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na Educação Física
Professor Esp. Cleber Henrique Sanitá Kojo
Professor Esp. Guilherme França Fusco
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E D I T O R A
2021 by Editora Edufatecie
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ISBN 978-65-80055-70-8
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Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme Tavares Fernandes
Em seguida, você entenderá que o ser humano é feito de desejos e vontades e que
isso compreende a uma responsabilidade humana, pois sabemos que temos um dever a
cumprir e, por muitas vezes, exigimos nossa liberdade sem saber o que ela é de fato.
Ao fim dessa apostila, espero que seu horizonte de expectativas seja modificado,
uma vez que todos nós, seres humanos e profissionais, somos frutos de uma formação
moral e ética de uma determinada sociedade e, dessa forma, devemos agir com responsa-
bilidade dentro da profissão e da sociedade vigente.
UNIDADE I....................................................................................................... 7
Os Valores e a Moral
UNIDADE II.................................................................................................... 24
Teorias Morais
UNIDADE III................................................................................................... 47
Ética, Esportes e Educação Física
UNIDADE IV................................................................................................... 69
Conselhos de Classe e Participação
UNIDADE I
Os Valores e a Moral
Professor Especialista Cleber Henrique Sanitá Kojo
Plano de Estudo:
• Os Valores e a Moral
• O Caráter Histórico, Social e Pessoal
• A Espécie do Ato Moral
• A Estrutura do Ato Moral
• Desejo e Vontade
• Responsabilidade, Dever e Liberdade
Objetivos de Aprendizagem:
• Conhecer os Conceitos e Definições de Moral e Ética;
• Entender a Valorização: Valores e diferenças culturais;
• Contextualizar todo o processo histórico, social e pessoal de Ética e Moral;
• Estabelecer os pontos do ato moral e suas divisões;
• Compreender a diferença de desejo e vontade humana, além da responsabilidade, dever
e liberdade.
7
INTRODUÇÃO
Prezado (a) estudante, preste muita atenção, pois se em você ocorreu um despertar
ou um fascínio sobre assunto desta disciplina, observando a profissão escolhida, é o início
de um grande desafio que vamos triunfar juntos. Proponho uma construção conjunta sobre
a ideia de ética e moral, visto que em nossa sociedade se fala muito do ser ético, mas não
se tem uma formação correta desse conceito, muitos se dizem éticos profissionalmente,
mas não sabem nem o que é ser ético. Vamos conhecer os conceitos de Moral e ética e
suas subdivisões para interpretarmos os componentes que a constroem, uma vez que,
em nosso dia a dia, indicamos valores as pessoas, e vamos entender em qual momento
devemos usar e identificar esse processo.
Dentro desse desafio, iremos conhecer muito além da ética e moral, considerando
que o ser humano é feito de desejos e vontades, o que nos faz perceber, através do senso
comum, que isso compreende a responsabilidade humana, além de sabermos que temos
um dever a cumprir e que, por muitas vezes, exigimos nossa liberdade sem saber o que é
liberdade de fato.
Por fim, vamos conhecer o processo da liberdade humana e todo seu ato moral.
Assim, esperamos um docente com um posicionamento ético e social de maneira positiva
e construtiva na sociedade, tornando-se um profissional exemplar e que some no desen-
volvimento social e humano.
Em pleno século XXI, ainda confundimos ética, moral, valores, entre outras pala-
vras e/ou conceitos. Vale ressaltar que, constantemente, encontramos o uso ambíguo de
palavras como “moral e ética”, “valores e ética” e “valores e normas”. Você consegue rapi-
damente diferenciar e definir cada uma delas? Caso você conheça, é um passo gigantesco
para estudo de nossa disciplina. No entanto, precisamos diferenciá-las para não causar
confusão em nossa vida. Assim, você poderá melhorar sua comunicação e a elaboração
do pensamento. Qual o código de ética de sua profissão? Esperamos que embarque nessa
viagem filosófica para que se crie um profissional reflexivo, crítico, responsável com a so-
ciedade, com as normas legais e compreendendo melhor seu papel social.
Antes de começar diretamente os debates sobre valores, moral e ética, tema
este muito discutido e pouco conhecido verdadeiramente pelas pessoas, empresas e,
até mesmo, por profissionais em plena atuação de suas funções, quero compartilhar um
pensamento adquirido no decorrer do tempo, do senso comum, do conhecimento científico,
entre outros, ou seja, destaco que vivemos numa sociedade na qual os valores morais são
levados em consideração em vários setores da sociedade, principalmente em uma época
onde as redes sociais são repletas de pessoas que acreditam ter conhecimento de tudo,
seja em relação à posição política, religiosa, entre outros. Porém, a maioria não sabe ou
não compreende o verdadeiro significado de valores, moral e ética.
Fonte: o autor.
Num primeiro momento, podemos afirmar que os valores morais citados acima são
herdados, pois, quando nascemos, já existe uma cultura determinada na sociedade e, com
isso, aprendemos desde cedo as suas regras, seguindo-as e absorvendo-as sem perceber
e identificando como agir moralmente ou imoralmente.
Nesse determinado ponto, devemos diferenciar a Ética da moral, pois, segundo
Comte-Sponville (1998. Pg 14), “A Moral ordena; a Ética aconselha. A Moral responde à
pergunta: “o que devo fazer?”; a Ética, à pergunta: “como devo viver?”. Assim, podemos
afirmar que a moral não é algo definido cientificamente, mas objeto desse algo científico e
a ética estuda os atos humanos, atos estes que devem ser “Conscientes, Livres e Voluntá-
rios”, pois, assim, podemos confirmar a afirmação de Comte-Sponville acima.
No cotidiano ouvimos a afirmação de que alguém foi imoral, porém você já parou
para pensar sobre o conceito de imoral? Já ouviu falar em amoral? E no não moral? Qual
a diferença de imoral, amoral e não moral? Talvez você já deva estar pensando que agora
começamos com a “chatice” e complicação. No entanto, estas dúvidas são de fácil entendi-
mento e compreensão, como nas definições abaixo:
● A Moral é o ato que está de acordo com uma norma ética ou indicação de
conduta social;
● Já o Imoral é o ato que fere uma norma ética ou uma conduta estabelecida pela
moral social ou individual. É o ato pelo qual se dão os anti valores: da injustiça,
do mal, etc. (vai contra a introjeção da norma);
● Amoral é o ato que não pode ser avaliado do ponto da ética ou da moral,
pois nele não se dão as condições transcendentais para a moralidade (não há
introjeção);
● Não-moral é o ato em que não estão envolvidos diretamente os valores morais,
como, por exemplo, assistir a um jogo de futebol ou ir à praia.
Observe a imagem abaixo, criada no powerpoint para auxiliar na compreensão do
tema:
Fonte: o autor.
Podemos acrescentar ainda que, dentro do caráter histórico da moral, temos sua
formação em vários períodos históricos, seja no período feudal na Idade Média, da moral
burguesa na Idade Moderna, entre outros. Assim, afirmo que a moral pode ser considerada
um fato histórico que, para o momento, é instituído, mas pode ser modificada com o tempo
sem cometer anacronismos, considerando cada moral em cada período. Segundo Adolfo
Sanchez Velasquez (2017, p. 80), esse historicismo moral no campo da reflexão ética tem
três direções fundamentais a ser respeitada.
