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ELABORADORES
2019
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APRESENTAÇÃO
Esperamos que este material contribua para enriquecer a sua prática de sala
de aula, auxiliando você, professor, no planejamento das atividades e fortalecendo
o processo de ensino-aprendizagem.
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
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1. DA RELAÇÃO ENTRE OS DOCUMENTOS NORTEADORES: APROXIMAÇÕES E
DISTANCIAMENTOS CONCEITUAIS ENTRE A BNCC E OS PARÂMENTROS PARA A
EDUCAÇÃO BÁSICA DE PERNAMBUCO (PEBPE): AS ABORDAGENS PEDAGÓGICAS
NORTEADORAS:
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saberes culturais (CARVALHO e RUBIO, 2001; DAOLIO, 2004). Diante disso,
foram estabelecidos os pressupostos para a viabilização da terceira dimensão.
Na dimensão didático-pedagógica ou deliberativa, foram instituídas as
equipes de Colaboradores de Currículo, que, correspondentes a cada Unidade
temática delimitada, foram constituídas de profissionais atuantes no ensino e/ou na
investigação científica das mesmas. Esta dimensão também compreendeu a
elaboração, por parte dos Redatores de Currículo, de protocolos específicos
sistematização das ações desenvolvidas por ambas as equipes – Redatores e
Colaboradores de currículo – para a organização das habilidades em regime de
complementação, de contextualização e de aprofundamento, para posterior
consulta pública frente o colegiado de profissionais-docentes atuantes em
Pernambuco.
O quadro a seguir sintetiza, respectivamente, o itinerário percorrido para a
construção curricular e a delimitação da equipe de Colaboradores de Currículo do
Componente Educação Física:
Com essa caracterização, é possível visualizar os aspectos centrais da
análise conceitual empreendida na dimensão epistemológica do trabalho
construtivo do Currículo pernambucano de Educação Física, bem como da
influência desta dimensão sobre as outras. A discussão destacada no ideário
científico da Educação Física Escolar brasileira, acerca das contribuições oriundas
das ciências humanas e sociais e, a partir delas, do (re)dimensionamento do
conceito de cultura no que se refere à compreensão e ao ensino das práticas
corporais (Cultura Corporal de Movimento), é explicitado no diagrama e na tabela
dispostos a seguir:
6
O movimento como O movimento
A cultura como uma
uma linguagem/ corporal humano
conseqüência do
expressão da como uma
movimento corporal
cultura dimensão da cultura
7
2. DOS CONCEITOS ESTRUTURANTES E SUAS IMPLICAÇÕES SOBRE A
PRÁTICA PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA – A EDUCAÇÃO FÍSICA
NA ÁREA DE LINGUAGENS
8
disciplinas das ciências humanas, como a antropologia, a sociologia, a
história, entre outras. (2010, p.5-6, grifos nossos).
O profissional de Educação Física não atua sobre o corpo ou com o
movimento em si, não trabalha com o esporte em si, não lida com a
ginástica em si. Ele trata do ser humano nas suas manifestações culturais
relacionadas ao corpo e ao movimento humanos, historicamente definidas
como jogo, esporte, dança, luta e ginástica. O que irá definir se uma ação
corporal é digna de trato pedagógico pela educação física é a própria
consideração e análise desta expressão na dinâmica cultural específica
do contexto onde se realiza. (2004, p.02-03, grifo nosso).
1
Entendida como o conjunto de construções significativas da humanidade elaboradas dinamicamente no
decorrer do processo histórico de civilização (SANTOS, 2007).
2
“O reconhecimento deste facto tem influência sobre o estatuto das ciências sociais. Fornece uma
fundamentação sólida para a pretensão das ciências sociais a uma autonomia relativa face às ciências biológicas
e, portanto, às ciências naturais. A herança animal dos seres humanos constitui um laço sólido entre as ciências
sociais e as ciências biológicas. As últimas não podem legitimar a sua própria existência como um grupo de
ciências relativamente autónomas sem qualquer referência ao processo da evolução, mas este processo dá, ele
próprio, origem a um processo de tipo diferente, a um processo social que não envolve mudanças evolutivas
de tipo genético, ou seja, a um processo que envolve a espécie humana. A natureza fornece a matriz, mas a
matriz permite transformações sem limites precisos. A multiplicidade das línguas específicas aos grupos é um
exemplo da maleabilidade da matriz. A multiplicidade das sociedades humanas com diferentes estruturas, que
emergem umas a partir das outras numa ordem sequencial, sob a forma de um desenvolvimento, é um outro
exemplo. [...] A comunicação através de línguas específicas aos grupos é um exemplo das estruturas humanas
singulares que emergiram no interior de um processo evolutivo contínuo. [...] Os seres humanos estão
biologicamente aptos a mudar a forma da sua vida. Em virtude dos seus atributos evolutivos, eles podem
desenvolver-se socialmente.” (ELIAS, 1994, p.33-36, grifos nossos).
