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Professora Me. Carolina Coelho de M. Grossi
Professora Me. Fernanda Assunção Valim
2022 by Editora Edufatecie
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Prezado (a) aluno (a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é
o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto
com você construir nosso conhecimento sobre os conceitos
fundamentais da Estática e da Resistência dos Materiais. Vamos entender
o funcionamento dessas duas disciplinas e como elas estão presentes no dia a dia de
qualquer Engenheiro.
Na unidade I começaremos falando sobre as propriedades geométricas das
seções transversais. Toda estrutura possui uma forma, a partir da qual ela poderá resistir
aos carregamentos externos nela atuem. Na maioria das vezes, essa forma se mantem a
mesma ao longo do comprimento das peças que compõe a estrutura e para entendermos
o que acontece dentro dela, precisamos entender alguns conceitos associados à sua seção
transversal. Você verá que todos esses conceitos serão aplicados nas unidades subsequentes.
Na unidade II vamos começar a lidar com as forças externas e com o equilíbrio estático
das nossas peças. Na engenharia, na maioria dos casos, precisamos que as estruturas são
possuam nenhum tipo de movimento. A partir dessa suposição e, considerando que as estruturas
são corpo rígidos não deformáveis, conseguiremos calcular a magnitude de descarregamento
nos seus vínculos e, posteriormente, como são desenvolvidos esforços internos.
Nas unidades III e IV vamos estudar as estruturas como elas realmente são:
deformáveis e sujeitas a distribuição de tensões. Vamos entender como os esforços internos
são distribuídos dentro da seção transversal em forma de tensões e como a estrutura se
deforma. Ainda, no final da unidade IV, vamos estudar sobre o fenômeno de instabilidade
que afeta as peças comprimidas, como pilares e colunas.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em
nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional.
UNIDADE I....................................................................................................... 3
Propriedade Geométricas da Seção Transversal
UNIDADE II.................................................................................................... 38
Esforços Internos emEstruturas Isostáticas
Plano de Estudo:
● Centro de gravidade e centroide;
● Momentos de 1ª e 2ª ordem;
● Produtos de inércia;
● Eixos principais de inércia.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender os conceitos de centro de gravidade e centroide e
como são determinados esses pontos na área da seção
transversal de um eixo ou estrutura;
● Aprender a calcular os momentos de inércia de 1ª e
2ª ordem e o produto de inércia para uma área;
● Entender os conceitos de eixo principal de inércia e momentos
principais de inércia e aprender a calculá-los em torno de
eixos que passam pelo centroide da área.
3
INTRODUÇÃO
Equação 02
Equação 03
Sendo que,
XCG= Localização do centro de gravidade em relação a um eixo y referencial;
YCG= Localização do centro de gravidade em relação a um eixo x referencial;
xn= Localização da partícula em relação ao um eixo y referencial;
yn= Localização da partícula em relação ao um eixo x referencial.
Equação 05
Equação 06
Equação 08
Para uma gravidade constante, como é o caso do planeta Terra (g = 9,81 m/s²),
e corpos homogêneos, ou seja, material composto pela mesma matéria em todo o seu
volume (ρ = cte), e lembrando que γ = p.g, temos que:
Equação 09
Equação 10
Equação 11
Equação 12
Sendo,
L = Comprimento do corpo analisado;
dA = Área infinitesimal da partícula que constitui a área total;
x = Localização da partícula em relação ao um eixo y referencial;
y = Localização da partícula em relação ao um eixo x referencial.
Equação 13
Equação 14
Sendo,
Mx= Momento estático em relação ao eixo x;
My= Momento estático em relação ao eixo y;
Equação 15
Equação 16
Vimos que a localização do centroide pode ser calculada através das seguintes equações:
Dessa forma,
Analogamente, para o cálculo do valor de x’, temos que: dA = h .dx. Sendo assim:
Em muitos casos, nos deparamos com figuras ou área mais complexas, cujo a
localização do seu centro de gravidade é mais complicada e onerosa. Algumas dessas
áreas, podem ser dividas em figuras mais simples, facilitando os cálculos, quando isso
ocorre, podemos chamá-las de áreas compostas.
Um corpo composto consiste em um conjunto de corpos de formatos “mais simples”,
que podem ser retângulos, triângulos, circunferências, entre outros. Às áreas e os centroides
dessas formas comuns são tabeladas, contanto que a localização do centro de gravidade
de cada uma dessas partes seja conhecida, podemos eliminar a necessidade de integração
para obter o centro de gravidade do corpo como um todo.
Equação 17
Equação 18
Esse conceito de cálculo é muito utilizado no contexto da engenharia, uma vez que
a maioria dos elementos estruturais possuem seção transversal que pode ser dividida em
formatos conhecidos (Figura 05).
Equação 19
Para o cálculo do momento de inércia em relação ao eixo x1, utilizamos a equação 20.
Equação 21
Sendo que:
Portanto,
Equação 22
Ou seja,
Em que,
y’ = Distância entre um elemento de superfície de área dA até o eixo baricentro BB’;
d = Distância entre o eixo BB’ e um eixo qualquer AA’.
Equação 23
Equação 24
Equação 25
Equação 26
Caso a área seja uma figura composta, as equações 25 e 26, podem ser escritas
da seguinte forma:
Equação 27
Equação 28
Caro aluno (a), até aqui você aprendeu a calcular os momentos de inércia Ix e Iy em
relação a eixos x e y pré-determinados e também aprendeu, utilizando o Teorema dos Eixos
Paralelos, a encontrar o momento de inércia em qualquer eixo paralelo a esses eixos iniciais.
Você percebeu que os valores de momento de inércia modificam de acordo com o eixo a ser
considerado. É intuitivo imaginar que existirá um eixo em que o momento de inércia da área
é o menor possível e outro eixo onde o momento de inércia é o maior possível. Vamos ver,
nas próximas unidades, que tal afirmação é verdadeira e como encontramos a orientação
desses eixos. Antes disso, precisamos definir quem é o produto de inércia de uma área.
Equação 29
Equação 30
Solução:
Aplicando a definição de produto de inércia em um elemento infinitesimal de área
dA = dxdy (Figura X.4b), temos:
Equação 31.b
Equação 31.c
Você pode conferir como chegar nessas equações de transformação na página 476
do livro Estática: Mecânica para Engenharia (Hibbeler, 2017).
