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Plana
Professora Me. Natani Aparecida do Bem
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
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UNIFATECIE Unidade 1
Reitor Rua Getúlio Vargas, 333
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Centro, Paranavaí, PR
Diretor de Ensino (44) 3045-9898
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Secretário Acadêmico (44) 3045-9898
Tiago Pereira da Silva
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Kauê Berto
Prezado (a) aluno (a), se você está se questionando a respeito desta disciplina,
proponho, junto com você, construir um novo conceito acerca da modelagem. Além de
conhecer os principais conceitos e definições das mais diversas aplicações da modelagem
no universo da moda, transformando o desenho em produtos.
Na unidade I vamos iniciar pela introdução aos conceitos da modelagem, quais são
os materiais essenciais, os moldes básicos, e as normas técnicas utilizadas na construção
dos moldes. Este conhecimento é necessário para que possamos trabalhar a interpretação
e o desenvolvimento de novos modelos, que será abordado na próxima unidade.
Já na unidade II você irá saber mais sobre o desenvolvimento de moldes femininos.
Para isso, vamos realizar diferentes modelos construídos a partir de um molde base e, por
fim, utilizar a transposição de pences para o desenvolvimento de uma modelagem criativa.
Na sequência, na unidade III vamos tratar especificamente da modelagem masculi-
na, com a concepção de moldes básicos dos produtos mais utilizados neste segmento. Ao
longo da unidade IV, vamos finalizar o conteúdo da disciplina com a construção de moldes
infantis, que partem do princípio da modelagem adulta com adequação às diferenças do
corpo e tamanho.
Aproveito para reforçar o convite a você, para aprofundar o aprendizado da aplicação
da modelagem no desenvolvimento de um produto de moda, por meio da vestibilidade da
peça. Esperamos contribuir com conhecimento para o seu crescimento pessoal e profissional.
UNIDADE I....................................................................................................... 3
Introdução à Modelagem Plana
UNIDADE II.................................................................................................... 47
Desenvolvimento de Moldes Femininos
UNIDADE III................................................................................................... 93
Desenvolvimento de Moldes Masculinos
Plano de Estudo:
● Instrumentos e Materiais;
● Tabela de Medidas;
● Construção de Moldes Básicos Femininos;
● Construção da Base da Blusa e Manga.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar os princípios básicos da modelagem plana;
● Compreender os tipos de segmento moldes básicos;
● Estabelecer a importância da tabela de medidas e normas técnicas.
3
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), a partir de agora iniciaremos nossa jornada nos estudos de
modelagem! Você irá vivenciar o quão gratificante é ver o produto que está no papel sendo
transformado em uma forma, ou seja, a roupa.
A modelagem é considerada um dos estágios mais importantes do processo
produtivo, devido englobar toda a concepção e viabilização do projeto do estilista para
transformá-lo em molde.
Faz parte do trabalho do modelista conhecer aspectos da moda, assim como o esti-
lista, pois isso irá contribuir para o desenvolvimento de um trabalho de excelência, além de
conhecer os maquinários e também o processo produtivo. Portanto, se faz necessário estar
sempre atento(a) às novidades do setor, além claro, de ter senso estético e ser dinâmico
para estar sempre em sintonia com a equipe de estilo.
Ao longo dos estudos, você verá que existem várias técnicas para execução da mo-
delagem, estas, que surgiram ao longo dos anos para suprir as necessidades das indústrias.
Podendo variar desde algo mais elaborado e demorado, até às execuções mais rápidas.
Mas, cabe ressaltar que não existe uma técnica que atenda a todas as formas,
portanto, não há certa ou errada, e sim aquela que irá contribuir para o desenvolvimento de
peças de fácil identificação e produção.
Aqui, você verá como desenvolver uma peça de forma simples e objetiva, de modo
que uma boa modelagem venha a atender ao público com produtos que valorize o corpo,
vista bem e, possa ser produzida de forma eficiente e com o mínimo de desperdício.
Boa leitura!
Lápis HB ou lapiseira (0.7mm Utilize o lápis sempre bem apontado, ou então adquira uma lapiseira,
ou 0.9mm) para que o traço esteja sempre muito preciso e limpo.
Borracha Utilize borrachas macias que evitem borrões e manchas no papel.
Papel 40g/m e 180g/m
2 2
Utilize papel de baixa gramatura (maleáveis) para o desenvolvimento
de moldes ainda em fase de teste. Após aprovados, recomenda-se
transpor o molde em um papel mais rígido, para evitar rasgos, princi-
palmente nos moldes básicos.
Régua 60cm Utilize réguas com graduação em cm, independente do material que
escolher. Recomenda-se o uso das réguas em acrílico ou metal devido
à precisão e ao fato de não rachar ou entortar, no caso da madeira.
Jogo de esquadro Recomenda-se o uso de esquadros grandes e com graduação em cm.
(45º e 90º) São essenciais na modelagem, pois todo molde se inicia com um ân-
gulo de 90º.
Régua de Alfaiate Também conhecida como curva de alfaiate, ou curva de quadril, auxilia
nas curvas longas como: traçado de entrepernas, quadril, cinturas, bar-
ras, entre outros.
M
Possui dimensões instáveis e pouco rígidas,
A
deformando-se facilmente quando submetida a tensões.
L
A
Constituída a partir do entrelaçamento dos fios em séries contínuas de laçadas. Nela,
os fios se interpenetram e se apoiam no sentido lateral e vertical, e devido a sua estru-
tura, elas são mais elásticas e flexíveis, pois os pontos de ligação dos fios são móveis,
devido as laçadas deslizarem uma sobre as outras quando tensionadas.
Ã
Não possuem uma ordenação de sentido e direção.
O
Para Souza e Menezes (2014), os tecidos são a principal superfície vestível utili-
zada na construção de produtos do vestuário, resultado da junção do material têxtil com a
modelagem.
Perceba, que nos três casos apresentados na imagem há apenas a rotação do molde,
o fio, sempre é traçado reto (ângulo de 90º) conforme a projeção pensada para a peça. Lem-
bre-se de que o fio é essencial para o caimento da peça, portanto, ele deve chamar atenção e
ser traçado em toda extensão do molde.
Agora que você já sabe sobre como é feita a projeção dos moldes sobre o tecido, e
a importância do fio do molde, convido você a relembrar um conteúdo essencial para o bom
desenvolvimento da modelagem, a matemática e a geometria básica.
Triângulo isósceles (2 lados iguais e 1 diferente), para traçar ângulos de 45º e 90º.
Triângulo escaleno (3 lados diferentes), para traçar ângulos de 30º, 60º e 90º.
Lembre-se que para realizar o cálculo, é feita a multiplicação do número pelo nume-
rador, e a divisão pelo denominador, exemplo:
¼ de 98cm = 98x1=98 / 984= 24,5cm
⅔ de 39cm= 39x2=78 / 783=26cm
¼ 1 - numerador ⅔ 2 - numerador
4 - denominador 3 - denominador
Tecido plano 1,0 cm para máquina reta e quase todas outras máquinas
Camisaria plana 1,5 cm para máquinas de cavas e laterais
Jeans 1,0 cm para máquina interloque
Jeans 1,5 cm para máquina de braço
Alta costura 1,5 a 2,5 cm para máquina reta e costura a mão
Alta costura 1,0 a 1,5 cm para cavas, decotes e partes curvas
Peças esportivas Variam de 0 a 1,5 cm
(calças e bermudas)
Até aqui, você aprendeu sobre alguns aspectos técnicos da modelagem plana e
como ela pode ser executada, além de conhecer um pouco sobre a matéria prima principal
do modelista, o tecido.
No próximo tópico, você verá a importância da tabela de medidas, e como traba-
lhar com elas, seja com tabelas desenvolvidas pela indústria, ou com produtos feitos sob
medida, a partir do processo de obtenção das mesmas no corpo do indivíduo no qual será
confeccionado o produto.
