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ENSINO MÉDIO

PRÉ-VESTIBULAR

MED
3
COLEÇÃO PV
Copyright © Editora Poliedro, 2022.
Todos os direitos de edição reservados à Editora Poliedro.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal, Lei 9.610,
de 19 de fevereiro de 1998.
ISBN 978-65-5613-306-5

Presidente: Nicolau Arbex Sarkis


Autoria: Elias Avancini de Brito, Andréa Gomes de Alencar,
Cesar Ceneme, Daniel Gomes, Edimara Lisboa, Eduardo
Campos, Flavio Lieb Filho, Guilherme Aulicino Bastos Jorge,
Henrique Medeiros Pinheiro, João Guilherme Giudice,
Marcílio Alberto Faria Pires, Márcio Castelan, Marco Aurélio
de Melo Miola, Maria Emília Martin, Marina Oliveira Félix de
Mello, Mário Eduardo Marques Fernandes, Nicolau Arbex
Sarkis, Rafael Santesso Verdasca, Renato Alberto Rodrigues
(Tião), Sergio Augusto de Paiva França (Guto), Sinval Neves
Santos, Thiago Bernini Gaspar, Thiago Jorge Ferreira Santos,
Umberto Cesar Chacon Malanga e Venerando Santiago de
Oliveira (Venê)
Edição de conteúdo: Ana Paula Enes, Juliana Grassmann
dos Santos, Ana Carolina Suzuki Dias Cintra, Ana Luiza Arêas
Matos Alves, Andriele de Carvalho Landim Aquino, Beatriz de
Almeida Francisco, Brígida Freitas Pascoal, Bruno Ferreira
de Freitas, Camila Caldas Petroni, Denise Marques Alves
Vilarino, Henrique Lobo Pradella, João Messias Júnior,
Julia da Rosa Silva, Larissa Calazans Nicoletti Mesquita,
Letícia Mariane S. Paiva, Letícia Morais Dantas de Castilho,
Luiza Henriques Ostrowski, Luna Brum Nunes, Marcela
Muniz Gontijo, Maria Carolina Checchia da Ines, Mariana
Castelo Queiroz Toledo, Mayra Sato, Rodrigo Macena
e Silva, Waldyr Correa dos Santos Junior e Graziele Baltar
Ferreira Antonio (assist.)
Edição de arte: Christine Getschko, Jaime Xavier,
Bruna H. Fava, Daniella de Romero Pecora, Lourenzo Acunzo
e Nathalia Laia
Design: Adilson Casarotti
Cartograa: Alexandre Bueno e Suellem Silvia Machado
Licenciamento e multimídia: Leticia Palaria de Castro
Rocha, Danielle Navarro Fernandes, Fernanda Bitencourt
e Vitor Hugo Medeiros
Revisão: Rosangela Muricy, Bianca da Silva Rocha,
Bruno Freitas, Eliana Marilia G. Cesar, Ellen Barros de Souza,
Ingrid Lourenço, Sara de Jesus Santos, Sárvia Martins
e Thiago Marques
Impressão e acabamento: PierPrint

Crédito de capa: HQuality/Shutterstock.com


A Editora Poliedro pesquisou junto às fontes apropriadas a existência de eventuais
detentores dos direitos de todos os textos e de todas as imagens presentes nesta
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Caro(a) leitor(a),
Cada material que o Poliedro Sistema de Ensino desenvolve é construído pensando em detalhes
para contribuir efetivamente com o seu desenvolvimento e sucesso, auxiliando no aprendizado e nas
melhores estratégias de estudo nesta fase tão importante da sua vida!
Assim, a coleção para 3a série do Ensino Médio e Pré-Vestibular foi organizada de forma a otimizar
os estudos e, ao mesmo tempo, prepará-lo(a) para os diversos tipos de seleção que você enfrentará ao
final da Educação Básica, assim como para o Enem.

Para estudar melhor


Muitas teorias procuram explicar a aprendizagem e sugerir técnicas e comportamentos inte-
ressantes para a aquisição de informações, competências e atitudes; isso pode ocorrer por meio
do estudo e, também, da experiência. Portanto, para iniciar os estudos, conhecer a si mesmo e
compreender quais processos mentais são melhores para você na aquisição de conhecimento é
importante para tornar sua aprendizagem mais efetiva, autônoma e compatível com a ansiedade
que provas e vestibulares podem causar.
Inicialmente, um local tranquilo, confortável, acolhedor e que não tenha estímulos externos
(como televisão, computador, celular etc.) e as condições de estudo são fatores relevantes nesse
processo de construção de conhecimento. É preciso entender, também, que aula e estudo pós-
-aula se complementam, mas é necessário fazer um plano que você consiga cumprir, adequado à
sua rotina. Dessa forma, organize suas atividades extracurriculares, selecione horários de estudo
para cada uma das matérias e dedique-se mais àquelas em que tem maior dificuldade.

O que estudar mais?


Mesmo que algumas provas tenham como objetivo avaliar o seu conhecimento por meio de
competências e habilidades, estudar os conteúdos das disciplinas é essencial. Uma estratégia que
pode ser utilizada é mapear os estudos de acordo com os conteúdos em que você tem maior ou
menor domínio. Priorize os itens importantes em que você tem maior dificuldade e apenas revise
os que já sabe.
ASSUNTOS QUE ASSUNTOS QUE
VOCÊ NÃO SABE VOCÊ SABE
IMPORTÂNCIA DOS ASSUNTOS

Assuntos alvo de estudo Confiança no seu


conhecimento
Atitudes:
• Estudar muito em casa. Atitudes:
Assuntos • Revisar em sala
• Frequentar o plantão
importantes de dúvidas. de aula.
• Pedir a ajuda de colegas.
• Atenção redobrada durante
a revisão.

Assuntos para Fique tranquilo,


Assuntos não se estressar você já sabe
não Atitudes: Atitudes:
importantes • Reduzir a ansiedade. • Manter o
• Estudar quando houver tempo. conhecimento.

CONHECIMENTO SOBRE OS ASSUNTOS

Siga as dicas, mas lembre-se: cada aluno é único. Quem deve buscar as melhores estratégias é você!
Bom início de ano e bons estudos!
Poliedro Sistema de Ensino
Roteiro do aluno

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias


Língua Portuguesa Interpretação de texto
Frente 1 Frente 2 Frente única
Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo

Aulas 37 e 38........... 8 Aula 37..................... 32 Aula 43 .................... 44 Aula 19 ..................... 58


Aulas 39 e 40......... 11 Aula 38 .................... 34 Aula 44 .................... 46 Aula 20....................60
Aulas 41 e 42.......... 14 Aula 39 .................... 36 Aula 45 .................... 49 Aula 21 ..................... 62
Aulas 43 e 44......... 19 Aula 40 .....................37 Aula 46 ....................50 Aula 22 .................... 64
Aulas 45 e 46 ....... 24 Aula 41...................... 39 Aula 47..................... 52 Aula 23 .....................67
Aulas 47 e 48........ 28 Aula 42 .................... 42 Aula 48 .................... 54 Aula 24 .................... 69

Matemática e suas Tecnologias


Matemática
Matemática
Frente 1
e suas Tecnologias
Frente 2 Frente 3

Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo

Aulas 37 e 38.........74 Aulas 37 e 38........90 Aulas 37 e 38......106


Aulas 39 a 41..........76 Aulas 39 e 40....... 93 Aulas 39 e 40.....109
Aulas 42 e 43 .......80 Aulas 41 e 42......... 95 Aulas 41 e 42........ 113
Aulas 44 e 45 ....... 82 Aulas 43 e 44........ 99 Aulas 43 e 44....... 116
Aulas 46 a 48 ....... 85 Aulas 45 e 46 ......101 Aulas 45 e 46 ...... 118
Aulas 47 e 48...... 103 Aulas 47 e 48...... 120

Ciências Humanas e suas Tecnologias


História
Frente 1 Frente 2

Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo

Aulas 37 e 38...... 126 Aulas 37 e 38...... 146

Aulas 39 e 40..... 129 Aulas 39 e 40..... 149

Aulas 41 e 42....... 132 Aula 41.................... 153

Aula 43 .................. 135 Aula 42 .................. 155

Aula 44 ...................137 Aula 43 ...................157

Aulas 45 e 46 ..... 139 Aula 44 .................. 159

Aulas 47 e 48...... 142 Aulas 45 e 46 ...... 161


Aulas 47 e 48...... 165
Geografia
Frente 1 Frente 2
Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo

Aulas 37 e 38.......172 Aulas 37 e 38.....206


Aulas 39 e 40......176 Aulas 39 e 40..... 213
Aulas 41 e 42....... 183 Aulas 41 e 42........217
Aulas 43 e 44...... 189 Aulas 43 e 44..... 224
Aulas 45 e 46 ..... 194 Aulas 45 e 46 ..... 231
Aulas 47 e 48...... 199 Aulas 47 e 48..... 238

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Biologia
Frente 1 Frente 2 Frente 3 Frente 4
Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo

Aulas 37 a 39..... 248 Aulas 37 e 38......270 Aulas 37 a 41 ......300 Aulas 19 a 21....... 330
Aulas 40 a 42 .... 255 Aulas 39 e 40.....275 Aulas 42 a 44....... 311 Aulas 22 a 24 .... 336
Aulas 43 a 45.....260 Aulas 41 e 42......280 Aulas 45 a 48 ......317
Aulas 46 a 48 .... 264 Aulas 43 e 44..... 285
Aulas 45 e 46 .... 289
Aulas 47 e 48..... 294

Física
Frente 1 Frente 2 Frente 3 Frente 4

Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo
Aulas 37 a 39..... 346 Aulas 37 a 40..... 364 Aulas 37 e 38..... 382 Aulas 19 e 20 ..... 404
Aulas 40 a 42 .... 350 Aulas 41 a 44 ...... 369 Aulas 39 a 42 .... 386 Aulas 21 e 22 ......407
Aulas 43 a 45..... 354 Aulas 45 e 46 .....374 Aulas 43 a 46..... 394 Aulas 23 e 24 ...... 411
Aulas 46 a 48 .... 358 Aulas 47 e 48......377 Aulas 47 e 48..... 399

Química
Frente 1 Frente 2 Frente 3 Frente 4

Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo
Aulas 37 e 38...... 418 Aulas 37 a 40..... 438 Aulas 37 a 39..... 454 Aulas 19 e 20 .... 468
Aulas 39 e 40..... 421 Aulas 41 e 42...... 443 Aulas 40 a 43 .....457 Aulas 21 e 22 .... 471
Aulas 41 e 42...... 426 Aulas 43 e 44..... 446 Aulas 44 a 48..... 462 Aulas 23 e 24 ....473
Aulas 43 a 45..... 430 Aulas 45 e 46 .... 449

Aulas 46 a 48 .... 434 Aulas 47 e 48...... 451


Tabela de horários

Horário Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom

Intervalo

Intervalo

Intervalo

Intervalo

Datas das provas


LINGUAGENS, CÓDIGOS

NTE
1
E SUAS TECNOLOGIAS

FRE
LÍNGUA
PORTUGUESA
m
o
ck.c
rsto
utte
d/Sh
Lun
b
Jaco
FRENTE 1
AULAS 37 e 38

Concordância verbal com sujeito simples e sujeito composto


Concordância verbal obvçã: Como o uso da a pessoa do plural tornou-se
algo bastante incomum, atualmente admite-se que o verbo
Como regra geral, a concordância verbal ocorre quan- concorde na a pessoa do plural: Tu e teu namorado ã
do o verbo se adapta ao sujeito em número e pessoa. convidados para o casamento.

Concordância com o sujeito simples ) Quando o sujeito composto for constituído de núcleos
O verbo concorda com o núcleo do sujeito simples, em gradação, o verbo vai ao plural, concordando com
esteja este claro ou subentendido, anteposto ou posposto. os núcleos expressos, ou fica no singular, concordan-
Observe os exemplos: do com a ideia única que os núcleos traduzem.
A lei é para todos os cidadãos. Ex.: Susto, medo e pânico dpvm os que viam
As provas cmpmm o réu. a notícia.
rbm as joias do cofre. Susto, medo e pânico dpv os que viam a notícia.
f) Quando o sujeito composto for constituído de núcleos
Concordância com o sujeito composto equivalentes ou sinônimos, o verbo vai ao plural, con-
cordando com os núcleos expressos, ou fica no singular,
A concordância do verbo com o sujeito composto ad-
concordando com a noção única dos núcleos.
mite diversas possibilidades, a depender das posições dos
Ex.: Determinação e foco dfim as pessoas bem-
termos que o compõem e de seu significado.
-sucedidas.
) Quando o sujeito composto for anteposto, o verbo vai
Determinação e foco dfi as pessoas bem-sucedidas.
ao plural, concordando com todos os núcleos. ) Quando o sujeito composto for resumido por “tudo”,
Ex.: Os tios e primos chm para a festa. “nada”, “ninguém” ou “alguém”, o verbo concorda, no
b) Quando o sujeito composto for posposto, o verbo vai singular, com o pronome indefinido, ainda que este
ao plural, concordando com todos os núcleos, ou con- venha anteposto ao sujeito.
corda apenas com o núcleo mais próximo. Ex.: Professores, diretor e alunos, ninguém cmp-
Ex.: sfm mudanças o projeto e a decoração da casa. di o que estava acontecendo.
sf mudanças o projeto e a decoração da casa. Ninguém, professores, diretor e alunos, cmpdi
c) Havendo ideia de reciprocidade, o verbo vai ao plu- o que estava acontecendo.
ral, independentemente de sua posição em relação h) Quando o sujeito composto for constituído de infinitivos
ao sujeito. que expressam ideias opostas, o verbo vai para o plural.
Ex.: abçm- os amigos e os inimigos depois da Ex.: Amar e odiar ccizm os seres humanos.
discussão. Na vida, cair e levantar ã importantes.
Os amigos e os inimigos bçm- depois da i) Se o sujeito composto for constituído de infinitivos que
discussão. não expressam ideias opostas, o verbo fica no singular.
d) Quando o sujeito composto for constituído de pes- Ex.: Pensar e refletir é ação da mente humana.
soas gramaticais diferentes, o verbo vai ao plural, j) Se o sujeito composto for constituído de infinitivos de-
observando-se as regras de prevalência. terminados por artigo, o verbo vai ao plural.
– Primeira regra de prevalência: a 1a pessoa (eu, Ex.: O pensar e o refletir ã ações humanas.
nós) prevalece sobre as demais, levando o verbo k) Quando o sujeito composto tem os núcleos ligados
para a 1a pessoa do plural. pela preposição “com”, desde que não haja vírgulas
Ex.: Tu e eu dvm nos posicionar a respeito separando-os, o verbo vai para o plural, ou concorda
deste assunto. com o primeiro núcleo, se houver vírgulas separando-
– Segunda regra de prevalência: a 2a pessoa (tu, -o do segundo.
vós) prevalece sobre a 3a, levando o verbo para a Ex.: O proprietário da loja com seu sócio vdm o
2a pessoa do plural. estabelecimento.
Ex.: Tu e teu namorado á convidado para o O proprietário da loja, com seu sócio, vd o esta-
casamento. belecimento.

8 Língua Portuguesa AULAS 37 e 38 Concordância verbal com sujeito simples e sujeito composto
Exercícios de sala
1. uipa-Pr 2020 Estão plenamente observadas as Sobre a concordância do verbo alugar em “Aluga-se
normas de concordância verbal na frase: casas”, é CORRETO afirmar que
a) A uma série de revoluções de tirar o fôlego cor- a) O verbo “alugar” concorda, no singular, com o
responde a emergência de novos atores políticos pronome “se”.
ao longo dos séculos. b) O substantivo “casa”, nesse caso, vai para o sin-
b) Não cabem extrair dos relatos progressistas qual- gular, concordando com o verbo.
quer convicção a respeito do aperfeiçoamento c) A forma verbal “aluga” fica no singular, concor-
humano. dando com “se”, partícula de indeterminação do
c) Ao continente africano não reverteu em nenhuma sujeito.
consequência positiva as ações dos seus coloni- d) A forma verbal “aluga” não pode ir para o plural
zadores. porque se trata de um verbo transitivo direto.
d) Não nos convêm avaliar como absoluto um tipo ) O verbo “alugar” vai para o plural concordando
de progresso que apenas a nós trazem alguns com “casas”.
benefícios.
) Aos que acham que a escalada humana é sempre 4. ueMg 2019
progressista recomendam-se que se apure me- Esse teu olhar
lhor os fatos históricos. Quando encontra o meu
Fala de umas coisas
2. uFPr 2021 Considere o seguinte parágrafo: Que eu não posso acreditar
Doce é sonhar
Partilhar conhecimentos e bens é uma forma inova- É pensar que você
dora de reduzir o impacto negativo da informalidade, que Gosta de mim como eu de você
achata a renda das famílias. Alguém que __________ con- JOBIM. Tom. Esse seu olhar – Grandes Hits da Bossa Nova 1 - DVDoKê.
sertar uma geladeira, por exemplo, talvez __________ de
algum conhecimento seu. E você, assim, __________ a Nesses versos, há um desvio de concordância: con-
geladeira consertada em troca de suas habilidades. cordar teu com você. Que frase publicitária apresenta
Disponível em: www1.folha.uol.com.br/colunas/mariaines/2020/05/
o mesmo tipo de inadequação?
reconstrucao-do-consumo-exigira-colaboracao-e-desprendimento.shtml. a) Por trás da experiência tem um grande banco.
b) A única alegria que você tem quando chega em
Assinale a alternativa que preenche corretamente as
casa é tirar os sapatos?
lacunas na ordem em que aparecem no texto. c) Quer ficar milionário? Faz um .
a) souber – precise – tivesse. d) É que nem roupa. Tem hora e lugar certo pra usar.
b) saberá – precisará – tem.
c) soubesse – precisasse – teria.
5. FMP-rJ 2022
d) saiba – precisaria – tem.
) soubesse – precisaria – terá. A feminização da Medicina no Brasil
O mundo assiste à progressiva diminuição nas diferen-
3. IFM 2020 ças de gênero, com a remoção de barreiras que impedem
as mulheres de ter o mesmo acesso que os homens à
educação, às oportunidades de trabalho e aos benefícios
sociais. No Brasil, em paralelo à crescente predominância
feminina na população, registram-se o crescimento da es-
colaridade feminina e a maior presença das mulheres nos
diversos setores da atividade econômica.
Essas mudanças das últimas décadas também se
refletem na presença cada vez maior de mulheres na Me-
dicina brasileira. Tal transformação poderá constituir-se
em elemento estruturante da evolução da profissão, com
consequências nas práticas médicas e na qualidade da
sua assistência. O crescimento da participação feminina
na profissão fica evidente na evolução do número de mu-
lheres que entram no mercado de trabalho.
Segundo pesquisas, os homens predominam nas
especialidades cirúrgicas e naquelas que atendem urgên-
Frente 1

www.desapega.net/p/aluga-se-casas-bairro-jdzaira-4-maua-sp/. cias, como a ortopedia. A ideia de que há necessidade


Acesso em: 20 set. de 2019. de mais força e resistência física, maior disponibilidade

AULAS 37 e 38 Concordância verbal com sujeito simples e sujeito composto 9


de tempo, assim como compatibilização entre as práticas d) Devido às mudanças sociais das últimas décadas,
profissionais e a vida familiar são os principais motivos caa-se situações de conflito na vida privada
que afastam as mulheres de determinadas especialidades. das famílias brasileiras porque a mulher deseja
Nesse sentido, a opção das médicas brasileiras tem sido profissionalizar-se.
pelas especialidades básicas, como pediatria e ginecolo- ) Com o objetivo de compreender o avanço da
gia/obstetrícia.
feminização da Medicina, pqiaam-se, em
Na perspectiva bioética, mulheres e homens podem
várias regiões, a oportunidade de trabalho ofere-
divergir na maneira de perceber problemas no exercício
cida às mulheres.
profissional da Medicina. A “ética do cuidado”, relacio-
nada à atuação das mulheres, e a “ética da justiça”, à dos
homens, permitem uma reflexão bioética que considere a 6. caf-sC 2021 Analise as frases a seguir quanto à
oposição entre valores humanos e afetivos, supostamente concordância verbal.
mais “femininos”, e valores científicos e racionais, que I. Para que se tenha boas safras, deve-se plantar
seriam mais “masculinos”. boas sementes e torcer para que hajam chuvas
Portanto, essa diversidade revela que a feminização da suficientes.
Medicina requererá novas análises bioéticas que possam II. Fomos nós quem fez o trabalho de coleta dos da-
contribuir para a compreensão da dimensão dinâmica do dos que se incluíram no relatório.
fenômeno. III. Sobre essas diferentes interpretações, verificou-
SCHEFFER, M.C.; CASSENOTE, A.J.F. Revista Bioética, v. 21, n. 2, 2013.
Disponível em: https://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica. -se duas tendências de ordem ideológica: existe
Acesso em: 13 ago. 2021. Adaptado. pessoas que acredita nas vacinas e existe pessoas
A forma verbal destacada atende às exigências de con- que as defende.
cordância de acordo com a norma-padrão da língua IV. Erros de cálculo pode haver quanto ao percentual
portuguesa em: de habitantes imunizados e, por isso, serão refei-
a) Como as mulheres costumam cuidar dos filhos tas as planilhas.
e da casa, pciam-se de leis que garantam V. Deviam ser duas horas da manhã quando chega-
proteção para que sejam atendidas em suas ram em casa os adolescentes.
necessidades. VI. Durante a assembleia da ONU, realizou-se, no
b) Em diferentes fases da escolaridade, bva- final da tarde, algumas eleições para diversos ór-
-se estudantes do sexo feminino cada vez mais gãos que compõe o organograma da instituição.
dedicadas, configurando-se uma modificação so- São Correts as frases:
ciocultural significativa. a) I – III – IV
c) No Brasil, cam-se excelentes profissionais b) II – III – VI
femininas em muitas áreas de atividade, o que re- c) II – IV – V
vela uma tendência mundial na atualidade. d) I – V – VI

Guia de estudos

Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 9


I. Leia as páginas de 5 a 8. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 4, 10 e 32.
II. Faça os exercícios 2, 4 e 10 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 2, 15 e 20.

10 Língu Portugues AULAS 37 e 38 Concordância verbal com sujeito simples e sujeito composto
FRENTE 1
AULAS 39 e 40

Concordância nominal e casos especiais de concordância


Concordância nominal
A concordância nominal estuda as relações estabelecidas entre o substantivo e os termos ligados a ele (relações de
gênero e número). Veja o exemplo:
Aqueles dois servidores trabalham na nova filial da empresa.

Adjetivo
(nova)

Artigo Substantivo Pronome


(na = em + a) (servidores, (aqueles)
filial)

Numeral
(dois)

Como regra geral, o adjetivo, o pronome adjetivo, o artigo e o numeral concordam em gênero e número com o subs-
tantivo ou com o pronome substantivo a que se referem. Acompanhe na sequência os casos de concordância nominal.
y Concordância de um adjetivo com mais de um substantivo.

subst. masc. + subst. masc. = adj. masc. plural

Concordância subst. fem. + subst. fem. = adj. fem. plural

subst. masc. + subst. fem. = adj. masc. plural

Exemplos:
Entraram alunos e professores v na sala de aula.
Entraram alunas e professoras va na sala de aula.
Entraram alunos e alunas v na sala de aula.
y Concordância atrativa: o adjetivo poderá concordar com o substantivo mais próximo quando:
a) Vier anteposto aos substantivos. Ex.: Entraram v alunos e alunas na sala de aula.
b) Vier posposto aos substantivos. Ex.: Gosto de selos e figurinhas aia.
c) Vier anteposto (função de predicativo) ao sujeito composto. Ex.: Está adqada a ortografia e o texto.
y Quando há dois adjetivos para um substantivo, o critério é:
a) Se o substantivo estiver no plural, não haverá artigo diante do segundo adjetivo. Ex.: Os filmes sul-americanos e
Frente 1

africanos lideraram o prêmio.


b) Se o substantivo estiver no singular, haverá artigo diante do segundo adjetivo. Ex.: O filme sul-americano e
o africano lideraram o prêmio.

AULAS 39 e 40 Concordância nominal e casos especiais de concordância 11


y “Meio”, “bastante”, “barato”, “caro”, “pouco” e “muito”

ao substantivo ou ao pronome substantivo: é variável.

quando se refere

ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio: é invariável (masc./singular).

Ex.: Há baa livros novos na biblioteca.


Patrícia e Carlos ensaiaram baa para a apresentação.
Marília bebeu mia xícara de café.
Goreth estava mi cansada do trabalho.
y “Anexo” e “incluso” concordam com o substantivo a que se referem em gênero e número. A expressão “em anexo”
é invariável.
Ex.: x vão os arquivos.
Seguem icla as emendas ao novo projeto.
As fotos vão m ax.
y “Menos” é invariável.
Ex.: Havia m pessoas na aula.
y “Mesmo”, “próprio” e “só” (“sozinho”) concordam com a palavra a que se referem.
Ex.: Ela mma fará a decoração da festa.
Decidiram a causa eles pópi.
Eles estão ó.
y “Obrigado” concorda com o gênero da pessoa.
Ex.: Ela disse: – “Muito biada.”
Ele disse: – “Muito biad.”
y Com as expressões “um e outro” e “nem um nem outro”, o substantivo fica no singular, e o adjetivo pode ficar no plural
ou no singular.
Ex.: Uma e outra aluna p/p fizeram a pergunta.
Nem um nem outro professor bi/bi foi contratado.
y Com o termo “um ou outro”, a concordância é feita no singular tanto para o substantivo quanto para o adjetivo.
Ex.: Um ou outro dpad li compareceu ao debate.
y “É proibido”, “é necessário”, “é bom” e equivalentes: quando o sujeito não estiver determinado, a expressão deve
ficar, preferencialmente, invariável.
A venda de bebida alcoólica é pibida neste local.
Pibid pisar na grama.
Os reparos ã cái para impedir o fechamento do estabelecimento.

Exercícios de sala
1. IFB 2020 Quanto à concordância nominal, é correto dizer que:
a) Ao longo dos anos, os governos mesmo promoveram o desmatamento da Amazônia.
b) Os indígenas sós não são capazes de conter a ambição de garimpeiros pela Amazônia.
c) Desertificação e perda de biodiversidade: o desmatamento da Amazônia promove um e outro problemas
ambientais.
d) Os indígenas estão bastantes cansados da luta pela preservação da Amazônia.
) A Amazônia brasileira oferece água e ar puro ao mundo.

12 Língu Portugues AULAS 39 e 40 Concordância nominal e casos especiais de concordância


2. FCL-sP 2020 Assinale a opção que não atende corretamente às regras de concordância nominal, de acordo com a
norma culta:
a) Usavam ternos e gravatas claros. d) Elas estavam meias chateadas.
b) Ofereci-lhe lindas rosas e lírios. ) Achei simpático o aluno e seus pais.
c) Temos feito bastantes exercícios.

3. ueMg 2019 Considere a concordância nas seguintes frases.


I. A moça usava uma saia verde-clara.
II. Muito-obrigada, disse ela, meia confusa.
III. Eles mesmo foram enganados pela espertinha.
IV. Fomos nós quem pintamos a casa, mas fui quem pintou o muro.
São corretas apenas as frases:
a) I e II. c) I e IV.
b) II e III. d) I, III e IV.

4. IFrr 2018 Assinale a sequência que completa corretamente estes períodos:


I. Ela disse que não faria a prova de proficiência.
II. Vão os livros solicitados pela biblioteca.
III. A reitora estava aborrecida com a falta de recursos financeiros.
IV. É muita atenção para atravessar a rua.
V. É a entrada de animais neste estabelecimento.
a) mesma – anexos – meia – necessária – proibido d) mesma – anexos – meia – necessário – proibido
b) mesma – anexos – meio – necessária – proibida ) mesmo – anexo – meia – necessária – proibida
c) mesmo – anexo – meio – necessário – proibida

5. FMP-rJ 2022 De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a concordância nominal está correta em:
a) A presença de mulheres em posições de liderança e o lucro das empresas, atualmente, são pdida pelas
companhias.
b) O trabalho integral fora de casa e as tarefas domésticas devem ser chcida porque constituem o obstáculo
que sobrecarrega as mulheres.
c) A aproximação de homens e mulheres nas organizações e o reconhecimento dessa nova tendência em nossa
sociedade precisam ser acia sem restrições.
d) O objetivo da realização profissional e a capacidade de atender a inúmeras funções têm sido bcad pelas
mulheres com muita frequência.
) O comando da mulher nas empresas e sua inserção em cargos antes ocupados somente pelos homens devem
ser cidada de grande valor.

6. caf-sC 2018 Sobre concordância verbal e concordância nominal, assinale a afirmativa ca.
a) Na frase “O governo brasileiro extinguiu a Renca (Reserva Nacional de Cobre e Associados) para que possa ser
melhor exploradas nessa área os recursos naturais e outras fontes renováveis de energia”, a falta de concordân-
cia será sanada se a expressão “os recursos naturais” for substituída por “jazidas minerais”.
b) Na frase “Os fatos apontados pelos órgãos de controle indicam que podem ter havido irregularidades na gestão
dos projetos financiados com recursos públicos”, todos os verbos estão flexionados de acordo com a norma-
-padrão da língua portuguesa.
c) A frase “Os ingredientes que encomendava era o mesmo semanalmente, razão por que seria de imaginar que
fosse suficiente para a fermentação de cinquenta litros de cerveja” apresenta desvios da norma-padrão quanto à
concordância nominal, mas não há desvios da norma-padrão quanto à concordância verbal.
d) Na frase “Estima-se que, em Portugal, cerca de dois terços dos cães tenham sido infectados com o parasita
denominado Leishmania infantum nos últimos anos, embora muitos deles não manifestem a doença”, os verbos
“tenham” e “manifestem” concordam com os respectivos sujeitos na terceira pessoa do plural.

Guia de estudos
Frente 1

Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 9


I. Leia as páginas de 8 a 14. III. Faça os exercícios propostos 18, 19, 21, 22, 24 e 35.
II. Faça os exercícios 1 e 6 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 5, 6, 14 e 21.

AULAS 39 e 40 Concordância nominal e casos especiais de concordância 13


FRENTE 1
AULAS 41 e 42

Regência verbal e nominal


Regência é o mecanismo que regula a relação entre os verbos ou nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) e os
seus complementos. Para tanto, importa saber se a palavra exige ou não outras que complementem seu sentido e, no
caso de exigir, que tipo de complemento é esse. Ao estudarmos a regência, sobretudo a verbal, encontramos diferenças
consideráveis entre o uso popular e o uso culto.

Regência verbal
Quando o termo regente é um verbo, denominamos a regência como verbal. Veja a seguir alguns verbos que podem
despertar dúvidas quanto à sua regência.

Aspirar a
(desejar)
Visar a Assistir a
(objetivar) (presenciar)

Ir, voltar
Vir a
a/para

Regência
Preferir verbal
(algo) a Implicar em
(comprometer)
(outro)

Pedir
Lembrar-se
a/para
de
(pessoa)
Pagar,
(Des)
perdoar a
Obeceder a
(pessoa)

Regência nominal
Assim como os verbos, alguns substantivos, adjetivos e advérbios também podem causar dúvidas quanto à regência,
muitas vezes pelo fato de admitirem mais de uma preposição que ligue o termo regente ao regido.
y sbaiv  adjiv

Ppiçã

adepto, indiferente, alheio, junto, referente, simpatia, favorável, tendência, imune, paralelo,
a
relativo, acessível, adequado, desfavorável, equivalente, insensível, obediente

ansioso, junto, próximo, imune, contente, capaz, incapaz, digno, indigno, passível, contemporâneo d

junto, feliz, contente, amoroso, compatível, cruel, cuidadoso, descontente cm

feliz, entendido, indeciso, lento, morador, hábil m

inútil, incapaz, bom paa

ansioso, aversão, feliz, simpatia, contente, responsável p

14 Língu Portugues AULAS 41 e 42 Regência verbal e nominal


y dvébi
Os advérbios terminados em “-mente” seguem a mesma regência dos adjetivos de que são originados. Observe:

análogo analoga(mente)
relativo relativa(mente)
a
semelhante semelhante(mente)
favorável favoravel(mente)

É importante destacar que os advérbios “perto” e “longe” são seguidos da preposição “de”.

Exercícios de sala
1. FMP-rJ 2015

Verba testamentária
“... Item, é minha última vontade que o caixão, em que o meu corpo houver de ser enterrado, seja fabricado em casa
de Joaquim Soares, à rua da Alfândega. Desejo que ele tenha conhecimento desta disposição, que também será pública.
Joaquim Soares não me conhece; mas é digno da distinção, por ser dos nossos melhores artistas, e um dos homens mais
honrados da nossa terra...”
5 Cumpriu-se à risca esta verba testamentária. Joaquim Soares fez o caixão em que foi metido o corpo do pobre Nicolau
B. de C.; fabricou-o ele mesmo, com amore; e, no fim, por um movimento cordial, pediu licença para não receber nenhuma
remuneração. Estava pago; o favor de defunto era em si mesmo um prêmio insigne. Só desejava uma coisa: a cópia autêntica
da verba. Deram-lha; ele mandou-a encaixilhar e pendurar de um prego, na loja. Os outros fabricantes de caixões, passado
o assombro, clamaram que o testamento era um despropósito. Felizmente – e esta é uma das vantagens do estado social –,
10 felizmente, todas as demais classes acharam que aquela mão, saindo do abismo para abençoar a obra de um operário modesto,
praticara uma ação rara e magnânima. Era em 1855; a população estava mais conchegada; não se falou de outra coisa. O
nome do Nicolau reboou por muitos dias na imprensa da corte, donde passou à das províncias. Mas a vida universal é tão
variada, os sucessos acumulam-se em tanta multidão, e com tal presteza, e, finalmente, a memória dos homens é tão frágil,
que um dia chegou em que a ação de Nicolau mergulhou de todo no olvido.
15 Não venho restaurá-la. Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo
caso, precisa apagar o caso escrito. Obra de lápis e esponja. Não, não venho restaurá-la. Há milhares de ações tão bonitas,
ou ainda mais bonitas do que a do Nicolau, e comidas do esquecimento. Venho dizer que a verba testamentária não é um
efeito sem causa; venho mostrar uma das maiores curiosidades mórbidas deste século.
Sim, leitor amado, vamos entrar em plena patologia. Esse menino que aí vês, nos fins do século passado (em 1855,
20 quando morreu, tinha o Nicolau sessenta e oito anos), esse menino não é um produto são, não é um organismo perfeito. Ao
contrário, desde os mais tenros anos, manifestou por atos reiterados que há nele algum vício interior, alguma falha orgânica.
Não se pode explicar de outro modo a obstinação com que ele corre a destruir os brinquedos dos outros meninos, não digo
os que são iguais aos dele, ou ainda inferiores, mas os que são melhores ou mais ricos. Menos ainda se compreende que, nos
casos em que o brinquedo é único, ou somente raro, o jovem Nicolau console a vítima com dois ou três pontapés; nunca
25 menos de um. Tudo isso é obscuro. Culpa do pai não pode ser. O pai era um honrado negociante ou comissário [...], que
viveu com certo luzimento no último quartel do século, homem ríspido, austero, que admoestava o filho, e, sendo necessário,
castigava-o. Mas nem admoestações, nem castigos, valiam nada. O impulso interior do Nicolau era mais eficaz do que todos
os bastões paternos; e, uma ou duas vezes por semana, o pequeno reincidia no mesmo delito. Os desgostos da família eram
profundos. Deu-se mesmo um caso, que, por suas gravíssimas consequências, merece ser contado. [...]
ASSIS, Machado de. In: Contos/Uma Antologia. Seleção, introdução e notas de John Gledson. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 411-413.

O período em que a regência do verbo clama é igual à que ocorre em “outros fabricantes de caixões [...] clamaram
que o testamento era um despropósito” (l. 8 e 9) é:
a) A multidão clamava: vencemos!
b) Os fabricantes clamavam, em vão.
c) Os filhos clamam aos pais compreensão.
d) Os condenados clamam por perdão.
) O povo clama contra as injustiças cometidas.
Frente 1

AULAS 41 e 42 Regência verbal e nominal 15


2. ueM/Ps-Pr 2019 isso é compreensível. [...]. As pessoas tendem a se medir
pelas posses, pois os bens são um sinal de segurança e
Meritocracia: uma meditação sobre o novo status em uma sociedade na qual coisas valem demais e,
rico e a vergonha de ser pobre 55 certamente, mais do que as próprias pessoas. [...]
Márcia Tiburi Ainda sobre a classe média, quem consegue mudar
de classe social, muitas vezes, faz questão de esquecer de
Houve um tempo em que não se falava de classes onde veio. O pertencimento a uma classe é para muitos
sociais. Era preciso insistir que elas não existissem. De um sinônimo de sofrimento. A vergonha é um plus de sofri-
lado para que a desigualdade não aparecesse, de outro 60 mento para quem já sofre com a miséria e a pobreza.
para que não aparecesse algo ainda mais triste, a vergonha Melhor esquecer a vergonha e acreditar na ilusão.
5 por ser objeto da opressão que atinge muita gente. [...] Por outro lado, há quem seja capaz de “capitalizar”
A chamada classe média baixa é a mais triste herdeira a própria pobreza e, nesse caso, temos que voltar à aná-
da miséria espiritual que está no cerne das classes donas lise dialética de uma sociedade na qual tudo e todos se
do capital. Por miséria espiritual, entendemos um conjunto 65 transformam em mercadoria. Nem todos conseguem se
de afetos e de posições políticas que vão da inveja à des- reconciliar com a vergonha e enfrentar a crítica social
10 trutividade, do analfabetismo político à prepotência, do e a cultural necessárias em uma situação dessas, muitos
complexo de inferioridade disfarçado de superioridade ao preferem recalcá-la. Não se deve julgar uma pessoa por
punitivismo jurídico ao qual se adere com facilidade para isso, mas, antes, investigar o que está em jogo para buscar
se parecer moralmente bem situado. [...] 70 transformar esse cenário.
Meritocracia Só assim conseguiremos devolver os cidadãos à luta
política que lhes dá dignidade real.
O que vem sendo chamado de meritocracia faz parte Texto adaptado de: https://revistacult.uol.com.br/home/meritocracia-novo-
15 desses processos. O poder do mérito desenvolveria uma rico-vergonha-pobre/. Acesso em: 24 maio 2018.
sociedade de vencedores e vencidos, como defendem
Assinale o que for c quanto à colocação prono-
autores neoliberais. Sorte de quem for vencedor, azar de
minal e à regência.
quem for vencido. Mérito é um termo usado para falar
 Em “Houve um tempo em que não  falava de
dos ricos que já são ricos e podem se tornar ainda mais
classes sociais.” (linhas  e ), a próclise ocorre
20 ricos, e dos pobres que conseguem se tornar cidadãos de
classe média e que mudam de condição econômica. Foi a porque a partícula negativa funciona como fator
ascensão do que conhecemos como o “novo rico”, aquele de atração.
grupo que deu um salto econômico em termos de classe,  Em “devolver os cidadãos à luta política” (linhas 7
que trouxe à moda a ideia de mérito. e 7), a expressão “à luta política” funciona como
25 O novo rico, um tipo de classe média, se constitui uma complemento nominal da expressão “os cidadãos”.
classe amparada na imitação dos muito ricos, seus hábitos,  Em “O novo rico, um tipo de classe média, 
usos e costumes. Toda classe média baixa sofre a influência constitui” (linha 5), a próclise se justifica devido
dessa estética e desses hábitos. O novo rico aproveita do a uma característica do uso dos pronomes pelos
“aparecer” com o objetivo explícito de enganar menos os falantes brasileiros.
30 outros do que a si mesmo. Por isso, quando melhor remu-  Em “Só assim conseguiremos devolver os cida-
nerado, quando alcançou o capital, ele compra logo os dãos à luta política que lhes dá dignidade real.”
signos da riqueza: o carro de marca, a casa em Miami, o (linhas 7 e 7), a próclise é facultativa.
restaurante da moda, o relógio, a bolsa, a viagem. Mas o  Em “ao qual se adere com facilidade” (linha ), a
novo rico é um modelo, e cada classe é “nova rica” à sua regência da forma verbal “adere” exige o empre-
35 maneira. Cada um compra o que pode. Se não der para go da preposição “a” antes do pronome relativo
tudo isso, pode ser os óculos escuros do camelô no lugar “o qual”.
do de marca, pode ser a camiseta da loja do shopping no Soma:
lugar da casa em Miami ou um tênis no lugar do carro. [...]
A classe média baixa, aquela que tem acesso aos
3. caf-sC 2022 Assinale a frase Corret quanto à
40 produtos de “qualidade” variável conforme seu poder de
regência verbal e nominal.
compra, inclusive aos produtos da indústria cultural de
a) Devido à essa questão, a inclusão do assunto re-
“qualidade”, é fruto do paradigma capitalista que oprime
lativamente a expansão da fábrica agora não é
e seduz ao mesmo tempo. O medo de perder o que se
pertinente sobre o tema.
conseguiu por meio de sacrifícios e esforços – mesmo que
45 o que se tenha conseguido seja muito pouco comparado b) A causa do atraso tem a ver tão somente com a
aos realmente ricos – coloca muitas pessoas inconscien- aversão que ele sente por tarefas que lhe exigem
temente a serviço da ideologia meritocrática, ela mesma um certo esforço intelectual.
uma forma de autodefesa simbólica para quem tem poucas c) Recomendou-lhe, todavia, que não dissesse a
chances concretas de ascensão econômica ou social. seus pais o desamparo que o vira, para não lhes
deixar ainda mais constrangidos.
Vergonha
d) As universidades são organizações que você
50 A vergonha de ser pobre convoca a essa ideologia. pode abandonar uma pesquisa sem ser ostensi-
Ela obriga muita gente a tentar parecer o que não é. Mas vamente cobrado disso.

16 Língu Portugues AULAS 41 e 42 Regência verbal e nominal


4. uc 2018

Sons que confortam


Martha Medeiros

Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco. Só estavam os três na casa: o pai, a mãe e ele, um
garoto de 13 anos. Chamaram o médico da família. E aguardaram. E aguardaram. E aguardaram. Até que o garoto escutou
um barulho lá fora. É ele que conta, hoje, adulto: Nunca na vida ouvira um som mais lindo, mais calmante, do que os pneus
daquele carro amassando as folhas de outono empilhadas junto ao meio-fio.
5 Inesquecível, para o menino, foi ouvir o som do carro do médico se aproximando, o homem que salvaria seu pai. Na
mesma hora em que li esse relato, imaginei um sem-número de sons que nos confortam. A começar pelo choro na sala de
parto. Seu filho nasceu. E o mais aliviante para pais que possuem adolescentes baladeiros: o barulho da chave abrindo a
fechadura da porta. Seu filho voltou.
E pode parecer mórbido para uns, masoquismo para outros, mas há quem mate a saudade assim: ouvindo pela enésima
10 vez o recado na secretária eletrônica de alguém que já morreu.
Deixando a categoria dos sons magnânimos para a dos sons cotidianos: a voz no altofalante do aeroporto dizendo que
a aeronave já se encontra em solo e o embarque será feito dentro de poucos minutos.
O sinal, dentro do teatro, avisando que as luzes serão apagadas e o espetáculo irá começar.
O telefone tocando exatamente no horário que se espera, conforme o combinado. Até a musiquinha que antecede a
15 chamada a cobrar pode ser bem-vinda, se for grande a ansiedade para se falar com alguém distante.
O barulho da chuva forte no meio da madrugada, quando você está no quentinho da sua cama.
Uma conversa em outro idioma na mesa ao lado da sua, provocando a falsa sensação de que você está viajando, de
férias em algum lugar estrangeiro. E estando em algum lugar estrangeiro, ouvir o seu idioma natal sendo falado por alguém
que passou, fazendo você lembrar que o mundo não é tão vasto assim.
20 O toque do interfone quando se aguarda ansiosamente a chegada do namorado. Ou mesmo a chegada da pizza.
O aviso sonoro de que entrou um torpedo no seu celular.
A sirene da fábrica anunciando o fim de mais um dia de trabalho.
O sinal da hora do recreio.
A música que você mais gosta tocando no rádio do carro. Aumente o volume.
25 O aplauso depois que você, nervoso, falou em público para dezenas de desconhecidos.
O primeiro eu te amo dito por quem você também começou a amar.
E o mais raro de todos: o silêncio absoluto.
MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. São Paulo: L&PM Editores, 2011.

Em função de uma linguagem mais simples e coloquial, a crônica, muitas vezes, pode “desrespeitar” a norma gra-
matical própria do uso culto da escrita formal da língua, o que pode ser observado no texto de Martha Medeiros na
seguinte passagem:
a) “Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco” (linha ), em que, gramaticalmente, o verbo
“ser”, indicando tempo, não varia em número para concordar com “quatro da manhã”.
b) “Até a musiquinha que antecede a chamada a cobrar pode ser bem-vinda” (linhas -5), em que o verbo “antece-
der” exige um complemento com preposição.
c) “A música que você mais gosta tocando no rádio do carro” (linha ), em que a regência do verbo “gostar” não é
obedecida.
d) “O toque do interfone quando se aguarda ansiosamente a chegada do namorado” (linha ), em que a expressão
“a chegada” deveria vir com o acento indicativo de crase, já que o verbo “aguardar” exige complemento com a
preposição “a”, bem como o artigo que acompanha o substantivo é do gênero feminino.

5. ueMg 2019

A Bela e a Fera
Uma bela atriz reaparece em um famoso programa de auditório.
Os telespectadores vibram com os olhos da musa, que responde às perguntas do apresentador.
Como está o seu relacionamento com a imprensa?, pergunta a fera.
Há repórteres bons e maus. Eu prefiro muito mais me lembrar das pessoas sérias do que das outras.
Luis Carlos Rocha. Norma culta escrita: tentativa de caracterização.

O uso que a atriz fez do verbo preferir


a) apresenta uma regência permitida na língua falada.
b) é um erro que não se deve considerar, dada a importância da atriz.
c) não é justificável em uma entrevista, na qual o uso da norma padrão pode ser menos rigoroso.
Frente 1

d) não representa um problema, segundo a norma padrão escrita.

AULAS 41 e 42 Regência verbal e nominal 17


6. IFMs 2019 Segundo o site Infoescola, a expressão Memes de Internet é utilizada para caracterizar uma ideia ou um con-
ceito que se difunde por meio da web rapidamente, podendo ser uma frase, link, vídeo, site, imagem entre outros. Um dos
memes que viralizou na internet foi o da comparação “Raiz versus Nutella”, em que o termo “Raiz” demonstra o que você
é na essência e o “Nutella” refere-se ao seu lado popular, atual.
www.gazetadopovo.com.br/blogs/bad-bad-server/aorigem-do-meme-eu-raiz-x-eu-nutella-veja-comparacoes/. Acesso em: 26 set. 2018.

No texto (meme) em análise, percebe-se que há situações de regência que estão em desacordo com a norma-padrão
formal. Assinale a alternativa que apresenta essas situações de acordo com a norma-padrão formal.
a) só assiste a canais religiosos – leva ao Mc Donald’s.
b) só assiste à canais religiosos – leva ao Mc Donald’s.
c) usa ao mesmo casaco – tem a todos os dentes.
d) usa ao mesmo casaco – tem à todos os dentes.
) nunca acerta ao seu nome – leva pro Mc Donald’s.

Guia de estudos

Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 10


I. Leia as páginas de 49 a 54. III. Faça os exercícios propostos 2, 3, 5, 6, 10 e 18.
II. Faça os exercícios 2 e 4 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 1, 8, 9 e 16.

18 Língu Portugues AULAS 41 e 42 Regência verbal e nominal


FRENTE 1
AULAS 43 e 44

Crase (conceito, sentido e aplicação) e outras ocorrências


Crase: conceito, sentido e aplicação
A crase indica a fusão de dois sons idênticos que, na escrita, é marcada com o acento grave ( ` ). Ela pode ocorrer
pela união de:
y Preposição “a” + artigo “a” = à
y Preposição “a” + pronome demonstrativo iniciado por “a” = àquele/àquela/àquilo
y Preposição “a” + pronome relativo iniciado por “a” = à qual

Comparando as ocorrências ou não da crase


Em alguns contextos sempre há crase, enquanto em outros ela não deve ocorrer. Por esse motivo, é importante ficar-
mos atentos quanto ao emprego ou não do acento grave.
Ao conhecer as regras de uso da crase, é possível perceber, em alguns contextos, a relação entre os elementos que
explicam essa ocorrência e também as razões que evidenciam a sua não ocorrência. Observe, por exemplo, que, se a
crase sempre ocorre diante de palavras femininas, desde que o termo regente exija preposição “a”, então o acento grave
não pode aparecer antes de palavras masculinas – afinal, não usamos artigo feminino anteposto a palavras masculinas.
Compare as explicações da primeira coluna com as da segunda, para observar outros casos em que ocorre ou não crase.

Cx m q

c ca ã c ca


(ac av biaói) (ac av pibid)

Na frente de palavras femininas, desde que haja um vocábulo que


Na frente de palavras masculinas. Ex.: Eu fui a pé até a loja ontem.
exija a preposição “a”. Ex.: Eu fui à loja ontem.

Na frente de números que indicam hora determinada. Quando a indicação de hora vier precedida das preposições “após”, “até”,
Ex.: Cheguei às três horas da tarde. “desde”, “entre” ou “para”. Ex.: Chegarei entre as 2 e 3 horas da tarde.

Na frente de nome de lugar que admita o uso do artigo feminino “a”. Na frente de nome de lugar que não admite o uso do artigo feminino“a”.
Ex.: Eu vou à Bahia. (Eu volto da Bahia.) Ex.: Eu vou a Salvador. (Eu volto de Salvador.)

Na expressão “às vezes” com sentido de “de vez em quando”. Na expressão “as vezes” com sentido de “momentos”, “ocasiões”.
Ex.: Às vezes, eu fico muito triste. Ex.: Fico triste todas as vezes que não te vejo.

Antes de palavras no plural especificadas por um artigo feminino. Antes de palavras no plural que têm sentido genérico e não são
Ex.: Refiro-me às cortinas da vovó. especificadas por um artigo feminino. Ex.: Refiro-me a cortinas de seda.

Em pratos culinários em que se subentende a expressão “à moda de”. Em pratos culinários em que não se subentende a expressão
Ex.: Adoro macarrão à bolonhesa. (Adoro macarrão à moda bolonhesa.) “à moda de”. Ex.: Não gosto de frango a passarinho.

Antes dos pronomes de tratamento “senhora”, “senhorita”, Antes da maioria dos pronomes de tratamento, exceto os casos em
“madame” e “dona”. Ex.: Peço perdão à senhorita. que a crase é obrigatória. Ex.: Peço perdão a Vossa Excelência.

Entre números, se antes do primeiro termo houver o artigo Entre números, se antes do primeiro número não houver o artigo
feminino “a”. Ex.: A prova será da sala  à 10. feminino “a”. Ex.: A prova será de 4 a  de março.

Além desses contextos, há outras regras sobre a crase. Veja:


oc ca (ac av biaói)
y Em locução conjuntiva constituída de palavra feminina. Ex.: Ficava mais cansado à medida que corria.
y Em locução adverbial feminina de modo, tempo ou lugar. Ex.: Ele saiu à noite.
y Em locução prepositiva formada de palavra feminina. Ex.: Ele ficou à beira da morte.
y Na locução “à moda de”, ainda que subentendida, inclusive antes de palavra masculina. Ex.: Usou um vestido à moda
Frente 1

parisiense./Usou um vestido à Victor Valentim.


Em síntese, podemos perceber que a crase ocorre em locuções prepositivas, locuções conjuntivas e algumas locuções
adverbais (de tempo, lugar ou modo) femininas.

AULAS 43 e 44 Crase (conceito, sentido e aplicação) e outras ocorrências 19


nã c ca (ac av pibid)
y Antes de verbo. Ex.: Saio a caminhar quando quero.
y Antes de artigos ou pronomes indefinidos. Ex.: O livro será entregue a uma aluna./O caminhão veio a toda velocidade.
y Antes de pronomes pessoais. Ex.: Eu disse a ela que era tudo mentira.
y Antes de pronome interrogativo. Ex.: Queria saber a quem ela puxou!
y Antes de pronome demonstrativo de a e a pessoas. Ex.: Estou disposto a isto!
y Em expressões com palavras repetidas. Ex.: Eu o vi face a face.
y Entre dias da semana ou meses do ano. Ex.: Trabalho de terça a sábado./As matrículas ocorrem de janeiro a março.
y Antes de nomes próprios femininos de pessoa com quem não temos intimidade. Ex.: Referimo-nos a Ana Maria Braga.
Sintetizando: não usamos crase antes da maioria dos pronomes, antes de verbo ou artigo indefinido, em algumas
expressões (com palavras repetidas ou que demarcam meses ou dias da semana) e, ainda, antes de nome feminino de
pessoa desconhecida ou famosa.
Por fim, há três contextos em que a crase é facultativa, ou seja, o uso do acento grave é opcional.
Pd  ã c ca (ac av pcial)
y Depois da locução prepositiva “até a”. Ex.: Moisés foi até à escola./Moisés foi até a escola.
y Antes de pronomes possessivos femininos. Ex.: Fiquem atentos à nossa palestra./Fiquem atentos a nossa palestra.
y Antes de nomes próprios femininos de pessoa próxima. Ex.: Dei um presente à Camila./Dei um presente a Camila.
Sobre o último contexto de uso facultativo, é importante destacar que, como apontado anteriormente, o acento indica-
tivo de crase não deve ser utilizado antes de nomes de mulheres com quem não temos intimidade. Isso, porque, segundo
os gramáticos, o uso de artigo definido antes de nomes próprios denota familiaridade. Assim, devemos escrever “Estou
me referindo a Cládia raia” (sem acento grave) em contextos formais de comunicação.

Outras ocorrências
Alguns casos especiais de uso da crase.

Quando vier modificada por um termo qualitativo


à Ex.: Fui à casa de Marina.
(adjetivo ou locução adjetiva), há crase.
Caa
a Quando indicar “lar” ou se não tiver termo qualitativo, não há crase. Ex.: Trabalhei muito, mas logo voltei a casa.

Quando vier modificada por um termo qualitativo


à Ex.: Os navegantes retornaram à terra natal.
(adjetivo ou locução adjetiva), há crase.

ta Quando apresentar o sentido de “chão”, “terra firme”


a Ex.: Os navegantes retornaram a terra.
(em oposição a “bordo”) e sem elemento qualitativo, não há crase.

à Quando tiver o sentido de planeta do Sistema Solar, há crase. Ex.: O astronauta voltou à Terra.

à Quando for determinada numericamente, há crase. Ex.: Vi você à distância de 100 metros.
Diâcia
a Quando não for determinada numericamente, não ocorre crase. Ex.: Vi você a distância.

Quando tiver sentido de “no ato da compra”, “na presença”,


à Ex.: Vou comprar o imóvel à vista.
“diante dos olhos”, há crase.
À via
a Quando for sinônimo de “olho”, não há crase. Ex.: A vista já está cansada.

O acento grave também pode ser utilizado para desfazer problemas de ambiguidade, isto é, para trazer maior clareza
ao texto, como ocorre ao utilizarmos as locuções adverbiais a seguir.
y chia à/chia a
Com o sentido de ter o perfume da planta, há crase. Ex.: Ela cheira à flor.
Com o sentido de sentir, aspirar o perfume da planta, não possui acento indicativo de crase. Ex.: Ela cheira a flor.
y à i/a i
Com o sentido de período do dia, de tempo decorrido, há crase. Ex.: Ele chega à noite.
Com o sentido de anoitecer, não há acento indicativo de crase. Ex.: Ela vem a noite.

20 Língu Portugues AULAS 43 e 44 Crase (conceito, sentido e aplicação) e outras ocorrências


Exercícios de sala

1. Leia o enunciado a seguir. 3. IFPe 2019


A vista não estava tão boa, mas o dinheiro era curto.
Então comprei uma armação de óculos a prazo, porque Como a desigualdade pode estar
eu precisava diluir as despesas, pagando mês a mês. impulsionando as selfies sensuais
Agora, atente-se para as seguir proposições: O que está por trás do fenômeno da selfie sexy? A obsessão
I. Em “a vista”, o sinal indicador de crase deveria ter online que vivemos hoje tem sido vinculada à vaidade e
sido utilizado, porque “vista” é uma palavra feminina. até à opressão de gênero. Mas esse poderia ser também
II. Em “a prazo”, a ausência do acento grave está em um comportamento guiado pela economia.
acordo com a norma-padrão. Uma imagem vale mais que mil palavras. Da mesma
III. Em “mês a mês”, a crase não ocorre, por ser uma forma, parece que há mais por trás das selfies do que pode
expressão com palavras repetidas. parecer à primeira vista. A obsessão online que vivemos
IV. Em “as despesas” não ocorre crase, porque “des- hoje tem sido vinculada à vaidade e até à opressão de gê-
pesas” é uma palavra no plural. nero. Mas poderia ser também um comportamento guiado
pela economia?
É correto o que se afirma apenas em Asma Elbadawi é uma artista visual de origem in-
a) II e III. glesa e sudanesa. Ela acha que o capitalismo moderno
b) III e IV. impulsiona as mulheres a se fotografarem como objetos de
c) I e IV. desejo. Recentemente, ela postou uma selfie no Instagram
d) I e II. com desenhos no rosto, lembrando as marcas feitas em
) II, III e IV. pacientes antes de uma cirurgia plástica. Elbadawi, ativista
reconhecida pelo empoderamento de jovens muçulmanas,
2. IFCe 2020 afirma que sua intenção era usar a linguagem de cartazes
publicitários, criando uma mensagem irônica.
Pedrinho, na varanda, lia um jornal. De repente parou O trabalho de Elbadawi levanta uma questão interes-
e disse à Emília, que andava rondando por ali: sante. Conquistas femininas possibilitaram às mulheres
— Vá perguntar à vovó o que quer dizer folk-lore. denunciarem tudo que as objetifica, desde a cantada na
— Vá? Dobre a sua língua. Eu só faço coisas quando rua até a cultura machista do teste de fidelidade de progra-
5 me pedem por favor. mas de auditório. Apesar disso, a disseminação das redes
Pedrinho, que estava com preguiça de levantar-se, sociais faz com que sejamos bombardeados com imagens
cedeu à exigência da ex-boneca. sexualizadas de mulheres. Por quê?
— Emilinha do coração – disse ele –, faça-me o ma- Khandis Blake, psicóloga na Universidade de New
ravilhoso favor de ir perguntar à vovó que coisa significa South Wales, em Sydney, pesquisa o que a sexualiza-
10 a palavra folk-lore, sim, teteia? ção das mulheres pode nos dizer sobre as sociedades.
Emília foi e voltou com a resposta. Segundo ela, as selfies são geralmente tiradas como um
— Dona Benta disse que folk quer dizer gente, povo; sinal de discriminação de gênero. Ou seja, as mulheres
e lore quer dizer sabedoria, ciência. Folclore são as coisas tiram selfies porque elas sentem que precisam parecer
que o povo sabe por boca, de um contar para o outro, atraentes para os homens.
15 de pais a filhos. Os contos, as histórias, as anedotas, as Mas, além disso, a última pesquisa de Blake en-
superstições, as bobagens, a sabedoria popular etc. e tal. controu um aspecto econômico. O resultado é que o
Por que pergunta isso, Pedrinho? fenômeno da selfie sexy é mais prevalente em países
O menino calou-se. Estava pensativo, com os olhos educados e desenvolvidos, afirma Blake. “São as mesmas so-
lá longe. Depois disse: ciedades que passaram décadas lutando contra a objetifi-
20 — Uma ideia que eu tive. Tia Nastácia é o povo. Tudo cação sexual de mulheres e garotas – e que estão fazendo
que o povo sabe e vai contando de um para outro, ela deve com que homens poderosos expliquem seu comportamen-
saber. Estou com o plano de espremer Tia Nastácia para to em relação a mulheres”.
tirar o leite do folclore que há nela. Para entender essa aparente contradição, a equipe da
Emília arregalou os olhos. psicóloga avaliou indicadores econômicos e de gênero nes-
25 — Não está má a ideia, não, Pedrinho! Às vezes, a gen- ses países e descobriu que as mulheres são mais propensas
te tem uma coisa muito interessante em casa e nem percebe. a investir tempo e esforço em tirar e postar selfies sexy em
Fonte: do livro Histórias de Tia Nastácia. São Paulo: Globo, 2009.
países onde a desigualdade econômica está subindo.
A expressão “às vezes” (linha 2) contida no texto apre- Isso explicaria, segundo ela, por que os Estados Unidos,
senta o fenômeno da crase Reino Unido e Cingapura – onde a desigualdade de renda
a) uma vez que é uma locução coordenada expli- está aumentando – estão entre os países mais viciados
cativa. em selfies, juntamente com um conjunto de países menos
b) visto que é uma locução adverbial deslocada. desenvolvidos mas muito desiguais – como Brasil, México
Frente 1

c) por tratar-se de uma expressão adverbial feminina. e Colômbia.


UCHOA, P. #Instaperfect: como a desigualdade pode estar impulsionando as
d) pois é um elemento coesivo que inicia a frase. selfies sensuais. Disponível em: www.bbc.com/portuguese/geral-45416858.
) tendo em vista que é uma locução verbal. Acesso em: 25 set. 2018 (adaptado).

AULAS 43 e 44 Crase (conceito, sentido e aplicação) e outras ocorrências 21


A propósito do uso do acento grave indicativo de crase no texto, avalie as análises abaixo.
I. A expressão “à primeira vista” (o parágrafo), recebe o acento grave por causa da regência do verbo “parecer”,
que exige complemento com a preposição “a”.
II. Em “A obsessão online que vivemos hoje tem sido vinculada à vaidade” (o parágrafo), o uso do acento grave
indica a contração da preposição “a” exigida pela locução “tem sido vinculada” e o artigo “a”, determinante do
substantivo “vaidade”.
III. Na expressão “até à opressão de gênero” (o parágrafo), o uso do acento grave é facultativo, pois “até” já cumpre
a função de preposição.
IV. No trecho “Conquistas femininas possibilitaram às mulheres denunciarem tudo que as objetifica” (o parágrafo),
o uso do acento grave é obrigatório para indicar a junção da preposição exigida pelo verbo “possibilitar” com o
artigo “as”, que antecede o substantivo “mulheres”.
V. Em “descobriu que as mulheres são mais propensas a investir” (6o parágrafo), o uso do acento grave diante do
substantivo “mulheres” é facultativo, pois a conjunção “que” já cumpre a função de preposição.
Estão CORRETAS, apenas, as proposições
a) I, III e V.
b) I, II e III.
c) II, III e IV.
d) II, IV e V.
) I, IV e V.

4. IFrs 2016 Em qual das alternativas abaixo o acento indicativo de crase está sendo usado de forma errD?
a) A campanha de auxílio às crianças foi bem-sucedida.
b) Pedimos à ela que justificasse suas afirmações.
c) O texto fazia referência ao mês, ao dia e à hora em que ocorreu o fato.
d) A caneta que estás usando é igual à que me foi roubada.
) Ela nunca se rendeu àquele charme forçado

5. uicb-DF 2014 Observe a charge abaixo e assinale a alternativa que contém assertivas verdadeiras.

I. Em “Devido à falta de médicos...” A crase está usada corretamente.


II. Em “... encaminhando a senhora a uma benzedeira...” nota-se que falta crase nas duas letras “a” grifadas.
III. Em “... vou estar encaminhando a senhora a uma benzedeira...” observa-se o uso inadequado do gerúndio, ou
seja, o gerundismo.
a) I e II estão incorretas; III está correta.
b) I e III estão corretas; II está incorreta.
c) II e III estão corretas; I está incorreta.
d) todas estão corretas.
) todas estão incorretas.

22 Língu Portugues AULAS 43 e 44 Crase (conceito, sentido e aplicação) e outras ocorrências


6. uFrgs 2016
Quando a economia política clássica nasceu, no Reino Unido e na França, ao final do século XVIII e início do século XIX,
a questão da distribuição da renda já se encontrava no centro de todas as análises. Estava claro que transformações radicais
entraram em curso, propelidas pelo crescimento demográfico sustentado – inédito até então – e pelo início do êxodo rural
e da Revolução Industrial. Quais seriam as consequências sociais dessas mudanças?
5 Para Thomas Malthus, que publicou em 1798 seu Ensaio sobre o princípio da população, não restava dúvida: a super-
população era uma ameaça. Preocupava-se especialmente com a situação dos franceses _____ vésperas da Revolução de
1789, quando havia miséria generalizada no campo. Na época, a França era de longe o país mais populoso da Europa: por
volta de 1700, já contava com mais de 20 milhões de habitantes, enquanto o Reino Unido tinha pouco mais de 8 milhões de
pessoas. A população francesa se expandiu em ritmo crescente ao longo do século XVIII, aproximando-se dos 30 milhões.
10 Tudo leva a crer que esse dinamismo demográfico, desconhecido nos séculos anteriores, contribuiu para a estagnação dos
salários no campo e para o aumento dos rendimentos associados à propriedade da terra, sendo portanto um dos fatores que
levaram _____ Revolução Francesa. Para evitar que torvelinho similar vitimasse o Reino Unido, Malthus argumentou que
toda assistência aos pobres deveria ser suspensa de imediato e a taxa de natalidade deveria ser severamente controlada.
Já David Ricardo, que publicou em 1817 os seus Princípios de economia política e tributação, preocupava-se com a evo-
15 lução do preço da terra. Se o crescimento da população e, consequentemente, da produção agrícola se prolongasse, a terra
tenderia a se tornar escassa. De acordo com a lei da oferta e da procura, o preço do bem escasso – a terra – deveria subir de
modo contínuo. No limite, os donos da terra receberiam uma parte cada vez mais significativa da renda nacional, e o restante
da população, uma parte cada vez mais reduzida, destruindo o equilíbrio social. De fato, o valor da terra permaneceu alto por
algum tempo, mas, ao longo de século XIX, caiu em relação _____ outras formas de riqueza, à medida que diminuía o peso
20 da agricultura na renda das nações. Escrevendo nos anos de 1810, Ricardo não poderia antever a importância que o progres-
so tecnológico e o crescimento industrial teriam ao longo das décadas seguintes para a evolução da distribuição da renda.
Adaptado de: PIKETTY, T. O Capital no Século XXI. Trad. de M. B. de Bolle. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014. p.11-13.

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas nas linhas , 12 e 19, nesta ordem.
a) às – à – a
b) as – à – a
c) às – à – à
d) às – a – à
) as – a – a

Guia de estudos
Frente 1

Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 11


I. Leia as páginas de 81 a 83. III. Faça os exercícios propostos 3, 5, 8 e 10.
II. Faça os exercícios 3, 4 e 6 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 3, 9, 11, 13 e 16.

AULAS 43 e 44 Crase (conceito, sentido e aplicação) e outras ocorrências 23


FRENTE 1
AULAS 45 e 46

Coordenação (relações de adição e alternância) e subordinação


Coordenação e subordinação
Ao escrever, produzimos frases que podem ter diferentes constituições.

 fa pd  fmada p

ma  mai palava ma  mai açõ m pd

Silêncio. Cansei dessa brincadeira. Cansei dessa brincadeira.


Que dia lindo! Andei muito, mas logo sentei. Andei muito, mas logo sentei.

Parte da frase verbal organizada em torno


Frase nominal. Frase verbal formada por uma ou mais orações.
de um verbo ou locução verbal.

A quantidade de verbos determina o número de orações presentes em uma frase verbal:  verbo =  oração;  ver-
bos= orações; e assim por diante.
O período pode ser classificado em simples (quando há somente uma oração) ou composto (quando é formado por
mais de uma oração). O período composto, por sua vez, pode ser organizado por um processo de coordenação, subor-
dinação ou misto (quando se misturam os dois).
A diferença básica entre um período composto por coordenação e um composto por subordinação é o grau de
independência ou dependência semântica entre as orações. Dizemos que as orações são coordenadas quando seus
sentidos estão completos (independentes) e que são subordinadas quando a dependência de sentidos entre as orações
fica evidente no enunciado.
As orações coordenadas podem ser organizadas na frase por conexão (com conjunção) ou por justaposição (sem
conjunção). Quando não têm conjunção, são chamadas açõ cdada aidéica e, quando têm esse conec-
tivo, recebem o nome de açõ cdada idéica. Estas podem evidenciar em textos cinco tipos de relações:

oaçã cdada idéica

adiiva alaiva advaiva ccliva xplicaiva

Relação de soma Relação de alternância


Relação de oposição. Relação de conclusão. Relação de explicação.
deideias. ouescolha.

Se optarmos por construções sintáticas sem o uso da conjunção, é possível transmitir maior força de expressividade à
ideia que queremos apresentar, pois isso torna o texto mais enxuto e direto, ocasionando maior impacto sobre o leitor. O uso
do conectivo, de forma geral, pode trazer um efeito contrário àquilo que é enunciado, deixando a frase menos expressiva.
A escolha de utilizar ou não a conjunção em um período composto é do enunciador, porque essa ação reflete seus
interesses de menor ou maior expressividade no interior de determinada situação comunicativa.

Orações coordenadas: relações de adição e alternância


As açõ cdada idéica adiiva evidenciam uma relação de adição em um período composto. Em um
texto, elas são úteis quando queremos enfatizar que duas ideias são complementares e, por isso, somam-se uma à outra.
Com diferente sentido, podemos empregar as açõ cdada idéica alaiva, que têm a finalidade
de relacionar orações em que é clara a necessidade de escolha entre ideias.
No quadro a seguir, há algumas conjunções comuns para introduzir as orações coordenadas sindéticas e que demar-
cam a relação de adição ou alternância entre essas orações.

Cjçõ p m açõ cdada idéica

adiiva alaiva

e, nem, não só... mas também, mas ainda ou... ou, já... já, ora... ora, quer... quer, ou

24 Língu Portugues AULAS 45 e 46 Coordenação (relações de adição e alternância) e subordinação


Exercícios de sala
1. Univap-SP 2017 Leia o poema o Poema de sete faces, paixão, violência – e uma mensagem positiva. Recomendo
de Carlos Drummond de Andrade. “Gênesis” pelo ímpeto narrativo, “O cântico dos cânticos”
pela poesia e “Isaías” e “João” pela força dramática, mes-
Quando nasci, um anjo torto
mo que seja difícil dormir depois do Apocalipse.
desses que vivem na sombra
Mas, e quando não tem nem a Bíblia? Uma vez liguei
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
para a telefonista de madrugada e pedi uma Amiga.
[...] Meu Deus, por que me abandonaste
– Desculpe, cavalheiro, mas o hotel não fornece com-
se sabias que eu não era Deus
panhia feminina...
se sabias que eu era fraco.
– Você não entendeu! Eu quero uma revista Amiga,
Mundo mundo vasto mundo,
Capricho, Vida Rotariana, qualquer coisa.
se eu me chamasse Raimundo
– Infelizmente, não tenho nenhuma revista.
seria uma rima, não seria uma solução.
– Não é possível! O que você faz durante a noite?
Mundo mundo vasto mundo,
– Tricô.
mais vasto é meu coração.
Uma esperança!
Eu não devia te dizer
– Com manual?
mas essa lua
– Não.
mas esse conhaque
Danação.
botam a gente comovido como o diabo.
Carlos Drummond de Andrade in Alguma Poesia (1930).
– Você não tem nada para ler?
– Bem... Tem uma carta da mamãe.
Analise os versos a seguir: – Manda!
Mundo mundo vasto mundo, VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. São Paulo: Objetiva, 2001.
mais vasto é meu coração.
De acordo com a colocação desses versos em perío- Sobre aspectos da sintaxe em “Uma vez liguei para a
dos, eles classificam-se como orações coordenadas telefonista de madrugada e pedi uma Amiga.”, assinale
a) sindéticas aditivas. a afirmativa correta.
b) sindéticas adversativas. a) O período é composto por duas orações subor-
c) sindéticas conclusivas. dinadas.
d) sindéticas explicativas. b) A expressão “Uma vez” inicia uma oração principal.
e) assindéticas. c) A oração “e pedi uma Amiga” é coordenada sin-
dética aditiva.
d) A primeira oração do período classifica-se como
2. UFMT
subordinada subjetiva.
Fobias e) Os verbos “ligar” e “pedir” tornam as orações
Não sei como se chamaria o medo de não ter o que assindéticas.
ler. Existem as conhecidas claustrofobia (medo de lugares
fechados), agorafobia (medo de espaços abertos), acrofobia 3. UEPG-PR 2019
(medo de altura), collorfobia (medo do que ele vai nos
aprontar agora) e as menos conhecidas ailurofobia (medo Trecho da peça teatral Vestido de Noiva, de
de gatos), iatrofobia (medo de médicos) e até treiskaideka- autoria de Nelson Rodrigues
fobia (medo do número treze), mas o pânico de estar, por A memória de Alaíde em franca desagregação.
exemplo, num quarto de hotel, com insônia, sem nada Imagens do passado e do presente se confundem e se
para ler não sei que nome tem. É uma das minhas neuro- superpõem. As recordações deixaram de ter ordem cro-
ses. O vício que lhe dá origem é a gutembergomania, uma nológica. Apaga-se o plano da memória. Luz nas escadas
dependência patológica na palavra impressa. Na falta dela, laterais. Dois homens aparecem no alto das escadas, cada
qualquer palavra serve. Já saí de cama de hotel no meio da um empunhando dois círios; descem, lentamente. A luz
noite e entrei no banheiro para ver se as torneiras tinham os acompanha.
“Frio” e “Quente” escritos por extenso, para saciar minha Adaptado de: RODRIGUES, N. Teatro Completo. Rio de Janeiro: Nova
sede de letras. Já ajeitei o travesseiro, ajustei a luz e abri a Fronteira, 2004, v. 1, p.31.
lista telefônica, tentando me convencer que, pelo menos
A respeito do texto, assinale o que for correto.
no número de personagens, seria um razoável substituto
para um romance russo. Já revirei cobertores e lençóis, à  A justaposição dos períodos utilizando apenas
procura de uma etiqueta, qualquer coisa. pontuação é uma forma de coordenação de ora-
Alguns hotéis brasileiros imitam os americanos e ções denominada de assindética, ou seja, sem
deixam uma Bíblia no quarto, e ela tem sido a minha conjunções.
salvação, embora não no modo pretendido. Nada como  O verbo “superpõem” (“se confundem e se super-
FRENTE 1

um best-seller numa hora dessas. A Bíblia tem tudo para põem”) deve ser obrigatoriamente grafado com a
acompanhar uma insônia: enredo fantástico, grandes per- letra “m” no final, pois concorda com um sujeito
sonagens, romance, o sexo em todas as suas formas, ação, composto (“Imagens do passado e do presente”).

AULAS 45 e 46 Coordenação (relações de adição e alternância) e subordinação 25


 Na frase: “A memória de Alaíde em franca desagregação”, houve a elipse da forma verbal “está”.
 Na oração: “Dois homens aparecem no alto das escadas”, o trecho destacado funciona como um advérbio que
modifica o entendimento do verbo “aparecem”.
Soma:

4. Fv-sP Detenho-me diante de uma lareira e olho o fogo. É gordo e vermelho, como nas pinturas antigas; remexo as
brasas com o ferro, baixo um pouco a tampa de metal e então ele chia com mais força, estala, raiveja, grunhe. Abro: mais
intensos clarões vermelhos lambem o grande quarto e a grande cômoda velha parece regozijar-se ao receber a luz desse
honesto fogo. Há chamas douradas, pinceladas azuis, brasas rubras e outras cor-de-rosa, numa delicadeza de guache. Lá
no alto, todas as minhas chaminés devem estar fumegando com seus penachos brancos na noite escura; não é a lenha do
fogo, é toda a minha fragata velha que estala de popa a proa, e vai partir no mar de chuva. Dentro, leva cálidos corações.
Rubem Braga

A mesma relação semântica assinalada pela conjunção e na frase “Detenho-me diante de uma lareira e olho o fogo”
encontra-se também em:
a) E, a cada dia, você tem mais lugares onde pode contar com a comodidade de pagar suas despesas com cartões
de crédito.
b) Realizada pela primeira vez em outubro do ano passado, a Semana de Arte e Cultura da USP tenta conquistar seu
espaço na agenda cultural de São Paulo.
c) Carro quebra no meio da estrada e casal pede ajuda a um motorista que passa pelo local.
d) Quisera falar com o ladrão, e nada fizera.
) E seu irmão Dito é o dono daqui?

5. Fv-sP Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância, nunca em toda a minha vida, achei um menino mais
gracioso, inventivo e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. A mãe, viúva, com alguma cousa de
seu, adorava o filho e trazia-o amimado, asseado, enfeitado, com um vistoso pajem atrás, um pajem que nos deixava gazear
a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou perseguir lagartixas nos morros do Livramento e da Conceição, ou simplesmente
arruar, à toa, como dous peraltas sem emprego. E de imperador! Era um gosto ver o Quincas Borba fazer de imperador nas
festas do Espírito Santo. De resto, nos nossos jogos pueris, ele escolhia sempre um papel de rei, ministro, general, uma supre-
macia, qualquer que fosse. Tinha garbo o traquinas, e gravidade, certa magnificência nas atitudes, nos meneios. Quem diria
que... Suspendamos a pena; não adiantemos os sucessos. Vamos de um salto a 1822, data da nossa independência política,
e do meu primeiro cativeiro pessoal.
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.

Em “Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade.”, a palavra assinalada pode ser substituída, sem que haja
alteração de sentido, por:
a) mas sim.
b) de outro modo.
c) exceto.
d) portanto.
) ou.

6. uj

Olho as minhas mãos


Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas
Porque são minhas. Mas é tão esquisito distendê-las
Assim, lentamente, como essas anêmonas do fundo do mar...
Fechá-las, de repente,
5 Os dedos como pétalas carnívoras!
Só apanho, porém, com elas, esse alimento impalpável do tempo,
Que me sustenta, e mata, e que vai secretando o pensamento
Como tecem as teias as aranhas.
A que mundo
10 Pertenço?
No mundo há pedras, baobás, panteras,
Águas cantarolantes, o vento ventando
E no alto as nuvens improvisando sem cessar.
Mas nada, disso tudo, diz: “existo”.

26 Língu Portugues AULAS 45 e 46 Coordenação (relações de adição e alternância) e subordinação


15 Porque apenas existem...
Enquanto isto,
O tempo engendra a morte, e a morte gera os deuses
E, cheios de esperança e medo,
Oficiamos rituais, inventamos
20 Palavras mágicas,
Fazemos
Poemas, pobres poemas
Que o vento
Mistura, confunde e dispersa no ar...
25 Nem na estrela do céu nem na estrela do mar
Foi este o fim da Criação!
Mas, então,
Quem urde eternamente a trama de tão velhos sonhos?
Quem faz – em mim – esta interrogação?
QUINTANA, Mário. Apontamentos de história sobrenatural. Porto Alegre: Globo, 1984.

*babá – árvore comum em regiões secas, rica em reservas de água.

Além de funcionar como elemento de ligação entre termos de mesmo valor, o conectivo  foi utilizado no texto, algu-
mas vezes, para exprimir o efeito de aceleração contínua.
Esse conectivo foi empregado para produzir tal efeito em:
a) “Que me sustenta, e mata, e que vai secretando o pensamento” (v. 7)
b) “E no alto as nuvens improvisando sem cessar.” (v. )
c) “E, cheios de esperança e medo,” (v. )
d) “Mistura, confunde e dispersa no ar...” (v. )

Guia de estudos

Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 12


Frente 1

I. Leia as páginas de 109 a 113. III. Faça os exercícios propostos 5 e 31.


II. Faça os exercícios 3 e 5 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares de 6 a 8, de 14 a 16, 33 e 36.

AULAS 45 e 46 Coordenação (relações de adição e alternância) e subordinação 27


FRENTE 1
AULAS 47 e 48

Orações coordenadas (relações de oposição, explicação


e conclusão)
As açõ cdada idéica advaiva evidenciam uma relação de oposição dentro do período composto.
Em um texto, elas são importantes quando desejamos mostrar que uma ideia é contrária a outra.
Já quando o nosso objetivo em um dado contexto comunicativo é introduzir uma explicação, podemos fazer uso de um
período composto formado por açõ cdada idéica xplicaiva. Estas, como o próprio nome já evidencia,
estabelecem uma ideia de explicação.
Por fim, as açõ cdada idéica ccliva têm a finalidade de relacionar orações que estabelecem
relação de conclusão em um período composto, ou seja, evidenciam uma síntese que mostra a conclusão a que alguém
chegou ao tratar de determinado assunto.
Em geral, as conjunções são empregadas no início das orações coordenadas sindéticas para demarcar a relação de
oposição, explicação ou conclusão. As mais comuns são:

Cjçõ p m açõ cdada idéica

advaiva xplicaiva ccliva

mas, porém, no pois (antes do pois (após o verbo),


entanto, entretanto, verbo), porque, que, portanto, assim,
todavia, contudo porquanto então, logo, por isso

As orações coordenadas, no geral, são construções que evidenciam relações lógicas entre porções textuais, contri-
buindo para a coerência dos enunciados que produzimos.

Exercícios de sala
1. Famma-sP 2022 A conjunção e, a de maior frequência em Língua Portuguesa, mostra uma série de diferentes
valores semânticos.
Assinale a opção que apresenta a frase em que essa conjunção mostra valor concessivo.
a) O trem parou  logo começaram a entrar os passageiros.
b) e como eu pulei com a vitória do meu time.
c) Vi que não tinha tempo  desisti da viagem.
d) Notei que o menino cairia,  não pude ajudar.
) Não fui aprovado  eu li todos os livros indicados.

2. Leia a charge.
CAZO

28 Língu Portugues AULAS 47 e 48 Orações coordenadas (relações de oposição, explicação e conclusão)


No enunciado “Ma infelizmente só deu pra aprender a parte teórica”, o conector discursivo destacado exprime ideia de:
a) escolha.
b) oposição.
c) finalidade.
d) explicação.
) soma, adição.

3. uV-rJ 2022

Clocky, o implacável
Aí está a solução para o meu problema, pensou, tão logo ouviu falar no fantástico despertador inventado nos Estados
Unidos. Ele era daqueles que sempre querem dormir mais cinco minutos; só que esses cinco minutos facilmente transforma-
vam-se em uma hora. Resultado: estava sempre chegando atrasado ao emprego, o que lhe valera não poucas repreensões do
chefe. Mas um despertador que continuasse tocando, e mais, que tivesse de ser procurado, certamente resolveria o seu problema.
5 Que funcionava muito bem. Na verdade, funcionava melhor que o esperado. A cada manhã ele acordava sobressaltado
com o alarme e tinha de caçar o Clocky pelo apartamento, que não era grande, mas tinha milhares de esconderijos. Coisa
exasperante, mas, ele reconhecia, necessária: espantava completamente seu sono.
Uma manhã, contudo, Clocky ultrapassou todos os limites. Tocava como um demônio, e ia de peça em peça, seu dono
correndo atrás. Finalmente conseguiu encurralar o maldito no pequeno terraço do apartamento, situado no segundo andar.
10 E aí aconteceu o imprevisto; num gesto aparentemente desesperado, Clocky saltou pela amurada.
Lá embaixo a rua estava praticamente deserta. Só havia ali uma moça, aparentemente esperando um táxi. Ele desceu
correndo as escadas, ainda de pijama, e dirigiu-se até ela. Ia perguntar pelo Clocky, mas não o fez. Era tão linda, a jovem,
que ele esqueceu completamente o despertador e cumprimentou-a amavelmente. Ela sorriu, simpática...
Estão vivendo juntos, no apartamento dela. Mas de vez em quando, enquanto estão fazendo amor, ele ouve o alarme.
15 É o Clocky, certamente, o implacável Clocky. Escondido, mas ainda por perto.
Moacyr Scliar. Histórias que os jornais não contam.
Rio de Janeiro: Agir, 2009.

Ele era daqueles que sempre querem dormir mais cinco minutos; só que esses cinco minutos facilmente transformavam-se
em uma hora. (linhas  e )
A relação estabelecida entre as duas partes da frase assume o valor de:
a) comparação
b) adversidade
c) causalidade
d) explicação

4. FCMsCsP 2018 (dap.) Leia o texto de Marcelo Lopes de Souza para responder à questão.
A resposta padrão à pergunta O que é desenvolvimento? gira em torno da aceitação de que desenvolvimento e desen-
volvimento econômico são sinônimos. Para muitos, esta é, ainda hoje, uma associação óbvia e imediata: tão óbvia e tão
imediata que qualquer desconfiança a propósito de sua validade soa como uma impertinência. Seja lá como for, o presente
autor tem sido, a esse respeito, radicalmente impertinente, tendo sua recusa da associação reducionista entre desenvolvi-
mento e desenvolvimento econômico sido insistentemente martelada em vários trabalhos publicados anteriormente. Por que,
entretanto, valeria a pena correr os riscos de semelhante afronta à opinião corrente?
Principie-se pelo esclarecimento do que seja desenvolvimento econômico. Ora, esse não se refere a outra coisa que
não ao aumento da capacidade de uma sociedade produzir mais bens e de uma maneira melhor (isto é, produtos melhores
produzidos mais eficientemente), de modo a satisfazer necessidades humanas. Logo, ele diz respeito, na melhor das hipóteses,
a meios para atingirem maiores qualidade de vida, justiça social etc. e não a fins.
No entanto, sob a guarida de uma certa ideologia do desenvolvimento, ainda hoje hegemônica, privilegia-se, na concei-
tuação de desenvolvimento, exatamente sua dimensão econômica, levando a que se entronize um conceito que se define
antes pelos meios, mediante os quais se pode aprimorar o modelo social capitalista, do que pelos fins que, de um ponto de
vista social geral, deveriam nortear e dar concretude à expressão mudança para melhor. A referida ideologia, saliente-se,
encobre interesses vinculados ao verdadeiro fim, que é a perpetuação desse modelo e, nesse contexto, dos benefícios de
determinados grupos ou classes.
O desafio metropolitano, 2000.

No contexto em que se encontra (2º parágrafo), a conjunção destacada introduz uma oração que expressa ideia de
a) finalidade.
b) condição.
Frente 1

c) conclusão.
d) causa.
) explicação.

AULAS 47 e 48 Orações coordenadas (relações de oposição, explicação e conclusão) 29


5. Famma-sP 2021 Leia o trecho inicial da crônica “Os segredos do spa”, de Moacyr Scliar, para responder à questão.
Diferente de SPC, a palavra Spa não é uma sigla, não se trata de nenhum Serviço-de-Proteção-a-Qualquer-Coisa. É o
nome de uma cidade da Bélgica, famosa, desde o século 14, por suas águas minerais. Século 14, sim: é muito antiga a crença
do homem no poder dessas águas que brotam do seio da terra, aquecidas, segundo a lenda, nas forjas do deus Vulcano. E
há muito tempo pessoas vão aos banhos termais, em busca de tratamento para situações que vão desde as doenças de pele
até os proverbiais males do fígado. As águas foram estudadas e classificadas: sulfurosas, bicarbonatadas, ferruginosas. E para
cada tipo de doença havia uma água específica. Tamanha demanda acabou criando uma verdadeira indústria: grandes esta-
belecimentos foram construídos para hospedar pessoas que vinham muitas vezes de longe em busca de curas para os seus
males. Alguns desses hotéis ficaram famosos pelo luxo barroco; num desses, Alain Resnais filmou o famoso O ano passado
em Marienbad, um filme cult dos anos 60, no qual os longos corredores serviam de metáfora para os labirintos da paixão.
Iraí, aqui no Rio Grande do Sul, sempre foi um equivalente modesto, mas digno.
As pessoas melhoravam no spa. E por que não haviam de melhorar? Comiam bem (inclusive para afastar o espectro da
tuberculose, sempre associada à magreza), descansavam, conversavam e sobretudo relaxavam: mergulhadas na água tépida,
voltavam por algumas horas ao líquido amniótico onde o feto está a salvo dos desgostos do amor e da fúria da inflação. E
isso preserva a reputação das termas até hoje.
A face oculta, 2001. Adaptado.
o
Iraí, aqui no Rio Grande do Sul, sempre foi um equivalente modesto, mas digno. ( parágrafo)
Mantendo aproximadamente o sentido original, o trecho sublinhado pode ser substituído por:
a) modesto, no entanto digno.
b) modesto, senão digno.
c) digno, pois modesto.
d) modesto, apesar de digno.
) digno, entretanto modesto.

6. uFu-Mg 2021 (dap.) Nos bons velhos tempos dos suplementos literários dominicais, havia no Rio um colaborador
modesto, mas assíduo de todos eles, famoso ou notório porque seus artigos sempre começaram com a mesma frase e com
origem dos tempos. Pediram a ele uma nota sobre o último concerto sinfônico com obras de Beethoven e Berlioz, e ele co-
meçou: ‘Já na Grécia antiga...’ Mas, quando pediram a ele um artigo sobre o conto contemporâneo no Ceará, ele começou
assim: ‘Já na Grécia antiga...’. Seguindo esse grande exemplo, eu poderia iniciar o presente texto sobre A interpretação
dos sonhos de Sigmund Freud com as palavras: ‘Já no Egito antigo...’, pois sempre houve esses livrinhos de interpretação dos
sonhos para o uso da copa e cozinha.
CARPEAUX, Otto Maria. A interpretação dos sonhos de Sigmund Freud. In: SEIXAS, Heloisa (Org.). As obras-primas que poucos leram. v. 4.
Rio de Janeiro: Editora Record, 2006. p. 58. (Fragmento adaptado)

Explique o efeito do uso do termo “Mas” no seguinte trecho recortado do fragmento acima: “Pediram a ele uma nota
sobre o último concerto sinfônico com obras de Beethoven e Berlioz, e ele começou: ‘Já na Grécia antiga...’. Mas,
quando pediram a ele um artigo sobre o conto contemporâneo no Ceará, ele começou assim: ‘Já na Grécia antiga...’”.

Guia de estudos

Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 12


I. Leia as páginas de 114 a 116. III. Faça os exercícios propostos 9, 11, 14, 20, 22 e 24.
II. Faça os exercícios 6 e 9 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 3, 11, 22 e 23.

30 Língu Portugues AULAS 47 e 48 Orações coordenadas (relações de oposição, explicação e conclusão)


LINGUAGENS, CÓDIGOS

NTE
2
E SUAS TECNOLOGIAS

FRE
LÍNGUA
PORTUGUESA

Pros
t
ock-s
tudio
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tters
tock
.com
FRENTE 2
AULA 37

Modernismo no Brasil: rupturas e transgressões

© Tarsila do Amaral Empreendimentos Culturais


AMARAL, Tarsila do. Operários, 1933. Óleo sobre tela. Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo, São
Paulo. O quadro exemplifica a identidade plural e variada do Brasil.

y No começo do século XX, jovens artistas brasileiros proletariado, este último constituído, em boa parte,
viajavam para a Europa em busca de qualificação e por imigrantes italianos, alemães e espanhóis.
aprendizado técnico, estabelecendo um intercâmbio y A necessidade de definir uma identidade nacional
cultural que terminaria por fazer chegar ao Brasil as para o Brasil mobilizou todo o trabalho dos modernis-
novas ideias que se agitavam no mundo das artes. tas, colocando em evidência traços importantes que
Apintora Anita Malfatti foi, entre os artistas brasileiros, marcaram definitivamente nossa cultura.
pioneira ao apresentar uma exposição de pinturas y O projeto estético da primeira fase do Modernismo
modernas em 1917. visava à libertação da arte dos padrões anteriores e
y Dos muitos nomes que compuseram a linha de fren- à total liberdade de criação, com enfrentamentos de
te modernista, destacam-se os escritores paulistanos diversas ordens, despertando o comportamento he-
Oswald de Andrade e Mário de Andrade; somou-se a roico dos artistas que clamavam por uma revolução.
eles o escritor pernambucano Manuel Bandeira, cuja y A sm d a Md, o grande evento que vei-
obra poética permanece como a mais bem-acabada culou as ideias modernistas, aconteceu nos dias 13, 15
e original desse primeiro momento do Modernismo. e 17 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São
y O mundo passava por importantes transformações de- Paulo e contou com a participação de artistas plásticos,
correntes das guerras, como a mudança de núcleos arquitetos, escritores e músicos. Esses artistas apre-
econômicos e a ascensão dos Estados Unidos ao pano- sentaram suas obras, mas o público presente, no geral,
rama global de decisões político-econômicas e culturais. estava pouco afeito a absorver as propostas inovadoras.
Isso gerou uma grande instabilidade quanto aos papéis y A exemplo do que marcou as tendências vanguardistas
que poderiam ser exercidos pelos países na nova con- europeias, os artistas brasileiros também se posiciona-
juntura mundial, inclusive pelo Brasil. ram, não só por meio das obras literárias modernistas,
y Com o desgaste da política do café com leite, o Brasil mas também com a publicação de manifestos, es-
também exigia novas definições nesse âmbito por pecialmente o Mif P-Bil, de 1924, e o
meio de um processo de renovação impulsionado Mif apóf, de 1928, ambos escritos por
pela burguesia industrial, pela classe média e pelo Oswald de Andrade.

32 Língua Portuguesa AULA 37 Modernismo no Brasil: rupturas e transgressões


Exercícios de sala
1. uFJF-Mg 2019 Sobre a Semana de Arte Moderna, 2. uePg-Pr 2016 Momento marcante no cenário cultu-
ocorrida em São Paulo em , é correto afirmar: ral brasileiro do início do século XX, a Semana de Arte
) Foi um movimento que criticava a influência Moderna de  pode ser considerada como o ápice
estrangeira na cultura brasileira, rejeitando o “co- do movimento modernista brasileiro e possui caracte-
lonialismo mental”, defendendo a cultura nacional. rísticas bastante próprias. A respeito da Semana de
b) O movimento foi exclusividade dos poetas ho- Arte Moderna e de seus desdobramentos, assinale o
mens, excluindo o talento das escritoras mulheres que for correto.
consideradas muito radicais, uma vez que defen-  A tese da antropofagia cultural brasileira – isto é,
diam o fim do conservadorismo. a absorção de manifestações culturais estrangei-
c) O movimento ocorreu por ocasião do centenário ras dando às mesmas tonalidades brasileiras – foi
da independência do Brasil, com o objetivo de re- defendida por um grupo significativo de moder-
forçar o espírito conservador do país e valorizar nistas brasileiros.
a cultura estrangeira moderna e suas inovações.  A cidade de São Paulo foi o epicentro do movi-
d) O movimento atingiu todo o Brasil e todas as mento modernista e da Semana de Arte Moderna,
classes sociais, se mostrando extremamente porém, outras cidades – como o Rio de Janeiro –
democrático, rompendo com a desigualdade também contaram com manifestações dos mo-
de classes. dernistas em 1922.
) Foi um movimento conservador que redescobriu 4 Victor Brecheret, Heitor Villa-Lobos, Di Cavalcanti
a identidade brasileira como não miscigenada, de e Anita Malfatti estão entre os artistas e intelec-
tradição rural-agrária, recusando o desenvolvi- tuais que participaram ativamente da Semana de
mento cosmopolita. Arte Moderna de 1922.
8 A Semana de Arte Moderna teve como principal
objetivo reafirmar as expressões da cultura clássi-
ca e negar o predomínio dos elementos estéticos
nacionais na pintura, poesia e música brasileiras.
 Combatida pelos grupos sociais marginalizados,
a Semana de Arte Moderna se caracterizou pelo
distanciamento da cultura popular brasileira e por
sua visão eurocêntrica das artes.
Soma:

Frente 2

Guia de estudos

Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 12


I. Leia as páginas de 140 a 143. III. Faça os exercícios complementares de 1 a 3.
II. Faça os exercícios de 1 a 5 da seção “Revisando”.

AULA 37 Modernismo no Brasil: rupturas e transgressões 33


FRENTE 2
AULA 38

Heróis do Modernismo no Brasil: Mário de Andrade


teórica das próprias ideias estéticas aplicadas à sua
obra e, também, em tom de manifesto, o ímpeto arre-
batador contra as ideias convencionais e as ordens
acadêmicas tradicionais.
y O seu romance Macunaíma exerce importante papel
na literatura modernista e na cultura brasileira como
um todo. A personagem central, Macunaíma, é identi-
ficada como “o herói sem nenhum caráter”. Logo, não
estamos diante de um herói clássico, pois, ao longo
da obra, ele expõe sentimentos rasos e se denomina
um inveterado preguiçoso ao retomar, com frequên-
cia, a expressão: “Ai! Que preguiça!...”.
y Macunaíma revela a preocupação do autor com a
complexa dinâmica social própria de um país gigante e
diferenciado como o Brasil, bem de acordo com a inten-
ção determinante na obra dos modernistas: sobrepor, e
Mário de Andrade. não apagar, os contrastes geográficos e sociais, sen-
tidos na concepção da obra, tanto na caracterização
y Mái d add foi poeta, romancista, crítico de dos aspectos contraditórios das personagens como na
arte, professor de música, ensaísta e pesquisador e diversidade de concepções de tempo e espaço cons-
divulgador da cultura brasileira. Por todas essas ra- truídos sob o efeito da simultaneidade.
zões, foi figura central do Modernismo brasileiro. y A composição do romance é feita por condensação,
y O livro Pauliceia desvairada traduz a ligação poética colagem e montagem. Daí as impressões de desor-
de Mário de Andrade com a cidade de São Paulo. Na dem, acúmulo, confusão e ambiguidade que assaltam
obra, os poemas visam representar poeticamente o o leitor da obra. Também a figura do narrador cen-
furor e a vivacidade de São Paulo. Antecede aos poe- tralizador e onisciente frequentemente desaparece
mas do livro o famoso Prefácio interessantíssimo, da narrativa, alternando o seu ponto de vista com o da
por meio do qual o escritor demonstra a clareza própria personagem.

Exercícios de sala
1. ueL-Pr 2017 Leia o texto a seguir. ) A utilização da temática indígena configurava um
No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói projeto nacional de busca dos valores nativos para
de nossa gente. Já na meninice fez coisas de sarapantar. a formação da identidade brasileira, na época.
De primeiro: passou mais de seis anos não falando. Se o b) Como herói indígena, Macunaíma difere das re-
incitavam a falar, exclamava: – Ai que preguiça!... e não presentações românticas, já que ele figura como
dizia mais nada. Quando era pra dormir trepava no ma- um anti-herói, um personagem de ações valoro-
curu pequeninho sempre se esquecendo de mijar. Como a sas, mas também vis.
rede da mãe estava por debaixo do berço, o herói mijava c) Macunaíma se insere no racismo corrente no iní-
quente na velha, espantando os mosquitos bem. Então cio do século XX, que via uma animalidade no
adormecia sonhando palavras feias, imoralidades estram- indígena, considerado coisa, e não gente.
bólicas e dava patadas no ar. d) O indígena foi considerado pelos modernistas
(Adaptado de: ANDRADE, M. Macunaíma. Rio de Janeiro: Agir, 2008. p. 7.) como único representante da identidade brasi-
Enquanto produção cultural, o Modernismo procurava leira, pois sua cultura era vista como pura e sem
reconhecer as identidades que formavam o povo brasi- interferência de outros povos.
leiro. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, ) O trecho reafirma a característica histórico-antropo-
a presença da temática indígena no movimento, tendo lógica do patriarcado brasileiro, que compreendia
por modelo o romance de Mário de Andrade. o indígena como um incivilizado puro e ingênuo.

3 Língua Portuguesa AULA 38 Heróis do Modernismo no Brasil: Mário de Andrade


2. uPe 2017 Estancar a sede que eu tenho doutro ser
tx 1 Vem de flanco, de lado
Por cima, por trás
Retrato de Novembro Atira
I Atira
Os trabalhadores protestam na rua, Resiste
Excelência. Defende
Não me incomodam! De pé
Como?! De pé
Não vou sair para essas bandas! De pé
Querem avistar-se com Vossa Excelência. O futuro será de toda a humanidade
Não os conheço! (Oswald de Andrade)
Já estão a fazer barulho.
Acerca dos textos  e , bem como dos seus autores e
Manda-os embora!
do contexto histórico e literário em que estão inscritos,
Não abalam.
analise as seguintes proposições.
Manda-os calar!
I. O Texto 1 é um poema em que o autor se reve-
Não nos escutam, Excelência. la comprometido com as causas sociais de seu
Bom, somos um país livre! tempo, e em que um eu lírico questionador faz vir
Mas a gritaria vai-nos incomodar. à tona imagens da indiferença de quem está no
Fecha as portas e as janelas! poder, subjugando o oprimido.
Mesmo assim os ouviremos. II. Mário de Andrade foi o autor de Macunaíma, cujo
Tapa os ouvidos! protagonista é um “herói sem nenhum caráter”,
Também não resulta, Excelência. uma espécie de mito grego, nascido na selva
Então, ignora-os! amazônica que vai até São Paulo, em busca de
Como?! um valioso talismã. Sobre o nascimento desse
Finge que não existem! mito, confira o seguinte trecho: “No fundo do
Vai ser difícil, Excelência.
mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa
Mas não impossível!
gente. Era preto retinto e filho do medo da noite”.
II III. O Texto 2 é um poema, cujo eu lírico é um revolu-
E os massacres no Alentejo, Excelência? cionário, em luta por sua liberdade. A sua causa,
Oh nada de extraordinário a assinalar isto é, o seu ideal, é a humanidade.
Senão os coveiros já teriam reclamado IV. Para Oswald de Andrade, no seu Manifesto da
Horas suplementares! Poesia Pau-brasil, “a poesia existe nos fatos”. Isso
(Mário de Andrade) faz entender que ele conseguiu reunir, na sua
poesia e na sua prosa, elementos para um olhar
tx 2
crítico sobre a realidade brasileira.
Alerta Estão CORRETAS:
Lá vem o lança-chamas ) I e II, apenas.
Pega a garrafa de gasolina b) I, III e IV, apenas.
Atira c) II e III, apenas.
Eles querem matar todo amor d) II e IV, apenas.
Corromper o polo ) I, II, III e IV.

Frente 2

Guia de estudos
Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 12
I. Leia as páginas de 143 a 145. III. Faça os exercícios propostos de 20 a 22.
II. Faça os exercícios 6 e 7 da seção “Revisando”.

AULA 38 Heróis do Modernismo no Brasil: Mário de Andrade 35


FRENTE 2
AULA 39

Heróis do Modernismo no Brasil: Oswald de Andrade


y As inovações na linguagem literária propostas pelos modernistas tiveram maior repercussão na
poesia: a adoção do verso livre, o poema-piada, os temas poéticos diretamente pinçados do co-
tidiano etc. owld d add contribuiu ativamente impulsionando essa renovação estética.
y A prosa de ficção também sofreu abalos, sentidos principalmente em relação às formas do romance.
Memórias sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade, foi o primeiro romance impor-
tante do Modernismo. Na obra, o autor abole intencionalmente os limites entre prosa e poesia.
y Memórias sentimentais de João Miramar foi composto a partir da justaposição de fragmentos
narrativos escritos em uma prosa sintética e muito marcados por certa visualidade cinemato-
gráfica. A linguagem operada por Oswald aproxima-se da percepção de mundo fragmentada
e imaginativa da criança. Os fragmentos da realidade são apresentados de forma justaposta,
visando a uma captação mais totalizante do real por parte do leitor e aproximando a fatura Oswald de Andrade.
literária dos procedimentos da pintura cubista.
y O romance apresenta um narrador-personagem, João Miramar, que nos conta episódios de sua infância, adolescên-
cia, maturidade e, principalmente, de suas viagens pelo exterior. Apesar de numerados e titulados, os episódios não
propõem uma leitura linear.
y Além da poesia e de Memórias sentimentais de João Miramar, Oswald de Andrade escreveu o romance Serafim
Ponte Grande, ensaios, um livro de memórias e importantes peças teatrais, como O rei da vela e A morta.

Exercícios de sala
1. PuC-Cmpi 201 Um espelhamento multiplicativo e fragmentário da vida moderna já está representado nos
manifestos do modernismo de , nos quais Mário de Andrade e Oswald de Andrade defendiam, em linguagem re-
cortada, pontos revolucionários de uma nova estética, de que é exemplo este fragmento do Manifesto Antropófago:
) Não me importa a beleza: quero distrair-me com aventuras, duelos, viagens, odisseias, questões em que os bons
triunfam e os malvados acabem por ser devidamente justiçados.
b) Sou pouco afeiçoado à natureza, que em mim se reduz quase que a uma paisagem moral, íntima, em dois ou três
tons, só que latejante em todas as suas partículas.
c) Penso que a poesia deve propor não só um conhecimento mas ainda uma transfiguração da condição humana,
elevando-nos a um plano espiritual cada vez mais alto.
d) Enfim, a poesia é revolucionária graças à sua essência cristã, essência cristã que sempre existiu mesmo nos ver-
dadeiros poetas anteriores a Cristo.
) As migrações. A fuga dos estados tediosos. Contra as escleroses urbanas. Contra os Conservatórios e o tédio especulativo.

2. up 2021 Para Oswald, o primitivo estará associado ao pensamento selvagem como questionamento do pensamento
iluminista e como proposta de valorização do pensamento selvagem local ao qual viria se acrescentar a incorporação con-
temporânea da técnica.
(Viviana Gelado. Poéticas da transgressão: vanguarda e cultura popular nos anos 20 na América Latina, 2006.)

O primitivismo expresso no “Manifesto da Poesia Pau-Brasil”, lançado por Oswald de Andrade em , pode ser
associado à
) rejeição da influência cultural estrangeira e da ideologização na produção artística.
b) recusa do experimentalismo estético e dos discursos de resgate das tradições locais.
c) defesa dos princípios ilustrados e da renovação técnica proporcionada pela sociedade de fábrica.
d) celebração da originalidade nativa e da modernização tecnológica.
) perspectiva rousseauniana do bom selvagem e do primado do pensamento lógico-racional.

Guia de estudos
Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 12
I. Leia as páginas 145 e 146. III. Faça os exercícios complementares 9 e 13.
II. Faça o exercício proposto 9.

36 Língua Portuguesa AULA 39 Heróis do Modernismo no Brasil: Oswald de Andrade


FRENTE 2
AULA 40

Heróis do Modernismo no Brasil: Manuel Bandeira

Manuel Bandeira.

y Ml Bdi foi o primeiro grande poeta modernista brasileiro a ter sua obra reconhecida e valorizada para além
do ruidoso âmbito revolucionário da Semana de Arte Moderna de 22. Ele absorveu as tendências modernistas e van-
guardistas em sua obra, manteve contato permanente com os artistas mais jovens e participou, mesmo não estando
presente, da Semana de Arte Moderna, com a leitura de seu notório poema “Os sapos”.
y Os primeiros poemas de Bandeira ainda carregam marcas das estéticas anteriores, mas neles já se pode perceber
inquietações que, em alguma medida, antecipavam as questões modernas.
y A libertação dos padrões, a composição de imagens no espaço gráfico do poema, a expressão aberta do verso livre
e o surgimento de ritmos imprevistos foram incorporados à poética de Manuel Bandeira.
y A forma sensível de se expressar associada à manutenção da relação com as poéticas anteriores tornam claro seu objeto
poético principal: perseguir a beleza e expressividade para o poema, e não somente aderir a novas propostas estéticas.
y Manuel Bandeira é o poeta da “md dz”, pois, ao tratar de coisas simples e banais em seus poemas,
elevou o prosaico ao sublime poético, percebendo, pelo olhar sensível e atento, a complexidade na simplicidade.
y Em sua poesia, Bandeira imprime dados biográficos, lembranças e preocupações pessoais. Esses elementos, como
os obstáculos em decorrência de sua saúde precária e das doenças que sempre o acompanharam, tornam-se essen-
ciais para o entendimento da melancolia presente em toda a sua obra.
y Entre as escritas poéticas de Bandeira, destacam-se os livros Libertinagem e Estrela da manhã.

Exercícios de sala
1. FCMsCsP 2020 (adp.) Leia o poema de Manuel Bandeira.

Minha terra
Saí menino de minha terra.
Passei trinta anos longe dela.
De vez em quando me diziam:
Frente 2

Sua terra está completamente mudada,


Tem avenidas, arranha-céus...
É hoje uma bonita cidade!

AULA 40 Heróis do Modernismo no Brasil: Manuel Bandeira 37


Meu coração ficava pequenino.

Revi afinal o meu Recife.


Está de fato completamente mudado.
Tem avenidas, arranha-céus.
É hoje uma bonita cidade.

Diabo leve quem pôs bonita a minha terra!


(Estrela da vida inteira, 2009.)

Que sentimento expressa o eu lírico após rever Recife? Transcreva o trecho do poema que conrma sua resposta.

2. UCS-RS 2021 A tuberculose é um grave problema de saúde pública e milhares de pessoas ainda adoecem e morrem devido
às suas complicações. É importante ressaltar que o Brasil é um dos países com maior número de casos no mundo e, desde
2003, a doença é considerada como prioritária na agenda política do Ministério da Saúde. Embora o tratamento seja gratuito
e assegurado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ainda existem barreiras e nem todos têm acesso. Infelizmente, observam-
-se milhares de novos casos e óbitos, por ano, no Brasil.
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/brasil_livre_tuberculose_plano_nacional.pdf. Acesso em: 12 fev. 2020. (Parcial e adaptado.)

O escritor Manuel Bandeira descobriu-se tuberculoso aos 18 anos, razão pela qual teve de abandonar os estudos de
Engenharia e internar-se para tratamento. Durante esse período, Bandeira iniciou sua atividade literária, produzindo
alguns poemas sobre essa temática, como o que segue.

Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
– Diga trinta e três. – Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
– Respire.
………………………………………………………………….
– O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
– Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
– Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Disponível em: https://www.culturagenial.com/poema-pneumotorax-manuel-bandeira. Acesso em: 20 jun. 2020.

A partir de seus conhecimentos sobre Literatura, e da leitura do texto apresentado, assinale a alternativa correta.
a) Manuel Bandeira destaca-se pela capacidade de captar situações comuns do dia a dia – como a própria doença –
e recriá-las, lírica e poeticamente, por meio de uma linguagem simples.
b) Manuel Bandeira, modernista inovador, destaca-se pelo preciosismo vocabular, pela incorporação do espírito
da “arte pela arte”, ausência de sentimentalismo e preocupação com a técnica, como se verifica no poema
“Pneumotórax”.
c) Manuel Bandeira, poeta da a geração modernista, não escrevia sobre angústias e conflitos de natureza univer-
sal, como, por exemplo, o medo da morte.
d) Manuel Bandeira, no poema “Pneumotórax”, relaciona concretamente alguns sintomas de sua doença, negando
o lirismo presente no cotidiano.
e) Manuel Bandeira viveu doente e à espera da morte, por isso nunca explorou temáticas relacionadas a angústias
e dramas universais, como, por exemplo, a paixão pela vida ou o amor.

Guia de estudos
Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 12
I. Leia as páginas de 146 a 149. III. Faça os exercícios complementares 23 e 24.
II. Faça o exercício proposto 15.

38 LíngU PoRtUgUS AULA 40 Heróis do Modernismo no Brasil: Manuel Bandeira


FRENTE 2
AULA 41

Modernismo no Brasil: Carlos Drummond de Andrade e


a poesia gauche
y O período entre 1930 e 1940 foi marcado por uma normas de linguagem e a moderação no uso mais
crise econômica que tumultuou o mundo ocidental. A ousado do material linguístico. No plano temático, os
quebra da Bolsa de Valores de Nova York teve conse- escritores se voltaram para preocupações de ordem
quências não só para os Estados Unidos, mas também social e espiritual, impulsionando a literatura para um
para os países que mantinham relações com a bolsa estágio mais amadurecido e consolidado.
americana. A situação piorou com os movimentos de y O poeta mineiro Cl Dmmd d add par-
radicalização política que se formavam entre a direita ticipou ativamente da vida literária, escrevendo prosa,
e a esquerda. poesia e crônicas e engajando-se na divulgação do
y No Brasil, o cenário ficou conturbado com o autori- Modernismo no Brasil.
tarismo da ditadura do Estado Novo, o qual motivou y Para melhor compreensão da obra poética de Drummond,
alguns escritores contrários a ele a se engajarem na convencionou-se dividi-la em três fases, nomeadas da
resistência, assim como muitos intelectuais que milita- seguinte maneira: gauche, social e metafísica.
ram no Partido Comunista. y A pi gauche de Drummond tem como carac-
y A Semana de 22 ainda se fazia sentir, pois suas pro- terísticas marcantes a ironia, o humor, a síntese e a
postas radicais prepararam terreno para o longo linguagem coloquial. Nesse primeiro momento, pode-
percurso de atualização da vida cultural brasileira. -se observar uma elaboração poética mais voltada à
Além disso, tais propostas serviriam como base para linguagem e às experiências com o texto. O primeiro
as manifestações seguintes. No entanto, pode-se ve- livro de Drummond, Alguma poesia, ilustra bem tais
rificar uma superação da radicalidade em termos de características.
Luis War/Shutterstock.com

Frente 2

Itabira, terra natal de Drummond, foi tema de muitos de seus poemas.

AULA 41 Modernismo no Brasil: Carlos Drummond de Andrade e a poesia gauche 39


Exercícios de sala
Leia “Poema que aconteceu” e “Coração numeroso”, poemas que integram a obra Alguma poesia, de Carlos
Drummond de Andrade, para responder à questão 1.

Poema que aconteceu


Nenhum desejo neste domingo
nenhum problema nesta vida
o mundo parou de repente
os homens ficaram calados
domingo sem fim nem começo.

A mão que escreve este poema


não sabe que está escrevendo
mas é possível que se soubesse
nem ligasse.

Coração numeroso
Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.

Meus paralíticos sonhos desgosto de viver


(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com isso.

Mas tremia na cidade uma fascinação casas compridas


autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis choraram.

O mar batia em meu peito, já não batia no cais.


A rua acabou, quede árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.

1. uPF-rs 2021 Em relação aos dois poemas, é c afirmar que:


) “Poema que aconteceu” expressa a dedicação do poeta à criação poética.
b) No poema “Coração numeroso”, o eu lírico se apresenta amargurado e melancólico.
c) O vocabulário de “Poema que aconteceu” é típico da retórica romântica.
d) A linguagem formal e o discurso indireto estão presentes em “Coração numeroso”.
) Ao adotar o ideal da impessoalidade, os poemas transparecem tendências do Parnasianismo.

0 Língua Portuguesa AULA 41 Modernismo no Brasil: Carlos Drummond de Andrade e a poesia gauche
Texto para as questões 2 e 3.

Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,


vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.

De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:


este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...

Tive ouro, tive gado, tive fazendas.


Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do mundo.

2. Fv-sP 2016 Tendo em vista que o poema de Drummond contém referências a aspectos geográficos e históricos
determinados, considere as seguintes afirmações:
I. O poeta é “de ferro” na medida em que é nativo de região caracterizada pela existência de importantes jazidas
de minério de ferro, intensamente exploradas.
II. O poeta revela conceber sua identidade como tributária não só de uma geografia, mas também de uma história,
que é, igualmente, a da linhagem familiar a que pertence.
III. A ausência de mulheres de que fala o poeta refere-se à ampla predominância de população masculina, na zona
de mineração intensiva de que ele é originário.
Está correto o que se afirma em
) I, somente.
b) III, somente.
c) I e II, somente.
d) II e III, somente.
) I, II e III.

3. Fv-sP 2016 No texto de Drummond, o eu lírico


) considera sua origem itabirana como causadora de deficiências que ele almeja superar.
b) revela-se incapaz de efetivamente comunicar-se, dado o caráter férreo de sua gente.
c) ironiza a si mesmo e satiriza a rusticidade de seu passado semirrural mineiro.
d) dirige-se diretamente ao leitor, tornando assim patente o caráter confidencial do poema.
) critica, em chave modernista, o bucolismo da poesia árcade mineira.
Frente 2

Guia de estudos
Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 13
I. Leia as páginas 174 e 175. III. Faça o exercício complementar 1.
II. Faça o exercício proposto 7.

AULA 41 Modernismo no Brasil: Carlos Drummond de Andrade e a poesia gauche 1


FRENTE 2
AULA 42

Modernismo no Brasil: Carlos Drummond de Andrade e


a poesia social e metafísica
guerras e revoluções. A poesia social de Drummond
resultou em obras reveladoras de um sentimento de
impotência diante das tragédias vividas dentro e fora
do país, presentes nos livros Sentimento do mundo,
José e A rosa do povo.
y Em A rosa do povo, pode-se perceber o vasto temário
de Drummond. O autor trabalha poeticamente referên-
cias diretas a eventos que abalavam o mundo ocidental,
produz imagens metafóricas de flores e insetos que
irrompem na aridez da paisagem urbana em uma tenta-
tiva de resgatar a beleza possível, investe em poemas
que investigam metalinguisticamente o próprio fazer
poético e também compõe singelos retratos da vida co-
tidiana brasileira ou quadros autobiográficos.

Poesia metafísica
y A poesia metafísica de Drummond é sentida a partir
do momento em que o discurso poético do autor se
Carlos Drummond de Andrade.
torna mais denso e abstrato, concentrando-se em te-
mas mais universais, como os mistérios da vida, do
Poesia social tempo, da morte e da velhice.
y Ao longo da década de 1940, a poesia de Drummond y O livro Claro enigma introduz na poesia de Drummond
demonstrou grande interesse pelos problemas sociais, certo rigor na composição formal, em poemas com
expressando liricamente uma preocupação com os ru- tons carregadamente filosóficos, mas com versos en-
mos desencontrados do mundo ocidental, marcado por raizados nos elementos da experiência cotidiana.

Exercícios de sala
Leia o poema em prosa “O enigma”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder às questões 1 e 2.

As pedras caminhavam pela estrada. Eis que uma forma obscura lhes barra o caminho. Elas se interrogam, e à sua expe-
riência mais particular. Conheciam outras formas deambulantes, e o perigo de cada objeto em circulação na terra. Aquele,
todavia, em nada se assemelha às imagens trituradas pela experiência, prisioneiras do hábito ou domadas pelo instinto
imemorial das pedras. As pedras detêm-se. No esforço de compreender, chegam a imobilizar-se de todo. E na contenção
desse instante, fixam-se as pedras — para sempre — no chão, compondo montanhas colossais, ou simples e estupefatos e
pobres seixos desgarrados.
Mas a coisa sombria — desmesurada, por sua vez — aí está, à maneira dos enigmas que zombam da tentativa de in-
terpretação. É mal de enigmas não se decifrarem a si próprios. Carecem de argúcia alheia que os liberte de sua confusão
amaldiçoada. E repelem-na ao mesmo tempo, tal é a condição dos enigmas. Esse travou o avanço das pedras, rebanho
desprevenido, e amanhã fixará por igual as árvores, enquanto não chega o dia dos ventos, e o dos pássaros, e o do ar pulu-
lante de insetos e vibrações, e o de toda vida, e o da mesma capacidade universal de se corresponder e se completar, que
sobrevive à consciência. O enigma tende a paralisar o mundo.
Talvez que a enorme Coisa sofra na intimidade de suas fibras, mas não se compadece nem de si nem daqueles que
reduz à congelada expectação.
Ai! de que serve a inteligência — lastimam-se as pedras. Nós éramos inteligentes; contudo, pensar a ameaça não é
removê-la; é criá-la.

2 Língua Portuguesa AULA 42 Modernismo no Brasil: Carlos Drummond de Andrade e a poesia social e metafísica
Ai! de que serve a sensibilidade — choram as pedras. Nós éramos sensíveis, e o dom da misericórdia se volta contra
nós, quando contávamos aplicá-lo a espécies menos favorecidas.
Anoitece, e o luar, modulado de dolentes canções que preexistem aos instrumentos de música, espalha no côncavo, já
pleno de serras abruptas e de ignoradas jazidas, melancólica moleza.
Mas a Coisa interceptante não se resolve. Barra o caminho e medita, obscura.
(Poesia 1930-62, 2012.)

deambular – andar à toa; vaguear, passear.

1. FCMSCSP 2021 No poema em prosa, o eu lírico


a) concebe uma narrativa sobre a origem da imobilidade das pedras.
b) revela o modo como as pedras transformaram-se em enigmas.
c) sugere que as pedras foram os primeiros seres em circulação no mundo.
d) mostra que a história dos enigmas se confunde com a própria história das pedras.
e) suspeita que as pedras possam provocar o colapso do mundo.

2. FCMSCSP 2021 Segundo o eu lírico, o processo de fixação das pedras decorre


a) da resignação.
b) da reflexão.
c) do medo.
d) do rancor.
e) do sofrimento.

FRENTE 2

Guia de estudos
Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 13
I. Leia as páginas 175 e 176. III. Faça o exercício complementar 11.
II. Faça os exercícios propostos 15 e 16.

AULA 42 Modernismo no Brasil: Carlos Drummond de Andrade e a poesia social e metafísica 43


FRENTE 2
AULA 43

Modernismo no Brasil: Cecília Meireles e Vinicius de Moraes


Cecília Meireles Vinicius de Moraes

Cecília Meireles. Vinicius de Moraes.

y Cecília Meireles publicou seu primeiro livro de poe- y Vinicius de Moraes exerceu carreira diplomática, mas
sias, Espectro, aos 18 anos. Foi jornalista e professora, sempre se dedicou à poesia e ao teatro. A partir das
exercendo um papel importante na área da educação, décadas de 1950 e 1960, passou a focar predominante-
e também trabalhou produzindo poemas voltados mente na música, firmando-se como letrista de canções.
para o público infantil. y A poesia de Vinicius é marcada pelo resgate de for-
y Sua personalidade literária é identificada por expres- mas tradicionais, como o soneto, e se caracteriza pela
sar liricamente os sentimentos íntimos da alma, com linguagem simples e de forte apelo emocional, reno-
certo distanciamento em relação às temáticas mais vando a temática amorosa.
próximas da realidade imediata. Os temas recorrentes y O escritor teve um primeiro momento poético marcado
da poesia de Cecília são a transitoriedade da vida, o in- por temas do cristianismo, com presença frequente
finito, o amor, a natureza, a solidão e a criação artística. de elementos místicos e transcendentais, mas logo
y Cecília se manteve conectada com a tradição lírica sua poesia se fez notar pela aproximação com o mun-
luso-brasileira, renovando-a quanto ao vasto uso do do material e pela exploração de temas cotidianos.
léxico da linguagem e dos ritmos da poesia. É possível
observar, também, sua inclinação ao Simbolismo, es-
pecialmente quando se pode constatar em sua lírica a
frequência de elementos como água, mar, ar, tempo,
vento, solidão e música.
y Muitos críticos consideram a obra Romanceiro da
Inconfidência como o ponto mais alto da produção de
Cecília Meireles. O livro é composto de poemas titula-
dos e numerados que a autora denominou “romances”,
nos quais é apresentada uma importante investigação
poética acerca da história das Minas Gerais do século
XVIII e, especialmente, dos episódios relacionados à
Inconfidência Mineira.

 Língua Portuguesa AULA 43 Modernismo no Brasil: Cecília Meireles e Vinicius de Moraes


Exercícios de sala

Texto para a questão 1. Os rebanhos, o gado, o campo, a gente,


Tudo me está causando novidade:
Romance LIII ou Das Palavras Aéreas Oh como é certo, que a cruel saudade
Ai, palavras, ai, palavras, Faz tudo, do que foi, mui diferente!
que estranha potência, a vossa!
Ai, palavras, ai, palavras, Recebei (eu vos peço) um desgraçado,
sois de vento, ides no vento, Que andou té agora por incerto giro
no vento que não retorna, Correndo sempre atrás do seu cuidado:
e, em tão rápida existência,
tudo se forma e transforma! Este pranto, estes ais, com que respiro,
Podendo comover o vosso agrado,
Sois de vento, ides no vento, Façam digno de vós o meu suspiro.
e quedais, com sorte nova! (...) Cláudio Manuel da Costa. Melhores poemas.
São Paulo: Global, 2000. p. 35.

Ai, palavras, ai, palavras, tx 2


que estranha potência, a vossa!
Perdão podíeis ter sido! Ternura
— sois madeira que se corta, Eu te peço perdão por te amar de repente
— sois vinte degraus de escada, Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus
— sois um pedaço de corda... [ouvidos
— sois povo pelas janelas, Das horas que passei à sombra dos teus gestos
cortejo, bandeiras, tropa... Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Ai, palavras, ai, palavras, Das noites que vivi acalentado
que estranha potência, a vossa! Pela graça indizível dos teus passos eternamente
Éreis um sopro na aragem... [fugindo
— sois um homem que se enforca! Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência. E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação
[das promessas
1. Fv-sP 2021 A “estranha potência” que a voz lírica
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
ressalta nas palavras decorre de uma combinação entre É um sossego, uma unção, um transbordamento de
) fluidez nos ventos do presente e conteúdo fixo [carícias
no passado. E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
b) forma abstrata no espaço e presença concreta na E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem
história. [fatalidade o olhar extático da aurora
c) leveza impalpável na arte e vigor nos documentos Vinicius de Moraes. Antologia poética.
antigos. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 92-3.

d) sonoridade ruidosa nos ares e significado estável ) A partir da leitura do Texto 1, determine o estilo
no papel. de época a que ele pertence, destacando dois
) lirismo irrefletido da poesia e peso justo dos aspectos que confirmam a sua resposta.
acontecimentos.

2. PuC-ri 2017
tx 1
b) Indique o gênero literário predominante nos poemas
Soneto VI de Cláudio Manuel da Costa e Vinicius de Moraes,
Brandas ribeiras, quanto estou contente justificando com aspectos que o caracterizam.
De ver-nos outra vez, se isto é verdade!
Quanto me alegra ouvir a suavidade,
Com que Fílis entoa a voz cadente!
Frente 2

Guia de estudos
Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 13
I. Leia as páginas de 176 a 178. III. Faça os exercícios propostos 19 e 24.
II. Faça os exercícios 4 e 5 da seção “Revisando”.

AULA 43 Modernismo no Brasil: Cecília Meireles e Vinicius de Moraes 5


FRENTE 2
AULA 44

Modernismo no Brasil: Jorge de Lima e Murilo Mendes


y Nas obras de Jorge de Lima e Murilo Mendes, per- y Na sua produção extensa e diversificada, pode-se
cebe-se a convivência criativa entre elementos destacar: XIV alexandrinos, A túnica inconsútil, In-
aparentemente díspares, como o cristianismo e o sur- venção de Orfeu. Além disso, escreveu o romance
realismo, embora o marcado espiritualismo na poesia Calunga.
de ambos tenha acolhido, também, certa temática so- y Jorge de Lima também atuou nas artes plásticas,
cial. Os dois poetas escreveram em parceria o livro de sendo o primeiro artista brasileiro a produzir fotomon-
poemas Tempo e eternidade, em que desenvolvem a tagens, publicadas no livro A pintura em pânico.
temática cristã.
Murilo Mendes
Jorge de Lima

Jorge de Lima. Murilo Mendes.

y O poeta alagoano Jorge de Lima se lançou à vida po- y Murilo Mendes, mineiro, publicou seus primeiros
lítica, mas sempre esteve ligado à produção literária, poemas na década de 1920 e, em 1930, publicou
escrevendo seus textos e mantendo contato com es- Poemas, seu primeiro livro.
critores, especialmente com os do grupo regionalista y A extensa produção literária de Murilo Mendes carac-
do Recife. teriza-se por uma enorme variedade formal e aponta
y Inicialmente, produziu obras de cunho parnasianis- para uma permanente revisão crítica do seu próprio
ta, mas aderiu aos versos livres e aos preceitos do processo artístico. O poeta buscou acompanhar e
Modernismo. Retomou, em alguma medida, o ideário compreender todas as tendências pelas quais passou
romântico e mergulhou na simbologia bíblica e na a poesia brasileira e participar delas, desde a Semana
mitologia clássica, desenvolvendo sua poesia de ma- de Arte Moderna até o ano de sua morte, em 1975.
neira própria. y Além de Poemas, destacam-se na obra de Murilo Mendes
y Em certos momentos de sua produção, Jorge de Lima os livros A poesia em pânico e As metamorfoses.
inseriu o negro e as adversidades do povo escraviza-
do. O livro Poemas negros, de 1937, traz um de seus
poemas mais conhecidos, “Essa negra Fulô”.

6 Língua Portuguesa AULA 44 Modernismo no Brasil: Jorge de Lima e Murilo Mendes


Exercícios de sala
As questões 1 e 2 referem-se ao poema “Essa negra “minha mãe me penteou
Fulô”, de Jorge de Lima. minha madrasta me enterrou
pelos figos da figueira
Essa negra Fulô que o Sabiá beliscou”.
Ora, se deu que chegou Essa negra Fulô!
(isso já faz muito tempo) Essa negra Fulô!
no banguê dum meu avô Ó Fulô! Ó Fulô!
uma negra bonitinha, (Era a fala da Sinhá
chamada negra Fulô. Chamando a negra Fulô!)
Essa negra Fulô! Cadê meu frasco de cheiro
Essa negra Fulô! Que teu Sinhô me mandou?
Ó Fulô! Ó Fulô! — Ah! Foi você que roubou!
(Era a fala da Sinhá) Ah! Foi você que roubou!
— Vai forrar a minha cama Essa negra Fulô!
pentear os meus cabelos, Essa negra Fulô!
vem ajudar a tirar O Sinhô foi ver a negra
a minha roupa, Fulô! levar couro do feitor.
Essa negra Fulô! A negra tirou a roupa,
Essa negrinha Fulô! O Sinhô disse: Fulô!
ficou logo pra mucama (A vista se escureceu
pra vigiar a Sinhá, que nem a negra Fulô).
pra engomar pro Sinhô! Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô! Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô! Ó Fulô! Ó Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô! Cadê meu lenço de rendas,
(Era a fala da Sinhá) Cadê meu cinto, meu broche,
vem me ajudar, ó Fulô, Cadê o meu terço de ouro
vem abanar o meu corpo que teu Sinhô me mandou?
que eu estou suada, Fulô!
Ah! foi você que roubou!
vem coçar minha coceira,
Ah! foi você que roubou!
vem me catar cafuné,
Essa negra Fulô!
vem balançar minha rede,
Essa negra Fulô!
vem me contar uma história,
O Sinhô foi açoitar
que eu estou com sono, Fulô!
sozinho a negra Fulô.
Essa negra Fulô!
A negra tirou a saia
“Era um dia uma princesa
e tirou o cabeção,
que vivia num castelo
de dentro dêle pulou
que possuía um vestido
nuinha a negra Fulô.
com os peixinhos do mar.
Essa negra Fulô!
Entrou na perna dum pato
Essa negra Fulô!
saiu na perna dum pinto
Ó Fulô! Ó Fulô!
o Rei-Sinhô me mandou
Cadê, cadê teu Sinhô
que vos contasse mais cinco”.
que Nosso Senhor me mandou?
Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô! Ah! Foi você que roubou,
Ó Fulô! Ó Fulô! foi você, negra Fulô?
Vai botar para dormir Essa negra Fulô!
Jorge de Lima. Disponível em: www.jornaldepoesia.jor.br/jorge.
esses meninos, Fulô! html#essanegra. Acesso em: 30 set. 2015.
Frente 2

AULA 44 Modernismo no Brasil: Jorge de Lima e Murilo Mendes 7


1. uii-rs 2016 No que se refere à sonoridade do poema, assinale a alternativa que melhor apresenta o ideário
modernista, reafirmado por Jorge de Lima.
) Uma vez que não possui métrica e rima, o poema não tem sonoridade, com o objetivo de ser lido como um texto
fragmentado, ambíguo.
b) O poema apresenta várias rimas, e sua métrica é clássica, o que faz com que observemos uma sonoridade equi-
librada.
c) As rimas presentes no poema, bem como as aliterações e assonâncias, servem para criar um ritmo que lembra a
sonoridade africana e a pátria da negra Fulô.
d) A ausência de ritmo cria um poema melancólico e sombrio, a fim de contar uma história triste sobre escravos.
) É evidente o desequilíbrio sonoro do poema, que deixa a leitura truncada e nos faz associá-lo a um texto em
prosa.

2. uii-rs 2016 Das alternativas a seguir, escolha aquela que apresenta duas características do Modernismo bra-
sileiro, observadas no texto de Jorge de Lima.
) Exaltação da figura feminina como um ser inatingível e uso de uma linguagem coloquial.
b) Recuperação de dados históricos e presença de alegorias.
c) Viés nacionalista e idealização da figura do negro.
d) Temática popular e desconstrução da estrutura da poesia clássica.
) Exaltação da natureza e crítica à sociedade da época.

3. em PPL 2016

Quinze de Novembro
Deodoro todo nos trinques
Bate na porta de Dão Pedro Segundo.
— Seu imperado, dê o fora que nós queremos tomar conta desta bugiganga.
Mande vir os músicos.
O imperador bocejando responde:
— Pois não meus filhos não se vexem
me deixem calçar as chinelas
podem entrar à vontade:
só peço que não me bulam nas obras completas de Victor Hugo.
MENDES, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

A poesia de Murilo Mendes dialoga com o ideário poético dos primeiros modernistas. No poema, essa atitude mani-
festa-se na
) releitura irônica de um fato histórico.
b) visão ufanista de um episódio nacional.
c) denúncia implícita de atitudes autoritárias.
d) isenção ideológica do discurso do eu lírico.
) representação saudosista do regime monárquico.

Guia de estudos
Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 13
I. Leia as páginas de 178 a 181. III. Faça os exercícios complementares 32, 34 e 35.
II. Faça os exercícios de 6 a 8 da seção “Revisando”.

 Língua Portuguesa AULA 44 Modernismo no Brasil: Jorge de Lima e Murilo Mendes


FRENTE 2
AULA 45

O romance regionalista do Modernismo:


a prosa de Rachel de Queiroz
y A partir de 1930, não só na poesia, mas também na Rachel de Queiroz
prosa literária, ocorreram algumas mudanças de pers-
y Em um meio predominantemente masculino, a cea-
pectiva em relação às experimentações formais e ao
rense Rachel de Queiroz surpreende ao publicar, com
espírito contestador da tradição que marcaram o pri-
apenas vinte anos, o romance O quinze, a partir do
meiro Modernismo.
qual obteve reconhecimento nacional como escritora.
y A literatura de cunho regionalista foi apresentada ainda
Contam como matéria-prima para o regionalismo em
no século XIX pelos românticos e seguiu com os realis-
Rachel de Queiroz o conjunto de experiências pes-
tas e pré-modernistas por intermédio de autores que
soais da escritora, a realidade que a circundava e as
se propuseram a contar sobre a diversidade de retra-
tensões ideológicas e políticas da década de 1930.
tos encontrada em um país de dimensões continentais.
y Além de O quinze e João Miguel, Rachel de Queiroz
Nessa trajetória, houve mudanças de enfoque, de
escreveu também Caminho das pedras, As três Marias,
coordenadas estéticas e de cultura na maneira que
Dôra, Doralina e Memorial de Maria Moura.
faziam essa abordagem.
y O novo romance regionalista tem como marco inaugural
o livro A bagaceira (1928), de José Américo de Almeida.

Exercícios de sala
1. Leia os textos a seguir: 2. Leia a citação de Graciliano Ramos:
Bruxa de pano com olhos de linha preta, assim mes- Começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às
mo acha que tem tudo, não quer ouro nem fortuna, nem voltas com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas,
amantes, nem poder. [...] Emília, meu exemplo e minha nos estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei,
aspiração, tantas vezes meu raio de sol asneirento, faísca ainda nos podemos mexer.
de liberdade, de coragem e de insolência, minha mestra RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. Rio de Janeiro: Record, 2013.
e meus amores — Emília, Marquesa de Rabicó...
No trecho apresentado, o autor compara a gramática
QUEIROZ, Rachel de. Os heróis. O Estado de S.Paulo. 30 nov. 1992.
à lei. Descreva como essa relação é estabelecida no
[...] contexto do Modernismo e das obras regionalistas.
Atrevida, sagaz, contestadora e inteligente, a escrito-
ra cearense Rachel de Queiroz chegou a ser comparada
à personagem Emília, de Monteiro Lobato, por Ariano
Suassuna.
BRAGA, Lauriberto. Rachel de Queiroz. Folha de S.Paulo, [s. d.].
Disponível em: http://escritores.folha.com.br/rachel_queiroz-biografia.html.
Acesso em: 9 fev. 2015.

Justifique, com base em seus estudos sobre a escritora,


a comparação entre Rachel de Queiroz e a persona-
gem Emília, de Monteiro Lobato.
Frente 2

Guia de estudos
Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 14
I. Leia as páginas de 212 a 214.
II. Faça os exercícios 1 e 2 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 1 e 3.

AULA 45 O romance regionalista do Modernismo: a prosa de Rachel de Queiroz 9


FRENTE 2
AULA 46

O romance regionalista do Modernismo:


Jorge Amado e Erico Verissimo
y Jorge Amado e Erico Verissimo nasceram em regiões de cunho político e marcou um estilo de forte cará-
diferentes do país, mas é possível identificá-los como ter ideológico, como podemos constatar nos seus
semelhantes pelo caráter regionalista de suas obras, romances iniciais, como Cacau, Terras do sem-fim e
pela extensão das suas produções, pelo alcance do Capitães da areia.
sucesso de público e, principalmente, porque soube-
ram articular as coordenadas identitárias regionais à Erico Verissimo
forma romanesca mais convencional, mas transforma- y A obra do escritor gaúcho Erico Verissimo, apesar
da pela experiência realista e pela ousadia modernista. de ser estudada a partir de sua inserção entre os
escritores regionalistas, não se diferencia de obras
Jorge Amado semelhantes escritas a partir da observação da socie-
y Jorge Amado nasceu na Bahia e, como escritor, atin- dade em outras capitais brasileiras no mesmo período.
giu grande sucesso de público, ainda que sua relação y As suas primeiras obras se constituem de relatos do
com a academia não tenha sido consensual. Escreveu cotidiano da vida urbana de estratos médios da so-
romances inclinados ao regionalismo e pincelados ciedade. São exemplos de suas produções: Clarissa,
com o erotismo e a fantasia associados às mulheres Caminhos cruzados, Música ao longe, e, mais adiante,
negras brasileiras. Olhai os lírios do campo e O resto é silêncio.
y Os enredos de Jorge Amado são, em grande parte, y É com a trilogia sobre a vida e a história gaúcha, en-
ambientados na Bahia, nos quais procurou combinar cerradas no título O tempo e o vento, que veio a surgir
realidade, ideologia e imaginação, terminando por a ideia de entender a formação e buscar a identidade
projetar uma imagem sobre o Brasil. Suas histórias gi- da região e do povo do Rio Grande do Sul. As três
ram em torno do carnaval, de mulheres bonitas, da partes da obra (“O continente”, “O retrato” e “O arqui-
religiosidade de matriz africana e de crenças, em contra- pélago”) interligam diversas gerações de duas famílias
ponto à situação de um povo massacrado pela miséria dos pampas aos principais acontecimentos políticos e
e pela violência denunciadas nos seus romances. sociais da região por um longo período histórico. A
y Assim, foi escritor engajado, voltado às discussões po- saga narrada por O tempo e o vento integra a segun-
líticas e artísticas e suas implicações, aderiu à ideologia da fase da obra de Erico Verissimo, mais identificada
comunista e, consequentemente, produziu romances com a literatura regionalista de seus contemporâneos.

Exercícios de sala
1. em PPL 2015
tx I

Quem sabe, devido às atividades culinárias da esposa, nesses idílios Vadinho dizia-lhe “Meu manuê de milho verde, meu
acarajé cheiroso, minha franguinha gorda”, e tais comparações gastronômicas davam justa ideia de certo encanto sensual e
caseiro de dona Flor a esconder-se sob uma natureza tranquila e dócil. Vadinho conhecia-lhe as fraquezas e as expunha ao sol,
aquela ânsia controlada de tímida, aquele recatado desejo fazendo-se violência e mesmo incontinência ao libertar-se na cama.
AMADO, J. Dona Flor e seus dois maridos. São Paulo: Martins, 1966.

tx II

As suas mãos trabalham na braguilha das calças do falecido. Dulcineusa me confessou mais tarde: era assim que o
marido gostava de começar as intimidades. Um fazer de conta que era outra coisa, a exemplo do gato que distrai o olhar
enquanto segura a presa nas patas. Esse o acordo silencioso que tinham: ele chegava em casa e se queixava que tinha um
botão a cair. Calada, Dulcineusa se armava dos apetrechos da costura e se posicionava a jeito dos prazeres e dos afazeres.
COUTO, M. Um do chamado tempo, uma casa chamada terra. São Paulo: Cia. das Letras, 2002.

50 Língua Portuguesa AULA 46 O romance regionalista do Modernismo: Jorge Amado e Erico Verissimo
Tema recorrente de Jorge Amado, a figura feminina aparece, no fragmento, retratada de forma semelhante à que
se vê no texto do moçambicano Mia Couto. Nesses dois textos, com relação ao universo feminino em seu contexto
doméstico, observa-se que
) o desejo sexual é entendido como uma fraqueza moral, incompatível com a mulher casada.
b) a mulher tem um comportamento marcado por convenções de papéis sexuais.
c) à mulher cabe o poder da sedução, expresso pelos gestos, olhares e silêncios que ensaiam.
d) a mulher incorpora o sentimento de culpa e age com apatia, como no mito bíblico da serpente.
) a dissimulação e a malícia fazem parte do repertório feminino nos espaços público e íntimo.

2. uicmp-sP 2017
“São Francisco botava o dedo nas feridas dos leprosos. Mas é que ele era um santo, fazia milagres, e ela é simplesmente
Doralice Leitão Leiria, um ser humano como qualquer outro.”
VERISSIMO, Erico. Caminhos cruzados. São Paulo: Companhia de Bolso, 2016. p. 77.

“— Queres seguir a política? Então? Procura imitar Bismarck! Haverá padrão melhor?”
Idem, p. 290.

Os fragmentos apresentados captam um dos traços principais de Caminhos cruzados no que diz respeito à identida-
de narrativa das personagens. Considerando o conjunto do romance, tal traço consiste em uma
) percepção de que a necessidade de status na vida social e a produção de desejos políticos e religiosos nascem
da cópia de um modelo consagrado.
b) afirmação, por meio do narrador, da necessidade de protagonistas bem construídos para o êxito da narrativa
ficcional.
c) recusa dos modelos bem-sucedidos na vida social, pois eles constrangem a imaginação artística e moral dos
romancistas.
d) representação literária da condição humana, que não necessita de figuras imaginárias para atribuir sentido à vida
religiosa e política.

Frente 2

Guia de estudos
Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 14
I. Leia as páginas de 215 a 217. III. Faça os exercícios propostos 15 e 16.
II. Faça o exercício 3 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 23 e 24.

AULA 46 O romance regionalista do Modernismo: Jorge Amado e Erico Verissimo 51


FRENTE 2
AULA 47

O romance regionalista do Modernismo:


José Lins do Rego
Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, São Paulo

POST, Frans. Engenho com capela, 1667. Óleo sobre madeira, 41 × 53 cm. Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, São Paulo.

José Lins do Rego y Na obra de Lins do Rego, as personagens repre-


sentam o declínio socioeconômico de uma estrutura
y Os traços biográficos do escritor José Lins do Rego
antiga, atrasada e violenta, em narrativas que abor-
são relevantes para entender a sua obra. Nascido
dam aspectos de um importante processo histórico
na Paraíba, o autor passou a infância no engenho do
brasileiro, que provocou mudanças muito além da
avô e retrabalhou literariamente as lembranças e os
questão socioeconômica.
registros que formou sobre a sociedade e a vida nor-
y O uso da linguagem regional e os traços de oralidade
destina que o cercavam.
presentes em sua escrita são aspectos importantes
y José Lins do Rego escreveu uma série de cinco ro-
do trabalho do escritor.
mances nomeada como “cicl d c-d-çúc”.
y A obra de Lins do Rego supera qualquer classifi-
São eles: Menino de engenho (1932), Doidinho
cação particular quando apreciada por qualidades
(1933), Banguê (1934), Usina (1936) e Fogo morto
que extrapolam reducionismos e pode ser tomada
(1943). O último romance do ciclo, Fogo morto, foi
como clássica.
o que obteve maior sucesso e reconhecimento. De
acordo com o crítico Alfredo Bosi, trata-se do “fecho e
superação do ciclo da cana-de-açúcar”.

52 Língua Portuguesa AULA 47 O romance regionalista do Modernismo: José Lins do Rego


Exercícios de sala
1. PuC-Cmpi 2016 Ao lado de Jorge Amado, outros escritores incumbiram-se de retratar aspectos marcantes da
história e da cultura da região em que nasceram. Entre eles, destaca-se o nome de José Lins do Rego,
) cuja obra-prima, o conjunto das novelas de Corpo de baile, retrata a aliança entre jagunços e trabalhadores rurais
no Centro-Oeste brasileiro.
b) cujo romance maior, Fogo morto, espelha as personalidades de três protagonistas que vivem diferentes expe-
riências nas terras marcadas pela economia açucareira.
c) cuja obra recupera a saga de poderosas famílias gaúchas, envolvidas em permanentes conflitos e disputas pelo
poder político local.
d) cujas características como escritor aproximam-no do experimentalismo romanesco cultivado por Oswald de
Andrade, em Memórias sentimentais de João Miramar.
) cuja obra, apesar do cenário tosco e primitivo das pequenas vilas mineiras, afirma-se como profunda análise
psicológica de seus angustiados protagonistas.

