Você está na página 1de 153

Modelagem

Plana
Professora Me. Natani Aparecida do Bem
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

B455m Bem, Natani Aparecido do


Modelagem plana / Natani Aparecida do Bem.
Paranavaí: EduFatecie, 2022.
149 p.: il. Color.

1. Desenho de moda. 2. Trajes. 3. Moda - Estilo. 4. Vestuário.


5. Roupas – Confecção – Moldes. I. Centro Universitário UniFatecie.
II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título.

CDD: 23 ed. 746.92


Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577

UNIFATECIE Unidade 1
Reitor Rua Getúlio Vargas, 333
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Centro, Paranavaí, PR
Diretor de Ensino (44) 3045-9898
Prof. Ms. Daniel de Lima

Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini UNIFATECIE Unidade 2
Rua Cândido Bertier
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia Fortes, 2178, Centro,
Paranavaí, PR
Secretário Acadêmico (44) 3045-9898
Tiago Pereira da Silva

Coord. de Ensino, Pesquisa e


Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
UNIFATECIE Unidade 3
Coordenação Adjunta de Ensino Rodovia BR - 376, KM
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 102, nº 1000 - Chácara
de Araújo
Jaraguá , Paranavaí, PR
Coordenação Adjunta de Pesquisa (44) 3045-9898
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme

Coordenação Adjunta de Extensão


Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
www.unifatecie.edu.br/site
Coordenador NEAD - Núcleo de
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
As imagens utilizadas neste
Web Designer livro foram obtidas a partir
Thiago Azenha do site Pexels.

Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Kauê Berto

Projeto Gráfico, Design e


Diagramação
André Dudatt
AUTORA

Professora Me. Natani Aparecida do Bem

● Mestre em Tecnologias Limpas e Sustentabilidade Ambiental pela UniCesumar


(Universidade Cesumar).
● Bacharel em Moda (UniCesumar)
● Especialista em Moda, produto e comunicação (Unifamma).
● Especialista em Design Thinking e Criatividade nas Organizações (Universo
EAD Unicesumar).
● Professora do curso de Moda da Universidade Estadual de Maringá - UEM,
Campus Regional Cianorte.

CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/2806759904471569

Ampla experiência em produção de moda, consultoria e desenvolvimento de


produtos. Desenvolvimento de pesquisas na área de tecnologia, sustentabilidade e moda.
Atuação docente na modalidade EAD e presencial.
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL

Seja muito bem-vindo(a)!

Prezado (a) aluno (a), se você está se questionando a respeito desta disciplina,
proponho, junto com você, construir um novo conceito acerca da modelagem. Além de
conhecer os principais conceitos e definições das mais diversas aplicações da modelagem
no universo da moda, transformando o desenho em produtos.
Na unidade I vamos iniciar pela introdução aos conceitos da modelagem, quais são
os materiais essenciais, os moldes básicos, e as normas técnicas utilizadas na construção
dos moldes. Este conhecimento é necessário para que possamos trabalhar a interpretação
e o desenvolvimento de novos modelos, que será abordado na próxima unidade.
Já na unidade II você irá saber mais sobre o desenvolvimento de moldes femininos.
Para isso, vamos realizar diferentes modelos construídos a partir de um molde base e, por
fim, utilizar a transposição de pences para o desenvolvimento de uma modelagem criativa.
Na sequência, na unidade III vamos tratar especificamente da modelagem masculi-
na, com a concepção de moldes básicos dos produtos mais utilizados neste segmento. Ao
longo da unidade IV, vamos finalizar o conteúdo da disciplina com a construção de moldes
infantis, que partem do princípio da modelagem adulta com adequação às diferenças do
corpo e tamanho.
Aproveito para reforçar o convite a você, para aprofundar o aprendizado da aplicação
da modelagem no desenvolvimento de um produto de moda, por meio da vestibilidade da
peça. Esperamos contribuir com conhecimento para o seu crescimento pessoal e profissional.

Muito obrigada e bom estudo!


SUMÁRIO

UNIDADE I....................................................................................................... 3
Introdução à Modelagem Plana

UNIDADE II.................................................................................................... 47
Desenvolvimento de Moldes Femininos

UNIDADE III................................................................................................... 93
Desenvolvimento de Moldes Masculinos

UNIDADE IV................................................................................................. 124


Desenvolvimentos de Moldes Infantis
UNIDADE I
Introdução à Modelagem Plana
Professora Me. Natani Aparecida do Bem

Plano de Estudo:
● Instrumentos e Materiais;
● Tabela de Medidas;
● Construção de Moldes Básicos Femininos;
● Construção da Base da Blusa e Manga.

Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar os princípios básicos da modelagem plana;
● Compreender os tipos de segmento moldes básicos;
● Estabelecer a importância da tabela de medidas e normas técnicas.

3
INTRODUÇÃO

Olá, caro(a) aluno(a), a partir de agora iniciaremos nossa jornada nos estudos de
modelagem! Você irá vivenciar o quão gratificante é ver o produto que está no papel sendo
transformado em uma forma, ou seja, a roupa.
A modelagem é considerada um dos estágios mais importantes do processo
produtivo, devido englobar toda a concepção e viabilização do projeto do estilista para
transformá-lo em molde.
Faz parte do trabalho do modelista conhecer aspectos da moda, assim como o esti-
lista, pois isso irá contribuir para o desenvolvimento de um trabalho de excelência, além de
conhecer os maquinários e também o processo produtivo. Portanto, se faz necessário estar
sempre atento(a) às novidades do setor, além claro, de ter senso estético e ser dinâmico
para estar sempre em sintonia com a equipe de estilo.
Ao longo dos estudos, você verá que existem várias técnicas para execução da mo-
delagem, estas, que surgiram ao longo dos anos para suprir as necessidades das indústrias.
Podendo variar desde algo mais elaborado e demorado, até às execuções mais rápidas.
Mas, cabe ressaltar que não existe uma técnica que atenda a todas as formas,
portanto, não há certa ou errada, e sim aquela que irá contribuir para o desenvolvimento de
peças de fácil identificação e produção.
Aqui, você verá como desenvolver uma peça de forma simples e objetiva, de modo
que uma boa modelagem venha a atender ao público com produtos que valorize o corpo,
vista bem e, possa ser produzida de forma eficiente e com o mínimo de desperdício.

Boa leitura!

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 4


1. INSTRUMENTOS E MATERIAIS

1.1 Materiais básicos


Para executar a modelagem plana de forma manual, são necessários alguns instru-
mentos e materiais que irão facilitar e dar precisão ao trabalho do(a) modelista.
O quadro a seguir, aborda os principais materiais utilizados no desenvolvimento de
moldes em papel, na técnica de modelagem plana (bidimensional).

QUADRO 1 – MATERIAIS BÁSICOS PARA MODELAGEM PLANA

Lápis HB ou lapiseira (0.7mm Utilize o lápis sempre bem apontado, ou então adquira uma lapiseira,
ou 0.9mm) para que o traço esteja sempre muito preciso e limpo.
Borracha Utilize borrachas macias que evitem borrões e manchas no papel.
Papel 40g/m e 180g/m
2 2
Utilize papel de baixa gramatura (maleáveis) para o desenvolvimento
de moldes ainda em fase de teste. Após aprovados, recomenda-se
transpor o molde em um papel mais rígido, para evitar rasgos, princi-
palmente nos moldes básicos.
Régua 60cm Utilize réguas com graduação em cm, independente do material que
escolher. Recomenda-se o uso das réguas em acrílico ou metal devido
à precisão e ao fato de não rachar ou entortar, no caso da madeira.
Jogo de esquadro Recomenda-se o uso de esquadros grandes e com graduação em cm.
(45º e 90º) São essenciais na modelagem, pois todo molde se inicia com um ân-
gulo de 90º.
Régua de Alfaiate Também conhecida como curva de alfaiate, ou curva de quadril, auxilia
nas curvas longas como: traçado de entrepernas, quadril, cinturas, bar-
ras, entre outros.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 5


Carretilha Ferramenta utilizada para fazer a transferência dos moldes, entre ou-
tras marcações, como as pences.
Curva Francesa Assim como os esquadros, essa régua é essencial para o traçado de
(Modelo 1118) um molde. Com ela são traçadas as curvas não pronunciadas como:
decotes, cavas, cabeça de manga, entre outros. Recomenda-se o Mo-
delo 1118 em tamanho grande, por atender a diversos tamanhos de
curvas.
Tesoura Utilize uma tesoura de bom corte e tamanho médio para cortar os mol-
des. Recomenda-se que o uso da tesoura seja exclusivo para o papel.
Picotador Também conhecido como alicate de “picote”, é uma ferramenta opcio-
nal para adquirir. Ela realiza os piques e limites de costura no molde,
que também podem ser feitos com o auxílio da tesoura.
Fita adesiva Dê preferência para a fita crepe, pois não danifica o papel caso seja
necessária a remoção. Também é usada para fixar o papel na mesa
durante o traçado do molde.
Fita métrica Utilize fitas de boa qualidade, com graduação em cm. Ela é utilizada
para aferir as medidas em caso de molde sob medida, e também na
conferência do traçado da modelagem, atuando em conjunto com a
régua e os esquadros.
Calculadora Ferramenta utilizada para agilizar e dar precisão aos cálculos, uma vez
que, na modelagem, a matemática está sempre presente.

Fonte: A autora (2021).

Agora que você já conhece os materiais utilizados na modelagem plana, convido


você a adquiri-los para que possa desenvolver os moldes propostos ao longo das unidades,
e assim obter o conhecimento acerca do traçado da modelagem plana.

1.2 Estrutura de tecidos


Um dos materiais mais importantes do trabalho de um(a) modelista é o tecido, pois
é a partir dele que o produto chegará ao resultado final, a peça do vestuário.
Na modelagem, além do domínio das técnicas de execução dos moldes, ter conhe-
cimento acerca dos tecidos fará com que você atenda as especificidades de cada modelo,
e com isso o resultado final da modelagem será satisfatório.
O desempenho e característica de cada tecido está relacionado às propriedades
das fibras têxteis - matéria-prima do tecido. Essas fibras, são classificadas em três grandes
grupos: as fibras naturais, artificiais e sintéticas (Figura 1), que resultam em diferentes tipos
de tecidos, para aplicações no vestuário ou em outro setor da indústria (KUASNE, 2008).

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 6


FIGURA 1 – CLASSIFICAÇÃO DAS FIBRAS TÊXTEIS

Fonte: Adaptado de Kuasne (2008).

Entre as fibras naturais, segundo Kuasne (2008), o algodão é a mais utilizada na


indústria do vestuário, devido ao fato de ser usado há mais de 7.000 anos, está ligado à
origem mais remota do vestuário e à evolução da produção de artigos têxteis.
Ao contrário das fibras naturais, as fibras sintéticas, segundo Pezzolo (2013), são
originárias do petróleo e do carvão mineral, foram desenvolvidas no final do século XIX,
e tiveram seu uso intensificado no setor têxtil ao longo do século XX. Dentre as fibras
sintéticas, destaca-se o poliéster, considerado a fibra mais barata encontrada no mercado,
e a que possui maior capacidade de transformação e uso na cadeia têxtil e em outros
segmentos da indústria.
Os tecidos são classificados a partir de sua configuração estrutural, que se com-
preende no tipo de fibra e fios utilizados e a forma na qual são entrelaçadas que resultaram
no tecido. Os resultados obtidos a partir das estruturas têxteis devem levar em consideração
as propriedades mecânicas, a aparência, o caimento e o efeito desejado em relação a sua
estabilidade, elasticidade e dimensão (AMORIM e DIAS, 2017).
A configuração estrutural das tipologias têxteis é classificada em três principais
estruturas: o tecido plano, a malha e o não tecido, apresentadas no Quadro 2:

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 7


QUADRO 2 - DEFINIÇÃO DAS ESTRUTURAS TÊXTEIS

Estrutura Ordenação de sentido

Entrelaçados em um ângulo de 90º, um na vertical (urdume) e um


P
na horizontal (trama).
L

N Constituído a partir do entrelaçamento perpendicular de dois conjuntos de fios têxteis,


trama e urdume. Os fios de urdume no sentido do comprimento do tecido e os fios de
O trama posicionados na largura do tecido. Um terceiro elemento faz parte de sua com-
posição, a ourela, uma pequena faixa localizada nas bordas do tecido ao longo do seu
comprimento, com cerca de 0,5 a 1 cm de largura, para proporcionar estabilidade ao
tecido, evitando que ele se desmanche.

Estrutura Ordenação de sentido

M
Possui dimensões instáveis e pouco rígidas,
A
deformando-se facilmente quando submetida a tensões.
L

A
Constituída a partir do entrelaçamento dos fios em séries contínuas de laçadas. Nela,
os fios se interpenetram e se apoiam no sentido lateral e vertical, e devido a sua estru-
tura, elas são mais elásticas e flexíveis, pois os pontos de ligação dos fios são móveis,
devido as laçadas deslizarem uma sobre as outras quando tensionadas.

Ã
Não possuem uma ordenação de sentido e direção.
O

E Construído por estruturas planas, flexíveis e porosas, a partir do acúmulo direto de


camadas de fibras ou filamentos têxteis, em forma de véu ou manta. Sua formação é
C feita em camadas aglutinadas do material, formando uma combinação das fibras, por
meio de processos mecânicos, químicos e térmicos.
I

Fonte: Adaptado de: Pezzolo (2013); Amorim; Dias (2017).

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 8


Considerando as tipologias têxteis apresentadas, observa-se que a definição do
tipo de tecido a ser fabricado depende do seu processo de construção, que deve levar em
consideração o efeito desejado do produto, em relação a sua estabilidade, elasticidade e
dimensão (UDALE, 2015).
Além disso, é importante que você saiba sobre a composição de um tecido que
acontece por meio do entrelaçamento dos fios de trama e urdume. A trama é o fio que vai
definir a largura do tecido, passando entre os fios de urdume, no movimento de zigue-zague,
sendo inserido diversas vezes ao longo da extensão do tecido, até que ele esteja formado.
Já o fio de urdume vai definir o comprimento do tecido, na modelagem é conhecido
como fio reto. Por fim, a ourela é o acabamento existente nos dois lados do tecido, que
ficam paralelos aos fios de urdume como uma espécie de costura de reforço, para que o
tecido não desfie.
A Figura 2 a seguir, ilustra essas informações, vendo o posicionamento da compo-
sição do tecido sendo visto de cima (A - sobre a mesa) e em pé (B - em exposição).

FIGURA 2 – COMPOSIÇÃO DO TECIDO

Fonte: Duarte, 2019, p. 18.

Para Souza e Menezes (2014), os tecidos são a principal superfície vestível utili-
zada na construção de produtos do vestuário, resultado da junção do material têxtil com a
modelagem.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 9


Para que haja essa integração entre modelagem, material e forma, são necessários
cinco pontos essenciais que envolvem o peso, espessura, distorção, drapeabilidade – refe-
re-se ao cair do tecido -, elasticidade. Características que influenciarão no produto, podendo
alterar seu aspecto visual e sua estrutura em relação ao corpo vestido (ALDRICH, 2013).
O caimento é uma característica natural de um tecido, pois sempre tende a cair em
direção ao solo, porém, pode variar de acordo com as características de peso, gramatura,
elasticidade e composição do tecido (FISCHER, 2010).
Além disso, o caimento pode ser proporcional ao grau de flexibilidade, maleabili-
dade e consistência do tecido, influenciando diretamente na silhueta do produto. Já que o
movimento produzido no caimento se dá pelo peso do tecido, de acordo com o contato com
a superfície, sem a interferência de forças externas além da gravidade (SOUZA; ROBERTO
e ANTUNES, 2016).
Agora que você já conhece sobre a estrutura dos tecidos, as fibras têxteis mais utili-
zadas na indústria do vestuário, e como ele pode influenciar no caimento de uma peça, vamos
conhecer os tipos de caimentos diferentes que uma mesma matéria-prima pode apresentar.
Vamos começar com a disposição do molde sobre o tecido e a leitura que deve ser
feita a partir do fio. Mas, você deve estar se questionando, o que é o fio? E porque devo
saber essas informações?
Pois bem, o fio é a linha central contida nas partes de um molde que compõem um
modelo. Essa linha, indica a posição que o molde deve ser cortado em relação à ourela do
tecido. O fio do molde é sempre paralelo à ourela.

FIGURA 3 - PROJEÇÃO DO MOLDE SOBRE O TECIDO

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 10


LEGENDA:
1 - Projeção em fio reto: proporciona caimento firme, mas não rígido. É a projeção
mais utilizada em diferentes segmentos. Aqui, o fio de urdume está perpendicular ao solo.
2 - Projeção em fio atravessado: proporciona caimento mais armado. É pouco uti-
lizado, pois pode apresentar defeitos após lavagem da peça. Neste caso, o fio da trama é
perpendicular ao solo.
3 - Projeção em viés: proporciona caimento com leveza. É a projeção indispensável
para contornar a peça no corpo, mesmo quando ela não é justa. Aqui, o fio está em um ângulo
de 45º da trama e urdume, perpendicular ao solo.

Fonte: JENCK et al., 2019.

Perceba, que nos três casos apresentados na imagem há apenas a rotação do molde,
o fio, sempre é traçado reto (ângulo de 90º) conforme a projeção pensada para a peça. Lem-
bre-se de que o fio é essencial para o caimento da peça, portanto, ele deve chamar atenção e
ser traçado em toda extensão do molde.
Agora que você já sabe sobre como é feita a projeção dos moldes sobre o tecido, e
a importância do fio do molde, convido você a relembrar um conteúdo essencial para o bom
desenvolvimento da modelagem, a matemática e a geometria básica.

1.3 Matemática e geometria básica


Estamos a poucos passos de iniciar o traçado dos moldes, para isso, é necessário
relembrar alguns conceitos básicos, antes de iniciar a modelagem.
Para desenvolver a modelagem plana esteja atento(a) aos princípios da geometria bá-
sica. Dentre princípios da geometria, você irá se deparar com o uso de linhas, pontos e ângulos.
A palavra enquadramento será muito utilizada, este termo se refere a combinação de
duas retas (horizontal e vertical) perpendiculares, que irão formar o ângulo de 90º (FIGURA 4).

FIGURA 4 - ELEMENTOS DA GEOMETRIA BÁSICA PRESENTES NOS MOLDES

Fonte: JENCK, 2019 (adaptado).

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 11


No decorrer do material, você já estará familiarizado(a) com o uso destes elemen-
tos, pois eles irão aparecer com frequência. Já em relação aos ângulos, você deverá utilizar
o esquadro para traçá-los com precisão. Lembre-se que para a sua construção, podem ser
utilizados os polígonos compostos por três ângulos, sendo:

Triângulo isósceles (2 lados iguais e 1 diferente), para traçar ângulos de 45º e 90º.

Triângulo escaleno (3 lados diferentes), para traçar ângulos de 30º, 60º e 90º.

Mas, você deve estar se perguntando, e se eu não tiver acesso a um esquadro,


é possível encontrar os ângulos mais usados na modelagem, que são 45º e 90º? Sim,
é possível! Para isso, estabeleça uma medida em centímetros para a construção de um
quadrado, conforme ilustrado na figura a seguir.

FIGURA 5 - ENCONTRANDO O ÂNGULO DE 90º E 45º COM A RÉGUA

Fonte: A autora (2021).

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 12


Além dos elementos de geometria básica iremos utilizar outras informações matemá-
ticas, para execução da modelagem como é o caso do perímetro de um círculo utilizado na
construção das saias godês por meio da medida da cintura, dividida pelo número de π (3,14).
Além disso, as frações estão presentes na confecção de grande parte dos modelos,
vamos recordar?
1/4 de 98cm é:
1/2 de 86cm é:
2/3 de 39cm é:
1/6 de 47cm é:
3/4 de 98cm é:

Lembre-se que para realizar o cálculo, é feita a multiplicação do número pelo nume-
rador, e a divisão pelo denominador, exemplo:
¼ de 98cm = 98x1=98 / 984= 24,5cm
⅔ de 39cm= 39x2=78 / 783=26cm

¼ 1 - numerador ⅔ 2 - numerador
4 - denominador 3 - denominador

1.4 Informações essenciais dos moldes


Antes de iniciarmos a confecção dos moldes, é necessário compreender quais
são as informações essenciais que devem estar presentes nas modelagens executadas e
também quais são os tipos de moldes existentes.
Iniciaremos falando dos tipos de moldes existentes na modelagem plana, segundo
Duarte (2020), temos 3 tipos:
● Diagrama - estrutura em que o molde é construído, seu desenvolvimento é repleto
de linhas e marcações que orientam as medidas e locais do corpo planificado para
o(a) modelista.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 13


FIGURA 6 - DIAGRAMA DA BLUSA FEMININA (FRENTE)

Fonte: Duarte (2020, p. 44).

● Molde base - a partir desse molde é feito o desenvolvimento de modelo, eles


são construídos com medidas padronizadas, de acordo com o público alvo.

FIGURA 7 - BASE DA BLUSA FEMININA (FRENTE)

Fonte: Duarte (2020, p. 40).

Molde de trabalho - neles são realizadas as interpretações de modelo, ou seja, a


partir da cópia da base, são realizadas modificações conforme o modelo que será trabalhado.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 14


FIGURA 8 - MOLDE DE TRABALHO (INTERPRETAÇÃO DE MODELO) -

BLUSA FEMININA (FRENTE)

Fonte: Duarte (2020, p. 105).

Ao desenvolver estes moldes, é importante que os mesmos obedeçam às especifi-


cações técnicas da modelagem, sem alterações. Essas especificações são:
► Parte do molde (frente, costas, bolso, forro, revel, gola, etc);
► Modelo (calça, camiseta, regata, sala, bermuda, vestido, etc);
► Tamanho;
► Sentido do fio (indicação feita através de uma linha reta);
► Número de vezes que a peça deverá ser cortada;
► Piques de margens de costura;
► Código do produto (código dado pela indústria para identificação do produto);
► Coleção (verão, alto verão, inverno);
► Gênero (masculino, feminino, infantil);
► Modelista (nome do responsável pela execução deste conjunto de moldes);
► Data (data da confecção do conjunto de moldes);
► Gabarito (normalmente utilizado em bolsos);
► Marcações (pences, etc).

