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Prof. Me.

Ricardo Benedito de Oliveira


REITOR

Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-reitor:
Prof. Me. Ney Stival
Diretora de Ensino a Distância:
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Profa. Ma. Daniela Ferreira Correa
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não Designer Educacional:
vale a pena ser vivida.” Clovis Ribeiro do Nascimento Junior

Cada um de nós tem uma grande res- Diagramador:


ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, Alan Michel Bariani
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica
e profissional, refletindo diretamente em nossa
Revisão Textual:
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim /
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente
Mariana Tait Romancini Domingos
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam
Produção Audiovisual:
Eudes Wilter Pitta / Heber Acuña
novas habilidades para liderança e sobrevivên- Berger
cia no mercado de trabalho.
Revisão dos Processos de
De fato, a tecnologia e a comunicação Produção:
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, Rodrigo Ferreira de Souza
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e
nos proporcionando momentos inesquecíveis. Fotos:
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino Shutterstock
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes
atuantes.

Que esta nova caminhada lhes traga


muita experiência, conhecimento e sucesso.

© Direitos reservados à UNINGA - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
ENSINO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
Este material, da disciplina de Metodologia Científica, foi pensado visando contribuir
para a busca do conhecimento nas mais diversas fontes existentes. Iniciemos esse processo de
busca entendendo o conceito de texto, para seguirmos rumo ao texto científico, trazendo o con-
ceito de ciência, entendendo os tipos de conhecimento, situando a universidade nesse contexto,
nas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Será proposto esse primeiro contato com a pesqui-
sa e a vida na universidade, suas fases e a busca de fontes que a sustentem.
Sendo assim, nesse primeiro momento, para que todo esse processo se desenvolva de
modo agradável, é necessário conscientizar-se de que as leituras indicadas no programa em cada
Unidade de ensino devem ser realizadas, bem como assistidos os vídeos e realizadas todas as
avaliações, ou orientações sugeridas pelo tutor da disciplina, pois, dessa forma, conseguiremos
fazer com que cada trabalho escrito seja como almejou Lima (2006): “uma produção científica
com saberes e sabores”.

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NOÇÃO DE TEXTO
Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto
final. No meio você coloca ideias (Pablo Neruda).

Iniciemos nossas ‘conversas escritas’, se assim podemos chamar, com esse pensamento
de Pablo Neruda, por meio do qual o ato de escrever parece algo tão simples e fácil de acontecer.
Começamos com letra maiúscula, terminamos com um ponto final e no meio colocamos ideias.
Uma palavra apenas: “ideias” e tanta coisa a ser pensada, tanta dificuldade para se colocar no pa-
pel, normas a serem seguidas, grafias a serem consertadas, lacunas a serem preenchidas... Enfim,
escrever, para muitos, não é tarefa simples demais, pelo contrário, é um trabalho árduo, que re-
quer muito esforço e treinamento. Quando se fala em escrita científica então, o assunto parece ter
menos adeptos, pois aquelas “ideias” sempre precisam vir acompanhadas de uma série de normas
e regras.
Antes de estabelecermos contato especificamente com o texto científico, é importante
entendermos o sentido que a palavra ‘‘texto’’ nos traz. Quando recorremos à sua etimologia per-
cebemos a ligação entre texto e tecido.

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A relação da palavra “texto” com tecido - com tecer, têxtil, textura, tecelagem - nos indica
que a metáfora da trama dos fios tecidos para falar da trama das palavras na composição de um
texto, não é uma simples metáfora. Segundo Araújo (2001), texto e tecido são palavras etimolo-
gicamente, de fato, emaranhadas. Assim, podemos entender que da mesma forma como o tecido
vai sendo construído, por meio de cada fio que compõe o todo, também o texto, através de cada
palavra ou ideia.
Desse modo, como temos vários tipos de tecido, temos também incontáveis tipos de tex-
tos. E, para nomear cada um deles, é que trazemos as considerações acerca dos gêneros textuais.
A riqueza e a variedade dos gêneros do discurso são infinitas, pois a variedade virtual da
atividade humana é inesgotável, e cada esfera dessa atividade comporta um repertório de gêneros
do discurso que vai diferenciando-se e ampliando-se à medida que a própria esfera se desenvolve
e fica mais complexa (BAKHTIN, 1992).
O gênero textual não exclui ou despreza a tipologia textual tradicional (narração, descri-
ção e dissertação), com a qual estamos acostumados, pelo contrário, os aspectos tipológicos são
apresentados de forma mais ampla, já que passam a ser analisados a partir das situações sociais
em que são usados. Isto é, dentro da narrativa, ouviremos falar do conto maravilhoso, conto
de fadas, fábula, lenda, narrativa de ficção científica, romance, conto, piada, etc. No relato, por
exemplo, podemos ter, o relato de viagem, o diário, a autobiografia, o curriculum vitae, a notícia,
a biografia, etc. No gênero argumentativo encontramos: texto de opinião, carta de leitor, carta
de solicitação, editorial, ensaio, resenhas críticas, etc. Nos textos instrucionais encontramos as
receitas, os manuais de instrução, os regulamentos, textos prescritivos, etc. Nos textos de cunho
expositivo, por sua vez, estão: seminário, conferência, palestra, entrevista de especialista, texto
explicativo, artigo, relatório científico, trabalho de conclusão de curso, etc. Aqui chegamos no
nosso objeto de estudo, reforçando a ideia de que cada um desses gêneros possui suas caracterís-
ticas de ordem prática e concreta.
Certamente, já nos deparamos com vários desses gêneros apontados anteriormente, co-
nhecendo seus formatos e características especificas, como é o caso, por exemplo, de uma piada,
um poema, ou uma receita. Nosso foco, portanto, está nas características do texto científico, nos-
so objeto de estudo.

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CIÊNCIA E CONHECIMENTO
Começar pelo início parece a melhor ordem a se seguir, sendo, portanto primordial que
entendamos o que é ciência. Se tomarmos por base a definição do termo, pelo dicionário Aurélio,
teremos como sinônimos o saber, a instrução e conhecimentos básicos, ou um conjunto de co-
nhecimentos fundados sobre princípios certos. Uma definição assim seria ampla demais, tendo
em vista que a própria definição de conhecimento é também um vasto campo a ser explanado.
Mais do que isso, o saber e o conhecer são verbos que acompanham a humanidade desde os seus
primórdios. Para entender os princípios da ciência seria preciso realizar uma viagem histórica,
começando pelo mito, a forma mais elementar do conhecimento, ressaltando em cada período,
como cada civilização desenvolveu o saber, construiu o conhecimento, fazendo, portanto, ciên-
cia.
Lehfeld (2007) concede tanto à ciência, quanto à arte, a capacidade de criar e construir
conhecimento, necessitando ambas de inovação e vazão à criatividade. Também, tanto na arte
quanto na ciência, existe uma liberdade ontológica, que se caracteriza pela finalidade de apreen-
der e explicar o ser. Ambas apresentam visões e concepções a respeito do mundo e do homem
inserido neste mundo, considerando seu contexto pessoal, cultural e político. Ambas surgem em

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um contexto social e histórico, sendo capazes de projetar e representar inovações e novos mo-
delos de compreensão e interpretação da realidade, além de serem sempre discutíveis. A autora
destaca a diferenciação entre o artista e o cientista no fato de que durante o processo do conheci-
mento, este deve controlar sua subjetividade através de uma base lógica racional e metodológica,
enquanto aquele não o necessita. Desse modo, “a arte não se esgota nas suas formas, métodos
e técnicas de produção, enquanto que a ciência é inseparável disso tudo para a sua produção e
renovação” (LEHFELD, 2007, p. 16).
Vejamos, como exemplo a definição de ciência dada por Trujillo (1984). Para o autor,
ciência é uma sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições logicamente cor-
relacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar. Um conjunto
de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objetivo limitado,
capaz de ser submetido a verificação. Vejamos outro conceito:

A Ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obti-


dos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos
de uma mesma natureza (ANDER-EGG, 1975, p. 15).

Como se nota, a palavra conhecimento aparece sempre que se define ciência. Etimologi-
camente, o termo deriva do latim, sendo composto de cune+noscere= cognoscere, significando
“procurar saber”, “junto/com o saber”. Tal definição nos auxilia em uma melhor compreensão,
considerando que todo ser humano racional procura saber algo sobre a realidade que o cerca,
estando em contato com ela, investigando-a para poder agir, sobreviver e conviver.
Lehfeld (2007) reitera que essa ação de conhecer é natural, ocorrendo por meio da obser-
vação, assimilação de crenças religiosas, sentimentos, motivações, ocorridos de modo dinâmico,
sendo formal ou informal. É este ato de conhecer que possibilita a ação e o controle, realizados de
forma autônoma.
Para tanto, existem formas plurais de conhecimento, de procurar saber sobre algo, assimi-
lar ou apreender suas características.

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TIPOS DE CONHECIMENTO
Vários autores concordam em classificar o conhecimento em quatro tipos: popular, re-
ligioso, filosófico e científico (GIL, 1995; LAKATOS; MARCONI, 2003; TRUJILLO FERRARI,
1982).
Ander Egg (1978) explicita as características do conhecimento popular, de modo bas-
tante explicativo. É, portanto, superficial, ao basear-se nas aparências; sensitivo, por referir-se às
vivências e emoções do cotidiano; subjetivo, por ser organizado pelo próprio sujeito partindo de
suas experiências vividas; assistemático, por não existir sistematização para se obter as ideias ou
formalizá-las; e acrítico, por não se manifestar de forma crítica. Desse modo, ele é conferido pela
familiaridade que se tem com os objetos, sendo resultado de suposições e de experiências pes-
soais, através de uma informação íntima, que não fora refletida o bastante. Assim, como afirma
Trujillo Ferrari (1982, p. 6) por meio desse conhecimento, também reconhecido como familiar,
as pessoas conseguem saber que água é um líquido; mas, não necessitam compreender como se
origina e qual é a sua composição molecular, o que já seria de outro domínio. Para esse conheci-
mento não há necessidade de juízos valorativos sendo também características: a ausência de um
rigor metodológico de busca, a inexatidão, o ser falível e o não planejamento.

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O Conhecimento Religioso ou teológico, como é conhecido, diz respeito às crenças reli-
giosas em um ser superior como fonte de conhecimento. Trujillo Ferrari (1982) explica que tal
conhecimento implica na crença de que tais verdades, reveladas pelo sobrenatural, são infalíveis.
Desse modo, se tem um conhecimento sistemático do mundo, guiado por alguns manifestantes
divinos: como Cristo, Maomé, Buda ou Moisés, ou vários deuses ao mesmo tempo. Cabe aqui
lembrar a classificação desse conhecimento em: fetichismo, politeísmo e monoteísmo. Na pri-
meira manifestação os poderes estão destinados a objetos e seres. No politeísmo, como o nome
sugere, há mais de um Deus, detentor do poder. No monoteísmo, por sua vez, a crença é em um
só Deus.
No entanto, no conhecimento teológico, de modo geral, as evidências não são verificadas,
mas guiadas por um ato de fé, regido por proposições sagradas. Esse ato se origina nos tempos
mais remotos, contando que faz parte da característica do ser humano buscar explicações para
suas dúvidas, e, na ausência de uma explicação natural ir em busca de algo sobrenatural, capaz de
explicar e tranquilizar a humanidade procurando respostas para dúvidas existenciais.

Para saber mais sobre o MITO como uma forma primitiva do conhecimento
religioso, vale fazer a leitura de parte do texto de “SAGAN, C. Cosmos. Rio de
Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora, 1989”, que pode ser encontrado no
capítulo de Candido J. (s. d) sobre a Ciência. Disponível em:

<http://wwwp.feb.unesp.br/jcandido/metodologia/Apostila/CAP01PG.pdf>.
Acesso em: out. 2017.

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A respeito do conhecimento filosófico, comecemos pela definição de Lakatos e Marconi


que o caracterizam pelo esforço da razão pura para questionar os problemas humanos e poder
discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana (...),
tendo como objeto de “análise as ideias, relações conceptuais, exigências lógicas que não são re-
dutíveis a realidades materiais e, por essa razão, não são passíveis de observação sensorial direta
ou indireta” (2000, p.19).
Trujillo e Ferrari (1982) explicam que esse conhecimento se baseia na experiência, mas
não na experimentação, ou seja, não são submetidas ao teste da observação, nem precisam ter
seus resultados confirmados ou refutados. É, portanto um conhecimento racional, valorativo,
racional, sistemático, não-verificável, infalível, exato.
Todo esse trajeto feito até aqui acerca dos conhecimentos, se faz necessário para enten-
dermos o que os distinguem deste conhecimento, cujas características apresentaremos e com o
qual vamos trabalhar durante a vida acadêmica, enquanto pesquisadores. A principal caracterís-
tica que diferencia o científico dos demais, é a possibilidade de verificação do fato pesquisado,
comprovação, experimentação, sendo ele falível e sistemático.

A ciência se preocupa em estabelecer as propriedades e os padrões interdepen-


dentes entre as propriedades, para construir as generalizações ou as leis. Não se

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duvida, entretanto, que muitas das disciplinas científicas existentes têm surgido
das preocupações práticas da vida cotidiana, como a geometria dos problemas
de medição e relevantamento topográfico nos campos; a mecânica de problemas
apresentados pelas artes arquitetônicas; a biologia dos problemas humanos [...]
(TRUJILLO FERRARI, 1982, p. 6).

Observemos nas palavras de Trujillo e Ferrari (1982) o que reiteram Marconi e Lakatos
(2000), afirmando que essas formas de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa. Pode
haver, por exemplo, um cientista voltado ao estudo da física, que pode ser crente praticante de
uma determinada religião, estar filiado a um sistema filosófico e, em muitos aspectos de sua vida
cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes do senso comum.
A figura 1 nos mostra um pouco dessa mistura. Horvath (2012) ressalta que essa divisão
dos conhecimentos é algo moderno, sendo que em outros períodos filosofia, ciência e religião
eram concebidas de forma unificada, de modo que essa divisão acaba se tornando algo apenas
com fins didáticos.
O autor entende que o filósofo busca a sabedoria e o conhecimento a fim de entender a
realidade a sua volta. Mas, nessa busca, ele não é o único. Também o cientista procura conhecer
as forças que regem a natureza e a sociedade, assim como o teólogo caminha para a busca do en-
tendimento de Deus, como Ele se revela e como a sociedade o percebe ao longo de sua história.

Figura 1 – Filosofia, ciência e religião. Fonte: Horvath (2012).

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Para finalizarmos essa primeira etapa cabe colocar o quadro explicativo, elaborado por
Trujillo 1974, apud Marconi e Lakatos (1991):
CONHECIMENTO CONHECIMENTO CONHECIMENTO CONHECIMENTO
POPULAR CIENTÍFICO RELIGIOSO FILOSÓFICO

Valorativo Contingente Valorativo Valorativo

Reflexivo Sistemático l nspi racional Não verificável

Assis temático Verificabilidade Infalível Racional

Verificável Falível Sistemáticos Sistemáticos

Falível e inexato Aproximadamente não verificável 1 nfalível e exato


exato

Quadro 1 - Tipos de conhecimento. Fonte: Trujillo 1974, apud Marconi e Lakatos.


-
LLI

Foram retiradas as fontes dessas citações. Leia, tentando colocar a que tipo de :z:
:::::,
conhecimento pertence cada uma delas: e:::(
C/)

::::::>
"Há na terra uma única ideia superior: a da imortalidade da alma humana, pois C:1
C/)

todas as outras ideias superiores de que o homem pode viver, nascem somente o...
L.U

dessa ideia."
L.U
Cl

C/)
e:::(
e....:>
"Confia os teus cuidados ao Senhor, e Ele te susterá; jamais permitirá que o justo :z::
e....:>
seja abalado." 'l.U
1--
L.U

C/)

"Com esse forte calor, é certo que mais tarde virá a chuva." C)
Cl
C)
1--
'l.U
"Unidade microscópica estrutural e funcional dos seres vivos, constituída funda­ '.:2:

mentalmente de material genético, citoplasma e membrana plasmática."

"O senso comum é gênio vestido com roupas de trabalho."

O TRIPE DA UNIVERSIDADE
Como introduziu Severino (2007) em seu primeiro capítulo da obra Metodologia do Tra­
balho Científico, ingressar em um curso superior já é um alto indicativo de mudança no processo
de ensino aprendizagem entre alunos e professores, visto que tal ingresso implica em um com­
prometimento com o processo de forma prática e eficaz.

uningá
Centro Unlveraltárlo
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ENSINO A DISTÂNCIA

Para o autor, esse ensino se efetiva em três objetivos: formar profissionais de diferen-
tes áreas, conferindo-lhes competências técnicas; formar cientistas, disponibilizando métodos
e conteúdos de diversas especialidades do conhecimento e estimular a tomada de consciência
acerca de sua existência histórica, pessoal e social, fazendo com que o aluno entenda sua inserção
na sociedade e humanidade como um todo.
Nesse sentido, a Universidade, como “funcionária do conhecimento” (idem, p. 23) visa
contribuir para o aprimoramento da vida humana em sociedade, prestando a ela serviços, con-
forme sua necessidade e, para dar conta desse compromisso é que são designados para a Univer-
sidade três papeis principais: ensino, pesquisa e extensão.

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Figura 2: O tripé da universidade. Fonte: Audiscurso (2012).

De modo bem geral, por ensino concebemos a própria transmissão dos conteúdos acu-
mulados, fruto do conhecimento adquirido dentro de cada disciplina; a pesquisa é a busca de
conhecimentos, investigação e transmissão e a extensão, algo que ultrapassa os muros da escola,
interagindo com a sociedade e contribuindo para alguma transformação.
Essas atividades devem se desenvolver de forma articulada para vencer os desafios histó-
rico-sociais os quais vivenciam os seres humanos. Todavia, Severino (2007) explica que no âm-
bito universitário é a pesquisa o ponto básico de sustentação, o que dá apoio às outras atividades,
pois “só se aprende, só se ensina, pesquisando; só se presta serviço à comunidade, se tais serviços
nascerem e se nutrirem de pesquisa” (p.24).

A PESQUISA CIENTÍFICA
Por muito tempo fazer pesquisa científica era tarefa excepcional, realizada apenas opor
algum gênio bem reconhecido por suas grandes repentinas invenções. Atualmente, já se reconhe-
ce que certos avanços científicos são frutos de um trabalho árduo, que envolve pesquisadores em
diferentes níveis de ensino.
Ao observarmos o conceito de pesquisa dado por Gil (2010, p. 01), entendemos a comple-
xidade e o esforço que estão embutidos em tal processo:

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A pesquisa é um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo


proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida
quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou
então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem
que não possa ser adequadamente relacionada ao problema. A pesquisa é de-
senvolvida mediante ao concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização
cuidadosa de métodos e técnicas de investigação científica. Na realidade, a pes-
quisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde
a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação do resultado.

