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Geometria

Euclidiana
Prof. Me. Arthur Ernandes Torres da Silva
2022 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2022 Os autores
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S586m Silva, Arthur Ernandes Torres da


Geometria euclidiana / Arthur Ernandes Torres da
Silva. Paranavaí: EduFatecie, 2022.
94 p. : il. Color.

1. Geometria. 2. Geometria plana. 3. Pitágoras, Teorema de.


4. Polígonos. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de
Educação a Distância. II. Título.

CDD: 23 ed. 516


Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577

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Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
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Projeto Gráfico, Design e


Diagramação
André Dudatt
Carlos Firmino de Oliveira
AUTOR

Professor Me. Arthur Ernandes Torres da Silva

● Bacharel em Física na Universidade Estadual de Maringá (UEM);


● Licenciatura em Física na Universidade Estadual de Maringá (UEM);
● Mestre em Física pela Universidade Estadual de Maringá (UEM);
● Doutorando em Física - Universidade Estadual de Maringá (UEM);
● Professor Formador UniFatecie;
● Professor de Física no Colégio Educacional Noroeste Paranavaí.

Professor e pesquisador. Tem experiência na área de física da matéria condensada,


impedância elétrica (teórica e experimental) e dinâmica de íons em células eletrolíticas.
Possui experiência como docente no Ensino Médio e Ensino Superior. Nos cursos de
Engenharia Civil e Arquitetura, já foi professor das disciplinas de Cálculo Diferencial e
Integral, Física Geral e Laboratório de Física Geral.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4605782782813159


APRESENTAÇÃO DO MATERIAL

Seja muito bem-vindo(a)!

Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é


o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Neste material,
foram abordados diversos assuntos com muitos exemplos e comentários para facilitar os
estudos da disciplina de Geometria Euclidiana.
Proponho, junto a você, construir nosso conhecimento sobre diversos tópicos os
quais serão essenciais para sua formação como professor em Matemática. A proposta da
ementa é trazer segurança em diversos ramos da Matemática teórica para aqueles que
optarem pela carreira docente.
Na unidade I começaremos a nossa jornada apresentando o conceito de ponto,
segmento de reta e plano, bem como representá-los. Depois, cinco axiomas de Euclides
e também a classificação e medidas de ângulos. No término da primeira unidade, vamos
aprender os axiomas de incidência e de ordem.
Já na unidade II, vamos ampliar nossos conhecimentos sobre os polígonos, como
classificá-los, quais as principais características e definições. Veremos também como
calcular o número de diagonais e relacionar os ângulos internos e externos de um polígono
qualquer. Metade dessa unidade será dedicada ao estudo dos quadriláteros, mesmo que
já seja de nosso conhecimento, cada um deles possuem características específicas que
precisam ser abordadas com bastante cautela para não serem confundidas.
Depois, na unidade III, vamos tratar especificamente dos triângulos, todas as
propriedades e os diferentes tipos de triângulos. Além disso, serão abordados os pontos
notáveis e a semelhança de triângulos.
Por fim, a unidade IV será dedicada exclusivamente ao Teorema de Pitágoras.
Incialmente o seu conceito, depois o estudo de algumas relações trigonométricas do triângulo
retângulo, a generalização do Teorema de Pitágoras e o Recíproco do Teorema de Pitágoras.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em
nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional.

Muito obrigado e bom estudo!


SUMÁRIO

UNIDADE I....................................................................................................... 3
Pontos e Retas

UNIDADE II.................................................................................................... 22
Polígonos

UNIDADE III................................................................................................... 48
A Geometria Dos Triângulos

UNIDADE IV................................................................................................... 68
O Teorema de Pitágoras
UNIDADE I
Pontos e Retas
Professor Me. Arthur Ernandes Torres da Silva

Plano de Estudo:
● Introdução a Geometria Euclidiana;
● Classificação de Ângulos;
● Medidas de Ângulos;
● Axiomas de Incidência.

Objetivos da Aprendizagem:
● Introduzir do ponto de vista histórico e matemático
os princípios da Geometria Euclidiana;
● Estudar os principais axiomas da Geometria Euclidiana;
● Compreender os axiomas de incidência e ordem.

3
INTRODUÇÃO

Prezado (a) aluno (a),

Nesta primeira unidade vamos introduzir alguns dos principais axiomas propostos
por Euclides de Alexandria e como seu trabalho organizou inúmeras ideias para que a
matemática tivesse um salto gigante em sua compreensão.
Além disso, alguns conceitos de objetos matemáticos, como o de ponto, reta e
planos também serão abordados nessa unidade.

Bons estudos!

UNIDADE I Pontos e Retas 4


1. INTRODUÇÃO A GEOMETRIA EUCLIDIANA

A melhor forma de iniciarmos nossos estudos é primeiro entender o que significa


geometria. Do grego, geometria significa medida da terra ou medição da terra.
Um dos primeiros registros do seu uso foi a mais de 3000 a.C., quando os egípcios
usavam tais conceitos para dividirem lotes de terras e medidas para irrigar suas plantações
através da mudança dos níveis de água do Rio Nilo.
Avançando um pouco mais, já na Grécia Antiga, a matemática foi se desenvolvendo
com a implementação de novos objetos matemáticos, como números e operações
matemáticas. Até que no século III a.C. Euclides de Alexandria formalizou e organizou todo
o conhecimento até a época conhecido e uma obra espetacular intitulada “Elementos”.
Esse legado contém 13 volumes e é junto com outras escrituras, como a bíblia, um dos
livros mais lidos no mundo (SANTOS; VIGLIONI, 2011).
No livro 1 dos Elementos de Euclides, inicia-se o estudo da geometria plana, hoje
conhecida como Geometria Euclidiana Plana em sua homenagem. Inicialmente ele define
os objetos geométricos cujas propriedades deseja-se estudar. São 23 definições, entre
as quais encontramos as definições de ponto, reta, círculo, triângulo, retas paralelas, etc
(PARENTE, 2019).
As partituras de Euclides não se restringem apenas a compilação, mas também ao
seu método lógico-dedutivo no desenvolvimento de suas definições, axiomas e teoremas
(PINHEIRO, 2013). A partir desses axiomas, Euclides deduziu 465 proposições, dentre as
quais figuram também resultados de geometria espacial e teoria dos números

UNIDADE I Pontos e Retas 5


A Geometria Euclidiana tem como elementos básicos: o ponto, a reta e o plano,
os quais são denominados “objetos primitivos”. Os conceitos primitivos são aceitos sem
definição. Ao longo de nossos estudos vamos usar as seguintes notações.

O espaço matemático é constituído de todos os pontos e é nesse conjunto que será


feito as definições da Geometria Euclidiana (PINHO; BATISTA; CARVALHO, 2010).

FIGURA 1 – NOTAÇÃO PARA PONTO, RETA E PLANO

Fonte: Pinheiro (2013).

Além disso, Euclides também lança cinco noções comuns, são elas:
a) Coisas iguais a uma mesma coisa são também iguais.
b) Se iguais são adicionados a iguais, os totais obtidos são iguais
c) Se iguais são subtraídos de iguais, os totais obtidos são iguais
d) Coisas que coincidem uma com a outra são iguais
e) O todo é maior do que qualquer uma de suas partes

O trabalho de Euclides destaca-se pelo fato de que com apenas 5 postulados


ele foi capaz de deduzir 465 proposições, muitas complicadas e não intuitivas. A seguir
apresentamos os 5 postulados de Euclides. Ademais, vamos deixar claro algumas diferenças:
1. Um postulado é uma afirmação que é utilizada em uma teoria como ponto de
partida, não, necessitando, portanto, de demonstração para estabelecer sua validade.
2. A palavra “axioma” possui o mesmo significado que a palavra “postulado”. Em
nosso contexto, reservaremos o termo “postulado” apenas para nos referirmos aos
cinco postulados de Euclides.

Os cinco axiomas de Euclides são:


I) Pode-se traçar uma única reta ligando quaisquer dois pontos distintos.
Ou seja, são dois pontos quaisquer determinam uma única reta. Dados dois pontos,
A e B , em uma reta, dizemos intuitivamente que um terceiro ponto C está entre
os dois se para irmos de A até B sobre a reta, obrigatoriamente passarmos por C.
Assim, podemos definir o que vem a ser um segmento de reta.

UNIDADE I Pontos e Retas 6


Definição 1: Dados dois pontos A e B sobre uma reta, dizemos que o segmento
é o conjunto de pontos formado por A, B e por todos os pontos entre A e B.

FIGURA 2 – SEGMENTO DE RETA

Fonte: O Autor (2022).

Observando essa definição, podemos deduzir que os pontos A e B são os extremos


do segmento. O ponto A é extremo inicial e B extremo final. O segmento será representado
por e sua medida por a qual é obtida a partir dos números reais correspondentes a
A e B na reta, tomando-se o valor absoluto da diferença entre esses números, considerados
em um mesmo sistema de unidades de medidas de comprimento.
Portanto, seguindo as ideias de Euclides, o ponto é um objeto matemático sem
dimensão ou medida e, consequentemente, um conjunto de pontos forma uma reta. Com
isso, uma reta, é nada mais do que um objeto unidimensional, pois é uma junção de diversos
pontos em uma só dimensão. Dessa forma, é possível medir o comprimento de uma reta,
mas não sua largura, o que a torna unidimensional.
Também podemos dizer que um ponto qualquer de uma reta divide está em duas
semi retas opostas.

Definição 2: Dados dois pontos A e B sobre uma reta, a semi reta AB é o


subconjunto de pontos formado pelo segmento e por todos os pontos C sobre a reta
AB tais que B esteja entre A e C.

FIGURA 3 – SEMI RETA AB

Fonte: O Autor (2022).

Esse resultado leva ao segundo Axioma de Euclides:


II) Pode-se continuar de uma única maneira qualquer segmento em uma reta.
Na sequência, o axioma três trata de intersecção de retas, ou seja, a intersecção é
um único ponto que une duas retas e através desse conceito, surge também a ideia
de ângulos geométricos.

UNIDADE I Pontos e Retas 7


III) Todos os ângulos retos são iguais
Ou seja, os ângulos retos, formados por dois segmentos de retas perpendiculares é
esquematicamente desenhado com um quadrado com um ponto no meio. O ângulo
reto, também conhecido como ângulo de 90°, usado de maneira abundante em
toda geometria e trigonometria.