Essas especificações podem variar conforme cada empresa, mas independente-


mente de onde atuar enquanto profissional da área, estabeleça informações principais e
relevantes para comunicação e identificação do produto dentro do setor produtivo.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 15


Além das especificações, após a aprovação das peças piloto, é dada às informações
acerca da margem de costura. Segundo Duarte (2020), a margem de costura pode sofrer va-
riações conforme o tecido, o maquinário e o tipo de acabamento que será utilizado no produto.
Além de haver variações no tamanho da bainha, com as costuras laterais de fechamento.
No quadro a seguir, estão apresentadas as especificações de margem de costura
conforme o tipo de maquinário.

QUADRO 3 - MARGENS DE COSTURA

0,5 cm para overloque

Malha 1,0 cm para interloque

0,0 cm para aplicação de viés

Tecido plano 1,0 cm para máquina reta e quase todas outras máquinas
Camisaria plana 1,5 cm para máquinas de cavas e laterais
Jeans 1,0 cm para máquina interloque
Jeans 1,5 cm para máquina de braço
Alta costura 1,5 a 2,5 cm para máquina reta e costura a mão
Alta costura 1,0 a 1,5 cm para cavas, decotes e partes curvas
Peças esportivas Variam de 0 a 1,5 cm
(calças e bermudas)

Fonte: Duarte (2013, p. 62).

Até aqui, você aprendeu sobre alguns aspectos técnicos da modelagem plana e
como ela pode ser executada, além de conhecer um pouco sobre a matéria prima principal
do modelista, o tecido.
No próximo tópico, você verá a importância da tabela de medidas, e como traba-
lhar com elas, seja com tabelas desenvolvidas pela indústria, ou com produtos feitos sob
medida, a partir do processo de obtenção das mesmas no corpo do indivíduo no qual será
confeccionado o produto.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 16


2. TABELA DE MEDIDAS

A tabela de medidas é essencial para construção de bases de modelagem, pois por


meio delas é possível confeccionar o produto com perfeição, atendendo as especificações
do público alvo.
Ao longo desta unidade, você irá perceber que é praticamente impossível encontrar
uma pessoa que tenha todas as medidas da tabela. Portanto, as mesmas, são inseridas em
escala industrial para que haja uma padronização das medidas.
Durante sua trajetória na moda, você encontrará diferentes tamanhos e tabelas,
pois cada marca trabalha com as características corporais específicas de um público, para
que os produtos desenvolvimentos sejam direcionados.
No Brasil, há uma padronização dessas medidas, mesmo havendo algumas diferen-
ciações para cada marca, todas seguem as normativas do Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) anexo ao Comitê Brasileiro de Têxteis e
Vestuário, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Duarte (2019) aponta que existem dois tipos de medidas, as medidas fundamen-
tais, que são aquelas tiradas rentem ao corpo utilizadas traçado das bases, sem folgas ou
ajustes. Já as medidas complementares, são as medidas utilizadas para a execução de um
modelo, como: os comprimentos, altura de cintura, nível do gancho, entre outras.
Vejamos a seguir, como são realizadas as aferições das medidas no corpo huma-
no, essas informações serão úteis para quando você for realizar o desenvolvimento de um
produto para um indivíduo em específico, ou seja, uma modelagem sob medida. Devido a
isso é importante que você saiba executar cada etapa.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 17


2.1 Como tirar as medidas
Para realizar esta etapa, é necessário que você tenha em mãos uma fita métrica e um
manequim, ou modelo para que você possa executar cada etapa da obtenção de medidas.
Antes de iniciarmos, gostaria de chamar a sua atenção para um ponto importante,
as medidas masculinas e femininas são tiradas nos mesmos pontos do corpo. Observe
que há algumas denominações e pontos que são inexistentes, como o tórax masculino que
substitui o busto feminino, e a separação e altura do busto/mamilo são desnecessárias nas
bases masculinas (DUARTE, 2019).
Com a fita métrica em mãos, e uma fita auxiliar (pode ser uma fita de cetim ou um
barbante) vamos iniciar pela tomada de medidas superiores, conforme apresentado no
quadro a seguir.

QUADRO 4 - COMO TIRAR MEDIDAS

Busto Contorne o corpo na altura do busto na sua parte de maior cir-


cunferência. Deve-se prestar atenção para não deixar que a fita
métrica escorregue nas costas em direção à cintura, e nem que
amasse o busto.
Cintura Amarre uma fita estreita exatamente na cintura e passe a fita
métrica sobre essa fita. Não confunda a cintura deslocada em
alguns modelos com o local da cintura no corpo.
Quadril Contorne o corpo na altura dos glúteos, na sua parte de maior
circunferência.
Altura ou posição do bus- Posicione a fita métrica no ponto de encontro do ombro com o
to pescoço. Tire a medida deste ponto até o mamilo.
Separação do busto Meça a distância entre os mamilos.
Ombro Posicione a fita no ponto de encontro do ombro com o pescoço
e meça até o final do ombro sobre o osso.
Cava a cava das costas Meça a distância da cava esquerda até a cava direita das cos-
tas.
Centro costas Posicione a fita métrica na altura da 7ª vértebra cervical (geral-
mente é o osso mais saliente na base do pescoço). Tire a medi-
da deste ponto até a fita amarrada na cintura.
Altura das costas Posicione a fita métrica no ponto de encontro entre o ombro e o
pescoço e meça até a fita amarrada na cintura.
Transversal das costas Meça do final do ombro sobre o osso até o centro das costas na
altura da fita amarrada na cintura. Esta medida define a inclina-
ção do ombro.
Cava a cava da frente Meça a distância da cava esquerda até a cava direita da frente.
Centro frente Posicione a fita métrica na base do pescoço na frente. Tire a
medida deste ponto até a fita amarrada na cintura.
Altura da frente Posicione a fita métrica no ponto de encontro entre o ombro e o
pescoço e meça a até a fita amarrada na cintura.
Transversal da frente Meça do final do ombro até o centro da frente na altura da fita
amarrada na cintura. Esta medida define a inclinação do ombro.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 18


Comprimento de manga Posicione a mão logo abaixo do umbigo, sobre o ventre. Meça
do final do ombro até o osso mais saliente do punho.
Altura de gancho Sentado(a) em uma cadeira ou banco com o assento plano e
firme, meça da fita amarrada na cintura até o assento do banco.
Comprimento Meça da fita amarrada na cintura até o calcanhar apoiado no
chão.
Pescoço Meça em linha reta logo abaixo do queixo.

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 104) (adaptado).

A figura a seguir exemplifica o posicionamento de cada medida apresentada no quadro.

FIGURA 9 - COMO TIRAR MEDIDAS (FRENTE)

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 105).

Obs.: A figura 9 apresenta três tipos de circunferência do quadril, a respeito delas,


considere as seguintes informações:

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 19


O quadril alto deve ser usado quando a maior circunferência for próxima a
linha da cintura.
O quadril médio deve ser usado na construção de calças, nos cortes enviesa-
dos, nas saias em panos, nos quadris muito largos…
O quadril baixo, por ser a maior medida horizontal (culote) na mulher brasilei-
ra, é o ponto mais adequado para formar a curva lateral do quadril. (DUARTE,
2019, p. 105).

A seguir, nas Figuras 10, 11 e 12, apresenta os demais processos descritos no


Quadro 3, sobre como tirar as medidas.

FIGURA 10 - COMO TIRAR MEDIDAS (COSTAS)

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 106).

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 20


FIGURA 11 - COMO TIRAR MEDIDAS (LATERAL/FRENTE)

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 107).

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 21


FIGURA 12 - COMO TIRAR MEDIDAS (GANCHO)

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 108).

2.2 Tabela de medidas Masculina

QUADRO 5 - TABELA DE MEDIDAS MASCULINA

TAMANHO CAMISA SOCIAL 37 38 39 40 41 42 43 44 45

CALÇA 36 38 40 42 44 46 48 50 52
Pescoço 37 38 39 40 41 42 43 44 45

Tórax 80 84 88 92 96 100 104 108 112

Cintura 72 76 80 84 88 92 96 100 104

Quadril 82 86 90 94 98 102 106 110 114

Comprimento da Cintura 44 45 45,7 46,4 47,4 48,4 48,9 49,5 50

Ombro 12 13 13,5 14 14,5 15 15 15,5 16

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 22


Costas 42 43 44 45 46 47 48 49 50

Comprimento Cotovelo 33,7 34,1 34,8 35,5 36,2 36,9 37,6 39,3 39

Comprimento Manga Curta 16 16,8 17,6 18,4 19,2 20 20,8 21,6 22,4

Comprimento Manga Longa 60 60,5 61,5 62,6 63,7 64,8 65,9 66,9 67,9

Punho Justo 17 17,5 18 18,5 19 19,5 20 20,5 21

Altura da Cabeça 36 36 36 37 37 37 38 38 38

Contorno da Cabeça 62,5 62,5 63 63 63,5 63,5 64 64,5 64,5

Comprimento da Calça 105 105 106 108 110 110 112 112 114

Altura do Quadril 15,5 16,5 17,5 18,5 19,5 20,5 21,5 22,5 23,5

Altura do Gancho1 21,5 22,5 23,5 24,5 25,5 26,5 27,5 28,5 29,5

Comprimento do Joelho 56 56 58 60 62 62 64 64 66

1
Altura do Gancho (Quadril/4 + 1cm)

Fonte: JENCK et al., 2019, p. 19.

2.3 Tabela de medidas Feminina

QUADRO 6 - TABELA DE MEDIDAS FEMININA

TAMANHO PP P M G

34 36 38 40 42 44 46 48 50

Comprimento da cintura 39 40 41 42 43 44 45 46 47
Frente
Comprimento da cintura Cos- 35 36 37 38 39 40 40 41 41
tas
Cintura 58 62 66 70 74 78 82 86 90

Busto 76 80 84 88 92 96 100 104 108

Quadril 84 88 92 96 100 104 108 112 116

Costas 35 36 37 38 39 40 41 42 43

Ombro 11 11,5 12 12,5 13 13,5 14 14,5 15

Altura do Seio 23 24 25 26 27 28 28 29 30

Seio a Seio 16 17 18 19 20 21 21 22 22

Pescoço/Colarinho 33 34 35 36 37 38 39 40 41

Comprimento Manga 56 57 58 59 60 61 62 63 64
Longa
Comprimento do Joelho 52 54 56 58 58 60 60 62 62
Comprimento da Calça 102 102 102 104 106 108 110 112 112

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 23


Largura do Joelho1 42 44 46 48 50 52 54 56 58

Largura da Boca 42 44 46 48 50 52 54 56 58

Altura do Gancho2 22 23 24 25 26 27 28 29 30

Punho (justo) 14 14,5 15 15,5 16 16,5 17 17,5 18

Altura do Quadril 16 16 16 18 18 20 20 20 22

1
Largura do joelho = ½ do quadril
2
Altura do gancho = ¼ do quadril + 1 cm
Fonte: JENCK et al., 2019, p. 19.

2.4 Tabela de medidas Infantil

QUADRO 7 - TABELA DE MEDIDAS INFANTIL

TAMANHO P M G
02 04 06 08 10 12

Tórax/ Busto 54 58 62 66 70 74
Cintura 52 54 56 59 62 65
Quadril 60 64 68 72 78 82
Costas 23 25 27 29 31 33
Pescoço 28 29 30 31 32 33
Comprimento da Cintura 24 27 30 32 34 37
Comprimento do Cotovelo 15 16,8 18,6 20,4 22,4 24
Comprimento da Manga Longa 32 36 40 44 48 53
Largura do Braço 17 18,6 20,2 21,8 23,4 25
Punho Justo 12 12,7 13,4 14,1 14,8 15,5
Punho com Folga 16 16 18 18 18 20
Altura do Quadril 11 12 13 14 15 16
Altura do Gancho 19 20 20,5 21,5 22,5 22,5
Comprimento do Joelho 30 36 38 41 44 47
Circunferência Joelho Justo 25 26,2 27,4 28,6 29,8 31
Comprimento da Calça Comprida 52 58 66 74 81 88
Base pescoço ao meio da Coxa 44 53 58 63 68 74
Circunferência da Cabeça 51 52 53 54 55 56
Altura da Cabeça 40 41,2 42,4 43,6 44,8 46

Fonte: JENCK et al., 2019, p. 24.

Agora, com as tabelas de medidas em mãos, convido você a preparar um espaço


de trabalho, e com os materiais em mãos, iniciaremos a construção dos moldes básicos.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 24


3. CONSTRUÇÃO DE MOLDES BÁSICOS FEMININOS

Caro(a) aluno(a), durante este tópico do material, vamos realizar juntos o desenvol-
vimento de algumas bases que são essenciais para o desenvolvimento de uma modelagem.
As bases, são o início de qualquer modelagem e representam o corpo do público
ou indivíduo no qual será desenvolvido a modelagem. Portanto, não há nenhuma alteração
de modelo na base, são feitas peças sem detalhes, apenas com recursos construtivos da
modelagem, como a pence.
A pence, segundo Emídio (2021), é um recurso construtivo, um elemento estético e
criativo, que parte da função específica de ajustamento, podendo ser movimentada, dividi-
da, ocultada, eliminada ou combinada com outros recursos, como: pregas, franzidos, entre
outros. Veremos mais sobre este assunto na Unidade II, nas transposições de pence.

3.1 Base da saia


Agora, com as réguas e o papel em mãos, iniciaremos o traçado da nossa base da
saia feminina, no tamanho 40. Para isso, utilizaremos as medidas apresentadas no Quadro 7.
Lembre-se que, essas medidas podem variar conforme o seu público-alvo, portanto,
deixo como sugestão consultar a tabela apresentada no tópico anterior, que aborda outros
tamanhos existentes na indústria.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 25


QUADRO 8 - MEDIDAS PARA CONSTRUÇÃO DA BASE DA SAIA

Tamanho 40
Circunf. Cintura 68
Circunf. Quadril 96
Nível do Quadril 25
Comprimento da saia 51

Fonte: Adaptado de: (DUARTE, 2019, p. 112)

QUADRO 9 - LARGURA E COMPRIMENTO DAS PENCES

Tamanhos 34 36 38 40 ao 54
Pence das cos- Largura 2,5 3,0 3,0 3,0
tas
Comprimento 10,0 11,0 12,0 13,0
Pence da Largura 1,5 2,0 2,0 2,0
frente
Comprimento 9,0 10,0 11,0 12,0

Fonte: Adaptado de: (DUARTE, 2019, p. 112).

A construção do molde inicia na construção do diagrama, onde com um ângulo


de 90º, traçamos as medidas iniciais da caixa do molde. No caso da saia se inicia com as
medidas de quadril e de comprimento da saia.
Observe a Figura 13, e execute o passo a passo a seguir.

FIGURA 13 - TRAÇADO INICIAL DA SAIA

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 113).

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 26


O retângulo será construído com metade da medida do quadril + 1 cm de folga, com
o seguinte cálculo: .

● AB / CD = Metade do quadril + 1 cm de folga (49 cm)


● AC / BD = Comprimento da saia (51 cm)
● AE / CF = Metade de AB e CD
● AG / BH = Nível do quadril 25 cm
● I = Nível do quadril na lateral

Agora com a estrutura inicial do diagrama da saia construído, daremos início a


execução dos pontos de localização das pences, e do traçado da cintura. Observe a figura
14 e execute os passos a seguir conforme as orientações:

FIGURA 14 - TRAÇADO INICIAL DA SAIA

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 114).

Antes de iniciarmos os pontos, realize os cálculos para ¼ da cintura, é importante


realizá-los, pois existe uma diferença de 2cm entre a frente e as costas devido ao ponto de
entrada da espinha dorsal. Para isso, transfira 0,5cm da medida das costas para a frente,
assim, a costura da lateral da peça ficará alinhada à lateral do corpo (DUARTE, 2019).

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 27


Cintura costas = medida da cintura 4 - 0,5 cm.
Cintura frente = medida da cintura 4 + 0,5 cm.

● De A à J utilize a medida da Cintura costas + largura da pence (3,0 - vide Quadro 8);
● De B à K utilize a medida da Cintura frente + largura da pence (2,0 - vide Quadro 8);
● Una com a régua de alfaiate os pontos: I à J e de I à K;
● Para marcar o ponto L, encontre o meio de A à J, aqui será o meio da pence das costas;
● Para marcar o ponto M, encontre o meio de B à K, aqui será o meio da pence da frente;

Agora, faremos a marcação da largura das pences (frente e costas).


● Para a pence das costas marque 1,5 cm para cada lado de L (vide Quadro 8), e com
o esquadro apoiado em L, desça 13 cm (comprimento da pence, vide Quadro 8);
● Para a pence da frente marque 1 cm para cada lado de L (vide Quadro 8), e com
o esquadro apoiado em M, desça 12 cm (comprimento da pence, vide Quadro 8);

Note que há uma diferença de 1 cm no comprimento da pence da frente para a das


costas, e 0,5 cm na largura, isso ocorre devido a curvatura que temos na região lombar.
● No traseiro da saia, de A à N desça 1 cm;
● Repita o mesmo processo na frente B/O;

Com o auxílio da régua de alfaiate, faremos a curva da cintura ligando os pontos NJ


/ OK, mas, antes de traçar a curva, dobre a pence. Feito isso, com o auxílio da carretilha,
marque o papel, no local da dobra da pence para obter a sua profundidade, conforme
ilustrado na Figura 15.

FIGURA 15 - MARCAÇÃO DA PROFUNDIDADE DA PENCE

Fonte: A autora (2021).

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 28


Após realizar a marcação da pence, trace com o auxílio do lápis e da régua curva a
linha da cintura, e feche a lateral da saia, unindo os pontos J/I e K/I. Com o molde finalizado,
copie ele para outro papel. Para isso, utilize o tecido, a carretilha e um papel kraft em branco.
Posicione o material na seguinte ordem sobre a mesa: Papel em branco + tecido +
Diagrama da saia. Passe a carretilha sobre todas as linhas do molde, exceto as linhas de
construção do retângulo. Lembre-se de copiar a linha do nível do quadril.
Com as marcações da carretilha no papel, passe o lápis com o auxílio do esquadro
e régua curva, para realçar as linhas no papel. Esse processo é extremamente importante e
implica na qualidade do seu trabalho e apresentação do molde. Ao final, o contorno do seu
molde ficará com a apresentação igual a Figura 16.

FIGURA 16 - BASE DA SAIA

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 114)

Faça as marcações no seu molde, com o auxílio de um esquadro próximo da linha


do centro frente e do centro costas do molde, trace uma linha que ocupe grande parte da
extensão do molde, este será o Fio do molde, orientação para o corte do molde no tecido.
Depois, em um lado do molde, escreva as seguintes informações:

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 29


► Parte: Base
► Modelo: Saia básica
► Tamanho: 40
► Código: SB1
► Modelista: aqui você é o(a) protagonista;
► Data: dia da realização do molde;

Com as informações aparentes, agora, você irá fazer as marcações para costura,
furando com o auxílio de um alfinete ou furador, o ápice da pence, e marcando os piques, na
linha do nível do quadril e nas extremidades da pence. Lembre-se, se você for cortar esse
molde em um tecido, você deverá acrescentar a informação sobre a quantidade de vezes
que ele será cortado, sendo: 1 vez para frente (cortada na dobra do tecido) e 2 vezes para
as costas, pois será necessário o uso de um sistema de fechamento, neste caso o zíper.
Além disso, lembre-se de acrescentar as margens de costura, conforme apresen-
tado no Quadro 2.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 30


4. CONSTRUÇÃO DA BASE DA BLUSA E MANGA

4.1 Base da Blusa


Nosso próximo passo, será a construção da base da blusa feminina, também será
utilizado o tamanho 40 para construção da peça. Lembre-se que, essas medidas podem
variar conforme o seu público-alvo, portanto, sugiro consultar a tabela apresentada no
tópico anterior, que aborda outros tamanhos existentes na indústria.

4.1.2 Costas
Iniciaremos com o traçado da base das costas, para isso, separe um pouco de
papel, pegue sua fita métrica, as réguas e o lápis. Utilize o quadro 10, como apoio para o
desenvolvimento do molde.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 31


QUADRO 10 - MEDIDAS PARA CONSTRUÇÃO DA BASE DA BLUSA (COSTAS)

Medidas (tamanho 40) Costas


AB = Altura das costas 44,5
AC = Largura dos ombros 19,5
BD = Centro Costas 41,0
AE = Pescoço Costas 7,8
BF = Transversal 43,6
BI = Lateral menos 0,5cm 20,5
IJ = Largura das costas/busto 21,0
DG = ¼ de BD 10,3
GH = Cava a cava costas 18,5

JK = BI 20,5
BK = IJ 21,0
BM = Metade da cintura costas 8,3
KQ = Ponto da lateral 1,5
JQL = Lateral 21,0
LN = Cintura costas menos BM 8,2

Fonte: Adaptado Duarte (2019, p. 144).

Assim como no molde da saia básica, a base da blusa se inicia com um ângulo
de 90º, construído com a medida da altura das costas, e a distância do ombro. Observe a
Figura 17, e execute o passo a passo a seguir.

FIGURA 17 - LINHAS INICIAIS DA BLUSA (COSTAS)

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 144).

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 32


● De A a B, trace uma linha com a medida da altura das costas;
● De A a C, trace uma linha perpendicular a AB, com medida de distância entre os
ombros costas;
● De B a D, marque a medida do centro das costas;
● De A a E, marque a medida do pescoço costas;
● De D a E, una os pontos com a curva francesa, criando a linha do decote,
conforme a imagem;
● De C a X, trace uma linha perpendicular ao ponto C, essa linha não tem uma
medida exata, será apenas um apoio para a linha transversal BF;
● De B a F, posicione a régua no ponto B até encostar na linha de C a X, o ponto
F é o encontro da medida transversal das costas com a linha.
● Com a régua, ligue os pontos E e F.

FIGURA 18 - MARCAÇÕES PARA CONSTRUÇÃO DA BASE COSTAS DA BLUSA

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 145).