CALÇA 36 38 40 42 44 46 48 50 52
Pescoço 37 38 39 40 41 42 43 44 45
Comprimento Cotovelo 33,7 34,1 34,8 35,5 36,2 36,9 37,6 39,3 39
Comprimento Manga Curta 16 16,8 17,6 18,4 19,2 20 20,8 21,6 22,4
Comprimento Manga Longa 60 60,5 61,5 62,6 63,7 64,8 65,9 66,9 67,9
Altura da Cabeça 36 36 36 37 37 37 38 38 38
Comprimento da Calça 105 105 106 108 110 110 112 112 114
Altura do Quadril 15,5 16,5 17,5 18,5 19,5 20,5 21,5 22,5 23,5
Altura do Gancho1 21,5 22,5 23,5 24,5 25,5 26,5 27,5 28,5 29,5
Comprimento do Joelho 56 56 58 60 62 62 64 64 66
1
Altura do Gancho (Quadril/4 + 1cm)
TAMANHO PP P M G
34 36 38 40 42 44 46 48 50
Comprimento da cintura 39 40 41 42 43 44 45 46 47
Frente
Comprimento da cintura Cos- 35 36 37 38 39 40 40 41 41
tas
Cintura 58 62 66 70 74 78 82 86 90
Costas 35 36 37 38 39 40 41 42 43
Altura do Seio 23 24 25 26 27 28 28 29 30
Seio a Seio 16 17 18 19 20 21 21 22 22
Pescoço/Colarinho 33 34 35 36 37 38 39 40 41
Comprimento Manga 56 57 58 59 60 61 62 63 64
Longa
Comprimento do Joelho 52 54 56 58 58 60 60 62 62
Comprimento da Calça 102 102 102 104 106 108 110 112 112
Largura da Boca 42 44 46 48 50 52 54 56 58
Altura do Gancho2 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Altura do Quadril 16 16 16 18 18 20 20 20 22
1
Largura do joelho = ½ do quadril
2
Altura do gancho = ¼ do quadril + 1 cm
Fonte: JENCK et al., 2019, p. 19.
TAMANHO P M G
02 04 06 08 10 12
Tórax/ Busto 54 58 62 66 70 74
Cintura 52 54 56 59 62 65
Quadril 60 64 68 72 78 82
Costas 23 25 27 29 31 33
Pescoço 28 29 30 31 32 33
Comprimento da Cintura 24 27 30 32 34 37
Comprimento do Cotovelo 15 16,8 18,6 20,4 22,4 24
Comprimento da Manga Longa 32 36 40 44 48 53
Largura do Braço 17 18,6 20,2 21,8 23,4 25
Punho Justo 12 12,7 13,4 14,1 14,8 15,5
Punho com Folga 16 16 18 18 18 20
Altura do Quadril 11 12 13 14 15 16
Altura do Gancho 19 20 20,5 21,5 22,5 22,5
Comprimento do Joelho 30 36 38 41 44 47
Circunferência Joelho Justo 25 26,2 27,4 28,6 29,8 31
Comprimento da Calça Comprida 52 58 66 74 81 88
Base pescoço ao meio da Coxa 44 53 58 63 68 74
Circunferência da Cabeça 51 52 53 54 55 56
Altura da Cabeça 40 41,2 42,4 43,6 44,8 46
Caro(a) aluno(a), durante este tópico do material, vamos realizar juntos o desenvol-
vimento de algumas bases que são essenciais para o desenvolvimento de uma modelagem.
As bases, são o início de qualquer modelagem e representam o corpo do público
ou indivíduo no qual será desenvolvido a modelagem. Portanto, não há nenhuma alteração
de modelo na base, são feitas peças sem detalhes, apenas com recursos construtivos da
modelagem, como a pence.
A pence, segundo Emídio (2021), é um recurso construtivo, um elemento estético e
criativo, que parte da função específica de ajustamento, podendo ser movimentada, dividi-
da, ocultada, eliminada ou combinada com outros recursos, como: pregas, franzidos, entre
outros. Veremos mais sobre este assunto na Unidade II, nas transposições de pence.
Tamanho 40
Circunf. Cintura 68
Circunf. Quadril 96
Nível do Quadril 25
Comprimento da saia 51
Tamanhos 34 36 38 40 ao 54
Pence das cos- Largura 2,5 3,0 3,0 3,0
tas
Comprimento 10,0 11,0 12,0 13,0
Pence da Largura 1,5 2,0 2,0 2,0
frente
Comprimento 9,0 10,0 11,0 12,0
● De A à J utilize a medida da Cintura costas + largura da pence (3,0 - vide Quadro 8);
● De B à K utilize a medida da Cintura frente + largura da pence (2,0 - vide Quadro 8);
● Una com a régua de alfaiate os pontos: I à J e de I à K;
● Para marcar o ponto L, encontre o meio de A à J, aqui será o meio da pence das costas;
● Para marcar o ponto M, encontre o meio de B à K, aqui será o meio da pence da frente;
Com as informações aparentes, agora, você irá fazer as marcações para costura,
furando com o auxílio de um alfinete ou furador, o ápice da pence, e marcando os piques, na
linha do nível do quadril e nas extremidades da pence. Lembre-se, se você for cortar esse
molde em um tecido, você deverá acrescentar a informação sobre a quantidade de vezes
que ele será cortado, sendo: 1 vez para frente (cortada na dobra do tecido) e 2 vezes para
as costas, pois será necessário o uso de um sistema de fechamento, neste caso o zíper.
Além disso, lembre-se de acrescentar as margens de costura, conforme apresen-
tado no Quadro 2.
4.1.2 Costas
Iniciaremos com o traçado da base das costas, para isso, separe um pouco de
papel, pegue sua fita métrica, as réguas e o lápis. Utilize o quadro 10, como apoio para o
desenvolvimento do molde.
JK = BI 20,5
BK = IJ 21,0
BM = Metade da cintura costas 8,3
KQ = Ponto da lateral 1,5
JQL = Lateral 21,0
LN = Cintura costas menos BM 8,2
Assim como no molde da saia básica, a base da blusa se inicia com um ângulo
de 90º, construído com a medida da altura das costas, e a distância do ombro. Observe a
Figura 17, e execute o passo a passo a seguir.
4.1.3 Frente
O traçado da base da frente da blusa assemelha-se ao traçado das costas, havendo
a diferenciação apenas das medidas, e acrescentando informações referente ao traçado do
busto. Utilize o Quadro 11, como apoio para o desenvolvimento do molde.
Assim como no molde da saia básica, a base da blusa se inicia com um ângulo de
90º, construído com a medida da altura da frente, e a distância do ombro.
Observe a Figura 20, e execute o passo a passo a seguir utilizando as medidas do
Quadro 11.
Agora, daremos sequência nas marcações internas do molde, que servirão para a
construção da pence, da linha de cava, e delimitação do busto. Leia atentamente, e execute
conforme o passo a passo a seguir.
● De D a G, utilize a mesma medida de B a D e dividida por 5, o resultado será o ponto G;
● De G a H, com o esquadro, marque a medida de cava a cava da frente;
● Do ponto B em direção ao A, marque o ponto I, que corresponde a medida da lateral
mais 4 cm;
● De I a J, com o esquadro, marque a medida do busto frente;
● Com a régua de cava, ou a curva francesa, trace a cava unindo os pontos F, H e J,
observe na figura 23 (a) que a cava da frente é mais curva na direção de H e J;
● De A a K, marque a altura do busto;
● De K a P, com o auxílio do esquadro, marque um ponto com a medida de separação
do busto;
Assim como no molde costas, ao final do traçado, com o auxílio da carretilha, copie
a base para um papel em branco, marque apenas as linhas de contorno do molde, a pence
e as linhas do busto, estas são fundamentais durante o desenvolvimento de uma interpre-
tação de modelo. O resultado final deverá ser semelhante à Figura 23. Para dar resistência
e firmeza ao molde, quando for copiar a base, utilize um papel mais rígido, podendo ser o
kraft em uma gramatura superior, ou então utilize um papel cartão, para facilitar o traçado
de outros modelos.
Tamanho 40
Comp. Manga 60
Circunf. punho 22
Altura da Cabeça da Manga ⅓ da circunferencia total
Largura da Manga (bíceps) ¾ da circunferência total
Ao iniciar a construção do molde com o passo a passo, observe primeiro o modelo que
será construído, leia cada item e faça a interpretação dessas informações antes de ini-
ciar o traçado no papel. Sempre utilize as imagens de apoio, elas te auxiliaram no pro-
cesso. E perceba que a direção das letras ocorre sempre a direita, esquerda, acima ou
abaixo do ponto inicial. Isso irá lhe auxiliar na definição do tamanho do papel.
REFLITA
Olá, caro(a) aluno(a), chegamos ao término da nossa primeira unidade, aqui foi
possível iniciarmos nossa trajetória nos estudos da modelagem. Você aprendeu sobre
as medidas utilizadas na construção do molde, e também pode aprender como é feito o
processo de tomada de medidas do corpo humano, estas, que por sua vez são essenciais
na construção de um produto de qualidade.
A partir de agora, você verá as possibilidades que a modelagem irá te proporcionar
quando for iniciar as próximas unidades do material. Aqui, é apenas o começo, com as
bases construídas, você passa a ter conhecimento acerca do traçado de diagramas, e a
próxima etapa será o desenvolvimento dos modelos.