Consequentemente outras definições as quais veremos com mais detalhes a seguir


são provenientes da intersecção de duas retas, como o Ângulo Plano:

Definição 3: A região do plano formada por quaisquer duas semi retas de mesma
origem, é denominada ângulo plano, conforme ilustra a figura abaixo:

FIGURA 4 – ÂNGULO FORMADO PELO CRUZAMENTO DE RETAS

Fonte: O Autor (2022).

IV) Se uma reta, ao cortar outras duas, forma ângulos internos, no mesmo lado, cuja
soma é menor do que dois ângulos retos, então estas duas retas encontrar-se-ão
no lado onde estão os ângulos cuja soma é menor do que dois ângulos retos.

Por fim, mas não menos importante, o quinto axioma:


V) Pode-se traçar um círculo com qualquer centro e com qualquer raio.

UNIDADE I Pontos e Retas 8


2. CLASSIFICAÇÃO DE ÂNGULOS

Existe algo em comum na marcenaria no processo de construção de móveis, com


o lançamento de uma bola durante um jogo de futebol e o movimento que um avião deve
executar durante o pouso na pista. Todas essas ações, para ser bem feitas, exigem um
cálculo preciso de ângulos. Caso o marceneiro pregue uma peça em um ângulo errado,
dependendo do móvel que está construindo não aguentara uma carga de peso elevada,
se o jogar de futebol bater na bola com um movimento do pé muito inclinado, a bola sobe
demais e, se o piloto errar a inclinação do bico da aeronave, pode levar a um acidente fatal.
Toda essa análise de ângulos é abordada na geometria plana (MACHADO; FERRAZ,
2019). Contudo, devido ao foco do nosso curso, não abordaremos toda a geometria plana,
apenas alguns pontos em específico. Vamos começar definindo o conceito de ângulo.
Basicamente, quando dois segmentos de retas, estão unidos na mesma origem,
como a figura abaixo:

FIGURA 5 – ÂNGULO FORMADO ENTRE DOIS SEGMENTOS DE RETA

Fonte: O Autor (2022).

UNIDADE I Pontos e Retas 9


O alfa (α) pode ser escrito como:
α=AôB
Em que o símbolo “ô” designa o vértice do ângulo.
Seguindo essa mesma linha de raciocínio podemos definir também outra natureza
de ângulos, conhecidos como ângulos opostos pelo vértice. Nesse caso, são duas retas
concorrentes, ou seja, que se cruzam em um único ponto, formando dois pares de ângulos.

FIGURA 6 – ÂNGULOS OPOSTOS AO VÉRTICE

Fonte: O Autor (2022).

Como ilustra a figura, quando duas retas se cruzam em um mesmo ponto, dois
pares de ângulos são formados: α e β. São ângulos opostos de mesma medida. Vamos
entender isso na prática com um exemplo:

Ex. 01
Calcule o valor de x na situação abaixo:

FIGURA 7 – ÂNGULOS OPOSTOS AO VÉRTICE DO EXEMPLO 01

Fonte: O Autor (2022).

Resolução:
Como são ângulos opostos, então são iguais.

Vamos estudar outro caso agora, o da reta bissetriz. A reta bissetriz é uma semirreta
que divide o ângulo em duas partes iguais.

UNIDADE I Pontos e Retas 10


FIGURA 8 – BISSETRIZ DE UM ÂNGULO

Fonte: O Autor (2022).

Ex. 02
Calcule o valor do ângulo total que foi dividido pela reta bissetriz da figura abaixo.

FIGURA 9 – BISSETRIZ DO EXEMPLO 02

Fonte: O Autor (2022).

Resolução:
Como são ângulos iguais, então comparamos os valores:

Agora, escolhemos um dos lados, por exemplo: 10x - 30° = 10.(10°) - 30° = 100°-
30° = 70°. Portanto, o ângulo total é 140°.

UNIDADE I Pontos e Retas 11


3. MEDIDAS DE ÂNGULOS

No capítulo em que foi abordado a classificação de ângulos (MACHADO; FERRAZ,


2019). Vimos em específico um ângulo, chamado de ângulo reto.

FIGURA 10 – ÂNGULO RETO

Fonte: O Autor (2022).

Essa representação de um quadrado com um pontinho representa um ângulo 90°.


Ele é formado por duas retas perpendiculares entre si.
Outra classificação que temos também são os chamados ângulos agudos.

FIGURA 11 – ÂNGULO AGUDO

Fonte: O Autor (2022).

UNIDADE I Pontos e Retas 12


Um ângulo é dito agudo quando e somente quando α < 90°. A outra classificação
de ângulos, ângulo obtuso, é quando o ângulo 90° < α < 180°. Como está representado na
figura abaixo.

FIGURA 12 – ÂNGULO OBTUSO

Fonte: O Autor (2022).

Nessa situação o ângulo é classificado como obtuso.

3.1 Unidades de ângulos


Dentre as unidades de ângulos, vamos abordar aquelas mais utilizadas, desde
exercícios de física, até aplicações a engenharia e orientações de posições geográficas.
Primeiramente vamos entender o conceito de graus.

FIGURA 13 – CÍRCULO TRIGONOMÉTRICO

Fonte: O Autor (2022).

Para formar um círculo trigonométrico, dividimos uma circunferência em quatro


partes idênticas, cada uma dessas partes é chamada de quadrante. O início começa em 0°,
à medida que avançamos cada quadrante, soma-se mais 90°. D e tal maneira que fechando
uma circunferência completa, é o mesmo que executar 360°. Por isso você está vendo esse
sinal “≡”, mostrando que o ângulo de 0° é igual ao de 360°.

UNIDADE I Pontos e Retas 13


Outra maneira de representar um ângulo é por minutos e segundos. A nomenclatura
usada na literatura é essa:

Veja que, 1 minuto é igual a 60 segundos. Portanto 1’ = 60’’ e 1° = 60’, vamos fazer
alguns exemplos.

Ex. 03
Resolva a expressão 16° 38’ 50’’ + 20 + 20° 40’ 20’’
Resolução:
Somando as duas expressões

Começamos somando pelos segundos. Veja que 50’’ + 20’’ = 70’’, ou se escrevermos
em termos de minutos 70’’ = 1’10’’. Então:
→36°79’10’’
Mas, além disso, podemos transformar 79’ em graus: 79’ = 1°19’. Portanto:
16°38’ 50’’ + 20 + 20°40’ 20’’ = 37°19’10’’

Ex. 04
Faça a operação
2.(10°45’35’’)
Resolução:
Para fazer a multiplicação de uma constante nessas coordenadas, basta realizar a
distributiva:
2.(10°45’ 35’’ ) = 20°90’70’’
Contudo, ainda podemos simplificar a expressão. Primeiro fazendo 75’’ = 1’10’’, então
20°90’ 70^’’ → 20°91’10’’. Além disso, fazendo 91’ = 1°31’, temos: 20°91’ 10^’’ → 21°31’10’’.
Portanto:
2.(10°45’ 35’’ ) = 21°31’10’’

Ex. 05
Realize a operação de subtração
71°20’ - 20°25’

UNIDADE I Pontos e Retas 14


Resolução:

Entretanto, não existe uma medida negativa de minutos. Então essa análise está
errada! Como fazemos ela corretamente? Muito simples, basta transferir uma unidade de
grau para os minutos, assim este fica positivo e não resultará em um valor inconsistente. Veja:

Uma vez que 1°=60’. Agora sim é possível fazer 80’ - 25’ = 55’. Ficando da seguinte
forma o resultado:
71°20’ - 20°25’ = 50° - 55’

Ex. 06
Faça a divisão dos seguintes valores de ângulos
(31°33’45’’) ÷ 3
Resolução:
Note que 45’’ e 33’ são divisíveis por 3, mas 31° não fornece um número inteiro.
Dessa forma reduzimos 1° para minutos:
31°33’ 45’’ = 30°93’ 45’’
Agora sim, os três componentes podem ser divididos por 3:

3.2 Radianos
Outra forma de expressar os ângulos é pela medida de radianos. Observando o
círculo trigonométrico, temos as seguintes equivalências:

UNIDADE I Pontos e Retas 15


FIGURA 14 – CÍRCULO TRIGONOMÉTRICO EM RADIANOS

Fonte: O Autor (2022).

Ex. 07
Converta 135° em radianos.
Resolução:
Para encontrar esse valor, basta fazer uma regra de três simples:

Assim:

Ex. 08
Calcule em graus o valor de 1,5 π rad.
Resolução:
Fazendo a mesma regra de três

Multiplicando cruzado:

UNIDADE I Pontos e Retas 16


4. AXIOMAS DE INCIDÊNCIA

O modelo de um ponto pode ser adotado como sendo uma partícula no plano.
Bem como no ponto de vista concreto temos muita familiaridade com pontos, uma vez que
eles podem ser produzidos sobre uma folha de papel com o auxílio da ponta de um lápis
ou caneta. Em física é usado o conceito de ponto material para definirmos um objeto de
estudo em que não consideramos suas dimensões, como por exemplo uma formiga em
um campo de futebol. Por outro lado, quando consideramos uma formiga passando por um
túnel de formigueiro, ela é batizada de corpo extenso, pois nesse caso serão consideradas
as dimensões do inseto.
Os axiomas de incidência são elaborados via o conceito de retas e pontos (PINHO;
BATISTA; CARVALHO, 2010).
I) Dados dois pontos distintos, existe uma única reta que os contém.
II) Em toda reta existem pelo menos dois pontos distintos.
III) Existem três pontos distintos com a propriedade que nenhuma reta passa pelos
três pontos.

Veja que com esses três axiomas podemos tirar algumas informações, como por
exemplo: Toda reta ou segmento de reta é formado por pelo menos dois pontos. Assim,
como existem infinitos pontos, não existe uma reta que contém todos os pontos. Dessa
forma, existem dois conjuntos de pontos, os que contém na reta em questão e os que
estão fora da reta (PINHEIRO, 2013).

UNIDADE I Pontos e Retas 17


Ademais, como já mencionado no capítulo 1, quando duas retas intersectam-se
quando elas possuem um ponto em comum. Se elas não possuem nenhum ponto em co-
mum, elas são ditas paralelas (PARENTE, 2019).