Essas três concepções históricas têm origem fora do homem como um ser histórico,
pois, na primeira, presenciamos um ser superior, onipotente, onipresente e onisciente, que
não precisa do homem, já o segundo, no mundo natural, seguido do terceiro, baseia-se no
homem abstrato, fora da sociedade e da história. Assim, todas afirmam que a moral inde-
pende do homem, mesmo que constituída desde sua origem, pois as sociedades instituem
sua moral independentemente do indivíduo e do tempo. Você talvez compreendeu com
facilidade, pois na história temos o surgimento da propriedade privada que elimina a moral
comunal existente anteriormente. Você pode compreender que, na atualidade, as morais
que seus avós possuíam já mudaram com o tempo e você sente todos os dias no seu
cotidiano. Assim é na história, com a moral aplicada na divisão do trabalho, na sociedade
escravista, entre outras. Para exemplificar, podemos afirmar que era normal descartar o ne-
gro como um ser humano simplesmente pela sua cor, pois acreditavam ser superiores pela
cor da pele, o Darwinismo social aplicado e aceito em um determinado período histórico.
Será que você aceitaria a moral inserida na sociedade medieval, onde reinava o
Teocentrismo, no qual Deus era o centro do universo e o homem era desprezado até o
aparecimento do antropocentrismo e da ascensão da sociedade burguesa?
Historicamente, a moral vai sendo construída com a evolução da sociedade, pois
tínhamos a divisão do trabalho e o desprezo humano na revolução industrial com explora-
ção desacerbada do trabalho infantil, feminino, chegando ao ponto de incendiar uma fábrica
com as mulheres dentro, dando origem ao dia das mulheres e à valorização feminina.
Assim, podemos dizer que o ato será moral quando estiver de acordo com as regras
estabelecidas pela sociedade vigente.
DESEJO VONTADE
* Provêm de estímulos dos sentidos * Provêm do pensamento e da razão.
* Precisa se consumir. * Precisa se realizar.
* Satisfaz caprichos e fantasias. * Satisfaz necessidades na luta pela vida.
* Prevalecem as forças do instinto. * Prevalecem as forças da razão e da lógica.
* É tênue e indireto. * É firme e direta.
* De regra, depende do consentimento. * Só depende da própria criatura e do seu
de outras criaturas. “Querer”.
* Utiliza artifícios e artimanhas. * Vai direta ao alvo.
* Leva aos vícios da conduta. * Não contamina nem leva aos vícios.
* É impulsivo e de difícil controle. * É racional, controlada pelo pensamento.
SAIBA MAIS
“Vontade distingue-se de desejo. O desejo não depende de escolha, surge involunta-
riamente em nós. Já a vontade supõe a disposição consciente para agir e depende do
poder de reflexão para satisfazer ou não o desejo. Seguir o impulso do desejo sempre
que ele se manifesta é negar e moral e a possibilidade de qualquer vida em comum”.
Fonte: Aranha (2003).
REFLITA
Na sua obra a República, Platão relata a lenda sobre um anel que tornaria invisível
quem conseguisse virar o engaste para dentro. Foi o que teria acontecido ao pastor Gi-
ges, que vivia a serviço do rei da Lídia. Após ter se salvado de um terremoto, ele retirou
de um cadáver o referido anel. Ao perceber que podia ficar invisível sempre que quises-
se, entrou no castelo, seduziu a rainha, tramou com ela a morte do rei e obteve o poder.
Esse mito nos faz pensar sobre os motivos que estimulam ou coíbem uma ação. Se pu-
desse ficar invisível em uma loja, você roubaria um celular, por exemplo? Ou o que seria
determinante para que, mesmo invisível, você roubasse?
Fonte: Aranha (2003).
Caro acadêmico (a), chegamos ao final dessa unidade e, no decorrer dela, con-
templamos diversas temáticas sobre a relação entre ética e moral e suas vertentes. Você
consegue se lembrar? Espero que nesse momento do processo de ensino/aprendizagem
você esteja encantado ou fascinado, sabendo diferenciar ética de moral, valores e moral,
desejo de vontade, além de identificar a responsabilidade, dever e liberdade.
Você aprendeu que, em nosso cotidiano, valorizamos as pessoas sem entender a
ideia de valores. Agora, sabendo o que são valores, você poderá identificar melhor essa di-
ferença, afirmando que uma pessoa corajosa, respeitosa e humilde é uma pessoa virtuosa.
Demonstramos o caráter histórico, social e pessoal da moral e, com isso, apren-
demos desde cedo que as regras da sociedade são impostas. Com isso, passamos a agir
moralmente ou imoralmente, conhecendo até mesmo o ser amoral.
Acredito que ler trechos sobre a espécie da moral e a estrutura da moral tenha
acarretado em você um entendimento da formação moral do indivíduo, fazendo com que
você se reconheça nesse processo.
Além disso, conhecemos as diferenças de desejos e vontades com exemplos de
comparações para que o indivíduo se torne um ser moral em todos os aspectos, entenden-
do que a liberdade tem em sua composição a responsabilidade e o dever.
Por fim, quero agradecer a você por esse tempo de estudos que passamos juntos,
com a certeza de que o conhecimento adquirido acerca dos valores e da moral vão promo-
ver em você uma corrente de expansão desse conhecimento, pois, durante o processo, foi
descortinada toda beleza e riqueza desse processo de formação humana.
Enfim, sucesso e nos vemos no próximo capítulo.
Obrigado!
Leia também:
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Moral e Ética: Dimensões Intelectuais e Afetivas (Portu-
guês)
• Autor: Yves de la Taille
• Editora: Artmed - 1ª edição
• Sinopse: a obra reúne as leituras, pesquisas e reflexões de Yves
de la Taille, professor no Instituto de Psicologia da USP, ampla-
mente reconhecido por seus estudos sobre a chamada Psicologia
Moral – ciência preocupada em desvendar por quais processos
mentais uma pessoa chega a intimamente legitimar, ou não, re-
gras, princípios e valores morais. Neste texto, são apresentados
conceitos de moral e ética; saber fazer, a dimensão intelectual;
querer fazer, a dimensão afetiva, o despertar do senso moral e a
personalidade ética.
LIVRO
• Título: Ética e Moral - A Busca dos Fundamentos.
• Autor: Leonardo Boff
• Editora: Vozes - 9ª edição
• Sinopse: contra a apatia dominante acerca do que é bom ou
mau, certo ou errado em termos éticos e morais, Leonardo Boff
apresenta reflexões que visam criar clareza e motivações para um
comportamento ético e moral responsável e à altura dos desafios
contemporâneos.
FILME/VÍDEO
• Título: O Mundo de Sofia
• Ano: 1999
• Diretor: Erik Gustavson
• Sinopse: adaptação cinematográfica do romance homônimo
escrito por Jostein Gaarder, publicado em 1991. O livro foi escrito
originalmente em norueguês, mas já foi traduzido para mais de 50
línguas, tendo sua 1ª edição em português em 1995.
Sofia, quando está prestes a completar 15 anos, recebe duas
mensagens anônimas em sua caixa de correio (Quem é você? De
onde vem o mundo?), bem como um cartão postal dirigido a ‘Hilde
Moller Knag, a/c Sofia’. Pouco depois, também recebe um curso
de filosofia.
Com essas comunicações misteriosas, Sofia se torna uma aluna
do misterioso filósofo Alberto Knox. Ele começa totalmente anôni-
mo, mas, conforme a história continua, ele revela cada vez mais
sobre si mesmo. Os papéis acabam de fato sendo dele, mas o
cartão postal não: ele vem de uma outra pessoa chamada Albert
Knag, um major das forças de paz da ONU no Líbano.
