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UNIFATECIE Unidade 1
Reitor Rua Getúlio Vargas, 333
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira Centro, Paranavaí, PR
Diretor de Ensino (44) 3045-9898
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz UNIFATECIE Unidade 2
Campano Santini
Rua Cândido Bertier
Diretor Administrativo Fortes, 2178, Centro,
Prof. Ms. Renato Valença Correia Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Kauê Berto
Prezado (a) aluno (a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso
já é o início de um grande passo no caminho que vamos trilhar juntos a partir de agora.
Proponho, junto com você construir nosso conhecimento sobre os conceitos, fundamentos
e princípios do Design e da Ergonomia. Além de conhecer seus principais conceitos
e definições vamos explorar o dimensionamento humano, sua importância dentro da
ergonomia. Aplicações básicas em espaços residenciais e as adequações de um ambiente
que possui acessibilidade.
Na Unidade I começaremos a nossa caminhada pela definição de Design e
Ergonomia. Seu conceito, onde surgiu, quais suas aplicações e seus princípios.
Já na Unidade ll, daremos um passo a mais, e englobaremos a Antropometria e
Biomecânica, que nada mais é que o estudo das dimensões e proporções humanas.
Na unidade lll, vamos nos aprofundar mais e ver como essas dimensões humanas
se enquadram dentro do espaço residencial. Estudaremos áreas de estar, banheiros,
cozinhas e dormitórios.
E por fim, na unidade IV, vamos falar de um ponto muito importante: Acessibilidade.
Seus conceitos, definições e suas aplicações dentro do espaço.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer este caminho
e multiplicar seus conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em nosso material.
Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional.
UNIDADE I....................................................................................................... 4
Introdução, Conceitos e Princípios do Design e da Ergonomia
UNIDADE II.................................................................................................... 23
Estudo da Antropometria e Biomecânica
UNIDADE III................................................................................................... 37
Dimensionamento Básico dos Espaços Residenciais
UNIDADE IV................................................................................................... 59
Acessibilidade
UNIDADE I
Introdução, Conceitos e Princípios
do Design e da Ergonomia
Profª Espª. Analice Greff Gonçalves Dias
Plano de Estudo:
● Definições do Design e da Ergonomia;
● Conceitos de Design e Ergonomia;
● Princípios de Design e Ergonomia;
● Design Ergonômico.
.
Objetivos da Aprendizagem:
● Contextualizar e conceituar o Design e a Ergonomia;
● Compreender seus princípios;
● Estabelecer a ligação entre Design e Ergonomia.
4
INTRODUÇÃO
Prezado aluno (a), finalmente vamos dar início a nossa caminhada juntos!
Vamos juntos?!
Iniciaremos essa unidade já com uma imagem que reflete muito o conteúdo:
Harmonia e proporção. O croqui feito por Mies van der Rohe, que aliás, para quem não
conhece, Mies foi um arquiteto alemão muito renomado, considerado um dos nomes mais
famosos na arquitetura do século XX. Seu croqui demonstra como as dimensões humanas
estão proporcionais ao ambiente, assunto que trataremos nessa unidade.
Seguindo o conceito da Roma antiga, nosso próximo ponto são as ordens clássicas,
que surgiram no início do renascimento, e possuem duas vertentes.
1. Vitrúvio: (Arquiteto Romano), que estabeleceu parâmetros para as proporções
dos desenhos dos templos.
2. Sebastiano Serlio: (Arquiteto Italiano), que visava a restauração dos padrões,
e Andrea Palladio, também arquiteto Italiano, que, além de propor a ordem
clássica nas fachadas, trouxe a simetria e proporção nas plantas baixas dos
edifícios, na parte estrutural.
Fonte: LOURENÇO, T. As Ordens Clássicas. Arquitetura em Passos, 2017. Disponível em: https://arquitetu-
raempassos.wordpress.com/2017/02/09/as-ordens-classicas/as-3/. Acesso em: 10 de jan.2022.
A ordem dórica, é a mais antiga entre elas, sua coluna não possui base. Também é
a mais simples, sem nenhum tipo de ornamento.
