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Professor Me. Renan Gonçalves da Silva
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
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Tiago Pereira da Silva
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Kauê Berto
Prezado (a) aluno (a), é com muito prazer que estarei junto com você durante
a disciplina de higiene do trabalho. Assim, quero que você reflita sobre a relação do
homem e o seu trabalho. E como suas atividades laborais podem refletir sobre sua
saúde, meio ambiente e sobre a coletividade.
Na unidade I, quero lhe apresentar um breve histórico sobre a segurança do trabalho
e a higiene ocupacional, mencionado como foi o seu surgimento. No tocante, irei apresentar
os conceitos e definições sobre a higiene do trabalho, você saberá o que significa higiene
do trabalho e quais são os seus objetivos. Apresentarei também nesta unidade de forma
breve as principais legislações aplicadas na área de segurança do trabalho.
Já na unidade II, você conhecerá qual é a diferença entre risco e perigo, este
estudo é fundamental para definir as medidas de controle de riscos ocupacionais. Ainda
nesta unidade, será abordado as definições de um trabalho seguro e como ocorre a
organização da CIPA e também do SESMT.
Adiante, na unidade III você conhecerá o que são riscos químicos e físicos. Na
oportunidade será explanado como estes riscos influenciam na saúde do trabalhador. E
quais são as medidas de controle adotadas para estes riscos com a finalidade de mitigar
a ação dos agentes de riscos e, se possível, eliminá-los.
Por fim, na unidade IV será apresentado os riscos biológicos e ergonômicos.
Neste momento, você conhecerá também como estes agentes causam danos para a saúde
do trabalhador e como devem ser as medidas de controle. Ainda nesta unidade será
apresentado o mapa de risco que é um elemento fundamental para o controle de riscos
ocupacionais.
Espero que você aproveite este material que preparei com muito carinho para que
você possa obter mais conhecimento. Desejo que você tenha bons estudos e muito
sucesso na sua carreira profissional.
Muito obrigado e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I....................................................................................................... 3
Introdução à Higiene Ocupacional
UNIDADE II.................................................................................................... 27
Institutos Para a Previsão de Riscos Ocupacionais
UNIDADE III................................................................................................... 51
Riscos Químicos e Físicos
UNIDADE IV................................................................................................... 79
Riscos Biológicos e Ergonômicos
UNIDADE I
Introdução à Higiene Ocupacional
Professor Me. Renan Gonçalves da Silva
Plano de Estudo:
● Breve histórico sobre a segurança do trabalho e higiene ocupacional;
● Conceitos e definições sobre higiene do trabalho;
● Objetivos da higiene do trabalho;
● Legislação aplicada à segurança do trabalho.
Objetivos da Aprendizagem:
● Entender o histórico da segurança do trabalho e higiene ocupacional.
● Compreender os conceitos sobre higiene ocupacional e segurança do trabalho.
● Saber sobre os objetivos da higiene do trabalho.
● Compreender a Legislação aplicada à segurança do trabalho.
3
INTRODUÇÃO
Caro (a) aluno (a), você já parou para observar como seria o desenvolvimento
do trabalho sem as devidas regulamentações que conhecemos na atualidade?
Certamente os números de doenças e acidentes de trabalho seriam ainda muito maiores.
As preocupações com um ambiente seguro para o desenvolvimento do trabalho não é
uma questão que em toda a história da humanidade foi levada em consideração.
Assim, imagine, quando o trabalhador adoece ou é acidentado em decorrência
do desenvolvimento de suas atividades, todos perdem. O próprio funcionário que
poderá ter sua vida ceifada ou ficará afastado temporariamente ou definitivamente de
suas funções. A empresa contratante, que terá de arcar com indenizações. O próprio
governo que será pressionado com o pagamento de benefícios. E não se deve descartar
a possibilidade de perda de produtividade, visto que é possível que o restante da equipe se
sinta amedrontada em desenvolver a atividade que causou danos ao trabalhador afetado.
Desta forma, quando se fala em higiene, logo vem em mente a ideia de limpeza
e higiene do trabalho, traz a conotação de um “trabalho limpo”, no sentido de que ao
desenvolver suas funções, o trabalhador não será afetado de forma negativa perdendo
sua saúde física ou mental. No sentido estrito, a higiene do trabalho configura-se como
uma ciência que tem por objetivo reconhecer estes riscos de forma sistêmica, propondo
medidas para reduzi-los, transformando o ambiente de trabalho em um local seguro.
Para isso, foram desenvolvidas uma série de legislações e normas que são
importantes conquistas sociais das quais você conhecerá um pouco mais nas próximas
páginas. De antemão, apresentarei um breve histórico sobre a higiene do trabalho, seus
conceitos e objetivos observando suas etapas. E ainda apresentarei, não no sentido de
esgotar, mas de instigar suas buscas, as principais legislações aplicadas nessa área.
3.2 Reconhecimento
A fase de reconhecimento é quando a construção já é existente e o higienista faz
visita in loco com a finalidade de conhecer os processos, os trabalhadores e as
estruturas físicas com a fim de verificar os riscos existentes naquele local. Esta etapa
direcionará para uma avaliação eficaz das causas de doenças e medidas adotadas
para a adequação do ambiente de trabalho, trazendo diversos benefícios para o
empregador, prevenindo doenças, economizando tempo e custos, além de trazer
menor risco para a saúde do trabalhador (CASTRO et al., 2014).
3.3 Avaliação
A etapa de avaliação vislumbra verificar a presença e a magnitude dos riscos
existentes no ambiente de trabalho (GOELZER, 2020). É importante a adoção de
estratégias e metodologias de avaliação de riscos e doenças nesta etapa, o higienista
necessita ter em mente que se houver alguma falha, o trabalhador correrá riscos de
estar desenvolvendo suas atividades em ambiente insalubre (CASTRO et al., 2014). As
avaliações podem ser qualitativas ou quantitativas veja as definições:
As avaliações qualitativas são baseadas em observação, experiências
anteriores ou modelos. As avaliações quantitativas são baseadas, em
geral, na comparação de resultados de medições com valores limites de
exposição ocupacional recomendados e/ou legalmente adotados. Se tais
valores não tiverem sido estabelecidos, o higienista ocupacional deve ter
a capacidade de estabelecer seus próprios critérios de avaliação.
