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Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-reitor:
Prof. Me. Ney Stival
Diretora de Ensino a Distância:
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Profa. Ma. Daniela Ferreira Correa
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não Designer Educacional:
vale a pena ser vivida.” Clovis Ribeiro do Nascimento Junior
© Direitos reservados à UNINGA - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Este material, da disciplina de Metodologia Científica, foi pensado visando contribuir
para a busca do conhecimento nas mais diversas fontes existentes. Iniciemos esse processo de
busca entendendo o conceito de texto, para seguirmos rumo ao texto científico, trazendo o con-
ceito de ciência, entendendo os tipos de conhecimento, situando a universidade nesse contexto,
nas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Será proposto esse primeiro contato com a pesqui-
sa e a vida na universidade, suas fases e a busca de fontes que a sustentem.
Sendo assim, nesse primeiro momento, para que todo esse processo se desenvolva de
modo agradável, é necessário conscientizar-se de que as leituras indicadas no programa em cada
Unidade de ensino devem ser realizadas, bem como assistidos os vídeos e realizadas todas as
avaliações, ou orientações sugeridas pelo tutor da disciplina, pois, dessa forma, conseguiremos
fazer com que cada trabalho escrito seja como almejou Lima (2006): “uma produção científica
com saberes e sabores”.
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ENSINO A DISTÂNCIA
NOÇÃO DE TEXTO
Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto
final. No meio você coloca ideias (Pablo Neruda).
Iniciemos nossas ‘conversas escritas’, se assim podemos chamar, com esse pensamento
de Pablo Neruda, por meio do qual o ato de escrever parece algo tão simples e fácil de acontecer.
Começamos com letra maiúscula, terminamos com um ponto final e no meio colocamos ideias.
Uma palavra apenas: “ideias” e tanta coisa a ser pensada, tanta dificuldade para se colocar no pa-
pel, normas a serem seguidas, grafias a serem consertadas, lacunas a serem preenchidas... Enfim,
escrever, para muitos, não é tarefa simples demais, pelo contrário, é um trabalho árduo, que re-
quer muito esforço e treinamento. Quando se fala em escrita científica então, o assunto parece ter
menos adeptos, pois aquelas “ideias” sempre precisam vir acompanhadas de uma série de normas
e regras.
Antes de estabelecermos contato especificamente com o texto científico, é importante
entendermos o sentido que a palavra ‘‘texto’’ nos traz. Quando recorremos à sua etimologia per-
cebemos a ligação entre texto e tecido.
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ENSINO A DISTÂNCIA
CIÊNCIA E CONHECIMENTO
Começar pelo início parece a melhor ordem a se seguir, sendo, portanto primordial que
entendamos o que é ciência. Se tomarmos por base a definição do termo, pelo dicionário Aurélio,
teremos como sinônimos o saber, a instrução e conhecimentos básicos, ou um conjunto de co-
nhecimentos fundados sobre princípios certos. Uma definição assim seria ampla demais, tendo
em vista que a própria definição de conhecimento é também um vasto campo a ser explanado.
Mais do que isso, o saber e o conhecer são verbos que acompanham a humanidade desde os seus
primórdios. Para entender os princípios da ciência seria preciso realizar uma viagem histórica,
começando pelo mito, a forma mais elementar do conhecimento, ressaltando em cada período,
como cada civilização desenvolveu o saber, construiu o conhecimento, fazendo, portanto, ciên-
cia.
Lehfeld (2007) concede tanto à ciência, quanto à arte, a capacidade de criar e construir
conhecimento, necessitando ambas de inovação e vazão à criatividade. Também, tanto na arte
quanto na ciência, existe uma liberdade ontológica, que se caracteriza pela finalidade de apreen-
der e explicar o ser. Ambas apresentam visões e concepções a respeito do mundo e do homem
inserido neste mundo, considerando seu contexto pessoal, cultural e político. Ambas surgem em
Como se nota, a palavra conhecimento aparece sempre que se define ciência. Etimologi-
camente, o termo deriva do latim, sendo composto de cune+noscere= cognoscere, significando
“procurar saber”, “junto/com o saber”. Tal definição nos auxilia em uma melhor compreensão,
considerando que todo ser humano racional procura saber algo sobre a realidade que o cerca,
estando em contato com ela, investigando-a para poder agir, sobreviver e conviver.
Lehfeld (2007) reitera que essa ação de conhecer é natural, ocorrendo por meio da obser-
vação, assimilação de crenças religiosas, sentimentos, motivações, ocorridos de modo dinâmico,
sendo formal ou informal. É este ato de conhecer que possibilita a ação e o controle, realizados de
forma autônoma.
Para tanto, existem formas plurais de conhecimento, de procurar saber sobre algo, assimi-
lar ou apreender suas características.
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ENSINO A DISTÂNCIA
TIPOS DE CONHECIMENTO
Vários autores concordam em classificar o conhecimento em quatro tipos: popular, re-
ligioso, filosófico e científico (GIL, 1995; LAKATOS; MARCONI, 2003; TRUJILLO FERRARI,
1982).
Ander Egg (1978) explicita as características do conhecimento popular, de modo bas-
tante explicativo. É, portanto, superficial, ao basear-se nas aparências; sensitivo, por referir-se às
vivências e emoções do cotidiano; subjetivo, por ser organizado pelo próprio sujeito partindo de
suas experiências vividas; assistemático, por não existir sistematização para se obter as ideias ou
formalizá-las; e acrítico, por não se manifestar de forma crítica. Desse modo, ele é conferido pela
familiaridade que se tem com os objetos, sendo resultado de suposições e de experiências pes-
soais, através de uma informação íntima, que não fora refletida o bastante. Assim, como afirma
Trujillo Ferrari (1982, p. 6) por meio desse conhecimento, também reconhecido como familiar,
as pessoas conseguem saber que água é um líquido; mas, não necessitam compreender como se
origina e qual é a sua composição molecular, o que já seria de outro domínio. Para esse conheci-
mento não há necessidade de juízos valorativos sendo também características: a ausência de um
rigor metodológico de busca, a inexatidão, o ser falível e o não planejamento.
Para saber mais sobre o MITO como uma forma primitiva do conhecimento
religioso, vale fazer a leitura de parte do texto de “SAGAN, C. Cosmos. Rio de
Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora, 1989”, que pode ser encontrado no
capítulo de Candido J. (s. d) sobre a Ciência. Disponível em:
<http://wwwp.feb.unesp.br/jcandido/metodologia/Apostila/CAP01PG.pdf>.
Acesso em: out. 2017.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Observemos nas palavras de Trujillo e Ferrari (1982) o que reiteram Marconi e Lakatos
(2000), afirmando que essas formas de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa. Pode
haver, por exemplo, um cientista voltado ao estudo da física, que pode ser crente praticante de
uma determinada religião, estar filiado a um sistema filosófico e, em muitos aspectos de sua vida
cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes do senso comum.
A figura 1 nos mostra um pouco dessa mistura. Horvath (2012) ressalta que essa divisão
dos conhecimentos é algo moderno, sendo que em outros períodos filosofia, ciência e religião
eram concebidas de forma unificada, de modo que essa divisão acaba se tornando algo apenas
com fins didáticos.
O autor entende que o filósofo busca a sabedoria e o conhecimento a fim de entender a
realidade a sua volta. Mas, nessa busca, ele não é o único. Também o cientista procura conhecer
as forças que regem a natureza e a sociedade, assim como o teólogo caminha para a busca do en-
tendimento de Deus, como Ele se revela e como a sociedade o percebe ao longo de sua história.
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1 ENSINO A DISTÂNCIA
Para finalizarmos essa primeira etapa cabe colocar o quadro explicativo, elaborado por
Trujillo 1974, apud Marconi e Lakatos (1991):
CONHECIMENTO CONHECIMENTO CONHECIMENTO CONHECIMENTO
POPULAR CIENTÍFICO RELIGIOSO FILOSÓFICO
Foram retiradas as fontes dessas citações. Leia, tentando colocar a que tipo de :z:
:::::,
conhecimento pertence cada uma delas: e:::(
C/)
::::::>
"Há na terra uma única ideia superior: a da imortalidade da alma humana, pois C:1
C/)
todas as outras ideias superiores de que o homem pode viver, nascem somente o...
L.U
dessa ideia."
L.U
Cl
C/)
e:::(
e....:>
"Confia os teus cuidados ao Senhor, e Ele te susterá; jamais permitirá que o justo :z::
e....:>
seja abalado." 'l.U
1--
L.U
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"Com esse forte calor, é certo que mais tarde virá a chuva." C)
Cl
C)
1--
'l.U
"Unidade microscópica estrutural e funcional dos seres vivos, constituída funda '.:2:
O TRIPE DA UNIVERSIDADE
Como introduziu Severino (2007) em seu primeiro capítulo da obra Metodologia do Tra
balho Científico, ingressar em um curso superior já é um alto indicativo de mudança no processo
de ensino aprendizagem entre alunos e professores, visto que tal ingresso implica em um com
prometimento com o processo de forma prática e eficaz.
uningá
Centro Unlveraltárlo
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ENSINO A DISTÂNCIA
Para o autor, esse ensino se efetiva em três objetivos: formar profissionais de diferen-
tes áreas, conferindo-lhes competências técnicas; formar cientistas, disponibilizando métodos
e conteúdos de diversas especialidades do conhecimento e estimular a tomada de consciência
acerca de sua existência histórica, pessoal e social, fazendo com que o aluno entenda sua inserção
na sociedade e humanidade como um todo.
Nesse sentido, a Universidade, como “funcionária do conhecimento” (idem, p. 23) visa
contribuir para o aprimoramento da vida humana em sociedade, prestando a ela serviços, con-
forme sua necessidade e, para dar conta desse compromisso é que são designados para a Univer-
sidade três papeis principais: ensino, pesquisa e extensão.