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 33


Agora, daremos início às marcações das linhas que nos guiará para o traçado da
cava, da pence das costas, e da linha do busto. Tenha atenção em cada ponto, e lembre-se
de utilizar o esquadro nos locais indicados na imagem. Observe a Figura 19, e execute o
passo a passo a seguir:

● De D a G, utilize a medida de B a D dividida por 4;


● De G a H, com o esquadro, trace uma linha com a medida de cava a cava das costas;
● De B a I, marque um ponto com a medida da lateral menos 0,5cm;
● De I a J, com o esquadro, trace uma linha com a medida do busto costas;
● Com a régua de cava, ou a curva francesa, una os pontos F, H e J, formando a cava
costas conforme a figura;
● De B a K, com o esquadro, trace uma linha com a mesma medida de I a J;
● De B a M, marque um ponto com a medida de metade da cintura costas;
● De K a Q, recue 1,5cm no molde;
● Com a régua, ligue os pontos J, Q e L fechando a lateral da blusa;
● Una os pontos L e M com uma reta;
● Marque o ponto N, na linha de B a L, este ponto tem a medida da cintura costas
menos a medida de B a M;
● Ache o meio de M a N, e marque o ponto O;
● Agora, vamos marcar o ápice da pence, o ponto P, que é a mesma medida de B a O;
● Trace as linhas da pence, unindo os pontos P e M, P e N, P e O;

Após finalizar, dobre o papel fechando a pence, do ponto N ao M, e com a pence


fechada retrace a linha BL com uma régua curva (curva francesa). Ainda com o papel
dobrado, passe a carretilha marcando a profundidade da pence.

FIGURA 19 - BASE COSTAS PRONTA (BLUSA FEMININA 40)

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 148).

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 34


Ao final do traçado, com o auxílio da carretilha, copie a base para um papel em
branco, marque apenas as linhas de contorno do molde, a pence e as linhas do busto, estas
são fundamentais durante o desenvolvimento de uma interpretação de modelo. O resultado
final deverá ser semelhante à figura 21. E para dar resistência e firmeza ao molde, quando
for copiar a base, utilize um papel mais rígido, podendo ser o kraft em uma gramatura
superior, ou então utilize um papel cartão, para facilitar o traçado de outros modelos.

4.1.3 Frente
O traçado da base da frente da blusa assemelha-se ao traçado das costas, havendo
a diferenciação apenas das medidas, e acrescentando informações referente ao traçado do
busto. Utilize o Quadro 11, como apoio para o desenvolvimento do molde.

QUADRO 11 - MEDIDAS PARA CONSTRUÇÃO DA BASE DA BLUSA (FRENTE)

Medidas (tamanho 40) Frente


AB = Altura da frente 45,0
AC = Largura dos ombros 19,0
BD = Centro Frente 38,0
AE = Pescoço Frente 6,8
BF = Transversal 44,9
BI = Lateral mais 4 cm 25,0
IJ = Largura das frente/busto 23,0
DG = 1/5 de DB 7,6
GH = Cava a cava frente 17,5

AK = Altura do busto 25,0


KP = Separação do busto 10,0
KPQ = Larg. total da frente 23,5
JQL = Lateral 21,0
BM = Metade da cintura frente 8,8
LN = Cintura frente menos BM 8,7
PR/PS = Raio do busto 7,5

Fonte: Adaptado de: Duarte (2019, p. 146).

Assim como no molde da saia básica, a base da blusa se inicia com um ângulo de
90º, construído com a medida da altura da frente, e a distância do ombro.
Observe a Figura 20, e execute o passo a passo a seguir utilizando as medidas do
Quadro 11.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 35


FIGURA 20 - TRAÇADO INICIAL DA BASE DA BLUSA (FRENTE)

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 146).

● De A a B, trace uma linha com a medida da altura da frente;


● De A a C, com o esquadro, trace uma linha perpendicular a AB, com a distância
dos ombros frente;
● De B a D, marque um ponto com a medida do centro frente;
● De A a E, marque um ponto com a medida do pescoço frente;
● Una os pontos D a E com a curva francesa;
● De C a X, com o esquadro, trace uma linha perpendicular de A a C com 10 cm,
para apoio da linha transversal;
● De B a F, posicione a régua no ponto B, em direção a linha CX e marque o ponto
F com a medida da transversal;
Com a régua, ligue os pontos E e F.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 36


FIGURA 21 - MARCAÇÕES PARA CONSTRUÇÃO DA BASE FRENTE DA BLUSA

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 147).

Agora, daremos sequência nas marcações internas do molde, que servirão para a
construção da pence, da linha de cava, e delimitação do busto. Leia atentamente, e execute
conforme o passo a passo a seguir.
● De D a G, utilize a mesma medida de B a D e dividida por 5, o resultado será o ponto G;
● De G a H, com o esquadro, marque a medida de cava a cava da frente;
● Do ponto B em direção ao A, marque o ponto I, que corresponde a medida da lateral
mais 4 cm;
● De I a J, com o esquadro, marque a medida do busto frente;
● Com a régua de cava, ou a curva francesa, trace a cava unindo os pontos F, H e J,
observe na figura 23 (a) que a cava da frente é mais curva na direção de H e J;
● De A a K, marque a altura do busto;
● De K a P, com o auxílio do esquadro, marque um ponto com a medida de separação
do busto;

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 37


● Una os pontos K, P, Q com esquadro, utilizando a mesma medida de I a J + 0,5 cm;
● Una os pontos J, Q, L para formar a lateral (veja a medida no quadro 11);
● De B a M, com o esquadro, marque a medida da cintura frente;
● De L a M, com o auxílio da régua, faça uma linha pontilhada;
● De L a N, marque um ponto com a medida da cintura frente menos a medida de B a M;
● O ponto O é o meio da pence, marque o ponto na metade de M a N;
● Feche a pence unindo os pontos: P a M, P a N, e P a O;
● De P a R / P a S, marque a medida do raio do busto, será marcado abaixo do ápice da
pence. Essa medida é utilizada na construção de bojos e recortes abaixo do busto.

FIGURA 22 - BASE FRENTE PRONTA (BLUSA FEMININA 40)

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 148).

Assim como no molde costas, ao final do traçado, com o auxílio da carretilha, copie
a base para um papel em branco, marque apenas as linhas de contorno do molde, a pence
e as linhas do busto, estas são fundamentais durante o desenvolvimento de uma interpre-
tação de modelo. O resultado final deverá ser semelhante à Figura 23. Para dar resistência
e firmeza ao molde, quando for copiar a base, utilize um papel mais rígido, podendo ser o
kraft em uma gramatura superior, ou então utilize um papel cartão, para facilitar o traçado
de outros modelos.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 38


4.2 Base da Manga
Agora, com a base da blusa pronta, será possível realizar o desenvolvimento da
base da manga, pois a manga é construída com a soma das medidas das cavas da frente
e das costas. Assim como nas outras bases já desenvolvidas, vamos trabalhar com as
medidas do tamanho 40.
Cabe ressaltar, essas medidas podem variar conforme o seu público-alvo, e para
obter as medidas de cava será necessário que você faça a conferência e verificação da
mesma. Para isso, utilize sua fita métrica “em pé” conforme ilustrado na Figura 24 e contor-
ne toda a cava até obter a medida. As informações do Quadro 12 também irão lhe auxiliar
no desenvolvimento da base. Caso venha a realizar o molde em outro tamanho, consulte
as medidas na tabela de medidas disponível no material.

FIGURA 23 - AFERINDO MEDIDA DA CAVA COM A FITA MÉTRICA

Fonte: A autora (2021).

QUADRO 12 - MEDIDAS PARA CONSTRUÇÃO DA BASE DA MANGA

Tamanho 40
Comp. Manga 60
Circunf. punho 22
Altura da Cabeça da Manga ⅓ da circunferencia total
Largura da Manga (bíceps) ¾ da circunferência total

Fonte: Adaptado de: (DUARTE, 2019, p. 166)

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 39


Diferente dos moldes que já trabalhamos até o momento, o diagrama da manga se
inicia com o traçado de retas perpendiculares, sendo a reta na vertical, construída no meio
do papel, com a medida do comprimento da manga. Já a outra reta na horizontal, que cria
um ângulo de 90º, é construída com a largura da manga. Observe a Figura 24, e execute o
passo a passo a seguir:

FIGURA 24 - PROCESSO INICIAL DE CONSTRUÇÃO DA BASE DA MANGA

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 167 e 168).

● De A a B = trace a linha com o comprimento da manga;


● De A a C = marque um ponto com a altura da cabeça da manga;
● De D a E = divida a medida da largura da manga para metade de cada lado de C.
Utilize o esquadro para criar um ângulo de 90º;
● De E a X = marque um ponto com a medida de ¼ de C a E;
● De D a Y = marque um ponto com ½ da medida de E a X;
● De A a Z = utilize a mesma medida de E à X e some, metade da medida de D a Y;
● Z a X e Z a Y = Unir com uma linha pontilhada;

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 40


● X’ = marque um ponto com a mesma medida de E a X;
● Y’ = marque um ponto com a mesma medida de D a Y;
● Z’ = marque um ponto com a mesma medida de A a Z;
● F a G = marque a medida do punho (metade para cada lado de B);
● Una os pontos D a F e E a G.

FIGURA 25 - PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA BASE DA MANGA

Fonte: (DUARTE, 2019, p. 168).



● Com a curva francesa, faça o contorno da cabeça da manga, unindo os pontos
Z’ com A, X’ com E e Y’ com D;
● Agora, encontre o ponto H que corresponde à medida de B a C, delimitando o
nível do cotovelo;
● Agora, com a base pronta, faremos a marcação do ponto de costura, e as mar-
cações que irão diferenciar a parte frente da parte costas da manga.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 41


FIGURA 26 - BASE DA MANGA FEMININA (PRONTA)

Fonte: (Duarte, 2019, p. 168)

● De D a I = marque um ponto com a medida da cava das costas da blusa;


● De E a J = marque um ponto com a medida da cava da frente da blusa;
● Agora, com o auxílio da fita métrica, meça o espaço entre o ponto I e J, encontre
e marque o meio dessa medida, ele servirá como ponto de costura/encaixe com
a blusa.
Cabe destacar, que o ponto de costura poderá ficar em um posicionamento diferen-
te do que está apresentado na figura.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 42


SAIBA MAIS

Ao iniciar a construção do molde com o passo a passo, observe primeiro o modelo que
será construído, leia cada item e faça a interpretação dessas informações antes de ini-
ciar o traçado no papel. Sempre utilize as imagens de apoio, elas te auxiliaram no pro-
cesso. E perceba que a direção das letras ocorre sempre a direita, esquerda, acima ou
abaixo do ponto inicial. Isso irá lhe auxiliar na definição do tamanho do papel.

Fonte: Duarte, 2019.

REFLITA

Ao longo da sua trajetória na moda, você verá que há variações no desenvolvimento da


técnica de modelagem planificada. Conforme cada autor, país, os traçados dos diagra-
mas podem ser diferentes, mas o resultado final sempre será a peça de roupa, a base
a ser construída no corpo. Portanto, é importante que você adquira o conhecimento
acerca da construção da modelagem e aos poucos você irá identificar qual metodologia
apresenta o melhor resultado para determinado modelo.

Fonte: A autora (2021).

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 43


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Olá, caro(a) aluno(a), chegamos ao término da nossa primeira unidade, aqui foi
possível iniciarmos nossa trajetória nos estudos da modelagem. Você aprendeu sobre
as medidas utilizadas na construção do molde, e também pode aprender como é feito o
processo de tomada de medidas do corpo humano, estas, que por sua vez são essenciais
na construção de um produto de qualidade.
A partir de agora, você verá as possibilidades que a modelagem irá te proporcionar
quando for iniciar as próximas unidades do material. Aqui, é apenas o começo, com as
bases construídas, você passa a ter conhecimento acerca do traçado de diagramas, e a
próxima etapa será o desenvolvimento dos modelos.
Nos moldes femininos, com a junção da saia e da blusa você verá que é possível
obter o vestido, e a partir da base da manga, podemos realizar diferentes modelos. Cabe
ressaltar, que existem outras possibilidades de interpretação e também de modelos a serem
executados, portanto, com o conhecimento adquirido aqui, nesta e nas demais unidades você
terá facilidade em trabalhar a modelagem de peças do vestuário com excelência. Até logo!

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 44


LEITURA COMPLEMENTAR

Ao considerar que a modelagem promove a materialização do objeto vestível e dos


sentidos que derivam desta interação entre corpo e artefato, as autoras Bárbara Pavei de
Souza, Adriana Cardoso Pereira e Mônica Karina de Souza evidenciam que tal prática pode
ser vista a partir da potencialidade inerente de se constituir campo expressivo, criador de
sentidos e de experimentações estéticas.
O uso cotidiano de conteúdos matemáticos pelos profissionais da área é fato, tendo
em vista a necessidade da construção de roupas com corte preciso e medidas padroni-
zadas. O desenvolvimento da modelagem, fundamentado no estudo anatômico, requer
conhecimento acerca de tabelas de medidas e domínio sobre os princípios geométricos, de
modo a lidar com pontos, linhas, retas e curvas e proporções para viabilizar o traçado de
diagramas que resultarão em formas para vestir o corpo.
A partir de então, pode-se perceber que na modelagem existem diferentes propos-
tas metodológicas que contempla etapas flexíveis para a aplicação do design colaborativo
no contexto do ensino de modelagem plana do vestuário, no qual a colaboração está in-
trínseca ao nível e intensidade de envolvimento de cada colaborador instigando, portanto,
novos modelos relacionais e de trabalho no âmbito educacional.

Fonte: SOUZA, P. de M.; ITALIANO, I. C. A modelagem integrada ao projeto de moda no âmbito

do ensino. Revista de Ensino em Artes, Moda e Design. Florianópolis, v. 04, n. 02, p. 06 -09, 2020. DOI:

10.5965/25944630422020006. Disponível em: https://www.periodicos.udesc.br/index.php/ensinarmode/arti-

cle/view/17765. Acesso em: 05 out. 2021.

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 45


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Modelagem 2D para Vestuário
Autor: Laura Carolina Oliveira Nóbrega.
Editora: Érica - Grupo Saraiva, 2014
Sinopse: O livro aborda as técnicas da modelagem bidimensional
manual e automatizada, proporcionando ao aluno o conhecimento
de conceitos básicos da modelagem 2D. Além de abordar noções
de costura, antropometria e o desenvolvimento de moldes ergonô-
micos, auxiliando o leitor a identificar os principais tipos de tecido.

FILME / VÍDEO
Título: Corte de Saia l Modelista Ela Orsini
Ano: 2021.
Sinopse: O vídeo mostra a transformação do modelo, onde a partir
da base da saia com pence, é feita a interpretação e transformação
do molde. Embora seja uma etapa mais avançada na modelagem,
fica o desejo e a vontade de evoluir a técnica e chegar nessa etapa.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=YwLZ3M2sSFY

UNIDADE I Introdução à Modelagem Plana 46


UNIDADE II
Desenvolvimento de
Moldes Femininos
Professora Me. Natani Aparecida do Bem

Plano de Estudo:
● Modelagem da saia;
● Variações de golas e mangas;
● Interpretação de modelo;
● Transposição de pences.

Objetivos da Aprendizagem:
● Manipular o molde base da saia para construção de outros modelos;
● Compreender os tipos de mangas e golas a partir da modelagem bidimensional;
● Aplicar a técnica da modelagem bidimensional para a
junção de moldes e construção de novos modelos;
● Estudar as técnicas de manipulação de pences.

47
INTRODUÇÃO

Olá, caro aluno (a), seja bem-vindo a Unidade II do material, nesta unidade vamos
estudar a transformação dos moldes bases em modelos, ou seja, veremos o processo de
interpretação de moldes. Esse processo de produção da modelagem é muito utilizado no
setor da indústria e também nos ateliês, pois a partir de uma base aprovada o trabalho do
modelista torna-se mais prático, eliminando a etapa de construção de um diagrama base
toda a vez que for desenvolver um modelo.
Esta unidade propõe o desenvolvimento das saias mais utilizadas no vestuário, sen-
do a saia godê e suas variações de roda, na qual é desenvolvida sem o uso da base, e duas
interpretações de modelo a partir da saia base, sendo a saia evasê e a saia rabo de peixe.
Em um segundo momento a base da saia também aparecerá na composição da
interpretação do molde do vestido, podendo ser utilizada em um vestido básico e também
em um modelo mais elaborado. Assim como o uso do molde base da blusa, presente em
diversas composições de vestido, pois é a base do desenho do corpo que possibilitará o
desenvolvimento do modelo.
Veremos também algumas opções de golas e mangas, estas, construídas com a
medida do decote e também com o auxílio da base da blusa, proporcionando maior precisão
no traçado do modelo. Nas mangas, você verá o processo de transformação da base e o
acréscimo de tecido, para deixar a manga ampla e a transformação do molde em formas
geométricas conferindo um charme e criatividade na execução de um modelo de manga.
E por fim, você terá que compreender a questão da transposição de pences, re-
curso construtivo da modelagem que possibilita o desenvolvimento de diferentes modelos
de blusas e vestidos, em que o (a) modelista pode deixar a criatividade fluir ao construir o
molde transpondo a pence para outro local.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 48
1. MODELAGEM DA SAIA

1.1 Godê (4/4 - total e 2/4 - meio)

Na história da moda, a saia godê surgiu como uma proposta de renovação da feminili-

dade no período pós Segunda Guerra Mundial (1939-1945), onde Dior busca retomar a imagem

do sonho que havia se perdido após grandes restrições em relação à produção do vestuário.

A ideia do estilista era de retomar a silhueta muito utilizada no século XIX, criando

uma saia elevada para uma cintura mínima, imitando a corola das flores que intitulou sua

coleção, lançada na França em 1947 - Ligne Corolle -, embora tenha enfrentado grandes

polêmicas, a silhueta e o New Look de Dior (Figura 1) vestiu mulheres mundo afora durante

anos, e aparece em releituras nos dias atuais. “No Brasil, perpassou a década de 1950,

contribuindo para a construção de um perfil associando a figura feminina à mãe e esposa,

coroada como Rainha do Lar” (MEDEIROS FILHO, 2016, p. 11).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 49
FIGURA 1 - NEW LOOK, COLEÇÃO LIGNE COROLLE POR CHRISTIAN DIOR - PARIS, 1947

Fonte: WIKIWAND. A casa de moda Dior. Disponível em: https://www.wikiwand.com/en/Christian_Dior.

Acesso em: 05 out. 2021.

Neste tópico, veremos que nem sempre a modelagem é desenvolvida a partir de


uma base, mas sempre será desenvolvida com as medidas do corpo, como é o caso da saia
godê, construída a partir de uma circunferência, que é obtida a partir da medida da cintura.
Para a construção do godê são necessárias as medidas da cintura e comprimento da
saia, este que pode variar conforme o modelo que será executado, sendo, na linha do joelho,
acima ou abaixo dela. A Figura 2 apresenta os tipos de comprimento que podem ser trabalhados
em uma interpretação de modelo de saia, independente do modelo, podendo ser aplicado ao
godê ou outros tipos de saia considerando a altura de uma mulher com 1.60 m de altura.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 50
FIGURA 2 – COMPRIMENTOS DE SAIA BASEADOS NA MULHER

BRASILEIRA COM ALTURA MÉDIA DE 1.60 M

Fonte: Adaptado de: Duarte (2019, p. 122)

Iniciaremos a saia godê total, ou godê 4/4 realizando o seguinte cálculo:


Medida da cintura por 2x o número (3,14 x 2= 6,28)
68 cm 6,28= 10,8 Raio da cintura
*com este cálculo, encontraremos a medida do godê total (4/4).
Comprimento da saia: 50 cm

Considere a medida da cintura do tamanho 40, sendo 68 cm de cintura (vide tabela


Unidade I), e realize o cálculo, será obtida a medida de raio da cintura (10,8 cm). Utiliza-
remos essa, e a medida de comprimento (50 cm) para desenvolver o molde ilustrado na
Figura 3 a seguir.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 51
FIGURA 3 - SAIA GODÊ TOTAL 4/4 - (A) REPRESENTAÇÃO DAS PARTES DO GODÊ;

(B) REPRESENTAÇÃO DO CAIMENTO

(A) (B)

Fonte: Adaptado de: Duarte (2013, p. 135 e 164)

Inicie seu molde no centro do papel, dobrado em duas ou quatro partes. Importante
que o seu papel esteja esquadrado, para que não comprometa a qualidade do traçado da
saia, conforme apresentado na Figura 4 a seguir.

FIGURA 4 - DOBRA DO PAPEL PARA CONSTRUÇÃO DO GODÊ 4/4 E REFERÊNCIA DO

TAMANHO DO PAPEL - (A) PAPEL ABERTO (COMPRIMENTO + RAIO DA CINTURA); (B)

DOBRADO AO MEIO; (C) DOBRADO EM 4 PARTES

Fonte: A autora (2021).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 52
SAIBA MAIS

Para descobrir a quantidade de papel que será necessária para a modelagem da saia,
tenha o seguinte raciocínio:
Medida do comprimento + medida do raio da cintura
50cm + 10,8cm = 60,8 cm
A partir do centro do papel dobrado ao meio, você seguirá utilizando essa medida em
quatro direções para construção do molde (para cima + para baixo + para esquerda +
para direita).
Portanto, multiplique 60,8 cm por dois, e adicione 1 cm a essa medida (122,6 cm), para
ter uma folga de segurança de 1 cm às margens do papel. Ao final, seu papel deverá ter
1.23 m2 considerando arredondar a medida obtida. Observe a medida na Figura 4 (A).

Fonte: A autora (2021).

Após cortar, e dobrar o papel inicie o traçado da modelagem da saia:


● De A a B, trace uma linha saindo o centro do papel com a medida do raio do
godê (10,8 cm);
● De B a C, marque o comprimento desejado (50 cm);
● Para traçar a circunferência utilize um compasso, apoiando a ponta seca em A.

SAIBA MAIS

Caso seu compasso não atenda ao tamanho da circunferência presente no molde, pro-
duza o seu compasso a partir de um papel com gramatura alta, ou seja, um papel rígido
e com uma espessura mais grossa.

Como no vídeo a seguir: https://youtu.be/4H6wJK1NIqQ



Fonte: A autora (2021).