3
Compreendidas como manifestações do movimento humano em sua globalidade de forma organizada e não
utilitária e materializadas “usualmente em jogos, esporte, ginástica e dança” (KENYON, 1968 apud BETTI,
1991, p.23-24, grifo nosso).
9
ressignificando...) em sua materialidade a partir do Jogo, do Esporte, das danças e
atividades rítmicas, das ginásticas, lutas e práticas de aptidão física (idem, p.75).
Componentes Curriculares
Arte
(Unidades Temáticas: Artes Visuais,
Dança, Música, Teatro e Artes Integradas)
Educação Física
(Unidades Temáticas: Brincadeiras e
Jogos, Esportes, Danças, Lutas,
Ginásticas e Práticas Corporais de
Aventura)
Língua Inglesa
(a partir dos Anos Finais)
(Eixos Organizadores: Oralidade, Leitura,
Escrita e Dimensão intercultural)
Língua Portuguesa
(Eixos de Integração: Leitura, Produção
de Textos, Oralidade e Linguística/
Semiótica)
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possibilidades de articulação desses mesmos saberes dentro e fora da escola,
mediante compartilhamento de significados que, por serem igualmente contextuais,
terão em conta realidades específicas. Ao definir o mais concretamente possível o
conceito de cultura – e, por extensão, também o de linguagem – tornar-se-á mais
legítima a delimitação das práticas corporais contextualmente relevantes – como
cultura – a serem abordadas como conteúdos de ensino – como saberes escolares
– pelas escolas.
11
3. DA NOÇÃO DE CULTURA CORPORAL DE MOVIMENTO (OU “ O QUE
ENSINAR QUANDO SE ENSINA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA?”)
4
REZENDE, 1990.
12
objetivos da instituição educacional. Desde algum, tempo norteia-se pela
tematização ou pedagogização de fenômenos da cultura, como os
esportes, as danças, as ginásticas, as artes marciais, os jogos, as
acrobacias, etc... Estes fenômenos da cultura que se constituem como
uma especificidade da contribuição da Educação Física explicitam-se,
prioritariamente, ao nível corporal. (SILVA, 2005, p.87).
No trabalho pedagógico, precisamos considerar que o contexto escolar
caracteriza-se pela existência das diferenças entre os sujeitos que
constituem a comunidade escolar. Estas diferenças, as quais podem estar
relacionadas à etnia, ao credo, ao gênero, à raça, entre outras, devem ser
reconhecidas como constituidoras da dinâmica escolar e não, como
elementos marginais ou exceções que devem ser ignorados ou
modificados no sentido da homogeneidade. (SILVA, 2005, p.93).
5
Cf. CBCE, 1997.
13
cultura que se constrói histórica e cotidianamente. Segundo Ana Márcia Silva
(citado em SOUZA JÚNIOR, 2011, p.89):
Podemos dizer, então, que a Educação Física no âmbito escolar tem-se
caracterizado como uma intervenção social de caráter pedagógico,
organizada por professores e para professores, fundamentando-se nos
objetivos da instituição educacional. Desde há algum tempo, norteia-se
pela tematização ou pedagogização de fenômenos da cultura, como os
esportes, as danças, as ginásticas, artes marciais, os jogos, as
acrobacias, etc...
14
4. DAS PRÁTICAS ESCOLARES DE AVENTURA – PERSPECTIVAS E
POSSIBILIDADES DE SEU ENSINO COMO SABERES ESCOLARES.
15
aventura, corridas de mountain bike, rapel, tirolesa, arborismo etc. Já as
práticas corporais de aventura urbanas exploram a “paisagem de cimento”
para produzir essas condições (vertigem e risco controlado) durante a
prática de parkour, skate, patins, bike etc. (BRASIL, 2017, p. 216-217).
16
manifestações e assim refletir pedagogicamente sua materialização em
consonância com a realidade escolar. Nesse sentido, é fundamental atribuir a elas
sentido e significado, recriando-as. De maneira mais clara e exemplificada, o
carrinho de rolimã, que outrora era comumente construído de forma artesanal, nos
mostra indícios de caminhos a serem traçados, apontando possibilidades de
materializar pedagogicamente esse conhecimento.