Percebemos, neste contexto, ser a pesquisa um processo que envolve diversas fases, cuja
finalidade deve ser a apresentação de resultados obtidos com métodos de análise.
No entanto, é necessário dessacralizar a ciência, tornando-a acessível e democrática. E é
justamente nos bancos escolares que a exclusão dos sujeitos se multiplica e perpetua, afastando,
muitas das vezes, o sujeito comum do mundo da pesquisa. Severino (2007) reitera que o conhe-
cimento deve ser construído pela experiência ativa do estudante e não mais ser assimilado passi-
vamente, como ocorre, por exemplo, no ensino básico, outra necessidade de se fazer pesquisa: a
busca e não simplesmente aceitação.
Kourganoff (1990) define a Pesquisa como o conjunto de investigações, operações e tra-

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balhos intelectuais ou práticos que têm como objetivo a descoberta de novos conhecimentos, a
invenção de novas técnicas e a exploração ou a criação de novas realidades. Embora nessa defi-
nição as palavras “novos ou novas” sejam uma constante, precisamos desvincular a ideia de que
fazer pesquisa é descobrir o inédito, criar um objeto fantástico. Novos conhecimentos podem sim
ser descobertos, mas o principal, é que a exploração seja nova, ou seu modo de explorar. O seu
novo jeito de olhar para algo que já existe é que possibilitará a criação de uma nova realidade.
Para Cervo e Bervian (1983), faz pesquisa quem consegue: discutir ideias e fatos rele-
vantes de determinado assunto, partindo de uma fundamentação teórica; escolher um assunto
claro e reconhecível, com certa utilidade para a ciência ou para a comunidade; ter a capacidade
de sistematizar e recriar o material coletado; dizer algo que ainda não foi dito; indicar claramente
os procedimentos utilizados; relacionando-os sempre com a teoria utilizada; fornecer elemen-
tos que permitam verificar suas conclusões; documentar os dados fornecidos, permitindo nítida
identificação das fontes; comunicar os dados por dedução ou indução; redigir um texto adequado
à Língua Portuguesa (gramaticalmente, estilisticamente, fraseologicamente e terminologicamen-
te).

A PESQUISA NA UNIVERSIDADE
A pesquisa na universidade não é tarefa simples demais, porque como os mesmos Cervo
e Bervian (1983, p. 50) reiteram “é uma atividade voltada para a solução de problemas, através do
emprego de processos Científicos”.
Esses processos ou métodos científicos demandam seguir um caminho, ou mais especifi-
camente, determinadas normas, as quais veremos, em detalhes, no decorrer de nossas unidades.
No entanto, tais atividades não ocorrem instantânea ou isoladamente. São reconhecidas e imple-
mentadas atividades de iniciação à pesquisa científica, que permitem ao estudante inserir-se em
práticas de pesquisa, por meio de diferentes projetos de investigação.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Dois exemplos, dados por Severino (2007) Os Programas de Iniciação Científica (PIC) e
os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), que além de eventual contribuição de seus conteú-
dos, fazem com que o aluno, ao executar tais trabalhos, esteja praticando a pesquisa, iniciando
sua vida científica e vivenciando de forma mais privilegiada o aprender. Para o autor, nesse pro-
cesso, cabe ao aluno não apenas se apropriar e armazenar produtos, mas aprender processos. Em
seus estudos, não importa mais “a capacidade de decorar e memorizar milhares de dados, fatos e
noções, mas a capacidade de entender, refletir e analisar os dados, os fatos e as noções” (SEVERI-
NO, 2007, p. 27).

“A iniciação científica exige do aluno pesquisador a busca constante pela inova-


ção e o treinamento para a pesquisa. Ter conhecimento do assunto a ser estu-
dado é de fundamental importância, para facilitar e obter o sucesso da pesqui-
sa. Assim, é importante que o aluno pesquisador tenha curiosidade e desenvolva
constantemente sua criatividade...”

Leia na íntegra esse trecho em:

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ARRUDA, G. da S. Os desafios para a iniciação científica no Ensino Médio integra-
do ao técnico. Igapó, 2007. Disponível em:
<http://www.ifam.edu.br/cms/images/revista/edicao_01/osdesafiosiniciacao-
cientifica.pdf>. Acesso em: jan. 2017.

PROBLEMAS DE PESQUISA
Gil (2010) explica os passos para encaminhar uma pesquisa de forma detalhada. Inicia
seu capítulo definindo pesquisa como “o procedimento racional e sistemático, que tem como
objetivo proporcionar respostas aos problemas propostos” (p. 1), devendo ocorrer frente à neces-
sidade de se responder um problema.
Se tomarmos como base as várias significações para a palavra “problema”, muitas vezes a
conceberemos como algo ruim, um obstáculo, uma situação difícil, um distúrbio ou disfunção,
algo fora de controle, causando certo incômodo. No entanto, antecipemos aqui o entendimento
desta palavra em nosso meio acadêmico, entendendo-a como uma indagação, mas não exata-
mente como algo ruim, que necessite ser consertado. Como reforça Gil (2010), dentre as várias
acepções pertinentes ao termo, a mais apropriada é a que caracteriza o problema como um assun-
to ainda não satisfatoriamente respondido, podendo ser objeto de discussões científicas.
Kerlinger (1980, apud GIL, 2010) explica o que pode ser considerado um problema cien-
tífico, diferenciando-o de problemas de engenharia, por exemplo, que buscam encontrar formas
eficientes de se resolver algo, dando respostas diretas de como fazer determinadas coisas. Como
exemplos: Como melhorar os transportes urbanos, ou a distribuição de renda? Ou como aumen-
tar a produtividade no trabalho?

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ENSINO A DISTÂNCIA

Não são também problemas de valor, que levam a julgamentos morais de carácter subje-
tivo, procurando indagar se alguma coisa é boa ou ruim, certa ou errada, ou se algo deve ser feito
ou não, a citar como exemplos: “Qual a melhor técnica para clareamento dental? É certo que apa-
relhos eletrônicos sejam usados dentro da sala de aula? Ou ainda, pais devem deixar filhos sozi-
nhos na realização de tarefas escolares? Mulheres devem realizar aborto? Não queremos afirmar
que determinados temas não podem estar relacionados à pesquisa, mas que suas questões sejam
passíveis de verificação empírica, tendo suas proposições suscetíveis de observação. Tomemos
por base uma pergunta valorativa apresentada anteriormente, sobre ser correto ou não que pais
deixem seus filhos sozinhos em casa por exemplo. Dentro desse tema, por exemplo, poderia se
fazer pesquisa através de outra pergunta: Em que medida a ausência dos pais na infância interfere
no rendimento escolar de alunos no Ensino Médio? Nesse caso, por exemplo, é possível iden-
tificar características dessas relações familiares, depois, investigar o rendimento escolar desses
alunos, para em seguida verificar em que medida estes fatores estão relacionados entre si.
Assim, constatamos que problemas de pesquisa podem ser levantados nas mais variadas
situações, desde às cotidianas, para orientação, avaliação de desempenhos, planejamento de uma
ação adequada, até razões de ordem intelectual, para testar uma teoria específica; explorar um
objeto pouco conhecido; ou, em áreas já exploradas, determinar certos fenômenos específicos ou
apenas descrevê-los.

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 1


AS FASES DA PESQUISA
Gil (2010) elabora um diagrama sobre as fases da pesquisa. Baseando-nos nestas etapas
é que recorremos ao símbolo de uma escada, para visualizarmos o processo, realizado em fases,
representadas pelos degraus:

Figura 3 - Degraus das fases da pesquisa. Fonte: A autora.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Embora vários autores apresentem diferentes modelos que representam as fases do mé-
todo científico, em sua maioria estas fases estão sempre presentes: Observação, problematização,
formulação de hipótese, experimentação, avaliação dos resultados e publicação.
Severino (2007) explica que a primeira atividade é a observação dos fatos, que pode ocor-
rer de maneira casual ou espontânea, ou de forma sistemática e organizada. Queremos, então,
saber o motivo pelo qual tais fatos estão ocorrendo, de forma lógica e racional, é a fase da proble-
matização. Ao estabelecermos a relação causal entre esses porquês, estamos na fase da hipótese.
Hipótese: proposição explicativa provisória de relações entre fenômenos, a ser comprova-
da ou infirmada pela experimentação. E, se confirmada, transforma-se na lei (SEVERINO, 2007,
p. 103).
Depois de formulada a hipótese, cabe ao pesquisador partir para a verificação experimen-
tal, por meio da análise das variáveis (“a variação de um fato, correlacionando com a variação de
outro” idem, p. 103). Caso seja confirmada a hipótese, surge a lei. Assim, várias leis, relacionadas
a vários fenômenos, formam a teoria. E, caso, várias teorias se reunissem para explicar todo o
universo, teríamos a definição de sistema, algo ainda não estabelecido.
Ainda para explicar o método científico Severino (2007) descreve dois momentos: o mo-
mento experimental e o matemático, nas fases indutiva e dedutiva, respectivamente.
A indução e a dedução são formas de raciocínio, possíveis de ocorrer no ato da pesquisa.

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São elas que justificarão a hipótese a ser defendida. Na primeira ocorre o processo de generaliza-
ção, em que a partir de alguns fatos particulares observados, se conclui que o resultado se aplique
a todos os outros fatos da mesma espécie. É, portanto, regido por um princípio universal. O autor
exemplifica que, neste caso, após se constatar que determinado número de homens morreu, se se
induz que todos os homens são mortais.
No entanto, se o contrário fosse realizado, e, sabendo que todos os homens são mortais,
eu concluísse que determinado homem encontrado vai morrer, trata- se do processo de dedução,
partindo do universal para o particular, específico. A ciência trabalha com esses dois tipos de
raciocínio: “Quando passa dos fatos às leis, mediante hipóteses, está trabalhando com a indução;
quando passa das leis às teorias ou destas aos fatos, está trabalhando com a dedução” (idem, p.
105).
Isso tudo faz parte do que chamamos método de pesquisa. Convém remetermos à eti-
mologia da palavra método, que vem do grego, methodos= meta: por meio + hodos: caminho.
Portanto, utilizar um método é tentar atingir um caminho, por meio do qual se consiga alcançar
determinados objetivos.
Desse modo, a partir desse conceito, o que parecia algo tão complicado e distante de
nosso cotidiano, torna-se algo comum nos nossos dias, ao considerar que o ser humano está,
constantemente, procurando melhores caminhos para fazer aquilo que deseja, nas mais diversas
situações.

Vamos treinar na prática?


Na internet, acesse seu navegador e, em um site de busca, digite, por exemplo:
“invenções geniais” ou de forma mais completa: “invenções geniais que facilitam
a vida”, ou, ainda, inovações tecnológicas e pesquise as imagens. Observe como
o ser humano está constantemente buscando métodos, caminhos, para inovar,
modificar e facilitar sua vida.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Como construir hipóteses? - No capítulo III de Gil (2010).

http://www.urca.br/itec/images/pdfs/modulo%20v%20-%20como_elaborar_
projeto_de_pesquisa_-_antonio_carlos_gil.pdf

A BUSCA DAS FONTES PARA SUSTENTAÇÃO


Após entendermos como se dá o planejamento das fases de uma pesquisa, é importante
discorrermos sobre a forma de busca das fontes que sustentarão nosso trabalho.
Se faz necessário sempre ouvir o orientador, que certamente saberá indicar quais são as
obras de referência essenciais ao estudo. As fontes então, podem ser livros, monografias, disser-
tações, teses, artigos ou periódicos científicos, anais de congresso, etc. e podem ser encontradas
tanto em sua forma física, impressa, como no meio eletrônico. Pode-se, ainda, recorrer a mate-
riais antigos, para obter uma visão mais geral, como enciclopédias, dicionários, manuais ou tra-

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 1


tados. Todavia, caso sejam muito antigas, é importante que usemos tais referências como ponto
de partida, acompanhando a evolução do tema estudado. Os trabalhos de conclusão de gradua-
ção e pós-graduação: monografias, dissertações e teses, também constituem importantes fontes
de investigação científica, devem ser consultados e analisados de forma crítica. Outras fontes a
destacar são os periódicos científicos, uma comunicação formal de resultados de pesquisas, que
atualmente têm se disseminado em grande escala, por levarem informações atualizadas, serem
publicados com maior facilidade e possuírem preço mais acessível.
Mais uma fonte de busca se configura sob a forma de anais científicos. Quando ocorrem
os Congressos, Encontros, Jornadas, etc., os pesquisadores apresentam seus trabalhos na forma
de comunicação, palestras, conferências, dentre outros, tendo seus resumos unidos e apresenta-
dos na forma de Anais, constituindo uma fonte confiável a ser investigada.
Vale ressaltar que por mais que a tecnologia venha ganhando contornos significativos em nosso
meio, a biblioteca ainda é, por excelência, um local privilegiado para localização de fontes de
pesquisa, disponíveis por autor, título da obra ou, recorrentemente, pelo assunto. Ao encontrar
a obra, é aconselhável que se faça uma leitura rápida da capa, contracapa e sumário, tendo uma
visão geral dos temas discutidos. Não se pode esquecer do papel do bibliotecário, profissional que
pode auxiliar o pesquisador nessa tarefa de busca.
Atualmente, a maioria das fontes impressas para pesquisa podem ser encontradas no
meio eletrônico, através da internet. A expansão da rede e a disseminação das tecnologias digitais
facilita esse processo e, assim, muitas pessoas optam por utilizá-la devido à economia de tempo
de busca e o custo menor. Todavia, é preciso salientar que nem tudo o que se encontra pode ser
confiável, ou verdadeiro, ou de grande relevância como científico (relembrando, podendo ser
confirmado, verificável).
De maneira bem geral, a pesquisa se inicia por meio dos sites de busca, que contribuem
para que possamos nos localizar todo tipo de informações. Outrossim, quando digitamos ape-
nas a palavra-chave, no quadro de busca, provavelmente aparecerão incontáveis páginas para a
procura, o que pediria um tempo grande para análise. Assim sendo, uma forma de restringir esse
grande número de resultados é inserir os termos da busca entre aspas, o que diminui nitidamente
o número de páginas.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Graziosi, Liebano e Nahas (2010) consideram a existência dos benefícios da educação a


distância, diante da impossibilidade ainda para muito, em se deslocar, devido à rotina profissio-
nal do dia a dia. Nesse sentido, ressaltam a importância das Bases de Dados Bibliográficas por
aproximarem o profissional da informação.
De modo geral entendemos por Base de dados um depositório de informações confiáveis,
que facilita, organiza e mantém as informações, podendo oferecer o resumo dos documentos ou
seu texto completo.
Se faz necessário que o aluno, enquanto pesquisador, consiga realizar a busca nessas ba-
ses, para obter um resultado mais preciso. Citamos como exemplos, Google acadêmico, Scielo,
Portal Capes, Plataforma Lattes e a EBSCO, esta última na qual as revistas da Uningá encontram-
-se indexadas, cujos alunos e pesquisadores possuem acesso gratuito.
Quando se fala em Base de dados, surgirão termos como Descritores, os termos, palavras-
-chave de busca, Operadores Booleanos (not, and, or), que restringem ou combinam os termos
de busca, Operadores de Truncagem (* #), que localizam termos que possuam a mesma raiz, etc.
Enfim, são muitas ferramentas, que precisam ser conhecidas e testadas na prática. Para tanto,
sugerimos, ao fim desta unidade, uma leitura explicativa do caderno: Pesquisa em Base de dados,
da Universidade Federal de São Paulo, que apresenta uma lista das bases mais comuns, com suas
explicações:

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 1


Sugestão: Alguns vídeos explicativos também podem ser assistidos buscando:
“Tutorial base de dados”.

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02
LEITURA, DOCUMENTAÇÃO
E TRABALHO DE CONCLUSÃO
PROF.A MA. LETÍCIA IZEPPE
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 18
QUALIDADES DE UM PESQUISADOR ..................................................................................................................... 19
EMPENHO PESSOAL DO ALUNO ............................................................................................................................ 19
IMPORTÂNCIA DA LEITURA ................................................................................................................................... 20
TÉCNICAS DE SKIMMING E SCANNING ................................................................................................................ 21
OS PROCESSOS DE ANÁLISE E SÍNTESE .............................................................................................................. 21
AS DIRETRIZES DE LEITURA ................................................................................................................................... 22
A IMPORTÂNCIA DA DOCUMENTAÇÃO .................................................................................................................. 23
SIGLAS E ORGÃOS .................................................................................................................................................... 25
TCC - TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ...................................................................................................... 23
ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÊMICO ............................................................................................................. 27
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS .................................................................................................................................. 28
ELEMENTOS TEXTUAIS .......................................................................................................................................... 30
ELEMENTOS PÓS TEXTUAIS .................................................................................................................................. 32

17
ENSINO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
Tendo encerrado nossa primeira parte sobre a pesquisa, introduzimos esta segunda, res-
saltando algumas das características que deve ter o pesquisador, deixando transparecer que o
empenho pessoal tem parte fundamental em todo processo. Além disso, mencionaremos outros
hábitos, tais como a importância da leitura, algumas técnicas, os processos de análise e síntese e a
necessidade de registrar. Adentraremos, mais especificamente, o universo científico, apresentan-
do algumas siglas e órgãos veiculados à ciência. Os aspectos para a realização de um Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC) serão trazidos, bem como toda sua estrutura, disposta nos elementos
pré-textuais, textuais e pós textuais.

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 2

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ENSINO A DISTÂNCIA

QUALIDADES DE UM PESQUISADOR
Primeiramente, para que a pesquisa se inicie de forma adequada, com êxito, é necessário
olharmos para a figura do pesquisador. Gil (2010) elenca uma série de qualidades intelectuais e
sociais necessárias, as quais apresentamos neste quadro ilustrativo:

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 2


Quadro 1 – Qualidades do pesquisador. Fonte: A autora.

Deixamos, na décima característica, um espaço vazio, para que cada um de nós, enquanto
pesquisadores, possamos refletir e completar mentalmente, que outra qualidade nos faltaria para
que pudéssemos realmente fazer pesquisa. Essa atitude de reflexão sobre o nosso papel é também
característica de um bom pesquisador, visto que toda atividade racional e sistemática, como o é,
a pesquisa, requer reflexão e planejamento. É preciso que o pesquisador sistematize o processo
pelo qual irá passar, no alcance das metas estabelecidas. Por isso, há necessidade de se elaborar
um projeto de pesquisa, documento este que irá expor os objetivos de coleta e os métodos de
análise dos dados.

EMPENHO PESSOAL DO ALUNO

Figura 1 – A postura do empenho. Fonte: Gracez (2017).

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ENSINO A DISTÂNCIA

Em mais um degrau de nossa escada, nesta segunda unidade, nos deparamos com o em-
penho pessoal do aluno, o que permitirá a ele, descer e subir todos os outros degraus à maneira
que julgar necessário.
Como aponta Severino (2007, p. 37): “Os bons resultados do ensino e da aprendizagem
vão depender em muito do empenho pessoal do aluno. Para isso, é importante adquirir hábitos
apropriados e eficazes”. Assim, o autor lista cinco pontos que devem ser observados pelos alunos,
ajudando-o a atingir bons resultados:

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 2


Figura 2 – Empenho pessoal. Fonte: A autora.