De modo bem geral, por ensino concebemos a própria transmissão dos conteúdos acu-
mulados, fruto do conhecimento adquirido dentro de cada disciplina; a pesquisa é a busca de
conhecimentos, investigação e transmissão e a extensão, algo que ultrapassa os muros da escola,
interagindo com a sociedade e contribuindo para alguma transformação.
Essas atividades devem se desenvolver de forma articulada para vencer os desafios histó-
rico-sociais os quais vivenciam os seres humanos. Todavia, Severino (2007) explica que no âm-
bito universitário é a pesquisa o ponto básico de sustentação, o que dá apoio às outras atividades,
pois “só se aprende, só se ensina, pesquisando; só se presta serviço à comunidade, se tais serviços
nascerem e se nutrirem de pesquisa” (p.24).
A PESQUISA CIENTÍFICA
Por muito tempo fazer pesquisa científica era tarefa excepcional, realizada apenas opor
algum gênio bem reconhecido por suas grandes repentinas invenções. Atualmente, já se reconhe-
ce que certos avanços científicos são frutos de um trabalho árduo, que envolve pesquisadores em
diferentes níveis de ensino.
Ao observarmos o conceito de pesquisa dado por Gil (2010, p. 01), entendemos a comple-
xidade e o esforço que estão embutidos em tal processo:
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ENSINO A DISTÂNCIA
Percebemos, neste contexto, ser a pesquisa um processo que envolve diversas fases, cuja
finalidade deve ser a apresentação de resultados obtidos com métodos de análise.
No entanto, é necessário dessacralizar a ciência, tornando-a acessível e democrática. E é
justamente nos bancos escolares que a exclusão dos sujeitos se multiplica e perpetua, afastando,
muitas das vezes, o sujeito comum do mundo da pesquisa. Severino (2007) reitera que o conhe-
cimento deve ser construído pela experiência ativa do estudante e não mais ser assimilado passi-
vamente, como ocorre, por exemplo, no ensino básico, outra necessidade de se fazer pesquisa: a
busca e não simplesmente aceitação.
Kourganoff (1990) define a Pesquisa como o conjunto de investigações, operações e tra-
A PESQUISA NA UNIVERSIDADE
A pesquisa na universidade não é tarefa simples demais, porque como os mesmos Cervo
e Bervian (1983, p. 50) reiteram “é uma atividade voltada para a solução de problemas, através do
emprego de processos Científicos”.
Esses processos ou métodos científicos demandam seguir um caminho, ou mais especifi-
camente, determinadas normas, as quais veremos, em detalhes, no decorrer de nossas unidades.
No entanto, tais atividades não ocorrem instantânea ou isoladamente. São reconhecidas e imple-
mentadas atividades de iniciação à pesquisa científica, que permitem ao estudante inserir-se em
práticas de pesquisa, por meio de diferentes projetos de investigação.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Dois exemplos, dados por Severino (2007) Os Programas de Iniciação Científica (PIC) e
os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), que além de eventual contribuição de seus conteú-
dos, fazem com que o aluno, ao executar tais trabalhos, esteja praticando a pesquisa, iniciando
sua vida científica e vivenciando de forma mais privilegiada o aprender. Para o autor, nesse pro-
cesso, cabe ao aluno não apenas se apropriar e armazenar produtos, mas aprender processos. Em
seus estudos, não importa mais “a capacidade de decorar e memorizar milhares de dados, fatos e
noções, mas a capacidade de entender, refletir e analisar os dados, os fatos e as noções” (SEVERI-
NO, 2007, p. 27).
PROBLEMAS DE PESQUISA
Gil (2010) explica os passos para encaminhar uma pesquisa de forma detalhada. Inicia
seu capítulo definindo pesquisa como “o procedimento racional e sistemático, que tem como
objetivo proporcionar respostas aos problemas propostos” (p. 1), devendo ocorrer frente à neces-
sidade de se responder um problema.
Se tomarmos como base as várias significações para a palavra “problema”, muitas vezes a
conceberemos como algo ruim, um obstáculo, uma situação difícil, um distúrbio ou disfunção,
algo fora de controle, causando certo incômodo. No entanto, antecipemos aqui o entendimento
desta palavra em nosso meio acadêmico, entendendo-a como uma indagação, mas não exata-
mente como algo ruim, que necessite ser consertado. Como reforça Gil (2010), dentre as várias
acepções pertinentes ao termo, a mais apropriada é a que caracteriza o problema como um assun-
to ainda não satisfatoriamente respondido, podendo ser objeto de discussões científicas.
Kerlinger (1980, apud GIL, 2010) explica o que pode ser considerado um problema cien-
tífico, diferenciando-o de problemas de engenharia, por exemplo, que buscam encontrar formas
eficientes de se resolver algo, dando respostas diretas de como fazer determinadas coisas. Como
exemplos: Como melhorar os transportes urbanos, ou a distribuição de renda? Ou como aumen-
tar a produtividade no trabalho?
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ENSINO A DISTÂNCIA
Não são também problemas de valor, que levam a julgamentos morais de carácter subje-
tivo, procurando indagar se alguma coisa é boa ou ruim, certa ou errada, ou se algo deve ser feito
ou não, a citar como exemplos: “Qual a melhor técnica para clareamento dental? É certo que apa-
relhos eletrônicos sejam usados dentro da sala de aula? Ou ainda, pais devem deixar filhos sozi-
nhos na realização de tarefas escolares? Mulheres devem realizar aborto? Não queremos afirmar
que determinados temas não podem estar relacionados à pesquisa, mas que suas questões sejam
passíveis de verificação empírica, tendo suas proposições suscetíveis de observação. Tomemos
por base uma pergunta valorativa apresentada anteriormente, sobre ser correto ou não que pais
deixem seus filhos sozinhos em casa por exemplo. Dentro desse tema, por exemplo, poderia se
fazer pesquisa através de outra pergunta: Em que medida a ausência dos pais na infância interfere
no rendimento escolar de alunos no Ensino Médio? Nesse caso, por exemplo, é possível iden-
tificar características dessas relações familiares, depois, investigar o rendimento escolar desses
alunos, para em seguida verificar em que medida estes fatores estão relacionados entre si.
Assim, constatamos que problemas de pesquisa podem ser levantados nas mais variadas
situações, desde às cotidianas, para orientação, avaliação de desempenhos, planejamento de uma
ação adequada, até razões de ordem intelectual, para testar uma teoria específica; explorar um
objeto pouco conhecido; ou, em áreas já exploradas, determinar certos fenômenos específicos ou
apenas descrevê-los.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Embora vários autores apresentem diferentes modelos que representam as fases do mé-
todo científico, em sua maioria estas fases estão sempre presentes: Observação, problematização,
formulação de hipótese, experimentação, avaliação dos resultados e publicação.
Severino (2007) explica que a primeira atividade é a observação dos fatos, que pode ocor-
rer de maneira casual ou espontânea, ou de forma sistemática e organizada. Queremos, então,
saber o motivo pelo qual tais fatos estão ocorrendo, de forma lógica e racional, é a fase da proble-
matização. Ao estabelecermos a relação causal entre esses porquês, estamos na fase da hipótese.
Hipótese: proposição explicativa provisória de relações entre fenômenos, a ser comprova-
da ou infirmada pela experimentação. E, se confirmada, transforma-se na lei (SEVERINO, 2007,
p. 103).
Depois de formulada a hipótese, cabe ao pesquisador partir para a verificação experimen-
tal, por meio da análise das variáveis (“a variação de um fato, correlacionando com a variação de
outro” idem, p. 103). Caso seja confirmada a hipótese, surge a lei. Assim, várias leis, relacionadas
a vários fenômenos, formam a teoria. E, caso, várias teorias se reunissem para explicar todo o
universo, teríamos a definição de sistema, algo ainda não estabelecido.
Ainda para explicar o método científico Severino (2007) descreve dois momentos: o mo-
mento experimental e o matemático, nas fases indutiva e dedutiva, respectivamente.
A indução e a dedução são formas de raciocínio, possíveis de ocorrer no ato da pesquisa.
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http://www.urca.br/itec/images/pdfs/modulo%20v%20-%20como_elaborar_
projeto_de_pesquisa_-_antonio_carlos_gil.pdf
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02
LEITURA, DOCUMENTAÇÃO
E TRABALHO DE CONCLUSÃO
PROF.A MA. LETÍCIA IZEPPE
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 18
QUALIDADES DE UM PESQUISADOR ..................................................................................................................... 19
EMPENHO PESSOAL DO ALUNO ............................................................................................................................ 19
IMPORTÂNCIA DA LEITURA ................................................................................................................................... 20
TÉCNICAS DE SKIMMING E SCANNING ................................................................................................................ 21
OS PROCESSOS DE ANÁLISE E SÍNTESE .............................................................................................................. 21
AS DIRETRIZES DE LEITURA ................................................................................................................................... 22
A IMPORTÂNCIA DA DOCUMENTAÇÃO .................................................................................................................. 23
SIGLAS E ORGÃOS .................................................................................................................................................... 25
TCC - TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ...................................................................................................... 23
ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÊMICO ............................................................................................................. 27
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS .................................................................................................................................. 28
ELEMENTOS TEXTUAIS .......................................................................................................................................... 30
ELEMENTOS PÓS TEXTUAIS .................................................................................................................................. 32
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Tendo encerrado nossa primeira parte sobre a pesquisa, introduzimos esta segunda, res-
saltando algumas das características que deve ter o pesquisador, deixando transparecer que o
empenho pessoal tem parte fundamental em todo processo. Além disso, mencionaremos outros
hábitos, tais como a importância da leitura, algumas técnicas, os processos de análise e síntese e a
necessidade de registrar. Adentraremos, mais especificamente, o universo científico, apresentan-
do algumas siglas e órgãos veiculados à ciência. Os aspectos para a realização de um Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC) serão trazidos, bem como toda sua estrutura, disposta nos elementos
pré-textuais, textuais e pós textuais.