Uma constatação a partir das equações de transformação se dá quando somamos
as Equações 31.a e 31.b. Ao fazê-lo, percebemos que o momento polar de inércia é
independente da orientação dos eixos x1 e y1
Equação 32
Equação 33
Equação 34
Solução:
Utilizando a Equação 33 conseguimos calcular os ângulos principais que definirão
os eixos principais:
Desafio: Você conseguiria definir em torno de qual eixo principal está relacionado
o momento de inércia máximo e o momento de inércia mínimo?
Equação 35
É importante lembrar sempre que em qualquer problema, os valores Ix,Iy e Ixy são
constantes e conhecidos e os valores Ix1 e Iy1 são variáveis. A representação gráfica da
equação 35 é um círculo de raio R, dado por:
Equação 36
3) Você deve encontrar o ponto A de referência, que estará à distância igual ao raio
do centro C. Esse ponto A possui coordenadas (Ix ;Ixy). Por definição, Ix é sempre
positivo, ao passo que Ixy pode ser positivo ou negativo. Ligue o ponto de referência
A ao centro do círculo e determine a distância CA por trigonometria. O resultado será
o apresentado na Figura 23.
A Figura apresenta uma viga tubular que pode ser utilizada para movimentar cargas em
um galpão. A seção transversal retangular está posicionada de modo que o carregamento
esteja atuando em torno do eixo horizontal. Para seções retangulares, sabemos que os
eixos vertical e horizontal que passam pelo centroide são os eixos principais de inércia
e o eixo horizontal define o momento de inércia máximo. É por esse motivo que a viga é
posicionada da maneira mostrada.
REFLITA
Sabendo que o momento de inércia pode modificar de acordo com a posição da barra, para
muitas aplicações, é interessante utilizar barras com dupla simetria, como as circulares.
Nessa unidade vocês aprenderam a calcular várias propriedades de uma área, que,
no nosso campo de atuação, representa a seção transversal de uma barra. O momento
de inércia (ou momento de 2ª ordem) será bastante utilizado em fórmulas posteriores, no
cálculo da resistência e estabilidade das estruturas.
O produto de inércia auxilia no cálculo dos momentos principais de inércia, que
definem o maior e menor momento de inércia da área estudada e em torno de qual eixo eles
atuam. Com essa informação, vocês conseguem definir qual a posição ótima das barras de
elementos estruturais e mecânicos, de acordo com o tipo de carregamento aplicado.
Lembre-se, é importante que o carregamento seja aplicado perpendicularmente ao
maior momento de inércia. Em alguns casos, é válido utilizar seções duplamente simétricas,
garantindo que os momentos de inércia serão os mesmos para os dois eixos principais.
LIVRO
Título: Mecânica Vetorial para Engenheiros: Estática
Autor: Beer, F.; Johnston, E. R.; Mazurek, D.
Editora: AMGH; 11ª edição (11 abril 2019).
Sinopse: Esse entendimento é essencial para o sucesso na
área. Junto com o volume que trata de Dinâmica, esta obra é um
indiscutível clássico que não pode faltar ao aluno de engenharia
nos seus primeiros anos de estudo. A análise vetorial é apresentada
desde o início e utilizada na discussão dos princípios fundamentais
da mecânica. Os métodos vetoriais também são usados para resolver
problemas, em particular os tridimensionais, nos quais essas técnicas
levam a uma solução mais simples e concisa. A ênfase deste livro
está na compreensão correta dos princípios da mecânica, na sua
aplicação à solução de problemas de engenharia e na apresentação
da análise vetorial como uma ferramenta muito útil.
FILME/VÍDEO
Título: A ponte do Rio Kwai
Ano: 1957.
Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, prisioneiros
britânicos recebem o encargo dos japoneses de construir em
plena selva uma ponte de transporte ferroviário sobre o rio Kwai,
na Tailândia. O coronel Nicholson, que está à frente dos prisioneiros,
é o oficial britânico que procura uma forma de elevar o moral de
seus homens. Vê a ponte como uma forma de consegui-lo, tendo-
os ocupados na construção e fazendo-os sentirem-se orgulhosos
da obra. Por sua vez, o major americano Shears, prisioneiro no
mesmo campo, só pensa em fugir. Ao final, ele o consegue e,
contra a sua vontade, volta algumas semanas depois, guiando um
comando inglês, cuja missão é destruir a ponte no instante em
que passasse o primeiro trem, para anular a rota de transporte de
armas dos japoneses, que pretendiam utilizá-la para invadir a Índia
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=9q08QHSp8Vw
Plano de Estudo:
● Equilíbrio de forças em nós e equilíbrio de corpo rígido;
● Treliça;
● Definição de esforços internos em barras, vigas e pórticos;
● Diagramas de esforços internos em barras e vigas;
● Diagrama de esforços internos em pórticos.
Objetivos da Aprendizagem:
● Aprender a calcular os esforços internos em uma seção de
estruturas classificadas como barras, vigas e pórticos;
● Calcular reações de apoio;
● Conhecer o que são forças e momentos e aplicar o conhecimento
no equilíbrio de nós e no equilíbrio de corpo rígido;
● Desenhar os diagramas de esforços solicitantes em estruturas
classificadas como barras, vigas e pórticos;
● Entender porque as estruturas precisam de vínculos, quais
são os tipos existentes e classificar as estruturas de
acordo com a quantidade desses vínculos.
38
INTRODUÇÃO
Caro aluno(a)
A maioria dos elementos estruturais são ditos lineares, e podem ser representados
pelo eixo que passa pelo centroide de cada seção transversal que constitui a peça (Figura
05), chamada representação unifilar (Figura 06). De acordo com Sussekind (1981), a barra
pode ser reta ou curva, conforme seu eixo seja reto ou curvo.
A união dessas peças pode formar uma estrutura plana, caso os eixos que
compõem a estrutura estejam contidos no mesmo plano, ou espaciais (Figura 07), caso
o mesmo não ocorra.
Equação 01
Essa substituição pode ser utilizada para simplificar o cálculo do equilíbrio do corpo,
e é válida apenas se as seguintes equações forem satisfeitas (Equação 02 e 03):
Equação 02
Equação 03
Equação 05
Equação 06
Equação 07
Equação 08
Equação 09
Equação 10
Equação 11
Equação 12
O sistema de forças, portanto, que atua sobre a viga por uma força e momento
equivalentes no ponto B é:
Equação 13
Equação 14
Equação 15
Equação 16
Equação 17
Equação 18
Qualquer movimento de um corpo rígido no plano pode ser obtido pela superposição
de três movimentos independentes. São três, portanto, os graus de liberdade de movimento
no plano: uma rotação e duas translações. Esses deslocamentos ou parte deles podem
ser impedidos, por sua vez, por vínculos externos através de apoios. E nas direções dos
deslocamentos impedidos ocorrem esforços externos reativos às ações transmitidas pela
estrutura aos apoios, denominados esforços externos reativos ou reações de apoio.