2. uFPr 201 Acerca dos personagens de Fogo morto, considere as afirmativas a seguir:
. O mestre José Amaro é um homem pobre que vive no Santa Fé, mas não é empregado lá, trabalha por conta
própria, o que não faz dele um homem independente, já que o proprietário exige que ele saia da casa que ocupa
no engenho.
. O coronel Lula de Holanda faz parte de uma longa linhagem de senhores de engenho, donos há gerações do
engenho Santa Fé, que, ao final do romance, estará de fogo morto.
. Apesar da distância social que as separa, tanto a filha de José Amaro quanto a do coronel Lula de Holanda vivem
em isolamento e terminam por enlouquecer.
4. O capitão Vitorino Carneiro da Cunha grita o tempo todo que é um homem que não se submete ao poder de
ninguém, mas na verdade cede ao comando do cangaceiro, o capitão Antônio Silvino.
Assinale a alternativa correta.
) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
d) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
) Somente a afirmativa 4 é verdadeira.

Frente 2

Guia de estudos
Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 14
I. Leia as páginas 217 e 218. III. Faça os exercícios complementares 19 e 20.
II. Faça os exercícios propostos de 20 a 22.

AULA 47 O romance regionalista do Modernismo: José Lins do Rego 53


FRENTE 2
AULA 48

O romance regionalista do Modernismo: Graciliano Ramos


Graciliano Ramos y A escrita de Graciliano Ramos é marcada por uma pos-
tura ativa e enérgica em relação ao uso das palavras,
como se trouxesse para o universo da escrita literária a
mesma aridez que castiga a paisagem e os habitantes
do Nordeste, em uma literatura que se mostra densa,
rigorosa e destituída de enfeites de estilo.
y As temáticas sociais estavam em voga entre as déca-
das de 1930 e 1940, e Graciliano Ramos ataca-as de
forma implacável, de modo que se pode observar que
o caráter crítico, aliado ao requintado estilo literário,
está presente em todos os seus romances ou crônicas.
Em seu trabalho, é possível perceber a rígida denúncia,
a crítica e a criteriosa descrição de todos os tipos de
opressão que acontecem na conjuntura social, econô-
mica, política e afetiva do Nordeste brasileiro.
y Do conjunto da obra de Graciliano, destacam-se os
romances São Bernardo, Angústia e Vidas secas –
sendo este o seu trabalho mais conhecido.
y Vidas secas narra, em terceira pessoa, o caminho per-
Graciliano Ramos. corrido por uma família de retirantes que tenta sobreviver
y Graciliano Ramos nasceu em Alagoas e viveu em apesar das humilhações e dos inúmeros obstáculos im-
várias cidades nordestinas, entre elas Palmeiras dos postos pela seca nordestina. As vivências dessa família
Índios, município do qual foi eleito prefeito em 1927. são contadas sob o foco da onisciência seletiva múl-
Assim, o escritor não só se dedicou à literatura, mas tipla, que, por vezes, vale-se do discurso indireto livre
também ao jornalismo, à vida pública e à política. para mesclar a fala do narrador à das personagens.
y Graciliano Ramos escreveu romances que percorreram y Em Vidas secas, confirma-se a lim cômic
caminhos tão amplos e próprios que, com alto valor no uso de recursos: sua escrita é apurada, enxuta, dire-
literário, extrapolaram as questões de cunho regiona- ta e concentrada no essencial, mas capaz de penetrar
lista com a criação de complexos universos ficcionais. no íntimo dos seres que retrata, revelando toda a sua
Assim como José Lins do Rego, Graciliano alcançou, humanidade.
em sua obra, um equilíbrio surpreendente entre o re- y Ainda em relação ao uso da linguagem, nota-se uma
gional e o universal, mesclando memória e nostalgia, profusão de expressões coloquiais, variantes regio-
crítica e afeto, denúncia e cumplicidade, simplicidade nais e traços de oralidade, convivendo e coexistindo
e refinamento. de forma natural, sem esforço ou artificialidade.

Exercícios de sala
1. uePg-Pr 2021 A respeito do romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, assinale o que for correto.
 O título Vidas Secas pode ser visto como um oxímoro que comporta duas dimensões: a secura do sertão (falta
de água e, por consequência, de vida – animais e vegetação) e a “secura” das vidas de Fabiano e sua família:
pessoas pobres em nível econômico, linguístico e social, que lutam todos os dias para driblar a morte.
 Em cada capítulo do livro, o foco narrativo molda-se à visão de mundo de cada personagem, ou seja, mesmo
sendo um narrador em terceira pessoa, o foco narrativo é deslocado para o ponto de vista de Fabiano, Sinhá
Vitória e dos filhos do casal. Um exemplo claro dessa conduta narrativa pode ser visto no capítulo “O menino
mais novo”, em que o narrador se detém na visão de mundo de uma criança que se diverte com sua imaginação
fértil nos espaços da fazenda: “[...] espiando o céu cheio de nuvens brancas. Algumas eram carneirinhos, mas
desmanchavam-se e tornavam-se bichos diferentes” (RAMOS, 2010, p. 51).

5 Língua Portuguesa AULA 48 O romance regionalista do Modernismo: Graciliano Ramos


4 Podemos dizer que há três grandes temas sendo desenvolvidos paralelamente ao decorrer da narrativa de Vidas
Secas. A vulnerabilidade social de Fabiano e de sua família: pobres, sem teto, retirantes/migrantes; Fabiano é
explorado pelo seu patrão, enganado pelo dono da venda e sofre o autoritarismo da polícia/governo. A dimensão
psicológica das personagens é o segundo aspecto desenvolvido na narrativa, uma vez que o narrador procura
explorar os medos, traumas, sonhos e anseios das personagens. Por fim, há uma dimensão natural/espacial que
marca a narrativa, uma vez que é a seca no sertão que obriga a família a migrar constantemente em busca de
melhores condições.
8 Pode-se dizer que a única personagem com características humanas no romance é, ironicamente, a cachorra
Baleia. Fabiano é caracterizado como um bicho pelo narrador, que não consegue acessar os aspectos sensíveis
e humanos da sua personagem. Sinhá Vitória e seus filhos deixaram sua humanidade de lado para tentar sobre-
viver às mazelas da cidadezinha onde moram. Por sua vez, o Soldado Amarelo revela a corrupção econômica e
a política da região.
 Pode-se dizer que a escolha dos nomes das personagens do romance revela elementos que se referem às
suas condições de vida. Um exemplo é a escolha “Fabiano” que, segundo o Dicionário Priberam de Língua Por-
tuguesa, pode significar “João-ninguém, Pobre diabo, Zé-ninguém”. A ironia do autor pode ser vista na escolha
do nome da cachorra da família (Baleia): “Arqueada, as costelas à mostra, corria ofegando, a língua fora da boca”
(RAMOS, 2012, p. 11).
Soma:

2. uPF-rs 2017 O foco narrativo do(a) _________________, adotado por Graciliano Ramos, em Vidas secas, revela-se
uma escolha estratégica, por parte do autor, no sentido de __________ a distância entre o leitor urbano e o universo
das diferentes personagens, em cujas mentes o discurso localiza, alternadamente, o leitor.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da afirmação anterior.
) narrador onisciente neutro / ampliar.
b) “eu” como testemunha / anular.
c) narrador onisciente neutro / reduzir.
d) “eu” como testemunha / ampliar.
) onisciência seletiva múltipla / reduzir.

Frente 2

Guia de estudos
Língua Portuguesa • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 14
I. Leia as páginas de 219 a 221. III. Faça os exercícios propostos 29 e 32.
II. Faça os exercícios de 5 a 8 da seção “Revisando”.

AULA 48 O romance regionalista do Modernismo: Graciliano Ramos 55


Gabarito

Frente 1 Aula 38 Aula 45


1. B 2. B 1. A escritora era considerada uma
Aulas 37 e 38 menina quando se lançou na carreira li-
terária e demonstrou profunda habilidade
1. A 3. E 5. C
e perspicácia em sua narrativa. Tornou-se
2. C 4. C 6. C Aula 39 motivo de surpresa para os colegas e crí-
ticos literários devido à pouca idade que
1. E 2. D
ela tinha quando revelou seu olhar agu-
do e sensível ao organizar uma narrativa
Aulas 39 e 40 perante os fatos que ocorriam na época.
1. E 3. C 5. D Aula 40 2. O sujeito do enunciado está em primeira
2. D 4. B 6. D pessoa do plural: “nós”. Assim, o escri-
1. O eu lírico, ao rever Recife, sente-se tor coloca-se como parte de um grupo.
frustrado. Ele reconhece que a cidade Certamente, trata-se do grupo dos inte-
ficou bonita, mas, ainda assim, lamenta lectuais, artistas, escritores e os demais
e amaldiçoa quem transformou sua ci- envolvidos contra o sistema opressor.
Aulas 41 e 42 dade natal, pela qual nutriu sentimentos Especificamente, ele se coloca entre
1. A nostálgicos por tantos anos. Tal inten- os modernistas (de todas as gerações,
2. Soma: 01 + 04 + 16 = 21 ção é evidenciada no último verso do de um modo geral) na medida em que
poema: “Diabo leve quem pôs bonita a menciona a primeira luta contra os pa-
3. B minha terra!”. drões acadêmicos de criação. Após as
4. C 2. A conquistas dos modernistas, que prepa-
5. A raram o terreno para a livre expressão
6. A dos escritores, vieram as repressões do
Estado Novo, responsável pela prisão
Aula 41 de muitos artistas acusados de serem
1. B 2. C 3. D comunistas ou subversivos. E, enfim, o
Aulas 43 e 44 escritor destaca o poder das palavras
e a capacidade que a literatura tem de
1. A 3. C 5. B
desenvolver uma atitude social e política.
2. C 4. B 6. A
Aula 42
1. A 2. B
Aula 46
Aulas 45 e 46 1. B
1. E
Aula 43 2. A
2. C
1. B
3. Soma: 01 + 02 + 04 + 08 = 15
2. a) O texto 1 é um soneto de Cláudio
4. C
Manuel da Costa e pertence ao Ar- Aula 47
5. A cadismo. Duas características típicas
desse estilo e que estão presentes 1. B
6. A
no texto são: o uso do soneto com 2. A
emprego de versos decassílabos
e o aspecto bucólico, como se vê
Aulas 47 e 48 no verso “Os rebanhos, o gado, o
1. E 3. B 5. A
campo, a gente”, em que o eu lírico Aula 48
alude a elementos do campo. 1. Soma: 01 + 04 + 08 = 13
2. B 4. C
b) Ambos os textos pertencem ao gê- 2. E
6. O efeito de uso do conector “mas” re- nero lírico, sendo caracterizados
força a ideia de que os artigos do autor pela presença de um eu lírico que
sempre começam “com a mesma frase e traz subjetividade, sentimentalismo
com a origem dos tempos”, apresentada e emoções. Além disso, identifica-se
no primeiro período do texto. a presença de uma linguagem poé-
tica por meio do ritmo dos poemas e
do uso de figuras de linguagem.
Frente 2
Aula 37
1. A Aula 44
2. Soma: 01 + 02 + 04 = 07 1. C 2. D 3. A

56 LÍNGUA PORTUGUESA Gabarito


ICA
LINGUAGENS, CÓDIGOS

ÚN
E SUAS TECNOLOGIAS

NTE
FRE
INTERPRETAÇÃO
DE TEXTO

Luis Molinero/Shutterstock.com
FRENTE ÚNICA
AULA 19

Sentido implícito
Conceito base
O sentido implícito é aquele que não está enunciado claramente, mas foi pretendido pelo enunciador. Muitas vezes,
as informações implícitas são tão óbvias que o enunciador simplesmente opta por não apresentá-las. Em outras situações,
porém, as ideias implícitas são fundamentais para compreender uma mensagem.
Pensando nisso, veja a tirinha de André Dahmer a seguir:

André Dahmer
O efeito de humor da tirinha deve-se ao segundo e terceiro quadros. A resposta para a pergunta feita pela persona-
gem está implícita no contexto e, sem ela, seria praticamente impossível compreender completamente o sentido do texto.
Considerando o contexto e com base em um conhecimento básico da história do Brasil, é possível concluir que quem
inventou o avião foi um brasileiro, Santos Dummont. Essa informação implícita reforça a tese levantada pela personagem
do primeiro quadro, contrapondo à resposta dada pela personagem do segundo quadro.

Tipos de sentido implícito

Pressuposto
É o sentido implícito mais facilmente percebido em uma sentença, na maior parte dos casos. É gerado a partir de uma
palavra ou expressão do enunciado e, por conta disso, o enunciador da mensagem não pode negar que o tenha pretendido.
Veja o exemplo a seguir:
Um professor se aproxima do aluno e pergunta:
— Você está fora da sala de aula novamente?
O advérbio “novamente” cria a ideia de que aquele aluno já havia deixado a sala de aula outras vezes e, mais do que
isso, o professor tinha ciência de suas faltas.

Subentendido
Diferentemente do pressuposto, o sentido subentendido não é marcado em uma palavra do enunciado e surge apenas
no contexto. Por esse motivo, não é tão simples percebê-lo, e sua interpretação exige mais cuidado do leitor.
Veja:
Um jovem se aproxima de outro no corredor de uma faculdade e pergunta:
— Você tem isqueiro?
— Não, não tenho. E não é permitido fumar em lugares fechados.
— Eu não fumo. Quero o isqueiro para levar ao laboratório de química.
Esse desencontro dialogal ocorre porque o segundo rapaz interpreta que a pergunta sobre o isqueiro se deve ao
fato de o colega querer acender um cigarro. O desfecho, porém, gera um aspecto de ambiguidade: pode-se dizer que
o primeiro rapaz realmente queria o isqueiro para uma aula de química ou que ele disse isso apenas porque se sentiu
afrontado pela advertência do colega.

58 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO AULA 19 Sentido implícito


Exercícios de sala
Para responder à questão 1, leia o poema “O sobre- o Brasil de fato ‘voltou’ muito nesses últimos dois anos;
vivente”, extraído do livro Alguma poesia, de Carlos para trás.
Drummond de Andrade, publicado em 1930. (Adaptado de Lilia Schwarcz, Havia uma vírgula no meio do caminho.
Nexo Jornal, 21/05/2018.)
O sobrevivente Considerando o gênero propaganda institucional e o
Impossível compor um poema a essa altura da evo- paralelo histórico traçado pela autora, é correto ar-
[lução da humanidade. mar que o slogan do atual governo fracassou porque
Impossível escrever um poema — uma linha que seja — a) o uso da vírgula provocou uma leitura negativa do
[de verdadeira poesia. trecho que alude ao slogan da década de .
O último trovador morreu em 1914. b) a mensagem projetada pelo slogan anterior era
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais. mais clara, direta, e não exigia o uso da vírgula.
c) a alusão ao slogan anterior afasta o público jovem
Há máquinas terrivelmente complicadas para as ne- e provoca a perda de seu poder persuasivo.
[cessidades mais simples.
d) o duplo sentido do verbo “voltar” gerou uma
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
mensagem que se afasta daquela projetada pelo
Paletós abotoam-se por eletricidade.
slogan anterior.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.
Leia o soneto “Nasce o Sol, e não dura mais que um
dia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para res-
Um sábio declarou a O Jornal que ainda
ponder à questão 3.
falta muito para atingirmos um nível
razoável de cultura. Mas até lá, felizmente,
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
estarei morto.
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Os homens não melhoraram
Em contínuas tristezas a alegria.
e matam-se como percevejos.
Os percevejos heroicos renascem.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um se-
Como a beleza assim se transfigura?
[gundo dilúvio. Como o gosto da pena assim se fia?

(Desconfio que escrevi um poema.) Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,


(Poesia 1930-1962, 2012.)
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
1. Unesp 2020 (Adapt.) Identifique o pressuposto
Começa o mundo enfim pela ignorância,
contido no trecho “E se os olhos reaprendessem a
E tem qualquer dos bens por natureza
chorar” (4a estrofe), relacionando-o com o tema geral
A firmeza somente na inconstância.
do poema. (Poemas escolhidos, 2010.)

2. Unicamp-SP 2020 Na década de 1950, quando inicia-


va seu governo, Juscelino Kubitschek prometeu “50 anos 3. Unesp 2018 Verifica-se a ocorrência de um termo su-
em 5”. Na campanha do atual governo o slogan ficou bentendido, mas citado no verso anterior, em:
assim: “O Brasil voltou, 20 anos em dois”. A ‘tradução’ a) “Se é tão formosa a Luz, por que não dura?”
não tinha como dar certo; era como comparar vinho com (a estrofe)
água. E mais: havia uma vírgula no meio do caminho. Na b) “Como o gosto da pena assim se fia?” (a estrofe)
propaganda, apenas uma vírgula impede que a leitura, c) “Em contínuas tristezas a alegria.” (a estrofe)
ao invés de ser positiva e associada ao progressismo de d) “Na formosura não se dê constância,” (a estrofe)
Juscelino, se transforme numa mensagem de retrocesso: e) “Depois da Luz se segue a noite escura,” (a estrofe)

Guia de estudos
FRENTE ÚNICA

Interpretação de texto • Livro 2 • Frente única • Capítulo 5


I. Leia as páginas de 5 a 7. III. Faça os exercícios propostos 8 e 9.
II. Faça o exercício 1 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 5, 6 e 8.

AULA 19 Sentido implícito 59


FRENTE ÚNICA
AULA 20

Ambiguidade semântica
É criada a partir do contexto do enunciado. Na maior parte das vezes, o enunciador pretende criar esse tipo de am-
biguidade e busca um efeito de sentido com ela. Gêneros literários, como a tirinha, a charge e a propaganda costumam
fazer uso desse tipo de ambiguidade com a intenção de gerar humor e críticas.

Duplo sentido
Corresponde a uma dupla articulação criada em uma palavra ou expressão. Essa dupla articulação pode aparecer
com sentido literal ou figurado, dependendo do contexto. Veja o exemplo a seguir:

Vejo você na primavera.

Polissemia
A polissemia corresponde à capacidade de um mesmo vocábulo apresentar dois ou mais sentidos possíveis, previstos
pelo dicionário para o mesmo verbete. Na maior parte das vezes, as diferentes definições da palavra possuem alguma
ideia em comum.
Para exemplificar esse conceito, analise a tirinha de Mafalda a seguir:

© Sucesores de Joaquín S. Lavado Tejón (QUINO),


TODA MAFALDA/Fotoarena
Homonímia
Corresponde a uma coincidência em que palavras diferentes podem apresentar o mesmo som, a mesma grafia, ou
ambos. Por serem palavra diferentes, encontram-se em verbetes distintos do dicionário. Veja os exemplos:

Gosto: substantivo associado ao paladar.


Tente mudar seu gosto para consumir menos carne vermelha.

Gosto: flexão do verbo “gostar”.


Gosto de ensinar a importância do vegetarianismo.

Casa: flexão do verbo “casar”


Ele não se casa porque é imaturo.

Casa: substantivo sinônimo de “residência”.


É a casa dos meus sonhos!

60 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO AULA 20 Ambiguidade semântica


Exercícios de sala
1. Enem 2019 10 repente a recuperavam, Vejo, vejo, em verdade começa
Um amor desse a parecer uma história doutro mundo aquela em que se
Era 24 horas lado a lado disse, Estou cego. [...] Por que foi que cegámos, Não sei,
Um radar na pele, aquele sentimento alucinado talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te
Coração batia acelerado diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que
15 estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não
Bastava um olhar pra eu entender veem. A mulher do médico levantou-se e foi à janela. Olhou
Que era hora de me entregar pra você para baixo, para a rua coberta de lixo, para as pessoas que
Palavras não faziam falta mais gritavam e cantavam. Depois levantou a cabeça para o céu
Ah, só de lembrar do seu perfume e viu-o todo branco, Chegou a minha vez, pensou. O medo
Que arrepio, que calafrio 20 súbito fê-la baixar os olhos. A cidade ainda ali estava.
SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira.
Que o meu corpo sente São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Nem que eu queira, eu te apago da minha mente
Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara. (epígrafe do livro)
Ah, esse amor Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos
Deixou marcas no meu corpo que veem, Cegos que, vendo, não veem. (linhas 14-16)
Ah, esse amor
Só de pensar, eu grito, eu quase morro Os fragmentos acima sintetizam a temática do ro-
AZEVEDO, N.; LEÃO, W.; QUADROS, R. Coração pede socorro.
Rio de Janeiro: Som Livre, 2018 (fragmento).
mance de José Saramago. A epígrafe apresenta uma
recomendação por meio de uma gradação de verbos
Essa letra de canção foi composta especialmente para com sentidos relacionados à visão. Nessa gradação,
uma campanha de combate à violência contra as mu- o verbo reparar assume duplo sentido. Aponte esses
lheres, buscando conscientizá-las acerca do limite entre dois sentidos e explique-os.
relacionamento amoroso e relacionamento abusivo.
Para tanto, a estratégia empregada na letra é a Leia o poema a seguir para responder à questão 3.
a) revelação da submissão da mulher à situação de
violência, que muitas vezes a leva à morte.
b) ênfase na necessidade de se ouvirem os apelos da
mulher agredida, que continuamente pede socorro.
c) exploração de situação de duplo sentido, que
mostra que atos de dominação e violência não
configuram amor. (LEMINSKI, P. Toda Poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.144.)
d) divulgação da importância de denunciar a violên-
cia doméstica, que atinge um grande número de
3. Uel-PR 2017 Em relação ao poema, considere as afir-
mulheres no país.
mativas a seguir.
e) naturalização de situações opressivas, que fazem
I. O termo “impressão” tem duplo sentido no texto.
parte da vida de mulheres que vivem em uma so-
II. Há uma supressão do termo “corpo”, no poema,
ciedade patriarcal.
em decorrência da concisão.
III. O desenho da fonte escolhida para o verbo refor-
2. Uerj 2018 (Adapt.) ça a ideia de dinamicidade.
[...] Minutos depois, já sozinhos, o médico foi sentar-se
IV. A forma da fonte empregada no final do poema
ao lado da mulher, o rapazinho estrábico dormitava num
desfaz a carga erótica do início.
canto do sofá, o cão das lágrimas, deitado, com o focinho
sobre as patas dianteiras, abria e fechava os olhos de vez em Assinale a alternativa correta.
5 quando para mostrar que continuava vigilante, pela janela a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
aberta, apesar da altura a que estava o andar, entrava o b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
rumor das vozes alteradas, as ruas deviam estar cheias de c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
gente, a multidão a gritar uma só palavra, Vejo, diziam-na d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
os que já tinham recuperado a vista, diziam-na os que de e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

Guia de estudos
FRENTE ÚNICA

Interpretação de texto • Livro 2 • Frente única • Capítulo 5


I. Leia as páginas de 7 a 11. III. Faça os exercícios propostos 10 e 11.
II. Faça o exercício 2 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 4, 7 e 16.

AULA 20 Ambiguidade semântica 61


FRENTE ÚNICA
AULA 21

Ambiguidade sintática
É gerada a partir da estrutura do enunciado. Na maior parte das vezes, o enunciador não pretende criar esse tipo de
ambiguidade e, por esse motivo, ela costuma ser relacionada a uma falha textual. Em exames vestibulares, a ambiguidade
acidental é frequentemente ilustrada em gêneros não literários, como notícias jornalísticas, artigos acadêmicos e manuais
de instrução.

Imprecisões da ambiguidade sintática


Posição de termos qualificadores
Termos qualificadores podem ser formados por adjetivos, advérbios e suas locuções. Usualmente, esse tipo de
ambiguidade é criado porque dois substantivos estão antepostos a um qualificador, que pode se ligar a ambos. Veja a
sentença a seguir:

O menino viu a menina com jaqueta.

Nesse exemplo, o qualificador “com jaqueta” pode ser associado à menina ou ao menino.

Posição pronominal
Apresenta características semelhantes à ambiguidade anterior e surge porque um pronome pode se referir simulta-
neamente a dois substantivos. Veja o exemplo:

O jornalista foi acusado pelo entrevistado. Ele estava furioso!

Na sentença anterior, fica indefinido quem estava furioso, se era o jornalista ou o entrevistado.

Elipse
Eventualmente, elipses mal organizadas podem criar ambiguidade. Leia a frase a seguir:

Nos tornamos amigos quando era chefe de cozinha.

Veja que o exemplo não deixa claro quem era o chefe de cozinha: seria o enunciador ou seu amigo?

Exercícios de sala
1. Unesp 2022
“MACÁRIO: Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui...
A VOZ: O burro?
MACÁRIO: A mala, burro!
A VOZ: A mala com o burro?
MACÁRIO: Amarra a mala nas tuas costas e amarra o burro na cerca.”
Para produzir o efeito cômico desse diálogo, o autor lança mão do recurso expressivo denominado
a) antítese: a oposição, numa mesma expressão ou frase, de duas palavras ou de dois pensamentos de sentidos
contrários.
b) eufemismo: o emprego de palavra ou expressão no lugar de outra palavra ou expressão considerada desagra-
dável.
c) hipérbole: a ênfase resultante do exagero na expressão ou na comunicação de uma ideia.
d) ambiguidade: a presença, num texto, de unidades linguísticas que podem significar coisas diferentes.
e) personificação: a atribuição de características humanas a seres inanimados ou irracionais.

62 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO AULA 21 Ambiguidade sintática


2. Unesp 2021
Há o hipotrélico. O termo é novo, de impesquisada origem e ainda sem definição que lhe apanhe em todas as pétalas o
significado. Sabe-se, só, que vem do bom português. Para a prática, tome-se hipotrélico querendo dizer: antipodático, sengra-
çante imprizido; ou, talvez, vice-dito: indivíduo pedante, importuno agudo, falto de respeito para com a opinião alheia. Sob
mais que, tratando-se de palavra inventada, e, como adiante se verá, embirrando o hipotrélico em não tolerar neologismos,
começa ele por se negar nominalmente a própria existência.
Somos todos, neste ponto, um tento ou cento hipotrélicos? Salvo o excepto, um neologismo contunde, confunde, quase
ofende. Perspica-nos a inércia que soneja em cada canto do espírito, e que se refestela com os bons hábitos estadados. Se
é que um não se assuste: saia todo-o-mundo a empinar vocábulos seus, e aonde é que se vai dar com a língua tida e her-
dada? Assenta-nos bem à modéstia achar que o novo não valerá o velho; ajusta-se à melhor prudência relegar o progresso
no passado. [...]
Já outro, contudo, respeitável, é o caso – enfim – de “hipotrélico”, motivo e base desta fábula diversa, e que vem do bom
português. O bom português, homem-de-bem e muitíssimo inteligente, mas que, quando ou quando, neologizava, segundo
suas necessidades íntimas.
Ora, pois, numa roda, dizia ele, de algum sicrano, terceiro, ausente:
— E ele é muito hiputrélico...
Ao que, o indesejável maçante, não se contendo, emitiu o veto:
— Olhe, meu amigo, essa palavra não existe.
Parou o bom português, a olhá-lo, seu tanto perplexo:
— Como?!... Ora... Pois se eu a estou a dizer?
— É. Mas não existe.
Aí, o bom português, ainda meio enfigadado, mas no tom já feliz de descoberta, e apontando para o outro, peremptório:
— O senhor também é hiputrélico...
E ficou havendo.
(Tutameia, 1979.)

O efeito cômico do texto deriva, sobretudo, da ambiguidade da expressão


a) “homem-de-bem”.
b) “bom português”.
c) “indesejável maçante”.
d) “necessidades íntimas”.
e) “indivíduo pedante”.

3. Enem PPL 2017

Pra onde vai essa estrada?


— Sô Augusto, pra onde vai essa estrada?
O senhor Augusto:
— Eu moro aqui há 30 anos, ela nunca foi pra parte nenhuma, não.
— Sô Augusto, eu estou dizendo se a gente for andando aonde a gente vai?
O senhor Augusto:
— Vai sair até nas Oropas, se o mar der vau.
MAGALHÃES, L. L. A.; MACHADO, R. H. A. (Org.) Perdizes, suas histórias, sua gente, seu folclore. Perdizes: Prefeitura Municipal, 2005.

vau: lugar do rio ou outra porção de água onde esta é pouco funda e, por isso, pode ser transposta a pé ou a cavalo.
As anedotas são narrativas, reais ou inventadas, estruturadas com a finalidade de provocar o riso. O recurso expressivo
que configura esse texto como uma anedota é o(a)
a) uso repetitivo da negação
b) grafia do termo “Oropas”.
c) ambiguidade do verbo “ir”.
d) ironia das duas perguntas.
e) emprego de palavras coloquiais.

Guia de estudos
FRENTE ÚNICA

Interpretação de texto • Livro 2 • Frente única • Capítulo 5


I. Leia as páginas 11 e 12. III. Faça os exercícios complementares de 10 a 13.
II. Faça os exercícios 5 e 6 da seção “Revisando”.

AULA 21 Ambiguidade sintática 63


FRENTE ÚNICA
AULA 22

Elementos geradores de humor


Quebra de expectativa
É a ferramenta humorística mais comum. É estruturada a partir de uma ruptura de sentido no texto. Veja a tirinha a seguir:

Armandinho, de Alexandre Beck


A quebra de linearidade textual se dá, principalmente, na passagem do segundo para o terceiro quadro, pois é ines-
perado a razão que o pai do personagem Armandinho dá para a mulher que alertava contra as mudanças climáticas e
que, inicialmente, ele chama de “maluca” (quadro ).

Ironia
Outro mecanismo bastante comum no humor é o emprego da ironia e, geralmente, textos humorísticos irônicos são
muito bem estruturados e revelam cuidado na produção da mensagem. Analise, a seguir, um documento chamado “Como
escrever legal”, retirado de uma questão da prova da Unicamp:
1. Evite lugares comuns como o diabo foge da cruz.
2. Nunca generalize: generalizar é sempre um erro.
3. A voz passiva deve ser evitada.
UNICAMP. Caderno de questões 99: a Unicamp comenta suas provas. Disponível em: https://www.comvest.unicamp.br/vest_anteriores/1999/download/
comentadas/LPortuguesa.pdf. Acesso em: 27 nov. 2021.

Sentido implícito
Grande parte dos textos que empregam humor buscam criá-lo no plano do sentido implícito, sobretudo do subentendi-
do. Isso porque perceber a carga implícita de um texto requer atenção do leitor, o que revela uma espécie de refinamento
estrutural no texto. Avalie a seguinte anedota:

Um rapaz se aproxima de um caixa de uma loja de brinquedos com uma boneca em mãos. Após pagar pelo produto,
ele diz ao caixa:
— Vocês podem embrulhar para presente, por favor?
— Claro. Qual a cor que o senhor deseja para o embrulho?
— É para menina.
— Sim. Mas qual a cor o senhor quer para o embrulho?

Ambiguidade
Outro mecanismo comum na produção do humor é a construção ambígua, sobretudo em nível semântico. Leia o
exemplo a seguir:
Armandinho, de Alexandre Beck

64 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO AULA 22 Elementos geradores de humor


Exercícios de sala
1. FMC-RJ 2021 (Adapt.)

Balé das baleias


Verissimo

“Em compensação” não pode ser o começo de nenhuma frase sobre a pandemia que nos assola. Nada compensa, mi-
tiga, inocenta, redime, atenua, suaviza ou absolve o vírus assassino, por respeito aos que ele já matou e continua matando.
Portanto, não veja como simpatia pelo demônio a simples constatação, noticiada pela imprensa internacional, de que um
efeito da pandemia e das medidas tomadas para controlá-la tem sido a queda dos índices da poluição em todo o planeta.
5 Triste ironia: o ar se torna respirável pela diminuição da atividade industrial e a ausência de gente nas ruas justamente onde
ele é mais venenoso. O demônio tem suas astúcias.
Li que os habitantes de Marselha, no sul da França, estão vendo, diariamente, um espetáculo raro. Baleias se aproximam
da costa e se exibem, certamente surpreendidas pela sua própria súbita ascensão ao estrelato. O porto de Marselha é o mais
importante da França, e seu movimento incessante mantém as baleias longe. Ou mantinha. Com as limitações impostas
10 pelo coronavírus, abriu-se o espaço para o balé das baleias, que, não demora, estarão integradas à vida social de Marselha,
provando a bouillabaisse do VieuxPort e dando autógrafos.
Disponível em: https://oglobo.globo.com/opiniao/bale-das-baleias-24374057. Acesso em: 3 jun. 2020.

Em relação a: “o ar se torna respirável pela diminuição da atividade industrial e a ausência de gente nas ruas justa-
mente onde ele é mais venenoso” (linhas 5-6), o papel da expressão “triste ironia” é
a) ampliar e inverter.
b) classificar e omitir.
c) rotular e antecipar.
d) condensar e retomar.
e) desenvolver e redundar.

2. Fuvest-SP 2021

Mafalda, Quino.

O efeito de humor presente nas falas das personagens decorre


a) da quebra de expectativa gerada pela polissemia.
b) da ambiguidade causada pela antonímia.
c) do contraste provocado pela fonética.
d) do contraste introduzido pela neologia.
e) do estranhamento devido à morfologia.
FRENTE ÚNICA

AULA 22 Elementos geradores de humor 65


3. ESPM-SP 2019

A graça da tira decorre:


a) da existência de “ruído” na comunicação, efetuada por Hagar, sobre um relacionamento amoroso anterior
ao atual.
b) de uma fala metafórica de Hagar que, ao dirigir-se diretamente à própria esposa, refere-se às qualidades de uma
terceira pessoa.
c) da diferença do nível de linguagem usado pelo emissor para se dirigir aos interlocutores, fato que fez sugerir a
existência de duas mulheres.
d) do não entendimento de um discurso ambíguo bastante comum, no qual se dirige a um interlocutor, referindo-se
a ele como se fosse uma terceira pessoa.
e) da dificuldade de compreensão no discurso de Hagar, por parte do amigo Ed Sortudo, devido aos traços de for-
malidade da linguagem erudita.

Guia de estudos

Interpretação de texto • Livro 2 • Frente única • Capítulo 5


I. Leia as páginas de 12 a 15. III. Faça o exercício proposto 16.
II. Faça os exercícios 8 e 10 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 15, 31 e 32.

66 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO AULA 22 Elementos geradores de humor


FRENTE ÚNICA
AULA 23

Intertextualidade
Consideramos intertextualidade como uma relação dialogal estabelecida entre dois ou mais textos. Essa relação dialogal
pode ser feita de modo explícito, temático ou implícito. Independentemente da forma como é criada, a intertextualidade
sempre amplia a capacidade do texto de apresentar ou defender uma tese.

Relações explícitas de intertextualidade


São aquelas em que a mensagem apresenta a fonte ou o autor do texto com quem estrutura um diálogo. Por serem
relações explícitas, essas intertextualidades não dependem exclusivamente do repertório do leitor.

Citação
A fonte do texto é apresentada ao leitor e, frequentemente, trechos em discurso direto ou indireto são usados para
apresentar a ideia.
[...] Não se trata de uma tese nova. Ela foi levantada pela primeira vez em 1985, num livreto do teórico da comunicação
americano Neil Postman: Amusing ourselves to death (Nos divertindo até morrer), relembrado por seu filho Andrew em artigo
recente no The Guardian. “Na visão de Huxley, não é necessário nenhum Grande Irmão para despojar a população de autonomia,
maturidade ou história”, escreveu Postman.
Adaptado, Revista Época no 973 – 13 de fevereiro de 2017, p. 67.

Epígrafe
Pode ser considerada um subtipo de citação. Corresponde a uma intertextualidade em discurso direto que antecede
o início do texto. É comumente usada como forma de sintetizar a principal ideia que será discutida. Na esfera literária, é
frequentemente usada em poemas ou no início de narrativas, como o conto e o romance. O exemplo a seguir é retirado
de um dos livros poéticos de estreia de Machado de Assis e faz uso de uma citação de um poeta polonês.

POLÔNIA
E ao terceiro dia a alma deve voltar ao corpo, e a nação ressuscitará. MICKIEWICZ
Como aurora de um dia desejado,
Clarão suave o horizonte inunda.
É talvez a manhã. A noite amarga
Como que chega ao termo; e o sol dos livres,
Cansado de te ouvir o inútil pranto,
Alfim ressurge no dourado Oriente.
ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. v. II.

Relações temáticas de intertextualidade


Diferentemente das relações de citação e epígrafe, neste tipo de intertextualidade, o diálogo é relacionado a um tema
em específico. Os autores dos textos envolvidos na intertextualidade não precisam, necessariamente, criar citações entre
si, pois a relação é estabelecida a partir do tema que ambos abordam.

Exercícios de sala
Para responder à questão 1, leia a cena inicial da comédia O noviço, de Martins Pena.

AMBRÓSIO: No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego é aquele que
não tem inteligência para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Von-
FRENTE ÚNICA

tade forte, perseverança e pertinácia são poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, não
consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. Há oito anos, era eu pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais ainda serei.
O como não importa; no bom resultado está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo
tiver de responder pelos meus atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres...
(PENA, Martins. Comédias (1844-1845), 2007.)

AULA 23 Intertextualidade 67
1. Unesp 2022 “O como não importa; no bom resultado c) proeza da premiação de uma história ambientada
está o mérito...” O teor dessa fala aproxima-se do con- no interior do Nordeste brasileiro.
teúdo da seguinte citação: d) escassez de investimentos para a produção cine-
a) “Todos julgam segundo a aparência, ninguém matográfica independente no país.
segundo a essência.” (Friedrich Schiller, escritor e) importância da parceria entre brasileiros e britâni-
alemão, -.) cos para a realização das filmagens.
b) “A virtude está toda no esforço.” (Anatole France,
escritor francês, -.) 3. Unicamp-SP 2021
c) “Cuide dos meios; o fim cuidará de si mesmo.” TEXTO 1
(Mahatma Gandhi, líder político indiano, -.)
d) “O homem é o lobo do homem.” (Plauto, dramatur- antipoema
go romano,  a.C.- a.C.) é preciso rasurar o cânone
e) “Os fins justificam os meios.” (Ovídio, poeta roma- distorcer as regras
no,  a.C.- d.C.) as rimas
as métricas
2. Enem 2021
o padrão
O documentárioO menino que fez um museu, dire- a norma que prende a língua
ção de Sérgio Utsch, produção independente de brasileiros os milionários que se beneficiam do nosso silêncio
e britânicos, gravado no Nordeste em 2016, mais preci- do medo de se dizer poeta,
samente no distrito Dom Quintino, zona rural do Crato só assim será livre a palavra.
foi premiado em Londres, pelaForeign Press Association (Ma Njanu é idealizadora do “Clube de Leitoras” na periferia de Fortaleza
e da “Pretarau, Sarau das Pretas”, coletivo de artistas negras. Disponível em
(FPA), a associação de correspondentes estrangeiros mais
http://recantodasletras.com.br/poesias/6903974. Acessado em 20/05/2020.)
antiga do mundo, fundada em 1888.
De acordo com o diretor,O menino que fez um mu- TEXTO 2
seufoi o único trabalho produzido por equipes fora do eixo
O povo não é estúpido quando diz “vou na escola”, “me
Estados Unidos-Europa entre os finalistas. O documentário
deixe”, “carneirada”, “mapear”, “farra”, “vagão”, “futebol”.
conta a história de um Brasil profundo, desconhecido até É antes inteligentíssimo nessa aparente ignorância porque,
mesmo por muitos brasileiros. É apresentado com o ca- sofrendo as influências da terra, do clima, das ligações e
risma de Pedro Lucas Feitosa, 11 anos. contatos com outras raças, das necessidades do momento
Quando tinha 10 anos, Pedro Lucas criou o Museu e de adaptação, e da pronúncia, do caráter, da psicologia
de Luiz Gonzaga, que fica no distrito de Dom Quintino. racial, modifica aos poucos uma língua que já não lhe
A ideia surgiu após uma visita que o garoto fez, em 2013, serve de expressão porque não expressa ou sofre essas
quando tinha 8 anos, ao Museu do Gonzagão, em Exu, influências e a transformará afinal numa outra língua que
Pernambuco. Pedro decidiu criar o próprio lugar de ex- se adapta a essas influências.
posição para homenagear o rei e o local escolhido foi a (Carta de Mário a Drummond, 18 de fevereiro de 1925, em Lélia Coelho
casa da sua bisavó já falecida, que fica ao lado da casa Frota, Carlos e Mário: correspondência completa entre Carlos Drummond
dele, na rua Alto de Antena. de Andrade e Mário de Andrade. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2002, p. 101.)

Disponível em www.opovo.com.br. Apesar de passados quase 100 anos, a carta de Mário


Acesso em 18 abr. 2016
de Andrade ecoa no poema de Ma Njanu. Ambos os
No segundo parágrafo, uma citação arma que o textos manifestam
documentário “foi o único trabalho produzido por a) a ignorância ratificada do povo em sua luta para
equipes fora do eixo Estados Unidos-Europa entre os se expressar.
nalistas”. No texto, esse recurso expressa uma estra- b) a necessidade de diversificar a língua segundo
tégia argumentativa que reforça a outros costumes.
a) originalidade da iniciativa de homenagem à vida e c) a inteligência do povo e dos poetas livres de
à obra de Luiz Gonzaga. influências.
b) falta de concorrentes ao prêmio de uma das asso- d) a ingenuidade em se crer na possibilidade de es-
ciações mais antigas do mundo. capar às regras.

Guia de estudos

Interpretação de texto • Livro 2 • Frente única • Capítulo 6


I. Leia as páginas de 43 a 46. III. Faça os exercícios propostos 2 e 10.
II. Faça os exercícios 1, 2 e 5 da seção “Revisando”. IV. Faça o exercício complementar 4.

68 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO AULA 23 Intertextualidade


FRENTE ÚNICA
AULA 24

Relações implícitas de intertextualidade


Neste tipo de intertextualidade, o diálogo entre os tex- Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
tos exige repertório do leitor, pois a mensagem não deixa Lá na quadra infantil;
evidente a fonte do texto referenciado. Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
O céu do meu Brasil!
Alusão Se eu tenho de morrer na flor dos anos
É o tipo mais elementar de intertextualidade implícita. Meu Deus! não seja já!
Na alusão, o texto ou ideia referenciados não são apresen- Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
tados diretamente ao leitor e, por conta disso, espera-se Cantar o sabiá!
um repertório cultural que lhe permita compreender com- ABREU, Casimiro de; SILVA, Domingos Carvalho da (org.).As Primaveras.
pletamente a mensagem. São Paulo: Livraria Martins Ed., 2002.
Sentença : Não podemos desanimar, mesmo sabendo
que existem muitas pedras no meio do nosso caminho.
Nessa sentença, a mensagem faz referência ao célebre Paródia
poema “No meio do caminho”, de Drummond. Assim como a paráfrase, a paródia conserva uma parte da
Sentença : Não sei exatamente o que aconteceu, por ideia do texto original. Porém, ao fazê-lo, desvirtua-o para criar
isso não vou opinar. Prefiro não julgar porque também não um efeito humorístico, sarcástico, reflexivo ou crítico. Ambas
quero ser julgado. se diferenciam, portanto, pelo efeito de sentido pretendido
A segunda sentença faz referência a um sermão bíblico pelo autor. Considerando isso, leia os exemplos a seguir:
em que Jesus adverte que não devemos julgar para não
Para bom entendedor, meia palavra basta.
sermos julgados
Ditado popular

Paráfrase Para bom paranoico, meia informação basta.


Pode ser considerada um desdobramento da alusão. Paródia famosa. Disponível em: https://br.pinterest.com/
pin/561683384746933029/
Na paráfrase, a mensagem não se apropria apenas de uma
ideia, pois incorpora uma estrutura semelhante ao texto O que os olhos não veem, o coração não sente.
referenciado. Ditado popular

Texto  O que os olhos não veem, os amigos contam.


Canção do Exílio Paródia famosa. Disponível em: https://www.pensador.com/
frase/NjcyNTk5/
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá; Nos exames atuais, é bastante comum que as bancas
As aves, que aqui gorjeiam, exijam que o candidato relacione algum texto, como um
Não gorjeiam como lá. artigo de opinião ou uma crônica, por exemplo, a um ditado
Nosso céu tem mais estrelas, popular. Podemos considerar que esse tipo de questão se
Nossas várzeas têm mais flores, encaixa em uma intertextualidade e, por isso, estudaremos
Nossos bosques têm mais vida,
provérbios a seguir.
Nossa vida mais amores.
DIAS, Antônio Gonçalves. Poemas de Gonçalves Dias. São Paulo: Cultrix, 1968.
Provérbios e ditados populares
Texto 
Se eu tenho de morrer na flor dos anos Conceito base
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde, Provérbios são enunciados que transmitem alguma sabe-
Cantar o sabiá! doria popular a partir de construções figuradas. Geralmente,
são transmitidos oralmente entre gerações e, por conta disso,
Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro
possuem uma estrutura facilmente memorizável, sobretudo
Respirando este ar;
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
por serem enunciados curtos. Além disso, costumam ser
construídos a partir de uma relação de causa e consequência.
FRENTE ÚNICA

Os gozos do meu lar!


Ditado 
O país estrangeiro mais belezas
De grão em grão a galinha enche o papo.
Do que a pátria, não tem;
E este mundo não vale um só dos beijos Ditado 
Tão doces duma mãe! Macaco velho não pula em galho seco.

AULA 24 Relações implícitas de intertextualidade 69


Exercícios de sala

Para responder à questão 1, leia o artigo “Pó de pirlimpimpim”, do neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro.

Alcançar o aprendizado instantâneo é um desejo poderoso, pois o cérebro sem informação é pouco mais que estofo de
macela. Emília, a sabida boneca de Monteiro Lobato, aprendeu a falar copiosamente após engolir uma pílula, adquirindo
de supetão todo o vocabulário dos seres humanos ao seu redor. No filme Matrix (1999), a ingestão de uma pílula colorida
faz o personagem Neo descobrir que todo o mundo em que sempre viveu não passa de uma simulação chamada Matriz,
dentro da qual é possível programar qualquer coisa. Poucos instantes depois de se conectar a um computador, Neo desperta
e profere estupefato: “I know kung fu”.
Entretanto, na matriz cerebral das pessoas de carne e osso, vale o dito popular: “Urubu, pra cantar, demora.” O apren-
dizado de comportamentos complexos é difícil e demorado, pois requer a alteração massiva de conexões neuronais. Há
consenso hoje em dia de que o conteúdo dos nossos pensamentos deriva dos padrões de ativação de vastas redes neuronais,
impossibilitando a aquisição instantânea de memórias intrincadas.
Mas nem sempre foi assim. Há meio século, experimentos realizados na Universidade de Michigan pareciam indicar
que as planárias, vermes aquáticos passíveis de condicionamento clássico, eram capazes de adquirir, mesmo sem treina-
mento, associações estímulo-resposta por ingestão de um extrato de planárias já condicionadas. O resultado, aparentemente
revolucionário, sugeria que os substratos materiais da memória são moléculas. Contudo, estudos posteriores demonstraram
que a ingestão de planárias não condicionadas também acelerava o aprendizado, revelando um efeito hormonal genérico,
independente do conteúdo das memórias presentes nas planárias ingeridas.
A ingestão de memórias é impossível porque elas são estados complexos de redes neuronais, não um quantum de signi-
ficado como a pílula da Emília. Por outro lado, é sim possível acelerar a consolidação das memórias por meio da otimização
de variáveis fisiológicas envolvidas no processo. Uma linha de pesquisa importante diz respeito ao sono, cujo benefício
à consolidação de memórias já foi comprovado. Em 2006, pesquisadores alemães publicaram um estudo sobre os efeitos
mnemônicos da estimulação cerebral com ondas lentas (0,75 Hz) aplicadas durante o sono por meio de um estimulador
elétrico. Os resultados mostraram que a estimulação de baixa frequência é suficiente para melhorar o aprendizado de dife-
rentes tarefas. Ao que parece, as oscilações lentas do sono são puro pó de pirlimpimpim.
(Sidarta Ribeiro. Limiar: ciência e vida contemporânea, 2020.)

macela: planta herbácea cujas flores costumam ser usadas pela população como estofo de travesseiros.

1. Unesp 2022 “Entretanto, na matriz cerebral das pessoas de carne e osso, vale o dito popular: ‘Urubu, pra cantar,
demora.’” (2o parágrafo) Considerando o contexto, o ditado popular mencionado pode ser substituído pelo seguinte
provérbio:
a) “Quem espera sempre alcança.”
b) “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.”
c) “Para bom entendedor, meia palavra basta.”
d) “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.”
e) “Quem canta seus males espanta.”

2. Unicamp-SP 2022
Texto I

(André Vallias, 2020. Disponível em: https://gramho.com/media/241201996 8340930281. Acessado em 20/06/2021.)

70 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO AULA 24 Relações implícitas de intertextualidade


Texto II

(Hélio Oiticica, Bandeira-poema [Seja marginal, seja herói], 1968.


Disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra2638/bandeirapoema. Acessado em 24/08/2021.)

Considere o diálogo intertextual entre os dois poemas e assinale a alternativa correta.


a) O texto II parodia o texto I ao deslocar o tema da conectividade no meio digital para o elogio da marginalidade
como ato heroico.
b) O texto I parafraseia o texto II ao chamar atenção para a posição marginal imposta a quem resiste à pressão de
viver conectado às redes.
c) O texto II alude ao texto I para reforçar a equivalência entre as condições de ficar “off-line” e ser “marginal” em
cada contexto.
d) O texto I parodia o texto II para situar como heroico e transgressivo o ato de se desconectar das redes sociais
no contexto atual.

3. ESPM-SP 2019 Afora espíritos essencialmente satíricos e caricatos como Emílio de Menezes, outros havia, como Lima
Barreto, que parece se vingavam das desditas da existência transbordando o fel da maledicência travestido em constantes
ataques a tudo e a todos. [...] Raro era o homem de letras e, até mesmo, o homem público que tivesse passado a vida sem
experimentar a vivência belicosa da polêmica. Tal era a frequência, que tinha foros de gênero literário que alguém poderia
cultivar e no qual fosse, por assim dizer, um especialista. As biografias dos grandes homens da época são, a esse respeito,
bastante instrutivas. Não são poucos aqueles cujos biógrafos qualificam de polemista como poderiam qualificar de publi-
cista, romancista ou polígrafo.
(Antonio Luís Machado Neto, Estrutura social da república das Letras: sociologia da vida intelectual brasileira 1870-1930, Edusp)

Parafraseando o trecho: “vingavam das desditas da existência transbordando o fel da maledicência travestido em
constantes ataques a tudo e a todos.”, tem-se:
a) indizíveis fatos da vida geram o ódio da blasfêmia embutido em ataques verbais à sociedade.
b) infelicidades da vida produzem o veneno do maldizer disfarçado em crítica generalizada.
c) trajetórias malditas da existência se transformam em aversão atroz ao próximo.
d) conflitos existenciais criam o amargor pessimista disfarçado em ameaça geral à humanidade.
e) injúrias da vida originam inimigos figadais, provocando violentas discussões verbais entre as pessoas.

Guia de estudos
FRENTE ÚNICA

Interpretação de texto • Livro 2 • Frente única • Capítulo 6


I. Leia as páginas de 46 a 48. III. Faça os exercícios propostos 12 e 15.
II. Faça os exercícios 4 e 6 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 15 e 17.

AULA 24 Relações implícitas de intertextualidade 71


Gabarito

Frente única

Aula 19 Aula 21
1. Pressupõe-se em “reaprendessem” uma mudança no olhar 1. D 2. B 3. C
da humanidade, criticando a insensibilidade humana diante do
cenário social na qual se encontra. Deve-se lembrar de que
relacionado ao tema geral do poema (a submissão do poema
perante as tecnologias), vive-se em um período de tragédias Aula 22
causadas pela Primeira Guerra Mundial, levando a humanidade 1. C 2. A 3. C
a comportamentos insensíveis e de destruição de si e do outro.
2. D 3. C

Aula 23
Aula 20 1. E 2. C 3. B

1. C
2. Na epígrafe do romance mencionado, a ambiguidade semânti-
ca consiste nos sentidos atribuídos ao vocábulo “reparar”, que Aula 24
pode ser o de “observar atentamente” e o de “reparar”.
3. D 1. B 2. D 3. B

72 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Gabarito


MATEMÁTICA E

NTE
1
SUAS TECNOLOGIAS

FRE
MATEMÁTICA

Elnur/Shutterstock.com
FRENTE 1
AULAS 37 e 38

Transformações trigonométricas
Adição e subtração de arcos Transformação de soma em produto
Para a e b é ℝ, vale: Para p e q é ℝ, vale:

sen (a 6 b) 5 sen a ? cos b 6 sen b ? cos a p1 q p2q


cos (a 6 b) 5 cos a ? cos b 7 sen a ? sen b sen p 1 sen q 5 2sen  ? cos  
 2   2 
p
Para a e b é ℝ tais que a = 1 k ? p, k é Z, p2q p1 q
2 sen p 2 sen q 5 2sen  ? cos  
p p  2   2 
b= 1 k ? p, k é Z, e a6 b = 1 k ? p, k é Z, vale:
2 2
 p 1 q  p 2 q
cos p 1 cos q 5 2cos   ? cos  2 
tg a 6 tg b    
(
tg a6b 5 )
1 7 tg a ? tg b
2
 p 1 q  p 2 q
cos p 2 cos q 522sen   ? sen  
 2   2 
Arco duplo
Para x é ℝ, vale: p p
Para p = 1 k ? p, k é Z, e q = 1 k ? p, k é Z, vale:
2 2
cos x 5 cos x 2 sen x
cos x 5  2  sen x
tg p 1 tg q 5
(
sen p 1 q )
cos x 5 cos x 2 
cos p ? cos q
sen x 5 sen x ? cos x
p
Para x é ℝ tal que x = 1 k ? p, k é Z, e tg p 2 tg q 5
(
sen p 2 q )
p 2 cos p ? cos q
2 x = 1 k ? p, k é Z, vale:
2

2tg x
tg2 x 5
1 2 tg2 x

Exercícios de sala
tg x tg x
1. Calcule 2. Unerp-SP 2017 A expressão 1 é
1 1 tg x 1 2 tg x
) cos 55° equivalente a:
b) sen 05° ) sen x
) tg 65° b) cos x
) tg x
d) cotg x
e) sec x

74 maTEmáTica AULAS 37 e 38 Transformações trigonométricas


 p
3. Fuvest-SP 2016 No quadrilátero plano ABCD, os ângu- 5. Sendo a é , , a expressão
� �  2
los ABC e ADC são retos, AB 5 AD 5 1, BC 5 CD 5 2
 cos a 1 sen a cos a 2 sen a
e BD é uma diagonal. O cosseno do ângulo BCD vale: 1
sen a cos a
3 cos a 1 sen a cos a 2 sen a
) 1
 cos a sen a
2 é equivalente a
b)
 ) 
3 b) 
) ) cos a 2 sen a

d) cos a 2 sen a
2 3
d) e) cos a 1 sen a

4
e)

4. Unp-SP 2021 A figura abaixo exibe um quadrado 6. Simplifique as expressões numéricas a seguir trans-
ABCD em que M é o ponto médio do lado CD . formando-as em produtos:
) sen 80° 2 sen 0°
D M C b) cos 70° 1 cos 0°
a p 4p
u ) sen 2 cos
1 9
2p
d) cos 2

A B

Com base na figura, tg (u) 1 tg (a) é igual a


) 7.
b) 6.
) 5.
d) .

Guia de estudos
FRENTE 1

Matemática • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 10


I. Leia as páginas de 5 a 10. III. Faça os exercícios propostos 1, de 4 a 8, de 12 a 14, 18 e 20.
II. Faça os exercícios de 1 a 4 da seção “Revisando”.

AULAS 37 e 38 Transformações trigonométricas 75


FRENTE 1
AULAS 39 a 41

Funções trigonométricas e funções inversas


Função seno • Paridade: par
A função seno é definida como: • Período: p
• Amplitude: 
f: ℝ ñ ℝ
f(x) 5 sen x
y
Função tangente
 p 
Dado D 5  x é ℝ | x = 1 k ? p, k é Z , a função tan-
1 sen x  2 
gente é definida como:
2p 3p f: D ñ ℝ
2 2
0 p p 2p x f(x) 5 tg x
2 y tg x
21 3

A função seno tem as seguintes características:


• Imagem: [2, ]
0 p p 2p
2 2p22 23
2p p p p x
• Zeros: x 5 kp, k é Z 3 3 2 3
p
• Máximos: x 5 1 2k p, k é Z
2
p 2 3
• Mínimos: x 5 2 1 2k p, k é Z
2
• Paridade: ímpar
A função tangente tem as seguintes características:
• Período: p
• Amplitude:  • Imagem: ℝ
• Zeros: x 5 kp, k é Z
Função cosseno • Paridade: ímpar
• Período: p
A função cosseno é definida como: p
• Assíntotas: x 5 1 k p, k é Z
f: ℝ ñ ℝ 2
f(x) 5 cos x
y
Funções trigonométricas generalizadas
Para y 5 a 1 b sen (m(x 1 n)) e y 5 a 1 b cos (m(x 1 n)),
com a, b, m e n parâmetros reais, b = 0 e m = 0, temos:
1
cos x • Imagem: a 2 b , a 1 b 

p • Amplitude: b
0 2p
2p p 3p 2p x
• Período:
2 2 2 m
21 y
Imagem: [a 2 |b|, a 1 |b|]
a 1 |b|
Amplitude: |b|
A função cosseno tem as seguintes características:
a
• Imagem: [2, ]
Amplitude: |b|
p x
• Zeros: x 5 1 k p, k é Z
2 a 2 |b|
• Máximos: x 5 kp, k é Z Período:
2p
|m|
• Mínimos: x 5 p 1 kp, k é Z

76 maTEmáTica AULAS 39 a 41 Funções trigonométricas e funções inversas


Funções trigonométricas inversas • Se x é [0, p], então arccos (cos x) 5 x.
• Se x é [2, ], então cos (arccos x) 5 x.
Função arco seno
 p p Função arco tangente
f : 21, 1 ñ 2 , 
 2 2  p p
f : ℝ ñ 2 , 
f(x) 5 arcsen x  2 2
y
f(x) 5 arctg x
p
2 arcsen x y

p
2
arctg x

21 0 1 x

0 x

2p
2 2p
2
 p p
• Se x é 2 ,  , então arcsen (sen x) 5 x.
 2 2  p p
• Se x é 2 , , então arctg (tg x) 5 x.
• Se x é [2, ], então sen (arcsen x) 5 x.  2 2
• Se x é ℝ, então tg (arctg x) 5 x.
Função arco cosseno
f : 21, 1 ñ , p 
f(x) 5 arccos x
y
p

p
2 arccos x

21 1 x

Exercícios de sala
1. Construa o gráfico da função y 5 1 1 3sen 2x e indi- 2. Determine a imagem e o período das seguintes funções.
que seu período e sua imagem.  x 2p
) y 5  1 3cos  
  
b) y 5  2  sen x ? cos x
FRENTE 1

AULAS 39 a 41 Funções trigonométricas e funções inversas 77


3. Ene 2021 Uma mola é solta da posição distendida 4. Ene PPL 2015 Segundo o Instituto Brasileiro de
conforme a figura. A figura à direita representa o grá- Geografia e Estatística (IBGE), produtos sazonais são
fico da posição P (em cm) da massa m em função do aqueles que apresentam ciclos bem definidos de pro-
tempo t (em segundo) em um sistema de coordena- dução, consumo e preço. Resumidamente, existem
das cartesianas. Esse movimento periódico é descrito épocas do ano em que a sua disponibilidade nos mer-
por uma expressão do tipo P(t) 5 6A ? cos (wt) ou cados varejistas ora é escassa, com preços elevados,
P(t) 5 6A ? sen (wt), em que A >  é a amplitude de ora é abundante, com preços mais baixos, o que ocor-
deslocamento máximo e w é a frequência, que se rela- re no mês de produção máxima da safra.
2p A partir de uma série histórica, observou-se que
ciona com o período T pela fórmula w 5 .
T o preço P, em reais, do quilograma de um cer-
Considere a ausência de quaisquer forças dissipativas. to produto sazonal pode ser descrito pela função
 px 2 p 
P(x ) 5  1 cos   , onde x representa o mês do
  
ano, sendo x 5 1 associado ao mês de janeiro, x 5 2 ao
mês de fevereiro, e assim sucessivamente, até x 5 12
associado ao mês de dezembro.
Posição Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 2 ago. 212 (adaptado)
de equilíbrio
Na safra, o mês de produção máxima desse produto é
m ) janeiro.
b) abril.
Mola distendida
m
) junho.
d) julho.
e) outubro.
Gráfico
P

0
p p 3p 2p 5p 3p t
2 2 2
–1 5. FGV-SP 2020 Para o ano de 22, uma empresa
prevê os seguintes valores (em milhares de reais) das
–2
receitas de venda de um de seus produtos:
–3
p 
V 5 50 1 0,x 1 0,5sen  x 
A expressão algébrica que representa as posições  
P(t) da massa m, ao longo do tempo, no gráco, é Considere que x 5 1 representa janeiro de 22, x52
) 2 cos (t) representa fevereiro de 22 e assim por diante.
b) 2 sen (t) Qual é a previsão de vendas totais, em milhares de
)  cos (t) reais, para o 1o trimestre de 22? Adote para 3 o
d) 26 cos (t) valor 1,.
e) 6 sen (t) ) 5,65
b) 5,875
) 5,75
d) 5,65
e) 5,5

78 maTEmáTica AULAS 39 a 41 Funções trigonométricas e funções inversas


6. Unitau-SP 2018 A Unidade Básica de Saúde (UBS) 7. Enem PPL 2015 Um técnico precisa consertar o
de um determinado bairro atende das 6h às 18h, de termostato do aparelho de ar-condicionado de um
segunda à sexta-feira. Após estudos, verificou-se que, escritório, que está desregulado. A temperatura T, em
diariamente, o fluxo f(t) de pessoas que passam nessa graus Celsius, no escritório, varia de acordo com a fun-
UBS, a cada hora t, contada a partir do instante de sua p 
abertura (t 5 0), pode ser modelada pela função:
 1
( 
)
ção T(h) 5 A 1 B ? sen h 2 1  , sendo h o tempo,

p p  medido em horas, a partir da meia-noite (0 , h < ) e


f(t) 5 3 1 4cos  t 1 
6   A e B os parâmetros que o técnico precisa regular. Os
funcionários do escritório pediram que a temperatura
Desse modo, é CORRETO armar que
máxima fosse 6 °C, a mínima 18 °C, e que durante
a) o número de pessoas que comparecem à UBS
a tarde a temperatura fosse menor do que durante a
diariamente no momento de sua abertura é de
manhã.
3 pessoas.
Quais devem ser os valores de A e de B para que o
b) o número mínimo de pessoas que passam pela
pedido dos funcionários seja atendido?
UBS diariamente é de 22 pessoas, e isso ocorre
a) A 5  e B 5 
às 2h.
b) A 5 22 e B 5 24
c) o número mínimo de pessoas que passam pela
c) A 5 22 e B 5 4
UBS diariamente é de 22 pessoas, e isso ocorre
d) A 5 2 e B 5 2
às 4h.
e) A 5 2 e B 5 
d) o número máximo de pessoas que passam pela
UBS diariamente é de 5 pessoas, e isso ocorre
às h.
e) o número máximo de pessoas que passam pela
UBS diariamente é de 5 pessoas, e isso ocorre
às h.

8. Calcule:
a) arcsen 

b) arcsen

 1
c) arcsen 2 
 
d) arccos 

e) arccos

 1
f) arccos 2 
 
g) arctg 
h) arctg (2)
 
i) arctg 2 
  

Guia de estudos
FRENTE 1

Matemática • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 10


I. Leia as páginas de 10 a 22. III. Faça os exercícios propostos de 21 a 25, de 27 a 32 e de 34 a 40.
II. Faça os exercícios de 5 a 8 da seção “Revisando”.

AULAS 39 a 41 Funções trigonométricas e funções inversas 79


FRENTE 1
AULAS 42 e 43

Equações e inequações trigonométricas


Para u é ℝ, vale: sen
p
2
 x 5 u 1 2kp, k é Z 2p p
3 3

sen x 5 senu ~  ou
 x 5 p 2 u 1 2kp, k é Z
 p
sen 3
cos x 5 cos u ~ x 5 6u 1 2k p, k é Z p 0
2p cos
p
Para u é ℝ tal que u = 1 k p, k é Z, vale:
2
tg x 5 tg u ~ x 5 u 1 k p, k é Z

Para resolver inequações trigonométricas, é útil apli- 3p


2
car a circunferência trigonométrica. Por exemplo, para
p  p 2p 
sen x > sen , temos: S 5  x é ℝ 1 2k p < x < 1 2k p, k é Z 
3  3 3 

Exercícios de sala
1. Resolva as equações abaixo para  , x < 2p. 2. Resolva as seguintes equações no universo dos nú-
) sen 5x 5  meros reais.
1 2 cos x )  ? sen x 5  ? cos x
b) cos x 5
2
3
b) tg x 5
3

80 maTEmáTica AULAS 42 e 43 Equações e inequações trigonométricas


3. Acafe-SC O número de soluções da equação 5. Mackenzie-SP 2017 Os valores de x (x é ℝ) para os
2cos2 (x) 2 sen (x) 5 1 no intervalo ]0, 2p[ é 1  p
a)  quais a função f ( x ) 5 ? tg   x 2  não é definida são
  4
b) 3
c)  a) p 1 kp, k é Z
d) nenhum p
b) 1 k p, k é Z
2
p
c) 1 k p, k é Z
4
p
d) 1 k p, k é Z
4
p kp
e) 1 ,kéZ
4 
4. Famerp-SP 2020 A figura indica os gráficos de uma
5
reta r e uma senoide s, de equações y 5 ey511
2
1 sen (2x), em um plano cartesiano de eixos ortogonais.
y

P
r
6. FGV-SP 2017 (Adapt.) A menor solução da equação
sen x?sen 3x 5 cos x?cos 3x,
com 0° , x < 0°, é
0 x a) 7°. d) 8°.
b) 36°. e) °.
c) °.

Sendo P um ponto de intersecção dos grácos, con-


forme mostra a gura, sua abscissa, convertida para
graus, é igual a
a) 7º
b) º
c) º
d) º
e) 9º
7. Resolva as seguintes inequações para x é [0, 2p].

a) sen x ,
2
 π
b) cos x > cos  − 
 

Guia de estudos
FRENTE 1

Matemática • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 10


I. Leia as páginas de 23 a 26. III. Faça os exercícios propostos de 41 a 43, de 45 a 47 e de 49 a 54.
II. Faça os exercícios de 9 a 12 da seção “Revisando”.

AULAS 42 e 43 Equações e inequações trigonométricas 81


FRENTE 1
AULAS 44 e 45

Princípio fundamental da contagem


Considere um conjunto finito A, com A 5 {a, a, …, ai}, Dado que n(A 3 B) 5 n(A) ? n(B), podemos concluir que
i é N, e um conjunto finito B, com B 5 {b, b, …, bj}, j é N. a quantidade de maneiras de escolher  elemento de A e
Escolher  elemento de A e  elemento B é equivalente a  elemento de B é dada por:
escolher um elemento do produto cartesiano A 3 B:
n(A) ? n(B)
(
 a,b ,
 1 1 ) (a , b ) ,
1 2
 ( )
a1 , bj , 
 Além disso, de modo geral, dados k conjuntos finitos
 (
 a ,b ,
A ×B =  2 1 ) (a , b ) ,
2 2
 ( )
a2 , b j , 

A, A, …, Ak, a quantidade de maneiras de escolher  ele-
      mento de cada um desses conjuntos é dada por:

(
 i b1 ,
a , ) (a , b ) ,
i 2
 ( ) 
ai , b j , 

n(A) ? n(A) ? … ? n(Ak)

Exercícios de sala
1. Udes 2018 Uma fechadura tradicional funciona à 2. Com o objetivo de melhorar o tráfego de veículos, a
base de pequenos pinos que, se corretamente ali- prefeitura de uma grande cidade propôs a construção
nhados, permitem girar o tambor que aciona a tranca. de 4 terminais de ônibus. Para estabelecer conexão
Os vales e picos na chave correspondente servem entre os terminais, foram estipuladas as seguintes
exatamente para deslocar esses pinos para a posição quantidades de linhas de ônibus:
correta. Se um modelo específico de fechadura usa  do terminal A para o B: 4 linhas distintas;
 pinos, e cada pino pode assumir  posições distin-  do terminal B para o C: 3 linhas distintas;
tas, o número de trancas diferentes desse modelo é:  do terminal A para o D:  linhas distintas;
) 70  do terminal D para o C: 2 linhas distintas.
b) 7 776 Além disso, não há linhas diretas entre os terminais
) 0 A e C.
d) 5 65 Supondo que um passageiro queira utilizar exatamen-
e)  te duas linhas de ônibus para ir do terminal A para o
terminal C, calcule a quantidade de trajetos distintos
que ele poderá fazer.

82 maTEmáTica AULAS 44 e 45 Princípio fundamental da contagem


3. Ene 2020 Um modelo de telefone celular oferece 4. FGV-SP 2018 Uma senha é formada por  caracteres, per-
a opção de desbloquear a tela usando um padrão de mutando-se os elementos do conjunto {a, b, c, d, e, 1, 3, }.
toques como senha. Quantas senhas diferentes podem ser formadas de
modo que na 2ª posição haja uma letra e na ª posição
um algarismo?
) 0 0
b) 0 800
) 70
d)  0
e)  00

Os toques podem ser feitos livremente nas 4 regiões 5. Considere os conjuntos A 5 {1, 2, 3, 4, , } e B 5 {, 1,
numeradas da tela, sendo que o usuário pode esco- 2, 3, 4, }.
lher entre 3, 4 ou  toques ao todo. Qual expressão ) quantos números de  algarismos podemos for-
representa o número total de códigos existentes? mar com os algarismos do conjunto A?
) 5 2  2  b) quantos números de  algarismos podemos for-
b) 5 1  1  mar com os algarismos do conjunto B?
) 5 ?  ?  ) quantos números de  algarismos distintos pode-
d) (!)5 mos formar com os algarismos do conjunto B?
e) 5 d) quantos números pares de  algarismos distintos
podemos formar com os algarismos do conjunto B?

FRENTE 1

AULAS 44 e 45 Princípio fundamental da contagem 83


6. Ferp-SP 2020 Admita que cada um dos tons de 7. UPE/SSa 2016 Um palíndromo ou capicua é um nú-
qualquer uma das três cores primárias seja definido mero que se lê da mesma maneira nos dois sentidos,
por um número inteiro de  a 2. Sobrepondo-se ou seja, da esquerda para a direita ou ao contrário,
duas cores primárias diferentes, com seus respectivos como 333, 1 1 e 2 42.
tons, o resultado sempre será uma cor inédita. Sobre- Assinale a alternativa correspondente à quantidade
pondo-se uma cor primária a ela mesma, o resultado de palíndromos que são números pares de cinco al-
será uma cor inédita apenas quando a sobreposição garismos do nosso sistema de numeração.
for entre cores primárias iguais, mas de tons diferen- ) 00
tes. Nessas condições, o número de cores inéditas b) 00
que podemos produzir com a sobreposição de duas ) 500
cores primárias, sejam elas iguais ou diferentes, é d) 600
) 6 ?  1 7 5 7 680 e) 800
b) 5 ?  1 7 5  76
) 8 ? (8 2 ) ?  1 6 ?  5  8
d) 8 ? (8 2 ) ?  1 7 5 6 
e) 7 ?  5  6

Guia de estudos
Matemática • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 11
I. Leia as páginas de 47 a 51. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 4 e de 6 a 12.
II. Faça os exercícios 2 e 3 da seção “Revisando”.

84 maTEmáTica AULAS 44 e 45 Princípio fundamental da contagem


FRENTE 1
AULAS 46 a 48

Arranjo e permutação
Fatorial Permutação simples
Dado um número natural n, definimos o ftorl de n, Dado um conjunto finito S com n elementos, qualquer
representado por n!, pela seguinte fórmula recursiva: sequência de n elementos de S é chamada de perutção
sples de S, ou apenas perutção.
0! 5  Por exemplo, as sequências a seguir são permutações
n! 5 n ? (n 2 )!, se n >  do conjunto S 5 {a, b, c, d}:
Isso implica que, para n . : (a, b, c, d), (a, c, d, b), (b, c, a, d), …
n! 5 n ? (n 2 ) ? … ?  ?  Para montar uma permutação com os elementos de
S 5 {a, b, c, d}, devemos escolher como o elemento um dos
Isto é, n! é igual o produto de todos os números inteiros  elementos de S; como o elemento, um dos  elementos
entre  e n. restantes; como o elemento, um dos  elementos restantes;
Desse modo, temos: e, por fim, como o elemento, o único elemento restante.
0! 5  Portanto, há ! 5  permutações de S 5 {a, b, c, d}.
! 5  Generalizando:
! 5  ?  5 
A quantidade Pn de permutações de n elementos distin-
! 5  ?  ?  5 6
tos, com n é N, é dada por:
! 5  ?  ?  ?  5 
5! 5 5 ?  ?  ?  ?  5 0 Pn 5 n!
6! 5 6 ? 5 ?  ?  ?  ?  5 70
Note que uma permutação pode ser interpretada como
um arranjo simples, no qual montamos a sequência com
Arranjo simples
todos os elementos do conjunto. Por isso, An, n 5 Pn.
Dado um conjunto finito S com n elementos, qualquer
sequência de p elementos de S (com p , n) é chamada de Permutação com repetição
rrnjo de p eleentos de S. Dados os elementos a, a, a, b e c, as seguintes per-
Por exemplo, dado o conjunto S 5 {, , , , 5}, as mutações são idênticas se tivermos a 5 a 5 a:
sequências a seguir são arranjos de  elementos de S: (b, a, a, a, c) 5 (b, a, a, a, c) 5 (b, a, a, a, c) 5
(, , ), (, , ), (, , 5), (, , ), … 5 (b, a, a, a, c) 5 (b, a, a, a, c) 5 (b, a, a, a, c)
Note que as sequências (, , ) e (, , ) são arranjos
Perceba que, entre as 5! permutações dos elementos
distintos, pois, em um arranjo, a ordem dos elementos importa.
a, a, a, b e c, há grupos com ! permutações idênticas.
Para montar um arranjo de  elementos de S 5 {, ,
Como há então 5! permutações divididas em grupos de !
, , 5}, devemos escolher como o elemento do arranjo
!
um dos 5 elementos de S; como o elemento, um dos  permutações idênticas, o total de grupos é . Portanto,
elementos restantes de S; e, por fim, como o elemento, 3!
o total de permutações distintas de a, a, a, b e c, dado
um dos  elementos restantes, totalizando 5 ?  ?  5 60.
!
Também podemos expressar esse resultado como: que a 5 a 5 a, é 5 5 ?  5 0.
3!
? 4 ? 3?2? 1 ! De modo geral:
? 4 ? 35 5
2? 1 2 3 ! ( )
A quantidade Pnk de permutações de n elementos, com
De modo geral: k elementos iguais entre si, tal que n, k é N e k , n, é
dada por:
A quantidade An, p de arranjos de p elementos distintos
escolhidos de um conjunto de n elementos, com n, p é N n!
Pnk 5
e p , n, é dada por: k!
k , k , ..., k
A quantidade Pn 1 2 j de permutações de n elementos,
n!
An, p 5 com k elementos iguais entre si, outros k elementos
( n2 p ! ) iguais entre si, … e kj elementos iguais entre si, tais que
n, k, k, …, kj é N e k 1 k 1 … kj , n, é dada por:
FRENTE 1

Note que: k , k2 , ..., k j n!


( ) (
A n, p 5 n ? n 2 1 ? ... ? n 2 p 1 1

) Pn 1 5
k 1! ? k2! ? … ? k j !
p termos consecutivos

AULAS 46 a 48 Arranjo e permutação 85


Permutação circular
Se permutarmos os elementos de um conjunto finito em uma estrutura circular orientada, obtemos uma perutção
rulr desses elementos. Os diagramas a seguir exemplificam permutações circulares dos elementos de S 5 {x, y, w, z}.
x w y

z y x y z w

w z x

Note que cada permutação circular de S corresponde a  permutações simples distintas de S:


x w y

z y x y z w

w z x

(x, y, w, z) (x, y, z, w) (y, w, x, z)


(y, w, z, x) (y, z, x, w) (w, x, z, y)
(w, z, x, y) (z, x, w, y) (x, z, y, w)
(z, x, y, w) (x, w, y, z) (z, y, w, x)
4!
Logo, há 5 3! 5  permutações circulares de S.
4
De modo geral:

A quantidade PCn de permutações circulares de n elementos, com n é N*, é dada por:


n!
PC n 5
n

Exercícios de sala
1. Considere as expressões A, B, C e D a seguir: ( n 1 2)! 1 ( n 1 1)!
12!21! !23 ? ! 1! 2. Simplificando a expressão ( n 1 2)! 2 ( n 1 1)! obtemos:
A5 B5 C5 D52 ? !1!
9! 2 ? 4! 3! ? 12! ) 
Colocando os valores numéricos de cada uma delas b) 
em ordem crescente obtemos: n1 3
) B < C < A < D ) n 2 1
b) B < D < C < A n1 3
) C < D < B < A d) n 1 1
d) C < B < D < A
e) C < D < A < B e) (n 1 )!

86 maTEmáTica AULAS 46 a 48 Arranjo e permutação


3. Uma corrida é disputada por  corredores. De quantas 6. Unp-SP 2021 O número de anagramas da pa-
maneiras: lavra REFLORESTAMENTO que começam com a
) podem ficar as três primeiras posições? sequência FLORES é:
b) podem ficar as quatro primeiras posições? ) !
9!
b)
2!
9!
)
2!2!
9!
d)
2!2!2!

4. iFPE 2016 Um auditório em forma de um salão cir-


cular dispõe de  portas, que podem ser utilizadas
tanto como entrada ou para saída do salão. De quan-
tos modos distintos uma pessoa que se encontra fora
do auditório pode entrar e sair do mesmo, utilizando
como porta de saída uma porta diferente da que utili-
zou para entrar?
) 6
b) 5
) 
d) 0
7. Alexandre, Bianca, Carlos, Diogo, Emília, Fausto e
e) 6
Gisele estão aguardando uma agência bancária abrir
para formar uma fila e serem atendidos. Responda:
) quantas filas distintas podem ser formadas com
estas sete pessoas?
b) quantas dessas filas começam com Gisele?
) quantas filas tem Emília ao lado de Diogo?
d) em quantas filas Emília não está ao lado de Diogo?
e) em quantas filas Emília será atendida antes de
Fausto?
f) em quantas filas Alexandre, Bianca e Carlos estão
juntos e nessa ordem?
g) em quantas filas Alexandre, Bianca e Carlos estão
juntos em qualquer ordem?

5. Considere a palavra INGRATO. Quantos anagramas


começam com consoante e têm as vogais juntas?
FRENTE 1

AULAS 46 a 48 Arranjo e permutação 87


8. en 2020 Três amigos, André, Bernardo e Carlos, 9. en 2020 Nos livros Harry Potter, um anagrama do
moram em um condomínio fechado de uma cidade. nome do personagem “TOM MARVOLO RIDDLE” ge-
O quadriculado representa a localização das ruas rou a frase “I AM LORD VOLDEMORT”.
paralelas e perpendiculares, delimitando quadras Suponha que Harry quisesse formar todos os ana-
de mesmo tamanho nesse condomínio, em que nos gramas da frase “I AM POTTER”, de tal forma que as
pontos A, B e C estão localizadas as casas de André, vogais e consoantes aparecessem sempre intercala-
Bernardo e Carlos, respectivamente. das, e sem considerar o espaçamento entre as letras.
Nessas condições, o número de anagramas formados
é dado por
B
) 9!
C b) 4! 5!
) 2 ⋅ 4! 5!
!
d)

A !!
)

André deseja deslocar-se da sua casa até a casa de


Bernardo, sem passar pela casa de Carlos, seguindo
ao longo das ruas do condomínio, fazendo sempre
deslocamentos para a direita ( ñ ) ou para cima ( ò ),
segundo o esquema da gura.
O número de diferentes caminhos que André poderá
utilizar para realizar o deslocamento nas condições
propostas é
) 4.
b) 14.
) 17.
d) 35.
) 48.

10. De quantas maneiras  casais podem se sentar ao re-


dor de uma mesa:
) sem restrições?
b) com cada pessoa ao lado de seu cônjuge?

Guia de estudos
Matemática • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 11
I. Leia as páginas de 52 a 55. III. Faça os exercícios propostos 16, de 18 a 22, de 25 a 27, 29, 30,
II. Faça os exercícios 1 e de 4 a 6 da seção “Revisando”. 32, 34, 35, 38, 39, 44, 45 e 47.

88 matemática AULAS 46 a 48 Arranjo e permutação


MATEMÁTICA E

NTE
2
SUAS TECNOLOGIAS

FRE
MATEMÁTICA

om
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Ba
ard
rn
Be
FRENTE 2
AULAS 37 e 38

Sistemas lineares
Equação linear e sistema linear Classificação de sistemas lineares
Uma sentença aberta de 1o grau em uma ou mais va- • Sistema possível e determinado (SPD): Admite solu-
riáveis que não apresente produto entre variáveis é uma ção única.
equação linear. • Sistema possível e indeterminado (SPI): Admite infini-
São equações lineares: tas soluções.
2x 1 3 y 1 4 z 5 5 • Sistema impossível (SI): Não admite solução.
2 x 1 3 y 1 4 z 1 5w 5 0
Escalonamento
x 1 4 y 1 7 5 3 2 2x
Escalonamento é uma técnica para resolver sistemas
Não são equações lineares: lineares que consiste em substituir algumas equações de
2x 2 1 3 y 1 4 z 5 5 um sistema por combinações lineares feitas a partir das
2 x 1 3 yz 1 w 5 4 equações substituídas e das demais equações do sistema,
4 obtendo assim um sistema linear equivalente ao original
2x 1 3 y 1 55 (isto é, com o mesmo conjunto solução.
z
Um sistema está escalonado quando satisfaz as se-
Um sistema de equações é um sistema linear se todas
guintes condições:
as equações envolvidas forem lineares.
• Se a matriz principal tiver uma ou mais linhas nulas,
Dado um sistema linear de n equações e n incógnitas
elas devem estar embaixo das linhas não nulas.
(x1, x, …, xn), o conjunto solução S desse sistema é formado
• A 1a entrada não nula de cada linha da matriz, se existir,
por todas as sequências (a1, a, …, an) tais que x1 5 a1,
deve ser igual a 1. Essa entrada é chamada de pivô da
x 5 a, …, xn 5 an são soluções simultâneas de todas as
linha.
n equações.
• O pivô de cada linha deve se localizar à direita do pivô
Todo sistema linear pode ser escrito na forma de uma
das linhas acima dela.
equação matricial:
Sistema linear Quando um sistema está escalonado, a última equação
 a x 1 a x 1 ... 1 a x 5 b dele é da forma axn 5 b, e a partir dela é possível classificar
   2 2 n n 
o sistema:
 a2 x  1 a22 x2 1 ... 1 a2n x n 5 b2
 • Se a = , tem-se um SPD.
 � • Se a 5  e b = , tem-se um SI.
 a x 1 a x 1 ... 1 a x 5 b • Se a 5  e b 5 , tem-se um SPI.
 n  n2 2 nn n n

Equação matricial
 a    b 
  a2  an   x     
 a a  a  x   b 
 2 22 2n
 2  5  2 
 � �  �  �   � 
 a a  a  x   b 
 n  n 2 nn  n   n 
    
matriz principal vetor das vetor dos
ou matriz dos coeficientes incógnitas termos
independentes

Exercícios de sala
1. Resolva e classifique os seguintes sistemas lineares:
 x 1 y 5 5  x 1 y 5 5  x 1 y 5 5
a)  b)  c) 
 x 2 y 5 3 2 x 1 2 y 5 8 2 x 1 2 y 5 0

90 matemática AULAS 37 e 38 Sistemas lineares


 4  2   x 
   
2. As matrizes A 5   22 22  e B 5  y  são 4. UEL-PR 2019 Uma mãe, com o intuito de organizar os
  
 2 3    z  brinquedos dos seus filhos, teve a ideia de colocá-los
em caixas coloridas. Ela classificou os brinquedos em
 0 
  três categorias, de acordo com seus tamanhos, sendo
tais que A ? B 5  5  . Os valores de x, y e z são, elas: brinquedos pequenos, médios e grandes. Para a
 
 23  organização, a mãe utilizou caixas de acrílico amare-
respectivamente: las, verdes e azuis, as quais comportam as seguintes
a) 1, 2 e . c) 1,  e 2. e) 2,  e 1. quantidades de brinquedos:
b) , 2 e 1. d) , 1 e 2. y Caixas amarelas: 2 grandes, 8 médios e 0 pequenos.
y Caixas verdes: 2 grandes, 20 médios e 6 pequenos.
y Caixas azuis:  grande, 0 médios e 4 pequenos.
Considere que as crianças possuem 2 brinquedos
grandes, 72 brinquedos de tamanho médio e 84 pe-
quenos e que foi colocada, em cada caixa, exatamente
a quantidade de brinquedos de cada categoria que ela
comporta. Quantas caixas de cada cor esta mãe utilizou
para acomodar todos os brinquedos de seus lhos?
Apresente os cálculos realizados na resolução da
questão.

3. Uece 2020 Na sala de reuniões de um condomínio,


há mesas de 4, 5 e 6 lugares, perfazendo o total de
22 mesas. Na última reunião que houve, compare-
ceram 3 pessoas, que foram acomodadas nessas
mesas, ocupando todos os lugares. Se o número
de mesas com 6 lugares era o dobro do número de
mesas com 5 lugares, então, o número de mesas
com 4 lugares era:
a) 1. b) . c) . d) 1.

FRENTE 2

AULAS 37 e 38 Sistemas lineares 91


5. Famerp-SP 2021 Para fazer uma receita culinária são utilizados apenas os ingredientes A e B. Cada 00 g do ingre-
diente A custa R$ 4,00 e cada 00 g do ingrediente B custa R$ 8,00. Usando a proporção correta dos ingredientes,
um cozinheiro utilizou um total de  kg de ingredientes para fazer essa receita, ao custo de R$ 56,00. A porcenta-
gem do ingrediente B nessa receita é de
a) %. c) %. e) %.
b) %. d) %.

6. Unifor-CE 2022 A tabela abaixo corresponde às quantidades de atendimentos realizados por especialização na
emergência de um determinado hospital, nos anos considerados.

Quantidade de atendimentos
Especialização 2018 2019 2020 Total
Neurologista  80 1 y 2 400 1 z  40 1 y 4 995
Cardiologista 224 1 y 85 1 2z  32 2 z 2 25
Gastroenterologista 2 790 1 w 969  779
Ortopedista 700 67 30  627
2
Total 3 848 2 20x 4 500 1 2x  967 1 0,25x 0 66

Considerando essa tabela e sabendo que, em 209, foram realizados mais de 4 600 atendimentos, é correto armar que
a) x 1 z 5 1y 1 w 1 .
b) x > y 1 1z 1 w.
c) x 1 z < y 1 w.
d) z 1 1w > x 1 y.
e) x 1 z 5 y 1 1w.

Guia de estudos

Matemática • Livro 2 • Frente 2 • Capítulo 6


I. Leia as páginas de 167 a 173 e de 220 a 226. III. Faça os exercícios propostos 45, 46, 50, 53, 54 e 56.
II. Faça os exercícios 7 e 8 da seção “Revisando”.

92 matemática AULAS 37 e 38 Sistemas lineares


FRENTE 2
AULAS 39 e 40

Discussão de sistemas lineares


Regra de Cramer
Observe a notação matricial de um sistema linear com  equações e  variáveis:
a x 1 b y 1 c z 5 r  a b c   x   r 
        
a2 x 1 b2 y 1 c2 z 5 r2 ^  a2 b2 c2  ?  y  5  r2 
      
a3 x 1 b3 y 1 c3 z 5 r3  a b3 c3   z   r3 
 3
Os determinantes associados a esse sistema são:
a b c r b c a r c a b r
D5 a2 b2 c2 Dx 5 r2 b2 c2 Dy 5 a2 r2 c2 Dz 5 a2 b2 r2
a3 b3 c3 r3 b3 c3 a3 r3 c3 a3 b3 r3

 D Dy D 
De acordo com a regra de Cramer, se D = , então  x , , z é a única solução do sistema.
 D D D 

D = 0 ~ SPD
Além disso, a regra de Cramer garante que: 
D 5 0 ~ SPI ou SI

Exercícios de sala
1. Determine o valor de x na solução do sistema a seguir. 2. Unicamp-SP 2022 Considere a matriz



( )
 2x 1 7 2  y 5 2   k 
 2

 3 k 
( )
 7 1  x 1 2y 5 7

e seja B 5 A 1 AT, onde AT é a transposta da matriz A.
a) 52 7 Sobre o sistema
4
 x   
b) 51 7 B   5  202 
4  y   2022 
c) 7 25
é correto armar que:
4
a) Se k 5 , o sistema não tem solução.
d) 52 7 b) Se k 5 21, o sistema tem infinitas soluções.
2 c) Se k 5 21, o sistema não tem solução.
e) 51 7 d) Se k 5 , o sistema tem infinitas soluções.
2
FRENTE 2

AULAS 39 e 40 Discussão de sistemas lineares 93


3. UFJF/Pism-MG 2021 Determine a, b, c é R (a = 0) de 5. Uenp-PR 2021 Qual deve ser o valor de r para que o
modo que os pontos P(1, 1), Q(2, 2) e R(4, 2) pertençam ao sistema
gráfico da função quadrática y 5 ax2 1 bx 1 c (x é R). rx 1 5ry 5 0
1 2 
a) a 5 2 , b 5 2 e c 5 2
3 3 18 x 1 ry 5 36
1 5
b) a 5 2 , b 5 3 e c 5 2 seja possível e determinado?
4 3
a) r =  e r = .
c) a 5 21, b 5 2 e c 5 22 b) r =  e r = .
4 c) r =  e r = .
d) a 5 2 , b 5 7 e c 5 23 d) r =  e r = .
3
2 e) r =  e r = .
e) a 5 23, b 5 2 e c 5 2
3

4. UFRGS 2020 Para que o sistema de equações lineares


 x 1 y 5 7

ax 1 2 y 5 9
seja possível e determinado, é necessário e suciente que
a) a é R.
b) a 5 .
c) a 5 .
d) a = .
e) a = .

Guia de estudos

Matemática • Livro 2 • Frente 2 • Capítulo 6


I. Leia as páginas de 226 a 231. III. Faça os exercícios propostos 59, 64, 70, 71, 73 e 76.
II. Faça o exercício 10 da seção “Revisando”.

94 matemática AULAS 39 e 40 Discussão de sistemas lineares


FRENTE 2
AULAS 41 e 42

Noções básicas de Estatística


Medidas de posição
Seja X uma variável estatística e x1, x, ..., xn os valores assumidos por essa variável:
X 5 (x1, x, ..., xn)

Média aritmética
A média aritmética de X, indicada por X , é dada por:
n

∑x i
i5
X5
n

Mediana
A mediana (Md) de X é igual ao valor do termo central da sequência formada pelos valores dessa variável dispostos
em ordem crescente.
O exemplo a seguir apresenta, em ordem crescente, a idade de  estudantes; dessa forma, a mediana desses dados
é o valor do 1o termo desta sequência.
(17, 17, 17, 17, 18, 18, 18, 18, 18, 18, 18, 18, 19, 19, 19, 19, 19, 19, 20, 20, 20, 21, 21, 21, 21)

12 termos 12 termos
Mediana

No caso de uma sequência com um número par de termos, a mediana será igual à média aritmética dos dois valores
71 8
centrais. Por exemplo: A mediana de (1, 1, 1, 1, 1, 1) é Md 5 5 1,.
2
Moda
A moda (Mo) de X também é uma medida de posição e consiste simplesmente no valor de maior frequência da
variável. No exemplo da idade dos estudantes, tem-se Mo 5 1. Se em uma determinada amostra de informações hou-
ver duas que apresentem a mesma frequência e essa frequência for maior que as outras, diz-se que se trata de uma
amostra bimodal, ou seja, há duas modas distintas na amostra.

Medidas de dispersão
Desvio médio
O desvio médio d de X é a média aritmética das diferenças absolutas entre cada valor (xi) da variável e a média arit-
mética (X):
n

∑x i
2X
x  2 X 1 x2 2 X 1 ... 1 x n 2 X
i5
d5 5
n n

Variância
FRENTE 2

A variância V de X é a média aritmética dos quadrados das diferenças entre cada valor (xi) e da variável e a média
aritmética (X):
n

∑( x ) ( x 2 X) 1 ( x 2 X) 1 ... 1 ( x
2
2X
)
2 2 2
i
 2 n
2X
i5
V5 5
n n

AULAS 41 e 42 Noções básicas de Estatística 95


Desvio padrão
O desvio padrão s de X é a raiz quadrada da variância de X:

∑( x )
2
2X
( x 2 X) 1 ( x 2 X) 1 ... 1 ( x )
2 2 2
i
 2 n
2X
i5
s5 V 5 5
n n

Exercícios de sala
1. Fuvest-SP 2014 Cada uma das cinco listas dadas é 2. UEG-GO 2016 Os números de casos registrados de
a relação de notas obtidas por seis alunos de uma acidentes domésticos em uma determinada cidade
turma em uma certa prova. nos últimos cinco anos foram: 00, 88, 2, 94 e 06.
Assinale a única lista na qual a média das notas é O desvio padrão desses valores é aproximadamente
maior do que a mediana. a) , c) , e) 1,
a) , , , , , 1 b) , d) ,
b) , , , , , 
c) , , , , , 
d) , , , , , 
e) , , 1, 1, 1, 1

96 matemática AULAS 41 e 42 Noções básicas de Estatística


3. UPE 2014 Numa competição esportiva, cinco atletas estão disputando as três primeiras colocações da prova de salto
em distância. A classificação será pela ordem decrescente da média aritmética de pontos obtidos por eles, após três
saltos consecutivos na prova. Em caso de empate, o critério adotado será a ordem crescente do valor da variância. A
pontuação de cada atleta está apresentada na tabela a seguir.

Pontuação – Pontuação – Pontuação –


Atleta
1o salto 2o salto 3o salto
A 6 6 6
B 7 3 8
C 5 7 6
D 4 6 8
E 5 8 5

Com base nas informações apresentadas, o primeiro, o segundo e o terceiro lugares dessa prova foram ocupados,
respectivamente, pelos atletas
a) A; C; E b) B; D; E c) E; D; B d) B; D; C e) A; B; D

4. A média aritmética, a moda e a mediana entre os números inteiros e positivos x < y , z < w são iguais a 9. A diferen-
ça entre o maior e o menor é 2. A variância e o desvio padrão da sequência são, respectivamente,
a) 72 e 72. b) 72 e 8. c) 8 e 3 2. d) 1 e .

FRENTE 2

AULAS 41 e 42 Noções básicas de Estatística 97


5. Unesp 2022 Um experimento vai avaliar a memória de um grupo de dez crianças de 2 anos em relação à capaci-
dade de retenção de palavras, figuras e números. Durante 30 segundos, cada criança recebe a mesma lista de dez
palavras e, em seguida, tem 60 segundos para escrever as palavras que lembra de ter visto. O mesmo se repete com
uma lista de dez figuras e, em seguida, com uma lista de dez números naturais aleatórios de  a 00. A tabela indica
o resultado desse experimento.

Nº Quantidade de acertos
da criança Palavras Figuras Números Total
 8 9 6 23
2 9 0 9 28
3 0 0 8 28
4 9 9 9 27
5 7 9 8 24
6 0 0 7 27
7 7 8 5 20
8 7 8 9 24
9 8 7 8 23
0 9 0 7 26
Total 84 90 76 250

De acordo com os resultados do experimento,


a) % do total geral de acertos do grupo correspondem aos acertos de palavras e de figuras.
b) a mediana dos totais de acertos de palavras, figuras e números por criança é igual .
c) as crianças que acertaram mais figuras do que palavras também acertaram menos números do que palavras.
d) as medianas do total de acertos de figuras e do total de acertos de números do grupo coincidem com o total de
acertos de figuras e de números da criança .
e) a média geral de acertos do grupo é de %.

Guia de estudos

Matemática • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 7


I. Leia as páginas de 79 a 96. III. Faça os exercícios propostos 1, 3, 4, 7, 10, 13, 14 e 17.
II. Faça os exercícios 1, 2, 4, 5, 7 e 8 da seção “Revisando”.

98 matemática AULAS 41 e 42 Noções básicas de Estatística


FRENTE 2
AULAS 43 e 44

Forma algébrica dos números complexos


O conjunto dos números complexos Multiplicação em C

C 5 {z 5 a 1 b ? i | a é R, b é R, i 5 21} z ? w 5 (a 1 bi) ? (c 1 di) 5
Dado z 5 a 1 b ? i, temos: 5 ac 1 adi 1 bci 1 bdi 5 (ac 2 bd) 1 (bc 1 ad)i
• Parte real do número z: Re(z) 5 a
• Parte imaginária do número z: Im(z) 5 b Potências inteiras da unidade imaginária
• Conjugado do número z: z 5 a – b ? i
As potências inteiras da unidade imaginária formam
Subconjuntos de C um ciclo com período de quatro termos, sendo eles os
• a 1 bi é um número real se b 5 . números 1, i, 21 e 2i. Assim, para um número inteiro n,
• a 1 bi é um imaginário puro se a 5  e b = . tem-se: i n 5 i r , em que r é {, 1, , } é o resto da divisão
de n pelo número .
Igualdade em C
Dados dois números complexos em suas formas al- i i0 i1 i2 i3
gébricas z 5 a 1 bi e w 5 c 1 di, tem-se que esses dois ·i ·i
números são iguais se, e somente se, tiverem a mesma
parte real e a mesma parte imaginária. i4 i5 i6 i7
1
 a 5 c –1
z 5 w ^ a 1 bi 5 c 1 di ^  i8 i9 i 10 i 11
 b 5 d
·i ·i i 12 i 13 i 14 i 15
Adição em C –i

z 1 w 5 (a 1 bi) 1 (c 1 di) 5 a 1 c 1 bi 1 di 5
1 i –1 –i
5 (a 1 c) 1 (b 1 d)i

Exercícios de sala

1. EEAR-SP 2019 A parte real das raízes complexas da 2. ESPM-SP 2019 Sendo i 5 2 a unidade imaginária,
equação x2 2 4x 1 3 5 0 é igual a o valor de (2 1 i)3 é igual a:
a) 1 b)  c)  d)  a)  2 i
b)  2 i
c) 1 2 i
d)  1 i
e)  1 11i
FRENTE 2

AULAS 43 e 44 Forma algébrica dos números complexos 99


3. UEM-PR 2016 Considere os números complexos 5. Unioeste-PR 2020 Para cada número complexo x
z 5  1 5i e z2 5 3 1 4i. considere a soma:
Assinale o que for correto. S(x) 5  2 x 1 x2 2 x3 1 x4 2 x5 1 ... 1 x206 2 x207 1
 z1 ? z1 5  1 x208 2 x209
 z1 1 z 5 z1 1 z Assim, é CORRETO armar que S(2) 1 S(i) é igual a:
 z1 ? z 5  1 i a) 
z 23  b) 1
 5 1 i
z2 25 25 c)  1 i
d) 1 1 i
 z1 1 z1 5 
e)  2 i
Soma:

4. EEAR-SP 2016 Sabe-se que os números complexos 6. Unicentro-PR 2021 Sabendo que i 5 (2) é a uni-
z 5 [2m(3 1 m)] 1 (3n 1 5)i e z2 5 (2m2 1 2) 1 [4(n 1 )]i dade imaginária, assinale a alternativa que apresenta,
são iguais. Então os valores de m e n são, respecti- corretamente, o determinante da matriz:
vamente
a)  e 1  2 2 
 sen x cos x 
b)  e 1  i 2 i4 
c)  e 21
d)  e 21 a) 2i
b) 21
c) 
d) i
e) 1

Guia de estudos

Matemática • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 8


I. Leia as páginas de 129 a 142. III. Faça os exercícios propostos 2, de 5 a 8, 10, 13, 17, 19 e 20.
II. Faça os exercícios de 2 a 4 da seção “Revisando”.

100 matemática AULAS 43 e 44 Forma algébrica dos números complexos


FRENTE 2
AULAS 45 e 46

Forma trigonométrica dos números complexos


O plano de Wessel-Argand-Gauss Argumento
Todo número complexo z 5 a 1 bi pode ser represen- O argumento de um número complexo z não nulo é a
tado, no plano complexo, por seu afixo (a, b) e interpretado medida, em graus ou radianos, de um arco trigonométrico
como sendo um vetor que parte da origem do sistema de determinado pelo vetor z e o semieixo dos números reais
coordenadas. positivos. O menor argumento positivo de um número com-
iR
plexo é seu argumento principal.
z iR
b
z

θ = Arg(z)
a R
R
Módulo
O módulo de um número complexo é o número real cos u 5 a z u 5 Arg(z) ~ sen u 5 b
|z| |z|
não negativo associado ao tamanho do vetor z:
^

^
y
iR
z
b a 5 |z| ? cosu tg u 5 b b 5 |z| ? senu
a
(Se z não for
imaginário puro.)
|z|

Formas polar e trigonométrica


a R
O par ordenado (|z|, u), formado pelo módulo do comple-
xo z e um de seus argumentos u, representa as coordenadas
z 5 a 1 bi ~ |z| 5 a2 1 b 2 polares do complexo z. As coordenadas polares de um com-
plexo também são usadas para a representação de sua
forma trigonométrica:
z 5 |z| ? (cos u 1 i ? sen u)

Exercícios de sala
1. Sendo z 5 a 1 bi um número complexo, com a, b é R, se z satisfaz a equação z 1 |z| 5 8 1 2i, onde |z| é o módulo
do complexo z, o valor de |z|2 é igual a:
a) 1 b) 1 c)  d) 1 e) 1
FRENTE 2

AULAS 45 e 46 Forma trigonométrica dos números complexos 101


2. UFMS 2020 Seja o número complexo: 4. Escrevendo o número complexo z 5 ( 1 i)3 na forma
z 5 (2 1 2i)(25i 1 5)2 trigonométrica, temos:
O argumento principal de z será:  3p 3p 
22p a) z 5 2 2 cos 2 i ? sen 
a)  4 4 
5
 p p
b) p b) z 5 8 cos 1 i ? sen 
 4 4
2
23p  3p 3p 
c) c) z 5 8 cos 1 i ? sen 
4  4 4 
2p
d)  p p
5 d) z 5 2 2 cos 2 i ? sen 
 4 4
p
e)
4  3p 3p 
e) z 5 2 2 cos 1 i ? sen 
 4 4 

3. EEAR-SP 2020 Sejam r e r2, respectivamente, 5. Unicamp-SP 2018 Sejam a e b números reais não nu-
os módulos dos números complexos Z 5 2 2 5i e los. Se o número complexo z 5 a 1 bi é uma raiz da
Z2 5 3 1 4i. Assim, é correto afirmar que equação quadrática x2 1 bx 1 a 5 0, então
a) r1 < r 
b) r < r1 a) |z| 5
3
c) r1 1 r 5 1

d) r1 2 r 5  b) |z| 5
5
c) |z| 5 3
d) |z| 5 5

Guia de estudos

Matemática • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 8


I. Leia as páginas de 142 a 150. III. Faça os exercícios propostos 27, 28, de 31 a 33, 35, 38 e 40.
II. Faça o exercício 7 da seção “Revisando”.

102 matemática AULAS 45 e 46 Forma trigonométrica dos números complexos


FRENTE 2
AULAS 47 e 48

Operações com números complexos na forma trigonométrica


Coordenadas polares do produto, do quociente e das potências de números complexos
Sendo (|z|, a) e (|w|, b) as coordenadas polares (módulo e argumento) dos complexos z e w, com z e w não nulos,
temos que:
• o par ordenado (|z| · |w|, a 1 b) representa as coordenadas polares do produto z · w.
 |z| 
• o par ordenado  , a 2 b representa as coordenadas polares do quociente z .
 |w|  w
• o par ordenado (|z|n, n · a) representa as coordenadas polares da potência zn.

Formas trigonométricas do produto, do quociente e das potências de números


complexos
Sendo z 5 |z| · (cos a 1 i · sen a) e w 5 |w| · (cos b 1 i · sen b), com z e w não nulos, temos que:
• z ? w 5 |z| ? |w| ? [cos (a 1 b) 1 i ? sen (a 1 b)]
z |z|
• 5 ? [cos(a 2 b) 1 i ? sen (a 2 b)]
w |w|
• zn 5 |z|n ? [cos (n ? a) 1 i ? sen (n ? a)]

Classificação dos números complexos de acordo com seus argumentos


Sendo z um número complexo não nulo de argumento a radianos, temos que:
• z é real se e somente se a 5 k ? p, com k é Z;
p
• z é imaginário puro se e somente se a 5 1 k ? p, com k é Z.
2
Igualdade polar
Se dois números complexos são iguais, suas coordenadas polares apresentam o mesmo módulo, mas podem apre-
sentar argumentos diferentes: De fato, sendo (|z|, a) e (|w|, b) as coordenadas polares dos complexos z e w, com z e w
não nulos, temos:
|z| 5 |w|
z 5w ^
a 5 b 1 k ? 2p, com k é Z

Exercícios de sala


1. EEAR-SP 2021 Dado o complexo z 5 (cos 45° 1 isen 45°), determine :
z 0
a) i b) −i c) 1 d) −1
FRENTE 2

AULAS 47 e 48 Operações com números complexos na forma trigonométrica 103


p p
2. Sendo z 5 cos 1 i ? sen , o valor de z4 1 z8 1 z2 é: 4. As raízes da equação 5x3 1 40 5 0 no conjunto dos
3 3 números complexos são
 3
a) 2 2 i c)  e)  a) 1 6 3 i e 2
2 2
 3 b) 2 6 3 i e 
b) 2 d) 2 1 i
2 2
c)  6 3 i e 2
d)  6 3 i e 

3. Efomm-RJ 2016 Seja o número complexo z 522 3i , 5. UFU-MG 2020 Sejam z e z2 duas raízes cúbicas de
ondei é a unidade imaginária. O valor de z8 é: um número complexo w. Considerando-se as repre-
 4p 4p  sentações geométricas dessas raízes, sabe-se que
a) 256 cos 1 isen  z está situada no primeiro quadrante e que z2 é da
 3 3 
forma bi, onde b é um número real negativo e i é a
 p p unidade imaginária. Portanto, o coeficiente angular da
b) 256 cos 1 isen 
 3 3 reta que passa por z e z2 é igual a

 5p 5p  a) 3
c) 256 cos 1 isen  b) 1
 3 3 
3
 2p 2p  c)
d) 256 cos 1 isen  3
 3 3 
3
e) (cosp 1 isenp) d)
2

Guia de estudos

Matemática • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 8


I. Leia as páginas de 150 a 162. III. Faça os exercícios propostos 39, 43, 44, 48, de 52 a 54, 59, 61,
II. Faça os exercícios de 8 a 10 da seção “Revisando”. de 63 a 65 e 72.

104 matemática AULAS 47 e 48 Operações com números complexos na forma trigonométrica


MATEMÁTICA E

NTE
3
SUAS TECNOLOGIAS

FRE
MATEMÁTICA
om
ock.c
erst
hutt
st/S
Rive
hael
Rap
FRENTE 3
AULAS 37 e 38

Elipses e hipérboles
Elipse Hipérbole
B₁

a B1
b

A₁ θ A₂ 2b c
c b
F₁ C F₂
2b θ
F2 A2 a A1 F1
C
B₂

2c B2
2a
2a
2c
Elementos da elipse
• Definição: PF1 1 PF2 5 2a Elementos da hipérbole
• Focos: F1 e F2
• Definição: |PF2 2 PF1| 5 2a
• Vértices: A1 e A2
• Focos: F1 e F2
• Polos: B1 e B2
• Centro: C
• Centro: C
• Eixo real: A1A2; A1A2 5 2a
• Eixo maior: A1A2; A1A2 5 2a
• Eixo imaginário: B1B2; B1B2 5 2b
• Eixo menor: B1B2; B1B2 5 2b
• Distância focal: F1F2 5 2c
• Distância focal: F1F2 5 2c c
c • Excentricidade: e 5 ,e>1
• Excentricidade: e 5 ,0<e<1 a
a
Relação métrica da hipérbole
Relações métricas na elipse
• a2 5 b2 1 c2 a2 1 b2 5 c2
• Área: p · a · b Equações da hipérbole
Equações da elipse
Equação da hipérbole de eixo real horizontal
Equação da elipse de eixo maior horizontal ( x 2 x C )2 ( y 2 y C )2
2 51
( x 2 x C )2 ( y 2 y C )2 a2 b2
1 51
a2 b2
Equação da hipérbole de eixo real vertical
Equação da elipse de eixo maior vertical ( y 2 y C )2 ( x 2 x C )2
2 51
( x 2 x C )2 ( y 2 y C )2 a2 b2
1 51
b2 a2

106 matemática AULAS 37 e 38 Elipses e hipérboles


Exercícios de sala
1. A figura mostra um plano cartesiano em que foi traçada 3. Enem 2017 O fisiologista inglês Archibald Vivian Hill
uma elipse com eixos paralelos aos eixos coordenados. propôs, em seus estudos, que a velocidade v de con-
tração de um músculo ao ser submetido a um peso p
y
é dada pela equação (p 1 a)(v 1 b) 5 K, com a, b e K
constantes.
4
Um sioterapeuta, com o intuito de maximizar o efeito
3 benéco dos exercícios que recomendaria a um de
seus pacientes, quis estudar essa equação e a classi-
2 cação desta forma:
1 Tipo de curva
Semirreta oblíqua
–1 0 1 2 3 4 5 6 x
Semirreta horizontal
–1
Ramo de parábola
Arco de circunferência
Tendo a gura como referência, escreva a equação
Ramo de hipérbole
reduzida dessa elipse.
O sioterapeuta analisou a dependência entre v e p
na equação de Hill e a classicou de acordo com sua
representação geométrica no plano cartesiano, utili-
zando o par de coordenadas (p; v). Admita que K > 0.
Disponível em: http:/rspb.royalsocietypublishing.org.
Acesso em: 14 jul. 2015 (adaptado).

O gráco da equação que o sioterapeuta utilizou


para maximizar o efeito dos exercícios é do tipo
a) semirreta oblíqua.
b) semirreta horizontal.
c) ramo de parábola.
d) arco de circunferência.
e) ramo de hipérbole.

2. Uece 2018 No plano, com o sistema de coorde-


nadas cartesianas usual, a equação x2 1 4y2 5 4x
representa
a) uma circunferência.
b) duas retas.
c) uma parábola.
d) uma elipse.

FRENTE 3

AULAS 37 e 38 Elipses e hipérboles 107


4. Considere a hipérbole da figura a seguir, representa- 5. Enem 2015 A figura representa a vista superior de
da em um sistema de coordenadas: uma bola de futebol americano, cuja forma é um elip-
• o foco de um de seus ramos é o ponto (0, 2); soide obtido pela rotação de uma elipse em torno do
• o vértice desse ramo é o ponto (3, ); eixo das abscissas. Os valores a e b são, respectiva-
• o foco do outro ramo da hipérbole é o ponto (, ). mente, a metade do seu comprimento horizontal e a
Observe: metade do seu comprimento vertical. Para essa bola,
a diferença entre os comprimentos horizontal e verti-
y
cal é igual à metade do comprimento vertical.
y
b

2
x
–a a
0

0 3 10 x
–b

Considere que o volume aproximado dessa bola é


Determine:
dado por V 5 4ab2. O volume dessa bola, em função
a) as coordenadas do outro vértice da hipérbole.
apenas de b, é dado por:
b) a medida do eixo imaginário da hipérbole.
a) 8b
c) a equação da hipérbole.
b) 6b
d) os pontos em que a hipérbole intersecta o eixo
c) 5b
das ordenadas.
d) 4b
e) 2b

Guia de estudos

Matemática • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 10


I. Leia as páginas de 188 a 195. III. Faça os exercícios propostos 3, de 5 a 7, 9, 10, 12, 13 e 16.
II. Faça os exercícios 2, 3 e de 5 a 7 da seção “Revisando”.

108 matemática AULAS 37 e 38 Elipses e hipérboles


FRENTE 3
AULAS 39 e 40

Parábolas e inequações com duas variáveis


Parábolas

Eixo de simetria

Parábola

Foco

Diretriz V

1
A distância entre o foco e a diretriz é o parâmetro da parábola: p = .
|2a|
Equação reduzida da parábola de eixo vertical: y 2 yV 5 a(x 2 xV)2
Equação polinomial da parábola de eixo vertical: y 5 ax2 1 bx 1 c
 b
 x V = −
2a
Coordenadas do vértice: 
y = − ∆
 V 4a
b
Equação do eixo de simetria: x 1 50
2a
Equação reduzida da parábola de eixo horizontal: x 2 xV 5 a(y 2 yV)2
Equação polinomial da parábola de eixo horizontal: x 5 ay2 1 by 1 c
 ∆
 x V = −
Coordenadas do vértice:  4a
y = − b
 V 2a
b
Equação do eixo de simetria: y 1 50
2a

Regiões do plano cartesiano determinadas por funções


Considere a linha que representa o gráfico de uma função contínua y 5 f(x).
A desigualdade y < f(x) corresponde ao conjunto dos pontos do plano cartesiano que estão situados abaixo do
gráfico de f.
A desigualdade y > f(x) corresponde ao conjunto dos pontos do plano cartesiano que estão situados acima do
gráfico de f.
FRENTE 3

Círculo e região exterior da circunferência


A equação reduzida de uma circunferência l de centro C(xC, yC) e raio r > 0 é:
(x 2 xC)2 1 (y 2 yC)2 5 r2
A relação (x 2 xC)2 1 (y 2 yC)2 , r2 corresponde ao círculo de centro C e raio r.
A relação (x 2 xC)2 1 (y 2 yC)2 > r2 corresponde aos pontos exteriores a l.

AULAS 39 e 40 Parábolas e inequações com duas variáveis 109


Exercícios de sala
1. A figura mostrada no plano cartesiano abaixo é uma parábola. Com os dados disponíveis, podemos afirmar que a
equação dessa parábola é
y
10
9
8
7
6
5
4
Foco
3
2
1

–8 –7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 x
–1
–2
–3
–4
Diretriz

a) (y 2 2)2 5 20(x 1 )
b) (y 1 )2 5 20(x 2 2)
c) (y 1 2)2 5 20(x 2 )
d) (y 2 )2 5 20(x 1 2)
1
e) (y 2 3)2 5 (x 1 2)
20

110 matemática AULAS 39 e 40 Parábolas e inequações com duas variáveis


20
2. IME-RJ 2018 Seja uma elipse com focos no eixo OX e centrada na origem. Seus eixos medem 10 e .
3
Considere uma hipérbole tal que os focos da elipse são os vértices da hipérbole e os focos da hipérbole são os vértices
da elipse. As parábolas que passam pelas interseções entre a elipse e a hipérbole e que são tangentes ao eixo OY, na
origem, têm as seguintes equações:
35
a) y 2 562 x
7
5
b) y 2 564 x
7
5
c) y 2 566 x
7
35
d) y 2 566 x
7
35
e) y 2 568 x
63

3. Resolva graficamente a inequação x 1 3y 1 1 > 0.

FRENTE 3

AULAS 39 e 40 Parábolas e inequações com duas variáveis 111


4. Represente graficamente o conjunto dos pontos que 5. Unifesp 2013 (Adapt.) Considere o sistema de
satisfazem simultaneamente as desigualdades: inequações

 x 2 1 y 2 24 x 26 y 14 < 0  x 2 1 y 2 22 x . 0
 2 
 x 1 y 12 x 12 y 214 .0  
2 2

( ) 3  , 1
2
 x − 1 1 y 2 
  2  4

a) Represente graficamente, no sistema cartesiano


de eixos ortogonais, a solução desse sistema de
inequações.

0 x

b) Calcule a área da superfície que representa a so-


lução gráfica do sistema de inequações.

Guia de estudos

Matemática • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 10


I. Leia as páginas de 195 a 201. III. Faça os exercícios propostos de 20 a 22, de 26 a 30, 32 e de
II. Faça os exercícios de 9 a 13 da seção “Revisando”. 34 a 36.

112 matemática AULAS 39 e 40 Parábolas e inequações com duas variáveis


FRENTE 3
AULAS 41 e 42

Posições relativas no espaço


  Coincidentes
 Paralelas 
  Distintas
Coplanares 

Duas retas  Concorrentes Oblíquas
 
  Perpendiculares
 Oblíquas
Reversas 
 Ortogonais

Contida

Reta em relação ao plano Paralela
Secante Oblíqua
 
 Perpendicular
 Coincidentes
Paralelos 
 Distintos
Dois planos 
Secantes Oblíquos
 
 Perpendiculares

Condições de determinação
Determinação da reta
• Dois pontos distintos determinam uma reta.

Determinação do plano
• Três pontos distintos e não colineares determinam um plano.
• Uma reta e um ponto fora dela determinam um plano.
• Duas retas paralelas determinam um plano.
• Duas retas concorrentes determinam um plano.

Condições de perpendicularismo
• Se uma reta for perpendicular a um plano, então ela será perpendicular ou ortogonal a qualquer reta desse plano.
• Uma reta r só será perpendicular a um plano se nele houver duas retas concorrentes entre si que sejam perpendi-
culares a ela.
• Se uma reta r for perpendicular a um plano a, então todo plano que contiver r será perpendicular ao plano a.

Projeção ortogonal
FRENTE 3

• Dados uma reta r e um ponto P não pertencente a r, existe um único ponto P’ na reta r tal que PP’ é perpendicular ar.
Esse ponto P’ é denominado projeção ortogonal do ponto P sobre a reta r.
• Dados um plano a e um ponto P não pertencente a a, existe um único ponto P’ no plano a tal que PP’ é perpendicular
a a. Esse ponto P’ é denominado projeção ortogonal do ponto P sobre o plano a.

Triedro de faces a, b e g
a 1 b 1 g < 60o
|b 2 g| < a < b 1 g

AULAS 41 e 42 Posições relativas no espaço 113


Exercícios de sala
1. Considere o cubo ABCDEFGH a seguir: 3. Enem 2012 (Adapt.) João propôs um desafio a Bruno,
seu colega de classe: ele iria descrever um desloca-
H G
mento pela pirâmide a seguir e Bruno deveria desenhar
E F
a projeção ortogonal desse deslocamento no plano da
base da pirâmide.
D C E

A B

a) Liste todas as arestas do cubo que são paralelas D


à aresta AB.
b) Liste todas as arestas do cubo que são perpendi- A C
culares à aresta AB. M
c) Liste todas as arestas do cubo que são ortogonais B
à aresta AB.
O deslocamento descrito por João foi: mova-se pela
pirâmide, sempre em linha reta, do ponto A ao pontoE,
a seguir do ponto E ao ponto M, e depois de M a C.
Se a base da pirâmide é um quadrado ABCD e os seg-
mentos AE, BE, CE e DE têm o mesmo comprimento,
então o desenho que Bruno deve fazer é:
a) D C

2. A figura a seguir representa um cubo de vértices nos A B


pontos A, B, C, D, E, F, G e H.
b) D C
G F

H E

B A B
C
D A
c) D C

As medidas corretas dos ângulos HÂB, HÂF e HÂD


são, respectivamente:
a) 60°, 90° e 60°.
b) 90°, 90° e 45°.
c) 60°, 45° e 45°. A B
d) 90°, 60° e 45°.
e) 45°, 60° e 90°. d) D C

A B

e) D C

A B

114 matemática AULAS 41 e 42 Posições relativas no espaço


4. FICSAE-SP 2017 Seja uma reta r e os planos secantes 5. A imagem a seguir é de uma tenda que foi armada
a e b, de modo que a ì b 5 r. Seja s uma reta para- para proteger, tanto do Sol quanto da chuva, os parti-
lela à reta r, de modo que s ì b 5 0. Seja t uma reta cipantes de um evento comunitário.
secante ao plano b no ponto P, de modo que P é r.
De acordo com essas informações, necessariamente
a) s ì a 5 s
b) t ì b 5 0
B
c) P ê a A V
d) r ì t = 0

A estrutura metálica da armação desse modelo de


tenda, chamado de “chapéu de bruxa”, apresenta oito
vértices triédricos como aquele determinado pelas
arestas VA, VB e VC, ilustrado na gura.
Sabendo que o ângulo AVB mede 3° e os ângulos
AVC e BVC têm a mesma medida a, assinale a única
alternativa que apresenta um possível valor para essa
medida a.
a) 105° c) 120° e) 15°
b) 115° d) 125°

FRENTE 3

Guia de estudos

Matemática • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 11


I. Leia as páginas de 226 a 232. III. Faça os exercícios propostos 1, de 3 a 7, 13, 14, 16 e 18.
II. Faça os exercícios 1, 2, 4, 5 e de 7 a 10 da seção “Revisando”.

AULAS 41 e 42 Posições relativas no espaço 115


FRENTE 3
AULAS 43 e 44

Paralelepípedos
Principais unidades de volume Paralelepípedo retangular reto
e capacidade • Volume: abc
• Área total: 2(ab 1 ac 1 bc)
• 1 m equivale a 1 000 litros.
• 1 litro equivale a 1 000 cm. • Diagonal: a2 1 b2 1 c 2
 2 2
AC 5 a 1 b

• Diagonais das faces: AF 5 a 1 c
2 2

Cubo  2 2
BG 5 b 1 c
• Volume: L
• Área total: 6L2 H G
• Diagonal: L 3
c
• Diagonal da face: L 2
D C
H G
E
F
b
E F

A a B
D
C

A  B

Exercícios de sala
1. Famema-SP 2020 Um recipiente transparente possui o formato de um prisma reto
de altura cm e base quadrada, cujo lado mede  cm. Esse recipiente está sobre
uma mesa com tampo horizontal e contém água até a altura de cm, conforme a
figura.
Se o recipiente for virado e apoiado na mesa sobre uma de suas faces não quadra-
15 cm 10 cm
das, a altura da água dentro dele passará a ser de
a) 4 cm. d) 2,5 cm.
b) ,5 cm. e) 2 cm.
c)  cm.
6 cm
fora de escala

116 matemática AULAS 43 e 44 Paralelepípedos


2. Famerp-SP 2020 Dois cubos idênticos, de aresta 4. Uece 2019 A medida, em metros, de qualquer diago-
igual a  dm, foram unidos com sobreposição perfeita nal de um cubo cuja medida da aresta é  m é
de duas das suas faces. P é vértice de um dos cubos, a) 5 2
Q é vértice do outro cubo e R é vértice compartilhado
b) 7 2
por ambos os cubos, conforme indica a figura.
c) 5 3
R d) 7 3
P

Q 5. Enem 2021 O projeto de um contêiner, em forma


de paralelepípedo reto retangular, previa a pintura
A área do triângulo de vértices P, Q e R é igual a dos dois lados (interno e externo) de cada uma das
6 6 quatro paredes com tinta acrílica e a pintura do piso
a) dm2 d) dm2 interno com tinta epóxi. O construtor havia pedido, a
2 6
cinco fornecedores diferentes, orçamentos das tintas
6 2 3 necessárias, mas, antes de iniciar a obra, resolveu
b) dm2 e) dm2
3 3 mudar o projeto original, alterando o comprimento
e a largura para o dobro do originalmente previsto,
3
c) dm2 mantendo inalterada a altura. Ao pedir novos orça-
2
mentos aos fornecedores, para as novas dimensões,
cada um deu uma resposta diferente sobre as novas
quantidades de tinta necessárias.
Em relação ao previsto para o projeto original, as
novas quantidades de tinta necessárias informadas
pelos fornecedores foram as seguintes:
• Fornecedor I: “O dobro, tanto para as paredes quan-
to para o piso.”
3. Cefet-MG 2020 Carlos solicitou a um carpinteiro a • Fornecedor II: “O dobro para as paredes e quatro
construção de uma caixa no formato de um parale- vezes para o piso.”
lepípedo retangular, com dimensões x, 2x e 3x cm. • Fornecedor III: “Quatro vezes, tanto para as paredes
Após analisar todos os materiais que precisavam ser quanto para o piso.”
guardados nessa caixa, o carpinteiro explicou a Carlos • Fornecedor IV: “Quatro vezes para as paredes e o
que o espaço seria insuficiente e que, portanto, ela dobro para o piso.”
deveria ser maior que aquela inicialmente solicitada. • Fornecedor V: “Oito vezes para as paredes e quatro
Assim, a caixa construída passou a ter as seguintes vezes para o piso.”
dimensões (x 1 1), (2x 1 ) e (3x 1 2) cm. Analisando as informações dos fornecedores, o
A diferença entre o volume da caixa construída pelo construtor providenciará a quantidade adequada de
carpinteiro e o volume da caixa inicialmente solicitada material. Considere a porta de acesso do contêiner
por Carlos, em cm3, é como parte de uma das paredes.
a) 2(8x2 1 7x 1 2) Qual dos fornecedores prestou as informações ade-
b) (2x2 1 5x 1 1) quadas, devendo ser o escolhido pelo construtor para
c) 4(x2 1 x 1 4) aquisição do material?
d) 6(2x2 1 6x 1 2) a) I
b) II
c) III
d) IV
FRENTE 3

e) V

Guia de estudos

Matemática • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 12


I. Leia as páginas de 248 a 265. III. Faça os exercícios propostos 1, 3, 4, 6, 8, 12, 13, 16 e 20.
II. Faça os exercícios 1, de 3 a 5, 7 e 9 da seção “Revisando”.

AULAS 43 e 44 Paralelepípedos 117


FRENTE 3
AULAS 45 e 46

Prismas
Definição Volume e áreas
Prismas são poliedros que apresentam duas bases O volume (V) do prisma é resultado do produto da área
congruentes situadas em planos paralelos e faces laterais de sua base pelo comprimento de sua altura:
em forma de paralelogramos. V 5 ABase ? h
B
α Chamamos de regular todo prisma reto cujas bases
são polígonos regulares, como as indicadas a seguir:

A L2 3
C • Triângulos equiláteros de lados L e área .
β 4
h
B' • Quadrados de lados L e área L2.
6L 2 3
• Hexágonos regulares de lados L e área .
A' C' 4
Sendo n o número de lados da base de um prisma
Na figura, as arestas laterais do prisma triangular são regular, sua área lateral é:
os segmentos AA’, BB’ e CC’.
A altura (h) do prisma é a distância entre os planos de ALateral 5 n ? L ? h
suas bases: Em qualquer prisma, a área total é:
h 5 dist(a, b) ATotal 5 2 ? ABase 1 ALateral

Exercícios de sala
1. Uern 2015 A peça geométrica, desenvolvida através de um software de
modelagem em três dimensões por um estudante do curso de engenha-
ria e estagiário de uma grande indústria, é formada a partir de dois
prismas de base hexagonal regular e assemelha-se ao formato de uma
porca de parafuso.
Considerando que o lado do hexágono maior mede cm; que o compri-
mento do prisma é igual a 3cm; e que o lado do hexágono menor mede
 cm, então o volume da peça, de forma que se possa calcular, poste-
riormente, a quantidade de matéria-prima necessária à sua produção em
massa em determinado período de tempo é, em cm3:

Dado: Considere: 3 5 1,7.

a) 1 064 b) 1 785 c) 2 127 d) 2 499

118 matemática AULAS 45 e 46 Prismas


2. Uerj 2015 Um cubo de aresta EF medindo dm con- 4. Uece 2019 Em um prisma triangular reto, a base XYZ
tém água e está apoiado sobre um plano a de modo é um triângulo retângulo cuja medida dos catetos são
que apenas a aresta EF esteja contida nesse plano. respectivamente 3 m e  m. Se a medida do volume
Afigura abaixo representa o cubo com a água. desse prisma é  m3, então, a medida, em metros
quadrados, da superfície total desse prisma é
a) 6
b) 48
B c) 2
C
F d) 52
A D
α E

Considere que a superfície livre do líquido no interior


do cubo seja um retângulo ABCD com área igual a
32 5 dm2 .
Determine o volume total, em dm3, de água contida
nesse cubo.

3. Unigranrio-RJ 2017 Um prisma reto tem como 5. UFPR 2019 Diana pretende distribuir  litros de geleia
base um hexágono regular, que pode ser inscrito em potes iguais. Cada pote possui internamente o
em uma circunferência de raio m. Se a altura des- formato de um paralelepípedo de base quadrada com
se prisma é igual ao dobro do lado do hexágono cm de lado. Dividindo igualmente a geleia em todos
regular que forma a sua base, então, pode-se afir- os potes, qual é a altura interna que a geleia atingirá
mar que seu volume, em m3, é igual a: em cada recipiente?
a) 4 3 a) 6,0 cm
b) 7,5 cm
b) 6 3 c) 9,6 cm
c) 24 3 d) 15,0 cm
e) 24,0 cm
d) 30 3
e) 48 3

FRENTE 3

Guia de estudos

Matemática • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 13


I. Leia as páginas de 281 a 286. III. Faça os exercícios propostos 5, 6, de 10 a 15, 17 e de 19 a 21.
II. Faça os exercícios de 1 a 3 da seção “Revisando”.

AULAS 45 e 46 Prismas 119


FRENTE 3
AULAS 47 e 48

Pirâmides
Definição e volume Considerando as medidas da altura da pirâmide (h),
da sua aresta lateral (a), do seu apótema lateral (g), da
Pirâmides são poliedros que apresentam uma única
aresta da base (L), do apótema da base (m) e do raio
base e faces laterais triangulares.
da circunferência circunscrita à base (r), podemos escrever
O volume da pirâmide é igual à terça parte do produto
as seguintes relações:
da área de sua base pelo comprimento de sua altura:
• No triângulo nPHM, temos g2 5 h2 1 m2.
1
V5 ?A ?h
3 Base • No triângulo nPAH, temos a2 5 h2 1 r2.
Chamamos de regular toda pirâmide cujas faces la-  �
2

terais são triângulos isósceles congruentes e cuja base é • No triângulo nPAM, temos a2 = g2 +   .
  2
um polígono regular.
2
 �
P • No triângulo nHAM, temos r = m +   .
2 2
 2

Áreas
Sendo n o número de lados da base de uma pirâmide
regular, sua área lateral é:
h g
a n?L? g
A Lateral 5
2
m B Em qualquer pirâmide, a área total é:
H
r M ATotal 5 ABase 1 ALateral
A l

Exercícios de sala
1. UFPR 2018 A figura a seguir apresenta um molde para construção
de uma pirâmide hexagonal regular. Para montar essa pirâmide, basta
recortar o molde seguindo as linhas contínuas, dobrar corretamente
nas linhas tracejadas e montar a pirâmide usando as abas trapezoidais
para fixar sua estrutura com um pouco de cola. Sabendo que cada um
dos triângulos tracejados nesse molde é isósceles, com lados medindo
cm e 3cm, qual das alternativas abaixo mais se aproxima do volume
dessa pirâmide?
a) 260 cm.
b) 276 cm.
c) 281 cm.
d) 90 cm.
e) 780 cm.

120 matemática AULAS 47 e 48 Pirâmides


2. Unesp 2022 A figura indica o projeto de uma escul- 3. UPE 2018 Uma caixa-d’água de uma grande indústria
tura maciça em forma de pirâmide de vértice V, base tem o formato da figura abaixo – pirâmide quadrangular
ABCDEFGH e altura VH, que será feita com espuma regular “invertida” – com aresta da base e altura medin-
expansiva rígida de poliuretano. Sabe-se que AHGF é do, respectivamente, m e m.
um quadrado de área igual a 3m2, BCDE é um retân-
6m
gulo, com BC 5 3m e CD 5 , e que o ângulo HGV
mede °. 6m

V
9m

D
Se ela está completamente vazia, quanto tempo leva-
G 60° rá uma torneira, com vazão de litros/minuto, para
E enchê-la totalmente?
F H C a) 10 horas
b) 10 horas e 0 minutos
A c) 15 horas
B d) 20 horas
e) 20 horas e 50 min
Sabendo que  m3 corresponde a   litros e que
o custo da quantidade de espuma de poliuretano
necessária para ocupar a capacidade de litro é de
R$ ,, para fazer por completo essa escultura,
desconsiderando desperdícios, o valor gasto com es-
puma será de
a) R$ 40 000,00.
b) R$ 7 500,00.
c) R$ 42 500,00.
d) R$ 5 000,00.
e) R$ 45 000,00.

FRENTE 3

AULAS 47 e 48 Pirâmides 121


4. UEG-GO 2019 Em um curso de dobraduras, a instruto- 5. UFRGS 2020 Considere o cubo e os tetraedros ABCD,
ra orientou que fosse construída uma pirâmide de base EFGD e HIJD, nos quais os pontos A, C, E, G, H e J são
quadrada, de lado igual a 3 cm e altura igual a  cm. pontos médios de arestas do cubo, como representa-
O volume dessa pirâmide é igual a do na figura abaixo.
a) 25 cm
E
b) 0 cm C
F
c) 15 cm
B
d) 9 cm D
e) 12 cm
G
A

H
J
I

A razão entre a soma dos volumes dos tetraedros


ABCD, EFGD e HIJD e o volume do cubo é
1
a)
8
1
b)
6
1
c)
3
2
d)
3
3
e)
4

Guia de estudos

Matemática • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 13


I. Leia as páginas de 286 a 292. III. Faça os exercícios propostos de 24 a 29, 34, 36, 37 e 56.
II. Faça os exercícios de 4 a 7 da seção “Revisando”.

122 matemática AULAS 47 e 48 Pirâmides


Gabarito

Frente 1 g)
p
3
p
Aulas 37 e 38 h) −
4
22 6 p
1. a) i) −
4 6

61 2
b)
4 Aulas 42 e 43
c) 3 22  p p 9p 13p 17p 
1. a) S5  , , , , 
2. C  10 2 10 10 10 
3. C p 5p 
b) S 5  , p, 
4. C  3 3 
5. E
 p 5p 
2. a) S 5  x ∈ ℝ x 5 1 2k p ou x 5 1 2k p , k é Z 
6. a) 2 sen35°  6 6 
b) 3 cos40°
 p kp 
p b) S 5  x ∈ ℝ x 5 1 , k é Z
c) 3 sen  12 2 
9
p 3. B 5. E
d) 22sen2
5
4. E 6. D
 p   2p 
Aulas 39 a 41 7. a) S 5 0,  ∪  , 2p 
 3  3 
1. Período: p; imagem: [22, 4].
y  p   15p 
b) S 5 0,  ∪  , 2p 
4
1 + 3sen (2x)
 8  8 
3
3sen (2x)
2
Aulas 44 e 45
sen (2x)
1 1. B 3. B
sen x

p p 3p 2p x
2. 22 trajetos. 4. B
–1 2 2 5. a) 216 números.
–2 b) 180 números.
–3 c) 100 números.
d) 52 números.
2. a) Im 5 [4, 10]; P 5 10p 6. C
7. B
b) Im 5 [21, 3]; P 5 p

3. A
4. D Aulas 46 a 48
5. C 1. D 2. D

6. E 3. a) 210 maneiras.
b) 840 maneiras.
7. B
4. D
p
8. a) 5. 576 anagramas.
2
p 6. C
b) 7. a) 5 040 filas. e) 2 520 filas.
4
p b) 720 filas. f) 120 filas.
c) −
6 c) 1 440 filas. g) 720 filas.
p d) 3 600 filas.
d)
2
8. C
p
e) 9. B
6
2p 10. a) 5 040 maneiras.
f)
3 b) 96 maneiras.

Gabarito 123
Frente 2 Aulas 39 e 40
1. D 2. E
Aulas 37 e 38 3. y
1. a) S 5 {(4, 1)} – Sistema possível e determinado.
b) S 5 0 – Sistema impossível.
c) S 5 {(5 − a, a), \a é ℝ} – Sistema possível e indeterminado.
2. C
1 x
3. B –
2 1

4. A mãe utilizou 4 caixas amarelas, 1 caixa verde e 2 caixas azuis. 3

5. C
6. A 4. A região comum às duas regiões está destacada no gráfico a
seguir.
y

Aulas 39 e 40 6

1. A 4. E 5

2. C 5. E 4

3. A 3 CI
2

1
Aulas 41 e 42
−2 −1 0 1 2 3 4 5 6 x
1. D 4. C −1
CII
2. C 5. D −2
3. A
5. a) y

Aulas 43 e 44 2

1. B 2. E 3+1
2
3. Soma: 01 1 08 5 09 3
1
2
4. B 6. E 3–1
2
5. A
–1 0 1 1 3 2 3 x
2 2

Aulas 45 e 46 –1
1. E 4. E
2. B 5. B
b) 3 p
3. B 2
4 24

Aulas 47 e 48 Aulas 41 e 42
1. B 4. C 1. a) CD , EF e GH.
2. C 5. A
b) AE , AD , BC e BF .
3. D
c) CG , DH , EH e FG.
2. D 4. D
Frente 3 3. C 5. A

Aulas 37 e 38
2 2 Aulas 43 e 44
1.
( x 23) 1
( y 22) 51 1. A 3. A 5. B
9 4
2. A 4. C
2. D
3. E
4. a) (7, 2) Aulas 45 e 46
1. D 3. C 5. C
b) 2b 5 2 21
2. V 5 128 dm3 4. B
2 2
( x 2 5) ( y 2 2) 2 2
c)
4
2
21
( ) ( )
5 1 ^ 21 x 2 5 2 4 y 2 2 5 84
Aulas 47 e 48
 25   17  1. A 3. D 5. A
d)  0, 2  e 0, 2 2  .
  2. E 4. B
5. B

124 MATEMÁTICA Gabarito


CIÊNCIAS HUMANAS E

NTE
1
SUAS TECNOLOGIAS

FRE
HISTÓRIA

Fred
S. P
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FRENTE 1
AULAS 37 e 38

República Oligárquica: introdução e República da Espada


1. Aspectos gerais 3. Governo provisório de Deodoro da
y Construção de novos signos nacionais. Fonseca (1889-1891)
y Fortalecimento da oligarquia cafeeira. y Política emissionista de Ruy Barbosa.
– Políticas econômicas voltadas ao café. – Facilitamento do acesso a créditos bancários.
y Correntes republicanas: – Incentivo à industrialização.
– liberal; y Crise do encilhamento (1891).
– positivista; – Boicote do Partido Republicano Paulista (PRP) à
– radical ou “jacobina”. política econômica presidencial.
– Especulação e inflação.
2. Constituição de 1891
y Republicana, presidencialista e federalista. 4. Governo de Marechal Deodoro da
y Divisão dos três poderes: Executivo, Legislativo e
Fonseca (1891)
Judiciário.
y Voto direto e aberto. y Eleito indiretamente pelo Congresso.
– Exclusão de: analfabetos, mendigos, soldados e y Lei das Responsabilidades.
mulheres. – Tentativa, por parte do Congresso, de reduzir os
y Separação entre Igreja e Estado: estabelecimento de poderes presidenciais.
um Estado laico. y Estado de sítio.
y Algumas das principais garantias constitucionais: es- – Demissão dos ministros e dissolução do Congresso.
tabeleceu o habeas corpus; a liberdade religiosa e y “Contragolpe”.
de culto; e o casamento civil. y Primeira Revolta da Armada.
y Renúncia: 23 de novembro de 1891.
Arquivo Nacional, Rio de Janeiro

5. Governo de Floriano Peixoto


(1891-1894)
y Apoio dos cafeicultores, positivistas e jacobinos.
y Questionamento sobre a constitucionalidade do man-
dato de Floriano.
y Revolução federalista – RS (1892-1895).
– Pica-paus × maragatos.
y Segunda Revolta da Armada (1893-1894).
y Aliança tática: Floriano Peixoto e elite paulista cafeeira.
– Garantia da transição presidencial.

Capa da Constituição da República


de 1891.

126 História AULAS 37 e 38 República Oligárquica: introdução e República da Espada


Exercícios de sala
1. Uncmp-sP 2017 Compare as duas ilustrações de 2. FiCsaE-sP 2022 Analise a imagem, publicada na
Angelo Agostini (-0) sobre o reconhecimento Revista Illustrada, em 6 de novembro de .
da República brasileira pela Argentina (fig.) e pela
França (fig.).

(Ângelo Agostini, Reconhecimento da República brasileira pela


Argentina, em Revista Ilustrada, dez.1889.)
(Pereira Neto. “Glória à Pátria!”. In: Renato Lemos (org.). Uma história do
Brasil através da caricatura: 1840-2006, 2006.)

Na homenagem feita pela revista à então recente pro-


clamação da República, destacam-se:
) a identificação da República como inspirada em
valores da Antiguidade clássica e o gesto de des-
pedida do Imperador e de seus ministros.
b) a explicitação do caráter popular do novo regime
e o reconhecimento da subordinação dos demais
poderes ao executivo.
c) a personificação da República a partir de célebre
imagem francesa e a identificação da presença mi-
litar no novo regime.
d) a associação da República à coroa como símbolo
do poder supremo e a evocação do sucesso da
luta armada para sua implantação.
(Ângelo Agostini, Reconhecimento da República brasileira pela França, e) a caracterização da implantação do novo regime
em Revista Ilustrada, dez.1889.) como influência norte-americana e a criação de
Assinale a alternativa correta. bandeira alusiva às riquezas nacionais.
) As alegorias expressam visões diferentes sobre
o imaginário da República brasileira: na primeira 3. Uece 2015 A Constituição Republicana Brasileira de
ela é representada com um olhar de proximida- , com influência positivista, provocou a separação
de, e, na segunda, o olhar expressa admiração, entre a Igreja e o Estado, dando a este, pelo menos
remetendo à visão corrente do gravurista sobre oficialmente, um caráter laico.
as relações entre Brasil, França e Argentina. Observe as armações abaixo acerca da postura da
b) O reconhecimento da França traz a confraterni- Igreja Católica no que diz respeito a essa separação.
zação entre dois países com tradições políticas i. As tentativas da Igreja Católica objetivando
muito diferentes, porém unidos pelo constitucio- recuperar seu espaço político, principalmente, ex-
nalismo monárquico e posteriormente pelo ideário pressam-se durante toda a primeira república com
republicano. bastante ênfase e, apesar do que dizia a Consti-
c) No reconhecimento da Argentina ao regime re- tuição, a “reação católica” direcionada pela cúpula
publicano brasileiro, as duas repúblicas ocupam eclesiástica foi uma constante nesse período.
a mesma posição, indicando ter a mesma idade ii. A Igreja Católica tentou incorporar as “reivindi-
de fundação do regime e a similaridade de suas cações católicas” na Reforma Constitucional de
histórias de passado colonial ibérico. 192, obtendo sucesso. E nesse mesmo ano,
d) As duas imagens usam a figura feminina para repre- como expressão dessa vitória, cria, com o apoio
FrENtE 1

sentar as três repúblicas, característica não usual de intelectuais católicos, a Liga Eleitoral Católica
para a representação artística do ideário republica- (LEC) objetivando uma intervenção mais direta
no, protagonizado por lideranças masculinas. nos rumos da sociedade brasileira.

AULAS 37 e 38 República Oligárquica: introdução e República da Espada 127


Sobre as armações acima, é correto armar que O evento citado no texto teve como principal caracte-
) ambas são verdadeiras. rística sociopolítica
b) I é verdadeira e II é falsa. ) uma organização e execução militar.
c) I é falsa e II é verdadeira. b) a oposição da chamada “mocidade militar”.
d) ambas são falsas. c) uma unidade entre os diversos setores militares.
d) a fundamental participação da marinha e de seus
4. Uej O olhar agudo de Machado de Assis capta de forma oficiais.
natural as alterações da dinâmica social – alterações que e) a participação massiva dos Republicanos civis do
culminariam na abolição da escravidão, em 1888, e na final do Império.
proclamação da República, no ano seguinte. Um dos me-
lhores retratos que Machado faz daquele momento está
6. EsPM-sP
nesta página de Esaú e Jacó: “A capital oferecia ainda aos
recém-chegados um espetáculo magnífico. [...] Cascatas
de ideias de invenções, de concessões rolavam todos os
dias, sonoras e vistosas, para se fazerem contos de réis,
centenas de contos, milhares, milhares de milhares, mi-
lhares de milhares de milhares de contos de réis. Todos os
papéis, aliás ações, saíam frescos e eternos do prelo. [...]
Nasciam as ações a preço alto, mais numerosas que as
antigas crias da escravidão, e com dividendos infinitos.”
LUCIANO TRIGO
Adaptado de O viajante imóvel – Machado de Assis e o Rio de
Janeiro de seu tempo. Rio de Janeiro: Record, 2001.