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA
Não há como não mencionar e compartilhar do que a maioria dos autores concordam
ser a melhor ferramenta para uma boa escrita, de modo geral: a leitura. Lopes (2009) destaca
que a maioria das dificuldades enfrentadas na vida acadêmica surgem do fato de não se ler com
habilidade, inteligentemente. Ele acrescenta: Quem lê constrói sua própria ciência e ao terminar
o curso, poderá desenvolver temas [...] e pensar por si mesmo.
Nesse sentido, seria óbvio afirmar que quanto mais vezes se lê, mais facilidade se adquire
na compreensão e interpretação de textos. O ideal, certamente, seria a leitura de, pelo menos, três
vezes. No entanto, é fato, que devido à correria da vida moderna, muitos acabam se perdendo no
meio dessas leituras. Algumas dicas podem ajudar, nesse sentido.
Um passo importante é a seleção do que se vai ler. Os resumos, os sumários ajudam mui-
to delimitar as partes principais a serem utilizadas. A velocidade na leitura auxilia também, mas
como aponta Lopes (2009), depende da peculiaridade de cada autor, que sugere que se criem
imagens em nossa mente para assimilar o que foi dito. O autor acrescenta que o ambiente externo
deve também contribuir, sendo “amplo, arejado, bem iluminado e silencioso [...] e, em caso de luz
artificial, deve ser difusa e ficar à esquerda de quem se lê” (p. 19).

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ENSINO A DISTÂNCIA

TÉCNICAS DE SKIMMING E SCANNING


Outra necessidade que auxilia no processo de leitura é procurar captar sempre as ideias
principais. As técnicas de leitura dinâmica ajudam nesse processo. Harlow (1980 apud Marconi
e Lakatos (2001) descreve os procedimentos do SCANNING e SKIMMING. A primeira diz res-
peito a encontrar determinado tópico na obra, através do sumário, ou pela leitura de linhas, ou
parágrafos, na busca de frases ou palavras-chave. Seus olhos vão em busca exatamente do que se
quer encontrar. A segunda capta a tendência geral sem entrar em minúcias, através dos títulos,
subtítulos, ilustrações. Lê-se para encontrar a essência do texto. Dentre as possíveis traduções das
palavras, do inglês, preferimos utilizar as de escanear e desnatar, respectivamente, pois quando
escaneamos, é como se ampliássemos para guardar, e, quando desnatamos, é como se quisésse-
mos separar a nata, para fazer uma bolacha, deixando de lado o que não fôssemos utilizar, o que
seria mais ou menos o processo.
Muitos autores concordam que para uma boa retenção do texto é necessário lê-lo umas
três vezes. Todavia, há de se considerar, que, muitas vezes, o tempo disponível acaba não sendo
um bom aliado para que se realizem várias leituras. Também, de nada adianta dizer que leu, se
apenas o que se conseguiu fazer foi passar os olhos pelo texto. Nesse sentido, seria interessante

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 2


considerar esses métodos dinâmicos de leitura. Pelo menos partes do texto, o geral, poderá ser
compreendido, sendo muito melhor realizar esse tipo de leitura do que simplesmente não fazer
nenhuma, por falta de tempo.
Vale mencionar também a técnica de sublinhar, destacando ao alcance dos olhos as ideias
principais e os pormenores importantes. No entanto, de nada adianta sublinharmos o que acha-
mos importante para ler depois e acharmos tudo importante. O trabalho será o mesmo ou até
maior. Uma dica seria dar destaque às definições, conceitos, palavras desconhecidas, exemplos
ou explicações.

Figura 3 – A técnica de sublinhar. Fonte: Shutterstock (2017).

OS PROCESSOS DE ANÁLISE E SÍNTESE


Lopes (2009) acrescenta que para haver uma leitura proveitosa alguns princípios são es-
senciais como a atenção e concentração; o interesse por novos conhecimentos; a reflexão quanto
aos diferentes ângulos que se pode ler; um espírito crítico de avaliação do texto; análise e síntese.
Cabe, para esses dois últimos, alguns esclarecimentos. Quando falamos em análise, o que
devemos considerar é a divisão em partes para o entendimento, e assim, o estabelecimento das
relações existentes entre elas.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Por síntese, se entende o processo inverso ao da separação (análise). Seria a reconstituição


das partes decompostas, por meio de uma composição dos elementos essenciais, seguindo uma
lógica de pensamento.
Outro recurso importante é o resumo que, para Costa (2009), consiste em uma apresen-
tação abreviada de um texto, expondo seu conteúdo de modo conciso e coerente. É, portanto, um
gênero que reduz o texto, mas não deixa de colocar o que lhe é principal. Na resenha, por sua vez,
com base nos conhecimentos prévios sobre o tema, é realizado um comentário crítico. Assim, os
pontos principais do texto estão presentes, acompanhados de uma sustentação argumentativa e
marcados pela existência de articuladores textuais.
Com base em Curty e Curty (2008), elaboramos um quadro, associado à imagem de um
quebra-cabeça, cujas partes encontram-se separadas, destacando como o leitor deve proceder
para realizar uma análise temática de um texto:

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 2


Figura 4: Análise temática. Fonte: A autora.

É fato que os professores observam as dificuldades que os alunos apresentam ao ler e


estudar de maneira eficaz. Muitas críticas surgem acerca dos problemas de atenção, empenho, in-
terpretação, compreensão e de uma postura crítica. Para haver interpretação, outras etapas antes
devem ser realizadas. A alfabetização, decodificação e junção das letras para uma leitura fluente
é apenas o estágio mais primitivo, que precisa estar em constante evolução. Contudo, pesquisas
apontam que, por diversos fatores, o nível de leitura dos brasileiros está ainda nesta primeira fase.
Conseguem decodificar, mas quando se trata das outras fases, de uma leitura crítica primordial
ao desenvolvimento e a elaboração das diversas atividades no cenário acadêmico, a situação é
alarmante e os índices, desastrosos.

AS DIRETRIZES DE LEITURA
Para descrever essas etapas de leitura, Severino (2007) destaca cinco processos:
A Leitura textual é a primeira abordagem do texto com vistas à preparação da leitura,
assim, é importante realizar uma leitura atenta e corrida sem buscar esgotar a compreensão do
texto. Pode-se, nesta fase: pesquisar sobre a vida e obra do autor; identificar o vocabulário: os
conceitos e termos fundamentais a compreensão do texto; localizar o texto, autor ou assunto no
tempo e espaço, considerando os fatos históricos.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Em seguida está a etapa da Leitura temática, cuja finalidade é a compreensão global do


texto, procurando “ouvir” o autor e aprender o conteúdo da mensagem. Perguntas como: do
que fala o texto? Qual o problema discutido? O que o autor fala sobre o tema? Que ideias apre-
senta a respeito do assunto? Que explicações oferece, nos ajudam nesse processo. Retomamos,
aqui, a necessidade de se encontrar o tema daquilo que se lê, lembrando de que se o texto é bem
construído a ideia que nos é apresentada no início é retomada e fechada ao final, completando e
encerrando um ciclo: deixando em destaque, exatamente, o tema.
No momento da Leitura interpretativa o leitor deverá tomar uma posição sobre o conte-
údo apresentado, buscando encontrar uma compreensão do pensamento expresso no trabalho
analisado. Deve, depois disso, fazer uma análise crítica, sendo necessário tomar posição no que
se refere ao conteúdo.
Para iniciar a fase da Problematização, vale perguntar qual o problema a ser solucionado
no texto? Como responde ao problema levantado? Que posição assume? Que ideia defende? O
que quer demonstrar? As respostas a estas questões, revelam a ideia central do autor e do texto.
Ressaltamos que nesta fase, trazemos para o texto nossa visão de mundo, os outros textos que
conhecemos que se assemelham ou se distanciam do tema em questão.
Na fase da síntese pessoal, podem ser encontrados subsídios que servirão de base para o
resumo ou síntese de um novo texto. Uma vez cumpridas essas etapas, os problemas levantados
poder ser discutidos em grupo e novos debates e reflexões podem surgir, sendo essenciais à ativi-

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 2


dade científica.

A IMPORTÂNCIA DA DOCUMENTAÇÃO
Frente a todo esse processo, é importante que aprendamos a documentar nosso estudo,
para assimilá-los de forma eficaz e não apenas como algo decorado, para ser depois esquecido:

O estudo e a aprendizagem em qualquer área do conhecimento são plenamente


eficazes somente quando criam condições para uma contínua e progressiva assi-
milação pessoal dos conteúdos estudados. A assimilação, por sua vez, precisa ser
qualitativa e inteligentemente seletiva dada à complexidade e a enorme diversi-
dade das várias áreas do conhecimento (SEVERINO, 2007, p. 66).

Dessa forma, o fichamento nos é apresentado, como uma ferramenta utilizada pelo aluno
para registrar o material estudado, na finalidade de poupar tempo no futuro, frente à necessidade
de se produzir algum tipo de relatório ou outro formato de trabalho científico. Essa ferramenta
serve, então, para auxiliar na elaboração de trabalhos acadêmicos e pesquisas.
Em síntese, fichamento é o ato de transcrever anotações após a leitura. Antigamente, para
fins de estudo ou pesquisa, os registros eram feitos em fichas pautadas e impressas. Hoje, além
desse objeto, tais anotações podem ser feitas em folhas de papel comum ou em programas de
banco de dados de um computador. Severino (2007) ressalta não haver um tamanho padroni-
zado para essas fichas de documentação, ficando a critério de cada um o seu formato, podendo
realiza-las no computador em forma de documentos/arquivos. O importante é que estejam bem
organizados e de fácil acesso, para que os dados não se percam e possam ser utilizados quando
necessário.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Severino (2007) classifica esse tipo de documentação em: temática, bibliográfica e geral.
Por meio da documentação temática são coletados elementos relevantes para o estudo em geral
ou para a realização de um trabalho em particular, sempre dentro de determinada área, em fun-
ção do conteúdo, da área estudada ou do trabalho realizado. “Tal documentação é feita, portanto,
seguindo um plano sistemático, constituído pelos temas e subtemas da área ou do trabalho em
questão” (SEVERINO, 2007, p. 68).

O Fichário de documentação bibliográfica constitui um acervo de informações


sobre livros, artigos, e demais trabalhos que existem sobre determinados assun-
tos, dentro de uma área do saber. Sistematicamente feito, proporciona ao estu-
dante rica informação para seus estudos (SEVERINO, 2007, p. 70).

A documentação geral é aquela que permite que sejam organizados e guardados todos os
documentos úteis retirados de fontes perecíveis, tais como recortes de jornais, revistas e apostilas,
que talvez não estejam para sempre disponíveis após sua publicação. Logo, há a necessidade de
passá-los para pastas, sistematicamente organizadas, a fim de que sua conservação seja mantida.
Vários autores, de modo mais explicativo, classificam os tipos de fichamento em 4: fi-
chamento bibliográfico, de conteúdo, de citações e crítico. De modo geral, no primeiro, deve ser
apresentada a ideia geral da obra, bem como os temas de interesse presentes nela, para uma busca

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 2


futura. Por fichamento de conteúdo, entendemos ser uma espécie de resumo do todo de um tex-
to, de modo sucinto, mas sem pular as partes principais. No fichamento de citações são transcri-
tas cópias do texto de origem, que podem ser inseridas, mais tarde, no trabalho acadêmico. E, por
fim, o fichamento crítico sede espaço para a escrita de resenha, com espaço argumentativo sobre
o texto a ser fichado.

Modelo de ficha:

Quadro 2 – Modelo de ficha. Fonte: A autora.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Quadro 3 – Modelo de fichamento. Fonte: A autora.

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SIGLAS E ÓRGÃOS
Quando falamos em Metodologia de Pesquisa é importante que conheçamos algumas si-
glas e órgãos com os quais poderemos estabelecer algum contato durante a vida acadêmica. Vale
colocar, que todas essas siglas e suas explicações estão disponíveis em suas respectivas páginas na
internet.
ABNT= Associação Brasileira de Normas e Técnicas. É a Normalização técnica do país,
que contém documentos elaborados criteriosamente, com linguagem técnica, adequada e cien-
tífica. Fundada em 1940, é a base para o desenvolvimento tecnológico brasileiro, uma entidade
privada, sem fins lucrativos. É membro fundador da ISO= International Organization for Stan-
dardization, da COPANT (Comissão Pan-americana de Normas Técnicas) e da AMN (Associa-
ção Mercosul de Normalização).
Frente à necessidade da normalização de determinado tema, a ABNT encaminha o as-
sunto ao Comitê Técnico responsável, onde será exposto aos diversos setores envolvidos. Uma
vez elaborado o Projeto de Norma, com o assunto solicitado, ele é então submetido à Consulta
Nacional. Neste processo, o Projeto de Norma, elaborado por uma Comissão de Estudo repre-
sentativa das partes interessadas e setores envolvidos com o tema, é submetido à apreciação da
sociedade. São exemplos de normas utilizadas:

• NBR 14724 - Elas definem tamanho de papel, margens, estrutura do trabalho e outros
detalhes.
• NBR 6023 – Informação e documentação – Referências bibliográficas
• NBR 10520 – Normatização das citações

CNPQ é a sigla de Conselho Nacional de Pesquisa, que atualmente é chamado de Con-


selho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, e é um órgão público que tem o
objetivo de incentivar a pesquisa no Brasil. Sua sede está situada em Brasília, e o órgão é ligado
ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

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ENSINO A DISTÂNCIA

O CNPQ também tem vários outros órgãos federais e parceiros estrangeiros em suas fun-
ções, incentiva a pesquisa no Brasil através de bolsas e auxílios, em especial para indivíduos que
querem cursar Mestrado e Doutorado, sejam eles no Brasil ou no Exterior.
Certamente, ouviremos falar de ENADE: O Exame Nacional de Desempenho de Estu-
dantes que integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), cujo objetivo
é aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação aos conteúdos programáti-
cos, suas habilidades e competências.
Por INEP, se representa o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira; CAPES- é a Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior, responsável
por fazer a qualificação das publicações periódicas aqui no Brasil, quanto a questões editoriais e
técnicas.
Qualis é o conjunto de procedimentos utilizados pela Capes para estratificação da quali-
dade da produção intelectual dos programas de pós-graduação. Tal processo foi concebido para
atender às necessidades específicas do sistema de avaliação e é baseado nas informações forne-
cidas por meio do aplicativo Coleta de Dados. Como resultado, disponibiliza uma lista com a
classificação.
A classificação é realizada pelas áreas de avaliação e passa por processo anual de atualiza-
ção. Esses veículos são enquadrados em estratos indicativos da qualidade - A1, o mais elevado;
A2; B1; B2; B3; B4; B5; C - com peso zero, sendo acessível na internet em seu aplicativo WebQua-

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 2


lis.
ISSN- Critério para o controle da qualidade das revistas e para indexação em base de
dados nacionais e internacionais. Significa International Standard Serial Number- Número de 8
dígitos, precedido pelo prefixo ISSN – identificação única, internacionalmente reconhecida.
É importante que conheçamos também a Plataforma Lattes, que representa a experiência
do CNPq na integração de bases de dados de Currículos, de Grupos de pesquisa e de Instituições
em um único Sistema de Informações e como verificamos em sua própria página de apresenta-
ção, sua dimensão atual se estende não só às ações de planejamento, gestão e operacionalização
do fomento do CNPq, mas também a outras agências de fomento federais e estaduais, das funda-
ções estaduais de apoio à ciência e tecnologia, das instituições de ensino superior e dos institutos
de pesquisa. Quando adentramos o universo acadêmico, é importante estabelecermos contato
com essa plataforma e elaborarmos o Currículo Lattes, que na apresentação da plataforma, é des-
crito como o padrão nacional no registro da vida pregressa e atual dos estudantes e pesquisadores
do país, adotado pela maioria das instituições de fomento, universidades e institutos de pesquisa.
Por sua riqueza de informações e sua crescente confiabilidade e abrangência, se tornou elemento
indispensável e compulsório à análise de mérito e competência dos pleitos de financiamentos na
área de ciência e tecnologia.

TCC- TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


Outra sigla que se ouve e com a qual se preocupa muito no universo acadêmico é o TCC:
Trabalho de Conclusão de Curso, parte integrante da atividade curricular de muitos cursos de
graduação, sendo de extrema relevância para o processo de aprendizagem dos acadêmicos, ser-
vindo para articular e consolidar o processo formativo do aluno, por meio da construção do
conhecimento científico em sua área.

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ENSINO A DISTÂNCIA

O trabalho acadêmico é o “documento que representa o resultado de estudo, devendo


expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado da disci-
plina, módulo, estudo independente, curso, programa e outros ministrados. Deve ser feito sob a
coordenação de um orientador” (NBR-14724, 2005, p.3). O que distingue os diferentes trabalhos
acadêmicos são os níveis de profundidade e originalidade, bem como a exigência de defesa pú-
blica para alguns deles.
Existem muitas definições a respeito do trabalho científico. Para Lakatos e Marconi (2003)
trata-se de um estudo sobre tema específico ou particular, com suficiente valor representativo e
que obedece à rigorosa metodologia.
É preciso considerar que trabalhos acadêmicos podem ser divididos da seguinte forma:
primeiramente os trabalhos relativos à graduação; e, em seguida, os trabalhos elaborados na pós-
-graduação (aperfeiçoamento, especialização, mestrado, doutorado). Aos trabalhos relativos à
graduação, a NBR 14724 atribui as seguintes denominações: TCC e TGI, respectivamente, Traba-
lho de conclusão de curso e Trabalho de graduação interdisciplinar. Aos trabalhos elaborados na
pós-graduação, a denominação estabelecida é: Trabalho de conclusão de curso de especialização
e/ou aperfeiçoamento, ou monografia. Todavia, as autoras consideram que apesar dessa termi-
nologia estar consagrada, essa denominação não é muito adequada, visto que todos os trabalhos
acadêmicos têm como principal característica serem monográficos.
Portanto, os termos: dissertação e tese são explicados na NBR 14724, e diferenciados,

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 2


devido à titulação obtida:

Dissertação é o documento que representa o resultado de um trabalho expe-


rimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema único e
bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar
informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o as-
sunto e a capacidade de sistematização do candidato, é feito sob a coordenação
de um orientador (doutor), visando a obtenção do título de mestre. Tese é o do-
cumento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição
de um estudo científico de tema único e bem delimitado. Deve ser elaborado
com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a
especialidade em questão. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor)
e visa a obtenção do título de doutor, ou similar (NBR-14724, 2005, p. 2-3).

Observando a grafia da palavra monografia, verificamos que sua principal característica


é a abordagem de um tema único (mónos = um só e graphein = escrever). Dessa forma, todos
os trabalhos acadêmicos são monográficos. Dentre os trabalhos monográficos mais usuais, des-
tacam-se aqueles exigidos para obtenção de graus, como a dissertação de mestrado e a tese de
doutorado. Para a conclusão de cursos de especialização, ou mesmo de graduação, é comum a
apresentação de trabalhos acadêmicos chamados simplesmente de monografias.

ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÊMICO


Para a NBR 14724 (dez. 2005), a estrutura de um trabalho acadêmico de cunho monográ-
fico compreende: elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais, a seguir
respectivamente descritos.

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ENSINO A DISTÂNCIA

ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
✓ Capa (obrigatório) (entidade, título e subtítulo se houver, autor, local, data). Lombada
(opcional)
✓ Folha de rosto (obrigatório) (nome do autor, título e subtítulo, se houver, natureza
(tese, dissertação, trabalho de conclusão de curso) e objetivo (aprovação em disciplina, grau pre-
tendido), nome da instituição a que é submetido, área de concentração, nome do orientador, local
da instituição onde deve ser apresentado, ano).
✓ Verso da folha de rosto (obrigatório) deve conter a ficha catalográfica, conforme o Có-
digo de Catalogação Anglo-americano vigente (NBR 14724, ago. 2005).
✓ Errata (opcional)
✓ Folha de aprovação (obrigatório)
✓ Dedicatória(s) (opcional)
✓ Agradecimento(s) (opcional)
✓ Epígrafe (opcional)
✓ Resumo em língua vernácula (obrigatório)
✓ Resumo em língua estrangeira (obrigatório)

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 2


✓ Lista de ilustrações (opcional)
✓ Lista de tabelas (opcional)
✓ Lista de abreviaturas e siglas (opcional)
✓ Lista de símbolos (opcional)
✓ Sumário (obrigatório)

Esses elementos pré-textuais são aqueles que antecedem o corpo da Monografia, ou tra-
balho acadêmico. Apresentam informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho.
Iniciemos pela capa, que, de acordo com a NBR 14724, é elemento obrigatório em todo
trabalho acadêmico. É a proteção externa, que reveste o trabalho, na qual devem constar infor-
mações para a identificação. Ordenadamente, teremos:
O nome da instituição; nome do autor; título; subtítulo (se houver); número de volumes
(se houver mais de um); local – cidade da instituição onde deve ser apresentado e ano da entrega
(depósito).
As normas da ABNT não dispõem as informações quanto à estética desses itens, tais
como: número da fonte, se itálico ou negrito, etc., todavia, nosso objetivo é apresentar uma pa-
dronização dos trabalhos acadêmicos para orientar o aluno no momento de elaborar seu tra-
balho. Podemos, assim, estabelecer: Nome da instituição - (obrigatório) em letras maiúsculas,
centralizado, tamanho da fonte 14 e negrito. Nome do autor - (obrigatório) em letras maiúsculas,
centralizado, tamanho da fonte 14 e negrito. Título - (obrigatório) em letras maiúsculas, centrali-
zado, tamanho da fonte 14 e negrito. Subtítulo - (se houver), é necessário colocá-lo em uma linha
abaixo do título, grafado em negrito, com a mesma fonte e tamanho do título, porém deverão ser
utilizadas somente as primeiras letras de cada palavra em maiúsculas. Local - na penúltima linha
da folha, centralizado, em letras maiúsculas, tamanho da fonte 12 e negrito. Ano do depósito -
data da entrega do trabalho, na última linha centralizado, fonte 12, sem negrito.
A lombada, por sua vez, é elemento opcional, onde as informações devem ser impressas,
quando o trabalho comportar. Conforme a NBR 12225, é a parte da capa que reúne as margens
internas das folhas, a ser mantidas juntas.

WWW.UNINGA.BR 28
ENSINO A DISTÂNCIA

A disposição dos elementos ocorre na seguinte ordem: nome do autor, impresso longi-
tudinalmente, de modo a ser lido do alto para o pé da lombada, facilitando a leitura quando o
trabalho está no sentido horizontal, com a face voltada para cima; título do trabalho impresso da
mesma maneira que o nome do autor; elementos alfanuméricos de identificação, por exemplo:
v. 3.
De acordo com a NBR 14724, a folha de rosto é elemento obrigatório, que carrega os ele-
mentos essenciais à identificação do trabalho, na seguinte ordem: nome do autor: responsável in-
telectual do trabalho; título principal do trabalho; subtítulo: se houver, deve ser evidenciada a sua
subordinação ao título principal, precedendo-o de dois pontos; número de volumes (se houver
mais de um, deve constar em cada folha de rosto a indicação do respectivo volume); finalidade
do trabalho, contendo sua natureza (tese, dissertação, monografia e outros) e objetivo (aprovação
em disciplina, grau pretendido e outros); nome da instituição a que é submetido com o nome do
orientador; local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado; e, por fim, ano de depósito
(da entrega).
Acrescentamos que a folha de rosto carrega uma informação adicional, que a difere da
capa e deverá ser escrita a partir do meio da folha, com espaçamento simples e a mesma fonte
utilizada nos outros itens (Arial ou Times), tamanho 12, conforme sugerimos no exemplo:

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Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia) apresentado ao Centro Univer-
sitário Uningá, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em
Odontologia (ou Licenciatura em Ciências Biológias).
Orientador: Prof.

É importante destacar que somente a partir da folha de rosto se começa a contar as pági-
nas do trabalho acadêmico. No entanto, a representação impressa do número das páginas só apa-
recerá, no canto superior direito da folha, a partir da INTRODUÇÃO, utilizando-se algarismos
arábicos (1, 2, 3, 4.)
No verso da folha de rosto deve aparecer a ficha catalográfica, elaborada pelo bibliotecá-
rio, conforme o Código de Catalogação Anglo Americano vigente.
A Errata é um elemento eventual, constituído pela referência do trabalho e pelo texto da
errata. Deve conter uma lista das folhas e linhas, onde ocorreram erros, com suas devidas cor-
reções. Se possível deve ser inserida em papel avulso, acrescido depois de finalizado o trabalho,
após a folha de rosto.
A folha de aprovação, a ser inserida logo após a folha de rosto, é elemento obrigatório,
contendo: nome do autor do trabalho: responsável intelectual ou artístico; título principal do tra-
balho, de forma clara e precisa; subtítulo (se houver), subordinado ao título pela marca dos dois
pontos; número de volumes; finalidade do trabalho, contendo sua natureza, objetivo, nome da
instituição e área de concentração; data de aprovação; e nome completo e titulação dos membros
que compõem a banca examinadora, bem como a instituição a qual pertencem e sua respectiva
área de concentração.
Podem haver, ainda, páginas preliminares, que antecedem o resumo:
A Dedicatória é um texto geralmente curto, que contém o oferecimento do trabalho a
determinada pessoa, ou pessoas.
Os Agradecimentos consistem em uma manifestação de gratidão a pessoa(s) e/ou insti-
tuição(ões) que, de alguma forma, colaboraram com o autor, para a execução do trabalho, deven-
do ser expressa de maneira simples e sóbria.
A Epígrafe é elemento opcional, colocado o início do trabalho, mas podendo aparecer
também no início de suas seções primárias. Consiste na citação de um pensamento (com a indi-
cação de autoria) que, de certa forma, está relacionado à obra.

WWW.UNINGA.BR 29
ENSINO A DISTÂNCIA

O Resumo na língua vernácula é elemento obrigatório, redigido pelo próprio autor, que
apresenta, concisamente, os pontos relevantes do texto, em linguagem clara, concisa, direta, com
o máximo de 500 palavras — deve ressaltar o objetivo, o resultado e as conclusões do trabalho,
assim como o método e a técnica empregados na sua elaboração. Redigido em parágrafo único,
seguido de palavras-chave e/ou descritores, separadas entre si por ponto (.). Ex.: Palavras-chave:
Literatura. Letramento literário. Sala de aula.
O resumo em língua estrangeira é também elemento obrigatório, que consiste na versão
do resumo em português para um outro idioma, de divulgação internacional, geralmente inglês,
espanhol ou francês: Abstract, Resumen, Resumée, respectivamente.
Outras listas podem ser incluídas, dependendo da característica do documento: – lista
de ilustrações: relação sequencial das ilustrações (imagens, desenhos, esquemas, fluxogramas,
fotografias, gráficos, mapas, quadros, etc.), devendo aparecer na mesma ordem em que forem
apresentadas no trabalho, seguidas do título e página onde podem ser encontradas; – lista de
tabelas: relação numérica das tabelas na mesma ordem em que se sucedem, seguida do título e
com a indicação da página correspondente. Observe que não há necessidade de repetir a palavra
Tabela, figura etc.; basta colocar apenas o número de ordem da ilustração, seguido do respectivo
título; A palavra Fonte deve ser colocada imediatamente após o traço inferior da tabela, alinhada
com as especificações do 1º nível da coluna indicadora. Deve-se usar o tamanho de letra (fonte)
11. - Lista de abreviaturas e siglas: relação alfabética das abreviaturas e siglas utilizadas na publi-

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 2


cação, seguidas das palavras ou expressões a que correspondem, escritas por extenso; – lista de
notações ou símbolos: relação de sinais convencionados, utilizados no texto, seguidos dos respec-
tivos significados;
O Sumário é a indicação do conteúdo do documento, o último elemento pré-textual, res-
ponsável por refletir as divisões e/ou seções, na mesma ordem em que aparecem no texto. Usa-se
o termo “sumário”, não confundindo com índice, que se configura como elemento pós-textual.
Caso haja mais de um volume, deve ser incluído um sumário completo do trabalho em cada um
deles.
A forma de digitação segue um formato padronizado, que vai desde à caixa alta em negri-
to, até caixa baixa, em itálico, diminuindo de forma decrescente:

1. SEÇÃO PRIMARIA 1. CAIXA ALTA COM NEGRITO


1.1 SEÇÃO SECUNDARIA 1.1 CAIXA ALTA SEM NEGRITO
1.1.1 Seção Terciária 1.1.1Caixa Alta e Baixa com Negrito
1.1.1.1 Seção quaternária 1.1.1.1 Caixa Alta e Baixa sem Negrito
1.1.1.1.1Seção quinária 1.1.1.1.1 Caixa Alta e Baixa em Itálico

ELEMENTOS TEXTUAIS
✓ Introdução: apresenta o objeto da pesquisa (problema, hipótese, variáveis), objetivos,
o tema, delimitação do tema, justificativa e cita a metodologia utilizada.

✓ Desenvolvimento: a) com parte experimental: revisão da literatura, material e méto-


dos, resultados e discussão. b) sem parte experimental: revisão da literatura.

✓ Considerações finais: síntese dos resultados mais importantes do trabalho e/ou pes-
quisa correlacionado aos objetivos propostos.

WWW.UNINGA.BR 30
ENSINO A DISTÂNCIA

Os elementos textuais determinam a natureza do trabalho, sua estrutura e organização.


Quanto à natureza da pesquisa, pode ser dividido em duas partes, com ou sem experimentação.
Sem a coleta de dados, as partes consistem em: Introdução; revisão da literatura; discus-
são e considerações finais. Com a coleta: Introdução; revisão da literatura; material e Métodos;
resultados; discussão e considerações finais.
A introdução deve explicar como a pesquisa foi realizada. É necessário que se faça a deli-
mitação do assunto, chegando no objeto a ser pesquisado, com destaque à natureza do problema,
a importância da pesquisa no âmbito acadêmico e/ou social, bem como a justificativa, os objeti-
vos, as referências às teorias nas quais a pesquisa foi baseada, além da escolha da metodologia e
sua aplicação, sendo, portanto, uma apresentação geral.
A linguagem deve ser objetiva, utilizando apenas uma pessoa gramatical. A organização
do texto deve partir da apresentação do objeto da pesquisa (problema, hipótese, variáveis), obje-
tivos, o tema, delimitação do tema, justificativa e a metodologia). Nela o autor apresenta o que ele
espera confirmar nas considerações finais;
Algumas maneiras de iniciar uma introdução é se posicionando de modo generalizado
sobre determinado fato; comparando situações; destacando por meio de citação a opinião de
alguém de destaque; fazendo alusão histórica a algum fato histórico, ou definindo um termo,
explicitando-o claramente.
Fontenelle (2017) de forma simples, mas prática, explica como fazer um TCC. Como se

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 2


pode notar, na figura 4 ele deixa transparecer a importância da introdução, sendo ela a respon-
sável pela primeira impressão que o leitor poderá ter do seu texto. Assim, uma introdução de
qualidade atrairá o leitor e definirá se sua pesquisa vai ser lida ou não.

Figura 4 – Introdução de TCC. Fonte: Fontenelle (2017)

No desenvolvimento deve aparecer a revisão de literatura. Cabe ao autor demonstrar


conhecimento da literatura básica sobre o assunto, resumindo os resultados de estudos anteri-
ores. Muitos autores concordam ser essa, a parte fundamental para a trabalho de pesquisa, cuja
finalidade é expor, demonstrar e dar possibilidades de verificação.

WWW.UNINGA.BR 31
ENSINO A DISTÂNCIA

No desenvolvimento, pode-se levar em consideração três fases: explicação, argumentação


e demonstração. Segundo Marconi e Lakatos (2003) aparecem nessa etapa, os elementos da fun-
damentação teórica e também a definição dos conceitos utilizados. A revisão da literatura, cons-
truída pelas citações, traz as principais conclusões de outros autores, salientando a contribuição
da pesquisa realizada, demonstrando contradições ou reafirmar certas atitudes.
As considerações finais consistem na fase final do trabalho de pesquisa, mas não é algo
tão simples ou de tão poucas linhas. Mais que isso, possuem uma estrutura própria abarcando o
resumo completo, sintetizado, da argumentação dos dados e dos exemplos constantes nas duas
primeiras partes do trabalho (introdução e desenvolvimento/revisão da literatura), o que seria
uma retomada geral. De acordo com Marconi e Lakatos (2003), devem constar a união das ideias
e, ainda, conter o fecho da introdução ou síntese de toda a reflexão.

Outros detalhes práticos do desenvolvimento e construção do TCC podem ser


obtidos na página do professor André Fontenelle

http://www.andrefontenelle.com.br/como-fazer-um-tcc/

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 2


ELEMENTOS PÓS TEXTUAIS
✓ Referências (obrigatório)
✓ Glossário
✓ Apêndice(s) (opcional)
✓ Anexo(s) (opcional)
✓ Índice

São elementos que complementam o TCC/Monografia. São as referências, anexos e/ou


apêndices.
Referências
É a lista das obras consultadas. Sua elaboração segue normas expedidas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (NBR 6023, 2000). Seus elementos principais são: Sobrenome do
autor e nome. Ponto; Título da obra em destaque (dois pontos) e subtítulo (não destacado). Pon-
to; Edição abreviada; Local. Dois pontos; Editora. Vírgula; Ano de publicação. Ponto.
Detalhes completos para a elaboração das referências veremos em outro módulo poste-
rior.
Apêndices
Segundo a NBR 14724, o apêndice é um elemento opcional, que consiste em um texto ou
documento elaborado pelo autor, a fim de complementar sua argumentação.
Os apêndices são identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos
títulos. Quando esgotadas as 23 letras do alfabeto devem ser utilizadas letras maiúsculas dobra-
das para identificação, como aparece nos Exemplos: APÊNDICE A – Questionário aplicado aos
acadêmicos do 1º ano de Medicina. APÊNDICE B – Questionário aplicado aos professores do
curso de Medicina.

WWW.UNINGA.BR 32
ENSINO A DISTÂNCIA

Os anexos são definidos também pela NBR 14724 como textos ou documentos não elabo-
rados pelo autor. Elementos opcionais e complementares do trabalho, apresentam documentos
ilustrativos ou exposições que se tornaram inviáveis no interior dos capítulos. São também iden-
tificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos. Seguem a mes-
ma forma dos apêndices, como demonstram os exemplos: ANEXO A – Formulário de inscrição.
ANEXO B – Pedido de isenção.
Além dessas considerações acerca dos elementos que constituem o texto, vale ressaltar
outras normas básicas que configuram o trabalho científico.
Para a impressão, o papel é sempre sulfite A4 e cor branca.
A Fonte: Arial ou Times New Roman, tamanho: 12, estilo: Normal e alinhamento: Justi-
ficado.
Parágrafo entre Linhas: 1,5
Título: Arial ou Times New Roman – Tamanho 14 – Estilo: Negrito e Maiúscula – Ali-
nhamento: Esquerda. O subtítulo: Arial ou Times New Roman – Tamanho 14 – Estilo: Negrito
– Alinhamento: Esquerda.
Configuração da página: Cabeçalho: 3 cm, Rodapé: 2 cm, Margem Esquerda: 3cm, Mar-
gem Direita: 2cm. Os passos a serem seguidos no editor de texto Word, para configuração da
página, são os seguintes:

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 2

Figura 5: Print da tela Layout/ Margem. Fonte: A autora.

Os títulos dos trabalhos, quando forem numéricos, serão alinhados à esquerda. Já os títu-
los sem indicativos numéricos, como: agradecimentos, errata, lista de símbolos, resumos, sumá-
rio, referências, glossário, apêndice, anexo, deverão ser centralizados, podendo utilizar o recurso
de negrito ou caixa alta para destaque.
Os títulos das seções, por sua vez, devem ser separados do texto que os precede e/ou su-
cede, com paragrafação entre linhas duplas.
Os indicativos de seção são os números que aparecem antes dos títulos. Deverão vir ali-
nhados à esquerda, com o espaçamento de apenas 1 caractere.

WWW.UNINGA.BR 33
ENSINO A DISTÂNCIA

Para citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação e legenda das imagens e
das tabelas é necessário utilizar um tamanho menor: fonte tamanho 10 ou 11.
Também as notas de rodapé, as citações longas, as referências deverão ter espaçamento
simples.
Essas são algumas das normas prescritas para a formatação do texto acadêmico, que serão
reforçadas novamente à medida que julgarmos necessário.