Para que a porta cumpra com a sua finalidade de abrir e fechar, permitindo a pas-
sagem de pessoas, ela precisa ser vinculada com a alvenaria de tal forma que, sejam im-
pedidos os seus movimentos translacionais, porém, é necessário que ela permita a rotação
na folha da porta, em torno de um dos eixos cartesianos.
A solda, quando vincula dois ou mais elementos entre si, podendo impedir qualquer tipo
de movimento relativo entre as peças vinculadas, tanto de translação quanto de rotação. Sendo
assim, pode ser considerado um apoio de terceiro gênero ou, também chamado, engaste.
Dependendo de como esses apoios são arranjados nas estruturas, elas podem
ser classificadas quanto à estaticidade em: hipoestáticas, isostáticas e hiperestáticas.
Estruturas hipoestáticas são estruturas que possuem a quantidade de vínculos internos e
externos em quantidade insuficiente para manter a mesma em equilíbrio estático (Figura 17).
Matematicamente essa situação ocorre quando:
Equação 19
Equação 20
Equação 21
● Cargas distribuídas: São aquelas que atuam em uma área com dimensões na
mesma ordem de grandeza da estrutura (Figura 23).
Equação 22
Equação 23
Equação 24
Equação 25
Antes que o membro seja seccionado, pode ser preciso primeiro determinas as
reações de apoio, através das equações de equilíbrio. Em seguida, confecciona-se o diagrama
de corpo livre, mantendo as cargas distribuídas, momentos e forças que atuam sobre o
membro em seus locais exatos. Passe um corte imaginário pelo membro, perpendicular,
deixando-as em evidência. Por fim, desenhe o diagrama de corpo livre do segmento que
tiver a menor quantidade de esforços de aplica-se as equações fundamentais da estática
à parte seccionada. Uma dica interessante é, quando aplicada a equação de equilíbrio de
momento, utilize o ponto da seção como referencial. Dessa forma as forças internas normal
e cortante são eliminadas, ou seja, não geram momento, e podemos obter uma solução
direta para o momento. Esse procedimento pode ser utilizado para qualquer elemento linear.
FIGURA 29 – TRELIÇA
Quanto à disposição das barras da treliça no espaço, ela pode ser classificada como
plana, caso os elementos e as forças externas estejam contidos em um mesmo plano, ou
como espacial, caso os elementos e forças externas agirem nas três dimensões do espaço.
As treliças surgiram como um sistema estrutural mais econômico que as vigas para
vencer vãos maiores ou suportar cargas mais pesadas.
Sussekind (1981) define uma treliça ideal como sendo um sistema reticulado
cujas barras têm todas as extremidades rotuladas e cujas cargas estão aplicadas apenas
em seus nós.
Os elementos de barra das treliças são, normalmente, conectados por parafusos,
soldas ou rebites, por meio de uma placa de ligação, ou por um grande parafuso, também
chamado de pino, como ilustrado na Figura 31 (HIBELLER, 2010).
Na Figura 32, parte (a), uma barra tracionada é apresentada, isto é, as forças
(T) estão saindo das extremidades do elemento. Os nós em que a barra está conectada
exercem uma força no sentido contrário, pois os mesmos estão em equilíbrio, implicando
em uma força saindo do nó, na direção da barra e no sentido contrário à força de tração.
Análise semelhante pode ser feita para a barra sob uma força de compressão (C), ilustrada
na parte (b) da mesma figura.
As treliças são classificadas quanto a lei de formação e quando a sua estaticidade.
Quando a lei de formação, podem ser: simples, compostas e complexas. E quando a sua
estaticidade, são classificadas em: hipoestáticas, isostáticas e hiperestáticas.
Esse processo poderá ser repedido tantas vezes quanto necessário para obter a
geometria desejável para a estrutura. A Figura 34 ilustra o processo para a formação de
uma treliça extensa simples. Nota-se que uma treliça simples não deve ser necessariamente
composta de triângulos (BEER et al, 2012).
A análise deste tipo de treliça poderá ser feita pelo Método dos Nós e pelo Método
das Seções, como será visto mais adiante.
r=3
r=3 r=3
b=9
b = 19 b=9
n=6
n = 11 n=6
r + b = 12 = 2.n
r + b = 22 = 2.n r + b = 12 = 2.n
Estaticamente determinada
Estaticamente determinada Estaticamente determinada
Segue a lei de formação de treliças
Segue a lei de formação de treliças Treliça composta (duas treliças de
simples
simples três barras)
Instável externamente
Estável externamente Estável externamente
Estável internamente
Estável internamente Estável internamente
HIPOSTÁTICA
ISOSTÁTICA ISOSTÁTICA
r=4
r=3
b=6
b=9
n=4
n=6
r + b = 10 > 2.n
r + b = 12 = 2.n
r=4 Estaticamente indeterminada
Estaticamente determinada
b=5 Não segue a lei de formação de
Não segue a lei de formação de
n=4 treliças simples
treliças simples
r + b = 9 > 2.n Estável externamente
Estável externamente
Estaticamente indeterminada Estável internamente
Instável internamente
Segue a lei de formação de treliças
simples HIPERESTÁTICA (grau 2 – 1
HIPOSTÁTICA
Estável externamente reação e 1 barra redundante)
Estável internamente
HIPERESTÁTICA (grau 1 – 1
reação redundante)
Equação 26
Equação 27
Equação 28
As Equações 2.1, 2.2 e 2.3 são utilizadas simultaneamente em uma treliça espacial.
No caso de treliças planas, com um sistema de forças coplanar (plano xy), utilizam-se para
a verificação do equilíbrio nodal as equações 2.1 e 2.2.
O diagrama de corpo livre da treliça pode ser desmembrado em diagramas
de corpo livre de cada elemento como ilustrado na Figura 2.11. Nesta figura, cada barra é
solicitada por duas forças, uma em cada extremidade, com mesmo módulo e direção, mas
de sentido oposto (Figura 36).
O sinal negativo indica que a barra O sinal positivo indica que a barra
AD está comprimida AB está tracionada
Agora, a análise de outro nó deverá ser feita, considerando que o esforço nas
barras AB e AD são conhecidos. Deste modo, poderá ser analisado o nó B, pois somente
as forças nas barras BC e BD são desconhecidas.