A denominação da ação econômica empreendida no


momento histórico retratado por Machado de Assis e
duas de suas principais consequências estão correta-
mente apresentadas na seguinte alternativa:
) Encilhamento – inflação e falência de empresas
(Isabel Lustosa. Histórias de Presidentes)
b) Funding-loan – industrialização e desvalorização
da moeda A charge se refere ao manifesto político assinado por
c) Tarifas Alves Branco – urbanização e concentra-  generais (nove do exército e quatro da armada) du-
ção de renda rante o governo do marechal Floriano Peixoto.
d) Convênio de Taubaté – endividamento e espe- Assinale a alternativa que traga, respectivamente, o
culação financeira objetivo do manifesto e o resultado de tal iniciativa:
) a convocação de novas eleições para a presi-
5. UPE 2015 A própria forma pela qual, em geral, nos re- dência – todos os signatários do manifesto foram
ferimos aos eventos ocorridos em 15 de novembro de exonerados;
1889– a “Proclamação da República” – já incorpora al- b) a convocação de novas eleições para a pre-
gumas ideias importantes. Em primeiro lugar, a de que sidência – os signatários do manifesto foram
ocorreu uma “proclamação”. Logo surgem outras ideias, promovidos;
como a de que a República no Brasil teria sido algo inevi- c) a convocação de uma Assembleia Constituinte–
tável, uma etapa necessária da “evolução” da sociedade a transferência de todos os signatários para
brasileira. Ainda mais, podemos imaginar que o fácil su- regiões bem distantes;
cesso do golpe de Estado seria resultado de um consenso d) a convocação de uma Assembleia Constituinte–
nacional, e que os militares, os principais protagonistas a ordem de prisão de todos os signatários do
do movimento, teriam atuado de forma unida e coesa. manifesto;
(15 DE NOVEMBRO DE 1889: A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA.
CPDOC/FGV. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/
e) a exigência da instituição do Parlamentarismo – a
FatosImagens/ProclamacaoRepublica) execução de todos os signatários do manifesto.

Guia de estudos

História • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 8


i. Leia as páginas de 6 a 10. iii. Faça os exercícios propostos de 1 a 10.
ii. Faça os exercícios 1 e 2 da seção “Revisando”. iV. Faça os exercícios complementares de 1 a 8.

128 História AULAS 37 e 38 República Oligárquica: introdução e República da Espada


FRENTE 1
AULAS 39 e 40

República Oligárquica: apogeu das oligarquias I


1. Aspectos gerais 3. Governo de Campos Salles — PRP
y Fortalecimento político e econômico da oligarquia (1898-1902)
cafeeira.
y Funding loan (1898).
– Políticas de valorização do café.
y Montagem da política dos governadores.
y Política externa.
– Atuação diplomática do Barão do Rio Branco. – Barganha do Executivo pela aprovação do funding
– Aproximação diplomática com os Estados Unidos. loan por parte do Legislativo.
y Coronelismo. – Extensão da política do voto de cabresto.
– Voto de cabresto.
4. Governo de Rodrigues Alves — PRP
2. Governo de Prudente de Morais — PRP (1902-1906)
(1894-1898) y Tratado de Petrópolis (19).
y Guerra de Canudos – BA (1896-1897). – Aquisição do Acre pelo Brasil em acordo com o
– Antônio Conselheiro (30-). governo da Bolívia.
y “Operação Bota-Abaixo”: reforma urbana e sanitária
Região de Canudos
da capital (194-195).
– Alargamento das avenidas, expulsão das cama-
das populares da área central e demolição dos
PARÁ MARANHÃO
CEARÁ RIO GRANDE cortiços.
DO NORTE
– Combate às epidemias: febre amarela, varíola e
PIAUÍ PARAÍBA
PERNAMBUCO
cólera.
ALAGOAS y Revolta da Vacina – RJ (194).
Canudos
SERGIPE

Reprodução/Wikimedia Commons
BAHIA
GOIÁS

OCEANO
MATO
GROSSO ATLÂNTICO

MINAS
GERAIS
ESPÍRITO SANTO

SÃO
Trópico de Capricórnio PAULO RIO DE JANEIRO N

PARANÁ

0 390 km
SANTA CATARINA 50º O

Fonte: elaborado com base em FGV-CPDOC. Atlas histórico do Brasil.


Disponível em: https://atlas.fgv.br/marcos/anos-de-incerteza/mapas/
o-sertao-baiano-do-conselheiro. Acesso em: 2 fev. 2022.

y Oposição dos setores florianistas.


– Atentado contra o presidente ().
– Decretado estado de sítio. Bonde tombado no Rio de Janeiro durante a Revolta da Vacina em 1904.
FRENTE 1

AULAS 39 e 40 República Oligárquica: apogeu das oligarquias I 129


Exercícios de sala
1. Uncmp-sP 2016 “O Rio civiliza-se!” eis a exclama- 3. Enem 2013 Nos estados, entretanto, se instalavam as oli-
ção que irrompe de todos os peitos cariocas. Temos a garquias, de cujo perigo já nos advertia Saint-Hilaire, e sob
Avenida Central, a Avenida Beira Mar (os nossos Campos o disfarce do que se chamou “a política dos governado-
Elíseos), estátuas em toda a parte, cafés e confeitarias res”. Em círculos concêntricos esse sistema vem cumular
[...], um assassinato por dia, um escândalo por sema- no próprio poder central que é o sol do nosso sistema.
na, cartomantes, médiuns, automóveis, autobus, autores PRADO, P. Retrato do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972.
dramáticos, grandmonde, demi-monde, enfim todos os A crítica presente no texto remete ao acordo que fun-
apetrechos das grandes capitais. damentou o regime republicano brasileiro durante as
(“O Chat Noir”, em Fon-Fon! Nº 41, 1907. Extraído de www.objdigital.bn.br/ três primeiras décadas do século XX e fortaleceu o(a)
acervo_digital/div_periodicos/fonfon/fonfon1907.)
) poder militar, enquanto fiador da ordem econômica.
A partir do excerto, que se refere ao período da Belle b) presidencialismo, com o objetivo de limitar o po-
Époque no Brasil, no início do século XX, é correto der dos coronéis.
armar que: c) domínio de grupos regionais sobre a ordem
) O Rio de Janeiro procurava apagar aspectos federativa.
da época do Império e impulsionar a cultura d) intervenção nos estados, autorizada pelas nor-
francesa, renegada por D. Pedro II. mas constitucionais.
b) A cidade expressava as contradições de um e) isonomia do governo federal no tratamento das
processo de transformações urbanas, sociais e disputas locais.
políticas nas primeiras décadas da República.
c) Os costumes franceses eram elementos incorpo- 4. UCs-rs 2020 O Brasil e outros países registraram, em
2019, um aumento de mais de três vezes os casos de sa-
rados pela sociedade carioca como sinônimo da
rampo em relação a 2018. Segundo o Fundo das Nações
modernização republicana obtida pelo tenentismo.
Unidas para a Infância (UNICEF), a maior causa é a falta
d) A modernização representou um processo de ex- de vacinação, pois 169 milhões de crianças não recebe-
clusão social e cultural, patrocinado pelo governo ram a primeira dose no período de 2010 a 2017. Desse
francês, que financiava obras públicas e impunha total, 940 mil estão no Brasil.
os produtos franceses à população brasileira. Os órgãos de saúde brasileiros apontam que há fake news
proliferando na internet afirmando que as vacinas não
2. UFU-MG 2018 “Por volta de 1880, os padrões de são seguras, o que interfere no êxito das campanhas.
Haussmann foram universalmente aclamados como Esse ambiente de falta de confiança e notícias falsas se
verdadeiro modelo do urbanismo moderno. Como tal, parece com o mesmo contexto do movimento popular
logo passou a ser reproduzido em cidades de cresci- que “incendiou” a cidade do Rio de Janeiro no início do
mento emergente, em todas as partes do mundo, de séculoXX: a Revolta da Vacina.
A charge da revista “O Malho”, de 29 de outubro de 1904,
Santiago a Saigon.”
parecia prever a revolta que se instalaria na cidade pou-
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura
da modernidade. São Paulo: Brasiliense, 1990, p.147. cos dias depois: nem com um exército, o “Napoleão da
Seringa e Lanceta”, como muitos se referiam a Oswaldo
As reformas urbanas foram inspiradas no modelo pa- Cruz na época, conseguiria conter a fúria da população
risiense a partir de ns do século XIX, influenciando, contra a vacinação compulsória.
por exemplo, a intervenção urbanística do prefeito Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/
Pereira Passos no Rio de Janeiro. enem/0/0//noticia-especial-enem,0/precisamos-de-uma-nova-
revolta-da-vacina.shtml. Acesso em:  fev. 00. (Adaptado.)
Sobre tais reformas, é INCORRETO armar que:
) as intervenções buscavam higienizar as cidades
com a instalação de redes de esgoto e de água
com o objetivo de prevenir epidemias.
b) as ações urbanísticas modernizantes tinham por
objetivo deslocar as massas incivilizadas para as
periferias citadinas.
c) o traçado sinuoso das antigas ruas e avenidas era
mantido, visando à preservação das construções
de valor histórico.
d) o alargamento das ruas e das avenidas buscava
ampliar a mobilidade e o controle policialesco,
agilizando o deslocamento de tropas. Foto: Leonidas/Acervo FIOCRUZ

130 História AULAS 39 e 40 República Oligárquica: apogeu das oligarquias I


Em relação à Revolta da Vacina, é correto armar que
) a população se voltou contra as propostas de reurbanização que punham abaixo cortiços e casebres para “desin-
fectar” as áreas centrais da cidade.
b) o movimento popular se voltou exclusivamente contra Oswaldo Cruz, por ele ter sido o médico responsável pela
obrigatoriedade da vacinação.
c) a grande reivindicação era a implementação de uma política habitacional e de um sistema de saúde público para
as novas áreas de expansão urbana.
d) as ruas foram alargadas e os cortiços destruídos, retirando a população pobre de suas moradias, dando início à
favelização dos morros.
e) a revolta popular teve o apoio de um grupo de militares que tentou usar a massa insatisfeita para derrubar, sem sucesso,
o presidente Rodrigues Alves.

5. Fmep-sP 2020 Observe a charge de Storni, publicada na revista Careta em .0.7.

(Apud Renato Lemos (org.). Uma história do Brasil através da caricatura:


0-006, 006.)

Divulgada durante a Primeira República brasileira, a charge faz referência a uma


) ação corrupta que permitia o desvio de verbas públicas.
b) política que facilitava a continuidade do domínio oligárquico.
c) constitucional que determinava a obrigatoriedade do voto.
d) política que favorecia a soberania do voto popular.
e) lei eleitoral que visava garantir a fidelidade do eleitor.

6. FCMsCsP 2021 A política dos governadores ou política dos estados, desenvolvida na Primeira República brasileira
a partir do governo de Campos Sales (-0), representou
) um mecanismo de manipulação do sistema de votações com o objetivo de fraudar o processo eleitoral.
b) uma estratégia federalista para assegurar o apoio das oligarquias regionais ao governo central.
c) uma forma de concentrar o controle do Estado nacional nas mãos das oligarquias paulista e mineira.
d) um esforço de integração econômica nacional para ampliar o controle federal sobre as exportações brasileiras.
e) uma intervenção direta do governo federal nos poderes locais para extinguir a autonomia jurídica dos estados.

Guia de estudos
FrENtE 1

História • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 8


i. Leia as páginas de 10 a 15. iii. Faça os exercícios propostos de 11 a 20.
ii. Faça os exercícios 4, 6 e 7 da seção “Revisando”. iV. Faça os exercícios complementares de 14 a 20.

AULAS 39 e 40 República Oligárquica: apogeu das oligarquias I 131


FRENTE 1
AULAS 41 e 42

República Oligárquica: apogeu das oligarquias II


1. Governo de Afonso Pena — PRM Gue do Conedo
(1906-1909) MT SP
y Aplicação do Convênio de Taubaté (19-198). RJ
Trópico de Capricórnio São Paulo
– Estado: compra de estoques excedentes do café.
PR
y Programa de integração nacional. PARAGUAI
Ponta Grossa
– Projeto de integração de comunidades indígenas Curitiba
União da
liderado pelo marechal Cândido da Silva Rondon. Vitória
São Francisco do Sul
y Falecimento antes do término do mandato presiden-
cial (14 de junho de 199). SC Florianópolis

ARGENTINA RS Passo Fundo


2. Governo de Nilo Peçanha — PRF Porto
Santa OCEANO
Alegre
(1909-1910) Maria ATLÂNTICO

y Campanha civilista de Ruy Barbosa.


URUGUAI
y Indício da dissidência oligárquica.
– Rio de Janeiro e demais estados apoiaram o mili- N
tar Hermes da Fonseca.
Área contestada
Área de guerra 0 240 km
3. Governo de Hermes da Fonseca — PRC 50º O

(1910-1914) Fonte: elaborado com base em FRAGA, Nilson Cesar; LUDKA,


Vanessa Maria. 00 anos da Guerra do Contestado, a maior guerra
y Política salvacionista nos estados. camponesa na América do Sul (/0): uma análise dos efeitos
– Interferência federal nos governos dos estados. sobre o território sul-brasileiro. XII Colóquio Internacional de
– Sedição de Juazeiro do Norte – CE (). Geocrítica. Disponível em: http://www.ub.edu/geocrit/coloquio0/
actas/0-N-Fraga.pdf. Acesso em:  fev. 0.
y Revolta da Chibata – RJ (191).
y João Cândido (188-199). y Pacto de Ouro Fino (1913).
– Revolta de marinheiros contra os castigos físicos – Ajuste firmado entre a oligarquia de São Paulo e
e por melhores salários. a de Minas Gerais para a sucessão de Hermes da
y Guerra do Contestado – PR/SC (1912-191). Fonseca.
– Resistência às desapropriações fundiárias. – Consolidação da política do café com leite.

Exercícios de sala
1. Unep 2016 Entre os mecanismos que sustentavam 2. Enem 2016 O coronelismo era fruto de alteração na re-
o regime político da Primeira República brasileira, pode- lação de forças entre os proprietários rurais e o governo,
-se citar e significava o fortalecimento do poder do Estado antes
) Constituição, que restringia aos chamados ho- que o predomínio do coronel. Nessa concepção, o coro-
mens bons o acesso aos principais postos dos nelismo é, então, um sistema político nacional, com base
poderes executivo e legislativo. em barganhas entre o governo e os coronéis. O coronel
b) política de compromissos, que vinculava os sindi- tem o controle dos cargos públicos, desde o delegado de
catos de trabalhadores urbanos ao Ministério do polícia até a professora primária. O coronel hipoteca seu
Trabalho. apoio ao governo, sobretudo na forma de voto.
c) política do café com leite, que proibia as candida- CARVALHO, J. M. Pontos e bordados: escritos de história política. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 1998 (adaptado).
turas eleitorais de representantes dos estados do
Sul e Nordeste. No contexto da Primeira República no Brasil, as rela-
d) política dos governadores, que articulava a ação ções políticas descritas baseavam-se na
do governo federal aos interesses das oligarquias ) coação das milícias locais.
locais. b) estagnação da dinâmica urbana.
e) a reforma política, que eliminou o voto censitá- c) valorização do proselitismo partidário.
rio e instituiu o sufrágio universal nas eleições d) disseminação de práticas clientelistas.
parlamentares. e) centralização de decisões administrativas.

132 História AULAS 41 e 42 República Oligárquica: apogeu das oligarquias II


3. Enem 2014

Fon-Fon!, ano IV, n. 6,  set. 0. Disponível em: objdigital.bn.br. Acesso em:  abr. 0.

A charge, datada de 0, ao retratar a implantação da rede telefônica no Brasil, indica que esta
) permitiria aos índios se apropriarem da telefonia móvel.
b) ampliaria o contato entre a diversidade de povos indígenas.
c) faria a comunicação sem ruídos entre grupos sociais distintos.
d) restringiria a sua área de atendimento aos estados do norte do país.
e) possibilitaria a integração das diferentes regiões do território nacional.

4. Uece 2017 Atente à letra da música “Padre Cícero”, de Tim Maia.


No sertão do Crato,
Nasce um homem pobre
Porém muito jovem,
porém muito jovem
Todo mundo vai saber,
Quem ele é
Este homem estuda,
Mesmo sem ajuda
Se formou primeiro
E no Juazeiro
Todo mundo respeitou,
O padre Cicero, padre Cicero,
Daí então tudo mudou,
De reverendo a lutador
Desperta ódio e amor,
passaram anos pra saber
Se era bom ou mal,
Mas ninguém
Até hoje afirmou.
Era um triste dia,
Pois alguém jazia
Cego, surdo e pobre,
Cego, surdo e pobre
Desse jeito faleceu, o padre Cicero
Padre Cicero, padre Cicero.
Em sua obra, Tim Maia nos mostra sua percepção sobre Padre Cícero, personagem que marcou a história brasileira
das primeiras décadas do século XX, não apenas no Ceará, mas em todo o Nordeste.
A respeito de Padre Cícero, é correto afirmar que
) foi um líder espiritual que conduziu o povo nordestino dentro da ortodoxia da fé católica e se absteve de qualquer
atuação fora do espaço religioso.
b) apesar de ter sido o primeiro prefeito do município de Juazeiro do Norte, padre Cícero não teve papel importante
na política cearense de sua época.
c) além de ser um referencial da religiosidade popular nordestina, foi, também, um chefe político importante, a ponto
FrENtE 1

de ter sido vice-governador do Ceará.


d) ao romper com a Igreja Católica de Roma, Padre Cícero fundou sua própria denominação religiosa, na qual é
cultuado como um santo até hoje.

AULAS 41 e 42 República Oligárquica: apogeu das oligarquias II 133


5. UFG-GO 2013 Leia o fragmento.
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o navegante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais.
BOSCO, João; BLANC, Adir. O mestre-sala dos mares. In: COTRIM, Gilberto. História global: Brasil e geral. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 477.

A citação é uma estrofe da música “O mestre-sala dos mares”, de Aldir Blanc e João Bosco, composta em homenagem
a João Cândido, o líder da Revolta da Chibata, ocorrida no Rio de Janeiro em 0. Em termos sociológicos, a Revolta
da Chibata foi um movimento social
) camponês, pois os seus integrantes expressavam valores e práticas coerentes com suas origens rurais.
b) popular, pois foi efetivada pelos marinheiros de baixo escalão que reivindicavam o fim de castigos corporais.
c) messiânico, pois era motivada pelo milenarismo, crença em uma nova era de paz, justiça social e felicidade.
d) militar, pois foi uma sublevação dos altos oficiais da Marinha, explorando a fraqueza do regime republicano.

6. UFsC 2017

Tragédia anunciada
Coronéis locais, forças estaduais e exército se uniram para combater as “cidades santas”, territórios autônomos criados por
caboclos. Cerca de 200 seguidores do monge e curandeiro José Maria estão reunidos em Irani. Todos eles homens simples,
sertanejos, refugiaram-se ali na esperança de evitar um confronto com as forças do governo. Mas é tarde demais: a essa altura,
o simples agrupamento – em uma região de conflitos fronteiriços e de instabilidade social – já é considerado uma atitude hostil
às autoridades. Em resposta à ameaça, o governo resolve atacar: uma força de 58 soldados do Regimento de Segurança do
Paraná entra em combate com os sertanejos. Morrem 21 pessoas, entre elas os chefes dos grupos em confronto – o coronel
João Gualberto Gomes de Sá e o monge José Maria.
MACHADO, Paulo Pinheiro. Tragédia anunciada. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 7, n. 85, p. 17, out. 2012.

Sobre o movimento do Contestado, narrado no trecho acima, e os demais movimentos sociais rurais ocorridos na
Primeira República (-0), é correto afirmar que:
 diferentemente do que ocorria nas regiões Norte e Nordeste do país, o coronelismo catarinense caracterizava-se
pela atuação em defesa das populações sertanejas na luta pela legitimação da posse da terra.
 para autoridades civis e militares do governo republicano e para amplos setores da imprensa, o movimento do
Contestado era uma reedição do fanatismo de Canudos que, portanto, precisava ser energicamente eliminado.
 o messianismo foi a crença que alimentou as esperanças das populações sertanejas e contribuiu para a organi-
zação de movimentos de resistência.
 no final do século XIX, apoiado oficialmente pela Igreja Católica, Antônio Conselheiro liderou sertanejos do inte-
rior da Bahia em um movimento pela defesa do retorno da Monarquia e pela pacificação dos conflitos no sertão
nordestino.
 a Cabanagem e a Balaiada, movimentos ocorridos no meio rural do Norte e do Nordeste do país, buscaram arti-
cular as populações sertanejas na luta contra o coronelismo nas primeiras décadas da República brasileira.
 entre o final do século XIX e a década de 193, no interior do Nordeste do Brasil, bandos de homens armados,
conhecidos como cangaceiros, agiam à margem da lei e contestavam a ordem dominante dos latifundiários e dos
coronéis.
Soma:

Guia de estudos

História • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 8


i. Leia as páginas de 16 a 19. iV. Faça os exercícios complementares de 21 a 24, de 27
ii. Faça o exercício 8 da seção “Revisando”. a 30 e 35.
iii. Faça os exercícios propostos de 21 a 23 e de 25 a 28. V. Faça o exercício 1 da seção “BNCC em foco”.

134 História AULAS 41 e 42 República Oligárquica: apogeu das oligarquias II


FRENTE 1
AULA 43

República Oligárquica: crise das oligarquias


1. Governo de Venceslau Brás — PRM 4. Governo de Washington Luís — PRP
(1914-1918) (1922-1926)
y Eclosão da Primeira Guerra Mundial. y Lei Aníbal de Toledo, a Lei Celerada (192).
– Crise no comércio internacional. – Criminalização do PCB.
y Estímulo ao crescimento industrial brasileiro. y NE: agravamento do cangaço.
– Bens não duráveis (têxtil e alimentos). y Formação das dissidências oligárquicas.
– Capitais advindos do setor cafeeiro. – Novos atores de pressão política: operariado, te-
y Fortalecimento do movimento operário. nentes, camadas médias urbanas.
– Anarcossindicalismo. – Fundação do Partido Democrático – SP (6).
– Greve Geral de 7 – SP. – Fundação da Aliança Liberal ().
y Gripe espanhola. y Crise da Bolsa de Nova York (1929).
y Sucessão presidencial conturbada.
2. Governo de Epitácio Pessoa — PRM – Situacionismo paulista: Júlio Prestes + Vital
(1919-1922) Soares.
– Oposição (Aliança Liberal): Getúlio Vargas + João
y Criação do Partido Comunista Brasileiro (1922). Pessoa (vice).
y Semana de Arte Moderna – SP (1922). y Vitória estreita da situação (Júlio Prestes).
y Defesa do “civilismo republicano”.
– Crescimento da oposição do exército ao
5. Revolução de 1930
presidente.
y Revolta dos 18 do Forte de Copacabana – RJ (1922). y Assassinato de João Pessoa (vice na chapa da Aliança
Liberal).
3. Governo de Artur Bernardes — PRM y Contestação do resultado eleitoral.
– Tenentes + PD + Oligarquias dissidentes.
(1922-1926) – Junta militar depõe Washington Luís ( de outu-
y Tenentismo. bro de 0).
– Movimento de jovens oficiais de baixa patente. y Vargas empossado como chefe do governo provisó-
– Ausência de proposta política definida. rio (3 de novembro de 193).
– Revoltas tenentistas – SP e RS ().
– Coluna Prestes (-7).
Coleção particular

FrENtE 1

Trabalhadores tomaram as ruas de São Paulo durante a greve de 1917.

AULA 43 República Oligárquica: crise das oligarquias 135


Exercícios de sala
1. Uncmp-sP 2018 Em julho de 1917, convocou-se, contar. Guerras e batalhas? Isso é como jogo de baralho,
em São Paulo, uma greve geral, com adesão de 45.000 verte, reverte. Os revoltosos depois passaram por aqui,
trabalhadores, para pedir aumento salarial. A greve se soldados de Prestes, vinham de Goiás, reclamavam posse
estendeu ao Rio de Janeiro e levou o governo a refor- de todos os animais de sela. Sei que deram fogo, na barra
çar o aparato repressivo e decretar estado de sítio em do Urucuia, em São Romão, aonde aportou um vapor do
1918. Nos anos de 1917-1919, o Chile registrou o re- Governo, cheio de tropas da Bahia. Muitos anos adiante,
crudescimento da agitação sindical. Mobilizavam-se um roceiro vai lavrar um pau, encontra balas cravadas.
com facilidade 100.000 trabalhadores, como durante as O que vale, são outras coisas. A lembrança da vida da
manifestações contra o custo dos alimentos em 1918 e gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu
1919. A Argentina foi outro país que teve um movimen- signo e sentimento, uns com os outros acho que nem não
to sindical poderoso. Entre 1917 e 1921, o movimento misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo
sindical conheceu seu apogeu. Apenas durante o ano de as coisas de rasa importância. De cada vivimento que eu
1919, registraram-se 367 greves na capital Buenos Aires. real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela hoje
(Adaptado de Olivier Dabène, América Latina no século XX. Porto Alegre: vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Sucedido
EDIPUCRS, 2003, p. 64-65.) desgovernado. Assim eu acho, assim é que eu conto. [...]
Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente
Considerando o texto acima e seus conhecimentos
do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe.
sobre o tema, assinale a alternativa correta.
(Grande sertão: veredas, 2015.)
) Os movimentos grevistas foram espontâneos e
apartidários nos anos de 191, rejeitando a in- O evento histórico mencionado no texto está relacionado
filtração ideológica das lideranças sindicais, de ) à Revolta da Chibata. d) ao Abolicionismo.
maioria marxista e comunista, pouco mobilizado- b) à Revolta da Armada. e) ao Tenentismo.
ras no período. c) ao Cangaço.
b) movimentos sindicais estavam em processo de
fortalecimento, entre outras razões, pela intensa 3. Uncmp-sP 2022 No início da década de 1920, o
ruralização dos países latino-americanos na déca- Brasil se preparou para celebrar os cem anos de sua in-
da de 19. dependência na Exposição Internacional do Centenário
c) processo de fortalecimento dos movimentos sin- da Independência do Brasil, um de seus momentos sim-
dicais enfrentou um forte aparato repressivo, nos bólicos mais significativos. Ocorrido na cidade do Rio de
anos de 192, marcado pela colaboração entre Janeiro, entre 7 de setembro de 1922 e 2 de julho de 1923,
os Estados latino-americanos. o evento mobilizou grandes recursos financeiros e foi res-
d) Os movimentos sindicais latino-americanos apre- ponsável pela reordenação do espaço urbano. O Estado,
sentavam, em 191, especificidades em relação por meio da comissão organizadora do evento, incentivou
aos da Europa quanto às pautas reivindicatórias pela primeira vez a realização de documentários fílmicos.
dos trabalhadores. (Adaptado de Eduardo Morettin, Um apóstolo do modernismo na Exposição
Internacional do Centenário: Armando Pamplona e a Independência. Film.
Significação, 2012, n. 37, p. 77.)
2. Unep 2021 Leia o trecho do romance Grande sertão:
veredas, de Guimarães Rosa. A partir do texto, assinale a alternativa correta sobre o
Sei que estou contando errado, pelos altos. Desemendo. evento do centenário da independência.
Mas não é por disfarçar, não pense. De grave, na lei do ) Este evento apostou no cinema e na exposição
comum, disse ao senhor quase tudo. Não crio receio. O para exibir de modo tradicional, aos brasileiros, um
senhor é homem de pensar o dos outros como sendo o país ibérico, associado às navegações modernas.
seu, não é criatura de pôr denúncia. E meus feitos já re- b) Esta política de celebração de centenários datava
vogaram, prescrição dita. Tenho meu respeito firmado. do século XIX, envolvendo esporadicamente os
Agora, sou anta empoçada, ninguém me caça. Da vida
serviços diplomáticos do ocidente.
pouco me resta – só o deo-gratias; e o troco. Bobeia. Na
c) A política de associar o cinema à exposição do cen-
feira de São João Branco, um homem andava falando: – “A
pátria não pode nada com a velhice...” Discordo. A pá- tenário da independência evidencia uma vontade
tria é dos velhos, mais. Era um homem maluco, os dedos do Estado em propagandear um país moderno.
cheios de anéis velhos sem valor, as pedras retiradas – ele d) O cinema e a exposição eram veículos de propagan-
dizia: aqueles todos anéis davam até choque elétrico... da política, continuando um projeto de tornar o Rio de
Não. Eu estou contando assim, porque é o meu jeito de Janeiro o cartão postal da monarquia brasileira.

Guia de estudos

História • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 8


i. Leia as páginas de 19 a 25. iii. Faça os exercícios propostos de 29 a 34.
ii. Faça o exercício 10 da seção “Revisando”. iV. Faça os exercícios complementares 32, 34 e 35.

136 História AULA 43 República Oligárquica: crise das oligarquias


FRENTE 1
AULA 44

Era Vargas: Governo provisório e Governo Constitucional


1. Governo provisório (1930-1934)
y Principais práticas e características políticas:
– Lei Orgânica (0).
– Criação de novos ministérios: Ministério da Educação e Saúde Pública (0) e Ministério do Trabalho, Indústria
e Comércio ().
y Manutenção da política de valorização do café.
– Compra e queima do excedente da produção.
y Revolução Constitucionalista de 1932 – SP.
– Exigência: elaboração de uma constituição.
y Código Eleitoral (1932).
– Inclusão do voto feminino.

2. Constituição de 1934
y República, presidencialista e federalista.
y Sufrágio secreto e universal.
– Manutenção do voto feminino estabelecido no Código Eleitoral de .
y Garantia de direitos trabalhistas.

3. Governo Constitucional (1934-1937)


y Polarização ideológica no Brasil.
– Ação Integralista Brasileira (AIB) × Aliança Nacional Libertadora (ANL).
y Intentona Comunista – RN, PE e RJ (1935).
y Plano Cohen.
– Sustentação ao golpe varguista.
y Golpe de Estado (1 de novembro de 193).
– Fechamento do Congresso e suspensão da Constituição vigente.
Arquivo da Coleção/CPDOC - Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro

FrENtE 1

Cartaz da Revolução Constitucionalista de 1932.


Na imagem, um bandeirante representa São Paulo.

AULA 44 Era Vargas: Governo provisório e Governo Constitucional 137


Exercícios de sala
1. Enem 2018 O marco inicial das discussões parlamenta- c) Getúlio Vargas angariou forte simpatia popular ao
res em torno do direito do voto feminino são os debates propiciar a modernização do setor produtivo por
que antecederam a Constituição de 1824, que não trazia meio de medidas de flexibilização das leis traba-
qualquer impedimento ao exercício dos direitos políticos lhistas e de desregulamentação das relações de
por mulheres, mas, por outro lado, também não era explí- trabalho.
cita quanto à possibilidade desse exercício. Foi somente d) O golpe de Estado de 7 consolidou a criação
em 1932, dois anos antes de estabelecido o voto aos de um governo constitucional marcado pelo libe-
18anos, que as mulheres obtiveram o direito de votar, o ralismo econômico, pelo fortalecimento do poder
que veio a se concretizar no ano seguinte. Isso ocorreu a legislativo e pela manutenção dos direitos civis.
partir da aprovação do Código Eleitoral de 1932. e) A década de  foi marcada pela violenta opo-
Disponível em: http://tse.jusbrasil.com.br. Acesso em: 14 maio 2018.
sição ao comunismo, encarado como inimigo da
Um dos fatores que contribuíram para a efetivação da pátria, oposição esta que contou ainda com o
medida mencionada no texto foi a apoio de movimentos de caráter fascista, como a
a) superação da cultura patriarcal. Ação Integralista Brasileira.
b) influência de igrejas protestantes.
c) pressão do governo revolucionário. 3. Enem 2021
d) fragilidade das oligarquias regionais.
e) campanha de extensão da cidadania. Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova –
1932
2. UFRGS 2017 Leia o segmento seguinte. A Educação Nova, alargando a sua finalidade para além
Também nos momentos históricos de transição como o dos limites das classes, assume, com uma feição mais
nosso, não é tão difícil talvez combater os inimigos como humana, a sua verdadeira função social, preparando-se
desvendá-los. De modo que não só para as pessoas mas para formar “a hierarquia democrática” pela “hierarquia
ainda para os Estados o fato de fixar um inimigo é tão das capacidades”, recrutadas em todos os grupos sociais,
importante como para os doentes o diagnóstico de um a que se abrem as mesmas oportunidades de educação.
mal obscuro. Ela tem, por objetivo, organizar e desenvolver os meios de
ATHAYDE, T. de. Educação e comunismo. Citado em DUTRA, E. F. O ardil ação durável com o fim de “dirigir os desenvolvimentos
totalitário. Imaginário político no Brasil dos anos 1930. natural e integral do ser humano em casa uma das etapas
2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2012. p. 43. de seu crescimento”, de acordo com uma certa concepção
O segmento faz menção ao contexto político e social do mundo.
Disponível em: www.histebr.fe.unicamp.br. Acesso em: 7 out. 2015.
dos anos 1930.
Assinale a alternativa correta sobre esse período. Os autores do manifesto citado procuravam contra-
a) A conjuntura de crise econômica e de persegui- por-se ao caráter oligárquico da sociedade brasileira.
ções políticas foi decisiva para o esvaziamento da Nesse sentido, o trecho propõe uma relação necessária
atividade artística e cultural do período, causada entre
pela arregimentação de intelectuais aos postos a) ensino técnico e mercado de trabalho.
de propaganda do governo. b) acesso à escola e valorização do mérito.
b) As forças políticas organizadas em torno da Alian- c) ampliação de vagas e formação de gestores.
ça Liberal, após o esvaziamento completo do d) disponibilidade de financiamento e pesquisa
movimento tenentista, tornaram-se cada vez mais avançada.
coesas em prol do pacto federativo que permitiu e) remuneração de professores e extinção do
ampla autonomia para as oligarquias regionais. analfabetismo.

Guia de estudos

I. Leia as páginas de 52 a 57. IV. Faça os exercícios complementares 7 e 14.


II. Faça o exercício 2 da seção “Revisando”. V. Faça o exercício 2 da seção “BNCC em foco”.
III. Faça os exercícios propostos de 1 a 6.

138 HISTÓRIA AULA 44 Era Vargas: Governo provisório e Governo Constitucional


FRENTE 1
AULAS 45 e 46

Era Vargas: ditadura do Estado Novo


1. Estado Novo (1937-1945) y Segunda Guerra Mundial (1939-1945): apogeu e cri-
se do regime varguista.
y “Constituição Polaca” (193).
– Uso estratégico da diplomacia externa.
– Republicana e autoritária.
– Acordo militar e financeiro com os Estados Unidos:
y Previsão de um plebiscito, após seis anos, para definir financiamento para a construção da Companhia
os rumos políticos do país. Siderúrgica Nacional.
y Regime autocrático e não partidário. y Emendas redemocratizantes (1944-1945).
y Revolta Integralista (1938). – Retorno dos partidos políticos.
y Criação de órgãos técnicos de burocracia federal. – Convocação para eleições presidenciais e
– Departamento Administrativo de Serviço Público constituintes.
(DASP). y Movimento “queremista” (1945).
y Consolidação das Leis de Trabalho (CLT, 1943). – Massas urbanas + PCB em apoio a Getúlio Vargas.
y Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). y Forças militares afastam Vargas (29 de outubro de 1945).

Exercícios de sala
1. Enem 2018 d) conquistar a aprovação política por meio do apelo
carismático.
e) estimular o interesse acadêmico por meio de
exercícios intelectuais.

2. Enem 2017 Durante o Estado Novo, os encarregados da


propaganda procuraram aperfeiçoar-se na arte da em-
polgação e envolvimento das “multidões” através das
mensagens políticas. Nesse tipo de discurso, o signifi-
cado das palavras importa pouco, pois, como declarou
Goebbels, “não falamos para dizer alguma coisa, mas
para obter determinado efeito”.
CAPELATO, M. H. Propaganda política e controle dos
meios de comunicação. In: PANDOLFI. D. (Org.).
Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: FGV. 1999.

O controle sobre os meios de comunicação foi uma


marca do Estado Novo, sendo fundamental à propa-
ganda política, na medida em que visava
) conquistar o apoio popular na legitimação do
novo governo.
b) ampliar o envolvimento das multidões nas deci-
Essa imagem foi impressa em cartilha escolar durante sões políticas.
a vigência do Estado Novo com o intuito de c) aumentar a oferta de informações públicas para a
) destacar a sabedoria inata do líder governamental. sociedade civil.
b) atender a necessidade familiar de obediência d) estender a participação democrática dos meios
infantil. de comunicação no Brasil.
c) promover o desenvolvimento consistente das ati- e) alargar o entendimento da população sobre as
tudes solidárias. intenções do novo governo.
FrENtE 1

AULAS 45 e 46 Era Vargas: ditadura do Estado Novo 139


3. Fuve-sP 2020 A chamada “questão trabalhista” no Brasil foi objeto de conflitos, debates e regulamentações entre
os anos 0 e 6. Identifique uma das dimensões deste processo.
) O liberalismo oligárquico atribuiu ao Estado, por meio da reforma de 1924, o papel de mediador entre o opera-
riado e o patronato.
b) A Constituição de 1934 garantiu o direito à organização sindical e abriu espaço para a proteção dos direitos dos
trabalhadores.
c) O direito de greve e a regulamentação do salário mínimo foram algumas das novidades previstas na Consolida-
ção das Leis do Trabalho (1943).
d) A criação do sindicato único contribuiu para a emergência de lideranças combativas ao obrigar todos os traba-
lhadores a se filiarem a tais associações.
e) A Carteira de Trabalho foi um instrumento de controle e dominação, que distinguia o trabalhador e esvaziava o
poder dos sindicatos.

4. FiCsaE-sP Depois do ataque japonês a Pearl Harbor, e com a entrada dos Estados Unidos na guerra contra o Eixo, o leque
de produtos comprados à América Latina aumentou bastante. A borracha e o quartzo brasileiro adquiriram um papel vital
na defesa do continente.
(Antonio Pedro Tota. O imperialismo sedutor, 2000.)

O texto trata da Segunda Guerra Mundial e revela um desdobramento


) da política de Boa Vizinhança, que intensificou a circulação de mercadorias e produtos culturais nas Américas,
reforçando a liderança estratégica norte-americana no continente.
b) do imperialismo norte-americano, que impôs seu controle ideológico e econômico sobre a América Latina, frean-
do o avanço da influência socialista soviética e cubana no continente.
c) das disputas entre Estados Unidos e Japão no Pacífico, que provocaram o esforço norte-americano de assegurar
a neutralidade política e diplomática dos países latino-americanos no conflito mundial.
d) da política do Big Stick, que permitiu aos Estados Unidos consolidar sua hegemonia mercantil no Atlântico Sul,
impedindo que os países da América Latina mantivessem relações comerciais com a Europa.
e) do New Deal, programa de recuperação financeira que os Estados Unidos impuseram aos países da América
Latina, reduzindo os efeitos negativos do conflito mundial na economia do continente.

5. UFPr 2018 Considere o seguinte texto:


O que a ação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e do Departamento de Imprensa e Propaganda deixa claro
é que o Estado Novo, a partir de 1942/3, engajou-se em um importante esforço político de fortalecimento de sua estrutura
sindical-corporativa. Se até os anos 40 não causara espécie ao governo o esvaziamento sindical, a partir desse momento sua
estratégia e objetivos foram reordenados pela tentativa de consolidação de um verdadeiro pacto social com a classe trabalha-
dora. A promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho em 1º de maio de 1943, a criação e as atividades da Comissão
Técnica de Orientação Sindical e os reajustes do salário mínimo (Decretos-Leis n.º 5.977 e n.º 5.978, ambos de 1943) são
algumas iniciativas que atestam a importância do novo front que se abria para o regime. Dessa forma, se em seu formato po-
lítico o Estado Novo não se sustentava mais – se a “democracia autoritária” era inviável dentro da nova situação internacional
e nacional –, o impacto ideológico de um projeto governamental centrado na mitologia do trabalho e do trabalhador tinha
desdobramentos mais complexos.
(GOMES, Ângela de Castro. A invenção do trabalhismo. Rio de Janeiro: FGV, 2015, p. 265.)

Levando em consideração o contexto desenvolvido no excerto, assinale a alternativa correta.


) Nesse momento, o Estado Novo demonstrou interesse em construir sistemas sindicais menos autônomos, com a
intenção de proteger a recém-criada Consolidação das Leis do Trabalho e evitar reformas produzidas por grupos
representantes das elites urbanas e rurais.
b) Os problemas da conjuntura internacional do período descrito pela autora são relativos ao não reconhecimento
oficial do governo fascista de Franco pelo Estado brasileiro, assim como a certa antipatia pelo modelo da Alema-
nha nazista, o que permitiu proteger a nacionalização de grandes indústrias de base no Brasil.
c) A “democracia autoritária” foi uma expressão cunhada por Gustavo Capanema em 193 e utilizada pelo Estado
Novo para definir a construção das políticas públicas que beneficiavam os trabalhadores economicamente, mas
que enfraqueciam os poderes políticos dessa classe social.
d) Graças à utilização do imaginário do trabalhismo e à promulgação de todos os novos suportes aos trabalhado-
res, somadas ao ataque promovido contra certos grupos sociais, como estrangeiros, anarquistas, comunistas e
mendigos, entre outros, o Estado Novo conseguiu fôlego extra e pode continuar existindo mesmo no pós-guerra.
e) A movimentação dos trabalhadores em 1945 foi representada por um movimento social denominado “queremis-
mo”, que colocou a população na rua por estar insatisfeita com as políticas do Estado Novo. Os queremistas, por
sua vez, foram altamente repreendidos pelo Departamento de Imprensa e Propaganda. Mesmo assim obtiveram
sucesso, derrubando Vargas e dando origem a um novo partido político, o PDT.

140 História AULAS 45 e 46 Era Vargas: ditadura do Estado Novo


6. UFG-GO 2014 Leia o texto a seguir.
A bola não demorou a entrar no clima nacionalista do Estado Novo, durante a ditadura instalada por Vargas naquele ano
de 1937. A pátria começava a calçar as chuteiras para não tirá-las nunca mais. Desde o início de 1938, três meses antes do
início da terceira Copa do Mundo, na França, a expectativa que envolvia a participação brasileira era enorme. Mediado pelos
jornais e, sobretudo, pelo rádio, o encontro da popularidade do futebol com os ideais do Estado Novo contagiava e unia todo
o país. Os jogadores eram vistos como nossos embaixadores na Europa, e deles se esperava o mesmo que então se exigia
de cada cidadão comum: coragem, disciplina e patriotismo acima de tudo. Eram esses os ingredientes que alimentavam o
sonho de fazer do Brasil tanto uma grande nação quanto campeão mundial de futebol. Constantes referências a Getúlio e aos
altos interesses do país legitimavam o caráter oficial da delegação, reforçado ainda pela escolha da filha do presidente, Alzira
Vargas, como madrinha da equipe. Tamanha mobilização fez do embarque da seleção rumo à França uma apoteose patriótica.
FRANZINI, Fábio. Quando a pátria calçou chuteiras. In: Revista de História da Biblioteca Nacional, 30 jun. 2009.
Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br. Acesso em: abr. 2014. (Adaptado).

O texto apresentado se refere ao contexto histórico e político do Brasil que envolveu a participação da seleção brasileira
de futebol na Copa do Mundo de , na França. De acordo com esse parágrafo e o contexto ao qual ele remete,
) identifique o ideal, destacado reiteradamente no texto, que deveria ser seguido pelos jogadores brasileiros, se-
gundo a propaganda do Estado Novo.

b) explique os propósitos do Estado Novo varguista ao propagar a identidade entre o povo brasileiro, o futebol
e a nação.

Guia de estudos
FrENtE 1

História • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 9


i. Leia as páginas de 57 a 60. iii. Faça os exercícios propostos de 8 a 15.
ii. Faça os exercícios de 5 a 10 da seção “Revisando”. iV. Faça os exercícios complementares de 9 a 13 e 15.

AULAS 45 e 46 Era Vargas: ditadura do Estado Novo 141


FRENTE 1
AULAS 47 e 48

Populismo: conceito e casos na Argentina e no México


1. Contexto e conceito 2. O populismo na Argentina
y Crise econômica durante a década de 193. y Juan Domingo Perón (1895-194).
– Enfraquecimento dos regimes oligárquicos e – Dois primeiros mandatos: 6- e -.
agroexportadores. – Apoio da classe trabalhadora urbana.
y Conceito utilizado para definir alguns políticos latino- – Garantia de leis e direitos trabalhistas.
-americanos entre as décadas de 193 e 19. – Perseguição aos grupos comunistas.
y Formas de discurso e mobilização política. y Eva Perón (1919-1952).
– Apelo nacionalista. – Voto feminino na Argentina ().
– Discurso com o intuito de ir além das classes e – Políticas públicas de caráter assistencialista.
dos partidos políticos. y Levante militar derruba Perón do poder (1955).
y Nacionalismo econômico.
– Política de industrialização capitaneada pelo 3. O populismo no México
Estado. y Lázaro Cárdenas (1895-19).
y Principais representantes (que ocuparam ou não a – Mandato: -0.
presidência em seus países): – Governo populista mais próximo de ideologias da
– Juan e Eva Perón, na Argentina; Getúlio Vargas, esquerda.
Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João – Apoio do campesinato.
Goulart, no Brasil; Lázaro Cárdenas, no México; – Reforma agrária.
José María Velasco Ibarra, no Equador; Jorge – Expropriação das empresas petrolíferas estrangeiras.
Eliécer Gaitán, na Colômbia; e Victor Raúl Haya y Sucessão de Manuel Ávila Camacho.
de La Torre, no Peru. – Continuidade da política iniciada por Cárdenas.

Exercícios de sala
1. Unoee-Pr 2017 Analise as indicações abaixo: II - Expectativa de apoio estatal nas disputas
I - Censura e controle de terra
O samba O Bonde de São Januário, de autoria de Wilson “Deste Norte do Paraná, que já parecera o eldorado para
Batista composta em 1940 e interpretado por Ataúfo Alves, milhares de brasileiros que para lá se deslocavam, chega
foi censurado pelo DIP (Departamento de Imprensa e a carta de José Arruda de Oliveira. A carta não serve ape-
Propaganda). Esse órgão, criado pelo governo de Getúlio nas para pedir, mas também contar sua vida: “Trabalhei
Vargas durante o Estado Novo, exercia de forma severa a na Bahia em cinquenta e cinco tarefas de cacau, mas só
censura sobre os jornais, as revistas, o teatro, o cinema, a recebi mil cruzeiros por pé. Tenho sofrido muito na unha
literatura, o rádio e as demais manifestações culturais. A dos tubarões. Eu não queria trabalhar mais para os tuba-
letra original dizia: “O bonde de São Januário/leva mais rões”. Tubarão, na linguagem da época, era o explorador
um sócio otário/só eu não vou trabalhar”. que não plantava, mas colhia o resultado de seu plantio.
Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/ Arruda continuava: “Formei quatro alqueire de café, e te-
debaser/singlefile.php?id=23459. nho uma posse. Mas agora homem da companhia agrícola
de Catanduva diz que a terra é deles. Eu agaranto que é
O Bonde de São Januário mata do Estado”. Ser mata do Estado abria para Arruda a
Quem trabalha é quem tem razão esperança de que pudesse ficar em paz: “eu assisti o seu
Eu digo e não tenho medo de errar comício em Londrina e fiquei muito satisfeito. Eu queria
O Bonde de São Januário leva mais um operário muito conversar com o senhor pra contar o que acontece
Sou eu que vou trabalhar aqui no Paraná.”.”
Antigamente eu não tinha juízo RIBEIRO, Vanderlei V. Cartas da roça ao presidente: os
Mas hoje eu penso melhor no futuro camponeses ante Vargas e Perón. Revista de História Comparada,
Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 9, 2007.
Graças a Deus sou feliz vivo muito bem
A boemia não dá camisa a ninguém Após analisarmos tais considerações frente ao que se
Passe bem! denominou “Era Vargas”, podemos indicar como IN-
Composição: Wilson Batista CORRETA a seguinte alternativa:

142 História AULAS 47 e 48 Populismo: conceito e casos na Argentina e no México


) O DIP atuou e interveio junto aos setores de 3. UEPG-Pr 2018 De acordo com Guita Debert “o po-
comunicação e produção cultural com ênfase pulismo constitui uma relação pessoal entre um líder
em abordagens que favorecessem ações e in- e um conglomerado de indivíduos, relação essa expli-
teresses do Estado, tais como a valorização do cada através do recurso à ideia de demagogia, nem
trabalho, em um momento de intensa tensão so- sempre claramente definida ... o líder populista não
cial no campo e na cidade. aparece como um verdadeiro político, mas sobretu-
b) A expressão “pai dos pobres e mãe dos ricos” do como um aproveitador da ignorância popular, e as
corresponde a uma avaliação crítica que se fez massas, na sua irracionalidade, não constituem fun-
(e faz) sobre as medidas e ações promovidas du- damento para qualquer tipo de política. O populismo,
rante a presença de Vargas à frente do Estado desse ponto vista, seria, pois, um fenômeno pré-po-
brasileiro. Sugere a oscilante denominação de lítico ou parapolítico.” (DEBERT, Guita G. Ideologia e
apresentar-se afeito às demandas populares, mas Populismo: Adhemar de Barros, Miguel Arraes, Carlos
garante apoio e alianças a interesses dominantes. Lacerda, Leonel Brizola. Rio de Janeiro: CEPS, 00.
c) A memória que prevaleceu sobre o período p. 6). Com base no exposto acima, e considerando que
Vargas corresponde a uma leitura histórica em a história política brasileira está marcada por governos
que a prática populista buscava garantir apoio po- e políticos populistas, assinale o que for correto.
pular e uma imagem de consenso social frente às  Juscelino Kubitschek foi um líder populista que
medidas governamentais. se caracterizou por reforçar o sentimento de bra-
d) A Consolidação das Leis Trabalhistas durante a silidade. O projeto nacional-desenvolvimentista
de JK baseava-se no crescimento do país sem
gestão do presidente Vargas surge como marco
vínculo com o capital internacional, pautado ex-
de mudança nas relações de trabalho, uma vez
clusivamente nas potencialidades nacionais.
que desde então jamais houve descumprimento
 Herdeiro político de Vargas, João Goulart caracte-
dos direitos trabalhistas.
rizou-se como um dos principais líderes populistas
e) A experiência do populismo na América do Sul no
da história política brasileira. Uma das marcas do
século XX permite destacar uma prática de go-
governo Goulart foi o seu contato cotidiano com
verno em que se privilegiam ações de controle
as massas por meio dos veículos de comunica-
social, revestidas por demandas populares, ao
ção. Foi ele o criador do programa radiofônico
mesmo tempo em que personifica a atuação do
“Hora do Brasil”.
Estado na figura de seus governantes.  Jânio Quadros, eleito presidente com grande apoio
popular, é um dos exemplos de governos popu-
2. Fuve-sP Os governos de Getúlio Vargas (0- listas brasileiros. Personalista, elegeu-se com um
-/-), no Brasil, de Juan Domingo Perón discurso moralista baseado no combate à corrup-
(6-), na Argentina, de Victor Paz Estensoro ção. Filiado ao Partido Comunista, Jânio foi o maior
(-6/60-6), na Bolívia, e de Lázaro Cárdenas exemplo de populismo de esquerda no Brasil.
(-0), no México, foram alguns dos mais significa-  Conhecido como “pai dos pobres”, Getúlio Vargas
tivos exemplos do populismo latino-americano que se é um dos grandes exemplos do populismo bra-
caracterizou notadamente: sileiro. Carismático, autoritário, criador de uma
) pela aliança com as oligarquias rurais na luta con- ampla legislação social e trabalhista, Vargas foi
tra os movimentos de caráter socialista. aprovado e venerado pelas massas no Brasil das
b) pelo predomínio político do setor agrário-exporta- décadas de 193, 4 e 5.
dor em detrimento do setor industrial.  O nacionalismo foi um dos valores centrais disse-
c) pelo nacionalismo, e intervenção do Estado na minados por líderes populistas brasileiros (como
economia, priorizando o setor industrial. Getúlio Vargas e João Goulart). O estímulo ao
d) por propostas radicais de mudanças nas estrutu- sentimento de amor à pátria, à nação e aos valo-
ras socioeconômicas, em oposição ao capitalismo res originários da brasilidade se fez presente em
internacional. discursos, peças publicitárias e rituais promovidos
e) por ter concedido às multinacionais papel estraté- por tais líderes.
gico nos setores agrário e industrial. Soma:
FrENtE 1

AULAS 47 e 48 Populismo: conceito e casos na Argentina e no México 143


4. Mckenze 2013 [...] conceitualizar o fascismo como 5. UFG-GO 2012 Em , o governo peronista projetou
populista é um erro, embora a intensidade da propaganda a construção de um monumento para homenagear os
política, a mobilização das massas e o carisma pessoal apa- trabalhadores argentinos, intitulado “O descamisado”.
rentemente possam identificar o populismo com fascismo. Desde , com a morte de Eva Perón, atribuiu-se
Mario Sznajder. “Fascismo e Intolerância”. In: Maria Luiza Carneiro e ao monumento a função de homenagear também a
Frederico Croci (orgs). Tempos de fascismos: Ideologia – Intolerância –
Imaginário. São Paulo: EDUSP/ Imprensa Oficial/ Arquivo Público do primeira-dama argentina. Ao associar essas duas ho-
Estado de São Paulo, 2010, p. 30. menagens, o monumento
O erro citado consiste no fato de que ) exprimia o protagonismo político dos operários
) nos fascismos categorias inteiras são excluídas, no regime peronista.
com base em definições de “inimigo”, ou seja, a b) expressava as origens populares dos líderes do
negação da cidadania é uma consequência qua- regime peronista.
se natural de não se pertencer à comunidade. Ao c) aludia ao caráter assistencialista identificado ao
contrário, no populismo, as coalisões interclasses governo peronista.
e entre diversos grupos são a condição sine qua d) explicitava o princípio socialista presente no regi-
non de sua existência. me peronista.
b) no populismo, a preocupação com a legitimação e) definia o lugar marginal da elite socioeconômica
das ações do líder forçou a criação de órgãos argentina no governo peronista.
destinados apenas à propaganda política e à
6. FGV-sP 2022 O populismo, como estilo de governo,
censura. Nos fascismos, por sua vez, a adesão
sempre sensível às pressões populares, ou como polí-
em massa ao chefe de governo excluiu ações
tica das massas, que buscava conduzir, manipulando
propagandísticas mais incisivas, assim como o
suas aspirações, só pode ser compreendido no contex-
surgimento de oposições relevantes.
to do processo de crise política e de desenvolvimento
c) no nazi-fascismo o centro de ações girou em econômico que se abre com a revolução de 1930. Foi
torno do combate ao comunismo e ao liberalis- a expressão do período de crise da oligarquia e do li-
mo, representantes de uma época decadente e beralismo, sempre muito afins na história brasileira, e
retrógrada. No populismo, os discursos liberais e do processo de democratização do Estado que, por sua
socialistas do governo serviram, antes de tudo, vez, teve que apoiar-se sempre em algum tipo de auto-
para manipular as massas, perpetuando líderes ritarismo, seja o autoritarismo paternalista da ditadura
carismáticos no poder. Vargas (1937-1945), seja o autoritarismo paternalista
d) tanto nos fascismos quanto no populismo grupos ou carismático dos líderes de massas da democracia do
que se pretendam autônomos ou aqueles que não após-guerra (1945-1964).
tenham aderido ativamente ao nacionalismo ex- WEFFORT, F. O populismo na política brasileira.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980, p. 61.
tremo são perseguidos ou mesmo eliminados. No
entanto, a preocupação, dos governantes populis- Acerca do populismo e da política brasileira é correto
tas, com uma legitimação de ações obrigou-os a afirmar:
conceder garantias a alguns desses grupos. ) Tratou-se de uma forma de incorporação das
e) nos fascismos a liderança personificada exigia a massas populares ao jogo político nacional.
radicalização com os opositores, eliminando-os e b) Caracterizou-se pela demagogia política sem que
criando um clima de insegurança, em que qual- houvesse nenhum benefício às massas populares.
quer pessoa, em potencial, era vista como inimiga c) Foi encerrado com a destituição de Vargas em
do Estado. No populismo, apesar do autoritaris- 1945 e foi restabelecido por Juscelino Kubitschek
mo, o pluripartidarismo impedia ações eficazes no em 195.
combate à oposição. d) Foi engendrado pelas Forças Armadas como um
projeto de saneamento das instituições brasileiras.
e) Esteve condicionado exclusivamente ao jogo eleito-
ral e à manipulação das massas e dos seus eleitores.

Guia de estudos

História • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 10


i. Leia as páginas de 76 a 79. iii. Faça os exercícios propostos de 2 a 6 e 10.
ii. Faça os exercícios de 2 a 6 e 10 da seção “Revisando”. iV. Faça os exercícios complementares 1, 2 e de 5 a 10.

144 História AULAS 47 e 48 Populismo: conceito e casos na Argentina e no México


CIÊNCIAS HUMANAS E

NTE
SUAS TECNOLOGIAS

FRE
HISTÓRIA

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FRENTE 2
AULAS 37 e 38

O pensamento do século XIX: liberalismo, socialismo,


anarquismo e positivismo
1. Liberalismo político clássico y Liberais do fim do século XX são chamados de neoli-
berais ou neoclássicos.
Características gerais
B. Thomas Robert Malthus
A. Individualismo y Crescimento populacional × produção de alimentos.
y Medidas de assistência ao pobre tenderia a agravar a
y O indivíduo é alguém livre destacado de sua coletivi-
condição da população.
dade, com potenciais próprios, capaz de conhecer e
dominar a natureza a partir de suas próprias qualidades. C. Davi Ricardo
B. Defesa dos direitos naturais y Valor de troca de uma mercadoria: escassez e quan-
tidade de trabalho necessária.
y Vida, liberdade (tudo aquilo que não prejudica o próxi- y Livre-comércio internacional.
mo), igualdade jurídica (não econômica) e propriedade
privada.
3. Positivismo
y No século XIX, a maioria dos liberais era contra a
democracia, posto que, para eles, essa forma de go- y Base: obra Curso de filosofia positiva (1830-1842), de
verno poderia se tornar um despotismo da maioria, Auguste Comte, idealizador da Sociologia.
ameaçando os direitos naturais (reforçado pela expe- y Lei dos Três Estados de Comte: teológico (mundo ex-
plicado por meio do sobrenatural); metafísico (mundo
riência jacobina).
explicado por meio da reflexão teórica e de princípios
y Os utilitaristas foram um grupo de liberais que, em vez
filosóficos abstratos, como o estado de natureza ou
de ancorarem sua ética na natureza, baseavam-na na
os direitos universais); e positivo (progresso tecnoló-
utilidade: bom não é aquilo que está em conformida-
gico; mundo explicado por meio da ciência).
de com a “natureza”, mas aquilo que é útil, isto é, que
traz felicidade a uma maior quantidade possível de
pessoas.
4. Socialismo

C. Defesa do constitucionalismo e oposição ao Socialismo utópico


despotismo
A. Características básicas
y A função do Estado é preservar os direitos naturais.
y Ação coletiva pela igualdade.
y O Estado é um mal necessário.
y Igualdade só se realiza quando ocorre também no
y Direito de resistir ao governante que viole os direitos
plano socioeconômico.
naturais.
y Marx chamou essas primeiras ideias de socialismos
y Leis, organizadas em uma Constituição, garantem
utópicos, pois, para ele, careciam de uma profundidade
liberdades individuais e devem ser feitas pelos repre-
teórico-analítica e, muitas vezes, apostavam na conci-
sentantes do povo (o conceito de quem é o “povo” varia).
liação de classes ou louvavam a pequena propriedade.
y Separação de poderes.
y Rotatividade do poder. B. Exemplos
y Saint-Simon: sociedade estável, única, integrada, sem
2. Liberalismo econômico clássico ociosos ou intrigas entre as classes.
y Charles Fourier: falanstérios ou fazendas agroindus-
A. Adam Smith triais autossuficientes, pautadas pela organização
y O trabalho é a verdadeira fonte de riqueza das nações. coletivista.
y O mundo comercial tem maior prosperidade. y Robert Owen: instaurou em fábricas na Escócia uma
y Divisão do trabalho = produtividade mais elevada. administração em conjunto com os trabalhadores,
y Propriedade e indústria garantiriam uma difusão geral reduziu jornada de trabalho para dez horas, instituiu
da prosperidade. fundo de pensão para os trabalhadores, criou hospi-
y Livre iniciativa e livre concorrência = lei natural da tais, escolas, creches e centros de lazer. Nos Estados
oferta e da procura. Unidos, fundou a comunidade New Harmony.

146 História AULAS 37 e 38 O pensamento do século XIX: liberalismo, socialismo, anarquismo e positivismo
y Papa Leão XIII: na Bula Rerum Novarum (“Das coisas C. Socialismo e comunismo
novas”), de 1891, apelou para o espírito cristão dos y Contradições do capitalismo levariam a sua superação.
capitalistas, intimando-os a tratar bem seus operários. y Transição por meio de revolução ou ditadura do
A conciliação entre patrões e operários seria a condi- proletariado.
ção para a construção de uma sociedade harmônica. y Comunismo: sociedade sem classes e, por consequên-
cia, sem Estado.
Socialismo científico
y Materialismo de Feuerbach: nada existe além da natu- 5. Anarquismo
reza e dos homens, de modo que todo fenômeno fora
do mundo concreto é uma invenção do ser humano. A. Características
y O que é ideologia? Uma falsa consciência, operada
em benefício das classes dominantes, que oculta e
y O ser humano pode viver em harmonia em um mundo
sem Estado.
justifica as contradições sociais, naturaliza as desi-
gualdades e justifica as explorações.
y O poder cria a ilusão de sua própria necessidade e
não é a solução para as mazelas.
y Materialismo histórico-dialético.
y Realidade: fruto de um processo histórico. y Crítica ao poder, ao Estado, ao nacionalismo e a ou-
tras forças repressoras.
y Ação espontânea pela igualdade e fim do Estado.
y Crítica ao liberalismo e ao socialismo marxista.

Exercícios de sala
1. UFU-MG 2018 “[...] Nós colocávamos – e éramos obri- b) No socialismo utópico, a doutrina defendida por
gados a colocar – a ênfase principal, antes de mais nada, Robert Owen e Charles Fourrier, prevaleciam as
em derivar de fatos econômicos fundamentais as ideias ideias de transformar a realidade por meio da luta
políticas, jurídicas e as demais noções ideológicas e as de classes, da superação da mais valia e da revo-
ações por elas desencadeadas. [...] A base dessa ideia é lução socialista.
uma concepção vulgar da causa e do efeito como polos c) O socialismo científico proposto por Karl Marx e
opostos de forma rígida”. Friedrich Engels, através do Manifesto Comunista
ENGELS, F. Carta a Franz Mehring, Londres, 14 de julho de 1893.
In: Cartas filosóficas e outros escritos. São Paulo: Grijalbo, 1977. p. 42-44.
de 1848, defendia uma interpretação socioe-
conômica da história dos povos, denominada
A justificativa da posição teórica de Engels na citação materialismo histórico.
acima teve por objetivo advertir sobre os riscos do ma- d) O anarquismo do russo Mikhail Bakunin defendia
terialismo histórico a formação de cooperativas, mas não negava a
) se distanciar do materialismo de Feuerbach. importância e a necessidade do Estado para a eli-
b) deixar de ser determinista. minação das desigualdades.
c) se aproximar do idealismo hegeliano.
d) deixar de ser dialético. 3. UtFPr Na primeira metade do século XIX, as filo-
sofias inspiradas no Iluminismo começaram a ter um
2. Uece 2014 O século XIX foi marcado pelo surgimen- efeito dramático, reflexo das pressões para mudanças
to de correntes de pensamento que contestavam o sociais rápidas. Dentre as correntes de pensamento
modelo capitalista de produção e propunham novas desse período, uma se destaca por ter sido formula-
formas de organizar os meios de produção e a distri- da por Augusto Comte (7-57), que propunha que
buição de bens e riquezas, buscando uma sociedade a existência social deve se pautar em valores com-
que se caracterizasse pela igualdade de oportunida- pletamente humanos, afastando-se da teologia cristã,
des. No que diz respeito a essas correntes, assinale a principalmente. Estamos falando do:
afirmação verdadeira. ) Romantismo.
) O socialismo cristão buscava aplicar os ensi- b) Utilitarismo.
namentos de Cristo sobre amor e respeito ao c) Positivismo.
próximo aos problemas sociais gerados pela d) Anarquismo.
FrENtE 2

industrialização, mas apesar de vários teóricos e) Idealismo.


importantes o defenderem, a Igreja o rejeitou
através da Encíclica Rerum Novarum, lançada
pelo Papa Leão XIII.

AULAS 37 e 38 O pensamento do século XIX: liberalismo, socialismo, anarquismo e positivismo 147


4. Unep 2022 Se eu tivesse que responder à seguinte per- 6. Unep 2013
gunta: O que é a escravatura? e respondesse sem hesitar:
texo 1
É o assassínio, o meu pensamento ficaria perfeitamente
Se o homem no estado de natureza é tão livre, confor-
expresso. Não precisarei de fazer um grande discurso
me dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa
para mostrar que o poder de privar o homem do pensa-
e posses, […] por que abrirá ele mão dessa liberdade,
mento, da vontade e da personalidade, é um poder de
por que […] sujeitar-se-á ao domínio e controle de qual-
vida e morte e que fazer de um homem escravo equivale
quer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora
a assassiná-lo. Por que, então, a essa outra pergunta: O
no estado de natureza tenha tal direito, a fruição […] da
que é a propriedade? não posso responder simplesmente:
propriedade que possui nesse estado é muito insegura,
É o roubo, ficando com a certeza de que me entendem,
muito arriscada. […] não é sem razão que procura de boa
embora esta segunda proposição não seja mais que a pri-
vontade juntar-se em sociedade com outros […], para a
meira, transformada?
mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que
(Pierre Joseph Proudhon. O que é a propriedade?, 1975.)
chamo de propriedade”.
O texto, escrito em , expressa uma posição (John Locke. O segundo tratado sobre o governo.)
) anarquista, de crítica ao direito de propriedade e
de defesa do valor supremo da liberdade. texo 2
b) comunista, de crítica à burguesia e de defesa Horrorizai-vos porque queremos abolir a propriedade
da revolução social como forma de construir um privada. Mas, em nossa sociedade, a propriedade priva-
Estado proletário. da já foi abolida para nove décimos da população; se
c) liberal, de defesa do direito de propriedade e de ela existe para alguns poucos é precisamente porque não
crítica às desigualdades sociais. existe para esses nove décimos. Acusai-nos, portanto, de
d) positivista, de crítica à falta de ordem social e de querer abolir uma forma de propriedade cuja condição
defesa de ações voltadas ao progresso. de existência é a abolição de qualquer propriedade para
a imensa maioria da sociedade. Em suma, acusai-nos de
e) marxista, de defesa da eliminação da propriedade
abolir a vossa propriedade. Pois bem, é exatamente isso
privada e de crítica ao regime de trabalho assa-
o que temos em mente.
lariado.
(Karl Marx e Friedrich Engels. O manifesto comunista.)

5. Udec 2019 “Em lugar da antiga sociedade burguesa, Os textos citados indicam visões opostas e conflitantes
com suas classes e antagonismos de classe, surge uma sobre a organização da vida política e social. Responda
associação onde o livre desenvolvimento de cada um é quais foram os sistemas políticos originados pelos dois
a condição do livre desenvolvimento de todos.” (Marx, textos e discorra brevemente sobre suas divergências.
Karl; Engels, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista.)
O Manifesto Comunista, escrito por Karl Marx e Friedrich
Engels, expressa uma série de ideias que anunciam os
princípios do comunismo. A respeito do comunismo,
analise as proposições e assinale (V) para verdadeira
e (F) para falsa.
i. Foi o modelo político implementado na Alemanha
Nazista e na Rússia Stalinista.
ii. O modelo comunista prevê um governo ditato-
rial, centralizado nos proletários que instauram
um governo de substituição ao que vinha sendo
exercido pela sociedade burguesa.
iii. No Brasil, o governo de João Goulart foi, irrefuta-
velmente, comunista.
Assinale a alternativa coe, de cima para baixo.
) F – F – V
b) V – V – V
c) V – F – F
d) F – V – F
e) F – F – F

Guia de estudos

História • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 9


i. Leia as páginas de 92 a 96. iii. Faça os exercícios propostos de 2 a 7 e 10.
ii. Faça os exercícios de 1 a 4 da seção “Revisando”. iV. Faça os exercícios complementares de 1 a 9.

148 História AULAS 37 e 38 O pensamento do século XIX: liberalismo, socialismo, anarquismo e positivismo
FRENTE 2
AULAS 39 e 40

O Congresso de Viena, as revoluções de 1830 e 1848,


as unificações alemã e italiana e a Comuna de Paris
1. O que é nacionalismo? 3. As revoluções de 1848: a Primavera
A ideia de nação e nacionalismo começa a tomar força dos Povos
durante a Revolução Francesa. Eric Hobsbawm define nacio-
nalismo como “uma construção mental imposta à realidade A. Luí Felpe i, o “e buguê”
social para a estruturar e que procura agrupar elementos
Após 1830, ascendeu ao trono francês Luís Felipe I.
igualmente heterogêneos”. E, como disse Benedict Anderson,
O monarca submeteu-se à Constituição Liberal, restituiu o
a nação é “uma comunidade política imaginada – e ima-
poder legislativo e aboliu a censura. Paralelamente, graves
ginada como sendo intrinsecamente limitada e, ao mesmo
crises econômicas percorriam a França.
tempo, soberana [...] a essência de uma nação consiste em
que todos os indivíduos tenham muitas coisas em comum e, B. a revolução de  n Fnç
também, que tenham esquecido muitas coisas”.
Em fevereiro de 1848, foi implantado um governo provi-
sório republicano na França. Nascia a 2a República Francesa.
2. As revoluções liberais de 1830: O sufrágio universal masculino era instaurado. Posteriormen-
da França para o mundo te, a eleição de Luís Bonaparte, que se tornaria o imperador
Napoleão III, levou os sonhos da Primavera dos Povos ladeira
A. reução Boubon abaixo.
A segunda onda revolucionária ocorreu nos anos 1830
e teve como foco a França. O Congresso de Viena ordenou C. repecuão de  no mundo
que o trono francês voltasse a ser ocupado pela família Espalhou-se pela Europa de maneira impressionante:
Bourbon. No poder, Luís XVIII (1814-182) procurou go- a chamada Primavera dos Povos de 1848 foi a primeira e
vernar de forma moderada, por meio de uma monarquia única revolução que ocorreu em quase todo o continente
parlamentar (portanto, não absolutista), conciliando princí- europeu. Motivos: defesa de uma democracia genuína (fim
pios aristocráticos com algumas conquistas da Revolução do voto censitário) e melhores condições econômicas, e,
de 189. em algumas regiões, movidos pelo sentimento de nacio-
nalismo-liberal (na Itália e na Alemanha pela unificação, e,
B. Clo X no caso da Hungria, pela separação).
Com a morte de Luís XVIII, Carlos X assumiu o trono. Era O conflito não era mais entre nobreza e povo, mas en-
partidário do absolutismo e da volta dos privilégios aristo- tre burgueses e proletários. A burguesia deixou de ser uma
cráticos. Carlos promoveu medidas altamente impopulares, força revolucionária, e tornou-se conservadora e opressora.
governou por decretos, censurou a imprensa, estabeleceu Se 1848 foi a mais ampla de todas as revoluções, foi
o censo eleitoral, dissolveu o legislativo e convocou novas também a mais fracassada. Dezoito meses depois, todas
eleições. as revoluções estavam derrotadas.
A força dos movimentos de 1848 também inspirou vá-
C. revolução de  rios intelectuais. Marx percebeu uma mudança nos tempos
Também chamada de Jornadas Gloriosas. A população e pensou na possiblidade real de uma revolução proletária:
de Paris ergueu barricadas, derrotou as tropas reais e expul- nesse mesmo ano, publicou O Manifesto Comunista.
sou Carlos X da França. Temendo a radicalização da revolta, a
burguesia estabeleceu uma monarquia constitucional liberal,
e a coroa foi oferecida a Luís Felipe de Orleans, membro da
nobreza que aderiu à causa dos revolucionários. A revolução
FrENtE 2

provocou uma onda liberal que se alastrou por toda a Europa,


destruindo a ordem estabelecida no Congresso de Viena.

AULAS 39 e 40 O Congresso de Viena, as revoluções de 1830 e 1848, as unificações alemã e italiana e a Comuna de Paris 149
Entre a Primavera dos Povos e a Comuna de B. Alemanha
Paris: 1848 a 1871 y Origem: Sacro Império Romano-Germânico.
y Confederação Germânica (39 Estados, entre eles,
A. Eleçõe de  Prússia, Áustria e Hungria).
y Industrialização: distritos industriais e centros urba-
Em um país destroçado pelas guerras e pela crise eco-
nos surgiram em várias regiões, estradas de ferro se
nômica, os franceses viram em Luís Bonaparte, sobrinho de
multiplicaram, as minas de carvão e ferro permitiram o
Napoleão, a possibilidade de voltar às glórias do passado crescimento das indústrias siderúrgicas e metalúrgicas.
napoleônico. y Houve movimento democrático pela unificação, que
fracassou.
B. “O  Bumáo de Luí Bonpe” y Guilherme I e Otto von Bismarck realizam unificação
O presidente foi transformado em imperador por meio monárquica, autoritária e impositiva. Três guerras fo-
de um plebiscito em 182, ganhando a coroa e o título de ram necessárias.
Napoleão III. y Guerra dos Ducados (1864): com a Áustria, Prússia ane-
xa os ducados de Schleswig e Holstein, da Dinamarca.
C. segundo impéo Fncê (-) y Guerra Austro-Prussiana ou Guerra das Sete Semanas
Controle do proletariado, modernização capitalista, (1866).
y Guerra Franco-Prussiana (180).
abertura ao capital estrangeiro e crescente industrialização,
y 181: kaiser Guilherme I coroado imperador da
com a construção de portos, ferrovias, estradas e bondes.
Alemanha. Começo do Segundo Reich.
Paris recebeu uma imensa reforma, afirmando-se como
centro cultural mundial. Consequências
A política externa do Império foi desastrosa e ambí-
y Revanchismo francês: os franceses foram obrigados
gua, marcada por guerras e intervenções que minaram a a devolver a rica região de Alsácia-Lorena para os
economia francesa e a popularidade de Napoleão III. O epi- alemães, desarmar sua guarda nacional e pagar  bi-
sódio fatal da política externa de Napoleão III foi a Gue lhões de francos em indenizações.
Fnco-Pun. Nascia, aí, o famoso evnchmo fn- y Desequilíbrio na Europa com o surgimento de uma
cê, fundamental para a Primeira Guerra Mundial. nova potência capitalista e militarista, a Alemanha.
Após a humilhante derrota dos franceses, teve fim o y Nacionalismo “frágil” alemão foi terreno fértil para a se-
Segundo Império e foi implantada a Terceira República meadura de ideias ultranacionalistas, como o nazismo.
Francesa (180-1940). Assim, quando, por exigência da
Alemanha, o governo francês tentou desarmar a guarda na- C. Itália (Il Risorgimento)
cional parisiense, operários, artesãos, socialistas de diversas y Desde o Império Romano, carecia de unidade política.
tendências – e, sobretudo, anarquistas – pegaram esponta- y Com o Congresso de Viena (1814-181), a península
neamente em armas e tomaram Paris durante 2 dias. Foi a Itálica ficou novamente dividida e subjugada.
Comun de P, que, apesar de ser duramente reprimida, y Movimento democrático e republicano pela unificação:
inspirou o movimento socialista do século seguinte. Jovem Itália (Mazzini e Garibaldi, lideranças). Derrotado.
y Vítor Emanuel II e Conde de Cavour realizam unifica-
4. Unificações italiana e alemã ção monárquica, autoritária e impositiva. Aliança de
Vítor Emanuel II com Garibaldi e os “camisas verme-
lhas”. Vítor Emanuel II foi proclamado rei; os Estados
A. Características comuns Pontifícios foram anexados em 180.
y Unificações monárquicas, autoritárias e impositivas.
y Identidades nacionais frágeis. Consequências
y Liderança dos Estados mais industrializados: Prússia, y Algumas províncias italianas (Trentino, Tirol Meridio-
na Alemanha, e Piemonte-Sardenha, na Itália. nal, Trieste, Ístria) continuavam nas mãos da Áustria.
y Desigualdade Norte-Sul. y Desigualdade regional e emigração.

Exercícios de sala
1. UEMG 2016 Há duzentos anos, em 9 de junho de 1815, contrapesos conhecido como “Concerto Europeu”(...).
encerrava-se o Congresso de Viena, conferência de pa- O Concerto Europeu procurou substituir um arranjo uni-
íses europeus que, após nove meses de deliberações, polar por um sistema inovador de consultas plurilaterais.
estabeleceu um plano de paz de longo prazo para o con- Esse esforço visava a garantir a estabilidade europeia no
tinente, que vivia um contexto político conturbado (...). pós-guerra.
Para alcançar esse objetivo, os diplomatas presentes ao http://blog.itamaraty.gov.br/63-historia/146-200-anos-do-
Congresso de Viena criaram um mecanismo de pesos e congresso-de-viena. Acesso em: 20/7/2015.

150 História AULAS 39 e 40 O Congresso de Viena, as revoluções de 1830 e 1848, as unificações alemã e italiana e a Comuna de Paris
b) a revolução de 848, liderada pelos homens de
83, isto é, a classe burguesa, tinha como maio-
res objetivos a queda de Luís Bonaparte e a vitória
das ideias socialistas, pregadas nos banquetes e
nas barricadas contra o rei e contra a nobreza.
c) a revolução de 848, influenciada pelo socialismo
utópico, significou a luta entre a classe burguesa,
líder da revolução de 83, e as classes popula-
res que, cada vez mais organizadas na campanha
dos banquetes e nas barricadas, forçaram a queda
do rei Luís Felipe.
http://blog.itamaraty.gov.br/images/viena.jpg. Acesso em: 19/9/2015.
d) os líderes revolucionários de 848, os mesmos
O contexto conturbado vivido pela Europa antes do da revolução de 83, sob forte propaganda das
Congresso de Viena e os resultados deste foram, ideias liberais e influenciados pela luta política,
respectivamente: convocaram e obtiveram o apoio das classes po-
a) A guerra dos sete anos que colocaram em con- pulares, no Parlamento, contra o rei Luís Felipe.
fronto Inglaterra e França em função de disputas e) o rei Luís Felipe, no trono francês entre 83 e
territoriais na América. – A expulsão da França da 848, foi derrubado por uma bem orquestrada
Liga das nações por ter desrespeitado regras in-
luta política no Parlamento, que uniu liberais e so-
ternacionais preestabelecidas.
cialistas, vitoriosa para essa aliança, que formou
b) A disputa imperialista protagonizada pelas nações
o governo provisório e elegeu o presidente Luís
europeias em função da crise econômica vivida no
século XIX. – Evitou-se provisoriamente um con- Bonaparte.
flito de proporções mundiais já que, por meio de
concessões, garantiu-se um equilíbrio político. 3. UEL-PR 2020
c) A expansão napoleônica que destronou reis e
promoveu a invasão e ocupação militar sobre
diversas regiões. – Restauração das monarquias
depostas por Napoleão, legitimação das existen-
tes à época e a criação da Santa Aliança.
d) A primeira grande guerra, que foi consequência de
um momento marcado pelo nacionalismo exacer-
bado e por rivalidades econômicas e territoriais. –
A imposição de uma paz despreocupada com o
equilíbrio mundial pois humilhava os derrotados.

2. FGV-SP 2016
(...) os homens que naquele momento estavam en-
carregados de pôr termo à Revolução de 1848 eram
precisamente os mesmos que fizeram a de 30. (...)
O que a distinguia ainda, entre todos os acontecimen-
tos que se sucederam nos últimos sessenta anos na França,
DELACROIX, E. Liberdade Guiando o Povo. 1830.
foi que ela não teve por objetivo mudar a forma, mas alte- Óleo sobre tela, 260 x 325 cm. Museu do Louvre (Paris, França).
rar a ordem da sociedade. Não foi, para dizer a verdade,
uma luta política (...), mas um embate de classe (...). Exposta no Museu do Louvre, a obra “Liberdade Guiando
Havia se assegurado às pessoas pobres que o bem dos o Povo”, remete à existência de questão social ainda
ricos era de alguma maneira o produto de um roubo cujas hoje debatida. Com base na imagem e nos conheci-
vítimas eram elas (...). mentos sobre modernidade e vida social, é correto
É preciso assinalar ainda que essa insurreição terrível afirmar que a obra representa
não foi fruto da ação de certo número de conspiradores, a) a luta de estratos sociais em defesa da igualdade
mas a sublevação de toda uma população contra outra (...). jurídica e pela conquista dos direitos de cidadania.
(Alexis de Tocqueville, Lembranças de 1848. 1991) b) a primeira tentativa de revolução social do prole-
FRENTE 2

A partir do texto, é correto afirmar que tariado moderno contra a burguesia.


a) a revolução limitou-se, em 848, a apelos polí- c) a participação popular na luta pelo direito de voto
ticos, no sentido de a classe burguesa, líder do pelas mulheres e contra o trabalho infantil.
movimento, atrair as classes populares para a d) o repúdio ao caráter sangrento das revoluções
luta, contra o absolutismo de Carlos X, usando as populares, produtoras de regimes ditatoriais.
ideias liberais como combustível para a implanta- e) a democracia, que atinge a plenitude quando ho-
ção do Estado liberal. mens, mulheres e jovens pegam em armas.

AULAS 39 e 40 O Congresso de Viena, as revoluções de 1830 e 1848, as unificações alemã e italiana e a Comuna de Paris 151
4. UFU-MG 2018 Alexandre, Bispo, Servo dos Servos de ) Fortaleceu a posição dos militares diante da so-
Deus, ao Caríssimo filho em Cristo, Afonso, Ilustre Rei ciedade francesa.
dos Portugueses, e a seus herdeiros, ‘in perpetuum’. Está b) Baseou-se no ideal centralizador do absolutismo.
claramente demonstrado que, como bom filho e príncipe c) Estimulou os privilégios e a hierarquização da
católico, prestaste inumeráveis serviços a tua mãe, a Santa sociedade.
Igreja, (...) Por isso, nós, atendemos às qualidades de pru- d) Instituiu o ensino religioso em toda França.
dência, justiça e idoneidade de governo que ilustram a tua e) Foi uma fonte de inspiração para o movimento
pessoa, tomamo-la sob a proteção de São Pedro e nossa, e operário.
concedemos e confirmamos por autoridade apostólica ao
teu excelso domínio o reino de Portugal (...)
Disponível em: <http://ensina.rtp.pt/artigo/a-bula-manifestis-probatum-o-
6. Uej 2017
documento-fundador-do-reino/>. Acesso em 06 de mar. 2018.

Em  de maio de 7, o Papa Alexandre III emitiu


uma bula, declarando D. Afonso Henriques soberano
de Portugal. Esse trecho do documento é testemunho
do surgimento precoce da primeira nação europeia.
A aliança entre a nobreza e a burguesia (abençoada
pela Igreja) enfraqueceu os senhores feudais, dando
início ao aparecimento dos Estados Nacionais. Ee
poceo e  é o éculo XiX qundo u-
gu  úlm nção po meo d unfcção de eno.
De acordo com as informações dadas, a nação referida
no trecho em destaque é
) Alemanha. c) França.
b) Itália. d) Inglaterra.
adorocinema.com
5. UFJF-MG 2018 Observe o documento a seguir:
O Leopardo, de Tomasi di Lampedusa, publicado postu-
mamente e popularizado pelo cineasta italiano Luchino
Visconti, narra a decadência da nobreza e a ascensão de
uma nova classe na Itália do final do século XIX, endinhei-
rada, destituída de sangue azul, mas ávida para comprá-lo.
A astúcia do aristocrata Tancredi o levou a perceber a ne-
cessidade de sobrevivência numa nova realidade. Em uma
de suas falas, ele diz: “Se nós não estivermos presentes
[na unificação], eles aprontam a República. Se queremos
que tudo continue como está, é preciso que tudo mude.
Fui claro?”.
Adaptado de revistabula.com.

A frase do personagem Tancredi no filme O Leopar-


Fonte: https://goo.gl/vBpLx do sintetiza a postura da nobreza italiana em meio ao
Sugestão de tradução processo de unificação nacional na década de .
República Francesa Apresente uma característica da unificação italiana que
Liberdade – Igualdade - Fraternidade justifique a frase do personagem. Aponte, ainda, um
A Comuna de Paris Decreta: efeito socioeconômico dessa unificação para o conti-
1. O alistamento está abolido; nente americano.
2. Nenhuma força militar diferente da Guarda Nacional
será criada ou introduzida em Paris;
3. Todos os cidadãos farão parte da guarda nacional.
Hotel de Ville, 29 de março de 1871.
Com relação à Comuna de Paris assinale a alternativa
COrrEta:

Guia de estudos

História • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 9


i. Leia as páginas de 97 a 103. iii. Faça os exercícios propostos de 11 a 15 e de 17 a 20.
ii. Faça o exercício 5 da seção “Revisando”. iV. Faça os exercícios complementares de 11 a 20.

152 História AULAS 39 e 40 O Congresso de Viena, as revoluções de 1830 e 1848, as unificações alemã e italiana e a Comuna de Paris
FRENTE 2
AULA 41

A Segunda Revolução Industrial


1. A Segunda Revolução Industrial
Primeira Revolução Industrial Segunda Revolução Industrial

Expansão para outros lugares, principalmente


Onde? Inglaterra
Alemanha, França, Japão e Estados Unidos

Quando? Séculos XVIII-XIX Séculos XIX-XX

Novas fontes de energia Vapor Petróleo, eletricidade

Novos meios de transporte Trens e navios a vapor Automóveis, bondes, além da melhoria em trens e navios

Uso de novas matérias-primas Ferro Aço, alumínio

 Invenções importantes: anestésicos, antissépticos, raios X, fotografia, máquina de escrever, fertilizantes, rádios, tele-
fones, bicicletas, aviões, metralhadoras, torpedos, submarinos, cinema.

2. Crise do capitalismo (1873-1896)


 Consequências:
– Imperialismo.
– Capitalismo monopolista.
– Taylorismo (profissionalização da gestão de empresas), com o objetivo de otimizar a produção.
– Crescimento vertiginoso dos bancos.
A partir de 1890, o mundo conheceu um novo boom econômico.

Exercícios de sala
1. Fuvest-SP 2017 Com base na tabela, é correto afirmar:
Níveis per capita de industrialização, 1750-1913.
a) A industrialização acelerada da Alemanha e
(Reino Unido em 1900 = 100) dos Estados Unidos ocorreu durante a Primeira
Revolução Industrial, mantendo-se relativamente
País 1750 1800 1860 1913
inalterada durante a Segunda Revolução Industrial.
Alemanha   5 5 b) Os países do Sul e do Leste da Europa apresen-
taram níveis de industrialização equivalentes aos
Bélgica   2 
dos países do Norte da Europa e dos Estados
China  6 4 3 Unidos durante a Segunda Revolução Industrial.
c) A Primeira Revolução Industrial teve por epicen-
Espanha 7 7  22
tro o Reino Unido, acompanhado em menor grau
EUA 4  2 26 pela Bélgica, ambos mantendo níveis elevados
durante a Segunda Revolução Industrial.
França   2 5
d) Os níveis de industrialização verificados na Ásia
Índia 7 6 3 2 em meados do século XVIII acompanharam o
movimento geral de industrialização do Atlântico
Itália    26
Norte ocorrido na segunda metade do século XIX.
FRENTE 2

Japão 7 7 7 2 e) O Japão se destacou como o país asiático de


Reino Unido  6 64 5
mais rápida industrialização no curso da Primeira
Revolução Industrial, perdendo força, no entanto,
Rússia 6 6  2 durante a Segunda Revolução Industrial.
Ronald Findlay e Kevin O’Rourke. Power and Plenty:
Trade, War, and the World Economy in the Second Millennium.
Princeton: Princeton University Press, 27. Adaptado.

AULA 41 A Segunda Revolução Industrial 153


2. FGV-rJ 2017 Os Jogos Olímpicos da Era Moderna foram estabelecidos em , com a realização do evento na
Grécia. Seguidas edições ocorreram em , ,  e . A respeito desse período é correto afirmar:
) O sentimento de cooperação na partilha de mercados entre as grandes potências capitalistas estava em sintonia
com o espírito olímpico dos Jogos.
b) A eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, não impediu a realização dos Jogos de Berlim em 1916, em
respeito ao espírito olímpico.
c) A ampla difusão de competições náuticas e de equitação estava vinculada à valorização das atividades rurais e
agrícolas das economias europeias.
d) As competições faziam parte da cultura da Belle Époque, que estimulava a formação dos esportistas (sportsmen)
no contexto da industrialização europeia.
e) A extensa participação de delegações de Estados africanos coroava a política de descolonização então em
curso.

3. Unep 2020
Era esta uma das artérias principais da cidade e regurgitara de gente durante o dia todo. Mas, ao aproximar-se o anoitecer,
a multidão engrossou e, quando as lâmpadas se acenderam, duas densas e contínuas ondas de passantes desfilavam [...].
Muitos dos passantes tinham um aspecto prazerosamente comercial e pareciam pensar apenas em abrir caminho através
da turba. Traziam as sobrancelhas vincadas e seus olhos moviam-se rapidamente; quando davam algum encontrão em outro
passante, não mostravam sinais de impaciência; recompunham-se e continuavam, apressados, seu caminho.
(Contos de Edgar Allan Poe, 1986.)

O conto, originalmente publicado em , apresenta um perfil das metrópoles do século XIX, destacando
) a solidariedade entre os habitantes, o desenvolvimento da cidadania e a força da indústria.
b) o declínio das atividades comerciais, os ruídos incessantes das ruas e a solidão dos habitantes.
c) a conformação de uma nova sensibilidade, o arcaísmo tecnológico e a imobilidade dos habitantes.
d) o ordenamento do espaço urbano, o controle policial da circulação e o crescimento do desemprego.
e) o crescimento populacional, a dinâmica da circulação urbana e a impessoalidade nas relações.

Guia de estudos

História • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 9


i. Leia as páginas de 104 a 107. iii. Faça os exercícios complementares de 21 a 25.
ii. Faça os exercícios propostos 21, 22, 24 e 25. iV. Faça o exercício 3 da seção “BNCC em foco”.

154 História AULA 41 A Segunda Revolução Industrial


FRENTE 2
AULA 42

O imperialismo I: as origens, o pensamento racista e os


impactos na Europa
1. Motivos gerais do imperialismo
y Busca por matérias-primas (exemplos: a borracha do Congo e da Malásia; o estanho da Ásia e da América do Sul; o
cobre da África e da América do Sul; o ouro e o diamante da África do Sul; e os óleos vegetais africanos), mercados
consumidores e alimentos.
y O grande capital visava espalhar seus investimentos pelo mundo para aumentar os lucros.
y Conflitos geopolíticos, devido ao fortalecimento da Alemanha e suas alianças.
y Pensamento racial no século XIX: darwinismo social e eugenia.
y “Fardo do homem branco” (the white man’s burden): levar a “civilização” aos povos vistos como “incivilizados”.
O imperialismo é chamado também de neocolonialismo, pois a forma como se deu essa dominação é semelhante,
mas também diferente, a das antigas colônias da época mercantilista. No caso do imperialismo, nem sempre um país
é uma colônia formal, ou seja, dominada por um país que controla diretamente sua administração. Muitas vezes, o
domínio é indireto, uma colonização informal.

ango em colonl impelmo ou neocolonlmo

Peíodo Séculos XVI-XVIII Séculos XIX-XX

Pncp mepole Portugal e Espanha Inglaterra, França, Estados Unidos, Alemanha

Pncp colôn Caribe e América Central Ásia, África e América (para os Estados Unidos)

Políc econômc Mercantilismo ou capitalismo comercial Capitalismo industrial monopolista

Estado burguês, aliado ao capital monopolista,


Pncpl gene Estado absolutista, aliado à nobreza
financeiro e industrial

Exercícios de sala
1. Uef-Ba 2018 Com o início da anexação do Marrocos pela França, uma crise violenta eclode entre a França e a Alemanha,
que, em 1911, coloca uma canhoneira diante de Agadir, para demonstrar sua decisão de partir para o confronto. A prova
de força se resolve com a devolução à Alemanha de parte de Camarões. Em 1912, o sultão do Marrocos decide assinar um
tratado de protetorado que põe seu país sob a tutela francesa.
(Marc Ferro. A colonização explicada a todos, 2017. Adaptado.)

O historiador descreve as relações de força presentes nos processos de anexação de territórios e mercados pelos
países imperialistas europeus. São exemplos dessas relações:
) oposições culturais entre os povos expansionistas e decisões arbitradas por organizações políticas supranacionais.
b) disputas entre economias industrializadas e acordos em prejuízo de sociedades colonizadas.
c) divergências de sistemas sociais entre nações colonizadoras e missões civilizadoras dos povos cristãos nos
países afro-asiáticos.
d) guerras mundiais desencadeadas nas áreas colonizadas e desindustrialização das nações dominadoras.
e) divisões dos conquistadores em exploradores e favoráveis aos povos colonizados e formação da liga internacio-
FrENtE 2

nal de nações dominadas.

AULA 42 O imperialismo I: as origens, o pensamento racista e os impactos na Europa 155


2. UFrGs 2020 Leia o seguinte texto.
Durante anos [...], os quenianos foram educados em inglês, desde a creche até a universidade. Não é complicado ima-
ginar o quão difícil que deve ter sido para todas aquelas crianças. Sua educação em inglês provocava uma fratura entre a
língua que usavam em suas casas e a língua que usavam nas escolas, com a qual conceitualizavam o mundo. Na atualidade,
há toda uma geração de jovens quenianos que vivem entre dois mundos. Têm um domínio perfeito do inglês, mas a cultura
majoritária do Quênia pós-colonial, na qual vivem e trabalham, não é de fala inglesa.
Ngũgı̃ wa Thiong’o. Desplazar el centro. La lucha por las libertades culturales. Barcelona: Rayo Verde, 2017. p. 164.

Assinale a alternativa que, segundo o texto, indica uma das principais consequências do colonialismo europeu no
continente africano.
) A imposição do conhecimento de várias línguas para a inserção de africanos no mundo globalizado.
b) A precarização da educação formal que impossibilita a correta formação para o mercado de trabalho.
c) A negação, por parte dos africanos, de conceitualizar o mundo, a partir das línguas nativas, no contexto pós-colonial.
d) A experiência de intercâmbio promovida pelas antigas colônias, permitindo que os africanos tenham dupla cidadania.
e) A distância entre as formas culturais das sociedades africanas e o caráter eurocêntrico da formação escolar colonial.

3. FGV-sP 2020 [...] no final do século XIX [...] discursos “científicos” estabelecem, a partir de características físicas e cul-
turais, uma classificação dos povos e uma desigualdade das raças. [...] Mas são sobretudo as revistas de geografia e de
etnografia que influenciam os colonos, ao refletir sobre os melhores métodos para “civilizar nossos negros”. Considera-se,
de fato, que os povos que não pertencem à “raça” branca são atrasados, infantilizados.
(Marc Ferro. A colonização explicada a todos, 2017.)

Considerando o texto e conhecimentos sobre a história europeia do final do século XIX, pode-se concluir que
) as argumentações ideológicas procuravam legitimar socialmente projetos expansionistas.
b) as afirmações da antropologia científica refutavam os artigos dos periódicos de grande circulação.
c) as anexações de territórios estavam desvinculadas de interesses econômicos dos Estados conquistadores.
d) as trocas culturais entre as nações eram vistas como a comprovação da diversidade social da humanidade.
e) as potências pretendiam fortalecer militarmente os povos dominados por meio da medicina tropical.

Guia de estudos

História • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 9


i. Leia as páginas 107 e 108. iii. Faça os exercícios complementares de 26 a 28, 39 e 40.
ii. Faça os exercícios propostos de 26 a 30.

156 História AULA 42 O imperialismo I: as origens, o pensamento racista e os impactos na Europa


FRENTE 2
AULA 43

O imperialismo II: visão a partir da África


1. África C. África Ocidental
A história da colonização contemporânea da África cos- y Fnç e ingle: Senegal, Gâmbia, Serra Leoa,
tuma ser delimitada por dois eventos que têm a França Níger, Costa do Marfim e Costa do Ouro.
como protagonista: o estabelecimento dos protetorados y Bélgc: Congo.
sobre a Tunísia, em 1881, e sobre o Marrocos, em 1912. y alemnh: Camarões.
Nesse período, o continente foi submetido, de forma vio-
D. Conferência de Berlim (1884-1885)
lenta, ao poder e ao interesse europeus, com exceção de
Etiópia e Libéria.
Determinações
A. África islâmica y Liberdade de comércio nos dois grandes rios africanos.
y Necessidade de ocupação efetiva do espaço reivindi-
y Fnç: Argélia, Tunísia, Marrocos.
cado, que deveria ser pacífica (ou seja, não contestada
y ingle: Egito, Sudão.
pelas populações locais).
y Novas conquistas deveriam ser notificadas aos outros
B. África Oriental
países europeus.
y Situada entre o Egito, Madagascar e o vale do rio y Reconhecimento da existência do Estado Livre do
Nilo – foi repartida entre Inglaterra, Alemanha e Itália, Congo, posse de Leopoldo II, espécie de grande tam-
depois de 1884. pão capaz de manter o centro da África neutro diante
y Em 1899 e 1902, os bôeres (descendentes de colo- de disputas territoriais.
nizadores holandeses) lutaram contra o avanço inglês, y Perda definitiva de Portugal da oportunidade de domi-
mas foram derrotados. nar uma faixa no interior do continente.

Exercícios de sala
1. Uej 2020 Entre 1899 e 1902, 48000 pessoas morreram em cam-
pos de concentração na Guerra dos Bôeres, ou Guerra
Campos de concentração na da África do Sul. Os campos foram estabelecidos pelos
África do Sul, 1901 britânicos como parte de sua campanha militar contra
duas pequenas repúblicas africanas: o ZAR (Transvaal) e
o Estado Livre de Orange. A administração dos campos foi
terrível. A comida era de péssima qualidade, o saneamento
deplorável, as tendas estavam superlotadas e a assistência
médica era insuficiente. Pouco se sabia na época sobre
como lidar com epidemias de sarampo e febre tifoide.
FRANSJOHAN PRETORIUS Adaptado de theconversation.com, 18/02/2019.

A Segunda Guerra dos Bôeres (-) foi um dos


conflitos associados à dominação imperialista britânica
Visão de tendas na Guerra dos Bôeres, em Norval Camp.
no continente africano. Entre seus efeitos imediatos,
destaca-se a criação de campos de concentração,
como indicado nas fotos e no texto.
Identifique uma consequência desse conflito para a con-
solidação dos interesses britânicos naquele continente.
FrENtE 2

Em seguida, apresente outra experiência histórica de


construção de campos de concentração no decorrer
do século XX.

Imagem de mulheres nativas, em Bronkerspruit Camp.


Disponível em: allthatsinteresting.com.

AULA 43 O imperialismo II: visão a partir da África 157


2. FiCsaE-sP 2019 Analise os mapas.

ÁFRICA,  ÁFRICA, 

(Leila Leite Hernandez. A África na sala de aula, 5.)

A partir de seus conhecimentos e da comparação entre os dois mapas, pode-se afirmar que
) a partilha do continente africano ocorreu no início do século XIX, assegurando o equilíbrio entre as áreas territo-
riais controladas pelas potências europeias.
b) o processo de libertação da África do domínio colonial europeu desenvolveu-se no decorrer do século XIX, a
partir de acordos diplomáticos com as potências europeias.
c) a ocupação do centro africano ocorreu no decorrer do século XIX e reafirmou a hegemonia das mesmas potên-
cias europeias que já colonizavam o litoral do continente.
d) a ocupação principal da África ocorreu no decorrer do século XIX, culminando com a partilha do continente pelas
potências europeias.
e) o avanço da ocupação europeia para o centro do continente africano foi pacífico e de natureza semelhante à
dominação do litoral no princípio do século XIX.

3. Uncmp-sP 2019 Os viajantes, missionários, administradores coloniais e etnógrafos europeus, no passado, tenderam a
fundir múltiplas identidades em um único conceito de tribo. O uso da palavra tribo para descrever as sociedades africanas
surgiu de um desejo de enaltecer o Estado-nação, ao mesmo tempo em que sugeria a inferioridade inerente de outros. Em
resumo, conotava políticas primitivas que eram menos desenvolvidas do que as políticas dos Estados-nação.
(Adaptado de John Parker e Richard Rathbone, “A ideia de África”, em História da África. Lisboa: Quimera, 2016, p. 56-58.)

Baseado no texto acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta.


) A formação e a difusão do conceito de tribo no pensamento europeu acompanharam os avanços do colonialismo
na África no século XIX, legitimando o domínio de seus povos por agentes oriundos de nações que se conside-
ravam civilizadas e superiores.
b) O conceito de tribo ganhou força no pensamento ocidental, porque na África não havia formações políticas que
cobriam grandes extensões territoriais como na Europa. Ou seja, os europeus não encontraram estruturas políti-
cas acima das unidades tribais.
c) As sociedades africanas eram organizadas a partir de pequenas tribo lideradas por chefes guerreiros, o que
gerava fragmentação política e guerras, inviabilizando nesse continente a formação de unidades políticas com-
plexas nos moldes europeus.
d) Em razão das tradições milenares e do respeito aos ancestrais, as tribo eram unidades sociais e políticas estáticas
assentadas em uma identidade homogênea. Os europeus comumente desrespeitavam todas essas característi-
cas na colonização.

Guia de estudos

História • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 9


i. Leia as páginas 109 e 110. iii. Faça os exercícios propostos de 31 a 35.
ii. Faça o exercício 9 da seção “Revisando”. iV. Faça os exercícios complementares de 30 a 32 e 34.

158 História AULA 43 O imperialismo II: visão a partir da África


FRENTE 2
AULA 44

O imperialismo III: China e Índia — panorama e século XIX


1. Ásia B. França
y Indochina (Mianmar, Malásia, Tailândia, Vietnã, Laos e
A. Inglaterra Camboja).
y Índ: a intensa exploração desse território originou a
Outros imperialismos
primeira grande rebelião hindu, a Guerra dos Sipaios
(sipaios eram as milícias nativas), em 188. O conflito y O imperialismo dos Estados Unidos (Doutrina Monroe,
foi pretexto para Londres tomar efetivamente o gover- Big Stick etc.), visto em outras aulas, se insere nesse
no da colônia e tornar Vitória, oficialmente, rainha da contexto.
Índia. y No século XIX, muitas vezes, a colonização não se
y Chn: para dobrar a China, o imperialismo inglês dava de maneira direta, mas como poeodo, isto
utilizou uma estratégia pouco comum: incentivou o é, os colonizadores preservavam oficialmente os po-
contrabando e o consumo de ópio na China, cultiva- deres locais, exercendo uma dominação indireta. Foi
do na colônia da Índia e até então utilizado apenas o caso, por exemplo, da dominação norte-americana
como medicamento. Diante do grande consumo da sobre Cuba.
droga, as autoridades chinesas proibiram esse co- y Em casos mais raros, como o da Austrália, Nova Zelândia
mércio e confiscaram o ópio do país. Os negociantes e Canadá, a população europeia emigra em massa,
ingleses contestaram a medida e exigiram uma res- ignorando ou exterminando os nativos.
posta armada da Inglaterra: de Hong-Kong, a marinha
inglesa atacou o litoral chinês, dando início às Guerras
do Ópio, a partir das quais se consolidou o domínio
inglês sobre a China.

Exercícios de sala
1. Uem 2015 “A Ásia, que tinha sido berço das grandes 2. UPE 2018 O evento histórico, evidenciado pela ima-
civilizações, a cujo gênio a humanidade deve seus pri- gem, teve como principal característica sociopolítica
meiros progressos fundamentais, como a domesticação
dos animais, a agricultura, a criação de animais, a ce-
râmica, a metalurgia, o papel, a pólvora etc, bem como
as instituições de vida social (cidades, Estados organiza-
dos, moeda, a escrita), perdeu, ao longo de dois séculos
de dominação europeia, cinco milênios de autonomia
e liderança”.
(Fonte: LINHARES, Maria Yedda. Em face do imperialismo e do colonialismo.
In: SILVA, Francisco Carlos Teixeira da et al. Impérios na História.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.)

O texto faz referência às “perdas da Ásia” em “dois


séculos de dominação europeia”.
) Identifique uma dessas “perdas”:

Os Boxers Tio Sam (para o Boxer turbulento). “Ocasionalmente eu


também dou meus soquinhos por aí.” (William Allen Rogers, 9 de junho
de 1900, New York Times).
FrENtE 2

Fonte: http://www.historia.uff.br/nec/sites/default/
files/A_Revolta_dos_Boxers.pdf.
b) Explique-a.
) a defesa do antiocidentalismo.
b) o apoio da oligarquia colonial.
c) adesão ao movimento colonialista.
d) a formação de um governo de coalizão.
e) o auxílio dos EUA na guerra contra os invasores.

AULA 44 O imperialismo III: China e Índia — panorama e século XIX 159


3. UFJF/Pm-MG 2019 Observe as informações do mapa abaixo:

Folha de São Paulo,  jul. .

No ano de  a França consagrou-se como bicampeã da Copa do Mundo de Futebol, enquanto a Bélgica, respon-
sável pela eliminação do Brasil, terminou em terceiro lugar. Refletindo a respeito do perfil das seleções de futebol
representantes dos dois países, responda:
) O que os dados do mapa revelam sobre a origem étnica dos jogadores de futebol das duas seleções?

b) Como é possível explicar o perfil atual das seleções de futebol mencionadas, tomando por referência o passado
histórico das nações que hoje se destacam nessa modalidade esportiva?

Guia de estudos

História • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 9


i. Leia as páginas de 110 a 114. iii. Faça os exercícios complementares 29 e de 36 a 38.
ii. Faça os exercícios propostos de 36 a 40.

160 História AULA 44 O imperialismo III: China e Índia — panorama e século XIX
FRENTE 2
AULAS 45 e 46

A Primeira Guerra Mundial


y O período entre a Guerra Franco-Prussiana (181) e a D. Bálcãs, o “barril de pólvora”
Primeira Guerra Mundial (1914) ficou conhecido como y Interesses russos, austríacos, otomanos e alemães
Pz amd, quando as tensões se acumularam en- nos Bálcãs.
tre alguns dos países europeus. y Os Impérios Austro-Húngaro e Turco-Otomano busca-
vam manter suas posses.
1. Motivos do conflito y A recém-independente Sérvia tinha um projeto de
formar a Grande Sérvia (futura Iugoslávia), unindo os
A. Fortalecimento da Alemanha povos eslavos submetidos aos turcos e austríacos.
A unificação da Alemanha provocou profundas mudan- y A Rússia ansiava pelo controle dos estreitos do Bósforo
ças no cenário europeu. O kaiser Guilherme II visava ocupar e Dardanelos, por onde poderia acessar as águas
a posição política e marítima que até então pertencia à quentes do Mar Mediterrâneo.
Grã-Bretanha. Ao mesmo tempo, buscava entrar, ainda que y A Alemanha tinha interesse na região não só por ser
tardiamente, na corrida imperialista, o que desagradava a aliada do Império Austro-Húngaro, mas também por
ingleses e franceses. A Alemanha fez uma aliança defensiva visar à construção da estrada de ferro Berlim-Bagdá,
com a Itália e a Áustria, a típlce alnç (Píe Cen). que lhe daria acesso aos mercados da Ásia, domina-
dos pela Inglaterra, França e Rússia.
B. Revanchismo francês y Píe Cen: Alemanha, Áustria, Império Turco-
Sentimento de flagrante ódio aos alemães, que haviam -Otomano e Bulgária.
subjugado os franceses na Guerra Franco-Prussiana e to- y Píe aldo: Inglaterra, França, Rússia, Sérvia,
mado a rica Alsácia-Lorena. Bélgica e, depois, Itália e Estados Unidos (Portugal,
A França, então, assinou uma aliança com a Rússia e Japão, os países dos Bálcãs e os países americanos
acertou as suas pendências coloniais com a Inglaterra. Com também ficaram do lado dos aliados).
isso, a Inglaterra pretendia afastar as pretensões imperia-
listas da Alemanha na África, e a Rússia pretendia fazer o 2. Eventos principais
mesmo com a Alemanha nos Bálcãs. A aliança entre os
três países ficou conhecida como típlce Enene (Píe A. Estopim
aldo).
Assassinato do arquiduque austríaco Francisco Ferdinan-
C. Impérios decadentes do, em 28 de julho de 1914, em Sarajevo, Bósnia, pelo grupo
sérvio Mão Negra, iluminando todas as tensões e alianças
Império Austro-Húngaro na Europa.
y Fronteiriço com a Alemanha, estava destroçado por mui- B. Nascimento da guerra de trincheiras
tas guerras e era aliado ao kaiser alemão desde 189.
Administrava mal a grande diversidade étnica: húngaros
C. Entrada da Itália
e povos eslavos, como tchecos, eslovacos, búlgaros e
bósnios. Muitos desses povos queriam a independência. Visando anexar alguns territórios que ainda estavam sob
y O Império Russo e a Sérvia, visando ampliar sua in- o domínio austríaco, os italianos entraram ao lado dos aliados.
fluência, incitavam o nacionalismo dos povos eslavos,
buscando uma união de todos os povos dessa etnia D. Genocídio armênio
(pan-eslavismo). Um dos episódios mais brutais da Primeira Guerra Mun-
dial foi o genocídio armênio. Sob a acusação de aliança com
Império Turco-Otomano os russos, os turcos mataram ou deportaram mais de um
y A região dos Bálcãs (onde estão Bósnia, Sérvia, milhão de pessoas de origem armênia, de maioria cristã.
FrENtE 2

Montenegro, Croácia, Eslováquia, Bulgária, Romênia, Calcula-se que % do povo armênio (1, milhão de pes-
Grécia, Albânia, Macedônia, Trácia e Kosovo) era do- soas) foi assassinado.
minada por esse império desde o século XVI.
y Diante do quadro de decadência, no século XIX, E. Revolução Russa (1917)
diversos grupos dos Bálcãs conseguiram sua inde- Com melhores tropas, comando e tecnologia, os ale-
pendência: Grécia (1830), Sérvia (186), Bulgária, mães destruíram os exércitos russos. Em 191, com a
Montenegro e Romênia (188). Revolução, os russos saíram da guerra.

AULAS 45 e 46 A Primeira Guerra Mundial 161


F. Entrada dos Estados Unidos (1917) Nações Unidas (ONU), cujo objetivo era arbitrar as relações
O bloqueio naval alemão prejudicava o comércio nor- internacionais, evitando as guerras. Mas a Liga provou ter
te-americano. Do mesmo modo, caso França e Inglaterra pouco poder de ação.
fossem derrotadas, os banqueiros norte-americanos temiam
E. Tratado de Versalhes (1919)
que seus vultosos empréstimos fossem perdidos (um total
de 10 bilhões de dólares). Perda de colônias, patentes industriais e investimen-
tos no exterior; pagamento de indenização; redução do
G. Fim da guerra exército alemão; proibição de armamento estratégico
(artilharia pesada, blindados, força aérea); entrega dos
Mesmo com a saída da Rússia da guerra, o Império
navios à Inglaterra etc. A humilhação alemã na guerra foi
Austro-Húngaro não conseguiu se manter, enfrentando,
um prato cheio para a ascensão do nacionalismo doentio
além da guerra, conflitos internos das nacionalidades que
de Hitler.
exigiam independência. A Alemanha não resistiu sozinha
e considerou a guerra perdida.
F. Cultura e sociedade
Surgiram novas vanguardas artísticas ligadas a esse
3. As consequências da guerra
contexto de desilusão com o progresso e com a razão,
como o dadaísmo e o surrealismo.
A. Destruição da Europa
Dez milhões de mortos e vinte milhões de feridos. Mui- Atenção
tas cidades foram devastadas, principalmente devido ao
uso de explosivos. A produção industrial diminuiu 40%, e Mudnç eo no p-gue
a agrícola, 30%. y Desmembramento do Império Austro-Húngaro em
Áustria, Hungria, Tchecoslováquia, Iugoslávia.
B. Hegemonia americana y Foi proibido à Áustria o Anschluss, ou seja, a união com
Os Estados Unidos foram os grandes beneficiados na a Alemanha, desejada por muitos austríacos.
guerra: a renda nacional dobrou, transformando-os em pri- y Império Otomano: perdeu os territórios não turcos.
meira potência mundial. Durante a guerra, eles cresceram Surge a República da Turquia, primeiro Estado laico
10% ao ano, marca insuperável até hoje. de muçulmanos.
y Inglaterra: adquiriu Palestina, Jordânia e Iraque.
C. Revolução Russa e União Soviética y França: adquiriu Síria e Líbano.
Outra consequência importante da guerra foi o nasci- y Rússia: perdeu a Finlândia, a Estônia, a Lituânia e a
mento do socialismo na Rússia. Letônia.
y Ressurgimento da Polônia após  anos e crescimento
D. Woodrow Wilson da Romênia.
Propôs – dentro de seus “Catorze pontos para a Paz” –
a criação da Liga das Nações, embrião da Organização das

Exercícios de sala
1. Uej 2019 Os Governos aliados e associados declaram e a Alemanha
reconhece que ela e seus aliados são responsáveis por
Tratado de Versalhes (1919) haver causado todas as perdas e todos os prejuízos que
PARTE VII sofreram os Governos aliados e associados e seus cida-
Sanções dãos, como consequência da guerra que foi imposta pela
Artigo 227 agressão da Alemanha e de seus aliados.
Adaptado de cervantesvirtual.com.
As Potências aliadas ou associadas acusam publicamente a
O Tratado de Versalhes foi elaborado no contexto das
Guilherme II de Hohenzollern, ex-Imperador da Alemanha,
negociações de paz após o fim da Primeira Guerra
por ofensa suprema contra a moral internacional e a au-
Mundial (-).
toridade sagrada dos Tratados.
A partir do texto, observa-se que no tratado foram ins-
PARTE VIII tituídas cláusulas para o governo alemão com base no
Reparações seguinte princípio:
Artigo 231 ) belicismo
b) revanchismo
c) integracionismo
d) colaboracionismo

162 História AULAS 45 e 46 A Primeira Guerra Mundial


2. Uncmp-sP 2015 O relato a seguir é parte da biogra- d) o acordo para a constituição de uma polícia
fia de um homem que passou sua infância no atual Mali. internacional, que vigiasse as movimentações mi-
Em novembro de 1918, a África, como a metrópole, feste- litares das grandes potências e fosse coordenada
jou o fim da Grande Guerra Mundial e a vitória da França por um país não europeu, os Estados Unidos.
e seus aliados (…). Estávamos orgulhosos do papel desem- e) a liberação, pela França e pela Grã-Bretanha, no
penhado pelos soldados africanos na frente de batalha.
decorrer das décadas de 1920 e 1930, de to-
(…) Os sobreviventes que voltaram em 1918-1919 foram
das as suas colônias, para evitar o surgimento de
a causa de um novo fenômeno social que influiu na evo-
lução da mentalidade nativa. Estou falando do fim do mito guerras de emancipação nacional.
do homem branco como ser invencível e sem defeitos.
(BÂ, Amadou Hampâté. Amkoullel, o menino fula. São Paulo: Palas Athena/ 4. UEL-Pr A Grande Guerra de 1914 foi uma consequên-
Casa das Áfricas, 2003, p. 312-313.)
cia da remobilização contemporânea dos anciens
Considerando o relato acima, é correto afirmar que regimes da Europa. Embora perdendo terreno para as
) a presença dos soldados africanos contribuiu forças do capitalismo industrial, as forças da antiga
para construir uma identidade africana sustentada ordem ainda estavam suficientemente dispostas e po-
nos princípios bélicos do imperialismo europeu. derosas para resistir e retardar o curso da história, se
b) a presença de soldados africanos nos conflitos necessário recorrendo à violência. A Grande Guerra
contribuiu para o questionamento do mito da su- foi antes a expressão da decadência e queda da an-
perioridade do homem branco. tiga ordem, lutando para prolongar sua vida, que do
c) o autor, ao apresentar a fragilidade do homem explosivo crescimento do capitalismo industrial, re-
branco, instaurou um discurso inverso de superio- solvido a impor a sua primazia. Por toda a Europa, a
ridade dos africanos. partir de 1917, as pressões de uma guerra prolonga-
d) o autor, ao apresentar o norte da África como da afinal abalaram e romperam os alicerces da velha
parte da França, exaltou o projeto imperialista ordem entricheirada, que havia sido sua incubadora.
francês e suas estratégias de integração cultural. Mesmo assim, à exceção da Rússia, onde se desmoro-
Leia o texto para responder à questão 3. nou o antigo regime mais obstinado e tradicional, após
1918-1919 as forças da permanência se recobraram o
Enquanto os franceses e os britânicos tinham emergido suficiente para agravar a crise geral da Europa, promo-
da Primeira Guerra Mundial com um profundo trauma dos ver o fascismo e contribuir para retomada da guerra
horrores da guerra e a convicção de que um novo conflito total em 1939.
deveria, se possível, ser evitado, na Alemanha só ocorre- (MAYER, A. A força da tradição: a persistência do Antigo Regime.
ria algo parecido depois da Segunda Guerra Mundial. Os São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 13-14.)
acontecimentos de 1945 levaram a uma profunda mu-
dança na cultura popular e política da parte ocidental da De acordo com o texto, é correto afirmar que a Primeira
Alemanha. Aos olhos desses alemães, a extrema violência Guerra Mundial:
de 1945 fez da Segunda Guerra Mundial “a guerra para ) Teria sido resultado dos conflitos entre as for-
acabar com todas as guerras”. ças da antiga ordem feudal e as da nova ordem
(Richard Bessel. Alemanha, 1945, 2010. Adaptado.) socialista, especialmente depois do triunfo da
Revolução Russa.
3. Unep 2016 Entre os fatos que poderiam confirmar b) Resultou do confronto entre as forças da permanên-
a interpretação, oferecida pelo texto, sobre a atitude cia e as forças de mudança, isto é, do escravismo
de franceses e britânicos depois da Primeira Guerra decadente e do capitalismo em ascensão.
Mundial, pode-se incluir c) Foi consequência do triunfo da indústria sobre a
) a participação em um organismo internacional manufatura, o que provocou uma concorrência
para a mediação de conflitos e o pacifismo que em nível mundial, levando ao choque das potên-
marcou a reação da França e da Grã-Bretanha à cias capitalistas imperialistas.
ascensão do nazismo.
d) Foi produto de um momento histórico específico
b) o fim da corrida armamentista entre as potências
em que as mudanças se processavam mais len-
do Ocidente e do Leste europeu e a eliminação
dos arsenais alojados na Europa, na Ásia e no tamente do que fazem crer os historiadores que
Norte da África. tratam a guerra como resultado do imperialismo.
c) a repressão imediata e violenta, por França e e) Engendrou o nazi-fascismo, pois a burguesia
Grã-Bretanha, a todos os projetos belicosos e au- europeia, tendo apoiado os comunistas russos,
toritários que surgiram na Europa ao longo dos criaram o terreno propício ao surgimento e à ex-
anos 1920 e 1930. pansão dos regimes totalitários do final do século.
FrENtE 2

AULAS 45 e 46 A Primeira Guerra Mundial 163


5. Fuve-sP 2011 Este livro não pretende ser um libelo b) A relação da guerra com a economia mundial,
nem uma confissão, e menos ainda uma aventura, pois a entre as últimas décadas do século XIX e as pri-
morte não é uma aventura para aqueles que se deparam meiras do século XX.
face a face com ela. Apenas procura mostrar o que foi
uma geração de homens que, mesmo tendo escapado às
granadas, foram destruídos pela guerra.
Erich Maria Remarque, Nada de novo no front. São Paulo: Abril,
1974 [1929], p.9.

Publicado originalmente em , logo transformado


em bestseller mundial, o livro de Remarque é, em boa
parte, autobiográfico, já que seu autor foi combatente
do exército alemão na Primeira Guerra Mundial, ocorrida 6. Mckenze-sP “Em 1916, em meio à guerra, Marcel
entre  e . Discuta a ideia transmitida por “uma Duchamp (1887-1968) produzia a obra Roda de bicicle-
geração de homens que, mesmo tendo escapado às ta. Nem a roda servia para andar, nem o banco servia para
granadas, foram destruídos pela guerra”, considerando: sentar. Algo aparentemente irracional, ilógico, diriam
) As formas tradicionais de realização de guerras muitos (...). Mais do que uma outra forma de produzir
arte, Duchamp estava propondo uma outra forma de ver
internacionais, vigentes até 1914 e, a partir daí,
a arte, de olhar para o mundo. (...) Depois de sua Roda
modificadas.
de bicicleta, o mundo das artes não seria mais o mesmo.
Depois da Primeira Guerra Mundial, o mundo não seria
mais o mesmo.” Flávio de Campos e Renan G. Miranda,
“Primeira Guerra Mundial (1914-1918)”.
De acordo com o texto acima, a Primeira Guerra Mun-
dial (-)
) fortaleceu a crença dos homens da época na
capacidade de construção de uma sociedade
melhor, por meio da racionalidade tecnológica.
b) consolidou a hegemonia cultural europeia peran-
te o mundo ocidental, desprezando as demais
manifestações artísticas.
c) possibilitou o surgimento de novas vanguardas
artísticas, preocupadas em defender os modelos
acadêmicos clássicos europeus.
d) assinalou a crise da cultura europeia, baseada no
racionalismo e no fascínio iluminista pela tecnolo-
gia e pelo progresso.
e) manifestou a decadência cultural em que se en-
contrava o mundo ocidental na segunda metade
do século XIX.

Guia de estudos

História • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 10


i. Leia as páginas de 140 a 147. iV. Faça os exercícios complementares de 1 a 5.
ii. Faça os exercícios 1, 5 e de 8 a 10 da seção “Revisando”. V. Faça os exercícios 2 e 3 da seção “BNCC em foco”.
iii. Faça os exercícios propostos de 1 a 3 e de 6 a 10.

164 História AULAS 45 e 46 A Primeira Guerra Mundial


FRENTE 2
AULAS 47 e 48

A Revolução Russa
1. Rússia pré-Revolução y : protestos; Domingo Sangrento; Revolução de
190 ou Ensaio Geral.
A. Política y reuldo: monarquia constitucional (Duma). Parla-
mento sem grande poder.
y Estado absolutista e despótico.
Czar: Nicolau II (1894-191), da Dinastia Romanov.
y B. Revolução de Fevereiro de 1917
y Polícia política.
y % da população era não russa, oprimida pelo czaris- y -: Oito milhões de russos participam da Pri-
mo. Formada por poloneses, ucranianos, bielo-russos, meira Guerra Mundial. Mais de  milhões de soldados
letões, estonianos, lituanos, finlandeses, georgianos, russos foram mortos. Exército desarmado e indisci-
armênios, azerbaijanos etc. Juntava-se à repressão ét- plinado. Fome, baixa produção de cereais, inflação
nica, a repressão religiosa: cristianismo ortodoxo russo intensa.
esmagava judeus, católicos, protestantes e islâmicos. y revolução: As autoridades czaristas foram destituí-
das. O czar Nicolau foi colocado em prisão domiciliar
B. Religião e acabou assassinado pelos bolcheviques em 1918.
y Cristianismo Ortodoxo, atrelado ao Estado. y reuldo: Formação de um duplo poder: Governo
Provisório, central e com capital em Petrogrado (kade-
C. Economia tes, mencheviques), versus Sovietes (conselhos).
y Agrícola, 80% da população vivia no campo.
Atenção
y 88% das exportações totais da Rússia eram de cereais.
y Classe operária sem direitos, vinda do campo. Os sovietes eram organizações políticas democráticas,
y Burguesia russa: classe enfraquecida. abertas aos partidos socialistas e populares, excluindo
burgueses. Eram os representantes reconhecidos da in-
D. Revolução cultural precedeu a revolução surreição vitoriosa. Muitos sovietes se ligaram à Duma e
governaram junto a ela; muitos, no entanto, consideravam
política: cultura riquíssima na virada do século os sovietes como única autoridade legítima. Para os bol-
XIX para o século XX cheviques, os sovietes eram o fundamento do socialismo.
y Pnu: Wassily Kandinsky.
y teo: Vladimir Maiakóvski.
y Leu: Dostoiévski e Tolstói. C. Revolução de Outubro de 1917
y Múc: Pyotr Tchaikovsky e Igor Stravinsky. y Po que o goveno menchevque fcou? Recu-
y Floof políc: Lênin e Trotsky. sou a redução da jornada de trabalho e o aumento
salarial; negou aos camponeses uma coletivização
E. Correntes de oposição ao czarismo agrária; bloqueou a democratização das forças arma-
y POsDr (Partido Operário Social-Democrático da Rússia, das; prometeu reformas para depois da Constituição;
de 1898), que seguia as doutrinas clássicas do mar- prometeu a Constituição para depois da guerra. Com
xismo. Dividia-se em duas correntes: medo da hostilidade dos países ocidentais (por aban-
– Menchevque (menche, mno): a Rússia ainda doná-los na luta contra a Alemanha), manteve-se
não estava pronta para chegar ao socialismo. na guerra.
– Bolchevque (bolche, mo): aliança entre o y Lênn: “Todo poder aos sovietes”, “Pão, Paz e Terra”.
povo (operários e camponeses) e os intelectuais. y Keenky: líder menchevique que empreendeu inten-
y Dois partidos liberais: Kadetes (KDs, constituciona- sa repressão à esquerda, alegando que os seguidores
listas democráticos), partidários do liberalismo, e os de Lênin eram aliados dos alemães. Restabeleceu a
Outubristas. pena de morte e a censura no exército, ordenou o
FrENtE 2

fechamento de vários jornais bolcheviques. Bolchevi-


2. As revoluções ques caíram na clandestinidade.
y Movmeno popul: os camponeses espontanea-
A. Revolução de 1905 mente tomavam terras desocupadas; várias fábricas,
y -: Guerra Russo-Japonesa. Catástrofe rus- ao mesmo tempo, eram tomadas pelos operários; mui-
sa contra um Japão que substituiu os samurais pelos tos soldados praticavam várias violências contra seus
canhões. generais e recusavam-se a lutar contra os alemães.

AULAS 47 e 48 A Revolução Russa 165


Quase todos os regimentos das forças armadas e da F. 1924
Guarda Vermelha proclamaram seu apoio oficial aos Morte de Lênin.
sovietes.
y O Palácio de Inverno, assim, caía na madrugada do G. Disputa
dia 26 de outubro de 191. A Revolução estava feita.
Trotsky (Revolução permanente) versus Stalin (socialis-
mo em um único país).
3. Rússia socialista: Lênin (1917-1924)
4. O stalinismo até a Segunda Guerra
A. Tratado de Brest-Litovski (1918)
Mundial
B. Governo bolchevique
A. Centralização e censura
y Nas eleições para a Assembleia Constituinte, realizadas
em novembro de 191, os bolcheviques ganharam uma
B. Planos Quinquenais, economia planificada
minoria dos votos, 2%. A assembleia reuniu-se no dia
18 de janeiro de 1918, recusando a ratificar os decre- A economia soviética conheceu, até a Segunda Guerra
tos sobre a paz, o confisco de terras e a transferência Mundial, um crescimento médio de 12 a 13% ao ano, com
do poder aos soviéticos. A assembleia foi dissolvida. A a consolidação de um amplo parque industrial. No Primeiro
Rússia tinha um centralizado e disciplinado Partido Co- Plano Quinquenal (1928-1933), em cinco anos a produção
munista de 600 mil membros. metalúrgica triplicou e a produção de eletricidade quintupli-
y Criação da Comissão Extraordinária de Combate à cou. Enquanto isso, no Ocidente, a Crise de 1929 abalou
Contrarrevolução e à Sabotagem. os países capitalistas (cresce, assim, o prestígio soviético).
No Segundo Plano Quinquenal (1933-193), fabricaram-se
C. Guerra Civil (1918-1921) sistematicamente locomotivas, tratores e ônibus. Construiu-
y Brancos versus Vermelhos. -se um canal navegável entre os mares Báltico e Negro e o
y Comunismo de Guerra (1918-1921): nacionalização metrô de Moscou. Planos de assistência às mães garantiram
de terras, bancos, estradas de ferro e de outros se- o ingresso da mulher russa no mercado de trabalho. Se, em
tores da economia; a propriedade privada foi abolida, 1932, 8% das máquinas soviéticas eram importadas, em
assim como o direito de herança; a economia nacional 193 esse número chegou a menos de 10%. Em 193, a
passou a ser controlada; os salários passaram a ser União Soviética atingiu sua autossuficiência básica industrial
pagos em gêneros; o comércio privado era legalmen- e era a segunda maior economia do mundo, atrás, apenas,
te proibido; foi introduzido o trabalho coletivo forçado. dos Estados Unidos. O Terceiro Plano Quinquenal princi-
piou em 1938, mas não chegou a ser concluído, pois foi
D. Pós-Guerra Civil: Nova Política Econômica — interrompido pela Segunda Guerra Mundial.
NEP (1921-1928) Atenção
y Algumas empresas foram deixadas para a iniciativa
Stálin determinou uma nova estética conhecida como
privada. Os setores-chave da economia, no entanto,
realismo socialista. Elaborado por Andrei Zdanov, o rea-
mantiveram-se nas mãos do Estado. Os salários foram
lismo socialista prega que o teatro, a literatura e as ar-
hierarquizados, o comércio interno foi liberado e os in- tes visuais deveriam ter um compromisso, em primeiro
vestidores estrangeiros foram aceitos nos setores de lugar, com o socialismo em construção no país. A obra
energia e matéria-prima. Mercados livres, com preços de arte deve ser simples, direta, fácil de entender, um
que regulavam a oferta e a procura, aumentaram a pro- instrumento de propaganda do regime. Nas artes plásti-
dução agrícola. O banco do estado, fundado em 1921, cas, predominaria a figura que comunicaria ao povo uma
emitiu moeda e funcionou como instituição de crédito. ideia revolucionária. A música deveria ser melódica, tonal
y Resultado: o país cresceu cerca de 10% ao ano. A e épica, de fácil memorização. Na literatura, seria central
fome foi progressivamente eliminada e recuperou-se o tema do herói, forte e revolucionário.
a produção local.

E. União das Repúblicas Socialistas Soviéticas


(URSS)
Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Turcomenistão, Uzbequistão,
Tadjiquistão, Cazaquistão, Quirguistão, Armênia, Azerbaijão,
Geórgia, Moldávia, Estônia, Letônia e Lituânia.

166 História AULAS 47 e 48 A Revolução Russa


Exercícios de sala
1. Fuvest-SP 2018
Come ananás, mastiga perdiz.
Teu dia está prestes, burguês.
Vladimir Maiakóvski. Come ananás, 1917.

Cidadão fiscal de rendas! Desculpe a liberdade.


Obrigado... Não se incomode... Estou à vontade.
A matéria que me traz é algo extraordinária:
O lugar do poeta da sociedade proletária.
Ao lado dos donos de terras e de vendas
estou também citado por débitos fiscais.
Você me exige 500 rublos por 6 meses e mais
(...)
Cidadão fiscal de rendas, eu encerro.
Pago os 5 e risco todos os zeros.
Tudo o que quero é um palmo de terra
ao lado dos mais pobres camponeses e obreiros.
Porém se vocês pensam que se trata apenas
de copiar palavras a esmo,
eis aqui, camaradas, minha pena,
podem escrever vocês mesmos!
Vladimir Maiakóvski. Conversa sobre poesia com o fiscal de rendas, 1926.

a) Indique duas características da produção cultural na Rússia, nos anos posteriores à Revolução de 1917.

b) Identifique e comente uma crítica e uma proposta de mudança presentes nos dois poemas.

2. UnB-DF 2017 (Adapt.) Em outubro de 1917, os bolcheviques (maioria, em russo) lideraram uma revolução, invadiram o
palácio do czar, subiram pelas escadarias e derrubaram séculos de absolutismo, instalando um governo de operários e campo-
neses. Tudo mentira. Os bolcheviques não eram maioria, o czar não morava no palácio de inverno (ele abdicara em 7 março
e estava preso a quilômetros de distância). Em outubro de 1917, não havia mais monarquia, e a Rússia era uma república
mambembe. Os poucos revoltosos entraram no palácio por janelas laterais, e o prédio não estava guarnecido por tropa capaz
de defendê-lo. A cena da tomada do palácio, com uma heroica multidão subindo sua escadaria, foi uma invenção do cineasta
Sergei Eisenstein. Ele teve a ajuda de cinco mil figurantes, e a filmagem, em 1928, causou mais danos ao palácio que a sua
tomada em 1917. A grandiosidade de Eisenstein fez que suas cenografias engolissem a realidade. O massacre da escadaria de
Odessa, do Encouraçado Potemkin, também não aconteceu.
Elio Gaspari. O centenário da Rússia de 1917. In: O Globo, 11/1/2017, p. 16 (com adaptações).

Tendo o trecho precedente como referência, julgue os itens.


O texto encerra importante questão teórica acerca da produção historiográfica ao demonstrar que as narrativas
relativas a acontecimentos históricos — a exemplo de revoluções, guerras, golpes de Estado ou outros de qual-
quer natureza — podem ser distintas e estar vinculadas a diferentes visões de mundo.
A crise econômica de 2 afetou a URSS justamente quando ela se recuperava dos prejuízos do pós-guerra.
Após a Segunda Guerra Mundial, o desenvolvimento da URSS foi marcado pela mecanização do campo, razão por
que a região não importava alimentos.
FRENTE 2

Questões relacionadas às minorias foram ignoradas quando da formação da URSS, tendo a unificação do território
sido a principal preocupação política dos russos.
Ao lado do liberalismo e do nacionalismo, o socialismo foi uma das grandes expressões ideológicas do século XIX
no Ocidente. Enquanto os dois primeiros correspondem à crescente afirmação da ordem burguesa, o socialismo foi
um contraponto à consolidação do capitalismo como sistema econômico dominante a partir da Revolução Industrial.

AULAS 47 e 48 A Revolução Russa 167


A partir da publicação do Manifesto Comunista, o socialismo de inspiração marxista se expandiu e, na esteira da
derrota francesa na guerra franco-prussiana, sobressaiu-se ao concorrente movimento anarquista, conrmando
suas teses com a vitoriosa e duradoura Comuna de Paris.
Conforme a teoria marxista, a transição ao comunismo se iniciaria com o levante do proletariado frente ao esgo-
tamento do sistema capitalista e a subsequente instauração de um governo proletário. Assim, a ausência de um
proletariado organizado na Rússia se colocava como um desao para a revolução concebida pela teoria marxista.

3. EsPM 2017 Em 1915, enquanto a dinastia Romanov comemorava seu tricentenário, a Rússia vivia um desastre militar. Com
os combates da Primeira Guerra Mundial os alemães conquistaram boa parte do território russo, mais de um milhão e meio
de soldados foram mortos. No início de 1917 a Rússia estava aniquilada militarmente e desorganizada economicamente,
ocorriam desabastecimento, escassez e distúrbios populares. Em fevereiro e março irrompeu a revolução contra o czar
Nicolau II. A burguesia russa rapidamente instalou um Governo Provisório e uma Duma (Parlamento).
(Paulo Visentini e Analúcia Pereira. História do Mundo Contemporâneo.)

Deflagrada a Revolução Russa, em fevereiro e março de 7, o Governo Provisório:


) firmou um acordo de paz, imediatamente, com os alemães;
b) aboliu a servidão e eliminou as dívidas dos mujiques (servos) para aplacar a revolta popular;
c) decidiu manter Rússia na Primeira Guerra Mundial, o que desgastou o novo governo;
d) decidiu instaurar planos quinquenais para planificar a economia;
e) instituiu a Nova Política Econômica (NEP), que combinava princípios socialistas e capitalistas.

4. UFrGs 2017 Considere as afirmações sobre a Revolução Russa de 7 e seus desdobramentos.
i. Após a chamada “Revolução de Fevereiro”, de 191, e a abdicação do czar Nicolau II, foi instaurado um regime
parlamentar liberal, mais tarde removido pela Revolução Bolchevique de outubro do mesmo ano.
ii. Durante a guerra civil que se seguiu à Revolução, os Estados Unidos e as principais potências europeias apoia-
ram a luta dos bolcheviques contra os chamados “brancos” contrarrevolucionários.
iii. Nos grandes expurgos da década de 1930, muitos dos “velhos bolcheviques”, antigos revolucionários aliados de
Lênin, foram removidos do poder e executados a mando de Josef Stalin.
Quais estão corretas?
) Apenas I. d) Apenas I e III.
b) Apenas II. e) I, II e III.
c) Apenas III.

5. Uncmp-sP 2021

O bolchevique, Boris Kustodiev, 1920. Disponível em Galeria Tretyakov. Moscou.

O quadro O bolchevique foi pintado pelo artista russo Boris Kustodiev (7-7). Ele faz referências à Revolução
de 7 e tem em seu centro a figura de um proletário segurando uma bandeira pintada na cor vermelha. A partir da
leitura do quadro (aqui reproduzido em preto e branco) e do seu contexto histórico, assinale a alternativa correta.

168 História AULAS 47 e 48 A Revolução Russa


) A movimentação social de 191 resultou na saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial e resolveu os problemas
econômicos do país. O quadro retrata a pouca adesão popular ao movimento bolchevique.
b) A Rússia recém-industrializada foi palco do movimento bolchevique, que culminou na ascensão de um regime de-
mocrático ao poder. O quadro retrata o amplo apoio popular à bandeira bolchevique.
c) A nobreza russa tinha amplo apoio da monarquia e dos operários durante o processo de industrialização do país.
O quadro foi recebido pelo czar como uma afirmação da lealdade popular.
d) A Revolução Russa foi responsável pela queda da monarquia e ascensão do Partido Bolchevique ao poder. O
quadro foi visto pelo governo revolucionário soviético como afirmação de sua ideologia.

6. UsF-sP 2016 A Revolução Russa marcou uma nova fase na história da Rússia. O czarismo entrou em colapso e com
isso a revolução tornou-se iminente.

Analisando a imagem dentro do contexto histórico em que se desenvolveu a Revolução Russa, é possível concluir
que ela faz referência
) às Teses de Abril propostas por Lenin durante o governo menchevique, que era liderado por Kerenski.
b) ao Domingo Sangrento, por meio do qual a população russa saiu às ruas para reivindicar seus direitos.
c) à Revolta do Encouraçado Potemkin, quando os tripulantes saíram às ruas, apoiados pela população, demons-
trando insatisfação contra a situação social vigente.
d) à Guerra Civil após a derrubada do czarismo, na qual os sovietes reivindicavam melhorias na legislação trabalhista.
e) à Revolução Branca, que ocorreu após a aliança entre bolcheviques e mencheviques, na tentativa de criticar o
czarismo.

FrENtE 2

Guia de estudos

História • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 11


i. Leia as páginas de 158 a 165. iV. Faça os exercícios complementares 2, 5 e 6.
ii. Faça os exercícios de 1 a 3, 5, 7 e 8 da seção “Revisando”. V. Faça os exercícios de 1 a 3 da seção “BNCC em foco”.
iii. Faça os exercícios propostos 1, de 3 a 8 e 10.