Outra possibilidade de materialização das PCAs, como observa-se:
[...] Escolhendo o conteúdo através do objeto (corda e prancha) podemos
pensar bem mais variações como, por exemplo, pra corda: rapel, tirolesa,
falsa baiana, via ferrata. Com as pranchas, o mesmo raciocínio, podemos
ampliar para sandbord, surfe e skate. O objeto em comum (corda e
prancha), trabalhando em diversas modalidades, fornece possibilidades
para os alunos realizarem diferenciações e comparações, sobre o tipo de
movimento e a natureza das modalidades. (BONORA, 2017, p. 29-30)
6
“AS ‘Práticas Corporais de Aventura’ (PA’s) não estão descoladas um milímetro sequer do contexto social,
político e econômico onde se desenvolvem. Quando dizemos isso não estamos nos referindo somente às
relações cotidianas constituídas pelos praticantes e/ou operadoras de ‘esportes radicais’ junto aos poderes
públicos e a comunidade do local no qual as mesmas são desenvolvidas; dizermos que as PA’s não estão
descoladas de um contexto mais amplo é, em certa medida, tentarmos observar com mais calma o pano-de-
fundo sobre o qual elas se desenvolvem.” (SILVA e DAMIANI, 2005, p.71, grifos nossos).
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Componente
Educação Física
Curricular
Unidade
Práticas Corporais de Aventura
temática
Objeto de Competências específicas do
Caracterização Habilidades
conhecimento Componente Curricular Educação Física
1.Compreender a origem da cultura (EF67EF18PE) Reconhecer e vivenciar diferentes
corporal de movimento e seus vínculos práticas corporais de aventura urbanas em
com a organização da vida coletiva e evidência na comunidade escolar, valorizando a
individual; própria segurança e integridade física, bem como
6º Ano 2.Planejar e empregar estratégias para as dos demais.
resolver desafios e aumentar as (EF67EF19PE) Identificar os riscos durante a
possibilidades de aprendizagem das realização de práticas corporais de aventura
práticas corporais, além de se envolver urbanas, respeitando limites e possibilidades, e
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no processo de ampliação do acervo apontar estratégias para sua superação.
Práticas cultural neste campo; (EF67EF20PE) Vivenciar práticas corporais de
corporais de 6. Interpretar e recriar os valores, os aventura urbana, respeitando o patrimônio público,
aventura sentidos e os significados atribuídos às incorporando a consciência de preservação do
urbanas diferentes práticas corporais, bem como ambiente e utilizando alternativas para a prática
aos sujeitos que delas participem; segura em diversos espaços.
7º Ano 7. Reconhecer as práticas corporais (EF67EF21PE) Investigar e identificar a origem das
como elementos constitutivos da práticas corporais de aventura urbanas e as
identidade cultural dos povos e grupos; possibilidades de recriá-las, reconhecendo suas
8. Usufruir das práticas corporais de características (instrumentos, equipamentos de
forma autônoma para potencializar o segurança, indumentária, organização) e seus
envolvimento em contextos de lazer, tipos.
ampliar as redes de sociabilidade e a (EF89EF19PE) Vivenciar diferentes práticas
promoção da saúde; corporais de aventura na natureza, valorizando a
9. Reconhecer o acesso às práticas própria segurança e integridade física, bem como
corporais como direito do cidadão, as dos demais, respeitando o patrimônio natural,
propondo e produzindo alternativas para refletindo a interação com o ambiente e apontar
sua realização no contexto comunitário; contribuições para minimizar os impactos de
8º Ano 10. Experimentar, desfrutar, apreciar e degradação ambiental.
criar diferentes brincadeiras, jogos, (EF89EF20PE) Identificar riscos, respeitando
danças ginásticas, esportes, lutas e limites e possibilidades, criar estratégias e observar
práticas corporais de aventura, normas de segurança para superar os desafios na
valorizando o trabalho coletivo e o realização de práticas corporais de aventura na
Práticas protagonismo. natureza, assim como refletir paralelamente sobre
corporais de as adversidades da vida cotidiana e meios de
19
aventura na suplantá-las.
natureza (EF89EF21PE) Identificar as características
(equipamentos de segurança, instrumentos,
indumentária, organização) das práticas corporais
de aventura na natureza, bem como suas
transformações históricas, reconhecendo as
9º Ano implicações dos processos de esportivização e
mercantilização sobre a sua prática, inclusive
identificando aproximações e distanciamentos
existentes entre as Práticas Corporais de Aventura
e as demais outras práticas corporais estudadas,
estabelecendo sentido e significado da
relação/ação do homem com a natureza.