FIGURA 15 – RETAS PERPENDICULARES E PARALELAS

Fonte: Santos; Viglioni (2011).

4.1 Axiomas de Ordem


Além do primeiro grupo de axiomas, que pode levar a notação de outros polígonos,
este assegura que a reta não é um círculo, ou seja, define uma ordem para o conceito de reta.
Para isso, vamos deixar definido que a simbologia do elemento “*” é usado na situação
hipotética: A * B * C, que pode ser lido como “o ponto B está entre o ponto A e o ponto C”.
I) Se A * B * C, então A, B e C são pontos distintos de uma mesma reta e
consequentemente C * B * A.
II) Dados três pontos distintos de uma reta, um e apenas um deles está entre os
outros dois.

Caro(a) aluno(a), veja a necessidade de tais axiomas de ordem. Uma circunferência


pode conter três pontos distintos A, B e C:

FIGURA 16 – TRÊS PONTOS EM UMA CIRCUNFERÊNCIA

Fonte: Santos; Viglioni (2011).,

UNIDADE I Pontos e Retas 18


Porém veja pela imagem da figura 16 não fica claro se o certo é o ponto C entre A e B, ou
o ponto B entre A e C, ou mesmo A entre B e C.
O terceiro axioma de ordem deixa claro que em uma reta podem existir infinitos
pontos:
III) Dados dois pontos distintos B e D; existem pontos A;C e E pertencentes à reta
contendo B e D; tais que A * B * D, B * C * D e B * D *E. 

SAIBA MAIS

Na geometria, em específico, na geometria analítica, abordamos um tópico muito


interessante, que é o estudo das cônicas. Nesse grupo estudamos as elipses, que
são figuras geométricas curiosas, semelhantes a uma bola de futebol americano. Uma
característica da elipse é seu grau de excentricidade (e).
Quando mais próximo a excentricidade estiver de zero, a elipse se torna mais próxima
de uma circunferência. Por outro lado, quando e tende a o número um, a elipse passa a
ter um formato de segmento de reta.

Fonte: O autor (2022).

REFLITA

Na geometria Euclidiana todo segmento de reta está associado à um número real


positivo. Os números reais constituem diversos subconjuntos, dentre eles os inteiros
positivos e negativos. Portanto, faz sentido que uma reta seja delimitada por dois pontos
negativos. Porém, isso possui significado real?

Fonte: O autor (2022).

UNIDADE I Pontos e Retas 19


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pronto!

Você chegou ao final da Unidade I do nosso material. Passou por uma sequência
didática que te proporcionou uma base sólida de tópicos da Geometria Euclidiana. A busca
por uma junção de toda matemática levou a Euclides de Alexandria produzir 13 grandes
obras longas e ricas em formalismo matemático.
Você viu os 5 axiomas propostos por Euclides para definir conceitos como ponto,
segmento de reta e reta, bem como os axiomas de incidência e os de ordens, que tem
um papel importante para complementar alguns dos axiomas de Euclides. Ademais, foram
estudadas também algumas representações de medidas de ângulos e como classifica-los.
Esperamos que você tenha aproveitado ao máximo esse momento de estudo.

Até a próxima!

UNIDADE I Pontos e Retas 20


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Os Elementos de Euclides
Autor: David Berlinski.
Editora: Zahar.
Sinopse: Por mais de 2 mil anos, toda a geometria esteve
diretamente associada ao mais antigo e completo tratado
matemático: Elementos, obra máxima de Euclides de Alexandria
que descreve um sistema axiomático lógico de proposições sobre
linhas, círculos, polígonos e até mesmo números proporções e
magnitudes. O trabalho intrigou homens e mulheres por séculos,
e é até hoje ensinado em salas de aula no mundo todo. Nesse
livro o professor e escritor internacionalmente respeitado David
Berlinski lança luz sobre vários aspectos da geometria euclidiana,
explorando o universo de axiomas, teoremas e demonstrações
sistematizado pelo geômetra grego

FILME/ VÍDEO
Título: Euclides como o pai da geometria
Ano: 2013.
Sinopse: Vídeo sobre o grande Sábio e Geômetra Euclides de
Alexandria, considerado o pai da geometria, e sobre o livro mais
influente da história da geometria: Os Elementos de Euclides.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=usHh89ld0cU

UNIDADE I Pontos e Retas 21


UNIDADE II
Polígonos
Prof. Me. Arthur Ernandes Torres da Silva

Plano de Estudo:
● Polígonos;
● Ângulos Internos e Externos de um Polígono;
● Quadriláteros I: Paralelogramo e Retângulo;
● Quadriláteros II: Losango e Quadrado.

Objetivos da Aprendizagem:
● Revisar o cálculo de áreas das figuras matemáticas mais importantes;
● Estudar as classificações e propriedades dos polígonos;
● Rever e aprofundar as características de alguns quadriláteros.

22
INTRODUÇÃO

Prezado (a) aluno (a),

Nesta segunda unidade, vamos começar os estudos revendo o cálculo de área das
figuras mais corriqueiras na matemática, que possuem grande aplicabilidade, principalmente
quando se diz respeito a determinar a área de um gráfico. Posteriormente, vamos aprender
a classificar os polígonos, bem como entender suas principais propriedades.
Na sequência, vamos abordar alguns quadriláteros específicos: o paralelogramo,
o retângulo, losango e quadrado. Embora muitos conceitos iniciais dessa unidade são
básicos para você, acadêmico do curso de Licenciatura em Matemática, existem vários
detalhes que diferem cada polígono.
Esperamos que esta unidade seja imensamente proveitosa e seja de bom uso na
sua formação acadêmica.

Bons estudos!

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 23
1. POLÍGONOS

Vamos agora entender a definição, nomenclaturas e classificações de polígonos. A


pesquisa para o conteúdo que será apresentado a seguir é uma coletânea de informações e
definições retiradas livros (MACHADO; FERRAZ, 2019) e trabalhos acadêmicos (FARIA, 2016).
De forma genérica, um polígono pode ser dividido entre Polígono Côncavo e
Polígono Convexo. Vamos tomar os seguintes exemplos.

FIGURA 1 – POLÍGONO CONVEXO E POLÍGONO CÔNCAVO

Fonte: O autor (2022).

Veja que tanto como na primeira como na segunda figura temos um polígono de
cinco lados, ou seja, um pentágono. Além disso é intuitivo que você pensa que o polígono
convexo é aquele em que o formato da figura geométrica é para “dentro de si” e o côncavo
tem uma forma como se estivesse expandido. Porém, para nossa sorte, a matemática
não é assim. Então como diferenciar um polígono convexo de um côncavo? A resposta é
simples, trace uma reta imaginária pelo polígono, se em alguma parte do polígono a reta
interceptar em mais de dois pontos, é dito que o mesmo é um Polígono Convexo.

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 24
FIGURA 2 – POLÍGONO CONVEXO

Fonte: O autor (2022).

Note que se fosse uma reta subindo na diagonal sentido nordeste vindo de baixo da
base também passaria por mais de dois pontos. Ou seja, basta que isso seja provado uma vez
para que classifiquemos o polígono como convexo. Por outro lado, quando traçamos uma reta
imaginária e ela toca no máximo duas vezes a figura, então é dito que o mesmo é côncavo:

FIGURA 3 – POLÍGONO CÔNCAVO

Fonte: O autor (2022).

Em nossa disciplina vamos focar nossos estudos nos polígonos convexos. Portanto,
vamos agora as nomenclaturas dos polígonos:

TABELA 1 – CLASSIFICAÇÃO DE POLÍGONOS


3 lados Triângulo ou trilátero
4 lados Quadrilátero
5 lados Pentágono
6 lados Hexágono
7 lados Heptágono
8 lados Octógono
9 lados Eneágono
10 lados Decágono
11 lados Undecágono
12 lados Dodecágono
20 lados Icoságono

Fonte: O autor (2022).

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 25
Observe que um polígono de n lados possuirá n vértices também. Ou seja, o triângulo
tem três lados e três vértices (lembrando que vértices são as “quinas” da figura geométrica),
o pentágono, como os das figuras atrás, possui 5 lados e 5 vértices, assim por diante.
Outra propriedade importante dos polígonos é o número de diagonais. Podemos
entender que a diagonal de um polígono é o segmento cujas as extremidades são vértices
não consecutivos do polígono. Vamos entender esse conceito passo a passo. O pentágono
possui 5 vértices:

FIGURA 4 – VÉRTICES DE UM PENTÁGONO

Fonte: O autor (2022).

Note que os vértices consecutivos do vértice 1, são os 2 e o 5, ou seja, os vértices


não consecutivos ao número 1, são o 3 e o 4. Logo, é possível traçar uma reta diagonal que
une o ponto 1 com 3 e o ponto 1 com 4, uma vez que são vértices não consecutivos.

FIGURA 5 – DIAGONAIS DE UM PENTÁGONO

Fonte: O autor (2022).

Unindo dois vértices consecutivos não é uma diagonal, mas apenas uma medida
de lado. Essa mesma linha de raciocínio vale para o ponto 2 sendo ligado ao ponto 4 e 5 e
assim por diante. Portanto, as diagonais de um pentágono são:

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 26
FIGURA 6 – TODAS AS DIAGONAIS DE UM PENTÁGONO

Fonte: O autor (2022).

O pentágono é o único polígono em que o número de lados corresponde com o


número de diagonais (ANDRINI; VASCONCELLOS, 2015). Para outros polígonos, o número
de diagonais é calculado da seguinte forma:

Vamos fazer alguns exemplos:

Ex. 01:
Determine o polígono no qual o número de diagonais é o triplo do número de lados.
Resolução:
Como o número de diagonais é 3 vezes maior que o número de lados:
d = 3.n
Aplicando na equação do número de diagonais:

Simplificando n em ambos os lados:


6 =(n-3)
Isolando n:

Ou seja, o polígono é um Eneágono.

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 27
Ex. 02:
Calcule o número de lados de um polígono convexo, sabendo que um de seus
vértices partem 10 diagonais.
Resolução:
Para esse problema não precisamos utilizar nenhuma fórmula, basta lembrar do
conceito de diagonais. Assumindo que a “diagonal de um polígono é o segmento cujas as
extremidades são vértices não consecutivos do polígono”. Então existem dois vértices no
qual o vértice que sai 10 diagonais não pode interagir, igual foi explicado na figura 16 e 17.
Além disso o próprio vértice em que sai 10 diagonais deve ser levado em conta. Logo, o
polígono possui 13 vértices, 13 lados.