Tendo em vista a quantidade de partes de um TCC e a dificuldade de muitos


alunos para a execução de cada uma dessas etapas, muitas sátiras são cons-
truídas a esse respeito. Muitos internautas fazem piadas para ilustrar essa fase
da vida dos universitários. Para refletir e descontrair um pouco, uma página da
REFLITA UOL, educação elencou uma série de imagens, extraídas de uma página na rede
social, intitulada “TCC dá depressão”. Esses exemplos estão disponíveis em:

https://educacao.uol.com.br/album/2014/03/12/tcc-da-depressao-trabalho-fi-
nal-e-tema-de-satiras-de-internautas-no-facebook.htm#fotoNav=7

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 2

WWW.UNINGA.BR 34
03 FERRAMENTAS PARA A ESCRI-
TA CIENTÍFICA: CITAÇÕES E RE-
FERÊNCIAS
PROF.A MA. LETÍCIA IZEPPE

SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 36
O RECURSO DAS CITAÇÕES .................................................................................................................................... 37
APRENDENDO A FAZER CITAÇÕES ........................................................................................................................ 38
SISTEMAS NOTAS DE RODAPÉ .............................................................................................................................. 40
CUIDADOS COM A LINGUAGEM .............................................................................................................................. 41
COESÃO E COERÊNCIA ............................................................................................................................................ 42
O RECURSO DAS REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 44
TRANSCRIÇÃO DOS ELEMENTOS .......................................................................................................................... 45
CASOS DE AUTOR ENTIDADE .................................................................................................................................. 47
DOCUMENTOS ELETRÔNICOS ............................................................................................................................... 49

35
ENSINO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
Neste próximo degrau de nossa escada, aprenderemos como utilizar um dos maiores re-
cursos e ferramentas para a escrita de todo e qualquer trabalho científico: as CITAÇÕES, o desafio
das palavras. “Palavras, palavras, se me desafias, aceito o combate”. Essa frase, atribuída a Carlos
Drummond de Andrade, abre espaço para iniciarmos nossas ‘conversas escritas’ nesta unidade.
Discorreremos, justamente, sobre o desafio das palavras, o combate que travamos diante delas, a
escolha de cada termo para se colocar no papel, ou na tela de um computador. Drummond nem
imaginaria, que essas suas palavras estariam aqui, sendo usadas para definirmos, ligeiramente,
o que vem a ser a CITAÇÃO: esse combate que aceitamos travar, quando utilizamos palavras,
um desafio inovador que temos conosco mesmo, frente a tudo o que lemos, o que aprendemos,
retemos e queremos passar a diante. Vale, em seguida, considerarmos a necessidade de empre-
garmos um outro recurso metodológico, que permite ao nosso leitor “lançar as redes ao mar,
para também conseguir encontrar os peixes, como nós o fizemos”, recorrendo à nossa metáfora.
Trata-se das Referências, que até pouco tempo era conhecida pelo nome completo de Referências
Bibliográficas. Contudo, tendo em vista que a palavra bibliografia nos remete ao conjunto de
livros convencionais e que na atualidade, devido à quantidade e gêneros de materiais e supor-
tes que podem ser utilizados e citados, muitos autores optam por considerar apenas a primeiro

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 3


nome: Referências, o elemento pós textual obrigatório, a fonte completa de todo o material que
aparecera citado no trabalho científico.

WWW.UNINGA.BR 36
ENSINO A DISTÂNCIA

O RECURSO DAS CITAÇÕES


Como já discutimos em unidades anteriores, o desenvolvimento da ciência é dirigido pela
produção e pelo fluxo de informação. Esse contato com o saber é que gera conhecimento. Dentro
disso, uma das obrigações dos pesquisadores é disseminar o conhecimento científico através da
divulgação dos resultados de qualquer investigação, disponibilizando-os para a comunidade e,
dessa forma, reforçando e mantendo o processo de comunicação científica.
No entanto, mesmo antes de falarmos em texto científico, já fizemos esse contato com ci-
tações em outras situações de nossas vidas. Em tempos de internet, corriqueiramente recebemos
textos assinados por grandes autores, achamos bonitas as palavras e até passamos adiante por
meio das mais diversas e atuais ferramentas tecnológicas.
É justamente sobre essa divulgação via internet que o blog “poeme-se” traz algumas con-
siderações, questionando como é possível saber quem é realmente o autor de uma citação. São
discutidos diversos casos de autorias atribuídas de forma equivocada. Problemática que inspirou
a estampa da mais nova camiseta do site, uma ideia ousada com uma frase atribuída a Machado
de Assis (!): “O problema das citações da internet é que nunca sabemos se elas são verdadeiras”,
assinada por Machado de Assis, com sua data de nascimento e morte, muito antes da evolução da

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 3


internet.

Figura 1: Como saber quem é o autor? Fonte: Poemese (2016).

Tomemos como exemplo apenas os três primeiros destaques. A frase que muitos citam,
atribuindo os créditos a Maquiavel, mas que provavelmente foi feita por alguém que buscava
resumir as ideias do autor: “Os fins justificam os meios”. Outro exemplo é a frase do poema
MUDE: “Mude. Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade”, que
geralmente é atribuída a Clarice Lispector, mas que possui registro oficial na Fundação Biblioteca
Nacional do Ministério da Cultura, sendo de Edson Marques. Ainda o texto: “A mente que se abre
a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”, conferida a Albert Einstein, por sua
genialidade, mas advinda do médico americano Oliver Wendell Holmes.

WWW.UNINGA.BR 37
ENSINO A DISTÂNCIA

Não queremos, com esses exemplos, deixar entender que essas frases precisam parar de
ser citadas ou disseminadas. Podemos continuar admirando-as, desde que seu uso não tenha
finalidade científica, ou seja, se para ser científico, o objeto precisa ser comprovado, somente
podemos colocar algo, em nosso texto, que permita ao nosso leitor ter acesso à fonte verdadeira.
Caso contrário, estamos comprometendo a essência desse gênero textual.
Esse deve ser o comportamento geral entre os cientistas, pois enquanto outros procedi-
mentos são específicos de cada área do conhecimento, a comunicação científica tem a mesma
importância para todas as áreas, conforme já apontaram Vans e Caregnato (2003). As autoras
salientam que o termo literatura científica se refere à existência de publicações que contêm a
documentação dos trabalhos produzidos pelos cientistas. Esse acesso ao conhecimento já regis-
trado faz referência às ideias e resultados de pesquisas de autores anteriores, gerando uma lista de
referências bibliográficas a serem consultadas. Embora, formalmente haja um reconhecimento
de que as citações indicam a atividade científica, ainda é subjetivo o comportamento dos pesqui-
sadores ao realizarem o processo.
Desse modo, o mínimo que se espera de cada um desses disseminadores do conhecimen-
to é o aprendizado das normas que regem o procedimento e a honestidade e fidelidade em sua
disseminação.

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 3


APRENDENDO A FAZER CITAÇÕES
Comecemos essa fase de aprendizado, tomando como nosso “livro de cabeceira” as Nor-
mas para apresentação gráfica de trabalhos científicos segundo a ABNT (2002), de acordo com a
NBR 10520. O documento considera as citações como sendo de fundamental importância para o
enriquecimento da pesquisa, visto que expõem o posicionamento de diferentes autoridades com
experiência no assunto.
No entanto, deixa claro o que não se pode, de forma alguma fazer: transcrever integral-
mente, ou parcialmente um conteúdo de outro autor, sem fazer a devida referência. De acordo
com a NBR 10520 da ABNT (2002), a citação é “menção no texto de uma informação colhida em
outra fonte. Pode ser uma transcrição ou paráfrase, direta ou indireta, de fonte escrita ou oral”.
Assim, tem-se divididos os três tipos de citação: direta, indireta e citação de citação.
A primeira, pode ser chamada de Citação direta ou literal, reconhecida por ser a trans-
crição exata de palavras e trechos de um autor, seguindo integralmente sua redação, ortografia,
acentuação e pontuação. Caso seja feita, a citação deverá conter o nome do autor ou da instituição
responsável ou do título de entrada, seguida do ano de publicação e da página consultada. Ela
pode ser ainda curta ou longa.
Quando as transcrições no texto atingem até três linhas devem estar realizadas entre as-
pas duplas. Exemplo: Segundo Severino (2007, p. 171) “tão logo iniciada a digitação, o usuário
deve dar início ao salvamento do texto, evitando risco de perdas das partes já digitadas”. Quando
a citação direta for composta por mais de três linhas, deve ser apresentada num parágrafo inde-
pendente, recuado a 4 cm da margem esquerda, com letra menor (tamanho 10), sem parágrafo
na primeira linha da citação e em espaço simples (1,0). Exemplo:

WWW.UNINGA.BR 38
ENSINO A DISTÂNCIA

O comando para salvar um texto encontra-se no menu Arquivo, sob a desig-


nação Salvar como. É este o comando que deve ser usado quando se tratar do
primeiro salvamento do texto e toda vez que se vai gravar pela primeira vez num
disquete. Quando se tratar de ir salvando as demais partes do texto, à medida
que forem sendo digitadas, basta servir-se do comando Salvar ou do correspon-
dente ícone (SEVERINO, 2007, p. 171-172).

Na opinião de Carvalho (1975, p.119), não se pode esperar que todos os autores sejam
cuidadosos, objetivos e conscientes no momento de mencionar suas fontes de consulta. Alguns
pecam por excesso, outros por omissão. No entanto, algumas omissões podem seriamente preju-
dicar nosso trabalho como um todo. Neste caso, por exemplo, das citações diretas, não podemos
esquecer, de forma alguma, de inserir o sobrenome do autor, o ano e a página. Essa referência no
corpo do texto obrigatoriamente deve ser realizada, sob pena de os trechos serem considerados
plágio, demonstrando assim a credibilidade da pesquisa realizada, seguindo as regras da ABNT,
o que discutiremos mais a diante.
A Citação indireta, por sua vez, consiste na transcrição não literal do que diz o autor, feita
a partir da interpretação de um texto consultado, do qual se quer retirar uma parte importante,
fazendo um resumo com as próprias palavras (paráfrase), mas, não deixando de respeitar a ideia
do autor. Nesse caso, não se utilizamos aspas, nem fazemos menção à página. Tomemos como

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 3


exemplo as palavras de Severino sobre a internet como fonte de pesquisa:
A internet é responsável por eliminar barreiras de tempo e espaço, permitindo o acesso a
milhares de informações armazenadas em seus Web sites, por meio dos quais se pode consultar
e colher elementos informativos de toda ordem (SEVERINO, 2007).
Vale acrescentar que essa menção ao nome do autor e ao ano pode ocorrer no próprio
texto, antes da citação com apenas a primeira letra do nome maiúscula, ou depois da citação, den-
tro dos parênteses, com todas as letras maiúsculas. Observemos o mesmo exemplo, colocando o
nome do autor anteriormente. Teríamos: Segundo Severino (2007), a internet é responsável por
eliminar barreiras de tempo e espaço... Essa opção de mencionar o autor no próprio texto, antes
da citação, ou depois dela, pode ocorrer nos três tipos de citações, dependendo da escolha de
quem escreve.
Por último, a citação de citação, realizada quando o autor do trabalho acadêmico utiliza
uma citação direta ou indireta de outro texto, já que não teve acesso ao original. De forma bem
geral seria citar algum autor que já tenha sido citado por outro. Nesse caso, a expressão latina
apud (que tem o mesmo sentido de citado por, conforme, de acordo com e segundo) identifica
ser esse tipo de citação. Pode ser usada tanto no texto como em notas de rodapé.
A menção tem início com o sobrenome do autor original e ano (no caso de citação dire-
ta, a página) apud sobrenome do autor que fez a citação e demais complementos (ano e página)
conforme necessário.
Voltemos a um exemplo retirado do livro de Severino (2007). Na página 87, Severino
faz uma citação direta do autor Maritain (1994, p. 38). Caso eu, escrevendo meu texto científico,
quisesse citar a mesma frase, eu precisaria fazer uma citação de citação, visto ser Severino o autor
da obra que eu teria em mãos. Exemplo: “o ato da mente pelo qual ela afirma ou nega alguma
coisa, unindo ou separando dois conceitos por intermédio de um verbo” (MARITAIN, 1994, p.
38, apud SEVERINO, 2007, p. 87). Caso fossem mencionados antes do texto: De acordo com
Maritain, (1994, p. 38), apud Severino (2007, p. 87): “o ato da mente pelo qual ele afirma...”.

WWW.UNINGA.BR 39
ENSINO A DISTÂNCIA

Esse sistema, da escolha e escrita das citações é denominado sistema Autor- data, que
conforme NBR 10520/2002 da ABNT, ocorre no corpo do texto, indicando a fonte pelo sobreno-
me do autor em caixa alta e baixa, seguida da data de publicação do documento entre parênteses.
As citações devem ser feitas através do sistema autor-data, em que se deve colocar o sobrenome
do autor ou da instituição responsável ou título de entrada, seguido da data de publicação do do-
cumento, separado por vírgula. Caso indique apenas um trecho da obra, depois do ano coloca-se
a vírgula, a abreviatura de página (p.) e finalmente o número da página. Exemplos: (IBGE, 2008)
ou (SILVA, 2008, p. 22). Citação no corpo do texto: Severino (2007, p. 174) expõe que as citações
são os elementos retirados dos documentos pesquisados...Indicação de autor dentro de parênte-
ses: As citações são os elementos retirados dos documentos pesquisados... (SEVERINO, 2007, p.
174).
Nem sempre, a obra citada, foi escrita por apenas um autor. Assim, caso sejam até três
autores, eles devem ser separados por ponto e vírgula. Ex: (SILVA; CHAUÍ; VARGAS, 2000).
Caso a citação seja de uma obra de mais de três autores, / indicando todos os outros que
não aparecem: (SOBREIRA et al., 1996, p.30). Caso queiramos citar várias obras de um mes-
mo autor publicadas no mesmo ano, a diferenciação far-se-á por letras (CHAUI, 2001a, p.35),
(CHAUI, 2001b, p.60), (CHAUI, 2001c, p. 550).
Há, ainda, a probabilidade de citarmos vários autores, que tiveram o mesmo pensamento,
por nós citado. Nesse caso, todos devem aparecer, em ordem alfabética. Ex (ALMEIDA, 2007;

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 3


CHAUÍ, 2001, SANTOS, 2000).

SISTEMAS NOTAS DE RODAPÉ


Outro sistema é o das notas de rodapé, que vem através da sequência numérica para a
indicação do autor da obra citada, podendo ter algumas variações. Caso o autor seja citado várias
vezes no texto, na primeira nota, coloca-se a citação da obra com referência completa.
Na segunda menção, insere-se a expressão latina ibidem ou ibid. (que significa, na mesma
obra), indicando que a obra citada é a mesma da imediatamente anterior. Deve ser indicada na
mesma página ou folha de citação a que se refere:
¹ SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007.
²Ibid., p. 70.
A expressão idem ou id. indica obras do mesmo autor anteriormente citado. Coloca-se
na mesma página ou folha de citação a que se refere. ¹MEDEIROS, João Bosco. Português instru-
mental. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996, p. 60. ²Id., Redação científica. São Paulo: Atlas, 1998, p. 76.
A expressão op. cit. (obra citada) é usada no caso de ocorrerem citações que se repetem, mas
intermediadas por outros autores. ¹ SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23.
ed. São Paulo: Cortez, 2007. ²MEDEIROS, João Bosco. Português instrumental. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 1996, p. 60. ³SEVERINO, op. cit., p. 21. Por último, retomando, aparece a expressão apud
(citado por), que indica um autor citado por outro autor. ¹ MARITAIN, 1994, p. 38, apud SEVE-
RINO, 2007, p. 87.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Em linguagem bem simples, seria isto:


Se escrevemos com nossas palavras o que alguém já disse, estamos diante de uma citação
indireta, mas mesmo assim, mencionamos a fonte sem ponto aqui e com ponto só no fim (SO-
BRENOME, 2017).
Se copiamos “igualzinho, já que sabemos que pode existir cópia diferente, colocamos
entre aspas, caso seja até três linhas e precisamos da página” (SOBRENOME, 2017, p. 2).
Lembrando que o autor pode ser citado antes, no seu texto, assim, por exemplo, segundo
Fulano (ANO), e aí escrevemos com nossas palavras o que precisamos dizer.
PONTUAÇÃO: Quando fazemos a citação em nosso texto e usamos expressões como
Segundo Fulano (ANO), ou De acordo com Fulano (ANO), elas devem vir seguidas de vírgula.
No entanto, essa vírgula não ocorre caso comecemos pelo autor, que funcionará como sujeito.
Fulano (ANO) afirma que.... (Não se separa com vírgula o sujeito do resto da oração).

CUIDADOS COM A LINGUAGEM


Como observamos no início de nossas conversas escritas, temos uma infinidade de textos
e, na hora de escrever, precisamos estar aptos para reconhecer e enquadrar nossa escrita dentro

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 3


de cada estrutura. É necessário que cada tipo de composição esteja de acordo com o que seu
escritor deseja expressar. No caso da redação científica alguns pontos são relevantes para a con-
dução dessa informação: a ressaltar seu caráter formal e impessoal.
De modo bem simples e explicativo, por linguagem formal entendemos aquela que em-
pregamos em situações que exigem de nós certa seriedade. Aquela para a qual nos preparamos
nos bancos escolares, para realizarmos os tão diversos e temidos exames. Podemos também em-
pregá-la na oralidade, quando pretendemos demonstrar respeito e consideração, geralmente, por
pessoas mais velhas ou de um cargo superior ao nosso, ou ainda quando precisamos elaborar um
discurso para ser pronunciado a um grupo maior de pessoas.
É importante considerarmos que esse emprego da linguagem formal não exclui a possi-
bilidade de empregarmos a linguagem informal, em outras ocasiões. Em casa, com os familiares,
nos grupos com os quais convivemos ela é totalmente cabível. Não falamos aqui em uma forma
correta e outro errada, uma melhor e outra pior, mas tratamos de ADEQUAÇÃO, ou seja, nossa
fala e escrita devem estar adequadas às diversas circunstâncias sociais com as quais estabelece-
mos contato.
Além da formalidade, outra característica do texto científico é a impessoalidade, que apa-
ga qualquer marca específica da pessoa, do escritor, em si, procurando dar a ideia de algo geral.
Portanto, deve-se evitar a construção da escrita em primeira pessoa, seja do singular como em:
“Eu concluo, ou afirmo..., ou do plural: “Percebemos, verificamos...”. Essas marcas pessoais cedem
espaço a uma escrita impessoal: “Verifica-se, nota-se, é importante afirmar., analisar-se-á, foi dito
que...”.
Vale ainda, fazer uso de uma linguagem concisa e direta, por meio de classes principais
como substantivos e verbos, evitando adjetivação extrema ou muitos advérbios. Por mais que o
texto científico peça uma clareza na exposição das ideias, sua construção deve ocorrer de forma
clara, precisa e concisa, evitando repetições e parágrafos longos demais. É importante dividir o
assunto em partes, exprimindo uma unidade de raciocínio. Quando mudamos o que querermos
dizer, temos a necessidade de outro parágrafo.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Este guia aponta os 9 erros mais perigosos na realização do trabalho monográ-


fico:

http://guiadamonografia.com.br/referencial-teorico-9-erros-perigosos/#_
Toc483836407

COESÃO E COERÊNCIA
Quando falamos em coesão textual entendemos a respeito dos mecanismos que nossa
língua possui para “ligar”, relacionar as palavras, frases ou parágrafos de um texto, garantindo
organização e continuidade. Esses elementos podem indicar

• Oposição ou contraste: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora,

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 3


contra, apesar de, não obstante, ao contrário, etc.

• Causa e consequência: porque, visto que, em virtude de, uma vez que, devido a, por
motivo de, graças a, em razão de, em decorrência de, por causa de, etc.

• Finalidade: a fim de, a fim de que, com intuito de, para, para a, tanto quanto, tanto mais,
a menos que, etc.

• Esclarecimento: vale dizer, ou seja, quer dizer, isto é, etc.

• Proporção: à medida que, à proporção que, ao passo que, tanto quanto, tanto mais, a
menos que, etc.