No final, seu diagrama deverá ficar igual ao desenho apresentado na Figura 5:

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 53
FIGURA 5 - DIAGRAMA DA SAIA GODÊ 4/4

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 178)

Lembre-se que para cortar o molde no tecido, é necessário preparar o molde para
corte. Para tal, lembre-se de utilizar um tecido abaixo da folha em branco, e com o auxílio
da carretilha copie as linhas do molde (sinalizadas na figura em negrito), acrescente as
margens de costura conforme o tipo de acabamento que será trabalhado na saia.
Sugestão para o acabamento: Zíper de 20 cm localizado no meio das costas, na
cintura utilize o cós reto ou anatômico (tópico 1.2.1), e para a bainha deixe 1 cm para fazer
uma bainha de lenço. Finalize o molde adicionando as informações do modelo, lembre-se
de marcar o pique sinalizando o meio das costas e o meio da frente, o comprimento do zíper
e também deixe o fio do molde em evidência.

SAIBA MAIS

Para cortar a saia godê no tecido, dobre-o ao meio, juntamente com o molde, ou então
deixe-o aberto sob o tecido. Esse posicionamento poderá sofrer variações de acordo com
o comprimento da saia, pois, se for maior que a largura do tecido, será necessário realizar
uma adaptação no modelo, fazendo a redução do godê ou então a emenda do tecido.

Fonte: A autora (2021).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 54
Agora, faremos o traçado da saia meio godê, ou godê 2/4, realizando o seguinte
cálculo:
Medida da cintura pelo número π (3,14)
68 cm 3,14 = 21,6 Raio da cintura
*com este cálculo, encontraremos a medida de 2/4 de godê.
Comprimento da saia: 50 cm

Assim como na saia godê total, considere a medida da cintura do tamanho 40,
sendo 68 cm de cintura (vide tabela Unidade I), e realize o cálculo, será obtida a medida de
raio da cintura (21,6 cm). Utilizaremos essa medida, e a medida de comprimento (50 cm)
para desenvolver o molde ilustrado na Figura 6 a seguir.

FIGURA 6 - SAIA MEIO GODÊ 2/4 - (A) REPRESENTAÇÃO DAS PARTES DO GODÊ;

(B) REPRESENTAÇÃO DO CAIMENTO

(A) (B)

Fonte: Adaptado de: Duarte (2013, p. 135).

Inicie seu molde no centro do papel, dobrado em duas partes, a dobra é feita no
sentido da largura do papel. Importante que o seu papel esteja esquadrado, para que não
comprometa a qualidade do traçado da saia, visualize o processo da dobra na Figura 4
apresentada anteriormente.
Após cortar, e dobrar o papel inicie o traçado da modelagem da saia:

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 55
● De A a B, trace uma linha saindo o centro do papel com a medida do raio do
godê (21,6 cm);
● De B a C, marque o comprimento desejado (50 cm);
● Para traçar a circunferência utilize um compasso, apoiando a ponta seca em A.

No final, seu diagrama deverá ficar igual ao desenho apresentado na Figura 7.

FIGURA 7 - DIAGRAMA DA SAIA GODÊ 2/4

Fonte: Adaptado de: Duarte (2013, p. 137).

Assim como na saia godê 4/4, ao cortar o molde no tecido, é necessário preparar o
molde para corte. Para tal, com o auxílio da carretilha copie as linhas do molde (sinalizadas
na Figura 7 em negrito), acrescente as margens de costura conforme o tipo de acabamento
que será trabalhado na saia.
Sugestão para o acabamento: Zíper de 20 cm localizado no meio das costas, na
cintura utilize o cós reto ou anatômico (tópico 1.2.1), e para a bainha deixe 1 cm para fazer
uma bainha de lenço. Finalize o molde adicionando as informações do modelo (conteúdo
da Unidade I), lembre-se de marcar o pique sinalizando o meio das costas e o meio da
frente, o comprimento do zíper e também deixe o fio do molde em evidência.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 56
SAIBA MAIS

Como vimos na Unidade I, existem diversas informações que podem ser colocadas no
molde, mas devemos lembrar de colocar as essenciais, desta forma seu molde não fi-
cará poluído com muitas palavras, que podem acabar confundindo ao invés de informar
o(a) cortador(a), ou você mesmo(a) durante o corte do molde sob o tecido. Veja o exem-
plo das especificações essenciais pensando no molde da saia godê 2/4:
Modelo: Saia godê 2/4
Referência: S02*
Tamanho: 40
Parte: Diagrama, molde para corte, molde de trabalho *Irá variar conforme a parte que
você estiver colocando as especificações.
Nº de partes: 02 (aqui são contados os diagramas/molde de trabalho e molde para cor-
te). Também haverá variação nas quantidades
Tecido: Plano
Cortar: 1x na dobra do tecido
Modelista: nome de quem executou o molde
Dica: utilize uma letra para definir o tipo de modelo, no caso do “S” para representar a
saia, e o número, para representar qual é a ordem desse modelo em uma coleção por
exemplo, aqui, o 02 por ser o segundo modelo de saia desenvolvido.

Fonte: A autora (2021).

1.2 Evasê

FIGURA 8 - SAIA EVASÊ

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 164).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 57
Para desenvolver o molde da saia evasê, faremos uma interpretação de modelos
a partir da base da saia. Para tal, utilize a base da saia tamanho 40 desenvolvidas na
Unidade I, copie para outro papel (em branco) marcando a linha do quadril e o ápice da
pence, assim como a sua largura. Após copiar, recorte o molde deixando-o fora do papel,
mas lembre-se, antes de cortá-lo, você deverá dobrar a pence, e marcar com a carretilha
ou então corte o papel com a pence dobrada, para tal, utilize a fita adesiva (fita crepe) para
segurar a dobra da pence.
Após cortar, com o auxílio do esquadro, marque uma linha do ápice da pence até a
barra da saia, feito isso, corte o molde de trabalho até chegar no ápice da pence. A pence
deverá ser dobrada e colada com cola, conforme ilustrado na Figura 9.

FIGURA 9 - INTERPRETAÇÃO DA SAIA EVASÊ A PARTIR DA BASE DA SAIA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 164).

Após cortar o molde e fechar as pences, você irá precisar de um papel em branco
que caiba essa cópia que você acabou de criar. Além disso, deve-se pensar na largura
deste papel e o acréscimo da abertura no ponto B. Conforme ilustrado na Figura 10.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 58
FIGURA 10 - FINALIZAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO

DA SAIA EVASÊ A PARTIR DA BASE DA SAIA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 165).

● Ao colar no outro papel, cole primeiro a parte do centro/dobra do molde;


Após colar com a régua ou a fita métrica, você deverá marcar de B até B 5 à 6 cm,
essa medida pode variar conforme o tipo de abertura que você queira na saia, quanto mais
aberta, maior deverá ser essa medida entre as partes. Observe também, que ao executar
essa etapa, a parte superior onde se encontra a pence, não deverá amassar ou rasgar,
respeite o limite do papel.

● De C até D esquadre uma linha que ultrapasse 5 cm da lateral da saia;


● Com a régua de quadril/curva de alfaiate, retrace a lateral da saia, unindo a linha
da cintura até a barra.
● Com a mesma régua, trace a linha da barra, unindo o centro/dobra até o ponto D.
● Faça esse processo na parte dianteira e traseira da saia.

Ao cortar o molde no tecido, é necessário preparar o molde para corte. Para tal, com o
auxílio da carretilha copie as linhas do molde (sinalizadas na Figura 10 em negrito), acrescente
as margens de costura conforme o tipo de acabamento que será trabalhado na saia.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 59
Sugestão para o acabamento: Zíper de 20 cm localizado na lateral, na cintura utilize
o revel (tópico 1.2.1), e para a bainha deixe 3 cm para fazer a bainha, sendo 1 cm para
dobra de acabamento e 2 cm para virar e finalizar. Lembre-se que ao finalizar o molde
para corte, nele e nas outras etapas desenvolvidas na interpretação de modelo devem ser
adicionadas as informações do modelo (conteúdo da Unidade I).

1.2.1 Tipos de cós (reto e anatômico) e revel


Durante o desenvolvimento da modelagem, cabe ao modelista pensar no tipo de
acabamento que será utilizado na costura da peça, pois é uma etapa importante para ob-
tenção de um bom produto, e que faz parte do processo de modelagem. Para tal, utiliza-se
alguns recursos, dentre eles os mais utilizados são o cós na versão reta e anatômica, e
também o revel ou limpeza interna.
O cós é um tipo de acabamento que contorna a cintura da saia, sua modelagem é
extremamente simples, é um retângulo construído com as medidas da cintura frente acres-
cida da medida da cintura costas, ou seja, a circunferência total da cintura, sem as pences,
mais o transpasse (DUARTE, 2020).
O cós reto é indicado para quando o modelo, ou seja, a peça tem a cintura no lugar,
então é desenvolvido um retângulo com a medida da cintura (frente e costas), mais a medida
de transpasse, que pode variar de 2 a 4 cm dependendo do tipo de acabamento da saia,
que pode ser botão, zíper e colchete; pela largura desejada, podendo ser dobrado - para
tal dobra-se a medida de largura no diagrama - ou então cortado duas vezes para receber
entretela e uma costura de pesponto na parte superior, que não será costurada a saia.

FIGURA 11 - CÓS RETO

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 167).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 60
SAIBA MAIS

A entretela é um tecido feito de algodão engomado, geralmente confeccionado na cor


branca, podendo aparecer também na cor preta, utilizado na confecção de colarinhos
para camisas masculinas e femininas, além de punhos, bolsos e cós de algumas peças,
como saias e calças, dentre outras aplicações.

Fonte: A autora (2021).

O cós anatômico é indicado para as peças que são construídas com a cintura abai-
xo ou acima da linha de cintura da base. Como o nome já diz, o formato do cós anatômico
é curvo, para se adaptar às curvas do corpo em que o produto será vestido. Devido a isso,
ele é cortado duas vezes no tecido, e também pode receber a entretela como acabamento.
O processo de construção deste cós anatômico é diferente do cós reto. Observe a Figura
12, e siga o passo a passo.

FIGURA 12 - DIAGRAMA DO CÓS ANATÔMICO

Fonte: JENCK et al., 2019, p. 34.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 61
● Com o esquadro, trace uma linha de A a B com a medida da cintura da peça (total);
● Do ponto B ao D, entrando na linha, marque a altura do cós, ou seja, o tamanho
que você deseja que ele fique após costurado, pode ser 4 ou 5 cm, a medida
varia conforme o resultado desejado.
● Una os pontos A, D e E com um semicírculo (utilize o compasso de papel);
● Trace um semicírculo unindo os pontos A, B e C;
● De B a C, com a fita métrica “em pé” marque a medida da cintura;
● De E a C, marque a mesma medida de B a D.

Com o diagrama finalizado, você irá copiar o cós para outro papel, e acrescentar
1 cm de margem de costura em toda a volta do cós. Marque o fio no molde, e anote as
especificações, se ficar poluído visualmente, anote em destaque o fio, o modelo, a parte e
quantidade de vezes que deverá ser cortado na frente, e atrás do molde anote as demais
especificações. Ao final, o formato do seu cós deverá ficar como o da Figura 13.

FIGURA 13 - MOLDE FINALIZADO CÓS ANATÔMICO SEM MARGEM DE COSTURA

Fonte: JENCK et al., 2019, p. 35.

Por fim, outro tipo de acabamento muito utilizado em saias e também em blusas
(decotes e cavas) é o revel, também chamado de limpeza interna ou externa. Este tipo
de acabamento é feito com a mesma técnica de construção do cós anatômico. E pode
ainda, ser construído sobre o molde, marcando uma linha na medida que deseja ter de
acabamento, e copiando essa linha juntamente com o contorno lateral e linha da cintura em
outro papel com o auxílio da carretilha, e acrescentar margem de costura.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 62
FIGURA 14 - LIMPEZA INTERNA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2013, p. 45).

FIGURA 15 - LIMPEZA EXTERNA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2013, p. 45).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 63
1.3 Rabo de peixe

FIGURA 16 - SAIA RABO DE PEIXE

Fonte: Adaptado de: Duarte (2013, p. 76).

Para o desenvolvimento da saia rabo de peixe, utiliza-se também a base da saia,


para que não se tenha o trabalho de desenvolver o diagrama base e depois transformá-lo
neste modelo. Com uma folha de papel kraft em branco, iniciaremos nosso molde copiando
a base do dianteiro e do traseiro da saia, desenhando a pence.
Marque um ponto de A até C, com 35 cm;
Com o esquadro, marque uma linha reta de C até D, verifique a medida da linha e
a dividida em cinco partes iguais, depois as enumere de 1 a 5.
Observe a Figura 17, e corte o molde de trabalho onde há a indicação com as tesou-
ras, lembre-se de separar a parte de baixo (de B a C) da parte de cima da saia, de C até A.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 64
FIGURA 17 - INTERPRETAÇÃO DA SAIA RABO DE PEIXE A PARTIR DA BASE DA SAIA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2013, p. 76).

Agora, o próximo passo será dividir as partes de 1 a 5 que estão na linha de C a


D, deixando um ponto de ligação entre elas, ou seja, cortá-las, mas sem separá-las. Após
finalizar essa etapa, trace um ângulo de 90º em um papel em branco. Cole o centro frente
da barra da saia, parte 1, na perpendicular que forma o ângulo.
Depois, com a régua ou a fita métrica, a partir de 1, marque 5 cm, então cole a parte
2, depois repita o processo e marque da extremidade de 2 em direção à parte 3, 5 cm, repita
o processo até colar a 5 partes. Com a régua curva francesa retrace as linhas do barrado
da saia, unindo as cinco partes em uma linha contínua e curva (FIGURA 18).

FIGURA 18 - INTERPRETAÇÃO DA SAIA RABO DE PEIXE A PARTIR DA BASE DA SAIA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2013, p. 76).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 65
Após finalizar, repita todo o processo na parte das costas da saia. Ao final, você
terá quatro partes do molde compondo o modelo da saia rabo de peixe, sendo duas partes
superiores (frente e costas), e duas partes inferiores, barrado da frente e barrado das cos-
tas. A Figura a seguir apresenta os moldes finalizados da parte frente da saia. Lembre-se
de colocar as especificações no modelo e também o tipo de acabamento, que poderá ser
uma limpeza interna ou externa, ou até mesmo um cós reto; importante acrescentar zíper
na lateral ou no centro costas como sistema de abertura da peça.

FIGURA 19 - SAIA RABO DE PEIXE FINALIZADA SEM MARGEM DE COSTURA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2013, p. 77).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 66
2. VARIAÇÕES DE GOLAS E MANGAS

FIGURA 20 - GOLA PADRE OU CHINESA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 95).

As golas são uma espécie de acabamento da roupa, proporcionando a blusas e


vestidos um acabamento junto ao pescoço ou mais afastado, dependendo do modelo per-
mitindo também a variação de formas, com decotes e golas redondas, retas, franzidas ou
drapeados, podendo estar em qualquer direção no molde dependendo do modelo que está
sendo desenvolvido (DUARTE, 2020).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 67
SAIBA MAIS

Para construir qualquer modelo de gola ou decote, você deverá ter em mãos a base da
blusa desenvolvida na Unidade I, parte frente e parte costas.

Fonte: A autora (2021).

2.1 Gola padre ou gola chinesa


A gola padre é um modelo de gola muito utilizado no vestuário, abrangendo todos
os segmentos (adulto: masculino e feminino, e também o público infantil). Com a base da
blusa em mãos, inicie a construção do retângulo conforme as orientações a seguir.
Inicie a construção do retângulo com a medida do decote das costas (de A a B) e
com o decote da frente (de B a C);
A altura da gola será de 3 cm, portanto, com o esquadro, marque de A até D, de B
até E (meio da linha), e de C até F essa medida.

FIGURA 21 - DIAGRAMA (ETAPA INICIAL) DA GOLA PADRE OU CHINESA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 95).

Agora, daremos início ao traçado da curvatura que se encontra no centro frente do


colarinho;
No ponto de F a G, e de C a H, marque 1,5 cm;
Com a régua curva francesa ou de cava, una os pontos E e G, B a H;
Finalize com a união dos pontos H a I, preferencialmente deixando o ponto I arre-
dondado.
As linhas em negrito, na Figura 22, representam o molde da gola chinesa dentro do
diagrama.

FIGURA 22 - DIAGRAMA (ETAPA FINAL) DA GOLA PADRE OU CHINESA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 95).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 68
Agora, copie para outro papel o molde da gola com o auxílio da carretilha. Lembre-se que
nos pontos A até D tem-se a dobra do papel, portanto, quando for copiar o seu molde, dobre
o papel que está em branco e então encaixe esta linha na dobra do papel, para que ao final
seu molde saia aberto, conforme apresentado na Figura 23. Acrescente as margens de
costura, e faça um pique na linha de B a E, lembrando que ele deverá aparecer no ponto
do ombro do lado esquerdo e direito, e também no meio, facilitando a costura da gola com
a parte das costas da blusa.

FIGURA 23 - MOLDE PRONTO SEM MARGEM DE COSTURA - GOLA PADRE OU CHINESA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 95).

2.2 Gola bebê plana

FIGURA 24 - MODELO - GOLA BEBÊ PLANA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 86).

Para o desenvolvimento desta gola utilizaremos a base frente e a base costas da


blusa desenvolvida na Unidade I.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 69
● Copie ambas as bases em outro papel sobrepondo os ombros em 2 cm na
região da cava, encontrando os pontos onde está sinalizado a letra A.
● Do ponto B ao C acrescente 2 cm e esquadre uma linha do decote até a barra,
criando o transpasse do abotoamento.
● De D a E, marque a largura desejada para a gola. Sugestão: meça na linha onde
se encontra o A, e marque o meio, veja a medida de A até o meio do ombro, e
então marque essa medida de D a E.
● Repare na figura que o ponto B não é igual de D a E, utilize a régua curva, e faça
o traçado de forma que o ponto B a E fique igual a figura a seguir.

FIGURA 25 - CONSTRUÇÃO DO DIAGRAMA DA GOLA BEBÊ

PLANA A PARTIR DA BASE DA BLUSA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 86).

● Após finalizar, copie para outro papel com o auxílio da carretilha, o papel deverá
estar dobrado, e o ponto de D a E deverá ser posicionado sob a dobra do papel,
localizada no centro costas da gola.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 70
● Lembre-se que neste molde deve ser acrescentado margem de costura, além
disso, ao copiar, perceba a marcação de dois piques na região do decote, estes,
foram sinalizados no ponto A com o auxílio da carretilha, que ao abrir o papel
sinalizam o ponto do ombro como na figura a seguir.

FIGURA 26 - GOLA BEBÊ PLANA - MOLDE PRONTO SEM MARGEM DE COSTURA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 86).

2.3 Manga bebê


Muito utilizada em peças do vestuário feminina e infantil, a manga bebê está pre-
sente em diferentes modelos de roupa, sendo blusas, camisas, vestidos, confeccionadas
em diferentes matérias primas e com pouco ou muito volume, dependendo do período e
contexto em que ela está inserida.
Seu formato assemelha-se ao da manga bufante, com o aspecto mais armado que
é resultado da abertura da base para “entrada de tecido”.

FIGURA 27 - MODELO: MANGA BEBÊ

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 123).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 71
● Para o desenvolvimento da manga bebê inicie copiando a base da manga de-
senvolvida na Unidade I em um papel em branco. Aqui utilizaremos a manga
curta, portanto, após copiar meça nas laterais da manga (ponto A até B; ponto
C até D) 10 cm, e com o esquadro retrace a linha do punho.
● Com a manga cortada meça pela linha do punho a distância de B a D, e divida a
manga em 4 partes, numerando-as de 1 a 4; depois, recorte fazendo a separação
dessas partes.

FIGURA 28 - INTERPRETAÇÃO DA MANGA BEBÊ

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 123).

● Agora, em outro papel, com o auxílio do esquadro, faça uma linha guia não
muito próxima a borda do papel, sem medida exata, mas com uma extensão
que seja possível apoiar as partes da manga que foi recortada.
● Com uma cola, cole as quatro partes da manga sob a linha guia, inicie com a
parte 1, depois de colar, com a régua ou fita métrica, marque 3 cm a partir do
final da parte 1.
● A parte 2 deverá ser colada sob esta marcação, e o processo deverá ser repetido
até que as quatro partes estejam coladas sob a linha e com 3 cm de distância
entre elas.

FIGURA 29 - INTERPRETAÇÃO DA MANGA BEBÊ

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 123).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 72
● Agora, faremos a construção do volume na cabeça da manga, para isso, a partir do
meio (dois pontos E) para cima, marque 3 cm dos pontos E a G e E a H;
● Com a régua curva francesa, redesenhe a linha da cava da manga unindo os pontos
de I a G e de J a H, fechando assim a cabeça da manga. Observe o desenho do
contorno na figura 29 e desenvolva o seu desenho de modo que fique parecido.
● Encontre o centro da parte 2, e a partir da metade, desça uma linha de 1,5 cm para
encontrar o ponto M. Depois, faça a união dos pontos B a M e M a D.
● Com a manga finalizada, antes de passar para outro papel, faça a marcação do
franzido, no punho e na cabeça da manga, fazendo uma linha em zigue zague da
1º até a 4º parte.
● Feito isso, copie o molde para outro papel, fazendo as marcações dos piques (fren-
te, cabeça da manga), lembre-se de copiar a marcação do franzido, para saber
onde inicia e termina. Conforme ilustrado na figura a seguir.

FIGURA 30 - MOLDE PARA CORTE DA MANGA BEBÊ - SEM MARGEM DE COSTURA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 124).

Acrescente margem de costura, e lembre-se que nesse modelo não terá barra na
manga, pois será adicionado o punho, confeccione seguindo o passo a passo:
Construa um retângulo com as medidas desejadas (altura é variável) e a largura
será a medida do braço justa.
Para o tamanho 40, o punho poderá ter 24 cm de largura e 5 cm de altura, pois
considera-se ele dobrado, que ao final, depois de pronto, terá 2,5 cm.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 73
FIGURA 31 - MOLDE PARA CORTE DO PUNHO DA MANGA BEBÊ -

SEM MARGEM DE COSTURA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 124).

Lembre-se de que no punho também devem ser acrescentadas as margens de


costura.

2.4 Manga tulipa

FIGURA 32 - MODELO DA MANGA TULIPA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 127).