Inclusive, quando riscos sérios para a saúde são óbvios e evidentes, a
recomendação de medidas preventivas deve ser imediata, mesmo antes de
ser feita uma avaliação quantitativa de risco. (GOELZER, 2016).
Caro (a) aluno (a), este tópico tem por objetivo demonstrar de forma breve as
principais legislações aplicáveis à segurança do trabalho, você deve ter em mente que o rol
de legislações pertinentes a este assunto é muito vasto e não será esgotado neste
momento. Então você deverá buscar mais conhecimentos sobre este assunto para
aprimorar seus estudos.
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta
e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos
de revezamento, salvo negociação coletiva.
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos.
(BRASIL, 1998).
Estas medidas colaboram para que não ocorra a exaustão do trabalhador como
acontecia no passado, onde estes trabalhadores eram submetidos ao trabalho em condições
desumanas ou análogas à escravidão. Assim, este mecanismo favorece os trabalhadores
para que estes desfrutem de melhor qualidade de vida e consequentemente maior
segurança no desenvolvimento de suas atividades. Outro ponto relevante determinado na
C.F. é a determinação dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde,
higiene e segurança observados no inciso XXII (BRASIL, 1998). Além disso, o XXIII
determina que ocorra o adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, na forma da lei (BRASIL, 1998). Já o XXVIII determina que
seja realizado seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir
a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa (BRASIL,
1998).
Fica estabelecido também que o próprio Ministério do Trabalho fixará quais são
as atividades e operações consideradas insalubres, bem como os critérios que deverão
ser adotados para a caracterização, os níveis de tolerância, os meio de proteção e o
tempo máximo que um trabalhador poderá ficar exposto a estes agentes (BRASIL,
1943). Ainda de acordo com a CLT, a insalubridade poderá ser eliminada com a
adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de
tolerância, ou ainda com a utilização dos equipamentos de proteção individual.
Desta forma, imagine que uma determinada máquina emite ruídos que ultrapassem
os limites estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, sendo a atividade nestas
condições considerada insalubre. A empresa então para reverter esta caracterização
poderá adotar as medidas de isolamento acústico para as máquinas. Caso não tenha
sido solucionado o problema, poderá adotar protetores auriculares para os empregados.
A CLT determina ainda que caso a atividade seja desenvolvida no ambiente
insalubre, o empregado deverá receber um adicional de insalubridade, veja:
O Art. 193 da CLT, considera atividade ou operação perigosa aquelas que, por
sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição
permanente do trabalhador a inflamáveis, explosivos ou energia elétrica, roubos ou outras
espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou
patrimonial mínimo (BRASIL, 1943). A CLT também determina que as atividades de
trabalhador em motocicletas são consideradas perigosas. Estas atividades, asseguram
ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os
acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
NR Título
1 Disposições Gerais
2 Inspeção Prévia
3 Embargo e Interdição
4 Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT
5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA
6 Equipamento de Proteção Individual - EPI
7 Exames Médicos
8 Edificações
9 Riscos Ambientais
10 Instalações e Serviços de Eletricidade
11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
12 Máquinas e Equipamentos
13 Vasos Sob Pressão
14 Fornos
15 Atividades e Operações Insalubre
16 Atividades e Operações Perigosas
17 Ergonomia
18 Obras de Construção, Demolição, e Reparos
19 Explosivos
20 Combustíveis Líquidos e Inflamáveis
21 Trabalhos a Céu Aberto
22 Trabalhos Subterrâneos
23 Proteção Contra Incêndios
24 Condições Sanitárias dos Locais de Trabalho
25 Resíduos Industriais
26 Sinalização de Segurança
27 Registro de Profissionais
28 Fiscalização e Penalidades
29 Segurança e Saúde no trabalho portuário
30 Segurança no trabalho aquaviário
31 Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura,
explorações florestais e aquicultura
32 Segurança e saúde no trabalho e em serviços de saúde
33 Segurança e saúde no trabalho em espaços confinados
34 Condições e meio ambiente de trabalho na indústria de Construção e
Reparação Naval
35 Trabalho em Altura
36 Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento
de Carnes e Derivados.
Fonte: o autor
SAIBA MAIS
Fonte: MENEGHETTI, Diego. Quem inventou a carteira de trabalho? Superinteressante. São Paulo:
REFLITA
“O trabalho deve ser para dignificar o ser humano e não para degradá-lo”
Fonte: o autor.
Caro (a) aluno (a), ainda na introdução desta unidade fiz a seguinte
indagação: você já parou para observar como seria o desenvolvimento do trabalho sem
as devidas regulamentações que conhecemos na atualidade? Ao longo desta unidade
você obteve algumas respostas. No decorrer da história da humanidade, o trabalho
humano sofreu graves períodos de exploração. Como você observou, a ganância
humana pela geração de capital, transformou o ser humano em apenas uma peça da
engrenagem. Por isso, ao longo da história verifica-se períodos terríveis, seja no
próprio sistema escravista ou ainda como ocorreu no início da revolução industrial, em
que homens, mulheres e crianças eram submetidos ao trabalho forçado em condições que
certamente seriam acometidos por graves doenças físicas e psicológicas.
As revoluções sociais que pretendiam criar um ambiente de trabalho seguro, foram
importantíssimas para a construção da legislação e das regulamentações que existem
na atualidade. Essas leis funcionam como freios para a ganância humana, e colocam
importantes limites na geração de capital a todo custo. Por outro lado, o próprio
desenvolvimento científico, onde vale destaque para o médico Bernardino Ramazzini,
foram cruciais para o desenvolvimento da ciência da higiene do trabalho.
Por sua vez, a higiene do trabalho é uma ciência que opera de forma
interdisciplinar, vislumbrando a prevenção dos riscos ambientais de forma sistêmica,
pautadas na antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de riscos ambientais.
Assim, quando as etapas de higiene do trabalho são realizadas de forma adequada,
atentando para as legislações e normas vigentes, o trabalhador acaba encontrando um
ambiente de trabalho mais seguro. Assim, todos os entes envolvidos acabam obtendo
benefícios, pois o trabalhador acaba obtendo proteção e melhor qualidade de vida, o
governo evita gastos previdenciários e o empresário acaba melhorando sua
produtividade, e consequentemente ocorre um aumento em suas margens lucrativas.