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ENSINO A DISTÂNCIA
QUALIDADES DE UM PESQUISADOR
Primeiramente, para que a pesquisa se inicie de forma adequada, com êxito, é necessário
olharmos para a figura do pesquisador. Gil (2010) elenca uma série de qualidades intelectuais e
sociais necessárias, as quais apresentamos neste quadro ilustrativo:
Deixamos, na décima característica, um espaço vazio, para que cada um de nós, enquanto
pesquisadores, possamos refletir e completar mentalmente, que outra qualidade nos faltaria para
que pudéssemos realmente fazer pesquisa. Essa atitude de reflexão sobre o nosso papel é também
característica de um bom pesquisador, visto que toda atividade racional e sistemática, como o é,
a pesquisa, requer reflexão e planejamento. É preciso que o pesquisador sistematize o processo
pelo qual irá passar, no alcance das metas estabelecidas. Por isso, há necessidade de se elaborar
um projeto de pesquisa, documento este que irá expor os objetivos de coleta e os métodos de
análise dos dados.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Em mais um degrau de nossa escada, nesta segunda unidade, nos deparamos com o em-
penho pessoal do aluno, o que permitirá a ele, descer e subir todos os outros degraus à maneira
que julgar necessário.
Como aponta Severino (2007, p. 37): “Os bons resultados do ensino e da aprendizagem
vão depender em muito do empenho pessoal do aluno. Para isso, é importante adquirir hábitos
apropriados e eficazes”. Assim, o autor lista cinco pontos que devem ser observados pelos alunos,
ajudando-o a atingir bons resultados:
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA
Não há como não mencionar e compartilhar do que a maioria dos autores concordam
ser a melhor ferramenta para uma boa escrita, de modo geral: a leitura. Lopes (2009) destaca
que a maioria das dificuldades enfrentadas na vida acadêmica surgem do fato de não se ler com
habilidade, inteligentemente. Ele acrescenta: Quem lê constrói sua própria ciência e ao terminar
o curso, poderá desenvolver temas [...] e pensar por si mesmo.
Nesse sentido, seria óbvio afirmar que quanto mais vezes se lê, mais facilidade se adquire
na compreensão e interpretação de textos. O ideal, certamente, seria a leitura de, pelo menos, três
vezes. No entanto, é fato, que devido à correria da vida moderna, muitos acabam se perdendo no
meio dessas leituras. Algumas dicas podem ajudar, nesse sentido.
Um passo importante é a seleção do que se vai ler. Os resumos, os sumários ajudam mui-
to delimitar as partes principais a serem utilizadas. A velocidade na leitura auxilia também, mas
como aponta Lopes (2009), depende da peculiaridade de cada autor, que sugere que se criem
imagens em nossa mente para assimilar o que foi dito. O autor acrescenta que o ambiente externo
deve também contribuir, sendo “amplo, arejado, bem iluminado e silencioso [...] e, em caso de luz
artificial, deve ser difusa e ficar à esquerda de quem se lê” (p. 19).
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AS DIRETRIZES DE LEITURA
Para descrever essas etapas de leitura, Severino (2007) destaca cinco processos:
A Leitura textual é a primeira abordagem do texto com vistas à preparação da leitura,
assim, é importante realizar uma leitura atenta e corrida sem buscar esgotar a compreensão do
texto. Pode-se, nesta fase: pesquisar sobre a vida e obra do autor; identificar o vocabulário: os
conceitos e termos fundamentais a compreensão do texto; localizar o texto, autor ou assunto no
tempo e espaço, considerando os fatos históricos.
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ENSINO A DISTÂNCIA
A IMPORTÂNCIA DA DOCUMENTAÇÃO
Frente a todo esse processo, é importante que aprendamos a documentar nosso estudo,
para assimilá-los de forma eficaz e não apenas como algo decorado, para ser depois esquecido:
Dessa forma, o fichamento nos é apresentado, como uma ferramenta utilizada pelo aluno
para registrar o material estudado, na finalidade de poupar tempo no futuro, frente à necessidade
de se produzir algum tipo de relatório ou outro formato de trabalho científico. Essa ferramenta
serve, então, para auxiliar na elaboração de trabalhos acadêmicos e pesquisas.
Em síntese, fichamento é o ato de transcrever anotações após a leitura. Antigamente, para
fins de estudo ou pesquisa, os registros eram feitos em fichas pautadas e impressas. Hoje, além
desse objeto, tais anotações podem ser feitas em folhas de papel comum ou em programas de
banco de dados de um computador. Severino (2007) ressalta não haver um tamanho padroni-
zado para essas fichas de documentação, ficando a critério de cada um o seu formato, podendo
realiza-las no computador em forma de documentos/arquivos. O importante é que estejam bem
organizados e de fácil acesso, para que os dados não se percam e possam ser utilizados quando
necessário.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Severino (2007) classifica esse tipo de documentação em: temática, bibliográfica e geral.
Por meio da documentação temática são coletados elementos relevantes para o estudo em geral
ou para a realização de um trabalho em particular, sempre dentro de determinada área, em fun-
ção do conteúdo, da área estudada ou do trabalho realizado. “Tal documentação é feita, portanto,
seguindo um plano sistemático, constituído pelos temas e subtemas da área ou do trabalho em
questão” (SEVERINO, 2007, p. 68).
A documentação geral é aquela que permite que sejam organizados e guardados todos os
documentos úteis retirados de fontes perecíveis, tais como recortes de jornais, revistas e apostilas,
que talvez não estejam para sempre disponíveis após sua publicação. Logo, há a necessidade de
passá-los para pastas, sistematicamente organizadas, a fim de que sua conservação seja mantida.
Vários autores, de modo mais explicativo, classificam os tipos de fichamento em 4: fi-
chamento bibliográfico, de conteúdo, de citações e crítico. De modo geral, no primeiro, deve ser
apresentada a ideia geral da obra, bem como os temas de interesse presentes nela, para uma busca
Modelo de ficha:
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• NBR 14724 - Elas definem tamanho de papel, margens, estrutura do trabalho e outros
detalhes.
• NBR 6023 – Informação e documentação – Referências bibliográficas
• NBR 10520 – Normatização das citações
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ENSINO A DISTÂNCIA
O CNPQ também tem vários outros órgãos federais e parceiros estrangeiros em suas fun-
ções, incentiva a pesquisa no Brasil através de bolsas e auxílios, em especial para indivíduos que
querem cursar Mestrado e Doutorado, sejam eles no Brasil ou no Exterior.
Certamente, ouviremos falar de ENADE: O Exame Nacional de Desempenho de Estu-
dantes que integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), cujo objetivo
é aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação aos conteúdos programáti-
cos, suas habilidades e competências.
Por INEP, se representa o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira; CAPES- é a Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior, responsável
por fazer a qualificação das publicações periódicas aqui no Brasil, quanto a questões editoriais e
técnicas.
Qualis é o conjunto de procedimentos utilizados pela Capes para estratificação da quali-
dade da produção intelectual dos programas de pós-graduação. Tal processo foi concebido para
atender às necessidades específicas do sistema de avaliação e é baseado nas informações forne-
cidas por meio do aplicativo Coleta de Dados. Como resultado, disponibiliza uma lista com a
classificação.
A classificação é realizada pelas áreas de avaliação e passa por processo anual de atualiza-
ção. Esses veículos são enquadrados em estratos indicativos da qualidade - A1, o mais elevado;
A2; B1; B2; B3; B4; B5; C - com peso zero, sendo acessível na internet em seu aplicativo WebQua-
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ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
✓ Capa (obrigatório) (entidade, título e subtítulo se houver, autor, local, data). Lombada
(opcional)
✓ Folha de rosto (obrigatório) (nome do autor, título e subtítulo, se houver, natureza
(tese, dissertação, trabalho de conclusão de curso) e objetivo (aprovação em disciplina, grau pre-
tendido), nome da instituição a que é submetido, área de concentração, nome do orientador, local
da instituição onde deve ser apresentado, ano).
✓ Verso da folha de rosto (obrigatório) deve conter a ficha catalográfica, conforme o Có-
digo de Catalogação Anglo-americano vigente (NBR 14724, ago. 2005).
✓ Errata (opcional)
✓ Folha de aprovação (obrigatório)
✓ Dedicatória(s) (opcional)
✓ Agradecimento(s) (opcional)
✓ Epígrafe (opcional)
✓ Resumo em língua vernácula (obrigatório)
✓ Resumo em língua estrangeira (obrigatório)
Esses elementos pré-textuais são aqueles que antecedem o corpo da Monografia, ou tra-
balho acadêmico. Apresentam informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho.
Iniciemos pela capa, que, de acordo com a NBR 14724, é elemento obrigatório em todo
trabalho acadêmico. É a proteção externa, que reveste o trabalho, na qual devem constar infor-
mações para a identificação. Ordenadamente, teremos:
O nome da instituição; nome do autor; título; subtítulo (se houver); número de volumes
(se houver mais de um); local – cidade da instituição onde deve ser apresentado e ano da entrega
(depósito).