Agora, faremos um modelo mais elaborado, e também muito utilizado no vestuário


feminino, em blusas e vestidos. A manga tulipa representa a flor em seu formato, embutindo
as partes de modo que não é possível visualizar o ponto de encontro das partes.
● Copie a base da manga para outro papel;
● Assim como na manga anterior, faremos a redução do comprimento para a
manga curta, dos pontos A até B e de C até D, marque 7 cm. Redesenhe a linha
do punho com o auxílio do esquadro.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 74
● O ponto E é o ponto da cabeça da manga que deverá ser copiado da sua base. A
partir dele, com o esquadro desenhe uma linha ao centro da manga. Nesta linha, a
partir do ponto E em direção a barra da manga, marque 15 cm que será o ponto F.
● Com a régua curva, observe o desenho na figura a seguir, e faça duas linhas
cruzando o molde, a sua régua deverá estar apoiada no ponto B, ponto F, e
finalizar um pouco acima do pique da cava da frente; para a cava costas, a
régua sairá do ponto D, passará no ponto F e ficará um pouco abaixo do pique
da cava das costas.

FIGURA 33 - INTERPRETAÇÃO DA MANGA PARA

DESENVOLVIMENTO DA MANGA TULIPA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 127).

● Agora, você irá copiar para outro papel a sua manga, separando parte da frente
da parte das costas.
● A parte da frente está na união dos pontos: D, linha em direção ao pique das
costas, ponto E, ponto C e finaliza no ponto D. Ao copiar, passe a carretilha
na linha do ponto E ela será o fio do molde, e lembre-se de marcar o pique da
frente, outro pique no ponto F e também no ponto E. Observe a figura a seguir.

FIGURA 34 - MOLDE PRONTO PARA CORTE MANGA TULIPA -

PARTE FRENTE SEM MARGEM DE COSTURA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 127).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 75
● Já na parte das costas está a união dos pontos: B, linha em direção ao pique
da frente, ponto E, ponto A e finaliza no ponto B. Ao copiar, passe a carretilha
na linha do ponto E ela será o fio do molde, e lembre-se de marcar o pique das
costas, outro pique no ponto F e também no ponto E. Observe a figura a seguir.

FIGURA 35 - MOLDE PRONTO PARA CORTE MANGA TULIPA -

PARTE COSTAS SEM MARGEM DE COSTURA

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 126).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 76
3. INTERPRETAÇÃO DE MODELO

A interpretação de modelo, requer uma análise minuciosa do modelo a ser execu-


tado por parte do(a) modelista. É necessário observar cada detalhe e recurso construtivo
aplicado ao modelo, ou seja, se há presença de pences, franzidos, recortes, e também
visualizar o molde desmembrado identificando quais moldes básicos serão necessários
para obter determinado modelo.
Como é o caso do vestido básico, composto pelos moldes base da saia e da blusa
sem nenhuma alteração, podendo ser adicionado uma manga por exemplo, que também
será executada a partir do molde base.

FIGURA 36 - MODELO DO VESTIDO BÁSICO

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 39).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 77
A modelagem do vestido básico, pode ser feita a partir das e bases citadas ante-
riormente, acrescente apenas a margem de costura ao copiá-las separadamente para outro
papel, de modo a prepará-las para o corte no tecido. Faremos um modelo mais elaborado
que também envolve a união de outros moldes já trabalhados. Inicie fazendo a transferência
da pence da cintura (molde frente da blusa) para a cava.
● A partir do ápice da pence, com o auxílio da régua, marque o ponto em direção à cava.
● A marcação também poderá ser feita encontrando ⅓ da medida da cava, meça com a
fita métrica em pé, a cava da frente e divida a medida por 3, encontrando assim o ponto
D. Faça a marcação na base.
● Agora, com o ponto D marcado, copie a base para outro papel, a partir do ponto D até
a lateral da pence próximo ao centro frente, conforme ilustrado na figura.

FIGURA 37 - TRANSPOSIÇÃO DA PENCE PARA A CAVA (ETAPA INICIAL)

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 53).

● Com o auxílio de outro lápis ou com a ponta seca do compasso, faça um furo no
ápice da pence da sua base, e volte ela sob o papel que você acabou de copiar
do ponto D até a lateral da pence.
● Faça a rotação da base sobre o papel, segurando pelo ápice, girando-a em sen-
tido horário, até que o lado esquerdo da pence (lado próximo a lateral da blusa)
toque o lado direito (lado próximo ao centro frente de blusa) fechando a pence.
● E então abrindo-a no ponto D, marcado na cava anteriormente.
● Com a régua, faça a união das laterais de D até o ápice da pence.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 78
FIGURA 38 - TRANSPOSIÇÃO DA PENCE (ETAPA FINAL)

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 53).

SAIBA MAIS

Caso queira utilizar a base com transposição de pence para cava em outros modelos,
copie essa transformação para um papel mais rígido e então você terá duas opções de
base, a tradicional com a pence na cintura, e outra com a pence na cava.

Fonte: A autora (2021).

FIGURA 39 - MODELO: VESTIDO COM RECORTES

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 71).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 79
Agora que você está com sua base da blusa preparada daremos início a interpretação
do vestido com recortes. Lembre-se de cortar um papel com a medida do comprimento da
saia do vestido acrescido da medida da base da blusa e um pouco de folga para cima e para
baixo, bem como para os lados. Inicie a construção do modelo com o papel dobrado ao meio.
Posicione a base da blusa com o centro da frente na dobra do papel, com a base
copiada no novo papel, faremos a construção da saia sem a pence utilizando a medida do
quadril. Observe a figura a seguir e execute o passo a passo.

FIGURA 40 - CONSTRUÇÃO INICIAL DO VESTIDO COM RECORTES

(INTERPRETAÇÃO DE MODELO)

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 71).

● Do ponto A ao ponto B, com o auxílio do esquadro marque uma linha de 25 cm,


que corresponde à altura do quadril;
● Construa uma linha perpendicular a ela, de B a C com a medida do quadril + 2 cm
4 (96 + 2 4 = 24,5 cm);
● Faça o prolongamento da linha de A a até o ponto D, com 60 cm;
● Feche o retângulo de D a E, com a mesma medida do ponto B a C (24,5) e quadre
uma linha unindo C a E.
● Para fazer o movimento do evasê na lateral da saia, faça um ponto de E até F
prolongando a linha de barra em 10 cm.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 80
● Com a curva de quadril/alfaiate, desenhe a linha de F a E, e de C até a linha de A,
fazendo a lateral do quadril. Una de F a C com o auxílio da régua.
● Com a curva francesa, harmonize a linha da cintura com uma leve curva iniciando
um pouco abaixo da linha da cintura e finalizando um pouco acima conforme
ilustrado na Figura 40.
● Para desenhar os recortes, com o auxílio da carretilha, copie todas as linhas do
molde para o outro lado do papel. Para tal, com o papel dobrado, coloque um te-
cido embaixo dele e comece a passar a carretilha. Depois de copiar, desenhe com
o lápis sobre a linha da carretilha, reforçando-as com o auxílio das com réguas.
Agora, observe a Figura 41 e as orientações a seguir.

FIGURA 41 - CONSTRUÇÃO DOS RECORTES DO VESTIDO

(INTERPRETAÇÃO DE MODELO)

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 71).

● Para marcar o desenho, com a fita métrica, meça a cava do ombro até o início
da pence e encontre metade da medida, fazendo a marcação de um ponto que
utilizaremos dê referência. Agora, com a curva francesa, inicie a construção da linha
partindo do ápice da pence em direção ao ponto da cava que acaba de marcar.
● Dica: faça metade da linha, até o meio do papel/molde, marque a régua, vire-a,
espelhe-a, e finalize a linha do outro lado do molde.
● Repita o processo do outro lado, iniciando no ápice da pence e finalizando no
ponto de encontro de A com a lateral da blusa. Utilize a linha perpendicular
como referência, e não a linha curva.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 81
● Agora, você irá recortar as linhas curvas sendo: o ponto H (localizado na cava em
direção ao ápice da pence) e o ponto G (localizado na linha da cintura em direção
ao ápice da pence) não separe o molde, sempre finalize o corte no ápice da pence.
● Com o auxílio da fita crepe, você irá fechar as pences. Você pode recortar o
triângulo que a compõe e colar as partes do papel na parte de trás dele. Ou
ainda fechá-las pelo processo de dobra.
● Ao finalizar, acrescente a margem de costura, e seu molde deverá ficar próximo
ao apresentado na figura a seguir.

FIGURA 42 - MOLDE PARA CORTE SEM MARGEM DE COSTURA -

VESTIDO COM RECORTES

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 72).

● Para a parte costas, o processo será o mesmo da parte frente. Utilize a base
costas da blusa, e mantenha a pence na linha da cintura, acrescente a parte da
saia seguindo o processo apresentado para parte frente.

O acabamento desta peça, seguirá com um zíper nas costas na medida do comprimen-
to da blusa, até a cintura. Na parte frente, desenhe o revel no diagrama podendo ser apenas no
decote ou então para melhor acabamento, faça a parte de cima do vestido dupla, ou seja, copie
toda a parte superior do vestido (frente e costas) assim não terá costuras aparentes.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 82
Se optar por fazer apenas a limpeza da peça, ou seja, o revel, ele deverá ser feito
na parte frente, parte costas, e nas cavas. Marque no diagrama, e copie-o para outro papel
adicionando margem de costura.

REFLITA

A limpeza da peça ou o revel geralmente são costurados no interno/avesso das peças


para não ficarem visíveis na parte de fora/direito da roupa. Quando aparecem no lado
direito além da função de acabamento, assume a função decorativa e estética de aca-
bamento da peça.

Fonte: Heinrich (2005).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 83
4. TRANSPOSIÇÃO DE PENCES

Durante o desenvolvimento da modelagem são utilizados diversos recursos para


obtenção de um modelo, bem como para a sua execução (corte e costura) no tecido. A
pence, enquanto um recurso construtivo da modelagem auxilia o (a) modelista no desen-
volvimento criativo da técnica e também na precisão dos ajustes necessários no modelo.
A base da blusa possui duas pences, que quando fechadas formam o bojo que
irá acomodar o busto, proporcionando versatilidade à peça sem que haja sobra de tecido
ao seu redor, na cava, decote ou cintura. Porém, nem sempre o modelo que está sendo
desenvolvida a modelagem necessitará de duas pences na posição que estão na base
da blusa. Para tal, é executada a transferência ou a eliminação da pence, que transforma
duas pences existentes em outras na posição desejada, mas que irão conferir o mesmo
resultado, ou seja, a formação do bojo. Podendo também eliminar somente uma pence,
transferindo sua profundidade para a outra que permanecerá no modelo, e consequente-
mente aumentar a sua profundidade (SENAC, 2008).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 84
FIGURA 43A - PENCE DA BASE, IDENTIFICAÇÃO DA PENCE

Fonte: Figura 43A: Adaptado de: Duarte (2020, p. 49);

FIGURA 43B PENCE DA BASE NA BLUSA VESTIDA

Fonte : Figura 43B: Fulco e Silva (2008, p. 45)

O primeiro modelo de transposição de pence, será a pence para horizontal, o pro-


cesso de rotação será o mesmo utilizado no desenvolvimento do vestido com recortes. Isso
ocorre, pois a base desenvolvida tem apenas uma pence, então o recurso de rotação do
molde acaba facilitando o processo. Diferente de quando se tem duas pences na base, em
que uma é fechada para dar espaço de abertura para a outra pence.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 85
4.1 Execução da pence horizontal

FIGURA 44 - PENCE DA HORIZONTAL, IDENTIFICAÇÃO DA PENCE;

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 49).

● Na base frente da blusa a partir do ápice da pence, com o auxílio do esquadro,


desenhe uma linha em direção a lateral da blusa. Este será o ponto A.
● Agora, com o ponto A marcado, copie a base para outro papel, a partir do ponto
A até a lateral da pence próximo ao centro frente, conforme ilustrado na figura.

FIGURA 45 - TRANSPOSIÇÃO DA PENCE PARA LATERAL (ETAPA INICIAL)

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 50)

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 86
● Com o auxílio de outro lápis ou com a ponta seca do compasso, faça um furo no ápice
da pence da sua base, e volte ela sob o papel que você acabou de copiar do ponto A
até a lateral da pence.
● Faça a rotação da base sobre o papel, segurando pelo ápice da pence, girando-a em
sentido horário, até que o lado esquerdo da pence (lado próximo a lateral da blusa)
toque o lado direito (lado próximo ao centro frente de blusa) fechando a pence.
● E então você estará abrindo a pence no ponto A, marcado na lateral anteriormente.
● Com a régua, faça a união das laterais de A até o ápice da pence.

FIGURA 46 - TRANSPOSIÇÃO DA PENCE (ETAPA FINAL)

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 53)

4.2 Execução da pence inclinada

FIGURA 47 - PENCE INCLINADA, IDENTIFICAÇÃO DA PENCE

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 54).

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 87
● Meça a lateral da blusa, e encontre ⅓ da medida. Da linha da cintura em direção
à cava marque essa medida. A partir do ápice da pence desenhe uma linha
unido o ponto encontrado com o ápice. Este será o ponto E.
● Agora, com o ponto E marcado, copie a base para outro papel, a partir do ponto
E até a lateral da pence próximo ao centro frente, conforme ilustrado na figura.

FIGURA 48 - TRANSPOSIÇÃO DA PENCE PARA LATERAL INCLINADA (ETAPA INICIAL)

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 54).

Com o auxílio de outro lápis ou com a ponta seca do compasso, faça um furo no
ápice da pence da sua base, e volte ela sob o papel que você acabou de copiar do ponto E
até a lateral da pence.
Faça a rotação da base sobre o papel, segurando pelo ápice da pence, girando-a
em sentido horário, até que o lado esquerdo da pence (lado próximo a lateral da blusa)
toque o lado direito (lado próximo ao centro frente de blusa) fechando a pence.
E então você estará abrindo a pence no ponto E, marcado na lateral anteriormente.
Com a régua, faça a união das laterais de E até o ápice da pence.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 88
FIGURA 49 - TRANSPOSIÇÃO DA PENCE (ETAPA FINAL)

Fonte: Adaptado de: Duarte (2020, p. 54).

Estas são somente algumas das transposições que podem ser feitas com a pence.
Vimos a transposição na linha inclinada ou na linha da francesa, vimos também a pence ho-
rizontal, e a pence da base também conhecida por pence vertical. Essas são etapas iniciais
para você que está começando a desenvolver suas habilidades na modelagem, exercite,
e faça outras transposições, a partir delas você terá diferentes resultados na modelagem.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 89
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) aluno(a), é notável que o desenvolvimento da modelagem necessita do


desenvolvimento de diversos moldes para que se obtenha uma peça. O que foi apresen-
tado aqui é apenas o início de inúmeras possibilidades que a técnica de modelagem bidi-
mensional pode oferecer. Com um bom conhecimento da técnica, você poderá dedicar-se
ao desenvolvimento de outros modelos, de modo que desenvolva cada vez mais suas
habilidades relacionadas à modelagem.
Como foi visto, a base de qualquer parte do corpo responsável pela transformação
dos modelos, ou seja, a partir delas é que são executadas as interpretações de modelo,
que resultam nos moldes de trabalho. Podendo ser utilizada para diferentes modelos de
saias, blusas, vestidos, golas e mangas, além disso, torna-se possível a transformação das
blusas por meio da transposição das pences, transformando as blusas a partir de um único
recurso de modelagem.
Cabe ressaltar que caso você venha a executar essa modelagem na confecção de
algum produto é necessário que você realize testes antes, ou seja, deverá cortar a peça
em um tecido de qualidade inferior ao tecido que será utilizado no produto final, e só após
provar e aprovar confeccionar no tecido final.
Diante disso, percebe-se a seriedade e importância da boa execução desta técnica,
pois é por meio dela que se torna possível a produção de quantas vezes forem necessárias
o mesmo molde. Nos vemos na próxima Unidade!

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 90
LEITURA COMPLEMENTAR

A produção do vestuário em escala industrial é composta de várias etapas. Os se-


tores de modelagem, prototipagem e pilotagem são responsáveis por dar forma às criações
dos designers de moda. Para cumprir esse objetivo, o modelista deve levar em conside-
ração o usuário final. Nesse sentido, a tabela de medidas é uma ferramenta que guia o
trabalho do modelista, e seus valores devem representar o público-alvo de cada linha de
produtos. O desenvolvimento e a correção das medidas da tabela e dos diagramas básicos
são importantes para a eficácia desse trabalho uma vez que, anterior ao desenvolvimento
de uma coleção é necessário que a tabela de medidas seja testada por meio de protótipos
de cada base de modelagem. Após o teste em manequim humano, as devidas correções
devem ser feitas na tabela, nos diagramas e nos moldes básicos. Este artigo apresenta as
etapas de desenvolvimento, análise e correção da tabela de medidas, por meio de teste
de prototipagem, independentemente do segmento de vestuário. O método apresentado
é um desdobramento de pesquisa de mestrado e considera aspectos de segmentação de
mercado, tipos físicos e medidas necessárias para a correta formulação e adequação de
uma tabela de medidas. O objetivo é tornar o trabalho mais rápido e assertivo, o que evita
o desperdício de matéria prima e o retrabalho.
Leia o artigo na íntegra em: http://contexmod.net.br/index.php/sexto/article/view/874

Fonte: LONGHI, Tatiana Castro et al. Metodologia para o vestuário no setor de modelagem–tabela

de medidas. 6º CONTEXMOD, v. 1, n. 6, 2018. Disponível em: http://contexmod.net.br/index.php/sexto/article/

view/874. Acesso em: 07 set. 2021.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 91
MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: MIB - Modelagem industrial brasileira: saias
Autor: Sonia Duarte.
Editora: Guarda roupa.
Sinopse: O livro traz a modelagem técnica de mais de 50 modelos
de saia presentes ao longo da história da indumentária feminina.
Abordando desde a confecção do diagrama até o molde pronto
para corte. Trazendo dicas de execução no momento da costura e
acabamentos que podem contribuir para melhor resultado na hora
da costura e montagem da peça.

FILME / VÍDEO
Título: Sex and the City – O FIME (I e II)
Ano: 2007 e 2010.
Sinopse: O filme apresenta figurinos extravagantes das persona-
gens assinados por marcas como: Chanel, Lacrouax, Jimmy Cho,
Givenchy, Gucci, Prada, Louis Vuitton, Viviene Westwood entre
outras marcas importantes do mundo da moda são alguns dos
nomes que assinam o figurino da franquia. Além disso, é possível
visualizar muitas cores e fluidez na modelagem das peças na parte
II do longa. Enquanto na parte I os looks trazem muita referência
de street style com casacos e outras modelagens mais elaboradas,
vistas nas ruas de Nova York.

UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 92
UNIDADE III
Desenvolvimento de
Moldes Masculinos
Professor Me. Natani Aparecida do Bem

Plano de Estudo:
● Modelagem da calça esporte;
● Modelagem da camiseta básica;
● Interpretação de modelo;
● Gradação de moldes.

Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender o desenvolvimento da calça esporte;
● Desenvolver o molde base de uma camiseta;
● Interpretar modelos e graduar moldes para tamanhos maiores ou menores.

93
INTRODUÇÃO

Olá caro (a) Aluno (a)! Seja bem-vindo (a) a Unidade III do nosso material, no
qual iremos estudar sobre a modelagem masculina. Até o momento só foram trabalhados
moldes femininos, mas, essa unidade é dedicada especialmente à modelagem de peças
masculinas. Aqui veremos a execução do molde da camiseta básica, considerada a base
do corpo masculino, o desenvolvimento da manga curta, e uma interpretação de modelo, a
camiseta com manga raglã.
Você perceberá que assim como na modelagem feminina, os moldes masculinos
são desenvolvidos pelo método bidimensional, e apresentam diferença apenas nas medi-
das, pois no corpo masculino as formas são diferentes.
O processo de interpretação de modelo, assim como no feminino, pode acontecer
tanto na camiseta quanto na calça, para tal, você verá o desenvolvimento da base da calça
esporte, que possibilitará o desenvolvimento de outros modelos de roupas a partir dela.
Por vez, a Unidade finaliza abordando um assunto muito importante para o seu
conhecimento de modelagem, a gradação de moldes. Por meio desta técnica você verá que
é possível ampliar e reduzir moldes a partir de uma base, e que assim como qualquer outro
processo de modelagem, requer muita atenção e precisão durante sua execução.

Boa leitura!

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 94


1. MODELAGEM DA CALÇA ESPORTE

O desenvolvimento de peças masculinas, assim como no vestuário feminino é


iniciado a partir da construção de uma base. Além disso, as mesmas técnicas utilizadas
na modelagem feminina se aplicam a modelagem masculina, a diferença está presente
apenas no formato do corpo e principalmente nas medidas utilizadas no desenvolvimento
dos moldes. Perceba que as proporções masculinas são diferentes, devido a isso, a pence
presente nos modelos masculinos acabam aparecendo quase sem profundidade pois são
eliminadas nas costuras, conferindo apenas um modelo diferente a peça.
Neste tópico, você verá como é feito o desenvolvimento da calça esporte mas-
culina, com esse molde, você poderá desenvolver outros modelos de calça e também de
bermudas, realizando apenas a redução do comprimento da perna da peça. Iniciaremos o
traçado a partir das medidas sinalizadas, retiradas da tabela de medidas apresentada na
Unidade I do material.

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 95


QUADRO 1 - MEDIDAS UTILIZADAS PARA A BASE DA CALÇA ESPORTE MASCULINA

Tamanho 40

Cintura 80

Quadril 90

Comprimento da calça 106

Comprimento do joelho 58

Medida do Joelho 50

Medida da Boca 50

Altura do Gancho 23,5

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 68).

A seguir, é apresentado o passo a passo para o traçado da base da calça esporte


masculina. Utilize as medidas apresentadas no Quadro 1 e a Figura 1 para te auxiliar no
desenvolvimento inicial da base. Vamos começar pelo dianteiro, e no mesmo papel faremos
as marcações para o traseiro, posteriormente.

FIGURA 1 - PROCESSO INICIAL DO DIANTEIRO DA CALÇA MASCULINA

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 69).