Juntos, enredam em diversas aulas e aventuras pela história,
passando pela Grécia de Sócrates, a Idade Média, o Iluminismo, a
Revolução Francesa e a Revolução Russa. Enquanto viajam pelo
Mundo da Filosofia, História e das Artes, investigam quem é Hilde
Moller Knag, que tem a mesma idade de Sofia.
FILME/VÍDEO
• Título: Laranja Mecânica
• Ano: 1971
• Diretor: Stanley Kubrick
• Sinopse: no futuro, o violento Alex (Malcolm McDowell), líder de
uma gangue de delinquentes que matam, roubam e estupram, cai
nas mãos da polícia. Preso, ele recebe a opção de participar em
um programa que pode reduzir o seu tempo na cadeia. Alex vira
cobaia de experimentos destinados a refrear os impulsos destru-
tivos do ser humano, mas acaba se tornando impotente para lidar
com a violência que o cerca.
Plano de Estudo:
• A Filosofia moral de Sócrates e de Aristóteles;
• A ideia de dever e de intenção do cristianismo;
• A Natureza humana de Rousseau;
• As leis da razão Kantiana;
• A Perspectiva hegeliana e de Bérgson de cultura e de dever;
• A Ética de Espinosa;
• A Concepção contemporânea de virtude e Racionalismo ético.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conhecer a Filosofia moral de Sócrates e de Aristóteles;
• Entender a ideia de dever e de intenção do cristianismo;
• Compreender a Natureza humana de Rousseau;
• Conhecer a moral da razão prática proposta por Kant;
• Entender Perspectiva hegeliana e de Bérgson de cultura e de dever;
• Conhecer a Ética de Espinosa;
• Conhecer e comparar a concepção contemporânea de virtude e o Racionalismo ético.
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INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) amigo(a)! Vamos continuar nossa viagem filosófica sobre ética e Moral.
Espero que tenha ocorrido em você um despertar sobre o tema com a unidade anterior, te
deixando ansioso pelo nosso próximo encontro e/ou nosso próximo capítulo. Acredito que
o fascínio apresentado no início da unidade anterior tenha sido atingido com excelência
e despertado uma nova forma de se pensar. Venho, então, propor uma continuidade do
assunto desta disciplina, sugerindo uma viagem ainda maior, pois, a partir de agora, co-
nheceremos as teorias de alguns filósofos que permearam a formação moral e ética de
muitas sociedades, tanto no passado quanto no presente, passando, ainda, a transportar
conhecimentos discutidos por grandes pensadores atuais em todos os ambientes sociais,
seja nas instituições de ensino superior, até nas rodas cotidianas, sem falar do meio virtual,
como em canais de vídeos, debates e até mesmo em redes sociais, fazendo com que suas
teorias sejam entendidas e absorvidas por várias sociedades..
Proponho a você o entendimento de conceitos básicos da filosofia moral de Sócra-
tes e de Aristóteles, além da compreensão da ideia de dever e de intenção do cristianismo
na moral humana.
Devemos, então, continuar essa viagem pelo conceito de natureza humana proposta
por Rousseau e a moral da razão prática de Immanuel Kant. Vale ressaltar que passaremos
também pela perspectiva hegeliana e de Bérgson de cultura e de dever humano. Também
é válido destacar que essa viagem passará, ainda, pela visão ética e liberdade proposta
por Espinosa.
Dentro desse desafio da viagem, conheceremos muito além de conceitos de ética
e moral, pois passaremos pela concepção contemporânea de virtude e do racionalismo
ético, finalizando o trajeto na contribuição da psicanálise à ética humana. Espero que esteja
preparado. Assim partiremos agora!
Por que estudar as diferentes correntes teóricas sobre a Ética? Por que começar-
mos por Sócrates e Aristóteles? Talvez você se pergunte: o que pode me acrescentar essas
teorias?
Podemos começar afirmando que essas correntes teóricas poderão construir um
profissional ético e responsável na sociedade atual e, com certeza, essa viagem come-
çando pelo berço da civilização pode nos nortear a condução ética e moral de nossas
vidas. Vale ressaltar que, quando estudamos a história da filosofia, percebemos que não
existe uma ética existente, mas, sim, éticas, pois, com o passar do tempo, essas teorias
são aproveitadas e debatidas por outros pensadores que formulam novas ideias éticas e
morais que conduzem a sociedade e, assim, essas teorias podem constituir em nosso “ser”
e nossa formação, podendo tornar nossas afirmações éticas e consistentes nos diálogos
cotidianos e em nossa formação e de várias outras pessoas dentro da sociedade.
Podemos, então, começar nossas reflexões sobre o mundo grego, que é conside-
rado o berço da civilização atual e onde podemos buscar a compreensão moral humana,
pois, se fizermos uma viagem além do proposto no título do capítulo, podemos começar
afirmando a importância de Sócrates para filosofia, pois a filosofia é dividida no momento
histórico como antes e depois de Sócrates, ou seja, temos filósofos pré-socráticos e pós-so-
cráticos. Parece confuso, mas não é: os filósofos pré-socráticos embasaram seus estudos
no princípio de tudo, a origem das coisas, a cosmologia, ou seja, Tales de Mileto, por
exemplo, dizia que o princípio de tudo era a água, quanto Anaximandro nos dá a definição
Assim como Sócrates e seu discípulo Platão, temos Aristóteles, que sofreu tantos
com os sofistas quanto por não ser grego. Talvez você se pergunte: Como assim? Aristóte-
les foi aluno de Platão, discípulo direto de Sócrates, não assumindo, por ser macedônico,
a academia filosófica no lugar de Platão, tendo que abandonar a Grécia, retornando no
período de dominação macedônica sobre os gregos. Aristóteles foi mentor direto de Ale-
xandre Magno (Alexandre o Grande), tornando-se respeitado e podendo fundar sua própria
escola, o chamado “Liceu”.
Podemos afirmar que Aristóteles tem grandes obras a serem estudadas. No en-
tanto, precisamos saber que ele era filho de um médico chamado Nicômaco e uma de
suas principais obras foi em homenagem a seu pai, ou seja, Ética a Nicômaco, através
da qual Aristóteles aprofunda a discussão sobre as questões éticas do mundo, dizendo
que a Ética é a parte do estudo filosófico que nos ajuda diretamente a refletir sobre as
práticas humanas, afirmando também que tudo o que fazemos deve alcançar o bem ou o
que pareça o bem naquele momento, ou seja, devemos alcançar a filosofia moral chamada
por ele de “Eudamonia”, termo grego de vida feliz, vida boa. Dessa forma, segundo ele, o
homem pode atingir a “Felicidade e a Virtude”, isso utilizando-se da razão. Tais afirmações
também estão em sua obra intitulada de metafisica.
Para concluir a felicidade tão importante para ética de Aristóteles, iremos citar um
pequeno trecho do Journal of Ancient Philosophy Vol. II 2008 Issue 2, que diz o seguinte
sobre a virtude e a felicidade em Aristóteles:
“Dado que a felicidade é certa atividade da alma segundo perfeita virtude,
deve-se investigar a virtude, pois assim, presumivelmente, teremos também
uma melhor visão da felicidade. (FRATESCH, 2008, p.05). Revista acadêmica
da Unicamp (EN I 13 1102ª5-10)).