As normas da ABNT não dispõem as informações quanto à estética desses itens, tais
como: número da fonte, se itálico ou negrito, etc., todavia, nosso objetivo é apresentar uma pa-
dronização dos trabalhos acadêmicos para orientar o aluno no momento de elaborar seu tra-
balho. Podemos, assim, estabelecer: Nome da instituição - (obrigatório) em letras maiúsculas,
centralizado, tamanho da fonte 14 e negrito. Nome do autor - (obrigatório) em letras maiúsculas,
centralizado, tamanho da fonte 14 e negrito. Título - (obrigatório) em letras maiúsculas, centrali-
zado, tamanho da fonte 14 e negrito. Subtítulo - (se houver), é necessário colocá-lo em uma linha
abaixo do título, grafado em negrito, com a mesma fonte e tamanho do título, porém deverão ser
utilizadas somente as primeiras letras de cada palavra em maiúsculas. Local - na penúltima linha
da folha, centralizado, em letras maiúsculas, tamanho da fonte 12 e negrito. Ano do depósito -
data da entrega do trabalho, na última linha centralizado, fonte 12, sem negrito.
A lombada, por sua vez, é elemento opcional, onde as informações devem ser impressas,
quando o trabalho comportar. Conforme a NBR 12225, é a parte da capa que reúne as margens
internas das folhas, a ser mantidas juntas.
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ENSINO A DISTÂNCIA
A disposição dos elementos ocorre na seguinte ordem: nome do autor, impresso longi-
tudinalmente, de modo a ser lido do alto para o pé da lombada, facilitando a leitura quando o
trabalho está no sentido horizontal, com a face voltada para cima; título do trabalho impresso da
mesma maneira que o nome do autor; elementos alfanuméricos de identificação, por exemplo:
v. 3.
De acordo com a NBR 14724, a folha de rosto é elemento obrigatório, que carrega os ele-
mentos essenciais à identificação do trabalho, na seguinte ordem: nome do autor: responsável in-
telectual do trabalho; título principal do trabalho; subtítulo: se houver, deve ser evidenciada a sua
subordinação ao título principal, precedendo-o de dois pontos; número de volumes (se houver
mais de um, deve constar em cada folha de rosto a indicação do respectivo volume); finalidade
do trabalho, contendo sua natureza (tese, dissertação, monografia e outros) e objetivo (aprovação
em disciplina, grau pretendido e outros); nome da instituição a que é submetido com o nome do
orientador; local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado; e, por fim, ano de depósito
(da entrega).
Acrescentamos que a folha de rosto carrega uma informação adicional, que a difere da
capa e deverá ser escrita a partir do meio da folha, com espaçamento simples e a mesma fonte
utilizada nos outros itens (Arial ou Times), tamanho 12, conforme sugerimos no exemplo:
É importante destacar que somente a partir da folha de rosto se começa a contar as pági-
nas do trabalho acadêmico. No entanto, a representação impressa do número das páginas só apa-
recerá, no canto superior direito da folha, a partir da INTRODUÇÃO, utilizando-se algarismos
arábicos (1, 2, 3, 4.)
No verso da folha de rosto deve aparecer a ficha catalográfica, elaborada pelo bibliotecá-
rio, conforme o Código de Catalogação Anglo Americano vigente.
A Errata é um elemento eventual, constituído pela referência do trabalho e pelo texto da
errata. Deve conter uma lista das folhas e linhas, onde ocorreram erros, com suas devidas cor-
reções. Se possível deve ser inserida em papel avulso, acrescido depois de finalizado o trabalho,
após a folha de rosto.
A folha de aprovação, a ser inserida logo após a folha de rosto, é elemento obrigatório,
contendo: nome do autor do trabalho: responsável intelectual ou artístico; título principal do tra-
balho, de forma clara e precisa; subtítulo (se houver), subordinado ao título pela marca dos dois
pontos; número de volumes; finalidade do trabalho, contendo sua natureza, objetivo, nome da
instituição e área de concentração; data de aprovação; e nome completo e titulação dos membros
que compõem a banca examinadora, bem como a instituição a qual pertencem e sua respectiva
área de concentração.
Podem haver, ainda, páginas preliminares, que antecedem o resumo:
A Dedicatória é um texto geralmente curto, que contém o oferecimento do trabalho a
determinada pessoa, ou pessoas.
Os Agradecimentos consistem em uma manifestação de gratidão a pessoa(s) e/ou insti-
tuição(ões) que, de alguma forma, colaboraram com o autor, para a execução do trabalho, deven-
do ser expressa de maneira simples e sóbria.
A Epígrafe é elemento opcional, colocado o início do trabalho, mas podendo aparecer
também no início de suas seções primárias. Consiste na citação de um pensamento (com a indi-
cação de autoria) que, de certa forma, está relacionado à obra.
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ENSINO A DISTÂNCIA
O Resumo na língua vernácula é elemento obrigatório, redigido pelo próprio autor, que
apresenta, concisamente, os pontos relevantes do texto, em linguagem clara, concisa, direta, com
o máximo de 500 palavras — deve ressaltar o objetivo, o resultado e as conclusões do trabalho,
assim como o método e a técnica empregados na sua elaboração. Redigido em parágrafo único,
seguido de palavras-chave e/ou descritores, separadas entre si por ponto (.). Ex.: Palavras-chave:
Literatura. Letramento literário. Sala de aula.
O resumo em língua estrangeira é também elemento obrigatório, que consiste na versão
do resumo em português para um outro idioma, de divulgação internacional, geralmente inglês,
espanhol ou francês: Abstract, Resumen, Resumée, respectivamente.
Outras listas podem ser incluídas, dependendo da característica do documento: – lista
de ilustrações: relação sequencial das ilustrações (imagens, desenhos, esquemas, fluxogramas,
fotografias, gráficos, mapas, quadros, etc.), devendo aparecer na mesma ordem em que forem
apresentadas no trabalho, seguidas do título e página onde podem ser encontradas; – lista de
tabelas: relação numérica das tabelas na mesma ordem em que se sucedem, seguida do título e
com a indicação da página correspondente. Observe que não há necessidade de repetir a palavra
Tabela, figura etc.; basta colocar apenas o número de ordem da ilustração, seguido do respectivo
título; A palavra Fonte deve ser colocada imediatamente após o traço inferior da tabela, alinhada
com as especificações do 1º nível da coluna indicadora. Deve-se usar o tamanho de letra (fonte)
11. - Lista de abreviaturas e siglas: relação alfabética das abreviaturas e siglas utilizadas na publi-
ELEMENTOS TEXTUAIS
✓ Introdução: apresenta o objeto da pesquisa (problema, hipótese, variáveis), objetivos,
o tema, delimitação do tema, justificativa e cita a metodologia utilizada.
✓ Considerações finais: síntese dos resultados mais importantes do trabalho e/ou pes-
quisa correlacionado aos objetivos propostos.
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ENSINO A DISTÂNCIA
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ENSINO A DISTÂNCIA
http://www.andrefontenelle.com.br/como-fazer-um-tcc/
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ENSINO A DISTÂNCIA
Os anexos são definidos também pela NBR 14724 como textos ou documentos não elabo-
rados pelo autor. Elementos opcionais e complementares do trabalho, apresentam documentos
ilustrativos ou exposições que se tornaram inviáveis no interior dos capítulos. São também iden-
tificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos. Seguem a mes-
ma forma dos apêndices, como demonstram os exemplos: ANEXO A – Formulário de inscrição.
ANEXO B – Pedido de isenção.
Além dessas considerações acerca dos elementos que constituem o texto, vale ressaltar
outras normas básicas que configuram o trabalho científico.
Para a impressão, o papel é sempre sulfite A4 e cor branca.
A Fonte: Arial ou Times New Roman, tamanho: 12, estilo: Normal e alinhamento: Justi-
ficado.
Parágrafo entre Linhas: 1,5
Título: Arial ou Times New Roman – Tamanho 14 – Estilo: Negrito e Maiúscula – Ali-
nhamento: Esquerda. O subtítulo: Arial ou Times New Roman – Tamanho 14 – Estilo: Negrito
– Alinhamento: Esquerda.
Configuração da página: Cabeçalho: 3 cm, Rodapé: 2 cm, Margem Esquerda: 3cm, Mar-
gem Direita: 2cm. Os passos a serem seguidos no editor de texto Word, para configuração da
página, são os seguintes:
Os títulos dos trabalhos, quando forem numéricos, serão alinhados à esquerda. Já os títu-
los sem indicativos numéricos, como: agradecimentos, errata, lista de símbolos, resumos, sumá-
rio, referências, glossário, apêndice, anexo, deverão ser centralizados, podendo utilizar o recurso
de negrito ou caixa alta para destaque.
Os títulos das seções, por sua vez, devem ser separados do texto que os precede e/ou su-
cede, com paragrafação entre linhas duplas.
Os indicativos de seção são os números que aparecem antes dos títulos. Deverão vir ali-
nhados à esquerda, com o espaçamento de apenas 1 caractere.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Para citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação e legenda das imagens e
das tabelas é necessário utilizar um tamanho menor: fonte tamanho 10 ou 11.
Também as notas de rodapé, as citações longas, as referências deverão ter espaçamento
simples.
Essas são algumas das normas prescritas para a formatação do texto acadêmico, que serão
reforçadas novamente à medida que julgarmos necessário.
https://educacao.uol.com.br/album/2014/03/12/tcc-da-depressao-trabalho-fi-
nal-e-tema-de-satiras-de-internautas-no-facebook.htm#fotoNav=7
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03 FERRAMENTAS PARA A ESCRI-
TA CIENTÍFICA: CITAÇÕES E RE-
FERÊNCIAS
PROF.A MA. LETÍCIA IZEPPE
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 36
O RECURSO DAS CITAÇÕES .................................................................................................................................... 37
APRENDENDO A FAZER CITAÇÕES ........................................................................................................................ 38
SISTEMAS NOTAS DE RODAPÉ .............................................................................................................................. 40
CUIDADOS COM A LINGUAGEM .............................................................................................................................. 41
COESÃO E COERÊNCIA ............................................................................................................................................ 42
O RECURSO DAS REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 44
TRANSCRIÇÃO DOS ELEMENTOS .......................................................................................................................... 45
CASOS DE AUTOR ENTIDADE .................................................................................................................................. 47
DOCUMENTOS ELETRÔNICOS ............................................................................................................................... 49
35
ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Neste próximo degrau de nossa escada, aprenderemos como utilizar um dos maiores re-
cursos e ferramentas para a escrita de todo e qualquer trabalho científico: as CITAÇÕES, o desafio
das palavras. “Palavras, palavras, se me desafias, aceito o combate”. Essa frase, atribuída a Carlos
Drummond de Andrade, abre espaço para iniciarmos nossas ‘conversas escritas’ nesta unidade.