O sinal positivo indica que a barra O sinal positivo indica que a barra
BC está tracionada BC está tracionada
Nesta última análise, escolheu-se o nó E por ser mais simples de ser analisado.
Ainda falta definir o esforço na barra CD, assim, o nó C ou o nó D poderá ser avaliado.
Por fim, para o cálculo da força Fgc poderá ser feito o somatório das forças verticais
ou horizontais, trabalhando-se com suas componentes retangulares. Aqui, optou-se pela
verificação das forças verticais, considerando o sentido para cima como positivo:
Os sinais positivos para as três forças calculadas indicam que elas foram arbitradas
corretamente, isto é, as barras GC e BC estão tracionadas (foram consideradas saindo da
barra), e a barra GE está comprimida (foi considerada entrando na barra).
Caro aluno(a), já vimos que um corpo em que atuam forças externas ativas precisa ser
equilibrado por forças externas reativas para que esteja em equilíbrio, ou seja, para que não
haja movimentação horizontal, vertical ou rotação. Essas forças externas reativas aparecem
nos apoios e representam a vinculação da estrutura em sua base de suporte (solo, base de
máquinas, etc). Mas, para que essa estrutura não rompa internamente, ou seja, ao longo de
alguma parte constituinte, também vão aparecer forças internas para garantir seu equilíbrio.
Essas forças são chamadas de esforços internos. É muito importante conhecer os esforços
internos para projetar um membro estrutural ou mecânico e vamos estudá-los agora.
* O sentido do momento torsor é dado pela regra da mão direita, quando você coloca seu polegar na direção
da seta dupla. A seta dupla indica que a força considerada é um momento
É bom ressaltar que a representação unifilar pode ser utilizada nos exercícios dessa
unidade, ou seja, os elementos podem ser estudados simplificadamente pelo seu eixo
longitudinal. Vamos considerar que existem somente carregamentos externos aplicados
no plano da estrutura. No sistema cartesiano xyz, as cargas são aplicadas no plano xy
e os momentos são aplicados em torno do eixo z (Figura 44). Sendo assim, os esforços
solicitantes também serão aqueles que agem no plano (esforço normal, esforço cortante e
momento fletor). Esses esforços estão apresentados na Figura 45.
Perceba que, para o aparecimento dos esforços solicitantes, foi necessário realizar
um corte na estrutura, denominado S. Assim, temos agora a estrutura E, à esquerda e a
estrutura D, à direita. Todos os esforços internos estão desenhados na convenção de sinal
positiva, de acordo com o que você viu na Figura 43.
Quando cortamos a estrutura e a separamos em duas, precisamos garantir que ela
ainda esteja em equilíbrio. Esse é o princípio básico do Método das Seções, utilizado para
calcular o valor dos esforços solicitantes no corte determinado. Para você entender como
o método funciona, considere a estrutura da Figura 46 com seu carregamento externo F1 e
F2, fixada em A por um apoio fixo (que gera duas reações força) e fixada em B por um apoio
móvel (que gera uma reação força).
Da mesma forma, o lado esquerdo (BC) também deverá estar em equilíbrio, mas
agora quando aplicarmos as equações de equilíbrio da estática, vamos ter os esforços
solicitantes em função do carregamento F2 e da reação de apoio FBy (Figura 47b).
Temos três valores de x especificados para essa estrutura, ou seja, ela possui três
seções de interesse (x1 válido entre o apoio fixo e o final da carga distribuída w, x2 válido entre
o final da carga distribuída e a carga concentrada P e x3 válido entre a carga concentrada
P e o apoio móvel). Essas seções são definidas sempre entre duas descontinuidades de
carregamento. Sempre que tivermos uma carga distribuída, concentrada ou um momento
aplicado, temos uma descontinuidade de carregamento. Vamos aprender mais pra frente na
unidade como escrevemos as equações que definem a variação dos esforços solicitantes
nessas seções e consequentemente, na estrutura.
Como visto no início da unidade, temos três classificações em função das dimen-
sões das estruturas (linear, bloco e superfície). Vamos analisar os esforços solicitantes
que aparecem nas estruturas que podem ser simplificadas como estruturas lineares. Uma
estrutura linear é aquela que apresenta sua dimensão longitudinal consideravelmente maior
do que as dimensões da seção transversal.
Agora que você já sabe quais são os esforços internos que são presentes em
barras, vigas e pórticos, nós precisaremos aprender a calcular esses esforços de uma
forma que saibamos suas magnitudes e sinais ao longo de todo o eixo longitudinal da
estrutura. Os valores dos esforços internos podem modificar de ponto a ponto, dependendo
do carregamento ao qual estão sendo submetidos.
Vamos falar primeiramente das barras. Na maioria dos casos de barras, o esforço
normal atuante não se modifica ao longo do eixo longitudinal x. Se observarmos a Figura 55,
veremos que, independentemente do ponto em que seccionarmos a barra, sempre teremos
o mesmo valor de esforço normal interno. Esse esforço normal precisa equilibrar a barra na
seção de corte. Sendo assim, o diagrama dessa barra é constante, e representa a magnitude
do esforço normal. A magnitude do esforço entra no eixo y e sua variação, no eixo x.
Solução:
Temos que garantir que essa barra esteja em equilíbrio independente do ponto
onde a cortamos. É sempre interessante fazer seções imediatamente antes e imediatamen-
te depois do ponto de aplicação do carregamento externo. Sendo assim, faremos as seções
S1 e S2 da seguinte maneira:
Sabendo que, dentro de cada seção o esforço normal é constante (ver Figura
55), podemos traçar o diagrama de esforço normal. Como as seções de corte são
IMEDIATAMENTE antes e depois do ponto de aplicação do carregamento, ao desenhar o
diagrama colocamos os dois valores encontrados no ponto de aplicação da carga.
4.1 VIGAS
As vigas já são elementos solicitados transversalmente em relação ao seu eixo
longitudinal. Em geral, elas são longas, retas e prismáticas. Por prismática, entende-
se aquela estrutura no qual não há variação de seção transversal. As vigas podem ser
biapoiadas, em balanço (engastada em uma extremidade e livre na outra) ou apoiada com
balanço, como mostrado na Figura 57.
● O valor negativo do momento Ms1 indica que seu sentido foi arbitrado errado. Sendo
assim, ao mudar o sentido do momento fletor, observa-se que ele traciona a parte de
baixo da viga, ou seja, é um momento positivo de acordo com a convenção de sinais.
● O valor negativo do momento Ms2 indica que seu sentido foi arbitrado errado. Sendo
assim, ao mudar o sentido do momento fletor, observa-se que ele traciona a parte de
baixo da viga, ou seja, é um momento positivo de acordo com a convenção de sinais.