Na ordem jônica, sua coluna já é mais alta que a dórica, possui uma base, e seu
corpo é canelado, tendo linhas esculpidas de cima para baixo, e possui um capitel.
A terceira ordem, coríntia, é uma evolução da ordem jônica e possui um capitel
ornamentado.
Em sequência, temos a Seção Áurea e a Sequência de Fibonacci.
Também chamada de proporção áurea, ela representa a razão mais agradável entre
duas medidas. Os gregos antigos a denominavam como “divisão de um segmento em média
e extrema razão” ou, de “seção”. No início do século XXI identificaram essa seção pela
letra grega a Φ (Phi maiúsculo) (lê-se: Fi), em homenagem ao arquiteto e escultor Phídias,
responsável pelo templo grego Parthenon. O valor de Φ é 1.618..., um número irracional
encontrado através de sequências continuas infinitas, deduções algébricas ou geométricas.
O que é considerado belo? Beleza, é uma percepção individual. Mesmo por diversas
variações de beleza, existe um alto grau de concordância entre culturas, que o belo contém
proporção harmônica e perfeição de formas.
Fonte: SOUZA, M.A.O et al. Um estudo sobre o valor da perfeição: a divina proporção. XII Encontro Na-
cional de Educação Matemática. São Paulo, 2016. Disponível em: http://www.sbembrasil.org.br/enem2016/
anais/pdf/5540_3334_ID.pdf. Acesso em: 25 fev.2022.
FIGURA 7 - PARTENON
Fonte: WELLS, C. Como usar a Proporção Áurea na Composição e Design de Arte. Art Ignition. 2021.
Disponível em: https://artignition.com/golden-ratio-in-art/ Acesso em: 21 fev. 2022.
FIGURA 8 – PLANTA
Fonte: MÓDULO de Le Corbusier – Procurando a proporção perfeita: Le Modulor 1,83 metros série azul +
vermelho. Art Chist. Disponível em: https://artchist.blogspot.com/2015/05/el-modulor-de-le-corbusier.html.
Acesso em: 16 fev. 2022.
Vocês sabiam que até mesmo o quadro “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci apresenta
a sequência de Fibonacci? Existe uma razão entre o tronco e sua cabeça, e entre os
elementos do seu rosto, observem:
REFLITA
Fonte: GHISLENI, C. O que é Ergonomia? Artigo – Archdaily, 2021. Disponível em: https://
www.archdaily.com.br/br/959434/o-que-e-ergonomia?ad_source=search&ad_medium=projec-
ts_tab&ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Acesso em: 10 fev. 2022.
LIVRO
Título: Introdução à Ergonomia – da prática à teoria
Autores: Julia Abrahão, Laerte Sznelwar , Alexandre Silvino ,
Maurício Sarmet, Diana Pinho.
Editora: Blucher, 2009.
Sinopse: Vocês poderão navegar no mundo da Ergonomia por meio
deste livro. Esperamos que ele contribua para a aprendizagem de
conceitos e de método. Pretendemos também, promover uma reflexão
sobre o seu trabalho. Ele é apenas o início da viagem. É possível ir
mais longe a partir da vasta literatura nacional e internacional sobre o
tema. Entretanto, de nada servirá esta obra se não ajudar a transformar
efetivamente o trabalho de homens e mulheres. Transformar significa
promover a saúde, permitir o desenvolvimento profissional e atingir
objetivos de produção. Boa Viagem!
FILME/VÍDEO
Título: Pato Donald - Proporção Áurea
Ano: 2008.
Sinopse: Entenda a Proporção Áurea, Grécia antiga, Fibonacci e
o Renascimento de uma maneira descontraída.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=yfiYXdIy_Lo
WEB
Sobre o deslocamento do corpo na arquitetura: o Modulor de Le
Corbusier
Link do site: https://www.archdaily.com.br/br/911962/sobre-o-
-deslocamento-do-corpo-na-arquitetura-o-modulor-de-le-corbu-
sier?ad_source=search&ad_medium=projects_tab&ad_source=-
search&ad_medium=search_result_all
Plano de Estudo:
● Conceitos e Definições da Antropometria;
● Parâmetros, critérios e aplicações da Antropometria no Design;
● Conceitos e Definições da Biomecânica;
● Parâmetros, critérios e aplicações da Biomecânica no Design.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar a Antropometria e a Biomecânica;
● Compreender suas definições e conceitos;
● Estabelecer a importância da Antropometria e da Biomecânica.