Fonte: VIANA, Renan de Oliveira. O Direito do Trabalho e a revolução industrial 4.0. Migalhas de
LIVRO
Título: Higiene e segurança no trabalho• Autor: Eduardo Moraes
Araújo
Editora: Contentus
Sinopse: Este livro aborda aspectos introdutórios sobre
segurança do trabalho, o histórico das principais normas,
mapeamento de riscos e ergonomia. Retrata definições,
procedimentos e a legislação referente a acidentes de trabalho,
aspectos sobre a CIPA e os conceitos de insalubridade e
periculosidade. De modo a estimular sua prevenção, a obra
ainda descreve as doenças ocupacionais mais comuns.
FILME/VÍDEO
Título: Indústria Americana
Ano: 2019.
Sinopse: O longa mostra, em detalhes, a entrada de uma
indústria chinesa fabricante de vidros automotivos em território
americano especificamente em Dayton, no estado de Ohio. No
local, antes, havia uma fábrica da General Motors (GM) que fechou
as portas no auge da crise que abalou os Estados Unidos em
2008, deixando mais de 1000 pessoas sem emprego naquela
região. Durante o filme, vários são os momentos em que o tema
Segurança do Trabalho é abordado, tendo em vista a diferença de
comportamento, regras e métodos de trabalho que fazem parte
da rotina de americanos e chineses que atuam agora em
“conjunto” em território norte-americano. Um aspecto importante a
ser considerado ainda, é a questão da formação e presença dos
sindicatos que vem perdendo sua força nos Estados Unidos e
em boa parte do mundo, mas cuja importância é retratada em
diversos momentos. Os sindicatos acabam se tornando uma
esperança na luta contra os “abusos” cometidos com aval da
cúpula da indústria chinesa principalmente no que diz respeito à
mão de obra norte-americana, considerada “fraca” e “ineficiente” se
comparada aos padrões chineses.
Link: https://www.netflix.com/br/title/81090071
Plano de Estudo:
● Conceitos e Definições de risco e perigo;
● Campos de estudo dos riscos ocupacionais;
● Definições de trabalho seguro;
● Organização da CIPA e SESMT.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar risco e perigo;
● Compreender os tipos de riscos ocupacionais;
● Estabelecer a importância do trabalho seguro;
● Entender a organização da CIPA e SESMT.
27
INTRODUÇÃO
1.1 Conceituação
Antes de conhecer alguns institutos importantes para a prevenção dos riscos
ambientais e consequentemente promover a higiene do trabalho, é fundamental
compreender alguns conceitos básicos para a área de segurança do trabalho. Neste
sentido, embora muitas vezes sejam utilizados como sinônimos, risco e perigo não devem
ser confundidos, a fim de promover a adequada gestão da segurança e saúde no trabalho.
Assim, para este estudo adota-se o conceito de perigo como sendo: “fonte ou
situação potencialmente capaz de causar perdas em termos de saúde, prejuízo à
propriedade, prejuízos ao ambiente do local de trabalho ou de uma combinação entre
eles’’ (OHSAS, 1999). Para Maynard (2015), esta fonte possui conjunto de
características e propriedades intrínsecas capazes de causar dano ou prejuízo. Ou
seja, o perigo é uma característica própria do elemento em questão. Ele por si só é fonte
de dano.
Já o risco, configura-se como o conjunto de características e propriedades
intrínsecas capazes de causar dano ou prejuízo. Na mesma perspectiva, Maynard
(2015), avalia que o risco ocorre quando existe a probabilidade real de ocorrência desse
dano ou prejuízo. Ou seja, o risco está relacionado com a exposição ao perigo. A ISO
45001 conceitua risco como sendo: a “combinação da probabilidade de ocorrência de
eventos ou exposições perigosas relacionadas aos trabalhos e da gravidade das lesões e
problemas de saúde que podem ser causados pelo (s) evento (s) ou exposição (ões)” (ISO
45001, 2018).
UNIDADE III Institutos
IntroduçãoPara
à Higiene
a Previsão
Ocupacional
de Riscos Ocupacionais 29
Segundo Santos (2021, o risco ocupacional é definido pela frequência com a
qual uma pessoa pode sofrer danos causados por fonte de perigo, ou seja, quanto maior
a frequência de exposição ao fator de risco maior será a probabilidade de ocorrer
consequências negativas.
Desta forma, algo que é perigoso tem o potencial de causar danos, e algo que
é arriscado tem a probabilidade de causar danos, o perigo não muda, mas o risco pode
mudar a depender da exposição ao perigo (MAYNARD, 2015).
Veja alguns exemplos clássicos:
Como você pode observar, o perigo sempre existirá de uma forma constante,
no entanto o risco poderá ser variável. Neste sentido, os riscos poderão ocorrer em três
grandes esferas, podendo ser as esferas do risco operacional, riscos comportamentais e
riscos ambientais. O risco operacional é geralmente definido como o risco de perda
resultante de processos internos, pessoas e sistemas inadequados ou falhos, ou de
eventos externos (VALIÑO, 2021). As 7 categorias dos riscos ocupacionais são:
Buscando o trabalho seguro com base na redução dos riscos para o trabalhador,
existem dois institutos de grande relevância que é a CIPA (Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes) e o SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho).
4.1 CIPA
O objetivo da CIPA é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho,
de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a
promoção da saúde do trabalhador (NR 5, 1978). Sua regulamentação é fornecida na NR
5. A CIPA vislumbra garantir a representação dos trabalhadores em todas as questões de
melhoria e saúde ocupacional, observando e comunicando condições de risco no ambiente
de trabalho, devendo ainda propor ao empregador medidas que possam prevenir, reduzir e
até eliminar as possíveis causas de acidentes e doenças ocupacionais no ambiente de
trabalho, esta comissão também deve orientar os trabalhadores sobre estas medidas (NR
5, 1978).
Em termos práticos e de forma generalista, a CIPA tem por objetivo apresentar as
demandas dos trabalhadores, analisar riscos do trabalho, investigar e prevenir acidentes.
A CIPA é formada por representantes dos trabalhadores que são eleitos e também por
representantes dos patrões que são designados para a função.
O Quadro I da NR 5 determina que as empresas que possuem a partir de 20
empregados necessitam ter CIPA, onde o número de representantes (que são chamados
Cipeiros) irá variar de acordo com o número total de trabalhadores, ramo de atividade.
Fonte: NR 5 (1978).
FIGURA 6 - QUADRO I DA NR 5
Fonte: NR 5 (1978).