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 96


● De A a B, marque o comprimento da calça;
● De A a D, marque o ponto para medida do gancho, para isso, faça o seguinte cálculo:

Medida do quadril + 10cm (folga de vestibilidade) + 1 cm

● De A a E, marque a medida do comprimento do joelho


● De A a 1, marque 2,5cm
● De D a G, inicie a construção do gancho frente, para obter a medida, faça o
seguinte cálculo:

Medida do quadril + 10cm (folga de vestibilidade) - 0,5 cm 8

● De 1 a 2, marque a mesma medida dos pontos D e G;


● De G a H, marque 5 cm;
● De H a H, una os pontos com a curva francesa;
● De C a I, para obter a medida, faça o seguinte cálculo:

Medida do quadril + 10cm (folga de vestibilidade) + 0,5 cm 8

● De E a J e de E a K, inicie os pontos do joelho, faça o seguinte cálculo para obter


a medida:

Medida do joelho - 2 cm 4

● De B a L e de B a M, marque a medida da boca da calça, para isso, faça o


seguinte cálculo para obter essa medida:

Medida da boca - 2 cm 4

● De 2 a N, marque 1cm;
● De N a H, una os pontos com uma reta;
● De N a O, marque ¼ da medida da cintura;
● De O a P marque 1,5 cm;
● Una os pontos N e P com uma curva leve;
● Trace uma linha para lateral da calça, unindo os pontos P, I, J e L;
● Una os pontos H e K com a curva de alfaiate;
● Una os pontos K e M com uma reta.

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 97


Agora, no mesmo papel e sobre o molde do dianteiro da calça, daremos início ao
traçado da parte do traseiro. Para que não se confunda, com o molde do dianteiro, sugiro
contornar as linhas do molde com um lápis de cor ou uma caneta, para que haja essa
diferenciação. Observe a figura 2, e siga o passo a passo a seguir.

FIGURA 2 - PROCESSO INICIAL DO TRASEIRO DA CALÇA MASCULINA

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 71).

● Inicie formando a linha de vinco traseiro, traçando uma linha paralela a 1 cm da


linha A a B do dianteiro, observe na figura 28;
● De J a Q, de L a R marque 2 cm;
● De G a 3, faça o seguinte cálculo para obter essa medida:

Medida do quadril + 10cm (folga de vestibilidade) - 2 cm ÷ 8

● De 3 à 4, marque 1 cm;
● De 4 a K una os pontos com o auxílio da curva de alfaiate;
● De 5 a S, faça o cálculo a seguir para obter a medida:

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 98


Medida do quadril + 10cm (folga de vestibilidade) x 0,20 ÷ 2

● De 5 a T, faça o cálculo a seguir para obter a medida:

Medida do quadril + 10cm (folga de vestibilidade) x 0,30 ÷ 2

● De A a 7, marque 1/20 da cintura


● De 7 a 9, faça o cálculo a seguir para obter a medida:

Medida da cintura + 2cm ÷ 4

● De 7 à 8 marque 3,5 cm;


● De 8 a 9, forme a cintura traseira unindo os pontos;
● X é o ponto médio de 8 a 9, para encontrá-lo, trace uma perpendicular a cintura
com a medida de 11cm (profundidade da pence), depois, para cada lado de X
marque 1cm;
● De 8 a S, una os pontos com uma reta;
● De S a 4, una os pontos com a régua curva;
● Trace uma linha para lateral da calça, unindo os pontos 9, T, Q, R;

Após esse processo, seu molde está pronto. Mas aqui, temos o diagrama da calça
dianteiro e traseiro. Para obter o molde base, lembre-se de utilizar um papel em branco,
o tecido, e o diagrama, nessa ordem. Para que com o auxílio da carretilha você copie as
linhas do dianteiro e forme a base dianteira, e posteriormente repita o processo na parte
para obter a parte do traseiro.
Marque as pences, e faça uma marcação para sinalizar a altura do joelho e o gan-
cho. Com o auxílio do esquadro, marque a linha do fio no meio do molde. O resultado final,
deverá estar igual ao molde apresentado na figura a seguir.

FIGURA 3 - BASE DA CALÇA ESPORTE MASCULINA (DIANTEIRO E TRASEIRO)

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 72).

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 99


1.1 Complementos da Calça Esporte
Agora, com a calça pronta, daremos início ao desenvolvimento de alguns comple-
mentos que fazem parte do modelo. Neste, em especial, teremos o bolso traseiro, que é o
bolso embutido, a braguilha local onde é costurado o zíper, assim como o pertingal que vai
costurado junto com a braguilha, além do cós e passantes.

1.1.1 Bolso traseiro (posicionamento)


No molde traseiro da calça, trace uma linha paralela a linha da cintura passando
pelo ápice da pence, conforme ilustrado na Figura 4.

FIGURA 4 - POSICIONAMENTO DO BOLSO

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 38).

A partir da lateral da calça, marque o ponto A com a medida de 4cm, essa medida
pode variar de 3 a 4 cm.
Na mesma linha, marque o ponto B para sinalizar a abertura do bolso com 14 cm,
essa medida pode variar de 14 a 16cm.
Observe a Figura 5 a seguir, e desenvolva as marcações para o fundo e forro do
bolso embutido.

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 100


FIGURA 5 - FUNDO E FORRO DO BOLSO TRASEIRO

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 38).

Utilizando a mesma marcação feita anteriormente, você seguirá desenvolvendo os


demais pontos, conforme o passo a passo a seguir e orientações da Figura 5.
● Do ponto A ao ponto C, e do ponto B ao ponto D marque 2 cm;
● De C a E e de D a F, marque 16cm (em uma linha perpendicular à linha de C a
D) e faça o prolongamento das linhas formando os pontos G e H.
● Una os pontos F a E;
● De H a I e de G a J, marque 1cm para compensar a pence.
Com o forro pronto, copie os pontos I, D, F, E, C e J, não é necessário marcar a
pence, pois já foi realizada a compensação anteriormente. Atente-se para deixar a dobra
do papel posicionada no ponto F e E, desta forma, ao tirar o bolso ele ficará duplo, assim
já cria-se o fundo dele.

1.1.2 Braguilha

FIGURA 6 - DIAGRAMA DA BRAGUILHA

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 39).

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 101


A braguilha nada mais é do que um retângulo construído com a medida do zíper, e
a largura desejada. Ela é costurada ao centro frente da calça para dar acabamento ao zíper.
Em um papel, construa um retângulo com 4cm de largura (ponto A a B, C a D). E no
comprimento marque a medida do zíper que será utilizado, geralmente 15cm adicionando
2 cm (ponto A a C e B a D), totalizando 17cm. Após finalizar o retângulo do diagrama, copie
para outro papel e adicione 1 cm de margem de costura em todo o retângulo. Observe o
molde para corte na Figura 7 a seguir.

FIGURA 7 - MOLDE PARA CORTE DA BRAGUILHA

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 39).

1.1.3 Pertingal

FIGURA 8 - DIAGRAMA DO PERTINGAL

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 39).

O pertingal nada mais é do que um retângulo construído com a medida do zíper, e a largura
desejada. Ele também é costurado ao centro frente da calça para dar acabamento ao zíper.
Em um papel, construa um retângulo com 8cm de largura (ponto A a B, C a D). E no
comprimento marque a medida do zíper que será utilizado, geralmente 15cm adicionando 2
cm (ponto A a C e B a D), totalizando 17 cm. Após finalizar o retângulo do diagrama, copie
para outro papel e adicione 1 cm de margem de costura em todo o retângulo. Observe o
molde para corte na Figura 8 a seguir.

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 102


FIGURA 9 - MOLDE PARA CORTE DO PERTINGAL

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 39).

1.1.4 Cós

FIGURA 10 - DIAGRAMA DO CÓS

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 40).

O cós da calça é o acabamento utilizado na cintura da calça, onde são aplicados os


botões que auxiliam no sistema de vestibilidade da peça. O cós pode ser desenvolvido com
o mesmo tecido da calça, de modo que este tecido apareça no avesso e no direito da peça.
Já para as calças de alfaiataria, utiliza-se um tecido de forro, para conferir um acabamento
mais nobre à peça, além de ser acrescentada a entretela.
Por se tratar de um modelo mais básico, a calça esporte tem o seu cós construído apenas
com o tecido principal, podendo ter um cós com costuras nas laterais ou no centro da calça.
Construa um retângulo com as medidas de A a B e de C a D com metade ½ da
medida da cintura mais 6 cm (medida variável). As medidas já incluem margem de costura.

FIGURA 11 - MOLDE PARA CORTE DO CÓS

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 40).

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 103


1.1.5 Passantes

FIGURA 12 - DIAGRAMA DO PASSANTE

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 41)

A construção clássica de um passante é determinada pela largura do cós pronto,


acrescido de 4 cm, essa medida já inclui margem de costura, e a largura pode ser variável.
Para um cós de 4 cm a medida é duplicada, totalizando 8 cm, pois esse acréscimo vai
auxiliar no momento da costura.
Marque em A a B, e de C a D o comprimento do passante, e multiplique-se pelo
número de passantes necessários para a calça, geralmente utiliza-se 5 ou 6. De A a C e de
B a D marque 4 cm (medida que pode variar conforme a largura do cós).

FIGURA 13 - MOLDE PARA CORTE DO PASSANTE

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 41).

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 104


2. MODELAGEM DA CAMISETA BÁSICA

2.1 Base do Corpo (camiseta)

A base do corpo masculino, apresenta algumas variações conforme o segmento no

qual será trabalhado, em específico para a alfaiataria, onde são construídas bases especí-

ficas para o blazer a para a camisa, por exemplo.

Já para malharia, tecido plano, e desenvolvimento de modelos existentes utiliza-se

uma base simples, que chamaremos aqui de base da camiseta. Ela permitirá o desenvolvi-

mento de moletons, camisetas, regatas e gola polo.

Assim como na calça, a construção da parte frente e da parte das costas, serão

no mesmo diagrama. Observe a Figura 14 e o Quadro 2 a seguir, ambos irão te auxiliar no

desenvolvimento da base da camiseta.

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 105


FIGURA 14 - DIAGRAMA DA CAMISETA MASCULINA (FRENTE E COSTAS)

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 36).

QUADRO 2 - BASE DA CAMISETA (FRENTE E COSTAS)

TAMANHO M
Tórax 106
Comprimento da Camiseta 71
Costas 42,5
Manga curta 24
Manga longa 63
Punho 23,6

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 36).

● Inicie o traçado da camiseta, formando o retângulo (A/B; C/D) com a medida de


¼ do tórax;
● De A à C e de B a D, marque o comprimento da camiseta;
● Na linha do ponto B, marque a medida do ombro, ponto E, corresponde
a ½ das costas;
● Com o esquadro, trace uma linha paralela de A a C, a partir do ponto E;
● De B a F, marque 1/6 das costas + 0,5cm;
● De B a G, marque 1cm;
● De F a G, trace uma curva suave formando o decote das costas;
● De B a H, utilize a mesma medida de B a F + 0,5 cm;
● Una os pontos F a H formando o decote da frente;

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 106


● De E a I marque metade da medida de B a F;
● Una os pontos F a I com uma reta;
● A a J, marque ½ das costas + 5cm;
● Una os pontos I a J formando a cava das costas;
● O ponto K, corresponde a metade de I a J;
● De K a L, marque 1,5 cm a partir da linha da cava costas;
● Una os pontos I,L, J para formar a cava da frente;
● Una os pontos I, K, J para formar a cava das costas.

Após essas etapas seu diagrama estará pronto, copie para outro papel, separando
a parte da frente da parte das costas, para que ao final você tenha em mãos as bases
separadas. Os pontos que compõem a base da frente são: H, F, I, L, J , C, D e H; os pontos
da base das costas são: G, F, I, K, J, C, D e G. O resultado final deverá ficar igual ao da
Figura 15. Lembre-se de esquadrar o fio e colocar as informações no molde.

FIGURA 15 - BASE DA CAMISETA MASCULINA - PRONTA (FRENTE E COSTAS)

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 36).

2.1 Base da Manga


Assim como na base do corpo, utilizaremos as medidas do Quadro 2 para o de-
senvolvimento da manga. Outro ponto importante antes de iniciarmos o traçado da manga,
é tomar as medidas da cava da frente e da cava das costas da camiseta. Lembre-se que
a fita métrica deve ficar posicionada em pé, contornando a cava do molde, desta forma a
medida terá exatidão e a precisão do molde não ficará comprometida. Observe a Figura 16
e o Quadro 2, ambos irão te auxiliar no desenvolvimento da base da manga.

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 107


FIGURA 16 - DIAGRAMA DA MANGA (MASCULINA)

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 37).

● Inicie o seu molde formando o retângulo A/B e C/D, com a medida de ½ das costas;
● Depois, de A a C, de B a D, marque o comprimento da manga (faremos a manga curta);
● De A a E, maque 1/10 do tórax;
● Una os pontos de B e E com uma reta e divida a medida desses pontos em 3
partes iguais;
● De F a 1, marque 1 cm;
● De G à 2, marque 1,5 cm;
● Una os pontos B/2 e 1/E com uma linha curva (utilize a régua curva francesa, e
faça o traçado conforme ilustrado na Figura 32);
● De C a I, marque 3 cm;
● Una os pontos E a I com uma reta.

Após essas etapas seu diagrama estará pronto, ao copiar para outro papel para
obter a base, sugiro que dobre o papel ao meio e posicione os pontos B e D sobre a dobra,
desta forma, você estará fazendo o espelhamento do molde que está no diagrama e ao
final, terá o molde aberto, conforme apresentado na Figura 17. Lembre-se de esquadrar o
fio e colocar as informações no molde.

FIGURA 17 - BASE DA MANGA MASCULINA

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 37).

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 108


3. INTERPRETAÇÃO DE MODELO

Com a base da camiseta pronta, temos além da base um modelo de camiseta,


mas no vestuário masculino, embora a camiseta seja uma peça muito utilizada, não existe
somente um modelo básico, existem variações de mangas e golas, que são conhecidas por
interpretação de modelo. A partir delas, torna-se possível trabalhar diferentes modelos de
peças do vestuário masculino, como também na camiseta.
Neste tópico, faremos a interpretação do modelo de camiseta com manga raglã.
Para iniciarmos o desenvolvimento, copie o diagrama da camiseta (frente e costas) em
outro papel, a partir deste diagrama, faremos a construção da gola.
É extremamente importante que as costas e a frente da camiseta se sobreponham
no diagrama da manga, assim como foram construídas na base, pois possuem pontos
em comum para frente e para as costas. Observe a figura 18 e veja como deverá ficar
inicialmente o diagrama que será utilizado na construção da manga.

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 109


FIGURA 18 - DIAGRAMA DA CAMISETA PARA CONSTRUÇÃO DA MANGA RAGLÃ

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 45).

Agora, você dará início a marcação dos pontos que irão te guiar no desenho da
manga. Inicie no decote da peça, na parte costas, marcando o ponto F a 1 com 3 cm.
Depois marque o ponto de F a 2 na parte frente, com a mesma medida.

FIGURA 19- DIAGRAMA DA MANGA RAGLÃ

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 45).

Agora, trace uma reta a partir do ponto 2 até a cava da frente da camiseta, este
será o ponto R. O ponto de encontro do ombro será o ponto K, a partir dele você irá marcar
o comprimento da manga, que partirá do ponto F, passando por K até chegar ao 4, ou seja,
um prolongamento dessa linha com a medida de comprimento da manga.
● De J a 5 marque 2 cm.
● De 5 a “a” marque 1 cm e retrace a lateral da camiseta

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 110


FIGURA 20 - DIAGRAMA DA MANGA RAGLÃ

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 46).

● Do ponto J ao L marque uma medida de 6 cm sobre a linha da cava frente


● Dos pontos 2 L e “a”, una os pontos com a curva, formando a cava da frente,
conforme a figura 21.

FIGURA 21 - CONSTRUÇÃO DA CURVA DA MANGA RAGLÃ

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 46).

● De L a “a” e de L a “b” você fará a curva da cava que fica abaixo do braço, para
tal, você deverá respeitar a seguinte condição. A curva de L deve ser espelhada,
formando a curva L b.

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 111


● Do ponto 4 ao 6 marque a medida de boca da manga, depois, una o ponto 6 ao
b com uma curva.
● Os pontos F, 2, L, b, 6, 4, e F, formam parte da manga da frente da camiseta.

Observe a Figura 22 a seguir, e construa a cava das costas da manga raglã.

FIGURA 22 - CONSTRUÇÃO DA CAVA DAS COSTAS DA MANGA RAGLÃ

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 46).

O ponto C sinalizado na cava costas é o encontro da linha 1 com a antiga cava costas.
● Os pontos 1, c, a, serão os pontos que comporão a cava costas, semelhante a
cava da frente. Una-os com uma curva.
● Una os pontos C e B com uma curva.
● Os pontos F, 1, c, b, 6, 4, F, formam a parte da manga nas costas da peça.

Agora, com o diagrama pronto, você irá retirá-lo para corte. Para tal, trace primeira-
mente com o papel dobrado (no sentido do ponto F a 4) copie todos os pontos em comum,
e a cava frente, depois abra o papel, e carretilhe apenas as costas, respeitando a marcação
que é diferente. Ao final, seu molde deverá ter 1 cm de margem nas laterais, e 2 cm de barra.
Tire do diagrama, os moldes da frente e das costas da camiseta respeitando as
linhas de cava, ao final, seu bloco de moldes deverá ficar semelhante aos moldes presentes
na figura 23.

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 112


FIGURA 23 - MOLDE PARA CORTE DA CAMISETA E MANGA RAGLÃ

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 47).

REFLITA

A modelagem é essencial para qualquer área de atuação da moda, principalmente quan-


do se é um estilista. Porque por meio da modelagem será possível trabalhar melhor o
desenvolvimento de novos produtos, além de facilitar a sua comunicação com o(a) pro-
fissional responsável por esse setor na empresa, a fim de explicar o que exatamente
quer com determinado desenho.

Fonte: JORNAL grande Bahia. Alexandre Herchcovitch faz comparativo entre Estilismo e Modelagem.

2014. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Ac1HNKTS_k0. Acesso em: 18 out. 2021.

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 113


4. GRADAÇÃO DE MOLDES

A gradação de moldes é o termo utilizado na modelagem para definir a ampliação


e redução dos modelos, de modo a criar outros tamanhos de peças a partir de uma base,
geralmente confeccionada em um tamanho médio.
Para executar este processo, são realizados cálculos com base na tabela de medi-
das, considerando as medidas maiores e menores a partir do tamanho determinado como
base, que geralmente é o tamanho M, 38 ou 40.
A graduação regular é a metodologia mais utilizada pela indústria de confecção, de-
vido ser uma técnica mais simples e fácil de ser aplicada. Além disso, os valores utilizados
para a ampliação e redução são iguais em todos os tamanhos. Porém, os tamanhos mais
distantes do tamanho base podem sofrem distorções e podem acabar não vestindo bem,
comparado a base. Portanto, é mais indicado para empresas que não trabalham com uma
grade de tamanhos muito ampla, como por exemplo P, M e G.
Para realizar a graduação de moldes é indispensável que os moldes tenham si-
dos provados e aprovados, e acrescentado margem de costura, para que o erro não seja
replicado. Após realizar a gradação do modelo, é indispensável que as medidas sejam
conferidas e os moldes posicionados em forma de cascata, de modo que a visualização
da ampliação e da redução auxilie na identificação das distorções. Além disso, curvas e
inclinações devem ser proporcionais em todos os tamanhos.

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 114


E ao graduar os moldes, utiliza-se uma tabela de variação de medidas regular para
cada tipo de modelo que será graduado, saia, calça, blusa, etc. Na tabela 1, é possível
visualizar que existe uma variação de medidas que acontece regularmente de um tamanho
para outro, onde a cintura varia a cada 8 cm, acontecendo o mesmo com as medidas do
quadril. E a altura do quadril, varia a cada 1 cm e a altura da saia a cada 2 cm.

TABELA 1 - TABELA DE MEDIDAS PARA GRADAÇÃO REGULAR

P M G
Cintura 74 82 90
Quadril 94 102 110
Altura do Quadril 18 19 20
Altura da Saia 60 62 64

Fonte: JENCK et al. (2019, p. 83).

4.1 Sistema de Eixos Cartesianos


Para auxiliar na execução da gradação dos moldes, utiliza-se o sistema de eixos
cartesianos, que determinam a posição de um ponto por meio de números. Por meio de
dois eixos perpendiculares entre si, tendo o ponto de intersecção denominado origem.
Por convenção, o eixo na horizontal é denominado eixo das abcissas (x) e o eixo na
vertical é denominado eixo das ordenadas (y).
Quanto aos sinais:
+ indica o deslocamento para a direita ou para cima
- Indica o deslocamento para baixo ou para a esquerda

FIGURA 24 - SISTEMA DE EIXOS CARTESIANOS

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 84).

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 115


As coordenadas são indicadas da seguinte forma: (x, y)
A escala utilizada para o desenvolvimento da gradação é em centímetros. Assim, o
sistema de eixos cartesianos ortogonais são aplicados sobre os pontos de graduação do molde.

FIGURA 25 - EXEMPLO DE COORDENADAS (X E Y)

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 84).

4.2 Gradação da calça


Para exercitar e compreender melhor o processo de gradação, faremos a gradação
da calça masculina. Observe os pontos das coordenadas sinalizados na figura a seguir.

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 116


FIGURA 26 - COORDENADAS PARA A GRADAÇÃO DA CALÇA

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 87).

Após copiar a calça dianteiro e traseiro, separadamente para outro papel sem margem

de costura, execute o passo a passo a seguir. As medidas de diferença se referem à diferença

das medidas em cm, de um tamanho e outro no qual deseja realizar a gradação, podendo ser

para ampliar ou reduzir. No desenvolvimento desta gradação faremos a ampliação para os

tamanhos 42 e 44, considerando que partiremos de uma base no tamanho 40.

● No ponto A, marque a diferença da altura do gancho - 1cm

● No ponto B, marque ⅛ da diferença da cintura - cm

● No ponto C, marque ⅛ da diferença do quadril - cm

● No ponto D, marque a diferença do comprimento da calça, menos a medida do

item A - 2 - 1 = 1 cm

● No ponto E, marque ¼ da diferença do quadril - cm

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 117


FIGURA 27 - DIANTEIRO E TRASEIRO DA CALÇA GRADUADOS

Fonte: (JENCK et al., 2019, p. 86).