• Tempo: em pouco tempo, logo que, assim que, antes que, depois que, em vista disso, etc.

• Condição: se, caso, contanto que, a não ser que, a menos que, etc.

• Conclusão: portanto, então, logo, por isso, por conseguinte, pois, de modo que, em vista
disso, etc.

Esses elementos coesivos podem ser utilizados na construção das citações. Pode-se, por
exemplo, ao se remeter a um autor, começar pelo seu sobrenome, seguido de algumas expressões
também coesivas, como:

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ENSINO A DISTÂNCIA

Fulano (ANO, p. 00) afirma que, conceitua, aponta que, assevera, ressalta, considera,
apresenta reflexões sobre ... De acordo com Fulano (ANO)... De acordo com os dados obtidos
no trabalho de... Conforme as estatísticas demonstradas... É o que se pode verificar, por exemplo,
na tabela, ou no gráfico... Com base nos autores consultados verifica-se ou observa-se, ou nota-
-se. Os dados permitem afirmar que... Em um primeiro momento é importante ressaltar... Nessa
perspectiva, faz-se interessante saber... Como reflexo desta situação, é possível demonstrar, ou
evidenciar... Salientando-se ainda, que... É importante ainda destacar... É importante considerar
que... Apesar desse fato, deve-se ainda ressaltar que... No entanto, a situação precisa ainda ser
analisada por outra perspectiva... Apesar da complexidade do assunto, é necessário reforçar...
Outro fator existente... Cumpre evidenciar que... Considerando ainda... Por outro lado... De outro
modo... De modo contrário ou adverso... Em outro sentido... De outra forma... Não obstante..
Faz-se oportuno, portanto... Torna-se necessário... Faz-se necessário... Torna-se evidente ou fun-
damental... Em virtude dos fatos mencionados... Levando-se em consideração estes aspectos...
Tendo em vista os fatores observados...
Koch e Travaglia (1993) explicam que a coerência não está na superfície linguística,
estando profunda e não ficando marcada enquanto que a coesão é linear, aparecendo na super-
fície do texto por meio dos elementos linguísticos.
Os autores reiteram que o texto só fará sentido se houver coerência e coesão. Ambos os elemen-
tos estão correlacionados ao processo de produção e compreensão do texto, sendo que a coesão

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 3


ajuda a estabelecer a coerência, mas não à garante. Observemos este exemplo, que mostra como
é possível escrever com coesão, mas sem coerência.

Figura 2 – Coesão sem coerência. Fonte: Nogueira (2012).

O contrário pode também ocorrer. Notemos este poema de Drummond, onde marcas de
elementos coesivos não são encontradas, mas o sentido pode ser nitidamente obtido.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Cidadezinha qualquer

Casas entre bananeiras


Mulheres entre laranjeiras
Pomar amor cantar

Um homem vai devagar


Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus


Figura 3 – Rural landscape. Fonte: Shutterstock (2017).

O RECURSO DAS REFERÊNCIAS

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 3


De acordo com a Norma Brasileira 14724, as referências dizem respeito ao padrão dos
elementos descritivos, retirados de documentos, capazes de permitir sua identificação individual.
Elas podem aparecer em notas de rodapé, listas ao final do texto ou encabeçando resumos. Sua
identificação ocorre pelos elementos essenciais e através dos elementos complementares. Como
a própria palavra nos remete, os essenciais seriam aqueles que não podem faltar, sendo, portanto,
indispensáveis, os complementares, por sua vez, podem ser acrescentados a fim de permitir uma
melhor caracterização. Nesse caso, tem-se como essenciais em livros: nome do autor, título da
obra, edição, cidade, editora e ano.
A lista de referências segundo a ABNT deve aparecer em ordem alfabética, iniciando-se
pelo último sobrenome do autor, em letras maiúsculas, seguido de seu prenome de preferência
por extenso. Existe a possibilidade de que os nomes e outros sobrenomes apareçam de forma
abreviada, desde que este padrão seja mantido em todo o conjunto das demais referências. Os
critérios de abreviação estão dispostos na NBR 10522.
Ressalta-se, ainda, como recurso tipográfico, o destaque dado aos títulos nas referências,
que também devem seguir um padrão. A ABNT sugere o negrito, itálico ou o grifo, cabendo ao
autor do trabalho escolher e uniformizar. Caso haja a necessidade de se fazer uma referência ma-
nuscrita, deve-se optar por grifar o título.
Quanto à sua formatação, devem aparecer alinhadas apenas à esquerda, com espaçamen-
tos simples entre as linhas de uma referência e espaço duplo para separar uma das outras, permi-
tindo a identificação individual de cada uma delas.
Pode acontecer de um mesmo autor ter escrito mais de uma obra e necessitar ser citado
mais de uma vez. Neste caso, abaixo de sua primeira referência é facultativo o uso de um traço
sublinear (equivalente a seis espaços de letra) para iniciar a próxima referência, substituindo a
repetição do nome do autor:.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Neste outro caso, o autor é o mesmo, a obra também, mudando apenas a edição, em outro
ano.

TRANSCRIÇÃO DOS ELEMENTOS


A critério de organização, iniciemos a apresentação por meio dos documentos conven-
cionais, a serem citados no todo. Em caso de livro, com um só autor, o procedimento é simples.

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 3


Consideremos alguns nomes de forma a visualizar como estes ficariam dispostos caso
fossem referenciados.

Maria Costa Faria, no caso, apareceria:


FARIA, Maria Costa.
Manual da Silva, por exemplo, ficaria:
SILVA, Manuel da. Ou abreviando-se: SILVA, M. da., sendo que a partícula não acompa-
nha o último sobrenome.

Arnaldo Brandão Costa Júnior:


COSTA JÚNIOR, Arnaldo Brandão. Observem este caso, que se estende a todos os outros
nos quais haja indicativo de parentesco no nome (FILHO, NETO, SOBRINHO), este aparece
junto ao último sobrenome na referência.

Em casos de sobrenomes ligados por hífen, ou aqueles com prefixos arraigados, estes
permanecem junto ao último sobrenome, iniciando a referência:
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ficaria: DI PIETRO, M. S. Z.
Outro detalhe, que muitas vezes não se nota, é acerca da palavra edição. Esta só deve ser
referenciada a partir da segunda. Logo, quando não aparece, depreende-se que seja da primeira
edição. Ainda, é necessário salientar que seu formato não deve aparecer com o indicativo de grau,
como estamos acostumados a colocar: 3ª edição, 3ª ed. O correto é colocarmos apenas o número
seguido de ponto e a palavra ed. também seguida do ponto, por estar na forma abreviada.

Outra consideração importante é acerca do número de autores. Se o texto for escrito por
até três autores, estes aparecem, separados por ponto e vírgula, na ordem em que estão dispostos
no texto. Pensemos como exemplo os nomes de Paulo Novaes e Henrique Silva Castelani. Seriam
referenciados:

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ENSINO A DISTÂNCIA

NOVAES, Paulo; CASTELANI, Henrique Silva ...


Caso haja mais de três autores, menciona-se o primeiro seguido da expressão latina abre-
viada et al., que quer dizer “e todos os outros”.

Vejamos agora, especificamente, modelos de referências. As autoras Curty, Cruz e Mendes


(2006) trazem de modo explicativo um exemplo de cada possível documento a ser referenciado,
começando pelos documentos convencionais considerados no todo: livros, folhetos, trabalhos
acadêmicos, dissertação, tese, enciclopédias, dicionários e eventos.

Observemos que a ordem segue a dos elementos essenciais, neste exemplo, com o acrés-
cimo de algumas informações a serem explicadas. Apenas o título está em negrito, ficando o

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 3


subtítulo na fonte normal. Quando se quer indicar o número de páginas, inicia-se pelo número
seguido do p. abreviado. A afirmação de que o documento é ilustrado deve aparecer de forma
abreviada.
Em trabalhos acadêmicos deve-se iniciar pelo SOBRENOME, Prenome. Título: subtítulo
(se houver). Data da defesa. Total de folhas. Tese (Doutorado em...) ou Dissertação (Mestrado
em...). Instituição onde foi defendido. Local e data da defesa.

Observemos que nesses exemplos optamos pelo itálico e não negrito para destacar o títu-
lo. Ressaltamos, neste último exemplo, do dicionário, que ao colocar o nome da editora, a palavra
editora ou ed. não deve aparecer, exceto, se fizer parte do nome, como Editora Maio, por exem-
plo.
Pode ocorrer, também que um conjunto de autores tenha se reunido para publicarem
seus trabalhos sob forma de livro. Assim, é necessário haver indicação de um autor, como repre-
sentante, responsável pelo conjunto da obra, pela coletânea, e, nesse caso, seu nome deve apare-
cer seguido de sua abreviatura (organizador, coordenador, editor etc.), entre parênteses.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Quando necessário, outros tipos de responsabilidade, como tradução, revisão, ilustra-


ções, etc., podem ser acrescentadas conforme aparecem no documento.

Neste próximo caso, estamos diante de um livro, tendo capítulos escritos por diferentes
autores. Utilizamos, especificamente uma parte: o capítulo sobre “Referências”, escrito por 3 auto-
ras. Então, foi necessário utilizar o termo “In”, significando “dentro de”... E, neste caso, o destaque
vai para o título do livro e não do capítulo. Destaca-se também a presença do traço sublinear de 6
toques, que indica se tratar da mesma autoria citada anteriormente. Dessa forma, Silva, Pinheiro
e França estão também como autoras responsáveis pelo “Guia para normalização de trabalhos
técnicos-científicos”.

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 3


Observe que detalhes da edição (no caso edição revista e ampliada), caso estejam presen-
tes no documento, devem aparecer de forma abreviada. Também, por último, a página de início
e fim do capítulo em questão. Caso a obra apresente mais de um volume, essa quantidade deve
aparecer depois do ano, também abreviadamente. Exemplo: ... São Paulo: EDUSP, 2001. 2 v. Se a
publicação tiver apenas um volume, indica-se seu número de páginas ou folhas: 130 f. ou 130 p. A
indicação de que a obra apresenta ilustrações de qualquer natureza, pode aparecer, e, nesse caso,
é feita através da abreviatura “il.”, ou “il. color., para as coloridas.

CASOS DE AUTOR ENTIDADE


Caso o documento a ser referenciado tenha sido escrito por uma instituição ou mais de
uma, ou organização, empresa, comissão, comitê, etc., sendo de natureza administrativa, regis-
trando de certa forma um pensamento ou norma coletiva, iniciamos pelo nome desse órgão.

Com relação aos elementos da referência bibliográfica de leis, portarias, decretos etc.,,
uma ordem deve ser seguida como: nome do local (país, estado ou cidade), título (especificação
da legislação, número e data, ou jurisprudência: decisão judicial), ementa e indicação da publica-
ção oficial.
Estes exemplos, retirados da NBR 6023, 2002, p. 8, nos mostram os detalhes dessa nume-
ração.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Todavia, precisamos considerar que, atualmente, o acesso a esses documentos se faz por
meios eletrônicos, sendo necessário colocarmos as informações que permitam sua identificação
básica, com os elementos essenciais, dispondo ao nosso leitor, dados para encontrar o documen-
to, assim como veremos logo em seguida.
Por hora, cabe considerar que mais do que decorar a ordem de todos elementos jurídicos
que devem aparecer, é importante de posse dessa informação, sabermos buscar a fonte correta,
arrumando os detalhes.
Eventos, encontros, simpósios, congressos, reuniões, semanas, ou seminários também
podem ser referenciados, iniciando pelo seu nome, em maiúsculo, o número do evento e ano de
ocorrência, o local, no que consiste: anais, resumos, relatório, cidade, editora e ano. Curty, Cruz
e Mendes (2006) trazem alguns exemplos:

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 3


Pode acontecer também que um trabalho tenha sido apresentado em um desses eventos,
mencionados anteriormente e sejam citados nas referências. Nesse caso, procedemos da mesma
maneira, pelo nome dos autores, seguidos pela expressão In: tendo na frente o nome do evento,
todo em letras maiúsculas, continuando como no exemplo anterior.

Muito do que se publica e se cita, nos dias atuais, está disposto sob a forma de periódicos.
A publicação periódica é constituída de fascículos, números ou partes, editadas a intervalos pre-
fixados, podendo ter a colaboração de diversas pessoas, sob a direção de uma ou várias, tratando
de assuntos diversos, conforme as normas estabelecidas. Nesses casos, se a obra for considerada
no todo, dá-se início pelo título do periódico, local de publicação, editor (entidade responsável),
data (ano), periodicidade (semanal, quinzenal, mensal, bimestral etc. ou frequência irregular), e
ISSN (Número de série, padrão de reconhecimento). Caso seja considerada em partes, a ordem a
ser seguida é: título do fascículo, suplemento de número especial, se houver, local e editor, indi-
cação de volume, número e data.

WWW.UNINGA.BR 48
ENSINO A DISTÂNCIA

Notemos, neste último exemplo que aparece o autor, procedendo-se da mesma forma,
seguido pelo nome do artigo que fora publicado. Depois, aparece outro título, este, com destaque,
por ser o título da revista. A ordem numérica aparece abreviada, sempre v. n. p. e também os
meses, com exceção de maio que não se abrevia.

Outros detalhes não menos importantes:

• Em artigo retirado de Jornal o destaque vai para o nome do jornal e não do


artigo.
ADES, C. Os animais também pensam: e têm consciência. Jornal da Tarde, São
Paulo, p. 4D, 15 abr. 2001.

• Referências sem autoria embora não seja o almejado, podem acontecer sim.
Nesses casos a entrada se dá pela primeira palavra do título, toda em maiúsculo:
O SISTEMA financeiro e o desenvolvimento econômico. Conjuntura Econômica,
Rio de Janeiro, v. 58, n. 5, p. 10-11, maio, 2004.

• Quando a obra não tiver local de publicação existe a opção [s.l.] sine loco, a ser

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 3


colocada entre colchetes.

• No caso de existirem cidades com o mesmo nome, acrescenta-se o estado ou


país.

• Não havendo data de publicação, é necessário que uma data aproximada seja
estabelecida entre colchetes.

• Informações julgadas úteis podem aparecer ao final da referência. Ex: Apostila,


ou Notas de aula, Inclui bibliografia, Bula de remédio.

DOCUMENTOS ELETRÔNICOS
Parece algo sem utilidade apresentarmos normas para construção de Referências quando
temos o mundo ao nosso alcance por meio das tecnologias digitais. É fato, que muitas das refe-
rências conseguiremos encontrar via internet. No entanto, somente quem tem essa visão geral,
disposta até aqui, conseguirá uniformizar seu trabalho compondo um todo coeso. Atualmente,
existem aplicativos e ferramentas capazes de organizar, sistematizar e transferir para nós as refe-
rências, os softwares Mendeley e EndNote, por exemplo, são gerenciadores gratuitos de referên-
cias bibliográficas. No entanto, fazer uso dessas ferramentas não nos exime de conhecer o básico,
requisito primordial para o próprio manuseio dos programas.
Darnton (2010) faz uma consideração sobre as quatro mudanças fundamentais na tec-
nologia da informação: a escrita, o códice, a imprensa e a comunicação eletrônica. A escrita
constitui-se em um marco de profundas mudanças para o meio social por possibilitar a gravação,
transmissão e armazenamento da informação em um suporte qualquer, abrindo espaço para o
desenvolvimento de tecnologias futuras. E o principal no meio disso tudo: ela não desapareceu.
A escrita está presente em outros formatos e suportes.

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ENSINO A DISTÂNCIA

A informação continua a ter o seu valor não somente no meio impresso como referen-
ciamos até aqui, mas por meio das mais diversas publicações e documentos gerados, mantidos e
disseminados no formato eletrônico, sendo acessível por meio de computadores, tablets, smar-
tphones etc.
Nesse sentido, cada tipo de documento eletrônico, continua tendo sua identidade própria,
ou seja, continua sendo um artigo de revista, ou periódico, uma monografia, uma tese, disserta-
ção, uma lei ou decreto etc., Continua carregando os dados comumente usados nos documentos
convencionais com um detalhe a ser somado, o fato de esses documentos estarem mais próxi-
mos de nós e também poderem chegar rapidamente ao nosso leitor e ao leitor de nosso leitor. A
velocidade desse processo não exclui a necessidade de identificação, pelo contrário, faz com que
aos dados antes convencionais nas referências, sejam acrescentados outros pontos específicos,
que possibilitem a localização e recuperação do documento (caracterizando o ‘ser científico).
O endereço eletrônico e a data de acesso são primordiais nesse processo. Assim, de forma bem
simplificada, teríamos os dados convencionais extraídos do documento, SEMPRE seguidos de:

ACCORSI, A.; PONTES, C. C. C.; PERAZZA, R. A. Indicadores de qualidade para cursos de

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 3


ensino à distância on line. Administração on line: prática - pesquisa - ensino, São Paulo, v. 5, n.
1, jan./mar. 2004. Disponível em: <http://fecap.br/adm_online/adol/artigo.htm>. Acesso em: 6
abr. 2006.

E um artigo de jornal sem autoria:

CÂNCER bucal igual em 2006. Jornal da CFO, Rio de Janeiro, ano 13, n. 69, nov./dez. 2005. Dis-
ponível em: <http://www.cfo.org.br/jornal/n69/destque01.asp>. Acesso em: 5 jan. 2006.

OBS: A pontuação e os espaçamentos depois dela, devem permanecer como nos exemplos. Sem-
pre há ponto depois de um item abreviado. Não há espaços na colocação do link.