Isto quer dizer que, mesmo que a empresa não tenha uma comissão propriamente
formada nos termos do Quadro I da NR 5, por não conter o número mínimo de empregados que
é de 20, a empresa deverá indicar um empregado para realizar os trabalhos atribuídos à CIPA.
A CIPA deverá realizar suas reuniões ordinárias mensais durante o expediente
de trabalho normal em local apropriado, sendo lavrada a ata assinada pelos
integrantes ficando à disposição dos Agentes de Inspeção do Trabalho.
Já as reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando ocorrer:
a. houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine
aplicação de medidas corretivas de emergência;
b. ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;
c. houver solicitação expressa de uma das representações (NR5, 1978).
Fonte: NR 4 (1978).
FIGURA 8 - QUADRO II DA NR 4
Fonte: NR 4 (1978).
Objetivo do PGR
REFLITA
Caro (a) aluno (a), como você sabe, o desenvolvimento do trabalho pode
colocar em risco a saúde do trabalhador. É muito comum observar nos noticiários
casos de acidentes em plantas industriais onde o trabalhador sofre esmagaduras, se
contamina com agente patógenos, ou é exposto a algum elemento químico que leva
este trabalhador ao adoecimento ou até mesmo a morte. Outra situação recorrente é
observar trabalhadores adoecendo em função de uma condição ergonômica de trabalho
inadequada. Afinal, quem já não ouviu algum caso em que uma pessoa adquiriu uma
doença em decorrência do desenvolvimento do trabalho?
É fato de que todos necessitamos trabalhar para garantir condições dignas de vida,
mas não é necessário adoecer ou morrer em decorrência da execução de suas funções
laborais. Para que isso não ocorra você verificou ao longo desta unidade que é importante
criar estratégias para reduzir os riscos ocupacionais. Aliás o perigo sempre será uma
constante, mas o risco pode ser reduzido.
Nesta unidade você verificou também que a CIPA é formada por representantes
dos trabalhadores e representantes da empresa. Esta comissão é fundamental para o
reconhecimento, avaliação, tratamento e o monitoramento dos riscos no ambiente de
trabalho. Através da CIPA é possível criar um canal direto entre o empregado e o
empregador na busca por soluções viáveis para a redução dos riscos de acidentes de
trabalho, em um cenário onde todos devem estar focados na busca por um trabalho em
uma condição segura.
Outro instituto de grande relevância na prevenção dos riscos ocupacionais é
sem dúvidas o SESMT, formado por profissionais especializados na área de segurança
do trabalho. Desta forma, somente com o envolvimento e a colaboração de todos os
atores institucionais será possível alçar um ambiente seguro e saudável para o
desenvolvimento das atividades laborais.
LIVRO
Título: Manual de segurança do trabalho
Autor: Ariadne da Silva Fonseca e Marcelo Ricardo Andrade Sartori
Editora: São Camilo
Sinopse:Introdução à Administração Aplicada à Segurança do
Trabalho - Segurança e Medicina do Trabalho - Riscos
Ocupacionais - Informática e Estatística: Aplicação nos Serviços
de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho -
Legislação e Normas Regulamentadoras em Segurança no
Trabalho - Ergonomia - Prevenção e Combate a Incêndio -
Gestão Ambiental - Segurança na Construção Civil - Segurança
em Instalações e Serviços em Eletricidade - Segurança nas
Atividades de Trans-porte - Segurança Rural - Contratação de
terceiros: exigências legais - Principais Equipamentos de
Proteção para Segurança do Trabalho - Prevenção e Combate a
Sinistros - Noções Básicas de Primeiros Socorros.
FILME/VÍDEO
Título: Challenger - um vôo sem retorno
Ano:1990
Sinopse: Filme que mostra o treinamento e as emoções daqueles
que constituíam a tripulação e as dúvidas dos engenheiros quanto
a da espaçonave que explodiu pouco depois de seu lançamento,
em janeiro de 1986.
Plano de Estudo:
● Conceituação sobre agentes de riscos químicos;
● Os riscos dos agentes químicos para a saúde do trabalhador;
● Tipos de riscos químicos;
● Medidas de controle;
● Conceituação sobre agentes de riscos físicos;
● Riscos para a saúde do trabalhador;
● Medidas de controle;
Objetivos da Aprendizagem:
● Estabelecer a importância do Front Office perante ao cliente;
● Compreender o fluxo de entrada do hóspede e a relação com
os setores da Hospedagem;
● Contextualizar as funções inerentes dos cargos da Hospedagem
e relevância para fidelização de clientela.
51
INTRODUÇÃO
Caro (a) aluno (a), ao longo desta disciplina você tem observado que o risco
está presente nos mais variados ambientes de trabalho. No entanto, existem alguns
ambientes em que os riscos são mais elevados e que podem comprometer de forma
grave a saúde humana. Os riscos abordados nesta unidade são os riscos químicos e
físicos.
Por sua vez, os riscos químicos poderão estar presentes em indústrias de vários
segmentos, laboratórios, clínicas, farmácias, hospitais, mineradoras, trabalhos
agrícolas, entre outros. Os riscos físicos também são encontrados em variados
postos de trabalho como construção civil, indústrias, setores da área da saúde e
ambientes encharcados. Além destes, os riscos físicos também estão presentes em
trabalhos que demandam submersão em água em altas profundidades como é o caso de
mergulhadores e também em trabalhos em altitudes elevadas.
Todos estes trabalhos representam graves riscos para a saúde humana e
necessitam ser mitigados pelo higienista do trabalho. É importante ter em mente
que as normas regulamentadoras determinam quais são os limites de exposição para
cada tipo de agente, seja ele químico ou físico, e que quando estes limites são
extrapolados caberá ao empregador “pagar” por estar submetendo o trabalhador a
estes riscos. Na área de segurança do trabalho este pagamento é chamado de adicional
de insalubridade.
Antes de instaurar o adicional de insalubridade é necessário realizar as avaliações
para saber se o funcionário terá direito ou não ao adicional de insalubridade, para isso
deve ser consultado a NR-15 que determina os limites de exposição para cada tipo de
agente de risco. Após essa verificação é necessário também verificar se é possível adotar
medidas coletivas e individuais de prevenção ao risco.
Sendo assim, nesta unidade você irá verificar a conceituação dos riscos químicos
e físicos, os riscos para a saúde do trabalhador, os tipos de riscos químicos e físicos,
e verificará também as medidas de controle para cada tipo de risco.