AULAS 47 e 48 A Revolução Russa 169


Gabarito

Aulas 39 e 40 século XIX, no qual houve o domínio


Frente 1 e a colonização de países africanos
1. C 2. C 3. A 4. A 5. E
Aulas 37 e 38 e asiáticos por potências europeias.
6. A elite dos reinos da Itália fez o possível
1. A 3. B 5. A para que o povo não se aproximasse das
2. C 4. A 6. A decisões, por isso houve a escolha da
monarquia constitucional, e não de uma Aulas 45 e 46
República. O processo da unificação foi 1. B 2. B 3. A 4. D
feito de cima para baixo, beneficiando a 5. a) Uma geração de homens indica que
Aulas 39 e 40 elite que controlou a monarquia. Assim, a Primeira Guerra Mundial foi um con-
1. B 3. C 5. B o Sul foi um dos mais prejudicados, visto
flito generalizado e de amplo campo
2. C 4. E 6. B que não possuía uma economia indus-
de ação. As novas tecnologias adqui-
trializada e teve de enfrentar a pobreza
ridas com as Revoluções Industriais
e o desemprego, o que gerou uma leva
propiciaram maior capacidade de
de emigrantes para os Estados Unidos, o
Aulas 41 e 42 Brasil e a Argentina.
destruição e a formação de exércitos
1. D 2. D 3. E 4. C 5. B mais letais. Tudo isso tornou o en-
frentamento muito mais desgastante
6. Soma: 02 + 08 + 32 = 42
Aula 41 para os soldados, uma vez que pas-
saram a presenciar um cenário mais
1. C 2. D 3. E
violento, graças às novas tecnologias
Aula 43 empregadas na guerra.
1. D 2. E 3. C b) As últimas décadas do século XIX fo-
Aula 42
ram marcadas pelo desenvolvimento
1. B 2. E 3. A
industrial das grandes potências eu-
Aula 44 ropeias, um processo que levaria a
disputas imperialistas na África e na
1. E 2. E 3. B Aula 43
Ásia. Como consequência, essas ten-
1. A principal consequência da Guerra dos sões serviram para a conflagração da
Bôeres foi que os britânicos consegui- Primeira Guerra Mundial. Os primeiros
Aulas 45 e 46 ram vencer o conflito e cederam parte
anos do século XX seriam marcados
1. D 2. A 3. B 4. A 5. A da organização e mando político aos
pelo interesse em matérias-primas
africanos que estavam na região. Contu-
6. a) O ideal que deveria ser seguido pelos e pelo alto grau de envolvimento da
do, isso não foi uma simples concessão;
jogadores brasileiros era o nacionalis- economia. Houve uma crise econô-
vários brancos estavam próximos e con-
ta ou patriótico, como evidenciado mica generalizada e o desemprego
trolavam as ações. Vários campos de
em diversas passagens do texto. cresceu de maneira descontrolada.
concentração foram construídos durante
b) No Estado Novo, o futebol, esporte o século XX; os mais famosos de todos 6. D
com bastante popularidade no Brasil, foram os campos nazistas, mas eles não
foi utilizado como símbolo nacional, foram os únicos: havia campos na Rússia,
como instrumento de legitimidade na China, nos Estados Unidos (com japo- Aulas 47 e 48
do governo, alimentando o orgulho neses), no Chile e no Brasil.
1. a) Após a Revolução Russa, a produ-
da população em relação ao Brasil e 2. D 3. A ção cultural na Rússia tinha como
o sentimento de unidade.
objetivo o controle dos meios de
comunicação. Durante o governo
Aula 44 de Lênin, houve certa liberdade de
Aulas 47 e 48 1. a) A consolidação da dominação da expressão, contanto que o regime
1. D 2. C Inglaterra na China, após a Guerra não fosse criticado. Nesse contexto,
do Ópio, pode ser considerada uma
3. Soma: 08 + 16 = 24 havia Vladimir Maiakóvski, o autor
grande perda.
dos trechos da questão, e Sergei
4. A 5. C 6. A b) A China, derrotada pela Inglaterra, Eisenstein, que produziu um filme
teve de abrir os seus portos aos com cenas do Domingo Sangrento,
Frente 2 ingleses e às grandes potências por exemplo. Já no período de Stálin
europeias. Vitoriosos, os ingleses
houve uma propaganda mais ligada
Aulas 37 e 38 passaram a ter o domínio sob alguns
ao paternalismo e ao culto do líder;
1. D 2. C 3. C 4. A 5. E portos chineses e receberam uma in-
além disso, seus opositores eram
denização depois do conflito.
6. Os sistemas políticos que foram cria- perseguidos ou mortos.
dos posteriormente foram o liberalismo 2. A
b) Em ambos os poemas existe a crítica à
e o socialismo. O liberalismo defende a 3. a) Os dados do mapa revelam que a
desigualdade social, um com foco na
existência da propriedade privada e o origem étnica dos jogadores das
fome e o outro, na renda. Dessa forma,
individualismo, enquanto o socialismo cla- seleções francesa e belga de fute-
ambos pedem mudanças na socieda-
ma o fim da propriedade privada e a luta bol possuem raízes essencialmente
africanas. de e uma realidade mais igualitária.
de classes. Portanto, podem ser conside-
radas propostas opostas de organização b) Esse perfil está associado, sobretu- 2. V; F; F; V; V; F; V
da vida política e social. do, ao período do imperialismo do 3. C 4. D 5. D 6. A

170 HISTÓRIA Gabarito


CIÊNCIAS HUMANAS E

NTE
1
SUAS TECNOLOGIAS

FRE
GEOGRAFIA

Fortu
ner/S
hutt
erst
ock.c
om
FRENTE 1
AULAS 37 e 38

Dinâmica demográfica
Estudos populacionais y Ppulçã ltv u dnsdd dmgác: nú-
mero obtido pela divisão entre a população absoluta
O estudo sobre a população humana compreende
e a área que ela ocupa (hab./km²). Esse índice possibi-
o levantamento de um conjunto de informações e tem o
lita identificar áreas muito ou pouco povoadas.
objetivo de avaliar e planejar as mais variadas ações, de
y Tx d ntldd: número de nascimentos por ano
interesse público e privado, sendo estas, por exemplo, as
para cada mil habitantes de determinada localidade.
regras do sistema previdenciário, o volume de investimen-
Geralmente, os índices elevados estão associados
tos em saúde, as necessidades habitacionais, o tamanho
às áreas mais pobres ou aos países menos desen-
do mercado consumidor, a quantidade de mão de obra etc.
volvidos e decorrem de múltiplos fatores, como falta
Para isso, é interessante saber: o número total da po- ou deficiência de acesso aos sistemas de educação
pulação; a distribuição espacial das pessoas; os índices de e saúde, reduzidas oportunidades às mulheres para
natalidade e mortalidade; os números relacionados aos des- adentrar o mercado de trabalho formal, gravidez pre-
locamentos humanos (migrações); bem como as condições coce, entre outros.
de vida, aferidas pela renda; a expectativa de vida; o nível y Tx d mtldd: número de mortes por ano
educacional; a ingestão de calorias; o acesso e a qualidade para cada mil habitantes de determinada localidade.
dos serviços (como abastecimento de água, fornecimento A variação do índice acompanha o nível de desen-
de energia elétrica e saneamento básico); o lazer e outros volvimento da sociedade. As taxas elevadas são
indicadores socioeconômicos. consequências da ineficiência do saneamento básico,
Antes de nos aprofundarmos no estudo da demografia, do sistema de saúde, da segurança pública, da edu-
precisamos definir alguns conceitos básicos, listados a seguir. cação etc.
• Ppulçã bslut: número total de pessoas, obtido y Tx d mtldd nntl: número de crianças
pela simples contagem dos habitantes de determinada que morrem antes de completar um ano de idade
área, independente da idade e do gênero. Essa con- para cada mil habitantes de determinada localidade.
tagem pode ser feita em diferentes escalas: mundial, Esse é um bom indicador para medir as condições de
continental ou, ainda, por país, região, estado, municí- vida e o grau de desenvolvimento socioeconômico.
pio, bairro etc. É esse número que possibilita afirmar se Índices elevados são observados em lugares com
determinado país é muito ou pouco populoso. carência de atendimento, de exames no pré-natal e
de acompanhamento médico nos primeiros meses de
Mund: 10 píss ms ppulss – 2020 vida; ausência de infraestrutura de saneamento; falta
extnsã Dnsdd de acesso à água tratada; restrições alimentares, des-
Pís N hbtnts ttl dmgác nutrição e outros fatores, responsáveis por provocar
(m km²) (hb./km²)
óbitos por doenças que, atualmente, poderiam ser
China 1 402 112,00 9 562 910 148,7 facilmente evitadas e tratadas, como diarreia, febre
Índia 1 380 004,39 3 287 259 464,1 amarela, cólera e hepatite A.
y Cscmnt vgttv u ntul: diferença en-
Estados
329 484,12 9 831 510 36,0 tre as taxas de natalidade e mortalidade. Os maiores
Unidos
crescimentos são observados em locais ou países
Indonésia 273 523,62 1 913 580 145,6 menos desenvolvidos.
Paquistão 220 892,33 796 100 286,5 y Cscmnt ppulcnl u dmgác: índice
Brasil 212 559,41 8 515 770 25,4
obtido pela soma do crescimento vegetativo com o
saldo migratório (número de pessoas que partem e
Nigéria 206 139,59 923 770 226,3 que chegam a determinado local – imigração e emi-
Bangladesh 164 689,38 147 630 1 265,1 gração). Apesar de a emigração (saída de pessoas)
Rússia 144 104,08 17 098 250 8,7 ser elevada em locais e países mais pobres, seu cres-
cimento demográfico ainda tende a ser alto em razão
México 128 932,75 1 964 375 66,3
do elevado índice de crescimento vegetativo.
Fonte: WORLD BANK. World Bank Open Data. Disponível em: https://data. y Tx d cunddd: estimativa do número médio
worldbank.org/indicator/SP.POP.TOTL?end=2020&most_recent_value_
desc=true&start=2020. Acesso em: 23 nov. 2021.
de filhos naturais que uma mulher terá ao longo de
China e Índia são os países mais populosos da atualidade, com mais de
seu período reprodutivo (considera-se entre  e 
1 bilhão de habitantes cada. anos). Em geral, a população está sendo reposta se a

172 GeoGrafia AULAS 37 e 38 Dinâmica demográfica


taxa de fecundidade estiver acima de , filhos por mulher. Quanto mais o indicador ultrapassar esse valor, mais a
população estará crescendo. Já no caso de populações que apresentam uma taxa abaixo de ,, constata-se uma
tendência de declínio demográfico.
y espnç u xpcttv d vd: projeção média do número de anos que as pessoas vão viver. É um bom indica-
dor da qualidade de vida dos diferentes lugares e países, bem como das classes sociais. Os índices mais baixos estão
associados à pobreza e às áreas que apresentam conflitos armados.

Píss slcnds: ndcds dmgács – 2019

Tx d Tx d Tx d Cscmnt Tx d expcttv


Pís/Vávl
ntldd mtldd mtldd nntl dmgác (%) cunddd d vd

Alemanha 9,0 11,0 3,0 0,2 1,5 81

Estados Unidos 11,0 9,0 6,0 0,4 1,7 79

China 11,0 7,0 7,0 0,3 1,7 77

Mali 41,0 9,0 60,0 3,0 5,8 59

Afeganistão 32,0 6,0 47,0 2,3 4,3 65

Bsl 14,0 7,0 12,0 0,7 1,7 76


Fonte: WORLD BANK. World Bank Open Data. Disponível em: https://data.worldbank.org/indicator/SP.DYN.CBRT.IN?end=2019&name_desc=false&start=2019;
https://data.worldbank.org/indicator/SP.DYN.CDRT.IN?end=2019&start=2019; https://data.worldbank.org/indicator/SP.DYN.IMRT.IN?end=2019&start=2019&view=chart;
https://data.worldbank.org/indicator/SP.POP.GROW?end=2019&start=2019; https://data.worldbank.org/indicator/SP.DYN.TFRT.IN?end=2019&start=2019;
https://data.worldbank.org/indicator/SP.DYN.LE00.IN?end=2019&start=2019. Acessos em: 23 nov. 2021.
Os indicadores demográficos nos ajudam a compreender o nível de desenvolvimento socioeconômico de um local.

As teorias demográficas Neomalthusianos


Um discurso muito comum usado para explicar a rique- Com o fim da Segunda Guerra Mundial e os esforços
za, a pobreza, o desenvolvimento e o subdesenvolvimento para evitar conflitos de magnitude semelhante, muitos
das nações relaciona o crescimento da população mundial pensadores de diferentes países passaram a defender a
com a dificuldade de suprir suas necessidades básicas, redução da desigualdade entre as nações. Uma caracterís-
como a alimentação, a saúde, o emprego, a moradia, o tica comum aos países subdesenvolvidos era a existência
saneamento e a educação. de um grande contingente populacional de pobres e mise-
Entretanto, esse pensamento tem raízes históricas ráveis vivendo em condições inadequadas. Essa situação
e carrega explicações formuladas em outros contextos se acentuou na década de , com o expressivo avanço
que acabaram por influenciar a opinião pública (inclusive da taxa de crescimento da população.
estudiosos) a se preocupar com uma eventual crise de Os nmlthusns, como são chamados, passaram
abastecimento de alimentos, em decorrência da baixa pro- a associar o subdesenvolvimento econômico às altas taxas
dutividade agrícola e do acelerado crescimento populacional. de crescimento populacional. Para eles, uma população
Os estudos da relação entre população e abasteci- muito numerosa, sobretudo de crianças e jovens, dificultava
mento levaram à formulação de diferentes teorias sobre a o desenvolvimento de um país, já que aumentava os gastos
dinâmica demográfica. A seguir, vamos conhecer as mais públicos em setores como saneamento básico, educação e
importantes. saúde pública e, assim, limitava os recursos a serem investi-
dos em setores produtivos, como agropecuária e indústria.
Teoria malthusiana ou malthusianismo Além disso, eles defendiam que, quanto maior a população,
Malthus ( -) defendia que o crescimento da menor seria a renda per capita. Assim, a solução para o
população ocorria mais rápido do que a capacidade que subdesenvolvimento seria um rígido controle de natalidade.
ela tinha de produzir o seu próprio alimento, tendo em vista Apesar dos diferentes pressupostos, a conclusão dos
o limite do ambiente natural para aumentar tal produção. neomalthusianos é semelhante à de Malthus: o crescimen-
Enquanto o número de habitantes tendia a crescer em uma to populacional está relacionado a um provável colapso
progressão geométrica (, , , , , …), sem a ocorrên- social, e, portanto, é preciso controlá-lo.
cia de guerras, epidemias e grandes desastres naturais, Desde a década de , um grupo específico de
a quantidade de alimentos produzidos só podia chegar, neomalthusianos está mais preocupado com as questões am-
em boas condições, a um crescimento representado por bientais do que com o desenvolvimento econômico. Muitos
uma progressão aritmética (, , , , , …), devido à sua passaram a chamar esse grupo de cmlthusn. Para ele,
freNTe 1

dependência por um fator fixo, que é o limite da extensão o crescimento exagerado da população mundial levaria a uma
territorial dos continentes, considerando, sobretudo, as degradação ambiental cada vez maior, uma vez que aumen-
terras agricultáveis. taria o uso dos recursos naturais e a produção de poluentes.

AULAS 37 e 38 Dinâmica demográfica 173


Reformistas nas taxas de natalidade ocorre, principalmente, por causa
Outro grupo de estudiosos da questão demográfica, de fatores como o aumento da alfabetização e a entrada
ligado a correntes políticas social-democratas e socialistas, da mulher no mercado de trabalho. Em todos os países
também muito presente nos países mais pobres, denomina- centrais, encontram-se baixas taxas de natalidade, mesmo
-se mst ou stutulst. Os reformistas discordam naqueles em que não foram colocados em prática progra-
da posição dos neomalthusianos. Para eles, o crescimento mas oficiais de planejamento familiar. O mesmo cenário é
populacional não é a causa do subdesenvolvimento eco- observado nas diferentes classes sociais de qualquer país:
nômico, mas uma de suas consequências. as famílias pobres são mais numerosas e têm mais filhos
Avaliando o comportamento das dinâmicas populacio- que aquelas de classe média e alta. Portanto, esse seria
nais nos países desenvolvidos, verificou-se que a queda um problema estrutural.

Exercícios de sala
1. Unsc-rS 2021 A população mundial está irregularmente distribuída pelo planeta. Grandes extensões vazias situam-se
próximo a áreas densamente povoadas. Essa irregularidade ocorre em todos os países de grande extensão territorial, que
têm como característica comum a desigual distribuição de suas populações, casos de países como Rússia, Canadá, China,
Estados Unidos, Brasil e Austrália”.
SILVA, E. A. C.; JÚNIOR, L. F. Geografia em rede, 2o ano. São Paulo. FYD, 2016. p.92

Sobre o assunto é correto armar que:


i. As regiões habitáveis da Terra são denominadas anecúmenas.
ii. Densidade demográfica ou população relativa está relacionada ao número de habitantes por quilômetro quadrado.
iii. As regiões ecúmenas são chamadas de vazios demográficos.
iV. Quando o número da população absoluta é elevado, dizemos que o país (ou cidade, estado) é populoso.

Assinale a alternativa correta.


) Somente a afirmativa I está correta.
b) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.
d) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.

2. Uj 2020
Taxa de crescimento populacional em 2015 (%)

174 GeoGrafia AULAS 37 e 38 Dinâmica demográfica


Projeção da população em milhões (1950-2060)

Adaptado de populationpyramid.net.

Considerando as informações do mapa, a curva do gráco que corresponde à projeção da população do continente
africano a partir de 2015 é:
) W b) X c) Y d) Z

3. UePG-Pr 2021 Sobre a população mundial e conceitos relacionados ao tema, assinale o que for correto.
 A Ásia é o continente que apresenta a maior quantidade de países entre os  mais populosos do planeta.
 O Canadá, país que possui o maior território no continente americano, apresenta a segunda maior população a
nível continental.
 Los Angeles, nos EUA, Cairo, no Egito, Mumbai, na Índia e Xangai, na China, são exemplos de áreas urbanas que
ultrapassam  milhão de habitantes.
8 O Brasil, que teve crescimento exponencial de sua população no século XX, é um dos países mais populosos do
mundo.
 A soma total da população de um município, estado ou país é chamada de população absoluta.
Soma:

4. Unsp 2016 No estudo do crescimento demográfico mundial, a teoria que considera a sociedade de consumo e os
impactos do consumismo denomina-se:
) teoria antinatalista, ponderando o aumento populacional atrelado à lentidão na recomposição do meio ambiente.
b) teoria neomalthusiana, relacionando o crescimento populacional às políticas de recuperação do meio ambiente.
c) teoria ecomalthusiana, avaliando a pressão do crescimento populacional sobre os recursos naturais.
d) teoria malthusiana, associando o número de pessoas no planeta ao custo do passivo ambiental esperado.
) teoria reformista, analisando as populações dos países a partir da gestão de seus recursos naturais.

5. fGV-SP 2020 Segundo o Relatório do World Population Prospect (WPP) das Nações Unidas, a população da Terra
vai continuar aumentando até o fim deste século, devendo passar dos 7,7 bilhões atuais para 10,9 bilhões, em 2100.
Sobre as causas e as consequências dessa previsão, analise as armações a seguir.
i. A estrutura etária da maioria dos países vem sofrendo mudanças significativas devido à queda da taxa de fecun-
didade, desde meados do século XX, e ao aumento da expectativa de vida, graças aos avanços da medicina.
ii. O aumento populacional deverá estar concentrado na África subsaariana e no sul-sudeste da Ásia, devido à manuten-
ção de taxas de natalidade ainda elevadas e à difusão de medidas profiláticas, higiene básica e qualidade da água.
iii. O aumento da expectativa de vida deverá acentuar ainda mais a clivagem socioeconômica, em função da per-
sistência das desigualdades no campo da saúde, como a alta mortalidade materna e infantil entre as populações
dos países mais pobres.

Está correto o que se arma em


) I e III, apenas. c) I e II, apenas. ) I, II e III.
b) II, apenas. d) II e III, apenas.

Guia de estudos
freNTe 1

Geografia • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 8


i. Leia as páginas de 6 a 10.
ii. Faça os exercícios propostos de 1 a 10.

AULAS 37 e 38 Dinâmica demográfica 175


FRENTE 1
AULAS 39 e 40

Estrutura etária e ativa


Dinâmica populacional
O estudo da dinâmica populacional das sociedades ganhou novos contornos a partir das revoluções industriais e da
formação de uma sociedade moderna pautada no consumo. A melhoria significativa na qualidade de vida das populações
e o acesso ao consumo abriram margem para novas contestações das teorias demográficas vigentes.

Mdl d tnsçã dmgác

1
2 3 4 5
estág altmnt
incl Cscmnt td Puc stgnd Dclín?
stgnd
Taxa de natalidade
40
?
Taxa de mortalidade

30

Taxas de
natalidade e
mortalidade 20
(por 1 000 Crescimento natural
pessoas/ano)
Diminuição
10 natural
?
População total

?
0

Poucos grupos Estados Unidos, Japão,


Exemplos Egito, Quênia, Índia Brasil Alemanha
isolados França, Reino Unido

Taxa de
Alta Alta Em queda Baixa Muito baixa
natalidade

Taxa de
Alta Queda acentuada Queda mais suave Baixa Baixa
mortalidade

Crescimento Crescimento estável Crescimento Queda no Crescimento estável


Declínio lento
natural ou lento acentuado crescimento ou lento

Motivos para Necessidade de filhos para trabalho Melhoras na alimentação


Planejamento familiar. Melhora na saúde.
mudanças agrícola. Muitas crianças morrem cedo. e nos cuidados médicos.
Melhora na situação da mulher.
na taxa de Incentivo social ou religioso. Menor necessidade de
Casamentos tardios.
natalidade Ausência de planejamento familiar. ter filhos.

Motivos para Doenças, fome e


Melhorias nos cuidados médicos, menor
mudanças na medicina rudimentar, Bom sistema de saúde e estoque
mortalidade infantil, melhoria no abastecimento
taxa de resultando em alta de alimentos.
de água e no esgotamento.
mortalidade mortalidade infantil.
Fonte: GROVER, Drew. What is the demographic transition model? Population Education, 13 out. 2014.
Disponível em: https://populationeducation.org/what-demographic-transition-model/. Acesso em: 24 nov. 2021.

O modelo original de transição demográfica, proposto por Warren Thompson, apresentava apenas quatro estágios. Recentemente, tem-se discutido a existência
de um quinto estágio para se adequar às tendências demográficas.

176 GeoGrafia AULAS 39 e 40 Estrutura etária e ativa


Cada fase da dinâmica demográfica apresenta características específicas, explicadas por um conjunto de fatores.

estágs d tnsçã dmgác

Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3 Estágio 4


Homem Mulher

Fonte: HARDIN, Garret. Population dynamics: The demographic transition theory. myweb, [s.d].
Disponível em: https://myweb.rollins.edu/jsiry/Population-Dynamics_&_Density.html#whatisit. Acesso em: 24 nov. 2021.
Pirâmides etárias para os quatro principais estágios da transição demográfica, destacando mudanças na base, com a queda na taxa de natalidade, e no topo,
com o envelhecimento da população.

Primeira fase redução da taxa de natalidade é um pouco mais complexa e


A primeira fase é marcada por elevadas taxas de natali- envolve condições materiais e imateriais, como a alteração
dade e mortalidade, o que resulta em um baixo crescimento do modo de vida e dos valores culturais.
populacional, pois, apesar de serem muitos os nascimentos, É nessa fase, marcada pela grande presença de adultos
o número de mortes também é elevado tanto entre as crian- na sociedade – em maior número que crianças e idosos –,
ças como entre os adultos, os quais, raramente, atingem que se caracteriza o chamado bônus dmgác, tam-
idades mais avançadas. bém conhecido como jnl dmgác, ou seja, a
Essa dinâmica demográfica é típica de sociedades quantidade de pessoas em idade economicamente ativa
pré-modernas, nas quais não estão presentes os conheci- é maior do que a parcela da população não produtiva.
mentos básicos de saneamento e saúde e há necessidade É uma situação que oferece oportunidade de crescimento
de muita mão de obra para o desenvolvimento do trabalho econômico em razão da oferta de mão de obra e da redu-
no campo, no qual inclusive as crianças atuam. zida necessidade de investimento em atendimento médico
e escolar para crianças e de pagamento de aposentadorias
Segunda fase aos idosos (previdência).
Na segunda fase, notam-se a rápida queda da taxa de
mortalidade e a sustentação do alto índice de natalidade, o Quarta fase
que resulta em um grande crescimento populacional, con- A quarta fase é caracterizada pela manutenção do
siderado por alguns teóricos como o início da explosão baixo índice de natalidade, com tendência a sofrer maior
demográfica. redução em razão da conquista da relativa igualdade de
A queda na mortalidade é explicada pelo avanço do direitos e oportunidades entre os sexos, da consolidação
conhecimento médico e pela oferta de medicina preventiva de um modo de vida de alto padrão e da maior ocorrência de
por meio, sobretudo, da vacinação e da medicina curativa projetos de vida mais individuais. Observa-se, ainda, uma
(descoberta de como tratar doenças simples, como infec- pequena elevação da taxa de mortalidade decorrente
ções e diarreias), bem como pela instalação de sistemas do envelhecimento da população. Esse comportamento
de tratamento e fornecimento de água e coleta de esgoto. levaria, em primeiro lugar, à estabilização demográfica e,
posteriormente, a uma diminuição populacional, ou a um
Terceira fase “crescimento negativo”, que acontece quando a quantidade
A terceira fase é caracterizada pela manutenção da ten- de nascimentos não é suficiente para repor o número de
dência de queda da taxa de mortalidade – porém, menos mortos. Essa é uma realidade vivida por alguns países que
acelerada que a fase anterior –, acompanhada da redução apresentam alto grau de desenvolvimento (ou ao menos
da taxa de natalidade, mas não de forma abrupta. O cres- algumas de suas regiões e cidades), como ocorre na Ale-
cimento populacional ainda é alto, porém em ritmo inferior manha e na Suécia.
ao apresentado anteriormente.
A redução da taxa de mortalidade é justificada pelos Transição demográfica
avanços do conhecimento médico, pela expansão do sis- A consolidação da terceira fase e a passagem para a
freNTe 1

tema de saúde, pela maior escolarização da população e quarta encerrariam a denominada transição demográfica.
pela melhoria na oferta e na qualidade da alimentação, do Segundo essa teoria, há uma tendência de que as mu-
saneamento básico e da habitação. Já a explicação para a danças sociais, políticas, econômicas e culturais levem à

AULAS 39 e 40 Estrutura etária e ativa 177


chamada “revolução demográfica”, ou seja, à transição de um regime demográfico antigo (com altas taxas de natalidade,
fecundidade e mortalidade) para um novo (com baixas taxas).
É importante perceber que, por causa do descompasso entre a queda de mortalidade e a de natalidade, ocorre, du-
rante a transição, um forte crescimento populacional, muitas vezes identificado como uma explosão demográfica. Mas esse
crescimento não se deve ao aumento do número de filhos, e sim à diminuição da mortalidade. Assim, diversos nascidos,
que morreriam cedo, sobrevivem, chegam à vida adulta e acabam tendo filhos também, o que realimenta esse processo
de crescimento populacional.

Mund: tndêncs d ppulçã p gã

Estimativas (1975-2015) Projeções (2015-2050)

5
População total (bilhões)

0
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 2060 2070 2080 2090 2100
Ano
América Latina Oceania
África Ásia Europa América do Norte
e Caribe
Fonte: ONU; DESA. World Population Prospects: Data Bloket 2019 Revision.
Disponível em: https://population.un.org/wpp/Publications/Files/WPP2019_DataBooklet.pdf. Acesso em: 24 nov. 2021.
Pelas projeções da ONU, as maiores alterações na dinâmica populacional devem ocorrer na África e na Ásia.

Pirâmides etárias
O conjunto das informações analisadas nos estudos sobre as dinâmicas populacionais sintetizado por meio de um
recurso gráfico do tipo histograma e denominado pirâmide etária é muito útil por possibilitar uma rápida leitura da estru-
tura populacional de um país. Nesse tipo de gráfico, são organizados dados da distribuição do número de pessoas de
determinada área (município, estado, país e até o mundo) em faixas etárias (eixo vertical) e gênero, masculino e feminino
(eixo horizontal).
O formato das pirâmides etárias indica o momento da dinâmica demográfica no qual o país se encontra, bem como
a proporção de homens e mulheres em diferentes grupos etários: jovens ( a  anos), adultos ( a  anos) e idosos
(mais de  anos). Na leitura de uma pirâmide, é importante observar a relação entre a base (que representa as crianças),
as camadas intermediárias (que correspondem aos adultos) e o topo (que retrata os idosos).

Alemanha
1950 2017 2050
Homens Idade Mulheres Homens Idade Mulheres Homens Idade Mulheres
80 + 80 + 80 +
75 a 79 anos 75 a 79 anos 75 a 79 anos
70 a 74 anos 70 a 74 anos 70 a 74 anos
65 a 69 anos 65 a 69 anos 65 a 69 anos
60 a 64 anos 60 a 64 anos 60 a 64 anos
55 a 59 anos 55 a 59 anos 55 a 59 anos
50 a 54 anos 50 a 54 anos 50 a 54 anos
45 a 49 anos 45 a 49 anos 45 a 49 anos
40 a 44 anos 40 a 44 anos 40 a 44 anos
35 a 39 anos 35 a 39 anos 35 a 39 anos
30 a 34 anos 30 a 34 anos 30 a 34 anos
25 a 29 anos 25 a 29 anos 25 a 29 anos
20 a 24 anos 20 a 24 anos 20 a 24 anos
15 a 19 anos 15 a 19 anos 15 a 19 anos
10 a 14 anos 10 a 14 anos 10 a 14 anos
5 a 9 anos 5 a 9 anos 5 a 9 anos
0 a 4 anos 0 a 4 anos 0 a 4 anos
10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10 10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10 10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10
Percentual Percentual Percentual

México

17 GeoGrafia AULAS 39 e 40 Estrutura etária e ativa


México
1950 2017 2050
Homens Idade Mulheres Homens Idade Mulheres Homens Idade Mulheres
80 + 80 + 80 +
75 a 79 anos 75 a 79 anos 75 a 79 anos
70 a 74 anos 70 a 74 anos 70 a 74 anos
65 a 69 anos 65 a 69 anos 65 a 69 anos
60 a 64 anos 60 a 64 anos 60 a 64 anos
55 a 59 anos 55 a 59 anos 55 a 59 anos
50 a 54 anos 50 a 54 anos 50 a 54 anos
45 a 49 anos 45 a 49 anos 45 a 49 anos
40 a 44 anos 40 a 44 anos 40 a 44 anos
35 a 39 anos 35 a 39 anos 35 a 39 anos
30 a 34 anos 30 a 34 anos 30 a 34 anos
25 a 29 anos 25 a 29 anos 25 a 29 anos
20 a 24 anos 20 a 24 anos 20 a 24 anos
15 a 19 anos 15 a 19 anos 15 a 19 anos
10 a 14 anos 10 a 14 anos 10 a 14 anos
5 a 9 anos 5 a 9 anos 5 a 9 anos
0 a 4 anos 0 a 4 anos 0 a 4 anos
10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10 10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10 10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10
Percentual Percentual Percentual

Uganda
1950 2017 2050
Homens Idade Mulheres Homens Idade Mulheres Homens Idade Mulheres
80 + 80 + 80 +
75 a 79 anos 75 a 79 anos 75 a 79 anos
70 a 74 anos 70 a 74 anos 70 a 74 anos
65 a 69 anos 65 a 69 anos 65 a 69 anos
60 a 64 anos 60 a 64 anos 60 a 64 anos
55 a 59 anos 55 a 59 anos 55 a 59 anos
50 a 54 anos 50 a 54 anos 50 a 54 anos
45 a 49 anos 45 a 49 anos 45 a 49 anos
40 a 44 anos 40 a 44 anos 40 a 44 anos
35 a 39 anos 35 a 39 anos 35 a 39 anos
30 a 34 anos 30 a 34 anos 30 a 34 anos
25 a 29 anos 25 a 29 anos 25 a 29 anos
20 a 24 anos 20 a 24 anos 20 a 24 anos
15 a 19 anos 15 a 19 anos 15 a 19 anos
10 a 14 anos 10 a 14 anos 10 a 14 anos
5 a 9 anos 5 a 9 anos 5 a 9 anos
0 a 4 anos 0 a 4 anos 0 a 4 anos
10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10 10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10 10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10
Percentual Percentual Percentual

Fonte: ONU; DESA. World Population Ageing 2017: highlights. Nova York: 2017, p. 11. Disponível em: www.un.org/en/development/desa/population/publications/pdf/
ageing/WPA2017_Highlights.pdf. Acesso em: 24 nov. 2021.
Cada sequência de pirâmides etárias ilustra a evolução típica de países com diferentes condições socioeconômicas. A Alemanha representa os países mais
desenvolvidos, o México, os países em desenvolvimento, e Uganda, os países mais pobres ou subdesenvolvidos.

O envelhecimento da populao mundial Mund: méd d dd d ppulçã


50
O envelhecimento da população mundial não consiste,
necessariamente, no aumento do número de idosos; con- 40
tudo, se o processo de envelhecimento se sustentar por 30
Idade

um longo tempo, a tendência é que a proporção de idosos 20


na população realmente cresça. No entanto, inicialmente,
10
o envelhecimento pode resultar apenas do aumento da
quantidade de adultos proporcionalmente à diminuição 0
2000
2005

2020

2050
2025
2030
2035
2040
2045
1950
1955
1960
1965

1980
1985
1990

2010
1995

2015
1970
1975

da quantidade de crianças.
Os problemas do envelhecimento populacional para os Ano
países ricos podem ser agrupados em três questões: a di- Fonte: ONU; DESA. World Population Prospects 2019. Disponível em: https://
minuição da mão de obra disponível; o aumento dos gastos population.un.org/wpp/DataQuery/. Acesso em: 24 nov. 2021.

com a previdência social e a saúde do idoso; e a tendência A queda da idade média da população, entre as décadas de 1950 e 1970,
reflete a alta taxa de natalidade ps-guerra e as explosões populacionais
à diminuição do dinamismo econômico. Esse último é mais ligadas às transições demográficas. O posterior crescimento da idade média
difícil de verificar em termos estatísticos, mas é apontado por da população decorre da redução do número de filhos e do aumento da
muitos estudiosos, visto que as pessoas idosas têm menos expectativa de vida.

necessidade de comprar casas novas, trocar de automóveis e realizar outros gastos que aquecem a economia. Já as duas
primeiras questões podem ser discutidas por meio do conceito de razão de dependência.

Fora de trabalho
A análise das pirâmides etárias ganha mais relevância quando associada aos conceitos de Ppulçã m idd atv
(Pia) e Ppulçã ecnmcmnt atv (Pea). Essas informações são essenciais para avaliar a capacidade produtiva de
freNTe 1

uma nação, bem como o percentual da população capaz de gerar riqueza para, entre outras coisas, sustentar a parcela
de indivíduos que não estão disponíveis para o trabalho, isto é, a Ppulçã ecnmcmnt intv (Pei) ou Ppulçã
Nã ecnmcmnt atv (PNea).

AULAS 39 e 40 Estrutura etária e ativa 179


Bsl: tx d ptcpçã n Pea, Bsl: dstbuçã stl d Pea – 1940  2020
p sx – 1950  2010 70
100
60
80,8 50
80 77,2
71,8 72,4 71,5 69,6
67,1 40

%
60 30
48,9
%

44,1 20
32,9
40
10
26,6
18,5 0
20 16,5 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020
13,6
Ano
0 Setor primário Setor secundário Setor terciário
1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/
Ano
apps/snig/v1/index.html?loc=0&cat=-1,-2,112,113,114,128,129&ind=4741; IBGE. Estatísticas
Homem Mulher Diferença H – M históricas do Brasil 1550-1988. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1990. Disponível
Fonte: ALVES, José Eustáquio Diniz. O crescimento da PEA e a redução em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/
do hiato de gênero nas taxas de atividade no mercado de trabalho. DMT seriesestatisticasrestrospectivas/Volume%203_Estatisticas%20historicas%20do%20
em debate, 7 dez. 2013. Disponível em: www.dmtemdebate.com.br/o- Brasil_series%20economicas_demograficas%20e%20sociais%20de%201550%20
crescimento-da-pea-e-a-reducao-do-hiato-de-genero-nas-taxas-de-atividade- a%201988.pdf. IBGE, PNADC. Disponível em: https://www.gov.br/fazenda/pt-br/
no-mercado-de-trabalho/. Acesso em: 24 nov. 2021. centrais-de-conteudos/publicacoes/conjuntura-economica/emprego-e-renda/2020/
Foi expressivo o crescimento da mulher na composição da PEA brasileira ie-pnadc-junho-2020.pdf. Acessos em: 24 nov. 2021.
nas últimas décadas. As inflexões mais significativas no gráfico se deram entre a metade e o final
dos anos 1970, resultado da intensa industrialização e urbanização do Brasil.

A diviso setorial da PEA


Perdidas as oportunidades de trabalho no mercado, os
Outra forma de relacionar a organização da PEA com o
trabalhadores sem formação educacional e técnica recor-
processo de desenvolvimento é por meio da divisão setorial
rem a atividades informais, como camelôs e ambulantes,
daquela, analisando como a população economicamente
ou passam a empreender em pequenos negócios, em sua
ativa está dividida entre os setores primário, secundário e
terciário da economia. grande parte no setor de serviços.
O setor pmá é aquele que engloba atividades As principais diferenças entre o trabalho formal e o in-
relacionadas ao campo, como agricultura, pecuária e ex- formal são a incidência de impostos, o custo do trabalhador
trativismo mineral e vegetal. O scundá é o que realiza para o empregador, o acesso aos mecanismos de proteção
a atividade de transformação, ou seja, a indústria e a cons- social (como aposentadoria por tempo de serviço ou invali-
trução civil. Já o setor tcá envolve o comércio e os dez), a regulação do valor do salário, o seguro-desemprego,
serviços em geral. Apesar de as atuais dinâmicas econô- o aviso-prévio e outros direitos trabalhistas, garantidos
micas e espaciais tornarem a classificação das atividades àqueles que têm o registro em carteira de trabalho.
produtivas mais complexas e indicarem, há tempos, a Há, ainda, casos extremos de pessoas em situação
inadequação do conceito tradicional dos três setores da de trabalho análoga à escravidão, tanto no campo como
economia para dar conta da realidade, ainda é por meio na cidade. Cumpre destacar que essa condição não se
deles que os dados são coletados e organizados. limita à privação da liberdade, mas engloba toda forma de
Os avanços na tecnologia alteraram bastante os trabalho que desrespeita a dignidade humana. Assim, estão
processos produtivos, substituindo cada vez mais traba- compreendidos nessa classificação os trabalhadores que
lhadores braçais, que executam processos repetitivos, por exercem atividades que coloquem em risco a sua saúde e
máquinas, computadores e robôs. Portanto, com a redução a sua vida e os que são submetidos a esforços físicos e jor-
desses postos de trabalho, surge o desemprego estrutural, nadas de trabalho exaustivas, ao trabalho forçado (mediante
o qual consiste no fechamento dos postos de trabalho. ameaças físicas e psicológicas ou isolamento geográfico)
O desemprego gerado por crises econômicas ou recessões e à servidão por dívida (induzir ou forçar o trabalhador a
é denominado desemprego conjuntural. contrair, ilegalmente, uma dívida, e, assim, controlá-lo).

Exercícios de sala
1. fmp-SP 2017 O demógrafo e economista José O momento do bônus demográco corresponde, na
Eustáquio Alves, do Instituto Brasileiro de Geografia e estrutura populacional de um país,
Estatística (IBGE), falou sobre o bônus demográfico, mo- ) ao aumento da taxa de natalidade.
mento que segundo o especialista, acontece apenas uma b) à redução da razão de dependência.
vez na história de cada país. “É o momento em que a pi- c) à contração do sistema previdenciário.
râmide está se transformando. Depois, ele passa e chega d) ao avanço do desemprego estrutural.
o envelhecimento populacional”, constatou. ) à manutenção do crescimento horizontal.
www.unicamp.br. Adaptado.

10 GeoGrafia AULAS 39 e 40 Estrutura etária e ativa


2. UeL-Pr 201 Analise os gráficos a seguir. ii. Os indicadores saneamento básico, renda, ali-
mentação, índices de violência, saúde, educação
Gráfico I e condições de moradia são utilizados para cal-
Expectativa de vida cular o índice de desenvolvimento humano (IDH),
impactando a expectativa de vida conforme de-
Dados mostram crescimento no Brasil desde 1940 monstrado no gráfico I.
iii. A mortalidade de jovens evidenciada no gráfico II
é um dos fatores que distanciam o Brasil das taxas
de expectativa de vida dos países desenvolvidos,
77,6 78,8 79,1 como Japão, Suíça e Austrália.
73,9
iV. O conceito de expectativa de vida depende do
70,9
65,7 71,9
crescimento natural da população em um determi-
71,6
70,2 nado território, pois este é obtido pela diferença
60,8 66,0
63,2 positiva entre as taxas de natalidade e mortalidade.
55,5
59,6
50,8
48,3 54,6 Assinale a alternativa correta.
49,7 ) Somente as afirmativas I e II são corretas.
45,3 b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
42,9
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
2000

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.


2010
1950

1960

2015
1980
1940

2014
1970

1991

) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.


Mulheres Homens
3. Uj 201 A pirâmide demográfica retrata não apenas
(Adaptado de: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/expectativa-de-vida-do-
brasileiro-ao-nascer-e-de-755-anos-diz-ibge.ghtml. Acesso em: 21 jul. 2017.) a distribuição etária da população em dado momento,
como também os eventos marcantes da história de
Gráfico II uma determinada sociedade.
Evolução da taxa de mortalidade por POPULAÇÃO RUSSA 2010
armas de fogo Idade
Idad e
homens mulheres
100+
(em 100 mil habitantes) 95-99 Crise após o
90-94 Segunda Guerra
População total População de 15 a 29 anos 85-89 fim da U.R.S.S. Mundial
80-84 (1991-2001)
2003 75-7 9 (1939-1945)
50 46,5 2010 70-7 4
45 44,2 65-69
60-64
40 55-59
35 50-54
45-49
30 40-44
2003 35-39
25 22,2 2010 30-34
20 1980 20,4 25-29
20-24
15 12,8 15-1 9
10 10-14
5-9
5 1980 0-4
7,3
0 2 1 0 1 2
2000

2006
2002

2008
2004

2010
1990
1980

1996
1992
1986

1998
1982

1988

1994
1984

Percentual da população
Adaptado de commons.wikimedia.org.

(Disponível em: http://mapadaviolencia.org.br/pdf2013/ As anomalias em destaque na estrutura etária russa


mapaviolencia2013_armas.pdf. Acesso em: 21 jul. 2017).
estão relacionadas com os dois eventos históricos
Vários fatores exercem inuência direta na expectati- apontados, tendo em vista que estes contribuíram de-
va de vida da população de um país. Com base nos cisivamente para a redução dos valores do seguinte
grácos e nos conhecimentos sobre a dinâmica da indicador demográco:
população, considere as armativas a seguir. ) saldo da migração.
i. O gráfico I demonstra que a longevidade dos b) taxa de natalidade.
brasileiros aumentou, fato que ocorreu devido à c) expectativa de vida.
melhoria da qualidade de vida. d) razão de dependência.
freNTe 1

AULAS 39 e 40 Estrutura etária e ativa 11


4. Unst-Pr 2021 A abordagem de temáticas como cor, raça, desigualdade social, violência e feminicídio tem pauta-
do inúmeras discussões que são fundamentais para o desenvolvimento de políticas públicas. Neste contexto, observe
os dados abaixo, oriundos do IBGE e, com seus conhecimentos sobre a temática, assinale a alternativa INCORRETA.

Mercado de trabalho Distrtibuição de renda e Educação


condições de moradia Txs d nlbtsm (2)
Cgs gncs Psss bx ds lnhs d pbz 2018
2018 2018 Ttl Hmns Mulhs
Pt u
Bncs
6,6% X 29,9% pd Branca 3,9% 3,1% 11,0%
Ocupados Ocupados Inferior a US$ 5,5/dia 1,% 32,9%
por brancos por pretos Preta ou parda 9,1% 6,% 20,7%
ou pardos Inferior a US$ 1,9/dia 29,0% ,% (3) Pessoas de 15 a 29 anos de idade

Taxa composta por subutilização (1) Violência Representação política


2018 Tx d hmcíds, p 100 ml jvns (3) Dputds ds lts
Bnc 1,% 2017 2018
Pt u pd 29,0% Ttl Hmns Mulhs 24,4% X 75,6%
Preta ou Branca e
Branca 34,0 63,5 5,2 parda outras
(1) Soma as populações subocupadas Preta ou parda 29,0% 15,0 10,1
por isuficiência de horas, desocupada
e força de trabalho (3) Pessoas de 15 a 29 anos de idade

https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101681_informativo.pdf

) A população preta ou parda ocupa menos os cargos gerenciais e a taxa de homicídios é aproximadamente três
vezes superior à dos brancos.
b) As diferenças nas taxas de analfabetismo entre brancos e pretos ou pardos sinalizam equidade nesse indicador,
pois variam apenas de ,% a ,% e ,% e ,%, valores próximos entre si.
c) Os indicadores retratam o maior nível de vulnerabilidade econômica e social na população preta ou parda.
d) A representação política por deputados federais eleitos é superior para os brancos e outros em relação à dos
pretos e pardos, os quais são representados por cerca de % dos deputados.
) A quantidade da população preta ou parda abaixo das linhas de pobreza é superior à dos brancos e indica o
contraste na distribuição de renda e condições de moradia.

Guia de estudos

Geografia • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 8


i. Leia as páginas de 11 a 20. iii. Faça os exercícios propostos de 11 a 20.
ii. Faça os exercícios 1 a 3 da seção “Revisando”.

12 GeoGrafia AULAS 39 e 40 Estrutura etária e ativa


FRENTE 1
AULAS 41 e 42

População brasileira
Estrutura étnica brasileira
O povo brasileiro é formado, basicamente, a partir de três mtzs étncs: a indígena, que corresponde aos povos
originários que ocupavam grande parte do território que atualmente é o Brasil; a europeia, formada pelos colonizadores
portugueses que conquistaram o território e pelos imigrantes que começaram a chegar no final do século XIX; e a africana,
que contempla os indivíduos que foram escravizados e trazidos à força pelo tráfico negreiro. De modo singular, cada matriz
contribuiu para transformar a cultura, a economia, a política e o espaço que se tornou o território brasileiro.
É interessante perceber que, apesar da miscigenação da população brasileira – a qual contribui com o mito da de-
mocracia racial nacional e ajuda a incutir uma falsa concepção de que no país não existe racismo –, os percentuais de
participação de cada etnia na composição da população variam bastante em cada estado.

Bsl: dstbuçã d ppulçã p c  ç – 2017


50° O
VENEZUELA Guiana
Francesa
SURINAME (FRA)
COLÔMBIA
GUIANA

Equador RR AP

CE RN
AM
MA
PA PB
PE
PI
AC AL
SE
RO TO
BA
PERU
Branca
MT DF
GO OCEANO Preta
BOLÍVIA MG ATLÂNTICO Parda
Amarela e Indígena
ES

MS SP
RJ População total (mil habitantes)
PARAGUAI
n io 45 228
e Capricór
Trópico d
CHILE PR

21 155
OCEANO
PACÍFICO ARGENTINA SC
RS N

467
URUGUAI 0 380 km

Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 114.
N mp: Nas últimas décadas, a maior parte da população brasileira passou a ser parda e preta. Essa mudança se deve ao crescimento da
autodeclaração nos censos.

A questo indígena
De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), a população indígena à época da chegada dos portugueses
freNTe 1

estava entre  e  milhões, restando hoje cerca de  mil, segundo o Censo de .
Essa drástica diminuição da população indígena está ligada às mortes provocadas pelos conflitos com os colonizadores,
como ocorreu no Nordeste, no Sudeste e, atualmente, no Centro-Oeste, além da Amazônia. Também diversas epidemias

AULAS 41 e 42 População brasileira 13


foram provocadas a partir da introdução, por parte dos colonizadores, de doenças ainda desconhecidas pelos indígenas,
como o sarampo e a sífilis.

Bsl: svs  ts ndígns – 2020


50° O

OCEANO
ATLÂNTICO
RR AP
Equador

CE
AM MA
RN
PA
PB
PI
PE

AC AL
TO
SE
RO
BA
MT

DF
GO
MG

ES
MS N
OCEANO
PACÍFICO SP
RJ 0 290 km
ó rnio
de Capric
Trópico
PR

SC

RS Descrição das fases


Declarada
Homologada
Regularizada

Fonte: elaborado com base em FUNAI; Terras Indígenas e Situação Fundiária no Brasil, 2020.
Disponível em: http://mapas2.funai.gov.br/portal_mapas/pdf/terra_indigena.pdf. Acesso em: 24 nov. 2021.
N mp: As reservas indígenas refletem o processo histrico de ocupação do territrio brasileiro.

Para preservar a cultura e o modo de vida indígenas, é necessário garantir aos indígenas o usufruto das terras que
eles tradicionalmente ocupam. Como mostrado no mapa acima, as terras indígenas encontram-se em diferentes estágios
de demarcação. As terras declaradas são aquelas que, após estudos, foram consideradas de posse tradicional indígena,
podendo ser demarcadas fisicamente pela União. As terras homologadas são aquelas que já passaram pelo processo
de delimitação física, ratificada pelo Estado brasileiro; e as regularizadas são as terras que, além de homologadas pelo
Estado, foram registradas em nome da União, sendo oficialmente de usufruto indígena.

Distribuio da populao brasileira


Como você pode observar no mapa a seguir, a distribuição da população brasileira pelo território nacional não é
homogênea. É um retrato da atualidade que reflete construções históricas. Há áreas e regiões densamente povoadas,
como ao longo da faixa litorânea, sobretudo ao redor das grandes cidades e metrópoles. As faixas oeste e norte do país
são pouco povoadas, apresentando extensas áreas de vazios demográficos.

14 GeoGrafia AULAS 41 e 42 População brasileira


Bsl: dnsdd dmgác – 2020
50º O

RR AP
Equador

AM PA
MA CE
RN

PI PB
AC PE
AL
RO TO SE
BA
MT
DF
OCEANO
GO ATLÂNTICO
MG

OCEANO MS
ES
PACÍFICO
SP
rnio RJ
de Capricó
Trópico
PR

Distribuição da população SC N
do Brasil – 2020*
RS
10 000 habitantes
*População estimada 0 585 km

Fonte: elaborado com base em RIO GRANDE DO SUL, Secretaria de


Planejamento, Governança e Gestão. Atlas Socioeconômico Rio Grande
do Sul. Distribuição da População 2020 – BR. Disponível em: https://
atlassocioeconomico.rs.gov.br/midia/imagem/map-2020-pop-distribuicao-br.
Acesso em: 24 nov. 2021.
N mp: A maior parte da população brasileira localiza-se nas regiões Sul e
Sudeste e na faixa litorânea.

Exercícios de sala
1. UfrGS 2020 Leia o segmento abaixo. 2. UfrGS 2020 Observe a tabela abaixo.
Estas pessoas que estão vindo agora são refugiados que não
Evolução das taxas de homicídios (número
são famintos, sem pão ou água. São pessoas que, ontem,
tinham orgulho de seus lares, de suas posições na socieda- de homicídios por 100 mil habitantes) das
de, que, frequentemente, tinham um alto grau de educação regiões brasileiras entre 2000 e 2016.
e assim por diante. Mas, agora eles são refugiados.
Disponível em: https://www.fronteiras.com/artigos/zygmunt-bauman-o-medo- rgã 2000 2005 2010 2016
dos-refugiados. Acesso em: 2 jul. 2019.
Norte 19,29 25,07 37,96 44,55

Nordeste 19,78 25,59 35,73 43,68


Sobre o tema refugiados no mundo, é correto armar que
) parte do grupo de imigrantes consegue obter me- Sudeste 37,43 28,17 21,34 19,47
lhores condições de vida nos locais de destino e
enviar aos seus países de origem recursos finan- Sul 15,72 20,88 23,71 24,76
ceiros importantes. Centro-Oeste 29,81 28,13 31,27 36,06
b) os refugiados migram principalmente por mo-
tivos de insegurança, desastres ambientais e Adaptado de Atlas Nacional de Violência: http://www.ipea.gov.br/
atlasviolencia/dados-series/20. Acesso em: 31 mai. 2019.
destinam-se aos países com baixo Índice de De-
senvolvimento Humano (IDH). Considere as seguintes armações sobre a dinâmica
c) a inserção de políticas antimigração nos países da distribuição espacial da violência no Brasil e os da-
de destino zerou as taxas de recebimento de flu- dos apresentados na tabela.
xo migratório. i. O aumento das taxas referentes à criminalidade nas
d) a legalização de imigrantes tem ocorrido em al- Regiões Norte e Nordeste está relacionado à disputa
guns países da Europa e com regras iguais entre pelo domínio de mercados varejistas, nessas regiões,
as nações, mas a erradicação da discriminação por facções criminosas, oriundas do Sudeste.
contra o imigrante tem sido motivo de preocupa- ii. A queda das taxas de violência no Sudeste está
ção entre as autoridades. relacionada às políticas de desarmamento im-
freNTe 1

) os venezuelanos, na América do Sul, somente plementadas desde o início dos anos  e à
migram para o Brasil, pois há ausência de vazios de- transição demográfica rumo ao envelhecimento
mográficos em outros países para ocupar e povoar. da população.

AULAS 41 e 42 População brasileira 15


iii. A Região Sul apresenta estabilidade nas taxas de violência, mantendo-se com as mais baixas taxas de violência
do país.
Quais estão corretas?
) Apenas I. d) Apenas II e III.
b) Apenas III. ) I, II e III.
c) Apenas I e II.

3. UPf-rS 2020 Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as projeções da população do Bra-
sil e das Unidades da Federação são elaboradas com base nas informações sobre os componentes da dinâmica
demográfica oriundas dos censos demográficos, das pesquisas domiciliares por amostragem e dos registros admi-
nistrativos de nascimentos e óbitos investigados.
A B

90+ 90+
85-89 85-89
80-84 80-84
75-79 75-79
70-74 70-74
65-69 65-69
60-64 60-64
55-59 55-59
50-54 50-54
45-49 45-49
40-44 40-44
35-39 35-39
30-34 30-34
25-29 25-29
20-24 20-24
15-19 15-19
10-14 10-14
5-9 5-9
0-4 0-4

7,5 5,0 7,5 0,0 0,0 2,5 5,0 7,5 7,5 5,0 7,5 0,0 0,0 2,5 5,0 7,5
Homens Mulheres
Homens Mulheres

Exibindo ano de: 2010 Exibindo ano de: 2050

Brasil RS Brasil RS

Analisando as informações contidas nas pirâmides etárias (A) e (B) que representam o território brasileiro e o estado
do Rio Grande do Sul, sendo a de 2010 elaborada a partir do Censo Demográco e a de 2050 uma projeção, é pos-
sível constatar que:
i. As pirâmides etárias têm se modificado nas últimas décadas, revelando uma situação de envelhecimento da
população, o que permite afirmar que tanto o Brasil quanto o Rio Grande do Sul chegarão em  com mais de
% de seus habitantes em idade adulta e idosa.
ii. A última fase do crescimento populacional é caracterizada pelas altas taxas de natalidade e de mortalidade,
situação característica dos países em desenvolvimento. Conforme a projeção, o Brasil e o Rio Grande do Sul
alcançarão esse perfil em .
iii. O crescimento demográfico brasileiro é gradativamente menor, o que permite inferir que em algum momento
passará a ser negativo, ou seja, ocorrerá uma redução no número de habitantes e a elevação na média de idade
da população.
É correto o que se arma em:
) I, II e III. d) I e II, apenas.
b) II e III, apenas. ) II, apenas.
c) I e III, apenas.

16 GeoGrafia AULAS 41 e 42 População brasileira


4. Uj 201 População indígena no Brasil

Convenção ratificada pelo Brasil em 2004 2500000


Aplica-se aos povos tribais em países independentes, cujas condições cul-
turais, sociais e econômicas os distingam de outros setores da coletividade 2000000
nacional, e que estejam regidos, total ou parcialmente, por seus próprios litoral
costumes ou tradições; aos povos em países independentes, considerados 1 500000
interior
indígenas pelo fato de descenderem de populações que habitavam o país ou
uma região geográfica na época da conquista ou da colonização. A consciên- 1 000000
cia de sua identidade indígena ou tribal deverá ser considerada como critério
fundamental para determinar os grupos aos que se aplicam as disposições da 500000
presente Convenção.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 1989. Adaptado de planalto.gov.br.

2000
0

1500

2010
1650

1950

1980
1995
1940
1825
1570

1957
A partir do exposto no texto, a mudança nos dados demográcos
apresentados no gráco entre 2000 e 2010 está associada à seguinte
Adaptado de funai.gov.br.
atitude:
) promoção da permanência de grupos nativos nas áreas de reserva.
b) adoção da autodeclaração como critério de pertencimento étnico.
c) aprimoramento do controle jurídico nos processos de demarcação de terras.
d) ampliação do processo de preservação das tradições das comunidades da floresta.

5. UPe/SSa 2017 A análise do mapa a seguir permite afirmar:

Fonte: mapadaamerica.com

 as maiores densidades demográficas estão situadas em eixos espaciais fortemente urbanizados, como as áreas
freNTe 1

litorâneas, a Região do Vale do Paraíba e grandes metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro. Esse quadro
geográfico é histórico e se notabiliza como consequência da implantação próxima à costa brasileira dos primei-
ros territórios de povoamento.

AULAS 41 e 42 População brasileira 17


 as capitais planejadas de Belo Horizonte e Cuiabá também concentram grandes manchas urbanas nas Regiões
Nordeste e Centro-Oeste, enquanto Teresina aparece como uma mancha urbana esvaziada demograficamente,
situada em posição central na Região Norte e na Amazônia sul-americana.
 o Norte e o Centro-Oeste passaram por alterações na densidade demográfica, nas últimas décadas, por serem
regiões que vêm apresentando características de áreas acentuadamente urbanizadas e de grande produtivida-
de agrícola. Áreas contíguas à mancha localizada na Região Norte, de tradição pastoril, também estão dentre as
áreas de maior povoamento.
Está CORRETO o que se arma em
) , apenas.
b) , apenas.
c) , apenas.
d)  e , apenas.
) ,  e .

6. Uj 2016 O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) é composto por três indicadores: longevidade,
educação e renda. No Brasil, o IDH-M cresceu 47,5% entre 1991 e 2010, conforme os mapas.

1991 2000 2010


RR RR RR
AP AP AP

AM AM AM
PA MA CE PA MA CE PA MA CE
RN RN RN
PB PB PB
PI PI PI
AC PE AC PE AC PE
RO TO AL RO TO AL RO TO AL
SE SE SE
MT BA MT BA MT BA
DF DF DF

GO GO GO
MG MG MG
MS ES MS ES MS ES
SP
RJ
SP
RJ
SP
RJ
IDH-M
PR PR PR
SC SC SC muito alto
RS RS RS
alto
médio
baixo
muito baixo

Adaptado de O Globo, 15/03/2015.

Geogracamente, o desenvolvimento humano no Brasil apresenta mudanças decorrentes dos seguintes fatores
principais:
) erradicação do analfabetismo – elevação do PIB.
b) desaceleração do desemprego – incremento da industrialização.
c) decréscimo da natalidade – crescimento da qualificação profissional.
d) diminuição da mortalidade infantil – aumento da expectativa de vida.

Guia de estudos

Geografia • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 8


i. Leia as páginas de 20 a 26. iii. Faça os exercícios propostos de 21 a 30.
ii. Faça os exercícios de 4 a 6 da seção “Revisando”.

1 GeoGrafia AULAS 41 e 42 População brasileira


FRENTE 1
AULAS 43 e 44

Fluxos migratórios
As migraões brasileiras Entretanto, o movimento da população brasileira é bas-
tante dinâmico. As áreas de repulsão e atração de pessoas
As migrações internas no Brasil majoritariamente se
explicam por razões econômicas e pela busca de trabalho, variaram ao longo dos anos, assim como os motivos dos
emprego e renda. O percentual de brasileiros que atual- deslocamentos e o perfil do migrante. Aquela imagem es-
mente vivem em localidades de onde não são naturais, ou tereotipada do migrante nordestino não corresponde mais
seja, onde não nasceram, é elevado, correspondendo a à realidade nacional.
pouco acima de %. A mobilidade espacial da população brasileira, ou os
O ápice das migrações internas brasileiras, conside- deslocamentos populacionais, podem ser assim classificados:
rando o número de pessoas, ocorreu entre  e . y Mgçã nt-gnl: pessoas que migram entre
Historicamente, a região que tem maior evasão de pessoas as regiões.
é o Nordeste, e a que mais recebe é o Sudeste, sendo y Mgçã ntgnl: pessoas que migram dentro
os migrantes majoritariamente homens, o que promoveu de uma mesma região.
grande desequilíbrio entre gêneros nas cidades de onde y Tnsumânc: deslocamentos populacionais tempo-
partiam, nas quais a população feminina, assim como a de rários, também denominados de movimentos sazonais,
crianças e idosos, passava a ser numericamente mais ex- pelo fato de as pessoas irem para determinada área e,
pressiva em relação à masculina. depois, voltarem para seus locais de origem.

Bsl: pncps uxs mgtós


(1940-1950) (1950-1960)

Equador Equador
0º 0º

CE
MA RN
PB
PE
PI AL
SE
BA

MG

OCEANO OCEANO
SP
de Capri córnio ATLÂNTICO de Capricórn
io ATLÂNTICO
Trópico Trópico
N N

Direção das Direção das


migrações 0 770 km migrações 0 770 km
50º O 50º O

(1960-1970) Boa Vista (1970-1990)

Equador Caracaraí Equador


0º 0º

Santarém
Altamira
Manaus
São Félix Alta BACIA
do Xingu Ji-Paraná Floresta DO
ARAGUAIA
Vilhena
DF
Cáceres

N mp: A OCEANO OCEANO


expansão da cultura io io
de Capricórn ATLÂNTICO de Capricórn ATLÂNTICO
Trópico Trópico
de soja tem sido N
Londrina
N
um dos principais
fatores de estímulo à Direção das Direção das
migração interna nas migrações 0 770 km migrações 0 770 km
últimas décadas. 50º O 50º O
freNTe 1

Fontes: elaborado com base em OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Integrar para não entregar: políticas
públicas e Amazônia. 7. ed. Campinas: Papirus, 1991. p. 75-76; SCHAEFER, José Renato. In: OLIVEIRA, Ario-
valdo Umbelino de. Amazônia: monopólio, expropriação e conflitos. Campinas: Papirus, 1987. p. 92; ADAM,
Melhem; ADAS, Sérgio. Expedições geográficas – 6o ano. São Paulo: Moderna, 2011. p. 52.

AULAS 43 e 44 Fluxos migratrios 19


A partir da década de , a região Sul deixou de ser uma área de atração populacional e passou a ser uma área de
repulsão. Esse fenômeno, visto inicialmente no Paraná, decorreu do cultivo intensivo da soja e da consequente alteração
da estrutura fundiária da região, onde as pequenas propriedades passaram a ser incorporadas pelos latifúndios. Boa parte
dos agricultores marcharam em direção ao Centro-Oeste e ao Norte, conduzindo as frentes agrícolas, promovendo grande
desmatamento para a criação de gado e o plantio de soja.

Bsl: pncps uxs mgtós – 2010


50º O
OCEANO
RR AP ATLÂNTICO
Equador

MA
AM PA CE
RN
PI
PB
PE
AC
AL
RO TO
SE
MT BA

DF

GO
OCEANO
PACÍFICO MG ES
MS
Migrantes SP
(mil pessoas) Trópico de RJ
Capricórnio PR
De 20 a 30
De 31 a 50 SC N
De 51 a 100
RS
De 101 a 150
Acima de 150 0 590 km

Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça Maria Lemos.


Atlas geográfico: espaço mundial. 5. ed. rev. e atual,
São Paulo: Moderna, 2019. p. 129.
N mp: Os fatores que explicam o redirecionamento dos fluxos
populacionais são a maior dispersão pelo país das atividades industriais,
do setor de serviços e da urbanização, gerando emprego e melhores
condições de vida em muitos outros lugares.

Fluxos populacionais internacionais


Os deslocamentos das pessoas no espaço acontecem por diferentes razões e apresentam variadas características.
As mudanças de município, estado ou país são classificadas como migrações, podendo ser regionais, nacionais ou
internacionais.
Todo migrante é, ao mesmo tempo, emigrante e imigrante. Essas categorias dependem do referencial adotado.
Considerando o local de origem da pessoa, ela é um emigrante; considerando o local de chegada, é um imigrante.
Os movimentos populacionais podem ser voluntários, quando o deslocamento é realizado por uma livre escolha, ou
forçados, que não dependem do desejo da pessoa, como no caso dos escravizados trazidos ao Brasil, ou em situações
de expulsão ou risco iminente de vida decorrente de condições ambientais ou político-econômicas.
As causas, assim como as áreas de expulsão e as áreas de atração, variam ao longo da história. Pobreza, guerras, cala-
midades naturais e perseguições políticas são os motivos mais comuns. E os deslocamentos têm consequências positivas
e, ao mesmo tempo, negativas, tanto para o local de expulsão quanto para o de atração, dependendo de cada contexto.

190 GeoGrafia AULAS 43 e 44 Fluxos migratrios


Mund: pncps uxs mgtós – 2020

Ásia Central América Latina Leste e Sudeste África do Norte África Des- (AN)
Europa (63) Subsaariana conhe-
e Meridional (51) e Caribe (43) Asiático (38) e Ásia Ocidental (39) (28) cido (13) (4)
Origem (milhões)

Destino (44) (12) (14) (6) (10) (19) (19) (18) (15) (11) (11)
América do Norte África do Norte (ASS) (LSA) (ACM) (ALC) (OC)
Europa (87 milhões) (59) e Ásia Ocidental (22) (20) (19) (15) (9)
Fonte: elaborado com base em ONU, DESA. International Migration 2020 Highlights, 2020, p. 22. Disponível em: https://www.un.org/development/desa/pd/sites/
www.un.org.development.desa.pd/files/undesa_pd_2020_international_migration_highlights.pdf. Acesso em: 24 nov. 2021.
Cerca de 60% dos migrantes internacionais vivem na Ásia e na Europa, e metade deles são asiáticos. Os migrantes são pelo menos 10% da população na Europa,
na América do Norte e na Oceania, enquanto na África, na Ásia, na América Latina e no Caribe, menos de 2% da população são estrangeiros.

Exercícios de sala
1. Unsc-rS 2021
O fluxo de refugiados e migrantes da Venezuela para o Brasil se iniciou em meados de 2016 e se intensificou com a dete-
rioração social, política e econômica no país vizinho. As Nações Unidas estimam que mais de 5 milhões de venezuelanos
já deixaram seu país em busca de proteção e assistência, sendo que a maioria se encontra na América Latina e no Caribe.
As autoridades brasileiras estimam que aproximadamente 260 mil venezuelanos vivem no país. Até julho de 2020, mais
de 130 mil solicitações de reconhecimento da condição de refugiado foram registradas por venezuelanos no Brasil [...].
Agência da ONU para Refugiados no Brasil. https://www.acnur.org/português/2020/09/25/pesquisa-revela-perfil-do-empreendedorismo-de-refugiados-e-
migrantes-venezuelanos-no-brasil/. Acesso em 02/10/2020.

Inicialmente, os venezuelanos migraram para o Brasil em um movimento chamado de migração pendular. Esse termo
está correto na armativa:
) E um tipo de migração que está relacionada às estações do ano.
b) É caracterizada pelo deslocamento de pessoas para estudar, trabalhar ou buscar insumos básicos em outra cida-
de, estado ou país. Posteriormente, essas pessoas retomam para seus lugares onde residem.
c) Quando o povo de uma localidade passa parte do ano em um determinado lugar e parte em outro, repetindo
esse movimento todo o ano.
d) E um tipo de migração que tem como característica o deslocamento de habitantes que vivem na zona rural para
a cidade.
) Habitantes que residem em um lugar ou país e se mudam definitivamente para trabalhar ou procurar uma ocu-
pação em outro país.
freNTe 1

AULAS 43 e 44 Fluxos migratrios 191


2. fuvst-SP 2016 Observe os mapas.
MIGRAÇÃO ENTRE AS RELIGIÕES BRASILEIRAS (4-)

Origem e destino dos


fluxos migratrios nas
regiões brasileiras.

IBGE/OESP, 16/07/2011.

Dentre as seguintes alternativas, a única que apresenta a principal causa para o correspondente uxo migratório é:
) i: procura por postos de trabalho formais no setor primário.
b) ii: necessidade de mão de obra rural, devido ao avanço do cultivo do arroz.
c) iii: necessidade de mão de obra no cultivo da soja no Ceará e em Pernambuco.
d) iV: procura por postos de trabalho no setor aeroespacial.
) V: migração de retorno.

3. Uncmp-SP 2017 O estudo Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil (IBGE, 2015) identificou 294
arranjos populacionais no País, de diferentes escalas e naturezas. O Arranjo Populacional da Região Metropolitana
de São Paulo (SP) é caracterizado pela extensão e intensidade de seus fluxos: aproximadamente 1.750.000 pessoas
deslocam-se cotidianamente entre os municípios que compõem o Arranjo para estudar e trabalhar.
Essa dinâmica espacial é melhor explicada pelo conceito de
) migração interna.
b) movimento pendular.
c) migração urbano-urbano.
d) movimento sazonal.

4. UeL-Pr 2017 Os movimentos migratórios existentes no Brasil, a partir de 2001, mostram que 41% dos habitantes do
país não eram naturais do município de residência e cerca de 16% deles não eram procedentes da Unidade Federa-
tiva em que moravam.
Considerando a realidade exposta, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, motivos que estimularam
uxos migratórios nesse período.
) A ausência de ciclos econômicos e de investimentos produtivos, públicos ou privados.
b) A contínua e crescente desintegração dos espaços urbanos e rurais.
c) A migração pendular, que provoca um estado de crise permanente de repulsão da população.
d) A saída do campo para a cidade devido às precárias condições de trabalho lá existentes.
) O desenvolvimento dos sistemas de transportes, energia e comunicações.

192 GeoGrafia AULAS 43 e 44 Fluxos migratrios


5. UeG-Go 2019 No decorrer da história do Brasil, desde suas origens até a atualidade, as populações se deslocam
de um lugar para o outro. Observe na tabela e no mapa a seguir alguns dados acerca desses processos migratórios
internos ocorridos no período de 2005 a 2010.

Saldos migratórios
< –50 mil
–50 mil l – 0
0 l – 20 mil
20 mil l –100 mil
100 mil ou +

Com base na leitura dos documentos grácos, verica-se que


) as unidades da federação com maior saldo migratório são São Paulo e Minas Gerais.
b) as unidades da federação da região Norte possuem os piores índices de eficácia migratória.
c) os saldos migratórios são positivos nas unidades da federação localizadas na região Sudeste.
d) os saldos migratórios são negativos nas unidades da federação localizadas na região Nordeste.
) as unidades da federação com maior eficácia migratória são Goiás, São Paulo e Santa Catarina.

Guia de estudos
freNTe 1

Geografia • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 8


i. Leia as páginas de 26 a 32. iii. Faça os exercícios propostos de 31 a 40.
ii. Faça os exercícios de 7 a 10 da seção “Revisando”.

AULAS 43 e 44 Fluxos migratrios 193


FRENTE 1
AULAS 45 e 46

O processo de urbanização
A cidade e o espao urbano
Cidade e campo são duas parcelas complementares do espaço geográfico que se distinguem não apenas em suas
fisionomias e paisagens, mas também em suas funções. O mesmo ocorre em relação à quantidade e complexidade de
objetos geográficos, pessoas e fluxos presentes em cada uma delas.
Entre os diferentes objetos geográficos criados pelos seres humanos (ruas, pontes, moinhos, hidrelétricas, fazendas
etc.), a cidade é o maior e o mais complexo, pois reúne diversas estruturas e recursos para atender às muitas necessidades
humanas – tanto biológicas como sociais –, os quais, em um passado remoto, eram difíceis de ser obtidos. Para supri-las,
há, por exemplo, maior oferta de abrigo, alimentos, atendimento médico, educação, cultura e entretenimento, e tudo está
reunido e concentrado em uma parcela relativamente reduzida do espaço.
Já as funções das cidades variaram ao longo da história, da cultura e de suas localizações, transformando-se de acordo com
as dinâmicas socioespaciais. Apesar dessa variedade de usos e das diferentes organizações do espaço, as cidades possuem
em comum o fato de apresentarem maior densidade de objetos técnicos e de pessoas. Dessa forma, elas passam a ocupar
um papel centralizador nas relações espaciais, além de possibilitarem a existência de um modo de vida tipicamente urbano.
Não se trata de uma centralidade geométrica – ou seja, estar no meio de algo –, mas de centralizar funções e equipamen-
tos, atraindo e dispersando inúmeros fluxos econômicos, sociais e culturais que são essenciais para definir a condição urbana.
A paisagem urbana diferencia-se da rural para além da concentração de edificações. Há também a vida urbana, que
necessariamente se relaciona a essa concentração. Mesmo nas cidades mais antigas, a vida urbana se distinguia da rural.
A concentração de pessoas já proporcionava a intensidade dos encontros. Para essa intensidade, colaborava também a
diversidade, própria das cidades, uma vez que se encontram ali habitantes da cidade e outros, que vêm dos mais diversos
lugares trocar mercadorias, ideias, crenças, comportamentos etc.
A vida urbana, portanto, é caracterizada pela multiplicidade, pelo encontro, pela troca e pelo dinamismo que to-
dos esses fatores geram. É um modo de viver que sempre tendeu a questionar as tradições e promover grandes
mudanças sociais, assim como estimular o desenvolvimento de novas ideias e novos comportamentos.

Cidade e município
Cidade e município são conceitos diferentes. Segundo o IBGE, município é a menor unidade político-administrativa
com autonomia da Federação, enquanto a cidade corresponde ao distrito sede do município, com caráter administrativo.
Além dessa modalidade de distrito, também há os rurais ou os industriais.

Tipos de cidades
Orbon Alija/iStockphoto.com
São muitos os tipos, as funções e as morfologias que
as cidades têm assumido ao longo de variados períodos
históricos; as origens delas também guardam particularida-
des. As explicações para suas localizações e características
devem considerar o contexto histórico de quando foram
construídas e a cultura dos povos responsáveis por sua
criação e dinâmica, assim como as técnicas de que dispu-
nham, os fluxos que por elas passavam e que delas eram
emitidos, além dos aspectos naturais locais.
Há aquelas que surgiram sem planejamento, em locali-
dades que atendiam, por exemplo, a algum fluxo importante
no período de seu desenvolvimento – como rota ou en-
treposto comercial, áreas portuárias, entre outros motivos.
Existem também as que foram planejadas e tiveram suas
funcionalidades definidas previamente, como atender a
uma função militar, estimular o povoamento de determinada
O Arco do Triunfo, em Paris, na França, é um dos exemplos mais famosos de
região, oferecer os serviços necessários para a promoção uma malha urbana construída de modo planejado durante a reforma urbana
do desenvolvimento econômico de uma área etc. do início do século XX, configurando um tecido radial simétrico.

194 GeoGrafia AULAS 45 e 46 O processo de urbanização


A urbanizao desigual
Em decorrência da diferença entre os processos de industrialização de cada país e região, a urbanização dessas
localidades também se mostra desigual. Se, por um lado, mais de % da população mundial já vivia em cidades em
, por outro, é necessário lembrar que ainda hoje há países e regiões inteiras onde os índices de urbanização são
bastante baixos.
É preciso ter cautela com o índice de urbanização, afinal, não é possível fazer uma relação direta entre os níveis de
industrialização, desenvolvimento socioeconômico e urbanização. Há países que apresentam altos índices de urbani-
zação sem, necessariamente, exibirem um bom desenvolvimento socioeconômico. Da mesma forma, há aqueles que
podem ser considerados desenvolvidos, mesmo com taxas intermediárias de urbanização.
Portanto, mais importante do que o aspecto quantitativo é a qualidade do processo de urbanização em cada país
ou região do mundo. Ela dependerá diretamente do modo como cada economia realizou a transição do espaço agrário
para o urbano – o que se relaciona ao processo de industrialização, pioneira ou tardia, adotado em cada país.
A partir disso, os países são classificados de três formas: desenvolvidos, subdesenvolvidos e em desenvolvimento;
centrais, periféricos e semiperiféricos; ou, ainda, ricos, pobres e emergentes. Independentemente da classificação,
o importante é que a industrialização e a modernização não geraram os mesmos resultados para todos os países
nos quais ocorreram, e, consequentemente, a urbanização também guarda características próprias para cada um
desses grupos.

O desenvolvimento da urbanização
No Brasil, o processo de urbanização acentuou-se a partir da década de . Nessa época, % da população bra-
sileira encontrava-se no campo, enquanto apenas % estava nas cidades, que ainda eram poucas e menores. A partir
de então, o quadro começa a se inverter, ou seja, a porcentagem de população no campo passa a diminuir e, consequen-
temente, a urbana aumenta cada vez mais.
Até meados da década de , a queda da população rural foi apenas relativa, isto é, ela continuava a crescer,
porém em uma velocidade menor que a da população urbana. Já a partir da década de , o número de pessoas no
campo começou a diminuir, partindo de    em  para    em  e chegando a    em
, segundo os dados do último Censo Demográfico.
Em números relativos, foi na década de  que se inverteu a característica geral da população brasileira de rural
para urbana.
Bsl: vluçã d ppulçã ul  ubn – 1950-2020
100

90

80

70

60
%

50

40

30

20

10

0
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020
Ano
Urbana Rural
Fonte: ONU; DESA. World urbanization prospects: The 2018 Revision. Disponí-
vel em: https://population.un.org/wup/Download/. Acesso em: 22 nov. 2021.
O gráfico aborda a composição relativa das populações rural e urbana do
Brasil ao longo dos últimos 70 anos.

Essa transformação envolve muito mais que apenas a mudança de residência das pessoas. Modificam-se as formas
de socialização, trabalho, moradia e transporte, bem como a cultura das pessoas e suas maneiras de manifestação. Essas
alterações estão ligadas à transição do modelo agroexportador ao urbano-industrial, que envolve a urbanização.
Porém, o processo de urbanização ocorreu de forma desigual entre os estados e as regiões do país.
freNTe 1

AULAS 45 e 46 O processo de urbanização 195


Bsl: tx d ubnzçã, p gã – 1940-2015
100,0
90,0
80,0
70,0
60,0

%
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0
1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 2010 2015
Ano
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Fonte: IBGE Educa, População Rural e Urbana. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/
conheca-o-brasil/populacao/18313-populacao-rural-e-urbana.html. Acesso em: 22 nov. 2021.
A taxa de urbanização cresceu mais rapidamente na transição do séculoXX para o século XXI.

Bsl: ubnzçã – 2010


50° O

RR AP
Equador

AM PA MA CE
RN

PI PB

AC PE
AL
TO
RO BA SE
MT

DF

GO
MG

MS ES
OCEANO
OCEANO ATLÂNTICO
PACÍFICO SP RJ
nio
de Capricór
Trópico PR

SC População nas maiores


População urbana na cidades (1 000 hab.)
população total (%)
253 a 500
4,18 a 50,00 RS 501 a 1 000
50,01 a 65,00 1 001 a 2 675
65,01 a 80,00 N
6 320 (Rio de Janeiro)
80,01 a 95,00
95,01 a 100,00 11 152 (São Paulo)
0 280 km

Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 145.

196 GeoGrafia AULAS 45 e 46 O processo de urbanização


Estatuto da Cidade e Plano Diretor
No Brasil, em , foi aprovada uma lei que ficou conhecida como Estatuto da Cidade, que regulamenta a política
urbana nacional. Nela estão discriminadas as principais diretrizes que os municípios devem seguir, obedecendo a dois
princípios básicos: o planejamento participativo e a função social da propriedade.
No estatuto também foram criados instrumentos para promoção do desenvolvimento urbano, sendo o de maior des-
taque o Plano Diretor, documento que reúne estudos, parâmetros, normas, diretrizes e leis para promover uma política
de desenvolvimento e expansão urbana, considerando os aspectos sociais, econômicos e ambientais.
Nele estão contidas as regulamentações de uso e ocupação do solo.
É no Plano Diretor que está descrita a Lei de Zoneamento, instrumento que detalha as normas técnicas para ocu-
pação e uso do solo, especificando, por exemplo, as funções dos estabelecimentos permitidas para cada zona (apenas
residencial, comercial, industrial, misto etc.), o tamanho das construções, como devem ser as calçadas (ou passeios),
o número máximo de andares dos edifícios e muitas outras definições técnicas (recuo da rua, número de vagas na
garagem, ruas para circulação de transporte coletivo etc.).

Exercícios de sala
1. fGV-SP 2021 A urbanização acelerada dos países subdesenvolvidos, articulando o êxodo rural e a metropolização,
caracteriza o fenômeno denominado
) conurbação, que ressignifica saberes e costumes herdados da vida no campo.
b) macrocefalia urbana, que explicita as carências e as contradições das grandes cidades.
c) especulação imobiliária, que modera o preço das propriedades de maneira inclusiva.
d) cooperação urbana, que subverte o uso e a ocupação esperados dos espaços públicos.
) morfologia urbana, que justifica a toponímia adotada nos espaços recém-construídos.

2. Uncmp-SP 2021 Em nosso planeta em rápida urbanização, a vida cotidiana da crescente população de urbanoides é
cada vez mais sustentada por sistemas vastos e incrivelmente complexos de infraestrutura e tecnologia. Ainda que muitas
vezes passem despercebidos – pelo menos quando funcionam –, esses sistemas permitem que a vida urbana moderna exista.
Seus encanamentos, dutos, servidores, fios e túneis sustentam os fluxos, as conexões e os metabolismos que são intrínsecos
às cidades contemporâneas.
(Adaptado de Stephen Graham, Cidades sitiadas. O novo urbanismo militar. São Paulo: Editora Boitempo, 2016, p. 345.)

Depreende-se do texto que


) a vida na cidade é composta por um conjunto de individualidades autossuficientes, sem a necessidade de inter-
conexões e solidariedades.
b) as cidades contemporâneas são dependentes de sistemas técnicos infraestruturais, mas cada vez menos depen-
dentes do trabalho técnico e social.
c) os bastidores infraestruturais e sociais da vida urbana cotidiana, em geral ocultos, tornam-se claros e palpáveis
em momentos de interrupções sistêmicas.
d) a dependência das infraestruturas em rede existe apenas em cidades modernas e tecnologicamente avançadas,
as chamadas cidades high-tech.

3. enm 2020 O planejamento deixou de controlar o crescimento urbano e passou a encorajá-lo por todos os meios possíveis
e imagináveis. Cidades, a nova mensagem soou em alto e bom som, eram máquinas de produzir riquezas: o primeiro e
principal objetivo do planejamento devia ser o de azeitar a máquina.
HALL, P. Cidades do amanhã: uma história intelectual do planejamento e do projeto urbanos no século XX. São Paulo: Perspectiva, 2016 (adaptado).

O modelo de planejamento urbano problematizado no texto é marcado pelo(a)


) primazia da gestão popular.
b) uso de práticas sustentáveis.
c) construção do bem-estar social.
d) soberania do poder governamental.
) ampliação da participação empresarial.
freNTe 1

AULAS 45 e 46 O processo de urbanização 197


4. Unsp 2016
População urbana segundo os níveis de renda

Proporção da população urbana


100

em 2014 (em porcentagem)


80

60

40

20

0
Países de renda Países de renda Países de renda Países de renda
baixa média-baixa média-alta alta

Renda Nacional Bruta per capta em 2012 (em níveis de rende)

Região População
África >1 bilhão
Ásia 500 milhões a 1 bilhão
Oceania 100 milhões a 500 milhões
América Latina e Caribe 50 milhões a 10 milhões
Europa e América do Norte 10 milhões a 50 milhões
5 milhões a 10 milhões
1 milhão a 5 milhões
500.000 a 1 milhão
<5000.000
(Department of Economic and Social Affairs. World urbanization prospects, 2015. Adaptado.)

Avaliando o gráco e considerando os conhecimentos acerca do espaço urbano no mundo contemporâneo, é correto
armar que
) o nível de urbanização tende a se estabilizar com o aumento da renda.
b) o desenvolvimento econômico não constitui uma condição necessária para a urbanização.
c) os países com pequena população tendem a se localizar entre aqueles com baixa urbanização.
d) o aumento na taxa de urbanização de um país ocorre atrelado à mudança em seu nível de renda.
) as taxas de urbanização entre países com mesma renda apresentam baixa variação.

5. Unst-Pr 2021 Em 2020 foi aprovado o novo “Marco Legal do Saneamento”, ano em que “das 5.570 cidades brasi-
leiras, apenas 343 já têm um índice de cobertura acima de 90% para o abastecimento de água e de 60% para a coleta e o
tratamento de esgoto”.
Disponível em https://www.saneamentobasico.com.br/cidades-metas-do-saneamento-basico/

Dados ociais apontam que 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e mais de 100 milhões não têm
acesso à coleta de esgoto.
Sobre o tema saneamento básico, analise as armativas abaixo e assinale a armativa INCORRETA.
) O saneamento básico é um conjunto de medidas que visa à melhoria do ambiente urbano e rural para diminuir
doenças e melhorar a saúde da população.
b) O saneamento básico inclui coleta e tratamento de esgoto doméstico e industrial, abastecimento de água potável
e coleta e tratamento do resíduo sólido.
c) Parte da população brasileira não tem acesso ao saneamento básico, já que esse é um serviço privado que não
é responsabilidade do poder público.
d) A falta de saneamento básico acarreta problemas de saúde à população, em especial para as crianças, aumen-
tando a taxa de mortalidade infantil.
) O saneamento básico adequado melhora a qualidade do ambiente, já que evita a poluição de rios, de lagos e
do solo.

Guia de estudos
Geografia • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 9
i. Leia as páginas de 58 a 68. iii. Faça os exercícios propostos de 1 a 9.
ii. Faça os exercícios de 1 a 4 da seção “Revisando”.

19 GeoGrafia AULAS 45 e 46 O processo de urbanização


FRENTE 1
AULAS 47 e 48

Redes e hierarquia urbana


Redes e hierarquia urbana
As cidades são muito diferentes umas das outras. 1 2 3
Variam em número de habitantes, extensão territorial, to-
pografia, localização e situação – ou seja, sua posição em
relação às vias de transporte, aos rios, aos mares e a outras
cidades. Também apresentam uma quantidade e comple-
xidade de funções distintas: industrial, turística, religiosa,
portuária, comercial, universitária etc. Por fim, cada uma
tem o poder de influenciar e polarizar outros espaços, áreas 4
ou regiões de influência. As diferentes conexões entre as
cidades, com os respectivos níveis hierárquicos entre essas
centralidades, formam a d ubn.
A rede urbana é um sistema integrado de cidades que
compreende vilas, cidades pequenas, médias, grandes e
metrópoles. Essas localidades estão interligadas por sis-
temas de transporte e comunicação. Originalmente, as 5
cidades pequenas polarizam vilas, aldeias e áreas rurais
de seu entorno. Por sua vez, elas são polarizadas por ci- 1 – Centro isolado
dades médias ou grandes que estejam mais próximas. 2 – Aglomeração com conurbação
E todas são influenciadas pelas metrópoles, que coman- 3 – Aglomeração sem conurbação
dam áreas extensas, podendo atingir escalas regionais, 4 – Metrópole
nacionais e até globais. 5 – Megalópole
Toda essa densidade promove o processo de metro-
polização, que, como o termo indica, refere-se à formação
(As setas indicam movimento pendular diário residência
de metrópoles. Identificamos como metrópoles as cidades
– local de trabalho – residência)
que são os núcleos principais de áreas conurbadas. A co-
nurbação, por sua vez, é a união física de duas ou mais Fonte: SOUZA, Marcelo Lopes de. Mudar a cidade: uma introdução crítica ao
manchas urbanas, pertencentes a municípios diferentes. planejamento e à gestão urbanos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. p. 39.
O esquema acima mostra o processo de conurbação e metropolização entre
cidades de municípios limítrofes.
Esquema clássico

Esquema real (aproximado)


Metropolizao
C O crescimento exagerado das maiores metrópoles do
C mundo não é apenas uma consequência de sua vitalidade
econômica. Na maior parte das vezes, principalmente nos
D C países periféricos, elas acabam sendo o principal desti-
D B
no para as pessoas que buscam empregos com maior
remuneração.
C
A Em regiões economicamente mais desenvolvidas,
A Cidade local
observa-se maior crescimento das cidades médias – que
B B Cidade regional possuem entre  mil e  milhão de habitantes –, nas
C Metrópole incompleta
E
quais a relação entre custo (de moradia, transporte, ali-
D Metrópole completa
A E mentos etc.) e benefício (acesso a melhores empregos e
E Vila
Fonte: SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. serviços urbanos de qualidade) é melhor. Essa desconcen-
São Paulo: Hucitec, 1988. tração é possível principalmente pelo desenvolvimento do
As relações entre as cidades em uma rede urbana. meio técnico entre as grandes cidades.
freNTe 1

AULAS 47 e 48 Redes e hierarquia urbana 199


Bsl: hqu ubn – 201
50º O

RR AP
Equador 0º

PA CE
AM RN
MA
PB
PI
PE

AC BA AL
RO
MT SE
TO

DF
Regiões de influência
OCEANO
Manaus GO MG ATLÂNTICO
Belém
Fortaleza
MS
Recife ES
Salvador
Belo Horizonte SP
Hierarquia dos centros urbanos
Rio de Janeiro Trópico de Capricórnio RJ
São Paulo Grande metrópole nacional
PR Metrópole nacional
Curitiba
Porto Alegre Metrópole
SC Capital regional A
Goiânia
Brasília Capital regional B

Florianópolis Capital regional C

Vitória RS Centro sub-regional A

Campinas
N Centro sub-regional B
Centro de zona A
Os fios tracejados representam
redes de múltiplas vinculações 0 300 km
Centro de zona B

Fonte: elaborado com base em IBGE. Rede de influência das cidades – 2018. Disponível em: www.ibge.gov.br/apps/regic/. Acesso em: 25 nov. 2021.

É importante destacar que, historicamente, primeiro predominou a tendência à concentração e depois à desconcen-
tração. Ou seja, inicialmente houve um processo de metropolização para depois ocorrer a desmetropolização.
A desmetropolização não significa necessariamente uma diminuição absoluta do tamanho das metrópoles. Na realida-
de, basta que as cidades menores cresçam em uma intensidade maior do que as grandes para que possamos identificar
esse fenômeno.

Metropolizao no Brasil
O modelo econômico adotado pelo Brasil apresentou ao país diferentes processos de concentração e dispersão do
desenvolvimento. Desse modo, a população e, consequentemente, a urbanização também se concentraram em algumas
áreas, apresentando, nas últimas décadas, um movimento de relativa dispersão. Esse crescimento diferenciado de várias
cidades cria uma hierarquia urbana, que vem passando por modificações nos últimos anos.

Regies metropolitanas
O objetivo da criação de regiões metropolitanas foi tentar resolver os problemas urbanos nos grandes centros. Ainda
nos anos , foram criadas algumas regiões por meio de um mecanismo institucional que exprimiu os resultados de
estudos do IBGE e dos ministérios do Interior, do Planejamento e da Justiça.

200 GeoGrafia AULAS 47 e 48 Redes e hierarquia urbana


Alguns estados criaram órgãos destinados ao estudo e ao planejamento das regiões metropolitanas (como é o caso
da Emplasa, em São Paulo), que resultaram na Lei Federal no , de // – pela qual se originaram as regiões me-
tropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Em , foi criada
a região metropolitana do Rio de Janeiro, com a união dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro (Lei complementar
no , de //). A Constituição de  transferiu para os governos estaduais a capacidade de criar as regiões
metropolitanas, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a
execução de funções públicas de interesse comum.

Bsl: gõs mtpltns – 201


50° O

Capital
Central AP
Equador
RR Macapá
Sul do 0°
estado
Belém Grande
Santarém São Luís

Manaus Grande Fortaleza


Sudoeste
Teresina
Maranhense
AM MA CE RN Natal
PA Cariri João
PI PB Pessoa
TO PE Recife
AC
Palmas Petrolina/ AL Maceió
Juazeiro
RO SE
Feira de
MT Gurupi
BA Santana
Salvador
GO
Vale do DF
Rio Cuiabá
Goiânia OCEANO
MG ATLÂNTICO
Belo Vale do
Horizonte Aço ES
OCEANO MS Grande Vitória
PACÍFICO SP
Campinas
Piracicaba Jundiaí RJ
Maringá Londrina Rio de Janeiro
e Capricó
rnio Umuarama Sorocaba V. do Paraíba
d
Trópico Apucarana São Paulo
Toledo Campo Baixada Santista
Cascavel Mourão Curitiba
PR
SC
RS Serra
Gaúcha
Porto Alegre Litoral Norte - Rio Grande do Sul

Litoral Sul - Rio Grande do Sul

Região metropolitana
Colar metropolitano, entorno
metropolitano e área de expansão N
Região integrada de desenvolvimento (RIDE)
Aglomeração urbana (A.U.)
0 320 km

Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 145.

Megalópoles
A intensa urbanização do final do século XX formou, em algumas regiões, densas redes urbanas em que encontramos
metrópoles e centenas de cidades grandes e médias próximas umas às outras. Essas áreas superurbanizadas e densamente
habitadas geraram o fenômeno da megalópole, que se caracteriza pelo alto grau de integração entre uma ou mais metró-
poles – expresso na quantidade e qualidade de seus fluxos de pessoas, mercadorias, informações e capitais –, exigindo,
para isso, modernas redes de transportes e telecomunicações. Não é necessário que as cidades estejam conurbadas, como
freNTe 1

acontece em uma região metropolitana, sendo comum a existência de áreas rurais entre as metrópoles de uma megalópole.

AULAS 47 e 48 Redes e hierarquia urbana 201


estds Unds: mglópls – 2050*
105° O

CANADÁ
45° N Cascadia

Front Nordeste
OCEANO Range
PACÍFICO Grandes
Califórnia
do Norte Lagos

OCEANO
Califórnia ATLÂNTICO
do Sul
Corredor do
Sol do Arizona Atlântico N
População Costa Piemonte
Triângulo do Golfo
Mais de 6 milhões MÉXICO do Texas Flórida 0 330 km

Golfo
do México
3 a 6 milhões ncer
e Câ
ico d
Tróp
1 a 3 milhões
150 mil a 1 milhão

* Estimativas para 2050.

Fonte: elaborado com base em AMERICA 2050. An Infrastructure Vision for 21st Century America, 2008.
Disponível em: https://s3.us-east-1.amazonaws.com/rpa-org/pdfs/2050-An-Infrastructure-Vision-for-the-21st-Century.pdf. Acesso em: 22 nov. 2021.

No Brasil, desde a década de , delineia-se uma extensa megalópole (para alguns, ainda em formação) entre
os eixos formados pela Grande São Paulo até a Grande Rio de Janeiro, ligadas pela Região Metropolitana do Vale do
Paraíba, onde está a rodovia Presidente Dutra e a cidade de São José dos Campos. Essa área ainda agrega as Regiões
Metropolitanas da Baixada Santista e de Campinas, ambas em São Paulo. A continuidade da expansão das cidades mé-
dias localizadas nessa região e a renovação das infraestruturas urbanas e territoriais, como transportes, comunicações e
energia elétrica, consolidariam a formação da megalópole.
Os dados de percentual de população, PIB, renda, indústria e comércio dessa região são impressionantes. Em uma
área que corresponde a apenas ,% do território nacional, encontra-se pouco mais de % da população brasileira e
concentra-se cerca de % da produção industrial do país.

Sudst: cmplx mtpltn


Monte Sião Bueno Brandão Teresópolis
Mogi Mirim Volta
Estiva Brasópolis Itatiaia Resende Barra do Piraí Miguel Pereira
Águas de Lindóia Delfim Moreira Redonda
Bom
Lindóia Repouso Mendes Petrópolis
Paraisópolis Wenceslau Braz Lavrinhas
Socorro Cambuí Areias
Serra Negra Cruzeiro Barra Mansa
Munhoz Gonçalves Piraí Paracambi Magé
Holambra Córrego do Cachoeira Paulista
São Bento do Sapucaí São José Queimados
Jaguariúna Monte Alegre do Sul Bom Jesus Silveiras Nova Iguaçu
Campos do Jordão do Barreiro Bananal Itaboraí
Lorena
Amparo Camanducaia Sapucaí-Mirim Belford Roxo
Pedreira Toledo Itapeva Guaratinguetá Mesquita
Potim Duque de Caxias
Tuiuti Santo Antônio Nilópolis São Gonçalo
Campinas
Extrema do Pinhal Pindamonhangaba Aparecida Itaguaí São João de Meriti
Vargem Roseira
Angra dos Reis Rio de Janeiro Niterói Maricá
Tremembé Mangaratiba
Itatiba Bragança Monteiro
Valinhos Taubaté
Paulista Lobato ia
Cunha de Maramba
Caçapava Restinga
Atibaia
Jundiaí Ilha Grande
Campo Limpo Paulista OCEANO
São José dos Campos
Paraty ATLÂNTICO
Várzea Francisco Morato Redenção da Serra
Paulista Franco da Rocha
Jacareí
Santana Natividade da Serra
de Parnaíba Guarulhos Paraibuna
Ubatuba Centros urbanos
Carapicuíba Itaquaquecetuba
Barueri Mogi das Cruzes Trópico de Capricórnio
(habitantes)
Jandira Poá
Itapevi Osasco São Ferraz de Suzano
Paulo Vasconcelos Menos de 100 000
Cotia Taboão São Caetano do Sul
Embu da Serra Mauá Caraguatatuba De 100 000 a 249 999
das Artes Diadema
Itapecerica Santo André
da Serra São Bernardo N De 250 000 a 499 999
São Sebastião Ilhabela
do Campo
Concentrações urbanas De 500 000 a 999 999
Cubatão
São Vicente Santos Principais rodovias Mais de 1 000 000
0 25 km
Guarujá
Praia Grande 45° O

Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 146.

202 GeoGrafia AULAS 47 e 48 Redes e hierarquia urbana


Exercícios de sala
1. fGV-SP 2021 As cidades brasileiras foram classificadas, Com base no texto e no mapa, é correto armar que
hierarquicamente, a partir das funções de gestão que ) o crescimento do terciário avançado indica o au-
exercem sobre outras cidades, considerando tanto seu mento de estabelecimentos industriais, ambos
papel de comando em atividades empresariais quanto de dispersos em São Paulo.
gestão pública, e, ainda, em função da sua atratividade b) a produção industrial em São Paulo está con-
para suprir bens e serviços para outras cidades. centrada nas áreas centrais, o que induziu a
(https://biblioteca.ibge.gov.br. Adaptado.) proliferação de edifícios corporativos.
Essa classicação é estabelecida a partir da análise c) os edifícios corporativos concentram a produção
) do PIB per capita das cidades. de manufaturados e, em São Paulo, estão concen-
b) da área de influência das cidades. trados nas áreas de maior densidade populacional.
c) do plano diretor das cidades. d) o setor terciário avançado ocupa os edifícios cor-
d) da densidade demográfica das cidades. porativos e está concentrado em poucos distritos
) do déficit público das cidades. da metrópole de São Paulo no momento atual.
) a desconcentração industrial em São Paulo foi
2. fuvst-SP 2019 A metropolização de São Paulo foi in- acompanhada da dispersão do setor terciário
duzida pela industrialização no século XX. Nas últimas avançado.
décadas, o deslocamento de parte da indústria da metró-
pole e o crescimento do setor terciário avançado revelam 3. fGV-SP 2020 O Brasil, em apenas cinquenta anos,
a primazia do capital financeiro, que se articula com o entre 1960 e 2010, passou de 70,2 milhões para
setor imobiliário e produz, por exemplo, os edifícios cor- 191,7 milhões de habitantes, e sua população ur-
porativos, sede deste terciário. bana passou de 44% para 84%. O crescimento das
Carlos, A.F.A. São Paulo: do capital industrial ao capital financeiro. cidades brasileiras ocorreu de maneira desenfrea-
In: Carlos, A.F.A. e Oliveira. A.U. Geografias de São Paulo:
a metrópole do século XXI. São Paulo. Adaptado. da, sem que os investimentos em infraestrutura
acompanhassem a ocupação do solo.
Conjuntos comerciais verticais lançados Sobre os impactos do acelerado processo de urbani-
no município de São Paulo de 1992 a 2015 zação, analise as armações a seguir.
i. Os indicadores sociais, como a taxa de mortalidade
Rod. Bandeirantes e a expectativa de vida, apresentam uma evolução
Marginal do
rio Tietê positiva, graças à integração das pessoas e famí-
Rod. Anhanguera lias à vida urbana.
Rod. Dutra ii. Os indicadores urbanísticos que refletem as reais
condições de vida da população, como a mobili-
Marginal do dade urbana e o saneamento básico, mostram um
rio Pinheiros
espaço desigual e fragmentado.
Av. Paulista
iii. Os indicadores de empregabilidade, como o ní-
Av. Brigadeiro
Faria Lima
vel de escolaridade e a renda per capita, revelam
que as grandes cidades foram capazes de incor-
Av. Eng. Luís
C. Berrini
porar a força de trabalho disponível.
Está correto o que se arma em
) II, apenas.
b) I e II, apenas.
Distritos
c) I e III, apenas.
Total de conjuntos
por área de ponderação d) II e III, apenas.
4450
) I, II e III.
3580

2670 4. Unsp 2021 O predomínio mundial da urbanização,


1780 com o crescimento no número absoluto de cidades,
teve como uma de suas consequências
890
) a terciarização da economia, que levou à absor-
0
ção da população economicamente ativa dos
0 8.9 17.2
setores primário e secundário.
quilômetros
b) a terceirização da gestão pública, que contribuiu
Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio: Embraesp. 2015. Adaptado. para otimizar recursos ao restringir os cargos e os
freNTe 1

locais de atuação de profissionais.

AULAS 47 e 48 Redes e hierarquia urbana 203


c) o fim do setor secundário, que valorizou setores A primeira imagem ilustra a Teoria dos Lugares Cen-
mais modernos da economia urbana. trais, elaborada com base em estudos sobre a rede de
d) a valorização do terceiro setor, que ampliou o pa- cidades do sul da Alemanha, na década de 1930. Já a
pel do comércio para suprir as necessidades de segunda imagem foi feita a partir de estudos e mapea-
consumo das populações. mentos das cidades globais do nal do século XX.
) o desenvolvimento de cidades globais, que A comparação entre os dois estudos permite identi-
contribuiu para a padronização de leis de uso e car a seguinte mudança vinculada às redes urbanas,
ocupação do solo, a fim de ampliar a circulação ao longo do século XX:
de pessoas. ) escala espacial das interações econômicas
b) valorização social das identidades culturais
5. Uj 2020 c) estrutura funcional das hierarquias políticas
d) organização territorial das entidades governamentais

6. fmp-SP 2021 Grandes projetos urbanos de “revitali-


zação” acontecem em todo o mundo, mas um caso que
facilita o entendimento é a cidade norte-americana de
Boston, em Massachusetts, onde houve duas camadas
de valorização. A primeira foi na década de 1950, quando
uma rodovia atravessou a cidade e toda a parte central
foi ocupada por trabalhadores. No final dos anos 1990,
outra intervenção: a rodovia passou a ser subterrânea.
A antiga estrutura se transformou em parques, novas ha-
bitações, comércios e serviços, mudando a dinâmica e a
composição populacional.
(Tiago Dias. https://tab.uol.com.br, 10.07.2020. Adaptado.)

As transformações do espaço urbano citadas no ex-


certo caracterizam o processo de
) gentrificação.
b) conurbação.
c) favelização.
d) verticalização.
) metropolização.

Guia de estudos
Geografia • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 9
i. Leia as páginas de 68 a 76. iii. Faça os exercícios propostos de 10 a 22.
ii. Faça os exercícios de 5 a 8 da seção “Revisando”.

204 GeoGrafia AULAS 47 e 48 Redes e hierarquia urbana


CIÊNCIAS HUMANAS E

NTE
SUAS TECNOLOGIAS

FRE
GEOGRAFIA

Fortu
ner/S
hutt
erst
ock.c
om
FRENTE 2
AULAS 37 e 38

Da Guerra Fria ao século XXI


Guerra Fria
A ordem mundial que vigorou de 1945 até 1989 foi bipolar e ficou conhecida como Guerra Fria. Essa designação se
deve ao fato de Estados Unidos e União Soviética nunca terem entrado em conflito militar direto. Assim, esse período foi
marcado por uma intensa disputa por áreas de influência e demonstrações de poderio bélico, incluindo o apoio direto a
determinados grupos em combates locais.

Mundo: divisão durante a Guerra Fria

OCEANO
ÍNDICO

ÍNDIA

CHINA

wich
180 0

OCEANO
PACÍFICO

OCEANO
aíses-membros da Otan (1949-) Á ATLÂNTICO

aíses no acto de Va sóvia (1955- 991)


aíses comunistas não alinhados à
ESTADOS UNIDOS TCHECOSL Q
União Soviética
aíses com capacidade nuclear ÔNIA
em 1987
Ação militar direta pela União AS T
Soviética e/ou seus aliados
Ação militar direta pelos Estados TAL
GUA GA
NICARÁGUA BAIX FRANÇA

ESP

Estados Unidos e/ou seus aliados


OCEANO
Cortina de fe 0 650 km ATLÂNTICO
0 1320 km

Fonte: elaborado com base em O’BRIEN, Patrick K. (ed.). Philip’s Atlas of World History. Londres: Philip’s, 2007. p. 2.

206 GEOGRAFIA AULAS 37 e 38 Da Guerra Fria ao século XXI


Uma das principais razões de o conflito entre essas Estados independentes. Outras consequências desse
duas superpotências transcorrer dessa forma foi a inviabi- processo incluem:
lidade de vitória de qualquer das partes em um confronto y em 199, a reunificação da Alemanha, quando a RDA
direto. Com o uso de arsenal nuclear e a iminência da des- foi reincorporada à RFA capitalista e democrática;
truição total – ou seja, do possível aniquilamento da vida y entre 199 e 6, a desintegração da Iugoslávia.
humana em praticamente toda a superfície terrestre –, um Após diversos processos – que envolveram conflitos
confronto direto era impraticável. sangrentos e negociações pacíficas –, surgiram 6 Es-
Durante esse período, perdurou uma intensa disputa tados independentes: Sérvia, Montenegro, Croácia,
ideológica entre dois projetos de sociedade opostos. De um Eslovênia, Macedônia e Bósnia;
lado, a democracia capitalista liberal dos Estados Unidos, y em 1993, conclui-se a separação pacífica da Tche-
tendo como principal pilar a liberdade individual (conside- coslováquia, surgindo dois países independentes: a
rada um meio para se alcançar o desenvolvimento social República Tcheca e a Eslováquia.
como um todo); de outro, o socialismo real da União So-
viética, que, a princípio, defendia o interesse coletivo e tinha Nova Ordem Mundial
como prioridade uma economia planificada a partir de um Não há dúvidas de que a Guerra Fria tenha chegado
Estado centralizador, mas que, com o passar dos anos, ad- ao fim, contudo há discordâncias a respeito de qual evento
quiriu cada vez mais características de um regime ditatorial. teria decretado o fim desse momento. Para alguns, seria a
A disputa entre as duas superpotências por áreas de queda do muro de Berlim, em 1989; para outros, a desagre-
influência e, consequentemente, pela adesão de países gação da União Soviética, em 1991. Independentemente
aos seus projetos políticos e econômicos se desdobrou disso, é fundamental compreender como se construiu o
em constantes demonstrações de força e desenvolvimento cenário posterior.
técnico em praticamente todos os campos. Isso ocorreu na Durante a década de 199, as opiniões sobre o que
eficiência dos processos industriais, na produção de ener- seria a Nova Ordem Mundial se dividiram entre aqueles
gia, na exploração espacial e, até mesmo, no investimento que acreditavam em um mundo multipolar comandado
em educação e esporte (as Olímpiadas, por exemplo, tor- por Estados Unidos, União Europeia e Japão e os que
naram-se mais uma oportunidade para demonstrar a força entendiam que os dois últimos eram apenas polos su-
de cada bloco). balternos ao poder estadunidense – o qual passaria a
Entretanto, o maior destaque nesse contexto foi a fa- comandar uma ordem unipolar. Além disso, muitos apos-
bricação de armamentos. Elevados investimentos foram tavam em uma acomodação dos conflitos, acreditando
feitos na indústria bélica, que se desenvolveu bastante, e que todos ingressariam no projeto de desenvolvimento das
a produção de mísseis de longo alcance, tanques, subma- democracias capitalistas ocidentais.
rinos nucleares, porta-aviões, aviões e jatos de combate, Apesar de algumas tendências terem se confirmado,
armamento nuclear e demais equipamentos militares ga- o que se seguiu foi bastante diferente desses cenários
nhou proporções jamais vistas. Esse movimento de grande simplistas. Dessa forma, a reorganização pela qual o mun-
investimento e construção de armas ficou conhecido como do tem passado não está totalmente definida para que
corrida armamentista. Fez parte dessa disputa a corrida se possa afirmar precisamente como se configura a Nova
espacial, utilizada tanto como meio de pesquisa para novos Ordem Mundial. Contudo, alguns contornos podem ser
armamentos quanto para espionagem (satélites) e propa- vislumbrados.
ganda ideológica. A primeira característica relevante dessa nova ordem se
encontra na organização regional dos blocos econômicos,
Fim da Guerra Fria que intensificam as relações entre alguns países.
O conflito entre Estados Unidos e União Soviética foi Entre a visão unipolar e a multipolar, sem dúvida, essa
um dos principais motivos da decadência dessa última, última estava mais próxima da realidade; no entanto, o
que também teve causas internas, como a corrupção e o processo real aparenta estar indo mais longe na redis-
desequilíbrio econômico provocados por uma economia tribuição do poder. Apesar de continuar existindo uma
que produzia mercadorias, mas não tinha um mercado para tríade de poder – formada por Estados Unidos, União Eu-
escoá-las. ropeia e Japão –, outros países destacam-se no cenário
O fim da União Soviética, em 1991, significou o térmi- geopolítico. A China, com expressivo crescimento anual,
no da ordem bipolar e da Guerra Fria. Assim, teve início a consolidou-se como uma potência econômica. Sua rele-
formação de uma Nova Ordem Mundial, que tem definido vância no comércio mundial é tamanha que o aquecimento
as tendências da política mundial na atualidade. ou desaquecimento de sua economia tem impactos no
O fim da tensão entre as duas superpotências abriu mundo todo.
FRENTE 2

campo para desintegração de países e eclosão de muitos A Rússia, que, graças ao seu vasto território, às ri-
enfrentamentos ao redor do mundo, redesenhando mais quezas em recursos naturais e energéticos e à grandeza
uma vez o mapa-múndi. e força de seu exército, tem atuado ativamente nas dis-
O fim da bipolaridade da Guerra Fria implicou a putas em seu continente, posiciona-se muitas vezes em
modificação de fronteiras na Europa e na Ásia, a desin- oposição aos Estados Unidos, nos variados conflitos e
tegração soviética e o consequente surgimento de 15 fóruns mundiais.

AULAS 37 e 38 Da Guerra Fria ao século XXI 207


Segundo Samuel Huntington (19-8), cientista político estadunidense, o sistema internacional contemporâneo
apresenta características híbridas, no qual coexistem elementos de uma ordem mundial unipolar e multipolar. Por isso, o
cientista identificou o atual sistema como unimultipolar, caracterizado pela existência de uma única superpotência (Estados
Unidos) e várias potências principais (União Europeia, China, Japão, Rússia etc.).

Mundo multipolar: áreas de influência

0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO


Círculo Polar Ártico

União
Europeia
ESTADOS
UNIDOS JAPÃO

Trópico de Câncer
OCEANO
OCEANO
OCEANO ATLÂNTICO
PACÍFICO
PACÍFICO
Equador

OCEANO
ÍNDICO
Trópico de Capricórnio

Áreas de influência
Meridiano de
Greenwich

Estados Unidos
União Europeia
Japão
Círculo Polar Antártico
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO N
Regiões
Norte desenvolvido
0 2 360 km
Sul subdesenvolvido

Fonte: elaborado com base em GIRARD, G.; ROSA, J. V. Atlas geográfico FTD. São Paulo: FTD, 20. p. 7.

Além de toda a complexidade da ordem mundial con- estadunidenses, bem como pelo desejo de retaliação e
temporânea, o século XXI descortinou um novo cenário pela necessidade de reafirmar seu poder, tanto para a opinião
mundial marcado por ações violentas de grupos radicais, pública interna quanto externa, as novas políticas foram voltadas
de natureza separatista ou de vertentes religiosas (classi- para o combate aos grupos e países considerados inimigos,
ficados como terroristas), não mais limitadas ao local onde como uma medida para manter os Estados Unidos seguros.
estão, mas organizadas em rede e com atuação global em O então presidente George W. Bush (1946-), filho do
alguns casos. ex-presidente George Bush (194-18), fez uma série de
declarações e discursos, em 1, anunciando como o
Guerra ao terror país passaria a atuar no cenário geopolítico para defender
Para muitos analistas, o século XXI, do ponto de vista seus interesses, usando como justificativa a perspectiva da
histórico, tem início com os ataques terroristas aos Estados construção de um mundo mais seguro.
Unidos em 11 de setembro de 1. O desdobramento Surge, então, em , a Doutrina Bush, responsável
geopolítico desse episódio foi a reorientação do posicio- por promover a política de guerra ao terror que resultou
namento dos Estados Unidos diante do jogo de poder em intensificação de espionagem, bloqueios comerciais
mundial, marcando uma mudança na ordem mundial, que e econômicos, bem como ataques e confrontos armados
vinha sendo construída por ações e organismos de cará- contra grupos e países identificados como pertencentes ao
ter multilateral. Em nome da promoção da segurança e da “Eixo do Mal” – inicialmente, Iraque, Irã e Coreia do Norte
paz global, o país passou a assumir posturas unilaterais – (na ocasião o Afeganistão já havia sido invadido e, portanto,
muitas delas à revelia dos órgãos mundiais, como a ONU, ficou de fora da lista de potenciais ameaças e possíveis
bem como de outras grandes potências –, dando demons- alvos); e, posteriormente, foram incluídos Cuba, Líbia e Síria.
trações de seu poder militar, político e econômico, que o Desse contexto, destacam-se: os ataques e a ocupação
caracterizam como uma superpotência sem rivais à altura. do território do Afeganistão, em 1 (onde se localizava
A partir de então, a política externa dos Estados Uni- a principal base da Al-Qaeda e teoricamente onde estava
dos passou por uma guinada drástica. Motivadas pelo abrigado Osama Bin Laden), e a invasão do Iraque, em
sentimento de ameaça ao território e às vidas dos cidadãos 3 (pela suposta posse de armas químicas e nucleares).

208 GEOGRAFIA AULAS 37 e 38 Da Guerra Fria ao século XXI


Coreias: resquícios da Guerra Fria acompanhado de importantes avanços sociais, integrando
A divisão das Coreias é um dos eventos da Guerra a Coreia do Sul ao grupo de países que apresentam IDH
Fria que ainda perduram na Nova Ordem Mundial. Após muito elevado.
a assinatura do armistício da Guerra da Coreia (1953) e Já a Coreia do Norte tornou-se um país socialista, go-
da consolidação da fronteira que separa a península nas vernado pelo Partido dos Trabalhadores da Coreia (PTC),
porções norte e sul, surgiram dois países bastante diferen- que é comandado pela dinastia Kim há quase  anos.
tes – sob o ponto de vista ideológico, social, econômico O país possui um dos regimes políticos mais fechados do
e geopolítico. mundo. Com o fim da União Soviética (1991), sua principal
A Coreia do Sul tornou-se um país capitalista e aliado aliada, a economia nacional entrou em profunda deca-
dos Estados Unidos. Sua rápida industrialização permitiu um dência. Apesar de ser rico em recursos minerais, o país
forte e acelerado crescimento econômico, transformando enfrenta vários problemas de ordem socioeconômica. Um
o país em um dos principais polos produtores de tecno- deles é a desnutrição, causada pela produção insuficiente
logia da atualidade. Todo esse dinamismo econômico foi de alimentos.

China

COREIA
DO NORTE

Vladi333/Shutterstock.com
Pyongyang
Seul
COREIA
DO SUL

CHINA

COREIA Mar do Japão


Pyongyang DO NORTE

Seul
Mar de Bohai

COREIA
Mar Amarelo DO SUL

Imagem noturna, mostrando a China e a península coreana. Note a diferença na luminosidade entre a Coreia do Norte, a Coreia do Sul e a China.

O conflito entre as Coreias não foi definitivamente ao acirramento das relações entre os dois países e às
solucionado. A tensão na península agravou-se quando ameaças de lançamentos de mísseis. Todavia, missões
o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, diplomáticas e encontros presenciais de Trump com o
incluiu a Coreia do Norte no chamado “Eixo do Mal”. Por atual líder coreano, Kim Jong-un, possibilitaram a assina-
outro lado, as ameaças norte-coreanas, com demons- tura de um acordo, em Singapura, de desnuclearização
FRENTE 2

trações de poder militar, lançamentos de mísseis e seu da península da Coreia e de compromisso com a paz e
primeiro teste nuclear, realizado em 6, deixaram a prosperidade na região. Em troca, os Estados Unidos, em
população mundial em estado de atenção. conjunto com a Coreia do Sul, deixariam de realizar exer-
O discurso dúbio e muitas vezes duro (principalmente cícios militares no local. Em 19, em Hanói, foi realizada
no início do mandato) do ex-presidente dos Estados Uni- uma nova reunião de cúpula, na qual os compromissos de
dos Donald Trump (eleito em 16), em relação à Coreia pacificação foram reafirmados, porém sem que nenhuma
do Norte, colocou o mundo novamente em alerta, devido meta concreta fosse definida.

AULAS 37 e 38 Da Guerra Fria ao século XXI 209


Exercícios de sala
1. UEL-PR 2019 Analise o mapa a seguir.

Adaptado de VESENTINI, J. W. O Ensino de Geografia e as Mudanças Recentes do Espaço Geográfico Mundial.


São Paulo: Ática, 1992.

Como base no mapa e nos conhecimentos da geopolítica mundial no século XX, atribua V (verdadeiro) ou F (falso)
às armativas a seguir.
O término da Segunda Guerra Mundial inaugurou o período denominado Guerra Fria marcado pelo confronto
ideológico entre a URSS e os EUA, gerando diversos conflitos por disputas de territórios.
Fidel Castro se aproximou do bloco socialista, do qual nasceu um plano que levou a uma das maiores crises po-
líticas da Guerra Fria: o conflito entre a União Soviética e os Estados Unidos (2), designado como a Crise dos
Mísseis em Cuba.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é uma aliança militar fundada no princípio da segurança co-
letiva com o objetivo de manter a paz entre os países-membros e a democracia dentro deles.
A corrida armamentista constitui-se em uma característica secundária deste período, já que a questão central da
geopolítica, pós-Segunda Guerra Mundial, foi a disseminação da organização espacial mundial multipolar.
A designação de “fria” vinculou-se a um período geopolítico no qual se destacava a abstenção das superpotên-
cias nos conflitos militares nas áreas periféricas do mundo, de forma que os norte-americanos e os soviéticos se
desvincularam de guerras localizadas em outras partes do mundo.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
a) V, V, V, F, F. c) V, F, F, V, V. e) F, F, F, V, V.
b) V, V, F, F, F. d) F, F, V, V, V.

210 GEOGRAFIA AULAS 37 e 38 Da Guerra Fria ao século XXI


2. Unicamp-SP 2018 Frequentemente o terrorismo recorre a ações de grande impacto. Contudo, seu objetivo maior é
o de influenciar os espíritos; antes de tudo, ele visa a aterrorizar, e se distingue da criminalidade. Invocando reivindi-
cações políticas, de natureza social, econômica ou religiosa, o terrorismo
a) realiza-se apenas no âmbito internacional, enquanto a criminalidade é marcada pelo objetivo primeiro do ganho
financeiro.
b) realiza-se nacional e internacionalmente, enquanto a criminalidade é marcada pelo objetivo primeiro do ganho
financeiro.
c) realiza-se apenas no âmbito internacional, enquanto a criminalidade é marcada basicamente por objetivos
ideológicos.
d) realiza-se nacional e internacionalmente, enquanto a criminalidade é marcada basicamente por objetivos
ideológicos.

3. EsPCEx-SP 2022 A União Europeia (UE) resulta de um longo processo de integração que possui mais de meio sé-
culo, apesar de ter adotado a denominação atual apenas no início da década de 0. Ainda hoje, o bloco enfrenta
desafios de toda ordem. Sobre o tema, considere as seguintes afirmações:
I. A UE reluta em resolver os problemas econômicos em conjunto e, assim, enfrenta o dilema entre continuar com
a unificação (com a possível inclusão de novos membros) ou reforçar as suas economias nacionais.
II. A Turquia integra uma pequena lista de candidatos que podem ingressar no bloco e expandir ainda mais as fron-
teiras da UE. Em função do papel que exerce na contenção de fluxos migratórios, o governo turco conta com a
simpatia da maioria dos dirigentes europeus.
III. Nas últimas décadas, um dos desafios políticos e sociais enfrentados pelos países que compõem o bloco diz
respeito à pressão de migrantes, vindos de países menos desenvolvidos, principalmente da África e da Ásia,
ampliando a concorrência por empregos.
IV. Desde o início dos anos 199, a adesão ao bloco tem sido condicionada ao ingresso na OTAN; condição essa
que permite, hoje, excluindo-se o caso da Suíça, todos os integrantes da UE fazerem parte da aliança militar.
Assinale a alternativa que apresenta todas as armativas corretas, dentre as listadas acima.
a) I e II d) II e IV
b) I e III e) III e IV
c) II e III

4. Uerj 2018
Apoio nanceiro recebido dos Estados Unidos, em 2015, em milhões de dólares
Renda per capta, em dólares: Polônia Líbano
866 - 4.999 20.000 - 29.999 $16 $156 Síria
$155
5.000 - 9.999 30.000 ou mais Afeganistão
$1.100
10.000 - 19.999 indisponível
Iraque
Israel $373
$3 100

Nepal

Paquistão
$933 Bangladesh
Jordânia
$1.000
Egito
República $1500 Etiópia
Haiti Dominicana Senegal
$291 $478

México Libéria Sudão


$207 Filipinas
$189
Costa do Marfim Uganda Somália
Honduras $489 $235
$42 Gana
$155 Ruanda
Nigéria
$703
Tanzânia
R. D. $588
Colômbia do Congo
$325 Malari
Brasil
$14 Moçambique
Peru Zâmbia
$406
$75 $406
África do Sul Zimbábue
$490 $159
FRENTE 2

Adaptado de vox.com.

No mapa, o tamanho de cada país é proporcional ao apoio nanceiro recebido dos Estados Unidos.
Na região do mundo onde estão localizados os quatro países mais beneciados pelo apoio nanceiro dos Estados
Unidos, o principal motivo utilizado para a concessão desse apoio é de natureza:
a) cultural. c) humanitária.
b) geopolítica. d) demográfica.

AULAS 37 e 38 Da Guerra Fria ao século XXI 211


5. Fatec-SP 2020 Costuma-se definir a Guerra Fria como um período histórico de disputas estratégicas e conflitos entre
Estados Unidos e União Soviética, os quais, entre o final da Segunda Guerra Mundial () e o fim da União Sovié-
tica (), disputaram a hegemonia política, militar, tecnológica, econômica e social. É chamada de “fria” porque não
houve um confronto direto entre as duas superpotências, mas houve enfrentamento indireto em diferentes conflitos
regionais, tais como:
a) Guerra da Coreia, Guerra do Vietnã e independências de países africanos.
b) Revolução Francesa, independência do Haiti e Guerra da Crimeia.
c) Guerra da Síria, Guerra do Golfo e Guerra Irã-Iraque.
d) Revolução Mexicana, independência de Cuba e Guerra do Paraguai.
e) Guerra dos Cem Anos, Guerra de Secessão e independência da Venezuela.

6. FCMSCSP 2021 Com o fim da Guerra Fria, cientistas políticos embarcaram na ilusão de que os muros que separavam paí-
ses iriam cair um a um; Berlim era só o começo. A globalização, no entanto, teve o efeito oposto.
(Patrícia C. Mello. www1.folha.uol.com.br, 17.09.2017.)

Considerando o processo de globalização, a manutenção de muros e até mesmo a construção de outros caracterizam
a) ações para a legitimação de blocos econômicos firmados ao longo do século XX.
b) estratégias de defesa de economias nacionais para a correta cobrança de impostos.
c) respostas à insegurança socioeconômica em um mundo pretensamente homogêneo.
d) iniciativas de resistência para redesenhar fronteiras segundo heranças socioculturais.
e) entraves à plena circulação de pessoas impostos por grupos civis antidemocráticos.

Guia de estudos
Geografia • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 8
I. Leia as páginas de 92 a 103. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 11.
II. Faça os exercícios de 1 a 4 da seção “Revisando”.

212 GEOGRAFIA AULAS 37 e 38 Da Guerra Fria ao século XXI


FRENTE 2
AULAS 39 e 40

Centros de poder I
Conflito Norte-Sul
Com o fim do conflito entre Leste (representado pelo socialismo) e Oeste (representado pelo capitalismo), o mundo
começou a dar mais atenção a outro que já existia: aquele entre Norte (rico) e Sul (pobre), porém de natureza distinta.
O conflito Norte-Sul não é militar, mas sim um conflito de interesses predominantemente econômicos. Há algumas
questões da economia e da política mundiais nas quais os interesses de países ricos e de pobres são divergentes. Entre
os principais temas, destacam-se: o protecionismo agrícola, a circulação do capital financeiro, a propriedade intelectual
sobre a tecnologia e as questões ambientais.

Mundo: regionalização Norte-Sul


0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Círculo Polar Ártico

OCEANO
ATLÂNTICO
Trópico de Câncer

OCEANO
PACÍFICO
Equador

OCEANO
Meridiano de Greenwich

ÍNDICO
Trópico de Capricórnio

OCEANO
PACÍFICO

Círculo Polar Antártico


OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
N

Países do Norte
Países do Sul 0 2 860 km

Fonte: elaborado com base em CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 20. p. 0.

Essa forma de regionalizar o mundo coloca em evidên- por potências locais, com Estados capazes de mobilizar o
cia a marcante desigualdade econômica existente entre poder regional de acordo com seus interesses.
as nações, revelando que se trata de um processo com- Conforme estudamos, a visão multipolar tradicional
binado, ou seja, parte da riqueza acumulada por alguns imaginava apenas três polos de poder – Estados Unidos,
países resulta de explorações e relações econômicas que Europa e Japão. Contudo, o mundo que se configurou no
foram vantajosas para alguns e desvantajosas para outros. século XXI fez despontar outros polos, como China e Rús-
De modo mais explícito, em um primeiro momento, parte sia, e ainda reserva promessas futuras, ao menos como
dessas diferenças se devem às práticas imperialistas e co- potências regionais, por exemplo: Índia, Brasil, África do
lonialistas. Em um segundo momento, temos os diferentes Sul, Indonésia, Turquia, entre outros.
papéis que os países assumiram na DIT; os produtores de Além dos novos polos de poder, a Nova Ordem Mundial
matérias-primas obtêm poucos recursos no comércio é caracterizada também por novas formas de disputa, novos
de seus bens, pagam caro pelos produtos industrializados conflitos e questões a serem debatidas.
e pelo uso de tecnologia de ponta. O G é um bom exemplo. Criado em 1999 diante
FRENTE 2

do crescimento das crises financeiras globais, o grupo é


Novos polos de poder formado por 19 países mais a União Europeia. Juntos, eles
Independentemente de os Estados Unidos serem a representam cerca de 8% da economia mundial. Entretan-
maior potência militar e econômica do planeta, os custos to, há os países ricos, que já pertenciam ao G (grupo dos
financeiros e políticos do exercício de sua hegemonia sobre antigos sete países mais ricos do mundo), e também os
o conjunto do sistema internacional são muito altos. Em um emergentes, entre eles o Brasil, a China, a Índia, a Argen-
cenário de crise econômica, brechas podem ser ocupadas tina, o México, a África do Sul e a Indonésia.

AULAS 39 e 40 Centros de poder I 213


O G vem substituindo o G8 (G mais a Rússia) e O crescimento das exportações propiciou um elevado
tem se tornado a principal arena de discussão sobre os superávit na balança comercial e um consequente acúmulo
problemas e projetos para a economia global. O aumento de riqueza no país. Com isso, as indústrias puderam se mo-
do número de países envolvidos nesse tipo de discussão, dernizar e a mão de obra tornou-se mais qualificada e mais
principalmente de países emergentes, representa um pro-
bem remunerada. A qualidade de vida aumentou vertiginosa-
cesso de democratização do poder no mundo.
mente, e o mercado interno tornou-se muito importante para
Japão o desenvolvimento econômico do país.
Como vimos anteriormente, após a Segunda Guerra Entretanto, a necessidade de mão de obra barata
Mundial, o Japão passou por um período de grande cres- para manter sua política de exportação acabou levando as
cimento econômico que ficou conhecido como milagre indústrias japonesas a se expandirem pelos países do Su-
econômico japonês. Esse intenso crescimento permitiu ao deste Asiático, contribuindo assim para a formação dos Tigres
país ser considerado uma das potências econômicas do Asiáticos. Dessa forma, o Japão não só se reconstruiu durante
início do século XXI. o período da Guerra Fria como também se confirmou como
O milagre econômico japonês teve início com a maciça
um polo de poder regional.
ajuda financeira de aproximadamente ,5 bilhões de dólares
Atualmente, o país possui o terceiro maior PIB do mun-
por parte dos Estados Unidos; e a política econômica do
governo japonês baseou-se na busca de grandes índices na do e apresenta-se como um dos principais polos produtores
exportação dos bens de alta tecnologia. A mão de obra bara- de tecnologia do globo, mas também enfrenta dois sérios
ta, aplicada e relativamente bem qualificada, aliada à política desafios: o envelhecimento populacional e o maior endi-
de desvalorização do iene ante o dólar, fazia dos produtos vidamento público do planeta, que em 1 foi superior a
japoneses fortes concorrentes no mercado internacional. 3% do seu PIB.

Exercícios de sala

1. Enem O espaço mundial sob a “nova des-ordem” é um ema-


ranhado de zonas, redes e “aglomerados”, espaços
A nova des-ordem geográfica mundial:
hegemônicos e contra-hegemônicos que se cruzam de
uma proposta de regionalização
forma complexa na face da Terra. Fica clara, de saída, a
polêmica que envolve uma nova regionalização mundial.
Como regionalizar um espaço tão heterogêneo e, em parte,
fluido, como é o espaço mundial contemporâneo?
HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C.W.
A nova des-ordem mundial. São Paulo: UNESP, 2006.

O mapa procura representar a lógica espacial do


mundo contemporâneo pós-União Soviética, no con-
texto de avanço da globalização e do neoliberalismo,
quando a divisão entre países socialistas e capitalistas
se desfez e as categorias de “primeiro” e “terceiro”
mundo perderam sua validade explicativa. Conside-
rando esse objetivo interpretativo, tal distribuição
espacial aponta para
a) a estagnação dos Estados com forte identidade
cultural.
b) o alcance da racionalidade anticapitalista.
c) a influência das grandes potências econômicas.
d) a dissolução de blocos políticos regionais.
e) o alargamento da força econômica dos países
islâmicos.

Fonte: LÉVY et al (1992), atualizado.

214 GEOGRAFIA AULAS 39 e 40 Centros de poder I


2. UEL-PR O mapa representa a configuração do mundo após os anos de 0.

(Adaptado de: VESENTINI, J. W. A Nova Ordem Mundial. São Paulo: Ática, 1997. p. 52.)

Com base no mapa e nos conhecimentos sobre o tema, é correto armar:


a) Na nova ordem geopolítica mundial, existem vários polos ou centros de poder, comandados por três grandes
potências mundiais de poderio econômico, tecnológico e político-diplomático: EUA, Japão e União Europeia.
b) Na nova ordem geopolítica mundial, é evidente a competição militar entre Norte/Sul e Leste/Oeste, comanda-
dos por três grandes potências mundiais (EUA, Japão e a União Europeia).
c) A nova ordem geopolítica mundial emergiu com o fortalecimento da bipolaridade, da Guerra Fria e dos confli-
tos Leste/Oeste, isto é, socialismo real versus capitalismo.
d) A nova ordem geopolítica mundial é marcada pela divisão Norte/Sul e por um centro econômico, comercial e
tecnológico (EUA), ficando o Japão e a União Europeia como áreas periféricas.
e) A nova ordem geopolítica mundial divide o mundo em Norte e Sul e é comandada pela União Europeia, que re-
cebe apoio do Japão, dos EUA, da CEI, da China e do Oriente Médio, os quais são áreas periferizadas.

3. IFCE 2020 Alguns dos aspectos presentes na Nova Ordem Mundial são a globalização e os blocos econômicos, que
consistem na união de diferentes países que desejam estabelecer uma relação econômica fortalecida entre si. Sobre
essa temática, é correto afirmar-se que
a) o Mundo Global tem origem na Segunda Guerra Mundial através de uma divisão econômica entre capitalista e
socialista conhecida como divisão Norte e Sul.
b) o MERCOSUL foi fundado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, sendo um bloco econômico de integração
de todo o continente americano.
c) o Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) foi substituído pelo Acordo Estados Unidos-México-
FRENTE 2

-Canadá – USMCA, que, além de criar uma zona econômica na América do Norte, integrou-se aos países da
América Central.
d) a globalização na atual fase do capitalismo, representada pela integração econômica dos blocos regionais, con-
segue eliminar as desigualdades existentes entre as economias continentais.
e) o Reino Unido se prepara para sair da União Europeia depois de um plebiscito realizado em 16, acionando o
Artigo 5 do Tratado de Lisboa.

AULAS 39 e 40 Centros de poder I 215


4. Fuvest-SP A figura a seguir é uma representação es- I. O acordo, para entrar em vigor, deve ser ratifica-
quemática da geopolítica atual (-200), segundo do por cada Estado-parte; no caso do Brasil, deve
o autor Philip S. Golub. ser avaliado e aprovado pelo Legislativo e, então,
ratificado pelo Poder Executivo.
II. O acordo cria um bloco econômico que prevê
Estados
EUROPA uma união aduaneira e monetária entre os Es-
Rússia Japão
Unidos tados-partes; no caso do Brasil, irá alavancar as
exportações de produtos agrícolas.
China III. O acordo gera oportunidades de desenvolvi-
Venezuela mento econômico e de cooperação; no caso do
Brasil Sudão Índia
ÁSIA MERCOSUL, permitirá o acesso a um dos maiores
AMÉRICA
Nigéria mercados do mundo e trará volume importante
DO SUL ÁFRICA Tailândia Malásia de investimentos para os países do bloco.
Argentina África Está correto o que se arma em
do Sul
Austrália a) I, II e III. d) II e III, apenas.
LEGENDA b) I, apenas. e) II, apenas.
c) I e III, apenas.

6. Fatec-SP 2015 O Japão é um dos países mais industria-


Aumento da cooperação econômica e militar Sul-Sul
lizados do mundo. Esse país passou por momentos de
País com grande integração à tríade
abertura e fechamento de suas fronteiras, chegando a
Fonte: L'Atlas 2010. Le Monde Diplomatique. Adaptado. ficar quase 200 anos isolado. Quando reabriu os portos,
no século XIX, teve início o seu processo de industrializa-
Considerando seus conhecimentos sobre a atual geo-
ção, que contou com importantes investimentos estatais
política mundial, identique a alternativa que contém um
em educação, preparando mão de obra barata e disci-
título adequado para a gura bem como informações que
plinada. Os investimentos também ocorreram no setor
completam, corretamente, os itens 1, 2 e 3 da legenda.
de infraestrutura, principalmente em portos e vias de cir-
Título Legenda culação. Outro fator do processo de industrialização do
Japão foram os zaibatsu, que tinham grande influência
Hegemonia
. Resistência à influência europeia. sobre o governo e obtinham diversas vantagens. Sobre
contestada da
2. Países membros da OTAN. os zaibatsu, podemos afirmar corretamente que eram
a) tríade: emergência
. Potências militares regionais sob
de um Mundo a) Tigres Asiáticos que alavancaram a industrializa-
a liderança de Brasil e Índia.
Policêntrico. ção do Japão no pós Primeira Guerra Mundial até
. Resistência ao uso de armas a década de 19, quando migraram para a Co-
Mundo Unipolar: nucleares.
planeta sob o 2. Países signatários de tratados reia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong.
b) controle econômico de livre-comércio. b) empresas europeias de grande porte que, para
dos EUA. . Países do hemisfério sul sob conseguir maiores lucros, dominaram o processo
tutela dos EUA.
de industrialização do Japão, desde a assinatura do
Membros
. Resistência à influência europeia. Tratado de Kanagawa até a década de 196.
permanentes
2. Países membros da OTAN. c) grupos industriais e financeiros que se organizaram
c) do Conselho de
. Potências militares regionais sob
Segurança da ONU como conglomerados, atingindo grande tamanho
a liderança de Brasil e Índia.
e Mundo Tripolar. e poder na economia japonesa entre a Era Meiji
. Resistência à hegemonia norte- (1868-191) e o final da Segunda Guerra Mundial.
Hegemonia
-americana.
contestada da d) pequenos industriais que foram favorecidos com a
2. Países da tríade.
d) tríade: emergência
. Ascensão de poderes regionais instituição da “lei das indústrias”, durante o governo do
de um Mundo
e diminuição do poder norte- Conselho Supremo das Potências Aliadas, comandado
Policêntrico.
-americano. pelo general Douglas MacArthur, que durou até 195.
. Resistência ao uso de armas e) membros do partido nacionalista japonês que incenti-
Membros
nucleares.
permanentes varam o desenvolvimento endógeno da economia ao
2. Países signatários de tratados
e) do Conselho de
de livre-comércio. assinar, no fim do século XIX, a emenda Sakoku, que
Segurança da ONU
. Países do hemisfério sul sob proibia a instalação de empresas estrangeiras no país.
e Mundo Tripolar.
tutela dos EUA.

5. FGV-SP 2020 Em junho de 20, após 20 anos de Guia de estudos


negociações, a União Europeia (UE) e o MERCOSUL
fecharam um acordo comercial que envolve 2% da Geografia • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 8
economia global e 70 milhões de pessoas, totalizan- I. Leia as páginas de 103 a 106.
do quase 0% da população do mundo. A respeito II. Faça o exercício 5 da seção “Revisando”.
desse acordo, analise as afirmações a seguir. III. Faça os exercícios propostos de 12 a 19.

216 GEOGRAFIA AULAS 39 e 40 Centros de poder I


FRENTE 2
AULAS 41 e 42

Centros de poder II
Centros de poder: União Europeia ibéricos só foram admitidos completamente em 1986.
Formava-se, assim, a Europa dos 1. Essa configuração
O bloco que atualmente é denominado União Europeia
permaneceu até a década de 199, quando as mudanças
foi criado para pôr fim às frequentes guerras entre paí-
no contexto internacional provocaram o fim da CEE e sua
ses vizinhos, que culminaram na Segunda Guerra Mundial.
substituição pela União Europeia.
A aposta foi de que a cooperação em torno do comércio
regional e de outros temas levaria os países a um grau de
interdependência que garantiria a paz regional. A União Europeia
Em 9 de maio de 195, o ministro dos negócios estran- O fim da Guerra Fria trouxe um novo cenário aos paí-
geiros francês propôs que a França, a Alemanha e qualquer ses da CEE. Não havia mais o conflito entre capitalismo e
outro país europeu interessado utilizassem conjuntamente socialismo, que deu apoio à sua formação. Em primeiro
os recursos do carvão e do aço presentes em seus terri- lugar, isso possibilitou a entrada no bloco de países que
tórios. Esse acordo foi denominado Plano Schuman e teve não eram aliados aos Estados Unidos no combate ao so-
o objetivo de evitar um novo choque militar entre a França cialismo. Entre eles, países neutros e até mesmo antigos
e a Alemanha, que, mesmo antes das guerras mundiais, já países do bloco socialista. Outra mudança foi a necessidade
disputavam a posse dos recursos minerais localizados nas de a Europa impor-se como potência econômica mundial,
suas áreas de fronteira. Em 195, entrou em vigor a Co- desafiando a hegemonia estadunidense.
munidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca), que incluía Diante desses desafios, em 1991, foi elaborado o Tratado
França, Alemanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Holanda. de Maastricht, que mudava a denominação CEE para União
Europeia (UE). A alteração do nome também tinha como
A Comunidade Econômica Europeia objetivo explicitar as mudanças de perspectiva do bloco.
Na Ceca, foram estabelecidas as diretrizes básicas para Nesse tratado, foram definidas regras mais claras para a
a formação da Comunidade Econômica Europeia (CEE), adesão de novos países, a proposta para a criação de uma
que compreendia um mercado comum (Mercado Comum moeda única e a intenção de criar uma política externa e
Europeu – MCE) e a Euratom, uma associação entre alguns de defesa unificada.
países europeus voltada para o desenvolvimento de tecno-
logia nuclear pacífica. Os participantes da Ceca assinaram, Acordo de Schengen
em 195, o Tratado de Roma, que oficializou o MCE e a O Acordo de Schengen é um tratado criado em 1985
Euratom a partir de 1958. entre países europeus que estabelece a livre circulação de
Com sua criação, no ano de 195, a CEE direcionou cidadãos e de turistas entre as fronteiras internas da Europa.
todo o processo de reconstrução e modernização da eco- O acordo que define o Espaço Schengen, formado atualmen-
nomia europeia. Esse esquema garantia o crescimento te por 6 países, foi adotado pela União Europeia em 199,
econômico dos países europeus que se aliaram aos Esta- entretanto essa área de livre circulação de pessoas não pode
dos Unidos durante a Guerra Fria, porém sua atuação na ser confundida com a própria União Europeia. Apesar de a
ordem de poder mundial permanecia submissa à superpo- maioria dos integrantes ser membro da UE, isso não é uma
tência estadunidense. regra. Por exemplo, a Irlanda faz parte do bloco, mas não
O sucesso econômico e o incentivo do líder do bloco do Acordo de Schengen. Já Islândia, Noruega e Suíça, paí-
capitalista (Estados Unidos) fizeram com que novos países ses não integrantes da UE, compõem o Espaço Schengen.
passassem a integrar a CEE. Em 193, a Grã-Bretanha, que Outros, como a Croácia, estão em fase de tramitação para
até então resistia à ideia de diminuir sua soberania em favor também aderir ao Espaço.
de sua entrada nessa instituição supranacional, passou a No entanto, as fronteiras externas da Europa passaram
ser o sétimo integrante do bloco, trazendo consigo a Irlanda a fazer um controle mais rigoroso sobre aqueles que são
e a Dinamarca. Da Europa dos seis, chegava-se à dos nove. autorizados a adentrar no espaço europeu. Para tanto, foi
Mais três países eram cotados para integrar o bloco eu- criado o Sistema de Informação Schengen, que permite às
FRENTE 2

ropeu, contudo permaneciam de fora em virtude dos seus autoridades policiais, aduaneiras e de fronteiras nacionais
regimes políticos ditatoriais: Grécia, Portugal e Espanha. divulgar alertas sobre pessoas procuradas ou desapareci-
Os gregos foram integrados em 1981, já os dois países das e sobre veículos e documentos roubados.

AULAS 41 e 42 Centros de poder II 217


União Europeia: países-membros – 2021
C ír 0°
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Ano de entrada

Gre
OCEANO

e
1952

no d
ATLÂNTICO 1973

idia
1981

Mer
1986

ico
Mar do
1995

Bált
Norte
2004

Mar
50
°N 2007
2013
Candidatos
oficiais

LUXEMBURGO candidatos
TCHECA
adota o euro
FRANÇA

Mar Negro

TURQUIA

ÁSIA
ÁFRICA
0 34
Mar Mediterrâneo
Fonte: elaborado com base em UNIÃO EUROPEIA. Alargamento: de seis para 28 países. europa.eu, [s.d.]. Disponível em:
https://europa.eu/european-union/sites/europaeu/files/eu_in_slides_pt.pdf. Acesso em: 22 nov. 202.

Os desafios da União Europeia e adequados à nova realidade. Em 1, o Reino Unido


sofreu os primeiros impactos diretos de sua saída da União
Brexit Europeia, destacando-se a falta de mão de obra, uma vez
que boa parte dos trabalhadores de categorias específicas,
O contexto de redução da política de bem-estar social
como caminhoneiros, eram de outros países da UE e, com
e de diminuição das ofertas de empregos, aliado ao maior
o fim do acordo, perderam suas permissões e benefícios
fluxo de migrantes e ao fortalecimento de partidos de direita
de trabalho no país.
e extrema direita, tem conduzido um discurso nacionalista e
xenófobo no Reino Unido.
Migração e xenofobia
Desse modo, foram fortalecidas as ideias que de-
fendem mais autonomia e liberdade do Reino Unido em Outro desafio para a UE é a tensão social que passou
relação às amarras da União Europeia, que impediriam a a marcar presença na Europa Ocidental, principalmente
adoção de medidas mais ágeis e adequadas à especifici- após a queda do Muro de Berlim e o fim do socialismo no
dade do país. Essa situação possibilitou a realização de Leste Europeu: a xenofobia, ou seja, uma aversão a estran-
um plebiscito, em 16, para decidir sobre a permanência geiros, que tem se espalhado pela Europa, fortalecendo
do Reino Unido na União Europeia, e a maior parte da po- o aumento da participação dos partidos de direita e de
pulação escolheu por deixar o bloco, episódio que ficou extrema direita em países como Áustria, França, Polônia,
conhecido como Brexit. Alemanha e Suécia.
Desde então, os sucessivos primeiros-ministros lida- Mais recentemente, o intenso aumento no fluxo de
ram com as questões necessárias para a efetivação da refugiados vindos da África, do Oriente Médio e da Ásia
saída do bloco, que passam por diversas negociações e configurou uma nova crise de migração, que atingiu seu
aprovações, tanto do parlamento do Reino Unido quanto ápice em 15. Fugindo de conflitos armados e da miséria
do parlamento europeu. As implicações da decisão são em seus países natais, milhões de pessoas, destacando-se
complexas, pois muitos contratos e políticas assumidas os sírios, têm buscado a proteção de suas vidas e melhores
em conjunto com os países da UE precisam ser revistos condições socioeconômicas no continente europeu.

218 GEOGRAFIA AULAS 41 e 42 Centros de poder II


Mundo: países com maior número de refugiados – 2021

Milhões de pessoas
6

0
Síria Venezuela Afeganistão Sudão do Sul Mianmar
Fonte: Venezuela é o segundo país com maior número de deslocados e refugiados no mundo, CNN Brasil,  jun. 202. Disponível em:
https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/venezuela-e-o-segundo-pais-com-maior-numero-de-deslocados-e-refugiados-no-mundo/. Acesso em: 22 nov. 202.
Anos de guerra civil fazem com que a Síria lidere o grupo de países com mais refugiados no mundo.

Europa: migração ilegal – 2018


Cí 0º
N rcu
lo
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lar
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ico

0 490 km
wich
de G ridiano
reen
Me

OCEANO
ATLÂNTICO

Mar
Mar
Báltico
do Norte

IRLANDA REINO
UNIDO RÚSSIA
FRONTEIRA
ORIENTAL
776

ALEMANHA

FRANÇA
MAR NEGRO

ÃS Mar
537

PORTUGAL LC
BÁ 2 178 Negro
ESPANHA 1
ITÁLIA
96
6 3 ALBÂNIA
EO
MEDITERRÂNEO ÂN TURQUIA
GRÉCIA RR AL
OCIDENTAL I TE NT 5
23 143 ED IE 0
ÁFRICA M OR 42 3
OCIDENTAL
421 ÁFRICA MEDITERRÂNEO CENTRAL
118 962 CHIPRE

Rotas Operações terrestres Frontex*


Operações marítimas Frontex*
Fluxo de migrantes
BÁLCÃS Proveniência dos migrantes *Agência Europeia da Guarda
12 178 Número de migrantes de Fronteiras e Costeira

Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico:
espaço mundial. . ed. rev. e atual. São Paulo: Moderna, 20. p. .

