, calcula-se a média do período (que será
o tempo de reposição médio) e, após calcula-se o estoque de segurança – ES ou E-min.
ES = CM x k
ES = 125 x 12%
ES = 15 litros (sempre deverá ter esta quantidade em estoque)
E-Max = CM + Es
E-Max = 125 + 15
E-Max = 140 litros (este é o limite máximo que será mantido em estoque)
O tempo de reposição (Tr), é o tempo que decorre entre a data que é verificada a
necessidade do material até a chegada deste material na empresa e, ele é necessário para
calcular o ponto de pedido.
Dito de outra forma, é a quantidade de itens em estoque, que quando atingida aponta a
necessidade da empresa em efetuar novo pedido de reposição.
Fórmula:
Pp = (D x Tr) + ES
Onde:
D = Demanda
Tr =Tempo de reposição
Es =Estoque de Segurança (E-Min)
OBS.: algumas fontes trazem D ou C (demanda ou consumo); Tr ou Lt (tempo de reposição ou lead time)
EXEMPLO PRÁTICO 1:
Imagine que determinada empresa possua um histórico de consumo/taxa de demanda de 45
unidades ao dia. O tempo de ressuprimento/lead time para a reposição deste item pelo
fornecedor é de 12 dias, a contar da data da solicitação. Considerando, ainda, que o estoque
de segurança (ES) do item é de 90 unidades. Como fica o ponto de pedido (Pp)?
Pp = (D x Tr) + Es
Pp = (45 X 12) + 90
Pp = 630 unidades
Portanto, a partir desta quantidade (630 unidades), a empresa necessita realizar novo pedido.
80
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
Não deve ser gerada uma solicitação de compra, pois ainda existe uma margem de 20
unidades. Somente quando essas 20 unidades forem vendidas e, o ponto de pedido chegar a
630 unidades é que deverá ser efetuado um pedido de compra junto ao fornecedor.
EXEMPLO PRÁTICO 2:
Considerando um consumo médio de estoque de 120 unidades/ dia, num tempo de reposição
de 24 dias para um estoque de segurança de 60 unidades.
Pp = (C x Tr) + Es
Pp = (120 X 24) + 60
Pp = 2880 + 60
Pp = 2.940 unidades
Portanto, a partir desta quantidade (2.940 unidades), a empresa necessita realizar novo pedido.
81
NETeP – Coordenação Técnica
LOGÍSTICA DE BENS E SERVIÇOS
5 REFERÊNCIAS
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégias,
planejamento e operações. Tradução Sérgio Nascimentos - 6 ed. - São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2016.
SZABO, Viviane (org.). Gestão de estoques. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.
SZABO, Viviane (Org.). Planejamento de cenários logísticos. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2016.
82
NETeP – Coordenação Técnica