- Organização do conhecimento Práticas Corporais de Aventura no Ensino Fundamental (RODRIGUES, 2009a, 2009b e 2016) –
Unidade
Práticas Corporais de Aventura
Temática/
Objetos de - Práticas corporais de aventura urbanas (6º e 7º anos)
conhecimento - Práticas corporais de aventura na natureza (8º e 9º anos)
Ano/ Etapa Objetivo Conteúdo Método Avaliação
1.Em sala de aula, discutir e Critério: Conhecimento das
caracterizar as Práticas Corporais características das práticas corporais
de Aventura como conteúdo de de aventura frente às demais outras
ensino do componente curricular práticas corporais estudadas em outras
Educação Física; Unidades temáticas.
2.Delimitar as práticas corporais de Instrumentos:
Identificar as aventura urbana como uma 1.Registro escrito e/ou apresentação
práticas categoria de práticas de aventura expositiva em pequenos grupos das
corporais de Patins, skate, com características comuns entre práticas corporais de aventura urbana a
20
6º ano EF aventura parkour, rapel, si, identificando-as (por exemplo, serem vivenciadas na escola com suas
urbanas etc. patins, skate, parkour e rapel); respectivas justificativas frente ao
passíveis de 3.Definir junto com os estudantes critério de viabilidade para a realização
vivência na quais das práticas corporais de de suas vivências na escola;
escola. aventura urbana elencadas serão 2. Aprendizagens construídas a partir
vivenciadas nas aulas seguintes da participação dos estudantes nas
(planejamento participativo), vivências propostas.
discutindo sua viabilidade em
termos de segurança e estrutura
física e material disponíveis;
4.Sistematização das vivências à
luz da discussão conceitual inicial e
das aprendizagens construídas
pelos estudantes.
1.Em sala de aula, caracterizar o Critério: Conhecimento das
ambiente mais adequado para a características das práticas corporais
vivência de práticas corporais de de aventura urbana.
aventura urbana em função de Instrumentos:
suas respectivas especificidades; 1.Registro escrito e/ou apresentação
2.Identificar, com os estudantes, expositiva em pequenos grupos do
possíveis locais da comunidade roteiro e/ ou do relatório das vivências
nos quais a vivência das práticas realizadas, destacando a relação
Identificar as corporais de aventura urbana seja existente entre as práticas corporais de
práticas possível; aventura urbana elencadas/
corporais de 3.Discutir coletivamente com os vivenciadas e os espaços/ ambientes
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7º Ano EF aventura urbana estudantes quais práticas corporais nos quais sua vivência se deu, tendo
passíveis de de aventura urbana serão em conta suas respectivas justificativas
vivência na vivenciadas nos locais identificados frente ao critério de viabilidade para a
comunidade. e elaborar um roteiro detalhado de realização de suas vivências na escola;
estruturação da(s) vivência(s) 2. Aprendizagens construídas a partir
(planejamento participativo), da participação dos estudantes nas
considerando sua viabilidade em vivências propostas.
termos de segurança, estrutura
física e material disponíveis;
4.Sistematização das vivências à
luz da discussão conceitual inicial e
das aprendizagens construídas
pelos estudantes.
1.Em sala de aula, retomar com os Critério: conhecimento das
estudantes os conteúdos características das práticas corporais
abordados nos anos anteriores de aventura na natureza frente às
referentes às práticas corporais de práticas corporais de aventura urbana.
aventura urbana, contextualizando- Instrumentos:
os junto às práticas corporais de 1.Registro escrito e/ou apresentação
aventura na natureza; expositiva em pequenos grupos das
Identificar as Bangee 2.Propor uma atividade de semelhanças e diferenças identificadas
características jumping, pesquisa escolar na qual, em entre as práticas corporais de aventura
das práticas mergulho, pequenos grupos, os estudantes urbana e as práticas corporais de
corporais de montanhismo/ identifiquem as principais aventura na natureza vivenciadas na
aventura na rapel, semelhanças e diferenças entre as escola com suas respectivas
8º ano EF natureza frente paraquedismo/ práticas corporais de aventura justificativas frente ao critério de
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às parapente, urbana e na natureza; viabilidade para a realização de suas
características rafting, corrida 3.Com base nas descobertas vivências na escola;
das práticas de aventura, resultantes da atividade de 2. Aprendizagens construídas a partir
corporais de trilha, voo livre, pesquisa, escolher com os da participação dos estudantes nas
aventura surf, etc. estudantes algumas das práticas vivências propostas.
urbana. corporais de aventura na natureza
estudadas tendo como critério
fundamental sua possibilidade de
realização adaptada à estrutura da
escola (planejamento participativo);
4.Sistematização das vivências à
luz da discussão conceitual inicial e
das aprendizagens construídas
pelos estudantes no que se refere
à identificação das semelhanças e
diferenças características às
práticas corporais de aventura
urbana e na natureza.