Os agentes químicos podem causar uma série de doenças para o trabalhador como
você tem observado. Além disso, estes agentes podem causar impactos para a
população em geral em casos de acidentes, e ainda, impactos sobre o meio ambiente
quando dispersos de forma inadequada. Para o ser humano existem três vias principais
de exposição que é através da absorção por inalação chegando aos pulmões, através da
pele (absorção dérmica), absorção pelo trato digestivo (através da ingestão) (JANAÍNA
FONSECA; MARCHI; FONSECA JASSYARA, 2008).
3.1 Poeiras
A poeira pode ser definida como uma partícula sólida gerada por um rompimento
mecânico de sólidos, por meio de processos de moagem, atrito, impacto, entre outras,
elas são categorizadas em poeiras minerais, alcalinas, vegetais e metálicas (NEMOURS,
2019). As poeiras podem surgir quando os materiais sólidos sofrem golpeamento, ruptura,
moagem, peneiramento, lixamento, trituração ou ainda, na manipulação de grãos
vegetais, gerando partículas sólidas que flutuam no ar até se depositarem por gravidade
(PEIXOTO E FERREIRA, 2013). Segundo Carneiro (2017), normalmente o tamanho da
partícula varia de 0,1 μm a 25 μm (1 μm significa 1 micrômetro e é igual a 0,001 mm).
3.2 Fumos
Os fumos são partículas muito pequenas que se formam quando algum material
sólido se vaporiza ou sublima com o calor e logo se esfriam bruscamente e condensam.
Frequentemente, os fumos são encontrados nas atividades de soldagem, fundição
quando estes materiais são aerotransportados podendo causar danos para a saúde do
trabalhador (FLORES, 2020; PEIXOTO E FERREIRA, 2013). As partículas existentes
nos fumos são extremamente pequenas, geralmente abaixo de 1 μm (CARNEIRO, 2017).
3.3 Névoas
As névoas também necessitam de atenção especial do higienista do trabalho que
dependendo da sua composição pode ser nociva para a saúde do trabalhador. As névoas
configuram-se como partículas líquidas geradas pela ruptura mecânica de um líquido.
Exemplos: nebulização de agrotóxicos e pintura tipo spray (PEIXOTO E FERREIRA,
2013). As névoas são gotículas que variam entre 0,01 μm e 10 μm, sendo geradas por
condensação de um estado gasoso ou pela desintegração de um estado líquido, por
atomização, ebulição e outros processos (CARNEIRO, 2017).
3.4 Neblinas
A neblina é a suspensão de partículas líquidas formadas pela condensação do
vapor de uma substância que é líquida na temperatura normal (FLORES, 2018). A
geração de neblina de um agente químico é considerada rara, pois a condensação do
vapor no ar só pode ocorrer se existe a saturação pelo vapor de um líquido, seguindo-se
da diminuição da temperatura do ar, provocado a condensação do excesso de vapor
presente. (TORLONI, 2003 apud CARNEIRO, 2017, p. 20). Assim, a neblina se configura
como partículas líquidas entre 2 μm a 60 μm (CARNEIRO, 2017).
3.6 Fibras
As fibras são partículas sólidas produzidas por rompimento mecânico com
característica física de um formato alongado. Exemplo: amianto (PEIXOTO E FERREIRA,
2013).
A figura 4 retrata a classificação dos aerodispersóides que foram discutidos acima, veja:
Como verificado, a norma estabelece que o risco poderá ser controlado pela
utilização de medidas de proteção coletiva que consiste em:
● Eliminação dos riscos: poderá haver a substituição das substâncias em uso;
● Neutralização do risco: que pode correr com a proteção contra os riscos,
isolamento, e enclausuramento dos ricos
● Sinalização e bloqueio do risco: A sinalização do risco é um recurso que se
usa quando não há alternativas que se apliquem à eliminação e neutralização
do risco (INBRAEP, 2021).
Segundo a Promatel (2021), os principais EPIs utilizados contra os riscos químicos são:
● Respiradores
● Óculos de Proteção
● Luvas de Segurança
● Botas de PVC
● Cremes de Proteção
● Avental de PVC
Durante a exposição aos riscos físicos, o trabalhador poderá sofrer um uma série
de doenças das quais você irá conhecer um pouco mais ao longo deste tópico.
Uma das formas mais comuns de geração de doenças causadas pelos riscos
físicos para o trabalhador é quando ele se expõe ao ruído. Esta forma de exposição
poderá causar a perda auditiva conhecida pela sigla PAIR, esta doença se dá quando o
trabalhador se expõe a elevadas pressões sonoras, mais de 85 dB por mais de 8 horas,
além de causar lesões nas vias auditivas desde a membrana timpânica até regiões do
sistema nervoso central (AVANCINI, 2021). Além dos problemas da PAIR, o ruído
elevado afeta a saúde em geral, causando problemas gástricos, cardíacos, dor de cabeça,
insônia, estresse, irritabilidade, diminuição da concentração, zumbido, entre outros
(AVANCINI, 2021).
Outro fator causador de doenças é o calor excessivo que pode provocar
desde cãibras musculares e exaustão por calor à internação (que é uma emergência
com risco de vida), estas doenças podem ser fatais (TANEN, 2019). Pacientes com
exaustão por calor mantêm a capacidade de dissipar o calor e função normal do sistema
nervoso central, intermação, os mecanismos compensatórios de dissipação do calor
falham (embora ainda possa haver sudorese) e a função do sistema nervoso central é
comprometida, esta doença poderá causar alteração do estado mental ou outra disfunção
do sistema nervoso central, independentemente da sudorese (TANEN, 2019).
7.1 Ruído
No Brasil, o limite de tolerância para ruídos é de 85 dB(A) por 8 horas
diárias (BRASIL, 1978b). Segundo a NR-9 as ações de prevenção para ruídos devem-se
iniciar a partir de 80 dB (A) (NR9).
Para atender as normatizações como medidas de proteção coletivas Santos et
al (2020), propõe as seguintes medidas:
(A) (B)
(C)
Fonte: Deltaplus, (2021, n.p).
7.2 Vibrações
Segundo Mendes (2013), não existe EPI antivibração que seja capaz de proteger
os trabalhadores e reduzir os níveis de exposição abaixo dos valores-limite estabelecidos
pela legislação, assim nos casos em que o limite é excedido durante um curto período de
tempo, a redução dos riscos na origem é a única medida a ser tomada, a fim de diminuir os
valores de exposição abaixo do que estabelecido a legislação.