REFLITA
Aristóteles, fiel aos princípios de sua filosofia especulativa, e após ter feito
uma análise e um estudo da psicologia humana, verifica que em todos os
seus atos o homem se orienta necessariamente pela ideia de bem e de
felicidade e que nenhum dos bens comumente procurados (a honra, a
riqueza, o prazer) preenche esse ideal de felicidade. Daí a sua conclusão:
primeiro, a felicidade humana deverá consistir numa atividade, pois o ato
é superior a potência; segundo, deverá ser uma atividade relacionada
com a faculdade humana mais perfeita que é a inteligência […]” (COS-
TA,1994, p. 67).
Assim, podemos demonstrar a formação ética absorvida pela relação com Deus,
apontando toda questão do sobrenatural que forma a origem de nossas atitudes e práticas
na sociedade, ou seja, tudo que nos torna um ser ético na sociedade.
SAIBA MAIS
Você já ouviu falar em Santo Agostinho? Junto com São Tomás de Aquino, é considera-
do um dos mais célebres doutores da igreja, sendo valorizado em várias religiões, com
frases que norteiam a vida cotidiana até os dias atuais. Vale ressaltar que suas obras
guiaram o pensamento cristão medieval e suas obras como as Confissões são conside-
radas trabalhos a serem seguidas por filósofos, historiadores, entre outros autores de
diversas áreas.
Você conhece alguma de suas frases? Que tal essa: “A medida do amor é amar sem
medidas”? Santo Agostinho.
Você já se desafiou em sua vida? Já criticou o que pensa ou pensou? Já parou para
tentar superar algo que está em duas frentes? Que tal tentar responder a essas perguntas
ou a perguntas como “o que posso saber? O que posso esperar? O que devo fazer?”.
Tais dúvidas são constantes na vida de algumas pessoas, ao passo que são total-
mente desnecessárias para outras. Porém, existiu um filósofo que se preocupou em buscar
soluções para dúvidas parecidas com essas: esse filósofo era chamado de Emanuel Kant,
um filósofo alemão, professor universitário, considerado por vários pensadores como um
dos filósofos mais influentes dos tempos modernos. Sua filosofia tem uma grande crítica na
relação entre racionalismo e empirismo e, com suas propostas, procura superar esse tema
destacando a Razão através da crítica pura para saber seus limites. Superando a ideia na
capacidade plena da razão, sem analisá-la ou criticá-la, podemos afirmar ainda que Kant
faz a crítica ao chamado dogmatismo, que é quando a razão acredita em algo sem discutir,
sem debater, acreditando e pronto, como, por exemplo, alguns dogmas da igreja católica,
nos quais aquilo não se discute, ou seja, o dogmatismo pode ser considerado um limite
para razão pura, um conhecimento conveniente.
Kant escreveu duas obras importantes: a chamada “Crítica da Razão Pura e Crítica
a Razão Prática”, na qual ele nos aponta uma razão teórica e uma prática que se comple-
mentam como diz Höffe (2005, p. 187):
A razão pura também é chamada por Kant de filosofia transcendental, aquela que
ocorre quando temos conceitos, definições puras que atingimos através de análises da
própria razão. Já a razão prática procura nos apontar um princípio para a moralidade, pois,
para ele, a moral não vem da experiência, o que tornaria a moral fraca e sem sentido.
Segundo Andrade (2011), a filosofia prática de Kant busca a implantação de uma lei
moral que seja um princípio prático universal a ser seguido. Essa parte da filosofia kantiana
traz o que podemos chamar de uma fundamentação da moralidade, encontrando uma lei
central para determinar o agir com moralidade entre os homens, respeitando a vontade, o
dever e a liberdade, temas esses abordados em outros momentos de nossa disciplina.
Para prosseguir o raciocínio, responda a pergunta a seguir para você mesmo: você
se acha livre? Você pode ser livre e ético ao mesmo tempo? Assim que responder a si
mesmo, poderemos prosseguir com a ideia de Kant, pois, para ele, a razão prática diz que
somos livres e essa razão que tomamos e utilizamos nos dá o conceito real para decidirmos
entre ser moral ou imoral. Vale ressaltar que a razão prática nos dá autonomia em relação
à liberdade, ao agir, determinando nossas ações concretas.
A moral proposta por Kant nos leva a definir o chamado dever, que, por sua vez,
não diz respeito a um indivíduo ou a outro, mas, sim, a todos os seres humanos, pois temos
a partir daí uma razão moral com princípios racionais, uma vez que o próprio Kant (2008)
dizia que a “virtude é a força da máxima do homem em sua obediência ao dever”.
Faz isso, mas na verdade quer fazer aqui- Faz isso e pronto.
lo.
Cumpra tudo o afirma, ou o que prometeu, Cumpra tudo o afirma, ou o que prometeu.
isso se você quer receber olhares de apro-
vação na sociedade.
Você pode ser acostumado, condicionado Você pode ser desacostumado, incondicio-
se.... nado se....
O comando é o meio de se atingir o obje- O comando é o objetivo em si.
tivo.
A vontade vem de algo exterior a você. A vontade tem autonomia, ou seja, vem de
si, de você.
Independente da Razão Dependente da Razão.
Fonte: O Autor.
Para explicar melhor a proposta kantiana e a tabela acima, devemos afirmar que o
imperativo hipotético visa um fim direto, te condiciona a esse fim. Já o chamado de impera-
tivo categórico é uma imposição, um dever imposto pela razão.
Assim, podemos ter noções morais utilizando a razão e abandonando o que está
pronto e acabado, ou seja, não acreditamos em tudo. Um exemplo clássico dessa afirmação
seria utilizarmos a razão e, assim, jamais compartilhar as chamadas “fake news” nas redes
sociais, uma vez que procuraremos analisá-las racionalmente, não acreditaremos no pronto
e acabado.
Já Hegel,
diria que a moral aberta bergsoniana só pode acontecer quando a moralidade
vigente está em crise, prestes a terminar, porque um novo período histórico-
-cultural está para começar. A moral fechada quando sentida como repressora
e opressora, e a totalidade ética, quando percebida como contrária à subje-
tividade individual, indicam aquele momento em que as normas e os valores
morais são experimentados como violência e não mais como realização ética
(CHAUÍ, 2000, p. 41).
Assim, podemos afirmar que tanto Hegel quanto Bergson nos aproximam ainda
mais do ser moral com suas críticas e seus complementos.
O filósofo holandês Baruch Espinosa viveu no século XVII e deixou uma ideia
destacada por vários estudiosos, sendo considerado por muitos um dos grandes nomes
do debate sobre ética e liberdade. Espinosa (2017) considera que Deus não é um ser
transcendente separado daquilo que criou, ou seja, é uma substância que criou o universo
inteiro e não se separa da matéria, por isso do termo “Deus sive Natura”: Deus ou Natureza.
Para Espinosa, todos os seres têm uma ligação com o ser divino e ele dá a essa
ligação o nome de Conatus, ou seja, uma força vital que expressa o corpo e a alma juntos.
Parece loucura esse início de conteúdo, mas não é. Para ele, há as paixões alegres e
paixões tristes, que não se separam e que crescem de acordo com cada uma, como, por
exemplo, os desejos e vontades, que surgem mais das alegres do que das tristes. Se você
ainda não entendeu, vamos começar explicando como elas nascem.
Desejos nascidos da tristeza: “[...] (inveja, ódio, medo, orgulho, ciúme, vingança)
são mais fracos por que impedem o crescimento, corrompem as relações e as orientam
para as formas de exploração e destruição” (ARANHA, 2013, p. 194).