Nos moldes femininos, com a junção da saia e da blusa você verá que é possível
obter o vestido, e a partir da base da manga, podemos realizar diferentes modelos. Cabe
ressaltar, que existem outras possibilidades de interpretação e também de modelos a serem
executados, portanto, com o conhecimento adquirido aqui, nesta e nas demais unidades você
terá facilidade em trabalhar a modelagem de peças do vestuário com excelência. Até logo!
do ensino. Revista de Ensino em Artes, Moda e Design. Florianópolis, v. 04, n. 02, p. 06 -09, 2020. DOI:
LIVRO
Título: Modelagem 2D para Vestuário
Autor: Laura Carolina Oliveira Nóbrega.
Editora: Érica - Grupo Saraiva, 2014
Sinopse: O livro aborda as técnicas da modelagem bidimensional
manual e automatizada, proporcionando ao aluno o conhecimento
de conceitos básicos da modelagem 2D. Além de abordar noções
de costura, antropometria e o desenvolvimento de moldes ergonô-
micos, auxiliando o leitor a identificar os principais tipos de tecido.
FILME / VÍDEO
Título: Corte de Saia l Modelista Ela Orsini
Ano: 2021.
Sinopse: O vídeo mostra a transformação do modelo, onde a partir
da base da saia com pence, é feita a interpretação e transformação
do molde. Embora seja uma etapa mais avançada na modelagem,
fica o desejo e a vontade de evoluir a técnica e chegar nessa etapa.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=YwLZ3M2sSFY
Plano de Estudo:
● Modelagem da saia;
● Variações de golas e mangas;
● Interpretação de modelo;
● Transposição de pences.
Objetivos da Aprendizagem:
● Manipular o molde base da saia para construção de outros modelos;
● Compreender os tipos de mangas e golas a partir da modelagem bidimensional;
● Aplicar a técnica da modelagem bidimensional para a
junção de moldes e construção de novos modelos;
● Estudar as técnicas de manipulação de pences.
47
INTRODUÇÃO
Olá, caro aluno (a), seja bem-vindo a Unidade II do material, nesta unidade vamos
estudar a transformação dos moldes bases em modelos, ou seja, veremos o processo de
interpretação de moldes. Esse processo de produção da modelagem é muito utilizado no
setor da indústria e também nos ateliês, pois a partir de uma base aprovada o trabalho do
modelista torna-se mais prático, eliminando a etapa de construção de um diagrama base
toda a vez que for desenvolver um modelo.
Esta unidade propõe o desenvolvimento das saias mais utilizadas no vestuário, sen-
do a saia godê e suas variações de roda, na qual é desenvolvida sem o uso da base, e duas
interpretações de modelo a partir da saia base, sendo a saia evasê e a saia rabo de peixe.
Em um segundo momento a base da saia também aparecerá na composição da
interpretação do molde do vestido, podendo ser utilizada em um vestido básico e também
em um modelo mais elaborado. Assim como o uso do molde base da blusa, presente em
diversas composições de vestido, pois é a base do desenho do corpo que possibilitará o
desenvolvimento do modelo.
Veremos também algumas opções de golas e mangas, estas, construídas com a
medida do decote e também com o auxílio da base da blusa, proporcionando maior precisão
no traçado do modelo. Nas mangas, você verá o processo de transformação da base e o
acréscimo de tecido, para deixar a manga ampla e a transformação do molde em formas
geométricas conferindo um charme e criatividade na execução de um modelo de manga.
E por fim, você terá que compreender a questão da transposição de pences, re-
curso construtivo da modelagem que possibilita o desenvolvimento de diferentes modelos
de blusas e vestidos, em que o (a) modelista pode deixar a criatividade fluir ao construir o
molde transpondo a pence para outro local.
UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 48
1. MODELAGEM DA SAIA
Na história da moda, a saia godê surgiu como uma proposta de renovação da feminili-
dade no período pós Segunda Guerra Mundial (1939-1945), onde Dior busca retomar a imagem
do sonho que havia se perdido após grandes restrições em relação à produção do vestuário.
A ideia do estilista era de retomar a silhueta muito utilizada no século XIX, criando
uma saia elevada para uma cintura mínima, imitando a corola das flores que intitulou sua
coleção, lançada na França em 1947 - Ligne Corolle -, embora tenha enfrentado grandes
polêmicas, a silhueta e o New Look de Dior (Figura 1) vestiu mulheres mundo afora durante
anos, e aparece em releituras nos dias atuais. “No Brasil, perpassou a década de 1950,
UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 49
FIGURA 1 - NEW LOOK, COLEÇÃO LIGNE COROLLE POR CHRISTIAN DIOR - PARIS, 1947
UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 50
FIGURA 2 – COMPRIMENTOS DE SAIA BASEADOS NA MULHER
UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 51
FIGURA 3 - SAIA GODÊ TOTAL 4/4 - (A) REPRESENTAÇÃO DAS PARTES DO GODÊ;
(A) (B)
Inicie seu molde no centro do papel, dobrado em duas ou quatro partes. Importante
que o seu papel esteja esquadrado, para que não comprometa a qualidade do traçado da
saia, conforme apresentado na Figura 4 a seguir.
UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 52
SAIBA MAIS
Para descobrir a quantidade de papel que será necessária para a modelagem da saia,
tenha o seguinte raciocínio:
Medida do comprimento + medida do raio da cintura
50cm + 10,8cm = 60,8 cm
A partir do centro do papel dobrado ao meio, você seguirá utilizando essa medida em
quatro direções para construção do molde (para cima + para baixo + para esquerda +
para direita).
Portanto, multiplique 60,8 cm por dois, e adicione 1 cm a essa medida (122,6 cm), para
ter uma folga de segurança de 1 cm às margens do papel. Ao final, seu papel deverá ter
1.23 m2 considerando arredondar a medida obtida. Observe a medida na Figura 4 (A).
SAIBA MAIS
Caso seu compasso não atenda ao tamanho da circunferência presente no molde, pro-
duza o seu compasso a partir de um papel com gramatura alta, ou seja, um papel rígido
e com uma espessura mais grossa.
UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 53
FIGURA 5 - DIAGRAMA DA SAIA GODÊ 4/4
Lembre-se que para cortar o molde no tecido, é necessário preparar o molde para
corte. Para tal, lembre-se de utilizar um tecido abaixo da folha em branco, e com o auxílio
da carretilha copie as linhas do molde (sinalizadas na figura em negrito), acrescente as
margens de costura conforme o tipo de acabamento que será trabalhado na saia.
Sugestão para o acabamento: Zíper de 20 cm localizado no meio das costas, na
cintura utilize o cós reto ou anatômico (tópico 1.2.1), e para a bainha deixe 1 cm para fazer
uma bainha de lenço. Finalize o molde adicionando as informações do modelo, lembre-se
de marcar o pique sinalizando o meio das costas e o meio da frente, o comprimento do zíper
e também deixe o fio do molde em evidência.
SAIBA MAIS
Para cortar a saia godê no tecido, dobre-o ao meio, juntamente com o molde, ou então
deixe-o aberto sob o tecido. Esse posicionamento poderá sofrer variações de acordo com
o comprimento da saia, pois, se for maior que a largura do tecido, será necessário realizar
uma adaptação no modelo, fazendo a redução do godê ou então a emenda do tecido.
UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 54
Agora, faremos o traçado da saia meio godê, ou godê 2/4, realizando o seguinte
cálculo:
Medida da cintura pelo número π (3,14)
68 cm 3,14 = 21,6 Raio da cintura
*com este cálculo, encontraremos a medida de 2/4 de godê.
Comprimento da saia: 50 cm
Assim como na saia godê total, considere a medida da cintura do tamanho 40,
sendo 68 cm de cintura (vide tabela Unidade I), e realize o cálculo, será obtida a medida de
raio da cintura (21,6 cm). Utilizaremos essa medida, e a medida de comprimento (50 cm)
para desenvolver o molde ilustrado na Figura 6 a seguir.
FIGURA 6 - SAIA MEIO GODÊ 2/4 - (A) REPRESENTAÇÃO DAS PARTES DO GODÊ;
(A) (B)
Inicie seu molde no centro do papel, dobrado em duas partes, a dobra é feita no
sentido da largura do papel. Importante que o seu papel esteja esquadrado, para que não
comprometa a qualidade do traçado da saia, visualize o processo da dobra na Figura 4
apresentada anteriormente.
Após cortar, e dobrar o papel inicie o traçado da modelagem da saia:
UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
Plana
Femininos 55
● De A a B, trace uma linha saindo o centro do papel com a medida do raio do
godê (21,6 cm);
● De B a C, marque o comprimento desejado (50 cm);
● Para traçar a circunferência utilize um compasso, apoiando a ponta seca em A.
Assim como na saia godê 4/4, ao cortar o molde no tecido, é necessário preparar o
molde para corte. Para tal, com o auxílio da carretilha copie as linhas do molde (sinalizadas
na Figura 7 em negrito), acrescente as margens de costura conforme o tipo de acabamento
que será trabalhado na saia.