Os pórticos são elementos formados por vigas e colunas conectadas por ligações
rígidas. O ângulo entre a viga e a coluna, na maioria dos casos, é de 90°, mas isso não é
uma regra. A principal diferença agora é que, nos pórticos, haverá o aparecimento dos três
esforços internos anteriormente estudados: esforço normal, esforço cortante e momento
fletor. Sendo assim, é preciso que façamos o mesmo procedimento adotado para as vigas
para desenhar os diagramas de esforços solicitantes no pórtico. Além dos carregamentos, a
mudança de direção da barra também nos obriga a definir uma nova seção para descrever
as equações dos esforços solicitantes. Vamos aprender a traçar os diagramas de esforço
normal, esforço cortante e momento fletor para o pórtico apresentado no Exemplo 08.
De posse das equações e dos intervalos de validade das seções, agora podemos
calcular o valor dos esforços solicitantes. Depois, podemos traçar os diagramas de esforços
solicitantes. Aqui também valem as regras que relacionam carregamento distribuído, cortante
e momento fletor. No nosso caso, como não temos nenhum carregamento distribuído, as
cortantes terão valor constante e o momento fletor será uma reta. Além disso, nos pórticos,
precisamos definir um lado de referência para a convenção de sinal do nosso momento fletor.
Aqui, o lado de referência será o lado de dentro do pórtico. Então, momentos que tracionam
o lado de referência são positivos e momentos que comprimem o lado de referência são
negativos. Acompanhe o traçado dos diagramas abaixo:
SAIBA MAIS
REFLITA
LIVRO
Título: Análise das estruturas
Autor: Hibbeler, R. C.
Editora: Pearson Universidades; 8ª edição (10 maio 2013).
Sinopse: O livro Análise das Estruturas proporciona aos estudantes
de engenharia e arquitetura um panorama completo da área, com
ênfase em treliças, vigas e pórticos. Com ele, os alunos aprenderão a
modelar e analisar estruturas por meio de casos reais que auxiliarão
em sua prática profissional. Totalmente de acordo com o Sistema
Internacional de Unidades, a obra traz diferentes tipos e níveis de
exercícios que exigem a aplicação do método clássico de solução
de problemas, consolidando os conceitos aprendidos no livro.
FILME/VÍDEO
Título: Esforços Internos: Teoria
Ano: 2019.
Sinopse: A atuação das forças externas produz esforços na es-
trutura. Esses esforços produzidos são chamados de ESFORÇOS
INTERNOS.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ZpSRIkawaeQ
Plano de Estudo:
● Conceito de tensão, deslocamento e deformação;
● Forças axiais: tração e compressão;
● Flexão;
● Deformação em vigas: linha elástica.
Objetivos da Aprendizagem:
● Aprender o conceito de tensão e deformação normal em estruturas;
● Conhecer o conceito de deslocamento em estruturas
submetidas a esforço normal e momento fletor;
● Contextualizar o esforço solicitante N (força normal) em
relação às tensões que ele desenvolve dentro da
estrutura: tensões de tração e compressão.
105
INTRODUÇÃO
Para tal, serão utilizados parâmetros como tensões e deformações, resultantes das
solicitações de esforços internos que ocorrem nesse sólido.
A estática tem um importante papel no desenvolvimento e na aplicação da resistência
dos materiais, sendo assim, é de suma importância que você, aluno, tenha compreendido
bem os fundamentos até então discutidos na unidade I e II.
Nas unidades anteriores, vimos que, as estruturas são sistemas físicos compostos
pela ligação de uma ou mais peças interligadas entre si e com o meio exterior formando
um conjunto com estabilidade, que é capaz de receber solicitações externas, absorve-las
internamente e transmiti-las até os apoios. Essas forças transmitidas internamente nos
elementos estruturais, são chamados de esforços internos, e podem ser encontradas
através do método das seções, sendo elas responsáveis pelo surgimento das tensões, e
deformações no corpo estudado.
A tensão está relacionada com a capacidade do material resistir à intensidade das
forças elementares distribuídas, que por sua vez, depende da intensidade da resultante das
forças internas, da área da seção transversal e das características do material que constitui
o corpo analisado. Por fim, tendo conhecimento dessas tensões e deformações, é possível
realizar e verificar o dimensionamento dos componentes estruturais.
O método das seções permite determinar a resultante dos esforços internos (força
e momento) numa seção quando usamos as condições de equilíbrio da estática. Esses dois
tipos básicos de esforços representam os efeitos decorrentes da distribuição real de forças
em todos os pontos da seção cortada.
Quando um corpo que está submetida a uma carga externa é seccionado, há uma
distribuição de forças que age sobre a área seccionada e que mantém cada segmento do
corpo em equilíbrio. A intensidade dessa distribuição de forças internas em um ponto no
corpo é denominada tensão.
Em primeira instância, analisaremos apenas as tensões provocadas pela força
resultante que passa pelo centroide da seção transversal do elemento analisado (Figura
01). Essa força resultante pode ser decomposta em 3 forças direcionadas em x,y e z.
A força que atua perpendicularmente ao plano é dita força normal (FRx), e a força
que atua paralelamente ao plano é dita força cisalhante (FRy, FRz), como mostrado na Figura
02. A tensão que atua perpendicularmente ao plano da seção transversal é chamada de
tensão normal (σ), Equação 01, e a tensão que atua paralela ao plano da seção transversal
é chamada de tensão de cisalhamento (τ), Equação 02 e 03.
A tensão normal média que ocorre no corpo é determinada pela força resultante
normal (FRx) dividida pela área total da seção transversal do elemento A (Equação 01).
Porém, se analisarmos a tensão normal em um determinado ponto Q, da seção transversal,
deve-se considerar a área ∆A, Equação 04.
Geralmente, o valor obtido para a tensão normal em um determinado ponto da
seção é diferente do valor da tensão normal média.
Para os nossos estudos, consideraremos que todas as barras analisadas são
prismáticas (Figura 04), ou seja, possuem seção transversal constante, alongamento
uniforme e forças internas distribuídas uniformemente na seção.
Exemplo 1 (Beer, et. al., 2011) – A luminária de 80 Kg é suportada por duas hastes AB e
BC. Determine a tensão normal média em cada haste, sendo que dAB = 10 mm e dBC = 8 mm.
Outra relação que permaneceu constante, foi a relação carga P e área A que vimos
anteriormente que se chama tensão ( ).