Desejos nascidos da alegria:
[...] (amor, amizade, generosidade, benevolência, gratidão) são mais fortes
porque aumentam nossa capacidade de agir e de pensar, permitem o de-
senvolvimento humano, facilitam o encontro de pessoas (ARANHA, 2013, p.
194).
SAIBA MAIS
Mesmo com tantas definições acima, você pode entender o racionalismo ético,
mesmo que superficialmente, associando-se à virtude contemporânea debatida em vários
momentos e compreender que você precisa se encontrar na sociedade, fazendo suas es-
colhas para ser um profissional de excelência.
Caro acadêmico (a), chegamos ao final de mais uma unidade e, no decorrer dos
estudos, contemplamos diversas temáticas sobre ética e moral, englobando vários pensa-
dores. Você consegue se lembrar? Lembra-se da Filosofia moral de Sócrates e Aristóteles?
Espero que nesse momento do processo de ensino/aprendizagem você se reconheça
inserido na sociedade, contemplando a filosofia moral estudada. Espero que tenha se
encantado com a formação da moral cristã durante a história.
Continuamos nossa viagem pelo conceito de natureza humana proposta por Rous-
seau e a moral da razão prática de Immanuel Kant. Você conheceu também a perspectiva
hegeliana e de Bérgson de cultura e de dever humano. Além disso, essa viagem apresentou
a visão ética e liberdade proposta por Espinosa. Será que agora depois de tudo você se
sente livre?
O desafio proposto a você durante nossos estudos foi o de conhecer muito além
de conceitos de ética e moral, analisando e se conectando a concepção contemporânea de
virtude e do racionalismo ético. Espero que esteja preparado para o conhecimento de sua
profissão nos próximos capítulos. Enfim, sucesso e nos vemos no capítulo seguinte!
Obrigado!
LIVRO
• Título: “Crítica da razão prática”
• Autor: Immanuel Kant
• Editora: Vozes - 4ª edição
• Sinopse: crítica da razão pura, principal obra de Immanuel Kant,
divide a história da filosofia em duas: antes e depois da Crítica.
Num momento em que a filosofia dividia-se em racionalistas de um
lado e empiristas de outro, procurou Kant demonstrar que o nosso
conhecimento é, necessariamente, tanto empírico como racional,
inaugurando, com isso, uma posição singular no debate filosófico,
criando as bases para a Teoria do Conhecimento como disciplina
filosófica. Entrar no universo da Crítica da razão pura é aceitar o
desafio, colocado pelo próprio Kant, de evitar o dogmatismo sem
cair no relativismo; evitar o absoluto sem cair no nada.
LIVRO
• Título: “Ética”
• Autor: Spinoza
• Tradutor: Tomaz Tadeu
• Editora: Vozes – 2ª edição
• Sinopse: a publicação da Ética, do filósofo holandês Benedictus
de Spinoza, em nova tradução, constitui-se em um marco para a
Autêntica Editora, que completa, neste ano de 2007, uma década
de existência. Ela consolida o nosso projeto de publicar traduções
de obras, antigas ou modernas, consideradas clássicas, iniciativa
que teve início com O Panóptico, de Jeremy Bentham. A importân-
cia que lhe concedemos é assinalada não apenas pela decisão de
publicá-la em edição bilíngue, mas também pela especial preocu-
pação com os aspectos gráficos. Dada a constante remissão de
Spinoza a passagens anteriores do texto (proposições, definições,
axiomas, etc.), buscou-se dar-lhe um formato que facilitasse o
movimento de ir e vir da leitura. É, entretanto, o cuidado com o
trabalho de tradução que deve, acima de tudo, ser ressaltado. O
princípio normativo foi o da produção de um texto que, sem deixar
de ser fiel à expressão de Spinoza, estivesse mais próximo do
léxico e da sintaxe da língua presentemente utilizada do Brasil. O
que podemos assegurar é que a tradução que ora entregamos aos
leitores é o resultado de um trabalho demorado e meticuloso, que
se beneficiou da confrontação com traduções para outras línguas,
da consulta a comentaristas de variadas orientações filosóficas e
dos indispensáveis recursos fornecidos pela informática.
FILME/VÍDEO
• Título: Feitiço do Tempo
Título original: Groundhog Day
• Ano: 1993
• Diretor: Harold Ramis
• Roteirista: Harold Ramis e Danny Rubin
• Sinopse: este filme apresenta as duas pontas da ética kantiana.
Phil Connors, um homem egoísta, começa a experimentar o mesmo
dia uma e outra vez na aldeia Punxsutawney no dia de Groundhog.
A resposta inicial de Connors às novas circunstâncias é repleto de
hedonismo. Ele rouba, bebe em excesso, dirige imprudentemente,
seduz mulheres da cidade, e tentar manipular seus colegas de
trabalho. Connors finalmente conclui que não pode continuar a
vida que ele leva. Connors toma uma decisão que alinha com ética
kantiana. Sua nova vida e novas ações refletem um imperativo ca-
tegórico de Kant, pelo qual uma pessoa age sem interesse pessoal
para tornar a vida das pessoas ao seu redor melhor. Através de
sua nova perspectiva de vida, consegue escapar o ciclo repetitivo.
FILME/VÍDEO
• Título: O Melhor Pai do Mundo
Título original: World’s Greatest Dad.
• Ano: (2009).
• Diretor: Frank Darabont.
• Roteirista: Frank Darabont.
• Sinopse: Lance Clayton tinha o sonho de ser um grande escritor.
Mas, hoje, ele é um professor. Um de seus alunos é seu próprio filho
Kyle, com quem ele não tem um bom relacionamento. Quando Kyle
morre de uma forma humilhante, Lance escreve um falso bilhete
de despedida para evitar constrangimentos na família e esconder
as condições vergonhosas de sua morte. O que ele não esperava
é que o texto da carta ia se espalhar e Kyle, antes considerado um
idiota, vira um ídolo no colégio. Com todas as atenções sobre ele,
Lance tem que sustentar essa mentira e decide retomar sua carreira
de escritor, escrevendo um falso diário de seu falecido filho.
Plano de Estudo:
● Valores Éticos e Morais no Sistema CONFEF/CREFs (Conselho Federal e Regional
de Educação Física);
● Código de Ética Profissional e exercício profissional;
● Ética e vida profissional;
● Identificando Valores para o Estudo do Esporte;
● Esporte, Ética e Intervenção no campo da Educação Física;
● Ética e docência;
● Ética no esporte, ética profissional, fair play e olimpismo;
● Ética do Profissional de Educação Física: do dever-ser ao dever-fazer.
Objetivos de Aprendizagem:
● Conhecer e apontar quais são os Valores Éticos e Morais no Sistema CONFEF/
CREFs (Conselho Federal e Regional de Educação Física);
● Entender o Código de Ética Profissional e exercício profissional;
● Compreender Ética e vida profissional;
● Identificar os Valores para o Estudo do Esporte;
● Contextualizar o Esporte, Ética e Intervenção no campo da Educação Física;
● Conhecer sobre Ética e docência;
● Compreender a Ética no esporte, ética profissional, fair play e olimpismo;
● Entender a Ética do Profissional de Educação Física: do dever-ser ao dever fazer.