23
INTRODUÇÃO
Prezado aluno (a), nesta segunda unidade, vamos dar continuidade a nossa
caminhada juntos.
A partir da conceituação de Design e Ergonomia na unidade anterior, venho explicar
para vocês a origem da palavra Antropometria e Biomecânica.
Antropometria é uma palavra grega, em que: Antropo, significa Homem e Metria,
significa medida, portanto, se define como o estudo das medidas do homem. E o termo
Biomecânica se refere a uma ciência que estuda o movimento dos organismos vivos, seu
principal objetivo é analisar, descrever e avaliar o movimento humano.
Nessa unidade, iremos entender um pouco mais sobre a movimentação do corpo
humano e suas medidas, e qual a influência da Antropometria e Biomecânica na hora de projetar.
Gostaria de lembrá-los (as), que os conteúdos são contínuos. Fixar o conteúdo
inicial, os conceitos, princípios e diretrizes, irá deixar o conteúdo mais prazeroso de acordo
com o tempo! E também, irá facilitar no momento em que vocês forem projetar. O teórico é
o início do prático.
Espero que gostem da unidade e consigam ter clareza em todo o conteúdo.
Vamos juntos para mais uma unidade?!
A antropometria surgiu no Egito, 3000 anos a.C, a fim de descrever o corpo humano
por meio das medidas. Considerado os percursos da antropometria, Adolfhe J. Quetelet
(1796-1874), foi o primeiro a utilizar a antropometria com seres humanos.
O ponto de partida correto para o dimensionamento de produtos, postos e ambientes
de trabalho, são as medidas antropométricas.
Fonte: FERNANDES, L. Biotipo: Quais são os fatores fisiológicos e antropométricos determinantes no desempe-
nho de escaladores? Blogdescalada, 2020. Disponível em: https://blogdescalada.com/biotipo-quais-sao-os-fato-
res-fisiologicos-e-antropometricos-determinantes-no-desempenho-de-escaladores/ Acesso em: 22 fev. 2022.
Fonte: NEUFERT, E. A arte de Projetar em Arquitetura. 13º Ed. Editorial Gustavo Gili, S.A. São Paulo,
1998. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5696284/mod_resource/content/0/
NEUFERT.pdf. Acesso em: 23 fev. 2022.
SAIBA MAIS
Vocês sabiam que têm como realizar uma avaliação antropométrica? Como explicado
nessa unidade, a antropometria se resume em dimensões humanas. A avaliação é
realizada com esses valores, incluindo peso, circunferência abdominal, altura, índice de
massa corporal, percentual de gordura e índice de padrão de crescimento.
Usado na medicina e na nutrição, essa avaliação tem como objetivo analisar o estado de
saúde geral do paciente, monitorar um tratamento e reconhecer patologias que estejam
relacionadas a nutrição do paciente.
REFLITA
Nenhum trabalho será tão urgente ou importante que não possa ser planejado e
executado com segurança.
Nesta unidade, busquei mostrar a vocês como o nosso corpo afeta diretamente na
realização de um projeto.
Abordamos definições teóricas, de ambas, ressaltando a importância das dimensões
e movimentação do ser humano, e principalmente, como esses fatores estão diretamente
ligados com a Ergonomia.
E como dito no início da disciplina, o conteúdo é sequencial, esperamos que vocês
percebam esse ponto.
Acreditamos que além de vocês observarem os ambientes de uma forma mais
delicada, irão perceber mais a própria movimentação em suas habitações e em ambientes
de trabalho, isso inclui... corrigir a postura!
LIVRO
Título: Antropometria aplicada à arquitetura, urbanismo e desenho
industrial
Autor: Jorge Boueri.
Editora: Estação das Letras e Cores.