Assim uma das medidas a serem adotadas para promover a redução das vibrações
é a substituição de ferramentas de trabalho que tenham menores taxas vibrativas durante a
jornada de trabalho. Caso não seja possível a realização desta substituição, Mendes (2013)
propõe algumas medidas, observe:
● Escolher outros métodos de trabalho que permitam reduzir a exposição à
vibrações mecânicas
● Escolha do equipamento apropriado concebido em conformidade com os
princípios de ergonomia e de produção, tendo em conta o trabalho a ser feito,
produzindo o mínimo de vibrações possível;
● Fornecimento de equipamento que reduz o risco de lesões causadas por
vibrações, por exemplo assentos que efetivamente reduzam a vibração de corpo
inteiro.
● Implementar programas adequados de manutenção do equipamento de
trabalho, do local de trabalho e sistemas de trabalhos;
● Prover a concepção e disposição dos locais e de trabalho (layout);
7.3 Calor
Para a redução do calor destaca-se como medidas de proteção coletiva a redução
da taxa de metabolismo, movimentação do ar no ambiente e utilização de barreiras que
protejam contra o calor. De acordo com Moreira (2021), a redução do metabolismo
consiste em proporcionar ao trabalhador um menor esforço físico, para isso pode-se
adotar mecanismos com a finalidade de auxiliá-lo na movimentação de cargas, como
pontes rolantes, esteiras e até mesmo completa automatização do processo. Ainda de
acordo com o autor supracitado, é importante providenciar a movimentação do ar no
ambiente, através da abertura de janelas, instalação de aparelhos de ar condicionado,
climatizadores e ventiladores. Ainda como medida de proteção coletiva para a redução
do calor destaca-se a utilização de barreiras para refletir ou absorver os raios
infravermelhos como a utilização de alumínio polido, aço inoxidável e ferro, além de
promover a instalação de películas em portas e janelas para minimizar a incidência de
calor radiante (MOREIRA, 2018).
Como medidas de proteção individual pode ser adotado EPIs. Na atualidade,
os mais utilizados para a proteção do trabalhador contra o calor são:
● Luvas
● Aventais
● Mangotes
● Capuzes
Segundo Moreira (2021), os óculos de segurança com lentes especiais são
necessários sempre que houver fontes de calor radiante, as lentes especiais devem
reter mais que 90% da radiação infravermelho para ser considerada eficiente.
7.6 Frio
Para conter o frio, as medidas de proteção coletiva mais utilizadas é a
providência de um sistema de aquecimento para as mãos quando há exigência de
trabalhos manuais dentro de frigoríficos, que junto das luvas vai servir para aquecer as
mãos dos trabalhadores (LOUZA, 2021). De acordo com o autor supracitado, existe
uma gama de EPIs dais quais pode-se observar:
● Meias de acetato e proteção contra umidade para usar por baixo do calçado;
● Calçado impermeável com sola antiderrapante forrado em lã;
● Japona térmica com capuz, de preferência com gorro por baixo;
● Calças térmicas com forro;
● Luvas de nylon, algodão ou lã, dependendo da atividade a ser praticada.
7.7 Umidade
Para mitigar os problemas que a umidade poderá ocasionar para a saúde do
trabalhador, as medidas de proteção coletivas consistem na providência de estudo de
modificações no processo do trabalho, colocação de estrados de madeira e ralos para
escoamento. Já as medidas de proteção coletiva podem elencar o uso de luvas, botas e
aventais (Moreira, 2018).
Não haverá dinheiro no mundo capaz de pagar uma só vida, então é dever de
todos reduzir riscos no ambiente de trabalho para salvar vidas.
Fonte: o autor.
Caro (a) aluno (a), você observou nesta disciplina que os riscos químicos e
físicos são inerentes ao processo de trabalho de vários setores laborais. E que são as
normas regulamentadoras que determinam quais são os limites de tolerância para cada
agente de riscos. É importante frisar que o cumprimento das normas é fundamental
principalmente para proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.
Assim, você verificou que o agente de risco químico pode comprometer a saúde
do trabalhador pela inalação, ingestão e absorção dérmica. E que ele pode comprometer
não só a saúde do trabalhador como da população em geral que se expõe ao agente
químico. Este fenômeno de contaminação é possível a partir do processo de
bioacumulação e biomagnificação. Logo, é essencial que os empreendimentos que
trabalham com agentes químicos desenvolvam seus processos produtivos com
responsabilidade.
As medidas de controle para os riscos químicos são fundamentais para a garantia
do trabalho seguro. Em geral, as medidas de controle para os agentes químicos
constituem-se na substituição de substâncias causadoras do risco, neutralização do risco
através de enclausuramento das fontes, sinalização e bloqueio dos riscos. Geralmente os
EPIs utilizados são: respiradores, óculos de proteção, luvas de segurança, botas de PVC,
cremes de proteção e avental de PVC.
Nesta unidade, você observou ainda que os riscos físicos são constituídos por
ruído, vibrações, calor, pressão atmosférica anormal, radiação ionizantes e não ionizantes,
frio e umidade. Estes riscos podem ser severos para a saúde do trabalhador podendo
tornar-lhe inválido para o desenvolvimento de suas funções e causar até mesmo a morte
do trabalhador. Por esse motivo é fundamental garantir que no desenvolvimento destes
trabalhos, caso não seja possível eliminar o agente de risco ou mitigá-lo a níveis tolerantes,
fazer a correta utilização dos equipamentos de proteção individual.
Por fim, quero ressaltar que durante o exercício da sua profissão é fundamental
consultar as normas regulamentares em vigência, pois é através das normas
regulamentadoras que são determinados os limites de tolerância para cada agente de
risco.
Reformulação
Desde fevereiro de 2019, o governo vem reformulando normas
regulamentadoras de segurança do trabalho. Além das NRs 1, 7 e 9, foram totalmente
revisadas a NR 3, sobre embargo e interdição; a NR 12, de segurança do trabalho em
máquinas e equipamentos; a NR 18, que trata das condições e meio ambiente de trabalho
na indústria da construção; a NR 20, sobre inflamáveis e combustíveis; a NR 24, que
trata das condições de higiene e conforto nos locais de trabalho; e a NR 28, de
fiscalização e penalidades. A NR 2, sobre inspeção prévia, foi revogada. Houve ainda
revisão do anexo sobre calor da NR 15 e do item sobre periculosidade do combustível para
consumo próprio da NR 16.