A deformação, por vezes, é muito pequena e para representá-la usamos os
submúltiplos mili (m) e micro (μ).
A partir dos valores das normais em cada trecho, calculamos a tensão normal de
acordo com a Equação 06:
Exemplo 04 (Adaptado de Beer, et. al., 2011): Sabe-se que, quando uma
matéria sofre uma mudança de temperatura, ele irá se alongar ou contrair. Para a barra
de aço apresentada abaixo, determine os valores de tensão nas partes AC e CB se a sua
temperatura variar de - 45°C até 20°C. As reações de apoio geradas por essa mudança de
temperatura são orientadas saindo da barra nos valores de 81,12 kN. Considere E = 200
GPa e α = 12 x 10-6 /°C.
Por conta dos esforços externos verticais as vigas desenvolvem esforços internos
cisalhante e momento fletor, que, em geral, variam ao longo do eixo longitudinal da viga.
Para o projeto de uma viga, devemos, primeiramente, determinar os esforços má-
ximos que ocorrem na mesma, através do diagrama de esforços interna, já estudado nas
unidades anteriores (Figura 12).
Nessa unidade, estudaremos apenas a flexão pura, e para analisar seus efeitos,
em relação a tensões e deformações gerados, vamos considerar uma barra prismática
AB com um plano de simetria, submetida a conjugados de mesma intensidade e sentidos
opostos M e M’ atuando no plano de simetria Figura 13.
Devemos nos atentar de que: todas as equações são formuladas supondo que o
sentido do momento fletor aplicado seja positivo, portanto, a viga terá a concavidade para
cima; as seções transversais permanecem plenas, ou seja, ocorrerão deformações idênti-
cas em todos os planos paralelos ao plano de simetria; e a deformação normal longitudinal
especifica εx varia linearmente com a distância y da superfície neutra.
A deformação específica ε_x atinge seu valor máximo quando o valor de y é máximo:
Sendo,
c = maior distância da superfície neutra;
εm = Valor absoluto máximo da deformação.
Sabendo que:
Sendo,
σm o valor máximo absoluto da tensão.
Podemos perceber, por meio da equação 13, que a tensão varia linearmente com a
distância da superfície neutra.
Para encontrar a posição da linha neutra, analisaremos a seção transversal da barra
e os esforços que nela atuam, quando a barra é submetida a um momento fletor (Figura 20).
A equação 14, diz respeito a tensão máxima que ocorre na barra, quando solicitada
apenas por uma flexão pura. Quando desejamos encontrar a tensão em algum ponto alea-
tória da seção transversal, utilizamos a equação 15, apresentada a seguir.
Obs: No caso de vigas com área de seção transversal idênticas, aquelas que tiver
maior altura h terá o módulo de resistência maior, e, portanto, terá uma capacidade maior
para resistir à flexão (Figura 21).
Exemplo 05 (Beer, et. al., 2011) – Uma barra de aço de seção transversal retangular
medindo 20,3 mm x 63,5 mm está submetida a dois momentos fletores iguais e opostos
atuando no plano vertical de simetria da barra. Determine o valor do momento fletor M que
provoca escoamento na barra. Considere σe = 248 MPa.
O que precisamos nos preocupar agora é que o momento M pode variar ao longo
do eixo longitudinal da viga. Chamando de x a distância da seção a partir da extremidade
esquerda da viga (Figura 23), reescrevemos a Equação 16 da seguinte maneira:
Ainda a respeito da Figura 23, além do eixo x, definimos o eixo y como positivo do
eixo neutro para cima.
Primeira integração:
Segunda integração:
Exemplo 06 (Beer, et. al., 2011) – A viga em balanço AB tem seção transversal
uniforme e suporta uma força P na sua extremidade livre A. Determine a equação da linha
elástica [y(x)] e o deslocamento em A.
Solução:
Como a viga possui um carregamento concentrado, o seu diagrama de cortante
sofrerá uma descontinuidade e a equação do momento fletor na estrutura deverá ser
calculada para os dois tramos que foram divididos pela carga: AD e DB. As reações de
apoio podem ser calculadas da forma como você aprendeu nas unidades passadas (refaça
os cálculos para treinar). A reação em A é e a reação em B é
em que y1 (x) é a função que define a linha elástica para a parte AD da viga. Fazendo
a primeira integração, vamos obter o seguinte resultado:
em que y2(x) é a função que define a linha elástica para a parte DB da viga. Fazendo
a primeira integração, vamos obter o seguinte resultado:
Como temos dois apoios simples (um de 1° gênero e outro de 2° gênero), cada
um nos dará que a deflexão será zero nos pontos de aplicação dos apoios. Em relação à
continuidade, precisamos lembrar que as deflexões e as inclinações no ponto D precisam
ser idênticas, independente da seção que for considerada (AD ou DB).
Assim, conseguiremos montar um sistema de 4 incógnitas (as constantes de
integração) e quatro equações.
Fazendo x1 = 0 em y1 (x):
Fazendo x2 = L em y2 (x):
Agora, precisamos substituir o valor das nossas constantes de integração nas equações
da linha elástica que definem a deflexão da viga nos dois trechos e nas equações da rotação:
SAIBA MAIS
Observe que as equações literais que encontramos para descrever a linha elástica ou a
inclinação da linha elástica em qualquer ponto da viga sempre possuem termos com a
mesma unidade:
Isso sempre será verdadeiro e, assim, você pode ter uma ideia de que está no caminho
certo da resolução!!
É muito importante o conhecimento das deflexões em vigas. Muitas das vezes o nosso
projeto pode estar atendendo a requisitos de segurança no Estado Limite Último em
relação às tensões normais máximas na estrutura, mas não estará atendendo às deflexões
máximas, infringindo um Estado Limite de Serviço. Esse excesso de deflexão pode causar
desde danos menos severos, como problemas em esquadrilhas e pequenas fissuras, até
deslocamentos que provocam sensação de mal-estar nos ocupantes daquela edificação.
Ainda, em todas as vezes nos referimos a problemas de Resistência dos Materiais como
problemas com pequenos deslocamentos e pequenas deformações, e com isso podemos
utilizar com maior segurança a proporcionalidade do material e a superposição dos efeitos.
Além disso, calculamos as reações de apoio e os esforços solicitantes em relação à estrutura
INDEFORMADA. Se a estrutura se desloca muito, essas pressuposições passam a não ter
mais validade, e tudo que aprendemos em Resistência dos Materiais não será mais válido
na realidade da estrutura com alto grau de deformação.