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 28
2. ÂNGULOS INTERNOS E EXTERNOS DE UM POLÍGONO

Na figura 7 está representado 5 ângulos internos de um polígono: i1 i2 i 3 i 4 i 5.


Veja que são cinco ângulos pois é um pentágono em nosso exemplo.

FIGURA 7 – ÂNGULOS INTERNOS DE UM POLÍGONO

Fonte: O autor (2022).

Como podemos determinar o valor da soma dos ângulos internos de um polígono


convexo de n lados? Através da seguinte equação
Si = 180° .( n - 2 )
Dessa forma obtemos o número da soma dos ângulos internos de qualquer polígono
regular côncavo. Veja então que no nosso exemplo da figura 18, o pentágono possui 5 lados:

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 29
Note, portanto, que os ângulos internos e o número de diagonais não dependem do
formato do polígono, apenas do número de lados, ou seja, não importa o formato do polígono.
Vamos analisar agora os ângulos externos. Não confunda achando que o ângulo
externo é o que “sobra” do ângulo interno, mas sim, é o ângulo formado entre o prolongamento
de um dos lados com o vértice adjunto, assim como está na figura e1 e2 e3 e4 e5:

FIGURA 8 – ÂNGULOS EXTERNOS DE UM POLÍGONO

Fonte: O autor (2022).

Um fato importante é que sempre em um polígono, a soma do ângulo interno com o


seu respectivo externo resulta em 180°. Portanto, é dito que esses ângulos são suplementares.
e + i = 180°
Além disso, a soma dos ângulos externos de um polígono convexo de n lados é
sempre 360°, ou seja:
Se = 360°

Ex. 03
Qual é o polígono em que a soma das medidas dos ângulos internos é o triplo da
soma das medidas dos ângulos externos:
Resolução:
Como a soma dos ângulos internos é três vezes a soma dos ângulos externos:
Si = 3.Se
Fazendo a substituição de Si = 180° .( n - 2 ) e Se = 360°:

Logo o polígono é o Octógono

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 30
Ex. 04
Determine o polígono convexo no qual a soma dos ângulos internos é igual ao
número de diagonais multiplicado por 180°.
Resolução:

Lembrando que

Então:

Manipulando a equação:

Veja que chegamos em uma equação de segundo grau, no qual as duas soluções são:

Vamos interpretar esse resultado: O valor de n que calculamos na equação de


segundo grau é 1 e 4. Faz sentido um polígono de apenas 1 lado? Obviamente não.
Portanto, a única resposta admissível é o polígono de 4 lados, ou seja, o quadrilátero.

Ex. 05:
Em um polígono, a soma dos ângulos internos e externos é de 1080°. Determine o
seu número de diagonais.
Resolução:

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 31
Agora que sabemos o número de lados, vamos calcular o número de diagonais:

2.1 Polígonos Regulares


Logo de início, vamos responder à pergunta mais óbvia: Qual a diferença entre
um polígono regular de um não regular? O regular é aquele que os seus lados, os ângulos
internos, bem como os externos são iguais, ou seja, possuem a mesma medida. Por outro
lado, os não regulares são aqueles que pelo menos um dos lados tem uma medida diferente.
Veja na figura a baixo alguns exemplos:

FIGURA 9 – POLÍGONOS REGULARES E IRREGULARES

Fonte: Bartz; Martins (s.d).

Vamos a primeira classificação de polígonos regulares:


1) Polígono Equilátero
É aquele polígono que possui os lados congruentes, ou seja, os lados são iguais.

FIGURA 10 – POLÍGONO EQUILÁTERO

Fonte: O autor (2022).

Note que os quatro lados tem o mesmo valor a.

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 32
2) Polígono Equiângulo
Como o próprio nome diz, mesmo ângulo interno, ou seja, os ângulos congruentes:

FIGURA 11 – POLÍGONO EQUIÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Veja que dessa vez os lados são diferentes, porém os ângulos internos são iguais.

3) Polígono Regular
Um polígono convexo é denominado de regular se possuir os lados iguais ou con-
gruentes (como por exemplo o triângulo equilátero) e todos os ângulos congruentes, ou
seja, equiângulo. Veja alguns exemplos:

FIGURA 12 – POLÍGONO EQUIÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Tanto o quadrado como o triângulo equilátero são aqueles que todos os lados do
polígono são todos iguais e os ângulos internos são iguais também. No caso do quadrado é
o ângulo reto (ou de noventa graus) e o triângulo equilátero, com cada ângulo interno igual
a sessenta graus.

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 33
3. QUADRILÁTEROS I: PARALELOGRAMO E RETÂNGULO

O primeiro quadrilátero que vamos estudar é o Paralelogramo. Uma vez que suas
propriedades estarão presentes nos outros quadriláteros também.

FIGURA 13 – POLÍGONO EQUIÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Em todo paralelogramo:
1) Os dois ângulos opostos são sempre congruentes.
Essa primeira propriedade pode ser representada da seguinte forma:

FIGURA 14 – POLÍGONO EQUIÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 34
2) Os dois lados opostos são sempre paralelos e congruentes.

FIGURA 15 – POLÍGONO EQUIÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Veja que os dois lados sinalizados em laranja são iguais e paralelos, o mesmo para
os dois lados na diagonal.

3) As diagonais interceptam-se nos seus pontos médios.

FIGURA 16 – POLÍGONO EQUIÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Observe que as duas diagonais interceptam no ponto médio de cada uma delas.

4) Dois ângulos consecutivos são sempre suplementares.

FIGURA 17 – POLÍGONO EQUIÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Lembrando que dois ângulos são suplementares é o mesmo que dizer que a soma
deles é de 180°. Portanto:
α + β = 180°

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 35
Ex. 08
Admitindo que um dos ângulos internos do paralelogramo a baixo vale 40°, calcule
o valor dos outros ângulos internos.
Resolução:

FIGURA 18 – POLÍGONO EQUIÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Seguindo as propriedades do paralelogramo o ângulo oposto a ele deve ser de


40° e, como a soma dos seus consecutivos deve resultar em 180°, somente se os seus
consecutivos equivalem à 120°

FIGURA 19 – POLÍGONO EQUIÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Sendo assim, basta que você saiba apenas um ângulo do paralelogramo, para
então conseguir obter os outros três.

Ex. 09
Calcule os lados de um paralelogramo, sabendo que o seu perímetro mede 42cm e
que a soma dos lados menores representa da soma dos lados maiores.
Resolução:

FIGURA 20 – POLÍGONO EQUIÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 36
O perímetro é a soma dos lados, ou seja:
2a + 2b = 42
Logo:
( a + b ).2 = 42
Depois de colocar o número 2 em evidência, passamos o mesmo para o lado direito
dividindo:
a + b = 21
Vamos agora para outras informações: como a soma dos lados menores representa
da soma dos lados maiores, temos que:

Simplificando o número 2:

Substituindo o valor de b na outra expressão:


a + b = 21 → a + 2a = 21
Colocando o a em evidência:
3a = 21
Logo
a = 7m

3.1 Retângulo
O próximo quadrilátero é o retângulo.

FIGURA 21 – RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Esse polígono além de satisfazer as propriedades dos paralelogramos, também


possui mais duas:

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 37
1) As diagonais são congruentes, ou seja, iguais.

FIGURA 22 – RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

2) Os ângulos são retos.

FIGURA 23 – RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Como já foi visto nessa unidade, a área do retângulo é dada pelo produto da base
com a altura. Além disso, a diagonal de um retângulo é calculada da seguinte forma:

FIGURA 24 – RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

d2 = a2 +b2

Ou sejam interpretamos a diagonal como sendo um triângulo retângulo.

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 38
Ex. 10
As dimensões de um terreno retangular são dada pela razão Se a área do terreno
é de 1000 m2, determine a sua diagonal, em metros:
Resolução:
Como há uma razão de proporção entre os lados do terreno, temos que a largura é
5K e o comprimento é 8K, esquematicamente temos:

FIGURA 25 – RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Fazendo a razão da largura pelo comprimento, retomamos a razão Com isso,


vamos descobrir o valor dessa razão de proporção:

Ou seja, agora sabemos aas dimensões de cada lado:

FIGURA 26 – RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Para encontrar a diagonal fazemos:

Fatorando, encontramos o resultado simplificado da seguinte forma:


d = 5√89 m

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 39
4. QUADRILÁTEROS II: LOSANGO E QUADRADO

Assim como os outros quadriláteros, o losango segue as propriedades do


paralelogramo e ainda possui mais três:

1) Os quatro lados são congruentes.

FIGURA 27 – LOSANGO

Fonte: O autor (2022).

Ou seja, os quatro lados possuem o mesmo comprimento.

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 40
2) As diagonais são bissetrizes de seus vértices, ou seja, a diagonal divide o
ângulo em dois valores iguais.

FIGURA 28 – RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Veja que a diagonal divide o ângulo na metade, o mesmo para a outra diagonal e
em ângulos iguais.

3) As diagonais são perpendiculares entre si.

FIGURA 29 – RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Ou seja, as retas formam um ângulo de noventa graus entre si.


Para que possamos calcular a área de um losango vamos deixar o mesmo inscrito
dentro de um retângulo, passando uma diagonal maior D e uma diagonal menor d:

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 41
FIGURA 30 – RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Vamos fazer alguns exemplos.

Ex. 11
Um losango possui lado de valor 6 cm e seu ângulo agudo mede 60°. Determine
a sua área.
Resolução:
Vamos desenhar o losango do exemplo, contudo, já deixando claro que o ângulo
agudo (menor do que 90°) é dividido por dois, de acordo com a segunda propriedade:

FIGURA 31 – RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Tomando um dos quartetos do losango como triângulo retângulo:

FIGURA 32 – RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 42
Como iremos rever na próxima unidade, vamos usar o conceito de seno:

Com isso obtemos o valor de x, que chamamos da altura do triângulo. Utilizando o


cosseno, vamos chegar no comprimento da base.

Ou seja, a diagonal menor mede 6 cm (uma vez que é o dobro de x) e a diagonal


maior 6√3 cm (pois é o dobro de y).
Por fim, vamos calcular a área do losango:

4.1 Quadrado
O quadrilátero mais conhecido, além de possuir as mesmas propriedades do para-
lelogramo, o quadrado possui outras cinco.