Fonte: BRASIL, Agência Brasil, Governo faz nova revisão de normas de segurança no
LIVRO
Título: Manual prático de avaliação e controle de calor: PPRA
Autor: Tuffi Messias Saliba
Editora: LTR
Sinopse: O Manual Prático de Avaliação e Controle de Calor
aborda, de maneira prática, o reconhecimento, a avaliação e o
controle da exposição ocupacional ao calor e, em especial, os
procedimentos de avaliação.
FILME / VÍDEO
Título: indústria americana
Ano: 2019
Sinopse: Mais um filme baseado em uma história real.
Indústria Americana conta a história de como um bilionário
chinês aproveitou a estrutura de uma antiga fábrica falida da
General Motors para criar uma indústria do vidro.
O documentário é uma coprodução da Netflix e leva a uma reflexão
sobre as relações de trabalho e a necessidade de medidas
preventivas, principalmente no momento atual em que os
governos por todo o mundo discutem afrouxar leis trabalhistas
como forma de combate ao desemprego.
Plano de Estudo:
● Conceitos gerais sobre riscos biológicos;
● Riscos para saúde do trabalhador;
● Medidas de controle de riscos biológicos;
● Conceitos gerais sobre riscos ergonômicos;
● Medidas de controle de riscos ergonômicos;
● Mapa de risco.
Objetivos da Aprendizagem:
● Entender os conceitos gerais sobre riscos biológicos;
● Saber sobre a importância dos riscos biológicos para saúde do trabalhador;
● Compreender como ocorre as medidas de controle de riscos biológicos;
● Conceituar riscos ergonômicos;
● Conhecer as medidas de controle de riscos ergonômicos;
● Conhecer o que é um mapa de risco.
relevância para fidelização de clientela.
79
INTRODUÇÃO
Prezado (a) aluno (a), nesta unidade serão abordados dois assuntos de
grande relevância para a higiene do trabalho, que são os riscos biológicos e também
os riscos ergonômicos. Por sua vez, os riscos biológicos estão presentes em vários
setores de trabalho como hospitais, clínicas médicas e veterinárias, laboratórios, serviços
de saneamento básico, variadas indústrias, entre outros. Estes agentes podem colocar
em risco a saúde e o bem-estar do trabalhador. Os agentes biológicos são
causadores de doenças que podem até mesmo levar o trabalhador ao óbito. É
importante que os empreendimentos que trabalham com riscos biológicos venham
adotar medidas para controle destes riscos vislumbrando a promoção do trabalho
seguro.
Para isso, é importante que o higienista conheça os riscos associados aos
agentes biológicos com a finalidade de traçar ações para a mitigação dos
riscos. Assim, neste momento serão apresentadas algumas estratégias
baseadas nas normas regulamentadoras para a redução dos riscos inerentes
ao trabalho em ambientes que contenham agentes de riscos biológicos.
Ainda nesta unidade, será apresentado também os riscos ergonômicos. Estes
riscos muitas vezes são ignorados tanto pelo trabalhador como pelo empregador. No
entanto, eles podem comprometer de forma grave a saúde do trabalhador. Assim, será
apresentado sob a luz das normas regulamentadoras formas para reduzir os riscos
ergonômicos.
Por fim, nesta unidade será apresentado também o mapa de risco. Vale ressaltar
que a elaboração de um mapa de risco é uma ferramenta muito importante para
que o trabalhador venha conhecer os riscos inerentes ao processo de trabalho. No
mapa de risco existe a reunião dos riscos químicos, biológicos, físicos, ergonômicos e
de acidentes que você já estudou nas unidades anteriores.
Segundo Vilela (2008), os agentes de riscos biológicos podem ser subdivididos em:
● Microrganismos: formas de vida de dimensões microscópicas, visíveis
individualmente apenas ao microscópio - entre aqueles que causam dano à
saúde humana, incluem-se bactérias, fungos, alguns parasitas (protozoários) e
vírus;
● Microrganismos geneticamente modi icados: são organismos que tiveram
seu material genético alterado por meio de técnicas de biologia molecular;
● Culturas de células de organismos multicelulares: estes organismos
possuem o crescimento in vitro de células derivadas de tecidos ou órgãos de
organismos multicelulares em meio nutriente e em condições de esterilidade -
podem causar danos à saúde humana quando contiverem agentes biológicos
patogênicos;
Fonte: o autor.
Neste sentido, a norma determina também que a comissão gestora deverá analisar
as informações existentes no PPRA e no PCMSO, bem como os acidentes
ocasionados com os materiais perfuro cortantes, não devendo restringir informações
previamente existentes no serviço de saúde. Esta comissão deverá implantar
procedimentos de registro e investigação de acidentes e situações de risco envolvendo
materiais perfurocortantes. Segundo a NR- 32, a partir da análise das situações de risco e
dos acidentes de trabalho ocorridos com materiais perfuro cortantes, estabelecendo as
prioridades observando:
a) situações de risco e acidentes com materiais perfurocortantes que
possuem maior probabilidade de transmissão de agentes biológicos
veiculados pelo sangue;
b) frequência de ocorrência de acidentes em procedimentos com utilização
de um material perfuro cortante específico;
c) procedimentos de limpeza, descontaminação ou descarte que contribuem
para uma elevada ocorrência de acidentes; e
d) número de trabalhadores expostos às situações de risco de acidentes com
materiais perfurocortantes (BRASIL, 2005a).
A NR – 32 também estabelece que as medidas de controle para a promoção
da prevenção dos acidentes com perfurocortantes deve seguir a seguinte hierarquia:
a) substituir o uso de agulhas e outros perfurocortantes quando for
tecnicamente possível;
b) adotar controles de engenharia no ambiente (por exemplo, coletores de
descarte);
c) adotar o uso de material perfuro cortante com dispositivo de segurança,
quando existente, disponível e tecnicamente possível; e
d) mudanças na organização e nas práticas de trabalho.
6. Seleção dos materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança:
por fim, observando ainda o Quadro 2, verifica-se que a NR-36 dispõe sobre a
segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento de carnes e
derivados, também faz uma breve menção sobre a necessidade de considerar os riscos
biológicos na prevenção de riscos relacionados a segurança do trabalho.