A chamada “crise migratória”, ou “crise dos refugiados”, explicitou uma fissura na UE, fazendo com que alguns países
assumissem posturas diferentes daquelas decididas pelo bloco, agindo de forma unilateral ao decidir receber ou não os
migrantes. Dinamarca, Polônia, República Tcheca, Eslováquia e Hungria se recusaram a receber refugiados e rejeitaram
as cotas migratórias impostas pela UE.
FRENTE 2

AULAS 41 e 42 Centros de poder II 219


Nacionalismos e separatismos

Europa: movimentos separatistas



Irlanda do Norte Escócia
A Irlanda do Norte, ou Ulster, é uma Com uma população
região que tem dois terços da de 5,3 milhões de
população de religião protestante e que, por isso, habitantes, a Escócia compõe o
não concorda com a proposta de se separar do OCEANO Reino Unido há mais de 300
Reino Unido, desejo da minoria católica, apoiada anos. Na última década, o
pela Irlanda. Durante anos, o grupo IRA praticou ATLÂNTICO movimento de independência
atos terroristas tanto no país quanto na Inglaterra. de cunho étnico ganhou força.
Em 1998, foi assinado um acordo de paz pelos Em 2014, foi realizado um
governos britânico e irlandês, com apoio da plebiscito no qual o “não” à
União Europeia e dos Estados Unidos, que ficou Mar do independência ganhou por uma
conhecido como acordo da Sexta-Feira Santa, REINO Norte estreita vantagem de 55% dos
encerrando, teoricamente, 30 anos de conflitos UNIDO votos, porém a decisão dos
entre os dois países. O acordo concedeu maior britânicos pelo Brexit tem
autonomia política à Irlanda do Norte e promoveu gerado novas discussões em
a suspensão da barreira física com a Irlanda. torno do separatismo escocês.
Apenas em 2005, o IRA entregou suas armas e
renunciou oficialmente à violência. Porém, o Flandres
tema da unificação entre as Irlandas ainda é fonte Ao norte da Bélgica
BÉLGICA
de tensões e foi amplificado pelo Brexit. está a região de
45°
Flandres, que apresenta um
N parlamento separado e até
Catalunha mesmo uma economia distinta
Os catalães são um povo com língua da Bélgica, onde o povo
e culturas próprias que almejam a flamenco, formado por mais de
separação da Espanha. Os movimentos 6 milhões de pessoas, fala língua
populares e também políticos ganharam força própria. Parte da população
no século XXI, sendo tema constante nos demanda maior autonomia e
parlamentos espanhol e catalão. Em 2017, o independência, o que provoca
referendo que aprovou a independência não foi constantes dificuldades para
reconhecido por Madri, que reagiu com relativa a constituição do governo na
contundência para manter o controle do Bélgica. Por outro lado, há uma
território. Em 2019, manifestantes espanhóis de ESPANHA
ITÁLIA parcela da população jovem,
direita começaram a pressionar o tanto da região de Flandres
primeiro-ministro, exigindo ainda mais força como da Valônia, que é contrária
para a resolução da questão. à separação.
País Basco Mar Mediterrâneo Padânia
O povo basco, com cultura e língua Esta é uma região
ich

próprias, durante muito tempo lutou reivindicada pela


reenw

pela autonomia do território em que vive, Liga do Norte, uma organização


situado entre a Espanha e a França. Esse desejo N de direita que pretende assumir
de G

se expressou de forma violenta por meio de o controle e obter independên-


ataques terroristas orquestrados pelo ETA. cia da Itália. É a região mais rica
iano

Entretanto, o grupo anunciou em 2011 o fim de do país e se opõe a muitas


ataques violentos e, em 2018, declarou 0 290 km políticas nacionais e também à
Merid

oficialmente extinta a organização clandestina. União Europeia.

Fonte: elaborado com base em Eleições na Catalunha devem estimular separatismo; conheça movimentos pró-independência na Europa.
Folha de S.Paulo, 2 set. 20. Disponível em: https://www.folha.uol.com.br/asmais/20/0/020-eleicoes-na-catalunha-devem-alavancar-
separatismo-conheca-movimentos-pro-independencia-na-europa.shtml. Acesso em: 2 nov. 202.

O euro em questão
O estabelecimento do euro como moeda única se deu com a instauração de um complexo e, por enquanto, contradi-
tório procedimento de controle sobre o sistema monetário. Por esse motivo, a efetivação da moeda única vem sendo um
grande desafio para os membros dessa chamada Zona do Euro. O principal problema é que, no caso das moedas adotadas
em um só país, quem controla as ações fundamentais da política monetária (como a emissão do dinheiro, a decisão sobre
os gastos e o endividamento público) é um único governo, enquanto na Zona do Euro não.
Há países que integram a Zona do Euro desde 1999, mas ainda não conseguiram cumprir as metas de endividamento
e de déficit público. Tais metas, mesmo sendo muito evidentes e estabelecidas como condição para utilizar a moeda única,
ainda não são acompanhadas de instrumentos claros para punir os países que não as cumprirem.
Se o endividamento começa a crescer demais e, ao mesmo tempo, o déficit público é muito grande, surge uma des-
confiança por parte dos investidores de que o país talvez não tenha condições de pagar seus títulos no prazo e com os
juros combinados. Se fosse um país com moeda própria, o problema seria só dele, que, caso chegasse ao limite, poderia
decretar moratória (se negar a pagar suas dívidas por determinado tempo), ver sua moeda ser desvalorizada, e os inves-
timentos diminuírem.
O problema do euro é que a moeda, nesse caso, é a mesma em 19 países, o que significa que, se um deles chegar a
esse ponto, todos perdem. Para agravar o cenário, existe o temor de que isso aconteça com vários países, devido a uma
série de fatores. Essa é a questão estrutural da crise dos PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha).
A crise econômica iniciada em 8 explicitou a vulnerabilidade desses países, todos com baixo desempenho se
comparados aos demais membros da União Europeia, o que levou analistas e, sobretudo, a imprensa inglesa a construir
um acrônimo de conotação pejorativa com as iniciais dos nomes desses países: PIIGS, que apresenta grande semelhança
com a palavra inglesa pigs, que significa “porcos”.

220 GEOGRAFIA AULAS 41 e 42 Centros de poder II


União Europeia: países que adotam o euro

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ATLÂNTICO

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Norte

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45°
N

Mar Negro

N
ÁSIA

Zona do Euro 0 520 km Mar


Mediterrâneo

Fonte: elaborado com base em BCE. Mapa da área do euro 1999-2015.


Disponível em: www.ecb.europa.eu/euro/intro/html/map.pt.html.
Acesso em: 2 nov. 202.

União Europeia: dívida pública por país – 2019-2020


220
200
180
160
140
% do PIB

120
100
80
60
Limite
40
20
0
Lituânia
Letônia

Luxemburgo
Portugal

Áustria

Polônia

República Tcheca
Chipre
UE-27

Eslováquia
Grécia
Itália

Espanha

Estônia
Zona do Euro

Bélgica
Croácia

Hungria
Eslovênia

Alemanha

Irlanda

Países Baixos
Malta
Romênia

Suécia

Bulgária
França

Finlândia

Dinamarca

2019 2020

Fonte: EUROSTAT Statistic Explained. Disponível em: https://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php?title=File:General_government_debt,_20_


and_2020_(%C2%B)_(General_government_consolidated_gross_debt,_%2_of_GDP)_Oct_202.png. Acesso em: 2 nov. 202.
60% do PIB é o teto de endividamento definido pelo Tratado de Maastricht.

Em 15, a Grécia passou por um período de instabilidade, quando estourou a crise da dívida pública, originada em
8, e acumulou pacotes fracassados de austeridade. A situação foi tão séria que os bancos ficaram fechados por falta
de dinheiro, e o país praticamente quebrou. A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), instituições que
injetam capital no país, discordaram das soluções apresentadas pelo primeiro-ministro na época, Alexis Tsipras, que prometia
reformas em troca de mais empréstimos, porém ele contou com apoio da população ao se recusar a pagar os credores.
FRENTE 2

A situação ameaçou a permanência do país na UE, o que fez surgir o termo Grexit, para se referir ao problema, que foi
equacionado com novas negociações. Após três planos econômicos muito severos (1, 1 e 15), o país voltou a
crescer apenas no ano de 1. Atualmente, a situação econômica do país está estável, mas não se pode considerar que
a crise esteja resolvida. As reformas previstas para 19 e  levaram a população às ruas por descontentamento e a
perda de conquistas sociais, além disso somam-se os efeitos da pandemia sobre a economia, com aumento no desem-
prego, empresas que fecharam as portas, e uma escassez de matérias-primas, que além de comprometerem a retomada
da economia, principalmente dos setores industriais, também têm contribuído para o aumento da inflação.

AULAS 41 e 42 Centros de poder II 221


Exercícios de sala

1. Uerj 2020 IV. A crise na República Bolivariana da Venezuela é


decorrente do bloqueio econômico implantado
Os arrependidos do Brexit pelos EUA, a partir da crise dos mísseis.
O britânico Will Dry, estudante de política e economia, V. A história das duas Coreias remonta ao final da
tinha 18 anos quando votou pela saída do Reino Unido a Guerra Mundial, cujo território era ocupado
da União Europeia (UE) no plebiscito de 2016. Dry faz pelos japoneses, derrotados naquele conflito.
parte de um grupo de arrependidos, identificados pela Portanto, a existência de duas Coreias é um pro-
hashtag “Bregret” (combinação de “Brexit” e regret, arre- duto da Guerra Fria que se instala no pós-guerra.
pendimento). São eleitores que se dizem enganados pelas a) III – IV c) I – III – V
promessas da campanha em defesa da retirada britânica da b) II – III – IV d) IV – V
UE, principalmente a ideia de que o Reino Unido poderia
manter o status de inserção e influência no plano europeu
3. Uerj 2020
e mundial sem ter de se submeter à burocracia de uma
entidade supranacional. MEDITERRÂNEO É O MAIOR CEMITÉRIO
DA EUROPA HOJE
Trata-se de um grave problema: as próprias leis da União
Europeia e as convenções internacionais afirmam que os
fugitivos salvos não podem ser levados de volta ao porto
de embarque de onde escaparam da guerra, do terroris-
mo e da fome. Mas, ainda assim, todos os dias, dezenas
de pessoas morrem durante a tentativa de atingir a
Europa. Hoje, o Mediterrâneo virou o maior cemitério
da Europa. Nós conhecemos apenas o número de víti-
mas que foram registradas através de fotos, posição e
data. Contudo, para cada vítima divulgada oficialmente
há um morto que nem aparece nas estatísticas. Vivemos
Painel do artista Banksy na cidade britânica de Dover, onde chegam os
uma situação absurda. A África é saqueada pelos países
navios que cruzam o Canal da Mancha, provenientes da França.
ocidentais, que depois não querem ver de perto o efeito
Adaptado de época.globo.com, 02/05/2018.
de sua política. Os países europeus fecham suas frontei-
No âmbito das novas relações com o bloco europeu, ras e ignoram que essas vítimas vão morrer justamente
parte da população britânica que votou a favor do tentando fugir da situação que eles criaram.
Brexit não dimensionou adequadamente a seguinte CLAUS PETER REISCH Adaptado de gazetaonline.com.br, julho/2018.
consequência dessa decisão: Em julho de 20, Claus Peter Reisch, comandante
a) ameaças à defesa do território do navio Lifeline, cou sete dias no mar Mediterrâneo
b) restrições à circulação de riqueza com 2 migrantes a bordo aguardando autorização
c) limitações à autonomia do governo para desembarcar em países europeus.
d) riscos à continuidade da democracia No que se refere às relações entre países africanos
e governos europeus, a avaliação de Reisch para a
2. Acafe-SC 2018 Analise as afirmações a seguir e assi- crise migratória atual expressa a contradição entre os
nale a alternativa que contém todas as corretas. seguintes fatores:
I. “A existência de movimentos separatistas na Espa- a) integração global e localismo étnico
nha e também em outros lugares do mundo chama a b) herança imperialista e nacionalismo xenófobo
atenção para a inconsistência da ideia de unicidade c) crise demográfica e modernização econômica
do Estado moderno, em que o estabelecimento de d) dinamização comercial e desqualificação laboral
suas fronteiras obedece mais a relações históricas
de poder do que propriamente ao sentimento de 4. Unioeste-PR 2017 Em decisão histórica, com poten-
pertencimento de suas populações”. cial de mudar o rumo da geopolítica mundial pelas
II. As Forças Armadas Revolucionárias do Comum próximas décadas, os britânicos decidiram, em re-
(FARC) abandonam o processo de disputa eleito- ferendo, em 2 de junho de 20, deixar a União
ral e passam para a luta armada, o que representa Europeia (UE). Analise as afirmativas a seguir e atribua
um passo decisivo para a incorporação das FARC V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas.
à sociedade e ao sistema democrático. A União Europeia teve origem na Comunidade
III. O BREXIT, que confirmou a saída do Reino Unido Europeia do Carvão e do Aço (CECA) e na Co-
da União Europeia, colocou em xeque um proces- munidade Econômica Europeia (CEE), sendo o
so de unificação que se iniciou com o acordo do Reino Unido um dos seis países fundadores des-
carvão e do aço nos anos 195 do século XX. tas entidades.

222 GEOGRAFIA AULAS 41 e 42 Centros de poder II


A vitória do BREXIT – saída do Reino Unido da base no Reino Unido têm redes de fabricação internacional,
União Europeia – não determina imediata des- nas quais alguns componentes cruzam o Canal da Mancha
vinculação do bloco. Sua efetivação depende de em ambas as direções antes de serem montados no produto
negociaç.es entre as duas partes. final, motivo pelo qual mudanças nos trâmites alfandegários
resultantes da saída do país da União Europeia podem afetar
O Reino Unido integra o espaço econômico do €
suas operações.
euro e aderiu a esta moeda desde o início de cir-
Fonte: adaptado de http://exame.abril.com.br. Acesso em 19/08/2019.
culação da mesma em 2002.
Os resultados do referendo sobre a saída do Rei- Com relação à questão da fuga de multinacionais do
no Unido da União Europeia não põem em causa Reino Unido face o Brexit, a alternativa CORRETA é:
a coesão do Reino Unido, já que tanto a Escócia a) Com a saída do Reino Unido da União Europeia, o
como a Irlanda do Norte votaram contra a perma- país deixa de fazer parte de um espaço regional
nência da Europa. transnacional sem barreiras aos fluxos de merca-
O Reino Unido não integra o espaço Schengen – dorias, o que pode impactar tanto as importações
área de livre circulação. quanto as exportações das empresas multinacionais.
b) Especialistas consideram a fuga das multinacio-
Assim, de acordo com as alternativas acima, assinale nais no Reino Unido um fenômeno temporário
face ao temor do Brexit, pois a estabilidade eco-
a sequência CORRETA.
nômica, a moeda forte e a oferta de força de
a) F – V – F – F – V
trabalho qualificada no país são fatores suficien-
b) V – F – V – F – F
tes para manter essas empresas em seu território.
c) F – F – F – V – F
c) A saída do Reino Unido da União Europeia re-
d) V – V – V – F – F
duziria, mediante políticas restritivas, o fluxo de
e) F – F – V – V – V trabalhadores imigrantes que são empregados
como mão de obra barata pelas multinacionais,
5. UFJF/Pism-MG 2020 Leia o texto abaixo e responda forçando o retorno de unidades de produção
o que se pede. para os seus países de origem.
d) O principal motivo pelo qual as multinacionais se-
Incerteza do Brexit ameaça provocar fuga de diadas no Reino Unido temem o Brexit é que a
empresas do Reino Unido proposta apresentada pelo governo britânico foi
19 de fevereiro de 2019 construída sem a participação da representação
O anúncio de que a Honda fechará sua fábrica em Swindon,
dessas empresas, o que desencadeou a ativação
no sul da Inglaterra, onde trabalham cerca de 3.500 pes- de planos de transferência para outros países.
soas, agravou o temor que a incerteza provocada pela saída e) As pequenas e médias empresas de base nacio-
do Reino Unido da União Europeia desencadeie uma fuga nal no Reino Unido se preocupam com a perda de
de empresas no país. Além da Honda e outras gigantes do mercados com a fuga das multinacionais em razão
setor automotivo, a Sony anunciou a transferência de sua do temor com o Brexit, uma vez que as atividades
sede europeia para Amsterdã na Holanda, e a Airbus alertou exercidas por essas firmas são de apoio ou com-
que pode deixar o Reino Unido em caso de um Brexit não plementares àquelas realizadas pelas empresas
negociado com a União Europeia. Muitas empresas com estrangeiras.

FRENTE 2

Guia de estudos

Geografia • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 8


I. Leia as páginas de 106 a 115. III. Faça os exercícios propostos de 20 a 30.
II. Faça o exercício 6 da seção “Revisando”.

AULAS 41 e 42 Centros de poder II 223


FRENTE 2
AULAS 43 e 44

Países emergentes
BRICS
A Nova Ordem Mundial abriu espaço para outros protagonistas no cenário internacional. Nesse contexto, daremos
destaque para um grupo de países que tem sido identificado como BRICS.
O acrônimo BRIC foi criado em 1 pelo economista-chefe do Goldman Sachs, um grande banco de investimentos
estadunidense, para indicar os países de economia emergente que assumiriam protagonismo mundial em um futuro próximo:
Brasil, Rússia, Índia e China. Além das características gerais de cada um (como o tamanho do território e da população, a
disponibilidade de recursos naturais e energéticos, o nível de industrialização e o desenvolvimento tecnológico), o contexto
de crescimento econômico que esses quatro países apresentavam anunciava um futuro promissor. Entretanto, Brasil e
Rússia não sustentaram os índices apresentados no início do século XXI; além de, no caso brasileiro, as crises na política
interna terem prejudicado sua influência externa.
Em 6, os quatro países se organizaram em um grupo para estabelecer cooperação internacional em campos di-
plomáticos e econômicos, sem a assinatura de tratados, como no modelo dos blocos econômicos tradicionais. Em 11,
a África do Sul passou a integrar o grupo, que foi, então, nomeado BRICS.
Diante do sucesso das economias desses países, do aumento de suas participações no comércio internacional e
da presença mais frequente e respeitada em fóruns mundiais, muitos analistas passaram a afirmar que os integrantes do
grupo eram os principais atores da nova ordem multipolar. Contudo, essa análise se mostrou exagerada, pelo menos nos
casos de Brasil, Índia e África do Sul.
Além das aproximações diplomáticas e da definição de estratégias, a ação concreta de maior relevância do grupo foi
a criação, em 14, do banco NDB (sigla em inglês para New Development Bank), que financiou obras para produção de
energia e criação de infraestrutura nos países do BRICS, com impactos socioambientais positivos, como os parques de energia
eólica em Pernambuco e Piauí e a modernização de algumas refinarias da Petrobras em 18. Além desses projetos, há
outros em financiamento nos demais países.

Índia
A Índia tem a segunda maior população do mundo. Sua economia vem apresentando intenso crescimento nos úl-
timos anos graças à mão de obra barata, aos investimentos em tecnologia e ao fato de o inglês ser um dos idiomas
oficiais, o que facilita a comunicação com os demais países. Os indianos formam a mais populosa democracia do mundo.
Contudo, tanto em seu território como no restante do subcontinente indiano, existe uma série de conflitos de natureza
étnico-religiosa.
Índia: crescimento anual do PIB – 2020
% 10
8
6
4
2
0
-2
-4
-6
-8
1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020
Fonte: WORLD DATA BANK. World Development Indicators. Disponível em: https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.KD.ZG?locations=IN.
Acesso em: 2 nov. 202.

O crescimento do PIB indiano se destaca tanto entre os países emergentes quanto no contexto mundial, mas também apresentou forte retração em 2020
devido à pandemia de covid-19.

A economia do país atualmente é a segunda que mais cresce (na casa dos 6% nos últimos anos), o que fez seu PIB
nominal ser o sexto maior em . Entretanto, a riqueza produzida não é igualmente distribuída; pelo contrário, a desi-
gualdade social no país só aumenta.
O setor agrícola é responsável por cerca de 6% da oferta de trabalho, porém o setor de serviços é o que mais cresce
e mais gera riquezas para a Índia. Apesar da fama e da maior indústria de cinema do mundo, conhecida como Bollywood

224 GEOGRAFIA AULAS 43 e 44 Países emergentes


(localizada em Mumbai), são os serviços de call center e de informática (sobretudo a produção de softwares) que estão
entre os mais dinâmicos. A cidade de Bangalore (oficialmente rebatizada de Bengaluru) é um dos destaques, com cerca
de 1 milhões de habitantes e sede de várias instituições de ensino, universidades, centros de pesquisa e empresas de
tecnologia. Por isso, a cidade é conhecida como o Vale do Silício Indiano.

Diversidade étnico-religiosa e conflitos


Além de a Índia ser um país superpopuloso (aproximadamente 1,3 bilhão de habitantes), ela é marcada pela ampla
diversidade étnico-religiosa, como é possível constatar no mapa a seguir. A maioria da população é hinduísta, convivendo
com muçulmanos, sikhs, cristãos e outras minorias locais. Essa grande diversidade, algumas vezes, alimenta situações de
conflitos violentos, como os ocorridos entre hinduístas nacionalistas e muçulmanos no início dos anos . Em outros
casos, essa diversidade desencadeia questões separatistas, como no Punjab e na Caxemira.

Índia: idiomas e minorias religiosas

80° L

U E
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AFEGANISTÃO DO
CA LA
B
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J 15% B BHOTIYA S
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13% BANGLADESH

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7% B C Trópico de Câncer
GUJARÁTI 4% 20%
8%
ÊS MIANMAR
AL
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J
J 1%
Mar J MARATA
Arábico C Golfo de
8%
Bengala

J TELUGO

4% C 8%
Idioma
CA
NA

11% Indo-ariano C Cristianismo


RI
M

OCEANO Dravidiano B Budismo


C Tibetano-Birmanês S Sikhismo
ÍNDICO
C J Jainismo
GARO Idioma ou dialeto
TÂMIL
MA

Religiões minoritárias O Hinduísmo, religião pre-


C
LA

N 5% dominante na Índia (mais


20% 4% Percentual estimado
IAL

C de território no qual de 80% da população), não


A

a população pratica está representado no mapa.


0 250 km o Islamismo

Fonte: elaborado com base em Languages and Minority Religions. University of Texas Libraries, [s.d.].
Disponível em: https://legacy.lib.utexas.edu/maps/middle_east_and_asia/india_lang_7.jpg. Acesso em: 2 nov. 202.

CAXEMIRA
Região relativamente fértil e rica em nascentes de rios, a Caxemira é essencial para a segurança hídrica tanto da Índia
quanto do Paquistão. Sua população é majoritariamente muçulmana, mas em 194, após ser invadida pelo Paquistão, a
FRENTE 2

região foi partilhada e seu controle foi entregue à Índia. O estado de tensão de guerra pode ter desdobramentos muito
graves, pois os dois países têm arsenal nuclear.
A Índia conta com o apoio diplomático dos Estados Unidos e da Inglaterra e possui um exército poderoso. O Paquistão,
mais pobre, conta com um pequeno apoio do governo chinês e suas forças armadas convencionais não são comparáveis
às indianas. Nesse contexto, surgiu o apoio não oficial do governo paquistanês a guerrilheiros islâmicos. Esses grupos
promovem ataques como forma de pressionar o governo indiano a ceder toda a Caxemira para o Paquistão. Para os mili-
tantes radicais, essa é também uma guerra santa.

AULAS 43 e 44 Países emergentes 225


Caxemira: localização

As fronteiras
disputadas
AFEGANISTÃO

Sob controle Sob administração chinesa,


do Paquistão reivindicada pela Índia

AQUISTÃO
35° N

Sob controle
Linha de
da Índia
Controle CHINA
(criada
em 1948)

0 100 km ÍNDIA
76° L

Fonte: elaborado com base em Conflito na Caxemira: por que Índia e Paquistão disputam
a região que vive nova escala de tensão. BBC, 27 fev. 20. Disponível em: www.bbc.com/
portuguese/internacional-770. Acesso em: 2 nov. 202.

O ano de 1 foi um dos mais violentos dos últimos território. Moscou tornou legítimo o referendo realizado na
tempos, contabilizando a morte de 6 supostos rebeldes, Crimeia, no qual venceu a decisão favorável à integração
8 membros das forças de segurança indiana e 54 civis. dessa região ao território russo. Na ocasião, a península
Em 18, mais mortes se sucederam como resultado do pertencia à Ucrânia, apesar de ser habitada por maioria de
confronto entre o exército indiano e os rebeldes. A Índia descendentes russos.
acusa o Paquistão de continuar a treinar vários grupos re- O referendo foi organizado por um comando militar pró-
beldes, como o Lashkar-e-Taiba (LeT), fato negado pelo -Rússia que havia tomado a Assembleia da Crimeia, com o
governo paquistanês. Em 19, a tensão na região voltou a apoio de parte da população, e declarado independência
aumentar a partir de um atentado terrorista contra as forças da Ucrânia, que em momento algum reconheceu o novo
indianas. Como desdobramento, ocorreram ataques aéreos governo, assim como os Estados Unidos e a União Europeia.
de ambos os lados, caças abatidos e um piloto indiano Essa região tem grande importância estratégica para
capturado. Após o risco de uma nova guerra, as tensões a Rússia, visto que é uma via de acesso ao mar Negro, o
diminuíram e o piloto foi liberto. Em agosto do mesmo ano único porto de águas quentes do país e, portanto, muito
o governo indiano revogou a autonomia constitucional da relevante por facilitar a movimentação de cargas e possi-
Caxemira, conquistada em 194, e apenas em meados de bilitar o controle do canal que liga o mar Negro ao mar de
 suspendeu algumas das restrições impostas à região. Azov. Além disso, na península encontra-se a base naval
russa de Sebastopol.
Rússia Em 13, uma declaração do então presidente ucra-
Com o fim da União Soviética e a formação da CEI, a niano Viktor Yanukovich (195-), favorável à aproximação
Rússia herdou grande arsenal militar e um assento perma- comercial com a Rússia em vez de com a UE, levou mani-
nente no Conselho de Segurança da ONU. Além disso, o festantes às ruas e agudizou o conflito que culminou com
país possui um vasto território, muitos recursos naturais e a queda do presidente pró-Rússia em 14. A anexação
energéticos, indústria de base bem desenvolvida e uma da Crimeia pela Rússia é entendida como uma retaliação
sociedade com bom nível educacional. Somando esses de Moscou à derrubada de um presidente aliado. A partir
fatores, a Rússia conseguiu se reorganizar politicamente desses episódios, insurgentes separatistas e pró-Rússia
e desenvolver sua economia, despontando no cenário ocuparam cidades na fronteira entre os dois países, como
geopolítico mundial. Donetsk e Luhansk.
Portanto, o conflito ucraniano envolve múltiplos fatores,
O conflito russo-ucraniano como pressões separatistas internas da Ucrânia, resistência
Em 14, a Rússia entrou em conflito com a Ucrânia, o russa à expansão da UE, além do suprimento energético
qual resultou na anexação da península da Crimeia a seu tanto para a Ucrânia como para os países europeus.

226 GEOGRAFIA AULAS 43 e 44 Países emergentes


Ucrânia: distribuição do gás russo

BELARUS

ÔNIA

RÚSSIA

ESLOVÁQUIA

48° N

ÁVIA

zov
de A
Mar

Gasodutos
Mar Negro 0 125 km
30° L

Fonte: elaborado com base em Crimeia pede para fazer parte da Rússia; entenda com mapas a crise. BBC Brasil,  mar.
20. Disponível em: www.bbc.com/portuguese/noticias/20/0/00_mapas_ucrania_lk_vj. Acesso em: 2 nov. 202.

Ucrânia: distribuição étnico-linguística


30° L
BELARUS
Grupos étnicos vivendo
na Crimeia (em %)
24,4 Ucranianos
ÔNIA

Kiev

58,5 R

48° N

ÁVIA
População que
fala russo (em %)
ROMÊNIA
0-20 12,1 Tártaros*

20-30 5 Outros
30-50 Crimeia
*População original muçulmana
Mar Negro
Mais de 50 da região, de fala turca.
0 115 km

Fonte: elaborado com base em Graphic News. In: Entenda por que Ucrânia e Rússia brigam pelo controle da Crimeia. Folha de S.Paulo, 7 mar. 20. Disponível
em: www.folha.uol.com.br/mundo/20/0/220-entenda-porque-ucrania-e-russia-brigam-pelo-controle-da-crimeia.shtml. Acesso em: 2 nov. 202.
No mapa: Rebeldes separatistas pró-Rússia têm criado focos de insurgência na porção leste do país, onde predomina a população de origem russa.
FRENTE 2

A economia russa: pós-Guerra Fria


Nos primeiros dez anos de transição após o fim da União Soviética, a economia russa regrediu fortemente, criando
um contexto de desemprego e problemas sociais. No início dos anos , o quadro sofreu uma grande transformação.
A Rússia herdou da União Soviética uma grande rede de gasodutos e oleodutos, que hoje abastecem a Europa com
produção das regiões do Cáucaso e da Ásia Central (ex-repúblicas soviéticas). O aumento do preço do petróleo fez
com que a Rússia fosse extremamente beneficiada, como é possível comprovar pelo crescimento do seu PIB até 8.
Esse período coincidiu com o governo Vladimir Putin.

AULAS 43 e 44 Países emergentes 227


As crises econômicas de 8 (crise imobiliária dos Estados Unidos) e 1 (abalamento da economia europeia) reduzi-
ram muito o consumo de petróleo, gás e derivados. Apesar de ser uma potência nesse campo econômico, a Rússia não tem
outros setores que sejam economicamente fortes e capazes de encontrar alternativas. Em síntese, uma crise de consumo de
petróleo acaba gerando uma crise econômica na Rússia. Entre 9 e 1, o PIB russo sofreu uma redução de %, criando
muitas dificuldades para o governo de Dmitri Medvedev (1965-). Ficou claro o fato de que a Rússia depende demais de
um único produto, o que deixa sua economia vulnerável.

Rússia: crescimento anual do PIB – 2020


% 10

-5

-10

-15
1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020
Fonte: WORLD DATA BANK. World Development Indicators. Disponível em:
https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.KD.ZG?locations=RU. Acesso em: 2 nov. 202.
O PIB russo apresentou um crescimento vertiginoso no primeiro governo de Vladimir Putin.

Exercícios de sala

1. EsPCEx-SP 2022 Noticiou-se recentemente o aumen- 2. Uece 2018 A expressão BRIC foi lançada em 200,
to das hostilidades entre a Ucrânia e a Rússia, sete anos em referência ao conjunto de países formado por
após a ocupação da Crimeia por tropas de Moscou. Brasil, Rússia, Índia e China, que assumiu um papel
Sobre as principais razões que explicam as tensões importante na economia mundial para os cinquenta
envolvendo esses dois países, é correto afirmar: anos seguintes. O grupo foi formalizado em 200 e
I. A porção leste da Ucrânia é constituída por uma sua primeira cúpula ocorreu em 200, e, desde en-
maioria de russos étnicos, que desejam manter la- tão, além de ter recebido a África do Sul como mais
ços com a Federação Russa e são apoiados pelo um novo membro, lançou um banco de desenvolvi-
governo russo. mento — The New Development Bank — e um fundo
II. A península da Crimeia é altamente estratégica, de reservas denominado BRICS Contingent Reserve
pois ali encontra-se a base naval russa de Tartus,
Arrangement, passando a ser conhecido no cenário
que abriga a frota do Mar Mediterrâneo.
geoeconômico internacional como BRICS.
III. A Ucrânia pode ser considerada como a nova
O principal objetivo dos países participantes do BRICS é
fronteira entre o Leste e o Oeste, uma reminis-
a) fortalecer o papel econômico organizador dos Es-
cência da Guerra Fria, que colocava em campos
opostos a antiga URSS e os EUA. tados Unidos no cenário internacional.
IV. A crise ucraniana teve como estopim a assinatura b) garantir a centralização da elaboração de políti-
de um tratado de adesão do país à União Euro- cas internacionais sobre produção e venda de
peia e à Organização do Tratado do Atlântico petróleo dos países integrantes.
Norte (OTAN), em 13. c) defender uma ordem internacional multipolar,
criando espaços de discussão para elaborar pla-
Assinale a alternativa que apresenta todas as armati- nos de ação política e econômica entre os países
vas corretas, dentre as listadas acima. integrantes.
a) I e III c) I e IV e) I, II e IV d) oferecer ajuda mútua militar entre os países
b) II e IV d) II e III membros.

228 GEOGRAFIA AULAS 43 e 44 Países emergentes


3. EsPCEx-SP 2020 Em fevereiro de 20, o mundo foi surpreendido com um ataque de aviões indianos em solo pa-
quistanês. A animosidade entre esses dois países asiáticos é expressa territorialmente (vide desenho abaixo). Assim, é
fundamentado o temor de uma escalada da crise. Sobre a conflituosa relação indo-paquistanesa, é correto afirmar que:

I. Apesar de serem considerados, segundo a ONU, países em desenvolvimento, ambos dispõem de artefatos de
destruição em massa.
II. Mahatma Gandhi, líder que organizou diversas campanhas anticoloniais, ciente das incontornáveis divergências
entre muçulmanos e hindus, apoiou a transformação da fronteira entre esses dois países, que passou de religiosa
para política.
III. Perdura até hoje o rígido padrão de alianças construído durante a Guerra Fria, colocando em campos opostos o
eixo Nova Délhi–Moscou e Islamabad–Pequim.
IV. A rivalidade indo-paquistanesa tem como um de seus principais focos a disputa pelo controle da Caxemira, re-
gião habitada por maioria muçulmana e encravada no Himalaia, na fronteira entre os dois países.
Assinale a alternativa que apresenta todas as armativas corretas.
a) I e II b) II e IV c) II e III d) I e IV e) III e IV

4. Enem 2014
Texto I

Disponível em: http://twistedsifter.com. Acesso em: 5 nov. 2013 (adaptado).

Texto II
A Índia deu um passo alto no setor de teleatendimento para países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos e as nações
FRENTE 2

europeias. Atualmente mais de 245 mil indianos realizam ligações para todas as partes do mundo a fim de oferecer cartões
de créditos ou telefones celulares ou cobrar contas em atraso.
Disponível em: www.conectacallcenter.com.br. Acesso em: 12 nov. 2013 (adaptado).

Ao relacionar os textos, a explicação para o processo de territorialização descrito está no(a)


a) aceitação das diferenças culturais. d) qualidade da rede logística.
b) adequação da posição geográfica. e) custo da mão de obra local.
c) incremento do ensino superior.

AULAS 43 e 44 Países emergentes 229


5. PUC-Rio 2015
Rede de Dutos de Gás e Óleo no Leste Europeu

SILVA, Augusto César Pinheiro et al. Educação geográfica em foco: temas e metodologias para o ensino básico.
Rio de Janeiro, Ed. Lamparina/FAPERJ, 2014, p. 80.

Mesmo com o m da Guerra Fria no início da década de 0, as tensões geopolíticas no Leste europeu parecem não
ter desaparecido. Com base no cartograma apresentado, explique:
a) o papel estratégico da Ucrânia para a manutenção do poder da Rússia no Leste da Europa;

b) pouca repercussão, até agora, das medidas de sanção da Alemanha à Rússia em relação à atual guerra civil na
ex-república soviética da Ucrânia.

Guia de estudos
Geografia • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 8
I. Leia as páginas de 115 a 122. III. Faça os exercícios propostos de 31 a 40.
II. Faça os exercícios 7 e 8 da seção “Revisando”.

230 GEOGRAFIA AULAS 43 e 44 Países emergentes


FRENTE 2
AULAS 45 e 46

China
China, o dragão do século XXI
A China tem a maior população (1,393 bilhão de habitantes) e o terceiro maior território do mundo. Entretanto, essa
grande população não está bem distribuída por esse vasto território; ao contrário, ela está extremamente concentrada no
leste do país, uma vez que, no centro e no oeste, predominam áreas áridas e semiáridas, com destaque para o Deserto
de Gobi, e, no sudoeste, a cordilheira do Himalaia.

China: densidade populacional

OCEANO
PACÍFICO
Densidade
populacional cer
de Cân
(hab./km²) ico
Tróp

10
100
200
470 km

Fonte: elaborado com base em SHUPAC, Joseph. Internal chinese geopolitics part . Future Economics, 7 fev. 20.
Disponível em: https://future-economics.com/20/02/7/internal-chinese-geopolitics/. Acesso em: 2 nov. 202.

Durante o século XIX, o imperialismo ocidental, sobre- A China comunista


tudo dos ingleses, desestabilizou o poder político na China,
gerando grandes crises entre o final do século XIX e o Em 1949, o PCC conquistou definitivamente o poder em
imediato pós-Segunda Guerra Mundial. Além dos europeus, um movimento que ficou conhecido como Revolução Chine-
os japoneses também atacaram o país, conquistando inicial- sa. Surgiu então a República Popular da China, com regime
mente a região da Manchúria. Durante a Segunda Guerra, republicano de orientação socialista, tendo como modelo
o Japão se apoderou de quase dois terços do território inicial a União Soviética. Os nacionalistas do Kuomintang se
chinês, em especial das grandes cidades do litoral. refugiaram na Ilha Formosa, onde fundaram a China Nacio-
Com a fragilização do regime imperial chinês e o agra- nalista, conhecida como Taiwan.
FRENTE 2

vamento da pobreza, surgiram dois grupos oposicionistas


no país: o Kuomintang (Partido Nacionalista) e o PCC (Partido A abertura econômica
Comunista Chinês). Com a derrota do Japão pelos aliados
na Segunda Guerra Mundial e sua consequente retirada, A década de 19 marcou uma grande mudança na
acentuou-se, na China, a disputa armada entre o Kuomintang, política chinesa. A morte de Mao e o enfraquecimento de
liderado por Chiang Kai-shek (188-195), e o PCC, liderado seus seguidores abriram uma brecha no governo para a
por Mao Tsé-Tung (1893-196). subida de Deng Xiaoping.

AULAS 45 e 46 China 231


As mudanças impostas pelo novo governo puseram fim partido, o PCC. Os líderes deste ainda governam o país
ao processo da Revolução Cultural e, a partir de 19, de- lançando mão de censura de imprensa, prisões arbitrárias
ram origem ao sistema econômico que a China tem hoje, o e um nível elevado de execuções a cada ano. Ainda há
chamado socialismo de mercado. Foi restabelecida a produ- muita falta de liberdade no território chinês.
ção familiar no campo, e os investimentos governamentais
passaram a se concentrar nas indústrias bélicas, químicas Perspectivas para o crescimento chinês
e de alta tecnologia. Além disso, foram criadas as Zonas Entre os inúmeros desafios que a China necessita
Econômicas Especiais (ZEEs). superar, está o custo ambiental de sua industrialização.
As mudanças promovidas por Deng Xiaoping (194- O país detém um dos maiores parques industriais do globo
-199) levaram a economia chinesa a um contínuo e e também é um dos maiores poluidores do planeta. Atual-
impressionante crescimento econômico, de cerca de 1% mente, a China é o país que mais emite gases de efeito
ao ano. Atualmente, o país é a segunda economia do mun- estufa, especialmente pela sua grande queima de petróleo
do, e há previsões de superar os Estados Unidos entre as e carvão. Como tentativa de reverter esse processo, o país
décadas de 3 e 5. Aliás, é na relação com esse iniciou investimentos em energia limpa, com destaque para
país que podemos ter uma ideia ainda melhor do poder a geração de energia eólica.
econômico dos chineses. Por causa do volume das vendas Outra questão na qual o governo vem concentrando
chinesas para os Estados Unidos, a China é hoje um dos esforços é a distribuição territorial da riqueza gerada, prin-
maiores credores da endividada sociedade estadunidense. cipalmente na região oriental e central do território. Desde
É importante ressaltar que as aberturas econômicas os anos 199, o governo direciona investimentos e obras
não foram acompanhadas das políticas na República Po- de infraestrutura para o interior do país com o objetivo de
pular da China. O poder continua nas mãos de um único reduzir as disparidades socioterritoriais.

China: PIB por região – 2019

Tró
pic
od
eC
ânc
er

OCEANO
(em yuan) PACÍFICO
Golfo de
132 000 Bengala
99 000
66 000
33 000
450 km
0
Fonte: elaborado com base em STATISTA. Produto interno bruto (PIB) per capita na China
em 2019, por província ou região. Disponível em: www.statista.com/statistics/0/
china-per-capita-gross-domestic-product-gdp-by-province/. Acesso em: 2 nov. 202.
No mapa: As regiões oriental e central do território concentram 71% do PIB chinês.

232 GEOGRAFIA AULAS 45 e 46 China


Apesar de ainda manter taxas de crescimento bastante vigorosas, a partir da segunda metade da década de 1
a economia chinesa apresentou uma certa desaceleração. Em outras palavras, a China continua crescendo, mas em um
ritmo mais lento. Essa desaceleração é supostamente induzida pelo governo e resulta de fatores internos. A intenção de
Beijing é reduzir a grande dependência das exportações e dos maciços investimentos em megaobras de infraestrutura.
Ambas as situações são positivas, mas não costumam ser sustentáveis por longos períodos, pois o país fica bastante
vulnerável à demanda externa, e os megaprojetos podem se mostrar equivocados. Por isso, o governo chinês vem
reduzindo seus investimentos e incentivos nessas áreas e aposta mais no consumo das famílias chinesas para sustentar
a economia (desenvolvimento do mercado interno).

China: crescimento anual do PIB – 2020


% 20

15

10

-5

-10

-15

-20

-25

-30
1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020
Fonte: WORLD DATA BANK. World Development Indicators. Disponível em:
https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.KD.ZG?locations=CN. Acesso em: 2 nov. 202.
Crescimento do PIB chinês se mantém forte mesmo em períodos de crise.

Regiões geoeconômicas China: regiões geoeconômicas


A reorientação da economia chinesa iniciada por
Deng Xiaoping também promoveu transformações
socioespaciais, e hoje o país apresenta cinco regiões
geoeconômicas com características singulares:
y Manchúria: elevada densidade demográfica, im-
portante produção agropecuária (destaque para Manc
o trigo), rica em minérios e com grande presença
de indústrias de base.
y Xinjiang: área pouco populosa em razão da pre-
sença de desertos. Pratica-se agricultura irrigada
e exploração de petróleo, e há algumas indús-
trias estratégicas. Tibete
y Mongólia Interior: área pouco populosa em razão
do rigor climático (Deserto de Gobi). Pratica-se Tró
pic
od
agricultura irrigada. e Câ
ncer
y Tibete: área de grandes altitudes onde pre-
dominam atividades econômicas tradicionais e
pastoreio nômade (destaque para os iaques). Golfo de
y Planícies Chinesas: elevada densidade demográ- Bengala
OCEANO
fica, grande produção agrícola e concentração
FRENTE 2

0 500 km PACÍFICO
0
das indústrias de bens de consumo. Nessa re-
Fonte: elaborado com base em UOL Vestibulares. Disponível em:
gião, foram implantadas as ZEEs. https://vestibular.uol.com.br/simulado/poli2-ve.jhtm. Acesso em: 22 jan. 202.

AULAS 45 e 46 China 233


A política demográfica
Um dos maiores desafios enfrentados pelo governo chinês nas últimas décadas foi o de controlar o crescimento ve-
getativo de sua superpopulação. Por isso, ao fim dos anos 19, foi adotada uma política demográfica bastante polêmica
e restritiva, que autorizava os casais chineses a terem apenas um filho.
Apesar de essa política ter passado por várias flexibilizações ao longo dos últimos 3 anos, especialistas acreditam
que essas medidas serviram para evitar que a população atual do país fosse de 1, bilhão de habitantes.
Em 15, o governo chinês acabou com a política do filho único e passou a autorizar os casais a terem dois filhos.
Segundo o governo, a mudança foi tomada após o sucesso da iniciativa que contribuiu para o desenvolvimento do país
e para a saída da pobreza de mais de 4 milhões de chineses nas últimas três décadas.
Um dos efeitos colaterais dessa política foi o rápido envelhecimento da população chinesa − que também vem aumen-
tando sua expectativa de vida. Em 1, pela primeira vez em décadas, a população em idade ativa (PIA) caiu, e o índice
de fecundidade do país − em torno de 1,5 filho por mulher − é muito inferior ao nível que garante a renovação geracional.
Por isso, as discussões atuais vão no sentido de eliminar totalmente o controle estatal de natalidade.
China: pirâmides etárias – 1950 e 2020
1950
Homens Mulheres
85+
80-84
75-79
70-74
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
10% 8% 6% 4% 2% Percentual 2% 4% 6% 8% 10%

2020
Homens Mulheres
95+
90-94
85-89
80-84
75-79
70-74
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
10% 8% 6% 4% 2% Percentual 2% 4% 6% 8% 10%
Fonte: elaborado com base em PopulationPyramid.net. Disponível em: www.populationpyramid.
net/pt/república-popular-da-china/. Acesso em: 22 jan. 2022.

A comparação entre as pirâmides etárias evidencia o envelhecimento da população chinesa.

234 GEOGRAFIA AULAS 45 e 46 China


Exercícios de sala

1. UEM-PR 2019 A partir do final da década de 1970, 2. Uece 2019 A China é reconhecida por ser o maior
a China inicia um processo de reforma econômica no país do mundo em quantitativos demográficos e por
campo e na cidade, paralelamente à abertura da eco- ter a terceira maior extensão territorial do mundo.
nomia para o exterior. Denominada economia socialista Além disso, outros aspectos que lhe conferem noto-
de mercado, buscou conciliar o processo de abertura riedade são seu intenso crescimento econômico e
econômica e a adoção de mecanismos da economia sua crescente atuação política, que tornam o país um
de mercado com a manutenção no plano político, da
importante ator no cenário internacional.
ditadura de partido único, o Partido Comunista Chinês
Considerando algumas características da China, aten-
(PCC). A China tem sido a economia que mais cresce
te para as seguintes armações:
no mundo, a uma taxa média de 10% ao ano. Em 1980,
seu PIB era de 202 milhões de dólares; em 2016, tinha I. Apesar de ser um dos maiores países do mundo
atingido 11,4 trilhões de dólares. em termos de área, a China enfrenta problemas em
(adaptado de SENE, E. de; MOREIRA, J. C. Geografia geral e do Brasil. relação aos seus recursos naturais, pois boa parte
vol. único. São Paulo: Ática, 2018, p. 379). de seu território é ocupada por extensos desertos,
Sobre esse processo de reforma econômica, assinale além de áreas montanhosas muito acidentadas.
o que for correto. II. Desde o segmento de fontes energéticas reno-
 A partir dos meados do século XX, houve maior váveis, principalmente solar, no Chile, passando
diversificação das atividades econômicas, as- pelo pré-sal e infraestrutura no Brasil e pelo sha-
sim como aumento na quantidade de produtos le gas nos Estados Unidos, a China tem realizado
industrializados e de produtos com maior valor investimentos no continente americano visando
agregado na pauta de exportações do País. As ampliar sua zona de influência global e atender
empresas tiveram que se adequar às demandas seus interesses comerciais e estratégicos por
do mercado, melhorando os produtos, baixando meio de suas empresas estatais.
os preços. Dessa forma, a economia chinesa pas- III. A China integra o BRICS, grupo dos principais paí-
sou a ter alcance mundial. ses em desenvolvimento composto também por
 O acelerado crescimento e a transformação do Brasil, Rússia, Índia e África do Sul, que funciona
País em fábrica do mundo modificaram radical- como um agrupamento geopolítico e geoeconô-
mente as paisagens chinesas, especialmente as mico de apoio aos Estados Unidos.
urbanas. Cidades como Xangai e Pequim cresce-
ram exponencialmente, fábricas foram erguidas Está correto o que se arma em
sem o devido controle ambiental e tiveram como a) I e III apenas.
consequência a poluição com índices alarmantes. b) I e II apenas.
 O crescimento da industrialização chinesa, que c) II e III apenas.
se concentrou principalmente nas cidades cos- d) I, II e III.
teiras situadas no oeste do País, possibilitou o
crescimento destas e intensificou as migrações 3. EsPCEx-SP 2017 A China tem se tornado uma das
internas, sem restrições do governo central. Al- maiores potências mundiais. É considerada uma
gumas cidades dessa região são denominadas economia emergente, tanto pelo peso de sua eco-
cidades abertas, portas abertas, pois permitem
nomia quanto pela forte influência que exerce no
a livre circulação de pessoas e de trabalhadores
cenário regional e global. A expansão da indústria
oriundos da zona rural.
tem sido um dos principais fatores do crescimento
 O governo chinês concedeu aos investidores
da economia desse país. Sobre a economia chinesa,
estrangeiros liberdade de atuação nas novas
regiões industriais, sobretudo nas zonas econô- podemos afirmar que
micas especiais. Quase todas as transnacionais I. a indústria pesada ainda permanece sob o controle
com atuação global têm filiais nessas regiões, estatal chinês e concentra-se, predominantemen-
mas para se instalarem precisam criar parcerias te, nas províncias da Manchúria, no nordeste do
com empresas públicas ou privadas chinesas. País, a qual dispõe de vastas reservas de carvão
 Mesmo com a economia em crescimento e apoia- mineral e minério de ferro.
FRENTE 2

da em moldes capitalistas, o Estado controla os II. a indústria de alta tecnologia expandiu-se rapida-
setores mais estratégicos. O governo chinês tem mente no País, o que o tornou um dos maiores
estimulado o desenvolvimento científico e tec- exportadores do mundo de produtos ligados à
nológico e, com o objetivo de atrair indústrias de tecnologia da informação. Entretanto, a China
alta tecnologia, foram criadas zonas de desenvol- não controla a maior parte das tecnologias mais
vimento econômico e tecnológico, os tecnopolos. valiosas dos produtos que fabrica, pois tais com-
Soma: ponentes são fabricados no exterior.

AULAS 45 e 46 China 235


III. o dinamismo econômico da região litorânea da China vem se difundindo em direção ao cinturão agrícola do
interior. Tal fato tem propiciado um maior equilíbrio do PIB per capita entre a “China marítima” e a “China interior”.
IV. atualmente, com o envelhecimento da população e com o desenvolvimento tecnológico do setor industrial, a
mão de obra tem encarecido e levado indústrias a se transferirem para o interior do País, em busca de mão de
obra mais barata.
V. a China não foi autorizada a participar da Organização Mundial do Comércio (OMC), pelo tratamento dado aos
direitos individuais e liberdades civis de sua população; dessa forma, o País não obedece às regras do comércio
internacional, mantendo elevados subsídios à agricultura e altas taxas de importação.
Assinale a alternativa que apresenta todas as armativas corretas.
a) I, II e III
b) I, II e IV
c) II, III e V
d) I, IV e V
e) III, IV e V

4. EsPCEx-SP 2020 China e Índia são dois gigantes que possuem inúmeras semelhanças, como, por exemplo, o fato de
serem os países mais populosos do mundo e fazerem parte dos chamados BRICS. Apesar disso, guardam inúmeras
características que os diferenciam entre si.
Sobre as diferenças entre esses dois gigantes, podemos citar os fatos de que, enquanto:
I. a Índia baseia sua matriz energética no petróleo e na energia nuclear, a China prioriza o gás natural e o carvão
mineral.
II. a China implantou um rígido programa de controle de natalidade, a Índia não tem demonstrado a mesma preocu-
pação ao longo das últimas décadas.
III. a China dispõe de uma maior diversidade cultural, a Índia possui uma cultura milenar, o que lhe garante maior
homogeneidade étnica e linguística.
IV. o modelo econômico chinês privilegiou a produção industrial, a Índia está se convertendo numa economia de
serviços, na qual se destacam setores como tecnologia da informação e biotecnologia.
Assinale a alternativa que apresenta todas as armativas corretas, dentre as listadas acima.
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) II e IV
e) I e IV

5. Unicamp-SP 2013 Graças ao tamanho continental e à imensa população do país, as políticas implementadas pelo governo
permitiram à China combinar as vantagens da industrialização voltada para a exportação, induzida em grande parte pelo
investimento estrangeiro, com as vantagens de uma economia nacional centrada em si mesma e protegida informalmente
pelo idioma, pelos costumes, pelas instituições e pelas redes, aos quais os estrangeiros só tinham acesso por intermediários
locais. Uma boa ilustração dessa combinação são as imensas ZPEs que o governo da China ergueu do nada e que hoje
abrigam dois terços do total mundial de trabalhadores em zonas desse tipo.
(Adaptado de Giovanni Arrighi, Adam Smith em Pequim: origens e fundamentos do século XXI. São Paulo: Boitempo, 2008, p.362.)

a) Indique duas ações políticas do governo chinês que produziram as condições internas para a ascensão econô-
mica do país.

236 GEOGRAFIA AULAS 45 e 46 China


b) Aponte as estratégias geopolíticas utilizadas pela China para a obtenção de recursos naturais em distintas partes
do mundo, que possibilitam a manutenção do atual modelo de produção industrial em larga escala no país.

FRENTE 2

Guia de estudos
Geografia • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 8
I. Leia as páginas de 122 a 127. III. Faça os exercícios propostos de 41 a 50.
II. Faça os exercícios 9 e 10 da seção “Revisando”.

AULAS 45 e 46 China 237


FRENTE 2
AULAS 47 e 48

África: regionalização e desafios


A África, ou continente africano, tem pouco mais de África: IDH – 2018
3,3 milhões de km (quase quatro vezes o tama-
EUROPA
nho do Brasil). O continente é habitado por cerca de
Ma
r Mediterrân
1, bilhão de pessoas (16% da população mundial), eo
ÁSIA
distribuídas desigualmente entre 54 países, nove
territórios e dois Estados independentes não reco-

M
Trópico de Câncer

ar
nhecidos pela ONU.

Ve
r
As características socioeconômicas que mais se

m
elh
o
destacam entre os países africanos são a pobreza e
a miséria. Dos 3 países mais pobres do mundo, 
localizam-se na África. Predominam no continente
países com baixo IDH. Poucos possuem IDH médio

Meridiano de Greenwich
Equador
(caso de Egito e África do Sul), e nenhum apresenta 0°
IDH elevado. Assim, o continente africano é o que OCEANO
OCEANO
ÍNDICO
mais apresenta características típicas de um contexto ATLÂNTICO

de subdesenvolvimento.
A economia da maior parte dos países africanos é
sustentada pela mineração, responsável por cerca de Índice de Desenvolvimento
Humano
9% da receita proveniente da exportação. O uso do
De 0,354 a 0,546 – Baixo Trópico de Capricórni
o
solo na área rural é dividido em grandes áreas mo- De 0,556 a 0,699 – Médio N
nocultoras e pequenas lavouras de subsistência. A De 0,700 a 0, 798 – Elevado
agricultura voltada para exportação tem como des- Sem dados
0 930 km
taques: café, cana-de-açúcar, cacau e algodão. Além 0°
disso, de modo geral, muitos países do continente Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico:
dependem da importação de petróleo e produtos in- espaço mundial. . ed. rev. e atual. São Paulo: Moderna, 20. p. .

dustrializados.
O processo de colonização da África fez com que os povos do continente fossem desestruturados, o que atingiu as
economias locais, além de criar fronteiras artificiais que deram origem a guerras civis. O tráfico negreiro, que transportou
quase 4 milhões de africanos para a América e o Oriente Médio, foi responsável por subtrair parte da mão de obra local
e também por acentuar a desestruturação econômica e social. Com isso, o desenvolvimento econômico da maioria dos
países africanos tornou-se cada vez mais difícil, e a miséria generalizou-se no continente. Atualmente, países inteiros são
tomados por epidemias, baixa expectativa de vida, analfabetismo, desemprego e fome.
A origem de tais problemas possui fortes raízes históricas, como o relevante papel da colonização do continente africano
pelos europeus. Durante o século XIX, a Europa conheceu um grande surto de industrialização, o qual elevou a necessidade
de matérias-primas baratas e mercado consumidor. Cada país que se industrializava procurava garantir posses coloniais
no mundo. Entre 1884 e 1885, realizou-se a Conferência de Berlim, na qual as potências europeias buscaram resolver as
disputas pelos territórios africanos, definir direitos de navegação e comércio e evitar conflitos entre as nações envolvidas.

Divisões do continente
Considerando o posicionamento em relação aos pontos cardeais, o continente africano é dividido em cinco regiões.
Porém, há outra divisão do continente africano, estabelecida por critérios culturais, religiosos e étnicos, que separa a África
em Setentrional e Subsaariana. Esses critérios auxiliam na compreensão da maior incidência de conflitos na segunda região,
apesar de não serem os únicos fatores determinantes. O Norte da África apresenta uma uniformidade religiosa (islamismo)
e uma quantidade relativamente pequena de etnias, o que ajuda a diminuir a incidência de conflitos. A presença do De-
serto do Saara explica, em parte, essa reduzida quantidade de etnias, pois é um ambiente incapaz de sustentar grandes
populações. Já a África Subsaariana apresenta uma ampla diversidade religiosa, com a presença do islamismo, do cristia-
nismo e das religiões animistas locais. Existe também uma enorme diversidade étnica, que contribui para que os conflitos
sejam sempre complexos, envolvendo diversos fatores, como o desenvolvimento de grande diversidade demográfica.

238 GEOGRAFIA AULAS 47 e 48 África: regionalização e desafios


África: regionalização

Meridiano de Greenwich
Estreito de
Gibraltar TUNÍSIA
Mar Mediterrâneo
MARROCOS

ARGÉLIA
LÍBIA EGITO
SAARA
OCIDENTAL

Ma
Trópico de Câncer

r
Ve
rm
CABO MAURITÂNIA MALI

elh
VERDE NÍGER CHADE

o
SUDÃO ERITREIA DJIBUTI
SENEGAL
GÂMBIA BURKINA
FASSO
GUINÉ- GUINÉ NIGÉRIA
-BISSAU COSTA DO ETIÓPIA
REP. SUDÃO
MARFIM
CENTRO- DO SUL
SERRA LEOA CAMARÕES -AFRICANA
LIBÉRIA GANA SOMÁLIA
TOGO UGANDA
Equador QUÊNIA
BENIM 0°
SÃO TOMÉ REPÚBLICA RUANDA
E PRÍNCIPE DEMOCRÁTICA BURUNDI
DO CONGO
GUINÉ EQUATORIAL TANZÂNIA
GABÃO
REP. DO CONGO SEICHELES
OCEANO I. Comores
ANGOLA MALAUÍ
ATLÂNTICO MOÇAMBIQUE
ZÂMBIA

MAURÍCIO
ZIMBÁBUE
NAMÍBIA MADAGASCAR
Trópico de Capricórnio BOTSUANA

ESWATINI

ÁFRICA LESOTO
DO SUL

OCEANO
África Setentrional N
ÍNDICO

África Subsaariana
Países do Magrebe 0 750 km

Fonte: elaborado com base em FRANCISCO, Wagner de Cerqueira e. As duas Áfricas. Brasil Escola. Disponível
em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/as-duas-africas.htm. Acesso em: 2 nov. 202.

África Setentrional
Os países que se localizam no norte do Deserto do Saara têm algumas especificidades que precisam ser analisadas
isoladamente. A África Setentrional, também chamada de Norte da África ou África Mediterrânea, é marcada pela cultura
árabe, baseada na religião islâmica. Nessa região, encontram-se o Egito e a sub-região do Magrebe, que é formada por
Argélia, Tunísia e Marrocos (Magrebe central), além da Líbia, Mauritânia e Saara Ocidental (que complementam o grande
Magrebe).
Egito, Argélia e Líbia tiveram um desenvolvimento econômico que permite classificá-los como países semiperiféricos.
O elemento marcante do desenvolvimento econômico desses países é a industrialização, a modernização das infraestru-
turas de transporte e energia e o controle sobre a produção e comercialização de petróleo.

Sahel
O Sahel é uma faixa de terras com 5 a  km de largura e 5 4 km de extensão, marcado pelo clima semiárido,
com precipitação anual variando entre 1 mm e  mm. Na sua porção norte, predominam pastores que deslocam
seus rebanhos para o sul nos períodos mais secos. O trecho ao sul, mais úmido, é dominado por atividades agrícolas.
Nos últimos anos, os problemas e conflitos na região se intensificaram. Não bastasse o problema das fronteiras arti-
FRENTE 2

ficiais, a união de povos com pouca identificação, os Estados fracos e as mudanças climáticas, em conjunto com práticas
exploratórias agressivas, ampliaram a desertificação e tornaram inférteis áreas onde antes a prática agrícola era possível,
agravando o problema da fome. Além disso, a presença de grupos políticos internacionais com práticas terroristas vem
aumentando na região.

AULAS 47 e 48 África: regionalização e desafios 239


Sahel: precipitação média anual
N
Precipitação média
anual (em mm)
0 495 km Estreito de
Sahel
Gibraltar
0
TUNÍSIA Mar Mediterrâneo 100
MARROCOS 200

h
400

eenwic
600

o de Gr
Trópic LÍBIA
o de Cân
ce r
ARGÉLIA 800
EGITO

M
3 000

ar
Meridian
SAARA

Ve
OCIDENTAL

rm
elh
CABO MAURITÂNIA

o
VERDE MALI
NÍGER
CHADE SUDÃO
SENEGAL
ERITREIA
GÂMBIA
GUINÉ- BURKINA
-BISSAU GUINÉ FASSO
DJIBUTI
BENIM
COSTA NIGÉRIA
SERRA LEOA
DO ETIÓPIA
LIBÉRIA MARFIM REPÚBLICA SUDÃO
DO SUL
TOGO CAMARÕES CENTRO-AFRICANA
GANA
OCEANO REPÚBLICA SOMÁLIA
GUINÉ DEMOCRÁTICA UGANDA OCEANO
ATLÂNTICO CONGO
0° EQUATORIAL DO CONGO QUÊNIA ÍNDICO

Fonte: elaborado com base em O Sahel: clima e precipitação. SciencesPo, 202. Disponível em: https://bibnum.sciencespo.fr/s/
catalogue/ark://scfb#?c=&m=&s=&cv=&xywh=-0%2C0%2C2%2C0. Acesso em:  fev. 2022.

África Subsaariana
As recorrentes crises na África Subsaariana têm raízes históricas e políticas que devastaram as economias locais ou
impossibilitaram seu desenvolvimento. Cerca de metade da população possui renda inferior a 1 dólar por dia.
A instabilidade política, resultado de diferentes rivalidades e conflitos étnicos dentro de um mesmo país e também
de disputas pelo controle das riquezas naturais, muitas vezes impede o Estado de promover a adequada tecnificação do
território, como construção de estradas, portos, usinas hidrelétricas e demais obras de infraestrutura, e de financiar a
produção no campo. Também não é possível tributar adequadamente as atividades econômicas e, dessa forma, levantar
fundos necessários para investir em políticas de desenvolvimento.
Com as populações isoladas em partes do território e a inexistência de uma rede de abastecimento eficiente, as
catástrofes naturais (secas, inundações) agravam as já delicadas condições socioeconômicas, aumentando as crises de
fome, doenças, mortes e migrações.

África: desnutrição – 1991 e 2019


EUROPA
1991 2019
Estreito de Ma
r Mediterrân
Mar Mediterrâneo eo
Meridiano de Greenwich

Gibraltar
ÁSIA
Ma

Trópico de Câncer Trópico de Câncer


ar
r V

Ve
erm

rm
elh
elh

o
o

Equador Equador OCEANO



ATLÂNTICO 0°
OCEANO OCEANO
wich

ATLÂNTICO Prevalência de
ÍNDICO
subnutrição na
Meridiano de Green

população (%)
5% De 0 a 2,5
20% De 2,5 a 5
35% De 5 a 10
50% Trópico de Capricórnio
De 10 a 25 N
N Trópico de Capricórnio
65% De 25 a 40
80% De 40 a 60
Sem dados OCEANO Sem dados 0 990 km
0 1 130 km
ÍNDICO

Fonte: elaborado com base em MENEZES, Pedro. 0 gráficos para ficar otimista com o futuro da África (e do mundo). Mercado Popular,
22 ago. 207. Disponível em: http://mercadopopular.org/207/0/africa-otimismo-graficos/; Fonte: elaborado com base em FOOD AND
AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. World food and agriculture – Statistical pocketbook 2020. Rome: FAO, 2020. p. .
Disponível em: www.fao.org/policy-support/tools-and-publications/resources-details/en/c/2/. Acessos em: 2 nov. 202.

240 GEOGRAFIA AULAS 47 e 48 África: regionalização e desafios


O acesso à internet, fator associado a avanços econômicos e sociais, ainda é bastante restrito na África. Atualmente,
apenas 8% da população do continente possui acesso à rede, percentual atingido pelos Estados Unidos há  anos.

República da África do Sul


Apesar de localizar-se na África Subsaariana, a África do Sul possui algumas especificidades que necessitam ser ana-
lisadas separadamente. Atualmente, exerce liderança política e econômica no continente (detém cerca de 1% do PIB do
continente). A indústria da mineração é a base econômica do país, possuindo as maiores reservas de ouro e manganês
do planeta. Também se destacam as minas de diamante, platina e minerais estratégicos para a indústria bélica, como
urânio, cobalto e tungstênio.

África do Sul: recursos naturais


20° L ZIMBÁBUE
Portos principais BOTSUANA

LIMPOPO

30° S

OCEANO
ATLÂNTICO OCEANO
ÍNDICO

Esperança
Agulhas 0 230 km

Fonte: elaborado com base em South Africa – Industry and Mining. University
of Texas Libraries, [s.d.]. Disponível em: https://legacy.lib.utexas.edu/maps/
south_africa.html. Acesso em: 2 nov. 202.

No fim do século XVIII, os ingleses ocuparam a Cidade do Cabo, que, à época, estava sob domínio francês, dando
origem à colônia britânica do Cabo. Os conflitos entre colonos ingleses, que eram antiescravidão e estavam ampliando
seus domínios em busca das jazidas de diamante, holandeses e negros nativos fomentaram o deslocamento dos bôeres
para o interior da região e para a fundação das províncias de Orange e Transvaal. Para marcar a diferença defendida pelos
bôeres, eles passaram a se denominar africâneres, distinguindo-se dos colonos de origem inglesa.
Entre 1899 e 19, os bôeres foram derrotados pelos ingleses na Segunda Guerra dos Bôeres (a Primeira ocorreu
entre 188 e 1881, quando Transvaal proclamou-se república). Essa derrota pôs fim, em 191, às disputas entre colo-
nizadores, originou a União Sul-Africana e reuniu todas as províncias, transformando-as em uma colônia inglesa. A partir
desse momento, iniciaram-se as primeiras medidas que levaram o país ao apartheid (separação), política segregacionista
que perdurou na África do Sul de 1948 até a década de 199.
Em 1911, o Colour Bar Act proibiu os negros de ocuparem empregos qualificados. O Native Land Act, de 1913, dividiu
as terras entre descendentes de europeus e negros. Mesmo representando 5% da população, os negros ficaram com ape-
nas 8% das terras locais, nomeadas bantustões. Ao mesmo tempo, o pass system limitou a circulação dos negros pelo país.
O apartheid se institucionalizou em 1948, com a independência do país e o governo liderado por uma minoria branca.
O endurecimento do regime do apartheid levou a várias revoltas da população negra. Na tentativa de contê-las, o governo
sul-africano tomou medidas drásticas, ordenando milhares de prisões e muitas execuções. Na década de 19, como forma
de impedir a migração de negros para as cidades do país, o governo decretou a independência de alguns bantustões,
transformando-os em países à parte, fazendo com que os habitantes perdessem sua nacionalidade. Entretanto, não foram
amplamente reconhecidos no exterior e foram reintegrados após o fim do apartheid.
FRENTE 2

Com o fim do apartheid sul-africano, ocorreu em 1994 a primeira eleição multirracial na África do Sul, na qual todos os
habitantes tiveram os mesmos direitos de votar e se candidatar. Em 1995, Nelson Mandela (1918-13), líder sul-africano
na luta contra o apartheid, que esteve preso entre 196 e 199, foi eleito presidente.

AULAS 47 e 48 África: regionalização e desafios 241


África do Sul: composição étnica – 2019 lata, com concentração de mão de obra barata, assim como
as favelas. Foram palco de manifestações, lutas e choques
2,6% com a polícia, como se deu em Sharpeville e Soweto, duas
townships próximas de Johannesburgo.
7,9%

8,8% Negros
Perspectivas
Mestiços
No fim do século XX, com o término da Guerra Fria,
muitos países africanos que eram financiados pelas super-
Brancos
potências deixaram de receber recursos e armas para os
80,7% Asiáticos e outros
governos e grupos rebeldes, resultado da perda de rele-
vância do continente no cenário internacional.
Como consequência, um novo ciclo de guerras civis,
Fonte: VIGNE, Randolph et al. South Africa. Encyclopædia Britannica, movimentos separatistas e levas de refugiados eclodiu em
0 mar. 2020. Disponível em: www.britannica.com/place/South-Africa/ diversos países, e alguns deles perderam território.
Conservation#ref00. Acesso em: 2 nov. 202. No início do século XXI, o aumento dos preços dos gê-
As relações de poder entre os diversos grupos étnicos da África do Sul neros agrícolas, minerais metálicos e do petróleo no mercado
estão na raiz dos principais conflitos que existem no país.
internacional favoreceu a injeção de recursos econômicos
No início de 18, após nove anos no poder, o até em muitos países que exploram recursos naturais − como
então presidente Jacob Zuma (194-), importante líder da aqueles que praticam uma pecuária razoavelmente desen-
luta pelo fim do apartheid, foi forçado pelo seu partido, o volvida e que contam com sistema de escoamento. Esse
Congresso Nacional Africano (CNA) – ao qual Mandela era cenário possibilitou o crescimento do PIB de Angola, Nigéria,
filiado e que governa o país desde a democratização em Chade, Guiné Equatorial, entre outros.
1994 –, a renunciar ao cargo devido a diversas denúncias Associado a isso, o grande crescimento da economia
de corrupção. Desde então, a presidência foi assumida por asiática no século XXI, liderado pela China, promoveu políti-
Cyril Ramaphosa (195-). cas de investimento tanto na produção como na instalação
É importante destacar que, no período em que vigo- de infraestrutura em diversos países da África Subsaariana,
rava o apartheid, a África do Sul conheceu um expressivo especialmente nos setores de transporte, energia e minério.
desenvolvimento econômico, baseado na superexploração O investimento asiático criou forte concorrência com em-
da mão de obra negra e barata pelos descendentes de eu- presas estadunidenses e europeias − algumas foram até
ropeus. Por causa do seu caráter nacionalista e do apoio desbancadas, o que afastou ainda mais a influência desses
inicial das potências europeias, o governo conseguiu rea- países no continente.
lizar grandes investimentos na área de indústrias de base O aumento das exportações para China e Índia nos
e infraestrutura, garantindo a formação de um complexo últimos anos praticamente igualou o comércio realizado
parque industrial. É evidente que, nas condições políticas com a União Europeia e os Estados Unidos.
em que tal crescimento econômico ocorreu, apenas os África: exportações
brancos foram beneficiados, criando-se uma acentuada 100 0,6
desigualdade social no país. Mesmo assim, após todas
0,5
essas mudanças, a África do Sul continua sendo um país 80
Trilhões de dólares
que possui fortes desigualdades sociais com base na 0,4
60
cor da pele. A igualdade perante a lei não garantiu ainda a
%

0,3
todos os negros do país a igualdade de fato. Eles assumem 40
os piores empregos, em virtude da péssima formação escolar 0,2
que o regime do apartheid lhes proporcionava; moram nos 20 0,1
piores bairros; em suma, têm um baixo nível de vida, decor-
rente da herança dos tempos da discriminação oficializada. 0 0
1990 1995 2000 2005 2010 2016
Ano
TOWNSHIPS
Fabricantes de alta e média qualificação tecnológica
As heranças da discriminação e do racismo do passa- (porcentagem)
do recente da África do Sul são facilmente reconhecidas Commodities processadas e produtos que exigem
no território. A separação espacial entre brancos e negros baixa qualificação (porcentagem)
durante o apartheid obrigava os negros a viverem em Commodities não processadas (porcentagem)
Valor total das exportações
bantustões e “cidades negras” − as atuais townships − nas (trilhões de dólares, escala da direita)
periferias das grandes cidades. Fonte: elaborado com base em UNCTAD. Trade and development:
A infraestrutura e qualidade de vida nessas localidades Report 20 – Power, platforms and the free trade delusion.
eram e ainda são insatisfatórias, com deficientes sistemas Nova York: UNCTAD, 20. p. . Disponível em: https://unctad.org/
system/files/official-document/tdr20_en.pdf. Acesso em: 2 nov. 202.
de fornecimento de energia e água, de coleta de esgoto, de
Apesar do esforço de integração dos países africanos ao comércio
transporte e demais serviços, sem mencionar educação e internacional, a maior parte de suas exportações ainda se limita a produtos
saúde. São conjuntos de habitações simples, muitas feitas de primários e de pouco valor agregado.

242 GEOGRAFIA AULAS 47 e 48 África: regionalização e desafios


África: exportações por nível tecnológico
Para países desenvolvidos China
100 0,40 100 0,07
0,35 0,06
80 80

Trilhões de dólares
Trilhões de dólares
0,30
0,05
60 0,25 60 0,04
%

%
0,20
40 40 0,03
0,15
0,10 0,02 Fabricantes de alta e média
20 20 qualificação tecnológica
0,05 0,01
(porcentagem)
0 0 0 0
Commodities processadas e
1990 1995 2000 2005 2010 2016 1990 1995 2000 2005 2010 2016
produtos que exigem baixa
Ano Ano
qualificação (porcentagem)
Intrarregional Demais países Commodities não processadas
100 0,10 100 0,10 (porcentagem)
Valor total das exportações
80 0,08 80 0,08

Trilhões de dólares
Trilhões de dólares (trilhões de dólares, escala
da direita)
60 0,06 60 0,06
Participação no total de
%

%
exportações (porcentagem)
40 0,04 40 0,04

20 0,02 20 0,02

0 0 0 0
1990 1995 2000 2005 2010 2016 1990 1995 2000 2005 2010 2016
Ano Ano
Fonte: elaborado com base em UNCTAD. Trade and development: Report 20 - Power, platforms and the free trade delusion. Nova York: UNCTAD, 20. p. .
Disponível em: https://unctad.org/en/PublicationsLibrary/tdr20_en.pdf. Acesso em: 2 nov. 202.
A partir dos gráficos, observa-se a preponderância chinesa como um dos principais parceiros comerciais da África.

Exercícios de sala

1. Enem 2018 No Segundo Congresso Internacional de Ciências Geográficas, em 1875, a que compareceram o presidente
da República, o governador de Paris e o presidente da Assembleia, o discurso inaugural do almirante La Rouciére-Le Noury
expôs a atitude predominante no encontro: “Cavalheiros, a Providência nos ditou a obrigação de conhecer e conquistar a
terra. Essa ordem suprema é um dos deveres imperiosos inscritos em nossas inteligências e nossas atividades. A geografia,
essa ciência que inspira tão bela devoção e em cujo nome foram sacrificadas tantas vítimas, tornou- se a filosofia da terra”.
SAIO, E. Cultura e política. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.

No contexto histórico apresentado, a exaltação da ciência geográca decorre do seu uso para o(a)
a) a preservação cultural dos territórios ocupados.
b) formação humanitária da sociedade europeia.
c) catalogação de dados úteis aos propósitos colonialistas.
d) desenvolvimento de técnicas matemáticas de construção de cartas.
e) consolidação do conhecimento topográfico como campo acadêmico.

2. IFPE 2020

ÁFRICA DISCUTE BENEFÍCIOS E DESVANTAGENS DA GLOBALIZAÇÃO


Para muitas agências internacionais que atuam para aliviar a fome e a pobreza na África, a globalização é um
assunto polêmico.
Os que são a favor do processo, como o ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Michel Camdessus, argu-
FRENTE 2

mentam que a globalização vai levar à modernização da economia e à remoção dos impedimentos comerciais. Camdessus
diz que “se deve conseguir reduzir a pobreza e estimular o crescimento econômico”.
Mas os críticos, como a entidade beneficente britânica ActionAid, argumentam que a liberalização do comércio está prejudi-
cando a África. A ActionAid diz que a abertura comercial, especialmente na área agrícola, resultou na “ameaça ou destruição
do meio de vida de milhões de agricultores” e na manutenção da pobreza.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/economia/021204_africadb.shtml. Acesso em: 21 out. 2019. (adaptado).

AULAS 47 e 48 África: regionalização e desafios 243


Com base na reportagem exposta no texto, os argumentos favoráveis e contrários à globalização no continente afri-
cano, respectivamente, são
a) o endividamento externo e a destruição da economia de subsistência.
b) a redução de barreiras alfandegárias e a desorganização das comunidades tradicionais.
c) a intervenção do Estado na economia e a dependência tecnológica.
d) o investimento de capitais em economias emergentes e o declínio do movimento sindical.
e) a regulação do mercado financeiro e o fim da agricultura tribal.

3. UFSC 2015

Disponível em: http://www.pordentrodaafrica.com/. Acesso em: 19 set. 2014.

Sobre o continente africano, é CORRETO armar que:


 é um continente cuja população urbana é superior à rural, considerando que a indústria é a atividade econômica
predominante.
 mesmo com enormes riquezas naturais, em sua maior parte é um continente pobre e subdesenvolvido que apre-
senta baixos índices de desenvolvimento econômico.
 a origem dos baixos índices de desenvolvimento econômico e social no continente tem raízes históricas, relaciona-
das às ocupações e à expropriação de riquezas por parte de vários países europeus desde pelo menos o século XV.
 a maior parte dos países que formam o continente teve suas fronteiras traçadas por países colonizadores que não se
preocuparam com as culturas das diversas etnias nem com o uso de seus territórios.
 os problemas sociais dos países africanos são resultado da forma de organização política e econômica, baseada
em culturas ancestrais, e do isolamento do mundo ocidental.
 a Revolução Técnico-Científico-Informacional, ocorrida na Europa oriental, motivou vários países europeus a
explorar matérias-primas no continente, especialmente minérios, fundamentais para a produção industrial.
Soma:

4. UFRGS 2018 Observe o mapa abaixo.

244 GEOGRAFIA AULAS 47 e 48 África: regionalização e desafios


Considere as seguintes armações sobre a origem dos grupos étnicos africanos escravizados, trazidos para o Brasil
entre os séculos XV e XIX.
I. A maior parte dos grupos étnicos são oriundos do norte da África.
II. As principais áreas de saída de africanos foram os atuais territórios de Moçambique e Angola.
III. Os grupos étnicos africanos escravizados, levados ao nordeste, vêm do leste da África, e aqueles levados para
o sudeste e o sul são oriundos da África ocidental.
Quais estão corretas?
a) Apenas I. c) Apenas III. e) I, II e III.
b) Apenas II. d) Apenas II e III.

5. UCS-RS 2014 Nas últimas décadas, muitos países africanos registraram um crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB), mas o Continente ainda enfrenta sérios problemas socioeconômicos. Considere as seguintes afirmativas sobre
a África Subsaariana.
I. Enfrenta altos índices de pessoas infectadas pelo vírus HIV e pela malária.
II. Sofre limitações no desenvolvimento da produção local, pois está fora das prioridades dos mercados mundiais.
III. Apresenta o menor índice de conflitos no Continente, devido ao respeito às Leis Internacionais sobre Refugiados.
Das armativas acima, pode-se dizer que
a) apenas I está correta. c) apenas I e II estão corretas. e) I, II e III estão corretas.
b) apenas II está correta. d) apenas II e III estão corretas.

6. ESPM-SP 2019 A imagem de satélite a seguir destaca:

a) o maior delta do mundo de um rio que nasce em uma região úmida e posteriormente percorre uma zona árida,
transportando ao longo de seu curso sedimentos e detritos orgânicos que são depositados no baixo curso.
b) um rio de regime equatorial drenado por elevada pluviosidade, durante o ano todo, com sentido longitudinal e
extremamente aproveitado pelo alto potencial energético.
c) um rio intermitente que percorre zonas áridas e é vital para o transporte da população ribeirinha local, além de
ser importante para a geração de energia e irrigação da agricultura dos países localizados na área de sua bacia.
d) o maior rio do mundo, que apresenta um trajeto latitudinal, correndo do interior para o litoral, transportando sedi-
mentos e detritos orgânicos, apresentando uma foz em forma de estuário.
e) um dos maiores rios do mundo com regime endorreico em região que, no passado, se desenvolveu uma das
mais importantes civilizações da história.
FRENTE 2

Guia de estudos

Geografia • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 9


I. Leia as páginas de 162 a 175. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 12.
II. Faça os exercícios de 1 a 5 da seção “Revisando”.

AULAS 47 e 48 África: regionalização e desafios 245


Gabarito

Frente 1 Frente 2 Aulas 45 e 46


1. Soma: 01 + 02 + 08 + 16 = 27
Aulas 37 e 38 Aulas 37 e 38 2. B 3. B 4. D
1. C 2. B 1. A 3. B 5. A
5. a) A principal ação do governo chi-
3. Soma: 01 + 04 + 08 + 16 = 29 2. B 4. B 6. C nês para promover o crescimento
4. C 5. E econômico foi a criação das Zonas
Econômicas Especiais (ZEEs), que
Aulas 39 e 40 são áreas abertas ao investimento
internacional, atraindo inúmeras em-
Aulas 39 e 40 1. C 3. E 5. C
presas e centralizando a produção
1. B 2. D 3. B 4. B 2. A 4. D 6. C industrial de bens de consumo com
ampla infraestrutura e mão de obra
barata. Outra medida do gover-
Aulas 41 e 42 Aulas 41 e 42 no chinês tem sido o investimento
1. A 3. C 5. A maciço em educação, tecnologia e
1. B 3. B 5. A
ciência, criando uma classe de tra-
2. C 4. B 6. D 2. C 4. A balhadores qualificada e capaz de
competir em outros setores da eco-
nomia com Estados Unidos, Japão e
Aulas 43 e 44 Aulas 43 e 44 União Europeia.
1. B 3. B 5. E 1. A 2. C 3. D 4. E b) Tendo em vista o acelerado cres-
2. E 4. E cimento da economia chinesa, a
5. a) A Ucrânia é um dos países mais demanda por matérias-primas tam-
importantes da Comunidade de bém tem se tornado cada vez maior.
Estados Independentes (CEI) e Entre as estratégias geopolíticas
Aulas 45 e 46 fundamental para manutenção do para garantir o acesso aos recursos
1. B 3. E 5. C poder russo no Leste Europeu. necessários, a China tem feito uma
Com uma economia industrializa- série de acordos econômicos com
2. C 4. B
da, produção agrícola relevante e países estratégicos, como Brasil e
expressivas reservas de carvão, o Rússia, para obter fornecimento de
país está bastante integrado à dinâ- ferro e petróleo. Além disso, tem de-
Aulas 47 e 48 mica econômica russa. Seu território
senvolvido uma política de compra
1. B 3. B 5. A de terras em países da América do
é atravessado por gasodutos que
Sul e da África Central visando à pro-
2. D 4. A 6. A abastecem a Europa com gás natu- dução de alimentos voltados para
ral. Além de parte da sua população atender à demanda chinesa.
ter o russo como principal idioma, a
Ucrânia abriga comunidades de rus-
sos étnicos, favorecendo, assim, uma
zona de influência russa.
Aulas 47 e 48
1. C 2. B
b) Em função dos relevantes acordos
econômicos e comerciais entre 3. Soma: 02 + 04 + 08 = 14
Alemanha e Rússia, sobretudo em 4. B 5. C 6. A
relação ao fornecimento de gás na-
tural russo para a Alemanha, esta
não apoia sanções drásticas contra
a Rússia.

246 GEOGRAFIA Gabarito


CIÊNCIAS DA NATUREZA

NTE
1
E SUAS TECNOLOGIAS

FRE
BIOLOGIA
om
ck.c
rsto
utte
s/Sh
Vikk
FRENTE 1
AULAS 37 a 39

Introdução à Genética clássica


Fundamentos da Genética y Nas células do ser humano, há 6 cromossomos
(23pares):
O estudo da Genética clássica requer o domínio de
alguns conceitos matemáticos fundamentais, como noções – 44 cromossomos autossômicos.
de probabilidade. –  cromossomos sexuais (X e Y).
– Metade provém do pai e metade provém da mãe.
Conceito de probabilidade
Ser humano
no de eventos favoráveis
Probabilidade = 46 cromossomos
no de eventos igualmente possíveis
44 autossômicos 2 sexuais
Exemplo: no lançamento de um dado, qual é a proba-
bilidade de se obter a face de número 4? XX XY
Herança Sexo biológico Sexo biológico
1 autossômica feminino masculino
P (face ) =
6 Tipos de cromossomos dos seres humanos.
Regra do “ou”: eventos mutuamente exclusivos
y Cromossomos homóogos:
y Calcula-se, separadamente, a probabilidade de cada – São semelhantes quanto à forma e ao tamanho.
evento. – Um provém do pai e o outro da mãe.
y Depois, reaza-se a soma dessas probabilidades. – Têm a mesma sequência de genes.
y Exemplo: no lançamento de um dado, qual é a proba-
y Genes:
bilidade de se obter face  ou face 5?
– Segmentos de DNA.
1 – Condicionam características.
P(face ) =
6 y Locus:
1 – É a posição do gene no cromossomo.
P(face 5) =
6
1 1  1
P(face  ou face 5) = + = =
6 6 6 
Regra do “e”: eventos independentes
y Calcula-se, separadamente, a probabilidade de cada Genes
evento. alelos
y Depois, reaza-se o produto dessas probabilidades.
y Exemplo: no lançamento simultâneo de um dado e B b
uma moeda, qual é a probabilidade de se obter a face
5 e cara? ElEMENTOS
FORA DE Cromossomo de Cromossomo de
PROPORÇÃO
origem paterna origem materna
1
P (face 5) = CORES
6 FANTASiA
Cromossomos homólogos

1 Em cobaias, por exemplo, um indivíduo pode apresentar os alelos B e b


P (cara) = (presentes no mesmo locus gênico em cromossomos homólogos).

1 1 1
P (face 5 e cara) = ? = y Aeos:
6  1
– Genes que ocupam a mesma posição em cro-
Cromossomos e genes mossomos homólogos.
y Material genético nuclear: famentos de cromatna – Condicionam a mesma característica.
do DNA. o Exemplo: em cobaias, a carecterística cor de
y Os filamentos podem se condensar, caracterizando os pelo é determinada por dois genes alelos. B
cromossomos. condiciona pelagem preta; b condiciona pe-
lagem branca.
Condensação
Filamentos de
Cromossomos – Aeo recessvo: só expressa sua característica
cromatina
quando está em duplicidade.

248 BiOlOGiA AULAS 37 a 39 Introdução à Genética clássica


– Aeo domnante: sempre expressa sua carac- Gametas e sua formação
terística, independente do tipo do seu alelo (se
y São gerados por meiose nos animais (em plantas, a
dominante ou recessivo).
meiose gera esporos).
o Exemplo: B é dominante sobre b. Portanto, a pe-
lagem branca ocorre apenas em indivíduos bb. y Meose:
y Genótpo: – Reduz à metade o número de cromossomos da
– Conjunto de genes do indivíduo. célula original.
– Homozgotos: possuem genes alelos iguais – Na meiose I, ocorre a separação dos cromosso-
(exemplo: BB ou bb). mos homólogos, gerando células haploides, com
– Heterozgotos: possuem genes alelos diferentes apenas um dos genes alelos.
(exemplo: Bb).
Formação de gametas e a primeira lei de
y Fenótpo:
Mendel
– Característica manifestada pelo indivíduo.
– Depende da interação entre genótpo e ambente. y Prmera e de Mende: uma característica é deter-
– Exemplo: as cobaias podem ter dois fenótipos minada por dois alelos que se separam na formação
para cor de pelagem – preta ou branca. dos gametas.

Observações: Indivíduos: Bb BB bb
y O portador do fenótipo recessivo é sempre homozi-
goto, ou puro. No caso das cobaias, o indivíduo que Gametas possíveis: B b B b
tem pelo branco é bb. 50% 50% 100% 100%
Representação dos tipos de gametas que os indivíduos BB, Bb e bb podem
y O gene dominante não é necessariamente o mais
formar, seguindo a primeira lei de Mendel.
abundante na população.

Manifestação do alelo Cruzamentos


y Representação de um casal e dos descendentes ge-
rados. Nele são indicados:
– Os fenótipos e os genótipos dos pais.
Dominante (B) Recessivo (b) – Os gametas produzidos.
– Possíveis encontros de gametas para a formação
dos descendentes.
BB Bb bb
Preto Branco Pais: Preto Branca
© Wolf Sverak | Dreamstime.com

heterozigoto
Zyabich/Shutterstock.com

homozigota
Bb x bb

Gametas
formados: B b b

O alelo recessivo manifesta-se apenas em homozigose (bb), já o alelo


dominante manifesta-se em homozigose (BB) e em heterozigose (Bb). Dessa Descendentes: Bb bb
forma, cobaias brancas são homozigotas recessivas (bb), enquanto cobaias preto branco
pretas podem ser homozigotas (BB) ou heterozigotas (Bb). 50% 50%
FRENTE 1

AULAS 37 a 39 Introdução à Genética clássica 249


y Outro exemplo importante é o cruzamento entre he- – São obtidas por cruzamentos de indivíduos com
terozigotos. mesmo fenótipo ao longo de várias gerações.
P: BB x bb
Pais: Bb x Bb
F1: Bb (autofecundação)

F2: BB Bb Bb bb
Gametas: (B + b) x (B + b)
3 1
(B + b)2 pretos branco
4 4
Descendentes: BB + Bb + Bb + bb
Exemplo de cruzamento mendeliano, empregando o caractere da cor de
1BB + 2Bb + 1bb
pelagem das cobaias.

Proporção
genotípica:
1 : 2 : 1 Determinação de dominância
Homozigoto Heterozigotos Homozigoto É o procedimento para estabelecer qual é o alelo do-
dominante recessivo
minante para determinada característica.
Proporção 3 1 y Pode-se realizar dois tipos de cruzamento:
pretos : branco – Cruzamento entre linhagens puras de fenótipos
fenotípica: 4 4
diferentes:
y Quadro de Punnett: gráfico representativo de cruza-
mentos, com uma entrada para gametas masculinos e
outra para gametas femininos. Pelo arrepiado x Pelo liso
homozigoto homozigoto

\ B b

BB Bb Descendentes com pelo


B
arrepiado heterozigotos
b Bb bb

Exemplo da aplicação do quadro de Punnett para um cruzamento entre


∴ L – pelo arrepiado: alelo dominante
heterozigotos. � – pelo liso: alelo recessivo
Cruzamento entre cobaias de linhagens puras (com pelo liso e arrepiado): os
Cruzamento mendeliano descendentes apresentam pelo arrepiado, ou seja, o alelo determinante de
pelo arrepiado é dominante em relação ao que condiciona pelo liso.
y Corresponde a uma sequência de cruzamentos que
Mendel empregou em seu trabalho. Envolve as gerações: – Cruzamento entre indivíduos de mesmo fenótipo:
– P (parenta): constituída pelo cruzamento de
duas linhagens puras. Pelo arrepiado x Pelo arrepiado
– F1 (prmera geração fa): constituída por L� L�
heterozigotos.
– F2 (segunda geração fa): formada pela auto-
��
fecundação de F1 e constituída de homozigotos Descendente L: pelo arrepiado
�: pelo liso
(dominantes e recessivos) e heterozigotos. com pelo liso
y lnhagens puras:
No caso de um casal de mesmo fenótipo (pelo arrepiado) gerar descendente(s)
– São constituídas por indivíduos homozigotos para com fenótipo diferente (pelo liso), pode-se afirmar que a prole é composta por
uma determinada característica. homozigotos recessivos (ℓℓ) e os pais são heterozigotos (Lℓ).

250 BiOlOGiA AULAS 37 a 39 Introdução à Genética clássica


Heredogramas Cruzamento-teste
y São dagramas representatvos de grupos fama- y Permite determinar o genótpo de indivíduo portador
res ao longo de algumas gerações. de fenótpo domnante.
– Sinônimos: Cruzamento-teste
o Genealogias.
o Mapas familiares. Preto x Branca
Cruzamento B_ bb

1a possibilidade 2a possibilidade
Geração I
1 2 Descendentes
Todos os descendentes Há descendentes
são pretos brancos e pretos

Geração II
1 2 3

= = = Sexo não P BB x bb P Bb x bb
informado
Cruzamento consanguíneo

F1 Bb F1 Bb bb
preto pretos brancos
e = pelo liso
Cruzamento-teste para elucidar o fenótipo de macho de cobaia com
e = pelo arrepiado
pelagem preta (BB ou Bb): esse macho é cruzado com fêmea de pelagem
branca (bb). Considerando os descendentes gerados, é possível estabelecer
Principais convenções para a construção de heredogramas. o genótipo do macho.

Exercícios de sala
1. FiCSAE-SP 2019 Acromatopsia é uma doença autossômica recessiva rara determinada por um par de alelos. Pessoas
com essa doença pouco distinguem cores ou não as distinguem, podendo enxergar uma só cor. No heredograma, o
avô de Renan e Bárbara apresenta a acromatopsia.

AA AA

Renan Bárbara

A probabilidade de Renan e Bárbara gerarem um menino com a acromatopsia será de


a) /.
b) /8.
c) /32.
d) /.
e) /.
FRENTE 1

AULAS 37 a 39 Introdução à Genética clássica 251


2. Unfesp 2018 Um casal buscou um serviço de acon- 3. Fuvest-SP 201
selhamento genético porque desejava ter filhos. Os
indivíduos desse casal possuíam, em suas respectivas I
famílias, indivíduos afetados por uma mesma doença 1 2
genética. O geneticista consultado detectou que havia
II
um único gene envolvido na patologia das famílias e
constatou que marido e mulher eram heterozigóticos. 1 2
A partir dos dados obtidos, foi elaborado o seguinte No heredograma acima, a menina II-1 tem uma doença
heredograma: determinada pela homozigose quanto a um alelo mu-
tante de gene localizado num autossomo.
i A probabilidade de que seu irmão II-, clinicamente
1 2  4 normal, possua esse alelo mutante é
a) 0
b) /
c) /3
ii d) /2
1 2  4
e) 2/3

mulher normal

mulher afetada
4. Fuvest-SP 2017 Uma determinada malformação ós-
homem normal sea de mãos e pés tem herança autossômica
dominante. Entretanto, o alelo mutante que causa
homem afetado essa alteração óssea não se manifesta em % das
pessoas heterozigóticas, que, portanto, não apresen-
Considere que o estudo de caso foi realizado com o tam os defeitos de mãos e pés.
casal II – II do heredograma. Considere um casal em que a mulher é heterozigótica
y Determine a probabilidade de uma primeira crian- e apresenta essa alteração óssea e o homem é homo-
ça, clinicamente normal e independentemente do zigótico quanto ao alelo normal.
sexo, não possuir o alelo para a doença. Determine a) Que genótipos podem ter as crianças clinicamen-
a probabilidade de uma primeira criança ser menina te normais desse casal? Justifique sua resposta.
e manifestar a doença.

b) Qual é a probabilidade de que uma criança que


esse casal venha a ter não apresente as altera-
ções de mãos e pés? Justifique sua resposta.

252 BiOlOGiA AULAS 37 a 39 Introdução à Genética clássica


5. FMP-RJ 2021 “Bico de viúva” é uma expressão usada A análise dessa genealogia permite concluir que a pos-
para a linha de cabelo que algumas pessoas apresen- sibilidade de
tam em forma de “V” na parte frontal superior da testa, a) os indivíduos I-2, II-5 e III- serem heterozigotos
como mostrado na figura abaixo. é de 2/3.
b) os indivíduos I- e II- apresentarem o alelo para
a doença é de /2.
c) o próximo filho do casal I-3 e I- ser uma criança
doente é de /.
d) o próximo filho do casal II-3 e II- ser uma menina
doente é de /8.
e) os indivíduos II- e III-3 apresentarem o alelo para
a doença é de /.
Essa característica é condicionada por um gene au-
tossômico e pode estar presente em homens e em
mulheres. Sobre tal característica, considere o heredo-
grama abaixo, no qual apenas o indivíduo  apresenta
a linha de cabelo conhecida como “bico de viúva”.
1 2

 4 5

Os genótipos dos indivíduos 1 e  são, respectivamente,


a) heterozigoto e homozigoto recessivo 7. FMP-RJ 2019 No esquema apresentado a seguir, os
b) homozigoto dominante e heterozigoto indivíduos assinalados em preto apresentam surdez
c) homozigoto dominante e homozigoto recessivo causada pela mutação do gene conexina 6, de pa-
d) homozigoto recessivo e heterozigoto drão autossômico recessivo.
e) heterozigoto e homozigoto dominante
1 2

 

4 5 6

8 

No heredograma acima, são obrigatoriamente hetero-


. Famerp-SP 2020 A genealogia ilustra uma família em zigotos os indivíduos:
que as pessoas destacadas apresentam uma doença a) , 7 e 9.
autossômica monogênica. b) , 2,  e 8.
c) 3,  e 8.
i d) , 2, 5 e .
e)  e 2.
1 2  4

ii
1 2  4 5 6
FRENTE 1

iii
1 2 

AULAS 37 a 39 Introdução à Genética clássica 253


8. UFPR 2015 A narcolepsia é um distúrbio de sono que 9. Famema-SP 2021 (Adapt.) As diferentes cores da pe-
acomete a espécie humana e outros animais. Com o lagem em um gato siamês são resultantes de um caso
objetivo de investigar a causa da doença, pesquisadores particular de albinismo, que confere cor clara aos pelos
da Universidade de Stanford (EUA) introduziram cães da maior parte do corpo e cor escura aos pelos das ex-
narcolépticos em sua colônia de animais saudáveis e tremidades, como orelhas, focinho, patas e cauda. Este
realizaram cruzamentos, alguns deles representados efeito deve-se à enzima tirosinase, que atua em tempe-
no heredograma abaixo. Os animais 1, , 4 e 11 são ratura específica, transformando o aminoácido tirosina
os animais narcolépticos introduzidos na colônia. em melanina, responsável pela cor escura.
Após anos de pesquisa, concluíram que nos cães a
transmissão da narcolepsia é resultante da ação de um
par de alelos.
A partir dessas informações, responda:

1 2  4

5 6  8  10 11

12 1 14 15 16 1 Considere que a herança para as cores dos pelos


nos gatos siameses seja monogênica recessiva, que
18 1 20
gatos que portam ao menos um alelo dominante apre-
sentem pelagem toda preta, e os cruzamentos 1 e :
Qual é a probabilidade de um lhote do casal formado • Cruzamento : entre um casal de gatos siameses
pelos animais 1 e 16 nascer com narcolepsia? cuja fêmea está gestando quatro filhotes.
a) 0% • Cruzamento 2: entre um casal de gatos pretos que
b) 25% gerou dois filhotes siameses e um filhote preto.
c) 50% Qual será o fenótipo dos descendentes do cruzamen-
d) 75% to 1? Qual a probabilidade de o lhote preto, gerado
e) 00% no cruzamento , ser heterozigoto?

Guia de estudos

Biologia • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 13


I. Leia as páginas de 18 a 23. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 15.
II. Faça os exercícios de 1 a 10 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 1, 4, 6, 7 e 9.

254 BiOlOGiA AULAS 37 a 39 Introdução à Genética clássica


FRENTE 1
AULAS 40 a 42

Variações da primeira lei de Mendel


Casos particulares da primeira lei de Rósea x Rósea
VB VB
Mendel
VV VB VB BB
A primeira lei de Mendel trata de herança condicionada
1 2 1
por um par de alelos. 4 4 4
Há casos especiais desse tipo de herança, nos quais Vermelha Róseas Branca
os resultados dos cruzamentos se diferenciam um pouco
daqueles esperados para a aplicação da primeira lei de Proporção fenotípica:  : 2 : 
Mendel. São exemplos desses casos:
y aeos etas. Codominância
y heterozgoto sem domnânca competa (dominân- y O heterozigoto tem fenótipo diferente dos homozigo-
cia incompleta e codominância). tos; não é um fenótipo intermediário.
y gêmeos. y Exemplo:
y penetrância incompleta. – Alelos no sistema de grupos sanguíneos ABO
y expressividade variável. (abordado nas próximas aulas):
o IA: tipo A.
Alelos letais (deletérios) o IB: tipo B.
y Quando um dos alelos se manifesta, provoca distúrbios no – Genótipos e fenótipos:
metabolismo e causa morte (antes ou após o nascimento). o IAIA: tipo A.
y Exemplo: o IBIB: tipo B.
– Alelos em camundongos: o IAIB: tipo AB (fenótipo diferente dos
o C: pelo amarelo. homozigotos).
o c: pelo cinzento.
Tipo AB x Tipo AB
– Genótipos e fenótipos: IAIB IAIB
o CC: morte antes do nascimento.
o Cc: pelo amarelo.
IAIA IAIB IAIB IBIB
o cc: pelo cinzento.
1 2 1
Amarelo Amarela 4 4 4
x
Cc Cc Tipo A Tipo AB Tipo B

Proporção fenotípica:  : 2 : 
CC Cc Cc cc
Morte na fase 2 1 Pleiotropia
embrionária 3 3
Amarelos Cinzentos y Um gene é responsável pela determinação de mais
Proporção fenotípica: 2 :  de uma característica.
y Exemplo: fibrose sística, condicionada por alelo recessivo.
Heterozigoto sem dominância completa Pleiotropia: 1 alelo
y Caracterizada pela manifestação atípica de heterozigotos. + de uma característica

Dominância incompleta Alelo da fibrose cística

y O heterozigoto apresenta fenótpo ntermedáro ao Alteração na proteína da membrana plasmática


dos homozigotos.
y Exemplo: Diminuição do transporte de água
– Alelos em flor de maravilha:
Secreções mais densas
o V: flor vermelha.
o B: flor branca. Glândulas Fígado e
Pulmões Gônadas
– Genótipos e fenótipos: sudoríferas pâncreas
FRENTE 1

o VV: flor vermelha.


Suor com Muco Obstrução Obstrução de
o BB: flor branca. mais cloreto acumulado de canais canais e
o VB: flor rósea (fenótipo intermediário). de sódio e infecções esterilidade

AULAS  a  Variações da primeira lei de Mendel 255


Expressividade variável Gemelaridade
y O fenótipo determinado por um alelo é variável. Há dois tipos de gêmeos:
y Exemplo: a polidactilia (número extra de dedos) é uma y Unvtenos (monozgótcos, ou dêntcos):
herança autossômica dominante. Os indivíduos que – Procedentes de um mesmo zigoto.
apresentam o alelo para polidactilia podem ter um nú- – Têm mesmo genoma e mesmo sexo.
mero variável de dedos extras, de um a quatro. Espermatozoide
Embrião Indivíduo
Dedos extras A A
Divisão
Embrião
Zigoto
Mãos Pés Ovócito Embrião Indivíduo
ElEMENTOS CORES
B B
FORA DE FANTASiA
1 ou 2 1 ou 2 PROPORÇÃO

Características e origem de gêmeos univitelinos. Os indivíduos A e B são


geneticamente idênticos.
Total de 1 a 4 dedos extras
y Bvtenos (dzgótcos, ou fraternos):
Portadores do alelo para polidactilia podem ter número extra de dedos
variável.
– Oriundos de zigotos diferentes.
– São geneticamente distintos e podem ou não ter
mesmo sexo.
Penetrância
– Apenas compartilham a mesma gestação.
y Penetrânca competa: (situação de acordo com os ElEMENTOS CORES
resultados esperados pela primeira lei de Mendel) Espermatozoide FORA DE
PROPORÇÃO
FANTASiA

– Todos os heterozigotos da população manifestam Zigoto Embrião Indivíduo


o fenótipo determinado pelo alelo dominante: a Ovócito A A A
penetrânca é de 100%.
– Exemplo: todas as cobaias Bb têm pelo preto. Espermatozoide
y Penetrânca ncompeta: Zigoto Embrião Indivíduo
– Apenas uma parcela dos heterozigotos da popu- Ovócito B B B
lação manifesta o fenótipo determinado pelo alelo Características e origem de gêmeos bivitelinos. Os indivíduos A e B são
dominante: a penetrânca pode ter porcentagem geneticamente diferentes.
varáve.
– Exemplo: a camptodactilia (dedos curtos e Possbdades de nascmento
Zgoto A Zgoto B
quanto ao sexo
encurvados).
1a Menino Menino
N Camptodactilia
a
Alelos  Menino Menina
n Normalidade a
 Menina Menina
o Tendo penetrância de 6%: na totalidade da
4a Menina Menino
população portadora do alelo para campto-
dactilia, 6% manifestam a característica e A tabela apresenta as possibilidades de um par de gêmeos bivitelinos em
% exibem fenótipo normal. relação ao sexo que podem ter.

25 BiOlOGiA AULAS  a  Variações da primeira lei de Mendel


Exercícios de sala
1. UPF-RS 2014 Considere as afirmativas abaixo sobre Admita um grupo de indivíduos malhados, cruzados
as possíveis interações entre alelos de um mesmo apenas entre si, que gerou uma prole de  indivíduos
gene, assinalando com V as verdadeiras e com F as de coloração totalmente vermelha, 4 indivíduos com
falsas. pelagem malhada e  indivíduos com coloração intei-
Domnânca ncompeta é o termo utilizado para ramente branca.
descrever situações em que os indivíduos hetero- O resultado desse cruzamento é exemplo do seguinte
zigotos apresentam fenótipo intermediário entre fenômeno genético:
os fenótipos dos parentais homozigotos.
a) epistasia
Quando o fenótipo dos indivíduos heterozigotos
b) pleiotropia
for igual ao fenótipo de um dos parentais homozi-
c) dominância
gotos, esse tipo de interação alélica é denominado
codomnânca. d) codominância
Ocorre domnânca competa quando ambos os
alelos de um lócus são expressos. 4. UCS-RS 2021 Em um experimento hipotético, um pes-
Denomina-se poaea ou aeos mútpos o fe- quisador identificou que uma borboleta apresentava
nômeno em que um gene condiciona ou inuencia três diferentes fenótipos: borboleta vermelha, borbo-
mais de uma característica. leta branca e borboleta rosa. As borboletas vermelhas
Denomina-se peotropa quando um gene apre- e brancas são homozigotas e as rosas são heterozi-
senta mais de dois alelos diferentes na população.
gotas. Com o intuito de entender o tipo de herança, o
A sequência correta de preenchimento dos parênte- pesquisador cruzou as borboletas __________ com
ses, de cima para baixo, é: as borboletas ___________ e obteve uma prole com
a) V – F – F – V – F % de borboletas vermelhas. Esse tipo de herança é
b) F – V – V – F – V chamada de _______________________.
c) V – F – F – F – F Assinale a alternativa que completa, correta e respec-
d) F – F – V – V – F tivamente, as lacunas acima.
e) V – V – F – F – F a) vermelhas, rosas, dominância incompleta
b) brancas, vermelhas, dominância completa
2. UFRGS 2012 Em rabanetes, um único par de alelos c) rosas, brancas, codominância
de um gene controla a forma da raiz. Três formas d) vermelhas, brancas, codominância
são observadas: oval, redonda e longa. Cruzamen- e) vermelhas, vermelhas, dominância incompleta
tos entre estes três tipos apresentam os seguintes
resultados: 5. Enem PPl 2020 Em um grupo de roedores, a presen-
P F1 ça de um gene dominante (A) determina indivíduos
com pelagem na cor amarela. Entretanto, em homozi-
Redondo × Oval Oval e Redondo (1:1)
gose é letal, ou seja, provoca a morte dos indivíduos
Redondo × Longo Oval no útero. Já o alelo recessivo (a) não é letal e deter-
Oval × Longo Oval e Longo (1:1) mina a presença de pelos pretos. Com base nessas
informações, considere o heredograma:
Redondo × Redondo Redondo
1 2 3 4
Longo × Longo Longo

Qual a proporção de progênie esperada do cruza-


mento oval × oval?
a) 3 ovais :  longo
b)  redondo :  longo 5 6 7 8 9 10
c)  oval : 2 redondos :  longo
d) 3 redondos :  longo
e)  redondo : 2 ovais :  longo 11

LEGENDA
3. Uerj 201 Em algumas raças de gado bovino, o cruza- Animal macho com pelagem amarela
mento de indivíduos de pelagem totalmente vermelha Animal fêmea com pelagem amarela
com outros de pelagem totalmente branca produz
FRENTE 1

Animal macho com pelagem preta


sempre indivíduos malhados, com pelagem de man-
chas vermelhas e brancas. Animal fêmea com pelagem preta

AULAS  a  Variações da primeira lei de Mendel 257


Qual é a probabilidade de, na próxima ninhada do a) Todas as manifestações que se observam no indiví-
casal de roedores que está representado na gura duo ao nascer são, necessariamente, hereditárias.
pelos números  e , nascer uma fêmea de pelagem b) A penetrância é o grau de intensidade com que
amarela (representada pelo número 11)? um gene se manifesta no fenótipo do indivíduo.
a) / (25%) c) Síndrome de Noonan é, provavelmente, uma
b) /3 (33%) doença genética autossômica dominante de pe-
c) /2 (50%) netrância incompleta.
d) 2/3 (%) d) De acordo com a análise da genealogia, a Síndro-
e) 3/ (75%) me de Noonan é uma doença genética ligada ao
sexo com padrão dominante.
. Uefs-BA 2018 Genes zigóticos são expressos durante
o desenvolvimento embrionário. Em moscas Drosophila 8. Unesp 2015 Fátima tem uma má formação de útero, o
melanogaster existe um gene zigótico que é letal em que a impede de ter uma gestação normal. Em razão
homozigose recessiva. Um cruzamento entre moscas disso, procurou por uma clínica de reprodução assisti-
heterozigotas para o gene zigótico letal gerou 1 mos- da, na qual foi submetida a tratamento hormonal para
cas adultas. Dentre essas 1 moscas adultas, o número estimular a ovulação. Vários óvulos foram colhidos e
esperado de moscas heterozigotas é fertilizados in vitro com os espermatozoides de seu
a) 30 marido. Dois zigotos se formaram e foram implan-
b) 0 tados, cada um deles, no útero de duas mulheres
c) 0 diferentes (“barrigas de aluguel”). Terminadas as ges-
d) 80 tações, duas meninas nasceram no mesmo dia.
e) 20 Com relação ao parentesco biológico e ao compar-
tilhamento de material genético entre elas, é correto
7. Acafe-SC 2021 A Síndrome de Noonan é uma doença armar que as meninas são
genética, com ocorrência 1 em . crianças em todo a) irmãs biológicas por parte de pai e por parte de
o mundo. A condição pode ser transmitida a partir de mãe, pois compartilham com cada um deles 50%
ambos os pais, mas pode desenvolver-se de forma ale- de seu material genético e compartilham entre si,
atória, após pouco tempo do nascimento. Os sintomas em média, 50% de material genético.
da doença incluem olhos grandes, pequena estatura b) gêmeas idênticas, uma vez que são filhas da mesma
e características faciais como um pescoço alado e um mãe biológica e do mesmo pai e compartilham com
nariz ponte-plana. cada um deles 50% de seu material genético, mas
Na genealogia a seguir, os indivíduos representados compartilham entre si 00% do material genético.
por símbolos escuros são afetados pela Síndrome de c) gêmeas fraternas, não idênticas, uma vez que
Noonan. foram formadas a partir de diferentes gametas
e, portanto, embora compartilhem com seus pais
I) biológicos 50% de seu material genético, não
1 2
compartilham material genético entre si.
II)
d) irmãs biológicas apenas por parte de pai, doador
1 2  4 5 dos espermatozoides, com o qual compartilham
50% de seu material genético, sendo os ou-
III) tros50% compartilhados com as respectivas mães
1 2  4 5 6  8
que as gestaram.
e) irmãs biológicas por parte de pai e por parte de
IV)
mãe, embora compartilhem entre si mais material
1 2
genético herdado do pai que aquele herdado da
Após análise da genealogia e de acordo com os co- mãe biológica, uma vez que o DNA mitocondrial foi
nhecimentos relacionados ao tema, é correto armar: herdado das respectivas mães que as gestaram.

258 BiOlOGiA AULAS  a  Variações da primeira lei de Mendel


9. UFRGS 2013 O estudo de gêmeos é utilizado para a análise de características genéticas humanas. Gêmeos monozi-
góticos, exceto por raras mutações somáticas, são geneticamente idênticos. Os gêmeos dizigóticos, por outro lado,
têm, em média, % de seus alelos em comum.
O quadro a seguir apresenta a concordância obtida para gêmeos mono e dizigóticos em um estudo relacionado a
três diferentes características.
Concordânca em Concordânca em
Característca
monozgótcos dzgótcos
Cor dos ohos 1% 4%
Tubercuose % %
Pressão ata % 4%

B. A. Pierce (ed.) Genética: um enfoque conceitual. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 4. (Adapt.).

Com base no quadro anterior e em seus conhecimentos de genética, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas arma-
ções a seguir:
A cor dos olhos parece ter inuência ambiental, uma vez que a concordância em gêmeos dizigóticos é baixa.
A tuberculose não tem inuência genética, já que apresenta o mesmo baixo grau de concordância nos dois tipos
de gêmeos.
A pressão alta parece ser inuenciada tanto por fatores genéticos, como por fatores ambientais.
A cor dos olhos e a pressão alta apresentam o mesmo grau de inuência ambiental, uma vez que compartilham a
concordância de 4% entre os gêmeos dizigóticos.

A sequência correta de preenchimento dos parêntesis, de cima para baixo, é:


a) V – V – F – V
b) V – F – V– F
c) F – F – V – V
d) V – F – F – V
e) F – V – V – F

Guia de estudos
FRENTE 1

Biologia • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 14


I. Leia as páginas de 36 a 38. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 12.
II. Faça os exercícios de 1 a 7 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares de 1 a 10.

AULAS  a  Variações da primeira lei de Mendel 259


FRENTE 1
AULAS 43 a 45

Alelos múltiplos
Alelos múltiplos (polialelia)
Tipo Aglutinogênio Aglutinina
y Conceito aplicado quando há: sanguíneo nas hemácias no plasma
– Dois alelos em cada indivíduo.
aglutinogênio A
– Mais de dois tipos de alelos na população.
y Exemplo: pelagem de coelhos. A
Anti-B

Pelagem de coelhos
(> significa “dominância”) aglutinogênio B
B
Anti-A
C > Cch > Ch > c

Aguti Chinchila Himalaia Albina


aglutinogênio A
Genótipos Fenótipos (pelagem) AB aglutinogênio B Ausente

Aguti
CC , CCch , CCh , Cc
(escuro)

Chinchila O
Cch Cch, Cch Ch , Cchc (cinza-claro) Ausente Anti-B Anti-A

Himalaia
Ch Ch , Ch c As diferenças entre os tipos sanguíneos relacionam-se com a existência de
(branco, com extremidades escuras)
tipos específicos de aglutinogênios e de aglutininas.

cc Albina (sem pigmentação) Tipagem sanguínea


y É a determinação do tipo sanguíneo com um teste.
Genótipos e seus respectivos fenótipos em relação à cor da pelagem de y O teste emprega:
coelhos.
– Amostra de sangue.
– Dois tipos de soro:
O sistema sanguíneo ABO
o Com anticorpos anti-A.
y Foi descoberto por Landsteiner. o Com anticorpos anti-B.
y Tem grande importância em transfusões de sangue.
ElEMENTOS
Sangue e imunidade FORA DE
Gotas de sangue
PROPORÇÃO
y Antcorpos: Lâmina de microscopia
CORES
– Proteínas capazes de combater antígenos FANTASiA
Soro Anti-A Soro Anti-B
específicos.
y Antígenos:
– Agentes reconhecidos pelo sistema imunitário
como estranhos ao organismo. Com aglutinação Sem aglutinação
y Hemácas:
– Células sanguíneas cuja superfície pode conter Conclusão: o sangue é do tipo A.
agutnogênos (carboidratos que atuam como
antígenos). Aglutinogênio A
o Há dois tipos de aglutinogênios: A e B.
y Pasma sanguíneo: Aglutininas Anti-A
– Pode apresentar antcorpos (agutnnas):
Representação de teste para determinação do tipo sanguíneo: no caso
o Há dois tipos de aglutininas: anti-A e anti-B.
exemplificado, o sangue é do tipo A, que aglutina apenas em presença
y Tpos sanguíneos: de soro anti-A. No detalhe da representação, o antígeno reage com os
– Há quatro tipos: A, B, AB e O. anticorpos e coagula a gota de sangue.

20 BiOlOGiA AULAS 3 a  Alelos múltiplos


A ocorrência de aglutinação dos tipos sanguíneos se De acordo com a aglutinação do sangue, pode-se con-
dá com: cluir que:
y Apenas ant-A: no tipo A. • Receptor unversa: tipo AB.
y Apenas ant-B: no tipo B. • Doador unversa: tipo O.
y Com ant-A e com ant-B: no tipo AB.
y Sem agutnação: no tipo O. AB Receptor
universal
Tpo A B
Soro ant-A Soro ant-B
sanguíneo

A Aglutina Não aglutina O Doador


universal
B Não aglutina Aglutina
Diagrama representativo da compatibilidade das transfusões sanguíneas
possíveis.
AB Aglutina Aglutina

O Não aglutina Não aglutina


A genética do sistema ABO
y Na população, há três alelos: iA, iB e .
Tipagem sanguínea obtida pela ocorrência ou não de aglutinação em – O alelo  é recessivo.
presença de soros anti-A e anti-B. – iA e iB são codominantes.
y Em cada ser humano, há apenas dois desses alelos.
Transfusão de sangue
y O receptor não deve ter anticorpos contra os antíge- IA tipo A
nos das hemácias do doador. Alelos IB tipo B
i tipo O
Tpo sanguíneo Recebe de Doa para IA = IB > i
codominantes recessivo
Tpo A AeO A e AB
Fenótipos Genótipos
Tpo B BeO B e AB Tipo A IAIA, IAi
Tipo B IBIB, IBi
Tpo AB A, B, AB e O AB
Tipo AB IAIB
Tpo O O A, B, AB, O Tipo O ii

Doadores e receptores compatíveis segundo o sistema sanguíneo ABO. Os genótipos e os tipos sanguíneos (fenótipos) do sistema ABO.

Exercícios de sala
1. FCMSCSP 2022 A figura ilustra o surgimento de dife- Considere um indivíduo adulto sem alterações no
rentes alelos (A e A³) a partir de um alelo original A1, número de cromossomos (aneuploidias e euploidias)
formando uma série de alelos múltiplos ou polialelos. em suas células somáticas. Quando os cromossomos
presentes no núcleo destas células somáticas forem
Alelo A2 analisados quanto a essa série alélica, é esperado
Mutação C T T G A C AT T encontrar
DNA
G A A C T G TA A a) mais de três alelos na mesma célula.
1
Alelo A b) os três alelos no mesmo cromossomo.
CTTGACACT c) apenas dois dos alelos no mesmo cromossomo.
DNA
G A AC TG TG A d) apenas dois dos alelos na mesma célula.
Alelo A3
e) os três alelos na mesma célula.
CTGGACACT
DNA
Mutação G A CC T G T G A

(José Arnaldo Favaretto. 360º biologia, 1.)


FRENTE 1

AULAS 3 a  Alelos múltiplos 21


2. UFU-MG 2015 O quadro abaixo apresenta a distri- b) Embora sejam fenotipicamente diferentes, por
buição de cinco alelos cujas combinações fenotípicas que não podemos afirmar que esses coelhos são
são responsáveis pela cor do olho em uma certa es- de espécies diferentes? De acordo com a gené-
pécie de abelha. tica, como provavelmente surgiram os diferentes
alelos nesses animais?
Padrão de cooração Genótpo
Marrom bmb
Neve bnbn
Pérola bpbn
Neve b nb c
Amarelo bb
Creme bcb 4. UFJF/Psm-MG 2019 (Adapt.) Algumas caracterís-
Marrom m p
b b
ticas fenotípicas apresentam padrões de herança
complexos, que dependem da interação entre dife-
Pérola bpbc
rentes genes.
Creme bcbc a) O que significa dizer que um gene é pleiotrópico,
Marrom bmb ou seja, que ocorreu uma pleiotropia?
Neve bnb

Com base nas informações do quadro, qual a ordem


de dominância dos diferentes alelos?
a) bp > bm > bn > bc > b c) bm > bp > bc > b > bn
m p n c
b) b > b > b > b > b d) bp > b > bc > bn > bm
b) Sabe-se que a coloração da pelagem em ca-
3. Fasm-SP 201 As imagens mostram alguns fenó- mundongos apresenta um padrão de herança do
tipos em coelhos. Sabe-se que o alelo C determina tipo epistasia recessiva. Os animais com genóti-
a pelagem selvagem, o alelo cch determina pelagem po A_C_ apresentam coloração aguti, aaC_ são
chinchila, o alelo ch determina a pelagem himalaia e pretos, enquanto aqueles com genótipo A_cc ou
o alelo ca determina a pelagem albina. A ordem de aacc são albinos, pois o alelo recessivo em ho-
dominância entre eles é C > cch > ch > ca. mozigose inibe a formação normal do pigmento.
Qual a proporção fenotípica esperada na prole de
selvagem chinchila
um cruzamento duplo-heterozigoto?

(www.bioclima.info) (http://coelhos.animais.info)
himalaia albino

5. UEM-PR 2015 Ricardo tem o tipo sanguíneo A, e seus


pais o tipo AB. Ricardo teve com sua esposa, Lívia, um
filho com o tipo sanguíneo A. Os pais de Lívia têm o
(http://coelhos.animais.info) (www.petstuff.com.br) tipo sanguíneo B, seu avô paterno tem o tipo AB, sua
avó paterna o tipo A e os avós maternos o tipo AB.
a) Considere o cruzamento entre um macho Ccch e
Com base nas informações acima e nos conhecimen-
uma fêmea chca. Quais os possíveis fenótipos dos
tos de genética, assinale o que for correto.
descendentes desse cruzamento?
 Ricardo é homozigoto (IAIA) e transmitiu um gene
IA para o seu filho.
 A avó paterna de Lívia é heterozigota.
 O tipo sanguíneo dos pais de Ricardo apresenta
aglutininas anti-A e anti-B.
 Lívia é heterozigota, recebeu o gene i de seu pai
e o transmitiu a seu filho.
6 Lívia não pode receber sangue do marido, pois
ele possui aglutinogênio A que reagiria com as
aglutininas do sangue dela.
Soma:

22 BiOlOGiA AULAS 3 a  Alelos múltiplos


. Fuvest-SP 2015 O casal Fernando e Isabel planeja ter Leonardo. Após alguns minutos, ocorreu aglutinação
um filho e ambos têm sangue do tipo A. A mãe de Isa- apenas na lâmina que recebeu a gota do sangue de
bel tem sangue do tipo O. O pai e a mãe de Fernando Guilherme. A partir desse resultado, conclui-se que
têm sangue do tipo A, mas um outro filho deles tem Pablo pertence ao grupo sanguíneo
sangue do tipo O. a) AB e apresenta aglutininas anti-A e anti-B.
a) Com relação ao tipo sanguíneo, quais são os ge- b) B e apresenta aglutinina anti-A.
nótipos do pai e da mãe de Fernando? c) O e apresenta aglutininas anti-A e anti-B.
d) A e apresenta aglutinina anti-B.
e) AB e não apresenta aglutininas anti-A e anti-B.

9. FMJ-SP 2022 O heredograma ilustra uma família com


a identificação dos grupos sanguíneos a que cada in-
divíduo pertence.

b) Qual é a probabilidade de que uma criança gera- A B B B


da por Fernando e Isabel tenha sangue do tipo O?

O A B O

Lorenzo Bárbara

a) Considerando o sistema ABO, em qual elemen-


to figurado do sangue é possível identificar a
presença ou não de aglutinogênio? Qual gru-
7. Unsc-RS 201 Uma mulher com sangue tipo AB deu
po sanguíneo possui os dois tipos diferentes de
à luz uma criança com sangue tipo B. Dois homens
aglutinogênio?
reivindicaram a paternidade. Um tem sangue tipo A e,
o outro, tipo B. Considerando estes dados, qual alter-
nativa está correta?
a) Somente o indivíduo com sangue B pode ser o
pai da criança.
b) Somente o indivíduo com sangue A pode ser o
pai da criança. b) De acordo com o heredograma e sabendo que
c) Devido à incerteza acerca do genótipo de cada Bárbara está grávida, qual é a probabilidade de
homem, qualquer um deles poderia ser o pai da esta criança ser do sexo feminino e do grupo
criança. sanguíneo que não possui aglutinogênios para o
d) Nenhum dos indivíduos poderia ser o pai da criança. sistema ABO? Apresente os cálculos.
e) O indivíduo com sangue tipo A pode ser o pai da
criança somente se possuir o genótipo homozi-
goto IAIA.

8. FCMSCSP 2021 Com o objetivo de descobrir o gru-


po sanguíneo do sistema ABO a que pertencia, Pablo
fez alguns testes com o sangue de dois amigos,
Guilherme e Leonardo, que eram dos grupos A e B,
respectivamente. Pablo separou o plasma de seu san-
gue e o misturou, em uma lâmina, com uma gota do
sangue de Guilherme. Na outra lâmina, Pablo misturou
o plasma do seu sangue com uma gota do sangue de

Guia de estudos

Biologia • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 15


FRENTE 1

I. Leia as páginas 46 e 47. III. Faça os exercícios propostos 2, de 4 a 13 e 15.


II. Faça os exercícios de 1 a 6 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares de 1 a 5, 7, 8, 10 e 12.

AULAS 3 a  Alelos múltiplos 23


FRENTE 1
AULAS 46 a 48

Sistema Rh
Características do sistema Rh Tipagem sanguínea
y Possui grande importância clínica, especialmente em y Determinação do tipo sanguíneo empregando soro
casos de gravidez e em transfusões sanguíneas. anti-Rh:
y Seres humanos: – Rh+: com aglutinação de hemácias.
– Com hemácias dotadas de antígeno Rh: Rh pos- – Rh–: sem aglutinação de hemácias.
tvo (Rh+).
– Com hemácias sem antígeno Rh: Rh negatvo Transfusão sanguínea
(Rh–). y Indivíduo Rh– quando recebe hemácias Rh+ é sensibi-
y O macaco rhesus revela similaridades bioquímicas lizado e produz antcorpos anti-Rh.
com os seres humanos, apresentando o antígeno Rh y Indivíduo Rh+ não produz anti-Rh.
na superfície de suas hemácias.
Antígeno Rh+ Rh–
ElEMENTOS
FORA DE
Rh
PROPORÇÃO
Hemácias do Receptor Doador
CORES macaco rhesus universal universal
FANTASiA
Transfusões possíveis em relação ao sistema Rh: na transfusão, indivíduos
Rh+ podem receber sangue de indivíduos Rh+ e de Rh–, sendo um receptor
universal. Já indivíduos Rh– só podem receber sangue de indivíduos Rh–,
Hemácias humanas sendo um doador universal.

A genética do sistema Rh
Com antígeno Rh Sem antígeno Rh Presença de dois alelos principais:
– R: determina Rh+ (dominante).
– r: determina Rh– (recessivo).

Tipo Rh+ Tipo Rh− Fenótpos Genótpos


Pode produzir anti-Rh Rh positivo (Rh+) RR, Rr
As hemácias do macaco rhesus apresentam o antígeno Rh, também –
Rh negativo (Rh ) rr
presente em seres humanos Rh positivo, mas ausente em indivíduos Rh
negativo. Fenótipos (tipos sanguíneos) e genótipos possíveis no sistema Rh.

Experimento Resultado
ElEMENTOS
FORA DE
PROPORÇÃO

CORES Rh+ Rh+


FANTASiA
Soro Gotas
anti-Rh de sangue Sangue Rh+

Com aglutinação

Sangue Rh–

Anticorpos Rh−
anti-Rh
Rh−

Sem aglutinação

Procedimento de tipagem sanguínea no sistema Rh e detalhe do processo de aglutinação de hemácias. Moléculas de anti-Rh interagem com o antígeno Rh de
hemácias Rh+, provocando aglutinação. Esse processo não ocorre com hemácias Rh–.

24 BiOlOGiA AULAS  a  Sistema Rh


Doença hemolítica do recém-nascido (DHRN) y Uma mulher Rh– só pode ter filhos Rh+ se o pai das
y Conhecida também como ertrobastose feta. crianças for Rh+.
y Pode ocorrer com mãe Rh– sensibilizada e filho Rh+. Cruzamento com ocorrência de eritroblastose fetal
y A sensibilização da mãe ocorre com a exposição da Rh− Rh+
mulher Rh– a hemácias Rh+; ela passa a produzir anti- rr R_
-Rh e desenvolve memóra muntára.
y A sensibilização se dá com:
– Transfusão inadequada: recebe sangue Rh+.
– Gestação de filho Rh+: recebe hemácias do filho Rr Rr Rr
pela placenta. Rh+ Rh+ Rh+
1o filho 2o filho 3o filho
Primeira gravidez

ElEMENTOS
Sujeitos à ocorrência
Mãe Rh−
FORA DE de DHRN
PROPORÇÃO

CORES Cruzamento com ocorrência de eritroblastose fetal que só ocorre quando


FANTASiA Mãe desenvolve a mãe possui Rh–, o pai Rh+ e os filhos Rh+. Gestações de filhos Rh– (rr) não
memória imunitária interferem no sistema imunitário da mãe.
(fica sensibilizada)
Placenta y Aspectos patoógcos da ertrobastose feta:
– Destruição de hemácias do filho pelos anticorpos
anti-Rh da mãe.
Hemácias – Consequente prejuízo no transporte de O para
Rh+
Filho Rh+
os tecidos da criança.
– Presença de ertrobastos (hemácias imaturas) na
circulação do feto.
Gravidez posterior
– Dano neurológico ou morte.
y Tratamento:
Mãe Rh− sensibilizada
– A criança recebe transfusão com sangue Rh–.
2 y Prevenção:
– Após a primeira gravidez com filho Rh+, a mãe re-
cebe soro anti-Rh.
– Hemácias Rh+ do filho são destruídas e não ocor-
3
1 re a sensibilização materna.
Placenta
Hemácias Sistema sanguíneo MN
Rh+ y Dois alelos codomnantes:
4
– M: determina tipo M.
Filho Rh+ – N: determina tipo N.
y Sem relevância para transfusões sanguíneas.
1 Hemácias do filho passam 3 Anticorpos da mãe
para a circulação materna atravessam a placenta
Fenótpos Genótpos
2 A mãe produz anti-Rh 4 Anticorpos da mãe
provocam lise de Tipo M MM
hemácias do filho
Tipo N NN

A mulher Rh– é sensibilizada durante gestação de filho Rh+. Em outras Tipo MN MN


gestações com filho Rh+, a mulher produz rapidamente grande quantidade
de anticorpos anti-Rh, que podem afetar as hemácias do filho. Genótipos correspondentes aos fenótipos (tipos sanguíneos) do sistema MN.
FRENTE 1

AULAS  a  Sistema Rh 25


Exercícios de sala
1. iFSC 2015 Landsteiner foi um cientista que, ao observar 2. Unesp 2016 Sílvio e Fátima têm três filhos, um deles
muitos acidentes em transfusões, provou entre 1900 e fruto do primeiro casamento de um dos cônjuges.
1901 que a espécie humana possui grupos sanguíneos di- Sílvio é de tipo sanguíneo AB Rh– e Fátima de tipo
ferentes. Notou-se em testes que as hemácias do doador, O Rh+. Dentre os filhos, Paulo é de tipo sanguíneo A
em alguns casos, aglutinavam em contato com plasma do Rh+, Mário é de tipo B Rh– e Lucas é de tipo AB Rh+.
sangue do paciente. A partir disso, foi possível relacionar Sobre o parentesco genético nessa família, é correto
o fenômeno das reações entre anticorpos e antígenos. armar que
Disponível em: <http://educacao.globo.com/biologia/ a) Paulo e Mário são irmãos por parte de pai e por
assunto/hereditariedade/grupos-sanguineos.html>.
Acesso em: 2 ago. 2014. parte de mãe, e Lucas é filho de Sílvio e não de
Fátima.
Em relação aos grupos sanguíneos, sistema ABO e fa- b) Lucas e Mário são meios-irmãos, mas não se pode
tor Rh, assinale a soma da(s) proposição(ões) correta(s). afirmar qual deles é fruto do primeiro casamento.
 O grupo A possui antígeno chamado aglutino- c) Paulo e Lucas são meios-irmãos, mas não se pode
gênio B, e o grupo B possui antígeno chamado afirmar qual deles é fruto do primeiro casamento.
aglutinogênio A. d) Paulo e Mário são meios-irmãos, mas não se pode
 Antígenos são todas as substâncias que nosso or- afirmar qual deles é fruto do primeiro casamento.
ganismo entende ser um “invasor”, podendo ser e) Lucas e Mário são irmãos por parte de pai e por
uma proteína ou um polissacarídeo; os anticorpos parte de mãe, e Paulo é filho de Sílvio e não de
são proteínas encontradas no plasma sanguíneo Fátima.
e têm a função de neutralizar ou destruir a subs-
tância invasora. . UFTM-MG 2012 Analise a genealogia.
4 O grupo AB possui os dois antígenos, aglutinogê-
nio A e B; o grupo O não possui nenhum dos dois
antígenos. B+ AB– AB+ O–
8 Quando se procede a uma transfusão sanguínea,
é necessário verificar se o receptor tem sangue
Rh negativo, pois, se assim for, ele não poderá re-
ceber sangue do tipo Rh positivo, uma vez que, A–
seu sistema imune produzirá anticorpos anti-Rh. Ana Théo
 A eritroblastose fetal ocorre quando uma mãe de
sangue Rh positivo que já tenha tido uma criança
com sangue Rh negativo (ou que tenha tido con- B+
tato com sangue Rh positivo, numa transfusão de
sangue que não tenha respeitado as regras devi-
Ana e Théo são irmãos e não sabiam os seus respec-
das) dá à luz uma criança com Rh positivo. Depois
tivos tipos sanguíneos. Antes de se submeterem ao
do primeiro parto, ou da transfusão acidental, o
teste sanguíneo, seria possível deduzir algumas infor-
sangue da mãe entra em contato com o sangue do
mações, com base nessa genealogia. Assim, pode-se
feto e cria anticorpos contra os antígenos presen-
armar corretamente que
tes nas hemácias caracterizadas pelo Rh positivo.
a) a probabilidade de Ana gerar uma criança do
3 A pessoa portadora do tipo de sangue O nega-
grupo AB e Rh positivo é 1/4.
tivo é tida como doadora universal: seu sangue
b) Théo pertence ao grupo sanguíneo receptor uni-
serve para qualquer paciente, mas, no caso de
versal e pode ser Rh positivo.
transfusão, o ideal é o paciente receber sangue
c) Ana pertence obrigatoriamente ao grupo sanguí-
do mesmo tipo que o seu. A pessoa portadora do neo B e Rh positivo.
sangue AB positivo é tida como receptora univer- d) a probabilidade de Théo pertencer ao grupo
sal, podendo receber transfusão de qualquer tipo doador universal é 1/2.
de sangue, mas só pode fazer doação para quem e) Ana poderia gerar uma criança com eritroblasto-
tem sangue do mesmo tipo. se fetal para o fator Rh.
Soma:

266 BiOlOGiA AULAS 46 a 48 Sistema Rh


4. UEPG-PR 2015 Cerca de % das pessoas possuem O fragmento de texto anterior está relacionado com
em suas hemácias o antígeno Rh (iniciais de Rhesus, todas as indicações abaixo, EXCETO:
o gênero de macaco no qual esse antígeno foi ini- a) Incompatibilidade sanguínea materno-fetal.
cialmente descoberto). Indivíduos que possuem este b) Gestação de filhos Rh– por mães Rh+.
antígeno são chamados de Rh positivos (Rh+) e os c) Doença hemolítica do recém-nascido.
que não possuem são Rh negativos (Rh–). O alelo D d) Eritroblastose fetal.
(dominante) determina sangue Rh+ e o alelo d (reces-
sivo), determina sangue Rh–. O fator Rh está envolvido 7. Enem PPl 2017 Uma mulher deu à luz o seu primeiro
com a eritroblastose fetal ou doença hemolítica do re- filho e, após o parto, os médicos testaram o sangue da
cém-nascido. Em relação à genética do fator Rh e à criança para a determinação de seu grupo sanguíneo.
eritroblastose fetal, assinale o que for correto. O sangue da criança era do tipo O+. Imediatamente, a
 Uma mulher dd casada com homem DD terá to- equipe médica aplicou na mãe uma solução contendo
dos seus filhos(as) de fator Rh positivo. anticorpos anti-Rh, uma vez que ela tinha o tipo san-
 Os anticorpos anti-Rh de um segundo filho Rh guíneo O–.
positivo atacam as hemácias da mãe Rh negativo Qual é a função dessa solução de anticorpos?
causando a eritroblastose fetal. a) Modificar o fator Rh do próximo filho.
 A eritroblastose fetal pode ocorrer em filhos com b) Destruir as células sanguíneas do bebê.
Rh negativo de mães também Rh negativo. c) Formar uma memória imunológica na mãe.
 O primeiro filho de genótipo Dd de uma mulher d) Neutralizar os anticorpos produzidos pela mãe.
Rh negativo pode sensibilizar a mãe. Alguns dias e) Promover a alteração do tipo sanguíneo materno.
antes do nascimento e principalmente durante o
parto, uma parte do sangue do feto escapa para
8. Unfesp 2021 Analise o heredograma no qual estão
o organismo materno, que é estimulado a produ-
indicados os tipos sanguíneos do casal Gustavo e
zir anticorpo anti-Rh.
Talita e de sua filha Aline, de acordo com os sistemas
6 A eritroblastose fetal só ocorre nos casos de ges-
ABO e Rh.
tações em que a mulher é Rh positivo e o homem
tem genótipo dd.
AB+ B– O– AB+
Soma:

5. Uern 2015 Um homem, portador de aglutinina anti-A


e anti-B e Rh negativo, casou-se com uma mulher que B– A+ A– B–
não porta aglutinogênios nas hemácias e é Rh positi-
Gustavo Talita
vo. Sabe-se que a mãe dessa mulher não é portadora
do fator Rh. Qual a probabilidade desse casal ter uma
menina sem aglutinogênio nas hemácias e ser porta-
A–
dora do fator Rh?
Aline
a) /2
b) / a) A presença ou não dos tipos de aglutinogênios
c) /8 nas hemácias, que são determinados genetica-
d) / mente, permite identificar os grupos sanguíneos
para o sistema ABO e Rh. Indique o genótipo da
. FCMMG 2018 irmã de Talita quanto ao sistema ABO. Qual carac-
(...) O resultado é péssimo se os anticorpos da mãe terística fenotípica impede Talita de gerar um filho
começam a entrar na circulação do feto. Normalmente com eritroblastose fetal?
são anticorpos incompletos, extremamente ativos, que
causarão a hemólise. Apesar da anemia secundária, e eli-
minação do principal metabólito da hemoglobina (isto é,
bilirrubina), aumenta a concentração dela no sangue até
uns níveis de 18 mg%, o que geralmente causará icterícia
nuclear (o tecido nervoso tendo uma grande afinidade
para a bilirrubina).
Parece que somente a bilirrubina indireta é tóxica para
os neurônios, impedindo a oxigenação deles. Desse jeito, a
hipóxia, junto com a ação das aglutininas sobre os endoté-
lios, causa um aumento da permeabilidade dos endotélios,
extravasão de proteínas e síndrome edematosa. (...)
FRENTE 1

http://www.misodor.com/DHPN.html

AULAS  a  Sistema Rh 27


b) Suponha que Aline necessite de uma transfusão b) Considere que João nasceu com eritroblastose fe-
de sangue e que seu pai, sua mãe e a avó mater- tal e que sua mãe esteja grávida. Explique por que
na tenham se prontificado a doar sangue a ela. Se existe a possibilidade de o futuro irmão de João
a transfusão fosse realizada, o sangue recebido também apresentar a eritroblastose fetal.
de qual dessas três pessoas doadoras teria suas
hemácias aglutinadas de imediato? Justifique sua
resposta.

9. Fasm-SP 2017 No heredograma estão indicados os


tipos sanguíneos de alguns indivíduos de uma família
de acordo com os sistemas ABO e Rh.

A+ B+ A+ AB-

? B-

João AB+ B-

a) Considerando que o pai de João apresenta so-


mente aglutininas anti-B no plasma, qual o seu tipo
sanguíneo quanto ao sistema ABO? Qual a probabi-
lidade de João ter uma irmã com tipo sanguíneo O?

Guia de estudos
Biologia • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 15
I. Leia as páginas de 48 a 50. III. Faça os exercícios propostos 1, 3, 14 e de 16 a 31.
II. Faça os exercícios de 7 a 13 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 6, 9, 11 e 13.

268 BiOlOGiA AULAS 46 a 48 Sistema Rh


CIÊNCIAS DA NATUREZA

NTE
2
E SUAS TECNOLOGIAS

FRE
BIOLOGIA

Matt
hew
Yod
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r/Sh
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rsto
ck.c
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FRENTE 2
AULAS 37 e 38

Angiospermas: aspectos reprodutivos


Características gerais das angiospermas Vertc Cmpnentes Funções
Vasculares, clorofiladas e fotossintetizantes. Proteção das estruturas
y Cálice Sépalas
reprodutivas internas.
y Corpo com raiz, caule, folhas, flor, sementes e fruto.
Proteção das estruturas
y a fr rn frut e semente. Corola Pétalas reprodutivas internas.
y Frut: Atração de agentes polinizadores.
– Envolve e protege a semente. Androceu Estames Produção de grãos de pólen.
– Contribui para a dispersão da semente. Pistilo(s) (ou Recepção de grãos de pólen.
Gineceu
y Exemplo: orquídea, goiabeira, milho e soja. carpelo(s)) Formação de óvulos.
Componentes e funções dos verticilos florais.
Flor
Uma flor típica de angiospermas apresenta: Ciclo reprodutivo
y Pedúncu fr: eixo que pode se alargar, formando y Angiospermas apresentam metênese.
o receptáculo floral. – Espróft (2n) é desenvolvido.
y Receptácu fr: base à qual estão ligados os ver- – gmetóft (n) é reduzido.
ticilos florais.
y Vertcs frs: conjuntos de folhas modificadas Esporófito
com papéis definidos. Corresponde ao corpo da planta, como o da goiabeira.
Os elementos das flores relacionados diretamente à y Possui fres, dotadas de esprâns.
reprodução são: y Esprân: produz esporos por meiose.
y Estmes: y Espr: sofre mitoses.
– Componentes masculinos. – É gerado o metóft no interior da fr.
– Possuem fete e nter.
– No interior da antera, são produzidos grãos de Esporos e gametófitos
pólen. Nas angiospermas, também ocorre heterspr, ou
y Psts: seja, a formação de dois tipos de esporos.
– Componentes femininos. y Mcrósprs:
– Possuem estm (abertura que recebe grãos de – São gerados em microsporângios.
pólen), estete e vár. – Sofrem mitose e geram gametófitos masculinos.
– No interior do ovário, há um ou vários óvulos. y Meásprs (mcrósprs):
y Classificação das flores com relação aos elementos – São gerados em megasporângios.
reprodutivos: – Sofrem mitose e geram gametófitos femininos.
– Mnócns: apresentam pistilo e estames.
se Gametófito (n)
– Dícns: apresentam estames ou pistilo. ito
M
se Gametófito (n)
ito
M
Estigma
Gameta
Pistilo Estilete Antera Megásporo n n Micrósporo
Estame Gameta n n
Ovário Filete
Meiose Fecundação
Pétala
2n Zigoto
Mitose
ElEMENToS Sépala
FoRa DE
PRoPoRÇÃo Óvulos Embrião (2n)

CoRES Esporófito (2n) Mitose


FaNTaSia Pedúnculo Receptáculo
Representação do ciclo reprodutivo de angiospermas, com a formação de
Representação de uma flor típica de angiosperma, podendo apresentar micrósporos e de megásporos; há, portanto, grande semelhança com o ciclo
pedúnculo, receptáculo e verticilos florais. das gimnospermas.

270 Biologia AULAS 37 e 38 Angiospermas: aspectos reprodutivos


Gametófito masculino Gametófito feminino
y É o rã de póen que amadurece formando o tubo y É o sc embrnár.
polínico. y Sua formação ocorre no interior do óvulo maduro.
y Sua formação ocorre em sacos polínicos, no interior y ovár:
da antera. – Possui um ou mais óvulos imaturos.
y Sc pínc: y Óvu mtur:
– Tem céus-mães (2n). –
É revestido por tecidos chamados de tegumentos
– Cada uma sofre meiose e gera quatro micrós- (2n).
poros (n). – Forma em seu interior um meáspr (n) por
y Mcróspr: meiose.
– Sofre mitose e gera um grão de pólen com dois y Meáspr:
núcleos. – Sofre mitoses e origina o gametófito feminino
y grã de póen: (saco embrionário).
– É o gametófito masculino imaturo. – O saco embrionário é constituído por:
– É transportado até o estigma.
D 1 oosfera.
– Apresenta um núcleo responsável pelo cresci-
D 2 sinérgides.
mento do tub pínc (gametófito masculino
D 3 antípodas.
maduro) em direção ao óvulo.
D 1 grande célula central com 2 núcleos polares.
– Tem dois núces métcs (espermátcs) que
correspondem aos gametas masculinos. Óvulo
Estigma imaturo
ElEMENToS CoRES Antera em corte Estilete

Pistilo
FoRa DE FaNTaSia
PRoPoRÇÃo
Sacos polínicos
Micrópila
(microsporângios) Ovário
Óvulo Megásporo (n)

Antera Célula-mãe (2n)


Estame Óvulo
Filete Meiose maduro Mitoses

Micrósporos (n) Antípodas Oosfera Sinérgides

Mitose Tegumentos (2n) Núcleos polares ElEMENToS


FoRa DE
Grão de pólen PRoPoRÇÃo

Antípodas + núcleos polares + oosfera + sinérgides = CoRES


saco embrionário ou gametófito feminino FaNTaSia
A antera do estame tem sacos polínicos, onde ocorre a formação de grãos
de pólen. Representação do processo de formação do óvulo maduro,
com o gametófito feminino em seu interior.
Tubo polínico = gametófito masculino maduro

Fecundação
Grão de pólen Núcleos
gaméticos A fecundação de angiospermas envolve diversos
(espermáticos) aspectos:
y É do tipo sfnâmc.
y É uma fecundçã dup (tem duas fusões).
– Um núce métc do pólen (n) une-se à
sfer (n): forma-se o zigoto (2n).
Estigma – O outro núce métc do pólen (n) une-se aos
ElEMENToS
2 núces pres do óvulo (n + n): forma-se uma
Óvulo
FoRa DE
PRoPoRÇÃo
célula triploide (3n).
O processo de fecundação acontece da seguinte forma:
CoRES
FaNTaSia y O grão de pólen cresce no interior do pistilo e gera o
tub pínc, que entra no óvulo.
FRENTE 2

Representação da formação do tubo polínico. No interior do pistilo, o grão de


pólen origina o tubo polínico, que cresce em direção ao óvulo. y Óvu fecundd: desenvolvido, gera a semente.