Sinopse: A aplicação da Antropometria no projeto da habitação
é um instrumento que ajuda no processo de decisão do projeto,
principalmente quanto às questões dimensionais, e aprimora
a qualidade da habitação. O conteúdo deste livro é o resultado
de estudos sobre as implicações das dimensões humanas na
habitação, desde a sua concepção até a construção, considerando
os aspectos funcionais, simbólicos, culturais e étnicos que influem
na ocupação do espaço da moradia.
FILME/VÍDEO
Título: Movimento Tiny House
Ano: 2019.
Sinopse: O apresentador John Wisbarth e o especialista Zack
Giffin percorrem os EUA ajudando famílias na troca de uma grande
casa por um espaço bem menor - e totalmente personalizado.
Link: https://www.netflix.com/br/title/81016914
WEB
Antropometria + Ergonomia
Link:https://www.facebook.com/44arquitetura/
videos/434819651292295/
Plano de Estudo:
● Áreas de estar;
● Banheiros;
● Cozinhas;
● Dormitórios.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender as definições e dimensionamentos
dos espaços residenciais básicos;
● Estabelecer a importância das dimensões
dos espaços dentro de um projeto;
● Entender a necessidade ergonômica
em um projeto de interiores.
37
INTRODUÇÃO
Dentro das áreas de estar, o mais utilizado pelo usuário é o sofá e poltrona/cadeira.
Deve ser levada em consideração sua altura, profundidade e circulação mínima em torno
destes. As imagens a seguir demonstrarão medidas mínimas para o usuário do sexo
masculino e feminino no sofá, lembrando que existem variantes, já que o usuário pode se
movimentar ou mudar de posição.
Para o sexo masculino sugere-se 71,1cm no sofá de dois lugares e no feminino
sugere-se uma largura de 66,0 cm.
Os próximos dois desenham são os que mais representam áreas de estar, basean-
do-se em uma disposição de poltrona, mesa de centro e convívio do usuário.
Agora, vamos imaginar que o dormitório pertence a dois irmãos, como seria a
disposição das camas uma ao lado da outra? Ou, uma cama de solteiro, com mesas de
cabeceira e gavetas abaixo da cama para otimizar o espaço? Veja na imagem abaixo:
Os dois desenhos acima, mostram o espaço vertical mínimo para o guarda roupa
masculino e feminino, e as prateleiras devem estar sempre ao alcance humano. A altura
para a prateleira do guarda roupa masculino pode ser de 1,82m até 1,93m. Já o feminino,
de 1,75m até 1,82m.
Na imagem seguinte, veremos as dimensões mínimas de um closet. Sendo o
espaçamento ideal de 86,4cm até 91,4cm.
SAIBA MAIS
No decorrer do texto, no tópico dormitórios, foi citado “mesa de cabeceira”, mas muitos
ainda chamam de “criado mudo”. Porém, o termo “criado mudo” é considerado um termo
racista, pois os escravos, em 1820, que faziam serviços domésticos, eram chamados
de criados, os quais, muitas vezes ficavam imóveis e em silêncio ao lado da cama
dos seus senhores, segurando um copo d’água, roupas, objetos pessoais. Somente um
tempo depois, surgiram as mesinhas ao lado da cama, que hoje chamamos de mesa de
cabeceira ou mesa lateral.
REFLITA
LIVRO
Título: Dimensionamento humano para espaços de interiores
Autor: Julius Penero e Martin Zelnik.
Editora: Editorial Gustavo Gili, SL.
Sinopse: O estudo das medidas do corpo humano em base
comparativa é conhecido como antropometria. Sua aplicação ao
projeto se dá através da interface, ou adequação física, entre o
corpo humano e os vários elementos que compõem os espaços
interiores. Dimensionamento Humano para Espaços Interiores
é o primeiro e mais completo livro de referência, baseado na
antropometria, para padrões de projeto e design, dirigido a todos
profissionais envolvidos com o planejamento físico e detalhamento
de interiores, incluindo designers de interiores, arquitetos,
desenhistas industriais e de móveis, construtores e estudantes de
design ou arquitetura. O uso dos dados antropométricos, embora
não substitua um bom projeto ou uma análise crítica por parte do
profissional, deve ser visto como uma das muitas ferramentas do
processo de projeto.