47
INTRODUÇÃO
Tendo esses itens como norteadores, foram classificados alguns princípios aos
quais se pauta o Profissional de Educação Física no Art. 4° da resolução citada, tais como:
o respeito à vida e à dignidade, à integridade e aos direitos do indivíduo, a responsabilidade
social, ausência de discriminação ou preconceito de qualquer natureza, o respeito a ética
nas diversas atividades profissionais, a valorização da identidade profissional no campo das
atividades físicas, esportivas e similares, a sustentabilidade do meio ambiente, prestação,
sempre, do melhor serviço a um número cada vez maior de pessoas, com competência,
responsabilidade e honestidade e atuação dentro das especificidades do seu campo e
área do conhecimento, no sentido da educação e do desenvolvimento das potencialidades
humanas, daqueles aos quais prestam serviços.
No mesmo documento, o Art. 5° rege as diretrizes para a atuação dos órgãos in-
tegrantes do Sistema CONFEF/CREFs e para o desempenho da atividade profissional em
Educação Física, sendo elas: comprometimento com a preservação da saúde do indivíduo
e da coletividade e com o desenvolvimento físico, intelectual, cultural e social do beneficiário
de sua ação, o aperfeiçoamento técnico, científico, ético e moral dos Profissionais regis-
trados no Sistema CONFEF/CREFs, a transparência em suas ações e decisões, garantida
por meio do pleno acesso dos beneficiários e destinatários às informações relacionadas ao
exercício de sua competência legal e regimental, a autonomia no exercício da profissão,
SAIBA MAIS
REFLITA
De acordo com Paolucci (2013), a aplicação do mesmo Código de ética também propor-
ciona a transformação da vida das pessoas para a melhor, e não somente proporciona
grandes conquistas tecnológicas e metodológicas de todas as áreas demarcadas pelos
profissionais.
É tarefa da Educação Física escolar, portanto, garantir o acesso dos alunos às práticas da
cultura corporal, contribuir para construção de um estilo pessoal de exercê-las e oferecer
instrumentos para que sejam capazes de apreciá-las criticamente (PCNs 2000, p. 28).
Contudo, esse leque de possibilidades exige uma gama de habilidades que preci-
sam ser desenvolvidas ao longo da carreira profissional. Para tal, é preciso que tenhamos
a mente aberta para compreender a dimensão da ética e sua dinâmica no mundo e com as
pessoas de diferentes culturas, sendo necessário considerar que “uma ética da complexi-
dade, da cumplicidade e da (com) paixão, requer que repensemos as ideias de prudência,
temperança e desprendimento” (ALMEIDA, 1998).
REFLITA
A prática de esportes constitui um direito universal, positivado em diversos instrumentos
internacionais. Devido ao seu potencial para o desenvolvimento individual e coletivo, da
mesma forma, é componente essencial para uma educação de qualidade (UNESCO, 2013).
SAIBA MAIS
Fonte: o autor.
Caro (a) acadêmico (a), finalizamos essa unidade e, neste caminho, contemplamos
diversas abordagens relacionadas à ética e a moral dos profissionais de educação física,
principalmente direcionadas ao esporte. Nesse processo de ensino/aprendizagem, é im-
portante te perguntar: você se lembra deste conteúdo? Se recorda o quanto é importante a
ética e da moral dentro da profissão?
Você conseguiu explorar que, ao nosso redor, mais do que imaginamos, vivencia-
mos e somos expostos, em nosso cotidiano, a situações que confrontam nossa moralidade
e que isso deve ser estudado e aperfeiçoado durante nossa carreira profissional. Tivemos
ainda a oportunidade de explorar valores éticos relacionados ao profissional de Educação
Física e ao Esporte.
Por fim, te parabenizo por todo o seu empenho neste tema que, particularmente,
nós, profissionais de Educação Física, deveríamos ter um zelo e uma atenção especial,
expandindo assim todo o conhecimento pela prática profissional, inspirando mais pessoas
a prática da ética, moral e dos bons costumes.
LIVRO
Título: Ética na Educação Física
Autor: Claudio Luis de Alvarenga Barbosa
Editora: Vozes - 1ª edição
Sinopse: a palavra “ética” nunca esteve tão presente nos discursos
relativos ao campo da Educação Física, como temos assistido nos
últimos anos. Vemos sua presença nos noticiários esportivos, nas
discussões sobre políticas de esporte e lazer, bem como nas dis-
cussões pedagógicas sobre Educação Física escolar. Mas poucas
são as pessoas que efetivamente entendem o sentido filosófico da
Ética. Nesse contexto, o livro procura esclarecer o que realmente
significa “ética”, enquanto um campo de investigação da filosofia.
Ao fazer isso, discute as principais questões éticas que afligem
não apenas a vida em sociedade, mas também, aquelas ligadas
diretamente ao campo profissional da Educação Física.
LIVRO
Título: Educação Física e Filosofia
Autor: Claudio Luis de Alvarenga Barbosa
Editora: Vozes – 2ª edição
Sinopse: este livro deve ser lido não apenas para profissionais
de educação física, mas por todos aqueles que querem ler um
bom livro de introdução à filosofia. Seu objetivo é fazer com que a
educação física deixe de ser apenas um instrumento em potencial
para realizar-se plenamente. Para atingir tal objetivo não basta
colocarmos o professor de educação física em contato com um
sem-número de fragmentos de conhecimentos, como algumas
vezes acontece nos cursos de graduação; é necessário que esses
conhecimentos sejam envolvidos por uma visão de totalidade, ou
seja, devem ser estudados à luz da filosofia. Se a filosofia pre-
tende explicar de forma racional o princípio ou princípios de toda
a realidade, não podemos prescindir deste conhecimento para a
adequada compreensão do papel que a educação física exerce
em nossa sociedade.
FILME/VÍDEO
Título: Raça
Ano: 2016
Diretor: Stephen Hopkins
Sinopse: o filme retrata a vida do norte-americano Jesse Owens,
corredor que mostrou ao mundo, durante as Olimpíadas de 1936,
em Berlim, que a ideia de supremacia ariana construída por Hitler,
durante o regime nazista, era apenas uma ideia racista.
FILME/VÍDEO
Título: If I Had Wings (Se eu tivesse asas)
Ano: 2013
Diretor: Allan Harmon
Sinopse: Alex Taylor (Richard Harmon), cego desde os dois anos,
sonha em correr na de atletismo da sua escola. O pai, um oficial de
liberdade condicional, encontra-lhe um parceiro de corridas, Brad
Coleman (Jaren Brandt Bartlett), que passa o tempo a fugir da Lei.
PLANO DE ESTUDOS
● A Gestão Democrática;
● O Conselho Escolar;
● O Conselho de Classe;
● A Avaliação e o Acompanhamento Escolar através dos Conselhos de Classe;
● A Legalidade dos Conselhos de Classe;
● O Estudo de Caso.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
● Compreender a importância da Gestão Democrática para o funcionamento das
escolas;
● Analisar a composição do Conselho Escolar e seu funcionamento;
● Debater a importância dos Conselhos de Classe e seu funcionamento;
● Discutir as possibilidades e limitações dos Conselhos de Classe;
● Desconstruir os mitos por trás dos Conselhos de Classe;
● Conhecer a legislação e as normas dos Conselho de Classe;
● Compreender a importância do Estudo de Caso e seu papel formador.
69
INTRODUÇÃO
Para que isso ocorra, faremos uma reflexão primária, buscando seus conheci-
mentos prévios. No entanto, estudaremos o mais importante sobre algumas instâncias da
gestão escolar, a partir de uma perspectiva que privilegia a Gestão Democrática dentro das
instituições de ensino, onde ocorrerá uma garantia e uma ampla participação de todos os
agentes que compõe as escolas e a educação em si. Faremos, então, uma exposição e
um debate sobre Gestão Democrática e Conselho Escolar, para que você possa conhecer,
mesmo que brevemente, as estruturas dessas instâncias.