AULAS 37 e 38 Angiospermas: aspectos reprodutivos 271


y Semente típica de angiosperma apresenta: D É um tecido de reserva nutritiva.
– Teuments (2n):
Endosperma (3n)
D São dois: provenientes dos dois tegumentos
do óvulo.
– Embrã (2n): Tegumento ElEMENToS
D Resultante do desenvolvimento do zigoto, (2n) FoRa DE
PRoPoRÇÃo

formado pela união de um núcleo gamético


CoRES
do tubo polínico com a oosfera. FaNTaSia
Cotilédones
D Ainda imaturo, pode se desenvolver, forman-
(2n)
do uma planta adulta.
D Tem um ou dois ctédnes: folhas modifi-
cadas, por meio das quais são transferidas
reservas nutritivas da semente para o embrião. Embrião (2n)
– Endsperm (3n): Os componentes de uma semente de angiosperma são: embrião,
D Oriundo da união de um dos núcleos gaméti- endosperma e tegumentos; o embrião pode ter um ou dois cotilédones.

cos com os dois núcleos polares.


ElEMENToS
Antera FoRa DE
PRoPoRÇÃo

CoRES
FaNTaSia

Grão de
pólen (n)
Estigma
Tubo
polínico
Flor madura Ovário

Planta
adulta (2n)
Oosfera Núcleos
(n) polares
Núcleos
gaméticos

Núcleo
Embrião (2n) Endosperma (3n) vegetativo
Núcleo do
Tegumento (2n) endosperma (3n)
Fruto Dupla
Zigoto (2n) fecundação
Semente

Tubo
Germinação polínico
da semente
Semente
Embrião

Representação do ciclo de vida de uma angiosperma. Após o processo de dupla fecundação e o desenvolvimento do embrião, o óvulo se desenvolve na
semente. Os componentes de uma semente de angiosperma são: embrião, endosperma e tegumentos.

Comparação
y Alguns aspectos comuns entre gimnospermas e angiospermas:
– Heterspr: formação de micrósporos e de megásporos.
– Prduçã de sementes.
y Algumas diferenças entre gimnospermas e angiospermas:
Crcterístcs gmnsperms ansperms
Frut Ausente Presente
Fr Ausente Presente
Endsperm Haploide (n) Triploide (3n)
Fecundçã Simples Dupla
Diferenças entre gimnospermas e angiospermas.

272 Biologia AULAS 37 e 38 Angiospermas: aspectos reprodutivos


Exercícios de sala
1. Uece 2015 Apesar de serem mais conhecidas pela I II
maioria das pessoas por sua função decorativa, as flo-
B
res são os órgãos responsáveis pela reprodução nas Regiões
angiospermas, sendo compostas por folhas modifica- A C A C
das, com funções específicas, denominadas verticilos

Carpelo

Carpelo
Sépala

Sépala
Estame

Estame
Pétala

Pétala
florais. Com relação aos verticilos florais, pode-se afir-
mar corretamente que Verticilos
) as tépalas são o conjunto de pétalas coloridas e a
corola compreende o conjunto de sépalas. ) Na presença de genes apenas nas regiões A e C,
b) a corola corresponde ao conjunto de sépalas e o a flor produzirá pólen.
perianto compreende o conjunto de pétalas. b) Na presença de genes apenas nas regiões A e B,
c) o cálice é constituído pelas sépalas; já a corola é a flor dará origem a um fruto.
constituída pelas pétalas. c) Na ausência de genes na região B, a autofecun-
d) todas as flores possuem cálice, corola, androceu dação na flor é possível.
e gineceu. d) Na ausência de genes na região A, a flor será me-
nos visitada por polinizadores.
2. Udesc 2015 A figura representa esquematicamente
uma flor. 4. Fuvest-SP 2019 Os esquemas mostram cortes longi-
Estigma tudinais de flores de duas espécies diferentes (A e B).
Antera
Filete estigma
Ovário
antera

Óvulo corola
Pétalas néctar
Receptáculo Floral Sépalas

Pedúnculo Floral
cálice
Analise as proposições em relação à representação
da flor, na figura. ovário
i. O esquema representa uma flor hermafrodita.
ii. O receptáculo floral em algumas espécies pode
Baseado nos elementos listados na figura, responda
se desenvolver e originar frutos.
ao que se pede.
iii. A flor esquematizada é típica do grupo das gim-
) O que ocorre com o ovário após a fecundação
nospermas.
da flor?
iV. As pétalas podem servir como elementos atrati-
vos no processo de polinização.
V. No estigma ocorre a fixação do grão de pólen.
Vi. O óvulo fecundado pelo grão de pólen dará ori-
gem ao embrião. b) Considerando-se que a autofecundação seja
Assinale a alternativa correta. possível nas duas espécies, em qual delas esse me-
) Somente as afirmativas III, IV e VI são verdadeiras. canismo de fecundação é favorecido? Justifique.
b) Somente as afirmativas I, II, IV e VI são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas I, II, V e VI são verdadeiras.

c) Dada a morfologia da flor da espécie A, cite um


3. Uncmp-SP 2016 Segundo o modelo que determina a
animal nectarívoro (que se alimenta de néctar) que
identidade de órgãos florais, os genes estão arranjados
poderia polinizá-la. Justifique sua resposta levando
FRENTE 2

em três regiões sobrepostas, e cada região compreen-


em conta uma adaptação desse animal relaciona-
de dois verticilos adjacentes. Uma combinação única de
da à capacidade de polinização dessa flor.
genes determina a identidade do verticilo (imagem I).
Se, por exemplo, a região de atividade B é ausente, os
verticilos serão especificados apenas pelas regiões
de atividade A e C, e a flor conterá apenas sépalas e
carpelo (imagem II). Assinale a alternativa correta.

AULAS 37 e 38 Angiospermas: aspectos reprodutivos 273


5. UFJF-Mg 2020 Ao longo do desenvolvimento dos
diferentes grupos de plantas, observamos algumas
alterações que culminaram no surgimento das angios-
I
permas. Com relação a esse grupo vegetal e seu ciclo IV
de vida, é CORRETO afirmar que:
) O desenvolvimento do fruto, a partir do ová-
rio, contribuiu para uma maior dispersão das III
sementes, originadas a partir do óvulo, possi-
bilitando-lhes alcançar lugares distantes dos
indivíduos que as produzem. Receptáculo
b) O desenvolvimento da semente, caráter exclusivo floral II
das angiospermas, é um aspecto evolutivo impor-
Pedicelo ou
tante com a função de proteger o embrião quando
pedúnculo
as sementes são liberadas ao ambiente externo.
c) A dupla fecundação, caráter compartilhado com
as gimnospermas, permite a formação do embrião
e de um tecido de reserva haploide que nutrirá o Adaptado de: Lopes, S., Rosso, S. BIO. 2a ed. Volume 3.
Editora Saraiva. São Paulo. 2010.
embrião durante o seu desenvolvimento.
d) As peças florais como sépalas e pétalas são os  O gineceu (III) apresenta  estruturas bilobadas na
esporófilos responsáveis pela formação do me- extremidade, as quais abrigam o ovário portador
gásporo e do micrósporo, respectivamente. dos óvulos, representando assim a parte feminina
e) A polinização e a dispersão dos frutos pelo ven- da flor.
to são fenômenos que ocorrem somente nas  O androceu é formado por um conjunto de esta-
angiospermas e explicam a baixa diversidade mes (III), os quais contêm os microsporângios, que
biológica e a restrita distribuição geográfica das formarão os micrósporos por meiose.
espécies desse grupo.  Em (IV), está representado um estame, também
chamado de pistilo (parte feminina da flor), e que
6. UEPg/PSS-PR 2018 Ao lado está representado o es- originará os grãos de pólen.
quema de uma flor, em que foi mantida apenas uma  Pétalas (I) e sépalas (II) são verticilos estéreis da
estrutura de cada um dos verticilos florais. Sobre a flor e, geralmente, estão relacionadas com a atra-
morfologia e a função dos constituintes da flor, assina- ção de animais polinizadores.
le o que for correto. Soma:

Guia de estudos
Biologia • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 13
I. Leia as páginas de 65 a 69. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 3, 4, 5, 8, 10 e 11.
II. Faça os exercícios 1, 2, 4, 6, 7, 8, 12 e 19 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 1, 3, 5 e 6.

274 Biologia AULAS 37 e 38 Angiospermas: aspectos reprodutivos


FRENTE 2
AULAS 39 e 40

Angiospermas: classificação, polinização e fruto


Classificação das angiospermas – Flores com verticilos ligados a um eixo curto, com
disposição helicoidal.
y A maioria das angiospermas (mais de 95% das espé-
– São considerados ancestrais das demais angios-
cies) está dividida em dois grupos: monocotiledôneas
permas (monocotiledôneas e eudicotiledôneas).
e eudicotiledôneas.
– Exemplo: magnólia e vitória-régia.
y Mnctedônes:

© Khudoliy/Shutterstock.com
– Têm apenas um cotilédone.
– Exemplo: milho, arroz e capim.
y Eudctedônes:
– Têm dois cotilédones.
– Apresentam flores com verticilos dispostos con-
centricamente.
– Exemplo: goiabeira, soja, ipê, jacarandá e pesse-
gueiro.
y Alguns grupos basais (mais primitivos) de Angiosper-
mas apresentam características diferenciadas: Flor de magnólia. As angiospermas atualmente também recebem a
– Dois cotilédones (como nas eudicotiledôneas). denominação de magnoliófitas.
ElEMENToS
FoRa DE CoRES
PRoPoRÇÃo FaNTaSia

Crcterístcs Mnctedônes Eudctedônes

Com um cotilédone. Com dois cotilédones.


Nas leguminosas, não há endosperma; as reservas
Fruto (2n) ficamnos cotilédones, muito espessos.
Tegumento (2n)
Semente Tegumento (2n) Cotilédones (2n)
Endosperma (3n) Cotilédone (2n)
Embrião (2n)
Embrião (2n)

Fasciculada. Axial (pivotante).

Rz
(sstem
rdcur)

Irregular (difusa). Regular.


Dspsçã
ds vss
Floema
n cue Floema
Xilema Xilema

Nervuras paralelas. Nervuras reticulares.


Nervurs
ns fhs
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© sain mena | Dreamstime.com

Pentâmeras ou tetrâmeras:
Trímeras:
verticilos em múltiplos
Fres verticilos em
FRENTE 2

de cinco (mais comum) ou


múltiplos de três.
quatro, respectivamente.

Palmeira, bananeira, lírio, orquídea e bromélia. Eucalipto, goiabeira, ipê, batata e mogno.
Exemps Inclui a família das rmínes: cana-de-açúcar, capim e Inclui a família das eumnss (seu fruto é a vagem): feijão,
cereais (arroz, milho, trigo, centeio, cevada e aveia). soja, lentilha, amendoim, grão-de-bico, ervilha e pau-brasil.

Principais características de monocotiledôneas e eudicotiledôneas.

AULAS 39 e 40 Angiospermas: classificação, polinização e fruto 275


Polinização

© Iunzhakova Iuliia/Shutterstock.com
y Consiste no transporte de pólen da antera até o
estigma.
y Quanto às plantas envolvidas, pode haver:
– autpnzçã: o pólen de uma planta é transfe-
rido para o estigma de uma flor da mesma planta.
– Pnzçã cruzd: o pólen de uma planta é
transferido para o estigma da flor de outra planta.
y Em relação ao agente que a realiza, há dois tipos de
polinização:
– artfc: executada pelo ser humano.
– Ntur: executada por um animal ou pelo vento. A abelha é um polinizador natural que coleta néctar e pólen das flores. Os
– Elementos de atração para o polinizador: cor grãos de pólen são armazenados em estruturas especializadas nas pernas,
conforme indicado pela seta na imagem.
e odor.
– Oferta de recursos para o polinizador: néctar
(líquido açucarado) e pólen comestível.
Fruto
y É uma exclusividade das angiospermas.
Polinização y Tem grande importância evolutiva.

Conceito e classificação
Artificial Natural y Frut é o ovário desenvolvido.
y Um fruto típico tem três partes:
– Epcrp.
Ser humano
– Mescrp.
– Endcrp.
Tubo polínico
Fruto
Vento
ento Insetos Aves
ves Morcegos Ovário
Óvulo
Anemofilia Entomofilia Ornitofilia Quiropterofilia
Receptáculo floral Semente
Tipos de polinização de acordo com o agente polinizador.
Pedúnculo floral

© Suljo | Dreamstime.com
Tp de Cr
odr Néctr Póen ElEMENToS
pnzçã vsts FoRa DE
PRoPoRÇÃo

Tem o aspecto de
CoRES
pó e é abundante. FaNTaSia
Para sua captação,
anemf – – –
o estigma da flor é
amplo, aumentando Epicarpo Mesocarpo Endocarpo
© yew wah kok | Dreamstime.com

sua superfície.
Pegajoso,
geralmente em
quantidade menor
se comparado a
Entmf + + + plantas anemófilas.
Dependendo do
polinizador, parte O fruto origina-se do desenvolvimento do ovário, e apresenta epicarpo,
do pólen é utilizada endocarpo e mesocarpo. No pêssego, o endocarpo é o caroço, que contém
para alimentação. a semente.
Pegajoso,
geralmente em Os frutos são classificados em:
orntf + – + quantidade menor y Secs: sem polpa suculenta.
se comparado a y Crnss: com polpa suculenta. Dentre esses, há:
plantas anemófilas.
– Drup:
Pegajoso, D Apresenta caroço.
geralmente em
+ ++ D Exemplo: pêssego.
Qurpterf + quantidade menor
(clara) (intenso) – B:
se comparado a
plantas anemófilas. D Apresenta sementes soltas em seu interior;
não tem caroço.
Características das flores de acordo com o tipo de polinização. (+) indica
presença; (–) indica ausência. D Exemplo: laranja.

276 Biologia AULAS 39 e 40 Angiospermas: classificação, polinização e fruto


Os frutos são responsáveis pela:

Richsantaclaus/Dreamstime.com
a
y Prteçã da semente.
y Dspersã da semente no ambiente, o que:
– diminui a competição intraespecífica.
– eleva a chance de sobrevivência dos descendentes.
Muitas espécies de angiospermas apresentam varia-
ções em relação a flores e frutos.
– A flor normalmente gera o fruto.
– A flor pode gerar nfrescênc, nfrutescênc,
frut prtencárpc e pseudfrut.

Carlos Caetano/Dreamstime.com

Neal Dwire/Stock.xchng
ElEMENToS
FoRa DE B C
PRoPoRÇÃo

Ovário Fruto CoRES


FaNTaSia

Óvulo Semente

Morango
Receptáculo Maçã
Pera Pseudofruto

Pedúnculo: caju A dispersão de sementes com a participação de frutos pode ocorrer pelo
vento (a: dente-de-leão), por animais (B: picão, que se adere ao corpo) e pela
Representação da flor e variações quanto às estruturas que originam frutos. água (C: coco-da-baía). Animais podem ingerir frutos que contêm sementes,
Pseudofrutos se originam do receptáculo floral ou do pedúnculo floral. as quais são eliminadas com as fezes.

Cs espec Crcterístcs e exemps

SusanaGBD/Shutterstock.com
Conjunto de fres rupds.
infrescênc
Ex.: margarida, girassol e gérbera.

I AM CONTRIBUTOR/Shutterstock.com
Conjunto de fruts rupds
infrutescênc e fundds; origina-se de uma
(frut mútp) inflorescência.
Ex.: abacaxi e framboesa.
Mihai Petre| Dreamstime.com

É o ovário desenvolvido, mas nã


Frut present sementes; forma-se sem a
prtencárpc ocorrência de fecundação.
Ex.: abacaxi e banana.

Fruto Fruto
Alvaro Ennes|Dreamstime.com

FRENTE 2
Strixcode|Dreamstime.com

Estrutura semelhante a um fruto, mas


não se origina do ovário; provém do Pseudofruto
Pseudfrut desenvvment do pedúncu fr
ou do receptácu fr.
Ex.: maçã, caju e morango.
Pseudofruto

Variações de flores e frutos.

AULAS 39 e 40 Angiospermas: classificação, polinização e fruto 277


Exercícios de sala
1. Udesc 2014 Um aluno precisava organizar a coleção 3. Fuvest-SP 2022 A figura ilustra as etapas do ciclo de
botânica da sua escola e separar as plantas em mo- vida do ipê-amarelo:
nocotiledôneas e dicotiledôneas. Assim, selecionou
plantas de arroz, trigo e milho, as quais foram cor-
retamente colocadas em um grupo; enquanto as de
feijão, soja e ervilha foram colocadas em outro grupo. Planta adulta
Analise as proposições em relação às características
de plantas monocotiledôneas e de dicotiledôneas e Germinação e Floração
assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa. Crescimento
 As raízes das monocotiledôneas são fasciculadas
(cabeleira) e encontradas nas plantas de arroz, trigo Sementes
e milho. Polinização
 As sementes de monocotiledôneas são constituídas
por dois cotilédones e encontradas nas plantas de trigo.
 As folhas das dicotiledôneas apresentam nervuras
Frutificação Fecundação
paralelas e podem ser observadas nas plantas de
feijão e soja. ) Qual é o modo de dispersão das sementes do
 As flores das dicotiledôneas apresentam, geralmen- ipê-amarelo?
te, as peças florais em número de três ou múltiplos
de três e são comuns nas plantas de milho e trigo.
b) Cite uma etapa do ciclo representado que possua
 As folhas das monocotiledôneas são constituídas
células com número haploide de cromossomos.
por nervuras reticuladas, ou ramificadas, e são ob- Cite outra etapa que possua células com número
servadas nas plantas de arroz e milho. diploide.
Assinale a alternativa que contém a sequência correta,
de cima para baixo.
) F – F – V – F – V
c) Cite uma etapa presente no ciclo de vida do
b) V – V – F – F – F
ipê-amarelo que não aparece no ciclo de samam-
c) F – V – V – V – F
baias e justifique seu significado evolutivo.
d) F – V – F – V – F
e) V – F – F – F – F

2. Uerj 2020

APICULTORES BRASILEIROS ENCONTRAM


MEIO BILHÃO DE ABELHAS MORTAS EM
TRÊS MESES 4. acfe-SC 2016 Seis espécies de borboletas inglesas
Nos últimos três meses, mais de 500 milhões de abe- podem entrar em extinção.
lhas foram encontradas mortas por apicultores apenas As mudanças climáticas estão matando as borbole-
em quatro estados brasileiros, segundo levantamento da tas inglesas. De acordo com estudo publicado na revista
Agência Pública e Repórter Brasil. Nature Climate Change no dia 10 de agosto de 2015,
Adaptado de sul21.com.br, março/2019. seis espécies do inseto sensíveis às secas, provavelmente
Alguns ecossistemas são gravemente afetados por intensificadas pelas emissões de gás carbônico, podem ser
desequilíbrios como o relatado na reportagem. extintas antes de 2050. A queda drástica de insetos como
as borboletas e abelhas, fundamentais para a poliniza-
Nesse caso, uma consequência para as plantas polini-
ção de frutas, verduras e legumes, abre a possibilidade
zadas por abelhas é:
da redução da produção desses vegetais, com graves con-
) diminuição da necessidade de água
sequências para o abastecimento de alimentos em todo
b) redução da dispersão de sementes
o mundo.
c) perda da variabilidade genética Fonte: Veja, 11/08/2015.
d) limitação da taxa de fotossíntese Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia

278 Biologia AULAS 39 e 40 Angiospermas: classificação, polinização e fruto


Sobre o tema é correto afirmar, excet: Considerando as informações fornecidas no texto e os
) A polinização é a transferência de células re- conhecimentos sobre botânica e ecologia, é correto
produtivas masculinas (núcleos espermáticos) afirmar que a polinização pode ser beneficiada
através dos grãos de pólen, da antera de uma flor ) por insetos que transportam o pólen da antera para
sempre para o estigma de outra flor, garantindo a o estigma nas eudicotiledôneas mencionadas.
variabilidade genética da espécie. b) por pequenos vertebrados que transferem pólen
b) Nas angiospermas, para que ocorra a fecunda- do estigma para o estame nas monocotiledôneas
ção, quando o grão de pólen chega até o estigma mencionadas.
da flor ocorre a formação do tubo polínico. Uma c) por insetos que transferem pólen do estigma para
divisão mitótica acontece no núcleo reprodutivo, o estame nas eudicotiledôneas mencionadas.
formando dois núcleos espermáticos. Um dos d) por pequenos mamíferos que transportam o pólen
núcleos espermáticos irá fecundar a oosfera, da antera para o estigma nas monocotiledôneas
formando um zigoto (n); o outro núcleo espermá- mencionadas.
tico fecundará os núcleos polares, formando uma
célula triploide (n) que dará origem, por mitose, 6. Uep 2013 Leia o texto a seguir:
ao endosperma (reserva alimentar). [...] “Tudo começou com a maçã (1). Depois foi a
c) A transferência do grão de pólen da antera até vez da manga (2), do abacate (3), do caju (4), do abacaxi
o estigma pode ser através de fatores bióticos, (5) e outras frutas do paraíso”. Os frutos e pseudofrutos
ou seja, com auxílio de seres vivos; ou abióticos, fazem parte de nossa vida, mas muitas vezes não temos
através de fatores ambientais, ou através da au- a consciência do que eles são e qual sua importância
topolinização, ou seja, a flor recebe seu próprio na alimentação e no ambiente. No nosso organismo
pólen. Entre os fatores abióticos pode-se citar o exercem papéis importantes, pois são fontes de água,
vento (anemofilia) e a água (hidrofilia); e entre os fibras (celulose), vitaminas, sais minerais, frutose, gor-
fatores bióticos, insetos (entomofilia), morcegos duras e proteínas.
(quiropterofilia), aves (ornitofilia), entre outros. Disponível em: <http://treinosacademia.com.br/qual-a-importancia-
das-frutas-na-nossa-alimentacao/>. (Adapt.).
d) Alguns animais polinizam flores em troca de ali-
mentos sob a forma de pólen ou néctar. Entre o Das palavras destacadas e numeradas no texto, analise
agente polinizador e a planta polinizada, que tem as afirmativas a seguir:
seus genes dispersados, pode-se observar uma i. A parte comestível de  origina-se do receptáculo
interação (relação) harmônica interespecífica, o floral.
mutualismo, na qual ambos se beneficiam. ii.  e  são originados de um único ovário fecun-
dado.
5. Uncmp-SP 2020 Relatório publicado em 2019 aler- iii. 5 é originado do desenvolvimento de ovários das
tou que um número crescente de espécies de animais flores de uma inflorescência.
polinizadores está ameaçado de extinção em todo o mun- iV. A polpa de 4 origina-se do pedúnculo floral.
do em decorrência de fatores como desmatamento, uso A alternativa que apresenta apenas frutos é:
indiscriminado de agrotóxicos e alterações climáticas. ) I
Importantes medidas devem ser adotadas para prevenir b) II
as consequências econômicas, a redução na produção c) I e II
de alimentos e o desequilíbrio dos ecossistemas. Entre as d) II e III
espécies cultivadas no Brasil que dependem de poliniza- e) III e IV
ção animal, destacam-se o maracujá, a maçã, a acerola e
a castanha-do-brasil.
(Fonte: Marina Wolowski e outros, Relatório temático sobre
polinização, polinizadores e produção de alimentos no Brasil.
BPBES e REBIPP, 2019. Acessado em 23/05/2019.)
FRENTE 2

Guia de estudos
Biologia • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 13
I. Leia as páginas de 69 a 73. III. Faça os exercícios propostos de 12 a 16 e de 18 a 21.
II. Faça os exercícios 23 e de 27 a 31 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 7, 9, 11, 13 e 14.

AULAS 39 e 40 Angiospermas: classificação, polinização e fruto 279


FRENTE 2
AULAS 41 e 42

Morfologia externa das plantas


Constituição de uma angiosperma Raiz
Uma angiosperma típica tem dois tipos de estruturas:
y Reprdutvs: Partes de uma raiz
– Flor; Uma raiz típica possui:
– Fruto; y Cf:
– Semente. – Capa que protege a zona meristemática contra
y Veettvs: atrito e decomposição.
– Rz: absorve água e nutrientes minerais, que são y Zn merstemátc:
enviados às folhas. – Constituída por tecido meristemático.
– Cue: promove a ligação entre a raiz e as folhas, – Suas células têm grande atividade mitótica, contri-
proporcionando a condução de seiva inorgânica e buindo para o crescimento da raiz.
orgânica pelos vasos condutores; o caule possui y Zn de dstensã (zn s):
gemas, que podem gerar ramos (galhos) ou flores. – Tem células que sofrem alongamento, contri-
– Fhs: realizam fotossíntese, processo respon- buindo para o crescimento da raiz.
sável pela produção de substâncias orgânicas y Zn pífer:
(como açúcar), enviadas a outras partes da planta. – Apresenta pelos absorventes, estruturas nas quais
ocorre a entrada de água e de nutrientes minerais.
Desenvolvimento de uma angiosperma y Zn ds rmfcções:
y Normalmente, uma angiosperma adulta tem sua ori- – Tem raízes secundárias, que auxiliam na fixação
gem no processo da germinação. da planta ao solo e aumentam a área de absor-
– germnçã: é o desenvolvimento do embrião que ção da raiz.
emerge da semente, consumindo reservas desta.
Raiz
1 Água e nutrientes orgânicos Flor secundária
2 Água e nutrientes minerais
Gemas

Folhas
Zona das
Semente
ramificações

1 2 Caule
ElEMENToS
FoRa DE
Raiz Zona PRoPoRÇÃo

pilífera CoRES
FaNTaSia

Raiz
Radícula
Zona
de distensão
Desenvolvimento da planta (zona lisa)

Zona
meristemática
ElEMENToS
Representação simplificada das etapas de desenvolvimento FoRa DE
PRoPoRÇÃo
de uma angiosperma, desde a germinação até a formação da Coifa
planta adulta. A primeira parte que emerge da semente é a CoRES
FaNTaSia
radícula, que se desenvolve formando a raiz. Representação da organização de uma raiz típica de angiosperma.

280 Biologia AULAS 41 e 42 Morfologia externa das plantas


Origem de uma raiz y Rízes éres: presentes em espécies terrestres, são
Raízes podem se originar: encontradas total ou parcialmente acima do solo, de-
y Da rdícu do embrião. pendendo do seu modo de vida.
y De fhs ou de cues: ElEMENToS
FoRa DE CoRES
– Nesse caso, são denominadas rízes dventícs. PRoPoRÇÃo FaNTaSia

Folha Tps de rz Crcterístcs e exemps


ElEMENToS
FoRa DE
Folha PRoPoRÇÃo
Origina-se do Raiz-suporte
CoRES
FaNTaSia caule e aumenta a do milho
Escr base de fixação da
planta.
Ex.: milho.

H2O Solo Retira seiva de uma

João Medeiros/Flickr
planta hospedeira.
Ex.: cipó-chumbo
Sudr (retira água e
Caule (hustór) açúcares) e erva-
-de-passarinho
(retira água e sais
minerais).
Raízes

Fir0002 /Wikimedia Commons


adventícias
Raízes adventícias são provenientes de folhas ou de caules. Envolve o tronco
de uma árvore
hospedeira, que,
Tipos de raiz
quando cresce
Há raízes que se desenvolvem em meio aquático, em circunferência,
aéreo ou subterrâneo. Estrnunte tem seus vasos
condutores
y Rízes quátcs: presentes em espécies aquáticas, interrompidos, o
se desenvolvem submersas. que pode provocar
y Rízes subterrânes: presentes em espécies terres- sua morte.
tres, são dispostas enterradas no solo; podem ser Ex.: mata-pau.
classificadas de acordo com sua morfologia externa.
Cresce para fora do
ElEMENToS
FoRa DE CoRES
solo e tem fendas
PRoPoRÇÃo FaNTaSia (pneumatódios)
Resprtór que realizam trocas Pneumatóforos
Tps de (pneumtófr) gasosas com o ar.
Crcterístcs e exemps
rz Ex.: Avicennia sp.,
planta comum em
Apresenta um eixo (raiz manguezais. Raiz principal
principal) de onde saem
ramificações (raízes Apresenta aspecto

seneca77/Morguefilem
secundárias). Algumas espécies de placas, que
apresentam raiz pivotante crescem acima
ax que se converte em órgão da superfície do
(pvtnte) de reserva, armazenando Tbur solo. Aumenta
substâncias nutritivas a sustentação
(chamadas raízes tuberosas), mecânica e realiza
como batata-doce e mandioca. trocas gasosas.
Ocorre em eudicotiledôneas e Ex.: figueira.
gimnospermas.
chery/Wikimedia Commons

Permite aderência
Constituída por várias raízes a uma superfície,
Fsccud formadas pela base do caule; como rochas, muros
grmpfrme
(em cada uma dessas raízes ou troncos de
cbeer) ramifica-se. árvores.
Ocorre em monocotiledôneas. Ex.: hera e imbé.
FRENTE 2

Tipos principais de raízes subterrâneas. Tipos principais de raízes aéreas.

AULAS 41 e 42 Morfologia externa das plantas 281


Caule y Cues subterrânes: desenvolvem-se no interior do
y Permite a ligação entre folhas e raízes. solo.
y É dotado de gemas que:
– Podem gerar ramos. Tps de
Crcterístcs e exemps
cue
– Podem gerar flores.
y Há caules que se desenvolvem em meio:
– quátc,
– ére ou Desenvolve-se para-
– subterrâne. lelamente à superfície
y Cues éres: Rzm do solo.
Ex.: bananeira, samam- Rizoma
– rstejntes: não possuem tecidos de sustenta-
baia e gengibre.
ção com rigidez que permita sua verticalidade.
– erets: rigidez suficiente para manter o suporte
das folhas e das estruturas reprodutivas.

sanjay acharya/wi-
kimedia commons
Tps de
Crcterístcs e exemps Acumula reservas e
cue
apresenta gemas.
Tubércu
Rstejntes Ex.: batata-inglesa e
cará.
Lankiveil/wikimedia commons

Desenvolvem-se sobre a superfície do


solo (têm o nome particular de estolão,
ou estolho).
Ex.: melancia, abóbora e morango. Catafilos
Reduzido a uma base
em forma de disco
Erets chamada prato, envolta Prato
Caule
Bub
por folhas ricas em
Rana Mujahid Ali/123rf.com

reservas.
Ex.: cebola e alho.
Delgado e clorofilado. Raízes
Haste
Ex.: arroz, trigo e feijão. adventícias

Tipos principais de caules subterrâneos.

Folha
Margouillat/123rf.com

Espesso, ramificado,
recoberto por súber y Principal responsável pela fotossíntese.
Tronco (cortiça).
y Realiza trocas gasosas e grande parte da transpiração
Ex.: mangueira, ipê e
pinheiro. da planta.

Cilíndrico, com nós Partes de uma folha típica


paralelos ao longo do
y lmb:
Margouillat/123rf.com

eixo; folhas ligadas ao


caule em toda a sua – Corresponde à porção em forma de lâmina.
Colmo extensão. – É a região responsável pela realização da fotos-
Ex.: milho e cana-de- síntese.
-açúcar (ambos com
colmo cheio); bambu – Contém nervuras.
(com colmo oco). y Pecí:
– É conhecido como cabo da folha. Geralmente
Cilíndrico, com nós
presente em folhas de eudicotiledôneas.
Tono Balaguer/123rf.com

paralelos ao longo do
eixo; folhas somente y Bnh:
na extremidade. Os – Base dilatada que une a folha ao caule. Geral-
Estipe
ramos produzidos têm
flores. mente presente em folhas de monocotiledôneas.
Ex.: coqueiro e
palmeira. Tipos principais de folha
y Prenérves:
Andalusia/morguefile.com

Clorofilado, com água – Presentes em monocotiledôneas.


Cladódio armazenada. – Têm nervuras paralelas.
Ex.: cacto. y Retcunérves:
– Presentes em eudicotiledôneas.
Tipos principais de caules aéreos. – Têm uma nervura central e várias ramificações.

282 Biologia AULAS 41 e 42 Morfologia externa das plantas


Tim van C/Stock.xchng

Stefano Zucchinali/Wikimedia Commons


Eudicotiledôneas Monocotiledôneas
Nervuras reticulares Nervuras paralelas a B

Limbo

d3designs/
Morguefile
Limbo
Pecíolo ElEMENToS
FoRa DE CoRES
Bainha

Edson Grandisoli/Pulsar Imagens


PRoPoRÇÃo FaNTaSia
C
Uma diferença marcante entre folhas de dicotiledôneas e de
monocotiledôneas é o tipo de nervura que apresentam: reticulares, naquelas
com dois cotilédones, e paralelas, naquelas com um cotilédone.

Folhas modificadas
y Espnhs: presentes no cacto.
y Séps e péts: presentes em flores.
y Ctédnes: presentes em sementes. Tipos de folhas modificadas: as acículas de pinheiros (a) têm formato de
agulha e constituem adaptação à neve. Algumas plantas carnívoras têm
y Bráctes: localizam-se na base de flores e podem ser folhas (B) que aprisionam e digerem pequenos animais. Gavinhas (C), como
vistosas. Exemplo: antúrio e copo-de-leite. as do chuchu, enrolam-se em um suporte.

Exercícios de sala
1. UFg-go 2013 A Amazônia é uma floresta distribuída que a vendedora lhe ofereceu. Perto dali, viu belíssi-
em diversos tipos de ecossistemas, desde florestas mos morangos (III) e também os experimentou. Nessa
fechadas de terra firme, que abrigam várias espécies banca, saboreou ainda um pedaço de melancia (IV).
epífitas, até várzeas ribeirinhas, campo, igarapés e Finalmente, antes de entrar em seu carro com as com-
manguezais. Essa dimensão de distribuição das espé- pras, parou em uma barraca e refrescou-se com uma
cies vegetais é possível por causa de estruturas e de água de coco (V).
órgãos adaptados às condições específicas de cada As estruturas I, II, III, IV e V, ingeridas pelo indivíduo,
ecossistema. Considerando-se o assunto, explique correspondem, respectivamente, a:
as adaptações do sistema radicular de epífitas e das ) raiz, caule, fruto, endosperma e pseudofruto.
plantas de manguezais no que se refere à captação b) semente, raiz, pseudofruto, fruto e endosperma.
de água e oxigênio, respectivamente. c) fruto, caule, pseudofruto, endosperma e semente.
d) fruto, raiz, endosperma, pseudofruto e semente.
e) semente, caule, pseudofruto, fruto e endosperma.

3. Uneste-PR 2020 A raiz emerge da semente em


germinação, permitindo à plântula fixar-se no solo e ab-
sorver água e sais minerais. É CORRETO afirmar que:
) as raízes tuberosas, como as da mandioca, cenou-
ra, batata-inglesa e cebola, armazenam reservas
nutritivas, principalmente na forma de grãos de
amido que são utilizados pela planta durante a
floração e formação de frutos.
b) o câmbio vascular e o felogênio são estruturas
constituídas por células meristemáticas e são
responsáveis pelo crescimento em extensão das
raízes e também pela formação de raízes laterais.
c) além da fixação e absorção, as raízes também reali-
zam a condução e armazenamento de substâncias
e, diferentemente de outras partes da planta, não
FRENTE 2

sintetizam hormônios.
2. Fsm-SP 2013 Em um passeio pelo Ceagesp, um d) a região de meristema radicular é caracterizada
indivíduo experimentou vários produtos antes de pela ausência de divisão celular.
comprá-los. Primeiramente, comeu pinhão (I). Depois, e) os meristemas subapicais são caracterizados pela
parou na banca que vendia mandioca (II) e, para se atividade mitótica de suas células e estão prote-
certificar de que ela estava macia, comeu um pedaço gidos pela coifa.

AULAS 41 e 42 Morfologia externa das plantas 283


4. PUC-R 2015 Considere as afirmações relativas às 6. UFRgS 2014 As afirmações abaixo referem-se às
funções das raízes das plantas. plantas que se desenvolvem sobre as árvores.
i. Absorção de água e sais minerais. i. Caracterizam-se pela presença de bulbos, tubér-
ii. Condução de matéria orgânica até o caule. culos e rizomas.
iii. Local de armazenamento de reservas de nutrien- ii. Podem apresentar adaptações morfológicas
tes. como os haustórios nas raízes e as escamas nas
iV. Reprodução sexuada. folhas.
Estão corretas: iii. Apresentam sementes ou frutos com ganchos
) Apenas I, II, IV. para facilitar a dispersão por mamíferos como ca-
b) Apenas I, II, III. pivaras e graxains.
c) Apenas II, III, IV. Quais estão corretas?
d) Apenas I e III. ) Apenas I.
e) Todas as afirmações. b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
5. Uece 2017 Com o objetivo de resolver o problema de d) Apenas II e III.
erosão em sua propriedade, um fazendeiro comprou e) I, II e III.
mudas de plantas indicadas por um biólogo. Essas mu-
das apresentam raízes fasciculadas, nervuras paralelas
e flores trímeras, portanto, são representantes das
) leguminosas.
b) samambaias.
c) cicadáceas.
d) gramíneas.

Guia de estudos
Biologia • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 14
I. Leia as páginas de 87 a 93. III. Faça os exercícios propostos 2, de 4 a 6, 14, 17, 18 e 21.
II. Faça os exercícios 1, 3, 4 e de 6 a 8 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 3, 4, 6, 7, 12 e 13.

284 Biologia AULAS 41 e 42 Morfologia externa das plantas


FRENTE 2
AULAS 43 e 44

Tecidos vegetais
Histologia vegetal Tps
de Exemp Crcterístcs
y É o estudo dos tecidos vegetais. tecd
y Tecds: Tem células vivas.

Tecds de revestment
– São camadas componentes dos órgãos. É delgada e recobre folhas, frutos,
Epderme raízes e caules jovens.
– Apresentam células semelhantes entre si. Realiza trocas gasosas e protege
y Os tecidos vegetais são divididos em dois grupos: contra a desidratação.
permanentes e meristemáticos. Tem células mortas.
y Tecds permnentes: É espesso e recobre raízes e
caules que apresentam crescimento
– São bastante especializados. Súber (crtç)
em circunferência.
– Compreendem os tecidos de revestimento, de Protege contra a desidratação e contra
agressões de agentes externos.
condução, de sustentação e os parênquimas.
Tem células vivas que formam
y Tecds merstemátcs: Fem (íber) vasos condutores.
– Com alta capacidade mitótica. Transporta seiva orgânica.

Tecds de
cnduçã
– Contribuem para o crescimento da planta. Tem células mortas que formam
vasos condutores (alguns vasos
– Geram tecidos permanentes por diferenciação.
são os traqueídeos).
– Possuem células totipotentes (com capacidade Xem (enh) Sua parede celular tem grande rigidez.
de gerar todos os tipos celulares do organismo). É o principal componente da madeira
de uma árvore.
Tecidos Conduz seiva inorgânica.
Dotado de grande rigidez,
Xem (enh)
Meristemáticos Diferenciação Permanentes atua também na sustentação.
(indiferenciados) (diferenciados)
Tem células vivas.
Mitose
Apresenta grande flexibilidade.
sustentçã
Tecds de

Cênqum
Crescimento Parênquima Revestimento Condução Sustentação Ocorre no pecíolo das folhas e
em caules flexíveis.
Fotossíntese Armazenamento Preenchimento Tem células mortas.
Os principais tipos de tecidos vegetais.
Apresenta grande rigidez.
Escerênqum É encontrado próximo aos vasos
condutores e como componente
Tecidos permanentes do caroço de frutos.
Os tecidos de condução são de dois tipos: Ocupa espaços existentes
De
entre outros tecidos.
y Xem (enh): transporta seiva inorgânica, ou bruta preenchment
Ex.: córtex e medula do caule.
(água e nutrientes minerais). Realiza fotossíntese.
(formados apenas por células vivas)

y Fem (íber): transporta seiva orgânica, ou elabora- É denominado parênquima clorofiliano,


da (água e açúcares). Ftssntétc clorênquima ou parênquima assimilador.
Tecds prenqumátcs

Ex.: interior de folhas e alguns


tipos de caule.
ElEMENToS
FoRa DE CoRES
Luz amífer
PRoPoRÇÃo FaNTaSia
Tem células vivas que
armazenam amido.
Ex.: semente de arroz e
Xilema: transporta
seiva inorgânica raiz de mandioca.
Floema: De aquífer
transporta seiva rmzenment Tem células vivas que armazenam água.
orgânica Ex.: caule de cacto.
FRENTE 2

aerífer
H2O + Tem grande quantidade de
nutrientes ar entre suas células.
minerais Ex.: interior de folhas de vitória-régia.
Principais tecidos permanentes das plantas.
No caule, o xilema tem posição interna, enquanto o floema é mais externo.

Os principais tecidos permanentes de uma planta são y Há, ainda, tecds de secreçã que produzem e liberam
apresentados a seguir. substâncias úteis à planta, como néctar, látex e resinas.

AULAS 43 e 44 Tecidos vegetais 285


Tecidos meristemáticos Tipos de meristemas
Características dos meristemas Há dois tipos de meristema:
As células meristemáticas têm: y Merstems prmárs:
y Tamanho pequeno. – Oriundos de células do embrião.
– Exemplo: tecidos do ápce d rz e d cue e
y Parede celular delgada.
parte das ems d cue.
y Núcleo central e inúmeros vacúolos.
y Elevada capacidade mitótica.
y Merstems secundárs:
– Gerados por desdiferenciação.
ElEMENToS
FoRa DE – Exemplo: feên e câmb vscur.
PRoPoRÇÃo
Vacúolos
CoRES Células embrionárias Parênquimas
FaNTaSia
Núcleo
Mitose Desdiferenciação

Parede celular
Meristemas Meristemas
primários secundários
Organização de célula meristemática. É possível reconhecer sua parede
celular delgada e o núcleo em posição central.

As células meristemáticas podem sofrer diferenciação


de acordo com os seguintes passos: Crescimento Crescimento em
y Ganham água. longitudinal circunferência
y Sofrem distensão.
y Forma-se um único vacúolo central.
y O núcleo passa a ser periférico.
y A parede celular torna-se mais espessa. Ápice Gemas Câmbio Felogênio
laterais vascular
ElEMENToS
Célula meristemática FoRa DE
PRoPoRÇÃo

CoRES
Diferenciação

FaNTaSia
Xilema e Súber e
Caule Raiz floema feloderme
Origem e localização dos dois tipos de meristema.

Meristema apical ElEMENToS CoRES


FoRa DE FaNTaSia
Célula do caule PRoPoRÇÃo
diferenciada
a B
Núcleo Vacúolo Parede celular
Representação do processo inicial de diferenciação de células vegetais:
formação de um vacúolo central, deslocamento do núcleo para a periferia e
espessamento da parede celular. Xilema
Gemas
Células diferenciadas podem sofrer desdferencçã: laterais Câmbio
y Sofrem mitoses e geram células menores, que com- Floema
põem os meristemas secundários.
Célula
Desdiferenciação indiferenciada Meristema apical da raiz
Célula diferenciada
(meristema Representação da localização de alguns meristemas primários (a), como as
secundário) gemas do caule, e secundários (B), como o câmbio e o felogênio.

Exercícios de sala
1. Uncmp-SP 2016 Muitas vezes se observa o efeito do vento nas plantas, que faz com que a copa das árvores e even-
tualmente o caule balancem vigorosamente sem, contudo, se romper. No entanto, quando ocorre a ruptura de um ramo,
as plantas têm a capacidade de retomar o crescimento e ocupar novamente o espaço deixado pela queda do ramo.
) Cite e caracterize os tipos de tecidos que promovem a sustentação e a flexibilidade dos ramos e caules.

286 Biologia AULAS 43 e 44 Tecidos vegetais


b) Como se dão o surgimento e o crescimento do 3. UEM-PR 2015 Em uma aula de botânica, o professor
novo ramo em plantas danificadas pelo vento? fez algumas afirmações, relacionadas abaixo. Assinale
a(s) alternativa(s) correta(s).
 No corpo vegetal, os primeiros tecidos a passa-
rem pelo processo de diferenciação celular são o
xilema primário e floema primário.
 O crescimento secundário de uma raiz de dico-
tiledônea é resultante da atividade dos tecidos
meristemáticos, câmbio vascular e felogênio.
 Colênquima e esclerênquima são tecidos que
apresentam células com paredes espessas, sen-
do que o esclerênquima é constituído por células
mortas.
 As monocotiledôneas e as dicotiledôneas que
não crescem em espessura apresentam um
arranjo de tecidos conhecido como estrutura se-
cundária.
 Parênquima é um tecido abundante no corpo ve-
getal constituído por células vivas com parede
celular relativamente fina e que realizam funções
2. UFJF-Mg 2019 O caule das plantas apresenta
como fotossíntese e reserva.
o meristema apical (ou gema apical). A partir dos Soma:
meristemas apicais formam-se os meristemas
primários, que são a protoderme, o meristema 4. UFRgS 2013 Assinale a alternativa que preenche
fundamental e o procâmbio. Os tecidos derivados corretamente as lacunas do enunciado a seguir, na
desses meristemas são denominados “tecidos ordem em que aparecem.
primários”. Sobre os tecidos primários das angios- As dicotiledôneas apresentam _______________ e
permas assinale a alternativa CORRETA: _______, o que lhes permite crescimento secundário.
) Na epiderme, diferenciam-se estruturas, como os ) protoderme – procâmbio
estômatos, que controlam a transpiração e as tro- b) câmbio vascular – felogênio
cas gasosas entre a planta e o ambiente. c) coifa – procâmbio
b) O esclerênquima é um tecido de sustentação d) protoderme – felogênio
da planta, formado por células vivas, geralmente e) coifa – anéis anuais
alongadas, ricas em celulose e pectina.
c) O colênquima é um tecido de sustentação da 5. PUC-R 2013 As plantas, assim como os animais,
planta, formado por células mortas, com parede apresentam órgãos compostos de diferentes tecidos,
espessada em função principalmente do depósi- e esses tecidos apresentam diferentes funções: reves-
to de lignina. timento; assimilação e reserva; sustentação; condução.
d) O floema é um tecido que transporta seiva bruta, Os tecidos que desempenham essas funções são, res-
água e sais minerais a partir de estruturas como pectivamente:
os elementos de vaso e traqueídes. ) epiderme, parênquima, floema, esclerênquima.
e) O xilema é um tecido que transporta seiva elabo- b) colênquima, epiderme, xilema, parênquima.
rada, rica em substâncias orgânicas derivadas da c) epiderme, esclerênquima, xilema, parênquima.
fotossíntese, a partir de estruturas como células d) epiderme, parênquima, esclerênquima, floema.
crivadas. e) parênquima, colênquima, floema, esclerênquima.
FRENTE 2

AULAS 43 e 44 Tecidos vegetais 287


6. UFU-Mg 2015 Considere o quadro a seguir, em que os algarismos romanos de I a IV representam os principais te-
cidos vegetais e os algarismos arábicos de 1 a  indicam algumas características, a constituição e as funções desses
tecidos.

Tecds Crcterístcs, cnsttuçã e funções


1. Formado por células vivas, cuja função geral é o
I. Colênquima
preenchimento de espaços internos da planta.
2. Constituído por células com grande capacidade de divisão e
II. Esclerênquima
que descendem diretamente de células embrionárias.
3. É um tecido de sustentação constituído por células vivas,
III. Parênquima
dotadas de paredes com reforços extras de celulose.
. Constituído por células mortas, tem paredes impregnadas
IV. Meristema primário de lignina e sua função é a sustentação esquelética do corpo
da planta.

Assinale a alternativa que associa, corretamente, esses tecidos vegetais com suas respectivas características, cons-
tituição e funções.
) I-, II-, III-4 e IV-.
b) I-, II-, III- e IV-4.
c) I-, II-4, III- e IV-.
d) I-4, II-, III- e IV-.

Guia de estudos
Biologia • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 15
I. Leia as páginas de 103 a 106. III. Faça os exercícios propostos de 3 a 7 e de 10 a 13.
II. Faça os exercícios 2, 3, 5, 7 e 8 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 2, 4, 5, de 8 a 10 e 12.

288 Biologia AULAS 43 e 44 Tecidos vegetais


FRENTE 2
AULAS 45 e 46

Nutrição e secreção vegetal


Aspectos gerais da atividade de uma planta
y Divisão de funções entre as partes da planta:
– As rízes absorvem água e minerais do solo, que são enviados até as folhas.
– As fhs realizam fotossíntese, e o açúcar produzido é enviado até as raízes.
– O cue faz a interligação entre folhas e raízes.
y Uma planta tem tecidos que permitem manter suas atividades, como os tecidos de:
– Cnduçã: transportam materiais.
– Revestment: protegem e realizam trocas gasosas com o ambiente.
– Secreçã: produzem substâncias úteis, como certos materiais que repelem animais danosos.

As modalidades de nutrição vegetal


y inrânc, ou mineral: obtenção de água e nutrientes minerais.
y orânc: produção de substâncias orgânicas por meio da fotossíntese.

Nutrição orgânica
y A fotossíntese ocorre em caules jovens e nas folhas.
y Uma folha apresenta:
– Epderme superior e epiderme inferior, recobertas por cutícula e dotadas de estômts.
– Mesf: constitui o conjunto de estruturas entre as epidermes e compreende:
D Nervuras: com xem e fem, que conduzem seiva; a nervura é envolvida por tecidos de sustentação (colên-
quima e esclerênquima).
D Prênqum clorofiliano (paliçádico e lacunoso): realiza fotossíntese.
y A equação simplificada da fotossíntese é:
CO + HO + luz → carboidrato + O + HO
y Produtos gerados: glicose, sacarose, amido ou outras substâncias orgânicas.

Nutrição inorgânica
y Envolve a obtenção de água e nutrientes minerais (macronutrientes e micronutrientes).
y Os macronutrientes são os nutrientes utilizados em maior quantidade, e os micronutrientes são aqueles utilizados
em menor quantidade. Ambos são fundamentais para a saúde da planta.
Limbo
ElEMENToS Pecíolo
FoRa DE
PRoPoRÇÃo
Cutícula
CoRES
FaNTaSia
Célula epidérmica
(face superior)
Células do
parênquima
paliçádico
Espaço livre
Mesofilo

Feixe
vascular Xilema
FRENTE 2

Floema

Células do Célula epidérmica


parênquima (face inferior)
lacunoso Célula-guarda
Cutícula Estômato
Representação dos elementos constituintes da folha. Nela ocorrem a fotossíntese e outras atividades, como trocas gasosas (efetuadas por estômatos) e
transporte de substâncias (realizado pelo xilema e pelo floema).

AULAS 45 e 46 Nutrição e secreção vegetal 289


Mcrnutrentes Estrutura da raiz e do caule: relação com
Formação de aminoácidos, clorofila e bases a nutrição
Ntrên (N) nitrogenadas, as quais fazem parte de moléculas
importantes, como ATP, ADP, DNA e RNA.
y Os tecidos componentes dos órgãos vegetativos rela-
cionam-se com a nutrição:
Integra as moléculas ATP, ADP, DNA e RNA, – Fhs: realização de fotossíntese.
fosfolipídeos de membrana e açúcares ligados
Fósfr (P) – Rízes: absorção de nutrientes e armazenamento
a íons fosfato, que atuam nos processos de
respiração e fotossíntese. de reservas.
Importante em fenômenos osmóticos
– Cue: passagem de nutrientes (minerais e orgâ-
Ptáss (K) nicos) e armazenamento.
da célula vegetal.
Integrante da lamela média das
Các (C)
paredes celulares.
A estrutura da raiz
y Apresenta, na zn pífer, duas regiões:
Mnés (M) Componente da molécula de clorofila.
– Csc: epiderme, córtex e endoderme.
Integrante de alguns aminoácidos, sendo – Cndr centr: periciclo, xilema e floema; em
Enxfre (S) fundamental para a produção de proteínas.
Também compõe coenzimas e vitaminas. monocotiledôneas, há uma medu (parênquima
central).
Mcrnutrentes
y São importantes os aspectos:
Tem participação no alongamento celular, – Endderme: controla a passagem de nutrientes
Br (B) na síntese de ácidos nucleicos e na até o xilema.
regulação do ciclo celular.
– Percc: gera raízes secundárias (ramificações
Participa da quebra da molécula de água da raiz principal).
Cr (C) na fotossíntese, e é importante para a divisão
celular em folhas e raízes.
– Xem e fem: têm disposição alternada.

Cbre (Cu) Atua em processos enzimáticos. a


Ferr (Fe) Faz parte de moléculas de citocromos.
Pelos radiculares
Participa da ativação de enzimas envolvidas na
Mnnês Epiderme
respiração celular e da reação da quebra da
(Mn)
molécula de água na fotossíntese.
Córtex
Mbdên Importante no metabolismo do fósforo e do
(M) nitrogênio e na produção de aminoácidos. Endoderme

Importante para o funcionamento de Periciclo


Znc (Zn) muitas enzimas e na síntese da clorofila
Floema
em algumas plantas.
Os principais nutrientes minerais e sua utilização nas plantas. Xilema
ElEMENToS
FoRa DE

Os parênquimas PRoPoRÇÃo
Xilema
CoRES
y São tecidos vivos e dotados de parede com celulose. FaNTaSia
Floema
y Responsáveis por preenchimento de espaços, fotos- Periciclo Raiz secundária
síntese e armazenamento.
Endoderme
Exemps de
Funções Mdddes
crrênc
Parênquima clorofiliano, No interior de Córtex
Ftssíntese clorênquima ou folhas e de caules
parênquima assimilador jovens
Epiderme
Em semente de
arroz, caule
Amilífero → amido de batata, raiz de
mandioca e fruto
de banana
Em plantas
armzenment
aquáticas, como
Aerífero → ar B
aguapé e vitória-
-amazônica
Em plantas de
Aquífero → água regiões mais
Representação da posição dos elementos na raiz. Em a, corte transversal de
secas, como cacto
uma raiz (com crescimento primário) na região dos pelos absorventes. Em B,
Alguns tipos de parênquimas. aspecto geral de raiz com crescimento secundário (em espessura).

290 Biologia AULAS 45 e 46 Nutrição e secreção vegetal


A estrutura do caule y Parênquima do caule de eudicotiledôneas:
y Enquanto jovem, apresenta: – Externo aos vasos → córtex (parênquima cortical).
– Epiderme: responsável pelo revestimento. – Interno aos vasos → medu (parênquima medular).
– Parênquima: realiza fotossíntese ou armazenamento.
– Vasos condutores: agrupados em fexes bere- Tecidos de secreção
nhss (conduzem seiva). y Produzem e eliminam substâncias úteis ao organismo
y Um feixe liberolenhoso tem: vegetal.
– Xilema para dentro. y Os principais tipos são:
– Floema para fora. – Nectárs: produzem néctar, que é utilizado como
– Envoltório de fibras de escerênqum. alimento por animais polinizadores.
– Faixa de câmbio em eudicotiledôneas. – Cns resnífers: produzem resina, de função
y Disposição dos feixes liberolenhosos em caule de: protetora contra insetos e decompositores.
– Mnctedônes → difusa. – ltcífers: produzem látex, que fecha ferimentos
– Eudctedônes → regular. e protege a planta de animais herbívoros.
Monocotiledônea Eudicotiledônea ElEMENToS
FoRa DE
PRoPoRÇÃo

CoRES
FaNTaSia

Câmbio Floema
Xilema Floema Xilema
Representação de corte transversal de caule de Nectários
ElEMENToS CoRES
monocotiledônea e eudicotiledônea. FoRa DE FaNTaSia
PRoPoRÇÃo Os nectários de uma flor produzem o néctar que é utilizado como alimento
pelo animal polinizador.

Exercícios de sala
1. Unesp 2020 Um coqueiro (Cocos nucifera) pode atingir
Caixa-d'água
até 30 metros de altura e produzir até 80 frutos por ano.
Cada fruto, ainda verde, tem em média 28 mL de água,
na qual estão dissolvidos açúcares e sais minerais.

Rede pública

(www.forumdaconstrucao.com.br Adaptado)

Para que a água ascenda à caixa-d’água e à copa do


coqueiro, é necessário que,
) ao nível do solo, haja no cano e no floema uma
impulsão da coluna de água, elevando-a até a
extremidade oposta desses sistemas condutores.
FRENTE 2

b) metros acima do nível do solo, haja no cano e no


(www.agencia.cnptia.embrapa.br)
xilema uma sucção da coluna de água, elevando-a
Por analogia, os frutos de um coqueiro assemelham-se à desde o nível do solo.
caixa-d’água de uma residência. Em ambos os casos, a c) metros acima do nível do solo, haja no cano e no
água obtida ao nível do solo é armazenada, em grande floema uma sucção da coluna de água, elevando-a
quantidade, metros acima do nível desse solo. desde o nível do solo.

AULAS 45 e 46 Nutrição e secreção vegetal 291


d) ao nível do solo, haja no cano uma impulsão da 4. FgV-SP 2014 O cultivo de hortaliças hidropônicas
coluna de água e, metros acima do nível do solo, é uma alternativa para a produção de alimentos em
haja no xilema uma sucção da coluna de água, locais cujos solos estão contaminados. Nesta técni-
elevando-as desde o nível do solo. ca agrícola, os vegetais são geralmente cultivados
e) ao nível do solo, haja no cano e no xilema uma apoiados em instalações de tubos plásticos, não
impulsão da coluna de água, elevando-a até a entrando em contato direto com o solo, conforme
extremidade oposta desses sistemas condutores. ilustra a figura.

2. UEM-PR 2012 O corpo do vegetal é composto por


órgãos vegetativos e reprodutivos. Levando em
consideração a estrutura e a função desses órgãos,
assinale o que for correto.
 As flores são formadas por verticilos florais pro-
tetores, representados pelo gineceu e pelo
androceu e pelos verticilos reprodutores, repre-
sentados pelo cálice e pela corola.
 A condução da seiva bruta nas angiospermas
ocorre das raízes até as folhas; esse transporte é re-
alizado pelo floema, no interior do qual as moléculas
de água se mantêm unidas por pressão osmótica. Disponível em: <www.decom.ro.gov.br>.
 As células dos meristemas apicais do caule e da
raiz originam os tecidos meristemáticos primários, Para que ocorra o desenvolvimento ideal da hortaliça, a
representados pela epiderme, meristema funda- raiz do vegetal deve estar em contato direto com uma
mental e câmbio fascicular. solução constituída de
 Os feixes vasculares no caule dos representantes ) moléculas orgânicas absorvidas pelos tecidos
de monocotiledôneas encontram-se espalhados floemáticos.
pelo parênquima fundamental, enquanto que, nos b) íons inorgânicos absorvidos pelos tecidos xile-
representantes de dicotiledôneas, estão dispos- máticos.
tos em anel, ao redor da medula. c) macro e micronutrientes minerais absorvidos pelo
 A estrutura de uma folha de plantas terrestres é tecido epidérmico.
composta pela epiderme superior, pelo parên- d) íons orgânicos carbônicos absorvidos pelos teci-
quima clorofiliano do tipo paliçádico, por outro dos condutores de seiva.
do tipo lacunoso e pela epiderme inferior com e) nutrientes orgânicos absorvidos pelos tecidos
estômatos. parenquimáticos.
Soma:
5. Fuvest-SP 2012 Dez copos de vidro transparente,
3. UEg-go 2015 Atualmente, vários agricultores uti- tendo no fundo algodão molhado em água, foram
lizam-se da técnica de cultivar plantas em soluções mantidos em local iluminado e arejado. Em cada um
aeradas em sais minerais quimicamente definidos, po- deles, foi colocada uma semente de feijão. Alguns
pularmente conhecida como hidroponia. Inicialmente, dias depois, todas as sementes germinaram e pro-
os agricultores viram na hidroponia um modo de cul- duziram raízes, caules e folhas. Cinco plantas foram,
tivar plantas para o consumo humano, como alfaces, então, transferidas para cinco vasos com terra e as
em locais onde o solo é pobre ou não disponível. Essa outras cinco foram mantidas nos copos com algodão.
técnica no cultivo de determinadas espécies é vanta- Todas permaneceram no mesmo local iluminado,
josa porque arejado e foram regadas regularmente com água des-
) a planta cultivada não necessita da absorção de tilada. Mantendo-se as plantas por várias semanas
macronutrientes, como o nitrogênio, nem da utili- nessas condições, o resultado esperado e a explica-
zação do processo de adubação orgânica. ção correta para ele são:
b) a planta cultivada não desenvolve o seu sistema ) Todas as plantas crescerão até produzir frutos,
radicular, uma vez que não há a necessidade de pois são capazes de obter, por meio da fotos-
absorção de micronutrientes. síntese, os micronutrientes necessários para sua
c) promove o crescimento de plantas em áreas onde manutenção até a reprodução.
o patógeno e as pragas agrícolas estão ausentes b) Somente as plantas em vaso crescerão até pro-
e a colheita não é exposta aos herbicidas. duzir frutos, pois, além das substâncias obtidas
d) promove o desenvolvimento de plantas sem por meio da fotossíntese, podem absorver, do
aquecimento e iluminação, uma vez que nelas a solo, os micronutrientes necessários para sua ma-
realização da fotossíntese é esporádica. nutenção até a reprodução.

292 Biologia AULAS 45 e 46 Nutrição e secreção vegetal


c) Todas as plantas crescerão até produzir frutos, pois, além das substâncias obtidas por meio da fotossíntese, po-
dem absorver, da água, os micronutrientes necessários para sua manutenção até a reprodução.
d) Somente as plantas em vaso crescerão até produzir frutos, pois apenas elas são capazes de obter, por meio da
fotossíntese, os micronutrientes necessários para sua manutenção até a reprodução.
e) Somente as plantas em vaso crescerão até produzir frutos, pois o solo fornece todas as substâncias de que a
planta necessita para seu crescimento e manutenção até a reprodução.

6. Uncmp-SP 2019 Plantas são capazes de absorver nutrientes do solo pelas raízes. Em muitas espécies vegetais, as
raízes são infectadas por fungos, estabelecendo uma interação entre organismos denominada micorriza.

a B C Características químicas 0,7


12 da água em lago próximo
16
com micorriza de área de plantio agrícola 0,6
14 10
altura da planta (cm)

emissões do gás-estufa
oxigênio 0,5

N2O (kg por hectare)


12 12
dissolvido

fósforo (mg/L)
10

O2 (mg/L)
8
sem micorriza 0,4
8 fósforo
8 6 proveniente de
6 0,3
fertilizantes
4
4 2 4 0,2
0
2 0,1
0 100 200 300
0 uso de fertilizantes
3 5 10 0 0,0
(kg nitrogênio por hectare)
tempo de crescimento (semanas) Abr Mai Jun Jul Ago

) Os efeitos das micorrizas sobre o crescimento vegetal podem ser avaliados a partir da figura A. Utilizando os da-
dos fornecidos na figura, explique as consequências da micorriza para a planta. Que tipo de interação ecológica
caracteriza a micorriza? Justifique, informando em sua resposta se a interação é positiva, negativa ou neutra para
cada organismo envolvido.

b) O Brasil é um dos países que mais consomem fertilizantes sintéticos no mundo. Com base nas figuras A, B e C,
explique por que a bioinoculação de fungos no solo pode ser uma alternativa ao uso de fertilizantes. Indique em
sua explicação ao menos um efeito para as plantas e um efeito para o ambiente.
(Fonte: D. S. Hayman e outros, Plant Growth Responses to Vesicular-Arbuscular Mycorrhiza. VI.
Effect of Light and Temperature. The New Phytologist, Lancaster, v. 73, p. 71-80, jan. 17.)

FRENTE 2

Guia de estudos
Biologia • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 16
I. Leia as páginas de 113 a 118. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 4 e de 6 a 9.
II. Faça os exercícios 1, 3, 4, 9, 12 e 13 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 2, 5, 6, 8, 10 e 11.

AULAS 45 e 46 Nutrição e secreção vegetal 293


FRENTE 2
AULAS 47 e 48

Revestimento e trocas gasosas em plantas


Revestimentos – Estômts: atuam como válvulas que controlam
as trocas gasosas.
y Funções:

Louisa Howard/Photohound/Wikimedia Commons


– Proteção contra desidratação, variação térmica e
agressões.
– Trocas gasosas.
– Secreção de materiais.
y Tipos: epiderme e súber.

Epiderme
y Geralmente constituída por uma única camada de
células.
y Possui células vivas e crfds.
y Pode ser recoberta por cutícu impermeável (com
cutn ou cer).
y Dotada de anexos:
– Pes absorventes (nas raízes) e trcms.
Liz Hirst, Wellcome Images

Os estômatos controlam as trocas gasosas.

Súber ou cortiça
y Constituído por várias camadas de células.
y Possui células mortas dotadas de parede com
subern (impermeável).
y O interior das células é preenchido com ar (isolante
térmico).
y Pode apresentar entces: fendas do súber que rea-
lizam trocas gasosas.
Tricomas urticantes, como os da foto, atuam na proteção das plantas contra
animais.
Lenticela CoRES ElEMENToS
FaNTaSia FoRa DE
– acúes: pontiagudos e com função protetora. PRoPoRÇÃo
© Monkeystock|Dreamstime.com

Súber

Felogênio

Feloderme

Lenticelas são fendas presentes em algumas partes do súber, entre as quais


o ar flui.
y O súber é derivado do felogênio (um meristema
secundário).
– O felogênio produz súber (para o lado de fora do
Os acúleos conferem proteção mecânica contra animais. caule ou da raiz) e federme (para o lado de dentro).

294 Biologia AULAS 47 e 48 Revestimento e trocas gasosas em plantas


y Súber, felogênio e feloderme constituem a perderme. D CO2.
ElEMENToS
D Temperatura.
Súber
FoRa DE
PRoPoRÇÃo
– Mecnsm hdrtv:
D Movimento dos estômatos determinado pela
CoRES
FaNTaSia água.
D Com água: células estomáticas ficam túr-
ds → abertura.
Felogênio D Com pouca água: células estomáticas ficam
fácds → fechamento.
– Mecnsm fttv:
Feloderme D Movimento dos estômatos determinado pela luz.
Cm uz Sem uz

Transporte ativo de potássio Perda de potássio das células


para as células estomáticas estomáticas
O felogênio é um meristema secundário com alta atividade mitótica; gera súber
para o lado externo e feloderme (um parênquima) para o interior da planta.
Aumento de concentração Diminuição da concentração

As trocas gasosas
Entrada de água Saída de água
y São realizadas pelos tecidos de revestimento.
y Ocorrem por difusão por meio de:
– Epiderme. Abertura do estômato Fechamento do estômato
– Estômatos. Participação da luz nos movimentos estomáticos.
– Lenticelas.
y Envolvem: – Cncentrçã de Co2:
– Saída de vapor de água: transpiração (reduzida D Elevação da concentração de CO2 atmosféri-
pela presença de cutícula e de súber). co → fechamento de estômatos.
– Entrada e saída de O2 e CO2. – Tempertur:
D Alta → abertura de estômatos.
Estômatos D Muito alta → fechamento de estômatos.
y Estrutur e rem:
– São constituídos por:
Transpiração
D Céus-urd, ou estmátcs: clorofiladas e y Perda de vapor de água para a atmosfera.
dotadas de reforços de celulose na parede. y Ocorre por difusão: com o ar mais seco que o interior
D Céus nexs, ou subsdárs: aclorofila- da planta.
das e laterais às células estomáticas. y Modalidades:
D ostí: fenda entre as células estomáticas; – Trnsprçã estmátc.
surge com os estômatos abertos. – Trnsprçã cutcur.
Água Células-guarda
Células-guarda Célula ElEMENToS
K+
FoRa DE entra entra
Célula anexa Cloroplasto anexa PRoPoRÇÃo

Ostíolo
CoRES
a
Meio FaNTaSia Núcleo
externo ElEMENToS
Vacúolo FoRa DE
PRoPoRÇÃo

Porção da Estômato fechado Estômato aberto CoRES


FaNTaSia
epiderme
foliar
Célula-guarda Água
em corte K+
Ostíolo sai
Parênquima sai
Meio Câmara
clorofiliano
interno subestomática
B
FRENTE 2

Representação tridimensional de um estômato. Cloroplasto

y Funcnment:
Estômato aberto Estômato fechado
– Os principais fatores ambientais que interferem
nos estômatos são: A abertura dos estômatos (a) envolve a presença de luz (que influencia o
transporte ativo de íons K+ da célula anexa para a célula estomática) e o
D Água. ganho de água pelas células-guarda. O fechamento dos estômatos (B) está
D Luz. relacionado com a ausência de luz e a perda de água pelas células-guarda.

AULAS 47 e 48 Revestimento e trocas gasosas em plantas 295


ElEMENToS D Ptômetr: equipamento que mede a quan-
FoRa DE
PRoPoRÇÃo Transpiração cuticular tidade de água absorvida pela planta →
CoRES
Cutícula proporcional à transpiração.
FaNTaSia
– Curv de fechment estmátc:
Epiderme D Obtida com folha destacada e colocada em
superior
balança sensível.
D A massa diminui rapidamente no início (estô-
Vapor
Xilema de água matos abertos).
D A massa passa a diminuir em menor quantida-
Epiderme de (estômatos fechados).
inferior
Cutícula
Transpiração cuticular Transpiração estomática

Massa foliar
Fechamento
A transpiração total corresponde à soma da transpiração cuticular com a estomático
transpiração estomática.

y Demnstrçã d trnsprçã:
– Realizada por experimentos:
D Parte aérea envolvida por plástico → emba- Tempo
çamento do plástico.
Uma folha destacada tem decréscimo de massa por conta da transpiração.
D Variação de massa em planta envasada → di- Com o fechamento dos estômatos, a perda de água pela folha diminui,
minuição de massa decorrente de transpiração. ficando restrita à transpiração cuticular.

ElEMENToS
FoRa DE CoRES
PRoPoRÇÃo FaNTaSia

Condensação de
Tempo Diminuição da massa Consumo de água pela planta
gotículas de água

Saco plástico
transparente Corte da
planta

Vedação
00 : 00
hermética

Vaso envolvido
em papel-alumínio Tubo contendo
água
Pipeta calibrada
Balança Potômetro

Resultado: redução na
Gotículas quantidade de água
de água

30 : 00

Resultado:
redução
de massa

A transpiração vegetal pode ser demonstrada com um plástico colocado ao redor da planta. Avaliações mais precisas de transpiração são realizadas com o
potômetro ou com o emprego de balança de grande sensibilidade.

296 Biologia AULAS 47 e 48 Revestimento e trocas gasosas em plantas


Exercícios de sala
1. Fuvest-SP 2016 No gráfico a seguir, uma das curvas c) Considere o seguinte esquema de um estômato
representa a entrada, e, a outra, a saída de água em aberto.
uma árvore da mata atlântica, ao longo de 12 horas,
num dia ensolarado.

Célula subsidiária

Célula-guarda

Ostíolo

Nas quatro barras pretas, coloque setas indicando


) Considerando que, em uma planta terrestre, a a direção do fluxo da água entre as células esto-
transpiração é realizada majoritariamente pelos máticas, para manter o estômato aberto.
estômatos, identifique a curva que representa a
transpiração e a que representa a absorção de 2. UPF-RS 2015 Analise as figuras abaixo:
água.

Disponível em: <http://blogdoenem.com.br> e


<www.alunosonline.com.br>. Acesso em: 16 abr. 201.

Assinale a alternativa que associa corretamente o nú-


mero da seta ao respectivo nome da estrutura e cita o
tecido vegetal no qual essas estruturas são encontradas.
)  acúleo /  estômato /  espinho/tecido epi-
dérmico.
b)  pelo /  plasmodesmo /  espinho/tecido
peridérmico.
c)  papila /  hidatódio /  acúleo/tecido paren-
b) Explique como os processos da transpiração e quimático.
da absorção de água nas plantas se relacionam d)  espinho /  estômato /  tricoma/tecido meriste-
fisiologicamente. mático.
e)  tricoma /  estômato /  acúleo/tecido epi-
dérmico.

3. Uece 2013 Considere duas plantas da mesma espé-


cie: uma delas em um ambiente bem iluminado, com
pequena disponibilidade de água no solo e a outra
colocada em um ambiente escuro, com bastante água
disponível. Nessas condições, o comportamento dos
estômatos será:
FRENTE 2

) fechar nas duas situações.


b) abrir nas plantas bem iluminadas e fechar nas
plantas submetidas à escuridão.
c) fechar nas plantas bem iluminadas e abrir nas
plantas submetidas à escuridão.
d) abrir nas duas situações.

AULAS 47 e 48 Revestimento e trocas gasosas em plantas 297


4. Uns-SP 2017 (adpt.) A transpiração vegetal pode 6. UEl-PR A figura a seguir é uma fotomicrografia ao
ser demonstrada por meio da utilização do papel de microscópio óptico de estômato de Tradescantia, em
cobalto. Quando seco, o papel apresenta coloração vista frontal:
azul e, quando em contato com a umidade, apresenta
coloração rósea. Em um experimento, três plantas não
desérticas e da mesma espécie foram colocadas em
recipientes de vidro distintos e vedados. As epidermes
inferiores de algumas das folhas das três plantas foram
colocadas em contato com o papel de cobalto. Todas as
plantas estavam envasadas, nas seguintes condições:
Recipiente 1 – suprimento hídrico na terra, ambiente
escuro e baixa concentração de gás carbônico no ar.
AMABIS, J.M.; MARTHO, G.R. Biologia dos Organismos.
Recipiente 2 – baixo suprimento hídrico na terra, São Paulo: Moderna, 200. v. 2, p. 232. (Adapt.).
ambiente à luz do dia e alta concentração de gás car-
Os estômatos são responsáveis pela regulação das
bônico no ar.
trocas gasosas e pela transpiração nos vegetais. A
Recipiente 3 – suprimento hídrico na terra, ambiente à concentração de CO2 e a temperatura atmosférica
luz do dia e baixa concentração de gás carbônico no ar. são fatores ambientais que influenciam no controle do
Em qual desses recipientes o papel de cobalto apre- mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos.
sentará coloração rósea mais rapidamente? Justifique Com base na figura, no texto e nos conhecimen-
tos sobre o processo de abertura e fechamento de
sua resposta.
estômatos, assinale a alternativa que explica cor-
retamente as razões fisiológicas pelas quais a luz
influencia neste processo.
) Na ausência de luz, as células-guarda recebem
íons Na+, perdem água para o ambiente por os-
mose, tornam-se murchas e, como consequência,
o ostíolo se fecha.
b) Na presença de luz, as células-guarda eliminam
5. UFRgS 2014 Considere as seguintes afirmações so- íons K+, perdem água para o ambiente por osmo-
bre as relações hídricas e fotossintéticas das plantas. se, tornam-se flácidas e, como consequência, o
i. A água absorvida pelas raízes percorre uma única ostíolo se fecha.
via, através dos espaços intercelulares. c) Na ausência de luz, as células-guarda eliminam
ii. A abertura dos estômatos permite a saída do vapor íons Na+, absorvem água por osmose, tornam-se
de água e a entrada do CO atmosférico por difusão. túrgidas e, como consequência, o ostíolo se abre.
iii. Apenas uma fração da água absorvida é retida na d) Na presença de luz, as células-guarda recebem
planta e utilizada em seu metabolismo. íons K+, absorvem água por osmose, tornam-se
túrgidas e, como consequência, o ostíolo se abre.
Quais estão corretas? e) Na presença de luz, as células-guarda recebem
) Apenas I. d) Apenas II e III. íons Na+, perdem água para o ambiente por os-
b) Apenas II. e) I, II e III. mose, tornam-se flácidas e, como consequência,
c) Apenas I e III. o ostíolo se abre.

Guia de estudos
Biologia • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 17
I. Leia as páginas de 131 a 136. III. Faça os exercícios propostos 2, 3, 7, 13, 17, 18 e 24.
II. Faça os exercícios 1, 5, 11 e de 14 a 16 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares de 1 a 3, 5, 8, 12 e 14.

298 Biologia AULAS 47 e 48 Revestimento e trocas gasosas em plantas


CIÊNCIAS DA NATUREZA

NTE
E SUAS TECNOLOGIAS

FRE
BIOLOGIA

om
k.c
stoc
t ter
hu
s/S
kk
Vi
FRENTE 3
AULAS 37 a 41

Sistema cardiovascular
Funções y Quantidade em pessoas saudáveis: 4 a 6 milhões/mm³
y Transporte de materiais; de sangue.
y Defesa do organismo; – Nas elevadas altitudes, a quantidade de hemácias
y Controle da temperatura corporal. tende a aumentar. Esse fenômeno corresponde a
um processo de cmtçã do organismo em
Componentes resposta à menor pressão parcial de O observa-
da em regiões de ar rarefeito, como em locais de
Sangue elevada altitude.
y Tecd cnjuntv constituído pelo psm (matriz – Nos quadros de anemia, a quantidade de hemá-
líquida) e pelos eements furds (hemácias, leucó- cias diminui. A anemia também é caracterizada
citos e plaquetas). pela redução do teor de hemoglobina.
y O principal local de produção dos elementos figu-
rados é a medula óssea vermelha, rica em tecido Leucócitos (glóbulos brancos)
hematopoiético. y Células nucleadas que atuam na defes d crp.
y São classificados em granulócitos e agranulócitos.
Hemácias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos) y Quantidade em pessoas saudáveis: 5 a 10 mil/mm³
y Células anucleadas e bicôncavas. São formadas a de sangue.
partir dos eritroblastos. – Em muitos casos de infecções, espera-se que a
y Ricas em hembn, são células especializadas no quantidade de leucócitos aumente.
transporte de gás oxigênio. – Em indivíduos com sistema imunitário compro-
y Devido à ausência de núcleo, as hemácias perdu- metido, pode haver redução na quantidade de
ram de 90 a120 dias, sendo destruídas no fígado glóbulos brancos, resultando em vulnerabilidade
e no baço. do organismo a infecções oportunistas.

Ilustrações: GraphicsRF.com/Shutterstock.com
CoRES
FaNTaSia

ElEMENToS Realiza fagocitose de agentes invasores, como bactérias e vírus, protegendo o


Neutróf
FoRa DE
PRoPoRÇÃo
organismo contra infecções.

grnuócts Esnóf Atua no combate a vermes parasitas e no controle das inflamações.

Atua em processos alérgicos por meio da liberação de histamina (substância que


Bsóf
promove vasodilatação) e heparina (substância com ação anticoagulante).

Está relacionado à execução de uma série de funções ligadas aos mecanismos de


lnfóct
defesa, a exemplo da formação de anticorpos.

arnuócts

No sangue, é imaturo. Ao penetrar em outros tecidos, origina o macrófago, célula com


Mnóct
elevado poder de realizar fagocitose de agentes estranhos.

300 Biologia AULAS 37 a 41 Sistema cardiovascular


Plaquetas
y Frments ceures formados a partir dos megacariócitos, células presentes na medula óssea vermelha e nos
pulmões.
y Atuam na cuçã snuíne.
Lesão em um vaso sanguíneo
Agregação plaquetária

Produção de protrombina na Tromboplastina


Fígado Protrombina Trombina
presença de vitamina K

Fibrinogênio Fibrina
(proteína solúvel) (proteína insolúvel)
Esquema mostrando as principais passagens da coagulação sanguínea. Além da vitamina K, outro nutriente importante à coagulação sanguínea é o cálcio (Ca²+),
fundamental para a ocorrência de muitas das reações que levam à formação do coágulo.

– Cáu: formado por rede de fibrinas e elementos sanguíneos (pincipalmente hemácias); é fundamental para
interromper a perda de sangue.
º Trombo: coágulo que se forma no interior dos vasos sanguíneos e bloqueia o fluxo de sangue; pode se des-
locar pelo sistema cardiovascular e causar o tromboembolismo.
y Quantidade em pessoas saudáveis: 150 mil a 500 mil/mm³ de sangue.
– A redução no número de plaquetas aumenta o risco de hemorragias.
Peter Hermes Furian/Shutterstock.com

• Água
• Íons
• Proteínas plasmáticas
Plasma 55% • Nutrientes
• Resíduos metabólicos
• Hormônios
• Gases

• Hemácias
(eritrócitos ou glóbulos vermelhos)
Elementos Produzidos, principalmente,
• Leucócitos
figurados 45% na medula óssea vermelha
(glóbulos brancos)
• Plaquetas

Coração
y Responsável pelo bmbement d snue.
y Apresenta miocárdio (parede muscular).
y Movimentos:
– Síste (contração)
FRENTE 3

– Dáste (relaxamento)
y Câmaras (cavidades):
– Átr:
º relaxado, recebe o sangue por meio de veias.
º ao contrair, impulsiona o sangue de seu interior para o ventrículo, que se encontra em diástole.
– Ventrícu:
º relaxado, recebe o sangue do átrio.
º ao contrair, envia o sangue de seu interior, por uma artéria, em direção aos tecidos corporais.
y Revestimentos:
– Endcárd: revestimento interno.
– Percárd: revestimento externo.

AULAS 37 a 41 Sistema cardiovascular 301


Vasos sanguíneos
y Vias pelas quais o sangue circula dentro do corpo, divididas em rtérs, ves e cpres.

artérs Ves Cpres

Dos ventrículos para os tecidos do Dos tecidos do corpo para o


Sentd d Das arteríolas para as vênulas, vasos
corpo. Ramificam-se em artérias coração (retorno venoso), chegando
snue que se reúnem, formando veias.
menores, que se ramificam em arteríolas. nos átrios.

Espessas, resistentes e elásticas.


Possuem três camadas:
– Externa: rica em fibras elásticas e
Menos resistentes e menos Muito finas, constituídas apenas de
colágeno.
espessas (/3 da espessura endotélio (característica fundamental
Predes – Intermediária: com musculatura lisa,
das artérias). Possuem tecidos para as trocas de substâncias entre
fibras elásticas e, em alguns casos,
semelhantes aos das artérias. sangue e demais tecidos)
colágeno.
– Interna (endotélio): camada de células
epiteliais achatadas.

Variável (mais alta na porção


Pressã d
Alta Baixa próxima às arteríolas e mais baixa na
snue
porção próxima às vênulas).

Vávus Ausentes Presentes Ausentes

CoRES
FaNTaSia
Válvula
ElEMENToS
FoRa DE
PRoPoRÇÃo

Endotélio Endotélio

Musculatura lisa Capilar


Musculatura lisa
e fibras elásticas e fibras elásticas

Colágeno e Colágeno e
fibras elásticas fibras elásticas

Artéria Veia

Vênula

Arteríola

Representação comparativa da estrutura das artérias, das veias e dos capilares.

302 Biologia AULAS 37 a 41 Sistema cardiovascular


y Fatores que contribuem para o retrn vens (retor- Brânquias
no do sangue para o coração):
– Contração da musculatura lisa na parede do vaso;
– Contração da musculatura esquelética adjacente
à veia, comprimindo o vaso e deslocando o san-
gue em seu interior;
– Presença de válvulas venosas que evitam o reflu-
xo de sangue. Ventrículo Sangue arterial

Válvula Sangue venoso


Átrio
aberta
Olga Bolbot/Shutterstock.com

ElEMENToS
CoRES FoRa DE
FaNTaSia PRoPoRÇÃo
Tecidos
Representação esquemática da circulação em peixes.

Anfíbios
y Coração trcvtár: apresenta três câmaras – dois
átrios (1 direito e 1 esquerdo) e um ventrículo.
Válvulas fechadas Válvula fechada
y Circulação dup e ncmpet.
Músculos relaxados Músculos contraídos
y Artéria pumcutâne: conduz a mistura de sangue
Representação da interação da musculatura
esquelética com as veias e do funcionamento das CoRES
ElEMENToS
FoRa DE
do ventrículo em direção às estruturas respiratórias
válvulas encontradas nesses vasos sanguíneos. FaNTaSia PRoPoRÇÃo (pulmão e pele).
– Do pulmão, o sangue oxigenado segue para o
átrio esquerdo.
Circulação nos vertebrados – Da pele, o sangue oxigenado segue para os va-
Alguns conceitos básicos para o estudo da circulação sos sistêmicos.
nos animais vertebrados: y Caminho do sangue pelo corpo:
y Snue rter: rico em O2 e pobre em CO2. CoRES
y Snue vens: rico em CO2 e pobre em O2. FaNTaSia

y Crcuçã smpes: o sangue passa apenas uma vez ElEMENToS


FoRa DE
pelo coração a cada circuito completo pelo corpo. PRoPoRÇÃo Pulmões Artéria
y Crcuçã dup: o sangue passa duas vezes pelo pulmocutânea
coração a cada circuito completo pelo corpo.
– O trajeto do sangue pode ser dividido em pe-
quen crcuçã (ou circulação pulmonar), do Pele
Átrio
coração aos pulmões e de volta ao coração, e esquerdo
rnde crcuçã (ou circulação sistêmica), entre
o coração e os demais tecidos corporais. Átrio
y Crcuçã ncmpet: ocorre mistura entre sangue ve- direito
Ventrículo
noso e arterial em algum ponto do sistema cardiovascular.
y Crcuçã cmpet: não ocorre mistura entre san-
gue venoso e arterial.
y Crcuçã fechd: o sangue fica confinado ao
interior dos vasos sanguíneos; essa é a forma de cir-
FRENTE 3

culação encontrada em todos os animais vertebrados.


Tecidos
Sangue arterial
Peixes
Sangue venoso
y Coração bcvtár (um átrio e um ventrículo) pelo
Sangue com alguma mistura
qual passa apenas sangue venoso. entre sangue venoso e arterial
y Circulação simples e completa.
y Caminho do sangue pelo corpo: Representação esquemática da circulação em anfíbios.

AULAS 37 a 41 Sistema cardiovascular 303


Répteis Forame de
Panizza
Répteis escamados e quelônios Artéria
pulmonar
y Coração trcvtár: dois átrios (um direito e um es- Aorta
querdo) e um ventrículo. direita Átrio
– Ventrículo parcialmente dividido pelo septo de esquerdo
Sabatier, que não impede a mistura entre sangue
venoso e sangue arterial.
Átrio
y Circulação dup e ncmpet. direito
y Caminho do sangue pelo corpo:

Sangue Aorta
arterial Ventrículo esquerda
direito
Ventrículo
esquerdo
Pulmões
Circulação Comunicação Septo ventricular
pulmonar das aortas (completo) ElEMENToS
FoRa DE
PRoPoRÇÃo

Representação esquemática do coração dos répteis crocodilianos CoRES


Átrio Átrio (visto em corte) e de parte dos vasos sanguíneos. FaNTaSia
direito esquerdo

Aves e mamíferos
Sangue
Sangue y Coração tetrcvtár.
misto
venoso
y Circulação dup e cmpet.
Ventrículo – Permite maiores taxas de nutrição e de oxigena-
Circulação ção dos tecidos, possibilitando a manutenção de
Septo de
sistêmica
Sabatier altas taxas metabólicas, condição fundamental
para a endterm.
y Caminho do sangue pelo corpo:
ElEMENToS
FoRa DE
PRoPoRÇÃo

CoRES
Tecidos FaNTaSia

Sangue arterial ElEMENToS


Pulmões
FoRa DE
Circulação
PRoPoRÇÃo pulmonar
Sangue venoso
CoRES
Sangue com alguma mistura FaNTaSia Átrio
Átrio
entre sangue venoso e arterial esquerdo
direito
Representação esquemática da circulação em répteis escamados e quelônios.
Sangue Sangue
venoso arterial
Répteis crocodilianos
y Coração tetrcvtár: dois átrios (um direito e um es-
Circulação
querdo) e dois ventrículos (um direito e um esquerdo). Ventrículo Ventrículo sistêmica
– A separação total dos ventrículos impede a mistu- direito esquerdo
ra de sangue dentro do coração.
– A conexão entre as aortas (uma que parte do ven-
trículo esquerdo, com sangue arterial, e outra que
parte do ventrículo direito, com sangue venoso) e Tecidos
o forame de Panizza permitem a mstur de sn-
Representação esquemática da circulação em aves e mamíferos. Uma diferença
ue fr d crçã. anatômica entre esses dois grupos é a curvatura da aorta ao sair do coração:
y Circulação dup e ncmpet. nas aves, a aorta curva para a direita; nos mamíferos, ela curva para a esquerda.

304 Biologia AULAS 37 a 41 Sistema cardiovascular


Aspectos da circulação humana Artéria aorta ElEMENToS
FoRa DE
PRoPoRÇÃo
y Fluidos circulantes pelo corpo humano: sangue e linfa.
CoRES
FaNTaSia
A circulação sanguínea: coração e trajeto do
sangue
y Ves cvs: conduzem sangue venoso do corpo até
o átrio direito.
y Átr dret: envia sangue venoso ao ventrículo direito.

GraphicsRF.com/Shutterstock.com
y Ventrícu dret: envia sangue venoso, por meio
das rtérs pumnres, aos pulmões.
– Entre o átrio e o ventrículo direitos existe a vv Artérias
coronárias
trcúspde, que impede o refluxo sanguíneo do ven-
trículo para o átrio durante a contração ventricular.
– Na saída das artérias pulmonares, encontra-se
a vv pumnr: impede o refluxo do sangue
para o ventrículo direito quando esta câmara en- Em corte
contra-se relaxada.
y Pumões: responsáveis pelas trocas gasosas (hematose). Veia cava superior
y Átr esquerd: por meio das ves pumnres, re- Artéria aorta
cebe sangue arterial e o envia ao ventrículo esquerdo.
Artéria pulmonar
y Ventrícu esquerd (parede muscular mais espessa
que a do ventrículo direito): envia sangue arterial, sob Átrio direito Átrio esquerdo
alta pressão, por meio da rtér rt, para o corpo. Veias
– Entre o átrio e o ventrículo esquerdos existe a Veias pulmonares
vv bcúspde (ou mitral): impede o refluxo pulmonares
sanguíneo do ventrículo para o átrio durante a
contração ventricular. Valva aórtica
– Na saída da aorta, encontra-se a vv órtc:
impede o refluxo do sangue para o ventrículo es- Valva
querdo quando esta cavidade relaxa. bicúspide
Valva pulmonar
(mitral)
y artér rt: ramifica-se em artérias menores, a
Valva tricúspide
exemplo das carótidas e coronárias. As artérias ca-
rótidas conduzem sangue para a cabeça; as artérias Ventrículo
coronárias irrigam o próprio coração (miocárdio). esquerdo
Veia cava inferior
– Obstrução das artérias coronárias resulta em n- Ventrículo direito
frt d mcárd. Um infarto consiste em lesão Representação do coração humano em vista externa e em corte, mostrando
ou morte tecidual por carência de O2 resultante suas cavidades, suas valvas e os vasos sanguíneos que chegam e partem do
do bloqueio do fluxo de sangue oxigenado em coração. As setas indicam o sentido do fluxo sanguíneo.

direção à estrutura.

Controle dos batimentos cardíacos


y O coração gera os mpuss eétrcs que determinam seu batimento. ElEMENToS CoRES
FoRa DE FaNTaSia
y A estrutura que origina os impulsos é o nó PRoPoRÇÃo

sntr (marca-passo natural). Esses im- Nó sinoatrial


Átrio esquerdo
pulsos determinam a contração dos átrios e
atingem o nó atrioventricular.
Usama Nasir MD/Shutterstock.com

y Do nó trventrcur, os impulsos seguem Ramos do


FRENTE 3

Átrio direito
pelas ramificações do feixe de His e se pro- feixe de His
pagam pelas fibras de Purkinje, resultando
na contração dos ventrículos.
Nó atrioventricular
y O sistema nervoso autônomo influencia a Ventrículo
esquerdo
geração dos impulsos no nó sinoatrial:
– Rm smpátc: ativado em situações Fibras de Purkinje
de emergência; resulta em aumento da
frequência cardíaca. Ventrículo direito Ápice do coração
– Rm prssmpátc: ativado em si-
tuações de relaxamento; provoca a Representação de um coração humano em corte, destacando as estruturas que atuam na
redução do ritmo cardíaco. geração e na condução dos impulsos elétricos que produzem os batimentos cardíacos.

AULAS 37 a 41 Sistema cardiovascular 305


A circulação linfática
y Cpres nfátcs: recolhem o excesso de fluido tecidual (fluido ou líquido intersticial), originando a nf, cuja com-
posição é semelhante à do plasma.
– Reúnem-se em vasos de maior calibre e lançam a linfa no sangue.
y lnfnds: órgãos dotados de células de defesa, como linfócitos e macrófagos.
– Agentes estranhos presentes na linfa são detectados e retidos nos linfonodos, desencadeando uma resposta
de defesa.
y Constituição do sstem nfátc: vss nfátcs, nfnds, tm, bç, tnss ptns (ou amídalas) e tnss
frínes (ou adenoides).
– Os componentes do sistema linfático atuam na defesa do organismo, sendo, também, constituintes do sistema
imunitário.
ElEMENToS
FoRa DE A B Líquido
PRoPoRÇÃo
intersticial
CoRES Capilar
FaNTaSia sanguíneo
Tonsilas

Timo
Linfa
Vasos
linfáticos
Vaso linfático
Células
do tecido
C
Baço Vaso linfático

Linfonodos
Linfa circulante

Massas de
células de defesa
Linfonodo
em corte

Representação do sistema linfático e seus órgãos (a). Nos detalhes à direita, representação da formação da linfa por meio do recolhimento do excesso de fluido
intersticial pelos capilares linfáticos (B) e a estrutura de um linfonodo visto em corte (C).

Exercícios de sala
1. Enem 2019 A eritropoetina (EPO) é um hormônio en- c) oxigênio, para aumento da produção de ATP.
dógeno secretado pelos rins que influencia a maturação d) proteínas, para aumento da massa muscular.
dos eritrócitos. Suas formas recombinantes, sintetizadas e) vitamina C, para aumento da integridade dos va-
em laboratório, têm sido usadas por alguns atletas em sos sanguíneos.
esportes de resistência na busca por melhores resultados.
No entanto, a administração da EPO recombinante no
2. Uerj 2020 No chamado doping sanguíneo, atletas reti-
esporte foi proibida pelo Comitê Olímpico Internacional
ram determinado volume de sangue e o reintroduzem
e seu uso considerado doping.
MARTELLI, A. Eritropoetina: síntese e liberação fisiológica e o uso de sua
no corpo, em momento próximo ao da competição.
forma recombinante no esporte. Perspectivas Online: biológicas & saúde, Esse procedimento, que melhora o desempenho do
v. 10, n. 3, 2013 (adaptado).
atleta, possibilita o aumento do seguinte parâmetro
Uma influência que esse doping poderá exercer na sanguíneo:
melhoria da capacidade física desses atletas está ) número de eritrócitos
relacionada ao transporte de b) capacidade anaeróbia
) lipídios, para aumento do gasto calórico. c) agregação plaquetária
b) ATP, para aumento da síntese hormonal. d) concentração de ácido lático

306 Biologia AULAS 37 a 41 Sistema cardiovascular


3. iFPE 2019 Na preparação para uma cirurgia, Maria fez Pode-se afirmar corretamente que, nos peixes,
alguns exames pré-operatórios. Ao avaliar um de seus ) o coração recebe somente sangue pobre em
exames, o médico observou algumas alterações no oxigênio.
hemograma. Os resultados do exame estão apresen- b) ocorre mistura de sangue pobre e de sangue rico
tados de forma simplificada no quadro abaixo. em oxigênio, como nos répteis.
c) o sangue mantém constante a concentração de
Céus
Resutd de Mr
Vres de gases ao longo do percurso.
snuínes referênc d) a circulação é dupla, como ocorre em todos os
Hemács , milhões/μL 3, a , milhões/μL demais vertebrados.
e) o sistema circulatório é aberto, pois o sangue tem
leucócts ./μL . a ./μL contato direto com as brânquias.
Pquets . μL . a . μL
6. Unesp 2019 A configuração anatômica do sistema
Valores de referência do hemograma. Disponível em: https://www.tuasaude.com/
circulatório humano apresenta, por analogia com os
valores-de-referencia-do-hemograma/. Acesso em:  maio  (adaptado).
circuitos elétricos, estruturas posicionadas em série e
Após a análise dos resultados apresentados no quadro, em paralelo, o que permite a identificação de resistên-
o médico concluiu que seria prudente adiar tempora- cias vasculares contrárias ao fluxo sanguíneo. A figura
riamente a cirurgia, pois Maria poderia ter problemas mostra como algumas estruturas estão associadas no
) com o transporte de oxigênio no sangue.
sistema circulatório humano.
b) de anemia severa.
c) com a baixa imunidade. Encéfalo
d) com a coagulação sanguínea.
e) com anemia e baixa imunidade simultaneamente.

4. Uece 2018 Atente ao que se afirma a seguir sobre


células do tecido sanguíneo:
Braços
i. Neutrófilos são leucócitos agranulosos que têm
função de defesa e atuam na fagocitose de micro-
Pulmões
-organismos invasores e partículas estranhas.
ii. Basófilos são leucócitos granulosos relacionados Brônquios
à liberação de heparina e de histamina; também
são relacionados a diversos tipos de alergia.
Aorta
iii. Monócitos são células efêmeras na corrente san- Artéria coronária
guínea, pois migram para tecidos específicos,
como por exemplo, baço e pulmões, onde se Artéria hepática
transformam em macrófagos. Fígado
Está correto o que se afirma em Baço
) I, II e III.
Veia porta
b) II e III apenas.
c) I e III apenas. Intestinos
Túbulos renais
d) I e II apenas.

5. Fuvest-SP 2017 O esquema representa, de maneira


simplificada, a circulação sanguínea em peixes. Glomérulo

Brânquias Membros
inferiores

(Rui Curi e Joaquim P. de Araújo Filho. Fisiologia básica, . Adaptado.)


Ventrículo
FRENTE 3
Coração

Assim como na associação entre resistores de um


circuito elétrico, no sistema circulatório humano há
Átrio aumento da resistência ao uxo sanguíneo na asso-
ciação de estruturas em que ocorre
) filtração do sangue e absorção de nutrientes.
b) produção da bile e reabsorção de água.
c) produção da bile e controle da temperatura.
Tecidos d) absorção de nutrientes e controle da temperatura.
do corpo e) filtração do sangue e reabsorção de água.

AULAS 37 a 41 Sistema cardiovascular 307


7. FCMSCSP 2021 Os gráficos ,  e 3 ilustram as variações c) O coração tetracavitário é uma aquisição evolutiva
de três características anatomo-fisiológicas relacionadas exclusiva dos mamíferos que possibilita a separa-
aos principais vasos sanguíneos humanos. ção da circulação sanguínea venosa e arterial.
d) A organização anatômica do coração de répteis
1
e aves impede a mistura do sangue venoso com
5000
o arterial.
4000
e) A artéria pulmonar conduz para o coração o san-
3000 gue oxigenado nos pulmões.
2000
1000 9. UFPR 2020 Mamíferos e aves são animais homeo-
0
termos, possuem sistema circulatório com coração de
quatro cavidades e circulação completa (sem mistura
Ar ias

Ca as

Vê s

s
re

la

ia

va
de sangue arterial e venoso). De que maneira esse
l
r
río

nu

Ve
la

ca

pi
te
Ar

s tipo de sistema circulatório contribui para a homeoter-


ia
Ve

mia desses animais?


2
100
80
60
40
20
0
s

as

s
ria

la

re

la

va
i
río

nu

Ve
la

ca

pi


te
Ar

as
Ca
Ar

i
Ve

3
35
28 10. CPS-SP 2020 O coração de um mamífero possui uma
completa separação entre os ventrículos. Essa sepa-
21
ração não permite a mistura do sangue venoso com o
14
sangue arterial.
7 O esquema refere-se ao sistema circulatório dos
0 mamíferos.
s

as

s
ria

la

re

la

va
i
río

nu

Ve
la

ca

pi


te
Ar

MAMÍFEROS
as
Ca
Ar

i
Ve

I II

(https://commons.wikimedia.org. Adaptado.)

As variações da velocidade do sangue (cm/seg), da III IV


área total da secção transversal (cm2) e da pressão TECIDOS CORAÇÃO PULMÕES

sanguínea (mmHg) correspondem, respectivamente,


aos grácos
) , 1 e 2. Sobre esse esquema, podemos afirmar, corretamente,
b) 1, 2 e . que os números I, II, III e IV representam, respectivamente,
c) , 2 e 1.
d) 2, 1 e . i ii iii iV
e) 2,  e 1.
veias artéria
) veias cavas
pulmonares pulmonar
artéria aorta
8. EBMSP-Ba 2016 O sistema circulatório é formado
pelos vasos sanguíneos e pelo coração, sendo que veias artéria
b) veias cavas artéria aorta
o padrão de divisão das cavidades do coração varia pulmonares pulmonar
entre os vertebrados.
artéria veias
Com relação ao sistema circulatório, é correto afirmar: c) artéria aorta veias cavas
pulmonar pulmonares
) O sistema circulatório é uma novidade evolutiva
que surge nos artrópodes – apresentam circula- veias artéria
ção fechada composta por vasos interligados. d) artéria aorta
pulmonares pulmonar
veias cavas

b) O coração dos anfíbios, na fase adulta, possui


veias artéria
dois átrios e um ventrículo o que ocasiona a mis- e) veias cavas artéria aorta
pulmonares pulmonar
tura do sangue venoso com o arterial.

308 Biologia AULAS 37 a 41 Sistema cardiovascular


11. FiCSaE-SP 2017 O esquema abaixo representa, de Um desses septos, o interventricular, representa um
forma simplificada, o coração humano. Há grandes va- septo sagital que divide a porção inferior do coração
sos que levam sangue dos órgãos e tecidos para o em duas câmaras, ou seja, dois ventrículos (direito e
coração e outros que levam sangue desse órgão para esquerdo). No entanto, em alguns casos, crianças po-
outras partes do corpo. dem nascer com um defeito no coração denominado
comunicação interventricular, ou seja, uma abertura
no septo interventricular, que permite a comunicação
entre os dois ventrículos.
A consequência imediata que esse defeito trará para
a circulação sanguínea da criança será
) o bloqueio das vias respiratórias superiores, im-
AE pedindo a passagem do ar para a traqueia.
AD
b) a mistura dos sangues arterial e venoso, prejudi-
cando a oxigenação dos tecidos.
c) a ausência total da oxigenação do sangue nos al-
VD VE véolos pulmonares.
d) o coração não receber mais sangue arterial dos
pulmões.
e) a produção excessiva de muco nas vias respi-
ratórias.

14. Fmerp-SP 2019 A figura ilustra o coração humano.

No coração humano
) a entrada de sangue rico em oxigênio se dá pelas
veias cavas.
b) a entrada de sangue pobre em oxigênio se dá
pela artéria pulmonar.
c) a saída de sangue rico em oxigênio se dá pela Válvulas
artéria aorta. semilunares
d) a saída de sangue pobre em oxigênio se dá pelas
veias pulmonares.

12. Fuvest-SP 2018 No sistema circulatório humano,


) a veia cava superior transporta sangue pobre
em oxigênio, coletado da cabeça, dos braços e 
da parte superior do tronco, e chega ao átrio es-
querdo do coração.
b) a veia cava inferior transporta sangue pobre em
oxigênio, coletado da parte inferior do tronco e 
dos membros inferiores, e chega ao átrio direito
(Cleveland P. Hickman et al. Princípios integrados de zoologia, . Adaptado.)
do coração.
c) a artéria pulmonar transporta sangue rico em oxi- A sístole indicada pelas setas  e  está ocorrendo nos
gênio, do coração até os pulmões. ) ventrículos, e promove a redução da pressão das
d) as veias pulmonares transportam sangue rico em
FRENTE 3

artérias aorta e pulmonares.


oxigênio, dos pulmões até o átrio direito do coração.
b) átrios, e promove o aumento da pressão das
e) a artéria aorta transporta sangue rico em oxi-
artérias aorta e pulmonares.
gênio para o corpo, por meio da circulação
c) átrios, e promove o aumento da pressão das
sistêmica, e sai do ventrículo direito do coração.
veias cavas e pulmonares.
13. Ftec-SP 2019 Quando analisamos as paredes d) ventrículos, e promove a redução da pressão das
abertas de um coração humano, observamos que artérias cavas e pulmonares.
a cavidade cardíaca apresenta septos. São esses e) ventrículos, e promove o aumento da pressão das
septos que dividem o coração em quatro câmaras. artérias aorta e pulmonares.

AULAS 37 a 41 Sistema cardiovascular 309


15. FCMSCSP 2019 A figura destaca, em grande aumento, uma estrutura do corpo humano.

Amígdalas
Artéria

Veia
Timo

Baço

(https://sites.google.com. Adaptado.)

As principais funções desta estrutura no corpo humano são


) extrair o plasma sanguíneo dos capilares e enviar o excesso de sódio aos rins.
b) destruir hemácias velhas e converter a hemoglobina restante em bilirrubina.
c) filtrar o sangue e drenar substâncias nitrogenadas tóxicas ao organismo.
d) armazenar células de defesa e reter substâncias estranhas e agentes infecciosos.
e) concentrar corpos celulares dos neurônios e amplificar os impulsos nervosos.

Guia de estudos

Biologia • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 8


I. Leia as páginas de 150 a 160. IV. Faça os exercícios complementares 1, 2, 5, 7, 8, 12, 13, 16, 19, 21,
II. Faça os exercícios de 1 a 4 e 6 da seção “Revisando”. 22 e de 24 a 28.
III. Faça os exercícios propostos 1, de 3 a 6, de 8 a 15, 20 e de 23 a 27.

310 Biologia AULAS 37 a 41 Sistema cardiovascular


FRENTE 3
AULAS 42 a 44

Sistema imunitário
Também chamado de sistema imune ou imunológico, é o responsável pela defes d rnsm cntr entes
nvsres potencialmente prejudiciais.

Órgãos do sistema imunitário


Primários
y Medu ósse: produção e maturação de células de defesa.
y Tm: maturação de células de defesa.

Secundários
y Vss nfátcs.
y lnfnds.
y Bç.
– Órgão que atua como reservatório de sangue e na destruição de hemácias. Nele são encontradas células de
defesa que podem produzir anticorpos.
y apêndce cec;
y Tnss ptns (ou amídalas).
y Tnss frínes (ou adenoides)

Tonsilas
faríngeas
(adenoides)

Tonsilas
palatinas
(amídalas)
ElEMENToS
CoRES FoRa DE
FaNTaSia PRoPoRÇÃo

Representação da localização das tonsilas faríngeas e palatinas, respectivamente, na nasofaringe e na orofaringe.

Tipos de imunidade
Imunidade inata
y Respst rápd que atinge ampla diversidade de patógenos.
y Apresenta bx especfcdde.

Defesas de barreira
y Pee.
FRENTE 3

y Membrns mucss.
y Muc.
– Nas vias respiratórias, retém partículas que, por meio do batimento de cílios, são encaminhadas para a faringe, de
onde podem ser expelidas ou deglutidas.
y Suc ástrc.
y lszm.
– Enzima encontrada na saliva, em lágrimas e em secreções mucosas; atua na decomposição da parede celular
bacteriana, evitando a instalação desses patógenos e possíveis infecções.

AULAS 42 a 44 Sistema imunitário 311


Resposta inflamatória
y Desencadeada após choque, atrito ou perfuração de tecidos, como quando espetamos o dedo com um espinho.
y Características:
– Aumento do fluxo de sangue na área afetada, resultando em vermelhidão e aumento local da temperatura;
– Vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos devido à liberação de histamina pelos mas-
tócitos, resultando em aumento do extravasamento de líquidos do sangue para o fluido intersticial e levando ao
inchaço da região;
– Dor;
– Diapedese (migração de células de defesa fagocíticas, como neutrófilos e macrófagos, para a área inflamada);
– Pode haver formação de pus (acúmulo de células de defesa, bactérias mortas e restos celulares do tecido afeta-
do em uma bolsa denominada abcesso).

ElEMENToS
FoRa DE
Patógeno Espinho PRoPoRÇÃo

CoRES
FaNTaSia

Moléculas Macrófago
Diapedese Movimento
Mastócito sinalizadoras
de líquido

Capilar
sanguíneo Fagocitose

Hemácias Neutrófilo
Os mastócitos liberam histaminas como molé- Os capilares sofrem vasodilatação e se As células fagocíticas fazem a fagocitose
culas sinalizadoras, enquanto os macrófagos tornam mais permeáveis. Ocorre inchaço, dos agentes patogênicos.
liberam citocinas; essas substâncias aumen- devido à passagem de líquido do sangue
tam o fluxo sanguíneo na área afetada. para o tecido, e diapedese.

Representação dos principais acontecimentos de uma resposta inflamatória desencadeada por uma lesão na pele causada por um espinho.

– A resposta inflamatória pode ser sistêmica, quando envolve todo o corpo. Exemplo: febre.
º Vantagem da febre: maiores temperaturas intensificam a fagocitose de agentes invasores e aumentam a
velocidade das respostas de defesa e de reparo dos tecidos lesionados.
º Desvantagem da febre: altas temperaturas podem afetar negativamente a atividade enzimática, comprome-
tendo o metabolismo.

Imunidade adquirida
y Envolve respsts ms ents, porém tmente específcs.
y antíens: macromoléculas, normalmente proteína ou polissacarídeo, encontradas nos patógenos. São reconhecidos
como estrnhs  rnsm, induzindo uma resposta imune.
y A primeira exposição a um patógeno dotado de um determinado antígeno resulta na:
– produção de ntcrps (imunoglobulinas) especí-
Antígeno Sítio de ligação
ficos de combate ao antígeno; do antígeno
– ativação de células de defesa que atacam células
infectadas;
– formação de céus de memór muntár. V Ponte dissulfeto V
V V Regiões
C variáveis
C

Cadeia leve
Regiões
constantes
C C
Riyad Sbeitan/Shutterstock.com

Cadeia pesada
ElEMENToS
Representação da estrutura de um anticorpo. Os anticorpos são proteínas FoRa DE
PRoPoRÇÃo
imunoglobulinas (Ig) formadas por duas cadeias polipeptídicas pesadas e duas leves,
unidas por pontes dissulfeto. Nas extremidades encontram-se as regiões variáveis do CoRES
FaNTaSia
anticorpo, que conferem alta especificidade ao antígeno que será combatido.

312 Biologia AULAS 42 a 44 Sistema imunitário


Memória imunitária
y Promove prteçã de n prz contra muitas infecções.
y Respst muntár prmár:
– Desencadeada na primeira vez em que há contato com um antígeno.
– lnfócts B produzem células B de memória e se diferenciam em psmócts, que secretm ntcrps específicos;
º A formação de anticorpos em resposta a um antígeno corresponde à resposta imune humoral.
– lnfócts T cttóxcs são estmuds e uma parte deles origina células T de memória.
º A ativação dos linfócitos T citotóxicos corresponde à resposta imune celular.
– Células de memória têm vida longa e apresentam receptores de membrana que reconhecem o antígeno específico.
y Respst muntár secundár:
– Desencadeada em contatos posteriores com o antígeno que induziu a resposta primária.
– As células B de memória originam plasmócitos, que produzem anticorpos específicos contra o antígeno.
– As células T de memória originam linfócitos T citotóxicos ativados.
– Em comparação à resposta primária, a resposta secundária é muito ms rápd e prduz mr quntdde
de ntcrps.
Ptóen
( expsçã)

Fagocitose
Apresentação
Macrófago do antígeno

Reconhecimento do antígeno

Linfócito T auxiliar
Proliferação

Estímulo Estímulo

Linfócitos B Linfócitos T citotóxico


Formação Formação

Estímulo Estímulo
Plasmócitos Células B Células T Linfócitos T
de memória de memória citotóxicos
Secreção ativados

Anticorpos Estímulo Estímulo

 expsçã

Principais eventos ligados à resposta imunitária adquirida.

104
resposta imune
Concentração de anticorpos

secundária
(unidades arbitrárias)

103
resposta imune
no sangue

primária
FRENTE 3

102

101

100
0 7 14 21 28 35 42 49 56

Exposição Exposição ao
ao antígeno mesmo antígeno
Tempo (dias)
Variação da concentração de anticorpos no sangue nas respostas imunitárias primária e secundária.

AULAS 42 a 44 Sistema imunitário 313


Formas de imunização y Muitas vezes, a memória imunitária gerada é de longa
duração.
imunzçã é o desenvolvimento de proteção imunitá-
ria contra agentes potencialmente patogênicos.
Imunização ativa natural
Imunização passiva y Ocorre por meio do contato com o antígeno no
y O sstem muntár nã é estmud a produzir ambiente.
anticorpos e células de memória.
y Os ntcrps sã produzidos por outro organismo e Imunização ativa artificial
trnsferds pr um receptr. y Ocorre por meio de vcn.
y Imunização com efeito passageiro. – Composição: patógenos mortos, atenuados ou
fragmentados, toxinas inativadas ou material ge-
Imunização passiva natural
nético do patógeno.
y Transferência de anticorpos do sangue de uma mu-
lher grávida para o feto através da placenta; – Ação: formação de memória imunológica.
y Fornecimento de anticorpos por meio do leite materno. – Efeito: preventivo e duradouro.

Imunização passiva artificial


Atenção
y Utilização de srs.
– Composição: anticorpos específicos prontos. Em certas situações, doses periódicas de reforço da
– Ação: ataque imediato ao antígeno. vacina são necessárias, uma vez que os anticorpos pro-
– Efeito: curativo e passageiro. duzidos são altamente específicos para os antígenos que
y Exemplos: soros antiofídicos (usados em casos de atacam. Caso, ao longo da evolução de um patógeno,
mordidas de serpentes peçonhentas) e soro antitetâ- ocorram mutações que alterem os antígenos, vacinas
nico (neutraliza as toxinas causadoras do tétano). aplicadas anteriormente podem não apresentar a mesma
eficácia, sendo necessária a aplicação de novas vacinas
Imunização ativa para que a imunidade seja mantida. Por esse motivo, no-
y O sstem muntár é estmud a produzir anticor- vas vacinas devem ser desenvolvidas anualmente contra
pos e células de memória mediante o reconhecimento a gripe, por exemplo.
de um antígeno.

Exercícios de sala
1. Fmerp-SP 2019 A figura ilustra algumas etapas do mecanismo de inflamação em tecidos lesionados.

Bactérias

Mastócito

Vaso
sanguíneo

(James Morris et al. Biology: how life works, 3. Adaptado.)

) Que tipo de endocitose as células da última etapa estão realizando? Cite um leucócito especializado nesse tipo
de defesa.

b) No início do processo inflamatório, algumas células liberam histamina, que provoca vasodilatação e hipertermia
no local lesionado. Explique por que cada um desses fenômenos é vantajoso para o corpo humano.

314 Biologia AULAS 42 a 44 Sistema imunitário


2. insper-SP 2019 A figura ilustra a estrutura de um ) desencadeiam a produção de antígenos.
anticorpo. b) promovem a imunidade passiva artificial.
X c) estimulam a imunidade ativa natural.
Local de
ligação d) reduzem a resposta imunológica humoral.
e) atuam de forma inespecífica contra os antígenos.

Parte 5. UFPR 2020 O sarampo é uma doença infecciosa


variável
Y grave que foi erradicada no Brasil em , graças a
bem-sucedidas campanhas de vacinação massiva da
população. A primeira dose da vacina do sarampo deve
ser aplicada às crianças com  ano de idade, e aos 
Parte
constante meses as crianças recebem uma dose dereforço. Se-
Z gundo dados do Programa Nacional de Imunizações
do Ministério da Saúde, nos últimos dois anos a meta
(www.msdmanuals.com. Adaptado.) de ter % da população-alvo vacinada não foi alcan-
çada. Em 8 ocorreram novos casos de sarampo em
Considerando as regiões representadas pelas letras
 estados brasileiros. Atualmente, o Brasil não é mais
X, Y e Z, é correto afirmar que a região
considerado um país livre do vírus do sarampo. A res-
) Y é formada por uma sequência de nucleotídeos
peito da vacina do sarampo, é correto afirmar:
que se liga à mesma sequência existente nos
) A vacina do sarampo promove uma imunização
antígenos.
passiva artificial nas pessoas que receberam as
b) X indica o local de ligação com o antígeno, sendo,
duas doses.
portanto, variável de acordo com os receptores
b) As taxas de incidência e de transmissão do sarampo
específicos.
diminuem juntamente com a imunidade de grupo.
c) Z representa a porção enzimática da molécula,
c) A vacinação contra o sarampo, que não era mais
responsável pela produção de imunoglobulinas.
necessária a partir de 2016, torna-se novamente
d) X, Y e Z são formados por moléculas de proteínas
importante com os novos casos identificados a
e ácidos nucleicos conjugados, o que confere
partir de 201.
memória imunológica. d) A queda na cobertura vacinal diminui a imunidade
e) X, Y e Z representam o complexo antígeno anticor- de grupo, o que aumenta a incidência e a taxa de
po formado durante o processo de neutralização transmissão do sarampo na população.
do antígeno. e) A primeira dose da vacina de sarampo introduz
anticorpos específicos, e a segunda dose, antíge-
3. Unesp 2021 Em laboratório, cobaias adoeceram após nos, caracterizando a imunização ativa.
serem inoculadas com vírus influenza. A recuperação
de uma cobaia será mais rápida caso ela receba uma 6. Enem 2019 A esquistossomose (barriga-d’água) caracte-
injeção de riza-se pela inflamação do fígado e do baço causada pelo
) antibióticos produzidos por fungos em meio de verme Schistosoma mansoni (esquistossomo). O contágio
cultura contendo o vírus. ocorre depois que larvas do verme são liberadas na água
b) suspensão de vírus inativados por tratamento pelo caramujo do gênero Biomphalaria, seu hospedeiro
térmico. intermediário, e penetram na pele humana. Após o diag-
c) plasma sanguíneo extraído de outra cobaia recu- nóstico, o tratamento tradicional utiliza medicamentos
perada da doença. por via oral para matar o parasita dentro do corpo. Uma
nova estratégia terapêutica baseia-se na utilização de uma
d) concentrado de plaquetas oriundo de cobaias
vacina, feita a partir de uma proteína extraída do verme,
que não foram inoculadas.
que induz o organismo humano a produzir anticorpos
e) medicamento inibidor da enzima viral transcripta-
para combater e prevenir a doença.
se reversa.
Instituto Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Fiocruz
anuncia nova fase de vacina para esquistossomose. Disponível em:
FRENTE 3

4. Fmerp-SP 2020 Não é indicado que mulheres http://agencia.fiocruz.br. Acesso em: 3 mai. 2019 (adaptado).

gestantes tomem a vacina tríplice viral, que protege Uma vantagem da vacina em relação ao tratamento
contra sarampo, caxumba e rubéola, porque alguns tradicional é que ela poderá
dos seus componentes poderiam causar malforma- ) impedir a penetração do parasita pela pele.
ções ao feto. Caso uma gestante adquira sarampo, b) eliminar o caramujo para que não haja contágio.
existe uma medida excepcional de tratamento, que c) impedir o acesso do esquistossomo especifica-
consiste na aplicação, por via intravenosa e em qual- mente para o fígado.
quer fase da gestação, de imunoglobulinas extraídas d) eliminar o esquistossomo antes que ocorra conta-
do sangue de doadores. to com o organismo.
Essa medida protege o corpo da gestante infectada e) eliminar o esquistossomo dentro do organismo
pelo vírus porque as imunoglobulinas aplicadas antes da manifestação de sintomas.

AULAS 42 a 44 Sistema imunitário 315


7. Uerj 2020 O Conselho Federal de Medicina e a Socie- 8. FCMSCSP 2019 O soro anticrotálico é produzido pela
dade Brasileira de Pediatria divulgaram um alerta sobre inoculação do veneno de cobra cascavel em cavalos,
os riscos do movimento antivacina, que está crescendo que produzem agentes de defesa contra o veneno.
no país: “Não se vacinar ou impedir que as crianças e os Para essa produção, parte do sangue do cavalo é ex-
adolescentes o façam pode causar enormes problemas traído e centrifugado. O plasma sanguíneo é então
para a saúde pública, como o surgimento de doenças purificado para a obtenção do soro anticrotálico, que
graves ou o retorno de agravos de forma epidêmica” − será injetado em pessoas que sofrerem acidentes
informam as entidades. com cascavéis.
Adaptado de O Estado de São Paulo, 23/06/2017. Sobre esta forma de imunização, pode-se armar que
As vacinas são métodos de prevenção e imunização ) o cavalo que já produziu soro anticrotálico tam-
em que doses adequadas de determinado antígeno bém deve receber o tratamento se for acidentado
são introduzidas no organismo humano, produzindo por cascavel.
respostas imunológicas especícas. Há vacinas apli- b) o cavalo produz maior quantidade de soro anti-
cadas em dose única e outras em doses iniciais e de crotálico na segunda inoculação do veneno de
reforço, dependendo da doença. cascavel.
Considere as curvas X e Y do gráco, que represen- c) o soro anticrotálico injetado em uma pessoa
tam as respostas imunológicas de um indivíduo ao acidentada por cascavel induz à resposta imuno-
contato com dois antígenos diferentes, administrados lógica primária.
separadamente. d) a pessoa que recebe o soro anticrotálico pela
primeira vez estará imunizada contra outros aci-
dentes com cascavéis.
Concentração de anticorpo
(unidade arbitrária)

e) o soro anticrotálico injetado pela segunda vez em


X uma mesma pessoa será mais eficaz que da pri-
meira vez.

9. FMaBC-SP 2020 O botulismo é uma doença bacteriana


que exige internação hospitalar do paciente para terapia
de suporte e controle das complicações, que podem ser
Y letais. Quanto ao uso de medicamentos, antibióticos não
tempo (dias) são eficazes para reverter o quadro, mas a aplicação de
soro antibotulínico pode ser eficiente.
Identique a curva que representa a resposta imu- (https://drauziovarella.uol.com.br. Adaptado.)
nológica do organismo a uma vacina com dose de
reforço contra um dos dois antígenos, justicando sua O tratamento de pacientes com botulismo é realizado
resposta. com soro antibotulínico porque
Nomeie, também, o tipo celular responsável pela pro- ) ele é um agente imunizante para o infectado
dução dos anticorpos no organismo humano. e age contra as complicações mais graves da
doença.
b) os antibióticos não surtem efeitos devido à resis-
tência bacteriana contra esses medicamentos.
c) os antibióticos não conseguem eliminar as bacté-
rias presentes nos tecidos nervosos.
d) ele é mais eficiente do que os antibióticos para
combater as bactérias presentes no sangue e nos
tecidos nervosos.
e) ele é um inibidor da atividade das toxinas bacte-
rianas que ainda circulam no sangue.

Guia de estudos

Biologia • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 8


I. Leia as páginas de 160 a 164. III. Faça os exercícios propostos 29, de 31 a 33, 35, 36, 40 e 41.
II. Faça os exercícios de 7 a 10 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 29, 30, 32, 33, 35, 37, 38 e 42.

316 Biologia AULAS 42 a 44 Sistema imunitário


FRENTE 3
AULAS 45 a 48

Sistemas de controle I
y Os sistemas responsáveis pelo controle das atividades básicas realizadas pelo corpo humano são o sistema nervoso
e o sistema endócrino.

Sistema nervoso – características gerais


y Recebe nfrmções captadas dos meios externo e interno, s nterpret e emte s respsts adequadas de acor-
do com os estímulos recebidos.
y Constituído pelo tecido nervoso, formado por neurôns e ócts (céus d ).

Neurônios
y São células capazes de receber e trnsmtr nfrmções sob a forma de sinais elétricos denominados mpuss
nervss.
y A condução dos impulsos nervosos em um neurônio acontece no sentido dendrt → crp ceur → xôn.
y A transferência de informações entre neurônios depende de substâncias denominadas neurtrnsmssres.
y Em neurôns menzds (com bainha de mielina), a condução do impulso nervoso é mais rápida, enquanto nos
neurônios amielinizados, a condução é mais lenta.

Dentritos Núcleo do
neurônio

Célula de
Schwann

Tefi/Shutterstock.com
Corpo
celular
Nódulo de
Ranvier

Núcleo da célula
de Schwann

Axônio

Bainha de
mielina
Célula de
Schwann
CoRES
FaNTaSia

Ramificações terminais ElEMENToS


FoRa DE
do axônio PRoPoRÇÃo

Representação de um neurônio típico dotado de bainha de mielina (isolante elétrico). As setas indicam o sentido da transmissão do impulso nervoso pelo neurônio.
FRENTE 3

AULAS 45 a 48 Sistemas de controle I 317


Sinapse nervosa
y Quando um impulso nervoso chega às terminações axônicas, crre berçã ds neurtrnsmssres na fenda
sináptica (estreita região localizada entre o neurônio e outra célula).
y Os neurotransmissores difundem-se em direção à célula seguinte e se m  um receptr czd n membrn
psmátc, resultando na ativação dessa célula.

simurggdesign/Shutterstock.com
Vesícula contendo
neurotransmissor

Canal de Ca2+
Ca2+
Membrana
da célula
Fenda pré-sináptica
sináptica

CoRES
FaNTaSia

Membrana ElEMENToS
Receptores específicos FoRa DE
da célula pós-sináptica PRoPoRÇÃo
dos neurotransmissores
Representação do processo da sinapse, mostrando a liberação de neurotransmissores na fenda sináptica.

Geração e condução do impulso nervoso


y A geração e a condução dos impulsos envolvem alterações na permeabilidade da membrana plasmática da célula a
certos íons, especialmente sódio (Na+) e potássio (K+).
y Neurôn em repus: não está conduzindo impulso. Tem muitos cns de ptáss berts, enquanto os cns
de sód, em geral, permanecem fechds. Nesse contexto, há uma tendência de saída de potássio, resultando em
um meio intracelular com carga negativa. Esses fenômenos geram uma ddp média de –70 mV chamada ptenc de
repus. A manutenção do potencial de repouso envolve a ação da bomba de sódio e potássio.
y Estímulos levam à bertur ds cns de sód, resultando em difusão maciça desses íons para o interior da célula;
o resultado desse fenômeno é denominado desprzçã, que se trata de uma nversã d prdde d mem-
brn, fazendo com que a ddp atinja cerca de +5 mV. Agora, o potencial de membrana é denominado ptenc de
çã (impulso nervoso).
y Pouco tempo após sua abertura, os cns de sód sã ntvds e a entrada de Na+ na célula cessa. Em contra-
partida, a mr ds cns de ptáss bre, resultando em rápida saída de K+ e iniciando a reprzçã da
região despolarizada. A saída de K+ leva à hiperpolarização (ddp de até –90 mV), mas com o fechamento dos canais
de potássio e com a ação da bomba de sódio e potássio, o ptenc de repus é restbeecd e mantido até que
outro estímulo desencadeie uma nova despolarização.
y A entrd de N+ em uma região leva à desprzçã d reã djcente da membrana do neurônio, resultando na
geração de um potencial de ação nessa região. Esse processo ocorre em cadeia ao longo do comprimento da célula,
resultando na cnduçã d mpus nervs em dreçã às termnções xôncs.

318 Biologia AULAS 45 a 48 Sistemas de controle I


CoRES
Tipos de neurônios

LDarin/Shutterstock.com
FaNTaSia
Axônio
ElEMENToS y Neurôns sensrs (via aferente): conduzem as
FoRa DE
PRoPoRÇÃo informações captadas por receptores sensoriais em
Membrana
Potencial
plasmática
direção aos centros de interpretação localizados nas
de ação estruturas do sistema nervoso central.
– – + + + + + +
+ + – – – – – – y Neurôns mtres (via eferente): conduzem impul-
Na+ Citosol sos nervosos do sistema nervoso central em direção
+ + – – – – – –
– – + + + + + + aos órgãos efetores.
+
y Neurôns ssctvs: são encontrados em
Entrada de Na , gerando
estruturas do sistema nervoso central (encéfalo e me-
o potencial de ação
dula espinal). Transmitem o impulso conduzido pelos
Potencial neurônios sensoriais para os neurônios motores.
K+ de ação
+ + – – + + + +
– – + + – – – – Gliócitos (ou células da glia)
Na+
– – + + – – – – y São células do tecido nervoso importantes para nutri-
+ + – – + + + + ção, defesa e sustentação dos neurônios.
K+ Deslocamento do potencial de ação
CoRES
Saída de K+, promovendo para a região adjacente da membrana. FaNTaSia
Célula de Schwann
a repolarização da faixa
ElEMENToS
que estava despolarizada. FoRa DE
PRoPoRÇÃo
Repetição das
despolarizações e Capilar
Potencial sanguíneo
repolarizações ao
K+ de ação longo do neurônio.
– – Oligodendrócito
+ + + + + +
– – – – + + – –
Na+ Micróglia
– – – – + + – –
Astrócito Neurônio
+ + + + – – + + Representação dos principais gliócitos encontrados no sistema nervoso.
K+
Representação esquemática da condução do impulso nervoso em um
neurônio, enfatizando o fluxo dos íons na despolarização e na repolarização. Organização do sistema nervoso
y O sistema nervoso dos vertebrados está dividido em
sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso pe-
+40 riférico (SNP).
Potencial de membrana (mV)

Sistema Encéfalo Nervos


0 nervoso cranianos
central Sistema
Despolarização Repolarização Medula nervoso
(SNC) Gânglios
espinal fora do SNC periférico
-40 (SNP)
Nervos
-60
espinais
-80 Repouso Restabelecimento
Hiperpolarização do repouso
S K Chavan/Shutterstock.com

0 1 2 3 4
Tempo (ms)
CoRES
Estímulo FaNTaSia

Gráfico da variação da diferença de potencial (ddp) na membrana de um ElEMENToS


FoRa DE
neurônio durante o impulso nervoso. PRoPoRÇÃo
FRENTE 3

y Períd refrtár: intervalo de tempo no qual novos


impulsos não podem ser gerados. Representação da organização do sistema nervoso humano, dividido em
y Estímu mr u mr de exctçã: menor inten- SNC e SNP.

sidade de um estímulo capaz de desencadear um


impulso nervoso. Atenção
y le d tud u nd: estímulos iguais ou maiores Nervos são fibras compostas de feixes de prolongamentos
que o limiar de excitação desencadeiam potenciais de neurônios, axônios e/ou dendritos, enquanto gânglios
de ação iguais, de mesma velocidade e cuja ddp na nervosos são conjuntos de corpos celulares de neurônios
membrana da célula tem a mesma variação. fora do SNC.

AULAS 45 a 48 Sistemas de controle I 319


Sistema nervoso central
Encéfalo
y Principais partes: cérebro, diencéfalo, tronco encefálico e cerebelo. As estruturas encefálicas encontram-se protegi-
das pelos ossos da caixa craniana.
Cérebro

Corpo caloso

Tálamo
Diencéfalo
Hipotálamo

Tefi/Shutterstock.com
Tronco encefálico

Bulbo CoRES
FaNTaSia
Medula espinal ElEMENToS
Cerebelo FoRa DE
PRoPoRÇÃo

Representação de um encéfalo em corte mediano, indicando suas principais partes e sua ligação com a medula espinal, promovida pelo bulbo.

Estrutur encefác Funções


Cérebr: dividido em dois hemisférios – direito e esquerdo – que se
Controle voluntário da contração muscular.
comunicam por meio do corpo caloso. O hemisfério direito controla
Corresponde ao centro de aprendizagem, linguagem, memória,
as atividades do lado esquerdo do corpo, enquanto o hemisfério
raciocínio, processamento de informações sensoriais, consciência etc.
esquerdo controla o lado direito.
Tám: via de entrada de informações sensoriais em
direção ao cérebro.
Dencéf
Hptám: controle da temperatura corporal, da fome,
da sede, dos impulsos sexuais e das emoções.
Regulação dos movimentos respiratórios e dos
Bub batimentos cardíacos.
Controle de certos reflexos.
Cerebe Coordenação de movimentos, equilíbrio e postura.
Principais estruturas encefálicas e suas respectivas funções.

Medula espinal
y Protegida pela coluna vertebral.
y Na medula espinal, a substância branca está localizada mais externamente, enquanto a substância cinzenta é mais interna,
disposição oposta à observada no cérebro.
CoRES
FaNTaSia A B
ElEMENToS
FoRa DE
PRoPoRÇÃo

Substância cinzenta
Substância branca
Representação da diferença na distribuição das substâncias branca e cinzenta na medula espinal (a) e no cérebro (B).

320 Biologia AULAS 45 a 48 Sistemas de controle I


y A medula espinal conecta o SNC aos neurônios sensoriais e motores do SNP.
y De forma independente do encéfalo, exerce controle sobre certos tipos de atos reflexos.
– ats refexs (ou simplesmente reflexos), são respsts simples, rápidas e nvuntárs desencadeadas por
estímulos específicos.
º Arco reflexo: conjunto de estruturas envolvidas na execução de um ato reflexo.
º Os reflexos são importantes para a proteção do corpo em situações de perigo.
– Refex espn (medular) é aquele cuja resposta é desencadeada na medula espinal.
º Exemplos: reflexo patelar e reflexo de afastar a mão rapidamente de uma superfície aquecida.
Estímulo do
tendão patelar
Raiz dorsal
Neurônio Medula espinal
sensitivo

Neurônio
motor

Músculo
Raiz ventral
Extensão
da perna
Substância Substância
branca cinzenta

CoRES
FaNTaSia

ElEMENToS
FoRa DE
PRoPoRÇÃo

Representação das principais estruturas envolvidas na execução do reflexo patelar.

Receptor sensorial

Neurônio
sensitivo

Raiz dorsal Medula


espinal

Substância
Neurônio branca
associativo
Substância
cinzenta

Neurônio
motor Raiz ventral
FRENTE 3

CoRES
FaNTaSia

ElEMENToS
FoRa DE
PRoPoRÇÃo

Representação de um arco reflexo espinal em que há participação de neurônio de associação.

AULAS 45 a 48 Sistemas de controle I 321


Meninges
y São membrns prtetrs d SNC.
– Dura-máter.
– Aracnoide.
– Pia-máter.
y Entre a aracnoide e a pia-máter há o íqud cerebrspn (líquor ou líquido cefalorraquidiano): atua na proteção
mecânica do SNC e no transporte de substâncias, como nutrientes e neurotransmissores.
Cérebro

Osso
craniano

Osso craniano

Dura-máter
Aracnoide
Meninges
Espaço
contendo Pia-máter
líquido
cerebrospinal Tecido nervoso

Vaso sanguíneo
CoRES
FaNTaSia

ElEMENToS
FoRa DE
PRoPoRÇÃo

Representação da disposição das meninges e da localização do líquido cerebrospinal.

Sistema nervoso periférico


y Constituído por nervs, âns nervss e receptres sensrs.
y É responsável por transmitir as informações captadas nos receptores sensoriais espalhados pelo corpo para o SNC.
y Tipos de nervos:
– de acordo com a constituição de neurônios:
º nervos sensitivos ou aferentes: formados somente por neurônios sensoriais, levam informações ao SNC.
º nervos motores ou eferentes: formados apenas por neurônios motores, levam estímulos aos órgãos efetores.
º nervos mistos: formados pelos dois tipos de neurônios.
– em função das estruturas do SNC com as quais estão ligados:
º nervos cranianos: ligados ao encéfalo.
º nervos espinais: ligados à medula espinal.

322 Biologia AULAS 45 a 48 Sistemas de controle I


Organização funcional do sistema nervoso periférico
y SNP smátc: controla atividades voluntárias.
y SNP utônm: controla atividades involuntárias.
– Possui os rms smpátc e prssmpátc, que tum de frm ntônc sobre as mesmas estruturas-alvo.
º Ramo simpático: é ativado em situações de emergência; envolve a ação da adrenalina e da noradrenalina.
º Ramo parassimpático: é ativado em situações de calma e relaxamento; envolve a ação da acetilcolina.
CoRES
Divisão parassimpática Divisão simpática FaNTaSia

ElEMENToS
FoRa DE
PRoPoRÇÃo
Contração das pupilas Dilatação das pupilas

Estímulo da secreção da Inibição da secreção das


glândula salivar glândulas salivares

Contração dos Relaxamento dos


Gânglios
brônquios nos pulmões brônquios nos pulmões
simpáticos

Diminuição da Aumento da
frequência cardíaca frequência cardíaca

Estímulo da
Inibição da atividade
atividade estomacal
estomacal e intestinal
e intestinal

Estímulo da atividade Torácica Inibição da atividade


pancreática pancreática

Estímulo da Estímulo da liberação de


vesícula biliar glicose pelo fígado,
inibição da vesícula biliar
Lombar

Alila Medical Media/Shutterstock.com


Estímulo da medula
Promoção do suprarrenal
esvaziamento da bexiga
Sacral Inibição do
Promoção da ereção esvaziamento da bexiga
dos órgãos genitais
Promoção da ejaculação
e da contração vaginal

Representação esquemática das divisões parassimpática e simpática do sistema nervoso autônomo, com exemplos de ações antagônicas promovidas por elas.
Esse esquema também aponta as regiões do SNC das quais essas divisões provêm. A parte simpática tem origem nas regiões torácica e lombar da medula
espinal, enquanto as vias parassimpáticas originam-se do tronco encefálico e da porção sacral da medula espinal.

Órgãos dos sentidos

Tato
y Os receptres tátes são sensíveis a diferentes tipos de estímulo, como vibração, temperatura e pressão. Encontram-se
distribuídos por toda a superfície corporal.
y Há maior concentração de receptores táteis em certos locais, como na ponta dos dedos e na região dos lábios.

Gustação (paladar)
FRENTE 3

y Os receptores que detectam o gosto estão presentes nas pps usttórs (ou gustativas), estruturas encontradas,
principalmente, na língua.
– São estimulados por substâncias químicas que se dissolvem sobre a língua.

AULAS 45 a 48 Sistemas de controle I 323


Olfato
y Os receptores olfativos estão localizados no epitélio que reveste a cavidade nasal.
– São estimulados por substâncias químicas que se dissolvem sobre o epitélio nasal, ernd mpuss nervss
cnduzds pe nerv ftór.
– Os impulsos chegam ao cérebro por meio do bub ftór e as informações odoríferas são interpretadas no
córtex ftór.

Bulbo olfatório

Axel_Kock/Shutterstock.com
Cavidade
nasal
Alila Medical Media/Shutterstock.com

Células receptoras
olfatórias

Células epiteliais

Cílios
CoRES
FaNTaSia

ElEMENToS
FoRa DE
Substâncias odorizantes Muco PRoPoRÇÃo

Representação das estruturas ligadas ao sentido do olfato em humanos.

Audição e equilíbrio
y A orelha humana é um conjunto de estruturas ligadas à percepção dos sons (audição) e do equilíbrio. A estrutura da
orelha é dividida em três regiões: orelha externa, orelha média e orelha interna.
y oreh extern:
– Pavilhão auditivo: capta as ondas sonoras.
– Meato acústico (auditivo) externo: direciona o som para o tímpano.
y oreh méd:
– Tímpano: membrana que se conecta aos ossículos.
– Ossículos – martelo, bigorna e estribo: transmitem e amplificam as vibrações em direção à orelha interna.
– Tuba auditiva: liga a orelha média à faringe.
y oreh ntern (rede de canais e câmaras preenchida por um líquido, denominada brnt).
– Aparelho vestibular: constituído pelos canais semicirculares e pelas câmaras utrículo e sáculo. Possui células sen-
soriais que detectam a movimentação do líquido em seu interior; esse estímulo resulta na geração de impulsos
nervosos que são encaminhados ao cérebro por meio do nerv vestbur, informando-o sobre a posição do
corpo no espaço.
– Cóclea: estrutura espiralada que recebe vibrações dos ossículos presentes na orelha média, criando ondas de
pressão no líquido em seu interior e estimulando as céus cds mecnrreceptrs (órgão de Corti). Os
impulsos nervosos gerados são encaminhados ao cérebro por meio do nerv udtv.

324 Biologia AULAS 45 a 48 Sistemas de controle I


Osso
Orelha
Orelha externa média Orelha interna

Canais Nervo
Estribo semicirculares
Medical Art Inc/Shutterstock.com

Martelo auditivo
Bigorna Nervo vestibular

Nervo auditivo

Órgão de Corti

Células ciliadas
Membrana
timpânica

EreborMountain/Shutterstock.com
Meato acústico Janela do
externo vestíbulo
CoRES
FaNTaSia

ElEMENToS
Pavilhão FoRa DE
auditivo PRoPoRÇÃo

Representação das estruturas da orelha humana ligadas à determinação da audição e ao equilíbrio.

Visão
y O olho humano é constituído de três camadas teciduais:
– Escer:
º Camada mais externa.
º Rígida.
º Dotada, em sua porção frontal, de uma região transparente denominada córnea, que permite a passagem da luz.
– Crde:
º Camada média.
º Rica em vasos sanguíneos.
º Possui região pigmentada na parte frontal, chamada íris, dotada de uma abertura chamada pupila. Alterações
no tamanho da pupila permitem a regulação da quantidade de luz que chega ao interior do olho.
– Retn:
º Camada interna.
º Possui células fotorreceptoras: os bastonetes são sensíveis a variações na intensidade luminosa; os cones
permitem a identificação das cores.
º A informação visual captada pelos fotorreceptores é transmitida ao nervo óptico e conduzida ao cérebro.
y Humres: responsáveis pelo preenchimento das câmaras oculares.
– aqus: localizado na câmara existente entre a córnea e íris.
– Vítre: preenche a cavidade posterior ao cristalino.
y Crstn: lente biconvexa localizada atrás da pupila; cnvere s rs luminosos sobre a retina, onde a imagem
deve ser formada.
– Está ligado a músculos ciliares que mantêm sua posição. A atividade desses músculos ajusta o foco de objetos
em função da distância a que se encontram do olho.
CoRES
FaNTaSia
Esclera
Músculo ciliar ElEMENToS
FoRa DE
Coroide PRoPoRÇÃo
FRENTE 3

Córnea Retina

Humor
yusufdemirci/Shutterstock.com

aquoso Nervo óptico

Pupila

Cristalino
Íris
Humor vítreo
Representação dos principais componentes do olho humano.

AULAS 45 a 48 Sistemas de controle I 325


Exercícios de sala
1. UPF-RS 2019 Analise a figura a seguir, que mostra a 3. FCMSCSP 2019 As figuras representam três diferen-
estrutura de um neurônio, e assinale a alternativa que tes estágios do axônio de um neurônio.
corretamente se refere aos dendritos.
Estágio  Estágio  Estágio 

Meio extracelular
Meio intracelular
(Disponível em: http://www.pinsdaddy.com/unlabeled-human-
euron_%CiBx3IiwbrZ %CH*UFrXqUZsirXlme8KCWHlNi3ug/. (www.todamateria.com.br. Adaptado.)
Acesso em o set. 8)
Os estágios ,  e 3 do axônio representam, respec-
) Transmitem os impulsos nervosos do corpo celular tivamente,
para outros neurônios, ou para órgãos efetores. ) despolarização, repolarização e potencial de
b) São prolongamentos que recebem impulsos ner- repouso.
vosos e os conduzem para o corpo celular. b) potencial de repouso, repolarização e despo-
c) Liberam, em suas terminações, mediadores quí- larização.
micos responsáveis pelas sinapses. c) despolarização, potencial de repouso e repo-
d) São finas terminações nervosas do axônio, cujas larização.
extremidades chegam muito próximo das células- d) repolarização, potencial de repouso e despo-
-alvo para formar as sinapses. larização.
e) São prolongamentos envoltos por uma bainha de e) repolarização, despolarização e potencial de
mielina. repouso.

2. Uerj 2020 O axônio de algumas células nervosas 4. FMJ-SP 2016 O sistema nervoso é formado por bi-
é envolvido pela bainha de mielina, uma membrana lhões de neurônios, que possibilitam a condução do
plasmática rica em lipídeos. Observe: impulso nervoso em um único sentido. Cada neurônio,
por sua vez, é constituído por três regiões específicas,
bainha de mielina sendo que apenas uma delas é envolvida pelo estrato
mielínico (bainha de mielina).
) Cite as três regiões do neurônio que permitem
a propagação do impulso nervoso num sentido
único. Qual é a vantagem da presença do estrato
mielínico na condução do impulso nervoso?

b) Explique como um neurônio consegue “se comu-


Adaptado de knoow.net. nicar” com outro neurônio sem ter contato físico.