SAIBA MAIS

Quando realizada as gradações de um modelo, ao utilizar uma caneta de cor diferen-


te para cada tamanho, facilitará o processo de leitura do molde, para que a partir das
novas linhas construídas seja possível copiar o molde para outro papel e acrescentar
margem de costura.

Fonte: A autora (2021).

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 118


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) aluno(a), encerramos a Unidade III do material didático, vimos nesta unida-
de os métodos utilizados para o desenvolvimento de moldes masculinos em tecidos planos,
e pode-se perceber que assim como na modelagem feminina, os moldes masculinos reque-
rem atenção do modelista e precisão nos resultados.
Embora você não tenha interesse em trabalhar com moldes masculinos, é impor-
tante que você tenha conhecimento acerca deste segmento, pois a indústria de confecção
vive em constante mudança, e todo o conhecimento adquirido na modelagem contribui de
forma significativa para o trabalho de um estilista.
Como vimos, o molde base da camiseta e também da calça irá auxiliar no desen-
volvimento, ou seja, na interpretação de outros modelos, sendo assim é necessário que
as bases sejam testadas e aprovadas para que não comprometa a qualidade das etapas
posteriores a ela.
Por fim, vimos que a gradação, que é o processo de ampliação e redução dos moldes,
pode ser uma ferramenta facilitadora no processo de execução da modelagem, principalmen-
te quando são trabalhadas a ampliação e a redução em grades de moldes específicos.
Assim, acredito que este conhecimento possibilitará com que você se familiarize
com as técnicas que podem conter o processo de modelagem, visando garantir o sucesso
do seu trabalho, e também de uma coleção de moda. Até a próxima unidade!

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 119


LEITURA COMPLEMENTAR

A Modelagem para a construção da identidade masculina


The modeling for the construction of male identity

BUSO, Vanessa Zanardo; LOPES, Talita Cristina

A estrutura física do corpo masculino se modificou com o passar dos anos. Atual-
mente, os homens frequentam academias, praticam esportes e vivem na era da “busca
pela juventude infinita”. “De um modo geral os ombros estão mais largos, o abdome mais
definido, os quadris mais estreitos, os braços e as pernas mais torneados.” (SENAC. DN,
FULCO E SILVA, 2003, p. 03)
A maneira de se vestir desse “novo homem” também se alterou. Surge a “necessi-
dade” de divulgar esse novo corpo, essa nova silhueta, porém de uma maneira que nunca
deixe de agregar conforto no vestir-se, conforme afirmam Fulco e Silva (2003).
Ainda sobre, Fulco e Silva (2003) ressaltam que o mercado da moda masculina
oferta uma grande quantidade de modelos para atender diferentes tipos de público, porém,
a base da modelagem continua a ser a mesma de muito tempo atrás, pois o traje masculino
sofre limitações quanto a mudanças bruscas nas modelagens. Isso acontece devido à
cultura mais discreta e menos favorável a mudanças que a maioria dos homens construiu
ao longo do tempo. Assim, fazem necessárias pesquisas nacionais e internacionais para
adaptar essas modelagens tradicionais à nova e modificada silhueta dos homens modernos.
De acordo com observações do trabalho de Nery (2007), afirma-se que no vestuário
masculino as modelagens sempre foram mais simplificadas em comparação ao vestuário
feminino. Em uma linha de tempo, as capas e túnicas assírias e persas; as tangas (shenti)
dos egípcios; os quítons longos ou curtos e as clâmides dos gregos; e as túnicas e togas dos
romanos eram de modelagens extremamente simplificadas, com formas geométricas simples
como os retângulos e os semicírculos; e eles as usavam para cobrir seus corpos sem exagero
de tecidos e sobreposições devido muitas vezes também ao clima quente que enfrentavam.
Na idade Média começam a aparecer roupas com modelagens mais rebuscadas
como túnicas e sobre túnicas com mangas e capuz. No Renascimento, nota-se o aperfei-
çoamento de modelagens para construção do gibão, das capas, das mangas de capa e
gibão e já no princípio do século XVI na Alemanha é efetuados moldes para camisas, saia
do gibão, calças, manga e forro de manga.

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 120


Nessa mesma época na Espanha e na Inglaterra, por exemplo, o gibão sofre trans-
formações em sua estrutura, agregando recortes diferenciados em sua modelagem. Nota-
-se que a partir dos séculos XVI e XVII ocorre o “rebuscamento” da indumentária masculina
nas suas modelagens e sobreposições. A partir do gibão, vão surgir modelagens para os
coletes e fraques, típicos e muito usados no século XVIII, e para o século XIX temos as
casacas e as calças já muito bem resolvidas estruturalmente, uma vez que para se chegar
a uma modelagem funcional para estas foi preciso vivenciar alguns séculos.
O século XIX foi marcado pela diferenciação estrutural de trajes já efetivamente
usados pelos homens como a casaca e o colete e entra em cena o paletó. Dessa maneira,
esse século termina com uma silhueta masculina definida e uma uniformidade tediosa.
A partir daí a silhueta masculina torna-se mais simples e uniforme. O homem adere às
calças de modelagem larga, as knickerboxer e seus paletós estão menos estruturados e bem
clássicos. Nos anos 1950, os homens vão à procura das calças e blusões de modelagens
esportivas e dos jeans, enquanto os ternos passam a ter uma modelagem mais ajustada.
A partir dos anos 80 o que começa a sofrer maior modificação é a modelagem
corporal do homem. Este homem começa a frequentar academias e sua estrutura corporal,
o seu “shape” se modifica. Sua preocupação agora é não envelhecer.
Esse “shape” estrutural diferenciado do homem contemporâneo é o que faz neces-
sárias alterações nas modelagens das peças que de tempos em tempos ainda são utilizadas
pela maioria dos homens, como o terno, a camisa e os blazers. E, além disso, o homem
moderno procura ainda muito mais conforto nas suas peças de roupas do que antigamente.
Para se trabalhar a modelagem é necessário:
estabelecer um padrão e é por esse motivo que encontramos diferentes medi-
das de país para país ou até para diferentes regiões de um mesmo país. Além
disso, pode haver variações nas tabelas para diferentes faixas etárias. O corpo
de um adolescente e o de um senhor de meia idade, por exemplo, apresentam
consideráveis diferenças. (SENAC. DN, FULCO E SILVA, 2003, p. 03).

A modelagem para o desenvolvimento de trajes masculinos é hoje derivada daquilo que


já foi utilizado em outras épocas, só que menos rebuscada e mais alternativa e não regrada. As
modelagens masculinas variam muito mais em formas e tamanhos do que em modelos.
É curioso salientar que os primeiros sinais do surgimento da técnica de modelagem
foram para atender ao vestuário masculino e datam do século XVIII, onde surgiu a neces-
sidade de fabricação de uniformes militares e conseqüentemente o estabelecimento de
medidas para atender diferentes exércitos de regulamentação rígida, de acordo com Mello
(apud ROSA, 2008).

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 121


Para finalizar, respeitando a mudança corporal que o homem contemporâneo vem
adquirindo pelo culto ao corpo, os modelistas, em ação conjunta aos designers ou estilistas
desenvolvem peças cuja modelagem valoriza essa tendência. Nota-se que o vestuário
masculino contemporâneo absorve cada vez mais o estilo “slim”, que significa peças com
modelagens mais ajustadas. Porém, conforme o apresentado, quaisquer modelagens
direcionada a atender um público masculino deve respeitar o físico e sempre privar pelo
conforto, pois o homem contemporâneo aprendeu a valorizar este critério como caracterís-
tica fundamental para a aquisição de produtos de vestuário.

Leia o artigo na íntegra:


http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio%20de%20Moda%20-%20
2010/71908_A_modelagem_para_a_construcao_da_identidade_masculina.pdf

Fonte: BUSO, Vanessa Zanardo; LOPES, Talita Cristina. A Modelagem para a construção da iden-

tidade masculina. In: 4º COLÓQUIO DE MODA. Anais ... 2008. Disponível em: http://www.coloquiomoda.

com.br/anais/Coloquio%20de%20Moda%20-%202010/71908_A_modelagem_para_a_construcao_da_iden-

tidade_masculina.pdf. Acesso em: 24 out. 2021.

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 122


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Modelagem plana masculina: Métodos de modelagem
Autor: Lúcia de Almeida Silva e Paulo de Tarso Fulco.
Editora: Senac São Paulo.
Sinopse: O livro apresenta uma metodologia de execução de
moldes do segmento masculino, abordando outros tipos de peças,
como a camisa social e a calça com elástico. Desta forma, ao
acessar o material você terá a possibilidade de trabalhar com o de-
senvolvimento de outros moldes de peças do vestuário, ampliando
assim o seu conhecimento acerca da modelagem.

FILME / VÍDEO
Título: Os embalos de sábado à noite
Ano: 1977
Sinopse: No filme, o personagem Tony Manero, interpretado por
John Travolta, marcou os tempos de discoteca não somente pelos
passos, mas pelo figurino inesquecível. No filme é possível obser-
var como era a moda masculina naquela época, os trajes sociais,
as golas, as calças de cintura alta, além de serem cheias de brilho
e com camisas estampadas. Uma peça que estava muito presente
no vestuário masculino era o macacão, que acabou desaparecen-
do com o passar dos anos.

UNIDADE III Desenvolvimento de Moldes Masculinos 123


UNIDADE IV
Desenvolvimentos de
Moldes Infantis
Professora Me. Natani Aparecida do Bem

Plano de Estudo:
● Base da blusa;
● Base da calça;
● Vestido;
● Jardineira.

Objetivos da Aprendizagem:
● Desenvolver a base da blusa;
● Compreender o processo de construção da base da calça;
● Interpretar modelos a partir do molde base.

124
INTRODUÇÃO

Olá, caro (a) aluno (a), chegamos à última unidade do nosso material didático e
a partir de agora iniciaremos o desenvolvimento de moldes para o público infantil. Você
verá que os processos são semelhantes aos produtos de adulto, modificando apenas as
proporções para uma escala menor.
Agora que já possui conhecimento acerca da modelagem adulta poderá se aventurar
no desenvolvimento de peças para o público infantil, basta aplicar as mesmas técnicas cons-
trutivas respeitando as individualidades do público e também dos modelos a serem produzidos.
Nesta unidade estudaremos o desenvolvimento de modelos a partir do molde base,
assim como ocorre a interpretação de modelos na modelagem adulta, os processos se
repetem para o público infantil. Construiremos a base, e faremos o desenvolvimento de
duas peças muito utilizadas no vestuário infantil, o vestido e a jardineira.
Aqui, analisaremos uma modelagem simples e objetiva, que resulta em produtos de
qualidade e que possam ser produzidos de forma eficiente e com o mínimo de desperdício.

Boa leitura!

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 125


1. BASE DA BLUSA

1.1 Base das Costas


Para o desenvolvimento de bases infantis utiliza-se os mesmos processos de bases
de adultos, a diferença ocorre apenas para tamanhos maiores, ou seja, a partir do tamanho
12 até o 16 incluem-se ajustes como a pence pois iniciam-se as transformações no corpo o
que requer o ajuste que pode ser obtido através da pence.
Todo o processo de modelagem infantil é igual ao adulto, independente do modelo,
sendo estes, golas, decotes, mangas, saias etc. o que sempre deve ser considerado na
modelagem é a proporção das medidas. Daremos início ao desenvolvimento do molde utili-
zado para a blusa, considere o passo a passo a seguir. Veja que o processo é semelhante
a base desenvolvida na Unidade I.
O traçado da base das costas, para isso, separe um pouco de papel, pegue sua
fita métrica, as réguas e o lápis. Utilize o Quadro 1, como apoio para o desenvolvimento do
molde, caso desejar desenvolver a base em outro tamanho, siga as medidas apresentadas
na unidade I correspondentes ao tamanho desejado.

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 126


QUADRO 1 - MEDIDAS PARA CONSTRUÇÃO DA BASE DA BLUSA (COSTAS)

Medidas (tamanho 2) Costas


AB = Altura das costas 24
AC = Largura dos ombros 10,8
BD = Centro Costas 22
DE = Pescoço 5
BF = Transversal 25
DG 5
GH = Cava a cava costas 10,5
BI = Lateral 11
IJ = Largura das costas 12
JK = BI 11
BQ = Cintura 12
Fonte: Adaptado de: DUARTE (2019, p. 144).

A base da blusa se inicia com um ângulo de 90º, construído com a medida da altura
das costas, e a distância do ombro. Observe a Figura 1, e execute o passo a passo a seguir.

FIGURA 1 - LINHAS INICIAIS DA BLUSA (COSTAS)

Fonte: (DUARTE, 2020, p. 31)

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 127


● De A a B, trace uma linha com a medida da altura das costas;
● De A a C, trace uma linha perpendicular a AB, com medida de distância entre os
ombros costas;
● De B a D, marque a medida do centro das costas;
● De A a E, marque a medida do pescoço costas;
● De D a E, una os pontos com a curva francesa, criando a linha do decote,
conforme a imagem;
● De C a X, trace uma linha perpendicular ao ponto C, essa linha não tem uma
medida exata, será apenas um apoio para a linha transversal BF;
● De B a F, posicione a régua no ponto B até encostar na linha de C a X, o ponto
F é o encontro da medida transversal das costas com a linha.
● Com a régua, ligue os pontos E e F.

Agora, daremos início às marcações das linhas que nos guiará para o traçado da
cava e da linha do busto. Tenha atenção em cada ponto, e lembre-se de utilizar o esquadro
nos locais indicados na imagem. Observe a Figura 1, e execute o passo a passo a seguir.
● De D à G, marque 5 cm.
● De G a H, com o esquadro, trace uma linha com a medida de cava a cava das costas;
● De B a I, marque um ponto com a medida da lateral;
● De I a J, com o esquadro, trace uma linha com a largura costas;
● Com a régua de cava, ou a curva francesa, una os pontos F, H e J, formando a
cava costas conforme a figura;
● De J a K, a mesma medida de B a I.
● B a Q, marque a medida da cintura.

Ao final do traçado, com o auxílio da carretilha, copie a base para um papel em


branco, marque apenas as linhas de contorno do molde, linhas dentro dele, estas são
fundamentais durante o desenvolvimento de uma interpretação de modelo. Para dar resis-
tência e firmeza ao molde, quando for copiar a base, utilize um papel mais rígido, podendo
ser o kraft em uma gramatura superior, ou então utilize um papel cartão, para facilitar o
traçado de outros modelos.

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 128


1.2 Base da Frente
O traçado da base da frente da blusa assemelha-se ao traçado das costas, havendo
a diferenciação apenas das medidas, e acrescentando informações referente ao traçado do
busto. Utilize o Quadro 2, como apoio para o desenvolvimento do molde.

QUADRO 2 - MEDIDAS PARA CONSTRUÇÃO DA BASE DA BLUSA (FRENTE)

Medidas (tamanho 2) Frente


AB = Altura da frente 22
AC = Largura dos ombros 10
BD = Centro Frente 18
BF = Transversal 23
FE = Ombro 6,5
DI 7
IJ = Largura da frente 7,6
EP = Oposição 12
KP = Separação 4,5
BL = Cintura 12
DG 4
GH = Cava a cava frente 9,5
Fonte: Adaptado de: DUARTE (2019, p. 146).

A base da blusa se inicia com um ângulo de 90º, construído com a medida da altura
da frente, e a distância do ombro. Observe a Figura 2, e execute o passo a passo a seguir
utilizando as medidas do Quadro 2.

FIGURA 2 - TRAÇADO INICIAL DA BASE DA BLUSA (FRENTE)

Fonte: (DUARTE, 2020, p. 31).

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 129


● De A a B, trace uma linha com a medida da altura da frente;
● De A a C, com o esquadro, trace uma linha perpendicular a AB, com a distância
dos ombros frente;
● De B a D, marque um ponto com a medida do centro frente;
● De A a E, marque um ponto com a medida do pescoço frente;
● Una os pontos D a E com a curva francesa;
● De C a F, com o esquadro, trace uma linha perpendicular de A a C com 10 cm,
para apoio da linha transversal;
● De B a F, posicione a régua no ponto B, em direção a linha CF e marque o ponto
F com a medida da transversal;
● Com a régua, ligue os pontos E e F.

Agora, daremos sequência nas marcações internas do molde, que servirão para o
ponto de referência da pence e da linha de cava. Leia atentamente, e execute conforme o
passo a passo a seguir.
● De D a G, marque 4cm.
● De G a H, com o esquadro, marque a medida de cava a cava da frente;
● De D a I, marque 7cm;
● De I a J, com o esquadro, marque a medida da largura da frente;
● Com a régua de cava, ou a curva francesa, trace a cava unindo os pontos F, H e
J, observe na figura 3 (a) que a cava da frente é mais curva na direção de H e J;
● De E a P marque a oposicao do busto;
● De K a P, com o auxílio do esquadro, marque um ponto com a medida de sepa-
ração do busto;

Assim como no molde costas, ao final do traçado, com o auxílio da carretilha, copie
a base para um papel em branco, marque apenas as linhas de contorno do molde, a pence
e as linhas do busto, estas são fundamentais durante o desenvolvimento de uma interpre-
tação de modelo. Para dar resistência e firmeza ao molde, quando for copiar a base, utilize
um papel mais rígido, podendo ser o kraft em uma gramatura superior, ou então utilize um
papel cartão, para facilitar o traçado de outros modelos.

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 130


2. BASE DA CALÇA

O processo de traçado da base da calça é o mesmo para meninos e meninas, o que


muda são as medidas que serão utilizadas, devido ao gancho ter um tamanho maior. Utilize
o Quadro 3 a seguir para construir a base da calça que também será no tamanho 2. Cabe
destacar, que se você desejar realizar o molde em outro tamanho, basta utilizar as medidas
presentes na tabela de medidas infantil da Unidade I do material.

QUADRO 3 - MEDIDAS PARA CONSTRUÇÃO DA CALÇA

Medidas Tamanho 2
Cintura 48
Quadril 56
Gancho 15
Comprimento 35
Boca 22
Fonte: Adaptado de: DUARTE (2019, p. 33).

Agora com as medidas em mãos, você poderá dar início a construção da sua calça,
realizando dianteiro e traseiro no mesmo papel, utilizando as laterais como ponto de junção
de ambas. Observe a figura 3 e siga o passo a passo a seguir.

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 131


FIGURA 3 - DIAGRAMA DA BASE DA CALÇA INFANTIL

Fonte: (DUARTE, 2020, p. 230).

● Do ponto A ao B e do B ao C, marque a medida do quadril ÷ 4 + 1cm


● Do ponto B ao D marque o comprimento da calça
● Do ponto B ao E marque o nível do gancho
● Do ponto E ao F / E ao G, marque a mesma medida de A/B e B ao C.
● De F a G marque o gancho das costas com metade de E/F.
● De H a I marque o gancho da frente com 1/4 da medida de E/H.
● De A até J e de C até K utilize a medida da cintura ÷4cm
● O ponto L é o meio do ponto I ao E.
● De M a N marque a medida da boca da calça ÷2 - 1cm = medida da boca da frente.
● Do ponto D ao O, marque a medida de D a M.
● Do ponto O ao P, marque a medida da boca da frente + 2 cm.
● Do ponto F ao Q marque a medida de F a G.
● Do ponto H ao R marque a medida de H a I.
● Para finalizar o seu molde, faça a linha do gancho frente e costas com a régua curva.
● Os pontos de E a J e E a K também devem ser unidos com a régua curva.
● De C a S e de A a T marque 1cm.
● Com a régua reta, una os pontos T a J e K a S.

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 132


Após finalizar o diagrama, passe as bases individualmente para um papel em bran-
co para que fiquem separadas. Utilize a carretilha, copie a base para um papel marcando
apenas as linhas de contorno do molde. Para dar resistência e firmeza ao molde, quando
for copiar a base, utilize um papel mais rígido, podendo ser o kraft em uma gramatura
superior, ou então utilize um papel cartão, para facilitar o traçado de outros modelos.

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 133


3. VESTIDO

FIGURA 4 - VESTIDO BÁSICO

Fonte: (DUARTE, 2020, p. 233).

O vestido é uma peça do vestuário infantil muito utilizada devido às mais diversas
variações de modelo existentes. Além disso, ele transita em várias ocasiões apresentando
alterações apenas nos tipos de acabamento e matéria-prima utilizada. Nesta unidade você
verá como fazer o molde de um vestido básico, a partir da base da blusa.
Em um papel, inicie o molde construindo um retângulo com a medida do quadril +
2cm de folga Observe na figura a seguir, estes são os pontos de A até B e de B até A.

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 134


FIGURA 5 - DIAGRAMA DO VESTIDO

Fonte: (DUARTE, 2020, p. 233).

● Agora, marque os pontos A até A’ com o comprimento do vestido.


● Copie a base das costas à esquerda do retângulo, encaixando o ponto do ombro
na parte superior dele.
● Do ponto C ao D, utilize o esquadro para fazer a linha da cintura.
● Agora, você irá copiar a base da frente da blusa, nivelando-a pela linha da
cintura de D até C.
● A partir da linha da cintura (C e D), suba 5cm para encontrar os pontos F e E.
● A partir das laterais da blusa, na linha de F e E, marque a diagonal que será a
lateral do vestido. Encostando da nova linha da cintura até a linha da barra. Ao
centro do retângulo na barra, a linha da lateral do vestido deverá passar cerca
de 4 a 6 cm.
● Repare que na parte da frente do vestido tem um franzido, para realizar o franzi-
do, você terá que dividir a parte de baixo do vestido (saia) em 4 partes, sendo de
4 a 2 com 2,5 a 3cm de largura e a parte 1, será a maior parte e lateral da saia.