Discorreremos, justamente, sobre o desafio das palavras, o combate que travamos diante delas, a
escolha de cada termo para se colocar no papel, ou na tela de um computador. Drummond nem
imaginaria, que essas suas palavras estariam aqui, sendo usadas para definirmos, ligeiramente,
o que vem a ser a CITAÇÃO: esse combate que aceitamos travar, quando utilizamos palavras,
um desafio inovador que temos conosco mesmo, frente a tudo o que lemos, o que aprendemos,
retemos e queremos passar a diante. Vale, em seguida, considerarmos a necessidade de empre-
garmos um outro recurso metodológico, que permite ao nosso leitor “lançar as redes ao mar,
para também conseguir encontrar os peixes, como nós o fizemos”, recorrendo à nossa metáfora.
Trata-se das Referências, que até pouco tempo era conhecida pelo nome completo de Referências
Bibliográficas. Contudo, tendo em vista que a palavra bibliografia nos remete ao conjunto de
livros convencionais e que na atualidade, devido à quantidade e gêneros de materiais e supor-
tes que podem ser utilizados e citados, muitos autores optam por considerar apenas a primeiro
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ENSINO A DISTÂNCIA
Tomemos como exemplo apenas os três primeiros destaques. A frase que muitos citam,
atribuindo os créditos a Maquiavel, mas que provavelmente foi feita por alguém que buscava
resumir as ideias do autor: “Os fins justificam os meios”. Outro exemplo é a frase do poema
MUDE: “Mude. Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade”, que
geralmente é atribuída a Clarice Lispector, mas que possui registro oficial na Fundação Biblioteca
Nacional do Ministério da Cultura, sendo de Edson Marques. Ainda o texto: “A mente que se abre
a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”, conferida a Albert Einstein, por sua
genialidade, mas advinda do médico americano Oliver Wendell Holmes.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Não queremos, com esses exemplos, deixar entender que essas frases precisam parar de
ser citadas ou disseminadas. Podemos continuar admirando-as, desde que seu uso não tenha
finalidade científica, ou seja, se para ser científico, o objeto precisa ser comprovado, somente
podemos colocar algo, em nosso texto, que permita ao nosso leitor ter acesso à fonte verdadeira.
Caso contrário, estamos comprometendo a essência desse gênero textual.
Esse deve ser o comportamento geral entre os cientistas, pois enquanto outros procedi-
mentos são específicos de cada área do conhecimento, a comunicação científica tem a mesma
importância para todas as áreas, conforme já apontaram Vans e Caregnato (2003). As autoras
salientam que o termo literatura científica se refere à existência de publicações que contêm a
documentação dos trabalhos produzidos pelos cientistas. Esse acesso ao conhecimento já regis-
trado faz referência às ideias e resultados de pesquisas de autores anteriores, gerando uma lista de
referências bibliográficas a serem consultadas. Embora, formalmente haja um reconhecimento
de que as citações indicam a atividade científica, ainda é subjetivo o comportamento dos pesqui-
sadores ao realizarem o processo.
Desse modo, o mínimo que se espera de cada um desses disseminadores do conhecimen-
to é o aprendizado das normas que regem o procedimento e a honestidade e fidelidade em sua
disseminação.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Na opinião de Carvalho (1975, p.119), não se pode esperar que todos os autores sejam
cuidadosos, objetivos e conscientes no momento de mencionar suas fontes de consulta. Alguns
pecam por excesso, outros por omissão. No entanto, algumas omissões podem seriamente preju-
dicar nosso trabalho como um todo. Neste caso, por exemplo, das citações diretas, não podemos
esquecer, de forma alguma, de inserir o sobrenome do autor, o ano e a página. Essa referência no
corpo do texto obrigatoriamente deve ser realizada, sob pena de os trechos serem considerados
plágio, demonstrando assim a credibilidade da pesquisa realizada, seguindo as regras da ABNT,
o que discutiremos mais a diante.
A Citação indireta, por sua vez, consiste na transcrição não literal do que diz o autor, feita
a partir da interpretação de um texto consultado, do qual se quer retirar uma parte importante,
fazendo um resumo com as próprias palavras (paráfrase), mas, não deixando de respeitar a ideia
do autor. Nesse caso, não se utilizamos aspas, nem fazemos menção à página. Tomemos como
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ENSINO A DISTÂNCIA
Esse sistema, da escolha e escrita das citações é denominado sistema Autor- data, que
conforme NBR 10520/2002 da ABNT, ocorre no corpo do texto, indicando a fonte pelo sobreno-
me do autor em caixa alta e baixa, seguida da data de publicação do documento entre parênteses.
As citações devem ser feitas através do sistema autor-data, em que se deve colocar o sobrenome
do autor ou da instituição responsável ou título de entrada, seguido da data de publicação do do-
cumento, separado por vírgula. Caso indique apenas um trecho da obra, depois do ano coloca-se
a vírgula, a abreviatura de página (p.) e finalmente o número da página. Exemplos: (IBGE, 2008)
ou (SILVA, 2008, p. 22). Citação no corpo do texto: Severino (2007, p. 174) expõe que as citações
são os elementos retirados dos documentos pesquisados...Indicação de autor dentro de parênte-
ses: As citações são os elementos retirados dos documentos pesquisados... (SEVERINO, 2007, p.
174).
Nem sempre, a obra citada, foi escrita por apenas um autor. Assim, caso sejam até três
autores, eles devem ser separados por ponto e vírgula. Ex: (SILVA; CHAUÍ; VARGAS, 2000).
Caso a citação seja de uma obra de mais de três autores, / indicando todos os outros que
não aparecem: (SOBREIRA et al., 1996, p.30). Caso queiramos citar várias obras de um mes-
mo autor publicadas no mesmo ano, a diferenciação far-se-á por letras (CHAUI, 2001a, p.35),
(CHAUI, 2001b, p.60), (CHAUI, 2001c, p. 550).
Há, ainda, a probabilidade de citarmos vários autores, que tiveram o mesmo pensamento,
por nós citado. Nesse caso, todos devem aparecer, em ordem alfabética. Ex (ALMEIDA, 2007;
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ENSINO A DISTÂNCIA
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ENSINO A DISTÂNCIA
http://guiadamonografia.com.br/referencial-teorico-9-erros-perigosos/#_
Toc483836407
COESÃO E COERÊNCIA
Quando falamos em coesão textual entendemos a respeito dos mecanismos que nossa
língua possui para “ligar”, relacionar as palavras, frases ou parágrafos de um texto, garantindo
organização e continuidade. Esses elementos podem indicar
• Causa e consequência: porque, visto que, em virtude de, uma vez que, devido a, por
motivo de, graças a, em razão de, em decorrência de, por causa de, etc.
• Finalidade: a fim de, a fim de que, com intuito de, para, para a, tanto quanto, tanto mais,
a menos que, etc.
• Proporção: à medida que, à proporção que, ao passo que, tanto quanto, tanto mais, a
menos que, etc.
• Tempo: em pouco tempo, logo que, assim que, antes que, depois que, em vista disso, etc.
• Condição: se, caso, contanto que, a não ser que, a menos que, etc.
• Conclusão: portanto, então, logo, por isso, por conseguinte, pois, de modo que, em vista
disso, etc.
Esses elementos coesivos podem ser utilizados na construção das citações. Pode-se, por
exemplo, ao se remeter a um autor, começar pelo seu sobrenome, seguido de algumas expressões
também coesivas, como:
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ENSINO A DISTÂNCIA
Fulano (ANO, p. 00) afirma que, conceitua, aponta que, assevera, ressalta, considera,
apresenta reflexões sobre ... De acordo com Fulano (ANO)... De acordo com os dados obtidos
no trabalho de... Conforme as estatísticas demonstradas... É o que se pode verificar, por exemplo,
na tabela, ou no gráfico... Com base nos autores consultados verifica-se ou observa-se, ou nota-
-se. Os dados permitem afirmar que... Em um primeiro momento é importante ressaltar... Nessa
perspectiva, faz-se interessante saber... Como reflexo desta situação, é possível demonstrar, ou
evidenciar... Salientando-se ainda, que... É importante ainda destacar... É importante considerar
que... Apesar desse fato, deve-se ainda ressaltar que... No entanto, a situação precisa ainda ser
analisada por outra perspectiva... Apesar da complexidade do assunto, é necessário reforçar...
Outro fator existente... Cumpre evidenciar que... Considerando ainda... Por outro lado... De outro
modo... De modo contrário ou adverso... Em outro sentido... De outra forma... Não obstante..
Faz-se oportuno, portanto... Torna-se necessário... Faz-se necessário... Torna-se evidente ou fun-
damental... Em virtude dos fatos mencionados... Levando-se em consideração estes aspectos...
Tendo em vista os fatores observados...
Koch e Travaglia (1993) explicam que a coerência não está na superfície linguística,
estando profunda e não ficando marcada enquanto que a coesão é linear, aparecendo na super-
fície do texto por meio dos elementos linguísticos.