Nosso principal foco, como você pode observar, são os Conselhos de Classe. Des-
tacando, ainda, que o Conselho de Classe é um dos momentos e/ou uma das instâncias
mais importantes das instituições escolares, pois têm um papel consultivo e deliberativo
sob diversas tomadas de decisões. Nesse sentido, compreender o seu papel e seu fun-
cionamento são fundamentais para que o educador consiga desempenhar e ocupar o seu
espaço nessa instituição entendendo a individualidade do educando.
Para você que está se formando para trabalhar nas escolas, é fundamental fazer
essa reflexão, na medida em que este órgão, essa instância – o Conselho de Classe – é es-
sencial na avaliação de todo processo de ensino-aprendizagem. Vale destacar que constitui
Você irá compreender que esse espaço deve ser democrático e coletivo com obje-
tivo de avançar no desenvolvimento dos alunos e da própria escola, ele deve recuperar as
dificuldades e as falhas durante o processo.
Será possível debater com você, aluno, que o Conselho de Classe se trata uni-
camente de uma ferramenta que aprova ou retém os alunos, mas, antes de tudo, é uma
importante ferramenta de avaliação da própria instituição escolar. Por isso, conhecer os
mecanismos de seu funcionamento, através do PPP - Projeto Político Pedagógico da es-
cola onde você irá trabalhar e, mais do que tudo, participar ativamente desse espaço, é
fundamental para o processo de formação dos alunos, para que possam ser agentes da
transformação da realidade que nos cerca.
Muito obrigado!
Como você pode observar, a LDB informa que o processo de gestão democrática
“é objeto de regulamentação nas normas de cada sistema de ensino [...]. Os quais tomam
como referência a noção de participação como elemento emblemático da democracia”
(SOUZA; PIRES, 2018, p. 69).
É importante destacar que nossa Constituição deixa bem claro que todo o ensino
deverá ser articulado com base em vários princípios e justamente um deles é a gestão
democrática apresentada no art. 206, inciso VI, o que se amplia e/ou se adapta nas Leis
Estaduais e nas Leis Orgânicas de todos os Municípios. Destacamos, ainda, que a gestão
democrática é uma exigência constitucional e, como foi apresentado acima, a LDB (1996)
também apresenta, em seu artigo 3.º, um dos princípios que norteiam a educação escolar:
“VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos siste-
mas de ensino”.
Assim, entende-se que é extremamente necessário compreender o significado de
gestão democrática. Vale ressaltar que sempre associamos a palavra gestão à administra-
ção e que sempre atrelamos a uma chefia autoritária com decisões, muitas vezes, obscuras
e ditatoriais. No entanto a gestão deve ser democrática, contemplando toda necessidade
do cotidiano escolar, desde o processo docente, de secretaria, dos assistentes de limpeza,
de pátio, de atendimento aos responsáveis, ou seja, todo conjunto da instituição, todas as
personalidades democráticas.
No livro Democracia na Escola, de julho de 2019, em sua terceira edição, da pre-
feitura da cidade de São Paulo, elaborado com a participação dos professores de todo o
SAIBA MAIS
Assista a entrevista feita pelo canal Futura com a Presidente da União Nacional dos
Dirigentes Municipais de Educação, Cleuza Repulho, para compreender um pouco mais
sobre o funcionamento do processo de gestão democrática nas escolas.
Acesse em:
https://www.youtube.com/watch?v=_a13nWelrbE
Gestão democrática da educação - Cleuza Repulho - Entrevista - Canal Futura
Nesse sentido, deveríamos ter dentro das escolas, neste momento, um espaço
muito democratizado. Mas será que podemos verificar esse avanço nas escolas? Você
já participou de alguns desses espaços?
O infográfico abaixo mostra como, de maneira geral, estão organizadas as instân-
cias que fazem parte do processo da gestão democrática nas escolas. Observe, pois, na
sequência, abordaremos brevemente duas dessas instâncias, as quais, neste momento,
são mais relevantes para os debates feitos neste capítulo. Isso não te impede de bus-
car mais referências e leituras sobre as outras instâncias citadas. A pesquisa é sempre
muito importante para a compreensão do que se discute em cada capítulo e isso, com
certeza, lhe trará uma melhor formação sobre o tema.
SAIBA MAIS
O MEC disponibilizou uma cartilha que explica, de acordo com o que prevê a LDB, o
funcionamento mais geral dos Conselhos Escolares. Vale a pena você consultar esse
material para compreender melhor essa importante instância do interior das escolas.
Fonte: MEC (2004).
No vídeo que destacamos abaixo, você poderá compreender um pouco melhor o que
são e como funcionam os conselhos escolares.
Com base nas leituras e no vídeo destacado, você pode imaginar os benefícios que os
conselhos escolares podem trazer à gestão escolar e á formação dos alunos? Levante
alguns pontos que possam demonstrar as possibilidades.
Fonte: os autores.
Com certeza você percebeu que a imagem mostra uma avaliação e, caso o aluno
não atinja seu objetivo, o que você deve fazer? Como agir na docência? Então, vamos
observar as afirmações abaixo para compreender melhor nosso papel, pois para você,
estudante de licenciatura, que um dia já foi aluno do ensino básico, essa instância é bem
conhecida.
No imaginário dos alunos, os Conselhos de Classe são quem aprova ou reprova os
alunos que não atingiram as médias anuais. Essa é uma visão limitada dessa importante
instância das escolas, principalmente para o processo de gestão democrática e para a
formação dos alunos.
Os Conselhos de Classe são, também, uma instância colegiada representativa das
várias outras instâncias escolares. Esse espaço é o que mais dá atenção para o processo
de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, os Conselhos de Classe devem debater a vida
escolar de cada um dos alunos; não somente daqueles que estão com as notas abaixo da
média.
Nesse espaço também se debatem as metodologias que devem nortear o trabalho
dos professores para que os objetivos de aprendizagem dos alunos e a sua formação sejam
mais completas, logicamente, pensando nas especificidades e necessidades de cada aluno.
Talvez você se pergunte: posso ter alguma atitude antes do Conselho de Classe?
A SEED, Secretaria de Educação do Estado do Paraná, afirma, em sua página (site) do
dia-a-dia-educação em 2020, que devemos realizar um pré-conselho, pois, para a SEED, o
Conselho de Classe pode ser organizado em três momentos:
I. Pré-conselho: levantamento de dados do processo de ensino e dispo-
nibilização aos conselheiros (professores) para análise comparativa do
desempenho dos estudantes, das observações, dos encaminhamentos
didático-metodológicos realizados e outros, de forma a dar agilidade ao
Conselho de Classe. É um espaço de diagnóstico.
II. Conselho de Classe: momento em que todos os envolvidos no processo
se posicionam frente ao diagnóstico e definem em conjunto as proposi-
ções que favoreçam a aprendizagem dos alunos.
SAIBA MAIS
O texto de Joice Maria Lamb, professora e finalista do Prêmio Educador Nota 10 2017,
publicado no site da Revista Nova Escola, na página de Gestão Escolar, apresenta
algumas dicas do que discutir nos Conselhos de Classe, para que se possa ter maior
proveito deste.
REFLITA
Você já participou de algum Conselho de Classe? Quais eram as principais discussões
que foram feitas nesse espaço?
Leia o texto disponível no link abaixo e analise os erros mais comuns cometidos nos
Conselhos de Classe.