A composição da bainha de mielina permite que ela


desempenhe a seguinte função:
) isolar o impulso nervoso
b) aumentar a polarização do neurônio
c) fornecer energia para o sinal elétrico
d) estimular a bomba de sódio-potássio

326 Biologia AULAS 45 a 48 Sistemas de controle I


5. Uece 2016 No que diz respeito às estruturas cere- 8. Fuvest-SP 2017 A reação da pessoa, ao pisar descal-
brais e seus possíveis comprometimentos quando ça sobre um espinho, é levantar o pé imediatamente,
afetadas, relacione as colunas abaixo, numerando a ainda antes de perceber que o pé está ferido.
coluna II de acordo com a I. Analise as afirmações:
i. Neurônios sensoriais são ativados, ao se pisar no
Cun i Cun ii espinho.
ii. Neurônios motores promovem o movimento coor-
1. Cerebelo ( ) Memória denado para a retirada do pé.
iii. O sistema nervoso autônomo coordena o com-
2. Córtex ( ) Equilíbrio
portamento descrito.
3. Bulbo ( ) Emoções
Está correto o que se afirma em
4. Hipotálamo ( ) Respiração ) I, II e III.
b) I e II, apenas.
A sequência correta, de cima para baixo, é: c) I, apenas.
) 2, 1, 4, . d) II, apenas.
b) 1, 2, , 4. e) III, apenas.
c) , 4, 2, 1.
d) 2, , 4, 1. 9. Fmerp-SP 2019 Quando os médicos querem testar
o reflexo patelar de uma pessoa, dão uma leve batida
com um martelinho de borracha no joelho dela. Em
Texto para a questão 6. uma pessoa saudável, espera-se um movimento rápido
da perna como resposta.
O corpo humano é constituído por células que se or- ) Quais são os dois tipos de neurônios do arco-re-
ganizam formando tecidos e órgãos. A comunicação flexo que possibilitam o reflexo patelar?
entre as diversas células do organismo depende dos
sistemas nervoso e endócrino, sistemas de integra-
ção corporal.

6. EBMSP-Ba 2017 Com base nos conhecimentos so-


bre o sistema nervoso, pode-se afirmar:
) A capacidade de equilíbrio de um ciclista ficará b) Considerando os órgãos do sistema nervoso, por
prejudicada após o esportista sofrer uma queda e que a resposta reflexa é rápida e ocorre de forma
lesar o hipotálamo. involuntária?
b) Na transmissão do impulso nervoso, o poten-
cial de ação é transmitido dos dendritos de um
neurônio para o axônio do neurônio adjacente
por neurotransmissores associados à membrana
dos dendritos que interagem com os receptores
presentes na membrana do axônio.
c) Uma lesão no cerebelo, possivelmente, compro-
meterá a integração entre os sistemas nervoso e
endócrino do indivíduo.
d) Uma fratura na região lombar da coluna com 10. Uerj 2020 Em situações de perigo, o sistema nervoso
comprometimento severo da medula espinhal autônomo simpático produz uma série de alterações
ocasionará a tetraplegia. fisiológicas importantes para o corpo humano. Essa
e) Lesões nos lobos temporais poderão comprome-
FRENTE 3

resposta do organismo é chamada de reação de luta


ter a audição do indivíduo. ou fuga e provoca a liberação de adrenalina na cor-
rente sanguínea.
7. Uece 2019 As membranas que recobrem o cérebro A liberação desse hormônio resulta na redução do se-
humano são denominadas de guinte processo vital:
) dura-máter, celular e pia-máter. ) sístole ventricular
b) dura-máter, aracnoide e pia-máter. b) batimento cardíaco
c) plasmática, aracnoide e celular. c) dilatação brônquica
d) celular, plasmática e aracnídeo. d) peristaltismo intestinal

AULAS 45 a 48 Sistemas de controle I 327


11. Fmerp-SP 2020 Na orelha humana encontram-se os ossículos martelo, bigorna e estribo, que são essenciais ao
fenômeno da audição. Essas estruturas ficam localizadas na orelha __________, apresentam células derivadas do
tecido __________ e são ricas em __________.
Assinale a alternativa que preenche as lacunas do texto.
) interna – ósseo – carbonato de cálcio
b) média – ósseo – fosfato de cálcio
c) interna – ósseo – iodeto de potássio
d) interna – cartilaginoso elástico – fosfato de cálcio
e) média – cartilaginoso hialino – iodeto de potássio

12. FMJ-SP 2017 A orelha humana é composta basicamente por três partes: orelha externa, orelha média e orelha inter-
na. É correto afirmar que
) a janela oval está conectada diretamente à bigorna, recebe as vibrações sonoras e as comunica ao líquido
coclear.
b) os canais semicirculares contêm células ciliadas com uma cúpula gelatinosa que auxiliam no posicionamento
do corpo.
c) a cóclea contém células sensoriais com microvilosidades imersas no espesso líquido coclear e essas células
detectam as ondas sonoras.
d) a tuba auditiva é um canal muscular flexível que se comunica com a laringe e equilibra a pressão do ar na
orelha interna.
e) o nervo auditivo envia impulsos nervosos da cóclea, dos canais semicirculares e da janela oval para o córtex
cerebral.

Guia de estudos

Biologia • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 10


I. Leia as páginas de 212 a 222. III. Faça os exercícios propostos de 2 a 7, 10, 13, 16, 18, 19 e 21.
II. Faça os exercícios 1 e de 3 a 8 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 1, 2, 4, 5, 9, 13, 14, 16, 17, 19 e 21.

328 Biologia AULAS 45 a 48 Sistemas de controle I


Dr Y
orgo
s Nik
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cien
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hoto
Libr
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otoa
rena E SUAS TECNOLOGIAS
CIÊNCIAS DA NATUREZA

BIOLOGIA

FRE
NTE
4
FRENTE 4
AULAS 19 a 21

Transporte envolvendo a membrana plasmática


Tipos de transporte através da y Trnsprte tv:
– Envolve gasto de energia, consumindo ATP (como
membrana a bomba de sódio e potássio).
y A célula recebe e elimina materiais que passam pela
membrana. Difusão
y Isso contribui para a manutenção das atividades me- y Tipo de transporte passivo.
tabólicas. y É a movimentação espontânea de partículas.
y Há duas grandes modalidades de transporte: – Promove distribuição homogênea do sut.
– Transporte em mss. – Ocorre  fvr d rdente (diferença) de con-
– Transporte de prtícus. centração: de uma região mais concentrada para
uma região menos concentrada.
Transporte em massa (vesicular) y Sua velocidade aumenta com:
y É o transporte: de grande quantidade de materiais. – Eevçã d tempertur, devido à maior ener-
y É caracterizado pela formação de vesículas membra- gia cinética das moléculas.
nosas. – Aumento da diferença no rdente de cncentrçã.
ElEMENToS CoRES
Dreçã d trnsprte Tp FoRa DE FaNTaSia
PRoPoRÇÃo
Endctse: Fctse:
os materiais são enviados para
dentro da célula. • Envolve a emissão de
pseudópodes para o
englobamento de partículas
sólidas e grandes.
• Resulta na formação da
Citoplasma vesícula fssm (vacúolo
1 alimentar).
2 3
• Ex.: nutrição de protozoários e Difusão de tinta em um recipiente que contém água: a tendência é ocorrer
ElEMENToS
FoRa DE
poríferos; atividade de células uma distribuição uniforme de partículas.
PRoPoRÇÃo de defesa (certos leucócitos).
CoRES Pnctse:
FaNTaSia y Dfusã smpes: ocorre por toda a superfície da
• Entrada de partículas
membrana.
pequenas e líquidas.
– Não é necessária a facilitação por proteínas de
• Resulta na formação da
vesícula pnssm. membrana.

Exctse: Sangue rico em O2


Csmctse:
os materiais são enviados para
fora da célula. • Eliminação de resíduos da Sangue rico em CO2
digestão celular.
Membrana plasmática
Ar O2
Secreçã:
CO2
• Eliminação de materiais úteis
ao organismo.
3
1 2 • É realizada pelo complexo
Citoplasma Hematose
golgiense.

Representações esquemáticas e características do transporte em massa.


ElEMENToS
FoRa DE
PRoPoRÇÃo

Transporte de partículas (moléculas eíons) CoRES


FaNTaSia
Íons e moléculas podem atravessar a membrana por: Alvéolo pulmonar
y Trnsprte pssv:
Representação de um caso de difusão simples: trocas gasosas entre alvéolo
– Não envolve gasto de energia (como a difusão e pulmonar e capilar sanguíneo. Esse tipo de difusão também ocorre com
a osmose). substâncias lipossolúveis, como álcool e esteroides.

330 Biologia AULAS 19 a 21 Transporte envolvendo a membrana plasmática


y Dfusã fctd: envolve a prtcpçã de prteí- Dsut que está dissolvido em um solvente.
n trnsprtdr específica. Exemplo de soluto: açúcar.
ElEMENToS – Membrn sempermeáve:
FoRa DE
Fluido extracelular PRoPoRÇÃo D Permite apenas a passagem do solvente.
Molécula de CoRES – Pressã smótc:
FaNTaSia
glicose D É a força necessária para impedir que o
fixa-se ao sítio
receptor solvente se desloque da solução menos con-
centrada para a mais concentrada.
– Comparação de concentrações:
D Hpertônc é a solução que contém maior
concentração de soluto se comparada a uma
outra solução.
D Hptônc é a solução que contém menor
concentração de soluto se comparada a uma
outra solução.
D istônc é a solução que contém a mesma
Sítio receptor concentração de soluto se comparada a uma
outra solução.
Proteína y O esquema a seguir contém um exemplo de osmose
transportadora Citoplasma entre duas soluções, A (hipotônica em relação a B) e B:
ElEMENToS
FoRa DE
Mudanças no formato da Membrana PRoPoRÇÃo
proteína transportadora semipermeável
CoRES
FaNTaSia

Moléculas
de água

Molécula
A B de soluto

Aumento
Diminuição de volume
de volume

Glicose é liberada
no citoplasma A B

Representação da difusão facilitada de glicose, efetuada com o auxílio de


proteína transportadora. Aminoácidos também são transportados para o Pressão
interior das células por esse processo. aplicada FRENTE 4

Osmose
y Tipo de transporte passivo.
y É a mvmentçã de svente através de uma mem-
brana semipermeável.
– Ocorre de uma solução menos concentrada para
uma solução mais concentrada. A B
y Alguns conceitos são necessários para a compreen-
são do processo: Representação de experimento demonstrativo de osmose. Ocorre
movimentação de água de A (solução hipotônica) para B (solução
– Suçã é um tipo de dispersão que tem:
hipertônica): a tendência é estabelecer igualdade de concentrações
D svente que dilui algo. (soluções isotônicas). A pressão aplicada para forçar o retorno da água para
Exemplo de solvente: água. a solução A é equivalente à pressão osmótica.

AULAS 19 a 21 Transporte envolvendo a membrana plasmática 331


Osmose em células animais Outra situação é a da célula vegetal exposta ao calor.
ElEMENToS
Suçã Fênmen smótc FoRa DE
PRoPoRÇÃo

CoRES
FaNTaSia

Suçã Ocorre perda de água, e a célula tem


hpertônc redução de volume.
H 2O H 2O

O ganho e a perda de água são


equivalentes; não há alteração de
Suçã volume. A célula está em equilíbrio
stônc osmótico com o meio; isso ocorre com
células imersas no sangue, no fluido
intersticial ou em soro fisiológico. H 2O
Com exposição ao calor, a célula vegetal perde vapor de água para o ar e
sofre uma retração em toda sua extensão; a parede deforma-se para dentro
Há ganho de água e o volume e a célula fica murcha.
Suçã
aumenta; pode ocorrer ruptura das
hptônc
hemácias (hemólise).
H2O Transporte ativo
Representação de hemácias imersas em ElEMENToS y Ocorre com st de ener.
FoRa DE CoRES
diferentes soluções. PRoPoRÇÃo FaNTaSia y É efetuado cntr  rdente de concentração.
y Mntém desudde de concentrações.
Osmose em células vegetais y Envolve a prtcpçã de prteíns trnsprtdrs.
Há duas principais forças que atuam no fluxo de água – Exemplos: bomba de íons H+ e bomba de sódio
em uma célula vegetal: e potássio.
y Pressã smótc: CoRES ElEMENToS
FaNTaSia FoRa DE
– É determinada pela concentração do vacúolo. Fluido extracelular PRoPoRÇÃo

– Favorece a entrada de água e a expansão do vo- CL Na


lume da célula. – Na +
+ CL
y Pressã de turescênc: Na
CL –
+
– É exercida pela parede celular. –
Canal proteico de Na+
– Dificulta a expansão exagerada de volume. +
Canal proteico de K Na Na
D A parede celular impede a ruptura da célula Bomba de +
+
quando esta ganha água. Na+ – K+ CL

Suçã Fenômen smótc

Ocorre perda de água e a


célula tem redução de
Suçã volume; uma parte H2O
hpertônc da célula desprende-se ATP ADP
+K +K
da parede. +K
Célula fica plasmolisada.

+K +K

O ganho e a perda de água


+K
são iguais; o volume não
Suçã se altera. A célula está em Citoplasma
H2O
stônc equilíbrio osmótico com o
meio, apresentando-se na
sua conformação normal. Representação do funcionamento da bomba de sódio e potássio: mantém
a concentração de Na+ mais elevada fora da célula, e a concentração de
K+ maior no interior da célula. Esse transporte envolve gasto de energia
e a atuação de permeases, mantendo a desigualdade de concentrações
desses íons.
Há ganho de água e o
Suçã volume aumenta; não
hptônc ocorre ruptura da célula:
célula fica túrgida.

Representação de célula vegetal imersa em ElEMENToS


FoRa DE CoRES
diferentes soluções. PRoPoRÇÃo FaNTaSia

332 Biologia AULAS 19 a 21 Transporte envolvendo a membrana plasmática


Exercícios de sala
1. UFPR 2014 Para que a preservação seja mais duradoura, deve-se evitar o crescimento de microrganismos nos ali-
mentos. Três formas antigas e bastante simples de preservação são o charque (carne salgada e seca ao sol), os picles
(alimentos conservados em vinagre) e as compotas (frutas com adição de açúcar). Explique como cada um desses
métodos impede a sobrevivência e a proliferação de microrganismos.

2. Unesp 2018
A resposta das células a pulsos elétricos sugere que a membrana plasmática assemelha-se a um circuito elétrico composto
por uma associação paralela entre um resistor (R) e um capacitor (C) conectados a uma fonte eletromotriz (E).
A composição por fosfolipídios e proteínas é que confere resistência elétrica à membrana, enquanto a propriedade de
manter uma diferença de potencial elétrico, ou potencial de membrana, é comparável a um capacitor.
(Eduardo A. C. Garcia. Biofísica, 2002. Adaptado.)

A figura mostra a analogia entre um circuito elétrico e a membrana plasmática.

+ + + + + + + + +

+ + + +
C R E
––––
––––––––––

A diferença de potencial elétrico na membrana plasmática é mantida


a) pelo bombeamento ativo de íons promovido por proteínas de membrana específicas.
b) pela difusão facilitada de íons através de proteínas canais que transpassam a membrana.
c) pela constante difusão simples de íons por entre as moléculas de fosfolipídios.
d) pela transferência de íons entre os meios extra e intracelular por processos de endocitose e exocitose.
e) pelo fluxo de água do meio mais concentrado em íons.

3. UFPR 2013 As figuras a seguir representam a variação do volume celular e da relação entrada/saída de água, ao
longo do tempo, em três tipos celulares diferentes: célula animal, célula vegetal e protozoário. No tempo zero, as
células foram mergulhadas em água pura.
A B C
Volume celular

Volume celular

Volume celular

2 2 2
relativo

relativo

relativo

1 1 1

0 0 0 FRENTE 4
Tempo Tempo Tempo
Relação entrada/saída

Relação entrada/saída

Relação entrada/saída
de água da célula

de água da célula

de água da célula

2 2 2

1 1 1

0 0 0
Tempo Tempo Tempo

As figuras A, B e C correspondem, respectivamente, a:


a) animal, protozoário e vegetal. d) protozoário, vegetal e animal.
b) animal, vegetal e protozoário. e) vegetal, protozoário e animal.
c) protozoário, animal e vegetal.

AULAS 19 a 21 Transporte envolvendo a membrana plasmática 333


4. UFJF/Psm-Mg 2018 Vários protozoários vivem em 6. Fmerp-SP 2021 As figuras ilustram as modificações
ambiente de água doce onde as concentrações de que ocorreram em três conjuntos de hemácias hu-
seus fluidos internos são maiores que as do meio, manas após serem mergulhadas em três soluções
condição que lhes impõe um importante desafio que diferentes, 1, 2 e 3.
pode levar à ruptura e, consequentemente, morte do
1 2 3
protozoário.
) Que processo físico-químico está envolvido nes-
se problema? Como esse processo se dá na
situação exposta no enunciado da questão?

(https://nigerianscholars.com)

) Qual das três soluções é hipertônica? Como se


denomina o tipo de transporte que permite as mo-
dificações observadas nas hemácias?
b) O que significa dizer que a membrana plasmática
é uma membrana semipermeável?

b) Se, em vez de hemácias, o experimento tivesse


utilizado lactobacilos, o fenômeno indicado pela
c) Exposta às mesmas condições que o protozoário seta, em , não aconteceria. Explique o porquê.
do enunciado, uma célula vegetal se romperia?
Por quê?

7. Unesp 2016 Um estudante coletou água de um lago


5. Fuvest-SP 2015 Nas figuras abaixo, estão esquemati- e a separou em duas amostras de volumes iguais, A
zadas células animais imersas em soluções salinas de e B. Em ambas observou, ao microscópio, paramécios
concentrações diferentes. O sentido das setas indica vivos, nos quais se destacavam seus vacúolos contrá-
o movimento da água para dentro ou para fora das cé- teis, como mostra a figura.
lulas, e a espessura das setas indica o volume relativo
de água que atravessa a membrana celular.
vacúolos
I II III contráteis

A ordem correta das guras, de acordo com a con- (http://japapedia.wikispaces.com)


centração crescente das soluções em que as células
estão imersas, é: Analisando os paramécios de ambas as amostras, o
) I, II e III. estudante não notou qualquer diferença. Em seguida
b) II, III e I. dobrou a quantidade de líquido em ambas as amos-
c) III, I e II. tras, adicionando água pura à amostra A e solução
d) II, I e III. saturada de NaCℓ à amostra B. Passados alguns minu-
e) III, II e I. tos, voltou a observar os paramécios.

334 Biologia AULAS 19 a 21 Transporte envolvendo a membrana plasmática


Em termos de volume celular e atividade dos vacúo- b) semipermeável, haverá migração de soluto da
los, que diferenças o estudante deve ter observado coluna B para a coluna A, fazendo com que as
nos paramécios da amostra A, após a adição da água, concentrações de soluto se igualem, fenômeno
e nos paramécios da amostra B, após a adição da so- denominado difusão simples.
lução saturada de NaCℓ? Justique sua resposta. c) permeável, haverá migração de água da co-
luna A para a coluna B, fazendo com que as
concentrações de solvente se igualem, fenômeno
denominado difusão facilitada.
d) permeável, haverá migração de soluto da co-
luna B para a coluna A, fazendo com que as
concentrações de soluto se igualem, fenômeno
denominado difusão simples.
e) semipermeável, haverá migração de água da co-
luna A para a coluna B, fazendo com que os níveis
8. FCMSCSP 2022 Analise a ilustração de um experi- das duas colunas se igualem, fenômeno denomi-
mento em que uma membrana separa uma solução nado osmose.
hipotônica de uma solução hipertônica, ambas so-
luções contidas no interior de um tubo formado por 9. FMC-RJ 2021 Na figura abaixo, analise o gradiente
duas colunas A e B. eletroquímico do Na+ (à esquerda) e do K+ (à direita).

Membrana 2 Na+
A B plasmática

Gradiente Gradiente
eletroquímico de Na+ eletroquímico de K+

2 K+

Membrana
Considerando que a figura demonstra o antiporte de
sódio e de potássio, os tipos de transporte que ocor-
(www.drawittoknowit.com. Adaptado.)
rerão para jogar o sódio para fora e o potássio para
Considerando o transporte de substâncias entre as dentro da célula são, respectivamente:
duas soluções, se a membrana for ) ativo e passivo.
) semipermeável, haverá migração de água da co- b) passivo e transcitose.
luna B para a coluna A fazendo com que ocorra c) passivo e passivo.
a elevação desta última, fenômeno denominado d) ativo e ativo.
osmose. e) ativo e transcitose.

FRENTE 4

Guia de estudos

Biologia • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 12


I. Leia as páginas de 5 a 9. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 12.
II. Faça os exercícios de 1 a 8 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares de 1 a 10.

AULAS 19 a 21 Transporte envolvendo a membrana plasmática 335


FRENTE 4
AULAS 22 a 24

Excreção e sistema urinário


Mecanismos de excreção – Urctécs: excretam majoritariamente ácido
úrico.
y Contribuem diretamente para a hmestse.
y Comparação e exemplos:
y Papéis da excreção: emnçã ds resídus meta-
bólicos e cntre ds cncentrções de suts e amôn Ure Ácd úrc
da quntdde de áu.
Txcdde Alta Intermediária Baixa
y Estruturas excretoras eliminam água e sais minerais em ex-
gst de
cesso, gás carbônico, íons H+, excretas nitrogenadas etc. Alto Intermediário Baixo
áu
y Exemplos de estruturas excretoras:
Cust
– Rins: principais estruturas excretoras dos verte- enerétc
Baixo Intermediário Alto
brados. Eliminam sais minerais em excesso, gás
Poríferos,
carbônico, íons H+, excretas nitrogenadas etc. cnidários,
Peixes Insetos e
– Glândulas sudoríferas: exclusivas dos mamíferos, cartilaginosos, maioria
equinodermos,
Exemps anfíbios dos répteis
eliminam água e sais minerais, além de ureia (resí- larvas de
adultos e (incluindo as
duo nitrogenado). anfíbios e
mamíferos. aves).
peixes ósseos.
– Pulmões: atuam na excreção de gás carbônico.
Quadro comparativo com as características da excreção dos principais
resíduos nitrogenados nos animais.
Resíduos nitrogenados
y Gerados a partir da decomposição de substâncias or- y Devido à menor toxicidade da ureia e, principalmente,
gânicas que possuem átms de ntrên em sua do ácido úrico, a excreção desses resíduos promove
estrutura, como aminoácidos e bases nitrogenadas, economia de água, configurando-se como uma adap-
resultando na formação de môn (NH), substância tação ao meio terrestre. A conversão da amônia em
tmente tóxc e súve em áu. resíduos menos tóxicos gasta energia.
y Alguns animais excretam diretamente a amônia, en-
quanto outros a convertem em resíduos menos tóxicos Sistema urinário humano
(como ureia e ácido úrico) antes da sua eliminação.
y Classificação dos animais quanto ao tipo de excreta Morfologia
nitrogenada: y Rns: filtram o sangue e produzem a urina;
– amntécs: excretam amônia. y Ureteres: ductos que conduzem a urina dos rins até
– Uretécs: excretam principalmente ureia. a bexiga urinária;
D A conversão de amônia em ureia ocorre no y Bex urnár: armazena a urina temporariamente;
fígado. y Uretr: elimina a urina para o ambiente.

Veia cava inferior

Artéria renal
Medula renal
Veia renal
Rim
Córtex renal Artéria aorta

Ureter
Pelve renal

Bexiga
Ureter
lusmedical/Shutterstock.com

Uretra
CoRES
FaNTaSia

ElEMENToS
FoRa DE
PRoPoRÇÃo

Representação do sistema urinário humano e dos vasos sanguíneos que irrigam os rins, incluindo detalhe de um rim em corte longitudinal. No corpo feminino,
a uretra se abre para o meio externo por um orifício localizado próximo à vagina. No corpo masculino, a uretra (que conduz urina e sêmen) se abre para o meio
externo por um orifício localizado na extremidade do pênis.

336 Biologia AULAS 22 a 24 Excreção e sistema urinário


y Vss snuínes sscds  sstem excretr: Formação da urina
partindo da artéria aorta, artérias renais ramificam-se
em arteríolas, que levam sangue oxigenado aos rins. Filtração glomerular
Capilares formados a partir das arteríolas se organi- y Componentes presentes no sangue passam para o
zam em vênulas, que se reúnem nas veias renais, as interior da cápsula glomerular forçados pela pressã
quais desembocam na veia cava inferior conduzindo snuíne retvmente t.
sangue venoso. y O filtrado resultante (ftrd merur) contém
água, sais, ureia, glicose, aminoácidos, certas vitami-
Rim
nas hidrossolúveis e outras moléculas pequenas.
y Dividido em duas porções: córtex, renal e medula renal. y Em condições normais, proteínas plasmáticas não es-
y Possui aproximadamente  milhão néfrns, estruturas tão presentes no filtrado glomerular.
responsáveis pela frmçã d urn.
y A peve ren recebe o fluido filtrado pelos muitos né- Reabsorção tubular
frons (recolhido pelos ductos coletores) e encaminha y Reabsorção seletiva de componentes do filtrado glo-
a urina para fora do rim, por meio dos ureteres. merular para o sangue. Evita que compostos necessários
ao organismo sejam eliminados por meio da urina.
Néfron
y A reabsorção pode ser passiva (sem gasto de ener-
y Componentes do néfron: gia) ou ativa (com gasto de energia).
– Cápsula glomerular (cápsula de Bowman ou cáp- y Reabsorção ao longo do néfron e do ducto coletor
sula renal). – Túbu cntrcd prxm: reabsorção de íons,
D Nela desemboca a arteríola aferente, que como sódio (Na+), cloreto (Cℓ–) e potássio (K+),
origina um emaranhado de capilares de- água e nutrientes, como glicose e aminoácidos.
nominado méru ren (glomérulo de – aç néfrc:
Malpighi). D Rm descendente: reabsorção de água.
D Os capilares glomerulares reúnem-se em D Rm scendente: predomina a reabsorção
uma arteríola eferente, que deixa a cápsula. de NaCℓ (contribui para a manutenção da
– Tubo dividido em três regiões principais: túbu osmolaridade relativamente alta do fluido in-
cntrcd prxm, ç néfrc (alça de Henle) tersticial em relação ao filtrado).
e túbu cntrcd dst. – Túbu cntrcd dst: reabsorção de água
D A arteríola eferente se ramifica em uma rede e sais.
de capilares que envolve a extensão do tubo. – Duct cetr: principalmente, reabsorção de água.
D Mais adiante, os capilares reúnem-se em
vênulas. Secreção tubular
y O túbulo contorcido distal desemboca no duct cetr. y Processo por meio do qual amônia, ácido úrico, H+, K+,
Cápsula Túbulo contorcido drogas, toxinas e outros cmpnentes que crcum
glomerular proximal Túbulo contorcido distal pes cpres sã secretds pr  nterr ds
túbus proximal e distal do néfron.
Glomérulo
renal
y A secreção tubular de H+ contribui para o controle do
pH sanguíneo.
Arteríola
eferente
Volume urinário
y Baseando-se nos três processos básicos de formação
da urina, o volume urinário diário (cerca de ,5 L) pode
Arteríola ser expresso da seguinte forma: FRENTE 4
aferente
Volume filtração reabsorção secreção
= – +
urinário glomerular tubular tubular
Ducto
coletor
Atenção
CoRES Espera-se que toda a glicose presente no filtrado glo-
FaNTaSia
Capilares merular seja reabsorvida. Portanto, em condições normais,
Alça néfrica
ElEMENToS
FoRa DE
glicose não deve ser eliminada na urina. Situações nas
PRoPoRÇÃo quais essa eliminação ocorre sugerem que a pessoa apre-
Representação de um néfron e dos vasos sanguíneos associados. senta algum problema renal relacionado à reabsorção da
A cápsula glomerular e os túbulos proximal e distal localizam-se no glicose, ou está com diabetes melito, doença ligada ao
córtex renal, enquanto a alça néfrica e o ducto coletor são encontrados excesso de glicose no sangue.
predominantemente na medula renal.

AULAS 22 a 24 Excreção e sistema urinário 337


Controle hormonal envolvido na formação

Eric Grave/Science Source/Easypix Brasil


Vacúolos
da urina contráteis

Vasopressina ou hormônio antidiurético (ADH)


y Hormônio produzido pelo hptám e secretado
pela neurpófse.
y Liberado de forma mais intensa quando há risco de
desidratação.
y aument  permebdde à áu dos túbulos distais e,
principalmente, dos ductos coletores.
– intensfc  rebsrçã de áu (em direção ao
sangue).
Protozoários do gênero Paramecium (com comprimento que varia entre 50 e
– Reduz  vume urnár, tornando a urina mais 300 µm) possuem vacúolos contráteis.
concentrada.
y Vscnstrçã perférc Animais de água doce
– Ocorre em casos de queda da pressão arterial y São hpertôncs em reçã  me. gnhm áu
e redução do volume sanguíneo decorrentes de pr smse e perdem sais por difusão.
hemorragia. y Produzem urn vums e duíd, eliminando e ex-
y Alguns casos em que a produção de ADH é inibida: cesso de água, mas aumentando a perda de sais.
– Consumo excessivo de água. y A repsçã de ss é feita por absorção ativa pes
D O excesso hídrico poderia reduzir a osmola- brânqus.
ridade do sangue e prejudicar o organismo;
Ingestão de água, em
– Ingestão de álcool. pequena quantidade, e Absorção ativa de
– Diabetes insipidus: condição na qual a produção, a sais pela alimentação. sais pelas brânquias.
liberação ou a ação do ADH é reduzida, resultando Ganho de água

Ekaterina Gerasimchuk/Shutterstock.com
por osmose.
em aumento do volume urinário e sede intensa.

Aldosterona
y Hormônio produzido pelo córtex das ândus endó-
crns suprrrens (ou adrenais), localizadas sobre
os rins.
y Aumenta a reabsorção de Na+ nos néfrons: a osmola-
Legenda
ridade do sangue sobe e a reabsorção de água por
Água
osmose aumenta, elevando a pressão arterial. Eliminação de urina diluída e
Sal abundante contendo sais.
Osmorregulação Representação da osmorregulação em peixes ósseos de água doce.

y Controle da quantidade de água e da concentração


de solutos nos fluidos corporais. Animais marinhos
Protozoários de água doce y Podem perder áu pr smse, ficando expostos
ao risco de desidratação.
y São organismos unicelulares hipertônicos em relação
y A perda de água é compensada pela nestã de
ao meio, por isso, recebem água continuamente por
áu d mr com alta concentração de sais.
osmose.
y O excess de ss é excretd pela urn concentra-
y Possuem vcú cntrát (ou pulsátil) como estrutu-
da e pela eliminação ativa pelas brânqus.
ra osmorreguladora.
– Emn  excess de áu que esses protozoários Aquisição de água e sais pela Eliminação ativa de
alimentação e pela ingestão sais pelas brânquias.
recebem, regulando a concentração de solutos e
Ekaterina Gerasimchuk/Shutterstock.com

direta de água do mar.


a quantidade de água no meio intracelular. Perda de água por osmose.

Legenda
Água
Eliminação de sais e pequena quantidade
Sal de água por meio da urina concentrada.
Representação da osmorregulação em peixes ósseos de água salgada.

338 Biologia AULAS 22 a 24 Excreção e sistema urinário


y Pexes crtnss, principalmente por conta da

Agami Photo Agency/Shutterstock.com


manutenção da alta concentração de ureia em seus
fluidos corporais (uremia fisiológica), são praticamente
stôncs em reçã à áu d mr.
y Répteis marinhos, como tartarugas e certas aves, elimi-
nam o excesso de sais por meio das ândus de s.

Glândulas de sal

Ductos das
glândulas de sal
Narina

CoRES
FaNTaSia

ElEMENToS
FoRa DE Excreção do
PRoPoRÇÃo excesso de sais
Representação da localização das glândulas de sal em aves marinhas. Tartaruga eliminando solução salina próximo aos olhos.

Exercícios de sala
1. UFPR 2018 O metabolismo celular dos animais gera 3. Fmerp-SP 2018 Os rins humanos participam do con-
substâncias nitrogenadas que são eliminadas pelo trole da homeostase, eliminando ou reabsorvendo
processo de excreção. Acerca desse processo, consi- substâncias nos néfrons.
dere as seguintes afirmativas: ) A principal substância excretada pelos néfrons é
1. A amônia é tóxica para o organismo, mas, por a ureia. De qual composto orgânico contido nos
ser bastante solúvel em água, é rapidamente di- alimentos a ureia é originada? Qual órgão huma-
fundida e eliminada por animais que vivem em no produz a ureia?
ambiente aquático.
2. Nas aves, a amônia é convertida em ureia, que é
menos tóxica que a amônia e demanda um volume
relativamente grande de água para sua eliminação.
3. Insetos convertem amônia em ácido úrico, produzin- b) Os rins controlam a volemia (volume de sangue) e
do uma urina mais concentrada, pois o ácido úrico é o equilíbrio ácido-base do sangue. De que forma
pouco tóxico e tem baixa solubilidade em água. os néfrons atuam para aumentar a volemia e para
4. Mamíferos excretam principalmente ureia, que, reduzir a acidose sanguínea?
por ser menos tóxica, pode ser armazenada tem-
porariamente no corpo sem risco de intoxicação.
Assinale a alternativa correta.
) Somente as afirmativas  e  são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas  e  são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas  e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas ,  e 4 são verdadeiras. 4. Uncmp-SP 2019 Recentemente, inúmeros casos de
e) As afirmativas , ,  e 4 são verdadeiras. doping esportivo foram noticiados, como, por exem-
plo, aqueles envolvendo a delegação russa nos Jogos FRENTE 4

2. Enem 2018 O deserto é um bioma que se localiza em Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. Um dos métodos
regiões de pouca umidade. A fauna é, predominante- mais utilizados no exame antidoping é a coleta e análi-
mente, composta por animais roedores, aves, répteis se da urina de atletas, para verificação da presença de
e artrópodes. medicamentos proibidos. O composto furosemida foi
Uma adaptação, associada a esse bioma, presente nos banido pela Agência Mundial Antidoping. Sua principal
seres vivos dos grupos citados é o(a) ação é reduzir a reabsorção de sódio e cloro a partir da
) existência de numerosas glândulas sudoríparas alça do néfron (alça de Henle) em direção aos vasos
na epiderme. sanguíneos adjacentes.
b) eliminação de excretas nitrogenadas de forma Considerando essas informações e os conhecimentos
concentrada. sobre a fisiologia renal e a excreção em seres humanos,
c) desenvolvimento do embrião no interior de ovo é correto afirmar que a furosemida
com casca. ) diminui a produção de urina, impedindo que medi-
d) capacidade de controlar a temperatura corporal. camentos proibidos sejam eliminados nas amostras
e) respiração realizada por pulmões foliáceos. a serem analisadas nos testes antidoping.

AULAS 22 a 24 Excreção e sistema urinário 339


b) diminui a produção de amônia, mas aumenta a 7. Fmem-SP 2017 A figura ilustra os rins humanos e
eliminação de medicamentos pelo rim, resultando seus principais vasos sanguíneos. As artérias renais
em diluição das amostras analisadas nos testes levam sangue aos rins e as veias renais conduzem o
antidoping. sangue dos rins ao coração.
c) aumenta a produção de urina, resultando na di-
artéria renal
minuição da concentração de medicamentos nas veia renal
amostras, o que dificulta sua detecção nos testes
antidoping.
d) aumenta a produção de ureia, o que resulta na
diluição das amostras a serem analisadas nos tes-
tes antidoping e na diminuição da concentração
dos medicamentos.

5. FCMSCSP 2018 O túbulo renal participa da reab-


sorção de substâncias para o sangue. A quantidade
de substâncias reabsorvidas ao longo desse túbulo
está diretamente relacionada à sua área da superfície
de absorção e ao gasto energético das células que
(http://esporte.uol.com.br. Adaptado)
revestem sua superfície interna. As imagens represen-
tam células da superfície interna de duas diferentes ) Associe a concentração de gás carbônico, ureia
regiões do túbulo renal. e gás oxigênio com o sangue contido nas artérias
renais e com o sangue contido nas veias renais.
Célula  Célula 

Célula 

b) Caso haja aumento da pressão sanguínea na ar-


téria renal durante um período de 4 horas, o que
(Rui Curi e Joaquim P. A. Filho. Fisiologia básica, 2009.) ocorrerá com o volume de urina produzido pelo
organismo? Justifique sua resposta com base na
As células encontradas no túbulo contorcido proximal, atividade que ocorre no interior do nefro.
no túbulo contorcido distal e no ducto coletor são,
respectivamente,
) ,  e .
b) ,  e .
c) ,  e .
d) ,  e .
e) ,  e .

6. Enem 2019 O “The Kidney Project” é um projeto reali-


8. FiCSaE-SP 2016 (adpt.) Exames de urina ajudam a
zado por cientistas que pretendem desenvolver um rim
biônico que executará a maioria das funções biológicas diagnosticar alguns problemas que ocorrem em nos-
do órgão. O rim biônico possuirá duas partes que incor- so organismo. Em um hospital, a análise da urina de
poram recentes avanços de nanotecnologia, filtração de um paciente adulto revelou o seguinte resultado para
membrana e biologia celular. Esse projeto significará uma alguns de seus componentes:
grande melhoria na qualidade de vida para aquelas pes-
soas que dependem da hemodiálise para sobrevivência. Vres de
Cmpnente Resutds
Disponível em: https://pharm.ucsf.edu. Acesso em: 26 abr. 2019 (adaptado). referênc

O dispositivo criado promoverá diretamente a Prteín ausente ausente


) remoção de ureia. gcse presente ++++(alto) ausente
b) excreção de lipídios.
c) síntese de vasopressina. Crsts ausentes ausentes
d) transformação de amônia.
Cretn 0,90 mg/dL 0,60 a 1,30 mg/dL
e) fabricação de aldosterona.

340 Biologia AULAS 22 a 24 Excreção e sistema urinário


O resultado da análise nos dá indício de que o paciente em questão
) apresenta absorção regular de aminoácidos e de glicídios no duodeno, e que uma vez no sangue circulante,
estas substâncias são normalmente absorvidas pelas células.
b) não apresenta absorção regular de aminoácidos e de glicídios no duodeno, embora apresente níveis normais
destas substâncias no sangue circulante.
c) apresenta níveis elevados de glicose no sangue, e parte dela não é reabsorvida pelos rins, sendo eliminada
na urina.
d) é saudável, uma vez que esses resultados estão dentro dos valores de referência.

9. FMaBC-SP 2017 A manutenção do equilíbrio hídrico é um processo de grande relevância para a sobrevivência de
peixes e outros organismos aquáticos, sejam eles dulcícolas ou marinhos. Esse processo depende em larga escala
de fenômenos ativos e passivos de transporte de água e solutos, como representado na figura a seguir.
Água Solutos

Ganho osmótico (brânquias e boca) Absorção ativa (brânquias)

Comida

Urina (rins
Ingestão inadvertida Urina (os rins retêm
eliminam o
enquanto come a maioria dos solutos)
excesso de água)
a Peixe de água doce

Sais da água
Ingerindo do mar

Urina (os rins Urina (os rins


Perda osmótica Excreção ativa
conservam excretam a maioria
(brânquias) (brânquias)
a água) dos solutos)

B Peixe de água salgada

Fonte: Ricklefs R., Relyea R. A Economia da Natureza. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

Considerando as informações apresentadas acima, é correto afirmar que os tecidos corporais de peixes de água doce
e de água salgada, em relação ao ambiente onde vivem esses organismos, são, respectivamente,
) hipertônicos e hipotônicos.
b) hipotônicos e hipertônicos.
c) isotônicos e hipertônicos.
d) hipertônicos e isotônicos.

FRENTE 4

Guia de estudos

Biologia • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 9


I. Leia as páginas de 190 a 194. IV. Faça os exercícios complementares 1, 2, 4, de 7 a 9, 14, 15, 17,
II. Faça os exercícios de 3 a 6 e 8 da seção “Revisando”. 18 e 20.
III. Faça os exercícios propostos 1, 5, de 7 a 10, 13 e de 15 a 21.

AULAS 22 a 24 Excreção e sistema urinário 341


Gabarito
9. a) Os aglutinogênios do sistema
Frente 1 A a
ABO, quando presentes, são en-
A AA Aa contrados nas hemácias. O grupo
Aulas 37 a 39 sanguíneo que possui os dois tipos
a Aa aa
1. C de aglutinogênio é o do tipo AB.
2. Cruzamento II-2 × II-3, em que Sabendo que o filhote é preto (A_), ex- b) Grupo que não apresenta aglutino-
A (normal) > a (afetado): clui-se a opção aa (siamês) e tem-se que gênios: tipo O (genótipo ii).
Aa × Aa a probabilidade de ele ser heterozigoto Lorenzo tem genótipo IAi, já que
(Aa) é 2/3. deve ter recebido de seu pai o ale-
Gametas: (A + a) · (A + a)
lo recessivo. Para que nasça uma
Filhos: AA + 2Aa + aa
criança com sangue tipo O, Bárbara
normal afetado Aulas 40 a 42 deve ser heterozigota, portadora do
1 1. C 4. A 7. C alelo recessivo.
Uma criança normal tem de probabi-
3 2. E 5. B 8. A
lidade de ser AA, ou seja, não portador P(Bárbara ser heterozigota): 2 .
3. D 6. D 9. E 3
do alelo a, que causa a doença.
1 P(criança ser ii): 1 .
Probabilidade de ser menina = . 4
2 Aulas 43 a 45 Assim, a probabilidade pedida é
1 1. D 2. B
Probabilidade de ter a doença = .
4 dada por: 1 · 2 · 1 = 2 = 1 .
Portanto, a probabilidade de a filha ser 3. a) Dado o cruzamento Ccch × chca: 2 3 4 24 12
1 1 1 C cch
portadora da doença é de · = .
2 4 8 Aulas 46 a 48
ch Cch cchch
3. E 1. Soma: 02 + 04 + 08 + 32 = 46
4. a) Considerando os alelos A (afetado) ca Cca cchca
2. A 3. C
e a (normal) e dado o cruzamento Os possíveis fenótipos da prole são: 4. Soma: 01 + 08 = 09
de uma mulher afetada (Aa) com um selvagem e chinchila.
homem normal (aa), como mostrado 5. B 6. B 7. B
a seguir: b) Não podemos afirmar que esses 8. a) A irmã de Talita possui genótipo IBi.
coelhos são de espécies diferentes, A impossibilidade de Talita gerar uma
Aa × aa pois não há isolamento reprodutivo criança com eritroblastose fetal está
entre eles. Coelhos com diferentes no fato de ela ser Rh+, uma vez que
fenótipos podem cruzar entre si e essa doença acontece apenas quan-
50% Aa 50% aa produzir descendentes férteis. Os do mães Rh– dão à luz crianças Rh+.
(70% afetado e (normal) diferentes alelos nesses animais
devem ter surgido por mutações no b) Aconteceria aglutinação imediata
30% normal) com o sangue de Gustavo (pai de
gene preexistente.
as crianças normais apresentam Aline). Aline tem tipo sanguíneo A
genótipos aa ou Aa, sendo que as 4. a) Na pleiotropia um gene pode con- com aglutininas anti-B, as quais rea-
de genótipo aa possuem fenótipo dicionar ou influenciar mais de uma giriam com o aglutinogênio B do
normal por não terem o gene domi- característica no fenótipo do indivíduo. sangue tipo B de Gustavo.
nante responsável pela alteração. b) No cruzamento duplo-heterozigoto 9. a) O pai de João tem sangue do tipo A,
As crianças de genótipos Aa têm (AaCc × AaCc) existem os possíveis já que apresenta aglutininas anti-B
30% de chance de não apresentarem gametas: no plasma. Como ele tem uma filha
a alteração, porque o alelo dominan- AC, Ac, aC e ac, que podem formar com sangue do tipo B, sabemos que
te mostra penetrância incompleta. uma prole com a proporção de 9/16 seu genótipo é IAi. Já a mãe de João
b) Não apresentarão as alterações:
aguti, 3/16 preto e 4/16 albino. deve ter genótipo IBi, já que deve ter
crianças com genótipos aa e 5. Soma: 01 + 02 + 08 + 16 = 27 recebido o alelo recessivo de sua
30% das crianças com genótipos mãe (de sangue tipo A).
6. a) O pai e a mãe de Fernando possuem
Aa; portanto, a probabilidade de genótipo IAi. P(menina) = 1 .
nascerem crianças aa é de 50%. b) P = 1/6 2
Probabilidade de crianças Aa nor- Cruzamentos: P(tipo O) = 1 .
mais: 30% · 50% = 15%. IAi × IAi (pais de Fernando) = 25% IAIA, 4
Assim, a probabilidade de nas- 50% IAi e 25% ii. Assim, a probabilidade pedida é de
cimentos de crianças que não Dos três descendentes com 1 1 1
· = , ou 12,5%.
apresentem as alterações será de: sangue A, dois são heterozigotos. 2 4 8
50% + 15% = 65%. P (Fernando ser IAi) = 2/3 b) No nascimento de João, o sistema
5. A 6. D 7. B 8. C Fernando (IAi) × Isabel (IAi) = 25% IAIA, imunitário da mãe foi sensibilizado
9. Cruzamento 1: macho siamês (aa) × 50% IAi e 25% ii. pelo sangue Rh+ do filho e criou
fêmea siamesa (aa) = 100% de descen- P (nascer ii) = 1/4 memória imunitária para a produção
dentes homozigotos recessivos (aa), P (criança ser O) = P (Fernando de anticorpos anti-Rh. Assim, caso
cujo fenótipo corresponde a siamês. ser IAi) ⋅ P (nascer ii) o futuro irmão de João tenha san-
Cruzamento 2: para o casal de gatos P (criança ser O) = 2/3 ⋅ 1/4 = 1/6 gue Rh+, o organismo da mãe deve
pretos gerar filhotes siameses, macho e produzir anticorpos anti-Rh, que ata-
7. C carão as células do feto, causando a
fêmea devem ser heterozigotos: macho
8. B eritroblastose fetal.
preto (Aa) × fêmea preta (Aa) =

342 BIOLOGIA Gabarito


Aulas 43 e 44 c)
Frente 2
1. a) Os tecidos que promovem a sus-
tentação vegetal são: colênquima, Célula
Aulas 37 e 38
esclerênquima e xilema. O co- subsidiária
1. C 2. D 3. D
lênquima (tecido mais flexível) é Célula-
4. a) Após a fecundação da flor, o ovário formado por células vivas, clorofi- -guarda
é hipertrofiado, isto é, se desenvol- ladas e com reforços de celulose
ve, aumenta em tamanho e torna-se na parede celular. O esclerênquima
o fruto. é formado por células mortas ligni-
Ostíolo
b) A autofecundação é favorecida na es- ficadas, por isso, é mais rígido. O
pécie B. A posição do estigma abaixo xilema, que também participa da
2. E 3. A
dos estames favorece que o pólen sustentação do vegetal, é um teci-
produzido na própria flor a polinize. do condutor de seiva formado por 4. O papel de cobalto apresentará co-
células lignificadas. loração rósea mais rapidamente no
c) A flor da espécie A poderia ser poli-
recipiente 3. O suprimento hídrico, a
nizada por um beija-flor, animal que b) Os novos ramos são formados
iluminação do dia e a baixa concentra-
possui bico relativamente longo, o por tecido meristemático primário
ção de gás carbônico atmosférico são
que lhe possibilita atingir o néctar localizado nas gemas laterais. A pro-
condições que mantêm os estômatos
no fundo da corola alongada. liferação de tecido nessas regiões
abertos, possibilitando a transpiração.
Outra possibilidade seriam borbole- permite o surgimento e o cresci-
Dessa forma, a água sai da planta e en-
tas e mariposas, desde que dotadas mento de novos ramos.
tra em contato com o papel de cobalto,
de peças bucais sugadoras e longas. 2. A que muda de cor.
5. A 3. Soma: 02 + 04 + 16 = 22 5. D 6. D
6. Soma: 02 + 08 = 10 4. B 5. D 6. C
Frente 3
Aulas 39 e 40 Aulas 45 e 46
1. E 2. C
Aulas 37 a 41
1. D
1. C 3. D 5. A 7. A
3. a) A dispersão do ipê-amarelo ocorre 2. Soma: 08 + 16 = 24
pelo vento (suas sementes são pe- 2. A 4. B 6. E 8. B
quenas e possuem expansões que 3. C 4. C 5. B
9. A circulação completa permite que
geram resistência ao vento, permi- 6. a) Micorriza é uma interação ecoló- uma maior quantidade de oxigênio
tindo que planem e se desloquem). gica mutualística entre fungos e seja transportada para os tecidos, ga-
b) Células haploides: núcleos polares raízes de plantas, com benefícios rantindo sua oxigenação de forma
e oosfera; células diploides: órgãos para as duas espécies envolvidas. mais eficiente. Isso mantém altas taxas
vegetativos (flores, caules e raízes), Os fungos obtêm as moléculas or- metabólicas, que levam à constante
partes da semente (com exceção do gânicas sintetizadas pelas plantas. produção de calor, mesmo em condi-
endosperma, que é triploide nas an- Estas, por sua vez, apresentam ções de baixa temperatura ambiente.
giospermas) e fruto. melhor crescimento e aumen- 10. B 12. B 14. E
to de superfície radicular, o que
c) As samambaias (pteridófitas) não 11. C 13. B 15. D
maximiza a absorção de água
produzem flores, frutos e sementes.
e nutrientes, como fósforo. Isso
Evolutivamente, as flores possibi-
pode ser justificado pela análise
litam a fecundação cruzada, que
do gráfico A, que compara a altura
Aulas 42 a 44
aumenta a variabilidade da popula- 1. a) As células estão realizando fago-
da planta com e sem a associação
ção; os frutos protegem e ampliam a citose. Leucócitos especializados
mutualística.
dispersão das sementes; as semen- nesse tipo de defesa são os neu-
tes protegem e nutrem o embrião. b) A bioinoculação de fungos no solo
trófilos.
pode ser uma alternativa ao uso
4. A 5. A 6. D b) A vasodilatação aumenta o fluxo
de fertilizantes, pois esses organis-
mos são decompositores e liberam sanguíneo e a permeabilidade dos
nutrientes minerais no solo, como vasos, permitindo a ocorrência da
Aulas 41 e 42 diapedese, que é a passagem dos
nitrato e fosfato, que são pronta-
1. As raízes das plantas epífitas (or- mente absorvidos pelos vegetais e leucócitos para o tecido conjuntivo
quídeas, por exemplo) são aéreas e utilizados em seu crescimento. Para onde está ocorrendo a inflamação. A
recobertas por uma estrutura deno- o ambiente, o efeito seria a menor hipertemia eleva a taxa metabólica,
minada velame, formada por várias utilização de fertilizantes sintéticos, levando à destruição de microrga-
camadas de células (epiderme pluries- reduzindo as emissões do gás (NO2) nismos de maneira mais rápida.
tratificada) que aumentam a absorção e
de efeito estufa (gráfico B) e a polui- 2. B 4. B 6. E
diminuem a perda de água.
ção aquática pelo fósforo (gráfico C). 3. C 5. D
As plantas de manguezais possuem
raízes respiratórias que crescem para 7. A curva X representa a resposta imune
cima, possibilitando trocas gasosas com Aulas 47 e 48 do organismo a uma vacina com dose
a atmosfera, visto que o solo é pobre de reforço, pois há dois picos de con-
1. a) Curva I: absorção de água. centração de anticorpo, indicando que
em gás oxigênio. As trocas gasosas são
Curva II: transpiração. houve dois momentos de exposição
realizadas por penumatódios, estruturas
semelhantes a lenticelas, localizadas na b) A perda de água pela transpiração ao antígeno. Na curva Y, é observado
superfície dessas raízes. foliar provoca o deslocamento da somente um pico de concentração de
seiva bruta nos vasos xilemáticos até anticorpo, indicando que o indivíduo
2. B 4. B 6. B que a água presente no solo seja ab- teve contato com o antígeno apenas
3. E 5. D sorvida pelas raízes por osmose. uma vez. O tipo celular responsável

Gabarito 343
pela produção dos anticorpos no orga- que morrem ao perderem água por osmose, elevando seu volume. Nessa si-
nismo é o plasmócito, formado a partir osmose para o ambiente hipertônico. tuação, os vacúolos contráteis aumentam
da diferenciação do linfócito B. Secar a carne ao Sol diminui a quantidade a atividade de forma a retirar ativamen-
8. B 9. E de água dentro das células da carne, di- te o excesso de água. Já os paramécios
ficultando a proliferação dos organismos da amostra B encontram-se em meio
decompositores, que precisam de água hipertônico, perdem água por osmose
Aulas 45 a 48 para o seu metabolismo. e apresentam, portanto, menor volume
Picles: o ácido acético, presente no vina- celular e menor atividade vacuolar.
1. B 2. A 3. E gre, torna o ambiente ácido, matando os
8. D 9. D
4. a) A propagação do impulso nervoso organismos decompositores ao desna-
ocorre do dendrito para o corpo ce- turar algumas proteínas importantes no
lular e deste para o axônio. O estrato metabolismo. Aulas 22 a 24
mielínico aumenta a velocidade da Compotas: o açúcar presente nas frutas
condução do impulso nervoso. torna o ambiente hipertônico, evitando a 1. D 2. B
b) Os neurônios se comunicam por proliferação dos organismos decomposi- 3. a) A ureia é originada do metabolismo
tores, que morrem ao perderem água por das proteínas e de outros compos-
meio das sinapses. Um neurônio,
osmose para o ambiente externo. tos nitrogenados, como os ácidos
chamado de pré-sináptico, libera
neurotransmissores pela região ter- 2. A 3. E nucleicos. Esse composto é produ-
minal de seu axônio em um espaço zido no fígado.
4. a) O processo de osmose. Quando a
chamado fenda sináptica. Esses concentração de fluidos internos é b) O aumento da volemia ocorre quan-
neurotransmissores se ligam a re- maior que a do meio, ocorre a entrada do há maior reabsorção de água
ceptores presentes na membrana de água no protozoário. nos túbulos renais. A acidose san-
dos dendritos do neurônio pós-si- guínea é reduzida quando os rins
b) Uma membrana semipermeável
náptico, e o estímulo é transmitido. secretam ativamente íons H+ pelos
permite a passagem de moléculas
túbulos renais. Esses íons são elimi-
5. A 6. E 7. B 8. B de solventes e impede ou dificulta a nados na urina.
9. a) O reflexo patelar ocorre pela ação passagem de moléculas de solutos.
4. C 5. C 6. A
do neurônio sensitivo (ou aferente) c) Não. A parede celular das células
e do neurônio motor (ou eferente). vegetais impede o rompimento. 7. a) Nas artérias renais, há baixa con-
centração de gás carbônico e alta
b) A resposta reflexa é rápida porque 5. C concentração de gás oxigênio e
o neurônio sensitivo conduz o im-
6. a) A solução 3 é a hipertônica, já ureia, já que esses vasos transpor-
pulso para a medula espinal, que o
que se observa a redução de vo- tam sangue arterial que saiu do
envia diretamente para o neurônio
lume das hemácias imersas. O coração, e transportam a ureia até
motor. É um ato involuntário porque
fenômeno é a osmose, que consis- os rins, para ser eliminada. O sangue
o estímulo não é processado pelo
te no transporte de água através da nas veias renais tem alta concen-
cérebro.
membrana plasmática das células. tração de gás carbônico e baixa
10. D 11. B 12. B concentração de gás oxigênio e
b) Os lactobacilos apresentam parede
celular, estrutura que impediria o ureia, pois já passou pelos rins, onde
Frente 4 rompimento da membrana plasmá- a ureia foi eliminada da circulação.
tica, fenômeno indicado pela seta b) O volume de urina produzido será
Aulas 19 a 21 em 1. maior, pois o aumento da pressão
1. Charque: o sal presente na carne torna o 7. Os paramécios da amostra A foram colo- acelera a filtração pelo glomérulo,
ambiente hipertônico, evitando a prolife- cados em meio mais hipotônico do que o aumentando a diurese.
ração dos organismos decompositores, inicial, o que acarreta ganho de água por 8. C 9. A

344 BIOLOGIA Gabarito


CIÊNCIAS DA NATUREZA

NTE
E SUAS TECNOLOGIAS

FRE
FÍSICA

om
k.c
oc
erst
h utt
/S
rks
wo
ia_
ed
M
FRENTE 1
AULAS 37 a 39

Conservação de energia
Forças conservativas Conservação de energia mecânica
 São aquelas cujos trabalhos entre dois pontos dados  Ocorre quando atuam sobre um sistema somente for-
independem da trajetória. ças conservativas. Ou seja:
EM 5 constante

Exercícios de sala

Considere, quando necessário, g 5 10 m/s2.

1. Na figura a seguir, um corpo é lançado, ao longo de uma pista, do ponto A, com velocidade igual a 10 m/s. Os trechos
AB e CD são horizontais e não há atrito de nenhuma espécie. Ao final, no ponto E, o corpo perde contato com a pista
e atinge o solo no mesmo nível vertical do ponto C.
E
A B

18,75 m
15 m
u

C D
Sabendo que cos u 5 0,8, determine:
) a velocidade do corpo no trecho CD.
b) a velocidade do corpo em E.
) a mínima velocidade do corpo durante todo o percurso.
d) a máxima altura atingida pelo corpo.
e) a velocidade do corpo ao retornar ao solo.

346 Física AULAS 37 a 39 Conservação de energia


2. Na figura a seguir, uma barra de massa desprezível e 3. Na figura a seguir, um cilindro de massa 4 kg, dotado
comprimento igual a 6 m está presa em uma de suas de um furo, pode deslizar sem atrito ao longo da barra
extremidades ao ponto O. Dois corpos de massa m vertical indicada. Ligada ao cilindro, existe uma mola
estão fixos na barra, respectivamente, em sua outra de comprimento natural igual a 50 cm, cuja outra ex-
extremidade e no meio dela. O sistema é solto do re- tremidade está fixada no ponto O.
pouso a partir da horizontal. 80 cm
B A
O O A

B
B

O sistema é solto do repouso na posição A e, quando


A a mola atinge 1 m de comprimento, na posição B, o
cilindro para. Determine a constante elástica da mola.
Determine:
) a relação entre as velocidades dos corpos A e B,
vA
, em qualquer instante.
vB
b) a velocidade do corpo A quando a barra atinge a
posição vertical.

FRENTE 1

AULAS 37 a 39 Conservação de energia 347


4. Um corpo de massa 2 kg é abandonado do repouso, 5. UFF-RJ Um corpo de massa 1,00 kg está encostado em
75 cm acima de uma mola ideal vertical de constante uma mola ideal de constante elástica k 5 2,00 ? 103 N/m
elástica 200 N/m, conforme a figura a seguir. comprimida de 50,0 cm (ponto A). A mola é liberada e o
corpo então percorre uma pista até abandoná-la no pon-
to B, como mostra a figura. Todos os atritos e a resistência
do ar são desprezíveis.
75 cm

Dados: g 5 10 m/s2; cosa 5 0,8; sena 5 0,6.

B
hm/a
Determine: 5,0 m
a
) a deformação máxima da mola.
b) a deformação da mola quando o corpo atinge sua A
velocidade máxima.
Calcule:
) a velocidade máxima do corpo.
a) o módulo da velocidade do corpo no ponto B.
b) a altura máxima atingida pelo corpo (ponto C).

348 Física AULAS 37 a 39 Conservação de energia


6. Vunesp Um praticante de esporte radical, amarrado a uma corda elástica, cai de uma plataforma, a partir do repouso,
seguindo uma trajetória vertical. A outra extremidade da corda está presa na plataforma. A figura mostra dois gráficos
que foram traçados desprezando-se o atrito do ar em toda a trajetória. O primeiro é o da energia potencial gravitacio-
nal, Ugravitacional, do praticante em função da distância y entre ele e a plataforma, onde o potencial zero foi escolhido
em y 5 30 m. Nesta posição, o praticante atinge o maior afastamento da plataforma, quando sua velocidade se reduz,
momentaneamente, a zero. O segundo é o gráfico da energia armazenada na corda, Uelástica, em função da distância
entre suas extremidades.
Ugravitacional Uelástica
24
20

Energia (kJ) 16
12
8
4
0
0 5 10 15 20 25 30 y (m)
Determine: �
) o peso P do praticante e o comprimento L0 da corda, quando não está esticada.
b) a constante elástica k da corda.

Guia de estudos
FRENTE 1

Física • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 10


I. Leia as páginas 60 e 61 e os exercícios resolvidos 10 e 12 nas II. Faça os exercícios de 13 a 18 da seção “Revisando”.
páginas 65 e 66. III. Faça os exercícios propostos de 52 a 74.

AULAS 37 a 39 Conservação de energia 349


FRENTE 1
AULAS 40 a 42

Conservação de energia em movimento circular


e não conservação de energia
Forças dissipativas, ou não Dissipação de energia mecânica
conservativas  O trabalho das forças dissipativas é igual à variação
 São aquelas cujos trabalhos entre dois pontos da- da energia mecânica do sistema. Ou seja:
dos dependem da trajetória entre eles. WFnc 5 DEM

Exercícios de sala

Considere, quando necessário, g 5 10 m/s2.

1. Uma pequena esfera de aço de massa 1,2 kg está em repouso, presa a um suporte fixo por um fio ideal de com-
primento igual a 60 cm. Em um determinado instante, dá-se um impulso à esfera, de modo que ela adquira uma
velocidade horizontal de 7 m/s, como ilustra a figura a seguir.

7 m/s

Desprezando a resistência do ar, determine:


) a tração no fio imediatamente após a esfera receber o impulso.
b) a velocidade da esfera quando o fio estiver na posição horizontal.
) a tração no fio na situação do item b.
d) a velocidade com que a esfera atinge o ponto mais alto da trajetória circular.
e) a tração no fio na situação do item d.

350 Física AULAS 40 a 42 Conservação de energia em movimento circular e não conservação de energia
2. Na figura a seguir, pode-se observar a montanha- 3. UFTM-MG A montanha-russa é uma atração radical
-russa de um parque de diversões. Um carrinho de em um parque de diversões e sempre atrai um grande
massa total m passa pela posição A com velocidade número de visitantes. Na figura, um carrinho de massa
igual a 2gR, de tal modo que execute o looping com- 300 kg é abandonado do repouso no ponto A e desce,
pleto nas condições limites. com atrito desprezível, até o ponto B. Entre B e C, o atri-
A to torna-se considerável, o que faz com que o carrinho
pare no ponto C.
C A
R
h
12,8 m
30o
C
B B

Determine: Sabendo que o coeciente de atrito entre o carrinho


) a velocidade do carrinho em C. e a pista no trecho horizontal BC vale 0,5, adotando
b) a altura h. g 5 10 m/s2 e desprezando a resistência do ar, pode-
) a velocidade do carrinho e a força que o trilho -se armar que a distância entre B e C, percorrida pelo
exerce sobre ele no ponto B. carrinho até parar, em metros, é igual a:
a) 12,8
b) 19,0
c) 25,6
d) 38,0
e) 51,2

FRENTE 1

AULAS 40 a 42 Conservação de energia em movimento circular e não conservação de energia 351


4. UEM-PR Um bloco de massa igual a 1,0 kg desce uma 5. Unicamp-SP 2021 Uma cápsula destinada a levar
rampa inclinada, com atrito desprezível. O ponto mais astronautas à Estação Espacial Internacional (ISS)
alto da rampa está a 10 m da base. O bloco, ao chegar tem massa m 5 7 500 kg, incluindo as massas dos
na base, desloca-se mais 5 m em uma superfície plana próprios astronautas. A cápsula é impulsionada até a
e áspera e colide com uma mola presa a uma parede, órbita da ISS por um foguete lançador e por propul-
conforme desenho abaixo. Depois de colidir com a sores próprios para os ajustes finais. O aumento da
mola, o corpo ainda se desloca mais 0,5 m em uma energia potencial gravitacional devido ao desloca-
superfície lisa (sem atrito), comprimindo-a até atingir o mento da cápsula desde a superfície da Terra até a
repouso momentâneo. Determine a constante elástica aproximação com a ISS é dado por DU 5 3,0 ? 1010 J.
da mola. O atrito cinético entre a superfície plana e o A velocidade da ISS é vISS ã 8 000 m/s. A velocidade
bloco é 0,1. inicial da cápsula em razão do movimento de rotação
da Terra pode ser desprezada. Sem levar em conta a
Dado: Use g 5 10 m/s2. energia perdida pelo atrito com o ar durante o lança-
mento, pode-se dizer que o trabalho realizado pelo
foguete e pelos propulsores sobre a cápsula é de
A a) 2,1 ? 1011 J.
b) 2,4 ? 1011 J.
h c) 2,7 ? 1011 J.
d) 5,1 ? 1011 J.
B C D

352 Física AULAS 40 a 42 Conservação de energia em movimento circular e não conservação de energia
6. Esc. Naval-RJ Laura está brincando em um escorregador que faz um ângulo de inclinação de 30º com a horizontal.
Partindo do repouso no topo do brinquedo, ela escorrega até a base desse escorregador. Sua amiga Ana Clara su-
gere que será bem mais divertido se elas descerem juntas sobre um tapete. Ao fazerem isso, elas chegam à base
do escorregador, partindo do repouso no topo, com o dobro da velocidade com que Laura chegou quando desceu
sozinha. Considerando que não existe atrito entre o tapete e a superfície do escorregador, determine o coeficiente
de atrito entre Laura e a superfície do escorregador e marque a opção correta.
3
a)
6

b) 3
4
c) 0,5
3
d)
2
e) 3

Guia de estudos

Física • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 10


FRENTE 1

I. Leia as páginas 60 e 61 e os exercícios resolvidos de 7 a 9, 11, II. Faça os exercícios de 19 a 24 da seção “Revisando”.
13 e 14 nas páginas de 64 a 67. III. Faça os exercícios propostos de 75 a 98.

AULAS 40 a 42 Conservação de energia em movimento circular e não conservação de energia 353


FRENTE 1
AULAS 43 a 45

Impulso, quantidade de movimento e explosão


Impulso Quantidade de movimento
 impulo de um forç ontnte:  Quntdde de movmento de um prtul:

v
F
m
t1 t2 �
Q5m?v

� � Na equação acima:
I 5 F ? Dt �
– Q é a quantidade de movimento da partícula.
Na equação acima: – m é a massa da partícula.
� �
– I é o impulso da força F. – v é a velocidade da partícula.


– F é a força constante que atua sobre o corpo.
– Dt é o intervalo de tempo em que atua a força F.
�  Quntdde de movmento de um tem de
prtul:
impulo de um forç vrável:
� � �
 Qtotal 5 Q1 1 » 1 Qn
É numericamente igual à área do gráfico F 3 t.
Na equação acima:

F – Qtotal é a quantidade de movimento do sistema
de partículas.


Q1 é a quantidade de movimento da partícula 1.

– Qn é a quantidade de movimento da partícula n.

 Teorem do mpulo:
N
I5A v
F

m
� �
IF 5 DQtotal
0 t R

Na equação acima:
No gráfico acima: �
– IF é o impulso da resultante de forças que atuam
– F é o módulo da decomposição da força em uma R
dada direção. sobre um sistema de partículas.

– t é o tempo. – DQtotal é a variação da quantidade de movimen-
to do sistema de partículas.

– I é o módulo do impulso da força F na direção
escolhida.
 conervção d quntdde de movmento:
 Forç méd: Quando a resultante de forças que atuam sobre um
� sistema é nula, sua quantidade de movimento se
É a força constante Fm que produz o mesmo impulso I

conserva.
produzido por uma força F, no mesmo intervalo de tem-

� � � �
po Dt. FR 5 0 ~ I F 5 0
� R
� I
Fm 5
Dt � � � �
DQtotal 5 0 ~ Qtotal,final 5 Qtotal,inicial
Na equação acima:
� �
– I é o impulso de uma força F.
� Explosão
– Dt é o intervalo de tempo em que atua a força F. Em uma explosão, a resultante de forças sobre o siste-
– Fm é a força média.

ma é nula e há conservação da quantidade de movimento.

354 Física AULAS 43 a 45 Impulso, quantidade de movimento e explosão


Exercícios de sala

Considere, quando necessário, g 5 10 m/s2. 2. A figura mostra a trajetória de uma bola de bilhar de
massa 160 g quando colide com a tabela da mesa de
1. Um corpo de massa 2 kg movimenta-se sobre um bilhar, em movimento num plano horizontal. As veloci-
plano horizontal, com velocidade igual a 4 m/s, para dades da bola antes e depois da colisão têm módulos
a esquerda, quando passa a receber a ação de uma iguais a 5 m/s. A duração da colisão é de 0,4 s.
força com a mesma direção da velocidade. O gráfico
a seguir mostra como varia a força, sendo que a força
com sinal positivo indica sentido para a direita.

F (N)

a a
60

Sabendo que cosa 5 0,6, determine:


a) o módulo do vetor quantidade de movimento da
10 bola antes e depois da colisão.
0 b) o módulo da variação da quantidade de movi-
3 6 t (s)
mento da bola.
c) o módulo do impulso sobre a bola durante a co-
lisão.
d) o módulo da força média exercida sobre a mesa
durante a colisão.

Determine, para o intervalo de tempo de 0 a 10 s:


) o impulso recebido pelo corpo.
b) a força média que atuou no corpo.
) a variação da quantidade de movimento do corpo.
d) a velocidade final do corpo.

FRENTE 1

AULAS 43 a 45 Impulso, quantidade de movimento e explosão 355


3. Um homem de massa 75 kg está sobre uma prancha 4. Um canhão de massa 400 kg, contendo um projétil de
de 25 kg e ambos estão em repouso em relação ao massa 1 kg, encontra-se em repouso em um terreno
solo. Em certo instante, o homem começa a se movi- suposto plano, horizontal e sem atrito, como mostra a
mentar com velocidade igual a 8 m/s para a direita, em figura a seguir.
relação à prancha. Considerando que não haja atrito
da prancha com o solo, determine:
) a velocidade do homem em relação ao solo.
b) a velocidade da prancha em relação ao solo.

Em um dado instante, o canhão dispara o projétil, que


abandona seu cano com uma velocidade (relativa ao
solo) de módulo 300 m/s, inclinada 37º em relação à
horizontal.
Assumindo que sen 37º 5 0,6, determine o módulo da
velocidade de recuo do canhão, em relação ao solo.

356 Física AULAS 43 a 45 Impulso, quantidade de movimento e explosão


5. Um projétil é disparado por um canhão e, no ponto 6. Uma bomba, inicialmente em repouso, explode em
mais alto de sua trajetória, a uma distância horizon- três fragmentos, A, B e C, de massas iguais a, respec-
tal de 100 m do canhão, explode, dividindo-se em tivamente, 300 g, 200 g e 100 g, que passam a se
dois pedaços iguais. Um dos fragmentos é lançado mover em um plano horizontal, conforme a figura a
horizontalmente para trás com velocidade de mesmo seguir.
módulo que possuía o projétil imediatamente antes
de explodir. Considerando desprezível a resistência
do ar, a que distância entre si cairão no solo os dois
B
fragmentos?
60º
A

O fragmento A possui velocidade 200 m/s, e os frag-


mentos B e C possuem a mesma velocidade, em
módulo. Determine:
) a massa inicial da bomba.
b) o ângulo u.
) o módulo das velocidades de B e C.
d) os módulos das quantidades de movimento de A,
B e C.
e) a energia liberada na explosão.

Guia de estudos
FRENTE 1

Física • Livro 4 • Frente 1 • Capítulo 11


I. Leia as páginas de 6 a 8. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 29.
II. Faça os exercícios de 1 a 4 da seção “Revisando”.

AULAS 43 a 45 Impulso, quantidade de movimento e explosão 357


FRENTE 1
AULAS 46 a 48

Colisão I
• colão: – Colisão elástica (perfeitamente elástica): e 5 1
Em uma colisão, os corpos interagem entre si com – Colisão parcialmente elástica: 0 < e < 1
forças muito intensas em intervalos de tempo muito – Colisão inelástica (perfeitamente inelástica): e 5 0
curtos.
 colão nelát undmenonl:
• clfção qunto à dmenão:
mA mB
– Colisão unidimensional: quando os corpos se vA vB
movem sobre a mesma reta, antes e depois da
colisão. Antes da colisão
– Colisão bidimensional: quando os corpos se mo-
vem sobre o mesmo plano, antes e depois da
mA mB
colisão. vF

 conervção d quntdde de movmento: Depois da colisão


Em uma colisão, as forças externas, por serem muito
pequenas comparadas às forças internas, realizam,
Eixo arbitrário
no curtíssimo intervalo de tempo da colisão, um im-
pulso muito pequeno, aproximado de zero. Sendo dados mA, mB, vA e vB:
� � � � � �
IFR à 0 ~ ∆Qtotal à 0 ~ Qtotal, final à Qtotal, inicial
mA v A 1 mB vB
Portanto, consideramos: vF 5
mA 1 mB

Qtotal 5 constante  colão elát undmenonl:
mA mB
 clfção qunto à onervção de energ: vA,I vB,I
– colão elát (perfeitamente elástica): quando
não há perda de energia cinética do sistema du-
Antes da colisão
rante a colisão, ou quando a perda de energia é
desprezível.
mA mB
EC, final 5 EC, inicial vA,F vB,F

– colão prlmente elát: quando há perda


de energia cinética do sistema durante a colisão. Depois da colisão

EC, final < EC, inicial


Eixo arbitrário
– colão nelát (perfeitamente inelástica): quan-
Sendo dados mA, mB, vA,I e vB,I:
do é máxima a perda de energia cinética do sistema
durante a colisão. mA 2 mB 2mB
v A,F 5 ? v A,I 1 ? vB,I
EC, final < EC, inicial mA 1 mB mA 1 mB

Nesse caso, os corpos apresentam a mesma velo- mB 2 mA 2mA


vB,F 5 ? vB,I 1 ? v A,I
cidade após a colisão. mB 1 mA mB 1 mA

 coefente de rettução:  co prtulre de olão elát:


velocidade relativa de afastamento i. mA 5 mB: vA,F 5 vB,I e vB,F 5 vA,I
e5
velocidade relativa de aproximação
ii. mA >> mB: vA,F à vA,I e vB,F à –vB,I + 2vA,I
vB,F 2 v A,F a. mA >> mB e vA,I 5 0: vA,F à 0 e vB,F à –vB,I
e5
v A,I 2 vB,I b. mA >> mB e vB,I 5 0: vA,F à vA,I e vB,F à 2vA,I

358 Física AULAS 46 a 48 Colisão I


Exercícios de sala

Considere, quando necessário, g 5 10 m/s2.

1. O curling é um esporte olímpico, praticado em uma pista de gelo, que consiste em lançar pedras em direção a um
alvo. Para se preparar para uma prova, uma equipe de curling equipou duas pedras, A e B, com sensores e estudou
a colisão entre elas. A figura a seguir representa esquematicamente os gráficos da velocidade em função do tempo
para essas pedras.
v (m/s)
3,0 Pedra A
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5 Pedra B

0 0,2 0,4 t (s)

Supondo que não existam forças externas, calcule:


a) o coeficiente de restituição da colisão.
b) a razão entre as massas mA e mB das pedras.
c) a massa da pedra B, se a massa da pedra A vale , kg.
d) a razão entre os módulos da força média que a pedra A exerce sobre a pedra B e da força média que a pedra B
exerce sobre a pedra A.
e) o módulo da força média que a pedra A exerce sobre a pedra B.
f) a perda de energia decorrente da colisão.

FRENTE 1

AULAS 46 a 48 Colisão I 359


2. UFSC (Adapt.) Dois astronautas, A e B, encontram- 3. Fuvest-SP Um recipiente de metal com x kg de massa
-se livres na parte externa de uma estação espacial, desliza inicialmente vazio sobre uma superfície hori-
sendo desprezíveis as forças de atração gravitacional zontal, com velocidade v 5 10 m/s. Começa a chover
sobre eles. Os astronautas com seus trajes espaciais verticalmente e, após certo tempo, a chuva para. De-
têm massas mA 5 100 kg e mB 5 90 kg, além de um pois da chuva, o recipiente contém 1,0 kg de água e
tanque de oxigênio transportado pelo astronauta A, 20
se move com velocidade v' 5 m/s. Desprezando o
de massa 10 kg. Ambos estão em repouso em rela- 3
ção à estação espacial, quando o astronauta A lança atrito, quanto vale x?
o tanque de oxigênio para o astronauta B com uma
Antes Durante Depois
velocidade de 5,0 m/s. O tanque choca-se com o
astronauta B, que o agarra, mantendo-o junto a si, en-
quanto se afasta. 10 m/s
20
m/s
3

A B
Considerando como referencial a estação espacial,
determine o módulo da velocidade do:
a) astronauta A depois de ter lançado o tanque.
b) astronauta B depois de agarrar o tanque.

360 Física AULAS 46 a 48 Colisão I


4. Observa-se a colisão elástica e unidimensional, no 5. Unicamp-SP 2017 Lótus é uma planta conhecida
referencial de um laboratório, de uma partícula A, por uma característica muito interessante: apesar de
de massa 6 kg e velocidade de módulo 5 m/s para a crescer em regiões de lodo, suas folhas estão sem-
esquerda, com outra partícula B, de massa 4 kg e ve- pre secas e limpas. Isto decorre de sua propriedade
locidade de módulo 10 m/s para a direita. Determine: hidrofóbica. Gotas de água na folha de lótus tomam
) a velocidade de A depois da colisão. forma aproximadamente esférica e se deslocam qua-
b) a velocidade de B depois da colisão. se sem atrito até caírem da folha. Ao se moverem pela
) a variação de energia cinética de A. folha, as gotas de água capturam e carregam consigo
d) a variação de energia cinética de B. a sujeira para fora da folha.
a) Quando uma gota de água cai sobre uma folha de
lótus, ela quica como se fosse uma bola de borracha
batendo no chão. Considere uma gota, inicialmente
em repouso, caindo sobre uma folha de lótus plana e
na horizontal, a partir de uma altura hi 5 50 cm acima
da folha. Qual é o coeficiente de restituição da coli-
são se a gota sobe até uma altura de hf 5 2 cm após
quicar a primeira vez na folha?
b) Considere uma gota de água com velocidade inicial
vi 5 3 mm/s deslocando-se e limpando a superfície
de uma folha de lótus plana e na horizontal. Antes de
cair da folha, essa gota captura o lodo de uma área
de 2 cm2. Suponha que a densidade superficial mé-
dia de lodo na folha é de 2,5 ? 1023 gramas/cm2.
Estime a massa da gota de água e calcule sua velo-
cidade no instante em que ela deixa a folha.

FRENTE 1

AULAS 46 a 48 Colisão I 361


6. FCMMG 2020 Um carrinho de massa 300 g é solto a partir do repouso de uma altura H de uma rampa e colide
frontalmente, na pista horizontal, com outro carrinho de massa 200 g e velocidade V, que se move para a direi-
ta, como na figura. Os atritos dos carrinhos com as superfícies são desprezíveis. A aceleração da gravidade vale
10 m/s2 e H 5 20 cm.

V
H

Após o choque, ambos movem-se juntos para a direita e sobem a rampa até a mesma altura H.
Para que tal fato aconteça, a velocidade V do carrinho de 200 g é de:
a) 8 m/s.
b) 6 m/s.
c) 4 m/s.
d) 2 m/s.

Guia de estudos
Física • Livro 4 • Frente 1 • Capítulo 11
I. Leia as páginas de 8 a 13. III. Faça os exercícios propostos de 30 a 51.
II. Faça os exercícios de 5 a 8 da seção “Revisando”.

362 Física AULAS 46 a 48 Colisão I


CIÊNCIAS DA NATUREZA

NTE
E SUAS TECNOLOGIAS

FRE
FÍSICA
om
ck.c
rsto
utte
s/Sh
ha
Roc
and
Arm
FRENTE 2
AULAS 37 a 40

Capacitores
O capacitor pode ser definido como um bipolo elétrico Associação de capacitores
capaz de armazenar energia no campo elétrico por meio do
armazenamento de cargas elétricas. O capacitor é um bi-
polo elétrico constituído de duas superfícies metálicas que Associação em série
são separadas entre si por um material dielétrico (isolante). Dois ou mais capacitores estão em série quando
apresentam a mesma carga. A figura a seguir ilustra uma
A B associação em série de capacitores.
+ + + +Q
U C1 C2 C3
C C
– – – – + – + − + −
+ – + − + −
+ – + − + −
(A) Representação de um capacitor. (B) Capacitor carregado. + – + − + −
U1 U2 U3
Q
Capacitância: C 5
U
Q: carga armazenada em cada placa
U: diferença de potencial entre as placas + −
U
Unidade de C no SI: farad (F) A B

Capacitância do capacitor plano 1 1 1 1 n


1
5 1 1»1 5 ∑
Considerando um capacitor plano ou de placas para- Ceq C1 C2 Cn i 5 1 Ci
lelas, sua capacitância é dada por:
k ? v0 ? A Associação em paralelo
C5 ,
d Dois ou mais capacitores estão em paralelo quando
submetidos à mesma ddp, conforme se observa na figura
em que k é a constante dielétrica do meio, v0 é a permis-
a seguir:
sividade do vácuo, A é a área das placas e d é a distância
entre elas.
+ − C1
+ −
A + −
L + + + + −
d C2
U + + +  + −
E
– – –
+ −
– – – + −
+ −
+ − C3
+ −
+ −
+ −
Energia potencial elétrica armazenada + −
em um capacitor plano A B
U
A energia potencial elétrica armazenada em um capa-
citor é dada por:
n
Q?U C ? U2 Q2
EP 5
2
5
2
5
2C
(em J) Ceq 5 C 1 1 C2 1 » 1 Cn 5 ∑ Ci
i51

364 FÍSICA AULAS 37 a 40 Capacitores


Exercícios de sala
1. IFSul-RS 2018 Cinco capacitores, todos de mesma Texto para a questão 2.
capacitância C, são associados entre os pontos A e B
da associação, conforme a configuração indicada na Quando um rolo de fita adesiva é desenrolado, ocorre
figura abaixo. uma transferência de cargas negativas da fita para o
rolo, conforme ilustrado na figura a seguir:

d
+
+ ––
+–
A +–
+–
+–
+–
B d

Quando o campo elétrico criado pela distribuição de


cargas é maior que o campo elétrico de ruptura do
meio, ocorre uma descarga elétrica. Foi demonstrado
recentemente que essa descarga pode ser utilizada
como uma fonte econômica de raios X.

2. Unicamp-SP Para um pedaço da fita de área


Se esses cinco capacitores fossem substituídos por A 5 ,0 ? 1024 m2 mantido a uma distância constante
um único capacitor que, submetido à mesma dife- d 5 2,0 mm do rolo, a quantidade de cargas acumula-
rença de potencial elétrico armazenasse a mesma das é igual a Q 5 CV, sendo V a diferença de potencial
quantidade de carga elétrica, esse capacitor deveria A
entre a fita desenrolada e o rolo e C 5 v0 em que
ter capacitância igual a: d
C
a) 5C v0 à 9,0 ? 10212 . Nesse caso, a diferença de po-
C Vm
b)
 tencial entre a fita e o rolo para Q 5 4, ? 1029 C é de:
3C a) , ?  V
c) b) 5, ? 2 V
7
c) , ?  V
7C
d) d) , ? 2 V
3

FRENTE 2

AULAS 37 a 40 Capacitores 365


3. Uee 2021 Em uma aula experimental sobre capaci- 4. UFMG A capacitância de um capacitor de placas para-
tância, desenvolvida em um laboratório didático de Q
física, um estudante do ensino médio dispõe de dois lelas é dada por C 5 , em que Q é a carga em cada
V
capacitores, C1 e C2. Esses capacitores são carrega- uma das placas e V, a diferença de potencial entre
dos, individualmente, numa mesma fonte de tensão. elas. Desprezando-se os efeitos de borda, o campo
Sabendo-se que a capacitância do segundo capacitor elétrico entre as placas desse capacitor é uniforme e
é o dobro da capacitância do primeiro, a razão entre Q
as energias E1 e E2 armazenadas, respectivamente, de intensidade E 5 , em que A é a área de cada
vA
nos capacitores C1 e C2 é
uma das placas e v é uma constante.
1
) . 1. Com base nessas informações, responda:
4
Que acontece com o valor da capacitância desse
1
b) . capacitor se a diferença de potencial entre as pla-
2 cas for reduzida à metade?
) . 2. Considere que um material isolante é introduzido en-
tre as placas desse capacitor e preenche totalmente
d) . o espaço entre elas. Nessa situação, o campo elé-
trico entre as placas é reduzido de um fator k, que
é a constante elétrica do material. Explique por que,
nessa situação, o campo elétrico entre as placas do
capacitor diminui.

366 Física AULAS 37 a 40 Capacitores


5. UFJF-MG Na figura, cada capacitor tem capacitância 6. PUc-PR 2016 Fibrilação ventricular é um processo
C 5 11mF. Entre os pontos A e B, existe a diferença de de contração desordenada do coração que leva à
potencial de 10 V. falta de circulação sanguínea no corpo, chamada pa-
rada cardiorrespiratória. O desfibrilador cardíaco é um
A C C equipamento que aplica um pulso de corrente elétrica
através do coração para restabelecer o ritmo cardíaco.
O equipamento é basicamente um circuito de carga
C C e descarga de um capacitor (ou banco de capacito-
res). Dependendo das características da emergência,
o médico controla a energia elétrica armazenada no
capacitor dentro de uma faixa de  a 0 J. Suponha
B C C que o gráfico dado mostra a curva de carga de um ca-
pacitor de um desfibrilador. O equipamento é ajustado
Qual é a carga total armazenada no circuito?
para carregar o capacitor através de uma diferença de
) 3, ? 25 C
potencial de 4 kV. Qual o nível de energia acumulada
b) , ? 25 C
no capacitor que o médico ajustou?
) 5, ? 25 C
d) 6, ? 25 C Q (C)
e) 7, ? 25 C
0,15

0,10

0,05

0 2 4 6 V (kV)

)  J
b) 5 J
)  J
d) 3 J
e)  J

FRENTE 2

AULAS 37 a 40 Capacitores 367


7. UEMT Dois condensadores, C1 e C2, são constituídos por placas metálicas, paralelas e isoladas por ar. Nos dois con-
densadores, a distância entre as placas é a mesma, mas a área das placas de C1 é o dobro da área das placas de C2.
Ambos estão carregados com a mesma carga Q. Se eles forem ligados em paralelo, a carga de C2 será:

) Q
3Q
b)
2
) Q
2Q
d)
3
Q
e)
2

Guia de estudos

Física • Livro 2 • Frente 2 • Capítulo 6


I. Leia as páginas de 173 a 176. II. Faça os exercícios propostos de 40 a 52.

368 Física AULAS 37 a 40 Capacitores


FRENTE 2
AULAS 41 a 44

Leis de Kirchhoff e instrumentos de medida elétrica


Leis de Kirchhoff Instrumentos de medida elétrica
Os amperímetros e voltímetros analógicos (de ponteiro)
R1
são construídos com base em um galvanômetro. Esse gal-
B R3 C
A vanômetro é modelado por meio da associação em série
i3 de um galvanômetro ideal a uma resistência interna RG,
r1 i1
i1 i3 + que representa as perdas elétricas do instrumento. Esse
r2 ε3
– galvanômetro possui uma máxima corrente permitida iG, a
+ + fim de que ele não se queime. Um modelo de galvanômetro
i2 ε2 r3
ε1
– –
é ilustrado na figura a seguir:
Galvanômetro
i1 2 3 4
1
RG

5
F R2 E D G
AMPERES
i
i
Circuito elétrico com mais de uma malha.
Galvanômetro real.

Definem-se:
 Nó: um ponto do circuito onde a corrente elétrica se Amperímetro
divide. No circuito acima, os nós são B e E. O amperímetro é o instrumento utilizado na medida de
 Rmo: trechos do circuito percorridos pela mesma correntes elétricas. Ele deve estar em série com o ramo cuja
corrente elétrica. No circuito apresentado, os ramos corrente elétrica se deseja medir. Para que o amperímetro
são EFAB, EB e BCDE. não perturbe a medida da corrente, a sua resistência interna
deve ser idealmente nula.
 Mlh: conjunto de ramos que formam um percur-
so fechado. No circuito anterior, são malhas ABEFA, A
i
BCDEB e ABCDEFA. ε
A1 A2 A3

Leis de Kirchhoff r R1 R2 R3

i1 i2 i3
1 : Lei de Kirchhoff das correntes (LKC), ou lei dos nós:
a soma das correntes que entram em um nó é igual à Amperímetros em um circuito. Observe que estão em série com o
soma das correntes que saem desse nó. ramo cuja corrente se deseja medir.
2: Lei de Kirchhoff das tensões (LKT), ou lei das malhas:
a soma algébrica das tensões ao longo de uma malha Voltímetro
é nula. Utilizado na medida de diferenças de potencial. Deve
ser ligado em paralelo com os pontos entre os quais se
Procedimentos: deseja medir a ddp. Idealmente, a sua resistência interna
 Arbitrar para cada ramo um sentido de corrente deve ser infinita.
elétrica.
V1
 Aplicar diretamente ao circuito a lei dos nós. Assim,
tem-se uma redução na ordem do sistema de equa- A B C
ções, que será obtido ao aplicarmos o próximo passo.
FRENTE 2

ε
 Arbitrar para cada malha um sentido de percurso e
aplicar a lei de Kirchhoff das tensões, observando V3 V2
a queda de tensão em cada um dos elementos do
r
circuito.
E D
 Resolver o sistema de equações obtido. As correntes
que apresentarem sinal negativo deverão ter os seus Voltímetros em um circuito. Observe que estão ligados em paralelo
sentidos alterados. com o ramo cuja tensão se deseja medir.

AULAS 41 a 44 Leis de Kirchhoff e instrumentos de medida elétrica 369


Exercícios de sala
1. Vunesp No circuito dado: E1 5 24 V, E2 5 12 V e 2. Esc. Naval-RJ 2021 Considere o circuito elétrico es-
R 5 6,0 V. quematizado na figura abaixo. Sabendo que os pontos
F e C são mantidos em aberto, calcule a diferença de
i1 potencial entre os pontos G e C (VG 2 VC) e assinale
a opção correta.
R
+ R i2 14 V 2,0 V
E + – G
E1 R i3
F
+ C
E2 − 12 V
– +
12 V
– 3,0 V
Quais são as correntes i1, i2 e i3 (em módulo)?
1,0 V 1,0 V
i1 (A) i2 (A) i3 (A)

a) 0 2 4
D + – A
B 1,0 V
b) 2 0 2 16 V

c) 4 2 2
4 2 6 a) 2 V
d)
2 2 0 b) 2 V
e) c) 2 V
d) 2 V
e) 2 V

370 FÍSICA AULAS 41 a 44 Leis de Kirchhoff e instrumentos de medida elétrica


3. Enem 2017 Fusível é um dispositivo de proteção con- 4. Ude 2015 De acordo com a figura, os valores das cor-
tra sobrecorrente em circuitos. Quando a corrente que rentes elétricas i1, i2 e i são, respectivamente, iguais a:
passa por esse componente elétrico é maior que sua
máxima corrente nominal, o fusível queima. Dessa forma,
evita que a corrente elevada danifique os aparelhos do 5,0 V + 4,0 V
circuito. Suponha que o circuito elétrico mostrado seja
i1 4,0 V i2
alimentado por uma fonte de tensão U e que o fusível
suporte uma corrente nominal de 00mA. 6,0 V

8,0 V
i3 + –

V 6
6  V V – +

) , A, 3, A, 5, A


b) 2, A, 3, A, 5, A
2 V
Fusível ) 3, A, , A, 5, A
d) 5, A, 3, A, 8, A
6
V V e) , A, 23, A, −5, A


Qual é o máximo valor da tensão U para que o fusível


não queime?
)  V
b)  V
) 6 V
d)  V
e) 85 V

FRENTE 2

AULAS 41 a 44 Leis de Kirchhoff e instrumentos de medida elétrica 371


5. UFPR A figura mostra um circuito formado por uma 6. EPcEx-sP 2013 O amperímetro é um instrumento utili-
fonte de força eletromotriz e cinco resistores. São da- zado para a medida de intensidade de corrente elétrica
dos: v 5  V, R1 5 2 V, R2 5 4 V, R 5 2 V, R4 5 4 V em um circuito constituído por geradores, receptores,
e R 5 2 V. resistores, etc. A maneira correta de conectar um am-
perímetro a um trecho do circuito no qual queremos
determinar a intensidade da corrente é:
) em série.
R1 R4
R3 b) em paralelo.
v ) na perpendicular.
d) em equivalente.
R2 R5 e) mista.

Com base nessas informações determine:


a) a corrente elétrica que passa em cada um dos
resistores.
b) a resistência equivalente do circuito formado pe-
los resistores R1 a R.

372 Física AULAS 41 a 44 Leis de Kirchhoff e instrumentos de medida elétrica


7. UFTM-MG 2012 Assinale a alternativa que explica 8. EsPCEx-SP 2015 Em um circuito elétrico, representado
corretamente o funcionamento dos elementos com- no desenho abaixo, o valor da força eletromotriz (fem)
ponentes de um circuito elétrico. do gerador ideal é E 5 1,5 V, e os valores das resistên-
a) A resistência interna do amperímetro deve ser cias dos resistores ôhmicos são R1 5 R4 5 0,3 V, R2 5
muito pequena, de forma a não interferir no valor 5 R350,6V e R5 5 0,15 V. As leituras no voltímetro V e
da corrente a ser medida. no amperímetro A, ambos ideais, são, respectivamente:
b) Os fusíveis são elementos de proteção, pois não R1 R2
deixam passar qualquer corrente que os atinja.
c) Os resistores são elementos muito utilizados V
para economizar energia elétrica, pois produ- A
zem energia térmica. R3 R4
d) A capacidade de geração de energia por uma
bateria termina quando sua resistência interna E R5
diminui, esgotando-a. Desenho ilustrativo – Fora de escala
e) Os receptores de um circuito elétrico convertem
toda a energia elétrica recebida em energia térmica. a) ,7 V e , A
b) ,7 V e , A
c) ,7 V e , A
d) ,7 V e , A
e) ,7 V e , A

FRENTE 2

Guia de estudos

Física • Livro 2 • Frente 2 • Capítulo 6


I. Leia as páginas de 176 a 181. III. Faça os exercícios propostos de 53 a 55, de 58 a 63 e de 66
II. Faça o exercício 4 da seção “Revisando”. a 74.

AULAS 41 a 44 Leis de Kirchhoff e instrumentos de medida elétrica 373


FRENTE 2
AULAS 45 e 46

Magnetismo: conceitos iniciais


Definições iniciais Campo magnético
1. Em uma barra imantada, o efeito magnético é mais O campo magnético é expresso, matematicamente,
intenso em suas extremidades, denominadas polos.

pelo vetor indução magnética B, cuja unidade no Sistema
Esses polos são denominados norte magnético e sul Internacional de Unidades (SI) é o tesla (T).
magnético, normalmente chamados polos norte e sul. As linhas de indução magnética comportam-se de
2. Polos magnéticos de mesmo nome se repelem, en- maneira similar às linhas de força do campo elétrico, com
quanto polos magnéticos de nomes diferentes se orientação do norte magnético para o sul magnético, como
atraem. Essa interação diminui com a distância, à se- na figura a seguir:
melhança da interação elétrica.
3. A Terra tem um campo magnético, tal que o norte de
uma agulha imantada, livre para girar, aponta, aproxi-
madamente, para o norte geográfico da Terra. Dessa N
forma, o polo Norte geográfico da Terra corresponde N S
a um polo sul magnético, e vice-versa. S

Polo Norte
geográfico

Orientação das linhas de indução magnética de uma barra imantada


e orientação de uma bússola na presença dessas linhas.
N
Polo Norte
magnético Um objeto imantado, na presença de um campo mag-
S nético, tende a se alinhar com ele, conforme indicam as
Polo Sul bússolas colocadas na presença do ímã.
magnético O vetor indução magnética em determinado ponto
dessa linha é a ela tangente, como se observa na figura
a seguir:
Polo Sul
geográfico 
B1
P1
4. Os polos de um ímã são inseparáveis. 
B2
P2

B3 P3
Sentido
S N


Orientação do vetor indução magnética B .
S N S N
Campo magnético uniforme

É aquele no qual o vetor indução magnética B tem
mesmo módulo, direção e sentido em todos os pontos.
S N S N S N S N 
B

Inseparabilidade dos polos. N B S

B
Essa é a principal diferença entre a eletricidade e o 
B
magnetismo. Na eletricidade, é possível separar o polo 
positivo do negativo; porém, isso não é possível no B
magnetismo.

374 FÍSICA AULAS 45 e 46 Magnetismo: conceitos iniciais


Exercícios de sala

1. CPS-SP 2017 Pela primeira vez, cientistas detectaram d)


a presença de partículas de poluição que interferem no 45° N
funcionamento do cérebro, podendo inclusive ser uma
S
das causas de Alzheimer. A conexão entre esses materiais
e o mal de Alzheimer ainda não é conclusiva.
e)
Um desses materiais poluentes encontrados no S 45°
cérebro é a magnetita, um óxido de ferro que constitui
um ímã natural. N
http://tinyurl.com/hzvm3fh. Acesso em: 30.09.16. Adaptado.

Sobre o óxido citado no texto, é correto afirmar que


ele apresenta
a) dois polos magnéticos: norte e sul, e ambos atraem
o ferro.
b) dois polos magnéticos: norte e sul, mas apenas o
polo sul atrai o ferro.
c) dois polos magnéticos: norte e sul, mas apenas o
polo norte atrai o ferro.
d) quatro polos magnéticos: norte, sul, leste e oeste,
e todos atraem o ferro.
e) quatro polos magnéticos: norte, sul, leste e oeste, 3. Unirio-RJ Três barras de ferro de mesma forma são
mas apenas o norte e o sul atraem o ferro. identificadas pelas letras A, B e C. Suas extremidades
são identificadas por A1 e A2, B1 e B2 e C1 e C2. Quando
essas barras são aproximadas, vemos que as extremi-
dades A1 e B1 sofrem atração, as extremidades A1 e C2
sofrem repulsão, as extremidades A1 e B2 sofrem atra-
ção e as extremidades A1 e C1 sofrem atração. Assim,
podemos afirmar, em relação a estas barras, que é(são)
ímã(s) permanente(s):
a) só A.
2. Fuvest-SP Quatro ímãs iguais em forma de barra, com
b) só B.
as polaridades indicadas, estão apoiados sobre uma
c) só C.
mesa horizontal, como na figura, vistos de cima. Uma
d) A e B.
pequena bússola é também colocada na mesa, no pon-
e) A e C.
to central P, equidistante dos ímãs, indicando a direção
e o sentido do campo magnético dos ímãs em P.

S
N
P
N S S N

S
N

Não levando em conta o efeito do campo magnético


terrestre, a figura que melhor representa a orientação
da agulha da bússola é:
a)
S

b)
FRENTE 2

c)
S
N

AULAS 45 e 46 Magnetismo: conceitos iniciais 375


4. UEM-PR 2015 Sobre os campos magnéticos e os ma- 5. cefet-MG Em relação às propriedades e aos comporta-
teriais magnéticos, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). mentos magnéticos dos ímãs, das bússolas e do nosso
01 Ímãs são corpos dotados de propriedades mag- planeta, é correto afirmar que:
néticas. Quando construídos no formato de hastes ) a agulha de uma bússola inverte seu sentido ao
retilíneas, possuem regiões em que o campo mag- cruzar a linha do Equador.
nético se torna mais intenso. Essas regiões são b) um pedaço de ferro é atraído pelo polo norte de
denominadas polos do ímã. um ímã e repelido pelo polo sul.
02 Um campo magnético pode ser criado tanto por ) as propriedades magnéticas de um ímã perdem-
uma corrente elétrica em um fio quanto por um ímã. -se quando ele é cortado ao meio.
04 Um ímã no formato de uma haste, quando pen- d) o polo norte geográfico da Terra corresponde,
durado pelo centro do eixo da haste, de modo aproximadamente, ao seu polo sul magnético.
que possa girar livremente em torno deste centro,
orienta-se segundo o campo magnético terrestre.
O polo do ímã que se orienta em direção ao norte
geográfico é denominado de polo norte do ímã e
o polo do ímã que se orienta em direção ao polo
sul geográfico é denominado polo sul do ímã.
08 Ao aproximarmos dois ímãs, verificamos que os
polos magnéticos de mesmo nome se atraem e
de nomes diferentes se repelem.
16 A Terra, como os ímãs, possui um campo mag-
nético. É por meio deste campo magnético que Texto para a questão 6.
dispositivos de orientação como a bússola funcio-
O ano de 2009 foi o Ano Internacional da Astronomia.
nam. Portanto, a Terra também possui dois polos
Há 400 anos atrás, Galileu apontou um telescópio para
magnéticos. O polo norte magnético da Terra
o céu e mudou a nossa maneira de ver o mundo, de
coincide com o polo sul geográfico e o polo sul
ver o Universo e de vermos a nós mesmos. A ques-
magnético da Terra coincide com o polo norte
tão, a seguir, nos coloca diante de constatações e nos
geográfico.
lembra que somos, apenas, uma parte de algo muito
Soma: maior: o cosmo.

6. UEMG Um astronauta, ao levar uma bússola para a Lua,


verifica que a agulha magnética da bússola não se orienta
numa direção preferencial, como ocorre na Terra. Consi-
dere as seguintes afirmações, a partir dessa observação:
1. A agulha magnética da bússola não cria campo
magnético, quando está na Lua.
2. A Lua não apresenta um campo magnético.
Sobre tais armações, marque a alternativa correta:
) Apenas a afirmação 1 é correta.
b) Apenas a afirmação  é correta.
) As duas afirmações são corretas.
d) As duas afirmações são falsas.

Guia de estudos

Física • Livro 2 • Frente 2 • Capítulo 7


I. Leia as páginas 210 e 211. III. Faça os exercícios propostos de 2 a 4, 6, 8 e de 23 a 25.
II. Faça o exercício 1 da seção “Revisando”.

376 Física AULAS 45 e 46 Magnetismo: conceitos iniciais


FRENTE 2
AULAS 47 e 48

Interação entre carga elétrica e campo magnético uniforme


Força magnética
Quando uma carga elétrica puntiforme é colocada na presença de um campo magnético uniforme, surge uma força
magnética, cujo módulo é dado por:
Fm 5 q ? v ? B ? sen u
Na equação acima:
 q é o módulo da carga em coulombs;
 v é o módulo da velocidade em m/s;
 B é o módulo do vetor indução magnética em teslas;

 u é o ângulo entre o vetor velocidade e o vetor B.
Para a determinação do sentido da força magnética, é necessário utilizar a regra da mão direita.

Fm

Fm

–q

+
q
 
B  v

v B

Carga positiva Carga negativa

Regra da mão direita. Note a diferença entre uma carga positiva e uma negativa.
� �
A força magnética é sempre perpendicular ao plano formado pelos vetores v e B. Assim, a força magnética não é
capaz de realizar trabalho sobre a carga puntiforme, ou seja, ela não é capaz de alterar o módulo da velocidade da carga.

Cinemática da carga puntiforme submetida a campo magnético uniforme


Quando uma carga é lançada no interior de um campo magnético uniforme, com ângulo u igual a 90º, a carga executa
movimento circular uniforme.

B 
+ v

R

Fm

Movimento de carga puntiforme em um campo magnético uniforme.

m ? v2
FRENTE 2

� �
Fc 5 Fm ~ 5 q ? v ? B, em que v 5 w ? R
R
Dessa forma, tem-se as seguintes relações: m
m?v 2p ? m
 Raio da trajetória: R 5  Período: T 5
q ? B? q?B ?
?q ? B ? q?B
 Velocidade angular: w 5  Frequência: f 5
m 2p ? m
2p ? m
AULAS 47 e 48 Interação entre carga elétrica e campo magnético uniforme 377
Exercícios de sala

1. FcMsc-sP 2021 A figura representa uma partícula 2. Mkenze-sP Em trabalhos de Física Nuclear, são uti-
eletrizada que se desloca horizontalmente com mo- lizadas diversas partículas elementares com inúmeras
vimento retilíneo e velocidade constante. Em certo finalidades. Duas dessas partículas são:
instante, ela penetra na região demarcada pelo qua- – partícula alfa (q 5 13, ? 2 C e m 5 6,7 ? 27 kg)
drado, na qual existe um campo magnético uniforme – partícula beta (q 5 2,6 ? 2 C e m 5 , ? 23 kg)
de direção vertical e sentido para cima (perpendicular Quando uma partícula alfa e uma partícula beta são
ao plano e apontando para o leitor), que a faz descre- disparadas separadamente com a mesma velocidade,
ver a trajetória mostrada. perpendicularmente às linhas de indução de um mes-
mo campo magnético uniforme, a figura que melhor
representa as trajetórias distintas
 dessas partículas é:
ñ ) B
B
ñ
v a

Para que essa partícula continuasse em movimento


retilíneo com velocidade constante, na região em que
atua o campo magnético, deveria existir um campo
b)

elétrico, também uniforme, de direção B

) perpendicular ao plano do quadrado e de mesmo


sentido que o do campo magnético. b
b) horizontal, perpendicular à direção da velocidade
inicial da partícula e de sentido para o lado para o a
qual a partícula foi desviada.
) horizontal e de mesmo sentido da velocidade ini-
cial da partícula.
d) horizontal, perpendicular à direção da velocidade 
inicial da partícula e de sentido oposto ao lado ) B

para o qual a partícula foi desviada.


e) perpendicular ao plano do quadrado e de sentido a
oposto ao sentido do campo magnético.
b

d)

B

e)

B

378 Física AULAS 47 e 48 Interação entre carga elétrica e campo magnético uniforme
3. Mkenze-sP 2017 4. UFRJ Uma partícula de massa m e carga q positiva,
em movimento retilíneo uniforme, penetra em uma
  região na qual há um campo magnético uniforme, ver-
B B
tical e de módulo B. Ao sair da região, ela retoma um
movimento retilíneo uniforme.

v Todo o movimento se processa em um plano hori-
zontal e a direção do movimento retilíneo nal faz um
ângulo u com a direção do movimento retilíneo inicial.
A velocidade da partícula é grande o bastante para
 
 B B  desprezarmos a força gravitacional, de modo a consi-
E E
derarmos apenas a força magnética sobre ela.
Uma partícula eletrizada positivamente, de massa des-
prezível, penetra na região do espaço onde existe um u
campo elétrico uniforme de intensidade , ? 5 N/C,
orientado verticalmente para baixo, conforme a figura
apresentada. A partícula descreve uma trajetória retilí- Campo B entrando no plano do papel,
nea, pela presença de um campo magnético uniforme restrito ao retângulo sugerido pelo xxx.
B, de intensidade , ? 3 T, perpendicular ao campo

B
elétrico e de sentido entrando no plano do papel. A
intensidade da velocidade da partícula é, em m/s: u
) 
b) 35
) 3
d) 5 v8
e)  a) Determine a razão entre o módulo v' da velo-
v
cidade do movimento retilíneo final e o módulo
v da velocidade do movimento retilíneo inicial.
b) Calcule quanto tempo a partícula demora para
atravessar a região em que há campo magnético
em função de q, m, B e u.

FRENTE 2

AULAS 47 e 48 Interação entre carga elétrica e campo magnético uniforme 379


5. iME-RJ 2021
y 
v


B

m, v0 a
0 x1 x

Uma partícula de massa m e carga q positiva é lançada obliquamente com velocidade v0 e ângulo a com a horizontal,
conforme a figura. Em certo instante t1, antes de alcançar a altura máxima de sua trajetória, quando está a uma distância
horizontal x1 do ponto de lançamento, a partícula é submetida a um campo magnético de intensidade B, na direção
vertical. Considerando g a aceleração da gravidade local, a menor intensidade B do campo magnético para que a
partícula atinja o solo na posição (x1, 0) é:
2pm
)
 2v0sena 
q 2 t1
 g 
pm
b)
 2v sena 
q 0 2 t1
 g 
2pm
)
 v 0sena 
q 2 t1
 g 
4pm
d)
 2v sena 
q 0 2 t1
 g 
pm
e)
 v 0sena 
q 2 t1
 2g 

Guia de estudos

Física • Livro 2 • Frente 2 • Capítulo 7


I. Leia as páginas de 211 a 213. III. Faça os exercícios propostos 32, 35, 41, 43, 45, 48, 52 e 53.
II. Faça o exercício 2 da seção “Revisando”.

380 Física AULAS 47 e 48 Interação entre carga elétrica e campo magnético uniforme
3
CIÊNCIAS DA NATUREZA

NTE
E SUAS TECNOLOGIAS

FRE
FÍSICA

dgkp
hoto
grap
hy.co
m/Sh
utters
tock
.com
FRENTE 3
AULAS 37 e 38

Lentes esféricas delgadas: estudo analítico


y À semelhança do que foi feito com espelhos esféri- y Vergêni (V) ou convergência de uma lente é a gran-
cos, é possível utilizarmos um tratamento analítico deza equivalente ao inverso de sua distância focal:
para a obtenção das informações e das caracterís-
1
ticas das imagens formadas, sem a necessidade da V5
f
construção geométrica. Para tal, utilizaremos as equa-
ções de Gauss. Caso a distância focal seja dada em metros, a vergência
Equação dos pontos conjugados: é dada em m– ou dioptrias.
1 1 1 y A equção dos fbrintes de lentes associa a ver-
5 1
f p p8 gência às características geométricas das lentes (seus
raios de curvatura) e à característica óptica (relação
Equação do aumento linear transversal (A): entre os índices de refração interno e externo à lente,
i p8 nL e nmeio, respectivamente):
A5 52
o p 1  n   1 1
V5 5  L 2 1 ?  1 
y Convenção de sinais no referencial gaussiano: f  nmeio   R1 R2 

Elemento Nturez Sinl d bsiss em que R é o raio de curvatura de cada face da lente.
Real p>0 Tipo de fe d lente Rio de urvtur
Objeto
Virtual p<0 Convexa R>0
Real p8 > 0 Côncava R<0
Imgem
Virtual p8 < 0 Plana R→∞
Convergente f>0
Lente
Divergente f<0

Exercícios de sala
1. Uerj 2018 Em função de suas características, uma lente convergente, ao ser exposta à luz do Sol, gera uma concen-
tração de luz a 60 cm do seu centro óptico, como ilustra a imagem.

Considere que um objeto é colocado a 180 cm do centro óptico dessa lente para que sua imagem seja projetada com
nitidez sobre uma tela.
Calcule a distância, em centímetros, em que a tela deve ser colocada, a partir do centro óptico da lente, para obten-
ção dessa imagem.

382 FíSIca AULAS 37 e 38 Lentes esféricas delgadas: estudo analítico


2. Fuvest-SP 2013 A extremidade de uma fibra ótica ad- 3. Unesp 2020 Em uma atividade de sensoriamento
quire o formato arredondado de uma microlente ao remoto, para fotografar determinada região da su-
ser aquecida por um laser, acima da temperatura de perfície terrestre, foi utilizada uma câmera fotográfica
fusão. A figura abaixo ilustra o formato da microlente constituída de uma única lente esférica convergente.
para tempos de aquecimento crescentes (t1 < t2 < t3). Essa câmera foi fixada em um balão que se posicio-
nou, em repouso, verticalmente sobre a região a ser
fibra ótica
fotografada, a uma altura h da superfície.

t1 t2 t3

microlente

Considere as armações:
I. O raio de curvatura da microlente aumenta com
tempos crescentes de aquecimento.
II. A distância focal da microlente diminui com tem-
pos crescentes de aquecimento.
III. Para os tempos de aquecimento apresentados na
figura, a microlente é convergente.
Está correto apenas o que se arma em
) I.
b) II.
) III.
Considerando que, nessa atividade, as dimensões
d) I e III.
das imagens nas fotograas deveriam ser 5 000 ve-
e) II e III.
zes menores do que as dimensões reais na superfície
da Terra e sabendo que as imagens dos objetos foto-
grafados se formaram a 20 cm da lente da câmera, a
altura h em que o balão se posicionou foi de
)   m.
b)   m.
)   m.
d)   m.
e) 4  m.

FRENTE 3

AULAS 37 e 38 Lentes esféricas delgadas: estudo analítico 383


4. FIcSaE-SP 2019 Em um laboratório didático, foi mon- 5. FMJ-SP 2021 O otoscópio é um instrumento médico
tado um banco óptico formado por uma lente esférica utilizado para visualizar e examinar o canal auditivo
convergente L de distância focal igual a 20 cm, um es- externo e a membrana timpânica. Nele há uma fonte
pelho plano E e uma lanterna acesa, funcionando como de luz para iluminar a região a ser visualizada e uma
o objeto O. A fotografia representa esse sistema com lente que produz uma imagem aumentada. A propa-
as distâncias entre seus elementos, fora de escala. ganda de certo otoscópio informa que ele possui uma
lâmpada LED de 2,5 V, que fornece luz branca, e uma
lente que permite obter um aumento de três vezes.
Se a lente do otoscópio fornecer uma imagem virtual
três vezes maior do que o objeto e sua distância focal
for 9,0 cm, o objeto deverá estar a uma distância da
lente igual a
) , cm.
b) , cm.
) , cm.
d) 4, cm.
e) , cm.

Em seguida, o professor propõe um exercício com a


gura a seguir, que resume o experimento realizado.
Nessa gura, a lâmpada acesa da lanterna é repre-
sentada pela seta O, a seta I1 representa a imagem
dessa lâmpada formada pela lente L, e I2 representa a
imagem da seta I1 formada pelo espelho E.
d

L E

I1 I2

30 cm 80 cm

fora de escala

Considerando válidas as condições de nitidez de


Gauss, a distância d, entre O e I2, é
) , m.
b) ,4 m.
) , m.
d) , m.
e) , m.

384 FíSIca AULAS 37 e 38 Lentes esféricas delgadas: estudo analítico


6. Fmerp-SP 2019 A figura mostra uma lâmpada retilínea, de comprimento 90 cm, fixa horizontalmente no teto de uma
sala, 200 cm acima da superfície plana e horizontal de uma mesa. Um disco circular opaco foi colocado horizontal-
mente entre a lâmpada e a mesa, a 180 cm da lâmpada, sendo esta a maior distância para que ele não projete sombra
sobre a mesa. A reta r, mostrada na figura, é vertical e passa pelo ponto médio da lâmpada e pelo centro do disco.

) Calcule o diâmetro do disco, em centímetros.

b) Considere que o disco seja substituído por uma lente delgada, esférica e convergente, cujo eixo principal coincida
com a reta r. Sabendo que essa lente foi colocada em uma posição em que projeta, sobre a superfície da mesa, uma
imagem nítida da lâmpada quatro vezes menor que ela, calcule a distância focal da lente, em centímetros.

FRENTE 3

Guia de estudos
Física • Livro 2 • Frente 3 • Capítulo 9
I. Leia as páginas 337 e 338. III. Faça os exercícios propostos 43, 44, de 46 a 48, 52, 53 e 55 e os
II. Faça os exercícios 9 e 10 da seção “Revisando”. exercícios complementares 44, 45, de 47 a 52, 55 e 56.

AULAS 37 e 38 Lentes esféricas delgadas: estudo analítico 385


FRENTE 3
AULAS 39 a 42

Instrumentos ópticos
Instrumentos ópticos y Imagem virtual, invertida e aumentada.
y Os instrumentos ópticos auxiliam a visão humana y Aumento da imagem final promovido pelo microscó-
ampliando imagem de objetos muito pequenos ou pio composto:
aproximando imagens de objetos muito distantes por i2
Amic 5 A OC ? A OB 5
aumento do ângulo visual. A construção de grande parte o
deles envolve elementos refrativos, como lentes e pris-
mas. Alguns envolvem associações desses dispositivos.
Luneta astronômica
y Vergêni de uma associação entre duas lentes y Também conhecida como telescópio refrator simples,
delgadas: é composta de duas lentes convergentes (objetiva e
1 1 ocular) associadas de forma a promover aumento do
Veq 5 V1 1 V2 5 1
f1 f2 ângulo visual, causando a sensação de aproximação
de objetos distantes.
Lupa
y Composta de lente convergente simples que pro-
porciona aumento da imagem de objetos próximos. Objetiva Ocular
Também chamada de microscópio simples. PO∞
Lupa
Fob Foc
i1

i i2
o

FO C FI ep

y Imagem virtual e invertida.


y Aumento da imagem final promovido pelo telescópio
refrator:
y Imagem virtual, direita e aumentada.
fob
y Objeto entre o foco e o centro óptico. Aluneta 5
foc
Microscópio óptico composto
y Composto de duas lentes convergentes (objetiva e Máquina fotográfica simples
ocular) associadas que aumentam a imagem de obje- y Composta de lente convergente que projeta uma ima-
tos muitos pequenos. gem real sobre um filme químico ou sensor eletrônico,
que permite a gravação da informação.
Objetiva Ocular
Objetiva

o Fob Fob
o
Foc Foc
i1 Filme
F F fotográfico
i2 i

y Imagem real e invertida.

386 FíSIca AULAS 39 a 42 Instrumentos ópticos


Óptica da visão Anomalias da visão
Principais estruturas do olho humano Miopia
y Dificuldade em enxergar com nitidez objetos distan-
Esclera tes, a imagem é formada antes da retina.
Corioide
y Correção: lente divergente colocada à frente dos olhos.
Córnea Fóvea
Ponto
Humor cego Nervo óptico central
Humor aquoso vítreo
Fóvea
Pupila central Objeto
Lente do olho
Músculos y A vergência da lente para a correção da miopia é dada
ciliares por:
Vasos
Íris sanguíneos 1
VM 5 2
Retina dM

Representação esquemática de estruturas do olho humano. Hipermetropia


(Elementos representados fora de escala. Cores fantasia.)
y Dificuldade em enxergar com nitidez objetos muito pró-
y Pupil: função semelhante à do obturador da máqui- ximos dos olhos, a imagem é formada depois da retina.
na fotográfica, que regula a quantidade de luz que y Correção: lente convergente externa posicionada à
entra no olho. frente dos olhos.
y A lente do olho (antigamente chamada de cristalino)
e a órne fazem papel semelhante ao da objetiva da Encontro focal
Eixo atrás da fóvea
máquina fotográfica. óptico central
y A retin, na parte posterior do bulbo do olho, desem-
penha função semelhante à da superfície sensível à
luz nas máquinas fotográficas. y A vergência da lente para a correção de hipermetro-
y A imagem formada no fundo do olho é sempre redu- pia pode ser obtida por meio da seguinte equação:
zid, rel e invertid. 1
VH 5  2
y aomodção visul refere-se à região na qual os ob- dH
jetos podem ser dispostos de forma que o olho possa
formar uma imagem nítida na retina. Outras anomalias
y astigmtismo: dificuldade em enxergar com nitidez
PPnormal PP PR devido a imperfeições de esfericidade na córnea.
A correção é feita com o uso de lentes cilíndricas.
y Presbiopi: anomalia resultante do enrijecimento dos
zona de músculos ciliares, resultado em geral do processo na-
acomodação ÿ tural de envelhecimento do ser humano. Correção:
dPP à 25 cm
uso de lente externa convergente.

Exercícios de sala
1. afe-Sc 2017 Alguns instrumentos óticos são formados por lentes. O instrumento ótico formado por lentes objetiva
e ocular é:
FRENTE 3

) a lupa.
b) o microscópio.
) o retroprojetor.
d) o periscópio.

AULAS 39 a 42 Instrumentos ópticos 387


2. UFPR 2014 Um microscópio composto é constituído, em sua forma mais simples, por duas lentes convergentes coloca-
das em sequência, conforme esquematizado na figura abaixo. A lente mais próxima ao objeto é chamada objetiva e a
lente mais próximaao olho humano é chamada ocular. A imagem formada pela objetiva é real, maior e invertida, e serve
como objeto para a ocular, que forma uma imagem virtual, direita e maior com relação à imagem formada pela objetiva.
Suponha que a distância focal da lente objetiva seja 1 cm, a distância focal da lente ocular seja  cm e a distância entre
as lentes seja de 6 cm.
Objetiva Ocular

F2 F1 F4 F3

Com base nas informações acima e nos conceitos de Óptica, identique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguin-
tes armativas:
Para que a imagem formada pela objetiva tenha as características especificadas no enunciado, o objeto deve
estar a uma distância maior que  cm dessa lente.
Supondo que o objeto esteja a uma distância de , cm da objetiva, a imagem formada por esta lente estará a
 cm dela.
A imagem final formada por este microscópio é virtual, invertida e maior em relação ao objeto.
A imagem formada pela objetiva deve estar a uma distância maior que 4 cm da ocular.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
) V – F – F – V.
b) F – V – V – F.
) V – V – F – F.
d) F – F – V – V.
e) F – V – V – V.

3. UFF-RJ A utilização da luneta astronômica de Galileu auxiliou a construção de uma nova visão do Universo. Esse
instrumento óptico, composto por duas lentes – objetiva e ocular – está representado no esquema a seguir.
lente objetiva lente ocular

obje
to
infin no
ito
Focular Fobjetiva
F'ocular

Considere a observação de um objeto no innito por meio da luneta astronômica de Galileu. Nesse caso, as imagens
do objeto formadas pelas lentes objetiva e ocular são, respectivamente:
) real e direita; virtual e direita.
b) real e invertida; virtual e invertida.
) virtual e invertida; real e invertida.
d) virtual e direita; real e direita.
e) real e invertida; virtual e direita.

388 FíSIca AULAS 39 a 42 Instrumentos ópticos


4. UFSc 2020 A deficiência visual é considerada em 5. UFMG Rafael, fotógrafo lambe-lambe, possui uma câ-
dois casos: a cegueira, na qual a pessoa perde a vi- mara fotográfica que consiste em uma caixa com um
são totalmente ou apresenta um resíduo mínimo que orifício, onde é colocada uma lente. Dentro da caixa,
a leva a necessitar da leitura e escrita em Braille, e a há um filme fotográfico, posicionado a uma distância
baixa visão, na qual a pessoa possui um comprometi- ajustável em relação à lente.
mento visual em ambos os olhos, mesmo com o uso Essa câmara está representada, esquematicamente,
de óculos, mas consegue ler textos impressos amplia- na gura.
dos. Considere a situação em que um estudante com
baixa visão utiliza uma lupa constituída de uma lente
biconvexa de raios R1 5 R2 5 0 cm que obedece às lente
condições de Gauss. Ele a coloca em uma posição na
qual o centro óptico de sua lente esteja a 20 cm do
seu livro para enxergar as letras cinco vezes maiores
e, assim, conseguir ler o texto.
filme

Para produzir a imagem nítida de um objeto muito dis-


tante, o lme deve ser colocado na posição indicada,
pela linha tracejada. No entanto, Rafael deseja foto-
grafar uma vela que está próxima a essa câmara. Para
obter uma imagem nítida, ele, então, move o lme em
relação à posição acima descrita.
Sobre o assunto abordado e com base no exposto Assinale a alternativa cujo diagrama melhor repre-
acima, é correto armar que: senta a posição do lme e a imagem da vela que é
 a distância entre a imagem de uma letra conjuga- projetada nele.
da pela lente da lupa e a própria letra é de  cm.
 as imagens das letras vistas pelo estudante são )
virtuais.
 as imagens das letras vistas pelo estudante en-
contram-se a  cm do centro óptico da lente.
 se o estudante posicionar o centro óptico da lente
da lupa a  cm do livro, ele vai ler com maior
facilidade, pois as letras ficarão maiores. filme
 o índice de refração da lente que compõe a lupa
b)
é ,.
 se aumentarmos o índice de refração da lente
que compõe a lupa sem alterarmos seus raios, a
vergência da lente aumentará.
Soma:
filme

)

filme
FRENTE 3

d)

filme

AULAS 39 a 42 Instrumentos ópticos 389


6. Unesp Uma câmera fotográfica rudimentar utiliza uma 7. Fuvest-SP 2021 O olho humano constitui uma com-
lente convergente de distância focal f = 50 mm para plexa estrutura capaz de controlar a luz recebida e
focalizar e projetar a imagem de um objeto sobre produzir imagens nítidas. Em pessoas com visão nor-
o filme. A distância da lente ao filme é p' = 52 mm. mal, o olho é capaz de acomodar o cristalino para
A figura mostra o esboço dessa câmara. focalizar sobre a retina a luz que vem dos objetos,
desde que não estejam muito próximos. Pessoas
míopes, por outro lado, apresentam dificuldades em
enxergar de longe. Ao focalizar objetos situados além
do chamado ponto remoto (PR), a imagem forma-se à
frente da retina, conforme ilustrado na figura.
Filme
Indivíduo míope Cristalino

Lente
Retina
Para se obter uma boa foto, é necessário que a ima- Objeto PR
gem do objeto seja formada exatamente sobre o lme
e o seu tamanho não deve exceder a área sensível do Neste caso, lentes corretivas são necessárias a m de
lme. Assim: que o indivíduo observe o objeto de forma nítida.
) Calcule a posição que o objeto deve ficar em re- Qual arranjo esquemático melhor descreve a correção
lação à lente. realizada por uma lente receitada por um oftalmolo-
gista no caso de um indivíduo míope?

)

Objeto Retina
PR Lente

b)

Objeto Retina
PR Lente

)

Objeto Retina
PR Lente
b) Sabendo-se que a altura máxima da imagem não
pode exceder a , mm, determine a altura má-
xima do objeto para que ele seja fotografado em d)
toda a sua extensão.
Objeto Retina
PR Lente

e)

Objeto Retina
PR Lente

390 FíSIca AULAS 39 a 42 Instrumentos ópticos


8. Unimp-SP 2019 As cirurgias corretivas a laser 9. UFJF-MG 2019 A presbiopi é um defeito na visão
para a visão estão cada vez mais eficientes. A técni- que ocorre com o envelhecimento da pessoa.
ca corretiva mais moderna é baseada na extração de Define-se ponto próximo como o ponto mais perto
um pequeno filamento da córnea, modificando a sua dos olhos com que uma pessoa consegue ver com
curvatura. No caso de uma cirurgia para correção de nitidez. Para uma pessoa de visão normal, este ponto
miopia, o procedimento é feito para deixar a córnea está localizado a 25 cm do cristalino do olho – deno-
mais plana. Assinale a alternativa que explica correta- minada de distância mínima de visão distinta. Com o
mente o processo de correção da miopia. envelhecimento, os músculos ciliares perdem elasti-
) Na miopia, a imagem do ponto remoto se forma cidade, provocando um enrijecimento do cristalino e,
antes da retina e a cirurgia visa a aumentar a dis- consequentemente, a incapacidade da acomodação
tância focal da lente efetiva do olho. visual. Por causa disso, como mostrado na gura, há
b) Na miopia, a imagem do ponto remoto se forma um afastamento do ponto próximo, isto é, há dicul-
depois da retina e a cirurgia visa a aumentar a dis- dade de visão de objetos próximos, uma vez que a
tância focal da lente efetiva do olho. formação das imagens nítidas ocorre somente atrás
) Na miopia, a imagem do ponto remoto se forma da retina do olho, embora a visão de objetos distan-
depois da retina e a cirurgia visa a diminuir a dis- tes permaneça inalterada. A dioptria D (ou “grau”) de
tância focal da lente efetiva do olho. uma lente é denida como D 5 1/(distância focal) ou
d) Na miopia, a imagem do ponto remoto se forma seja: 1 grau 5 1 m21. Um oftalmologista examina um
antes da retina e a cirurgia visa a diminuir a distân- paciente com presbiopia e conclui que ele enxerga
cia focal da lente efetiva do olho. bem somente a partir de uma distância de 2,0 m dos
seus olhos.
Sistema
córnea-cristalino

retina
Objeto
P

imagem
p 5 25 cm

Efeito da observação do ponto próximo por um presbíope, em que a


imagem de um objeto é formada atrás da retina.
) Qual a vergência D, em dioptria, que a lente deve
possuir para que o paciente descrito acima possa
enxergar bem um objeto colocado a uma distân-
cia de , m dos seus olhos?

b) Que tipo de lente o oftalmologista deve receitar


FRENTE 3

ao paciente descrito acima? Justifique.

AULAS 39 a 42 Instrumentos ópticos 391


10. Unifesp 2012 Um paciente, que já apresentava proble- 11. UFSc 2019 Entre os cinco sentidos humanos, a visão é
mas de miopia e astigmatismo, retornou ao oftalmologista um dos mais importantes, por isso deve-se cuidar mui-
para o ajuste das lentes de seus óculos. A figura a seguir to bem dos olhos. Ainda assim, defeitos visuais como
retrata a nova receita emitida pelo médico. miopia, hipermetropia e astigmatismo aparecem no de-
correr da vida. Mas nada está perdido, pois os óculos
Nome: Jorge Frederico de Azevedo
são alternativas acessíveis e satisfatórias na melhoria da
Gru Esfério cilndrio Eixo D. P. qualidade visual dos indivíduos. Considere o esquema
Pr OD – 3,00 – 0,75 150° do olho abaixo para responder aos itens da questão.
62,0 mm
longe OE – 3,00 – 0,75 150°
Pr OD + 1,00 – 0,75 Pupila
68,0 mm
perto OE + 1,00 – 0,75

Obs.: Óculos para longe e perto separados. Ao pegar seus


Retina
óculos é conveniente trazê-los para conferir.
Próxima consulta:___. 08. 2012.
São Paulo, 30.08.2011. Córnea
Carlos Figueiredo
CRM n.º 000 00
) Caracterize a lente indicada para correção de
Cristalino
miopia, identificando a vergência, em dioptrias, e
a distância focal, em metros.
Ddos:
i 2P8 1 1 1
A5 5 ; 5 1 ; n ⋅ sen u = n ⋅ sen u
o P f P P8    

) Com base no esquema do olho abaixo, desenhe


a imagem do objeto (seta) formada em um olho
hipermetrope.

b) No diagrama I, esboce a formação da imagem para


um paciente portador de miopia e, no diagrama II, a objeto olho imagem
sua correção, utilizando-se a lente apropriada.

b) Que tipo de lente esférica corrige o defeito da


hipermetropia e que fenômeno óptico explica o
objeto olho míope funcionamento de uma lente esférica?
distante
II

) Considere uma pessoa hipermetrope capaz de en-


objeto lente olho míope com xergar nitidamente quando seu ponto próximo é de
distante (desenhar lente indicada) imagem corrigida
, m. Nesse caso, qual a vergência da lente corre-
tiva para conjugar a imagem de um objeto no ponto
próximo, se esse objeto estiver a  cm do olho?

392 FíSIca AULAS 39 a 42 Instrumentos ópticos


12. UFJF/Pism-MG 2018 Dois problemas de visão comuns são a miopia e a hipermetropia. A miopia é um problema de
visão que ocorre quando a imagem de um objeto se forma antes da retina. A hipermetropia, por sua vez, é um proble-
ma de visão que ocorre quando os raios de luz interceptam a retina antes de a imagem ser formada – nesse caso a
imagem formar-se-ia depois da retina. Maria e Fernanda foram ao oftalmologista. Maria descobriu que possui miopia.
Fernanda descobriu que possui hipermetropia.
A partir da informação obtida do enunciado, marque a alternativa correta.
) Maria deve usar lentes divergentes para corrigir a miopia.
b) Maria deve usar lentes convergentes para corrigir a miopia.
) Fernanda deve usar lentes divergentes para corrigir a hipermetropia.
d) Ambas devem usar lentes convergentes para corrigir os seus problemas de visão.
e) Ambas devem usar lentes divergentes para corrigir os seus problemas de visão.

FRENTE 3

Guia de estudos

Física • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 10


I. Leia as páginas de 227 a 241. III. Faça os exercícios propostos 1, 3, 4, de 6 a 11, de 14 a 16, 21, 23,
II. Faça os exercícios de 1 a 3, 5, 6 e de 8 a 10 da seção “Revisando”. 25 e 27 e os exercícios complementares 1, de 3 a 6 e de 8 a 12, 14,
15, 19, 20, 25 e 26.

AULAS 39 a 42 Instrumentos ópticos 393


FRENTE 3
AULAS 43 a 46

Cinemática e Dinâmica do MHS


y Movimentos periódios são aqueles que se repetem Análise dinâmica do MHS
em intervalos de tempo iguais. O menor intervalo no y A análise dinâmica do MHS, a partir da análise do
qual o fenômeno se repete é chamado de perodo (T), sistema massa-mola, permite-nos determinar a forma
e o número de repetições em uma unidade de tempo é geral da força restauradora:
a frequêni (f). Essas grandezas são relacionadas por: �
Frest 5 2k ? x

1
f5 em que k é uma constante que depende de parâmetros
T
específicos do oscilador em análise.
y Movimentos osiltórios são tipos de movimentos
periódicos nos quais um corpo movimenta-se próximo Período de oscilação do MHS
a uma posição de equilíbrio, tendendo sempre a voltar a y Sistem mss-mol:
ela. A força resultante que atua nesse tipo de movimento
m
é chamada genericamente de forç resturdor. T 5 2p ?
k
y O movimento hrmônio simples (MHS) é um movi-
mento oscilatório e pode ser compreendido como a em que k é a constante elástica da mola.
projeção de um movimento circular em um plano que
passa pelo centro dessa circunferência.
k
Movimento do corpo P

P28
m
P38 P18

y Associação de molas:
−A P3 P2 P1
1 1
P4 O (+) k eq 5 1 (em série)
k1 k2
k eq 5 k 1 1 k 2 (em paralelo)
P48
y Pêndulo simples:
Início do movimento da
sombra ou projeção de P L
T 5 2p
g

Análise cinemática do MHS em que l é o comprimento do fio do pêndulo.


y A análise cinemática do MHS a partir de um movimento
circular projetado em um plano radial nos permite ob-
ter as equações da posição da partícula em MHS, bem
u
como a equação de sua velocidade e aceleração:
y Elongação: L
x = A ⋅ cos (j + w ⋅ t)
y Velocidade:
v = –w ⋅ A ⋅ sen (j + w ⋅ t)
m
y Aceleração:
y Observação: em ambos os casos, o período de oscila-
a = –w ⋅ A ⋅ cos (j + w ⋅ t) ou a = –w ⋅ x ção não depende da amplitude da oscilação.

394 FíSIca AULAS 43 a 46 Cinemática e Dinâmica do MHS


Energia no MHS
y A análise energética de um sistema em MHS, partindo do caso do sistema massa-mola, mostra que esse sistema é
conservativo e que a sua energia mecânica é constante e dada por:
k ? A2
Em 5
2

em que A é a amplitude de oscilação.


y Graficamente, as energias no MHS podem ser representadas da seguinte maneira:
2
E Em 5 k · A
2

Ec

Ep

−A 0 +A x

Exercícios de sala
1. Enem PPL 2016 A corrida dos 100 m rasos é uma das 2. UFRGS A figura a seguir representa uma roda, provida
principais provas do atletismo e qualifica o homem de uma manivela, que gira em torno de um eixo horizon-
mais rápido do mundo. Um corredor de elite foi capaz tal, com velocidade angular w constante. Iluminando-se
de percorrer essa distância em 10 s, com 1 passadas. a roda com feixes paralelos de luz, sua sombra é projeta-
Ele iniciou a corrida com o pé direito. da sobre uma tela suspensa verticalmente. O movimento
O período de oscilação do pé direito desse corredor do ponto A' da sombra é o resultado da projeção, sobre
foi mais próximo de a tela, do movimento do ponto A da manivela.
) 1 s.
10
A'
b) 1
s.

1
) s.
2
A
d)  s.
e) 4 s.

A respeito dessa situação, considere as seguintes


armações.
I. O movimento do ponto A é um movimento circular
2p
uniforme com período igual a .
FRENTE 3

w
II. O movimento do ponto A' é um movimento har-
2p
mônico simples com período igual a .
w
III. O movimento do ponto A' é uma sequência de
movimentos retilíneos uniformes com período
p
igual a .
w
Quais estão corretas?
) Apenas I. d) Apenas I e II.
b) Apenas II. e) Apenas I e III.
) Apenas III.

AULAS 43 a 46 Cinemática e Dinâmica do MHS 395


3. IFSul-RS 2017 Uma partícula oscila em movimento 5. Fuvest-SP 2021 Os smartphones modernos vêm
harmônico simples ao longo de um eixo x entre os equipados com um acelerômetro, dispositivo que
pontos x1 = –35 cm e x2 = 15 cm. Sabe-se que essa mede acelerações a que o aparelho está submetido.
partícula leva 10 s para sair da posição x1 e passar na O gráco foi gerado a partir de dados extraídos por
posição x = –10 cm. um aplicativo do acelerômetro de um smartphone
Analise as seguintes armativas referentes ao movi- pendurado por um o e colocado para oscilar sob a
mento dessa partícula: ação da gravidade. O gráco mostra os dados de uma
I. A amplitude do movimento é igual a  cm e a das componentes da aceleração (corrigidos por um
posição de equilíbrio é o ponto x = . valor de referência constante) em função do tempo.
II. Na posição x = – cm a velocidade da partícula
atinge o valor máximo. 0,
III. Nos pontos x = - cm e x =  cm, a velocidade 0,
da partícula é nula. 0,

ax – aref (m/s2)
IV. O período do movimento é  s. 0,1
Estão corretas apenas as afirmativas 0
) I e II. –0,1
b) II e III.
–0,
) I e IV.
–0,
d) III e IV.
–0,
0     0
tempo (s)

Com base nos dados do gráco e considerando que


o movimento do smartphone seja o de um pêndulo
simples a ângulos pequenos, o comprimento do o é
de aproximadamente:

Note e dote: Use p = .


Aceleração da gravidade: g =  m/s.

4. UEPG/PSS-PR 2019 A equação de um movimento )  cm.


harmônico simples (MHS) para determinada partícula b)  cm.
é dada, no SI, por )  cm.
d)  cm.
 p
x 5 5 ? cos 100pt 1  e)  cm.
 6

Então, assinale o que for correto.


 A frequência angular do movimento vale  Hz.
 A posição da partícula no tempo de um décimo
5 3
de segundo vale m.
2
 Graficamente, as funções que representam os
movimentos harmônicos simples podem ser se-
noides ou cossenoides.
 A máxima amplitude vale  m.
Soma:

396 FíSIca AULAS 43 a 46 Cinemática e Dinâmica do MHS


6. cefet-MG 2015 Um estudante utilizou uma mola de 8. Uee 2017 Em um oscilador harmônico simples, a ener-
constante elástica k e um bloco de massa m para gia potencial na posição de energia cinética máxima
montar dois experimentos conforme ilustra a figura. ) tem um máximo e diminui na vizinhança desse
ponto.
b) tem um mínimo, aumenta à esquerda e se man-
tém constante à direita desse ponto.
k ) tem um mínimo e aumenta na vizinhança desse
k ponto.
d) tem um máximo, aumenta à esquerda e se man-
m tém constante à direita desse ponto.
m
u

Inicialmente, o sistema foi colocado para oscilar na


vertical e a frequência observada foi f. Ao montar o
sistema no plano inclinado e com atrito desprezível, a
frequência de oscilação observada foi
9. Ufl Um bloco de massa ,0 kg, preso à extremidade
) f.
de uma mola de constante elástica 25p2 N/m, está em
b) f ⋅ tg u.
equilíbrio sobre uma superfície horizontal perfeitamen-
) f ⋅ sen u.
te lisa, no ponto O, como mostra o esquema.
d) f ⋅ cos u.
e) f ⋅ sen u.

A O B

O bloco é então comprimido até o ponto A, passando


a oscilar entre os pontos A e B.
7. UFU-MG 2018 Considere duas situações em que dois A energia potencial do sistema (mola + bloco) é máxi-
pêndulos (A e B) de mesmo comprimento oscilam li- ma quando o bloco passa pela posição
vremente em um cenário isento de resistência do ar. ) A, somente.
A esfera A tem o mesmo volume que a B, todavia, por b) O, somente.
serem de materiais diferentes, a densidade de A é um ) B, somente.
terço da de B. Ambas são soltas da mesma altura e do d) A e pela posição B.
repouso para iniciarem a oscilação. e) A e pela posição O.

A B

Com base na situação descrita, são feitas algumas


afirmações.
I. O período de oscilação de A é igual ao de B.
10. Uee 2018 Considere um sistema massa-mola que
II. A velocidade com que B passa pelo ponto mais
oscila verticalmente sob a ação da gravidade, g, e tem
baixo da trajetória é três vezes maior do que a
a mola de constante elástica k e distensão x. Sendo a
velocidade com que A passa pelo mesmo ponto.
massa m, é correto afirmar que a energia potencial do
III. A aceleração com que B passa pelo ponto mais
sistema é função de
FRENTE 3

baixo da trajetória é maior do que a de A nesse


) k e x apenas.
mesmo ponto.
b) m, g, x e k.
Em relação às afirmações acima, marque V para as
) m e g apenas.
verdadeiras e F para as falsas e assinale a alternativa
d) m, g e x apenas.
correta.
) I – F; II – V; III – F.
b) I – V; II – F; III – V.
) I – F, II – V; III – V.
d) I – V; II – F; III – F.

AULAS 43 a 46 Cinemática e Dinâmica do MHS 397


11. UEPG-PR 2016 Um caso particular de movimento os- 12. Efomm-RJ 2020 Um bloco está sobre uma mesa ho-
cilatório é chamado de movimento harmônico simples rizontal que oscila para a esquerda e para a direita em
(MHS), em que o corpo passa a oscilar, periodica- um movimento harmônico simples (MHS) com ampli-
mente, de maneira simétrica em relação ao ponto de tude de 10 cm. Determine a máxima frequência com
equilíbrio. No gráfico, estão representadas a energia que a oscilação pode ocorrer sem que o bloco deslize
cinética (EC), a energia potencial (EP) e a energia me- sabendo que o coeficiente de atrito estático entre o
cânica (EM) ao longo das posições de um corpo em bloco e a mesa vale 0,6.
MHS. Sobre os fenômenos envolvidos neste movi-
mento, assinale o que for correto. Ddo: Considere g 5 10 m/s2.

E
EM )  Hz
EP b) 3p Hz

) p Hz

15
d) Hz
EC p

0 x e) 15 Hz

 Caso, na oscilação do corpo, ocorra a ação de


forças dissipativas como o atrito, parte da energia
mecânica se transformará em energia térmica e o
movimento deixará de ser um MHS.
 Para pequenas amplitudes, o movimento do pên-
dulo simples é um caso particular do MHS.
 Pela lei da conservação da energia, embora a
energia mecânica não varie, as energias cinética
e potencial sofrem variações.
 Quando um corpo oscila periodicamente em linha
reta, sob a ação de uma força resultante expressa
pela lei de Hooke, ele está realizando um MHS.
 No ponto de amplitude máxima, a velocidade do
corpo é mínima e as energias cinética e potencial
são máximas.
Soma:

Guia de estudos

Física • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 11


I. Leia as páginas de 263 a 275. III. Faça os exercícios propostos 1, 2, 4, 5, 9, de 11 a 17, de 19 a 21 e
II. Faça os exercícios de 1 a 7 e 10 da seção “Revisando”. 24 e os exercícios complementares de 2 a 6, de 9 a 11, 13, 14, 16,
17, 19, 20, 24 e 28.

398 FíSIca AULAS 43 a 46 Cinemática e Dinâmica do MHS


FRENTE 3
AULAS 47 e 48

Introdução à Ondulatória
y Pulsos são perturbações provocadas em um meio, Pulsos em cordas
material ou não, e que se propagam nesse meio.
y Pulsos e ondas propagando-se numa corda tensionada
y Pulsos sequenciais propagando-se num meio dão ori-
apresentam velocidade dada pela equção de Tylor:
gem a onds.
F
Pulso v5
m

em que v é a velocidade, F é a intensidade da força de


tensão e m é a densidade linear da corda.
y Os pulsos viajando em cordas podem passar por re-
flexão e refração.
Onda
Reflexão
y Extremidde rigidmente fix: pulso refletido com
inversão de fase.

Pulso incidente

y Ondas e pulsos transportam energia e quantidade de


movimento, mas não matéria.

Classificação de ondas
As ondas podem ser classificadas de diversas formas:

Quanto à natureza
y Onds meânis, como o som, propagam-se ape-
nas em meios materiais e nunca no vácuo.
y Onds eletromgnétis, como a luz, propagam-se
no vácuo e em diversos meios materiais, desde que
não opacos.

Quanto à relação perturbação × propagação Pulso refletido


y Onds trnsversis: a direção de propagação é per-
pendicular à direção de perturbação. y Extremidde fix de form não rgid: pulso refletido
Direção de
sem inversão de fase.
Propagação
perturbação
Pulso incidente
FRENTE 3

y Onds longitudinis: a propagação ocorre na mesma


direção da perturbação.
Direção de
perturbação Propagação

Pulso refletido
Quanto à distribuição da energia
y Unidimensionais, bidimensionais e tridimensionais.