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 135


● Após fazer a marcação no diagrama, copie o molde para outro papel que caiba
a lateral da saia (parte 1) e as demais partes, considerando que serão acrescen-
tados 2 cm de espaço entre cada uma delas.
● Agora, a partir da parte 1, marque 2 cm e cole a primeira tira (parte 2), marque
mais 2 cm e cole a parte 3, depois marque mais 2 cm e por fim cole a parte 4
finalizando o molde da saia.
● Para o seu molde para corte da saia frente, sugiro copiar todo o contorno da saia
em outro papel, devido a colagem realizada anteriormente, quando for copiar,
atente-se às marcações que irão delimitar o franzido, onde a parte 1 finalizar
faça um pequeno traço, sinalizando até qual parte deverá ser franzida.
● Repare que os moldes foram tirados todos na metade, caso desejar os moldes
abertos, quando for retirá-los do diagrama, copie em um papel dobrado, e po-
sicione o centro do molde na dobra do papel, assim você terá o vestido aberto.

FIGURA 6 - MOLDE PARA CORTE DO VESTIDO

Fonte: (DUARTE, 2020, p. 233).

Ao final, você deverá ter o conjunto de moldes apresentado na figura. Não se


esqueça de colocar o fio, e de acrescentar a margem de costura, sendo 1cm para todo o
molde, e apenas 2 cm na barra da saia.

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 136


4. JARDINEIRA

FIGURA 7 - MODELO DE JARDINEIRA

Fonte: (DUARTE, 2020, p. 234).

Assim como no vestuário adulto, o infantil também trabalha com a interpretação de


modelos mais elaborados a partir de moldes base, como é o caso da jardineira, uma peça
que transita no vestuário infantil feminino e masculino construída a partir da interpretação
da base da blusa e da calça.
Para iniciar o desenvolvimento da jardineira, pegue um pedaço de papel,do tama-
nho das bases frente e costas da blusa, e da calça. Observe na Figura 6, e siga o passo a
passo a seguir para a interpretação da jardineira.

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 137


● Do ponto A ao B e de B ao A, marque a medida do quadril + 2cm de folga
● A a A’ marque a medida do comprimento 40 cm.
● Agora, copie a base das costas da blusa à esquerda do retângulo.
● Do ponto C ao ponto D faça a linha da cintura com o auxílio do esquadro.
● Agora, copie a base da frente nivelando pela linha da cintura no ponto de D a C.
● Nos pontos de C a E e de D a F, desça 2cm. Essa será uma folga na altura do gancho.
● Agora, você fará o desenvolvimento da parte inferior da jardineira. Copie a base
da calça frente e costa, a partir do ponto E e do ponto F.

FIGURA 8 - DIAGRAMA DO MACAQUINHO

Fonte: (DUARTE, 2020, p. 234).

● O desenho do macaquinho é livre, pois se trata de uma interpretação de mode-


lo. Para tal, você poderá realizar o estudo do desenho. Sugere-se para a alça
trabalhar com no mínimo 4cm de largura.
● Para fazer a alça, encontre o meio da medida do ombro, e marque metade da
medida desejada para cada lado.
● Para fazer o desenho da parte da frente da jardineira, sugere-se abaixar de 4 a
6 cm a partir do decote, e trabalhar com um recuo de 3 a 4 cm na lateral para
fazer o desenho da frente.
● Para as costas, você fará o mesmo processo, mas repare no desenho que a
parte das costas é menor que a da frente, além de ser mais baixa. Você pode

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 138


trabalhar com as marcações partindo da medida da cintura. Verifique a medida
do desenho da jardineira frente, e trabalhe com metade dessa medida na altura
das costas da jardineira.
● A alça das costas deve ser marcada no mesmo ponto do ombro que foi marcado
na frente, ou seja, ao meio. Utilize a mesma medida de largura para cada lado
do ponto do centro do ombro.
● Para finalizar o modelo, construa o bolso, ele deverá ter uma medida condizente
com o seu uso, geralmente nos moldes infantis eles são utilizados apenas para
decorar a peça. Portanto, não precisa ser muito grande. Você pode trabalhar
com uma medida de 10 cm de altura, por 10cm de largura.
● Marque metade da largura 5cm, a partir de 3 cm abaixo da linha da parte frente
da jardineira, utilizaremos metade da medida pois o molde está dobrado e pronto
ficará com os 10cm.
● Após atingir os 10 de altura, no centro da frente marque de 1,5 a 2cm para fazer
o chanfro do bolso.
● Agora, seu diagrama da jardineira estará pronto. Com o auxílio da carretilha e
algumas folhas de papel em branco, inicie a cópia e separação das partes que
compõem a jardineira. Observe a figura a seguir para identificar quais são as
partes que irão compor o seu molde.

FIGURA 9 - MOLDE PARA CORTE DO MACAQUINHO

Fonte: (DUARTE, 2020, p. 234).

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 139


Agora, com todas as partes prontas adicione a margem de costura nos moldes,
apenas na barra da jardineira e na boca do bolso trabalharemos com 2cm de margem,
devido ao acabamento. Para as demais partes, trabalhe com 1cm de margem de costura.

SAIBA MAIS

“As crianças crescem mais rápido durante os três primeiros anos de vida, especialmen-
te durante os primeiros meses, do que em qualquer outro período da vida”. O crescimen-
to fisiológico, apresenta mudanças no formato do corpo e nas proporções. Uma criança
de 3 anos geralmente é delgada se comparada com um bebê de 1 ano, gorducho e
barrigudo.

Fonte: (PAPALIA e OLDS, 2006, p.163).

REFLITA

A informação de tamanho de cada peça deve ser facilmente legível na etiqueta, princi-
palmente ao se tratar de produtos infantis onde existe uma grande variação de tama-
nhos. “Nela deve constar a estatura, principal referência do corpo infantil, substituindo a
indicação etária”

Fonte: (PEREIRA, 2012, p. 04).

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 140


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegamos ao fim do nosso material didático sobre modelagem do vestuário, nesta


unidade você pode conhecer um pouco do universo da modelagem infantil e o desenvolvi-
mento de moldes base e modelos para atender a este público. Espero que com o conteúdo
abordado, você tenha compreendido como é feito o molde de uma roupa infantil e quais
características os aproximam e os particularizam comparado ao vestuário adulto.
Seja curioso(a) e desenvolva outros modelos a partir da base, confeccione novos ta-
manhos, exercite, costure e prove as peças. Desta forma será possível identificar se houveram
erros, se serão necessários ajustes, além de possibilitar o aprendizado de novos modelos.
Cabe ressaltar que não existe uma técnica que atenda a todas as formas de mode-
lagem infantil, esta é apenas uma delas, portanto, não há certa ou errada, e sim aquela que
irá contribuir para o desenvolvimento de peças de fácil identificação e produção.
Espero que você tenha gostado de conhecer o universo infantil e as possibilidades
que ele oferece ao desenvolvimento de produtos do vestuário.

Até mais!

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 141


LEITURA COMPLEMENTAR

VESTUÁRIO E INFÂNCIA: entre a adequação e as determinações sociais


Rita Claudia Aguiar Barbosa, Walkiria Quedes

Uma Proposta para o Vestuário infantil

Os estudos existentes referentes ao Vestuário mostram que o mesmo sofre in-


fluência do momento histórico em que está inserido, do espaço geográfico, e de diversas
categorias culturais como idade, raça, etnia, sexo e religião.
É evidente que as diversas formas de produção desse produto variaram ao longo
da história da humanidade. Observa-se, que foram vários os recursos e técnicas utilizadas
na produção da roupa. Na medida que temos um avanço nas forças produtivas sociais os
processos de produção da roupa são alterados e a própria vestimenta muda seja nas suas
formas estéticas seja nas suas práticas de uso.
Quando contemplamos o vestuário no que diz respeito a sua modelagem torna-
ra-se importante considerar as várias modificações que o mesmo apresentou em épocas
e lugares. Nem sempre o melhor design era o mais adequado para o uso È sabido que o
vestuário desde os seus primórdios é um elemento utilizado em todos as culturas como
proteção, pudor e enfeite.
As primeiras vestes tinham a necessidade de proteger o corpo, constituindo-se
de peles adquiridas pela a atividade da caça. A princípio, simplesmente jogadas sobre o
corpo,com pelos, mais tarde com a descoberta da técnica de curtimento e das agulhas de
osso, surgem as primeiras manifestação de modelagem, pois segundo Laver (1996), essas
descobertas permitiram que as peles fossem cortadas e modeladas no corpo, tornando
possível costurá-las.
Observa-se que mesmo em períodos remotos da história da humanidade, a medida
que o homem desenvolve seus instrumentos de trabalho, desenvolve-se com ele a necessi-
dade de produzir o vestuário de uma maneira adequada ao seu corpo num sentido que lhe
permitisse os movimentos necessários para as atividades cotidianas.
A modelagem surge assim como um elemento de suma importância na produção
do vestuário na medida em que esta tende a adaptar a roupa ao corpo que a veste. Nesse
sentido, faz-se necessário quanto ao vestuário infantil, que a modelagem seja elaborada de
forma a proporcionar conforto e liberdade de movimentos às crianças.

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 142


As roupas infantis devem estar de acordo com o desenvolvimento físico, perso-
nalidade e atividades praticadas pelos infantes. Roupas apropriadas contribuem para a
formação do seu caráter e encorajam seu acesso à responsabilidade e cooperação.
O design da roupa infantil requer conforto tanto na modelagem como nos tecidos
utilizados. Criança precisa de liberdade de movimentos para andar, correr, pular, brincar e
roupas desconfortáveis dificultam esses movimentos podendo até acarretar problemas de
saúde, como postura, reações alérgicas, má circulação causada por roupas apertadas, de
transpiração por tecidos com má condutibilidade de calor, problemas psicológicos pela impo-
sição dos pais ao fazer a criança usar roupas desconfortáveis e inadequadas,entre outros.
A tendência atual, segundo Araújo (1996), é no sentido de as empresas utilizarem o
“design” com o objetivo de mais eficazmente produzirem “o produto certo, para o mercado
certo, na altura exata”. Neste contexto, a modelagem no design do vestuário, tem o dom de
modernizar, dar leveza e embelezar a criação. Sair do papel e tornar-se tridimensional, é o
passo para a concretização do sonho. As proporções devem ser estudadas com carinho,
para que o detalhe escolhido seja realmente valorizado e todo o restante da obra sirva de
suporte para este detalhe.
Souza (1999), entende o design como uma atividade projetual que propõe formas
alternativas para produtos.É um processo de inovação que se busca de várias formas,
sendo pelo menos três de responsabilidade direta dos designers: o uso de novas tecnologia
e/ou materiais, atendimento à novas demandas de funcionalidade e atendimento às novas
demandas estéticas ou simbólicas
As roupas precisam ter melhor caimento e conforto de movimentos e uma modela-
gem adequada ao usuário, pois a criança contemporânea, é muito exigente, determinada,
observadora, e têm acesso fácil a todo o tipo de informação. No momento em que a roupa
Infantil vem sendo apresentada como miniatura da roupa adulta, nem sempre
adaptada a realidade da criança, devemos criar coleções para brincar, pular, correr,
usar, sair...com a qualidade e resistência necessárias, dentro das tendências da moda, nas
cores, formas, texturas, aviamentos, com tecidos diferenciados, que apresentam toque sedo-
so, confortáveis, flexíveis, com lavagens de amaciamento, além de práticos de lavar e passar.
Inserido na indústria de confecção está o setor de modelagem, que trata-se de
um setor de grande importância para o desenvolvimento do produto e é responsável pela
elaboração do design dos moldes para o corte e fabricação das peças, tendo como técnico
responsável, o modelista. O papel do modelista na história da moda é de fundamental
importância, é um artesão que trabalha com gráficos que modelam um corpo, e essa ex-
periência é insubstituível, mesmo diante da tecnologia inserida no mercado confeccionista.

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 143


O modelista, segundo Araújo (1996), é o intérprete de uma linguagem muito espe-
cial, baseado no desenho e anotações de estilistas e comerciais. O seu objetivo consiste
em produzir moldes, que após o tecido ter sido cortado e montado reproduzam o desenho
e estejam de acordo com as medidas. A tabela de medidas é imprescindível para a criação
da base, e a partir desta base, fazer a diferença, porque a moda muda e novas modelagens
se fazem necessárias, desde que mantidas as bases e obedecendo a tabela de medidas,
pois o consumidor deve confiar que a modelagem cairá bem.
É, portanto, de responsabilidade do modelista adaptar as medidas da tabela con-
forme o modelo da roupa que será utilizada pelas crianças e de responsabilidade de quem
cria os modelos, de determinar o melhor tecido e modelos adequados à idade da criança.
Um erro que ocorre com grande frequência, ainda segundo Araújo, relaciona-se com o
tamanho dos decotes. A cabeça das crianças é proporcionalmente maior que o corpo, quando
comparada com os tamanhos de adultos e mesmo de jovens. Ocorrem muitas rejeições em
blusas e camisolas de crianças pelo fato de não passar na cabeça ou passar muito apertado.
Outro erro que ocorre, embora com menos frequência, são os pijamas de criança com pé.
Quando estes são muito afunilados na região dos tornozelos, o pé da criança não passa e se
passar é com muita dificuldade, tornando-se uma peça incômoda, desconfortável.
As meias infantis também devem ser produzidas sem muita pressão no elástico do
tornozelo, pois podem causar problemas de circulação, assim como elásticos de cintura de
shorts, calças e saias.
Existem normas de ajustamento do vestuário, que Araújo define como normas que
consistem na utilização de cinco conceitos: Folga, alinhamento, correr do tecido, equilíbrio
e assentar. A folga deve estar presente em primeiro lugar, a fim de permitir a avaliação de
outras normas. Se não existir folga numa peça, vesti-la e assentá-la ao corpo torna-se difícil.
O alinhamento refere-se geralmente ao sentido das costuras, centros e contornos
da silhueta de uma peça do vestuário. O correr do tecido é o sentido que o tecido toma
o corpo, determinado pela direção em que o molde é colocado em risco. O equilíbrio é a
inter-relação das diferentes partes da peça umas com as outras, incluindo a forma como
caem no corpo do utilizador. O assentar de uma peça, devido à sua dependência na postura
e configuração do corpo, é talvez a característica menos óbvia em qualquer parte da peça.
Assentar bem consiste na ausência de rugas numa peça quando vestida.
Seguindo-se estas e outras regras básicas, as modelagens infantis proporcionarão,
além de um produto com qualidade estética, o conforto necessário para dar liberdade de
movimentos às crianças. Cabe aos estilistas, figurinistas ou desenhistas de moda, aliar

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 144


estas técnicas aos modelos por eles criados. Modelos que tenham viabilidade técnica e que
tragam a beleza e o conforto necessário de que as crianças necessitam, sem esquecer que
a criança deve vestir-se de acordo com a sua idade e as transformações que ocorrem com
seu corpo à medida que vão crescendo.

Leia na íntegra: https://fido.palermo.edu/servicios_dyc/encuentro2007/02_auspi-


cios_publicaciones/actas_diseno/articulos_pdf/A100.pdf

Fonte: BARBOSA, Rita Claudia Aguiar; WALKIRIA, QUEDES. Vestuário e infância: entre a adequa-

ção e as determinações sociais. III Encuentro Latinoamericano de Diseño. Buenos Aires, n. 5, p. 31-34,

2008. Disponível em: https://fido.palermo.edu/servicios_dyc/encuentro2007/02_auspicios_publicaciones/

actas_diseno/articulos_pdf/A100.pdf. Acesso em: 24 out. 2021.

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 145


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Modelagem plana para moda feminina
Autor: Winifred Aldrich.
Editora: Bookman.
Sinopse: O Livro aborda técnicas de modelagem plana para cons-
trução de peças do vestuário voltadas ao público feminino que
podem facilmente ser adaptadas ao público infantil. Abordando
também a confecção da modelagem em softwares como o CAD,
trazendo inspiração e muito aprendizado aos estudantes e profis-
sionais da área.

FILME / VÍDEO
Título: Matilda
Ano: 1996.
Sinopse: A indicação do clássico está diretamente relacionada
ao figurino e a modelagem dos vestidos utilizados por Matilda
Wormwood (Mara Wilson). Além disso, a protagonista e professora
utilizam jardineiras e muitos modelos de camisas e blusas caracte-
rísticas da década de 90, peças atemporais presentes no vestuário
com novas releituras nos dias atuais.

UNIDADE IV Desenvolvimento de Moldes Infantis 146


REFERÊNCIAS

ALDRICH, Winifred. Fabric, form and flat pattern cutting. Wiley-Blackwell, 2013. Disponível
em: https://books.google.com.br/books?id=zdISMWXOuNcC&printsec=frontcover&hl=p-
t-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false. Acesso em: 20 ago.
2021.

AMORIM, Wadson Gomes; DIAS, Maria Regina Álvares Correia. Design de superfície têxtil:
técnica de ensino de estruturas têxteis planas. Educação Gráfica, v. 21, n. 1, p. 146-158,
2017. Disponível em: http://www.educacaografica.inf.br/artigos/design-de-superficie-textil-
-tecnica-de-ensino-de-estruturas-texteis-planas-textile-surface-design-teaching-technique-
-for-flat-textile-structures. Acesso em: 20 ago. 2021. ISSN 2179-7374.

DUARTE, Sonia. Modelagem industrial brasileira. Editora Guarda Roupa, 2020.

DUARTE, Sonia. Modelagem industrial brasileira: Saias. Editora Guarda Roupa, 2013.

DUARTE, Sonia. Modelagem industrial brasileira: Tabela de Medidas. Editora Guarda Rou-
pa, 2019.

EMÍDIO, Lucimar de Fátima Bilmaia. MODThink: Projetando a Modelagem do Vestuário.


Estação das Letras e Cores Editora, 2021.

FISCHER, Anette. Fundamentos do Design de Moda: construção do vestuário. Porto Alegre:


Bookman, 2010.

HEINRICH, Daiane Pletsch. Modelagem e técnicas de interpretação para confecção indus-


trial. Novo Hamburgo: Feevale, 2005.

JENCK, Adilson João; Nascimento, Roseli Souza do; ALVES, Silmar;

COELHO, Sueli Aparecida de Souza; NUNES, Valdirene Aparecida Vieira. Curso de Mode-
lagem industrial. Modelagem industrial. 2019.

JENCK, Adilson João; Nascimento, Roseli Souza do; ALVES, Silmar; COELHO, Sueli
Aparecida de Souza; NUNES, Valdirene Aparecida Vieira. Modelagem industrial. Curso de
Modelagem industrial. 2019. SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.

147
KUASNE, A. Curso Têxtil em Malharia e Confecção: Fibras têxteis. 2º módulo. Centro Fe-
deral de Educação Tecnológica de Santa Catarina. Aranranguá, 2008.

MEDEIROS FILHO, João Quintino. Moda e gênero: o vestuário sexualizado no New Look
de Christian Dior (anos 1950). Mneme-Revista de Humanidades, v. 16, n. 37, p. 10-36,
2016.

PAPALIA, Diane E.; OLDS, Sally W. Desenvolvimento humano. 8 ed. Porto Alegre: Artes
Médicas Sul, 2006. Disponível em: https://www.academia.edu/25557735/Diane_E_Papa-
lia_Desenvolvimento_Humano_PDF. Acesso em: 24 out. 2021.

PEREIRA, Maria Adelina. Na medida certa [capa]. Disponível em: http://www.textilia.net/


materias/ler/moda/moda-marketing/medida_certa_para_vestuario_masculino. Acesso em:
24 out. 2021.

PEZZOLO, Dinah Bueno. Tecidos: história, tramas, tipos e usos. 4. ed. rev. e atual. São
Paulo: Senac São Paulo, 2013.

SENAC. DN. Modelagem plana feminina. 4ª reimp./Paulo de Tarso Fulco; Rosa Lúcia de
Almeida Silva. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2008. 112 p.

SOUZA, Patrícia de Mello; ROBERTO, Carolina Mendes Pereira; ANTUNES, Daniele Ca-
roline. Estudo sobre o caimento de produtos confeccionados com modelagem idêntica e
materiais diferentes. Blucher Design Proceedings, v. 2, n. 9, p. 5528-5529, 2016. Disponível
em: http://www.proceedings.blucher.com.br/article-details/estudo-sobre-o-caimento- de-
-produtos-confeccionados-com-modelagem-idntica-e-materiais-diferentes- 24721. Acesso
em: 20 ago. 2021.

SOUZA, Patrícia M.; MENEZES, Marizilda dos Santos. A construção de estruturas têxteis
vestíveis. CIMODE 2014. 2° Congresso internazionale di Moda e Design 2° International
Fashion and Design Congress. 2014. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/
Patricia-Souza-16/publication/281445429_A_construcao_de_estruturas_texteis_vestiveis/
links/55e7b4ff08aeb6516262e7b1/A-construcao-de-estruturas-texteis-vestiveis.pdf. Aces-
so em: 14 marc. 2021.

UDALE, Jenny. Tecidos e moda: explorando a integração entre o design têxtil e o design de
moda. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.

148
CONCLUSÃO GERAL

Prezado (a) aluno (a),

Neste material, busquei trazer para você conceitos sobre a modelagem, a fim de
contribuir para o seu conhecimento acerca da técnica de modelagem bidimensional e plana.
Neste aspecto acredito que você esteja preparado para aplicar e desenvolver a técnica em
diferentes produtos do vestuário.
Destaco também a importância dos materiais essenciais para execução dos mol-
des, pois sem eles não se torna possível trabalhar desenvolvendo as modelagens dos
produtos. Além de conhecer os aspectos teóricos, cabe ressaltar que para testar a modela-
gem e aprimorar a técnica é necessário praticar e explorar os recursos construtivos que a
modelagem oferece.
Também foi levantado alguns conceitos que podem contribuir para o desenvolvimento
da técnica de interpretação de modelo, que também fez parte do conteúdo abordado, assim
como a modelagem masculina e infantil, ambos segmentos que também fazem o uso da técnica.
Portanto, ao pensar na modelagem pense sempre em repetição, execução e teste,
pois só pode ser avaliado o bom desempenho através do teste desse molde com a transfor-
mação do que anteriormente era plano e agora torna-se tridimensional vestindo um corpo.
A partir de agora acredito que você já está preparado para seguir em frente desen-
volvendo ainda mais suas habilidades para desenvolver moldes de diferentes tipos, e se
tornar um (a) profissional de sucesso.

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!

149
+55 (44) 3045 9898
Rua Getúlio Vargas, 333 - Centro
CEP 87.702-200 - Paranavaí - PR
www.unifatecie.edu.br

Você também pode gostar