Sugestão para o acabamento: Zíper de 20 cm localizado no meio das costas, na
cintura utilize o cós reto ou anatômico (tópico 1.2.1), e para a bainha deixe 1 cm para fazer
uma bainha de lenço. Finalize o molde adicionando as informações do modelo (conteúdo
da Unidade I), lembre-se de marcar o pique sinalizando o meio das costas e o meio da
frente, o comprimento do zíper e também deixe o fio do molde em evidência.
UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
de Moldes
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Femininos 56
SAIBA MAIS
Como vimos na Unidade I, existem diversas informações que podem ser colocadas no
molde, mas devemos lembrar de colocar as essenciais, desta forma seu molde não fi-
cará poluído com muitas palavras, que podem acabar confundindo ao invés de informar
o(a) cortador(a), ou você mesmo(a) durante o corte do molde sob o tecido. Veja o exem-
plo das especificações essenciais pensando no molde da saia godê 2/4:
Modelo: Saia godê 2/4
Referência: S02*
Tamanho: 40
Parte: Diagrama, molde para corte, molde de trabalho *Irá variar conforme a parte que
você estiver colocando as especificações.
Nº de partes: 02 (aqui são contados os diagramas/molde de trabalho e molde para cor-
te). Também haverá variação nas quantidades
Tecido: Plano
Cortar: 1x na dobra do tecido
Modelista: nome de quem executou o molde
Dica: utilize uma letra para definir o tipo de modelo, no caso do “S” para representar a
saia, e o número, para representar qual é a ordem desse modelo em uma coleção por
exemplo, aqui, o 02 por ser o segundo modelo de saia desenvolvido.
1.2 Evasê
UNIDADE II
I Desenvolvimento
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Para desenvolver o molde da saia evasê, faremos uma interpretação de modelos
a partir da base da saia. Para tal, utilize a base da saia tamanho 40 desenvolvidas na
Unidade I, copie para outro papel (em branco) marcando a linha do quadril e o ápice da
pence, assim como a sua largura. Após copiar, recorte o molde deixando-o fora do papel,
mas lembre-se, antes de cortá-lo, você deverá dobrar a pence, e marcar com a carretilha
ou então corte o papel com a pence dobrada, para tal, utilize a fita adesiva (fita crepe) para
segurar a dobra da pence.
Após cortar, com o auxílio do esquadro, marque uma linha do ápice da pence até a
barra da saia, feito isso, corte o molde de trabalho até chegar no ápice da pence. A pence
deverá ser dobrada e colada com cola, conforme ilustrado na Figura 9.
Após cortar o molde e fechar as pences, você irá precisar de um papel em branco
que caiba essa cópia que você acabou de criar. Além disso, deve-se pensar na largura
deste papel e o acréscimo da abertura no ponto B. Conforme ilustrado na Figura 10.
UNIDADE II
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FIGURA 10 - FINALIZAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO
Ao cortar o molde no tecido, é necessário preparar o molde para corte. Para tal, com o
auxílio da carretilha copie as linhas do molde (sinalizadas na Figura 10 em negrito), acrescente
as margens de costura conforme o tipo de acabamento que será trabalhado na saia.
UNIDADE II
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Femininos 59
Sugestão para o acabamento: Zíper de 20 cm localizado na lateral, na cintura utilize
o revel (tópico 1.2.1), e para a bainha deixe 3 cm para fazer a bainha, sendo 1 cm para
dobra de acabamento e 2 cm para virar e finalizar. Lembre-se que ao finalizar o molde
para corte, nele e nas outras etapas desenvolvidas na interpretação de modelo devem ser
adicionadas as informações do modelo (conteúdo da Unidade I).
UNIDADE II
I Desenvolvimento
Introdução à Modelagem
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Femininos 60
SAIBA MAIS
O cós anatômico é indicado para as peças que são construídas com a cintura abai-
xo ou acima da linha de cintura da base. Como o nome já diz, o formato do cós anatômico
é curvo, para se adaptar às curvas do corpo em que o produto será vestido. Devido a isso,
ele é cortado duas vezes no tecido, e também pode receber a entretela como acabamento.
O processo de construção deste cós anatômico é diferente do cós reto. Observe a Figura
12, e siga o passo a passo.
UNIDADE II
I Desenvolvimento
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● Com o esquadro, trace uma linha de A a B com a medida da cintura da peça (total);
● Do ponto B ao D, entrando na linha, marque a altura do cós, ou seja, o tamanho
que você deseja que ele fique após costurado, pode ser 4 ou 5 cm, a medida
varia conforme o resultado desejado.
● Una os pontos A, D e E com um semicírculo (utilize o compasso de papel);
● Trace um semicírculo unindo os pontos A, B e C;
● De B a C, com a fita métrica “em pé” marque a medida da cintura;
● De E a C, marque a mesma medida de B a D.
Com o diagrama finalizado, você irá copiar o cós para outro papel, e acrescentar
1 cm de margem de costura em toda a volta do cós. Marque o fio no molde, e anote as
especificações, se ficar poluído visualmente, anote em destaque o fio, o modelo, a parte e
quantidade de vezes que deverá ser cortado na frente, e atrás do molde anote as demais
especificações. Ao final, o formato do seu cós deverá ficar como o da Figura 13.
Por fim, outro tipo de acabamento muito utilizado em saias e também em blusas
(decotes e cavas) é o revel, também chamado de limpeza interna ou externa. Este tipo
de acabamento é feito com a mesma técnica de construção do cós anatômico. E pode
ainda, ser construído sobre o molde, marcando uma linha na medida que deseja ter de
acabamento, e copiando essa linha juntamente com o contorno lateral e linha da cintura em
outro papel com o auxílio da carretilha, e acrescentar margem de costura.
UNIDADE II
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FIGURA 14 - LIMPEZA INTERNA
UNIDADE II
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1.3 Rabo de peixe
UNIDADE II
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FIGURA 17 - INTERPRETAÇÃO DA SAIA RABO DE PEIXE A PARTIR DA BASE DA SAIA
UNIDADE II
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Após finalizar, repita todo o processo na parte das costas da saia. Ao final, você
terá quatro partes do molde compondo o modelo da saia rabo de peixe, sendo duas partes
superiores (frente e costas), e duas partes inferiores, barrado da frente e barrado das cos-
tas. A Figura a seguir apresenta os moldes finalizados da parte frente da saia. Lembre-se
de colocar as especificações no modelo e também o tipo de acabamento, que poderá ser
uma limpeza interna ou externa, ou até mesmo um cós reto; importante acrescentar zíper
na lateral ou no centro costas como sistema de abertura da peça.
UNIDADE II
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2. VARIAÇÕES DE GOLAS E MANGAS
UNIDADE II
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Femininos 67
SAIBA MAIS
Para construir qualquer modelo de gola ou decote, você deverá ter em mãos a base da
blusa desenvolvida na Unidade I, parte frente e parte costas.
UNIDADE II
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Agora, copie para outro papel o molde da gola com o auxílio da carretilha. Lembre-se que
nos pontos A até D tem-se a dobra do papel, portanto, quando for copiar o seu molde, dobre
o papel que está em branco e então encaixe esta linha na dobra do papel, para que ao final
seu molde saia aberto, conforme apresentado na Figura 23. Acrescente as margens de
costura, e faça um pique na linha de B a E, lembrando que ele deverá aparecer no ponto
do ombro do lado esquerdo e direito, e também no meio, facilitando a costura da gola com
a parte das costas da blusa.
UNIDADE II
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Femininos 69
● Copie ambas as bases em outro papel sobrepondo os ombros em 2 cm na
região da cava, encontrando os pontos onde está sinalizado a letra A.
● Do ponto B ao C acrescente 2 cm e esquadre uma linha do decote até a barra,
criando o transpasse do abotoamento.
● De D a E, marque a largura desejada para a gola. Sugestão: meça na linha onde
se encontra o A, e marque o meio, veja a medida de A até o meio do ombro, e
então marque essa medida de D a E.
● Repare na figura que o ponto B não é igual de D a E, utilize a régua curva, e faça
o traçado de forma que o ponto B a E fique igual a figura a seguir.
● Após finalizar, copie para outro papel com o auxílio da carretilha, o papel deverá
estar dobrado, e o ponto de D a E deverá ser posicionado sob a dobra do papel,
localizada no centro costas da gola.
UNIDADE II
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● Lembre-se que neste molde deve ser acrescentado margem de costura, além
disso, ao copiar, perceba a marcação de dois piques na região do decote, estes,
foram sinalizados no ponto A com o auxílio da carretilha, que ao abrir o papel
sinalizam o ponto do ombro como na figura a seguir.