LIVRO
Título: Mecânica dos Materiais
Autor: John T. DeWolf, David F. Mazurek, Ferdinand P. Beer, E.
Russell Johnston JR.
Editora: AMGH; 8ª edição (18 fevereiro 2021).
Sinopse: Grande clássico da engenharia, este livro-texto chega a
mais uma edição mantendo sua consagrada estrutura: uma apre-
sentação adequada dos temas, recheada de inúmeros exemplos
que facilitam o entendimento e fazem a relação entre teoria e prá-
tica. Os princípios fundamentais são apresentados em contextos
simples, sempre acompanhados de aplicações. Ampla utilização
de diagramas e discussão de conceitos de projetos, quando apro-
priado, complementam as características que fazem desta uma
obra líder em sua área.
VÍDEO
Título: Entenda agora o que é a equação da linha elástica em
vigas
Ano: 2021
Sinopse: Olá pessoal! Nesse vídeo eu vou te ensinar como
encontrar a equação que define a posição da linha elástica para
vigas. Vamos partir da equação diferencial da linha elástica e
simplificá-la para o nosso uso na engenharia. Mas Prof, isso não
é complicado demais? Vocês verão que não! Eu te garanto. Tendo
como base a teoria explicada nesse vídeo você vai conseguir
fazer exercícios de linha elástica a partir da equação do momento
fletor na viga. Sabendo a equação da linha elástica, nós podemos
calcular o deslocamento transversal de qualquer ponto localizado
no eixo longitudinal da vida, o famoso eixo neutro. Você lembra
porque esse eixo é chamado de neutro? Nele, não há nenhuma
deformação devido ao momento fletor, somente deslocamento
transversal (na direção y).
Link do vídeo: https://youtu.be/f6p8P1rwNfo
Plano de Estudo:
● Torção;
● Força cortante;
● Esforços combinados;
● Flambagem de colunas.
Objetivos da Aprendizagem:
● Aprender o conceito de tensão e deformação de cisalhamento em estruturas;
● Contextualizar o esforço solicitante T (momento torsor)
em relação às tensões que ele desenvolve dentro
da estrutura: tensões de cisalhamento;
● Contextualizar o esforço solicitante V (esforço cortante)
em relação às tensões de cisalhamento;
● Aprender o comportamento de barras submetidas a
carregamento de compressão: flambagem.
149
INTRODUÇÃO
Na Unidade III nós conversamos um pouco sobre os esforços que causam tensões
normais dentro da estrutura. Nessa unidade, vamos conversar sobre os esforços que
causam tensões de cisalhamento – esforço cortante e momento torsor.
A tensão de cisalhamento é aquela que se desenvolve paralela à seção transversal
e que tende a cortar a estrutura. Por exemplo, observe a Figura 01. As forças P e P’, quando
aplicadas dessa maneira na estrutura, tendem a cortar a estrutura ao longo do plano C.
Para encontrar a tensão de cisalhamento média (assim como fizemos com a tensão
normal) precisamos unicamente dividir o valor do esforço cortante (P) pela área de atuação
na seção transversal (A), como mostra a Equação 01.
Uma vez que dF = τ . dA, sendo: τ tensão de cisalhamento no elemento de área dA,
temos que (Equação 03):
A partir das equações 07 podemos ver que a tensão de cisalhamento para uma barra
circular varia linearmente com a distância ρ do centroide da seção transversal. Dessa forma,
a tensão de cisalhamento é zero no eixo da barra e é máxima na superfície (Figura 05).
Caso a barra seja vazada, ou seja, possua um raio interno c1 e um raio externo c2,
a distribuição continuará sendo linear, mas possuirá um valor de mínimo e máximo (Figura
05 b) que pode ser expressa da seguinte maneira:
Solução:
Aplicando a fórmula da torção e fixando a tensão de cisalhamento máxima como 75
MPa, encontramos o maio valor do momento torsor que pode ser aplicado.
Solução:
Para encontrar as tensões no ponto A e B, primeiro precisamos encontrar o valor
do torque T a-a, que está aplicado na seção a-a. Pelo método das seções, podemos fazer
um corte na seção a-a e olhar para a direita. Assim, veremos unicamente o torque de 12,5
Nm atuando na estrutura. Aplicando a regra da mão direita e estabelecendo o equilíbrio da
seção, teremos:
Como a maior tensão ocorre no ponto A, ela pode ser a tensão de torção máxima
absoluta. Para comprovarmos se é ou não, precisamos traçar o diagrama de torque, fazen-
do mais duas seções (uma seção localizada entre os torques de 12.5 N.m e 41,5 N.m e a
segunda seção depois do torque de 41,5 N.m).
Aplicando a Equação 40
Solução:
Podemos ver na imagem que a estrutura em questão tem seção transversal com
largura b a altura h.
Como já havíamos discutido, a tensão média não representa bem o valor da tensão
de cisalhamento máxima para peças cujo a altura da seção transversal é considerável.
Se substituirmos y por h/2, para encontrarmos o valor da tensão de cisalhamento nas
extremidades da área, encontraremos:
Por uma análise semelhante à realizada no Exercício 03, podemos considerar que
as tensões de cisalhamento variam de forma parabólica sendo zero nas extremidades e
máxima no centroide. O que irá acontecer aqui, e que não ocorre na seção retangular, é que
nos pontos A e B mostrados na Figura 13, ocorre um estrangulamento da seção, e, caso nós
calculemos o valor da tensão de cisalhamento para uma espessura menor (espessura da
alma), ele será bem maior do que se utilizarmos a espessura da base. Nesses pontos ocorrerá
um salto no valor da tensão de cisalhamento. Vamos ver como isso ocorre no Exemplo 04.
V = 80 kN = 80 x 10³ N
t = largura da alma = 15 mm
I = inércia da seção transversal como um todo = 155,6 x 106 mm4 (aplique seus
conhecimentos da unidade I para conferir esse valor. A inércia dessa peça deve ser calculada
utilizando o teorema dos eixos paralelos).
V = 80 kN = 80 x 10³ N
t = largura da alma = 15 mm
I = inércia da seção transversal como um todo = 155,6 x 106 mm4 (aplique seus
conhecimentos da unidade I para conferir esse valor. A inércia dessa peça deve ser
calculada utilizando o teorema dos eixos paralelos)
Q = momento estático = (indicado na figura abaixo). Como a área agora é em
formato T, nós podemos dividi-la em duas partes (1 e 2)
Na maioria das vezes, a seção transversal de um elemento está sujeita a vários tipos de
cargas, esforços normais, cisalhamento, momento fletor e momento torsor, simultaneamente.