Os autores reiteram que o texto só fará sentido se houver coerência e coesão. Ambos os elemen-
tos estão correlacionados ao processo de produção e compreensão do texto, sendo que a coesão
O contrário pode também ocorrer. Notemos este poema de Drummond, onde marcas de
elementos coesivos não são encontradas, mas o sentido pode ser nitidamente obtido.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Cidadezinha qualquer
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ENSINO A DISTÂNCIA
Neste outro caso, o autor é o mesmo, a obra também, mudando apenas a edição, em outro
ano.
Em casos de sobrenomes ligados por hífen, ou aqueles com prefixos arraigados, estes
permanecem junto ao último sobrenome, iniciando a referência:
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ficaria: DI PIETRO, M. S. Z.
Outro detalhe, que muitas vezes não se nota, é acerca da palavra edição. Esta só deve ser
referenciada a partir da segunda. Logo, quando não aparece, depreende-se que seja da primeira
edição. Ainda, é necessário salientar que seu formato não deve aparecer com o indicativo de grau,
como estamos acostumados a colocar: 3ª edição, 3ª ed. O correto é colocarmos apenas o número
seguido de ponto e a palavra ed. também seguida do ponto, por estar na forma abreviada.
Outra consideração importante é acerca do número de autores. Se o texto for escrito por
até três autores, estes aparecem, separados por ponto e vírgula, na ordem em que estão dispostos
no texto. Pensemos como exemplo os nomes de Paulo Novaes e Henrique Silva Castelani. Seriam
referenciados:
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ENSINO A DISTÂNCIA
Observemos que a ordem segue a dos elementos essenciais, neste exemplo, com o acrés-
cimo de algumas informações a serem explicadas. Apenas o título está em negrito, ficando o
Observemos que nesses exemplos optamos pelo itálico e não negrito para destacar o títu-
lo. Ressaltamos, neste último exemplo, do dicionário, que ao colocar o nome da editora, a palavra
editora ou ed. não deve aparecer, exceto, se fizer parte do nome, como Editora Maio, por exem-
plo.
Pode ocorrer, também que um conjunto de autores tenha se reunido para publicarem
seus trabalhos sob forma de livro. Assim, é necessário haver indicação de um autor, como repre-
sentante, responsável pelo conjunto da obra, pela coletânea, e, nesse caso, seu nome deve apare-
cer seguido de sua abreviatura (organizador, coordenador, editor etc.), entre parênteses.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Neste próximo caso, estamos diante de um livro, tendo capítulos escritos por diferentes
autores. Utilizamos, especificamente uma parte: o capítulo sobre “Referências”, escrito por 3 auto-
ras. Então, foi necessário utilizar o termo “In”, significando “dentro de”... E, neste caso, o destaque
vai para o título do livro e não do capítulo. Destaca-se também a presença do traço sublinear de 6
toques, que indica se tratar da mesma autoria citada anteriormente. Dessa forma, Silva, Pinheiro
e França estão também como autoras responsáveis pelo “Guia para normalização de trabalhos
técnicos-científicos”.
Com relação aos elementos da referência bibliográfica de leis, portarias, decretos etc.,,
uma ordem deve ser seguida como: nome do local (país, estado ou cidade), título (especificação
da legislação, número e data, ou jurisprudência: decisão judicial), ementa e indicação da publica-
ção oficial.
Estes exemplos, retirados da NBR 6023, 2002, p. 8, nos mostram os detalhes dessa nume-
ração.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Todavia, precisamos considerar que, atualmente, o acesso a esses documentos se faz por
meios eletrônicos, sendo necessário colocarmos as informações que permitam sua identificação
básica, com os elementos essenciais, dispondo ao nosso leitor, dados para encontrar o documen-
to, assim como veremos logo em seguida.
Por hora, cabe considerar que mais do que decorar a ordem de todos elementos jurídicos
que devem aparecer, é importante de posse dessa informação, sabermos buscar a fonte correta,
arrumando os detalhes.
Eventos, encontros, simpósios, congressos, reuniões, semanas, ou seminários também
podem ser referenciados, iniciando pelo seu nome, em maiúsculo, o número do evento e ano de
ocorrência, o local, no que consiste: anais, resumos, relatório, cidade, editora e ano. Curty, Cruz
e Mendes (2006) trazem alguns exemplos:
Muito do que se publica e se cita, nos dias atuais, está disposto sob a forma de periódicos.
A publicação periódica é constituída de fascículos, números ou partes, editadas a intervalos pre-
fixados, podendo ter a colaboração de diversas pessoas, sob a direção de uma ou várias, tratando
de assuntos diversos, conforme as normas estabelecidas. Nesses casos, se a obra for considerada
no todo, dá-se início pelo título do periódico, local de publicação, editor (entidade responsável),
data (ano), periodicidade (semanal, quinzenal, mensal, bimestral etc. ou frequência irregular), e
ISSN (Número de série, padrão de reconhecimento). Caso seja considerada em partes, a ordem a
ser seguida é: título do fascículo, suplemento de número especial, se houver, local e editor, indi-
cação de volume, número e data.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Notemos, neste último exemplo que aparece o autor, procedendo-se da mesma forma,
seguido pelo nome do artigo que fora publicado. Depois, aparece outro título, este, com destaque,
por ser o título da revista. A ordem numérica aparece abreviada, sempre v. n. p. e também os
meses, com exceção de maio que não se abrevia.
• Referências sem autoria embora não seja o almejado, podem acontecer sim.
Nesses casos a entrada se dá pela primeira palavra do título, toda em maiúsculo:
O SISTEMA financeiro e o desenvolvimento econômico. Conjuntura Econômica,
Rio de Janeiro, v. 58, n. 5, p. 10-11, maio, 2004.
• Quando a obra não tiver local de publicação existe a opção [s.l.] sine loco, a ser
• Não havendo data de publicação, é necessário que uma data aproximada seja
estabelecida entre colchetes.
DOCUMENTOS ELETRÔNICOS
Parece algo sem utilidade apresentarmos normas para construção de Referências quando
temos o mundo ao nosso alcance por meio das tecnologias digitais. É fato, que muitas das refe-
rências conseguiremos encontrar via internet. No entanto, somente quem tem essa visão geral,
disposta até aqui, conseguirá uniformizar seu trabalho compondo um todo coeso. Atualmente,
existem aplicativos e ferramentas capazes de organizar, sistematizar e transferir para nós as refe-
rências, os softwares Mendeley e EndNote, por exemplo, são gerenciadores gratuitos de referên-
cias bibliográficas. No entanto, fazer uso dessas ferramentas não nos exime de conhecer o básico,
requisito primordial para o próprio manuseio dos programas.
Darnton (2010) faz uma consideração sobre as quatro mudanças fundamentais na tec-
nologia da informação: a escrita, o códice, a imprensa e a comunicação eletrônica. A escrita
constitui-se em um marco de profundas mudanças para o meio social por possibilitar a gravação,
transmissão e armazenamento da informação em um suporte qualquer, abrindo espaço para o
desenvolvimento de tecnologias futuras. E o principal no meio disso tudo: ela não desapareceu.
A escrita está presente em outros formatos e suportes.
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ENSINO A DISTÂNCIA
A informação continua a ter o seu valor não somente no meio impresso como referen-
ciamos até aqui, mas por meio das mais diversas publicações e documentos gerados, mantidos e
disseminados no formato eletrônico, sendo acessível por meio de computadores, tablets, smar-
tphones etc.
Nesse sentido, cada tipo de documento eletrônico, continua tendo sua identidade própria,
ou seja, continua sendo um artigo de revista, ou periódico, uma monografia, uma tese, disserta-
ção, uma lei ou decreto etc., Continua carregando os dados comumente usados nos documentos
convencionais com um detalhe a ser somado, o fato de esses documentos estarem mais próxi-
mos de nós e também poderem chegar rapidamente ao nosso leitor e ao leitor de nosso leitor. A
velocidade desse processo não exclui a necessidade de identificação, pelo contrário, faz com que
aos dados antes convencionais nas referências, sejam acrescentados outros pontos específicos,
que possibilitem a localização e recuperação do documento (caracterizando o ‘ser científico).
O endereço eletrônico e a data de acesso são primordiais nesse processo. Assim, de forma bem
simplificada, teríamos os dados convencionais extraídos do documento, SEMPRE seguidos de:
CÂNCER bucal igual em 2006. Jornal da CFO, Rio de Janeiro, ano 13, n. 69, nov./dez. 2005. Dis-
ponível em: <http://www.cfo.org.br/jornal/n69/destque01.asp>. Acesso em: 5 jan. 2006.
OBS: A pontuação e os espaçamentos depois dela, devem permanecer como nos exemplos. Sem-
pre há ponto depois de um item abreviado. Não há espaços na colocação do link.
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04
QUESTÕES ÉTICAS E PRÁTICAS:
A PESQUISA EM EXECUÇÃO
PROF.A MA. LETÍCIA IZEPPE
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 52
QUESTÕES ÉTICAS: UMA ESCRITA PRÓPRIA ....................................................................................................... 53
ASSUNTO, TEMA E PROBLEMA .............................................................................................................................. 54
ESCOLHENDO PROBLEMAS DE PESQUISA .......................................................................................................... 55
CLASSIFICAÇÃO DE PESQUISAS ............................................................................................................................ 57
ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES .................................................................................................................................. 58
ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA ............................................................................................................ 60
A INTRODUÇÃO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................ 61
JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................................................... 62
OBJETIVOS ............................................................................................................................................................... 62
METODOLOGIA ......................................................................................................................................................... 62
CRONOGRAMA ......................................................................................................................................................... 63
DIVULGAÇÃO DE PESQUISA ................................................................................................................................... 64
ESTRUTURAÇÃO DE ARQUIVO ............................................................................................................................... 64
51
ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Vimos até aqui como construir nosso texto científico por meio das citações e referências.