FILME/VÍDEO
Título: The Human Scale
Ano: 2012.
Sinopse: Hoje em dia 50% da população mundial vive em zonas
urbanas e no ano 2050 esta porcentagem aumentará para 80%.
A vida nas grandes cidades é atrativa e problemática ao mesmo
tempo. Hoje enfrentamos o auge do petróleo, o câmbio climático,
a solidão e graves problemas de saúde devido ao nosso estilo de
vida. Mas por que isso acontece? Jan Gehl, arquiteto e professor
dinamarquês, estudou o comportamento humano nas cidades
durante 40 anos. Documentou como as cidades modernas
repelem a interação humana e garante que podemos começar a
construir cidades de uma maneira que as necessidades humanas
da inclusão e intimidade sejam levadas em conta.
Link de acesso: https://www.primevideo.com/gp/video/detail/
L a - E s c a l a - H u m a n a - T h e - H u m a n S c a l e / 0 H S U X B D LV V G -
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Plano de Estudo:
● Conceitos e Definições de Acessibilidade;
● Adequações dos espaços;
● Adequações das tarefas;
● Aplicações da Acessibilidade.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e definir a acessibilidade;
● Compreender a influência dos espaços acessíveis
para o portador de necessidades;
● Entender a importância de ambientes acessíveis para todos.
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INTRODUÇÃO
Prezado aluno (a), nesta quarta e última unidade, vamos dar continuidade a nossa
caminhada juntos.
Em primeiro momento, iniciamos nossos estudos conceituando Design e a
Ergonomia. Aprendemos também sobre a Antropometria e a Biomecânica, que se referem
ao estudo do corpo humano. Na unidade anterior, aplicamos tudo o que aprendemos dentro
dos espaços residências em que mais vivemos. E por fim, nessa última, iremos dar ênfase
a acessibilidade humana e como a ergonomia pode contribuir na vida do usuário.
Iniciaremos a unidade com um breve histórico sobre acessibilidade no Brasil, em
seguida falaremos sobre as adequações dos espaços, mostrando os equipamentos que
mais são usados e suas dimensões mínimas. E por fim, falaremos sobre a aplicação da
acessibilidade no cotidiano de forma geral, apresentando a vocês a normativa NBR 9050,
que é de extrema importância, principalmente para profissionais da nossa área. Aliás,
recomendo a vocês que se aprofundem na norma, pois além de ser necessário em um
âmbito geral, ela é essencial na hora de se projetar
A unidade apresentará algumas imagens para que fique claro as dimensões
humanas em seus equipamentos necessários para locomoção e atender suas funções.
Espero que gostem e consigam ter clareza em todo o conteúdo.
UNIDADE IV Acessibilidade 60
1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE ACESSIBILIDADE
UNIDADE IV Acessibilidade 61
O arquiteto ou designer, deve saber como incluir todas as pessoas em seus projetos,
já que: A arquitetura é de todos!
UNIDADE IV Acessibilidade 62
2. ADEQUAÇÕES DOS ESPAÇOS
No início, a ergonomia não chegava a todos. Mas, com o passar do tempo, ela foi
se adentrando em diversas áreas por atender diversas demandas diferentes, contribuindo
assim para a adequação do sistema técnico e trazendo vantagens econômicas.
A partir dessas contribuições, se tornou necessário de projetar para pessoas com
deficiência ou não. Ajustando assim, principalmente, os meios de circulação.
Pessoas com cadeira de rodas, ou com muletas, devem ser observadas por inteiro,
pois o usuário + cadeira se tornam uma pessoa só.
Segue na imagem abaixo, as dimensões recomendadas para o usuário com cadeira
de rodas, de muletas e também, o usuário com deficiência visual com seu cão de guarda:
UNIDADE IV Acessibilidade 63
Fonte: LITTLEFIELD, 2011.