WWW.UNINGA.BR 50
04
QUESTÕES ÉTICAS E PRÁTICAS:
A PESQUISA EM EXECUÇÃO
PROF.A MA. LETÍCIA IZEPPE
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 52
QUESTÕES ÉTICAS: UMA ESCRITA PRÓPRIA ....................................................................................................... 53
ASSUNTO, TEMA E PROBLEMA .............................................................................................................................. 54
ESCOLHENDO PROBLEMAS DE PESQUISA .......................................................................................................... 55
CLASSIFICAÇÃO DE PESQUISAS ............................................................................................................................ 57
ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES .................................................................................................................................. 58
ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA ............................................................................................................ 60
A INTRODUÇÃO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................ 61
JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................................................... 62
OBJETIVOS ............................................................................................................................................................... 62
METODOLOGIA ......................................................................................................................................................... 62
CRONOGRAMA ......................................................................................................................................................... 63
DIVULGAÇÃO DE PESQUISA ................................................................................................................................... 64
ESTRUTURAÇÃO DE ARQUIVO ............................................................................................................................... 64

51
ENSINO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
Vimos até aqui como construir nosso texto científico por meio das citações e referências.
Pode ser que tenha passado a sua cabeça que então escrever cientificamente é copiar um monte
de ideias de outros autores que antes também já copiaram. E no frigir dos ovos, no claro portu-
guês, esse pensamento tem sua validade se considerarmos que tudo é cópia de algo. Poder-se-ia
então afirmar que um bom trabalho científico é aquele no qual o autor soube copiar, ou seja,
soube articular as ideias dos outros e torná-las, portanto, suas, dispostas à sua maneira. Como
professores, precisamos exigir de nossos alunos essa capacidade, técnica e teórica de ordenar os
pensamentos, fazendo leituras e escolhas compreensivas de leitores dentro de suas temáticas. No
entanto, caso essa retirada de ideias seja feita sem conferir ao autor os devidos créditos, estaremos
diante de um grande problema, o tão famoso e não tão conhecido: plágio. Discorreremos acerca
dessa violação, cujas implicações podem ser cíveis e penais, dispostas perante leis explícitas a
serem demonstradas. Consideraremos também a classificação dos tipos de pesquisas, dentre a
pluralidade de investigações, tais como a pesquisa bibliográfica, em base de dados e métodos
experimentais.
Desse modo, para encerrar nossas “conversas escritas” teceremos algumas considerações

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 4


acerca do planejamento para a execução da pesquisa e os meios de como divulgá-la. Apresenta-
remos a essência de um artigo científico, ressaltando suas normas para publicação em Revistas
Científicas e os principais procedimentos para a comunicação dos resultados. Esperamos, assim,
que todo receio na construção do texto científico tenha ficado no período anterior às aulas de
Metodologia, pois agora, já no topo de nossa imaginária escada, já é possível olhar para os de-
graus já vencidos, descer e subir, quantas vezes forem necessárias. O segredo de fazer pesquisa
não está em decorar todos esses detalhes das normas, está justamente no processo de conseguir
buscá-las e adaptar nosso trabalho a elas, sempre que preciso. Façamos de nossa passagem pela
universidade um processo valioso de aprendizagem e de contribuição para o universo nunca es-
gotável da pesquisa.

WWW.UNINGA.BR 52
ENSINO A DISTÂNCIA

QUESTÕES ÉTICAS: UMA ESCRITA PRÓPRIA


Como salientamos, falar de plágio é estar envolvido em questões éticas e jurídicas. O
terreno no qual estamos pisando é regido por leis, que remetem ao Código Civil de 1916 em seu
artigo 524. Essa lei “assegura ao proprietário o direito de usar, gozar e dispor de seus bens, e de
reavê-los do poder de quem quer que injustamente os possua”, regulando também a propriedade
literária, artística e científica. O art. 299 do Código Penal define plágio como crime de falsidade
ideológica, em documentos particulares ou públicos.
A Comissão de Avaliação de Casos de Autoria da Universidade Federal Fluminense ela-
borou uma cartilha explicativa sobre plágio. Esse material reuniu de forma bem didática os ou-
tros artigos do código civil brasileiro que abarcam o tema. Destaca que o crime contra o Direito
Autoral está previsto nos artigos: 7, 22, 24, 33, 101 a 110, 184 a 186, e 299, já mencionado. Em
resumo, temos nesses artigos a definição de propriedade intelectual, a qual vale colocarmos na
íntegra, para percebermos sua abrangência: “as criações do espírito, expressas por qualquer meio
ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro”.
Todos os direitos morais e patrimoniais pertencem ao autor, não cabendo a ninguém reproduzir
sua obra sem a devida permissão. Usar, portanto, a propriedade intelectual de outro é crime de

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 4


plágio, passível de sanções cíveis aplicáveis e não passíveis de exclusão. Cabe à pessoa lesada pe-
dir indenização e àquele que cometeu, penalidades que variam de multas à reclusão de até cinco
anos.
Diante disso, vale considerar a abrangência do termo, fazendo a distinção entre os três
tipos de plágio: integral, parcial e conceitual, tal como propõe Garschagen (2006).

Quadro 1 – Tipos de plágio. Fonte: Modificado de Garschagen (2006).

Observando esses tipos de plágio, reconhecemos sua existência não apenas quando uti-
lizamos as teclas Ctrl C + Ctrl Z, para copiarmos trechos, ou partes inteiras, mas também quan-
do misturamos um pouco de cada autor, mudamos pouca coisa e até reescrevemos. Dar uma
roupagem nova a algo que já existe, exige a menção à fonte original e assim precisamos fazer, se
quisermos evitar futuros constrangimentos ou acusações.
Fazer citações da maneira como vimos na unidade V, já elimina toda essa problemática,
nos tornando aptos à pesquisa, contribuindo para a disseminação da ciência sem plágio. Esse
amadurecimento nos permite entender que é justamente esse fato de citarmos constantemente
outros pensadores e estudiosos o que nos faz dignos de recebermos esses mesmos títulos: autores,
pesquisadores, cientistas. E, desse modo, estaremos aptos a introduzir nosso estudo acerca da
prática de pesquisa, propriamente dita, em suas fases que vão desde a escolha do assunto e deli-
mitação do tema, formulação do problema, hipóteses, classificação e escolha do tipo de pesquisa
etc.

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Algumas matérias e cartilhas trazem maiores informações sobre o assunto, ser-


vindo para melhores esclarecimentos. Podem ser lidas em:

http://www.ufjf.br/noticias/2017/05/04/saiba-como-evitar-o-plagio-em-traba-
lhos-academicos/

http://www.noticias.uff.br/arquivos/cartilha-sobre-plagio-academico.pdf

http://portaldoaluno.insper.edu.br/downloads/cartilha-plagio.pdf

ASSUNTO, TEMA E PROBLEMA


Quando é necessário fazer referência à dupla: assunto e tema, uma imagem pode ser bem
explicativa. A ideia de um funil nos permite entender algo que antes era abrangente, global e foi
“afunilado”, restrito, delimitado.

Figura 1 -Diferença entre assunto e tema. Fonte: a autora. MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 4

Destaquemos em alguns exemplos:


Toda pesquisa nasce a partir da escolha de um tema. Esse tema deve estar atrelado à área
de atuação ou de interesse do pesquisador. Desse modo, subentende-se que o estudante já pos-
sua algum conhecimento sobre o assunto, o que pode facilitar suas leituras e interpretações dos
materiais encontrados, além de auxiliar em uma busca adequada por bibliografias pertinentes.
Assim, como vimos através do recurso das citações, a cada nova leitura surge um novo texto,
alimentando e dando continuidade ao científico.
Fonseca (2008) afirma que para escolher um tema é necessário, antes, ter em mente qual
assunto precisa de discussão, investigação, decisão e solução. Esse tema deve ser: viável – permi-
tindo observações, testes e validações; importante – relacionado a uma questão que está atrelada
a determinado segmento da sociedade, afetando-a de certa forma; original – quando há indica-
dores de que seus resultados causarão algum impacto no cenário científico-profissional.

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Reforçamos, aqui, a ideia de que o assunto não precisa ser inédito, até porque seria muito
difícil pensar em algo que ninguém jamais tenha pensado. É como se estivéssemos diante de um
closet cheio de peças e tivéssemos que escolher dentre as opções, as combinações adequadas,
aquelas que temos e aquelas que já existem, mas não estão sob nossa posse, precisando, portanto,
adquiri-las e torná-las nossas, com um estilo próprio. Seria isso: buscar outra perspectiva, outro
foco, outras combinações, que revelarão o novo, algo que até já exista, mas com outra roupagem.
Fonseca (2008) reitera para que sejam evitados temas que falem de muitas coisas ao mes-
mo tempo. Basta retomarmos a ideia do funil e lembrarmos de restringir o máximo possível
nosso conteúdo, a fim de que se esgotem as possibilidades dentro dele. Outro ponto a ser evitado
na escolha do tema são questões que envolvam juízo de valor, a distinção entre o certo ou errado,
o bom e o ruim, além de suspeitas vagas ou apenas primeiras impressões.
Logo no início de nossos estudos, comentamos acerca da formulação do problema de
pesquisa. Gil (2010), no segundo capítulo de sua obra “Como elaborar Projetos de Pesquisa”,
explica os passos a serem percorridos ao se formular um problema, que segundo ele, pode ser
determinado por razões de ordem prática ou intelectual. A resposta encontrada pode servir para
orientar a execução de determinada ação, para avaliar certas ações ou investigar as consequências
possíveis de várias alternativas.
Na universidade, problemas podem surgir para explorar um objeto pouco conhecido,
ou em áreas já exploradas, determinar as condições em que certos fenômenos ocorrem e como

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 4


podem sofrer a influência de outros fatores. Ainda pode-se verificar as variações dentro das ge-
neralizações, por exemplo, dentre os fatores que influenciam, aqueles que menos interferem ou
mais intensificam.

Quadro 2 – Tipos de problemas. Fonte: Adaptado de Gil (2010).

ESCOLHENDO PROBLEMAS DE PESQUISA


Gil (2010) complementa que diversos são os fatores responsáveis pela a escolhas de pro-
blemas de pesquisa, mas destaca os dois motivos principais: os valores sociais do pesquisador e
seus incentivos sociais, ou seja, caso o estudioso seja contrário a determinado assunto, ele tende a
investigar e justificar seu ponto de vista, e caso ele receba incentivos monetários para desenvolver
e aprimorar uma boa pesquisa.

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O autor destaca, ainda, algumas regras práticas para a formulação de problemas cientí-
ficos, a contar a necessidade: de formular o problema como pergunta; determinar sua clareza e
precisão; formular uma proposta empírica; suscetível de solução; delimitar uma dimensão viável.
Dentro disso, aproveitando o exemplo conferido por Gil (2010), pensemos um recorte:
assunto/tema/problema.
ASSUNTO: Mulher na sociedade;
TEMA: Barreiras sociais e mulher no mercado de trabalho;
PROBLEMA (sem delimitação): “Que barreiras sociais dificultam a participação da mu-
lher no mercado de trabalho”? (p. 13).
PROBLEMA DELIMITADO a uma dimensão viável: “Com que barreiras sociais se depa-
ram as mulheres para ascender a funções gerenciais no setor bancário no Estado de Minas Gerais
na segunda década do século XXI”? (p. 14).
Após a delimitação e formulação da pergunta a ser objeto de investigação, se faz necessá-
rio oferecer uma solução possível, uma explicação provisória para o problema, o que se denomi-
na, hipótese.
Procuremos ilustrar o exemplo de Gil (2010):

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 4


Figura 2 – Ilustração do consumo de cerveja. Fonte: Shutterstock (2017)

A figura anterior ilustra um possível problema de pesquisa: “Que fatores contribuem para
o consumo de cerveja por estudantes universitários”? (p. 17). Possíveis respostas a esse questiona-
mento: Estudantes ansiosos consomem mais cerveja; Homens são mais propensos ao consumo;
Alunos do período noturno consomem mais comparados aos do matutino; A proximidade de
bares estimula o consumo. Essas supostas respostas, de acordo com Gil (2010), podem ser consi-
deradas hipóteses, a serem verificadas, testadas e comprovadas ou não, mediante procedimentos
específicos. Elas podem ser formuladas, segundo o autor, buscando explicar o que ocorre em
determinado caso, descrevendo um fenômeno, especificando relações entre dois ou mais fenô-
menos. Esta última proposta envolve o conceito de variável, como sendo tudo o que pode ser
classificado em duas ou mais categorias, podendo assumir diferentes valores numéricos.

Quadro 3 - Exemplos de Variáveis. Fonte: Modificado de Gil (2010).

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Gil (2010) reitera que sempre, quando dados forem coletados, se faz necessária a formula-
ção prévia de uma hipótese. No entanto, pode acontecer de elas não serem explícitas, aparecendo
na ideia não dita. Em estudos que objetivam descrever determinado fenômeno ou caracterizar
um grupo, geralmente existe uma variável apenas, não necessitando destacá-la formalmente, mas
podendo implicitamente encontrá-la.
Frente a essa pergunta: Dentre determinadas áreas da Medicina, em qual delas você pre-
tende atuar? Caso sejam elencadas 4 possíveis respostas, já se carrega implicitamente a ideia de
que tais áreas escolhidas para a pergunta, correspondam à maioria das escolhas dos médicos.
Diferente da hipótese: Pessoas do sexo feminino tendem a optar pela área da pediatria, que deixa
claro as variáveis: gênero e especialidades médicas.

CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS


O capítulo sobre como classificar as pesquisas, de acordo com Gil (2006), tem início com
a explicação do autor sobre os diferentes critérios para classificação das pesquisas, sendo neces-
sário, pois, definir o critério adotado, quanto à área de conhecimento, a finalidade, os objetivos,
os métodos empregados.

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Para definição de políticas de pesquisa, tem-se a classificação segundo a área de conhe-
cimento, estabelecida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq). Observando os dados do Censo de 2016, apresentados na página eletrônica do CNPq,
notamos a classificação em oito grandes áreas de pesquisa, sendo elas: Ciências Exatas e da Ter-
ra, Ciências Agrárias, Ciências Biológicas, Ciências Humanas, Ciências da Saúde, Engenharias
e Computação, Linguística, Letras e Artes, Ciências Sociais Aplicadas. Essas grandes áreas, são
subdivididas em áreas, subáreas e especialidades, conforme seus objetos de estudo, procedimen-
tos metodológicos e temáticas de pesquisa e ensino. Essa divisão é disposta em forma de tabela,
sendo disponibilizada na própria página do Conselho Nacional. Um exemplo de divisão pode ser
observado logo no início da tabela. Dentro da grande área de Ciências Exatas e da Terra aparece
a Matemática como uma área, a Álgebra como uma subárea e a Teoria dos Números como uma
especialidade. Nessa tabela encontram-se os códigos referentes a cada uma dessas divisões, po-
dendo ser solicitados no desenvolver de um projeto de pesquisa, por exemplo (Figura 3).

Figura 3 – Tabelas de áreas do conhecimento. Fonte: CNPQ (2017).

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Como se pode perceber, Probabilidade e Estatística já seria uma outra área, seguida de
subáreas e especialidades.
O censo de 2016 viabilizou alguns dados interessantes a serem retomados, no que se refe-
re à pesquisa. Foram registradas 147.392 linhas de pesquisa, distribuídas nas grandes áreas: 18%
nas Ciências Humanas, 16% nas Engenharias e Computação, 15% nas Ciências da Saúde, 12 %
nas Biológicas, 12% nas Agrárias, 11% nas Ciências Exatas, 11% nas Sociais Aplicadas e 5% em
Linguística, Letras e Artes. Em termos de números de linhas de pesquisa, as áreas de Educação,
Medicina, e Agronomia são as três maiores.
Assim, dependendo da área e da natureza do problema a ser analisado torna-se adequada
a escolha de um procedimento de pesquisa. E, nesse contexto, seja qual for o tipo, todas surgirão
da execução de várias tarefas, que vão desde a escolha do assunto, delimitação do tema, até o
relatório final. Como aponta Severino (2007, p. 17), existem “elementos gerais que são comuns a
todos os processos de conhecimento que pretenda realizar, marcando toda a atividade de pesqui-
sa”.
Toda classificação se dá mediante algum critério. Desse modo, optou-se por selecionar al-
guns deles e descrever os principais procedimentos. De forma bem didática, Gil (2010) classifica
as pesquisas segundo seus objetivos gerais, em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e
explicativas.
As pesquisas exploratórias conseguem proporcionar que o problema seja conhecido e se

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA | UNIDADE 4


torne algo familiar. É de certa forma abrangente, por considerar os vários aspectos relativos ao
fenômeno estudado, servindo para aprimorar ideias ou mesmo para descobrir intuições. Geral-
mente são as pesquisas com propósito acadêmico, que buscam levantar informações sobre um
determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de ma-
nifestação desse objeto. Os dados são colhidos através de levantamento bibliográfico, entrevistas,
análises de exemplos (GIL, 2010).
As pesquisas descritivas, por sua vez, objetivam, como o nome sugere, descrever caracte-
rísticas de determinada população, procurando identificar relações entre as variáveis. Gil (2010)
explica que as pesquisas com objetivos profissionais geralmente se enquadram aqui, procurando
demonstrar as características de um grupo, seja por idade, sexo, nível de escolaridade, estados de
saúde. Enfim, estudar os níveis e condições da população, levantando suas opiniões e atitudes.
As pesquisas explicativas se propõem a identificar os fatores que contribuem para a ocor-
rência de certo fenômeno, aprofundam o conhecimento, ao buscarem o motivo real de determi-
nados acontecimentos. Para tanto, se valem quase que em sua totalidade de métodos experimen-
tais, quando não, como na psicologia, um método observacional com alto grau de controle.
Dentro desses objetivos cabem as mais diversas classificações, considerando desde o am-
biente da pesquisa, o tipo de abordagem, coleta e análise de dados.

ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES
Severino (2007) nos apresenta a classificação segundo as abordagens:

Pesquisa quantitativa e qualitativa: As pesquisas quantitativas são mais adequadas para


instrumentos padronizados. São utilizadas quando se sabe exatamente o que deve atingir com os
objetivos da pesquisa. Permitem que se realizem projeções maiores, através de estatísticas, regras
e generalizações. As pesquisas qualitativas estimulam respostas sobre algum tema ou conceito.
Elas fazem emergir aspectos subjetivos, atingem motivações não explícitas, ou mesmo não cons-
cientes, de forma espontânea, trabalhando com descrições, comparações e interpretações.

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Quanto à coleta de dados Severino (2007) aponta alguns modelos, sumariamente aqui
apresentados.

Pesquisa Bibliográfica: É aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente


de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc., abrangendo
todas as bibliografias encontradas em domínio público. Vale ressaltar que praticamente toda pes-
quisa acadêmica, requer, em algum momento a execução desse tipo de pesquisa, com o propósito
geral situar o leitor e fornecer fundamentação teórica ao trabalho.

Pesquisa documental: tem-se como fonte documentos no sentido amplo, ou seja, não
só de documentos impressos, mas sobretudo, de outros tipos de documentos, tais como jornais,
fotos, filmes, gravações, documentos legais, prontuários médicos etc.
Pesquisa Experimental: toma o próprio objeto em sua concretude como fonte e o coloca em
condições técnicas de observação e manipulação experimental nas bancadas e pranchetas de um
laboratório onde são criadas condições adequadas para seu tratamento. [...]. Modalidade plena-
mente adequada para as Ciências Naturais [...].

Pesquisa Etnográfica: visa compreender na sua cotidianidade, os processos do dia a dia


em suas diversas modalidades. Trata-se de um mergulho no microssocial, olhado com uma lente

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de aumento. Aplica métodos e técnicas compatíveis com a abordagem qualitativa.

Pesquisa Participante: é aquela na qual o pesquisador, para realizar a observação dos


fenômenos, compartilha a vivência dos sujeitos pesquisados, participando de forma sistemática
e permanente, ao longo do tempo da pesquisa, das suas atividades.

Pesquisa de Campo: o objeto/fonte é abordado em seu meio ambiente próprio. A coleta


de dados é feita nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente
observados [...].

Estudo de Caso: se concentra no estudo de um caso particular, considerado representati-


vo de um conjunto de casos semelhantes, por ele significativamente representativo. A coleta dos
dados e sua análise se dão da mesma forma que na pesquisa de campo, em geral.