Pode ser que tenha passado a sua cabeça que então escrever cientificamente é copiar um monte
de ideias de outros autores que antes também já copiaram. E no frigir dos ovos, no claro portu-
guês, esse pensamento tem sua validade se considerarmos que tudo é cópia de algo. Poder-se-ia
então afirmar que um bom trabalho científico é aquele no qual o autor soube copiar, ou seja,
soube articular as ideias dos outros e torná-las, portanto, suas, dispostas à sua maneira. Como
professores, precisamos exigir de nossos alunos essa capacidade, técnica e teórica de ordenar os
pensamentos, fazendo leituras e escolhas compreensivas de leitores dentro de suas temáticas. No
entanto, caso essa retirada de ideias seja feita sem conferir ao autor os devidos créditos, estaremos
diante de um grande problema, o tão famoso e não tão conhecido: plágio. Discorreremos acerca
dessa violação, cujas implicações podem ser cíveis e penais, dispostas perante leis explícitas a
serem demonstradas. Consideraremos também a classificação dos tipos de pesquisas, dentre a
pluralidade de investigações, tais como a pesquisa bibliográfica, em base de dados e métodos
experimentais.
Desse modo, para encerrar nossas “conversas escritas” teceremos algumas considerações
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Observando esses tipos de plágio, reconhecemos sua existência não apenas quando uti-
lizamos as teclas Ctrl C + Ctrl Z, para copiarmos trechos, ou partes inteiras, mas também quan-
do misturamos um pouco de cada autor, mudamos pouca coisa e até reescrevemos. Dar uma
roupagem nova a algo que já existe, exige a menção à fonte original e assim precisamos fazer, se
quisermos evitar futuros constrangimentos ou acusações.
Fazer citações da maneira como vimos na unidade V, já elimina toda essa problemática,
nos tornando aptos à pesquisa, contribuindo para a disseminação da ciência sem plágio. Esse
amadurecimento nos permite entender que é justamente esse fato de citarmos constantemente
outros pensadores e estudiosos o que nos faz dignos de recebermos esses mesmos títulos: autores,
pesquisadores, cientistas. E, desse modo, estaremos aptos a introduzir nosso estudo acerca da
prática de pesquisa, propriamente dita, em suas fases que vão desde a escolha do assunto e deli-
mitação do tema, formulação do problema, hipóteses, classificação e escolha do tipo de pesquisa
etc.
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http://www.ufjf.br/noticias/2017/05/04/saiba-como-evitar-o-plagio-em-traba-
lhos-academicos/
http://www.noticias.uff.br/arquivos/cartilha-sobre-plagio-academico.pdf
http://portaldoaluno.insper.edu.br/downloads/cartilha-plagio.pdf
Figura 1 -Diferença entre assunto e tema. Fonte: a autora. MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 4
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Reforçamos, aqui, a ideia de que o assunto não precisa ser inédito, até porque seria muito
difícil pensar em algo que ninguém jamais tenha pensado. É como se estivéssemos diante de um
closet cheio de peças e tivéssemos que escolher dentre as opções, as combinações adequadas,
aquelas que temos e aquelas que já existem, mas não estão sob nossa posse, precisando, portanto,
adquiri-las e torná-las nossas, com um estilo próprio. Seria isso: buscar outra perspectiva, outro
foco, outras combinações, que revelarão o novo, algo que até já exista, mas com outra roupagem.
Fonseca (2008) reitera para que sejam evitados temas que falem de muitas coisas ao mes-
mo tempo. Basta retomarmos a ideia do funil e lembrarmos de restringir o máximo possível
nosso conteúdo, a fim de que se esgotem as possibilidades dentro dele. Outro ponto a ser evitado
na escolha do tema são questões que envolvam juízo de valor, a distinção entre o certo ou errado,
o bom e o ruim, além de suspeitas vagas ou apenas primeiras impressões.
Logo no início de nossos estudos, comentamos acerca da formulação do problema de
pesquisa. Gil (2010), no segundo capítulo de sua obra “Como elaborar Projetos de Pesquisa”,
explica os passos a serem percorridos ao se formular um problema, que segundo ele, pode ser
determinado por razões de ordem prática ou intelectual. A resposta encontrada pode servir para
orientar a execução de determinada ação, para avaliar certas ações ou investigar as consequências
possíveis de várias alternativas.
Na universidade, problemas podem surgir para explorar um objeto pouco conhecido,
ou em áreas já exploradas, determinar as condições em que certos fenômenos ocorrem e como
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O autor destaca, ainda, algumas regras práticas para a formulação de problemas cientí-
ficos, a contar a necessidade: de formular o problema como pergunta; determinar sua clareza e
precisão; formular uma proposta empírica; suscetível de solução; delimitar uma dimensão viável.
Dentro disso, aproveitando o exemplo conferido por Gil (2010), pensemos um recorte:
assunto/tema/problema.
ASSUNTO: Mulher na sociedade;
TEMA: Barreiras sociais e mulher no mercado de trabalho;
PROBLEMA (sem delimitação): “Que barreiras sociais dificultam a participação da mu-
lher no mercado de trabalho”? (p. 13).
PROBLEMA DELIMITADO a uma dimensão viável: “Com que barreiras sociais se depa-
ram as mulheres para ascender a funções gerenciais no setor bancário no Estado de Minas Gerais
na segunda década do século XXI”? (p. 14).
Após a delimitação e formulação da pergunta a ser objeto de investigação, se faz necessá-
rio oferecer uma solução possível, uma explicação provisória para o problema, o que se denomi-
na, hipótese.
Procuremos ilustrar o exemplo de Gil (2010):
A figura anterior ilustra um possível problema de pesquisa: “Que fatores contribuem para
o consumo de cerveja por estudantes universitários”? (p. 17). Possíveis respostas a esse questiona-
mento: Estudantes ansiosos consomem mais cerveja; Homens são mais propensos ao consumo;
Alunos do período noturno consomem mais comparados aos do matutino; A proximidade de
bares estimula o consumo. Essas supostas respostas, de acordo com Gil (2010), podem ser consi-
deradas hipóteses, a serem verificadas, testadas e comprovadas ou não, mediante procedimentos
específicos. Elas podem ser formuladas, segundo o autor, buscando explicar o que ocorre em
determinado caso, descrevendo um fenômeno, especificando relações entre dois ou mais fenô-
menos. Esta última proposta envolve o conceito de variável, como sendo tudo o que pode ser
classificado em duas ou mais categorias, podendo assumir diferentes valores numéricos.
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Gil (2010) reitera que sempre, quando dados forem coletados, se faz necessária a formula-
ção prévia de uma hipótese. No entanto, pode acontecer de elas não serem explícitas, aparecendo
na ideia não dita. Em estudos que objetivam descrever determinado fenômeno ou caracterizar
um grupo, geralmente existe uma variável apenas, não necessitando destacá-la formalmente, mas
podendo implicitamente encontrá-la.
Frente a essa pergunta: Dentre determinadas áreas da Medicina, em qual delas você pre-
tende atuar? Caso sejam elencadas 4 possíveis respostas, já se carrega implicitamente a ideia de
que tais áreas escolhidas para a pergunta, correspondam à maioria das escolhas dos médicos.
Diferente da hipótese: Pessoas do sexo feminino tendem a optar pela área da pediatria, que deixa
claro as variáveis: gênero e especialidades médicas.
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Como se pode perceber, Probabilidade e Estatística já seria uma outra área, seguida de
subáreas e especialidades.
O censo de 2016 viabilizou alguns dados interessantes a serem retomados, no que se refe-
re à pesquisa. Foram registradas 147.392 linhas de pesquisa, distribuídas nas grandes áreas: 18%
nas Ciências Humanas, 16% nas Engenharias e Computação, 15% nas Ciências da Saúde, 12 %
nas Biológicas, 12% nas Agrárias, 11% nas Ciências Exatas, 11% nas Sociais Aplicadas e 5% em
Linguística, Letras e Artes. Em termos de números de linhas de pesquisa, as áreas de Educação,
Medicina, e Agronomia são as três maiores.
Assim, dependendo da área e da natureza do problema a ser analisado torna-se adequada
a escolha de um procedimento de pesquisa. E, nesse contexto, seja qual for o tipo, todas surgirão
da execução de várias tarefas, que vão desde a escolha do assunto, delimitação do tema, até o
relatório final. Como aponta Severino (2007, p. 17), existem “elementos gerais que são comuns a
todos os processos de conhecimento que pretenda realizar, marcando toda a atividade de pesqui-
sa”.
Toda classificação se dá mediante algum critério. Desse modo, optou-se por selecionar al-
guns deles e descrever os principais procedimentos. De forma bem didática, Gil (2010) classifica
as pesquisas segundo seus objetivos gerais, em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e
explicativas.
As pesquisas exploratórias conseguem proporcionar que o problema seja conhecido e se
ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES
Severino (2007) nos apresenta a classificação segundo as abordagens:
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Quanto à coleta de dados Severino (2007) aponta alguns modelos, sumariamente aqui
apresentados.
Pesquisa documental: tem-se como fonte documentos no sentido amplo, ou seja, não
só de documentos impressos, mas sobretudo, de outros tipos de documentos, tais como jornais,
fotos, filmes, gravações, documentos legais, prontuários médicos etc.
Pesquisa Experimental: toma o próprio objeto em sua concretude como fonte e o coloca em
condições técnicas de observação e manipulação experimental nas bancadas e pranchetas de um
laboratório onde são criadas condições adequadas para seu tratamento. [...]. Modalidade plena-
mente adequada para as Ciências Naturais [...].
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Para ter sucesso na coleta de dados é importante ter: um roteiro de perguntas através
de formulários, um conhecimento prévio do entrevistado, marcar dia, hora e local da entre-
vista, proporcionar confiança ao entrevistado, garantir sigilo ao informante em relação às suas
respostas. - Questionário - é uma técnica de coleta de dados através de uma série ordenada de
perguntas, que devem ser respondidas por escrito, sem a presença do entrevistador. As perguntas
são encaminhadas aos informantes em formulários próprios contendo como anexo uma carta
explicando o objetivo, a natureza e a importância da pesquisa. Quanto à forma, o questionário
poderá ter perguntas nas categorias: abertas (dissertativas) e fechadas (de múltipla escolha).