Link: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1910/10-problemas-comuns-no-conselho-de-classe-que-voce-precisa-evitar
Preste atenção no que diz Iavelberg (2011, p. 23) a respeito da função dos Conse-
lhos de Classe:
A função do conselho - que deve contar, sempre que possível, com a parti-
cipação do diretor, do coordenador pedagógico e do orientador educacional,
além dos professores - não é julgar o comportamento dos alunos, mas
compreender a relação que eles desenvolvem com o conhecimento e como
gerenciam a vida escolar para, quando necessário, propor as intervenções
adequadas.
Você pode perceber através dessa afirmação que os Conselhos são muito maiores
que um julgamento dos alunos. Porém, muitas vezes você irá se deparar com esse tipo de
situação no ambiente escolar. Muitos profissionais encontram nesse espaço um momento
de desabafo das suas relações e condições de trabalho e, muitas vezes, culpam exclu-
sivamente o aluno e seus familiares pela frustração que possuem relacionadas a essas
condições de trabalho.
É preciso que você compreenda que os Conselhos de Classe, assim como todas
as instâncias colegiadas que você poderá participar quando for trabalhar na escola, devem
ser um espaço racional e não passional. Deve-se avaliar e não condenar. O espaço para
as lutas por melhorias nas condições de trabalho e de todo o sistema educacional é nos
sindicatos.
Os Conselhos devem ser de natureza consultiva e deliberativa em assuntos di-
dático-pedagógicos, reunindo professores, equipe pedagógica e direção para avaliar “as
ações educacionais e indicar alternativas que busquem garantir a efetivação do processo
de ensino e aprendizagem dos estudantes” (SEED, 2020, on-line).
Diante do que foi exposto aqui, caro aluno, é importante que você reflita sobre o
funcionamento dos Conselhos de Classe, seus objetivos e orientações, levando sempre
em conta que essa instância, deve ser democrática e colegiada, assim como deve pensar
sempre no processo educacional de formação dos alunos para que estes possam contribuir
para as transformações necessárias da nossa sociedade.
Para finalizar nosso debate, quero deixar claro a você que existe uma grande dife-
rença entre o Conselho de Classe e o conselho escolar. Fique muito atento e verifique, logo
abaixo, uma definição para que você identifique essa diferença:
O Conselho de Classe é composto essencialmente por membros da própria
escola. Ainda assim, membros da comunidade escolar podem participar como
convidados, sem poder decisório, ainda que estejam ali para enriquecer a
discussão.
Você já pensou em uma metodologia diferenciada para que o educando não che-
gue a precisar do Conselho de Classe? É claro que existem muitas metodologias para
melhorar o processo de ensino-aprendizagem, mas iremos debater, nesse momento, o
chamado estudo de caso. Vale ressaltar ele pode ser considerado uma das grandes ou
excelentes metodologias para que ocorra uma abordagem completa para todo processo de
ensino-aprendizagem.
Podemos destacar, ainda, que o estudo de caso tem uma grande vantagem em sua
metodologia de adotar uma abordagem simples e com orientação norteando a resposta
sem fornecê-la diretamente.
Dentro de um estudo de caso, precisamos envolver um conflito em um determinado
assunto o qual necessita de uma solução plausível. Para que isso ocorra, temos que cobrar
dos educandos um posicionamento sobre o desafio proposto, ao qual ele deve buscar as
soluções ou abordagens apropriadas, ou seja, ele deve participar do processo de propor
soluções para um caso real apresentado, desenvolvendo uma ética e moral dentro da
questão debatida. É importante salientar o papel do educador nesse processo, que precisa
abandonar métodos tradicionais e adotar essa metodologia de estudos promovendo novas
competências e habilidades em relação a sua docência. A utilização de estudos de caso
pode promover no educando uma procura e pesquisa maior sobre o assunto, momento em
que ele se empolga com todo o processo, se posicionando sobre o tema.
Caro (a) aluno (a), esperamos que os debates realizados aqui nesta unidade possam
ajudar em sua carreira nas escolas. Compreender o papel das instâncias que compõem a
organização das instituições escolares e, para além disso, participar delas, fará com que
você se torne um excelente profissional, preocupado com a formação e o desenvolvimento
do seu aluno.
Os debates que realizamos aqui fortalecem os espaços democráticos das escolas
e proporcionam o crescimento desta instituição tão importante para o processo de socia-
lização dos indivíduos. Não podemos deixar de refletir sobre elas e propormos sempre as
melhores alternativas, de forma democrática e coletiva.
Esperamos que você possa compreender a relevância deste debate e que leve
para a sua carreira profissional as possibilidades de debate e participação que se abriram
aqui nesta unidade.
Não deixe de conhecer o PPP da sua escola, é seu direito. Não deixe também de
participar das instâncias colegiadas que estão presentes na sua escola, pois é seu direito
e dever.
Esperamos ter contribuído para que você tenha uma excelente formação acadêmi-
ca e desejamos um excelente curso e uma ótima carreira profissional.
Muito obrigado.
LIVRO
Título: Gestão Democrática da Educação
Autora: Dalila Andrade Oliveira
Editora: Editora Vozes
Sinopse: trabalho realizado por diversos autores, objetivando
discutir e encontrar rumos para a gestão democrática da educação
pública. A educação e alfabetização sofre influências das políticas
nacionais e internacionais, dos interesses nacionais e da globa-
lização. Junto com isso discute-se a municipalização do ensino
público, os objetivos, o desempenho e a avaliação da educação.
LIVRO
Título: Organização escolar: perspectivas e enfoques
Coleção/Série: Série Pesquisa e Prática Profissional em Pedago-
gia
Autora: Marcia Andreia Grochoska
Editora: InterSaberes
Sinopse: a obra discute a organização da instituição escolar, am-
pliando a compreensão sobre a dinâmica das relações educativas,
a construção e a aplicação dos instrumentos que regem a escola,
a intervenção no contexto escolar das organizações coletivas e a
elaboração do trabalho pedagógico. Seu conteúdo é desafiador e
instigante, pois trata da complexidade das relações entre os ele-
mentos que compõem a escola e as inúmeras formas e dimensões
que a sua organização pode assumir.
LIVRO
Título: Organização e Gestão da Escola. Teoria e Prática
Autor: José Carlos Libâneo
Editora: Heccus
Sinopse: o estudo das práticas de organização e de gestão da
escola é indispensável para a construção de uma escola democrá-
tica e participativa, que prepare os alunos para a cidadania plena.
Este livro proporciona a todos os que irão trabalhar em escolas
- diretores, coordenadores pedagógicos, professores, funcionários
técnico-administrativos - o conhecimento da organização escolar,
das formas de gestão e de competências e procedimentos neces-
sários à participação eficaz a vida da escola, incluindo a elaboração
e discussão pública do projeto pedagógico-curricular.
FILME/VÍDEO
Título original: Entre les Murs
Distribuidor: Imovision
Ano de produção: 2008
Sinopse: François Marin (François Bégaudeau) trabalha como
professor de língua francesa em uma escola de ensino médio,
localizada na periferia de Paris. Ele e seus colegas de ensino
buscam apoio mútuo na difícil tarefa de fazer com que os alunos
aprendam algo ao longo do ano letivo. François busca estimular
seus alunos, mas o descaso e a falta de educação são grandes
complicadores.
ANDRADE, R. Máximas e leis na filosofia prática de Kant: uma divisão inclusiva ou exclusiva?
Saberes: Revista interdisciplinar de Filosofia e Educação, n. 6, 24 fev. 2011.
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