1) Os quatro lados são congruentes.

FIGURA 33 – RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Uma propriedade intuitiva, em que todos os lados são iguais.

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 43
2) As diagonais são bissetrizes de seus vértices.

FIGURA 34 – RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Ou seja, a reta diagonal divide o ângulo reto em dois, formando dois de 45°

3) As diagonais são perpendiculares entre si.

FIGURA 35 – RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Isso significa que as diagonais formam um ângulo de 90° entre si

4) As diagonais são congruentes.


Utilizando a figura da propriedade três, podemos perceber que as diagonais são iguais.
4.1) Os quatro ângulos são retos.

FIGURA 36 – RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Em cada vértice, há um ângulo de 90°.

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 44
SAIBA MAIS

No final do século 19, a obra Os Elementos de Euclides não estavam resistindo ao rigor
que a lógica exigia para os fundamentos da geometria. Muitas proposições de Geometria
Euclidiana faziam uso de resultados que não haviam sido demonstrados anteriormente
e que não constavam do rol de axiomas, ou seja, era preciso uma reformulação dos
axiomas de Euclides. Uma proposta, ainda no século 19, bem aceita pela comunidade
matemática foi a de Hilbert, publicada em seu célebre trabalho Grundlagen der Geometrie
(Fundamentos de Geometria), de 1899, em que Hilbert coloca a Geometria Euclidiana
sobre bases sólidas por meio da substituição dos 5 Postulados de Euclides por 5 grupos
de axiomas, os quais chamou de Axiomas de Incidência (7 axiomas), Axiomas de
Ordem (4 axiomas), Axiomas de Congruência (6 axiomas), Axiomas de Continuidade (2
axiomas) e o Axioma das Paralelas.

Fonte: AGUSTINI, E; RODRIGUES, L. B. Um curso de Geometria Euclidiana Plana. Universidade Federal


de Uberlândia, 2º ed, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/26902/1/
GeometriaPlanaDesenhpGeometrico_2018.pdf Acesso em: 10 jul. 2022.

REFLITA

As métricas matemáticas usadas para definir diagonais e áreas de diferentes polígonos


vem sendo usada pelos seres humanos desde 3000 a. C., ou seja, aplicar tais conceitos
estão impregnados em nosso modo de pensar. Você já fez uso de alguns deles em
sua vida?

Fonte: O autor (2022).

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 45
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pronto!

Você chegou ao final da Unidade II de nosso material e também da última unidade.


Passou por uma sequência didática que te proporcionou uma base sólida em conteúdo
de Matemática Básica, como cálculo de áreas, perímetros, classificação de polígonos e
algumas propriedades de quadriláteros.
Portanto, prezado aluno(a), nesta unidade, foi possível estudar e abordar uma série
de tópicos distintos, mas que fazem parte do cotidiano de um aluno das ciências exatas.
Saber calcular áreas de quadrados, triângulos, trapézios e circunferências, bem como
entender suas distinções com pequenas propriedades é de extrema importância.
Esperamos que você tenha aproveitado ao máximo esse momento de estudo.

Até a próxima!

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 46
MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Geometria Euclidiana Plana e Construções Geométricas
Autor: Eliane Quelho Frota Rezende e Maria Lúcia Bontorim de
Queiroz.
Editora: Editora da Unicamp; 2ª edição (1 janeiro 2008).
Sinopse: A Geometria Plana constitui um bom modelo de teoria
axiomática e, como tal, foi abor¬dada neste livro. As construções
geométricas, que, do modo como foram criadas pelos matemá¬ticos
da Antiguidade, não poderiam ser divorciadas da Geometria,
contribuem tanto para o en¬ten¬¬¬dimento e o enriquecimento da
teoria como para a solução de problemas que lhe são perti-nentes.
Tais construções são aqui justificadas com fundamento na teoria
da Geometria, da qual algumas aplicações são apresentadas.

FILME/ VÍDEO
Título: Aplicação prática da geometria Analítica
Ano: 2017.
Sinopse: Este vídeo tem por intuito mostra uma aplicação prática
da geometria analítica, usando a equação da circunferência.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=dK8KJKV7EHw

UNIDADE II
I Polígonos
Pontos e Retas 47
UNIDADE III
A Geometria
Dos Triângulos
Prof. Me. Arthur Ernandes Torres da Silva

Plano de Estudo:
● Propriedades do triângulo;
● Classificação de triângulos;
● Pontos notáveis de um triângulo;
● Semelhança de triângulos.

Objetivos da Aprendizagem:
● Explorar algumas propriedades dos triângulos;
● Aprender como classificar os triângulos com base nos ângulos e lados;
● Estudar semelhanças de triângulos e relações métricas entre eles.

48
INTRODUÇÃO

Prezado(a) aluno(a),

Nesta unidade, primeiramente as propriedades dos triângulos, ou seja, a relação


entre ângulos internos e externos. Depois vamos ver como classificar os triângulos com
base nos ângulos e lados do mesmo.
Na metade da unidade vamos explorar os pontos notáveis de um triângulo e por
fim, algumas relações de semelhança.
Esperamos que esta unidade seja imensamente proveitosa e seja de bom uso na
sua formação acadêmica.

Bons estudos!

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 49


1. PROPRIEDADES DO TRIÂNGULO

Primeiramente vamos analisar um triângulo sem classificação alguma, como repre-


sentado na figura abaixo:

FIGURA 1 – ÂNGULOS INTERNOS E EXTERNOS DE UM TRIÂNGULO

Fonte: Kesller (2020).

Como aprendemos na unidade I, os pontos são representados por letras maiúsculas,


enquanto as retas, ou nesse caso, os lados do triângulo, com letras menores. Além disso,
para cada vértice há seu ângulo interno. Portanto, o vértice A possui o ângulo interno  o
vértice B com ângulo interno B e o vértice C com seu ângulo interno C.

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 50


Veja também que em cada vértice também temos os ângulos externos, prolongando
os lados do triângulo. Vamos ver algumas propriedades elementares dos triângulos
(MACHADO; FERRAZ, 2019):

1) A primeira propriedade é conhecida: A soma dos ângulos internos é sempre igual


a 180°. Ou seja:

Para todos os triângulos, não só o retângulo ou equilátero. Ademais, a soma dos


ângulos externos é sempre igual a 360°:

Por fim, uma terceira propriedade muito importante que relaciona os ângulos
internos com os externos de qualquer triângulo é que a medida de um ângulo externo
é igual a soma das medidas dos dois ângulos internos não adjacentes a ele. Ou seja,
seguindo a figura 1 temos:

Ex. 01
Na figura abaixo, determine o ângulo externo x ̂.

FIGURA 2 – EXEMPLO 01

Fonte: O Autor (2022).

Resolução:
Nesse caso existem duas formas. A primeira admitimos que a soma dos ângulos
internos seja igual a 180°, então o ângulo interno que falta é 180°- 50° - 35° = 95°.
Ou também, assumindo que

Então para completar 180°, somente se o outro ângulo por de 95°.

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 51


1.1 Condição para a existência de um triângulo
Para que um seja possível construir um triângulo, uma das figuras geométricas
mais conhecidas do mundo, não basta apenas utilizar qualquer valor para seus respectivos
lados e formar um triângulo aleatório. Existe uma restrição, ou se preferir, uma condição,
para elaborar um triângulo: Em todo triângulo, cada lado é menor que a soma dos outros
dois. Em outras palavras, em qualquer triângulo a soma dos dois primeiros lados é sempre
maior do que a do terceiro lado restante. Veja na imagem abaixo:

FIGURA 3 – TRIÂNGULO COM LADOS A, B E C

Fonte: O Autor (2022).

Para que esse triângulo exista, necessariamente

Ex. 02
É possível construir um triângulo com três seguimentos de reta de valores iguais a
3m,5m e 9m?
Resolução:

Portanto, não é possível.

Ex. 03
Um dos mais famosos triângulos usados para o cálculo do teorema de Pitágoras
é o triângulo 3, 4 e 5. Verifique se suas medidas satisfazem a condição de construção de
um triângulo.
Resolução:

Logo é possível construir um triângulo com essas medidas de lado.

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 52


Ex. 04
Determine o valor de x na figura a baixo.

FIGURA 4 – EXEMPLO 04

Fonte: Obmep (s.d).

Resolução:
Usando a relação que o ângulo externo é igual à soma dos dois ângulos internos
não adjacentes a ele:

E o resultado faz sentido, uma vez que os ângulos internos resultam em:

Logo:

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 53


2. CLASSIFICAÇÃO DE TRIÂNGULOS

Os triângulos na geometria plana, são classificados de duas formas: com base nos
ângulos internos ou de acordo com a medida de lados do triângulo. As tabelas a seguir
constam a classificação respectivamente de triângulos classificados com base nas medidas
das laterais e dos ângulos internos.

FIGURA 5 – TRIÂNGULOS CLASSIFICADOS COM BASE NOS LADOS

Fonte: Tavares (2013).

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 54


FIGURA 6 – TRIÂNGULOS CLASSIFICADOS COM BASE NOS ÂNGULOS

Fonte: Tavares (2013).

Na ordem da figura 5, podemos pensar que o equilátero tem dois lados iguais, na
sequência, nas classificações dos ângulos, o triângulo retângulo possui um ângulo de 90°, o
triângulo acutângulo, os três ângulos são agudos, ou seja, menores que 90° e no obtusângulo
possui um ângulo obtuso, maior que o ângulo reto e menor que 180° (90 < α < 180°).
Ou seja, podemos pensar da seguinte forma:

Ex. 05
Dadas as medidas a baixo, classifique os triângulos com base nos lados dados:
I) 10 cm,8cm e 7cm
II)13 cm,12 cm e 5 cm
III)12 cm,7 cm e 7cm

Resolução:
I)

Portanto:

Logo é um triângulo Acutângulo.

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 55


II)

Veja dessa vez que:

Então é um triângulo Retângulo.

III)

Portanto:

Dessa forma é um triângulo Obtusângulo.

Ex. 06
A partir do triângulo isósceles da figura abaixo, determine o valor do ângulo α.

FIGURA 7 – EXEMPLO 06

Fonte: O Autor (2022).