UNIDADE IV Acessibilidade 64
FIGURA 4 – DIMENSIONAMENTO HUMANO E SEUS ALCANCES
UNIDADE IV Acessibilidade 65
3. ADEQUAÇÕES DAS TAREFAS
UNIDADE IV Acessibilidade 66
Entretanto, quando se fala em pessoas com deficiência, ainda se torna difícil a
adaptação do usuário no mercado de trabalho, pois além dos obstáculos do espaço físico,
das adequações de serviços, ainda existe, infelizmente, a falta de conhecimento e respeito
das necessidades desses trabalhadores.
O principal objetivo da ergonomia, é adaptar as características de todos os
trabalhadores em seu ambiente de trabalho.
A ergonomia é uma relação entre o trabalho e capacidade funcional do trabalhador
com deficiência, a fim de averiguar se os trabalhadores estão de acordo com suas condições
(PASSOS et al., 2019, apud GARCIA, 2014).
Para a NBR-9050/2004, ao incluir um trabalhador com deficiência em um posto de
trabalho, é necessário a adequação de sua função às suas potencialidades.
UNIDADE IV Acessibilidade 67
4. APLICAÇÕES DA ACESSIBILIDADE
Para Bergo (2012), aquele que necessita de cadeira de rodas ou muleta para
se locomover, não deve se pensar somente nas estruturas físicas de locomoção, como
rampas ou barras de apoio, é necessário a mudança de comportamento. Sendo assim, é
necessário a adoção de um comportamento acessível para toda a empresa e de todos os
outros trabalhadores.
Para Freitas (2020), existiu um avanço no conceito de acessibilidade de uns anos para
cá. Ele definiu 7 tipos de acessibilidade para tornar nossa sociedade mais inclusiva, sendo elas:
1. Acessibilidade atitudinal: se diz respeito ao comportamento das pessoas em
relação a pessoa com deficiência, ou seja, sem preconceitos, estereótipos,
estigmas e discriminações.
2. Acessibilidade Arquitetônica: Se refere a adequação de espaços e a extinção de
barreiras físicas e ambientais dentro das residências, espaços públicos, privados,
edificações, e equipamentos urbanos. Como por exemplo: rampas, calçada com
piso tátil, elevadores e banheiros adaptados, barras de apoio, piso tátil, etc.
3. Acessibilidade metodológica: Também é conhecida como acessibilidade
pedagógica, aonde os métodos de ensino quebram barreiras, a fim de incluir
todos no ensino. Como por exemplo: Quando professores dão textos em escrita
e em braile para seus alunos, a fim de incluir todos.
UNIDADE IV Acessibilidade 68
4. Acessibilidade instrumental: Tem o objetivo de superar barreiras com utensílios,
ferramentas e instrumentos de estudo dentro das escolas e também em
atividades profissionais, de lazer e recreação. Por exemplo: uma pessoa cega
que tem acesso a um software de leitor de tela no computador.
5. Acessibilidade programática: Essa está relaciona a normas e leis que respeitam
e atendem as necessidades das pessoas com deficiência, como por exemplo a
Lei 13.146/2015, conhecida como a Lei Brasileira da inclusão.
6. Acessibilidade nas comunicações: Se diz respeito ao acesso da comunicação
interpessoal (como a língua de sinais). Por exemplo, a presença de uma
intérprete em eventos.
7. Acessibilidade natural: Se refere as extinções das barreiras da própria natureza.
Como por exemplo, espaços públicos que oferecem cadeiras de rodas em
lugares com irregularidades naturais, como a praia.
UNIDADE IV Acessibilidade 69
A acessibilidade vai muito além de proporcionar maior conforto, segurança e
dignidade a deficientes físicos, como a maioria da população imagina. Existe um público
enorme que se beneficia com a NBR 9050, e não somente cadeirantes. Pensem no todo:
Deficiente físico, visual, idosos, gestantes, pessoas recém-operadas e também obesos.
Todas as pessoas com algum tipo de deficiência são diretamente impactadas, e
com a NBR 9050 sendo utilizada, o seu dia se torna mais fácil. As melhores práticas e o
conceito universal devem ser aplicados em espaços físicos, no transporte, na comunicação,
na informação, em instalações de uso público e também em ambiente urbano e rural.