1.Em sala de aula, retomar com os Critério: Conhecimento da história das
estudantes os conteúdos práticas corporais de aventura na
abordados no ano anterior, natureza e das principais
referentes à caracterização das consequências de sua esportivização.
práticas corporais de aventura, Instrumentos:
Situar utilizando-os como critérios para 1.Produção textual e/ou apresentação
historicamente observação de algum(ns) desses expositiva, individual e/ou em
as práticas (ou outros) filmes: “Risco Total” pequenos grupos, referentes à história
corporais de (1993), “Caçadores de emoção” e a esportivização das práticas
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9º ano EF aventura na (1991), “Evereste” (2017), “Limite corporais estudadas como resultado
natureza no que vertical” (2000). das observações dos filmes e da
se refere às 2.Propor uma atividade de atividade de pesquisa escolar proposta;
consequências pesquisa escolar na qual, em 2. Elaboração de relatório(s) das
de sua pequenos grupos, os estudantes vivências das práticas corporais de
esportivização. identifiquem as principais aventura na natureza vivenciadas na
semelhanças e diferenças entre as escola, tendo em conta o critério de
práticas corporais de aventura na viabilidade para a realização de suas
natureza tematizadas nos filmes vivências na escola e/ou na
analisados; comunidade circundante;
3.Com base nas descobertas 2. Aprendizagens construídas a partir
resultantes da atividade de da participação dos estudantes nas
pesquisa, analisar algum(ns) dos vivências propostas.
filmes a seguir, evidenciando as
consequências da esportivização
das práticas corporais de aventura
(urbana e/ ou na natureza):
“Competição de destinos” (1985),
“Zona Mortal” (1994) “Neve pra
cachorro” (2002), “Caçadores de
emoção – além do limite” (2015)
escolher com os estudantes
algumas das práticas corporais de
aventura na natureza estudadas,
tendo como critério fundamental
sua possibilidade de realização
adaptada à estrutura da escola
(planejamento participativo);
24
4.Sistematização das vivências à
luz da discussão conceitual inicial e
das aprendizagens construídas
pelos estudantes no que se refere
à identificação das semelhanças e
diferenças características às
práticas corporais de aventura
urbanas e na natureza.
- Exemplos de materialização do conhecimento Práticas Corporais de Aventura no Ensino Fundamental (RODRIGUES, 2009a, 2009b e 2016)
Por fim, é de suma importância identificar quais as propostas adequadas e
possíveis para a realização das atividades pedagógicas de conformidade com a
realidade da escola/comunidade escolar, bem como os riscos que as permeiam,
respeitando a segurança e integridade física de todos.
Diante de todo o exposto, faz-se necessário reafirmar o compromisso com a
Educação Física escolar e romper com as práticas tradicionais, acolhendo e
inserindo as PCAs no âmbito da escola, despojando os preconceitos de qualquer
natureza e trabalhar para superar as adversidades da falta de recursos, falta de
conhecimentos, falta de estrutura física, comodismo, etc. Em concordância com
esta fala:
Indubitavelmente, a inclusão de novos conteúdos na escola demanda um
processo árduo, no qual se faz necessário o rompimento de paradigmas,
que se encontram cristalizados na própria história escolar. E nesse
processo, a tradição das práticas esportivas seja o mais difícil de ser
rompido. Não se pode negar que, na maioria das vezes, os esportes,
comumente trabalhados na escola, como aqueles que se inserem na
categoria de esportes coletivos, conseguem dar conta de atender ao gosto
de uma boa parcela dos formandos da educação básica. No entanto, não
se pode desconsiderar que esses alunos devem, e têm o direito, de
receber muitos outros conhecimentos presentes na Cultura Corporal de
Movimento e assim, aumentar seus conhecimentos, experiências e
possibilidades de escolhas. (PAIXÃO, 2017, p. 171)
Portanto, é nesse sentido que devemos repensar a cada dia a nossa prática
pedagógica e ofertar aos nossos estudantes um leque de possibilidades que
favoreçam o acesso a esse vasto universo cultural, presente nas aulas de
Educação Física.
25
CONSIDERAÇÕES ULTERIORES
26
REFERÊNCIAS
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diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, a.1, n.1,
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29
SILVA, Ana Márcia. Corpo, conhecimento e educação física escolar. In: Educação
Física Escolar: teoria e política curricular, saberes escolares e proposta
pedagógica. 2 ed. Recife, EDUPE, 2011.
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