AULAS 47 e 48 Introdução à Ondulatória 399


Refração

a Da corda menos densa para a mais densa B Da corda mais densa para a menos densa
Pulso v1
incidente
m1 m2
v1 Pulso
m1 (J) m2 (J)
incidente
Pulso v2 v1 v2
refletido

(J) Pulso Pulso (J) Pulso


v1 refratado
m1 < m2 m1 > m2 refletido refratado

y Da corda menos densa para a mais densa (figura A): reflexão com inversão de fase e refração com diminuição de
velocidade (v < v).
y Da corda mais densa para a menos densa (figura B): reflexão sem inversão de fase e refração com aumento de
velocidade (v > v).
y Em situações ideais, a energia transferida inicialmente ao pulso, no momento da perturbação, conserva-se.

Exercícios de sala
1. UFSM-RS 2014 O estetoscópio é um instrumento uti- 2. FcMMG 2017 Em ortopedia, o tratamento por ondas
lizado pelos médicos para escutar sons corporais e de choque pode ser prescrito para tratar de diversos
consiste de uma peça auscultadora, tubos condutores tipos de lesões. Especialmente indicado para proble-
de som e peças auriculares, que se adaptam ao canal mas nas inserções entre tendões e ossos, tais como
auditivo do médico. as tendinites. O dispositivo usado nesse tratamento
está mostrado na figura abaixo.
Peça
auricular

Tubos
Ar Tubo flexível metálicos

Membrana

Então, analise as armativas:


I. Toda onda com frequência entre  Hz e  Hz
é uma onda sonora.
II. Onda é energia que se propaga vibratoriamente.
III. Numa onda longitudinal, a energia se propaga ao (Fonte: http://ortocenter.com.br/wp-content/uploads/2015/0/
longo da direção de propagação da onda. ortocenter-tratamento-ondas-choque-100x555.jpg)
Está(ão) correta(s)
As ondas de choque podem ser entendidas como:
) apenas I.
) Ondas luminosas que causam um pequeno aque-
b) apenas II.
cimento nos pés.
) apenas I e II.
b) Ondas sonoras curtas que provocam uma reação
d) apenas III.
no organismo.
e) I, II e III.
) Ondas elétricas que produzem pequenos cho-
ques nos nervos.
d) Ondas eletromagnéticas que atuam nos músculos
lesionados.

400 FíSIca AULAS 47 e 48 Introdução à Ondulatória


3. UFG-GO As ondas eletromagnéticas foram previs- 5. UFJF/Pism-MG 2015 Uma corda de comprimento
tas por Maxwell e comprovadas experimentalmente L =10 m tem fixas ambas as extremidades. No instante
por Hertz (final do século XlX). Essa descoberta re- t = 0,0 s, um pulso triangular inicia-se em x = 0,0 m,
volucionou o mundo moderno. Sobre as ondas atingindo o ponto x = 8,0 m no instante t = ,0 s, como
eletromagnéticas são feitas as afirmações: mostra a figura abaixo. Com base nessas informações,
I. Ondas eletromagnéticas são ondas longitudinais faça o que se pede.
que se propagam no vácuo com velocidade cons-
tante c = , ⋅  m/s.
II. Variações no campo magnético produzem campos
elétricos variáveis que, por sua vez, produzem cam-
pos magnéticos também dependentes do tempo e 1 2 3 4 5 6 7 8 9
assim por diante, permitindo que energia e informa-
ções sejam transmitidas a grandes distâncias.
III. São exemplos de ondas eletromagnéticas muito
frequentes no cotidiano: ondas de rádio, sonoras, ) Determine a velocidade de propagação do pulso.
micro-ondas e raios X.
Está correto o que se arma em:
) I, apenas.
b) II, apenas.
) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.

4. Unifesp A figura representa um pulso se propagando b) Desenhe o perfil da corda no instante t = , s.
em uma corda.

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Pode-se armar que, ao atingir a extremidade dessa


corda, o pulso se reete
) se a extremidade for fixa e se extingue se a extre-
midade for livre.
b) se a extremidade for livre e se extingue se a ex-
tremidade for fixa.
) com inversão de fase se a extremidade for livre e
com a mesma fase se a extremidade for fixa.
d) com inversão de fase se a extremidade for fixa e
com a mesma fase se a extremidade for livre.
FRENTE 3

e) com mesma fase, seja a extremidade livre ou fixa.

AULAS 47 e 48 Introdução à Ondulatória 401


6. UEM/PaS-PR 2016 Um fio longo é constituído de duas partes distintas, conforme mostra a figura.

l =  g/cm l =  g/cm

Uma delas tem densidade linear de 1 g/cm e o restante do o tem densidade linear de 2 g/cm. Assinale o que for
orreto.
 Quando um pulso transversal é gerado na parte menos densa, ele se propaga e, na junção, é totalmente refletido
sem ocorrer transmissão.
 Se o pulso transversal é gerado na parte mais densa, ele se propaga e, na junção, é totalmente refletido sem
haver transmissão.
 Um pulso transversal viajando no meio menos denso é refletido na junção com sua fase alterada.
 Se um pulso transversal é gerado na parte mais densa, ele é refletido na junção sem ocorrer inversão de fase.
 Independentemente do local (no fio) onde o pulso transversal é gerado, o pulso refratado não sofre inversão de fase.
Soma:

Guia de estudos

Física • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 12


I. Leia as páginas de 291 a 300. III. Faça os exercícios propostos de 3 a 7, 10 e 13 e os exercícios
II. Faça os exercícios 3, de 5 a 8 e 10 da seção “Revisando”. complementares 1, 2, 5, 6, 9, 10 e 12.

402 FíSIca AULAS 47 e 48 Introdução à Ondulatória


CIÊNCIAS DA NATUREZA

NTE
4
E SUAS TECNOLOGIAS

FRE
FÍSICA

italia
nest
ro/S
hutte
rstoc
k.co
m
FRENTE 4
AULAS 19 e 20

Conceitos básicos de Gravitação e leis de Kepler


Conceitos básicos de Gravitação conseguiu enunciar três leis básicas sobre tal movimento
que podem ser aplicadas para quaisquer sistemas em que
Desde a Antiguidade, o ser humano busca uma maior a massa do corpo central seja muito maior que a massa do
compreensão dos fenômenos relacionados aos astros; como corpo em órbita.
resultado de inúmeras pesquisas, foram desenvolvidas di- • Primeira lei (órbitas): define que os planetas descre-
versas teorias e conceitos, entre eles, os relacionados ao vem órbitas elípticas, nas quais o Sol ocupa um dos
posicionamento dos astros e à Gravitação. focos. Quanto mais distantes forem os focos, mais
• Teoria geocêntrica: considerava que a Terra seria o excêntrica (achatada) será a elipse. A posição dos cor-
centro do Universo, com todos os outros astros em pos na elipse recebe os seguintes nomes:
órbitas circulares em torno dela. Proposta pelo astrô- – Periélio: posição na qual o planeta está mais
nomo grego Cláudio Ptolomeu no século II. próximo do Sol. No caso de satélites orbitando a
• Teoria heliocêntrica: considera que o Sol ocupa o Terra, essa posição se chama perigeu.
centro do Universo, com todos os outros astros em – Afélio: posição na qual o planeta está mais afastado
órbitas circulares em torno dele. Proposta pelo astrôno- do Sol. No caso de satélites orbitando a Terra, essa
mo polonês Nicolau Copérnico no século XVI. posição se chama apogeu.
• Estações do ano: existem devido à inclinação do eixo de
rotação terrestre em relação ao plano da órbita do siste- Planeta
ma Terra-Sol, fazendo com que a distribuição dos raios

Semieixo
menor
solares seja desigual nos hemisférios ao longo do ano.
Periélio Semieixo Afélio
Inclinação Sol
do eixo maior
A Centro F2 B
Eixo de
rotação F1

Círc
ulo
Árt Polar Luz solar
ico
Tró
pico
de Esquema da órbita elíptica de um planeta em torno do Sol e indica-
Cân
cer ção dos eixos principais da elipse. (Elementos representados fora de
Equ escala. Cores fantasia.)
Tró ado
p ico r Plano da órbita terrestre
de
Cap
Círc ricó • Segunda lei (áreas): define que o vetor posição de
rnio
ul
Ant o Pola um planeta varre áreas iguais em tempos iguais.
árti r
co Os planetas se movem mais rápido quando estão
mais próximos do Sol e mais devagar quando es-
Perpendicular
tão mais afastados.
à órbita No afélio e no periélio, temos: vA ? rA 5 vP ? rP , em que
v é a velocidade orbital e r é o vetor posição.
Esquema com o hemisfério norte inclinado em direção ao Sol. Nessa
situação, é verão no hemisfério norte e inverno no hemisfério sul.
(Elementos representados fora de escala. Cores fantasia.)

• Unidades de distância astronômica:


– Ano-luz: distância que a luz percorre, no vácuo, Sol
em 1 ano (aproximadamente 9,5 ? 1012 km). Planeta
– UA (unidade astronômica): distância média en-
tre o Sol e a Terra (aproximadamente 1,5 ? 108 km).

Leis de Kepler
Com base em extensas observações, Kepler propôs
que as órbitas dos planetas em torno do Sol eram, na ver- Áreas iguais em intervalos de tempo iguais
dade, elípticas, e não circulares. Esse modelo descreveu
Esquema da segunda lei de Kepler. (Elementos representados fora
de maneira mais satisfatória o movimento orbital, e Kepler de escala. Cores fantasia.)

404 FíSICA AULAS 19 e 20 Conceitos básicos de Gravitação e leis de Kepler


• Terceira lei (períodos): define que o cubo do raio Se o período de revolução do corpo A é TA e o do
médio da órbita de um planeta é proporcional ao seu corpo B é TB, como ambos estão orbitando em torno
período de revolução ao quadrado. da mesma massa central, temos:
a3 R3A RB3
5K 5
T2 TA2 TB2
Só podemos utilizar essa relação para corpos que
orbitam em torno da mesma massa central. Veja um As leis de Kepler são universais, válidas para todos
exemplo: os corpos que orbitam em torno de uma grande massa
central.

M RA

B
RB

Esquema de dois corpos, A e B, orbitando uma mesma massa


central M.

Exercícios de sala

1. Enem Na linha de uma tradição antiga, o astrôno- 2. UFPE 2013 Um planeta realiza uma órbita elíptica com
mo grego Ptolomeu (100-170 d.C.) afirmou a tese do uma estrela em um dos focos. Em dois meses, o seg-
gecentrismo, segundo a qual a Terra seria o centro mento de reta que liga a estrela ao planeta varre uma
do Universo, sendo que o Sol, a Lua e os planetas área A no plano da órbita do planeta. Em 32 meses tal
girariam em seu redor em órbitas circulares. A teoria segmento varre uma área igual a aA. Qual o valor de a?
de Ptolomeu resolvia de modo razoável os proble-
mas astronômicos de sua época. Vários séculos
mais tarde, o clérigo e astrônomo polonês Nicolau
Copérnico (1473-1543), ao encontrar inexatidões na
teoria de Ptolomeu, formulou a teoria do heliocen-
trismo, segundo a qual o Sol deveria ser considerado
o centro do Universo, com a Terra, a Lua e os pla-
netas girando circularmente em torno dele. Por fim,
o astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler
(1571-1630), depois de estudar o planeta Marte por
cerca de 30 anos, verificou que a sua órbita é elíp-
tica. Esse resultado generalizou-se para os demais
planetas.
A respeito dos estudiosos citados no texto, é correto FRENTE 4
afirmar que:
a) Ptolomeu apresentou as ideias mais valiosas, por
serem mais antigas e tradicionais.
b) Copérnico desenvolveu a teoria do heliocentris-
mo inspirado no contexto político do Rei Sol.
c) Copérnico viveu em uma época em que a pesqui-
sa científica era livre e amplamente incentivada
pelas autoridades.
d) Kepler estudou o planeta Marte para atender às
necessidades de expansão econômica e científi-
ca da Alemanha.
e) Kepler apresentou uma teoria científica que, gra-
ças aos métodos aplicados, pôde ser testada e
generalizada.

AULAS 19 e 20 Conceitos básicos de Gravitação e leis de Kepler 405


3. UFTM-MG 2013 Num determinado sistema planetá- 4. Acafe-SC 2016 Foi encontrado pelos astrônomos um
rio, um planeta descreve um movimento de translação exoplaneta (planeta que orbita uma estrela que não
ao redor de uma estrela, segundo a trajetória e o o Sol) com uma excentricidade muito maior que o
sentido representados na figura. Sabe-se que o des- normal. A excentricidade revela quão alongada é sua
locamento entre os pontos A e B ocorre em quatro órbita em torno de sua estrela. No caso da Terra, a
meses terrestres e que as áreas A1 e A2 são iguais. excentricidade é 0,017, muito menor que o valor 0,96
Fora de
desse planeta, que foi chamado HD 20782. Nas figu-
escala ras a seguir pode-se comparar as órbitas da Terra e
do HD 20782.
A Planeta
Terra
HD 78
Estrela

A1
A2 C
Sol

B Estrela

Considerando válidas as leis de Kepler para o movimen- Nesse sentido, assinale a correta.
to planetário e sabendo que o período de translação do a) As leis de Kepler não se aplicam ao HD 
planeta ao redor de sua estrela é igual a 20 meses ter- porque sua órbita não é circular como a da Terra.
restres, o intervalo de tempo para que ele percorra o b) As leis de Newton para a gravitação não se apli-
trecho CA, em meses terrestres, é igual a: cam ao HD  porque sua órbita é muito
excêntrica.
a) 
c) A força gravitacional entre o planeta HD  e
b) 
sua estrela é máxima quando ele está passando
c) 4
no afélio.
d) 
d) O planeta HD  possui um movimento ace-
e) 3
lerado quando se movimenta do afélio para o
periélio.

5. UFPR 2012 Dois satélites artificiais A e B movimen-


tam-se em órbitas circulares ao redor da Terra. Sabe-se
que o satélite B está quatro vezes mais longe do centro
da Terra do que o satélite A e que o período de re-
volução do satélite A é de 0 dias. Com esses dados,
determine o período de revolução do satélite B.

Guia de estudos

Física • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 10


I. Leia as páginas de 166 a 171. III. Faça os exercícios propostos 1, 2, de 4 a 6, 8, 10 e 11.
II. Faça os exercícios de 1 a 3 da seção “Revisando”.

406 FíSICA AULAS 19 e 20 Conceitos básicos de Gravitação e leis de Kepler


FRENTE 4
AULAS 21 e 22

Lei da gravitação universal e movimento de satélites


Força gravitacional O gráfico da intensidade do campo gravitacional da Terra
varia com a distância ao centro conforme a figura a seguir.
Newton propôs a existência de uma força de interação
entre massas que depende da razão direta das massas e
do inverso do quadrado da distância que as separa. Essa é RT
a chamada lei da gravitação universal:
G?M?m
FG 5
d2
g
em que M e m são as massas dos corpos, d é a distância
entre o centro dos corpos, e G é a constante de gravitação gSUP
universal, que vale aproximadamente 6,67 ? 10211 N ? m2/kg2.
m 
FG RT r
 0
−FG
Variação do campo gravitacional em relação à distância ao centro
M da Terra. (Elementos representados fora de escala. Cores fantasia.)
d

Rotação da Terra e peso aparente


Um corpo em repouso situado na linha equatorial está
Esquema da interação gravitacional entre dois corpos.
sujeito a duas forças: peso e normal. Porém, ao considerar-
mos o movimento de rotação terrestre, percebemos que a
Campo gravitacional direção da velocidade está variando, pois trata-se de um
Toda partícula que apresenta uma massa cria, ao seu MCU. Sendo assim, deve existir uma resultante de forças
redor, um campo gravitacional. Em pontos acima da super- na direção do centro, o que faz com que a força peso seja
fície terrestre, ele pode ser calculado por: maior que a força normal. Dessa forma, temos:
Rc 5 FG 2 N
GM
g5 mw2RT 5 FG 2 N
(RT 1 h)2
mw2RT 5 mgSUP 2 N
em que RT é o raio da Terra e h é a altura acima da super- N 5 m ? (gSUP 2 w2 ? RT )
fície da Terra.
A força normal também é chamada de peso aparente,
Campo gravitacional na superfície pois ela é a responsável pela nossa sensação de peso.
Quando h 5 0, a gravidade pode ser chamada de gSUP w
e equivale a, aproximadamente, 10 m/s2. FRENTE 4
Quando queremos comparar campos gravitacionais na
superfície de corpos distintos, temos:

GMA
2
gA R2 M   R  FG N
5 A 5  A ?  B O
gB GMB  MB   RA 
2
RB
RT

Caso seja fornecida apenas a densidade dos corpos,


devemos lembrar que:

M  4pR3  Peso aparente de um corpo na superfície da Terra, levando em con-


r5 ~ M 5 rV ~ M 5 r ?   sideração sua rotação. (Elementos representados fora de escala.
V  3  Cores fantasia.)

AULAS 21 e 22 Lei da gravitação universal e movimento de satélites 407


Movimento de satélites Assim:
gorb
Velocidade orbital (vorb) FC 5 FG ~ mw2Rorb 5 mgorb ~ w 5
Rorb
Para um satélite de massa m que orbita � em torno de
uma massa central M, a força gravitacional FG (também cha-
� Período orbital (T)
mada de força peso) atua como resultante centrípeta (FC ). Para o movimento circular uniforme, a relação entre
Observe a figura: velocidade e período é dada por:
vorb
2pR
m v5
T
Logo, para uma órbita circular, com a equação da ve-

locidade de órbita, temos:
FG Rorb
GM 2pR
v orb 5 5
R T

M Elevando ao quadrado os dois lados da igualdade,


chegamos à terceira lei de Kepler:
GM p2R2 R GM
A força gravitacional que a Terra exerce sobre o satélite atua como força
5 2
~ 2
5
R T T  p2
centrípeta. (Elementos representados fora de escala. Cores fantasia.)

Assim, temos: Satélites que orbitam a Terra em um período de


mv 2orb 2 horas são chamados satélites geossíncronos. Caso o pla-
FG 5 FC ~ mgorb 5 ~ v orb 5 Rorb ? gorb no da órbita desse satélite esteja contido no plano equatorial,
Rorb
a órbita pode ser chamada de geoestacionária, e o satélite,
em que Rorb é o raio da órbita e gorb é o campo gravitacional nesse caso, estará exatamente acima de um mesmo ponto
em ambiente de órbita. da superfície terrestre em todos os instantes. Para que isso
ocorra, a velocidade angular do satélite deve ser igual à ve-
GM
Porém, como gorb 5 , temos: locidade angular da Terra em torno de seu eixo de rotação.
R2orb
GSC
GM GM
v orb 5 Rorbgorb ~ v orb 5 Rorb ~ v orb 5 Não é órbita
R2orb Rorb natural

Ou seja, a velocidade de órbita de um satélite independe


da massa do próprio satélite.
Caso seja fornecida a velocidade angular w do satélite, GEO
podemos reescrever a equação da resultante centrípeta:
mv 2orb m(wRorb )2
FC 5 5 5 mw2Rorb Órbitas geoestacionária (GEO) e geossíncrona (GSC). (Elementos re-
Rorb Rorb presentados fora de escala. Cores fantasia.)

Exercícios de sala

1. Unifesp Estima-se que o planeta Urano possua massa 1, vezes maior que a da Terra e que sua aceleração gravita-
cional na linha do Equador seja 0,9g, em que g é a aceleração gravitacional na linha do equador da Terra. Sendo RU
e RT os raios nas linhas do equador de Urano e da Terra, respectivamente, e desprezando os efeitos da rotação dos
R
planetas, U é:
RT
a) ,.
b) ,.
c) 4.
d) .
e) .

408 FíSICA AULAS 21 e 22 Lei da gravitação universal e movimento de satélites


2. Considerando o gráfico a seguir, dois corpos se atraem Considere que mT à ,8 ? mL, dT à , ? dL e que esses
com força gravitacional que varia de acordo com a dois satélites naturais sejam perfeitamente esféricos.
distância entre seus centros de massa. Sendo assim, Adotando-se a aceleração da gravidade na superfície
determine o valor de F assinalado no gráfico: da Lua igual a , m/s, a aceleração da gravidade na
superfície de Titã é, aproximadamente:
F (10210 N)
a) 0,3 m/s2.
b) 0,5 m/s2.
F c) 1,3 m/s2.
d) 0, m/s2.
5 e) 1,0 m/s2.
d (cm)
2 6
a) 3
b) 12
c) 30
d) 36
e) 45

4. Fuvest-SP 2014 Uma estação espacial foi projetada


com formato cilíndrico, de raio R igual a  m, como
ilustra a figura a seguir. Para simular o efeito gravita-
cional e permitir que as pessoas caminhem na parte
interna da casca cilíndrica, a estação gira em torno de
seu eixo, com velocidade angular constante w. As pes-
soas terão sensação de peso, como se estivessem na
Terra, se a velocidade w for de, aproximadamente:

w
3. FICSAE-SP 2020 A NASA anunciou para 2026 o início
de uma missão muito esperada para explorar Titã, a maior
lua de Saturno: a missão Dragonfly. Titã é a única lua
do Sistema Solar que possui uma atmosfera significativa, RR
onde haveria condições teóricas de geração de formas
rudimentares de vida. Essa missão será realizada por um
drone porque a atmosfera de Titã é bastante densa, mais
do que a da Terra, e a gravidade é muito baixa, menor do
que a da nossa Lua.
(“NASA lançará drone para procurar sinais de vida na Lua Titã”.
www.inovacaotecnologica.com.br, 28.06.2019. Adaptado.). FRENTE 4
a) 0,1 rad/s.
Sejam mT e mL massas de Titã e da Lua, respec-
b) 0,3 rad/s.
tivamente, e dT e dL os diâmetros de Titã e da Lua,
c) 1 rad/s.
respectivamente.
d) 3 rad/s.
e) 10 rad/s.

fora de escala

AULAS 21 e 22 Lei da gravitação universal e movimento de satélites 409


5. Unmp-sP 2022 Em 2018, a NASA lançou a sonda 6. Unep 2013 No dia 5 de junho de 2012, pôde-se ob-
Solar Parker com o objetivo de estudar o Sol. Para servar, de determinadas regiões da Terra, o fenômeno
isso, ao longo de suas órbitas, a sonda se aproximará celeste chamado trânsito de Vênus, cuja próxima
gradativamente da estrela, coletando dados a cada ocorrência se dará em 2117.
passagem. Em abril de 2021, a Solar Parker fez sua
oitava aproximação, atingindo dois novos recordes de Trânsito de Vênus
artefatos realizados pelo homem: maior velocidade e
N
máxima aproximação do Sol.
A força gravitacional exercida pelo Sol sobre a sonda
G?M?m 19 Ápice
Solar Parker tem módulo dado por FSol 5 , 20 21
r2 22
23 0h 01
sendo G à 6,7 ? 10−11 N ? m2/kg2 a constante gravita-
Hora de Brasília 02
cional universal, M 5 2,0 ⋅ 1030 kg a massa do Sol, m
a massa da sonda, e r a distância entre a sonda e o
L O
centro do Sol. Sendo r 5 1,0 ? 107 km(aproximadamen-
te a distância atingida pela sonda em abril de 2021),
qual é o módulo da aceleração gravitacional do Sol na
referida posição?
) , ? 29 m/s.
b) ,4 m/s. Início: 19h09
) 9, m/s. Ápice: 22h29
S
d) , ?  m/s. Fim: 01h49
(www.apolo11.com. Adaptado.)

Tal fenômeno só é possível porque as órbitas de


Vênus e da Terra, em torno do Sol, são aproximada-
mente coplanares e porque o raio médio da órbita de
Vênus é menor que o da Terra.
Portanto, quando comparado com a Terra, Vênus tem
) o mesmo período de rotação em torno do Sol.
b) menor período de rotação em torno do Sol.
) menor velocidade angular média na rotação em
torno do Sol.
d) menor velocidade escalar média na rotação em
torno do Sol.
e) menor frequência de rotação em torno do Sol.

Guia de estudos

Física • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 10


I. Leia as páginas de 171 a 179. III. Faça os exercícios propostos 12, 14, 16, 21, 40, 48 e 54.
II. Faça os exercícios de 4 a 6 da seção “Revisando”.

410 Física AULAS 21 e 22 Lei da gravitação universal e movimento de satélites


FRENTE 4
AULAS 23 e 24

Imponderabilidade, energia potencial gravitacional


e fases da Lua
Imponderabilidade Conservação de energia em órbitas
Com base no conceito de que, em órbitas, existe
A imponderabilidade é tida como uma aparente ausência
conservação da energia mecânica, é possível depreender
de peso, mas, na prática, trata-se de uma ausência de força
que, no periélio, como a distância é menor, a energia
normal, já que a nossa sensação de estar pesado ou leve não
potencial gravitacional também é menor e que, por isso,
é dada pela força peso, e sim pela força de contato normal. A
para compensar, a energia cinética deve ser maior. Logo,
imponderabilidade acontece sempre que um corpo estiver em
concluímos que a velocidade é máxima no periélio e mínima
queda livre, ou seja, quando nele atuar somente a força gravi-
no afélio:
tacional. Astronautas em órbita, por exemplo, estão em queda
livre, já que, nesse caso, existe apenas a força gravitacional
Periélio Afélio
(que atua como resultante centrípeta durante a órbita circular).
RP RA
↓ EPG EPG ↓ EC

EC

Energia potencial gravitacional


Para um sistema de dois corpos de massas m e M, Variação das energias potencial gravitacional e cinética no periélio
cujos centros estão a uma distância d, a energia potencial e no afélio.
gravitacional é dada por:
GMm GMm EM(periélio) 5 EM(afélio)
EPG 5 2 ou EPG 5 2
d (R 1 h) EPG(periélio) 1 EC(periélio) 5 EPG(afélio) 1 EC(afélio)
m
Velocidade de escape (vE)
h
A velocidade mínima necessária para que um corpo
d
sem propulsão consiga escapar do campo gravitacional
atuante é chamada de velocidade de escape. Para que
R um corpo na superfície da Terra, por exemplo, seja lançado
M R
para cima e nunca mais volte para Terra, ele precisa chegar
ao “infinito”, onde o campo gravitacional terrestre deixa de
atuar. Sendo assim, considerando a conservação de energia
Relação entre a distância d entre dois corpos e o raio R do corpo maior mecânica entre essas duas posições, temos:
(o raio do corpo menor é desprezível). (Elementos representados fora
de escala. Cores fantasia.) EM(inicial) 5 EM(final)

Repare que, como a energia potencial gravitacional é EPG(inicial) 1 EC(inicial) 5 EPG(final) 1 EC(final) FRENTE 4
negativa (adotamos o referencial no infinito), quanto maior
a distância d entre os corpos, maior a energia potencial GMm mvE2 2GM
2 1 5 0 1 0 ~ vE 5
gravitacional, já que esse valor vai se aproximando de zero. R 2 R
Graficamente, temos:
EPG
Infinito Fim do campo
de atuação da
gravidade
terrestre
0 d vE

2GMm R
r
Energia potencial gravitacional em função da distância entre o centro
Objeto sendo lançado da superfície da Terra com velocidade de es-
de dois corpos esféricos.
cape (vE). (Elementos representados fora de escala. Cores fantasia.)

AULAS 23 e 24 Imponderabilidade, energia potencial gravitacional e fases da Lua 411


Um foguete ou um ônibus espacial não precisam dessa
velocidade para escapar da Terra, porque eles têm propul- d G ? (M1 1 M2 )
2
5
sores, o que faz com que a força impulsionadora, devido T  p2
aos gases que são ejetados para baixo, seja maior que a
força gravitacional. Na equação acima, d é a distância entre o centro dos
corpos, M1 e M2 são os valores das massas, T é o período
Sistema binário de translação, e G é a constante de gravitação universal.
Em um sistema de massas que têm ordens de grandeza
próximas, os corpos rotacionam em torno do centro de massa Fases da Lua e eclipses
do sistema. Na prática, é o que ocorre com o sistema Terra-
-Lua, e, nessa situação, a terceira lei de Kepler é dada por: Quarto crescente Luz solar
Órbita de M1
ao redor do CM

Centro de
massa (CM) Lua
Lua
do sistema nova
cheia
v2
Terra

M1
CM 2

Órbita
de M2
Quarto minguante

Fases da Lua. (Elementos representados fora de escala. Cores fantasia.)


M2 apresenta massa
v1 maior que M1, por
Para haver eclipse, é necessário que o Sol, a Terra e a
isso sua órbita é
mais próxima do CM Lua estejam alinhados e que seja lua nova (eclipse solar)
Representação esquemática de sistema binário. ou lua cheia (eclipse lunar).

Exercícios de sala
1. Udesc Na figura a seguir, o sul-africano Mark Shuttleworth, que entrou para história como o segundo turista espacial,
depois do empresário norte-americano Dennis Tito, “flutua” a bordo da Estação Espacial Internacional que se encon-
tra em órbita baixa (entre 50 km e 60 km da Terra).

Sobre Mark, é correto afirmar:


a) tem a mesma aceleração da Estação Espacial Internacional.
b) não tem peso nessa órbita.
c) tem o poder da levitação.
d) permanece flutuando devido à inércia.
e) tem velocidade menor que a da Estação Espacial Internacional.

412 FíSICA AULAS 23 e 24 Imponderabilidade, energia potencial gravitacional e fases da Lua


2. UFPR 2013 Dois satélites, denominados de SA e SB, 3. Udesc 2014 Um satélite está em uma órbita circular em
estão orbitando um planeta P. Os dois satélites são torno de um planeta de massa M e raio R a uma altitu-
esféricos e possuem tamanhos e massas iguais. de H. Assinale a alternativa que representa a velocidade
O satélite SB possui uma órbita perfeitamente circular, escalar adicional que o satélite precisa adquirir para es-
e o satélite SA uma órbita elíptica, conforme mostra a capar completamente do planeta.
figura a seguir:
2GM
a)
SB R

b) 2GM
P
R1H

c) GM
SA
R1H

Em relação ao movimento desses dois satélites, ao GM


longo de suas respectivas órbitas, considere as se-
d) ( 221 ) R1H
guintes afirmativas:
1. Os módulos da força gravitacional entre o satélite GM
e)
SA e o planeta P e entre o satélite SB e o planeta R
P são constantes.
2. A energia potencial gravitacional entre o satélite
SA e o satélite SB é variável.
3. A energia cinética e a velocidade angular são
constantes para ambos os satélites.
a) Somente a afirmativa  é verdadeira.
b) Somente a afirmativa  é verdadeira.
c) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
d) Somente as afirmativas  e  são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas  e 3 são verdadeiras.

FRENTE 4

AULAS 23 e 24 Imponderabilidade, energia potencial gravitacional e fases da Lua 413


4. Unifesp A massa da Terra é aproximadamente oitenta 5. Unirio-RJ Em 197, o Pink Floyd, uma famosa banda
vezes a massa da Lua e a distância entre os centros do cenário musical, publicou seu disco The dark side
de massa desses astros é aproximadamente sessenta of the Moon, cujo título pode ser traduzido como “O
vezes o raio da Terra. A respeito do sistema Terra-Lua, lado escuro da Lua”. Este título está relacionado ao
pode-se afirmar que: fato de a Lua mostrar apenas uma de suas faces para
a) a Lua gira em torno da Terra com órbita elíptica e nós, os seres humanos. Este fato ocorre porque:
em um dos focos dessa órbita está o centro de a) os períodos de translação da Lua e da Terra em
massa da Terra. torno do Sol são iguais.
b) a Lua gira em torno da Terra com órbita circular e b) o período de rotação da Lua em torno do próprio
o centro de massa da Terra está no centro dessa eixo é igual ao período de rotação da Terra em
órbita. torno de seu eixo.
c) a Terra e a Lua giram em torno de um ponto co- c) o período de rotação da Lua em torno do próprio
mum, o centro de massa do sistema Terra-Lua, eixo é igual ao seu período de translação em tor-
localizado no interior da Terra. no da Terra.
d) a Terra e a Lua giram em torno de um ponto co- d) o período de translação da Lua em torno da Terra
mum, o centro de massa do sistema Terra-Lua, é igual ao período de rotação desta em relação
localizado no meio da distância entre os centros ao seu próprio eixo.
de massa da Terra e da Lua. e) a luz do Sol não incide sobre o “lado escuro” da
e) a Terra e a Lua giram em torno de um ponto co- Lua.
mum, o centro de massa do sistema Terra-Lua,
localizado no interior da Lua.

Guia de estudos

Física • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 10


I. Leia as páginas de 180 a 186. III. Faça os exercícios propostos de 66 a 68, 70, 71, 73 e
II. Faça o exercício 7 da seção “Revisando”. de 75 a 77.

414 FíSICA AULAS 23 e 24 Imponderabilidade, energia potencial gravitacional e fases da Lua


Gabarito

Frente 1 Aulas 46 a 48
1. a) 0,6
Aulas 37 a 39 mA
b) 51
1. a) 20 m/s mB
b) 5 m/s
c) 20 kg
c) 4 m/s
d) 19,2 m Fm, B − A
d) = 1
e) 20 m/s Fm, A − B
2. a) vA
52 e) 200 N
vB
f) 22 J
b) vA = 12 m/s
2. a) 0,5 m/s
3. 300 N/m b) 0,5 m/s
4. a) 0,5 m 3. x 5 2
b) 0,1 m
4. a) 7 m/s, para a direita.
c) 4 m/s
b) 8 m/s, para a esquerda.
5. a) 20 m/s c) 72 J
b) 12,2 m
d) 272 J
6. a) P = 800 N; L0 = 20 m.
5. a) 0,2
b) k = 480 N/m
b) mgota à 30 mg e v à 2,57 mm/s.

Aulas 40 a 42 6. A

1. a) 110 N
b) 37 m/s Frente 2
c) 74 N
d) 5 m/s Aulas 37 a 40
e) 38 N 1. C 2. C 3. B
2. a) v C 5 gR 4. 1. Nada acontece.
b) h = 1,5R 2. O dielétrico provoca o aparecimento de cargas induzidas, que
c) vB 5 2 gR ; NB = 4,5mg. causam um campo elétrico contrário ao campo inicial, enfra-
quecendo-o.
3. C
5. B 6. C 7. D
4. 760 N/m
5. C
Aulas 41 a 44
6. B
1. B

Aulas 43 a 45 2. C

1. a) 20 kg · m/s, para a direita. 3. D


b) 2 N, para a direita. 4. A
c) 20 kg · m/s, para a direita. 54
5. a) i1 5 i5 5 A;
d) 6 m/s, para a direita. 7
2. a) Antes da colisão: 0,8 kg ? m/s
36
Após a colisão: 0,8 kg ? m/s i2 5 i4 5 A;
7
b) 1,28 kg ? m/s
c) 1,28 kg ? m/s 18
d) 3,2 N i3 5 A.
7
3. a) 2 m/s, para a direita. b) Req 5 2,8 V
b) 6 m/s, para a esquerda.
6. A
4. 0,6 m/s
7. A
5. 400 m
8. A
6. a) 600 g
b) u 5 90° Aulas 45 e 46
c) vB 5 v C
� �
5 200 3 m/s 1. A
2. A

d) QA 5 60 kg ? m/s;
� 3. E
QB 5 40 3 kg ? m/s;
� 4. Soma: 01 1 02 1 04 1 16 5 23
QC 5 20 3 kg ? m/s .
5. D
e) 24 000 J 6. B

Gabarito 415
Aulas 47 e 48 Aulas 43 a 46
1. B 1. C
2. A 2. D
3. D 3. B
v8
4. a) 51
v 4. Soma: 02 1 04 1 08 5 14

m 5. C
b) Dt 5 u
qB rad 6. A
5. A 7. D
8. C

Frente 3 9. D
10. B
Aulas 37 e 38 11. Soma: 01 1 02 1 04 1 08 5 15
1. 90 cm 12. D
2. E
3. A Aulas 47 e 48
4. D
1. D
5. E
2. B
6. a) 9,0 cm
b) 32 cm 3. B
4. D

Aulas 39 a 42 5. a) 2 m/s
1. B 2. B 3. B b)

4. Soma: 01 1 02 1 32 5 35 1 2 3 4 5 6 7 8 9
5. B
6. a) 1,3 m
b) 90 cm
6. Soma: 04 1 08 1 16 5 28
7. B
8. A
9. a) 3,5 di
Frente 4
b) Lente convergente. Pois a presbiopia deve ser corrigida com
uma lente que forneça uma imagem virtual, direita e maior Aulas 19 e 20
que o objeto.
1. E
10. a) Divergente, V 5 23,00 di e
2. 16
f à 20,33 m.
b) I 3. B
4. D
5. 240 dias.

Objeto Olho Aulas 21 e 22


distante míope
1. C

II 2. E
3. C
4. B
5. B
Objeto Lente Olho míope
distante com imagem 6. B
corrigida
11. a) Aulas 23 e 24
Objeto
Imagem 1. A
Olho 2. B
3. D
b) Lente convergente; refração.
c) 3 di (f à 33,3 cm) 4. C
12. A 5. C

416 FÍSICA Gabarito


CIÊNCIAS DA NATUREZA

NTE
1
E SUAS TECNOLOGIAS

FRE
QUÍMICA

Pow
erUp
/Shu
tters
tock
.com
FRENTE 1
AULAS 37 e 38

Isomeria plana ou constitucional


Isômeros são compostos diferentes que têm a mesma – isoer de de o de núleo
fórmula molecular, mas diferem no arranjo dos átomos na Os compostos apresentam a mesma função orgâ-
estrutura das moléculas. nica e diferentes cadeias carbônicas.
Na isomeria plana, os isômeros podem ser facilmente
diferenciados pela observação de suas fórmulas estrutu- Fórl
isôeros
rais planas, pois diferem na conectividade dos átomos que olelr
formam as moléculas isômeras. cde bert cde fehd
Essa isomeria é dividida em cinco classes, que são e nstrd e strd
nomeadas de acordo com sua principal diferença:
H2C CH2
– isoer de fnção C4H8
Os compostos apresentam funções orgânicas H2C CH CH2 CH3
diferentes. H2C CH2

Fórl olelr isôeros


– isoer de posção
Álool Éter Os isômeros pertencem à mesma função orgâni-
C2H6O
H3C — CH2 — OH CH3 — O — CH3 ca e têm o mesmo tipo de cadeia, mas diferem
na posição de um grupo funcional, instauração ou
– isoer dnâ o ttoer ramificação.
Corresponde a um caso particular de isomeria de
função em que os isômeros coexistem em um equi- Fórl
isôeros
líbrio dinâmico. olelr
Dferenç n posção do grpo fnonl
Eqlbro isôeros OH OH
C4H10O
aldedo Enol
H2C CH2 CH2 CH3 H3C CH CH2 CH3
OH
Aldoenólico O
H3C C H2C CH – isoer de opensção o eter
H
Caso particular de isomeria de posição em que os
isômeros diferem na posição de um heteroátomo.

Eqlbro isôeros Fórl


isôeros
olelr
ceton Enol
meter entre éteres
Cetoenólico O OH
C4H10O
H3C CH2 O CH2 CH3 H3C O CH2 CH2 CH3
H3C C CH3 H2C C CH3

418 Química AULAS 37 e 38 Isomeria plana ou constitucional


Exercícios de sala
1. Fs-SP 2016 Quando há falta de insulina e o corpo 2. Ferp-SP 2017 (adpt.) Considere a fórmula estru-
não consegue usar a glicose como fonte de energia, as tural do but-1-eno.
células utilizam outras vias para manter seu funciona-
H2C Ê CH E CH2 E CH3
mento. Uma das alternativas encontradas é utilizar os
estoques de gordura para obter a energia que lhes falta. Escreva as fórmulas estruturais dos dois isômeros de
Entretanto, o resultado desse processo leva ao acúmulo cadeia cíclica do but-1-eno.
dos chamados corpos cetônicos.
(www.drauziovarella.com.br. Adaptado.)

Estrutura de um corpo cetônico

) Dê a nomenclatura IUPAC e a nomenclatura co-


mercial do corpo cetônico representado.
b) Escreva a fórmula estrutural do isômero de fun-
ção desse corpo cetônico com a sua respectiva
nomenclatura IUPAC.

FRENTE 1

AULAS 37 e 38 Isomeria plana ou constitucional 419


3. mkenze-SP 2018 O butanoato de metila é um flavo- 4. uerj 2015 Considere um poderoso desinfetante, for-
rizante de frutas utilizado na indústria alimentícia. A sua mado por uma mistura de cresóis (metilfenóis), sendo
fórmula estrutural está representada abaixo. o componente predominante dessa mistura o isômero
para.
H3C O Apresente as fórmulas estruturais planas dos dois cre-
CH3
sóis presentes em menor proporção no desinfetante.
O Apresente, também, esse mesmo tipo de fórmula para
os dois compostos aromáticos isômeros de função
Analise a fórmula do butanoato de metila e assinale dos cresóis.
a alternativa que traz, respectivamente, um isômero
de compensação e um de função desse avorizante.
O H3C OH
) H3C O e
CH3 CH3 O

O CH3 H3C OH
b) H3C e
O O

O CH3 OH
H3C H3C
) e
O O 5. Ene 2018 As abelhas utilizam a sinalização química
para distinguir a abelha-rainha de uma operária, sendo
capazes de reconhecer diferenças entre moléculas. A
CH3 OH
H3C O H3C rainha produz o sinalizador químico conhecido como
d) e ácido 9-hidroxidec-2-enoico, enquanto as abelhas-
O O
-operárias produzem ácido 10-hidroxidec-2-enoico. Nós
podemos distinguir as abelhas-operárias e rainhas por
O CH3 HO sua aparência, mas, entre si, elas usam essa sinalização
H3C CH3
e) e química para perceber a diferença. Pode-se dizer que
O O veem por meio da química.
LE COUTEUR, R; BURRESON, J. Os botões de Napoleão: as 17 moléculas
que mudaram a história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006 (adaptado).

As moléculas dos sinalizadores químicos produzidas


pelas abelhas rainha e operária possuem diferença na
) fórmula estrutural.
b) fórmula molecular.
) identificação dos tipos de ligação.
d) contagem do número de carbonos.
e) identificação dos grupos funcionais.

Guia de estudos

Química • Livro 2 • Frente 1 • Capítulo 7


I. Leia as páginas de 136 a 139. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 12.
II. Faça os exercícios de 1 a 5 da seção “Revisando”.

420 Química AULAS 37 e 38 Isomeria plana ou constitucional


FRENTE 1
AULAS 39 e 40

Isomeria espacial I
Isomeria espacial ou estereoisomeria O caso mais importante de moléculas assimétricas
ocorre quando elas possuem, em sua estrutura, pelo me-
Isômeros espaciais ou esteroisômeros são os que
nos um átomo de carbono quiral ou assimétrico.
apresentam a mesma conectividade entre os átomos, mas
diferem na disposição espacial destes na molécula. – crbono qrl o ssétro
– isoer geoétr É um carbono que apresenta quatro ligantes dife-
Isômeros geométricos são diastereoisômeros que rentes entre si.
se diferem na disposição geométrica dos grupos
ligados a carbonos que não podem girar indepen-
OH
dentes um do outro. O
*
CL CL CL H H3C C C

C C C C OH
H
H H H CL

cis-1,2-dicloroeteno trans-1,2-dicloroeteno
– Lz polrzd
É um conjunto de ondas eletromagnéticas que,
A isomeria geométrica pode ocorrer em compostos de
após atravessar um filtro polarizador, vibra em um
cadeia aberta e de cadeia fechada.
único plano.
– Compostos de cadeia aberta:
Devem apresentar pelo menos uma ligação dupla
entre carbonos; os ligantes de cada carbono da
ligação dupla devem ser diferentes entre si. Luz comum

A D Luz polarizada

C C

O ligante A deve ser B E O ligante D deve ser


diferente do ligante B diferente do ligante E
Filtro
polarizador
– Compostos de cadeia fechada:
Para que ocorra a isomeria geométrica, o ciclo
deve apresentar pelo menos dois carbonos com
ligantes diferentes entre si.
CH2

A C C D

O ligante A deve ser O ligante D deve ser


diferente do ligante B B E diferente do ligante E Polarização da luz.

Quando um isômero desvia a luz polarizada, ele é


Isomeria óptica denominado isômero optente tvo. O isômero
Tipo de isomeria espacial que acontece em oléls responsável pelo desvio para a direita é chamado de
ssétrs nas quais os isômeros diferem no desvio da dextrogro ou dextrorrottóro, e o responsável pelo
lz polrzd. desvio para a esquerda, de levogro ou levorrottóro.
FRENTE 1

AULAS 39 e 40 Isomeria espacial I 421


A mistura formada por quantidades iguais (equimolar) Noe (1) -lnn (2) -lnn
dos dois isômeros (dextrogiro e levogiro) é chamada str
Fórmula molecular C3H7NO2 C3H7NO2
rê e não tem atividade óptica (opticamente inativa).
Massa molar 89 g/mol 89 g/mol
Os dois isômeros que desviam a luz polarizada em um
Temperatura de fusão 258 °C 258 °C
mesmo ângulo, mas em sentidos opostos, são chamados de
3
enntôeros ou enntoorfos. Esses compostos são qui- Densidade (20 °C) 1 424 g/cm 1 424 g/cm3
micamente iguais, e a única diferença física entre eles é no Desvio da luz polarizada 114,5° 214,5°
desvio da luz polarizada, conforme indicado na tabela a seguir. Características das formas levogira e dextrogira do aminoácido alanina.

Exercícios de sala
1. uerj 2017 O ácido linoleico, essencial à dieta humana, apresenta a seguinte fórmula estrutural espacial:

OH

Como é possível observar, as ligações duplas presentes nos átomos de carbono 9 e 12 afetam o formato espacial da
molécula. As conformações espaciais nessas ligações duplas são denominadas, respectivamente:
) cis e cis b) cis e trans ) trans e cis d) trans e trans

422 Química AULAS 39 e 40 Isomeria espacial I


2. Ene 2018 Pesquisas demonstram que nanodispositivos baseados em movimentos de dimensões atômicas, in-
duzidos por luz, poderão ter aplicações em tecnologias futuras, substituindo micromotores, sem a necessidade de
componentes mecânicos. Exemplo de movimento molecular induzido pela luz pode ser observado pela flexão
de uma lâmina delgada de silício, ligado a um polímero de azobenzeno e a um material suporte, em dois comprimen-
tos de onda, conforme ilustrado na figura. Com a aplicação de luz ocorrem reações reversíveis da cadeia do polímero,
que promovem o movimento observado.

Átomos:
Hidrogênio

Carbono

365 nm Nitrogênio

420 nm

TOMA, H. E. A nanotecnologia das moléculas. Química Nova na Escola,


n. 21, maio 2005 (adaptado).

O fenômeno de movimento molecular, promovido pela incidência de luz, decorre do(a)


) movimento vibracional dos átomos, que leva ao encurtamento e à relaxação das ligações.
b) isomerização das ligações N 5 N, sendo a forma cis do polímero mais compacta que a trans.
) tautomerização das unidades monoméricas do polímero, que leva a um composto mais compacto.
d) ressonância entre os elétrons p do grupo azo e os do anel aromático que encurta as ligações duplas.
e) variação conformacional das ligações N 5 N, que resulta em estruturas com diferentes áreas de superfície.

FRENTE 1

AULAS 39 e 40 Isomeria espacial I 423


3. uFRGS 2018 Assinale a alternativa que preenche cor- 4. FeSP 2017 A fórmula representa a estrutura da
retamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem leucina, um dos aminoácidos formadores de proteínas
em que aparecem. no organismo humano.
O cis-1,2-dicloroeteno é uma molécula ______, e o
seu isômero trans apresenta ______ ponto de ebuli- O
ção por ser uma molécula ______.
) apolar – maior – polar OH
b) apolar – menor – polar
NH2
) polar – mesmo – polar
d) polar – maior – apolar
e) polar – menor – apolar ) Dê o número de átomos de carbono e de hidro-
gênio presentes em cada molécula de leucina.
b) Na fórmula da leucina, indique o átomo de car-
bono assimétrico e o átomo de carbono terciário.

424 Química AULAS 39 e 40 Isomeria espacial I


5. uFJFmG 2018 Mentol, limoneno e citronelal são subs- 6. uerj 2020 Dois anabolizantes comumente encontra-
tâncias de origem vegetal, amplamente empregados dos em casos de doping em atletas são o salbutamol
como matéria-prima para a produção de aromas e fra- e a terbutalina. Ao comparar suas fórmulas estruturais,
grâncias. Suas estruturas estão representadas a seguir: identificam-se funções orgânicas comuns a ambas as
moléculas. Observe:
O
OH H
H
N
HO
OH
HO

salbutamol
Mentol Limoneno CitronelaI

Sobre essas moléculas, assinale o que for correto:


OH H
) O mentol e o citronelal são isômeros de função.
b) O limoneno possui apenas um () carbono quiral. HO N
) O citronelal possui a função orgânica cetona.
d) O mentol e o limoneno são isômeros geométricos.
e) O mentol apresenta um anel benzênico.
OH

terbutalina

Considere os grupamentos funcionais que estabele-


cem ligação direta com os carbonos alifáticos em cada
molécula. Nomeie suas funções correspondentes.
Em seguida, indique o número de átomos de carbonos
terciários presentes no salbutamol e calcule o número
de isômeros ópticos ativos da terbutalina.

Guia de estudos
FRENTE 1

Química • Livro 2 • Frente 1 • Capítulo 7


I. Leia as páginas de 139 a 144. III. Faça os exercícios propostos de 17 a 23 e de 27 a 33.
II. Faça os exercícios de 6 a 9 da seção “Revisando”.

AULAS 39 e 40 Isomeria espacial I 425


FRENTE 1
AULAS 41 e 42

Isomeria espacial II
Moléculas com dois carbonos quirais Moléculas com dois carbonos quirais
diferentes iguais
Quando uma molécula tem dois carbonos quirais iguais,
um dos isômeros possuirá plano de simetria (isômero meso)
O OH O OH
e não desviará a luz polarizada (inativo por compensação
C C
interna).
Pr de H C* NH2 H2N C* H
Enntôeros OH OH
H C *
OH HO C *
H O O

CH3 CH3 C C* C* C

Tpo dextrogiro levogiro HO H H OH

Vlor do
1 9° 2 9°
desvo
Características dos isômeros dextrogiro e levogiro da treonina.
O OH O OH
C C
O OH O OH
Pr de H C* OH HO C* H
C C
Enntôeros
Pr de C* HO C* H H C* OH
H2N C* H H NH2
Enntôeros
H C* OH HO C* H C C
O OH O OH
CH3 CH3
Tpo dextrogiro levogiro
Tpo dextrogiro levogiro
Vlor do
1 12° 2 12°
Vlor do desvo
1 27° 2 27°
desvo
Características dos isômeros dextrogiro e levogiro do ácido tartárico.
Características dos isômeros dextrogiro e levogiro da treonina.
O OH
Quando uma molécula tem vários carbonos quirais di-
ferentes, podemos calcular o número de isômeros ópticos C
ativos pela regra de Van’t Hoff.
HO C* H
n
Número de isômeros opticamente ativos 5  (em que Plano de simetria
HO C* H
n é o número de carbonos quirais diferentes).

C
O número de misturas racêmicas é sempre a metade
do número de isômeros ópticos ativos, que pode ser cal- O OH
n
culado pela seguinte fórmula: 2 ou n2. Isômero meso
2

426 Química AULAS 41 e 42 Isomeria espacial II


Exercícios de sala
1. uFRGS 2015 Na série Breaking Bad, o personagem Pro- 2. Puc-PR 2016 Mais do que classificar os compostos e
fessor Walter White começou a produzir metanfetamina agrupá-los como funções em virtude de suas semelhan-
a partir da extração de pseudoefedrina de remédios ças químicas, a Química Orgânica consegue estabelecer
contra resfriados. a existência de inúmeros compostos. Um exemplo dessa
A estrutura da (1S, 2S)-pseudoefedrina é mostrada magnitude é a isomeria, que indica que compostos dife-
abaixo. rentes podem apresentar a mesma fórmula molecular. A
substância a seguir apresenta vários tipos de isomeria,
OH algumas delas perceptíveis em sua fórmula estrutural e
H outras a partir do rearranjo de seus átomos, que pode-
N
riam formar outros isômeros planos.

O O
(1S, 2S)-pseudoefedrina
HO OH
O número possível de isômeros espaciais opticamen-
NH2
te ativos para a pseudoefedrina é
) .
b) . A partir da estrutura apresentada, as funções or-
) 3. gânicas que podem ser observadas e o número de
d) . isômeros opticamente ativos para o referido compos-
e) 6. to são, respectivamente:
) ácido carboxílico, amina e dois.
b) álcool, cetona, amina e oito.
) ácido carboxílico, amida e quatro.
d) ácido carboxílico, amina e quatro.
e) álcool, cetona, amida e dois.

FRENTE 1

AULAS 41 e 42 Isomeria espacial II 427


3. uerj 2018 O ecstasy é uma droga cujo princípio ativo 4. unesp 2018 Considere os quatro compostos repre-
apresenta a seguinte fórmula estrutural: sentados por suas fórmulas estruturais a seguir.

H O OH O O
O N H3C
CH3 O OH OH

O CH3 O NH2 NH2


aspirina glicina alanina
Esse composto corresponde a uma mistura racêmica
com número de isômeros ópticos igual a: H3C CH3 CH3 CH3 O
) 
b)  OH
) 3 CH3
d)  vitamina A

) Dê o nome da função orgânica comum a todas


as substâncias representadas e indique qual
dessas substâncias é classificada como aromática.
b) Indique a substância que apresenta carbono quiral
e a que apresenta menor solubilidade em água.

428 Química AULAS 41 e 42 Isomeria espacial II


5. uerj 2019 (adpt.) Os ovos de galinha possuem em sua composição aminoácidos importantes para a síntese de
proteínas. Observe as fórmulas estruturais de três desses aminoácidos:

O O O
Ar
OH OH OH

NH3 NH3 NH3

leucina isoleucina fenilanina

Indique o tipo de isomeria plana que ocorre entre a leucina e a isoleucina e identique o aminoácido que possui
quatro isômeros opticamente ativos.

Guia de estudos
FRENTE 1

Química • Livro 2 • Frente 1 • Capítulo 7


I. Leia as páginas 144 e 145. III. Faça os exercícios propostos de 34 a 46.
II. Faça o exercício 10 da seção “Revisando”.

AULAS 41 e 42 Isomeria espacial II 429


FRENTE 1
AULAS 43 a 45

Reações de substituição I
Tipos de ruptura das ligações CL

Existem, basicamente, dois tipos de ruptura ou ci- H3C CH2 CH2


são de uma ligação covalente: a cisão homolítica e a luz 1-cloropropano (45%)
ultravioleta
cisão heterolítica. H3C CH2 CH3 1 CL2 CL + HCL

Cisão homolítica H3C CH CH3


2-cloropropano (55%)
Ocorre quando uma ligação covalente quebra de for-
Monocloração do propano.
ma homogênea, ou seja, cada átomo fica com um elétron
da ligação. Esse tipo de cisão dá origem a reagentes que A velocidade relativa de substituição de hidrogênio
chamamos de rds lvres. obedece ao seguinte critério:

Cterciário > Csecundário > Cprimário


A B A 1 B
Facilidade de saída do hidrogênio
Cisão homolítica de uma ligação covalente.

Cisão heterolítica Reação de substituição em


Ocorre quando uma ligação covalente quebra de for-
ma heterogênea, isto é, um dos átomos fica com o par de
aromáticos
elétrons da ligação. Esse tipo de cisão dá origem a dois As reações mais características dos compostos aromá-
reagentes distintos: o cátion (a1), chamado de eletrófilo, e ticos são as de substituição que ocorrem com reagentes
o ânion (B2), chamado de nucleófilo. eletrófilos.
Há cinco tipos de reação que ocorrem por substituição
aromática eletrofílica: halogenação, nitração, sulfonação,
A B A1 1 B2 alquilação de Friedel-Crafts e acilação de Friedel-Crafts.

Cisão heterolítica de uma ligação covalente.


Etapa inicial (quebra heterolítica):
CL2 1 ALCL3 ñ CL1 1 ALCL 42
Reação global:
Reação de halogenação em alcanos
Sob condições adequadas (luz ultravioleta e calor), os H CL
halogênios (CL ou Br), devido à sua alta eletronegativida- 1 CL2
ALCL3
1 HCL
de, reagem com alcanos em uma reação de substituição
via radical livre. Halogenação do benzeno.

R H1X X R X1H X Etapa inicial (quebra heterolítica):


Esquema geral de halogenção de um alcano.
H2SO4 1 HNO3 ñ HSO 421 H2O 1 NO 21
Reação global:
H H
H NO2
luz ultravioleta H2SO4
H C H 1 CL2 H C CL 1 H CL
1 HNO3 1 H2O
H H
Monocloração do metano. Nitração do benzeno.

430 Química AULAS 43 a 45 Reações de substituição I


Etapa inicial (quebra heterolítica): OH OH OH
2 H2SO4 ñ SO3 1 H3O1 1 HSO 42 NO2
Reação global:
H2SO4
1 HNO3 1 1 H2O

H SO3H
H2SO4 NO2
1 H2SO4 1 H2O
Nitração do fenol.

Sulfonação do benzeno.
Grupos meta dirigentes
Etapa inicial (quebra heterolítica):
H3C 2 CL 1 ALCL3 ñ H3C1 1 ALCL 42 Ntro −NO2
Reação global:
Slfôno −SO3H
crboxl −COOH
H CH3
aldedo −CHO
ALCL3
1 H3C CL 1 HCL crbonl −CO−
Ntrl −CN
Alquilação de Friedel-Crafts. Éster −COOR
Etapa inicial (quebra heterolítica): Principais grupos meta dirigentes.

O NO2 NO2
H3C C 1 ALCL3 → H3C C1 O 1 ALCL 42
CL
ALCL3
1 CL2 1 HCL

Reação global: CL
Monocloração do nitrobenzeno.
O

H
O
C Substituição do halogênio em
1 H3C C
ALCL3 CH3
1 HCL haletos orgânicos
CL Os haletos podem ser substituídos por hidroxila, em
Acilação de Friedel-Crafts.
uma reação de substituição nucleofílica.

CL OH
Dirigência na substituição em H2O
H3C CH CH3 1 NaOH H3C CH CH3 1 NaCL
aromáticos
Substituição do cloro por uma hidroxila.
Ao realizar uma segunda substituição no aromático,
verifica-se, experimentalmente, que o primeiro grupo ligado
ao anel influencia, de maneira direta, a posição (orto, meta Substituição da hidroxila em álcoois
ou para) em que ocorrerá a segunda substituição e, por A reação de um álcool com um ácido halogenídrico
essa razão, é chamado de grupo dirigente. (HCL, HBr ou HI), sob aquecimento, leva a um processo
de substituição da hidroxila do álcool por um halogênio,
Grupos orto e para dirigentes formando o haleto correspondente.

− NH2, − NH − R, R N R OH CL
an D
R H3C CH CH3 1 HCL H3C CH CH3 1 H2O
Substituição da hidroxila pelo cloro.
Hdróx −OH
Grpos lql −CH3, −CH2−CH3, ... Outro exemplo de substituição de hidroxila é o caso da
desdrtção nterolelr de áloos.
Grpos rl H2SO4
H3C CH2 OH + HO CH2 CH3
140 °C
Hlogênos −CL, −Br, −I H2SO4
H3C CH2 O CH2 CH3 + H2O
alóx −O−R 140 °C
FRENTE 1

Principais grupos orto e para dirigentes. Desidratação intermolecular do etanol.

AULAS 43 a 45 Reações de substituição I 431


Exercícios de sala
1. Puc-Ro 2015 As reações de cloração (halogena- 3. uee 2014 O produto orgânico obtido preferencial-
ção) dos alcanos ocorrem na presença de gás cloro mente na monocloração do 2,4-dimetilpentano é o
(CL2), sob condições ideais, e geralmente dão origem ) -cloro-,-dimetilpentano.
a diversos produtos contendo átomos de cloro. Por b) -cloro-,-dimetilpentano.
exemplo, no caso da cloração do metilbutano (C5H12), ) 3-cloro-,-dimetilpentano.
é possível obter quatro produtos diferentes. Esse tipo d) -cloro-,-dimetilpentano.
de reação é classificado como
) substituição.
b) adição.
) acilação.
d) combustão.
e) saponificação.

2. uern 2015 A reação de substituição entre o gás cloro 4. Ene Lbrs 2017 O trinitrotolueno (TNT) é um pode-
e o propano, em presença de luz ultravioleta, resulta roso explosivo obtido a partir da reação de nitração
como produto principal o composto: do tolueno, como esquematizado.
) -cloropropeno.
b) -cloropropano.
) -cloropropano.
d) -cloropropeno.

A síntese do TNT é um exemplo de reação de


) neutralização.
b) desidratação.
) substituição.
d) eliminação.
e) oxidação.

432 Química AULAS 43 a 45 Reações de substituição I


5. mkenze-SP 2018 Os detergentes são substâncias orgânicas sintéticas que possuem como principal característica
a capacidade de promover limpeza por meio de sua ação emulsificante, isto é, a capacidade de promover a disso-
lução de uma substância. Abaixo, estão representadas uma série de equações de reações químicas, envolvidas nas
diversas etapas de síntese de um detergente, a partir do benzeno, realizadas em condições ideais de reação.
ALCL3
I. + C12H25CL H25C12 + HCL

D
II. H25C12 + H2SO4 H25C12 SO3H + H2O

III. H25C12 SO3H + NaOH H25C12 SO–3Na+ + H2O

A respeito das equações acima, são feitas as seguintes armações:


i. A equação  representa uma alquilação de Friedel-Crafts.
ii. A equação  é uma reação de substituição, que produz um ácido meta substituído.
iii. A equação 3 trata de uma reação de neutralização com a formação de uma substância orgânica de característica
anfipática.
Sendo assim,
) apenas a afirmação I está correta.
b) apenas a afirmação II está correta.
) apenas a afirmação III está correta.
d) apenas as afirmações I e III estão corretas.
e) todas as afirmações estão corretas.

Guia de estudos
FRENTE 1

Química • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 8


I. Leia as páginas de 6 a 13. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 12.
II. Faça os exercícios de 1 a 5 da seção “Revisando”.

AULAS 43 a 45 Reações de substituição I 433


FRENTE 1
AULAS 46 a 48

Reações de substituição II
Reação de esterificação O

A esterfção de Fsher é o método mais comum C 1 HO


H3C CL
de se preparar um éster. Essa reação consiste em aquecer
um ácido carboxílico junto com um álcool, na presença Cloreto de etanoíla Fenol
de um ácido forte como catalisador (geralmente ácido
O
sulfúrico).
C 1 HCL
H3C O
O 1 O
H
R C 1 HO R’ R C 1 H2O
OH Álcool O R’ Água Acetato de fenila
Ácido carboxílico Éster Formação de um éster a partir da reação entre um cloreto de ácido e um
Esterificação de Fischer. fenol.

O
H1
O Hidrólise do éster catalisada por
H3C C 1 HO CH3 H3C C
OH O CH3
1 H2O
ácidos
Ésteres podem ser convertidos em ácidos carboxíli-
Formação do etanoato de metila.
cos em uma reação com água catalisada por ácido. Esse
Existem outros métodos de preparação de ésteres que processo é chamado de hdrólse ád e é exatamente o
não formam equilíbrio químico como na esterificação de inverso da reação de esterificação de Fischer.
Fischer, mas ocorrem por mecanismos semelhantes.
É possível preparar um éster a partir da reação entre O O
H1
um anidrido de ácido e um álcool ou fenol. R C 1 H2O R C 1 HO R’
O R’ OH
Água Álcool
O O Éster Ácido carboxílico
Hidrólise ácida do éster.
C C 1 HO CH2 CH3
H3C O CH3
Anidrido acético Etanol O O
H1
H3C C 1 H2O H3C C 1 HO CH3
O O O CH3 OH
Hidrólise ácida do etanoato de metila.
C 1 C
H 3C O CH2 CH3 HO CH3

Acetato de etila Ácido acético


Hidrólise básica do éster
Formação de um éster a partir da reação entre um anidrido e um álcool. Nesse tipo de reação, ésteres reagem com uma so-
lução concentrada de uma base forte (NaOH ou KOH). Os
Outro método de preparação de ésteres é a partir da produtos dessa hidrólise são um sal de ácido carboxílico
reação entre um cloreto de ácido carboxílico e um álcool e um álcool.
ou fenol.
O O
H2O
H3C C 1 NaOH H3C C 1 HO CH3
O CH3 O2Na1
Hidrólise básica do etanoato de metila.

434 Química AULAS 46 a 48 Reações de substituição II


Transesterificação (alcoólise) O
H1 ou OH2
H3C C 1 HO CH2 CH3
O processo de transesterificação consiste em transfor-
O CH3 Etanol
mar um éster em outro diferente, por meio da substituição
do grupo alcóxi (—O—R) do éster por outro grupo alcóxi Etanoato de metila
diferente, proveniente de um álcool. O
H1 ou OH2
H3C C 1 HO CH3
O O
H1 ou OH2 O CH2 CH3 Metanol
R C 1 HO R” R C 1 HO R’
Etanoato de etila
O R’ Álcool O R” Álcool
Transesterificação do etanoato de metila.
Éster Éster
Reação de transesterificação.

Exercícios de sala
1. FcmmG 2017 No livro Tio Tungstênio, de Oliver Sacks, 2. Ene 2012 A própolis é um produto natural conhecido
lê-se “Tínhamos uma pereira no quintal, e minha mãe por suas propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes.
fazia um néctar de pera bem consistente, no qual o aro- Esse material contém mais de 200 compostos identi-
ma da fruta parecia mais intenso. Mas li que o aroma de ficados até o momento. Dentre eles, alguns são de
pera também pode ser produzido artificialmente (como estrutura simples, como é o caso do CH5CO2CH2CH,
nas balas de pera), sem usar as frutas. Bastava come- cuja estrutura está mostrada a seguir.
çar um dos álcoois – etila, metila, amila ou outro – e
destilá-lo com ácido acético para formar o éster corres- O
pondente. Surpreendi-me quando soube que algo tão C
simples como o acetato de etila podia ser responsável O CH2CH3
pelo complexo e delicioso aroma das peras”.
A fórmula da substância responsável pelo aroma de
pera e os reagentes que a produziram são: O ácido carboxílico e o álcool capazes de produzir o
) CHCOOCH – CHCOOH – CHCHOH éster em apreço por meio da reação de estericação
b) HCOOCH – HCOOH – CHCHOH são, respectivamente,
) CHCOOCH – CHCOOH – CHOH ) ácido benzoico e etanol.
d) HCOOCH – HCOOH – CHOH b) ácido propanoico e hexanol.
) ácido fenilacético e metanol.
d) ácido propiônico e cicloexanol.
e) ácido acético e álcool benzílico.

FRENTE 1

AULAS 46 a 48 Reações de substituição II 435


3. unp-SP 2014 Recentemente encontrou-se um 5. uFPR 2018 Ésteres são as substâncias responsáveis
verdadeiro “fatberg”, um iceberg de gordura com pelos aromas e sabores de diversas frutas. Os ésteres
cerca de 15 toneladas, nas tubulações de esgoto de são facilmente hidrolisados na presença de ácido inor-
uma região de Londres. Esse “fatberg”, resultado do gânico, resultando em dois produtos: um que contém
descarte inadequado de gorduras e óleo usados em um grupo carboxila e outro que contém um grupo hidro-
frituras, poderia ser reaproveitado na produção de xila. No caso das lactonas, que são ésteres cíclicos, essa
) sabão, por hidrólise em meio salino. hidrólise resulta num único composto bi-funcionalizado,
b) biodiesel, por transesterificação em meio básico. oriundo da abertura do anel. No esquema, é mostrada
) sabão, por transesterificação em meio salino. uma lactona que sofre hidrólise e resulta num produto
d) biodiesel, por hidrólise em meio básico. bi-funcionalizado de fórmula molecular C5H10O.

O Ácido Produto bi–funcionalizado


1 H 2O (C5H10O3)

Lactona
4. Fvest-SP 2018 Pequenas mudanças na estrutura mole-
cular das substâncias podem produzir grandes mudanças ) Desenhe a estrutura química em grafia bastão do
em seu odor. São apresentadas as fórmulas estruturais de produto da reação.
dois compostos utilizados para preparar aromatizantes b) Quais são os nomes das funções presentes no
empregados na indústria de alimentos. produto?
) Forneça o nome do produto segundo as regras
O
da IUPAC.

HO OH

álcool isoamílico ácido butírico

Esses compostos podem sofrer as seguintes transfor-


mações:
i. O álcool isoamílico pode ser transformado em um
éster que apresenta odor de banana. Esse éster
pode ser hidrolisado com uma solução aquosa de
ácido sulfúrico, liberando odor de vinagre.
ii. O ácido butírico tem odor de manteiga rançosa.
Porém, ao reagir com etanol, transforma-se em
um composto que apresenta odor de abacaxi.
) Escreva a fórmula estrutural do composto que
tem odor de banana e a do composto com odor
de abacaxi.
b) Escreva a equação química que representa a
transformação em que houve liberação de odor
de vinagre.

Guia de estudos

Química • Livro 3 • Frente 1 • Capítulo 8


I. Leia as páginas de 13 a 15. III. Faça os exercícios propostos de 17 a 32.
II. Faça os exercícios 6 e 7 da seção “Revisando”.

436 Química AULAS 46 a 48 Reações de substituição II


CIÊNCIAS DA NATUREZA

NTE
2
E SUAS TECNOLOGIAS

FRE
QUÍMICA

Nata
lielm
e/Sh
utters
tock
.com
FRENTE 2
AULAS 37 a 40

Diluição, mistura e titulação de soluções


Diluição de soluções A solução final relaciona-se matematicamente com as
suas formadoras pelas seguintes formas:
Diluir é acrescentar solvente.

C A VA 1 CB VB WA VA 1 WB VB
C5 W5
VA 1 VB VA 1 VB
adição

de solvente C’,M’,τ’,V’ Titulação


C,M,τ,V
Procedimento experimental que determina a concen-
tração de uma solução.
Solução Solução Aparelhagem usada para a realização da titulação:
concentrada diluída
0

Bureta
As soluções concentrada e diluída podem ser relacio-
nadas matematicamente das seguintes formas: 10

CV 5 C’V’ M V 5 M ’V’ t M 5 t’ M’ 20

30

Mistura de soluções quimicamente


iguais (de mesmos soluto e
solvente)
Erlenmeyer

Suporte
com haste
CA, MA, VA CB, MB, VB

Solução A Solução B Em uma titulação em que A reage com B, segundo a


equação aA 1 bB ñ produtos, tem-se:

C, M, V
b M A VA 5 a M BV B

Solução
final

438 Química AULAS 37 a 40 Diluição, mistura e titulação de soluções


Exercícios de sala
1. EsPcEx-SP 2017 Em uma aula prática de química, o 2. unp-SP 2021 O aumento dos casos da covid-19
professor forneceu a um grupo de alunos 100 mL de provocou a escassez de álcool etílico em gel no co-
uma solução aquosa de hidróxido de sódio de con- mércio, o que fez a população buscar outros tipos de
centração 1,25 mol ? L21. Em seguida solicitou que os álcool para se prevenir. No entanto, as opções de ál-
alunos realizassem um procedimento de diluição e cool disponíveis não eram eficazes. O recomendado
transformassem essa solução inicial em uma solução é o álcool 0° INPM (% massa/massa). As opções de
final de concentração 0,05 mol ? L21. Para obtenção álcool disponíveis comercialmente à época da escas-
da concentração final nessa diluição, o volume de sez aparecem na tabela abaixo.
água destilada que deve ser adicionado é de
)  4 mL conentrção iNPm
Tpo de álool
b)   mL (%ss/ss)
)   mL Absoluto 99,6
d) 7 mL
Hidratado 92,6
e)  mL
Combustível 92,5

Limpeza 6,0

Para produzir álcool 0° INPM a partir dos outros tipos


disponíveis comercialmente, uma opção possível se-
ria misturar
) álcool para limpeza com álcool hidratado, utilizan-
do maior quantidade de álcool para limpeza.
b) álcool combustível com o álcool absoluto, utilizan-
do maior quantidade de álcool combustível.
) álcool absoluto com álcool hidratado, utilizando
maior quantidade de álcool absoluto.
d) álcool para limpeza com álcool hidratado, utilizan-
do maior quantidade de álcool hidratado.

FRENTE 2

AULAS 37 a 40 Diluição, mistura e titulação de soluções 439


3. Puc-Ro Um técnico de laboratório recebeu um frasco com 300 cm3 de ácido clorídrico de molaridade desconhecida,
a fim de determiná-la. Para isso, retirou uma alíquota de 10 mL do frasco original e transferiu para um balão volumétrico
de 50 mL, o qual foi completado com água destilada. Após homogeneização, ele retirou 10 mL dessa solução e trans-
feriu para um frasco Erlenmeyer. Essa solução foi, em seguida, titulada com uma solução aquosa padrão de hidróxido
de sódio de molaridade exata igual a 0,500 mol ? L21. Sabendo-se que, nessa titulação, foram consumidos 12 mL da
solução padrão de hidróxido de sódio:
) escreva a reação química que ocorre no processo de titulação do ácido clorídrico pelo hidróxido de sódio.

b) calcule a quantidade de hidróxido de sódio (em mol) contida nos  mL de solução usada para a titulação do
ácido.

) calcule a molaridade da solução de ácido clorídrico do frasco original.

440 Química AULAS 37 a 40 Diluição, mistura e titulação de soluções


4. Puc-PR 2015 O hidróxido de cálcio – Ca(OH)2 –, 5. uesp 2012 Alguns minerais como a pirita (FeS2), quan-
também conhecido como cal hidratada ou cal extinta, do expostos ao ar, se decompõem formando uma
trata-se de um importante insumo utilizado na indús- solução de ácido sulfúrico, H2SO. Nas minas de ferro,
tria da construção civil. Para verificar o grau de pureza a água ácida drenada para os lagos e rios mata os pei-
(em massa) de uma amostra de hidróxido de cálcio, xes e outros animais. Em uma mina, uma amostra de
um laboratorista pesou 5,0 gramas deste e dissolveu 20,0 mL de água foi neutralizada, com 16 mL de uma
completamente em 200 mL de solução de ácido clorí- solução aquosa de KOH 0,30 mol ? L21. Qual é a con-
drico 1 mol/L. O excesso de ácido foi titulado com uma centração de H2SO, em mol ? L21 na água?
solução de hidróxido de sódio 0,5 mol/L, na presença ) ,
de fenolftaleína, sendo gastos 200 mL até completa b) ,4
neutralização. O grau de pureza da amostra analisada, ) ,
expresso em porcentagem em massa, é de: d) ,8
) 78%. e) ,
b) 8%.
) 8%.
d) %.
e) 74%.

FRENTE 2

AULAS 37 a 40 Diluição, mistura e titulação de soluções 441


6. Ene PPL 2019 O vinagre é um produto alimentício resultante da fermentação do vinho que, de acordo com a
legislação nacional, deve apresentar um teor mínimo de ácido acético (CH3COOH) de % (v/v). Uma empresa está
desenvolvendo um kit para que a inspeção sanitária seja capaz de determinar se alíquotas de 1 mL de amostras de
vinagre estão de acordo com a legislação. Esse kit é composto por uma ampola que contém uma solução aquosa de
Ca(OH)2 0,1 mol/L e um indicador que faz com que a solução fique cor-de-rosa, se estiver básica, e incolor, se estiver
neutra ou ácida. Considere a densidade do ácido acético igual a 1,10 g/cm3, a massa molar do ácido acético igual a
60 g/mol e a massa molar do hidróxido de cálcio igual a  g/mol. Qual é o valor mais próximo para o volume de solu-
ção de Ca(OH)2, em mL, que deve estar contido em cada ampola do kit para garantir a determinação da regularidade
da amostra testada?
) ,7 b) , ) 7, d)  e) 

Guia de estudos

Química • Livro 2 • Frente 2 • Capítulo 6


I. Leia as páginas de 254 a 257. III. Faça os exercícios propostos de 39 a 52.
II. Faça o exercício 5 da seção “Revisando”.

442 Química AULAS 37 a 40 Diluição, mistura e titulação de soluções


FRENTE 2
AULAS 41 e 42

Propriedades coligativas I
Definição Se v 5 v, o sistema está em equilíbrio e atinge-se a
pressão máxima de vapor (PMV).
São propriedades que dependem apenas do número
de partículas do soluto dissolvidas em solução e inde-
pendem da natureza das partículas. PMV depende {da temperatura
da natureza do líquido

volatilidade PMV Te
P

H2O

1 1 mol de C6H12O6 T
2 1 mol de C12H22O11
H 2O Na ebulição: PMV 5 Patm
3 1 mol de Na1CL2 (Na1CL2 (s) Na1(aq) 1 CL2(aq))

Solução Solução
Nesse caso, (efeito coligativo)  5 (efeito coligativo)  e Solvente 1 mol/L 2 mol/L
P
(efeito coligativo)  5 (efeito coligativo)  ,  .
P0
Propriedades coligativas
P
↑ no de ⎧ ↓ pressão máxima de vapor: tonoscopia.
partículas do ⎪ ↑ temperatura de ebulição: ebulioscopia.

soluto não ⎪ ↓ temperatura de congelamento: crioscopia. T
volátil ⎩ ↑ pressão osmótica: osmoscopia. Três concentrações diferentes.

DP 5 P02 P (abaixamento absoluto da PMV)


Pressão máxima de vapor (PMV)
Pressão máxima de vapor de um líquido é a pressão
DP P02 P
parcial exercida pelos vapores de um líquido quando estes 5 (abaixamento relativo da PMV)
P0 P0
saturam o ar atmosférico a uma dada temperatura.

H2O(v)
v1 v2 v1 v2 v1 v2 v1 v2 v1 v2
Lei de Raoult
DP DP
5 X 1 ou 5 KT W,
H2O() P0 P0
M
em que KT 5 2 (constante tonoscópica)
1 000

v1 5velocidade com que o líquido passa para o estado de vapor.


FRENTE 2

v2 5velocidade com que o vapor passa para o estado líquido.

AULAS 41 e 42 Propriedades coligativas I 443


Exercícios de sala
1. uFRGS 2018 Observe o gráfico abaixo, referente à 2. uFRJ (adpt.) As substâncias puras tetracloreto de
pressão de vapor de dois líquidos, A e B, em função carbono, n-octano, n-hexano e isopropanol encon-
da temperatura. tram-se em frascos identificados apenas pelas letras
A, B, C e D.
Pressão de vapor
Para descobrir as substâncias contidas nos frascos,
foram realizados dois experimentos.
i. No primeiro experimento, foi adicionada uma certa
quantidade de água nos frascos A e B, observan-
do-se o comportamento mostrado na figura .
A ii. No segundo experimento, determinou-se que a
B substância do frasco C foi aquela que apresentou
a menor pressão de vapor à temperatura ambien-
te ( °C).
Temperatura Fgr 1

Considere as afirmações abaixo, sobre o gráfico.


i. O líquido B é mais volátil que o líquido A.
ii. A temperatura de ebulição de B, a uma dada pres-
são, será maior que a de A.
iii. Um recipiente contendo somente o líquido A em H2O
equilíbrio com o seu vapor terá mais moléculas
na fase vapor que o mesmo recipiente contendo (Imiscibilidade) (Miscibilidade)
somente o líquido B em equilíbrio com seu vapor,
na mesma temperatura.
Fgr 2
Quais estão corretas?
) Apenas I. Tepertr norl Densdde
Sbstân
b) Apenas II. de eblção (°c) (g/L)
) Apenas III.
tetracloreto de
d) Apenas II e III.  1,6
carbono
e) I, II e III.
isopropanol 2 0,

n-octano 126 0,0

n-hexano 69 0,66

Usando conceitos de polaridade das moléculas e a


tabela (gura 2) de propriedades, identique os com-
postos A, B, C e D.

444 Química AULAS 41 e 42 Propriedades coligativas I


3. Fs-SP 2017 Analise a tabela que apresenta a pres- 4. Fp-SP (adpt.) Determine a massa molecular de um
são de vapor a 100 °C para três diferentes substâncias. certo açúcar sabendo que, a uma dada temperatura, a
dissolução de 3,0 g desse composto em 1 000 g de
Pressão de vpor água causa um abaixamento relativo da pressão máxi-
Sbstân ma de vapor igual a 0,002.
(Hg)

Butan-2-ol 90

Hexan-3-ol 95

Água 60

) Esboce no gráfico a seguir as curvas de pressão


de vapor relativas aos álcoois apresentados na ta-
bela. Qual dos dois álcoois é o mais volátil?
Pressão de vapor (mmHg)

760

100
Temperatura (°C)

b) Explique, de acordo com a relação entre as for-


ças intermoleculares e os pontos de ebulição, por
que o butan--ol apresenta maior pressão de va-
por que o hexan--ol, à mesma temperatura.

FRENTE 2

Guia de estudos

Química • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 7


I. Leia as páginas de 84 a 89. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 9.
II. Faça o exercício 2 da seção “Revisando”.

AULAS 41 e 42 Propriedades coligativas I 445


FRENTE 2
AULAS 43 e 44

Propriedades coligativas II
Ebulioscopia
Solução Solução *Ebulição: PMV 5 Patm
Solvente 1 mol/L 2 mol/L
P DTe 5 t 2 t (aumento da temperatura de início de ebulição)

Patm
Le de Rolt
DTe

DTe 5 Ke ? W
cte ebulioscópica

t0 t1 t2 T

Crioscopia
Solução Solução
Solvente 1 mol/L 2 mol/L
P DTc 5 t 2 t (abaixamento da temperatura de início de
congelamento)
Patm

Le de Rolt
DTc
DTc 5 Kc ? W
cte crioscópica

t2 t1 t0 T

Osmoscopia
Osmose é a passagem de solvente através de uma membrana semipermeável do meio hipotônico (menos con-
centrado) para o meio hipertônico (mais concentrado).

Meio Meio
hipotônico Solvente hipertônico

Membrana
semipermeável

Pressão osmótica (p)


É a pressão externa que se deve exercer no meio hipertônico para se impedir o fenômeno da osmose.

p 5 MRT

446 Química AULAS 43 e 44 Propriedades coligativas II


Exercícios de sala
1. uFRGS O gráfico a seguir representa os diagramas de 2. FPP-PR 2019 O tipo de solo constituído por rocha, terra
fases da água pura e de uma solução aquosa de soluto e gelo que é habitual de regiões como a Antártida e mon-
não volátil. tanhas de elevadas altitudes vem sendo constantemente
estudado pelos cientistas que observam preocupados o der-
retimento dessas camadas de gelo chamadas permafrost.
Na Antártida esse gelo é de água salgada, mas nas monta-
760 nhas a concentração de sal é muito baixa. Essa diferença na
Pressão(mmHg)

constituição é muito relevante para que um permafrost des-


congele antes do outro. O estudo da concentração de sais
nesse gelo ocorre em laboratório a partir de relações obtidas
4,58 pela temperatura de congelamento das soluções aquosas.
PERUZZO, F.M.; CANTO, E.L. Química na abordagem do cotidiano,
0 0,010 100 volume 1, 4a edição, ed. moderna, São Paulo, 2006. SANTOS, Wildson, L.
(coord.) Química & Sociedade. Nova Geração, São Paulo, 2005.
Temperatura(°C)
A respeito dos processos de congelamento do permafrost,
Considere as seguintes armações a respeito do gráco. considerando iguais condições de pressão, percebe-se
i. As curvas tracejadas referem-se ao comportamen- CORRETAMENTE que
to observado para a solução aquosa. ) o gelo da Antártida congela em temperaturas su-
ii. Para uma dada temperatura, a pressão de vapor periores ao gelo das montanhas.
do líquido puro é maior que a da solução aquosa. b) o gelo das montanhas congela em temperaturas
iii. A temperatura de congelação da solução é me- superiores ao gelo da Antártida.
nor que a do líquido puro. ) os dois tipos de gelo congelam em temperaturas
iV. A , °C e 4,8 mmHg, o gelo, a água líquida e iguais, pois a principal constituição de ambos é
o vapor de água podem coexistir. de água.
V. A temperatura de congelação da solução aquo- d) os dois tipos de gelo por possuírem sal em sua
sa é de  °C. constituição congelam em temperaturas acima de
 °C.
Quais estão corretas? e) os dois tipos de gelo têm suas propriedades mo-
) Apenas I e II. dificadas devido às interações de hidrogênio que
b) Apenas I, IV e V. ocorrem entre a água e os íons.
) Apenas II, III e V.
d) Apenas I, II, III e IV.
e) Apenas II, III, IV e V.

FRENTE 2

AULAS 43 e 44 Propriedades coligativas II 447


3. uee 2014 A descoberta do fenômeno da osmose foi 4. unontes-mG 2014 Algumas substâncias podem ser
atribuída a René Joachim Henri Dutrochet (16-1), utilizadas, em regiões muito frias, para evitar o conge-
físico e botânico francês, autor do termo osmose. Sua lamento da água de radiadores de carros. Uma dessas
pesquisa teve fundamental importância para explicar substâncias é o propileno-glicol, de densidade igual a
o processo da respiração celular. A pressão osmótica 1,063 g cm23 e massa molar 6 g. O propileno-glicol é
utilizada para interromper a osmose de uma determi- representado pela estrutura a seguir:
nada solução de glicose (C6H12O6) contendo 10 g/L a
15 °C é
HO
Ddo: R 5 ,8 atm ? L ? mol2 ? K2
OH
) , atm.
b) ,8 atm. Suponha que seja preparada uma solução anticon-
) , atm. gelante, contendo 60 cm3 de propileno-glicol e 60 g
d) , atm. de água, cuja constante ebulioscópica (Ke) seja igual
a 1,6 °C. A temperatura de congelamento da mistura,
em graus Celsius, será de, aproximadamente:
) 4,47
b) ,8
) ,7
d) ,4

Guia de estudos

Química • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 7


I. Leia as páginas de 89 a 92. III. Faça os exercícios propostos de 16 a 24.
II. Faça o exercício 3 da seção “Revisando”.

448 Química AULAS 43 e 44 Propriedades coligativas II


FRENTE 2
AULAS 45 e 46

Propriedades coligativas em soluções iônicas


Soluções iônicas Portanto:

Em soluções iônicas, o número total de partículas (e, DP DP


portanto, os efeitos coligativos) deve ser multiplicado por 5 X 1i ou 5KTWi
P0 P0
um fator i (fator de Van’t Hoff).
DTe 5KeWi
H2O
A y1 x2
x By x A y1 (aq) 1 y Bx2 (aq)
DTc 5Kc Wi
i 5 1 1 a(q 2 1)
p 5 WRTi,
a 5 grau de dissociação ou ionização
em que
q5 x1 y em que i 5  para solutos moleculares.

Exercícios de sala
1. udes 2018 Um aluno de química encontrou 5 frascos 2. uee 2016 O soro fisiológico e a lágrima são soluções
na bancada do laboratório. Os frascos seriam utilizados de cloreto de sódio a 0,9% em água, sendo isotônicos
em um experimento sobre propriedades coligativas e em relação às hemácias e a outros líquidos do organis-
apresentam descrições de acordo com a tabela abaixo: mo. Considerando a densidade absoluta da solução
1 g/mL a 2 °C, a pressão osmótica do soro fisiológico
será aproximadamente
Frso identfção

1 Solução de HCL 0,1 mol/L Ddos: Na 5 ; CL 5 ,;


R 5 ,8 atm ? L ? mol2 ? K2.
2 Solução de glicose 0,5 mol/L

Solução de MgCL2 0,1 mol/L ) , atm.


3
b) ,4 atm.
 Solução de KCL 0,2 mol/L ) 7,7 atm.
5 Solução de CaCL2 0,2 mol/L d) 8,44 atm.

Analisando a descrição dos frascos, o aluno chegou à


conclusão de que a ordem crescente de temperatura
de congelamento das soluções é:
)  <  < 4 <  < 
b)  <  < 4 <  < 
)  < 4 <  <  < 
d)  <  < 4 <  < 
e) 4 <  <  <  < 
FRENTE 2

AULAS 45 e 46 Propriedades coligativas em soluções iônicas 449


3. Fvest-SP 2014 A adição de um soluto à água altera 4. uFu-mG Para a dissolução de uma determinada massa
a temperatura de ebulição desse solvente. Para quan- de uma substância não volátil, em quantidade de água
tificar essa variação em função da concentração e da bem definida, é esperado um abaixamento de tempe-
natureza do soluto, foram feitos experimentos, cujos ratura de solidificação da água de 1,0 °C. Entretanto,
resultados são apresentados abaixo. Analisando a ta- experimentalmente, foi observado um abaixamento de
bela, observa-se que a variação de temperatura de apenas 0,5 °C.
ebulição é função da concentração de moléculas ou A explicação mais provável para essa observação é a
íons de soluto dispersos na solução. de que:
) o soluto é molecular e de peso molecular elevado.
Qntdde de Tepertr
b) em água, houve uma dissociação molecular do
Vole de soluto não prevista pelo experimentador.
Solto tér de solto de eblção
ág (L)
(ol) (°c) ) em água, houve uma associação molecular do so-
luto não prevista pelo experimentador.
1 – – 100,00 d) o soluto é iônico, porém com baixo valor de Kps.
1 NaCL 0,5 100,50

1 NaCL 1,0 101,00

1 Sacarose 0,5 100,25

1 CaCL2 0,5 100,5

Dois novos experimentos foram realizados, adicionan-


do-se 1,0 mol de Na2SO a 1 L de água (experimento A)
e 1,0 mol de glicose a 0,5 L de água (experimento B).
Considere que os resultados desses novos experimen-
tos tenham sido consistentes com os experimentos
descritos na tabela. Assim sendo, as temperaturas de
ebulição da água, em °C, nas soluções dos experi-
mentos A e B, foram, respectivamente, de
) , e ,.
b) ,7 e ,.
) ,7 e ,.
d) , e ,.
e) , e ,.

Guia de estudos

Química • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 7


I. Leia as páginas 92 e 93. III. Faça os exercícios propostos de 29 a 37.
II. Faça o exercício 8 da seção “Revisando”.

450 Química AULAS 45 e 46 Propriedades coligativas em soluções iônicas


FRENTE 2
AULAS 47 e 48

Oxirredução
Regras para cálculo do Nox Vii. 7A ñ 2 1
i. A ñ 1 6A ñ 22 para átomos não ligados diretamente
5A ñ 2 3 ao oxigênio ou ao flúor
ii. A ñ 1
iii. AL, Bi ñ 1
iV. Zn, Cd ñ 1 Viii. O Nox dos átomos em uma substância simples
vale zero.
+1 (ligado a ametais) iX. A soma dos Nox dos átomos em uma molécula
V. H
−1 (ligado a metais) vale zero.
X. A soma dos Nox em um íon é a carga do íon.
−2
Vi. O − 1 (peróxidos)
1
− (superóxidos)
2

Exercícios de sala
1. Puc-cpns 2017 Cloreto de sódio, um composto 2. Puc-mns 2015 Numere a segunda coluna de acordo
iônico, é o principal componente do sal de cozinha, com a primeira, relacionando o elemento sublinhado
sendo retirado da água do mar. Já o sódio metálico com seu número de oxidação (Nox).
não existe na natureza e, para obtê-lo, pode-se rea- 1. AL2S3 21
lizar a eletrólise ígnea do cloreto de sódio. Sabendo 2. K2S 0
que o elemento sódio pertence ao grupo 1 da Tabela 3. SrCL2 11
Periódica, quando se realiza a eletrólise ígnea para . KF 12
obtenção do sódio metálico, o número de oxidação 5. O3 13
desse elemento varia de A sequência correta encontrada é:
)  para 2.
) 4––––
b) 2 para .
b) 4––––
) 2 para 1.
) –––4–
d)  para 1.
d) ––––4
e) 1 para .

FRENTE 2

AULAS 47 e 48 Oxirredução 451


3. FicSaE-SP 2021 O titânio e suas ligas são amplamente utilizados como biomateriais em implantes na ortopedia e na car-
diologia, devido a sua elevada biocompatibilidade, baixa densidade, baixo módulo de elasticidade e resistência à corrosão
superior em comparação ao aço inoxidável. A reduzida ou inexistente reação do titânio com os tecidos que circundam o im-
plante é decorrente da passivação formada pelo filme de dióxido de titânio (TiO2), geralmente de espessura nanométrica, na
superfície do metal.
(Ana L. R. Pires, Andréa C. K. Bierhalz e Ângela M. Moraes. “Biomateriais: tipos, aplicações e mercado”. In: Quim. Nova, vol. 38, 2015. Adaptado.)

Os termos sublinhados no texto, densidade, aço inoxidável e dióxido de titânio, são, respectivamente,
) uma propriedade física, uma mistura heterogênea e um composto em que o titânio tem número de oxidação 1.
b) uma propriedade química, uma mistura homogênea e um composto em que o titânio tem número de oxidação 1.
) uma propriedade física, uma mistura homogênea e um composto em que o titânio tem número de oxidação 14.
d) uma propriedade química, uma mistura heterogênea e um composto em que o titânio tem número de oxidação 1.
e) uma propriedade física, uma mistura heterogênea e um composto em que o titânio tem número de oxidação 14.

4. Quais são os Nox dos carbonos no composto etanoato de metila?

Guia de estudos

Química • Livro 3 • Frente 2 • Capítulo 8


I. Leia as páginas de 118 a 123. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 9.
II. Faça o exercício 2 da seção “Revisando”.

452 Química AULAS 47 e 48 Oxirredução


CIÊNCIAS DA NATUREZA

NTE
E SUAS TECNOLOGIAS

FRE
QUÍMICA

koya
9
79/S
hutt
ersto
ck.c
om
FRENTE 3
AULAS 37 a 39

Conceitos modernos de ácidos e bases


Conceito clássico (Arrhenius) H1 H1
H2SO41 HF H2F11 HSO24
Ácido ácido base ácido base
Composto molecular que, em solução aquosa, ioniza-
-se, liberando o cátion H1 para a formação de íon HO1
(oxônio, também conhecido como hidrônio ou hidroxônio).  1º) H SO /HSO−
Exemplo: Pares de ácido-base conjugados:  2 4
1
4

 2º) HF/H2F
HCL 1H2O H3O1 1CL 2
Observções:
HNO3 1H2O H3O1 1NO2
3
1. ò Força do ácido ~ ô Força da base conjugada
2. H2O é um composto anfótero

Base
Composto iônico que, em solução aquosa, dissocia-se, Lewis
liberando o ânion OH– (hidroxila, ou oxidrila). Exemplo: ɒ Ádo: espécie receptora do par eletrônico.
H2O
ɒ Bse: espécie fornecedora do par eletrônico.
NaOH Na1 1OH2
H2O H F H F
Ba(OH)2 Ba21 12 OH2
H N 1 B H N B F
H F F H F
Exeção: NH4OH (NH(aq)) é uma base molecular de
Base Ácido
Arrhenius. Portanto, em água, libera OH – por ionização.

Conceitos modernos CL CL
Bronsted-Lowry B 1 CL2
B
ɒ Ádo: espécie doadora de prótons (H1). CL CL CL CL
ɒ Bse: espécie receptora de prótons (H1). CL
Ácido Base
H1 H1

HC L + H 2O H 3O 1 + CL −
ácido base ácido base
Relação de abrangência entre as
três teorias
 1º) HC /C2
Pares de ácido-base conjugados:  1
 2º) H2O/H3O

H1 H1 Arrhenius
NH3 1 H2O ←
→ NH 4+ 1 OH −

base ácido ácido base
Bronsted-Lowry

 1º) NH /NH1 Lewis


Pares de ácido-base conjugados:  3 4
2
 2º) H2O/OH

454 Química AULAS 37 a 39 Conceitos modernos de ácidos e bases


Exercícios de sala
1. uFRGS Os aminoácidos formam sais internos devido 3. uEPG-PR 2014 Alguns ácidos são descritos abaixo
à presença dos grupos −NH e −COOH em sua estru- com suas respectivas constantes de equilíbrio. Sobre
tura. Este fenômeno ocorre pela transferência de um esses ácidos, assinale o que for correto.
próton do −COOH para o −NH, conforme o esquema C6H5OH(aq) 1 HO(L) Ô HO1(aq) 1 C6H5O2(aq)
O Ka 5 , ? 020
HCOH(aq) 1 HO(L) Ô HO1(aq) 1 HCO2(aq)
R CH C R CH COO2
Ka 5 ,8 ? 02
NH2 OH NH13 HCO2(aq) 1 HO(L) Ô HO1(aq) 1 CO2(aq)
Ka 5 6, ? 025
Nesse caso o 2NH e o 2COOH comportam-se, res-  O ácido mais fraco é o HCO2H.
pectivamente, como
 O ácido HC2O2 é mais fraco que o CHOH.
) base de Arrhenius e ácido de Arrhenius.
b) ácido de Bronsted-Lowry e base de Arrhenius.  Todos os ácidos acima descritos são considera-
) ácido de Bronsted-Lowry e base de Lewis. dos ácidos de Bronsted-Lowry.
d) ácido de Lewis e base de Lewis. 8 A base mais fraca é a CHO–.
e) base de Bronsted-Lowry e ácido de Bronsted- 6 Os íons CHO–, HCO2– e C2O2 constituem, res-
-Lowry. pectivamente, as bases conjugadas dos ácidos
CHOH, HCO2H e HC2O2.
Soma:

2. Puc-Ro 2012 Considere os equilíbrios ácido-base


nas equações abaixo:
i. NH3 1 HSO24 Ô NH14 1 SO422
ii. H2SO4 1 H2O Ô HSO24 1 H3O1
iii. HCLO4 1 H2SO4 Ô CLO24 1 H3SO14
iV. NH3 1 H2O Ô NH14 1 OH2
De acordo com a teoria ácido-base de Bronsted-Lowry,
é cORRETO armar que:
) HSO24 é base em (I) e ácido em (II).
b) H2O é base em (II) e ácido em (IV).
) NH14 é base em (I) e ácido em (IV).
d) H3SO14 e HCLO4 são, respectivamente, o ácido e
a base conjugados de um sistema em (III).
FRENTE 3

e) NH e OH2 são, respectivamente, o ácido e a


base conjugados de um sistema em (IV).

AULAS 37 a 39 Conceitos modernos de ácidos e bases 455


4. uFSm Considerando o conceito de Lewis para ácidos 5. unp-SP O nitrogênio é um macronutriente im-
e bases nas equações químicas portante para as plantas, sendo absorvido do solo,
Zn1 1  HO ñ [Zn(HO)]1 onde ele se encontra na forma de íons inorgânicos ou
de compostos orgânicos. A forma usual para suprir a
BF 1 NH ñ BFNH
falta de nitrogênio no solo é recorrer ao emprego de
Fe1 1 6 CN2 ñ [Fe(CN)6]2 adubos sintéticos. O quadro a seguir mostra, de forma
Ca1 1 EDTA2 ñ [Ca – EDTA] incompleta, equações químicas que representam rea-
Assinale a alternativa correta. ções de preparação de alguns desses adubos.
) Os íons Zn21, CN2, Ca21 e a molécula de BF3 são
ácidos. 1 HNO3 I
b) Os íons Zn21, Fe21, EDTA22 e a molécula de BF3
são ácidos.
) Tanto as moléculas H2O e NH3 quanto os íons 1 H2SO4 II
EDTA22 e CN2 são bases.
d) Tanto as moléculas H2O e NH3 quanto os íons
Fe21 e Ca21 são bases.
NH3
e) Tanto as moléculas NH3 e H2O quanto os íons 1 CO2 III
Fe21 e Ca21 são ácidos.

1 H3PO4 IV

1 H2O V

) Escolha no quadro as situações que poderiam re-


presentar a preparação de ureia e de sulfato de
amônio e escreva as equações químicas comple-
tas que representam essas preparações.
b) Considerando-se apenas o conceito de Lowry-
-Bronsted, somente uma reação do quadro não
pode ser classificada como uma reação do tipo áci-
do-base. Qual é ela (algarismo romano)?
) Partindo-se sempre de uma mesma quantidade
de amônia (reagente limitante), algum dos adubos
sugeridos no quadro conteria maior quantidade
absoluta de nitrogênio? Comece por sim ou não e
justifique sua resposta. Considere todos os rendi-
mentos das reações como 1%.

Guia de estudos

Química • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 6


I. Leia as páginas de 150 a 155. III. Faça os exercícios propostos 23, 25, 33, 34, 41 e 43.
II. Faça os exercícios 4 e 5 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 33, 36, 42 e 43.

45 Química AULAS 37 a 39 Conceitos modernos de ácidos e bases


FRENTE 3
AULAS 40 a 43

Hidrólise de sais
A reação de hidrólise é dada pela equação: ɒ Sal de ácido forte e base fraca:
Hidrólise
Sal 1 H2O Ácido 1 Base NH14 (aq) 1H2O(L ) ←
→ NH OH(aq)1 H1(aq)

Neutralização  4

Hipóteses simplificadoras − Houve hidrólise do íon derivado da base fraca.


1. Sais solúveis em água sofrem dissociação. K w [NH4OH][H1 ]
− Kh5 5
2. A ionização da água é desprezível diante da disso- Kb [NH1 ]
4
ciação do sal. − Meio ácido.
3. A ionização/dissociação de ácidos/bases fracas é des-
prezível ante a dissociação do sal. ɒ Sal de ácido e base fracos:
NH41(aq)1 CN2(aq)1 H2O(L ) ←
→ HCN(aq)1 NH OH(aq)

 4
ɒ Sal de ácido e base fortes:
H2O(L) H1 (aq) 1OH2 (aq) − Houve hidrólise dos íons derivados do ácido fraco
e da base fraca.
− Não há hidrólise do sal, apenas a autoionização Kw [HCN][NH4OH]
da água. − Kh 5 5
Ka ? Kb [CN2 ][NH1] 4
− 1
Kh = K w = [H ][OH ] 2

− Meio praticamente neutro, com predominância do


− Meio neutro. eletrólito mais forte.
ɒ Sal de ácido fraco e base forte:
Conclusões gerais
CN2 (aq) 1H2O(L) HCN(aq) 1OH2 (aq)
1. Há hidrólise do íon salino derivado do eletrólito fraco.
Kw [Produtos]
− Houve hidrólise do íon derivado do ácido fraco. 2. Kh 5 5 (a [H2O] não entra no cálculo)
K fraco [Reagentes]
K [HCN][OH2 ]
− Kh 5 w 5 3. Predominância do caráter do mais forte.
Ka [CN2 ]
− Meio básico.

Exercícios de sala
1. cesgrnro-RJ Dadas as substâncias NaHCO, HC–COOH, BF, HCLO e Cu, é correto afirmar que:
) NaHCO3 é um sal de solução básica.
b) H3C–COOH é uma base de Arrhenius, pois libera OH– em água.
) BF3 é uma base de Bronsted-Lowry, pois o boro tem par eletrônico disponível.
d) HCLO é uma base cuja nomenclatura é hidróxido de cloro.
e) Cu reage com HCL diluído produzindo um sal de solução básica.
FRENTE 3

AULAS 0 a 3 Hidrólise de sais 457


2. Ferp-SP 2021 Amostras das substâncias cloreto 3. uEPG-PR Considere os seguintes sais: NHBr,
de potássio (KCL), cloreto de amônio (NHCL), clorofór- CH3COONa, NaCO3, KSO e NaCN, cujas soluções
mio (CHCL3) e sacarose (C1HO11) foram colocadas, aquosas de mesma concentração têm diferentes
separadamente e não necessariamente nessa ordem, valores de pH. No que se refere a essas soluções,
em quatro tubos de ensaio contendo água, identifica- assinale o que for correto.
dos de  a . Cada sistema formado foi submetido a  A solução de K2SO4 é neutra, pois não apresenta
testes de condutividade elétrica e pH. Os resultados hidrólise.
foram reunidos na tabela a seguir.  A reação de hidrólise do CHCOONa é a seguinte:
CH3COO2(aq)1 H2O(L) CH3COOH(aq) 1OH2 (aq)
clssfção O sste é ondtor de  A ordem crescente de pH das soluções de NH4Br,
Tbo pH
do sste orrente elétr?
K2SO4 e NaCN é pH NH4Br < pH K2SO4 < pH NaCN.
 Homogêneo Sim ,5
8 A constante de hidrólise para o NaCN pode ser
 Heterogêneo Não - [Na1 ][CN2 ]
escrita da seguinte maneira: K 5
h
 Homogêneo Sim 7,0 [NaCN]
6 A solução de Na2CO é ácida, pois um dos produ-
 Homogêneo Não 7,0
tos da hidrólise é o H2CO.
As substâncias adicionadas aos tubos , ,  e  foram, Soma:
respectivamente,
) NH4CL, CHCL, KCL, C2H22O
b) KCL, NH4CL, CHCL, C2H22O
) KCL, CHCL, NH4CL, C2H22O
d) NH4CL, C2H22O, KCL, CHCL
e) NH4CL, KCL, C2H22O, CHCL

45 Química AULAS 0 a 3 Hidrólise de sais


4. unp-SP O cloridrato de atomoxetina, um inibidor 5. uerj 2017 Hortênsias são flores cujas cores variam de
seletivo da recaptação de adrenalina, recomenda- acordo com o pH do solo, conforme indica a tabela:
do para o tratamento de hiperatividade e déficit de
atenção, pode ser representado, simplificadamente, Fx de pH do solo colorção
por R’R”NH1 2
 CL . Como medicamento, ele pode se
menor que 7 azul
apresentar em cápsulas com 0 mg do cloridrato, ad-
ministradas exclusivamente por via oral. igual a 7 vermelha
) Mostre, com uma equação química, a dissociação
maior que 7 rosa
desse medicamento em água.
b) Ao se dissolver esse medicamento em água, o
Considere os seguintes aditivos utilizados na planta-
meio se tornará ácido, básico ou neutro? Justifique.
ção de hortênsias em um solo neutro: NaHCO3, CaO,
) Suponha que alguém que não consiga engolir
AL(SO)3 e KNO3.
cápsulas tenha dissolvido completamente o con-
Indique a cor das ores produzidas quando se adicio-
teúdo de uma delas em  mL de água. Qual é
na KNO a esse solo e a fórmula química do aditivo
a concentração do cloridrato de atomoxetina em
que deve ser acrescentado, em quantidade adequa-
grama por litro de água nessa solução?
da, para produzir hortênsias azuis. Em seguida, dentre
os aditivos, nomeie o óxido e apresente a equação
química completa e balanceada da sua reação com
a água.

FRENTE 3

AULAS 0 a 3 Hidrólise de sais 459


. Ene 2020 Reflorestamento é uma ação ambiental 7. uEm-PR 2015 Assinale o que for correto.
que visa repovoar áreas que tiveram a vegetação re-  Dados os Ka dos ácidos HF (Ka 5 , ? 124) e
movida. Uma empresa deseja fazer um replantio de HCN (Ka 5 4 ? 121), pode-se afirmar que o áci-
árvores e dispõe de cinco produtos que podem ser do fluorídrico é mais forte que o ácido cianídrico.
utilizados para corrigir o pH do solo que se encontra  Considerando equilíbrios iônicos, os valores de
básico. As substâncias presentes nos produtos dispo- Ka e Kb somente variam com a temperatura nos
níveis são: CH3COONa, NHCL, NaBr, NaOH e KCL. casos de reações com variação de entalpia posi-
A substância a ser adicionada ao solo para neutrali- tiva (endotérmicas) e com a pressão no caso de
zá-lo é reações em estado gasoso.
) CHCOONa.  A lei da diluição de Ostwald estabelece que à
b) NH4CL. medida que a concentração em quantidade de
) NaBr. matéria por litro de solução, de uma dada substân-
d) NaOH. cia, diminui, o grau de ionização dessa substância
e) KCL. aumenta.
8 Na dissolução do NaCL em água ocorre uma hi-
drólise onde se forma o NaOH(aq).
6 Na hidrólise do NaCN(aq) forma-se uma solução
de pH alcalino.
Soma:

40 Química AULAS 0 a 3 Hidrólise de sais


Texto para a questão . 9. unfesp O nitrito de sódio, NaNO, é um dos aditi-
Mares absorvem grande parte do CO2 concentrado vos mais utilizados na conservação de alimentos. É
na atmosfera, tornando-se mais ácidos e quentes, segundo um excelente agente antimicrobiano e está presente
cientistas. em quase todos os alimentos industrializados à base
A Royal Society, do Reino Unido, começou um es- de carne, tais como presuntos, mortadelas, salames,
tudo para medir os níveis de acidez dos oceanos sob a entre outros. Alguns estudos indicam que a inges-
influência do aumento da concentração de dióxido de tão deste aditivo pode proporcionar a formação no
carbono. O CO2 concentrado na atmosfera é responsável estômago de ácido nitroso e este desencadear a for-
pelo efeito estufa. mação de metabólitos carcinogênicos.
Na água, elevando a acidez, o gás interfere na vida
K
de corais e seres dotados de concha, assim como diminui Dada a constante de hidrólise: Kh 5 w e consideran-
a reprodução do plâncton, comprometendo a cadeia ali- Ka
mentar de animais marinhos. do as constantes de equilíbrio Ka (HNO) 5 5 ? 02 e
(Estado de S. Paulo, 24/08/2004) Kw 5  ? 02, a 5 °C, o pH de uma solução aquosa
de nitrito de sódio 5 ? 02 mol/L nesta mesma tempe-
. Puc-cpns Em uma solução aquosa 0,0 mol/L ratura tem valor aproximadamente igual a
de carbonato de sódio ocorre a hidrólise do íon car- ) 1.
bonato: b) .
) .
CO232(aq) 1 H2O(L ) HCO2 (aq) 1 OH2(aq)
3 d) 4.
Constante de hidrólise, Kh 5 ,5 ? 02 e) 2.
Calculando-se, para essa solução, o valor de [OH–] em
mol/L, encontra-se
)  ? 12
b) 4 ? 12
) 3 ? 12
d) 2 ? 12
e) 1 ? 12

FRENTE 3

Guia de estudos

Química • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 6


I. Leia as páginas de 155 a 159. III. Faça os exercícios propostos 46, 47, 49, 54, de 56 a 58 e de 63 a 67.
II. Faça os exercícios de 6 a 8 da seção “Revisando”. IV. Faça os exercícios complementares 46, 48, 54, de 56 a 58, 65 e 66.

AULAS 0 a 3 Hidrólise de sais 41


FRENTE 3
AULAS 44 a 48

Produto de solubilidade
Os equilíbrios heterogêneos tratam dos equilíbrios en- 2o caso: cátions e ânions são
tre soluções saturadas e seus respectivos corpos de fundo.
misturados a partir de soluções
distintas
V1 Nesse caso, não há garantia da proporção estequio-
CxAy(s) x Cy1(aq) 1 y Ax2(aq) métrica entre cátions e ânions.
V2

Início:
Kps 5 [Cy1]x [Ax2]y

Cy aq Ax aq

1° caso: sal é dissolvido em água


Mistura de
Nesse caso, os íons provenientes do sal estarão em soluções
proporção estequiométrica.
Se S é a solubilidade do sal em mol/L, temos: Final:

CxAy(s) x Cy1(aq) 1 y Ax2(aq)


Início: 0 0
’ ’
Reagiu: 1xS 1yS Cy aq ; Ax aq

Equilíbrio: xS yS

Kps 5 [Cy1]x [Ax2]y ∴ Kps 5 (xS)x (yS)y ∴


, ,
) * ? ) ÈÊA *
x y
Nesse caso, Qps 5 ÈC y (aq) Ø (aq) Ø
1 x2
x y
Kps 5 x ? y ? S (x1y)
Ê Ú Ú
ËQps< Kps ~ Solução insaturada.
Î
Se ÌQps 5 Kps ~ Solução saturada sem precipitação.
ÎQ > K ~ Solução saturada com corpo de fundo.
Í ps ps

Exercícios de sala
1. unfesp Um composto iônico, a partir da concentração de sua solução aquosa saturada, a 5 °C, pode ser classifica-
do de acordo com a figura, quanto à solubilidade em água.

, mol/L , mol/L

Insolúvel Ligeiramente Solúvel


solúvel

Um litro de solução aquosa saturada de PbSO (massa molar 0 g/mol), a 5 °C, contém 5,5 mg de soluto. O pro-
duto de solubilidade do CaCrO a 5 °C é 6,5 ? 02. Quanto à solubilidade em água a 5 °C, os compostos PbSO
e CaCrO podem ser classicados, respectivamente, como
) insolúvel e ligeiramente solúvel. d) ligeiramente solúvel e insolúvel.
b) insolúvel e solúvel. e) ligeiramente solúvel e solúvel.
) insolúvel e insolúvel.

42 Química AULAS  a 8 Produto de solubilidade


2. afe-Sc 2021 Em relação aos compostos apresen- 3. uFF-RJ Em presença de íons em solução e de sólido
tados abaixo (todos à mesma temperatura), utilizando pouco solúvel formado por esses íons, o produto de
S para representar a solubilidade dos sais em mol/L, solubilidade expressa o equilíbrio entre os íons e o só-
assinale a alternativa que apresenta a expressão de lido. A uma dada temperatura tal solução encontra-se
Kps corretamente: saturada em relação às espécies que formam o sólido.
) CaCL2 ñ Kps 5 4S5 Para a substância M(OH) de Kps igual a , ? 02 em
b) CaCO ñ Kps 5 2S2 que M representa um metal, assegura-se:
) Ag2CrO4 ñ Kps 5 4S ) A mudança de acidez não afeta a solubilidade de
d) Ca(PO4)2 ñ Kps 5 3S5 M(OH)2, pois, o sistema se encontra em equilíbrio.
b) A adição de HCL ,1 M faz aumentar a solubili-
dade do composto M(OH)2.
) A adição de NaOH ,1 M faz com que a posição
de equilíbrio se desloque para a direita.
d) A adição de H1 diminui a solubilidade de M(OH)2.
e) A adição de M21 aumenta a solubilidade de M(OH)2.

FRENTE 3

AULAS  a 8 Produto de solubilidade 43


4. unesp O uso de pequena quantidade de flúor adi- 5. uFRGS 201 O equilíbrio de solubilidade do cloreto de pra-
cionada à água potável diminui sensivelmente a ta é expresso pela reação AgCL(s) Ô Ag1(aq) 1 CL2(aq),
incidência de cáries dentárias. Normalmente, adicio- cuja constante de equilíbrio tem o valor ,7 ? 020.
na-se um sal solúvel de flúor, de modo que se tenha Sobre esse equilíbrio, é correto armar que
 parte por milhão ( ppm) de íons F2, o que equivale ) uma solução em que [Ag1] 5 [CL2] 5 1, ? 1– mol ? L21
a uma concentração de 5 ? 025 mols de íons F2 por será uma solução supersaturada.
litro de água. b) a adição de cloreto de prata sólido a uma solução
) Se a água contiver também íons Ca21 dissolvidos, saturada de AgCL irá aumentar a concentração
numa concentração igual a 2 ? 124 mol/L, ocorre- de cátions prata.
rá precipitação de CaF2? Justifique sua resposta. ) a adição de cloreto de sódio a uma solução sa-
b) Calcule a concentração máxima de íons Ca21 que turada de AgCL irá diminuir a concentração de
pode estar presente na água contendo 1 ppm de cátions prata.
íons F 2, sem que ocorra precipitação de CaF2. d) a adição de nitrato de prata a uma solução su-
persaturada de AgCL irá diminuir a quantidade de
Ddos: Kps do CaF2 5 1, ? 12; Kps é AgCL precipitado.
a constante do produto de solubilidade. e) a mistura de um dado volume de uma solução em que
[Ag1] 5 1, ? 12 mol ? L21 , com um volume igual de
uma solução em que [CL2] 5 1, ? 12 mol ? L21, irá
produzir precipitação de AgCL.

44 Química AULAS  a 8 Produto de solubilidade


. uFG-GO O produto de solubilidade, Kps, fornece infor- 7. iTa-SP Uma solução aquosa saturada em fosfato de
mação sobre a solubilidade de sais em água. A tabela estrôncio [Sr(PO)] está em equilíbrio químico à tem-
a seguir apresenta o Kps de dois sais de iodo. peratura de 5 °C, e a concentração de equilíbrio do
íon estrôncio, nesse sistema, é de 7,5 ? 027 mol L2.
Sl Kps Considerando-se que ambos os reagentes (água e sal
inorgânico) são quimicamente puros, assinale a alter-
Cul ,0 ? 0–1
nativa CORRETA com o valor do pKps (5°C) do Sr(PO).
Bil3 ,7 ? 0–19
Ddo: Kps 5 constante do produto de solubilidade.
Considerando essas informações, justique qual dos
sais é mais solúvel em água. ) ,
b) 13,
) 2,
d) 31,
e) 3,

FRENTE 3

AULAS  a 8 Produto de solubilidade 45


. iTa-SP 2014 Assinale a opção que contém a concen- 9. uFF-RJ A escassez de água no mundo é agravada pela
tração (em mol ? L21) de um íon genérico M1, quando ausência de usos sustentáveis dos recursos naturais
se adiciona um composto iônico MX sólido até a satu- e pela má utilização desses recursos. A desigualdade
ração a uma solução aquosa 5 ? 023 mol ? L21 em PX. no acesso à água está relacionada a desigualdades
sociais. Controlar o uso da água significa deter poder.
Ddo: Kps(MX) 5  ? 122.
Em regiões onde a situação de falta d’água já atinge
índices críticos, como no continente africano, a média
) 2,3 ? 126
b) 1, ? 12 de consumo por pessoa/dia é de 021/L; já em Nova
) 2,3 ? 12 York, um cidadão gasta cerca de  000 L/dia. A água é
d) 1, ? 12 considerada potável quando é inofensiva à saúde do
e) 1, ? 12 homem e adequada aos usos domésticos. A água po-
tável apresenta pH em torno de 6,5 a 8,5 e [CL2] cerca
de 50 mg/L.
Assim, quando 5,0 mL de solução de NaCL 0,0 M
reagem com 5,0 mL de uma solução-padrão de
AgNO3 0,0 M (Kps do AgCL 5 ,0 ? 0210), pode-se
armar que:
) [Ag1] é igual [CL2] na solução resultante.
b) [CL2] na solução indica que esse índice está aci-
ma do valor de referência.
) [Ag1] é igual a 2, ? 12 M e [CL2] está abaixo
do valor de referência.
d) [CL2] é igual a , ? 122 M e [Ag1] é 1, ? 125 M.
e) [CL2] é igual a 2, ? 12 M e [Ag1] é igual a
1,3 ? 125 M.

Guia de estudos

Química • Livro 3 • Frente 3 • Capítulo 6


I. Leia as páginas de 159 a 165. IV. Faça os exercícios complementares 72, 74, 75, 77, de 79 a 81, 85,
II. Faça os exercícios 9 e 10 da seção “Revisando”. 88 e 89.
III. Faça os exercícios propostos 71, 72, 74, de 80 a 82, 85 e 87.

4 Química AULAS  a 8 Produto de solubilidade


CIÊNCIAS DA NATUREZA

NTE
4
E SUAS TECNOLOGIAS

FRE
QUÍMICA

biD
aa
la
stu
dio
/S
hu
tte
rst
oc
k.c
om
FRENTE 4
AULAS 19 e 20

Reações inorgânicas I
As reações químicas ocorrem no sentido de aumentar Reações de simples troca catiônica
a estabilidade do sistema. São classificadas em:
ɒ síntese; A 1 BC AC 1 B
ɒ análise;
ɒ simples troca; A deve ser mais reativo que B para que ocorra a reação.
ɒ dupla-troca. Fila de reatividade dos metais:
Nestas aulas, estudaremos as reações de síntese, de
Cs K Ba Ca Na Mg AL Zn Fe Sn Pb H Cu Hg Ag Pt Au
análise e de simples troca.
Metais comuns Metais nobres
Reações de síntese (adição, ou formação)
São reações em que se parte de duas ou mais subs- Reatividade crescente
tâncias para a formação de uma única.
Observção: Em geral:
A1B1... → P ɒ metal comum 1 ácido ñ sal 1 H2
Reagentes Produto único
ɒ metal nobre 1 ácido ñ não reage

ɒ Mg 1 1 O ñ MgO
2 Casos especiais
ɒ C 1 O ñ CO
Cu 1 2 H2SO4 D
CuSO4 1 2 H2O 1 SO2
ɒ NH3 1 HO ñ NH4OH
ɒ CaO 1 HO ñ Ca(OH) Ag 1 2 HNO3 D
AgNO3 1 H2O 1 NO2

Reações de análise, ou decomposição Cu 1 4 HNO3 D


Cu(NO3)2 1 2 H2O 1 2 NO2

São reações em que se parte de um único reagente Au 1 HNO3 1 3 HCL AuCL3 1 2 H2O 1 NO
para a formação de dois ou mais produtos. Água-régia

R → A1 B1... Observção: Metais alcalinos e alcalinoterrosos reagem


Reagente único Produtos com água, podendo resultar em explosões devido à liberação
de H.

ɒ  KCLO3  KCL 1 3 O
ɒ CaCO3 ñ CaO 1 CO Reações de simples troca aniônica
ɒ < HCO3 > ñ HO 1 CO
A 1 BC BA 1 C
ɒ < HSO3 > ñ HO 1 SO
A deve ser mais reativo que C para que ocorra a reação.
Reações de simples troca, ou deslocamento Fila de reatividade dos ametais:

São reações em que apenas o cátion ou o ânion é F O N CL Br I S C P H


substituído em uma substância composta. São reações de
oxirredução. Reatividade crescente

468 Química AULAS 19 e 20 Reações inorgânicas I


Exercícios de sala
1. uFSm-RS 2015 Os portugueses tiveram grande influên- 2. Classifique as reações a seguir:
cia em nossa cultura e hábitos alimentares. Foram eles ) HCO3 ñ HO 1 CO
que trouxeram o pão, produzido a base de cereais, como b)  NaHCO3 ñ NaCO3 1 HO 1 CO
o trigo, a aveia e a cevada.
Universidade Federal de Brasília. A contribuição dos portugueses.
) CaO 1 HO ñ Ca(OH)
ATAN/DAB/SPS/MS. d)  AL 1 3 HSO4 ñ AL(SO4)3 1 3 H
Para fazer a massa de pães e bolos aumentarem de vo- e) CL 1  KI ñ  KCL 1 I
lume, é comum o uso de algumas substâncias químicas: f) Zn 1 HSO4 ñ ZnSO4 1 H
i. O bromato de potássio era comumente utilizado g) NH3 1 HCL ñ NH4CL
no preparo do pão francês; no entanto, nos dias
atuais, essa substância está proibida mesmo em
pequenas quantidades. O bromato de potássio
era utilizado para proporcionar um aumento de
volume no produto final devido à formação de O,
conforme a reação:
2 KBrO(s) 2 KBr(s) 1  O2(g)
ii. A adição de fermentos, como o bicarbonato de
sódio no preparo de bolos, é utilizada desde a anti-
guidade até os dias atuais e resulta no crescimento
da massa e na maciez do bolo. O bicarbonato de
sódio, devido à liberação de gás carbônico, é
utilizado para expandir a massa e deixá-la fofa,
conforme a reação:
2 NaHCO(s) Na2CO(s) 1 CO2(g) 1 H2O
Sobre essas reações, é correto armar que:
) a primeira é de síntese e a segunda é de
deslocamento.
b) a primeira é de decomposição e a segunda é de
deslocamento.
) a primeira é de síntese e a segunda é de
decomposição.
d) as duas são de decomposição.
e) as duas são de síntese, pois formam O e CO,
respectivamente.

FRENTE 4

AULAS 19 e 20 Reações inorgânicas I 469


3. iTa-SP Suponha que um pesquisador tenha des- 4. Fvest-SP O Brasil é campeão de reciclagem de latinhas
coberto um novo elemento químico, M, de número de alumínio. Essencialmente, basta fundi-las, sendo,
atômico 119, estável, a partir da sua separação de um entretanto, necessário compactá-las, previamente, em
sal de carbonato. Após diversos experimentos, foi ob- pequenos fardos. Caso contrário, o alumínio queimaria
servado que o elemento químico M apresentava um no forno, onde tem contato com o oxigênio do ar.
comportamento químico semelhante aos elementos ) Escreva a equação química que representa a
que constituem a sua família (grupo). queima do alumínio.
) Escreva a equação balanceada da reação entre b) Use argumentos de cinética química para explicar
o elemento M em estado sólido com a água (se por que as latinhas de alumínio queimam quando
ocorrer). jogadas diretamente no forno, e por que isso não
b) O carbonato do elemento M seria solúvel em ocorre quando antes são compactadas?
água? Justifique a sua resposta.
Uma latinha de alumínio vazia pode ser quebrada em
duas partes, executando-se o seguinte experimento:
• Com uma ponta metálica, risca-se a latinha em
toda a volta, a cerca de  cm do fundo, para re-
mover o revestimento e expor o metal.
• Prepara-se uma solução aquosa de CuCL2, dis-
solvendo-se 2,69 g desse sal em 100 mL de água.
Essa solução tem cor verde-azulada.
• A latinha riscada é colocada dentro de um copo
de vidro, contendo toda a solução aquosa de
CuCL2, de tal forma a cobrir o risco. Mantém-se a
latinha imersa, colocando-se um peso sobre ela.
Após algum tempo, observa-se total descoramento da
solução e formação de um sólido oculoso averme-
lhado, tanto sobre o risco quanto no fundo da latinha.
Um pequeno esforço de torção sobre a latinha a que-
bra em duas partes.
) Escreva a equação química que representa a
transformação responsável pelo enfraquecimento
da latinha de alumínio.
d) Calcule a massa total do sólido avermelhado que
se formou no final do experimento, ou seja, quan-
do houve total descoramento da solução.

Ddos: Massas molares (g/mol):


Cu .......... 6,5
CL .......... 5,5

Guia de estudos

Química • Livro 4 • Frente 2 • Capítulo 10


I. Leia as páginas de 174 a 179. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 3, 9, 11, 12, 18, 21, 25, 30,
II. Faça os exercícios 1 e 2 da seção “Revisando”. 35, 39, 41, 44, 45 e 57.

470 Química AULAS 19 e 20 Reações inorgânicas I


FRENTE 4
AULAS 21 e 22

Reações inorgânicas II
Reações de dupla-troca Ânon Solbldde Exeções
São reações em que o cátion de uma substância
une-se ao ânion da outra e vice-versa. Não são reações CHCOO2, CLO 32, NO 32 solúveis —
de oxirredução.
CL2, Br2, I2 solúveis Ag1, Hg21, Pb21
AB 1 CD ñ AD 1 CB
SO22 solúveis Ca21, Sr21, Ba21, Pb21

Para que ocorra uma reação de dupla-troca, as três


S22 insolúveis 1A, 2A e NH1
condições (cada uma delas suficiente por si só) são:
. formação de gás demais insolúveis 1A e NH1
NH4OH → H2O 1 NH3�

H2CO3 → H2O 1CO2�


3. formação de eletrólito mais fraco que os reagentes
ɒ ácido fraco;
H2SO3 → H2O1 SO2�
ɒ base fraca;
. formação de precipitado ɒ água.
ɒ ácidos inorgânicos são solúveis em água;
ɒ bases de metais alcalinos (A) são solúveis em Observção: Quando não se satisfaz nenhuma das condições
apresentadas, a reação de dupla-troca não ocorre.
água, enquanto bases de metais alcalinoterrosos
(A) são parcialmente solúveis em água, exceto o
Mg(OH);
ɒ solubilidade dos sais em água.

Exercícios de sala
1. Fvest-SP Para realizar um experimento, em que é Com essa aparelhagem:
produzido CO2 pela reação de um carbonato com áci- i. não será adequado usar carbonatos solúveis em
do clorídrico, foi sugerida a aparelhagem da figura a água.
seguir. ii. o experimento não funcionará porque o ácido clo-
rídrico deve ser adicionado diretamente sobre o
carbonato.
Suporte iii. parte do CO desprendido ficará dissolvido na água.
iV. o gás recolhido conterá vapor-d’água. FRENTE 4
Dessas armações, são corretas, apenas:
Ácido ) I, II e III.
clorídrico b) I, III e IV.
) II e IV.
Água
d) II e III.
e) III e IV.
Carbonato

AULAS 21 e 22 Reações inorgânicas II 471


2. iFcE 2019 Observe a reação química abaixo e exami- 4. EsPcEx-SP 2012 O quadro a seguir relaciona ordem,
ne as afirmativas a seguir. equação química e onde as mesmas ocorrem.

NaOH 1 H2SO4 ñ Na2SO4 1 H2O Orde Eqção q Oorre


 Ca(OH)2(aq) 1 AL2(SO)(s) ñ Tratamento
i. Os coeficientes da reação balanceada são , , , . I
ñ AL(OH)(s) 1  Ca(SO)(aq) de água
ii.É uma reação de dupla-troca.
iii.
É uma reação de neutralização ácido-base. Flash
II 2 Mg(s) 1 O2(g) ñ 2 MgO(s)
iV.Nos produtos da reação, além de água, temos um fotográfico
ácido formado. Ataque do
São verdadeiras ácido
) I e IV somente. III Zn(s) 1 2 HCL(aq) ñ ZnCL2(aq) 1 H2O(g) clorídrico
b) II e III somente. a lâminas de
zinco
) I, II e III somente.
d) II e IV somente. IV
NHHCO(s) ñ CO2(g) 1 NH(g) 1 Fermento
e) I, II, III e IV. 1 H2O(L) químico

As equações químicas I, II, III e IV correspondem, nes-


sa ordem, aos seguintes tipos de reação:
) I-síntese; II-análise; III-deslocamento e IV-dupla-troca.
b) I-dupla-troca; II-síntese; III-deslocamento e IV-análise.
) I-análise; II-síntese; III-deslocamento e IV-dupla-troca.
d) I-síntese; II-análise; III-dupla-troca e IV-deslocamento.
e) I-deslocamento; II-análise; III-síntese e IV-dupla-troca.

3. Puc-PR Fazendo-se a classificação das reações abaixo:


i. CuSO4 1  NaOH ñ Cu(OH) 1 NaSO4
ii. Cu(OH) ñ CuO 1 HO
iii. Zn 1  AgNO3 ñ  Ag 1 Zn(NO3)
iV. NH3 1 HCL ñ NH4CL
a ordem correta é:
) decomposição, simples troca, dupla-troca, adição.
b) dupla-troca, adição, simples troca, análise.
) dupla-troca, análise, deslocamento, síntese.
d) deslocamento, análise, dupla-troca, adição.
e) dupla-troca, decomposição, síntese, simples troca.

Guia de estudos

Química • Livro 4 • Frente 2 • Capítulo 10


I. Leia as páginas 179 e 180. III. Faça os exercícios propostos de 5 a 8, 14, 24, 31, 48 e 52.
II. Faça o exercício 3 da seção “Revisando”.

472 Química AULAS 21 e 22 Reações inorgânicas II


FRENTE 4
AULAS 23 e 24

Polímeros de adição
São polímeros formados por sucessivas reações de
n H2C CH H2C CH
adição. Os monômeros utilizados na produção desses
polímeros apresentam pelo menos uma instauração na O O
cadeia. C O C O

Polímeros vinílicos CH3 CH3 n


São formados por monômeros de etileno (eteno) ou a Acetato de vinila Poliacetato de vinila
partir de um etileno substituído (radical vinil). (PVA)
Poliacetato de vinila (PVA).

n H2C CH2 H2C CH2


n
Polímeros acrílicos
Etileno Polietileno (PE) São polímeros de adição cujos monômeros são deri-
Polietileno (PE). vados do ácido acrílico (ácido propenoico).

n H2C CH H2C CH n H2C CH H2C CH

CH3 CH3 CN CN
n n
Propileno Polipropileno (PP) Acrilonitrila Poliacrilonitrila
Polipropileno (PP). Poliacrilonitrila (lã sintética).

CH3 CH3
n H2C CH H2C CH
n H2C C H2C C
Cl Cl
n
C O C O
Cloreto de Policloreto de vinila
vinila (PVC) O O
Policloreto de vinila (PVC).
CH3 CH3
n
Metilmetacrilato Polimetilmetacrilato
n H2C CH H2C CH
de metila de metila (acrílico)
Polimetilmetacrilato de metila (acrílico).

Polímeros diênicos (elastômeros)


n
Estireno Poliestireno (PS) São polímeros com propriedades elásticas formados a
Poliestireno (PS). partir de um monômero com duas ligações duplas conju-
gadas (dieno conjugado).
FRENTE 4
F F F F

n C C C C n H2C C CH CH2 H2C C CH CH2

F F F F CH3 CH3
n n
Tetrafluoretileno Teflon ou Metilbuta-1,3-dieno Borracha natural
politetrafluoretileno (isopreno)
Politetrafluoretileno (teflon). Borracha natural.

AULAS 23 e 24 Polímeros de adição 473


Vulcanização
n H2C C CH CH2 H2C C CH CH2
Consiste em aquecer a borracha com enxofre (cerca
Cl Cl n
de 3 a 8% em massa) sob altas pressões e temperatura.
Cloropreno Neopreno O que ocorre, basicamente, é a reação do enxofre com
Neopreno. as ligações duplas, formando ligações cruzadas entre
as cadeias poliméricas com um, dois ou mais átomos de
enxofre entre elas.
n H2C CH CH CH2 1 n H2C CH
CH3 CH3
Buta-1,3-dieno H2C C CH CH2 CH2 C CH CH2
Enxofre
1
Aquecimento
Estireno H2C C CH CH2 CH2 C CH CH2

H2C CH CH CH2 CH2 CH CH3 CH3


Borracha natural

n CH3 S CH3 S
Buna S ou SBR H2C C CH CH2 CH2 C CH CH2
(borracha sintética)
Borracha sintética (Buna S ou SBR). Enxofre S S

Aquecimento S S

H2C C CH CH2 CH2 C CH CH2

CH3 S CH3 S

Borracha vulcanizada
Vulcanização da borracha.

Exercícios de sala
1. unp-SP 2018 Mais de 2 000 plantas produzem látex, a partir do qual se produz a borracha natural. A Hevea
brasiliensis (seringueira) é a mais importante fonte comercial desse látex. O látex da Hevea brasiliensis consiste em
um polímero do cis-1,-isopreno, fórmula C5H, com uma massa molecular média de 1 10 kDa (quilodaltons).
De acordo com essas informações, a seringueira produz um polímero que tem em média

Ddos: Massas atômicas em Dalton: C = 12 e H = 1.

)  monômeros por molécula.


b)  monômeros por molécula.
) 3 monômeros por molécula.
d)   monômeros por molécula.

474 Química AULAS 23 e 24 Polímeros de adição


2. unesp 2021 Analise a fórmula estrutural. 3. unfesp 2013 O volume de glicerina (propanotriol,
fórmula molecular CHO) produzido como resíduo
na obtenção de biodiesel excede em muito a neces-
sidade atual do mercado brasileiro. Por isso, o destino
atual da maior parte da glicerina excedente ainda é a
queima em fornalhas, utilizada como fonte de ener-
A fórmula estrutural analisada corresponde à molécula
gia. Uma possibilidade mais nobre de uso da glicerina
do composto que possui átomos de carbono,
envolve sua transformação em propeno e eteno,
átomos de hidrogênio e é o monômero utili-
através de processos ainda em fase de pesquisa. O
zado para a produção do polímero conhecido como
propeno e o eteno são insumos básicos na indústria
.
de polímeros, atualmente provenientes do petróleo e
As lacunas do texto são preenchidas, respectivamen-
essenciais na obtenção de produtos como o polietile-
te, por:
no e o polipropileno.
) 7; 8; PET.
) Escreva a equação química balanceada da com-
b) 8; 8; poliestireno.
bustão completa de um mol de glicerina.
) 7; 7; poliestireno.
b) Sabendo que o polietileno é produzido pela rea-
d) 8; 8; PET.
ção de adição de um número n de moléculas de
e) 8; 7; poliestireno.
eteno, escreva a equação genérica de formação
do polímero polietileno a partir de eteno, utili-
zando fórmulas estruturais de reagente e produto.

FRENTE 4

AULAS 23 e 24 Polímeros de adição 475


4. Fvest-SP 2019 A bola de futebol que foi utilizada na Copa de 201 foi chamada Telstar 1. Essa bola contém uma
camada interna de borracha que pertence a uma classe de polímeros genericamente chamada de EPDM. A fórmula
estrutural de um exemplo desses polímeros é

Polímeros podem ser produzidos pela polimerização de compostos insaturados (monômeros) como exemplicado
para o polipropileno (um homopolímero):

n
n

Os monômeros que podem ser utilizados para preparar o copolímero do tipo EPDM, cuja fórmula estrutural foi
apresentada, são
)

b)

)

d)

e)

Guia de estudos

Química • Livro 4 • Frente 1 • Capítulo 10


I. Leia as páginas de 30 a 37. III. Faça os exercícios propostos de 1 a 8 e de 14 a 17.
II. Faça os exercícios 1, 3 e de 5 a 9 da seção “Revisando”.

476 Química AULAS 23 e 24 Polímeros de adição


Gabarito
5. B
Frente 1
6. As funções correspondentes aos grupamentos funcionais que
estabelecem ligação direta com os carbonos alifáticos são ál-
Aulas 37 e 38 cool e amina.
1. a) Nomenclatura IUPAC: propanona. álcool amina
Nomenclatura comercial: acetona.
b) Um isômero de função da propanona é o propanal (nomen- OH H
clatura IUPAC): I
N
O HO
H3C CH2 C HO
H salbutamol

2. As fórmulas estruturais dos dois isômeros de cadeia cíclica do OH H


but-1-eno são: I
HO N
CH3

CH H2C CH2
e
H2C CH2 H2C CH2 OH
terbutalina
(metil-ciclopropano) (ciclobutano)
(C4H8) (C4H8) O salbutamol tem três carbonos terciários:

OH H
3. E I
4. Os dois cresóis presentes em menor proporção (orto e meta) N
HO
são representados a seguir:
OH OH HO

C CH3 C salbutamol
HC C HC CH
A terbutalina tem dois isômeros ópticos devido à presença de um
HC CH HC C carbono quiral.
CH CH CH3
OH H
I
Os isômeros de função dos cresóis 2 éter e álcool 2 são repre- HO N
sentados da seguinte forma: *
CH3 OH OH
O H2C
terbutalina
C C
HC CH HC CH
HC CH HC CH Aulas 41 e 42
CH CH
1. D
2. A
5. A
3. B
4. a) A função orgânica comum é ácido carboxílico. A aspirina é clas-
Aulas 39 e 40 sificada como aromática, pois apresenta núcleo benzênico.
1. A b) A alanina apresenta um carbono quiral, ou assimétrico. A vitami-
na A apresenta menor solubilidade em água, pois sua estrutura
2. B
apresenta uma cadeia carbônica predominantemente apolar.
3. E
5. O tipo de isomeria plana que ocorre entre a leucina e a isoleucina
4. a) 6 átomos de carbono e 13 átomos de hidrogênio. é de posição, uma vez que as estruturas se diferem na posição
b) O carbono circulado é terciário e o indicado por um asterisco do grupo CH3.
é um carbono quiral. O aminoácido com quatro isômeros opticamente ativos é a isoleucina,
devido à presença de dois carbonos quirais.
O O

* OH *
* OH

NH2 NH2

22 5 4 isômeros opticamente ativos.

Gabarito 477
Aulas 43 a 45 4. E
1. A 5. C
2. B 6. A
3. D
4. C Aulas 41 e 42
5. D 1. D
2. Composto A: n-hexano
Composto B: isopropanol
Aulas 46 a 48 Composto C: n-octano
1. A Composto D: tetracloreto de carbono
2. A 3. a) O álcool mais volátil é o butan-2-ol, pois tem maior pressão
3. B de vapor.
Butan-2-ol
4. a)

Pressão do vapor (mmHg)


O Água
760
O Hexan-3-ol
Éster com odor
de banana

O
100
Temperatura (°C)
O
Éster com odor b) O butan-2-ol tem cadeia de quatro carbonos, enquanto o
de abacaxi hexan-3-ol tem cadeia com seis átomos de carbono. Desse
modo, as interações intermoleculares são menores no bu-
tan-2-ol, fazendo com que suas moléculas interajam menos,
b) diminuindo sua temperatura de ebulição.
O 4. MM1 5 342 u

+ H 2O
O Aulas 43 e 44
O 1. D
2. B
+ HO
OH 3. D
Álcool 4. D
Odor de isoamílico
vinagre
Aulas 45 e 46
5. a) Teremos a seguinte reação:
1. D
O 2. C
O
3. D
O Ácido 4. C
+ H OH HO OH

Lactona C5H10O3 Aulas 47 e 48


1. E
b) Funções presentes no produto: álcool e ácido carboxílico. 2. B
c) Nome do produto segundo as regras da IUPAC: ácido 3. C
5-hidroxipentanoico. 4. CH3 H 5 (11) e C 5 (3−)

Carga 0

Frente 2
CO O 5 (2−) e C 5 (31)
Carga 11

Aulas 37 a 40 O
1. A Carga 22
2. D
3. a) Reação química: CH3 H 5 (11) e C 5 (2−)
HCL(aq) 1 NaOH(aq) ñ NaCL(aq) 1 H2O(L) Carga 11
b) n 5 0,006 mol de NaOH
c) M(antes) 5 3,00 mol ? L21 (no frasco original)

478 QUÍMICA Gabarito


6. Kps 5 [Cu1] ? [ I2 ] 5 x2 5 1,0 ? 10212
Frente 3
x 5 [Cu1] 5 1,0 ? 1026 mol/L
Kps 5 [Bi31] ? [3 I2]3 5 x ? (3x)3 5 2,7 ? 10219
Aulas 37 a 39
x 5 [Bi31] 5 1,0 ? 1025 mol/L
1. E Comparando as duas solubilidades, verificamos que o iodeto de
2. B bismuto, apesar de ter o menor Kps, é mais solúvel em água, pois
3. Soma: 04 1 16 5 20 1,0 ? 1025 mol/L > 1,0 ? 1026 mol/L.
4. C 7. D
5. a) Ureia: III 8. D
Sulfato de amônio: II 9. B
NH2
2 NH3 + CO2 → O C + H2O
Frente 4
NH2

b) A reação III não se enquadra em uma reação do tipo ácido-base


Aulas 19 e 20
de Bronsted-Lowry, pois não ocorre transferência de H1. 1. D
c) Sim. A maior quantidade absoluta de nitrogênio estaria conti- 2. a) Decomposição.
da no nitrato de amônio. b) Decomposição.
c) Síntese.
d) Simples troca.
Aulas 40 a 43
e) Simples troca.
1. A
f) Simples troca.
2. A
g) Síntese.
3. Soma: 01 1 02 1 04 5 07
3. a) M(s) 1 H2O(L) ñ M1 (aq) 1 OH2(aq) 1 1 H2(g).
4. a) R'R"NH21 CL2(aq) Ô R'R"NH21(aq) 1 CL2(aq) 2
b) M2CO3 seria solúvel em água porque, como regra, os sais de
b) O meio tende a ficar ácido, pois o sal é derivado de base metais alcalinos são solúveis em água.
fraca e ácido forte.
4. a) 4 AL(s) 1 3 O2(g) ñ 2 AL2O3(s)
R'R"NH21CL2 1 H2O Ô R'R"NH21OH2 1 HCL
b) Quando as latinhas são jogadas diretamente no forno, a su-
c) A concentração é 0,60 g/L. perfície de contato é maior do que quando são compactadas.
5. A cor das flores produzidas é a vermelha, pois o KNO3 é um sal Quanto maior a superfície de contato, maior a velocidade da
proveniente de ácido e base fortes. Desse modo, o meio tende reação.
a ser neutro. Para que se produza hortênsias azuis, o aditivo que c) 2 AL(s) 1 3 CuCL2(aq) ñ 2 ALCL3(aq) 1 3 Cu(s)
deve ser acrescentado, em quantidade adequada é o AL(SO4)3.
ou 2 AL0(s) 1 3 Cu21(aq) ñ 2 AL31(aq) 1 3 Cu0(s).
Nome do óxido (CaO): óxido de cálcio.
Equação química: CaO(s) + H2O(L) ñ Ca(OH)2(aq) d) 1,27 g
6. B
7. Soma: 01 1 04 1 16 5 21 Aulas 21 e 22
8. A 1. B
9. B 2. C
3. C
4. B
Aulas 44 a 48
1. A
2. C
Aulas 23 e 24
1. D
3. B
21 − 2. B
4. a) CaF2 Ô Ca 1 2 F
Qps 5 [Ca21] ? [F−]2 3. a) 1 C3H8O3(L) 1 7 O2(g) ñ 3 CO2(g) 1 4 H2O(L)
2
Qps 5 5 ? 10−13 b)
Como Qps < Kps, não ocorre precipitação. H H H H
b) Kps 5 [Ca21] ? [F−]2 C C cat
P, T
C C
[Ca21] 5 6 ? 10−2 mol/L H H H H n
5. C
4. D

Gabarito 479
Anotações

480 MED Anotações

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