UNIDADE II
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● Para o desenvolvimento da manga bebê inicie copiando a base da manga de-
senvolvida na Unidade I em um papel em branco. Aqui utilizaremos a manga
curta, portanto, após copiar meça nas laterais da manga (ponto A até B; ponto
C até D) 10 cm, e com o esquadro retrace a linha do punho.
● Com a manga cortada meça pela linha do punho a distância de B a D, e divida a
manga em 4 partes, numerando-as de 1 a 4; depois, recorte fazendo a separação
dessas partes.
● Agora, em outro papel, com o auxílio do esquadro, faça uma linha guia não
muito próxima a borda do papel, sem medida exata, mas com uma extensão
que seja possível apoiar as partes da manga que foi recortada.
● Com uma cola, cole as quatro partes da manga sob a linha guia, inicie com a
parte 1, depois de colar, com a régua ou fita métrica, marque 3 cm a partir do
final da parte 1.
● A parte 2 deverá ser colada sob esta marcação, e o processo deverá ser repetido
até que as quatro partes estejam coladas sob a linha e com 3 cm de distância
entre elas.
UNIDADE II
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● Agora, faremos a construção do volume na cabeça da manga, para isso, a partir do
meio (dois pontos E) para cima, marque 3 cm dos pontos E a G e E a H;
● Com a régua curva francesa, redesenhe a linha da cava da manga unindo os pontos
de I a G e de J a H, fechando assim a cabeça da manga. Observe o desenho do
contorno na figura 29 e desenvolva o seu desenho de modo que fique parecido.
● Encontre o centro da parte 2, e a partir da metade, desça uma linha de 1,5 cm para
encontrar o ponto M. Depois, faça a união dos pontos B a M e M a D.
● Com a manga finalizada, antes de passar para outro papel, faça a marcação do
franzido, no punho e na cabeça da manga, fazendo uma linha em zigue zague da
1º até a 4º parte.
● Feito isso, copie o molde para outro papel, fazendo as marcações dos piques (fren-
te, cabeça da manga), lembre-se de copiar a marcação do franzido, para saber
onde inicia e termina. Conforme ilustrado na figura a seguir.
Acrescente margem de costura, e lembre-se que nesse modelo não terá barra na
manga, pois será adicionado o punho, confeccione seguindo o passo a passo:
Construa um retângulo com as medidas desejadas (altura é variável) e a largura
será a medida do braço justa.
Para o tamanho 40, o punho poderá ter 24 cm de largura e 5 cm de altura, pois
considera-se ele dobrado, que ao final, depois de pronto, terá 2,5 cm.
UNIDADE II
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FIGURA 31 - MOLDE PARA CORTE DO PUNHO DA MANGA BEBÊ -
UNIDADE II
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● O ponto E é o ponto da cabeça da manga que deverá ser copiado da sua base. A
partir dele, com o esquadro desenhe uma linha ao centro da manga. Nesta linha, a
partir do ponto E em direção a barra da manga, marque 15 cm que será o ponto F.
● Com a régua curva, observe o desenho na figura a seguir, e faça duas linhas
cruzando o molde, a sua régua deverá estar apoiada no ponto B, ponto F, e
finalizar um pouco acima do pique da cava da frente; para a cava costas, a
régua sairá do ponto D, passará no ponto F e ficará um pouco abaixo do pique
da cava das costas.
● Agora, você irá copiar para outro papel a sua manga, separando parte da frente
da parte das costas.
● A parte da frente está na união dos pontos: D, linha em direção ao pique das
costas, ponto E, ponto C e finaliza no ponto D. Ao copiar, passe a carretilha
na linha do ponto E ela será o fio do molde, e lembre-se de marcar o pique da
frente, outro pique no ponto F e também no ponto E. Observe a figura a seguir.
UNIDADE II
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Introdução à Modelagem
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● Já na parte das costas está a união dos pontos: B, linha em direção ao pique
da frente, ponto E, ponto A e finaliza no ponto B. Ao copiar, passe a carretilha
na linha do ponto E ela será o fio do molde, e lembre-se de marcar o pique das
costas, outro pique no ponto F e também no ponto E. Observe a figura a seguir.
UNIDADE II
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3. INTERPRETAÇÃO DE MODELO
UNIDADE II
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A modelagem do vestido básico, pode ser feita a partir das e bases citadas ante-
riormente, acrescente apenas a margem de costura ao copiá-las separadamente para outro
papel, de modo a prepará-las para o corte no tecido. Faremos um modelo mais elaborado
que também envolve a união de outros moldes já trabalhados. Inicie fazendo a transferência
da pence da cintura (molde frente da blusa) para a cava.
● A partir do ápice da pence, com o auxílio da régua, marque o ponto em direção à cava.
● A marcação também poderá ser feita encontrando ⅓ da medida da cava, meça com a
fita métrica em pé, a cava da frente e divida a medida por 3, encontrando assim o ponto
D. Faça a marcação na base.
● Agora, com o ponto D marcado, copie a base para outro papel, a partir do ponto D até
a lateral da pence próximo ao centro frente, conforme ilustrado na figura.
● Com o auxílio de outro lápis ou com a ponta seca do compasso, faça um furo no
ápice da pence da sua base, e volte ela sob o papel que você acabou de copiar
do ponto D até a lateral da pence.
● Faça a rotação da base sobre o papel, segurando pelo ápice, girando-a em sen-
tido horário, até que o lado esquerdo da pence (lado próximo a lateral da blusa)
toque o lado direito (lado próximo ao centro frente de blusa) fechando a pence.
● E então abrindo-a no ponto D, marcado na cava anteriormente.
● Com a régua, faça a união das laterais de D até o ápice da pence.
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FIGURA 38 - TRANSPOSIÇÃO DA PENCE (ETAPA FINAL)
SAIBA MAIS
Caso queira utilizar a base com transposição de pence para cava em outros modelos,
copie essa transformação para um papel mais rígido e então você terá duas opções de
base, a tradicional com a pence na cintura, e outra com a pence na cava.
UNIDADE II
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Agora que você está com sua base da blusa preparada daremos início a interpretação
do vestido com recortes. Lembre-se de cortar um papel com a medida do comprimento da
saia do vestido acrescido da medida da base da blusa e um pouco de folga para cima e para
baixo, bem como para os lados. Inicie a construção do modelo com o papel dobrado ao meio.
Posicione a base da blusa com o centro da frente na dobra do papel, com a base
copiada no novo papel, faremos a construção da saia sem a pence utilizando a medida do
quadril. Observe a figura a seguir e execute o passo a passo.
(INTERPRETAÇÃO DE MODELO)
UNIDADE II
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● Com a curva de quadril/alfaiate, desenhe a linha de F a E, e de C até a linha de A,
fazendo a lateral do quadril. Una de F a C com o auxílio da régua.
● Com a curva francesa, harmonize a linha da cintura com uma leve curva iniciando
um pouco abaixo da linha da cintura e finalizando um pouco acima conforme
ilustrado na Figura 40.
● Para desenhar os recortes, com o auxílio da carretilha, copie todas as linhas do
molde para o outro lado do papel. Para tal, com o papel dobrado, coloque um te-
cido embaixo dele e comece a passar a carretilha. Depois de copiar, desenhe com
o lápis sobre a linha da carretilha, reforçando-as com o auxílio das com réguas.
Agora, observe a Figura 41 e as orientações a seguir.
(INTERPRETAÇÃO DE MODELO)
● Para marcar o desenho, com a fita métrica, meça a cava do ombro até o início
da pence e encontre metade da medida, fazendo a marcação de um ponto que
utilizaremos dê referência. Agora, com a curva francesa, inicie a construção da linha
partindo do ápice da pence em direção ao ponto da cava que acaba de marcar.
● Dica: faça metade da linha, até o meio do papel/molde, marque a régua, vire-a,
espelhe-a, e finalize a linha do outro lado do molde.
● Repita o processo do outro lado, iniciando no ápice da pence e finalizando no
ponto de encontro de A com a lateral da blusa. Utilize a linha perpendicular
como referência, e não a linha curva.
UNIDADE II
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● Agora, você irá recortar as linhas curvas sendo: o ponto H (localizado na cava em
direção ao ápice da pence) e o ponto G (localizado na linha da cintura em direção
ao ápice da pence) não separe o molde, sempre finalize o corte no ápice da pence.
● Com o auxílio da fita crepe, você irá fechar as pences. Você pode recortar o
triângulo que a compõe e colar as partes do papel na parte de trás dele. Ou
ainda fechá-las pelo processo de dobra.
● Ao finalizar, acrescente a margem de costura, e seu molde deverá ficar próximo
ao apresentado na figura a seguir.
● Para a parte costas, o processo será o mesmo da parte frente. Utilize a base
costas da blusa, e mantenha a pence na linha da cintura, acrescente a parte da
saia seguindo o processo apresentado para parte frente.