Resolução:
Como os dois lados destacados do triângulo isósceles são iguais, então o ângulo
formado entre eles e a base é o mesmo, ou seja, o ângulo α formado do lado esquerdo
também aparece no lado direito.
Ademais, como a somatória dos ângulos internos é sempre 180°, então temos:

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 56


3. PONTOS NOTÁVEIS DE UM TRIÂNGULO

Todo triângulo possui algumas características que relacionam seus lados com
diagonais que dividem um ângulo na metade (bissetrizes) ou que fragmentam o lado oposto
na metade. Vamos ver cada um desses fatos notáveis:

1. Baricentro: O baricentro é o ponto de encontro das três medianas de um triângulo.


Lembrando que a mediana de um triângulo é o segmento de reta que une um
vértice ao ponto médio oposto.

FIGURA 8 – MEDIANAS DE TRÊS PONTOS DE UM TRIÂNGULO

Fonte: O Autor (2022).

Respectivamente na figura 7 são três medianas, um para cada vértice de um


triângulo. Embora o triângulo usado nessa figura foi equilátero, a mediana é traçada em
qualquer outro triângulo também.
Agora vamos ao baricentro, que é o único ponto de encontro das três medianas de
um triângulo.

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 57


FIGURA 9 – BARICENTRO DE UM TRIÂNGULO

Fonte: Tavares (2013).

Um fato interessante sobre esse primeiro caso é que a mediana que liga o vértice A
até o ponto médio a, pode ser dividia em duas partes: O segmento que une o vértice A até
o baricentro e o segmento de reta que une o baricentro até o ponto a. A surpresa está que
o segmento maior é sempre o dobro do segmento menor. Isso vale para as medianas dos
vértices B e C também! Exemplo, se a mediana que liga o ponto C até o lado oposto possui
6 centímetros, então o segmento que une o ponto B até o baricentro vale 4 centímetros,
enquanto o segmento que une o baricentro até o ponto c vale 2 centímetros.

2. Incentro: Ao traçar três bissetrizes, uma para cada vértice, haverá um único ponto
de encontro entre os três segmentos de reta, esse ponto é chamado de Incentro.

FIGURA 10 – INCENTRO DE UM TRIÂNGULO

Fonte: Tavares (2013).

Vale ressaltar que dentro do triângulo analisado podemos escrever uma circunfe-
rência, ou seja, uma circunferência inscrita. Toda circunferência possui um ponto central.
Nesse caso, o ponto de encontro das três bissetrizes, o incentro, é o centro da circunferência
inscrita no triângulo.

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 58


Observe com muita atenção que foram vistos dois tipos de segmentos de retas: I)
A mediana “sai” de um vértice e divide o lado oposto a esse vértice ao meio. II) A bissetriz
divide o ângulo do vértice em questão pela metade e não necessariamente o lado oposto ao
quando ela intercepta será dividido ao meio. Vamos agora introduzir um terceiro segmento
de reta, a mediatriz, que é um segmento responsável por dividir um lado do triângulo ao
meio sem estar “partindo” de um vértice. Com o auxílio desse terceiro segmento vamos ao
terceiro fato notável.

3. Circuncentro: É o ponto de encontro das mediatrizes dos lados de um triângulo.

FIGURA 11 – CIRCUNCENTRO DE UM TRIÂNGULO

Fonte: Tavares (2013).

Assim como foi o incentro, o circuncentro também tem uma característica


interessante. Suponha agora que ao invés de fazer uma circunferência por dentro
do triângulo, a mesma seja feita por fora. Então o Circuncentro é o ponto central da
circunferência circunscrita em um triângulo.
Por fim, vamos entrar com o quarto segmento de reta clássico dos triângulos, a
altura. Uma altura é a reta perpendicular de um vértice que liga o lado oposto a ele. Talvez
nesse exato momento você esteja se perguntando: “Então qual a diferença entre a altura e
a mediana?” A resposta está no ângulo formado no lado oposto ao vértice. Na altura, é uma
reta que literalmente dita a altura do vértice tratando o lado oposto como uma base e, por
isso, a reta da altura forma um ângulo perpendicular em relação ao lado oposto ao vértice.
Por outro lado, na mediana, que é um segmento de reta que une o vértice ao lado oposto,
o ângulo formado não é necessariamente o ângulo reto.

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 59


4. Ortocentro: O ponto de encontro das três retas suportes das alturas de cada
vértice é denominado Ortocentro.

FIGURA 12 – ORTOCENTRO DE UM TRIÂNGULO

Fonte: Tavares (2013).

Antes de finalizarmos esse capítulo, vamos à um fato extra e extremamente curioso


pouco relatado na literatura. Os pontos analisados anteriormente: Ortocentro, Baricentro e
Circuncentro, passam todos por uma mesma reta, denominada Reta de Euler. Nessa reta,
corriqueiramente o Incentro não está incluso.

FIGURA 13 – ORTOCENTRO DE UM TRIÂNGULO

Fonte: Tavares (2013).

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 60


4. SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS

Dois ou mais triângulos são ditos semelhantes quando possuem os três ângulos
congruentes e os lados homólogos proporcionais. Ou seja, uma relação biunívoca entre
seus vértices. Vamos analisar esse conceito através da figura abaixo:

FIGURA 14 – SEMELHANÇA ENTRE DOIS TRIÂNGULOS

Fonte: Souza; Siqueira; Teixeira; Costa (2012).

Se os triângulos são semelhantes as medidas devem satisfazer a seguinte ordem


de proporção:

E também o ângulo de cada vértice será o mesmo:

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 61


Na primeira relação, que é a razão entre as distâncias, a proporção entre dois
lados de diferentes triângulos resulta em um valor constante, chamado de razão de
proporcionalidade (K) entre os dois triângulos.
Existe também um outro teorema que diz: Se uma reta é paralela à um dos lados
de um triângulo e intercepta os outros dois em pontos distintos, então o triângulo que ela
determina é semelhante ao primeiro.
Podemos ver esse resultado na imagem abaixo:

FIGURA 15 – SEMELHANÇA NO MESMO TRIÂNGULO

Fonte: Souza; Siqueira; Teixeira; Costa (2012).

Como pode ser visto na figura anterior, uma reta paralela aos vértices EF é traçada,
unindo dois novos pontos GH. É possível ver que foi formado um triângulo dentro do triângulo
já existente. Esse resultado nos leva a seguinte conclusão:

Além disso:

Com isso, podemos concluir também que se a razão entre dois triângulos é K,
então qualquer outro elemento homólogo obedece a essa razão de proporção. Em outras
palavras, as alturas base comparando dois triângulos, ou raio da circunferência inscrita,
bem como a circunscrita.

4.1 Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Vamos trabalhar agora com uma relação importante exclusiva e deixar um “gancho”
para a próxima e última unidade, que será dedicada ao Teorema de Pitágoras e as relações
do triângulo retângulo. Iremos primeiramente definir uma relação métrica do triângulo
retângulo e depois uma dentre as 400 possíveis demonstrações do Teorema de Pitágoras.
Admita o seguinte triângulo retângulo:

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 62


FIGURA 16 – MÉTRICAS DO TRIÂNGULO RETÂNGULO

Fonte: O Autor (2022).

Suponha agora que uma reta altura seja posicionada no ângulo reto. Com isso
podemos dividir o triângulo em questão da seguinte forma:

FIGURA 17 – DOIS TRIÂNGULOS SEMELHANTES

Fonte: O Autor (2022).

Com isso, em cada triângulo temos os seus respectivos ângulos correspondentes.


Nesse caso, vamos comparar o triângulo da figura 16 com o primeiro da figura 17:

FIGURA 18 – COMPARAÇÃO DA FIGURA 16 COM 17

Fonte: O Autor (2022).

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 63


Da mesma forma, comparando os dois triângulos da figura 17:

Comparando o triângulo da figura 16 com o segundo da figura 17:

FIGURA 19 – COMPARAÇÃO DA FIGURA 16 COM 17

Fonte: O Autor (2022).

Vamos somar agora duas das quatro métricas apresentadas:

Somando as duas equações, temos:

Olhando para a figura 15, podemos ver que a base foi dividida fazendo a = m + n.
Logo:
c2 + b2 = a.a
Portanto:
c2+b2 = a2
Esse resultado é o Teorema de Pitágoras.

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 64


SAIBA MAIS

No estudo das leis da gravitação, Kepler descreve que os planetas percorrem órbitas
elípticas em torno do Sol. Porém, além disso, em quaisquer dois pares de pontos
subsequentes do movimento de translação, os planetas varrem áreas iguais em um
mesmo intervalo de tempo. Essa foi conhecida como a segunda lei de Kepler para a
gravitação universal.

Fonte: O Autor (2022).

REFLITA

As pirâmides do Egito foram construídas a mais de milênios e ainda a engenharia atual


busca entender diversas formas para que aquelas estruturas monumentais fossem
construídas. É de nosso conhecimento que os egípcios eram grandes matemáticos.
Hoje, no entanto, sabemos classificar e estudar triângulos com base nos legados de
Pitágoras e outros gregos que vieram muito tempo depois do povo do Egito. Então,
será que o povo egípcio desvendou a geometria dos triângulos muito antes das grandes
mentes gregas?

Fonte: O Autor (2022).

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 65


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Agora que chegamos ao fim dessa unidade, aprendemos mais sobre as proprieda-
des genéricas de triângulos, ou seja, como se calculam os ângulos internos, os externos e
como estão relacionados. Depois disso, como classifica-los e quais as condições para cada
nomenclatura.
Na sequência, vimos pontos notáveis de um triângulo, como baricentro, incentro,
circuncentro e ortocentro. No fim, vimos através das relações de triângulos algumas métricas
e também uma das inúmeras demonstrações do Teorema de Pitágoras.
Esperamos que você tenha aproveitado ao máximo esse momento de estudo.

Até a próxima!

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 66


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: A fascinante história da matemática
Autor: Mickaël Launay.
Editora: Difel; 2ª edição.
Sinopse: Nos tempos pré-históricos a matemática nasceu para
ser útil. Os números serviam para contar os carneiros do rebanho.
Com a geometria, era possível medir campos e traçar estradas. A
história poderia parar por aí, mas ao longo dos séculos o Homo
sapiens admirou-se ao descobrir os caminhos sinuosos dessa
ciência às vezes abstrata. Evidentemente, a história da matemática
foi escrita por homens e mulheres de espantosa genialidade, mas
não se engane: as verdadeiras heroínas desse “grande romance”
são as ideias.