Análise de Conteúdo: é uma metodologia de tratamento e análise de informações cons-


tantes de um documento, sob forma de discursos pronunciados em diferentes linguagens: escri-
tos, orais, imagens, gestos. Um conjunto de técnicas de análise das comunicações. Trata-se de se
compreender criticamente o sentido manifesto ou oculto das comunicações.
De acordo com Marconi; Lakatos (2009, p.176), os procedimentos para a realização das
pesquisas podem ocorrer através da:

a) documentação indireta: pesquisa documental e pesquisa bibliográfica; b) documen-


tação direta: pesquisa de campo, experimental e de laboratório; c) observação direta intensiva:
observação e entrevista; d) observação direta extensiva: aplicação de questionário.
- Entrevista - é o encontro de duas pessoas com o objetivo de obter informações a respeito
de determinado assunto, mediante uma conversa natural ou programada de forma profissional
(estruturada ou semiestruturada que intercala perguntas do roteiro e outras que surgem com o
desenvolver da entrevista). A conversa é efetuada frente a frente, entrevistado e entrevistador, de
forma sistemática e metódica, possibilitando assim, obter informações necessárias do entrevista-
do para realização do trabalho.

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Para ter sucesso na coleta de dados é importante ter: um roteiro de perguntas através
de formulários, um conhecimento prévio do entrevistado, marcar dia, hora e local da entre-
vista, proporcionar confiança ao entrevistado, garantir sigilo ao informante em relação às suas
respostas. - Questionário - é uma técnica de coleta de dados através de uma série ordenada de
perguntas, que devem ser respondidas por escrito, sem a presença do entrevistador. As perguntas
são encaminhadas aos informantes em formulários próprios contendo como anexo uma carta
explicando o objetivo, a natureza e a importância da pesquisa. Quanto à forma, o questionário
poderá ter perguntas nas categorias: abertas (dissertativas) e fechadas (de múltipla escolha).
Enfim, apenas com essa explanação foi possível perceber que muitos elementos podem
ser considerados quanto à classificação das pesquisas. O que pode ocorrer, portanto, é que outras
classificações sejam encontradas e enquadradas em outras categorias, com outra nomenclatura.
Pode ainda acontecer que para a resolução do problema proposto, mais de uma modalidade de
pesquisa seja escolhida. Isso é passível de ocorrer, desde que na metodologia cada passo tomado
esteja apresentado.

“Dentre todos os meios de informação disponíveis, os periódicos indexados apre-


sentam-se como o meio de informação mais utilizado no meio acadêmico. Este
tipo de material apresenta as informações mais específicas e detalhadas sobre
um determinado assunto. Os livros acadêmicos, por sua vez, abordam geral-

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mente apenas a informação básica sobre um determinado assunto. Nem todo
este material é disponível via internet, mas atualmente mais de 180 instituições
pertencentes a todos os estados do país possuem acesso on-line aos serviços
promovidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), através do sítio chamado Portal Periódicos (http://www.periodicos.ca-
pes.gov.br/). Este portal possui vários links referentes às mais diversas bases
de dados, dividindo-se em links para acesso a ‘textos completos’, ‘resumos’ e
‘patentes, estatísticas, livros e outras fontes’. Dentre estes, o link de acesso aos
resumos traz importantes bases de dados para a pesquisa científica” (SANTOS;
FIRMES; BARROS, 2008)

ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA


Em 2016, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
concluiu o 11º Conselho do Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil, apresentando o cenário
da atividade científica no país. Os resultados da pesquisa, demonstrados em forma de gráfico e
súmulas estatísticas estão disponíveis na página inicial do Conselho, nos permitem ter uma visão
geral do crescimento nos números de instituições, de grupos de pesquisa, de doutores e pesqui-
sadores no Brasil.
O fato é que é na vida acadêmica, especificamente no Ensino Superior, que todo esse pro-
cesso se inicia, contribuindo para o aumento desses dados estatísticos. E, para falar de início, não
há forma melhor do que começar com uma definição.
Segundo o dicionário online da língua portuguesa, a palavra PROJETO tem relação com
plano; planejamento que se faz com a intenção de realizar ou desenvolver alguma coisa... é esque-
ma; noção inicial, escrita e detalhada, do que se pretende desenvolver ou realizar. Essa definição
vai de encontro com a ideia de projeto de pesquisa: esse esquema escrito e detalhado da pesquisa
que se pretende realizar, que quando bem executado, torna todo o processo mais simples.

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Figura 4 - Perguntas para pensar o projeto. Fonte: Antonio (2011).

A escolha de um problema é passo inicial no projeto a começar pelas indagações básicas,


como mostra a figura 1, o que vou pesquisar, por quê, para quê, onde, quando, etc., aprofundando

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com outros questionamentos, como ressalta Minayo (2001):
Trata-se de um problema original e relevante? Adequado? Com possibilidades reais de
execução? Necessário algum recurso? Qual o tempo necessário para investigação? Acrescentan-
do: Mesmo que o tema em si não seja novo, a minha delimitação é nova? O recorte dado a esse
tema o faz ser único e relevante?
O quadro, a seguir, apresenta as etapas que seguem à definição do problema. No entanto,
conforme o modelo proposto por cada instituição, os títulos ou sua disposição podem aparecer
de forma diferente, mas não deixando de estar ali.

Quadro 4 - Partes do projeto. Fonte: A autora

A INTRODUÇÃO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA


Neste item o pesquisador deve apresentar o tema ao leitor, inserindo-o no cenário na pes-
quisa, demonstrando a proposta a ser investigada. Em seguida à apresentação temática, devem
ser expostas as teorias principais que se relacionam com a proposta da pesquisa. Cabe a revisão
da literatura, a definição de termos e de conceitos essenciais para o trabalho. É interessante colo-
car o que se diz sobre o tema na atualidade, qual o enfoque que está recebendo hoje, quais lacunas
ainda existem etc.

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JUSTIFICATIVA
Como o próprio nome sugere, justificar consiste descrever e argumentar sobre as razões e
motivações da escolha do tema em questão, apresentando, a relevância teórica ou prática da pes-
quisa. Pode-se até considerá-la como uma extensão do referencial teórico, onde tem de ficar claro
o motivo pelo qual a pesquisa é importante, dentro de todo cenário teórico antes apresentado. É
interessante também que sejam feitas conexões do seu tema com outras pesquisas já realizadas,
outras bibliografias, ou descobertas recentes, indicando o estágio de desenvolvimento de teorias
sobre o tema, sua relevância social e possibilidades de sugerir outros caminhos.

OBJETIVOS
De modo geral, a palavra objetivo está atrelada à meta, ao lugar que se pretende chegar
com a realização da pesquisa. Dessa forma, se tem no projeto: objetivo geral e objetivos específi-
cos, a única forma disposta em tópicos. Devem ser claros e sucintos, iniciados por um verbo no

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infinitivo, condizente com a proposta, seja ela: identificar, levantar, conhecer, expor, descobrir,
caracterizar, determinar, descrever, traçar, avaliar, explicar, analisar, verificar, etc. Assim, o geral
seria o mais abrangente, o que se pretende obter com a investigação, e, os específicos, como se
fossem os passos para atingir o geral.

METODOLOGIA
A metodologia remete diretamente à maneira de trabalhar o objeto da pesquisa. Remete
à ação pela qual serão alcançados os resultados esperados ou previstos. Assim, trata-se neste ca-
pítulo da forma pela qual serão pesquisados, filtrados e analisados os dados obtidos no decorrer
da pesquisa. As hipóteses serão fundamentais nesse momento, porque indicarão ao pesquisador,
ainda sem o conhecimento devidamente aprofundado sobre o tema, a buscar por respostas, a
selecionar os meios mais adequados para obter indicações e/ou conclusões acerca das suas inda-
gações.
Dependendo do tipo de pesquisa escolhido, deve aparecer a explicação das etapas. Numa
pesquisa bibliográfica, por exemplo, a metodologia consiste em descrever as fontes de pesquisa,
quais as referências principais utilizadas e o processo de estudo, a proposta de seleção das leitu-
ras, o recorte do período e o critério de seleção de determinados autores ao invés de outros.
Atualmente, considerando a extensa busca de material através das bases de dados, fala-
-se muito em Revisão Sistemática, na qual deve ser explicitado claramente o método de busca.
Castro (2001) define o método como uma revisão planejada que seja capaz de responder a uma
pergunta específica através de métodos explícitos e sistemáticos, que permitem a identificação,
seleção e avaliação crítica dos estudos. Geralmente são empregados métodos estatísticos (me-
ta-análise), na análise e na síntese dos resultados dos estudos. Assim, por meio dessa estrutura
busca-se evitar a tendenciosidade da pesquisa.

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CRONOGRAMA
Até aqui, já se tem respondidas as questões: O que, Por que, Para que, Como, ficando
para essa parte a explicação do “Quando? ”. O Cronograma é a previsão do tempo que será
gasto na realização de cada etapa do trabalho, considerando as atividades a serem desenvolvi-
das. Esses períodos serão definidos a partir das características de cada pesquisa e dos critérios
determinados pelo autor do trabalho, auxiliado por seu orientador. Esse recorte temporal pode
ser dado em dias, semanas, quinzenas, meses, bimestres, trimestres. Pode acontecer de algu-
mas etapas ocorrerem simultaneamente a outras, e também de algumas dependerem de fases
anteriores. Cabe ao autor definir cada distribuição, chegando até a última etapa, de elaboração
do relatório final, com as conclusões do projeto. Há uma diversidade de modelos, uma opção,
apresentada na tabela 1.
Após o cronograma, há um espaço destinado aos Recursos financeiros, a serem
necessários para a execução do projeto: podem ir desde a materiais permanentes, de consumo,
ou pessoais, podendo ser solicitados à instituição. Anexos ou glossários, podem ser inclusos,
caso o autor ache necessário, sendo apenas obrigatório as Referências, onde constam todos as
obras citadas, podendo acrescentar outras consultadas.

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Algumas partes que podem ser executadas simultaneamente, enquanto outras depen-
dem das fases anteriores. Assim, o cronograma visa distribuir o tempo total disponível para a
realização da pesquisa, incluindo nesta divisão a elaboração do relatório final.

Quadro 5 - Cronograma. Fonte: A autora.

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DIVULGAÇÃO DA PESQUISA
A realização de um projeto de pesquisa é importante como fase da produção científica, no
entanto, só se consegue avaliar e concretizar a existência dessa produção, quando essa pesquisa
é divulgada nesse meio, o que ocorre na maioria das vezes no formato de artigo, a ser publicado
nos periódicos científicos, atualmente os meios de acesso mais rápidos e dinâmicos para a disse-
minação dos resultados.
Adami e Marchiori (2005) apud Curty e Curty (2008) afirmam que o artigo científico
confere prestígio e reconhecimento aos autores, permitindo que sejam citados por outros e assim,
sustentando, dando continuidade ao processo científico.
Curty e Curty (2008) propõem uma estrutura uniforme para apresentação de um artigo
científico, destacando a necessidade de comunicar os resultados de forma clara e simples, se-
guindo as normas vigentes apresentadas pela ABNT, em destaque: NBR 6022, 6023, 6028, 10520,
6032 e a Norma de Apresentação Titular do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
1993). Para tanto, é interessante conhecer os tipos de artigos mais citados na literatura e exigidos
por uma revista científica.

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Quadro 6 – Tipos de artigo. Fonte: Modificado de Curty e Curty (2008).

ESTRUTURAÇÃO DO ARTIGO
As partes do Artigo seguem as mesmas de um trabalho científico: Elementos pré-textuais,
textuais e pós-textuais.

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Quadro 7 – A estrutura do artigo. Fonte: A autora.

A começar pelo título, vale tecer algumas considerações. Há divergência entre autores ao
preferirem títulos curtos, com o menor número de detalhes possível e outros que defendem que o
título deve conferir identidade ao trabalho, fazendo a delimitação e o recorte necessário, mesmo
que isso leve um número maior de palavras.
Essa diferença está mais como uma questão de gosto do que de normas propriamente
ditas. Não há erro em se empregar palavras que especifiquem o conteúdo do trabalho, como, por
exemplo: Explicações/ Investigações/ Abordagens/ Estudo sobre... Mais do que a quantidade de
palavras ou tamanho, o título deve trazer a problemática do trabalho à tona, de forma delimitada,
clava, informativa e convidativa ao leitor. O problema de restringir as palavras e ser conciso de-
mais, como propõem Curty e Curty (2008) que se faça, é retroceder o processo de delimitação já
realizado, como no exemplo do funil: assunto, tema, problema (título), deixando aparecer apenas
o assunto, de forma muito abrangente.
Quanto aos autores, responsáveis pela execução do trabalho, devem aparecer logo após
o título e subtítulo. Em casos de mais de um autor, a ordem de aparição fica a critério de maior
participação no trabalho ou em sequência alfabética, devendo seus nomes virem acompanhados
de sua qualificação acadêmica e instituição a qual pertencem.
O resumo é obrigatório, escrito em parágrafo único, descrevendo as partes do trabalho
executado. Escrito em terceira pessoa (Ex: O presente estudo destaca...) deve descrever os pro-
cedimentos realizados na pesquisa, desde os objetivos à ideia dos resultados. Muitas vezes, as
normas para publicação de cada periódico, vão explicitar sua extensão. Normalmente, varia de
150 a 250 palavras (podendo ser contadas via ferramenta do próprio editor de texto.
As palavras-chave, por sua vez, advindas logo após o resumo, devem representar os prin-
cipais assuntos. São elas que vão facilitar a identificação do trabalho no meio eletrônico, auxi-
liando no processo de indexação em bases de dados. Quanto à forma de aparição, vêm abaixo do
resumo, seguida de dois pontos, separadas entre si e encerradas por ponto (Ex: Palavras-chave:
Exemplo. Exemplo. Exemplo).

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Depois disso, estamos diante do texto, propriamente reconhecido. A introdução insere o


assunto no panorama da pesquisa, o tema ou ponto de vista é exposto, juntamente com o proble-
ma de pesquisa. O próprio enquadramento e recorte teórico vão mostrar a relevância do tema.
Assim, é válido que fatos históricos ou teorias clássicas apareçam, de modo a sustentar os objeti-
vos e justificativa para a pesquisa, os aspectos que serão abordados e os métodos para se chegar
aos resultados, devem aparecer.
Quanto ao desenvolvimento, Curty e Curty (2008) definem como a essência do artigo,
podendo ser dividido em quantas partes o autor julgar necessário para dar ordem às ideias e
articular as partes. O referencial teórico, pincelado na introdução, é agora explanado e porme-
norizado, através de outras pesquisas já realizadas, dando toda sustentação à temática escolhida.
Em casos de artigos originais, envolvendo abordagens teórico práticas, é preciso considerar as
análises e os resultados. Divide-se essa explicação em Material e métodos, resultados e discussão.
Essa primeira, mediante um raciocínio claro e explicativo, deve explicar o método esco-
lhido, toda aquela parte da metodologia, já pensada e explicada quando falamos no projeto, é
retomada, contendo os passos, desde o planejamento à execução.
Ao envolver seres humanos, é preciso considerar, também nesta parte do material e mé-
todos, os aspectos legais e éticos que os regem, destacando os planos de escolha: os critérios de
inclusão e exclusão dos participantes. Cabe informar a existência do termo de Consentimento
Livre e Esclarecido aplicado aos sujeitos da pesquisa, lembrando que na área da saúde, devem ter

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a aprovação do Conselho de Ética da instituição.
Devem ser esclarecidos também os dados acerca dos materiais analisados, e em caso de
documentos, incluir a autorização. É válido sempre destacar as características particulares de
análise, como o número de documentos ou indivíduos.
Os Resultados devem contemplar o que foi alcançado através do método. Caso tenha
sido apenas um artigo de revisão, colocar o que tais teorias possibilitaram descobrir e contribuir
no que diz respeito ao tema escolhido. Utilizando o passado como o tempo verbal, cabe ao autor,
expor aquilo que observou. Tabelas, gráficos, quadros, ilustrações podem aparecer para exempli-
ficar e complementar o texto. Mesmo que o resultado não tenha confirmado a primeira hipótese
da pesquisa ele deve ser exposto, o que não prejudica o teor do trabalho.
Em seguida, aparece a discussão, após os dados obtidos no estudo serem comentados e
interpretados, deve-se discutir em relação ao que se avançou no conhecimento do tema e investi-
gação do problema, o que se evoluiu no que diz respeito ao estado da pesquisa; as consequências
teóricas e aplicações práticas. Cabe ao autor salientar os conceitos novos de sua pesquisa e fazer
a conexão com outros conceitos, já trazidos por outras teorias, preparando o espaço para a con-
clusão.
Nessa parte final, da conclusão, como uma seção independente, o ponto de vista do au-
tor, aparecerá de modo mais explícito. Pode-se iniciar através de algumas generalizações sobre o
tema, seguidas do desfecho dado aos objetivos. O autor pode situar seu leitor em outros resulta-
dos na literatura da área, podendo sugerir novas pesquisas a partir de determinado ponto levan-
tado na sua, bem como indicar outras opções de problemas para serem pensados e solucionados.
Curty e Curty (2008) atentam que mesmo havendo várias conclusões, o termo usado nesta etapa
deve ser conclusão, no singular, sendo o nome da parte final do trabalho (Introdução, desenvol-
vimento e conclusão).

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Partindo disso, teríamos os elementos pós textuais, sendo os mesmos pré-textuais agora
apresentados em língua estrangeira: o título, subtítulo, resumo, palavras-chave. A seguir, caso o
autor julgue necessário, podem ser acrescidas notas explicativas, contendo algum esclarecimento
que não pôde ser incluído no texto. As Referências, item obrigatório, devem aparecer, corres-
pondendo, sem exceção a cada elemento citado no artigo. Glossário (termos técnicos em ordem
alfabética), Apêndice (documento complementar criado pelo autor) e Anexo (documento com-
plementar extraído de outra fonte), podem aparecer também, conforme a necessidade ou critério
do autor.
Vale ressaltar que dependendo do local onde se queira publicar, alguns critérios especí-
ficos podem ser estabelecidos. No entanto, ao conhecer essas normas aqui discutidas, fica bem
mais fácil conseguir modificar e enquadrar no formato solicitado, sem maiores dificuldades.
O necessário é que reconheçamos a importância de ser um pesquisador no cenário aca-
dêmico, entendendo o quanto a participação nesse universo contribui para aprimoramento de
nosso currículo. Esse mundo acadêmico oportuniza uma variedade de eventos científicos e/ ou
técnicos, por meio dos quais a divulgação e atualização de diversos temas é feita. Assim, Semi-
nários, Congressos, Semanas, Simpósios, Jornadas, por meio de Mesa-redonda, Banner, Anais,
Apresentação Oral, permitem esse contato com outras pesquisas e divulgação da própria.
O essencial, ao término de nossas “conversas escritas”, é que tenhamos desmistificado
que fazer pesquisa é tarefa destinada a poucos, que tenhamos entendido nosso papel enquanto

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pesquisadores e saibamos utilizar as ferramentas dispostas a esse fim, sempre que necessário.

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