Para encontrar as tensões resultantes em um elemento submetido a várias
solicitações de esforços, utiliza-se o método da superposição. O princípio da superposição
afirma que a tensão ou deslocamento resultante no ponto pode ser determinado se, antes,
se determinar a tensão ou deslocamento causado por cada componente da carga agindo
separadamente sobre o elemento. Sendo assim, a tensão ou deslocamento resultante
é determinado pela soma algébrica das contribuições causadas por cada uma das
componentes de carga.
Para aplicar o princípio da superposição, as duas condições a seguir devem ser válidas:
1) A carga deve estar relacionada linearmente com a tensão ou deslocamento a ser
determinado.
Uma vez calculadas as tensões normais e cisalhantes para cada caso, utiliza-se o
método da sobreposição para encontrar as tensões normal e cisalhante resultantes.
Solução:
Precisamos encontrar os esforços solicitantes que estão acontecendo da seção de
interesse, ou seja, a seção que passa pelo ponto K. Para isso, precisaremos transferir as
forças P1 e P2 que estão atuando na extremidade A para o ponto B. Após essa transferência,
precisaremos ver quais esforços estão atuando na seção do ponto K, pelo método das seções.
Ao transferirmos as forças para o ponto B, precisamos lembrar de levar os momentos
que elas causam nesse ponto. Observe que as duas forças estão a uma distância de 50
mm, mas a força P1 provoca um momento fletor no eixo e a força P2 um momento torsor.
Teremos o seguinte resultado:
Como é uma seção circular, a inércia nas duas direções tem o mesmo valor:
Dessa forma, o momento interno para uma coluna com as extremidades rotuladas,
em uma posição x arbitrária é (Equação 22):
O menor valor de P é obtido quando n=1, de modo que a carga crítica para a coluna
é expressa pela Equação 26, também chamada de fórmula de Euler.
Cujo,
Pcr = Carga Crítica;
E.I = Rigidez de flexão (E = módulo de elasticidade (N/m²) e I =momento de
inércia (m4);
I = Comprimento da coluna (m).
A partir da equação 06, pode-se observar que a carga crítica depende somente das
dimensões da coluna (I e L) e do módulo de elasticidade do material (E). Como a carga crítica
é diretamente proporcional ao momento de inércia, a capacidade de carga de uma coluna
aumentará à medida que o momento de inércia aumentar. Assim, para que a coluna seja
mais eficiente, deve ser projetada para que a coluna seja mais eficiente, deve ser projetada
de modo que o momento de inércia seja o maior possível, dentro dos parâmetros exigidos
pela obra, de forma que, a maior área da seção transversal da coluna esteja localizada
o mais longe possível dos eixos principais dos centroides da seção e seus momentos de
inércia nos eixos x e y devem ser parecidos (Ix ≈ Iy), pois a coluna sofrerá flambagem em
torno do eixo principal da seção transversal que tenha menos momento de inércia.
Sendo assim, as seções ocas, como tubos, são mais eficientes do que as maciças.
No que diz respeito a estabilidade, quando a carga aplicada na coluna for menor
que a carga crítica, a coluna está em equilíbrio estável. Se a carga aplicada for igual a carga
crítica a coluna encontra-se em equilíbrio neutro e quando a carga aplicada é maior que
a carga crítica a coluna está em equilíbrio neutro e quando aplicada é maior que a carga
crítica a coluna está em equilíbrio instável (Figura 17).
Onde,
σcr = Tensão crítica (Pa);
E = Módulo de elasticidade (N/m²);
I = Menor momento de inércia (m4);
A = Área da seção transversal (m2);
L = Comprimento da coluna (m).
Solução:
Depois que concluímos o estado de tensão inicial no Exemplo 05, o próximo passo
seria calcular as tensões principais nesse ponto. As tensões principais são as máximas
tensões normais que ocorrem em um determinado ponto no material e são para elas
que devemos dimensionar nossa estrutura. Também podemos calcular a tensão de
cisalhamento máxima no plano e a tensão de cisalhamento máxima absoluta na estrutura.
Mas essa teoria é mais avançada e importantíssima para aqueles que pretendem seguir
na Engenharia de Estruturas.
REFLITA
LIVRO
Título: Resistência dos Materiais: para entender e gostar
Autor: Manoel Henrique Campos Botelho.
Editora: Blucher; 4ª edição (13 outubro 2017).
Sinopse: A Resistência dos Materiais é, segundo muitos
professores e especialistas, a matéria mais importante no ensino
da engenharia e estudo essencial nos cursos de Arquitetura.
Nesta obra, os leitores entenderão como os pilares e as colunas
das edificações resistem às cargas de compressão e como
os cabos de sustentação resistem a esforços de estiramento
(tração). Entre os estudos apresentados, há a ocorrência de
cortes (cisalhamento) em materiais resistentes, como madeira, e
em materiais menos resistentes, como tecidos. Incluem-se nesta
obra, ainda, os esforços resultantes da flexão (dobramento), que
exigem estruturas especiais, e as deformações causadas pelos
esforços, que demandam cuidadosos estudos e cálculos. Mais
uma vez, o engenheiro MHC Botelho, autor de diversos livros da
área, apresenta o conteúdo de forma simples e altamente prática,
sem perder seu rigor conceitual.
FILME/VÍDEO
Título: Treze dias longe do sol
Ano: 2017.
Sinopse: Saulo Garcez (Selton Mello) está empenhado em seu
novo projeto: um hospital de última geração. No entanto, ele
faz perigosas economias na construção a fim de se tornar sócio
majoritário da construtora na qual trabalha por anos. No entanto,
tudo tem um preço e esse engenheiro descobre isso da pior
forma possível: o prédio desaba, deixando-o, a médica Marion
Rupp (Carolina Dieckmann) e mais sete operários soterrados.
Agora, enquanto eles tentam sobreviver em meio aos escombros,
a diretora financeira da construtora, Gilda (Debora Bloch), e o
herdeiro da empresa, Vitor Baretti (Paulo Vilhena), fazem de tudo
para tirar das costas deles a responsabilidade pela construção.
Link do vídeo: https://youtu.be/d0f5YX7BjRs
BEER, F. P et al. Mecânica dos Materiais [recurso eletrônico]. 8ª ed, Porto Alegre: AMM-
GH, 2011.
BEER, F. P. Mecânica dos Materiais [recurso eletrônico]. 8ª ed, Porto Alegre: AMMGH,
2021.
189
CONCLUSÃO GERAL
Prezado(a) aluno(a),
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