Aconselho vocês, a estudarem a NBR 9050, para na hora de projetar, poder aplicar
suas soluções práticas de uma maneira inclusiva.
Após a adoção da norma, a variedade de condições de mobilidade e percepção do
ambiente se deu uma maior atenção. Antes, a explicação era somente arquitetônica, agora
se enfatiza o ver, o ver e o ouvir, ou seja, a sensibilidade do viver.
SAIBA MAIS
Mais da metade dos cadeirantes não encontram banheiros acessíveis. Estudo mostra
que 23% dos deficientes físicos já foram impedidos de entrar no transporte público.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que 45,6 milhões
de pessoas têm algum tipo de deficiência, o que corresponde a 23,91% da população
brasileira. Tornar todos os espaços acessíveis é urgente e necessário para que essa
população seja bem-vinda em todos os ambientes.
Fonte: 5 curiosidades sobre barras de apoio para PNE. Disponível em: https://bit.ly/3QOEzR1 Acesso em:
23 mar. 2022.
REFLITA
UNIDADE IV Acessibilidade 70
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE IV Acessibilidade 71
LEITURA COMPLEMENTAR
UNIDADE IV Acessibilidade 72
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Manual do Arquiteto: Planejamento, Dimensionamento e
Projeto
Autor: David Littlefield.
Editora: ARTMED Editora S.A.
Sinopse: Ponto de partida ideal para qualquer projeto de
arquitetura, este livro trata de aspectos específicos do projeto,
como materiais, acústica e iluminação, de dados gerais de projeto
sobre as dimensões humanas (ergonomia e ergometria) e de
necessidades espaciais. A obra fornece as exigências básicas para
projetos considerando as mudanças de comportamento, climáticas
e necessidades da sociedade, como projetar para áreas sujeitas a
enchentes, inclusão de práticas de projeto sustentável, etc.
FILME/VÍDEO
Título: Intocáveis
Ano: 2012.
Sinopse: Em Intocáveis, Philippe (François Cluzet) é um aristocrata
rico que, após sofrer um grave acidente, fica tetraplégico.
Precisando de um assistente, ele decide contratar Driss (Omar
Sy), um jovem problemático que não tem a menor experiência em
cuidar de pessoas no seu estado. Aos poucos, Driss aprende a
função, apesar das diversas gafes que comete. Philippe, por sua
vez, se afeiçoa cada vez mais ao jovem por ele não o tratar como
um pobre coitado. De pouco em pouco a amizade entre ambos vai
se estabelecendo, conhecendo melhor um o mundo do outro.
UNIDADE IV Acessibilidade 73
REFERÊNCIAS
ABRAHÃO, J.; SZNELWAR, L.; SILVINO, A.; SARMET, M.; PINHO, D. Introdução à Ergo-
nomia – da prática à teoria. São Paulo: Blucher, 2009.
FREITAS, F. 7 tipos de acessibilidade para tornar nossa sociedade mais inclusiva. 2020.
Disponível em: http://fundacaodorina.org.br/blog/sete-tipos-de-acessibilidade/. Acesso em:
23 mar. 2022.
GIBBS, J. Design de Interiores – Guia Útil para Estudantes e Profissionais. Editora Gusta-
vao Gilli. Barcelona, 2009.
NEUFERT, E. A arte de Projetar em Arquitetura. 13º Ed. Editorial Gustavo Gili, S.A. São
Paulo, 1998. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5696284/mod_re-
source/content/0/NEUFERT.pdf. Acesso em: 23 fev. 2022.
74
ORSELLI, O. Conceito da Ergonomia do IEA – International Ergonomics Society. 2016.
Disponível em: https://mundoergonomia.com.br/16-03-2016-conceito-de-ergonomia-do-
-iea-international-ergonomics-society/ Acesso em: 17 fev. 2022.
SILVA, P.; SILVA, F.; PASCHOARELLI, L. Design Ergonômico: estudos e aplicações. São
Paulo, 2010.
75
CONCLUSÃO GERAL
76
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