Com base nas NRs apresentadas, como você verificou nos capítulos anteriores
é necessário adoras as medidas administrativas, medidas coletivas e caso ainda assim
o trabalhador esteja exposto aos agentes de riscos é necessário em último caso
implementar a utilização dos EPIs.
Para a prevenção de riscos com os agentes biológicos é necessário levar em
consideração os preceitos da biossegurança. Vale salientar que a biossegurança é a
condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir,
controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a
saúde humana, animal e vegetal e o ambiente (BRASIL, 2006b). Assim, as ações para
o controle de riscos biológicos devem ser de forma sistêmica e associada devendo ser
implementadas tanto as medidas administrativas, como as medidas de proteção coletiva
quando as medidas de proteção individual.
Em geral, as medidas coletivas adotadas segundo Cofen (2020), consiste
na utilização de meios seguros para a recolha, armazenamento e evacuação de
resíduos, incluindo recipientes seguros e identificados e o seu tratamento prévio,
sinalização adequadamente os locais (perigo biológico, proibição de fumar etc.), e
estabelecimento de planos de emergência para fazer face à libertação acidental de
agentes biológicos, especialmente no caso dos grupos 3 e 4.
Segundo Vilela (2008, p. 29), as medidas administrativas e de proteção
coletiva devem ser no sentido controlar os riscos na fonte de modo a mitigá-lo e se
possível eliminá-lo por meio da:
5.1 Cargas
Assim NR 17 (1978d), determina que para transporte de cargas devem ser seguidas
as seguintes recomendações:
● Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um
trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua
segurança.
● Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que
não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos
métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde
e prevenir acidentes.
● Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas, deverão ser
usados meios técnicos apropriados.
● Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte
manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior
àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua
segurança.
A Análise Ergonômica do Trabalho, conhecida pela sigla AET, visa analisar todos os
riscos ergonômicos da empresa e estipular soluções para reduzi-los ou eliminá-los.
Por meio dela, as organizações podem ter uma melhor compreensão sobre suas
atividades internas e das adversidades inerentes à elas, sendo capaz de criar um
ambiente mais favoráveis aos seus funcionários e parâmetros mais seguros para as
suas tarefas. Sem a AET não é possível saber quais são os riscos reais a que as
pessoas estão sujeitas, e isso significa que ela é indispensável para garantir medidas
ergonômicas realmente eficientes. Muitas são as ações que podem ser estipuladas a
partir das análises, como o investimento em postos de trabalho com melhor
adequação postural, em EPIs mais eficientes e até em programas de exercícios
laborais.
Fonte: Atec, Blog. Os 4 riscos ergonômicos mais comuns no ambiente de trabalho. São Paulo: Atec,
REFLITA
Fonte: o autor.
Caro (a) aluno (a), nesta unidade você conheceu um pouco mais sobre os riscos
químicos e ergonômicos. Você pode verificar que a NR-32 estabelece as medidas de
proteção para a saúde dos trabalhadores na área da saúde. Este grupo de trabalhadores
merece atenção especial quando se aborda o tema riscos biológicos, pois faz parte da
sua rotina profissional a exposição a estes riscos.
É importante lembrar que a NR-32 classifica os riscos biológicos em 4 categorias
entre baixo risco, moderado, elevado, e elevado com grande poder de transmissibilidade.
Assim, o trabalhador pode ser acometido por doenças de forma direta quando entra em
contato direto sem a intermediação com um veículo transmissor, ou ainda de forma indireta
quando existe a transmissão por vetores. Estas definições são importantes para traçar as
estratégias com a finalidade de reduzir os riscos biológicos.
Sendo assim, na atualidade existe uma série de normas regulamentadoras que
versam sobre os riscos biológicos e que as estratégias de redução dos riscos devem
ser definidas dentro dos programas de segurança, saúde e meio ambiente. Em geral, é
recomendado que se faça a utilização de medidas de proteção coletiva e medidas de
proteção individual para a promoção do trabalho seguro nestes ambientes.
Ainda nesta unidade, você também observou como ocorrem os riscos
ergonômicos. Estes riscos estão associados ao modo com que o trabalhador executa a
sua atividade. Os riscos estão associados a postura inadequada, levantamento de peso,
trabalho noturno, situações de estresse entre outros fatores. Embora os riscos
ergonômicos muitas vezes sejam ignorados, eles poderão trazer sérios prejuízos para a
saúde do trabalhador. E caso as empresas não adotem as medidas de controle de
riscos, esta poderá sofrer com ações trabalhistas.
Por fim, foi apresentado também o mapa de risco que reúne as informações de
forma visual sobre os agentes de riscos químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e de
acidentes. Este mapa serve para que o trabalhador possa visualizar os riscos e o
seu potencial, e sobretudo ter maior atenção na execução do trabalho quando este
apresentar maior potencial de risco.
LIVRO
Título: Ergonomia prática
Autor: Jan Dul e Bernard Weerdmeester
Editora: Blucher
Sinopse: Este livro é um dos maiores sucessos mundiais em
ergonomia, fornecendo referência rápida e segura sobre sistemas
de trabalho, postos de trabalho e antropométrica. Esta terceira
edição fez atualização nos seguintes aspectos: * Completa revisão
do capítulo sobre informação e operação * Acréscimo de tópicos
sobre projeto de sites, interação móvel e realidade virtual * Nova
tabela antropométrica para projeto de produtos e locais de trabalho
* Novas indicações bibliográficas classificados por temas * Lista de
171 normas ISO para aplicações em ergonomia.
FILME/VÍDEO
Título: Horizonte Profundo: Desastre no Golfo (2016)
Ano: 2016
Sinopse: Este filme retrata o acidente em uma plataforma de
petróleo de uma companhia Britânica em 2010, que foi o
responsável pelo maior vazamento de petróleo da história dos
Estados Unidos, o desastre da Deepwater Horizon no Golfo do
México, ainda causou a morte de 11 funcionários e um incêndio
de 2 dias. O filme é estrelado pelo ator Mark Wahlberg, que dá
vida ao chefe eletricista Mike Williams, a produção não hesita em
apontar a responsabilidade da companhia, e é construída sobre a
perspectiva dos sobreviventes, dando destaque as perdas
humanas ocorridas no acidente, porém ele peca em não abordar
de fato os danos ambientais causados pelo desastre.
106
+55 (44) 3045 9898
Rua Getúlio Vargas, 333 - Centro
CEP 87.702-200 - Paranavaí - PR
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