O acabamento desta peça, seguirá com um zíper nas costas na medida do comprimen-
to da blusa, até a cintura. Na parte frente, desenhe o revel no diagrama podendo ser apenas no
decote ou então para melhor acabamento, faça a parte de cima do vestido dupla, ou seja, copie
toda a parte superior do vestido (frente e costas) assim não terá costuras aparentes.
UNIDADE II
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Se optar por fazer apenas a limpeza da peça, ou seja, o revel, ele deverá ser feito
na parte frente, parte costas, e nas cavas. Marque no diagrama, e copie-o para outro papel
adicionando margem de costura.
REFLITA
UNIDADE II
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4. TRANSPOSIÇÃO DE PENCES
UNIDADE II
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FIGURA 43A - PENCE DA BASE, IDENTIFICAÇÃO DA PENCE
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4.1 Execução da pence horizontal
UNIDADE II
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● Com o auxílio de outro lápis ou com a ponta seca do compasso, faça um furo no ápice
da pence da sua base, e volte ela sob o papel que você acabou de copiar do ponto A
até a lateral da pence.
● Faça a rotação da base sobre o papel, segurando pelo ápice da pence, girando-a em
sentido horário, até que o lado esquerdo da pence (lado próximo a lateral da blusa)
toque o lado direito (lado próximo ao centro frente de blusa) fechando a pence.
● E então você estará abrindo a pence no ponto A, marcado na lateral anteriormente.
● Com a régua, faça a união das laterais de A até o ápice da pence.
UNIDADE II
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● Meça a lateral da blusa, e encontre ⅓ da medida. Da linha da cintura em direção
à cava marque essa medida. A partir do ápice da pence desenhe uma linha
unido o ponto encontrado com o ápice. Este será o ponto E.
● Agora, com o ponto E marcado, copie a base para outro papel, a partir do ponto
E até a lateral da pence próximo ao centro frente, conforme ilustrado na figura.
Com o auxílio de outro lápis ou com a ponta seca do compasso, faça um furo no
ápice da pence da sua base, e volte ela sob o papel que você acabou de copiar do ponto E
até a lateral da pence.
Faça a rotação da base sobre o papel, segurando pelo ápice da pence, girando-a
em sentido horário, até que o lado esquerdo da pence (lado próximo a lateral da blusa)
toque o lado direito (lado próximo ao centro frente de blusa) fechando a pence.
E então você estará abrindo a pence no ponto E, marcado na lateral anteriormente.
Com a régua, faça a união das laterais de E até o ápice da pence.
UNIDADE II
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FIGURA 49 - TRANSPOSIÇÃO DA PENCE (ETAPA FINAL)
Estas são somente algumas das transposições que podem ser feitas com a pence.
Vimos a transposição na linha inclinada ou na linha da francesa, vimos também a pence ho-
rizontal, e a pence da base também conhecida por pence vertical. Essas são etapas iniciais
para você que está começando a desenvolver suas habilidades na modelagem, exercite,
e faça outras transposições, a partir delas você terá diferentes resultados na modelagem.
UNIDADE II
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE II
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LEITURA COMPLEMENTAR
Fonte: LONGHI, Tatiana Castro et al. Metodologia para o vestuário no setor de modelagem–tabela
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MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: MIB - Modelagem industrial brasileira: saias
Autor: Sonia Duarte.
Editora: Guarda roupa.
Sinopse: O livro traz a modelagem técnica de mais de 50 modelos
de saia presentes ao longo da história da indumentária feminina.
Abordando desde a confecção do diagrama até o molde pronto
para corte. Trazendo dicas de execução no momento da costura e
acabamentos que podem contribuir para melhor resultado na hora
da costura e montagem da peça.
FILME / VÍDEO
Título: Sex and the City – O FIME (I e II)
Ano: 2007 e 2010.
Sinopse: O filme apresenta figurinos extravagantes das persona-
gens assinados por marcas como: Chanel, Lacrouax, Jimmy Cho,
Givenchy, Gucci, Prada, Louis Vuitton, Viviene Westwood entre
outras marcas importantes do mundo da moda são alguns dos
nomes que assinam o figurino da franquia. Além disso, é possível
visualizar muitas cores e fluidez na modelagem das peças na parte
II do longa. Enquanto na parte I os looks trazem muita referência
de street style com casacos e outras modelagens mais elaboradas,
vistas nas ruas de Nova York.
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UNIDADE III
Desenvolvimento de
Moldes Masculinos
Professor Me. Natani Aparecida do Bem
Plano de Estudo:
● Modelagem da calça esporte;
● Modelagem da camiseta básica;
● Interpretação de modelo;
● Gradação de moldes.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender o desenvolvimento da calça esporte;
● Desenvolver o molde base de uma camiseta;
● Interpretar modelos e graduar moldes para tamanhos maiores ou menores.
93
INTRODUÇÃO
Olá caro (a) Aluno (a)! Seja bem-vindo (a) a Unidade III do nosso material, no
qual iremos estudar sobre a modelagem masculina. Até o momento só foram trabalhados
moldes femininos, mas, essa unidade é dedicada especialmente à modelagem de peças
masculinas. Aqui veremos a execução do molde da camiseta básica, considerada a base
do corpo masculino, o desenvolvimento da manga curta, e uma interpretação de modelo, a
camiseta com manga raglã.
Você perceberá que assim como na modelagem feminina, os moldes masculinos
são desenvolvidos pelo método bidimensional, e apresentam diferença apenas nas medi-
das, pois no corpo masculino as formas são diferentes.
O processo de interpretação de modelo, assim como no feminino, pode acontecer
tanto na camiseta quanto na calça, para tal, você verá o desenvolvimento da base da calça
esporte, que possibilitará o desenvolvimento de outros modelos de roupas a partir dela.
Por vez, a Unidade finaliza abordando um assunto muito importante para o seu
conhecimento de modelagem, a gradação de moldes. Por meio desta técnica você verá que
é possível ampliar e reduzir moldes a partir de uma base, e que assim como qualquer outro
processo de modelagem, requer muita atenção e precisão durante sua execução.
Boa leitura!
Tamanho 40
Cintura 80
Quadril 90
Comprimento do joelho 58
Medida do Joelho 50
Medida da Boca 50
Medida do joelho - 2 cm 4
Medida da boca - 2 cm 4
● De 2 a N, marque 1cm;
● De N a H, una os pontos com uma reta;
● De N a O, marque ¼ da medida da cintura;
● De O a P marque 1,5 cm;
● Una os pontos N e P com uma curva leve;
● Trace uma linha para lateral da calça, unindo os pontos P, I, J e L;
● Una os pontos H e K com a curva de alfaiate;
● Una os pontos K e M com uma reta.
● De 3 à 4, marque 1 cm;
● De 4 a K una os pontos com o auxílio da curva de alfaiate;
● De 5 a S, faça o cálculo a seguir para obter a medida:
Após esse processo, seu molde está pronto. Mas aqui, temos o diagrama da calça
dianteiro e traseiro. Para obter o molde base, lembre-se de utilizar um papel em branco,
o tecido, e o diagrama, nessa ordem. Para que com o auxílio da carretilha você copie as
linhas do dianteiro e forme a base dianteira, e posteriormente repita o processo na parte
para obter a parte do traseiro.
Marque as pences, e faça uma marcação para sinalizar a altura do joelho e o gan-
cho. Com o auxílio do esquadro, marque a linha do fio no meio do molde. O resultado final,
deverá estar igual ao molde apresentado na figura a seguir.
A partir da lateral da calça, marque o ponto A com a medida de 4cm, essa medida
pode variar de 3 a 4 cm.
Na mesma linha, marque o ponto B para sinalizar a abertura do bolso com 14 cm,
essa medida pode variar de 14 a 16cm.
Observe a Figura 5 a seguir, e desenvolva as marcações para o fundo e forro do
bolso embutido.
1.1.2 Braguilha
1.1.3 Pertingal
O pertingal nada mais é do que um retângulo construído com a medida do zíper, e a largura
desejada. Ele também é costurado ao centro frente da calça para dar acabamento ao zíper.
Em um papel, construa um retângulo com 8cm de largura (ponto A a B, C a D). E no
comprimento marque a medida do zíper que será utilizado, geralmente 15cm adicionando 2
cm (ponto A a C e B a D), totalizando 17 cm. Após finalizar o retângulo do diagrama, copie
para outro papel e adicione 1 cm de margem de costura em todo o retângulo. Observe o
molde para corte na Figura 8 a seguir.