FILME/ VÍDEO
Título: A demonstração do Teorema de Pitágoras (via experimento)
Ano: 2013.
Sinopse: Neste vídeo é feita um experimento que prova o
Teorema de Pitágoras da forma mais simples. A quantidade de
líquido que preenche o quadrado da hipotenusa também ocupa,
simultaneamente, os quadrados de cada cateto.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=bS-D0XeFMPQ

UNIDADE III A Geometria Dos Triângulos 67


UNIDADE IV
O Teorema
de Pitágoras
Prof. Me. Arthur Ernandes Torres da Silva

Plano de Estudo:
● Conceituação do Teorema de Pitágoras;
● Estudo das Relações Trigonométricas;
● Generalização do Teorema de Pitágoras;
● Recíproco do Teorema de Pitágoras.

Objetivos da Aprendizagem:
● Exemplificar a abordagem do teorema de Pitágoras com a resolução de exercícios;
● Definir as relações trigonométricas advindas do triângulo
retângulo, como seno, cosseno e tangente;
● Estudar a generalização do Teorema de
Pitágoras e sua relação recíproca.

68
INTRODUÇÃO

Prezado(a) aluno(a),

A princípio, esta unidade abordará o Teorema de Pitágoras e resolverá alguns


exercícios. Em seguida, discutirá as três relações trigonométricas de maior impacto no
campo matemático e, posteriormente, explicará a generalização do Teorema de Pitágoras
e sua relação recíproca. Para tal intento, serão trabalhados conceitos teóricos e aplicações
de exercícios práticos oriundos de situações-problema.
Esperamos que os conteúdos apresentados nesta unidade sejam bastante
proveitosos para a sua formação acadêmica.

Bons estudos!

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 69


1. CONCEITUAÇÃO DO TEOREMA DE PITÁGORAS

O Teorema de Pitágoras pode ser conceituado de diversas maneiras. Neste capítulo,


adotaremos a área dos quadrados de cada lado do triângulo retângulo para exemplificar de
forma simples e eficaz este famoso teorema.
A princípio é válido destacar que o triângulo retângulo é caracterizado por possuir
um dos ângulos internos iguais a 90°, isto é, um ângulo reto.

FIGURA 1 – TRIÂNGULO RETÂNGULO

Note que a imagem acima ilustra a figura de um triângulo retângulo de lado A, B e


H, de modo que o lado oposto ao ângulo reto é chamado de hipotenusa e os dois outros
lados são nomeados como catetos.
Diante do exposto, se considerados os lados do triângulo, é possível definir o teo-
rema de Pitágoras como:

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 70


A soma das áreas dos quadrados construídos sobre os catetos corresponde a área
do quadrado construído sobre a hipotenusa.
Observe um esquema deste teorema:

FIGURA 2 – DEMONSTRAÇÃO DO TEOREMA DE PITÁGORAS

De modo geral, o teorema defende que, se o lado a medir 3, o quadrado sobre


ele tem o valor de 9, visto que a área de um quadrado é lado multiplicado pelo lado. Em
contrapartida, o lado b tem tamanho de 4 e, por consequência, o quadrado acima dele tem
o valor de 16. Assim sendo, o quadrado acima do lado c é a soma da área do quadrado de
lado a mais a área do quadrado de lado b.
Assim, o Teorema de Pitágoras pode ser representado pela seguinte expressão
matemática:
( cateto )2 + ( cateto )2 = ( hipotnusa )2

HORA DE EXERCITAR
Ex. 01
Dê o valor da hipotenusa

FIGURA 3 – TRIÂNGULO RETÂNGULO COM LADOS IGUAIS A 3 E 4

Fonte: O autor (2022).

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 71


Resolução:
Com base no Teorema de Pitágoras, tem-se que:

Ex. 02
Calcule o valor de x, que equivale à hipotenusa do triângulo retângulo abaixo.

FIGURA 4 - TRIÂNGULO RETÂNGULO COM LADOS IGUAIS A 10 E 24

Fonte: O autor (2022).

Resolução:
Com base no Teorema de Pitágoras, tem-se que:

Ex. 03
Adote o Teorema de Pitágoras e ache o valor de x no triângulo retângulo a seguir.

FIGURA 5 - TRIÂNGULO RETÂNGULO COM LADOS IGUAIS A 12 E 14

Fonte: O autor (2022).

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 72


Resolução:
Adotando o teorema de Pitágoras, tem-se que:

Ex. 04
Encontre o valor da hipotenusa na figura a seguir.

FIGURA 6 - TRIÂNGULO RETÂNGULO COM LADOS IGUAIS A 6 E 18

Fonte: O autor (2022).

Resolução:
Adotando o teorema de Pitágoras, tem-se que:

Ex. 05
Utilizando o Teorema de Pitágoras, defina o valor desconhecido da hipotenusa.

FIGURA 7 - TRIÂNGULO RETÂNGULO COM LADOS IGUAIS A √7 E 3

Fonte: O autor (2022).

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 73


Resolução:
Com base no Teorema de Pitágoras, tem-se que:

Ex. 06
Com relação ao triângulo representado abaixo, ache o valor de x.

FIGURA 8 - TRIÂNGULO RETÂNGULO COM LADOS IGUAIS A 2,5 E 6

Fonte: O autor (2022).

Resolução:
A partir do Teorema de Pitágoras, tem-se que:

Ex. 07
Determine o valor da hipotenusa com base no Teorema de Pitágoras.

FIGURA 9 - TRIÂNGULO RETÂNGULO COM LADOS IGUAIS A 9 E 16

Fonte: O autor (2022).

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 74


Resolução:
A partir do Teorema de Pitágoras, tem-se que:

Ex. 08
Calcule o valor do cateto do triângulo representado pela figura a seguir.

FIGURA 10 - TRIÂNGULO RETÂNGULO COM LADOS IGUAIS A √10 E 1

Fonte: O autor (2022).

Resolução:
Conforme o Teorema de Pitágoras, tem-se que:

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 75


2. ESTUDO DAS RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

Observe o triângulo retângulo ilustrado a seguir:

FIGURA 11 – TRIÂNGULO RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Conforme explicado anteriormente, α + β+ 90° = 180°, onde α e β são dois ângulos


menores que noventa graus. Existe, portanto, uma relação entre os lados do triângulo com
os dois ângulos desconhecidos, de modo que alguns padrões sejam verificados:

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 76


Em que, sin(ângulo) é o seno de um ângulo qualquer, cos (ângulo) é o co-seno e
tan (ângulo) é a tangente.
Como encontrar o cateto oposto e o adjacente? Tomando o ângulo β como referência,
temos que o cateto oposto é o cateto 1, isto é, o cateto que está “do outro lado”. Dando
continuidade, o cateto adjacente é o cateto 2, que é o cateto que está junto ao ângulo.
Agora, observando o ângulo α, tem-se que o cateto oposto a ele é o cateto 2, enquanto o
cateto adjacente é o cateto 1. Conhecendo um dos ângulos do triângulo retângulo e um dos
lados, pode-se determinar os demais lados.
A tabela a seguir apresenta os valores de seno, cosseno e tangente dos ângulos
mais utilizados nas relações trigonométricas:

TABELA 1 – RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS


Ângulo Seno Cosseno Tangente
30° ½ √3/2 √3/3
45° √2/2 √2/2 1
60° √3/2 ½ √3
Fonte: O autor (2022).

HORA DE EXERCITAR
Ex. 01
Encontre o valor de sen(α), cos(α) e tg(α) no triângulo retângulo a seguir:

FIGURA 12 - TRIÂNGULO RETÂNGULO COM LADOS IGUAIS A √5, 1 E 2

Fonte: O autor (2022).

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 77


Resolução:
Ex. 02
Determine o valor de sen(α), cos(α) e tg(α) no triângulo retângulo abaixo:

FIGURA 13 - TRIÂNGULO RETÂNGULO COM LADOS IGUAIS A 5, 3 E 4

Fonte: O autor (2022).

Resolução:

Ex. 03
Use a tabela de ângulos e ache o valor do lado desconhecido do triângulo.

FIGURA 14 - TRIÂNGULO RETÂNGULO COM LADOS IGUAIS A X E 6

Fonte: O autor (2022).

Com o cos(30°), descobriríamos o cateto adjacente a ele. Porém, esta não é a


finalidade do exercício. Assim, após calcular o cos(30°), teríamos que calcular o cateto
adjacente, adotando o teorema de Pitágoras ou calculando a tangente. Contudo, seria um
trabalho desnecessário, já que existe uma forma mais veloz de resolver o exercício.

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 78


Note que o nós temos o valor da hipotenusa e desejamos saber o valor do cateto
oposto ao ângulo de 30°. Assim,

Multiplicando cruzado:

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 79


3. GENERALIZAÇÃO DO TEOREMA DE PITÁGORAS

Os capítulos anteriores nos mostraram que o Teorema de Pitágoras diz respeito


à soma da área de cada quadrado construído sobre os catetos e a hipotenusa, conforme
ilustra a figura a seguir:

FIGURA 15 – PROVA DO TEOREMA DE PITÁGORAS USANDO QUADRADOS

Fonte: Silva, Fanti e Pedroso (2016).

Todavia, e se no lugar de quadrados sobre cada lado do triângulo retângulo existisse


outro polígono? Para responder essa pergunta, faz-se agora uma análise baseada nos
pressupostos teóricos de Silva, Fanti e Pedroso (2016), de modo que nos mostra que o
Teorema de Pitágoras vai muito mais além.

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 80


A partir dos autores já citados, pode-se afirmar que:
1. A soma das áreas dos triângulos equiláteros sobre cada um dos catetos é igual a
área do triângulo equilátero sobre a hipotenusa de um triângulo retângulo.

FIGURA 16 – PROVA DO TEOREMA DE PITÁGORAS USANDO TRIÂNGULOS EQUILÁTEROS

Fonte: Silva, Fanti e Pedroso (2016).

2. A soma da área de polígono de n lados construídos sobre os catetos, é igual a área


do polígono de n lados construídos sobre a hipotenusa de um triângulo retângulo.

FIGURA 17 – PROVA DO TEOREMA DE PITÁGORAS USANDO POLÍGONOS

Fonte: Silva, Fanti e Pedroso (2016).