Enfim, apenas com essa explanação foi possível perceber que muitos elementos podem
ser considerados quanto à classificação das pesquisas. O que pode ocorrer, portanto, é que outras
classificações sejam encontradas e enquadradas em outras categorias, com outra nomenclatura.
Pode ainda acontecer que para a resolução do problema proposto, mais de uma modalidade de
pesquisa seja escolhida. Isso é passível de ocorrer, desde que na metodologia cada passo tomado
esteja apresentado.
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JUSTIFICATIVA
Como o próprio nome sugere, justificar consiste descrever e argumentar sobre as razões e
motivações da escolha do tema em questão, apresentando, a relevância teórica ou prática da pes-
quisa. Pode-se até considerá-la como uma extensão do referencial teórico, onde tem de ficar claro
o motivo pelo qual a pesquisa é importante, dentro de todo cenário teórico antes apresentado. É
interessante também que sejam feitas conexões do seu tema com outras pesquisas já realizadas,
outras bibliografias, ou descobertas recentes, indicando o estágio de desenvolvimento de teorias
sobre o tema, sua relevância social e possibilidades de sugerir outros caminhos.
OBJETIVOS
De modo geral, a palavra objetivo está atrelada à meta, ao lugar que se pretende chegar
com a realização da pesquisa. Dessa forma, se tem no projeto: objetivo geral e objetivos específi-
cos, a única forma disposta em tópicos. Devem ser claros e sucintos, iniciados por um verbo no
METODOLOGIA
A metodologia remete diretamente à maneira de trabalhar o objeto da pesquisa. Remete
à ação pela qual serão alcançados os resultados esperados ou previstos. Assim, trata-se neste ca-
pítulo da forma pela qual serão pesquisados, filtrados e analisados os dados obtidos no decorrer
da pesquisa. As hipóteses serão fundamentais nesse momento, porque indicarão ao pesquisador,
ainda sem o conhecimento devidamente aprofundado sobre o tema, a buscar por respostas, a
selecionar os meios mais adequados para obter indicações e/ou conclusões acerca das suas inda-
gações.
Dependendo do tipo de pesquisa escolhido, deve aparecer a explicação das etapas. Numa
pesquisa bibliográfica, por exemplo, a metodologia consiste em descrever as fontes de pesquisa,
quais as referências principais utilizadas e o processo de estudo, a proposta de seleção das leitu-
ras, o recorte do período e o critério de seleção de determinados autores ao invés de outros.
Atualmente, considerando a extensa busca de material através das bases de dados, fala-
-se muito em Revisão Sistemática, na qual deve ser explicitado claramente o método de busca.
Castro (2001) define o método como uma revisão planejada que seja capaz de responder a uma
pergunta específica através de métodos explícitos e sistemáticos, que permitem a identificação,
seleção e avaliação crítica dos estudos. Geralmente são empregados métodos estatísticos (me-
ta-análise), na análise e na síntese dos resultados dos estudos. Assim, por meio dessa estrutura
busca-se evitar a tendenciosidade da pesquisa.
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CRONOGRAMA
Até aqui, já se tem respondidas as questões: O que, Por que, Para que, Como, ficando
para essa parte a explicação do “Quando? ”. O Cronograma é a previsão do tempo que será
gasto na realização de cada etapa do trabalho, considerando as atividades a serem desenvolvi-
das. Esses períodos serão definidos a partir das características de cada pesquisa e dos critérios
determinados pelo autor do trabalho, auxiliado por seu orientador. Esse recorte temporal pode
ser dado em dias, semanas, quinzenas, meses, bimestres, trimestres. Pode acontecer de algu-
mas etapas ocorrerem simultaneamente a outras, e também de algumas dependerem de fases
anteriores. Cabe ao autor definir cada distribuição, chegando até a última etapa, de elaboração
do relatório final, com as conclusões do projeto. Há uma diversidade de modelos, uma opção,
apresentada na tabela 1.
Após o cronograma, há um espaço destinado aos Recursos financeiros, a serem
necessários para a execução do projeto: podem ir desde a materiais permanentes, de consumo,
ou pessoais, podendo ser solicitados à instituição. Anexos ou glossários, podem ser inclusos,
caso o autor ache necessário, sendo apenas obrigatório as Referências, onde constam todos as
obras citadas, podendo acrescentar outras consultadas.
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DIVULGAÇÃO DA PESQUISA
A realização de um projeto de pesquisa é importante como fase da produção científica, no
entanto, só se consegue avaliar e concretizar a existência dessa produção, quando essa pesquisa
é divulgada nesse meio, o que ocorre na maioria das vezes no formato de artigo, a ser publicado
nos periódicos científicos, atualmente os meios de acesso mais rápidos e dinâmicos para a disse-
minação dos resultados.
Adami e Marchiori (2005) apud Curty e Curty (2008) afirmam que o artigo científico
confere prestígio e reconhecimento aos autores, permitindo que sejam citados por outros e assim,
sustentando, dando continuidade ao processo científico.
Curty e Curty (2008) propõem uma estrutura uniforme para apresentação de um artigo
científico, destacando a necessidade de comunicar os resultados de forma clara e simples, se-
guindo as normas vigentes apresentadas pela ABNT, em destaque: NBR 6022, 6023, 6028, 10520,
6032 e a Norma de Apresentação Titular do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
1993). Para tanto, é interessante conhecer os tipos de artigos mais citados na literatura e exigidos
por uma revista científica.
ESTRUTURAÇÃO DO ARTIGO
As partes do Artigo seguem as mesmas de um trabalho científico: Elementos pré-textuais,
textuais e pós-textuais.
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A começar pelo título, vale tecer algumas considerações. Há divergência entre autores ao
preferirem títulos curtos, com o menor número de detalhes possível e outros que defendem que o
título deve conferir identidade ao trabalho, fazendo a delimitação e o recorte necessário, mesmo
que isso leve um número maior de palavras.
Essa diferença está mais como uma questão de gosto do que de normas propriamente
ditas. Não há erro em se empregar palavras que especifiquem o conteúdo do trabalho, como, por
exemplo: Explicações/ Investigações/ Abordagens/ Estudo sobre... Mais do que a quantidade de
palavras ou tamanho, o título deve trazer a problemática do trabalho à tona, de forma delimitada,
clava, informativa e convidativa ao leitor. O problema de restringir as palavras e ser conciso de-
mais, como propõem Curty e Curty (2008) que se faça, é retroceder o processo de delimitação já
realizado, como no exemplo do funil: assunto, tema, problema (título), deixando aparecer apenas
o assunto, de forma muito abrangente.
Quanto aos autores, responsáveis pela execução do trabalho, devem aparecer logo após
o título e subtítulo. Em casos de mais de um autor, a ordem de aparição fica a critério de maior
participação no trabalho ou em sequência alfabética, devendo seus nomes virem acompanhados
de sua qualificação acadêmica e instituição a qual pertencem.
O resumo é obrigatório, escrito em parágrafo único, descrevendo as partes do trabalho
executado. Escrito em terceira pessoa (Ex: O presente estudo destaca...) deve descrever os pro-
cedimentos realizados na pesquisa, desde os objetivos à ideia dos resultados. Muitas vezes, as
normas para publicação de cada periódico, vão explicitar sua extensão. Normalmente, varia de
150 a 250 palavras (podendo ser contadas via ferramenta do próprio editor de texto.
As palavras-chave, por sua vez, advindas logo após o resumo, devem representar os prin-
cipais assuntos. São elas que vão facilitar a identificação do trabalho no meio eletrônico, auxi-
liando no processo de indexação em bases de dados. Quanto à forma de aparição, vêm abaixo do
resumo, seguida de dois pontos, separadas entre si e encerradas por ponto (Ex: Palavras-chave:
Exemplo. Exemplo. Exemplo).
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Partindo disso, teríamos os elementos pós textuais, sendo os mesmos pré-textuais agora
apresentados em língua estrangeira: o título, subtítulo, resumo, palavras-chave. A seguir, caso o
autor julgue necessário, podem ser acrescidas notas explicativas, contendo algum esclarecimento
que não pôde ser incluído no texto. As Referências, item obrigatório, devem aparecer, corres-
pondendo, sem exceção a cada elemento citado no artigo. Glossário (termos técnicos em ordem
alfabética), Apêndice (documento complementar criado pelo autor) e Anexo (documento com-
plementar extraído de outra fonte), podem aparecer também, conforme a necessidade ou critério
do autor.
Vale ressaltar que dependendo do local onde se queira publicar, alguns critérios especí-
ficos podem ser estabelecidos. No entanto, ao conhecer essas normas aqui discutidas, fica bem
mais fácil conseguir modificar e enquadrar no formato solicitado, sem maiores dificuldades.
O necessário é que reconheçamos a importância de ser um pesquisador no cenário aca-
dêmico, entendendo o quanto a participação nesse universo contribui para aprimoramento de
nosso currículo. Esse mundo acadêmico oportuniza uma variedade de eventos científicos e/ ou
técnicos, por meio dos quais a divulgação e atualização de diversos temas é feita. Assim, Semi-
nários, Congressos, Semanas, Simpósios, Jornadas, por meio de Mesa-redonda, Banner, Anais,
Apresentação Oral, permitem esse contato com outras pesquisas e divulgação da própria.
O essencial, ao término de nossas “conversas escritas”, é que tenhamos desmistificado
que fazer pesquisa é tarefa destinada a poucos, que tenhamos entendido nosso papel enquanto
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