1.1.4 Cós
qual será trabalhado, em específico para a alfaiataria, onde são construídas bases especí-
uma base simples, que chamaremos aqui de base da camiseta. Ela permitirá o desenvolvi-
Assim como na calça, a construção da parte frente e da parte das costas, serão
TAMANHO M
Tórax 106
Comprimento da Camiseta 71
Costas 42,5
Manga curta 24
Manga longa 63
Punho 23,6
Após essas etapas seu diagrama estará pronto, copie para outro papel, separando
a parte da frente da parte das costas, para que ao final você tenha em mãos as bases
separadas. Os pontos que compõem a base da frente são: H, F, I, L, J , C, D e H; os pontos
da base das costas são: G, F, I, K, J, C, D e G. O resultado final deverá ficar igual ao da
Figura 15. Lembre-se de esquadrar o fio e colocar as informações no molde.
● Inicie o seu molde formando o retângulo A/B e C/D, com a medida de ½ das costas;
● Depois, de A a C, de B a D, marque o comprimento da manga (faremos a manga curta);
● De A a E, maque 1/10 do tórax;
● Una os pontos de B e E com uma reta e divida a medida desses pontos em 3
partes iguais;
● De F a 1, marque 1 cm;
● De G à 2, marque 1,5 cm;
● Una os pontos B/2 e 1/E com uma linha curva (utilize a régua curva francesa, e
faça o traçado conforme ilustrado na Figura 32);
● De C a I, marque 3 cm;
● Una os pontos E a I com uma reta.
Após essas etapas seu diagrama estará pronto, ao copiar para outro papel para
obter a base, sugiro que dobre o papel ao meio e posicione os pontos B e D sobre a dobra,
desta forma, você estará fazendo o espelhamento do molde que está no diagrama e ao
final, terá o molde aberto, conforme apresentado na Figura 17. Lembre-se de esquadrar o
fio e colocar as informações no molde.
Agora, você dará início a marcação dos pontos que irão te guiar no desenho da
manga. Inicie no decote da peça, na parte costas, marcando o ponto F a 1 com 3 cm.
Depois marque o ponto de F a 2 na parte frente, com a mesma medida.
Agora, trace uma reta a partir do ponto 2 até a cava da frente da camiseta, este
será o ponto R. O ponto de encontro do ombro será o ponto K, a partir dele você irá marcar
o comprimento da manga, que partirá do ponto F, passando por K até chegar ao 4, ou seja,
um prolongamento dessa linha com a medida de comprimento da manga.
● De J a 5 marque 2 cm.
● De 5 a “a” marque 1 cm e retrace a lateral da camiseta
● De L a “a” e de L a “b” você fará a curva da cava que fica abaixo do braço, para
tal, você deverá respeitar a seguinte condição. A curva de L deve ser espelhada,
formando a curva L b.
O ponto C sinalizado na cava costas é o encontro da linha 1 com a antiga cava costas.
● Os pontos 1, c, a, serão os pontos que comporão a cava costas, semelhante a
cava da frente. Una-os com uma curva.
● Una os pontos C e B com uma curva.
● Os pontos F, 1, c, b, 6, 4, F, formam a parte da manga nas costas da peça.
Agora, com o diagrama pronto, você irá retirá-lo para corte. Para tal, trace primeira-
mente com o papel dobrado (no sentido do ponto F a 4) copie todos os pontos em comum,
e a cava frente, depois abra o papel, e carretilhe apenas as costas, respeitando a marcação
que é diferente. Ao final, seu molde deverá ter 1 cm de margem nas laterais, e 2 cm de barra.
Tire do diagrama, os moldes da frente e das costas da camiseta respeitando as
linhas de cava, ao final, seu bloco de moldes deverá ficar semelhante aos moldes presentes
na figura 23.
REFLITA
Fonte: JORNAL grande Bahia. Alexandre Herchcovitch faz comparativo entre Estilismo e Modelagem.
P M G
Cintura 74 82 90
Quadril 94 102 110
Altura do Quadril 18 19 20
Altura da Saia 60 62 64
Após copiar a calça dianteiro e traseiro, separadamente para outro papel sem margem
das medidas em cm, de um tamanho e outro no qual deseja realizar a gradação, podendo ser
item A - 2 - 1 = 1 cm
SAIBA MAIS
Caro(a) aluno(a), encerramos a Unidade III do material didático, vimos nesta unida-
de os métodos utilizados para o desenvolvimento de moldes masculinos em tecidos planos,
e pode-se perceber que assim como na modelagem feminina, os moldes masculinos reque-
rem atenção do modelista e precisão nos resultados.
Embora você não tenha interesse em trabalhar com moldes masculinos, é impor-
tante que você tenha conhecimento acerca deste segmento, pois a indústria de confecção
vive em constante mudança, e todo o conhecimento adquirido na modelagem contribui de
forma significativa para o trabalho de um estilista.
Como vimos, o molde base da camiseta e também da calça irá auxiliar no desen-
volvimento, ou seja, na interpretação de outros modelos, sendo assim é necessário que
as bases sejam testadas e aprovadas para que não comprometa a qualidade das etapas
posteriores a ela.
Por fim, vimos que a gradação, que é o processo de ampliação e redução dos moldes,
pode ser uma ferramenta facilitadora no processo de execução da modelagem, principalmen-
te quando são trabalhadas a ampliação e a redução em grades de moldes específicos.
Assim, acredito que este conhecimento possibilitará com que você se familiarize
com as técnicas que podem conter o processo de modelagem, visando garantir o sucesso
do seu trabalho, e também de uma coleção de moda. Até a próxima unidade!
A estrutura física do corpo masculino se modificou com o passar dos anos. Atual-
mente, os homens frequentam academias, praticam esportes e vivem na era da “busca
pela juventude infinita”. “De um modo geral os ombros estão mais largos, o abdome mais
definido, os quadris mais estreitos, os braços e as pernas mais torneados.” (SENAC. DN,
FULCO E SILVA, 2003, p. 03)
A maneira de se vestir desse “novo homem” também se alterou. Surge a “necessi-
dade” de divulgar esse novo corpo, essa nova silhueta, porém de uma maneira que nunca
deixe de agregar conforto no vestir-se, conforme afirmam Fulco e Silva (2003).
Ainda sobre, Fulco e Silva (2003) ressaltam que o mercado da moda masculina
oferta uma grande quantidade de modelos para atender diferentes tipos de público, porém,
a base da modelagem continua a ser a mesma de muito tempo atrás, pois o traje masculino
sofre limitações quanto a mudanças bruscas nas modelagens. Isso acontece devido à
cultura mais discreta e menos favorável a mudanças que a maioria dos homens construiu
ao longo do tempo. Assim, fazem necessárias pesquisas nacionais e internacionais para
adaptar essas modelagens tradicionais à nova e modificada silhueta dos homens modernos.
De acordo com observações do trabalho de Nery (2007), afirma-se que no vestuário
masculino as modelagens sempre foram mais simplificadas em comparação ao vestuário
feminino. Em uma linha de tempo, as capas e túnicas assírias e persas; as tangas (shenti)
dos egípcios; os quítons longos ou curtos e as clâmides dos gregos; e as túnicas e togas dos
romanos eram de modelagens extremamente simplificadas, com formas geométricas simples
como os retângulos e os semicírculos; e eles as usavam para cobrir seus corpos sem exagero
de tecidos e sobreposições devido muitas vezes também ao clima quente que enfrentavam.
Na idade Média começam a aparecer roupas com modelagens mais rebuscadas
como túnicas e sobre túnicas com mangas e capuz. No Renascimento, nota-se o aperfei-
çoamento de modelagens para construção do gibão, das capas, das mangas de capa e
gibão e já no princípio do século XVI na Alemanha é efetuados moldes para camisas, saia
do gibão, calças, manga e forro de manga.
Fonte: BUSO, Vanessa Zanardo; LOPES, Talita Cristina. A Modelagem para a construção da iden-
tidade masculina. In: 4º COLÓQUIO DE MODA. Anais ... 2008. Disponível em: http://www.coloquiomoda.
com.br/anais/Coloquio%20de%20Moda%20-%202010/71908_A_modelagem_para_a_construcao_da_iden-
LIVRO
Título: Modelagem plana masculina: Métodos de modelagem
Autor: Lúcia de Almeida Silva e Paulo de Tarso Fulco.
Editora: Senac São Paulo.
Sinopse: O livro apresenta uma metodologia de execução de
moldes do segmento masculino, abordando outros tipos de peças,
como a camisa social e a calça com elástico. Desta forma, ao
acessar o material você terá a possibilidade de trabalhar com o de-
senvolvimento de outros moldes de peças do vestuário, ampliando
assim o seu conhecimento acerca da modelagem.