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 81


3. Complementares dos triângulos equiláteros construídos no interior dos quadrados
e tendo como base os lados do triângulo retângulo.

FIGURA 18 – PROVA DO TEOREMA DE PITÁGORAS USANDO TRIÂNGULOS


EQUILÁTEROS CONSTRUÍDOS NO INTERIOR DOS QUADRADOS

Fonte: Silva, Fanti e Pedroso (2016).

4. Quadrados inscritos tomando os pontos médios dos quadrados dos lados do


triângulo retângulo.

FIGURA 19 – PROVA DO TEOREMA DE PITÁGORAS USANDO QUADRADOS


INSCRITOS TOMANDO OS PONTOS MÉDIOS DOS QUADRADOS DOS LADOS DO
TRIÂNGULO RETÂNGULO

Fonte: Silva, Fanti e Pedroso (2016).

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 82


5. Triângulos equiláteros inscritos considerando os pontos médios dos triângulos
equiláteros que tem como base os lados do triângulo retângulo.

FIGURA 20 – PROVA DO TEOREMA DE PITÁGORAS USANDO TRIÂNGULOS


EQUILÁTEROS INSCRITOS EM TRIÂNGULOS EQUILÁTEROS

Fonte: Silva, Fanti e Pedroso (2016).

Há ainda a extensão para o teorema de Pitágoras a partir de figuras não retilíneas,


formadas por segmentos de retas, circunferências ou arco de circunferências. Veja alguns
exemplos:

6. Círculos inscritos nos quadrados e semicírculos com diâmetro sobre os lados do


triângulo.

FIGURA 21 – PROVA DO TEOREMA DE PITÁGORAS USANDO QUADRADOS E


SEMICÍRCULOS

Fonte: Silva, Fanti e Pedroso (2016).

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 83


7. Quadrantes sobre os lados do triângulo e setores angulares sobre os lados do
triângulo retângulo.

FIGURA 22 – PROVA DO TEOREMA DE PITÁGORAS USANDO SETORES DE ANGULARES

Fonte: Silva, Fanti e Pedroso (2016).

8. Círculos inscritos nos triângulos equiláteros.

FIGURA 23 – PROVA DO TEOREMA DE PITÁGORAS USANDO CIRCUNFERÊNCIAS EM


TRIÂNGULOS EQUILÁTEROS

Fonte: Silva, Fanti e Pedroso (2016).

Entre muitas outras formas.

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 84


4. RECÍPROCO DO TEOREMA DE PITÁGORAS

Em um triângulo retângulo, o valor da hipotenusa ao quadrado é igual à soma de cada


um dos catetos ao quadrado. Contudo, podemos afirmar o contrário? Ou seja, uma vez que
saibamos a medida de três lados de um triângulo, é possível verificar se ele é um triângulo
retângulo utilizando o Teorema de Pitágoras? Isso é o recíproco do teorema de Pitágoras.
Vamos refletir sobre dois exemplos para entendermos essa correlação.

Ex. 01
Dado o triângulo

FIGURA 24 – TRIÂNGULO ABC

Fonte: O autor (2022).

Sabendo que AB = 6, BC = 8 e que AC = 10, comprove se o triângulo é retângulo.

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 85


Resolução:
Quando um triângulo é retângulo, o maior lado é a hipotenusa. Assim, tem-se que:

Agora, vamos analisar se essas medidas satisfazem o Teorema de Pitágoras.

Como a relação foi satisfeita, é possível afirmar que o triângulo ABC é retângulo.

Ex. 02
Dado o triângulo

FIGURA 25 – TRIÂNGULO MNP

Fonte: O autor (2022).

Sabendo que MN = 5, NP = 7 e que MP = 9, comprove se o triângulo é retângulo.


Com base nesses valores, tem-se que:

Fazendo o cálculo,

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 86


Como a relação não foi satisfeita, pode-se dizer que o triângulo MNP não é retângulo.

Ex. 03
Indique quais triângulos são retângulos, conforme as medidas de seus respectivos
lados. Lembre-se que o maior valor é a hipotenusa.
a) 2,2 e 3
b) 4,5 e √41
c) 7,24 e 25
d) 2,3 e 4

Resolução:
a)

Logo, não é retângulo.

b)

Logo, é um triângulo retângulo.

c)

Logo, é um triângulo retângulo.

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 87


d)

Logo, não é retângulo.

4.1 Ternos Pitagóricos


Imagine que você esteja buscando uma forma de encontrar as medidas de um
triângulo retângulo, mas sem usar o teorema de Pitágoras. Como fazer isso? Você pode
adotar a comparação de triângulos!
Basicamente, o cálculo dos ternos pitagóricos diz respeito à comparação de um
triângulo com lados conhecidos e com outro que tem medidas proporcionais. Veja os
exemplos a seguir.

Ex. 04
Dado os triângulos representados na figura abaixo, calcule a hipotenusa que resta
no segundo triângulo.

FIGURA 26 – TRIÂNGULOS RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Resolução:
Verifique que o cateto na vertical do primeiro triângulo em comparação com
o segundo aumentou três vezes. O cateto que é a base do primeiro retângulo também
aumenta três vezes. Logo, em razão dois lados terem tal proporção, a hipotenusa também
terá seu valor duplicado. Assim, x = 15.

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 88


Ex. 05
A partir dos triângulos apresentados na figura abaixo, dê o cateto que falta no
segundo triângulo.

FIGURA 27 – TRIÂNGULOS RETÂNGULO

Fonte: O autor (2022).

Resolução:
Começamos pela hipotenusa, que é um número múltiplo de 5, já que o triângulo da
esquerda tem hipotenusa igual a 5 e o da direita igual a 25. Logo, as medidas devem ter tal
proporção. Assim, o lado 20 do segundo triângulo é múltiplo de 4 ou de 3? 20/4=5 e 20/3 não
dá um número inteiro. Então, o lado correspondente ao 4 é 20, aumentando cinco vezes, assim
como ocorreu em 5 para 25. Seguindo a lógica, o lado 3 aumenta 5 vezes. Portanto, x = 15.

SAIBA MAIS

Na matemática existem os números complexos, que englobam o conjunto dos números


naturais. Nesse caso, podemos definir uma grandeza em duas partes, a parte real e
imaginária. Grandezas essas como impedância elétrica, condutividade entre outras.
No entanto, medidas como largura de um quadrado, ou a hipotenusa de um triângulo,
bem como medidas de ângulos não possuem parte real e imaginária, pois não trazem
significado físico.

Fonte: O autor (2022).

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 89


REFLITA

A natureza em nossa volta recria padrões em todos os aspectos, da mesma forma como
os triângulos e as análises de Pitágoras. Como por exemplo a terceira lei de Kepler da
astronomia, a qual afirma que o período de revolução de um planeta ao quadrado dividido
pelo raio médio do mesmo em sua órbita é sempre igual, para qualquer planeta em nosso
Sistema Solar. As plantas, os caracóis, o desenho em espiral da Via Láctea, seguem a
série de Fibonacci. Você seria capaz de dar um exemplo de outro padrão natural?

Fonte: O autor (2022).

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 90


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estudamos várias aplicações do Teorema de Pitágoras. Uma delas refere-se à


forma recíproca, na qual podemos classificar um triângulo desconhecido como triângulo
retângulo, seguindo a relação pitagórica.
Aprendemos também a extensão do teorema, já que cada lado do triângulo não
necessariamente deve ser um quadrado, mas um polígono ou outras formas geométricas.
Outrossim, dedicamos alguns momentos às relações trigonométricas básicas que têm
ampla aplicabilidade em qualquer área das ciências exatas.
Esperamos que você tenha aproveitado ao máximo esse momento de estudo,
conciliando a teoria aos exercícios.

Até a próxima!

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 91


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Pitágoras: Ciência e Magia na Antiga Grécia
Autor: Carlos Brasílio Conte.
Editora: Madras.
Sinopse: Muito do que ainda se desconhecia a respeito de Pitágo-
ras encontra-se nesta obra, resultado do trabalho de uma intensa
pesquisa do autor, mostrando a magia e a ciência que envolveu a
vida deste iniciado que afirmava: “tudo são números”.


FILME/ VÍDEO
Título: A demonstração do Teorema de Pitágoras (via experimento)
Ano: 2013.
Sinopse: Neste vídeo é feita um experimento que prova o
Teorema de Pitágoras da forma mais simples. A quantidade de
líquido que preenche o quadrado da hipotenusa também ocupa,
simultaneamente, os quadrados de cada cateto.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=bS-D0XeFMPQ

UNIDADE IV O Teorema de Pitágoras 92


REFERÊNCIAS

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CONCLUSÃO GERAL

Prezado(a) aluno(a),

Neste material, busquei trazer para você os principais tópicos da geometria Plana e
Euclidiana. Começamos nossa jornada pelos axiomas de Euclides, a definição de semento
de reta, plano e pontos e como representar cada um deles.
Salientamos também as principais propriedades e diferenças entre vários tipos de
polígonos e quadriláteros, como classificá-los e a determinar o número de diagonais. Saber
calcular áreas de quadrados, triângulos, trapézios e circunferências, bem como entender
suas distinções com pequenas propriedades é de extrema importância.
Após isso, aprendemos mais sobre as propriedades genéricas de triângulos, ou
seja, como se calculam os ângulos internos, os externos e como estão relacionados. Depois
disso, como classifica-los e quais as condições para cada nomenclatura.
Na sequência, vimos pontos notáveis de um triângulo, como baricentro, incentro,
circuncentro e ortocentro. No fim, vimos através das relações de triângulos algumas métricas
e também uma das inúmeras demonstrações do Teorema de Pitágoras.
Finalizamos com a extensão do teorema de Pitágoras, já que cada lado do triângulo,
não necessariamente deve ser um quadrado, mas um polígono ou outras formas geométricas.
Isso foi mostrado usando sem circunferências, quadrados, outros triângulos e etc. Além
disso, entender como funciona o Recíproco do Teorema de Pitágoras e os ternos pitagóricos,
complementa todo o conhecimento adquirido a respeito do estudo dos triângulos
A partir de agora acreditamos que você já está preparado para seguir em frente
desenvolvendo ainda mais suas habilidades em cálculo, para compreender diversas áreas
da física e engenharia.
Até uma próxima oportunidade.

Muito Obrigado!

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