FILME / VÍDEO
Título: Os embalos de sábado à noite
Ano: 1977
Sinopse: No filme, o personagem Tony Manero, interpretado por
John Travolta, marcou os tempos de discoteca não somente pelos
passos, mas pelo figurino inesquecível. No filme é possível obser-
var como era a moda masculina naquela época, os trajes sociais,
as golas, as calças de cintura alta, além de serem cheias de brilho
e com camisas estampadas. Uma peça que estava muito presente
no vestuário masculino era o macacão, que acabou desaparecen-
do com o passar dos anos.
Plano de Estudo:
● Base da blusa;
● Base da calça;
● Vestido;
● Jardineira.
Objetivos da Aprendizagem:
● Desenvolver a base da blusa;
● Compreender o processo de construção da base da calça;
● Interpretar modelos a partir do molde base.
124
INTRODUÇÃO
Olá, caro (a) aluno (a), chegamos à última unidade do nosso material didático e
a partir de agora iniciaremos o desenvolvimento de moldes para o público infantil. Você
verá que os processos são semelhantes aos produtos de adulto, modificando apenas as
proporções para uma escala menor.
Agora que já possui conhecimento acerca da modelagem adulta poderá se aventurar
no desenvolvimento de peças para o público infantil, basta aplicar as mesmas técnicas cons-
trutivas respeitando as individualidades do público e também dos modelos a serem produzidos.
Nesta unidade estudaremos o desenvolvimento de modelos a partir do molde base,
assim como ocorre a interpretação de modelos na modelagem adulta, os processos se
repetem para o público infantil. Construiremos a base, e faremos o desenvolvimento de
duas peças muito utilizadas no vestuário infantil, o vestido e a jardineira.
Aqui, analisaremos uma modelagem simples e objetiva, que resulta em produtos de
qualidade e que possam ser produzidos de forma eficiente e com o mínimo de desperdício.
Boa leitura!
A base da blusa se inicia com um ângulo de 90º, construído com a medida da altura
das costas, e a distância do ombro. Observe a Figura 1, e execute o passo a passo a seguir.
Agora, daremos início às marcações das linhas que nos guiará para o traçado da
cava e da linha do busto. Tenha atenção em cada ponto, e lembre-se de utilizar o esquadro
nos locais indicados na imagem. Observe a Figura 1, e execute o passo a passo a seguir.
● De D à G, marque 5 cm.
● De G a H, com o esquadro, trace uma linha com a medida de cava a cava das costas;
● De B a I, marque um ponto com a medida da lateral;
● De I a J, com o esquadro, trace uma linha com a largura costas;
● Com a régua de cava, ou a curva francesa, una os pontos F, H e J, formando a
cava costas conforme a figura;
● De J a K, a mesma medida de B a I.
● B a Q, marque a medida da cintura.
A base da blusa se inicia com um ângulo de 90º, construído com a medida da altura
da frente, e a distância do ombro. Observe a Figura 2, e execute o passo a passo a seguir
utilizando as medidas do Quadro 2.
Agora, daremos sequência nas marcações internas do molde, que servirão para o
ponto de referência da pence e da linha de cava. Leia atentamente, e execute conforme o
passo a passo a seguir.
● De D a G, marque 4cm.
● De G a H, com o esquadro, marque a medida de cava a cava da frente;
● De D a I, marque 7cm;
● De I a J, com o esquadro, marque a medida da largura da frente;
● Com a régua de cava, ou a curva francesa, trace a cava unindo os pontos F, H e
J, observe na figura 3 (a) que a cava da frente é mais curva na direção de H e J;
● De E a P marque a oposicao do busto;
● De K a P, com o auxílio do esquadro, marque um ponto com a medida de sepa-
ração do busto;
Assim como no molde costas, ao final do traçado, com o auxílio da carretilha, copie
a base para um papel em branco, marque apenas as linhas de contorno do molde, a pence
e as linhas do busto, estas são fundamentais durante o desenvolvimento de uma interpre-
tação de modelo. Para dar resistência e firmeza ao molde, quando for copiar a base, utilize
um papel mais rígido, podendo ser o kraft em uma gramatura superior, ou então utilize um
papel cartão, para facilitar o traçado de outros modelos.
Medidas Tamanho 2
Cintura 48
Quadril 56
Gancho 15
Comprimento 35
Boca 22
Fonte: Adaptado de: DUARTE (2019, p. 33).
Agora com as medidas em mãos, você poderá dar início a construção da sua calça,
realizando dianteiro e traseiro no mesmo papel, utilizando as laterais como ponto de junção
de ambas. Observe a figura 3 e siga o passo a passo a seguir.
O vestido é uma peça do vestuário infantil muito utilizada devido às mais diversas
variações de modelo existentes. Além disso, ele transita em várias ocasiões apresentando
alterações apenas nos tipos de acabamento e matéria-prima utilizada. Nesta unidade você
verá como fazer o molde de um vestido básico, a partir da base da blusa.
Em um papel, inicie o molde construindo um retângulo com a medida do quadril +
2cm de folga Observe na figura a seguir, estes são os pontos de A até B e de B até A.
SAIBA MAIS
“As crianças crescem mais rápido durante os três primeiros anos de vida, especialmen-
te durante os primeiros meses, do que em qualquer outro período da vida”. O crescimen-
to fisiológico, apresenta mudanças no formato do corpo e nas proporções. Uma criança
de 3 anos geralmente é delgada se comparada com um bebê de 1 ano, gorducho e
barrigudo.
REFLITA
A informação de tamanho de cada peça deve ser facilmente legível na etiqueta, princi-
palmente ao se tratar de produtos infantis onde existe uma grande variação de tama-
nhos. “Nela deve constar a estatura, principal referência do corpo infantil, substituindo a
indicação etária”
Até mais!
Fonte: BARBOSA, Rita Claudia Aguiar; WALKIRIA, QUEDES. Vestuário e infância: entre a adequa-
ção e as determinações sociais. III Encuentro Latinoamericano de Diseño. Buenos Aires, n. 5, p. 31-34,
LIVRO
Título: Modelagem plana para moda feminina
Autor: Winifred Aldrich.
Editora: Bookman.
Sinopse: O Livro aborda técnicas de modelagem plana para cons-
trução de peças do vestuário voltadas ao público feminino que
podem facilmente ser adaptadas ao público infantil. Abordando
também a confecção da modelagem em softwares como o CAD,
trazendo inspiração e muito aprendizado aos estudantes e profis-
sionais da área.
FILME / VÍDEO
Título: Matilda
Ano: 1996.
Sinopse: A indicação do clássico está diretamente relacionada
ao figurino e a modelagem dos vestidos utilizados por Matilda
Wormwood (Mara Wilson). Além disso, a protagonista e professora
utilizam jardineiras e muitos modelos de camisas e blusas caracte-
rísticas da década de 90, peças atemporais presentes no vestuário
com novas releituras nos dias atuais.
ALDRICH, Winifred. Fabric, form and flat pattern cutting. Wiley-Blackwell, 2013. Disponível
em: https://books.google.com.br/books?id=zdISMWXOuNcC&printsec=frontcover&hl=p-
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DUARTE, Sonia. Modelagem industrial brasileira: Saias. Editora Guarda Roupa, 2013.
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COELHO, Sueli Aparecida de Souza; NUNES, Valdirene Aparecida Vieira. Curso de Mode-
lagem industrial. Modelagem industrial. 2019.
JENCK, Adilson João; Nascimento, Roseli Souza do; ALVES, Silmar; COELHO, Sueli
Aparecida de Souza; NUNES, Valdirene Aparecida Vieira. Modelagem industrial. Curso de
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147
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148
CONCLUSÃO GERAL
Neste material, busquei trazer para você conceitos sobre a modelagem, a fim de
contribuir para o seu conhecimento acerca da técnica de modelagem bidimensional e plana.
Neste aspecto acredito que você esteja preparado para aplicar e desenvolver a técnica em
diferentes produtos do vestuário.
Destaco também a importância dos materiais essenciais para execução dos mol-
des, pois sem eles não se torna possível trabalhar desenvolvendo as modelagens dos
produtos. Além de conhecer os aspectos teóricos, cabe ressaltar que para testar a modela-
gem e aprimorar a técnica é necessário praticar e explorar os recursos construtivos que a
modelagem oferece.
Também foi levantado alguns conceitos que podem contribuir para o desenvolvimento
da técnica de interpretação de modelo, que também fez parte do conteúdo abordado, assim
como a modelagem masculina e infantil, ambos segmentos que também fazem o uso da técnica.
Portanto, ao pensar na modelagem pense sempre em repetição, execução e teste,
pois só pode ser avaliado o bom desempenho através do teste desse molde com a transfor-
mação do que anteriormente era plano e agora torna-se tridimensional vestindo um corpo.
A partir de agora acredito que você já está preparado para seguir em frente desen-
volvendo ainda mais suas habilidades para desenvolver moldes de diferentes tipos, e se
tornar um (a) profissional de sucesso.
149
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